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Técnico Bancário
NV-011JH-23-PREP-CAIXA-TEC-BAN
Cód.: 7908428805548
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro foi
organizado de acordo com os itens mais relevantes e principais
atualizações do último edital para o cargo de Técnico Bancário
da Caixa Econômica Federal – CAIXA.
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deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................... 11
PONTUAÇÃO ....................................................................................................................................... 47
MATEMÁTICA FINANCEIRA..........................................................................................63
CONCEITOS GERAIS........................................................................................................................... 63
EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA............................................................................................................................64
SEQUÊNCIAS....................................................................................................................................... 65
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS.........................................................................................................................66
PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.......................................................................................................................67
JUROS SIMPLES................................................................................................................................. 68
JUROS COMPOSTOS.......................................................................................................................... 74
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CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA
OPERAÇÃO FINANCEIRA..................................................................................................................................74
DESCONTOS ....................................................................................................................................... 84
SISTEMA PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES) E SISTEMA SAC (MÉTODO DAS
AMORTIZAÇÕES CONSTANTES)......................................................................................................................85
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS..................................................................................91
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL................................................................................................... 91
INTERNET BANKING........................................................................................................................................101
FINTECHS E STARTUPS..................................................................................................................................101
MOBILE BANKING............................................................................................................................................101
OPEN BANKING...............................................................................................................................................102
BIG TECHS........................................................................................................................................................107
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS.................................................................................................109
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NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS.............................................................................................115
CONSÓRCIOS...................................................................................................................................................130
PREVIDÊNCIA E POUPANÇA..........................................................................................................................132
CRÉDITO RURAL..............................................................................................................................................139
CURVA DE JUROS............................................................................................................................................143
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA......................................................................................................163
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LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO
DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES........................................................................................................166
CÁLCULO DE PROBABILIDADE........................................................................................................223
POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................................................230
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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA................................................................... 237
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE -
WORD, EXCEL E POWERPOINT - VERSÃO O365)...........................................................................237
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO......................................................................................................256
REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................280
CONCEITOS BÁSICOS.....................................................................................................................................280
LINKEDIN..........................................................................................................................................................290
FACEBOOK........................................................................................................................................................290
TWITTER..........................................................................................................................................................292
INSTAGRAM.....................................................................................................................................................293
WHATSAPP......................................................................................................................................................293
YOUTUBE..........................................................................................................................................................295
TELEGRAM.......................................................................................................................................................296
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO........................................................................................................312
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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
praticar seus conhecimentos realizando a seleção de de mundo na interpretação de textos.
exercícios finais, selecionados especialmente para
que este material cumpra o propósito de alcançar sua A INDUÇÃO
aprovação.
As estratégias de interpretação que observam
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
A inferência é uma relação de sentido conhecida za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
interpretação de texto. texto e que variam conforme o tipo textual. 11
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Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos Fique atento a essa informação, pois é uma das
identificar uma organização cronológica e espacial no primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pretação textual: formular hipóteses, a partir da
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado entre outras informações que podem vir como “aces-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
ideia/ponto de vista. leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
No processo interpretativo indutivo, as ideias são tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
organizadas a partir de uma especificação para uma pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
generalização. Vejamos um exemplo: um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
espécie de animal. O que observei neles, no tempo
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- z conhecimento linguístico;
te para não os amar, nem os imitar. São em geral z conhecimento textual;
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de z conhecimento de mundo.
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
detalhados e impotentes para generalizar, cur- O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21) Conhecimento Linguístico
O trecho em destaque na citação do escritor Lima Esse é o conhecimento basilar para compreensão
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
indutivo compõe a interpretação e decodificação de uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- nhecimento das regras de uma língua.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, É importante salientar que as regras de reconhe-
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- cimento sobre o funcionamento da língua não são,
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ção cronológica de um texto.
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
A propriedade vocabular leva que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
o cérebro a aproximar as pa- bo-objeto (SVO) etc.
PROCURE SINÔNIMOS Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
lavras que têm maior asso-
ciação com o tema do texto linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
Os conectivos (conjunções, mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
preposições, pronomes) conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
localizadores textuais
A DEDUÇÃO
Era um garoto que como eu Amava os Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o
Beatles e os Rolling Stones responsável por contar os fatos que compõem o texto
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América Situação inicial: Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pes-
Não era belo, mas mesmo assim predomínio de soa. O narrador participa dos fatos
Havia mil garotas a fim equilíbrio
Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa.
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane e Yesterday O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém,
Cantava viva à liberdade não participa das ações
Mas uma carta sem esperar Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na
Da sua guitarra, o separou 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
Complicação: início
Fora chamado na América
da tensão não participa das ações, porém, o fluxo de consciência
Stop! Com Rolling Stones do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª
Stop! Com Beatles songs pessoa
Mandado foi ao Vietnã
Clímax
Lutar com vietcongs
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-
Era um garoto que como eu dominantemente narrativas são notícia, diário, conto,
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução fábula, entre outros. É importante reafirmar que o
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
vos não significa que não possam apresentar outras
Cabelos longos não usa mais
sequências em sua composição.
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
A mesma nota, classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
Situação final /
ra-tá-tá-tá marcas que predominam no texto.
Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas Após demarcarmos as principais características do
Só gente morta caindo ao chão tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Ao seu país não voltará
cas mais importantes da sequência textual classifica-
Pois está morto no Vietnã [...]
da como descritiva.
No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim
Descritivo
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-
dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua
É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...
z É com S ou com Z?
ORTOGRAFIA OFICIAL
Palavras que designam nacionalidade ou títu-
los de nobreza e terminam em -ês e -esa devem
ORTOGRAFIA
ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês;
marquesa; duquesa;
As regras de ortografia são muitas e, na maioria
Palavras que designam qualidade, cuja ter-
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
minação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
embriaguez; lucidez; acidez.
vezes, é derivada de processos históricos de evolução
da língua.
Essas regras para correção ortográfica das pala-
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
fia das palavras.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
da leitura e da escrita de textos, por isso, recomenda-
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
mos que se mantenha atualizado e leia fontes confiá-
grande número.
veis de informação, pois, além de contribuir para seu
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
conhecimento geral, sua habilidade em língua portu-
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
guesa também aumentará.
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Muitas são as regras de acentuação das palavras
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.
da língua portuguesa; para compreender essas regras,
faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e
USAMOS X: USAMOS CH: respeitar a sua divisão.
Toda palavra determinada por um artigo torna-se z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc. aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.
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SUBSTANTIVOS Já os substantivos biformes designam os substan-
tivos que apresentam duas formas para os gêneros
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
característica básica dessa classe é admitir um deter- Destacamos que alguns substantivos apresentam
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- formas diferentes nas terminações para designar for-
xionam-se em gênero, número e grau. mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: ator/atriz; ateu/ ateia; réu/ré.
Tipos de Substantivos Outros substantivos modificam o radical para
designar formas diferentes no masculino e no femini-
A classificação dos substantivos admite nove tipos no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
diferentes. São eles: Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.
pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
/ a cliente; o líder / a líder; mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
z Epicenos: designam geralmente animais que apre- e méis.
sentam distinção entre masculino e feminino, mas Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça Ex.: capelães, capitães, escrivães.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; Contudo, há substantivos que admitem até três
girafa macho / girafa fêmea; formas de plural, como os seguintes:
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
a criança; o monstro; a testemunha; o indivíduo. z Vilão: vilãos, vilões, vilães. 19
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Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas z Nomes de cidades, países, estados, continentes
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
órgãos; órfão / órfãos. Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
Plural dos Substantivos Compostos das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
Os substantivos compostos são aqueles formados xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
por justaposição. O plural dessas formas obedece às Gabinete da Vice-Presidência, Organização das
seguintes regras: Nações Unidas;
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
z Variam os dois elementos: Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mestres -salas; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
das -noturnos; de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças -feiras. Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
z Varia apenas um elemento: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: fados com maiúsculas apenas quando utilizados
canas-de-açúcar; indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Substantivo + substantivo com função adjetiva. o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
Ex.: navios-escola. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
abaixo-assinados. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
formados por pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são
verbo + advérbio aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e
verbo + substantivo plural vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos
por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-
Variação de Grau las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- Importante! Ao compararmos duas qualidades de
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
de quem o descreve; Ex.: A modelo é mais alta que magra.
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
relação sempre são posicionados após o substanti- Porém, se uma mesma característica referir-se
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial; a seres diferentes, empregamos a forma sintética
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan- (melhor, pior, menor etc.).
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal
— pai; mundial — mundo; Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
z Não admitem variação de grau: os graus com-
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.: Formação dos Adjetivos
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco
mundial”. Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos.
LÍNGUA PORTUGUESA
z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.; Com essas dicas, esperamos que você seja capaz
z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.; de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.; desenvolver seu aprendizado para que não seja pre-
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.; ciso gastar seu tempo decorando listas de locuções
22 z Modo: assim, depressa, devagar etc. adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
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Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
LÍNGUA PORTUGUESA
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos — complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
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Pronomes de Tratamento Pronomes Indefinidos
Os pronomes de tratamento são formas que expres- Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis- maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
apresentam algumas peculiaridades importantes: e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
Tempos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:
z Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).
z Passado:
z Futuro:
Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.
� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
28 Ex.: (que eu) Tenha estudado.
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� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + de compreender, pois apresentam regularidade no
verbo principal no particípio. uso das desinências, ou seja, das terminações ver-
Ex.: (se eu) Tivesse estudado bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro sim- têm o paradigma morfológico com o radical, que
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. permanece inalterado. Ex.: verbo cantar:
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais — INDICATIVO — INDICATIVO
Eu canto Cantei
As formas nominais do verbo são as formas no
infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em Tu cantas Cantaste
determinados contextos. São chamadas nominais pois Ele/ você canta Cantou
funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Nós cantamos Cantamos
z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu Vós cantais Cantastes
valor indica duração de uma ação e, por vezes, Eles/ vocês cantam Cantaram
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu. z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
z Particípio: marcado pelas terminações mais alteração no radical e nas desinências verbais.
comuns -ado, -ido, podendo terminar também em Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação
-do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ocorre irregularmente, seguindo um paradigma
ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em próprio para cada grupo verbal.
número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses. Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na
Quando cheguei, ela já tinha partido. conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
Ele tinha aberto a janela. plo. Isso é importante para não confundir os verbos irre-
Ela tinha pago a conta. gulares com os verbos anômalos. Ex.: verbo estar:
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig- PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
nado. Pode ser pessoal ou impessoal: — INDICATIVO — INDICATIVO
Eu estou Estive
Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
Tu estás Estiveste
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: Ele/ você está Esteve
comer eu. Comermos nós. É para aprenderem Nós estamos Estivemos
que ele ensina;
Vós estais Estivestes
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
do verbo, servindo para indicar apenas a con- Eles/ vocês estão Estiveram
jugação. Ex.: estudar — 1ª conjugação; comer
— 2ª conjugação; partir — 3ª conjugação. z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
alterações no radical e nas desinências verbais,
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou consideradas anomalias morfológicas; por isso,
orações reduzidas. recebem essa classificação. Um exemplo bem
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na
bos que funcionam como um verbo.
língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
cados dessa forma: os verbos ser e ir.
trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
Vejamos a conjugação o verbo “ser”:
de encontrar uma solução.
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Dica — INDICATIVO — INDICATIVO
Não confunda locuções verbais com tempos Eu sou Fui
LÍNGUA PORTUGUESA
ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par- designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
ticípio irregular.
“Se” (partícula apassivadora).
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
O “se” exercerá essa função apenas:
Infinitivo: marca as conjugações verbais. com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
com verbos que concordam com o sujeito;
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (amar, com a voz passiva sintética.
passear);
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (comer, Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire-
pôr); to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. 31
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z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun- Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
cionará nessa condição quando não for possível ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
identificar o sujeito explícito ou subentendido. preensão dessas conjugações verbais.
Além disso, não podemos confundir essa função O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi- verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
estar na voz ativa.
ção são, predominantemente, regulares.
Outra importante característica do “se” como índi-
PRESENTE — INDICATIVO
ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou Eu Crio
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá Tu Crias
estar na 3ª pessoa do singular. Ele/Você Cria
Ex.: Acredita-se em Deus.
Nós Criamos
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Vós Criais
xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- Eles/Vocês Criam
procidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
cipais características são: Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi-
sujeito recebe e pratica a ação; cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a
funcionará, sintaticamente, como objeto direto conjugação do verbo “passear”:
ou indireto;
o sujeito da frase poderá estar explícito ou PRESENTE — INDICATIVO
implícito. Eu Passeio
Tu Passeias
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
presente de aniversário (implícito). Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” Vós Passeais
será parte integrante dos verbos pronominais,
Eles/Vocês Passeiam
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá Conjugação de Alguns Verbos
estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha; Vamos agora conhecer algumas conjugações de
z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo to de questões em concursos.
no sentido e na compreensão global do texto. A Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
partícula de realce não exerce função sintática,
pois é desnecessária. PRESENTE — INDICATIVO
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos; Eu Adiro
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional
Tu Aderes
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
“se” exerce função de conjunção integrante, ape- Ele/Você Adere
nas ligando as orações, e poderá ser substituído Nós Aderimos
pela conjunção “caso”. Vós Aderis
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
Eles/Vocês Aderem
dar, será aprovado).
“A” “Desde”
Lembre-se: Importante!
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Os valores semânticos das conjunções não se
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que ambas prendem às formas morfológicas desses elemen-
indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante tos. O valor das conjunções é construído contex-
acarreta em redundância.
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
aos sentidos estabelecidos no texto.
Conjunções Subordinativas
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
procura? (Se = causal = já que)
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
Conjunções Integrantes
para terem o sentido apreendido.
As conjunções integrantes fazem parte das orações
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que, subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
uma vez que, como (equivale a porque) etc. oração principal à outra, subordinada. Existem apenas
Ex.: Como não choveu, a represa secou. dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de � Quando é possível substituir o “que” pelo pro-
modo que, de forma que, de sorte que etc. nome “isso”, estamos diante de uma conjunção
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. integrante.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê?
e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que Isso).
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, � Sempre haverá conjunção integrante em orações
maior), tanto... quanto etc. substantivas e, consequentemente, em períodos
Ex.: Corria como um touro. compostos.
Ela dança tanto quanto Carlos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
� Conformativa: expressam a conformidade de quê? Isso).
uma ideia com a da oração principal. Conforme, � Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
36 como, segundo, de acordo com, consoante etc. bo e uma conjunção integrante.
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Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +
(errado). palavra que não aceita artigo).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
INTERJEIÇÕES dam no momento de identificação:
da preposição a + artigo feminino definido a, ou da � Antes de palavras femininas que não aceitam
junção da preposição a + os pronomes relativos aque- artigos
le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela Ex.: Iremos a Fortaleza.
marcação (`) + (a) = (à).
Ex.: Entregue o relatório à diretoria. Macete de crase:
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. Se vou a; Volto da = Crase há!
Regra geral: haverá crase sempre que o termo Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
antecedente exija a preposição a e o termo conse- Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
quente aceite o artigo a. Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- � Antes de forma verbal infinitiva
ge preposição). Ex.: Os produtos começaram a chegar. 37
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“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
com franqueza, parecem dar a entender que o instrumento).
fazem por exceção de regra.” (MM); Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
� Antes de expressão de tratamento Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa instrumento).
Excelência;
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando QUANDO USAR OU NÃO A CRASE EM SENTENÇAS
a regência do verbo exigir preposição COM NOMES DE LUGARES
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
o pacote. moro em Copacabana, passo por Copacabana);
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha passo pela Bahia).
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
contrato. MACETES
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
suspeita de fraude. z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
Eles estavam conservando a certa altura. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Faremos a obra a qualquer custo. a, com a, à moda de, durante a;
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
� Antes de demonstrativos Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa; z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
personalidades históricas uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin; z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. por a este, a esta e a isto;
O pacote foi entregue a ti ontem; z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a nomes de cidades quando esses termos estiverem
lado) acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal tância de 200 metros do pico da montanha.
de justiça;
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância
A compreensão da crase vai muito além da estética
sem determinante
gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
Os pesquisadores chegaram a terra depois da
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
expedição marinha.
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Vocês o observaram a distância.
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
advérbio de instrumento da ação de pintar.
CRASE FACULTATIVA
do caso reto;
� o termo com o qual o verbo concorda. z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
Ex.: A população implorou pela compra da vacina lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:
da covid-19.
Simples: quando há apenas um núcleo.
No exemplo anterior a população é: Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
Núcleo: aluguel
z o elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Sujeito simples: O aluguel da casa;
rou pela compra da vacina); Composto: quando há dois núcleos ou mais.
z o elemento que pratica a ação de implorar; Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo Núcleos: sons, cores.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); Sujeito composto: Os sons e as cores; 39
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Elíptico, oculto ou desinencial: quando não Predicado
aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu) o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
z Indeterminado: quando não é possível identificar não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente. torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa- impossível existir uma oração sem sujeito.
do por um índice de indeterminação do sujeito, a O predicado pode ser:
partícula “se”.
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
(José de Alencar);
não se referindo a nenhuma palavra determi-
Predicado: seguem sua marcha;
nada no contexto. z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. to (oração sem sujeito):
Entende-se que alguém passou cedo; Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
colocando-se verbos (intransitivos, transitivos Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
diretos ou de ligação) sem complemento dire-
to na 3ª pessoa do singular acompanhados do Para determinar o predicado, basta separar o
pronome se, pronome que atua como índice de sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
indeterminação do sujeito. do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
Ex.: Não se vê com a neblina. é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
Entende-se que ninguém consegue ver nessa Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias)
condição.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
Não entendo nem a ele nem a ti. Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Respeitava-se aos mais antigos. advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava. ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Amavam-se um ao outro.
presença de um complemento nominal nos contextos
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
feita.” (Ciro dos Anjos).
do do nome.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Exemplos com ocorrência facultativa de
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
preposição:
Para melhor identificar um complemento nomi-
nal, siga a instrução:
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
Nome + preposição + quem ou quê
le templo.
A escultura atrai a todos os visitantes. Como diferenciar complemento nominal de com-
Não admito que coloquem a Sua Excelência num plemento verbal?
pedestal. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
Ao povo ninguém engana. (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. diretamente ao verbo “obedecia”)
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre- valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
sente para indicar parte de um todo, quando assim ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
bebeu uma porção da água, e não ela toda. Agente da Passiva
z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
dessa função sintática na mesma oração, a fim de lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
enfatizar um único significado. raramente, da preposição de.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
Andrade) ser, estar, viver, andar, ficar.
z Objeto direto interno: representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
mesmo significado.
Ex.: Riu um riso aterrador. Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu-
Dormiu o sono dos justos.
ra básica da oração, são importantes para compreen-
são do enunciado porque trazem informações novas.
Como diferenciar objeto direto de sujeito?
Esses termos são chamados acessórios da oração.
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi- Adjunto Adnominal
va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados. São termos que acompanham o substantivo,
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
z Objeto indireto: é complemento verbal regido de especificar o elemento representado pelo substantivo.
preposição obrigatória, que se liga diretamente a Categorias morfológicas que podem funcionar
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa como adjunto adnominal:
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da z artigos;
casa 260. z adjetivos;
Gosto de ti, meu nobre. z numerais;
Não troque o certo pelo duvidoso. z pronomes;
Vamos insistir em promover o novo romance de z locuções adjetivas.
ficção.
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes Estava conquistando o respeito dos seus.
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro- O novo regulamento originou a revolta dos
nomes o, a, os, as não exercerão essa função. funcionários.
42 Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
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O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
des obras.
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto Aposto: Machado de Assis.
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes Classifica-se nas seguintes categorias:
exercem essa função sintática quando assumem
valor de pronomes possessivos. z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Separa-se do substantivo a que se refere por uma
z Como diferenciar adjunto adnominal de com- pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
plemento nominal? ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
Quando o adjunto adnominal for representado ontem, acabaram de voltar de férias.
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga � Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
a dica: foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Será adjunto adnominal: se o substantivo ao Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
qual se liga for concreto. riachos.
Ex.: A casa da idosa desapareceu. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
Se indicar posse ou o agente daquilo que preconceito, antipatia e arrogância;
expressa o substantivo abstrato. z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada; para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
Será complemento nominal: se indicar o alvo malmente, por um pronome indefinido.
daquilo que expressa o substantivo. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não estavam empolgados com a feira.
foi respeitada. Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
Notava-se o amor pelo seu trabalho. -Bissau, países africanos onde se fala português;
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: � Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
rumo;
Adjunto Adverbial � Circunstancial: exprime uma característica
circunstancial.
Termo representado por advérbios, locuções Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- apropriadas;
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas � Especificativo: é o aposto que aparece junto a um
circunstâncias. substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
z Tempo: Quero que ele venha logo; substantivos próprios.
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; Exs.: O mês de abril.
z Modo: O dia começou alegremente; O rio Amazonas.
z Intensidade: Almoçou pouco; Meu primo José;
z Causa: Ela tremia de frio; z Aposto da oração: é um comentário sobre o
z Companhia: Venha jantar comigo; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as condensa.
roupas; Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; preocupação.
z Finalidade: Vivia para o trabalho; O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; ideia que não me agrada;
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; � Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui; Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; para as perguntas.
z Origem: Descendia de nobres. Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de Dica
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- � O aposto pode aparecer antes do termo a que
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
se refere, normalmente antes do sujeito.
o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
LÍNGUA PORTUGUESA
Períodos Mistos
Representam uma variante dos parênteses, porém barras para indicar a separação das estrofes:
têm uso mais restrito. Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Usam-se nos seguintes casos: passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
� Para incluir num texto uma observação de nature- te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;
za elucidativa: � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de não foi escrita na sua totalidade:
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”; Ex.: a/c = aos cuidados de;
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), s/ = sem;
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado � Para separar o numerador do denominador nos
que pareça, o texto original é assim mesmo: números fracionários, substituindo a barra da
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- fração:
do.” (Machado de Assis); Ex.: 1/3 = um terço; 49
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� Nas datas: z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
Ex.: 31/03/1983 sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
� Nos números de telefone: multidão gritou entusiasmada;
Ex.: 225 03 50/51/52; z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
� Nos endereços: bo posterior ao pronome relativo concorda com o
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232; antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
� Na indicação de dois anos consecutivos: Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?;
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso; z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
Ex.: /s/. quem resolveu a questão;
Embora não existam regras muito definidas sobre Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- nós quem resolvemos a questão.
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
essa questão;
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
cem a alguns princípios: um deles é a concordância. Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Observe o exemplo: ver artigo definido antes de uma palavra plura-
A pequena garota andava sozinha pela cidade. lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
A: Artigo, feminino, singular; artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Pequena: Adjetivo, feminino, singular; Unidos continuam uma potência.
Garota: Substantivo, feminino, singular. z Estados Unidos continua uma potência.
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o de de Santos fica em São Paulo.”)
número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
cia: verbal e nominal. Importante!
CONCORDÂNCIA VERBAL Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
verbo fica no singular ou no plural.
É a adaptação em número – singular ou plural – Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen-
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
quais insistem em desmentir que nosso país é cheio Mais de um aluno compareceu à aula.
de “brasis” – digamos assim –, ganha disparando dos Mais de cinco alunos compareceram à aula.
outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
europeus, asiáticos e africanos. A expressão mais de um tem particularidades:
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
singular. Mais de um irmão se abraçaram.
Destrinchando o período, temos que os termos Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas Mais de um aluno, mais de um professor esta-
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- vam presentes.
cado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: z Quando o sujeito é formado por um número per-
Ex.: Prefiro natação a futebol. centual ou fracionário, o verbo concorda com o
Verbo bitransitivo: Prefiro numerado ou com o número inteiro, mas pode
Objeto direto: natação concordar com o especificador dele. Se o numeral
Objeto indireto: a futebol vier precedido de um determinante, o verbo con-
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
Concordância Verbal com o Sujeito Simples das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
sujeito. viver bem.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
exorbitante. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
50 Diferentes situações: Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
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� Os verbos bater, dar e soar concordam com o Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não combustíveis aumentaram.
chegou (Duas horas deram...).
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu). Concordância Verbal do Verbo Ser
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
badaladas soaram). � Concorda com o sujeito
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio Ex.: Nós somos unha e carne;
da escola soou dez badaladas). � Concorda com o sujeito (pessoa)
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven- � Em predicados nominais, quando o sujeito for repre-
dem-se casas de veraneio aqui. sentado por um dos pronomes tudo, nada, isto, isso,
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão aquilo ou “coisas”, o verbo ser concordará com o
interessada; predicativo (preferencialmente) ou com o sujeito
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Ex.: No início, tudo é/são flores;
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa � Concorda com o predicativo quando o sujeito for
Majestade está preocupada? que ou quem
Suas Excelências precisam de algo? Ex.: Quem foram os classificados?
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou � Em indicações de horas, datas, tempo, distância
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! (predicativo), o verbo concorda com o predicativo
Ex.: São nove horas.
É frio aqui.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� O verbo fica no singular quando precede termos como
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, menos
ticais diferentes
etc. junto a especificações de preço, peso, quantidade,
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
distância, e também quando seguido do pronome o
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Divertimentos é o que não lhe falta.
garam ontem; Dez reais é nada diante do que foi gasto;
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
ou nenhum ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
ter o espírito esportivo; verbo concordará com o termo não preposiciona-
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no do entre eles.
singular Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- São eles que sempre chegam cedo.
davam (preferencialmente no singular); É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
� Gradação entre os núcleos do sujeito trução adequada)
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
me acalmar (preferencialmente no singular); (construção inadequada)
� Núcleos do sujeito no infinitivo
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
mitivo (nada, tudo, ninguém) Concordância do Infinitivo
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
nem um nem outro Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; to esclarecido)
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu implícito “nós”)
foco nos estudos; Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras (dois pronomes implícitos: eu, nós)
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Até me encontrarem, vocês terão de procurar
bem como, assim como, tanto quanto muito. (preposição no início da oração)
LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
final; (verbos pronominais)
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim indicando tempo)
como; não só... mas também etc.) Estudo para me considerarem capaz de aprova-
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
popularidade em alta; Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
co núcleo, o verbo fica no singular concordando particípio);
com o núcleo único. Mas, se houver determinante z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
sujeito passa a ser composto. ção verbal) 51
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Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
sendo sujeito do infinitivo). atrito. (verbo no singular).
“sozinhos”. linda!)
Invariáveis quando significarem “apenas,
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
somente”.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas com o estabelecimento aberto no final de semana.)
apenas queriam ficar sozinhas.) Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
A locução “a sós” é invariável. leiros, estamos esperançosos.);
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de � Possível
ficar a sós; Concordará com o artigo, em gênero e número, em
� Quite / anexo / incluso
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Concordam com os elementos a que se referem.
Ex.: Estamos quites com o banco. Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Seguem anexas as certidões negativas. Conheci crianças as mais belas possíveis.
Inclusos, enviamos os documentos solicitados; 53
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Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
indireto)
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
relacionam com seus complementos, com ou sem pre- rege apenas objeto direto:
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou Ajudaram o ladrão a fugir.
advérbio) exige complemento preposicionado, esse Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
nome é um termo regente, e seu complemento é um direto:
termo regido, pois há uma relação de dependência Ajudei-o muito à noite;
entre o nome e seu complemento. � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
O nome exige um complemento nominal sempre ini- Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran-
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em sitivo direto com sentido de “angustiar”)
forma de pronome oblíquo átono. Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
foram leais. como complemento);
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo � Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
do sujeito (desprovido de preposição) Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
Pronome oblíquo átono: lhe vo direto com sentido de “respirar”)
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
sujeito (desprovido de preposição). indireto no sentido de “desejar”);
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
REGÊNCIA VERBAL Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
Relação de dependência entre um verbo e seu O médico assistia os acidentados.
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- O médico assistia aos acidentados.
retas, isto é, com ou sem preposição. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Há verbos que admitem mais de uma regência sem Não assisti ao final da série;
que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
V. T. D: esquecia É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
Objeto direto: os favores recebidos. res de pessoas.”
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
Objeto indireto: dos favores recebidos.
direto e indireto
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que,
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
seu significado.
vo indireto)
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
(aspiramos = sorvemos)
to e indireto);
V. T. D.: aspiramos
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
Objeto direto: ar poluídos.
predicativo do objeto
Os funcionários aspiram a um mês de férias.
(aspiram = almejam) Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to com sentido de “convocar”);
Objeto indireto: a um mês de férias Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
A seguir, uma lista dos principais verbos que dicativo do objeto com sentido de “denominar,
geram dúvidas quanto à regência: qualificar”);
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
� Abraçar: transitivo direto reto; intransitivo
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço; indireto com sentido de “ser difícil”)
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
to com sentido de “acariciar”) Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto � Esquecer: admite três possibilidades
no sentido de “ser agradável a”); Ex.: Esqueci os acontecimentos.
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; Esqueci-me dos acontecimentos.
transitivo direto e indireto Esqueceram-me os acontecimentos;
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
personificado) transitivo direto e indireto
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
personificado) (transitivo direto com sentido de “acarretar”)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
reto: refere-se a coisas e pessoas); (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto disposição”)
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
preposição a, rege indiferentemente objeto direto direto e indireto com sentido de envolver-se”);
54 e objeto indireto. � Informar: transitivo direto e indireto
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Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à inclusão, inserção em
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou inerente em/a
sobre descrente de/em
Informaram o réu de sua condenação. desiludido de/com
Informaram o réu sobre sua condenação. desesperançado de
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- desapego de/a
sa: objeto indireto, com a preposição a convívio com
Informaram a condenação ao réu; convivência com
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- demissão, demitido de
reto, com as preposições em e por
encerrado em
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;
enfiado em
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- imersão, imergido, imerso em
tivo direto e indireto instalação, instalado em
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- interessado, interesse em
sitivo com sentido de “cortejar”) intercalação, intercalado entre
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo supremacia sobre
indireto com sentido de “desejar muito”)
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“encantar-se”); SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito. Quando escolhemos determinadas palavras ou
Não desobedeçam à sinalização de trânsito; expressões dentro de um conjunto de possibilidades
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- de uso, estamos levando em conta o contexto que
tivo direto e indireto influencia e permite o estabelecimento de diferentes
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) relações de sentido. Essas relações podem se dar por
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
indireto). mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto);
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; Importante!
transitivo direto e indireto
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) Léxico: conjunto de todas as palavras e expres-
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) sões de um idioma.
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e Vocabulário: conjunto de palavras e expressões
indireto); que cada falante seleciona do léxico para se
� Suceder: intransitivo; transitivo direto comunicar.
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
sentido de “ocorrer”).
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido SINONÍMIA
de “vir depois”).
São palavras ou expressões que, empregadas em
REGÊNCIA NOMINAL um determinado contexto, têm significados seme-
lhantes. É importante entender que a identidade dos
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
bios) exigem complementos preposicionados, exceto uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. o que pode não acontecer em outras situações. O
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
Advérbios Terminados em “Mente” exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a de suas significações é diferente.
regência dos adjetivos: O emprego dos sinônimos é um importante recur-
análoga / analogicamente a so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia
contrária / contrariamente a
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a
compatível / compativelmente com
LÍNGUA PORTUGUESA
Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos São palavras ou expressões que, empregadas em
Nomes a que se Referem um determinado contexto, têm significados opostos.
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
Alguns nomes regem preposições semelhantes a gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
sua primeira sílaba. Vejamos: dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
dependente, dependência de casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: 55
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estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
Acesso em: 17 out. 2020.
PARÔNIMOS
cho, ser substituída por: disponíveis publicamente podem ser utilizados para ali-
mentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.”
a) básico Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se
b) essencial o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjun-
c) inevitável to com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece
d) desmedido contínua ou se em algum momento apresenta cortes
e) imprescindível entre uma palavra e outra. E considere o contexto —
ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem
13. (CESGRANRIO — 2021) A frase que, ao ser reescrita, manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa
guarda o mesmo sentido do trecho do parágrafo 3 diga o que parece dizer naquele momento.
“Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro,
poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.” é: Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em:
20 out. 2022. Adaptado. 59
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14. (CESGRANRIO — 2023) De acordo com a norma-pa- brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O
drão da língua portuguesa, o emprego da vírgula está pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pes-
correto em: soas precisa ser gasto rapidamente para subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movi-
a) Os produtos comercializados nos mercados deverão mentações bancárias. Também pesa para o time dos
apresentar embalagens adaptadas em seus rótulos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
até o próximo ano atendendo, à expectativa do cliente familiaridade com a tecnologia.
na busca de uma dieta saudável. O fator cultural também favorece a circulação do dinhei-
b) A tabela de informação nutricional, passará a conter ro em espécie. É provável que você conheça alguém
informações gráficas nítidas e legíveis com o objetivo que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos
de preservar a compreensão das informações. ou receber pagamentos com cédulas simplesmente
c) As indústrias alimentícias estão sendo obrigadas, por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz
pelos órgãos fiscalizadores a se adequarem à legisla- parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou
ção em vigor para que não sejam multadas. pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia
d) A partir da promulgação de lei no próximo ano, os virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do
rótulos de alimentos e bebidas deverão esclarecer que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.
os consumidores sobre a existência de substâncias Embora o Brasil tenha um sistema bancário que supor-
alergênicas. ta vários tipos de transações, o país estava ficando
e) Vários economistas recomendam, que os consumi- para trás no que diz respeito a pagamentos instantâ-
dores tenham precaução ao utilizar seus cartões de neos. O Pix veio para preencher essa lacuna.
crédito devido à possibilidade de aumentarem seu A modalidade permite transações em qualquer horário
endividamento. e dia, incluindo finais de semana e feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a
15. (CESGRANRIO — 2023) Na progressão temática do forma como lidamos com o dinheiro, pois implica
texto, depois de citar as novas tecnologias que permi- envio ou recebimento imediato: as transações via Pix
tem a produção de vídeos falsificados — as deep fakes são concluídas rapidamente.
—, desenvolve-se a ideia de que: É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix
não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar
a) os usuários devem reduzir a postagem de fotos, com os meios de pagamento e transferência atuais, mui-
áudios ou vídeos para evitar alimentar a produção de to menos com o papel-moeda, mas para fazer o sistema
deep fakes. financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
b) os vídeos falsificados prejudicam celebridades, mas Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que
também trazem efeitos negativos a empresas e cida- a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso
dãos comuns. de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente,
c) a tecnologia que permite a falsificação de vídeos se algum desses meios poderá ser descontinuado, mas
utiliza de inteligência artificial para criar áudios falsos isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do
que substituem os verdadeiros. cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.
d) mais da metade dos brasileiros não conseguem reco- No caso das cédulas, especialistas do mercado finan-
nhecer se um vídeo foi falsificado por meio da técnica ceiro apontam para uma diminuição de circulação,
de deep fake. mas não para um futuro próximo em que o papel-moe-
e) a “falsificação profunda” é uma expressão para desig- da deixará de existir. Para que esse cenário se torne
nar o fenômeno das deep fakes na língua portuguesa. realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desban-
carização. O medo ou a pouca familiaridade com a
Leia o texto a seguir para responder às questões 16 a 18. tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão inte-
ressante para o país que o próprio comércio incentiva
Pix: é o fim do dinheiro em espécie? o público mais resistente a aderir a ele.
O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos fal- SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
ta para chegarmos a esse cenário.”, a segunda frase
expressa, em relação à primeira, a ideia de: 19. (CESGRANRIO — 2022) Esse texto, que se inicia a
partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por
a) condição hábito sentar-se na calçada observando as manhãs,
b) tempo constrói uma crítica:
c) contradição
d) finalidade a) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozi-
e) conclusão nhos, sem o apoio e o carinho de sua família.
b) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somen-
Leia o texto a seguir para responder às questões 19 e 20. te é percebido por quem se afasta da cidade por um
tempo e retorna.
Uma cena c) às cenas diárias que repetem costumes do passado,
que há muito já deveriam ter sido abandonados pela
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E população.
não numa época qualquer, mas no outono. Outono no d) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e
Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da que foram sendo colocadas aos poucos ao redor de
calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul todos nós.
escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu e) às autoridades de segurança pública, que não atuam
vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas em prol do direito de ir e vir, sem riscos, da população.
praias, por cima das montanhas, longe dali. Não che-
gou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras 20. (CESGRANRIO — 2022) O texto apresenta-se dividido
trançam suas copas, ainda é quase madrugada. em dois momentos: o primeiro, em que o narrador des-
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do creve minuciosamente a cena observada; e o segundo,
sol. em que o narrador se aproxima mais do leitor, estabe-
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em lecendo, com ele, uma quase conversa e colocando-se
sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco explicitamente no texto. O início do segundo momento
movimento, não passa quase ninguém a essa hora, se dá com o trecho:
LÍNGUA PORTUGUESA
1 C
2 D
3 B
4 A
5 A
6 C
7 E
8 E
9 B
10 A
11 B
12 D
13 D
14 D
15 A
16 D
17 B
18 E
19 D
20 C
ANOTAÇÕES
62
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Por último, tem-se a Taxa de Juros, que é uma por-
centagem fracionária do Juro sobre o Capital, gerada ao
longo do tempo, ou seja, o quociente entre o Juro e Capital.
FINANCEIRA z Consumo
Taxas equivalentes produzirão o mesmo montante A primeira pergunta que podemos fazer para
que a outra operação, contudo em períodos de capi- achar a lei de formação é: os números estão aumen-
talização diferentes da taxa original. tando ou diminuindo?
Resposta: Letra B. Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) A taxa trimestral de Veja no exemplo colocado acima: 2, 4, 6, 8,.. Do primei-
juros equivalentes a 2% ao mês é de ro termo para o segundo, somamos o número dois e
depois repetimos isso.
a) 3,36%.
b) 4,50%. 2+2=4
c) 5,57%. 4+2=6
d) 6,00%. 6+2=8
e) 6,12%.
Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
Disponha os dados na fórmula: pois 8 + 2 = 10.
1 trimestre = 3 meses Caso os números estejam diminuindo, você pode
(1+it) = (1+im)t buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
(1+it) = (1+im)3 entre os termos.
(1+it) = (1,02)3 Agora, observe essa outra sequência:
(1+it) = (1,0612)
it = 1,0612 - 1 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
it= 0,0612, transformando em % = 0,0612 · 100 =
6,12% Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem a
Resposta: Letra E. dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo percebido
que o 9 não está na sequência. A nossa tendência é relevar
MATEMÁTICA FINANCEIRA
3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere uma capitali- esse “probleminha” e marcar logo o valor 15. Muito cui-
zação semestral a uma taxa de juros nominal de 20% dado! Como já disse, o padrão encontrado deve ser capaz
anual. Assinale a opção que corresponde a taxa efeti- de explicar toda a sequência! Nesse caso, estamos diante
va anual equivalente. dos números primos! Sim, aqueles números que só podem
ser divididos por eles mesmos ou então pelo número 1. No
a) 5% caso, o próximo seria o 17, e não o 15. A propósito, os próxi-
b) 10,5% mos números primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
c) 15%
d) 20,25% Sequências Numéricas Alternadas
e) 21%
É bem comum aparecerem questões que envolvem
Capitalização Semestral uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
Taxa nominal = 20% anual fica 10% semestral Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
Equivalência de taxa: te exemplo: 65
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ... an = a1 + (n – 1) · r
a200 = 1 + (200 – 1) · 2
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
dizer que temos uma sequência que, de um número a200 = 1 + 2 · 199
para outro, devemos somar 2 unidades e também
a200 = 1 + 398
podemos notar que temos a sequência que, de um
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas a200 = 399
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
1ª sequência: 2, 4, 6, 8,... Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PA
2ª sequência: 5, 10, 15, 20, ...
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na Exercite seus conhecimentos com as questões
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula, comentadas a seguir.
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
66 posição 200 é:
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1. (IBFC — 2015) O total de múltiplos de 4 existentes PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
entre os números 23 e 125 é:
Observe a sequência a seguir:
a) 25.
b) 26. {2, 4, 8, 16, 32...}
c) 27.
d) 28. Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2.
e) 24. Esse é um exemplo típico de Progressão Geométrica,
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti-
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o último do a partir da multiplicação do anterior por um mes-
é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma PA de mo número, o que chamamos de razão da progressão
razão igual a 4. Então, temos as seguintes informações: geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.
a1 = 24
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
an = 124
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral
obter os múltiplos).
e a soma dos termos.
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos):
an = a1 + (n – 1)r Termo Geral da PG
124 = 24 + (n – 1)4
124 = 24 + 4n – 4 A fórmula a seguir nos permite obter qualquer
124 – 24 + 4 = 4n termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do
104 = 4n primeiro termo (a1) e da razão (q):
n = 26. Resposta: Letra B.
an = a1 · qn-1
2. (FCC — 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
em cada dia será diferente e formará uma progressão ser encontrado assim:
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme-
tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km. {2, 4, 8, 16, 32...}
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô-
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último a5 = 2 · 25-1
dia de viagem será igual a a5 = 2 · 24
a) 334. a5 = 2 · 16
b) 280.
a5 = 32
c) 322.
d) 274.
e) 310. Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG
Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para primeiros termos da progressão geométrica:
podermos substituir na média. Usando a fórmula
n
do termo geral: a1 · (q - 1)
r = –24 Sn =
q-1
an= a1 + (n – 1) · r
Achando a1: Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
a1 = a1 + (1–1) · r soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
a1 = a1 16, 32...}.
Colocando a2 em função de a1:
S4 = 2 · (2 4 - 1)
a2= a1+ (2 – 1) · r
a2 = a1 + r 2-1
Colocando a3 em função de a1:
S4 = 2 · (16 - 1)
a3= a1+ (3 – 1) · r
1
a3 = a1 + 2r
MATEMÁTICA FINANCEIRA
a) 40%. i1 i i i i
= 2 = 3 = 4 = 5
b) 30%. n1 n2 n3 n4 n5
c) 25%.
Substituindo e lembrando que a unidade de tempo
d) 20%.
de n tem que ser a mesma para todas as taxas, trans-
e) 15%.
formamos tudo em meses:
A mercadoria que Maria comprou, custava R$ 10% 20% 30% 60% 120%
400,00. Como ela deu R$ 200,00, no ato da compra, = = = =
1 mês 2 mêses 3 meses 6 meses 12 meses
ela ficou com um saldo devedor de = 10% ao mês.
i ieq
= a) 15,00%.
n n b) 1,50%.
Constatamos, portanto, que, no regime de juros c) 18,00%.
simples, as taxas equivalentes são, também, propor- d) 9,00%.
cionais entre si. e) 12,00%.
Portanto, para calcular taxas equivalentes no regi-
me simples basta usar regra de três. Em juros simples, para acharmos taxas equivalen-
Lembre-se: no regime de juros simples, taxas de tes, também podemos aplicar a regra de três.
juros proporcionais são, também, taxas de juros equi- Assim, temos que:
valentes. Essa informação é muito importante, pois • um semestre tem 6 meses, cada mês com 30 dias.
simplifica o cálculo de taxas equivalentes no regime • logo, 1 semestre tem 6·30=180 dias.
de juros simples. Assim, nesse regime de juros, 1% ao A regra de três para determinar a taxa semestral
mês, 6% ao semestre, ou 12% ao ano são proporcio- fica:
nais, e, portanto, levarão o mesmo capital C ao mesmo
montante M, após o mesmo período de tempo. 0,05% ---- 1 dia
A fim de verificar seus conhecimentos, resolva, x ---- 180 dias
agora, o exercício a seguir:
0,05% · 180 = 1 · x
1. (VUNESP — 2020) Um empréstimo de R$ 1.300,00, x = 9% (ao semestre)
realizado a juros simples, com prazo de 8 meses, teve
como juros total o valor de R$ 260,00. A taxa de juros Resposta: Letra D.
anual cobrada nesse empréstimo foi de
TAXA NOMINAL E TAXA EFETIVA
a) 25%
b) 30% Taxa Nominal
c) 35%
d) 40% A Taxa Nominal (in), por sua vez, é uma taxa de
e) 45% juros na qual a unidade de tempo não coincide com
a unidade de tempo dos períodos de capitalização. De
Segundo o enunciado, o empréstimo de R$ 1.300,00 outra forma, toda vez que, em um negócio, ou em uma
teve um total de juros de R$ 260,00 em n=8 meses. operação financeira, a taxa contratada encontra-se
Jogando esses valores na fórmula, encontraremos a em uma unidade de tempo diferente da unidade de
taxa mensal: tempo dos períodos de capitalização, esta é uma taxa
nominal.
J=C·i·n O relatado acima é uma convenção que, habitualmen-
260 = 1300 · i · 8 te, é utilizada no mercado financeiro. Os exemplos mais
260 notórios da mesma são, muito provavelmente, a taxa de
i=
1.300 · 8 juros da caderneta de poupança e a taxa over (aplicações
260 de um dia).
i= = 0,025
10.400 Ademais, sempre que encontrarmos uma taxa
nominal, devemos, antes de tudo, calcular a Taxa Efe-
Multiplicando um decimal por 100, teremos o seu tiva (ief) da operação, obtida a partir da taxa nominal
valor em porcentagem! Então: pelo método da proporcionalidade, visto no tópico
anterior.
i = 0,025 · 100% = 2,5% a.m.
Taxa Efetiva
Entretanto, o examinador pediu a taxa anual, não a
taxa mensal! Por Taxa Efetiva (ief) entende-se a taxa que, real-
Como o empréstimo foi realizado no regime de juros mente, é utilizada nos cálculos, uma vez que sua uni-
simples, a taxa anual (12 meses) desse empréstimo dade de tempo coincide com a unidade de tempo dos
pode ser obtida através da seguinte proporção: períodos de capitalização.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
in ief
=
nn nef
Importante!
Em todos os problemas de matemática financeira, você deverá utilizar, em seus cálculos, sempre, a taxa efe-
tiva. Nunca utilize, nas fórmulas, a taxa nominal!
in ief
=
nn nef
Nas aplicações financeiras e, também, em muitos negócios comerciais, é normal que as taxas sejam expressas
em termos anuais, e que os prazos sejam fixados em dias. Entretanto, como para curto prazo o regime de capita-
lização comumente adotado é o de juros simples, é necessário calcular a taxa proporcional referente a um dia.
Assim, existem duas convenções para a contagem de dias:
Quando o exercício não mencionar o tipo de ano (civil ou comercial), considera-se ano comercial. Neste, defi-
ne-se que todos os meses têm 30 dias (mês comercial) e que o ano tem, portanto, 360 dias. A contagem de dias, para
anos comerciais, é feita em duas etapas:
Juros Comerciais: contagem de dias como se todo mês tivesse 30 dias. Na hora de fazer a regra de três, con-
sideramos que o ano tem 360 dias.
Figura 2: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 28
Juros Exatos: contagem de dias como se estivéssemos olhando em um calendário. Na hora de fazer a regra de
três, consideramos que o ano tem 365 dias (se for bissexto, consideramos 366).
Figura 3: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 29.
Juros Bancários: contamos os dias olhando em um calendário. Na hora de fazer a regra de três, consideramos
que o ano tem 360 dias.
No dia a dia, é comum precisarmos antecipar, ou prorrogar, títulos e obrigações. Além disso, é comum, também,
que precisemos substituir um título por outro, ou por vários. Além disso, pode acontecer, também, de querermos
substituir vários títulos por apenas um. Esses procedimentos podem ser calculados a partir de determinada taxa
de juros, de maneira que o resultado atenda todas às partes envolvidas, isto é, o devedor e o credor. Entretanto,
para tal, precisamos conhecer o conceito de Data Focal.
72
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Por Data Focal se entende a data considerada base de comparação dos valores referidos a datas diferentes, ou seja, a
data para a qual serão transportados os valores de entrada e saída de dinheiro, com o intuito de avaliação. Esta também
pode ser nomeada “data de avaliação” ou “data de referência”. Diante do exposto, vamos à Equivalência de Capitais.
Capitais Equivalentes
Dois, ou mais, capitais serão equivalentes se, resgatados em datas distintas e levados para determinada data
focal, à mesma taxa de juros, resultarem em valores iguais.
Consideremos os seguintes capitais cujos valores e respectivas datas de resgate estão a seguir representados:
C4
C3
C2
Data Focal
C1
—1 0 1 2 3 4 5
1 — (—1) = 2 3—1=2
4—1=3
5—1=4
Figura 4: Livro: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág.51.
No regime de juros simples, e considerando a taxa de juros i, estes capitais serão equivalentes na data focal 1 se:
C2 C3 C4
C1 · (1 + i · 2) = = = =
1+i·2 1+ i·3 1+i·4
Note que não há novas fórmulas:
z Quando o capital se referir a uma data anterior à data focal, ele será capitalizado, utilizando a fórmula para
cálculo do montante em juros simples;
z Quando o capital se referir a uma data posterior à data focal, ele será atualizado (ou descontado), utilizando a
fórmula para cálculo do valor atual no desconto racional simples (a ser visto mais à frente).
1. (VUNESP — 2021) Um produto à vista custa R$ 31.824,00. Esse produto pode ser parcelado em duas vezes, sendo uma par-
cela no ato e a outra três meses depois. O valor da segunda parcela é igual ao saldo devedor acrescido de 4%. Esse produto
foi vendido em duas vezes de maneira que as duas parcelas tivessem o mesmo valor. O valor de cada parcela foi
a) R$ 15.912,00.
b) R$ 15.972,00.
c) R$ 16.048,00.
d) R$ 16.224,00.
e) R$ 16.548,00.
Note que, embora o enunciado mencione um número de meses decorridos após o primeiro pagamento, não há
MATEMÁTICA FINANCEIRA
nenhuma referência a uma taxa de juros. Não precisamos, portanto, considerar o valor do dinheiro no tempo
além do que o enunciado já nos traz.
Chamando de P o valor de cada parcela, temos que (31.824—P) corresponde ao saldo devedor após o pagamento
da primeira parcela. Como a segunda é igual a essa quantia acrescida de 4%, temos:
P = 1,04 · (31.824 — P)
P = 33.096,96 — 1,04P
(1 + 1,04) P = 33.096,96
33.096, 96
P=
2, 04
P = 16.224
A diferença fundamental entre o regime de juros simples e o regime de juros compostos se refere à forma de
capitalização dos juros:
z Em juros simples, os juros são sempre calculados sobre o capital inicial. Chama-se este regime de capitaliza-
ção simples;
z Em juros compostos, os juros são somados ao capital para cálculo do período seguinte. Chama-se este regime
de capitalização composta.
MÊS CAPITAL INICIAL JUROS DO PERÍODO JUROS ACUMULADOS VALOR MONTANTE FINAL
0
R$ 1.000 0,00 0,00 R$ 1.000,00
(início)
R$ 1.000 · 0,10 = R$
1° R$ 1.000 R$ 100,00 R$ 1.100,00
100,00
R$ 1.100 · 0,10 = R$
2° R$ 1.000 R$ 210,00 R$ 1.210,00
110,00
R$ 1.210 · 0,10 = R$
3° R$ 1.000 R$ 331,00 R$ 1.331,00
121,00
R$ 1.331 · 0,10 = R$
4° R$ 1.000 R$ 464,10 R$ 1.464,10
133,10
Concluímos que, ao final dos 4 meses, você deverá ressarcir ao banco o valor de R$ 1.464,10, que é a soma da
dívida inicial (R$ 1.000) e dos juros de R$ 464,10.
No regime de juros compostos, os rendimentos em cada período são somados ao montante anterior para cál-
culo do período seguinte. Assim, os rendimentos crescem, a cada período, em progressão geométrica.
MONTANTE
Para calcular diretamente o valor do montante final (M) devido em uma aplicação do capital inicial (C) por um
determinado prazo (n) a uma determinada taxa de juros (i), basta usar a fórmula:
M = C · (1 + i)n
Na contextualização dada acima, teríamos C = 1.000 reais, n = 4 meses, e i = 10% ao mês. Novamente, observe
que a unidade temporal do prazo (“meses”) é igual a unidade temporal da taxa de juros (“ao mês”), o que nos per-
74 mite aplicar diretamente a fórmula:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
M = 1000 · (1 + 10%)4
M = 1000 · (1 + 0,10)4
M = 1000 · (1,10)4
M = 1000 · 1,4641
M = 1.464,10 reais
Muito mais prático. Note que a fórmula para se encontrar o capital a partir do montante é assim deduzida:
M = C · (1 + i)n
M
C= n
(1 + i)
Ou ainda:
1
C=M· n
+
(1 i)
Vamos falar um pouquinho sobre o fator (1 + i)n:
z Nós chamamos de an = (1 + i)n o fator de acumulação de capital ou de fator de juros compostos ou, ainda,
de fator de capitalização.
Esse fator é importante, pois pode aparecer em sua prova, veja a tabela abaixo com os valores de alguns deles
para facilitar o cálculo.
Temos como a função principal de uma tabela financeira disponibilizar valores numéricos complicados de
serem calculados à mão, uma vez que contas em juros compostos envolvem sempre exponenciação1. Saber ler
uma tabela é fácil, basta procurarmos pela linha que corresponde ao prazo e que cruza a coluna da respectiva
taxa de juros que queremos. Ali estará o número determinado, ou melhor, o fator.
Note que a primeira célula da tabela no canto superior esquerdo é: n/i.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Ou seja, na primeira coluna à esquerda (1, 2, 3, 4, ..., 18) temos os respectivos períodos n.
Já na primeira linha temos as respectivas taxas em percentual (1%, 2%, ...18%).
Observe a tabela a seguir, com ela podemos obter rapidamente o valor de (1 + 10%)4. Basta buscarmos na linha
da taxa i = 10% (pois a taxa também é designada pela letra i) e a coluna de n = 4 períodos (que é a quarta linha,
pois o prazo também é designado pela letra n). Com isso, encontramos o valor 1,464100:
N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510
Dica
Memorize:
1,11 = (1 + 10%)1 = 1,10
1,12 = (1 + 10%)2 = 1,21
1,13 = (1 + 10%)3 = 1,331
1,14 = (1 + 10%)4 = 1,4641
Faça sempre os cálculos à mão, pois você precisa praticar bastante para obter velocidade e confiança. A seguir,
pratique com a resolução das questões.
1 (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo real cobra juros compostos de 10% ao mês para os empréstimos
pessoais. Gustavo obteve nessa empresa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, incluindo os juros, três
meses depois. O valor que Gustavo deverá pagar na data do vencimento é:
a) 6.600 reais;
b) 7.200 reais;
c) 7.800 reais;
d) 7.986 reais;
e) 8.016 reais.
Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a.m. e n = 3 meses. Aplicando a fórmula, temos:
M = C · (1 + i)n
M = 6.000 · (1 +10%)3
M = 6.000 (1,1)3
M = 6.000 · 1,331
M = 7.986 reais
Resposta: Letra D.
2. (FGV — 2022) João contraiu um empréstimo de R$10.000,00 a uma taxa de juros de 2% ao mês sobre o saldo devedor.
Ele pretende pagar R$5.000,00 ao final do primeiro mês e quitar a dívida ao final do segundo mês.
a) R$5.304,00.
b) R$5.352,00.
c) R$5.408,00.
d) R$5.422,00.
e) R$5.452,00.
O empréstimo contraído foi de R$ 10 mil. Ao final do primeiro mês, calculamos 2% sobre o valor do empréstimo,
e teremos o seguinte saldo devedor:
Pontos principais:
A importância de saber essas comparações reside
no fato de que bancas de concurso costumam cobrar
z ao final do primeiro período (1 mês), os valores
questões teóricas sobre matemática financeira, inclu-
devidos nos dois regimes são iguais. Assim, para
sive de assuntos como esta comparação, e não apenas
t = 1, juros simples e compostos geram o mesmo questões de cálculo.
montante; Realize os exercícios a seguir para exercitar seus
z já ao final do prazo total, observe que os juros com- conhecimentos.
MATEMÁTICA FINANCEIRA
(1 + it)2 = (1,04)3
1. (FGV — 2022) Use o texto a seguir para responder
(1 + it)2 = 1,124864 a questão. Suponha que um banco concedeu um
empréstimo de R$50.000,00 a um cliente, por um pra-
1 + it = 1, 124864 zo de um ano, e que, ao final desse período, o clien-
te tenha se comprometido a pagar R$65.000,00 pelo
it = 6,06%
empréstimo. Suponha ainda que a inflação no perío-
Atenção! Em relação às taxas equivalentes em do tenha sido de 8%. A taxa nominal de juros desse
juros compostos: empréstimo foi de
C ia
S S
1 n
(1 + it ) = (1 + ib )
tx efetiva taxa ii ir
trimestral bimestral
Sabemos que: 0 n
1 bimestre tem 2 meses, logo: quantos bimestres
terão 3 meses? Joga na regra de três! Figura 2: Matemática financeira para concurso. PENIDO, E. São
Paulo: Atlas, 2007. Pág. 83.
1 bimestre ··· 2 meses
x ··· 3 meses Veja a fórmula abaixo onde se relaciona o rendi-
mento nominal, ou aparente (ou taxa de juros nomi-
Logo: nal/aparente) com a taxa de juros real “r”, de acordo
com a taxa de inflação “i”:
^1 + ah
2x = 3
^1 + ih
3 = (1 + r)
x= bimestres
2
Ou ainda, apenas multiplicando cruzado:
Agora, substituindo os valores, vamos obter a taxa
trimestral. Lembre que 125%=125/100=1,25:
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
Assim:
3 A seguir explicaremos com mais detalhes cada
(1 + it)1 = (1 + 1,25) 2 uma dessas taxas.
3
1 + it = (2,25) 2 Taxa Aparente
2 3
1 + it = 2, 25 Taxa aparente “a” é a taxa de juros total de deter-
1 + it = 3,375 minada operação financeira, tanto a de empréstimo
quanto a de investimento, nas quais não se desconta-
it = 3,375 — 1 ram os efeitos da inflação que tenha ocorrido entre o
it = 2,375 início e o término desta operação. Portanto, trata-se
de “quanto eu ganhei ou paguei”, em termos de taxa
Multiplicando-se um decimal por 100, teremos o seu de juros, sem qualquer desconto ou dedução dos efei-
valor em porcentagem! Então: tos da inflação.
A taxa de inflação “i” representa a perda do valor da moeda, ou seja, a diminuição do seu poder de compra
resultante do aumento médio dos preços das coisas.
Taxa Real
Taxa real “r” é a taxa de juros de determinada operação financeira, tanto de empréstimo quanto de investi-
mento, em que são descontados os efeitos da inflação que ocorreu entre o início e o término desta operação.
Agora, vamos resolver algumas questões de provas anteriores para fixar o conteúdo visto.
1. (FGV — 2018) O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) é um indicador auferido mensalmente pelo IBGE
que mede a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços. Esse índice é utilizado pelo Governo como
parâmetro para os reajustes de salários dos trabalhadores brasileiros.
Se, em determinado ano, o salário mínimo nacional for reajustado (aumentado) em 6,89% e, nesse mesmo período, o
INPC for de 5%, então o aumento real do poder de compra do salário mínimo será de:
a) 1,78%;
b) 1,80%;
c) 1,85%;
d) 1,89%;
e) 1,90%.
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
(1 + 0,0689) = (1 + 0,05) · (1+r)
(1,0689) = (1,05) · (1+r)
1, 0689
(1 + r) =
1, 05
(1 + r) = 1,018
r = 1,018 — 1 = 0,018
r = 1,8%
Resposta: Letra B.
CAPITALIZAÇÃO CONTÍNUA
MONTANTE
TAXA NOMINAL TAXA EFETIVA NO DE CAPITALIZAÇÕES
CAPITALIZAÇÃO M = C · (1 +
(in) (ief) (N)
IEF )N
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A partir destes resultados, podemos chegar a duas conclusões:
z o valor do montante aumenta à medida que aumentam as capitalizações com base em uma mesma taxa nominal;
z a partir de um determinado número de capitalizações, o aumento do montante passa a ser insignificante (de
dias para horas, no exemplo).
Portanto, podemos inferir que o valor do montante tende para um limite máximo quando o número de capi-
talizações se torna muito grande.
Pode-se demonstrar que, no caso da capitalização contínua, o montante é obtido através da seguinte fórmula:
M = C · ei·n
Onde:
Como a capitalização contínua considera um número de capitalizações tendendo para o infinito, é indiferente,
para um mesmo prazo de aplicação, se dividimos este prazo em dois, três ou mais períodos.
z os logaritmos neperianos também são conhecidos como logaritmos naturais (símbolo ln);
z o número é irracional e, portanto, sempre será informado como uma aproximação.
1. (FCC — 2015) Um capital de R$ 15.000,00 é aplicado, durante 2 anos, à taxa de 5% ao semestre com capitalização
contínua. Dos valores abaixo, o mais próximo do valor dos juros desta aplicação é
Dados: ln(1,051271) = 0,05; ln(1,105171) = 0,10; ln(1,161834) = 0,15 e ln(1,221403) = 0,20; em que ln é o logaritmo
neperiano, tal que ln(e) = 1.
a) R$ 3.076,00
b) R$ 3.155,00
c) R$ 3.321,00
d) R$ 3.487,00
e) R$ 3.653,00
M = C · ei·n
Onde: e: base dos logaritmos neperianos (e = 2,71828); i = 0,05 = 5%: taxa efetiva (em sua forma unitária); e n = 4: núme-
ro de capitalizações da taxa efetiva.
A taxa está ao semestre, então usamos o período em semestres também. Lembrando que 2 anos = 4 semestres.
M = 15.000 · e0,05·4
M = 15.000 · e0,20
Segundo os dados apresentados no enunciado, iremos utilizar o dado ln (1,221403) = 0,20, pois 0,20 é a potência
do número de Euler (e0,20) pois aqui, precisamos aplicar as propriedades de logaritmo nesse dado para achar o
valor do fator e0,20.
Assim:
ln (1,221403) = 0,20
Aplicando as propriedades de logaritmo* de base (logaritmo neperiano) na equação acima, pois sempre que
usamos ln é porque a base do nosso logaritmo é o número . Temos que:
e0,20 = 1,221403
Finalmente! Para calcular o mais próximo do valor dos juros, fazemos a subtração:
J=M—C
J = 18.321,045 — 15.000 = 3.321,05
Resposta: Letra C.
CAPITAIS EQUIVALENTES
Dois capitais são equivalentes quando, avaliados na mesma data focal, apresentam valores atuais ou montantes
iguais. Note que este conceito é aplicável tanto no caso do regime simples, quanto no regime composto.
Entretanto, no regime composto você pode escolher a data focal que quiser, pois o juro composto sempre guar-
dará correspondência com o desconto racional composto. Não importa a data escolhida. No regime simples, você
precisa adotar a data focal estabelecida pelo enunciado.
No regime de juros compostos e considerando a taxa de juros i, estes capitais serão equivalentes na data focal “1” se:
C2 C3 C4
C1 · (1 +i)2 = 2 + 3 = 4 +
(1 + i) (1 + i) (1 + i)
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS EM JUROS COMPOSTOS
C4
C2 C3
DATA FOCAL
C1
—1 0 1 2 3 4 5
1 — (—1) = 2 3—1=2
4—1=3
5—1=4
Figura 3: Matemática financeira para concurso. PENIDO, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 111.
z quando o capital se referir a uma data anterior à data focal, ele será capitalizado, utilizando a fórmula para
cálculo do montante em juros compostos;
z quando o capital se referir a uma data posterior à data focal, ele será atualizado (ou descontado), utilizando a
fórmula para cálculo do valor atual no desconto racional composto
No regime de juros compostos, uma vez verificada a equivalência para uma determinada data focal, ela per-
manecerá válida para qualquer outra data focal. Em outras palavras, a comparação de capitais em juros compos-
tos não depende da data focal considerada.
Para calcular a equivalência de capitais, você pode seguir a seguinte ordem:
1. (FGV — 2021) Jonas pediu um empréstimo de R$ 5000,00 em uma corretora, com juros de 2% ao mês e pagamento em
duas partes (não necessariamente iguais), em 30 e 60 dias do empréstimo. Ao fim de 30 dias, Jonas pagou R$ 2800,00
e, 30 dias depois, pagou o restante, liquidando a dívida.
O valor da segunda parcela que Jonas pagou para liquidar o empréstimo foi:
a) R$ 2300,00;
b) R$ 2346,00;
c) R$ 2400,00;
d) R$ 2402,00;
e) R$ 2600,00.
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Utilizando o conceito de equivalência de capitais, que- VALOR ATUAL (A)
remos que o valor presente de R$ 5.000,00 seja equi-
valente à soma da primeira parcela antecipada em O Valor Atual, por sua vez, também chamado de
30 dias (1 período) com a segunda parcela, de valor x, Valor Descontado ou Valor Presente, é o valor que o
antecipada em 60 dias (2 períodos). Utilizando a taxa titular do direito receberá, antecipadamente, depois
de 2% ao mês, a equação que precisamos resolver é: de efetuar o desconto. Para calcular o Valor Atual do
título, iremos utilizar a seguinte expressão:
2.800 X
5.000 = 1 + 2
(1 + 0, 02) (1 + 0, 02) A = N (1 – i ∙ n)
Desenvolvendo as contas dentro dos parêntesis,
temos: Podemos dizer, então, que o desconto (D) é a dife-
rença entre o Valor Nominal e o Valor Atual.
2.800 X
5.000 = 1 + 2 D=N−A
1, 02 (1, 02)
Multiplicando os dois lados da igualdade pelo valor TAXA EFETIVA (IE)
(1,02)2, para eliminar esse denominador na equa-
ção, e fazendo os devidos ajustes. Podemos determinar a Taxa Efetiva através da
seguinte fórmula:
2.800 2 X 2
5.000 · (1,02)2 = 1 · (1, 02) + 2 · (1, 02)
1, 02 (1, 02) ie = ic / 1 – ic · n
5.000 · 1,04404 = 2.800 · (1,02)1 + X
Em que,
5.202 = 2.800 · 1,02 + X ie = Taxa Efetiva
X = 5.202 — 2.856 = 2346 ic = Taxa do Desconto Comercial Simples
n = Prazo do Desconto
Portanto, a segunda parcela foi de R$ 2.346,00
Resposta: Letra B. Por fim, tenha atenção aos seguintes termos, pois
eles são utilizados nas operações financeiras e aparece-
rão, muito provavelmente, nas provas:
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) Camila possui uma dívida no valor nominal de R$ 1200 que pretende quitar pelo menos
2 meses antes do vencimento; e possui uma outra, no valor nominal de R$ 2.000, com pretensão de quitar 4 meses
antes do vencimento.
Considerando que seja utilizado o desconto comercial simples de 10% ao mês nas duas operações, verifique o item a
seguir:
O valor a ser pago por Camila para quitar a dívida de R$ 2.000, com desconto, será inferior a R$ 1050.
CERTO ( ) ( ) ERRADO
3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere a operação de crédito contratada à uma taxa nominal de 21% ao ano, com
capitalização quadrimestral. A taxa efetiva anual desse financiamento é, hipoteticamente:
a) inferior a 15%.
b) superior a 15% e inferior a 17%.
c) superior a 17% e inferior a 19%.
d) superior a 19% e inferior a 21%.
e) superior a 21%.
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
SISTEMA PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES) E SISTEMA SAC (MÉTODO DAS AMORTIZAÇÕES
CONSTANTES)
Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que escolher um sistema de pagamento. Para isso, existem as
seguintes opções: Tabela Price ou SAC. Aqui, discutiremos um pouco a respeito de tais sistemas, para entender-
mos o que de fato eles são, se há alguma diferença, vantagem e/ou desvantagem entre eles e, também, se um deles
é mais barato/acessível que o outro.
Esses sistemas, basicamente, são formas de amortização e financiamento a longo prazo, acertadas ao banco ou à
construtora, durante o financiamento da compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Francês de Amortização) e o
SAC (Sistema de Amortização Constante). Ambos, segundo José Mansini planejador financeiro pela Planejar: 85
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[...] são dois cálculos distintos que determinam de z Vantagens da tabela Price:
que forma o comprador do imóvel irá pagar [amor-
tizar] o empréstimo que ele fez para este fim. Nestes oscilações econômicas afetam menos a parcela,
dois sistemas, será definido o valor da parcela men- uma vez que a taxa é fixa;
sal a ser paga2. parcelas menores no começo do período;
para quem não possui muito dinheiro guardado, o
Diferenças entre Tabela Price e SAC fato de proporcionar prazos maiores para o paga-
mento do financiamento torna essa opção perfeita.
Há várias diferenças entre esses dois sistemas de amor-
tização, mas a que mais se destaca diz respeito à forma e à z Desvantagens da tabela Price:
rapidez de amortização (diminuição gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até é um sistema indicado para indivíduos com
a quantidade total de juros. No sistema SAC, tem-se, fonte de renda mais estável e, também, para
inicialmente, prestações com valores mais altos e que financiamentos de automóveis;
ficam menores no final, pois (como dito anteriormen- embora as parcelas sejam fixas, o prazo mais
te) há amortização mensal do valor financiado. Ou longo pode ocasionar riscos ao comprador se
seja, da primeira parcela até a última, o valor vai cain- ele não tiver em mãos o valor para a finalização
do, porque há uma diminuição progressiva dos juros. do pagamento;
Na Tabela Price, no entanto, as parcelas começam o saldo devedor é anulado de maneira mais
mais baixas, mas são estáticas, ou seja, não sofrem lenta, ocasionando na demora para efetuar a
alteração durante todo o período de financiamento.
amortização.
Vantagens Oferecidas pela Tabela Price E Pelo Sac Para melhor ilustrar esse comparativo entre as van-
tagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC e Pri-
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe, ce), veja o quadro abaixo, no qual está representado um
a ele, optar pela forma de pagamento que mais se financiamento de R$ 200 mil, parcelado em 20 anos, com
adequa a sua realidade financeira A escolha, nota- juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba que a
damente, deve levar em consideração o fator de cor- prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara, mas o valor
reção (TR — Taxa Referencial — ou IPCA — Índice total pago no final é quase R$ 30 mil mais baixo:
de Preços ao Consumidor Amplo) que julgar mais
econômico no momento da assinatura do contrato do
financiamento. — SAC PRICE
Contudo, é válido ressaltar que, quando se neces-
Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
sita de financiamento, optar por um prazo mais curto,
se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre
o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização hou- Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34
ver, menos gastos com juros terá o comprador.
Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amorti- OUTRA FORMA DE CORREÇÃO POSSÍVEL DAS
zação Constante) pode ser mais vantajoso que a Tabe- PRESTAÇÕES DE UM FINANCIAMENTO
la Price, porque representa uma economia de cerca de
10%, em média. A Tabela Price possui, como vantagem, A Caixa Econômica Federal divulgou, em agosto
sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor. No de 2019, uma nova linha de crédito para aquisição de
entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores casa própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao
no começo, há uma amortização maior da dívida, que ano, mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Dispo-
leva a uma economia significativa no final. nível somente para contratos novos, esse novo mode-
lo pode ser usado para financiar até 80% do valor de
z Vantagens da tabela SAC: imóveis novos e usados, com prazo de até 360 meses.
1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Um valor que foi toma- O Sistema SAC, ou também conhecimento como
do como empréstimo deverá ser pago pelo sistema Sistema de Amortização Constante, é um método
SAC em 7 parcelas mensais com juros de 2% ao mês. usado onde a principal característica é apresentar
Suponhamos que a terceira parcela do financiamento amortizações constantes, prestações decrescentes e
deste empréstimo seja R$ 31.150,00. O valor total do juros decrescentes.
empréstimo em reais, será de aproximadamente: Resposta: Letra A.
a) 120.525,00
b) 144.000,00
c) 168.350,00 HORA DE PRATICAR!
d) 182.800,00
e) 198.227,00 1. (CESGRANRIO — 2023) No primeiro dia de agosto,
foram registradas 180 reclamações em um órgão de
No Sistema de Amortização Constante (SAC), as defesa do consumidor. No segundo dia, foram regis-
prestações decrescentes e os juros decrescentes. tradas 184 reclamações.
Vamos aplicar a seguinte fórmula:
P = Am · [1 + (n - t + 1) i ] Supondo-se que há reclamações todos os dias e que
P = Prestação / Am = Amortização / n = período total cada dia tenha 4 reclamações a mais do que o dia
/ t = período decorrido / i = taxa anterior, durante todos os 31 dias do mês de agosto, o
P = 31.150 total de reclamações registradas será igual a:
n=7
t=3 a) 7.108
i = 0,02 b) 7.440
Am = ? c) 7.860
31.150 = Am · [1 + (7 - 3 + 1) ·0,02] d) 8.184
31.150 = Am · [1 + 5 · 0,02] e) 8.880
31.150 = Am · [1 + 0,1]
31.150 = Am · 1,1 2. (CESGRANRIO — 2021) Preocupado com sua saúde, um
Am = 31.150 ÷ 1,1 professor decidiu começar a correr. O profissional que o
Am = 28318,18 orientou estabeleceu como meta correr 5 km por dia. Entre-
Como as amortizações são constantes, basta multi- tanto, como o professor está fora de forma, terá de seguir
plicar o valor pelo total de parcelas: um programa de treinamento gradual. Nas duas primeiras
28318,18 · 7 = 198.227
MATEMÁTICA FINANCEIRA
Dado: 12 C
13 B
1,056 = 1,34;
1,0324 = 2,03 14 C
a) 35,6 15 C
b) 37,8
16 D
c) 39,6
d) 40,8 17 A
e) 42,8
18 A
19. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente de um banco está 19 A
tentando simular o valor de financiamento imobiliário
que pode conseguir para adquirir uma casa. Fazendo 20 E
seu orçamento, estabeleceu que poderia pagar uma
prestação inicial (1º mês) de R$2.669,33.
a) 120.000,00
b) 146.933,00
c) 160.159,80
d) 266.933,00
e) 413.866,00
a) 10.200,00
b) 10.240,00
c) 10.460,08
d) 11.124,12
e) 11.347,15
9 GABARITO
1 B
2 C
3 E
4 B
5 B
6 A
90
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
várias vezes ao longo da História brasileira. A modifi-
cação de uma moeda nacional é, em qualquer circuns-
tância, algo que causa muitas mudanças, mas no caso
da mudança para a atual moeda (real), essa transfor-
mação foi grandiosa.
CONHECIMENTOS Em uma época em que a inflação era um grande
terror para economia brasileira, essa mudança, cha-
BANCÁRIOS mada de plano real, conseguiu frear a inflação e nor-
malizar os preços do comércio interno. Isso, seguido
de uma valorização da moeda nacional, resultou em
uma recuperação rápida da economia brasileira.
Quem manuseia dinheiro todos os dias, paga suas
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL contas, recebe seu salário, nem pensa no grande siste-
ma que há por trás dessas operações. Na verdade, os
Uma das engrenagens mais importantes, se não a salários são do valor que são para que a atual quanti-
mais importante, para que o mundo seja do jeito que dade de dinheiro circule no país, para que a economia
brasileira seja como é. Assim, o Sistema Financeiro
é, o dinheiro. Ele compra carros, casas, roupas, título
Nacional toma decisões todos os dias que são refleti-
e, segundo alguns, só não compra a felicidade. Sen- das na nossa realidade.
do o dinheiro carregado com toda essa importância, O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de
cada país, estado e cidade organiza-se de forma a ter instituições, órgãos e afins que controlam, fiscalizam
seu próprio modo de ganhar dinheiro. Essa organi- e fazem as medidas que dizem respeito à circulação
zação, aliás, é formada de um jeito em que a maior da moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em
quantidade possível de dinheiro possa ser adquirida. sua Constituição Federal de 1988, em seu art. 192, cita
Há muito tempo, o mundo funciona dessa forma. Por qual o intuito do sistema financeiro nacional: o Siste-
isso, todos os países já conhecem muitos caminhos e ma Financeiro Nacional, estruturado de forma a pro-
atalhos para que sua organização seja elaborada para mover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir
seu benefício. aos interesses da coletividade, em todas as partes que o
Essa organização que busca o maior número possí- compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será
vel de riquezas é definida por uma série de importan- regulado por leis complementares que disporão, inclu-
tes órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador sive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram.
da estratégia econômica do país é chamado de Sis-
O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em
tema Financeiro Nacional. Ele tem, basicamente, a
duas partes distintas: subsistema normativo e sub-
função de controlar todas as instituições que são liga- sistema operativo ou operador. O de normas res-
das às atividades econômicas dentro do país, e mui- ponsabiliza-se por fazer regras para que se definam
tas outras funções. Tem também muitos componentes parâmetros para transferência de recursos entre uma
que o formam. parte e outra, além de supervisionar o funciona-
Existem grupos dentro do grupo do Sistema Finan- mento de instituições que façam atividade de inter-
ceiro Nacional. O mais importante dentro desse siste- mediação monetária. Já o subsistema operativo ou
ma é o Conselho Monetário Nacional. Esse conselho operador torna possível que as regras de transferên-
é essencial por tomar as decisões mais importantes cia de recursos, definidas pelo subsistema de supervi-
para a que o país funcione de forma eficiente e eficaz. são, sejam possíveis.
O Conselho Monetário Nacional tem sob seu O subsistema normativo é formado por: Conselho
comando muitos integrantes que são importantes, Monetário Nacional, Conselho de Recursos do Sis-
cada um na sua função. No entanto, o mais importan- tema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil,
te desses membros é o Banco Central do Brasil. Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional
O Banco Central do Brasil é o responsável pela de Seguros Privados, Superintendência de Seguros Pri-
emissão de papel-moeda e de moeda metálica, dinhei- vados, Conselho Nacional da Previdência Complemen-
ro que circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho tar e Superintendência da Previdência Complementar.
Monetário Nacional, um trabalho de fiscalização nas O outro subsistema, o operativo ou operador, é
instituições financeiras do país. Além disso, tem diver- composto por: Instituições Financeiras Bancárias, Sis-
sas utilidades, como realizar operações de emprés- tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de
timos e cobrança de créditos junto às instituições Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias,
financeiras. O Banco Central é considerado o banco Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
mais importante do Brasil, acima de todos os outros, partes integrantes do subsistema operativo, citadas
uma espécie de “Banco dos Bancos”. acima, são grupo que compreendem instituições que
O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma for- são facilmente achadas em nosso dia a dia. As Institui-
ma de várias entidades se organizarem de modo a ções Financeiras Bancárias, por exemplo, representam
manter a máquina do governo funcionando. Sua utili- as Caixas Econômicas, Bancos Comerciais, Cooperati-
dade é o acompanhamento e também a coordenação vas de Crédito e Bancos Cooperativos. As instituições
de todas as atividades financeiras que acontecem no Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Socieda-
Brasil. Esse acompanhamento acontece na forma de des de Crédito ao Microempreendedor, Companhias
fiscalização. Já a coordenação está na parte em que Hipotecárias, Bancos de Desenvolvimento.
funcionários do Banco Central agem segundo suas As autoridades do Sistema Financeiro Nacional
responsabilidades, no cenário financeiro. também podem ser divididas em dois grupos: Autori-
Esse sistema já sofreu várias mudanças ao longo dades Monetárias e Autoridades de Apoio.
dos anos. O próprio Banco Central era outra entidade, As autoridades monetárias são as responsáveis
com nome diferente: Superintendência da Moeda e do por normatizar e executar as operações de produção
Crédito. A mudança ocorreu por meio do art. 8º da Lei de moeda. São elas o Banco Central do Brasil (Bacen)
nº 4.595, de 1964. As moedas do Brasil já mudaram e o Conselho Monetário Nacional (CMN). 91
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Já as autoridades de apoio são instituições que auxiliam as autoridades monetárias na prática da política
monetária. Outro tipo de autoridade de apoio são instituições que têm poderes de normatização limitada a um
setor específico. O exemplo desse tipo de autoridade é a Comissão de Valores Mobiliários.
As instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são definidas como as pes-
soas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função principal ou secundária de guardar, intermediar
ou aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como recursos de terceiros), que sejam em
moeda de circulação nacional ou de fora do país e também a custódia de valor de propriedade de outras pessoas.
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características acima descritas também são consideradas
instituições financeiras, sendo que essa atividade pode ser de maneira permanente ou não. No entanto, exercer
essa atividade sem a prévia autorização devida do estado pode acarretar ações contra essa pessoa. Essa autoriza-
ção deve ser dada pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decreto do Presidente da
República. Entretanto, em 2020 o presidente editou o Decreto nº 10.029 que delegou ao Bacen o poder de autori-
zar o funcionamento de instituições financeiras estrangeiras; todavia, deve-se levar em consideração que se trata
de uma delegação que pode ser avocada a qualquer momento, e trata-se de um decreto, que pode ser, também,
revogado.
As decisões tomadas pelo Conselho Monetário Nacional têm total ligação com o estado da economia do país.
Suas mudanças são determinantes para o funcionamento do mercado financeiro. A chamada bolsa de valores
(mercado no qual as mercadorias são ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações que
variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto valor de dinheiro investido nesse mercado, a
bolsa de valores é um espelho das grandes proporções com as quais as decisões tomadas por esse sistema podem
afetar a vida de todas as esferas da sociedade.
Art. 17 Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas
públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação
de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de
propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as
pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou
eventual.
Art. 18 As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do
Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.
Basicamente, uma instituição financeira tem como objetivo a intermediação dos recursos de clientes que tem
dinheiro sobrando (agentes superavitários), para os clientes que precisam de dinheiro (agentes deficitários). Ou
seja, pega-se de quem tem sobrando e empresta-se à quem está precisando.
Entretanto, quando a instituição busca captar dinheiro, ela oferece aos clientes uma recompensa para que eles
aceitem assumir os riscos de emprestar dinheiro, essa recompensa nós chamamos de remuneração por aplicação,
e esta operação, para a instituição, é uma operação passiva.
Já quando o cliente necessita de dinheiro, a instituição financeira busca emprestar o dinheiro captado, mas
cobra do cliente uma taxa de juros, que nada mais é do que o preço do dinheiro emprestado, mais o seu lucro. Esta
92 operação, para a instituição financeira, é chamada ativa.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Estas atividades realizadas pelas Instituições Fi- Taxa de Juros do Mercado x Taxa Selic
nanceiras levam ao desenvolvimento dos produtos
financeiros ou bancários, que estudaremos mais à A taxa de juros chamada Selic, que é a taxa que
frente. remunera os títulos públicos e que falaremos bastante
ainda no decorrer da matéria, serve como balizadora
FORMAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS das taxas de juros cobradas pelos bancos, ou seja, se a
taxa de juros Selic subir, as taxas de juros dos bancos
Muitas pessoas se perguntam: como um banco sobem também, e vice-versa.
determina uma taxa de juros? Tem-se, portanto, a formação das taxas de juros,
Para estabelecer uma taxa de juros, os bancos onde os bancos levam em consideração:
seguem o mesmo raciocínio de um vendedor de qual-
quer produto ou serviço. Para estabelecer esta taxa z custos administrativos (salários, inadimplência,
o banco busca saber a quantidade de demanda pelo indenizações etc.;
produto financeiro, bem como os custos para vendê-lo z custo da captação (pago aos poupadores);
e a sua margem de lucro. z tendência da taxa Selic (determinada pelo governo).
Para se construir esta taxa os bancos levam em
consideração: Desta forma, temos a taxa de juros de uma institui-
ção financeira, que será cobrada em muitas operações
z custo da captação do dinheiro (valor que irá ser de crédito.
pago ao cliente que deposita os recursos no banco); Mais à frente entenderemos como o governo deter-
z custos administrativos do banco como: salários, mina esta taxa Selic e como ela influencia de forma
impostos, água, luz, telefone, despesas judiciais etc.; abrangente a formação das taxas de juros.
z custos com recolhimento compulsório, pois os
valores que ficam retidos no banco central, mes- PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS
mo sendo remunerados, não tem o mesmo ganho FEDERAIS
que teriam se estivessem sendo emprestados aos
clientes; Caixas Econômicas
z inadimplência do produto, uma vez que quanto
maior for a inadimplência, maior será o risco de A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
prejuízo, e este prejuízo é repassado aos clientes regulada pelo Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de
com aumentos de taxas e tarifas; 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
z margem de lucro desejada. rio da Economia. Trata-se de instituição assemelha-
da aos bancos comerciais, podendo capta depósitos
à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Quando os bancos avaliam as taxas de juros cobra-
de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
das, levam em consideração uma equação matemáti-
que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
ca simples: Receita de Crédito – Custo da Captação.
ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
Esta equação mostra o lucro bruto da liberação dos
tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
créditos, uma vez que apenas deduziu o custo da cap-
urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
tação, e como vimos ali em cima, este não é o único
consumidor, financiando bens de consumo durá-
custo que o banco possui.
veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
O resultado desta equação chama-se spread. Este
e caução de títulos, bem como tem o monopólio do
termo nada mais é do que a diferença entre a receita
empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
das taxas de juros que o banco recebe, e as despesas
signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
que o banco tem para captar os recursos que serão loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
emprestados. e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
Juro pago ao Juro pago pelo
SPREAD (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
banco por seus banco a seus
BANCÁRIO
devedores credores
Banco do Brasil S/A
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Na modalidade pós-fixada, há uma sub modalidade chamada flutuante, esta modalidade permite que a remu-
neração varie todo dia, ou seja, o cliente será remunerado por período que deixar o dinheiro aplicado. Neste caso
dizemos que o CDB possui liquidez diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é possível resgatar os valores
obtendo juros proporcionais ao período aplicado. O RDB – Recibo de Depósito Bancário é materializado quando
o cliente faz uma entrega de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta não pode emitir um certificado, pois
não capta em contas correntes. A instituição, então, emite apenas um recibo, um simples recibo, que diz: “este
cliente deixou comigo um valor e eu remunerarei por uma taxa de juros”, geralmente, também, o CDI.
O problema deste papel é que, por não ser um certificado, e sim apenas um recibo, não pode ser passado
para frente, ou seja, não pode ser endossado. As instituições são as Sociedades de Crédito e as Cooperativas de
Crédito, pois só podem captar depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, apenas RDB. O RDB possui
duas modalidades: Pré-fixado e Pós-fixado, entretanto o RDB não possui liquidez diária, visto que não pode ser
resgatado, sob hipótese alguma, enquanto não acabar o prazo acordado com a instituição financeira.
Caderneta de Poupança
As instituições financeiras captadoras de poupança são geralmente as que aplicam em financiamentos habi-
tacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado na poupança e emprestam boa parte do valor em financiamentos
habitacionais. Existem, no entanto, as poupanças rurais que são captadas pelos bancos comerciais, para emprés-
timos no setor rural.
As instituições que captam poupança no País são: Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), Associações de Pou-
pança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econômica Federal (CEF), além de outras instituições que queiram captar,
mas deverão assumir o compromisso de emprestar parte dos recursos em financiamentos habitacionais.
A caderneta de poupança constitui um instrumento de aplicação de recursos muito antigo, que visa, entre
outras coisas, a aplicação com uma rentabilidade razoável para o cliente. Esta rentabilidade é composta por duas
parcelas sendo uma básica e a outra variável. A parcela básica chamamos de TR ou Taxa de referência, que nada
mais é do que a média das Letras do Tesouro Nacional (tipo de título público federal pré-fixado) negociadas no
mercado secundário e registradas na Selic. Já a parcela Variável é a remuneração adicional, que pode ser de 0,5%
ao mês, aproximadamente 6,17% ao ano; ou 70% da Meta da taxa Selic.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Para que você possua direito à rentabilidade da poupança, existem algumas regrinhas que você deve obede-
cer, conforme a Lei n° 8.177, de 1991, que é a lei que determinar remuneração da poupança e suas regras.
z 1ª A remuneração será calculada sobre o menor saldo apresentado em cada período de rendimento. Mas o que
é um período de rendimento?
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I - para os depósitos de pessoas físicas e entida- Bancos Comerciais
des sem fins lucrativos, o período de rendimento
é o mês corrido, a partir da data de aniversário Os bancos comerciais são instituições financeiras
da conta de depósito de poupança; privadas ou públicas que têm como objetivo princi-
II - para os demais depósitos, o período de ren- pal proporcionar suprimento de recursos necessários
dimento é o trimestre corrido a partir da data para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a
de aniversário da conta de depósito de poupança. indústria, as empresas prestadoras de serviços, as
pessoas físicas e terceiros em geral. Deve ser cons-
E essa tal data de aniversário? O que é? tituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão “Ban-
A data de aniversário da conta de depósito de co”, vedado à palavra Central (Resolução CMN 2.099,
poupança será o dia do mês de sua abertura, consi- de 1994). Captam depósitos à vista, como atividade
derando-se a data de aniversário das contas abertas típica, abrindo contas-correntes e criando moeda
nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. escritural, mas, também podem captar deposito a
prazo fixo (CDB/RDB).
z 2ª O crédito dos rendimentos será efetuado:
Caixas Econômicas
I - mensalmente, na data de aniversário da conta,
para os depósitos de pessoa física e de entidades A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
sem fins lucrativos; e regulada pelo Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de
II - trimestralmente, na data de aniversário 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
no último mês do trimestre, para os demais rio da Economia. Trata-se de instituição assemelhada
depósitos. aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Resumindo, para você receber o rendimento da de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
sua poupança, é preciso deixar o recurso depositado que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
até a data de aniversário da poupança, e no aniversá- ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
rio dela quem ganha o presente (os juros) é você! Note tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
que para isso você deve deixar o valor depositado até urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
que o valor complete o aniversário, mas há, neste pon- consumidor, financiando bens de consumo durá-
to, uma confusão entre a interpretação da lei e ques- veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
tões de prova, pois a lei é bem clara ao afirmar que a e caução de títulos. Conta, também, com o monopólio
data de aniversário é o dia da abertura da conta e não do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
o dia do depósito do recurso.
loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
Entretanto, as bancas examinadoras de concursos
e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
de bancos vêm afirmando que a conta poupança pode
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
ter 28 aniversários, ou seja, um para cada dia de depó-
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
sitos, uma vez que posso realizar depósitos todo dia,
(SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
e que os depósitos nos dias 29,30 e 31 são contabiliza-
dos como efetivamente realizados no dia 01 do mês Cooperativas de Crédito
seguinte.
Desta forma, para conciliar os dois pensamen- A cooperativa de crédito é uma instituição finan-
tos, podemos consolidar que a poupança só rende- ceira formada por uma associação autônoma de pes-
rá se completar aniversário, e este aniversário é do soas unidas voluntariamente, com forma e natureza
mês corrido para pessoas físicas e entidades sem fins jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucra-
lucrativos; e para os demais será o trimestre corrido. tivos, constituída para prestar serviços a seus as-
Para pessoas físicas e pessoas jurídicas sem sociados. Deve Constar a expressão “cooperativa de
fins lucrativos, não há incidência de tributação de crédito”.
imposto de renda, entretanto devem ser declarados
no imposto de renda; mas declarar é diferente de z Singulares: mínimo de 20 PF (algumas PJ podem
pagar imposto, ok? Para as pessoas jurídicas com desde que sejam de atividades correlatas, pareci-
fins lucrativos há incidência de imposto de renda das, e que não tenham fins lucrativos)
nos rendimentos trimestrais da poupança, a alíquota
a ser cobrada será de 22,5% sobre os rendimentos. Resolução n° 4.434, de 2015 As cooperativas
de crédito singulares passam a ser classificadas nas
OPERADORES DO SFN seguintes categorias:
Bancos Múltiplos com Carteira Comercial Para fixar, relembremos a definição de Bancos
Múltiplos citada anteriormente: os bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras são instituições financeiras privadas ou públicas que
privadas ou públicas que realizam as operações ati- realizam as operações ativas, passivas e acessórias
vas, passivas e acessórias das diversas instituições das diversas instituições financeiras, por intermédio
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: das seguintes carteiras: comercial, de investimento
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimen- e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário,
to, de crédito imobiliário, de arrendamento mer- de arrendamento mercantil e de crédito, financia-
cantil e de crédito, financiamento e investimento. mento e investimento. 97
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Essas operações estão sujeitas às mesmas normas z Captação: captam através de empréstimos em outras
legais e regulamentares aplicáveis às instituições sin- instituições financeiras nacionais ou estrangeiras.
gulares correspondentes às suas carteiras. A carteira
de desenvolvimento somente poderá ser operada Como sua principal atividade ativa é o Leasing ou
por banco público. O banco múltiplo deve ser cons- arrendamento mercantil (aluguel), passa a ser consi-
tituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma derada uma prestadora de serviços, logo sobre suas
delas, obrigatoriamente, comercial ou de investi- operações não incide o Imposto sob Operações
mento, e ser organizado sob a forma de sociedade
Financeiras (IOF), mas sim Imposto Sob prestação de
anônima. As instituições com carteira comercial
Serviços.
podem captar depósitos à vista. Na sua denomina-
ção social deve constar a expressão “Banco” (Resolu- Dentro do SFN funciona um subsistema dos cap-
ção CMN 2.099, de 1994). tadores de poupança que direcionam estes recursos
para financiamentos habitacionais, o SISTEMA BRA-
Bancos de Desenvolvimento SILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMOS (SBPE). Nele
operam a Caixa (CEF), as Associações de Poupança e
Constituídos sob a forma de sociedade anônima, Empréstimo (APE) e as Sociedades de Crédito Imo-
com sede na capital do Estado que detiver seu con- biliário (SCI) e as demais instituições que desejem
trole acionário, devendo adotar, obrigatória e priva- captar poupança para emprestar em financiamentos
tivamente, em sua denominação social, a expressão habitacionais.
“Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome do Associações de Poupança e Empréstimos:
Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de São constituídas sob a forma de sociedade civil,
1976). sendo de propriedade comum de seus associados.
Empréstimos direcionados principalmente para
Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas
Empresas do setor Privado. Exemplos: BDMG, BRDE.
ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da
Bancos de desenvolvimento são exclusivamente
Habitação (SFH). As operações passivas são cons-
bancos públicos. O BNDES não é um banco de desen-
volvimento, é uma empresa pública. tituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias,
depósitos de cadernetas de poupança, depósitos
Sociedades de Crédito, Financiamento e interfinanceiros e empréstimos externos. Os deposi-
Investimento tantes dessas entidades são considerados acionistas
da associação e, por isso, não recebem rendimentos,
Constituídas sob a forma de sociedade anônima e mas dividendos. Os recursos dos depositantes são,
na sua denominação social deve constar a expressão assim, classificados no patrimônio líquido da associa-
“Crédito, Financiamento e Investimento”. Tais enti- ção e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de
dades captam recursos por meio de aceite e colocação 1967).
de Letras de Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966),
Certificados de Depósitos Bancários e Recibos de Sociedade Civil sem fins Lucrativos;
Depósitos Bancários (Resolução CMN 3.454, de 2007). Os clientes que abrem poupança tornam-se asso-
São as famosas financeiras, geralmente ligadas ciados e recebem dividendos (remuneração da
a algum Banco Comercial. Têm capacidade para rea-
poupança).
lizar operações até 12 vezes o seu patrimônio e prati-
ca altas taxas de juros devido à alta inadimplência de
z Captação: Poupança; Letra de Crédito Hipotecá-
suas operações. Exemplo: Fininvest, Losango.
ria; Letra Financeira; Repasse da Caixa Econômica
Sociedades de Arrendamento Mercantil Federal e de outras instituições financeiras cap-
tadoras de poupança que não desejam operar no
Sociedade de arrendamento mercantil (SAM) rea- SFH
liza arrendamento de bens móveis e imóveis adquiri-
dos por ela, segundo as especificações da arrendatária Sociedades de Crédito Imobiliário
(cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os con-
tratantes deste serviço podem usufruir de determina- São instituições financeiras criadas pela Lei 4.380,
do bem sem serem proprietários dele. de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do habitacional. Constituem operações passivas dessas
Brasil e realizem operações com características de instituições os depósitos de poupança, a emissão de
um financiamento, as sociedades de arrecadamento letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinan-
mercantil não são consideradas instituições finan- ceiros. Suas operações ativas são: financiamento para
ceiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
construção de habitações, abertura de crédito para
financeiras.
compra ou construção de casa própria, financiamen-
Constituídas sob a forma de sociedade anônima,
to de capital de giro a empresas incorporadoras, pro-
devendo constar obrigatoriamente na sua denomina-
ção social a expressão “Arrendamento Mercantil”. dutoras e distribuidoras de material de construção.
Operam na forma Ativa: Devem ser constituídas sob a forma de sociedade
anônima, adotando obrigatoriamente em sua deno-
z Leasing – Locação de bens Móveis, nacionais ou minação social a expressão “Crédito Imobiliário”.
estrangeiros e Bens Imóveis adquiridos pela enti- (Resolução CMN 2.735, de 2000).
dade arrendadora para fins de uso próprio do
98 arrendatário;
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AS Sociedades Corretoras de Títulos e Valores lucrativos, estas bolsas têm por finalidade oferecer
Mobiliários (CTVM) um ambiente seguro para que os investidores rea-
lizem suas operações de compra e venda de capitais,
São constituídas sob a forma de sociedade anôni- gerando fluxo financeiro no mercado futuro.
ma ou por quotas de responsabilidade limitada. As bolsas de Mercadorias e de Futuros são ins-
Dentre seus objetivos estão: operar em bolsas tituições que viabilizam a negociação de contratos
de valores, subscrever emissões de títulos e valores futuros, opções de compra, derivativos e o mer-
mobiliários no mercado; comprar e vender títulos e cado a termo. Neste segmento operam investidores
valores mobiliários por conta própria e de terceiros; interessados nas variações futuras de preços dos
encarregar-se da administração de carteiras e da produtos e ativos.
custódia de títulos e valores mobiliários; exercer Atualmente no Brasil, estas duas bolsas se uni-
funções de agente fiduciário; instituir, organizar e ram formando a BM&F Bovespa, que é uma fusão das
administrar fundos e clubes de investimento; emitir atividades das duas bolsas anteriores, ou seja, hoje
certificados de depósito de ações; intermediar opera- a BM&F Bovespa, opera tanto no mercado à vista de
ções de câmbio; praticar operações no mercado de ações ou no mercado de balcão, como no mercado a
câmbio; praticar determinadas operações de conta termo ou de futuros.
margem; realizar operações compromissadas; pra- Em 2016 a BM&F Bovespa comprou todos os direi-
ticar operações de compra e venda de metais pre- tos e carteiras da maior administradora de mercado
ciosos, no mercado físico, por conta própria e de de balcão do Brasil, a CETIP S/A, que estudaremos
terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futu- mais à frente, desta forma a atual BM&F Bovespa é
ros por conta própria e de terceiros. São supervisio- uma S/A com fins lucrativos, e recebe o nome de B3
nadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN (Bolsa, Brasil, Balcão), visando o lucro através da
1.655, de 1989).
prestação de serviços gerando um ambiente salutar
para as negociações do mercado de capitais, que pode
As Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
ser um ambiente físico onde ocorrem as negociações,
Mobiliários (DTVM)
ou um ambiente Eletrônico onde ocorrem os Pregões.
São constituídas sob a forma de sociedade anô-
nima ou por quotas de responsabilidade limitada,
devendo constar na sua denominação social a expres-
são “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. MERCADO FINANCEIRO E SEUS
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta DESDOBRAMENTOS (MERCADOS
pública e distribuição de títulos e valores mobiliá-
rios no mercado; administram e custodiam as car-
MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS
teiras de títulos e valores mobiliários; instituem, E CAMBIAL)
organizam e administram fundos e clubes de inves-
timento; operam no mercado acionário, comprando, Em uma economia de mercado, há diversos agen-
vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliá- tes econômicos — governos, empresas e famílias —
rios, inclusive ouro financeiro, por conta de tercei- tomando a todo momento decisões relacionadas à
ros; fazem a intermediação com as bolsas de valores produção e ao consumo.
e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de Enquanto alguns consomem menos do que pro-
ações; operam no mercado aberto e intermedeiam duzem, e conseguem formar uma poupança dispo-
operações de câmbio. São supervisionadas pelo Ban- nível para a utilização de terceiros, outros consomem
co Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986). mais do que conseguem produzir em determinado
período, e precisam utilizar os recursos daqueles
z Fiscalizadas pelo BACEN e CVM; que pouparam.
z São intermediadores. (investidor – Bolsa); Independente das razões que motivam cada uma
z Intermediam operações de câmbio até o limite de dessas decisões individuais, de alguma maneira essa
100 mil dólares por operação, nas operações de transferência de recursos dos poupadores para os
compra e venda de moeda à vista (cambio pronto);. tomadores precisa ser viabilizada.
z São, juntamente com os Bancos de Investimento, Se cada poupador tivesse que encontrar um toma-
os underwriters.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Muito além de oferecer serviços por internet ban- Startup significa o ato de começar algo, normal-
mente relacionado com companhias e empresas que
king ou aplicativos que auxiliem clientes a realizar
estão no início de suas atividades e que buscam explo-
suas transações financeiras, o banco digital se carac- rar atividades inovadoras no mercado.
teriza por apresentar uma proposta de valor onde a Empresas startup são jovens e buscam a inovação
maioria dos seus produtos e serviços sejam oferecidos em qualquer área ou ramo de atividade, procurando
de forma digital. desenvolver um modelo de negócio escalável e que
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Hoje, a grande oportunidade de consolidação no Parte de entender seu público passa também por
mercado e fortalecimento de marca não está mais na mapear seu comportamento na internet e hábitos ao
divulgação para grandes públicos, mas na identificação consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa-
e foco em nichos de mercado onde se concentram as ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar
plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre-
pessoas com mais potencial de compra e fidelização.
sença nesses ambientes.
A segmentação é uma forma de otimizar investi-
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul-
mentos por meio de uma mensagem mais objetiva e
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar
com escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se estratégias se todos os dados coletados em diversas
menos com tempo de exibição em horário nobre, por fontes estiverem centralizados em um bom sistema
outro ganha-se mais relevância em campanhas dese- de monitoramento.
nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
no mundo corporativo de fazer mais com muito menos. Economia de Dinheiro
Dessa forma, é possível criar uma identidade bem Digital à mesma campanha, é possível conseguir o
definida para o negócio e seus produtos. A marca é mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado
de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas
personificada em uma mensagem e é muito mais fácil
uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais
se relacionar afetivamente com uma persona do que
propício ao engajamento.
apenas um nome na tela.
Segmentando de Forma Inteligente
Aumentando Taxas de Conversão
E a segmentação do Marketing Digital, principal-
Ou seja, a segmentação de público é hoje a fórmu- mente utilizando Big Data, não se resume apenas ao
la mais rápida e eficiente para aumentar a sua taxa gosto de um público. Com a captação de mais infor-
de conversão (a porcentagem de pessoas atingidas mações sobre clientes e visitantes por meio de site e
pela mensagem que realmente fazem uma compra ou redes sociais, é possível segmentar com muito mais
assinam um serviço), além de necessitar de um custo precisão. Pode-se criar campanhas específicas, por
menor para manter esse cliente fidelizado. exemplo, para uma única cidade, uma faixa etária ou
até um horário do dia. 103
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Retendo Clientes Através de Relacionamento É Possível Realizar Compras de Bens ou Serviços no
Brasil Utilizando “Moedas Virtuais”?
Por último, uma das grandes vantagens do Marke-
ting Digital na segmentação de público é a capacidade A compra e venda de bens ou de serviços depende
de separar a aquisição da fidelização de clientes. de acordo entre as partes, inclusive quanto à forma
Em campanhas de massa, não há como fazer essa de pagamento. No caso de utilização de “moedas vir-
diferenciação — a mesma mensagem é divulgada tuais”, as partes assumem todo o risco associado.
para clientes e não clientes. Já o Marketing Digital
possibilita campanhas específicas de remarketing e Qual o Risco para o Cidadão se as Moedas Virtuais
relacionamento que tratem apenas sua base já con- Forem Utilizadas para Atividades Ilícitas?
quistada, otimizando o investimento menor na manu-
Se utilizada em atividades ilícitas, o cidadão pode
tenção desse público fidelizado com engajamento e a
estar sujeito à investigação por autoridades públicas.
tão desejada conexão emocional.
Fonte: https://2dcb.com.br/blog/como-o-marketing-digital-ajuda-
As “Moedas Virtuais” Podem ser Utilizadas como
na-segmentacao-de-publico
Investimento?
As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas crip- Não. Transferências internacionais devem ser fei-
tográficas” são representações digitais de valor que tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a
não são emitidas por Banco Central ou outra autorida- operar no mercado de câmbio, que devem observar as
de monetária. O seu valor decorre da confiança depo- normas cambiais.
sitada nas suas regras de funcionamento e na cadeia Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
de participantes. perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
Veremos agora algumas perguntas quando fala-
mos de moedas virtuais: BlockChain
104
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Mineração de Criptomoeda o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de
cartão de crédito numa compra que só é possível por-
Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa- que o vendedor aceita receber daquela bandeira.
ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro-
quando alguém descobre um “quebra-cabeças”. cedimentos utilizados para realizar compras com car-
O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori- tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional
thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes-
a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma sas de recursos também são arranjos de pagamentos.
função matemática e criptográfica. As pessoas jurídicas não financeiras que executam os
São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois serviços de pagamento no arranjo são chamadas de ins-
exigem uma rapidez além do normal. Assim, foram tituições de pagamento e são responsáveis pelo relacio-
criados hardwares de mineração para solucionar namento com os usuários finais do serviço. Instituições
esses cálculos. financeiras também podem operar com pagamentos.
O objetivo desses hardwares é solucionar os algo- A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo
ritmos matemáticos e, assim, conseguir um espaço de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável
no blockchain para registrar suas transações com as pela criação do arranjo de pagamento e pela manu-
bitcoins. tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de
Blockchains são conhecidos por serem extrema- organizar e criar regras para o funcionamento do
mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen-
porque usam “mecanismos de consenso” que, basica- tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
mente, são regras que definem a forma (justa) em que estão seguindo as regras e os procedimentos estabele-
uma rede cripto deve funcionar. cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos
Os dois principais mecanismos de consenso exis- de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui-
tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e proo- dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo.
f-of-stake (PoS). Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão
O algoritmo proof-of-work garante a segurança da sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri-
rede blockchain pela mineração de criptomoedas — vate label – emitidos por grandes varejistas e que só
processo em que poder computacional é aplicado para podem ser usados no estabelecimento que o emitiu
encontrar uma solução matemática complicada que ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos
dá o direito de transmissão de um bloco de transações. à supervisão do BC os arranjos para pagamento de
Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas serviços públicos (como provisão de água, energia
redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos
Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria,
mineração cripto para garantir sua segurança. ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação.
Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine- O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga-
ração mais potentes têm mais chances de encontrar mento, passará a ser o padrão único para QR Codes
essa solução matemática mais rápido e garantir a (código de barras bidimensional) a serem utilizados
segurança e confiabilidade do blockchain. para a iniciação de transações em arranjos de paga-
Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto mento. A Resolução BCB nº 10, que entrou em vigor
não é algo sustentável, já que milhares de máqui- em 20/08/2020, estabelece que os arranjos de paga-
nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em mentos terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR
uma grande competição tecnológica, a fim de obter Codes ao BR Code.
a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans- Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá
missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação
muita energia elétrica, que polui o meio ambiente. em diferentes arranjos – a depender do aplicativo
Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs- escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres-
tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake. tadores de serviço de pagamento devem informar ao
Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá- usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili-
tico, um nó (participante da rede) garante o direito de zado naquela transação.
transmitir o bloco de transações à rede com base na A legislação proíbe que instituições de pagamento
quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou prestem serviços privativos de instituições financeiras,
seja, a quantia em staking de seus criptoativos. como a concessão de empréstimos e financiamentos ou
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
regulação. digital pelo qual estamos passando abre espaço para que
Dentre os intermediários não regulamentados que provedores de busca na internet, serviços de telecomu-
podem fazer parte do shadow banking estão os: nicação, mídias sociais, e-commerce, armazenamento
e soluções tecnológicas e entrega e transporte por apli-
z Bancos de investimento; cativo possam, também, oferecer produtos e serviços
z Fundos de hedge; financeiros, seja associando-se a instituições financeiras
z Operações com derivativos e títulos securitizados; autorizadas ou pleiteando a própria autorização.
z Fundos do mercado monetário; Recentemente, o Banco Central autorizou, oficial-
z Companhias de seguros; mente, o funcionamento do Facebook Pay, sistema
z Fundos de capital privado; de pagamentos por meio do WhatsApp. As operado-
z Fundos de direitos creditórios; ras Visa e Mastercard receberam autorizações de dois
z Factorings e fomentadoras mercantis; arranjos de pagamentos, para transferências e depó-
z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending). sitos e para operações pré-pagas, em que o cliente
abastece uma carteira virtual com dinheiro para, pos-
teriormente, gastá-lo. 107
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NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS
Já há algum tempo, com o surgimento de bancos digitais e fintechs, o sistema financeiro vem passando por
uma revolução, com uso intenso de tecnologia, e inovando no oferecimento de produtos e serviços e na forma de
se relacionar com os clientes.
A atuação do Banco Central tem se pautado em criar condições propícias para a evolução do mercado de paga-
mentos e o desenvolvimento de novos modelos de negócios. Isso envolve considerar os impactos tanto sobre as
instituições que já estão no mercado quanto sobre o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de
Pagamentos Brasileiro, demandando a adequação do ambiente regulatório e da supervisão.
Uma pluralidade de modelos de negócio de Instituições de Pagamento já se encontra no mercado e, dentre
eles, destacam-se os que atuam como centralizadores financeiros, os focados em nichos e os que agregam valor
ao serviço financeiro.
No modelo de negócio que atua como centralizador financeiro, busca-se agregar produtos ao serviço original
de acordo com as necessidades de seus clientes. Entre as soluções oferecidas, estão a conta digital, a automatização
de operações financeiras, a conciliação de pagamentos, a verificação de recebimentos e os serviços de transferência.
O objetivo principal da instituição com esse modelo é estabelecer-se como uma prestadora de serviços, solu-
ções e plataformas, de maneira que ela possa se manter como gestora financeira central de seus clientes. A renta-
bilidade dessas instituições está atrelada à capacidade de diferenciação dos produtos e serviços complementares
aos de pagamento, fidelizando e obtendo receitas adicionais correspondentes aos serviços prestados.
Por sua vez, as instituições que usam os modelos de negócio focados em nichos buscam direcionar seus pro-
dutos e serviços de acordo com delineamentos demográficos específicos. A viabilidade desses modelos baseia-se
no desenvolvimento de novas tecnologias e de configurações regulamentares favoráveis ao oferecimento de
serviços em menor escala, tais como a interoperabilidade.
Por fim, os modelos que utilizam os serviços financeiros como agregação de valor permitem a adição de ser-
viços tipicamente bancários — como serviços de pagamento, cartões de crédito e aplicativos de gestão financeira
— à prestação dos serviços principais de um determinado ramo econômico não financeiro, como aplicativos de
transporte, comércios ou serviços de entrega.
Dessa forma, ramos que operavam necessariamente com a contratação de uma instituição financeira atualmen-
te já começam a oferecer meios de pagamento fornecidos por instituições de pagamento. Constata-se que, para atin-
gir esse objetivo, as instituições de pagamento geralmente optam por realizar parcerias com instituições financeiras
ou, alternativamente, constituem instituições financeiras, que podem realizar operações de crédito, formando um
conglomerado prudencial liderado pela instituição de pagamento.
Além disso, nos últimos meses, com a implementação do PIX, em novembro de 2020, e com o início do processo de
implantação do Open Banking, a partir de fevereiro de 2021, essas mudanças vêm se tornando cada vez mais profundas.
De acordo com o Banco Central, o Open Banking incentivará a inovação e o surgimento de novos modelos de
negócio que ofereçam aos clientes uma experiência mais fácil, ágil, segura e conveniente, processo que deverá
favorecer a inclusão e educação financeiras da população.
Espera-se que o fluxo mais transparente de informações entre as instituições favoreça a definição de melho-
res políticas de crédito e a oferta de serviços mais adequados aos diferentes perfis de clientes e de segmentos da
sociedade. Também é esperado que as inovações que vão surgir facilitem a comparação de produtos e serviços
ofertados pelas diferentes instituições participantes e a programação financeira das pessoas.
Em paralelo a todas essas transformações, o Banco Central também instituiu o Sandbox Regulatório, que é
um ambiente no qual entidades são autorizadas pelo BC a testar, por período determinado, projetos e soluções
inovadoras na área financeira ou de pagamento, observando um conjunto específico de disposições regulamenta-
res que amparam a realização controlada e delimitada de suas atividades.
Os objetivos do Sandbox Regulatório são estimular a inovação e a diversidade de modelos de negócio, incen-
tivar a concorrência entre os fornecedores de produtos e serviços financeiros e atender às diversas necessidades
dos usuários, no âmbito do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de Pagamentos Brasileiro, assegurando a
higidez (segurança) desses sistemas.
Além do Sandbox, na área de fomento à inovação o Banco Central também possui outro projeto de extrema
importância: o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT). Observe as diferenças entre o
Sandbox e o LIFT na tabela a seguir:
SANDBOX LIFT
Possibilita aos participantes fornecer produtos e servi- Não permite que os participantes forneçam produtos ou
ços a clientes reais serviços a clientes reais no ambiente do laboratório
O projeto deve ser apresentado por pessoa jurídica formal- O projeto pode ser apresentado também por pessoas
mente constituída físicas
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Parágrafo único. Cabe à instituição contratante
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS garantir a integridade, a confiabilidade, a seguran-
ça e o sigilo das transações realizadas por meio do
Primeiramente, é muito importante conhecermos contratado, bem como o cumprimento da legislação
a definição de correspondente bancário. Vejamos: e da regulamentação relativas a essas transações.
De acordo com o Banco Central do Brasil (Bacen), O art. 4º informa quem/quais indivíduos e/ou orga-
correspondentes bancários são empresas (Pes- nizações podem ser contratados. Vejamos.
soas Jurídica) que prestam serviço para instituições
financeiras e demais instituições autorizadas pelo Art. 4º Podem ser contratados, na qualidade de
Bacen2. correspondente:
I - as sociedades, os empresários e as associações
De outro modo, podemos dizer que se tratam de II - os prestadores de serviços notariais e de registro
empresas não bancárias responsáveis por interme- III - as empresas públicas.
diar transações e operações financeiras entre as ins-
tituições e os clientes finais. As lotéricas e o Banco O art. 5º, ao contrário, determina vedações às
postal (justamente uma parceria entre os Correios e contratações.
uma instituição financeira) são exemplos de corres- Nos termos da lei:
pondentes bancários.
Além disso, dentre os propósitos de um agente Art. 5º É vedada a celebração de contrato de
bancário, seus objetivos principais são: correspondente no País com:
I - entidade cuja atividade principal seja a presta-
z levar os produtos e serviços para mais pessoas; ção de serviços de correspondente
II - entidade cujo controle seja exercido por admi-
z facilitar a concessão de crédito;
nistrador da instituição contratante ou por admi-
z estender o atendimento para áreas ainda não aten-
nistrador de entidade controladora da instituição
didas pela instituição principal.
contratante.
como ‘’plataforma eletrônica’’, qualquer sistema eletrô- tuição contratante, de acordo com a regulamenta-
nico que, operado pelo correspondente no país, permite ção em vigor; e
a realização das atividades via online, isto é, através de II - a prestação de serviços por correspondente
sites, aplicativos ou outras plataformas de comunicação no recinto de suas dependências.
em rede.
Determina-se, no art. 3º, da resolução supracitada, Por fim, consoante ao art. 12, são serviços presta-
que: dos pelos correspondentes:
2 BANCO BARI. Como ser correspondente bancário: tudo que você deve saber sobre a profissão, 2021. Disponível em: https://bancobari.com.br/
blog/correspondente-bancario. Acesso em: 24 nov. 2022.
3 Ibid. 109
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contas de depósitos e de pagamento de titularidade mínimos de PR, de Nível I e de Capital Principal ou a
de clientes mantidas pela instituição contratante; não obrigatoriedade de apuração de PR, ambos na
III - recebimentos e pagamentos de qualquer data de publicação desta Resolução
natureza, e outras atividades decorrentes da exe-
cução de contratos e convênios de prestação de O Banco Central (BC) tem um projeto em andamen-
serviços mantidos pela instituição contratante com to para digitalizar o real, possibilitando aos clientes
terceiros; a escolha entre manter o dinheiro no formato con-
IV - execução ativa e passiva de ordens de paga- vencional ou digital. Essa proposta visa trazer mais
mento cursadas por intermédio da instituição con-
liberdade de decisão aos usuários em relação às ins-
tratante por solicitação de clientes e usuários;
tituições financeiras.
V - recepção e encaminhamento de propostas de
A moeda digital teria uma jornada semelhante ao
operações de crédito e de arrendamento mercantil
concedidas pela instituição contratante, bem como dinheiro em papel, com a emissão pelo Banco Central
outros serviços prestados para o acompanhamento e transferência pelos membros do Sistema de Paga-
da operação; mentos Brasileiro (SPB) para os usuários finais. Em
VI - recebimentos e pagamentos relacionados a uma entrevista para a Valor, Alexandre Chaia, eco-
letras de câmbio de aceite da instituição contratan- nomista e professor do Insper (Instituto de Ensino
te; e e Pesquisa), afirmou que a moeda digital teria mais
VII - realização de operações de câmbio de respon- liquidez e poderia impulsionar a economia.
sabilidade da instituição contratante, observado o Dentre as principais vantagens da digitalização do
disposto no art. 13. real, estão:
Parágrafo único. Pode ser incluída no contrato a
prestação de serviços complementares de coleta de z a inclusão financeira dos usuários;
informações cadastrais e de documentação, bem z facilidade de pagamentos para o exterior;
como controle e processamento de dados.
z redução de gastos com a confecção do dinheiro
físico;
z maior eficiência nos sistemas financeiros e de
pagamento do país.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO
SISTEMA FINANCEIRO
Os bancos tradicionais têm utilizado tecnologia MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA
para oferecer serviços e conveniências aos clientes
há algum tempo, seja através de internet banking ou A política monetária relaciona-se à moeda, mais
mobile banking. No entanto, esses bancos precisam especificamente a sua circulação. O Comitê de Política
inovar tecnologicamente rapidamente, caso contrá- Monetária (Copom) e o Banco Central (Bacen) têm o
rio, serão superados pelos bancos digitais. poder de influenciar na oferta e demanda de moeda,
Para atrair mais clientes, os bancos digitais estão criando condições para diminuir ou aumentar a moe-
cada vez mais inovando em tecnologia e solucionando da em circulação.
problemas de forma rápida e simplificada, proporcio- Vale lembrar que, quanto mais moeda circula na eco-
nando um valor e utilidade aos seus usuários. Essas nomia, mais ela se desvaloriza, o que gera o fenômeno da
instituições têm identificado oportunidades para inflação. Ou seja, uma política monetária expansiva tem
incluir produtos e serviços financeiros para aque- o objetivo de aumentar a moeda em circulação na econo-
les que não têm vínculo com os bancos tradicionais, mia, o que, sem dúvida, acaba por aumentar a renda em
como o cartão de crédito pré-pago. geral, mas, como consequência, aumenta a inflação.
O segmento de clientes dos bancos digitais é muito
variado, embora os mais jovens sejam os mais atraí- POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO
dos pelos serviços virtuais, que oferecem rapidez, ino- CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING)
vação e linguagem mais fácil de entender. Para além
da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digi- Objetivos da Política Monetária
tais atraem seus clientes com tarifas mais baixas em
comparação aos bancos tradicionais, bem como a sim- Pode-se dizer que a política monetária tem 3 obje-
plicidade e conveniência de ter um banco acessível a tivos diretos, sendo eles:
qualquer momento e lugar.
Conforme o Banco Central do Brasil, o enquadra- z controle da quantidade de moeda em circulação;
mento inicial de cada instituição em funcionamento z determinação da taxa de juros;
obedece aos termos do art. 10 da Resolução nº 4.553, z variação da renda da economia (PIB).
de 30 de janeiro de 2017.
Política Monetária Expansiva
Art. 10 O Banco Central do Brasil deve divulgar na
data de publicação desta Resolução o enquadra-
Para uma política expansiva podem ser utilizados
mento inicial de cada instituição em funcionamen-
to, considerando:
os seguintes métodos:
I - para o S1, S2, S3 ou S4, os valores dos parâmetros
de apuração relativos à database de 30 de junho de z Bacen diminuir a exigência de reservas com-
2016 para definição do porte e da relevância da ati- pulsórias: quando o Banco Central diminui essa
vidade internacional; exigência, sobra mais dinheiro depositado em con-
II - para o S5, a utilização de metodologia faculta- ta nos bancos, aumentando o poder de multiplica-
110 tiva simplificada para apuração dos requerimentos dor monetário;
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z Copom diminuir a taxa de juros da economia: RELAÇÃO DA TAXA SELIC COM AS OPERAÇÕES
diminuindo a taxa de juros básica, menos moeda COMPROMISSADAS
será usada com fins de especulação, o que acaba
por aumentar a moeda em circulação; A taxa Selic, que indica a taxa de juros básica no
z Governo comprar títulos bancários ou títulos Brasil, é calculada diariamente e utilizada como refe-
privados (open market): o governo está pegando rência para as ações de política monetária.
um título do banco e entregando valores monetá- Para seu cálculo, é feita a média ponderada do
rios, o que aumenta a capacidade financeira do volume financeiro das taxas de juros de operações
banco e, consequentemente, sua capacidade de compromissadas com títulos públicos, no prazo de
multiplicar a moeda; um dia útil.
z Bacen diminuir a taxa de redesconto: taxa de Assim, lembre-se de que a taxa Selic tem relação
redesconto é a “taxa de empréstimo” do Bacen para direta com as operações compromissadas.
os bancos em geral. Quando essa taxa é menor, os
bancos pegam mais dinheiro junto ao Bacen, o que DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS
deixa mais moeda disponível no mercado.
Depósitos compulsórios são recolhimentos que as
Política monetária restritiva instituições financeiras fazem ao Banco Central, rela-
tivos aos recursos captados com suas atividades. Esses
Um dos principais objetivos de uma política mone- depósitos têm como finalidade fornecer ao Banco
tária restritiva é conter a inflação. Para isso, o gover- Central uma forma de controlar, mesmo que indireta-
no usa instrumentos para diminuir a oferta de moeda, mente, a oferta de moeda na economia.
ou seja, tirar moeda de circulação e deixar com o pró- Desse modo, caso o Bacen deseje aumentar a quan-
tidade de moeda na economia, pode reduzir as taxas
prio governo.
de depósito compulsório. De maneira inversa, caso o
O pensamento aqui é inverso ao da política expan-
Bacen deseje reduzir a quantidade de moeda, pode
siva. Assim, são exemplos de políticas restritivas:
aumentar as taxas de depósito compulsório.
z copom aumentar a taxa Selic;
REDESCONTO
z venda de títulos públicos no mercado;
z aumento da exigência de reservas pelo Bacen;
Redescontos são os empréstimos concedidos pelo
z aumento das taxas de redesconto.
Bacen às instituições financeiras. O Bacen funciona
como o “banco dos bancos”, “socorrendo” estes com
QUANTITATIVE EASING
liquidez nos momentos necessários. O objetivo do
Bacen nessas operações, em suma, é não deixar que
Quantitative easing (QE) pode ser definido como
os bancos quebrem, preservando os depósitos da
transações de compra de ativos, tanto públicos quan-
sociedade.
to privados, em larga escala, executadas pelo Banco
Central com o objetivo de estimular a demanda agre-
OPERACIONALIZAÇÃO DO REDESCONTO
gada, seja por meio da ampliação das reservas ban-
cárias, seja por meio da injeção de liquidez direta no
A operação de redesconto estabelece-se através
setor privado.
da compra com compromisso de revenda, de títulos
Após a crise de 2008, o QE ganhou grande espaço
e valores mobiliários, de créditos e de direitos dos
na política monetária mundial.
bancos em geral. Ou seja, o Banco Central empres-
O quantitative easing tem o objetivo de atuar sobre
ta os recursos às instituições financeiras mediante a
a taxa de juros de longo prazo. Assim, tecnicamente,
compra de títulos de sua posse com o compromisso de
o QE é a compra de títulos de longo prazo pelo Banco
revendê-los às mesmas instituições no encerramento
Central com o objetivo de atuar diretamente sobre a
da operação.
taxa de juros de longo prazo.
Isso acontece quando o Banco Central perde a
capacidade de atuar sobre as taxas de curto prazo
Importante!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
As operações compromissadas podem ser enten- É importante salientar que quando a instituição
didas como uma dinâmica de compra e recompra de financeira não exerce a opção de recompra do título
ativos. Isso porque elas são um empréstimo que tem no prazo (que pode ser no mesmo dia, ou não), a ope-
como garantia um título de renda fixa e possuem pra- ração será considerada inadimplida e o título coloca-
zo determinado para a devolução. do como garantia da operação fará parte da carteira
As operações compromissadas possuem como do Banco Central e vendido em leilão.
garantia um título de renda fixa. Um dos agentes Caso o Bacen apresente um resultado negativo
mais comuns nas operações compromissadas é o Ban- nesse leilão, a instituição financeira deverá ressarcir
co Central. essa diferença. Sendo assim, o Banco Central nunca
fica com o risco da operação de redesconto. 111
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operações compromissadas com títulos de emissão do
O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS Tesouro Nacional. Elas continuarão a ser o principal
REMUNERADOS DOS BANCOS instrumento utilizado pelo Banco Central na gestão da
liquidez.
COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL DO No entanto, alguns analistas criticam a criação dos
BRASIL depósitos voluntários a prazo argumentando de que
o mesmo permitiria uma redução artificial, puramen-
No último mês de julho, foi sancionada a Lei nº te contábil, na dívida bruta do governo. Isso porque,
14.185, de 2021, que autoriza o Banco Central a conforme a metodologia de cálculo da dívida adotada
receber depósitos voluntários remunerados das pelo Bacen, a chamada “carteira livre de títulos”, ou
instituições financeiras. Objetiva dar ao Bacen uma seja, os títulos da dívida pública que não estão sen-
nova ferramenta para o controle da moeda, que tenha do utilizados pelo Banco Central nas operações com-
impacto menor sobre o montante da dívida pública. promissadas, não são contabilizados como parte da
A operação com depósitos voluntários a prazo é dívida.
realizada para enxugar a liquidez de moeda na econo- Quando o BC precisa enxugar liquidez do mercado
mia, e assim não permitir que as taxas de juros cobra- interbancário, ou seja, absorver as reservas em exces-
das nos empréstimos interbancários sejam menores so dos bancos comerciais, ele vende os títulos da car-
do que a taxa básica de referência da economia, a teira livre para os bancos comerciais por intermédio
Taxa Selic. O depósito voluntário a prazo, portanto, das operações compromissadas, que nada mais são do
pode ser considerado um novo instrumento de exe- que uma venda de títulos de sua própria carteira com
cução da política monetária. compromisso de recomprar os mesmos títulos ao final
Primeiramente, vamos entender o motivo da cria- de um determinado período de tempo. Sendo assim,
ção dos depósitos remunerados. ao vender os títulos por intermédio de operações
Quando há excesso de liquidez (dinheiro em circu- compromissadas, o Banco Central está aumentando
lação) no mercado, e essa liquidez se mostra superior a quantidade de títulos da dívida pública nas mãos
à demanda por recursos existentes, o BC tem que ope- do mercado financeiro e, dessa forma, aumentando a
rar sobre esse excesso de oferta de moeda. Não atuar dívida bruta do governo.
nesse manejo da liquidez permitiria que as taxas das Com o Banco Central podendo substituir as ope-
operações interbancárias caíssem abaixo do patamar rações compromissadas pelos depósitos voluntários,
da Selic, o que levaria o Banco Central a perder seu então as reservas (recursos) excedentes dos bancos
poder de determinar a taxa real de juros. comerciais poderão ser depositadas diretamente no
Para que, cotidianamente, as taxas de juros convir- próprio Bacen sem que seja necessária a venda de títu-
jam para o patamar estipulado na Taxa Selic, o Ban- los da dívida pública para arrecadá-las, ou seja, sem
co Central “enxuga” essa liquidez, vendendo títulos que ocorra um aumento da Dívida bruta do governo.
da dívida pública do Tesouro Nacional e recolhendo, Desta forma, as operações de regulação de liquidez
como pagamento esse recurso excedente dos bancos. do Banco Central não terão nenhum impacto na dívi-
Lembre-se: como o Banco Central não pode emitir da pública, cuja dinâmica passará a depender exclusi-
títulos, ele utiliza títulos do Tesouro Nacional para vamente do déficit do Tesouro Nacional.
isso. São as chamadas “operações compromissadas”.
No entanto, ao fazer isso, o estoque da dívida públi-
ca brasileira eleva-se. Isso porque nosso indicador de
dívida é incapaz de separar o que são títulos públi- ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS
cos lançados para o Estado financiar suas despesas
correntes e o que são lançamentos de títulos públicos
DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA
para o exercício da política monetária. PÚBLICA
Até o advento dos depósitos voluntários a prazo, o
Banco Central administrava a quantidade de dinheiro Segundo o site do Ministério da Economia:
no sistema bancário exclusivamente por meio da ven-
da com compromisso de recompra dos títulos públicos O orçamento público é o instrumento de planeja-
de sua carteira, as operações compromissadas. Com os mento que estima as receitas que o governo espe-
depósitos voluntários, o BC ganha maior autonomia, ra arrecadar ao longo do próximo ano e, com base
uma vez que deixa de depender exclusivamente des- nelas, autoriza um limite de gastos a ser realizado
sas operações, para regular a liquidez bancária e, con- com tais recursos.
Essa programação orçamentária consta na Lei
sequentemente, manter a taxa básica de juros (Selic)
Orçamentária Anual (LOA), elaborada com base
próxima da meta fixada pelo Comitê de Política Mone-
nas metas e prioridades do Governo definidas na
tária (Copom). Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Não se trata de uma inovação brasileira. Bancos É a LDO que estabelece a ligação entre o Plano Plu-
Centrais de reconhecida reputação técnica, como o rianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Federal Reserve Bank dos Estados Unidos, o Banco da Ao englobar receitas e despesas, o orçamento é peça
Inglaterra e o Banco Central Europeu, contam com fundamental para o equilíbrio das contas públicas
depósitos remunerados entre seus instrumentos de e indica para a sociedade as prioridades definidas
administração da liquidez. pelo governo, como, por exemplo, gastos com edu-
Os depósitos voluntários têm diversas caracte- cação, saúde e segurança pública.
rísticas favoráveis, como efetividade na absorção de
recursos livres no sistema bancário, simplicidade, Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente
baixo custo operacional e fácil entendimento pelos do que acontece em uma família, é necessário definir
agentes financeiros. No entanto, as facilidades dos o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas
112 depósitos voluntários não significam o abandono das prioridades.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DÍVIDA PÚBLICA z A maneira mais óbvia de financiar este déficit é
tomando recursos emprestados do setor privado,
Para entendermos corretamente o conceito de por meio da venda de títulos públicos;
Dívida Pública, temos que entender o conceito de Défi- z Os títulos públicos não podem ser adquiridos dire-
cit Público, sendo: tamente pelo BACEN;
z Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa
Déficit Público SELIC;
z Quando o governo precisa de financiamento, nor-
O governo, como toda família, possui receitas e malmente sobe a taxa SELIC, o que causa um maior
despesas, e, como toda família, geralmente o gover- interesse por títulos públicos;
no apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa
z Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Eco-
maneira tem-se:
nomia, já que os investidores tendem a preferir
comprar títulos.
DÉFICIT = GASTOS - RECEITAS
Lembre-se que um aumento da taxa Selic tende a
Quanto maior o gasto em relação às receitas, diminuir a inflação e vice-versa.
maior o Déficit, de maneira contrária, quanto maior
as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit. CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida
Pública, sendo assim: De maneira geral, os gastos públicos podem ser
subdivididos em quatro categorias, sendo elas:
Quanto MAIS ELEVADO o déficit público, MAIOR o
z Consumo do Governo: Salários do Funcionalis-
aumento da dívida
mo, Consumo Corrente etc.;
z Investimento do Governo;
MANEIRAS DE MENSURAÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO
z Transferências ao Setor Privado: Como Subsídios
às Empresas;
De maneira geral, existem três maneiras de se
z Juros da Dívida.
medir o déficit público. Vamos analisar as 3 de forma
resumida:
De forma geral, a Dívida Pública consiste no esto-
Déficit Nominal que total de recursos de terceiros utilizados para
financiar o déficit público.
Todas as despesas e receitas incorridas pelo gover-
no em determinado período. Como o próprio nome TÍTULOS PÚBLICOS
diz, o cálculo é feito pelo valor nominal, ou seja, não
há o cálculo da inflação. Lembre-se, o Déficit Nomi- São títulos emitidos pelo próprio governo para
nal não considera a inflação do período. angariar recursos, na prática é a forma do governo “te
pedir dinheiro emprestado”. Para que você empres-
Déficit Primário te esse recurso ao governo é necessário que o mesmo
te garanta alguma vantagem financeira na forma de
Para se medir o Déficit Primário, os pagamentos e juros.
recebimentos de juros são excluídos da Medida. Lem- Os títulos públicos não possuem garantia do FGC,
bre-se, no cálculo do Déficit Primário não se conside- porém são considerados muito seguros, pois o gover-
ram as despesas com juros, amortizações da dívida no brasileiro costuma honrar sua dívida atualmente.
pública, entre outras despesas e receitas financeiras. Lembre-se que os Títulos Públicos não contam com a
O principal motivo de retirar as despesas financei- Garantia do FGC.
ras é evidenciar de forma concreta a fonte primária de Entre os títulos públicos existem duas modalida-
aumento da dívida pública. É necessário saber que o des: os títulos sem cupom e os títulos com cupom.
Déficit Primário é a fonte primária da dívida pública.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Dire- PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)
to Selic): Pós Fixado, atrelado à SELIC. Por ser pós
fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
O PIS é um benefício pago aos trabalhadores que
z LTN – Letra do Tesouro Nacional: Pré Fixado, o
investidor já sabe no momento da contratação a estão cadastrados no programa e atendem aos crité-
rentabilidade do papel; rios estabelecidos. A Caixa é a instituição responsável
z NTN-B (Principal): Notas do Tesouro Nacional Série por realizar os pagamentos do PIS aos trabalhadores.
B. Título atrelado à inflação (IGPM ou IPCA) bom
para o investidor que quer proteger seu ganho real. SEGURO-DESEMPREGO
Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários? As Companhias são as empresas que são emissoras
dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
Em alguns casos, o mercado de crédito não é empresas têm um objetivo em comum: captar recur-
capaz de suprir as necessidades de financiamento sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para
dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM
exemplo, quando um determinado agente, em geral autorização para emitir e comercializar seus papéis.
uma empresa, deseja um volume de recursos muito Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni-
superior ao que uma instituição poderia, sozinha, mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de
emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos constituição, elas passam a ter uma quantidade de
dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude sócios maior do que teriam se fossem empresas de
dos riscos assumidos pelas instituições nas operações, responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo.
serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta
os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que ou fechada. Vejamos as diferenças:
é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado As S/A abertas admitem negociação dos seus
de Valores Mobiliários.
títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis
investidores emprestam recursos diretamente aos
negociados restritamente entre pessoas da própria
agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se
por negócios de médio e longo prazo, nos quais são empresa ou próximas à empresa.
negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre- COMPANHIAS
sentam parcela do capital social de sociedades anô- Abertas Fechadas
nimas, e as debêntures, que representam títulos de
dívida dessas mesmas sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-
Características
rando as empresas no planejamento das emissões de
valores mobiliários, ajudando na colocação deles para Atuam nas bolsas de valo- Nº de cotistas limitados a
o público investidor, facilitando o processo de forma- res ou mercados de balcão 20 patrimônio pequeno não
ção de preços e a liquidez, assim como criando condi- organizados operam em bolsas de valo-
ções adequadas para as negociações secundárias. res ou balcões organizados
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
MERCADO DE AÇÕES
Vale destacar que a companhia pode trocar de
mercado. Todavia, como se trata de uma grande buro- Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado
cracia que envolve recomprar todos os papéis em mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações.
circulação em um mercado para poder migrar para Nele, são comercializados os papéis mais conhecidos
o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possui-
regras para a mudança de mercado de atuação. dor um sócio da companhia emitente.
Para as ações, é proibida a comercialização em O mercado de ações consiste na negociação, em
ambos os mercados simultaneamente. Já para as mercado primário ou secundário, das ações geradas
debêntures, é permitida a negociação simultânea nos por empresas que desejam captar dinheiro de uma
dois mercados. forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser
entendida como a menor parcela do capital social
Qual a Diferença Entre uma Bolsa de Valores e as das companhias ou sociedades anônimas. É, por-
Entidades que Administram o Mercado de Balcão tanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos
Organizado? seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deve-
res de um sócio no limite das ações possuídas.
As Bolsas de Valores também são responsáveis por Uma ação é um valor mobiliário expressamen-
administrar o mercado secundário de ações, debêntu- te previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei n° 6.385, de
res e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade, 1976. No entanto, apesar de todas as companhias ou
ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em
tamanho de ativos para uma companhia abrir o capi- ações, somente as ações emitidas por companhias
tal e listar seus valores para negociação em bolsas de registradas na CVM, chamadas companhias abertas,
valores, em geral, as empresas listadas em bolsas de podem ser negociadas publicamente no mercado de
valores são companhias de grande porte. valores mobiliários.
Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de Atualmente, as ações são predominantemente
menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome
ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em dos titulares, sem emissão de certificado, em instituição
muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados contratada pela companhia para a prestação desse ser-
segregados especializados para a negociação de ações viço, em que a propriedade é comprovada pelo “Extra-
e outros títulos emitidos por empresas de menor porte. to de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre
Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão nominativas, não mais sendo permitida a emissão e a
Organizado é admitido um conjunto mais amplo de negociação de ações ao portador ou endossáveis.
intermediários do que em Bolsas de Valores, o que
pode aumentar o grau de exposição de companhias Espécies de Ações
de médio porte ou novas empresas ao mercado.
Assim, o objetivo da regulamentação do mercado As ações podem ser de diferentes espécies, con-
de balcão organizado é ampliar o acesso ao mer- forme os direitos que concedem a seus acionistas. O
cado para novas companhias, criando um segmento Estatuto Social das Companhias, que é um conjunto de
voltado à negociação de valores emitidos por empre- regras que deve ser cumprido pelos administradores
sas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo e acionistas, define as características de cada espécie
grau de exposição e visibilidade. de ações, que podem ser:
Para os investidores, a principal diferença entre
as operações realizadas em bolsas de valores e aque- z Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)
las realizadas no mercado de balcão organizado é
que, nesse último, não existe um fundo de garantia Sua principal característica é conferir ao seu titu-
que respalde suas operações. lar o direito a voto nas Assembleias de acionistas;
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a
finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o z Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial
ressarcimento de prejuízos decorrentes de execução Nominativa)
infiel de ordens por parte de uma corretora membro,
entrega de valores mobiliários ilegítimos ao investi- Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie
dor, decretação de liquidação extrajudicial da corre- de ação o direito de voto. Em contrapartida, con-
118 tora de valores, entre outras. cede outras vantagens, tais como prioridade na
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda, possuir prioridades específicas se
admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:
z Quanto ao valor:
z Quanto à forma:
Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita lavagem de
dinheiro.
Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
� Blue Chips: ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita segurança e tradição.
São ações usadas como referência para índices econômicos.
Dividendos: compreendem a parcela do lucro líquido que, após a aprovação da Assembleia Geral Ordi-
nária, será alocada aos acionistas da companhia. O montante dos dividendos deverá ser dividido entre as
ações existentes, para sabermos quanto será devido aos acionistas a cada ação por eles detida.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Para garantir a efetividade do direito do acionista ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o sistema
do dividendo obrigatório, de acordo com o qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, destinar parte
dele aos acionistas a título de dividendo. Porém, a referida Lei confere às companhias liberdade para estabelecer,
em seus estatutos sociais, o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá ser distribuído anualmente aos
acionistas, desde que o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a determinação do seu valor ao exclusivo
arbítrio de seus administradores e acionistas controladores.
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão direito a recebimento do dividendo obrigatório equiva-
lente a 50% do lucro líquido ajustado nos termos do art. 202, da Lei das S.A.;
Ganhos de Capital: ocorrem quando um investidor compra uma ação por um preço baixo e vende a mesma
ação por um preço mais alto, ou seja, realiza um ganho;
Bônus de Subscrição: quando alguém adquire ações, passa a ser titular de uma fração do capital social de
uma companhia. Todavia, quando o capital é aumentado e novas ações são emitidas, as ações até então deti-
das por tal acionista passam a representar uma fração menor do capital, ainda que o valor em moeda seja o
mesmo. 119
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Para evitar que ocorra essa diminuição na partici- Dividendo mínimo é aquele também previamen-
pação percentual detida pelo acionista no capital da te quantificado no Estatuto, seja com base em montan-
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como te certo em moeda corrente, seja em percentual certo
um direito essencial, a preferência na subscrição do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do
das novas ações que vierem a ser emitidas em um valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con-
aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus
na proporção de sua participação no capital, anterior- ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes-
mente ao aumento proposto. centes após assegurado às ordinárias dividendo igual
Da mesma forma, os acionistas também terão ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo
direito de preferência nos casos de emissão de títu- mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias
los conversíveis em ações, tais como debêntures caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí-
conversíveis e bônus de subscrição. do será partilhado entre ambas as espécies de ações
Neste período, o acionista deverá manifestar sua em igualdade de condições.
intenção de subscrever as novas ações emitidas no O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações
âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver- preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo
síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido
direito de preferência caducará. lucros durante o exercício em montante suficiente
Alternativamente, caso não deseje participar do para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe- ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os
rência (§ 6º, art. 171, da Lei das S.A.). Da mesma forma exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre- expressa previsão estatutária.
mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores; No caso das companhias abertas que tenham ações
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve-
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das
Bonificação: ao longo das atividades, a Com-
vantagens a seguir (§ 1º, art. 17, da Lei nº 6.404, de
panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
1964, Lei das S.A.):
para a constituição de uma conta de “Reservas”
(termo contábil). Caso a companhia queira, em
� Direito a participar de uma parcela correspon-
exercício social posterior, distribuir aos acio-
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
nistas o valor acumulado na conta de Reservas,
exercício, sendo que, desse montante, garante-
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden-
-se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3%
do efetuar o pagamento em espécie ou com a do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda,
distribuição de novas ações. É importante des- o direito de participar de eventual saldo desses
tacar que, atualmente, as empresas não mais lucros distribuídos, em igualdade de condições
distribuem bonificação na forma de dinheiro, com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a
pois preferem fidelizar ainda mais os sócios, elas dividendo igual ao mínimo prioritário;
dando-lhes mais ações. z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10%
maiores que os pagos às ações ordinárias;
Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos z Direito de serem incluídas na oferta pública em
decorrência de eventual alienação de controle.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações
preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi- Com relação aos direitos dos acionistas, existem
do ou restrito por disposição do estatuto social da compa- algumas situações que as bancas de concursos gostam
nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma de cobrar em prova e, por isso são importantes.
vantagem econômica em relação às ações ordinárias. Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja,
Além disso, a Lei permite que as companhias aber- Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino-
tas tenham várias classes de ações preferenciais, que ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das
conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre ações. A esse evento chamamos de amortização de
si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com- ações. O personagem que mais ganha nessa história é
parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações,
como opinar sobre as matérias objetos de deliberação, seu poder ficará maior, já que o número de acionistas
mas não poderão votar. ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
As vantagens econômicas a serem conferidas às A CVM, vendo esse aumento de poder do contro-
ações preferenciais em troca dos direitos políticos lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em
suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consis- outras palavras, diz que a recompra de ações, uma
tir em prioridade de distribuição de dividendo, fixo vez feita, finda por aumentar o poder do controlador
ou mínimo, prioridade no reembolso do capital, com da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom-
prêmio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens pradas devem permanecer em tesouraria por, no
(caput e incisos I a III, do art. 17, da Lei das S.A.). máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas
Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon- ou canceladas.
tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de
montante certo em moeda corrente, seja em percen- poder do controlador, para evitar que os acionistas
tual certo do capital, do valor nominal da ação ou, minoritários percam sua participação na administra-
ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa ção da empresa.
hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou Quanto à mudança de controlador – o acionista
seja, uma vez atingido o montante determinado no majoritário, que detém 51% das ações – a CVM tam-
Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi- bém edita norma que regula essa troca, para evitar
dendo fixo não participam dos lucros remanescentes, prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400
que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe- que diz que, para a troca do controlador, o novo
120 renciais de outras classes se houver. controlador deve garantir que, caso queira fechar o
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capital da S/A, deverá comprar as ações dos minoritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas ações
do controlador anterior. Fazendo isso, a CVM garante que os acionistas minoritários não terão prejuízos, pois
o novo controlador poderia comprar as ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas do controlador
anterior. É preciso dizer que, para que isso ocorra, deve haver uma concordância mínima entre os acionistas
gerais. A esse princípio chamamos de tag along.
Existem, ainda, manobras que o mercado de capitais faz, as quais geram impacto sobre o valor das ações no
mercado e sua capacidade de comercialização. Vejamos:
z Desdobramento ou Split
É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas ações.
Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote des-
sas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quantia considerável para a maior parte dos
investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim, quem
possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja, passaria de R$
150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimento ou o valor da
empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos preços, para aumentar a liquidez das
ações.
Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gastaria
apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$ 15.000,
ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as cota-
ções subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores no mercado, porém não há como prever se
isso irá ou não acontecer. A companhia também pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de
governança corporativa, para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para 2, de 1
para 3 e de 1 para 4 ações.
z Grupamento ou Inplit
Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os preços das ações
quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.
O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação. 121
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No mercado à vista de ações, temos:
Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.
Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para
18h, em 2020, o After Market foi extinto.
Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:
z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).
DÁ A ORDEM
� Investidor
EXECUTA A ORDEM
� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos
REALIZA A ORDEM
� After Market
� Sistema de negociação eletrônico
As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.
122
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LEI N° 6.404 (ART. 64) – DEBÊNTURES
São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:
Agente underwritter
Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:
Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens determinados);
Flutuante: não existe um bem específico; a garantia é uma parte do patrimônio da empresa (até 70% do
valor do capital social);
Quirografária: nenhuma garantia ou privilégio (a garantia em caso de falência será o que sobrar e se
sobrar alguma coisa);
Subordinada: em caso de falência, oferece preferência apenas sobre o crédito dos acionistas.
Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias que
podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materializar, ou seja, transformar essa debênture
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
em algo que se possa ver? Existem duas formas para isso. Vejamos o esquema a seguir:
z Nominativas
Título físico;
Registrado na CETIP;
Emite o certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.
z Nominativas Escriturais
Informação Eletrônica;
CETIP registra e custodia;
Não emite certificado;
Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas. 123
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z Existe prazo máximo para que o debenturista
Importante! decida se irá querer converter em ações ou não e,
nesse prazo, a empresa não pode mudar nada
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a nos seus papéis;
emissão do certificado é facultativa; z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que
� Não é comum o debenturista solicitar o certifi- o debenturista tem de trocar as debêntures por
cado da debênture, mas, se solicitá-lo, a empresa ações de outras companhias, depois de haver
deve emiti-lo; passado um prazo mínimo.
� As Debêntures só podem ser emitidas por ins-
tituições que não sejam instituições financeiras.
Já quanto à remuneração, pode-se ter:
Quanto aos prazos das debêntures, que devem z Juros (fixos ou variáveis);
constar na escritura da emissão, podem ser:
Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture; Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser Básica Financeira;
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- z Participação nos Lucros;
ção do emitente, a empresa; z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde-
z Antecipado: xado a TR, TBF ou TJLP.
Antes do resgate: deve constar na escritura o Medição dos Riscos nas Debêntures
prazo para resgate e a possibilidade de isso
ocorrer; z Alta qualidade: baixa taxa de retorno;
Antes do vencimento: quando ocorrer um z Baixa qualidade: alta taxa de retorno.
colapso no mercado ou o agente fiduciário vir
que o debenturista corre algum risco. Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana;
quanto menos risco, menos grana.
Agente Fiduciário
As Ofertas das Debêntures
A Lei n° 6.404, de 1976 estabelece que a escritura
de emissão, por instrumento público ou particular, de z Pública
debêntures distribuídas ou admitidas à negociação
no mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de Público em geral;
agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá- Há registro na CVM;
rio é quem representa a comunhão dos debenturistas Assembléia Geral ou Conselho Administrativo
perante a companhia emissora, com deveres específi- decidem;
cos de defender os direitos e interesses dos debentu- Agente Fiduciário;
ristas, entre outros citados na Lei.
Para tanto, possui poderes próprios também atri- z Privada
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência
da companhia emissora, declarar, observadas as
Grupo restrito de investidores;
condições da escritura de emissão, antecipadamen-
Não há registro na CVM.
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi-
rem, requerer a falência da companhia, entre outros. Os Mercados das Debêntures
Esse personagem viabiliza a operação de compra
das debêntures, por parte do debenturista, e a venda,
por parte da empresa emissora, ou seja, ele interme-
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
dia a situação. Além disso, o agente fiduciário deve, � Debêntures já
acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele � Emissão pela 1ª vez
existentes
representa o debenturista em caso de colapso do � Compra e venda por
investidores
mercado, ou para:
Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
física ou jurídica pode comprar e vender moeda
estrangeira desde que a outra parte na operação de A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati-
câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a vo financeiro, enquanto a Taxa de Câmbio Real indi-
operar no Mercado de Câmbio (ou seu corresponden- ca o preço relativo entre duas moedas, o que permite
te para tais operações) e que seja observada a regu- medir a competitividade relativa entre os dois países
lamentação em vigor, incluindo a necessidade de em questão.
identificação em todas as operações. Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo
É dispensado o respaldo documental das opera- limpo e seco, sem nenhuma interferência. Já o valor
ções de valor até o equivalente a US$ 10 mil, preser- real é o preço do ativo comparado entre duas moedas
vando-se, no entanto, a necessidade de identificação – dessa forma, é possível saber quanto aquele deter-
126 do cliente. minado ativo vale em um país e noutro.
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IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS z ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: O
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES; DIFERENCIAL DE ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues – é
JUROS INTERNO E EXTERNO um mecanismo similar ao ACC, só que contratado
na fase de comercialização ou pós-embarque.
A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O
Contrato de Câmbio Após o embarque dos bens, o exportador entrega
os documentos da exportação e as cambiais (saques)
Contrato de câmbio é o documento que formaliza a da operação ao banco e celebra um contrato de câm-
operação de compra ou de venda de moeda estrangeira.
bio para liquidação futura. Então, o exportador pede
Nele, são estabelecidas as características e as condi-
ao banco o adiantamento do valor, em reais, corres-
ções sob as quais se realiza a operação de câmbio, reve-
lando informações relativas à moeda estrangeira que pondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter
um cliente está comprando ou vendendo, à taxa con- um financiamento competitivo para conceder prazo
tratada, ao valor correspondente em moeda nacional e de pagamento ao importador, o exportador também
aos nomes do comprador e do vendedor. Os contratos de fixa a taxa de câmbio da sua operação.
câmbio devem ser registrados no Sistema Câmbio pelo O ACE pode ser contratado com prazo de até 390
agente autorizado a operar no mercado de câmbio. dias após o embarque da mercadoria. A liquidação
Nas operações de compra ou de venda de moeda da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu equivalente em to efetuado pelo importador, acompanhado do paga-
outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a for- mento dos juros devidos pelo exportador.
malização do contrato de câmbio. O agente do merca-
do de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a
ACE
operação no Sistema Câmbio. ACC
ADIANTAMENTO
O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos ADIANTAMENTO SOB
SOB CONTRATO DE
CONTRATO DE CÂMBIO
legais para ter validade, devendo ser registrado no EXPORTAÇÃO
SISBACEN, constando:
Importante!
Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato O pagamento é feito quando
O pagamento da operação
de Câmbio. No entanto, o registro da operação é no embarque da mercadoria
ou no ingresso do dinheiro
deverá ser feito quando o
importador enviar os recursos
obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17). pago pelo importador
Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de finan-
seguir, listaremos os que são mais comumente cobra- ciamento são de até 100% do valor das mercadorias e
dos em prova. Vejamos: não incidem IOF sobre essas operações, por se trata-
rem de incentivos à exportação.
z ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio As operações de Exportação e Importação devem
ser registradas em um sistema chamado SISCOMEX –
O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados meca- Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utiliza-
nismos de financiamento à exportação. Trata-se de
do em conjunto pela SECEX (Secretaria de Comércio
financiamento na fase de produção ou pré-embarque.
Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo
Para realizar um ACC, o exportador deve procurar um
banco comercial autorizado a operar em câmbio. Tendo BACEN, para fiscalizar a entrada e a saída de recursos
limite de crédito com o banco, o exportador celebra com do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários
este um contrato de câmbio no valor correspondente às benefícios aos processos de exportação e importação,
exportações que deseja financiar, ou seja, o contrato de quais sejam:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
PRÊMIOS DE RISCO; FLUXO DE CAPITAIS E SEUS Há um tipo bastante comum de prestação de ser-
IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO viços bancários que é o de realizar transferências
eletrônicas de fundos. Estas transferências podem
O que é Posição de Câmbio? ocorrer entre contas da própria instituição financeira
ou entre contas de diferentes instituições.
A posição de câmbio é representada pelo saldo Quando a transferência ocorre entre contas da
das operações de câmbio (compra e venda de moeda mesma instituição financeira, ou banco, chamamos
estrangeira, de títulos e documentos que os represen- de Transferência Eletrônica de Valores (TEV), pois
tem e de ouro-instrumento cambial) prontas ou para os recursos não saem da instituição, apenas saem de
liquidação futura realizadas pelas instituições autori- uma conta para outra, não fazendo uso do sistema de
zadas pelo Banco Central do Brasil a operar no merca- pagamentos brasileiro.
do de câmbio. Se a transferência envolve contas de diferentes
bancos, neste caso há a necessidade de utilizar o sis-
O que é Posição de Câmbio Comprada? tema de pagamentos brasileiro. Este é um sistema ele-
trônico criado e administrado pelo Banco Central do
A posição de câmbio comprada é o saldo em moe- Brasil, conforme consta na Lei n° 10.214, de 2001, para
da estrangeira registrado em nome de uma instituição que haja uma interligação mais segura para os clien-
autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou tes, entre as diferentes instituições financeiras.
para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu- É através desta segurança que os clientes conse-
los e documentos que as representem e de ouro-ins- guem transitar seus recursos de um banco para outro
trumento cambial em valores superiores às vendas. sem correr grandes riscos, como por exemplo, de não
ter seu dinheiro enviado pelo banco de origem por fal-
O que é Posição de Câmbio Vendida? ta de recursos.
Existem, hoje, 4 formas de se transferir recursos
A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda entre bancos utilizando o SPB (Sistema de Pagamen-
estrangeira registrado em nome de uma instituição tos Brasileiro). Veremos um pouco sobre cada um
128 autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou deles a seguir.
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DOC é através do PIX (pagamento instantâneo), que será
visto posteriormente.
O Documento de Ordem de Crédito (DOC), é um
método de envio de recursos entre bancos que leva 24 ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS
horas para ser compensado, ou seja, para ser proces-
sado e creditado na conta do destinatário. Um serviço encontrado com bastante frequência
Este método de transferência tem sido desencora-
nas instituições financeiras é o serviço de arrecada-
jado pelo Banco Central do Brasil (BACEN), pelo fato
ções de tributos e tarifas públicas, ele é composto de
de acarretar o risco de o banco emissor do DOC não
possuir recursos no fim do dia para honrar o com- convênios criados entre uma ou várias instituições e
promisso, pois para haver liquidação dessa operação um ou vários órgãos públicos a fim de que os boletos
no fim do dia, depende que o banco emissor possua gerados por estes órgãos sejam recebidos por uma ou
recursos disponíveis para tanto. mais dessas instituições financeiras.
Alguns impostos e tributos podem ter sua arreca-
TED dação restringida a uma instituição se, por conveniên-
cia do poder público, um acordo para exclusividade
A Transferência Eletrônica Disponível (TED) é a de arrecadação for fechado.
forma mais segura e moderna de fazer transferência Temos como exemplo de arrecadação centraliza-
de recursos entre bancos, pois a TED é operada atra- da, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
vés de um sistema que liquida as operações em tempo
que é arrecadado exclusivamente pela Caixa Econô-
real, ou seja, a TED é a conhecida transferência que
mica ou os DARF (Documentos de Arrecadação Fiscal)
“cai na hora”.
Vale destacar que esse “cai na hora” não é exata- que são centralizados pelo Banco do Brasil.
mente na mesma hora, pois uma TED pode demorar É importante compreender que arrecadar e cen-
até 1 hora e 30 minutos para ser creditada na conta tralizar podem ter significados diferentes, pois a cen-
do destinatário no outro banco, e caso não aconteça tralização do FGTS na Caixa está prevista na Lei n°
neste intervalo de tempo, o banco central notifica o 8.036, de 1990, que regulamenta o FGTS, já quanto ao
banco emissor da TED, que fica na responsabilidade Banco do Brasil, centraliza os DARF porque é o centra-
de devolve o recurso para a conta do cliente emitente. lizador do caixa do Governo Federal e o documento é
para arrecadação de tributos federais.
cos fazem transferências de compromissos agendados cular a média ponderada das taxas das transações
entre si, como por exemplo, pagamento de folha de prefixadas, extragrupo e com prazo de um dia efe-
salário dos empregados de uma empresa. tuadas na B3 entre instituições financeiras. Como
Quando a empresa tem convênio com um banco e a taxa para o prazo de um dia é muito pequena,
o empregado faz a portabilidade de seu salário para convencionou-se divulgá-la de forma anualizada.
uma conta em outra instituição, ficaria oneroso para Essas transações são fechadas por meio eletrônico
o empregado fazer o pagamento mensal de uma tarifa
e registradas na B3.5
realizando um DOC e ou uma TED. Para evitar este tipo
de morosidade e gastos a mais, os bancos utilizam-se
da TEC, pois com ela, o custo das transferências de cré- Além do DI tradicional, fontes registram diversas
dito é diluído, de forma a possibilitar a portabilidade modalidades do ativo, como Depósito Interfinanceiro
do salário sem ônus para o empregado da empresa. vinculado a Micro finanças – DIM, Depósito Interfi-
Atualmente a principal forma de transferências nanceiro Rural – DIR, e Depósito Interfinanceiro Imo-
entre contas do mesmo banco ou de diferentes bancos biliário – DII.
5 B3. Captação Bancária. Depósito Interfinanceiro. Disponível em: https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/registro/renda-fixa-e-valo-
res-mobiliarios/deposito-interfinanceiro.htm. Acesso em: 24 nov. 2022. 129
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Outros serviços, como estéticos e de saúde, por
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE exemplo, também podem ser considerados nessa lista.
TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E O contrato deve prever as condições para concor-
rer à contemplação por sorteio, bem como as regras
RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO da contemplação por lance.
O BCB é o responsável pela normatização, autoriza-
Temos, por varejo bancário, um conjunto de ope- ção, supervisão e controle das atividades do sistema de
ração e serviços que os bancos prestam à maioria de consórcios, com foco na eficiência e solidez das adminis-
seu público. Os segmentos mais específicos de merca- tradoras e cumprimento da regulamentação específica.
do chamamos de PRIVATE ou Alta Renda, que costu-
mam ter seus produtos e serviços customizados. Para INVESTIMENTOS E SEGUROS, CAPITALIZAÇÃO
o segmento de varejo, temos produtos padronizados e
amplos, como explicitaremos mais à frente. Sistema de Seguros Privados: O Subsistema
As operações de tesouraria são nada mais nada Normativo
menos que as operações administrativas de manu-
tenção de numerário (dinheiro físico) nas agências, e Dentro do sistema de seguros privados, nós temos,
a guarda ou custódia de garantias das operações de assim como no sistema financeiro que vimos anterior-
crédito ou de valores de terceiros, como penhores de mente, uma estrutura composta por órgão normativo,
joias e metais preciosos. entidade supervisora e operadores.
Confira alguns produtos de varejo bancário abaixo. Nesse sistema, nós temos como órgão normativo
o Conselho Nacional de Seguros Privados, o CNSP,
CONSÓRCIOS responsável por fixar as diretrizes e normas da políti-
ca de seguros privados. Ele é composto pelo Ministro
O Sistema de Consórcios se destina a propiciar o da Economia (Presidente), pelo Superintendente da
acesso de integrantes de grupos de consórcio ao con- Superintendência de Seguros Privados e pelos repre-
sumo de bens e serviços. O sistema é constituído por sentantes do Ministério da Justiça, da Secretaria da
administradoras de consórcio e por grupos de consór- Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da
cio e é regulamentado pela Lei nº 11.795, de 8 de outu- Comissão de Valores Mobiliários.
bro de 2008. São algumas atribuições do CNSP, de acordo com o
Consórcio são pessoas naturais e jurídicas que se Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966:
reúnem, com prazo definido e número de cotas pre-
viamente determinado, por meio de uma adminis- z fixar diretrizes e normas da política de seguros
tradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a privados;
seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de z regular a constituição, organização, funcionamen-
bens ou serviços, através de autofinanciamento. to e fiscalização dos que exercem atividades subor-
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica dinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados,
que presta serviços e tem objeto social principal vol- bem como a aplicação das penalidades previstas;
tado à administração de grupos de consórcio, consti- z fixar as características gerais dos contratos de
tuída sob a forma de sociedade limitada ou sociedade seguro, previdência privada aberta, capitalização
anônima. e resseguro;
z estabelecer as diretrizes gerais das operações de
No sistema de consórcios, os grupos têm patrimô- resseguro;
nio próprio e são independentes entre si, de modo z conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do
que os recursos de um grupo não podem ser trans- IRB;
feridos para outro nem se confundem com o patri- z prescrever os critérios de constituição das Socie-
mônio das administradoras. Além disso, o interesse dades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de
do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com
individual do consorciado. fixação dos limites legais e técnicos das respectivas
A adesão de um consorciado a um grupo de consór- operações;
cio se dá mediante assinatura de contrato de parti- z disciplinar a corretagem do mercado e a profissão
cipação. Nesse contrato, devem estar previstos os de corretor.
direitos e os deveres das partes, tais como a descri-
ção do bem a que o contrato está referenciado e seu
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superin-
respectivo preço (que será adotado como referência
tendência de Seguros Privados), que é a autarquia
para o valor do crédito e para o cálculo das parce-
las mensais do consorciado).
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
O contrato de participação em grupo de consórcio, de seguro, previdência privada aberta, capitalização
por adesão, poderá ter como referência um bem e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da
móvel, um bem imóvel ou um serviço de qualquer Economia, foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21
natureza. de novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os
Os bens móveis podem ser dos seguintes mercados supervisionados, assegurando sua estabili-
subsegmentos: dade e os direitos do consumidor.
� veículos pesados e outros; Portanto, são atribuições da SUSEP:
� automóveis (incluindo utilitários e caminhonetes);
� motocicletas (incluindo motonetas, ciclomotores, z fiscalizar a constituição, organização, funciona-
triciclos e quadriciclos); mento e operação das Sociedades Seguradoras, de
� outros bens móveis duráveis (eletroeletrônicos Capitalização, Entidades de Previdência Privada
e eletrodomésticos, incluindo móveis e mobílias) Aberta e Resseguradores, na qualidade de execu-
130 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2020). tora da política traçada pelo CNSP;
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z atuar no sentido de proteger a captação de pou- Prazo de Carência: é o período em que o subscri-
pança popular que se efetua através das operações tor não pode solicitar o resgate da capitalização, mes-
de seguro, previdência privada aberta, de capitali- mo com perdas. Esse prazo é máximo de 24 meses
zação e resseguro; em qualquer modalidade.
z zelar pela defesa dos interesses dos consumidores Quanto à forma de pagamento, ela pode ser por
dos mercados supervisionados; mês (PM) — é um título que prevê um pagamento a
z promover o aperfeiçoamento das instituições e dos cada mês de vigência do título; por período (PP) —
instrumentos operacionais a eles vinculados, com é um título em que não há correspondência entre
vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Segu- o número de pagamentos e o número de meses de
ros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; vigência do título; ou por pagamento único (PU) — é
z promover a estabilidade dos mercados sob sua um título em que o pagamento é realizado uma úni-
jurisdição, assegurando sua expansão e o funcio- ca vez, tendo sua vigência estipulada na proposta
namento das entidades que neles operem; (no mínimo 12 meses).
z zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
integram o mercado;
z disciplinar e acompanhar os investimentos daque- Importante!
las entidades, em especial os efetuados em bens
garantidores de provisões técnicas; Note que nem sempre os prazos de vigência e
z cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e pagamento vão coincidir, mas o prazo de paga-
exercer as atividades que por este forem delegadas; mento jamais será maior que o prazo de vigên-
z prover os serviços de Secretaria Executiva do cia; no máximo, pode ser igual ao de vigência,
CNSP. mas nunca maior!
O Subsistema Operador do Sistema de Seguros
Privados Já as modalidades são:
As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP Modalidade tradicional: define-se como Moda-
e à SUSEP, que regulamentam seu funcionamento e lidade Tradicional o Título de Capitalização que tem
fiscalizam suas atuações neste mercado. por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de
vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos
z Sociedades de Capitalização efetuados pelo subscritor, desde que todos os paga-
mentos previstos tenham sido realizados nas datas
Constituídas sob a forma de sociedades anônimas programadas. Deve possuir prazo de vigência míni-
que negociam contratos (títulos de capitalização), têm mo de 12 meses, e ter carência mínima de 30 dias
por objeto o depósito periódico de prestações pecu- para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
niárias pelo contratante, o qual terá, depois de cum- Modalidade Compra-Programada: define-se
prido o prazo contratado, o direito de resgatar parte como Modalidade Compra-Programada o Título de
dos valores depositados corrigidos por uma taxa de Capitalização em que a sociedade de capitalização
juros estabelecida contratualmente. Pode conferir, garante ao titular, ao final da vigência, o recebimen-
ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sor- to do valor de resgate em moeda corrente nacional,
teios de prêmios em dinheiro. sendo disponibilizada ao titular a faculdade de optar,
se este assim desejar e sem qualquer outro custo,
O Título de Capitalização (Circular 576, de pelo recebimento do bem ou serviço referenciado na
2018)
ficha de cadastro, subsidiado por acordos comerciais
celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas
É um produto em que parte dos pagamentos
comerciais. Devem ser estruturados na forma PM (Por
realizados pelo subscritor(adquirente) é usada
Mês) ou PP (Por Período), possuir prazo de vigência
para formar um capital mínimo, segundo cláusulas
mínimo de 6 meses, e mínimo de 30 dias de carência
e regras aprovadas e mencionadas no próprio título
para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
(Condições Gerais do Título), que será pago em moe-
Modalidade Popular: define-se como Modalidade
da corrente nacional em um prazo máximo esta-
Popular o Título de Capitalização que tem por objeti-
belecido no contrato, dando também ao adquirente/
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Os planos denominados PGBL e VGBL, durante o período de diferimento, terão como critério de remunera-
ção da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da carteira de investimentos do Fundo de
Investimentos Exclusivo (FIE), instituído para o plano, ou seja, durante o período de diferimento não há garan-
tia de remuneração mínima, ou seja, pode render negativo.
PGBL OU VGBL
COMO AVALIAR OS DOIS TIPOS DE PLANOS DE PREVIDÊNCIA
PGBL X VGBL
Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na hora da contratação:
a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimen-
to exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado.
Os que têm fundos com investimentos em ações, por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco
maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa.
Importante: a taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor total da reserva e a ren-
tabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já debitado.
A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para cobrir despesas de
corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5%, sendo o máximo
autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado, há três formas de
taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:
Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor do aporte e do mon-
tante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto maior o montante acumulado, menor
será a taxa de carregamento antecipada;
Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou de resgates. É decrescente em função do tempo
de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de permanência, menor
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
será a taxa;
Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano) quanto na saída (na ocor-
rência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produtos que extinguem a cobrança
dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam esse percentual ao saldo investido: quanto maior
o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois casos, não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de
previdência.
A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final do plano quando for
gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Isso porque a receita federal também fiscaliza essa
parcela do seu dinheiro. Logo, essa alíquota pode ser cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.
6 Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-complementar-aberta#duvidasfaq.
Acesso em: 24 nov. 2022. 133
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z A Alíquota Progressiva Poupança
Esta forma de tributação é ideal para quem não A poupança nada mais é que um tipo de conta ban-
declara imposto de renda ou se declara como isento, cária que permite ao usuário guardar seu dinheiro. A
pois o imposto cobrado na previdência no momento maioria dos bancos tradicionais oferecem essa ferra-
do resgate será de 15%, independentemente do prazo. menta financeira aos seus clientes. Em alguns casos,
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou seja, ela é até aberta junto da conta corrente.
você passe a ganhar o suficiente para pagar imposto de Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas podem
renda, a tributação que era 15% passa a acompanhar a ter uma conta poupança. Ela tem algumas caracte-
tributação do seu salário, e, quando você efetuar o res- rísticas interessantes, entre elas segurança, isenção
gate, terá de fazer um ajuste no seu IR para mais ou para do Imposto de Renda e liquidez diária — ou seja, o
menos, a depender o valor do seu salário e da alíquo- dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento.
ta cobrada. Por isso, o nome Progressiva, pois aumenta A poupança também pode ser entendida como
conforme seu salário progride. Veja um exemplo: uma modalidade de investimentos. Basicamente, o
titular da conta deposita dinheiro nela e recebe um
Ganho 10 mil reais por ano, portanto não pre- percentual mensal, como o juros da aplicação.
ciso declarar imposto de renda. Se eu declarar
que não preciso pagar imposto, logo, minha PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO
previdência está sujeita ao imposto de 15%.
Quando eu efetuar o resgate e for cobrado o Para a prova, considere mercado de crédito tudo
imposto, como não devo pagar o IR, posso rece- o que for relacionado a crédito. Entretanto, vamos
ber o valor cobrado de volta como restituição. salientar os tipos que a banca organizadora mais gos-
No entanto, se ganho 70 mil reais por ano, logo, ta de cobrar. Lembrando que, quando uma instituição
devo declarar IR e devo pagar imposto, ou financeira está liberando recursos, ela se encontra na
este pode ser retido no meu salário pelo meu posição ativa, ou seja, está liberando dinheiro para
empregador, se eu for assalariado. Para quem um deficitário e este deficitário deverá devolver o
ganha 70 mil reais por ano, o imposto devido é recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros
de 27,5%, ou seja, minha previdência sairá de pactuada entre as partes. Veja quais são as principais
uma porcentagem de 15% para uma de 27,5%. operações ativas.
Dessa forma, o imposto pago será a mais e não
haverá nenhum ganho a título de restituição. CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR
Por isso, essa forma de tributação deve ser esco- Essa modalidade de crédito é a mais comum, pois
lhida com cuidado e considerando que, se sua renda é direcionada para diversas áreas, como: automático,
subir demais, você pagará mais imposto. turismo, salário/consignação (30% da renda, debita-
do do contracheque) e o CDC para bens de consumo
z A Alíquota Regressiva duráveis: carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até
Essa alíquota indica que o imposto será cobrado na mesmo pode ocorrer sem garantias.
forma inversa da Progressiva, ou seja, começará alto, Importante dizer que existe, ainda, o CDC-I (Cré-
em 35%, e terminará em 10% ao final de dez anos. Ou dito Direto ao Consumidor com Interveniência), que é
seja, a alíquota reduz com o tempo. Logo, esta modali- realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do
dade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito
plano de previdência por muito tempo, e que queiram ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da
utilizar a aplicação como benefício futuro de aposenta- operação junto ao banco, para que este libere o recur-
doria. É indicada para aqueles clientes que estão pen- so parcelado ao cliente.
sando a longo prazo. Deve, também, ser escolhida com
atenção, pois esta escolha entre progressiva ou regres- Hot Money
siva é irretratável, ou seja, você não pode mudar.
Inicialmente, é uma aplicação financeira de cur-
to prazo, com alta rentabilidade, onde investidores
Importante! estrangeiros trazem recursos para o Brasil para se
beneficiar de taxas de juros altas e de curtos prazos.
Existe a possibilidade de troca de regime tributá-
Quando já obtiveram ganhos ou quando a condição
rio de Progressivo para Regressivo, e isto encon- das taxas começa a ficar desfavorável, esses investido-
tra amparo na Lei nº 11.053. Embora a lei não
res retiram seu capital rapidamente do país, causando
seja muito clara, ela faz menção ao fato de que
o cliente que tenha uma previdência na modali- uma turbulência econômica, que estudaremos mais à
dade tributária progressiva, possa migrar para a frente no mercado de câmbio. Trazido para o Brasil,
alíquota regressiva, mas isso só pode ser feito ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada
uma única vez e é irreversível. a Pessoas Jurídicas.
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC O prazo é de 1 até 29 dias, mas normalmente se
assinaram um acordo para que fosse possível contrata por até 10 dias e o objetivo é sanar proble-
a migração entre previdência complementar mas momentâneos de fluxo de caixa. É adaptável
aberta para fechada e vice-versa, entretanto às mudanças bruscas nas taxas de juros por ter
o acordo não especifica como e em que termo como principal característica o curto prazo.
essa migração é feita, ficando clara apenas a
autorização para migração.
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Vendor Finance um adiantamento no valor referente àquele títu-
lo. O banco cobra uma taxa de juros que diminui
É uma operação de financiamento de vendas do valor de face do título um determinado valor,
baseadas no princípio da cessão de crédito, que per- exemplo: o banco irá cobrar R$ 200,00 pela ante-
mite a uma empresa vender seu produto a prazo e cipação. Logo, o banco faz o crédito na conta do
receber o pagamento à vista. cliente no valor de R$ 800,00. O banco fica com
A operação de Vendor supõe que a empresa com- a custódia do papel, e quando o devedor pagar o
pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois título, o banco ficará com o valor de R$ 1.000,00.
será esta que irá assumir o risco do negócio junto Lucrando, assim, R$ 200,00 na operação.
ao banco.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao Esses títulos podem ser boletos, cartões de cré-
banco e este, em troca de uma taxa de intermedia- dito, cheques pré-datados, duplicatas e notas
ção, paga o vendedor à vista e financia o comprador. promissórias.
A principal vantagem para a empresa vendedora é Quando falamos de desconto de duplicatas, che-
a de que, como a venda não é financiada diretamente ques ou notas promissórias, temos alguns detalhes:
por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o banco
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de tem direito de regresso contra o credor, ou cedente.
fabricação, torna-se menor.
Ou seja, se o devedor não pagar, o banco vai atrás
É uma modalidade de financiamento de vendas
do cliente (credor) para que este efetue o pagamento.
para empresas na qual quem contrata o crédito é o
vendedor, mas quem paga é o comprador. Assim, as
Leasing ou Arrendamento Mercantil (Resolução CMN
empresas vendedoras deixam de financiar os clientes,
n° 2.977, de 2022)
elas próprias, e, dessa forma, param de recorrer aos
empréstimos de capital de giro nos bancos ou aos seus
recursos próprios para não se descapitalizarem e/ou Principal produto das Sociedades de Arrendamento
pressionarem seu caixa. Mercantil (S.A.M.) e Bancos múltiplos com a carteira de
Como em todas as operações de crédito, ocorre a arrendamento mercantil, o leasing é um contrato deno-
incidência do IOF, sobre o valor do financiamento, minado na legislação brasileira como “arrendamento
que é calculado proporcionalmente ao período do mercantil”. As partes desse contrato são denominadas
financiamento. “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um
A operação é formalizada com a assinatura de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercan-
convênio, com direito de regresso entre o banco e a til (o arrendador) e, de outro, o cliente (o arrendatário).
empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato O objeto do contrato é a aquisição, por parte do
de Abertura de Crédito entre as três partes (empresa arrendador, de um bem escolhido pelo arrendatá-
vendedora, banco e empresa compradora). rio para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
proprietário do bem, sendo que a posse e o usufru-
Compror Finance to, durante a vigência do contrato, são do arrendatá-
rio. Reside, aí, a principal vantagem do leasing, pois
Existe uma operação inversa ao Vendor, denomi- o arrendatário que irá usar o bem, o utilizará sem
nada Compror, que ocorre quando pequenas indús- necessariamente ter sua propriedade. Isso, em um
trias vendem para grandes lojas comerciais. Neste financiamento comum, não seria possível, pois o
caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador cliente estaria comprando o bem e não apenas alugan-
do contrato, o próprio comprador é que funciona do. Desta forma o leasing é um serviço e por isso não
como tal. incide sobre suas operações o IOF, mas, sim, sobre o
Trata-se, na verdade, de um instrumento que Imposto Sobre Serviço (ISS).
dilata o prazo de pagamento de compra sem envol-
ver o vendedor (fornecedor). O título a pagar funcio- BEM OBJETO DO LEASING
na como “lastro” para o banco financiar o cliente, que
irá lhe pagar em data futura pré-combinada, acresci-
do de juros e IOF, sem incidência imediata da CPMF Arrendador (Banco) Arrendador (Cliente)
no empréstimo. Como o Vendor, este produto também Proprietário Usuário
exige um contrato-mãe definindo as condições bási-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Como nos empréstimos normais, é possível quitar o leasing antes do prazo definido no contrato. Caso a
quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na regulamentação, o contrato não perde as
características de arrendamento mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contra-
to perde sua caracterização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e
venda a prazo.
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa descaracterização pode
acarretar.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: leasing financeiro e
leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro, o prazo é usualmente maior e o arrendatário
tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor preestabelecido (VRG, que só será pago ao final do contrato).
QUADRO RESUMO
Prazo mínimo de dura- 2 anos para bens com vida útil < 5 anos
90 dias
ção do leasing 3 anos para bens com vida útil > 5 anos
* Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)7
Observação: os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os
estrangeiros, é necessário que estejam em uma lista elaborada pelo CMN.
Leasing financeiro: as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela arren-
datária, devem ser suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazo
contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos; as despesas
de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado ficam por
responsabilidade da arrendatária; o preço para o exercício da opção de compra deve ser livremente pac-
tuado, podendo, inclusive, ter o valor de mercado do bem arrendado;
Leasing operacional: as contraprestações a serem pagas pela arrendatária devem contemplar o custo de
arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à disposição da arrendatária, não podendo o
valor presente dos pagamentos ultrapassar 90% do “custo do bem”; o prazo contratual deve ser inferior a
75% do prazo de vida útil econômica do bem; o preço para o exercício da opção de compra deve ser o valor
de mercado do bem arrendado; não deve haver previsão de pagamento de valor residual garantido (VRG).
Tipo de leasing em que o dono de um imóvel o vende para uma Sociedade de Arrendamento e, no mesmo con-
trato, a Sociedade arrenda o bem para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro
e só para Pessoas Jurídicas. Os bancos múltiplos com carteira de investimentos, de desenvolvimento ou crédito
imobiliário, bancos de desenvolvimento, caixa econômica e sociedades de crédito imobiliário também podem
contratar para si esta modalidade.
Importante!
Os bens objetos de arrendamento mercantil (leasing) não podem ser arrendados ao próprio fabricante do
bem, ou seja, a EMBRAER, que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si própria.
Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o valor liberado pelo
banco sempre que liquidar a operação anterior.
Conta Garantida
Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco em uma conta que não tem livre movimentação, a
qual o cliente só poderá movimentar por cheque ou transferência. Resumindo, caso o cliente não tenha fundos na
sua conta corrente de livre movimentação, a conta garantida cobre a emissão de cheques e outros compromissos,
desde que haja aviso prévio do pedido de movimentação, além da provável exigência de garantias para a libera-
ção do recurso solicitado.
Cheque Especial
Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir emissão de cheques de clientes PF ou PJ que não tenham
saldo disponível em sua conta. Estes valores ficam disponíveis para o cliente movimentá-los com seus cheques,
cartões, TED e DOC. Os juros são mensais e não há necessidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando
o cliente pagar os juros e IOF do período utilizado.
Dica
Para conta de depósitos à vista, tituladas por pessoas naturais, ou seja, pessoas físicas e por microem-
preendedores individuais (MEI), as taxas de juros remuneratórios cobradas sobre o valor utilizado do cheque
especial estão limitadas a, no máximo, 8% ao mês.
É vedado à instituição financeira impor limite superior a R$ 500,00, se o cliente optar pela contratação de
limite mais baixo. Ou seja, se o cliente disser que quer o menor limite possível, o banco não pode exigir que sejam
500 reais, pode ser menor.
A alteração de limites, quando não realizada por iniciativa do cliente, deve ser feita da seguinte forma:
z No caso de redução, deve ser precedida de comunicação ao cliente, com, no mínimo, trinta dias de antecedência;
z No caso de majoração, ser condicionada à prévia autorização do cliente, obtida a cada oferta de aumento de
limite.
Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde que verificada dete-
rioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios definidos na política de gerenciamento do
risco de crédito.
Cartão de crédito consiste, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, em que o cliente compra com o cartão e
pode pagar de uma só vez ou parcelado. Conforme as faturas são pagas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode
ser reutilizado. Cartão de débito é um meio de pagamento que permite fazer compras debitando o valor diretamente da
conta bancária da pessoa. Ele substitui o dinheiro em espécie e os cheques nas compras presenciais e online.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regulamen-
tação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos arts. 4º e 10, da
Lei nº 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição
financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que instituições não financeiras que
operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos clientes. Estas instituições se submetem a regulamen-
tações do CMN e do BACEN.
Hoje, no Brasil, prevalece a Circular n° 3885, de 2018, que exige solicitação de autorização para funcionamento de
instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de crédito, apenas se ultrapassarem o parâmetro
de 500 milhões de reais em transações comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Dessa forma, não há uma regra que o BACEN autoriza funcionamento de administradoras de cartão, ficando obriga-
tório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.
Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br)
Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado
somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão diferenciado
é aquele que, além de permitir a utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está asso-
ciado a programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas de
milhagem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições que emitem cartões de crédito.
Esse cartão básico pode ser nacional ou internacional, mas o valor da anuidade dele deve ser menor do que o
valor da anuidade do cartão diferenciado. Por este motivo, o cartão básico não tem direito a participar de pro-
gramas de recompensas oferecidos pela instituição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede da loja específica,
por exemplo: Renner e Riachuelo. Esses cartões não estão sobe o controle do Banco Central, uma vez que são tra-
tados com a própria loja e estão limitados apendas a lojas da rede.
Já os Co-Branded Cards, são cartões de crédito que fazem parcerias com outras empresas de grande nome no
mercado como, por exemplo: Itaú LATAM fidelidade; Itaú FIAT, Itaú Marisa. O objetivo é agregar valor ao cartão,
oferecendo descontos e benefícios através do parceiro lojista.
Além dessas classificações, o Banco Central, através da Resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra classifi-
cação quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão com rotativo
não regular.
O rotativo regular: pagamento apenas do mínimo e sem parcelar o restante, situação de aderência ao crédito
rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos financeiros previstos
em contrato, sendo vedada a cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de permanência).
O rotativo não regular: pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento. O cliente fica inadim-
plente, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no contrato para situações de inadimplemento: juros
do crédito rotativo (por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado); multa de
2% sobre o principal; e juros de mora de 1% ao mês.
Importante destacar que o prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de 30 dias, até o vencimento da
fatura subsequente.
TARIFAS COBRADAS
Os bancos, através das administradoras de cartões, só podem cobrar 5 tarifas, que são consideradas priori-
tárias, referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: anuidade, emissão de segunda via, tarifa para
uso na função de saque (nacional ou internacional), para uso do cartão no pagamento de contas e no pedido
de avaliação emergencial do limite de crédito.
Podem ser cobradas, ainda, tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem automática, relativas
à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculada ao cartão de crédito, pelo fornecimento de
plástico de cartão de crédito em formato personalizado, e pelo fornecimento emergencial de segunda via.
Esses serviços são considerados “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela administradora do
cartão.
Atenção: atualmente não existe valor mínimo para pagamento de fatura de cartão de crédito, ficando as ins-
tituições financeiras livres para decidir sobre esse valor.
Vale destacar que, caso o cliente não pague a fatura por completo, o saldo devedor será financiado pelo Banco
e não pela administradora do cartão, e cabe ao Banco oferecer ao cliente opções de parcelamento alternativas
mais baratas que os juros cobrados no rotativo do cartão. Da mesma forma, caso o cliente queira parcelar uma
fatura, por ser incapaz de efetuar o pagamento total, quem parcelará será o Banco e não a administradora do
cartão, por determinação do BACEN.
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Na verdade, os financiamentos são feitos por ban- O portador do Cartão BNDES poderá comprar
cos, pois administradoras de cartão de crédito são exclusivamente os itens expostos no Portal de Ope-
proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, rações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
o detentor do cartão de crédito aparecerá no SCR
por fornecedores previamente credenciados.
como cliente do banco, que é o real financiador da
Confira quais são as 6 Instituições financeiras
operação intermediada pela administradora de
emissoras atuais do Cartão BNDES:
cartão de crédito.8
z Imagine que você foi ao banco pedir orientações z Imagine que você pretende fazer um investimen-
sobre qual é a melhor maneira de investir R$ to comprando títulos públicos e, ao analisar as
10.000,00 em títulos públicos. Nessa situação, seu opções de títulos disponíveis, percebe que tem
gerente te orientou da seguinte forma: “você pode várias opções de vencimentos:
investir o seu capital agora, no início de 2023, em
um título com vencimento de 10 anos para recupe- 6 meses, pagando o equivalente a 5,88% ao ano;
rar o capital investido em 2033, com juros. Outra 12 meses, pagando o equivalente a 6,85% ao ano;
alternativa é investir o seu capital de R$ 10.000,00 24 meses, pagando o equivalente a 7,82% ao ano;
em títulos de curto prazo. Nesse caso, você aplicará 36 meses, pagando o equivalente a 8,23% ao ano;
o capital em um título com vencimento de um ano 48 meses, pagando o equivalente a 8,49% ao ano;
em 2023 e receberá o pagamento com juros em 60 meses, pagando o equivalente a 8,69% ao ano.
2024. Você repetirá o mesmo processo até chegar
no ano de 2033. Na segunda situação, você se expo- Agora você consegue entender o motivo pelo qual
rá a menos riscos”. os juros são maiores quando os prazos são maiores?
O risco é maior, a inflação, em 60 meses, muito prova-
Percebe-se, a partir do exemplo, que as duas velmente será bem maior do que em 6 meses.
opções fazem o dinheiro ser transferido de 2023 para Se colocarmos os prazos do nosso exemplo em um
2033 – e suas rentabilidades não são muito diferentes. gráfico, teremos a seguinte curva de juros:
Entretanto, precisamos ficar atentos com relação ao
risco sob o qual o cliente ficará exposto, pois, confor- juros
me o exemplo, na taxa longa, há mais riscos do que na (%a.a)
taxa curta. Observação: a taxa longa também depende 8,69
de todas as taxas curtas anuais ao longo dos dez anos. 8,49
8,23
CURVA DE JUROS 7,82
juros de curto e longo prazo? A linha traça os rendimentos de títulos com qua-
Primeiramente, é importante salientar que os
lidade de crédito igual, mas com datas de venci-
juros estão ligados ao custo do empréstimo do dinhei-
mentos diferentes (como no exemplo do tópico
ro e que isso é uma maneira de remunerar o risco de
inadimplência/calote. Então, fica claro que o forne- acima). Esta é uma característica fundamental
cedor de crédito vai sempre elevar os juros quando do gráfico da Curva de Juros.
o prazo de empréstimo for muito longo. Isso precisa
acontecer, pois é difícil saber como estará a situação Atenção: a taxa SELIC determina o piso dos juros
do devedor no longo prazo. de curtíssimo prazo e, com isso, é capaz de influenciar
Quando se trata de um empréstimo a curto prazo, os juros de longo prazo. Vale lembrar que ela é deter-
entretanto, os juros tendem a diminuir, uma vez que o minada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Mone-
risco de inadimplência é menor. Dentro desse contex- tária (Copom). Além disso, é importante sabermos que
to, entra a curva de juros, pois é possível, ao analisar o a taxa SELIC:
gráfico, tomar certa decisão de investimento olhando
para a projeção da curva na relação entre os juros de z é a principal ferramenta para controlar a inflação,
curto prazo e os juros de longo prazo. seguindo seu objetivo; 143
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z é a base para todas as demais taxas de juros da eco- Em resumo, o risco de crédito é o risco que a insti-
nomia brasileira e para os rendimentos dos princi- tuição financeira tem de não receber, de que seu cliente
pais investimentos, como diversos ativos de renda fique inadimplente.
fixa. As perdas com a inadimplência são um dos princi-
pais elementos na formação do custo do crédito. Quanto
Lembre-se, ainda, de que taxa SELIC alta reflete um maior a inadimplência de uma determinada linha de cré-
dito, maior será a taxa de juros cobrada pela instituição
cenário de inflação alta, uma vez que o objetivo das
financeira de seus clientes.
taxas altas é desaquecer a economia. Além disso, impac-
Porém, diversos fatores podem potencializar ou
ta no valor da nossa taxa de câmbio, o que atrai mais mitigar o efeito da inadimplência sobre o custo do cré-
investimentos internacionais em busca de retorno. dito; entre eles, a existência de garantias oferecidas pelo
Por outro lado, quando há queda na Taxa SELIC, o tomador de crédito. As garantias estão diretamente rela-
objetivo principal é aquecer a economia barateando cré- cionadas à capacidade das instituições financeiras de
ditos e reduzindo a cultura de investimentos (os retor- recuperar a dívida não paga.
nos serão menores). O consumo e a produção acabam Entretanto, para o devedor (aquele que toma recur-
sendo incentivados quando a SELIC está em baixa. sos emprestados) também há vantagens. Oferecer uma
De forma resumida, qualquer empréstimo ou garantia facilita o acesso ao crédito e torna esse crédito
financiamento que você fizer será impactado pela mais barato.
taxa SELIC, seja com taxa de juros de curto prazo ou Quantas vezes você já viu reportagens sobre as absur-
juros de longo prazo. das taxas de juros cobradas pelos bancos? Diversas, com
certeza. E quais são sempre os exemplos citados? Certa-
mente, os juros do cartão de crédito e os juros do cheque
especial. Eis que o motivo principal é o fato de que nessas
operações não há garantias.
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO Por mais que também sejam altos, os juros do finan-
NACIONAL ciamento da casa própria ou do financiamento de veícu-
los, por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documento
AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO
chamado “Relatório de Economia Bancária”. No relatório
FIDUCIÁRIA, HIPOTECA E FIANÇAS BANCÁRIAS
lançado em meados de 2019, relativo ao ano de 2018, o
Bacen analisou, dentre outros assuntos, a relação entre
O Papel das Garantias garantias e taxas de juros das operações de crédito a pes-
soas físicas.
Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias Foram encontradas evidências de que operações de
têm por objetivo dar maior segurança, maior proteção, crédito com garantias têm taxas de juros significativa-
às operações de crédito. A garantia é, portanto, algo aces- mente menores. Adicionalmente, observou-se que, quan-
sório à obrigação principal, que é a obrigação de pagar to maior a qualidade da garantia fornecida pelo tomador
do devedor. de crédito, menor a taxa de juros cobrada.
Em regra, como toda garantia é acessória a uma
obrigação principal, com a extinção da obrigação prin- Fonte: site do Banco Central.
cipal (ou seja, com o pagamento da dívida), a garantia
também se extingue, deixa de existir. Para melhor compreensão do tema, é interessante
Aparentemente, pode parecer que essa “segurança” diferenciar as garantias pessoais ou fidejussórias das
dada pela garantia, na realidade, só é vantajosa para garantias reais.
quem empresta. Para os tomadores de recursos, a exigên-
cia de garantia muitas vezes soa como uma dificuldade Garantias Pessoais ou Fidejussórias X Garantias
a mais na obtenção de crédito. Entretanto, observando Reais
atentamente, você perceberá que a existência de uma
garantia é vantajosa para ambos os lados da operação. A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia
Não há dúvidas de que para o credor (aquele que dada por uma terceira pessoa, que se responsabiliza
empresta recursos), a garantia significa uma maior pro- pela obrigação de honrar o compromisso estabelecido
babilidade de receber aquilo que lhe é devido. Afinal, a caso o devedor deixe de cumpri-lo. Ou seja, um terceiro
garantia ofertada pelo cliente em uma operação reduz o — que não está na relação principal entre credor e deve-
chamado risco de crédito. dor — assume a responsabilidade pelo pagamento da
De acordo a Resolução CMN nº 4.557, de 2017, define- dívida caso o devedor principal fique inadimplente.
-se o risco de crédito como a possibilidade de ocorrência É uma garantia baseada na confiança que mere-
de perdas associadas a: ce o garantidor — em seu caráter, sua honradez, sua
Art. 21 [...] “boa fama”, e, logicamente, na sua capacidade de hon-
I - não cumprimento pela contraparte de suas obri- rar o compromisso caso o devedor não honre. O Direi-
gações nos termos pactuados; to prevê dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o
II - desvalorização, redução de remunerações aval.
e ganhos esperados em instrumento financeiro Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o
decorrentes da deterioração da qualidade credití- direito de se fazer pagar pelo valor ou pelos rendi-
cia da contraparte, do interveniente ou do instru- mentos de certos e determinados bens, móveis ou
mento mitigador; imóveis, do próprio devedor ou de terceiros.
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou Nosso edital cobra três modalidades de garantia
IV - custos de recuperação de exposições caracteri- real: a hipoteca, o penhor mercantil e a alienação
144 zadas como ativos problemáticos. fiduciária. A seguir, detalharemos cada um deles.
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Relatório de Economia Bancária 2018
Garantias e diferenças nas taxas de juros de crédito
Fiança
A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam, perante
o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra. Ela representa uma forma de garantia que
poderá efetivar-se mediante a entrega de bens móveis ou imóveis.
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador e o devedor
(afiançado).
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação extensiva (além do estabe-
lecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as condições da fiança. Isso quer dizer que não
se admite a fiança verbal, e que a fiança deverá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-
-se interpretar a questão favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também é prorrogada, mesmo
sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja prevista em cláusula contratual.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
z Fiador: aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor não o faça;
z Afiançado: o devedor principal;
z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito de crédito.
A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso do afiançado (devedor prin-
cipal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos
de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:
Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se
fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor. 145
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Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito
todos os acessórios da dívida principal, inclusive as de crédito.
despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da O aval pode ser lançado no próprio título ou em
obrigação principal e contraída em condições menos folha de alongamento (pedaço de papel anexado ao
onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for título de crédito). A simples assinatura no título é sufi-
mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da
ciente para configurar o aval.
obrigação afiançada.
O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalista
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de
fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapa-
é coobrigado. De acordo com o art. 899, do Código Civil,
cidade pessoal do devedor. o avalista equipara-se àquele cujo nome indicar, ou
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo seja, o avalista se obriga no mesmo nível do avalizado.
não abrange o caso de mútuo feito a menor. A responsabilidade do avalista é tamanha que ele
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, responde pela obrigação que garantiu em pé de igual-
o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for dade com o devedor principal, sendo facultado ao cre-
pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha dor exigir, simultaneamente, do devedor e do avalista
de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode,
cumprir a obrigação. inclusive, ser acionado para pagar antes do avalizado,
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, o devedor principal.
poderá o credor exigir que seja substituído. [...] A obrigação do avalista é independente da obriga-
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará ção do avalizado. Diz-se que o aval é autônomo. A
desobrigado: obrigação do avalista é mantida, ainda que a obriga-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mora- ção que ele garantiu seja nula.
tória ao devedor; O aval em branco ocorre quando há a simples
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação assinatura do avalista no título, sem especificar
nos seus direitos e preferências; quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami- feito, declarando o nome do avalizado. No caso de
gavelmente do devedor objeto diverso do que este era aval prestado por pessoas físicas casadas, é neces-
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo sária a autorização do cônjuge, exceto no regime de
por evicção. [...] separação absoluta de bens.
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum O avalista possui o chamado direito de regresso.
dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto Deste modo, caso ele pague a obrigação, poderá, pos-
no regime da separação absoluta: [...] teriormente, cobrá-la do avalizado.
III - prestar fiança ou aval. Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado
mesmo após o vencimento do título de crédito, pois,
Aval desde que seja antes do protesto do título, ainda
assim, será válido.
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, for- Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406,
mal e solidária, dada por um terceiro, o avalista. de 2002) sobre o aval:
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em
um título de crédito, responsabilizando-se pelo seu Art. 897 O pagamento de título de crédito, que con-
pagamento, solidariamente com o devedor ou com tenha obrigação de pagar soma determinada, pode
qualquer outro coobrigado (endossante ou até mes- ser garantido por aval.
mo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
ou jurídica, garante o pagamento de um título de Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anver-
crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado. so do próprio título.
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, § 1° Para a validade do aval, dado no anverso do
todos são solidários com o avalizado no cumprimen- título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
to da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalis- § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
ta, o pagamento da obrigação por um deles libera os Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
car; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
demais da obrigação.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regres-
O aval é uma garantia específica dos títulos cam-
so contra o seu avalizado e demais coobrigados
biais (aqueles passíveis de transferência para outras anteriores.
pessoas), que se aplica exclusivamente a títulos de § 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda
crédito. que nula a obrigação daquele a quem se equipara,
Estamos falando, basicamente, de cheques, letras a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
de câmbio, notas promissórias e duplicatas. Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
mesmos efeitos do anteriormente dado. [...]
Dica Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648,
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
Duplicata: título de crédito em que o comprador outro, exceto no regime da separação absoluta: [...]
se obriga a pagar dentro do prazo estipulado o III - prestar fiança ou aval.
valor contido na fatura.
Hipoteca
Tem-se, portanto, três personagens na relação de
aval: A hipoteca é uma garantia real que recai, geral-
mente, sobre imóveis de propriedade do devedor
z Avalista: aquele que presta o aval; ou de terceiros. No entanto, bens móveis de grande
z Avalizado: aquele que recebe o aval, o devedor valor também podem ser objeto de hipoteca, como
146 principal; máquinas agrícolas, aeronaves, navios etc.
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Assim como na alienação fiduciária, que será vista III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofri-
mais adiante, a posse do bem móvel ou imóvel hipo- do por vício da coisa empenhada;
tecado permanece com o devedor. Por outro lado, na IV - a promover a execução judicial, ou a venda ami-
hipoteca, não há a transferência da propriedade do gável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou
bem ao credor. O devedor retém o bem, apenas gra- lhe autorizar o devedor mediante procuração;
vando-o para garantia de uma obrigação, permane- V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada
cendo, portanto, com o direito de aliená-lo (vendê-lo), que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante pré-
ou mesmo de ofertá-lo como garantia ao pagamento
via autorização judicial, sempre que haja receio
de outra dívida sua ou de terceiros.
fundado de que a coisa empenhada se perca ou
Trata-se de uma garantia que abrange todas as deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono
acessões (os aumentos), melhoramentos ou constru- da coisa empenhada pode impedir a venda anteci-
ções do imóvel. O credor não a perde, caso o bem seja pada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia
alienado. Para o credor, a hipoteca consiste em um real idônea.
direito real em coisa alheia.
A hipoteca deve ser registrada no Cartório de O credor não pode ser constrangido (obrigado) a
Registro de Imóveis do município em que se localiza o devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes
imóvel hipotecado. No caso de bens móveis, o registro de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requeri-
deve ser feito nos órgãos competentes (Registro Aero- mento do proprietário, determinar que seja vendida
náutico, Registro de Propriedade Marítima etc.) apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada,
O credor é chamado de credor hipotecário e o suficiente para o pagamento do credor, conforme o
devedor, de devedor hipotecário. A hipoteca é feita art. 1.434.
mediante contrato acessório e formal.
É nula a cláusula que proíbe o proprietário de ven- Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
der imóvel hipotecado. No entanto, o contrato pode I - extinguindo-se a obrigação;
definir que vencerá o crédito hipotecário, caso o imó- II - perecendo a coisa;
vel seja vendido. III - renunciando o credor;
O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do de credor e de dono da coisa;
mesmo ou de outro credor. V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
Salvo no caso de insolvência do devedor, o credor venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por
da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá ele autorizada.
executar o imóvel antes de vencida a primeira. Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor
depois de averbado o cancelamento do registro, à
Penhor Mercantil vista da respectiva prova.
natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. direito real em coisa própria. O devedor, no entanto,
Tem o credor direito a verificar o estado das coisas permanece com a posse do bem. Ou seja, continua uti-
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por lizando e usufruindo do bem.
si ou por pessoa que credenciar. Cumprindo a obrigação, o devedor retoma a pro-
As coisas empenhadas continuam em poder do priedade do bem. Caso o devedor não honre a obriga-
devedor, que as deve guardar e conservar.
ção, a posse do bem é transferida para o credor.
No penhor mercantil, temos dois personagens:
A alienação fiduciária é comumente utilizada
como garantia em financiamentos para aquisição
z Devedor;
de bens móveis, como veículos, por exemplo. No
z Credor pignoratício, beneficiário da garantia.
entanto, ela também pode ser utilizada em financia-
mentos imobiliários (bens imóveis).
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
Os dois personagens da alienação fiduciária, portan-
I - à posse da coisa empenhada;
to, são:
II - à retenção dela, até que o indenizem das des-
pesas devidamente justificadas, que tiver feito, não
sendo ocasionadas por culpa sua;
147
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z Fiduciante (devedor); Segundo estudiosos do direito, a expressão tem
z Fiduciário (credor). origem no inglês money laudering, e refere-se a uma
prática que teria surgido nos anos de 1920 ou 1930,
A alienação fiduciária em garantia não tem por nos Estados Unidos. Naquela época, os gângsters nor-
finalidade a transmissão da propriedade ou da pos- te-americanos usavam empresas de fachada, como
se do bem ao credor, mas sim a constituição de uma lavanderias de roupa e lavadoras de automóveis,
garantia contra a inadimplência do devedor. Por isso, para ocultar a origem ilícita do dinheiro que tinham.
é um contrato acessório. Diz-se que Al Capone comprou uma rede de lavan-
O credor, portanto, é o proprietário e possuidor indi- derias em Chicago, em 1928, para que o negócio — devi-
reto ou mediato do bem, enquanto o devedor fica com a damente legalizado — lhe permitisse fazer depósitos
posse direta ou imediata, sendo seu usuário e depositário. bancários de notas de baixo valor, comuns no negó-
A propriedade por parte do credor é limitada, somen- cio de lavanderias, mas que, na realidade, vinham do
te sendo exercida para os fins previstos na lei, e é reso- comércio ilegal de bebidas alcoólicas durante a Lei Seca.
lúvel, pois retorna automaticamente para o devedor A lavagem de dinheiro, portanto, é um processo
fiduciante no momento em que for cumprida integral- que busca transformar recursos oriundos de ativi-
mente a obrigação. dades ilegais em ativos com origem, aparentemen-
te, legal. A prática geralmente envolve múltiplas
Fianças Bancárias transações, a fim de ocultar a origem criminosa dos
ativos e permitir que eles sejam utilizados sem com-
A fiança bancária é um produto bancário disponibi- prometer os criminosos.
lizado a clientes que necessitam oferecer garantia para O objetivo é esconder, disfarçar a ilegalidade
obrigações assumidas perante terceiros. dos recursos e bens patrimoniais, “lavando-os”. Ou
Através da fiança bancária, o banco emissor da carta seja, é dar aparente legalidade a um dinheiro de ori-
de fiança garante as obrigações de seu cliente. O banco é, gem ilegal.
portanto, o fiador, e o cliente, o afiançado. Por fim, é bom que você conheça a definição legal
A fiança bancária pode ser usada para: do crime mencionado, conforme disposto no art. 1º,
da Lei nº 9.613, de 1998:
z obtenção de empréstimos e financiamentos;
z habilitação em concorrência pública; Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
z locações; localização, disposição, movimentação ou pro-
z adiantamento por encomenda de bens. priedade de bens, direitos ou valores provenien-
tes, direta ou indiretamente, de infração penal.
A grande vantagem da fiança bancária é a de não
comprometer o caixa ou os bens do cliente. ETAPAS DA LAVAGEM DE DINHEIRO
10 COMBATE à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/mj/
148 pt-br/assuntos/sua-protecao/lavagem-de-dinheiro/institucional. Acesso em: 06 jun. 2022.
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Também é comum a utilização de doleiros e casas ou encobrimento de bens provenientes de atividades
de câmbio, que atuam como intermediários na trans- ilícitas relacionadas ao tráfico de drogas. Esse cenário
ferência de recursos para o exterior à margem do sis- impôs uma obrigação internacional de esforços com
tema financeiro oficial e sem tributação, declaração o objetivo de coibir a lavagem de dinheiro, esforços
ou autorização legal; e o uso de “laranjas”, pessoas estendidos ao combate ao terrorismo e à corrupção.
— reais ou fictícias — cujos nomes são utilizados, com Desde então, convencionou-se que, objetivando
ou sem o seu conhecimento, para constarem como combater a corrupção, o crime organizado, o terroris-
titulares de recursos ou bens, ocultando a identidade mo e até mesmo a simples evasão de divisas — que
do verdadeiro dono. pode comprometer a situação fiscal e monetária de
Como você pode perceber, a lavagem de dinheiro um país — é necessário manter uma vigilância cons-
pode ocorrer com a utilização do sistema financeiro tante. Entretanto, para isso, os reguladores de cada
ou mediante a utilização de outros mecanismos, como país dependem imensamente da cooperação das ins-
o mercado imobiliário, estabelecimentos comerciais, tituições financeiras.
jogos legais e ilegais etc. Daí, ressalta-se a classifica- Assim, há diversos dispositivos normativos em
ção doutrinária de lavagem financeira e lavagem não vigor no Brasil que se direcionam a garantir o cumpri-
financeira. mento do papel das instituições financeiras no comba-
te e na prevenção à lavagem de dinheiro.
Segunda Etapa: Ocultação ou Layering Em 1998, a Lei nº 9.613, que foi criada por força do
compromisso assumido no mencionado Tratado de
Tem por objetivo dificultar o rastreamento dos Viena, também de 1988, veio dispor sobre os crimes
recursos ilícitos. Na ocultação são realizadas várias de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos
operações em sequência, com o objetivo de quebrar
e valores; sobre a prevenção da utilização do sistema
a cadeia de evidências sobre a origem do dinheiro.
financeiro para a realização desses ilícitos; e criou o
Por exemplo, são utilizadas transferências de
Conselho de Controle de Atividades Financeiras — Coaf.
recursos entre diversas contas correntes, transfe-
Mais recentemente, a Lei nº 12.683, de 2012, alte-
rência de recursos entre empresas, operações através
rou significativamente a Lei nº 9.613, de 1998, bus-
de contas fantasmas (conta em nome de pessoas que
cando tornar mais eficiente a persecução penal dos
não existem) e de “laranjas”, além da transferência de
crimes de lavagem de dinheiro.
recursos para paraísos fiscais.
E, por último, tivemos a edição da Lei nº 13.974, de
Também é usual, nessa fase, a transformação das
quantias em bens de imóveis ou móveis como joias, 2020, que, dentre outras mudanças, vinculou o COAF,
ouro e pedras preciosas. administrativamente, ao Banco Central.
O Banco Central, por usa vez, através da Circular
Terceira Etapa: Integração ou Integration nº 3.978, de 2020, dispôs sobre a política, os procedi-
mentos e os controles internos a serem adotados pelas
A terceira, e última, etapa consiste na incorpora- instituições por ele autorizadas a funcionar, visando à
ção formal dos recursos no sistema econômico, sob prevenção da utilização do sistema financeiro para a
a forma de investimentos em bens móveis ou imóveis, prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens,
empreendimentos ou compra de ativos, isso tudo com direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 1998,
uma documentação aparentemente legal. Com isso, o e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº
dinheiro se insere definitivamente na economia for- 13.260, de 2016.
mal e de maneira, supostamente, lícita.
Completadas as três etapas, o dinheiro “sujo” tor- LEI Nº 9.613, DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES
na-se “lavado”, e fica distante de sua origem ilícita,
deixando mais difícil sua associação direta com o cri- Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, ori-
me e seus autores. gem, localização, disposição, movimentação
Dessa forma, o dinheiro volta para os criminosos ou propriedade de bens, direitos ou valores
— legitimado e por vias formais — materializado em provenientes, direta ou indiretamente, de
bens, investimentos e empreendimentos. Para consta- infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
tar a sua origem ilícita, seria necessário retroagir inú- de 2012)
meras operações. Pena – reclusão, de 3 a 10 anos, e multa. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
LEGISLAÇÃO SOBRE O CRIME DE LAVAGEM DE O art. 1º traz o conceito de lavagem de dinheiro (ou
DINHEIRO capitais). De maneira simples, temos que a lavagem
de dinheiro consiste no ato ou atos praticados com a
O primeiro passo do Brasil na direção de coibir e finalidade de dar aparência lícita a bens, direitos ou
punir o crime de lavagem de dinheiro foi ter se tor- valores que tenham origem na prática de uma infra-
nado signatário da Convenção de Viena, celebrada ção penal (crime ou contravenção).
em 1988, que criminalizou a conduta de lavagem dos Veja que os núcleos do tipo (verbos) são ocultar e
bens e valores procedentes do tráfico ilícito de entor- dissimular. Se o agente pratica os dois, dentro do mes-
pecentes e substâncias psicotrópicas e instituiu vários mo contexto, responde por um único crime.
mecanismos de cooperação internacional para facili- A lavagem é chamada de “crime parasitário”.
tar as investigações extraterritoriais e o cumprimento Observe bem que a lavagem (que é crime) tem relação
de medidas administrativas e judiciais entre os países com a prática de uma infração (crime ou contraven-
signatários. ção) anterior. De acordo com o art. 1º, o julgamento
O art. 3º, da Convenção, dispôs que as partes sig- independe do processo e do julgamento das infrações
natárias precisavam se esforçar para transformar em penais antecedentes.
delitos penais a conversão, transferência, ocultação 149
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Neste sentido, para que seja punível a lavagem, que se organiza com divisão de tarefas para a prática
deve haver um fato típico e ilícito anterior. No entan- destes crimes com o objetivo de obter vantagem de qual-
to, não é necessária a condenação no crime anterior, quer natureza de forma direta ou indireta.
somente será excluída a lavagem. Ou seja, se a infra- O § 4º do art. 1º, traz uma causa de aumento de
ção penal antecedente foi atípica (fato inexistente) e, pena (de 1/3 a 2/3) se os crimes previstos na Lei de
por isso, não constituir infração penal, ou, ainda, se Lavagem forem cometidos:
houve causa que excluísse a ilicitude, não há como o
agente responder por lavagem de dinheiro. z de forma reiterada; ou
Seguindo com o nosso estudo, incorrerá na mes- z por intermédio de organização criminosa.
ma, pena prevista no caput do art. 1º, quem pratica as z por meio de ativo virtual.
condutas que estão no art. 1º, § 1º:
Dica
Art. 1° [...]
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar O conceito de organização criminosa se encon-
ou dissimular a utilização de bens, direitos ou tra §1°, do art. 1°, na Lei nº 12.850, de 2013.
valores provenientes de infração penal
I - os converte em ativos lícitos; Já vimos que existe hipótese de aumento de pena
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou nos crimes de lavagem. E será que existe alguma hipó-
recebe em garantia, guarda, tem em depósito, tese de diminuição? Sim, ela se encontra prevista no §
movimenta ou transfere; 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998.
III - importa ou exporta bens com valores não
correspondentes aos verdadeiros.
COLABORAÇÃO PREMIADA
O inciso I trata da hipótese de a lavagem dar-se Art. 1° [...]
com a conversão dos bens, direitos ou valores em ati- § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois
vos lícitos, como, por exemplo, ações na Bolsa. Por esse terços e ser cumprida em regime aberto ou
viés, pode-se falar na chamada “lavagem em cadeia” semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de apli-
(lavagem da lavagem), que é a ocultação ou dissimu- cá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena
lação de bens, dinheiro ou valores, provenientes de restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partíci-
lavagens anteriores (neste caso, o delito antecedente pe colaborar espontaneamente com as autorida-
é outra lavagem). Um exemplo da lavagem em cadeia des, prestando esclarecimentos que conduzam à
seria a aplicação, na Bolsa de Valores, de rendimentos apuração das infrações penais, à identificação
obtidos numa lavagem anterior. dos autores, coautores e partícipes, ou à loca-
O inciso II trata da figura do receptador dos bens, lização dos bens, direitos ou valores objeto do
crime.
direitos ou valores.
Já o inciso III cuida da hipótese específica de
Para ser beneficiado pela colaboração premiada, o
lavagem por meio de operações de importação e
indivíduo deve colaborar, a qualquer tempo (ou seja,
exportação.
na fase investigatória ou processual), de uma das três
O parágrafo 2º do artigo 1º apresenta outras hipó-
formas previstas (basta uma; os requisitos não são
teses equiparadas à lavagem de dinheiro. O inciso I do
cumulativos):
§ 2º pune a lavagem no exercício de atividade econô-
mica ou financeira e o inciso II pune a associação para
z conduzir à apuração das infrações penais;
fins de lavagem de capitais. Vejamos:
z conduzir à identificação de autores, coautores e
partícipes; ou
Art. 1° [...]
z conduzir à localização dos bens, direitos ou valo-
§ 2° Incorre, ainda, na mesma pena quem:
res objeto do crime.
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira,
bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal; z Formas de colaboração (alternativas) (§ 5º , do
II - participa de grupo, associação ou escritório ten- art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998)
do conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos
nesta Lei. Apuração de infrações
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágra-
fo único do art. 14 do Código Penal.
Identificação de Autores,
O § 3º traz importante disposição no sentido de Coautores e Partícipes
que é punível a tentativa de lavagem de capitais.
número de cotas, incompatível com sua capacidade claramente caracterizadas em sua legalidade e fun-
financeira ou com o objeto da pessoa jurídica; damentação econômica;
b) aumento expressivo do número de cotas perten- b) operações complexas e com custos mais elevados
centes a um mesmo consorciado; que visem a dificultar o rastreamento dos recursos
c) oferecimento de lances incompatíveis com a ou a identificação da natureza da operação;
capacidade financeira do consorciado; c) pagamentos de importação e recebimentos de
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor exportação, antecipados ou não, por empresa sem
do bem; tradição ou cuja capacidade financeira seja incom-
e) pagamento antecipado de quantidade expressi- patível com o montante negociado;
va de prestações vincendas, não condizente com a d) pagamentos a terceiros não relacionados a ope-
capacidade financeira do consorciado; rações de importação ou de exportação;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, e) transferências unilaterais que, pela habitualida-
seguida de quitação das prestações vincendas; de, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
g) utilização de documentos falsificados na adesão tem atipicidade;
ou tentativa de adesão a grupo de consórcio; f) transferências internacionais, inclusive a título
h) pagamentos realizados em localidades diferen- de disponibilidade no exterior, nas quais não se
tes ao do endereço do cadastro; justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se 161
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mostrem incompatíveis com a capacidade financei- a) recebimento de investimento externo direto,
ra ou com o perfil do cliente; cujos recursos retornem imediatamente a título de
g) exportações ou importações aparentemente fic- disponibilidade no exterior;
tícias ou com indícios de superfaturamento ou sub- b) recebimento de investimento externo direto, com
faturamento, ou ainda em situações que não seja realização quase imediata de remessas de recursos
possível obter informações sobre o desembaraço para o exterior a título de lucros e dividendos;
aduaneiro das mercadorias; c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em
h) existência de informações na carta de crédito valores incompatíveis com o valor investido;
com discrepâncias em relação a outros documentos d) remessas ao exterior a título de investimento em
da operação de comércio internacional; montantes incompatíveis com a capacidade finan-
i) pagamentos ao exterior após créditos em reais ceira do cliente;
efetuados nas contas de depósitos dos titulares das e) remessas de recursos de um mesmo investidor
operações de câmbio por pessoas naturais ou jurí- situado no exterior para várias empresas no País;
dicas que não demonstrem a existência de vínculo f) remessas de recursos de vários investidores
comercial ou econômico; situados no exterior para uma mesma empresa no
j) movimentações decorrentes de programa de País;
repatriação de recursos que apresentem inconsis- g) recebimento de aporte de capital desproporcio-
tências relacionadas à identificação do titular ou nal ao porte ou à natureza empresarial do cliente,
do beneficiário final, bem como ausência de infor- ou em valores incompatíveis com a capacidade
mações confiáveis sobre a origem e a fundamenta- financeira dos sócios;
ção econômica ou legal; h) retorno de investimento feito no exterior sem
k) pagamentos de frete ou de outros serviços que comprovação da remessa que lhe tenha dado
apresentem indícios de atipicidade ou de incompa- origem.
tibilidade com a atividade ou capacidade econômi- XIII - Situações relacionadas com funcio-
co-financeira do cliente; nários, parceiros e prestadores de serviços
l) transferências internacionais por uma ou mais terceirizados:
pessoas naturais ou jurídicas com indícios de frag- a) alteração inusitada nos padrões de vida e de
mentação, como forma de ocultar a real origem ou comportamento do empregado, do parceiro ou
destino dos recursos; de prestador de serviços terceirizados, sem causa
m) transações em uma mesma data, ou em curto aparente;
período, de valores idênticos ou aproximados, ou b) modificação inusitada do resultado operacional
com outros elementos em comum, tais como ori-
da pessoa jurídica do parceiro, incluído correspon-
gem ou destino dos recursos, titulares, procurado-
dente no País, sem causa aparente;
res, endereço, número de telefone, que configurem
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao
artificio de burla do limite máximo de operação;
procedimento formal da instituição por funcioná-
n) transferência via facilitadora de pagamentos ou
rio, parceiro, incluído correspondente no País, ou
com a utilização do cartão de crédito de uso inter-
prestador de serviços terceirizados;
nacional, que, pela habitualidade, valor ou forma,
d) fornecimento de auxílio ou informações, remune-
não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
rados ou não, a cliente em prejuízo do programa de
o) transferências relacionadas a investimentos não
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen-
convencionais que, pela habitualidade, valor ou for-
to do terrorismo da instituição, ou de auxílio para
ma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
p) pagamento de frete internacional sem amparo estruturar ou fracionar operações, burlar limites
em documentação que evidencie vínculo com ope- regulamentares ou operacionais.
ração comercial. XIV - Situações relacionadas a campanhas
XI - Situações relacionadas com operações de eleitorais:
crédito contratadas no exterior: a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou
a) contratação de operações de crédito no exterior não) de candidatos, contas de estreito colaborador
com cláusulas que estabeleçam condições incompa- dessas pessoas ou em contas de partidos políticos,
tíveis com as praticadas no mercado, como juros de valores que desrespeitem as vedações ou extra-
destoantes da prática ou prazo muito longo; polem os limites definidos na legislação em vigor;
b) contratação, no exterior, de várias operações de b) uso incompatível com as exigências regulatórias
crédito consecutivas, sem que a instituição tome do fundo de caixa do partido eleitoral;
conhecimento da quitação das anteriores; c) recebimento de doações, em contas de candida-
c) contratação, no exterior, de operações de crédito tos, de valores que desrespeitem as vedações ou
que não sejam quitadas por intermédio de opera- extrapolem os limites definidos na legislação em
ções na mesma instituição; vigor, inclusive mediante uso de terceiros e/ou de
d) contratação, no exterior, de operações de crédi- contas de terceiros;
to, quitadas sem explicação aparente para a origem d) transferências, a partir das contas de candida-
dos recursos; tos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja ativi-
e) contratação de empréstimos ou financiamentos dade não guarde aparente relação com contas de
no exterior, oferecendo garantias em valores ou campanha.
formas incompatíveis com a atividade ou capacida- XV - Situações relacionadas a BNDU e outros
de financeira do cliente ou em valores muito supe- ativos não financeiros:
riores ao valor das operações contratadas ou cuja a) negociação de BNDU ou outro ativo não finan-
origem não seja claramente conhecida; ceiro para pessoas naturais ou jurídicas sem capa-
f) contratação de operações de crédito no exterior, cidade financeira;
cujo credor seja de difícil identificação e sem que b) negociação de BNDU ou outro ativo não financei-
exista relação ou fundamentação para a operação ro mediante pagamento em espécie;
entre as partes. c) negociação de BNDU ou outro ativo não finan-
XII - Situações relacionadas com operações de ceiro por preço significativamente superior ao de
162 investimento externo: avaliação;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) negociação de outro ativo não financeiro em Comunicação Eficiente: fornecer informações
benefício de terceiros. de forma precisa, adequada, clara e oportuna,
XVI - Situações relacionadas com a movimen- proporcionando condições para o consumidor
tação de contas correntes em moeda estran- tomar decisões conscientes e bem informadas;
geira (CCME): a comunicação com o consumidor, por qual-
a) movimentação de recursos incompatível com a quer veículo, pessoalmente ou mediante ofer-
atividade econômica e a capacidade financeira do tas ou anúncios publicitários, deve ser feita de
cliente;
modo a informá-lo sobre os aspectos relevantes
b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros
do relacionamento com a Signatária;
cujas movimentações financeiras não apresentem
Melhoria Contínua: aperfeiçoar padrões de con-
fundamentação econômica ou legal ou nas quais
pareça não haver vinculação entre a atividade duta, elevar a qualidade dos produtos, níveis de
declarada do titular da CCME e as outras partes segurança e a eficiência dos serviços.
envolvidas nas transações;
c) movimentação de recursos, em especial nas con- Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série
tas tituladas por agentes autorizados a operar no de compromissos de conduta que, em conjunto com as
mercado de câmbio, que denotem inobservância diversas outras normas aplicáveis às suas atividades,
a limites por operação cambial ou qualquer outra contribuirão para que o mercado funcione de forma
situação em que não se justifiquem ou apresentem ainda mais eficaz, clara e transparente, em benefício
atipicidade, pela habitualidade, valor, forma ou não só do próprio setor, mas de todos os envolvidos
ausência de aderência às normas cambiais; nesse processo – os consumidores e a sociedade como
d) transações atípicas em CCME de movimentação um todo.
restrita. Exemplos: contas de agências de turismo
e contas de administradoras de cartão de crédito. z Como esse Sistema vai interferir no relaciona-
XVII - Situações relacionadas com operações
mento entre bancos e consumidores?
realizadas em municípios localizados em
regiões de risco:
a) operação atípica em municípios localizados em O propósito maior do Sistema de Autorregulação
regiões de fronteira; Bancária é promover a melhoria contínua da qualida-
b) operação atípica em municípios localizados em de do relacionamento entre os bancos signatários do
regiões de extração mineral; Sistema e os consumidores (pessoa física). Assim, ao
c) operação atípica em municípios localizados em contribuir para um melhor funcionamento do setor,
outras regiões de risco. os consumidores deverão ser diretamente beneficia-
§ 1º As operações ou as situações referidas no caput dos por esse processo.
devem ser comunicadas, nos termos da referida Cir-
cular, somente nos casos em que os indícios forem z Como será monitorada e avaliada a conduta dos
confirmados ao término da execução dos procedi- bancos, para que se saiba quem está, de fato,
mentos de análise de operações e situações suspeitas. cumprindo as normas do Sistema?
§ 2º Os procedimentos referidos no § 1º devem con-
siderar todas as informações disponíveis, inclusive O monitoramento das condutas dos bancos, para
aquelas obtidas por meio dos procedimentos desti-
que se avalie e assegure sua efetiva adequação a todas
nados a conhecer clientes, funcionários, parceiros e
as normas da autorregulação será feito pela Diretoria
prestadores de serviços terceirizados.
de Autorregulação – criada pelo próprio Código de
Autorregulação Bancária, na estrutura da Febraban,
para essa finalidade específica.
Para cumprir essa sua missão, a Diretoria de Autor-
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA regulação trabalhará com os seguintes procedimentos:
ção dos 4 (quatro) grandes princípios que o orientam: de alguma forma, apresentem qualquer desa-
juste, em relação ao disposto nas normas do
Ética e Legalidade: adotar condutas benéficas Sistema;
à sociedade, ao funcionamento do mercado e Relatório de Ouvidoria: os bancos signatários
ao meio-ambiente; respeitar a livre concorrên- deverão enviar à Diretoria de Autorregulação
cia e a liberdade de iniciativa; atuar em con- os mesmos relatórios de Ouvidoria que reme-
formidade com a legislação vigente e com as tem ao Banco Central do Brasil;
normas da auto regulação; Central de Atendimento: fornecer acesso à
Respeito ao Consumidor: tratar o consumi- população a um sistema para registro de ocor-
dor de forma justa e transparente, com atendi- rências que os consumidores identifiquem
mento cortês e digno; assistir o consumidor na como desajustes com as normas da Autorre-
avaliação dos produtos e serviços adequados gulação. Esse sistema, que não se volta ao tra-
às suas necessidades e garantir a segurança e a tamento ou solução de problemas individuais,
confidencialidade de seus dados pessoais; con- tem por finalidade específica propiciar um
ceder crédito de forma responsável e incenti- monitoramento amplo do mercado por parte
var o uso consciente do crédito; da Diretoria de Autorregulação, no sentido de 163
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
avaliar o efetivo cumprimento das normas do III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
Sistema sob a perspectiva do público. IV – sociedades de crédito, financiamento e
investimentos;
z O Sistema de Autorregulação poderá ajudar a V – sociedades de crédito imobiliário;
resolver algum problema pessoal/individual VI – administradoras de cartões de crédito;
que o consumidor venha experimentando junto VII – sociedades de arrendamento mercantil;
VIII – administradoras de mercado de balcão
a algum dos bancos signatários?
organizado;
IX – cooperativas de crédito;
Sim. Caso autorizado pelo consumidor, o Sistema
X – associações de poupança e empréstimo;
de Autorregulação Bancária enviará a demanda ao XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
canal de atendimento responsável do próprio banco XII – entidades de liquidação e compensação;
signatário reclamado. A Instituição reclamada será XIII – outras sociedades que, em razão da natureza
responsável por responder diretamente o caso em até de suas operações, assim venham a ser considera-
15 dias. das pelo Conselho Monetário Nacional.
z Quando eu identificar que algum banco não Para efeitos da lei, as empresas de fomento
está cumprindo as regras, eu posso noticiar o comercial ou factoring também deverão obedecer
Sistema quanto a isso? Como me manifestar? às normas aplicáveis àquelas instituições financeiras.
Não será considerada violação do sigilo, de acor-
Sim. Você não apenas pode se manifestar como, do com o § 2° do art. 1°, entre outros:
na verdade, é esperado que você o faça. Esses regis-
tros não serão individualmente respondidos, nem isso z a troca de informações entre instituições financei-
gerará, de imediato ou necessariamente, alguma san- ras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio
ção ao(s) banco(s) apontado(s). No entanto, eles serão de centrais de risco;
uma fonte preciosa de monitoramento da atuação de z o fornecimento de informações constantes de
cada agente do Sistema, para que possamos melhor cadastro de emitentes de cheques sem provisão de
conferir se, de fato, as normas da Autorregulação fundos e de devedores inadimplentes, a entidades
estão sendo corretamente cumpridas. de proteção ao crédito;
Dentre os vários normativos que a FEBRABAN edi- z a comunicação, às autoridades competentes, da
tou a respeito da Autorregulação Bancária, destaca- prática de ilícitos penais ou administrativos;
mos alguns pontos que podem ser abordados nas suas z o fornecimento de dados financeiros e de paga-
provas. Vejamos: mentos, relativos a operações de crédito e obriga-
ções de pagamento adimplidas ou em andamento
Código de Auto-Regulação Bancária de pessoas naturais ou jurídicas, a gestores de ban-
Art. 2º As normas da auto regulação não cos de dados, para formação de histórico de crédi-
se sobrepõe, mas se harmonizam à legislação to, nos termos de lei específica.
vigente, destacadamente ao código de Defesa do
Consumidor, às leis e normas especificamente dire-
Será possível a quebra do sigilo quando a medida
cionadas ao sistema bancário e à execução de ati-
se mostrar necessária para a apuração de ocorrência de
vidades delegadas pelo setor público a instituições
financeiras.
qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do
Art. 3º As normas da auto regulação abrangem processo judicial, de acordo com o § 3°, do art. 1°:
todos os produtos e serviços ofertados ou dispo-
nibilizados pelas Signatárias a qualquer pessoa § 4° A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando
física, cliente ou não cliente (o “consumidor”). necessária para apuração de ocorrência de qualquer
ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS judicial, e especialmente nos seguintes crimes:
I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes
https://www.autorregulacaobancaria.com.br/.
ou drogas afins;
Acesso em 4 de jul. 2021. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições
ou material destinado a sua produção;
IV – de extorsão mediante sequestro;
V – contra o sistema financeiro nacional;
SIGILO BANCÁRIO: LEI VI – contra a Administração Pública;
VII – contra a ordem tributária e a previdência
COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001 E social;
SUAS ALTERAÇÕES VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
direitos e valores;
A LC nº 105, de 2001, dispõe sobre o sigilo das IX – praticado por organização criminosa.
operações de instituições financeiras, além de dar
outras providências. O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do
Para efeitos do que ela prescreve, de acordo com o Brasil (BACEN), em relação às operações que reali-
art. 1°, são consideradas instituições financeiras: zar e às informações que obtiver no exercício de suas
atribuições.
Art. 1° […] A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ins-
§ 1° […] taurado inquérito administrativo, poderá solicitar à
I – os bancos de qualquer espécie; autoridade judiciária competente o levantamento do
164 II – distribuidoras de valores mobiliários; sigilo junto às instituições financeiras de informações
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e documentos relativos a bens, direitos e obrigações e as instituições financeiras fornecerão ao Poder
de pessoa física ou jurídica submetida ao seu poder Legislativo Federal as informações e os documen-
disciplinar. tos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem
O Bacen e a CVM deverão manter, entre si, inter- necessários ao exercício de suas respectivas com-
câmbio permanente acerca dos resultados das inspe- petências constitucionais e legais.
ções que realizarem, dos inquéritos e das penalidades § 1° As comissões parlamentares de inquérito, no
que aplicarem, sempre que tais informações forem exercício de sua competência constitucional e legal
de ampla investigação, obterão as informações e
necessárias ao desempenho das suas atividades.
documentos sigilosos de que necessitarem, direta-
Além disso, segundo o § 4º do art. 2º, poderão ambas
mente das instituições financeiras, ou por intermé-
as instituições (BACEN e CVM) firmarem convênios:
dio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de
Valores Mobiliários.
Art. 2° […] § 2° As solicitações de que trata este artigo deverão
§ 4° […] ser previamente aprovadas pelo Plenário da Câma-
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de ra dos Deputados, do Senado Federal, ou do plená-
instituições financeiras, objetivando a realização rio de suas respectivas comissões parlamentares de
de fiscalizações conjuntas, observadas as respecti- inquérito.
vas competências; Art. 5° O Poder Executivo disciplinará, inclusive
II - com bancos centrais ou entidades fiscaliza- quanto à periodicidade e aos limites de valor, os cri-
doras de outros países, objetivando: térios segundo os quais as instituições financeiras
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de institui- informarão à administração tributária da União,
ções financeiras estrangeiras, em funcionamento as operações financeiras efetuadas pelos usuários
no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de de seus serviços. (Regulamento)
instituições financeiras brasileiras; § 1° Consideram-se operações financeiras, para os
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de infor- efeitos deste artigo:
mações para a investigação de atividades ou I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta
operações que impliquem aplicação, negociação, de poupança;
ocultação ou transferência de ativos financeiros e II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou
de valores mobiliários relacionados com a prática em cheques;
de condutas ilícitas. III – emissão de ordens de crédito ou documentos
assemelhados;
A CVM e o Bacen, no exercício de suas atribuições, ao IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a
se depararem com a ocorrência de crime definido em lei prazo, inclusive de poupança;
como de ação pública, ou mesmo de indícios da prática V – contratos de mútuo;
de tais crimes, deverão levar essa informação ao Minis- VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e
tério Público. outros títulos de crédito;
O BACEN, a CVM e todos os demais órgãos de fiscali- VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou
zação devem fornecer ao COAF (Conselho de Controle variável;
de Atividades Financeiras), atual Unidade de Inteligên- VIII – aplicações em fundos de investimentos;
cia Financeira (UIF), informações cadastrais e de movi- IX – aquisições de moeda estrangeira;
mento de valores relativos às operações financeiras que X – conversões de moeda estrangeira em moeda
sugerem atividades ilícitas. nacional;
XI – transferências de moeda e outros valores para
A Advocacia-Geral da União (AGU) também tem a
o exterior;
prerrogativa de requisitar ao Bacen e à CVM informações
XII – operações com ouro, ativo financeiro;
e documentos relativos às operações financeiras listadas
XIII - operações com cartão de crédito;
na lei. No entanto, elas ficam restritas ao que for necessá- XIV - operações de arrendamento mercantil; e
rio à defesa da União nas ações em que seja parte. XV – quaisquer outras operações de natureza seme-
Em caso de determinação judicial, caberá ao Bacen, lhante que venham a ser autorizadas pelo Banco
à CVM e às instituições financeiras o fornecimento das Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários
informações requisitadas. ou outro órgão competente.
As comissões de inquérito administrativo, respon- § 2° As informações transferidas na forma do caput
sáveis pela apuração de infrações administrativas prati- deste artigo restringir-se-ão a informes relaciona-
cadas por servidores públicos, poderão pedir ao Poder dos com a identificação dos titulares das operações
Judiciário a quebra do sigilo bancário quando a supos- e os montantes globais mensalmente movimenta-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de Vistas as hipóteses de aplicação, segue, agora, o
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por contrário: a vedação à aplicação.
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito
público ou privado, com o objetivo de proteger os Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de
direitos fundamentais de liberdade e de priva- dados pessoais:
cidade e o livre desenvolvimento da personali- I - realizado por pessoa natural para fins exclusiva-
dade da pessoa natural. mente particulares e não econômicos;
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta II - realizado para fins exclusivamente:
Lei são de interesse nacional e devem ser observadas a) jornalístico e artísticos; ou
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts.
7º e 11 desta Lei;
O art. 2º traz os fundamentos da LGPD, quais sejam: III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
z o respeito à privacidade; b) defesa nacional;
z a autodeterminação informativa; c) segurança do Estado; ou
z a liberdade de expressão, de informação, de comu- d) atividades de investigação e repressão de infra-
nicação e de opinião; ções penais; ou
z a inviolabilidade da intimidade, da honra e da IV - provenientes de fora do território nacional e que
não sejam objeto de comunicação, uso compartilhado
imagem;
de dados com agentes de tratamento brasileiros ou
z o desenvolvimento econômico e tecnológico e a
objeto de transferência internacional de dados com
inovação; outro país que não o de proveniência, desde que o
z a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do país de proveniência proporcione grau de proteção de
consumidor; dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.
z os direitos humanos, o livre desenvolvimento da
personalidade, a dignidade e o exercício da cida- O art. 5º é uma espécie de dicionário para a legisla-
dania pelas pessoas naturais. ção, portanto, sua leitura é de grande importância. Os
termos próprios utilizados ao longo da Lei n° 13.709,
Logo em seguida, temos a regulação da aplicação de 2018, são conceituados nos seus incisos, assim, caso
da legislação. Vejamos: haja algum termo que tenha esquecido o significado,
recorra a esse dispositivo.
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de Alguns princípios, além do princípio da boa-fé (já
tratamento realizada por pessoa natural ou por que se trata de dados pessoais), são expressamente
pessoa jurídica de direito público ou privado, inde- previstos na LGPD, possuindo, inclusive, suas defini-
pendentemente do meio, do país de sua sede ou do ções (art. 6º). Vejamos:
país onde estejam localizados os dados, desde que:
I - a operação de tratamento seja realizada no ter- z Finalidade: realização do tratamento para propó-
ritório nacional; sitos legítimos, específicos, explícitos e informados
ao titular, sem possibilidade de tratamento poste-
Assim, mesmo que a empresa seja estrangeira, ten- rior de forma incompatível com essas finalidades;
do a operação de dados sido realizada dentro do terri- z Adequação: compatibilidade do tratamento com
tório brasileiro, a LGPD será aplicada. as finalidades informadas ao titular, de acordo
com o contexto do tratamento;
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a z Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo
oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o necessário para a realização de suas finalidades,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
tratamento de dados de indivíduos localizados no com abrangência dos dados pertinentes, propor-
território nacional; ou cionais e não excessivos em relação às finalidades
do tratamento de dados;
Nesta hipótese, tem-se que, mesmo que a sede da z Livre Acesso: garantia, aos titulares, de consulta
empresa seja localizada em outro país, a LGPD será facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do
aplicada, já que existe o tratamento de dados de pes- tratamento, bem como sobre a integralidade de
soas situadas dentro do território nacional. seus dados pessoais;
z Qualidade dos Dados: garantia, aos titulares, de
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham exatidão, clareza, relevância e atualização dos
sido coletados no território nacional. dados, de acordo com a necessidade e para o cum-
§ 1º Consideram-se coletados no território primento da finalidade de seu tratamento;
nacional os dados pessoais cujo titular nele se z Transparência: garantia, aos titulares, de infor-
encontre no momento da coleta. mações claras, precisas e facilmente acessíveis
sobre a realização do tratamento e os respectivos
agentes de tratamento, observados os segredos
comercial e industrial;
167
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Segurança: utilização de medidas técnicas e admi- § 5º O controlador que obteve o consentimento refe-
nistrativas aptas a proteger os dados pessoais de rido no inciso I do caput deste artigo que necessitar
acessos não autorizados e de situações acidentais comunicar ou compartilhar dados pessoais
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comuni- com outros controladores deverá obter con-
cação ou difusão; sentimento específico do titular para esse fim,
z Prevenção: adoção de medidas para prevenir a ressalvadas as hipóteses de dispensa do consenti-
ocorrência de danos em virtude do tratamento de mento previstas nesta Lei.
dados pessoais;
z Não discriminação: impossibilidade de realiza- O art. 8º dispõe sobre o consentimento do titular
ção do tratamento para fins discriminatórios ilíci- de dados. Vejamos:
tos ou abusivos;
z Responsabilização e Prestação de Contas: Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do
demonstração, pelo agente, da adoção de medidas art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito
ou por outro meio que demonstre a manifesta-
eficazes e capazes de comprovar a observância e
ção de vontade do titular.
o cumprimento das normas de proteção de dados
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri-
pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. to, esse deverá constar de cláusula destacada
das demais cláusulas contratuais.
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o
consentimento foi obtido em conformidade com o
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente disposto nesta Lei.
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento Nesse caso, há a inversão do ônus da prova, pois,
pelo titular; se o titular dos dados ingressar com uma ação judicial,
II - para o cumprimento de obrigação legal ou
não precisará fazer prova acerca do não consentimen-
regulatória pelo controlador;
to, visto que seria de notória dificuldade a produção
III - pela administração pública, para o trata-
mento e uso compartilhado de dados necessá-
da prova negativa.
rios à execução de políticas públicas previstas
em leis e regulamentos ou respaldadas em contra- § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais
tos, convênios ou instrumentos congêneres, obser- mediante vício de consentimento.
vadas as disposições do Capítulo IV desta Lei;
IV - para a realização de estudos por órgão de Vejamos, portanto, os seguintes vícios de consenti-
pesquisa, garantida, sempre que possível, a anoni- mento expostos no CC:
mização dos dados pessoais;
V - quando necessário para a execução de contra- z Erro: cometido sem influência externa; ocorre em
to ou de procedimentos preliminares relacio- decorrência de percepção errônea da própria pessoa;
nados a contrato do qual seja parte o titular, a z Dolo: é o ato de enganar alguém; neste caso, é um
pedido do titular dos dados; erro induzido por terceiro;
VI - para o exercício regular de direitos em pro- z Coação Moral: espécie de pressão, como, por
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse últi- exemplo, uma ameaça potencial;
mo nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de z Estado de Perigo: é quando uma pessoa impõe a
1996 (Lei de Arbitragem) ;
si mesma uma obrigação excessivamente onerosa
VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
em decorrência de um perigo; nesse caso, é neces-
de física do titular ou de terceiro;
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em
sário que a parte beneficiada tenha conhecimento
procedimento realizado por profissionais de saúde, da situação;
serviços de saúde ou autoridade sanitária; z Lesão: desproporção entre as obrigações em razão
IX - quando necessário para atender aos interesses de necessidade (excetuada a decorrente de perigo)
legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no ou inexperiência.
caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
mentais do titular que exijam a proteção dos dados § 4º O consentimento deverá referir-se a finali-
pessoais; ou dades determinadas, e as autorizações genéricas
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao para o tratamento de dados pessoais serão nulas.
disposto na legislação pertinente. § 5º O consentimento pode ser revogado a qual-
quer momento mediante manifestação expressa
Observamos, até aqui, a imposição às empresas de do titular, por procedimento gratuito e facilitado,
requisitos não cumulativos — visto que é suficiente o ratificados os tratamentos realizados sob amparo do
atendimento a, pelo menos, um deles — para o trata- consentimento anteriormente manifestado enquanto
mento de dados pessoais. Trata-se, portanto, da base não houver requerimento de eliminação, nos termos
do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei.
legal para a atividade.
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso Portanto, não há empecilho para a revogação, bas-
é público deve considerar a finalidade, a boa- tando a vontade do titular dos dados tratados e a for-
-fé e o interesse público que justificaram sua malização da revogação.
disponibilização. Conforme disposto na parte principiológica da
§ 4º É dispensada a exigência do consentimen- LGPD, o art. 9º reforça a ideia de facilitação de acesso
to previsto no caput deste artigo para os dados pelo titular dos dados tratados.
tornados manifestamente públicos pelo titular,
resguardados os direitos do titular e os princípios Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às
168 previstos nesta Lei. informações sobre o tratamento de seus dados, que
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
deverão ser disponibilizadas de forma clara, ade- z as informações sobre o tratamento de dados de
quada e ostensiva acerca de, entre outras carac- crianças e adolescentes deverão ser fornecidas de
terísticas previstas em regulamentação para o maneira simples, clara e acessível, consideradas as
atendimento do princípio do livre acesso: características físico-motoras, perceptivas, senso-
I - finalidade específica do tratamento; riais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de
II - forma e duração do tratamento, observados os recursos audiovisuais quando adequado, de forma
segredos comercial e industrial; a proporcionar a informação necessária aos pais
III - identificação do controlador; ou ao responsável legal e adequada ao entendi-
IV - informações de contato do controlador; mento da criança.
V - informações acerca do uso compartilhado de
dados pelo controlador e a finalidade;
Haverá o término do tratamento de dados se houver:
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
tratamento; e
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de
VII - direitos do titular, com menção explícita aos
que os dados deixaram de ser necessários ou perti-
direitos contidos no art. 18 desta Lei.
nentes ao alcance da finalidade específica almejada;
II - fim do período de tratamento;
III - comunicação do titular, inclusive no exercício
Importante! de seu direito de revogação do consentimento con-
Ocorrendo alteração quanto às previsões dos forme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguar-
dado o interesse público; ou
incisos I, II, III ou V, o controlador é obrigado a
IV - determinação da autoridade nacional, quando
informar ao titular dos dados. houver violação ao disposto nesta Lei.
DIREITOS DO TITULAR
Mais adiante, tem-se a tratativa dos dados sensí-
veis, sendo encaixados, aqui, os dados sobre origem
Os direitos do titular dos dados tratados são regu-
racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política,
lamentados pelos artigos compreendidos entre o 17 e
filiação a sindicato ou à organização de caráter reli-
o 22. Neste capítulo, disciplina a LGPD que:
gioso, filosófico ou político, entre outros.
Na presente temática, muito se fala sobre a trata-
Art. 17 Toda pessoa natural tem assegurada a
tiva feita de forma anônima. Isso quer dizer que os
titularidade de seus dados pessoais e garantidos
dados pessoais sensíveis serão tratados sem a especi- os direitos fundamentais de liberdade, de inti-
ficação da titularidade. midade e de privacidade, nos termos desta Lei.
Sobre os dados anonimizados, tem-se o seguinte:
Ademais, o titular dos dados poderá requisitar ao
Art. 12 Os dados anonimizados não serão conside- controlador:
rados dados pessoais para os fins desta Lei, salvo
quando o processo de anonimização ao qual foram
z confirmação da existência de tratamento;
submetidos for revertido, utilizando exclusivamen-
z acesso aos dados;
te meios próprios, ou quando, com esforços razoá-
z correção de dados incompletos, inexatos ou
veis, puder ser revertido.
desatualizados;
z anonimização, bloqueio ou eliminação de dados
Em relação ao tratamento de dados de crianças e
desnecessários, excessivos ou tratados em descon-
adolescentes, preceitua-se que deverá ser feito em seu
formidade com o disposto nessa lei;
melhor interesse, havendo, no entanto, algumas pecu-
z portabilidade dos dados a outro fornecedor de ser-
liaridades. Vejamos:
viço ou produto, mediante requisição expressa, de
acordo com a regulamentação da autoridade nacio-
z o tratamento de dados pessoais de crianças deve- nal, observados os segredos comercial e industrial;
rá ser realizado com o consentimento específico e z eliminação dos dados pessoais tratados com o con-
em destaque dado por, pelo menos, um dos pais ou sentimento do titular, exceto nas hipóteses previs-
pelo responsável legal; tas no art. 16, dessa lei;
z com relação ao exposto no item anterior, os con- z informação das entidades públicas e privadas com
troladores deverão manter pública a informação as quais o controlador realizou uso compartilhado
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 52 [...]
Prosseguindo, os arts. 53 e seguintes determinam
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimen-
que a autoridade nacional, responsável pela aplica-
to administrativo que possibilite a oportunidade
da ampla defesa, de forma gradativa, isolada ou ção da lei em questão, deve estabelecer por meio de
cumulativa, de acordo com as peculiaridades do um regulamento específico as sanções administrati-
caso concreto e considerados os seguintes parâme- vas para as infrações cometidas em relação à presen-
tros e critérios: te legislação, que também passarão pelo processo de
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos consulta pública. Para tanto,
direitos pessoais afetados;
II - a boa-fé do infrator; Art. 53 A autoridade nacional definirá, por meio de
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo regulamento próprio sobre sanções administrativas
infrator; a infrações a esta Lei, que deverá ser objeto de con-
IV - a condição econômica do infrator; sulta pública, as metodologias que orientarão o cál-
V - a reincidência; culo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) 171
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º As metodologias a que se refere o caput des- § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Con-
te artigo devem ser previamente publicadas, para selho Diretor nomeados serão de 2 (dois), de 3
ciência dos agentes de tratamento, e devem apre- (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos,
sentar objetivamente as formas e dosimetrias para conforme estabelecido no ato de nomeação.
o cálculo do valor-base das sanções de multa, que § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do
deverão conter fundamentação detalhada de todos mandato de membro do Conselho Diretor, o prazo
os seus elementos, demonstrando a observância remanescente será completado pelo sucessor.
dos critérios previstos nesta Lei. Art. 55-E Os membros do Conselho Diretor
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias cor- somente perderão seus cargos em virtude de renún-
respondentes deve estabelecer as circunstâncias e as cia, condenação judicial transitada em julgado ou
condições para a adoção de multa simples ou diária. pena de demissão decorrente de processo adminis-
Art. 54 O valor da sanção de multa diária aplicável trativo disciplinar.
às infrações a esta Lei deve observar a gravidade § 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao
da falta e a extensão do dano ou prejuízo causado e Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidên-
ser fundamentado pela autoridade nacional. cia da República instaurar o processo administra-
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa tivo disciplinar, que será conduzido por comissão
diária deverá conter, no mínimo, a descrição da especial constituída por servidores públicos fede-
obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado rais estáveis.
pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da mul- § 2º Compete ao Presidente da República determi-
ta diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. nar o afastamento preventivo, somente quando
Art. 55 (VETADO) assim recomendado pela comissão especial de que
trata o § 1º deste artigo, e proferir o julgamento.
Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) Art. 55-F Aplica-se aos membros do Conselho
Diretor, após o exercício do cargo, o disposto no
O art. 55-A estabelece a criação da Autoridade art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013.
Nacional de Proteção de Dados (ANPD), como sendo Parágrafo único. A infração ao disposto no caput
uma autarquia de natureza especial, dotada de auto- deste artigo caracteriza ato de improbidade
nomia técnica e decisória, com patrimônio próprio e administrativa.
com sede e foro no Distrito Federal. Art. 55-G Ato do Presidente da República disporá
sobre a estrutura regimental da ANPD.
Além disso, os demais artigos dispõem sobre:
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estru-
tura regimental, a ANPD receberá o apoio técnico
z composição do Conselho e como ela se dará; e administrativo da Casa Civil da Presidência da
z situação de perda do cargo; República para o exercício de suas atividades.
z estrutura regimental; § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento
z remanejamento interno para ocupar os cargos de interno da ANPD.
confiança; Art. 55-H Os cargos em comissão e as funções de
z competência da ANPD; confiança da ANPD serão remanejados de outros
z aplicação das sanções; órgãos e entidades do Poder Executivo federal.
z constituição do patrimônio. Art. 55-I Os ocupantes dos cargos em comissão e
das funções de confiança da ANPD serão indica-
Todo o apresentado está firmado nos seguintes artigos. dos pelo Conselho Diretor e nomeados ou designa-
dos pelo Diretor-Presidente.
Art. 55-B (VETADO); Art. 55-J Compete à ANPD:
Art. 55-C A ANPD é composta de: I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos ter-
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; mos da legislação;
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pes- II - zelar pela observância dos segredos comercial e
soais e da Privacidade; industrial, observada a proteção de dados pessoais
III - Corregedoria; e do sigilo das informações quando protegido por
IV - Ouvidoria; lei ou quando a quebra do sigilo violar os funda-
V - (revogado); mentos do art. 2º desta Lei;
V-A - Procuradoria; e III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de
VI - unidades administrativas e unidades especiali- Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;
zadas necessárias à aplicação do disposto nesta Lei. IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de trata-
Art. 55-D O Conselho Diretor da ANPD será mento de dados realizado em descumprimento à
composto de 5 (cinco) diretores, incluído o legislação, mediante processo administrativo que
Diretor-Presidente. assegure o contraditório, a ampla defesa e o direito
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD de recurso;
serão escolhidos pelo Presidente da República e V - apreciar petições de titular contra controlador
por ele nomeados, após aprovação pelo Senado após comprovada pelo titular a apresentação de
Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do reclamação ao controlador não solucionada no
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo prazo estabelecido em regulamentação;
em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento VI - promover na população o conhecimento das
Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5. normas e das políticas públicas sobre proteção de
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão esco- dados pessoais e das medidas de segurança;
lhidos dentre brasileiros que tenham reputação VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas
ilibada, nível superior de educação e elevado con- nacionais e internacionais de proteção de dados
ceito no campo de especialidade dos cargos para os pessoais e privacidade;
quais serão nomeados. VIII - estimular a adoção de padrões para serviços
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor e produtos que facilitem o exercício de controle
172 será de 4 (quatro) anos. dos titulares sobre seus dados pessoais, os quais
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deverão levar em consideração as especificidades tratamento privado, sejam eles limites, encargos
das atividades e o porte dos responsáveis; ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de
IX - promover ações de cooperação com autorida- mínima intervenção, assegurados os fundamentos,
des de proteção de dados pessoais de outros países, os princípios e os direitos dos titulares previstos no
de natureza internacional ou transnacional; art. 170 da Constituição Federal e nesta Lei.
X - dispor sobre as formas de publicidade das ope- § 2º Os regulamentos e as normas editados pela
rações de tratamento de dados pessoais, respeita- ANPD devem ser precedidos de consulta e audiên-
dos os segredos comercial e industrial; cia públicas, bem como de análises de impacto
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades regulatório.
do poder público que realizem operações de trata- § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos res-
mento de dados pessoais informe específico sobre o ponsáveis pela regulação de setores específicos da
âmbito, a natureza dos dados e os demais detalhes atividade econômica e governamental devem coor-
do tratamento realizado, com a possibilidade de denar suas atividades, nas correspondentes esferas
emitir parecer técnico complementar para garantir de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento
o cumprimento desta Lei; de suas atribuições com a maior eficiência e promo-
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de
ver o adequado funcionamento dos setores regula-
suas atividades;
dos, conforme legislação específica, e o tratamento
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre
de dados pessoais, na forma desta Lei.
proteção de dados pessoais e privacidade, bem como
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comu-
sobre relatórios de impacto à proteção de dados pes-
nicação, inclusive por meio de cooperação técnica,
soais para os casos em que o tratamento representar
com órgãos e entidades da administração pública
alto risco à garantia dos princípios gerais de prote-
ção de dados pessoais previstos nesta Lei; responsáveis pela regulação de setores específicos
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade da atividade econômica e governamental, a fim de
em matérias de interesse relevante e prestar contas facilitar as competências regulatória, fiscalizatória
sobre suas atividades e planejamento; e punitiva da ANPD.
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no § 5º No exercício das competências de que trata o
relatório de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, a autoridade competente deverá
caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas zelar pela preservação do segredo empresarial e do
e despesas; sigilo das informações, nos termos da lei.
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua rea- § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto
lização, no âmbito da atividade de fiscalização de no inciso V do caput deste artigo poderão ser ana-
que trata o inciso IV e com a devida observância do lisadas de forma agregada, e as eventuais provi-
disposto no inciso II do caput deste artigo, sobre o dências delas decorrentes poderão ser adotadas de
tratamento de dados pessoais efetuado pelos agen- forma padronizada.
tes de tratamento, incluído o poder público; Art. 55-K A aplicação das sanções previstas nesta
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso Lei compete exclusivamente à ANPD, e suas compe-
com agentes de tratamento para eliminar irregula- tências prevalecerão, no que se refere à proteção de
ridade, incerteza jurídica ou situação contenciosa dados pessoais, sobre as competências correlatas de
no âmbito de processos administrativos, de acor- outras entidades ou órgãos da administração pública.
do com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação
setembro de 1942; com outros órgãos e entidades com competências
XVIII - editar normas, orientações e procedimen- sancionatórias e normativas afetas ao tema de
tos simplificados e diferenciados, inclusive quanto proteção de dados pessoais e será o órgão central
aos prazos, para que microempresas e empresas de de interpretação desta Lei e do estabelecimento de
pequeno porte, bem como iniciativas empresariais normas e diretrizes para a sua implementação.
de caráter incremental ou disruptivo que se autode- Art. 55-L Constituem receitas da ANPD:
clarem startups ou empresas de inovação, possam I - as dotações, consignadas no orçamento geral da
adequar-se a esta Lei; União, os créditos especiais, os créditos adicionais, as
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos transferências e os repasses que lhe forem conferidos;
seja efetuado de maneira simples, clara, acessível
II - as doações, os legados, as subvenções e outros
e adequada ao seu entendimento, nos termos des-
recursos que lhe forem destinados;
ta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003
III - os valores apurados na venda ou aluguel de
(Estatuto do Idoso);
bens móveis e imóveis de sua propriedade;
XX - deliberar, na esfera administrativa, em cará-
IV - os valores apurados em aplicações no mercado
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
I - pela abertura de investigação preliminar; de designará comissão, composta por dois ou mais
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou servidores estáveis.
III - pela recomendação de arquivamento da § 1º Em entidades da administração pública federal
matéria. cujos quadros funcionais não sejam formados por
§ 1º A investigação de que trata o inciso I servidores estatutários, a comissão a que se refere
do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e será o caput será composta por dois ou mais emprega-
destinada à apuração de indícios de autoria e mate- dos permanentes, preferencialmente com, no míni-
rialidade de atos lesivos à administração pública mo, três anos de tempo de serviço na entidade.
federal. § 2º A comissão a que se refere o caput exercerá
§ 2º A investigação preliminar será conduzida dire- suas atividades com imparcialidade e observará a
tamente pela corregedoria da entidade ou unidade legislação, os regulamentos e as orientações técni-
competente, na forma estabelecida em regulamen- cas vigentes.
to, ou por comissão composta por dois ou mais § 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que
membros, designados entre servidores efetivos ou necessário à elucidação do fato ou quando exigido
empregados públicos. pelo interesse da administração pública, garantido
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados à pessoa jurídica processada o direito à ampla defe-
os atos necessários à elucidação dos fatos sob sa e ao contraditório. 177
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representante ou administrador de sua filial, agên-
Importante! cia, sucursal, estabelecimento ou escritório instala-
do no Brasil.
Segundo a literalidade do § 4º, o prazo para a
conclusão dos trabalhos da comissão de PAR A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por
não excederá cento e oitenta dias, admitida a meio de seus representantes legais ou procuradores.
prorrogação, mediante solicitação justificada do
presidente da comissão à autoridade instaurado- Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o
ra, que decidirá de maneira fundamentada. PAR por meio de seus representantes legais ou pro-
curadores, sendo-lhes assegurado amplo acesso
aos autos.
Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as Parágrafo único. É vedada a retirada de autos
circunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pes- físicos da repartição pública, sendo autorizada a
soa jurídica processada para, no prazo de trinta dias, obtenção de cópias, preferencialmente em meio
apresentar defesa escrita e especificar eventuais pro- digital, mediante requerimento.
vas que pretenda produzir (art. 6º). Acompanhemos Art. 10 A comissão, para o devido e regular exer-
algumas determinações quanto à intimação do PAR. cício de suas funções, poderá praticar os atos
necessários à elucidação dos fatos sob apuração,
Art. 6º [...] compreendidos todos os meios probatórios admiti-
§ 1º A intimação prevista no caput: dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a pos-
sibilidade de apresentar informações e provas que Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a
subsidiem a análise da comissão de PAR no que se comissão elaborará relatório a respeito dos fatos apu-
refere aos elementos que atenuam o valor da multa, rados e da eventual responsabilidade administrativa
previstos no art. 23; e
da pessoa jurídica, no qual sugerirá, de forma moti-
II - solicitará a apresentação de informações e
vada (art. 11):
documentos, nos termos estabelecidos pela Contro-
ladoria-Geral da União, que permitam a análise do
programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 11 [...]
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indi-
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputa- cação da dosimetria, ou o arquivamento do processo;
do à pessoa jurídica, com a descrição das circuns- II - o encaminhamento do relatório final à autorida-
tâncias relevantes; de competente para instrução de processo adminis-
II - o apontamento das provas que sustentam o trativo específico para reparação de danos, quando
entendimento da comissão pela ocorrência do ato houver indícios de que do ato lesivo tenha resultado
lesivo imputado; e dano ao erário;
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado III - o encaminhamento do relatório final à Advo-
à pessoa jurídica processada. cacia-Geral da União, para ajuizamento da ação de
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com
êxito, será feita nova intimação por meio de edital sugestão, de acordo com o caso concreto, da apli-
publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico cação das sanções previstas naquele artigo, como
do órgão ou da entidade pública responsável pela retribuição complementar às do PAR ou para a pre-
condução do PAR, hipótese em que o prazo para venção de novos ilícitos;
apresentação de defesa escrita será contado a par- IV - o encaminhamento do processo ao Ministério
tir da última data de publicação do edital. Público, nos termos do disposto no art. 15 da Lei nº
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apre- 12.846, de 2013; e
sente sua defesa escrita no prazo estabelecido V - as condições necessárias para a concessão da
no caput, contra ela correrão os demais prazos, reabilitação, quando cabível.
independentemente de notificação ou intimação,
podendo intervir em qualquer fase do processo, Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata
sem direito à repetição de qualquer ato processual de encerramento dos seus trabalhos, que formalizará
já praticado. sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autori-
dade instauradora, que determinará a intimação da
Ainda, pelo disposto no art. 7º, as intimações serão pessoa jurídica processada do relatório final para,
feitas por qualquer meio físico ou eletrônico. querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez
dias. Transcorrido o prazo de dez dias, a autoridade
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer
instauradora determinará à corregedoria da entidade
meio físico ou eletrônico que assegure a certeza de
ou à unidade competente que analise a regularidade e
ciência da pessoa jurídica processada.
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data
o mérito do PAR (art. 12 e seu parágrafo único).
da cientificação oficial, excluindo-se da contagem Vejamos, ainda, a continuidade do PAR após a aná-
o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimen- lise da regularidade e mérito a partir do art. 13.
to, observado o disposto no Capítulo XVI da Lei nº
9.784, de 29 de janeiro de 1999. Art. 13 Após a análise de regularidade e mérito, o
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispen- PAR será encaminhado à autoridade competente
sam-se as demais intimações processuais, até que a para julgamento, o qual será precedido de manifes-
pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos. tação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notifi- jurídica competente.
cada e intimada de todos os atos processuais, inde- Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária
pendentemente de procuração ou de disposição ao relatório da comissão, esta deverá ser funda-
178 contratual ou estatutária, na pessoa do gerente, mentada com base nas provas produzidas no PAR.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 14 A decisão administrativa proferida pela os autos originais dos processos que eventualmente
autoridade julgadora ao final do PAR será publica- estejam em curso.
da no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico Art. 18 Compete à Controladoria-Geral da União
do órgão ou da entidade pública responsável pelo instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos
julgamento do PAR. lesivos a administração pública estrangeira, o qual
Art. 15 Da decisão administrativa sancionadora seguirá, no que couber, o rito procedimental previs-
cabe pedido de reconsideração com efeito suspensi- to neste Capítulo.
vo, no prazo de dez dias, contado da data de publi- Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da admi-
cação da decisão. nistração pública federal direta e indireta deverão
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impos- comunicar à Controladoria-Geral da União os indí-
tas sanções no PAR e que não apresentar pedido de cios da ocorrência de atos lesivos a administração
reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trin- pública estrangeira, identificados no exercício de
ta dias, contado do fim do prazo para interposição suas atribuições, juntando à comunicação os docu-
do pedido de reconsideração. mentos já disponíveis e necessários à apuração ou
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta à comprovação dos fatos, sem prejuízo do envio
dias para decidir sobre a matéria alegada no pedi- de documentação complementar, na hipótese de
do de reconsideração e publicar nova decisão. novas provas ou informações relevantes, sob pena
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionado- de responsabilização.
ra, será concedido à pessoa jurídica novo prazo de
trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS
foram impostas, contado da data de publicação da ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
nova decisão.
Art. 16 Os atos previstos como infrações adminis- As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes
trativas à Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou sanções administrativas, nos ditames do art. 19:
a outras normas de licitações e contratos da admi-
nistração pública que também sejam tipificados
Art. 19 As pessoas jurídicas estão sujeitas às
como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão
seguintes sanções administrativas, nos termos do
apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos
disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:
autos, aplicando-se o rito procedimental previsto
I - multa; e
neste Capítulo.
II - publicação extraordinária da decisão adminis-
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e
trativa sancionadora.
havendo autoridades distintas competentes para o
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apura-
julgamento, o processo será encaminhado primeira-
dos envolvam infrações administrativas à Lei nº
mente àquela de nível mais elevado, para que julgue
14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações
no âmbito de sua competência, tendo precedência o
e contratos da administração pública e tenha ocor-
julgamento pelo Ministro de Estado competente.
rido a apuração conjunta prevista no art. 16, a
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da
pessoa jurídica também estará sujeita a sanções
unidade responsável no órgão ou na entidade pela
administrativas que tenham como efeito a restrição
gestão de licitações e contratos deve comunicar à
ao direito de participar em licitações ou de celebrar
autoridade a que se refere o caput do art. 3º even-
contratos com a administração pública, a serem
tuais fatos que configurem atos lesivos previstos
aplicadas no PAR.
no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013.
Da Multa
A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito
do Poder Executivo Federal, competência:
A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da
Lei nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o
Art. 17 A Controladoria-Geral da União possui, no
âmbito do Poder Executivo federal, competência: faturamento bruto da pessoa jurídica no último exer-
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e cício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os
II - exclusiva para avocar os processos instaurados tributos (art. 20). A multa aplicada será integralmente
para exame de sua regularidade ou para lhes corri- recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de
gir o andamento, inclusive promovendo a aplicação trinta dias, observado o disposto no art. 15, pelo elen-
da penalidade administrativa cabível. cado na redação do art. 29, do Decreto n° 11.129, de
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exer- julho de 2022.
cer, a qualquer tempo, a competência prevista
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ÉTICA E MORAL
O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa desapercebida: a diferença entre
ética e moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo são princípios
fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por sua vez, é uma construção social. Sendo
assim, está condicionada à sociedade que a cerca, que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e
representa um momento e uma cultura.
A ética, como parte da filosofia, alcança locais mais distantes e discute temas mais relevantes. A ética é uma
matéria de uma ciência por excelência. A dialética da filosofia busca a verdade final das coisas. A discussão e a
oposição de ideias estabilizam os conceitos para que não mudem mais. A ética é estável, pois alcançou verdades
que superam o tempo. A ética é estável, atemporal.
A moral possui grande valor social e é uma ferramenta importante, todavia tem uma aplicação temporal e
muda no desenrolar dos eventos históricos. Portanto, ela é mutável, restrita a determinadas localizações geo-
gráficas e sociais. A moral respeita a continência, ou seja, está contida pela sociedade que a cerca. A moral está
atrelada a uma sociedade e uma época.
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado pois, apesar de
serem semelhantes e abordarem praticamente a “mesma coisa” por perspectivas diferentes, as bancas dos con-
cursos estabelecem distinções entre esses termos.
Veja uma distinção um pouco mais clara:
Princípios
Universal, fundamentais
ÉTICA
atemporal Ações do
comportamento
Construção Representa um
MORAL social, ligada a momento e uma
sua sociedade cultura
A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra forma. Sua estabilida-
de é muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em algum momento espera-se que mudanças
em conceitos éticos ocorrerão, mas para execução de provas de concurso, o conceito de universalidade e estabi-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
lidade é adequado.
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aprofundar um pouco nos
seus conceitos. Para fazer isso, vamos usar a etimologia.
É conveniente analisar no estudo da Ética a sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que vem do termo
grego “ethos”, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem da palavra nos remete instantanea-
mente para o cerne de seu conceito que, apesar da dificuldade de estabelecer um significado único, nos envia a
um conjunto de princípios morais ou valores que dão condição à convivência humana em sociedade.
Em seguida temos a origem do termo moral, que tem origem no latim e seria “mos” que tem o mesmo signifi-
cado de “ethos” e que deu origem à palavra “moral”.
É importante ressaltar que a moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até o século XIX, por
exemplo, considerava-se normal que crianças trabalhassem em fábricas. Hoje, além de termos uma legislação
especial (Estatuto da Criança e do Adolescente) que protege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade
de tratamento diferenciado a esse grupo vulnerável.
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, preparamos uma tabela bastante objetiva que
vai ajudar nas revisões sobre esse assunto cobrado nas provas. 183
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ÉTICA MORAL
Sua aplicação está voltada para a prática so-
Estudo filosófico, científico, universal e atemporal, ba-
Definição cial em um determinado local e em um deter-
seado em princípios, por isso, estável
minado tempo
Não encontra limitações no tempo ou no espaço. É um
Seu alcance está contido ao local em que se
estudo filosófico e científico. Partindo da dialética, a éti-
Alcance aplica e ao período cultural em que é observa-
ca pretende comparar verdades até que se alcance um
da. A moral, portanto, continuamente mudará
conceito final e estável
Base Fica relacionada a longas reflexões de caráter especulativo A moral transforma a reflexão em ação
As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expressões como: “bom com-
portamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o candidato na hora de definir se estão tratan-
do de ética ou moral, pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.
Lembre-se: a moral muda, já a ética, enquanto ciência, permanece.
OS VALORES E VIRTUDES
O direito recepciona em nosso ordenamento jurídico os valores éticos e morais, apontando-os como diretri-
zes importantes e como meios de aplicação das normas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das
chamadas normas jurídicas, devendo incorporar a moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico.
Os valores podem ser facilmente exemplificados, mas sua definição é mais complexa. Por exemplo, a vida é um
valor muito importante em nossa sociedade, juntamente com a liberdade e a propriedade. Se você reparar, verá que
existe uma relação entre os princípios e as expressões valor, direito, norma e regra.
Lembre-se: valores são objeto de uma escolha moral!
Veja um exemplo desse processo: inicialmente estabelecemos um princípio: impessoalidade, por exemplo. Em
seguida, temos que impessoalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A igualdade é um valor e vamos
respeitá-la. Aqui, só nos faltaria determinar uma norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa definição de
valor é feita informando as pessoas dos riscos em descumprir a impessoalidade.
Ou seja, trazendo esses conceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é uma improbidade admi-
nistrativa, que configura crime e possui pena. Nesse momento, temos um princípio consistente, um valor defini-
do e uma norma apresentada.
Impessoalidade é um princípio
Igualdade é um valor
Descumprir a impessoalidade é
improbidade administrativa
Lei de Improbidade
Impessoalidade:
Administrativa:
Princípios
Garantia de Princípio
Virtude é uma qualidade moral, um atributo positivo de um indivíduo. Podemos dizer que é a disposição de
um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma característica, trata-se de uma verdadeira inclinação, virtu-
des são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem.
Há diferentes usos do termo, e existem vários exemplos de virtude, que estão relacionados com a força, paciên-
184 cia, coragem, o poder de agir, a eficácia de um ou a integridade da mente.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Há virtudes intelectuais, que são ligadas à inteli- z Nível do Stakeholder
gência e as virtudes morais, que são relacionadas com
o bem. A virtude intelectual consiste na capacidade de Stakeholder (ou em português, parte interessa-
aprender com o diálogo e a reflexão em busca do ver- da) são pessoas associadas diretamente ou indi-
dadeiro conhecimento. retamente à organização ou que sofrem alguma
A virtude moral, por sua vez, é a ação ou compor- influência em suas decisões.
tamento moral, é o hábito que é considerado bom de São exemplos das questões éticas envolvidas neste
acordo com a ética. Em geral, na linguagem cotidiana, nível:
a palavra virtude é usada para nomear as qualidades
gerais de uma pessoa11. Quais são as obrigações da organização com rela-
ção ao impacto ambiental sobre as comunidades?
Quais são as obrigações da empresa em infor-
mar os riscos de seus produtos para o consumi-
dor final? Ex.: tabaco.
NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E
PROFISSIONAL z Ética na administração e política internas
Primeiramente, vale destacar que “Ética” é uma Neste nível, a discussão sobre a ética tem seu foco
palavra originária do grego “Ethos”, que acarreta a especialmente nas relações entre a organização e
noção de caráter. Para os gregos antigos, este termo seus empregados.
carregava a noção de uma percepção individual, no São exemplos das questões éticas envolvidas neste
qual devia ser clara e confortável, guiando o Homem nível:
no “Bem agir”.
Já a ética empresarial, ou ainda ética das orga- Quais são as obrigações da empresa com seu
nizações, é o comportamento da empresa referente funcionário?
à sua conduta ética, ou seja, quando ela age em con- Que participação os empregados devem ter nas
formidade aos princípios morais preconizados na decisões que afetam a empresa?
sociedade.
Neste sentido, inferimos que a ética empresarial z Nível Individual
funciona como os pilares morais e de relacionamento
definidos dentro da organização para o seu modo de No plano individual, as questões éticas dizem res-
atuação no mercado, diante de seus clientes, funcio- peito de como as pessoas devem tratar-se uma as
nários, parceiros e até mesmo concorrentes. Assim, outras.
a atuação ética empresarial é aquela na qual está de São exemplos das questões éticas envolvidas neste
acordo com os valores estabelecidos. nível:
Desse modo, a orientação humanística da éti-
ca empresarial é caracterizada por um conjunto de Quais os direitos as pessoas têm como trabalha-
ações, projetos e valores tendo como valor principal dores e seres humanos?
a vida humana, ou seja, ao bem-estar social do ser Que normas de conduta devem orientar as deci-
humano. sões que envolvem e afetam outras pessoas?
O debate da ética empresarial abrange e questiona
inúmeros aspectos da administração das organiza- Afinal, todo este debate sobre a abrangência da éti-
ções e de suas relações com a sociedade. ca na Administração, tem como objetivo a transforma-
De forma didática, podemos classificar a sua ção da empresa em uma organização íntegra.
abrangência em quatro categorias (ou níveis): E o que é uma organização íntegra?
O professor Marcelo Coimbra nos ensina que:
ABRANGÊNCIA DA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO “uma organização íntegra é aquela que consegue
manter, em cada uma das suas decisões, atividades
Nível Social Nível do Stakeholder ou ações uma coerência com a sua identidade, nun-
Na administração e políti- ca perdendo de vista os valores que a inspiram e os
Nível Individual objetivos que ela deve perseguir, transformando-os
cas internas
em ação concreta”.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 3º [...]
III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de
19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.
VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos termos do regulamento, em curso de formação inicial e continua-
da ou de qualificação profissional habilitado pelo Ministério da Educação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513,
de 26 de outubro de 2011, ofertado por meio da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no âmbito do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído pela Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011,
ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica.
Atenção! Na apuração dos requisitos para se habilitar ao seguro desemprego, não se considera a suspensão do
contrato de trabalho realizada com o fim aperfeiçoamento do trabalhador em curso ou programa de qualificação pro-
fissional, conforme arts. 3º e 8º-C, da Lei 7.998, de 1990, combinados com o 476-A, da CLT.
Vale mencionar que, de acordo com o § 1º, do art. 3º, da Lei nº 7.998, de 1990, a União poderá condicionar o
recebimento da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da fre-
quência do trabalhador segurado em curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional,
com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas.
É do próprio Poder Executivo a responsabilidade pela definição dos critérios e requisitos para a concessão
da assistência financeira (§ 1º, do art. 3º) do Programa de Seguro-Desemprego, conforme prevê o § 2º, do art. 3º,
da Lei nº 7.998, de 1990.
Agora que já estudamos quem possui o direito de receber o seguro-desemprego, atente-se ao próximo pará-
grafo, pois ele será essencial para compreender o número de parcelas às quais trabalhador fará jus.
O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador variando entre 3 a 5 parcelas (meses),
de forma contínua ou alternada. Contudo, a Lei nº 7.998, de 1990, estabeleceu critérios para a determinação do
número de parcelas que, no caso do máximo de parcelas, deverá observar os 36 (trinta e seis) meses anteriores à
dispensa.
Através disso, conclui-se que, para estabelecer o número de parcelas às quais trabalhador tem direito, deve-se,
necessariamente, analisar os últimos 36 meses de tempo de serviço antes da dispensa sem justa causa.
Salienta-se, ainda, que é vedado computar o tempo de serviço de vínculo empregatício anterior que já tenha
ensejado o recebimento do seguro-desemprego pelo trabalhador. Vejamos:
Art. 4º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado, por período máximo
variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo, contados da
data de dispensa que deu origem à última habilitação, cuja duração será definida pelo Conselho Deliberativo
do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). [...]
§ 2º A determinação do período máximo mencionado no caput observará a seguinte relação entre o número de
parcelas mensais do benefício do seguro-desemprego e o tempo de serviço do trabalhador nos 36 (trinta e seis)
meses que antecederem a data de dispensa que originou o requerimento do seguro-desemprego, vedado o côm-
puto de vínculos empregatícios utilizados em períodos aquisitivos anteriores:
Feitos esses apontamentos, é importante mencionar que o número de parcelas às quais o trabalhador faz jus
está estritamente ligado à quantidade de requerimentos de seguro-desemprego, uma vez que os incisos I, II, e III,
do § 2º, do art. 4º, estabelecem critérios distintos para as primeira, segunda e terceira solicitações.
É importante observar também a regra contida no § 2º, do art. 4º, da Lei nº 7.998, de 1990, que estabelece a
observância obrigatória do tempo de serviço do trabalhador, qual seja, os 36 (trinta e seis) meses, para fins dos
requerimentos elencados a seguir:
Se for a primeira vez que o trabalhador faz o requerimento do seguro-desemprego, existem duas possibilidades:
O trabalhador receberá quatro parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23
meses, nos últimos 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
O trabalhador receberá 5 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 24 meses, nos últimos 36 meses
anteriores à data da sua dispensa.
Art. 4º [...]
§ 2º [...]
I - para a primeira solicitação
a) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência;
b) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência;
O trabalhador receberá 3 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 9 meses e, no máximo, 11 meses,
nos últimos 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
O trabalhador receberá 4 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23
meses, nos últimos 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
O trabalhador receberá 5 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 24 meses, nos últimos 36 meses
anteriores à data da sua dispensa.
Art. 4º [...]
§ 2º [...]
II - para a segunda solicitação:
a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no período de referência;
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência;
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência;
Se for a terceira vez ou posterior que o trabalhador faz o requerimento do seguro-desemprego, existem três
possibilidades:
O trabalhador receberá 3 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 6 meses e, no máximo, 11 meses,
no período de 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
O trabalhador receberá 4 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23
meses, no período de 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
O trabalhador receberá 5 parcelas, caso tenha trabalhado, no mínimo, 24 meses, no período de 36 meses
anteriores à data da sua dispensa.
Art. 4º [...]
§ 2º [...]
III - a partir da terceira solicitação:
a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no período de referência;
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência.
Para fins de fixação do número de parcelas, especificamente no tocante à contagem dos meses, é importante
esclarecer que a fração igual ou superior a quinze dias será considerada como um mês integral.
Ex.: Maria trabalhava na empresa X e foi dispensada imotivadamente com 11 meses e 15 dias de serviço.
Sabe-se que essa é a quinta vez que ela solicita o seguro-desemprego. Nesse caso, Maria teria direito a quantas
parcelas? Considerando que, para fins de fixação da quantidade de parcelas do seguro-desemprego, a fração de
15 dias é tida como um mês inteiro, então, hipoteticamente, Maria trabalhou por 12 meses e, por isso, tem direito
a 4 parcelas, conforme a alínea “b”, do inciso III, do § 2º, do art. 4º, assim como o seu § 3º.
Vejamos:
Art. 4º [...]
§ 2º [...]
III - a partir da terceira solicitação: [...]
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou [...]
§ 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os
efeitos do § 2º.
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PARCELAS VÍNCULO EMPREGATÍCIO PERÍODO DE REFERÊNCIA
36 MESES
2ª VEZ Quatro 12 a 23 meses
� Para fins de fixação do número de
parcelas às quais o trabalhador
Cinco 24 meses ou mais faz jus, a fração igual ou superior
a 15 dias é considerada como um
1 mês inteiro
Três 6 a 11 meses
� Atenção! Para fins de fixação do
número de parcelas que o tra-
3º VEZ E DEMAIS Quatro 12 a 23 meses balhador tem direito, é vedado
computar vínculo empregatício
anterior que já foi objeto de reque-
Cinco 24 meses ou mais rimento de desemprego
Sobre a fixação do valor do benefício, o art. 3º, da Lei n° 7.998, de 1900, estabelece que ela se dará por Bônus
do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três) faixas salariais. Vejamos:
Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três)
faixas salariais, observados os seguintes critérios:
I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos);
II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no
que exceder, o fator 0,5 (cinco décimos);
III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício será igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN.
§ 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a média dos salários dos últimos 3 (três) meses anteriores
à dispensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos respectivos meses trabalhados.
§ 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário mínimo.
§ 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:
I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamente anterior, para benefícios colocados à disposição do
beneficiário até o dia 10 (dez) do mês;
II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para benefícios colocados à disposição do beneficiário após
o dia 10 (dez) do mês.
Sobre o Bônus do Tesouro Nacional (BTN), é imperioso esclarecer que ele foi criado pela Lei nº 7.777, de 19 de
junho de 1989, e tem previsão no art. 5º dessa. Vejamos:
Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá autorizar a emissão de Bônus do Tesouro Nacional - BTN, destinados a prover
o Tesouro Nacional de recursos necessários à manutenção do equilíbrio orçamentário ou para a realização de ope-
rações de crédito por antecipação da receita, observados os limites legalmente fixados.
§ 1º Os BTN terão as seguintes características:
a) prazo: até vinte e cinco anos;
b) remuneração: juros máximos de doze por cento ao ano, calculados sobre o valor nominal, atualizado monetaria-
mente e pagos semestralmente;
c) valor nominal: NCz$ 1,00 (um cruzado novo), em fevereiro de 1989;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
d) forma de colocação: oferta pública, com a realização de leilões, podendo ser colocados ao par, com ágio ou
deságio;
e) modalidade: nominativa-transferível.
§ 2º O valor nominal dos BTN será atualizado mensalmente pelo IPC.
§ 3º O Ministro da Fazenda poderá autorizar a emissão de BTN contendo cláusula alternativa de opção, por ocasião
do resgate, pela atualização cambial com base na variação da cotação do dólar norte-americano, fixada pelo Banco
Central do Brasil.
§ 4º Os BTN, a partir de seu vencimento, terão poder liberatório para pagamento de impostos federais, de responsa-
bilidade de seu detentor ou de terceiros, pelo valor atualizado de acordo com os §§ 2º e 3º.
§ 5º Os BTN serão emitidos preferencialmente sob a forma escritural, com registro em sistema centralizado de
liquidação e custódia, dos direitos creditórios, das cessões desses direitos, bem assim dos resgates do principal e
dos juros.
§ 6º A negociação dos BTN far-se-á fora das Bolsas de Valores, no mercado aberto, por intermédio de instituições
autorizadas a operar nos mercados financeiros e de capitais, na forma das Leis nºs 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
e 4.728, de 14 de julho de 1965.
§ 7º Fica o Ministro da Fazenda autorizado a celebrar convênios e contratos para a emissão, colocação e resgate
dos BTN. 191
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No entanto, apesar de a Lei nº 7.998, de 11 de janei- de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o
ro de 1990, ainda prever expressamente no art. 5º direito do trabalhador à percepção do seguro-de-
que o valor do benefício do seguro-desemprego será semprego, dobrando-se este período em caso de
fixado em Bônus do Tesouro Nacional, tem-se que reincidência.
tal disposição se encontra parcialmente revogada no
tocante ao BTN, porque o BTN foi extinto pela Lei nº Visto sobre o Seguro-Desemprego, passemos agora
8.177, de 1991. Vejamos: para o estudo do Programa de Qualificação Profissional.
Suspensão Cancelamento
Conceito: Trata-se do intervalo de tempo em que o trabalhador não � Pelo decurso do tempo, ou seja, pelo fim da suspensão do
trabalha e também não recebe salário contrato, com o consequente retorno do trabalhador ao
trabalho
Vamos à hipótese:
� A bolsa de qualificação será suspensa se houver a rescisão do � Se, durante o decurso da bolsa, ficar comprovado que as infor-
contrato de trabalho do trabalhador mações prestadas quando da habilitação são falsas
Atenção! Se, durante o período de suspensão ou nos três meses se- � Se for comprovado fraude visando o recebimento indevido
guintes do retorno às suas atividades, o trabalhador for dispensado, o da bolsa de forma indevida
empregador arcará com todas as verbas rescisórias do trabalhador e,
além disso, será multado � Pela morte do trabalhador beneficiário
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
cia […].
Dica
Para memorizar os princípios constitucionais da Administração Pública, lembre-se do mnemônico L-I-M-P-E.
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência
z Legalidade
Fruto da própria noção de Estado de Direito, as atividades do gestor público estão submissas à forma da lei. A
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
legalidade promove maior segurança jurídica para os administrados, na medida em que proíbe que a Adminis-
tração Pública pratique atos abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não
proíbe, a Administração só pode realizar o que lhe é expressamente autorizado por lei.
LEGALIDADE
Administração O agente público só pode fazer o
Pública que a lei autoriza
193
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z Impessoalidade
A atividade da Administração Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado haver qualquer forma de
tratamento diferenciado entre os administrados. Esse princípio apresenta algumas vertentes que é importante
conhecer:
Princípio da finalidade: há uma forte relação entre a impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age
por interesse próprio não condiz com a finalidade do interesse público. A atuação administrativa sempre
tem como fim o interesse público, deste modo, é vedado que se busque o interesse próprio ou de terceiros.
O ato que é praticado com finalidade diversa do interesse público será considerado nulo, constatando-se o
desvio de finalidade;
Vedação à promoção pessoal: as realizações de Administração Pública não podem ser utilizadas como
instrumento para a promoção pessoal dos agentes públicos. A atuação administrativa é realizada em nome
da Administração, sendo vedada a vinculação com a pessoa dos agentes públicos. É importante ressaltar
também que é vedado, na publicidade oficial, constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a pro-
moção pessoal dos agentes públicos. Esse é o fundamento da chamada “Teoria do Órgão”. Por causa disso,
é vedada a possibilidade do agente público de utilizar os recursos da Administração Pública para fins de
promoção pessoal, conforme aponta o § 1º, do art. 37, da CF, de 1988.
z Moralidade
A Administração impõe a seus agentes o dever de zelar por uma “boa administração”, buscando atuar com
base nos valores da moral comum, isto é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A moralidade não é somente um
princípio, mas também requisito de validade dos atos administrativos, ou seja, um ato administrativo imoral é
um ato nulo.
É importante também ressaltar que a moralidade administrativa tem conotação objetiva, ou seja, não depende
da convicção ou concepção subjetiva do agente público.
Outro importante destaque a ser feito tange a vedação da prática do nepotismo. Sua prática ofende os princí-
pios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência. Vejamos a Súmula Vinculante nº 13, do STF:
A vedação da Súmula Vinculante nº 13 não alcança a nomeação a cargos políticos em razão das qualidades
técnicas e as nomeações de servidores previamente aprovados em concursos públicos.
z Publicidade
A publicação dos atos da Administração promove maior transparência e garante eficácia erga omnes (para
todos). Trata-se de um requisito de eficácia dos atos administrativos.
Além disso, também diz respeito ao direito fundamental que toda pessoa tem de obter acesso a informações de
seu interesse pelos órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco a vida dos particulares
ou o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.
Em outras palavras, a publicidade (transparência) dos atos administrativos é a regra, porém, há hipóteses em
que a lei poderá estabelecer o sigilo. Vejamos o disposto na Constituição Federal:
Art. 5º […]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
o exigirem;
Transparência
(publicidade)
PUBLICIDADE
DOS ATOS Segurança da Sociedade e
ADMINISTRATIVOS do Estado
Sigilo
Defesa da intimidade ou
interesse social
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z Eficiência processando-se o seu recolhimento ao Fundo junta-
mente com o pagamento do Imposto de Renda;
Implementada pela reforma administrativa promo- b) a segunda, com recursos próprios da empresa,
vida pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998, a efi- calculados com base no faturamento, como segue:
ciência traduz-se na tarefa da Administração de alcançar 1) no exercício de 1971, 0,15%;
os seus resultados de uma forma célere, promovendo 2) no exercício de 1972, 0,25%;
3) no exercício de 1973, 0,40%;
melhor produtividade e rendimento, evitando gastos
4) no exercício de 1974 e subseqüentes, 0,50%.
desnecessários no exercício de suas funções. A eficiên-
cia fez com que a Administração brasileira adquirisse
CONSTITUIÇÃO DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO
caráter gerencial, tendo maior preocupação na execução
de serviços com perfeição ao invés de se preocupar com PRIMEIRA SEGUNDA
procedimentos e outras burocracias. � Mediante dedução Com recursos próprios da em-
Em que pese a adoção da eficiência buscar a produ- do Imposto de Renda presa calculados com base no
tividade, economicidade e redução dos desperdícios devido faturamento:
de dinheiro público, ela não permite à Administração � Processando-se o
agir fora da lei, ou seja, o princípio da eficiência não seu recolhimento ao � No exercício de 1971 — 0,15%
se sobrepõe ao princípio da legalidade. fundo juntamente � No exercício de 1972 — 0,25%
com o pagamento do � No exercício de 1973 — 0,40%
Imposto de Renda � No exercício de 1974 — 0,50%
� Subsequentes — 0,50%
LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 1970
(PIS) A dedução em questão será feita sem prejuízo do
direito de utilização dos incentivos fiscais previstos na
O texto de lei inicia-se, trazendo o seu objeto, que legislação em vigor e calculada com base no valor do
é a criação/instituição do Programa de Integração Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções
Social — PIS. (alíneas “a”, “b” e “c”, § 1º, do art. 3º):
Cabe mencionar, ainda, que a legislação trabalhis- Segundo a lei em questão, o Conselho Nacional
ta (CLT) define empregado como toda pessoa física que poderá alterar até 50% (cinquenta por cento), para
prestar serviços de natureza não eventual a emprega- mais ou para menos, os percentuais de contribuição
dor, sob a dependência deste e mediante salário. de que trata o § 2º, do art. 3º, tendo em vista a propor-
A participação dos trabalhadores avulsos, assim cionalidade das contribuições.
definidos os que prestam serviços a diversas empre- O art. 3º ainda dispõe sobre outras circunstâncias
sas, sem relação empregatícia, no Programa de Inte- pontuais em relação à contribuição, como se pode
gração Social, far-se-á nos termos do Regulamento a observar:
ser baixado, de acordo com o art. 11 desta Lei, confor-
me o § 2º, art. 1º, da lei em estudo. Art. 3º [...]
Em seu art. 2º, a lei estabelece a forma como fun- § 3º As empresas a título de incentivos fiscais este-
cionará o PIS: jam isentas, ou venham a ser isentadas, do paga-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
50% do valor 50% do valor A lei estabelece, ainda, prazos e regras de transição:
§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exerci- da efetivamente trabalhada para todos os fins e efei-
da pelo Ministro de Estado do Trabalho e Previdên- tos legais.
cia ou representante por ele indicado. Um questionamento interessante é se aos mem-
bros do Conselho Curador, enquanto representantes
Quanto aos representantes dos trabalhadores e dos trabalhadores, efetivos e suplentes, será assegura-
dos empregadores e seus suplentes, quem os nomeia é da a estabilidade no emprego. A resposta é sim. Vejam
o próprio Poder Executivo; o mandato será de 2 (dois) o que orienta o § 9º, do art. 3º:
anos e poderá ser reconduzido apenas uma vez.
Art. 3º [...]
Art. 3º [...] § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto
§ 3º Os representantes dos trabalhadores e dos representantes dos trabalhadores, efetivos e suplen-
empregadores e seus suplentes serão indicados tes, é assegurada a estabilidade no emprego,
pelas respectivas centrais sindicais e confederações da nomeação até um ano após o término do
nacionais, serão nomeados pelo Poder Executi- mandato de representação, somente podendo
vo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser demitidos por motivo de falta grave, regular-
ser reconduzidos uma única vez, vedada a mente comprovada através de processo sindical.
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Para ser membro do Conselho Curador do FGTS, VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas
alguns requisitos serão obedecidos: regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias de
sua competência;
Art. 3º [...] VII - aprovar seu regimento interno;
§ 10 Os membros do Conselho Curador do FGTS VIII - fixar as normas e valores de remuneração do
serão escolhidos dentre cidadãos de reputação agente operador e dos agentes financeiros;
ilibada e de notório conhecimento, e deverão ser IX - fixar critérios para parcelamento de recolhi-
atendidos os seguintes requisitos: mentos em atraso;
I - ter formação acadêmica superior; e X - fixar critério e valor de remuneração para o
II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibili- exercício da fiscalização;
dade previstas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as
caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 decisões proferidas pelo Conselho, bem como as
de maio de 1990. contas do FGTS e os respectivos pareceres emitidos.
XII - fixar critérios e condições para compensação
RECURSOS INCORPORADOS AO FGTS entre créditos do empregador, decorrentes de depó-
sitos relativos a trabalhadores não optantes, com
Eventuais saldos apurados dos resultados financeiros contratos extintos, e débitos resultantes de compe-
auferidos pela Caixa Econômica Federal no período tências em atraso, inclusive aqueles que forem obje-
entre o repasse dos bancos e o depósito nas contas to de composição de dívida com o FGTS.
vinculadas dos trabalhadores XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fun-
do de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS:
Dotações orçamentárias específicas a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS
por proposta do Comitê de Investimento;
Resultados das aplicações dos recursos do FGTS b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição
dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS,
Multas, correção monetária e juros moratórios devidos
em cada exercício;
Demais receitas patrimoniais e financeiras c) definir a forma de deliberação, de funcionamento
e a composição do Comitê de Investimento;
d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa
Quanto aos recursos do FGTS, o gestor da aplica- Econômica Federal pela administração e gestão do
ção será o órgão do Poder Executivo responsável pela FI-FGTS, inclusive a taxa de risco;
política de habitação, e caberá à Caixa Econômica e) definir a exposição máxima de risco dos investi-
Federal (CEF) o papel de agente operador, nos ter- mentos do FI-FGTS;
mos do art. 4º: f) estabelecer o limite máximo de participação dos
recursos do FI-FGTS por setor, por empreendimen-
Art. 4º O gestor da aplicação dos recursos do FGTS to e por classe de ativo, observados os requisitos
será o órgão do Poder Executivo responsável pela técnicos aplicáveis;
política de habitação, e caberá à Caixa Econômica g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas
Federal (CEF) o papel de agente operador. e de retorno dos recursos à conta vinculada, obser-
vado o disposto no § 19 do art. 20 desta Lei;
h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado
GESTOR DA APLICAÇÃO AGENTE OPERADOR
pela Caixa Econômica Federal; e
Órgão do Poder Executivo Caixa Econômica Federal i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS
responsável pela política (CEF) pelos trabalhadores, estabelecendo previamente os
de habitação limites globais e individuais, parâmetros e condi-
ções de aplicação e resgate.
XIV - (revogado);
O art. 5º apresenta as competências do Conselho XV - autorizar a aplicação de recursos do FGTS em
Curador. Veja: outros fundos de investimento, no mercado de capi-
tais e em títulos públicos e privados, com base em
Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete: proposta elaborada pelo agente operador, devendo
I - estabelecer as diretrizes e os programas de alo- o Conselho Curador regulamentar as formas e con-
cação de todos os recursos do FGTS, de acordo com dições do investimento, vedado o aporte em fundos
os critérios definidos nesta lei, em consonância com nos quais o FGTS seja o único cotista;
a política nacional de desenvolvimento urbano e as XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo
políticas setoriais de habitação popular, saneamen- agente operador ou pelos agentes financeiros na
to básico e infra-estrutura urbana estabelecidas intermediação da movimentação dos recursos da
pelo Governo Federal; conta vinculada do FGTS, inclusive nas hipóteses
II - acompanhar e avaliar a gestão econômica de que tratam os incisos V, VI e VII do caput do art.
e financeira dos recursos, bem como os ganhos 20 desta Lei.
sociais e o desempenho dos programas aprovados;
III - apreciar e aprovar os programas anuais e plu- O Conselho Curador será assistido por um Comitê
rianuais do FGTS;
de Auditoria e Riscos e poderá ser assistido regular-
IV - aprovar as demonstrações financeiras do FGTS,
mente por pessoas naturais ou jurídicas especializa-
com base em parecer de auditoria externa indepen-
dente, antes de sua publicação e encaminhamento das em planejamento, em gestão de investimentos, em
aos órgãos de controle, bem como da distribuição avaliação de programas e políticas, em tecnologia da
de resultados; informação ou em qualquer outra especialização jul-
V - adotar as providências cabíveis para a correção gada necessária para subsidiá-lo no exercício de suas
de atos e fatos do gestor da aplicação e da CEF que atribuições.
prejudiquem o desempenho e o cumprimento das As despesas decorrentes ficarão a cargo do FGTS,
198 finalidades no que concerne aos recursos do FGTS; nos termos do § 1º e 2º, do art. 5º:
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Art. 5º [...] O Gestor de Aplicação do FGTS terá competên-
§ 1º O Conselho Curador será assistido por um cias específicas, inseridas pelo art. 6º, da Lei nº 8.036,
Comitê de Auditoria e Riscos, constituído na forma de 1990. Veja:
do Regimento Interno, cujas atribuições e condições
abrangerão, no mínimo, aquelas estipuladas nos Art. 6º Ao gestor da aplicação compete:
arts. 24 e 25, §§ 1º a 3º, da Lei nº 13.303, de 30 de I - praticar todos os atos necessários à gestão da
junho de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário aplicação do Fundo, de acordo com as diretrizes e
das empresas públicas e sociedades de economia programas estabelecidos pelo Conselho Curador;
mista que forem aplicáveis, ainda que por simila- II - expedir atos normativos relativos à alocação dos
ridade, ao FGTS, e cujas despesas serão custeadas recursos para implementação dos programas apro-
pelo Fundo, por meio de sua Secretaria Executiva, vados pelo Conselho Curador;
observado o disposto no § 3º deste artigo. III - elaborar orçamentos anuais e planos pluria-
§ 2º O Conselho Curador poderá ser assistido nuais de aplicação dos recursos, discriminados por
regularmente por pessoas naturais ou jurídicas região geográfica, e submetê-los até 31 de julho ao
especializadas em planejamento, em gestão de Conselho Curador do FGTS;
investimentos, em avaliação de programas e polí- IV - acompanhar a execução dos programas de habi-
ticas, em tecnologia da informação ou em qualquer tação popular, saneamento básico e infraestrutura
outra especialização julgada necessária para sub- urbana previstos no orçamento do FGTS e imple-
sidiá-lo no exercício de suas atribuições, e as despe- mentados pela CEF, no papel de agente operador;
sas decorrentes ficarão a cargo do FGTS, observado V - submeter à apreciação do Conselho Curador as
o disposto no § 3º deste artigo. contas do FGTS;
VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos téc-
Os custos e as despesas incorridos pelo FGTS não nicos necessários ao aprimoramento operacional
poderão superar limite a ser estabelecido pelo Con- dos programas de habitação popular, saneamento
selho Curador. Vejamos a disposição legal: básico e infra-estrutura urbana;
VII - definir as metas a serem alcançadas nos pro-
gramas de habitação popular, saneamento básico e
Art. 5º [...]
infra-estrutura urbana.
§ 3º Os custos e despesas incorridos pelo FGTS
não poderão superar limite a ser estabelecido pelo
Conselho Curador, o qual observará, no mínimo, os É importante ressaltar o que caberá ao Ministério
custos por atividades, os ganhos de escala e pro- da Saúde, segundo o art. 6º-A:
dutividade, os avanços tecnológicos e a remune-
ração praticada por outros fundos no mercado de Art. 6º-A Caberá ao Ministério da Saúde regula-
capitais, excluídos da base de cálculo aqueles cuja mentar, acompanhar a execução, subsidiar o
administradora receba remuneração específica, e Conselho Curador com estudos técnicos neces-
incluirão: sários ao seu aprimoramento operacional e
I - os serviços de fiscalização, as atividades de arre- definir as metas a serem alcançadas nas opera-
cadação, de cobrança administrativa e de emissão ções de crédito destinadas às entidades hospita-
de certidões; lares filantrópicas, bem como a instituições que
II - os serviços de cobrança judicial dos créditos ins- atuem no campo para pessoas com deficiência, sem
critos em dívida ativa; fins lucrativos, que participem de forma comple-
III - os serviços contratados pela Secretaria Execu- mentar do Sistema Único de Saúde (SUS).
tiva para suporte às ações e decisões do Conselho
Curador e do Comitê de Auditoria e Riscos, bem O agente operador do FGTS é a Caixa Econômica
como os valores despendidos com terceiros; Federal, que deverá dar pleno cumprimento aos pro-
IV - a capacitação dos gestores. gramas anuais em andamento, aprovados pelo Con-
selho Curador; eventuais alterações somente poderão
Além disso, o limite de custos e despesas não ser processadas mediante prévia anuência daquele
incluirá taxas de risco de crédito e demais custos e colegiado. Terá como atribuições previstas no art. 7º:
despesas devidos ao agente operador e aos agentes
financeiros e, será, em cada exercício, de até 0,04% Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade
(quatro centésimos por cento) do valor dos ativos do de agente operador, cabe:
FGTS ao final do exercício anterior, nos termos do I - centralizar os recursos do FGTS, manter e con-
trolar as contas vinculadas, e emitir regularmente
§ 6º, do art. 5º.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Art. 13 Os depósitos efetuados nas contas vincula- Toda pessoa física que prestar ser-
das serão corrigidos monetariamente com base nos viços a empregador, a locador ou
parâmetros fixados para atualização dos saldos tomador de mão de obra, excluídos
dos depósitos de poupança e capitalização juros de TRABALHADOR os eventuais, os autônomos e os
(três) por cento ao ano. servidores públicos civis e militares
sujeitos a regime jurídico próprio (§
Atente-se ao fato de que é possível a distribuição 2º, art. 15)
entre os trabalhadores do lucro promovido pelo FGTS.
Conforme o § 5º, do art. 13, temos que: Aquele que exerça cargo de admi-
nistração previsto em lei, estatuto
DIRETOR
Art. 13 [...] ou contrato social, independente
§ 5º O Conselho Curador autorizará a distribuição da denominação do cargo (art. 16)
de parte do resultado positivo auferido pelo
FGTS, mediante crédito nas contas vinculadas
É importante mencionar que os contratos de
de titularidade dos trabalhadores, observadas
aprendizagem terão a alíquota reduzida para dois
as seguintes condições, entre outras a seu critério:
por cento.
I - a distribuição alcançará todas as contas vincu-
ladas que apresentarem saldo positivo em 31 de De acordo com o art. 20, a conta vinculada do
dezembro do exercício-base do resultado auferido, trabalhador no FGTS poderá ser movimentada,
inclusive as contas vinculadas de que trata o art. mediante as situações previstas nos incisos do artigo.
21 desta Lei; Vejamos:
II - a distribuição será proporcional ao saldo de
cada conta vinculada em 31 de dezembro do exer- Art. 20 A conta vinculada do trabalhador no FGTS
cício-base e deverá ocorrer até 31 de agosto do ano poderá ser movimentada nas seguintes situações:
seguinte ao exercício de apuração do resultado; e I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de
culpa recíproca e de força maior;
Uma das perguntas mais relevantes sobre o FGTS I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art.
484-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
ta Lei, nos prazos de que trata o § 6º do art. 477 da comercial completos, telefone com DDD, referencias
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT; pessoais, data da abertura da conta e o número dessa
II - Revogado
conta, e a assinatura do depositante.
III - Revogado
Estas orientações estão contidas na Resolução
IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depó-
sitos do FGTS, parcela componente da remuneração;
CMN nº 4.753, de 2019, que dita às regras básicas que
V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos devem nortear as Instituições Financeiras quando da
legais do FGTS constituído em notificação de débito, Abertura e manutenção de contas de depósito.
no prazo concedido pelo ato de notificação da decisão Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito
definitiva exarada no processo administrativo; sobre isso:
VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou
omissões, as informações de que trata o art. 17-A des- No Caso de Pessoa Física
ta Lei e as demais informações legalmente exigíveis.
VII - deixar de apresentar ou de promover a retifica- z Documento de identificação (carteira de identifica-
ção das informações de que trata o art. 17-A desta ção ou equivalente, como, por exemplo, a carteira
Lei no prazo concedido na notificação da decisão nacional de habilitação, passaporte, CTPS, carrei-
definitiva exarada no processo administrativo que ras de órgão de classe);
203
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z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); É facultado à instituição financeira abrir, man-
z Comprovante de residência. ter ou encerrar contas de depósito caso o cliente
esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Che-
Para que exista uma pessoa física, basta que esta ques sem Fundos.
nasça com vida. Ela se extingue com a morte do O cliente será incluído no CCF nas seguintes
indivíduo. condições:
z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos;
emancipadas, podem ter conta de depósitos, e
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
acesso a crédito também, desde que na abertura
III - aqueles que, por causa transitória ou perma-
ou na assinatura do contrato sejam assistidas por
nente, não puderem exprimir sua vontade; e
seus responsáveis legais!;
IV - os pródigos.
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos,
podem ter contas de depósitos, e devem ser repre-
Os relativamente incapazes devem ser assisti-
sentadas por seus representantes legais;
dos pelos representantes legais.
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem
Em relação aos menores de 18 anos, é possível que
ter contas de depósitos, e até firmar contratos de
ocorra a emancipação, que é a antecipação da capaci-
empréstimo, desde que sejam assistidas por duas
dade de fato.
testemunhas e que o contrato seja lido em voz
De acordo com o Código Civil, a incapacidade ces-
alta;
sará, para os menores (parágrafo único, art. 5º):
z Os residentes e domiciliados no exterior podem
ter conta no Brasil, mas as movimentações ocor-
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na
ridas em tais contas caracterizam ingressos ou saí-
falta do outro, mediante instrumento público,
das de recursos no Brasil e, quando em valor igual
independentemente de homologação judicial, ou
ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprova-
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
ção documental, registro no sistema informatizado tiver dezesseis anos completos;
do Banco Central e identificação da proveniência II - pelo casamento;
e destinação dos recursos, da natureza dos paga- III - pelo exercício de emprego público efetivo;
mentos e da identidade dos depositantes e dos IV - pela colação de grau em curso de ensino
beneficiários das transferências efetuadas. (Lem- superior;
brando que só instituições autorizadas a operar V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou
com câmbio podem ter esse tipo de conta). pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.
De acordo com o art. 1º, do Código Civil, toda pes- Art. 72 [...]
soa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Portan- Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em
to, todos possuem capacidade de direito. lugares diversos, cada um deles constituirá domicí-
No entanto, a capacidade de fato é a aptidão de lio para as relações que lhe corresponderem.
um indivíduo de executar e atuar plenamente em sua
vida civil, isto é, de exercer pessoalmente seus atos. No caso da pessoa que não tenha residência
Quando se fala em incapacidade, portanto, essa se habitual, seu domicílio será o lugar onde ela for
refere à ausência da capacidade de fato. encontrada (art. 73). 205
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PESSOA JURÍDICA Antes do surgimento do novo SPB, às 7 horas da
manhã de cada dia útil, eram lançados nas contas
Capacidade Civil e Representação Reservas Bancárias das instituições financeiras, os
resultados financeiros (positivos ou negativos) apura-
A existência legal das pessoas jurídicas de direito dos nos diversos mercados de títulos e valores mobi-
privado começa com a inscrição do ato constitutivo liários nas negociações dos dias anteriores.
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de Estamos falando dos resultados de operações com
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averban- ações, derivativos, títulos privados etc., além do resul-
do-se no registro todas as alterações por que passar o ato tado da compensação, entre os bancos, dos valores
constitutivo (art. 45, do Código Civil). pagos pelas pessoas físicas e jurídicas por intermédio
No momento em que a pessoa jurídica registra seu de cheques e DOC (Documentos de Crédito).
contrato constitutivo, adquire personalidade, isto é, capa- O único resultado que era lançado no mesmo dia
cidade para ser titular de direito. Naturalmente, ela só das operações era aquele informado pelo Selic, relati-
pode ser titular daqueles direitos compatíveis com a vo às negociações com títulos públicos federais. Mes-
sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os patrimônios. mo assim, esse lançamento era realizado às 23h, após
o encerramento dos mercados.
Nesse viés, não lhe admitem os direitos personalísticos.
O que ocorria era que, ainda que o banco não
Além do mais, para exercer tais direitos, a pessoa
dispusesse de saldo suficiente em sua conta para
jurídica recorre as pessoas físicas que a represen-
satisfazer os pagamentos previstos para as 7h, o Ban-
tam, ou seja, quem os respectivos estatutos designa-
co Central honrava a liquidação das obrigações, e
rem ou, não os designando, pelos seus diretores.
o banco passava a apresentar saldo negativo na conta
Reservas Bancárias. Perceba: é como se os bancos pos-
Domicílio suíssem um “cheque especial” com limite infinito
junto ao Banco Central. Ainda que não tivessem recur-
É o lugar onde funcionam as respectivas direto- sos disponíveis em sua conta Reservas Bancárias, seus
rias e administrações, isto quando nos seus estatutos compromissos eram liquidados.
não constar eleição de domicílio especial. Esse saldo negativo normalmente era regulariza-
Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos do às 23h, pois os bancos mantinham títulos públi-
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um será cos federais em volume suficiente para o adequado
considerado domicílio para os atos nele praticados (§ gerenciamento de seu caixa. Ou seja, se a conta Reser-
1º, art. 75, do Código Civil). vas Bancárias ficasse negativa, o banco vendia títulos
públicos federais ao longo do dia e, às 23h, regulariza-
va sua situação, deixando de apresentar saldo devedor.
A soma dos saldos negativos nas contas Reser-
SISTEMA DE PAGAMENTOS vas Bancárias, entre as 7h e às 23h de cada dia, era
um risco privado (dos bancos) assumido diaria-
BRASILEIRO mente pelo Banco Central. Ou seja, indiretamente,
era assumido por toda a sociedade.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) com-
Por outro lado, se o Banco Central rejeitasse os lan-
preende as entidades, os sistemas e os procedimentos
çamentos de um banco para evitar a existência de saldo
relacionados ao processamento e à liquidação de ope-
negativo em sua conta Reservas Bancárias, estaria trans-
rações de transferência de fundos, de operações com
moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores ferindo a falta de liquidez (dinheiro) desse banco para
mobiliários, chamados, coletivamente, de entidades o resto do sistema financeiro e para a clientela do siste-
operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro ma bancário. Sim, porque se um banco não honrasse
(IMF). Além das IMF, alguns arranjos e instituições seus débitos, outros bancos deixariam de receber os
de pagamento também integram o SPB. recursos que tinham a receber desse banco.
Zelar pelo funcionamento normal, seguro e efi- Isso poderia gerar o que se costuma chamar de
ciente do sistema de pagamentos é função essencial “crise sistêmica”, com a quebra sucessiva de ins-
de um banco central. Tal função tem como objetivo tituições financeiras — um “efeito dominó” — e a
primordial garantir a eficiência e a segurança no uso interrupção da cadeia de pagamentos do setor real
de instrumentos de pagamento por meio dos quais a da economia, seguida, invariavelmente, de recessão
moeda é movimentada. econômica. O risco de crise sistêmica era algo que o
Como forma de atingir esses objetivos, o BC tem as Banco Central precisava evitar a qualquer custo.
competências de regulamentar e exercer a vigilância Dessa forma, era comum que, quando o problema
e a supervisão sobre os sistemas de compensação e de de liquidez de um determinado banco fosse grave,
liquidação, os arranjos e as instituições de pagamento. o Banco Central sustentasse esse banco por meio de
Vamos conhecer um pouco mais sobre esse universo? empréstimos, a fim de evitar o risco sistêmico.
HISTÓRICO
Dica
Inicialmente, é importante compreender como ope- Há uma expressão comum no mercado financei-
rava o Sistema Financeiro Nacional antes do surgimen- ro sobre isso: “too big to fail” (“grande demais
to do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
para quebrar”, em português). Esse é também o
Os bancos têm no Banco Central (Bacen) uma con-
ta denominada Reservas Bancárias, que funciona
nome de um filme de 2011 que aborda a crise
de forma similar a uma conta corrente. Nessa conta do sistema financeiro norte-americano de 2008.
é processada toda a movimentação financeira diária Fica a sugestão para assisti-lo, pois irá te ajudar
entre os bancos, decorrente de operações próprias ou a compreender um pouco mais como funciona o
206 de seus clientes. sistema financeiro.
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Essa situação propiciava o chamado risco moral (moral hazard), que surge quando um agente econômico
muda seu comportamento de acordo com o contexto da transação econômica. Nesse caso, os bancos podiam agir
de forma menos prudente, acreditando que, caso necessitassem, seriam “socorridos” pelo Banco Central.
Grandes bancos, como o Nacional, o Bamerindus e o Econômico, que eram bancos expressivos, concorrentes
de grandes nomes que continuam na ativa hoje, foram liquidados (quebraram) na segunda metade da década de
1990.
Em junho de 2001, o balanço do Banco Central indicava saldo devedor nas contas Reservas Bancárias de
R$ 12,3 bilhões decorrentes de lançamentos não rejeitados, embora as instituições não dispusessem de liquidez
suficiente ou de garantias para oferecer em um empréstimo.
Com esse percurso histórico, conseguimos compreender qual era o cenário antes do surgimento do Sistema de
Pagamentos Brasileiro. Veja a seguir quais foram as mudanças implementadas em sua reestruturação.
A reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreendeu um conjunto de medidas para solu-
cionar os graves problemas existentes que foram expostos aqui.
Os principais riscos assumidos pelo Banco Central no antigo Sistema de Pagamentos eram o risco de cré-
dito e o risco de liquidez. As instituições detentoras de contas Reservas Bancárias no Banco Central comanda-
vam as ordens de transferências de recursos sem que houvesse checagem automática da suficiência dos saldos
na conta, ficando tal conferência para o final do dia e pelo valor líquido (compensação multilateral dos saldos
comandados ao longo do dia).
Assim, se uma contraparte na operação não honrasse o compromisso de transferência do fundo por motivo
de falta de liquidez momentânea (risco de liquidez) ou insolvência (risco de crédito), o Banco Central, desempe-
nhando a função de mantenedor do equilíbrio do sistema financeiro, assumia o papel de fornecedor de liquidez
e crédito do sistema. O Banco Central, portanto, assumia o papel, involuntário, de garantidor das operações
cursadas no âmbito do Sistema de Pagamentos.
As câmaras de compensação (sistemas de liquidação de operações com títulos públicos, títulos privados, che-
ques, operações de câmbio etc.) liquidavam diretamente na conta Reservas Bancárias no Banco Central. Também
não havia críticas quanto à insuficiência de saldo. Nesse caso, o Banco Central assumia os riscos decorrentes
da operação, dado que as câmaras não possuíam mecanismos de gerenciamento de riscos capazes de suprir a
insolvência de seus participantes.
Portanto, havia um cenário complexo, com o Banco Central atuando principalmente como fornecedor de
liquidez caso as instituições bancárias detentoras de conta Reservas Bancárias não honrassem as suas ordens de
transferências de recursos ao final do dia, fosse devido à falta de liquidez, à insolvência, a fraudes ou mesmo por
problemas operacionais.
Diante disso, na construção do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, que passou a operar em 22 de abril de
2002, diversas medidas passaram a ser adotadas:
z Revisão da base legal do Sistema de Pagamentos Brasileiro, com a edição da Lei nº 10.214, de 27 de março
de 2001, que disciplinou a atuação das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação
no âmbito do sistema de pagamentos brasileiro. Dentre os pontos disciplinados pela Lei, pode-se destacar
a previsão da compensação multilateral e a criação de proteção jurídica para a execução segura das
garantias aportadas nas câmaras de compensação;
z Monitoramento, em tempo real, do saldo de cada conta Reservas Bancárias, não sendo admitido, a partir
do dia 24 de junho de 2002, saldo devedor em qualquer momento do dia;
z Oferta de empréstimo ponte diário (redesconto intradia), mediante operações de compra, pelo Banco Cen-
tral, de títulos públicos federais dos bancos, que são recomprados do Banco Central no próprio dia, registran-
do-se em tempo real o resultado financeiro na conta Reservas Bancárias. Isso garante a oferta da liquidez
necessária para o fluxo normal dos pagamentos ao longo do dia, sem riscos para o Banco Central;
z Implantação de sistema de troca de fundos com liquidação bruta em tempo real, que processa ordens
de transferência eletrônica de fundos entre bancos, inclusive as por conta de clientes. Essas ordens, uma vez
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
processadas pelo sistema, passaram a gozar dos atributos de irrevogabilidade e incondicionalidade, isto é,
uma vez processadas, não podem ser desfeitas (não há estorno). Assim, passou a existir alternativa segura aos
cheques e documentos de crédito para a realização de pagamentos de grande valor (é o surgimento da Trans-
ferência Eletrônica Disponível — TED);
z Criação, pelo setor privado, de rede de telecomunicações dedicada exclusivamente ao sistema financeiro
e operada sob rígidos padrões de segurança e confiabilidade definidos pelo Banco Central;
z Assunção do risco privado pelo setor privado, com a definição de regras mais rígidas para as câmaras de
compensação privadas, que adotaram adequados mecanismos de gerenciamento de riscos, como o estabele-
cimento de limites para os bancos com base no recebimento prévio de garantias. Se o Banco Central rejeita
lançamento na conta Reservas Bancárias de um banco que não disponha de liquidez suficiente, a câmara
executa as garantias que lhe tenham sido entregues pelo banco inadimplente e honrará os pagamentos cor-
respondentes, com fundamento na Lei n° 10.214, de 2001. Outra consequência foi que os participantes tiveram
que conhecer e gerenciar melhor os riscos a que estavam expostos nessas câmaras;
z Adoção de mecanismo indutor à oferta, pelos bancos, de novos produtos à clientela, que permitiram a
migração dos pagamentos de maior valor, à época realizados por cheques e documentos de crédito, para ins-
trumentos de pagamento eletrônico adequadamente estruturados. 207
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Podemos dizer que as medidas mencionadas, entre outros aspectos positivos:
Além disso, surgiu para o cidadão comum a possibilidade de transferir recursos de sua conta corrente para
conta de outra pessoa em banco diferente do seu, em agência de qualquer localidade do país, sendo o recurso
imediatamente disponível para o destinatário, através da Transferência Eletrônica Disponível (TED).
Todas as entidades que prestam esses serviços são denominadas Infraestruturas do Mercado Financeiro
(IMF).
O tráfego de informações entre as IMF ocorre através da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).
A RSFN, portanto, é a estrutura de comunicação de dados que tem por finalidade amparar o tráfego de
informações no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.
208
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Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) e Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN)
No Brasil, qualquer IMF, para funcionar, está sujeita à autorização e à supervisão do Banco Central.
Na função de supervisão, cabe ao Banco Central assegurar que as IMF em operação no Brasil sejam administradas con-
sistentemente com os objetivos de interesse público, mantendo a estabilidade financeira e reduzindo o risco sistêmico.
Cabe, ainda, ao Bacen, seguindo diretrizes dadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o papel de regu-
lador, juntamente com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nas suas respectivas esferas de competência.
Como regulador, portanto, o Banco Central atua no sentido de converter as políticas estabelecidas em regras a
serem aplicadas pelas IMF.
Além disso, ele busca adequar as normas brasileiras, quando relevante, ao que recomendam os organismos
internacionais, como é o caso do Comitê de Pagamentos e Infraestruturas do Mercado do Banco de Compensações
Internacionais (CPMI/BIS) e do Comitê Técnico da Organização Internacional de Comissões de Valores (TC/IOSCO).
GESTÃO E OPERAÇÃO
Além da supervisão e da regulação, o Banco Central também atua como provedor de serviços de liquidação.
Nesse papel, o Banco Central é o responsável pela gestão e operação das seguintes IMF:
O STR e o SPI são sistemas de pagamento (transferências de fundos). O Selic é um sistema de liquidação de
ativos e um depositário central que opera a maioria dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, além de
ser o responsável pelo eventual registro de ônus e gravames sobre tais títulos.
Neste momento, vamos falar sobre o STR e o SPI.
O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é o coração do Sistema de Pagamentos Brasileiro, pois é onde
ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.
A transferência de fundos no STR é irrevogável, isto é, só é possível “desfazer” uma transação por meio de
outra transação no sentido contrário. Além disso, para garantir a solidez do sistema, no STR não há possibilidade
de lançamentos a descoberto. Ou seja, não se admite saldo negativo.
209
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O STR é um sistema que faz Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), ou seja, as operações são liquidadas
uma a uma por seus valores brutos em tempo real.
Estrutura do STR
Fonte: site do Banco Central.
O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) é a infraestrutura centralizada e única para liquidação de paga-
mentos instantâneos entre instituições distintas no Brasil.
“Pagamentos instantâneos” te lembra alguma coisa? Sim! O SPI é a infraestrutura de liquidação financeira do
Pix.
A operação do SPI, gerida pelo Banco Central, teve início em novembro de 2020.
O SPI é um sistema que faz Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), ou seja, que processa e liquida transa-
ção por transação. Uma vez liquidadas, as transações são irrevogáveis.
Os pagamentos instantâneos são liquidados com lançamentos nas contas de propósito específico que as insti-
tuições que são participantes diretos do sistema mantêm no Bacen, denominadas Contas Pagamento Instantâneo
(Contas PI). Para garantir a solidez do sistema, não há possibilidade de lançamentos a descoberto, isso é, não se
admite saldo negativo nas Contas PI.
Existem duas modalidades de participação na infraestrutura de liquidação do SPI:
z participantes diretos, aqueles que farão a liquidação das transações diretamente no SPI;
z participantes indiretos, cujas transações serão liquidadas por intermédio de um participante direto ou liqui-
dante especial.
Bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas que sejam participan-
tes do Pix deverão, obrigatoriamente, ser participantes diretos do SPI. As demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central que sejam participantes do Pix podem optar por serem participantes diretos ou
indiretos do SPI.
As instituições de pagamento sem autorização de funcionamento do Banco Central (aquelas para as quais não
há essa exigência) e que sejam participantes do Pix devem, necessariamente, ser participantes indiretos do SPI.
210
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Formas de acesso ao SPI
Caro aluno,
Os códigos supramencionados, em conjunto com a Política de Responsabilidade Socioambiental da Caixa
Econômica Federal, serão disponibilizados em PDF na Área do Aluno, para complementação de seus estudos.
O passo a passo para acessar os nossos materiais complementares encontra-se nas primeiras páginas desta
apostila.
Atenciosamente,
Equipe Nova Concursos
HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) P foi diretor de sociedade empresária que foi acusada de praticar atos de corrupção, com
geração de prejuízos superiores a cem milhões de reais. Após longo período de negociação, P e a sociedade resolvem
compor os prejuízos causados.
Nos termos da Lei no 12.846/2013, caso preenchidos os requisitos exigidos, poderá ser realizado(a):
a) compromisso de honestidade
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
b) acordo de leniência
c) negócio jurídico
d) transação legal
e) promessa de restauração
2. (CESGRANRIO — 2021) Uma administradora de empresas é responsável por organizar os formulários utilizados pela
instituição financeira onde atua. Ao criar novo formulário para seguir comandos legais, depara-se com novos concei-
tos de dados pessoais que devem ser aplicados.
Sendo assim, ela precisa saber que, nos termos da Lei no 13.709/2018, dados pessoais sensíveis estão relacionados a:
a) opção desportiva
b) convicção religiosa
c) escolha de lazer
d) método de trabalho
e) hábito alimentar 211
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3. (CESGRANRIO — 2021) Um trabalhador é regido pelas a) redução da taxa básica de juros
regras da CLT e tem conta vinculada ao FGTS. Curioso b) compra de títulos públicos e privados por parte dos
por saber as hipóteses de levantamento do FGTS, for- bancos centrais
mula consulta ao órgão competente. c) redução das taxas de redesconto
d) expansão da base monetária
Nos termos da Lei no 8.036/1990, a conta vinculada do e) venda de títulos com o compromisso de recompra
trabalhador no FGTS poderá ser movimentada no caso pela autoridade monetária
de:
7. (CESGRANRIO — 2021) Embora as taxas de câmbio
a) aquisição de imóvel comercial R$/US$, cotadas diariamente nos mercados de câmbio
b) aposentadoria concedida pela Previdência Social à vista, sejam expressas em valores nominais, ao longo
c) desligamento por justa causa do tempo essas taxas podem-se desviar de seus valo-
d) compra de automóvel res reais. Contribui para a apreciação real da moeda
e) aluguel de entidade familiar brasileira, em relação ao dólar norte-americano, a(o):
5. (CESGRANRIO — 2021) Desde 1999, o Brasil adota um Diante desse contexto, o administrador deve conside-
regime de câmbio flutuante (ou flexível). Consideran- rar a valorização do dólar na dimensão do ambiente:
do-se a prática brasileira desde então, nesse regime
cambial, a: a) econômico
b) político
a) taxa de câmbio é fixada pelo Banco Central do Brasil. c) tecnológico
b) taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda d) cultural
de moeda estrangeira. e) demográfico
c) taxa de câmbio não sofre interferência do Banco Cen-
tral do Brasil. 9. (CESGRANRIO — 2021) Na semana da renda fixa pro-
d) taxa de câmbio não influencia a rentabilidade dos movida por um determinado banco, o cliente X fez um
exportadores. investimento de 150 mil reais em um banco que paga
e) fixação da taxa básica de juros (Selic) torna-se depen- 8% ao ano, com prazo de vencimento de 1 ano. Nesse
dente da política cambial. mesmo dia, o cliente Y aplicou 150 mil reais na poupan-
ça, cuja taxa esperada é de 5% ao ano. Um ano depois,
6. (CESGRANRIO — 2021) O texto seguinte diz respeito à os dois sacaram o montante de cada operação. Con-
generalização das políticas monetárias consideradas sidere que o cliente X pagou 20% de imposto de renda
não convencionais por parte dos bancos centrais do sobre os juros obtidos com a aplicação, enquanto o
mundo inteiro. Os bancos centrais globais agora per- cliente Y não pagou imposto algum, e que nenhum dos
cebem que políticas monetárias antes consideradas dois sacou qualquer valor antes desse resgate.
não convencionais e temporárias agora se revelam
convencionais e duradouras. Obrigados a encontrar A partir dessas informações, verifica-se que a diferen-
novas soluções devido à crise financeira de 2008 e ça entre o ganho de capital do cliente X e o ganho de
novamente neste ano por causa da pandemia de coro- capital do cliente Y, comparando-se apenas as opera-
navírus, o Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), o ções apresentadas, em reais, foi de:
Banco Central Europeu e a maioria dos bancos cen-
trais internacionais se tornaram mais agressivos e a) 2.100,00
inovadores do que nunca na defesa das economias b) 2.400,00
contra a recessão e ameaça de deflação. c) 3.500,00
d) 4.100,00
KENNEDY, S; DODGE, S. Política monetária não convencional agora e) 4.500,00
é ferramenta duradoura. Exame, São Paulo, 15 set. 2020. Adaptado.
Disponível em: https://exame.com/. Acesso em: 29 ago. 2021.
10. (CESGRANRIO — 2021) A principal característica do
crédito direto ao consumidor (CDC) é que esse instru-
Um exemplo de política monetária não convencional é a:
212 mento de financiamento dispensa
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a) avalista Nos termos da Resolução CMN no 3.694/2009, a digi-
b) análise cadastral do cliente talização dos serviços bancários acarreta a:
c) limite de prazo de pagamento
d) limite de crédito a) modificação dos serviços de investimentos
e) identificação do cliente b) manutenção de serviços convencionais
c) exclusão dos clientes inadaptados
11. (CESGRANRIO — 2021) Um jovem trabalha em uma d) realização de treinamento para os clientes
empresa de prestação de serviços, sendo responsável e) extinção dos contratos físicos
pela equipe de atendimento. Em um determinado dia,
sua equipe recebe um cliente que é considerado uma 15. (CESGRANRIO — 2021) Um banco decidiu criar um
pessoa com deficiência. departamento on-line específico para atender a clientes
pessoa física com grandes volumes de investimento.
Nos termos da Lei no 13.146/2015, o atendimento em Esse departamento foi nomeado Agência VIP. A estraté-
todas as instituições e serviços de atendimento ao gia de atração de novos clientes envolveu o lançamento
público a pessoas com deficiência deve ser: de uma campanha publicitária, que apresentava a seguin-
te mensagem: “Focado nos melhores negócios, o Banco
a) prioritário Z criou as agências VIP. Somente para 100 clientes.”
b) exclusivo
c) normal A ideia, claramente, era gerar a sensação de perda
d) ordenado para aqueles que não se tornassem clientes da Agên-
e) adequado cia VIP e, nesse caso, utilizar o gatilho mental da:
a) prêmio por desempenho Como ficou claro, não há integração entre os sistemas
b) subordinação hierárquica utilizados pelo Banco P, o que mostra que esse Banco
c) mediação de conflitos utiliza o modelo de negócios denominado:
d) defesa contratual
e) proteção institucional a) Multinível
b) Multicanal
13. (CESGRANRIO — 2021) Um gerente de contas de c) Interseções
determinada instituição financeira atende diversos d) Omnichannel
segmentos de clientes, incluindo pessoas jurídicas. e) Plurissistemas
Sabedor de que vários dos clientes possuem residên-
cias em locais cujo acesso é vinculado a pedágios, 17. (CESGRANRIO — 2021) Os diretores de um banco pro-
resolve enviar, para alguns, um novo produto, corpo- curaram influenciadores digitais para lhes apresentar
rificado num cartão que permite o pagamento on- line os fundos de investimento do banco. Eles sabem que
do pedágio, evitando, dessa forma, as longas filas nos os influenciadores digitais divulgam informalmente
dias de feriados prolongados. produtos bancários e oferecem conselhos ou infor-
mações sobre investimentos financeiros, dizendo,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, enviar por exemplo, quais, dentre as diversas opções de apli-
ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qual- cações financeiras, são as melhores para o tipo de
quer produto, ou fornecer qualquer serviço, caracteriza: audiência que o acompanha.
19. (CESGRANRIO — 2021) No ano de 2020, uma família a) o desempenho das atividades não alcança suas
italiana, dona de um tradicional restaurante de elite de expectativas, reforçadas pela propaganda.
uma importante capital do país, perdeu sua matriarca. b) o desempenho dos serviços bancários apresentados
Ela pertencia à terceira geração da família que atua alcança as expectativas criadas pela propaganda.
desde 1905 na cena gastronômica. A empresária era c) o resultado das atividades realizadas naquela agência
conhecida pelo sorriso gentil com que iluminava os vai além das suas expectativas.
salões de seu restaurante e pelo modo como tratava d) as percepções a respeito do resultado apresentado
seus funcionários, capacitando-os a elaborar as secre- pelo banco superam as suas expectativas.
tas receitas de família. Ao longo dos últimos anos, foi e) os serviços bancários são ofertas intangíveis, não sen-
entregando, paulatinamente, a gestão da “locomotiva” do possível satisfazer clientes nesse quesito.
a seu filho, gerenciando sua aprendizagem, por ele
possuir o talento da família para o ramo. 23. (CESGRANRIO — 2021) O vendedor de equipamen-
tos de informática sai de uma agência bancária con-
Esse caso revela que a estratégia do restaurante fami- trariado. Um colega de trabalho, que o esperava para
liar se sustenta em função de sua: almoçar, nota o seu desconforto e lhe pergunta o que
houve. Ele diz que o gerente do banco havia-lhe pro-
a) aquisição de concorrentes posto que virasse cliente da agência e contratasse
b) barreiras à entrada um seguro, para que, então, esse gerente sugerisse à
c) competência essencial direção a compra dos equipamentos oferecidos pelo
d) integração vertical vendedor.
e) liderança em custo
O conflito ético de vendas observado nesse caso é
20. (CESGRANRIO — 2021) Com a introdução no Brasil, denominado:
nos anos de 1990, dos primeiros caixas automáticos
ou terminais bancários ou ATM, o processo de presta- a) propina
ção de serviços se modificou. Desde então, os clien- b) suborno
tes passaram a integrar uma parte desse processo, c) reciprocidade
realizando um conjunto de atividades que antes eram d) falsidade ideológica
feitas pelo prestador do serviço. e) conflito de interesses
Assim, o cliente passou a ser parte da solução do ser- 24. (CESGRANRIO — 2021) Desde 2013, o setor bancário
viço, que tem como característica a: tradicional vem sendo afetado pela concorrência das
Fintechs. No início, muitas delas abalaram a estabili-
a) coopetição dade de grandes bancos, por oferecer serviços com-
b) coprodução pletos de um banco, porém sem agências físicas e
c) estocagem com operações de baixo custo. Essa estratégia lhes
d) homogeneidade deu capacidade de praticar baixas tarifas e, ainda
e) simultaneidade assim, gerar uma lucratividade considerável.
21. (CESGRANRIO — 2021) Um analista de investimen- Desse modo, verifica-se que a estratégia genérica de
tos precisa vender ao seu cliente os benefícios de um posicionamento das Fintechs foi de:
determinado fundo. Ele sabe que tem uma oportunida-
de, quando estiver frente a frente com o cliente, durante a) diferenciação de produto
o atendimento, e, assim, poder explicar as vantagens e b) diversificação de indústria
qualidades do fundo. Ele também sabe que, se o cliente c) expansão de mercados
deixar a agência, essa oportunidade não se repetirá tão d) extensão de marca
cedo, e sua meta de vendas não será alcançada. e) liderança em custo
Na avaliação da qualidade de serviços, essa oportuni- 25. (CESGRANRIO — 2021) A principal marca distintiva do
dade é denominada: Pix, em relação aos mecanismos de pagamento com
cartões de débito automático, é que o Pix é um siste-
a) tangíveis visíveis ma de pagamento instantâneo criado pelo(s):
b) prontidão de recuperação
c) qualidade de projeto a) Banco do Brasil
d) momento da verdade b) Banco do Nordeste
e) técnica de design c) Banco Central do Brasil
d) bancos comerciais
22. (CESGRANRIO — 2021) A propaganda de um banco diz e) bancos de investimento
que cada cliente é atendido rapidamente e que todas
214 as suas solicitações são resolvidas de forma ágil e
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9 GABARITO
1 B
2 B
3 B
4 C
5 B
6 B
7 C
8 A
9 A
10 A
11 A
12 C
13 C
14 B
15 C
16 B
17 D
18 D
19 C
20 B
21 D
22 A
23 C
24 E
25 C
ANOTAÇÕES
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
215
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ANOTAÇÕES
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VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
1,51m 12
1,54m 17
1,57m 4
NOÇÕES DE 1,60m
1,63m
2
10
PROBABILIDADE E 1,67m
1,75m
5
13
ESTATÍSTICA 1,81m 15
1,89m 2
15
10
0
20 23 27 30 33
Agora suponha, por exemplo, que queremos saber a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cidades
possuem nomes muito grandes, poderíamos optar em usar um gráfico de barras justapostas. Veja:
Salvador
Florianópolis
Rio de Janeiro
São Paulo
0 2 4 6 8 10 12 14
Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapidamente a relação com o total de observações. Vamos supor que
analisamos as notas trimestrais de alguns alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico de pizza.
z Gráfico de Linha
São mais utilizados nas representações de séries temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para o
outro, se houve um crescimento ou um decréscimo no número de alunos dentre as séries que estão em evidência
para estudo dentro da escola. Observe:
Esses dados podem ser resumidos com um histo- x1P1 + x2P2 + ... + xnPn
grama, como mostra o gráfico a seguir. x=
P1 + P2 + ... + Pn
Salário dos Funcionários da Empresa de Cosméticos X Em
Milhares de Reais
18 Interpretando a fórmula, temos uma lista de
16 números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
14 p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada
12 pela fórmula apresentada acima.
Veja um exemplo: um aluno prestou vestibular
10
para engenharia e realizou provas de matemática,
8
física, química, história e biologia. Suponha que o
6 peso de matemática seja 4, de física seja 4, de química
4 seja 2, de história seja 1 e de biologia seja 1. Suponha
2 ainda que o estudante obteve as seguintes notas:
0
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30)
MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
É importante destacar que a área de cada retângu- Matemática 9,7 4
lo é proporcional à frequência.
Física 8,8 4
Química 7,3 2
Na tabela, a maior frequência (15) está associada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77.
Mediana
Uma outra medida que estudamos em estatística é a mediana (ou valor mediano), que é definida como número
que se encontra no centro de uma série de números, estando estes de forma organizada segundo um padrão. Ou
seja, é o valor situado de tal forma no conjunto que o separa em dois subconjuntos de mesmo número de elemen-
tos. Veja os exemplos a seguir:
A: {2;2;3;9;9} = a mediana é 3.
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os dois termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5.
Agora, observe esse outro exemplo e perceba que os dados não estão ordenados.
C: {2;3;3;7;6;6;8;5;5;5}
Para acharmos a mediana é necessário ordenar os números primeiro e depois fazer a média entre os dois
termos centrais, pois o número de elementos é par. Vejamos:
Dica
Moda: elemento(s) que mais aparece(m).
Mediana: elemento central de um conjunto de números.
� Se a quantidade de elementos for ímpar, então, a mediana é o termo do centro;
� Se a quantidade de elementos for par, então, a mediana será a média entre os dois elementos centrais.
Mínimo e Máximo
µ1 = E(X) = Ʃ x · P(X = x)
Se a variável for contínua, substituímos o somatório pela integral e a função de probabilidade P(X = x) pela
função densidade de probabilidade f(x).
Os momentos amostrais são calculados de maneira análoga. O k-ésimo momento amostral, denotado por mk, é
a soma dos valores observados elevados a k, dividida pelo tamanho da amostra n:
1 n k
mk = ƩXi
n i=1
^
Para calcular os estimadores pelo método dos momentos (EMM), que podemos denotar por θMM, igualamos
os momentos teóricos (ou populacionais) aos momentos amostrais: µK = mk
220
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z Método da Verossimilhança NÚMERO DE FUNCIO-
DIAS DA SEMANA
NÁRIOS FALTANTES
Quando queremos saber qual a probabilidade de se
obter os valores observados de forma maior possível, 4ª feira 6
precisamos estimar diante do parâmetro populacio- 5ª feira 18
nal desejado, usando o método da máxima verossimi-
6ª feira 23
lhança. Ou seja, suponha que as observações tenham
sido X1, X2, ..., Xn. Nesse caso, a probabilidade associa-
A média diária do número de funcionários que falta-
da às observações apresentadas, usando-se o estima-
ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
dor de máxima verossimilhança, é maior do que se
a média diária do número de funcionários que falta-
considerássemos qualquer outro estimador.
ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
Vale dizer que esse método terá uma função dife-
rente, de acordo com a distribuição da população.
a) 7.
Para uma variável com distribuição normal, o esti-
b) 8.
mador de máxima verossimilhança (EMV) é a média
c) 9.
amostral para a média populacional. Vejamos:
d) 10.
e) 11.
Ʃni = 1 X i
µ�
MV = =X
n Vamos calcular a média de segunda e sexta:
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao
Já o EMV para a variância, para uma distribuição trabalho.
normal, é: Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
(9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao
n
Ʃi = 1 (X i – X)2 trabalho.
�MV
σ2
= Como a questão quer a diferença, fica:
n 18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.
Para uma variável aleatória com distribuição de 2. (CEBRASPE-CESPE – 2015) A equipe de atendentes
Poisson, o EMV também é a média amostral. Vejamos: de um serviço de telemarketing é constituída por 30
empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de
n acordo com a seguinte escala.
Ʃi = 1 X i
λ�
MV = =X
n z Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham das 6
h às 12 h.
z Método de Mínimos Quadrados z Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham das
9 h às 15 h.
Busca a estimativa que resulta no menor valor z Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham das
para o quadrado das diferenças entre os valores 12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o item
observados Xi e o estimador θ�
Mq:
que se segue.
DIA
Região Sul
1 2 3 4 5 Região Sudeste
Região Centro-Oeste
X (QUANTIDADES
DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28 Região Nordeste
APRESENTADAS, EM KG) Região Norte
( ) CERTO ( ) ERRADO
MEDIDAS DE DISPERSÃO
A primeira coisa a ser feita é dispor os termos em
ordem crescente. Ou seja, 18, 20, 20, 25, 30, 36, 39,
Amplitude
41, 41, 41, 45, 47, 50, 52.
Quando o número de termos é par, precisamos tirar
A amplitude é a diferença entre o maior valor e o
a média entre as posições centrais para podermos
menor valor da lista de dados, vamos supor a lista: 3,
achar a mediana. Temos 14 números, então, é um 6, 10, 12, 14, 20. A amplitude será:
número par. Assim, a mediana será a média aritmé-
tica entre os dois termos centrais: o sétimo (39) e o Ampl = Xmáx – Xmín
oitavo (41). Veja: Md = (39+41) / 2 = 40. Ampl = 20 – 3 = 17
A mediana é 40. Resposta: Letra B.
Desvio Quartílico (Amplitude Semi-interquarlítica)
5. (IESES – 2019) Assinale a alternativa que representa a
nomenclatura dos três gráficos a seguir, respectivamente. O desvio quartílico, que também podemos chamar
de amplitude semi-interquartílica é a diferença entre
o 3º quartil e o 1º quartil dividido por 2.
Q3 - Q1
DQ =
2
222 IQ = Q3 – Q1
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Variância Desvio Padrão
Falamos que a média é o primeiro momento de O desvio padrão dá-nos a noção de quão disper-
uma distribuição, já a variância é chamada do segun- sos são os dados da amostra, quanto menor o desvio
do momento de uma distribuição. padrão, mais concentrado em torno da média aritmé-
A variância é uma medida de dispersão que mostra o tica estão os dados, quanto maior o desvio padrão,
quão distante cada valor desse conjunto está da média. mais dispersos esses dados.
Na variância teremos pela primeira vez uma dife- O desvio padrão é a raiz da variância, portanto a
rença na fórmula quando consideramos uma popu- fórmula e as considerações sobre população e amostra
lação e uma amostra. Até agora, as fórmulas eram são as mesmas, apenas vamos fazer a raiz do resultado.
sempre iguais, mudávamos apenas a representação
da média (de μ para x ). Desvio padrão = √Variância
Em uma população a variância é representada por
σ2 (sigma ao quadrado), já para uma amostra a variân- Em uma população, o desvio padrão é representa-
cia é representada por S2. da por σ (sigma), já para uma amostra o desvio padrão
Para uma amostra: é representado por S.
Para uma amostra:
/ ^Xi - X h2
S2 = n-1 / ^Xi - X h2
s= n -1
Para uma população:
Para uma população:
/ _Xi - n i2
σ2 = n / _Xi - ni2
σ= n
Podemos perceber que para uma amostra vamos
dividir por “n-1” e para uma população vamos dividir
Quando tivermos dados agrupados, basta multipli-
por N. Usamos N (maiúsculo e minúsculo) para ilus-
car cada parênteses pela frequência da classe.
trar que em uma população a quantidade de dados
é maior que na amostra, mas os dois “enes” querem
dizer a mesma coisa, ou seja, a quantidade de dados. / f^Xi - X h2
s= n -1
Quando temos a variância populacional, podemos
calcular a variância amostral aplicando um fator de
correção, que é: Ou:
n
σ= / faXi -n k2
n-1 n
n Coeficiente de Variação
S2 = σ2 ·
n-1
O coeficiente de variação (ou coeficiente de variação
de Pearson) é a divisão do desvio padrão pela média.
Quando tivermos dados agrupados, basta multipli- Pra uma amostra:
E se o problema dissesse que você não pode voltar Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA.
no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a
resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai
mudar na quantidade de possibilidades de escolhas
para voltar. Veja:
224
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Na permutação com repetição devemos descontar Observe a resolução do nosso exemplo usando a
os anagramas iguais, por isso dividimos pelo fatorial fórmula:
do número de letras repetidas.
5! 5!
A(5, 3) = = = 5·4·3·2·1 = 60
Permutação com Repetição (5 - 3) ! 2! 2·1
Vamos imaginar que temos uma mesa circular com Uma outra informação muito importante é que
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem
distintas. Observe as duas disposições das pessoas A, dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente
B, C, D, e E ao redor da mesa: de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme-
ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
A E
pessoas na praça:
B A
E D CADEIRA 1ª 2ª 3ª
MESA MESA OCUPANTE Ana Bianca Clara
n! Dica
A(n, p) =
(n - p) !
No arranjo a ordem importa.
Na combinação a ordem não importa.
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde
a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade
da outra. 225
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Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- Se 25 passageiros tiveram em A ou B e nenhum deles
ria com exercícios comentados de diversas bancas. em C, então, C teve 5 passageiros (é o que falta para
Vamos lá! o total de 30). Vamos escolher 2 passageiros, de
modo que pelo menos um seja de C, teremos:
1. (VUNESP – 2016) Um Grupamento de Operações Podemos achar o total para escolha dos 2 passagei-
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para ros que seria: C30,2 = 30 · 29/2 = 15 · 29 = 435
investigações de campo, 6 pistas diferentes devem Agora, tiramos a opção de nenhum deles ser de C,
ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada que seria: C25,2 = 25 · 24/2 = 25 · 12 = 300
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen- Então, pelo menos um deles é de C, teremos:
tes de se fazer essa distribuição é 435 – 300 = 135. Resposta: Certo.
2. (IDECAN – 2016) Felipe é uma criança muito bagun- 5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Em um processo de coleta
ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa. de fragmentos papilares para posterior identificação de
Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode criminosos, uma equipe de 15 papiloscopistas deverá
levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho, se revezar nos horários de 8 h às 9 h e de 9 h às 10 h.
1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri-
nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes Com relação a essa situação hipotética, julgue o item
Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con- a seguir.
junto de brinquedos já levados antes?
Se dois papiloscopistas forem escolhidos, um para
a) 100 vezes. atender no primeiro horário e outro no segundo horá-
b) 115 vezes. rio, então a quantidade, distinta, de duplas que podem
c) 130 vezes. ser formadas para fazer esses atendimentos é supe-
d) 140 vezes. rior a 300.
n (evento)
P (A ∪ B) = P (A) + P (B) – P (A∩B)
Probabilidade do Evento =
n (espaço amostral) A fórmula pode ser traduzida como a probabilida-
de da união de dois eventos é igual a soma das pro-
babilidades de ocorrência de cada um dos eventos,
Na fórmula acima, n(Evento) é o número de ele- subtraída da probabilidade da ocorrência dos dois
mentos do subconjunto Evento, isto é, o número eventos simultaneamente.
de resultados favoráveis; e n(Espaço Amostral) é o Neste caso, quando temos A ∩ B = ϴ, ou seja, even-
número total de resultados possíveis no experimento tos mutuamente exclusivos, tem-se que P (A ∪ B) = P
aleatório. (A) + P (B).
Por isso, costumamos dizer também que: Imagine que você tem uma urna contendo 20 bolas
numeradas de 1 a 20. Quando uma bola é retirada ao
número de resultados favoráveis acaso, qual é a probabilidade de o número ser múlti-
Probabilidade do Evento = números total de resultados plo de 3 ou de 5?
Ora, veja que temos a palavra “ou” na pergunta e
isso nos remete à ideia de “união” dos eventos. Sen-
Agora, voltando ao exemplo que apenas os núme- do assim, podemos extrair os dados para aplicar na
ros ímpares que nos interessam, temos: fórmula:
Eventos Independentes 4
P(B) =
20
Qual seria a probabilidade de, em dois lançamen-
tos consecutivos do dado, obtermos um resultado z P(A ∩ B) = probabilidade do número ser múltiplo
ímpar em cada um deles? Veja que temos dois expe- de 3 e 5
rimentos independentes ocorrendo: o primeiro lança-
mento e o segundo lançamento do dado. O resultado Somente o número 15 é múltiplo de 3 e 5 ao mesmo
do primeiro lançamento em nada influencia o resul- tempo.
tado do segundo.
Quando temos experimentos independentes, a 1
probabilidade de ter um resultado favorável em um e P(A ∩ B) =
20
um resultado favorável no outro é feita pela multipli-
cação das probabilidades de cada experimento: Aplicando na fórmula, temos:
Múltiplos de 8: {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72...}
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
ria com exercícios comentados de diversas bancas. Números da Mega Sena: 1 a 60.
Vamos lá! Os múltiplos de 8 na Mega Sena são: 8, 16, 24, 32, 40,
48, 56, ou seja, 7 números.
1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Em um grupo de 10 Logo 7/60 = 11%. Resposta: Errado.
pessoas, 4 são adultos e 6 são crianças. Ao se sele-
cionarem, aleatoriamente, 3 pessoas desse grupo, a 4. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Em um jogo de azar, dois
probabilidade de que no máximo duas dessas pes- jogadores lançam uma moeda honesta, alternada-
soas sejam crianças é igual a mente, até que um deles obtenha o resultado cara. O
jogador que detiver esse resultado será o vencedor.
a) 1/6. A probabilidade de o segundo jogador vencer o jogo
b) 2/6. logo em seu primeiro arremesso é igual a
c) 3/6.
d) 4/6. a) 2/3.
e) 5/6. b) 1/2.
c) 1/4.
Basta calcular a probabilidade de vir 3 crianças (o d) 1/8.
que a gente não quer). Depois subtrair de 1, para e) 3/4.
obter os casos favoráveis.
Probabilidade de sortear 3 crianças: 6/10 · 5/9 · 4/8 = 1/6 Precisamos calcular a probabilidade do primeiro joga-
1 – 1/6 = 5/6. Resposta: Letra E. dor tirar coroa e o segundo jogador obter cara. Pro-
babilidade de o primeiro tirar coroa: 1/2 e o segundo
2. (VUNESP – 2017) Um centro de meteorologia infor- tirar cara: 1/2. Logo, 1/2 · 1/2 = 1/4. Resposta: Letra C.
mou ao CIPM que é de 60% a probabilidade de chuva
no dia programado para ocorrer a operação. Mediante 5. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Cinco mulheres e quatro
essa informação, o oficial no comando afirmou que as homens trabalham em um escritório. De forma aleató-
228 probabilidades de que a operação seja realizada nesse ria, uma dessas pessoas será escolhida para trabalhar
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no plantão de atendimento ao público no sábado. Em seguida, outra pessoa será escolhida, também aleatoriamente,
para o plantão no domingo.
Considerando que as duas pessoas para os plantões serão selecionadas sucessivamente, de forma aleatória e sem
reposição, julgue o próximo item.
A probabilidade de os dois plantonistas serem homens é igual ou superior a 4/9.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Usamos o Teorema de Bayes quando conhecemos as probabilidades condicionais da forma P(B|A) e queremos
calcular a probabilidade condicional da forma P(A|B), ou seja, conhecemos as probabilidades com o evento B, a
posteriori, e desejamos conhecer as probabilidades para esse evento a priori. De maneira geral, com n eventos A,
e conhecendo P(B|Ai), a probabilidade de algum evento Am, condicionada ao evento B, P(Am|B), é:
P (B|Am) ‧ P (Am)
P (Am|B) =
P (B|A1) ‧ P (A1) + P (B|A2) ‧ P (A2) + ⋯ + P (B|An) ‧ P (An)
P(A|V1) ‧ P(V1)
P(V1|A) =
P(A|V1) ‧ P(V1) + P(A|V2) ‧ P(V2) + P(A|V3) ‧ P(V3)
Logo,
z O Teorema de Bayes está interligado à probabilidade condicional de dois eventos, ou seja, representa uma
relação entre a probabilidade condicional e sua inversa;
z Sua ideia principal é inverter as probabilidades condicionais;
z É necessário ter alguma informação anterior, ou seja, saber sobre um determinado evento que já ocorreu e
sua probabilidade.
2. (NOVA CONCURSOS – 2022) Em uma repartição do A fórmula diz que a probabilidade de A ocorrer,
TJSP, existem duas impressoras que fazem a função dado que B ocorreu, é a divisão entre a probabilidade
exclusivamente de cópias, sendo que a impressora A de A e B ocorrerem simultaneamente e a probabilida-
produz 65% do total de cópias mensais. Sabe-se, tam- de de B ocorrer. Para que A e B ocorram simultanea-
mente (resultado ímpar e inferior a 4), temos como
bém, que a impressora A desperdiça 10% das cópias
possibilidades o resultado igual a 1 e 3. Isto é, apenas
enquanto a impressora B desperdiça 12%. Selecionan-
2 dos 6 resultados atendem-nos.
do de maneira aleatória uma de suas cópias desperdiça-
Logo,
das, utilizando a regra de Bayes, apure a probabilidade
dessa cópia ter sido desperdiçada pela impressora B. 2 1
P (A∩B) = 6 = 3
a) 35,1%
b) 25,0%
Para que B ocorra (resultado inferior a 4), já vimos
c) 34,95%
que 3 resultados atendem.
d) 39,25%
Portanto,
e) 21,45%
3 1
Pelo teorema de Bayes, temos: P (A∩B) = =
6 2
P(A e B) = é a interseção entre o total de cópias defei-
tuosas e as cópias feitas pela impressora Beta = 0,35
· 0,12 = 0,042 Usando a fórmula acima, temos:
P(B) = é o total de cópias defeituosas no universo
1
em questão = 0,35 · 0,12 + 0,65 · 0,1 = 0,042 + 0,065
P (A + B) 3 = 1 2 = 2 = 66,6%
= 0,107 P (A\B) = = ·
P (B) 1 3 1 3
Logo, P(A|B) = P(A ^ B) ÷ P(B)
2
P(A|B) = 0,042 ÷ 0,107 = 0,3925 = 39,25%.
Resposta: Letra D.
PROBABILIDADE CONDICIONAL
POPULAÇÃO E AMOSTRA
Neste tópico, vamos falar sobre um tema bem
recorrente em questões de concursos. Imagine que A estatística divide-se em dois ramos: a descriti-
vamos lançar um dado, e estamos analisando 2 even- va e a inferencial. O primeiro ramo tem por objetivo
tos distintos: coletar dados por meio das técnicas de amostragem e
A: sair um resultado ímpar. estudar ou fazer suas representações através de grá-
B: sair um número inferior a 4. ficos ou tabelas. Podemos usar, ainda, na estatística
Para o evento A ser atendido, os resultados favo- descritiva, o cálculo através das médias, medianas,
ráveis são 1, 3 e 5. Para o evento B ser atendido, os modas, desvio padrão, entre outros para resumir os
resultados favoráveis são 1, 2 e 3. Vamos calcular rapi- dados coletados.
230 damente a probabilidade de cada um desses eventos:
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Y Y Y
Agora, quando falamos da estatística inferencial, o
objetivo principal é deduzir/inferir, a partir das infor-
mações de um conjunto de dados (amostra), algumas
informações que provierem de um conjunto de dados
mais amplo (população). X X X
Correlação negativa Correlação negativa Correlação negativa
entre X e Y forte entre X e Y entre perfeita X e Y
z População: é o conjunto de todas as entidades sob
estudo. Por exemplo, podemos realizar um estu-
do estatístico sobre a população da cidade do Rio Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/
bitstream/1/2460/2/PG_PPGECT_M_Lima%2C%20Sabrina%20
de Janeiro, ou então sobre a população de alunos Anne% 20de_2015_1.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020
matriculados na Nova Concursos;
z Amostra: é um subconjunto da população. Ao invés
z R = 0: Correlação nula — as variáveis não são cor-
de analisarmos, por exemplo, toda a população da
relacionadas.
Cidades de São Paulo para sabermos o percentual
de homens que jogam bola, podemos analisar uma Y
parcela (subconjunto) de tamanho suficiente para
que o resultado do estudo seja muito parecido com
o que seria analisando a população toda.
X
Nesse sentido, tomando por exemplo uma pesquisa Não há correlação
que deseja ser realizada, se quisermos saber qual a altura entre X e Y
média dos alunos de uma escola, a população seria todos
os alunos da escola e a amostra seria um grupo de alunos Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/
selecionados aleatoriamente para serem medidos. bitstream/1/2460/2/PG_PPGECT_M_Lima%2C%20Sabrina%20
Anne% 20de_2015_1.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020
X X X
a) 1,0%
Correlação positiva Correlação positiva Correlação positiva b) 2,0%
entre X e Y forte entre X e Y entre perfeita X e Y c) 3,0%
d) 4,0%
Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/ e) 5,0%
bitstream/1/2460/2/PG_PPGECT_M_Lima%2C%20Sabrina%20
Anne% 20de_2015_1.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020 2. (CESGRANRIO — 2018) Para montar uma fração, deve-
-se escolher, aleatoriamente, o numerador no conjun-
-1 ≤ R < 0: Correlação negativa — enquanto uma to N = {1,3,7,10} e o denominador no conjunto D =
variável aumenta, a outra diminui. Ex.: considerando {2,5,6,35}.
a variável temperatura e a variável venda de chocola-
te quente. Quanto maior a temperatura do ambiente, Qual a probabilidade de que essa fração represente
menor será a venda de chocolate quente. Podemos dizer um número menor do que 1(um)?
que, quanto mais próximo de –1, mais forte será a corre-
lação negativa, e, quanto mais próximo de zero, menos a) 50%
relacionada estarão as variáveis. Assim como na positiva, b) 56,25%
temos uma correlação negativa perfeita quando R = –1. 231
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c) 25%
d) 75%
e) 87,5%
3. (CESGRANRIO — 2018) A Figura a seguir mostra um jogo eletrônico no qual, a cada jogada, a seta, após ser girada,
para, aleatoriamente e com igual probabilidade, em qualquer uma das oito casas com as letras da palavra LIQUIGÁS.
Um jogador só é vencedor se, em duas jogadas consecutivas, a seta apontar para letras iguais.
a) 4/64
b) 8/64
c) 10/64
d) 14/64
e) 16/64
4. (CESGRANRIO — 2018) Define-se como chance a razão entre a probabilidade de sucesso, p, e a probabilidade de
fracasso de um evento, 1 – p. Um experimento duplamente cego foi conduzido para avaliar a eficácia de um novo
medicamento na prevenção do sintoma de uma doença. Uma amostra de 280 voluntários foi alocada ao acaso a cada
um dos Tratamentos: placebo e medicamento. Ao final de um mês, as condições dos voluntários foram observadas e
resumidas no quadro abaixo:
Com base no quadro acima, pode-se concluir que uma pessoa que tenha:
a) sido submetida ao medicamento tem chances de não prevenir os sintomas da doença de 10%.
b) sido submetida ao medicamento tem probabilidade de não prevenir os sintomas da doença de 1/3.
c) recebido doses de Placebo tem chance de prevenir os sintomas da doença de 75%.
d) recebido doses de Placebo tem probabilidade 250% maior de não prevenir os sintomas da doença do que a que tenha
recebido doses do Medicamento.
e) recebido doses do Medicamento tem três vezes mais chance de prevenir os sintomas da doença do que a que tenha
recebido doses de Placebo.
5. (CESGRANRIO — 2018) Em uma fábrica existem três máquinas (M1, M2 e M3) que produzem chips. As máquinas
são responsáveis pela produção de 20%, 30% e 50% dos chips, respectivamente. Os percentuais de chips defeituosos
produzidos pelas máquinas M1, M2 e M3 são 5%, 4% e 2%, respectivamente.
Ao se retirar aleatoriamente um chip, constata-se que ele é defeituoso; então, a probabilidade de ele ter sido produzido
pela máquina M1 é de, aproximadamente:
a) 0,025
b) 0,032
c) 0,31
d) 0,55
e) 0,78
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6. (CESGRANRIO — 2023) Após uma festa de casamento, a anfitriã percebeu que foram esquecidos quatro telefones
celulares. Na manhã seguinte, enviou uma mensagem para o grupo de convidados pelo WhatsApp sobre o esqueci-
mento, e apenas quatro pessoas não responderam, fazendo com que ela presumisse, corretamente, que estas quatro
pessoas seriam os proprietários dos telefones. Para devolvê-los, a anfitriã preparou quatro envelopes, cada um conten-
do um dos endereços desses quatro proprietários. Ato contínuo, colocou aleatoriamente cada celular em um envelope
e os despachou para uma entrega expressa.
A probabilidade de que apenas um desses quatro convidados tenha recebido o seu próprio celular é de:
a) 3/4
b) 2/3
c) 1/2
d) 3/8
e) 1/3
7. (CESGRANRIO — 2021) A relação do cliente com o sistema bancário tradicional vem passando por transformações
nos últimos cincos anos com o crescimento dos bancos digitais. Analisar o perfil dos clientes dos bancos digitais, con-
siderando idade, classe social, renda e motivação, é uma tarefa importante para os bancos tradicionais com o objetivo
de preservar a posição de principal Banco na relação com o Cliente.
Para tal fim, uma agência bancária analisou os seguintes dados de uma pesquisa amostral sobre bancos digitais:
Escolhendo-se ao acaso um dos entrevistados dessa pesquisa, qual é, aproximadamente, a probabilidade de esse
cliente ter um relacionamento com banco digital e de ter apresentado como motivo para iniciar esse relacionamento a
facilidade de poder resolver tudo pela internet?
a) 5,7%
b) 6,2%
c) 6,4%
d) 7,2%
e) 7,8%
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8. (CESGRANRIO — 2018) Um banco lança um deter- 12. (CESGRANRIO — 2018) Dentre as atribuições de um cer-
minado fundo e avalia a rentabilidade segundo dois to gerente, encontra-se o oferecimento do produto A, de
cenários econômicos. forma presencial e individualizada, aos seus clientes. A
O primeiro cenário é o de aumento da taxa de juros probabilidade de o gerente efetuar a venda do produto
e, nesse caso, a rentabilidade do fundo é certamente A em cada reunião com um cliente é 0,40. Em 20% dos
positiva. dias de trabalho, esse gerente não se reúne com nenhum
No segundo cenário, de queda ou de manutenção da cliente; em 30% dos dias de trabalho, ele se reúne com
taxa de juros, a probabilidade de a rentabilidade do apenas 1 cliente; e em 50% dos dias de trabalho, ele se
fundo ser positiva é de 0,4. Considere ainda que a pro- reúne, separadamente, com exatos 2 clientes.
babilidade de a taxa de juros subir seja de 70%.
Em um determinado dia de trabalho, a probabilidade
A probabilidade de que a rentabilidade do fundo seja de esse gerente efetuar pelo menos uma venda pre-
positiva, é de: sencial do produto A é:
a) 70% a) 0,54
b) 74% b) 0,46
c) 78% c) 0,20
d) 82% d) 0,26
e) 100% e) 0,44
9. (CESGRANRIO — 2018) Uma empresa de transporte 13. (CESGRANRIO — 2018) Sabe-se por estudos estatís-
marítimo transporta cargas classificadas como “Quí- ticos que a eficiência de uma certa vacina para uma
mico”, “Combustíveis” e “Alimentos”, e cada um de dada doença é de 80%.
seus navios transporta apenas um tipo de carga. Essa
empresa informa que, dos 350 navios, 180 transpor- Vacinando-se três indivíduos, qual a probabilidade de
tam combustíveis, e 120 transportam alimentos. que apenas um deles não fique imunizado à doença?
a)
1 a) 1/210
2 b) 1/126
b)
1 c) 1/84
5 d) 1/70
2 e) 1/16
c)
9
9
d) 19. (CESGRANRIO — 2018) Uma amostra aleatória de
25 tamanho n deve ser particionada entre L estratos para
9
e) a estimativa da média populacional μ. O tamanho da
50
amostra para o estrato h, nh , e a respectiva variância do
16. (CESGRANRIO — 2018) Três caixas eletrônicos, X, estimador da média, quando o inverso do tamanho do
Y e Z, atendem a uma demanda de 50%, 30% e 20%, estrato for desprezível, podem ser obtidos por meio de:
respectivamente, das operações efetuadas em uma
determinada agência bancária. Dados históricos regis- I. Amostra Aleatória Simples para cada estrato, com VI =
traram defeitos em 5% das operações realizadas no s
2
a) 40%
b) 35% De acordo com os três critérios de partição da amos-
c) 20% tra, podemos inferir que:
d) 25%
e) 30% a) VI ≤ VII ≤ VIII
b) VI ≤ VIII ≤ VII
17. (CESGRANRIO — 2018) Os analistas de uma seguradora c) VII ≤ VIII ≤ VI
estimam corretamente que a probabilidade de um con- d) VIII ≤ VII ≤ VI
corrente entrar no mercado de seguro de fiança locatícia e) VIII ≤ VI ≤ VII
é de 30%. É certo que se, de fato, o concorrente entrar
no mercado, precisará aumentar seu quadro de funcio-
1 B
2 B
3 C
4 E
5 C
6 E
7 A
8 D
9 C
10 B
11 C
12 E
13 E
14 C
15 D
16 A
17 E
18 A
19 D
20 E
ANOTAÇÕES
236
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Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
se um documento do Word.
CONHECIMENTOS DE O Microsoft Word pode gravar o documento no for-
mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar
INFORMÁTICA documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft
Word:
z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha- e por ser portável, também poderá ser editado pelo
dos com outros usuários para edição colaborativa; Microsoft Word.
z Modelos (Template): com extensão DOTX, contêm Ao iniciar a edição de um documento, o modo
formatações que serão aplicadas aos novos docu- de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
mentos criados a partir deles. O modelo é usado Impressão”. O documento será mostrado na tela da
para a padronização de documentos; mesma forma que será impresso no papel.
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
(Document Template Macros — modelo de to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
documento com macros): As macros são códigos os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
desenvolvidos em Visual Basic for Applications barra de título continua sendo exibida.
(VBA) para a automatização de tarefas; O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
z Páginas: unidades de organização do texto, segun- visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
do a orientação, o tamanho do papel e margens. As vesse publicado na Internet como página web.
principais definições estão na guia Layout, mas tam- Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de
bém encontrará algumas definições na guia Design; Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
z Seção: divisão de formatação do documento, dos blocos de conteúdo.
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
que forem usadas configurações diferentes, como
exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
margens, colunas, tamanho da página, orientação,
tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras,
Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que
as seções serão usadas;
faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-
z Parágrafo: formado por palavras e marcas de
to da interface do Microsoft Office.
formatação. Finalizado com Enter, contém for-
matação independente do parágrafo anterior e do Acesso Rápido Guia Atual CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Item com Listagem Guias ou Abas
parágrafo seguinte;
z Linha: sequência de palavras que pode ser um
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
finalizado com Quebra de Linha, a configuração
atual permanece na próxima linha;
z Palavra: formada por letras, números, símbolos,
caracteres de formatação etc.
Quebra de
Página Edição e Formatação de Textos
BOTÃO/GUIA DICA
Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local
Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado
Botão principal
Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor
pressionado
Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto “aleatório” com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.
As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)
e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 — atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independen-
te, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras) etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.
2 2 4 6 8 10 12 14 16
Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns exemplos:
Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).
240
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD
- - Âncoras de objetos
Tabelas
As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, são formadas
por células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma plani-
lha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.
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Índices
Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.
Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá “Adicionar Texto” no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.
Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
MICROSOFT EXCEL
As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a criação
de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao controle
de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.
Conceitos Básicos
z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;
Célula
Linha
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z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas pode variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com 256,
1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado. Mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências);
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.
E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:
z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula.
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.
A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:
z digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z o preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células); CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.
Geral
123 Sem formato específico
Número
12 4,00
Moeda
R$4,00
Contábil
R$4,00
Data Abreviada
04/01/1900
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Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900
Hora
00:00:00
Porcentagem
400,00%
1 Fração
2 4
Científico
102 4,00E+00
Texto
ab 4
As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exemplo, na
verdade é um número formatado como data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moeda, o
alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento é “justifi-
cado” e o símbolo de R$ posiciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00
Moeda CONTÁBIL
R$ 150,00 R$ 150,00
R$ 170,00 R$ 170,00
R$ 1.000,00 R$ 1.000,00
R$ 10,54 R$ 10,54
O ícone % é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%).
1 100% 100,00%
2 200% 200,00%
0,004 0% 0,40%
O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.
1 R$1,00 1,00
,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas deci-
244 mais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
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Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
cima ou para baixo, ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED, para
arredondar.
Simbologia Específica
Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.
z ( ) parênteses;
z ^ exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - adição (função SOMA) ou subtração.
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <> 245
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z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=
OPERADORES DE REFERÊNCIA
z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa (A1) em uma referência mista (A$1 ou $A1) ou em
referência absoluta ($A$1)
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2
O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o
cargo de Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:
a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00
A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).
Faz a soma de 15 e 3
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação seja verdadeiro, mostra 10, caso seja
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
falso, mostra 11
Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.
O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.
Erros
Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem men-
sagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digita-
ção, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a relação entre
as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:
Funções Básicas
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz “triangulação”, operando
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.
z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)
=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.
z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média.
Mediana é o “valor no meio”. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e
o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no meio. Por
exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas um
248 será mostrado.
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z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de z CONTAR.VAZIO: quantidade de células que não
uma série, segundo o argumento apresentado. estão preenchidas;
z CONT.SE: quantidade de células que atendem a
Valores iguais ocupam posições diferentes. uma condição específica;
z CONT.SES: quantidade de células que atendem a
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- várias condições simultaneamente.
las A1 até D6.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as
z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu- células em um intervalo, exceto as células vazias.
las selecionadas.
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na contagem, informando quantas células estão preen-
área de A1 até D6. chidas com valores, quaisquer valores.
z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um
uma série, segundo o argumento apresentado.
intervalo, exceto células vazias e células com texto.
Valores iguais ocupam posições diferentes.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
las A1 até D6.
z CONT.SE(células;condição): esta função conta quan-
z SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor- tas vezes aparece um determinado valor (número ou
na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
caso seja falso. indicar qual é o critério a ser contado)
Esta função é muito solicitada em todas as bancas. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na do o valor 5.
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
serão realizadas as duas operações, somente uma ção2): esta função conta quantas vezes aparece
delas, segundo o resultado do teste. um determinado valor (número ou texto) em um
A função SE usa operadores relacionais (maior, intervalo de células (o usuário tem que indicar
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
te) para construção do teste. As aspas são usadas para as condições especificadas.
textos literais.
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
célula A1 não é 10”) A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O células existem no intervalo de B1 até B10 contendo
valor não é negativo”) o valor 7.
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
não é positivo”)
z CONTAR.VAZIO (células): conta as células vazias
de um intervalo.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
vazias existem no intervalo A1 até A8.
=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é
negativo”;”Valor é positivo”)) z SOMASE(células para testar;teste;células para
somar): efetua um teste nas células especificadas, CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste), e soma as correspondentes nas células para somar.
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer- =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é menores que 3.
usado somente no início da digitação da célula.
As funções CONT são usadas para informar a z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
quantidade de células, que atendem às condições células2; teste2): verifica as células que atendem
especificadas. aos testes e soma as células correspondentes.
Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
z CONT.NÚM: para contar quantas células possuem z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
números; calcular a média): efetua um teste nas células especi-
z CONT.VALORES: quantidade de células que estão ficadas, e calcula a média das células correspondentes.
preenchidas; Os intervalos de teste e de média podem ser os mesmos. 249
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_ FUNÇÕES LÓGICAS
índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): a função
PROCV é utilizada para localizar o valor_procura- E Retorna VERDADEIRO se todos os seus
do dentro da matriz_tabela, e quando encontrar, (Função E) argumentos forem VERDADEIROS
retornar à enésima coluna informada em núm_índi- OU Retorna VERDADEIRO se um dos argu-
ce_coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou (Função OU) mentos for VERDADEIRO
FALSO, é usada para identificar se precisa ser o valor
NÃO
exato (F) ou pode ser valor aproximado (V). (Função NÃO)
Inverte o valor lógico do argumento
Por exemplo:
FALSO
Retorna o valor lógico FALSO
(Função FALSO)
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) VERDADEIRO
(Função Retorna o valor lógico VERDADEIRO
A função PROCV é um membro das funções de pes- VERDADEIRO)
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. Retornará um valor que você especifica
Use a função tirar ou a função arrumar para SEERRO se uma fórmula for avaliada para um
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela. (Função SEERRO) erro; do contrário, retornará o resultado
da fórmula
z ESQUERDA(texto;quantidade): extrai de uma
sequência de texto, uma quantidade de caracteres
especificados, a partir do início (esquerda). Importante!
=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern Foram apresentadas muitas funções neste
ando” material, não é verdade? Existem milhares de
funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc.
z DIREITA(texto;quantidade): extrai de uma sequên- Em concursos públicos, estas são as mais ques-
cia de texto, uma quantidade de caracteres especifi- tionadas. Em provas de concursos, raramente
cados, a partir do final. aparecem questões com funções, e quando apa-
=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”. recem, são as básicas e intermediárias.
z Os gráficos de Área representam dados de forma seme- z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-
lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área: Radar, Radar com Marcadores e Radar Preenchido.
Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Área 3D Empilhada e Área 3D 100% Empilhada.
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z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as varia-
ções dos valores ao longo do tempo.
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em
A classificação de dados alfa-
ordem decrescente.
numéricos poderá ser "Classi-
ficar de A a Z" em ordem
Classificar texto crescente, ou "Classificar de Z
a A" em ordem decrescen-
te. É possível diferenciar letras
maiúsculas e minúsculas
z Os gráficos do tipo Combinação permitem com-
binar dois tipos de gráficos para a exibição de Quando a coluna possui números,
séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo Classificar podemos "Classificar do menor
Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna números para o maior" ou "Classificar
Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área Empi- do maior para o menor"
lhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de
criação de uma Combinação Personalizada. Se houver datas ou horas, po-
demos "Classificar da mais
Classificar datas antiga para a mais nova"
ou horas ou "Classificar da mais nova
para a mais antiga", resumindo,
cronologicamente
Classificação de Dados
Se você tiver formatado manual
ou condicionalmente um interva-
A classificação de dados é uma parte importante lo de células ou uma coluna de
da análise de dados. Classificar por
tabela, por cor de célula ou cor
Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), cor de célula,
de fonte, poderá classificar por
números (dos menores para os maiores ou dos maiores cor de fonte ou
essas cores. Também será pos-
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a ícones
sível classificar por um conjunto
mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma de ícones criados ao aplicar uma
ou mais colunas. formatação condicional
Você também poderá classificar por uma lista de
clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por for- Você pode usar uma lista per-
mato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o con- sonalizada para classificar em
junto de ícones. Classificar uma ordem definida pelo usuá-
A maioria das operações de classificação é identifi- por uma lista rio. Por exemplo, uma coluna
cada por coluna, mas você também poderá identificar personalizada pode conter valores pelos quais
por linhas. você deseja classificar, como
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, Alta, Média e Baixa
a classificação poderá ser de texto, números, datas ou
horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por Na caixa de diálogo Opções de
uma lista personalizada, linhas, por mais de uma colu- Classificação, em Orientação,
na ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais. Classificar linhas clique em Classificar da esquer-
da para a direita e, em seguida,
clique em OK
Classificar uma
Basta selecionar a coluna de-
coluna em um
sejada, e na janela de diálogo,
intervalo de
manter o item “Continuar com a
células sem
seleção atual”
afetar as demais
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MICROSOFT POWERPOINT
As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações etc.
importante!
Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos do
Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.
As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.
z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
“duas apresentações” dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.
Conceito de Slides
Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés etc.
O PowerPoint trabalha com quatro conceitos principais de slides:
z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações;
Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:
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z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas
FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO
dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquer-
do, o slide atual aparecerá no centro (sendo possí- MP4 X X X
vel sua edição) e na área inferior da tela aparecerá
a área de anotações. Ajustar à janela encaixa o sli- JPG/PNG - - -
de na área;
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para
FORMATO VÍDEO HIPERLINKS
editar e alternar entre slides no painel de estru-
tura de tópicos. Útil para a criação de uma apre- PPTX X X
sentação a partir dos tópicos de um documento do
Microsoft Word; PPSX X X
z Classificação dos Slides: no modo de exibição PDF - X
Classificação de Slides, apenas miniaturas dos sli-
des serão mostradas. Estas miniaturas poderão MP4 X X
ser organizadas, arrastando-as. As operações de JPG/PNG - -
slides estão disponíveis, como Excluir slide, Ocul-
tar slide etc. Mas não é possível editar o conteúdo.
Somente após duplo clique será possível a edição Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )
do conteúdo;
z Anotações: exibir a página de anotações para edi- O formato PDF é portável, e poderá ser usado em
tar as anotações do orador da forma como ficarão qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
quando forem impressas; disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.
z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresenta- Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu-
ção como uma apresentação de slides que cabe na mam ser questionados em provas.
janela. A barra de título do PowerPoint continuará
sendo exibida.
Para entrar em modo de apresentação de sli-
Noções de Edição e Formatação de Apresentações des do começo, devemos pressionar F5
Invasor
Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas Vírus de Software
computador malicioso
largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e
faixas, textos explicativos e botões de ação
As redes privadas virtuais, popularmente identificadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Network), são
criadas pelas empresas e usuários, para estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de com-
putadores, de acordo com as suas características de uso e nível de segurança.
Intranet
Intranet
Extranet
Conexão segura
É importante destacar que, toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é uma Intranet.
Por que usar uma VPN?
Porque é importante e necessário. A Internet é a rede mundial de computadores, que conecta diversos disposi-
tivos entre si, utilizando uma estrutura pública e insegura oferecida pelos governos e operadoras de telefonia. O
acesso à Internet é oferecido para todos e, por isso, usuários mal-intencionados conseguem interceptar a comuni-
cação de outros usuários, monitorando o tráfego de dados e roubando informações.
Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o risco na transmissão é muito pequeno. Lembrando que
nada é 100% seguro em Informática, independentemente da quantidade de sistemas e proteções implementadas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Usuário mal-intencionado
Conexão
Usuário remoto insegura
Empresa
Internet
Figura 5. Usuários mal-intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do
usuário ou empresa.
As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus colabo-
radores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Windows) e
soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc.). 257
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Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usa-
dos, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles procuram
encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se impossível,
uma vez que os dados se tornam criptografados.
Usuário mal-intencionado
Conexão Conexão
segura segura
Usuário remot o Internet Empresa
Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.
Protocolos
Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:
Dica
258 Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
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Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.
A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.
Programas
Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.
A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto-
colos seguros.
Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
viola a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais.
Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ao uso
dos recursos computacionais. São riscos de segurança digital:
Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
259
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques romper as barreiras de segurança definidas na Políti-
são os itens mais questionados. ca de Segurança, com o objetivo de anular o sistema
ou capturar dados.
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Dis- Os ataques podem ser classificados como:
ponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte ofi-
cial de informações sobre ameaças, ataques, defesas z Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-
e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: ça de forma isolada e são facilmente identificados
<https://cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020). e anulados;
z Média complexidade: combinam duas ou mais
Ameaças ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
As ameaças são identificadas como aquelas que ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis- como a indisponibilidade;
z Alta complexidade: refinados e avançados, os
tência dos ativos computacionais, tais como: informa-
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
ções, processos e sistemas. Um ransomware – software
novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e
tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
solicita o pagamento de resgate para a liberação das
difícil a resolução do problema.
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua Dica
execução ou se medidas de proteção forem implemen- � Ameaças existem e podem afetar ou não os
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As sistemas computacionais;
ameaças à segurança da informação podem ser clas- � Falhas existem e podem ser exploradas ou não
sificadas como: pelos invasores;
� Ataques são realizados todo o tempo contra
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão todos os tipos de sistemas.
ou tecnologia, sem a devida atualização ou
upgrade; Vírus de Computador
z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas; O vírus de computador é a ameaça digital mais
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ambiente, como as catástrofes naturais. orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
mo que possui um código viral que infecta uma célu-
As empresas precisam fazer uma avaliação das la de outro organismo. Quando a célula infectada é
ameaças que possam causar danos ao ambiente com- acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco), outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus
implementar sistemas de autenticação (Controlar o existirem no organismo, menor será o seu desempe-
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti- nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de O vírus de computador é um código malicioso que
Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res- infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
de Negócios). do-se para outros arquivos do computador. Quanto
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu
Falhas desempenho, fazendo com que recursos computacio-
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a
As falhas de segurança nos sistemas de informação uma falha catastrófica.
poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
1. E-mail com vírus de computador é enviado pa ra o usuário
mador insere, no código do sistema, uma falha que
produza danos ou permita o acesso sem autentica-
ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
falha for descoberta após a implantação do sistema,
sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido
explorada por invasores, temos um exemplo de falha
involuntária, inerente ao sistema.
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Quando identificadas, as falhas são corrigidas
pelas empresas que desenvolveram o sistema por
meio da distribuição de notificações e correções de 2. E-mail é abe rto e o arquivo anexo infectado é executado.
segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft
para atualização do Windows, distribui, mensalmen-
te, os patches (pacotes) de correções de falhas de
segurança.
Ataques
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tan-
to em concursos como no mundo real, são os ata-
260 ques. Coordenados ou isolados, os ataques procuram
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador Todos os sistemas operacionais são vulneráveis
aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
E-mail com vírus Usuário Arquivo e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
4. Ao executar o arquivo inf ectado, novos arquivos ser ão infectados. são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartpho-
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
O vírus de computador poderá entrar no disposi- na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em segurança de seus aparelhos.
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos Um vírus de computador poderá ser recebido por
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na em arquivos, através do uso de mídias removíveis infec-
Internet, entre outras formas de contaminação. tadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas.
Vale lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser
VÍRUS DE executado para que entre em ação, pois ele tem um hos-
CARACTERÍSTICAS
COMPUTADOR pedeiro definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga,
� Infectam o setor de boot do disco inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou
de inicialização removendo arquivos do dispositivo para propagação e
Vírus de boot autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
� Cada vez que o sistema é iniciado,
o vírus é executado
Worms
Armazenados em sites na Internet,
são carregados e executados quan-
Vírus de script O worm é um verme que explora de forma inde-
do o usuário acessa a página, usan-
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
do um navegador de Internet
vos. Geralmente, eles deixam a comunicação na rede
� As macros são desenvolvidas em lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem
linguagem Visual Basic for Applica- cópias de seu código malicioso.
tions (VBA) nos arquivos do Office, Um verme biológico parasita um organismo, con-
Vírus de macro
para a automatização de tarefas sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado.
� Quando desenvolvido com propósi- Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu-
tos maliciosos, é um vírus de macro mindo seus recursos de memória e conexão de rede,
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a deixando o aparelho e a rede de dados lentos.
Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví- Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
mutante rus mantém traços do original, mas rio como os vírus de computador e a sua propagação
é diferente dele será rápida caso não existam barreiras de proteção
que os impeçam.
São programados para agir em uma de-
Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo 1. Dispositivo inf
infectado se conecta na rede do usuário
de dano no dia previamente agendado
� Um vírus stealth é um código mali- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
cioso muito complexo, que se escon-
de depois de infectar um computador
� Ele mantém cópias dos arquivos
Vírus stealth
que foram infectados para si e, quan-
do um software antivírus realiza a de-
Smartphone Roteador do Impressora
tecção, apresenta o arquivo original, com worm Usuário
enganando o mecanismo de proteção
� O vírus Nimda explora as falhas de 2. Roteador infectado envia o worm para a impressora
segurança do sistema operacional
� Ele se propaga pelo correio eletrô-
Vírus Nimda nico e, também, pela web, em diretó-
rios compartilhados, pelas falhas de
servidor Microsoft IIS e nas trocas
de arquivos
Smartphone Roteador do Impressora 1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
com worm Usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado
Os worms podem ser recebidos automaticamen- E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e
4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
por mensagens instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
para outros dispositivos e usuários conectados. Por
serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
quantidade de recursos computacionais, promovendo
a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando
ataques na Internet em busca de outras redes remotas. Usuário Jogo on-line
Pragas Virtuais
Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais Uma das ações mais comuns que procuram com-
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci- prometer a segurança da informação é o ataque
dade dos usuários de sistemas computacionais. Phishing. O usuário recebe uma mensagem (por
e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a
CÓDIGO CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CARACTERÍSTICAS clicar em um link malicioso. O link acessa uma pági-
MALICIOSO na que pode ser semelhante ao site original, induzin-
do o usuário a fornecer dados pessoais, como login e
Gatilho para a execução de outros códi- senha. Em ataques mais elaborados, as páginas captu-
Bomba lógica gos maliciosos que permanece inativa até ram dados bancários e de cartões de crédito. O objeti-
que um evento acionador seja executado
vo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.
Sequestrador de dados que criptografa 1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso
pastas, arquivos e discos inteiros, soli-
Ransomware
citando o pagamento de resgate para
liberação
263
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2. O link direciona o usuário par a um site falso 4. Seus dados são enviados pa ra o invasor, que
rouba $$$ das contas bancárias ou fa z
compras no seu cartão de crédito
Usuário
Usuário Arquivo
Usuário Arquivo
Usuário
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3. Ele compara o código com sua base de assinaturas 2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para
análise pelo fabricante do software antivírus
= Quarentena
Usuário Arquivo =
Usuário
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo
Fabricante
Arquivo Arquivo
= desinfectado excluído
Windows Defender
Usuário Quarentena
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de
Quando o antivírus encontra um código malicioso terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara-
em algum arquivo, que tenha correspondência com a mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
base de assinaturas de vírus, ele poderá: a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba-
lham com as configurações padrões dos programas.
z Remover o vírus que infecta o arquivo;
O Windows 10 possui uma solução integrada de
z Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
pasta Quarentena, isolado;
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
z Excluir o arquivo infectado.
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo rus padrão do sistema operacional.
através de três métodos de detecção: assinatura dos A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defen-
vírus conhecidos, verificação heurística e comporta- der, para detecção e remoção de outros códigos mali-
mento do código malicioso quando é executado. ciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o
O que fazer quando o código malicioso do vírus Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de cone-
não está na base de assinaturas? xões para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante No Windows 10, o Windows Defender faz a detec-
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria- opera o firewall do sistema operacional, impedindo
mente. Para a detecção desses novos códigos malicio- ataques e invasões.
sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
Firewall
z Análise Heurística
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser
O software antivírus poderá analisar os arquivos do um software, instalado em cada dispositivo, ou um
dispositivo através de outros parâmetros, além da base hardware, instalado na conexão da rede, protegendo
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
códigos maliciosos que ainda não foram identificados. cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
Se o código enviado para análise for comprovada- regras úteis para a maioria dos usuários.
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na A maioria das portas comuns estão liberadas e a
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza- maioria das portas específicas estão bloqueadas.
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
o novo código descoberto.
Usuário
= .
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes
Usuário Arquivo
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-
tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
vírus de computadores, infectem o computador ao
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.
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Worm Malware
E-mail com vírus E-mail com vírus
Propagação Malware
de worm
Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
os ataques provenientes da rede. Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e
ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares
instaladas e uso de senha forte.
O firewall não é um antivírus nem um antispyware.
Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
UTM
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen-
como o antivírus e o antispyware.
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
Importante!
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um conexões, controlam a execução das aplicações, pro-
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque tegem o dispositivo com um firewall, estabelecem uma
e, não, por ser um vírus. conexão VPN segura para navegação e entregam relató-
rios de fácil compreensão para o usuário.
Da mesma forma que existe a solução antivírus Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
contra vírus de computadores, existe uma solução gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti-
que procura detectar, impedir a propagação e remo- phishing atendem aos requisitos de proteção. Se o
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um ataque chega disfarçado, medidas de prevenção
hospedeiro. devem ser adotadas, como:
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Assim, z Nunca fornecer informações confidenciais ou
quando os softwares maliciosos ganharam destaque secretas por e-mail;
e relevância para os usuários dos sistemas operacio- z Resistir à tentação de cliques em links das mensagens;
nais, os spywares ganharam destaque. Comercialmen- z Observar os downloads automáticos ou não iniciados;
te, tornou-se interessante nomear a solução como z Dentro das políticas de segurança para os funcio-
antispyware. nários, destacar que não se deve submeter à pres-
Na prática, um antispyware, ou um antimalware, são de pessoas desconhecidas.
detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
Quando os ataques procuram atingir um servidor
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
266 DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
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spoofing (fraude de identidade), uma das formas de Capítulo II — Da Política de Segurança Cibernética:
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con- Seção I — Da Implementação da Política de
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi- Segurança Cibernética
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem
ser redefinidas o mais breve possível. implementar e manter política de segurança
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão cibernética formulada com base em princípios e
ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver diretrizes que busquem assegurar a confidencia-
os programas atualizados em seu dispositivo, apli- lidade, a integridade e a disponibilidade dos
dados e dos sistemas de informação utilizados.
cando as correções de segurança tão logo elas sejam
§ 1º A política mencionada no caput deve ser com-
disponibilizadas.
patível com:
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio
da instituição;
Importante! II - a natureza das operações e a complexidade dos
Quando o usuário é envolvido na perpetração de produtos, serviços, atividades e processos da insti-
tuição; e
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fra-
III - a sensibilidade dos dados e das informações
co da corrente de segurança da informação, por sob responsabilidade da instituição.
estar sujeito a enganos e trapaças dos atacan- § 2º Admite-se a adoção de política de segurança
tes. A Engenharia Social consiste no conjunto de cibernética única por:
técnicas e atividades que procuram estabelecer I - conglomerado prudencial; e
confiança mediante dados falsos, ameaças ou II - sistema cooperativo de crédito.
dissimulação. § 3º As instituições que não constituírem política
de segurança cibernética própria em decorrência
do disposto no § 2º devem formalizar a opção por
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº essa faculdade em reunião do conselho de admi-
4893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 nistração ou, na sua inexistência, da diretoria da
instituição.
A Resolução nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021,
do CMN, dispõe sobre a política de segurança ciber- Note que confidencialidade, integridade e disponi-
nética e sobre os requisitos para a contratação de ser- bilidade são princípios básicos de qualquer política de
viços de processamento e armazenamento de dados e segurança da informação. Assim, não há grande ino-
de computação em nuvem a serem observados pelas vação por parte da resolução.
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
tral do Brasil. Trata-se de uma norma muito recente e, Confidencialidade
por isso, relevante ao estudo para novas provas.
Por ser tema novo, essa Resolução ainda não foi PRINCÍPIOS E
abordada em provas de concursos. Assim, podemos DIRETRIZES Integridade
até ter uma ideia de como o examinador pode cobrá- QUE BUSQUEM
ASSEGURAR:
-la, mas ainda não temos a certeza de como será.
Provavelmente, o examinador não deve sair muito Disponibilidade
do texto seco da norma, então destacaremos o que for
mais importante você gravar. Essa é uma Resolução
curta, de fácil entendimento e com grandes chances O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políti-
de cair na sua prova. Vamos lá! cas de segurança cibernética das instituições envolvi-
das. Trata-se de um tópico muito importante para sua
Capítulo I — Do Objeto e do Âmbito de Aplicação prova! É importante gravá-los.
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política Art. 3º A política de segurança cibernética deve
de segurança cibernética e sobre os requisitos contemplar, no mínimo:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
para a contratação de serviços de processa- I - os objetivos de segurança cibernética da
mento e armazenamento de dados e de com- instituição;
putação em nuvem a serem observados pelas II - os procedimentos e os controles adotados
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco para reduzir a vulnerabilidade da instituição
Central do Brasil. a incidentes e atender aos demais objetivos de
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não segurança cibernética;
se aplica às instituições de pagamento, que devem III - os controles específicos, incluindo os voltados
observar a regulamentação emanada do Banco para a rastreabilidade da informação, que busquem
Central do Brasil, no exercício de suas atribuições garantir a segurança das informações sensíveis;
legais. IV - o registro, a análise da causa e do impacto,
bem como o controle dos efeitos de incidentes
relevantes para as atividades da instituição;
O que é importante você ter em mente em relação V - as diretrizes para:
ao primeiro artigo é que a resolução regula a contra- a) a elaboração de cenários de incidentes con-
tação de serviços de armazenamento de dados. É uma siderados nos testes de continuidade de negócios;
resolução sobre segurança da informação para toda b) a definição de procedimentos e de controles
instituição que careça de autorização do BACEN para voltados à prevenção e ao tratamento dos inci-
funcionar, à exceção das instituições de pagamento, dentes a serem adotados por empresas prestado-
que serão objeto de regulamentação própria. ras de serviços a terceiros que manuseiem dados 267
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ou informações sensíveis ou que sejam relevantes Seção II — Da Divulgação da Política de Segurança
para a condução das atividades operacionais da Cibernética
instituição;
c) a classificação dos dados e das informações Art. 4º A política de segurança cibernética deve
quanto à relevância; e ser divulgada aos funcionários da instituição e
d) a definição dos parâmetros a serem utiliza- às empresas prestadoras de serviços a terceiros,
dos na avaliação da relevância dos incidentes; mediante linguagem clara, acessível e em nível
VI - os mecanismos para disseminação da cul- de detalhamento compatível com as funções desem-
tura de segurança cibernética na instituição, penhadas e com a sensibilidade das informações.
incluindo:
a) a implementação de programas de capacita-
A divulgação aos funcionários e às empresas é
ção e de avaliação periódica de pessoal;
o único jeito de garantir a publicidade da política
b) a prestação de informações a clientes e usuá-
de segurança cibernética da instituição. Não adian-
rios sobre precauções na utilização de produtos e
serviços financeiros; e ta nada ter a política se ninguém estiver sabendo. A
c) o comprometimento da alta administração divulgação de tais informações devem ser prestadas
com a melhoria contínua dos procedimentos de maneira clara e acessível.
relacionados com a segurança cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de Art. 5º As instituições devem divulgar ao público
informações sobre os incidentes relevantes, resumo contendo as linhas gerais da política de
mencionados no inciso IV, com as demais insti- segurança cibernética.
tuições referidas no art. 1º.
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança ciber- Vale lembrar que o público leigo precisa compreen-
nética referidos no inciso I do caput, deve ser der as políticas da instituição, inclusive para fazer
contemplada a capacidade da instituição para pre- valer seus direitos de consumidor posteriormente.
venir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a inci-
dentes relacionados com o ambiente cibernético. Seção III — Do Plano de Ação e de Resposta a
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata Incidentes
o inciso II do caput devem abranger, no mínimo,
a autenticação, a criptografia, a prevenção e
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem
a detecção de intrusão, a prevenção de vaza-
estabelecer plano de ação e de resposta a inci-
mento de informações, a realização periódica
dentes visando à implementação da política de
de testes e varreduras para detecção de vul-
segurança cibernética.
nerabilidades, a proteção contra softwares
Parágrafo único. O plano mencionado no caput
maliciosos, o estabelecimento de mecanismos
deve abranger, no mínimo:
de rastreabilidade, os controles de acesso e
I - as ações a serem desenvolvidas pela institui-
de segmentação da rede de computadores e a
ção para adequar suas estruturas organizacional e
manutenção de cópias de segurança dos dados
operacional aos princípios e às diretrizes da políti-
e das informações.
ca de segurança cibernética;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles
Os procedimentos e controles devem abranger: e as tecnologias a serem utilizados na prevenção
e na resposta a incidentes, em conformidade com
z Autenticação; as diretrizes da política de segurança cibernética; e
z Criptografia; III - a área responsável pelo registro e controle
z Prevenção e a detecção de intrusão; dos efeitos de incidentes relevantes.
z Prevenção de vazamento de informações;
z Realização periódica de testes e varreduras; Seria muito pretensioso imaginar que a seguran-
z Proteção contra softwares maliciosos; ça da informação de uma instituição é intransponí-
z Mecanismos de rastreabilidade; vel. Incidentes sempre acontecem e quase nunca são
z Controles de acesso e de segmentação da rede; previsíveis. Por isso, a resolução exige que as insti-
z Manutenção de cópias de segurança dos dados e tuições estejam prontas a agir quando os incidentes
informações. acontecerem.
Art. 3° [...]
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no
Dica
inciso II do caput devem ser aplicados, inclusive, no Mais uma vez, tome cuidado com esses requisi-
desenvolvimento de sistemas de informação segu- tos mínimos. Por exemplo, perguntas a respeito
ros e na adoção de novas tecnologias empregadas
dos requisitos mínimos de procedimento e con-
nas atividades da instituição.
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, trole, mas que, nas alternativas, são colocados
bem como o controle dos efeitos de incidentes, cita- os requisitos do plano de resposta a incidentes
dos no inciso IV do caput, devem abranger inclusive podem ocorrer na prova, por isso é importante
informações recebidas de empresas prestadoras de ter bastante foco nesse assunto.
serviços a terceiros.
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem
«b», do caput, devem contemplar procedimentos e designar diretor responsável pela política de segu-
controles em níveis de complexidade, abrangência rança cibernética e pela execução do plano de ação
e precisão compatíveis com os utilizados pela pró- e de resposta a incidentes.
pria instituição. Parágrafo único. O diretor mencionado no caput
pode desempenhar outras funções na instituição,
268 desde que não haja conflito de interesses.
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Caso o seu concurso cobre conhecimentos sobre a Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, pre-
Lei Geral de Proteção de Dados, saiba que esse diretor viamente à contratação de serviços relevantes de
pode ser o Encarregado de Dados da instituição. Não processamento e armazenamento de dados e de
é uma obrigatoriedade, mas a função de encarregado computação em nuvem, devem adotar procedi-
de dados pode ser abrangida por essa. Caso você não mentos que contemplem:
precise estudar a LGPD, não se preocupe, apenas saiba I - a adoção de práticas de governança corpo-
que precisa ter um diretor de segurança cibernética. rativa e de gestão proporcionais à relevância do
serviço a ser contratado e aos riscos a que estejam
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem expostas; e
elaborar relatório anual sobre a implementação do II - a verificação da capacidade do potencial
plano de ação e de resposta a incidentes, mencio- prestador de serviço de assegurar:
nado no art. 6º, com data-base de 31 de dezembro. a) o cumprimento da legislação e da regulamenta-
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, ção em vigor;
no mínimo: b) o acesso da instituição aos dados e às informa-
I - a efetividade da implementação das ações descri- ções a serem processados ou armazenados pelo
tas no art. 6º, parágrafo único, inciso I; prestador de serviço;
II - o resumo dos resultados obtidos na implementa- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibili-
ção das rotinas, dos procedimentos, dos controles e dade e a recuperação dos dados e das informações
das tecnologias a serem utilizados na prevenção e processados ou armazenados pelo prestador de
na resposta a incidentes descritos no art. 6º, pará- serviço;
grafo único, inciso II; d) a sua aderência a certificações exigidas pela
III - os incidentes relevantes relacionados com o instituição para a prestação do serviço a ser
ambiente cibernético ocorridos no período; e contratado;
IV - os resultados dos testes de continuidade de e) o acesso da instituição contratante aos relatórios
negócios, considerando cenários de indisponibili- elaborados por empresa de auditoria especializada
dade ocasionada por incidentes. independente contratada pelo prestador de serviço,
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: relativos aos procedimentos e aos controles utiliza-
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e dos na prestação dos serviços a serem contratados;
II - apresentado ao conselho de administração ou, f) o provimento de informações e de recursos de
na sua inexistência, à diretoria da instituição até 31 gestão adequados ao monitoramento dos serviços
de março do ano seguinte ao da data-base. a serem prestados;
g) a identificação e a segregação dos dados dos
Note que os requisitos mínimos foram menciona- clientes da instituição por meio de controles físicos
dos novamente. Eles são de grande relevância para ou lógicos; e
sua prova. h) a qualidade dos controles de acesso voltados à
proteção dos dados e das informações dos clientes
Art. 9º A política de segurança cibernética refe- da instituição.
rida no art. 2º e o plano de ação e de resposta a § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser
incidentes mencionado no art. 6º devem ser apro- contratado, mencionada no inciso I do caput, a
vados pelo conselho de administração ou, na sua instituição contratante deve considerar a critici-
inexistência, pela diretoria da instituição. dade do serviço e a sensibilidade dos dados e das
informações a serem processados, armazenados
Tome cuidado, o examinador pode querer “brin- e gerenciados pelo contratado, levando em conta,
car” com quem pode aprovar a política de segurança inclusive, a classificação realizada nos termos do
cibernética e o plano de ação e de resposta a inciden- art. 3º, inciso V, alínea “c”.
tes. Quem aprova é o conselho de administração! § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusi-
Apenas se não houver um conselho de administração ve as informações relativas à verificação menciona-
é que a aprovação vai para a diretoria da instituição. da no inciso II, devem ser documentados.
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da
Art. 10 A política de segurança cibernética e o pla- internet, referidos no inciso III do art. 13, a institui-
no de ação e de resposta a incidentes devem ser docu- ção deve assegurar que o potencial prestador dos
mentados e revisados, no mínimo, anualmente. serviços adote controles que mitiguem os efeitos de
eventuais vulnerabilidades na liberação de novas
versões do aplicativo. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A periodicidade da revisão e documentação da polí-
tica e do plano é a que a instituição escolher, respeitado § 4º A instituição deve possuir recursos e competên-
o mínimo anual. Assim, se, em um ano, a instituição cias necessários para a adequada gestão dos servi-
quiser revisar 50 mil vezes, ela pode. O importante é ços a serem contratados, inclusive para análise de
que não pode passar um ano sem revisar! informações e uso de recursos providos nos termos
da alínea «f» do inciso II do caput.
Capítulo III — Da Contratação de Serviços de
Processamento e Armazenamento de Dados e de Neste artigo, existem vários requisitos mínimos.
Computação em Nuvem Trata-se de um tópico que pode ser explorado em sua
prova. Atente-se aos termos da lei.
Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem
assegurar que suas políticas, estratégias e Art. 13 Para os fins do disposto nesta Resolução,
estruturas para gerenciamento de riscos previs- os serviços de computação em nuvem abrangem
tas na regulamentação em vigor, especificamente a disponibilidade à instituição contratante, sob
no tocante aos critérios de decisão quanto à ter- demanda e de maneira virtual, de ao menos um
ceirização de serviços, contemplem a contrata- dos seguintes serviços:
ção de serviços relevantes de processamento e I - processamento de dados, armazenamento de
armazenamento de dados e de computação em dados, infraestrutura de redes e outros recur-
nuvem, no País ou no exterior. sos computacionais que permitam à instituição 269
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contratante implantar ou executar softwares, I - a existência de convênio para troca de informa-
que podem incluir sistemas operacionais e apli- ções entre o Banco Central do Brasil e as autori-
cativos desenvolvidos pela instituição ou por ela dades supervisoras dos países onde os serviços
adquiridos; poderão ser prestados;
II - implantação ou execução de aplicativos desen- II - a instituição contratante deve assegurar que
volvidos pela instituição contratante, ou por ela a prestação dos serviços referidos no caput não
adquiridos, utilizando recursos computacionais do cause prejuízos ao seu regular funcionamento nem
prestador de serviços; ou embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
III - execução, por meio da internet, de aplicativos III - a instituição contratante deve definir, previa-
implantados ou desenvolvidos pelo prestador de mente à contratação, os países e as regiões em
serviço, com a utilização de recursos computacio- cada país onde os serviços poderão ser prestados
nais do próprio prestador de serviços. e os dados poderão ser armazenados, processados
e gerenciados; e
IV - a instituição contratante deve prever alterna-
Repare na expressão “ao menos um”. Se é “ao
tivas para a continuidade dos negócios, no caso de
menos um”, não precisa ser todos. Ou seja, esses servi- impossibilidade de manutenção ou extinção do con-
ços não são cumulativos. trato de prestação de serviços.
A instituição pode contratar todos, se quiser, mas, § 1º No caso de inexistência de convênio nos ter-
ao menos um, precisa ser contratado. Não são dois, mos do inciso I do caput, a instituição contratante
nem três, o mínimo. É um só! deverá solicitar autorização do Banco Central do
Brasil para:
Art. 14 A instituição contratante dos serviços I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de
mencionados no art. 12 é responsável pela confiabi- sessenta dias antes da contratação, observado o
lidade, pela integridade, pela disponibilidade, pela disposto no art. 15, § 1º, desta Resolução; e
segurança e pelo sigilo em relação aos serviços con- II - as alterações contratuais que impliquem modi-
tratados, bem como pelo cumprimento da legisla- ficação das informações de que trata o art. 15, § 1º,
ção e da regulamentação em vigor. observando o prazo mínimo de sessenta dias antes
da alteração contratual.
Esse artigo é muito importante. O examinador § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput,
as instituições deverão assegurar que a legislação
pode confundir a cabeça dos candidatos e falar que
e a regulamentação nos países e nas regiões em
quem é responsável é a instituição contratada. Como
cada país onde os serviços poderão ser prestados
quem presta o serviço é a contratada, o candidato não restringem nem impedem o acesso das institui-
desatento vai acabar marcando a assertiva errada. É ções contratantes e do Banco Central do Brasil aos
a instituição contratante quem responderá se a con- dados e às informações.
tratada prestar o serviço inadequadamente. Por isso a § 3º A comprovação do atendimento aos requisitos
importância de a instituição contratar prestadores de de que tratam os incisos I a IV do caput e o cumpri-
serviço idôneos. mento da exigência de que trata o § 2º devem ser
documentados.
Art. 15 A contratação de serviços relevantes de
processamento, armazenamento de dados e de Perceba que os requisitos versam sobre a presta-
computação em nuvem deve ser comunicada pelas ção de serviço realizada no exterior. Atente-se aos
instituições referidas no art. 1º ao Banco Central do requisitos mínimos. Aliás, eles aparecerão no artigo a
Brasil. seguir:
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve con-
ter as seguintes informações: Art. 17 Os contratos para prestação de serviços
I - a denominação da empresa contratada; relevantes de processamento, armazenamento
II - os serviços relevantes contratados; e de dados e computação em nuvem devem prever:
III - a indicação dos países e das regiões em I - a indicação dos países e da região em cada
cada país onde os serviços poderão ser presta- país onde os serviços poderão ser prestados e
dos e os dados poderão ser armazenados, proces- os dados poderão ser armazenados, processados
sados e gerenciados, definida nos termos do inciso e gerenciados;
III do art. 16, no caso de contratação no exterior. II - a adoção de medidas de segurança para a
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser transmissão e armazenamento dos dados citados
realizada até dez dias após a contratação dos no inciso I do caput;
serviços. III - a manutenção, enquanto o contrato estiver
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modi- vigente, da segregação dos dados e dos controles de
ficação das informações de que trata o § 1º devem acesso para proteção das informações dos clientes;
ser comunicadas ao Banco Central do Brasil até dez IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do
dias após a alteração contratual. contrato, de:
a) transferência dos dados citados no inciso I do
caput ao novo prestador de serviços ou à institui-
Atenção especial aos requisitos mínimos da comu-
ção contratante; e
nicação de contratação de serviços, previstas no § 1º,
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput
do art. 15. Atente-se, também, ao prazo de 10 dias para pela empresa contratada substituída, após a trans-
que a comunicação seja realizada, contados após rea- ferência dos dados prevista na alínea “a” e a con-
lizada a contratação dos serviços. firmação da integridade e da disponibilidade dos
dados recebidos;
Art. 16 A contratação de serviços relevantes V - o acesso da instituição contratante a:
de processamento, armazenamento de dados e de a) informações fornecidas pela empresa contrata-
computação em nuvem prestados no exterior deve da, visando a verificar o cumprimento do disposto
270 observar os seguintes requisitos: nos incisos I a III do caput;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) informações relativas às certificações e aos rela- Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem asse-
tórios de auditoria especializada, citados no art. gurar que suas políticas para gerenciamento de riscos
12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e previstas na regulamentação em vigor disponham, no
c) informações e recursos de gestão adequados ao tocante à continuidade de negócios, sobre:
monitoramento dos serviços a serem prestados, I - o tratamento dos incidentes relevantes relacio-
citados no art. 12, inciso II, alínea “f”; nados com o ambiente cibernético de que trata o
VI - a obrigação de a empresa contratada notificar art. 3º, inciso IV;
a instituição contratante sobre a subcontratação II - os procedimentos a serem seguidos no caso da
de serviços relevantes para a instituição; interrupção de serviços relevantes de processamen-
VII - a permissão de acesso do Banco Central do to e armazenamento de dados e de computação em
Brasil aos contratos e aos acordos firmados para nuvem contratados, abrangendo cenários que consi-
derem a substituição da empresa contratada e o resta-
a prestação de serviços, à documentação e às
belecimento da operação normal da instituição; e
informações referentes aos serviços prestados, aos
III - os cenários de incidentes considerados nos tes-
dados armazenados e às informações sobre seus tes de continuidade de negócios de que trata o art.
processamentos, às cópias de segurança dos dados 3º, inciso V, alínea “a”.
e das informações, bem como aos códigos de acesso Art. 20 Os procedimentos adotados pelas institui-
aos dados e às informações; ções para gerenciamento de riscos previstos na
VIII - a adoção de medidas pela instituição con- regulamentação em vigor devem contemplar, no
tratante, em decorrência de determinação do Ban- tocante à continuidade de negócios:
co Central do Brasil; e I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos
IX - a obrigação de a empresa contratada manter dos incidentes relevantes de que trata o inciso IV
a instituição contratante permanentemente do art. 3º e da interrupção dos serviços relevantes
informada sobre eventuais limitações que pos- de processamento, armazenamento de dados e de
sam afetar a prestação dos serviços ou o cumpri- computação em nuvem contratados;
mento da legislação e da regulamentação em vigor. II - o prazo estipulado para reinício ou normaliza-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no ção das suas atividades ou dos serviços relevantes
caput devem prever, para o caso da decretação de interrompidos, citados no inciso I do caput; e
regime de resolução da instituição contratante pelo III - a comunicação tempestiva ao Banco Central
Banco Central do Brasil: do Brasil das ocorrências de incidentes relevantes
e das interrupções dos serviços relevantes citados
I - a obrigação de a empresa contratada conceder
no inciso I do caput que configurem uma situação
pleno e irrestrito acesso do responsável pelo regi-
de crise pela instituição financeira, bem como das
me de resolução aos contratos, aos acordos, à docu-
providências para o reinício das suas atividades.
mentação e às informações referentes aos serviços Parágrafo único. As instituições devem estabele-
prestados, aos dados armazenados e às informa- cer e documentar os critérios que configurem uma
ções sobre seus processamentos, às cópias de segu- situação de crise de que trata o inciso III do caput.
rança dos dados e das informações, bem como aos Art. 21 As instituições de que trata o art. 1º devem
códigos de acesso citados no inciso VII do caput que instituir mecanismos de acompanhamento e de
estejam em poder da empresa contratada; e controle com vistas a assegurar a implementação
II - a obrigação de notificação prévia do responsá- e a efetividade da política de segurança cibernética,
vel pelo regime de resolução sobre a intenção de a do plano de ação e de resposta a incidentes e dos
empresa contratada interromper a prestação de ser- requisitos para contratação de serviços de proces-
viços, com pelo menos trinta dias de antecedência samento e armazenamento de dados e de computa-
da data prevista para a interrupção, observado que: ção em nuvem, incluindo:
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar even- I - a definição de processos, testes e trilhas de
tual pedido de prazo adicional de trinta dias para a auditoria;
interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo II - a definição de métricas e indicadores adequa-
regime de resolução; e dos; e
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na III - a identificação e a correção de eventuais
deficiências.
situação em que a interrupção for motivada por
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontra-
inadimplência da contratante.
tação de serviços relevantes descritas no art. 17,
inciso VI, devem ser consideradas na definição dos
O art. 18 traz a única exceção às regras dos artigos mecanismos de que trata o caput. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
antecedentes. Vejamos: § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria inter-
Art. 18 O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica na, quando aplicável, compatíveis com os controles
à contratação de sistemas operados por câma- internos da instituição.
ras, por prestadores de serviços de compensação Art. 22 Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre
e de liquidação ou por entidades que exerçam ati- concorrência, as instituições mencionadas no art.
vidades de registro ou de depósito centralizado. 1º devem desenvolver iniciativas para o comparti-
lhamento de informações sobre os incidentes rele-
vantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
Dica § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve
abranger informações sobre incidentes relevantes
Tudo que envolve exceções a uma regra é tema recebidas de empresas prestadoras de serviços a
quente para concurso público. terceiros.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar
Capítulo IV — Disposições Gerais disponíveis ao Banco Central do Brasil.
As disposições gerais já começam com os já tão Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importan-
falados requisitos mínimos, quais sejam, os requisitos te a proteção do consumidor e do titular de dados do
sobre a continuidade dos negócios nas políticas: que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, 271
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
na dúvida, marque a assertiva que melhor proteger o De acordo com o art. 25, os contratos anteriores
vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, devem ser emendados para se adequarem à nova nor-
o trabalhador, o titular de dados etc.). ma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.
Esse artigo é muito importante, pois traz ações Pasta com Pasta sem Pasta vazia
possíveis a serem realizadas pelo Banco Central do subpasta subpasta
Brasil (BACEN).
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File
Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, em System) armazena os dados dos arquivos em locali-
26 de abril de 2018, já tinham contratado a presta- zações dos discos de armazenamento. Por sua vez, os
ção de serviços relevantes de processamento, arma- arquivos possuem nome e podem ter extensões.
zenamento de dados e de computação em nuvem O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de
devem adequar o contrato para a prestação de tais armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de
serviços: bytes).
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação
ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de
272 dezembro 2021.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
Unidade de disco de armazena- da na memória.
Disco de mento permanente, que possui um A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72
armazenamento sistema de arquivos e mantém os bits de informação.
dados gravados Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-
Estruturas lógicas que endereçam ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até
as partes físicas do disco de arma- 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Sistema de
zenamento. NTFS, FAT32, FAT são Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
Arquivos
alguns exemplos de sistemas de ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
arquivos do Windows segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva-
rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
Circunferência do disco físico
para o roteador wireless.
Trilhas (como um hard disk HD ou unidades
removíveis ópticas)
Exabyte
No Windows 10, a organização segue a seguinte
Petabyte (EB)
(PB)
definição: CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Terabyte
Gigabyte (TB)
trilhão
z Pastas
Megabyte (GB)
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão Estruturas do sistema operacional: Arquivos
Byte
de Programas (Program Files), Usuários (Users),
(B)
Windows. A primeira pasta da unidade é cha-
Ainda não temos discos com capacidade na ordem mada raiz (da árvore de diretórios), represen-
de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos tada pela barra invertida: Documentos (Meus
comercialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
medidas muito altas são usadas para identificar gran-
cas) — bibliotecas;
des volumes de dados na nuvem, em servidores de
Estruturas do Usuário: Documentos (Meus
redes, em empresas de dados etc. Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vamos falar um pouco sobre bytes: 1 byte repre- Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
senta uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é forma- cas) — bibliotecas;
do por 8 bits, que são sinais elétricos (que vale zero Área de Trabalho: desktop, que permite aces-
ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos,
binário para representação de informações. programas e atalhos; 273
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Lixeira do Windows: armazena os arquivos de z o Windows não permite que dois itens tenham o
discos rígidos que foram excluídos, permitindo mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
a recuperação dos dados. rem armazenados no mesmo local;
z o Windows não aceita determinados caracteres
z Atalhos nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
para outras operações, que são proibidos na hora
Arquivos que indicam outro local: extensão
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
LNK, podem ser criados arrastando o item com
vos e pastas podem ser compostos por qualquer
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado.
caractere disponível no teclado, exceto os carac-
z Drivers teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
Arquivos de configuração: extensão DLL e opção), | (barra vertical, significa concatenador de
outras, usadas para comunicação do software comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
com o hardware. “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento significa direcionador de saída);
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de z existem termos que não podem ser usados, como
manipulação de informações no computador, desde o CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan- nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas). referenciar itens de hardware nos comandos digi-
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado tados no Prompt de Comandos (por exemplo, para
para executar o Explorador de Arquivos. enviar para a impressora um texto através da linha
Como o Windows 10 está associado a uma con- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One- conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a como nos sites de busca na Internet.
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, As ações realizadas pelos usuários em relação à
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados manipulação de arquivos e pastas podem estar condi-
com outros dispositivos que estejam conectados na cionadas ao local onde elas são efetuadas, ou ao local
mesma conta de usuário. de origem e destino da ação. Portanto, é importante
Os atalhos são representados por ícones com uma verificar no enunciado da questão, geralmente no tex-
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para to associado, estes detalhes que determinarão o resul-
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são tado da operação.
independentes dos objetos que os referenciam, por- As operações podem ser realizadas com atalhos
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
ou unidade de disco que estão apontando. ambos. As bancas organizadoras costumam questio-
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes: nar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes
utilizam imagens nas questões.
z arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,
e ao soltar, o atalho é criado; OPERAÇÕES COM TECLADO
z no menu de contexto (botão direito) escolha
Atalhos de teclado Resultado da operação
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho);
z um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- Não é possível recortar e colar na
Ctrl+X e Ctrl+V
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser mesma pasta. Será exibida uma
na mesma pasta
criado na área de trabalho arrastando o ícone da mensagem de erro
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- Ctrl+X e Ctrl+V Recortar (da origem) e colar (no
-o na área de trabalho. em locais diferentes destino). O item será movido
Copiar e colar. O item será dupli-
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos Ctrl+C e Ctrl+V
cado. A cópia receberá um sufixo
somente leitura... Os atributos dos itens podem ser na mesma pasta
(Copia) para diferenciar do original
definidos pelo item Propriedades no menu de con-
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que Copiar (da origem) e colar (no
Ctrl+C e Ctrl+V
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- destino). O item será duplicado,
em locais diferentes
ração correspondente. mantendo o nome e extensão
Deletar, apagar, enviar para a Li-
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS xeira do Windows, podendo re-
Tecla Delete em um
cuperar depois, se o item estiver
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- item do disco rígido
em um disco rígido local interno
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- ou externo conectado na CPU
zada com sucesso:
Será excluído definitivamente. A
Tecla Delete em
Lixeira do Windows não armazena
z o Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- um item do disco
itens de unidades removíveis (pen-
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. removível
drive), ópticas ou unidades remotas
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
derado igual ao nome Documento.DOCX;
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OPERAÇÕES COM TECLADO OPERAÇÕES COM MOUSE
Independentemente do local onde RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO
Shift+Delete estiver o item, ele será excluído OPERAÇÃO
definitivamente Arrastar com botão principal
Renomear. Trocar o nome e a pressionado e soltar na mes- O item será movido
extensão do item. Se houver ou- ma unidade de disco
tro item com o mesmo nome no Arrastar com botão principal
mesmo local, um sufixo numérico pressionado e soltar em ou- O item será copiado
F2 tra unidade de disco
será adicionado para diferenciar
os itens. Não é permitido reno- Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto,
mear um item que esteja aberto dário do mouse pressionado podendo “Copiar aqui” (no
na memória do computador e soltar na mesma unidade local onde soltar)
Arrastar com botão secundário Exibe o menu de contexto, po-
Lixeira do mouse pressionado e soltar dendo “Copiar aqui” (no local
em outra unidade de disco onde soltar) ou “Mover aqui”
Um dos itens mais questionados em concursos
públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras-
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, tar entre unidades diferentes, será copiado.
internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
tecla Delete (DEL), o item é removido do local original
e armazenado na Lixeira. AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode Arrastar com o botão princi-
O item será copiado, quando
escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o a tecla CTRL for liberada, in-
pal pressionado um item com
local original. Se o local original não existe mais, pois dependente da origem ou do
a tecla CTRL pressionada
destino da ação
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira
recupera o caminho e restaura o item. O item será movido, quando
Arrastar com o botão princi-
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluí- a tecla SHIFT for liberada, in-
pal pressionado um item com
dependente da origem ou do
dos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixei- a tecla SHIFT pressionada
destino da ação
ra” no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De- Arrastar com o botão princi-
Será criado um atalho para o
pal pressionado um item com
lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win- a tecla ALT pressionada (ou
item, independente da origem
dows, itens excluídos definitivamente ou apagados ou do destino da ação
CTRL+SHIFT)
após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados.
Clique em itens com o botão
É possível recuperar com programas de terceiros, mas principal, enquanto mantém a Seleção individual de itens
isto não é considerado no concurso, que segue a con- tecla CTRL pressionada
figuração padrão.
Seleção de vários itens. O
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
com o mouse para fora dela, restaurando o item para principal, enquanto mantém a início, e o último item será o
o local onde o usuário liberar o botão do mouse. tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido de seleção
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alte-
rar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá Extensões de Arquivos
desativar ela excluindo os itens diretamente e configu-
rar Lixeiras individuais para cada disco conectado. O Windows 10 apresenta ícones que representam
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
OPERAÇÕES COM MOUSE caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO atribuída para ele, de acordo com o programa que o
OPERAÇÃO
criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
Clique simples no botão
Selecionar o item mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
principal
será mais reconhecido diretamente pelas configura-
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto do ções definidas em Programas Padrão do Windows.
secundário item
Executar o item, se for exe-
cutável. Abrir o item, se for Importante!
editável, com o programa pa-
Duplo clique drão que está associado. Nos Existem arquivos sem extensão, como itens do
programas do computador, sistema operacional. Ela é opcional e procura
poderá abrir um item através associar o arquivo com um programa para visua-
da opção correspondente
lização ou edição. Se o arquivo não possui exten-
Renomear o item. Se o nome são, o usuário não conseguirá executar ele, por
já existe em outro item, será
Duplo clique pausado se tratar de conteúdo de uso interno do sistema
sugerido numerar o item re-
nomeado com um sufixo operacional (que não deve ser manipulado).
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Confira na tabela a seguir algumas das extensões e múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aberta
ícones mais comuns em provas de concursos. pelos programas editores de textos, como o Microsoft
Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Windows WordPad.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações
editado pelos aplicativos Office. (atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
Formato de documento portável ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
PDF
(Portable Document Format) que será visualizado e editado por outro programa de
poderá ser visualizado em várias escolha do usuário.
plataformas As Configurações do Windows e dos programas
Documento de textos do Microsoft instalados estão armazenadas no Registro do Windo-
Word. Textos com formatação que ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi-
DOCX podem ser editados pelo LibreOffice tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de
Writer diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar
suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
Pasta de trabalho do Microsoft Ex-
mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional.
cel. Planilhas de cálculos que po-
XLSX dem ser editadas pelo LibreOffice No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
calc trole. A troca do nome alterou a organização dos itens
de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e
Apresentação de slides do Micro- intuitivo.
soft PowerPoint, que poderá ser Através deste item o usuário poderá instalar e
PPTX
editada pelo LibreOffice Impress desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Windows, além de outros recursos administrativos.
Texto sem formatação. Formato Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
padrão do acessório Bloco de No- acessado pela opção Configurações, localizada na lista
TXT tas. Poderá ser aberto por vários
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
programas do computador
rar VPN, Wi-Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
Rich Text Format – formato de tex- Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
to rico. Padrão do acessório Wor- da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
RTF dPad, este documento de texto Modo Avião é uma configuração comum em smar-
possui alguma formatação, como tphones e tablets que permite desativar, de maneira
estilos de fontes rápida, a comunicação sem fio do aparelho — que
Formato de vídeo. Quando o Win- inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
dows efetua a leitura do conteúdo, NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
MP4, AVI, exibe no ícone a miniatura do pri- No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
MPG meiro quadro. No Windows 10, Fil- exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
mes e TV reproduzem os arquivos informações, como, por exemplo, a data de modifica-
de vídeo
ção e o tamanho de cada arquivo.
Formato de áudio. O Gravador de
Som pode gravar o áudio. O Windo- Modos de Exibição do Windows 10
MP3 ws Media Player e o Groove Music
podem reproduzir o som
1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 277
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WINDOWS 10 O QUE
Win+S Pesquisar
Xbox (Games, músicas = Groove) Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One
Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas
Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela
O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis
Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha
Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.
Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português
Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.
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O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.
O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.
279
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A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.
Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.
REDES DE COMPUTADORES
CONCEITOS BÁSICOS
A Internet é a rede mundial de computadores que surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, para
proteger os sistemas de comunicação em caso de ataque nuclear durante a Guerra Fria.
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Estados Unidos e União Soviética lançavam projetos que procura-
vam proteger as informações secretas de ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects Agency, era um modelo de troca e com-
partilhamento de informações que permitia a descentralização das mesmas, sem um “nó central”, garantindo a
continuidade da rede mesmo que um nó fosse desligado.
A troca de mensagens começou antes da própria Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio a Inter-
net como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educacional (universidades) para fomentar a pesquisa acadêmica.
No início dos anos 90, ela se tornou aberta e comercial, permitindo o acesso de todos.
Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso
280 Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
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A navegação na Internet é possível através da com- FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan- DE INTERNET E INTRANET
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas). Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os
A Internet conecta diversos países e grandes cen- itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas teúdo disponível na Internet.
de backbones. São conexões de alta velocidade que As informações armazenadas em servidores, sejam
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. páginas web ou softwares como um serviço (SaaS – cama-
O usuário não consegue se conectar diretamente no da mais alta da Computação na Nuvem), são acessadas
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou por programas instalados em nossos dispositivos. São
uma operadora de telefonia através de um modem e a eles:
empresa se conecta na “espinha dorsal”.
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve z Navegadores de Internet ou browsers, para conteú-
utilizar programas específicos para realizar a navega- do em servidores web;
ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. z Softwares de correio eletrônico, para mensagens
em servidores de e-mail;
CONCEITO USO COMENTÁRIOS z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários;
Conhecida como nuvem e tam- z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
bém como World Wide Web, ou
Bing, para encontrar informações na rede mundial;
WWW, a Internet é um ambiente
Conexão entre z Grupos de Discussão, tanto no contexto de
Internet inseguro, que utiliza o protocolo
computadores WhatsApp e Telegram, como no formato clássico do
TCP para conexão em conjun-
to a outros para aplicações Facebook e Yahoo Grupos.
específicas
Este tópico é muito prático. Nos concursos públi-
Ambiente seguro que exige iden-
cos, são questionados os termos usados nos diferentes
tificação, podendo estar restrito
a um local, que poderá acessar softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de
Conexão com informações acessadas por um navegador de Internet.
Intranet a Internet ou não. A Intranet uti-
autenticação
liza o mesmo protocolo da In-
ternet, o TCP, podendo usar o
UDP também Importante!
Conexão remota segura, prote- Ao navegar na Internet, comece a observar os
Conexão entre gida com criptografia, entre dois detalhes do seu navegador e as mensagens que
Extranet dispositivos dispositivos, ou duas redes. O
são exibidas. Esses são os itens questionados
ou redes acesso remoto é geralmente
suportado por uma VPN em concursos públicos.
281
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS
Chrome URL FICTÍCIO
Um dos mais populares
navegadores do merca- Usando o protocolo https, acessare-
Google mos o servidor abc, que é comercial
do, multiplataforma e de https://mail.
fácil utilização (.com) e pode estar registrado nos
abc.com/caixa
Estados Unidos. Acessaremos o dire-
s/inbox/
Safari Desenvolvido original- tório caixas, subdiretório inbox. Aces-
mente para aparelhos da saremos o serviço mail no servidor
Apple Apple, atualmente está Usando o protocolo de transferência
disponível para outros
de arquivos ftp, acessaremos o servi-
sistemas operacionais ftp://ftp.abc.g
dor ftp da instituição governamental
ov.br/edital.pdf
Opera (gov) brasileira (br) chamada abc, que
Navegador leve com disponibiliza o recurso edital.pdf
proteções extras contra
Opera
rastreamento e minera-
ção de moedas virtuais Outra forma de analisar um endereço URL é na
sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites
na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
Na Internet, as informações (dados) são arma- de símbolos que não parecem legíveis. No entanto,
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os como tudo na Internet está padronizado, vamos ver as
servidores são computadores, que utilizam pastas partes de um endereço URL “completão”.
ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Confira:
Ao acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns ques- esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
tionamentos: como é a identificação desse arquivo? querystring#fragmento
Como acessamos essas informações? Isso ocorre atra-
vés de um endereço URL. O endereço URL (Uniform Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
Resource Locator) que define o endereço de um recur- transferência.
so na rede. Na sua tradução literal, é Localizador Uni- “Domínio” é o nome da máquina, o nome do site.
forme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe: “:” e “porta” indica qual, entre as 65536 portas TCP
será usada na transferência.
protocolo://máquina/caminho/recurso “Caminho” indica as pastas no servidor, que é um
computador com muitos arquivos em pastas.
“Protocolo” é a especificação do padrão de comuni- “Recurso” é o nome do arquivo que está sendo
cação que será usado na transferência de dados. Pode- acessado.
rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,
de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text usado especialmente em sites seguros.
Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de trans- “#” é para especificar qual é a localização da infor-
ferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocol – mação dentro do recurso acessado (marcas)
protocolo de transferência de arquivos), entre outros. Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
“://” faz parte do endereço URL, para identificar ail?path=/mail/inbox#open
que é um endereço na rede, e não um endereço local esquema: https://
como “/” no Linux ou ‘:\’ no Windows. domínio: outlook.live.com
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a porta: 5012
informação que desejamos acessar. caminho: /owa/
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- recurso: hotmail
vo está armazenado. querystring: path=/mail/inbox
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos fragmento: open
acessar.
Quando o usuário digita um endereço URL no seu
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
características. servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
ENDEREÇO mação será localizada e transferida para o navegador
CARACTERÍSTICAS que solicitou o recurso.
URL FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare-
mos o servidor abc, que é comercial
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos a
divisão multimídia (www) com arqui- Servidor DNS
http://www.
vos textuais, vídeos, áudios e imagens.
abc.com.br/
O recurso acessado é o index.html,
Internet
entendido automaticamente pelo na- Endereço URL
vegador, por não ter nenhuma especi- Usuário
ficação de recurso no fim
Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas
os dados são armazenados em servidores web com números de
IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
282 navegação na Internet.
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Conceitos e Funções Válidas para Todos os dicionários on-line disponibilizados pelos desen-
Navegadores volvedores dos navegadores.
CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor
FÓRUNS E WIKIS de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
de Internet
Dica
RFC é Request for Comments, um documento
de texto colaborativo que descreve os padrões
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails de cada protocolo, linguagem e serviço para ser
usado nas redes de computadores.
Receber IMAP4
De forma semelhante ao endereço URL para recur-
Receber – POP3
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
também possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o
formato reduzido usuário@provedor, no enunciado
Usuário Usuário
das questões, em vez do formato detalhado usuário@
provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.
Enviar – SMTP
Enviar e Receber Quando o símbolo @ é usado no início, antes do
Receber – POP3 IMAP4 nome do usuário, identifica uma conta em rede social.
Para o endereço URL do Instagram https://www.ins-
tagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @
Remetente
Cliente
Destinatário novaconcursos.
Webmail
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen-
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook cher os campos disponíveis para destinatário(s), título
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail
da mensagem, entre outros. Para enviar a mensagem,
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder é preciso que exista um destinatário informado em
286 os e-mails recebidos. um dos campos de destinatários.
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Se um destinatário informado não existir no servi- WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida. A mensagem permanece com um ícone de relógio
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- enquanto não for enviada.
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado, são direcionadas as mensagens sinalizadas como
a mensagem tentará ser entregue depois. lixo. Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
Conheça os elementos e seu papel na criação de não solicitados, que geralmente são enviados para
uma nova mensagem de e-mail: um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial
E-mail – e-mail comercial não solicitado). Essas mensa-
CAMPO CARACTERÍSTICAS
gens são marcadas pelo filtro AntiSpam, que procura
Identifica o usuário que está enviando identificar mensagens enviadas para muitos destina-
a mensagem eletrônica, o remetente. tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para
FROM (De)
É preenchido automaticamente pelo o usuário.
sistema
Identifica o (primeiro) destinatário da Outras Operações com o Correio Eletrônico
mensagem. Poderão ser especifica-
dos vários endereços de destinatários O usuário poderá sinalizar as mensagens, tanto as
nesse campo e serão separados por recebidas como as enviadas. Ele poderá solicitar confir-
TO (Para)
vírgula ou ponto e vírgula (segundo o mação de entrega e confirmação de leitura. Vale dizer
serviço). Todos que receberem a men- que as mensagens recebidas podem ser impressas, igno-
sagem conhecerão os outros destina- radas ou, ainda, podem ter seu código-fonte exibido.
tários informados nesse campo Confira, a seguir, operações extras para o uso do
Identifica os destinatários da men- correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
sagem que receberão uma cópia do lismo, facilitando a organização do usuário.
CC e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
(com cópia ou Copy (cópia carbono) Ação e Características
cópia carbono) Todos que receberem a mensagem
conhecerão os outros destinatários z Alta prioridade: Quando marca a mensagem
informados nesse campo como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
Identifica os destinatários da men- to de exclamação vermelho no destaque do título;
BCC sagem que receberão uma cópia do z Baixa prioridade: Quando o remetente marca a
(CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
cópia oculta ou Carbon Copy (cópia carbono oculta). verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
cópia carbono Todos que receberem a mensagem taque do título;
oculta) não conhecerão os destinatários z Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou
informados nesse campo navegador de Internet prepara a mensagem para
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da
ção do e-mail;
(assunto) mensagem. É um campo opcional
z Ver código fonte da mensagem: As mensagens
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui- possuem um cabeçalho com informações técnicas
vo(s) que está(ão) sendo enviado(s) sobre o e-mail as quais podem ser visualizadas
junto com a mensagem. Existem res- pelo usuário;
ATTACH
trições quanto ao tamanho do anexo z Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em
(anexo)
e tipo (executáveis são bloqueados alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as
pelos webmails). Não são enviadas próximas mensagens recebidas do mesmo reme-
pastas tente serão excluídas imediatamente ao serem
O conteúdo da mensagem de e-mail armazenadas na Caixa de Entrada;
Mensagem poderá ter uma assinatura associa- z Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensa- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
da inserida no final gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
mensagens recebidas daquele remetente;
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
salvas estarão em pastas do servidor de correio ele- z Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a
trônico, nominadas como “caixas de mensagens”. mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem
recebidas, lidas e não lidas. estar enviando links maliciosos que tentam captu-
A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe- rar dados dos usuários;
tivamente enviadas. z Confirmação de Entrega: O servidor de e-mails
A pasta Itens Excluídos contém as mensagens do destinatário envia uma confirmação de entre-
apagadas. ga, informando que a mensagem foi entregue na
A pasta Rascunhos contém as mensagens salvas e Caixa de Entrada dele com sucesso;
não enviadas. z Confirmação de Leitura: O destinatário pode
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que confirmar ou não a leitura da mensagem que foi
o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe- enviada para ele.
ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
ocorre quando enviamos uma mensagem no app 287
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A confirmação de entrega é independente da con-
ITEM CARACTERÍSTICAS
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo-
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar Participantes convidados pelo proprie-
Gerentes ou
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções tário para auxiliar na moderação das
Moderadores
forem marcadas, o remetente poderá receber duas mensagens e gerenciamento do grupo
confirmações para a mensagem que enviou, sendo Em grupos no Facebook, pode ser o
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do Administrador criador ou gerente/moderador convi-
próprio destinatário.
dado pelo dono do grupo
Como receberá as mensagens. Pode-
rá ser uma por uma, ou resumo das
Servidor Exchange mensagens por e-mail, ou e-mail de
Servidor Gmail Assinatura
Enviar e-mail resumos (com os tópicos recebidos
com confirmação O servidor confirma a
entrega do e-mail na caixa
no grupo), ou nenhum e-mail (para
de entrega
de entrada do destinatário leitura na página do grupo)
Recebendo a
confirmação de entrega
Quais são as vantagens de um grupo?
Destinatário
Remetente
Webmail z Os participantes podem enviar uma mensagem,
Cliente que será enviada para todos os participantes;
z Permite reunir pessoas com os mesmos interesses;
Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de z Organizar reuniões, eventos e conferências;
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails do z Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com
destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na possibilidade de acesso aos conteúdos que foram
Caixa de Entrada do e-mail do destinatário. enviados antes do seu ingresso no grupo.
Remetente
Cliente
Destinatário O usuário envia um e-mail para um endereço defi-
Webmail
nido e faz a assinatura. Outras formas de associação
incluem o pedido diretamente na página do grupo ou
Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de
Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do
o link recebido em um convite por e-mail.
conteúdo do e-mail. Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem.
Grupos de Discussão Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem-
Existem serviços na Internet que possibilitam a brando que, nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama-
troca de mensagens entre os assinantes de uma lista nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço O envio para um endereço único permite a distribui-
em atividade, segundo o formato original. ção para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro da mensagem e anexos, se houverem, será disponibiliza-
de 2019 e seus membros não poderão mais enviar ou da no mural da página do grupo, para consultas futuras.
receber e-mails.
Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou Mensagem
enviada para
Fórum de Discussão são denominações equivalentes todos os
Grupos de
para um serviço que centraliza as mensagens recebi- discussão participantes
das que foram enviadas pelos membros redistribuin- Mensagem enviada
inscritos no
grupo
do-as para os demais participantes. para o endereço de de discussão
Os grupos de discussão do Facebook surgiram den- e-mail do grupo
REDES SOCIAIS
As redes sociais permitem o compartilhamento de informações entre os usuários cadastrados. As redes sociais
são usadas amplamente pelos governos em suas diferentes esferas. Redes sociais pouco divulgadas também são
usadas para a divulgação de informações.
As redes sociais são divididas em: centralizadas, descentralizadas e distribuídas. A forma de organização des-
tas conexões acaba por determinar o tipo de serviço oferecido.
Cada rede social possui um conjunto de recursos e é destinada para um público (nicho) específico.
Como dito, elas poderão ser centralizadas (Twitter), descentralizadas (Facebook) ou distribuídas (LinkedIn).
Acompanhe a tabela a seguir:
Centralizada Nela, um nó centraliza grande parte das conexões. Possui formato de estrela. Exemplo: Twitter
Tem vários centros. Não se mantém conectada por um só nó, e sim por um pequeno grupo de nós,
Descentralizada que se conecta a diversos outros grupos. Conexões pessoais expandidas para o grupo. Exemplo:
Facebook
Todos os nós têm aproximadamente a mesma quantia de conexões. Somente esse terceiro tipo
Distribuída
poderia ser considerado uma rede efetiva. Exemplo: LinkedIn
COMPARTILHAR COM
GOSTAR DO CONTEÚDO COMENTÁRIOS
OUTROS USUÁRIOS
O LinkedIn é uma rede social para pessoas e empresas, com foco no compartilhamento de informações pro-
fissionais e vagas de emprego. Permite a publicação de conteúdos como nas outras redes sociais, exceto conteúdo CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
de entretenimento como Reels (Instagram) e TikTok.
O Facebook é a maior rede social da atualidade, em quantidade de usuários. O participante poderá publicar,
compartilhar, curtir e comentar postagens de outros participantes e empresas.
O Facebook oferece recursos para a criação de páginas, grupos de discussão, unidades de aprendizado social,
entre outras opções.
O Twitter é uma rede social para publicação de postagens em tempo real. Permite a publicação de textos, ima-
gens, vídeos, cards, links e outros conteúdos.
O Instagram é uma rede social para publicação de imagens e vídeos. Permite a publicação de fotos, vídeos,
transmissões ao vivo e pequenos vídeos animados (Reels) como no app TikTok.
A rede social Instagram permite que os usuários utilizem tags em palavras-chaves para conseguir o maior
número de visualizações, seguidores e likes.
O WhatsApp e Telegram são comunicadores instantâneos. Através dos aparelhos smartphones ou da versão
Desktop, o usuário poderá trocar mensagens de texto, imagens, vídeos e realizar chamadas de áudio e vídeo com
outros usuários.
Além disso, esses aplicativos permitem a criação de grupos e listas de transmissão. Cada grupo terá o seu
administrador ou administradores, com permissões para envio de mensagens/postagem, ou não, permissão para
editar as configurações do grupo. 289
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Em todas as redes sociais e comunicadores, o problema de compartilhamento de fake news compromete a
participação dos membros. Alguns acabam abandonando a plataforma, de acordo com a quantidade de falsas
mensagens compartilhadas no perfil, página ou grupo.
Em todas as redes é possível bloquear outros usuários, para não visualizar postagens, mensagens e notifica-
ções que eles enviarem.
Voltada principalmente para contatos profissionais, o LinkedIn tem a participação de trabalhadores atuantes no
mercado de trabalho, outros em busca de colocação, outros de recolocação profissional, e, obviamente, das empresas.
Através dos contatos realizados através da rede social, os participantes podem encontrar vagas de empregos,
falar com o RH das empresas, avaliar o mercado de trabalho, entre outras opções.
Assim como no Facebook, é possível criar grupos e páginas de conteúdo.
Atente-se ao glossário de termos disposto abaixo:
A rede social Facebook tem o maior porta-fólio de recursos para os seus usuários.
Assim como nas demais redes sociais, é possível selecionar o público que vê, ou não, -sua postagem.
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Com o passar dos anos, vários recursos foram implementados. Vamos conhecer alguns deles:
z Páginas: um dos primeiros recursos da rede social. Permite a criação de uma página de conteúdo, para que os
usuários possam seguir, curtir e compartilhar o seu conteúdo publicado. Lembra um pouco a ideia dos blogs,
onde as postagens diárias são destacadas na linha de tempo das pessoas que curtiram ou estão seguindo a
página. As páginas não permitem o armazenamento e compartilhamento de arquivos, mas permite a criação
de promoções, integração com loja virtual etc.;
z Grupos: criados nos mesmos moldes do Google Grupos e do Yahoo Grupos, permitem o compartilhamento
de arquivos, associação de membros, administração do conteúdo e dos participantes. Os grupos podem ser
públicos, privados (necessitam de aprovação do administrador do grupo) ou secretos (somente as pessoas com
o link poderão chegar até a página inicial do grupo e solicitar a participação).
Foto/vídeo;
Enquete;
Vender um item;
Adicionar arquivo; CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Criar álbum de fotos;
Criar documento;
Criar evento;
Vídeo ao vivo;
z Páginas: páginas que são públicas, mas não permitem o compartilhamento de arquivos. Voltadas para a divul-
gação de negócios e vendas de produtos, por exemplo. Recursos disponíveis em uma página:
A rede social Twitter permitia, originalmente, o compartilhamento de mensagens curtas de textos com até 140
caracteres. Com as últimas implementações da empresa, passou-se a oferecer mais espaço para cada tweet.
Os nomes de usuários precisam ter até 15 caracteres. Caso exista um nome de usuário para a conta que estiver
criando, o Twitter apresentará sugestões semelhantes.
Alguns recursos permanecem originais, como os Trending Topics, ou assuntos mais comentados. Através de
hashtags (símbolo #) os usuários podem criar postagens que estejam associadas a um conteúdo ou tema, permi-
tindo o agrupamento de todas as mensagens com a mesma hashtag.
Cada mensagem é chamada de tweet, e pode conter textos, links externos, imagens embutidas e vídeos. O Twit-
ter oferecia o aplicativo Periscope, que permite a transmissão ao vivo a partir de dispositivos móveis.
Com o crescimento das outras redes sociais, o Twitter passou a atuar em nichos do entretenimento (artistas,
eventos, promoções)e, atualmente, está investindo no Twitter para Empresas.
z ova mensagem;
n
Na versão WhatsApp Web é possível ativar notifi- z mensagem enviada;
cações na área de trabalho, para exibir balões com o z mensagem entregue e não lida;
título da mensagem e remetente, quando algum con- z mensagem lida (se o destinatário desativou a
teúdo é recebido. A notificação aparecerá na Área de confirmação de leitura, a mensagem não muda-
Notificações do computador, próximo da data e hora rá para este status para o remetente);
na Barra de Status. z mensagem aguardando conexão com Internet
O WhatsApp tem duas opções de instalação no ou sendo enviada;
smartphone: comum e Business. z mensagem não enviada (poderá tentar enviar
A versão Business oferece alguns recursos especí- novamente).
ficos para uma pequena empresa, como catálogo de
produtos, mensagens de respostas automatizadas, Atente-se ao glossário de termos:
mensagens predefinidas etc.
O programa Telegram, comunicador instantâneo z Usuários: cadastrados a partir de um número
semelhante ao WhatsApp, oferece alguns recursos de telefone;
adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens z Grupo: usuários cadastrados em um grupo (até
anteriores de um grupo, além da opção para ocultar 257 participantes);
o número do celular do usuário na descrição do perfil. z Administrador: usuário que criou o grupo ou
Ao enviar uma mensagem, quando o usuário não promoveu para Administrador outros usuários
tem acesso à Internet, aparecerá um relógio ao lado participantes. Ele poderá gerenciar o grupo,
dela, até que seja estabelecida uma conexão para o divulgar link, remover usuários e promover
envio. outros para administrador;
Após alguns segundos de tentativas, a mensagem z Criar uma sala: opção para transmissão de
poderá aparecer como “não enviada”, permitindo a conteúdo para alguns usuários adicionados na
tentativa de reenvio. sala de transmissão;
Arquivos enviados pelo WhatsApp possuem limi- z Silenciar notificações: ao participar do grupo,
te de 100MB. Podemos enviar PDFs, DOCX, imagens e as mensagens recebidas poderão ser notifica-
vídeos. das no aparelho do usuário. Caso não deseje,
Mensagens e arquivos podem ser encaminhados basta Silenciar notificações (do grupo ou de
para até 5 contatos ou grupos. Se a mensagem ou usuários específicos);
arquivo já foi recebido a partir de um encaminha- z Perfil: dados e configuração do usuário;
mento, então ela só poderá ser enviada para 1 novo z Catálogo: produtos cadastrados no WhatsApp
contato. E aparecerá com o título “Encaminhada com Business que poderão ser divulgados em con-
frequência”. versas e grupos;
Nas mensagens o usuário poderá digitar textos, z Mensagens arquivadas: o usuário poderá
formatar (com símbolos como * * para negrito e _ _ guardar mensagens de contatos e grupos, para
para itálico), usar emojis (figurinhas de sentimentos “limpar” a listagem do aplicativo. Elas não são
estilo emoticons), figurinhas (animadas ou estáticas, a apagadas, apenas retiradas da exibição;
partir de arquivos GIF) ou anexos. z Favoritas: o usuário poderá favoritar men-
Nas conversas e grupos, é possível localizar ocor- sagens, para que apareçam com destaque na
rências de textos ao clicar no ícone de lupa. listagem;
Se a pesquisa for realizada na parte superior, bus- z Fixar mensagens: o usuário poderá fixar men-
cará em contatos e mensagens. sagens no topo da listagem (até 3 conversas
Ao adicionar um conteúdo no grupo ou conversa fixadas);
com contatos, poderemos usar as seguintes opções: z Marcar como não lida: mensagens que foram
lidas poderão ser sinalizadas como não lidas;
z ou Sala de vídeo para os participantes do
z Etiquetas: rótulos do WhatsApp Business para
grupo; identificar e classificar as conversas com os
z ou C
atálogo de produtos: enviar link e usuários (ou clientes);
descrição de produtos no WhatsApp z S
tatus: imagem ou vídeo com exibição para os
Business; contatos que possuam o seu contato cadastra-
z ou C
ontato: compartilhar dados de um con- do. O usuário deverá estar cadastrado em seus
tato com outros participantes; contatos e ele deverá ter você cadastrado nos
z ou D
ocumentos: enviar arquivos para o contatos dele, para visualizar o seu status. O
grupo. Formato PDF é exibido como vídeo ou imagem é removido após 24 horas;
294 miniatura;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z ensagens temporárias: após 7 dias, as mensagens enviadas para o grupo serão apagadas automaticamente;
M
z Lista de transmissão: semelhante ao conceito do Status, uma lista de transmissão é uma forma de envio de
mensagens com textos, imagens, vídeos, para vários usuários ao mesmo tempo. Parece um grupo, mas não
há interação entre os participantes dentro da lista. Eles apenas recebem o conteúdo. Assim como o Status,
ambos (emissor e receptor) precisam estar cadastrados em ambos os aparelhos;
z Pagamentos: novidade do WhatsApp, permite o envio e recebimento de valores através do comunicador.
Ele é associado a uma conta de alguns bancos (como Mercado Pago) e a um cartão de débito do próprio
banco. Ao receber dinheiro, é creditado na conta. Ao pagar, é debitado pelo cartão de débito do saldo da
conta no banco. O sistema está associado ao mecanismo Facebook Pay. A empresa Facebook Pagamentos do
Brasil foi aprovada como um “iniciador de pagamentos”;
z Contato: o usuário poderá enviar como mensagem os dados de um contato de seu aparelho. Quem receber
poderá adicionar em seus contatos ou enviar mensagem para ele. Se o contato é compartilhado em um
grupo, o administrador poderá adicionar ele ao grupo através dos dados de contato que foram comparti-
lhados lá;
z Envio de fotos e vídeos: poderão ser imagens armazenadas no aparelho ou obtidas no momento do envio
(através da câmera)
YOUTUBE
O site de vídeos Youtube é muito popular, porém não é o único. Existem outras opções, como o Vimeo, que é
muito usado para videoaulas de cursos online.
O Youtube permite a criação de um perfil, canais de vídeos, listas de reprodução e transmissões ao vivo. Asso-
ciado a uma conta Google, assim como no Google Drive, o usuário poderá navegar no site e acessar vídeos que
estejam com alguma restrição específica quando possível. Ainda, poderá criar um canal e publicar os seus vídeos,
tendo acesso a ferramentas de edição online, permitindo a personalização do conteúdo.
Na página inicial, aparecerão as propagandas de canais, os últimos vídeos dos canais que você está inscrito,
além de canais recomendados (sugeridos a partir dos canais nos quais você se inscreveu).
Os vídeos poderão ser programados pelo usuário para serem postados:
O usuário do Youtube poderá organizar, em seu canal, uma playlist. Como usuário comum, os vídeos que ele
der “gostei” são adicionados na playlist “Vídeos que eu gostei”. Ainda como usuário comum, poderá criar novas
playlists e, nos vídeos que Salvar, escolher o destino. Já como produtor do canal, os vídeos que direcionar para
montagem de uma playlist facilitarão a divulgação do conteúdo relacionado.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vídeo sendo reproduzido: barra de progresso
Pré-carregado
Atual (0:59) Tempo total (16:50)
z Pausa (atalho tecla k): pausa temporariamente a reprodução do vídeo. Quando pausado, o ícone muda para
Reproduzir;
z Próximo vídeo (atalho Shift+N): interrompe a reprodução do vídeo atual e inicia o próximo vídeo que foi
definido na playlist do criador do conteúdo, ou um vídeo relacionado sugerido pelo Youtube;
z Sem áudio (atalho tecla m): o vídeo continuará sendo reproduzido, porém sem áudio. Para “reproduzir o
som”, acione novamente o ícone. Quando a barra de controle possui espaço para exibição, é mostrada a escala
de volume (controle deslizante);
z Atual/Total: exibe o tempo atual da reprodução e o total de tempo do vídeo;
z Reprodução automática: quando ativado (para a direita), o próximo vídeo será reproduzido ao terminar
a exibição do atual. Se estiver desativado, ao término do vídeo, não será executado um novo vídeo e apenas
miniaturas de vídeos serão exibidas para o usuário escolher.
TELEGRAM
Tal como o WhatsApp, o Telegram é um aplicativo de mensagens instantâneas que pode ser encontrado nas
seguintes formas:
O programa Telegram, apesar de ser muito semelhante ao WhatsApp, em questões de funcionalidade, oferece
alguns recursos adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens anteriores de um grupo, além da opção para
ocultar o número do celular do usuário na descrição do perfil.
Os sistemas de informação, definidos na Teoria Geral dos Sistemas (TGS), apresentam-se de forma prática
quando aplicados nos negócios.
A visão geral sobre os sistemas de suporte à decisão permite conhecer as diferentes categorias em que eles são
utilizados nas empresas. A inteligência de negócio é a tomada de decisões baseadas em informações consolidadas
produzidas por relatórios e tabelas de um sistema de suporte.
Inicialmente, vamos conhecer as três categorias de sistemas de informação em uma empresa:
z Decision Support Systems (DSS), ou Sistemas de Apoio a Decisão: são baseados em relatórios analíticos, normal-
mente utilizados por usuários de nível operacional;
z Management Information Systems (MIS), ou Sistemas de Informações Gerenciais: permitem análises mais pro-
fundas, com a realização de simulações de cenários. Por vezes, utilizam-se de ferramentas de Data Mining para
identificação de cruzamentos não triviais. São utilizados por analistas de negócio no nível tático;
z Executive Information Systems (EIS), ou Sistemas de Informações Executivas: são voltados para profissionais
que atuam no nível estratégico das empresas, como diretores e presidência. Oferecem, para tanto, um conjun-
to de indicadores-chave de performance (KPI, ou Key Performance Indicators).
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Esta classificação em nível macro, permite compreender que não existe um sistema completo, geral e inde-
pendente na empresa. Temos vários tipos de sistemas, altamente especializados, que colaboram entre si para a
produção de consolidados que poderão ser usados pelos executivos e gerentes na tomada de decisão.
Na TGS, os sistemas também podem ser classificados por outros critérios, em um contexto específico:
z Sistemas abertos: são aqueles que sofrem interações com o ambiente em que estão inseridos;
z Sistemas fechados: são aqueles que não sofrem influência externa e possuem entropia constante;
z Sistemas adaptáveis: aqueles que se adaptam às mudanças por meio do melhoramento contínuo;
z Sistemas não adaptáveis: aqueles que não preveem mudanças significativas diante das alterações e influên-
cias do ambiente;
z Sistemas permanentes: não possuem prazo determinado de existência;
z Sistemas temporários: possuem prazo determinado de existência.
z Sistemas de Informação Transacional (SIT): são de nível operacional e cuidam do armazenamento dos
dados e sua captação, entre outras ações;
z Sistemas de Informações Gerenciais (SIG): são de nível tático e produzem relatórios de acordo com os dados
existentes e o ambiente;
z Sistemas de Apoio à Decisão (SAD): são de nível estratégico e produzem relatórios e gráficos ajustados de
acordo com um problema que deseja solucionar.
Segundo O’Brien, os sistemas de informação podem ser classificados em dois grandes grupos: Sistemas de
Apoio às Operações e Sistemas de Apoio Gerencial. O primeiro colabora nas operações e processos realizados pela
organização. O segundo, no apoio ao processo de decisão dos executivos.
Vejamos na tabela seguinte qual a função de cada uma dessas subdivisões:
SISTEMA DESCRIÇÃO
Processamento de Informações Processam dados
Controle de Processos Monitoramento e controle de processos
Colaborativos Comunicação e integração entre os colaboradores
Informação Gerencial Informações em relatórios
Apoio à decisão Apoiam a decisão dos gerentes
Informações críticas elaboradas para as necessidades
Informação Executiva
de informação dos executivos
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Laudon e Laudon sugerem outra classificação dos tipos de SI com base nos níveis organizacionais e públicos
atendidos por essas ferramentas. Dessa forma há sistemas de nível operacional, de nível de conhecimento, de
nível gerencial e de nível estratégico.
TIPOS DE SISTEMAS DE
ÁREAS FUNCIONAIS GRUPOS ATENDIDOS
INFORMAÇÃO
Nível Operacional Gerentes operacionais
Nível de Conhecimento Recursos Humanos, Finanças, Trabalhadores do Conhecimento
Nível Gerencial Marketing, Produção Gerentes Médios
Nível Estratégico Gerentes Seniores
Mineração de dados (em inglês, data mining) é o processo de encontrar anomalias, padrões e correlações em
grandes conjuntos de dados com o intuito de prever resultados. Ao empregar uma ampla variedade de técnicas,
você pode usar essa informação para aumentar a renda, cortar custos, melhorar o relacionamento com os clien-
tes, reduzir riscos e muitas outras coisas.
A mineração de dados também é conhecida como descoberta de conhecimento em dados (KDD).
Quais as vantagens da mineração de dados?
z Detectar fraudes;
z Minimizar riscos;
z Antecipar demanda de recursos;
z Aumentar a taxa de resposta de campanhas de marketing;
z Minimizar atritos com clientes.
Um data warehouse é um tipo de sistema de gerenciamento de dados projetado para ativar e entregar suporte
às atividades de business intelligence (BI), especialmente a análise avançada. Os data warehouses destinam-se
exclusivamente a realizar consultas e análises avançadas e geralmente contêm grandes quantidades de dados
históricos. Os dados em um data warehouse geralmente são derivados de uma ampla variedade de fontes, como
arquivos de log de aplicativos e aplicativos de transações.
Um data warehouse típico geralmente inclui os seguintes elementos:
Embora desempenhem funções semelhantes, os data warehouses são diferentes dos data marts e dos armaze-
namentos de dados de operação (ODSs). Um data mart realiza as mesmas funções que um data warehouse, mas
dentro de um escopo muito mais limitado, geralmente um único departamento ou linha de negócios, o que torna
o estabelecimento dos data marts mais fácil que os dos data warehouses. No entanto, eles tendem a introduzir
inconsistência porque pode ser difícil gerenciar de modo uniforme e controlar os dados em vários data marts.
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Existem muitas ferramentas para mineração de dados, cada uma com uma característica marcante de opera-
ção. A maioria são de aplicações com Código aberto ou Software Livre, mas existem as opções proprietárias.
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CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL
Otimizado para minimizar a E/S e maxi- Grandes volumes de pequenas operações
Acesso aos Dados
mizar o throughput de dados de leitura
Os data warehouses são constituídos, normalmente, de imensa quantidade de dados, por isso, é necessário
uma ferramenta para varrer automaticamente tais dados a fim de pesquisar tendências e padrões a partir de
regras predefinidas que dificilmente seriam encontrados em uma pesquisa comum.
Nas redes de computadores, os dados são arquivos disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servidores
web, com páginas web para serem acessadas por um navegador (browser) web; ou, ainda, servidores de arquivos
FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso a distância a computadores será realizado, por meio do paradigma cliente servidor, onde um será o
servidor, que fornecerá o acesso ou arquivos, e o outro dispositivo será o cliente que estiver acessando.
Protocolo seguro
Tal acesso deverá ser realizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual Private Network), que implementa
protocolos seguros na conexão, evitando monitoramento dos dados por terceiros.
Conexão
segura
Internet Filial
Matriz
Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os que definem a Extranet. Extranet é uma conexão segura entre
ambientes seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura. A troca de dados entre o cliente e o servidor será
300 realizada por protocolos de transferência. Todas as redes utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços.
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TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E ARQUIVOS Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
nais como SSL e TLS na conexão.
Cada sistema operacional tem o seu sistema de
arquivos para endereçamento das informações arma- HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente, Seguro de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
não é possível a comunicação ou leitura desses dados.
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar HTTPS – request (requisição)
o envio e recebimento das informações entre disposi- Cliente
tivos conectados em rede, através dos protocolos de Web
HTTPS – certificado digital
transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos Identidade confirmada
envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe- Servidor
rência de dados. HTTPS – response (resposta) Web
Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são: O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
de transferência de hipertextos; como em Segurança da Informação.
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure:
protocolo seguro de transferência de hipertextos; z FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe-
z FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans- rência de arquivos:
ferência de arquivos;
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protoco- Opera com duas portas TCP, uma para dados
lo simples de transferência de e-mail. (20) e outra para comandos (21);
Transfere qualquer tipo de informação;
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter- Pode transferir em modo byte a byte (arquivos
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que de textos) ou bit a bit (arquivos executáveis);
envolvem as redes de computadores. Mensagens de Os navegadores de Internet possuem suporte
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble- para acesso aos servidores FTP;
mas de segurança da informação tornam-se mais claros O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
para quem conhece os protocolos e seu funcionamento. ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma
mais rápida que nos navegadores de Internet;
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de Pode utilizar criptografia;
transferência de hipertextos: O modo anônimo caiu em desuso e poucos ser-
vidores FTP ainda aceitam conexão anônima.
Opera pela porta TCP 80; FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos
Transfere arquivos HTML (Hyper Text Mar- Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)
Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail
Os softwares instalados no computador, podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.
Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros, como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
extensão dele.
EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows
.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, de baixa qualidade
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos
.mkv
formatos
.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime
Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o
.mp3
Windows Media Player ou Groove Music para reprodução
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, como por
.mpg
exemplo, o Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD
.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade desenvolvido pela Real Networks
.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem
.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows
.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows
As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usados
para diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da transmissão, verificação da quali-
dade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metada-
dos do MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos de dados devem
ser analisados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade e quantidade de dados
trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.
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A transferência de dados e arquivos pelas redes de
SmartTv computadores compreende um dos temas que, comu-
Internet mente, são abordados em provas de concursos.
9. (CESGRANRIO — 2021) A computação distribuída permi- a) pode ou não estar conectada à internet.
te que as máquinas integrantes de uma rede, que utiliza b) possui conexões que são ou cabeadas ou por WiFi,
esse modelo computacional, executem o seu próprio pro- mas nunca os dois tipos simultaneamente.
cessamento. Esse cenário permite que as organizações c) distribui sempre cópias de todos os arquivos digitais
se beneficiem da integração de serviços, por meio da entre todas as estações de trabalho.
interconexão oferecida pelas redes de computadores, oti- d) substitui a rede de fornecimento de energia elétrica na
mizando recursos e maximizando o poder de seu parque empresa.
computacional. Nesse cenário, o modelo de redes ponto e) funciona, apenas, se todas as estações de trabalho
a ponto se caracteriza por: tiverem o mesmo sistema operacional. 305
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13. (CESGRANRIO — 2022) Nas configurações de cone- e) espaço ocupado pela mensagem X é muito grande,
xão do navegador Mozilla Firefox, pode-se definir um e seu envio não foi autorizado pela infraestrutura do
servidor proxy, recurso utilizado para a redução do trá- emissor.
fego em rede.
17. (CESGRANRIO — 2022) Códigos maliciosos (malwa-
O mecanismo de funcionamento de um servidor proxy: re) são programas desenvolvidos para executar ações
danosas e atividades maliciosas em uma grande
a) implementa o padrão IrDA, que estabelece conexão diversidade de equipamentos. Dentre os vários tipos
direta via fibra ótica. de malware, há um programa capaz de se propagar
b) utiliza uma área intermediária entre servidores de uma automaticamente pelas redes, explorando vulnerabili-
rede interna e usuários da internet. dades nos programas instalados e enviando cópias de
c) especifica um equipamento que atua como uma cache si mesmo de equipamento para equipamento.
entre o navegador Firefox e o servidor web.
d) transmite dados por arquiteturas que privilegiam a Esse programa é o:
topologia de rede de campo ou metropolitana.
e) roteia o processamento para redes que utilizam tec- a) backdoor
nologias sem fio, impondo um padrão de segurança b) spyware
adicional. c) rootkit
d) keylogger
14. (CESGRANRIO — 2021) A possibilidade de configura- e) worm
ção de conexões, oferecida pelo navegador Firefox,
revela-se recurso interessante para organizações que 18. (CESGRANRIO — 2023) Uma prática comum e reco-
necessitam, por exemplo, acessar um servidor de pro- mendada para proteção de estações de trabalho é que
xy que disponibiliza um serviço específico, não acessí- programas do tipo antivírus e antimalware sejam man-
vel ao público externo. tidos atualizados nessas estações e computadores
em geral.
No menu Configurações, qual a opção na qual a janela
de configuração de conexão é acessada? Essas atualizações são necessárias principalmente
para que esses programas:
a) Geral
b) Início a) possuam uma interface moderna com o usuário.
c) Pesquisa b) ocupem o menor espaço possível em disco.
d) Sync c) funcionem, porque versões desatualizadas não
e) Privacidade e Segurança funcionam.
d) possam identificar vírus e problemas mais recentes.
15. (CESGRANRIO — 2023) Um usuário fechou, indevida- e) sejam executados de forma mais rápida e eficiente.
mente, uma guia do navegador web Google Chrome
106.0.5249.119 (64 bits), em uma máquina com MS 19. (CESGRANRIO — 2021) A assinatura digital é um
Windows 10. controle de segurança que permite a verificação da
integridade e da autenticidade do documento digital.
Um modo de abrir, novamente, a última guia fechada Sabe-se que o certificado digital do signatário (Cert-
nesse navegador é pressionando a seguinte combina- Signatário) foi emitido pela Autoridade Certificadora 1
ção de teclas: (AC1); o certificado da AC1 (CertAC1) foi emitido pela
Autoridade Certificadora Raiz (ACZ); e que o certifica-
a) Alt+F do da ACZ (CertACZ) é autoassinado.
b) Alt+T
c) Ctrl+N Para validarmos a assinatura digital do signatário de
d) Ctrl+Shift+N um documento digital, nessa infraestrutura de chaves
e) Ctrl+Shift+T públicas em cadeia, é necessário ter-se:
9 GABARITO
1 B
2 D
3 B
4 E
5 C
6 D
7 D
8 C
9 C
10 A
11 B
12 A
13 C
14 A
15 E
16 A
17 E
18 D
19 E
20 E
ANOTAÇÕES
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
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ANOTAÇÕES
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o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
cionar o departamento da organização;
z Nível Operacional: nível de execução da organi-
NÍVEIS ORGANIZACIONAIS
Processo Organizacional / Processo Adminis- Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de
trativo (Administração): o mesmo que funções quatro etapas:
administrativas.
z Definir um padrão de desempenho: para seguir e
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS alcançar um determinado objetivo, é preciso estar
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
As funções da Administração são quatro: plane- z Acompanhar o desempenho: essa etapa conta
jamento, organização, direção e controle. Vejamos a com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo
seguir detalhadamente cada uma delas: está sendo feito conforme foi definido;
z Avaliação de desempenho: já esta é uma etapa
voltada a um processo “posteriori”, pois leva em
Planejamento
consideração avaliar os resultados obtidos;
z Ação corretiva: etapa necessária quando se verifica
Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem que há certos desvios, gaps ou lacunas no processo.
como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão z Planejamento operacional: aqui, a abordagem
do futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas é de execução, pois visa realizar as tarefas que
as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é ocorrem na organização. Nesse caso, teremos a
possível ter todas as informações e dados. Lembre-se figura dos supervisores/executores estabelecendo
de que quando tratamos de planejamento, é preciso os objetivos e metas operacionais; vale lembrar
coletar dados e informações, pois são eles que dão sus- que elas são mais minuciosas e detalhadas porque
tentação para um bom planejamento. estão voltadas para uma tarefa específica.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos
temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para ANÁLISE DE MERCADO E AS FORÇAS
compreender melhor o planejamento: COMPETITIVAS
É a parte da coordenação da organização no intuito Variáveis internas são controláveis por fazerem
de harmonizar o planejamento com a execução, o que parte do escopo da organização, estão próximas e, por
levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para isso, é mais fácil fazer alterações ou mudanças.
que realmente as coisas aconteçam. Aqui também Variáveis externas não são controláveis, pois
ocorrerá a liderança e motivação, afinal de contas as estão “fora” da organização e não tem como a insti-
pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem tuição fazer alterações, podendo somente monitorar
ser motivadas a cumprir o planejamento. A figura do para se aproveitar das oportunidades e minimizar os
310 líder faz-se importante nesse momento. problemas advindos das ameaças.
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� Forças � Oportunidades
Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene
� Pontos Fortes � Variável Porter)
� Fortalezas externa
� Variável
interna As estratégias genéricas de Porter visam a escolha
da estratégia dentro de 3 possibilidades.
F O z Estratégia de Custo: a organização escolhe ter
um baixo custo e repassa para o cliente a um va-
lor acessível;
z Estratégia de Diferenciação: a ideia é agregar
� Fraquezas
F A � Ameaças
valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
� Ponto Fraco
� Variável
� Variável
externa
conveniência e outros;
interna z Estratégia do Enfoque: a organização dará enfo-
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
roupas tamanho EXGG.
Pense em situações que ocorrem dentro de uma
organização. Exemplo: a empresa X comprou um
Matriz de Ansoff
novo equipamento (ponto forte), porém os colabo-
radores não foram treinados para usufruir da nova Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
momento é complicado, porque os clientes não têm duto/serviço e mercado.
poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea-
gindo com o anúncio do governo de redução das taxas z Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra-
de impostos (oportunidade). tégia de Penetração;
Outra ferramenta que pode ser utilizada para z Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia
de Desenvolvimento de Produto;
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto-
z Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia
dologia desenvolvida para medição do desempenho
de Desenvolvimento de Mercado;
de aspectos financeiros e não financeiros. z Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta- versificação.
dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias
perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá Produtos/Serviços
fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
internos, aprendizado e crescimento e clientes.
Desenvolvimento
Penetração
Recursos de Produto
Desenvolvimento
VISÃO E Diversificação
Clientes Processos de Mercado
ESTRATÉGIA
Massa
SEGMENTAÇÃO Segmento
NÍVEIS DE
Nicho
Local
Individual
Modalidades de Segmentação
z Geográfica: o mercado é segmentado por região. Cada localidade tem a sua cultura e seus valores, fazendo-se
importante verificar como será feito o marketing, a fim de que tais valores não sejam afetados. Neste sentido,
a organização buscará uma forma de trabalhar com o marketing, estudando o acesso para se chegar no local,
bem como o transporte. O intuito é descobrir a acessibilidade. Outra situação que podemos elencar é o centro
de compras. Imagine, por exemplo, você montar um negócio em um local onde as pessoas não têm acesso. Nor-
malmente, as pessoas vão para um “centro de compras” e, mesmo que os custos sejam altos, ainda vale a pena;
z Demográfica: são situações ligadas à idade e, neste sentido, o marketing verifica o público idade. Leva-se em
consideração o ciclo de vida, o domicílio e o sexo;
z Comportamental: leva-se em consideração a frequência de compra, quando as pessoas compram e onde com-
pram. Também se verifica a lealdade do consumidor e o que ele costuma comprar com mais frequência. Uma
outra análise feita é a expectativa de vida das pessoas e o estilo de vida (psicográfica). Lembre-se de que expec-
tativa de vida é diferente de ciclo de vida. No comportamento, também se estuda o interesse, o uso do dinheiro,
as amizades e os relacionamentos;
z Socioeconômica: o critério utilizado é a renda. Um ótimo exemplo que podemos citar é o marketing digital.
Uma organização que fará uma campanha no Facebook, Instagram ou Google, com certeza, descobrirá a faixa
de quanto o seu público ganha e, assim, encontrará o cliente certo para o seu produto. Vale destacar que o grau
de instrução das pessoas também é verificado nessa modalidade, assim como o seu status, nível de ocupação
e migração;
z Benefícios: é aquilo que os clientes procuram. Um bom exemplo a ser citado é quando o cliente se preocupa
com a qualidade do produto ou serviço, bem como se o produto oferece prestígio a ele e um atendimento de
qualidade, demonstrando o grau de satisfação;
z Personalidade: aqui, são verificadas as suas bases culturais, atitudes e valores. Podemos dizer que, nessa
modalidade, é verificado o conjunto de crenças do cliente;
z Caracterização Econômica: a variação de mercado, o tamanho da empresa, o tamanho do mercado e a
demanda são fatores importantes para se levar em consideração no momento da segmentação.
ATENDIMENTO BANCÁRIO
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AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
Inicialmente, é preciso entender a respeito do significado de valor percebido pelo cliente, o que, talvez, para
muitos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
em comparação aos custos ou quantia real paga. Neste sentido, pode-se compreender que a quantia real paga não
corresponde somente ao custo em termos de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo, energia psíquica e
física despendidos para adquirir um produto ou serviço.
Importante!
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte equação:
VEC = VT – CT
Em que VEC corresponde ao valor entregue ao cliente;
VT corresponde ao valor total;
CT corresponde ao custo total.
O valor entregue ao cliente é igual ao valor total para o cliente menos o custo total para o cliente. O valor total
para o cliente pode ser entendido como o conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja, a imagem, o valor
pessoal, o valor dos serviços, o próprio valor do produto e quaisquer outros benefícios que agreguem valor sob a
ótica do cliente.
Valor do Produto
VALOR TOTAL
Valor do Pessoal
Valor da Imagem
Já o custo total vai além do monetário, como é o caso do custo de tempo. Quando necessitamos de adquirir um
bem ou serviço, calculamos o tempo que será gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é quando você fica na
fila do caixa do banco para pagar uma conta — situação na qual cinco minutos parecem uma eternidade. Agora,
se você tiver que aguardar duas horas ou mais para que o gerente do banco o(a) atenda, para que consiga um
financiamento imobiliário, você nem perceberá o tempo passar.
Outros custos levados em consideração são as energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao gasto psi-
cológico para a tomada de decisão numa situação conflitante de escolhas e a segunda diz respeito ao gasto físico
para encontrar o produto/marca ideal, para suprir a sua necessidade.
Monetário
CUSTO TOTAL
Tempo
Energia Física
Energia Psíquica
Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possível aumentar o valor percebido pelo cliente?
Pode-se, por exemplo:
É fato que a organização necessita obter a satisfação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal satisfação:
É alcançada quando suas percepções satisfazem ou excedem suas expectativas. A satisfação, propiciada por um
produto, serviço ou sentimento é função direta do desempenho percebido e das expectativas. Se o desempenho ficar
distante das expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se atender às suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às
314 expectativas ficará altamente satisfeito ou encantado. (2001, p. 28)
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Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal z Opinião de outros clientes: este é o item mais
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos relevante sobre a experiência que o cliente terá
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos com a organização. Normalmente, compramos ou
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa- que os outros têm a dizer sobre a organização.
ção do cliente.
z Experiência dos colaboradores: é outro fator z Agilidade: ninguém gosta de passar minutos ou
importante dento dos aspectos que influenciam os horas, dependendo do que está sendo entregue,
clientes, reparamos muito e é perceptível também; aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
z Desempenho: nem sempre o colaborador terá a ção para o problema. Pense em quando você vai
experiência, mas você perceberá se ele está procu- até uma agência bancária e pega uma fila na inten-
rando ter o melhor desempenho possível e assim ção de pagar uma conta, cada minuto ali será uma
entregar um atendimento de qualidade; eternidade. Por isso o atendimento deve ser ágil,
z Organização no atendimento: não tem coisa pior perfeito e eficaz.
você se deparar com um atendimento desorgani-
zado. Imagine a situação de chegar a uma agência
bancária e não saber ao certo quando será atendi-
do ou simplesmente perceber situações de pessoas
sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham
chegado à agência depois de você;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O colaborador precisa ser treinado para que este-
Confiança Fidelidade Comunicação ja capacitado no exercício de suas tarefas diárias. Esse
treinamento consiste em um processo de aprendi-
zagem a curto prazo. Isso porque ele é conduzido a
executar uma tarefa, seja ela complexa ou não. Ao ser
treinado, adquirirá conhecimento (o saber), desen-
volverá uma habilidade ou a melhorará caso já tenha
Agilidade Atenção Organização uma (o saber fazer), além de mudar de atitude, ou
seja, mudará a ação para fazer algo (querer fazer).
Idalberto Chiavenato (2006) afirma que o treina-
Portanto, para melhoria da experiência do clien- mento pelo qual o colaborador passa
te é preciso desenvolver a confiança do cliente, criar
meios para ele se sentir seguro na hora de fechar negó- É o processo educacional de curto prazo aplicado de
cios e para isso, a organização ou a pessoa que está maneira sistemática e organizada através do qual
as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e
atendendo ao cliente deverá atender às suas expecta-
competências em função de objetivos definidos. O
tivas/necessidades. Saber se comunicar, ser articulado
treinamento envolve a transmissão de conhecimen-
e ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se tos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente
entender e tome cuidado para não confundir com a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente
ser comunicativo, pois nem sempre ser comunicati- e desenvolvimento de habilidades e competências.
vo fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser Qualquer tarefa, seja complexa ou simples, é neces-
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma sário treinamento.
informação conseguir ser clara e objetiva.
O treinamento tem, como foco, o desempenho e
Dica visa transferir competências. Na verdade, o indivíduo,
normalmente, já possui certas competências, mas pre-
Para não confundir: cisa adquirir outras (competências necessárias) para
Comunicabilidade: fazer com que as pessoas o preenchimento de lacunas (gaps).
entendam a mensagem de forma clara e precisa. É relevante mencionar o desenvolvimento, que
Comunicativo: gostar de conversar, de se comu- também faz parte da aprendizagem. No entanto, este
nicar com as pessoas. servirá a médio e a longo prazo. Pode-se dizer que o
desenvolvimento está voltado para as carreiras e, não,
É preciso estar sempre em alerta em relação às para as tarefas.
demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor- A organização, de igual modo, está em constante
mações que chegam e por muitas vezes dominar a ten- processo de aprendizagem, pois seus métodos entram
são dos problemas que inevitavelmente acontecerão, ou em entropia (envelhecimento), algo que é normal. O
seja, ter paciência e tolerância para domar as emoções. que não pode ser normal é a organização continuar
Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen- na “mesmice”, pois vivem em um sistema aberto
to do trabalho que exercemos, mas também resolver e, por isso, necessitam de interagir com o ambiente
uma gama variada de problemas, por isso é necessá- em busca de transformações e melhorias. O ambien-
rio participar de eventos como treinamentos e pales- te ao qual a organização pertence está em constante
mudança e isso requer uma atitude rápida e dinâmica
tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para
por parte dos gestores.
melhorar as habilidades ou desenvolver novas.
Ademais, é importante destacar que a gestão de
Imagine que você conheça o trabalho dos outros
negócios depende de outras ciências para melhorar
departamentos e inicia no seu setor, ao conhecer as
o seu desempenho. O termo “sistema”, por exemplo,
outras etapas ou estágios, poderá repassar as informa-
vem da biologia. Entende-se, nessa ciência, que os
ções ao cliente, informando-o como será daqui para
sistemas envelhecem e, quando estão prestes a desa-
frente; o cliente ficará satisfeito e não será “pego de
parecer (morrer), eles se transformam. Neste senti-
surpresa”. do, as organizações, que são, também, consideradas
Outro requisito importante é apresentar-se de sistemas, passam por um processo de transformação,
forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de em busca da entropia negativa (renovação, rejuvenes-
acordo com a função. cimento), para continuarem sobrevivendo no mundo
As organizações, principalmente a rede bancária, dos negócios.
vêm se modernizando de maneira muito rápida no
uso da tecnologia e seus colaboradores necessitam
também ter conhecimento das novas tecnologias para
Dica
uma melhor fluidez de dados e informações. Entropia: envelhecimento;
Entropia negativa: revitalização, renovação,
rejuvenescimento.
SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
TRIPÉ DA
Há a necessidade — e, não, a obrigatoriedade — de SUSTENTABILIDADE
a organização desenvolver-se no campo da sustentabi-
lidade. Isso significa melhorar os meios de produção,
levando-se em conta as possíveis maneiras reduzir a
produção de resíduos. A forma da qual as organiza- Financeiro Ambiental
ções tratam da gestão dos recursos servirá como con-
dutor rumo à sustentabilidade.
Logo no planejamento estratégico da organização, É importante dizer que as organizações podem
deve-se inserir a sustentabilidade, buscando um com- melhorar a gestão voltada à sustentabilidade fazendo
portamento socioeconômico alinhado às ideias de outros uso dos 5Rs. Vejamos:
atores, como o governo, parceiros de negócios, clientes,
fornecedores e o público interno. Sem contar que o
z Repensar: analisar como está o consumo da orga-
envolvimento da organização com o tema em questão
nização, se realmente todos os insumos, materiais
melhorará a sua imagem perante à sociedade, sendo,
e produtos são essenciais;
portanto, uma forma de oportunidade de negócios.
z Reduzir: verificar o que comprar, quando comprar e
No entanto, é bom frisar que a sustentabilidade
que quantidade, visando sempre conseguir a redução;
vai além do pensamento voltado às oportunidades
z Reaproveitar: não descartar nada sem, antes,
de negócio, pois deve ser uma preocupação genuína
por parte da organização, com o intuito de melhorar, analisar a sua possível reutilização;
a cada dia, a vida das pessoas que, direta ou indireta- z Reciclar: antes da reciclagem, há o reaprovei-
mente, tenham ligação com ela. Estas podem ser cha- tamento — memorize essa ordem. No caso da
madas de “stakeholders” ou, simplesmente, “partes reciclagem, é de suma importância separar de
interessadas”. maneira correta, para uma melhor eficiência. As
Essa relação com os públicos interno e externo pas- organizações costumam possuir lugares específi-
sa por muitos desafios. A organização precisa saber cos para cada item reciclado;
lidar com a população (comunidade), com grupos z Recusar: é a recusa de produtos danosos ao meio
ambientalistas e órgãos de controle (governamentais). ambiente e de fazer negócios com fornecedores
A sustentabilidade tem, como base, o tripé social, que não se preocupam com o tipo de produto que
ambiental e financeiro. A organização precisa ser comercializam.
socialmente desejável, mas sem deixar de obter lucros
e de se preocupar, ao mesmo tempo, com o meio
ambiente. Não é uma tarefa tão simples, pois requer
uma boa estratégia e nada acontece de maneira ime-
diata. Imagine, por exemplo, uma organização que
atuará na melhoria ambiental. Pode ser que, no início, Reduzir Reutilizar
haja mais gastos que economia, pois novas tecnolo-
gias serão necessárias, gerando custos. Neste sentido,
a economia virá com o tempo.
Para Gro Harlem Brundlant, Primeira-Ministra da
5R
Noruega, a sustentabilidade é o
Recusar Reciclar
[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessida-
des”. (Relatório de Brundlant, 1987) Repensar
z O que é produto?
Demonstração
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten-
dermos melhor as três grandes fases: Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto
PRÉ-VENDA de impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar
muito cuidado para não colocar tudo a perder, como
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à fazer comparações com concorrentes de maneira
direção da venda, que pode ser compreendida como depreciativa.
uma maneira de preparação, como observamos ante- Lembre-se de que a apresentação é o momento de
riormente na etapa de planejamento. valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior poten- levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,
cial, suas necessidades e motivações, estuda-se o com- desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
portamento de compra, a melhor forma de chegar até mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-
ele (abordagem) e quais são os concorrentes que atuam. zir a esses estágios é o negociador (vendedor).
Olhando para as sete etapas de acordo com Kotler,
chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das z Atenção: saber, conhecer ou ter noção de que o
três primeiras. produto ou serviço existe;
z Interesse: importante passo no qual se faz com
Prospecção que o possível cliente se concentre nos benefícios
do produto/serviço;
z Desejo: despertar a vontade de obter os benefícios
A prospecção visa identificar possíveis clientes
agora já conhecidos;
e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles,
z Ação: atitude de comprar o bem ou serviço.
encontrá-los.
É bom salientar que nem toda pessoa (lead) é um
cliente potencial. Para ser entendido como cliente Tratamento das Objeções
potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces-
sidade de comprar, autoridade de comprar e poder Para lidar com as objeções, é preciso manter a
aquisitivo. tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
Dica
Lead: termo utilizado no mundo do marketing Fechamento
digital que indica um possível cliente. É alguém
que forneceu informações de contato – pode ser O negociador deve conduzir o cliente a fechar
nome e telefone, nome e e-mail ou até mesmo negócio e uma das melhores formas para fazer isso
as três informações. Normalmente, as pessoas é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
deixam seu contato em troca de algo. pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
encorajar o cliente a fechar o negócio.
Pré-Abordagem
É chegado o momento de cumprir aquilo que foi prometido na apresentação do produto ou serviço. O acom-
panhamento faz-se importante e inclui fazer pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim, melhorar todo
o processo. Lembre-se de que esse é um processo cíclico, contínuo e dinâmico.
Hoje em dia as instituições bancárias tem suas atividades majoritariamente vinculadas aos meios digitais, seja
por meio do mobile bank ou do internet banking, as atividades remotas representam, além de maior celeridade nas
relações bancárias, maior acessibilidade, para os clientes.
Portanto, nada mais natural que as ações de marketing dos bancos estejam voltadas para os meios digitais,
situação que gera novos desafios para as instituições bancárias, pois não existe o apoio físico das agências e de
correspondentes bancários para a criação de espaços publicitários, por meio de banners, folhetos, cartazes etc.
O marketing digital, por sua vez, caracteriza-se por ser 100% intangível, trazendo a necessidade de utiliza-
ção de estratégias diferenciadas, como geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; inbound
marketing.
Veja os principais meios de marketing digital utilizado pelas instituições:
Tanto os bancos comerciais, tradicionais instituições que possuem agencias e estruturas físicas, quanto os
novos bancos digitais, que nasceram intangíveis e 100% on-line, quando estabelecem relações de e-commerce
(instituições que possuem praça de atendimento, como agências bancárias, mas que também são intangíveis, e
e-business (instituições que tem todas as atividades voltadas ao meio digital e que não existem fisicamente), utili-
zam no marketing digital os mesmos canais, apresentados acima.
GERAÇÃO DE LEADS
Considerando as ações de pré-vendas no marketing digital, aquelas que têm como objetivo a prospecção e a
qualificação de novo clientes, a geração de leads representa uma das principais práticas para tal relação, pois
demonstra o interesse inicial do futuro cliente no produto ou serviço oferecido pela instituição bancária, por meio
do contato realizado pela internet.
Site do Banco
Apresentação do
conteúdo
Formulário
Geração de
Leads
ATENDIMENTO BANCÁRIO
Prospecção
Ao longo do desenvolvimento da internet, foram criadas várias formas de geração de leads, desde apresentação de
conteúdo multimídia, como disponibilização de vídeos na internet (no Youtube), em que se oferecem conteúdos auxilia-
res, tendo como exemplo um texto ou disponibilização de planilha de controle de gastos pessoais, onde esse conteúdo
é oferecido mediante o cadastro do interessado e seus dados são enviados para a instituição que apresenta o conteúdo.
Porém, existem outras formas de desenvolvimento de geração de leads, como as que seguem a seguir:
EMPRESARIAL
mais relacionada à prática, que, por sua vez, é influen- Comportamento
ETIQUETA
ciada pelo meio. Ética, pois, é adquirida pelo estudo.
Vestimenta
ÉTICA MORAL
Jogo de Cintura e Respeito
+ Ampla e
+ Restrita
Abrangente
PADRÕES DE QUALIDADE NO
Universal Princípios e ATENDIMENTO AOS CLIENTES
Cultural e Costumes
Valores
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci-
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces-
Prática, Mutável e
Teórica, Duradoura e
Influenciada pelo sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
Adquirida pelo estudo das organizações. Como observamos anteriormente,
meio
o cliente terá uma determinada experiência e a sua
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
O indivíduo é um ser muito complexo. Cada um de maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua
nós tem uma forma de pensar e agir que, em algum fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje
momento, pode ser certa ou errada. Essa complexi- é o relacionamento.
dade passa a ser crucial, para que tenhamos um con- Existem certos pontos interessantes que serão bené-
junto de regras (escritas ou não escritas) no intuito de ficos para se manter um padrão de qualidade, claro que
mantermo-nos no caminho. sem “engessar” o atendimento, já que ele é um serviço e
Neste sentido, pode-se dizer que necessitamos de você já conhece as características que norteiam o serviço.
normas e imperativos morais, para que nossas deci- O atendimento tem certas utilidades, a começar:
sões sejam pautadas de maneira mais sólida. Ainda,
o que é certo para mim, pode ser errado para você. z Recepcionar: é o primeiro momento com o cliente
Cada um de nós possui uma linha de pensamento, a e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse
qual pode ser convergente ou divergente em algum quesito, é importante o cumprimento adequado,
momento. Portanto, as regras são importantes para como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
criar uma linha de padrão na conduta tida como ideal.
(independente da idade);
As organizações tendem a possuir um conjunto de
z Informar: todos nós esperamos receber informa-
regras, a fim de nortear o colaborador no dia a dia. Na ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Administração Pública, temos leis e códigos capazes Se você não souber uma determinada informação,
de orientar o agente público. Por exemplo, o Código de peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente;
Ética da Administração Pública Federal — Decreto nº z Orientação: um dos papéis da linha de atendimen-
1.171, de 1994 — trata de regras, deveres e vedações, to é orientar o cliente, seja nos próximos passos ou
com o intuito de demonstrar ao agente público como nas situações do momento;
deve ser a sua conduta, tanto no exercício da função z Amenizar: é de responsabilidade também do pes-
como também fora dela. soal da linha de frente acalmar o cliente em um
A boa conduta passa pela importância da etiqueta momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar
empresarial, definindo qual deve ser a postura ade- com uma situação de conflito e “destempero”;
quada mediante tantas situações que podem ocorrer. z Agilidade: o cliente tem pressa e, a depender do
tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
Por sua vez, etiqueta empresarial passa pelo bom
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
comportamento e educação, cerimoniais importantes imprescindível;
no trato entre as pessoas. A pontualidade, o comporta- z Comunicação: é o elo entre as partes, por isso, é
mento, a forma de vestir, o jogo de cintura e o respeito preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja
ATENDIMENTO BANCÁRIO
são instrumentos que devem ser levados em conside- entendimento no que está sendo repassado.
ração pelos profissionais de vendas.
Não podemos esquecer que você se tornará um Você percebeu a necessidade de certos padrões para
negociador e, como tal, não poderá deixar-se levar manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a organiza-
por condutas contrárias à ética, como corrupção, pro- ção conseguirá alcançar os objetivos do atendimento e
pinas, benesses ou favores imorais. Ainda, há que se do relacionamento interpessoal, como: a satisfação dos
clientes, a diferenciação, o aumento de clientes, a boa
levar em consideração o compliance da organização
interação e, claro, a qualidade no atendimento.
— termo em inglês que pode ser traduzido como “estar
em conformidade com as regras e diretrizes da organi- MARKETING DE RELACIONAMENTO
zação”, o qual visa dar segurança, minimizando riscos
inerentes. A busca é pela garantia do cumprimento O foco do marketing de relacionamento está nos
das regras estabelecidas, sejam de normas internas ou clientes já existentes. É claro que toda organização
de leis que regem a conduta das organizações. deseja conquistar novos clientes, mas apostar em 323
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uma relação permanente e duradoura fará até mes- z Correspondentes Caixa Aqui: são estabelecimen-
mo com que a organização consiga uma economia nos tos comerciais conveniados à Caixa que oferecem
seus gastos de marketing e publicidade de maneira serviços bancários, como saques, depósitos, paga-
surpreendente. mentos, entre outros. Esses correspondentes são
Para que uma empresa possa ter seu foco nos clien- uma opção para os clientes realizarem transações
tes já existentes e não somente na angariação de novos, sem a necessidade de ir a uma agência bancária;
conseguir apostar no marketing relacional e fidelizar z Telefone: através do telefone, os clientes podem
seus clientes, deverá ter em atenção alguns pontos: entrar em contato com o atendimento da Caixa
conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar as para tirar dúvidas, obter informações sobre pro-
suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade. dutos e serviços, fazer reclamações e solicitações;
Problemas com relacionamento e atendimento z Caixa Celular: é um serviço da Caixa que permi-
existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem te o acesso aos serviços bancários através de um
potencializar a perda de clientes, que normalmente telefone celular, sem a necessidade de conexão
ocorrem por negligência em alguma área. à internet. Os clientes podem realizar consultas,
No atendimento, as negligências são conhecidas transferências, pagamentos e outras transações
como sete pecados capitais: por meio de mensagens SMS.
z Apatia: relacionada à indiferença no tratamento, Esses canais remotos oferecidos pela Caixa são
sem demonstração de interesse; uma forma conveniente de realizar transações ban-
z Má vontade: falta de ação ou atitude por parte do cárias e acessar serviços sem sair de casa, proporcio-
atendente; nando mais comodidade e agilidade aos clientes. No
z Frieza: atendimento entendido como distante, entanto, é importante lembrar de tomar medidas de
sem observar os desejos do cliente; segurança ao utilizar esses canais, como proteger suas
z Desdém: quando o atendente demonstra um “ar” de senhas e dados pessoais1.
superioridade e trata o cliente com certo desprezo;
z Robotismo: atendimento engessado;
z Apego às normas: atendimento sem flexibilidade;
z Jogo de responsabilidade: quando o atendente COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
não assume a responsabilidade e “joga” para os
E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E
demais ou outros setores.
NEGOCIAÇÃO
O comportamento do consumidor pode ser com-
preendido como um estudo que tem como objetivo
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS analisar os sentimentos e as percepções que direcio-
PARA VENDAS nam o possível cliente a comprar. As decisões toma-
das pelo cliente baseiam-se nessas duas situações
AUTOATENDIMENTO PELA INTERNET (sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a
organização seja efetiva e saiba lidar com as dificul-
dades do dia a dia. Podemos entender esse processo
A Caixa Econômica Federal utiliza canais remotos
como uma jornada, avançando um passo de cada vez
a fim de facilitar as vendas e o atendimento aos seus
para fazer com que o cliente tome a decisão de adqui-
clientes. Esses canais remotos permitem que os clien-
rir o produto ou o serviço.
tes realizem diversos serviços tais como: transações
Os gestores devem, por meio da gestão estratégica
bancárias, realizem solicitação de produtos e serviços,
e do marketing, estudar o comportamento dos clien-
e obtenham acesso a diversas informações relevan-
tes ou potenciais clientes. O propósito é compreender
tes, sem a necessidade de comparecer pessoalmente
possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as
a uma agência física.
ações de vendas para que o cliente continue compran-
Alguns dos principais canais remotos disponibili-
do da organização.
zados pela Caixa são:
O comportamento de compra complexo envolve
z APP Caixa/Internet Banking: através do site ou um processo de três etapas. Primeiro, o comprador
do aplicativo da Caixa, os clientes podem acessar desenvolve crenças sobre o produto. Segundo, ele
sua conta, consultar saldos e extratos, realizar desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele
transferências, pagar contas, investir em produ- faz uma escolha refletida. (KOTLER, 2000, p. 199)
tos financeiros, entre outras operações. A grosso
modo, você tem acesso ao banco fica 24h por dia Há todo um processo envolvido e, para garantir o
por todos os dias da semana; sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com
z Agenda Caixa: com a Agência Digital CAIXA, os que o cliente crie uma relação com o processo de ven-
clientes recebem atendimento personalizado pelo das e negociação.
telefone ou e-mail, com horário estendido; Deve-se, primeiramente, fazer com que o cliente per-
z Whatsapp Caixa: através deste serviço seu públi- ceba a existência de um problema (às vezes, o cliente
co poderá saber informações sobre produtos, desconhece o seu próprio problema). Após o reconhe-
serviços e benefícios sociais, de forma simples e cimento, é preciso que a área de vendas e negociação
rápida, direto do seu celular, por meio do número desenvolva um trabalho capaz de mostrar que a orga-
0800 104 0 104 disponibilizado no site da caixa; nização solucionará o problema. Quando já se tem a
324 1 Canais Digitais da Caixa. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/atendimento/canais-digitais/paginas/default.aspx#servicos
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consideração da solução, entra-se na fase de ativar gati- norteadores que estão dispostos no art. 2º dessa
lhos mentais, como urgência e exclusividade. Por fim, Resolução. Vejamos:
vem a decisão de compra, pois o cliente já compreende Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no rela-
o seu próprio problema e também que existe uma solu- cionamento com clientes e usuários de produtos e
ção; agora, cabe às vendas e à negociação oferecer o pro- de serviços, devem conduzir suas atividades com
duto ou serviço que atenda a essa necessidade. observância de princípios de ética, responsabili-
O que fará um cliente fechar com uma organiza- dade, transparência e diligência, propiciando
ção ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo a convergência de interesses e a consolidação de
que realmente agregue valor, buscando sempre o imagem institucional de credibilidade, segurança
e competência.
dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento
interpessoal entre vendedores e clientes.
Não obstante à necessidade de observação dos
Vínculos sociais e a amizade recíproca entre com- princípios presentes no art. 2º, o art. 3º aponta outras
pradores e vendedores têm um resultado favorável providências que devem ser observadas e garantidas.
para as empresas de venda, tanto no lado financei- Vejamos:
ro, quanto na confiança com cliente, no compromis-
so e na cooperação nos negócios, sendo importante Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer,
um bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98) entre outras, as seguintes ações:
I - promover cultura organizacional que incenti-
Podemos perceber que a venda vai depender do ve relacionamento cooperativo e equilibrado com
relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e clientes e usuários; e
vendedor); por isso, o vendedor deve demonstrar II - dispensar tratamento justo e equitativo a clien-
empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se rela- tes e usuários, considerando seus perfis de relacio-
cionar com as pessoas, aparentar-se bem e possuir namento e vulnerabilidades associadas.
excelente capacidade de negociação. Além disso, pre-
cisa conhecer bem o produto ou serviço que negocia e O art. 4º dispõe sobre os procedimentos de contra-
saber lidar com todos os tipos de emoções. tação e da prestação de serviços. Vejamos:
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a Para auxiliar seu entendimento, vejamos esque-
natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for- maticamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos
ma expressa, sobre os seguintes aspectos: do art. 5º mencionados:
I - a finalidade, as atribuições e as atividades
da ouvidoria;
Ouvidor deve:
II - os critérios de designação e de destituição do
ouvidor;
III - o tempo de duração do mandato do ouvi- z a instituição integrante de conglomerado compos-
dor, fixado em meses; e to por pelo menos duas instituições autorizadas a
IV - o compromisso formal no sentido de: funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-
a) criar condições adequadas para o funcionamen- partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das
to da ouvidoria, bem como para que sua atuação instituições;
seja pautada pela transparência, independên- z a cooperativa singular de crédito filiada à coo-
cia, imparcialidade e isenção; e perativa central pode compartilhar a ouvidoria
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa- constituída na respectiva cooperativa central, con-
ções necessárias para a elaboração de resposta federação de cooperativas de crédito ou branco do
adequada às demandas recebidas, com total apoio sistema cooperativo;
administrativo, podendo requisitar informações e z a cooperativa singular de credito não filiada
documentos para o exercício de suas atividades no z à cooperativa central pode compartilhar a ouvi-
cumprimento de suas atribuições. doria constituída em cooperativa central, federa-
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser ção de cooperativas de crédito, confederação de
incluídos no estatuto ou no contrato social na pri- cooperativas de crédito ou associação de classe da
meira alteração que ocorrer após a constituição da categoria:
ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
responder por todas as instituições que com-
das por esta Resolução relativas às instituições que
partilharem a ouvidoria;
optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
integrar os quadros da instituição que consti-
I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
tuir a ouvidoria.
ção que constituir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
própria em decorrência da faculdade prevista no Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do
art. 5º, incisos II e IV, devem ratificar a decisão na art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II,
primeira assembleia geral ou na primeira reunião as instituições referidas no art. 2º devem:
de diretoria realizada após tal decisão. I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
ouvidoria; e
Retomando novamente o conceito e as instituições II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio- ouvidor da associação de classe, da bolsa de valo-
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes res, da bolsa de mercadorias e futuros ou da bolsa
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, de valores e de mercadorias e futuros, ou da entida-
ATENDIMENTO BANCÁRIO
Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig- Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve ela-
nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do borar relatório semestral quantitativo e qualitati-
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria. vo referente às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
desempenhar outras funções na instituição, Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve
inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi- ser encaminhado à auditoria interna, ao comitê de audi-
nistração de recursos de terceiros. toria, quando constituído, e ao conselho de administra-
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos ção ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
múltiplos, caixas econômicas, sociedades de cré- Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem
dito, financiamento e investimento, associações de divulgar semestralmente, nos respectivos sítios 329
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eletrônicos na internet, as informações relativas
às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, Bancos
inclusive os dados relativos à avaliação direta comerciais
da qualidade do atendimento de que trata o art.
16.
Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabele-
cer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo Bancos
de remessa de dados e de informações relativos às múltiplos
atividades da ouvidoria.
I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomendados às necessidades, interesses e objetivos dos
clientes e usuários;
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transações realizadas, bem como a legitimidade das
operações contratadas e dos serviços prestados;
III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais
riscos existentes na execução de operações e na prestação de serviços;
É importante ressaltar que, a relação do inciso supracitado com o § único, do art. 1º:
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no inciso III, no caso de abertura de conta de depósitos ou
de conta de pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações essenciais, explicitando, no mínimo,
as regras básicas, os riscos existentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as medidas de segurança,
inclusive em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e a periodicidade e forma de atualização pelo cliente de
seus dados cadastrais.
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contratos, recibos, extratos, comprovantes e outros docu-
mentos relativos a operações e a serviços;
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação ou do
serviço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de forma a permitir o
entendimento do conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições;
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
VII - a formalização de título adequado estipulando direitos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de
conta de pagamento pós-paga;
VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilita-
ção somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização;
IX - a identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento ou transferência em demonstrativos e faturas
do pagador, inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de diferentes
arranjos de pagamento.
O art. 2º trata da regularização da publicidade das informações prestadas pelas instituições financeiras e ins-
tituições autorizadas a funcionar segundo o Bacen.
Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em suas dependências e nas dependências dos estabele-
cimentos onde seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível, informações relativas a situa-
ATENDIMENTO BANCÁRIO
ções que impliquem recusa à realização de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de compensação,
documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.
Por fim, o art. 3º traz a sistemática quanto às vedações impostas a essas instituições. Vejamos:
Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos
e serviços, o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusivamente eletrônicas nem à prestação de serviços
de cobrança e de recebimento decorrentes de contratos ou convênios que prevejam canais de atendimento específicos.
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida desde que ado-
tadas as medidas necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transa-
ções realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos usuários,
devendo as instituições informá-los dos riscos existentes. 331
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Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146,
PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden-
tificar as ideias mais importantes da legislação, uma
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA): LEI Nº
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina
13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015 “literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais
de cada artigo com base em sua estrutura, não haven-
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- derando os concursos anteriores, o estudo deve ter
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa atenção especial à parte relativa aos crimes e infra-
parcela da população faz parte de um discurso atual, ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra-
resultado da forma como essas pessoas passaram a do pelas bancas examinadoras.
ser percebidas. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
É possível visualizar, ao longo da história, que as
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
modos diferentes, conforme cada período temporal. A DEFICIÊNCIA
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes-
soas com deficiência, pois simbolizavam a impureza, A Lei nº 13.146, de 2015, é dividida em duas par-
o pecado, ou, até mesmo, o castigo divino. A segunda tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
foi a fase marcada pela invisibilidade das pessoas com princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
deficiência. Dela, decorreu a terceira fase, marcada com Deficiência, disciplinando, além desses, os direi-
pelo assistencialismo e pautada na perspectiva médica tos fundamentais das pessoas com deficiência. Já a
e biológica de que a deficiência era uma patologia e, parte especial é composta pelos meios de proteção,
como tal, deveria ser curada. Por fim, a quarta fase vol- quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
tou-se para os direitos humanos, despontando os direi- perante a lei e aos crimes e infrações administrativas.
tos à inclusão social, com ênfase na relação da pessoa
com deficiência e do meio em que ela está inserida.
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é LEI Nº 13.146, DE 2015
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993, a
nomenclatura mudou para “portadores de necessida-
des especiais”, “pessoas com necessidades especiais”, Parte geral Parte geral
“pessoas especiais”, “portadores de direitos especiais”
Princípios e direitos Princípios e direitos
ou “pessoas com deficiência”. fundamentais fundamentais
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o Iniciando pela parte geral, os arts. de 1º a 3º da
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili- mencionada lei introduzem o tema, estabelecendo
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com suas disposições gerais. De acordo com o art. 1º, o obje-
autonomia e participação. tivo da legislação é assegurar e promover o exercício
Nesse contexto, iniciou-se um sistema de proteção dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa
internacional, exigindo dos Estados um tratamento com deficiência em iguais condições com os demais,
especializado para proteção aos direitos das pessoas de modo a garantir sua inclusão social e cidadania.
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção Seu parágrafo único deixa claro que a Lei nº 13.146,
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direitos de 2015, decorre da Convenção (juntamente com seus
das Pessoas com Deficiência, de 2006. O texto dessa protocolos), sendo incorporada no ordenamento jurí-
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorpora- dico brasileiro com status de Emenda Constitucional,
do ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009 conforme explanado.
pelo Decreto nº 6.949. O art. 2º preocupou-se em dar o conceito de pessoa
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009, é com deficiência. Em termos gerais, considera-se pes-
imensa, uma vez que ele foi o primeiro tratado inter- soa com deficiência aquela que possui impedimento
nacional de direitos humanos a adotar a norma do § de longo prazo, sendo este de natureza física, men-
3º, art. 5º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o tal, intelectual ou sensorial, que pode, de alguma
mesmo rito de aprovação cabível para as emendas forma, causar barreiras ou obstruir sua participa-
constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres- ção plena e efetiva na sociedade em igualdades de
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos condições com as demais pessoas.
dos respectivos membros).
Como resultado, tal decreto passou a ter status de z Pessoa com deficiência:
norma constitucional (mesmo valor normativo das leis
dispostas na Constituição Federal, mesmo sem fazer impedimento de longo prazo;
parte dela). Por essa razão, o Brasil necessitou promo- natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
ver alterações legislativas para “assegurar e promover causar barreiras ou obstruir sua participação
o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberda- plena e efetiva na sociedade em igualdades de
des fundamentais por todas as pessoas com deficiência”, condições com as demais pessoas.
em conformidade com o item 1 da Convenção.
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei Além de conceituar pessoas com deficiência, o art.
nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como deve
332 Convenção. ser procedida a avaliação para caracterizar essas
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pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que a avalia- Art. 3° [...]
ção será realizada por uma equipe multiprofissional II - desenho universal: concepção de produtos,
e interdisciplinar, de modo a considerar os aspectos ambientes, programas e serviços a serem usados
que permeiam o indivíduo (todo o contexto social). Para por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
determinar ou não a deficiência, a equipe analisará três ção ou de projeto específico, incluindo os recursos
enfoques: biológico, psicológico e social. Vejamos: de tecnologia assistiva.
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve
que tem impedimento de longo prazo de natureza ser utilizado por todas as pessoas, independentemen-
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em te de ter ou não alguma deficiência.
interação com uma ou mais barreiras, pode obs-
truir sua participação plena e efetiva na sociedade Art. 3° [...]
em igualdade de condições com as demais pessoas. III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
será biopsicossocial, realizada por equipe multi- gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
profissional e interdisciplinar e considerará: promover a funcionalidade, relacionada à ativida-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas de e à participação da pessoa com deficiência ou
do corpo; com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; mia, independência, qualidade de vida e inclusão
III - a limitação no desempenho de atividades; e social.
IV - a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter-
avaliação da deficiência. minado produto ou serviço às necessidades da pessoa
com deficiência, para que possa exercê-lo de forma
O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que autônoma.
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tos normativos para a verificação da deficiência. Art. 3° [...]
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação
Importante! social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exer-
cício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de
A competência é do Poder Executivo e não do movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso
Poder Legislativo. à informação, à compreensão, à circulação com segu-
rança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação nos espaços públicos e privados abertos ao público
e entendimento da legislação. São eles: ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
z acessibilidade; cios públicos e privados;
z desenho universal; c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
z tecnologia assistiva ou ajuda técnica; mas e meios de transportes;
z barreiras; d) barreiras nas comunicações e na informação:
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
z comunicação;
mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
z adaptações razoáveis;
o recebimento de mensagens e de informações por
z elemento de urbanização; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-
z mobiliário urbano; logia da informação;
z pessoa com mobilidade reduzida; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
z residências inclusivas; tos que impeçam ou prejudiquem a participação
z moradia para a vida independente da pessoa com social da pessoa com deficiência em igualdade de
deficiência; condições e oportunidades com as demais pessoas;
z atendente pessoal; profissional de apoio escolar; f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impe-
z acompanhante. dem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.
As residências inclusivas têm caráter de assistência para aquelas pessoas com deficiência que são dependen-
tes, porém, não possuem vínculos familiares capazes de lhes dar suporte.
Art. 3° [...]
XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens
e adultos com deficiência.
Diferentemente da residência inclusiva, a moradia proporciona serviços de apoio à pessoa com deficiência, os
quais ampliarão o seu grau de autonomia.
Art. 3° [...]
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuida-
dos básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas.
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante
com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modali-
dades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com
profissões legalmente estabelecidas.
XIV - Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de
atendente pessoal.
Art. 4° [...]
§ 1° [...] toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de
prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiência, [...].
Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecno-
logias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como pelo particular.
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos esquematizá-lo para você:
Impedir, prejudicar
Ação ou anular o
DISTINÇÃO Distinção reconhecimento ou o
EM RAZÃO DA Restrição exercício dos direitos
DEFICIÊNCIA Exclusão e das liberdades
fundamentais
Omissão de pessoa com
deficiência
334
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É importante esclarecer que a igualdade trazida pela Lei nº 13.146, de 2015, não é impositiva, ou seja, as
ações afirmativas constantes da lei não são obrigatórias às pessoas com deficiência, pois, se elas não quiserem se
beneficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas. Por exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se
inscrever para vagas reservadas, podendo concorrer às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
O art. 5º, por sua vez, trata da proteção da pessoa com deficiência, de modo a afastar toda forma de tortura
ou outro mecanismo de redução da dignidade da pessoa humana ao assegurar a proteção contra negligência,
discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Seu
parágrafo único traz um conceito importante: especialmente vulneráveis.
Considerando que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por essa razão, merece a proteção especial,
maior deve ser a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e idosos quando estes possuem deficiência.
Importante é, também, o art. 6º da lei, que concedeu às pessoas com deficiência plena capacidade para o exer-
cício de seus direitos, inclusive para:
Dica
Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015, as pessoas com deficiência eram tidas, em regra, de forma
absoluta, ou relativamente incapazes pelo Código Civil. Atualmente, a regra é que elas são plenamente capa-
zes, só sendo consideradas relativamente incapazes se, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade.
O art. 7° trouxe o dever de vigilância geral aplicável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem comuni-
car às autoridades qualquer tipo de ameaça ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. Ressalta-se que
seu parágrafo único dispõe que, uma vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o Ministério Público deve
ser informado para que adote as providências para o devido cumprimento da Lei, inclusive na forma penal.
O art. 8° estabelece que é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar a efetivação dos direitos
das pessoas com deficiência.
Do Atendimento Prioritário
Encerrando a parte relativa à igualdade, o art. 9° dispõe sobre o atendimento prioritário, com as finalidades de:
Com exceção da restituição de imposto de renda e da tramitação processual prioritária, todos os demais itens
relativos ao atendimento prioritário são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu
ATENDIMENTO BANCÁRIO
atendente pessoal. Como consequência, o acompanhante tem direito à preferência de atendimento, ao socorro,
entre outros.
Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com deficiência. São eles que estudaremos neste momento.
Veja-os a seguir:
z Direitos Fundamentais:
vida;
habitação e reabilitação;
saúde;
educação; 335
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moradia; complexidade, para atender às necessidades espe-
trabalho; cíficas da pessoa com deficiência;
assistente social; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
previdência social; pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
cultura, esporte, turismo e lazer; respeitadas a organização das Redes de Atenção à
transporte; Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
mobilidade; Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e
acessibilidade.
de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
garantidos:
Do Direito à Vida I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-
sos para atender às características de cada pessoa
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 com deficiência;
ao 13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
demais direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
outro. O direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, materiais e equipamentos adequados e apoio técni-
garantido constitucionalmente a todas as pessoas. Por co profissional, de acordo com as especificidades de
conseguinte, a pessoa com deficiência tem o direito cada pessoa com deficiência;
de lutar pela sua vida, competindo ao Estado o dever IV - capacitação continuada de todos os profissio-
de adotar toda e qualquer medida para assegurar seu nais que participem dos programas e serviços.
pleno exercício. Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro-
Importante assinalar que a pessoa com deficiência mover ações articuladas para garantir à pessoa
não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie com deficiência e sua família a aquisição de infor-
de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que mações, orientações e formas de acesso às políticas
públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar
é indispensável seu livre consentimento para a rea-
sua plena participação social.
lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput
de atendimento de emergência em saúde e risco de
deste artigo podem fornecer informações e orienta-
morte e nos casos em que se encontra impossibilitada ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este de esporte, de lazer, de transporte, de previdência
supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes- social, de assistência social, de habitação, de tra-
soas submetidas ao instituto da Curatela). balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público de promoção, proteção e defesa de direitos e nas
a proteção das pessoas com deficiência em situações demais áreas que possibilitem à pessoa com defi-
de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações ciência exercer sua cidadania.
de risco, como nos casos de estado de emergência ou
calamidade pública. Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques-
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste-
Do Direito à Habilitação e à Reabilitação ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos
O direito à habilitação e reabilitação está dis- responsáveis por prestar informações e orientações
ciplinado nos arts. 14 ao 17, que dizem respeito à adequadas com relação às políticas públicas dispo-
garantia de se adotar medidas que promovam a recu- níveis, de modo a favorecer a plena participação das
peração física, cognitiva e psicológica, bem como a pessoas com deficiência.
proteção, à reabilitação e a reinserção social das pes-
soas com deficiência. Do Direito à Saúde
Como consequência, permite-se que a pessoa com conjunto articulado de serviços do âmbito da Pro-
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto teção Social Básica e da Proteção Social Especial,
à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar. ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças
fundamentais no enfrentamento de situações de
vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vín-
Disposições Gerais
culos e ameaça ou violação de direitos.
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à
Art. 34 A pessoa com deficiência tem direito ao tra- pessoa com deficiência em situação de dependência
balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente deverão contar com cuidadores sociais para pres-
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida- tar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
des com as demais pessoas. Art. 40 É assegurado à pessoa com deficiência que
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado não possua meios para prover sua subsistência
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir nem de tê-la provida por sua família o benefício
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. 339
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Do Direito à Previdência Social § 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
go devem ser distribuídos pelo recinto em locais
O direito à previdência social, também integran- diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,
te do subsistema da Seguridade Social, encontra-se próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
previsto no art. 41. Trata de garantir à pessoa com evitando-se áreas segregadas de público e obstru-
deficiência segurada do Regime Geral de Previdência ção das saídas, em conformidade com as normas
Social (RGPS) o direito à aposentadoria nos termos da de acessibilidade.
Lei Complementar nº 142 de 8 de maio de 2013 — redu- § 2º No caso de não haver comprovada procura
ção de até 10 anos de contribuição, conforme o grau da pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
deficiência aferido em avaliação médica e social. nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência
ou que não tenham mobilidade reduzida, observa-
do o disposto em regulamento.
Art. 41 A pessoa com deficiência segurada do Regi-
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
me Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à
go devem situar-se em locais que garantam a aco-
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº
modação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
142, de 8 de maio de 2013.
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da, resguardado o direito de se acomodar proxima-
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao mente a grupo familiar e comunitário.
Lazer § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí-
O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao das de emergência acessíveis, conforme padrões
lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como das normas de acessibilidade, a fim de permitir
um de seus principais objetivos, a promoção isonômi- a saída segura da pessoa com deficiência ou com
ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência mobilidade reduzida, em caso de emergência.
na vida em sociedade em todos os seus aspectos. § 5º Todos os espaços das edificações previstas no
Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor caput deste artigo devem atender às normas de
maior pelo ingresso de pessoas com deficiência. acessibilidade em vigor.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
Art. 42 A pessoa com deficiência tem direito à cul- as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa
tura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade com deficiência.
de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiên-
garantido o acesso: cia não poderá ser superior ao valor cobrado das
I - a bens culturais em formato acessível; demais pessoas.
II - a programas de televisão, cinema, teatro e Art. 45 Os hotéis, pousadas e similares devem ser
outras atividades culturais e desportivas em for- construídos observando-se os princípios do dese-
mato acessível; e nho universal, além de adotar todos os meios de
acessibilidade, conforme legislação em vigor.
III - a monumentos e locais de importância cultural
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão dis-
e a espaços que ofereçam serviços ou eventos cultu-
ponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
rais e esportivos.
seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual
1 (uma) unidade acessível.
em formato acessível à pessoa com deficiência, sob
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste arti-
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de
go deverão ser localizados em rotas acessíveis.
proteção dos direitos de propriedade intelectual.
§ 2º O poder público deve adotar soluções desti-
nadas à eliminação, à redução ou à superação de Do Direito ao Transporte e à Mobilidade
barreiras para a promoção do acesso a todo patri-
mônio cultural, observadas as normas de acessi- O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba-
histórico e artístico nacional. ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na
Art. 43 O poder público deve promover a participa- vida da pessoa com deficiência.
ção da pessoa com deficiência em atividades artísti-
cas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, Art. 46 O direito ao transporte e à mobilidade da
com vistas ao seu protagonismo, devendo: pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
I - incentivar a provisão de instrução, de treina- da será assegurado em igualdade de oportunidades
mento e de recursos adequados, em igualdade de com as demais pessoas, por meio de identificação
oportunidades com as demais pessoas; e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos ao seu acesso.
e nos serviços prestados por pessoa ou entidade § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
envolvida na organização das atividades de que transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
trata este artigo; e em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
III - assegurar a participação da pessoa com defi- grantes desses serviços os veículos, os terminais, as
ciência em jogos e atividades recreativas, espor- estações, os pontos de parada, o sistema viário e a
tivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no prestação do serviço.
sistema escolar, em igualdade de condições com as § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições des-
demais pessoas. ta Lei, sempre que houver interação com a matéria
Art. 44 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con- autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e
ferências e similares, serão reservados espaços de serviços de transporte coletivo.
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de § 3º Para colocação do símbolo internacional de
acordo com a capacidade de lotação da edificação, acesso nos veículos, as empresas de transporte
340 observado o disposto em regulamento. coletivo de passageiros dependem da certificação
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- Da Acessibilidade
ponsável pela prestação do serviço.
Art. 47 Em todas as áreas de estacionamento aberto O direito à acessibilidade encontra-se previsto
ao público, de uso público ou privado de uso coletivo nos arts. 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualdade
e em vias públicas, devem ser reservadas vagas pró- de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-
ximas aos acessos de circulação de pedestres, devi- pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
damente sinalizadas, para veículos que transportem Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
pessoa com deficiência com comprometimento de ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
mobilidade, desde que devidamente identificados. a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo barreiras impostas a elas.
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garan-
tida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada
Art. 53 A acessibilidade é direito que garante à pes-
e com as especificações de desenho e traçado de acor-
soa com deficiência ou com mobilidade reduzida
do com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.
viver de forma independente e exercer seus direitos
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas
de cidadania e de participação social.
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre-
Art. 54 São sujeitas ao cumprimento das dispo-
dencial de beneficiário, a ser confeccionada e for-
sições desta Lei e de outras normas relativas à
necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão
acessibilidade, sempre que houver interação com a
suas características e condições de uso.
matéria nela regulada:
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanís-
artigo sujeita os infratores às sanções previstas no
tico ou de comunicação e informação, a fabricação
inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
de veículos de transporte coletivo, a prestação do
de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro).
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de
vinculada à pessoa com deficiência que possui com- obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
prometimento de mobilidade e é válida em todo o II - a outorga ou a renovação de concessão, per-
território nacional. missão, autorização ou habilitação de qualquer
Art. 48 Os veículos de transporte coletivo terrestre, natureza;
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os III - a aprovação de financiamento de projeto com
portos e os terminais em operação no País devem utilização de recursos públicos, por meio de renún-
ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por cia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou ins-
todas as pessoas. trumento congênere; e
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput IV - a concessão de aval da União para obtenção de
deste artigo devem dispor de sistema de comunica- empréstimo e de financiamento internacionais por
ção acessível que disponibilize informações sobre entes públicos ou privados.
todos os pontos do itinerário. Art. 55 A concepção e a implantação de projetos
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prio- que tratem do meio físico, de transporte, de infor-
ridade e segurança nos procedimentos de embar- mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
que e de desembarque nos veículos de transporte nologias da informação e comunicação, e de outros
coletivo, de acordo com as normas técnicas. serviços, equipamentos e instalações abertos ao
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de público, de uso público ou privado de uso coleti-
acesso nos veículos, as empresas de transporte vo, tanto na zona urbana como na rural, devem
coletivo de passageiros dependem da certificação atender aos princípios do desenho universal, tendo
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- como referência as normas de acessibilidade.
ponsável pela prestação do serviço. § 1º O desenho universal será sempre tomado como
Art. 49 As empresas de transporte de fretamento e regra de caráter geral.
de turismo, na renovação de suas frotas, são obri- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o
gadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desenho universal não possa ser empreendido, deve
desta Lei. (Vigência) ser adotada adaptação razoável.
Art. 50 O poder público incentivará a fabricação de § 3º Caberá ao poder público promover a inclu-
veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e são de conteúdos temáticos referentes ao desenho
vans, de forma a garantir o seu uso por todas as universal nas diretrizes curriculares da educação
pessoas. profissional e tecnológica e do ensino superior e na
Art. 51 As frotas de empresas de táxi devem reser- formação das carreiras de Estado.
var 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes-
à pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga-
ATENDIMENTO BANCÁRIO
ART. 88 — CONDUTAS
constam disposições acerca do direito de acesso à
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e Indireta: induzir
a tipificação de determinadas condutas, como crimes
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao poder público realizar as adaptações e propor- Indireta: instigar
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários
para a plena participação da pessoa com deficiência
Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
no âmbito do Poder Judiciário.
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons-
baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de
tar o exercício pleno de direitos.
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno
exercício de suas capacidades.
Art. 88 [...]
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
do agente.
Os crimes e as infrações administrativas estão
dispostos nos art. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape- O parágrafo primeiro traz uma hipótese de causa de
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os aumento de pena. Trata-se do fato de o agente, que pra-
demais apresentam pena de reclusão. ticou uma das condutas elencadas, ser o responsável
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação. O
z Detenção e reclusão são modalidades de penas aumento de 1/3 da pena decorre da proximidade e do
privativas de liberdade; dever de cuidado para com a pessoa com deficiência.
z Pena de reclusão é aplicada a condenações mais São exemplos: pais, tutores, curadores, guardiões, pro-
severas, por ser a única a admitir o regime inicial fessores, médicos, cuidadores, entre outros.
de cumprimento fechado. Essa modalidade admite
os três regimes de cumprimento: Art. 88 [...]
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
fechado; te artigo é cometido por intermédio de meios de
semiaberto; comunicação social ou de publicação de qual-
aberto. quer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
z Pena de detenção é aplicada a condenações mais
leves, uma vez que o regime inicial de cumprimen- O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
to será o semiaberto. A detenção admite os regi- me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
mes de cumprimento semiaberto e aberto, não da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
admitindo o fechado. meios de comunicação social ou de publicação de
qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
Vamos ao estudo dos crimes: de, chegando ao conhecimento de um número maior
de pessoas.
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- Atenção: a qualificadora altera o patamar da pena
ção de pessoa em razão de sua deficiência: (penas mínima e máxima constantes do tipo penal —
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. preceito secundário) em razão de novas elementares
acrescentadas, o que faz com que ele seja um tipo
O crime do art. 88 pode ser praticado de três modos: derivado autônomo ou independente. Por outro lado,
a causa de aumento (majorante) é apenas uma hipóte-
z Participação direta do agente na conduta deli- se para que a pena possa ser aumentada.
tuosa: aqui, o agente age de modo a discriminar a
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está Art. 88 [...]
no verbo praticar; § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
z Participação indireta do agente na conduta deli- determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência:
de que ela pratique a discriminação: aqui, temos
I – recolhimento ou busca e apreensão dos exem-
dois agentes, um que desperta a atenção de outro
plares do material discriminatório;
para a prática do crime e outro que, efetivamente,
II – interdição das respectivas mensagens ou pági-
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir; nas de informação na internet.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O parágrafo terceiro dispõe a consequência do assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado
crime cometido por intermédio de meios de comuni- e proteção.
cação social ou de publicação de qualquer natureza.
Trata-se de medida para evitar a propagação da discri- Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual-
minação, uma vez que, verificada a ocorrência de dis- quer meio eletrônico ou documento de pessoa com
criminação da pessoa com deficiência por estes meios, deficiência destinados ao recebimento de benefícios,
é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério Público proventos, pensões ou remuneração ou à realiza-
ou a pedido deste, determinar o recolhimento de todo ção de operações financeiras, com o fim de obter
o material em que está descrita a discriminação. No vantagem indevida para si ou para outrem:
caso de divulgação em site de internet, pode-se deter- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
e multa.
minar a retirada do ar da página ou do conteúdo.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
Art. 88 [...]
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
da condenação, após o trânsito em julgado da deci- O crime do art. 91 pode ser praticado por duas con-
são, a destruição do material apreendido. dutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o agente
fica na posse ou utiliza-se de cartão magnético ou meio
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá eletrônico ou documento pessoal, com a finalidade
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. de obter vantagem indevida para si ou para outrem.
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- Exemplo: utilização de carteira de passe livre em trans-
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso porte coletivo com a intenção de não pagar a passa-
cabível), todo o material apreendido será destruído. gem. Trata-se de crime mais brando do que o do art.
89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa com
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
outro rendimento de pessoa com deficiência: 13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8°, da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
multa. soas com deficiência. Vejamos:
O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren- aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
dimento da pessoa com deficiência.
deficiência;
Já no desvio, o agente dá um destino diferente
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso
ao bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
outro rendimento da pessoa com deficiência. As duas em razão de sua deficiência;
condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um) III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
a 4 (quatro) anos. ção à pessoa em razão de sua deficiência;
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou
Art. 89 [...] deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um ambulatorial à pessoa com deficiência;
terço) se o crime é cometido: V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou alude esta Lei;
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou de profissão. indispensáveis à propositura da ação civil pública
objeto desta Lei, quando requisitados.
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios sub-
fissão para o cometimento do crime. jetivos para indeferimento de inscrição, de apro-
vação e de cumprimento de estágio probatório em
ATENDIMENTO BANCÁRIO
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em concursos públicos não exclui a responsabilidade
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- patrimonial pessoal do administrador público
to ou congêneres: pelos danos causados.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
e multa. dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não planos privados de assistência à saúde, inclusive
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgên-
cia e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa
A nova redação dada ao artigo acrescentou ao
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
inciso I a conduta de cobrar valores adicionais por
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua
parte da instituição de ensino. Exemplos clássicos
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar
são as mensalidades diferenciadas para alunos com
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transtorno do espectro autista (com valores a mais). O CDC é uma norma relativamente enxuta, composta
O inciso II se refere à discriminação com relação a por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados em seis
emprego, trabalho ou promoção. O inciso III ao aten- títulos. Em concursos públicos, a cobrança do CDC envol-
dimento médico e ambulatorial. O inciso IV à omissão ve, basicamente, os tópicos conceituais; as hipóteses de
de dados quando estes são essenciais à propositura de aplicabilidade e a própria letra da lei (legislação “seca”).
ação civil pública ou quando houver requisição. Deste modo, o presente estudo será voltado para esses
A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao pontos, em especial, os dois primeiros títulos da norma.
art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter
em mente que, para melhor compreender a legisla-
de aumento de pena ao crime.
ção, é primordial entender sua estrutura e identifi-
Por fim, é importante mencionar que todos os cri-
car as suas ideias mais importantes. Por essa razão,
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de
é extremamente importante ler o texto de lei e tentar
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete compreender os pontos mais importantes dos artigos,
ao Ministério Público promover a ação independente- sem precisar, contudo, decorá-los.
mente da vontade da vítima. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
da, eficiente, segura e, no caso de serviço essencial, de abusiva, métodos comerciais coercitivos ou des-
modo contínuo por parte dos órgãos públicos ou por leais, bem como contra práticas e cláusulas abu-
intermédio de suas concessionárias. sivas ou impostas no fornecimento de produtos e
O oitavo princípio disposto no art. 4º, do CDC, é o serviços;
Princípio do Estudo Constante das Modificações V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
do Mercado de Consumo, ou seja, a necessidade de
revisão em razão de fatos supervenientes que as
constante averiguação da evolução de oferta de pro-
tornem excessivamente onerosas;
dutos e serviços no mercado de consumo em decor- VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-
rência do desenvolvimento de novas tecnologias ou moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
de novos hábitos. VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrati-
O nono princípio é o Princípio da Educação e vos com vistas à prevenção ou reparação de danos
Informação, que reflete o dever do Estado de educar patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
os consumidores, para que estes, cientes de seus direi- difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-
tos e deveres, possam atuar de forma consciente. trativa e técnica aos necessitados; 349
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VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusi- qualquer tipo de situação vexatória, constrangimento
ve com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no ou ameaça no caso de inadimplência encontra-se dis-
processo civil, quando, a critério do juiz, for veros- ciplinada no art. 42 e o rol das cláusulas contratuais
símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, consideradas abusivas, no art. 51, do CDC.
segundo as regras ordinárias de experiências; O inciso V, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito
IX - (Vetado);
ao equilíbrio contratual. Por equilíbrio contratual
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
entende-se a garantia de modificação de cláusulas con-
públicos em geral.
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, tratuais que estabeleçam prestações desproporcionais
de educação financeira e de prevenção e tratamen- ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
to de situações de superendividamento, preservado tornem excessivamente onerosas. Esse direito também
o mínimo existencial, nos termos da regulamenta- é denominado princípio da modificação das prestações
ção, por meio da revisão e da repactuação da dívi- desproporcionais ou princípio da preservação.
da, entre outras medidas; O inciso VI, do art. 6º, do CDC, trata do direito à
XII - a preservação do mínimo existencial, nos ter- prevenção e reparação integral, de modo a impor a
mos da regulamentação, na repactuação de dívidas completa reparação de danos patrimoniais e morais,
e na concessão de crédito; quer individuais, coletivos ou difusos. Por esse direito,
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos depreende-se que o CDC veda o tarifamento de inde-
por unidade de medida, tal como por quilo, por litro,
nização por dano moral nos contratos de consumo,
por metro ou por outra unidade, conforme o caso.
Parágrafo único. A informação de que trata o inci-
ou seja, cabe ao juiz, no caso concreto, estabelecer os
so III do caput deste artigo deve ser acessível à valores indenizatórios com base nas características.
pessoa com deficiência, observado o disposto em O inciso VII estabelece o direito ao acesso à Jus-
regulamento. tiça. Portanto, ao consumidor é assegurado o acesso
aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
O inciso I, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito prevenção ou reparação de danos.
de proteção à vida, saúde e segurança como direito Esse princípio deve ser conjugado com o art. 5º, do
fundamental contra os riscos provocados por práticas CDC, que prevê, como instrumentos de execução da Polí-
no fornecimento de produtos e serviços considerados tica Nacional das Relações de Consumo, a instituição ou
perigosos ou nocivos. Conforme será visto a seguir, a manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita
os arts. 8º a 11 são destinados à proteção à saúde e para o consumidor carente, a instituição de Promotorias
à segurança do consumidor e à responsabilização do de Justiça de Defesa do Consumidor e a criação de Juiza-
fornecedor pelos acidentes de consumo. dos Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializa-
O inciso II, do art. 6º, do CDC, trata do direito à das para a solução de litígios de consumo.
educação e divulgação sobre consumo adequado, O inciso VIII, do art. 6º, do CDC, dispõe sobre o
uma vez que são direitos do consumidor a educação direito à facilitação da defesa dos direitos, mani-
e a divulgação sobre consumo adequado dos produ- festada por diversos mecanismos, tais como a soli-
tos e serviços, visando que as escolhas sejam realiza- dariedade passiva na reparação de danos (art. 7º),
das de modo correto e sem artimanhas. O dispositivo a responsabilização objetiva por fato do produto ou
engloba, ainda, o dever de assegurar a liberdade de serviço (arts. 12 e 14), a vedação à denunciação da
decidir e o acesso em igualdade de condições a outros lide (art. 88), a prerrogativa da propositura da ação no
consumidores. domicílio do consumidor-autor (inciso I, art. 101, do
O inciso III estabelece o direito à informação, de CDC) e a possibilidade de inversão do ônus da prova.
modo a garantir ao consumidor que sejam prestadas O inciso X estabelece o direito à adequada e efi-
as informações adequadas e claras sobre os diferentes caz prestação dos serviços públicos.
produtos e serviços, sendo dever do fornecedor a sua Os incisos XI a XIII foram incluídos pela Lei nº 14.181,
prestação. O dever de informação refere-se à especifi- de 2021 (Lei do Superendividamento). O objetivo desses
cação correta de quantidade, característica, composi- dispositivos é estabelecer um conjunto de regras volta-
ção, qualidade, tributos incidentes e preço, além dos das à proteção do consumidor por meio do crédito res-
riscos que podem apresentar o produto ou serviço. ponsável. O superendividamento é um problema social
que deve ter a atenção por parte do Estado.
Já nos termos do art. 7º, do CDC, os direitos estabe-
Importante! lecidos pela norma não excluem outros decorrentes
São desdobramentos do direito à informação a de tratados ou convenções internacionais, da legis-
garantia da cognoscibilidade prevista no art. 46, lação interna ordinária, de regulamentos expedidos
do CDC, e as regras de redação dos contratos de pelas autoridades administrativas competentes, bem
adesão trazidas no § 3º e 4º, art. 54, do CDC. como dos que derivem dos princípios gerais do direi-
to, analogia, costumes e equidade.
Com relação à qualidade do produto e serviço, à Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer-
prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra- cado de consumo produto ou serviço que sabe ou
tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo deveria saber apresentar alto grau de nocividade
as regras preventivas. ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos-
Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer- teriormente à sua introdução no mercado de con-
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde sumo, tiver conhecimento da periculosidade que
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen-
rados normais e previsíveis em decorrência de sua te às autoridades competentes e aos consumidores,
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, mediante anúncios publicitários.
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- § 2º Os anúncios publicitários a que se refere o § ante-
sárias e adequadas a seu respeito. rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão,
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri- às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
cante cabe prestar as informações a que se refere § 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
este artigo, através de impressos apropriados que dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos
devam acompanhar o produto. consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e os Municípios deverão informá-los a respeito.
e utensílios utilizados no fornecimento de produtos
ou serviços, ou colocados à disposição do consumi- Trata-se do chamado recall.
dor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, Se, por um lado, o CDC busca privilegiar a preven-
quando for o caso, sobre o risco de contaminação. ção, por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por
esse motivo, um dos direitos fundamentais do consu-
Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro- midor é a reparação integral, sendo que a responsabi-
duto ou o serviço da relação de consumo não devem lidade é solidária, conforme estudado no inciso VI, do
acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi- art. 6º, e parágrafo único, do art. 7º, respectivamente.
dores. No entanto, existem riscos considerados nor- Assim sendo, o CDC dedicou seção própria para dis-
mais e previsíveis, que são da própria natureza de ciplinar a responsabilidade civil do fornecedor/
determinados produtos ou serviços, como, por exem- prestador.
plo, uma serra ou um processador de alimentos, que
podem trazer determinado risco no seu manuseio.
Existe, também, produto ou serviço cujo grau de peri- Importante!
culosidade ou de nocividade é mais acentuada, tais como
A responsabilidade pode ser apurada em três
no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de dedetização.
esferas: civil, penal e administrativa. O CDC tra-
Nesses casos, face à utilidade gerada com sua colocação
no mercado, é necessário que o produto ou serviço seja ta, nos arts. 12 a 25, da responsabilidade civil,
acompanhado de informações ostensivas e adequadas ou seja, da responsabilidade de indenizar caso a
sobre sua nocividade e periculosidade, sem prejuízo de conduta gere um dano ao consumidor.
outras medidas no caso concreto, nos termos do art. 9º.
Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilidade
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten-
civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e o fato
cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-
do produto ou serviço.
rança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou pericu-
Vício refere-se a uma impropriedade ou inadequa-
losidade, sem prejuízo da adoção de outras medi- ção do objeto de consumo quanto à sua qualidade ou
das cabíveis em cada caso concreto. quantidade, atingindo a esfera econômica do consu-
midor, como, por exemplo, um aparelho eletrônico
A Lei nº 13.486, de 2017, inseriu os dois parágra- que não liga ou não funciona adequadamente ou um
fos constantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata alimento embalado como 1 (um) quilo, mas que con-
da obrigação do fabricante de produto industrial de tém somente 900 (novecentos) gramas.
prestar as informações relativas à segurança por meio Fato diz respeito ao denominado acidente de con-
de impressos apropriados que o acompanhem. Já o sumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço que
vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
segundo trata da exigência de higienização dos equi-
ATENDIMENTO BANCÁRIO
z aparelho celular que explode com terceiro que não II - complementação do peso ou medida;
aquele que comprou o aparelho; III - a substituição do produto por outro da mesma
z avião que cai em uma residência e mata, além de espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
seus passageiros, os moradores do local. IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se perdas e danos.
aos consumidores todas as vítimas do evento. § 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do
artigo anterior.
Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil § 2º O fornecedor imediato será responsável quan-
do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento
pelo vício do produto ou serviço. Vejamos:
utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e
19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos 353
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que, em razão da qualidade ou quantidade, se tor- O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do
nem impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes produto, ou seja, aquele decorrente de variação não
diminuam o valor, assim aqueles decorrentes de dis- tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
paridade. Exemplo: computador cuja memória ou tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
processador é inferior ao informado nas suas especi- mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior cujo peso não atinja ao informado na embalagem.
ao especificado na embalagem. Semelhantemente ao Ao consumidor, cabe optar por uma destas
fato do produto, a responsabilidade civil por vício do alternativas:
produto também é objetiva, recaindo tanto sobre pro-
dutos duráveis como não duráveis. z abatimento proporcional do preço;
A durabilidade do produto ou serviço está relacio- z complementação do peso ou medida;
nada à expectativa de sua utilidade para com o consu- z substituição do produto por outro da mesma espé-
midor. Assim, considera-se produto durável aquele cie, ou por produto diverso, mediante complemen-
que não se consuma imediatamente, possuindo vida tação ou restituição de eventual diferença de preço;
útil com duração razoável, tais como automóveis, z restituição imediata da quantia paga.
celulares, computadores.
Já os serviços duráveis são aqueles cujos efeitos O art. 20, do CDC, disciplina a responsabilida-
são por prazo também razoável, tais como reforma ou de pelos serviços com vício de qualidade, ou seja,
pintura de imóvel ou assistência técnica de eletrodo- aquele vício que o torne impróprio ao consumo ou
méstico, entre outros. que lhe diminua o valor, como, por exemplo, aque-
Em contrapartida, produtos não duráveis são les decorrentes de disparidade com relação à oferta
aqueles cujo consumo importa em destruição imedia- publicitária.
ta da substância ou em lapso temporal muito peque- Disciplina, ainda, a responsabilidade pelos servi-
no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de ços impróprios, isto é, aqueles que se mostram ina-
higiene pessoal. dequados para o fim que deles se espera, assim como
Serviços não duráveis são aqueles que perduram aquele que não atende às normas regulamentares de
por um prazo bem curto, tais como serviços de trans- prestabilidade, tais como serviço de funilaria de auto-
porte, lavagem de automóvel, manicure, entre outros. móvel que descasca na semana seguinte à realização;
De acordo com o caput do art. 18, complementado planos de prestadoras de telefonia móvel com serviço
por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e indisponível; planos de saúde sem cobertura prevista,
consumo: entre outros.
Nesses casos, pode o consumidor optar pelas
z os produtos cujos prazos de validade estejam seguintes alternativas:
vencidos;
z os produtos deteriorados, alterados, adulterados, z reexecução dos serviços, sem custo adicional ou
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, realização deste por terceiro capacitado, por conta
nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, e risco do fornecedor;
aqueles em desacordo com as normas regulamen- z restituição imediata da quantia paga;
tares de fabricação, distribuição ou apresentação; z abatimento proporcional do preço.
z os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
inadequados ao fim a que se destinam. Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
São exemplos: os produtos perecíveis, tais como consumo ou lhes diminuam o valor, assim como
alimentos, cujo prazo se encontra fora da validade ou por aqueles decorrentes da disparidade com as
brinquedo falsificado ou que não atenda às normas indicações constantes da oferta ou mensagem
técnicas de fabricação ou segurança. publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º tivamente e à sua escolha:
estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
quando cabível;
sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma
II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
destas possibilidades:
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
z pedir a substituição do produto por outro da mes- III - o abatimento proporcional do preço.
ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por § 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada
produto diverso mediante complementação ou a terceiros devidamente capacitados, por conta e
restituição de eventual diferença de preço; risco do fornecedor.
z pedir a restituição imediata da quantia paga, § 2º São impróprios os serviços que se mostrem
monetariamente atualizada, sem prejuízo de even- inadequados para os fins que razoavelmente deles
tuais perdas e danos; se esperam, bem como aqueles que não atendam as
z pedir o abatimento proporcional do preço. normas regulamentares de prestabilidade.
VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO — INADE- Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
QUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele
30 produtos e serviços previstas.
não duráveis
Decadência
90 para produtos e servi- Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das
ços duráveis hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra-
ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º todas as
Fato do produto ou do serviço — acidente de consumo pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas
previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten-
Prescrição 5 anos cial que, embora não tenham concretizado a relação
de consumo, encontram-se exposto às práticas do
O art. 28, do CDC, trata da Desconsideração da mercado, tais como oferta e publicidade.
Personalidade Jurídica: As regras acerca da oferta são tratadas nos arts.
30 a 35, do CDC. Vejamos os dispositivos:
Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personalidade
jurídica da sociedade quando, em detrimento do con- Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficien-
sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos meio de comunicação com relação a produtos e ser-
estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece-
bém será efetivada quando houver falência, estado de dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa o contrato que vier a ser celebrado.
jurídica provocados por má administração.
§ 1º(Vetado). O princípio da vinculação da oferta está previs-
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e
to no art. 30, do CDC. Por oferta, entende-se toda e
as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
qualquer manifestação de vontade do fornecedor com
ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
o objetivo de externar sua intenção de contratar e as
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
código. espécie de informação pré-contratual.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por A oferta possui as seguintes características:
culpa.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa z deve abranger toda informação ou publicidade,
jurídica sempre que sua personalidade for, de algu- desde que suficientemente precisa, de modo a
ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos identificar o produto ou serviço ofertado pelo for-
causados aos consumidores. necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio são, folheto, cartaz, entre outros;
particular das pessoas que compõem o quadro socie- z a oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
tário de determinada empresa, sempre que haja des- mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produto
vio de finalidade ou abuso de direito em relação à a R$ 100,00, mesmo que alegue que o valor correto
autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica. seria R$ 130,00, é obrigado a cumprir integralmen-
Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do te a oferta, pouco importando a alegação de que o
consumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, anúncio saiu com erro. Fornecedor fez a oferta e
quer abusivos, quer fraudulentos, quer ilícitos. Além vinculou, sua responsabilidade é objetiva, ou seja,
disso, resguarda o consumidor no caso de atos culpo- independe de culpa/dolo na oferta errada, salvo no
sos graves, tais como a má administração, que levem caso de a oferta possuir erro grosseiro, patente e
à falência, insolvência ou extinção da pessoa jurídi- identificável, como, por exemplo, vinculou o produ-
ca, permitindo também a desconsideração da pessoa to por R$ 100,00, mas ele custa R$ 1.000,00;
jurídica. z a oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
A desconsideração da personalidade jurídica pre- mesmo que não constante expressamente do teor
vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil. das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento
A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na
maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi- aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a
dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de concessionária se compromete a entregá-lo com o
direito, fraude ou confusão patrimonial. tanque de combustível completo, mesmo que isso
não conste do contrato a ser celebrado.
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Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser
composição, preço, garantia, prazos de validade utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura-
e origem, entre outros dados, bem como sobre os bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos,
riscos que apresentam à saúde e segurança dos ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi-
consumidores.
ção por este prazo.
Parágrafo único. As informações de que trata este
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transpa-
rência nas relações de consumo, de modo que haja a
correta identificação do fabricante e do seu domicílio
O art. 31, por sua vez, trata das características da
empresarial na embalagem, publicidade ou em todos
oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
os seus impressos.
viços. São característica da oferta:
Já o seu parágrafo único proíbe a publicidade de
bens e serviços por telefone, quando a chamada for
z informação correta, ou seja, verdadeira, não
onerosa ao consumidor que a origina. Exemplo: ope-
podendo ser enganosa.
radora de celular que liga para oferecer um determi-
nado produto ao cliente quando este se encontra fora
Puffing é uma técnica admitida no ordenamento
da área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela
jurídico em que há um exagero publicitário, deno-
chamada realizada pela própria operadora.
minado dolus bonus. Exemplo: “melhor hambúrguer
do mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto,
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
esta técnica só é permitida se a informação que cons- reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser os impressos utilizados na transação comercial.
melhor hambúrguer do mundo para Fulano e não ser Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
para Beltrano; serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina.
z informação clara e de entendimento de imediato;
z informação precisa e exata. Exemplo: pacote com O art. 34, do CDC, trata da responsabilidade pelos
20kg; atos dos prepostos ou representantes autônomos.
z informação ostensiva, sendo de fácil percepção e Assim, o fornecedor é solidariamente responsável
captação; pelos atos de seus agentes.
z informação em língua portuguesa;
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
Importante! tos ou representantes autônomos.
É possível a utilização de língua estrangeira para Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o
produtos e serviços importados, porém de forma consumidor diante da recusa do fornecedor em cum-
excepcional. prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha:
z Informação indelével, ou seja, que não se apaga
z optar por exigir o cumprimento forçado da oferta;
com o tempo;
z aceitar outro produto/serviço equivalente;
z Informação legível (visível).
z rescindir o contrato.
Quanto ao modo de apresentação, os produtos
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços
ou serviços devem conter as características, qualida-
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
de validade e origem, entre outros dados, tais como te e à sua livre escolha:
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran- I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
ça do consumidor. termos da oferta, apresentação ou publicidade;
O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado- II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
ATENDIMENTO BANCÁRIO
vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré- serem utilizados, as condições para pagamento e as
via elaboração de orçamento e autorização expressa datas de início e término.
do consumidor. O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamen-
O inciso VI é complementado pelo art. 40, do CDC, to é válido pelo prazo de 10 dias, contados do recebi-
que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen- mento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível a
to prévio elaborado pelo fornecedor. estipulação de forma diversa.
O inciso VII trata do repasse de informações O § 2º, do art. 40, estabelece que, no caso de apro-
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra- vação do orçamento prévio pelo consumidor, este
ticado por este no exercício de seus direitos, com o vinculará fornecedor e consumidor, podendo ser alte-
objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de rado apenas pela vontade das partes.
dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da
uma lista de “maus pagadores”. contratação de serviços de terceiros não previstos no
O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser- orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for-
vação das normas técnicas, ou seja, se há norma necedor e não do consumidor. 359
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Finalizando a parte atinente às práticas abusivas, § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati-
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for- dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
de responder pela restituição da quantia recebida em tuais destinatários das informações incorretas.
excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó- § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con-
cio desfeito pelo consumidor. sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê-
neres são considerados entidades de caráter público.
Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe- débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
lamento de preços, os fornecedores deverão respei- respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
tar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, quer informações que possam impedir ou dificultar
responderem pela restituição da quantia recebida novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
em excesso, monetariamente atualizada, podendo o § 6º Todas as informações de que trata o caput des-
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
mediante solicitação do consumidor.
As normas acerca da cobrança de dívida estão
disciplinadas nos arts. 42 e 42-A, do CDC. Vejamos os O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido-
dispositivos: res, que são:
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina- z direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
dimplente não será exposto a ridículo, nem será informações existentes em cadastros, fichas e
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou registo de dados pessoais e de consumo, além de
ameaça. acesso às fontes que originaram tais informações;
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan- z direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
tia indevida tem direito à repetição do indébito, não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos;
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, z direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado
acrescido de correção monetária e juros legais, sal- incorreto constante dos arquivos de consumo;
vo hipótese de engano justificável. z direito à comunicação, isto é, de ser comunicado
Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de
quando seus dados forem inseridos nos arquivos
débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
de consumo.
tar o nome, o endereço e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor O art. 44, do CDC, disciplina acerca do chamado
do produto ou serviço correspondente. cadastro de reclamações fundamentadas, que é uma
espécie de banco de dados de maus fornecedores.
O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De
acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor
ser submetido a qualquer tipo de constrangimento manterão cadastros atualizados de reclamações
ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou fundamentadas contra fornecedores de produtos e
invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina- serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança
ou não pelo fornecedor.
efetuada em local indevido ou por meio que possibili-
§ 1º É facultado o acesso às informações lá cons-
te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de
tantes para orientação e consulta por qualquer
publicação em rede social, por exemplo).
interessado.
Semelhantemente ao art. 940, do Código Civil, o § 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
parágrafo único, do art. 42, impõe a restituição em mas regras enunciadas no artigo anterior e as do
dobro daquilo que o consumidor pagou em excesso Parágrafo Único do art. 22 deste código.
em razão da cobrança indevida, acrescido de correção
monetária e juros legais, exceto nos casos de engano Da Proteção Contratual
justificável.
Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como
Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
deve ser procedida a cobrança.
sobre a proteção contratual no Código de Defesa do
Com relação aos bancos de dados e cadastro de
Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi-
consumidores, suas regras estão dispostas nos arts.
deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os
43 a 44, do CDC. Vejamos os dispositivos:
requisitos para a validade e eficácia dos contratos de
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no
art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as consumo não obrigarão os consumidores, se não
suas respectivas fontes. lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de instrumentos forem redigidos de modo a dificultar
fácil compreensão, não podendo conter informações a compreensão de seu sentido e alcance.
negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados As normas gerais de proteção contratual têm iní-
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por cio no art. 46, do CDC, que traz a denominada garan-
360 escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
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do direito à informação disciplinado no inciso III, do Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalen-
art. 6º, do CDC. Como consequência, o contrato não te deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração adequada em que consiste a mesma garantia, bem
de vontade, este não possuir conhecimento prévio do como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
obrigará apenas o fornecedor. fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
O art. 47 trata da interpretação mais favorável
duto em linguagem didática, com ilustrações.
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser
a parte vulnerável da relação de consumo.
O art. 50, do CDC, trata da garantia contratual, ou
seja, aquela que complementa a garantia legal discipli-
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor.
nada no art. 26, sendo facultativa e conferida median-
te termo escrito, observados os seguintes requisitos:
O art. 48, do CDC, disciplina as declarações de
vontade constantes de escritos particulares, reci- z ser padronizada;
bos e pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou z esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o
declaração constante desses escritos particulares prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os
obrigará os fornecedores. Assim sendo, caso o forne- ônus a cargo do consumidor;
cedor entregue um orçamento prévio ao consumidor, z ser entregue ao consumidor devidamente preen-
ele estará obrigado a prestar o serviço pelo modo e chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento;
pelo preço orçado. z estar acompanhada de manual de instrução, de
instalação e uso do produto em linguagem didáti-
Art. 48 As declarações de vontade constantes de
ca, com ilustrações.
escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
tivos às relações de consumo vinculam o fornece- Ainda com relação à proteção contratual, os arts.
dor, ensejando inclusive execução específica, nos 51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
termos do art. 84 e parágrafos. abusivas. Vejamos os dispositivos:
Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no
prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
que a contratação de fornecimento de produtos e produtos e serviços que:
serviços ocorrer fora do estabelecimento comer- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
cial, especialmente por telefone ou a domicílio. sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi- natureza dos produtos e serviços ou impliquem
to de arrependimento previsto neste artigo, os valo- renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
res eventualmente pagos, a qualquer título, durante consumo entre o fornecedor e o consumidor pes-
o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
monetariamente atualizados. situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembol-
O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre- so da quantia já paga, nos casos previstos neste
pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com- código;
pras realizadas fora do estabelecimento comercial. III - transfiram responsabilidades a terceiros;
Seus requisitos são: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
z exercício do direito potestativo4 dentro do prazo boa-fé ou a eqüidade;
legal; V - (Vetado);
z contratação ocorrida fora do estabelecimento VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre-
comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo- juízo do consumidor;
gos, entre outros. VII - determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
O prazo legal para arrependimento é de 7 dias, VIII - imponham representante para concluir ou
contados da assinatura do contrato ou do ato de rece- realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
bimento do produto ou serviço. IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
não o contrato, embora obrigando o consumidor;
ATENDIMENTO BANCÁRIO
Art. 54-A Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do tivo é a garantia de preservação da dignidade do deve-
superendividamento da pessoa natural, sobre o dor pelo mínimo existencial.
crédito responsável e sobre a educação financeira Dica: a questão do mínimo existencial está previs-
do consumidor. ta nas discussões jurisprudenciais acerca da interrup-
§ 1º Entende-se por superendividamento a
ção dos serviços de luz e água, por exemplo.
impossibilidade manifesta de o consumidor
Por fim, o § 3º exclui da aplicação dessas regras os
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de
suas dívidas de consumo, exigíveis e vincen-
contratos celebrados mediante fraude ou má-fé. Cum-
das, sem comprometer seu mínimo existencial, pre mencionar que, na frase pré-contratual, as partes
nos termos da regulamentação. devem atuar em consonância com o princípio do cré-
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englo- dito responsável e da boa-fé por meio de informações,
bam quaisquer compromissos financeiros cooperação e cuidados.
assumidos decorrentes de relação de consu- Além disso, nos termos do Código Civil, a boa-fé
mo, inclusive operações de crédito, compras a é sempre presumida, de modo que a má-fé deve ser
prazo e serviços de prestação continuada. provada. 363
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Art. 54-B No fornecimento de crédito e na venda a I - informar e esclarecer adequadamente o con-
prazo, além das informações obrigatórias previstas sumidor, considerada sua idade, sobre a natureza
no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os
matéria, o fornecedor ou o intermediário deve- custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 e
rá informar o consumidor, prévia e adequada- 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas
mente, no momento da oferta, sobre: e específicas do inadimplemento;
I - o custo efetivo total e a descrição dos elemen- II - avaliar, de forma responsável, as condições de
tos que o compõem; crédito do consumidor, mediante análise das infor-
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como mações disponíveis em bancos de dados de proteção
a taxa dos juros de mora e o total de encargos, ao crédito, observado o disposto neste Código e na
de qualquer natureza, previstos para o atraso no legislação sobre proteção de dados;
pagamento; III - informar a identidade do agente financiador
III - o montante das prestações e o prazo de e entregar ao consumidor, ao garante e a outros
validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de coobrigados cópia do contrato de crédito.
2 (dois) dias; Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, deveres previstos no caput deste artigo e nos arts. 52
do fornecedor; e 54-C deste Código poderá acarretar judicialmente a
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acrés-
e não onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. cimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento
52 deste Código e da regulamentação em vigor. previsto no contrato original, conforme a gravidade
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Códi- da conduta do fornecedor e as possibilidades finan-
go e no caput deste artigo devem constar de forma ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras sanções
clara e resumida do próprio contrato, da fatu- e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e
ra ou de instrumento apartado, de fácil acesso morais, ao consumidor.
ao consumidor. Art. 54-E (VETADO).
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total
da operação de crédito ao consumidor consis-
tirá em taxa percentual anual e compreenderá
O art. 54-C complementa o inciso VII, art. 6º, que
todos os valores cobrados do consumidor, sem pre- limita o acesso ao Poder Judiciário. Assim, o dispositi-
juízo do cálculo padronizado pela autoridade regu- vo traz um rol de proibições, que podem estar expres-
ladora do sistema financeiro. sas ou não, na oferta do crédito. Já o art. 54-D decorre
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Códi- da necessidade de transparência na relação de consu-
go, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta mo, que se traduz na perspectiva de lealdade e dever
de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o de informação.
caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo
total, o agente financiador e a soma total a Art. 54-F São conexos, coligados ou interde-
pagar, com e sem financiamento. pendentes, entre outros, o contrato principal de
fornecimento de produto ou serviço e os contratos
O art. 54-B elenca diversos deveres que devem ser acessórios de crédito que lhe garantam o financia-
cumpridos pelo fornecedor ou intermediário. Trata-se mento quando o fornecedor de crédito:
de direitos e deveres ligados à informação e educa- I - recorrer aos serviços do fornecedor de produ-
ção do consumidor, como, por exemplo, ter ciência do to ou serviço para a preparação ou a conclusão do
valor total que irá ser pago pelo bem no caso de parce- contrato de crédito;
lamento, pois muitas vezes o consumidor se preocupa II - oferecer o crédito no local da atividade empre-
apenas com o valor das parcelas e não se dá conta de, sarial do fornecedor de produto ou serviço finan-
que ao final, irá pagar algumas vezes a mais pelo valor ciado ou onde o contrato principal for celebrado.
do bem que adquiriu. § 1º O exercício do direito de arrependimento nas
hipóteses previstas neste Código, no contrato prin-
Art. 54-C É vedado, expressa ou implicitamente, na cipal ou no contrato de crédito, implica a resolução
oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou não: de pleno direito do contrato que lhe seja conexo.
I - (VETADO); § 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste arti-
II - indicar que a operação de crédito poderá ser go, se houver inexecução de qualquer das obriga-
concluída sem consulta a serviços de proteção ao ções e deveres do fornecedor de produto ou serviço,
crédito ou sem avaliação da situação financeira do o consumidor poderá requerer a rescisão do con-
consumidor; trato não cumprido contra o fornecedor do crédito.
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá
e os riscos da contratação do crédito ou da venda a igualmente ao consumidor:
prazo; I - contra o portador de cheque pós-datado emitido
IV - assediar ou pressionar o consumidor para con- para aquisição de produto ou serviço a prazo;
tratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito, II - contra o administrador ou o emitente de cartão
principalmente se se tratar de consumidor idoso, anal- de crédito ou similar quando o cartão de crédito
fabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agra- ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos
vada ou se a contratação envolver prêmio; pelo mesmo fornecedor ou por entidades perten-
V - condicionar o atendimento de pretensões do con- centes a um mesmo grupo econômico.
sumidor ou o início de tratativas à renúncia ou à § 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato princi-
desistência de demandas judiciais, ao pagamento de pal implicará, de pleno direito, a do contrato de cré-
honorários advocatícios ou a depósitos judiciais. dito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste
Parágrafo único. (VETADO). artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direi-
Art. 54-D Na oferta de crédito, previamente à contra- to de obter do fornecedor do produto ou serviço a
tação, o fornecedor ou o intermediário deverá, entre devolução dos valores entregues, inclusive relativa-
364 outras condutas: mente a tributos.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 54-F trata da relação entre o contrato prin- Por fim, o art. 54-G traz as vedações do fornecedor
cipal e os contratos acessórios de crédito. Entende-se no que tange às operações que envolvam crédito. Tra-
por contrato conexo aqueles que possuem vínculos ta-se de um complemento ao art. 39, que disciplina as
entre si, de modo que a inexistência, invalidade ou práticas abusivas.
ineficácia de um interfere no outro. São exemplos de
contratos conexos os acessórios, o subcontrato, nor- Das Sanções Administrativas
mativo, reacional e coligado.
O dispositivo trata especificamente de dois desses Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou
contratos: o contrato coligado ou independente e o seja, da função administrativa para promover o inte-
contrato acessório. resse comum por meio da atividade estatal de disci-
O contrato coligado é aquele em que existe uma plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os
dependência causal entre o contrato e o outro, ou dispositivos:
seja, um é a causa do outro. Exemplo: aquisição de um
automóvel por meio de um financiamento bancário. Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em
Já o contrato acessório é aquele que pressupõe caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
um principal, como, por exemplo, um contrato de atuação administrativa, baixarão normas relativas
fiança decorrente de um contrato de locação. à produção, industrialização, distribuição e consu-
mo de produtos e serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios fiscalizarão e controlarão a produção, indus-
Importante trialização, distribuição, a publicidade de produtos
A doutrina entende que os contratos de financia- e serviços e o mercado de consumo, no interesse da
mento possuem conexão causal e não de acesso- preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
mação e do bem-estar do consumidor, baixando as
riedade, existindo apenas uma atecnia legislativa
normas que se fizerem necessárias.
que não causa prejuízo de interpretação. § 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal
e municipais com atribuições para fiscalizar e contro-
Art. 54-G Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste
lar o mercado de consumo manterão comissões per-
Código e na legislação aplicável à matéria, é veda-
manentes para elaboração, revisão e atualização das
do ao fornecedor de produto ou serviço que envol-
normas referidas no § 1º, sendo obrigatória a partici-
va crédito, entre outras condutas:
pação dos consumidores e fornecedores.
I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações
conta de qualquer quantia que houver sido contes-
aos fornecedores para que, sob pena de desobediência,
tada pelo consumidor em compra realizada com
prestem informações sobre questões de interesse do
cartão de crédito ou similar, enquanto não for ade-
consumidor, resguardado o segredo industrial.
quadamente solucionada a controvérsia, desde que
o consumidor haja notificado a administradora do
cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez)
O art. 55 trata do poder de regulamentação e fis-
dias contados da data de vencimento da fatura, calização. De acordo com o caput do dispositivo, com-
vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, de modo
assegurado ao consumidor o direito de deduzir do concorrente, elaborar as normas relativas à produção,
total da fatura o valor em disputa e efetuar o paga- industrialização, distribuição e ao consumo de produ-
mento da parte não contestada, podendo o emissor tos e serviços. Por se tratar de competência “conjunta”,
lançar como crédito em confiança o valor idêntico a União deve cuidar das normas de caráter geral, isto é,
ao da transação contestada que tenha sido cobrada, aplicadas a todo o país, reservando aos Estados e ao Dis-
enquanto não encerrada a apuração da contestação; trito Federal as normas de interesse regional.
II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garan- O Brasil é uma federação, o que significa dizer que
te e aos outros coobrigados cópia da minuta do con- existe uma divisão interna do poder. A CF, de 1988,
trato principal de consumo ou do contrato de crédito, estabeleceu como seus entes federativos a União Fede-
em papel ou outro suporte duradouro, disponível e ral, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Muni-
acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; cípios, cada qual com autonomia e discricionariedade,
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização frau- além de possibilidade de se organizarem e legislarem.
dulenta do cartão de crédito ou similar, que o consu- Deste modo, compete à União estabelecer as regras
midor peça e obtenha, quando aplicável, a anulação do Estado brasileiro como um todo, tendo como parâ-
ou o imediato bloqueio do pagamento, ou ainda a res- metro a CF, de 1988. Se à União cabem as diretrizes de
ATENDIMENTO BANCÁRIO
tituição dos valores indevidamente recebidos. âmbito nacional, aos Estados compete traçar as nor-
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclare-
mas regionais; ao Distrito Federal, regras distritais e
cimento do consumidor e de entrega da minuta do
os Municípios, as regras locais.
contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita
Já o § 1º, do art. 55, estabelece que os entes da fede-
mediante consignação em folha de pagamento, a for-
malização e a entrega da cópia do contrato ou do ins-
ração, além de criar normas sobre as relações de
trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor consumo, exercerão seu poder de polícia para fiscali-
do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre zação e controle da produção, industrialização, distri-
a existência de margem consignável. buição, publicidade de produtos e serviços e mercado
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve pres- de consumo. O objetivo da atividade estatal é preser-
tar ao consumidor, previamente, as informações var os direitos básicos do consumidor, ou seja, sua
de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B deste vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
Código, além de outras porventura determinadas na O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle
legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao con- do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo
sumidor cópia do contrato, após a sua conclusão. estabelece que os entes da federação deverão manter 365
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comissões permanentes para elaboração, revisão Quanto aos arts. 57 a 60, eles estabelecem a forma
e atualização das normas regulatórias. No entanto, de aplicação de cada uma das sanções administrativas:
para que essa atividade seja efetiva, estabelece, ainda,
a composição de tais comissões. Assim, será obriga- Art. 57 A pena de multa, graduada de acordo com
tória a participação tanto dos consumidores quanto a gravidade da infração, a vantagem auferida e a
dos fornecedores, para que os dois lados da relação de condição econômica do fornecedor, será aplicada
consumo possam tratar de seus interesses. mediante procedimento administrativo, revertendo
para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de
Por fim, o § 4º, do art. 55, dispõe acerca da possi-
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para
bilidade de notificação dos fornecedores, para que
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao
estes prestem informações sobre questões de interes- consumidor nos demais casos.
se do consumidor, resguardado o segredo industrial. Parágrafo único. A multa será em montante não
inferior a duzentas e não superior a três milhões de
Art. 56 As infrações das normas de defesa do con- vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
sumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguin- ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
tes sanções administrativas, sem prejuízo das de Art. 58 As penas de apreensão, de inutilização de
natureza civil, penal e das definidas em normas produtos, de proibição de fabricação de produtos,
específicas: de suspensão do fornecimento de produto ou servi-
I - multa; ço, de cassação do registro do produto e revogação
II - apreensão do produto; da concessão ou permissão de uso serão aplicadas
III - inutilização do produto; pela administração, mediante procedimento admi-
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão nistrativo, assegurada ampla defesa, quando forem
competente; constatados vícios de quantidade ou de qualidade
V - proibição de fabricação do produto; por inadequação ou insegurança do produto ou
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço.
serviço; Art. 59 As penas de cassação de alvará de licença,
VII - suspensão temporária de atividade; de interdição e de suspensão temporária da ativi-
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; dade, bem como a de intervenção administrativa,
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de serão aplicadas mediante procedimento adminis-
atividade; trativo, assegurada ampla defesa, quando o forne-
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, cedor reincidir na prática das infrações de maior
de obra ou de atividade; gravidade previstas neste código e na legislação de
XI - intervenção administrativa; consumo.
XII - imposição de contrapropaganda. § 1º A pena de cassação da concessão será aplicada
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo à concessionária de serviço público, quando violar
serão aplicadas pela autoridade administrativa, obrigação legal ou contratual.
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica- § 2º A pena de intervenção administrativa será
aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-
das cumulativamente, inclusive por medida cau-
conselharem a cassação de licença, a interdição ou
telar, antecedente ou incidente de procedimento
suspensão da atividade.
administrativo.
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta
a imposição de penalidade administrativa, não
O art. 56, por sua vez, trata das sanções administra- haverá reincidência até o trânsito em julgado da
tivas. Observa-se que são três as espécies de sanções: sentença.
Art. 60 A imposição de contrapropaganda será
z Sanções pecuniárias: multas que decorrem do não cominada quando o fornecedor incorrer na prática
adimplemento dos deveres relativos ao consumo; de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do
z Sanções objetivas ou reais (incidem no produ- art. 36 e seus §, sempre às expensas do infrator.
to ou serviço): apreensão, inutilização do pro- § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res-
duto, cassação do registro do produto, proibição ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão
de fabricação e suspensão de fornecimento de e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espa-
ço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício
produtos/serviços;
da publicidade enganosa ou abusiva.
z Sanções subjetivas (vinculadas à atividade):
interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
DAS INFRAÇÕES PENAIS
obra ou atividade; suspensão temporária da ati-
vidade; revogação de concessão ou permissão de
As regras das infrações cometidas contra o consu-
uso; cassação de licença do estabelecimento ou de
midor são aplicadas sem prejuízo do disposto no Códi-
atividade; intervenção administrativa; imposição
go Penal e leis especiais.
de contrapropaganda, entre outros.
Art. 61 Constituem crimes contra as relações de
O parágrafo único, do art. 56, trata da responsabi- consumo previstas neste código, sem prejuízo do
lidade administrativa do fornecedor. Ele estabelece disposto no Código Penal e leis especiais, as condu-
que tais sanções serão aplicadas pela autoridade admi- tas tipificadas nos artigos seguintes.
nistrativa em conformidade com sua atribuição. Essas
sanções podem ser aplicadas cumulativamente ou não. Já a segunda observação é que a maioria dos cri-
Podem, também, ser aplicadas de maneira antecedente mes previstos no CDC são de perigo abstrato, ou seja,
ou incidente no procedimento administrativo. não se exige a lesão do bem jurídico tutelado —
Além da responsabilidade administrativa, o forne- neste caso, o consumidor — ou a colocação deste em
cedor poderá responder tanto civilmente como penal- risco real e concreto.
366 mente por seus atos. Com isso, passamos à análise dos crimes em espécie.
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Omissão de Dizeres ou Sinais Ostensivos Sobre estes podem causar efeitos outrora desconhecidos:
a Nocividade ou Periculosidade de Produtos ou irritação na pele, manchas, alergias. Nesse contexto,
Serviços a fábrica tem o dever de comunicar às autoridades e
aos clientes, imediatamente, por meios de publicida-
O art. 63 criminaliza a conduta de omitir dizeres de, os riscos que o produto oferece.
ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu- Prevê modalidade culposa? Não, pois o fornece-
losidade de produtos, nas embalagens, nos invólu- dor tem que saber da nocividade e, mesmo assim, não
cros, recipientes ou publicidade. informar (omissivo próprio). Logo, ele deve agir com
dolo.
Art. 63 Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre
a nocividade ou periculosidade de produtos, Omissão de dizeres
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou ou sinais ostensivos A nocividade ou
publicidade: sobre a nocividade periculosidade do
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. ou periculosidade de produto são conhecidas
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de produtos ou serviços antes da exposição à
alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, (art.63) venda
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo: Omissão na A nocividade ou
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. comunicação da periculosidade do
nocividade ou produto são conhecidas
O crime se consuma com o ato do fornecedor (ora periculosidade de após a exposição à
produtos (art. 64) venda
sujeito ativo do crime em tela) se omitir consciente-
mente a realizar as recomendações de nocividade ou
periculosidade de produtos ou serviços. Desobediência na Execução de Serviço Perigoso
Por se tratar de crime omissivo, não é admissível a
tentativa, nem a possibilidade de crime culposo. Incorre em conduta punível com detenção de 6
Nas mesmas penas incorre quem deixar de aler- (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o agente que exe-
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, cutar serviço de alto grau de periculosidade, con-
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. trariando determinação de autoridade competente.
Exemplo: uma empresa de dedetização que não
informa de forma clara (escrita ofensiva) dos perigos Art. 65 Executar serviço de alto grau de periculo-
que o serviço realizado pode oferecer. sidade, contrariando determinação de autoridade
O tipo do art. 63 possui relação com os artigos 8º e competente:
31 do Código de Defesa do Consumidor. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí-
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mer- zo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- desta Lei também caracteriza o crime previsto no
rados normais e previsíveis em decorrência de sua caput deste artigo.
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores,
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- Exemplo: empresa contratada para a realização de
sárias e adequadas a seu respeito. dedetização que faz uso de produto não autorizado
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou pelas autoridades competentes.
serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, Importante!
composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados, bem como sobre os O crime em comento pode ser cumulado com
riscos que apresentam à saúde e segurança dos os crimes de homicídio ou lesão corporal, logo é
consumidores. possível que o sujeito ativo, com uma só condu-
Parágrafo único. As informações de que trata este ta, atente contra dois bens jurídicos.
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
Oferta Enganosa e Omissão de Informação Relevante
Omissão na Comunicação da Nocividade ou
Periculosidade de Produtos O art. 66 visa punir quem faz afirmação falsa ou
ATENDIMENTO BANCÁRIO
Art. 75 Quem, de qualquer forma, concorrer para Omissão na Organização de Dados que Embasam
os crimes referidos neste código, incide as penas Publicidade
a esses cominadas na medida de sua culpabilida-
de, bem como o diretor, administrador ou gerente Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e cien-
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por tíficos que dão base à publicidade é conduta prevista
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, no CDC sujeita à penalidade de detenção de 1 (um) a 6
exposição à venda ou manutenção em depósito de
(seis) meses ou multa.
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas
condições por ele proibidas.
Art. 69 Deixar de organizar dados fáticos, técnicos
e científicos que dão base à publicidade
Publicidade Enganosa ou Abusiva
Veja o que estabelece o art. 36 neste sentido:
Aqui é o caso da famosa propaganda enganosa.
Pune o agente que faz ou promove a publicidade que Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a
identifique como tal.
Art. 67 Fazer ou promover publicidade que sabe ou Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
deveria saber ser enganosa ou abusiva: seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten-
O CDC estabelece a diferença entre publicidade tação à mensagem.
enganosa e publicidade abusiva. Elas estão disciplina-
das no art. 37. A consumação do crime ocorre quando o fornece-
dor (sujeito ativo) deixa, deliberadamente, de organi-
z Publicidade Enganosa zar os dados que dão base à publicidade. É um crime
omissivo, não sendo possível a tentativa.
É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou par- Emprego de Peças ou Componentes de Reposição
cialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo Usados sem o Consentimento do Consumidor
por omissão, capaz de induzir em erro o consumi-
dor a respeito da natureza, características, qualidade, Neste crime, a título de exemplo, incorre um mecâ-
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer nico que inserir no carro de cliente uma peça usada
outros dados sobre produtos e serviços (§ 1º). sem autorização do consumidor.
A publicidade é enganosa por omissão quando dei-
xar de informar sobre dado essencial do produto Art. 70 Empregar na reparação de produtos, peça
ou serviço (§ 3º). ou componentes de reposição usados, sem autori-
zação do consumidor
z Publicidade Abusiva
A conduta criminosa está diretamente ligada à
É abusiva, dentre outras, a publicidade discrimi- previsão do art. 21 do CDC.
natória de qualquer natureza, que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da Art. 21 No fornecimento de serviços que tenham
deficiência de julgamento e experiência da crian- por objetivo a reparação de qualquer produto con-
ça, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz siderar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de induzir o consumidor a se comportar de forma de empregar componentes de reposição originais
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança adequados e novos, ou que mantenham as especifi-
(§ 2º) cações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
Exemplo: um fornecedor realiza uma publicidade últimos, autorização em contrário do consumidor.
ofertando um videogame por R$200,00 (abaixo do preço
de mercado) com intuito de atrair consumidores, porém Cobrança Abusiva ou Vexatória
ao chegar à loja para efetuar a compra o consumidor se
depara com um preço elevado do produto. Nesse caso,
Antes de adentrarmos ao estudo do tipo penal do
trata-se de uma publicidade enganosa comissiva.
art. 71, observe o art. 42 do CDC:
O art. 68 também consiste em publicidade abusi-
va. Incorre neste tipo o agente que faz ou promove
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de
plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
induzir o consumidor a se comportar de forma
do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Art. 68 Fazer ou promover publicidade que sabe ou Portanto, o consumidor não poderá ser exposto ao
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a ridículo, nem será submetido a constrangimento ou
se comportar de forma prejudicial ou perigosa a ameaça. O agente que praticar tal conduta poderá res-
368 sua saúde ou segurança. ponder pelo crime previsto no art. 71.
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Art. 71 Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, Omissão na Entrega do Termo de Garantia ao
coação, constrangimento físico ou moral, afirma- Consumidor
ções falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer
outro procedimento que exponha o consumidor, Deixar de entregar ao consumidor o termo de
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu garantia adequadamente preenchido e com especifi-
trabalho, descanso ou lazer: cação clara de seu conteúdo é conduta punível na for-
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. ma do art. 74.
z Garantia Legal:
medidas necessárias à sua efetivação, como, por exem- tamente suficiente para responder pela integralidade
plo, busca e apreensão de coisa e multa diária. das dívidas.
O art. 87 cuida do benefício processual da gratui- Art. 100 Decorrido o prazo de um ano sem habilitação
dade processual para as ações coletivas. O benefício de interessados em número compatível com a gravi-
é aplicado à parte autora, desde que esta atue como dade do dano, poderão os legitimados do art. 82 pro-
substituta processual de interesse transindividual. mover a liquidação e execução da indenização devida.
Salienta-se que no caso de litigância de má-fé, a Parágrafo único. O produto da indenização devida
parte autora e os responsáveis pela propositura da reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24
ação serão condenados em honorários advocatícios e de julho de 1985.
ao décuplo (10x) das custas processuais, sem prejuízo
de eventual responsabilidade por perdas e danos. O art. 91 cuida da substituição processual, ou seja,
Por fim, o art. 88 cuida da ação de regresso e o art. da possibilidade dos legitimados do art. 82 proporem
90, da aplicação subsidiária das regras previstas no a ação em nome próprio e no interesse das vítimas ou
CPC e na Lei nº 7.347, de 1985. de seus sucessores. 371
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O art. 92 estabelece a intervenção obrigatória do venda, ou a determinar a alteração na composição,
Ministério público no feito. Assim, caso não seja o estrutura, fórmula ou acondicionamento de produ-
autor da demanda, o Ministério Público deve necessa- to, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou
riamente atuar no feito, independentemente da cate- perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
goria de interesse coletivo tutelado. § 1° (Vetado).
O art. 93 praticamente repete o art. 2º, da Lei nº § 2° (Vetado)
7.347, de 1985, ao estabelecer a competência nas ações
coletivas de forma absoluta em razão do local do Como consequência da proteção do consumidor
dano. Trata-se de competência territorial, que, por ser vulnerável (I, art. 4º) e do direito à facilitação da defe-
de índole funcional, é inderrogável e improrrogável sa dos direitos (VIII, art. 6º), tem-se o art. 101, do CDC.
por vontade das partes. O inciso I deste dispositivo possibilita que o consumi-
Cumpre esclarecer, no entanto, que antes de dor lesado proponha a ação no foro do seu domicílio,
se estabelecer o foro competente, é preciso verifi- excepcionando a regra do Código de Processo Civil
car a natureza jurídica do consumidor para definir que estabelece a propositura da ação no foro de domi-
se a competência é da Justiça Federal ou da Justiça cílio do réu. O objetivo é facilitar a defesa dos interes-
Estadual. ses do consumidor sem impor a ele custos.
Exemplo: imagine um bem fabricado no Rio Grande
do Sul e que este produto apresente vício para um consu-
Dica midor residente no Amapá. Assim, a responsabilidade de
A competência da Justiça Federal está estabele- arcar com os custos é do fornecedor, uma vez que foi ele
cida no inciso I, art. 109, da CF, de 1988. que inseriu o produto com vício no mercado.
Dica: trata-se de competência relativa, visto que o
O art. 95 estabelece que a condenação para os consumidor pode optar por propor a ação no foro de
casos de procedência da demanda deve ser genérica. domicílio do fornecedor.
Assim, será na liquidação e na execução da sentença O inciso II, do art. 101, traz a possibilidade de o for-
que serão estabelecidos, conforme o caso concreto, os necedor chamar ao processo a seguradora, nos casos
valores da condenação. A competência para promo- de existir contrato de seguro.
ção destas ações encontra-se no art. 97, podendo ser O art. 102, por sua vez, busca a prevenção dos
proposta pela própria vítima ou por seus sucessores. danos.
O art. 98 cuida da possibilidade de a execução ser Já os arts. 103 e 104 dispõem sobre a coisa julgada
proposta pelos legitimados do art. 82, no caso de exis- nos seguintes termos:
tir sentença de liquidação fixando o montante para
cada vítima. Art. 103 Nas ações coletivas de que trata este códi-
O art. 99 cuida do caso de concursos de créditos go, a sentença fará coisa julgada:
decorrentes da condenação e de indenização pelos I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado
prejuízos individuais. improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra
Por fim, o art. 100 trata da denominada execução
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova
fluid recovery, ou seja, da execução subsidiária promo-
prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único
vida no caso de não existirem habilitados em número
do art. 81;
compatível com a gravidade do dano no prazo de um II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo,
ano do trânsito em julgado da sentença. O produto da categoria ou classe, salvo improcedência por insu-
arrecadação será destinado a um fundo criado pela ficiência de provas, nos termos do inciso anterior,
Lei nº 7.347, de 1985. quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
Os arts. 101 e 102 cuidam das ações de responsabi- do parágrafo único do art. 81;
lidade do fornecedor de produtos e serviços. Vejamos III - erga omnes, apenas no caso de procedência
os dispositivos: do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
Art. 101 Na ação de responsabilidade civil do único do art. 81.
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo § 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos inci-
do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão sos I e II não prejudicarão interesses e direitos indi-
observadas as seguintes normas: viduais dos integrantes da coletividade, do grupo,
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; categoria ou classe.
II - o réu que houver contratado seguro de respon- § 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
sabilidade poderá chamar ao processo o segurador, improcedência do pedido, os interessados que não tive-
vedada a integração do contraditório pelo Instituto rem intervindo no processo como litisconsortes pode-
de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença rão propor ação de indenização a título individual.
que julgar procedente o pedido condenará o réu nos § 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art.
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24
o réu houver sido declarado falido, o síndico será de julho de 1985, não prejudicarão as ações de inde-
intimado a informar a existência de seguro de res- nização por danos pessoalmente sofridos, propostas
ponsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, individualmente ou na forma prevista neste código,
o ajuizamento de ação de indenização diretamente mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas
contra o segurador, vedada a denunciação da lide e seus sucessores, que poderão proceder à liquida-
ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o ção e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
litisconsórcio obrigatório com este. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à
Art. 102 Os legitimados a agir na forma deste códi- sentença penal condenatória.
go poderão propor ação visando compelir o Poder Art. 104 As ações coletivas, previstas nos incisos I e
Público competente a proibir, em todo o território II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litis-
372 nacional, a produção, divulgação distribuição ou pendência para as ações individuais, mas os efeitos
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que Art. 104-A A requerimento do consumidor supe-
aludem os incisos II e III do artigo anterior não rendividado pessoa natural, o juiz poderá ins-
beneficiarão os autores das ações individuais, se taurar processo de repactuação de dívidas,
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta com vistas à realização de audiência conciliatória,
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento presidida por ele ou por conciliador credenciado
da ação coletiva. no juízo, com a presença de todos os credores de
dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual
Por coisa julgada entende-se a imutabilidade dos o consumidor apresentará proposta de plano de
efeitos da sentença. Este efeito é adquirido por meio pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos,
preservados o mínimo existencial, nos termos da
do trânsito em julgado da sentença. Importante
regulamentação, e as garantias e as formas de
esclarecer que os efeitos da coisa julgada nas ações
pagamento originalmente pactuadas.
coletivas são distintos das ações individuais. § 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívi-
O que ocorre é que, nas ações individuais, a sen- das, ainda que decorrentes de relações de consumo,
tença se opera tanto para beneficiar como para pre- oriundas de contratos celebrados dolosamente sem
judicar as partes da demanda. Já nas ações coletivas, o propósito de realizar pagamento, bem como as
a coisa julgada projeta-se para a coletividade subs- dívidas provenientes de contratos de crédito com
tituída apenas para beneficiar os consumidores e garantia real, de financiamentos imobiliários e de
não para prejudicá-los. crédito rural.
Neste ponto, o art. 104 estabelece a separação entre § 2º O não comparecimento injustificado de qual-
os interesses e a relação entre a demanda coletiva e a quer credor, ou de seu procurador com poderes
individual, ou seja, se irá induzir a litispendência. especiais e plenos para transigir, à audiência de
conciliação de que trata o caput deste artigo acar-
Em síntese — arts. 103 e 104, do CDC:
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a
interrupção dos encargos da mora, bem como a
z Interesse difuso: sujeição compulsória ao plano de pagamento da
dívida se o montante devido ao credor ausente
No caso de interesse difuso a sentença terá efeito for certo e conhecido pelo consumidor, devendo o
erga omnes se for julgada procedente. No caso de pagamento a esse credor ser estipulado para ocor-
improcedência, é preciso dividir as situações. Se hou- rer apenas após o pagamento aos credores presen-
ver exame de provas e a ação for julgada improceden- tes à audiência conciliatória.
te, o efeito é erga omnes para impedir a propositura § 3º No caso de conciliação, com qualquer credor,
de nova ação coletiva, porém o lesado poderá propor a sentença judicial que homologar o acordo descre-
ação individual, pois não induz a litispendência. verá o plano de pagamento da dívida e terá eficácia
Já no caso de improcedência por falta de provas, de título executivo e força de coisa julgada.
não haverá coisa julgada erga omnes, e qualquer § 4º Constarão do plano de pagamento referido no
§ 3º deste artigo:
interessado pode propor novamente a demanda (não
I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e
gera litispendência).
de redução dos encargos da dívida ou da remunera-
ção do fornecedor, entre outras destinadas a facili-
z Interesse coletivo stricto sensu: tar o pagamento da dívida;
II - referência à suspensão ou à extinção das ações
No caso de interesse coletivo, a procedência da judiciais em curso;
sentença gera efeitos ultra partes, portanto limita- III - data a partir da qual será providenciada a
dos ao grupo, categoria ou classe. No caso de impro- exclusão do consumidor de bancos de dados e de
cedência com exame das provas, também haverá cadastros de inadimplentes;
coisa julgada ultra partes, de modo a impedir nova IV - condicionamento de seus efeitos à abs-
propositura de ação coletiva, mas sem impedir que tenção, pelo consumidor, de condutas que
o lesado proponha a ação individual (não induz importem no agravamento de sua situação de
superendividamento.
litispendência).
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere
No caso de ter sido julgada improcedente por fal-
o caput deste artigo não importará em declaração
ta de provas, não haverá coisa julgada erga omnes, de insolvência civil e poderá ser repetido somente
e qualquer interessado pode propor novamente a após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado
demanda (não gera litispendência). da liquidação das obrigações previstas no plano de
pagamento homologado, sem prejuízo de eventual
ATENDIMENTO BANCÁRIO
a) diminuir os juros cobrados dos correntistas. 8. (CESGRANRIO — 2023) Alguns vendedores levaram
b) informar sobre a carga tributária dos investimentos. até a direção de uma empresa uma lista de situações
c) propor o acesso a novos produtos do banco. ou práticas que consideravam eticamente problemá-
d) retirar os dados do mailing da companhia. ticas e que gostariam que fossem tratadas por essa
e) sugerir mudanças no horário das visitas à agência. empresa.
5. (CESGRANRIO — 2021) No marketing de relacionamento Um dos casos mais críticos era o de propinas e, para
de uma empresa, foi utilizada uma venda consultiva. tratar disso, a direção baixou uma portaria em que
deve constar o seguinte:
Isso significa que tal venda foi focada:
a) Todas as informações a respeito do serviço oferecido
a) no recebimento dos pedidos de compra, buscando a ao cliente devem ser apresentadas e deve ser dado
minimização do preço para garantir a venda e a gestão todo o tempo necessário para que o cliente tome a
de todas as contas. decisão a respeito da contratação ou da renovação
b) no canal de vendas (atração), fluxo e conversão, sem desse serviço.
levar em conta os processos internos de atendimento b) Fica vedado a qualquer funcionário da empresa ofe-
e a divulgação do serviço. recer produtos de qualquer valor, bem como qualquer
ATENDIMENTO BANCÁRIO
c) nos clientes interessados nos serviços de valor agre- quantia em dinheiro, a contratantes dos serviços do
gado, envolvendo os profissionais que têm conheci- banco ou a seus representantes.
mento profundo da empresa. c) Não será permitida a efetivação de qualquer contrato
d) nos clientes que não estão interessados, ou que são de fornecimento de serviços aos clientes que consta-
incapazes de ter recursos para os serviços de valor rem na lista de inadimplentes do Serviço Central de
agregado oferecidos pela empresa de venda. Proteção ao Crédito.
e) nas técnicas de coaching, onde o vendedor não fala d) As informações pessoais dos contratantes estão pro-
para o cliente qual é a solução para o seu problema, tegidas pela Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais,
conduzindo-o para insights através de perguntas. não podendo, por esse motivo, ser acessadas pela
equipe de vendas do banco.
6. (CESGRANRIO — 2021) Como forma de acompanhar e) Em todos os casos de negociações com clientes para
o desempenho de campanhas de marketing digital, contratação de serviços do banco, os vendedores
os gestores costumam utilizar métricas de marketing devem agir de forma que beneficie a empresa e não
digital. lhe cause prejuízos. 375
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9. (CESGRANRIO — 2021) Segundo pesquisa contratada Nesse caso, a taxa de abandono foi de:
por um banco, os clientes tendem a perceber melhor a
vontade que os funcionários têm de ajudar os clientes a) 3,5%
e atendê-los sem demora, quando isso é mostrado em b) 7,5%
uma propaganda. c) 15,0%
d) 58,0%
Dessa forma, segundo a pesquisa, há uma relação e) 63,0%
direta positiva entre o componente do composto de
marketing e a dimensão da qualidade em serviço 13. (CESGRANRIO — 2021) O grau em que os clientes
denominados, respectivamente, estão dispostos a aceitar a variação de desempenho
de um serviço avaliado como aceitável é denominado:
a) produto e empatia
b) praça e confiabilidade a) lacuna de qualidade
c) produto e tangibilidade b) lacuna na interpretação
d) promoção e segurança c) lacuna nas percepções
e) promoção e responsividade d) zona de tolerância
e) diagrama de controle
10. (CESGRANRIO — 2021) Das cinco dimensões da
qualidade do serviço - confiabilidade, tangibilidade, 14. (CESGRANRIO — 2021) Um atendente comercial de
sensibilidade, segurança e empatia -, a confiabilidade um banco privilegia dois tipos de habilidades para a
tem constantemente se mostrado como o fator mais realização de seu trabalho: a observação refletida e a
importante na avaliação da qualidade do serviço pelos conceitualização abstrata. Assim sendo, ele gosta de
clientes de um banco. criar modelos teóricos, raciocina por indução, se inte-
ressa pelas ideias e conceitos abstratos, gosta que
Isso ocorre porque a confiabilidade é uma medida de: suas teorias sejam bem fundamentadas e verídicas
e procura diversas explicações para um evento que
a) favorecimento da discrepância entre o desempenho observa.
de um fornecedor e as expectativas do cliente, já que
evidencia a situação do momento. Com base nessas características, verifica-se que o
b) resultado, já que os clientes a avaliam depois da expe- atendente do banco privilegia um estilo de aprendiza-
riência de serviço, diferentemente das outras dimen- gem de:
sões, que são medidas de processo.
c) controle, que traça as mudanças quantitativas no a) acomodação
desempenho do serviço em uma variável específica b) assimilação
relativa a um padrão predefinido. c) divergência
d) causa-efeito, que relaciona problemas específicos do d) convergência
serviço a diferentes categorias de causas subjacentes. e) racionalização
e) excedente do consumidor, que identifica a diferença
entre o preço real pago e a percepção do cliente sobre 15. (CESGRANRIO — 2021) Um funcionário, em um deter-
o valor do produto. minado setor, desenvolveu uma maneira própria de
atuar, alinhado à visão e à missão da organização e
11. (CESGRANRIO — 2021) Uma pesquisa junto aos clien- aos normativos internos. Ele se tornou uma referência,
tes de um banco revelou que havia problemas com a por sempre ter um conselho ou uma orientação a dar
dimensão da qualidade de serviços empatia. aos colegas, mesmo que usando metáforas e uma lin-
guagem nada usual, em uma espiral do aprendizado.
Dessa forma, para melhorar a percepção da qualidade
do serviço desse banco, os gerentes deveriam: Visando à sustentabilidade organizacional, verifica-se
que o funcionário converte conhecimento tácito em
a) melhorar as instalações, equipamentos e mobiliário explícito por meio de:
das agências.
b) investir mais recursos em propagandas focadas nos a) combinação
clientes locais. b) exteriorização
c) instruir os funcionários a dedicar atenção individuali- c) institucionalização
zada aos clientes. d) interiorização
d) reduzir os custos de operação e cobrar tarifas mais e) socialização
baixas pelos serviços.
e) ampliar o treinamento dos funcionários e tornar os 16. (CESGRANRIO — 2021) Um banco brasileiro de inves-
serviços mais confiáveis. timentos decidiu tornar-se banco múltiplo, oferecendo
conta-corrente apenas no formato digital, com taxa
12. (CESGRANRIO — 2021) A ampliação das fronteiras zero aos seus clientes. Sustentou sua decisão por
do marketing digital fez com que os canais remotos reconhecer a perecibilidade dos serviços de outros
de vendas passassem a ter importância muito grande bancos tradicionais, já que algumas agências ficavam
nos negócios. Como forma de monitorar os resulta- vazias na maior parte do dia, enquanto enormes filas
dos das atividades de marketing desenvolvidas no site se formavam em horários de pico, sendo menos cus-
oficial de uma empresa, o gerente constatou que, ao toso o atendimento virtual.
longo de uma semana, 420 compras foram iniciadas
no site, mas apenas 357 foram finalizadas e geraram Nesse caso, a decisão tomada deveu-se à seguinte
376 receitas para a empresa. característica dos serviços:
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a) existência de variação na consistência de entrega e b) sofisticada, para permitir o uso dos institutos bancá-
dificuldade de padronização. rios e estabelecer critérios para a clientela abonada.
b) existência de cocriação com participação física e dire- c) clara, para possibilitar a acessibilidade do público e
ta de funcionário e cliente. permitir o entendimento adequado.
c) dificuldade de explicar os benefícios de algo que não d) simples, para carrear novos clientes em operações de
pode ser tocado. alto risco no mercado de capitais.
d) impossibilidade de ser guardado, estocado ou e) elaborada, com o manuseio de vocábulos espe-
armazenado. ciais que transmitem o real sentido das operações
e) facilidade de ser copiado por seus processos não tradicionais.
serem patenteáveis.
20. (CESGRANRIO — 2023) Na análise da flor de serviço
17. (CESGRANRIO — 2023) J é economista, com larga de uma instituição bancária, é possível identificar muitos
experiência no setor financeiro, tendo iniciado sua serviços suplementares facilitadores que permitem aos
carreira como caixa em pequeno banco no interior do clientes usar o produto central com mais eficiência, além
estado onde nasceu. Dado o seu currículo, foi convi- de serviços suplementares realçadores (de ampliação)
dado para exercer atividade de ouvidor em prestigiada que aumentam o valor do serviço central.
instituição financeira.
Fazem parte dos serviços suplementares facilitadores
Nos termos da Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outu- os seguintes elementos:
bro de 2020, o estatuto da instituição financeira deve con-
ter, dentre outros dados, os critérios de designação e de a) exceções, faturas, consultoria e salvaguarda
destituição do ouvidor e o tempo de duração de seu: b) hospitalidade, proteção, informações e pagamento
c) consultoria, cobrança, hospitalidade e proteção
a) experimento d) informações, tomada de pedido, faturas e pagamento
b) estágio e) recebimento de pedido, consulta, cobrança e
c) mandato salvaguarda
d) monitoramento
e) controle 21. (CESGRANRIO — 2023) Em uma organização, estão
exigindo que os vendedores troquem a tradicional ven-
18. (CESGRANRIO — 2022) D é um cliente de renomada ins- da de soluções pela venda de insights – estratégia que
tituição financeira e foi atingido por criminosos digitais exige uma abordagem radicalmente distinta em várias
que entraram em sua conta-corrente e realizaram várias áreas do processo de compra.
operações financeiras, incluindo saques, transferências,
pagamentos e empréstimos, gerando vultoso prejuízo Para realizar uma venda de insights, os vendedores
para o correntista. Cumprindo os protocolos, D dirigiu-se têm:
à agência bancária onde possuía sua conta-corrente e
efetuou contestações às operações, bem como comu- a) focado em um tipo de organização com uma visão cla-
nicou a fraude ao serviço de atendimento. A instituição ra, fechada, com necessidades já determinadas; em
comunicou que analisaria as contestações no prazo de vez de em uma organização ágil, flexível, com necessi-
trinta dias. Inconformado com o prazo que considerou dades emergentes.
longo e tendo em vista possuir contas a pagar, D apresen- b) priorizado identificar que necessidade o cliente está
tou reclamação à Ouvidoria. buscando suprir, em vez de identificar a necessidade
que o cliente ainda nem reconheceu que tem.
Nos termos da Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outu- c) direcionado o fluxo de informações da venda, orientando
bro de 2020, é atribuição da Ouvidoria, quando as deman- o cliente sobre como comprar, apoiando-o durante todo
das dos clientes e usuários de produtos e serviços não o processo, em vez de fazer perguntas para que o cliente
tiverem sido solucionadas nos canais de atendimento possa conduzi-los durante o processo de compra.
primário da instituição, prestar atendimento de: d) iniciado a conversa com o cliente, sabatinando-o
sobre suas necessidades e buscando um “gancho”
a) urgência para oferecer a melhor solução, em vez de apresentar
b) recurso ideias provocativas sobre o que o cliente deveria fazer.
c) última instância e) embasado sua prática na abertura do processo de
d) previsibilidade venda com perguntas feitas e soluções para o clien-
e) excepcionalidade te, em vez de gerar ideias inovadoras para atender os
ATENDIMENTO BANCÁRIO
21 C
a) responder imediatamente aos reclamos dos clientes.
b) indenizar, no prazo mais curto possível, os danos 22 A
causados.
c) monitorar o relacionamento com os clientes, inclusive 23 B
por meio de métricas adequadas. 24 C
d) aguardar passivamente o nível de reclamação dos
usuários para tomar providências, após determinado 25 A
378 nível de insatisfação.
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