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Caixa Econômica

Federal
Técnico Bancário

NV-011JH-23-PREP-CAIXA-TEC-BAN
Cód.: 7908428805548
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro foi
organizado de acordo com os itens mais relevantes e principais
atualizações do último edital para o cargo de Técnico Bancário
da Caixa Econômica Federal – CAIXA.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do último edital e reorganizando-os
quando necessário, de uma maneira didática para que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados
nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-
ritados da banca CESGRANRIO, organizadora responsável pelo
último certame.

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-
sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas
aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será
um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-
do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público.

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dos complementares disponíveis on-line para este livro em nos-
sa plataforma: Conteúdo Complementar de Redação Discursiva e
Oficial disponível em PDF para download.

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• Redação Discursiva e Oficial – Disponível em PDF para Download

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................11
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS .......................................................................... 11

TIPOLOGIA TEXTUAL ......................................................................................................................... 13

ORTOGRAFIA OFICIAL ....................................................................................................................... 17

ACENTUAÇÃO GRÁFICA ..................................................................................................................................17

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS ........................................................................................ 18

COLOCAÇÃO DO PRONOME ÁTONO................................................................................................................27

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ................................................................................. 37

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO .............................................................................................. 38

PONTUAÇÃO ....................................................................................................................................... 47

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL............................................................................................ 50

REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL ....................................................................................................... 54

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ....................................................................................................... 55

MATEMÁTICA FINANCEIRA..........................................................................................63
CONCEITOS GERAIS........................................................................................................................... 63

O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO........................................................................................63

FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE CAIXA................................................................................64

EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA............................................................................................................................64

SEQUÊNCIAS....................................................................................................................................... 65

LEI DE FORMAÇÃO DE SEQUÊNCIAS E DETERMINAÇÃO DE SEUS ELEMENTOS.........................................65

PROGRESSÕES ARITMÉTICAS.........................................................................................................................66

PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS.......................................................................................................................67

JUROS SIMPLES................................................................................................................................. 68

CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA


OPERAÇÃO FINANCEIRA..................................................................................................................................68

JUROS COMPOSTOS.......................................................................................................................... 74

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CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA
OPERAÇÃO FINANCEIRA..................................................................................................................................74

DESCONTOS ....................................................................................................................................... 84

CÁLCULO DO VALOR ATUAL, DO VALOR NOMINAL E DA TAXA DE DESCONTO...........................................84

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO ......................................................................................................... 85

SISTEMA PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES) E SISTEMA SAC (MÉTODO DAS
AMORTIZAÇÕES CONSTANTES)......................................................................................................................85

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS..................................................................................91
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL................................................................................................... 91

MERCADO FINANCEIRO E SEUS DESDOBRAMENTOS (MERCADOS MONETÁRIO,


DE CRÉDITO, DE CAPITAIS E CAMBIAL)........................................................................................... 99

OS BANCOS NA ERA DIGITAL: ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E DESAFIOS..................................101

INTERNET BANKING........................................................................................................................................101

FINTECHS E STARTUPS..................................................................................................................................101

MOBILE BANKING............................................................................................................................................101

OPEN BANKING...............................................................................................................................................102

O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS CRIPTOMOEDAS................104

SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX).....................................................................................106

SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING)................................................................................107

BIG TECHS........................................................................................................................................................107

NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS....................................................................................................108

CORRESPONDENTES BANCÁRIOS.................................................................................................109

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO SISTEMA FINANCEIRO.............................................................110

MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA....................................................................................................110

POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING)..........110

TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS.........................................................................................111

O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS REMUNERADOS DOS BANCOS COMERCIAIS NO


BANCO CENTRAL DO BRASIL..........................................................................................................112

ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA PÚBLICA......................112

PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO TRABALHADOR.............114

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NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS.............................................................................................115

NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO................................................................................................125

INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E OPERAÇÕES BÁSICAS..........................................................125

REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS, FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS............................126

TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS........................................................................................................126

IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES;


DIFERENCIAL DE JUROS INTERNO E EXTERNO............................................................................................127

PRÊMIOS DE RISCO; FLUXO DE CAPITAIS E SEUS IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO................128

DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES NO MERCADO INTERBANCÁRIO................................128

MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E


RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO...........................................................................................................130

CONSÓRCIOS...................................................................................................................................................130

INVESTIMENTOS E SEGUROS, CAPITALIZAÇÃO..........................................................................................130

PREVIDÊNCIA E POUPANÇA..........................................................................................................................132

CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR..............................................................................................................134

NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO..............................................................................................137

CRÉDITO RURAL..............................................................................................................................................139

TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS...........................................................................................142

TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E A CURVA DE JUROS.......................................................143

TAXA DE JUROS DE CURTO PRAZO...............................................................................................................143

CURVA DE JUROS............................................................................................................................................143

GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.....................................................................144

AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA, HIPOTECA E


FIANÇAS BANCÁRIAS.....................................................................................................................................144

PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO..............................................148

CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E ETAPAS..........................................................................148

LEI Nº 9.613, DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES................................................................................................149

CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020........................................................................................156

CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE 2020 E SUAS ALTERAÇÕES......................................159

AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA......................................................................................................163

SIGILO BANCÁRIO: LEI COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001 E SUAS ALTERAÇÕES...................164

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LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO
DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES........................................................................................................166

LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº 12.846, DE 2013 E DECRETO Nº 11.129,


DE 11 DE JULHO DE 2022.................................................................................................................174

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES..........................................................183

NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL..................................................................185

A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS..................................................................186

LEI Nº 7.998, DE 1990 (PROGRAMA DESEMPREGO E ABONO SALARIAL - BENEFICIÁRIOS


E CRITÉRIOS PARA SAQUE)............................................................................................................187

ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE,
MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA).................................................................................193

LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 1970 (PIS)......................................................................................195

LEI Nº 8.036, DE 1990 (FGTS): POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO/SAQUE;


CERTIFICADO DE REGULARIDADE DO FGTS; GUIA DE RECOLHIMENTO (GRF).........................197

PRODUTOS: ABERTURA E MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS: DOCUMENTOS BÁSICOS...............203

PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL,


REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO......................................................................................................205

SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO......................................................................................206

CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL; CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA


ECONÔMICA FEDERAL E A POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL.....................................................................................................................211

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA.................................................. 217


REPRESENTAÇÃO TABULAR E GRÁFICA.......................................................................................217

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL (MEDIDAS DE POSIÇÃO: MÉDIA, MEDIANA, MODA,


MÍNIMO E MÁXIMO) E DE DISPERSÃO (AMPLITUDE, AMPLITUDE INTERQUARTIL,
VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO)...................................................219

CÁLCULO DE PROBABILIDADE........................................................................................................223

TEOREMA DE BAYES E PROBABILIDADE CONDICIONAL.............................................................229

POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................................................230

CORRELAÇÃO LINEAR SIMPLES.....................................................................................................231

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CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA................................................................... 237
EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE -
WORD, EXCEL E POWERPOINT - VERSÃO O365)...........................................................................237

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO......................................................................................................256

FUNDAMENTOS, CONCEITOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA................................................................256

SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº 4893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021........................267

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS,


PASTAS E PROGRAMAS...................................................................................................................272

REDES DE COMPUTADORES............................................................................................................280

CONCEITOS BÁSICOS.....................................................................................................................................280

FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET......................................281

NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR).....................283

CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, FÓRUNS E WIKIS..........................................................285

REDES SOCIAIS ................................................................................................................................289

LINKEDIN..........................................................................................................................................................290

FACEBOOK........................................................................................................................................................290

TWITTER..........................................................................................................................................................292

INSTAGRAM.....................................................................................................................................................293

WHATSAPP......................................................................................................................................................293

YOUTUBE..........................................................................................................................................................295

TELEGRAM.......................................................................................................................................................296

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE


NEGÓCIO............................................................................................................................................296

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO DE


ÁUDIO E VÍDEO..................................................................................................................................300

FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E TRABALHO A DISTÂNCIA .............................................303

ATENDIMENTO BANCÁRIO......................................................................................... 309


NOÇÕES DE ESTRATÉGIA EMPRESARIAL: ANÁLISE DE MERCADO, FORÇAS
COMPETITIVAS, IMAGEM INSTITUCIONAL E IDENTIDADE E POSICIONAMENTO ...................309

SEGMENTAÇÃO DE MERCADO........................................................................................................312

AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE................................................314


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GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE.........................................................................................315

APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL......................................................316

CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE,


VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE...............................................................................................318

GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS.........................................................................................318

TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS...............................................319

NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE COPYWRITING,


GATILHOS METAIS E INBOUND MARKETING................................................................................321

ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM VENDAS..........................................................................322

PADRÕES DE QUALIDADE NO ATENDIMENTO AOS CLIENTES....................................................323

UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS PARA VENDAS.....................................................................324

COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E


NEGOCIAÇÃO....................................................................................................................................324

POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM O CLIENTE: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.949, DE 30


DE SETEMBRO DE 2021....................................................................................................................325

RESOLUÇÃO CMN Nº 4860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020...........................................................327

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694, DE 2009, E ALTERAÇÕES.................................................................331

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA


COM DEFICIÊNCIA): LEI Nº 13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015....................................................332

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR: LEI Nº 8.078. DE 1990 (VERSÃO


ATUALIZADA)....................................................................................................................................346

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Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.

LÍNGUA PORTUGUESA Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras”


para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a
orientação do pensamento do autor do texto, que fica
perceptível quando identificamos como o raciocínio
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
da análise de dados, informações com fontes confiáveis
TEXTOS ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
das consequências, a fim de se identificar as causas.
A interpretação e a compreensão textual são aspec- Por isso, é preciso compreender como podemos
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida- interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
a aprovação. A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
Além disso, seja a compreensão textual, seja a que focam nas formas de inferência sobre um texto.
interpretação textual, ambas guardam uma relação de Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
proximidade com um assunto pouco explorado pelos o processo de inferência, que se dá por dedução ou
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma O marido da minha chefe parou de beber.
linguística pode assumir. Observe que é possível inferir várias informa-
Portanto, neste material você encontrará recursos ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
para solidificar seus conhecimentos em interpretação
enunciador é casada (informação comprovada pela
e compreensão textual, associando a essas temáticas
expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
as relações semânticas que permeiam o sentido de
dor está trabalhando (informação comprovada pela
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual-
expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada
da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa
ser reconhecido por quem o lê. pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
breve diferença entre os termos compreensão e interpretar essas informações.
interpretação textual. Tratando-se de interpretação textual, os processos
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste tem de uma certeza prévia para a concepção de uma
material, ainda que existam relações de sinonímia interpretação, construída pelas pistas oferecidas no
entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor texto junto da articulação com as informações acessa-
por um termo ao invés de outro reflete um sentido das pelo leitor do texto.
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
interpretação realiza ligações com o texto a partir senta como ocorre a relação desses processos:
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura.
Já a compreensão busca a análise de algo exposto no DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma
expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- INFERÊNCIA
cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
essencialmente relacionados à significação das palavras
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
Sabendo disso, é importante separarmos os con- A partir desse esquema, conseguimos visualizar
teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
compreensivo. iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
Esses assuntos completam o estudo basilar de tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
semântica com foco em provas e concursos, sempre ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
LÍNGUA PORTUGUESA

de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
praticar seus conhecimentos realizando a seleção de de mundo na interpretação de textos.
exercícios finais, selecionados especialmente para
que este material cumpra o propósito de alcançar sua A INDUÇÃO
aprovação.
As estratégias de interpretação que observam
INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
A inferência é uma relação de sentido conhecida za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus-
desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no
interpretação de texto. texto e que variam conforme o tipo textual. 11
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Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos Fique atento a essa informação, pois é uma das
identificar uma organização cronológica e espacial no primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pretação textual: formular hipóteses, a partir da
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado entre outras informações que podem vir como “aces-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
ideia/ponto de vista. leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
No processo interpretativo indutivo, as ideias são tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
organizadas a partir de uma especificação para uma pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
generalização. Vejamos um exemplo: um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedu-
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
espécie de animal. O que observei neles, no tempo
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- z conhecimento linguístico;
te para não os amar, nem os imitar. São em geral z conhecimento textual;
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de z conhecimento de mundo.
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos
detalhados e impotentes para generalizar, cur- O conhecimento de mundo, por tratar-se de um
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, assunto mais abrangente, será abordado mais adiante.
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia- Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21) Conhecimento Linguístico

O trecho em destaque na citação do escritor Lima Esse é o conhecimento basilar para compreensão
Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías e decodificação do texto, envolve o reconhecimento
Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por
indutivo compõe a interpretação e decodificação de uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reco-
um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estraté- nhecimento das regras de uma língua.
gias usadas para identificar essa forma de interpretar, É importante salientar que as regras de reconhe-
deixamos a seguir dicas de como buscar a organiza- cimento sobre o funcionamento da língua não são,
necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras
ção cronológica de um texto.
que estabelecem, por exemplo, no caso da língua por-
tuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a,
A propriedade vocabular leva que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-ver-
o cérebro a aproximar as pa- bo-objeto (SVO) etc.
PROCURE SINÔNIMOS Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento
lavras que têm maior asso-
ciação com o tema do texto linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimento
sobre como pronunciar português, passando pelo conheci-
Os conectivos (conjunções, mento de vocabulário e regras da língua, chegando até o
preposições, pronomes) conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
ATENÇÃO AOS
são marcadores claros de Um exemplo em que a interpretação textual é preju-
CONECTIVOS
opiniões, espaços físicos e dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir:
localizadores textuais

A DEDUÇÃO

A leitura de um texto envolve a análise de diversos


aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de
maneira implícita no enunciado.
Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
forme Kleiman (2016):

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo


temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
tema; ele estará também postulando uma possível
estrutura textual; na predição ele estará ativando
seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará
enriquecendo, refinando, checando esse conheci-
mento. (KLEIMAN, 2016, p. 47)

12 Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020.


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Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores TIPOLOGIA TEXTUAL
proficientes nessa língua serão capazes de decodificar
e entender o que está escrito; assim, o conhecimento CONHECENDO OS TIPOS TEXTUAIS
linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas
são algumas estratégias de interpretação em que Tipos ou sequências textuais são unidades que estru-
podemos usar métodos dedutivos. turam o texto. Para Bronckart1, “são unidades estrutu-
rais, relativamente autônomas, organizadas em frases”.
Conhecimento Textual Os tipos textuais marcam uma forma de organiza-
ção da estrutura do texto, que se molda a depender
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- do gênero discursivo e da necessidade comunicativa.
mento linguístico e se desenvolve pela experiência Por exemplo, há gêneros que apresentam a predomi-
leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de nância de narrações (contos, fábulas, romances, his-
textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe- tória em quadrinhos etc.). Já em outros, predomina a
cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque argumentação (redação do Enem, teses, dissertações,
prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que artigos de opinião etc.).
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê No intuito de conceituar melhor os tipos textuais,
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a
reportagem como se lê um poema. seguinte figura, que demonstra como podemos identi-
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- ficar os tipos textuais e suas principais características,
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de tendo em vista que cada sequência textual apresenta
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. características próprias que pouco ou nada sofrem em
alterações, mantendo uma estrutura linguística quase
Conhecimento de Mundo rígida que nos permite classificar os tipos textuais em
cinco categorias (narrativo, descritivo, expositivo,
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental instrucional e argumentativo).
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre
importante que o candidato a cargos públicos reserve
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes GÊNERO TEXTUAL
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen-
tar seu conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso TEXTO
FRASES TIPO TEXTUAL
conhecimento de mundo que é relevante para a com-
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
cérebro associar informações, a fim de compreender
o novo texto que está em processo de interpretação. A partir dessa imagem, podemos identificar que a
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer- orientação gramatical mantida pelas frases apresenta
cício para atestarmos a importância da ativação do marcas linguísticas, assinalando o tipo textual predo-
conhecimento de mundo em um processo de interpre- minante que o texto deve manter, organizado pelas
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede: marcas do gênero textual ao qual o texto pertence.

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa- TIPO TEXTUAL


fiou valentemente todos os risos desdenhosos que Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresentadas no
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga- texto. Também é chamado de sequência textual
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam GÊNERO TEXTUAL
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as Classifica-se conforme a função do texto, atribuída socialmente
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e Uma última informação muito importante sobre tipos
vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24) textuais que devemos considerar é que nenhum texto é
composto apenas por um tipo textual; o que ocorre é a
Agora tente responder as seguintes perguntas existência de predominância de algumas sequências em
sobre o texto: detrimento de outras, de acordo com o texto.
Quem é o herói de que trata o texto? A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe
Quem são as três irmãs? de tipos textuais, reconhecendo suas principais carac-
Qual é o planeta inexplorado? terísticas e marcas linguísticas.
LÍNGUA PORTUGUESA

Certamente, você não conseguiu responder nenhu-


ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des- CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque Narrativo
responder às questões; certamente você não terá mais
as mesmas dificuldades. Os textos compostos predominantemente por
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar sequências narrativas cumprem o objetivo de contar
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do uma história, narrar um fato. Por isso, precisam man-
que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré- ter a atenção do leitor/ouvinte e, para tal, lançam mão
vio que é essencial para a interpretação de questões. de algumas estratégias, como a organização dos fatos a
1 Bronckart, 1999 apud Cavalcante, 2013. 13
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partir de marcadores temporais e espaciais, a inclusão Importante!
de um momento de tensão (chamado de clímax) e um
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral. Os gêneros textuais que são predominantemen-
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati- te narrativos apresentam outras tipologias tex-
vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São eles: tuais em sua composição, tendo em vista que
nenhum texto é composto exclusivamente por
z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equilí- uma sequência textual. Por isso, devemos sem-
brio, o que demanda uma situação conflituosa; pre identificar as marcas linguísticas que são pre-
z Complicação: desenvolvimento da tensão apre- dominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
sentada inicialmente;
z Ações (para o clímax): acontecimentos que am-
Para sua compreensão, também é necessário saber
pliam a tensão;
o que são marcadores temporais e espaciais. São
z Resolução: momento de solução da tensão;
formas linguísticas como advérbios, pronomes, locu-
z Situação final: retorno da situação equilibrada; ções etc. utilizadas para demarcar um espaço físico
z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos,
a resolução; esses elementos são essenciais para marcar o equi-
z Moral: apresentação de valores morais que a his- líbrio e a tensão da história, além de garantirem a
tória possa ter apresentado. coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais
e espaciais: atualmente, naquele dia, nesse momento,
Esses sete passos podem ser encontrados no aqui, ali, então...
seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que como Outro indicador do texto narrativo é a presença do
eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, narrador da história. Por isso, é importante apren-
bem como aprender a identificar outros pontos do dermos a identificar os principais tipos de narrador
tipo textual narrativo. de um texto:

Era um garoto que como eu Amava os Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o
Beatles e os Rolling Stones responsável por contar os fatos que compõem o texto
Girava o mundo sempre a cantar
As coisas lindas da América Situação inicial: Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pes-
Não era belo, mas mesmo assim predomínio de soa. O narrador participa dos fatos
Havia mil garotas a fim equilíbrio
Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa.
Cantava Help and Ticket to Ride
Oh Lady Jane e Yesterday O narrador tem propriedade dos fatos contados, porém,
Cantava viva à liberdade não participa das ações
Mas uma carta sem esperar Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na
Da sua guitarra, o separou 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os fatos e
Complicação: início
Fora chamado na América
da tensão não participa das ações, porém, o fluxo de consciência
Stop! Com Rolling Stones do narrador pode ser exposto, levando o texto para a 1ª
Stop! Com Beatles songs pessoa
Mandado foi ao Vietnã
Clímax
Lutar com vietcongs
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas pre-
Era um garoto que como eu dominantemente narrativas são notícia, diário, conto,
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução fábula, entre outros. É importante reafirmar que o
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã fato de esses gêneros serem essencialmente narrati-
vos não significa que não possam apresentar outras
Cabelos longos não usa mais
sequências em sua composição.
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá Para diferenciar os tipos textuais e proceder na
A mesma nota, classificação correta, é sempre essencial atentar-se às
Situação final /
ra-tá-tá-tá marcas que predominam no texto.
Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas Após demarcarmos as principais características do
Só gente morta caindo ao chão tipo textual narrativo, vamos agora conhecer as mar-
Ao seu país não voltará
cas mais importantes da sequência textual classifica-
Pois está morto no Vietnã [...]
da como descritiva.
No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim
Descritivo

Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do- O tipo textual descritivo é marcado pelas formas


hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021. nominais que dominam o texto. Os gêneros que uti-
lizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequên-
Essas sete marcas que definem o tipo textual nar- cia descritiva como suporte para um propósito maior.
rativo podem ser resumidas em marcas de organiza- São exemplos de textos cujo tipo textual predominan-
ção linguística que são caracterizadas por: te é a descrição: relato de viagem, currículo, anúncio,
classificados, lista de compras.
z presença de marcadores temporais e espaciais; Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha,
z verbos, predominantemente, utilizados no que relata, no ano de 1500, suas impressões a respeito
passado; de alguns aspectos do território que viria a ser chama-
14 z presença de narrador e personagens. do de Brasil.
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Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de
quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele
que, certo, assim pareciam bem. Também andavam está organizado de forma esquematizada em seções
entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a
assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava
facilitar a leitura (o pedido, no caso) do cliente.
uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a
nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo
o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os Expositivo
joelhos com as curvas assim tintas, e também os
colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a
tanta inocência assim descobertas, que não havia fim de deixar claro o tema principal do texto. Nesse tipo
nisso desvergonha nenhuma. textual, é muito comum a presença de dados, informa-
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero- ções científicas, citações diretas e indiretas, que servem
vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021. para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilus-
trar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
Note que apesar da presença pontual da sequência
narrativa, há predominância da descrição do cenário
e dos personagens, evidenciada pela presença de adje-
tivos (galantes, preto, vermelho, nuas, tingida, desco-
bertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie
de relato descritivo utilizado para manter a comuni-
cação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do
mundo moderno, a carta tornou-se um gênero menos
usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros,
como, por exemplo, o e-mail.
A sequência descritiva também pode se apresentar
de forma esquemática em alguns gêneros, como pode-
mos ver no cardápio a seguir:

Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-
dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua

O infográfico acima apresenta as informações per-


tinentes sobre o panorama mundial da situação da
água no ano de 2016. O gênero foi construído com o
objetivo de deixar o leitor informado a respeito do
tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da lin-
guagem clara e objetiva, de recursos visuais para atin-
gir esse objetivo.
Assim como os tipos textuais apresentados ante-
LÍNGUA PORTUGUESA

riormente, os textos expositivos também apresentam


uma estrutura que mistura elementos tipológicos de
outras sequências textuais, tendo em vista que, para
apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descriti-
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/ vos, narrativos e, por vezes, injuntivos.
noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-
divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso
É importante destacar que os textos expositivos
em: 30 ago. 2021. podem, muitas vezes, serem confundidos com textos
argumentativos, uma vez que existem textos argu-
Note que há a presença de muitos adjetivos, locu- mentativos que são classificados como expositivos,
ções, substantivos, que buscam levar o leitor a ima- pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma
ginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta argumentação.
a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne 15
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Outra importante diferença entre a sequência Como faço para criar uma conta do Instagram?
expositiva e a argumentativa é que esta apresenta uma Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:
opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem 1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone)
para a argumentação, uma vez que o fato exposto ou Google Play Store (Android).
é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento 2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone
sobre uma questão não é posto em debate. para abri-lo.
Apresenta-se um conceito e expõem-se as caracte- 3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de
rísticas desse conceito sem espaço para opiniões. telefone (Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira
Marcas linguísticas do texto expositivo: seu endereço de e-mail ou número de telefone (que exigi-
rá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
z apresenta informações sobre algo ou alguém, pre-
sença de verbos de estado; bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se
z presença de adjetivos, locuções e substantivos que cadastrar com sua conta do Facebook.
organizam a informação; 4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de te-
z desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos; lefone, crie um nome de usuário e uma senha, preencha
z presença de figuras de linguagem como metáfora as informações do perfil e toque em Avançar. Se você
e comparação; se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
z pode apresentar um pensamento contrastivo ao conta do Facebook, caso tenha saído dela.
final do texto. Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso em: 07
set. 2020.
Os textos expositivos são comuns em gêneros cien-
tíficos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosi- No exemplo acima, podemos destacar a presença
dade nos leitores, como o exemplo a seguir: de verbos conjugados no modo imperativo, como: bai-
xe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo,
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO- como: instalar, cadastrar, avançar. Outra caracte-
NARAM O MUNDO rística dos textos injuntivos é a enumeração de passos
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 a serem cumpridos para a realização correta da tare-
fa ensinada e também a fim de tornar a leitura mais
Hedy Lamarr - conexão wireless didática.
É importante lembrar que a principal marca
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” linguística dessa tipologia é a presença de verbos
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy conjugados no modo imperativo e em sua forma infi-
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia nitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer- persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencio-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên- nadas pelo gênero.
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde, Argumentativo
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
Wi-Fi e o Bluetooth. O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais
Fonte: https://glo.bo/2Jgh4Cj. Acesso em: 07 set. 2020. Adaptado. complexo e, por vezes, pode apresentar maior dificul-
dade na identificação, bem como em sua análise.
Instrucional ou Injuntivo O texto argumentativo tem por objetivo a defesa
O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracteri- de um ponto de vista, portanto, envolve a defesa
zado por estabelecer um “propósito autônomo” (CAVAL- de uma tese e a apresentação de argumentos que
CANTE, 2013, p. 73) que busca convencer o leitor a visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex-
realizar alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios
em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet, científicos e filosóficos, dentre outros.
horóscopos e também nos manuais de instrução. Outro aspecto importante dos textos argumentati-
A principal marca linguística dessa tipologia é a vos é que eles são compostos por estruturas linguís-
presença de verbos conjugados no modo imperati- ticas conhecidas como operadores argumentativos,
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve que organizam as orações subordinadas, estruturas
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e mais comuns nesse tipo textual.
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. A seguir, apresentamos um quadro sintético com
Para que possamos identificar corretamente essa algumas estruturas linguísticas que funcionam como
tipologia textual, faz-se necessário observar um gêne- operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
ro textual que apresente esse tipo de texto, como o a leitura de textos argumentativos:
exemplo a seguir:
OPERADORES ARGUMENTATIVOS

É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...

Observe o exemplo a seguir:

“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais


no tratamento das mais diversas doenças relacio-
nadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos
16
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nem de longe compensam o dinheiro gasto com „ Verbos terminados em: -ger e -gir. Ex.: proteger;
essas doenças. Além disso, as empresas têm gran- fugir.
des prejuízos por causa de afastamentos de tra-
balhadores devido aos males causados pelo fumo. Usamos J em:
Portanto, é mister que sejam proibidas quaisquer
propagandas de cigarros em todos os meios de
„ Formas verbais terminadas: em -jar ou -jer. Ex.:
comunicação.”
viajar; lisonjear;
„ Termos derivados do latim escritos com j. Ex.:
Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/
texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso em: 30 ago. 2021. majestade; jejum.
Adaptado.
z É com Ç ou S?
Essas estruturas, quando utilizadas adequadamen-
te no texto argumentativo, expõem a opinião do autor, „ Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando
ajudando na defesa de seu ponto de vista e construin- houver som de S. Ex.: eleição;
do a estrutura argumentativa desse tipo textual. „ Escrevemos S quando houver som de Z. Ex.:
Neusa; coisa.

z É com S ou com Z?
ORTOGRAFIA OFICIAL
„ Palavras que designam nacionalidade ou títu-
los de nobreza e terminam em -ês e -esa devem
ORTOGRAFIA
ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês;
marquesa; duquesa;
As regras de ortografia são muitas e, na maioria
„ Palavras que designam qualidade, cuja ter-
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
minação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
embriaguez; lucidez; acidez.
vezes, é derivada de processos históricos de evolução
da língua.
Essas regras para correção ortográfica das pala-
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra-
ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
fia das palavras.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior
da leitura e da escrita de textos, por isso, recomenda-
parte das regras não são efêmeras, porém, são em
mos que se mantenha atualizado e leia fontes confiá-
grande número.
veis de informação, pois, além de contribuir para seu
Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu-
conhecimento geral, sua habilidade em língua portu-
guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras
guesa também aumentará.
cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto
à escrita correta. Veja:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.
Muitas são as regras de acentuação das palavras
Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.
da língua portuguesa; para compreender essas regras,
faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e
USAMOS X: USAMOS CH: respeitar a sua divisão.

� Depois da sílaba en, se � Depois da sílaba en, se a Regras de Acentuação


a palavra não for deri- palavra for derivada de
vada de palavras inicia- palavras iniciadas por
z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossí-
das por CH: enxerido, CH: encher, encharcar
labos tônicos terminados em: A, E, O. Ex.: pá, vá,
enxada � Em palavras derivadas
chá; pé, fé, mês; nó, pó, só;
� Depois de ditongo: cai- de vocábulos que são
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxíto-
xa, faixa grafados com CH: re-
nas terminadas em: A, E, O, EM/ENS. Ex.: cajá, gua-
� Depois da sílaba inicial cauchutar, fechadura
raná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns;
me, se a palavra não for
z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxíto-
derivada de vocábulo
nas que não terminam em: A, E, O, EM/ENS. Ex.:
iniciado por CH: mexer,
LÍNGUA PORTUGUESA

bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus;


mexilhão
abdômen, hímen.
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.
Importante!
z É com G ou com J?
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.
Usamos G em: Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.

„ Substantivos terminados em: -agem; -igem;


-ugem. Ex.: viagem, ferrugem; z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples
„ Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, e fácil de lembrar — todas as proparoxítonas
-úgio. Ex.: sacrilégio; pedágio; devem ser acentuadas!
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Porém, esse grupo de palavras divide uma polê- NUMERAIS
mica com as palavras paroxítonas, pois, em alguns
vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Por- São palavras que se relacionam diretamente ao
tuguesa (VOLP) aceita a classificação em paroxítona substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi-
ção. Os numerais podem ser:
ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois
palavras apresentam um ditongo crescente no final de potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser meninos eram bons em português;
considerado hiato. É o que ocorre com as palavras: z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
z his-tó-ria/ his-tó-ri-a; gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z vá-cuo/ vá-cu-o; z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo
qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
z pá-tio/ pá-ti-o.
Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: indicam frações, divisões ou dimi-
Antes de concluir, é importante mencionar o uso nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
do acento nas formas verbais ter e vir: um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
recebeu metade do pagamento.
z Ele tem / Eles têm;
z Ele vem / Eles vêm. Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
Perceba que, no plural, essas formas admitem o quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Dúzia: conjunto de doze unidades;
uso de um acento (^); portanto, atente-se à concordân-
Novena: período de nove dias;
cia verbal quando usar esses verbos.
Década: período de dez anos;
Século: período de cem anos;
Bimestre: período de dois meses.

EMPREGO DAS CLASSES DE Um: Numeral ou Artigo?


PALAVRAS A forma um pode assumir na língua a função de
artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
ARTIGOS podemos reconhecer cada função? É preciso observar
o contexto em uso. Observe:
Os artigos devem concordar em gênero e número
com os substantivos. São, por isso, considerados deter- z Durante a votação, houve um deputado que se
minantes dos substantivos. posicionou contra o projeto;
Essa classe está dividida em artigos definidos e arti- z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
cionou contra o projeto.
gos indefinidos. Os definidos funcionam como deter-
minantes objetivos, individualizando a palavra, já os
Na primeira frase, podemos substituir o termo um
indefinidos funcionam como determinantes imprecisos. por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
um — variam em gênero e número, tornando-se “os, der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os contra o projeto é um deputado e não uma deputada,
indefinidos. Assim, temos: por exemplo.
Já na segunda oração, a alteração do gênero não
implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
z Artigos definidos: o, os; a, as;
pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por um
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
deputado, marcando a quantidade.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
Os artigos podem ser combinados às preposições. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
São as chamadas contrações. Algumas contrações que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
comuns na língua são: Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
seguir:
z em + a = na;
z a + o = ao; z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z a + a = à;
cordância com palavras femininas é inaceitável
z de + a = da. pela gramática.
Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
Dica Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.

Toda palavra determinada por um artigo torna-se z A forma 14 por extenso apresenta duas formas
um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar etc. aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze.

18
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SUBSTANTIVOS Já os substantivos biformes designam os substan-
tivos que apresentam duas formas para os gêneros
Os substantivos classificam os seres em geral. Uma masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
característica básica dessa classe é admitir um deter- Destacamos que alguns substantivos apresentam
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- formas diferentes nas terminações para designar for-
xionam-se em gênero, número e grau. mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: ator/atriz; ateu/ ateia; réu/ré.
Tipos de Substantivos Outros substantivos modificam o radical para
designar formas diferentes no masculino e no femini-
A classificação dos substantivos admite nove tipos no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
diferentes. São eles: Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.

z Simples: formados a partir de um único radical. Gênero e Significação


Ex.: vento, escola;
z Compostos: formados pelo processo de justaposi- Alguns substantivos uniformes podem aparecer
ção. Ex.: couve-flor, aguardente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Primitivos: possibilitam a formação de um novo modificação no sentido. Veja, por exemplo:
substantivo. Ex.: pedra, dente;
z Derivados: são formados a partir de substantivos z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;
primitivos. Ex.: pedreiro (pedra), dentista (dente), z O testemunho: relato de experiência, associado a
florista (flor); religiões.
z Concretos: designam seres com independência
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- Algumas formas substantivas mantêm o radical e
pendentemente de sua conotação espiritual ou a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro; significado:
z Abstratos: indicam estado, sentimento, ação, qua-
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
em função de outros seres. A feiura, por exemplo, z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
depende de uma pessoa, um substantivo concreto z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, cora-
gem, liberalismo, feiura; Além disso, algumas palavras na língua causam
z Comuns: designam todos os seres de uma espécie. dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
Ex.: homem, cidade; das em contextos informais com gêneros diferentes.
z Próprios: designam uma determinada espécie. Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
Ex.: Pedro, Fortaleza; a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-
z Coletivos: usados no singular, designam um conjun- fonema; o trema.
to de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca, manada. Algumas formas que não apresentam, necessaria-
mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
É importante destacar que a classificação de um masculino quanto no feminino: o personagem / a per-
substantivo depende do contexto em que ele está inse- sonagem; o laringe / a laringe; o xerox / a xerox.
rido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma Flexão de Número
pessoa = Próprio);
O amigo mostrou-se um judas (judas significando Os substantivos flexionam-se em número, de
traidor = comum). maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:
casa / casas.
Flexão de Gênero Porém, podem apresentar outras terminações:
males, reais, animais, projéteis etc.
Os gêneros do substantivo são masculino e feminino. Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
Porém, alguns deles admitem apenas uma forma das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
formes. Os substantivos uniformes podem ser: terminada em L e que tem como plural “males”.
Já os substantivos terminados em al, el, ol, ul fazem
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral / corais;
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: o papel / papéis; anzol / anzóis.
LÍNGUA PORTUGUESA

pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
/ a cliente; o líder / a líder; mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
z Epicenos: designam geralmente animais que apre- e méis.
sentam distinção entre masculino e feminino, mas Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça Ex.: capelães, capitães, escrivães.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; Contudo, há substantivos que admitem até três
girafa macho / girafa fêmea; formas de plural, como os seguintes:
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne- z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: z Ancião: anciãos, anciões, anciães;
a criança; o monstro; a testemunha; o indivíduo. z Vilão: vilãos, vilões, vilães. 19
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Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas z Nomes de cidades, países, estados, continentes
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
órgãos; órfão / órfãos. Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
Plural dos Substantivos Compostos das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
Os substantivos compostos são aqueles formados xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
por justaposição. O plural dessas formas obedece às Gabinete da Vice-Presidência, Organização das
seguintes regras: Nações Unidas;
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
z Variam os dois elementos: Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mestres -salas; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
das -noturnos; de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças -feiras. Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
z Varia apenas um elemento: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: fados com maiúsculas apenas quando utilizados
canas-de-açúcar; indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer
Substantivo + substantivo com função adjetiva. o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-
Ex.: navios-escola. do uma direção, devem ser escritos com minúscu-
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
abaixo-assinados. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
formados por pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são
verbo + advérbio aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e
verbo + substantivo plural vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos
por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-
Variação de Grau las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.

A flexão de grau dos substantivos exprime a varia- ADJETIVOS


ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou
uma diminuição. Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos
z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos podem indicar:
aos substantivos indicar um aumento de tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, z Qualidade: professor chato;
fogaréu, boqueirão, poetastro; z Estado: aluno triste;
z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do aumen- z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
tativo, a diminuição do tamanho/proporção do ser.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, Locuções Adjetivas
pequenina, papelucho.
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos
Dica adjetivos, indicando as mesmas características deles.
Elas são formadas por preposição + substantivo,
O emprego do grau aumentativo ou diminuti- referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
vo dos substantivos pode alterar o sentido das tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
palavras, podendo assumir um valor: A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti-
Afetivo: filhinha / mãezona; vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. estudo:

O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas z voo de águia / aquilino;


z poder de aluno / discente;
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras z conselho de professores / docente;
para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da z cor de chumbo / plúmbea;
inicial maiúscula. z luz da lua / lunar;
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as z sangue de baço / esplênico;
inicias das palavras que designam: z nervo do intestino / celíaco ou entérico;
z noite de inverno / hibernal ou invernal.
z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas reais
20 ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa, Cinderela;
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É importante destacar que, mais do que “decorar” z Grau comparativo: exprime a característica de
formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fun- um ser, comparando-o com outro da mesma classe
damental reconhecer as principais características de nos seguintes sentidos:
uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e
apresentar valor de posse. „ Igualdade: compara elementos colocando-os
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta; em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto
A abertura de conta pode ser realizada on-line. quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos
Quando a locução adjetiva é composta pela prepo- quanto simplórios;
sição “de”, pode ser confundida com a locução adver- „ Superioridade: compara, evidenciando um
bial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante elemento como superior ao outro. Mais do que,
perceber que a locução adjetiva apresenta valor de melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente
posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para do que o dinheiro;
ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da „ Inferioridade: compara, evidenciando um ele-
porta. Além disso, a locução destacada está caracteri- mento como inferior ao outro. Menos do que,
zando o substantivo “abertura”. pior do que. Ex.: Homens são menos engajados
do que mulheres.
Já na segunda frase, a locução destacada é adver-
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con-
z Grau superlativo: em relação ao grau superlati-
ta”, o que indica o valor de passividade da locução,
vo, é importante considerar que o valor semântico
demonstrando seu caráter adverbial.
desse grau apresenta variações, podendo indicar:
As locuções adjetivas também desempenham fun-
ção de adjetivo e modificam substantivos, pronomes,
„ Característica de um ser elevada ao último
numerais e orações substantivas.
grau: superlativo absoluto, que pode ser analí-
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar.
tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Já as locuções adverbiais desempenham função de
Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e
absoluto analítico).
orações adjetivas com esses valores.
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez.
sintético);
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.
„ Característica de um ser relacionada com
outros indivíduos da mesma classe: superla-
Adjetivo de Relação tivo relativo, que pode ser de superioridade (o
mais) ou de inferioridade (o menos).
No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer Ex.: O candidato é o mais humilde dos concor-
o aspecto morfológico designado como “adjetivo de rentes? (Superlativo relativo de superioridade).
relação”, muito cobrado por bancas de concursos. O candidato é o menos preparado entre os con-
Para identificar um adjetivo de relação, observe as correntes à prefeitura (Superlativo relativo de
seguintes características: inferioridade).

z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apre- Importante! Ao compararmos duas qualidades de
sentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é sub- (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
jetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos
de quem o descreve; Ex.: A modelo é mais alta que magra.
z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de
relação sempre são posicionados após o substanti- Porém, se uma mesma característica referir-se
vo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial; a seres diferentes, empregamos a forma sintética
z Derivado do substantivo: derivam-se do substan- (melhor, pior, menor etc.).
tivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal
— pai; mundial — mundo; Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.
z Não admitem variação de grau: os graus com-
parativo e superlativo não são admitidos. Ex.: Formação dos Adjetivos
Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco
mundial”. Os adjetivos podem ser primitivos, derivados,
simples ou compostos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presiden-


te americano (não é subjetivo; posicionado após o z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras
substantivo; derivado de substantivo; não existe a palavras. A partir deles, é possível formar novos
forma variada em grau “americaníssimo”); platafor- termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;
ma petrolífera; economia mundial; vinho francês; z Derivados: são palavras que derivam de verbos
roteiro carnavalesco. ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade, mulhe-
rengo etc.;
Variação de Grau z Simples: apresentam um único radical. Ex.: portu-
guês, escuro, honesto etc.;
O adjetivo pode variar em dois graus: compara- z Compostos: formados a partir da união de dois ou
tivo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-brasileiro,
respectivas categorias. amarelo-ouro etc. 21
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Lembre-se: o plural dos adjetivos simples é reali- Novamente, chamamos sua atenção para a função
zado da mesma forma que o plural dos substantivos. que o advérbio deve exercer na oração. Como disse-
mos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo
Plural dos Adjetivos Compostos ou um outro advérbio, por isso, para identificar com
mais propriedade a função denotada pelos advérbios,
O plural dos adjetivos compostos segue as seguin- é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
tes regras: As respostas sempre irão indicar circunstâncias
adverbiais expressas por advérbios, locuções adver-
z Invariável: biais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/
„ os adjetivos compostos azul-marinho, azul-ce- função adequada dos advérbios:
leste, azul-ferrete;
z O homem morreu... de fome (causa) com sua famí-
„ locuções formadas de cor + de + substantivo,
lia (companhia) em casa (lugar) envergonhado
como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
(modo);
„ adjetivo + substantivo, como tapetes azul-tur-
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem
quesa, camisas amarelo-ouro.
(tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras
(modo).
z Varia o último elemento:
Locuções Adverbiais
„ primeiro elemento é palavra invariável, como
em mal-educados, recém-formados; Conjunto de duas ou mais palavras que pode
„ adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-cla- desempenhar a função de advérbio, alterando o senti-
ros, cabelos castanho-escuros. do de um verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por
Adjetivos Pátrios uma preposição e um substantivo. Há também as que
são formadas por preposição + adjetivos ou advérbios.
Os adjetivos pátrios, também conhecidos como Veja alguns exemplos:
gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade
de seres e objetos. z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você pode-
O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de ria me explicar de novo? (de novo = novamente);
um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: ama- z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve,
zonense, fluminense, cearense. o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele
z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é for- foi por ali.
mado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente
usado para designar profissões. O gentílico que As locuções adverbiais são bem semelhantes às
designa nossa nacionalidade teve origem com as locuções adjetivas. É importante saber que as locu-
ções adverbiais apresentam um valor passivo.
pessoas que comercializavam o pau-brasil; esse
Ex.: Ameaça de colapso.
ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução
que passou a indicar os nascidos em nosso país. adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se
invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz
ADVÉRBIOS passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Advérbios são palavras invariáveis que modifi- Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo,
cam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente
é adverbial.
casos, os advérbios também podem modificar uma
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locu-
frase inteira, indicando circunstância. ções como esta: “Característica da nação”, o termo
As gramáticas da língua portuguesa apresentam lis- destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não
tas extensas com as funções dos advérbios. Porém, deco- aceitará a inserção de um verbo com essa função:
rar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode Nação foi característica*. Essa frase quebra a
não ter o resultado esperado na resolução de questões estrutura gramatical da língua portuguesa, que não
de concurso. admite voz passiva em termos com função de posse
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura
agramatical; por isso, inserimos um asterisco para
principais funções designadas aos advérbios para, a
indicar essa característica.
partir delas, conseguir interpretar a função exercida
nos enunciados das questões que tratem dessa classe
de palavras. Dica
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algu- Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
mas funções basilares exercidas pelo advérbio: Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.; Com essas dicas, esperamos que você seja capaz
z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.; de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.; desenvolver seu aprendizado para que não seja pre-
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.; ciso gastar seu tempo decorando listas de locuções
22 z Modo: assim, depressa, devagar etc. adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
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Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem
GRAU Mal Pior (mais mal*) - Tão mal
COMPARATIVO
Muito Mais - -
Pouco Menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.

ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
LÍNGUA PORTUGUESA

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão. 23
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Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.

Algumas Observações Interessantes

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.

PRONOMES

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
sobre eles:

PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO


1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.


Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos — complementados por pre-
posição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:

z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.

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Pronomes de Tratamento Pronomes Indefinidos

Os pronomes de tratamento são formas que expres- Os pronomes indefinidos indicam quantidade de
sam uma hierarquia social institucionalizada linguis- maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pes-
ticamente. As formas de pronomes de tratamento soa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar
apresentam algumas peculiaridades importantes: e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:

z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à PRONOMES INDEFINIDOS2


2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a Variáveis Invariáveis
esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
do singular.
Nenhum, nenhuma, nenhuns,
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição; Ninguém
nenhumas
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à
Todo, toda, todos, todas Quem
3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tri- Outro, outra, outros, outras Outrem
bunal, fará um pronunciamento hoje à noite. Muito, muita, muitos, muitas Algo
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Os pronomes de tratamento estabelecem uma hie-
Certo, certa, certos, certas Nada
rarquia social na linguagem, ou seja, a partir das for-
mas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso Vários, várias Cada
e o tipo de poder instituídos pelos falantes. Quanto, quanta, quantos, quantas Que
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem Tanto, tanta, tantos, tantas -
ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
Qualquer, quaisquer -
reconhecidos socialmente por suas funções, como juí-
Qual, quais -
zes, reis, clérigos, entre outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de Um, uma, uns, umas -
tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções
sociais que designam: As palavras certo e bastante serão pronomes
indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquidu- serão adjetivos quando vierem depois.
ques e seus respectivos femininos; Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais; Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do gover- A palavra bastante frequentemente gera dúvida
no e das Forças Armadas membros do alto escalão; quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini-
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus do. Por isso, atente-se ao seguinte:
respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes; z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen-
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos gra- te ao termo “muito”.
duados, oficiais até o posto de coronel, tratamento Ex.: Elas são bastante famosas;
cerimonioso a comerciantes importantes; z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente
z Vossa Santidade (V. S.): papa; ao termo “suficiente”.
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Rev- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
ma.): bispos. a festa;
z Bastante (pronome indefinido): concorda com
Os exemplos apresentados fazem referência a pro- o substantivo, indicando grande, porém incerta,
nomes de tratamento e suas respectivas designações quantidade de algo.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
da Presidência da República. Portanto, essas designa-
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- Pronomes Demonstrativos
ro textual abordado for um gênero oficial.
Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
apontam elementos a que se referem as pessoas do dis-
curso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
eles no tempo, no espaço físico ou no espaço textual.
LÍNGUA PORTUGUESA

tamento é importante destacar que o plural de


algumas abreviaturas é feito com letras dobradas,
z 1ª pessoa: este, estes / esta, estas;
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na z 2ª pessoa: esse, esses / essa, essas;
maioria das abreviaturas terminadas com a letra z 3ª pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas;
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- Usamos este, esta, isto para indicar:
tíssimo Juiz;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- � Referência ao espaço físico, indicando a proximi-
blica nunca deve ser abreviado. dade de algo ao falante.
2 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020. 25
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Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto São pronomes relativos:
como prova;
� Referência ao tempo presente. z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quan-
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, to, quantos / a qual, as quais, cuja, cujas, quanta,
pagarei a última prestação da casa; quantas;
� Referência ao espaço textual. z Invariáveis: que, quem, onde, como;
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro- z Emprego do pronome relativo que: pode ser asso-
curava um presente para o marido (o pronome ciado a pessoas, coisas ou objetos.
refere-se ao último termo mencionado). Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O
cachorro que estava doente morreu. A caneta que
Este artigo científico pretende analisar... (o prono- emprestei nunca recebi de volta.
me “este” refere-se ao próprio texto). � Em alguns casos, há a omissão do antecedente do
Usamos esse, essa, isso para indicar: relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
z Referência ao espaço físico, indicando o afasta- � Emprego do relativo quem: seu antecedente deve
mento de algo de quem fala. ser uma pessoa ou objeto personificado.
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você; Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
z Indicar distância que se deseja manter. � O pronome relativo quem pode fazer referência
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con- a algo subentendido: quem cala consente (aquele
fia nesses políticos; que cala).
z Referência ao tempo passado. � Emprego do relativo quanto: seu antecedente
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias deve ser um pronome indefinido ou demonstrati-
estive em São Paulo; vo; pode sofrer flexões.
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala. Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes- � Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
sa expressão utilizada. para indicar posse e aparecer relacionando dois
termos que devem ser um possuidor e uma coisa
Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar: possuída.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi língua portugue-
� Referência ao espaço físico, indicando afastamen- sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à
to de quem fala e de quem ouve. matéria (coisa possuída).
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
� Referência a um tempo muito remoto, um passa- O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
do muito distante. ro com a coisa possuída.
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por- Jamais devemos inserir um artigo após o pronome
tas abertas. Bons tempos aqueles! cujo: Cujo o, cuja a
� Referência a um afastamento afetivo. Não podemos substituir cujo por outro pronome
Ex.: Não conheço mais aquela mulher; relativo.
� Referência ao espaço textual, indicando o pri- O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
meiro termo de uma relação expositiva. Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe- Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
riu beber chá; aquela, refrigerante. gunta: “de quem/do que?”
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor
do que? Do filme).
Dica Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
O pronome “mesmo” não pode ser usado em fun- quem? Do rapaz).
ção demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo � Emprego do pronome relativo onde: empregado
esqueceu de preencher o gabarito. para indicar locais físicos.
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
� Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
ceu de preencher o gabarito.
mindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for.
Pronomes Relativos
� O relativo “onde” pode ser empregado sem
antecedente.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os
Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
pronomes relativos têm função muito importante na � Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual”
língua, refletida em assuntos de grande relevância e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, do em substituição a outros pronomes relativos,
é essencial conhecer adequadamente a função desses sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. guísticos, como o “queísmo”.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- guém se lembra.
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
nado anteriormente) chamamos de antecedente. O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
26 textual, desfazendo estruturas ambíguas.
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Pronomes Interrogativos z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.
Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais? „ os pronomes devem ficar no meio dos verbos
Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?). que estejam conjugados no futuro, caso não
Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
Quantos anos tem seu pai? Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
O ponto de interrogação só é usado nas interroga- dos nossos estudantes.
tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção
interrogativa, indicada por verbos como perguntar, z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos
indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela. que atraem o pronome para ênclise:
Atenção: os pronomes interrogativos que e quem
são pronomes substantivos, pois substituem os subs- „ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
tantivos, dando fluidez à leitura. to honrada com esse título.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a „ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
realização da atividade (O tempo não permitiu a reali- favor.
zação da atividade. O tempo estava instável)3. „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
quanto sou importante.
Pronomes Possessivos
Casos proibidos:
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do
discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir: „ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
Dá-me esse caderno! (certo).
1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas „ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas -se de nada (correto).
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas „ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas (errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
VERBOS
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo Certamente, a classe de palavras mais complexa e
a uma coisa. importante dentre as palavras da língua portuguesa é
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações
pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação e os agentes desses atos, além de ser uma importante
do pronome é com o objeto da posse. classe sempre abordada nos editais de concursos; por
Outras funções dos pronomes possessivos: isso, atente-se às nossas dicas.
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam
z delimitam o substantivo a que se referem; em número, pessoa, modo e tempo, além da designação
z concordam com o substantivo que vem depois dele; da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.
z não concordam com o referente; As flexões verbais são marcadas por desinências,
z o pronome possessivo que acompanha o substan- que podem ser:
tivo exerce função sintática de adjunto adnominal.
z Número-pessoal: indicando se o verbo está no sin-
COLOCAÇÃO DO PRONOME ÁTONO gular ou plural, bem como em qual pessoa verbal
foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
Estudo da posição dos pronomes na oração. z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo
verbais a ação foi realizada.
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo.
Casos que atraem o pronome para próclise: Iremos apresentar essas desinências a seguir.
Antes, porém, de abordarmos as desinências modo-
„ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: -temporais, precisamos explicar o que são modo e
Não me submeto a essas condições. tempo verbais.
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-
LÍNGUA PORTUGUESA

tivos. Ex.: Foi ela que me colocou nesse papel. Modos


„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se
apresente como um rico investidor, ele nada tem. Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex.: relação enunciada pelo verbo.
Em se tratando de futebol, Maradona foi um
ídolo. z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na certeza.
esperança de sermos ouvidos, muito lhe Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
agradecemos. z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta- de dúvida, desejo ou possibilidade.
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes! Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
3 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30 jul. 2021. 27
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z Imperativo: o modo imperativo designa ordem, convite, conselho, súplica ou pedido.
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.

Tempos

O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:

z Presente:

Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).

z Passado:

„ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no passado.


Ex.: Estudei até ser aprovado.
„ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
Ex.: Estudava todos os dias.
„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à outra mais antiga.
Ex.: Quando notei (passado), a água já transbordara (ação anterior) da banheira.

z Futuro:

„ Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
„ Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:

Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª conjugações) -sse
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)

� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
28 Ex.: (que eu) Tenha estudado.
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� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis
auxiliar: ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + de compreender, pois apresentam regularidade no
verbo principal no particípio. uso das desinências, ou seja, das terminações ver-
Ex.: (se eu) Tivesse estudado bais. Da mesma forma, os verbos regulares man-
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro sim- têm o paradigma morfológico com o radical, que
ples do subjuntivo) + verbo principal no particípio. permanece inalterado. Ex.: verbo cantar:
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais — INDICATIVO — INDICATIVO
Eu canto Cantei
As formas nominais do verbo são as formas no
infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em Tu cantas Cantaste
determinados contextos. São chamadas nominais pois Ele/ você canta Cantou
funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Nós cantamos Cantamos
z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu Vós cantais Cantastes
valor indica duração de uma ação e, por vezes, Eles/ vocês cantam Cantaram
pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se
compadeceu. z Irregulares: os verbos irregulares apresentam
z Particípio: marcado pelas terminações mais alteração no radical e nas desinências verbais.
comuns -ado, -ido, podendo terminar também em Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação
-do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ocorre irregularmente, seguindo um paradigma
ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em próprio para cada grupo verbal.
número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses. Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na
Quando cheguei, ela já tinha partido. conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
Ele tinha aberto a janela. plo. Isso é importante para não confundir os verbos irre-
Ela tinha pago a conta. gulares com os verbos anômalos. Ex.: verbo estar:
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação
do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno desig- PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
nado. Pode ser pessoal ou impessoal: — INDICATIVO — INDICATIVO
Eu estou Estive
„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de con-
Tu estás Estiveste
jugação, pois está ligado às pessoas do discurso.
É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: Ele/ você está Esteve
comer eu. Comermos nós. É para aprenderem Nós estamos Estivemos
que ele ensina;
Vós estais Estivestes
„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome
do verbo, servindo para indicar apenas a con- Eles/ vocês estão Estiveram
jugação. Ex.: estudar — 1ª conjugação; comer
— 2ª conjugação; partir — 3ª conjugação. z Anômalos: esses verbos apresentam profundas
alterações no radical e nas desinências verbais,
O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou consideradas anomalias morfológicas; por isso,
orações reduzidas. recebem essa classificação. Um exemplo bem
Locuções verbais: sequência de dois ou mais ver-
usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na
bos que funcionam como um verbo.
língua portuguesa, apenas dois verbos são classifi-
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de
cados dessa forma: os verbos ser e ir.
trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos
Vejamos a conjugação o verbo “ser”:
de encontrar uma solução.
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Dica — INDICATIVO — INDICATIVO
Não confunda locuções verbais com tempos Eu sou Fui
LÍNGUA PORTUGUESA

compostos. O particípio formador de tempo Tu és Foste


composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O
Ele / você é Foi
homem teria realizado sua missão.
Nós somos Fomos
Classificação dos Verbos Vós sois Fostes
Eles / vocês são Foram
Os verbos são classificados quanto a sua forma
de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, prono- Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresen-
minais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das tam uma forma específica de irregularidade que oca-
formas nominais. Vamos conhecer as particularida- siona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são
des de cada um a seguir: classificados como anômalos. 29
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z Abundantes: são formas verbais abundantes os ver- PARTICÍPIO PARTICÍPIO
bos que apresentam mais de uma forma de particí- INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR
pio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, Quando chegou,
Havia morrido há
apresentam uma forma de particípio regular e outra Morrer encontrou o animal
dias
morto
irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:
A bala foi expelida Esta é a bala
Expelir
por aquela arma expulsa
PARTICÍPIO PARTICÍPIO
INFINITIVO Tinha enxugado a
REGULAR IRREGULAR
Enxugar louça quando o pro- A roupa está enxuta
Absolver Absolvido Absolto
grama começou
Abstrair Abstraído Abstrato
Depois de ter fin-
Aceitar Aceitado Aceito Findar dado o trabalho, Trabalho findo!
Benzer Benzido Bento descansou
Cobrir Cobrido Coberto Se tivesse imprimi-
Onde está o docu-
Imprimir do tínhamos como
Completar Completado Completo mento impresso?
provar
Confundir Confundido Confuso Eu tinha limpado a
Limpar Que casa tão limpa!
Demitir Demitido Demisso casa
Despertar Despertado Desperto Dados importantes
Informações esta-
Dispersar Dispersado Disperso Omitir tinham sido omiti-
vam omissas
dos por ela
Eleger Elegido Eleito
Após ter submer- Deixe os legumes
Encher Enchido Cheio Submergir gido os legumes, submersos por
Entregar Entregado Entregue reparou no amigo alguns minutos
Morrer Morrido Morto Nunca tinha sus- Você está
Suspender
pendido ninguém suspenso!
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
z Defectivos: são verbos que não apresentam algu-
Findar Findado Findo mas pessoas conjugadas em suas formas, gerando
Fritar Fritado Frito um “defeito” na conjugação (por isso, o nome).
Ganhar Ganhado Ganho Alguns exemplos de defectivos são os verbos colo-
rir, precaver, reaver etc.
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso Esses verbos não são conjugados na primeira pes-
Inserir Inserido Inserto soa do singular do presente do indicativo, bem como:
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder,
Isentar Isentado Isento
fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colo-
Juntar Juntado Junto rir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Limpar Limpado Limpo Verbos que expressam onomatopeias ou fenôme-
nos temporais também apresentam essa característi-
Matar Matado Morto
ca, como latir, bramir, chover.
Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago z Pronominais: esses verbos apresentam um prono-
me oblíquo átono integrando sua forma verbal. É
Prender Prendido Preso
importante lembrar que esses pronomes não apre-
Romper Rompido Roto sentam função sintática. Predominantemente, os
Salvar Salvado Salvo verbos pronominas apresentam transitividade
indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Secar Secado Seco
Submergir Submergido Submerso PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO
Suspender Suspendido Suspenso — INDICATIVO — INDICATIVO
Tingir Tingido Tinto Eu me sento Sentei-me
Torcer Torcido Torto Tu te sentas Sentaste-te
Ele/ você se senta Sentou-se
PARTICÍPIO PARTICÍPIO Nós nos sentamos Sentamo-nos
INFINITIVO
REGULAR IRREGULAR Vós vos sentais Sentastes-vos
Eu já tinha aceitado Eles/ vocês se sentam Sentaram-se
Aceitar O convite foi aceito
o convite
Aviso quando z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblí-
Entregar tiver entregado a Está entregue! quo átono reflexivo, funcionando sintaticamen-
encomenda
30 te como objeto direto ou indireto. Nesses verbos,
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o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (partir,
tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimen- sair).
tamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da Dica
natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga-
„ o verbo haver, com sentido de existir ou mar- ção, pois origina-se do verbo “poer”.
cando tempo decorrido, também será impes- O mesmo acontece com verbos que deste derivam.
soal. Ex.: Havia muitos candidatos e poucas
vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso Vozes Verbais
público;
„ os verbos ser e estar também são verbos As vozes verbais definem o papel do sujeito na
impessoais quando designam fenômeno climá- oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação
tico ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tar- verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em:
de quando chegamos;
� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação verbal.
„ o verbo ser para indicar hora, distância ou data
Ex.: O policial deteve os bandidos;
concorda com esses elementos;
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação
„ o verbo fazer também poderá ser impessoal, verbal.
quando indicar tempo decorrido ou tempo cli- Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial —
mático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui passiva analítica;
faz muito calor; � Detiveram-se os criminosos — passiva sintética.
„ os verbos impessoais não apresentam sujei- � Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo
to; sintaticamente, classifica-se como sujeito tempo, pois pratica e recebe a ação verbal.
inexistente; Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O
„ o verbo ser será impessoal quando o espa- menino se agrediu;
ço sintático ocupado pelo sujeito não estiver � Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mes-
preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo para- mo tempo, porém há uma ação compartilhada
digma do verbo fazer, podendo ser impessoal, entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti-
também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam
não vejo Mariana”. e sofrem a ação.
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga-
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se
z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados cumprimentaram.
nas formas compostas dos verbos e também nas
locuções verbais. Os principais verbos auxiliares A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-
dos tempos compostos são ter e haver. ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
concordância verbal; porém, o verbo principal deter- indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do
mina a regência estabelecida na oração. objeto direto.
Apresentam forte carga semântica que indica Importante! Não confunda os verbos pronomi-
modo e aspecto da oração. São importantes na forma- nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais
ção da voz passiva analítica. que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei-
xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um
pronome que faz parte integrante do seu significado,
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos diferentemente das vozes verbais, que acompanham
três formas nominais dos verbos: o pronome “se” com função sintática própria.

„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor Outras Funções do “Se”


durativo da ação e equivale a um advérbio ou
adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando; Como vimos, o “se” pode funcionar como item
„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-
-so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classi- mento também acumula outras atribuições:
ficado em particípio regular e irregular, sendo
as formas regulares finalizadas em -ado e -ido. z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran-
A norma culta gramatical recomenda o uso do par- sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
LÍNGUA PORTUGUESA

ticípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é
os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do par- designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) —
ticípio irregular.
“Se” (partícula apassivadora).
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos /
Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
O “se” exercerá essa função apenas:
„ Infinitivo: marca as conjugações verbais. „ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
„ com verbos que concordam com o sujeito;
AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (amar, „ com a voz passiva sintética.
passear);
ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (comer, Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire-
pôr); to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. 31
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z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun- Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
cionará nessa condição quando não for possível ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
identificar o sujeito explícito ou subentendido. preensão dessas conjugações verbais.
Além disso, não podemos confundir essa função O verbo criar é conjugado da mesma forma que os
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi- verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
estar na voz ativa.
ção são, predominantemente, regulares.
Outra importante característica do “se” como índi-
PRESENTE — INDICATIVO
ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou Eu Crio
verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá Tu Crias
estar na 3ª pessoa do singular. Ele/Você Cria
Ex.: Acredita-se em Deus.
Nós Criamos
z Pronome reflexivo: na função de pronome refle- Vós Criais
xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- Eles/Vocês Criam
procidade, auxiliando a construção dessas vozes
verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
cipais características são: Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi-
„ sujeito recebe e pratica a ação; cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a
„ funcionará, sintaticamente, como objeto direto conjugação do verbo “passear”:
ou indireto;
„ o sujeito da frase poderá estar explícito ou PRESENTE — INDICATIVO
implícito. Eu Passeio
Tu Passeias
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
presente de aniversário (implícito). Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” Vós Passeais
será parte integrante dos verbos pronominais,
Eles/Vocês Passeiam
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá Conjugação de Alguns Verbos
estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha; Vamos agora conhecer algumas conjugações de
z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
que puder ser retirado do contexto sem prejuízo to de questões em concursos.
no sentido e na compreensão global do texto. A Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
partícula de realce não exerce função sintática,
pois é desnecessária. PRESENTE — INDICATIVO
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos; Eu Adiro
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional
Tu Aderes
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção
“se” exerce função de conjunção integrante, ape- Ele/Você Adere
nas ligando as orações, e poderá ser substituído Nós Aderimos
pela conjunção “caso”. Vós Aderis
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
Eles/Vocês Aderem
dar, será aprovado).

Conjugação de Verbos Derivados A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.


São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
Verbo derivado é aquele que deriva de um ver- interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses entrepor, supor.
verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
“originários”. PRESENTE — INDICATIVO
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu- Eu Ponho
mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
Tu Pões
relevantes em provas diversas:
Ele/Você Põe
z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor; Nós Pomos
z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se; Vós Pondes
z Ver: antever, rever, prever;
32 z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir. Eles/Vocês Põem
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PREPOSIÇÕES “De”

São palavras invariáveis que ligam orações ou z Causa: Chorar de saudade;


outras palavras. As preposições apresentam funções z Assunto: Falar de religião;
importantes tanto no aspecto semântico quanto no z Matéria: Material feito de plástico;
aspecto sintático, pois complementam o sentido de z Conteúdo: Maço de cigarro;
verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado z Origem: Você descende de família humilde;
sem a presença da preposição, modificando a transiti- z Posse: Este é o carro de João;
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de z Autoria: Esta música é de Chopin;
sentido de palavras deverbais4. z Tempo: Ela dorme de dia;
As preposições essenciais são: a, ante, até, após, z Lugar: Veio de São Paulo;
com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran- z Definição: Pessoa de coragem;
te, por, sem, sob, trás. z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados;
Existem, ainda, as preposições acidentais, assim z Fim ou finalidade: Carro de passeio;
chamadas pois pertencem a outras classes grama- z Instrumento: Comer de garfo e faca;
ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre- z Meio: Viver de ilusões;
posições. Eis algumas: afora, conforme (quando z Medida ou extensão: Régua de 30 cm;
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante, z Modo: Olhar alguém de frente;
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto z Preço: Caderno de 10 reais;
(quando equivaler a “por causa de”). z Qualidade: Vender artigo de primeira;
Acompanhe a seguir algumas preposições e exem- z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa
plos de uso em diferentes situações: corajosa.

“A” “Desde”

z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;


z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;
z Tempo: Desde ontem ele não aparece.
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;
z Destino (em correlação com a preposição de): De
“Em”
Santos à Bahia;
z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;
dólares;
z Direção: Levantar as mãos aos céus;
z Meio: Pagou a dívida em cheque;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;
bom;
z Lugar: Ir a Santa Catarina;
z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
z Modo: Falar aos gritos;
mãos em concha;
z Sucessão: Dia a dia;
z Transformação ou alteração: Transformou dóla-
z Tempo: Nasci a três de maio;
res em reais;
z Proximidade: Estar à janela. z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
z Fim: Pedir em casamento;
“Após” z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
z Modo: Escrever em francês;
z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar; z Sucessão: De grão em grão;
z Tempo: Logo após o almoço descansamos. z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
z Especialidade: João formou-se em Engenharia.
“Com”
“Entre”
z Causa: Ficar pobre com a inflação;
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos; z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla- z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
nos para o futuro; z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
z Instrumento: Abrir a porta com a chave; discórdia.
z Matéria: Vinho se faz com uva;
z Modo: Andar com elegância; “Para”
LÍNGUA PORTUGUESA

z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;


comigo sempre é assim. z Consequência: Você deve ser muito esperto para
não cair em armadilhas;
“Contra” z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
z Direção: Olhar contra o sol; como nós estamos para as galinhas;
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho z Referência: Para mim, ela está mentindo;
contra o peito. z Tempo: Para o ano irei à praia;
4 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal. 33
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z Destino ou direção: Olhe para frente! z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
um short.
“Perante”
Outros exemplos de locuções prepositivas: abai-
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri. xo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito de;
adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de;
“Por” junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a
fim de; por meio de; em virtude de.
z Modo ou conformidade: Vamos escolher por sorteio;
z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
z Conformidade: Copiar por original; Importante!
z Favor: Lutar por seus ideais; Algumas locuções prepositivas apresentam seme-
z Medida: Vendia banana por quilo; lhanças morfológicas, mas significados completa-
z Meio: Ir por terra; mente diferentes. Observe estes exemplos5:
z Modo: Saber por alto o que ocorreu; A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
z Preço: Comprar um livro por vinte reais; jamento inicial = Concordância.
z Quantidade: Chocar por três vezes; As decisões do público foram de encontro à pro-
z Substituição: Comprar gato por lebre; posta do programa = Discordância.
z Tempo: Viver por muitos anos. Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-
tas = Substituição.
“Sem” Ao invés de chegar molhado, chegou cedo =
Oposição.
z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
dinheiro.
Combinações e Contrações
“Sob”
As preposições podem se ligar a outras palavras de
z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D. outras classes gramaticais por meio de dois processos:
Pedro II; combinação e contração.
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente. z Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu-
ma redução.
“Sobre” a + o = ao
a + os = aos
z Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução.
z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
z Direção: Ir sobre o adversário;
Veja a lista a seguir6, que apresenta as preposições
z Lugar: Cair sobre o inimigo.
que se contraem e suas devidas formas:
Locuções Prepositivas
z Preposição “a”:
São grupos de palavras que equivalem a uma
„ Com o artigo definido ou pronome demonstra-
preposição. tivo feminino:
Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) / a + a= à
Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva) a + as= às
A locução prepositiva na segunda frase substitui „ Com o pronome demonstrativo:
perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre- a + aquele = àquele
positivas sempre terminam em uma preposição (há a + aqueles = àqueles
apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti- a + aquela = àquela
do concessivo “não obstante”). a + aquelas = àquelas
Veja alguns exemplos: a + aquilo = àquilo

z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta- z Preposição “de”:


ram logo;
z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito „ Com artigo definido masculino e feminino:
de finanças; de + o/os = do/dos
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu de + a/as = da/das
nada grave; � Com artigo indefinido:
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt, de + um= dum
a língua é indispensável para que possamos pen- de + uns = duns
sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos; de + uma = duma
z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos, de + umas = dumas
não passei no exame; � Com pronome demonstrativo:
z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito de + este(s)= deste, destes
para com os mais velhos; de + esta(s)= desta, destas
5 Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
34 6 Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 20 nov. 2020.
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de + isto= disto Tenho medo da queda (preposição exigida pelo
de + esse(s) = desse, desses complemento nominal).
de + essa(s)= dessa, dessas Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
de + isso = disso gida pelo adjetivo).
de + aquele(s) = daquele, daqueles Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo
de + aquela(s) = daquela, daquelas advérbio).
de + aquilo= daquilo Em todos esses casos, a preposição mantém uma
� Com o pronome pessoal: relação sintática com a classe de palavras a qual se
de + ele(s) = dele, deles liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na
de + ela(s) = dela, delas sentença.
� Com o pronome indefinido: De modo oposto, as preposições cujo valor nocio-
de + outro(s)= doutro, doutros nal é preponderante apresentam uma modificação
de + outra(s) = doutra, doutras no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
� Com advérbio: componentes obrigatórios na construção da senten-
de + aqui= daqui ça, divergindo das preposições de valor relacional.
de + aí= daí As preposições de valor nocional estabelecem uma
de + ali= dali noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir:
z Preposição “em”:
VALOR NOCIONAL DAS
„ Com artigo definido: SENTIDO
PREPOSIÇÕES
em + a(s)= na, nas
em + o(s)= no, nos Posse Carro de Marcelo
� Com pronome demonstrativo: O cachorro está sob a
em + esse(s)= nesse, nesses Lugar
mesa
em + essa(s)= nessa, nessas
Votar em branco / Chegar
em + isso = nisso Modo
aos gritos
em + este(s) = neste, nestes
em + esta(s) = nesta, nestas Causa Preso por agressão
em + isto = nisto Assunto Falar sobre política
em + aquele(s) = naquele, naqueles
em + aquela(s) = naquelas Descende de família
Origem
em + aquilo = naquilo simples
� Com pronome pessoal: Olhe para frente! / Iremos
Destino
em + ele(s) = nele, neles a Paris
em + ela(s) = nela, nelas
CONJUNÇÕES
z Preposição “per”:
Assim como as preposições, as conjunções também
„ Com as formas antigas do artigo definido (lo,
são invariáveis e também auxiliam na organização
la):
das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora-
per + lo(s) = pelo, pelos
ções. Por manterem relação direta com a organização
per + la(s) = pela, pelas
das orações nas sentenças, as conjunções podem ser
coordenativas ou subordinativas.
z Preposição “para” (pra):
Conjunções Coordenativas
„ Com artigo definido:
para (pra) + o(s) = pro, pros
para (pra) + a(s)= pra, pras As conjunções coordenativas são aquelas que
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não
Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda,
Preposições essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo
da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar
o que significa Semântica. Semântica é a área do z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como,
não só, mas também, não apenas, como ainda,
LÍNGUA PORTUGUESA

conhecimento que relaciona o significado da palavra


ao seu contexto. senão (após não só).
É importante ressaltar que as preposições podem Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
apresentar valor relacional ou podem atribuir um O gato era o preferido, não só da filha, senão de
valor nocional. toda família.
As preposições que apresentam um valor rela- z Adversativas: colocam informações em oposição,
cional cumprem uma relação sintática com verbos contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre-
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados tanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- A culpa não foi a população, senão dos vereadores
bios, os quais também apresentarão função deverbal. (equivale a “mas sim”).
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida
pela regência do verbo concordar). 35
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Importante! A conjunção “e” pode apresentar Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
valor adversativo, principalmente quando é antecedi- Amanhã chove, segundo informa a previsão do
da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho tempo.
não deixava. � Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia
contrária à da oração principal. Embora, conquan-
z Alternativas: ligam orações com ideias que não to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que
acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou, etc.
ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já. Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
Ex.: Estude ou vá para a festa. tivesse gostado.
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la. Trabalhava, por mais que a perna doesse.
� Condicional: iniciam uma oração com ideia de
Importante! A palavra “senão” pode funcionar hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha- que, a menos que, somente se etc.
marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”). Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi-
do sua mensagem.
z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma Posso lhe ajudar, caso necessite.
delas explica-se o que a outra afirma. Que, porque, � Proporcional: ideia de proporcionalidade. À pro-
pois, (se vier no início da oração), porquanto. porção que, à medida que, quanto mais...mais,
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a quanto menos...menos etc.
enxada! Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
Viva bem, pois isso é o mais importante. ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
Importante! “Pois” com sentido explicativo ini- � Final: expressam ideia de finalidade. Final, para
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto que, a fim de que etc.
saudades.
Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
Comprou um computador a fim de que pudesse
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
trabalhar tranquilamente.
pois, a subir.
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal,
z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a
logo que, desde que etc.
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
do Futuro.
destarte, pois (deslocado na frase).
Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.

Lembre-se: Importante!
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre- Os valores semânticos das conjunções não se
gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que ambas prendem às formas morfológicas desses elemen-
indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante tos. O valor das conjunções é construído contex-
acarreta em redundância.
tualmente, por isso, é fundamental estar atento
aos sentidos estabelecidos no texto.
Conjunções Subordinativas
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a
Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-
procura? (Se = causal = já que)
dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto
apresentadas em um texto. Porém, diferentemente ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
Conjunções Integrantes
para terem o sentido apreendido.
As conjunções integrantes fazem parte das orações
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que, subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
uma vez que, como (equivale a porque) etc. oração principal à outra, subordinada. Existem apenas
Ex.: Como não choveu, a represa secou. dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de � Quando é possível substituir o “que” pelo pro-
modo que, de forma que, de sorte que etc. nome “isso”, estamos diante de uma conjunção
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça. integrante.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê?
e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que Isso).
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, � Sempre haverá conjunção integrante em orações
maior), tanto... quanto etc. substantivas e, consequentemente, em períodos
Ex.: Corria como um touro. compostos.
Ela dança tanto quanto Carlos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
� Conformativa: expressam a conformidade de quê? Isso).
uma ideia com a da oração principal. Conforme, � Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
36 como, segundo, de acordo com, consoante etc. bo e uma conjunção integrante.
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Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +
(errado). palavra que não aceita artigo).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo). Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
no uso da crase, mas existem especificidades que aju-
INTERJEIÇÕES dam no momento de identificação:

As interjeições também fazem parte do grupo de CASOS CONVENCIONADOS


palavras invariáveis, tal como as preposições e as
conjunções. Sua função é expressar estado de espíri- z Locuções adverbiais formadas por palavras
to e emoções; por isso, apresentam forte conotação femininas:
semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
uma frase. Ex.: Tchau! Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
As interjeições indicam relações de sentido diversas. Espero vocês à noite na estação de metrô.
A seguir, apresentamos um quadro com os sentimentos Estou à beira-mar desde cedo;
e sensações mais expressos pelo uso de interjeições: z Locuções prepositivas formadas por palavras
femininas:
VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO Ex.: Ficaram à frente do projeto;
Advertência Cuidado! Devagar! Calma! z Locuções conjuntivas formadas por palavras
femininas:
Alívio Arre! Ufa! Ah!
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva! aumentando;
Desejo Oh! Tomara! Oxalá! � Quando indicar marcação de horário, no plural
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
Fique atento ao seguinte: entre números teremos
Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena! que de = a / da = à, portanto:
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz! Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase);
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh! aquilo:
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada
É salutar lembrar que o sentido exato de cada àquele outono.
interjeição só poderá ser apreendido diante do con- Por favor, entregue as flores àquela moça que está
texto. Por isso, em questões que abordem essa classe sentada.
de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a Dedique-se àquilo que lhe faz bem;
interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido � Com o pronome demonstrativo a antes de que ou
expresso no texto. de:
Isso acontece pois qualquer expressão exclamati- Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
va que expresse sentimento ou emoção pode funcio- Referimo-nos à de preto;
nar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, � Com o pronome relativo a qual, as quais:
por exemplo, que são interjeições por excelência, mas Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
de sair.
alterado.
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o
férias.
papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
CASOS PROIBITIVOS
Ora bolas! Valha-me Deus!
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
orientação de quando não usar a crase.

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE � Antes de nomes masculinos


CRASE Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
rial agrada a todos.” (MM)
Um assunto que causa grande dúvida é o uso da O carro é movido a álcool.
crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção Venda a prazo;
LÍNGUA PORTUGUESA

da preposição a + artigo feminino definido a, ou da � Antes de palavras femininas que não aceitam
junção da preposição a + os pronomes relativos aque- artigos
le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela Ex.: Iremos a Fortaleza.
marcação (`) + (a) = (à).
Ex.: Entregue o relatório à diretoria. Macete de crase:
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine. Se vou a; Volto da = Crase há!
Regra geral: haverá crase sempre que o termo Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
antecedente exija a preposição a e o termo conse- Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
quente aceite o artigo a. Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi- � Antes de forma verbal infinitiva
ge preposição). Ex.: Os produtos começaram a chegar. 37
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“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
com franqueza, parecem dar a entender que o instrumento).
fazem por exceção de regra.” (MM); Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
� Antes de expressão de tratamento Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa instrumento).
Excelência;
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando QUANDO USAR OU NÃO A CRASE EM SENTENÇAS
a regência do verbo exigir preposição COM NOMES DE LUGARES
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
o pacote. moro em Copacabana, passo por Copacabana);
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha passo pela Bahia).
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
contrato. MACETES
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
suspeita de fraude. z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
Eles estavam conservando a certa altura. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Faremos a obra a qualquer custo. a, com a, à moda de, durante a;
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
� Antes de demonstrativos Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa; z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de ser substituído por às duas, há crase. Quando o a
personalidades históricas uma equivaler a a duas, não ocorre crase;
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin; z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui-
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos lo quando tais pronomes puderem ser substituídos
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela. por a este, a esta e a isto;
O pacote foi entregue a ti ontem; z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a nomes de cidades quando esses termos estiverem
lado) acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis-
Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal tância de 200 metros do pico da montanha.
de justiça;
� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância
A compreensão da crase vai muito além da estética
sem determinante
gramatical, pois serve também para evitar ambigui-
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
Os pesquisadores chegaram a terra depois da
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi-
expedição marinha.
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações
Vocês o observaram a distância.
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o
advérbio de instrumento da ação de pintar.
CRASE FACULTATIVA

Nestes casos, podemos escrever as palavras das


duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO
detalhadamente, observe as seguintes dicas:
CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE
� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem
se tem proximidade Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara; os grandes grupos de palavras existentes na língua,
� Antes de pronomes possessivos no singular como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são gru-
Ex.: Iremos a/à sua residência; pos morfológicos. Ao combinar as palavras em frases,
� Após preposição até, com ideia de limite nós construímos um painel morfológico.
Ex.: Dirija-se até a/à portaria. As palavras normalmente recebem uma dupla
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até classificação: a morfológica, que está relacionada à
às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho classe gramatical a que pertence, e a sintática, rela-
afeto.” (CBr. 1, 67) cionada à função específica que assumem em deter-
minada frase.
CASOS ESPECIAIS
Frase
Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes Frase é todo enunciado com sentido completo.
forem femininos, normalmente a crase não será utili- Pode ser formada por apenas uma palavra ou por um
zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para conjunto de palavras.
evitar ambiguidades. Ex.: Fogo!
38 Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto). Silêncio!
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“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano z o termo que pode ser substituído por um pronome
Ramos). do caso reto.
(Ela implorou pela compra da vacina da covid-19.)
Oração
Núcleo do Sujeito
Enunciado que se estrutura em torno de um verbo
(explícito, implícito ou subentendido) ou de uma locu- O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal
ção verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresen- porque é a respeito dela que o predicado diz algo. O
tá-lo completo ou incompleto. núcleo indica a palavra que realmente está exercen-
Ex.: Você é um dos que se preocupam com a do determinada função sintática, que atua ou sofre
poluição. a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substan-
“A roda de samba acabou” (Chico Buarque). tivo, ou uma palavra com valor de substantivo, ou
pronome.
Período
z O sujeito simples contém apenas um núcleo.
Período é o enunciado constituído de uma ou mais Ex.: O povo pediu providências ao governador.
orações. Sujeito: O povo
Classifica-se em: Núcleo do sujeito: povo
z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído
de dois ou mais termos.
� Simples: possui apenas uma oração.
As luzes e as cores são bem visíveis.
Ex.: O sol surgiu radiante.
Sujeito: As luzes e as cores
Ninguém viu o acidente.
Núcleo do sujeito: luzes/cores
� Composto: possui duas ou mais orações.
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.”
(Chico Buarque) Dica
Chegou em casa e tomou banho. Para determinar o sujeito da oração, colocam-se
as expressões interrogativas quem? ou o quê?
PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao
Os termos que formam o período simples são dis- governador.
tribuídos em: essenciais (Sujeito e Predicado), inte- Quem pediu uma providência ao governador?
grantes (complemento verbal, complemento nominal Resposta: A população (sujeito).
e agente da passiva) e acessórios (adjunto adnominal,
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o
adjunto adverbial e aposto).
outro.
O que iria de um lado para o outro?
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
São aqueles indispensáveis para a estrutura básica
Tipos de Sujeito
da oração. Costuma-se associar esses termos a situa-
ções analógicas, como um almoço tradicional brasi-
Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:
leiro constituído basicamente de arroz e feijão, por
exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a
Simples
seguir cada um deles.
DETERMINADO Composto
Sujeito Elíptico
Com verbos flexionados na 3ª
É o elemento que faz ou sofre a ação determinada pessoa do plural
pelo verbo.
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
O sujeito pode ser:
se (índice de indeterminação do
� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo; sujeito)
� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa Usado para fenômenos da
pelo verbo; INEXISTENTE natureza ou com verbos
� o termo que pode ser substituído por um pronome impessoais
LÍNGUA PORTUGUESA

do caso reto;
� o termo com o qual o verbo concorda. z Determinado: quando se identifica a pessoa, o
Ex.: A população implorou pela compra da vacina lugar ou o objeto na oração. Classifica-se em:
da covid-19.
„ Simples: quando há apenas um núcleo.
No exemplo anterior a população é: Ex.: O [aluguel] da casa é caro.
Núcleo: aluguel
z o elemento sobre o qual se declarou algo (implo- Sujeito simples: O aluguel da casa;
rou pela compra da vacina); „ Composto: quando há dois núcleos ou mais.
z o elemento que pratica a ação de implorar; Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo Núcleos: sons, cores.
implorar está flexionado na 3ª pessoa do singular); Sujeito composto: Os sons e as cores; 39
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„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não Predicado
aparece na oração, mas é possível de ser identifi-
cado devido à flexão do verbo ao qual se refere. É o termo que contém o verbo e informa algo sobre
Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã. Sujeito: (Eu) o sujeito. Apesar de o sujeito e o predicado serem ter-
mos essenciais na oração, há casos em que a oração
z Indeterminado: quando não é possível identificar não possui sujeito. Mas, se a oração é estruturada em
o sujeito na oração, mas ainda sim está presente. torno de um verbo e ele está contido no predicado, é
Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representa- impossível existir uma oração sem sujeito.
do por um índice de indeterminação do sujeito, a O predicado pode ser:
partícula “se”.
z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.
„ colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.”
(José de Alencar);
não se referindo a nenhuma palavra determi-
Predicado: seguem sua marcha;
nada no contexto. z Uma declaração que não se refere a nenhum sujei-
Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje. to (oração sem sujeito):
Entende-se que alguém passou cedo; Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
„ colocando-se verbos (intransitivos, transitivos Predicado: Chove pouco nesta época do ano.
diretos ou de ligação) sem complemento dire-
to na 3ª pessoa do singular acompanhados do Para determinar o predicado, basta separar o
pronome se, pronome que atua como índice de sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito, o predica-
indeterminação do sujeito. do abrangerá toda a declaração. A presença do verbo
Ex.: Não se vê com a neblina. é obrigatória, seja de forma explícita ou implícita:
Entende-se que ninguém consegue ver nessa Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves
Dias)
condição.
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.

Esse tipo de situação ocorre quando uma oração Classificação do Predicado


não tem sujeito mas tem sentido completo. Os verbos
são impessoais e normalmente representam fenôme- A classificação do predicado depende do significa-
nos da natureza. Pode ocorrer também o verbo fazer do e do tipo de verbo que apresenta.
ou haver no sentido de existir.
Geia no Paraná. z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo sig-
Fazia um mês que tinha sumido. nificativo se concentra em um nome (corresponde
Basta de confusão. a um predicativo do sujeito).
Há dois anos esse restaurante abriu. O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação.
O predicado nominal tem por núcleo um nome
(substantivo, adjetivo ou pronome).
Classificação do Sujeito Quanto à Voz
Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo
Mendes)
z Voz ativa (sujeito agente) Predicado: são mais bonitas.
Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado. Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo
Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exer- Bilac)
ce a ação na frase; Predicado: estão cheias de calafrios.
z Voz passiva sintética (sujeito paciente)
Ex.: Corta-se cabelo. É importante não confundir:
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito
“cabelo” sofre uma ação, diferente do exemplo do z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação,
item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da mas um estado momentâneo ou permanente que
oração. relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é
o predicativo do sujeito;
z Predicativo do sujeito: função exercida por subs-
Importante notar que não há preposição entre tantivo, adjetivo, pronomes e locuções que atri-
o verbo e o substantivo. Se houvesse, por exemplo, buem uma condição ou qualidade ao sujeito.
“de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais Ex.: O garoto está bastante feliz.
sujeito, seria objeto indireto, um complemento verbal. Verbo de ligação: está.
Precisa-se de cabelo. Predicativo do sujeito: bastante feliz.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, Ex.: Seu batom é muito forte.
e não um sujeito da oração. Nesse caso, o sujeito é Verbo de ligação: é.
indeterminado, marcado pelo índice de indetermina- Predicativo do sujeito: muito forte.
ção “-se”.
Predicado Verbal
z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Ex.: A minha saia azul está rasgada. Ocorre quando há dois núcleos significativos: um
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presen- verbo (transitivo ou intransitivo) e um nome (predi-
ça da partícula -se. cativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do
objeto). Da natureza desse verbo é que decorrem os
40 demais termos do predicado.
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O verbo do predicado pode ser classificado em No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza
transitivo direto, transitivo indireto, verbo transi- um julgamento relacionado ao termo “o raciocínio”,
tivo direto e indireto ou verbo intransitivo. que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos
concluir que temos um caso de predicativo do obje-
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exi- to, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é
ge um complemento não preposicionado, o objeto o sujeito.
direto. O que é o predicativo do objeto?
Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” É o termo que confere uma característica, uma
Noel Rosa qualidade, ao que se refere.
Verbo Transitivo Direto: Fazer. A formação do predicativo do objeto se dá por um
Ex.: Ele trouxe os livros ontem. adjetivo ou por um substantivo.
Verbo Transitivo Direto: trouxe; Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transiti- Predicativo do objeto: proveitoso
vo indireto tem como necessidade o complemen- Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
to acompanhado de uma preposição para fazer Predicativo do objeto: vitoriosa
sentido. Para facilitar a identificação do predicativo do
Ex.: Nós acreditamos em você. objeto, o recomendável é desdobrar a oração, acres-
Verbo transitivo indireto: acreditamos centando-lhe um verbo de ligação, cuja função especí-
Preposição: em fica é relacionar o predicativo ao nome.
Ex.: Frida obedeceu aos seus pais. O filme foi proveitoso.
Verbo transitivo indireto: obedeceu Ela era vitoriosa.
Preposição: a (a + os) Nessas duas últimas formas, os termos seriam pre-
Ex.: Os professores concordaram com isso. dicativos do sujeito, pois são precedidos de verbos de
Verbo transitivo indireto: concordaram ligação (foi e era, respectivamente).
Preposição: com;
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
verbo de sentido incompleto que exige dois com-
plementos: objeto direto (sem preposição) e objeto São vocábulos que se agregam a determinadas
indireto (com preposição). estruturas para torná-las completas. De acordo com
Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe ou- a gramática da língua portuguesa, esses termos são
tras.” (Machado de Assis) divididos em:
Verbo transitivo direto e indireto 1: contava
Objeto direto 1: anedotas Complementos Verbais
Objeto indireto 1: lhe
Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
São termos que completam o sentido de verbos
Objeto direto 2: outras
transitivos diretos e transitivos indiretos.
Objeto indireto 2: lhe;
z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de cons-
z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acom-
truir sozinho o predicado, que não precisa de com-
panhado de preposição.
plementos verbais, sem prejudicar o sentido da
Ex.: Examinei o relógio de pulso.
oração.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.
O técnico convocou somente os do Brasil. (os =
Verbo intransitivo: adormeciam.
aqueles).
Predicado Verbo-Nominal
Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto
Ocorre quando há dois núcleos significativos:
um verbo nocional (intransitivo ou transitivo) e um Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas
nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase sempre
transitivo, predicativo do objeto). exercem função de objeto direto, os pronomes oblí-
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes) quos me, te, se, nos, vos também podem exercer essa
Verbo intransitivo: parou função sintática.
Predicativo do sujeito: atento Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento” quem? A minha pessoa”)
está caracterizando o sujeito “O homem” e, por isso, é Nunca vos tomeis como grandes personalidades.
LÍNGUA PORTUGUESA

considerado predicativo do sujeito. (= “Nunca tomeis quem? Vós”)


Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac) Convidaram-na para o almoço de despedida. (=
Verbo intransitivo: marchou “Convidaram quem? Ela”)
Predicativo do sujeito: desorientado Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (=
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indi- “Receberam quem? Nós”)
ca um estado do termo “Fabiano”, que também é sujei- Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem
to. Temos mais um caso de predicativo do sujeito. ser objetos diretos. Normalmente, aparecem antes do
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Macha- pronome relativo que.
do de Assis) Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo:
Verbo transitivo direto: achou esse algo é o objeto direto)
Objeto direto: o raciocínio Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome
Predicativo do objeto: exato feminino definido) 41
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z Objeto direto preposicionado Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como objeto
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
preposição no seu complemento, algumas palavras Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
requerem o uso da preposição para não perder o sen-
tido de “alvo” do sujeito. z Objeto indireto pleonástico: ocorrência repetida
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros dessa função sintática com o objetivo de enfatizar
facultativos. uma mensagem.
Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
„ Exemplos com ocorrência obrigatória de
preposição: Complemento Nominal

Não entendo nem a ele nem a ti. Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Respeitava-se aos mais antigos. advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava. ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Amavam-se um ao outro.
presença de um complemento nominal nos contextos
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher
de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
feita.” (Ciro dos Anjos).
do do nome.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
„ Exemplos com ocorrência facultativa de
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
preposição:
Para melhor identificar um complemento nomi-
nal, siga a instrução:
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque-
Nome + preposição + quem ou quê
le templo.
A escultura atrai a todos os visitantes. Como diferenciar complemento nominal de com-
Não admito que coloquem a Sua Excelência num plemento verbal?
pedestal. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
Ao povo ninguém engana. (complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. diretamente ao verbo “obedecia”)
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar pre- valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
sente para indicar parte de um todo, quando assim ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a pessoa
bebeu uma porção da água, e não ela toda. Agente da Passiva

z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência É o complemento de um verbo na voz passiva ana-
dessa função sintática na mesma oração, a fim de lítica. Sempre é precedido da preposição por, e, mais
enfatizar um único significado. raramente, da preposição de.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares
Andrade) ser, estar, viver, andar, ficar.
z Objeto direto interno: representado por palavra
que tem o mesmo radical do verbo ou apresenta TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
mesmo significado.
Ex.: Riu um riso aterrador. Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutu-
Dormiu o sono dos justos.
ra básica da oração, são importantes para compreen-
são do enunciado porque trazem informações novas.
Como diferenciar objeto direto de sujeito?
Esses termos são chamados acessórios da oração.
Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passi- Adjunto Adnominal
va analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados. São termos que acompanham o substantivo,
núcleo de outra função, para qualificar, quantificar,
z Objeto indireto: é complemento verbal regido de especificar o elemento representado pelo substantivo.
preposição obrigatória, que se liga diretamente a Categorias morfológicas que podem funcionar
verbos transitivos indiretos e diretos. Representa como adjunto adnominal:
o ser beneficiado ou o alvo de uma ação.
Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da z artigos;
casa 260. z adjetivos;
Gosto de ti, meu nobre. z numerais;
Não troque o certo pelo duvidoso. z pronomes;
Vamos insistir em promover o novo romance de z locuções adjetivas.
ficção.
Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo
z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Pode ser representado pelos seguintes pronomes Estava conquistando o respeito dos seus.
oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os pro- O novo regulamento originou a revolta dos
nomes o, a, os, as não exercerão essa função. funcionários.
42 Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
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O doutor possuía mil lembranças de suas viagens. Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu gran-
des obras.
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto Aposto: Machado de Assis.
adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos, vos, lhes Classifica-se nas seguintes categorias:
exercem essa função sintática quando assumem
valor de pronomes possessivos. z Explicativo: usado para explicar o termo anterior.
Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo). Separa-se do substantivo a que se refere por uma
z Como diferenciar adjunto adnominal de com- pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões
plemento nominal? ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram
Quando o adjunto adnominal for representado ontem, acabaram de voltar de férias.
por uma locução adjetiva, ele pode ser confundido Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga � Enumerativo: usado para desenvolver ideias que
a dica: foram resumidas ou abreviadas em um termo ante-
rior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e
qual se liga for concreto. riachos.
Ex.: A casa da idosa desapareceu. Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber,
Se indicar posse ou o agente daquilo que preconceito, antipatia e arrogância;
expressa o substantivo abstrato. z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada; para resumir termos anteriores. É expresso, nor-
„ Será complemento nominal: se indicar o alvo malmente, por um pronome indefinido.
daquilo que expressa o substantivo. Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não estavam empolgados com a feira.
foi respeitada. Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-
Notava-se o amor pelo seu trabalho. -Bissau, países africanos onde se fala português;
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio: � Comparativo: estabelece uma comparação implícita.
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos. Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem
rumo;
Adjunto Adverbial � Circunstancial: exprime uma característica
circunstancial.
Termo representado por advérbios, locuções Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas
adverbiais ou adjetivos com valor adverbial. Relacio- apropriadas;
na-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas � Especificativo: é o aposto que aparece junto a um
circunstâncias. substantivo de sentido genérico, sem pausa, para
especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por
z Tempo: Quero que ele venha logo; substantivos próprios.
z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida; Exs.: O mês de abril.
z Modo: O dia começou alegremente; O rio Amazonas.
z Intensidade: Almoçou pouco; Meu primo José;
z Causa: Ela tremia de frio; z Aposto da oração: é um comentário sobre o
z Companhia: Venha jantar comigo; fato expresso pela oração, ou uma palavra que
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as condensa.
roupas; Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo; preocupação.
z Finalidade: Vivia para o trabalho; O noticiário disse que amanhã fará muito calor –
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez; ideia que não me agrada;
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel; � Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui; Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã; para as perguntas.
z Origem: Descendia de nobres. Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.

Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de Dica
adjunto adnominal, basta saber se o termo relacio- � O aposto pode aparecer antes do termo a que
nado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que
se refere, normalmente antes do sujeito.
o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
LÍNGUA PORTUGUESA

é um adjunto adnominal) na marcou uma geração.


Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um � Segundo o gramático Cegalla, quando o apos-
adjunto adverbial) to se refere a um termo preposicionado, pode ele
vir igualmente preposicionado.
Aposto Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de
tudo ele tinha medo.
Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes � O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
ou orações. O aposto tem como propósito explicar,
identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apon- Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas.
tar algo, alguém ou um fato. (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma Falou comigo deste modo: calma e maliciosa-
bicicleta. mente. (advérbios, aposto do adjunto adverbial
Aposto: filha de D. Raimunda de modo). 43
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z Diferença de aposto especificativo e adjunto „ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adver-
adnominal: normalmente, é possível retirar a sativas, alternativas, conclusivas, explicativas.
preposição que precede o aposto. Caso seja um
adjunto, se for retirada a preposição, a estrutura z Por subordinação:
fica prejudicada.
Ex.: A cidade Fortaleza é quente. „ Orações subordinadas substantivas: subjeti-
(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade) vas, objetivas diretas, objetivas indiretas, com-
O clima de Fortaleza é quente. pletivas nominais, predicativas, apositivas;
(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?); „ Orações subordinadas adjetivas: restritivas,
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o explicativas;
aposto não pode ser um adjetivo nem ter núcleo „ Orações subordinadas adverbiais: causais,
adjetivo. comparativas, concessivas, condicionais, con-
Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle. formativas, consecutivas, finais, proporcionais,
(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – ad- temporais.
jetivo)
Homem desesperado, João sempre perde o con- z Por coordenação e subordinação: orações for-
trole. madas por períodos mistos;
(aposto; núcleo: homem – substantivo). z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.
Vocativo
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
O vocativo é um termo que não mantém relação
sintática com outro termo dentro da oração. Não per- As orações são sintaticamente independentes. Isso
tence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para significa que uma não possui relação sintática com
chamar ou interpelar a pessoa que o enunciador dese- verbos, nomes ou pronomes das demais orações no
ja se comunicar. É um termo independente, pois período.
não faz parte da estrutura da oração. Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”
Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha (Fernando Pessoa)
consulta. Oração coordenada 1: Deus quer
Ela te diz isso desde ontem, Fábio. Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
z Para distinguir vocativo de aposto: o vocati- Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da
vo não se relaciona sintaticamente com nenhum sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M. de Assis)
outro termo da oração. Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças. Oração coordenada assindética: colei o ouvido à
O aposto se relaciona sintaticamente com outro porta da sala de Damasceno
termo da oração. Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impe- Conjunção adversativa: mas nada
cável.
Sujeito: a cozinha de Lufe. Orações Coordenadas Sindéticas
Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao
sujeito). As orações coordenadas podem aparecer ligadas
às outras através de um conectivo (elo), ou seja, atra-
vés de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome
PERÍODO COMPOSTO
sindética. Veremos agora cada uma delas:
Observe os exemplos a seguir:
z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou
A apostila de Português está completa.
simultaneidade.
Um verbo: Uma oração = período simples
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas tam-
Português e Matemática são disciplinas essen-
bém, mas ainda, bem como, como também, se-
ciais para ser aprovado em concursos.
não também, que (= e).
Dois verbos: duas orações = período composto
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
O período composto é formado por duas ou mais
Os convidados não compareceram nem explica-
orações. Num parágrafo, podem aparecer misturado
ram o motivo;
períodos simples e período compostos.
z Adversativas: exprimem ideia de oposição, con-
traste ou ressalva em relação ao fato anterior.
PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia,
O povo levantou-se cedo contudo, entretanto, no entanto, senão, não obs-
Era dia de eleição tante, ao passo que, apesar disso, em todo caso.
para evitar aglomeração
Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.
“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a
Para não esquecer: morte.” (Laurindo Rabelo);
Período simples é aquele formado por uma só z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou
oração. se excluem.
Período composto é aquele formado por duas ou Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ...
mais orações. ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez
Classifica-se nas seguintes categorias: ... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
44 z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas; Você quer suco de laranja ou refrigerante?
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z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica Tenho necessidade de que você me apoie. (com-
sobre um raciocínio. plemento nominal oracional) (or. sub. subst. com-
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por con- pl. nom.);
seguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início z Orações subordinadas substantivas predicati-
de frase). vas: funcionam como predicativos do sujeito da
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima oração principal. Sempre figuram após o verbo de
semana. ligação ser.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do
Mendes Campos); sujeito)
z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do
expressa. Conjunções constitutivas: que, porque, sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);
porquanto, pois. z Orações subordinadas substantivas apositivas:
Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale funcionam como aposto. Geralmente vêm depois
a “pois”) de dois-pontos ou entre vírgulas.
Vamos almoçar de novo porque ainda estamos Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)
com fome. Só quero uma coisa: que você volte imediata-
mente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Orações Subordinadas Adjetivas
Formado por orações sintaticamente dependentes,
considerando a função sintática em relação a um ver- Desempenham função de adjetivo (adjunto adno-
bo, nome ou pronome de outra oração. minal ou, mais raramente, aposto explicativo). São
Tipos de orações subordinadas: introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a
qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas etc.)
z substantivas; As orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
z adjetivas; explicativas e restritivas.
z adverbiais.
z Orações subordinadas adjetivas explicativas:
Orações Subordinadas Substantivas não limitam o termo antecedente, e sim acrescen-
tam uma explicação sobre o termo antecedente.
São classificadas nas seguintes categorias: São consideradas termo acessório no período,
podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isola-
z Orações subordinadas substantivas conectivas: das por vírgulas.
são introduzidas pelas conjunções subordinativas Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos,
integrantes que e se. cria trinta gatos;
Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de z Orações subordinadas adjetivas restritivas:
impostos. especificam ou limitam a significação do termo
Não sei se poderei sair hoje à noite; antecedente, acrescentando-lhe um elemento
z Orações subordinadas substantivas justapostas: indispensável ao sentido. Não são isoladas por
introduzidas por advérbios ou pronomes interrogati- vírgulas.
vos (onde, como, quando, quanto, quem etc.); Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias
incurável;
roubadas.
Não sei quem lhe disse tamanha mentira;
z Orações subordinadas substantivas reduzidas: Dica
não são introduzidas por conectivo, e o verbo fica Como diferenciar as orações subordinadas adje-
no infinitivo.
tivas restritivas das orações subordinadas adjeti-
Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;
vas explicativas?
z Orações subordinadas substantivas subjetivas:
exercem a função de sujeito. O verbo da oração
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
principal deve vir na voz ativa, passiva analítica (restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai
ou sintética. Em 3ª pessoa do singular, sem se refe- visitar apenas o que mora em Recife)
rir a nenhum termo na oração. Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito) (explicativa, pois ele tem apenas um irmão que
Foi importante que você regressasse. (sujeito ora- mora em Recife)
cional) (or. sub. subst. subje.);
LÍNGUA PORTUGUESA

z Orações subordinadas substantivas objetivas Orações Subordinadas Adverbiais


diretas: exercem a função de objeto direto de um
verbo transitivo direto ou transitivo direto e indi- Exprimem uma circunstância relativa a um fato
reto da oração principal. expresso em outra oração. Têm função de adjunto
Ex.: Desejo o seu regresso. (OD) adverbial. São introduzidas por conjunções subor-
Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. dinativas (exceto as integrantes) e se enquadram nos
subst. obj. dir.); seguintes grupos:
z Orações subordinadas substantivas completi-
vas nominais: exercem a função de complemento � Orações subordinadas adverbiais causais: são
nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio introduzidas por: como, já que, uma vez que, por-
da oração principal. que, visto que etc.
Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (comple- Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé por-
mento nominal) que ficamos sem gasolina; 45
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� Orações subordinadas adverbiais comparati- z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas
vas: são introduzidas por: como, assim como, tal por pronomes relativos;
qual, como, mais etc. z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) conectivos;
que a importada; z Podem ser iniciadas por preposição ou locução
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: prepositiva.
indica certo obstáculo em relação ao fato expres- Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
so na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com
introduzidas por: embora, ainda que, mesmo que, conjunção.
por mais que, se bem que etc. Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restau-
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã; rante. (desenvolvida).
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
são introduzidas por: se, caso, desde que, salvo se,
contanto que, a menos que etc.
Orações Reduzidas de Infinitivo
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para
tal;
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
� Orações subordinadas adverbiais conformati-
Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar normalmente.
vas: são introduzidas por: como, conforme, segun-
do, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos; z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O.
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: S. substantiva subjetiva reduzida de infinitivo)
são introduzidas por: que (precedido na oração Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva
anterior de termos intensivos como tão, tanto, direta reduzida de infinitivo)
tamanho etc.) de sorte que, de modo que, de forma A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva
que, sem que. predicativa reduzida de infinitivo)
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou; Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão per- completiva nominal reduzida de infinitivo)
fumadas que me estontearam.” (Cecília Meireles); Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S.
� Orações subordinadas adverbiais finais: indi- substantiva apositiva reduzida de infinitivo);
cam um objetivo a ser alcançado. São introduzidas z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés
por: para que, a fim de que, porque e que (= para pelas mãos.
que) O meu manual para fazer bolos certamente vai
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos agradar a todos;
tivessem bom estudo; z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado,
� Orações subordinadas adverbiais proporcio- continua jogando bola.
nais: são introduzidas por: à medida que, à pro- Sem estudar, não passarão.
porção que, quanto mais, quanto menos etc. Ele passou mal, de tanto comer doces.
Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a
aprecio; Orações Reduzidas de Gerúndio
� Orações subordinadas adverbiais temporais:
são introduzidas por: quando, enquanto, logo que, Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apo-
depois que, assim que, sempre que, cada vez que, sitivas, adjetivas, adverbiais.
agora que etc.
Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor. z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando
livre dos juros;
Para separar as orações de um período composto, é z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo
necessário atentar-se para dois elementos fundamen-
ajudando um ao outro. (subjetiva)
tais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos
z Agora ouvimos artistas cantando no shopping.
(conjunções ou pronomes relativos). Após assinalar
(objetiva direta);
esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o
representa, a partir da quantidade de verbos ou locu-
coração;
ções verbais. Exs.:
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
[para fixar outros] – 2ª oração contou a verdade.
[que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª ora- Orações Reduzidas de Particípio
ção (M. de Assis)
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo Podem ser adjetivas ou adverbiais.
basta, pertencente à 1ª (oração principal).
A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém � Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.
ambas dependentes do pronome outros, da 2ª oração. Nosso planeta, ameaçado constantemente por
nós mesmos, ainda resiste;
Orações Reduzidas � Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não have-
ria problemas. (condicional)
z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas Dada a notícia da herança, as brigas começaram.
nominais (gerúndio, particípio e infinitivo); (causal/temporal)
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são Comprada a casa, a família se mudou logo.
46 iniciadas por conjunções; (temporal).
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O particípio concorda em gênero e número com os Oração subordinada subjetiva da principal: as
termos referentes. penitenciárias cumpram seu papel
Essas orações reduzidas adverbiais são bem fre- Oração coordenada sindética adversativa da ante-
quentes em provas de concurso. rior: no entanto a realidade não é assim.

Períodos Mistos

São períodos que apresentam estruturas oracio- PONTUAÇÃO


nais de coordenação e subordinação.
Assim, às vezes aparecem orações coordenadas USO DE VÍRGULA
dentro de um conjunto de orações que são subordina-
das a uma oração principal. A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três
funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da
1ª oração 2ª oração 3ª oração voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando
O homem entrou na que todos qualquer ambiguidade.
e pediu
sala calassem. Quando se trata de separar termos de uma mesma
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:
verbo verbo verbo
� Para separar os termos de mesma função:
1ª oração: oração coordenada assindética. Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta;
2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em z Usa-se a vírgula para separar os elementos de
relação à 1ª oração e principal em relação à 3ª oração. enumeração:
3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi
em relação à 2ª oração. arrastado pelo tsunami;
Resumindo: período composto por coordenação e � Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que
subordinação. já apareceu na frase) do verbo:
As orações subordinadas são coordenadas entre si, Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
ligadas ou não por conjunção. Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado,
filmes de terror;
z Orações subordinadas substantivas coordena- � Para separar palavras ou locuções explicativas,
das entre si retificativas:
Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
meus pais, nem que culpe meus parentes. anos;
Oração principal: Espero. � Para separar datas e nomes de lugar:
Oração coordenada 1: que você não me culpe. Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;
Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.
Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes. � Para separar as conjunções coordenativas, exceto
e, nem, ou:
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
Importante!
A vírgula também é facultativa quando o termo
O segredo para classificar as orações é per- que exprime ideia de tempo, modo e lugar não for
ceber os conectivos (conjunções e pronomes uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
relativos). Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço
em casa.
� Orações subordinadas adjetivas coordenadas
Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
entre si
Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é
cautelosa, não faz tudo sozinha.
Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva
Oração subordinada adjetiva 2: mas que é
� Entre o sujeito e o verbo:
cautelosa;
Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas ram a explicação. (errado)
LÍNGUA PORTUGUESA

entre si Muitas coisas que quebraram meu coração, con-


Ex.: Não só quando estou presente, mas também sertaram minha visão. (errado);
quando não estou, sou discriminado. � Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
Oração subordinada adverbial 1: quando estou dicativo do sujeito:
presente Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
Oração subordinada adverbial 2: quando não ção. (errado)
estou; Os alunos precisam de, que os professores os aju-
� Orações coordenadas ou subordinadas no mes- dem. (errado)
mo período Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram (errado);
seu papel, no entanto a realidade não é assim. � Entre um substantivo e seu complemento nominal
Oração principal: Presume-se ou adjunto adnominal: 47
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Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida � Serve também para colocar em relevo certas
pelos alunos. (errado); expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
passiva: colchetes:
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
professor para a feira. (errado); ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) vamos jantar. (oração intercalada)
Considero interessantes, as suas aulas. (errado). Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
USO DE PONTO E VÍRGULA
PARÊNTESES
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
e vírgula (;): Têm função semelhante à dos travessões e das
vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas: mos, expressões ou orações.
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
ficou triste; vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas: Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- jantar. (oração intercalada)
to, exausto;
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= PONTO-FINAL
zeugma):
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o É o sinal que denota maior pausa. Usa-se:
ouvinte.
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, � Para indicar o fim de oração absoluta ou de
sorvete; período.
� Em enumerações, portarias, sequências: Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: Carlos Drummond de Andrade;
O Procurador-Geral da República; � Nas abreviaturas
O Colégio de Procuradores da República; Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
O Conselho Superior do Ministério Público Federal. sec. = secretário.
a.C. = antes de Cristo.
DOIS-PONTOS
Dica
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda
não foi concluída. Servem para: Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
tos químicos não vêm com ponto final:
� Introduzir uma citação (discurso direto): Exemplos: km, m, cm, He, K, C.
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem
mais pelas suas perguntas que pelas suas respostas”; PONTO DE INTERROGAÇÃO
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
distributivo ou uma oração subordinada substan- Marca uma entonação ascendente (elevação da
tiva apositiva: voz) em tom questionador. Usa-se:
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes-
sores, jornalistas, médicos; � Em frase interrogativa direta:
� Introduzir uma explicação ou enumeração após Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?;
expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a � Entre parênteses para indicar incerteza:
saber, como: Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, que havia palavra melhor no contexto;
Filosofia, Ciências...; � Junto com o ponto de exclamação, para denotar
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas surpresa:
(relação semântica de oposição, explicação/causa Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
ou consequência): !?);
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um � E interrogações retóricas:
homem culto. Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com que não jogaremos comida fora à toa”).
cautela;
� Marcar invocação em correspondências: PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Ex.: Prezados senhores:
Comunico, por meio deste, que... � É empregado para marcar o fim de uma frase com
entonação exclamativa:
TRAVESSÃO Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança!;
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � Aparece após uma interjeição:
discurso de interlocutor: Ex.: Ex.: Nossa! Isso é fantástico;
— Bom dia, Maria! � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
48 — Bom dia, Pedro!; Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”;
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� É repetido duas ou mais vezes quando se quer � Para indicar os sons da fala, quando se estuda
marcar uma ênfase: Fonologia:
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
metros em 20 segundos!!! � Para suprimir parte de um texto (assim como
parênteses):
RETICÊNCIAS Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
desceu as escadas apressadamente.
São usadas para: ou
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois des-
� Assinalar interrupção do pensamento: ceu as escadas apressadamente (caso não preferí-
Ex.: ― Estou ciente de que... vel segundo as normas da ABNT).
― Pode dizer...;
� Indicar partes suprimidas de um texto: ASTERISCO
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois
desceu as escadas apressadamente. (Também pode � É colocado à direita e no canto superior de uma
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e palavra do trecho para se fazer uma citação ou
depois desceu as escadas apressadamente.); comentário qualquer sobre o termo em uma nota
� Para sugerir prolongamento da fala: de rodapé:
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias? Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...; triste acrescido do sufixo -eza*.
� Para indicar hesitação: *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha vo, o que origina um novo substantivo;
vergonha; � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
mente com outras intenções: tuição a um substantivo próprio:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
nhado aos responsáveis;
USO DAS ASPAS � Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
São usadas em citações ou em algum termo que é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí- Ex.: Parecer, do latim *parescere;
das por itálico ou negrito, que têm a mesma função � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
de destaque. tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras
Usam-se nos seguintes casos: da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.
� Antes e depois de citações:
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, USO DA BARRA
afirma Dad Squarisi, 64;
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís- A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:
mos, gírias e expressões populares ou vulgares,
conotativas: � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna substituída pela conjunção “ou”:
que desejava. Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
Não gosto de “pavonismos”. Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;
Dê um “up” no seu visual; � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, ção das conjunções e/ou:
às vezes com ironia ou malícia: Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão. e/ou escritos;
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” � Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-
sonoro; ção entre si:
� Para citar nomes de mídias, livros etc.: Ex.: A palavra será classificada quanto ao número
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. (plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h;
COLCHETES � Para separar os versos de poesias, quando escritos
seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
LÍNGUA PORTUGUESA

Representam uma variante dos parênteses, porém barras para indicar a separação das estrofes:
têm uso mais restrito. Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
Usam-se nos seguintes casos: passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
� Para incluir num texto uma observação de nature- te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;
za elucidativa: � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de não foi escrita na sua totalidade:
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”; Ex.: a/c = aos cuidados de;
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), s/ = sem;
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado � Para separar o numerador do denominador nos
que pareça, o texto original é assim mesmo: números fracionários, substituindo a barra da
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- fração:
do.” (Machado de Assis); Ex.: 1/3 = um terço; 49
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� Nas datas: z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
Ex.: 31/03/1983 sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A
� Nos números de telefone: multidão gritou entusiasmada;
Ex.: 225 03 50/51/52; z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o ver-
� Nos endereços: bo posterior ao pronome relativo concorda com o
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232; antecedente do relativo. Ex.: Quais os limites do
� Na indicação de dois anos consecutivos: Brasil que se situam mais próximos do Meridiano?;
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso; z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós
Ex.: /s/. quem resolveu a questão;

Embora não existam regras muito definidas sobre Por questão de ênfase, o verbo pode também con-
a existência de espaços antes e depois da barra oblí- cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- nós quem resolvemos a questão.
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo.
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo,
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol-
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos
essa questão;
Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede- zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
cem a alguns princípios: um deles é a concordância. Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Observe o exemplo: ver artigo definido antes de uma palavra plura-
A pequena garota andava sozinha pela cidade. lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
A: Artigo, feminino, singular; artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Pequena: Adjetivo, feminino, singular; Unidos continuam uma potência.
Garota: Substantivo, feminino, singular. z Estados Unidos continua uma potência.
Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o de de Santos fica em São Paulo.”)
número (singular) do substantivo.
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân-
cia: verbal e nominal. Importante!
CONCORDÂNCIA VERBAL Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
verbo fica no singular ou no plural.
É a adaptação em número – singular ou plural – Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen-
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
quais insistem em desmentir que nosso país é cheio Mais de um aluno compareceu à aula.
de “brasis” – digamos assim –, ganha disparando dos Mais de cinco alunos compareceram à aula.
outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
europeus, asiáticos e africanos. A expressão mais de um tem particularidades:
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor- recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
singular. Mais de um irmão se abraçaram.
Destrinchando o período, temos que os termos Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas Mais de um aluno, mais de um professor esta-
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- vam presentes.
cado verbal.
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: z Quando o sujeito é formado por um número per-
Ex.: Prefiro natação a futebol. centual ou fracionário, o verbo concorda com o
Verbo bitransitivo: Prefiro numerado ou com o número inteiro, mas pode
Objeto direto: natação concordar com o especificador dele. Se o numeral
Objeto indireto: a futebol vier precedido de um determinante, o verbo con-
cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
Concordância Verbal com o Sujeito Simples das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.

Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é
sujeito. viver bem.
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
exorbitante. Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
50 Diferentes situações: Os 30% da população não sabem o que é viver mal.
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� Os verbos bater, dar e soar concordam com o Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos
palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não combustíveis aumentaram.
chegou (Duas horas deram...).
Bateu o sino duas vezes (O sino bateu). Concordância Verbal do Verbo Ser
Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
badaladas soaram). � Concorda com o sujeito
Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio Ex.: Nós somos unha e carne;
da escola soou dez badaladas). � Concorda com o sujeito (pessoa)
z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o Ex.: Os meninos foram ao supermercado;
verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven- � Em predicados nominais, quando o sujeito for repre-
dem-se casas de veraneio aqui. sentado por um dos pronomes tudo, nada, isto, isso,
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão aquilo ou “coisas”, o verbo ser concordará com o
interessada; predicativo (preferencialmente) ou com o sujeito
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o Ex.: No início, tudo é/são flores;
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa � Concorda com o predicativo quando o sujeito for
Majestade está preocupada? que ou quem
Suas Excelências precisam de algo? Ex.: Quem foram os classificados?
z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou � Em indicações de horas, datas, tempo, distância
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! (predicativo), o verbo concorda com o predicativo
Ex.: São nove horas.
É frio aqui.
Concordância Verbal com o Sujeito Composto
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� O verbo fica no singular quando precede termos como
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama-
muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, menos
ticais diferentes
etc. junto a especificações de preço, peso, quantidade,
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos;
distância, e também quando seguido do pronome o
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- Divertimentos é o que não lhe falta.
garam ontem; Dez reais é nada diante do que foi gasto;
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
ou nenhum ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
ter o espírito esportivo; verbo concordará com o termo não preposiciona-
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no do entre eles.
singular Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- São eles que sempre chegam cedo.
davam (preferencialmente no singular); É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
� Gradação entre os núcleos do sujeito trução adequada)
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
me acalmar (preferencialmente no singular); (construção inadequada)
� Núcleos do sujeito no infinitivo
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
mitivo (nada, tudo, ninguém) Concordância do Infinitivo
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
nem um nem outro Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; to esclarecido)
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu implícito “nós”)
foco nos estudos; Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras (dois pronomes implícitos: eu, nós)
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões Até me encontrarem, vocês terão de procurar
bem como, assim como, tanto quanto muito. (preposição no início da oração)
LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
final; (verbos pronominais)
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim indicando tempo)
como; não só... mas também etc.) Estudo para me considerarem capaz de aprova-
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)
popularidade em alta; Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni- posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
co núcleo, o verbo fica no singular concordando particípio);
com o núcleo único. Mas, se houver determinante z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
sujeito passa a ser composto. ção verbal) 51
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Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar
sendo sujeito do infinitivo). atrito. (verbo no singular).

Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo Casos Facultativos


no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”. z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o
Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo estádio;
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
com valor genérico)
fizeram rir;
São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece- z Fui eu quem faltou/faltei à aula;
dido de preposição de ou para) z Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
Soldados, recuar! (infinitivo com valor de z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
imperativo) brasileira;
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
� Concordância do verbo parecer ciência. (1,5% corresponde ao singular);
Flexiona-se ou não o infinitivo. z Chegaram/Chegou João e Maria;
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
aqui;
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
vam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexiona- brasileira;
do de acordo com o sujeito, no plural) z O problema do sistema é/são os impostos;
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, z Hoje é/são 22 de agosto;
logo o infinitivo será impessoal); z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
� Concordância dos verbos impessoais a aprovação;
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
sempre na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade. Silepse de Número e de Pessoa
Fazia quinze anos que ele havia se formado.
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo Conhecida também como “concordância irregular,
auxiliar fica no singular) ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
Trata-se de problemas psicológicos.
Geou muitas horas no sul; z Silepse de número: usa-se um termo discordando
� Concordância com sujeito oracional do número da palavra referente, para concordar
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-
singular. dade: todas as flores);
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos. z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados. processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
Ficou combinado que sairíamos à tarde. ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
Urge que você estude. diversas etnias, somos multiculturais.
Era preciso encontrar a verdade
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Casos mais Frequentes em Provas
Define-se como a adaptação em gênero e número
Veja agora uma lista com os casos mais abordados que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
em concursos:
adjetivos, numerais).
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
� Sujeito posposto distanciado gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi- Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
cal brasileira seres estranhos; Muro alto. / Muros altos.
� Verbos impessoais (haver e fazer)
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Casos com Adjetivos
Havia problemas no setor.
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir z Com função de adjunto adnominal: quando o
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável); adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
� Verbo na voz passiva sintética ver após os substantivos, poderá concordar com
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta; as somas desses ou com o elemento mais próximo.
� Verbo concordando com o antecedente correto Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
do pronome relativo ao qual se liga Encontrei colégios e faculdades ótimos.
Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que
tinham experiência; Há casos em que o adjetivo concordará apenas
� Sujeito coletivo com especificador plural com o nome mais próximo, quando a qualidade per-
Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram; tencer somente a este.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
� Sujeito oracional Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho
Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
singular); minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-
� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
52 to ou complemento no plural Existem complicadas regras e conceitos.
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Quando houver apenas um substantivo qualifica- � Meio
do por dois ou mais adjetivos pode-se: Quando significar “metade”: concordará com o
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- elemento referente.
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
francesa e alemã.
Quando significar “um pouco”: será invariável.
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora);
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a � Grama
língua inglesa, a francesa e a alemã. Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
do significar unidade de medida, é masculino.
z Com função de predicativo do sujeito Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”;
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
com a soma dos elementos. � É proibido entrada / É proibida a entrada
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados. Se o sujeito vier determinado, a concordância do
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su- verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda-
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos rão com o determinante.
quanto com o nome mais próximo. Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami-
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta-
nhada está boa.
vam abandonados a casa e o quintal.
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- É proibido entrada de crianças. / É proibida a
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os entrada de crianças.
substantivos por um pronome: Pimenta é bom? / A pimenta é boa?;
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. � Menos / pseudo
(substitui-se por “eles”) São invariáveis.
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles
Ex.: Havia menos violência antigamente.
existem complicados”.
Como o adjetivo desapareceu com a substituição, Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
então é um adjunto adnominal. to é pseudo-objetivo;
� Muito / bastante
z Com função de predicativo do objeto Quando modificam o substantivo: concordam com
ele.
Recomenda-se concordar com a soma dos substan-
Quando modificam o verbo: invariáveis.
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor-
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
dância com o termo mais próximo.
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. irritados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
seus subordinados. tante irritados.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por
Algumas Convenções “vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
tuídos por “bem”, ficarão invariáveis;
� Obrigado / próprio / mesmo
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. � Tal qual
A própria enfermeira virá para o debate. Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
Elas mesmas conversaram conosco. com o substantivo posterior.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
Dica pais.
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
O termo mesmo no sentido de “realmente” será
invariável. quais os pais.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. z Silepse (também chamada concordância figurada)
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
z Só / sós que está subentendido.
Variáveis quando significarem “sozinho” / Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
LÍNGUA PORTUGUESA

“sozinhos”. linda!)
Invariáveis quando significarem “apenas,
Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos
somente”.
Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas com o estabelecimento aberto no final de semana.)
apenas queriam ficar sozinhas.) Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-
A locução “a sós” é invariável. leiros, estamos esperançosos.);
Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de � Possível
ficar a sós; Concordará com o artigo, em gênero e número, em
� Quite / anexo / incluso
frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.
Concordam com os elementos a que se referem.
Ex.: Estamos quites com o banco. Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Seguem anexas as certidões negativas. Conheci crianças as mais belas possíveis.
Inclusos, enviamos os documentos solicitados; 53
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Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
indireto)
Regência é a maneira como o nome ou o verbo se Se o infinitivo preposicionado for intransitivo,
relacionam com seus complementos, com ou sem pre- rege apenas objeto direto:
posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou Ajudaram o ladrão a fugir.
advérbio) exige complemento preposicionado, esse Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto
nome é um termo regente, e seu complemento é um direto:
termo regido, pois há uma relação de dependência Ajudei-o muito à noite;
entre o nome e seu complemento. � Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto
O nome exige um complemento nominal sempre ini- Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran-
ciado por preposição, exceto se o complemento vier em sitivo direto com sentido de “angustiar”)
forma de pronome oblíquo átono. Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe sentido de “desejar muito” – não admite “lhe”
foram leais. como complemento);
Observação: Complemento de “lhe”: predicativo � Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto
do sujeito (desprovido de preposição) Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-
Pronome oblíquo átono: lhe vo direto com sentido de “respirar”)
Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
sujeito (desprovido de preposição). indireto no sentido de “desejar”);
� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
REGÊNCIA VERBAL Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
Relação de dependência entre um verbo e seu O médico assistia os acidentados.
complemento. As relações podem ser diretas ou indi- O médico assistia aos acidentados.
retas, isto é, com ou sem preposição. - Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Há verbos que admitem mais de uma regência sem Não assisti ao final da série;
que o sentido seja alterado.
Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos. O verbo assistir não pode ser empregado no particípio.
V. T. D: esquecia É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha-
Objeto direto: os favores recebidos. res de pessoas.”
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo
Objeto indireto: dos favores recebidos.
direto e indireto
No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que,
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo)
mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti-
seu significado.
vo indireto)
Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire-
(aspiramos = sorvemos)
to e indireto);
V. T. D.: aspiramos
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de
Objeto direto: ar poluídos.
predicativo do objeto
Os funcionários aspiram a um mês de férias.
(aspiram = almejam) Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
V. T. I.: aspiram to com sentido de “convocar”);
Objeto indireto: a um mês de férias Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
A seguir, uma lista dos principais verbos que dicativo do objeto com sentido de “denominar,
geram dúvidas quanto à regência: qualificar”);
� Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
� Abraçar: transitivo direto reto; intransitivo
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço; indireto com sentido de “ser difícil”)
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
to com sentido de “acariciar”) Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto � Esquecer: admite três possibilidades
no sentido de “ser agradável a”); Ex.: Esqueci os acontecimentos.
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; Esqueci-me dos acontecimentos.
transitivo direto e indireto Esqueceram-me os acontecimentos;
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
personificado) transitivo direto e indireto
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
personificado) (transitivo direto com sentido de “acarretar”)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi- Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
reto: refere-se a coisas e pessoas); (transitivo indireto com sentido de “mostrar má
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto disposição”)
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
preposição a, rege indiferentemente objeto direto direto e indireto com sentido de envolver-se”);
54 e objeto indireto. � Informar: transitivo direto e indireto
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Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à inclusão, inserção em
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou inerente em/a
sobre descrente de/em
Informaram o réu de sua condenação. desiludido de/com
Informaram o réu sobre sua condenação. desesperançado de
Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi- desapego de/a
sa: objeto indireto, com a preposição a convívio com
Informaram a condenação ao réu; convivência com
� Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi- demissão, demitido de
reto, com as preposições em e por
encerrado em
Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;
enfiado em
� Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi- imersão, imergido, imerso em
tivo direto e indireto instalação, instalado em
Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran- interessado, interesse em
sitivo com sentido de “cortejar”) intercalação, intercalado entre
Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo supremacia sobre
indireto com sentido de “desejar muito”)
“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
“encantar-se”); SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito. Quando escolhemos determinadas palavras ou
Não desobedeçam à sinalização de trânsito; expressões dentro de um conjunto de possibilidades
� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi- de uso, estamos levando em conta o contexto que
tivo direto e indireto influencia e permite o estabelecimento de diferentes
Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto) relações de sentido. Essas relações podem se dar por
Você pagou ao dono do armazém? (transitivo meio de: sinonímia, antonímia, homonímia, paroní-
indireto). mia, polissemia, hiponímia e hiperonímia.
Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
direto e indireto);
� Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto; Importante!
transitivo direto e indireto
Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto) Léxico: conjunto de todas as palavras e expres-
A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto) sões de um idioma.
Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e Vocabulário: conjunto de palavras e expressões
indireto); que cada falante seleciona do léxico para se
� Suceder: intransitivo; transitivo direto comunicar.
Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
sentido de “ocorrer”).
A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido SINONÍMIA
de “vir depois”).
São palavras ou expressões que, empregadas em
REGÊNCIA NOMINAL um determinado contexto, têm significados seme-
lhantes. É importante entender que a identidade dos
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér- sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
bios) exigem complementos preposicionados, exceto uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. o que pode não acontecer em outras situações. O
uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
Advérbios Terminados em “Mente” exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a de suas significações é diferente.
regência dos adjetivos: O emprego dos sinônimos é um importante recur-
análoga / analogicamente a so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia
contrária / contrariamente a
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a
compatível / compativelmente com
LÍNGUA PORTUGUESA

capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-


diferente / diferentemente de
vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura
favorável / favoravelmente a
paralela / paralelamente a do texto.
próxima / proximamente a/de
relativa / relativamente a ANTONÍMIA

Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos São palavras ou expressões que, empregadas em
Nomes a que se Referem um determinado contexto, têm significados opostos.
As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
Alguns nomes regem preposições semelhantes a gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
sua primeira sílaba. Vejamos: dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
dependente, dependência de casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: 55
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estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php.
Acesso em: 17 out. 2020.

PARÔNIMOS

Parônimos são palavras que apresentam sentido


diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
mos nos exemplos a seguir:
Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16 out. 2020.

A relação de sentido estabelecida na tirinha é z Absorver/absolver


construída a partir dos sentidos opostos das palavras
“prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes- „ Tentaremos absorver toda esta água com
se contexto. esponjas. (sorver)
„ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis
HOMONÍMIA de seus pecados (inocentar).

Homônimos são palavras que têm a mesma pro- z Aferir/auferir


núncia ou grafia, porém apresentam significados dife-
rentes. É importante estar atento a essas palavras e a „ Realizaremos uma prova para aferir seus
seus dois significados. A seguir, listamos alguns homô- conhecimentos (avaliar, cotejar).
nimos importantes: „ O empresário consegue sempre auferir lucros
em seus investimentos (obter).
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta) z Cavaleiro/cavalheiro
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido) „ Todos os cavaleiros que integravam a cavala-
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) ria do rei participaram na batalha (homem que
bucho (estômago) buxo (arbusto) anda de cavalo).
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito) „ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
sempre as portas para eu passar (homem edu-
cado e cortês).
sela (forma do verbo selar;
cela (pequeno quarto)
arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo) z Cumprimento/comprimento
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
„ O comprimento do tecido que eu comprei é de
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
3,50 metros (tamanho, grandeza).
cerrar (fechar) serrar (cortar)
„ Dê meus cumprimentos a seu avô (saudação).
cervo (veado) servo (criado)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
z Delatar/dilatar
cheque (ordem de xeque (lance no jogo de
pagamento) xadrez)
„ Um dos alunos da turma delatou o colega que
círio (vela) sírio (natural da Síria)
chutou a porta e partiu o vidro (denunciar).
cito (forma do verbo citar) sito (situado) „ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan-
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir) do seu estômago (alargar, estender).
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar) z Dirigente/diligente
exotérico (que se expõe em
esotérico (secreto)
público)
„ O dirigente da empresa não quis prestar decla-
espectador (aquele que expectador (aquele que tem rações sobre o funcionamento da mesma (pes-
assiste) esperança, que espera)
soa que dirige, gere).
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
„ Minha funcionária é diligente na realização de
espiar (observar) expiar (pagar pena) suas funções (expedito, aplicado).
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado) z Discriminar/descriminar
esterno (osso do peito) externo (exterior)
extrato (o que se extrai de „ Ela se sentiu discriminada por não poder
estrato (camada)
56 algo) entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
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„ Em muitos países se discute sobre descrimi- mensagem até no escuro. Mas, como a ideia não pegou
nar o uso de algumas drogas (descriminalizar, na tropa, Barbier adaptou o método para a leitura de
inocentar). cegos, com o nome de grafia sonora. O sistema permitia
a comunicação entre os cegos, pois com ele era possível
Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-paronimas/. Acesso escrever, algo que o método de Haüy não possibilitava. O
em: 17 out. 2020. de Barbier era fonético: registrava sons e não letras. Des-
sa forma, as palavras não podiam ser soletradas. Além
POLISSEMIA (PLURISSIGNIFICAÇÃO) disso, o fato de um grande número de sinais ser usado
para uma única palavra tornava o sistema muito com-
Multiplicidade de sentidos encontradas em algu- plicado. Apesar dos inconvenientes, foi adotado como
mas palavras, dependendo do contexto. As palavras método auxiliar por Haüy.
polissêmicas guardam uma relação de sentido entre Pesquisando a fundo a grafia sonora, Braille percebeu
si, diferenciando-as das palavras homônimas. A polis- suas limitações e pôs-se a aperfeiçoá-la. Em 1824, seu
semia é encontrada no exemplo a seguir: método estava pronto. Primeiro, eliminou os traços, para
evitar erros de leitura: em seguida, criou uma célula de
seis pontos, divididos em duas colunas de três pontos
cada, que podem ser combinados de 63 maneiras dife-
rentes. A posição dos pontos na célula está ao lado.
Em 1826, aos 17 anos, ainda estudante, Braille começou
a dar aulas. Embora seu método fizesse sucesso entre
os alunos, não podia ensiná-lo na sala de aula, pois ainda
Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acesso em: 17 out. 2020. não era reconhecido oficialmente. Por isso, Braille dava
aulas do revolucionário sistema escondido no quarto, que
HIPÔNIMO E HIPERÔNIMO logo se transformou numa segunda sala de aula.
O braile é lido passando-se a ponta dos dedos sobre os
sinais de relevo. Normalmente se usa a mão direita com um
Relação estabelecida entre termos que guardam
ou mais dedos, conforme a habilidade do leitor, enquanto
relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra-
a mão esquerda procura o início da outra linha. Aplica-se
dativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos –
a qualquer língua, sem exceção, e também à estenografia,
carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus...
à música – Braille, por sinal, era ainda exímio pianista – e
às notações científicas em geral. A escrita é feita mediante
o uso da reglete, também idealizada por Braille: trata-se de
HORA DE PRATICAR! uma régua especial, de duas linhas, com uma série de jane-
las de seis furos cada, correspondentes às células braile.
Louis Braille morreu de tuberculose em 1852, com ape-
Leia o texto a seguir para responder às questões 1 a 3.
nas 43 anos. Temia que seu método desaparecesse
com ele, mas, finalmente, em 1854 foi oficializado pelo
A história do método braile
governo francês. No ano seguinte, foi apresentado ao
mundo, na Exposição Internacional de Paris, por ordem
Ler no escuro. Quem já tentou sabe que é impossível. Mas do imperador Napoleão III (1808-1873), que programou
foi exatamente a isso que um francês chamado Louis ainda uma série de concertos de piano com ex-alunos de
Braille dedicou a vida. Nascido em Coupvray, uma peque- Braille. O sucesso foi imediato, e o sistema se espalhou
na aldeia nos arredores de Paris, em 1809, desde cedo ele pelo mundo. Em 1952, o governo francês transferiu os
mostrou muito interesse pelo trabalho do pai. Seus olhos restos mortais de Braille para o Panthéon, em Paris, onde
azuis brilhavam da admiração de vê-lo cortar, com extre- estão sepultados os heróis nacionais.
ma perícia, selas e arreios. Pouco depois de completar 3
anos, o menino começou a brincar na selaria do pai, cor- ATANES, Silvio. Super Interessante. Disponível em: https://super
tando pequenas tiras de couro. Uma tarde, uma sovela, .abril.]com.br/historia/. Acesso em: 23 out. 2022. Adaptado.
instrumento usado para perfurar o couro, escapou-lhe da
mão e atingiu o seu olho esquerdo. O resultado foi uma 1. (CESGRANRIO — 2023) O pronome oblíquo átono está
infecção que, seis meses depois, afetaria também o olho colocado de acordo com a norma-padrão da língua
direito. Aos 5 anos, o garoto estava completamente cego. portuguesa em:
A tragédia não o impediu, porém, de frequentar a escola
por dois anos e de se tornar ainda um aluno brilhante. Por a) Me surpreende a história de vida de Braille.
essa razão, ele ganhou uma bolsa de estudos no Insti- b) Seu método não trouxe-lhe reconhecimento em vida.
tuto Nacional para Jovens Cegos, em Paris, um colégio c) O menino cego aos cinco anos tornar-se-ia um herói
LÍNGUA PORTUGUESA

interno fundado por Valentin Haüy (1745-1822). Além nacional na França.


do currículo normal, Haüy introduzira um sistema espe- d) Quantos impressionaram-nos como Braille?
cial de alfabetização, no qual letras de forma impressas e) Braille recebia os alunos e sempre auxiliava-os com o
em relevo, em papelão, eram reconhecidas pelos contor- método criado.
nos. Desde o início do curso, Braille destacou-se como o
melhor aluno da turma e logo começou a ajudar os cole- 2. (CESGRANRIO — 2023) A frase em que a palavra des-
gas. Em 1821, aos 12 anos, conheceu um método inven- tacada respeita as regras da concordância nominal de
tado pouco antes por Charles Barbier de La Serre, oficial acordo com a norma-padrão da língua portuguesa é:
do Exército francês.
O método Barbier, também chamado escrita noturna, era a) Hoje, Braille e seu método são muitos conhecidos.
um código de pontos e traços em relevo impressos tam- b) Depois do acidente, Braille e sua família não ficaram
bém em papelão. Destinava-se a enviar ordens cifradas a só.
sentinelas em postos avançados. Estes decodificariam a 57
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Há bastante razões para se considerar Braille um herói a) Poder-se-á levar a educação financeira para as salas
nacional. de aula, o que será muito proveitoso.
d) Os alunos ficavam meio desorientados com o método b) Nos perguntam sempre sobre como gerir melhor a
de Barbier. vida financeira.
e) O sistema de códigos de Braille tinha menas limita- c) As famílias nunca preocuparam-se com a educação
ções que o de Barbier. financeira como parte da formação de seus filhos.
d) Aqueles que relacionam-se bem com o dinheiro têm
3. (CESGRANRIO — 2023) A partir da leitura do texto, uma vida mais organizada.
constata-se que Braille: e) Compreenderia-se melhor o desempenho da empresa,
se o mercado fosse estudado.
a) queria seguir o ofício do pai.
b) estudou com bolsa de estudos. 5. (CESGRANRIO — 2021) No trecho do parágrafo 3 “As
c) trabalhava em selarias quando criança. empresas, não compreendendo a importância de ter
d) foi adotado por Valentin Haüy depois da tragédia. seus funcionários alfabetizados financeiramente, tam-
e) começou a dar aulas quando atingiu a maioridade. bém não investem nessa área”, a oração destacada tem
valor semântico de:
Leia o texto a seguir para responder às questões 4 a 13.
a) causa
Relacionamento com o dinheiro b) proporção
c) alternância
Desde cedo, começamos a lidar com uma série de d) comparação
situações ligadas ao dinheiro. Para tirar melhor proveito e) consequência
do seu dinheiro, é muito importante saber como utili-
zá-lo da forma mais favorável a você. O aprendizado e 6. (CESGRANRIO — 2021) As vírgulas estão plenamente
a aplicação de conhecimentos práticos de educação empregadas de acordo com o padrão formal da língua
financeira podem contribuir para melhorar a gestão de escrita em:
nossas finanças pessoais, tornando nossas vidas mais a) Há algumas décadas, se alguém falasse, em educa-
tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro. ção financeira, causaria um certo estranhamento.
Se pararmos para pensar, estamos sujeitos a um mun- b) Relacionar-se bem com o dinheiro de acordo com os
do financeiro muito mais complexo que o das gerações especialistas, é uma forma de levar uma vida mais
anteriores. No entanto, o nível de educação financeira saudável, sem percalços.
da população não acompanhou esse aumento de com- c) É preciso criar uma cultura de discutir, na família, na
plexidade. A ausência de educação financeira, aliada à escola, com os amigos, sobre como usar melhor os
facilidade de acesso ao crédito, tem levado muitas pes- recursos financeiros.
soas ao endividamento excessivo, privando-as de parte d) A educação financeira, apesar de não resolver o pro-
de sua renda em função do pagamento de prestações blema da falta de dinheiro pode auxiliar, com um con-
mensais que reduzem suas capacidades de consumir trole maior, de seu gasto.
produtos que lhes trariam satisfação. e) Não gastar em demasia, não acumular dívidas, refletir
Infelizmente, não faz parte do cotidiano da maioria das sobre seus ganhos, e gastos, poupar são estratégias
pessoas buscar informações que as auxiliem na gestão para gerir melhor suas finanças.
de suas finanças. Para agravar essa situação, não há
uma cultura coletiva, ou seja, uma preocupação da socie- 7. (CESGRANRIO — 2021) Considerando-se as regras da
dade organizada em torno do tema. Nas escolas, pouco norma-padrão da língua portuguesa, a concordância
ou nada é falado sobre o assunto. As empresas, não nominal da palavra destacada está adequadamente
compreendendo a importância de ter seus funcionários construída em:
alfabetizados financeiramente, também não investem a) Naquela palestra, foram abordadas ensinamentos e
nessa área. Similar problema é encontrado nas famílias, orientações sobre o bom uso do dinheiro.
nas quais não há o hábito de reunir os membros para dis- b) Sempre há bastante investidores interessados em dis-
cutir e elaborar um orçamento familiar. Igualmente entre cussões que abordam o mercado de ações.
os amigos, assuntos ligados à gestão financeira pessoal c) Perderemos menas oportunidades se nos mantiver-
muitas vezes são considerados invasão de privacidade mos sempre atentos ao mercado financeiro.
e pouco se conversa em torno do tema. Enfim, embora d) O mercado está vendo crescer uma tendência de con-
todos lidem diariamente com dinheiro, poucos se dedi- glomerados francos-brasileiros no país.
cam a gerir melhor seus recursos. e) É proibida a movimentação financeira efetuada por
A educação financeira pode trazer diversos benefícios, menores no âmbito do direito financeiro.
entre os quais, possibilitar o equilíbrio das finanças
pessoais, preparar para o enfrentamento de imprevis- 8. (CESGRANRIO — 2021) Sendo a clareza um requisi-
tos financeiros e para a aposentadoria, qualificar para o to básico da escrita, a seguinte frase NÃO apresen-
bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade ta ambiguidade, estando apta a figurar em um texto
de o indivíduo cair em fraudes, preparar o caminho para oficial:
a realização de sonhos, enfim, tornar a vida melhor.
a) A empresa que investe em seus funcionários cuida de
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – seu equilíbrio financeiro.
Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. p. 12. Adaptado. b) O economista discutiu com o presidente da empresa,
em sua sala, a melhor forma de gerir os negócios.
4. (CESGRANRIO — 2021) A colocação do pronome oblí- c) O nível de educação financeira da população, que
quo átono está em acordo com a norma-padrão da lín- cresceu muito nos últimos anos, é o tema da próxima
gua portuguesa em: palestra.
58
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d) O diretor da escola comunicou ao professor que ele a) Enfim, quando todos lidam diariamente com dinheiro,
ofereceria um curso de educação financeira para a poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
comunidade escolar. b) Enfim, por todos lidarem diariamente com dinheiro,
e) Depois de ler o edital e seu anexo, o gestor solicitou a poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
alteração deste. c) Enfim, como todos lidam diariamente com dinheiro,
poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
9. (CESGRANRIO — 2021) O texto tem o objetivo primor- d) Enfim, apesar de todos lidarem diariamente com dinheiro,
dial de: poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
e) Enfim, desde que todos lidem diariamente com dinhei-
a) ensinar a gerir as finanças pessoais de maneira eficaz. ro, poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.
b) sensibilizar sobre a importância da educação financeira.
c) prevenir quanto aos perigos do acesso facilitado ao Leia o texto a seguir para responder às questões 14 e 15.
crédito.
d) alertar para a complexidade maior do mundo financei- Entenda o que é deep fake e saiba como se proteger
ro atual.
e) sugerir a incorporação do hábito de elaborar orçamen- Vídeos que viralizam nas redes sociais mostrando figu-
to familiar. ras públicas em situações quase inacreditáveis são
verdadeiros? Afinal de contas tudo parece tão real...
10. (CESGRANRIO — 2021) Considerando-se a organiza- A resposta é não, pois se trata de uma “deep fake”,
ção composicional do texto lido, compreende-se que “falsificação profunda” em português, que, como a tra-
ele se classifica como: dução indica, é tão bem feita que pode enganar até
os mais atentos. Segundo estudo de uma empresa de
a) argumentativo, pois defende a ideia de que é impor- segurança, 65% dos brasileiros ignoram a sua existên-
tante saber lidar com o dinheiro. cia e 71% não reconhecem quando um vídeo foi edita-
b) narrativo, pois relata o episódio de uma conversa do digitalmente usando essa técnica.
sobre gestão financeira entre amigos. O que muita gente não sabe, porém, é que esse tipo
c) descritivo, pois reproduz uma cena de elaboração de de golpe, além de manipular vídeos com celebridades
orçamento no cotidiano de uma família. e políticos famosos, também prejudica empresas e
d) expositivo, pois apresenta informações objetivas cidadãos comuns, que podem ser envolvidos em frau-
sobre conceitos da área de educação financeira. des de identidade e extorsões.
e) injuntivo, pois instrui acerca da elaboração de orça- “Deep fake pode ser definida como a criação de vídeos
mentos para uma vida financeira mais saudável. e áudios falsos por meio de inteligência artificial”, expli-
ca um especialista de segurança cibernética e fraude. A
prática costuma utilizar um vídeo de referência e a face
11. (CESGRANRIO — 2021) O paralelismo sintático é uma
(ou corpo) de outra pessoa, que não fazia parte do vídeo
das convenções estabelecidas para a escrita oficial. A
original. Criam-se áudios falsos, fazendo a inteligência
frase cuja organização sintática está plenamente de
artificial aprender como uma pessoa fala e, a partir daí,
acordo com essa convenção é:
obter uma montagem com outras falas, inclusive alteran-
do os lábios para acompanhar as palavras que são ditas.
a) É muito salutar que as pessoas se programem em Esse processo vem evoluindo rapidamente, tornando
relação à saúde e financeiramente. cada vez mais difícil a sua identificação. Isso ocorre
b) O mundo financeiro, hoje, facilita o acesso ao crédito e porque as novas redes neurais (sistemas de computa-
leva ao endividamento progressivo. ção que funcionam como neurônios do cérebro huma-
c) Nossa vida financeira é saudável quando possibilita no), a evolução da capacidade de processamento e
equilíbrio, segurança e que realizemos nossos sonhos. a redução de custos da computação em nuvem têm
d) A educação financeira orienta-nos na revisão de gas- facilitado o acesso a essa tecnologia, contribuindo
tos excessivos e que comprometem nosso orçamento. para aumentar a qualidade dos vídeos.
e) Os especialistas aconselham as escolas a promove- No entanto, os criminosos não precisam de tanto
rem momentos de discussão sobre educação finan- conhecimento e tecnologia para aplicar seus golpes.
ceira com os pais dos alunos e que ofereçam aulas Isso porque deep fakes criadas para serem distribuí-
sobre o tema para os alunos. das por apps de mensagens não exigem tanta qualida-
de. O perigo é que, para o cidadão comum, a deep fake
12. (CESGRANRIO — 2021) Considere a palavra destacada pode ser o ponto de partida para uma fraude financei-
no seguinte trecho do parágrafo 2: “A ausência de edu- ra, entre outros problemas.
cação financeira, aliada à facilidade de acesso ao crédito, A recomendação para pessoas físicas se protegerem é
tem levado muitas pessoas ao endividamento excessivo”. diminuir a exposição de fotos com rostos e vídeos pes-
soais na internet. “As redes sociais devem se manter con-
Essa palavra pode, sem prejuízo do sentido desse tre- figuradas como privadas, já que fotos, áudios ou vídeos
LÍNGUA PORTUGUESA

cho, ser substituída por: disponíveis publicamente podem ser utilizados para ali-
mentar a inteligência artificial e engendrar deep fakes.”
a) básico Além disso, ao receber um vídeo suspeito, observe se
b) essencial o rosto e os lábios da pessoa se movem em conjun-
c) inevitável to com o que ela diz. Preste atenção se a fala parece
d) desmedido contínua ou se em algum momento apresenta cortes
e) imprescindível entre uma palavra e outra. E considere o contexto —
ainda que tecnicamente o vídeo esteja muito bem
13. (CESGRANRIO — 2021) A frase que, ao ser reescrita, manipulado, avalie se faz sentido que aquela pessoa
guarda o mesmo sentido do trecho do parágrafo 3 diga o que parece dizer naquele momento.
“Enfim, embora todos lidem diariamente com dinheiro,
poucos se dedicam a gerir melhor seus recursos.” é: Disponível em: https://estudio.folha.uol.com.br/unico. Acesso em:
20 out. 2022. Adaptado. 59
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14. (CESGRANRIO — 2023) De acordo com a norma-pa- brasileiros que não têm acesso a serviços bancários. O
drão da língua portuguesa, o emprego da vírgula está pouco de dinheiro que entra no orçamento dessas pes-
correto em: soas precisa ser gasto rapidamente para subsistência.
Não há base financeira suficiente para justificar movi-
a) Os produtos comercializados nos mercados deverão mentações bancárias. Também pesa para o time dos
apresentar embalagens adaptadas em seus rótulos “sem-banco” o baixo nível de educação ou a falta de
até o próximo ano atendendo, à expectativa do cliente familiaridade com a tecnologia.
na busca de uma dieta saudável. O fator cultural também favorece a circulação do dinhei-
b) A tabela de informação nutricional, passará a conter ro em espécie. É provável que você conheça alguém
informações gráficas nítidas e legíveis com o objetivo que, mesmo tendo boa renda, prefere pagar boletos
de preservar a compreensão das informações. ou receber pagamentos com cédulas simplesmente
c) As indústrias alimentícias estão sendo obrigadas, por estar acostumado a elas. Para muita gente que faz
pelos órgãos fiscalizadores a se adequarem à legisla- parte dessa turma, dinheiro vivo é dinheiro recebido ou
ção em vigor para que não sejam multadas. pago na hora. Não é preciso esperar a TED cair ou o dia
d) A partir da promulgação de lei no próximo ano, os virar para o boleto ser compensado. Isso pesa mais do
rótulos de alimentos e bebidas deverão esclarecer que a conveniência de se livrar da fila da lotérica.
os consumidores sobre a existência de substâncias Embora o Brasil tenha um sistema bancário que supor-
alergênicas. ta vários tipos de transações, o país estava ficando
e) Vários economistas recomendam, que os consumi- para trás no que diz respeito a pagamentos instantâ-
dores tenham precaução ao utilizar seus cartões de neos. O Pix veio para preencher essa lacuna.
crédito devido à possibilidade de aumentarem seu A modalidade permite transações em qualquer horário
endividamento. e dia, incluindo finais de semana e feriados.
Essa característica, por si só, já é capaz de mudar a
15. (CESGRANRIO — 2023) Na progressão temática do forma como lidamos com o dinheiro, pois implica
texto, depois de citar as novas tecnologias que permi- envio ou recebimento imediato: as transações via Pix
tem a produção de vídeos falsificados — as deep fakes são concluídas rapidamente.
—, desenvolve-se a ideia de que: É o fim do papel-moeda? Não é tão simples assim. O Pix
não foi idealizado com o propósito exclusivo de acabar
a) os usuários devem reduzir a postagem de fotos, com os meios de pagamento e transferência atuais, mui-
áudios ou vídeos para evitar alimentar a produção de to menos com o papel-moeda, mas para fazer o sistema
deep fakes. financeiro do Brasil evoluir e ficar mais competitivo.
b) os vídeos falsificados prejudicam celebridades, mas Apesar disso, não é exagero esperar que, à medida que
também trazem efeitos negativos a empresas e cida- a população incorpore o sistema à sua rotina, o uso
dãos comuns. de DOC, TED, boletos e cartões caia. Eventualmente,
c) a tecnologia que permite a falsificação de vídeos se algum desses meios poderá ser descontinuado, mas
utiliza de inteligência artificial para criar áudios falsos isso não acontecerá tão cedo — vide o exemplo do
que substituem os verdadeiros. cheque, que não “morreu” com a chegada do cartão.
d) mais da metade dos brasileiros não conseguem reco- No caso das cédulas, especialistas do mercado finan-
nhecer se um vídeo foi falsificado por meio da técnica ceiro apontam para uma diminuição de circulação,
de deep fake. mas não para um futuro próximo em que o papel-moe-
e) a “falsificação profunda” é uma expressão para desig- da deixará de existir. Para que esse cenário se torne
nar o fenômeno das deep fakes na língua portuguesa. realidade, é necessário, sobretudo, atacar a desban-
carização. O medo ou a pouca familiaridade com a
Leia o texto a seguir para responder às questões 16 a 18. tecnologia podem ser obstáculos, mas o Pix é tão inte-
ressante para o país que o próprio comércio incentiva
Pix: é o fim do dinheiro em espécie? o público mais resistente a aderir a ele.

ALECRIM, E. Disponível em: https://tecnoblog.net/especiais/ pix-fim-


O Pix muda a forma como realizamos transações finan-
dinheiro-especie- brasil/. Publicado em novembro de 2020. Acesso
ceiras. Representará realmente o fim do DOC e da TED? em: 2 dez. 2022. Adaptado.
O boleto bancário está ainda mais ameaçado de extin-
ção? E o velho cheque vai resistir a esses novos tempos? 16. (CESGRANRIO — 2023) A palavra destacada está
Abrangente como é, o Pix pode reduzir ou acabar com empregada de acordo com as exigências da norma-
a circulação das notas de real? Essa é uma pergunta -padrão da língua portuguesa em:
sem resposta fácil. O fato é que o avanço das transa-
ções financeiras eletrônicas, em detrimento do uso do a) Com a evolução permanente dos recursos tecnológicos,
dinheiro em papel, pode ser benéfico para o Brasil, em identificou-se, na faixa mais jovem da população, proble-
vários sentidos. O Pix tem tudo para ser o empurrãozi- mas psicológicos causados pelo vício da tecnologia.
nho que nos falta para chegarmos a esse cenário. b) É necessário que se envie a todo o sistema bancário do
E por que o dinheiro em espécie resiste? Talvez você este- país vídeos informativos que esclareçam os usuários
ja entre aqueles que compram no supermercado com car- sobre os recentes golpes que envolvem contas de Pix.
tão de crédito ou usam QR Code para pagar a farmácia. c) É preciso reconhecer que o sistema financeiro e o setor
Mas a feira da semana e os churros na esquina você paga produtivo não tem interesse de garantir um projeto bem
com “dinheiro vivo”, certo? Um dos fatores que escoram sucedido de promoção social de comunidades carentes.
a circulação de papel-moeda no Brasil é a informalidade. d) Informações qualificadas aos usuários do sistema
Atrelada a isso está a situação dos desbancarizados. A bancário são essenciais para que se reduzam as ten-
dificuldade que muita gente teve para receber o auxílio tativas de fraude relacionadas ao uso do cartão de cré-
emergencial, durante a pandemia, jogou luz sobre um dito e demais serviços bancários.
60 problema notado há tempos: a enorme quantidade de
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
e) Um conjunto de bancos de investimento, entre os prin- É uma cena bonita, eu acho. Cena que se repete todos
cipais do país, decidiram que as regras de concessão os dias. Parece coisa de antigamente.
de empréstimo para pessoas carentes deveriam ser Parece. Não fosse por um detalhe. A senhora, sentada
relativizadas. placidamente em sua cadeira na calçada, observando
as manhãs, está atrás das grades.
17. (CESGRANRIO — 2023) O objetivo dessa reportagem é Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15 anos
refletir sobre: sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as grades.
Nada mais o impressionou, tudo ele achou normal.
a) a necessidade de implantar um sistema mais seguro Fez comentários vagos sobre as árvores crescidas no
do que o cartão de crédito para as transferências do Aterro, sobre o excesso de gente e carros, tudo sem
auxílio emergencial. muita ênfase. Mas e essas grades, me perguntou, por
b) a sobrevivência do dinheiro em espécie frente ao novo que todas essas grades? E eu, espantada com seu
mecanismo de transferência eletrônica de valores. espanto, eu que de certa forma já me acostumara à
c) as consequências negativas da mudança na cultura paisagem gradeada, fiquei sem saber o que dizer.
popular vigente no país sobre a importância da inser- Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela
ção no sistema bancário. senhora. Todos os dias, o porteiro coloca ali a cadei-
d) os aspectos relevantes da cultura da informalidade no ra para que ela se sente, junto ao jardim, em frente à
dia a dia da economia brasileira e as dificuldades de portaria, por trás da proteção do gradil pintado com
acesso à tecnologia. tinta cor de cobre. E essa cena tão singela, de sabor
e) os impactos dos meios tradicionais de pagamen- tão antigo, se desenrola assim, por trás de barras de
to, como boleto e cartão de crédito, na economia da ferro, que mesmo sendo de alumínio para não enferru-
população. jar são de um ferro simbólico, que prende, constrange,
restringe.
18. (CESGRANRIO — 2023) No trecho “O fato é que o Eu, da calçada, vejo-a sempre por entre as tiras ver-
avanço das transações financeiras eletrônicas, em ticais de metal, sua figura frágil me fazendo lembrar
detrimento do uso do dinheiro em papel, pode ser os passarinhos que os porteiros guardam nas gaiolas,
benéfico para o Brasil, em vários sentidos. pendurados nas árvores.

O Pix tem tudo para ser o empurrãozinho que nos fal- SEIXAS, Heloisa. Contos mínimos. Rio de Janeiro: Record, 2001.
ta para chegarmos a esse cenário.”, a segunda frase
expressa, em relação à primeira, a ideia de: 19. (CESGRANRIO — 2022) Esse texto, que se inicia a
partir do cotidiano de uma velha senhora que tem por
a) condição hábito sentar-se na calçada observando as manhãs,
b) tempo constrói uma crítica:
c) contradição
d) finalidade a) ao abandono dos idosos que, na velhice, se veem sozi-
e) conclusão nhos, sem o apoio e o carinho de sua família.
b) ao excesso de pessoas e carros nas ruas, que somen-
Leia o texto a seguir para responder às questões 19 e 20. te é percebido por quem se afasta da cidade por um
tempo e retorna.
Uma cena c) às cenas diárias que repetem costumes do passado,
que há muito já deveriam ter sido abandonados pela
É de manhã. Não num lugar qualquer, mas no Rio. E população.
não numa época qualquer, mas no outono. Outono no d) às grades, que hoje dominam o cenário das cidades e
Rio. O ar é fino, quase frio, as pedras portuguesas da que foram sendo colocadas aos poucos ao redor de
calçada estão úmidas. No alto, o céu já é de um azul todos nós.
escandaloso, mas o sol oblíquo ainda não conseguiu e) às autoridades de segurança pública, que não atuam
vencer os prédios e arrasta seus raios pelo mar, pelas em prol do direito de ir e vir, sem riscos, da população.
praias, por cima das montanhas, longe dali. Não che-
gou à rua. E, naquele trecho, onde as amendoeiras 20. (CESGRANRIO — 2022) O texto apresenta-se dividido
trançam suas copas, ainda é quase madrugada. em dois momentos: o primeiro, em que o narrador des-
Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do creve minuciosamente a cena observada; e o segundo,
sol. em que o narrador se aproxima mais do leitor, estabe-
É uma senhora de cabelos muito brancos, sentada em lecendo, com ele, uma quase conversa e colocando-se
sua cadeira, na calçada. Na rua tranquila, de pouco explicitamente no texto. O início do segundo momento
movimento, não passa quase ninguém a essa hora, se dá com o trecho:
LÍNGUA PORTUGUESA

tão de manhãzinha. Nem carros, nem pessoas. O que


há mais é o movimento dos porteiros e dos pássaros. a) “Mesmo assim, ela já está lá – como se à espera do
Os primeiros, com suas vassouras e mangueiras, con- sol.”
versando sobre o futebol da véspera. Os segundos, b) “No braço da cadeira de plástico branco, sua mão
cantando – dentro ou fora das gaiolas. repousa, mas também parece pronta a erguer-se num
Mas, mesmo com tão pouco movimento, a senhora já aceno, quando alguém passar.”
está sentada muito ereta, com seu vestido estampado, c) “É uma cena bonita, eu acho.”
de corte simples, suas sandálias. Tem o olhar atento, d) “Meu irmão, que foi morar fora do Brasil e ficou 15
o sorriso pronto a cumprimentar quem surja. No braço anos sem vir aqui, ao voltar só teve um choque: as
da cadeira de plástico branco, sua mão repousa, mas grades.”
também parece pronta a erguer -se num aceno, quan- e) “Penso nisso agora, ao passar pela rua e ver aquela
do alguém passar. senhora.”
61
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9 GABARITO

1 C

2 D

3 B

4 A

5 A

6 C

7 E

8 E

9 B

10 A

11 B

12 D

13 D

14 D

15 A

16 D

17 B

18 E

19 D

20 C

ANOTAÇÕES

62
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Por último, tem-se a Taxa de Juros, que é uma por-
centagem fracionária do Juro sobre o Capital, gerada ao
longo do tempo, ou seja, o quociente entre o Juro e Capital.

Fatores que Afetam a Variação do Valor do Dinheiro


MATEMÁTICA no Tempo

FINANCEIRA z Consumo

Como existem preferências, no decorrer do tempo,


para o de uso e consumo de determinados produtos,
o fator “consumo” afeta o valor do dinheiro no tem-
CONCEITOS GERAIS po perante a nossa sociedade. Hoje, por exemplo, um
smartphone é supervalorizado, pois tem um valor
O CONCEITO DO VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO de mercado alto, já que possui uma grande deman-
da. Antigamente, entretanto, apesar de não existirem
O conceito de valor do dinheiro no tempo é muito celulares, existiam outros utensílios que, na época,
importante quando estamos estudando matemática eram supervalorizados e, por isso, muito custosos.
financeira, pois não podemos, de maneira alguma,
comparar o dinheiro trabalhado na matemática bási- z Inflação e Deflação
ca com o dinheiro trabalhado na matemática finan-
ceira, uma vez que, nesse último, o fator tempo será Primeiro, devemos entender que a inflação é a
primordial. perda do poder de compra, enquanto a deflação é o
Imagine a seguinte situação: ganho do poder de compra. É muito difícil o dinheiro
Seu primo pede que você o empreste uma quantia ganhar valor com o tempo, pois, geralmente, estamos
de R$100,00, com a promessa de que, após 1 ano, ele em constante evolução da inflação. Mas, se conseguís-
semos viver em uma época com deflação, na qual o
irá devolver os mesmos R$100,00 para você. Será essa
poder de compra aumentasse, o dinheiro, com certe-
operação financeira vale a pena?
za, ganharia valor com o tempo.
Você precisa analisar alguns pontos antes de tomar
a decisão: o risco, o valor do dinheiro daqui a um
z Custo de Oportunidade
ano e, também, o retorno do capital.
Aqui, precisamos salientar que o dinheiro tem Aqui, temos um fator que está diretamente relacio-
diferentes valores conforme o tempo vai passando, nado a algum investimento alternativo que gera resul-
pois os R$ 100,00 de hoje não são os mesmos R$ 100,00 tado futuro. Por exemplo, se temos disponível o valor
de daqui a 5 anos. Diz-se isso, pois há fatores que de R$ 1000,00, hoje, qual o custo de oportunidade desse
modificam o valor do dinheiro no tempo, como, por dinheiro? Caso eu o invista, eu vou ter um resultado no
exemplo, a inflação, o risco de um futuro incerto e as futuro. Agora, eu preciso ficar atento para saber se o cus-
operações financeiras. to de oportunidade é maior que a deflação. Numa situa-
Resumindo: um produto que, hoje, custa R$ ção hipotética, digamos que houve uma deflação de 1%
100,00, daqui cinco anos, muito provavelmente, terá no ano e eu tenho um custo de oportunidade de investir
um valor maior. a 10% no ano. Perceba que o meu dinheiro vai perder o
Em matemática financeira, sempre que quisermos valor com o tempo se ficar guardado, pois o meu poten-
comparar dois capitais, devemos transportá-los para cial de lucro é muito maior, com os 10%, do que com
uma mesma data (a uma mesma taxa de juros). Assim, apenas os 1% da deflação. O risco nada mais é do que a
podemos constatar se são iguais (equivalentes), ou possibilidade de perda do dinheiro no futuro.
não. Portanto, jamais faça soma, subtração, multipli-
cação, ou qualquer outra operação matemática, com o z Liquidez
valor do dinheiro em datas diferentes.
Por fim, para entender melhor o valor do dinheiro Liquidez é a facilidade com que um investidor
no tempo, é preciso saber algumas definições impor- consegue se desfazer de um investimento qualquer,
para voltar a ter dinheiro na mão, sem que, para isso,
tantes, como, por exemplo, que o Capital é sempre
precise ter um prejuízo significativo. Por exemplo,
representado em dinheiro atual, ou seja, dinheiro que
MATEMÁTICA FINANCEIRA

se, dentro da empresa, eu tenho 20 mil reais e, com


se tem hoje.
esse dinheiro, eu resolvo investir na compra de equi-
pamentos sofisticados. Diz-se isso, pois esses equipa-
Dica mentos possuem baixa liquidez, assim, se eu precisar
me desfazer, de forma urgente, para levantar um
Vale lembrar que o Capital pode aparecer, na sua
capital, provavelmente eu perderei uns 30 a 50% do
prova, como “Valor Presente, Presente Valor ou PV”. valor investido. Por outro lado, se esse dinheiro esti-
vesse na conta corrente, eu teria liquidez absoluta,
Quando falamos de Juros, por sua vez, nos referimos pois bastaria retirar para capitalizar.
ao aumento do capital ao longo do tempo, ou seja, ao Precisa-se, dentro da organização, entender qual a
dinheiro acumulado ao longo do tempo, a partir de um liquidez de cada um dos ativos (estrutura da empresa,
Capital. prédio, maquinário, valor a receber, caixa etc.) para
O Montante, no que lhe diz respeito, é a soma do capi- assim trabalhar com o que é realmente líquido.
tal mais o juro, e pode ser entendido como resgate total do Podemos, então, perceber que a análise da liquidez
investimento, Valor Futuro, Future Value ou FV. é fundamental quando se fala do valor do dinheiro no 63
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tempo e de uma real possibilidade de ter que se fazer Exemplo:
um resgate financeiro, por algum motivo, como hon-
rar alguma dívida, por exemplo. Determine o Valor Presente do Fluxo de caixa para
uma taxa de juros simples de 10% ao mês.
FLUXOS DE CAIXA E DIAGRAMAS DE FLUXO DE
CAIXA 2.800

A representação da entrada e saída de capital é fei-


ta pelo Diagrama do Fluxo de Caixa, que é o gráfico
das operações de Capital em uma reta horizontal cres-
cente, estabelecida como o tempo. Neste, constam:
mês
0 1 2 3 4
z Entrada de Capital: representada por uma seta
para cima;
Note que para calcular o VP teremos que transpor-
z Saída de Capital: representada por uma seta para
tar essa parcela (Valor Futuro) 4 períodos para trás,
baixo.
isto é, descapitalizá-la. Vamos aplicar a fórmula do
Observe o seguinte exemplo: Valor Presente em regime de juros simples e calcular
Investimento de R$ 50.000,00 no dia de hoje, para seu valor:
recebimento de R$ 120.000,00 daqui a 10 anos:
VP = VF ÷ (1 + i · t)
VP = 2800 ÷ (1 + 0,1 · 4)
120.000,00 VP = 2800 ÷ 1,4
Hoje VP = 2000
| | | | | | | | | | | ano
5 10 EQUIVALÊNCIA FINANCEIRA
50.000,00
Dois ou mais capitais, resgatáveis em datas distin-
Operações Financeiras tas, são equivalentes quando são transportados para
uma mesma data e com a mesma taxa de juros, resul-
Vamos aprender como “transportar” uma parcela tarem valores iguais.
no tempo, ou seja, como levar uma parcela presente
para o futuro (capitalização), e como trazer uma par-
cela do futuro para o presente (desconto ou descapi-
Dica
talização). Aqui, vale lembrar que dependeremos do Para saber se dois capitais são equivalentes:
regime de capitalização, simples ou composto, e, que, � coloque na mesma data;
para cada um deles, teremos uma maneira de calcu- � veja se têm a mesma taxa de juros;
lar. Veja:
� resultam no mesmo valor.
Na Capitalização Simples usaremos as seguintes
fórmulas:
Propriedade Fundamental da Equivalência de
Capitais
VF = VP · (1 + i · t) ou VP = VF ÷ (1 + i · t)
A equivalência permanecerá válida para qualquer
Já na Capitalização Composta, as equações serão:
data, a partir de uma determinada data focal, quando
dois capitais forem equivalentes.
VF = VP · (1 + i)t ou VP = VF ÷ (1 + i)t
Em matemática financeira, sempre que quisermos
Em que, comparar dois capitais, devemos transportá-los para
uma mesma data (a uma mesma taxa de juros), pois,
VF = Valor Futuro assim, podemos constatar se são iguais (equivalentes)
VP = Valor Presente ou Valor Atual ou não.
i = taxa de juros Vejamos alguns exemplos, a fim de facilitar a com-
t = período preensão do conteúdo:

z Qual a taxa anual de juros de um financiamento


Note que podemos fazer uma analogia com as que cobra juros mensais de 3,5%?
equações do Montante de regime de juros:
Temos que 3,5% = 3,5 ÷ 100 = 0,035
Regime Simples → M = C · (1 + i · t) 1 ano = 12 meses
Regime Composto → M = C · (1 + i)t (1+ia) = (1+im)t
(1 + ia) = (1 + 0,035)12
O Montante será sempre entendido como o Valor 1 + ia = 1,03512
Futuro, e, o Capital, como Valor Presente: 1 + ia = 1,6958
ia = 1,6958 – 1
Montante → Valor Futuro ia = 0,6958
64 Capital → Valor Presente ou Valor Atual ia = 69,58 % ao ano.
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z Determine a taxa mensal equivalente a 0,4% ao (1+ia) = (1+is)t
dia. (1 + ia) = (1+is)2
(1 + ia) = (1 + 0,10)²
Sabemos que 0,4% = 0,4 ÷ 100 = 0,004 1 + ia = 1,21
ia = 1,21 – 1 = 0,21
1 mês = 30 dias ia = 21%
(1+im) = (1+id)t Resposta: Letra E.
(1 + im) = (1 + 0,004)30
1 + im = 1,00430
1 + im = 1,1272
im = 1,1272 – 1
im = 0,1272
SEQUÊNCIAS
im = 12,72% ao mês.
LEI DE FORMAÇÃO DE SEQUÊNCIAS E
DETERMINAÇÃO DE SEUS ELEMENTOS
Resolva os exercícios a seguir para exercitar seus
conhecimentos:
Esse tema é cobrado de uma maneira que pode pare-
cer como também pode ser complicado. Descobrir a lei
1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere duas taxas
de formação ou padrão da sequência é o seu principal
aplicadas sobre um determinado capital, durante o
objetivo, pois nas questões sobre sequências/raciocínio
mesmo período, culminando nos mesmos montantes.
sequencial, você será apresentado a um conjunto de
Para essa situação hipotética, estamos nos referindo
à taxa: dados dispostos de acordo com alguma “regra” implíci-
ta, alguma lógica de formação. O desafio é exatamente
descobrir essa “regra” para, com isso, encontrar outros
a) real.
termos daquela mesma sequência.
b) equivalente.
c) efetiva. Veja o exemplo abaixo:
d) nominal.
e) líquida. 2, 4, 6, 8,...

Taxas equivalentes produzirão o mesmo montante A primeira pergunta que podemos fazer para
que a outra operação, contudo em períodos de capi- achar a lei de formação é: os números estão aumen-
talização diferentes da taxa original. tando ou diminuindo?
Resposta: Letra B. Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) A taxa trimestral de Veja no exemplo colocado acima: 2, 4, 6, 8,.. Do primei-
juros equivalentes a 2% ao mês é de ro termo para o segundo, somamos o número dois e
depois repetimos isso.
a) 3,36%.
b) 4,50%. 2+2=4
c) 5,57%. 4+2=6
d) 6,00%. 6+2=8
e) 6,12%.
Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
Disponha os dados na fórmula: pois 8 + 2 = 10.
1 trimestre = 3 meses Caso os números estejam diminuindo, você pode
(1+it) = (1+im)t buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões
(1+it) = (1+im)3 entre os termos.
(1+it) = (1,02)3 Agora, observe essa outra sequência:
(1+it) = (1,0612)
it = 1,0612 - 1 2, 3, 5, 7, 11, 13, ...
it= 0,0612, transformando em % = 0,0612 · 100 =
6,12% Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem a
Resposta: Letra E. dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo percebido
que o 9 não está na sequência. A nossa tendência é relevar
MATEMÁTICA FINANCEIRA

3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere uma capitali- esse “probleminha” e marcar logo o valor 15. Muito cui-
zação semestral a uma taxa de juros nominal de 20% dado! Como já disse, o padrão encontrado deve ser capaz
anual. Assinale a opção que corresponde a taxa efeti- de explicar toda a sequência! Nesse caso, estamos diante
va anual equivalente. dos números primos! Sim, aqueles números que só podem
ser divididos por eles mesmos ou então pelo número 1. No
a) 5% caso, o próximo seria o 17, e não o 15. A propósito, os próxi-
b) 10,5% mos números primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
c) 15%
d) 20,25% Sequências Numéricas Alternadas
e) 21%
É bem comum aparecerem questões que envolvem
Capitalização Semestral uma sequência que tem mais de uma lei de formação.
Taxa nominal = 20% anual fica 10% semestral Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
Equivalência de taxa: te exemplo: 65
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2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ... an = a1 + (n – 1) · r
a200 = 1 + (200 – 1) · 2
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
dizer que temos uma sequência que, de um número a200 = 1 + 2 · 199
para outro, devemos somar 2 unidades e também
a200 = 1 + 398
podemos notar que temos a sequência que, de um
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas a200 = 399
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:
1ª sequência: 2, 4, 6, 8,... Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PA
2ª sequência: 5, 10, 15, 20, ...
A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
PROGRESSÕES ARITMÉTICAS “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:

Uma progressão aritmética é aquela em que os Sn = n · (a1 + an)


termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons- 2
tante, normalmente representada pela letra r.
Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
z Termo inicial: valor do primeiro número que lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo
compõe a sequência; que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.
z Razão: regra que permite, a partir de um termo, Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, neste
obter o seguinte. caso, o termo a7, que observando na sequência é o núme-
ro 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula, temos:
Observe o exemplo abaixo:
Sn = n · (a1 + an)
{1,3,5,7,9,11,13, ...} 2
S7 = 7 · (1 + 13)
Veja que 1 + 2 = 3, 3 + 2 = 5, 5 + 2 = 7, 7 + 2 = 9 e assim 2
sucessivamente. Temos um exemplo nítido de uma Pro-
gressão Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e S7 = 7 · 14
termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo progres- 2
sões aritméticas, é importante você saber obter o termo 98
geral e a soma dos termos, conforme veremos a seguir. S7 = = 49
2
Termo Geral da PA
Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser:
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei-
z PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer
outro termo. Temos a seguinte fórmula: crescente.

an = a1 + (n – 1)r Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3;

Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o z PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em


“n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é ordem decrescente.
a posição do termo na PA.
Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = –1;
o termo de posição 10. Já temos as informações que
precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}. z PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão
iguais.
z O termo que buscamos é o da décima posição, isto é, a10;
z A razão da PA é 2, portanto r = 2; Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0.
z O termo inicial é 1, logo a1 = 1;
z n, ou seja, a posição que queremos é a de número Dica
10: n = 10.
PA crescente: se r > 0;
Logo,
PA decrescente: se r < 0;
PA constante: se r = 0.
an = a1 + (n – 1) · r
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o
a10 = 1 + (10 – 1) · 2 segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé-
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja:
a10 = 1 + 2 · 9
a10 = 1 + 18 PA (a1, a2, a3)  a2 = (a1 + a3) ÷ 2
a10 = 19 PA (2, 4, 6)  4 = (2+6) ÷ 2  4 = 4

Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na Exercite seus conhecimentos com as questões
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula, comentadas a seguir.
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
66 posição 200 é:
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1. (IBFC — 2015) O total de múltiplos de 4 existentes PROGRESSÕES GEOMÉTRICAS
entre os números 23 e 125 é:
Observe a sequência a seguir:
a) 25.
b) 26. {2, 4, 8, 16, 32...}
c) 27.
d) 28. Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2.
e) 24. Esse é um exemplo típico de Progressão Geométrica,
ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti-
O primeiro múltiplo de 4 neste intervalo é 24 e o último do a partir da multiplicação do anterior por um mes-
é 124. Veja que os múltiplos de 4 formam uma PA de mo número, o que chamamos de razão da progressão
razão igual a 4. Então, temos as seguintes informações: geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.
a1 = 24
No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é
an = 124
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
r = 4 (podemos ir somando de 4 em 4 unidades para
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral
obter os múltiplos).
e a soma dos termos.
Substituindo na fórmula do termo geral, vamos
encontrar a quantidade de elementos (múltiplos):
an = a1 + (n – 1)r Termo Geral da PG
124 = 24 + (n – 1)4
124 = 24 + 4n – 4 A fórmula a seguir nos permite obter qualquer
124 – 24 + 4 = 4n termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do
104 = 4n primeiro termo (a1) e da razão (q):
n = 26. Resposta: Letra B.
an = a1 · qn-1
2. (FCC — 2018) Rodrigo planejou fazer uma viagem em
4 dias. A quantidade de quilômetros que ele percorrerá No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
em cada dia será diferente e formará uma progressão ser encontrado assim:
aritmética de razão igual a − 24. A média de quilôme-
tros que Rodrigo percorrerá por dia é igual a 310 km. {2, 4, 8, 16, 32...}
Desse modo, é correto concluir que o número de quilô-
metros que Rodrigo percorrerá em seu quarto e último a5 = 2 · 25-1
dia de viagem será igual a a5 = 2 · 24
a) 334. a5 = 2 · 16
b) 280.
a5 = 32
c) 322.
d) 274.
e) 310. Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG

Primeiro devemos achar o a1, para depois acharmos A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
o a4. Devemos colocar tudo em função de a1, para primeiros termos da progressão geométrica:
podermos substituir na média. Usando a fórmula
n
do termo geral: a1 · (q - 1)
r = –24 Sn =
q-1
an= a1 + (n – 1) · r
Achando a1: Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
a1 = a1 + (1–1) · r soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
a1 = a1 16, 32...}.
Colocando a2 em função de a1:
S4 = 2 · (2 4 - 1)
a2= a1+ (2 – 1) · r
a2 = a1 + r 2-1
Colocando a3 em função de a1:
S4 = 2 · (16 - 1)
a3= a1+ (3 – 1) · r
1
a3 = a1 + 2r
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Colocando a4 em função de a1: S4 = 2 · 15


a4 = a1 + (4 – 1) · r 1
a4 = a1 + 3r
Substituindo na fórmula da média aritmética: S4 = 30
(a1 + a2 + a3 + a4 ) ÷ 4 = 310
(a1+ a1 + r + a1 + 2r + a1 + 3r) ÷ 4 = 310 Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
4 a1 + 6r = 310 · 4 Geométrica
4 a1 + 6 · (–24) = 1.240
4 a1 – 144 = 1.240 Suponha que você corra 1000 metros, depois, você
a1 = 346 corra 500 metros, depois, você corra 250 metros e,
Encontrando a4: depois, 125 metros — sempre metade do que você
a4= 346 + (4 – 1) · r correu anteriormente. Quanto você correrá no total?
a4= 346 + 3r Observe que o que temos é exatamente uma progres-
a4= 346 + 3 · (–24) são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente.
a4 = 274. Resposta: Letra D. 67
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Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto JUROS SIMPLES
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por-
tanto, substituindo, teremos: CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE
JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO
S∞ = a1 · (0 - 1)
FINANCEIRA
q-1
a1 Para estudarmos Juros, é muito importante que
S∞ = você compreenda que o dinheiro, ao longo do tempo,
1-q
muda de valor.
Assim, eu te pergunto:
Dica O que você prefere: receber R$ 1000 reais hoje ou
receber este mesmo valor daqui a 1 ano?
Em uma progressão geométrica, o quadrado do Provavelmente, você vai preferir receber hoje.
termo do meio é igual ao produto dos extremos. Diz-se isso, pois, dentre outros motivos, sabe-se
{a1, a2, a3}  (a2)2 = a1 · a3 que, ao longo do tempo, os preços dos produtos ten-
Veja: {2, 4, 8, 16, 32...} dem ao crescimento. A esse processo, dá-se o nome de
82 = 4 · 16 Inflação. Assim, possivelmente, um produto compra-
64 = 64. do hoje, no valor de mil reais, estará mais caro no ano
que vem. Além disso, uma vez recebido o dinheiro,
Revise o conteúdo visto com alguns exercícios mesmo que não imediatamente utilizado, ele pode ser
comentados. colocado em uma aplicação financeira e gerar rendi-
mento, ou seja, ter seu valor inicial ampliado com o
1. (FUMARC — 2018) Se a sequência numérica repre- passar do tempo.
sentada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão Para fins de entendimento da disciplina de Mate-
Geométrica crescente de razão igual a q, então, é COR- mática Financeira e, também, para compreendermos
RETO afirmar que o valor de q é igual a: como funciona o valor do dinheiro no tempo, vamos
sempre pensar das seguintes maneiras: pagar a vista
a) 2. ou parcelar, receber agora e fazer outro investimento,
b) 3. manter na aplicação atual, dentre outras variações.
c) 4. Tudo isso será demonstrado ao longo desse material.
d) 8. Seguiremos, abaixo, com alguns conceitos básicos!

Vamos substituir os valores que já temos na fórmu- JURO


la geral da PG para acharmos a razão:
an = a1 · qn-1 O Juro, conceito basilar da matemática financeira,
é definido das seguintes formas: rendimento de deter-
a6 = a1 · q6-1
minado capital, ganho sobre o capital, remuneração
192 = 6 · q5 do capital ou, ainda, aluguel do capital.
De maneira mais simples, se tenho uma certa
192 ÷ 6 = q5 quantia e permito que alguém use por determinado
32 = q5 tempo, é justo que eu receba um “aluguel” dessa pes-
soa. A esse “aluguel”, dá-se o nome de Juro. Assim, o
5
q= 32 Juro é, portanto, a remuneração pertinente ao uso de
um capital por determinado tempo.
q = 2. Resposta: Letra A.
Além disso, existem duas maneiras principais de
cobrança de juros, chamadas de “Juros simples” e
2. (IBFC — 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G.
“Juros compostos”. O Juro simples, no que lhe diz
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
respeito, restringe-se, com mais frequência, às transa-
12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a:
ções de curto prazo, nas quais os valores resultantes
da aplicação de juros simples, ou compostos, são mui-
a) 324. to próximos entre si.
b) 36.
c) 108.
CAPITAL
d) 216.
O Conceito de Capital relaciona-se à quantia ini-
Temos que a2 = 12 e q = 3. Para calcularmos o quarto
cial que se tem ou, ainda, que se recebe. Também
termo, devemos usar a fórmula do termo geral da
são definições para o mesmo conceito: valor inicial,
PG. Veja:
valor aplicado, depósito inicial, valor principal etc. Na
a4 = a2 · q4-2
matemática financeira, o Capital é representado pela
a4 = 12 · 32
letra C.
a4 = 12 · 9
a4 = 108. Resposta: Letra C.
MONTANTE

O Montante, por sua vez, é o resultado obtido


a partir da aplicação de determinado capital. De
outro modo, é a quantia que se recebe, ou se paga,
68 pelo empréstimo do Capital. O Montante também é
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chamado, comumente, de valor de resgate, capital +
TAXAS DE JUROS
juros, valor final ou valor capitalizado. Na matemá-
tica financeira, ele é representado pela letra M. Forma Para transformar Forma
Percentual na forma unitária Unitária
PERÍODO
20% ao ano 20/100 0,2 ao ano
O Período, no campo matemático aqui estudado, 0,06 ao
define-se como o espaço de tempo no qual o capi- 6% ao trimestre 6/100
trimestre
tal ficou aplicado. Esse dado é representado por um
número que pode determinar dias, meses, trimestres, 2% ao mês 2/100 0,02 ao mês
anos etc. O número de períodos é representado pela
letra N, ou pela letra T, de tempo. Seguem, abaixo, as 0,3% ao dia 0,3/100 0,003 ao dia
siglas para os períodos das taxas:
Inversamente, para transformarmos uma taxa
z Mensal: a.m. (ao mês); unitária em sua forma percentual, devemos multipli-
z Bimestral: a.b. (ao bimestre); cá-la por cem.
z Trimestral: a.t. (ao trimestre);
z Semestral: a.s. (ao semestre); JUROS SIMPLES
z Anual: a.a. (ao ano).
No campo dos Juros Simples, os rendimentos em
TAXA DE JUROS J, em cada período T, sempre serão os mesmos, uma
vez que os juros são calculados, sem exceção, sobre o
Por taxa de juros entendemos a relação entre o capital inicial. Esse regime recebe o nome de capitali-
Juro e o Capital. De outro modo, essa taxa é, na rea- zação simples. Segue a fórmula para realização desse
lidade, o fator que determina qual é a remuneração cálculo:
de determinado capital, em determinado espaço de
tempo. J=C·i·n
A fórmula da taxa de juros, para um período, é a Onde,
seguinte: J: juros
C: capital
J
i=
C
I: taxa de juros (deverá estar escrita na forma de
número decimal. Para isso, basta dividir o valor dado
Importante! por 100).
N: tempo (a taxa de juros e o tempo devem se refe-
Aqui, utilizamos a notação i, que vem do inglês
rir à mesma unidade de tempo).
interest e significa, portanto, taxa. Mas é impor-
tante saber que a taxa de juros também pode ser MONTANTE
identificada pela letra J.
Para calcularmos o Montante, ou seja, o Juros
A seguir, observaremos que a taxa de juros pode somado ao valor inicial, no final do período de tempo,
ser representada de duas maneiras. Além disso, per- devemos utilizar a seguinte fórmula:
ceberemos como é fácil passar de uma forma para a
outra! M=C+J
M=C+C·i·n
Taxa Percentual
Da equação acima, temos, portanto, a expressão:
Por Taxa Percentual entende-se a taxa de juros
referente a cem unidades de capital. Interessante M = C · (1 + i · n)
notar que seu próprio nome já demonstra isso, uma
vez que “percentual” significa “por cem”. Pela própria definição, o Montante é:
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Ex.: A inflação do ano atingiu 9% (seis por cento). M=C+J

Taxa Unitária Contudo, vimos que:

A Taxa Unitária, por sua vez, refere-se a uma uni- J=C·i·n


dade de Capital, assim como afirma, também, seu
próprio nome. Atenção: Para os cálculos de juros, Logo, temos que:
montante e capital apresentados na apostila, e tam-
bém existentes na vida real, devemos utilizar, nas fór- M=C+C·i·n
mulas, a taxa unitária. Desse modo, ao encontrarmos
uma taxa percentual, devemos, antes de tudo, trans- Assim, colocando-se C em evidência, obtemos a
formá-la em taxa unitária. Só depois , poderemos inse- fórmula para cálculo do montante em Juros Simples:
ri-la na fórmula. Para tal, basta realizar sua divisão
por cem. Observe a tabela a seguir: M = C · (1 + i · n) 69
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Com a fórmula acima, pode-se resolver a maioria Resposta: Letra A.
dos problemas de juros simples. Substitua correta-
mente os dados do problema, observando a compati- TAXAS PROPORCIONAIS E EQUIVALENTES
bilidade das unidades e, depois, ache a incógnita.
Para uma aplicação correta da taxa de juros, é
O CÁLCULO DE MONTAGEM EM JUROS SIMPLES necessário conhecer a unidade de tempo sobre a qual
ela é definida. De outra forma, não adianta saber ape-
Juro J M Montante nas que a taxa de juros é de x%. Mais do que isso, é pre-
ciso saber se essa taxa é anual, bimestral, mensal etc.
Capital C Agora, serão apresentados dois conceitos muito
importantes para a resolução dos exercícios, são eles:
0 1 2 3 n—1 taxas de juros equivalentes e taxas proporcionais.
n nº de Períodos
Taxas Proporcionais
Figura 1: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São
Paulo: Atlas, 2007. Pág. 15. As Taxas Proporcionais (ip) definem-se como aque-
las cujos quocientes, entre elas e seus respectivos perío-
Dica dos de capitalização n, quando colocados na mesma
unidade de tempo, são iguais. Observe a fórmula:
Memorize as duas fórmulas de Juros Simples:
M = C · (1 + i · n) i1 i
J=C·i·n = 2
n1 n2
E, ainda, lembre-se de verificar, e/ou deixar, a
taxa de juros J sempre na mesma medida de Vamos verificar, agora, se as seguintes taxas são
tempo N. proporcionais:

Realize o exercício abaixo para fixar seus i1 = 10% a.m.


conhecimentos: i2 = 20% a.b.
i3 = 30% a.t.
1. (FGV — 2022) Marlene comprou uma mercadoria que i4 = 60% a.s.
custava R$ 400,00 e pagou em duas parcelas: R$ 200,00 i5 = 120% a.a.
no ato da compra e R$ 280,00 um mês após a compra.
A taxa de juro mensal paga por Marlene foi de Se estas taxas forem proporcionais entre si, então:

a) 40%. i1 i i i i
= 2 = 3 = 4 = 5
b) 30%. n1 n2 n3 n4 n5
c) 25%.
Substituindo e lembrando que a unidade de tempo
d) 20%.
de n tem que ser a mesma para todas as taxas, trans-
e) 15%.
formamos tudo em meses:
A mercadoria que Maria comprou, custava R$ 10% 20% 30% 60% 120%
400,00. Como ela deu R$ 200,00, no ato da compra, = = = =
1 mês 2 mêses 3 meses 6 meses 12 meses
ela ficou com um saldo devedor de = 10% ao mês.

400 — 200 = 200 reais Confirmamos, portanto, a proporcionalidade entre


estas taxas.
Agora, como ela pagou R$ 280,00, um mês depois, A fórmula para a obtenção da taxa proporcional,
para liquidar a compra, ela arcou com um juro de desse modo, é mesmo a seguinte:

280 — 200 = 80 reais i1 i


= 2
n1 n2
Então, utilizando a fórmula do valor dos juros para
o regime simples (tanto faz ser simples ou compos- Taxas Equivalentes
to, pois é apenas 1 período), a taxa mensal cobrada
nessa compra foi: Tem-se Taxas Equivalentes (ieq) quando as taxas,
aplicadas sobre o mesmo capital e pelo mesmo pra-
J=C·i·n zo, resultam no mesmo montante. De outro modo,
considerando um mesmo prazo, o rendimento do
Agora, substituindo os valores, teremos: capital inicial deve ser igual, independentemente da
taxa equivalente utilizada. Ademais, pela definição
80 = 200 · i · 1 de taxas equivalentes, sabe-se que o montante será o
80 mesmo, não importando a taxa utilizada, desde que o
i= = 0, 4
prazo de aplicação seja o mesmo. Assim, aplicar-se-á
200
a fórmula para cálculo do montante em juros simples
Multiplicando-se um decimal por 100, teremos o seu às duas taxas:
valor em porcentagem! Então, Para a taxa i : M = C · (1 + i · n)
Para a taxa ieq : M = C · (1 + ieq · 1)
i = 0,4 · 100
70 i = 40% a.m. Como os montantes, pela definição, são iguais:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
C · (1 + i · n) = C · (1 + ieq · 1) → 1 + i · n = 1 + ieq · 1 → 2. (FGV — 2008) A taxa de juros simples de 0,05% ao dia
i · n = ieq · 1 equivale à taxa semestral de:

i ieq
= a) 15,00%.
n n b) 1,50%.
Constatamos, portanto, que, no regime de juros c) 18,00%.
simples, as taxas equivalentes são, também, propor- d) 9,00%.
cionais entre si. e) 12,00%.
Portanto, para calcular taxas equivalentes no regi-
me simples basta usar regra de três. Em juros simples, para acharmos taxas equivalen-
Lembre-se: no regime de juros simples, taxas de tes, também podemos aplicar a regra de três.
juros proporcionais são, também, taxas de juros equi- Assim, temos que:
valentes. Essa informação é muito importante, pois • um semestre tem 6 meses, cada mês com 30 dias.
simplifica o cálculo de taxas equivalentes no regime • logo, 1 semestre tem 6·30=180 dias.
de juros simples. Assim, nesse regime de juros, 1% ao A regra de três para determinar a taxa semestral
mês, 6% ao semestre, ou 12% ao ano são proporcio- fica:
nais, e, portanto, levarão o mesmo capital C ao mesmo
montante M, após o mesmo período de tempo. 0,05% ---- 1 dia
A fim de verificar seus conhecimentos, resolva, x ---- 180 dias
agora, o exercício a seguir:
0,05% · 180 = 1 · x
1. (VUNESP — 2020) Um empréstimo de R$ 1.300,00, x = 9% (ao semestre)
realizado a juros simples, com prazo de 8 meses, teve
como juros total o valor de R$ 260,00. A taxa de juros Resposta: Letra D.
anual cobrada nesse empréstimo foi de
TAXA NOMINAL E TAXA EFETIVA
a) 25%
b) 30% Taxa Nominal
c) 35%
d) 40% A Taxa Nominal (in), por sua vez, é uma taxa de
e) 45% juros na qual a unidade de tempo não coincide com
a unidade de tempo dos períodos de capitalização. De
Segundo o enunciado, o empréstimo de R$ 1.300,00 outra forma, toda vez que, em um negócio, ou em uma
teve um total de juros de R$ 260,00 em n=8 meses. operação financeira, a taxa contratada encontra-se
Jogando esses valores na fórmula, encontraremos a em uma unidade de tempo diferente da unidade de
taxa mensal: tempo dos períodos de capitalização, esta é uma taxa
nominal.
J=C·i·n O relatado acima é uma convenção que, habitualmen-
260 = 1300 · i · 8 te, é utilizada no mercado financeiro. Os exemplos mais
260 notórios da mesma são, muito provavelmente, a taxa de
i=
1.300 · 8 juros da caderneta de poupança e a taxa over (aplicações
260 de um dia).
i= = 0,025
10.400 Ademais, sempre que encontrarmos uma taxa
nominal, devemos, antes de tudo, calcular a Taxa Efe-
Multiplicando um decimal por 100, teremos o seu tiva (ief) da operação, obtida a partir da taxa nominal
valor em porcentagem! Então: pelo método da proporcionalidade, visto no tópico
anterior.
i = 0,025 · 100% = 2,5% a.m.
Taxa Efetiva
Entretanto, o examinador pediu a taxa anual, não a
taxa mensal! Por Taxa Efetiva (ief) entende-se a taxa que, real-
Como o empréstimo foi realizado no regime de juros mente, é utilizada nos cálculos, uma vez que sua uni-
simples, a taxa anual (12 meses) desse empréstimo dade de tempo coincide com a unidade de tempo dos
pode ser obtida através da seguinte proporção: períodos de capitalização.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Observe o seguinte exemplo: a taxa de juros da


ia i
= m caderneta de poupança é de 6% a.a., capitalizados todo
12 1 mês. Ou seja, a taxa contratada é de 6% ao ano, mas os
juros são pagos a cada mês. Assim, se in = 6% a.a., com
Onde: 1 ano tem na = 12 meses capitalização mensal, e a taxa efetiva é a proporcional
Como a taxa mensal foi im = 2,5% a.m., então, substi- mensal que corresponde à taxa nominal, então:
tuindo, teremos:
6% a.a. i ef 6
ia 2, 5% = → ief · 12 = 6 · 1 → ief = = 0,5% a.
= 12 meses 1 mês 12
12 1 m.
2, 5% · 12
ia = = 30% Portanto:
1
Assim, a taxa anual é de 30% a.a. ief = 0,5% a. m.
Resposta: Letra B.
71
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A fórmula para obtenção da taxa efetiva correspondente a uma taxa nominal é a seguinte (lembre-se de que a
unidade de tempo de n tem que ser a mesma):

in ief
=
nn nef

Importante!
Em todos os problemas de matemática financeira, você deverá utilizar, em seus cálculos, sempre, a taxa efe-
tiva. Nunca utilize, nas fórmulas, a taxa nominal!

A fórmula para a obtenção da taxa efetiva é, portanto:

in ief
=
nn nef
Nas aplicações financeiras e, também, em muitos negócios comerciais, é normal que as taxas sejam expressas
em termos anuais, e que os prazos sejam fixados em dias. Entretanto, como para curto prazo o regime de capita-
lização comumente adotado é o de juros simples, é necessário calcular a taxa proporcional referente a um dia.
Assim, existem duas convenções para a contagem de dias:

z Ano Civil: 365 ou 366 (anos bissextos) dias;


z Ano Comercial: 360 dias.

Quando o exercício não mencionar o tipo de ano (civil ou comercial), considera-se ano comercial. Neste, defi-
ne-se que todos os meses têm 30 dias (mês comercial) e que o ano tem, portanto, 360 dias. A contagem de dias, para
anos comerciais, é feita em duas etapas:

z Multiplica-se o número de meses de data a data por 30;


z Acerta-se para mais ou para menos o prazo encontrado, conforme a data final for maior ou menor do que a
data inicial.

Juros Comerciais: contagem de dias como se todo mês tivesse 30 dias. Na hora de fazer a regra de três, con-
sideramos que o ano tem 360 dias.

a taxa i é colocada em termos anuais


(a.a.) e na forma unitária

o prazo n deve ser colocado em dias,


JURO C·i·n seguindo o ano comercial (360 dias)
COMERCIAL J=
360
o divisor 360 transforma a taxa de
anual (nominal) para diária (efetiva)

Figura 2: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 28

Juros Exatos: contagem de dias como se estivéssemos olhando em um calendário. Na hora de fazer a regra de
três, consideramos que o ano tem 365 dias (se for bissexto, consideramos 366).

a taxa i é colocada em termos anuais (a.a.) e na forma


unitária

o prazo n deve ser colocado em dias, seguindo o ano


JURO C·i·n civil (365 ou 366 dias)
EXATO J=
365
o divisor 365 ou 366 transforma a taxa de anual (nominal)
para diária (efetiva)

Figura 3: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 29.

Juros Bancários: contamos os dias olhando em um calendário. Na hora de fazer a regra de três, consideramos
que o ano tem 360 dias.

CAPITAIS EQUIVALENTES EM JUROS SIMPLES

No dia a dia, é comum precisarmos antecipar, ou prorrogar, títulos e obrigações. Além disso, é comum, também,
que precisemos substituir um título por outro, ou por vários. Além disso, pode acontecer, também, de querermos
substituir vários títulos por apenas um. Esses procedimentos podem ser calculados a partir de determinada taxa
de juros, de maneira que o resultado atenda todas às partes envolvidas, isto é, o devedor e o credor. Entretanto,
para tal, precisamos conhecer o conceito de Data Focal.
72
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por Data Focal se entende a data considerada base de comparação dos valores referidos a datas diferentes, ou seja, a
data para a qual serão transportados os valores de entrada e saída de dinheiro, com o intuito de avaliação. Esta também
pode ser nomeada “data de avaliação” ou “data de referência”. Diante do exposto, vamos à Equivalência de Capitais.

Capitais Equivalentes

Dois, ou mais, capitais serão equivalentes se, resgatados em datas distintas e levados para determinada data
focal, à mesma taxa de juros, resultarem em valores iguais.
Consideremos os seguintes capitais cujos valores e respectivas datas de resgate estão a seguir representados:

EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS EM JUROS SIMPLES

C4
C3
C2
Data Focal
C1

—1 0 1 2 3 4 5
1 — (—1) = 2 3—1=2

4—1=3

5—1=4

Figura 4: Livro: Matemática financeira para concurso. Penido, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág.51.

No regime de juros simples, e considerando a taxa de juros i, estes capitais serão equivalentes na data focal 1 se:

C2 C3 C4
C1 · (1 + i · 2) = = = =
1+i·2 1+ i·3 1+i·4
Note que não há novas fórmulas:

z Quando o capital se referir a uma data anterior à data focal, ele será capitalizado, utilizando a fórmula para
cálculo do montante em juros simples;
z Quando o capital se referir a uma data posterior à data focal, ele será atualizado (ou descontado), utilizando a
fórmula para cálculo do valor atual no desconto racional simples (a ser visto mais à frente).

Realize o exercício a seguir para verificar sua compreensão do conteúdo:

1. (VUNESP — 2021) Um produto à vista custa R$ 31.824,00. Esse produto pode ser parcelado em duas vezes, sendo uma par-
cela no ato e a outra três meses depois. O valor da segunda parcela é igual ao saldo devedor acrescido de 4%. Esse produto
foi vendido em duas vezes de maneira que as duas parcelas tivessem o mesmo valor. O valor de cada parcela foi

a) R$ 15.912,00.
b) R$ 15.972,00.
c) R$ 16.048,00.
d) R$ 16.224,00.
e) R$ 16.548,00.

Note que, embora o enunciado mencione um número de meses decorridos após o primeiro pagamento, não há
MATEMÁTICA FINANCEIRA

nenhuma referência a uma taxa de juros. Não precisamos, portanto, considerar o valor do dinheiro no tempo
além do que o enunciado já nos traz.
Chamando de P o valor de cada parcela, temos que (31.824—P) corresponde ao saldo devedor após o pagamento
da primeira parcela. Como a segunda é igual a essa quantia acrescida de 4%, temos:

P = 1,04 · (31.824 — P)
P = 33.096,96 — 1,04P
(1 + 1,04) P = 33.096,96
33.096, 96
P=
2, 04
P = 16.224

Assim, cada parcela é igual a R$ 16.224,00.


Resposta: Letra D. 73
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JUROS COMPOSTOS
CÁLCULO DO MONTANTE, DOS JUROS, DA TAXA DE JUROS, DO PRINCIPAL E DO PRAZO DA OPERAÇÃO
FINANCEIRA

A diferença fundamental entre o regime de juros simples e o regime de juros compostos se refere à forma de
capitalização dos juros:

z Em juros simples, os juros são sempre calculados sobre o capital inicial. Chama-se este regime de capitaliza-
ção simples;
z Em juros compostos, os juros são somados ao capital para cálculo do período seguinte. Chama-se este regime
de capitalização composta.

Contextualizando para você entender:


Suponhamos que você tenha pego um empréstimo de R$ 1.000,00 no banco, o pagamento deste valor deverá
ser realizado após 4 meses, sujeito à taxa de 10% de juros ao valor em cada mês. Ficou acordado que o cálculo de
juros de cada mês será realizado sobre o total da dívida no mês anterior, logo, o valor inicialmente emprestado
não será a única base para o cálculo. Neste caso, estamos diante da cobrança de juros compostos. Por fim, quanto
você deverá pagar ao banco ao final dos 4 meses?
Perceba que neste momento você deverá calcular os juros sobre o total da dívida do mês anterior. Portanto, ao final
do primeiro mês, você deve aplicar a taxa de juros de 10% sobre a dívida que você possuía um mês antes, ou seja, o capital
inicial de R$ 1.000. Como 10% de 1.000 é igual a 100, podemos dizer que ao final deste primeiro mês a dívida subiu para
o valor de R$ 1.100, onde R$ 1.000 corresponde ao capital inicial e R$100 correspondem aos juros percebidos no período.
Até este momento temos os mesmos valores do regime de juros simples. Contudo, no cálculo dos juros do 2º
mês, neste perceberemos uma diferença, pois agora você deve calcular 10% sobre o total da dívida no mês ante-
rior, que agora soma R$ 1.100, e não apenas R$ 1.000, como no primeiro. Calculando 10% de R$ 1.100, você tem R$
110, que são os juros do segundo mês. Portanto, esta dívida soma 1.100 + 110 = R$ 1.210.
Ao final do terceiro mês devemos calcular 10% de R$ 1.210 — dívida do mês anterior —, que é 121 reais, de
modo que a dívida soma 1.210 + 121 = R$ 1.331 reais. No final do 4º mês devemos obter 10% de R$ 1.331, que é R$
133,10, de modo que a dívida soma 1331 + 133,10 = R$ 1.464,10.

Veja de forma mais detalhada na tabela a seguir:

MÊS CAPITAL INICIAL JUROS DO PERÍODO JUROS ACUMULADOS VALOR MONTANTE FINAL

0
R$ 1.000 0,00 0,00 R$ 1.000,00
(início)

R$ 1.000 · 0,10 = R$
1° R$ 1.000 R$ 100,00 R$ 1.100,00
100,00

R$ 1.100 · 0,10 = R$
2° R$ 1.000 R$ 210,00 R$ 1.210,00
110,00

R$ 1.210 · 0,10 = R$
3° R$ 1.000 R$ 331,00 R$ 1.331,00
121,00

R$ 1.331 · 0,10 = R$
4° R$ 1.000 R$ 464,10 R$ 1.464,10
133,10

Concluímos que, ao final dos 4 meses, você deverá ressarcir ao banco o valor de R$ 1.464,10, que é a soma da
dívida inicial (R$ 1.000) e dos juros de R$ 464,10.
No regime de juros compostos, os rendimentos em cada período são somados ao montante anterior para cál-
culo do período seguinte. Assim, os rendimentos crescem, a cada período, em progressão geométrica.

MONTANTE

Para calcular diretamente o valor do montante final (M) devido em uma aplicação do capital inicial (C) por um
determinado prazo (n) a uma determinada taxa de juros (i), basta usar a fórmula:

M = C · (1 + i)n

Na contextualização dada acima, teríamos C = 1.000 reais, n = 4 meses, e i = 10% ao mês. Novamente, observe
que a unidade temporal do prazo (“meses”) é igual a unidade temporal da taxa de juros (“ao mês”), o que nos per-
74 mite aplicar diretamente a fórmula:
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M = 1000 · (1 + 10%)4
M = 1000 · (1 + 0,10)4
M = 1000 · (1,10)4
M = 1000 · 1,4641
M = 1.464,10 reais
Muito mais prático. Note que a fórmula para se encontrar o capital a partir do montante é assim deduzida:

M = C · (1 + i)n
M
C= n
(1 + i)
Ou ainda:

1
C=M· n
+
(1 i)
Vamos falar um pouquinho sobre o fator (1 + i)n:

z Nós chamamos de an = (1 + i)n o fator de acumulação de capital ou de fator de juros compostos ou, ainda,
de fator de capitalização.

Esse fator é importante, pois pode aparecer em sua prova, veja a tabela abaixo com os valores de alguns deles
para facilitar o cálculo.

TABELA I FATOR DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL - an(1 + i)n

N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10% 12% 15% 18%


1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000 1,120000 1,150000 1,180000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000 1,254400 1,32250 1,392400
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000 1,404928 1,520875 1,643032
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100 1,573519 1,749006 1,938777
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510 1,762341 2,011357 2,287758
6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340095 1,340095 1,500730 1,586874 1,677100 1,771561 1,973822 2,313061 2,699554
7 1,072135 1,148685 1,229873 1,315931 1,407100 1,407100 1,605781 1,713824 1,828039 1,948717 2,210681 2,660020 3,185474
8 1,082856 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455 1,477455 1,718186 1,850930 1,992562 2,143588 2,475963 3,059023 3,758859
9 1,093685 1,195092 1,304773 1,423311 1,551328 1,551328 1,838459 1,999004 2,171893 2,357947 2,773078 3,517876 4,435454
10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628894 1,628894 1,967151 2,158925 2,367363 2,593742 3,105848 4,045558 5,233835
11 1,115668 1,243374 1,384233 1,539454 1,710339 1,710339 2,104852 2,331639 2,580426 2,853116 3,478549 4,652391 6,175926
12 1,126825 1,268242 1,425760 1,601032 1,795856 1,795856 2,252191 2,518170 2,812665 3,138428 3,895975 5,350250 7,287592
13 1,138093 1,293606 1,468533 1,665073 1,885649 1,885649 2,409845 2,719623 3,065804 3,452271 4,363493 6,152787 8,599359
14 1,149474 1,319479 1,512589 1,731676 1,979931 1,979931 2,578534 2,937193 3,341727 3,797498 4,887112 7,075706 10,147244
15 1,160969 1,345868 1,557967 1,800943 2,078928 2,078928 2,759031 3,172169 3,642482 4,177248 5,473565 8,137061 11,973748
16 1,172578 1,372786 1,604706 1,872981 2,182874 2,182874 2,952164 3,425942 3,970306 4,594972 6,130393 9,354621 14,129022
17 1,184304 1,400241 1,652847 1,947900 2,292018 2,292018 3,158815 3,700018 4,327633 5,054470 6,866040 10,761264 16,672246
18 1,196147 1,428246 1,702433 2,025816 2,406619 2,406619 3,379932 3,996019 4,717120 5,559917 7,689966 12,375453 19,673251

Fonte: Aprenda Matemática

Temos como a função principal de uma tabela financeira disponibilizar valores numéricos complicados de
serem calculados à mão, uma vez que contas em juros compostos envolvem sempre exponenciação1. Saber ler
uma tabela é fácil, basta procurarmos pela linha que corresponde ao prazo e que cruza a coluna da respectiva
taxa de juros que queremos. Ali estará o número determinado, ou melhor, o fator.
Note que a primeira célula da tabela no canto superior esquerdo é: n/i.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Ou seja, na primeira coluna à esquerda (1, 2, 3, 4, ..., 18) temos os respectivos períodos n.
Já na primeira linha temos as respectivas taxas em percentual (1%, 2%, ...18%).
Observe a tabela a seguir, com ela podemos obter rapidamente o valor de (1 + 10%)4. Basta buscarmos na linha
da taxa i = 10% (pois a taxa também é designada pela letra i) e a coluna de n = 4 períodos (que é a quarta linha,
pois o prazo também é designado pela letra n). Com isso, encontramos o valor 1,464100:

1 Disponível em: https://aprendamatematica.com/tabelas-financeiras. Acesso em: 11 jul. 2022. 75


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TABELA I FATOR DE ACUMULAÇÃO DE CAPITAL - an(1 + i)n

N/I 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8% 9% 10%
1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000 1,060000 1,070000 1,08000 1,09000 1,100000
2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500 1,102500 1,144900 1,166400 1,188100 1,210000
3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625 1,157625 1,225043 1,259712 1,295029 1,331000
4 1,040604 1,082432 1,125508 1,169858 1,215506 1,215506 1,310796 1,360488 1,411581 1,464100
5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216652 1,276281 1,276281 1,402552 1,469329 1,538624 1,610510

Simplifica bastante, não é mesmo?


Mas, também, temos um outro fator que é uma derivação do fator anterior:
1 1
Nós chamamos de = n o fator de atualização de capital ou de fator de desconto composto. Pode
an (1 + i)
ser dado no enunciado alguns de seus valores ou apresentado em uma tabela. Adiante, veremos ainda mais deta-
lhes de como calcular.
Mas, para que você seja mais ágil na resolução de questões no dia da sua prova esqueça a sua calculadora! É recomen-
dado que você memorize pelo menos os 4 primeiros fatores de acumulação de capital, que são os mais frequentes, eles irão
te auxiliar para ter mais velocidade na resolução:

Dica
Memorize:
1,11 = (1 + 10%)1 = 1,10
1,12 = (1 + 10%)2 = 1,21
1,13 = (1 + 10%)3 = 1,331
1,14 = (1 + 10%)4 = 1,4641

Faça sempre os cálculos à mão, pois você precisa praticar bastante para obter velocidade e confiança. A seguir,
pratique com a resolução das questões.

1 (FGV — 2018) Certa empresa financeira do mundo real cobra juros compostos de 10% ao mês para os empréstimos
pessoais. Gustavo obteve nessa empresa um empréstimo de 6.000 reais para pagamento, incluindo os juros, três
meses depois. O valor que Gustavo deverá pagar na data do vencimento é:

a) 6.600 reais;
b) 7.200 reais;
c) 7.800 reais;
d) 7.986 reais;
e) 8.016 reais.

Aqui foram dados C = 6000 reais, i = 10% a.m. e n = 3 meses. Aplicando a fórmula, temos:

M = C · (1 + i)n
M = 6.000 · (1 +10%)3
M = 6.000 (1,1)3
M = 6.000 · 1,331
M = 7.986 reais

Resposta: Letra D.

2. (FGV — 2022) João contraiu um empréstimo de R$10.000,00 a uma taxa de juros de 2% ao mês sobre o saldo devedor.
Ele pretende pagar R$5.000,00 ao final do primeiro mês e quitar a dívida ao final do segundo mês.

Assim, ele terá de pagar, ao final do segundo mês, a quantia de

a) R$5.304,00.
b) R$5.352,00.
c) R$5.408,00.
d) R$5.422,00.
e) R$5.452,00.

O empréstimo contraído foi de R$ 10 mil. Ao final do primeiro mês, calculamos 2% sobre o valor do empréstimo,
e teremos o seguinte saldo devedor:

10.000 · (1 +2%)1 = 10.000 · (1,02)1


76 10.000 · 1,02 = 10.200 reais
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Perceba que primeiro calculamos o montante de z já na coluna do regime composto, observe que os
juros sobre os R$ 10.000,00 iniciais. Só depois é que juros são capitalizados (somados ao capital) no
vamos subtrair os 5 mil pagos ao final desse mês. final de cada período, e começam a render juros já
Por isso, o saldo devedor é de R$ 5.200. no período seguinte. Com isso, aqui temos o fenô-
Subtraindo o pagamento de R$ 5 mil, restarão R$ meno dos juros sobre juros;
5.200,00. Por fim, calculamos novamente 2% sobre z em relação aos prazos relativamente curtos (como
essa quantia. O resultado será o saldo devedor ao n = 2 períodos), veja que a diferença entre juros
final do segundo mês: simples e compostos é bem pequena. É possível
fazer até mesmo um cálculo aproximado dos juros
5.200 · 1,021 = 5.304 reais compostos utilizando o regime simples;
z conforme haja aumento no prazo, a diferença se
Resposta: Letra A. torna cada vez maior. Por exemplo, se tivéssemos
n = 20 meses, a dívida no regime simples chega-
ria a R$3.000, e no regime composto chegaria a
R$6.727 (mais que o dobro).
Importante!
Memorize as principais fórmulas dos Juros Sintetizando:
Compostos:
M = C · (1 + i)n JUROS SIMPLES JUROS COMPOSTOS
J=M—C
Mais onerosos se 0 < n < 1 Mais onerosos se n > 1

COMPARAÇÃO ENTRE OS REGIMES SIMPLES E Mesmo valor se n = 1


COMPOSTO
Juros capitalizados
Juros capitalizados no
periodicamente
Para compararmos o funcionamento dos dois regi- final do prazo
(“juros sobre juros”)
mes, utilizaremos o mesmo exemplo que trabalhamos
anteriormente, ou seja: dívida inicial C = 1000 reais, Crescimento linear (reta) Crescimento exponencial
prazo de pagamento n = 4 meses, taxa de juros i = 10%
ao mês. Veja o gráfico abaixo:
Reproduzindo em uma tabela os valores que calcu-
lamos anteriormente, veja: M
s
sto
MONTANTE
MONTANTE po
MÊS (JUROS m
(JUROS SIMPLES)
COMPOSTOS) co
os
jur les
0 1000 1000 ss imp
juro
1 1000 + 100 1100

2 1000 + 200 1210

3 1000 + 300 1331


1 t
4 1400 1464,10
Figura 1: Gráfico de comparação entre Juros Simples x Compostos

Pontos principais:
A importância de saber essas comparações reside
no fato de que bancas de concurso costumam cobrar
z ao final do primeiro período (1 mês), os valores
questões teóricas sobre matemática financeira, inclu-
devidos nos dois regimes são iguais. Assim, para
sive de assuntos como esta comparação, e não apenas
t = 1, juros simples e compostos geram o mesmo questões de cálculo.
montante; Realize os exercícios a seguir para exercitar seus
z já ao final do prazo total, observe que os juros com- conhecimentos.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

postos são mais onerosos, com isso, levam a um


montante superior ao dos juros simples. Isto vale 1. (CEBRASPE–CESPE — 2018) Com relação a matemática
desde n = 2, onde tínhamos uma dívida de 1200 financeira, cada um dos itens a seguir apresenta uma situa-
no regime simples e 1210 no regime composto. Ou ção hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada.
seja, para n > 1, juros compostos são mais onerosos
que juros simples; Um capital C foi aplicado, no regime de juros simples, à taxa
z atente-se que para n < 1 (prazos fracionários, como de juros i% ao mês, por um período de t meses, em que t > 2.
por exemplo 0,5 mês), juros simples são mais one- Outro capital, de mesmo valor C, foi aplicado, no regime de
rosos do que os juros compostos; juros compostos, também à taxa de i% ao mês, pelo mes-
z perceba que na coluna de juros simples foi exposto mo período t. Nesse caso, o montante auferido no regime
apenas o principal da dívida (1000) separado dos de juros compostos é maior que o montante auferido no
juros (100, 200, 300). Isto acontece, pois, no regime regime de juros simples.
simples, os juros são capitalizados (adicionados ao
capital) somente no fim do prazo; ( ) CERTO ( ) ERRADO 77
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Como o prazo é maior do que 1 (na verdade ele é z A unidade de tempo sobre a qual a taxa de juros
até maior do que 2 períodos), podemos garantir que é definida. Ou seja, não adianta saber apenas que
juros compostos vão gerar um montante maior do a taxa de juros é de “10%”. É preciso saber se essa
que juros simples. Resposta: Certo. taxa é mensal, bimestral, anual etc.;
z De quanto em quanto tempo deve haver cálculo de
2. (IDECAN — 2012) Em relação aos conceitos de juros juros e seu valor incorporado no total devido. Trata-se
simples e juros compostos, assinale a alternativa do período de capitalização. Por exemplo, se tivermos
incorreta. juros com capitalização semestral, isso quer dizer que
os juros devem ser calculados a cada semestre, e o
a) A formação do montante em juros simples é linear. valor calculado deve ser acrescido à dívida.
b) A formação do montante em juros compostos é
exponencial. Em regra, a unidade de tempo sobre a qual a
c) Para um mesmo capital, uma mesma taxa e um mes- taxa de juros é definida é a mesma do período de
mo prazo, o montante obtido a juros compostos sem- capitalização. Veja o exemplo:
pre será maior que o montante obtido a juros simples.
d) Determinado capital aplicado por 10 meses, à taxa z 10% ao mês com capitalização mensal (isto é, cal-
mensal de juros simples de i%, apresentará o mesmo culados a cada mês);
valor de juros para cada um dos 10 meses. z 12% ao ano com capitalização anual etc.
e) Determinado capital aplicado por 10 meses, à taxa
mensal de juros compostos de i%, apresentará valor Quando ocorre assim, temos uma taxa de juros efe-
diferente para os juros de cada um dos 10 meses. tiva, ou seja, uma taxa de juros que efetivamente corres-
ponde à realidade da operação. Nestes casos normalmente
Vamos resolver essa questão analisando cada é omitida a informação sobre o período de capitalização,
alternativa: diz-se apenas “10% ao mês” ou “12% ao ano”.
Letra A: correta. Basta lembrar que a fórmula do Contudo, há a possibilidade também de ter uma taxa
montante do Juros Simples é dada por: de juros de 10% ao ano com capitalização semestral.
Neste caso, a unidade de tempo sobre a qual a taxa
M=C+C·i·n de juros é definida (ao ano) é diferente do período de
capitalização (a cada semestre). Com isso, tem-se a cha-
Observe que, fixando-se o valor do capital e da taxa mada taxa de juros de nominal, pois ela precisará ser
de juros, o montante cresce linearmente com o pra- “adaptada” para então ser utilizada nos cálculos.
zo. Quando dizemos “varia linearmente” signifi- Quando temos uma taxa de juros nominal, é
ca que estamos diante de uma função de primeiro necessário obter a taxa efetiva para então efetuar
grau, cujo gráfico é uma reta. os cálculos devidos. Isto é algo simples, pois basta uma
Assim, o montante cresce de forma constante, como simples divisão, de modo a levar a taxa de juros para a
uma reta crescente. É isso que acontece no regime mesma unidade de tempo da capitalização.
de juros simples, como vimos em nosso gráfico.
Letra B: correta. Bata lembrar que a fórmula do Taxas Proporcionais
montante no regime composto é dada por:
Em juros compostos, a definição é a mesma que
M = C · (1 + i)n vimos em juros simples.
Taxas proporcionais (ip) são aquelas cujos quo-
Fixando-se o capital e a taxa de juros, o montante cientes entre seus valores e seus respectivos períodos
cresce exponencialmente com o prazo. de capitalização n, colocados na mesma unidade de
Letra C: incorreta. Esta afirmação só vale para pra- tempo, são iguais.
zos maiores que 1 (n>1). Isto porque: Veja a fórmula:
• para n=1 os montantes coincidem
• para 0<n<1 o montante no regime simples é maior i1 i
que o montante no regime composto = 2
n1 n2
• para n=0 os montantes novamente coincidem.
Letra D: correta. No regime simples a taxa de juros Por exemplo, 12% ao ano é proporcional a 6% ao
incide sempre sobre o capital inicial, de modo que o semestre, o qual também é proporcional a 1% ao mês.
valor dos juros realmente é constante em cada mês. Para obter taxas proporcionais com segurança, basta
Letra E: correta. No regime composto temos a cha- efetuar uma regra de três simples.
mada capitalização. Ao final de cada período os
juros se incorporam ao capital (ou seja, capitali-
zam-se), servindo de base para a incidência de juros Importante!
do próximo período. É por isso que popularmente se
fala que temos “juros sobre juros”. Como a base de Quando trabalhamos com juros simples, taxas
cálculo para incidência da taxa de juros está sem- de juros proporcionais são também taxas de
pre mudando, o resultado é que os juros também juros equivalentes.
mudam de um mês para o outro. Resposta: Letra C. Entretanto, isto não é verdade no regime de juros
compostos, ou seja, taxas proporcionais não
TAXAS EM JUROS COMPOSTOS necessariamente são também equivalentes.

Atente-se às seguintes informações pois são impor-


tantes para saber aplicar corretamente uma taxa de Agora, vamos aprender as aplicações dessas taxas
78 juros compostos: em juros compostos.
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Vimos anteriormente que o regime de capitaliza- Taxa Nominal
ção composta trabalha com a exponenciação e não
com a proporcionalidade. Qual é, então, a utilidade de Taxa de juros nominal é aquela onde o período
se confirmar se duas ou mais taxas são proporcionais de capitalização é diferente da unidade temporal da
em juros compostos? taxa (10% ao ano, com capitalização bimestral). Note
As taxas nominais também ocorrem no regi- que o conceito de taxa nominal no regime de juros
me de juros compostos e, portanto, a taxa efetiva compostos é o mesmo já enunciado em juros simples.
da operação é obtida a partir da taxa nominal por Sempre que nos deparamos com uma taxa nomi-
proporcionalidade. nal, devemos calcular a Taxa Efetiva da operação,
que é obtida a partir da taxa nominal pelo método da
Taxas Equivalentes proporcionalidade.
É a taxa constante em documentos, como nos con-
A definição de taxas equivalentes (ieq), no regime tratos de financiamento.
de juros compostos, mantém-se a mesma do regime
de juros simples: duas taxas são equivalentes quando, Taxa Efetiva
aplicadas sobre o mesmo capital e pelo mesmo prazo,
resultam no mesmo montante. Taxa de juros efetiva: é aquela onde o período
Por outro lado, existe uma diferença fundamental de capitalização é igual da unidade temporal da taxa
entre as taxas equivalentes no regime de juros sim- (10% ao ano, com capitalização anual).
ples e no regime de juros compostos: Podemos dizer que é a taxa “mais importante”,
pois é essa taxa que será utilizada nas fórmulas.
z em juros simples, taxas equivalentes são propor-
cionais entre si; Dica
z em juros compostos, conforme vamos ver a
seguir, taxas equivalentes não são proporcionais No regime composto, há uma única situação em
entre si. que a regra de 3 é aplicável: na transformação
da taxa nominal em taxa efetiva.
Uma forma mais rápida de calcular taxas equi- Para calcular as taxas efetivas são utilizadas
valentes é pensando no número de períodos de as fórmulas de juros compostos, e estas fórmu-
capitalização. las são todas exponenciais (ou seja, não vale a
Ex.: Calcular a taxa trimestral (it) equivalente à proporcionalidade).
taxa bimestral de ib= 4%. Por isso, tirando o caso excepcional de conver-
O primeiro passo é tomar um determinado perío- são entre taxa nominal e taxa efetiva, nas demais
do. Tomamos 6 meses, pois é múltiplo de 3 (trimestre) situações envolvendo juros compostos não
e 2 (bimestre). podemos mais usar a regra de três.
Em 6 (seis) meses temos:
Lembrando que quando temos uma taxa de juros
z 2 trimestres (logo, são duas capitalizações trimestrais); nominal, é necessário obter a taxa efetiva para só
z 3 bimestres (logo, são três capitalizações bimestrais). então efetuar os cálculos devidos. Basta uma simples
divisão, de modo a levar a taxa de juros para a mesma
Procuramos taxas equivalentes, ou seja, que pro- unidade de tempo da capitalização. Veja os exemplos:
duzam o mesmo resultado num mesmo período.
Com isso, sabemos que 2 capitalizações trimestrais z Taxa nominal de 10% ao ano com capitalização
devem corresponder a 3 capitalizações bimestrais, semestral: como a taxa é anual, devemos dividi-la
pois, nos dois casos, temos o mesmo período de 6 por 2 (pois 1 ano possui 2 semestres) para chegar à
meses. E a igualdade fica: taxa efetiva de 5% ao semestre;
z Taxa nominal de 6% ao semestre com capitaliza-
(1 + it)2 = (1 + ib)3 ção mensal: basta dividir a taxa por 6 (afinal temos
6 meses em 1 semestre) para obter a taxa efetiva
Substituindo os valores: de 1% ao mês.

(1 + it)2 = (1 +4%)3 Vejamos como este conteúdo é cobrado em provas:


MATEMÁTICA FINANCEIRA

(1 + it)2 = (1,04)3
1. (FGV — 2022) Use o texto a seguir para responder
(1 + it)2 = 1,124864 a questão. Suponha que um banco concedeu um
empréstimo de R$50.000,00 a um cliente, por um pra-
1 + it = 1, 124864 zo de um ano, e que, ao final desse período, o clien-
te tenha se comprometido a pagar R$65.000,00 pelo
it = 6,06%
empréstimo. Suponha ainda que a inflação no perío-
Atenção! Em relação às taxas equivalentes em do tenha sido de 8%. A taxa nominal de juros desse
juros compostos: empréstimo foi de

z não admite regra de três; a) 22%.


z deve criar dois investimentos equivalentes, isto é, b) 25%.
que produzem o mesmo montante, a partir de um c) 28%.
mesmo capital, sendo este aplicado durante o mes- d) 30%.
mo intervalo de tempo. e) 35%. 79
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A taxa nominal de juros é aquela que não considera Portanto, a taxa trimestral equivalente a uma
os efeitos inflacionários. Por esse motivo, a referên- taxa bimestral de 125% aplicada por 1 trimestre é
cia à inflação de 8% no período é completamente 237,5%. Resposta: Letra C.
irrelevante para a resolução da questão.
Ao final do período, o cliente pagou 65 — 50=15 mil TAXA DE INFLAÇÃO, TAXA REAL E APARENTE
reais de juros. Dividindo essa quantia pelo valor
do empréstimo, encontramos a taxa nominal de Se aplicamos certa quantia em um investimento,
juros: ela renderá juros com o passar do tempo, entretanto,
uma parte deste crescimento é “corroída” pela infla-
15 ção. Isto é, apesar de o investimento ter certo rendi-
= 0,3 = 30% mento nominal, ou aparente, é necessário tirar deste
50
valor o que foi corroído pela inflação, restando o ren-
O valor da inflação dado foi pegadinha. Como pediu dimento real.
taxa nominal não precisava nem olhar para a infla- Inflação é um aumento na quantidade de dinheiro
ção! Resposta: Letra D. e crédito criado, que tem como resultado um aumen-
to generalizado e persistente no valor dos preços dos
2. (FGV — 2021) No sistema de juros compostos, a taxa produtos. Ou seja, o aumento generalizado dos preços
de 125% ao bimestre com capitalizações bimestrais é uma consequência da inflação, e não sua causa.
equivale a uma taxa efetiva trimestral de: Em economias em que existe inflação, o poder de
compra do dinheiro varia ao longo do tempo.
a) 37,5%;
b) 150%; Cálculo da Taxa em Ambiente Inflacionário
c) 237,5%;
d) 250%; Observe que a taxa aparente tem “dentro de si”
e) 337,5%. as outras duas taxas: a taxa de inflação e a taxa real.
A taxa aparente é, portanto, a resultante destas duas
Queremos a taxa efetiva trimestral que teria o taxas:
mesmo resultado/efeito que uma taxa bimestral (2
TAXA APARENTE, TAXA DE INFLAÇÃO E TAXA REAL
meses) aplicada em 1 trimestre (3 meses).
Vamos calcular da seguinte forma: M

C ia
S S
1 n
(1 + it ) = (1 + ib )
tx efetiva taxa ii ir
trimestral bimestral

Sabemos que: 0 n
1 bimestre tem 2 meses, logo: quantos bimestres
terão 3 meses? Joga na regra de três! Figura 2: Matemática financeira para concurso. PENIDO, E. São
Paulo: Atlas, 2007. Pág. 83.
1 bimestre ··· 2 meses
x ··· 3 meses Veja a fórmula abaixo onde se relaciona o rendi-
mento nominal, ou aparente (ou taxa de juros nomi-
Logo: nal/aparente) com a taxa de juros real “r”, de acordo
com a taxa de inflação “i”:

^1 + ah
2x = 3

^1 + ih
3 = (1 + r)
x= bimestres
2
Ou ainda, apenas multiplicando cruzado:
Agora, substituindo os valores, vamos obter a taxa
trimestral. Lembre que 125%=125/100=1,25:
(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
Assim:
3 A seguir explicaremos com mais detalhes cada
(1 + it)1 = (1 + 1,25) 2 uma dessas taxas.
3
1 + it = (2,25) 2 Taxa Aparente
2 3
1 + it = 2, 25 Taxa aparente “a” é a taxa de juros total de deter-
1 + it = 3,375 minada operação financeira, tanto a de empréstimo
quanto a de investimento, nas quais não se desconta-
it = 3,375 — 1 ram os efeitos da inflação que tenha ocorrido entre o
it = 2,375 início e o término desta operação. Portanto, trata-se
de “quanto eu ganhei ou paguei”, em termos de taxa
Multiplicando-se um decimal por 100, teremos o seu de juros, sem qualquer desconto ou dedução dos efei-
valor em porcentagem! Então: tos da inflação.

80 it = 2,375 · 100 = 237,5% a.t.


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Taxa de Inflação

A taxa de inflação “i” representa a perda do valor da moeda, ou seja, a diminuição do seu poder de compra
resultante do aumento médio dos preços das coisas.

Taxa Real

Taxa real “r” é a taxa de juros de determinada operação financeira, tanto de empréstimo quanto de investi-
mento, em que são descontados os efeitos da inflação que ocorreu entre o início e o término desta operação.

Agora, vamos resolver algumas questões de provas anteriores para fixar o conteúdo visto.

1. (FGV — 2018) O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) é um indicador auferido mensalmente pelo IBGE
que mede a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços. Esse índice é utilizado pelo Governo como
parâmetro para os reajustes de salários dos trabalhadores brasileiros.

Se, em determinado ano, o salário mínimo nacional for reajustado (aumentado) em 6,89% e, nesse mesmo período, o
INPC for de 5%, então o aumento real do poder de compra do salário mínimo será de:

a) 1,78%;
b) 1,80%;
c) 1,85%;
d) 1,89%;
e) 1,90%.

Vamos separar as informações apresentadas.


• a inflação foi de 5%: i=0,05;
• o aumento nominal/aparente foi de 6,89%: a=0,0689;
• o aumento real, dado por r, é desconhecido: r=?
Jogando os valores na fórmula:

(1 + a) = (1 + i) · (1 + r)
(1 + 0,0689) = (1 + 0,05) · (1+r)
(1,0689) = (1,05) · (1+r)

1, 0689
(1 + r) =
1, 05
(1 + r) = 1,018
r = 1,018 — 1 = 0,018
r = 1,8%

Resposta: Letra B.

CAPITALIZAÇÃO CONTÍNUA

Capitalização Contínua: é a capitalização feita a intervalos de tempo infinitesimais e, consequentemente,


com um número de capitalizações tendendo ao infinito.
Considere um capital de R$ 1.000,00 aplicado por um ano a uma taxa de 36% a.a. Observe o que ocorre com o
montante obtido considerando-se as seguintes capitalizações:
MATEMÁTICA FINANCEIRA

MONTANTE
TAXA NOMINAL TAXA EFETIVA NO DE CAPITALIZAÇÕES
CAPITALIZAÇÃO M = C · (1 +
(in) (ief) (N)
IEF )N

Anual 36% a.a. 36% a.a. 1 ano R$ 1.360,00

Semestral 36% a.a. 18% a.s. 2 semestres R$ 1.392,40

Trimestral 36% a.a. 9% a.t. 4 trimestres R$ 1.411,58

Mensal 36% a.a. 3% a.m. 12 meses R$ 1.425,76

Diária 36% a.a. 0,1% a.d. 360 dias R$ 1.433,07

Horária 36% a.a. 0,00417% à hora 8.640 horas R$ 1.433,32

81
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A partir destes resultados, podemos chegar a duas conclusões:

z o valor do montante aumenta à medida que aumentam as capitalizações com base em uma mesma taxa nominal;
z a partir de um determinado número de capitalizações, o aumento do montante passa a ser insignificante (de
dias para horas, no exemplo).

Portanto, podemos inferir que o valor do montante tende para um limite máximo quando o número de capi-
talizações se torna muito grande.
Pode-se demonstrar que, no caso da capitalização contínua, o montante é obtido através da seguinte fórmula:

M = C · ei·n

Onde:

z e: base dos logaritmos neperianos (e = 2,71828) também chamado de número de Euler;


z i: taxa efetiva (em sua forma unitária);
z n: número de capitalizações da taxa efetiva.

Como a capitalização contínua considera um número de capitalizações tendendo para o infinito, é indiferente,
para um mesmo prazo de aplicação, se dividimos este prazo em dois, três ou mais períodos.

z os logaritmos neperianos também são conhecidos como logaritmos naturais (símbolo ln);
z o número é irracional e, portanto, sempre será informado como uma aproximação.

Vejamos como este conteúdo pode aparecer em provas:

1. (FCC — 2015) Um capital de R$ 15.000,00 é aplicado, durante 2 anos, à taxa de 5% ao semestre com capitalização
contínua. Dos valores abaixo, o mais próximo do valor dos juros desta aplicação é

Dados: ln(1,051271) = 0,05; ln(1,105171) = 0,10; ln(1,161834) = 0,15 e ln(1,221403) = 0,20; em que ln é o logaritmo
neperiano, tal que ln(e) = 1.

a) R$ 3.076,00
b) R$ 3.155,00
c) R$ 3.321,00
d) R$ 3.487,00
e) R$ 3.653,00

Acabamos de ver que na capitalização contínua temos a seguinte fórmula:

M = C · ei·n

Onde: e: base dos logaritmos neperianos (e = 2,71828); i = 0,05 = 5%: taxa efetiva (em sua forma unitária); e n = 4: núme-
ro de capitalizações da taxa efetiva.
A taxa está ao semestre, então usamos o período em semestres também. Lembrando que 2 anos = 4 semestres.

M = 15.000 · e0,05·4
M = 15.000 · e0,20

Segundo os dados apresentados no enunciado, iremos utilizar o dado ln (1,221403) = 0,20, pois 0,20 é a potência
do número de Euler (e0,20) pois aqui, precisamos aplicar as propriedades de logaritmo nesse dado para achar o
valor do fator e0,20.
Assim:

ln (1,221403) = 0,20

Aplicando as propriedades de logaritmo* de base (logaritmo neperiano) na equação acima, pois sempre que
usamos ln é porque a base do nosso logaritmo é o número . Temos que:

loge 1,221403 = 0,20

Logo, pela definição de logaritmo, podemos concluir que:

e0,20 = 1,221403

Lembrando que logb a = c ↔ bc = a.e que ln (a) = loge (a) .


Agora, voltamos ao cálculo do montante:
82
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M = 15.000 · e0,20
M = 15.000 · 1,221403
M = 18.321,05

Finalmente! Para calcular o mais próximo do valor dos juros, fazemos a subtração:

J=M—C
J = 18.321,045 — 15.000 = 3.321,05

Resposta: Letra C.

CAPITAIS EQUIVALENTES

Dois capitais são equivalentes quando, avaliados na mesma data focal, apresentam valores atuais ou montantes
iguais. Note que este conceito é aplicável tanto no caso do regime simples, quanto no regime composto.
Entretanto, no regime composto você pode escolher a data focal que quiser, pois o juro composto sempre guar-
dará correspondência com o desconto racional composto. Não importa a data escolhida. No regime simples, você
precisa adotar a data focal estabelecida pelo enunciado.
No regime de juros compostos e considerando a taxa de juros i, estes capitais serão equivalentes na data focal “1” se:

C2 C3 C4
C1 · (1 +i)2 = 2 + 3 = 4 +
(1 + i) (1 + i) (1 + i)
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS EM JUROS COMPOSTOS
C4
C2 C3

DATA FOCAL
C1

—1 0 1 2 3 4 5
1 — (—1) = 2 3—1=2

4—1=3
5—1=4

Figura 3: Matemática financeira para concurso. PENIDO, Eduardo. São Paulo: Atlas, 2007. Pág. 111.

Veja que não há novas fórmulas:

z quando o capital se referir a uma data anterior à data focal, ele será capitalizado, utilizando a fórmula para
cálculo do montante em juros compostos;
z quando o capital se referir a uma data posterior à data focal, ele será atualizado (ou descontado), utilizando a
fórmula para cálculo do valor atual no desconto racional composto

No regime de juros compostos, uma vez verificada a equivalência para uma determinada data focal, ela per-
manecerá válida para qualquer outra data focal. Em outras palavras, a comparação de capitais em juros compos-
tos não depende da data focal considerada.
Para calcular a equivalência de capitais, você pode seguir a seguinte ordem:

z montar o fluxo de caixa;


z transportar todos os valores para a data focal;
z quando transportamos um valor para a direita (avançamos no tempo), há incidência de juros;
z quando transportamos um valor para a esquerda (voltamos no tempo), há incidência de desconto.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

Acompanhe o seguinte exercício comentado:

1. (FGV — 2021) Jonas pediu um empréstimo de R$ 5000,00 em uma corretora, com juros de 2% ao mês e pagamento em
duas partes (não necessariamente iguais), em 30 e 60 dias do empréstimo. Ao fim de 30 dias, Jonas pagou R$ 2800,00
e, 30 dias depois, pagou o restante, liquidando a dívida.

O valor da segunda parcela que Jonas pagou para liquidar o empréstimo foi:

a) R$ 2300,00;
b) R$ 2346,00;
c) R$ 2400,00;
d) R$ 2402,00;
e) R$ 2600,00.
83
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Utilizando o conceito de equivalência de capitais, que- VALOR ATUAL (A)
remos que o valor presente de R$ 5.000,00 seja equi-
valente à soma da primeira parcela antecipada em O Valor Atual, por sua vez, também chamado de
30 dias (1 período) com a segunda parcela, de valor x, Valor Descontado ou Valor Presente, é o valor que o
antecipada em 60 dias (2 períodos). Utilizando a taxa titular do direito receberá, antecipadamente, depois
de 2% ao mês, a equação que precisamos resolver é: de efetuar o desconto. Para calcular o Valor Atual do
título, iremos utilizar a seguinte expressão:
2.800 X
5.000 = 1 + 2
(1 + 0, 02) (1 + 0, 02) A = N (1 – i ∙ n)
Desenvolvendo as contas dentro dos parêntesis,
temos: Podemos dizer, então, que o desconto (D) é a dife-
rença entre o Valor Nominal e o Valor Atual.
2.800 X
5.000 = 1 + 2 D=N−A
1, 02 (1, 02)
Multiplicando os dois lados da igualdade pelo valor TAXA EFETIVA (IE)
(1,02)2, para eliminar esse denominador na equa-
ção, e fazendo os devidos ajustes. Podemos determinar a Taxa Efetiva através da
seguinte fórmula:
2.800 2 X 2
5.000 · (1,02)2 = 1 · (1, 02) + 2 · (1, 02)
1, 02 (1, 02) ie = ic / 1 – ic · n
5.000 · 1,04404 = 2.800 · (1,02)1 + X
Em que,
5.202 = 2.800 · 1,02 + X ie = Taxa Efetiva
X = 5.202 — 2.856 = 2346 ic = Taxa do Desconto Comercial Simples
n = Prazo do Desconto
Portanto, a segunda parcela foi de R$ 2.346,00
Resposta: Letra B. Por fim, tenha atenção aos seguintes termos, pois
eles são utilizados nas operações financeiras e aparece-
rão, muito provavelmente, nas provas:

z Duplicata: vendas de mercadorias ou prestação de


DESCONTOS serviços sob prazo, a serem pagos mediante con-
trato firmado entre as partes;
CÁLCULO DO VALOR ATUAL, DO VALOR NOMINAL E z Nota promissória: comprovação de uma aplicação
DA TAXA DE DESCONTO sob um vencimento determinado;
z Letra de câmbio: do mesmo modo que a promissó-
Na matemática financeira, descontar é antecipar o ria, comprova uma aplicação com estabelecimento
valor de um recebível. prévio do vencimento;
Imagine a situação a seguir: z Dia do vencimento: o dia estabelecido para venci-
Você tem um direito monetário de R$ 50.000,00 mento de um título;
para receber em 10 meses. Porém, com a necessida- z Tempo/prazo: diferença estabelecida entre o dia
de de ter esse valor imediatamente, você recorre a da negociação e o dia do vencimento;
um banco para poder antecipar o que irá receber. O z Valor nominal: valor exibido no título, a ser pago
banco, então, propõe o pagamento de um certo valor no dia do vencimento;
por esse direito e, assim, a instituição financeira fica- z Valor atual: valor exibido no título, a ser pago ou
rá com esse título até o vencimento que, como vimos, recebido em data anterior ao vencimento.
ocorrerá em 10 meses. Note que ocorrerá uma mudan-
ça na titularidade do direito. Resolva os exercícios a seguir para exercitar seus
Sendo assim, o banco vai descontar um valor e, por conhecimentos:
isso, não te pagará os R$ 50.000,00. Esse desconto vai
depender da modalidade adotada, da taxa de juros e 1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Foi descontada uma
do prazo de antecipação. Ou seja, você, certamente, duplicata em R$ 1400,00, pelos 360 dias de anteci-
receberá menos que o valor que consta no título. Veja- pação. Utilizando-se de uma operação de desconto
mos melhor a seguir. comercial simples, a uma taxa anual de 25%, pode-se
dizer que o valor atual do título era de:
VALOR NOMINAL (N)
a) R$ 5 600,00.
O Valor Nominal é o Valor de Futuro (também b) R$ 7 200,00.
chamado de Valor de Face, Montante e Valor Final) do c) R$ 9 800,00.
título, isto é, o valor declarado com informações a res- d) R$ 10 500,00.
peito de quanto o portador do título terá, para receber, e) R$ 11 200,00.
ao final do prazo de vencimento. No nosso exemplo
hipotético, seriam os R$ 50.000,00 (com prazo de ven- Temos os seguintes dados
cimento em 10 meses). Para calcular o Valor Nominal Desconto comercial = 1400
do título, iremos utilizar a seguinte expressão: N=?
i = 25% a.a
84 N = A (1 + i ∙ n) T = 360 dias = 1/2 do ano
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Desconto = Valor Nominal ∙ i ∙ T
1400 = N ∙ 25/100 ∙ 1/2
1400 = N ∙ 0,125
N = 1400 ∙ 0,125
N = 11200
Logo, o valor atual é:
Valor atual = 11200 – 1400 (desconto)
Valor atual = 9800
Resposta: Letra C.

2. (NOVA CONCURSOS — 2022) Camila possui uma dívida no valor nominal de R$ 1200 que pretende quitar pelo menos
2 meses antes do vencimento; e possui uma outra, no valor nominal de R$ 2.000, com pretensão de quitar 4 meses
antes do vencimento.

Considerando que seja utilizado o desconto comercial simples de 10% ao mês nas duas operações, verifique o item a
seguir:

O valor a ser pago por Camila para quitar a dívida de R$ 2.000, com desconto, será inferior a R$ 1050.

CERTO ( ) ( ) ERRADO

Vamos calcular o desconto e depois diminuir do valor nominal.


Desconto comercial simples: D= N ∙ i ∙ t
D= 2000 ∙ 0,1 ∙ 4
D= 2000 ∙ 0,4
D= 800
Agora sabemos que o desconto foi de R$ 800, então o valor que foi pago é de 2000 – 800 = R$ 1200.
Resposta: Errado.

3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Considere a operação de crédito contratada à uma taxa nominal de 21% ao ano, com
capitalização quadrimestral. A taxa efetiva anual desse financiamento é, hipoteticamente:

a) inferior a 15%.
b) superior a 15% e inferior a 17%.
c) superior a 17% e inferior a 19%.
d) superior a 19% e inferior a 21%.
e) superior a 21%.

Primeiro vamos transformar a Taxa Nominal para Taxa Efetiva


21% ao ano com capitalização quadrimestral =
21% a.a/q = 21 ÷ 3 (temos 3 quadrimestres no ano) = 7% a.q/q
Aplica na fórmula:
(1+I) = (1+i)n
1+I = (1+0,07)3
1 + I = 1,073
1 + I = 1,2250
I = 1,2250 – 1
I = 0,2250
I = 22,5% a.a
Resposta: Letra E.
MATEMÁTICA FINANCEIRA

SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO
SISTEMA PRICE (MÉTODO DAS PRESTAÇÕES CONSTANTES) E SISTEMA SAC (MÉTODO DAS AMORTIZAÇÕES
CONSTANTES)

Ao financiar o sonho da casa própria, tem-se que escolher um sistema de pagamento. Para isso, existem as
seguintes opções: Tabela Price ou SAC. Aqui, discutiremos um pouco a respeito de tais sistemas, para entender-
mos o que de fato eles são, se há alguma diferença, vantagem e/ou desvantagem entre eles e, também, se um deles
é mais barato/acessível que o outro.
Esses sistemas, basicamente, são formas de amortização e financiamento a longo prazo, acertadas ao banco ou à
construtora, durante o financiamento da compra de um imóvel: a Tabela Price (Sistema Francês de Amortização) e o
SAC (Sistema de Amortização Constante). Ambos, segundo José Mansini planejador financeiro pela Planejar: 85
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
[...] são dois cálculos distintos que determinam de z Vantagens da tabela Price:
que forma o comprador do imóvel irá pagar [amor-
tizar] o empréstimo que ele fez para este fim. Nestes „ oscilações econômicas afetam menos a parcela,
dois sistemas, será definido o valor da parcela men- uma vez que a taxa é fixa;
sal a ser paga2. „ parcelas menores no começo do período;
„ para quem não possui muito dinheiro guardado, o
Diferenças entre Tabela Price e SAC fato de proporcionar prazos maiores para o paga-
mento do financiamento torna essa opção perfeita.
Há várias diferenças entre esses dois sistemas de amor-
tização, mas a que mais se destaca diz respeito à forma e à z Desvantagens da tabela Price:
rapidez de amortização (diminuição gradativa da dívida).
Tal distinção afeta desde o valor das parcelas até „ é um sistema indicado para indivíduos com
a quantidade total de juros. No sistema SAC, tem-se, fonte de renda mais estável e, também, para
inicialmente, prestações com valores mais altos e que financiamentos de automóveis;
ficam menores no final, pois (como dito anteriormen- „ embora as parcelas sejam fixas, o prazo mais
te) há amortização mensal do valor financiado. Ou longo pode ocasionar riscos ao comprador se
seja, da primeira parcela até a última, o valor vai cain- ele não tiver em mãos o valor para a finalização
do, porque há uma diminuição progressiva dos juros. do pagamento;
Na Tabela Price, no entanto, as parcelas começam „ o saldo devedor é anulado de maneira mais
mais baixas, mas são estáticas, ou seja, não sofrem lenta, ocasionando na demora para efetuar a
alteração durante todo o período de financiamento.
amortização.
Vantagens Oferecidas pela Tabela Price E Pelo Sac Para melhor ilustrar esse comparativo entre as van-
tagens oferecidas por cada um dos Sistemas (SAC e Pri-
A escolha é sempre do comprador. Ou seja, cabe, ce), veja o quadro abaixo, no qual está representado um
a ele, optar pela forma de pagamento que mais se financiamento de R$ 200 mil, parcelado em 20 anos, com
adequa a sua realidade financeira A escolha, nota- juros de 7% ao ano e correção pela TR. Perceba que a
damente, deve levar em consideração o fator de cor- prestação do SAC começa a R$ 439 mais cara, mas o valor
reção (TR — Taxa Referencial — ou IPCA — Índice total pago no final é quase R$ 30 mil mais baixo:
de Preços ao Consumidor Amplo) que julgar mais
econômico no momento da assinatura do contrato do
financiamento. — SAC PRICE
Contudo, é válido ressaltar que, quando se neces-
Parcela inicial R$ 1.964,16 R$ 1.524,89
sita de financiamento, optar por um prazo mais curto,
se possível, é sempre o melhor a se fazer. Isso, porque Parcela final R$ 838,05 R$ 1.524,89
em financiamentos imobiliários, paga-se juros sobre
o saldo devedor. Logo, quanto mais amortização hou- Total pago R$ 336.264,90 R$ 365.973,34
ver, menos gastos com juros terá o comprador.
Pensando nisso, o sistema SAC (Sistema de Amorti- OUTRA FORMA DE CORREÇÃO POSSÍVEL DAS
zação Constante) pode ser mais vantajoso que a Tabe- PRESTAÇÕES DE UM FINANCIAMENTO
la Price, porque representa uma economia de cerca de
10%, em média. A Tabela Price possui, como vantagem, A Caixa Econômica Federal divulgou, em agosto
sua parcela inicial, que, normalmente, é bem menor. No de 2019, uma nova linha de crédito para aquisição de
entanto, pelo SAC, apesar de as parcelas serem maiores casa própria, que possui juros entre 2,95% e 4,95% ao
no começo, há uma amortização maior da dívida, que ano, mais a inflação do país, medida pelo IPCA. Dispo-
leva a uma economia significativa no final. nível somente para contratos novos, esse novo mode-
lo pode ser usado para financiar até 80% do valor de
z Vantagens da tabela SAC: imóveis novos e usados, com prazo de até 360 meses.

„ os bancos geralmente preferem a metodologia


SAC sobre a Price; Importante!
„ as parcelas são decrescentes, isto é, você paga A prestação terá seu valor corrigido mensalmen-
menos mês a mês conforme o tempo passa; te, o que é, geralmente, feito pelo sistema SAC. O
„ considerando-se o período todo, os juros são valor da parcela, por sua vez, pode, ou não, dimi-
menores, uma vez que a amortização da dívida nuir com o decorrer do tempo, pois depende da
é maior. trajetória da inflação. Ao passo que, na Tabela
Price, a correção feita por meio do IPCA desca-
z Desvantagens da tabela SAC: racteriza totalmente o conceito de parcelas fixas.
„ altas parcelas no início, logo ela é indicada para
quem tem maior renda; A título de exemplo, leve em consideração o mesmo
„ de acordo com as mudanças no mercado, podem valor utilizado na situação que vimos anteriormente,
ocorrer variações nos juros e na amortização; de R$ 200 mil, financiado em 20 anos, diferenciando
„ existe a chance de uma parcela vir maior do apenas a taxa, que passa a ser de 4,95%, e uma estima-
que a anterior. tiva de IPCA de 4%. Aqui, cabe salientar que se trata
2 CONSULTORIA, 3 Pinheiros. Notícias do Mercado Imobiliário, 2022. Disponível em: https://www.3pinheirosconsultoria.com.br/noticia/tabela-pri-
86 ce-e-sac-qual-e-melhor-para-pagar-menos-financiamento-no-imovel---veja-mais-em-https/28. Acesso em: 25 jul. 2022.
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apenas de uma situação hipotética/simulada, já que Vamos calcular a Amortização do SAC:
não é certo a previsão da trajetória da inflação por um Am = Saldo ÷ N° de prestações
período tão longo: Am = 600.000 ÷ 24 = 25.000,00
Saldo devedor da segunda parcela:
Saldo Inicial – Amortização = Saldo Devedor
— SAC PRICE 600.000 – 25.000 = 575.000
Parcela inicial R$ 1.645,56 R$ 1.306,69 Juros da segunda parcela:
2% de 575.000 = 11.500
Parcela final R$ 1.833,30 R$ 2.853,77 Valor da segunda prestação:
Amortização + Juros = 25.000 + 11.500 = 36.500
Total pago R$ 433.014,03 R$ 475.426,66 Resposta: Letra E.

SIMULAÇÃO DE FINANCIAMENTO 3. (NOVA CONCURSOS — 2022) Qual é o sistema de


amortização em que as prestações são decrescentes
Para fazer simulações de financiamentos com e os juros decrescentes?
Tabela Price e/ou com o SAC, basta acessar sites de
bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e a) Sistema SAC.
Santander e fazer as simulações. b) Sistema Price.
Para verificar seus conhecimentos, resolva os c) Sistema Hamburguês.
exercícios a seguir: d) Sistema Americano.

1. (NOVA CONCURSOS — 2022) Um valor que foi toma- O Sistema SAC, ou também conhecimento como
do como empréstimo deverá ser pago pelo sistema Sistema de Amortização Constante, é um método
SAC em 7 parcelas mensais com juros de 2% ao mês. usado onde a principal característica é apresentar
Suponhamos que a terceira parcela do financiamento amortizações constantes, prestações decrescentes e
deste empréstimo seja R$ 31.150,00. O valor total do juros decrescentes.
empréstimo em reais, será de aproximadamente: Resposta: Letra A.

a) 120.525,00
b) 144.000,00
c) 168.350,00 HORA DE PRATICAR!
d) 182.800,00
e) 198.227,00 1. (CESGRANRIO — 2023) No primeiro dia de agosto,
foram registradas 180 reclamações em um órgão de
No Sistema de Amortização Constante (SAC), as defesa do consumidor. No segundo dia, foram regis-
prestações decrescentes e os juros decrescentes. tradas 184 reclamações.
Vamos aplicar a seguinte fórmula:
P = Am · [1 + (n - t + 1) i ] Supondo-se que há reclamações todos os dias e que
P = Prestação / Am = Amortização / n = período total cada dia tenha 4 reclamações a mais do que o dia
/ t = período decorrido / i = taxa anterior, durante todos os 31 dias do mês de agosto, o
P = 31.150 total de reclamações registradas será igual a:
n=7
t=3 a) 7.108
i = 0,02 b) 7.440
Am = ? c) 7.860
31.150 = Am · [1 + (7 - 3 + 1) ·0,02] d) 8.184
31.150 = Am · [1 + 5 · 0,02] e) 8.880
31.150 = Am · [1 + 0,1]
31.150 = Am · 1,1 2. (CESGRANRIO — 2021) Preocupado com sua saúde, um
Am = 31.150 ÷ 1,1 professor decidiu começar a correr. O profissional que o
Am = 28318,18 orientou estabeleceu como meta correr 5 km por dia. Entre-
Como as amortizações são constantes, basta multi- tanto, como o professor está fora de forma, terá de seguir
plicar o valor pelo total de parcelas: um programa de treinamento gradual. Nas duas primeiras
28318,18 · 7 = 198.227
MATEMÁTICA FINANCEIRA

semanas, ele correrá, diariamente, 1 km e caminhará 4 km;


Resposta: Letra E. na terceira e na quarta semanas, correrá 1,5 km e caminha-
rá 3,5 km por dia. A cada duas semanas, o programa será
2. (NOVA CONCURSOS — 2022) Uma empresa dispo- alterado, de modo a reduzir a distância diária caminhada
nibilizou um empréstimo de financiamento imobi- em 0,5 km e a aumentar a corrida em 0,5 km.
liário ao cliente através do sistema SAC no valor de
R$600.000,00. Com prazo de 24 meses e taxa de juros Desse modo, se o professor não interromper o programa
de 2% ao mês, qual será o valor da segunda prestação de treinamento, ele começará a correr 5 km diários na:
a ser paga pelo cliente, em reais?
a) 9a semana
a) 20.000,00 b) 12a semana
b) 30.500,00 c) 17a semana
c) 29.900,00 d) 18a semana
d) 35.100,00 e) 20a semana
e) 36.500,00 87
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3. (CESGRANRIO — 2023) Devido a uma queda nas ven- Ao escolher a opção mais lucrativa, ao final de exatos dois
das de uma loja em um determinado mês, o setor de anos de investimento, esse cliente receberá a mais, em rela-
pagamentos de uma empresa vai precisar quitar duas ção à opção menos lucrativa, uma quantia, em R$, igual a
duplicatas vencidas, em uma mesma data, sendo uma
no valor de face de R$ 30.000,00, com atraso de 10 a) 624,00
dias, e outra no valor de face de R$ 15.000,00, com b) 824,00
atraso de 20 dias. Nesse caso, para pagamentos com c) 1.524,00
até 30 dias após o vencimento, são cobrados juros d) 2.940,00
simples à taxa de 4,5% ao mês, mais uma multa de 2% e) 4.440,00
sobre o valor de face.
7. (CESGRANRIO — 2023) Uma empresa tomou um
Considerando-se um mês com 30 dias, o valor total empréstimo de R$ 50.000,00 em janeiro de 2022, a uma
pago, em reais, pelas duas duplicatas, será igual a, taxa de juros compostos de 5% ao mês. Para amorti-
zar parte da dívida, a empresa pagou R$ 30.000,00 em
a) 45.675,00 março de 2022, e R$ 20.000,00 em abril de 2022.
b) 45.825,00
c) 45.900,00 No que se refere a esse empréstimo, o valor, em R$, do
d) 46.500,00 saldo devedor dessa empresa, em maio de 2022, era,
e) 46.800,00 aproximadamente,

4. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente pagou, via inter- a) 3.625,00


net banking, quatro duplicatas vencidas com exata- b) 3.806,00
mente 12 dias de atraso, cujos valores de face são c) 6.381,00
de R$4.200,00; R$3.800,00; R$2.600,00 e R$7.400,00. d) 6.700,00
Nesse caso, para pagamentos até 30 dias após o ven- e) 7.201,00
cimento, são cobrados juros simples à taxa de 6% ao
mês, mais uma multa de 2% sobre o valor de face de 8. (CESGRANRIO — 2023) O valor de uma criptomoeda
cada duplicata. Z passou de R$ 15.000,00 para R$ 21.000,00 no pri-
meiro bimestre de 2021. A taxa de juros bimestral,
Considerando-se o mês comercial (30 dias), o valor proporcionada por esse criptoativo nesse 1o bimestre,
total pago, em reais, por essas quatro duplicatas ven- manteve-se a mesma ao longo do ano de 2021, sem-
cidas foi de: pre na comparação com o bimestre anterior, ou seja,
no regime de juros compostos. Além disso, o valor do
a) 18.432,00 criptoativo no final de um bimestre era igual ao valor
b) 18.792,00 do mesmo criptoativo no início do bimestre seguinte.
c) 18.872,00
d) 18.912,00 Considerando-se as condições apresentadas, o valor,
e) 18.982,00 em reais, de uma Z, ao final do 4o bimestre de 2021,
era de, aproximadamente,
5. (CESGRANRIO — 2023) Um investidor planeja ter um
montante superior a 600 mil reais e, para isso, aplicou a) 57.600,00
uma única quantia de 200 mil reais, em janeiro de 2023, a b) 59.400,00
uma taxa fixa de 12% ao ano, no regime de juros compos- c) 61.600,00
tos, conforme orientação do consultor financeiro indica- d) 80.700,00
do pelo gerente do banco. Supondo-se que ele não faça e) 82.400,00
mais nenhum aporte no investimento, o número mínimo
de anos, para ser atingida a meta, por meio, exclusiva- 9. (CESGRANRIO — 2021) Para ampliar o capital de giro
mente, desse investimento, é igual a de um novo negócio, um microempreendedor tomou
um empréstimo no valor de R$20.000,00, em janeiro
Dado: de 2021, a uma taxa de juros de 5% ao mês, no regime
log 1,12 = 0,049; de juros compostos. Exatamente dois meses depois,
log 3 = 0,477 em março de 2021, pagou 60% do valor do emprés-
timo, ou seja, dos R$20.000,00, e liquidou tudo o que
a) 8 devia desse empréstimo em abril de 2021.
b) 10
c) 12 A quantia paga, em abril de 2021, que liquidou a referi-
d) 14 da dívida, em reais, foi de
e) 17
a) 11.352,50
6. (CESGRANRIO — 2023) Um cliente tem duas opções b) 11.152,50
para investir R$ 100.000,00 em um prazo de 2 anos. A c) 10.552,50
primeira opção oferece um retorno de 12% ao ano no d) 10.452,50
regime de juros compostos, mas há cobrança de 15% e) 10.152,50
de imposto sobre os juros proporcionados pelo inves-
timento. Já a segunda opção oferece um retorno de 10. (CESGRANRIO — 2021) Uma pessoa tem uma dívida
10% ao ano no regime de juros compostos, mas sem no valor de R$2.000,00, vencendo no dia de hoje. Com
qualquer cobrança de imposto. dificuldade de quitá-la, pediu o adiamento do paga-
88 mento para daqui a 3 meses.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Considerando-se uma taxa de juros compostos de 2% 14. (CESGRANRIO — 2023) Um empréstimo de R$ 24.000,00
a.m., qual é o valor equivalente, aproximadamente, que deverá ser pago de acordo com o Sistema de Amortiza-
o gerente do banco propôs que ela pagasse, em reais? ção Constante (SAC) em 6 parcelas mensais.

a) 2.020,40 Se o valor da 4a parcela for de R$ 4.240,00, então a


b) 2.040,00 taxa de juros mensal do empréstimo é de:
c) 2.080,82
d) 2.120,20 a) 1,0%
e) 2.122,42 b) 1,5%
c) 2,0%
11. (CESGRANRIO — 2023) Um cliente tem duas opções d) 2,5%
de empréstimo no valor de R$ 70.000,00, para prazos e) 3,0%
de até dois meses, considerando- se sempre meses
com 30 dias. 15. (CESGRANRIO — 2023) Uma família deseja comprar
um imóvel, cujo valor à vista é de R$ 500.000,00. Para
� 1ª opção: taxa de juro de 4% ao mês, em regime de isso, fará um financiamento a uma taxa de juros de 1%
juros compostos. ao mês, no sistema de amortização constante (SAC),
� 2ª opção: taxa de juro de 4,2% ao mês, em regime de em 360 parcelas mensais, com a primeira parcela a ser
juros simples. paga um mês após a assinatura do contrato. Visando
reduzir a quantia a ser financiada, precisa- se determi-
Se o cliente tomar essa quantia emprestada e pagar nar o valor mínimo da entrada, a ser paga na data da
15 dias após, escolhendo a opção mais econômica, assinatura do contrato, de modo que a primeira presta-
dentre as duas oferecidas, economizará Dado: ção seja, no máximo, de R$ 4.700,00. Cada prestação
mensal será composta de três partes: amortização
1, 04 = 1, 0198 constante, juros sobre o saldo devedor do mês ante-
rior e custos fixos mensais de R$ 100,00 referentes a
seguro e a taxas administrativas.
a) R$ 12,00
b) R$ 21,20
c) R$ 84,00 Considerando-se as informações e as condições apre-
d) R$ 121,20 sentadas, o valor, em reais, que a família precisa dar
e) R$ 198,00 como entrada, para atingir sua meta, é igual a:

12. (CESGRANRIO — 2021) Um banco possui, atualmente, a) 100.000,00


um modelo de financiamento em regime de juros com- b) 125.000,00
postos, em que as parcelas são pagas, mensalmente, c) 140.000,00
a uma taxa de juros de 2% ao mês. Para um certo perfil d) 155.000,00
de clientes, o banco pretende possibilitar o pagamen- e) 180.000,00
to da dívida a cada três meses, a uma taxa de juros
trimestral equivalente à praticada no modelo atual. 16. (CESGRANRIO — 2021) Um banco oferece a um clien-
te um empréstimo de financiamento imobiliário pelo
A melhor aproximação para o valor da taxa de juros sistema SAC, no valor de R$120.000,00, pelo prazo de
trimestral desse novo modelo de financiamento é: 12 meses, com taxa de juros de 1% ao mês.

a) 2,48% Qual é o valor da segunda prestação, em reais, a ser


b) 6,00% paga pelo cliente?
c) 6,12%
d) 7,28% a) 10.000,00
e) 8,00% b) 10.500,00
c) 10.900,00
13. (CESGRANRIO — 2023) Para fugir dos riscos da pande- d) 11.100,00
mia, uma família comprou um terreno na serra, por meio e) 11.200,00
de um financiamento realizado em 120 parcelas mensais,
no sistema SAC (Sistema de Amortização Constante), a 17. (CESGRANRIO — 2021) Um empréstimo deve ser pago
pelo sistema SAC em 5 parcelas mensais com juros de
MATEMÁTICA FINANCEIRA

uma taxa de juro de 0,8% ao mês, sendo a primeira presta-


ção paga um mês após a assinatura do contrato. Do valor 3% ao mês. Se a terceira parcela paga no financiamen-
do terreno, a família optou por financiar 240 mil reais. to do empréstimo for igual a R$26.160,00, o valor total
do empréstimo, em reais, será de:
Assim, considerando-se apenas as premissas forneci-
das, o saldo devedor da família, imediatamente após a) 120.000,00
as 12 primeiras prestações pagas, será, em reais, de, b) 124.000,00
aproximadamente, c) 128.500,00
d) 132.800,00
a) 215.000,00 e) 135.600,00
b) 216.000,00
c) 228.000,00 18. (CESGRANRIO — 2023) Um empresário pegou um
d) 238.000,00 empréstimo de 500 mil reais, a uma taxa de juro de 5%
e) 239.000,00 ao mês, no sistema de juros compostos. Após 6 meses,
sem pagar absolutamente nada do empréstimo, 89
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resolveu renegociar a dívida com o banco, que lhe
7 D
concedeu um desconto de 10% sobre o saldo deve-
dor, financiando os 90% restantes em 24 prestações 8 A
mensais e iguais, com a primeira a ser paga um mês
após a data da renegociação, a uma taxa de juro de 3% 9 C
ao mês. O valor da prestação mensal, em milhares de
10 E
reais, que o empresário devedor vai pagar, nessa nova
negociação, é de, aproximadamente, 11 C

Dado: 12 C

13 B
1,056 = 1,34;
1,0324 = 2,03 14 C

a) 35,6 15 C
b) 37,8
16 D
c) 39,6
d) 40,8 17 A
e) 42,8
18 A
19. (CESGRANRIO — 2021) Um cliente de um banco está 19 A
tentando simular o valor de financiamento imobiliário
que pode conseguir para adquirir uma casa. Fazendo 20 E
seu orçamento, estabeleceu que poderia pagar uma
prestação inicial (1º mês) de R$2.669,33.

Sabendo-se que o banco utiliza o sistema Price em


seus financiamentos, uma taxa de juros de 1% a.m.,
ANOTAÇÕES
um prazo de 60 meses e uma amortização inicial (1º
mês) de R$1.469,33, qual o valor máximo aproximado,
em reais, que ele pode receber?

a) 120.000,00
b) 146.933,00
c) 160.159,80
d) 266.933,00
e) 413.866,00

20. (CESGRANRIO — 2021) Um imóvel pode ser comprado


à vista pelo valor de R$240.000,00 ou pode ser financia-
do em 24 prestações mensais, a serem pagas de acordo
com o sistema Price de amortização. Um potencial com-
prador, ciente da taxa de juros do financiamento, calculou
quanto seria a soma das 24 prestações, encontrando,
corretamente, o valor de R$272.331,64.

A melhor aproximação para o valor da terceira parcela


do financiamento, em reais, é de:

a) 10.200,00
b) 10.240,00
c) 10.460,08
d) 11.124,12
e) 11.347,15

9 GABARITO

1 B

2 C

3 E

4 B

5 B

6 A
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várias vezes ao longo da História brasileira. A modifi-
cação de uma moeda nacional é, em qualquer circuns-
tância, algo que causa muitas mudanças, mas no caso
da mudança para a atual moeda (real), essa transfor-
mação foi grandiosa.
CONHECIMENTOS Em uma época em que a inflação era um grande
terror para economia brasileira, essa mudança, cha-
BANCÁRIOS mada de plano real, conseguiu frear a inflação e nor-
malizar os preços do comércio interno. Isso, seguido
de uma valorização da moeda nacional, resultou em
uma recuperação rápida da economia brasileira.
Quem manuseia dinheiro todos os dias, paga suas
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL contas, recebe seu salário, nem pensa no grande siste-
ma que há por trás dessas operações. Na verdade, os
Uma das engrenagens mais importantes, se não a salários são do valor que são para que a atual quanti-
mais importante, para que o mundo seja do jeito que dade de dinheiro circule no país, para que a economia
brasileira seja como é. Assim, o Sistema Financeiro
é, o dinheiro. Ele compra carros, casas, roupas, título
Nacional toma decisões todos os dias que são refleti-
e, segundo alguns, só não compra a felicidade. Sen- das na nossa realidade.
do o dinheiro carregado com toda essa importância, O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de
cada país, estado e cidade organiza-se de forma a ter instituições, órgãos e afins que controlam, fiscalizam
seu próprio modo de ganhar dinheiro. Essa organi- e fazem as medidas que dizem respeito à circulação
zação, aliás, é formada de um jeito em que a maior da moeda e de crédito dentro do país. O Brasil, em
quantidade possível de dinheiro possa ser adquirida. sua Constituição Federal de 1988, em seu art. 192, cita
Há muito tempo, o mundo funciona dessa forma. Por qual o intuito do sistema financeiro nacional: o Siste-
isso, todos os países já conhecem muitos caminhos e ma Financeiro Nacional, estruturado de forma a pro-
atalhos para que sua organização seja elaborada para mover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir
seu benefício. aos interesses da coletividade, em todas as partes que o
Essa organização que busca o maior número possí- compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será
vel de riquezas é definida por uma série de importan- regulado por leis complementares que disporão, inclu-
tes órgãos do estado. No Brasil, esse órgão formador sive, sobre a participação do capital estrangeiro nas
instituições que o integram.
da estratégia econômica do país é chamado de Sis-
O Sistema Financeiro Nacional pode ser divido em
tema Financeiro Nacional. Ele tem, basicamente, a
duas partes distintas: subsistema normativo e sub-
função de controlar todas as instituições que são liga- sistema operativo ou operador. O de normas res-
das às atividades econômicas dentro do país, e mui- ponsabiliza-se por fazer regras para que se definam
tas outras funções. Tem também muitos componentes parâmetros para transferência de recursos entre uma
que o formam. parte e outra, além de supervisionar o funciona-
Existem grupos dentro do grupo do Sistema Finan- mento de instituições que façam atividade de inter-
ceiro Nacional. O mais importante dentro desse siste- mediação monetária. Já o subsistema operativo ou
ma é o Conselho Monetário Nacional. Esse conselho operador torna possível que as regras de transferên-
é essencial por tomar as decisões mais importantes cia de recursos, definidas pelo subsistema de supervi-
para a que o país funcione de forma eficiente e eficaz. são, sejam possíveis.
O Conselho Monetário Nacional tem sob seu O subsistema normativo é formado por: Conselho
comando muitos integrantes que são importantes, Monetário Nacional, Conselho de Recursos do Sis-
cada um na sua função. No entanto, o mais importan- tema Financeiro Nacional, Banco Central do Brasil,
te desses membros é o Banco Central do Brasil. Comissão de Valores Mobiliários, Conselho Nacional
O Banco Central do Brasil é o responsável pela de Seguros Privados, Superintendência de Seguros Pri-
emissão de papel-moeda e de moeda metálica, dinhei- vados, Conselho Nacional da Previdência Complemen-
ro que circula no país. Ele exerce, junto ao Conselho tar e Superintendência da Previdência Complementar.
Monetário Nacional, um trabalho de fiscalização nas O outro subsistema, o operativo ou operador, é
instituições financeiras do país. Além disso, tem diver- composto por: Instituições Financeiras Bancárias, Sis-
sas utilidades, como realizar operações de emprés- tema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, Sistema de
timos e cobrança de créditos junto às instituições Pagamentos, Instituições Financeiras Não Bancárias,
financeiras. O Banco Central é considerado o banco Agentes Especiais, Sistema de Distribuição de TVM. As
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mais importante do Brasil, acima de todos os outros, partes integrantes do subsistema operativo, citadas
uma espécie de “Banco dos Bancos”. acima, são grupo que compreendem instituições que
O Sistema Financeiro Nacional, então, é uma for- são facilmente achadas em nosso dia a dia. As Institui-
ma de várias entidades se organizarem de modo a ções Financeiras Bancárias, por exemplo, representam
manter a máquina do governo funcionando. Sua utili- as Caixas Econômicas, Bancos Comerciais, Cooperati-
dade é o acompanhamento e também a coordenação vas de Crédito e Bancos Cooperativos. As instituições
de todas as atividades financeiras que acontecem no Financeiras Não Bancárias são, por exemplo, Socieda-
Brasil. Esse acompanhamento acontece na forma de des de Crédito ao Microempreendedor, Companhias
fiscalização. Já a coordenação está na parte em que Hipotecárias, Bancos de Desenvolvimento.
funcionários do Banco Central agem segundo suas As autoridades do Sistema Financeiro Nacional
responsabilidades, no cenário financeiro. também podem ser divididas em dois grupos: Autori-
Esse sistema já sofreu várias mudanças ao longo dades Monetárias e Autoridades de Apoio.
dos anos. O próprio Banco Central era outra entidade, As autoridades monetárias são as responsáveis
com nome diferente: Superintendência da Moeda e do por normatizar e executar as operações de produção
Crédito. A mudança ocorreu por meio do art. 8º da Lei de moeda. São elas o Banco Central do Brasil (Bacen)
nº 4.595, de 1964. As moedas do Brasil já mudaram e o Conselho Monetário Nacional (CMN). 91
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Já as autoridades de apoio são instituições que auxiliam as autoridades monetárias na prática da política
monetária. Outro tipo de autoridade de apoio são instituições que têm poderes de normatização limitada a um
setor específico. O exemplo desse tipo de autoridade é a Comissão de Valores Mobiliários.
As instituições financeiras, termo muito usado para definir algumas empresas, são definidas como as pes-
soas jurídicas, públicas ou privadas e que tenham sua função principal ou secundária de guardar, intermediar
ou aplicar os recursos financeiros (tanto dos próprios recursos como recursos de terceiros), que sejam em
moeda de circulação nacional ou de fora do país e também a custódia de valor de propriedade de outras pessoas.
Pessoas físicas que façam atividades paralelas às características acima descritas também são consideradas
instituições financeiras, sendo que essa atividade pode ser de maneira permanente ou não. No entanto, exercer
essa atividade sem a prévia autorização devida do estado pode acarretar ações contra essa pessoa. Essa autoriza-
ção deve ser dada pelo Banco Central e, no caso de serem estrangeiras, a partir de um decreto do Presidente da
República. Entretanto, em 2020 o presidente editou o Decreto nº 10.029 que delegou ao Bacen o poder de autori-
zar o funcionamento de instituições financeiras estrangeiras; todavia, deve-se levar em consideração que se trata
de uma delegação que pode ser avocada a qualquer momento, e trata-se de um decreto, que pode ser, também,
revogado.
As decisões tomadas pelo Conselho Monetário Nacional têm total ligação com o estado da economia do país.
Suas mudanças são determinantes para o funcionamento do mercado financeiro. A chamada bolsa de valores
(mercado no qual as mercadorias são ações ou outros títulos financeiros) tem empresas, produtos e ações que
variam de acordo com o que esse sistema faz. Considerando o alto valor de dinheiro investido nesse mercado, a
bolsa de valores é um espelho das grandes proporções com as quais as decisões tomadas por esse sistema podem
afetar a vida de todas as esferas da sociedade.

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL


Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores
Instituições financeiras
Conselho Monetário Nacional Banco Central do Brasil Bolsa de mercadorias e
captadoras de depósitos
(CMN) (Bacen) futuros
à vista
Conselho Nacional de Pre-
Superintendência de Se- Demais instituições
vidência Complementar Resseguradores
guros Privados (Susep) financeiras
(CNPC)
Superintendência Na-
Conselho Nacional de Segu-
cional de Seguro Com- Bancos de câmbio Bolsa de valores
ros Privados (CNSP)
plementar (Previc)
Comissão de Valores Mobi- Sociedades de
Sociedades seguradoras
liários (CVM) capitalização
Intermediários e adminis- Entidades aber-
tradores de recursos de tas de previdência
terceiros complementar
Fundos de pensão

ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; ÓRGÃOS NORMATIVOS E INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS,


EXECUTORAS E OPERADORAS

Lei n° 4.595, de 1964

Art. 17 Consideram-se instituições financeiras, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas
públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação
de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de
propriedade de terceiros.
Parágrafo único. Para os efeitos desta lei e da legislação em vigor, equiparam-se às instituições financeiras as
pessoas físicas que exerçam qualquer das atividades referidas neste artigo, de forma permanente ou
eventual.
Art. 18 As instituições financeiras somente poderão funcionar no País mediante prévia autorização do
Banco Central da República do Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.

Basicamente, uma instituição financeira tem como objetivo a intermediação dos recursos de clientes que tem
dinheiro sobrando (agentes superavitários), para os clientes que precisam de dinheiro (agentes deficitários). Ou
seja, pega-se de quem tem sobrando e empresta-se à quem está precisando.
Entretanto, quando a instituição busca captar dinheiro, ela oferece aos clientes uma recompensa para que eles
aceitem assumir os riscos de emprestar dinheiro, essa recompensa nós chamamos de remuneração por aplicação,
e esta operação, para a instituição, é uma operação passiva.
Já quando o cliente necessita de dinheiro, a instituição financeira busca emprestar o dinheiro captado, mas
cobra do cliente uma taxa de juros, que nada mais é do que o preço do dinheiro emprestado, mais o seu lucro. Esta
92 operação, para a instituição financeira, é chamada ativa.
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Estas atividades realizadas pelas Instituições Fi- Taxa de Juros do Mercado x Taxa Selic
nanceiras levam ao desenvolvimento dos produtos
financeiros ou bancários, que estudaremos mais à A taxa de juros chamada Selic, que é a taxa que
frente. remunera os títulos públicos e que falaremos bastante
ainda no decorrer da matéria, serve como balizadora
FORMAÇÃO DAS TAXAS DE JUROS das taxas de juros cobradas pelos bancos, ou seja, se a
taxa de juros Selic subir, as taxas de juros dos bancos
Muitas pessoas se perguntam: como um banco sobem também, e vice-versa.
determina uma taxa de juros? Tem-se, portanto, a formação das taxas de juros,
Para estabelecer uma taxa de juros, os bancos onde os bancos levam em consideração:
seguem o mesmo raciocínio de um vendedor de qual-
quer produto ou serviço. Para estabelecer esta taxa z custos administrativos (salários, inadimplência,
o banco busca saber a quantidade de demanda pelo indenizações etc.;
produto financeiro, bem como os custos para vendê-lo z custo da captação (pago aos poupadores);
e a sua margem de lucro. z tendência da taxa Selic (determinada pelo governo).
Para se construir esta taxa os bancos levam em
consideração: Desta forma, temos a taxa de juros de uma institui-
ção financeira, que será cobrada em muitas operações
z custo da captação do dinheiro (valor que irá ser de crédito.
pago ao cliente que deposita os recursos no banco); Mais à frente entenderemos como o governo deter-
z custos administrativos do banco como: salários, mina esta taxa Selic e como ela influencia de forma
impostos, água, luz, telefone, despesas judiciais etc.; abrangente a formação das taxas de juros.
z custos com recolhimento compulsório, pois os
valores que ficam retidos no banco central, mes- PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS OFICIAIS
mo sendo remunerados, não tem o mesmo ganho FEDERAIS
que teriam se estivessem sendo emprestados aos
clientes; Caixas Econômicas
z inadimplência do produto, uma vez que quanto
maior for a inadimplência, maior será o risco de A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
prejuízo, e este prejuízo é repassado aos clientes regulada pelo Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de
com aumentos de taxas e tarifas; 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
z margem de lucro desejada. rio da Economia. Trata-se de instituição assemelha-
da aos bancos comerciais, podendo capta depósitos
à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Quando os bancos avaliam as taxas de juros cobra-
de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
das, levam em consideração uma equação matemáti-
que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
ca simples: Receita de Crédito – Custo da Captação.
ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
Esta equação mostra o lucro bruto da liberação dos
tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
créditos, uma vez que apenas deduziu o custo da cap-
urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
tação, e como vimos ali em cima, este não é o único
consumidor, financiando bens de consumo durá-
custo que o banco possui.
veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
O resultado desta equação chama-se spread. Este
e caução de títulos, bem como tem o monopólio do
termo nada mais é do que a diferença entre a receita
empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
das taxas de juros que o banco recebe, e as despesas
signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
que o banco tem para captar os recursos que serão loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
emprestados. e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
Juro pago ao Juro pago pelo
SPREAD (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
banco por seus banco a seus
BANCÁRIO
devedores credores
Banco do Brasil S/A
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

O BB é uma S/A, Múltipla, Pública, de capital


aberto, onde o Governo Federal é o acionista majori-
Importante! tário, portanto é uma Sociedade de Economia Mista,
Este spread não pode ser confundido com lucro onde existe capital público e privado, juntos.
do banco, pois se considerarmos que o spread é É o principal executor da política oficial de cré-
dito rural.
o lucro, estamos afirmando que a única despesa
Tem algumas funções atípicas, pois ainda é um
que o banco possui é o custo de captação, o que
grande parceiro do Governo Federal, são elas:
não é verdade!
O spread bancário funciona como um lucro z Executar e administrar os serviços da câmara de
bruto, do qual ainda serão deduzidas as despe- compensação de cheques e outros papéis;
sas administrativas, as provisões de devedores z Efetuar os pagamentos e suprimentos necessários
duvidosos (inadimplência) e despesas gerais, à execução do Orçamento Geral da União;
ficando o que sobrar depois destas deduções o z Aquisição e financiamento dos estoques de produ-
real lucro do banco. ção exportável; 93
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z Agenciamento dos pagamentos e recebimentos crédito contingenciado, conforme parâmetros defi-
fora do País; nidos pelo CMN, e o restante são os recursos livres
z Operador dos fundos setoriais, como Pesca e para aplicações, pelo banco.
Reflorestamento; A movimentação das contas correntes, cujos recur-
z Captação de depósitos de poupança, com direcio- sos são de livre movimentação pelos seus titulares,
namento para o crédito rural, e operacionalização são movimentadas por meio de depósitos, cheques,
do FCO – Fundo Constitucional do Centro-Oeste; ordens de pagamento, documentos de créditos (DOC),
z Execução dos preços mínimos dos produtos transferências eletrônicas disponíveis (TED) e outros.
agropastoris; A abertura e movimentação de contas correntes
z Execução dos serviços da dívida pública consolidada; são normatizadas pelo CMN, por meio das Resoluções
z Realizar, por conta própria, operações de compra n° 2.025 e 2.747 e dispositivos complementares.
e venda de moeda estrangeira e, por conta do De regra todo depósito é feito no Caixa do Banco,
BACEN, nas condições estabelecidas pelo CMN; que recebe o dinheiro e autentica a ficha de depósito,
z Arrecadação dos tributos e rendas federais, a que vale como prova de que foi feito o depósito e que
critério do Tesouro Nacional; o cliente entregou tal dinheiro ao Banco.
z Executor dos serviços bancários para o Gover- As fichas de depósitos devem ser preenchidas pelo
no Federal, e suas autarquias, bem como de todo cliente ou por funcionário do Banco, constando, espe-
os Ministérios e órgãos acessórios. cificamente, os valores em cheque e em dinheiro, sen-
do que uma das vias da ficha será entregue ao cliente
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento e a outra será o documento contábil do caixa.
Econômico e Social O depósito tanto pode ser feito em dinheiro cor-
rente, como em cheques, que serão resgatados pelo
Criado em 1952 como autarquia federal, foi enqua- Banco depositário junto ao serviço de compensação
drado como uma empresa pública federal, com de cheques, ou pelo serviço de cobrança.
personalidade jurídica de direito privado e patri- Os depósitos em dinheiro produzem o imediato
mônio próprio, pela Lei n° 5.662, de 21 de junho de crédito na conta corrente em que foi depositado, mas
1971. O BNDES é uma Empresa Pública vinculada ao os depósitos em cheque só terão o crédito liberado
Ministério da Economia e tem como objetivo: após seu resgate.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO
z Apoiar empreendimentos que contribuam para o
desenvolvimento do país. É importante mencionar que o depósito à vista é
uma das principais formas que as Instituições Finan-
Suas linhas de apoio contemplam financiamentos ceiras têm de criar moeda escritural, ou seja, moedas
de longo prazo e custos competitivos, para o desen- que são dados em um computador, que não existem
volvimento de projetos de investimentos e para materialmente. Logo, só os captadores de depósito à
a comercialização de máquinas e equipamentos vista criam moeda escritural.
novos, fabricados no país, bem como para o incre-
mento das exportações brasileiras. Contribui, tam- z Depósito a prazo ou depósito a prazo fixo:
bém, para o fortalecimento da estrutura de capital das
empresas privadas e desenvolvimento do mercado de São depósitos em que o cliente dá ao banco um
capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe prazo para sacar o dinheiro, ou seja, o cliente não
em empresas nacionais através da subscrição de ações poderá sacar sem prévio aviso ao banco. Com isso, o
e debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de banco fica mais seguro para emprestar esse dinheiro
fundamental importância, na execução de sua política captado, portanto, paga uma remuneração, em forma
de apoio, a observância de princípios ético-ambientais de taxa de juros, pelo prazo que o dinheiro permane-
e assume o compromisso com os princípios do desen- cer aplicado.
volvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro Com esses valores o banco empresta-os para os
e os programas do BNDES atendem às necessidades deficitários e nesta ponta realiza uma operação ativa,
de investimentos das empresas de qualquer porte pois está em posição superior, uma vez que o cliente
e setor, estabelecidas no país. A parceria com ins- agora deverá devolver o dinheiro ao banco.
tituições financeiras, com agências estabelecidas em
todo o país, permite a disseminação do crédito, pos-
sibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES. Importante
Operações Passivas de uma Instituição Financeira Se sua prova pedir para você definir se tal ope-
ração é ativa ou passiva, atente para um refe-
z Depósitos à vista ou depósitos em conta corren- rencial que a questão estiver indicando, caso
te ou depósitos a Custo Zero: contrário, poderá se confundir. Nosso referen-
cial acima foi o BANCO.
São a captação de recursos junto ao público em
geral, pessoas físicas e jurídicas. Os depósitos à vis-
ta têm como características não são remunerados Os Depósitos a Prazo Mais Comuns São o CDB e o
e permanecem no banco por prazo indeterminado, RDB
sendo livres as suas movimentações.
Para o banco, geram fundos (funding) para lastrear O CDB e o RDB nada mais são do que, como vimos
operações de créditos de curto prazo, porém, uma acima, o cliente superavitário emprestando dinheiro
parte deve ser recolhida ao BACEN, como depósito ao banco, para que este empreste dinheiro aos defi-
compulsório, servindo portando como instrumen- citários. O CDB – Certificado de Depósito Bancário é
94 to de política monetária. Outra parte destina-se ao materializado quando o cliente faz um depósito, em
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um banco comercial e o banco entrega um certificado de que o cliente depositou aquele dinheiro, e pagará uma
remuneração em forma de taxa de juros, geralmente atrelada a outro certificado de depósito, chamado CDI – Cer-
tificado de Depósito Interfinanceiro.
A vantagem deste papel é que pode ser “passado para frente”, ou seja, pode ser endossado (para quem nunca
viu este termo, nada mais é do que poder passar para frente). O CDB possui duas modalidades:

z Pré-fixado, quando determinamos a remuneração do cliente no momento da contratação;


z Pós-fixado quando a remuneração do cliente está atrelada a um índice futuro.

Na modalidade pós-fixada, há uma sub modalidade chamada flutuante, esta modalidade permite que a remu-
neração varie todo dia, ou seja, o cliente será remunerado por período que deixar o dinheiro aplicado. Neste caso
dizemos que o CDB possui liquidez diária, pois após o primeiro dia de aplicação já é possível resgatar os valores
obtendo juros proporcionais ao período aplicado. O RDB – Recibo de Depósito Bancário é materializado quando
o cliente faz uma entrega de dinheiro a uma Instituição Financeira, mas esta não pode emitir um certificado, pois
não capta em contas correntes. A instituição, então, emite apenas um recibo, um simples recibo, que diz: “este
cliente deixou comigo um valor e eu remunerarei por uma taxa de juros”, geralmente, também, o CDI.
O problema deste papel é que, por não ser um certificado, e sim apenas um recibo, não pode ser passado
para frente, ou seja, não pode ser endossado. As instituições são as Sociedades de Crédito e as Cooperativas de
Crédito, pois só podem captar depósito a prazo sem emissão de certificado, ou seja, apenas RDB. O RDB possui
duas modalidades: Pré-fixado e Pós-fixado, entretanto o RDB não possui liquidez diária, visto que não pode ser
resgatado, sob hipótese alguma, enquanto não acabar o prazo acordado com a instituição financeira.

Caderneta de Poupança

As instituições financeiras captadoras de poupança são geralmente as que aplicam em financiamentos habi-
tacionais, ou seja, pegam o valor arrecadado na poupança e emprestam boa parte do valor em financiamentos
habitacionais. Existem, no entanto, as poupanças rurais que são captadas pelos bancos comerciais, para emprés-
timos no setor rural.
As instituições que captam poupança no País são: Sociedades de Crédito Imobiliário (SCI), Associações de Pou-
pança e Empréstimo (APE) e a Caixa Econômica Federal (CEF), além de outras instituições que queiram captar,
mas deverão assumir o compromisso de emprestar parte dos recursos em financiamentos habitacionais.
A caderneta de poupança constitui um instrumento de aplicação de recursos muito antigo, que visa, entre
outras coisas, a aplicação com uma rentabilidade razoável para o cliente. Esta rentabilidade é composta por duas
parcelas sendo uma básica e a outra variável. A parcela básica chamamos de TR ou Taxa de referência, que nada
mais é do que a média das Letras do Tesouro Nacional (tipo de título público federal pré-fixado) negociadas no
mercado secundário e registradas na Selic. Já a parcela Variável é a remuneração adicional, que pode ser de 0,5%
ao mês, aproximadamente 6,17% ao ano; ou 70% da Meta da taxa Selic.

CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para que você possua direito à rentabilidade da poupança, existem algumas regrinhas que você deve obede-
cer, conforme a Lei n° 8.177, de 1991, que é a lei que determinar remuneração da poupança e suas regras.

z 1ª A remuneração será calculada sobre o menor saldo apresentado em cada período de rendimento. Mas o que
é um período de rendimento?

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I - para os depósitos de pessoas físicas e entida- Bancos Comerciais
des sem fins lucrativos, o período de rendimento
é o mês corrido, a partir da data de aniversário Os bancos comerciais são instituições financeiras
da conta de depósito de poupança; privadas ou públicas que têm como objetivo princi-
II - para os demais depósitos, o período de ren- pal proporcionar suprimento de recursos necessários
dimento é o trimestre corrido a partir da data para financiar, a curto e médio prazo, o comércio, a
de aniversário da conta de depósito de poupança. indústria, as empresas prestadoras de serviços, as
pessoas físicas e terceiros em geral. Deve ser cons-
E essa tal data de aniversário? O que é? tituído sob a forma de sociedade anônima e na sua
denominação social deve constar a expressão “Ban-
A data de aniversário da conta de depósito de co”, vedado à palavra Central (Resolução CMN 2.099,
poupança será o dia do mês de sua abertura, consi- de 1994). Captam depósitos à vista, como atividade
derando-se a data de aniversário das contas abertas típica, abrindo contas-correntes e criando moeda
nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1° do mês seguinte. escritural, mas, também podem captar deposito a
prazo fixo (CDB/RDB).
z 2ª O crédito dos rendimentos será efetuado:
Caixas Econômicas
I - mensalmente, na data de aniversário da conta,
para os depósitos de pessoa física e de entidades A Caixa Econômica Federal, criada em 1.861, está
sem fins lucrativos; e regulada pelo Decreto-Lei n° 759, de 12 de agosto de
II - trimestralmente, na data de aniversário 1969, como empresa pública vinculada ao Ministé-
no último mês do trimestre, para os demais rio da Economia. Trata-se de instituição assemelhada
depósitos. aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à
vista, realizar operações ativas e efetuar prestação
Resumindo, para você receber o rendimento da de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é
sua poupança, é preciso deixar o recurso depositado que ela prioriza a concessão de empréstimos e finan-
até a data de aniversário da poupança, e no aniversá- ciamentos a programas e projetos nas áreas de assis-
rio dela quem ganha o presente (os juros) é você! Note tência social, saúde, educação, trabalho, transportes
que para isso você deve deixar o valor depositado até urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao
que o valor complete o aniversário, mas há, neste pon- consumidor, financiando bens de consumo durá-
to, uma confusão entre a interpretação da lei e ques- veis, emprestar sob garantia de penhor industrial
tões de prova, pois a lei é bem clara ao afirmar que a e caução de títulos. Conta, também, com o monopólio
data de aniversário é o dia da abertura da conta e não do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob con-
signação e tem o monopólio da venda de bilhetes de
o dia do depósito do recurso.
loteria federal. Além de centralizar o recolhimento
Entretanto, as bancas examinadoras de concursos
e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do
de bancos vêm afirmando que a conta poupança pode
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inte-
ter 28 aniversários, ou seja, um para cada dia de depó-
gra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo
sitos, uma vez que posso realizar depósitos todo dia,
(SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
e que os depósitos nos dias 29,30 e 31 são contabiliza-
dos como efetivamente realizados no dia 01 do mês Cooperativas de Crédito
seguinte.
Desta forma, para conciliar os dois pensamen- A cooperativa de crédito é uma instituição finan-
tos, podemos consolidar que a poupança só rende- ceira formada por uma associação autônoma de pes-
rá se completar aniversário, e este aniversário é do soas unidas voluntariamente, com forma e natureza
mês corrido para pessoas físicas e entidades sem fins jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucra-
lucrativos; e para os demais será o trimestre corrido. tivos, constituída para prestar serviços a seus as-
Para pessoas físicas e pessoas jurídicas sem sociados. Deve Constar a expressão “cooperativa de
fins lucrativos, não há incidência de tributação de crédito”.
imposto de renda, entretanto devem ser declarados
no imposto de renda; mas declarar é diferente de z Singulares: mínimo de 20 PF (algumas PJ podem
pagar imposto, ok? Para as pessoas jurídicas com desde que sejam de atividades correlatas, pareci-
fins lucrativos há incidência de imposto de renda das, e que não tenham fins lucrativos)
nos rendimentos trimestrais da poupança, a alíquota
a ser cobrada será de 22,5% sobre os rendimentos. Resolução n° 4.434, de 2015 As cooperativas
de crédito singulares passam a ser classificadas nas
OPERADORES DO SFN seguintes categorias:

Instituições Financeiras Monetárias ou Bancárias I. Plenas – podem praticar todas as operações


autorizadas às cooperativas de crédito;
II. Clássicas – vedada a realização de opera-
São instituições que captam basicamente depósi-
ções que geram exposição vendida ou comprada
tos à vista, abrindo contas correntes e criando moeda
em ouro, moeda estrangeira, variação cambial,
escritural. Relembrando, essas moedas escriturais são variação no preço de mercadorias, ações ou em
números virtuais em computador, o dinheiro físico/ instrumentos financeiros derivativos, bem como a
material não existe. aplicação em títulos de securitização, empréstimos
de ativos, operações compromissadas e em cotas de
96 fundos de investimento; e
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III. Capital e Empréstimo – vedada a capta- Essas operações estão sujeitas às mesmas normas
ção de depósitos e a realização de operações que legais e regulamentares aplicáveis às instituições sin-
geram exposição vendida ou comprada em ouro, gulares correspondentes às suas carteiras. A carteira
moeda estrangeira, variação cambial, variação no de desenvolvimento somente poderá ser operada
preço de mercadorias, ações ou em instrumentos
por banco público. O banco múltiplo deve ser cons-
financeiros derivativos, bem como a aplicação em
títulos de securitização, empréstimos de ativos, tituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma
operações compromissadas e em cotas de fundos delas, obrigatoriamente, comercial ou de investi-
de investimento. mento, e ser organizado sob a forma de sociedade
anônima. As instituições com carteira comercial
z Centrais: mínimo de 3 cooperativas singulares. podem captar depósitos à vista. Na sua denomina-
ção social deve constar a expressão “Banco” (Resolu-
Características: ção CMN 2.099, de 1994).
Como você percebe, este banco múltiplo tem tudo
„ são equiparadas às Instituições Financeiras (Lei a ver com Banco Comercial, e mais na frente você per-
7492, de 1986); ceberá que existe o Banco de Investimentos, que é não
„ atuam principalmente no setor primário da monetário, e que também forma um Banco Múltiplo,
economia (rural). mas sem carteira comercial, ou seja, não poderá cap-
tar depósitos à vista.
Operações mais comuns:
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO MONETÁRIAS
„ captam depósitos à vista e a prazo somente de OU NÃO BANCÁRIAS
associados, sem emissão de certificado – “RDB”,
além de poderem, desde 2020, captar Caderne- São instituições que não captam depósitos à vis-
ta de Poupança e realizar operações de finan- ta, ou seja, não abrem contas correntes e não criam
ciamento habitacional; moeda escritural. Estas instituições não lidam com
„ obter empréstimos ou repasses de instituições dinheiro em espécie, mas sim com papéis que valem
financeiras nacionais ou estrangeiras, inclusive dinheiro e saldos eletrônicos, que representam valo-
por meio de depósitos interfinanceiros. (Reso-
res em dinheiro.
lução 3.859, de 2010);
„ receber recursos de fundos oficiais;
Bancos de Investimento
„ doações;
„ conceder empréstimos e financiamentos ape-
nas aos associados; Os bancos de investimento são instituições
„ aplica no mercado financeiro. financeiras privadas especializadas em operações
de participação societária de caráter temporário, de
Banco Cooperativo financiamento da atividade produtiva para supri-
mento de capital fixo e de giro e de administração
Banco comercial ou banco múltiplo constituído, obri- de recursos de terceiros. Devem ser constituídos
gatoriamente, com carteira comercial. É uma socie- sob a forma de sociedade anônima e adotar, obri-
dade anônima e se diferencia dos demais por ter como gatoriamente, em sua denominação social, a expres-
acionistas controladores as cooperativas CENTRAIS são “Banco de Investimento”. Não possuem contas
de crédito, as quais devem deter no mínimo 51% das correntes e captam recursos via depósitos a prazo,
ações com direito a voto (Resolução 2.788, de 2000). repasses de recursos externos, internos e venda de
Principais características: cotas de fundos de investimento por eles adminis-
trados. As principais operações ativas são financia-
z captam depósitos à vista e a prazo (CDB e RDB) mento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou
somente de associados; aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
z captam recursos dentro do país e no exterior atra- interfinanceiros e repasses de empréstimos externos
vés de empréstimos; (Resolução CMN 2.624, de 1999).
z os recursos por eles captados ficam na região onde
o Banco atua, e onde os recursos foram gerados; z podem ter Conta desde que: não remunerada e
z emprestam através de linhas de crédito em geral não movimentada por cheque nem por meio ele-
somente aos associados;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

trônicos pelo cliente;


z prestam serviços também aos não cooperados.
z administra fundos de investimento;
z são Agentes Underwriters e auxiliam na oferta
Note que não há obrigatoriedade de a constitui-
pública inicial de papéis de companhias abertas.
ção do Banco Cooperativo ser uma S/A fechada, pois a
Resolução cita apenas uma S/A, deixando a critério da
instituição essa decisão. Bancos Múltiplos com Carteira de Investimentos

Bancos Múltiplos com Carteira Comercial Para fixar, relembremos a definição de Bancos
Múltiplos citada anteriormente: os bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras são instituições financeiras privadas ou públicas que
privadas ou públicas que realizam as operações ati- realizam as operações ativas, passivas e acessórias
vas, passivas e acessórias das diversas instituições das diversas instituições financeiras, por intermédio
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: das seguintes carteiras: comercial, de investimento
comercial, de investimento e/ou de desenvolvimen- e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário,
to, de crédito imobiliário, de arrendamento mer- de arrendamento mercantil e de crédito, financia-
cantil e de crédito, financiamento e investimento. mento e investimento. 97
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Essas operações estão sujeitas às mesmas normas z Captação: captam através de empréstimos em outras
legais e regulamentares aplicáveis às instituições sin- instituições financeiras nacionais ou estrangeiras.
gulares correspondentes às suas carteiras. A carteira
de desenvolvimento somente poderá ser operada Como sua principal atividade ativa é o Leasing ou
por banco público. O banco múltiplo deve ser cons- arrendamento mercantil (aluguel), passa a ser consi-
tituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma derada uma prestadora de serviços, logo sobre suas
delas, obrigatoriamente, comercial ou de investi- operações não incide o Imposto sob Operações
mento, e ser organizado sob a forma de sociedade
Financeiras (IOF), mas sim Imposto Sob prestação de
anônima. As instituições com carteira comercial
Serviços.
podem captar depósitos à vista. Na sua denomina-
ção social deve constar a expressão “Banco” (Resolu- Dentro do SFN funciona um subsistema dos cap-
ção CMN 2.099, de 1994). tadores de poupança que direcionam estes recursos
para financiamentos habitacionais, o SISTEMA BRA-
Bancos de Desenvolvimento SILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMOS (SBPE). Nele
operam a Caixa (CEF), as Associações de Poupança e
Constituídos sob a forma de sociedade anônima, Empréstimo (APE) e as Sociedades de Crédito Imo-
com sede na capital do Estado que detiver seu con- biliário (SCI) e as demais instituições que desejem
trole acionário, devendo adotar, obrigatória e priva- captar poupança para emprestar em financiamentos
tivamente, em sua denominação social, a expressão habitacionais.
“Banco de Desenvolvimento”, seguida do nome do Associações de Poupança e Empréstimos:
Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de São constituídas sob a forma de sociedade civil,
1976). sendo de propriedade comum de seus associados.
Empréstimos direcionados principalmente para
Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas
Empresas do setor Privado. Exemplos: BDMG, BRDE.
ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da
Bancos de desenvolvimento são exclusivamente
Habitação (SFH). As operações passivas são cons-
bancos públicos. O BNDES não é um banco de desen-
volvimento, é uma empresa pública. tituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias,
depósitos de cadernetas de poupança, depósitos
Sociedades de Crédito, Financiamento e interfinanceiros e empréstimos externos. Os deposi-
Investimento tantes dessas entidades são considerados acionistas
da associação e, por isso, não recebem rendimentos,
Constituídas sob a forma de sociedade anônima e mas dividendos. Os recursos dos depositantes são,
na sua denominação social deve constar a expressão assim, classificados no patrimônio líquido da associa-
“Crédito, Financiamento e Investimento”. Tais enti- ção e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de
dades captam recursos por meio de aceite e colocação 1967).
de Letras de Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966),
Certificados de Depósitos Bancários e Recibos de „ Sociedade Civil sem fins Lucrativos;
Depósitos Bancários (Resolução CMN 3.454, de 2007). „ Os clientes que abrem poupança tornam-se asso-
São as famosas financeiras, geralmente ligadas ciados e recebem dividendos (remuneração da
a algum Banco Comercial. Têm capacidade para rea-
poupança).
lizar operações até 12 vezes o seu patrimônio e prati-
ca altas taxas de juros devido à alta inadimplência de
z Captação: Poupança; Letra de Crédito Hipotecá-
suas operações. Exemplo: Fininvest, Losango.
ria; Letra Financeira; Repasse da Caixa Econômica
Sociedades de Arrendamento Mercantil Federal e de outras instituições financeiras cap-
tadoras de poupança que não desejam operar no
Sociedade de arrendamento mercantil (SAM) rea- SFH
liza arrendamento de bens móveis e imóveis adquiri-
dos por ela, segundo as especificações da arrendatária Sociedades de Crédito Imobiliário
(cliente), para fins de uso próprio desta. Assim, os con-
tratantes deste serviço podem usufruir de determina- São instituições financeiras criadas pela Lei 4.380,
do bem sem serem proprietários dele. de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento
Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do habitacional. Constituem operações passivas dessas
Brasil e realizem operações com características de instituições os depósitos de poupança, a emissão de
um financiamento, as sociedades de arrecadamento letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinan-
mercantil não são consideradas instituições finan- ceiros. Suas operações ativas são: financiamento para
ceiras, mas sim entidades equiparadas a instituições
construção de habitações, abertura de crédito para
financeiras.
compra ou construção de casa própria, financiamen-
Constituídas sob a forma de sociedade anônima,
to de capital de giro a empresas incorporadoras, pro-
devendo constar obrigatoriamente na sua denomina-
ção social a expressão “Arrendamento Mercantil”. dutoras e distribuidoras de material de construção.
Operam na forma Ativa: Devem ser constituídas sob a forma de sociedade
anônima, adotando obrigatoriamente em sua deno-
z Leasing – Locação de bens Móveis, nacionais ou minação social a expressão “Crédito Imobiliário”.
estrangeiros e Bens Imóveis adquiridos pela enti- (Resolução CMN 2.735, de 2000).
dade arrendadora para fins de uso próprio do
98 arrendatário;
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AS Sociedades Corretoras de Títulos e Valores lucrativos, estas bolsas têm por finalidade oferecer
Mobiliários (CTVM) um ambiente seguro para que os investidores rea-
lizem suas operações de compra e venda de capitais,
São constituídas sob a forma de sociedade anôni- gerando fluxo financeiro no mercado futuro.
ma ou por quotas de responsabilidade limitada. As bolsas de Mercadorias e de Futuros são ins-
Dentre seus objetivos estão: operar em bolsas tituições que viabilizam a negociação de contratos
de valores, subscrever emissões de títulos e valores futuros, opções de compra, derivativos e o mer-
mobiliários no mercado; comprar e vender títulos e cado a termo. Neste segmento operam investidores
valores mobiliários por conta própria e de terceiros; interessados nas variações futuras de preços dos
encarregar-se da administração de carteiras e da produtos e ativos.
custódia de títulos e valores mobiliários; exercer Atualmente no Brasil, estas duas bolsas se uni-
funções de agente fiduciário; instituir, organizar e ram formando a BM&F Bovespa, que é uma fusão das
administrar fundos e clubes de investimento; emitir atividades das duas bolsas anteriores, ou seja, hoje
certificados de depósito de ações; intermediar opera- a BM&F Bovespa, opera tanto no mercado à vista de
ções de câmbio; praticar operações no mercado de ações ou no mercado de balcão, como no mercado a
câmbio; praticar determinadas operações de conta termo ou de futuros.
margem; realizar operações compromissadas; pra- Em 2016 a BM&F Bovespa comprou todos os direi-
ticar operações de compra e venda de metais pre- tos e carteiras da maior administradora de mercado
ciosos, no mercado físico, por conta própria e de de balcão do Brasil, a CETIP S/A, que estudaremos
terceiros; operar em bolsas de mercadorias e de futu- mais à frente, desta forma a atual BM&F Bovespa é
ros por conta própria e de terceiros. São supervisio- uma S/A com fins lucrativos, e recebe o nome de B3
nadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN (Bolsa, Brasil, Balcão), visando o lucro através da
1.655, de 1989).
prestação de serviços gerando um ambiente salutar
para as negociações do mercado de capitais, que pode
As Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores
ser um ambiente físico onde ocorrem as negociações,
Mobiliários (DTVM)
ou um ambiente Eletrônico onde ocorrem os Pregões.
São constituídas sob a forma de sociedade anô-
nima ou por quotas de responsabilidade limitada,
devendo constar na sua denominação social a expres-
são “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. MERCADO FINANCEIRO E SEUS
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta DESDOBRAMENTOS (MERCADOS
pública e distribuição de títulos e valores mobiliá-
rios no mercado; administram e custodiam as car-
MONETÁRIO, DE CRÉDITO, DE CAPITAIS
teiras de títulos e valores mobiliários; instituem, E CAMBIAL)
organizam e administram fundos e clubes de inves-
timento; operam no mercado acionário, comprando, Em uma economia de mercado, há diversos agen-
vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliá- tes econômicos — governos, empresas e famílias —
rios, inclusive ouro financeiro, por conta de tercei- tomando a todo momento decisões relacionadas à
ros; fazem a intermediação com as bolsas de valores produção e ao consumo.
e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de Enquanto alguns consomem menos do que pro-
ações; operam no mercado aberto e intermedeiam duzem, e conseguem formar uma poupança dispo-
operações de câmbio. São supervisionadas pelo Ban- nível para a utilização de terceiros, outros consomem
co Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986). mais do que conseguem produzir em determinado
período, e precisam utilizar os recursos daqueles
z Fiscalizadas pelo BACEN e CVM; que pouparam.
z São intermediadores. (investidor – Bolsa); Independente das razões que motivam cada uma
z Intermediam operações de câmbio até o limite de dessas decisões individuais, de alguma maneira essa
100 mil dólares por operação, nas operações de transferência de recursos dos poupadores para os
compra e venda de moeda à vista (cambio pronto);. tomadores precisa ser viabilizada.
z São, juntamente com os Bancos de Investimento, Se cada poupador tivesse que encontrar um toma-
os underwriters.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

dor de recursos com as mesmas necessidades de volu-


me e prazo, para a realização de um empréstimo,
muito provavelmente nenhum negócio se concretiza-
Importante! ria, já que as demandas dos agentes podem ser bem
O acordo BACEN CVM nº17 autorizou a DTVM distintas.
a operar no ambiente da Bolsa de Valores, aca- Com o tempo, e para suprir essa demanda do mer-
bando, assim, com uma grande diferença exis- cado, foram nascendo instituições para intermediar
tente entre as CTVM e DTVM. essas operações, ou seja, pegar emprestado daqueles
que poupam e emprestar para os demais, atendendo,
ao mesmo tempo, às necessidades de volume financei-
Bolsas de Valores e Bolsas de Mercadorias e de ro e prazo de cada um.
Futuros Da mesma forma, desenvolveram-se instrumen-
tos e também sistemas, regras e procedimentos para
As bolsas de valores são um mercado organi- organizar, controlar e desenvolver esse mercado. A
zado que pode ser constituído sob a forma de Socie- todo esse sistema, chamamos de Sistema Financeiro.
dade Civil sem fins lucrativos, ou S/A Com fins 99
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Assim, o Sistema Financeiro pode ser caracteri- pode não encontrar uma contraparte (um agente defi-
zado como o conjunto de instituições e instrumentos citário) que deseje obter um empréstimo com as mes-
que possibilitam e facilitam o fluxo financeiro entre os mas condições.
poupadores e os tomadores de recursos na economia. Com o papel desempenhado pela instituição finan-
Não é difícil perceber a importância desse siste- ceira, esse problema se reduz. Se o sistema financei-
ma para o correto funcionamento e crescimento eco- ro inexiste ou existe de forma ineficiente, muitas das
nômico de um país. Se, por exemplo, determinada necessidades de aplicações e empréstimos de recur-
empresa, que necessita de recursos para a realização sos ficam sem atendimento, ou seja, não são atendi-
de investimentos para a produção, não conseguir cap- das pelo mercado, o que inevitavelmente causa uma
tá-los de forma eficiente, provavelmente ela não rea- freada brusca na economia. Quantas vezes você já
lizará o investimento, deixando de empregar e gerar viu reportagens com empreendedores reclamando da
renda. dificuldade no acesso ao crédito?
Esse fluxo, todavia, não ocorre sempre entre os Entretanto, em alguns casos, o mercado de crédi-
mesmos tipos de agentes e com as mesmas caracterís- to não é capaz de suprir as necessidades de financia-
ticas operacionais. Ele pode diferir em razão do pra- mento dos agentes. Isso pode ocorrer, por exemplo,
zo, do tipo de instrumento utilizado para formalizar a quando um determinado agente, em geral uma empre-
operação, da assunção de riscos, entre outros aspectos sa, deseja um volume de recursos muito superior ao
que, com o passar do tempo, foram delimitando o que que uma instituição poderia, sozinha, emprestar.
se convencionou chamar de mercados financeiros. Além disso, pode acontecer de os custos dos
A classificação dos mercados (mercados monetá- empréstimos no mercado de crédito (juros) serem
rio, de crédito, de câmbio e de capitais) ajuda a com- demasiadamente altos, de forma a inviabilizar os
preender um pouco mais cada um desses mercados e investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que é
suas peculiaridades, seus riscos e suas vantagens. conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado
As transferências de recursos a curtíssimo pra- de Valores Mobiliários.
zo, em geral de apenas um dia, como, por exemplo, No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
as realizadas entre as próprias instituições financei- investidores emprestam recursos diretamente aos
ras ou entre elas e o Banco Central, são realizadas no agentes deficitários, quase sempre empresas. Caracte-
chamado mercado monetário. Trata-se de um mer- riza-se por negócios de médio e longo prazo, nos quais
cado utilizado basicamente para controle da liquidez são negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
da economia, no qual o Banco Central intervém para Como exemplo, podemos citar as ações, que repre-
condução da Política Monetária. sentam parcela do capital social de Sociedades Anôni-
Já o mercado de câmbio opera em um nicho espe- mas, e as debêntures, que representam títulos de dívida
cífico, em que agentes têm a necessidade de contra- dessas mesmas sociedades.
tar operações que envolvem moedas estrangeiras, ou Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
porque compram ou vendem de/para outros países, basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-
ou porque procuram proteção. rando as empresas no planejamento das emissões de
Há também as operações em que as instituições valores mobiliários, ajudando na colocação deles para
financeiras captam recursos dos agentes superavitá- o público investidor, facilitando o processo de formação
rios e, por sua conta e risco, emprestam esses recursos de preços e a liquidez, assim como criando condições
para os agentes deficitários, característica do chama- adequadas para as negociações secundárias.
do mercado de crédito. As instituições financeiras não assumem a obriga-
Esse mercado é o mais tradicional, e é utilizado ção pelo cumprimento das obrigações estabelecidas e
pelas pessoas físicas e empresas, quando utilizam formalizadas nesse mercado. Assim, a responsabilidade
os bancos para realizar empréstimos e financiamen- pelo pagamento dos juros e principal de uma debênture,
tos diversos. Quando uma pessoa (física ou jurídica) por exemplo, é da empresa emissora, e não da institui-
utiliza recursos do cheque especial, financia um car- ção financeira que a tenha assessorado ou participado
ro, uma máquina ou um imóvel, ela está operando no do processo de colocação dos títulos no mercado.
mercado de crédito. São participantes desse mercado, por exemplo, os
Nele, as instituições financeiras participantes têm Bancos de Investimento, as Corretoras e Distribuidoras
como atividade principal a intermediação financei- de Títulos e Valores Mobiliários, as entidades adminis-
ra propriamente dita. Essas operações caracterizam- tradoras de mercado de bolsa e balcão, além de diversos
-se, em geral, por operações de curto e médio prazo, outros prestadores de serviços.
formalizadas por contratos e nas quais as instituições No que diz respeito ao Mercado de Valores Mobiliá-
financeiras assumem os riscos de inadimplência da rios, com o passar do tempo, foi sendo criada toda uma
operação. São exemplos de instituições participantes estrutura normativa e operacional para permitir que as
desse mercado os bancos comerciais e as sociedades operações fossem realizadas cada vez mais com segu-
de crédito, financiamento e investimento, as conheci- rança, transparência e eficiência. Nesse sentido, foram
das “financeiras”. editadas, em 1976, a Lei nº 6.385, que disciplina o merca-
O mercado de crédito é fundamental para o bom do de capitais e cria a Comissão de Valores Mobiliários,
funcionamento da economia, na medida em que as e a Lei nº 6.404, que disciplina as Sociedades Anônimas,
instituições financeiras assumem dois papéis decisi- conhecida como Lei das S.A.
vos. De um lado, atuam como centralizadoras de ris- Evidentemente, essas leis foram sofrendo alterações
cos, reduzindo a exposição dos aplicadores a perdas no decorrer dos anos, de forma que o arcabouço jurídico
e otimizando as análises de crédito. De outro, fun- do mercado fosse se adaptando à nova realidade em que
cionam como um elo entre milhões de agentes com ele se inseria. Da mesma forma, foram sendo criados
expectativas muito distintas em relação a prazos e outros mecanismos que acabaram por contribuir com o
volumes de recursos. Um agente pode, por exemplo, desenvolvimento, como o novo Sistema de Pagamentos
100 querer aplicar R$ 1.000,00 por um ano. Entretanto, Brasileiro.
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Ainda, algumas instituições privadas, em um esforço FINTECHS E STARTUPS
de autorregulação, também criaram regras que colabo-
raram fundamentalmente para o que hoje é o Mercado Relação entre Bancos Digitais e FinTechs ou
de Valores Mobiliários. Startups

Fintechs são as startups que criam inovações no


setor financeiro, baseados em tecnologia. Elas têm
sido uma aposta dos bancos tradicionais para acele-
OS BANCOS NA ERA DIGITAL: rar a inovação tecnológica e se inserir na era digital.
ATUALIDADE, TENDÊNCIAS E Os bancos beneficiam-se da interação com essas
empresas disruptivas pela facilidade e agilidade na
DESAFIOS criação e aprimoramento de produtos e serviços.
Enquanto as FinTechs veem nessa parceria, uma
INTERNET BANKING maneira de validar o negócio, receber investimentos
e ganhar experiência.
Home/Office Banking, Remote Banking, Banco Além disso, os bancos possuem uma base ampla,
Virtual consolidada e crescente de clientes e oferecem estabi-
lidade, confiança e experiência em atender à regula-
A ligação entre o computador do cliente e o com- mentação do Sistema Financeiro Nacional.
putador do banco é o que basicamente se define como No Brasil, diversas instituições financeiras têm
Home Banking. promovido programas que dialogam com as FinTechs.
O Bradesco, por exemplo, criou em 2014 o programa
Para que houvesse uma redução de custos de inter-
InovaBra, que promove a interação do banco com
mediação financeira, os bancos concluíram que havia
startups com potencial de desenvolvimento de negó-
necessidade de reduzir o trânsito e a fila de clientes cios e produtos relacionados a serviços financeiros.
nas agências. Dentro desse ecossistema, foi criado, em 2017, o Ino-
Esse é o motivo para o aprimoramento dos Bancos vaBra habitat, do qual a Simply é uma das empresas
24 horas, onde se dá o atendimento remoto – fora das participantes. Um espaço onde empresas, startups,
agências – da clientela. investidores, mentores e empreendedores geram
Esse tipo de atendimento se utiliza da rede ban- novos negócios e buscam soluções inovadoras com
co 24 horas (saques, depósitos, pagamento de con- base no networking e na colaboração.
tas, solicitação de entrega de talões de cheques etc.), Outro exemplo dessa interação é o Cubo, um espa-
empresas tipo balcão eletrônico, cartões magnéticos ço de coworking lançado pelo Itaú em parceria com
em redes de postos de gasolina, redes de lojas. a Redpoint, localizado na zona sul de São Paulo. Ele
comporta e apoia até cinquenta startups, sendo seis
Pode-se, então, obter uma integração dos requisi-
delas, FinTechs.
tos de conveniência, segurança, eficácia e relaciona- O banco digital representa uma evolução na for-
mento, exigidos pelo conceito de remote bank. ma de se relacionar com o cliente tendo como base
A segurança na transmissão de dados é garan- a inovação tecnológica. Ou seja, busca uma relação
tia pelo perfil que o banco, concede por meio de mais personalizada e próxima do consumidor a fim
uma palavra-chave-password que limita o acesso às de atender uma nova geração de clientes mais exigen-
informações. tes e conectados.
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor-
contabilidade/remote-banking-(banco-virtual)/24984 financeiro/

BANCO DIGITAL Startup

Muito além de oferecer serviços por internet ban- Startup significa o ato de começar algo, normal-
mente relacionado com companhias e empresas que
king ou aplicativos que auxiliem clientes a realizar
estão no início de suas atividades e que buscam explo-
suas transações financeiras, o banco digital se carac- rar atividades inovadoras no mercado.
teriza por apresentar uma proposta de valor onde a Empresas startup são jovens e buscam a inovação
maioria dos seus produtos e serviços sejam oferecidos em qualquer área ou ramo de atividade, procurando
de forma digital. desenvolver um modelo de negócio escalável e que
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

É um modelo operacional com infraestrutura seja repetível.


capaz de responder às interações de seus clientes em Um modelo de negócio é a forma como a empre-
tempo real e criar uma cultura que se adeque às ino- sa gera valor para os clientes. Um modelo escalável
vações tecnológicas de forma ágil. e repetível significa que, com o mesmo modelo eco-
De acordo com a pesquisa FEBRABAN de tec- nômico, a empresa vai atingir um grande número de
nologia bancária 2014, o Banco digital possui um clientes e gerar lucros em pouco tempo, sem haver um
aumento significativo dos custos.
processo não presencial no momento da abertu-
ra de contas, com captura digital de documentos
MOBILE BANKING
e informações e coleta eletrônica de assinatura.
Com relação à consulta e resolução de problemas,
Banco móvel (às vezes utilizado o termo em inglês
o banco digital possui acesso a canais eletrônicos mobile banking) são ferramentas que disponibilizam
para todas as consultas e contratação de produtos. alguns serviços tipicamente bancários através de dis-
A resolução de problemas é feita por múltiplos canais positivos móveis, como um celular.
sem a necessidade da ida à agência. “Mobile Banking (operação bancária móvel) refere-
-se à disposição e vantagem dos serviços da operação 101
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bancária e financeiros com a ajuda dos dispositivos A geração digital deseja ser localizada por seus
móveis da telecomunicação. A variedade de serviços interesses específicos e características peculiares e
oferecidos pode incluir facilidades para realizar ope- não ser somente um número em amplos dados demo-
rações bancárias e transações do mercado acionário, gráficos. Ela é composta por clientes participativos e
para administrar clientes e para ter acesso a informa- que desejam ser questionados sobre os produtos e ser-
ções personalizadas.” viços que o banco oferece.
Serviços de informação, por outro lado, pode ser São consumidores que esperam que o banco tenha
oferecido como um módulo independente. uma visão ampla de seu relacionamento, atuando de
forma antecipatória, observando possíveis problemas
OPEN BANKING e criando soluções. Eles querem ser surpreendidos
com serviços especiais em momentos inesperados
Se fôssemos traduzir ipsis litteris, Open Banking e esperam que a instituição financeira esteja ao seu
significaria Banco Aberto. Mas esse é um termo que lado no longo prazo, nos diversos momentos da sua
remete aos métodos de Inovação Aberta pensados vida.
exclusivamente para o setor bancário. Estes clientes também esperam que o banco tenha
Dentro do que chamamos de Open Banking está a caráter informativo e orientador. Além de terem inte-
prática da colaboração entre instituições bancárias resse em assuntos financeiros, querem que a institui-
tradicionais com startups, fintechs e empresas de tec- ção os eduque através de dicas e canais on-line, assim
nologia. Essas parcerias resultam em soluções e apli- como os informe sobre o atual cenário econômico,
cações inovadoras. alertando-os sobre mudanças financeiras.
E isso só acontece por que as Interfaces de Progra- Desejam sentir que estão seguros e protegidos, que
mação de Aplicativos (APIs) permitem que terceiros podem escolher os melhores canais para interagir
acessem informações financeiras com eficiência, o com o banco.
que promove o desenvolvimento de novos aplicativos Fonte: http://blog.simply.com.br/banco-digital-desafio-setor-
e serviços. Elas também facilitam a coleta e a análises financeiro/
sofisticadas de volumes exponenciais de dados.
APIs abertas são ótimas oportunidades para criar SEGMENTAÇÃO E INTERAÇÕES DIGITAIS
novos modelos de negócios bancários, iniciando o tão
necessário processo de Transformação Digital, res- O marketing digital é essencial para a comunicação
ponsável por tirar as instituições financeiras da área das atividades de uma marca, afinal neste ambiente é
de conforto e guiá-las rumo a estratégias fundamenta- possível se posicionar e garantir uma audiência quali-
das em user-centric. ficada. Neste sentido, a estratégia é ainda mais asser-
O Open Banking propõe elaboração de produtos e tiva quando as ações e campanhas de marketing são
serviços online, 100% digitais que geram vantagens personalizadas de acordo com o público e comparti-
para o usuário final. Sim, a ideia não é resolver o pro- lhadas no momento certo para atingir o cliente.
blema do banco e de seus desenvolvedores, mas o do Ao estabelecer um planejamento para a divul-
seu consumidor. gação de uma campanha no Facebook é necessário
Idealmente, uma estratégia de Open Banking deve selecionar, dentre os diversos filtros demográficos e
resultar em uma melhor experiência para os consu- perfis de interação, quem deverá ser impactado por
midores. A diferença entre o conceito e outras estra- sua publicação. Saiba como começar:
tégias rotineiras no mercado é o novo cenário criado
por ele, em que correntistas acessam serviços e fun- z Crie “personas”
cionalidades do banco a partir de sites e aplicativos
terceiros. Definir as características da pessoa que você quer
A instituição financeira deixa de existir apenas atingir por meio da associação com seus valores e
em seus próprios domínios e passa a ter contato com informações facilita a seleção de interesses que con-
seu cliente em outros espaços digitais, ampliando sua tribuam para uma segmentação eficaz. Selecione fato-
atuação, público, portfólio de serviços e tempo de res como idade, profissão, hobbies, gostos culturais e
contato. atividades praticadas regularmente;
A plataforma de API aberta do banco deve ser
capaz de conectar o correntista, mais especificamente z Utilize a mídia correta
os dados dele, à outras plataformas de sua escolha. O
poder de escolha é do usuário, o de conexão de dados Saber quem é o seu público-alvo ideal é a chave
é da instituição financeira. para descobrir onde o seu cliente está e, a partir dis-
Fonte: https://www.mjvinnovation.com/pt-br/blog/open-banking/ so, estabelecer qual a mídia deve ser prioritária na
ação. Conhecer as opções de segmentação, uso e perfis
O Comportamento do Consumidor na Relação com o existentes em cada ambiente é essencial para que sua
Banco campanha tenha bom desempenho;

O perfil do cliente de serviços bancários tem muda- z Teste variáveis


do nos últimos anos. Bancos tradicionais já não conse-
guem suprir as necessidades de clientes que nasceram Durante a publicação da campanha é fundamental
mergulhados na era digital, como a geração Y. criar variantes de público para entender a receptivida-
Por isso, a fim de oferecer um relacionamento de de cada um. Segmentações diferentes influenciam
mais personalizado, é essencial compreender quais resultados diferentes, por isso ter públicos segmenta-
são os interesses e necessidades dessa nova geração dos permite elevar seu entendimento da audiência a
de consumidores, assim como o que eles esperam dos cada interação da campanha, permitindo resultados
102 serviços financeiros. cada vez melhores;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Mensure os resultados Conexão emocional é barata de criar e difícil de ser
quebrada — duas características que qualquer empre-
Acompanhar os dados de demografia, renda, enga- sa busca em suas campanhas de marketing. Segmen-
jamento, tempo de visita e conversão, disponibiliza- tar seu público é a forma mais eficiente de alcançar
dos ao analisar as campanhas, possibilita que a cada esse resultado.
publicação você conheça melhor seu público. A partir
disso é possível ajustar a nova etapa da ação e seg- Marketing Digital e a Estratégia de Segmentação
mentar de forma ainda mais precisa, provocando
impacto na hora certa e na pessoa certa. Agora que a importância da segmentação de públi-
Fonte: https://infographya.com.br/segmentacao-de-publico-no- co ficou clara, é hora de entender melhor como o
ambiente-digital/ Marketing Digital pode fazer isso na prática. São bene-
fícios que vão muito além da mensagem em si e sua
plataforma de divulgação, mas também estratégias
A Importância da Segmentação Pública
de Business Intelligence para garantir que seu inves-
timento em divulgação seja feito de forma assertiva:
É difícil até hoje mensurar o quanto a internet está
transformando a humanidade em todos os aspectos: Entendendo o seu Público
social, cultural, econômico, mas, algumas caracterís-
ticas dessa nova era digital já são bastante evidentes, O primeiro passo para uma divulgação adequada
mensuráveis e aplicáveis em estratégias de marketing. a esse novo público é entender quem são seus clientes
Na época de ouro da TV aberta, o grande público potenciais. Por meio de pesquisas e aplicação de téc-
geral era o objetivo final de qualquer campanha. Ven- nicas de prospecção, é possível identificar nichos de
dia mais quem tinha mais espaço publicitário, quem mercado potenciais para divulgar e engajar.
conseguia anunciar nos programas de maior audiên- A prática de mais sucesso atualmente é a criação
cia. Essa realidade mudou completamente desde que de buyer personas, perfis fictícios que representam
a internet se popularizou, principalmente com o uso seus consumidores e ajudam a elaborar e implementar
em massa de redes sociais. campanhas de marketing mais segmentadas e focadas.

Direcionando Investimento e Mensagem Criando Campanhas em Plataformas Unificadas

Hoje, a grande oportunidade de consolidação no Parte de entender seu público passa também por
mercado e fortalecimento de marca não está mais na mapear seu comportamento na internet e hábitos ao
divulgação para grandes públicos, mas na identificação consumir conteúdo digital. Para aproveitar informa-
e foco em nichos de mercado onde se concentram as ções valiosas como essas, é preciso criar ou contratar
plataformas que unifiquem e automatizem a sua pre-
pessoas com mais potencial de compra e fidelização.
sença nesses ambientes.
A segmentação é uma forma de otimizar investi-
Hoje o Marketing Digital é obrigatoriamente mul-
mentos por meio de uma mensagem mais objetiva e
ticanal e só é possível mensurar resultados e adaptar
com escopo mais bem definido. Se por um lado gasta-se estratégias se todos os dados coletados em diversas
menos com tempo de exibição em horário nobre, por fontes estiverem centralizados em um bom sistema
outro ganha-se mais relevância em campanhas dese- de monitoramento.
nhadas para atrair organicamente. É uma forma única
no mundo corporativo de fazer mais com muito menos. Economia de Dinheiro

Criando uma Identidade O resultado mais relevante que o Marketing Digi-


tal traz para a segmentação do público é otimizar a
O Marketing Digital surgiu dessa necessidade de taxa de conversão — como dissemos, fazer mais com
aproximar marca e público de forma como nunca antes menos. Ao entender os hábitos e gostos do seu públi-
foi possível. O termo do momento em divulgação publi- co e ter um sistema integrado de monitoramento, a
citária é “conexão emocional”. Campanhas segmenta- divulgação se torna mais barata e eficiente.
das e que se apoiam em redes sociais para passar uma Imagine uma campanha em TV aberta que atinja
mensagem tornam a empresa mais próxima do público, um milhão de pessoas, sendo que apenas 10 mil sejam
como mais uma amiga em sua rede de relacionamentos. seu público-alvo. Ao aplicar técnicas de Marketing
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Dessa forma, é possível criar uma identidade bem Digital à mesma campanha, é possível conseguir o
definida para o negócio e seus produtos. A marca é mesmo resultado, 10 mil, em um grupo segmentado
de entusiastas com 20 mil pessoas. Você gasta apenas
personificada em uma mensagem e é muito mais fácil
uma fração do dinheiro em um ambiente muito mais
se relacionar afetivamente com uma persona do que
propício ao engajamento.
apenas um nome na tela.
Segmentando de Forma Inteligente
Aumentando Taxas de Conversão
E a segmentação do Marketing Digital, principal-
Ou seja, a segmentação de público é hoje a fórmu- mente utilizando Big Data, não se resume apenas ao
la mais rápida e eficiente para aumentar a sua taxa gosto de um público. Com a captação de mais infor-
de conversão (a porcentagem de pessoas atingidas mações sobre clientes e visitantes por meio de site e
pela mensagem que realmente fazem uma compra ou redes sociais, é possível segmentar com muito mais
assinam um serviço), além de necessitar de um custo precisão. Pode-se criar campanhas específicas, por
menor para manter esse cliente fidelizado. exemplo, para uma única cidade, uma faixa etária ou
até um horário do dia. 103
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Retendo Clientes Através de Relacionamento É Possível Realizar Compras de Bens ou Serviços no
Brasil Utilizando “Moedas Virtuais”?
Por último, uma das grandes vantagens do Marke-
ting Digital na segmentação de público é a capacidade A compra e venda de bens ou de serviços depende
de separar a aquisição da fidelização de clientes. de acordo entre as partes, inclusive quanto à forma
Em campanhas de massa, não há como fazer essa de pagamento. No caso de utilização de “moedas vir-
diferenciação — a mesma mensagem é divulgada tuais”, as partes assumem todo o risco associado.
para clientes e não clientes. Já o Marketing Digital
possibilita campanhas específicas de remarketing e Qual o Risco para o Cidadão se as Moedas Virtuais
relacionamento que tratem apenas sua base já con- Forem Utilizadas para Atividades Ilícitas?
quistada, otimizando o investimento menor na manu-
Se utilizada em atividades ilícitas, o cidadão pode
tenção desse público fidelizado com engajamento e a
estar sujeito à investigação por autoridades públicas.
tão desejada conexão emocional.
Fonte: https://2dcb.com.br/blog/como-o-marketing-digital-ajuda-
As “Moedas Virtuais” Podem ser Utilizadas como
na-segmentacao-de-publico
Investimento?

A compra e a guarda de “moedas virtuais” estão


sujeitas aos riscos de perda de todo o capital investido,
O DINHEIRO NA ERA DIGITAL: além da variação de seu preço. O cidadão que investir
BLOCKCHAIN, BITCOIN E DEMAIS em “moedas virtuais” deve também estar ciente dos
riscos de fraudes.
CRIPTOMOEDAS
É Permitido Realizar Transferência Internacional
Moedas Virtuais Utilizando “Moedas Virtuais”?

As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas crip- Não. Transferências internacionais devem ser fei-
tográficas” são representações digitais de valor que tas por instituições autorizadas pelo Banco Central a
não são emitidas por Banco Central ou outra autorida- operar no mercado de câmbio, que devem observar as
de monetária. O seu valor decorre da confiança depo- normas cambiais.
sitada nas suas regras de funcionamento e na cadeia Fonte: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/
de participantes. perguntasfrequentes-respostas/faq_moedasvirtuais
Veremos agora algumas perguntas quando fala-
mos de moedas virtuais: BlockChain

O BlockChain é uma espécie de banco de dados,


O Banco Central do Brasil Regula as “Moedas
onde ficam armazenadas todas as informações sobre
Virtuais”?
as transações de Bitcoins. O mais legal é que este gran-
de arquivo é acessível a todos os usuários.
Não. As “moedas virtuais” não são emitidas, garan-
Dessa forma, você pode acessar essa base de dados
tidas ou reguladas pelo Banco Central. Possuem for- pelo seu computador e ver uma negociação que ocor-
ma, denominação e valor próprios, ou seja, não se reu entre duas pessoas: uma na China e outra na Ale-
trata de moedas oficiais, a exemplo do real. manha, por exemplo.
As “moedas virtuais” não devem ser confundidas Os detalhes sobre quem são os envolvidos não é
com “moedas eletrônica”, prevista na legislação. Moe- possível saber, pois tudo é criptografado. Mas você
das eletrônicas se caracterizam como recursos em sabe que aquela transação ocorreu e que ela está gra-
reais mantidos em meio eletrônico que permitem ao vada na blockchain para sempre.
usuário realizar pagamentos. E falamos para sempre no sentido literal. Afinal,
não é possível desfazer ou alterar uma transação após
O Banco Central do Brasil Autoriza o Funcionamento ela ser inserida no sistema. Ou seja, não dá para voltar
das Empresas que Negociam “Moedas Virtuais” e/ atrás caso tenha se arrependido de vender seus Bit-
ou Guardam Chaves, Senhas ou Outras Informações coins. Ficou mais claro agora o que é blockchain?
Cadastrais dos Usuários, Empresas Conhecidas
como “Exchanges”? Dica
Blockchain é uma cadeia de blocos, daí o nome,
Não. Essas empresas não são reguladas, autoriza- que fazem parte de um sistema de registro cole-
das ou supervisionadas pelo Banco Central. Não há tivo. Isso quer dizer que as informações não
legislação ou regulamentação específica sobre o tema estão guardadas em um lugar só, pois em vez
no Brasil. de estarem armazenadas em um único compu-
O cidadão que decidir utilizar os serviços presta- tador, todas as informações da blockchain estão
dos por essas empresas deve estar ciente dos riscos distribuídas entre os diversos computadores
de eventuais fraudes ou outras condutas de negó- ligados a ela.
cio inadequadas, que podem resultar em perdas Fonte: https://blog.toroinvestimentos.com.br/bitcoin-blockchain-
patrimoniais. o-que-e

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Mineração de Criptomoeda o que acontece quando o cliente usa uma bandeira de
cartão de crédito numa compra que só é possível por-
Na rede Bitcoin, cada bloco possui diversas transa- que o vendedor aceita receber daquela bandeira.
ções e sua transmissão acontece a cada dez minutos Os arranjos podem se referir, por exemplo, aos pro-
quando alguém descobre um “quebra-cabeças”. cedimentos utilizados para realizar compras com car-
O sistema Bitcoin utiliza o “Secure Hashing Algori- tões de crédito, débito e pré-pago, em moeda nacional
thm 256” (ou SHA-256), algoritmo que fornece valores ou estrangeira. Os serviços de transferência e remes-
a partir de um conjunto alfanumérico, usando uma sas de recursos também são arranjos de pagamentos.
função matemática e criptográfica. As pessoas jurídicas não financeiras que executam os
São cálculos quase impossíveis de se realizar, pois serviços de pagamento no arranjo são chamadas de ins-
exigem uma rapidez além do normal. Assim, foram tituições de pagamento e são responsáveis pelo relacio-
criados hardwares de mineração para solucionar namento com os usuários finais do serviço. Instituições
esses cálculos. financeiras também podem operar com pagamentos.
O objetivo desses hardwares é solucionar os algo- A instituição é chamada de Instituidor de Arranjo
ritmos matemáticos e, assim, conseguir um espaço de Pagamento quando é a pessoa jurídica responsável
no blockchain para registrar suas transações com as pela criação do arranjo de pagamento e pela manu-
bitcoins. tenção do seu funcionamento. A ele cabe o papel de
Blockchains são conhecidos por serem extrema- organizar e criar regras para o funcionamento do
mente seguros e praticamente não hackeáveis. Isso arranjo, observada a regulamentação do Banco Cen-
porque usam “mecanismos de consenso” que, basica- tral, e de monitorar se os participantes dos arranjos
mente, são regras que definem a forma (justa) em que estão seguindo as regras e os procedimentos estabele-
uma rede cripto deve funcionar. cidos. As bandeiras de cartão de crédito são exemplos
Os dois principais mecanismos de consenso exis- de instituidor de arranjo. O Banco Central é o institui-
tentes em blockchains são proof-of-work (PoW) e proo- dor dos arranjos TED, DOC, boleto e Pix, por exemplo.
f-of-stake (PoS). Alguns tipos de arranjo de pagamentos não estão
O algoritmo proof-of-work garante a segurança da sujeitos à regulação do BCB, tais como os cartões pri-
rede blockchain pela mineração de criptomoedas — vate label – emitidos por grandes varejistas e que só
processo em que poder computacional é aplicado para podem ser usados no estabelecimento que o emitiu
encontrar uma solução matemática complicada que ou em redes conveniadas. Também não são sujeitos
dá o direito de transmissão de um bloco de transações. à supervisão do BC os arranjos para pagamento de
Esse é o algoritmo de consenso utilizado pelas serviços públicos (como provisão de água, energia
redes Bitcoin, Ethereum (por enquanto), Bitcoin elétrica e gás) ou carregamento de cartões pré-pagos
Cash, Monero e demais blockchains que utilizam a de bilhete de transporte. Incluem-se nessa categoria,
mineração cripto para garantir sua segurança. ainda, os cartões de vale-refeição e vale-alimentação.
Assim, aqueles que tiverem as máquinas de mine- O BR Code, que é um exemplo de arranjo de paga-
ração mais potentes têm mais chances de encontrar mento, passará a ser o padrão único para QR Codes
essa solução matemática mais rápido e garantir a (código de barras bidimensional) a serem utilizados
segurança e confiabilidade do blockchain. para a iniciação de transações em arranjos de paga-
Porém, PoW é criticado, pois a mineração cripto mento. A Resolução BCB nº 10, que entrou em vigor
não é algo sustentável, já que milhares de máqui- em 20/08/2020, estabelece que os arranjos de paga-
nas precisam estar ligadas ao mesmo tempo, em mentos terão até 21/04/2021 para adaptarem os QR
uma grande competição tecnológica, a fim de obter Codes ao BR Code.
a recompensa fornecida pelo protocolo a cada trans- Com esse novo padrão, o usuário pagador poderá
missão de bloco (atualmente, de 6,25 BTC). E isso custa utilizar o mesmo QR Code para iniciar uma transação
muita energia elétrica, que polui o meio ambiente. em diferentes arranjos – a depender do aplicativo
Outro mecanismo muito conhecido e que visa subs- escolhido, de acordo com suas preferências. Os pres-
tituir o insustentável modelo PoW é proof-of-stake. tadores de serviço de pagamento devem informar ao
Em vez de solucionar um quebra-cabeça matemá- usuário qual o arranjo de pagamento está sendo utili-
tico, um nó (participante da rede) garante o direito de zado naquela transação.
transmitir o bloco de transações à rede com base na A legislação proíbe que instituições de pagamento
quantia que está “bloqueada” (aplicada) na rede, ou prestem serviços privativos de instituições financeiras,
seja, a quantia em staking de seus criptoativos. como a concessão de empréstimos e financiamentos ou
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Quando soluciona o quebra-cabeça da rede, recebe a disponibilização de conta bancária e de poupança.


uma recompensa na forma do token principal da rede. Não são regulados e supervisionados pelo BC os
Porém, se fizer algo de errado, uma parte de seus crip- seguintes arranjos de pagamento:
toativos em staking pode ser “queimada”, como um
tipo de punição para maus agentes. z Que apresentem volumetria inferior a:
(Fonte: moneytimes.com.br-Daniela do Nascimento)
„ R$ 500 milhões de valor total das transações,
Arranjos de Pagamento acumulado nos últimos doze meses; e
„ 25 milhões de transações, acumuladas nos últi-
Um arranjo de pagamento é o conjunto de regras e mos doze meses.
procedimentos que disciplina a prestação de determi-
nado serviço de pagamento ao público. As regras do z Cujos cartões sejam emitidos para uso exclusivo
arranjo facilitam as transações financeiras que usam em uma rede de estabelecimento de um gran-
dinheiro eletrônico. Diferentemente da compra com de comerciante, como lojas de departamento, ou
dinheiro vivo entre duas pessoas que se conhecem, o em estabelecimentos pertencentes a uma rede de
arranjo conecta todas as pessoas que a ele aderem. É franquia ou de licenciados; 105
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Exclusivos para pagamento de serviços públicos, Além desses pontos, o Pix pode:
como água, luz e transporte;
z Baseados em moedas virtuais, como programas de alavancar a competitividade e a eficiência do
benefícios, como de milhagem aérea e outros pro- mercado;
gramas que tenham como objetivo incentivar uso baixar o custo, aumentar a segurança e aprimorar
e a fidelidade do cliente por meio de prêmios; a experiência dos clientes;
z Decorrentes de programas governamentais de incentivar a eletronização do mercado de paga-
benefícios, a exemplo de vale-alimentação, vale- mentos de varejo;
-refeição e vale-cultura; promover a inclusão financeira; e
z De saque e aporte, nos quais as condições de pres- preencher uma série de lacunas existentes na cesta
tação desses serviços são estabelecidas por meio de instrumentos de pagamentos disponíveis atual-
de contratos comerciais entre as operadoras de mente à população.1
caixas eletrônicos e as instituições financeiras e de
pagamento, e que, atualmente, não são submeti- Resolução BCB nº 1, de 12 de Agosto de 2020
dos à aprovação do BC; e
z Destinados ao recebimento de doações eleitorais. A participação no Pix é obrigatória para as insti-
tuições financeiras e para as instituições de pagamen-
to autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
Importante! Brasil com mais de quinhentas mil contas de clientes
O Banco Central (BC) supervisiona todos os ativas, consideradas as contas de depósito à vista, as
arranjos de pagamento que não se enquadrem contas de depósito de poupança e as contas de paga-
nas condições descritas acima. mento pré-pagas.
Consideram-se contas de clientes ativas as contas
de depósito à vista, as contas de depósito de poupança
Ainda, segundo a Lei n° 12.865, de 2013, em seu e as contas de pagamento pré-pagas não encerradas.
art. 7º, os arranjos de pagamento e as instituições de É facultada a adesão ao Pix:
pagamento observarão os seguintes princípios, con-
forme parâmetros a serem estabelecidos pelo Banco I - das demais instituições financeiras e instituições
Central do Brasil, observadas as diretrizes do Conse- de pagamento
lho Monetário Nacional: II - da Secretaria do Tesouro Nacional, na condição
de ente governamental.
I - Interoperabilidade ao arranjo de pagamento e
entre arranjos de pagamento distintos; Atenção! As instituições de pagamento que opta-
II - Solidez e eficiência dos arranjos de pagamen- rem por aderir ao Pix, e não se enquadrarem nos
to e das instituições de pagamento, promoção da critérios previstos na regulamentação em vigor para
competição e previsão de transferência de saldos
serem autorizadas a funcionar pelo Banco Central do
em moeda eletrônica, quando couber, para outros
arranjos ou instituições de pagamento; Brasil, serão consideradas integrantes do Sistema
III - Acesso não discriminatório aos serviços e às de Pagamentos Brasileiro (SPB) a partir do momento
infraestruturas necessários ao funcionamento dos em que apresentarem pedido de adesão ao Pix.
arranjos de pagamento; Os processos e estruturas de governança do PIX
IV - Atendimento às necessidades dos usuários devem garantir:
finais, em especial liberdade de escolha, segurança,
proteção de seus interesses econômicos, tratamen- I - a representatividade e a pluralidade de institui-
to não discriminatório, privacidade e proteção de ções e de segmentos participantes;
dados pessoais, transparência e acesso a informa- II - o acesso não discriminatório; e
ções claras e completas sobre as condições de pres-
III - a mitigação de conflitos de interesse.
tação de serviços;
O Fórum Pix é um comitê consultivo permanente
V - Confiabilidade, qualidade e segurança dos ser-
que tem como objetivo subsidiar o Banco Central do
viços de pagamento; e
Brasil na definição das regras e dos procedimentos
VI - Inclusão financeira, observados os padrões
que disciplinam o funcionamento do Pix.
de qualidade, segurança e transparência equivalen-
O Fórum Pix é integrado por:
tes em todos os arranjos de pagamento.
I - participantes do arranjo, individualmente ou
por meio de associações representativas de âmbito
SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (PIX) nacional;
II - provedores e potenciais provedores de serviços
Pix é o pagamento instantâneo brasileiro, segundo de tecnologia da informação,
o Bacen. O Banco Central criou esse meio de pagamen- III - usuários pagadores e recebedores, por meio de
to no qual se transfere cursos entre contas em poucos associações representativas de âmbito nacional; e
segundos, em qualquer dia ou hora, incluindo fins de IV - câmaras e prestadores de serviços de compen-
semana e feriados. sação e de liquidação que ofertem mecanismos de
O Pix é seguro, prático e rápido e é realizado a par- provimento de liquidez no âmbito do Pix.
tir de conta corrente, poupança ou de pagamento pré-
-paga. Ele é uma forma de pagamento como boleto, A Coordenação do Fórum Pix será Exercida pelo
TED, DOC, transferências entre contas de uma mesma Banco Central do Brasil
instituição e cartões de pagamento (débito, crédito e
pré-pago). Compete ao Coordenador do Fórum Pix:
1 PIX: em 2 anos foram registradas 28,5 bilhões de transações. Gov.br, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/pt-br/assuntos/noti-
106 cias/2022/novembro/pix-em-2-anos-foram-registradas-285-bilhoes-de-transacoes. Acesso em: 23 fev. 2023.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I - apresentar, por iniciativa própria ou a partir de Por que o Shadow Banking Existe?
sugestão de participante, propostas de acréscimos
ou de alterações de regras que possam ensejar a Instituições que praticam o shadow banking geral-
necessidade de alteração no Regulamento do Pix, mente servem como intermediários entre credores
quando referentes a temas que impactem a atuação
e tomadores de empréstimos, fornecendo crédito e
dos participantes e seus correspondentes modelos
capital para investidores e corporações.
de negócio;
II - analisar e responder as contribuições dos parti- Mas como essas instituições não são bancárias, elas
cipantes do Fórum Pix acerca das propostas de que não recebem depósitos tradicionais como um banco
trata o inciso I; tradicional. Por isso, muitas operações feitas por essas
III - definir os temas a serem discutidos pelo Fórum instituições possuem maiores riscos de mercado, de
Pix; crédito e de liquidez, além de não possuir uma reser-
IV - definir a periodicidade das reuniões do Fórum va de capital para servir como garantia.
Pix; Mas com o desenvolvimento dos mercados glo-
V - decidir sobre a constituição de grupos de tra- bais e a estruturação de operações cada vez mais
balho temáticos, com objeto delimitado, de forma
complexas, o shadow banking passou a desempenhar
permanente ou por prazo determinado, e sobre a
composição, a coordenação, os produtos, os prazos um papel cada vez mais relevante em todo o sistema
e as diretrizes de atuação desses grupos; financeiro. De acordo com estudos da área, estima-se
VI - decidir sobre a constituição de comitês, inclu- que em 2015 existiam 92 trilhões de dólares em os ati-
sive de autorregulação, sua composição e objeto de vos financeiros não bancários circulando pelo mundo.
atuação; e
VII - coordenar a atuação das entidades envolvidas BIG TECHS
no encaminhamento das soluções aprovadas.
As Big Techs são as grandes empresas de tecnologia
Os clientes que desejarem usar o sistema PIX pre- que desenvolveram serviços inovadores e disruptivos
cisam cadastrar uma chave de acesso a uma conta e, com isso, puderam crescer de uma forma muito ágil
específica em uma ou mais instituições financeiras. e dinâmica, o que lhes atribuiu um amplo domínio do
No total existem 5 chaves possíveis: mercado em que atuam.
Estamos falando de empresas como Facebook, Ama-
z Seu CPF ou CNPJ;
zon, Apple, Netflix e Google. Nos últimos anos, as Big
z Seu número de telefone;
Techs passaram a fazer parte do dia a dia de praticamen-
z Seu e-mail;
te todos nós. Conectando usuários e/ou criando platafor-
z Chave aleatória;
mas de serviços, essas empresas transformaram nosso
z Pix Copia e Cola.
cotidiano. E, naturalmente, elas não vão parar por aí.
Uma tendência já observada é a atuação das Big
Eu posso ter várias chaves cadastradas na mesma
conta, mas nunca várias contas vinculadas a mesma Techs no setor financeiro. A entrada dessas grandes
chave, pois a chave só poderá abrir uma conta de empresas de tecnologia nesse nicho pode gerar ganhos
cliente. de eficiência e fomentar a inclusão social, além de tra-
zer novos e complexos trade-offs (trocas) entre esta-
SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW bilidade financeira, competição e proteção de dados.
BANKING) Cumpre destacar que essa tendência está ocorren-
do de forma rápida. Iniciando-se pela área de paga-
O shadow banking, também conhecido em portu- mentos, deve expandir-se para empréstimos, seguros
guês como “sistema bancário sombra”, é um con- e outros produtos financeiros, diretamente ou em par-
junto de operações e intermediários financeiros que ceria com instituições financeiras.
fornecem crédito em todo o sistema financeiro glo- As Big Techs possuem uma grande base de consumi-
bal de forma “informal”. dores, fácil acesso a informações e modelos de negócio
Ou seja, por meio de uma série de atividades robustos. Essas diferenças podem ser um grande desafio
paralelas ao sistema bancário, algumas instituições para a regulação de seus serviços, em comparação com o
e agentes conseguem realizar financiamentos de for- que hoje se faz em relação aos bancos por exemplo.
ma indireta, sem passar por nenhuma supervisão ou O fato é que todo esse processo de transformação
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

regulação. digital pelo qual estamos passando abre espaço para que
Dentre os intermediários não regulamentados que provedores de busca na internet, serviços de telecomu-
podem fazer parte do shadow banking estão os: nicação, mídias sociais, e-commerce, armazenamento
e soluções tecnológicas e entrega e transporte por apli-
z Bancos de investimento; cativo possam, também, oferecer produtos e serviços
z Fundos de hedge; financeiros, seja associando-se a instituições financeiras
z Operações com derivativos e títulos securitizados; autorizadas ou pleiteando a própria autorização.
z Fundos do mercado monetário; Recentemente, o Banco Central autorizou, oficial-
z Companhias de seguros; mente, o funcionamento do Facebook Pay, sistema
z Fundos de capital privado; de pagamentos por meio do WhatsApp. As operado-
z Fundos de direitos creditórios; ras Visa e Mastercard receberam autorizações de dois
z Factorings e fomentadoras mercantis; arranjos de pagamentos, para transferências e depó-
z Empréstimos descentralizados (peer-to-peer lending). sitos e para operações pré-pagas, em que o cliente
abastece uma carteira virtual com dinheiro para, pos-
teriormente, gastá-lo. 107
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS
Já há algum tempo, com o surgimento de bancos digitais e fintechs, o sistema financeiro vem passando por
uma revolução, com uso intenso de tecnologia, e inovando no oferecimento de produtos e serviços e na forma de
se relacionar com os clientes.
A atuação do Banco Central tem se pautado em criar condições propícias para a evolução do mercado de paga-
mentos e o desenvolvimento de novos modelos de negócios. Isso envolve considerar os impactos tanto sobre as
instituições que já estão no mercado quanto sobre o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de
Pagamentos Brasileiro, demandando a adequação do ambiente regulatório e da supervisão.
Uma pluralidade de modelos de negócio de Instituições de Pagamento já se encontra no mercado e, dentre
eles, destacam-se os que atuam como centralizadores financeiros, os focados em nichos e os que agregam valor
ao serviço financeiro.
No modelo de negócio que atua como centralizador financeiro, busca-se agregar produtos ao serviço original
de acordo com as necessidades de seus clientes. Entre as soluções oferecidas, estão a conta digital, a automatização
de operações financeiras, a conciliação de pagamentos, a verificação de recebimentos e os serviços de transferência.
O objetivo principal da instituição com esse modelo é estabelecer-se como uma prestadora de serviços, solu-
ções e plataformas, de maneira que ela possa se manter como gestora financeira central de seus clientes. A renta-
bilidade dessas instituições está atrelada à capacidade de diferenciação dos produtos e serviços complementares
aos de pagamento, fidelizando e obtendo receitas adicionais correspondentes aos serviços prestados.
Por sua vez, as instituições que usam os modelos de negócio focados em nichos buscam direcionar seus pro-
dutos e serviços de acordo com delineamentos demográficos específicos. A viabilidade desses modelos baseia-se
no desenvolvimento de novas tecnologias e de configurações regulamentares favoráveis ao oferecimento de
serviços em menor escala, tais como a interoperabilidade.
Por fim, os modelos que utilizam os serviços financeiros como agregação de valor permitem a adição de ser-
viços tipicamente bancários — como serviços de pagamento, cartões de crédito e aplicativos de gestão financeira
— à prestação dos serviços principais de um determinado ramo econômico não financeiro, como aplicativos de
transporte, comércios ou serviços de entrega.
Dessa forma, ramos que operavam necessariamente com a contratação de uma instituição financeira atualmen-
te já começam a oferecer meios de pagamento fornecidos por instituições de pagamento. Constata-se que, para atin-
gir esse objetivo, as instituições de pagamento geralmente optam por realizar parcerias com instituições financeiras
ou, alternativamente, constituem instituições financeiras, que podem realizar operações de crédito, formando um
conglomerado prudencial liderado pela instituição de pagamento.
Além disso, nos últimos meses, com a implementação do PIX, em novembro de 2020, e com o início do processo de
implantação do Open Banking, a partir de fevereiro de 2021, essas mudanças vêm se tornando cada vez mais profundas.
De acordo com o Banco Central, o Open Banking incentivará a inovação e o surgimento de novos modelos de
negócio que ofereçam aos clientes uma experiência mais fácil, ágil, segura e conveniente, processo que deverá
favorecer a inclusão e educação financeiras da população.
Espera-se que o fluxo mais transparente de informações entre as instituições favoreça a definição de melho-
res políticas de crédito e a oferta de serviços mais adequados aos diferentes perfis de clientes e de segmentos da
sociedade. Também é esperado que as inovações que vão surgir facilitem a comparação de produtos e serviços
ofertados pelas diferentes instituições participantes e a programação financeira das pessoas.
Em paralelo a todas essas transformações, o Banco Central também instituiu o Sandbox Regulatório, que é
um ambiente no qual entidades são autorizadas pelo BC a testar, por período determinado, projetos e soluções
inovadoras na área financeira ou de pagamento, observando um conjunto específico de disposições regulamenta-
res que amparam a realização controlada e delimitada de suas atividades.
Os objetivos do Sandbox Regulatório são estimular a inovação e a diversidade de modelos de negócio, incen-
tivar a concorrência entre os fornecedores de produtos e serviços financeiros e atender às diversas necessidades
dos usuários, no âmbito do Sistema Financeiro Nacional e do Sistema de Pagamentos Brasileiro, assegurando a
higidez (segurança) desses sistemas.
Além do Sandbox, na área de fomento à inovação o Banco Central também possui outro projeto de extrema
importância: o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT). Observe as diferenças entre o
Sandbox e o LIFT na tabela a seguir:

Diferenças entre o Sandbox Regulatório e o LIFT

SANDBOX LIFT

Acompanha projetos inovadores já amadurecidos, mas nos


Acompanha o desenvolvimento da aplicação da tecnolo-
quais há a necessidade de validar o modelo de negócio por
gia ou do modelo de negócio de projetos em maturação
meio de sua implementação efetiva

Possibilita aos participantes fornecer produtos e servi- Não permite que os participantes forneçam produtos ou
ços a clientes reais serviços a clientes reais no ambiente do laboratório

O projeto deve ser apresentado por pessoa jurídica formal- O projeto pode ser apresentado também por pessoas
mente constituída físicas

108
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Parágrafo único. Cabe à instituição contratante
CORRESPONDENTES BANCÁRIOS garantir a integridade, a confiabilidade, a seguran-
ça e o sigilo das transações realizadas por meio do
Primeiramente, é muito importante conhecermos contratado, bem como o cumprimento da legislação
a definição de correspondente bancário. Vejamos: e da regulamentação relativas a essas transações.

De acordo com o Banco Central do Brasil (Bacen), O art. 4º informa quem/quais indivíduos e/ou orga-
correspondentes bancários são empresas (Pes- nizações podem ser contratados. Vejamos.
soas Jurídica) que prestam serviço para instituições
financeiras e demais instituições autorizadas pelo Art. 4º Podem ser contratados, na qualidade de
Bacen2. correspondente:
I - as sociedades, os empresários e as associações
De outro modo, podemos dizer que se tratam de II - os prestadores de serviços notariais e de registro
empresas não bancárias responsáveis por interme- III - as empresas públicas.
diar transações e operações financeiras entre as ins-
tituições e os clientes finais. As lotéricas e o Banco O art. 5º, ao contrário, determina vedações às
postal (justamente uma parceria entre os Correios e contratações.
uma instituição financeira) são exemplos de corres- Nos termos da lei:
pondentes bancários.
Além disso, dentre os propósitos de um agente Art. 5º É vedada a celebração de contrato de
bancário, seus objetivos principais são: correspondente no País com:
I - entidade cuja atividade principal seja a presta-
z levar os produtos e serviços para mais pessoas; ção de serviços de correspondente
II - entidade cujo controle seja exercido por admi-
z facilitar a concessão de crédito;
nistrador da instituição contratante ou por admi-
z estender o atendimento para áreas ainda não aten-
nistrador de entidade controladora da instituição
didas pela instituição principal.
contratante.

Como essas empresas podem atuar com mais de


Segundo o art. 6°, qualquer celebração de contra-
uma instituição financeira ao mesmo tempo, permi-
to de correspondente que configure contrato de fran-
tem que os serviços bancários atinjam regiões mais
quia não é admitida.
ermas e distantes. Assim, podemos dizer que:
Ademais, em conformidade com o art. 8º, da pre-
sente resolução:
[...] o representante bancário facilita, e muito, a
vida do consumidor. Isso, porque ter esses serviços
Art. 8º depende de prévia autorização do Ban-
em seus próprios bairros evita que os consumido-
res se desloquem para os centros urbanos, desafo- co Central do Brasil a celebração de contrato de
gando agências e economizando tempo3. correspondente com entidade não integran-
te do Sistema Financeiro Nacional (SFN) cuja
denominação ou nome fantasia empregue termos
Ademais, a partir da Resolução CMN nº 3954, o
característicos das denominações das instituições
Bacen regulamenta as atividades e serviços financeiros do SFN, ou de expressões similares em vernáculo ou
dos correspondentes bancários. em idioma estrangeiro.
A Resolução CMN nº 4.935, por sua vez, dispõe
sobre a contratação de correspondentes no País pelas De acordo com o art. 11, por seu turno:
instituições financeiras e pelas demais instituições auto-
rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, além Art. 11 É vedada à instituição contratante:
de determinar algumas limitações para essa atividade. I - a cobrança de clientes atendidos pelo cor-
Vejamos algumas das informações de seus dispositivos. respondente de tarifa, comissão, valores refe-
De acordo com § 1º, art. 2º, da Resolução CMN nº rentes a ressarcimento de serviços prestados por
4.935, a prestação de serviços retratada nesta Resolução, terceiros ou qualquer outra forma de remuneração,
de forma pessoal ou por meio de plataforma eletrônica, pelo fornecimento de produtos ou serviços de res-
só pode ser contratada com correspondente no País. ponsabilidade da referida instituição, ressalvadas
O § 2º, do mesmo artigo, por sua vez, determina, as tarifas constantes da tabela adotada pela insti-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

como ‘’plataforma eletrônica’’, qualquer sistema eletrô- tuição contratante, de acordo com a regulamenta-
nico que, operado pelo correspondente no país, permite ção em vigor; e
a realização das atividades via online, isto é, através de II - a prestação de serviços por correspondente
sites, aplicativos ou outras plataformas de comunicação no recinto de suas dependências.
em rede.
Determina-se, no art. 3º, da resolução supracitada, Por fim, consoante ao art. 12, são serviços presta-
que: dos pelos correspondentes:

Art. 3º O correspondente atua por conta e sob I - recepção e encaminhamento de propostas de


as diretrizes da instituição contratante, que abertura de contas de depósitos e de pagamento
assume inteira responsabilidade pelo atendimen- mantidas pela instituição contratante;
to prestado aos clientes e usuários por meio do II - realização de recebimentos, pagamentos e trans-
contratado ferências eletrônicas visando à movimentação de

2 BANCO BARI. Como ser correspondente bancário: tudo que você deve saber sobre a profissão, 2021. Disponível em: https://bancobari.com.br/
blog/correspondente-bancario. Acesso em: 24 nov. 2022.
3 Ibid. 109
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contas de depósitos e de pagamento de titularidade mínimos de PR, de Nível I e de Capital Principal ou a
de clientes mantidas pela instituição contratante; não obrigatoriedade de apuração de PR, ambos na
III - recebimentos e pagamentos de qualquer data de publicação desta Resolução
natureza, e outras atividades decorrentes da exe-
cução de contratos e convênios de prestação de O Banco Central (BC) tem um projeto em andamen-
serviços mantidos pela instituição contratante com to para digitalizar o real, possibilitando aos clientes
terceiros; a escolha entre manter o dinheiro no formato con-
IV - execução ativa e passiva de ordens de paga- vencional ou digital. Essa proposta visa trazer mais
mento cursadas por intermédio da instituição con-
liberdade de decisão aos usuários em relação às ins-
tratante por solicitação de clientes e usuários;
tituições financeiras.
V - recepção e encaminhamento de propostas de
A moeda digital teria uma jornada semelhante ao
operações de crédito e de arrendamento mercantil
concedidas pela instituição contratante, bem como dinheiro em papel, com a emissão pelo Banco Central
outros serviços prestados para o acompanhamento e transferência pelos membros do Sistema de Paga-
da operação; mentos Brasileiro (SPB) para os usuários finais. Em
VI - recebimentos e pagamentos relacionados a uma entrevista para a Valor, Alexandre Chaia, eco-
letras de câmbio de aceite da instituição contratan- nomista e professor do Insper (Instituto de Ensino
te; e e Pesquisa), afirmou que a moeda digital teria mais
VII - realização de operações de câmbio de respon- liquidez e poderia impulsionar a economia.
sabilidade da instituição contratante, observado o Dentre as principais vantagens da digitalização do
disposto no art. 13. real, estão:
Parágrafo único. Pode ser incluída no contrato a
prestação de serviços complementares de coleta de z a inclusão financeira dos usuários;
informações cadastrais e de documentação, bem z facilidade de pagamentos para o exterior;
como controle e processamento de dados.
z redução de gastos com a confecção do dinheiro
físico;
z maior eficiência nos sistemas financeiros e de
pagamento do país.
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL NO
SISTEMA FINANCEIRO
Os bancos tradicionais têm utilizado tecnologia MOEDA E POLÍTICA MONETÁRIA
para oferecer serviços e conveniências aos clientes
há algum tempo, seja através de internet banking ou A política monetária relaciona-se à moeda, mais
mobile banking. No entanto, esses bancos precisam especificamente a sua circulação. O Comitê de Política
inovar tecnologicamente rapidamente, caso contrá- Monetária (Copom) e o Banco Central (Bacen) têm o
rio, serão superados pelos bancos digitais. poder de influenciar na oferta e demanda de moeda,
Para atrair mais clientes, os bancos digitais estão criando condições para diminuir ou aumentar a moe-
cada vez mais inovando em tecnologia e solucionando da em circulação.
problemas de forma rápida e simplificada, proporcio- Vale lembrar que, quanto mais moeda circula na eco-
nando um valor e utilidade aos seus usuários. Essas nomia, mais ela se desvaloriza, o que gera o fenômeno da
instituições têm identificado oportunidades para inflação. Ou seja, uma política monetária expansiva tem
incluir produtos e serviços financeiros para aque- o objetivo de aumentar a moeda em circulação na econo-
les que não têm vínculo com os bancos tradicionais, mia, o que, sem dúvida, acaba por aumentar a renda em
como o cartão de crédito pré-pago. geral, mas, como consequência, aumenta a inflação.
O segmento de clientes dos bancos digitais é muito
variado, embora os mais jovens sejam os mais atraí- POLÍTICAS MONETÁRIAS CONVENCIONAIS E NÃO
dos pelos serviços virtuais, que oferecem rapidez, ino- CONVENCIONAIS (QUANTITATIVE EASING)
vação e linguagem mais fácil de entender. Para além
da qualidade dos serviços oferecidos, os bancos digi- Objetivos da Política Monetária
tais atraem seus clientes com tarifas mais baixas em
comparação aos bancos tradicionais, bem como a sim- Pode-se dizer que a política monetária tem 3 obje-
plicidade e conveniência de ter um banco acessível a tivos diretos, sendo eles:
qualquer momento e lugar.
Conforme o Banco Central do Brasil, o enquadra- z controle da quantidade de moeda em circulação;
mento inicial de cada instituição em funcionamento z determinação da taxa de juros;
obedece aos termos do art. 10 da Resolução nº 4.553, z variação da renda da economia (PIB).
de 30 de janeiro de 2017.
Política Monetária Expansiva
Art. 10 O Banco Central do Brasil deve divulgar na
data de publicação desta Resolução o enquadra-
Para uma política expansiva podem ser utilizados
mento inicial de cada instituição em funcionamen-
to, considerando:
os seguintes métodos:
I - para o S1, S2, S3 ou S4, os valores dos parâmetros
de apuração relativos à database de 30 de junho de z Bacen diminuir a exigência de reservas com-
2016 para definição do porte e da relevância da ati- pulsórias: quando o Banco Central diminui essa
vidade internacional; exigência, sobra mais dinheiro depositado em con-
II - para o S5, a utilização de metodologia faculta- ta nos bancos, aumentando o poder de multiplica-
110 tiva simplificada para apuração dos requerimentos dor monetário;
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z Copom diminuir a taxa de juros da economia: RELAÇÃO DA TAXA SELIC COM AS OPERAÇÕES
diminuindo a taxa de juros básica, menos moeda COMPROMISSADAS
será usada com fins de especulação, o que acaba
por aumentar a moeda em circulação; A taxa Selic, que indica a taxa de juros básica no
z Governo comprar títulos bancários ou títulos Brasil, é calculada diariamente e utilizada como refe-
privados (open market): o governo está pegando rência para as ações de política monetária.
um título do banco e entregando valores monetá- Para seu cálculo, é feita a média ponderada do
rios, o que aumenta a capacidade financeira do volume financeiro das taxas de juros de operações
banco e, consequentemente, sua capacidade de compromissadas com títulos públicos, no prazo de
multiplicar a moeda; um dia útil.
z Bacen diminuir a taxa de redesconto: taxa de Assim, lembre-se de que a taxa Selic tem relação
redesconto é a “taxa de empréstimo” do Bacen para direta com as operações compromissadas.
os bancos em geral. Quando essa taxa é menor, os
bancos pegam mais dinheiro junto ao Bacen, o que DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS
deixa mais moeda disponível no mercado.
Depósitos compulsórios são recolhimentos que as
Política monetária restritiva instituições financeiras fazem ao Banco Central, rela-
tivos aos recursos captados com suas atividades. Esses
Um dos principais objetivos de uma política mone- depósitos têm como finalidade fornecer ao Banco
tária restritiva é conter a inflação. Para isso, o gover- Central uma forma de controlar, mesmo que indireta-
no usa instrumentos para diminuir a oferta de moeda, mente, a oferta de moeda na economia.
ou seja, tirar moeda de circulação e deixar com o pró- Desse modo, caso o Bacen deseje aumentar a quan-
tidade de moeda na economia, pode reduzir as taxas
prio governo.
de depósito compulsório. De maneira inversa, caso o
O pensamento aqui é inverso ao da política expan-
Bacen deseje reduzir a quantidade de moeda, pode
siva. Assim, são exemplos de políticas restritivas:
aumentar as taxas de depósito compulsório.
z copom aumentar a taxa Selic;
REDESCONTO
z venda de títulos públicos no mercado;
z aumento da exigência de reservas pelo Bacen;
Redescontos são os empréstimos concedidos pelo
z aumento das taxas de redesconto.
Bacen às instituições financeiras. O Bacen funciona
como o “banco dos bancos”, “socorrendo” estes com
QUANTITATIVE EASING
liquidez nos momentos necessários. O objetivo do
Bacen nessas operações, em suma, é não deixar que
Quantitative easing (QE) pode ser definido como
os bancos quebrem, preservando os depósitos da
transações de compra de ativos, tanto públicos quan-
sociedade.
to privados, em larga escala, executadas pelo Banco
Central com o objetivo de estimular a demanda agre-
OPERACIONALIZAÇÃO DO REDESCONTO
gada, seja por meio da ampliação das reservas ban-
cárias, seja por meio da injeção de liquidez direta no
A operação de redesconto estabelece-se através
setor privado.
da compra com compromisso de revenda, de títulos
Após a crise de 2008, o QE ganhou grande espaço
e valores mobiliários, de créditos e de direitos dos
na política monetária mundial.
bancos em geral. Ou seja, o Banco Central empres-
O quantitative easing tem o objetivo de atuar sobre
ta os recursos às instituições financeiras mediante a
a taxa de juros de longo prazo. Assim, tecnicamente,
compra de títulos de sua posse com o compromisso de
o QE é a compra de títulos de longo prazo pelo Banco
revendê-los às mesmas instituições no encerramento
Central com o objetivo de atuar diretamente sobre a
da operação.
taxa de juros de longo prazo.
Isso acontece quando o Banco Central perde a
capacidade de atuar sobre as taxas de curto prazo
Importante!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

a fim de afetar as de longo prazo com o objetivo de,


assim, gerar algum estímulo na economia. O Bacen compra os títulos e os revende aos pró-
prios detentores desses títulos.
TAXA SELIC E OPERAÇÕES COMPROMISSADAS

As operações compromissadas podem ser enten- É importante salientar que quando a instituição
didas como uma dinâmica de compra e recompra de financeira não exerce a opção de recompra do título
ativos. Isso porque elas são um empréstimo que tem no prazo (que pode ser no mesmo dia, ou não), a ope-
como garantia um título de renda fixa e possuem pra- ração será considerada inadimplida e o título coloca-
zo determinado para a devolução. do como garantia da operação fará parte da carteira
As operações compromissadas possuem como do Banco Central e vendido em leilão.
garantia um título de renda fixa. Um dos agentes Caso o Bacen apresente um resultado negativo
mais comuns nas operações compromissadas é o Ban- nesse leilão, a instituição financeira deverá ressarcir
co Central. essa diferença. Sendo assim, o Banco Central nunca
fica com o risco da operação de redesconto. 111
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operações compromissadas com títulos de emissão do
O DEBATE SOBRE OS DEPÓSITOS Tesouro Nacional. Elas continuarão a ser o principal
REMUNERADOS DOS BANCOS instrumento utilizado pelo Banco Central na gestão da
liquidez.
COMERCIAIS NO BANCO CENTRAL DO No entanto, alguns analistas criticam a criação dos
BRASIL depósitos voluntários a prazo argumentando de que
o mesmo permitiria uma redução artificial, puramen-
No último mês de julho, foi sancionada a Lei nº te contábil, na dívida bruta do governo. Isso porque,
14.185, de 2021, que autoriza o Banco Central a conforme a metodologia de cálculo da dívida adotada
receber depósitos voluntários remunerados das pelo Bacen, a chamada “carteira livre de títulos”, ou
instituições financeiras. Objetiva dar ao Bacen uma seja, os títulos da dívida pública que não estão sen-
nova ferramenta para o controle da moeda, que tenha do utilizados pelo Banco Central nas operações com-
impacto menor sobre o montante da dívida pública. promissadas, não são contabilizados como parte da
A operação com depósitos voluntários a prazo é dívida.
realizada para enxugar a liquidez de moeda na econo- Quando o BC precisa enxugar liquidez do mercado
mia, e assim não permitir que as taxas de juros cobra- interbancário, ou seja, absorver as reservas em exces-
das nos empréstimos interbancários sejam menores so dos bancos comerciais, ele vende os títulos da car-
do que a taxa básica de referência da economia, a teira livre para os bancos comerciais por intermédio
Taxa Selic. O depósito voluntário a prazo, portanto, das operações compromissadas, que nada mais são do
pode ser considerado um novo instrumento de exe- que uma venda de títulos de sua própria carteira com
cução da política monetária. compromisso de recomprar os mesmos títulos ao final
Primeiramente, vamos entender o motivo da cria- de um determinado período de tempo. Sendo assim,
ção dos depósitos remunerados. ao vender os títulos por intermédio de operações
Quando há excesso de liquidez (dinheiro em circu- compromissadas, o Banco Central está aumentando
lação) no mercado, e essa liquidez se mostra superior a quantidade de títulos da dívida pública nas mãos
à demanda por recursos existentes, o BC tem que ope- do mercado financeiro e, dessa forma, aumentando a
rar sobre esse excesso de oferta de moeda. Não atuar dívida bruta do governo.
nesse manejo da liquidez permitiria que as taxas das Com o Banco Central podendo substituir as ope-
operações interbancárias caíssem abaixo do patamar rações compromissadas pelos depósitos voluntários,
da Selic, o que levaria o Banco Central a perder seu então as reservas (recursos) excedentes dos bancos
poder de determinar a taxa real de juros. comerciais poderão ser depositadas diretamente no
Para que, cotidianamente, as taxas de juros convir- próprio Bacen sem que seja necessária a venda de títu-
jam para o patamar estipulado na Taxa Selic, o Ban- los da dívida pública para arrecadá-las, ou seja, sem
co Central “enxuga” essa liquidez, vendendo títulos que ocorra um aumento da Dívida bruta do governo.
da dívida pública do Tesouro Nacional e recolhendo, Desta forma, as operações de regulação de liquidez
como pagamento esse recurso excedente dos bancos. do Banco Central não terão nenhum impacto na dívi-
Lembre-se: como o Banco Central não pode emitir da pública, cuja dinâmica passará a depender exclusi-
títulos, ele utiliza títulos do Tesouro Nacional para vamente do déficit do Tesouro Nacional.
isso. São as chamadas “operações compromissadas”.
No entanto, ao fazer isso, o estoque da dívida públi-
ca brasileira eleva-se. Isso porque nosso indicador de
dívida é incapaz de separar o que são títulos públi- ORÇAMENTO PÚBLICO, TÍTULOS
cos lançados para o Estado financiar suas despesas
correntes e o que são lançamentos de títulos públicos
DO TESOURO NACIONAL E DÍVIDA
para o exercício da política monetária. PÚBLICA
Até o advento dos depósitos voluntários a prazo, o
Banco Central administrava a quantidade de dinheiro Segundo o site do Ministério da Economia:
no sistema bancário exclusivamente por meio da ven-
da com compromisso de recompra dos títulos públicos O orçamento público é o instrumento de planeja-
de sua carteira, as operações compromissadas. Com os mento que estima as receitas que o governo espe-
depósitos voluntários, o BC ganha maior autonomia, ra arrecadar ao longo do próximo ano e, com base
uma vez que deixa de depender exclusivamente des- nelas, autoriza um limite de gastos a ser realizado
sas operações, para regular a liquidez bancária e, con- com tais recursos.
Essa programação orçamentária consta na Lei
sequentemente, manter a taxa básica de juros (Selic)
Orçamentária Anual (LOA), elaborada com base
próxima da meta fixada pelo Comitê de Política Mone-
nas metas e prioridades do Governo definidas na
tária (Copom). Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Não se trata de uma inovação brasileira. Bancos É a LDO que estabelece a ligação entre o Plano Plu-
Centrais de reconhecida reputação técnica, como o rianual (PPA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Federal Reserve Bank dos Estados Unidos, o Banco da Ao englobar receitas e despesas, o orçamento é peça
Inglaterra e o Banco Central Europeu, contam com fundamental para o equilíbrio das contas públicas
depósitos remunerados entre seus instrumentos de e indica para a sociedade as prioridades definidas
administração da liquidez. pelo governo, como, por exemplo, gastos com edu-
Os depósitos voluntários têm diversas caracte- cação, saúde e segurança pública.
rísticas favoráveis, como efetividade na absorção de
recursos livres no sistema bancário, simplicidade, Ou seja, o que acontece no Brasil não é diferente
baixo custo operacional e fácil entendimento pelos do que acontece em uma família, é necessário definir
agentes financeiros. No entanto, as facilidades dos o orçamento e planejar os gastos de acordo com suas
112 depósitos voluntários não significam o abandono das prioridades.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DÍVIDA PÚBLICA z A maneira mais óbvia de financiar este déficit é
tomando recursos emprestados do setor privado,
Para entendermos corretamente o conceito de por meio da venda de títulos públicos;
Dívida Pública, temos que entender o conceito de Défi- z Os títulos públicos não podem ser adquiridos dire-
cit Público, sendo: tamente pelo BACEN;
z Os Títulos Públicos são referenciados pela taxa
Déficit Público SELIC;
z Quando o governo precisa de financiamento, nor-
O governo, como toda família, possui receitas e malmente sobe a taxa SELIC, o que causa um maior
despesas, e, como toda família, geralmente o gover- interesse por títulos públicos;
no apresenta mais Despesas do que Receitas, dessa
z Um Aumento da Taxa SELIC, tira moeda da Eco-
maneira tem-se:
nomia, já que os investidores tendem a preferir
comprar títulos.
DÉFICIT = GASTOS - RECEITAS
Lembre-se que um aumento da taxa Selic tende a
Quanto maior o gasto em relação às receitas, diminuir a inflação e vice-versa.
maior o Déficit, de maneira contrária, quanto maior
as Receitas em relação aos gastos, tem-se Superávit. CRESCIMENTO DAS DESPESAS PÚBLICAS
O Déficit Público tem relação direta com a Dívida
Pública, sendo assim: De maneira geral, os gastos públicos podem ser
subdivididos em quatro categorias, sendo elas:
Quanto MAIS ELEVADO o déficit público, MAIOR o
z Consumo do Governo: Salários do Funcionalis-
aumento da dívida
mo, Consumo Corrente etc.;
z Investimento do Governo;
MANEIRAS DE MENSURAÇÃO DO DÉFICIT PÚBLICO
z Transferências ao Setor Privado: Como Subsídios
às Empresas;
De maneira geral, existem três maneiras de se
z Juros da Dívida.
medir o déficit público. Vamos analisar as 3 de forma
resumida:
De forma geral, a Dívida Pública consiste no esto-
Déficit Nominal que total de recursos de terceiros utilizados para
financiar o déficit público.
Todas as despesas e receitas incorridas pelo gover-
no em determinado período. Como o próprio nome TÍTULOS PÚBLICOS
diz, o cálculo é feito pelo valor nominal, ou seja, não
há o cálculo da inflação. Lembre-se, o Déficit Nomi- São títulos emitidos pelo próprio governo para
nal não considera a inflação do período. angariar recursos, na prática é a forma do governo “te
pedir dinheiro emprestado”. Para que você empres-
Déficit Primário te esse recurso ao governo é necessário que o mesmo
te garanta alguma vantagem financeira na forma de
Para se medir o Déficit Primário, os pagamentos e juros.
recebimentos de juros são excluídos da Medida. Lem- Os títulos públicos não possuem garantia do FGC,
bre-se, no cálculo do Déficit Primário não se conside- porém são considerados muito seguros, pois o gover-
ram as despesas com juros, amortizações da dívida no brasileiro costuma honrar sua dívida atualmente.
pública, entre outras despesas e receitas financeiras. Lembre-se que os Títulos Públicos não contam com a
O principal motivo de retirar as despesas financei- Garantia do FGC.
ras é evidenciar de forma concreta a fonte primária de Entre os títulos públicos existem duas modalida-
aumento da dívida pública. É necessário saber que o des: os títulos sem cupom e os títulos com cupom.
Déficit Primário é a fonte primária da dívida pública.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Títulos sem cupom pagam seus juros apenas no


vencimento dos títulos; enquanto títulos com cupom
Déficit Operacional pagam no vencimento e juros periódicos (trimestrais,
semestrais etc.).
É o “Déficit Real” por assim dizer, neste cálculo, é
deduzido do déficit efeitos da inflação e do pagamento
de juros da dívida. Lembre-se que o Déficit Operacio-
Importante!
nal deduz a Inflação e o Pagamento de Juros de seu
cálculo. Títulos Sem Cupom pagam juros Apenas no ven-
cimento dos títulos.
NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO Títulos Com Cupom pagam juros Periódicos.

Como uma família, o Brasil também necessita de


financiamento para suas atividades, a maneira mais A rentabilidade de títulos com o sem cupom costu-
usual de País financiar suas atividades é por meio da mam ser bem parecidas, mudando apenas a frequên-
Emissão de Títulos Públicos, em resumo: cia de pagamento. 113
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Títulos sem Cupom banco responsável pela administração dessas contas
e pelos saques autorizados de acordo com as regras
São títulos públicos sem cupom: estabelecidas.

z LFT – Letra Financeira do Tesouro (Tesouro Dire- PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)
to Selic): Pós Fixado, atrelado à SELIC. Por ser pós
fixado é recomendado em cenários de alta de SELIC;
O PIS é um benefício pago aos trabalhadores que
z LTN – Letra do Tesouro Nacional: Pré Fixado, o
investidor já sabe no momento da contratação a estão cadastrados no programa e atendem aos crité-
rentabilidade do papel; rios estabelecidos. A Caixa é a instituição responsável
z NTN-B (Principal): Notas do Tesouro Nacional Série por realizar os pagamentos do PIS aos trabalhadores.
B. Título atrelado à inflação (IGPM ou IPCA) bom
para o investidor que quer proteger seu ganho real. SEGURO-DESEMPREGO

Títulos com Cupom O seguro-desemprego é um benefício concedido


aos trabalhadores que foram demitidos sem justa cau-
São títulos públicos com cupom: sa. A Caixa é responsável pelo pagamento do seguro-
-desemprego, de acordo com as regras estabelecidas
z NTN-B: Atrelada a Inflação (IPCA ou IGPM);
pelo governo.
z NTN F: Pré-Fixado. Além desses programas, a Caixa também oferece
outros benefícios e serviços financeiros, como linhas
de crédito para microempreendedores individuais
(MEIs), cartões de crédito e débito, empréstimos,
PRODUTOS BANCÁRIOS: PROGRAMAS investimentos, dentre outros.
SOCIAIS E BENEFÍCIOS DO
TRABALHADOR BENEFÍCIO EMERGENCIAL DE MANUTENÇÃO DO
EMPREGO E DA RENDA
A Caixa Econômica Federal não se limita a apenas
realizar à oferta de produtos e serviços bancários, O BEm é um benefício financeiro concedido pelo
ela também é responsável pela operação de diversos Governo Federal aos trabalhadores que tiveram redu-
benefícios, programas sociais e trabalhistas, como ção de jornada de trabalho e de salário ou suspensão
o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o temporária do contrato de trabalho em função da cri-
Seguro Desemprego, o Programa Bolsa Família e o se causada pela pandemia do Coronavírus – COVID-19.
Minha Casa Minha Vida, que também compõem o
quadro de atividades da CAIXA. O BEm 2021 se destina ao trabalhador que, em fun-
A CAIXA opera mais de 30 programas voltados ção da crise causada pela pandemia do Coronavírus,
à inclusão social, à cidadania e à proteção ao traba- se enquadre em uma das seguintes situações:
lhador nas três esferas governamentais. Como prin-
cipal agente de políticas públicas do governo federal, z acordo para redução da jornada de trabalho e do
a CAIXA contribui ativamente para a erradicação da salário;
pobreza e a melhoria na distribuição de renda junto à z acordo para suspensão temporária do contrato de
população brasileira.
trabalho.
PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
A redução da jornada e salário poderá ser de 25%,
É um programa de transferência de renda direta do 50% ou 70%, salvo se combinado de forma diversa em
governo federal que visa ajudar famílias em situação negociação coletiva, com prazo máximo de 120 dias.
de pobreza e extrema pobreza. A Caixa é responsável A suspensão dos contratos de trabalho coberta
pela operacionalização do Bolsa Família, realizando o pelo benefício tem prazo máximo de 120 dias.
pagamento dos benefícios aos beneficiários. A primeira parcela é disponibilizada 30 dias após
a formalização do acordo e as parcelas subsequentes
PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA são liberadas a cada período de 30 dias4.

É um programa habitacional do governo federal Caro Aluno,


que oferece condições facilitadas para a aquisição da
casa própria. A Caixa é o agente financeiro responsá- Vale ressaltar que as informações sobre os
vel por disponibilizar o financiamento para os benefi- programas sociais e benefícios do trabalhador
ciários do programa. da Caixa podem ser atualizadas e é importante
consultar diretamente o site oficial da Caixa ou
FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO
(FGTS) entrar em contato com a instituição para obter
informações atualizadas e detalhes sobre cada
O FGTS é um benefício do trabalhador que con- programa específico.
siste em um depósito mensal feito pelo empregador
em uma conta vinculada ao trabalhador. A Caixa é o
4 CAIXA. Programa Sociais. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/sustentabilidade/investimentos-socioambientais/programas-sociais/Pagi-
114 nas/default.aspx. Acesso em: 23 jun. 2023.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição;
NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS z Commercial papers ou Notas Promissórias Comer-
ciais, que permitem a circulação de capital para
O mercado de capitais é um sistema de distri- custear o desenvolvimento econômico.
buição de valores mobiliários que tem o propósito
de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de O mercado de capitais abrange, ainda, as nego-
empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É ciações com direitos e recibos de subscrição de valo-
constituído pelas bolsas de valores, sociedades cor- res mobiliários, certificados de depósitos de ações e
retoras distribuidoras e outras instituições finan- demais derivados autorizados à negociação pela CVM.
ceiras autorizadas. Esses títulos são papéis que valem dinheiro, ou seja,
Anteriormente, quando falamos de autoridades são uma forma de uma empresa ou companhia arreca-
monetárias, vimos uma delas como principal supervi-
dar dinheiro, na forma de aquisição de novos sócios ou
sora e reguladora do mercado de valores mobiliários,
credores. Isso decorre do fato de que, muitas vezes,
a CVM.
arrecadar dinheiro através da emissão de títulos é
A CVM é a principal autarquia responsável por
garantir o adequado funcionamento do mercado de mais barato para a empresa do que contratar emprés-
valores mobiliários. Logo, para que qualquer compa- timos em instituições financeiras.
nhia possa operar nesse mercado, dependerá de auto-
rização prévia da CVM para realizar suas atividades. EMPRESAS E COMPANHIAS

Para que Serve o Mercado de Valores Mobiliários? As Companhias são as empresas que são emissoras
dos papéis negociados no mercado de capitais. Essas
Em alguns casos, o mercado de crédito não é empresas têm um objetivo em comum: captar recur-
capaz de suprir as necessidades de financiamento sos em larga escala e de forma mais lucrativa. Para
dos agentes ou das empresas. Isso pode ocorrer, por que isso ocorra, as empresas devem solicitar à CVM
exemplo, quando um determinado agente, em geral autorização para emitir e comercializar seus papéis.
uma empresa, deseja um volume de recursos muito Essas empresas são chamadas Sociedades Anôni-
superior ao que uma instituição poderia, sozinha, mas ou, simplesmente, S/A. Ao adotarem esse tipo de
emprestar. Além disso, pode acontecer de os custos constituição, elas passam a ter uma quantidade de
dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude sócios maior do que teriam se fossem empresas de
dos riscos assumidos pelas instituições nas operações, responsabilidade limitada – LTDA, por exemplo.
serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar Estas S/As podem ser constituídas de forma aberta
os investimentos pretendidos. Surgiu, com isso, o que ou fechada. Vejamos as diferenças:
é conhecido como Mercado de Capitais, ou Mercado As S/A abertas admitem negociação dos seus
de Valores Mobiliários.
títulos nos mercados abertos, como Bolsa e Balcão
No Mercado de Valores Mobiliários, em geral, os
Organizado; já as fechadas só podem ter seus papéis
investidores emprestam recursos diretamente aos
negociados restritamente entre pessoas da própria
agentes deficitários, como as empresas. Caracteriza-se
por negócios de médio e longo prazo, nos quais são empresa ou próximas à empresa.
negociados títulos chamados de Valores Mobiliários.
Como exemplo, podemos citar as ações, que repre- COMPANHIAS
sentam parcela do capital social de sociedades anô- Abertas Fechadas
nimas, e as debêntures, que representam títulos de
dívida dessas mesmas sociedades.
Nesse mercado, as instituições financeiras atuam,
basicamente, como prestadoras de serviços, assesso-
Características
rando as empresas no planejamento das emissões de
valores mobiliários, ajudando na colocação deles para Atuam nas bolsas de valo- Nº de cotistas limitados a
o público investidor, facilitando o processo de forma- res ou mercados de balcão 20 patrimônio pequeno não
ção de preços e a liquidez, assim como criando condi- organizados operam em bolsas de valo-
ções adequadas para as negociações secundárias. res ou balcões organizados
Elas não assumem a obrigação pelo cumprimen-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

to das obrigações estabelecidas e formalizadas nesse NEGOCIAÇÕES DE PAPÉIS


mercado. Assim, a responsabilidade pelo pagamento
dos juros e principal de uma debênture, por exemplo,
Para as Companhias Abertas, que admitem nego-
é da emissora, e não da instituição financeira que a
ciação de seus papéis no mercado público, há distri-
tenha assessorado ou participado do processo de colo-
cação dos títulos no mercado. São participantes desse buição em dois tipos de mercados: o primário e o
mercado, como exemplo, os Bancos de Investimen- secundário.
to, as Corretoras e Distribuidoras de títulos e Valores Oferta pública de distribuição, primária ou secun-
Mobiliários, as entidades administradoras de merca- dária, é o processo de colocação, junto ao público, de cer-
do de bolsa e balcão, além de diversos outros presta- to número de títulos e valores mobiliários para venda.
dores de serviços. Envolve desde o levantamento das intenções do mer-
No mercado de capitais, os principais títulos nego- cado em relação aos valores mobiliários ofertados até
ciados são: a efetiva colocação junto ao público, incluindo a divul-
gação de informações, o período de subscrição, entre
z Ações – ou de empréstimos tomados, via merca- outras etapas.
do, por empresas; 115
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As ofertas podem ser primárias ou secundárias. Essas instituições integrantes do Sistema de Dis-
Quando a empresa vende novos títulos e os recursos tribuição de Valores Mobiliários são os chamados
dessas vendas vão para o caixa da empresa, as ofer- agentes subscritores ou agentes underwhiters. Esses
tas são chamadas de primárias. agentes realizam a subscrição dos títulos, ou seja, assi-
Por outro lado, quando não envolvem a emissão nam embaixo atestando a procedência dos papéis, por
de novos títulos, caracterizando apenas a venda de isso o nome underwhiting.
ações já existentes – em geral dos sócios que querem Esse evento pode ser dividido em 3 tipos:
“desinvestir” ou reduzir a sua participação no negócio
– e os recursos vão para os vendedores e não para o
z Underwhiting Firme: modalidade de lançamen-
caixa da empresa, a oferta é conhecida como secun-
dária (block trade). to na qual a instituição financeira, ou consórcio
Além disso, quando a empresa está realizando a de instituições, subscreve a emissão total, encar-
sua primeira oferta pública, ou seja, quando está regando-se, por sua conta e risco, de colocá-la
abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de ofer- no mercado junto aos investidores individuais
ta pública inicial ou IPO (do termo em inglês, Inicial (público) e institucionais. Nesse tipo de operação,
Public Offer). no caso de um eventual fracasso, a empresa já
Quando a empresa já tem o capital aberto e já rea- recebeu integralmente o valor correspondente às
lizou a sua primeira oferta, as emissões seguintes são ações emitidas. O risco é inteiramente do under-
conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo writer (intermediário financeiro que executa uma
em inglês, follow on. operação de underwriting).

z Mercado Primário O fato de uma emissão ser colocada por meio de


underwriting firme oferece uma garantia adicional ao
„ Oferta Pública Inicial – IPO (títulos novos); investidor, porque, se as instituições financeiras do
„ Sensibilizam o caixa da empresa; consórcio estão dispostas a assumir o risco da opera-
„ Pode ter valor nominal ou valor de mercado.
ção, é porque confiam no êxito do lançamento, uma
vez que não há interesse de sua parte em imobilizar
z Mercado Secundário
recursos por muito tempo;
„ Negociação dos títulos já emitidos anteriormente;
„ Não sensibiliza o caixa da empresa; z Underwhiting Best Efforces (Melhores Esfor-
„ Os papéis terão seu valor apenas pelo valor de ços): modalidade de lançamento de ações na qual
mercado. a instituição financeira assume apenas o com-
promisso de fazer o melhor esforço para colocar
A Lei 6385, de 1976, que disciplina o mercado de o máximo de uma emissão junto à sua clientela,
capitais, estabelece que nenhuma emissão pública de nas melhores condições possíveis e em um deter-
valores mobiliários poderá ser distribuída no mer- minado período de tempo. As dificuldades de colo-
cado sem prévio registro na Comissão de Valores cação das ações irão se refletir diretamente na
Mobiliários, apesar de lhe conceder a prerrogativa de empresa emissora. Nesse caso, o investidor deve
dispensar o registro em determinados casos, e delega proceder a uma avaliação mais cuidadosa, tanto
competência para a CVM disciplinar as emissões. das perspectivas da empresa quanto das institui-
Além disso, exemplifica algumas situações que ções financeiras encarregadas do lançamento;
caracterizam a oferta como pública, por exemplo: a z Residual ou stand-by underwriting: nessa for-
utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou ma de subscrição pública, a instituição financeira
anúncios destinados ao público; a negociação feita em
não se responsabiliza, no momento do lançamen-
loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público,
to, pela integralização total das ações emitidas.
entre outros.
Em regra, toda oferta pública deve ser registrada Há um comprometimento, entre a instituição e a
na CVM. Porém, o registro poderá ser dispensado empresa emitente, de negociar as novas ações jun-
considerando as características específicas da ofer- to ao mercado durante certo tempo findo, no qual
ta em questão, como, por exemplo, a oferta pública poderá ocorrer a subscrição total, por parte da ins-
de valores mobiliários de emissão de empresas tituição, ou a devolução, à sociedade emitente, das
de pequeno porte e de microempresas, assim defi- ações que não foram absorvidas pelos investidores
nidas em lei, que são dispensadas automaticamente individuais e institucionais;
do registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 (Dois z Aspectos Operacionais do underwriting: a deci-
milhões e quatrocentos mil reais) em cada período de são de emitir ações, seja pela oferta pública, seja
12 meses, desde que observadas as condições estabe- para abertura ou aumento do capital, pressupõe
lecidas nos §§ 4º ao 8º, do art. 5º, da instrução CVM que a sociedade ofereça certas condições de atra-
400/03. tividade econômica, bem como supõe um estudo
As ofertas públicas devem ser realizadas por inter- da conjuntura econômica global a fim de evitar
médio de instituições integrantes do sistema de dis-
que não obtenha êxito por falta de senso de opor-
tribuição de valores mobiliários, como os bancos
tunidade. É preciso que se avaliem, pelo menos, os
de investimento, corretoras ou distribuidoras. Essas
instituições poderão se organizar em consórcios com seguintes aspectos: existência de um clima de con-
o fim específico de distribuir os valores mobiliários no fiança nos resultados da economia, estudo setorial,
mercado e/ou garantir a subscrição da emissão, sem- estabilidade política, inflação controlada, mercado
pre sob a organização de uma instituição líder, que secundário e motivações para oferta dos novos
assume responsabilidades específicas. Para participar títulos.
de uma oferta pública, o investidor precisa ser cadas-
116 trado em uma dessas instituições.
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MERCADOS DE ATUAÇÃO DAS COMPANHIAS O Mercado de Balcão Organizado é um ambien-
te administrado por instituições autorreguladoras,
No mercado organizado de valores mobiliários, que propiciam sistemas informatizados e regras
temos a criação de mecanismos, sistemas e regulamen- para a negociação de títulos e valores mobiliários.
tos que propiciam a existência de um ambiente segu- Essas instituições são autorizadas a funcionar pela
ro para que os investidores negociem seus recursos e CVM e por ela são supervisionadas.
movimentem a economia do país. No Brasil, existem Atualmente, a maior administradora de balcão
dois tipos de mercado organizado, que são as Bolsas organizado do país era a CETIP. Atualmente, ela foi
de Valores e os Balcões Organizados de negociação. comprada pela BM & F Bovespa e, hoje, compõe a
B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
� Bolsas de Valores:
Quais os Títulos Negociados no Mercado de Balcão
„ ambiente no qual se negociam os papéis das Organizado?
S/A abertas;
„ podem ser Sociedades civis sem fins lucrativos O Mercado de Balcão Organizado pode admitir a
ou S/A com fins lucrativos; negociação somente as ações de companhias aber-
„ opera via pregão eletrônico, não havendo mais tas com registro para negociação em mercado de
o pregão viva voz, que era chamado presen- balcão organizado. As debêntures de emissão de
cial. Agora, as transações são feitas por telefone companhias abertas podem ser negociadas simulta-
neamente em Bolsa de Valores e Mercado de Bal-
através dos escritórios das instituições finan-
cão Organizado desde que cumpram os requisitos de
ceiras autorizadas;
ambos os mercados.
„ registra, supervisiona e divulga as execuções
Conforme vimos, antes de ter seus títulos nego-
dos negócios e as suas liquidações.
ciados no mercado primário, a companhia deverá
requerer o registro de companhia aberta junto à
Em resumo, as Bolsas de Valores compreendem
CVM e, neste momento, deverá especificar onde seus
um ambiente que pode ser físico ou eletrônico. títulos serão negociados no mercado secundário, se
Nele, são realizadas negociações entre investidores e em bolsa de valores ou mercado de balcão organizado.
entre companhias e investidores. Entretanto, pelo fato Essa decisão é muito importante, pois, uma vez
de as empresas que operam na Bolsa serem grandes concedido o registro para negociação em mercado
demais e possuírem uma tradição, aquelas que estão de balcão organizado, este só pode ser alterado com
começando têm dificuldade para serem tão atrativas um pedido de mudança de registro junto à CVM.
quanto elas. A companhia aberta é responsável por divulgar
Pensando nisso, a CVM autorizou a criação de para a entidade administradora do Mercado de Bal-
Mercados de Balcão, que são, também, ambientes cão Organizado todas as informações financeiras e
virtuais nos quais empresas menores podem nego- atos ou fatos relevantes sobre suas operações. A enti-
ciar seus títulos com mais facilidade. Vale dizer que dade administradora do Mercado de Balcão Organi-
o Mercado de Balcão pode ser Organizado ou Não zado, por sua vez, irá disseminar essas informações
Organizado. através de seus sistemas eletrônicos ou impressos
para todo o público.
No Mercado de Balcão Organizado, a companhia
ORGANIZADO NÃO ORGANIZADO
aberta pode requerer a listagem de seus títulos atra-
vés de seu intermediário financeiro ou este poderá
requerer a listagem independentemente da vontade
da companhia. Por exemplo, se o intermediário pos-
Utiliza exclusivamente
suir uma grande quantidade de ações de uma deter-
Não existe sistema minada companhia, ele poderá requerer a listagem da
o Sistema Eletrônico
padrão
de Negociação mesma e negociar esses ativos no Mercado de Balcão
Organizado. Nesse caso, a entidade administradora do
Mercado de Balcão Organizado disseminará as infor-
mações que a companhia aberta tiver encaminhado
Supervisiona a Não existe padrão na
à CVM.
Liquidação dos papéis supervisão dos papéis
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Além de ações e debêntures, no mercado de balcão


organizado, são negociados diversos outros títulos,
tais como:
Em resumo, o Mercado de Balcão Organizado tem
normas e é bastante confiável. Já o Não Organizado é z bônus de subscrição;
uma verdadeira bagunça. z índices representativos de carteira de ações;
Tradicionalmente, o Mercado de Balcão é um mer- z opções de compra e venda de valores mobiliários;
cado de títulos sem local físico definido para a reali- z direitos de subscrição;
zação das transações que são feitas por telefone entre z recibos de subscrição;
as instituições financeiras. Ele é chamado de Organiza- z quotas de fundos fechados de investimento, incluin-
do quando se estrutura como um sistema de negociação do os fundos imobiliários e os fundos de investimen-
de títulos e valores mobiliários, podendo estar organi- to em direitos creditórios;
zado como um sistema eletrônico de negociação por z certificados de investimento audiovisual;
terminais, que interliga as instituições credenciadas z certificados de recebíveis imobiliários.
em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e
venda e fechando os negócios eletronicamente. 117
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Sistemática do Mercado Organizado Uma segunda diferença refere-se aos procedi-
mentos especiais que as bolsas de valores devem
1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa
adotar no caso de variação significativa de preços
ou no caso de uma oferta, representando uma quanti-
A empresa decide Busca autorização A empresa decide dade significativa de ações. Nesses casos, as bolsas de
tornar-se Companhia
– se S/A aberta ou
junto à CVM, para
entrar nos mercados
em qual mercado de
atuação deseja estar
valores devem interromper a negociação do ativo.
S/A fechada de atuação Para as companhias, a regra para se tornar uma
companhia aberta é a mesma, independentemente de
buscar uma listagem em bolsa de valores ou no mer-
cado de balcão organizado.
Atenção! Não pode haver negociação simultânea
de uma mesma ação de uma mesma companhia em
CVM Autoriza Mercado de Balcão
bolsa de valores e em instituições administradoras do
Se S/A Aberta
ou não Organizado Mercado de Balcão Organizado.

MERCADO DE AÇÕES
Vale destacar que a companhia pode trocar de
mercado. Todavia, como se trata de uma grande buro- Dentro do Mercado de Capitais, está o mercado
cracia que envolve recomprar todos os papéis em mais procurado e utilizado, que é o Mercado de Ações.
circulação em um mercado para poder migrar para Nele, são comercializados os papéis mais conhecidos
o outro, a CVM editou a IN CVM 400, a qual dita as no mundo dos negócios, os quais tornam o seu possui-
regras para a mudança de mercado de atuação. dor um sócio da companhia emitente.
Para as ações, é proibida a comercialização em O mercado de ações consiste na negociação, em
ambos os mercados simultaneamente. Já para as mercado primário ou secundário, das ações geradas
debêntures, é permitida a negociação simultânea nos por empresas que desejam captar dinheiro de uma
dois mercados. forma mais barata. Neste sentido, ação pode ser
entendida como a menor parcela do capital social
Qual a Diferença Entre uma Bolsa de Valores e as das companhias ou sociedades anônimas. É, por-
Entidades que Administram o Mercado de Balcão tanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos
Organizado? seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deve-
res de um sócio no limite das ações possuídas.
As Bolsas de Valores também são responsáveis por Uma ação é um valor mobiliário expressamen-
administrar o mercado secundário de ações, debêntu- te previsto no inciso I, do art. 2º, da Lei n° 6.385, de
res e outros títulos e valores mobiliários. Na verdade, 1976. No entanto, apesar de todas as companhias ou
ainda que não haja nenhum limite de quantidade ou sociedades anônimas terem o seu capital dividido em
tamanho de ativos para uma companhia abrir o capi- ações, somente as ações emitidas por companhias
tal e listar seus valores para negociação em bolsas de registradas na CVM, chamadas companhias abertas,
valores, em geral, as empresas listadas em bolsas de podem ser negociadas publicamente no mercado de
valores são companhias de grande porte. valores mobiliários.
Isso prejudica a “visibilidade” de empresas de Atualmente, as ações são predominantemente
menor porte e, de certa forma, a própria liquidez dos escriturais, mantidas em contas de depósito, em nome
ativos emitidos por essas companhias. Por isso, em dos titulares, sem emissão de certificado, em instituição
muitos países, há segmentos especiais e/ou mercados contratada pela companhia para a prestação desse ser-
segregados especializados para a negociação de ações viço, em que a propriedade é comprovada pelo “Extra-
e outros títulos emitidos por empresas de menor porte. to de Posição Acionária”. As ações devem ser sempre
Ao mesmo tempo, no Brasil, no Mercado de Balcão nominativas, não mais sendo permitida a emissão e a
Organizado é admitido um conjunto mais amplo de negociação de ações ao portador ou endossáveis.
intermediários do que em Bolsas de Valores, o que
pode aumentar o grau de exposição de companhias Espécies de Ações
de médio porte ou novas empresas ao mercado.
Assim, o objetivo da regulamentação do mercado As ações podem ser de diferentes espécies, con-
de balcão organizado é ampliar o acesso ao mer- forme os direitos que concedem a seus acionistas. O
cado para novas companhias, criando um segmento Estatuto Social das Companhias, que é um conjunto de
voltado à negociação de valores emitidos por empre- regras que deve ser cumprido pelos administradores
sas que não teriam, em bolsas de valores, o mesmo e acionistas, define as características de cada espécie
grau de exposição e visibilidade. de ações, que podem ser:
Para os investidores, a principal diferença entre
as operações realizadas em bolsas de valores e aque- z Ação Ordinária (sigla ON – Ordinária Nominativa)
las realizadas no mercado de balcão organizado é
que, nesse último, não existe um fundo de garantia Sua principal característica é conferir ao seu titu-
que respalde suas operações. lar o direito a voto nas Assembleias de acionistas;
O fundo de garantia é mantido pelas bolsas com a
finalidade exclusiva de assegurar aos investidores o z Ação Preferencial (sigla PN – Preferencial
ressarcimento de prejuízos decorrentes de execução Nominativa)
infiel de ordens por parte de uma corretora membro,
entrega de valores mobiliários ilegítimos ao investi- Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie
dor, decretação de liquidação extrajudicial da corre- de ação o direito de voto. Em contrapartida, con-
118 tora de valores, entre outras. cede outras vantagens, tais como prioridade na
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distribuição de dividendos ou no reembolso de capital, podendo, ainda, possuir prioridades específicas se
admitidas à negociação no mercado.
As ações preferenciais podem ser divididas em classes, tais como, classe “A”, “B” etc. Os direitos de cada classe
constam do Estatuto Social.
As ações preferenciais têm o direito de receber dividendos ao menos 10% a mais que as ordinárias. Vale
observar que, em regra, elas não possuem direito a voto ou, quando o tem, ele é restrito. Isso porque existem dois
casos em que as ações preferenciais adquirem direito a voto temporário, quais sejam:

z quando a empresa passar mais de três anos sem distribuir lucros;


z quando houver votação para eleição dos membros do Conselho Administrativo da companhia.

ORDINÁRIAS PREFERENCIAIS FRUIÇÃO OU GOZO


Lucro Ex.: Ações
� Pelo menos, 10% maior que as ordinárias Ações que foram compradas de volta pelo
Voto
� Se a empresa passar mais de 3 anos sem emitente, mas que o titular recebeu um novo
51% controlador
dar lucro, essas ações adquirem o direito ao título representativo do valor que é negociável
voto e endossável

Características das Ações

z Quanto ao valor:

„ Nominais: o valor da ação vai descrito na escritura de emissão no momento do lançamento;


„ Não nominais: o valor da ação será dito pelo mercado, mas não pode ser inferior ao valor dado na emissão
das ações (essa manobra é mais arriscada, porém pode dar maior retorno).

z Quanto à forma:

„ Nominativas: há o registro do nome do proprietário no cartório de registro de valores mobiliários e a


emissão física do certificado;
„ Nominativas Escriturais: não há a emissão física do certificado, mas apenas o registro no Livro de Regis-
tros de Acionistas; as ações são representadas por um saldo em conta.

Obs.: ações ao portador não são mais permitidas no Brasil desde 1999, pois eram alvo de muita lavagem de
dinheiro.

Importante!
Termo que pode aparecer na prova:
� Blue Chips: ações de primeira linha, de grandes empresas e, por isso, possuem muita segurança e tradição.
São ações usadas como referência para índices econômicos.

z Quanto à remuneração das ações:

Elas podem ser remuneradas de quatro formas:

„ Dividendos: compreendem a parcela do lucro líquido que, após a aprovação da Assembleia Geral Ordi-
nária, será alocada aos acionistas da companhia. O montante dos dividendos deverá ser dividido entre as
ações existentes, para sabermos quanto será devido aos acionistas a cada ação por eles detida.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Para garantir a efetividade do direito do acionista ao recebimento de dividendos, a Lei das S.A. prevê o sistema
do dividendo obrigatório, de acordo com o qual as companhias são obrigadas a, havendo lucro, destinar parte
dele aos acionistas a título de dividendo. Porém, a referida Lei confere às companhias liberdade para estabelecer,
em seus estatutos sociais, o percentual do lucro líquido do exercício, que deverá ser distribuído anualmente aos
acionistas, desde que o faça com “precisão e minúcia” e não sujeite a determinação do seu valor ao exclusivo
arbítrio de seus administradores e acionistas controladores.
Caso o Estatuto seja omisso, os acionistas terão direito a recebimento do dividendo obrigatório equiva-
lente a 50% do lucro líquido ajustado nos termos do art. 202, da Lei das S.A.;

„ Ganhos de Capital: ocorrem quando um investidor compra uma ação por um preço baixo e vende a mesma
ação por um preço mais alto, ou seja, realiza um ganho;
„ Bônus de Subscrição: quando alguém adquire ações, passa a ser titular de uma fração do capital social de
uma companhia. Todavia, quando o capital é aumentado e novas ações são emitidas, as ações até então deti-
das por tal acionista passam a representar uma fração menor do capital, ainda que o valor em moeda seja o
mesmo. 119
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para evitar que ocorra essa diminuição na partici- Dividendo mínimo é aquele também previamen-
pação percentual detida pelo acionista no capital da te quantificado no Estatuto, seja com base em montan-
companhia, a Lei assegura a todos os acionistas, como te certo em moeda corrente, seja em percentual certo
um direito essencial, a preferência na subscrição do capital, do valor nominal da ação ou, ainda, do
das novas ações que vierem a ser emitidas em um valor do patrimônio líquido da ação. Porém, ao con-
aumento de capital (art. 109, inciso IV, da Lei das S.A.), trário das ações com dividendo fixo, as que fazem jus
na proporção de sua participação no capital, anterior- ao dividendo mínimo participam dos lucros remanes-
mente ao aumento proposto. centes após assegurado às ordinárias dividendo igual
Da mesma forma, os acionistas também terão ao mínimo. Assim, após a distribuição do dividendo
direito de preferência nos casos de emissão de títu- mínimo às ações preferenciais, às ações ordinárias
los conversíveis em ações, tais como debêntures caberá igual valor. O remanescente do lucro distribuí-
conversíveis e bônus de subscrição. do será partilhado entre ambas as espécies de ações
Neste período, o acionista deverá manifestar sua em igualdade de condições.
intenção de subscrever as novas ações emitidas no O dividendo fixo ou mínimo assegurado às ações
âmbito do aumento de capital ou dos títulos conver- preferenciais pode ser cumulativo ou não. Sendo
síveis em ações, conforme o caso. Caso não o faça, o cumulativo, no caso de a companhia não ter obtido
direito de preferência caducará. lucros durante o exercício em montante suficiente
Alternativamente, caso não deseje participar do para pagar integralmente o valor dos dividendos fixos
aumento, o acionista pode ceder seu direito de prefe- ou mínimos, o valor faltante será acumulado para os
rência (§ 6º, art. 171, da Lei das S.A.). Da mesma forma exercícios posteriores. Essa prerrogativa depende de
que as ações, o direito de subscrevê-las pode ser livre- expressa previsão estatutária.
mente negociado, inclusive em Bolsa de Valores; No caso das companhias abertas que tenham ações
negociadas no mercado, as ações preferenciais deve-
rão conferir aos seus titulares ao menos uma das
„ Bonificação: ao longo das atividades, a Com-
vantagens a seguir (§ 1º, art. 17, da Lei nº 6.404, de
panhia poderá destinar parte dos lucros sociais
1964, Lei das S.A.):
para a constituição de uma conta de “Reservas”
(termo contábil). Caso a companhia queira, em
� Direito a participar de uma parcela correspon-
exercício social posterior, distribuir aos acio-
dente a, no mínimo, 25% do lucro líquido do
nistas o valor acumulado na conta de Reservas,
exercício, sendo que, desse montante, garante-
poderá fazê-lo na forma de Bonificação, poden-
-se um dividendo prioritário de, pelo menos, 3%
do efetuar o pagamento em espécie ou com a do valor do patrimônio líquido da ação e, ainda,
distribuição de novas ações. É importante des- o direito de participar de eventual saldo desses
tacar que, atualmente, as empresas não mais lucros distribuídos, em igualdade de condições
distribuem bonificação na forma de dinheiro, com as ordinárias, depois de ter sido assegurado a
pois preferem fidelizar ainda mais os sócios, elas dividendo igual ao mínimo prioritário;
dando-lhes mais ações. z Direito de receber dividendos, pelo menos, 10%
maiores que os pagos às ações ordinárias;
Ações Preferenciais e Distribuição de Dividendos z Direito de serem incluídas na oferta pública em
decorrência de eventual alienação de controle.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações
preferenciais, que podem ter seu direito de voto suprimi- Com relação aos direitos dos acionistas, existem
do ou restrito por disposição do estatuto social da compa- algumas situações que as bancas de concursos gostam
nhia. Em contrapartida, tais ações deverão receber uma de cobrar em prova e, por isso são importantes.
vantagem econômica em relação às ações ordinárias. Quando a empresa realiza Sobra no Caixa, ou seja,
Além disso, a Lei permite que as companhias aber- Lucro, ela pode comprar ações de acionistas mino-
tas tenham várias classes de ações preferenciais, que ritários, pois, assim, concentrará mais o valor das
conferirão a seus titulares vantagens diferentes entre ações. A esse evento chamamos de amortização de
si. Nesse caso, os titulares de tais ações poderão com- ações. O personagem que mais ganha nessa história é
parecer às Assembleias Gerais da companhia, bem o Controlador, pois, como ele detém 51% das ações,
como opinar sobre as matérias objetos de deliberação, seu poder ficará maior, já que o número de acionistas
mas não poderão votar. ou de ações diminui, aumentando seu percentual.
As vantagens econômicas a serem conferidas às A CVM, vendo esse aumento de poder do contro-
ações preferenciais em troca dos direitos políticos lador, baixou a Instrução Normativa nº 10, que, em
suprimidos, conforme dispõe a Lei, poderão consis- outras palavras, diz que a recompra de ações, uma
tir em prioridade de distribuição de dividendo, fixo vez feita, finda por aumentar o poder do controlador
ou mínimo, prioridade no reembolso do capital, com da empresa. Entretanto, essas ações que foram recom-
prêmio ou sem ele, ou a cumulação dessas vantagens pradas devem permanecer em tesouraria por, no
(caput e incisos I a III, do art. 17, da Lei das S.A.). máximo, 90 dias e, depois, devem ser revendidas
Dividendos fixos são aqueles cujo valor se encon- ou canceladas.
tra devidamente quantificado no Estatuto, seja em Ou seja, a CVM está limitando esse aumento de
montante certo em moeda corrente, seja em percen- poder do controlador, para evitar que os acionistas
tual certo do capital, do valor nominal da ação ou, minoritários percam sua participação na administra-
ainda, do valor do patrimônio líquido da ação. Nessa ção da empresa.
hipótese, tem o acionista direito apenas a tal valor, ou Quanto à mudança de controlador – o acionista
seja, uma vez atingido o montante determinado no majoritário, que detém 51% das ações – a CVM tam-
Estatuto, as ações preferenciais com direito ao divi- bém edita norma que regula essa troca, para evitar
dendo fixo não participam dos lucros remanescentes, prejuízos aos acionistas minoritários. É a IN CVM 400
que serão distribuídos entre ações ordinárias e prefe- que diz que, para a troca do controlador, o novo
120 renciais de outras classes se houver. controlador deve garantir que, caso queira fechar o
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capital da S/A, deverá comprar as ações dos minoritários por, ao menos, 80% do valor pago pelas ações
do controlador anterior. Fazendo isso, a CVM garante que os acionistas minoritários não terão prejuízos, pois
o novo controlador poderia comprar as ações a um preço bem mais baixo do que pagou pelas do controlador
anterior. É preciso dizer que, para que isso ocorra, deve haver uma concordância mínima entre os acionistas
gerais. A esse princípio chamamos de tag along.
Existem, ainda, manobras que o mercado de capitais faz, as quais geram impacto sobre o valor das ações no
mercado e sua capacidade de comercialização. Vejamos:

z Desdobramento ou Split

É uma estratégia utilizada pelas empresas com o principal objetivo de melhorar a liquidez de suas ações.
Acontece quando as cotações estão muito elevadas, o que dificulta a entrada de novos investidores no mercado.
Imagine que uma ação é cotada ao valor de R$ 150, com lote padrão de 100 ações. Para comprar um lote des-
sas ações, o investidor teria que desembolsar R$ 15.000, que é uma quantia considerável para a maior parte dos
investidores (pessoa física).
Desdobrando suas ações na razão de 1 para 3, cada ação dessa empresa seria multiplicada por 3. Assim, quem
possuísse 100 ações, passaria a possuir 300 ações. O valor da cotação seria dividido por 3, ou seja, passaria de R$
150 para R$ 50.
Na prática, o desdobramento de ações não altera, de forma alguma, o valor do investimento ou o valor da
empresa. É apenas uma operação de multiplicação de ações e divisão dos preços, para aumentar a liquidez das
ações.
Agora, depois do desdobramento, o investidor que quisesse adquirir um lote de ações da empresa, gastaria
apenas R$ 5.000. Note que o investidor que possuía 100 ações cotadas a R$ 150, com um valor total de R$ 15.000,
ainda possui os mesmos R$ 15.000, porém distribuídos em 300 ações cotadas a R$ 50.
Com as ações mais baratas, mais investidores se interessam em comprá-las. Isso pode fazer com que as cota-
ções subam em curto prazo, devido à maior entrada de investidores no mercado, porém não há como prever se
isso irá ou não acontecer. A companhia também pode utilizar os desdobramentos como parte de sua estratégia de
governança corporativa, para mostrar atenção e facilitar a entrada de novos acionistas minoritários.
Os desdobramentos podem acontecer em qualquer razão. No entanto, as mais comuns são de 1 para 2, de 1
para 3 e de 1 para 4 ações.

z Grupamento ou Inplit

Exatamente oposto ao desdobramento, o grupamento serve para melhorar a liquidez e os preços das ações
quando estão cotadas a preços muito baixos no mercado.
Imagine uma empresa com ações cotadas na bolsa a R$ 10, com lote padrão de 100 ações. A empresa julga,
baseada em seu histórico e seu posicionamento estratégico, que suas ações estão cotadas por um valor muito bai-
xo no mercado e aprova, em assembleia geral, que fará um grupamento na razão de 5 para 1. Ou seja, cada cinco
ações passarão a ser apenas uma ação e os preços serão multiplicados por 5.
Antes do grupamento, o investidor que possuísse 100 ações cotadas a R$ 10 teria o valor total de R$ 1.000. Após
o grupamento, o mesmo investidor passaria a ter 20 ações (100/5) cotadas a R$ 50, ou seja, continuaria possuindo
os mesmos R$ 1.000 investidos. O grupamento, assim como o desdobramento, não altera em absolutamente nada
o valor do investimento.
Um dos objetivos do grupamento de ações é tentar diminuir a volatilidade dos ativos. Assim, R$ 1,00 de varia-
ção em um ativo cotado a R$ 10,00 significa 10% de variação. Já em um ativo cotado a R$ 50,00, representa apenas
2%. É importante ressaltar que nada garante se isso irá ou não acontecer.
Outro objetivo do grupamento pode estar atrelado ao planejamento estratégico da companhia e a suas práticas
de governança corporativa. As cotações de suas ações podem estar intimamente ligadas à percepção de valor da
empresa por parte dos investidores.

DESDOBRAMENTO OU SPLIT GRUPAMENTO OU INPLIT


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

� Manobra feita para tornar as ações mais baratas e


atrativas para novos investidores � Manobra feita para tornar as ações mais caras e, apa-
� Diminui o valor das ações, mas mantém o valor aplica- rentemente, elevar seu valor
do pelo investidor � Aumenta valor das ações, mas mantém o valor aplica-
� Aumenta a quantidade de ações do do investidor
� Não altera o capital do investidor � Diminui a quantidade de ações
� Aumenta a liquidez das ações, pois ficam mais baratas � Não altera o capital do investidor
e fáceis de serem comercializadas

Mercado à Vista de Ações

O mercado à vista de ações é aquele no qual ocorrem as negociações deste papel de forma imediata, ou seja,
nele, você pode comprar e vender uma ação no mesmo dia. O comprador realiza o pagamento (liquidação
financeira) e o vendedor entrega as ações objeto da transação (liquidação física) em D+2 (dois dias) – liqui-
dação física e financeira –, ou seja, no segundo dia útil após a realização do negócio. Nesse mercado, os preços
são formados em pregão em negociações realizadas no sistema eletrônico de negociação. 121
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No mercado à vista de ações, temos:

� operações imediatas ou de curto prazo;


z operacionalizado na Bolsa de Valores;
z sistema eletrônico de negociação;
z câmara de liquidação de ações – antiga CBLC.

Hoje, o mercado à vista de ações é coordenado pela B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). Dentro dele, temos a compra
e venda de ações quase que instantaneamente, pois é nele que ocorrem as negociações diárias do mercado de
capitais.
Durante o dia, temos o pregão que, atualmente, é eletrônico, funcionando das 10h às 18h. Ele nada mais é do
que a B3 coordenando a compra e venda dessas ações.
Após seu fechamento, que ocorre às 18h, não se pode mais realizar nenhuma transação no ambiente.

Importante!
Até 2019, existia o After Market, que era um curto espaço de tempo em que os investidores poderiam realizar
negociações fora do horário regular da Bolsa. Todavia, com a modificação do horário de fechamento para
18h, em 2020, o After Market foi extinto.

Quando funcionava, o After Market era uma reabertura para que as pessoas que não pudessem negociar no
mercado no horário regular conseguissem participar, assegurando práticas equitativas ao mercado. Das 17h30
às 17h45, ocorria a pré-abertura desse mercado, no qual só podiam ser canceladas operações feitas no horário
normal. Das 17h45 às 18h, podiam ser feitas transações no mercado, mas somente com papéis que já haviam
sido comercializados no dia, então não se podia lançar títulos novos no After Market.
Existia, ainda, um limite máximo e mínimo para as operações – 2% para mais ou para menos, além de limite
de valor. Nele, eram executadas ordens simples tais como compra e venda, execução ou cancelamento de compra
ou venda, além de dar ordem a mercado.
As ordens podiam ser dadas:

z A Mercado: quando especifica a quantidade e as características do que vai ser comprado ou vendido (exe-
cutar na hora);
z Limitada: executar a preço igual ou melhor do que o especificado;
z Administrada: a mesma a mercado, mas, nesse caso, fica a critério da intermediadora decidir o melhor
momento;
z ON-STOP: define o nível de preço a partir do qual a ordem deve ser executada;
z Casada: ordem de venda de um e compra do outro (ambas executadas ao mesmo tempo).

DÁ A ORDEM

� Investidor

EXECUTA A ORDEM

� CTVM
� DTVM
� Banco de Investimentos

REALIZA A ORDEM

� After Market
� Sistema de negociação eletrônico

As ordens diurnas que estivessem no sistema pendentes, sujeitavam-se aos limites de negociação do After
Market. O sistema rejeitava ordens de compra superiores ao limite e ordens de venda a preço inferior ao limite.
A variação permitida era de 2% para mais ou para menos, além de ter um limite de operações de R$ 100 mil por
investidor (já somado ao que ele havia feito no pregão regular).
Os negócios feitos na B3 devem ser divulgados em D+1. A liquidação física das compras e vendas de ações
deve ser até D+2, a qual ocorre quando o vendedor entrega as ações à Câmara de liquidação de ações.
A liquidação financeira das ações compradas ou vendidas é, também, em D+2. Esta ocorre quando é feito o
débito na conta do comprador e, ao mesmo tempo, é entregue a ação fisicamente ao comprador.
122
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LEI N° 6.404 (ART. 64) – DEBÊNTURES

O que são Debêntures?

São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazo, que asseguram a seus detentores
(debenturistas) o direito de crédito contra a companhia emissora. Essa companhia emissora pode ser uma S/A
aberta ou fechada, mas somente as abertas podem negociar suas debêntures no mercado das bolsas ou bal-
cão, pois nas fechadas, as debêntures nem precisam de registro na CVM, pois é algo fechado, restrito. Lembre-
-se de que, para operar na Bolsa ou no Mercado de Balcão, as coisas precisam vir a público. Então, uma empresa
fechada não tem vontade de vir a público, somente as abertas.
Até agora, você já sabe que existem duas pessoas nesse processo de debêntures. Vejamos:

Agente fiduciário viabiliza

Investidor do Mercado que deseja


Companhia que emite a Debênture e
emprestar seu dinheiro ao emissor
deseja captar recursos
em troca de juros previamente pactuados
(Envia a Debênture)
(Envia o Dinheiro)

Agente underwritter

Para essa debênture ter validade, ela precisa apresentar alguns requisitos legais, pois, acima de tudo, se trata
de um contrato e, como tal, precisa de algumas especificações. Vejamos quais são elas:

z Deve constar o nome debênture com a indicação da espécie e suas garantias;


z Nº de emissão, série e ordem;
z Data da emissão;
z Vencimento (determinado ou indeterminado – perpétua – e se poderá ou não ter seu prazo de vencimento
antecipado);
z O índice que vai ser usado para corrigir o valor da debênture. (ex.: CDI, IPCA, IGP-M);
z Quantidade de debêntures que irão ser emitidas (limitada ao capital próprio da empresa);
z Valor nominal da debênture (ou valor de face);
z As condições para conversão ou permuta e seus respectivos prazos;
z Se a debênture terá garantias ou não (e, se tiver, quais serão). Tais garantias podem ser:

„ Real: a mais valiosa, pois a garantia existe fisicamente (hipoteca, penhor, caução, bens determinados);
„ Flutuante: não existe um bem específico; a garantia é uma parte do patrimônio da empresa (até 70% do
valor do capital social);
„ Quirografária: nenhuma garantia ou privilégio (a garantia em caso de falência será o que sobrar e se
sobrar alguma coisa);
„ Subordinada: em caso de falência, oferece preferência apenas sobre o crédito dos acionistas.

Agora, você já sabe o que é necessário para fazer uma debênture, quem pode emitir e quais as garantias que
podem ser usadas ou não. Porém, de que forma é possível materializar, ou seja, transformar essa debênture
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

em algo que se possa ver? Existem duas formas para isso. Vejamos o esquema a seguir:

z Nominativas

„ Título físico;
„ Registrado na CETIP;
„ Emite o certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas.

z Nominativas Escriturais

„ Informação Eletrônica;
„ CETIP registra e custodia;
„ Não emite certificado;
„ Registro no Livro de Registro de Debêntures Nominativas. 123
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z Existe prazo máximo para que o debenturista
Importante! decida se irá querer converter em ações ou não e,
nesse prazo, a empresa não pode mudar nada
� A escritura da debênture é obrigatória, mas a nos seus papéis;
emissão do certificado é facultativa; z Permutáveis ou não conversíveis: é a opção que
� Não é comum o debenturista solicitar o certifi- o debenturista tem de trocar as debêntures por
cado da debênture, mas, se solicitá-lo, a empresa ações de outras companhias, depois de haver
deve emiti-lo; passado um prazo mínimo.
� As Debêntures só podem ser emitidas por ins-
tituições que não sejam instituições financeiras.
Já quanto à remuneração, pode-se ter:

Quanto aos prazos das debêntures, que devem z Juros (fixos ou variáveis);
constar na escritura da emissão, podem ser:
Aqui, atente-se ao fato de que as Sociedades de
z Determinado: prazo fixado na emissão da debênture; Arrendamento Mercantil e as Companhias Hipote-
z Indeterminado ou perpétua: via de regra, não cárias só podem remunerar a juros pela TBF – Taxa
tem prazo de vencimento, mas esse prazo pode ser Básica Financeira;
decretado pelo agente fiduciário quando ocorrer
inadimplência no pagamento dos juros ou dissolu- z Participação nos Lucros;
ção do emitente, a empresa; z Prêmio de Reembolso: não pode ser atrelado, inde-
z Antecipado: xado a TR, TBF ou TJLP.

„ Antes do resgate: deve constar na escritura o Medição dos Riscos nas Debêntures
prazo para resgate e a possibilidade de isso
ocorrer; z Alta qualidade: baixa taxa de retorno;
„ Antes do vencimento: quando ocorrer um z Baixa qualidade: alta taxa de retorno.
colapso no mercado ou o agente fiduciário vir
que o debenturista corre algum risco. Basta lembrar que quanto mais risco, mais grana;
quanto menos risco, menos grana.
Agente Fiduciário
As Ofertas das Debêntures
A Lei n° 6.404, de 1976 estabelece que a escritura
de emissão, por instrumento público ou particular, de z Pública
debêntures distribuídas ou admitidas à negociação
no mercado terá, obrigatoriamente, a intervenção de „ Público em geral;
agente fiduciário dos debenturistas. O agente fiduciá- „ Há registro na CVM;
rio é quem representa a comunhão dos debenturistas „ Assembléia Geral ou Conselho Administrativo
perante a companhia emissora, com deveres específi- decidem;
cos de defender os direitos e interesses dos debentu- „ Agente Fiduciário;
ristas, entre outros citados na Lei.
Para tanto, possui poderes próprios também atri- z Privada
buídos pela Lei para, na hipótese de inadimplência
da companhia emissora, declarar, observadas as
„ Grupo restrito de investidores;
condições da escritura de emissão, antecipadamen-
„ Não há registro na CVM.
te, vencidas as debêntures e cobrar o seu principal e
acessórios, executar garantias reais ou, se não existi-
rem, requerer a falência da companhia, entre outros. Os Mercados das Debêntures
Esse personagem viabiliza a operação de compra
das debêntures, por parte do debenturista, e a venda,
por parte da empresa emissora, ou seja, ele interme-
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
dia a situação. Além disso, o agente fiduciário deve, � Debêntures já
acima de tudo, proteger o debenturista. Para isso, ele � Emissão pela 1ª vez
existentes
representa o debenturista em caso de colapso do � Compra e venda por
investidores
mercado, ou para:

z proteção do debenturista; � Balcão Organizado


(Sistema Nacional
z executar garantias reais da emissora; � Influi no caixa da
de Debêntures -
empresa
z requerer falência da emissora. administrado pela
CETIP S/A)

Vale dizer que o agente fiduciário pode reque-


rer essas situações para garantir ao debenturista o Commercial Papers
recebimento dos créditos.
São Agentes Fiduciários os Bancos Múltiplos, os
Bancos de Investimento, CTVM e DTVM. Commercial Papers são títulos, papéis que
Quanto aos tipos ou classes de debêntures, po- valem dinheiro. São uma aplicação. Parecem muito
dem ser: com as debêntures e com as notas promissórias que
estudamos no tópico sobre Títulos de Crédito (a famo-
z Simples: um simples direito de crédito contra a sa amarelinha).
emissora ou empresa; São títulos de curto prazo, que têm prazo míni-
z Conversíveis: podem ser trocadas por ações da mo de 30 dias e máximo de 360 dias, emitidos por
empresa emitente das debêntures; instituições não financeiras, ou seja, as instituições
124 financeiras estão fora, pois podem captar recursos
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de outras maneiras. Então, o Commercial Paper serve z Bancos de Desenvolvimento;
para captar recursos no mercado interno, pois cons- z Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento;
titui uma promessa de pagamento na qual incidem z Agências de Fomento.
juros a favor do investidor.
Atenção! As debêntures podem ser emitidas para Com exceção dessas três, as demais podem reali-
fora do país com garantia real de bens situados no Bra- zar todas as operações do Mercado de Câmbio, embo-
sil. Já os Commercial Papers não podem. Eles podem ra algumas tenham restrições de valor, mas não de
ser emitidos apenas para dentro do Brasil. operações. As sociedades corretoras de títulos e valo-
res mobiliários, as sociedades distribuidoras de títu-
los e valores mobiliários e as sociedades corretoras de
câmbio têm algumas restrições quanto ao valor das
operações:
NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO
� operações de câmbio com clientes para liquidação
O QUE É CÂMBIO?
pronta de até US$ 300 mil ou o seu equivalente em
outras moedas;
Câmbio é a operação de troca de moeda de um
z operações no mercado interbancário (arbitra-
país pela moeda de outro país. Por exemplo, quando
gens no país) e por meio de banco autorizado a
um turista brasileiro vai viajar para o exterior e pre-
operar no mercado de câmbio (arbitragem com o
cisa de moeda estrangeira, o agente autorizado pelo exterior).
Banco Central a operar no mercado de câmbio recebe
do turista brasileiro a moeda nacional e entrega-lhe
Além desses agentes, o Banco Central também con-
(vende-lhe) a moeda estrangeira. Já quando um turis-
cedia autorização para agências de turismo e meios
ta estrangeiro quer converter moeda estrangeira em de hospedagem de turismo para operarem no Merca-
reais, o agente autorizado a operar no mercado de do de Câmbio. Atualmente, não se concede mais auto-
câmbio compra a moeda estrangeira do turista estran- rização para esses agentes, permanecendo, ainda,
geiro, entregando-lhe os reais correspondentes. apenas aquelas agências de turismo cujos proprietá-
No Brasil, o mercado de câmbio é o ambiente rios pediram ao Banco Central autorização para cons-
no qual se realizam as operações de câmbio entre tituírem instituição autorizada a operar em câmbio.
os agentes autorizados pelo Banco Central e entre Enquanto o Banco Central está analisando tais pedi-
estes e seus clientes, diretamente ou por meio de dos, as agências de turismo ainda autorizadas podem
seus correspondentes. Esse mercado é regulamen- continuar a realizar operações de compra e venda de
tado e fiscalizado pelo Banco Central e compreen- moeda estrangeira em espécie, cheques e cheques de
de as operações de compra e de venda de moeda viagem relativamente a viagens internacionais.
estrangeira, as operações em moeda nacional entre Em resumo:
residentes, domiciliados ou com sede no país e resi-
dentes, domiciliados ou com sede no exterior e as z os meios de hospedagem não podem mais operar
operações com ouro-instrumento cambial realiza- câmbio de jeito nenhum;
das por intermédio das instituições autorizadas a z as agências de turismo que pediram autorização
operar no mercado de câmbio pelo Banco Central, ao BACEN continuam até que ele decida se elas
diretamente ou por meio de seus correspondentes. ficam efetivamente ou não.
Incluem-se, no mercado de câmbio brasileiro, as
operações relativas aos recebimentos, pagamentos e Ainda, as Instituições Financeiras podem contratar
transferências do e para o exterior, mediante a utili- correspondentes para operar câmbio por elas. Nesse
zação de cartões de uso internacional, bem como as caso, teríamos um plano B para as agências de Turis-
operações referentes às transferências financeiras mo que tiverem seus pedidos negados pelo BACEN,
postais internacionais, inclusive vales postais e reem- pois, se elas se filiarem a uma Instituição Financeira,
bolsos postais internacionais. não mais precisarão da autorização deste.
À margem da lei, funciona um segmento denomi- Pela Resolução nº 4.811, de 2020, as operações
nado Mercado Paralelo. São ilegais os negócios rea- realizadas pelos correspondentes são de total respon-
lizados nesse mercado, bem como a posse de moeda sabilidade da instituição contratante, devendo ela
estrangeira oriunda de atividades ilícitas. estabelecer as regras e condutas que os corresponden-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tes deverão seguir, quais sejam:


INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A OPERAR E
OPERAÇÕES BÁSICAS z Execução ativa ou passiva de ordem de pagamento
relativa à transferência unilateral (ex.: manuten-
Quem Opera no Mercado de Câmbio? ção de residentes, transferência de patrimônio,
prêmios em eventos culturais e esportivos) do ou
Bancos Múltiplos, Comerciais, de Investimentos, para o exterior, limitada ao valor equivalente a
de Desenvolvimento, CEF, SCFI, CTVM, DTVM, Agên- U$$ 3 mil dólares dos Estados Unidos, em espé-
cias de Fomento e Corretoras de Câmbio são institui- cie e 1 mil dólares por operação;
ções habilitadas a operarem no Mercado de Câmbio. z Compra e venda de moeda estrangeira em espécie,
Cabe destacar que apenas os Bancos e a CEF, cheque ou cheque de viagem, bem como carga de
exceto os Bancos de Desenvolvimento, podem operar moeda estrangeira em cartão pré-pago, limitada ao
livremente nele. Já algumas instituições operam com valor equivalente a US$ 3 mil dólares dos Estados
restrições, ou seja, não podem fazer qualquer opera- Unidos, por operação e em espécie 1 mil dólares;
ção, mas somente as especificadas pelo BACEN. São z Recepção e encaminhamento de propostas de
elas: operações de câmbio. 125
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A ECT – Empresa de Correios e Telégrafos do Bra- REGIMES DE TAXAS DE CÂMBIO FIXAS,
sil – também é autorizada pelo Banco Central a realizar FLUTUANTES E REGIMES INTERMEDIÁRIOS
operações com vales postais internacionais, emissi-
vos e receptivos, destinadas a atender compromissos Banda Cambial no Brasil
diversos, tais como: manutenção de pessoas físicas, con-
tribuições previdenciárias, aposentadorias e pensões, Uma Banda Cambial é a forma como um país defi-
aquisição de medicamentos para uso particular, paga- ne suas taxas de câmbio, quer sejam fixas ou livres,
mento de aluguel de veículos, multas, doações. Por meio ou, até mesmo, flutuantes. Até 2005, existiam duas
dos vales postais internacionais, a ECT também pode dar bandas cambiais, a Livre e a Flutuante. A primeira,
curso a recebimentos ou pagamentos conduzidos sob a por exemplo, vinha dos empréstimos e envios de
sistemática de câmbio simplificado de exportação ou de dinheiro do Brasil para fora e vice-versa.
No entanto, operar com duas bandas cambiais era
importação, observado o limite de US$ 50 mil, ou seu
muito burocrático, pois cada uma tinha suas especi-
equivalente em outras moedas, por operação.
ficações. Então, em 2005, ficou instituída, no Brasil, a
banda cambial, que foi resultante da junção das ban-
� Memorize os limites elencados pelo resumo a das Livre e Flutuante. Aqui, vale lembrar que, como
seguir: o Governo intervém indiretamente no mercado, com-
prando e vendendo moeda, essa flutuação recebeu o
„ CTVM, DTVM e Corretoras de Câmbio: 300 mil
nome de flutuação suja.
dólares por operação;
„ Empresa de Correios e Telégrafos: 50 mil dóla-
As Operações no Mercado de Câmbio
res por operação;
„ Correspondentes Bancários e Agências de As operações mais comuns são:
Turismo ainda em operação: 1 mil dólares por
operação – em contrapartida, em espécie – e 3 z Compra e Venda de moeda estrangeira;
mil dólares em operações escriturais (Resolu- z Arbitragem (operação em que há a compra de
ção nº 4.811/20). moeda estrangeira com outra moeda estrangeira);
z Exportação e Importação.

Importante! Como se Efetivam as Trocas de Moedas?


As instituições são obrigadas a informar o VET –
Valor Efetivo Total nas operações. As trocas de moedas podem ser:
Isso deve-se ao fato de que nas operações de
câmbio há custos embutidos como: z Manuais: em espécie;
z Sacadas: quando não existe o dinheiro vivo, mas,
� Tarifa de Conversão das moedas
sim, papéis que valem dinheiro.
� IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
Vale destacar que o IOF é um imposto que incide
Quando falamos de câmbio, pensamos, também,
sobre quase todas as operações financeiras. nas taxas cambiais, ou seja, nas taxas que revelam
quanto uma moeda vale em relação a outra moeda.
Resolução nº 3.568, de 2008 com Alterações Entre elas, as mais comuns são:
Posteriores pela Resolução nº 4.811, de 2020
z Taxa Repasse ou Cobertura: feita entre os Bancos
Art. 8º As pessoas Físicas e Jurídicas podem e o BACEN;
comprar e vender moeda estrangeira ou realizar z Dólar Pronto: para as operações com entrega em
transferências internacionais em reais, de qualquer até 48 horas ou D+2;
natureza, sem limitação de valor, sendo contra- z PTAX: média das compras e vendas de moedas
parte na operação agente autorizado a operar estrangeiras entre as Instituições Financeiras den-
no mercado de cambio, observada a legalidade da tro do país – sempre em dólar americano. Essa é a
transação, tendo como base a fundamentação eco- taxa de câmbio que é divulgada diariamente pelo
nômica e as responsabilidades definidas na respec- Banco Central e serve de referência para várias
tiva documentação. operações no mercado cambial.

Neste sentido, pode-se dizer que qualquer pessoa TAXAS DE CÂMBIO NOMINAIS E REAIS
física ou jurídica pode comprar e vender moeda
estrangeira desde que a outra parte na operação de A Taxa de Câmbio Nominal indica o preço do ati-
câmbio seja agente autorizado pelo Banco Central a vo financeiro, enquanto a Taxa de Câmbio Real indi-
operar no Mercado de Câmbio (ou seu corresponden- ca o preço relativo entre duas moedas, o que permite
te para tais operações) e que seja observada a regu- medir a competitividade relativa entre os dois países
lamentação em vigor, incluindo a necessidade de em questão.
identificação em todas as operações. Em resumo, a taxa nominal é o preço de um ativo
É dispensado o respaldo documental das opera- limpo e seco, sem nenhuma interferência. Já o valor
ções de valor até o equivalente a US$ 10 mil, preser- real é o preço do ativo comparado entre duas moedas
vando-se, no entanto, a necessidade de identificação – dessa forma, é possível saber quanto aquele deter-
126 do cliente. minado ativo vale em um país e noutro.
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IMPACTOS DAS TAXAS DE CÂMBIO SOBRE AS z ACE – Adiantamento Sobre Cambiais Entregues: O
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES; DIFERENCIAL DE ACE – Adiantamento sobre Cambiais Entregues – é
JUROS INTERNO E EXTERNO um mecanismo similar ao ACC, só que contratado
na fase de comercialização ou pós-embarque.
A Forma de Materializar as Operações de Câmbio: O
Contrato de Câmbio Após o embarque dos bens, o exportador entrega
os documentos da exportação e as cambiais (saques)
Contrato de câmbio é o documento que formaliza a da operação ao banco e celebra um contrato de câm-
operação de compra ou de venda de moeda estrangeira.
bio para liquidação futura. Então, o exportador pede
Nele, são estabelecidas as características e as condi-
ao banco o adiantamento do valor, em reais, corres-
ções sob as quais se realiza a operação de câmbio, reve-
lando informações relativas à moeda estrangeira que pondente ao contrato de câmbio. Assim, além de obter
um cliente está comprando ou vendendo, à taxa con- um financiamento competitivo para conceder prazo
tratada, ao valor correspondente em moeda nacional e de pagamento ao importador, o exportador também
aos nomes do comprador e do vendedor. Os contratos de fixa a taxa de câmbio da sua operação.
câmbio devem ser registrados no Sistema Câmbio pelo O ACE pode ser contratado com prazo de até 390
agente autorizado a operar no mercado de câmbio. dias após o embarque da mercadoria. A liquidação
Nas operações de compra ou de venda de moeda da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
estrangeira de até US$ 10 mil, ou seu equivalente em to efetuado pelo importador, acompanhado do paga-
outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a for- mento dos juros devidos pelo exportador.
malização do contrato de câmbio. O agente do merca-
do de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a
ACE
operação no Sistema Câmbio. ACC
ADIANTAMENTO
O Contrato de Câmbio deve conter alguns requisitos ADIANTAMENTO SOB
SOB CONTRATO DE
CONTRATO DE CÂMBIO
legais para ter validade, devendo ser registrado no EXPORTAÇÃO
SISBACEN, constando:

z qual a moeda em questão; Pré-Embarque Pós-Embarque


z a taxa cobrada;
� Financia a mercadoria a ser � Antecipa os recursos a serem
z o valor correspondente em moeda nacional; exportada recebidos do Comprador
z nome do comprador e do vendedor. � Deve ser contratado até 360 � Deve ser feito até 390 dias
dias antes do embarque da posteriores ao embarque da
mercadoria mercadoria

Importante!
Até 10 mil dólares não é necessário o Contrato O pagamento é feito quando
O pagamento da operação
de Câmbio. No entanto, o registro da operação é no embarque da mercadoria
ou no ingresso do dinheiro
deverá ser feito quando o
importador enviar os recursos
obrigatório (Circular Bacen nº 3.825/17). pago pelo importador

Existem 10 (dez) tipos de Contratos de Câmbio. A Tanto no ACC quanto no ACE, os limites de finan-
seguir, listaremos os que são mais comumente cobra- ciamento são de até 100% do valor das mercadorias e
dos em prova. Vejamos: não incidem IOF sobre essas operações, por se trata-
rem de incentivos à exportação.
z ACC – Adiantamento Sobre Contrato De Câmbio As operações de Exportação e Importação devem
ser registradas em um sistema chamado SISCOMEX –
O ACC é um dos mais conhecidos e utilizados meca- Sistema de Comércio Exterior. Esse Sistema é utiliza-
nismos de financiamento à exportação. Trata-se de
do em conjunto pela SECEX (Secretaria de Comércio
financiamento na fase de produção ou pré-embarque.
Exterior), pela Secretaria da Receita Federal e pelo
Para realizar um ACC, o exportador deve procurar um
banco comercial autorizado a operar em câmbio. Tendo BACEN, para fiscalizar a entrada e a saída de recursos
limite de crédito com o banco, o exportador celebra com do Brasil para o exterior e vice-versa, trazendo vários
este um contrato de câmbio no valor correspondente às benefícios aos processos de exportação e importação,
exportações que deseja financiar, ou seja, o contrato de quais sejam:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

câmbio é celebrado antes mesmo do exportador receber


do importador o pagamento de sua venda. z harmonização de conceitos e uniformização de
Neste sentido, o exportador pede ao banco o adian- códigos dos processos;
tamento do valor, em reais, correspondente ao contra- z ampliação de pontos de atendimento;
to de câmbio. Assim, além de obter um financiamento z eliminação de coexistências de controles e siste-
competitivo para a produção da mercadoria a ser mas paralelos de coleta de dados;
exportada, o exportador também fixa a taxa de câm- z diminuição, simplificação e padronização de docu-
bio da sua operação.
mentos;
Cabe destacar que o ACC pode ser realizado em
z agilidade nos processos e diminuição dos custos
algumas exportações de serviços e, ainda, em até 360
dias antes do embarque da mercadoria. A liquidação administrativos.
da operação ocorre com o recebimento do pagamen-
to efetuado pelo importador, acompanhado do paga- O SISCOMEX é um sistema e, como tal, é neces-
mento dos juros devidos pelo exportador, ou pode sário que as pessoas se cadastrem nele para operar.
ser feita com encadeamento com um financiamento Existem 4 (quatro) tipos de cadastros para o seu aces-
pós-embarque. so. Vejamos: 127
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z Habilitação ordinária: destinada à pessoa jurí- para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu-
dica que atue habitualmente no comércio exte- los e documentos que as representem e de ouro-ins-
rior. Nesta modalidade, a empresa está sujeita ao trumento cambial em valores superiores às compras.
acompanhamento da Receita Federal com base
na análise prévia da sua capacidade econômica e O que é Prêmio de Risco?
financeira;
Para melhor explicar isso, retomaremos alguns
Obs.: essa é a modalidade mais completa de habi- conceitos já estudados.
litação, a qual permite aos operadores realizar qual- Sabemos que a taxa de câmbio é livremente pac-
quer tipo de operação. Quando o volume de suas tuada entre os agentes autorizados a operar no mer-
operações for incompatível com a capacidade econô- cado de câmbio ou entre estes e seus clientes, podendo
mica e financeira evidenciada, a empresa estará sujei- as operações de câmbio ser contratadas para liquida-
ta a procedimento especial de fiscalização. ção pronta ou futura. Neste sentido, temos a possibi-
lidade de realizar operações com vencimento futuro,
z Habilitação simplificada: destinada às pessoas ou seja, a operação só será finalizada em uma data
físicas, às empresas públicas e às sociedades de previamente acordada entre as partes.
economia mista – entidades sem fins lucrativos; Ocorre que, no caso de operações interbancárias,
z Habilitação especial: destinada aos órgãos da a termo (contrato), as partes devem observar que, nas
Administração Pública direta, autarquias, fun-
operações para liquidação pronta ou futura, a taxa de
dações públicas, órgãos públicos autônomos e
câmbio deve refletir exclusivamente o preço da moe-
organismos internacionais;
da negociada para a data da contratação da operação
z Habilitação restrita: destinada à pessoa física ou
de câmbio, sendo facultada a pactuação de prêmio ou
jurídica que tenha operado anteriormente no
bonificação nas operações para liquidação futura. Esse
comércio exterior exclusivamente para realização
prêmio a que o Banco Central se refere no Capítulo 1,
de consulta ou retificação de declaração.
da série “Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais
Internacionais”, é o Prêmio de Risco. Ele nada mais é
No mercado de Câmbio temos, também, as ope-
rações de Remessas. As remessas são operações de que um viés (uma tendência) entre a taxa de câmbio no
envio de recursos para o exterior, por meio de ordens mercado futuro e a esperança do câmbio no futuro.
de pagamento (cheque, ordem por conta, fax, internet, Por fim, vale lembrar que podemos analisar o Prê-
cartões de crédito). Em suma, são formas de enviar mio de Risco, comparando a paridade coberta dos
dinheiro para fora do país através de instituições. juros à paridade descoberta destes.
Existem remessas do Exterior para o Brasil e vice-
-versa. Elas podem ser:

z Em espécie: por Instituição Financeira ou pelo DINÂMICA DO MERCADO: OPERAÇÕES


ECT;
z Via cartão de crédito: seguem a mesma lógica da
NO MERCADO INTERBANCÁRIO
remessa em espécie, entretanto o pagamento é fei-
TRANSFERÊNCIA AUTOMÁTICA DE FUNDOS
to por cartão de crédito.

PRÊMIOS DE RISCO; FLUXO DE CAPITAIS E SEUS Há um tipo bastante comum de prestação de ser-
IMPACTOS SOBRE AS TAXAS DE CÂMBIO viços bancários que é o de realizar transferências
eletrônicas de fundos. Estas transferências podem
O que é Posição de Câmbio? ocorrer entre contas da própria instituição financeira
ou entre contas de diferentes instituições.
A posição de câmbio é representada pelo saldo Quando a transferência ocorre entre contas da
das operações de câmbio (compra e venda de moeda mesma instituição financeira, ou banco, chamamos
estrangeira, de títulos e documentos que os represen- de Transferência Eletrônica de Valores (TEV), pois
tem e de ouro-instrumento cambial) prontas ou para os recursos não saem da instituição, apenas saem de
liquidação futura realizadas pelas instituições autori- uma conta para outra, não fazendo uso do sistema de
zadas pelo Banco Central do Brasil a operar no merca- pagamentos brasileiro.
do de câmbio. Se a transferência envolve contas de diferentes
bancos, neste caso há a necessidade de utilizar o sis-
O que é Posição de Câmbio Comprada? tema de pagamentos brasileiro. Este é um sistema ele-
trônico criado e administrado pelo Banco Central do
A posição de câmbio comprada é o saldo em moe- Brasil, conforme consta na Lei n° 10.214, de 2001, para
da estrangeira registrado em nome de uma instituição que haja uma interligação mais segura para os clien-
autorizada que tenha efetuado compras, prontas ou tes, entre as diferentes instituições financeiras.
para liquidação futura, de moeda estrangeira, de títu- É através desta segurança que os clientes conse-
los e documentos que as representem e de ouro-ins- guem transitar seus recursos de um banco para outro
trumento cambial em valores superiores às vendas. sem correr grandes riscos, como por exemplo, de não
ter seu dinheiro enviado pelo banco de origem por fal-
O que é Posição de Câmbio Vendida? ta de recursos.
Existem, hoje, 4 formas de se transferir recursos
A posição de câmbio vendida é o saldo em moeda entre bancos utilizando o SPB (Sistema de Pagamen-
estrangeira registrado em nome de uma instituição tos Brasileiro). Veremos um pouco sobre cada um
128 autorizada que tenha efetuado vendas, prontas ou deles a seguir.
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DOC é através do PIX (pagamento instantâneo), que será
visto posteriormente.
O Documento de Ordem de Crédito (DOC), é um
método de envio de recursos entre bancos que leva 24 ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E TARIFAS
horas para ser compensado, ou seja, para ser proces-
sado e creditado na conta do destinatário. Um serviço encontrado com bastante frequência
Este método de transferência tem sido desencora-
nas instituições financeiras é o serviço de arrecada-
jado pelo Banco Central do Brasil (BACEN), pelo fato
ções de tributos e tarifas públicas, ele é composto de
de acarretar o risco de o banco emissor do DOC não
possuir recursos no fim do dia para honrar o com- convênios criados entre uma ou várias instituições e
promisso, pois para haver liquidação dessa operação um ou vários órgãos públicos a fim de que os boletos
no fim do dia, depende que o banco emissor possua gerados por estes órgãos sejam recebidos por uma ou
recursos disponíveis para tanto. mais dessas instituições financeiras.
Alguns impostos e tributos podem ter sua arreca-
TED dação restringida a uma instituição se, por conveniên-
cia do poder público, um acordo para exclusividade
A Transferência Eletrônica Disponível (TED) é a de arrecadação for fechado.
forma mais segura e moderna de fazer transferência Temos como exemplo de arrecadação centraliza-
de recursos entre bancos, pois a TED é operada atra- da, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS),
vés de um sistema que liquida as operações em tempo
que é arrecadado exclusivamente pela Caixa Econô-
real, ou seja, a TED é a conhecida transferência que
mica ou os DARF (Documentos de Arrecadação Fiscal)
“cai na hora”.
Vale destacar que esse “cai na hora” não é exata- que são centralizados pelo Banco do Brasil.
mente na mesma hora, pois uma TED pode demorar É importante compreender que arrecadar e cen-
até 1 hora e 30 minutos para ser creditada na conta tralizar podem ter significados diferentes, pois a cen-
do destinatário no outro banco, e caso não aconteça tralização do FGTS na Caixa está prevista na Lei n°
neste intervalo de tempo, o banco central notifica o 8.036, de 1990, que regulamenta o FGTS, já quanto ao
banco emissor da TED, que fica na responsabilidade Banco do Brasil, centraliza os DARF porque é o centra-
de devolve o recurso para a conta do cliente emitente. lizador do caixa do Governo Federal e o documento é
para arrecadação de tributos federais.

Importante! DEPÓSITO INTERFINANCEIRO


Nenhum banco é obrigado a oferecer o serviço
de TED, mas caso haja essa oferta, deve garantir Negociado exclusivamente entre instituições finan-
ao cliente emissor da TED que o valor chegará na ceiras, o Depósito Interfinanceiro (DI) é um título priva-
conta do destinatário em até 1 hora e 30 minutos, do de Renda Fixa que auxilia no fechamento de caixa
caso contrário, o emissor receberá uma notifica- dos bancos, como instrumento de captação de recursos
ção de impossibilidade e o valor será devolvido ou de aplicação de recursos excedentes. Não é permiti-
em sua conta. da a venda de Depósito Interfinanceiro a outros inves-
tidores, assim como não há incidência de impostos
sobre a rentabilidade. Os títulos têm elevada liquidez
Transferências TED são mais seguras, pois como o
sistema de liquidação é em tempo real (LBTR – Liqui- e embutem um baixíssimo risco, normalmente associa-
dação Bruta em Tempo Real), o banco emissor somen- do à solidez dos bancos que participam do mercado.
te poderá emitir a TED para o destinatário caso possua Essas negociações geram uma Taxa TI, sobre isso
fundos disponíveis para enviar. veja:

TEC As negociações entre os bancos geram a Taxa DI,


referência para a maior parte dos títulos de renda
A Transferência Eletrônica de Créditos (TEC) foi fixa ofertados ao investidor. É hoje o principal ben-
criada e aperfeiçoada para ser a forma como os ban- chmark do mercado. A Taxa DI é obtida ao se cal-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

cos fazem transferências de compromissos agendados cular a média ponderada das taxas das transações
entre si, como por exemplo, pagamento de folha de prefixadas, extragrupo e com prazo de um dia efe-
salário dos empregados de uma empresa. tuadas na B3 entre instituições financeiras. Como
Quando a empresa tem convênio com um banco e a taxa para o prazo de um dia é muito pequena,
o empregado faz a portabilidade de seu salário para convencionou-se divulgá-la de forma anualizada.
uma conta em outra instituição, ficaria oneroso para Essas transações são fechadas por meio eletrônico
o empregado fazer o pagamento mensal de uma tarifa
e registradas na B3.5
realizando um DOC e ou uma TED. Para evitar este tipo
de morosidade e gastos a mais, os bancos utilizam-se
da TEC, pois com ela, o custo das transferências de cré- Além do DI tradicional, fontes registram diversas
dito é diluído, de forma a possibilitar a portabilidade modalidades do ativo, como Depósito Interfinanceiro
do salário sem ônus para o empregado da empresa. vinculado a Micro finanças – DIM, Depósito Interfi-
Atualmente a principal forma de transferências nanceiro Rural – DIR, e Depósito Interfinanceiro Imo-
entre contas do mesmo banco ou de diferentes bancos biliário – DII.
5 B3. Captação Bancária. Depósito Interfinanceiro. Disponível em: https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/registro/renda-fixa-e-valo-
res-mobiliarios/deposito-interfinanceiro.htm. Acesso em: 24 nov. 2022. 129
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outros serviços, como estéticos e de saúde, por
MERCADO BANCÁRIO: OPERAÇÕES DE exemplo, também podem ser considerados nessa lista.
TESOURARIA, VAREJO BANCÁRIO E O contrato deve prever as condições para concor-
rer à contemplação por sorteio, bem como as regras
RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO da contemplação por lance.
O BCB é o responsável pela normatização, autoriza-
Temos, por varejo bancário, um conjunto de ope- ção, supervisão e controle das atividades do sistema de
ração e serviços que os bancos prestam à maioria de consórcios, com foco na eficiência e solidez das adminis-
seu público. Os segmentos mais específicos de merca- tradoras e cumprimento da regulamentação específica.
do chamamos de PRIVATE ou Alta Renda, que costu-
mam ter seus produtos e serviços customizados. Para INVESTIMENTOS E SEGUROS, CAPITALIZAÇÃO
o segmento de varejo, temos produtos padronizados e
amplos, como explicitaremos mais à frente. Sistema de Seguros Privados: O Subsistema
As operações de tesouraria são nada mais nada Normativo
menos que as operações administrativas de manu-
tenção de numerário (dinheiro físico) nas agências, e Dentro do sistema de seguros privados, nós temos,
a guarda ou custódia de garantias das operações de assim como no sistema financeiro que vimos anterior-
crédito ou de valores de terceiros, como penhores de mente, uma estrutura composta por órgão normativo,
joias e metais preciosos. entidade supervisora e operadores.
Confira alguns produtos de varejo bancário abaixo. Nesse sistema, nós temos como órgão normativo
o Conselho Nacional de Seguros Privados, o CNSP,
CONSÓRCIOS responsável por fixar as diretrizes e normas da políti-
ca de seguros privados. Ele é composto pelo Ministro
O Sistema de Consórcios se destina a propiciar o da Economia (Presidente), pelo Superintendente da
acesso de integrantes de grupos de consórcio ao con- Superintendência de Seguros Privados e pelos repre-
sumo de bens e serviços. O sistema é constituído por sentantes do Ministério da Justiça, da Secretaria da
administradoras de consórcio e por grupos de consór- Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da
cio e é regulamentado pela Lei nº 11.795, de 8 de outu- Comissão de Valores Mobiliários.
bro de 2008. São algumas atribuições do CNSP, de acordo com o
Consórcio são pessoas naturais e jurídicas que se Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966:
reúnem, com prazo definido e número de cotas pre-
viamente determinado, por meio de uma adminis- z fixar diretrizes e normas da política de seguros
tradora de consórcio, com a finalidade de propiciar a privados;
seus integrantes, de forma isonômica, a aquisição de z regular a constituição, organização, funcionamen-
bens ou serviços, através de autofinanciamento. to e fiscalização dos que exercem atividades subor-
A administradora de consórcios é a pessoa jurídica dinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados,
que presta serviços e tem objeto social principal vol- bem como a aplicação das penalidades previstas;
tado à administração de grupos de consórcio, consti- z fixar as características gerais dos contratos de
tuída sob a forma de sociedade limitada ou sociedade seguro, previdência privada aberta, capitalização
anônima. e resseguro;
z estabelecer as diretrizes gerais das operações de
No sistema de consórcios, os grupos têm patrimô- resseguro;
nio próprio e são independentes entre si, de modo z conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do
que os recursos de um grupo não podem ser trans- IRB;
feridos para outro nem se confundem com o patri- z prescrever os critérios de constituição das Socie-
mônio das administradoras. Além disso, o interesse dades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de
do grupo de consórcio prevalece sobre o interesse Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com
individual do consorciado. fixação dos limites legais e técnicos das respectivas
A adesão de um consorciado a um grupo de consór- operações;
cio se dá mediante assinatura de contrato de parti- z disciplinar a corretagem do mercado e a profissão
cipação. Nesse contrato, devem estar previstos os de corretor.
direitos e os deveres das partes, tais como a descri-
ção do bem a que o contrato está referenciado e seu
Para auxiliar o CNSP, foi criada a SUSEP (Superin-
respectivo preço (que será adotado como referência
tendência de Seguros Privados), que é a autarquia
para o valor do crédito e para o cálculo das parce-
las mensais do consorciado).
responsável pelo controle e fiscalização dos mercados
O contrato de participação em grupo de consórcio, de seguro, previdência privada aberta, capitalização
por adesão, poderá ter como referência um bem e resseguro. A autarquia, vinculada ao Ministério da
móvel, um bem imóvel ou um serviço de qualquer Economia, foi criada pelo Decreto-Lei nº 73, de 21
natureza. de novembro de 1966, e sua missão é desenvolver os
Os bens móveis podem ser dos seguintes mercados supervisionados, assegurando sua estabili-
subsegmentos: dade e os direitos do consumidor.
� veículos pesados e outros; Portanto, são atribuições da SUSEP:
� automóveis (incluindo utilitários e caminhonetes);
� motocicletas (incluindo motonetas, ciclomotores, z fiscalizar a constituição, organização, funciona-
triciclos e quadriciclos); mento e operação das Sociedades Seguradoras, de
� outros bens móveis duráveis (eletroeletrônicos Capitalização, Entidades de Previdência Privada
e eletrodomésticos, incluindo móveis e mobílias) Aberta e Resseguradores, na qualidade de execu-
130 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2020). tora da política traçada pelo CNSP;
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z atuar no sentido de proteger a captação de pou- Prazo de Carência: é o período em que o subscri-
pança popular que se efetua através das operações tor não pode solicitar o resgate da capitalização, mes-
de seguro, previdência privada aberta, de capitali- mo com perdas. Esse prazo é máximo de 24 meses
zação e resseguro; em qualquer modalidade.
z zelar pela defesa dos interesses dos consumidores Quanto à forma de pagamento, ela pode ser por
dos mercados supervisionados; mês (PM) — é um título que prevê um pagamento a
z promover o aperfeiçoamento das instituições e dos cada mês de vigência do título; por período (PP) —
instrumentos operacionais a eles vinculados, com é um título em que não há correspondência entre
vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Segu- o número de pagamentos e o número de meses de
ros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; vigência do título; ou por pagamento único (PU) — é
z promover a estabilidade dos mercados sob sua um título em que o pagamento é realizado uma úni-
jurisdição, assegurando sua expansão e o funcio- ca vez, tendo sua vigência estipulada na proposta
namento das entidades que neles operem; (no mínimo 12 meses).
z zelar pela liquidez e solvência das sociedades que
integram o mercado;
z disciplinar e acompanhar os investimentos daque- Importante!
las entidades, em especial os efetuados em bens
garantidores de provisões técnicas; Note que nem sempre os prazos de vigência e
z cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e pagamento vão coincidir, mas o prazo de paga-
exercer as atividades que por este forem delegadas; mento jamais será maior que o prazo de vigên-
z prover os serviços de Secretaria Executiva do cia; no máximo, pode ser igual ao de vigência,
CNSP. mas nunca maior!
O Subsistema Operador do Sistema de Seguros
Privados Já as modalidades são:

As instituições a seguir são subordinadas ao CNSP Modalidade tradicional: define-se como Moda-
e à SUSEP, que regulamentam seu funcionamento e lidade Tradicional o Título de Capitalização que tem
fiscalizam suas atuações neste mercado. por objetivo restituir ao titular, ao final do prazo de
vigência, no mínimo, o valor total dos pagamentos
z Sociedades de Capitalização efetuados pelo subscritor, desde que todos os paga-
mentos previstos tenham sido realizados nas datas
Constituídas sob a forma de sociedades anônimas programadas. Deve possuir prazo de vigência míni-
que negociam contratos (títulos de capitalização), têm mo de 12 meses, e ter carência mínima de 30 dias
por objeto o depósito periódico de prestações pecu- para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
niárias pelo contratante, o qual terá, depois de cum- Modalidade Compra-Programada: define-se
prido o prazo contratado, o direito de resgatar parte como Modalidade Compra-Programada o Título de
dos valores depositados corrigidos por uma taxa de Capitalização em que a sociedade de capitalização
juros estabelecida contratualmente. Pode conferir, garante ao titular, ao final da vigência, o recebimen-
ainda, quando previsto, o direito de concorrer a sor- to do valor de resgate em moeda corrente nacional,
teios de prêmios em dinheiro. sendo disponibilizada ao titular a faculdade de optar,
se este assim desejar e sem qualquer outro custo,
„ O Título de Capitalização (Circular 576, de pelo recebimento do bem ou serviço referenciado na
2018)
ficha de cadastro, subsidiado por acordos comerciais
celebrados com indústrias, atacadistas ou empresas
É um produto em que parte dos pagamentos
comerciais. Devem ser estruturados na forma PM (Por
realizados pelo subscritor(adquirente) é usada
Mês) ou PP (Por Período), possuir prazo de vigência
para formar um capital mínimo, segundo cláusulas
mínimo de 6 meses, e mínimo de 30 dias de carência
e regras aprovadas e mencionadas no próprio título
para resgate e remuneração mínima de 0,35% AM.
(Condições Gerais do Título), que será pago em moe-
Modalidade Popular: define-se como Modalidade
da corrente nacional em um prazo máximo esta-
Popular o Título de Capitalização que tem por objeti-
belecido no contrato, dando também ao adquirente/
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

subscritor o direito de participação em sorteios. vo propiciar a participação do titular em sorteios, sem


Os prazos dos títulos de capitalização são: que haja devolução integral dos valores pagos. Tem
Prazo de Pagamento: é o período durante o qual vigência mínima de 12 meses, carência mínima de 60
o subscritor se compromete a efetuar os pagamentos dias para resgate e remuneração mínima de 0,16% AM.
que, em geral, são mensais e sucessivos. Outra possi- A Tele Sena é um ótimo exemplo desta modalidade.
bilidade, como colocada acima, é a de o título ser de Modalidade Incentivo: entende-se por Modalida-
Pagamento Periódico (PP) ou de Pagamento Único de Incentivo o Título de Capitalização que está vincu-
(PU). lado a um evento promocional de caráter comercial
Prazo de Vigência: é o período durante o qual o instituído pelo Subscritor para alavancar as vendas de
Título de Capitalização está sendo administrado pela seus produtos ou serviços ou para fidelizar seus clien-
Sociedade de Capitalização, sendo o capital relativo ao tes. O subscritor, nesse caso, é a empresa que compra
título, em geral, atualizado monetariamente pela TR e o título e o cede total ou parcialmente (somente o
capitalizado pela taxa de juros informada nas Condi- direito ao sorteio) aos clientes consumidores do pro-
ções Gerais. É o prazo que compreende o início e o fim duto utilizado no evento promocional. Tem prazo de
do título, ou seja, o prazo em que o cliente ou subscri- vigência mínimo de 60 dias, prazo de 60 dias de carên-
tor concorre aos sorteios. cia para resgate e remuneração mínima de 0,16% AM. 131
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Modalidade de Instrumento de Garantia: per- PREVIDÊNCIA E POUPANÇA
mite que o título de capitalização seja utilizado como
uma garantia ou caução. Com isso, o título de capita- Entidades abertas de Previdência Complementar
lização passa a ser uma alternativa ao seguro garan-
tia e à fiança em locação ou obrigação com terceiros. Entidades Abertas de Previdência Complementar
O título só poderá ser resgatado pelo terceiro, caso o são entidades constituídas unicamente sob a forma de
contrato seja quebrado pelo subscritor/adquirente do sociedades anônimas, que têm por objetivo instituir e
título, dessa forma não se fala de carência para res- operar planos de benefícios de caráter previdenciá-
gate. O subscritor/adquirente poderá resgatar o títu- rio, concedidos em forma de renda continuada, paga-
lo durante a vigência, entretanto, só poderá fazê-lo
mentos por períodos determinados ou pagamentos
com a anuência do terceiro. A vigência mínima é de 6
únicos, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.
meses e remuneração mínima, de 0,35% AM.
Modalidade de Filantropia Premiável: é um
z Os Planos de Previdência Complementar Abertos
instrumento para que entidades beneficentes de assis-
tência social angariem recursos. Nessa modalidade, o
direito de resgate do valor do título de capitalização é Os planos são comercializados por bancos e segu-
cedido para a entidade beneficente, permanecendo o radoras, e podem ser adquiridos por qualquer pessoa
cliente apenas com o direito de participar de sorteios. física ou jurídica. O órgão do governo que fiscaliza e
Só pode ser estruturada na forma PU (pagamento úni- dita as regras dos planos de Previdência Privada é a
co), com vigência mínima de 60 dias, para resgate ape- SUSEP, que é ligada ao Ministério da Economia.
nas após 60 dias contados da aplicação e remuneração Os dois planos mais comuns são PGBL (Plano Gerador
mínima de 0,16% AM. de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício
Vale destacar, ainda, a Categoria Instantânea, Livre). São planos previdenciários que permitem que
que não é modalidade: a famosa raspadinha agora você acumule recursos por um prazo contratado. Duran-
pode ser atrelada a título de capitalização. Este pro- te esse período, o dinheiro depositado vai sendo investido
cedimento já era feito há anos no Brasil, mas não era e rentabilizado pela seguradora ou banco escolhido.
regulamentado pela SUSEP, o que mudou após a publi- Tanto no PGBL como no VGBL, o contratante passa
cação da Circular n° 569, de 2018. por duas fases: o período de investimento e o período de
benefício. O primeiro normalmente ocorre quando esta-
Como é Estruturado um Título de Capitalização? mos trabalhando e/ou gerando renda. Esta é a fase de for-
mação de patrimônio. Já o período de benefício começa
Os títulos de capitalização são estruturados com a partir da idade que você escolhe para começar a des-
prazo de vigência igual ou superior a 12 meses e em frutar do dinheiro acumulado durante anos de trabalho.
séries cujo tamanho deve ser informado no próprio
A maneira de recebimento dos recursos é você quem
título, sendo, no mínimo, de 10.000 títulos. Por exem-
escolhe. É possível resgatar o patrimônio acumulado e/
plo, uma série de 100.000 títulos poderá ser adquirida
ou contratar um tipo de benefício (renda) para passar a
por até 100.000 clientes diferentes, que são regidos
pelas mesmas condições gerais e, se for o caso, con- receber, mensalmente, da empresa seguradora.
correrão ao mesmo tipo de sorteio. É importante lembrar que tanto o período de
O título prevê pagamentos a serem realizados pelo investimento quanto o período de benefício não preci-
subscritor. Cada pagamento apresenta, em geral, três sam ser contratados com a mesma seguradora. Desta
componentes: forma, uma vez encerrado o período de investimento,
Cota de Capitalização: parte que é destinada a o participante fica livre para contratar uma renda na
acumulação do capital, corrigida monetariamente por instituição que escolher.
um índice fixado no contrato. Deve ser maior que as
demais cotas. Na modalidade PU, a cota de capitaliza- z Diferença Entre PGBL e VGBL
ção mínima varia de 50% a 70% do valor do título. Nas
modalidades PP e PM, a cota de capitalização mínima A principal distinção entre eles está na tributação.
vai de 10%, nos três primeiros meses, a 70% a partir No PGBL, você pode deduzir o valor das contribuições
do 4º mês. da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limi-
Cota de Sorteio: parte destinada ao pagamento te de 12% da sua renda bruta anual. Assim, poderá
dos prêmios aos sorteados. reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua
Cota de Carregamento: parte destinada às despe- restituição de IR. Vamos supor que um contribuinte
sas administrativas da sociedade de capitalização com tenha um rendimento bruto anual de R$ 100 mil. Com
a administração do título.
o PGBL, ele poderá declarar ao Leão R$ 88 mil. O IR
Os valores dos pagamentos são fixos? Nos títu-
sobre os R$ 12 mil restantes, aplicados em PGBL, só
los com vigência igual a 12 meses, os pagamentos são
será pago no resgate desse dinheiro. Mas atenção: esse
obrigatoriamente fixos. Já nos títulos com vigência
benefício fiscal só é vantajoso para aqueles que fazem
superior, é facultada a atualização dos pagamentos, a
cada período de 12 meses, por aplicação de um índice a declaração do Imposto de Renda pelo formulário
oficial estabelecido no próprio título. completo e são tributados na fonte.
O resgate é sempre inferior ao valor total que Para quem faz declaração simplificada ou não é
foi pago? Não. Alguns títulos possuem, ao final do pra- tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é ideal.
zo de vigência, um percentual de resgate igual ou até Ele é indicado também para quem deseja diversificar
mesmo superior a 100%. Isto é, se fosse, por exemplo, seus investimentos ou para quem deseja aplicar mais
100%, significaria que o titular receberia ao final do de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto por-
prazo de vigência, tudo o que pagou, além da atuali- que, em um VGBL, a tributação acontece apenas sobre
132 zação monetária, que é o caso do produto Tradicional. o ganho de capital.
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Dica
É possível realizar a portabilidade entre os planos VGBL e PGBL?
A resposta é não! A portabilidade só é permitida entre planos do mesmo segmento, isto é, entre planos de
previdência complementar aberta (PGBL para PGBL), ou entre planos de seguro de vida com cobertura por
sobrevivência (VGBL para VGBL).6

Os planos denominados PGBL e VGBL, durante o período de diferimento, terão como critério de remunera-
ção da provisão matemática de benefícios a conceder, a rentabilidade da carteira de investimentos do Fundo de
Investimentos Exclusivo (FIE), instituído para o plano, ou seja, durante o período de diferimento não há garan-
tia de remuneração mínima, ou seja, pode render negativo.

PGBL OU VGBL
COMO AVALIAR OS DOIS TIPOS DE PLANOS DE PREVIDÊNCIA

PGBL X VGBL

Abatimento das contribuições no Durante o período de acumulação,


Imposto de renda (até o limite de os recursos aplicados estão isentos
12% da Renda Bruta anual) durante de tributação sobre os rendimentos.
Tratamento Fiscal
o período de acumulação. Sobre os Somente no momento do recebimen-
valores de resgate e rendas haverá a to da renda ou resgate haverá a inci-
incidência de tributação dência de Imposto de Renda

Para quem é isento, declara Imposto


Mais atraente para quem declara
de Renda simplificado ou tem previ-
Importo de Renda completo, podendo
Para Quem É Indicado dência complementar e/ou já abate
aproveitar o abatimento da Renda
o limite máximo de 12% da renda
Bruta anual na fase de contribuição
bruta anual

Fonte: Conde Consultoria Atuarial

Os planos de Previdência Privada cobram dois tipos de taxa que devem ser observados na hora da contratação:
a taxa de administração financeira e a taxa de carregamento.
A taxa de administração financeira é cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro do fundo de investimen-
to exclusivo, criado para o seu plano, e pode variar de acordo com as condições comerciais do plano contratado.
Os que têm fundos com investimentos em ações, por serem mais complexos, normalmente têm taxas um pouco
maiores do que aqueles que investem apenas em renda fixa.
Importante: a taxa de administração financeira é cobrada diariamente sobre o valor total da reserva e a ren-
tabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já debitado.
A taxa de carregamento incide sobre cada depósito que é feito no plano. Ela serve para cobrir despesas de
corretagem e administração. Na maioria dos casos, a cobrança dessa taxa não ultrapassa 5%, sendo o máximo
autorizado pela SUSEP de 10%, sobre o valor de cada contribuição que você fizer. No mercado, há três formas de
taxa de carregamento, dependendo do plano contratado. São elas:

„ Antecipada: incide no momento do aporte. Esta taxa é decrescente em função do valor do aporte e do mon-
tante acumulado. Ou seja, quanto maior o valor do aporte ou quanto maior o montante acumulado, menor
será a taxa de carregamento antecipada;
„ Postecipada: incide somente em caso de portabilidade ou de resgates. É decrescente em função do tempo
de permanência no plano, podendo chegar a zero. Ou seja, quanto maior o tempo de permanência, menor
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

será a taxa;
„ Híbrida: a cobrança ocorre tanto na entrada (no ingresso de aportes ao plano) quanto na saída (na ocor-
rência de resgates ou portabilidades). Como você pode ver, existem produtos que extinguem a cobrança
dessa taxa após certo tempo de aplicação. Outros atrelam esse percentual ao saldo investido: quanto maior
o volume aplicado, menor a taxa. Nos dois casos, não deixe de pesquisar antes de escolher seu plano de
previdência.

z Alíquotas do Imposto de Renda (IR)

A alíquota do imposto de renda serve para tributar a renda que você receberá ao final do plano quando for
gozar o benefício de forma parcelada ou de uma única vez. Isso porque a receita federal também fiscaliza essa
parcela do seu dinheiro. Logo, essa alíquota pode ser cobrada de duas formas de acordo com a escolha do cliente.
6 Disponível em: http://www.susep.gov.br/menu/informacoes-ao-publico/planos-e-produtos/previdencia-complementar-aberta#duvidasfaq.
Acesso em: 24 nov. 2022. 133
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z A Alíquota Progressiva Poupança

Esta forma de tributação é ideal para quem não A poupança nada mais é que um tipo de conta ban-
declara imposto de renda ou se declara como isento, cária que permite ao usuário guardar seu dinheiro. A
pois o imposto cobrado na previdência no momento maioria dos bancos tradicionais oferecem essa ferra-
do resgate será de 15%, independentemente do prazo. menta financeira aos seus clientes. Em alguns casos,
Entretanto, caso sua renda passe a ser tributável, ou seja, ela é até aberta junto da conta corrente.
você passe a ganhar o suficiente para pagar imposto de Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas podem
renda, a tributação que era 15% passa a acompanhar a ter uma conta poupança. Ela tem algumas caracte-
tributação do seu salário, e, quando você efetuar o res- rísticas interessantes, entre elas segurança, isenção
gate, terá de fazer um ajuste no seu IR para mais ou para do Imposto de Renda e liquidez diária — ou seja, o
menos, a depender o valor do seu salário e da alíquo- dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento.
ta cobrada. Por isso, o nome Progressiva, pois aumenta A poupança também pode ser entendida como
conforme seu salário progride. Veja um exemplo: uma modalidade de investimentos. Basicamente, o
titular da conta deposita dinheiro nela e recebe um
„ Ganho 10 mil reais por ano, portanto não pre- percentual mensal, como o juros da aplicação.
ciso declarar imposto de renda. Se eu declarar
que não preciso pagar imposto, logo, minha PRINCIPAIS MODALIDADES DE CRÉDITO
previdência está sujeita ao imposto de 15%.
Quando eu efetuar o resgate e for cobrado o Para a prova, considere mercado de crédito tudo
imposto, como não devo pagar o IR, posso rece- o que for relacionado a crédito. Entretanto, vamos
ber o valor cobrado de volta como restituição. salientar os tipos que a banca organizadora mais gos-
No entanto, se ganho 70 mil reais por ano, logo, ta de cobrar. Lembrando que, quando uma instituição
devo declarar IR e devo pagar imposto, ou financeira está liberando recursos, ela se encontra na
este pode ser retido no meu salário pelo meu posição ativa, ou seja, está liberando dinheiro para
empregador, se eu for assalariado. Para quem um deficitário e este deficitário deverá devolver o
ganha 70 mil reais por ano, o imposto devido é recurso ao banco, acrescentando uma taxa de juros
de 27,5%, ou seja, minha previdência sairá de pactuada entre as partes. Veja quais são as principais
uma porcentagem de 15% para uma de 27,5%. operações ativas.
Dessa forma, o imposto pago será a mais e não
haverá nenhum ganho a título de restituição. CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR

Por isso, essa forma de tributação deve ser esco- Essa modalidade de crédito é a mais comum, pois
lhida com cuidado e considerando que, se sua renda é direcionada para diversas áreas, como: automático,
subir demais, você pagará mais imposto. turismo, salário/consignação (30% da renda, debita-
do do contracheque) e o CDC para bens de consumo
z A Alíquota Regressiva duráveis: carros, motos etc.
Admite garantias reais ou fidejussórias, ou até
Essa alíquota indica que o imposto será cobrado na mesmo pode ocorrer sem garantias.
forma inversa da Progressiva, ou seja, começará alto, Importante dizer que existe, ainda, o CDC-I (Cré-
em 35%, e terminará em 10% ao final de dez anos. Ou dito Direto ao Consumidor com Interveniência), que é
seja, a alíquota reduz com o tempo. Logo, esta modali- realizado quando o vendedor é o fiador ou avalista do
dade é mais indicada para aqueles que desejam ficar no cliente na operação, ou seja, o banco fornece crédito
plano de previdência por muito tempo, e que queiram ao cliente, pois o vendedor está assumindo o risco da
utilizar a aplicação como benefício futuro de aposenta- operação junto ao banco, para que este libere o recur-
doria. É indicada para aqueles clientes que estão pen- so parcelado ao cliente.
sando a longo prazo. Deve, também, ser escolhida com
atenção, pois esta escolha entre progressiva ou regres- Hot Money
siva é irretratável, ou seja, você não pode mudar.
Inicialmente, é uma aplicação financeira de cur-
to prazo, com alta rentabilidade, onde investidores
Importante! estrangeiros trazem recursos para o Brasil para se
beneficiar de taxas de juros altas e de curtos prazos.
Existe a possibilidade de troca de regime tributá-
Quando já obtiveram ganhos ou quando a condição
rio de Progressivo para Regressivo, e isto encon- das taxas começa a ficar desfavorável, esses investido-
tra amparo na Lei nº 11.053. Embora a lei não
res retiram seu capital rapidamente do país, causando
seja muito clara, ela faz menção ao fato de que
o cliente que tenha uma previdência na modali- uma turbulência econômica, que estudaremos mais à
dade tributária progressiva, possa migrar para a frente no mercado de câmbio. Trazido para o Brasil,
alíquota regressiva, mas isso só pode ser feito ganhou fama por ser uma linha de crédito destinada
uma única vez e é irreversível. a Pessoas Jurídicas.
Da mesma forma, em 2015 a SUSEP e a PREVIC O prazo é de 1 até 29 dias, mas normalmente se
assinaram um acordo para que fosse possível contrata por até 10 dias e o objetivo é sanar proble-
a migração entre previdência complementar mas momentâneos de fluxo de caixa. É adaptável
aberta para fechada e vice-versa, entretanto às mudanças bruscas nas taxas de juros por ter
o acordo não especifica como e em que termo como principal característica o curto prazo.
essa migração é feita, ficando clara apenas a
autorização para migração.
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Vendor Finance um adiantamento no valor referente àquele títu-
lo. O banco cobra uma taxa de juros que diminui
É uma operação de financiamento de vendas do valor de face do título um determinado valor,
baseadas no princípio da cessão de crédito, que per- exemplo: o banco irá cobrar R$ 200,00 pela ante-
mite a uma empresa vender seu produto a prazo e cipação. Logo, o banco faz o crédito na conta do
receber o pagamento à vista. cliente no valor de R$ 800,00. O banco fica com
A operação de Vendor supõe que a empresa com- a custódia do papel, e quando o devedor pagar o
pradora seja cliente tradicional da vendedora, pois título, o banco ficará com o valor de R$ 1.000,00.
será esta que irá assumir o risco do negócio junto Lucrando, assim, R$ 200,00 na operação.
ao banco.
A empresa vendedora transfere seu crédito ao Esses títulos podem ser boletos, cartões de cré-
banco e este, em troca de uma taxa de intermedia- dito, cheques pré-datados, duplicatas e notas
ção, paga o vendedor à vista e financia o comprador. promissórias.
A principal vantagem para a empresa vendedora é Quando falamos de desconto de duplicatas, che-
a de que, como a venda não é financiada diretamente ques ou notas promissórias, temos alguns detalhes:
por ela, a base de cálculo para a cobrança de impostos, caso os títulos não sejam pagos pelo devedor, o banco
comissões de vendas e royalties, no caso de licença de tem direito de regresso contra o credor, ou cedente.
fabricação, torna-se menor.
Ou seja, se o devedor não pagar, o banco vai atrás
É uma modalidade de financiamento de vendas
do cliente (credor) para que este efetue o pagamento.
para empresas na qual quem contrata o crédito é o
vendedor, mas quem paga é o comprador. Assim, as
Leasing ou Arrendamento Mercantil (Resolução CMN
empresas vendedoras deixam de financiar os clientes,
n° 2.977, de 2022)
elas próprias, e, dessa forma, param de recorrer aos
empréstimos de capital de giro nos bancos ou aos seus
recursos próprios para não se descapitalizarem e/ou Principal produto das Sociedades de Arrendamento
pressionarem seu caixa. Mercantil (S.A.M.) e Bancos múltiplos com a carteira de
Como em todas as operações de crédito, ocorre a arrendamento mercantil, o leasing é um contrato deno-
incidência do IOF, sobre o valor do financiamento, minado na legislação brasileira como “arrendamento
que é calculado proporcionalmente ao período do mercantil”. As partes desse contrato são denominadas
financiamento. “arrendador” e “arrendatário”, conforme sejam, de um
A operação é formalizada com a assinatura de um lado, um banco ou sociedade de arrendamento mercan-
convênio, com direito de regresso entre o banco e a til (o arrendador) e, de outro, o cliente (o arrendatário).
empresa vendedora (fornecedora), e de um Contrato O objeto do contrato é a aquisição, por parte do
de Abertura de Crédito entre as três partes (empresa arrendador, de um bem escolhido pelo arrendatá-
vendedora, banco e empresa compradora). rio para sua utilização. O arrendador é, portanto, o
proprietário do bem, sendo que a posse e o usufru-
Compror Finance to, durante a vigência do contrato, são do arrendatá-
rio. Reside, aí, a principal vantagem do leasing, pois
Existe uma operação inversa ao Vendor, denomi- o arrendatário que irá usar o bem, o utilizará sem
nada Compror, que ocorre quando pequenas indús- necessariamente ter sua propriedade. Isso, em um
trias vendem para grandes lojas comerciais. Neste financiamento comum, não seria possível, pois o
caso, em vez de o vendedor (indústria) ser o fiador cliente estaria comprando o bem e não apenas alugan-
do contrato, o próprio comprador é que funciona do. Desta forma o leasing é um serviço e por isso não
como tal. incide sobre suas operações o IOF, mas, sim, sobre o
Trata-se, na verdade, de um instrumento que Imposto Sobre Serviço (ISS).
dilata o prazo de pagamento de compra sem envol-
ver o vendedor (fornecedor). O título a pagar funcio- BEM OBJETO DO LEASING
na como “lastro” para o banco financiar o cliente, que
irá lhe pagar em data futura pré-combinada, acresci-
do de juros e IOF, sem incidência imediata da CPMF Arrendador (Banco) Arrendador (Cliente)
no empréstimo. Como o Vendor, este produto também Proprietário Usuário
exige um contrato-mãe definindo as condições bási-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Deve vender o bem após o fim


cas da operação que será efetivada a partir do envio Pode optar por ficar com o
do contrato caso o cliente não
ao banco dos contratos-filhos, com as planilhas dos adquira no final
bem no final
dados dos pagamentos que serão financiados.

Adiantamentos ou Descontos O contrato de arrendamento mercantil pode pre-


ver ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do
Consistem, basicamente, em adiantar, ao cliente bem de propriedade do arrendador. Esta opção deve
ou credor, um valor referente a um crédito que este ser indicada no momento da contratação.
receberá somente em uma data futura. Logo, aquele Caso o cliente deseje ficar com o bem no final, deve-
crédito já contará no caixa do cliente ou da empre- rá pagar ao Arrendador o Valor Residual Garantido
sa. O banco cobra uma taxa de juros, que diminui do (VRG), que nada mais é do que um valor de mercado
valor de face do título, ou valor nominal. do bem. Este VRG pode ser diluído nas parcelas do alu-
guel durante todo o contrato, se assim for pactuado.
z Exemplo: um cliente possui um título, que tem No entanto, em determinadas modalidades não existe
valor de face, valor escrito, de R$ 1.000,00. De pos- a cobrança do VRG, como veremos mais à frente.
se desse título, o cliente vai até o banco e solicita Duas das principais vantagens do leasing são: 135
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z a não incidência de IOF, e sim de ISS, o que torna a operação mais barata;
z a possibilidade, para as Pessoas Jurídicas, de deduzir do Imposto de Renda como despesa operacional as
parcelas do leasing.

Como nos empréstimos normais, é possível quitar o leasing antes do prazo definido no contrato. Caso a
quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos na legislação e na regulamentação, o contrato não perde as
características de arrendamento mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos mínimos estipulados, o contra-
to perde sua caracterização legal de arrendamento mercantil e a operação passa a ser classificada como de compra e
venda a prazo.
Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências legais e contratuais que essa descaracterização pode
acarretar.
As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas modalidades: leasing financeiro e
leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro, o prazo é usualmente maior e o arrendatário
tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor preestabelecido (VRG, que só será pago ao final do contrato).

QUADRO RESUMO

– Leasing Financeiro Leasing Operacional

Prazo mínimo de dura- 2 anos para bens com vida útil < 5 anos
90 dias
ção do leasing 3 anos para bens com vida útil > 5 anos

Valor residual garantido


Permitido Não permitido
— VRG*

Pactuada no início do contrato, normalmente


Opção de compra Conforme valor de mercado
igual ao VRG

Por conta do arrendatário ou da


Manutenção do bem Por conta do arrendatário (cliente)
arrendadora

Total dos pagamentos, incluindo VRG, deverá


O somatório de todos os pagamentos
garantir à arrendadora o retorno financeiro da
Pagamentos devidos no contrato não poderá exce-
aplicação, incluindo juros sobre o recurso em-
der 90% do valor do bem arrendado
pregado para a aquisição do bem

* Valor pré-fixado no contrato para exercer a opção de compra (Fonte: Banco Central)7

Observação: os bens que podem ser arrendados são móveis ou imóveis, nacionais ou estrangeiros. Para os
estrangeiros, é necessário que estejam em uma lista elaborada pelo CMN.

z Características das Modalidades de Leasing

„ Leasing financeiro: as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos pela arren-
datária, devem ser suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazo
contratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos; as despesas
de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado ficam por
responsabilidade da arrendatária; o preço para o exercício da opção de compra deve ser livremente pac-
tuado, podendo, inclusive, ter o valor de mercado do bem arrendado;
„ Leasing operacional: as contraprestações a serem pagas pela arrendatária devem contemplar o custo de
arrendamento do bem e os serviços inerentes a sua colocação à disposição da arrendatária, não podendo o
valor presente dos pagamentos ultrapassar 90% do “custo do bem”; o prazo contratual deve ser inferior a
75% do prazo de vida útil econômica do bem; o preço para o exercício da opção de compra deve ser o valor
de mercado do bem arrendado; não deve haver previsão de pagamento de valor residual garantido (VRG).

z Sale and Leaseback (Apenas Para Bens Imóveis)

Tipo de leasing em que o dono de um imóvel o vende para uma Sociedade de Arrendamento e, no mesmo con-
trato, a Sociedade arrenda o bem para o vendedor, entretanto esta modalidade só é possível no leasing financeiro
e só para Pessoas Jurídicas. Os bancos múltiplos com carteira de investimentos, de desenvolvimento ou crédito
imobiliário, bancos de desenvolvimento, caixa econômica e sociedades de crédito imobiliário também podem
contratar para si esta modalidade.

Importante!
Os bens objetos de arrendamento mercantil (leasing) não podem ser arrendados ao próprio fabricante do
bem, ou seja, a EMBRAER, que fabrica aviões no Brasil, não pode arrendar seus aviões para si própria.

136 7 Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/soc_arrend_merc.asp?frame=1. Acesso em: 25 nov. 2022.


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CRÉDITOS ROTATIVOS

Os créditos rotativos nada mais são do que operações em que o devedor pode reutilizar o valor liberado pelo
banco sempre que liquidar a operação anterior.

Conta Garantida

Caracteriza-se por um valor disponibilizado pelo banco em uma conta que não tem livre movimentação, a
qual o cliente só poderá movimentar por cheque ou transferência. Resumindo, caso o cliente não tenha fundos na
sua conta corrente de livre movimentação, a conta garantida cobre a emissão de cheques e outros compromissos,
desde que haja aviso prévio do pedido de movimentação, além da provável exigência de garantias para a libera-
ção do recurso solicitado.

Cheque Especial

Crédito de caráter rotativo que se destina a cobrir emissão de cheques de clientes PF ou PJ que não tenham
saldo disponível em sua conta. Estes valores ficam disponíveis para o cliente movimentá-los com seus cheques,
cartões, TED e DOC. Os juros são mensais e não há necessidade de amortização mensal do saldo devedor, bastando
o cliente pagar os juros e IOF do período utilizado.

Dica
Para conta de depósitos à vista, tituladas por pessoas naturais, ou seja, pessoas físicas e por microem-
preendedores individuais (MEI), as taxas de juros remuneratórios cobradas sobre o valor utilizado do cheque
especial estão limitadas a, no máximo, 8% ao mês.

É vedado à instituição financeira impor limite superior a R$ 500,00, se o cliente optar pela contratação de
limite mais baixo. Ou seja, se o cliente disser que quer o menor limite possível, o banco não pode exigir que sejam
500 reais, pode ser menor.
A alteração de limites, quando não realizada por iniciativa do cliente, deve ser feita da seguinte forma:

z No caso de redução, deve ser precedida de comunicação ao cliente, com, no mínimo, trinta dias de antecedência;
z No caso de majoração, ser condicionada à prévia autorização do cliente, obtida a cada oferta de aumento de
limite.

Os limites podem ser reduzidos sem observância do prazo da comunicação prévia, desde que verificada dete-
rioração do perfil de risco de crédito do cliente, conforme critérios definidos na política de gerenciamento do
risco de crédito.

NOÇÕES DE CARTÕES DE CRÉDITO E DÉBITO

Cartão de crédito consiste, basicamente, em uma linha de crédito rotativo, em que o cliente compra com o cartão e
pode pagar de uma só vez ou parcelado. Conforme as faturas são pagas, o crédito vai sendo liberado novamente e pode
ser reutilizado. Cartão de débito é um meio de pagamento que permite fazer compras debitando o valor diretamente da
conta bancária da pessoa. Ele substitui o dinheiro em espécie e os cheques nas compras presenciais e online.
As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regulamen-
tação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos arts. 4º e 10, da
Lei nº 4.595, de 1964. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição
financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Vale lembrar que existem as instituições de pagamento, que nada mais são do que instituições não financeiras que
operam recebendo e processando os pagamentos dos cartões dos clientes. Estas instituições se submetem a regulamen-
tações do CMN e do BACEN.
Hoje, no Brasil, prevalece a Circular n° 3885, de 2018, que exige solicitação de autorização para funcionamento de
instituições de pagamento, que incluem as administradoras de cartões de crédito, apenas se ultrapassarem o parâmetro
de 500 milhões de reais em transações comuns ou 50 milhões em transações pré-pagas.
Dessa forma, não há uma regra que o BACEN autoriza funcionamento de administradoras de cartão, ficando obriga-
tório apenas as que ultrapassarem os parâmetros acima.

TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO

Gerencia conta de pagamento do Exemplo: emissores dos cartões de


Emissor de Moeda Eletrônica tipo pré-paga, na qual os recursos vale-refeição e cartões pré-pagos em
devem ser depositados previamente moeda nacional
137
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TIPOS DE INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO

Gerencia conta de pagamento do Exemplo: instituições não financeiras


Emissor de Instrumento de Paga- tipo pós-paga, na qual os recursos emissoras de cartão de crédito (o
mento Pós-Pago são depositados para pagamento de cartão de crédito é o instrumento de
débitos já assumidos pagamento)

Não gerencia conta de pagamento, Exemplo: instituições que assinam


mas habilita estabelecimentos co- contrato com o estabelecimento
Credenciador
merciais para a aceitação de instru- comercial para aceitação de cartão
mento de pagamento de pagamento

Uma mesma instituição de pagamento pode atuar em mais de uma modalidade (Fonte: bcb.gov.br)

z Tipos de Cartão de Crédito

Existem duas categorias de cartão de crédito: básico e diferenciado. O cartão básico é aquele utilizado
somente para pagamentos de bens e serviços em estabelecimentos credenciados. Já o cartão diferenciado
é aquele que, além de permitir a utilização na sua função clássica de pagamentos de bens e serviços, está asso-
ciado a programas de benefício e/ou recompensas, ou seja, oferece benefícios adicionais, como programas de
milhagem, seguro de viagem, desconto na compra de bens e serviços, atendimento personalizado no exterior etc.
O cartão de crédito básico é de oferecimento obrigatório pelas instituições que emitem cartões de crédito.
Esse cartão básico pode ser nacional ou internacional, mas o valor da anuidade dele deve ser menor do que o
valor da anuidade do cartão diferenciado. Por este motivo, o cartão básico não tem direito a participar de pro-
gramas de recompensas oferecidos pela instituição emissora.
Existem ainda os Retailer Cards, que são cartões de loja que só podem ser usados na rede da loja específica,
por exemplo: Renner e Riachuelo. Esses cartões não estão sobe o controle do Banco Central, uma vez que são tra-
tados com a própria loja e estão limitados apendas a lojas da rede.
Já os Co-Branded Cards, são cartões de crédito que fazem parcerias com outras empresas de grande nome no
mercado como, por exemplo: Itaú LATAM fidelidade; Itaú FIAT, Itaú Marisa. O objetivo é agregar valor ao cartão,
oferecendo descontos e benefícios através do parceiro lojista.
Além dessas classificações, o Banco Central, através da Resolução CMN nº 4.549, adicionou uma outra classifi-
cação quanto ao pagamento dos valores das faturas que são: cartão com rotativo regular e cartão com rotativo
não regular.
O rotativo regular: pagamento apenas do mínimo e sem parcelar o restante, situação de aderência ao crédito
rotativo regular, em que se sujeita o titular do cartão ao pagamento dos juros e dos encargos financeiros previstos
em contrato, sendo vedada a cobrança de juros adicionais punitivos (comissão de permanência).
O rotativo não regular: pagamento de valor inferior ao mínimo, sem parcelamento. O cliente fica inadim-
plente, podendo ser aplicados os procedimentos previstos no contrato para situações de inadimplemento: juros
do crédito rotativo (por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado); multa de
2% sobre o principal; e juros de mora de 1% ao mês.
Importante destacar que o prazo máximo de utilização de crédito rotativo é de 30 dias, até o vencimento da
fatura subsequente.

TARIFAS COBRADAS

Os bancos, através das administradoras de cartões, só podem cobrar 5 tarifas, que são consideradas priori-
tárias, referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: anuidade, emissão de segunda via, tarifa para
uso na função de saque (nacional ou internacional), para uso do cartão no pagamento de contas e no pedido
de avaliação emergencial do limite de crédito.
Podem ser cobradas, ainda, tarifas pela contratação de serviços de envio de mensagem automática, relativas
à movimentação ou lançamento na conta de pagamento vinculada ao cartão de crédito, pelo fornecimento de
plástico de cartão de crédito em formato personalizado, e pelo fornecimento emergencial de segunda via.
Esses serviços são considerados “diferenciados” pela regulamentação.
Todas essas tarifas devem estar previstas em contrato e são cobradas exclusivamente pela administradora do
cartão.
Atenção: atualmente não existe valor mínimo para pagamento de fatura de cartão de crédito, ficando as ins-
tituições financeiras livres para decidir sobre esse valor.
Vale destacar que, caso o cliente não pague a fatura por completo, o saldo devedor será financiado pelo Banco
e não pela administradora do cartão, e cabe ao Banco oferecer ao cliente opções de parcelamento alternativas
mais baratas que os juros cobrados no rotativo do cartão. Da mesma forma, caso o cliente queira parcelar uma
fatura, por ser incapaz de efetuar o pagamento total, quem parcelará será o Banco e não a administradora do
cartão, por determinação do BACEN.

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Na verdade, os financiamentos são feitos por ban- O portador do Cartão BNDES poderá comprar
cos, pois administradoras de cartão de crédito são exclusivamente os itens expostos no Portal de Ope-
proibidas de financiar seus clientes. Nesses casos, rações do Cartão BNDES (www.cartaobndes.gov.br)
o detentor do cartão de crédito aparecerá no SCR
por fornecedores previamente credenciados.
como cliente do banco, que é o real financiador da
Confira quais são as 6 Instituições financeiras
operação intermediada pela administradora de
emissoras atuais do Cartão BNDES:
cartão de crédito.8

Com base nisto que aprendemos, é bom saber que,


para que o cartão funcione, é preciso uma estrutura
completa de instituições financeiras, credenciadores,
bandeiras e estabelecimentos. Mas quem é quem?

z Instituições Financeiras ou Emissor: é o banco


ou uma instituição não bancária que fornece o
cartão de crédito e/ou débito para o cliente (titular
do cartão). É quem se relaciona com o titular do
cartão, estabelecendo os limites de crédito, envian-
do o cartão para utilização, emitindo as faturas e
aprovando as compras realizadas nas lojas;
z Credenciador: responsável pela filiação dos
estabelecimentos comerciais para uso de cartões
nas operações de venda. É responsável pelo for-
necimento e manutenção dos equipamentos de
captura, a transmissão dos dados das transações
As condições financeiras em vigor são:
eletrônicas e os créditos em conta corrente do esta-
belecimento comercial;
z Limite de crédito de até R$ 2 milhões por car-
z Estabelecimento Credenciado: empresa de qual-
quer porte, incluindo o empreendedor individual tão, por banco emissor;
ou profissional autônomo que aceita o sistema de z Prazo de parcelamento de 3 a 48 meses;
cartões com suas respectivas bandeiras nas ven- z Taxa de juros pré-fixada (informada na página ini-
das de bens ou serviços; cial do Portal).
z Bandeira: é quem licencia a marca para o emis-
sor e para o credenciador e coordena o sistema Observação 1: o limite de crédito de cada cliente
de aprovação, compensação e liquidação dos cré- é atribuído pelo banco emissor do cartão após a aná-
ditos. A Visa, Mastercard, Diners Club e American lise de crédito. Uma empresa pode obter um cartão
Express são exemplos de bandeiras internacionais BNDES de cada bandeira por banco emissor e pode
e a Hipercard, Elo, Sorocred e Sicred são bandeiras somar seus limites numa única transação.
nacionais ou regionais. Observação 2: o cliente pode obter um Cartão
BNDES em quantos bancos emissores ele desejar. Caso
CARTÃO BNDES E BNDES AGRO um banco emissor trabalhe com mais de uma bandeira
de cartão de crédito, o cliente poderá ter, nesse banco,
De acordo com o site do cartão BNDES9, esse
um Cartão BNDES de cada bandeira, desde que a soma
cartão é um produto que, baseado no conceito de
dos limites não ultrapasse R$ 2 milhões.
cartão de crédito, visa financiar os investimentos
dos Microempreendedores Individuais (MEI),
Microempresas e das micro, pequenas e médias Além disso, desde que a TAC (tarifa de abertura de
empresas de controle nacional. crédito) não exceda 2% do limite de crédito concedi-
O cartão BNDES Agro é também um produto do, os bancos estão autorizados a cobrá-la.
baseado no conceito de cartão de crédito, entretanto é
voltado apenas para pessoas físicas e visa financiar
investimentos em produtos rurais. Importante!
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Podem obter o Cartão BNDES as MPMEs (com fatu-


Devido ao Decreto nº 8.511, de agosto de 2015, o
ramento bruto anual de até R$ 300 milhões — caso
a empresa pertença a grupo ou conglomerado, o fatu- IOF (Imposto sob operação financeira) no cartão
ramento bruto total de todas as participantes deve ser BNDES passou a poder ser cobrado.
somado e não pode exceder o limite de 300 milhões),
sediadas no País, de controle nacional, que exer-
çam atividade econômica compatíveis com as Políti- CRÉDITO RURAL
cas Operacionais e de Crédito do BNDES e que estejam
em dia com o INSS, FGTS, RAIS e tributos federais. O crédito rural é uma linha de crédito barata, com
Podem obter o Cartão BNDES Agro os produtores taxas determinadas por legislação, que buscam aju-
rurais, pessoas físicas com faturamento bruto anual dar aos produtores rurais e suas cooperativas em suas
de até R$ 300 milhões, residentes e domiciliados no atividades.
país, e que estejam em dia com os tributos federais. São beneficiários:
8 Fonte: FAQ Sistema de Informação de Crédito — BACEN
9 Disponível em: https://www.cartaobndes.gov.br/cartaobndes/paginascartao/FAQ.ASP?T=20&Acao=R&CTRL=&Cod=90%2c90. Acesso em: 25
nov. 2022. 139
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z Produtor rural (pessoa física ou jurídica); Investimentos: destina-se às aplicações em bens
z Cooperativa de produtores rurais; ou serviços, cujo desfrute se estenda por vários
z Pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo períodos de produção. (Modernização)
produtor rural, se dedique a uma das seguintes Comercialização: destina-se a assegurar ao pro-
atividades: dutor ou cooperativas os recursos necessários à
colocação de seus produtos no mercado, podendo
„ pesquisa ou produção de mudas ou sementes compreender a pré-comercialização, os descontos
fiscalizadas ou certificadas; de Nota Promissória Rural, Duplicatas Rurais e o
„ pesquisa ou produção de sêmen para insemi- Empréstimo do Governo Federal (EGF).
nação artificial e embriões; Crédito de industrialização: o crédito rural
„ prestação de serviços de inseminação artificial, destina-se ao produtor rural e objetiva facilitar a
em imóveis rurais; industrialização de produtos agropecuários em sua
„ prestação de serviços mecanizados de natureza propriedade com a condição de que, no mínimo, 50%
agropecuária em imóveis rurais, inclusive para da produção beneficiada/processada seja própria. No
proteção do solo; caso de cooperativas (na forma definida pelo Manual
„ medição de lavouras; do Crédito Rural), a condição é de que 50% da produ-
„ atividades florestais. ção seja própria ou de associados.

Atenção: sindicatos rurais não podem ser benefi- z Taxa de Juros


ciários do crédito rural.
No mais, de acordo com a Resolução BACEN nº A taxa de juros máxima admitida no crédito rural
4.106, de 2012, esse tipo de crédito pode ser concedi- é de 6% a.a. (seis por cento), podendo ser reduzidas a
do à pessoa física ou jurídica que se dedicar à explo- critério da instituição financeira e escalonada confor-
ração da pesca e da aquicultura com fins comerciais, me origem dos recursos dos Fundos Constitucionais
incluindo-se, nesse grupo, os armadores de pesca. (FNE, FNO e FCO).
O tomador do crédito está sujeito à fiscalização da
Instituição Financeira. z Quais são os Limites de Financiamento?

z Da Origem dos Recursos O limite de crédito de custeio rural por benefi-


ciário, em cada safra e em todo o Sistema Nacional
de Crédito Rural (SNCR), é de R$ 3.000.000,00 (três
Controlados/Obrigatórios: são controlados por
milhões de reais), devendo ser considerados, na apu-
Lei, ou seja, exige-se que sejam repassados ao crédito
ração desse limite, os créditos de custeio tomados com
rural.
recursos controlados, exceto aqueles tomados no
Caso os bancos descumpram esta exigência, pagam
âmbito dos fundos constitucionais de financiamen-
multa e o valor desta multa será revertida em recur-
to regional ou aqueles cuja origem do recurso for as
sos ao crédito rural.
Letras de Crédito do Agronegócio.
São exemplos de recursos controlados:
Nas operações de investimento, o limite de crédi-
to dependerá do objeto a ser adquirido e da disponibi-
„ os recursos obrigatórios (decorrentes da exigi- lidade da instituição financeira, pois é vedado utilizar
bilidade de depósito à vista); recursos controlados/obrigatórios para operações de
„ os das Operações Oficiais de Crédito sob investimentos, exceto se disposto em norma específi-
supervisão do Ministério da Economia; ca, que são as linhas que utilizam recursos da Poupan-
„ os de qualquer fonte destinados ao crédito ça Rural e de linhas de crédito do BNDES. Além disso,
rural na forma da regulação aplicável, quan- devem ser observados os seguintes prazos:
do sujeitos à subvenção da União, sob a forma
de equalização de encargos financeiros, inclu- Investimento fixo: 12 anos. São bens fixos:
sive os recursos administrados pelo Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e „ construção, reforma ou ampliação de benfeito-
Social (BNDES); rias e instalações permanentes;
„ os oriundos da poupança rural, quando apli- „ aquisição de máquinas e equipamentos de pro-
cados segundo as condições definidas para os vável duração útil superior a cinco anos;
recursos obrigatórios; „ obras de irrigação, açudagem, drenagem;
„ os dos fundos constitucionais de financia- „ florestamento, reflorestamento, desmatamento
mento regional; e destoca;
„ os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira „ formação de lavouras permanentes;
(Funcafé); „ formação ou recuperação de pastagens;
„ Letra de Crédito do Agronegócio/LCA. „ eletrificação e telefonia rural;
„ proteção, correção e recuperação do solo
Não controlados: todos os demais. O banco capta (incluem-se a aquisição, o transporte e a aplica-
se quiser e empresta como quiser. ção de insumos para estas finalidades).
As modalidades desta operação, de acordo com a
Resolução CMN nº 4899, de 2021, são: Investimento semifixo: 6 anos, exceto quando
Custeio: destina-se a cobrir despesas normais dos se tratar de aquisição de animais para reprodução
ciclos produtivos como aquisição de bens e insumos, ou cria, cujo prazo será de até 5) anos, incluído até 12
suplemento do capital de trabalho, além de atender meses de carência. São bens semifixos:
às pessoas dedicadas à extração de produtos vegetais.
140 (é comprar insumos para plantar grãos, vegetais etc.). „ aquisição de animais para reprodução ou cria;
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„ instalações, máquinas e equipamentos de pro- z propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regu-
vável duração útil não superior a 5 anos; larização de terras pelos pequenos produtores, pos-
„ aquisição de veículos, tratores, colheitadeiras, seiros e arrendatários e trabalhadores rurais;
implementos, embarcações e aeronaves; z desenvolver atividades florestais e pesqueiras;
„ aquisição de equipamentos empregados na z estimular a geração de renda e o melhor uso da
medição de lavouras. mão de obra na agricultura familiar.

Para a comercialização, o valor máximo será libera- São garantias da operação:


do de acordo com a garantia ofertada, que poderá ser de
até 4,5 milhões, se as garantias forem de Nota Promis- z Penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou
sória Rural ou uma Duplicata Rural, podendo chegar cedular;
a 25 milhões para Financiamento Especial de Estocagem z Alienação fiduciária;
(FEE) de sementes, com recursos controlados. z Hipoteca comum ou cedular;
Para o crédito de industrialização, o limite do z Aval ou fiança;
crédito, ao amparo dos recursos controlados, é de R$ z Seguro rural ou ao amparo do Programa de Garan-
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por tia da Atividade Agropecuária (Proagro) (Isento de
tomador, em cada ano agrícola e em todo o SNCR, sendo IOF);
que, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da produção z Proteção de preço futuro da commodity agrope-
a ser beneficiada ou processada deve ser de produção cuária, inclusive por meio de penhor de direitos,
própria do produtor rural, da cooperativa de produção contratual ou cedular;
ou de associados; podendo chegar a 400 milhões, com z Outras que o Conselho Monetário Nacional admitir.
recursos dos fundos constitucionais, se tomado por coo-
perativas de produção agropecuárias.
A que tipo de despesas está sujeito o crédito rural?
z O que é Nota Promissória Rural?
„ Remuneração financeira (taxa de juros);
„ Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
A Nota Promissória é um título de crédito utiliza-
Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e
do nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola,
Valores Mobiliários (IOF);
extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente
„ Custo de prestação de serviços;
por produtores rurais ou por suas cooperativas; nos
„ As previstas no Programa de Garantia da Ativi-
recebimentos de produtos da mesma natureza, entre-
dade Agropecuária (Proagro);
gues pelos cooperados, e nas entregas de bens de pro-
dução ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos
z O Proagro é o Programa de Garantia da Ativida-
seus associados, geralmente, o devedor é pessoa física.
de Agropecuária, um programa do governo fede-
ral que garante o pagamento de financiamentos
z O que é Duplicata Rural?
rurais quando a lavoura sofrer danos provocados
por eventos climáticos adversos ou causados por
Nas vendas a prazo de quaisquer bens de nature-
doenças e pragas sem controle;
za agrícola, extrativa ou pastoril, quando efetuadas
z Prêmio de seguro rural, observadas as normas
diretamente por produtores rurais ou por suas coo-
perativas, poderá ser utilizada, também, como título divulgadas pelo Conselho Nacional de Seguros
do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural Privados;
pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou a z Sanções pecuniárias, as famosas multas por des-
remetê-la ao comprador, que a devolverá depois de cumprimento de normas, que acabam virando
assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica. recursos para o crédito rural;
z Prêmios em contratos de opção de venda, do mes-
z Como pode ser liberado o crédito rural? mo produto agropecuário objeto do financiamento
de custeio ou comercialização, em bolsas de merca-
O crédito rural pode ser liberado de uma só vez dorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos
ou em parcelas, por caixa ou em conta de depósitos, referentes a essas operações de contratos de opção.
de acordo com as necessidades do empreendimento,
devendo sua utilização obedecer a cronograma de aqui- Nenhuma outra despesa pode ser exigida do
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

sições e serviços. mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à


Atenção: para liberação do crédito rural, a institui- sua conta pela instituição financeira ou decorrente de
ção financeira pode exigir um projeto, podendo este expressas disposições legais.
ser dispensado caso haja garantias de Notas Promissó- Quando deve ser realizada a fiscalização do crédi-
rias Rurais ou Duplicatas Rurais to rural? Deve ocorrer nos seguintes momentos:
Os objetivos do crédito rural são:
z Crédito de custeio agrícola: antes da época previs-
z estimular os investimentos rurais efetuados pelos ta para colheita;
produtores ou por suas cooperativas; z Empréstimo do Governo Federal (EGF): no curso
z favorecer o oportuno e adequado custeio da produ- da operação;
ção e a comercialização de produtos agropecuários; z Crédito de custeio pecuário: pelo menos uma vez
z fortalecer o setor rural; no curso da operação, em época que seja possível
z incentivar a introdução de métodos racionais no sis- verificar sua correta aplicação;
tema de produção, visando ao aumento de produti- z Crédito de investimento para construções, refor-
vidade, à melhoria do padrão de vida das populações mas ou ampliações de benfeitorias: até a conclusão
rurais e à adequada utilização dos recursos naturais; do cronograma de execução, previsto no projeto; 141
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z Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após aparente ou nominal. Note que se trata de uma taxa
cada utilização, para comprovar a realização das de juros na qual a unidade de tempo da taxa (ao
obras, serviços ou aquisições. bimestre) não coincide com a unidade de tempo do
período de capitalização (mensal).
Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos
recursos orçamentários, o desenvolvimento das ati-
vidades financiadas e a situação das garantias, se Importante!
houver.
Nas fórmulas matemáticas de Juros Compostos,
FINANCIAMENTOS À EXPORTAÇÃO E não se pode utilizar a Taxa Nominal ou Aparente.
IMPORTAÇÃO — BNDES
Matematicamente falando:
Financiamentos à importação: são linhas de cré-
dito captadas no exterior visando o financiamento dos
importadores por um prazo negociado com o banco. Taxa de Juros Nominal = Juros Reais + Inflação.
O importador pode obtê-las com o banqueiro no exte-
rior ou com o banco brasileiro. Observação: é por isso que, quando a inflação está
Financiamentos à exportação: são linhas cre- muita alta, a Taxa de Juros Nominal fica mais alta e
denciadas com recursos do BNDES (Banco Nacional vice-versa.
de Desenvolvimento Econômico e Social), dos ban-
cos nacionais e do Tesouro Nacional, já que ocorrer a REAL
exportação é de interesse do país, que almeja a entra-
da de divisas no território nacional. A Taxa Real representa a remuneração do capital
Entre as linhas de financiamento, podemos citar: em unidades de poder aquisitivo, isto é, ela represen-
ta as taxas que despontam após ser efetuado o des-
z ACC — Adiantamento sobre Contrato de Câm- conto da inflação.
bio: forma de antecipação de receita para expor- Para calcular a Taxa real, pegamos a Taxa Nominal
tadores que já tenham fechado o contrato de venda e descontamos a inflação. Ora, se a taxa de inflação for
e que, portanto, já tenham uma data prevista para positiva e descontarmos esse valor da Taxa Nominal,
o embarque das mercadorias e posterior ingresso certamente, iremos encontrar um valor menor que
das divisas. esta última. Este valor menor é a taxa real.
Para calcular a taxa real, usamos a fórmula:
Atenção: o contrato de câmbio será negociado
com um banco local, que adiantará, ao exportador, os (1 + ia) = (1 + ir) + (1 + ii)
reais equivalentes ao valor da exportação. O contrato
de câmbio pode ser encerrado, também, sem liquida-
Na qual:
ção financeira. É quando o ACC vira um ACE.
z ia = taxa aparente;
z ACE — Adiantamento sobre Cambiais Entre-
z ir = taxa real;
gues: com o embarque das mercadorias e a entrega
z ii = inflação.
dos documentos, o ACC poderá ser contabilmente
transformado em ACE ou, no caso de o exportador
não ter feito ACC, o ACE pode ser solicitado em até Exemplo prático: após 12 (doze) meses, um inves-
60 dias após o embarque. tidor teve 25% de rendimento. Sabendo que, nesse
período, a inflação foi de 7%, calcule a taxa real do
O ACE depende da necessidade do exportador em investimento.
estender o prazo de pagamento para seus comprado- Assim:
res (importadores) e caracteriza-se por ser um finan- (1 + 0,25) = (1 + ir) · (1 + 0,07)
ciamento feito após o embarque das mercadorias com (1 + ir) = 1,25/1,07
a entrega de documentos.
Lembre-se: em ambas as operações, há isen- ir = 1,17 – 1
ção da cobrança de IOF, uma forma de estimular as
ir = 0,17
exportações reduzindo o custo da carga tributária na
operação. ir = 17%

Perceba que a taxa real reflete, com maior preci-


são, o ganho real de um investimento, pois considera
TAXAS DE JUROS NOMINAIS E REAIS a perda com a desvalorização causada pela inflação
do período.
NOMINAL OU APARENTE
Dica
As Taxas Aparentes, também chamadas de taxas
nominais, são aquelas divulgadas pelo mercado. Ima- A Taxa real, em uma economia inflacionária, é
gine uma propaganda sobre uma aplicação financei- menor que a Taxa aparente. Já em uma econo-
ra a respeito de um CDB com prazo de aplicação de mia deflacionária, isto é, com inflação negativa
2 anos e rendimento de 10% ao bimestre, capitaliza- (< 0), a Taxa real de Juros é sempre maior que a
142 dos mensalmente. Esse período corresponde à taxa Taxa aparente.
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Sobre a curva de juros, é importante sabermos
TAXAS DE JUROS DE CURTO PRAZO E que:
A CURVA DE JUROS
z A inclinação da curva de juros nos dá ideia das
TAXA DE JUROS DE CURTO PRAZO mudanças futuras nas taxas de juros;
z Geralmente, a curva de rendimento cresce em fun-
As Taxas de Juros de Curto Prazo são aquelas ção do tempo;
operações financeiras que maturam (prazo para o z Os juros são maiores quando os prazos são maio-
pagamento) rapidamente. res, pois você está mais exposto ao risco.
Dito isso, podemos pensar: mas qual é o prazo
definido para uma Taxa de Juros de Curto Prazo? Não Ademais, quando falamos de Curva de Juros,
há como defini-lo com precisão, pois este depende do lembre-se de que, ao comprar títulos públicos, você
investimento que se pretende fazer. vai emprestar dinheiro para o governo Vejamos um
Observe o seguinte exemplo: exemplo:

z Imagine que você foi ao banco pedir orientações z Imagine que você pretende fazer um investimen-
sobre qual é a melhor maneira de investir R$ to comprando títulos públicos e, ao analisar as
10.000,00 em títulos públicos. Nessa situação, seu opções de títulos disponíveis, percebe que tem
gerente te orientou da seguinte forma: “você pode várias opções de vencimentos:
investir o seu capital agora, no início de 2023, em
um título com vencimento de 10 anos para recupe- „ 6 meses, pagando o equivalente a 5,88% ao ano;
rar o capital investido em 2033, com juros. Outra „ 12 meses, pagando o equivalente a 6,85% ao ano;
alternativa é investir o seu capital de R$ 10.000,00 „ 24 meses, pagando o equivalente a 7,82% ao ano;
em títulos de curto prazo. Nesse caso, você aplicará „ 36 meses, pagando o equivalente a 8,23% ao ano;
o capital em um título com vencimento de um ano „ 48 meses, pagando o equivalente a 8,49% ao ano;
em 2023 e receberá o pagamento com juros em „ 60 meses, pagando o equivalente a 8,69% ao ano.
2024. Você repetirá o mesmo processo até chegar
no ano de 2033. Na segunda situação, você se expo- Agora você consegue entender o motivo pelo qual
rá a menos riscos”. os juros são maiores quando os prazos são maiores?
O risco é maior, a inflação, em 60 meses, muito prova-
Percebe-se, a partir do exemplo, que as duas velmente será bem maior do que em 6 meses.
opções fazem o dinheiro ser transferido de 2023 para Se colocarmos os prazos do nosso exemplo em um
2033 – e suas rentabilidades não são muito diferentes. gráfico, teremos a seguinte curva de juros:
Entretanto, precisamos ficar atentos com relação ao
risco sob o qual o cliente ficará exposto, pois, confor- juros
me o exemplo, na taxa longa, há mais riscos do que na (%a.a)
taxa curta. Observação: a taxa longa também depende 8,69
de todas as taxas curtas anuais ao longo dos dez anos. 8,49
8,23
CURVA DE JUROS 7,82

Também conhecida como Yield Curve, Curva de Ren- 6,85


dimentos ou Curva a Termo, a Curva de Juros é a dis-
posição das taxas negociadas pelo seu vencimento ao 5,58
longo de um gráfico. Ela representa a projeção de como Selic
os juros poderão se comportar até uma data estipulada
levando em consideração as condições do mercado atual.
0 6 12 24 36 48 60 prazo
Podemos dizer, ainda, que, no Brasil, a curva de (meses)
juros é a expectativa da Taxa SELIC (que é a taxa
básica de juros da economia) para os próximos anos.
E qual a relação da curva de juros com as taxas de Dica
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

juros de curto e longo prazo? A linha traça os rendimentos de títulos com qua-
Primeiramente, é importante salientar que os
lidade de crédito igual, mas com datas de venci-
juros estão ligados ao custo do empréstimo do dinhei-
mentos diferentes (como no exemplo do tópico
ro e que isso é uma maneira de remunerar o risco de
inadimplência/calote. Então, fica claro que o forne- acima). Esta é uma característica fundamental
cedor de crédito vai sempre elevar os juros quando do gráfico da Curva de Juros.
o prazo de empréstimo for muito longo. Isso precisa
acontecer, pois é difícil saber como estará a situação Atenção: a taxa SELIC determina o piso dos juros
do devedor no longo prazo. de curtíssimo prazo e, com isso, é capaz de influenciar
Quando se trata de um empréstimo a curto prazo, os juros de longo prazo. Vale lembrar que ela é deter-
entretanto, os juros tendem a diminuir, uma vez que o minada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Mone-
risco de inadimplência é menor. Dentro desse contex- tária (Copom). Além disso, é importante sabermos que
to, entra a curva de juros, pois é possível, ao analisar o a taxa SELIC:
gráfico, tomar certa decisão de investimento olhando
para a projeção da curva na relação entre os juros de z é a principal ferramenta para controlar a inflação,
curto prazo e os juros de longo prazo. seguindo seu objetivo; 143
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z é a base para todas as demais taxas de juros da eco- Em resumo, o risco de crédito é o risco que a insti-
nomia brasileira e para os rendimentos dos princi- tuição financeira tem de não receber, de que seu cliente
pais investimentos, como diversos ativos de renda fique inadimplente.
fixa. As perdas com a inadimplência são um dos princi-
pais elementos na formação do custo do crédito. Quanto
Lembre-se, ainda, de que taxa SELIC alta reflete um maior a inadimplência de uma determinada linha de cré-
dito, maior será a taxa de juros cobrada pela instituição
cenário de inflação alta, uma vez que o objetivo das
financeira de seus clientes.
taxas altas é desaquecer a economia. Além disso, impac-
Porém, diversos fatores podem potencializar ou
ta no valor da nossa taxa de câmbio, o que atrai mais mitigar o efeito da inadimplência sobre o custo do cré-
investimentos internacionais em busca de retorno. dito; entre eles, a existência de garantias oferecidas pelo
Por outro lado, quando há queda na Taxa SELIC, o tomador de crédito. As garantias estão diretamente rela-
objetivo principal é aquecer a economia barateando cré- cionadas à capacidade das instituições financeiras de
ditos e reduzindo a cultura de investimentos (os retor- recuperar a dívida não paga.
nos serão menores). O consumo e a produção acabam Entretanto, para o devedor (aquele que toma recur-
sendo incentivados quando a SELIC está em baixa. sos emprestados) também há vantagens. Oferecer uma
De forma resumida, qualquer empréstimo ou garantia facilita o acesso ao crédito e torna esse crédito
financiamento que você fizer será impactado pela mais barato.
taxa SELIC, seja com taxa de juros de curto prazo ou Quantas vezes você já viu reportagens sobre as absur-
juros de longo prazo. das taxas de juros cobradas pelos bancos? Diversas, com
certeza. E quais são sempre os exemplos citados? Certa-
mente, os juros do cartão de crédito e os juros do cheque
especial. Eis que o motivo principal é o fato de que nessas
operações não há garantias.
GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO Por mais que também sejam altos, os juros do finan-
NACIONAL ciamento da casa própria ou do financiamento de veícu-
los, por exemplo, são muito menores.
O Banco Central lança regularmente um documento
AVAL, FIANÇA, PENHOR MERCANTIL, ALIENAÇÃO
chamado “Relatório de Economia Bancária”. No relatório
FIDUCIÁRIA, HIPOTECA E FIANÇAS BANCÁRIAS
lançado em meados de 2019, relativo ao ano de 2018, o
Bacen analisou, dentre outros assuntos, a relação entre
O Papel das Garantias garantias e taxas de juros das operações de crédito a pes-
soas físicas.
Pode-se dizer, de maneira direta, que as garantias Foram encontradas evidências de que operações de
têm por objetivo dar maior segurança, maior proteção, crédito com garantias têm taxas de juros significativa-
às operações de crédito. A garantia é, portanto, algo aces- mente menores. Adicionalmente, observou-se que, quan-
sório à obrigação principal, que é a obrigação de pagar to maior a qualidade da garantia fornecida pelo tomador
do devedor. de crédito, menor a taxa de juros cobrada.
Em regra, como toda garantia é acessória a uma
obrigação principal, com a extinção da obrigação prin- Fonte: site do Banco Central.
cipal (ou seja, com o pagamento da dívida), a garantia
também se extingue, deixa de existir. Para melhor compreensão do tema, é interessante
Aparentemente, pode parecer que essa “segurança” diferenciar as garantias pessoais ou fidejussórias das
dada pela garantia, na realidade, só é vantajosa para garantias reais.
quem empresta. Para os tomadores de recursos, a exigên-
cia de garantia muitas vezes soa como uma dificuldade Garantias Pessoais ou Fidejussórias X Garantias
a mais na obtenção de crédito. Entretanto, observando Reais
atentamente, você perceberá que a existência de uma
garantia é vantajosa para ambos os lados da operação. A garantia pessoal (ou fidejussória) é a garantia
Não há dúvidas de que para o credor (aquele que dada por uma terceira pessoa, que se responsabiliza
empresta recursos), a garantia significa uma maior pro- pela obrigação de honrar o compromisso estabelecido
babilidade de receber aquilo que lhe é devido. Afinal, a caso o devedor deixe de cumpri-lo. Ou seja, um terceiro
garantia ofertada pelo cliente em uma operação reduz o — que não está na relação principal entre credor e deve-
chamado risco de crédito. dor — assume a responsabilidade pelo pagamento da
De acordo a Resolução CMN nº 4.557, de 2017, define- dívida caso o devedor principal fique inadimplente.
-se o risco de crédito como a possibilidade de ocorrência É uma garantia baseada na confiança que mere-
de perdas associadas a: ce o garantidor — em seu caráter, sua honradez, sua
Art. 21 [...] “boa fama”, e, logicamente, na sua capacidade de hon-
I - não cumprimento pela contraparte de suas obri- rar o compromisso caso o devedor não honre. O Direi-
gações nos termos pactuados; to prevê dois tipos de garantias pessoais: a fiança e o
II - desvalorização, redução de remunerações aval.
e ganhos esperados em instrumento financeiro Por sua vez, uma garantia real dá ao credor o
decorrentes da deterioração da qualidade credití- direito de se fazer pagar pelo valor ou pelos rendi-
cia da contraparte, do interveniente ou do instru- mentos de certos e determinados bens, móveis ou
mento mitigador; imóveis, do próprio devedor ou de terceiros.
III - reestruturação de instrumentos financeiros; ou Nosso edital cobra três modalidades de garantia
IV - custos de recuperação de exposições caracteri- real: a hipoteca, o penhor mercantil e a alienação
144 zadas como ativos problemáticos. fiduciária. A seguir, detalharemos cada um deles.
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Relatório de Economia Bancária 2018
Garantias e diferenças nas taxas de juros de crédito

Modalidades Crédito pessoal Crédito pessoal


Rotativas não consignado não consignado Consignado Veículos Imobiliário
sem garantia com garantia
Medidas mensais do periodo
entre jan/16 e dez/18
**Taxas de juros anuais
Operação com garantia
(crédito imobiliário e
financeiro de veículos)
possuem taxas de juros
menores

Fiança

A fiança é uma garantia fidejussória firmada por contrato em que uma ou mais pessoas se obrigam, perante
o credor, a satisfazer uma obrigação, caso o devedor não a cumpra. Ela representa uma forma de garantia que
poderá efetivar-se mediante a entrega de bens móveis ou imóveis.
Há dois contratos: o principal, entre o devedor e o credor, e um acessório, entre o fiador e o devedor
(afiançado).
A fiança é formal, e deve sempre ser dada por escrito, não admitindo interpretação extensiva (além do estabe-
lecido expressamente no contrato). O contrato definirá claramente as condições da fiança. Isso quer dizer que não
se admite a fiança verbal, e que a fiança deverá ser interpretada restritivamente. Surgindo alguma dúvida, deve-
-se interpretar a questão favoravelmente ao fiador, parte vulnerável em regra, presumindo-se a sua boa-fé objetiva.
Porém, em contratos bancários com renovação periódica e automática, a fiança também é prorrogada, mesmo
sem autorização expressa do fiador, desde que a prorrogação esteja prevista em cláusula contratual.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

São três os personagens na fiança:

z Fiador: aquele que presta a fiança, que se obriga a satisfazer a obrigação caso o devedor não o faça;
z Afiançado: o devedor principal;
z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito de crédito.

A fiança é uma garantia acessória e subsidiária, ou seja, o fiador só está obrigado no caso do afiançado (devedor prin-
cipal) não cumprir a obrigação. É uma garantia que somente pode ser estipulada em contratos. Não há fiança em títulos
de crédito.
Vejamos os principais artigos do Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) a respeito da fiança:

Art. 818 Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este
não a cumpra.
Art. 819 A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
Art. 820 Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua vontade.
Art. 821 As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador, neste caso, não será demandado senão depois que se
fizer certa e líquida a obrigação do principal devedor. 145
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Art. 822 Não sendo limitada, a fiança compreenderá z Credor (beneficiário): aquele que detém o direito
todos os acessórios da dívida principal, inclusive as de crédito.
despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823 A fiança pode ser de valor inferior ao da O aval pode ser lançado no próprio título ou em
obrigação principal e contraída em condições menos folha de alongamento (pedaço de papel anexado ao
onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for título de crédito). A simples assinatura no título é sufi-
mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da
ciente para configurar o aval.
obrigação afiançada.
O aval é uma garantia solidária, ou seja, o avalista
Art. 824 As obrigações nulas não são suscetíveis de
fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de incapa-
é coobrigado. De acordo com o art. 899, do Código Civil,
cidade pessoal do devedor. o avalista equipara-se àquele cujo nome indicar, ou
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo seja, o avalista se obriga no mesmo nível do avalizado.
não abrange o caso de mútuo feito a menor. A responsabilidade do avalista é tamanha que ele
Art. 825 Quando alguém houver de oferecer fiador, responde pela obrigação que garantiu em pé de igual-
o credor não pode ser obrigado a aceitá-lo se não for dade com o devedor principal, sendo facultado ao cre-
pessoa idônea, domiciliada no município onde tenha dor exigir, simultaneamente, do devedor e do avalista
de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para o pagamento da obrigação vencida. O avalista pode,
cumprir a obrigação. inclusive, ser acionado para pagar antes do avalizado,
Art. 826 Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, o devedor principal.
poderá o credor exigir que seja substituído. [...] A obrigação do avalista é independente da obriga-
Art. 838 O fiador, ainda que solidário, ficará ção do avalizado. Diz-se que o aval é autônomo. A
desobrigado: obrigação do avalista é mantida, ainda que a obriga-
I - se, sem consentimento seu, o credor conceder mora- ção que ele garantiu seja nula.
tória ao devedor; O aval em branco ocorre quando há a simples
II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação assinatura do avalista no título, sem especificar
nos seus direitos e preferências; quem é o avalizado. O aval em preto ocorre quando
III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar ami- feito, declarando o nome do avalizado. No caso de
gavelmente do devedor objeto diverso do que este era aval prestado por pessoas físicas casadas, é neces-
obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo sária a autorização do cônjuge, exceto no regime de
por evicção. [...] separação absoluta de bens.
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum O avalista possui o chamado direito de regresso.
dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto Deste modo, caso ele pague a obrigação, poderá, pos-
no regime da separação absoluta: [...] teriormente, cobrá-la do avalizado.
III - prestar fiança ou aval. Por fim, cabe destacar que o aval pode ser dado
mesmo após o vencimento do título de crédito, pois,
Aval desde que seja antes do protesto do título, ainda
assim, será válido.
O aval é uma garantia pessoal de pagamento, for- Vejamos os artigos do Código Civil (Lei nº 10.406,
mal e solidária, dada por um terceiro, o avalista. de 2002) sobre o aval:
Consiste, pois, na assinatura desse terceiro em
um título de crédito, responsabilizando-se pelo seu Art. 897 O pagamento de título de crédito, que con-
pagamento, solidariamente com o devedor ou com tenha obrigação de pagar soma determinada, pode
qualquer outro coobrigado (endossante ou até mes- ser garantido por aval.
mo outro avalista). Ou seja, o avalista, pessoa física Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
ou jurídica, garante o pagamento de um título de Art. 898 O aval deve ser dado no verso ou no anver-
crédito que foi emitido ou endossado pelo avalizado. so do próprio título.
Um título pode ter mais de um avalista. Nesse caso, § 1° Para a validade do aval, dado no anverso do
todos são solidários com o avalizado no cumprimen- título, é suficiente a simples assinatura do avalista.
to da obrigação. Mesmo havendo mais de um avalis- § 2° Considera-se não escrito o aval cancelado.
ta, o pagamento da obrigação por um deles libera os Art. 899 O avalista equipara-se àquele cujo nome indi-
car; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final.
demais da obrigação.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regres-
O aval é uma garantia específica dos títulos cam-
so contra o seu avalizado e demais coobrigados
biais (aqueles passíveis de transferência para outras anteriores.
pessoas), que se aplica exclusivamente a títulos de § 2° Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda
crédito. que nula a obrigação daquele a quem se equipara,
Estamos falando, basicamente, de cheques, letras a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
de câmbio, notas promissórias e duplicatas. Art. 900 O aval posterior ao vencimento produz os
mesmos efeitos do anteriormente dado. [...]
Dica Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648,
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
Duplicata: título de crédito em que o comprador outro, exceto no regime da separação absoluta: [...]
se obriga a pagar dentro do prazo estipulado o III - prestar fiança ou aval.
valor contido na fatura.
Hipoteca
Tem-se, portanto, três personagens na relação de
aval: A hipoteca é uma garantia real que recai, geral-
mente, sobre imóveis de propriedade do devedor
z Avalista: aquele que presta o aval; ou de terceiros. No entanto, bens móveis de grande
z Avalizado: aquele que recebe o aval, o devedor valor também podem ser objeto de hipoteca, como
146 principal; máquinas agrícolas, aeronaves, navios etc.
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Assim como na alienação fiduciária, que será vista III - ao ressarcimento do prejuízo que houver sofri-
mais adiante, a posse do bem móvel ou imóvel hipo- do por vício da coisa empenhada;
tecado permanece com o devedor. Por outro lado, na IV - a promover a execução judicial, ou a venda ami-
hipoteca, não há a transferência da propriedade do gável, se lhe permitir expressamente o contrato, ou
bem ao credor. O devedor retém o bem, apenas gra- lhe autorizar o devedor mediante procuração;
vando-o para garantia de uma obrigação, permane- V - a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada
cendo, portanto, com o direito de aliená-lo (vendê-lo), que se encontra em seu poder;
VI - a promover a venda antecipada, mediante pré-
ou mesmo de ofertá-lo como garantia ao pagamento
via autorização judicial, sempre que haja receio
de outra dívida sua ou de terceiros.
fundado de que a coisa empenhada se perca ou
Trata-se de uma garantia que abrange todas as deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono
acessões (os aumentos), melhoramentos ou constru- da coisa empenhada pode impedir a venda anteci-
ções do imóvel. O credor não a perde, caso o bem seja pada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia
alienado. Para o credor, a hipoteca consiste em um real idônea.
direito real em coisa alheia.
A hipoteca deve ser registrada no Cartório de O credor não pode ser constrangido (obrigado) a
Registro de Imóveis do município em que se localiza o devolver a coisa empenhada, ou uma parte dela, antes
imóvel hipotecado. No caso de bens móveis, o registro de ser integralmente pago, podendo o juiz, a requeri-
deve ser feito nos órgãos competentes (Registro Aero- mento do proprietário, determinar que seja vendida
náutico, Registro de Propriedade Marítima etc.) apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada,
O credor é chamado de credor hipotecário e o suficiente para o pagamento do credor, conforme o
devedor, de devedor hipotecário. A hipoteca é feita art. 1.434.
mediante contrato acessório e formal.
É nula a cláusula que proíbe o proprietário de ven- Art. 1.436 Extingue-se o penhor:
der imóvel hipotecado. No entanto, o contrato pode I - extinguindo-se a obrigação;
definir que vencerá o crédito hipotecário, caso o imó- II - perecendo a coisa;
vel seja vendido. III - renunciando o credor;
O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra IV - confundindo-se na mesma pessoa as qualidades
hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do de credor e de dono da coisa;
mesmo ou de outro credor. V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a
Salvo no caso de insolvência do devedor, o credor venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por
da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá ele autorizada.
executar o imóvel antes de vencida a primeira. Art. 1.437 Produz efeitos a extinção do penhor
depois de averbado o cancelamento do registro, à
Penhor Mercantil vista da respectiva prova.

O penhor mercantil, também chamado de penhor Alienação Fiduciária


industrial, é a entrega de um bem móvel para garantia
de uma dívida. Podem ser objeto de penhor máquinas, A alienação fiduciária em garantia é o contrato
aparelhos, materiais, instrumentos, instalados e em fun- pelo qual o devedor (fiduciante), como garantia de
cionamento, com os acessórios ou sem eles; animais uti- uma dívida, pactua a transferência da propriedade
lizados na indústria; sal e bens destinados à exploração fiduciária de bem móvel ou imóvel ao credor (fidu-
das salinas; produtos de suinocultura; animais destina- ciário) de acordo com cláusula resolutiva.
dos à industrialização de carnes e derivados; matérias- A cláusula resolutiva pode ser expressa ou tácita
-primas e produtos industrializados. (não consta no contrato e, para se fazer valer, é neces-
Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, sária interpelação judicial). Tem previsão no art. 475
mediante instrumento público ou particular, registra- do Código Civil.
do no Cartório de Registro de Imóveis da circunscri-
ção onde estiverem situadas as coisas empenhadas. Art. 475 A parte lesada pelo inadimplemento pode
O devedor não pode, sem o consentimento por pedir a resolução (fim) do contrato, se não preferir
escrito do credor, alterar as coisas empenhadas ou exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer
mudar-lhes a situação, nem delas dispor. dos casos, indenização por perdas e danos.
O devedor que, anuindo o credor, alienar as coi-
sas empenhadas, deverá repor outros bens da mesma Para o credor, a propriedade fiduciária é um
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

natureza, que ficarão sub-rogados no penhor. direito real em coisa própria. O devedor, no entanto,
Tem o credor direito a verificar o estado das coisas permanece com a posse do bem. Ou seja, continua uti-
empenhadas, inspecionando-as onde se acharem, por lizando e usufruindo do bem.
si ou por pessoa que credenciar. Cumprindo a obrigação, o devedor retoma a pro-
As coisas empenhadas continuam em poder do priedade do bem. Caso o devedor não honre a obriga-
devedor, que as deve guardar e conservar.
ção, a posse do bem é transferida para o credor.
No penhor mercantil, temos dois personagens:
A alienação fiduciária é comumente utilizada
como garantia em financiamentos para aquisição
z Devedor;
de bens móveis, como veículos, por exemplo. No
z Credor pignoratício, beneficiário da garantia.
entanto, ela também pode ser utilizada em financia-
mentos imobiliários (bens imóveis).
Art. 1.433 O credor pignoratício tem direito:
Os dois personagens da alienação fiduciária, portan-
I - à posse da coisa empenhada;
to, são:
II - à retenção dela, até que o indenizem das des-
pesas devidamente justificadas, que tiver feito, não
sendo ocasionadas por culpa sua;
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z Fiduciante (devedor); Segundo estudiosos do direito, a expressão tem
z Fiduciário (credor). origem no inglês money laudering, e refere-se a uma
prática que teria surgido nos anos de 1920 ou 1930,
A alienação fiduciária em garantia não tem por nos Estados Unidos. Naquela época, os gângsters nor-
finalidade a transmissão da propriedade ou da pos- te-americanos usavam empresas de fachada, como
se do bem ao credor, mas sim a constituição de uma lavanderias de roupa e lavadoras de automóveis,
garantia contra a inadimplência do devedor. Por isso, para ocultar a origem ilícita do dinheiro que tinham.
é um contrato acessório. Diz-se que Al Capone comprou uma rede de lavan-
O credor, portanto, é o proprietário e possuidor indi- derias em Chicago, em 1928, para que o negócio — devi-
reto ou mediato do bem, enquanto o devedor fica com a damente legalizado — lhe permitisse fazer depósitos
posse direta ou imediata, sendo seu usuário e depositário. bancários de notas de baixo valor, comuns no negó-
A propriedade por parte do credor é limitada, somen- cio de lavanderias, mas que, na realidade, vinham do
te sendo exercida para os fins previstos na lei, e é reso- comércio ilegal de bebidas alcoólicas durante a Lei Seca.
lúvel, pois retorna automaticamente para o devedor A lavagem de dinheiro, portanto, é um processo
fiduciante no momento em que for cumprida integral- que busca transformar recursos oriundos de ativi-
mente a obrigação. dades ilegais em ativos com origem, aparentemen-
te, legal. A prática geralmente envolve múltiplas
Fianças Bancárias transações, a fim de ocultar a origem criminosa dos
ativos e permitir que eles sejam utilizados sem com-
A fiança bancária é um produto bancário disponibi- prometer os criminosos.
lizado a clientes que necessitam oferecer garantia para O objetivo é esconder, disfarçar a ilegalidade
obrigações assumidas perante terceiros. dos recursos e bens patrimoniais, “lavando-os”. Ou
Através da fiança bancária, o banco emissor da carta seja, é dar aparente legalidade a um dinheiro de ori-
de fiança garante as obrigações de seu cliente. O banco é, gem ilegal.
portanto, o fiador, e o cliente, o afiançado. Por fim, é bom que você conheça a definição legal
A fiança bancária pode ser usada para: do crime mencionado, conforme disposto no art. 1º,
da Lei nº 9.613, de 1998:
z obtenção de empréstimos e financiamentos;
z habilitação em concorrência pública; Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem,
z locações; localização, disposição, movimentação ou pro-
z adiantamento por encomenda de bens. priedade de bens, direitos ou valores provenien-
tes, direta ou indiretamente, de infração penal.
A grande vantagem da fiança bancária é a de não
comprometer o caixa ou os bens do cliente. ETAPAS DA LAVAGEM DE DINHEIRO

O processo de lavagem de dinheiro envolve três


etapas ou fases: a colocação, a ocultação e a inte-
gração. Vamos conhecer cada uma delas.
PREVENÇÃO E COMBATE AO CRIME DE Essas três etapas são descritas, na teoria, de forma
LAVAGEM DE DINHEIRO independente, para facilitar a compreensão do pro-
cesso. Você vai perceber que, na prática, muitas vezes
CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO: CONCEITO E elas ocorrem simultaneamente.
ETAPAS
Primeira Etapa: Colocação ou Placement
Você certamente já ouviu em algum noticiário a
expressão lavagem de dinheiro. Mas você sabe o que É o processo de ingresso dos recursos ilícitos no
ela significa? sistema econômico. Para viabilizar a colocação do
De acordo com a definição do Ministério da Justiça, dinheiro “sujo”, podem ser realizadas diferentes ope-
rações: depósitos ou aplicações em contas corren-
O crime denominado ‘lavagem de dinheiro’ com- tes bancárias, depósito a prazo, poupança, fundos de
preende uma série de operações fraudulentas investimento; compra de produtos e serviços finan-
que objetivam regularizar valores, bens e ceiros, como títulos de capitalização, previdência
recursos oriundos de atividades crimino- privada e seguros; aquisição de bens, como imóveis,
sas como tráfico de drogas, tráfico de pessoas, ouro, pedras preciosas e obras de arte.
corrupção, desvio de recursos públicos, dentre Para não gerar suspeitas e dificultar a identificação
outras. Para isso, indivíduos ou organizações da procedência do dinheiro, os criminosos, geralmen-
criminosas utilizam-se de procedimentos e ope- te, introduzem o dinheiro ilícito no sistema financeiro
rações financeiras complexas na tentativa de em pequenas quantias, prática conhecida como fra-
ocultar a origem ou a propriedade de bens cionamento de valores ou smurfing.
e valores de origem ilícita, fazendo com que Outra possibilidade é a utilização de estabele-
pareçam fruto de atividades comerciais e produ- cimentos comerciais que, usualmente, trabalham
tivas lícitas10. com dinheiro em espécie como cinemas, restaurantes,
hotéis, casas de bingo etc.

10 COMBATE à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/mj/
148 pt-br/assuntos/sua-protecao/lavagem-de-dinheiro/institucional. Acesso em: 06 jun. 2022.
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Também é comum a utilização de doleiros e casas ou encobrimento de bens provenientes de atividades
de câmbio, que atuam como intermediários na trans- ilícitas relacionadas ao tráfico de drogas. Esse cenário
ferência de recursos para o exterior à margem do sis- impôs uma obrigação internacional de esforços com
tema financeiro oficial e sem tributação, declaração o objetivo de coibir a lavagem de dinheiro, esforços
ou autorização legal; e o uso de “laranjas”, pessoas estendidos ao combate ao terrorismo e à corrupção.
— reais ou fictícias — cujos nomes são utilizados, com Desde então, convencionou-se que, objetivando
ou sem o seu conhecimento, para constarem como combater a corrupção, o crime organizado, o terroris-
titulares de recursos ou bens, ocultando a identidade mo e até mesmo a simples evasão de divisas — que
do verdadeiro dono. pode comprometer a situação fiscal e monetária de
Como você pode perceber, a lavagem de dinheiro um país — é necessário manter uma vigilância cons-
pode ocorrer com a utilização do sistema financeiro tante. Entretanto, para isso, os reguladores de cada
ou mediante a utilização de outros mecanismos, como país dependem imensamente da cooperação das ins-
o mercado imobiliário, estabelecimentos comerciais, tituições financeiras.
jogos legais e ilegais etc. Daí, ressalta-se a classifica- Assim, há diversos dispositivos normativos em
ção doutrinária de lavagem financeira e lavagem não vigor no Brasil que se direcionam a garantir o cumpri-
financeira. mento do papel das instituições financeiras no comba-
te e na prevenção à lavagem de dinheiro.
Segunda Etapa: Ocultação ou Layering Em 1998, a Lei nº 9.613, que foi criada por força do
compromisso assumido no mencionado Tratado de
Tem por objetivo dificultar o rastreamento dos Viena, também de 1988, veio dispor sobre os crimes
recursos ilícitos. Na ocultação são realizadas várias de lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos
operações em sequência, com o objetivo de quebrar
e valores; sobre a prevenção da utilização do sistema
a cadeia de evidências sobre a origem do dinheiro.
financeiro para a realização desses ilícitos; e criou o
Por exemplo, são utilizadas transferências de
Conselho de Controle de Atividades Financeiras — Coaf.
recursos entre diversas contas correntes, transfe-
Mais recentemente, a Lei nº 12.683, de 2012, alte-
rência de recursos entre empresas, operações através
rou significativamente a Lei nº 9.613, de 1998, bus-
de contas fantasmas (conta em nome de pessoas que
cando tornar mais eficiente a persecução penal dos
não existem) e de “laranjas”, além da transferência de
crimes de lavagem de dinheiro.
recursos para paraísos fiscais.
E, por último, tivemos a edição da Lei nº 13.974, de
Também é usual, nessa fase, a transformação das
quantias em bens de imóveis ou móveis como joias, 2020, que, dentre outras mudanças, vinculou o COAF,
ouro e pedras preciosas. administrativamente, ao Banco Central.
O Banco Central, por usa vez, através da Circular
Terceira Etapa: Integração ou Integration nº 3.978, de 2020, dispôs sobre a política, os procedi-
mentos e os controles internos a serem adotados pelas
A terceira, e última, etapa consiste na incorpora- instituições por ele autorizadas a funcionar, visando à
ção formal dos recursos no sistema econômico, sob prevenção da utilização do sistema financeiro para a
a forma de investimentos em bens móveis ou imóveis, prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens,
empreendimentos ou compra de ativos, isso tudo com direitos e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 1998,
uma documentação aparentemente legal. Com isso, o e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº
dinheiro se insere definitivamente na economia for- 13.260, de 2016.
mal e de maneira, supostamente, lícita.
Completadas as três etapas, o dinheiro “sujo” tor- LEI Nº 9.613, DE 1998 E SUAS ALTERAÇÕES
na-se “lavado”, e fica distante de sua origem ilícita,
deixando mais difícil sua associação direta com o cri- Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, ori-
me e seus autores. gem, localização, disposição, movimentação
Dessa forma, o dinheiro volta para os criminosos ou propriedade de bens, direitos ou valores
— legitimado e por vias formais — materializado em provenientes, direta ou indiretamente, de
bens, investimentos e empreendimentos. Para consta- infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
tar a sua origem ilícita, seria necessário retroagir inú- de 2012)
meras operações. Pena – reclusão, de 3 a 10 anos, e multa. CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

LEGISLAÇÃO SOBRE O CRIME DE LAVAGEM DE O art. 1º traz o conceito de lavagem de dinheiro (ou
DINHEIRO capitais). De maneira simples, temos que a lavagem
de dinheiro consiste no ato ou atos praticados com a
O primeiro passo do Brasil na direção de coibir e finalidade de dar aparência lícita a bens, direitos ou
punir o crime de lavagem de dinheiro foi ter se tor- valores que tenham origem na prática de uma infra-
nado signatário da Convenção de Viena, celebrada ção penal (crime ou contravenção).
em 1988, que criminalizou a conduta de lavagem dos Veja que os núcleos do tipo (verbos) são ocultar e
bens e valores procedentes do tráfico ilícito de entor- dissimular. Se o agente pratica os dois, dentro do mes-
pecentes e substâncias psicotrópicas e instituiu vários mo contexto, responde por um único crime.
mecanismos de cooperação internacional para facili- A lavagem é chamada de “crime parasitário”.
tar as investigações extraterritoriais e o cumprimento Observe bem que a lavagem (que é crime) tem relação
de medidas administrativas e judiciais entre os países com a prática de uma infração (crime ou contraven-
signatários. ção) anterior. De acordo com o art. 1º, o julgamento
O art. 3º, da Convenção, dispôs que as partes sig- independe do processo e do julgamento das infrações
natárias precisavam se esforçar para transformar em penais antecedentes.
delitos penais a conversão, transferência, ocultação 149
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Neste sentido, para que seja punível a lavagem, que se organiza com divisão de tarefas para a prática
deve haver um fato típico e ilícito anterior. No entan- destes crimes com o objetivo de obter vantagem de qual-
to, não é necessária a condenação no crime anterior, quer natureza de forma direta ou indireta.
somente será excluída a lavagem. Ou seja, se a infra- O § 4º do art. 1º, traz uma causa de aumento de
ção penal antecedente foi atípica (fato inexistente) e, pena (de 1/3 a 2/3) se os crimes previstos na Lei de
por isso, não constituir infração penal, ou, ainda, se Lavagem forem cometidos:
houve causa que excluísse a ilicitude, não há como o
agente responder por lavagem de dinheiro. z de forma reiterada; ou
Seguindo com o nosso estudo, incorrerá na mes- z por intermédio de organização criminosa.
ma, pena prevista no caput do art. 1º, quem pratica as z por meio de ativo virtual.
condutas que estão no art. 1º, § 1º:
Dica
Art. 1° [...]
§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar O conceito de organização criminosa se encon-
ou dissimular a utilização de bens, direitos ou tra §1°, do art. 1°, na Lei nº 12.850, de 2013.
valores provenientes de infração penal
I - os converte em ativos lícitos; Já vimos que existe hipótese de aumento de pena
II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou nos crimes de lavagem. E será que existe alguma hipó-
recebe em garantia, guarda, tem em depósito, tese de diminuição? Sim, ela se encontra prevista no §
movimenta ou transfere; 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998.
III - importa ou exporta bens com valores não
correspondentes aos verdadeiros.
COLABORAÇÃO PREMIADA
O inciso I trata da hipótese de a lavagem dar-se Art. 1° [...]
com a conversão dos bens, direitos ou valores em ati- § 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois
vos lícitos, como, por exemplo, ações na Bolsa. Por esse terços e ser cumprida em regime aberto ou
viés, pode-se falar na chamada “lavagem em cadeia” semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de apli-
(lavagem da lavagem), que é a ocultação ou dissimu- cá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena
lação de bens, dinheiro ou valores, provenientes de restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partíci-
lavagens anteriores (neste caso, o delito antecedente pe colaborar espontaneamente com as autorida-
é outra lavagem). Um exemplo da lavagem em cadeia des, prestando esclarecimentos que conduzam à
seria a aplicação, na Bolsa de Valores, de rendimentos apuração das infrações penais, à identificação
obtidos numa lavagem anterior. dos autores, coautores e partícipes, ou à loca-
O inciso II trata da figura do receptador dos bens, lização dos bens, direitos ou valores objeto do
crime.
direitos ou valores.
Já o inciso III cuida da hipótese específica de
Para ser beneficiado pela colaboração premiada, o
lavagem por meio de operações de importação e
indivíduo deve colaborar, a qualquer tempo (ou seja,
exportação.
na fase investigatória ou processual), de uma das três
O parágrafo 2º do artigo 1º apresenta outras hipó-
formas previstas (basta uma; os requisitos não são
teses equiparadas à lavagem de dinheiro. O inciso I do
cumulativos):
§ 2º pune a lavagem no exercício de atividade econô-
mica ou financeira e o inciso II pune a associação para
z conduzir à apuração das infrações penais;
fins de lavagem de capitais. Vejamos:
z conduzir à identificação de autores, coautores e
partícipes; ou
Art. 1° [...]
z conduzir à localização dos bens, direitos ou valo-
§ 2° Incorre, ainda, na mesma pena quem:
res objeto do crime.
I - utiliza, na atividade econômica ou financeira,
bens, direitos ou valores provenientes de infração
penal; z Formas de colaboração (alternativas) (§ 5º , do
II - participa de grupo, associação ou escritório ten- art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998)
do conhecimento de que sua atividade principal ou
secundária é dirigida à prática de crimes previstos
nesta Lei. Apuração de infrações
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágra-
fo único do art. 14 do Código Penal.
Identificação de Autores,
O § 3º traz importante disposição no sentido de Coautores e Partícipes
que é punível a tentativa de lavagem de capitais.

Art. 1° [...] Localização dos Bens, Direitos ou


§ 4º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) Valores
a 2/3 (dois terços) se os crimes definidos nesta
Lei forem cometidos de forma reiterada, por
intermédio de organização criminosa ou por Colaborando, o indivíduo tem a possibilidade de
meio da utilização de ativo virtual. obter os seguintes benefícios (“prêmios”; daí se cha-
mar de colaboração premiada).
Crimes cometidos de forma reiterada significa aque-
las infrações praticadas repetidamente. Lado outro, por z Benefícios ao colaborador na lavagem de
150 organização entende-se um grupo de 4 ou mais pessoas dinheiro (§ 5º , do art. 1º, da Lei nº 9.613, de 1998)
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Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previs-
Diminuição da pena de 1 a 2/3 e fixação
tos nesta Lei:
do regime inicial aberto ou semiaberto
I – obedecem às disposições relativas ao procedi-
Substituição da pena privativa de mento comum dos crimes punidos com reclusão, da
libertada por pena restritiva de direitos competência do juiz singular;
II - independem do processo e julgamento das infra-
Perdão judicial (causa extintiva de ções penais antecedentes, ainda que praticados em
punibilidade) outro país, cabendo ao juiz competente para os cri-
mes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade
de processo e julgamento; (Redação dada pela Lei
Esses benefícios aplicam-se somente à colaboração
nº 12.683, de 2012)
premiada nos crimes de lavagem de dinheiro. III - são da competência da Justiça Federal:
Existem outras formas de colaboração premiada a) quando praticados contra o sistema financeiro
previstas em outras leis (como a Lei de Organizações e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento
Criminosas, por exemplo) que oferecem ao colabora- de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas
dor outros “prêmios” (como o não oferecimento de entidades autárquicas ou empresas públicas;
denúncia). b) quando a infração penal antecedente for de com-
petência da Justiça Federal.
AÇÃO CONTROLADA E INFILTRAÇÃO DE AGENTES § 1° A denúncia será instruída com indícios suficien-
tes da existência da infração penal antecedente, sen-
do puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que
Art. 1° [...]
desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este
a punibilidade da infração penal antecedente.
artigo, admite-se a utilização da ação controlada
§ 2° No processo por crime previsto nesta Lei, não
e da infiltração de agentes.
se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Proces-
A fim de efetivar a apuração do crime de lavagem so Penal), devendo o acusado que não comparecer
de dinheiro, a Lei admite a utilização dos meios espe- nem constituir advogado ser citado por edital, pros-
ciais de investigação da ação controlada (situação seguindo o feito até o julgamento, com a nomeação
excepcional na qual o flagrante, que deve ser imedia- de defensor dativo.
to, é retardado para que se consiga descobrir outros
sujeitos envolvidos na prática do delito, reunindo-se Por sua vez, o art. 4º prevê a possibilidade de o juiz,
provas mais robustas ou, ainda, recuperando-se o pro- de ofício, a requerimento ou mediante represen-
duto ou proveito do crime — é chamado de flagrante tação do delegado de polícia (ouvido o Ministério
prorrogado, retardado ou diferido) e da infiltração Público), desde que haja indícios suficientes de infra-
de agentes (prevista no art. 10 da Lei de Organiza- ção penal, decretar, em 24 horas, medidas assecura-
ções Criminosas, que tem como objetivo permitir que tórias de bens direitos ou valores do investigado
policiais ingressem legalmente em organizações cri- ou acusado, ainda que estejam em nome de terceiros,
minosas, utilizando-se de identidades falsas, a fim de se constituam instrumento, produto ou proveito dos
investigar suas atividades). crimes de lavagem ou de crimes antecedentes.
Uma das formas de ação controlada é a conheci-
Art. 4° O juiz, de ofício, a requerimento do Ministé-
da “entrega vigiada”, prevista no Decreto nº 5.015, de
rio Público ou mediante representação do delegado
2004, que consiste na permissão de remessas inter- de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vin-
nacionais ilícitas ou suspeitas, feitas com o conheci- te e quatro) horas, havendo indícios suficientes de
mento e controle das autoridades com o objetivo de infração penal, poderá decretar medidas assecura-
permitir a colheita de mais provas e a identificação tórias de bens, direitos ou valores do investigado
dos envolvidos. ou acusado, ou existentes em nome de interpostas
pessoas, que sejam instrumento, produto ou provei-
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS to dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº
A partir do art. 2º, a Lei nº 9.613, de 1998 passa a 12.683, de 2012)
§ 1° Proceder-se-á à alienação antecipada para
tratar de disposições que se aplicam ao processo cri-
preservação do valor dos bens sempre que estive-
minal da lavagem de dinheiro. Veremos, a seguir, os
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

rem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou


pontos mais relevantes. depreciação, ou quando houver dificuldade para
O primeiro ponto que merece destaque diz respei- sua manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
to à competência. Os crimes de lavagem, via de regra, de 2012)
são de competência da Justiça Estadual. § 2° O juiz determinará a liberação total ou parcial
Excepcionalmente, a competência será da Justiça dos bens, direitos e valores quando comprovada a
Federal, nas hipóteses do inciso III do art. 2°, quais licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
sejam: dos bens, direitos e valores necessários e suficien-
tes à reparação dos danos e ao pagamento de pres-
tações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
z crimes praticados contra o sistema financeiro e a
infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683,
ordem econômico-financeira;
de 2012)
z crimes praticados em detrimento de bens, serviços § 3° Nenhum pedido de liberação será conheci-
ou interesses da União ou de suas entidades autár- do sem o comparecimento pessoal do acusado ou
quicas ou empresas públicas; de interposta pessoa a que se refere o caput des-
z quando a infração penal antecedente for de com- te artigo, podendo o juiz determinar a prática de
petência da Justiça Federal. atos necessários à conservação de bens, direitos ou 151
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valores, sem prejuízo do disposto no § 1°. (Redação inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avalia-
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) ção. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 4° Poderão ser decretadas medidas assecurató- § 4° Realizado o leilão, a quantia apurada será
rias sobre bens, direitos ou valores para reparação depositada em conta judicial remunerada, adotan-
do dano decorrente da infração penal anteceden- do-se a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei nº
te ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de 12.683, de 2012)
prestação pecuniária, multa e custas. I - nos processos de competência da Justiça Federal
e da Justiça do Distrito Federal: (Incluído pela Lei
As medidas assecuratórias são aquelas que asse- nº 12.683, de 2012)
guram o direito do ofendido e a responsabilização a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econô-
pecuniária do criminoso. As medidas assecuratórias mica Federal ou em instituição financeira pública,
possíveis são o sequestro, a hipoteca legal e o arresto. mediante documento adequado para essa finalida-
de; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
Medidas Assecuratórias b) os depósitos serão repassados pela Caixa Eco-
nômica Federal ou por outra instituição financeira
z Sequestro: pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no
É a decisão judicial, bem como a consequente prazo de 24 (vinte e quatro) horas; e (Incluída pela
retenção por depósito da coisa litigiosa em mãos de Lei nº 12.683, de 2012)
terceiros estranhos à lide, com o fim de preservar o c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica
direito sobre ela (Mirabete). Federal ou por instituição financeira pública serão
Na esfera penal, o sequestro é a retenção de bem debitados à Conta Única do Tesouro Nacional,
imóvel ou móvel, havido com os proventos da infra- em subconta de restituição; (Incluída pela Lei nº
ção, com o fim de assegurar as obrigações civis deste 12.683, de 2012)
- (Magalhães Noronha). II - nos processos de competência da Justiça dos
Estados: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
z Hipoteca Legal a) os depósitos serão efetuados em instituição
financeira designada em lei, preferencialmente
Art. 134 do Código Processo Penal A hipote- pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em
ca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser instituição financeira pública da União; (Incluída
requerida pelo ofendido em qualquer fase do pro- pela Lei nº 12.683, de 2012)
cesso, desde que haja certeza da infração e indícios b) os depósitos serão repassados para a conta úni-
suficientes da autoria. ca de cada Estado, na forma da respectiva legisla-
ção. (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)
O dispositivo recai sobre os bens imóveis e serve § 5° Mediante ordem da autoridade judicial, o valor
para assegurar a reparação do dano. do depósito, após o trânsito em julgado da sentença
proferida na ação penal, será: (Incluído pela Lei nº
z Arresto 12.683, de 2012)
I - em caso de sentença condenatória, nos proces-
Art. 137 do Código de Processo Penal Se o res- sos de competência da Justiça Federal e da Justiça
ponsável não possuir bens imóveis ou os possuir do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao
de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens
patrimônio da União, e, nos processos de compe-
móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é
facultada a hipoteca legal dos imóveis. tência da Justiça Estadual, incorporado ao patri-
mônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei nº
12.683, de 2012)
Recai sobre o patrimônio lícito ou ilícito do sujeito
II - em caso de sentença absolutória extintiva de
e tornam indisponível. Ou seja, se o investigado com
o lucro obtido por meio da prática de crime de contra- punibilidade, colocado à disposição do réu pela ins-
bando, adquiriu um veículo, este pode ser sequestrado. tituição financeira, acrescido da remuneração da
conta judicial. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 6° A instituição financeira depositária manterá
Art. 4°-A A alienação antecipada para preservação
de valor de bens sob constrição será decretada pelo controle dos valores depositados ou devolvidos.
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
ou por solicitação da parte interessada, mediante § 7° Serão deduzidos da quantia apurada no leilão
petição autônoma, que será autuada em apartado todos os tributos e multas incidentes sobre o bem
e cujos autos terão tramitação em separado em alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no âmbito
relação ao processo principal. (Incluído pela Lei nº da competência de cada ente da Federação, venham
12.683, de 2012) a desonerar bens sob constrição judicial daqueles
§ 1° O requerimento de alienação deverá conter a ônus. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
relação de todos os demais bens, com a descrição § 8° Feito o depósito a que se refere o § 4° deste arti-
e a especificação de cada um deles, e informações go, os autos da alienação serão apensados aos do
sobre quem os detém e local onde se encontram. processo principal. (Incluído pela Lei nº 12.683, de
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 2012)
§ 2° O juiz determinará a avaliação dos bens, nos § 9° Terão apenas efeito devolutivo os recursos
autos apartados, e intimará o Ministério Público. interpostos contra as decisões proferidas no cur-
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) so do procedimento previsto neste artigo.(Incluído
§ 3° Feita a avaliação e dirimidas eventuais diver- pela Lei nº 12.683, de 2012)
gências sobre o respectivo laudo, o juiz, por sen- § 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença
tença, homologará o valor atribuído aos bens e penal condenatória, o juiz decretará, em favor, con-
determinará sejam alienados em leilão ou pre- forme o caso, da União ou do Estado: (Incluído pela
152 gão, preferencialmente eletrônico, por valor não Lei nº 12.683, de 2012)
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I - a perda dos valores depositados na conta remu- 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de
nerada e da fiança; (Incluído pela Lei nº 12.683, de liberdade aplicada.
2012) § 1º A União e os Estados, no âmbito de suas com-
II - a perda dos bens não alienados antecipadamen- petências, regulamentarão a forma de destinação
te e daqueles aos quais não foi dada destinação pré- dos bens, direitos e valores cuja perda houver sido
via; e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) declarada, assegurada, quanto aos processos de
III - a perda dos bens não reclamados no prazo competência da Justiça Federal, a sua utilização
de 90 (noventa) dias após o trânsito em julgado pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos cri-
da sentença condenatória, ressalvado o direito de
mes previstos nesta Lei, e, quanto aos processos de
lesado ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei nº
competência da Justiça Estadual, a preferência dos
12.683, de 2012)
órgãos locais com idêntica função.
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § § 2º Os instrumentos do crime sem valor econômi-
10 deste artigo serão adjudicados ou levados a lei- co cuja perda em favor da União ou do Estado for
lão, depositando-se o saldo na conta única do res- decretada serão inutilizados ou doados a museu
pectivo ente. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) criminal ou a entidade pública, se houver interesse
§ 12. O juiz determinará ao registro público com- na sua conservação.
petente que emita documento de habilitação à cir-
culação e utilização dos bens colocados sob o uso e
O art. 7º estabelece, como efeito da condenação,
custódia das entidades a que se refere o caput deste
a perda de todos os bens e valores ligados direta ou
artigo. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação anteci- indiretamente aos crime de lavagem, preservando o
pada de bens, direitos e valores oriundos do crime direito do lesado ou terceiro de boa-fé. Por exemplo,
de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto se o crime antecedente for um roubo, o bem ou valor
de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei é devolvido ao legítimo dono.
permanecem submetidos à disciplina definida em O dispositivo estabelece, ainda, que, se os condena-
lei específica. dos forem funcionários públicos ou diretores, mem-
Art. 4°-B A ordem de prisão de pessoas ou as bros de conselho de administração ou de gerente das
medidas assecuratórias de bens, direitos pessoas jurídicas elencadas no art. 9º (Bolsa de Valo-
ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, res, seguradoras, administradoras de cartão de crédi-
ouvido o Ministério Público, quando a sua to, empresas de leasing etc.), estes ficarão interditados
execução imediata puder comprometer as de exercerem seus cargos ou funções pelo dobro de
investigações. tempo da pena privativa de liberdade imposta.
Art. 5° Quando as circunstâncias o aconselharem, Atente-se ao fato de que a tentativa, mesmo que
o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa falha, já configura crime de lavagem de dinheiro.
física ou jurídica qualificada para a administração
dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas Art. 8° O juiz determinará, na hipótese de existên-
assecuratórias, mediante termo de compromisso. cia de tratado ou convenção internacional e por
Art. 6° A pessoa responsável pela administra- solicitação de autoridade estrangeira competen-
ção dos bens: (Redação dada pela Lei nº 12.683, te, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou
de 2012) valores oriundos de crimes descritos no art. 1o pra-
I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, ticados no estrangeiro.
que será satisfeita com o produto dos bens objeto
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independen-
da administração;
temente de tratado ou convenção internacional,
II - prestará, por determinação judicial, informa-
quando o governo do país da autoridade solicitante
ções periódicas da situação dos bens sob sua
prometer reciprocidade ao Brasil.
administração, bem como explicações e deta-
§ 2° Na falta de tratado ou convenção, os bens, direi-
lhamentos sobre investimentos e reinvestimentos
tos ou valores privados sujeitos a medidas assecu-
realizados.
ratórias por solicitação de autoridade estrangeira
Parágrafo único. Os atos relativos à administração
competente ou os recursos provenientes da sua
dos bens sujeitos a medidas assecuratórias serão
alienação serão repartidos entre o Estado reque-
levados ao conhecimento do Ministério Público,
rente e o Brasil, na proporção de metade, ressalva-
que requererá o que entender cabível.
do o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.
Art. 9º Sujeitam-se às obrigações às pessoas físicas
EFEITOS DA CONDENAÇÃO e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

eventual, como atividade principal ou acessória,


O art. 7º estabelece alguns efeitos da condenação cumulativamente ou não: (Redação dada pela Lei
por crimes de lavagem, além dos que constam no nº 12.683, de 2012)
Código Penal: I - a captação, intermediação e aplicação de recur-
sos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos estrangeira;
previstos no Código Penal: II - a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro
I - a perda, em favor da União - e dos Estados, como ativo financeiro ou instrumento cambial;
nos casos de competência da Justiça Estadual -, de
III - a custódia, emissão, distribuição, liquidação,
todos os bens, direitos e valores relacionados,
negociação, intermediação ou administração de
direta ou indiretamente, à prática dos crimes
previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados títulos ou valores mobiliários.
para prestar a fiança, ressalvado o direito do Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas
lesado ou de terceiro de boa-fé; obrigações:
II - a interdição do exercício de cargo ou fun- I - as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias
ção pública de qualquer natureza e de diretor, de ou futuros e os sistemas de negociação do mercado
membro de conselho de administração ou de de balcão organizado; (Redação dada pela Lei nº
gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 12.683, de 2012) 153
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as XV - pessoas físicas ou jurídicas que atuem na pro-
entidades de previdência complementar ou de moção, intermediação, comercialização, agencia-
capitalização; mento ou negociação de direitos de transferência
III - as administradoras de cartões de credencia- de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos
mento ou cartões de crédito, bem como as adminis- similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
tradoras de consórcios para aquisição de bens ou XVI - as empresas de transporte e guarda de valo-
serviços; res; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
IV - as administradoras ou empresas que se utili- XVII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercia-
zem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, lizem bens de alto valor de origem rural ou animal
magnético ou equivalente, que permita a transfe- ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
rência de fundos; pela Lei nº 12.683, de 2012)
V - as empresas de arrendamento mercantil (lea- XVIII - as dependências no exterior das entidades
sing), as empresas de fomento comercial (factoring) mencionadas neste artigo, por meio de sua matriz
e as Empresas Simples de Crédito (ESC); no Brasil, relativamente a residentes no País.
VI - as sociedades que, mediante sorteio, método (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
assemelhado, exploração de loterias, inclusive de XIX - as prestadoras de serviços de ativos
apostas de quota fixa, ou outras sistemáticas de virtuais.
captação de apostas com pagamento de prêmios,
realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis,
de bens imóveis e de outras mercadorias ou servi- Importante!
ços, bem como concedam descontos na sua aquisi-
ção ou contratação; � A simples tentativa de lavar dinheiro já confi-
VII - as filiais ou representações de entes estrangei- gura crime, o qual está sujeito às penalidades do
ros que exerçam no Brasil qualquer das atividades ato praticado;
listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; � Quem ajudar de forma indireta e consciente,
VIII - as demais entidades cujo funcionamento depen- ou seja, tendo plena ciência do ato, incorrerá na
da de autorização de órgão regulador dos mercados mesma punição de quem praticou o ato ilícito de
financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; forma direta;
IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou
� A pena de reclusão vai de três a dez anos e a
estrangeiras, que operem no Brasil como agentes,
dirigentes, procuradoras, comissionarias ou por multa máxima será de até o dobro do valor lava-
qualquer forma representem interesses de ente do, considerando-se o teto de 20 milhões;
estrangeiro que exerça qualquer das atividades � O poder judiciário pode decretar o bloqueio
referidas neste artigo; preventivo dos bens do acusado de lavagem de
X - as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam ati- dinheiro apenas até o limite suficiente para repa-
vidades de promoção imobiliária ou compra e ven- rar os danos causados.
da de imóveis; (Redação dada pela Lei nº 12.683,
de 2012)
XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercia- Da Identificação dos Clientes e Manutenção de
lizem joias, pedras e metais preciosos, objetos de Registros
arte e antiguidades.
XII - as pessoas físicas ou jurídicas que comercia- Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
lizem bens de luxo ou de alto valor, intermedeiem I - identificarão seus clientes e manterão cadastro
a sua comercialização ou exerçam atividades que atualizado, nos termos de instruções emanadas das
envolvam grande volume de recursos em espécie; autoridades competentes;
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) II - manterão registro de toda transação em moe-
XIII - as juntas comerciais e os registros públicos; da nacional ou estrangeira, títulos e valores mobi-
(Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) liários, títulos de crédito, metais, ativos virtuais,
XIV - as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, ou qualquer ativo passível de ser convertido em
mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela auto-
consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamen- ridade competente e nos termos de instruções por
to ou assistência, de qualquer natureza, em opera- esta expedidas;
ções: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) III - deverão adotar políticas, procedimentos e con-
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos troles internos, compatíveis com seu porte e volume
comerciais ou industriais ou participações socie- de operações, que lhes permitam atender ao dispos-
tárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei nº to neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada
12.683, de 2012) pelos órgãos competentes;
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou IV - deverão cadastrar-se e manter seu cadastro
outros ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) atualizado no órgão regulador ou fiscalizador e, na
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de falta deste, no Conselho de Controle de Atividades
poupança, investimento ou de valores mobiliários; Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles
(Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012) estabelecidas; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades V - deverão atender às requisições formuladas pelo
de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciá- Coaf na periodicidade, forma e condições por ele
rios ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei nº estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos
12.683, de 2012) da lei, o sigilo das informações prestadas.
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluí- § 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa
da pela Lei nº 12.683, de 2012) jurídica, a identificação referida no inciso I deste
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre con- artigo deverá abranger as pessoas físicas autoriza-
tratos relacionados a atividades desportivas ou das a representá-la, bem como seus proprietários.
artísticas profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683, § 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos
154 de 2012) I e II deste artigo deverão ser conservados durante
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o período mínimo de cinco anos a partir do encer- a) ao dobro do valor da operação;
ramento da conta ou da conclusão da transação, b) ao dobro do lucro real obtido ou que pre-
prazo este que poderá ser ampliado pela autorida- sumivelmente seria obtido pela realização da
de competente. operação; ou
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de
efetuado também quando a pessoa física ou jurí- reais);
dica, seus entes ligados, houver realizado, em um III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez
mesmo mês-calendário, operações com uma mes- anos, para o exercício do cargo de administrador
ma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autori- IV - cassação ou suspensão da autorização para o
dade competente. exercício de atividade, operação ou funcionamento.
Art. 10-A O Banco Central manterá registro centra- (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
lizado formando o cadastro geral de correntistas § 1º A pena de advertência será aplicada por irregu-
e clientes de instituições financeiras, bem como de laridade no cumprimento das instruções referidas
seus procuradores. nos incisos I e II do art. 10.
§ 2° A multa será aplicada sempre que as pessoas
Da Comunicação de Operações Financeiras referidas no art. 9o, por culpa ou dolo: (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 11 As pessoas referidas no art. 9º: I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de
I - dispensarão especial atenção às operações que, advertência, no prazo assinalado pela autoridade
nos termos de instruções emanadas das autorida- competente;
des competentes, possam constituir-se em sérios II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do
indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles art. 10;
relacionar-se; III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a
II - deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de requisição formulada nos termos do inciso V do art.
dar ciência de tal ato a qualquer pessoa, inclu- 10; (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
sive àquela à qual se refira a informação, no IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta a comunicação a que se refere o art. 11.
ou realização: § 3º A inabilitação temporária será aplicada quan-
a) de todas as transações referidas no inciso II do forem verificadas infrações graves quanto ao
do art. 10, acompanhadas da identificação de que cumprimento das obrigações constantes desta Lei
trata o inciso I do mencionado artigo; e ou quando ocorrer reincidência específica, devida-
b) das operações referidas no inciso I; (Redação mente caracterizada em transgressões anterior-
dada pela Lei nº 12.683, de 2012) mente punidas com multa.
III - deverão comunicar ao órgão regulador ou fis- § 4º A cassação da autorização será aplicada nos
calizador da sua atividade ou, na sua falta, ao Coaf, casos de reincidência específica de infrações ante-
na periodicidade, forma e condições por eles esta- riormente punidas com a pena prevista no inciso III
belecidas, a não ocorrência de propostas, transa- do caput deste artigo.
ções ou operações passíveis de serem comunicadas Art. 12-A Ato do Poder Executivo federal regu-
nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei nº 12.683, lamentará a disciplina e o funcionamento do
de 2012) Cadastro Nacional de Pessoas Expostas Politi-
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções camente (CNPEP), disponibilizado pelo Portal
referidas no inciso I deste artigo, elaborarão rela- da Transparência.
ção de operações que, por suas características, no § 1º Os órgãos e as entidades de quaisquer Pode-
que se refere às partes envolvidas, valores, forma res da União, dos Estados, do Distrito Federal e
de realização, instrumentos utilizados, ou pela fal- dos Municípios deverão encaminhar ao gestor
ta de fundamento econômico ou legal, possam con- CNPEP, na forma e na periodicidade definidas
figurar a hipótese nele prevista. no regulamento de que trata o caput deste arti-
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na for- go, informações atualizadas sobre seus inte-
ma prevista neste artigo, não acarretarão res- grantes ou ex-integrantes classificados como
ponsabilidade civil ou administrativa. pessoas expostas politicamente (PEPs) na legis-
§ 3° O Coaf disponibilizará as comunicações recebi- lação e regulação vigentes. § 2º As pessoas refe-
das com base no inciso II do caput aos respectivos
ridas no art. 9º desta Lei incluirão consulta ao
órgãos responsáveis pela regulação ou fiscalização
CNPEP entre seus procedimentos para cumpri-
das pessoas a que se refere o art. 9°. (Redação dada
mento das obrigações previstas nos arts. 10 e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

pela Lei nº 12.683, de 2012)


11 desta Lei, sem prejuízo de outras diligências
Art. 11-A As transferências internacionais e os saques
exigidas na forma da legislação. (Incluído pela
em espécie deverão ser previamente comunicados à
Lei nº 14.478, de 2022) Vigência
instituição financeira, nos termos, limites, prazos e
§ 3º O órgão gestor do CNPEP indicará em
condições fixados pelo Banco Central do Brasil.
transparência ativa, pela internet, órgãos e
entidades que deixem de cumprir a obrigação
Da Responsabilidade Administrativa prevista no § 1º deste artigo.

Art. 12 Às pessoas referidas no art. 9º, bem


Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
como aos administradores das pessoas jurídicas,
que deixem de cumprir as obrigações previs-
tas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulati- O art. 14 desta lei dispõe sobre a criação do Con-
vamente ou não, pelas autoridades competentes, as selho de Coontrole de Atividades Financeiras-COAF,
seguintes sanções: sua principal finalidade é disciplinar, aplicar penas
I - advertência; administrativas, receber, examinar e identificar
II - multa pecuniária variável não superior: as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas pre-
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) vistas nesta Lei. 155
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Art. 14 [...] As instituições devem implementar e manter
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas política formulada com base em princípios e diretri-
às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais zes que busquem prevenir a sua utilização para as
não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, práticas de lavagem de dinheiro e de financiamen-
serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para to do terrorismo.
esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a As instituições devem realizar avaliação interna
aplicação das sanções enumeradas no art. 12. com o objetivo de identificar e mensurar o risco
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor
de utilização de seus produtos e serviços na prá-
mecanismos de cooperação e de troca de infor-
tica da lavagem de dinheiro e do financiamento do
mações que viabilizem ações rápidas e eficientes
no combate à ocultação ou dissimulação de bens,
terrorismo.
direitos e valores. As instituições devem implementar procedimen-
§ 3° O COAF poderá requerer aos órgãos da Adminis- tos destinados a conhecer seus clientes, incluindo
tração Pública as informações cadastrais bancárias aqueles que assegurem a devida diligência na sua
e financeiras de pessoas envolvidas em atividades identificação, qualificação e classificação.
suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 2003) As instituições referidas no art. 1º devem adotar
Art. 15 O COAF comunicará às autoridades procedimentos de identificação que permitam verifi-
competentes para a instauração dos procedi- car e validar a identidade do cliente.
mentos cabíveis, quando concluir pela existên- Os procedimentos referidos devem incluir a obten-
cia de crimes previstos nesta Lei, de fundados ção, a verificação e a validação da autenticidade de
indícios de sua prática, ou de qualquer outro informações de identificação do cliente, inclusive,
ilícito. se necessário, mediante confrontação dessas informa-
Art. 16 § 2° Caberá recurso das decisões do Coaf ções com as disponíveis em bancos de dados de cará-
relativas às aplicações de penas administrativas ter público e privado.
ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro
Nacional.
Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º
devem implementar e manter política formulada
Disposições Gerais com base em princípios e diretrizes que busquem
prevenir a sua utilização para as práticas de lava-
Art. 17-A Aplicam-se, subsidiariamente, as dispo- gem de dinheiro e de financiamento do terrorismo.
sições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de Parágrafo único. A política de que trata o
1941 (Código de Processo Penal), no que não forem caput deve ser compatível com os perfis de
incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei nº risco:
12.683, de 2012) I - dos clientes;
Art. 17-B A autoridade policial e o Ministério II - da instituição;
Público terão acesso, exclusivamente, aos dados III - das operações, transações, produtos e ser-
cadastrais do investigado que informam qualifica- viços; e
ção pessoal, filiação e endereço, independentemen- IV - dos funcionários, parceiros e prestadores
te de autorização judicial, mantidos pela Justiça de serviços terceirizados.
Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas insti- Art. 3º A política referida no art. 2º deve contem-
tuições financeiras, pelos provedores de internet e plar, no mínimo:
pelas administradoras de cartão de crédito. (Incluí- I - as diretrizes para:
do pela Lei nº 12.683, de 2012) a) a definição de papéis e responsabilidades para
Art. 17-C Os encaminhamentos das instituições o cumprimento das obrigações de que trata esta
financeiras e tributárias em resposta às ordens Circular;
judiciais de quebra ou transferência de sigilo deve- b) a definição de procedimentos voltados à avalia-
rão ser, sempre que determinado, em meio informá- ção e à análise prévia de novos produtos e servi-
tico, e apresentados em arquivos que possibilitem a ços, bem como da utilização de novas tecnologias,
migração de informações para os autos do proces- tendo em vista o risco de lavagem de dinheiro e de
so sem redigitação. financiamento do terrorismo;
Art. 17-D Em caso de indiciamento de servidor c) a avaliação interna de risco e a avaliação de efe-
público, este será afastado, sem prejuízo de remu- tividade de que tratam os arts. 10 e 62;
neração e demais direitos previstos em lei, até que d) a verificação do cumprimento da política, dos
o juiz competente autorize, em decisão fundamen- procedimentos e dos controles internos de que trata
tada, o seu retorno. esta Circular, bem como a identificação e a corre-
Art. 17-E A Secretaria da Receita Federal do Brasil ção das deficiências verificadas;
conservará os dados fiscais dos contribuintes pelo e) a promoção de cultura organizacional de pre-
prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir venção à lavagem de dinheiro e ao financiamento
do início do exercício seguinte ao da declaração de do terrorismo, contemplando, inclusive, os funcio-
renda respectiva ou ao do pagamento do tributo. nários, os parceiros e os prestadores de serviços
terceirizados;
CIRCULAR Nº 3.978, DE 23 DE JANEIRO DE 2020 f) a seleção e a contratação de funcionários e de
prestadores de serviços terceirizados, tendo em vis-
Art. 1º Esta Circular dispõe sobre a política, os pro- ta o risco de lavagem de dinheiro e de financiamen-
cedimentos e os controles internos a serem adota- to do terrorismo; e
dos pelas instituições autorizadas a funcionar pelo g) a capacitação dos funcionários sobre o tema da
Banco Central do Brasil visando à prevenção da prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen-
utilização do sistema financeiro para a prática dos to do terrorismo, incluindo os funcionários dos cor-
crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos respondentes no País que prestem atendimento em
e valores, de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março nome das instituições mencionadas no art. 1º;
de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto II - as diretrizes para implementação de
156 na Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. procedimentos:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) de coleta, verificação, validação e atualização z a firma ou denominação social e o número de
de informações cadastrais, visando a conhecer os registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
clientes, os funcionários, os parceiros e os presta- (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.
dores de serviços terceirizados;
b) de registro de operações e de serviços financeiros; No caso de cliente (pessoa natural) residente no exte-
c) de monitoramento, seleção e análise de opera- rior, desobrigado de inscrição no CPF, na forma definida
ções e situações suspeitas; e
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, admite-se
d) de comunicação de operações ao Conselho de
a utilização de documento de viagem na forma da lei,
Controle de Atividades Financeiras (Coaf); e
devendo ser coletados, no mínimo, o país emissor, o
III - o comprometimento da alta administra-
ção com a efetividade e a melhoria contínua número e o tipo do documento (§ 3º, art. 16).
da política, dos procedimentos e dos contro- No caso de cliente (pessoa jurídica) com domicílio
les internos relacionados com a prevenção à ou sede no exterior, desobrigado de inscrição no CNPJ,
lavagem de dinheiro e ao financiamento do na forma definida pela Secretaria da Receita Federal
terrorismo. do Brasil, as instituições devem coletar, no mínimo, o
Art. 4º Admite-se a adoção de política de prevenção nome da empresa, o endereço da sede e o número de
à lavagem de dinheiro e ao financiamento do ter- identificação ou de registro da empresa no respectivo
rorismo única por conglomerado prudencial e por país de origem (§ 4º, art. 16).
sistema cooperativo de crédito.
Parágrafo único. As instituições que não constituí- Art. 16 As instituições referidas no art. 1º devem
rem política própria, em decorrência do disposto adotar procedimentos de identificação que permi-
no caput, devem formalizar a opção por essa facul- tam verificar e validar a identidade do cliente.
dade em reunião do conselho de administração ou, § 1º Os procedimentos referidos no caput devem
se inexistente, da diretoria da instituição. incluir a obtenção, a verificação e a validação da
Art. 5º As instituições mencionadas no art. 1º autenticidade de informações de identificação do
devem assegurar a aplicação da política referida cliente, inclusive, se necessário, mediante confron-
no art. 2º em suas unidades situadas no exterior. tação dessas informações com as disponíveis em
Parágrafo único. Na hipótese de impedimento ou bancos de dados de caráter público e privado.
limitação legal à aplicação da política referida no § 2º No processo de identificação do cliente devem
caput à unidade da instituição situada no exterior, ser coletados, no mínimo:
deverá ser elaborado relatório justificando o impe- I - o nome completo e o número de registro no
dimento ou a limitação. Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no caso de pes-
Art. 6º A política referida no art. 2º deve ser divul- soa natural; e
gada aos funcionários da instituição, parceiros e II - a firma ou denominação social e o número de
prestadores de serviços terceirizados, mediante lin- registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
guagem clara e acessível, em nível de detalhamento (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.
compatível com as funções desempenhadas e com a § 3º No caso de cliente pessoa natural residente no
sensibilidade das informações. exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma
Art. 7º A política referida no art. 2º deve ser: definida pela Secretaria da Receita Federal do Bra-
I - documentada; sil, admite -se a utilização de documento de viagem
II - aprovada pelo conselho de administração ou, se na forma da Lei, devendo ser coletados, no mínimo,
inexistente, pela diretoria da instituição; e o país emissor, o número e o tipo do documento.
III - mantida atualizada. § 4º No caso de cliente pessoa jurídica com domicí-
lio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no
Da Governança da Política de Prevenção à Lavagem CNPJ, na forma definida pela Secretaria da Receita
De Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo Federal do Brasil, as instituições devem coletar, no
mínimo, o nome da empresa, o endereço da sede e o
Art. 8º As instituições mencionadas no art. 1º número de identificação ou de registro da empresa
devem dispor de estrutura de governança visando no respectivo país de origem.
a assegurar o cumprimento da política referida no
art. 2º e dos procedimentos e controles internos de Segundo o art. 17, as informações constantes no
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen- art. 16 devem ser mantidas atualizadas.
to do terrorismo previstos nesta Circular.
Art. 9º As instituições referidas no art. 1º devem Da Qualificação dos Clientes
indicar formalmente ao Banco Central do Brasil
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

diretor responsável pelo cumprimento das obriga-


Art. 18 As instituições mencionadas no art. 1º
ções previstas nesta Circular.
devem adotar procedimentos que permitam quali-
§ 1º O diretor mencionado no caput pode desempe-
ficar seus clientes por meio da coleta, verificação e
nhar outras funções na instituição, desde que não
validação de informações, compatíveis com o perfil
haja conflito de interesses.
de risco do cliente e com a natureza da relação de
§ 2º A responsabilidade mencionada no caput deve
negócio.
ser observada em cada instituição, mesmo no caso
§ 1º Os procedimentos de qualificação referidos no
de opção pela faculdade estabelecida nos arts. 4º,
caput devem incluir a coleta de informações que
11, 42, 46 e 52.
permitam: (Redação dada, a partir de 1º/9/2021,
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
Conforme o § 2º, art. 16, no processo de identifi- I - identificar o local de residência, no caso de
cação do cliente devem ser coletados, no mínimo: pessoa natural; (Incluído, a partir de 1º/9/2021,
pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.)
z o nome completo e o número de registro no Cadas- II - identificar o local da sede ou filial, no
tro de Pessoas Físicas (CPF), no caso de pessoa caso de pessoa jurídica; e (Incluído, a partir de
natural; 1º/9/2021, pela Resolução BCB nº 119, de 27/7/2021.) 157
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III - avaliar a capacidade financeira do cliente, II - políticos de escalões superiores;
incluindo a renda, no caso de pessoa natural, III - ocupantes de cargos governamentais de escalões
ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica. superiores;
(Incluído, a partir de 1º/9/2021, pela Resolução BCB IV - oficiais-generais e membros de escalões superio-
nº 119, de 27/7/2021.) res do Poder Judiciário;
§ 2º A necessidade de verificação e de validação V - executivos de escalões superiores de empresas
das informações referidas no § 1º deve ser avaliada públicas; ou
pelas instituições de acordo com o perfil de risco VI - dirigentes de partidos políticos.
do cliente e com a natureza da relação de negócio. § 3º São também consideradas pessoas expostas poli-
§ 3º Nos procedimentos de que trata o caput, devem ticamente os dirigentes de escalões superiores de enti-
ser coletadas informações adicionais do cliente dades de direito internacional público ou privado.
compatíveis com o risco de utilização de produtos § 4º No caso de clientes residentes no exterior, para
e serviços na prática da lavagem de dinheiro e do
fins do disposto no caput, as instituições mencionadas
financiamento do terrorismo.
no art. 1º devem adotar pelo menos duas das seguin-
§ 4º A qualificação do cliente deve ser reavaliada
tes providências:
de forma permanente, de acordo com a evolução da
I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito
relação de negócio e do perfil de risco.
da sua qualificação;
§ 5º As informações coletadas na qualificação do
cliente devem ser mantidas atualizadas. II - recorrer a informações públicas disponíveis; e
§ 6º O Banco Central do Brasil poderá divulgar rol III - consultar bases de dados públicas ou privadas
de informações a serem coletadas, verificadas e sobre pessoas expostas politicamente.
validadas em procedimentos específicos de qualifi- § 5º A condição de pessoa exposta politicamente deve
cação de clientes. ser aplicada pelos cinco anos seguintes à data em que
a pessoa deixou de se enquadrar nas categorias pre-
Da Qualificação como Pessoa Exposta Politicamente vistas nos §§ 1º, 2º, e 3º.
§ 6º No caso de relação de negócio com cliente residen-
Art. 27 As instituições mencionadas no art. 1º devem te no exterior que também seja cliente de instituição
implementar procedimentos que permitam qualificar do mesmo grupo no exterior, fiscalizada por autorida-
seus clientes como pessoa exposta politicamente. de supervisora com a qual o Banco Central do Brasil
§ 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente: mantenha convênio para troca de informações, admi-
I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Exe- te-se que as informações de qualificação de pessoa
cutivo e Legislativo da União; exposta politicamente sejam obtidas da instituição no
II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da exterior, desde que assegurado ao Banco Central do
União, de: Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos
a) Ministro de Estado ou equiparado; adotados.
b) Natureza Especial ou equivalente;
c) presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalen- O art. 28 passou por uma nova redação, através
tes, de entidades da administração pública indireta; e da resolução BcB n° 282, ao qual dispõe que as ins-
d) Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), tituições referidas no art. 1º devem manter registros
nível 6, ou equivalente;
de todas as operações realizadas, produtos e servi-
III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do
ços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes,
Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superio-
res, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais pagamentos, recebimentos, transferências de recur-
Regionais do Trabalho, dos Tribunais Regionais Elei- sos e operações no mercado de câmbio.
torais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e
do Conselho da Justiça Federal; Caro Aluno,
IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério
Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-Pro- A leitura integral da Circular n° 3.978, de 23 de
curador-Geral da República, o Procurador-Geral do janeiro de 2020, é essencial para dominar seu
Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os conteúdo e aplicá-la corretamente nos exercí-
Subprocuradores-Gerais da República e os Procurado- cios futuramente solicitados pela banca.
res-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;
Portanto, recomendamos que você dedique um
V - os membros do Tribunal de Contas da União, o Pro-
curador-Geral e os Subprocuradores-Gerais do Minis- tempo para estudá-la, permitindo-se absorver
tério Público junto ao Tribunal de Contas da União; todas as informações e conceitos nela contidos.
VI - os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equi- Seu acesso poderá ser feito através do seguinte
valentes, de partidos políticos; link: https://normativos.bcb.gov.br/Lists/Norma-
VII - os Governadores e os Secretários de Estado e do tivos/Attachments/50905/Circ_3978_v4_P.pdf
Distrito Federal, os Deputados Estaduais e Distritais,
os presidentes, ou equivalentes, de entidades da admi-
CARTA CIRCULAR Nº 4.001, DE 29 DE JANEIRO DE
nistração pública indireta estadual e distrital e os pre-
2020 E SUAS ALTERAÇÕES
sidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais Militares,
Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e do
Distrito Federal; e Art. 1º As operações ou as situações descritas a
VIII - os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Muni- seguir exemplificam a ocorrência de indícios de
cipais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades suspeita para fins dos procedimentos de monitora-
da administração pública indireta municipal e os Pre- mento e seleção previstos na Circular nº 3.978, de
sidentes de Tribunais de Contas ou equivalentes dos 23 de janeiro de 2020:
Municípios. I - situações relacionadas com operações em
§ 2º São também consideradas expostas politicamente espécie em moeda nacional com a utiliza-
as pessoas que, no exterior, sejam: ção de contas de depósitos ou de contas de
158 I - chefes de estado ou de governo; pagamento:
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a) depósitos, aportes, saques, pedidos de provi- b) negociações de moeda estrangeira em espécie
sionamento para saque ou qualquer outro instru- ou de cheques de viagem denominados em moeda
mento de transferência de recursos em espécie, que estrangeira, que não apresentem compatibilidade
apresentem atipicidade em relação à atividade eco- com a natureza declarada da operação;
nômica do cliente ou incompatibilidade com a sua c) negociações de moeda estrangeira em espécie
capacidade financeira; ou de cheques de viagem denominados em moe-
b) movimentações em espécie realizadas por clien- da estrangeira, realizadas por diferentes pessoas
tes cujas atividades possuam como característica a naturais, não relacionadas entre si, que informem o
utilização de outros instrumentos de transferência mesmo endereço residencial, telefone de contato ou
de recursos, tais como cheques, cartões de débito possuam o mesmo representante legal;
ou crédito;
d) negociações envolvendo taxas de câmbio com
c) aumentos substanciais no volume de depósitos
variação significativa em relação às praticadas
ou aportes em espécie de qualquer pessoa natural
pelo mercado;
ou jurídica, sem causa aparente, nos casos em que
e) negociações de moeda estrangeira em espécie
tais depósitos ou aportes forem posteriormente
transferidos, dentro de curto período de tempo, a envolvendo cédulas úmidas, malcheirosas, mofa-
destino não relacionado com o cliente; das, ou com aspecto de terem sido armazenadas em
d) fragmentação de depósitos ou outro instrumen- local impróprio, ou ainda que apresentem marcas,
to de transferência de recurso em espécie, inclusive símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor maços desorganizados e não uniformes;
total da movimentação; f) negociações de moeda estrangeira em espécie ou
e) fragmentação de saques em espécie, a fim de bur- troca de grandes quantidades de cédulas de peque-
lar limites regulatórios de reportes; no valor, realizadas por pessoa natural ou jurídica,
f) depósitos ou aportes de grandes valores em cuja atividade ou negócio não tenha como caracte-
espécie, de forma parcelada, principalmente nos rística o recebimento desse tipo de recurso;
mesmos caixas ou terminais de autoatendimen- g) utilização, carga ou recarga de cartão pré-pago
to próximos, destinados a uma única conta ou a em valor não compatível com a capacidade finan-
várias contas em municípios ou agências distintas; ceira, atividade ou perfil do cliente;
g) depósitos ou aportes em espécie em contas de h) utilização de diversas fontes de recursos para
clientes que exerçam atividade comercial relacio- carga e recarga de cartões pré-pagos;
nada com negociação de bens de luxo ou de alto i) carga e recarga de cartões pré-pagos seguidas
valor, tais como obras de arte, imóveis, barcos, imediatamente por saques em caixas eletrônicos;
joias, automóveis ou aeronaves; III - situações relacionadas com a identifica-
h) saques em espécie de conta que receba diversos
ção e qualificação de clientes:
depósitos por transferência eletrônica de várias
a) resistência ao fornecimento de informações
origens em curto período de tempo;
necessárias para o início de relacionamento ou
i) depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmi-
para a atualização cadastral;
das, malcheirosas, mofadas, ou com aspecto de que
foram armazenadas em local impróprio ou ainda b) oferecimento de informação falsa;
que apresentem marcas, símbolos ou selos desco- c) prestação de informação de difícil ou onerosa
nhecidos, empacotadas em maços desorganizados verificação;
e não uniformes; d) abertura, movimentação de contas ou realiza-
j) depósitos, aportes ou troca de grandes quantida- ção de operações por detentor de procuração ou de
des de cédulas de pequeno valor, por pessoa natu- qualquer outro tipo de mandato;
ral ou jurídica, cuja atividade ou negócio não tenha e) ocorrência de irregularidades relacionadas aos
como característica recebimentos de grandes quan- procedimentos de identificação e registro das ope-
tias de recursos em espécie; rações exigidos pela regulamentação vigente;
k) saques no período de cinco dias úteis em valores f) cadastramento de várias contas em uma mesma
inferiores aos limites estabelecidos, de forma a dis- data, ou em curto período, com depósitos de valo-
simular o valor total da operação e evitar comuni- res idênticos ou aproximados, ou com outros ele-
cações de operações em espécie; mentos em comum, tais como origem dos recursos,
l) dois ou mais saques em espécie no caixa no mes- titulares, procuradores, sócios, endereço, número
mo dia, com indícios de tentativa de burla para evi- de telefone, etc.;
tar a identificação do sacador; g) operações em que não seja possível identificar
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

m) dois ou mais depósitos em terminais de autoa- o beneficiário final, observados os procedimentos


tendimento em espécie, no período de cinco dias definidos na regulamentação vigente;
úteis, com indícios de tentativa de burla para evitar
h) representação de diferentes pessoas jurídicas ou
a identificação do depositante;
organizações pelos mesmos procuradores ou repre-
n) depósitos em espécie relevantes em contas de
sentantes legais, sem justificativa razoável para tal
servidores públicos e de qualquer tipo de Pessoas
ocorrência;
Expostas Politicamente (PEP), conforme elencados
no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem como i) informação de mesmo endereço residencial ou
seu representante, familiar ou estreito colaborador; comercial por pessoas naturais, sem demonstração
II - situações relacionadas com operações em da existência de relação familiar ou comercial;
espécie e cartões pré-pagos em moeda estran- j) incompatibilidade da atividade econômica ou
geira e cheques de viagem: faturamento informados com o padrão apresenta-
a) movimentações de moeda estrangeira em espécie do por clientes com o mesmo perfil;
ou de cheques de viagem denominados em moeda k) registro de mesmo endereço de e-mail ou de
estrangeira, que apresentem atipicidade em rela- Internet Protocol (IP) por diferentes pessoas jurí-
ção à atividade econômica do cliente ou incompati- dicas ou organizações, sem justificativa razoável
bilidade com a sua capacidade financeira; para tal ocorrência; 159
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l) registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet especialmente provenientes de regiões distantes do
Protocol (IP) por pessoas naturais, sem justificativa local de atuação da pessoa jurídica ou distantes do
razoável para tal ocorrência; domicílio da pessoa natural;
m) informações e documentos apresentados pelo o) pagamentos habituais a fornecedores ou benefi-
cliente conflitantes com as informações públicas ciários que não apresentem ligação com a ativida-
disponíveis; de ou ramo de negócio da pessoa jurídica;
n) sócios de empresas sem aparente capacidade p) pagamentos ou transferências por pessoa jurídi-
financeira para o porte da atividade empresarial ca para fornecedor distante de seu local de atua-
declarada; ção, sem fundamentação econômico-financeira;
q) depósitos de cheques endossados totalizando
valores significativos;
Importante! r) existência de conta de depósitos à vista ou de con-
ta de pagamento de organizações sem fins lucrati-
A negativa, por parte do cliente, de prestar infor- vos cujos saldos ou movimentações financeiras não
mações sobre si, tais como renda, endereço ou apresentem fundamentação econômica ou legal ou
telefones, principalmente de contas movimen- nas quais pareça não haver vinculação entre a ati-
tadas por procuradores, leva a suspeitas que vidade declarada da organização e as outras partes
devem ser averiguadas pelo gerente da conta e envolvidas nas transações;
que podem enquadrar o cliente na situação de s) movimentação habitual de recursos financeiros
de ou para qualquer tipo de PEP, conforme elenca-
dados cadastrais de clientes.
dos no art. 27 da Circular nº 3.978, de 2020, bem
como seu representante, familiar ou estreito cola-
IV - Situações relacionadas com a movimenta- borador, não justificada por eventos econômicos;
ção de contas de depósito e de contas de paga- t) existência de contas em nome de menores ou
mento em moeda nacional, que digam respeito incapazes, cujos representantes realizem grande
a: número de operações e/ou operações de valores
a) movimentação de recursos incompatível com o relevantes;
patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação u) transações significativas e incomuns por meio de
profissional e a capacidade financeira do cliente; contas de depósitos ou de contas de pagamento de
b) transferências de valores arredondados na uni- investidores não residentes constituídos sob a for-
dade de milhar ou que estejam um pouco abaixo do ma de trust;
limite para notificação de operações; v) recebimentos de valores relevantes no mesmo
c) movimentação de recursos de alto valor, de for- terminal de pagamento (Point of Sale — POS), que
ma contumaz, em benefício de terceiros; apresentem indícios de atipicidade ou de incompa-
d) manutenção de numerosas contas destinadas ao tibilidade com a capacidade financeira do estabele-
acolhimento de depósitos em nome de um mesmo cimento comercial credenciado;
cliente, cujos valores, somados, resultem em quan- w) recebimentos de valores relevantes no mesmo
tia significativa; terminal de pagamento (Point of sale — POS), que
e) movimentação de quantia significativa por meio apresentem indícios de atipicidade ou de incompa-
de conta até então pouco movimentada ou de conta tibilidade com o perfil do estabelecimento comer-
que acolha depósito inusitado; cial credenciado;
f) ausência repentina de movimentação financeira x) desvios frequentes em padrões adotados por
em conta que anteriormente apresentava grande cada administradora de cartões de credenciamento
movimentação; ou de cartões de crédito, verificados no monitora-
g) utilização de cofres de aluguel de forma atípica mento das compras de seus titulares;
em relação ao perfil do cliente; y) transações em horário considerado incompatí-
h) dispensa da faculdade de utilização de prerroga- vel com a atividade do estabelecimento comercial
tivas como recebimento de crédito, de juros remu- credenciado;
neratórios para grandes saldos ou, ainda, de outros z) transações em terminal (Point of sale — POS)
serviços bancários especiais que, em circunstâncias realizadas em localização geográfica distante do
normais, sejam valiosas para qualquer cliente; local de atuação do estabelecimento comercial
i) mudança repentina e injustificada na forma de credenciado;
movimentação de recursos ou nos tipos de transa- aa) operações atípicas em contas de clientes que
ção utilizados; exerçam atividade comercial relacionada com
j) solicitação de não observância ou atuação no negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais
sentido de induzir funcionários da instituição a não como obras de arte, imóveis, barcos, joias, automó-
seguirem os procedimentos regulamentares ou for- veis ou aeronaves;
mais para a realização de uma operação; ab) utilização de instrumento financeiro de forma a
k) recebimento de recursos com imediata compra ocultar patrimônio e/ou evitar a realização de blo-
de instrumentos para a realização de pagamentos queios judiciais, inclusive cheque administrativo;
ou de transferências a terceiros, sem justificativa; ac) movimentação de valores incompatíveis com o
l) operações que, por sua habitualidade, valor e faturamento mensal das pessoas jurídicas;
forma, configurem artifício para burla da identifi- ad) recebimento de créditos com o imediato débito
cação da origem, do destino, dos responsáveis ou dos valores;
dos destinatários finais; ae) movimentações de valores com empresas sem
m) existência de contas que apresentem créditos e atividade regulamentada pelos órgãos competentes.
débitos com a utilização de instrumentos de trans- V - Situações relacionadas com operações de
ferência de recursos não característicos para a investimento no País:
ocupação ou o ramo de atividade desenvolvida pelo a) operações ou conjunto de operações de compra
cliente; ou de venda de ativos financeiros a preços incom-
n) recebimento de depósitos provenientes de diversas patíveis com os praticados no mercado ou quan-
160 origens, sem fundamentação econômico-financeira, do realizadas por pessoa natural ou jurídica cuja
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atividade declarada e perfil não se coadunem ao i) informe de conta de depósito à vista ou de pou-
tipo de negociação realizada; pança para pagamento de crédito em espécie, em
b) operações atípicas que resultem em elevados agência/localidade diferente da inicialmente forne-
ganhos para os agentes intermediários, em despro- cida ou remessa de eventual Ordem de Pagamento
porção com a natureza dos serviços efetivamente (OP) para conta de depósito à vista ou de poupança
prestados; divergente da inicialmente fornecida.
c) investimentos significativos em produtos de bai- IX - Situações relacionadas a pessoas ou enti-
xa rentabilidade e liquidez; dades suspeitas de envolvimento com finan-
d) investimentos significativos não proporcionais ciamento ao terrorismo e a proliferação de
à capacidade financeira do cliente, ou cuja origem armas de destruição em massa:
não seja claramente conhecida; a) movimentações financeiras envolvendo pessoas
e) resgates de investimentos no curtíssimo prazo, ou entidades relacionadas a atividades terroristas
independentemente do resultado auferido. listadas pelo Conselho de Segurança das Nações
VI - Situações relacionadas com operações de Unidas (CSNU);
crédito no País: b) operações ou prestação de serviços, de qualquer
a) operações de crédito no País liquidadas com valor, a pessoas ou entidades que reconhecidamen-
recursos aparentemente incompatíveis com a situa- te tenham cometido ou intentado cometer atos ter-
ção financeira do cliente; roristas, ou deles participado ou facilitado o seu
b) solicitação de concessão de crédito no País cometimento;
incompatível com a atividade econômica ou com a c) existência de recursos pertencentes ou controla-
capacidade financeira do cliente; dos, direta ou indiretamente, por pessoas ou enti-
c) operação de crédito no País seguida de remessa dades que reconhecidamente tenham cometido ou
de recursos ao exterior, sem fundamento econômi- intentado cometer atos terroristas, ou deles parti-
co ou legal, e sem relacionamento com a operação cipado ou facilitado o seu cometimento;
de crédito; d) movimentações com indícios de financiamento
d) operações de crédito no País, simultâneas ou ao terrorismo;
consecutivas, liquidadas antecipadamente ou em e) movimentações financeiras envolvendo pessoas
prazo muito curto; ou entidades relacionadas à proliferação de armas
e) liquidação de operações de crédito ou assunção de destruição em massa listadas pelo CSNU;
de dívida no País por terceiros, sem justificativa f) operações ou prestação de serviços, de qualquer
aparente; valor, a pessoas ou entidades que reconhecidamen-
f) concessão de garantias de operações de crédito
te tenham cometido ou intentado cometer crimes de
no País por terceiros não relacionados ao tomador;
proliferação de armas de destruição em massa, ou
g) operação de crédito no País com oferecimento
deles participado ou facilitado o seu cometimento;
de garantia no exterior por cliente sem tradição de
g) existência de recursos pertencentes ou controla-
realização de operações no exterior;
dos, direta ou indiretamente, por pessoas ou enti-
h) aquisição de bens ou serviços incompatíveis com
dades que reconhecidamente tenham cometido ou
o objeto da pessoa jurídica, especialmente quando
intentado cometer crimes de proliferação de armas
os recursos forem originados de crédito no País.
de destruição em massa, ou deles participado ou
VII - Situações relacionadas com a movimenta-
facilitado o seu cometimento;
ção de recursos oriundos de contratos com o
h) movimentações com indícios de financiamento
setor público:
a) movimentações atípicas de recursos por agentes da proliferação de armas de destruição em massa.
públicos, conforme definidos no art. 2º da Lei nº X - Situações relacionadas com atividades
8.429, de 2 de junho de 1992; internacionais:
b) movimentações atípicas de recursos por pessoa a) operação com pessoas naturais ou jurídicas,
natural ou jurídica relacionadas a patrocínio, pro- inclusive sociedades e instituições financeiras,
paganda, marketing, consultorias, assessorias e situadas em países que não apliquem ou apliquem
capacitação; insuficientemente as recomendações do Grupo de
c) movimentações atípicas de recursos por organi- Ação contra a Lavagem de Dinheiro e o Financia-
zações sem fins lucrativos; mento do Terrorismo (Gafi), ou que tenham sede em
d) movimentações atípicas de recursos por pessoa países ou dependências com tributação favorecida
natural ou jurídica relacionadas a licitações. ou regimes fiscais privilegiados, ou em locais onde
VIII - Situações relacionadas a consórcios: seja observada a prática contumaz dos crimes pre-
a) existência de consorciados detentores de elevado vistos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, não
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

número de cotas, incompatível com sua capacidade claramente caracterizadas em sua legalidade e fun-
financeira ou com o objeto da pessoa jurídica; damentação econômica;
b) aumento expressivo do número de cotas perten- b) operações complexas e com custos mais elevados
centes a um mesmo consorciado; que visem a dificultar o rastreamento dos recursos
c) oferecimento de lances incompatíveis com a ou a identificação da natureza da operação;
capacidade financeira do consorciado; c) pagamentos de importação e recebimentos de
d) oferecimento de lances muito próximos ao valor exportação, antecipados ou não, por empresa sem
do bem; tradição ou cuja capacidade financeira seja incom-
e) pagamento antecipado de quantidade expressi- patível com o montante negociado;
va de prestações vincendas, não condizente com a d) pagamentos a terceiros não relacionados a ope-
capacidade financeira do consorciado; rações de importação ou de exportação;
f) aquisição de cotas previamente contempladas, e) transferências unilaterais que, pela habitualida-
seguida de quitação das prestações vincendas; de, valor ou forma, não se justifiquem ou apresen-
g) utilização de documentos falsificados na adesão tem atipicidade;
ou tentativa de adesão a grupo de consórcio; f) transferências internacionais, inclusive a título
h) pagamentos realizados em localidades diferen- de disponibilidade no exterior, nas quais não se
tes ao do endereço do cadastro; justifique a origem dos fundos envolvidos ou que se 161
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mostrem incompatíveis com a capacidade financei- a) recebimento de investimento externo direto,
ra ou com o perfil do cliente; cujos recursos retornem imediatamente a título de
g) exportações ou importações aparentemente fic- disponibilidade no exterior;
tícias ou com indícios de superfaturamento ou sub- b) recebimento de investimento externo direto, com
faturamento, ou ainda em situações que não seja realização quase imediata de remessas de recursos
possível obter informações sobre o desembaraço para o exterior a título de lucros e dividendos;
aduaneiro das mercadorias; c) remessas de lucros e dividendos ao exterior em
h) existência de informações na carta de crédito valores incompatíveis com o valor investido;
com discrepâncias em relação a outros documentos d) remessas ao exterior a título de investimento em
da operação de comércio internacional; montantes incompatíveis com a capacidade finan-
i) pagamentos ao exterior após créditos em reais ceira do cliente;
efetuados nas contas de depósitos dos titulares das e) remessas de recursos de um mesmo investidor
operações de câmbio por pessoas naturais ou jurí- situado no exterior para várias empresas no País;
dicas que não demonstrem a existência de vínculo f) remessas de recursos de vários investidores
comercial ou econômico; situados no exterior para uma mesma empresa no
j) movimentações decorrentes de programa de País;
repatriação de recursos que apresentem inconsis- g) recebimento de aporte de capital desproporcio-
tências relacionadas à identificação do titular ou nal ao porte ou à natureza empresarial do cliente,
do beneficiário final, bem como ausência de infor- ou em valores incompatíveis com a capacidade
mações confiáveis sobre a origem e a fundamenta- financeira dos sócios;
ção econômica ou legal; h) retorno de investimento feito no exterior sem
k) pagamentos de frete ou de outros serviços que comprovação da remessa que lhe tenha dado
apresentem indícios de atipicidade ou de incompa- origem.
tibilidade com a atividade ou capacidade econômi- XIII - Situações relacionadas com funcio-
co-financeira do cliente; nários, parceiros e prestadores de serviços
l) transferências internacionais por uma ou mais terceirizados:
pessoas naturais ou jurídicas com indícios de frag- a) alteração inusitada nos padrões de vida e de
mentação, como forma de ocultar a real origem ou comportamento do empregado, do parceiro ou
destino dos recursos; de prestador de serviços terceirizados, sem causa
m) transações em uma mesma data, ou em curto aparente;
período, de valores idênticos ou aproximados, ou b) modificação inusitada do resultado operacional
com outros elementos em comum, tais como ori-
da pessoa jurídica do parceiro, incluído correspon-
gem ou destino dos recursos, titulares, procurado-
dente no País, sem causa aparente;
res, endereço, número de telefone, que configurem
c) qualquer negócio realizado de modo diverso ao
artificio de burla do limite máximo de operação;
procedimento formal da instituição por funcioná-
n) transferência via facilitadora de pagamentos ou
rio, parceiro, incluído correspondente no País, ou
com a utilização do cartão de crédito de uso inter-
prestador de serviços terceirizados;
nacional, que, pela habitualidade, valor ou forma,
d) fornecimento de auxílio ou informações, remune-
não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
rados ou não, a cliente em prejuízo do programa de
o) transferências relacionadas a investimentos não
prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamen-
convencionais que, pela habitualidade, valor ou for-
to do terrorismo da instituição, ou de auxílio para
ma, não se justifiquem ou apresentem atipicidade;
p) pagamento de frete internacional sem amparo estruturar ou fracionar operações, burlar limites
em documentação que evidencie vínculo com ope- regulamentares ou operacionais.
ração comercial. XIV - Situações relacionadas a campanhas
XI - Situações relacionadas com operações de eleitorais:
crédito contratadas no exterior: a) recebimento de doações, em contas (eleitorais ou
a) contratação de operações de crédito no exterior não) de candidatos, contas de estreito colaborador
com cláusulas que estabeleçam condições incompa- dessas pessoas ou em contas de partidos políticos,
tíveis com as praticadas no mercado, como juros de valores que desrespeitem as vedações ou extra-
destoantes da prática ou prazo muito longo; polem os limites definidos na legislação em vigor;
b) contratação, no exterior, de várias operações de b) uso incompatível com as exigências regulatórias
crédito consecutivas, sem que a instituição tome do fundo de caixa do partido eleitoral;
conhecimento da quitação das anteriores; c) recebimento de doações, em contas de candida-
c) contratação, no exterior, de operações de crédito tos, de valores que desrespeitem as vedações ou
que não sejam quitadas por intermédio de opera- extrapolem os limites definidos na legislação em
ções na mesma instituição; vigor, inclusive mediante uso de terceiros e/ou de
d) contratação, no exterior, de operações de crédi- contas de terceiros;
to, quitadas sem explicação aparente para a origem d) transferências, a partir das contas de candida-
dos recursos; tos, para pessoas naturais ou jurídicas cuja ativi-
e) contratação de empréstimos ou financiamentos dade não guarde aparente relação com contas de
no exterior, oferecendo garantias em valores ou campanha.
formas incompatíveis com a atividade ou capacida- XV - Situações relacionadas a BNDU e outros
de financeira do cliente ou em valores muito supe- ativos não financeiros:
riores ao valor das operações contratadas ou cuja a) negociação de BNDU ou outro ativo não finan-
origem não seja claramente conhecida; ceiro para pessoas naturais ou jurídicas sem capa-
f) contratação de operações de crédito no exterior, cidade financeira;
cujo credor seja de difícil identificação e sem que b) negociação de BNDU ou outro ativo não financei-
exista relação ou fundamentação para a operação ro mediante pagamento em espécie;
entre as partes. c) negociação de BNDU ou outro ativo não finan-
XII - Situações relacionadas com operações de ceiro por preço significativamente superior ao de
162 investimento externo: avaliação;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) negociação de outro ativo não financeiro em „ Comunicação Eficiente: fornecer informações
benefício de terceiros. de forma precisa, adequada, clara e oportuna,
XVI - Situações relacionadas com a movimen- proporcionando condições para o consumidor
tação de contas correntes em moeda estran- tomar decisões conscientes e bem informadas;
geira (CCME): a comunicação com o consumidor, por qual-
a) movimentação de recursos incompatível com a quer veículo, pessoalmente ou mediante ofer-
atividade econômica e a capacidade financeira do tas ou anúncios publicitários, deve ser feita de
cliente;
modo a informá-lo sobre os aspectos relevantes
b) recebimentos ou pagamentos de/para terceiros
do relacionamento com a Signatária;
cujas movimentações financeiras não apresentem
„ Melhoria Contínua: aperfeiçoar padrões de con-
fundamentação econômica ou legal ou nas quais
pareça não haver vinculação entre a atividade duta, elevar a qualidade dos produtos, níveis de
declarada do titular da CCME e as outras partes segurança e a eficiência dos serviços.
envolvidas nas transações;
c) movimentação de recursos, em especial nas con- Nesse Sistema, os bancos estabelecem uma série
tas tituladas por agentes autorizados a operar no de compromissos de conduta que, em conjunto com as
mercado de câmbio, que denotem inobservância diversas outras normas aplicáveis às suas atividades,
a limites por operação cambial ou qualquer outra contribuirão para que o mercado funcione de forma
situação em que não se justifiquem ou apresentem ainda mais eficaz, clara e transparente, em benefício
atipicidade, pela habitualidade, valor, forma ou não só do próprio setor, mas de todos os envolvidos
ausência de aderência às normas cambiais; nesse processo – os consumidores e a sociedade como
d) transações atípicas em CCME de movimentação um todo.
restrita. Exemplos: contas de agências de turismo
e contas de administradoras de cartão de crédito. z Como esse Sistema vai interferir no relaciona-
XVII - Situações relacionadas com operações
mento entre bancos e consumidores?
realizadas em municípios localizados em
regiões de risco:
a) operação atípica em municípios localizados em O propósito maior do Sistema de Autorregulação
regiões de fronteira; Bancária é promover a melhoria contínua da qualida-
b) operação atípica em municípios localizados em de do relacionamento entre os bancos signatários do
regiões de extração mineral; Sistema e os consumidores (pessoa física). Assim, ao
c) operação atípica em municípios localizados em contribuir para um melhor funcionamento do setor,
outras regiões de risco. os consumidores deverão ser diretamente beneficia-
§ 1º As operações ou as situações referidas no caput dos por esse processo.
devem ser comunicadas, nos termos da referida Cir-
cular, somente nos casos em que os indícios forem z Como será monitorada e avaliada a conduta dos
confirmados ao término da execução dos procedi- bancos, para que se saiba quem está, de fato,
mentos de análise de operações e situações suspeitas. cumprindo as normas do Sistema?
§ 2º Os procedimentos referidos no § 1º devem con-
siderar todas as informações disponíveis, inclusive O monitoramento das condutas dos bancos, para
aquelas obtidas por meio dos procedimentos desti-
que se avalie e assegure sua efetiva adequação a todas
nados a conhecer clientes, funcionários, parceiros e
as normas da autorregulação será feito pela Diretoria
prestadores de serviços terceirizados.
de Autorregulação – criada pelo próprio Código de
Autorregulação Bancária, na estrutura da Febraban,
para essa finalidade específica.
Para cumprir essa sua missão, a Diretoria de Autor-
AUTORREGULAÇÃO BANCÁRIA regulação trabalhará com os seguintes procedimentos:

z O que é o Sistema Brasileiro de Autorregulação „ Relatórios de Conformidade: documento que


Bancária? cada banco signatário do Sistema deverá preen-
cher a cada semestre, indicando e demonstrando
A autorregulação bancária é um sistema de normas seus pontos de adequação, bem como as ações
criado pelo próprio setor bancário, com o propósito bási- que esteja tomando, ou que virá a tomar, para
co de criar um ambiente ainda mais favorável à realiza- completa adequação de quaisquer condutas que,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ção dos 4 (quatro) grandes princípios que o orientam: de alguma forma, apresentem qualquer desa-
juste, em relação ao disposto nas normas do
„ Ética e Legalidade: adotar condutas benéficas Sistema;
à sociedade, ao funcionamento do mercado e „ Relatório de Ouvidoria: os bancos signatários
ao meio-ambiente; respeitar a livre concorrên- deverão enviar à Diretoria de Autorregulação
cia e a liberdade de iniciativa; atuar em con- os mesmos relatórios de Ouvidoria que reme-
formidade com a legislação vigente e com as tem ao Banco Central do Brasil;
normas da auto regulação; „ Central de Atendimento: fornecer acesso à
„ Respeito ao Consumidor: tratar o consumi- população a um sistema para registro de ocor-
dor de forma justa e transparente, com atendi- rências que os consumidores identifiquem
mento cortês e digno; assistir o consumidor na como desajustes com as normas da Autorre-
avaliação dos produtos e serviços adequados gulação. Esse sistema, que não se volta ao tra-
às suas necessidades e garantir a segurança e a tamento ou solução de problemas individuais,
confidencialidade de seus dados pessoais; con- tem por finalidade específica propiciar um
ceder crédito de forma responsável e incenti- monitoramento amplo do mercado por parte
var o uso consciente do crédito; da Diretoria de Autorregulação, no sentido de 163
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avaliar o efetivo cumprimento das normas do III – corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
Sistema sob a perspectiva do público. IV – sociedades de crédito, financiamento e
investimentos;
z O Sistema de Autorregulação poderá ajudar a V – sociedades de crédito imobiliário;
resolver algum problema pessoal/individual VI – administradoras de cartões de crédito;
que o consumidor venha experimentando junto VII – sociedades de arrendamento mercantil;
VIII – administradoras de mercado de balcão
a algum dos bancos signatários?
organizado;
IX – cooperativas de crédito;
Sim. Caso autorizado pelo consumidor, o Sistema
X – associações de poupança e empréstimo;
de Autorregulação Bancária enviará a demanda ao XI – bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
canal de atendimento responsável do próprio banco XII – entidades de liquidação e compensação;
signatário reclamado. A Instituição reclamada será XIII – outras sociedades que, em razão da natureza
responsável por responder diretamente o caso em até de suas operações, assim venham a ser considera-
15 dias. das pelo Conselho Monetário Nacional.

z Quando eu identificar que algum banco não Para efeitos da lei, as empresas de fomento
está cumprindo as regras, eu posso noticiar o comercial ou factoring também deverão obedecer
Sistema quanto a isso? Como me manifestar? às normas aplicáveis àquelas instituições financeiras.
Não será considerada violação do sigilo, de acor-
Sim. Você não apenas pode se manifestar como, do com o § 2° do art. 1°, entre outros:
na verdade, é esperado que você o faça. Esses regis-
tros não serão individualmente respondidos, nem isso z a troca de informações entre instituições financei-
gerará, de imediato ou necessariamente, alguma san- ras, para fins cadastrais, inclusive por intermédio
ção ao(s) banco(s) apontado(s). No entanto, eles serão de centrais de risco;
uma fonte preciosa de monitoramento da atuação de z o fornecimento de informações constantes de
cada agente do Sistema, para que possamos melhor cadastro de emitentes de cheques sem provisão de
conferir se, de fato, as normas da Autorregulação fundos e de devedores inadimplentes, a entidades
estão sendo corretamente cumpridas. de proteção ao crédito;
Dentre os vários normativos que a FEBRABAN edi- z a comunicação, às autoridades competentes, da
tou a respeito da Autorregulação Bancária, destaca- prática de ilícitos penais ou administrativos;
mos alguns pontos que podem ser abordados nas suas z o fornecimento de dados financeiros e de paga-
provas. Vejamos: mentos, relativos a operações de crédito e obriga-
ções de pagamento adimplidas ou em andamento
Código de Auto-Regulação Bancária de pessoas naturais ou jurídicas, a gestores de ban-
Art. 2º As normas da auto regulação não cos de dados, para formação de histórico de crédi-
se sobrepõe, mas se harmonizam à legislação to, nos termos de lei específica.
vigente, destacadamente ao código de Defesa do
Consumidor, às leis e normas especificamente dire-
Será possível a quebra do sigilo quando a medida
cionadas ao sistema bancário e à execução de ati-
se mostrar necessária para a apuração de ocorrência de
vidades delegadas pelo setor público a instituições
financeiras.
qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do
Art. 3º As normas da auto regulação abrangem processo judicial, de acordo com o § 3°, do art. 1°:
todos os produtos e serviços ofertados ou dispo-
nibilizados pelas Signatárias a qualquer pessoa § 4° A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando
física, cliente ou não cliente (o “consumidor”). necessária para apuração de ocorrência de qualquer
ilícito, em qualquer fase do inquérito ou do processo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS judicial, e especialmente nos seguintes crimes:
I – de terrorismo;
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes
https://www.autorregulacaobancaria.com.br/.
ou drogas afins;
Acesso em 4 de jul. 2021. III – de contrabando ou tráfico de armas, munições
ou material destinado a sua produção;
IV – de extorsão mediante sequestro;
V – contra o sistema financeiro nacional;
SIGILO BANCÁRIO: LEI VI – contra a Administração Pública;
VII – contra a ordem tributária e a previdência
COMPLEMENTAR Nº 105, DE 2001 E social;
SUAS ALTERAÇÕES VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
direitos e valores;
A LC nº 105, de 2001, dispõe sobre o sigilo das IX – praticado por organização criminosa.
operações de instituições financeiras, além de dar
outras providências. O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do
Para efeitos do que ela prescreve, de acordo com o Brasil (BACEN), em relação às operações que reali-
art. 1°, são consideradas instituições financeiras: zar e às informações que obtiver no exercício de suas
atribuições.
Art. 1° […] A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ins-
§ 1° […] taurado inquérito administrativo, poderá solicitar à
I – os bancos de qualquer espécie; autoridade judiciária competente o levantamento do
164 II – distribuidoras de valores mobiliários; sigilo junto às instituições financeiras de informações
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e documentos relativos a bens, direitos e obrigações e as instituições financeiras fornecerão ao Poder
de pessoa física ou jurídica submetida ao seu poder Legislativo Federal as informações e os documen-
disciplinar. tos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem
O Bacen e a CVM deverão manter, entre si, inter- necessários ao exercício de suas respectivas com-
câmbio permanente acerca dos resultados das inspe- petências constitucionais e legais.
ções que realizarem, dos inquéritos e das penalidades § 1° As comissões parlamentares de inquérito, no
que aplicarem, sempre que tais informações forem exercício de sua competência constitucional e legal
de ampla investigação, obterão as informações e
necessárias ao desempenho das suas atividades.
documentos sigilosos de que necessitarem, direta-
Além disso, segundo o § 4º do art. 2º, poderão ambas
mente das instituições financeiras, ou por intermé-
as instituições (BACEN e CVM) firmarem convênios:
dio do Banco Central do Brasil ou da Comissão de
Valores Mobiliários.
Art. 2° […] § 2° As solicitações de que trata este artigo deverão
§ 4° […] ser previamente aprovadas pelo Plenário da Câma-
I - com outros órgãos públicos fiscalizadores de ra dos Deputados, do Senado Federal, ou do plená-
instituições financeiras, objetivando a realização rio de suas respectivas comissões parlamentares de
de fiscalizações conjuntas, observadas as respecti- inquérito.
vas competências; Art. 5° O Poder Executivo disciplinará, inclusive
II - com bancos centrais ou entidades fiscaliza- quanto à periodicidade e aos limites de valor, os cri-
doras de outros países, objetivando: térios segundo os quais as instituições financeiras
a) a fiscalização de filiais e subsidiárias de institui- informarão à administração tributária da União,
ções financeiras estrangeiras, em funcionamento as operações financeiras efetuadas pelos usuários
no Brasil e de filiais e subsidiárias, no exterior, de de seus serviços. (Regulamento)
instituições financeiras brasileiras; § 1° Consideram-se operações financeiras, para os
b) a cooperação mútua e o intercâmbio de infor- efeitos deste artigo:
mações para a investigação de atividades ou I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta
operações que impliquem aplicação, negociação, de poupança;
ocultação ou transferência de ativos financeiros e II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou
de valores mobiliários relacionados com a prática em cheques;
de condutas ilícitas. III – emissão de ordens de crédito ou documentos
assemelhados;
A CVM e o Bacen, no exercício de suas atribuições, ao IV – resgates em contas de depósitos à vista ou a
se depararem com a ocorrência de crime definido em lei prazo, inclusive de poupança;
como de ação pública, ou mesmo de indícios da prática V – contratos de mútuo;
de tais crimes, deverão levar essa informação ao Minis- VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e
tério Público. outros títulos de crédito;
O BACEN, a CVM e todos os demais órgãos de fiscali- VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou
zação devem fornecer ao COAF (Conselho de Controle variável;
de Atividades Financeiras), atual Unidade de Inteligên- VIII – aplicações em fundos de investimentos;
cia Financeira (UIF), informações cadastrais e de movi- IX – aquisições de moeda estrangeira;
mento de valores relativos às operações financeiras que X – conversões de moeda estrangeira em moeda
sugerem atividades ilícitas. nacional;
XI – transferências de moeda e outros valores para
A Advocacia-Geral da União (AGU) também tem a
o exterior;
prerrogativa de requisitar ao Bacen e à CVM informações
XII – operações com ouro, ativo financeiro;
e documentos relativos às operações financeiras listadas
XIII - operações com cartão de crédito;
na lei. No entanto, elas ficam restritas ao que for necessá- XIV - operações de arrendamento mercantil; e
rio à defesa da União nas ações em que seja parte. XV – quaisquer outras operações de natureza seme-
Em caso de determinação judicial, caberá ao Bacen, lhante que venham a ser autorizadas pelo Banco
à CVM e às instituições financeiras o fornecimento das Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários
informações requisitadas. ou outro órgão competente.
As comissões de inquérito administrativo, respon- § 2° As informações transferidas na forma do caput
sáveis pela apuração de infrações administrativas prati- deste artigo restringir-se-ão a informes relaciona-
cadas por servidores públicos, poderão pedir ao Poder dos com a identificação dos titulares das operações
Judiciário a quebra do sigilo bancário quando a supos- e os montantes globais mensalmente movimenta-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ta infração for praticada: dos, vedada a inserção de qualquer elemento que


permita identificar a sua origem ou a natureza dos
z no exercício da função; gastos a partir deles efetuados.
z quando tiver relação com as atribuições do cargo § 3° Não se incluem entre as informações de que
em que se encontre investido. trata este artigo as operações financeiras efetuadas
pelas administrações direta e indireta da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O BACEN e a CVM, nas áreas de suas atribuições, e § 4° Recebidas as informações de que trata este
as instituições financeiras fornecerão ao Poder Legis- artigo, se detectados indícios de falhas, incorreções
lativo Federal (não vale as instituídas em âmbito ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a
estadual, distrital ou municipal) as informações e os autoridade interessada poderá requisitar as infor-
documentos sigilosos que, fundamentadamente, se mações e os documentos de que necessitar, bem
fizerem necessários ao exercício de suas respectivas como realizar fiscalização ou auditoria para a ade-
competências constitucionais e legais. quada apuração dos fatos.
§ 5° As informações a que refere este artigo serão
Art. 4° O Banco Central do Brasil e a Comissão de conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legisla-
Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, ção em vigor. 165
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z necessidade de regulamentação do dispositivo por
Importante! parte do ente interessado;
z prévia existência de procedimento administrativo
O art. 5º da lei em estudo, dispõe que o Poder
aberto;
Executivo disciplinará, inclusive em relação à z ciência do contribuinte sobre o início desse proce-
periodicidade e aos limites de valor, os critérios dimento e demais atos correlatos;
que serão usados pelas instituições financei- z autorização do superior hierárquico;
ras para informar à administração tributária da z necessidade de pertinência temática entre a obten-
União (UNIÃO), as operações financeiras efetua- ção das informações financeiras e o tributo objeto
das pelos usuários de seus serviços. Essas infor- da cobrança.
mações serão, a partir de então, conservadas
sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Para estados, DF e municípios existe a necessidade
de criação de sistemas eletrônicos de segurança que
sejam certificados e com registro de acesso, bem como
INFORMAÇÕES SOBRE
OPERAÇÕES A SEREM
do estabelecimento de instrumentos efetivos de apu-
PRESTADAS PELAS INSTITUIÇÕES ração e correção de desvios.
FINANCEIRAS À AT DA UNIÃO
Ainda segundo o STF, no âmbito do julgamento do
RE 1055941, é legítimo o compartilhamento, sem auto-
São vedados elementos que
Ficarão restritas
possibilitem rização judicial, de dados bancários entre os órgãos
a informes relacionadas aos
a identificação de suas
de controle, notadamente Receita Federal e COAF
titulares das operações;
origem (hoje UIF), e o Ministério Público.
aos montantes globais
a natureza dos gastos A quebra do sigilo, fora das hipóteses previstas
na lei, constituirá CRIME, atribuindo ainda a pena de
reclusão, de um a quatro anos, e multa, sem prejuízo de
Art. 6° As autoridades e os agentes fiscais tribu-
outras sanções cabíveis. Incorrerá nas mesmas penas
tários da União, dos Estados, do Distrito Federal e
quem omitir, retardar injustificadamente ou prestar fal-
dos Municípios somente poderão examinar docu-
samente as informações requeridas nos termos da LC.
mentos, livros e registros de instituições financei-
ras, inclusive os referentes a contas de depósitos
e aplicações financeiras, quando houver processo Art. 10 A quebra de sigilo, fora das hipóteses autoriza-
administrativo instaurado ou procedimento fiscal das nesta Lei Complementar, constitui crime e sujeita
em curso e tais exames sejam considerados indis- os responsáveis à pena de reclusão, de um a quatro
anos, e multa, aplicando-se, no que couber, o Código
pensáveis pela autoridade administrativa compe-
Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
tente. (Regulamento)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem
Parágrafo único. O resultado dos exames, as infor-
omitir, retardar injustificadamente ou prestar fal-
mações e os documentos a que se refere este artigo
samente as informações requeridas nos termos des-
serão conservados em sigilo, observada a legisla-
ta Lei Complementar.
ção tributária.
Art. 11 O servidor público que utilizar ou viabili-
zar a utilização de qualquer informação obtida em
O art. 6º, por sua vez, diz que as autoridades e os
decorrência da quebra de sigilo de que trata esta
agentes fiscais tributários da União, dos Estados, Lei Complementar responde pessoal e diretamente
do Distrito Federal e dos Municípios (são as autori- pelos danos decorrentes, sem prejuízo da respon-
dades dos três entes mais o DF) somente poderão exa- sabilidade objetiva da entidade pública, quando
minar documentos, livros e registros de instituições comprovado que o servidor agiu de acordo com
financeiras, inclusive os referentes a contas de depósi- orientação oficial.
tos e aplicações financeiras, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal O servidor público que utilizar ou viabilizar a utili-
em curso e tais exames sejam considerados indispen- zação de qualquer informação obtida em decorrência
sáveis pela autoridade administrativa competente. da quebra de sigilo de que trata a LC. A ele será atri-
O resultado dos exames, as informações e os docu- buída responsabilidade pessoal e direta pelos danos
mentos a que se referem este artigo serão conserva- decorrentes da ação, sem prejuízo da responsabilida-
dos em sigilo, observada a legislação tributária. de objetiva da entidade pública, quando comprovado
No entendimento dos Ministros do STF (RE que o servidor agiu de acordo com orientação oficial.
601.314/SP), a previsão contida no art. 6º da LC nº 105,
de 2001 (acesso direto às informações bancárias do
contribuinte pela Receita Federal) é constitucional.
A autoridade fiscal tributária, neste caso, não estará,
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
necessariamente, quebrando o sigilo bancário. Res-
peitados os limites impostos pela lei no tocante aos (LGPD): LEI Nº 13.709, DE 14 DE
fatos, o que se verifica, na prática, é uma transferên- AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES
cia de sigilo, que sai da órbita bancária para a fiscal.
Ambas, porém, permanecem com rígida proteção Neste material, faremos apontamentos sobre os
legal contra o acesso de terceiros. O sigilo, que era ban- artigos mais relevantes da Lei nº 13.709, de 2018, os
cário, passa a ser, também e principalmente, fiscal, quais serão abordados de forma que seja apresentada
quando chega ao poder do Fisco. São condicionantes a letra seca da lei. Cabe deixar claro que a leitura dos
para que a autoridade fiscal use do poder estabelecido demais artigos é de suma importância para os seus
166 no art. 6º, no entendimento dos Ministros do STF: estudos.
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DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Dica
A legislação que será estudada teve, como refe- Veja que, em todos os casos, é imprescindível
rência, o Regulamento Geral de Proteção de Dados — que haja relação com o território brasileiro. Por-
GDPR —, o qual foi instituído pela União Europeia. Em tanto, caso alguma questão da sua prova traga
âmbito nacional, a LGPD tutela somente a proteção de assertivas que tratem de operação de tratamen-
dados pessoais, sendo compreendidos, dentre eles, os to exclusivo de âmbito estrangeiro, tenha em
disponíveis em meios físicos e digitais. mente que a LGPD não será aplicada.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de Vistas as hipóteses de aplicação, segue, agora, o
dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por contrário: a vedação à aplicação.
pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito
público ou privado, com o objetivo de proteger os Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de
direitos fundamentais de liberdade e de priva- dados pessoais:
cidade e o livre desenvolvimento da personali- I - realizado por pessoa natural para fins exclusiva-
dade da pessoa natural. mente particulares e não econômicos;
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta II - realizado para fins exclusivamente:
Lei são de interesse nacional e devem ser observadas a) jornalístico e artísticos; ou
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts.
7º e 11 desta Lei;
O art. 2º traz os fundamentos da LGPD, quais sejam: III - realizado para fins exclusivos de:
a) segurança pública;
z o respeito à privacidade; b) defesa nacional;
z a autodeterminação informativa; c) segurança do Estado; ou
z a liberdade de expressão, de informação, de comu- d) atividades de investigação e repressão de infra-
nicação e de opinião; ções penais; ou
z a inviolabilidade da intimidade, da honra e da IV - provenientes de fora do território nacional e que
não sejam objeto de comunicação, uso compartilhado
imagem;
de dados com agentes de tratamento brasileiros ou
z o desenvolvimento econômico e tecnológico e a
objeto de transferência internacional de dados com
inovação; outro país que não o de proveniência, desde que o
z a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do país de proveniência proporcione grau de proteção de
consumidor; dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei.
z os direitos humanos, o livre desenvolvimento da
personalidade, a dignidade e o exercício da cida- O art. 5º é uma espécie de dicionário para a legisla-
dania pelas pessoas naturais. ção, portanto, sua leitura é de grande importância. Os
termos próprios utilizados ao longo da Lei n° 13.709,
Logo em seguida, temos a regulação da aplicação de 2018, são conceituados nos seus incisos, assim, caso
da legislação. Vejamos: haja algum termo que tenha esquecido o significado,
recorra a esse dispositivo.
Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de Alguns princípios, além do princípio da boa-fé (já
tratamento realizada por pessoa natural ou por que se trata de dados pessoais), são expressamente
pessoa jurídica de direito público ou privado, inde- previstos na LGPD, possuindo, inclusive, suas defini-
pendentemente do meio, do país de sua sede ou do ções (art. 6º). Vejamos:
país onde estejam localizados os dados, desde que:
I - a operação de tratamento seja realizada no ter- z Finalidade: realização do tratamento para propó-
ritório nacional; sitos legítimos, específicos, explícitos e informados
ao titular, sem possibilidade de tratamento poste-
Assim, mesmo que a empresa seja estrangeira, ten- rior de forma incompatível com essas finalidades;
do a operação de dados sido realizada dentro do terri- z Adequação: compatibilidade do tratamento com
tório brasileiro, a LGPD será aplicada. as finalidades informadas ao titular, de acordo
com o contexto do tratamento;
II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a z Necessidade: limitação do tratamento ao mínimo
oferta ou o fornecimento de bens ou serviços ou o necessário para a realização de suas finalidades,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

tratamento de dados de indivíduos localizados no com abrangência dos dados pertinentes, propor-
território nacional; ou cionais e não excessivos em relação às finalidades
do tratamento de dados;
Nesta hipótese, tem-se que, mesmo que a sede da z Livre Acesso: garantia, aos titulares, de consulta
empresa seja localizada em outro país, a LGPD será facilitada e gratuita sobre a forma e a duração do
aplicada, já que existe o tratamento de dados de pes- tratamento, bem como sobre a integralidade de
soas situadas dentro do território nacional. seus dados pessoais;
z Qualidade dos Dados: garantia, aos titulares, de
III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham exatidão, clareza, relevância e atualização dos
sido coletados no território nacional. dados, de acordo com a necessidade e para o cum-
§ 1º Consideram-se coletados no território primento da finalidade de seu tratamento;
nacional os dados pessoais cujo titular nele se z Transparência: garantia, aos titulares, de infor-
encontre no momento da coleta. mações claras, precisas e facilmente acessíveis
sobre a realização do tratamento e os respectivos
agentes de tratamento, observados os segredos
comercial e industrial;
167
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z Segurança: utilização de medidas técnicas e admi- § 5º O controlador que obteve o consentimento refe-
nistrativas aptas a proteger os dados pessoais de rido no inciso I do caput deste artigo que necessitar
acessos não autorizados e de situações acidentais comunicar ou compartilhar dados pessoais
ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comuni- com outros controladores deverá obter con-
cação ou difusão; sentimento específico do titular para esse fim,
z Prevenção: adoção de medidas para prevenir a ressalvadas as hipóteses de dispensa do consenti-
ocorrência de danos em virtude do tratamento de mento previstas nesta Lei.
dados pessoais;
z Não discriminação: impossibilidade de realiza- O art. 8º dispõe sobre o consentimento do titular
ção do tratamento para fins discriminatórios ilíci- de dados. Vejamos:
tos ou abusivos;
z Responsabilização e Prestação de Contas: Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do
demonstração, pelo agente, da adoção de medidas art. 7º desta Lei deverá ser fornecido por escrito
ou por outro meio que demonstre a manifesta-
eficazes e capazes de comprovar a observância e
ção de vontade do titular.
o cumprimento das normas de proteção de dados
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escri-
pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas. to, esse deverá constar de cláusula destacada
das demais cláusulas contratuais.
TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS § 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o
consentimento foi obtido em conformidade com o
Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente disposto nesta Lei.
poderá ser realizado nas seguintes hipóteses:
I - mediante o fornecimento de consentimento Nesse caso, há a inversão do ônus da prova, pois,
pelo titular; se o titular dos dados ingressar com uma ação judicial,
II - para o cumprimento de obrigação legal ou
não precisará fazer prova acerca do não consentimen-
regulatória pelo controlador;
to, visto que seria de notória dificuldade a produção
III - pela administração pública, para o trata-
mento e uso compartilhado de dados necessá-
da prova negativa.
rios à execução de políticas públicas previstas
em leis e regulamentos ou respaldadas em contra- § 3º É vedado o tratamento de dados pessoais
tos, convênios ou instrumentos congêneres, obser- mediante vício de consentimento.
vadas as disposições do Capítulo IV desta Lei;
IV - para a realização de estudos por órgão de Vejamos, portanto, os seguintes vícios de consenti-
pesquisa, garantida, sempre que possível, a anoni- mento expostos no CC:
mização dos dados pessoais;
V - quando necessário para a execução de contra- z Erro: cometido sem influência externa; ocorre em
to ou de procedimentos preliminares relacio- decorrência de percepção errônea da própria pessoa;
nados a contrato do qual seja parte o titular, a z Dolo: é o ato de enganar alguém; neste caso, é um
pedido do titular dos dados; erro induzido por terceiro;
VI - para o exercício regular de direitos em pro- z Coação Moral: espécie de pressão, como, por
cesso judicial, administrativo ou arbitral, esse últi- exemplo, uma ameaça potencial;
mo nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de z Estado de Perigo: é quando uma pessoa impõe a
1996 (Lei de Arbitragem) ;
si mesma uma obrigação excessivamente onerosa
VII - para a proteção da vida ou da incolumida-
em decorrência de um perigo; nesse caso, é neces-
de física do titular ou de terceiro;
VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em
sário que a parte beneficiada tenha conhecimento
procedimento realizado por profissionais de saúde, da situação;
serviços de saúde ou autoridade sanitária; z Lesão: desproporção entre as obrigações em razão
IX - quando necessário para atender aos interesses de necessidade (excetuada a decorrente de perigo)
legítimos do controlador ou de terceiro, exceto no ou inexperiência.
caso de prevalecerem direitos e liberdades funda-
mentais do titular que exijam a proteção dos dados § 4º O consentimento deverá referir-se a finali-
pessoais; ou dades determinadas, e as autorizações genéricas
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao para o tratamento de dados pessoais serão nulas.
disposto na legislação pertinente. § 5º O consentimento pode ser revogado a qual-
quer momento mediante manifestação expressa
Observamos, até aqui, a imposição às empresas de do titular, por procedimento gratuito e facilitado,
requisitos não cumulativos — visto que é suficiente o ratificados os tratamentos realizados sob amparo do
atendimento a, pelo menos, um deles — para o trata- consentimento anteriormente manifestado enquanto
mento de dados pessoais. Trata-se, portanto, da base não houver requerimento de eliminação, nos termos
do inciso VI do caput do art. 18 desta Lei.
legal para a atividade.

§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso Portanto, não há empecilho para a revogação, bas-
é público deve considerar a finalidade, a boa- tando a vontade do titular dos dados tratados e a for-
-fé e o interesse público que justificaram sua malização da revogação.
disponibilização. Conforme disposto na parte principiológica da
§ 4º É dispensada a exigência do consentimen- LGPD, o art. 9º reforça a ideia de facilitação de acesso
to previsto no caput deste artigo para os dados pelo titular dos dados tratados.
tornados manifestamente públicos pelo titular,
resguardados os direitos do titular e os princípios Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às
168 previstos nesta Lei. informações sobre o tratamento de seus dados, que
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
deverão ser disponibilizadas de forma clara, ade- z as informações sobre o tratamento de dados de
quada e ostensiva acerca de, entre outras carac- crianças e adolescentes deverão ser fornecidas de
terísticas previstas em regulamentação para o maneira simples, clara e acessível, consideradas as
atendimento do princípio do livre acesso: características físico-motoras, perceptivas, senso-
I - finalidade específica do tratamento; riais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de
II - forma e duração do tratamento, observados os recursos audiovisuais quando adequado, de forma
segredos comercial e industrial; a proporcionar a informação necessária aos pais
III - identificação do controlador; ou ao responsável legal e adequada ao entendi-
IV - informações de contato do controlador; mento da criança.
V - informações acerca do uso compartilhado de
dados pelo controlador e a finalidade;
Haverá o término do tratamento de dados se houver:
VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o
tratamento; e
I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de
VII - direitos do titular, com menção explícita aos
que os dados deixaram de ser necessários ou perti-
direitos contidos no art. 18 desta Lei.
nentes ao alcance da finalidade específica almejada;
II - fim do período de tratamento;
III - comunicação do titular, inclusive no exercício
Importante! de seu direito de revogação do consentimento con-
Ocorrendo alteração quanto às previsões dos forme disposto no § 5º do art. 8º desta Lei, resguar-
dado o interesse público; ou
incisos I, II, III ou V, o controlador é obrigado a
IV - determinação da autoridade nacional, quando
informar ao titular dos dados. houver violação ao disposto nesta Lei.

DIREITOS DO TITULAR
Mais adiante, tem-se a tratativa dos dados sensí-
veis, sendo encaixados, aqui, os dados sobre origem
Os direitos do titular dos dados tratados são regu-
racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política,
lamentados pelos artigos compreendidos entre o 17 e
filiação a sindicato ou à organização de caráter reli-
o 22. Neste capítulo, disciplina a LGPD que:
gioso, filosófico ou político, entre outros.
Na presente temática, muito se fala sobre a trata-
Art. 17 Toda pessoa natural tem assegurada a
tiva feita de forma anônima. Isso quer dizer que os
titularidade de seus dados pessoais e garantidos
dados pessoais sensíveis serão tratados sem a especi- os direitos fundamentais de liberdade, de inti-
ficação da titularidade. midade e de privacidade, nos termos desta Lei.
Sobre os dados anonimizados, tem-se o seguinte:
Ademais, o titular dos dados poderá requisitar ao
Art. 12 Os dados anonimizados não serão conside- controlador:
rados dados pessoais para os fins desta Lei, salvo
quando o processo de anonimização ao qual foram
z confirmação da existência de tratamento;
submetidos for revertido, utilizando exclusivamen-
z acesso aos dados;
te meios próprios, ou quando, com esforços razoá-
z correção de dados incompletos, inexatos ou
veis, puder ser revertido.
desatualizados;
z anonimização, bloqueio ou eliminação de dados
Em relação ao tratamento de dados de crianças e
desnecessários, excessivos ou tratados em descon-
adolescentes, preceitua-se que deverá ser feito em seu
formidade com o disposto nessa lei;
melhor interesse, havendo, no entanto, algumas pecu-
z portabilidade dos dados a outro fornecedor de ser-
liaridades. Vejamos:
viço ou produto, mediante requisição expressa, de
acordo com a regulamentação da autoridade nacio-
z o tratamento de dados pessoais de crianças deve- nal, observados os segredos comercial e industrial;
rá ser realizado com o consentimento específico e z eliminação dos dados pessoais tratados com o con-
em destaque dado por, pelo menos, um dos pais ou sentimento do titular, exceto nas hipóteses previs-
pelo responsável legal; tas no art. 16, dessa lei;
z com relação ao exposto no item anterior, os con- z informação das entidades públicas e privadas com
troladores deverão manter pública a informação as quais o controlador realizou uso compartilhado
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

sobre os tipos de dados coletados, a forma de sua de dados;


utilização e os procedimentos para o exercício dos z informação sobre a possibilidade de não fornecer
direitos a que se refere o art. 18, da lei em estudo; consentimento e sobre as consequências da negativa;
z poderão ser coletados dados pessoais de crianças z revogação do consentimento.
sem o consentimento a que se refere o primeiro
item, quando a coleta for necessária para contatar Os dados fornecidos pelo titular não poderão ser
os pais ou o responsável legal, utilizados uma úni- usados em seu prejuízo, conforme o art. 21. Vejamos:
ca vez e sem armazenamento, ou para a sua pro-
teção e, em nenhum caso, poderão ser repassados Art. 21 Os dados pessoais referentes ao exercício
a terceiro sem o consentimento dos responsáveis regular de direitos pelo titular não podem ser utili-
pelo menor; zados em seu prejuízo.
z o controlador deve realizar todos os esforços
razoáveis, para verificar que o consentimento a Por fim, cumpre salientar que as ações que tenham,
que se refere o primeiro item foi dado pelo res- por mérito, a defesa dos direitos elencados neste capí-
ponsável pela criança, consideradas as tecnologias tulo poderão ser propostas tanto de forma individual
disponíveis; quanto de forma coletiva: 169
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 22 A defesa dos interesses e dos direitos dos II - quando o controlador oferecer e compro-
titulares de dados poderá ser exercida em juízo, var garantias de cumprimento dos princípios,
individual ou coletivamente, na forma do disposto dos direitos do titular e do regime de proteção de
na legislação pertinente, acerca dos instrumentos dados previstos nesta Lei, na forma de:
de tutela individual e coletiva. a) cláusulas contratuais específicas para determi-
nada transferência;
DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO b) cláusulas-padrão contratuais;
PODER PÚBLICO c) normas corporativas globais;
d) selos, certificados e códigos de conduta regular-
Art. 23 O tratamento de dados pessoais pelas pes- mente emitidos;
soas jurídicas de direito público referidas no pará- III - quando a transferência for necessária para a
grafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de 18 de cooperação jurídica internacional entre órgãos
novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação), públicos de inteligência, de investigação e de per-
deverá ser realizado para o atendimento de sua secução, de acordo com os instrumentos de direito
finalidade pública, na persecução do interesse internacional;
público, com o objetivo de executar as compe- IV - quando a transferência for necessária para a
tências legais ou cumprir as atribuições legais proteção da vida ou da incolumidade física do titu-
do serviço público, desde que: lar ou de terceiro;
V - quando a autoridade nacional autorizar a
As pessoas jurídicas aqui mencionadas são as inte- transferência;
VI - quando a transferência resultar em com-
grantes da Administração Direta (União, estados e
promisso assumido em acordo de cooperação
municípios) e Indireta (autarquias, fundações públicas,
internacional;
empresas públicas e sociedades de economia mista).
VII - quando a transferência for necessária para a
execução de política pública ou atribuição legal do
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exer- serviço público, sendo dada publicidade nos termos
cício de suas competências, realizam o tratamento do inciso I do caput do art. 23 desta Lei;
de dados pessoais, fornecendo informações claras e VIII - quando o titular tiver fornecido o seu con-
atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os sentimento específico e em destaque para a trans-
procedimentos e as práticas utilizadas para a exe- ferência, com informação prévia sobre o caráter
cução dessas atividades, em veículos de fácil aces- internacional da operação, distinguindo claramen-
so, preferencialmente em seus sítios eletrônicos; te esta de outras finalidades; ou
III - seja indicado um encarregado quando realiza- IX - quando necessário para atender as hipóteses
rem operações de tratamento de dados pessoais, previstas nos incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
nos termos do art. 39 desta Lei Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste arti-
go, as pessoas jurídicas de direito público referidas
Os dados tratados pelas pessoas jurídicas de direito no parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.527, de
público somente poderão ser fornecidos à pessoa jurídi- 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informa-
ca de direito privado, havendo comunicação à autorida- ção) , no âmbito de suas competências legais, e res-
de nacional e com o consentimento do titular dos dados. ponsáveis, no âmbito de suas atividades, poderão
Entretanto, como toda regra tem suas exceções, pode- requerer à autoridade nacional a avaliação do nível
rá haver o compartilhamento sem que haja o consenti- de proteção a dados pessoais conferido por país ou
mento do titular nos casos de dispensa de consentimento organismo internacional.
prevista na LGPD, nos casos de uso compartilhado de
dados e nas exceções previstas no § 1º, do art. 26. DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS
Quanto à responsabilidade do poder público, dis-
põem os arts. 31 e 32 o seguinte: Os controladores e operadores (agentes de trata-
mento) deverão pautar-se nas medidas de segurança
Art. 31 Quando houver infração a esta Lei em de natureza técnica e administrativas, preservando,
decorrência do tratamento de dados pessoais por assim, a segurança dos dados, inclusive após o térmi-
órgãos públicos, a autoridade nacional poderá no do tratamento.
enviar informe com medidas cabíveis para fazer
cessar a violação. Art. 46 Os agentes de tratamento devem adotar
Art. 32 A autoridade nacional poderá solicitar a medidas de segurança, técnicas e administrativas
agentes do Poder Público a publicação de relatórios aptas a proteger os dados pessoais de acessos não
de impacto à proteção de dados pessoais e sugerir a autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
adoção de padrões e de boas práticas para os trata- destruição, perda, alteração, comunicação ou qual-
mentos de dados pessoais pelo Poder Público. quer forma de tratamento inadequado ou ilícito.
Art. 47 Os agentes de tratamento ou qualquer
TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS outra pessoa que intervenha em uma das fases
do tratamento obriga-se a garantir a segurança
Os dados pessoais não poderão, em regra, ser sub- da informação prevista nesta Lei em relação aos
metidos à transferência internacional. Entretanto, o dados pessoais, mesmo após o seu término.
art. 33 estabelece que:
Caso haja risco ou dano relevante, dispõe o art. 48 que:
Art. 33 A transferência internacional de dados pes-
soais somente é permitida nos seguintes casos: Art. 48 O controlador deverá comunicar à autori-
I - para países ou organismos internacionais que dade nacional e ao titular a ocorrência de incidente
proporcionem grau de proteção de dados pes- de segurança que possa acarretar risco ou dano
170 soais adequado ao previsto nesta Lei; relevante aos titulares.
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§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o con- VI - o grau do dano;
trolador e o operador levarão em consideração, em VII - a cooperação do infrator;
relação ao tratamento e aos dados, a natureza, o VIII - a adoção reiterada e demonstrada de meca-
escopo, a finalidade e a probabilidade e a gravida- nismos e procedimentos internos capazes de mini-
de dos riscos e dos benefícios decorrentes de trata- mizar o dano, voltados ao tratamento seguro e
mento de dados do titular. adequado de dados, em consonância com o dispos-
to no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
DA FISCALIZAÇÃO IX - a adoção de política de boas práticas e
governança;
Em caso de infringência das disposições contidas X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
na LGPD, os agentes de tratamentos estarão sujeitos XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta
a sanções administrativas, em conformidade ao art. e a intensidade da sanção.
§ 2º O disposto neste artigo não substitui a apli-
52, da referida legislação:
cação de sanções administrativas, civis ou penais
definidas na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de
Art. 52 Os agentes de tratamento de dados, em razão
1990, e em legislação específica. (Redação dada
das infrações cometidas às normas previstas nesta
pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei, ficam sujeitos às seguintes sanções administrati-
§ 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII do
vas aplicáveis pela autoridade nacional: (Vigência)
caput deste artigo poderá ser aplicado às entidades
I - advertência, com indicação de prazo para ado-
e aos órgãos públicos, sem prejuízo do disposto na
ção de medidas corretivas;
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, na Lei nº
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do
8.429, de 2 de junho de 1992, e na Lei nº 12.527, de
faturamento da pessoa jurídica de direito privado,
18 de novembro de 2011. (Redação dada pela Lei nº
grupo ou conglomerado no Brasil no seu último
13.853, de 2019)
exercício, excluídos os tributos, limitada, no total,
§ 4º No cálculo do valor da multa de que tra-
a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por
ta o inciso II do caput deste artigo, a autoridade
infração;
nacional poderá considerar o faturamento total
III - multa diária, observado o limite total a que se
refere o inciso II; da empresa ou grupo de empresas, quando não
IV - publicização da infração após devidamente dispuser do valor do faturamento no ramo de ati-
apurada e confirmada a sua ocorrência; vidade empresarial em que ocorreu a infração, defi-
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a nido pela autoridade nacional, ou quando o valor
infração até a sua regularização; for apresentado de forma incompleta ou não for
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere demonstrado de forma inequívoca e idônea.
a infração; § 5º O produto da arrecadação das multas aplica-
VII - (VETADO); das pela ANPD, inscritas ou não em dívida ativa,
VIII - (VETADO); será destinado ao Fundo de Defesa de Direitos Difu-
IX - (VETADO). sos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
X - suspensão parcial do funcionamento do banco julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de
de dados a que se refere a infração pelo período 1995. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII do
período, até a regularização da atividade de tra- caput deste artigo serão aplicadas: (Incluído pela
tamento pelo controlador; (Incluído pela Lei nº Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) I - somente após já ter sido imposta ao menos 1
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamen- (uma) das sanções de que tratam os incisos II, III,
to dos dados pessoais a que se refere a infração pelo IV, V e VI do caput deste artigo para o mesmo caso
período máximo de 6 (seis) meses, prorrogável por concreto; e (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
igual período; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - em caso de controladores submetidos a outros
XII - proibição parcial ou total do exercício de ativi- órgãos e entidades com competências sancionató-
dades relacionadas a tratamento de dados. (Incluí- rias, ouvidos esses órgãos. (Incluído pela Lei nº
do pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não
Em continuidade, ainda no art. 52, seus parágra- autorizados de que trata o caput do art. 46 desta
Lei poderão ser objeto de conciliação direta entre
fos dispõem sobre a aplicação das sanções depois que
controlador e titular e, caso não haja acordo, o con-
o procedimento administrativo possibilitar a ampla
trolador estará sujeito à aplicação das penalidades
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

defesa, de forma gradativa, isolada ou cumulativa,


de que trata este artigo. (Incluído pela Lei nº
seguindo os parâmetros elencados a seguir: 13.853, de 2019)

Art. 52 [...]
Prosseguindo, os arts. 53 e seguintes determinam
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimen-
que a autoridade nacional, responsável pela aplica-
to administrativo que possibilite a oportunidade
da ampla defesa, de forma gradativa, isolada ou ção da lei em questão, deve estabelecer por meio de
cumulativa, de acordo com as peculiaridades do um regulamento específico as sanções administrati-
caso concreto e considerados os seguintes parâme- vas para as infrações cometidas em relação à presen-
tros e critérios: te legislação, que também passarão pelo processo de
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos consulta pública. Para tanto,
direitos pessoais afetados;
II - a boa-fé do infrator; Art. 53 A autoridade nacional definirá, por meio de
III - a vantagem auferida ou pretendida pelo regulamento próprio sobre sanções administrativas
infrator; a infrações a esta Lei, que deverá ser objeto de con-
IV - a condição econômica do infrator; sulta pública, as metodologias que orientarão o cál-
V - a reincidência; culo do valor-base das sanções de multa. (Vigência) 171
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§ 1º As metodologias a que se refere o caput des- § 4º Os mandatos dos primeiros membros do Con-
te artigo devem ser previamente publicadas, para selho Diretor nomeados serão de 2 (dois), de 3
ciência dos agentes de tratamento, e devem apre- (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco) e de 6 (seis) anos,
sentar objetivamente as formas e dosimetrias para conforme estabelecido no ato de nomeação.
o cálculo do valor-base das sanções de multa, que § 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do
deverão conter fundamentação detalhada de todos mandato de membro do Conselho Diretor, o prazo
os seus elementos, demonstrando a observância remanescente será completado pelo sucessor.
dos critérios previstos nesta Lei. Art. 55-E Os membros do Conselho Diretor
§ 2º O regulamento de sanções e metodologias cor- somente perderão seus cargos em virtude de renún-
respondentes deve estabelecer as circunstâncias e as cia, condenação judicial transitada em julgado ou
condições para a adoção de multa simples ou diária. pena de demissão decorrente de processo adminis-
Art. 54 O valor da sanção de multa diária aplicável trativo disciplinar.
às infrações a esta Lei deve observar a gravidade § 1º Nos termos do caput deste artigo, cabe ao
da falta e a extensão do dano ou prejuízo causado e Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidên-
ser fundamentado pela autoridade nacional. cia da República instaurar o processo administra-
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa tivo disciplinar, que será conduzido por comissão
diária deverá conter, no mínimo, a descrição da especial constituída por servidores públicos fede-
obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado rais estáveis.
pelo órgão para o seu cumprimento e o valor da mul- § 2º Compete ao Presidente da República determi-
ta diária a ser aplicada pelo seu descumprimento. nar o afastamento preventivo, somente quando
Art. 55 (VETADO) assim recomendado pela comissão especial de que
trata o § 1º deste artigo, e proferir o julgamento.
Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) Art. 55-F Aplica-se aos membros do Conselho
Diretor, após o exercício do cargo, o disposto no
O art. 55-A estabelece a criação da Autoridade art. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013.
Nacional de Proteção de Dados (ANPD), como sendo Parágrafo único. A infração ao disposto no caput
uma autarquia de natureza especial, dotada de auto- deste artigo caracteriza ato de improbidade
nomia técnica e decisória, com patrimônio próprio e administrativa.
com sede e foro no Distrito Federal. Art. 55-G Ato do Presidente da República disporá
sobre a estrutura regimental da ANPD.
Além disso, os demais artigos dispõem sobre:
§ 1º Até a data de entrada em vigor de sua estru-
tura regimental, a ANPD receberá o apoio técnico
z composição do Conselho e como ela se dará; e administrativo da Casa Civil da Presidência da
z situação de perda do cargo; República para o exercício de suas atividades.
z estrutura regimental; § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento
z remanejamento interno para ocupar os cargos de interno da ANPD.
confiança; Art. 55-H Os cargos em comissão e as funções de
z competência da ANPD; confiança da ANPD serão remanejados de outros
z aplicação das sanções; órgãos e entidades do Poder Executivo federal.
z constituição do patrimônio. Art. 55-I Os ocupantes dos cargos em comissão e
das funções de confiança da ANPD serão indica-
Todo o apresentado está firmado nos seguintes artigos. dos pelo Conselho Diretor e nomeados ou designa-
dos pelo Diretor-Presidente.
Art. 55-B (VETADO); Art. 55-J Compete à ANPD:
Art. 55-C A ANPD é composta de: I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos ter-
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; mos da legislação;
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pes- II - zelar pela observância dos segredos comercial e
soais e da Privacidade; industrial, observada a proteção de dados pessoais
III - Corregedoria; e do sigilo das informações quando protegido por
IV - Ouvidoria; lei ou quando a quebra do sigilo violar os funda-
V - (revogado); mentos do art. 2º desta Lei;
V-A - Procuradoria; e III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de
VI - unidades administrativas e unidades especiali- Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade;
zadas necessárias à aplicação do disposto nesta Lei. IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de trata-
Art. 55-D O Conselho Diretor da ANPD será mento de dados realizado em descumprimento à
composto de 5 (cinco) diretores, incluído o legislação, mediante processo administrativo que
Diretor-Presidente. assegure o contraditório, a ampla defesa e o direito
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD de recurso;
serão escolhidos pelo Presidente da República e V - apreciar petições de titular contra controlador
por ele nomeados, após aprovação pelo Senado após comprovada pelo titular a apresentação de
Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do reclamação ao controlador não solucionada no
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo prazo estabelecido em regulamentação;
em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento VI - promover na população o conhecimento das
Superiores - DAS, no mínimo, de nível 5. normas e das políticas públicas sobre proteção de
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão esco- dados pessoais e das medidas de segurança;
lhidos dentre brasileiros que tenham reputação VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas
ilibada, nível superior de educação e elevado con- nacionais e internacionais de proteção de dados
ceito no campo de especialidade dos cargos para os pessoais e privacidade;
quais serão nomeados. VIII - estimular a adoção de padrões para serviços
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor e produtos que facilitem o exercício de controle
172 será de 4 (quatro) anos. dos titulares sobre seus dados pessoais, os quais
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
deverão levar em consideração as especificidades tratamento privado, sejam eles limites, encargos
das atividades e o porte dos responsáveis; ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de
IX - promover ações de cooperação com autorida- mínima intervenção, assegurados os fundamentos,
des de proteção de dados pessoais de outros países, os princípios e os direitos dos titulares previstos no
de natureza internacional ou transnacional; art. 170 da Constituição Federal e nesta Lei.
X - dispor sobre as formas de publicidade das ope- § 2º Os regulamentos e as normas editados pela
rações de tratamento de dados pessoais, respeita- ANPD devem ser precedidos de consulta e audiên-
dos os segredos comercial e industrial; cia públicas, bem como de análises de impacto
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades regulatório.
do poder público que realizem operações de trata- § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos res-
mento de dados pessoais informe específico sobre o ponsáveis pela regulação de setores específicos da
âmbito, a natureza dos dados e os demais detalhes atividade econômica e governamental devem coor-
do tratamento realizado, com a possibilidade de denar suas atividades, nas correspondentes esferas
emitir parecer técnico complementar para garantir de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento
o cumprimento desta Lei; de suas atribuições com a maior eficiência e promo-
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de
ver o adequado funcionamento dos setores regula-
suas atividades;
dos, conforme legislação específica, e o tratamento
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre
de dados pessoais, na forma desta Lei.
proteção de dados pessoais e privacidade, bem como
§ 4º A ANPD manterá fórum permanente de comu-
sobre relatórios de impacto à proteção de dados pes-
nicação, inclusive por meio de cooperação técnica,
soais para os casos em que o tratamento representar
com órgãos e entidades da administração pública
alto risco à garantia dos princípios gerais de prote-
ção de dados pessoais previstos nesta Lei; responsáveis pela regulação de setores específicos
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade da atividade econômica e governamental, a fim de
em matérias de interesse relevante e prestar contas facilitar as competências regulatória, fiscalizatória
sobre suas atividades e planejamento; e punitiva da ANPD.
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no § 5º No exercício das competências de que trata o
relatório de gestão a que se refere o inciso XII do caput deste artigo, a autoridade competente deverá
caput deste artigo, o detalhamento de suas receitas zelar pela preservação do segredo empresarial e do
e despesas; sigilo das informações, nos termos da lei.
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua rea- § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto
lização, no âmbito da atividade de fiscalização de no inciso V do caput deste artigo poderão ser ana-
que trata o inciso IV e com a devida observância do lisadas de forma agregada, e as eventuais provi-
disposto no inciso II do caput deste artigo, sobre o dências delas decorrentes poderão ser adotadas de
tratamento de dados pessoais efetuado pelos agen- forma padronizada.
tes de tratamento, incluído o poder público; Art. 55-K A aplicação das sanções previstas nesta
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso Lei compete exclusivamente à ANPD, e suas compe-
com agentes de tratamento para eliminar irregula- tências prevalecerão, no que se refere à proteção de
ridade, incerteza jurídica ou situação contenciosa dados pessoais, sobre as competências correlatas de
no âmbito de processos administrativos, de acor- outras entidades ou órgãos da administração pública.
do com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação
setembro de 1942; com outros órgãos e entidades com competências
XVIII - editar normas, orientações e procedimen- sancionatórias e normativas afetas ao tema de
tos simplificados e diferenciados, inclusive quanto proteção de dados pessoais e será o órgão central
aos prazos, para que microempresas e empresas de de interpretação desta Lei e do estabelecimento de
pequeno porte, bem como iniciativas empresariais normas e diretrizes para a sua implementação.
de caráter incremental ou disruptivo que se autode- Art. 55-L Constituem receitas da ANPD:
clarem startups ou empresas de inovação, possam I - as dotações, consignadas no orçamento geral da
adequar-se a esta Lei; União, os créditos especiais, os créditos adicionais, as
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos transferências e os repasses que lhe forem conferidos;
seja efetuado de maneira simples, clara, acessível
II - as doações, os legados, as subvenções e outros
e adequada ao seu entendimento, nos termos des-
recursos que lhe forem destinados;
ta Lei e da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003
III - os valores apurados na venda ou aluguel de
(Estatuto do Idoso);
bens móveis e imóveis de sua propriedade;
XX - deliberar, na esfera administrativa, em cará-
IV - os valores apurados em aplicações no mercado
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ter terminativo, sobre a interpretação desta Lei, as


financeiro das receitas previstas neste artigo;
suas competências e os casos omissos;
XXI - comunicar às autoridades competentes as V - (VETADO);
infrações penais das quais tiver conhecimento; VI - os recursos provenientes de acordos, convênios
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o ou contratos celebrados com entidades, organis-
descumprimento do disposto nesta Lei por órgãos e mos ou empresas, públicos ou privados, nacionais
entidades da administração pública federal; ou internacionais;
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras VII - o produto da venda de publicações, material
públicas para exercer suas competências em seto- técnico, dados e informações, inclusive para fins de
res específicos de atividades econômicas e governa- licitação pública.
mentais sujeitas à regulação; e Art. 55-M Constituem o patrimônio da ANPD os
XXIV - implementar mecanismos simplificados, bens e os direitos:
inclusive por meio eletrônico, para o registro de I - que lhe forem transferidos pelos órgãos da Presi-
reclamações sobre o tratamento de dados pessoais dência da República; e
em desconformidade com esta Lei. II - que venha a adquirir ou a incorporar.
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas Art. 56 (VETADO)
ao tratamento de dados pessoais por agente de Art. 57 (VETADO) 173
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Do Conselho Nacional de Proteção de Dados Quanto às disposições acerca das empresas estran-
Pessoais e da Privacidade geiras, haverá a notificação e intimação à pessoa
(agente, representante ou responsável), de todos os
A seção é reservada para tratar sobre a política e atos processuais previstos nesta lei, ainda que não
composição do mencionado Conselho. Nesse aspecto, haja uma procuração ou disposição contratual ou
os dispositivos tratam de dada forma: estatutária específica para esse fim. Posto isto, haverá
a edição de regulamentos, mediante o INEP (Instituto
Art. 58 (VETADO) Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Art. 58-A O Conselho Nacional de Proteção de Teixeira), no âmbito de suas competências.
Dados Pessoais e da Privacidade será composto de
23 (vinte e três) representantes, titulares e suplen- Art. 60 A Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014
tes, dos seguintes órgãos: (Marco Civil da Internet) , passa a vigorar com as
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal; seguintes alterações:
II - 1 (um) do Senado Federal; “Art. 7º [...]
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; fornecido a determinada aplicação de internet, a
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; seu requerimento, ao término da relação entre as
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obriga-
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com tória de registros previstas nesta Lei e na que dis-
atuação relacionada a proteção de dados pessoais; põe sobre a proteção de dados pessoais;” (NR)
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológi- “Art. 16 [...]
cas e de inovação; II - de dados pessoais que sejam excessivos em rela-
IX - 3 (três) de confederações sindicais representati- ção à finalidade para a qual foi dado consentimento
vas das categorias econômicas do setor produtivo; pelo seu titular, exceto nas hipóteses previstas na Lei
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor que dispõe sobre a proteção de dados pessoais.” (NR)
empresarial relacionado à área de tratamento de Art. 61 A empresa estrangeira será notificada e
dados pessoais; e intimada de todos os atos processuais previstos
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor nesta Lei, independentemente de procuração ou
laboral. de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
§ 1º Os representantes serão designados por ato do do agente ou representante ou pessoa responsável
Presidente da República, permitida a delegação. por sua filial, agência, sucursal, estabelecimento ou
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, escritório instalado no Brasil.
II, III, IV, V e VI do caput deste artigo e seus suplen- Art. 62 A autoridade nacional e o Instituto Nacional
tes serão indicados pelos titulares dos respectivos de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixei-
órgãos e entidades da administração pública. ra (Inep), no âmbito de suas competências, editarão
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, regulamentos específicos para o acesso a dados tra-
VIII, IX, X e XI do caput deste artigo e seus suplentes: tados pela União para o cumprimento do disposto
I - serão indicados na forma de regulamento; no § 2º do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezem-
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da bro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Internet no Brasil; Nacional) , e aos referentes ao Sistema Nacional de
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que tra-
(uma) recondução. ta a Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Prote- Art. 63 A autoridade nacional estabelecerá normas
ção de Dados Pessoais e da Privacidade será consi- sobre a adequação progressiva de bancos de dados
derada prestação de serviço público relevante, não constituídos até a data de entrada em vigor desta
remunerada. Lei, consideradas a complexidade das operações de
Art. 58-B Compete ao Conselho Nacional de Prote- tratamento e a natureza dos dados.
ção de Dados Pessoais e da Privacidade: Art. 64 Os direitos e princípios expressos nesta Lei
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsí- não excluem outros previstos no ordenamento jurí-
dios para a elaboração da Política Nacional de Pro- dico pátrio relacionados à matéria ou nos tratados
internacionais em que a República Federativa do
teção de Dados Pessoais e da Privacidade e para a
Brasil seja parte.
atuação da ANPD;
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da exe-
cução das ações da Política Nacional de Proteção
de Dados Pessoais e da Privacidade;
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD; LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO: LEI Nº
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiên-
cias públicas sobre a proteção de dados pessoais e 12.846, DE 2013 E DECRETO Nº 11.129,
da privacidade; e DE 11 DE JULHO DE 2022
V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de
dados pessoais e da privacidade à população. LEI Nº 12.846, DE 2013 — A LEI ANTICORRUPÇÃO
Art. 59 (VETADO).
A Lei nº 12.846, de 2013, conhecida como Lei Anti-
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS corrupção, dispõe sobre a responsabilização admi-
nistrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática
Neste capítulo há a definição sobre as demais dis- de atos contra a administração pública, seja ela
posições da legislação. Diante disso, o art. 60 estabele- nacional ou estrangeira. Nos termos:
ce a alteração do inciso X, do art. 7º, e do inciso II, do
art. 16, da Lei n° 12.965, que trata sobre as regras do Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a responsabilização
174 uso da internet no Brasil. objetiva administrativa e civil de pessoas jurídicas
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pela prática de atos contra a administração públi- Administrativo de Responsabilização (PAR), cuja
ca, nacional ou estrangeira. ação de ofício ou mediante provocação, observados
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta Lei às o contraditório e a ampla defesa, cabe à autorida-
sociedades empresárias e às sociedades simples, de máxima de cada órgão ou entidade dos Pode-
personificadas ou não, independentemente da for- res Executivo, Legislativo e Judiciário. Veja os
ma de organização ou modelo societário adotado, dispositivos:
bem como a quaisquer fundações, associações de
entidades ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, Art. 8º A instauração e o julgamento de proces-
que tenham sede, filial ou representação no terri- so administrativo para apuração da responsa-
tório brasileiro, constituídas de fato ou de direito, bilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade
ainda que temporariamente. máxima de cada órgão ou entidade dos Pode-
res Executivo, Legislativo e Judiciário, que agi-
De acordo com a lei, constituem atos lesivos à rá de ofício ou mediante provocação, observados o
administração pública todos aqueles praticados por contraditório e a ampla defesa.
pessoas jurídicas que atentem contra o patrimônio § 1º A competência para a instauração e o julga-
público nacional ou estrangeiro, contra princípios da mento do processo administrativo de apuração
de responsabilidade da pessoa jurídica poderá ser
administração pública ou contra os compromissos
delegada, vedada a subdelegação. […]
internacionais assumidos pelo Brasil. Esses atos lesi-
vos são definidos no art. 5º:
No âmbito do Poder Executivo federal, a Controla-
doria-Geral da União (CGU) tem competência con-
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração
pública, nacional ou estrangeira, para os fins desta
corrente para instaurar Processos Administrativos de
Lei, todos aqueles praticados pelas pessoas jurídi- Responsabilização de pessoas jurídicas ou para avocar
cas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que os processos já instaurados, para exame de sua regula-
atentem contra o patrimônio público nacional ou ridade ou para corrigir o seu andamento. Nos termos:
estrangeiro, contra princípios da administração
pública ou contra os compromissos internacionais Art. 8º […]
assumidos pelo Brasil, assim definidos: § 2º No âmbito do Poder Executivo federal,
I - prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamen- a Controladoria-Geral da União - CGU terá
te, vantagem indevida a agente público, ou a tercei- competência concorrente para instaurar processos
ra pessoa a ele relacionada; administrativos de responsabilização de pessoas
II - comprovadamente, financiar, custear, patroci- jurídicas ou para avocar os processos instaurados
nar ou de qualquer modo subvencionar a prática com fundamento nesta Lei, para exame de sua
dos atos ilícitos previstos nesta Lei; regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular Serão aplicadas às pessoas jurídicas, consideradas
seus reais interesses ou a identidade dos beneficiá- responsáveis pelos atos lesivos previstos na lei, as
rios dos atos praticados; sanções de multa e de publicação extraordinária
IV - no tocante a licitações e contratos: da decisão condenatória, às custas da pessoa jurídi-
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina- ca, em meios de comunicação de grande circulação
ção ou qualquer outro expediente, o caráter compe- na área da prática da infração e de atuação da pessoa
titivo de procedimento licitatório público; jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de
nacional, além da afixação de edital, pelo prazo
mínimo de 30 dias, no próprio estabelecimento ou
qualquer ato de procedimento licitatório público;
no local de exercício da atividade, de modo visível
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de
ao público, e no site da empresa na internet.
fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer
A multa, que irá variar de 0,1% a 20% do fatu-
tipo;
ramento bruto do último exercício anterior ao da
d) fraudar licitação pública ou contrato dela instauração do processo administrativo, excluídos
decorrente; os tributos, nunca será inferior à vantagem auferida,
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa quando for possível sua estimação. Vejamos:
jurídica para participar de licitação pública ou
celebrar contrato administrativo;
Art. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo
às pessoas jurídicas consideradas responsáveis
fraudulento, de modificações ou prorrogações de
pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

contratos celebrados com a administração públi- sanções:


ca, sem autorização em lei, no ato convocatório da I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por
licitação pública ou nos respectivos instrumentos cento) a 20% (vinte por cento) do faturamento
contratuais; ou bruto do último exercício anterior ao da ins-
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-fi- tauração do processo administrativo, excluídos
nanceiro dos contratos celebrados com a adminis- os tributos, a qual nunca será inferior à vantagem
tração pública; auferida, quando for possível sua estimação; e
V - dificultar atividade de investigação ou fiscali- II - publicação extraordinária da decisão
zação de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou condenatória.
intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das § 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente,
agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização isolada ou cumulativamente, de acordo com as
do sistema financeiro nacional. peculiaridades do caso concreto e com a gravidade
e natureza das infrações.
Na esfera administrativa, a instauração e o jul- § 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo
gamento de processo administrativo, para apura- será precedida da manifestação jurídica elaborada
ção da responsabilidade de pessoa jurídica, se dão pela Advocacia Pública ou pelo órgão de assistência
através de um procedimento denominado Processo jurídica, ou equivalente, do ente público. 175
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§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo IV - proibição de receber incentivos, subsídios,
não exclui, em qualquer hipótese, a obrigação da subvenções, doações ou empréstimos de órgãos
reparação integral do dano causado. ou entidades públicas e de instituições financeiras
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja públicas ou controladas pelo poder público, pelo
possível utilizar o critério do valor do faturamento prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
bruto da pessoa jurídica, a multa será de R$ 6.000,00 § 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica
(seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões será determinada quando comprovado:
de reais). I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de for-
§ 5º A publicação extraordinária da decisão ma habitual para facilitar ou promover a prática de
condenatória ocorrerá na forma de extrato de atos ilícitos; ou
sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular
de comunicação de grande circulação na área da interesses ilícitos ou a identidade dos beneficiários
prática da infração e de atuação da pessoa jurídica dos atos praticados.
ou, na sua falta, em publicação de circulação nacio-
nal, bem como por meio de afixação de edital, pelo A lei ainda estabelece sobre o Acordo de Leniência,
prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio esta- que é um acordo celebrado pela autoridade máxima
belecimento ou no local de exercício da atividade, de cada órgão ou entidade pública com as pessoas
de modo visível ao público, e no sítio eletrônico na jurídicas responsáveis pela prática de atos previstos
rede mundial de computadores. nessa lei, de modo que o infrator colabore nas investi-
Art. 7º Serão levados em consideração na aplica- gações e no próprio processo administrativo. Veja:
ção das sanções:
I - a gravidade da infração; Art. 16 A autoridade máxima de cada órgão ou enti-
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator; dade pública poderá celebrar acordo de leniência
III - a consumação ou não da infração; com as pessoas jurídicas responsáveis pela prática
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão; dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetiva-
V - o efeito negativo produzido pela infração; mente com as investigações e o processo adminis-
VI - a situação econômica do infrator; trativo, sendo que dessa colaboração resulte:
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apura- I - a identificação dos demais envolvidos na infra-
ção das infrações; ção, quando couber; e
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos II - a obtenção célere de informações e documentos
internos de integridade, auditoria e incentivo à denún- que comprovem o ilícito sob apuração.
cia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos § 1º O acordo de que trata o caput somente poderá
de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica; ser celebrado se preenchidos, cumulativamente, os
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa seguintes requisitos:
jurídica com o órgão ou entidade pública lesados; e I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de sobre seu interesse em cooperar para a apuração
mecanismos e procedimentos previstos no inciso do ato ilícito;
VIII do caput serão estabelecidos em regulamento II - a pessoa jurídica cesse completamente seu
do Poder Executivo federal. envolvimento na infração investigada a partir da
data de propositura do acordo;
Cabe ressaltar que a responsabilidade da pessoa III - a pessoa jurídica admita sua participação no
jurídica na esfera administrativa, no entanto, não ilícito e coopere plena e permanentemente com as
afasta a possibilidade de sua responsabilização na investigações e o processo administrativo, compa-
esfera judicial. Veja: recendo, sob suas expensas, sempre que solicitada,
a todos os atos processuais, até seu encerramento.
§ 2º A celebração do acordo de leniência isentará
Art. 18 Na esfera administrativa, a responsabilida-
a pessoa jurídica das sanções previstas no inciso II
de da pessoa jurídica não afasta a possibilidade de
do art. 6º e no inciso IV do art. 19 e reduzirá em até
sua responsabilização na esfera judicial.
2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa
Em razão da prática de atos previstos na lei, pode- jurídica da obrigação de reparar integralmente o
rá o Ministério Público ajuizar ação com vistas à apli- dano causado.
cação de sanções às pessoas jurídicas infratoras. Do § 4º O acordo de leniência estipulará as condições
mesmo modo, também poderão a União, os estados, o necessárias para assegurar a efetividade da
Distrito Federal e os municípios, por meio das respec- colaboração e o resultado útil do processo.
tivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação § 5º Os efeitos do acordo de leniência serão
judicial ou equivalentes. Veja: estendidos às pessoas jurídicas que integram o
mesmo grupo econômico, de fato e de direito, desde
Art. 19 Em razão da prática de atos previstos no que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as
art. 5º desta Lei, a União, os Estados, o Distrito condições nele estabelecidas.
Federal e os Municípios, por meio das respectivas § 6º A proposta de acordo de leniência somente se
Advocacias Públicas ou órgãos de representação tornará pública após a efetivação do respectivo
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, acordo, salvo no interesse das investigações e do
poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das processo administrativo.
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras: § 7º Não importará em reconhecimento da prática
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que do ato ilícito investigado a proposta de acordo de
representem vantagem ou proveito direta ou indi- leniência rejeitada.
retamente obtidos da infração, ressalvado o direito § 8º Em caso de descumprimento do acordo de
do lesado ou de terceiro de boa-fé; leniência, a pessoa jurídica ficará impedida de cele-
II - suspensão ou interdição parcial de suas brar novo acordo pelo prazo de 3 (três) anos con-
atividades; tados do conhecimento pela administração pública
176 III - dissolução compulsória da pessoa jurídica; do referido descumprimento.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrom- apuração, compreendidas todas as diligências
pe o prazo prescricional dos atos ilícitos previstos admitidas em lei, notadamente:
nesta Lei. I - proposição à autoridade instauradora da sus-
§ 10 A Controladoria-Geral da União - CGU é o pensão cautelar dos efeitos do ato ou do processo
órgão competente para celebrar os acordos de objeto da investigação;
leniência no âmbito do Poder Executivo federal, II - solicitação de atuação de especialistas com
bem como no caso de atos lesivos praticados contra conhecimentos técnicos ou operacionais, de órgãos
a administração pública estrangeira. e entidades públicos ou de outras organizações,
para auxiliar na análise da matéria sob exame;
DECRETO Nº 11.129, DE 11 DE JULHO DE 2022 III - solicitação de informações bancárias sobre
movimentação de recursos públicos, ainda que sigi-
losas, nesta hipótese, em sede de compartilhamento
O Decreto nº 11.129, de 11 de julho de 2022, dispõe
do sigilo com órgãos de controle;
sobre a regularização administrativa e civil de pessoa
IV - requisição, por meio da autoridade competente,
jurídica pela prática de atos contra a administração do compartilhamento de informações tributárias
pública, nacional ou estrangeira, de que trata a Lei nº da pessoa jurídica investigada, conforme previsto
12.846, de 1º de agosto de 2013, nos moldes do art. 1º. no inciso II do § 1º do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25
Vejamos: de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional;
V - solicitação, ao órgão de representação judi-
Art. 1° [...] cial ou equivalente dos órgãos ou das entidades
§ 1º A Lei nº 12.846, de 2013, aplica-se aos atos lesi- lesadas, das medidas judiciais necessárias para a
vos praticados: investigação e para o processamento dos atos lesi-
I - por pessoa jurídica brasileira contra adminis- vos, inclusive de busca e apreensão, no Brasil ou no
tração pública estrangeira, ainda que cometidos no exterior; ou
exterior; VI - solicitação de documentos ou informações a
II - no todo ou em parte no território nacional ou pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou
que nele produzam ou possam produzir efeitos; ou privado, nacionais ou estrangeiras, ou a organiza-
III - no exterior, quando praticados contra a admi- ções públicas internacionais.
nistração pública nacional. § 4º O prazo para a conclusão da investigação pre-
§ 2º São passíveis de responsabilização nos termos do liminar não excederá cento e oitenta dias, admitida
disposto na Lei nº 12.846, de 2013, as pessoas jurídi- a prorrogação, mediante ato da autoridade a que
cas que tenham sede, filial ou representação no ter- se refere o caput.
ritório brasileiro, constituídas de fato ou de direito. § 5º Ao final da investigação preliminar, serão envia-
das à autoridade competente as peças de informação
A apuração da responsabilidade administrativa obtidas, acompanhadas de relatório conclusivo acer-
de pessoa jurídica, decorrente do exercício do poder ca da existência de indícios de autoria e materialidade
sancionador da administração pública, será efetuada de atos lesivos à administração pública federal, para
decisão sobre a instauração do PAR.
por meio de Processo Administrativo de Responsabi-
lização (PAR) ou de acordo de leniência, à luz do que
dispõe o art. 2º. Do Processo Administrativo de Responsabilização

DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Para que ocorra a devida instauração do Processo


Administrativo de Responsabilização (PAR), é necessá-
rio observar os critérios de competência dispostos nos
Da Investigação Preliminar
arts. 4º a 18, do referido Decreto.
Ao tomar ciência da possível ocorrência de ato lesi-
Art. 4º A competência para a instauração e para
vo à administração pública, o titular da corregedoria o julgamento do PAR é da autoridade máxima da
da entidade decidirá: entidade em face da qual foi praticado o ato lesi-
vo ou, em caso de órgão da administração pública
Art. 3º O titular da corregedoria da entidade ou da federal direta, do respectivo Ministro de Estado.
unidade competente, ao tomar ciência da possível Parágrafo único. A competência de que trata
ocorrência de ato lesivo à administração públi- o caput será exercida de ofício ou mediante provoca-
ca federal, em sede de juízo de admissibilidade e ção e poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
mediante despacho fundamentado, decidirá: Art. 5º No ato de instauração do PAR, a autorida-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

I - pela abertura de investigação preliminar; de designará comissão, composta por dois ou mais
II - pela recomendação de instauração de PAR; ou servidores estáveis.
III - pela recomendação de arquivamento da § 1º Em entidades da administração pública federal
matéria. cujos quadros funcionais não sejam formados por
§ 1º A investigação de que trata o inciso I servidores estatutários, a comissão a que se refere
do caput terá caráter sigiloso e não punitivo e será o caput será composta por dois ou mais emprega-
destinada à apuração de indícios de autoria e mate- dos permanentes, preferencialmente com, no míni-
rialidade de atos lesivos à administração pública mo, três anos de tempo de serviço na entidade.
federal. § 2º A comissão a que se refere o caput exercerá
§ 2º A investigação preliminar será conduzida dire- suas atividades com imparcialidade e observará a
tamente pela corregedoria da entidade ou unidade legislação, os regulamentos e as orientações técni-
competente, na forma estabelecida em regulamen- cas vigentes.
to, ou por comissão composta por dois ou mais § 3º Será assegurado o sigilo do PAR, sempre que
membros, designados entre servidores efetivos ou necessário à elucidação do fato ou quando exigido
empregados públicos. pelo interesse da administração pública, garantido
§ 3º Na investigação preliminar, serão praticados à pessoa jurídica processada o direito à ampla defe-
os atos necessários à elucidação dos fatos sob sa e ao contraditório. 177
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
representante ou administrador de sua filial, agên-
Importante! cia, sucursal, estabelecimento ou escritório instala-
do no Brasil.
Segundo a literalidade do § 4º, o prazo para a
conclusão dos trabalhos da comissão de PAR A pessoa jurídica poderá acompanhar o PAR por
não excederá cento e oitenta dias, admitida a meio de seus representantes legais ou procuradores.
prorrogação, mediante solicitação justificada do
presidente da comissão à autoridade instaurado- Art. 9º A pessoa jurídica poderá acompanhar o
ra, que decidirá de maneira fundamentada. PAR por meio de seus representantes legais ou pro-
curadores, sendo-lhes assegurado amplo acesso
aos autos.
Instaurado o PAR, a comissão avaliará os fatos e as Parágrafo único. É vedada a retirada de autos
circunstâncias conhecidas e indiciará e intimará a pes- físicos da repartição pública, sendo autorizada a
soa jurídica processada para, no prazo de trinta dias, obtenção de cópias, preferencialmente em meio
apresentar defesa escrita e especificar eventuais pro- digital, mediante requerimento.
vas que pretenda produzir (art. 6º). Acompanhemos Art. 10 A comissão, para o devido e regular exer-
algumas determinações quanto à intimação do PAR. cício de suas funções, poderá praticar os atos
necessários à elucidação dos fatos sob apuração,
Art. 6º [...] compreendidos todos os meios probatórios admiti-
§ 1º A intimação prevista no caput: dos em lei, inclusive os previstos no § 3º do art. 3º.
I - facultará expressamente à pessoa jurídica a pos-
sibilidade de apresentar informações e provas que Concluídos os trabalhos de apuração e análise, a
subsidiem a análise da comissão de PAR no que se comissão elaborará relatório a respeito dos fatos apu-
refere aos elementos que atenuam o valor da multa, rados e da eventual responsabilidade administrativa
previstos no art. 23; e
da pessoa jurídica, no qual sugerirá, de forma moti-
II - solicitará a apresentação de informações e
vada (art. 11):
documentos, nos termos estabelecidos pela Contro-
ladoria-Geral da União, que permitam a análise do
programa de integridade da pessoa jurídica. Art. 11 [...]
§ 2º O ato de indiciação conterá, no mínimo: I - as sanções a serem aplicadas, com a respectiva indi-
I - a descrição clara e objetiva do ato lesivo imputa- cação da dosimetria, ou o arquivamento do processo;
do à pessoa jurídica, com a descrição das circuns- II - o encaminhamento do relatório final à autorida-
tâncias relevantes; de competente para instrução de processo adminis-
II - o apontamento das provas que sustentam o trativo específico para reparação de danos, quando
entendimento da comissão pela ocorrência do ato houver indícios de que do ato lesivo tenha resultado
lesivo imputado; e dano ao erário;
III - o enquadramento legal do ato lesivo imputado III - o encaminhamento do relatório final à Advo-
à pessoa jurídica processada. cacia-Geral da União, para ajuizamento da ação de
§ 3º Caso a intimação prevista no caput não tenha que trata o art. 19 da Lei nº 12.846, de 2013, com
êxito, será feita nova intimação por meio de edital sugestão, de acordo com o caso concreto, da apli-
publicado na imprensa oficial e no sítio eletrônico cação das sanções previstas naquele artigo, como
do órgão ou da entidade pública responsável pela retribuição complementar às do PAR ou para a pre-
condução do PAR, hipótese em que o prazo para venção de novos ilícitos;
apresentação de defesa escrita será contado a par- IV - o encaminhamento do processo ao Ministério
tir da última data de publicação do edital. Público, nos termos do disposto no art. 15 da Lei nº
§ 4º Caso a pessoa jurídica processada não apre- 12.846, de 2013; e
sente sua defesa escrita no prazo estabelecido V - as condições necessárias para a concessão da
no caput, contra ela correrão os demais prazos, reabilitação, quando cabível.
independentemente de notificação ou intimação,
podendo intervir em qualquer fase do processo, Concluído o relatório final, a comissão lavrará ata
sem direito à repetição de qualquer ato processual de encerramento dos seus trabalhos, que formalizará
já praticado. sua desconstituição, e encaminhará o PAR à autori-
dade instauradora, que determinará a intimação da
Ainda, pelo disposto no art. 7º, as intimações serão pessoa jurídica processada do relatório final para,
feitas por qualquer meio físico ou eletrônico. querendo, manifestar-se no prazo máximo de dez
dias. Transcorrido o prazo de dez dias, a autoridade
Art. 7º As intimações serão feitas por qualquer
instauradora determinará à corregedoria da entidade
meio físico ou eletrônico que assegure a certeza de
ou à unidade competente que analise a regularidade e
ciência da pessoa jurídica processada.
§ 1º Os prazos começam a correr a partir da data
o mérito do PAR (art. 12 e seu parágrafo único).
da cientificação oficial, excluindo-se da contagem Vejamos, ainda, a continuidade do PAR após a aná-
o dia do começo e incluindo-se o dia do vencimen- lise da regularidade e mérito a partir do art. 13.
to, observado o disposto no Capítulo XVI da Lei nº
9.784, de 29 de janeiro de 1999. Art. 13 Após a análise de regularidade e mérito, o
§ 2º Na hipótese prevista no § 4º do art. 6º, dispen- PAR será encaminhado à autoridade competente
sam-se as demais intimações processuais, até que a para julgamento, o qual será precedido de manifes-
pessoa jurídica interessada se manifeste nos autos. tação jurídica, elaborada pelo órgão de assistência
§ 3º A pessoa jurídica estrangeira poderá ser notifi- jurídica competente.
cada e intimada de todos os atos processuais, inde- Parágrafo único. Na hipótese de decisão contrária
pendentemente de procuração ou de disposição ao relatório da comissão, esta deverá ser funda-
178 contratual ou estatutária, na pessoa do gerente, mentada com base nas provas produzidas no PAR.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 14 A decisão administrativa proferida pela os autos originais dos processos que eventualmente
autoridade julgadora ao final do PAR será publica- estejam em curso.
da no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico Art. 18 Compete à Controladoria-Geral da União
do órgão ou da entidade pública responsável pelo instaurar, apurar e julgar PAR pela prática de atos
julgamento do PAR. lesivos a administração pública estrangeira, o qual
Art. 15 Da decisão administrativa sancionadora seguirá, no que couber, o rito procedimental previs-
cabe pedido de reconsideração com efeito suspensi- to neste Capítulo.
vo, no prazo de dez dias, contado da data de publi- Parágrafo único. Os órgãos e as entidades da admi-
cação da decisão. nistração pública federal direta e indireta deverão
§ 1º A pessoa jurídica contra a qual foram impos- comunicar à Controladoria-Geral da União os indí-
tas sanções no PAR e que não apresentar pedido de cios da ocorrência de atos lesivos a administração
reconsideração deverá cumpri-las no prazo de trin- pública estrangeira, identificados no exercício de
ta dias, contado do fim do prazo para interposição suas atribuições, juntando à comunicação os docu-
do pedido de reconsideração. mentos já disponíveis e necessários à apuração ou
§ 2º A autoridade julgadora terá o prazo de trinta à comprovação dos fatos, sem prejuízo do envio
dias para decidir sobre a matéria alegada no pedi- de documentação complementar, na hipótese de
do de reconsideração e publicar nova decisão. novas provas ou informações relevantes, sob pena
§ 3º Mantida a decisão administrativa sancionado- de responsabilização.
ra, será concedido à pessoa jurídica novo prazo de
trinta dias para o cumprimento das sanções que lhe DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS
foram impostas, contado da data de publicação da ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
nova decisão.
Art. 16 Os atos previstos como infrações adminis- As pessoas jurídicas estão sujeitas às seguintes
trativas à Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, ou sanções administrativas, nos ditames do art. 19:
a outras normas de licitações e contratos da admi-
nistração pública que também sejam tipificados
Art. 19 As pessoas jurídicas estão sujeitas às
como atos lesivos na Lei nº 12.846, de 2013, serão
seguintes sanções administrativas, nos termos do
apurados e julgados conjuntamente, nos mesmos
disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013:
autos, aplicando-se o rito procedimental previsto
I - multa; e
neste Capítulo.
II - publicação extraordinária da decisão adminis-
§ 1º Concluída a apuração de que trata o caput e
trativa sancionadora.
havendo autoridades distintas competentes para o
Parágrafo único. Caso os atos lesivos apura-
julgamento, o processo será encaminhado primeira-
dos envolvam infrações administrativas à Lei nº
mente àquela de nível mais elevado, para que julgue
14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações
no âmbito de sua competência, tendo precedência o
e contratos da administração pública e tenha ocor-
julgamento pelo Ministro de Estado competente.
rido a apuração conjunta prevista no art. 16, a
§ 2º Para fins do disposto no caput, o chefe da
pessoa jurídica também estará sujeita a sanções
unidade responsável no órgão ou na entidade pela
administrativas que tenham como efeito a restrição
gestão de licitações e contratos deve comunicar à
ao direito de participar em licitações ou de celebrar
autoridade a que se refere o caput do art. 3º even-
contratos com a administração pública, a serem
tuais fatos que configurem atos lesivos previstos
aplicadas no PAR.
no art. 5º da Lei nº 12.846, de 2013.
Da Multa
A Controladoria-Geral da União possui, no âmbito
do Poder Executivo Federal, competência:
A multa prevista no inciso I do caput do art. 6º da
Lei nº 12.846, de 2013, terá como base de cálculo o
Art. 17 A Controladoria-Geral da União possui, no
âmbito do Poder Executivo federal, competência: faturamento bruto da pessoa jurídica no último exer-
I - concorrente para instaurar e julgar PAR; e cício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os
II - exclusiva para avocar os processos instaurados tributos (art. 20). A multa aplicada será integralmente
para exame de sua regularidade ou para lhes corri- recolhida pela pessoa jurídica sancionada no prazo de
gir o andamento, inclusive promovendo a aplicação trinta dias, observado o disposto no art. 15, pelo elen-
da penalidade administrativa cabível. cado na redação do art. 29, do Decreto n° 11.129, de
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá exer- julho de 2022.
cer, a qualquer tempo, a competência prevista
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

no caput, se presentes quaisquer das seguintes Da Publicação Extraordinária da Decisão


circunstâncias: Administrativa Sancionadora
I - caracterização de omissão da autoridade origi-
nariamente competente;
A pessoa jurídica sancionada administrativamen-
II - inexistência de condições objetivas para sua
te pela prática de atos lesivos contra a administração
realização no órgão ou na entidade de origem;
III - complexidade, repercussão e relevância da pública, nos termos da Lei nº 12.846, de 2013, publica-
matéria; rá a decisão administrativa sancionadora na forma de
IV - valor dos contratos mantidos pela pessoa jurí- extrato de sentença, cumulativamente (art. 28):
dica com o órgão ou com a entidade atingida; ou
V - apuração que envolva atos e fatos relacionados Art. 28 [...]
com mais de um órgão ou entidade da administra- I - em meio de comunicação de grande circulação,
ção pública federal. física ou eletrônica, na área da prática da infração
§ 2º Ficam os órgãos e as entidades da adminis- e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em
tração pública obrigados a encaminhar à Con- publicação de circulação nacional;
troladoria-Geral da União todos os documentos e II - em edital afixado no próprio estabelecimento
informações que lhes forem solicitados, incluídos ou no local de exercício da atividade, em localidade 179
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
que permita a visibilidade pelo público, pelo prazo A pessoa jurídica que pretenda celebrar acordo de
mínimo de trinta dias; e leniência deverá (art. 37):
III - em seu sítio eletrônico, pelo prazo mínimo de
trinta dias e em destaque na página principal do Art. 37 […]
referido sítio. I - ser a primeira a manifestar interesse em coope-
Parágrafo único. A publicação a que se refere rar para a apuração de ato lesivo específico, quan-
o caput será feita a expensas da pessoa jurídica do tal circunstância for relevante;
sancionada. II - ter cessado completamente seu envolvimento
no ato lesivo a partir da data da propositura do
DO ACORDO DE LENIÊNCIA acordo;
III - admitir sua responsabilidade objetiva quanto
Trata-se de um ato administrativo negocial decor- aos atos lesivos;
rente do exercício sancionador do Estado, que visa à IV - cooperar plena e permanentemente com as
investigações e o processo administrativo e compa-
responsabilização de pessoas jurídicas pela prática de
recer, sob suas expensas e sempre que solicitada,
atos lesivos contra a administração pública nacional
aos atos processuais, até o seu encerramento;
ou estrangeira, segundo caput do art. 32, vejamos: V - fornecer informações, documentos e elementos
que comprovem o ato ilícito;
Art. 32 O acordo de leniência é ato administrativo VI - reparar integralmente a parcela incontroversa
negocial decorrente do exercício do poder sancio- do dano causado; e
nador do Estado, que visa à responsabilização de VII - perder, em favor do ente lesado ou da União,
pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos contra conforme o caso, os valores correspondentes ao
a administração pública nacional ou estrangeira. acréscimo patrimonial indevido ou ao enriqueci-
Parágrafo único. O acordo de leniência buscará, mento ilícito direta ou indiretamente obtido da
nos termos da lei: infração, nos termos e nos montantes definidos na
I - o incremento da capacidade investigativa da negociação.
administração pública; § 1º Os requisitos de que tratam os incisos III e IV
II - a potencialização da capacidade estatal de recu- do caput serão avaliados em face da boa-fé da pes-
peração de ativos; e soa jurídica proponente em reportar à administra-
III - o fomento da cultura de integridade no setor ção a descrição e a comprovação da integralidade
privado. dos atos ilícitos de que tenha ou venha a ter ciência,
Art. 33 O acordo de leniência será celebrado com desde o momento da propositura do acordo até o
as pessoas jurídicas responsáveis pela prática dos seu total cumprimento.
atos lesivos previstos na Lei nº 12.846, de 2013, § 2º A parcela incontroversa do dano de que trata
e dos ilícitos administrativos previstos na Lei nº o inciso VI do caput corresponde aos valores dos
14.133, de 2021, e em outras normas de licitações danos admitidos pela pessoa jurídica ou àqueles
e contratos, com vistas à isenção ou à atenuação decorrentes de decisão definitiva no âmbito do devi-
das respectivas sanções, desde que colaborem efe- do processo administrativo ou judicial.
tivamente com as investigações e o PAR, devendo § 3º Nas hipóteses em que de determinado ato ilí-
resultar dessa colaboração: cito decorra, simultaneamente, dano ao ente lesado
I - a identificação dos demais envolvidos nos ilíci- e acréscimo patrimonial indevido à pessoa jurídica
tos, quando couber; e responsável pela prática do ato, e haja identidade
II - a obtenção célere de informações e documentos entre ambos, os valores a eles correspondentes
que comprovem a infração sob apuração. serão:
Art. 34 Compete à Controladoria-Geral da União I - computados uma única vez para fins de quanti-
celebrar acordos de leniência no âmbito do Poder ficação do valor a ser adimplido a partir do acordo
Executivo federal e nos casos de atos lesivos contra de leniência; e
a administração pública estrangeira. II - classificados como ressarcimento de danos para
Art. 35 Ato conjunto do Ministro de Estado da Con- fins contábeis, orçamentários e de sua destinação
troladoria-Geral da União e do Advogado-Geral da para o ente lesado.
União:
I - disciplinará a participação de membros da Advo- A proposta de celebração de acordo de leniência
cacia-Geral da União nos processos de negociação e deverá ser feita de forma escrita, oportunidade em
de acompanhamento do cumprimento dos acordos que a pessoa jurídica proponente declarará expressa-
de leniência; e mente que foi orientada a respeito de seus direitos,
II - disporá sobre a celebração de acordos de leniência garantias e deveres legais e de que o não atendimen-
pelo Ministro de Estado da Controladoria-Geral da to às determinações e às solicitações durante a etapa
União conjuntamente com o Advogado-Geral da União. de negociação importará a desistência da proposta
Parágrafo único. A participação da Advocacia-Ge- (caput do art. 38).
ral da União nos acordos de leniência, considera-
das as condições neles estabelecidas e observados Art. 39 A proposta de celebração de acordo de
os termos da Lei Complementar nº 73, de 10 de leniência será submetida à análise de juízo de
fevereiro de 1993, e da Lei nº 13.140, de 26 de junho admissibilidade, para verificação da existência
de 2015, poderá ensejar a resolução consensual das dos elementos mínimos que justifiquem o início da
penalidades previstas no art. 19 da Lei nº 12.846, negociação.
de 2013. § 1º Admitida a proposta, será firmado memoran-
Art. 36 A Controladoria-Geral da União poderá do de entendimentos com a pessoa jurídica propo-
aceitar delegação para negociar, celebrar e moni- nente, definindo os parâmetros da negociação do
torar o cumprimento de acordos de leniência rela- acordo de leniência.
tivos a atos lesivos contra outros Poderes e entes § 2º O memorando de entendimentos poderá ser
180 federativos. resilido a qualquer momento, a pedido da pessoa
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jurídica proponente ou a critério da administração DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
pública federal.
§ 3º A assinatura do memorando de entendimentos: O programa de integridade consiste, no âmbito
I - interrompe a prescrição; e de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos
II - suspende a prescrição pelo prazo da negocia- e procedimentos internos de integridade, auditoria e
ção, limitado, em qualquer hipótese, a trezentos e
incentivo à denúncia de irregularidades e na aplica-
sessenta dias.
ção efetiva de códigos de ética e de conduta, políticas
Art. 40 A critério da Controladoria-Geral da União,
o PAR instaurado em face de pessoa jurídica que e diretrizes, com objetivo de:
esteja negociando a celebração de acordo de leniên-
cia poderá ser suspenso. Art. 56 [...]
Parágrafo único. A suspensão ocorrerá sem I - prevenir, detectar e sanar desvios, fraudes,
prejuízo: irregularidades e atos ilícitos praticados contra a
I - da continuidade de medidas investigativas neces- administração pública, nacional ou estrangeira; e
sárias para o esclarecimento dos fatos; e II - fomentar e manter uma cultura de integridade
II - da adoção de medidas processuais cautelares e no ambiente organizacional.
assecuratórias indispensáveis para se evitar pereci-
mento de direito ou garantir a instrução processual. O programa de integridade deve ser estruturado,
Art. 41 A Controladoria-Geral da União poderá aplicado e atualizado de acordo com as característi-
avocar os autos de processos administrativos em cas e os riscos atuais das atividades de cada pessoa
curso em outros órgãos ou entidades da adminis- jurídica, a qual, por sua vez, deve garantir o constante
tração pública federal relacionados com os fatos aprimoramento e a adaptação do referido programa,
objeto do acordo em negociação.
visando garantir sua efetividade (parágrafo único do
Art. 42 A negociação a respeito da proposta do
acordo de leniência deverá ser concluída no prazo
art. 56).
de cento e oitenta dias, contado da data da assina- Para fins do disposto no inciso VIII, do caput do
tura do memorando de entendimentos. art. 7º, da Lei nº 12.846, de 2013, o programa de inte-
Parágrafo único. O prazo de que trata o caput pode- gridade será avaliado, quanto a sua existência e apli-
rá ser prorrogado, caso presentes circunstâncias cação, de acordo com os seguintes parâmetros:
que o exijam.
Art. 43 A desistência da proposta de acordo de Art. 57 [...]
leniência ou a sua rejeição não importará em reco- I - comprometimento da alta direção da pessoa jurí-
nhecimento da prática do ato lesivo. dica, incluídos os conselhos, evidenciado pelo apoio
§ 1º Não se fará divulgação da desistência ou da visível e inequívoco ao programa, bem como pela
rejeição da proposta do acordo de leniência, ressal- destinação de recursos adequados;
vado o disposto no § 4º do art. 38. II - padrões de conduta, código de ética, políticas e
§ 2º Na hipótese prevista no caput, a administra- procedimentos de integridade, aplicáveis a todos os
ção pública federal não poderá utilizar os docu- empregados e administradores, independentemen-
mentos recebidos durante o processo de negociação te do cargo ou da função exercida;
de acordo de leniência. III - padrões de conduta, código de ética e políticas
§ 3º O disposto no § 2º não impedirá a apuração de integridade estendidas, quando necessário, a ter-
dos fatos relacionados com a proposta de acordo ceiros, tais como fornecedores, prestadores de ser-
de leniência, quando decorrer de indícios ou provas viço, agentes intermediários e associados;
autônomas que sejam obtidos ou levados ao conhe- IV - treinamentos e ações de comunicação periódi-
cimento da autoridade por qualquer outro meio. cos sobre o programa de integridade;
Art. 44 O acordo de leniência estipulará as condi- V - gestão adequada de riscos, incluindo sua análise
ções para assegurar a efetividade da colaboração e
e reavaliação periódica, para a realização de adap-
o resultado útil do processo e conterá as cláusulas
tações necessárias ao programa de integridade e a
e obrigações que, diante das circunstâncias do caso
alocação eficiente de recursos;
concreto, reputem-se necessárias.
VI - registros contábeis que reflitam de forma com-
Art. 45 O acordo de leniência conterá, entre outras
pleta e precisa as transações da pessoa jurídica;
disposições, cláusulas que versem sobre:
VII - controles internos que assegurem a pronta ela-
I - o compromisso de cumprimento dos requisitos
boração e a confiabilidade de relatórios e demons-
previstos nos incisos II a VII do caput do art. 37;
II - a perda dos benefícios pactuados, em caso de trações financeiras da pessoa jurídica;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

descumprimento do acordo; VIII - procedimentos específicos para prevenir frau-


III - a natureza de título executivo extrajudicial do des e ilícitos no âmbito de processos licitatórios,
instrumento do acordo, nos termos do disposto na execução de contratos administrativos ou em
no inciso II do caput do art. 784 da Lei nº 13.105, qualquer interação com o setor público, ainda que
de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil; intermediada por terceiros, como pagamento de
IV - a adoção, a aplicação ou o aperfeiçoamento de tributos, sujeição a fiscalizações ou obtenção de
programa de integridade, conforme os parâmetros autorizações, licenças, permissões e certidões;
estabelecidos no Capítulo V, bem como o prazo e as IX - independência, estrutura e autoridade da ins-
condições de monitoramento; tância interna responsável pela aplicação do pro-
V - o pagamento das multas aplicáveis e da parcela grama de integridade e pela fiscalização de seu
a que se refere o inciso VI do caput do art. 37; e cumprimento;
VI - a possibilidade de utilização da parcela a que se X - canais de denúncia de irregularidades, abertos
refere o inciso VI do caput do art. 37 para compen- e amplamente divulgados a funcionários e tercei-
sação com outros valores porventura apurados em ros, e mecanismos destinados ao tratamento das
outros processos sancionatórios ou de prestação denúncias e à proteção de denunciantes de boa-fé;
de contas, quando relativos aos mesmos fatos que XI - medidas disciplinares em caso de violação do
compõem o escopo do acordo. programa de integridade; 181
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XII - procedimentos que assegurem a pronta inter- disposto no inciso IV do caput do art. 87 da Lei nº
rupção de irregularidades ou infrações detectadas 8.666, de 1993, e no inciso IV do caput do art. 156
e a tempestiva remediação dos danos gerados; da Lei nº 14.133, de 2021;
XIII - diligências apropriadas, baseadas em risco, III - impedimento de licitar e contratar com a
para: União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municí-
a) contratação e, conforme o caso, supervisão de pios, conforme disposto no art. 7º da Lei nº 10.520,
terceiros, tais como fornecedores, prestadores de de 17 de julho de 2002, no art. 47 da Lei nº 12.462,
serviço, agentes intermediários, despachantes, con- de 4 de agosto de 2011, e no inciso III do caput do
sultores, representantes comerciais e associados; art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021;
b) contratação e, conforme o caso, supervisão de IV - suspensão temporária de participação em
pessoas expostas politicamente, bem como de seus licitação e impedimento de contratar com a admi-
familiares, estreitos colaboradores e pessoas jurídi- nistração pública, conforme disposto no inciso
cas de que participem; e IV do caput do art. 33 da Lei nº 12.527, de 18 de
c) realização e supervisão de patrocínios e doações; novembro de 2011;
XIV - verificação, durante os processos de fusões, V - declaração de inidoneidade para licitar ou
aquisições e reestruturações societárias, do come- contratar com a administração pública, conforme
timento de irregularidades ou ilícitos ou da exis- disposto no inciso V do caput do art. 33 da Lei nº
tência de vulnerabilidades nas pessoas jurídicas
12.527, de 2011;
envolvidas; e
VI - declaração de inidoneidade para participar de
XV - monitoramento contínuo do programa de inte-
licitação com a administração pública federal, con-
gridade visando ao seu aperfeiçoamento na pre-
forme disposto no art. 46 da Lei nº 8.443, de 16 de
venção, na detecção e no combate à ocorrência dos
julho de 1992;
atos lesivos previstos no art. 5º da Lei nº 12.846,
VII - proibição de contratar com o Poder Público,
de 2013.
conforme disposto no art. 12 da Lei nº 8.429, de 2
§ 1º Na avaliação dos parâmetros de que trata
o caput, serão considerados o porte e as especifi- de junho de 1992;
cidades da pessoa jurídica, por meio de aspectos VIII - proibição de contratar e participar de licita-
como: ções com o Poder Público, conforme disposto no art.
I - a quantidade de funcionários, empregados e 10 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e
colaboradores; IX - declaração de inidoneidade, conforme disposto
II - o faturamento, levando ainda em consideração no inciso V do caput do art. 78-A combinado com
o fato de ser qualificada como microempresa ou o art. 78-I da Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001.
empresa de pequeno porte; Parágrafo único. Poderão ser registradas no CEIS
III - a estrutura de governança corporativa e a com- outras sanções que impliquem restrição ao direito
plexidade de unidades internas, tais como departa- de participar em licitações ou de celebrar contratos
mentos, diretorias ou setores, ou da estruturação com a administração pública, ainda que não sejam
de grupo econômico; de natureza administrativa.
IV - a utilização de agentes intermediários, como
consultores ou representantes comerciais; DISPOSIÇÕES FINAIS
V - o setor do mercado em que atua;
VI - os países em que atua, direta ou indiretamente; Art. 64 As informações referentes ao PAR instaura-
VII - o grau de interação com o setor público e a do no âmbito dos órgãos e das entidades do Poder
importância de contratações, investimentos e sub- Executivo federal serão registradas no sistema de
sídios públicos, autorizações, licenças e permissões gerenciamento eletrônico de processos adminis-
governamentais em suas operações; e trativos sancionadores mantido pela Controlado-
VIII - a quantidade e a localização das pessoas jurí- ria-Geral da União, conforme ato do Ministro de
dicas que integram o grupo econômico. Estado da Controladoria-Geral da União.
§ 2º A efetividade do programa de integridade em Art. 65 Os órgãos e as entidades da administração
relação ao ato lesivo objeto de apuração será consi- pública, no exercício de suas competências regula-
derada para fins da avaliação de que trata o caput. tórias, disporão sobre os efeitos da Lei nº 12.846, de
2013, no âmbito das atividades reguladas, inclusi-
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS ve no caso de proposta e celebração de acordo de
INIDÔNEAS E SUSPENSAS E DO CADASTRO leniência.
NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS Art. 66 O processamento do PAR ou a negociação
de acordo de leniência não interfere no seguimento
O Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e regular dos processos administrativos específicos
Suspensas (CEIS) conterá informações referentes às para apuração da ocorrência de danos e prejuízos
sanções administrativas impostas as pessoas físicas à administração pública federal resultantes de ato
ou jurídicas que impliquem restrição ao direito de lesivo cometido por pessoa jurídica, com ou sem a
participar de licitações ou de celebrar contratos com a participação de agente público.
administração pública de qualquer esfera federativa Art. 67 Compete ao Ministro de Estado da Contro-
(art. 58), entre as quais: ladoria-Geral da União editar orientações, normas
e procedimentos complementares para a execução
Art. 58 [...] deste Decreto, notadamente no que diz respeito a:
I - suspensão temporária de participação em lici- I - fixação da metodologia para a apuração do fatu-
tação e impedimento de contratar com a admi- ramento bruto e dos tributos a serem excluídos
nistração pública, conforme disposto no inciso III para fins de cálculo da multa a que se refere o art.
do caput do art. 87 da Lei nº 8.666, de 21 de junho 6º da Lei nº 12.846, de 2013;
de 1993; II - forma e regras para o cumprimento da publi-
II - declaração de inidoneidade para licitar ou cação extraordinária da decisão administrativa
182 contratar com a administração pública, conforme sancionadora;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - avaliação do programa de integridade, inclusive sobre a forma de avaliação simplificada no caso de microem-
presas e empresas de pequeno porte; e
IV - gestão e registro dos procedimentos e sanções aplicadas em face de pessoas jurídicas e entes privados.
Art. 68 O Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Advocacia-Geral da União e a Controladoria-Geral da União:
I - estabelecerão canais de comunicação institucional:
a) para o encaminhamento de informações referentes à prática de atos lesivos contra a administração pública nacio-
nal ou estrangeira ou derivadas de acordos de colaboração premiada e acordos de leniência; e
b) para a cooperação jurídica internacional e recuperação de ativos; e
II - poderão, por meio de acordos de colaboração técnica, articular medidas para o enfrentamento da corrupção e
de delitos conexos.

ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES

ÉTICA E MORAL
O ponto inicial desta matéria precisa de uma distinção que comumente passa desapercebida: a diferença entre
ética e moral. Você precisa de certezas firmes e objetivas para realizar a sua prova.
Ética é uma área da filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal. Seu objeto de estudo são princípios
fundamentais das ações e do comportamento humano. A moral, por sua vez, é uma construção social. Sendo
assim, está condicionada à sociedade que a cerca, que a contém. A moral tem um aspecto muito mais objetivo e
representa um momento e uma cultura.
A ética, como parte da filosofia, alcança locais mais distantes e discute temas mais relevantes. A ética é uma
matéria de uma ciência por excelência. A dialética da filosofia busca a verdade final das coisas. A discussão e a
oposição de ideias estabilizam os conceitos para que não mudem mais. A ética é estável, pois alcançou verdades
que superam o tempo. A ética é estável, atemporal.
A moral possui grande valor social e é uma ferramenta importante, todavia tem uma aplicação temporal e
muda no desenrolar dos eventos históricos. Portanto, ela é mutável, restrita a determinadas localizações geo-
gráficas e sociais. A moral respeita a continência, ou seja, está contida pela sociedade que a cerca. A moral está
atrelada a uma sociedade e uma época.
Alguns autores trazem ética e moral como sinônimos, mas você precisa ter muito cuidado pois, apesar de
serem semelhantes e abordarem praticamente a “mesma coisa” por perspectivas diferentes, as bancas dos con-
cursos estabelecem distinções entre esses termos.
Veja uma distinção um pouco mais clara:

Princípios
Universal, fundamentais
ÉTICA
atemporal Ações do
comportamento

Construção Representa um
MORAL social, ligada a momento e uma
sua sociedade cultura

A ética tem um caráter científico, por isso, suas mudanças e aplicações ocorrem de outra forma. Sua estabilida-
de é muito maior e suas aplicações alcançam uma universalidade. Em algum momento espera-se que mudanças
em conceitos éticos ocorrerão, mas para execução de provas de concurso, o conceito de universalidade e estabi-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

lidade é adequado.
Agora que já conseguimos separar algumas caraterísticas de moral e ética, vamos aprofundar um pouco nos
seus conceitos. Para fazer isso, vamos usar a etimologia.
É conveniente analisar no estudo da Ética a sua etimologia. Assim, ética é uma palavra que vem do termo
grego “ethos”, que quer dizer “modo de ser”, “costume” ou “hábito”. A origem da palavra nos remete instantanea-
mente para o cerne de seu conceito que, apesar da dificuldade de estabelecer um significado único, nos envia a
um conjunto de princípios morais ou valores que dão condição à convivência humana em sociedade.
Em seguida temos a origem do termo moral, que tem origem no latim e seria “mos” que tem o mesmo signifi-
cado de “ethos” e que deu origem à palavra “moral”.
É importante ressaltar que a moral varia no tempo, a depender da conjuntura social. Até o século XIX, por
exemplo, considerava-se normal que crianças trabalhassem em fábricas. Hoje, além de termos uma legislação
especial (Estatuto da Criança e do Adolescente) que protege essas crianças, a sociedade entendeu a necessidade
de tratamento diferenciado a esse grupo vulnerável.
Feitas essas distinções e estabelecidos alguns conceitos simples, preparamos uma tabela bastante objetiva que
vai ajudar nas revisões sobre esse assunto cobrado nas provas. 183
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ÉTICA MORAL
Sua aplicação está voltada para a prática so-
Estudo filosófico, científico, universal e atemporal, ba-
Definição cial em um determinado local e em um deter-
seado em princípios, por isso, estável
minado tempo
Não encontra limitações no tempo ou no espaço. É um
Seu alcance está contido ao local em que se
estudo filosófico e científico. Partindo da dialética, a éti-
Alcance aplica e ao período cultural em que é observa-
ca pretende comparar verdades até que se alcance um
da. A moral, portanto, continuamente mudará
conceito final e estável
Base Fica relacionada a longas reflexões de caráter especulativo A moral transforma a reflexão em ação

As provas de concurso costumam cobrar essa matéria com questões que trazem expressões como: “bom com-
portamento”, “boa conduta” ou “o bem”, e que acabam confundido o candidato na hora de definir se estão tratan-
do de ética ou moral, pois, apesar das distinções que já estudamos, o limiar de diferenças é tênue.
Assim, certifique-se de qual concepção está sendo cobrada com base nos fundamentos apresentados nas ques-
tões, lembrando que a moral se funda nos costumes e tradições, enquanto a ética se baseia na razão e na reflexão.
Lembre-se: a moral muda, já a ética, enquanto ciência, permanece.

OS VALORES E VIRTUDES

O direito recepciona em nosso ordenamento jurídico os valores éticos e morais, apontando-os como diretri-
zes importantes e como meios de aplicação das normas. Assim, o direito deve ser interpretado muito além das
chamadas normas jurídicas, devendo incorporar a moral em voga naquele momento ao ordenamento jurídico.
Os valores podem ser facilmente exemplificados, mas sua definição é mais complexa. Por exemplo, a vida é um
valor muito importante em nossa sociedade, juntamente com a liberdade e a propriedade. Se você reparar, verá que
existe uma relação entre os princípios e as expressões valor, direito, norma e regra.
Lembre-se: valores são objeto de uma escolha moral!
Veja um exemplo desse processo: inicialmente estabelecemos um princípio: impessoalidade, por exemplo. Em
seguida, temos que impessoalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A igualdade é um valor e vamos
respeitá-la. Aqui, só nos faltaria determinar uma norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa definição de
valor é feita informando as pessoas dos riscos em descumprir a impessoalidade.
Ou seja, trazendo esses conceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é uma improbidade admi-
nistrativa, que configura crime e possui pena. Nesse momento, temos um princípio consistente, um valor defini-
do e uma norma apresentada.

Impessoalidade é um princípio

Igualdade é um valor

Disso deriva uma norma de conduta

Descumprir a impessoalidade é
improbidade administrativa

Lei de Improbidade
Impessoalidade:
Administrativa:
Princípios
Garantia de Princípio

PRINCÍPIO REGRA VALOR


Os princípios são juízos O papel de definir e Os princípios são juízos
de valor. Ou seja, são determinar será exercido de valor. Ou seja, são
abstratos e possuem em um nível seguinte abstratos e possuem
indefinição através das regras indefinição

Virtude é uma qualidade moral, um atributo positivo de um indivíduo. Podemos dizer que é a disposição de
um indivíduo de praticar o bem; e não é apenas uma característica, trata-se de uma verdadeira inclinação, virtu-
des são todos os hábitos constantes que levam o homem para o caminho do bem.
Há diferentes usos do termo, e existem vários exemplos de virtude, que estão relacionados com a força, paciên-
184 cia, coragem, o poder de agir, a eficácia de um ou a integridade da mente.
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Há virtudes intelectuais, que são ligadas à inteli- z Nível do Stakeholder
gência e as virtudes morais, que são relacionadas com
o bem. A virtude intelectual consiste na capacidade de Stakeholder (ou em português, parte interessa-
aprender com o diálogo e a reflexão em busca do ver- da) são pessoas associadas diretamente ou indi-
dadeiro conhecimento. retamente à organização ou que sofrem alguma
A virtude moral, por sua vez, é a ação ou compor- influência em suas decisões.
tamento moral, é o hábito que é considerado bom de São exemplos das questões éticas envolvidas neste
acordo com a ética. Em geral, na linguagem cotidiana, nível:
a palavra virtude é usada para nomear as qualidades
gerais de uma pessoa11. „ Quais são as obrigações da organização com rela-
ção ao impacto ambiental sobre as comunidades?
„ Quais são as obrigações da empresa em infor-
mar os riscos de seus produtos para o consumi-
dor final? Ex.: tabaco.
NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E
PROFISSIONAL z Ética na administração e política internas

Primeiramente, vale destacar que “Ética” é uma Neste nível, a discussão sobre a ética tem seu foco
palavra originária do grego “Ethos”, que acarreta a especialmente nas relações entre a organização e
noção de caráter. Para os gregos antigos, este termo seus empregados.
carregava a noção de uma percepção individual, no São exemplos das questões éticas envolvidas neste
qual devia ser clara e confortável, guiando o Homem nível:
no “Bem agir”.
Já a ética empresarial, ou ainda ética das orga- „ Quais são as obrigações da empresa com seu
nizações, é o comportamento da empresa referente funcionário?
à sua conduta ética, ou seja, quando ela age em con- „ Que participação os empregados devem ter nas
formidade aos princípios morais preconizados na decisões que afetam a empresa?
sociedade.
Neste sentido, inferimos que a ética empresarial z Nível Individual
funciona como os pilares morais e de relacionamento
definidos dentro da organização para o seu modo de No plano individual, as questões éticas dizem res-
atuação no mercado, diante de seus clientes, funcio- peito de como as pessoas devem tratar-se uma as
nários, parceiros e até mesmo concorrentes. Assim, outras.
a atuação ética empresarial é aquela na qual está de São exemplos das questões éticas envolvidas neste
acordo com os valores estabelecidos. nível:
Desse modo, a orientação humanística da éti-
ca empresarial é caracterizada por um conjunto de „ Quais os direitos as pessoas têm como trabalha-
ações, projetos e valores tendo como valor principal dores e seres humanos?
a vida humana, ou seja, ao bem-estar social do ser „ Que normas de conduta devem orientar as deci-
humano. sões que envolvem e afetam outras pessoas?
O debate da ética empresarial abrange e questiona
inúmeros aspectos da administração das organiza- Afinal, todo este debate sobre a abrangência da éti-
ções e de suas relações com a sociedade. ca na Administração, tem como objetivo a transforma-
De forma didática, podemos classificar a sua ção da empresa em uma organização íntegra.
abrangência em quatro categorias (ou níveis): E o que é uma organização íntegra?
O professor Marcelo Coimbra nos ensina que:
ABRANGÊNCIA DA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO “uma organização íntegra é aquela que consegue
manter, em cada uma das suas decisões, atividades
Nível Social Nível do Stakeholder ou ações uma coerência com a sua identidade, nun-
Na administração e políti- ca perdendo de vista os valores que a inspiram e os
Nível Individual objetivos que ela deve perseguir, transformando-os
cas internas
em ação concreta”.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Atualmente, devido à complexidade das relações


z Nível Social da Ética entre as partes envolvidas, o termo Compliance, ine-
rente à ética empresarial, vem ganhando destaque.
As questões éticas relacionam-se com o papel e os O termo compliance tem sua origem no verbo no
efeitos das organizações na sociedade em geral. idioma inglês to comply, que significa agir de acor-
São exemplos das questões éticas envolvidas nesse do com as diretrizes estabelecidas, especificações ou
nível: legislação, ou seja, a organização deve empenhar-
-se em cumprir e fazer cumprir as regras internas e
„ É justo os altos executivos terem seus salá- externas na qual regem suas atividades.
rios muito maiores do que os trabalhadores Na prática, cada vez mais é exigido das organiza-
operacionais? ções uma conduta ética, transparente e responsável
„ Pode-se aceitar a influência das empresas pri- perante toda a sociedade, não sendo mais aceitas ati-
vadas nos pleitos eleitorais? tudes e ações sem a devida integridade.
11 CARLOS, E. Conceitos: ética, moral, valores, virtudes e liberdades Parte 2 Disponível em: https://centraldefavoritos.com.br/2018/09/10/concei-
tos-etica-moral-valores-virtudes-e-liberdades-parte-2/. Acesso em: 23 jun. 2023. 185
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Atenção! O princípio da legalidade impõe que o
Importante! agente público observe, fielmente, todos os requisitos
expressos na Lei.
Estar em compliance é estar em conformidade
Nessa lógica, na Administração Pública, a condu-
com as leis e regulamentos (externos e inter-
ta ética é objeto de diversos dispositivos legais, por
nos), com o objetivo de evitar fraudes, ilícitos e
exemplo:
desvios de conduta.
z Art. 37, da Constituição Federal de 1988:
Certamente, você aluno, deve estar se indagando que
esses conceitos inerentes à ética são abstratos e de difícil A administração pública direta e indireta de qual-
aplicação no dia a dia da organização. Como, então, apli- quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
car isso no cotidiano da empresa? A resposta se dá por Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
meio do famoso Código de Ética, nosso próximo assunto! de legalidade, impessoalidade, moralidade, publici-
dade e eficiência
A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
PRIVADAS z Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal.
O principal mecanismo para implantar a gestão
da ética de modo eficiente, tanto nas empresas priva- Decreto nº 1.171, de 1994
das, tanto nas empresas públicas é com a elaboração e O servidor público não poderá jamais desprezar o
implantação do Código de Ética e/ou conduta. elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que
Como sabemos: documentar é preciso! Assim, o decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o
código de ética é o documento utilizado para traduzir injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno
o comportamento esperado de todos os funcionários, e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto
inclusive de dirigentes, gerentes, parceiros comerciais. e o desonesto, consoante as regras contidas no art.
De forma simples, o código de ética estabelece 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
regras essenciais que devem ser observados por todos,
sem exceção, além de poder prever sanções para os z Lei das Estatais (Empresa Pública e Sociedade de
funcionários que o infringirem. Economia Mista)
Em regra, inicia-se com uma mensagem da auto-
ridade máxima (o presidente), e posteriormente Lei nº 13.303, de 2016
encontra-se os princípios e valores adotados pela Art. 9º [...]
organização, além do estabelecimento de direitos, § 1º Deverá ser elaborado e divulgado Código de
deveres, obrigações e vedações, abordando diversos Conduta e Integridade, que disponha sobre:
outros tópicos relevantes, tais como: responsabilidade I - princípios, valores e missão da empresa pública
social, conflito de interesses, políticas de proteção de e da sociedade de economia mista, bem como orien-
dados, diversidade e inclusão, etc. tações sobre a prevenção de conflito de interesses e
Normalmente, as organizações optam por produ- vedação de atos de corrupção e fraude;
zir códigos de ética sucintos e de fácil compreensão, II - instâncias internas responsáveis pela atualiza-
favorecendo assim a sua difusão, leitura e aplicação. ção e aplicação do Código de Conduta e Integridade;
Na tabela abaixo, trazemos algumas característi- III - canal de denúncias que possibilite o recebi-
cas essenciais na elaboração de um código de ética e/ mento de denúncias internas e externas relativas
ou conduta: ao descumprimento do Código de Conduta e Inte-
gridade e das demais normas internas de ética e
obrigacionais;
SUGESTÕES PARA ELABORAÇÃO DO CÓDIGO DE
IV - mecanismos de proteção que impeçam qual-
ÉTICA
quer espécie de retaliação a pessoa que utilize o
� Redigido de forma clara, objetiva e, se possível, canal de denúncias;
coloquial V - sanções aplicáveis em caso de violação às regras
� Linguagem simples e direta, evitando dar margem a do Código de Conduta e Integridade;
dupla interpretação VI - previsão de treinamento periódico, no mínimo
� Aprovado pela alta administração anual, sobre Código de Conduta e Integridade, a
� Revisado e alterando periodicamente com participa- empregados e administradores, e sobre a política
ção ativa dos funcionários de gestão de riscos, a administradores.

Outro assunto que entrou para a agenda empresa-


A maioria das ações inerentes à gestão da ética nas rial, e assim também pode ser cobrado em sua prova,
empresas privadas são compatíveis com as empresas é o debate da responsabilidade social da empresa.
estatais (empresa pública e sociedade de economia mis- A responsabilidade social empresarial consiste no
ta). Dessa maneira, a principal diferença não está nas fer- conjunto de iniciativas que objetiva o desenvolvi-
ramentas, e sim no modo como são formalizadas. mento sustentável, tanto do ponto de vista econômi-
Na gestão privada é possível implantar as políti- co, quanto do ponto de vista social e ambiental.
cas de integridade de forma mais célere, aplicando Nesta perspectiva, é de suma importância o foco
as ações necessárias para empresa. Já na gestão públi- na dimensão ética de suas relações com as partes
ca, respeitando o princípio da legalidade, as ações não envolvidas, bem como a qualidade dos impactos da
podem ser pautadas pela vontade da administração organização sobre a sociedade e o meio ambiente.
ou dos agentes públicos, mas sim deve-se obrigato- Para facilitar o entendimento, esquematizamos os
186 riamente respeitar a vontade da Lei. principais pontos na figura a seguir:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Responsabilidade Social Empresarial Por fim, inferimos, que para o sucesso da organi-
zação é fundamental o alinhamento de sua estrutura
organizacional, a fim de atender a princípios éticos
e com respeito à legislação nacional, de modo a que
� Econômico a função social da organização seja efetivamente
Desenvolvimento cumprida.
� Social
Sustentável
� Ambiental

Outro assunto já cobrado em concursos, é sobre o


modelo inicial de responsabilidade social empre- LEI Nº 7.998, DE 1990 (PROGRAMA
sarial desenvolvido por Carroll, no qual se esta-
DESEMPREGO E ABONO SALARIAL -
belecem as dimensões da responsabilidade social
empresarial em forma de uma pirâmide: BENEFICIÁRIOS E CRITÉRIOS PARA
SAQUE)
OBJETIVO DA LEI
Responsabilidade
Discricionária A Constituição Federal de 1988, no inciso II, do art.
7º, enumera como direitos sociais dos trabalhadores
urbanos e rurais o seguro-desemprego, em caso de
desemprego involuntário, além de prever o salário-
Responsabilidade Ética
-família e o auxílio-reclusão para os dependentes dos
segurados de baixa renda (inciso IV, do art. 201, da CF).
O objetivo da Lei nº 7.998, de 1990, é regular o pro-
grama do seguro-desemprego, o abono salarial e,
Responsabilidade Legal
também, instituir o Fundo de Amparo ao Trabalha-
dor (FAT).

Responsabilidade PROGRAMA DE SEGURO-DESEMPREGO


Econômica
O seguro-desemprego é um benefício previdenciá-
rio que possui previsão no inciso II, do art. 7º, e inciso
III, do art. 201, ambos da CF. É pago por alguns meses
em dinheiro e destina-se aos trabalhadores urbanos
e rurais que foram dispensados sem justa causa (sem
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Carroll apud Machado motivo).
Filho (2020). O seguro-desemprego tem natureza jurídica de
benefício previdenciário, haja vista que uma das fina-
Veremos agora cada uma das etapas da pirâmide: lidades precípuas da Previdência Social é a proteção
ao trabalhador em situação de desemprego involun-
z Responsabilidade Econômica: envolve as obriga-
ções da empresa de ser produtiva e rentável; tário. O benefício em questão objetiva assegurar o
z Responsabilidade Legal: consiste nas expectati- sustento do desempregado, bem como almeja a reco-
vas que a própria sociedade tem de que as empre- locação do trabalhador no mercado de trabalho.
sas cumpram suas obrigações de acordo com o O seguro-desemprego é direito pessoal e intransfe-
arcabouço legal existente; rível do trabalhador, podendo ser requerido a partir
z Responsabilidade Ética: consiste em ter um com- do sétimo dia subsequente à rescisão do contrato
portamento que a sociedade espera da empresa, de trabalho, conforme prevê o art. 6º, da Lei nº 7.998,
agindo com equidade, justiça e imparcialidade, de 1990.
além de respeitar os direitos individuais; Para avançarmos nos estudos, é importante conhe-
z Responsabilidade Discricionária (ou filantrópi- cer os conceitos de direito pessoal e direito intransfe-
ca): vai além das funções básicas tradicionalmen- rível:
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

te esperadas e diz respeito ao envolvimento da


empresa com questões relacionadas à melhoria do
z Direito Pessoal: garantia que é devida ao traba-
ambiente social.
lhador (pessoa física) e que, via de regra, somente
Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção pode ser paga a ele;
tanto na iniciativa privada quanto na esfera pública, z Direito Intransferível: garantia devida ao traba-
o comportamento ético tornou-se central nos debates lhador e que não pode ser transferida a outrem.
nas organizações.
Dessa maneira, a tendência é que as organizações O art. 2º, da Lei nº 7.998, de 1990, traz a finalidade
(públicas e privadas) mais transparentes tenham do programa de seguro desemprego. Vejamos:
mais credibilidades em seus relacionamentos sociais
e empresariais. Art. 2º [...]
Com isso, a criação e a manutenção de um ambien- I - prover assistência financeira temporária ao tra-
te ético nas organizações contribuem para o fomento balhador desempregado em virtude de dispensa
de uma cultura focada na integridade, na qual permi- sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalha-
te a participação de todos os atores envolvidos, bus- dor comprovadamente resgatado de regime de tra-
cando eliminar possíveis fraudes e corrupções. balho forçado ou da condição análoga à de escravo; 187
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II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preser-
vação do emprego, promovendo, para tanto, ações QUANTIDADE MESES ANTES
integradas de orientação, recolocação e qualifica- DE SALÁRIOS DA DISPENSA
ção profissional.
3ª VEZ E
Seis 6 meses
DEMAIS
A Lei nº 7.998, de 1990, protege, de forma especial,
os trabalhadores que foram submetidos a regime de
trabalho forçado ou reduzido a condição análoga Em 24 de agosto de 2001, foi editada pelo Presi-
à de escravo. Tais trabalhadores serão resgatados e dente da República a Medida Provisória nº 2.164-41,
terão direito à percepção de três parcelas de seguro- que alterou e incluiu diversos dispositivos na Lei nº
-desemprego no valor de um salário mínimo cada 7.998, de 1990. Entre eles, está o art. 8º-C, que estabe-
(art. 2º-C, da Lei nº 7.998, de 1990). lece uma regra distinta no tocante à habilitação para
Além disso, terão qualificação profissional e reco- receber o seguro-desemprego.
locação no mercado de trabalho, por meio do Sistema
Nacional de Emprego (SINE), na forma estabelecida Dica
pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (CODEFAT) (§ 1º, do art. 2º-C, da Lei Medida Provisória (MP): ato normativo emanado
nº 7.998, de 1990). pelo Presidente da República nos casos de relevân-
Um dos pontos mais relevantes da Lei sobre o cia e urgência. Apesar de a medida provisória não ser
seguro-desemprego é saber quem tem direito à per- uma lei propriamente dita, ela entra em vigor (produz
cepção. Nesse sentido, é necessário que o trabalhador efeitos) imediatamente. Contudo, ela deve ser sub-
tenha sido dispensado sem justa causa (imotivada- metida a um controle posterior, que é realizado pelo
mente), ou seja, sem motivo pelo empregador, que Congresso Nacional. Caso não seja convertida em lei
pode ser pessoa jurídica ou física equiparada à pessoa dentro do prazo legal, a medida provisória perderá a
jurídica. sua eficácia, ou seja, os seus efeitos jurídicos.
Como contraprestação pela atividade prestada,
deve ter percebido como salário (art. 3º, da Lei nº Essa medida provisória traz uma característica
7.998, de 1990): muito peculiar, pois continua vigente mesmo sem ter
sido convertida em lei. Isso se deve ao fato de que a
z No caso de primeira solicitação ao seguro-desem- Emenda Constitucional nº 32, de 11 de setembro de
prego: o trabalhador deve ter recebido pelo menos 2001, no seu art. 2º dispôs expressamente que as medi-
12 (doze) meses de salário, nos últimos 18 meses das provisórias que foram editadas antes da publica-
antes da dispensa sem justa causa; ção dessa Emenda continuam em vigor até que outra
z No caso de segunda solicitação ao seguro-desem- medida provisória as revogue de forma expressa.
prego: o trabalhador deve ter recebido pelo menos Como não sobreveio outra medida provisória
9 (nove) meses de salário, nos últimos 12 meses revogando a MP nº 2.164-41, tem-se que esta continua
antes da dispensa sem justa causa; vigente. Nesse sentido, veja o que dispõe o art. 8º-C, da
z No caso de terceira solicitação ao seguro-desem- Lei nº 7.998, de 1990, e o art. 2º, da Emenda Constitu-
prego: a cada 6 (seis) meses de contrato, imedia- cional nº 32, respectivamente:
tamente anteriores à data da dispensa sem justa
causa, o trabalhador fará jus ao benefício. Essa Art. 8º-C (Lei nº 7.998, de 1990) Para efeito de habi-
regra aplica-se às solicitações posteriores de segu- litação ao Seguro-Desemprego, desconsiderar-se-á o
ro-desemprego, se houver. período de suspensão contratual de que trata o art.
476-A da CLT, para o cálculo dos períodos de que tra-
Veja o que dispõe o art. 3º, da Lei nº 7.998, de 1990: tam os incisos I e II do art. 3º desta Lei. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
Art. 2º (MP nº 32) As medidas provisórias edita-
Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desem-
das em data anterior à da publicação desta emen-
prego o trabalhador dispensado sem justa causa
da continuam em vigor até que medida provisória
que comprove:
ulterior as revogue explicitamente ou até delibera-
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou de
ção definitiva do Congresso Nacional.
pessoa física a ela equiparada, relativos a:
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos 18
Veja que o art. 8º-C, da Lei nº 7.998, de 1990, remete
(dezoito) meses imediatamente anteriores à data
ao art. 476-A, da Consolidação das Leis do Trabalho
de dispensa, quando da primeira solicitação;
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos 12 (doze)
(CLT), que trata da suspensão do contrato de trabalho
meses imediatamente anteriores à data de dispen- para participação em curso ou programa de qualifi-
sa, quando da segunda solicitação; e cação profissional. Nos termos do art. 8º-C, para fins
c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anterio- apuração do direito ao seguro-desemprego, será des-
res à data de dispensa, quando das demais solicitações; considerado o período que durou a suspensão (art.
3º, da Lei nº 7.998, de 1990).
Esquematizando, pode-se organizar o direito ao Veja o que dispõe o art. 476-A, da CLT:
seguro-desemprego na seguinte tabela:
Art. 476-A O contrato de trabalho poderá ser suspen-
so, por um período de dois a cinco meses, para par-
QUANTIDADE MESES ANTES ticipação do empregado em curso ou programa de
DE SALÁRIOS DA DISPENSA qualificação profissional oferecido pelo empregador,
com duração equivalente à suspensão contratual,
1ª VEZ Doze 18 meses mediante previsão em convenção ou acordo coleti-
2ª VEZ Nove 12 meses vo de trabalho e aquiescência formal do empregado,
188 observado o disposto no art. 471 desta Consolidação.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Além disso, é preciso preencher os requisitos dos incisos III a VI, do art. 3º, da Lei nº 7.998, de 1990:

Art. 3º [...]
III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada, previsto no Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de
19 de outubro de 1976, bem como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;
IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.
VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos termos do regulamento, em curso de formação inicial e continua-
da ou de qualificação profissional habilitado pelo Ministério da Educação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513,
de 26 de outubro de 2011, ofertado por meio da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no âmbito do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído pela Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011,
ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica.

Atenção! Na apuração dos requisitos para se habilitar ao seguro desemprego, não se considera a suspensão do
contrato de trabalho realizada com o fim aperfeiçoamento do trabalhador em curso ou programa de qualificação pro-
fissional, conforme arts. 3º e 8º-C, da Lei 7.998, de 1990, combinados com o 476-A, da CLT.
Vale mencionar que, de acordo com o § 1º, do art. 3º, da Lei nº 7.998, de 1990, a União poderá condicionar o
recebimento da assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da fre-
quência do trabalhador segurado em curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional,
com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas.
É do próprio Poder Executivo a responsabilidade pela definição dos critérios e requisitos para a concessão
da assistência financeira (§ 1º, do art. 3º) do Programa de Seguro-Desemprego, conforme prevê o § 2º, do art. 3º,
da Lei nº 7.998, de 1990.
Agora que já estudamos quem possui o direito de receber o seguro-desemprego, atente-se ao próximo pará-
grafo, pois ele será essencial para compreender o número de parcelas às quais trabalhador fará jus.
O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador variando entre 3 a 5 parcelas (meses),
de forma contínua ou alternada. Contudo, a Lei nº 7.998, de 1990, estabeleceu critérios para a determinação do
número de parcelas que, no caso do máximo de parcelas, deverá observar os 36 (trinta e seis) meses anteriores à
dispensa.
Através disso, conclui-se que, para estabelecer o número de parcelas às quais trabalhador tem direito, deve-se,
necessariamente, analisar os últimos 36 meses de tempo de serviço antes da dispensa sem justa causa.
Salienta-se, ainda, que é vedado computar o tempo de serviço de vínculo empregatício anterior que já tenha
ensejado o recebimento do seguro-desemprego pelo trabalhador. Vejamos:

Art. 4º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador desempregado, por período máximo
variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo, contados da
data de dispensa que deu origem à última habilitação, cuja duração será definida pelo Conselho Deliberativo
do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat). [...]
§ 2º A determinação do período máximo mencionado no caput observará a seguinte relação entre o número de
parcelas mensais do benefício do seguro-desemprego e o tempo de serviço do trabalhador nos 36 (trinta e seis)
meses que antecederem a data de dispensa que originou o requerimento do seguro-desemprego, vedado o côm-
puto de vínculos empregatícios utilizados em períodos aquisitivos anteriores:

Feitos esses apontamentos, é importante mencionar que o número de parcelas às quais o trabalhador faz jus
está estritamente ligado à quantidade de requerimentos de seguro-desemprego, uma vez que os incisos I, II, e III,
do § 2º, do art. 4º, estabelecem critérios distintos para as primeira, segunda e terceira solicitações.
É importante observar também a regra contida no § 2º, do art. 4º, da Lei nº 7.998, de 1990, que estabelece a
observância obrigatória do tempo de serviço do trabalhador, qual seja, os 36 (trinta e seis) meses, para fins dos
requerimentos elencados a seguir:

z Primeiro Requerimento (primeira vez que solicita o seguro-desemprego)


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

Se for a primeira vez que o trabalhador faz o requerimento do seguro-desemprego, existem duas possibilidades:

„ O trabalhador receberá quatro parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23
meses, nos últimos 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
„ O trabalhador receberá 5 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 24 meses, nos últimos 36 meses
anteriores à data da sua dispensa.

Art. 4º [...]
§ 2º [...]
I - para a primeira solicitação
a) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência;
b) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência;

z Segundo Requerimento 189


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Se for a segunda vez que o trabalhador faz o requerimento de seguro-desemprego, existem três possibilidades:

„ O trabalhador receberá 3 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 9 meses e, no máximo, 11 meses,
nos últimos 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
„ O trabalhador receberá 4 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23
meses, nos últimos 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
„ O trabalhador receberá 5 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 24 meses, nos últimos 36 meses
anteriores à data da sua dispensa.

Art. 4º [...]
§ 2º [...]
II - para a segunda solicitação:
a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no período de referência;
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência;
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência;

z Terceiro Requerimento e Posteriores

Se for a terceira vez ou posterior que o trabalhador faz o requerimento do seguro-desemprego, existem três
possibilidades:

„ O trabalhador receberá 3 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 6 meses e, no máximo, 11 meses,
no período de 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
„ O trabalhador receberá 4 parcelas, caso tenha trabalhado por, no mínimo, 12 meses e, no máximo, 23
meses, no período de 36 meses anteriores à data da sua dispensa;
„ O trabalhador receberá 5 parcelas, caso tenha trabalhado, no mínimo, 24 meses, no período de 36 meses
anteriores à data da sua dispensa.

Art. 4º [...]
§ 2º [...]
III - a partir da terceira solicitação:
a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze) meses, no período de referência;
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou
c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de referência.

Para fins de fixação do número de parcelas, especificamente no tocante à contagem dos meses, é importante
esclarecer que a fração igual ou superior a quinze dias será considerada como um mês integral.
Ex.: Maria trabalhava na empresa X e foi dispensada imotivadamente com 11 meses e 15 dias de serviço.
Sabe-se que essa é a quinta vez que ela solicita o seguro-desemprego. Nesse caso, Maria teria direito a quantas
parcelas? Considerando que, para fins de fixação da quantidade de parcelas do seguro-desemprego, a fração de
15 dias é tida como um mês inteiro, então, hipoteticamente, Maria trabalhou por 12 meses e, por isso, tem direito
a 4 parcelas, conforme a alínea “b”, do inciso III, do § 2º, do art. 4º, assim como o seu § 3º.
Vejamos:

Art. 4º [...]
§ 2º [...]
III - a partir da terceira solicitação: [...]
b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica ou pessoa física a ela
equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou [...]
§ 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral para os
efeitos do § 2º.

Acompanhe a tabela a seguir, que compila algumas informações importantes:

190
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PARCELAS VÍNCULO EMPREGATÍCIO PERÍODO DE REFERÊNCIA

� O período de referência é fixado


Quatro 12 a 23 meses
pela data da dispensa. Assim,
1ª VEZ conta-se os 36 meses, de maneira
Cinco 24 meses ou mais retroativa, da data da dispensa
� O período de vínculo empregatício
é contado, de forma retroativa, a
Três 9 a 11 meses partir da data do período de refe-
rência, que coincide com a data da
dispensa

36 MESES
2ª VEZ Quatro 12 a 23 meses
� Para fins de fixação do número de
parcelas às quais o trabalhador
Cinco 24 meses ou mais faz jus, a fração igual ou superior
a 15 dias é considerada como um
1 mês inteiro
Três 6 a 11 meses
� Atenção! Para fins de fixação do
número de parcelas que o tra-
3º VEZ E DEMAIS Quatro 12 a 23 meses balhador tem direito, é vedado
computar vínculo empregatício
anterior que já foi objeto de reque-
Cinco 24 meses ou mais rimento de desemprego

Sobre a fixação do valor do benefício, o art. 3º, da Lei n° 7.998, de 1900, estabelece que ela se dará por Bônus
do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três) faixas salariais. Vejamos:

Art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado segundo 3 (três)
faixas salariais, observados os seguintes critérios:
I - até 300 (trezentos) BTN, multiplicar-se-á o salário médio dos últimos 3 (três) meses pelo fator 0,8 (oito décimos);
II - de 300 (trezentos) a 500 (quinhentos) BTN aplicar-se-á, até o limite do inciso anterior, a regra nele contida e, no
que exceder, o fator 0,5 (cinco décimos);
III - acima de 500 (quinhentos) BTN, o valor do benefício será igual a 340 (trezentos e quarenta) BTN.
§ 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a média dos salários dos últimos 3 (três) meses anteriores
à dispensa, devidamente convertidos em BTN pelo valor vigente nos respectivos meses trabalhados.
§ 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário mínimo.
§ 3º No pagamento dos benefícios, considerar-se-á:
I - o valor do BTN ou do salário mínimo do mês imediatamente anterior, para benefícios colocados à disposição do
beneficiário até o dia 10 (dez) do mês;
II - o valor do BTN ou do salário mínimo do próprio mês, para benefícios colocados à disposição do beneficiário após
o dia 10 (dez) do mês.

Sobre o Bônus do Tesouro Nacional (BTN), é imperioso esclarecer que ele foi criado pela Lei nº 7.777, de 19 de
junho de 1989, e tem previsão no art. 5º dessa. Vejamos:

Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá autorizar a emissão de Bônus do Tesouro Nacional - BTN, destinados a prover
o Tesouro Nacional de recursos necessários à manutenção do equilíbrio orçamentário ou para a realização de ope-
rações de crédito por antecipação da receita, observados os limites legalmente fixados.
§ 1º Os BTN terão as seguintes características:
a) prazo: até vinte e cinco anos;
b) remuneração: juros máximos de doze por cento ao ano, calculados sobre o valor nominal, atualizado monetaria-
mente e pagos semestralmente;
c) valor nominal: NCz$ 1,00 (um cruzado novo), em fevereiro de 1989;
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

d) forma de colocação: oferta pública, com a realização de leilões, podendo ser colocados ao par, com ágio ou
deságio;
e) modalidade: nominativa-transferível.
§ 2º O valor nominal dos BTN será atualizado mensalmente pelo IPC.
§ 3º O Ministro da Fazenda poderá autorizar a emissão de BTN contendo cláusula alternativa de opção, por ocasião
do resgate, pela atualização cambial com base na variação da cotação do dólar norte-americano, fixada pelo Banco
Central do Brasil.
§ 4º Os BTN, a partir de seu vencimento, terão poder liberatório para pagamento de impostos federais, de responsa-
bilidade de seu detentor ou de terceiros, pelo valor atualizado de acordo com os §§ 2º e 3º.
§ 5º Os BTN serão emitidos preferencialmente sob a forma escritural, com registro em sistema centralizado de
liquidação e custódia, dos direitos creditórios, das cessões desses direitos, bem assim dos resgates do principal e
dos juros.
§ 6º A negociação dos BTN far-se-á fora das Bolsas de Valores, no mercado aberto, por intermédio de instituições
autorizadas a operar nos mercados financeiros e de capitais, na forma das Leis nºs 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
e 4.728, de 14 de julho de 1965.
§ 7º Fica o Ministro da Fazenda autorizado a celebrar convênios e contratos para a emissão, colocação e resgate
dos BTN. 191
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No entanto, apesar de a Lei nº 7.998, de 11 de janei- de 2 (dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o
ro de 1990, ainda prever expressamente no art. 5º direito do trabalhador à percepção do seguro-de-
que o valor do benefício do seguro-desemprego será semprego, dobrando-se este período em caso de
fixado em Bônus do Tesouro Nacional, tem-se que reincidência.
tal disposição se encontra parcialmente revogada no
tocante ao BTN, porque o BTN foi extinto pela Lei nº Visto sobre o Seguro-Desemprego, passemos agora
8.177, de 1991. Vejamos: para o estudo do Programa de Qualificação Profissional.

Art. 3º Ficam extintos a partir de 1º de fevereiro PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL


de 1991:
I - o BTN Fiscal instituído pela Lei n° 7.799, de 10 Com o objetivo de contribuir com os trabalhado-
de julho de 1989; res na busca ou preservação do emprego, instituiu-se
II - o Bônus do Tesouro Nacional (BTN) de que a Bolsa de Qualificação Profissional. Segundo os arts.
trata o art. 5° da Lei n° 7.777, de 19 de junho de 2 e 2º-A, temos:
1989, assegurada a liquidação dos títulos em circu-
lação, nos seus respectivos vencimentos; Art. 2º [...]
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preser-
Sabendo da extinção do BTN, surge então uma vação do emprego, promovendo, para tanto, ações
dúvida acerca de como será fixado o valor do bene- integradas de orientação, recolocação e qualifica-
fício de seguro-desemprego. Para entender melhor, é ção profissional.
importante observar a redação do inciso V, do art. 19, Art. 2º-A Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º,
da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Vejamos: fica instituída a bolsa de qualificação profissional,
a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalha-
Art. 19 Compete ao Codefat gerir o FAT e deliberar dor - FAT, à qual fará jus o trabalhador que estiver
sobre as seguintes matérias: [...] com o contrato de trabalho suspenso em virtude
V - propor o aperfeiçoamento da legislação de participação em curso ou programa de quali-
relativa ao seguro-desemprego e ao abono sala- ficação profissional oferecido pelo empregador, em
rial e regulamentar os dispositivos desta Lei no conformidade com o disposto em convenção ou acor-
âmbito de sua competência; do coletivo celebrado para este fim.

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao No tocante ao programa de qualificação profissio-


Trabalhador (CODEFAT) que, atualmente, conforme a nal, é importante levantar as hipóteses de suspensão
Medida Provisória nº 1.058, de 27 de julho de 2021, e de impedimento. Neste sentido, vejamos:
integra a estrutura básica do Ministério do Trabalho e
Previdência, ficou incumbido de propor o aperfeiçoa- Art. 7º-A O pagamento da bolsa de qualificação
mento da legislação relativa ao seguro-desemprego profissional será suspenso se ocorrer a rescisão
e ao abono salarial, assim como de regulamentá-las. do contrato de trabalho. [...]
Logo, tem-se que a concessão do seguro-desemprego Art. 8º-A O benefício da bolsa de qualificação pro-
poderá ser suspensa (paralisada) nas seguintes hipó- fissional será cancelado nas seguintes situações:
I - fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho;
teses (art. 7º, da Lei nº 7.998, de 1990):
II - por comprovação de falsidade na prestação das
informações necessárias à habilitação;
Art. 7º [...]
III - por comprovação de fraude visando à percep-
I - admissão do trabalhador em novo emprego;
ção indevida da bolsa de qualificação profissional;
II - início de percepção de benefício de prestação
IV - por morte do beneficiário.
continuada da Previdência Social, exceto o auxílio-
-acidente, o auxílio suplementar e o abono de per-
manência em serviço; Por fim, encerrando os assuntos acerca do Pro-
III - início de percepção de auxílio-desemprego. grama de Qualificação Profissional, o art. 8º-B, da Lei
IV - recusa injustificada por parte do trabalhador nº 7.998, de 1990, estabelece uma regra especial que
desempregado em participar de ações de recolo- é aplicável ao trabalhador que, durante a percepção
cação de emprego, conforme regulamentação do da bolsa de qualificação profissional, estiver com o
Codefat. seu contrato suspenso. Nesse caso, se o trabalhador
for dispensado no decorrer do período da suspensão
Além das hipóteses de suspensão, há hipóteses que ou, ainda, nos três meses seguintes ao término da sus-
farão com que o benefício do seguro-desemprego seja pensão, o empregador deverá indenizá-lo na forma
cancelado, conforme estabelece o art. 8º, da Lei nº prevista na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)
7.998, de 1990: e, além disso, precisará arcar com uma multa no valor
integral do último salário recebido pelo trabalhador.
Art. 8º O benefício do seguro-desemprego será Veja o que dispõem o art. 8º-B, da Lei nº 7.998, de
cancelado: 1990, e o art. 476, da Consolidação das Leis do Traba-
I - pela recusa, por parte do trabalhador desempre- lho, respectivamente:
gado, de outro emprego condizente com sua qualifi-
cação e remuneração anterior; Art. 8º-B (Lei nº 7.998, de 1990) Na hipótese pre-
II - por comprovação de falsidade na prestação das vista no § 5º do art. 476-A da Consolidação das Leis
informações necessárias à habilitação; do Trabalho - CLT, as parcelas da bolsa de quali-
III - por comprovação de fraude visando à percep- ficação profissional que o empregado tiver rece-
ção indevida do benefício do seguro-desemprego; bido serão descontadas das parcelas do benefício
IV - por morte do segurado. do Seguro-Desemprego a que fizer jus, sendo-lhe
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos garantido, no mínimo, o recebimento de uma par-
192 I a III deste artigo, será suspenso por um período cela do Seguro-Desemprego.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 476-A (CLT) O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para partici-
pação do empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração
equivalente à suspensão contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência
formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidação.
[...]
§ 5º Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do período de suspensão contratual ou nos três meses subse-
quentes ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado, além das parcelas indenizatórias previstas
na legislação em vigor, multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo de, no mínimo, cem por
cento sobre o valor da última remuneração mensal anterior à suspensão do contrato.

PROGRAMA DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Suspensão Cancelamento

Conceito: Trata-se do intervalo de tempo em que o trabalhador não � Pelo decurso do tempo, ou seja, pelo fim da suspensão do
trabalha e também não recebe salário contrato, com o consequente retorno do trabalhador ao
trabalho
Vamos à hipótese:
� A bolsa de qualificação será suspensa se houver a rescisão do � Se, durante o decurso da bolsa, ficar comprovado que as infor-
contrato de trabalho do trabalhador mações prestadas quando da habilitação são falsas

Atenção! Se, durante o período de suspensão ou nos três meses se- � Se for comprovado fraude visando o recebimento indevido
guintes do retorno às suas atividades, o trabalhador for dispensado, o da bolsa de forma indevida
empregador arcará com todas as verbas rescisórias do trabalhador e,
além disso, será multado � Pela morte do trabalhador beneficiário

ART. 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE,
MORALIDADE, PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA)
São os princípios expressos, previstos no Texto Constitucional, mais especificamente no caput do art. 37. Segun-
do o referido dispositivo:

Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
cia […].

Dica
Para memorizar os princípios constitucionais da Administração Pública, lembre-se do mnemônico L-I-M-P-E.
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Assim, esquematicamente, temos os princípios constitucionais da:

z Legalidade

Fruto da própria noção de Estado de Direito, as atividades do gestor público estão submissas à forma da lei. A
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

legalidade promove maior segurança jurídica para os administrados, na medida em que proíbe que a Adminis-
tração Pública pratique atos abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não
proíbe, a Administração só pode realizar o que lhe é expressamente autorizado por lei.

O particular pode fazer tudo que


Legalidade
não houver proibição legal

LEGALIDADE
Administração O agente público só pode fazer o
Pública que a lei autoriza

193
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z Impessoalidade

A atividade da Administração Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado haver qualquer forma de
tratamento diferenciado entre os administrados. Esse princípio apresenta algumas vertentes que é importante
conhecer:

„ Princípio da finalidade: há uma forte relação entre a impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age
por interesse próprio não condiz com a finalidade do interesse público. A atuação administrativa sempre
tem como fim o interesse público, deste modo, é vedado que se busque o interesse próprio ou de terceiros.
O ato que é praticado com finalidade diversa do interesse público será considerado nulo, constatando-se o
desvio de finalidade;
„ Vedação à promoção pessoal: as realizações de Administração Pública não podem ser utilizadas como
instrumento para a promoção pessoal dos agentes públicos. A atuação administrativa é realizada em nome
da Administração, sendo vedada a vinculação com a pessoa dos agentes públicos. É importante ressaltar
também que é vedado, na publicidade oficial, constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a pro-
moção pessoal dos agentes públicos. Esse é o fundamento da chamada “Teoria do Órgão”. Por causa disso,
é vedada a possibilidade do agente público de utilizar os recursos da Administração Pública para fins de
promoção pessoal, conforme aponta o § 1º, do art. 37, da CF, de 1988.

z Moralidade

A Administração impõe a seus agentes o dever de zelar por uma “boa administração”, buscando atuar com
base nos valores da moral comum, isto é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A moralidade não é somente um
princípio, mas também requisito de validade dos atos administrativos, ou seja, um ato administrativo imoral é
um ato nulo.
É importante também ressaltar que a moralidade administrativa tem conotação objetiva, ou seja, não depende
da convicção ou concepção subjetiva do agente público.
Outro importante destaque a ser feito tange a vedação da prática do nepotismo. Sua prática ofende os princí-
pios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência. Vejamos a Súmula Vinculante nº 13, do STF:

Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou


por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.

A vedação da Súmula Vinculante nº 13 não alcança a nomeação a cargos políticos em razão das qualidades
técnicas e as nomeações de servidores previamente aprovados em concursos públicos.

z Publicidade

A publicação dos atos da Administração promove maior transparência e garante eficácia erga omnes (para
todos). Trata-se de um requisito de eficácia dos atos administrativos.
Além disso, também diz respeito ao direito fundamental que toda pessoa tem de obter acesso a informações de
seu interesse pelos órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco a vida dos particulares
ou o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.
Em outras palavras, a publicidade (transparência) dos atos administrativos é a regra, porém, há hipóteses em
que a lei poderá estabelecer o sigilo. Vejamos o disposto na Constituição Federal:

Art. 5º […]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
o exigirem;

Transparência
(publicidade)
PUBLICIDADE
DOS ATOS Segurança da Sociedade e
ADMINISTRATIVOS do Estado
Sigilo

Defesa da intimidade ou
interesse social

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z Eficiência processando-se o seu recolhimento ao Fundo junta-
mente com o pagamento do Imposto de Renda;
Implementada pela reforma administrativa promo- b) a segunda, com recursos próprios da empresa,
vida pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998, a efi- calculados com base no faturamento, como segue:
ciência traduz-se na tarefa da Administração de alcançar 1) no exercício de 1971, 0,15%;
os seus resultados de uma forma célere, promovendo 2) no exercício de 1972, 0,25%;
3) no exercício de 1973, 0,40%;
melhor produtividade e rendimento, evitando gastos
4) no exercício de 1974 e subseqüentes, 0,50%.
desnecessários no exercício de suas funções. A eficiên-
cia fez com que a Administração brasileira adquirisse
CONSTITUIÇÃO DO FUNDO DE PARTICIPAÇÃO
caráter gerencial, tendo maior preocupação na execução
de serviços com perfeição ao invés de se preocupar com PRIMEIRA SEGUNDA
procedimentos e outras burocracias. � Mediante dedução Com recursos próprios da em-
Em que pese a adoção da eficiência buscar a produ- do Imposto de Renda presa calculados com base no
tividade, economicidade e redução dos desperdícios devido faturamento:
de dinheiro público, ela não permite à Administração � Processando-se o
agir fora da lei, ou seja, o princípio da eficiência não seu recolhimento ao � No exercício de 1971 — 0,15%
se sobrepõe ao princípio da legalidade. fundo juntamente � No exercício de 1972 — 0,25%
com o pagamento do � No exercício de 1973 — 0,40%
Imposto de Renda � No exercício de 1974 — 0,50%
� Subsequentes — 0,50%
LEI COMPLEMENTAR Nº 7, DE 1970
(PIS) A dedução em questão será feita sem prejuízo do
direito de utilização dos incentivos fiscais previstos na
O texto de lei inicia-se, trazendo o seu objeto, que legislação em vigor e calculada com base no valor do
é a criação/instituição do Programa de Integração Imposto de Renda devido, nas seguintes proporções
Social — PIS. (alíneas “a”, “b” e “c”, § 1º, do art. 3º):

Art. 1º É instituído, na forma prevista nesta Lei, o z No exercício de 1971 — 2%


Programa de Integração Social, destinado a promo- z No exercício de 1972 — 3%
ver a integração do empregado na vida e no desen- z No exercício de 1973 — 5%
volvimento das empresas.
z Nos subsequentes — 5%
No § 1º, do art. 1º, nota-se as definições de empresa § 2º As instituições financeiras, sociedades segu-
e empregado para os fins trazidos na lei. Vejamos: radoras e outras empresas que não realizam ope-
rações de vendas de mercadorias participarão do
z Empresa: “[...] pessoa jurídica, nos termos da legis- Programa de Integração Social com uma contribui-
lação do Imposto de Renda [...]”. ção ao Fundo de Participação de recursos próprios
z Empregado: “[...] todo aquele assim definido pela de valor idêntico do que for apurado na forma do
Legislação Trabalhista.” parágrafo anterior.

Cabe mencionar, ainda, que a legislação trabalhis- Segundo a lei em questão, o Conselho Nacional
ta (CLT) define empregado como toda pessoa física que poderá alterar até 50% (cinquenta por cento), para
prestar serviços de natureza não eventual a emprega- mais ou para menos, os percentuais de contribuição
dor, sob a dependência deste e mediante salário. de que trata o § 2º, do art. 3º, tendo em vista a propor-
A participação dos trabalhadores avulsos, assim cionalidade das contribuições.
definidos os que prestam serviços a diversas empre- O art. 3º ainda dispõe sobre outras circunstâncias
sas, sem relação empregatícia, no Programa de Inte- pontuais em relação à contribuição, como se pode
gração Social, far-se-á nos termos do Regulamento a observar:
ser baixado, de acordo com o art. 11 desta Lei, confor-
me o § 2º, art. 1º, da lei em estudo. Art. 3º [...]
Em seu art. 2º, a lei estabelece a forma como fun- § 3º As empresas a título de incentivos fiscais este-
cionará o PIS: jam isentas, ou venham a ser isentadas, do paga-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mento do Imposto de Renda, contribuirão para o


Art. 2º O Programa de que trata o artigo anterior Fundo de Participação, na base de cálculo como se
será executado mediante Fundo de Participação, aquele tributo fosse devido, obedecidas as percenta-
constituído por depósitos efetuados pelas empresas gens previstas neste artigo.
na Caixa Econômica Federal. § 4º As entidades de fins não lucrativos, que tenham
empregados assim definidos pela legislação trabalhis-
O dispositivo traz, em seu parágrafo único, que ta, contribuirão para o Fundo na forma da lei.
§ 5º A Caixa Econômica Federal resolverá os casos
a Caixa Econômica Federal — daqui em diante CEF
omissos, de acordo com os critérios fixados pelo
— poderá, também, celebrar convênios com estabe-
Conselho Monetário Nacional.
lecimentos da rede bancária nacional, para o fim de
receber tais depósitos.
No art. 5º, percebe-se a competência da CEF para
a emissão da caderneta de participação para cada
Art. 3º O Fundo de Participação será constituído
empregado com movimentação referente aos arts. 8º
por duas parcelas:
a) a primeira, mediante dedução do Imposto de Ren- e 9º, os quais foram revogados.
da devido, na forma estabelecida no § 1º deste artigo, 195
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Art. 5º A Caixa Econômica Federal emitirá, em Art. 3º Após a unificação determinada no art. 1º,
nome de cada empregado, uma Caderneta de Par- as contas individuais dos participantes passarão a
ticipação - Programa de Integração Social - movi- ser creditadas:
mentável na forma dos arts. 8º e 9º desta Lei. a) pela correção monetária anual do saldo credor,
obedecidos os índices aplicáveis às Obrigações Rea-
z A efetivação dos depósitos no Fundo correspon- justáveis do Tesouro Nacional (ORTN);
dente à contribuição com recursos da empresa b) pelos juros mínimos de 3% (três por cento) cal-
será processada mensalmente a partir de 1º de culados anualmente sobre o saldo credor corrigido;
julho de 1971 (art. 6º); c) pelo resultado líquido adicional das operações
z A contribuição de julho será calculada com base realizadas com recursos do PIS-PASEP, deduzi-
das as despesas administrativas e as provisões de
no faturamento de janeiro; a de agosto, com base
reserva cuja constituição seja indispensável.
no faturamento de fevereiro; e assim sucessiva-
Art. 4º As importâncias creditadas nas contas indi-
mente (parágrafo único, do art. 6º). viduais dos participantes do PIS-PASEP são ina-
lienáveis, impenhoráveis e, ressalvado o disposto
A participação dos empregados é definida no art. 7º: nos parágrafos deste artigo, indisponíveis por seus
titulares.”
Art. 7º A participação do empregado no Fundo
far-se-á mediante depósitos efetuados em contas Avançando nosso estudo, o art. 10 dispõe sobre
individuais abertas em nome de cada empregado, a natureza das obrigações decorrentes da presente
obedecidos os seguintes critérios:
legislação.
a) 50% (cinqüenta por cento) do valor destinado
ao Fundo será dividido em partes proporcionais ao
Art. 10 As obrigações das empresas, decorrentes
montante de salários recebidos no período);
desta Lei, são de caráter exclusivamente fiscal,
b) os 50% (cinqüenta por cento) restantes serão
não gerando direitos de natureza trabalhista
divididos em partes proporcionais aos qüinqüênios
nem incidência de qualquer contribuição pre-
de serviços prestados pelo empregado.
videnciária em relação a quaisquer presta-
ções devidas, por lei ou por sentença judicial, ao
PARTICIPAÇÃO DO EMPREGADO NO FUNDO empregado.
Parágrafo único. As importâncias incorporadas
ao Fundo não se classificam como rendimento do
trabalho, para qualquer efeito da legislação tra-
Mediante depósitos efetuados balhista, de Previdência Social ou Fiscal e não se
em contas individuais incorporam aos salários ou gratificações, nem
estão sujeitas ao imposto sobre a renda e proventos
de qualquer natureza.

50% do valor 50% do valor A lei estabelece, ainda, prazos e regras de transição:

Art. 11 Dentro de 120 (cento e vinte) dias, a contar


Dividido em partes da vigência desta Lei, a Caixa Econômica Federal
Dividido em partes
proporcionais aos submeterá à aprovação do Conselho Monetário
proporcionais ao
quinquênios de Nacional o regulamento do Fundo, fixando as nor-
montante de salários
serviços prestados mas para o recolhimento e a distribuição dos recur-
recebidos no período
pelo empregado sos, assim como as diretrizes e os critérios para a
sua aplicação.
Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional
§ 1º Para os fins deste artigo, a Caixa Econômi-
pronunciar-se-á, no prazo de 60 (sessenta) dias, a
ca Federal, com base nas Informações fornecidas
contar do seu recebimento, sobre o projeto de regu-
pelas empresas, no prazo de 180 (cento e oitenta)
lamento do Fundo.
dias, contados da publicação desta Lei, organizará
um Cadastro-Geral dos participantes do Fundo, na
forma que for estabelecida em regulamento. Por fim, elenca os casos de não aplicabilidade da
mesma, quais sejam:
O dispositivo estabelece, ainda, condições de pena-
lidades, como se pode observar: z Entidades da Administração Pública:

§ 2º A omissão dolosa de nome de empregado entre „ Direta e indireta;


os participantes do Fundo sujeitará a empresa a „ Federal, estadual, municipal ou do DF.
multa, em benefício do Fundo, no valor de 10 (dez)
meses de salários, devidos ao empregado cujo nome Art. 12 As disposições desta Lei não se aplicam a
houver sido omitido. quaisquer entidades integrantes da Administra-
§ 3º Igual penalidade será aplicada em caso de ção Pública federal, estadual ou municipal, dos
declaração falsa sobre o valor do salário e do tem- Territórios e do Distrito Federal, Direta ou Indire-
po de serviço do empregado na empresa. ta adotando-se, em todos os níveis, para efeito de
conceituação, como entidades da Administração
Conforme mencionado, os arts. 8º e 9º foram revo- Indireta, os critérios constantes dos Decretos - Leis
gados pela Lei Complementar 26, de 1975 que unificou nºs 200, de 25 de fevereiro de 1967, e 900, de 29 de
setembro de 1969.
o PIS e o PASEP. No entanto, as disposições contidas
nesses dispositivos foram refletidas nos arts. 3º e 4º
da referida lei. Vejamos:
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permanência de uma mesma pessoa como mem-
LEI Nº 8.036, DE 1990 (FGTS): bro titular, como suplente ou, de forma alternada,
como titular e suplente, por período consecutivo
POSSIBILIDADES E CONDIÇÕES DE superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
UTILIZAÇÃO/SAQUE; CERTIFICADO
DE REGULARIDADE DO FGTS; GUIA DE Uma vez por bimestre, o Conselho Curador fará
reuniões ordinárias, sendo possível a convocação
RECOLHIMENTO (GRF) de reunião extraordinária por qualquer membro. As
reuniões serão públicas, bem como gravadas e trans-
A Constituição Federal de 1988, no inciso III, do art. mitidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na internet.
7º, prevê que são direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço Art. 3º [...]
(FGTS) e outros que visem à melhoria de sua condição § 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamen-
social. te, a cada bimestre, por convocação de seu Presi-
A Lei nº 8.036, de 1990, é responsável por dis- dente. Esgotado esse período, não tendo ocorrido
por e instituir o FGTS. Vejamos pelo que o FGTS é convocação, qualquer de seus membros poderá
constituído: fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias. Havendo
necessidade, qualquer membro poderá convocar
Art. 2º O FGTS é constituído pelos saldos das reunião extraordinária, na forma que vier a ser
contas vinculadas a que se refere esta lei e outros regulamentada pelo Conselho Curador.
recursos a ele incorporados, devendo ser aplica- § 4º-A As reuniões do Conselho Curador serão públi-
dos com atualização monetária e juros, de modo a cas, bem como gravadas e transmitidas ao vivo por
assegurar a cobertura de suas obrigações. meio do sítio do FGTS na internet, o qual também
possibilitará acesso a todas as gravações que tive-
Conforme prevê o § 1º, do art. 2º, o FGTS será com- rem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada
posto pelos seguintes recursos incorporados: a possibilidade de tratamento sigiloso de matérias
assim classificadas na forma da lei.
RECURSOS INCORPORADOS AO FGTS
As decisões que forem tomadas durante as reu-
Eventuais saldos apurados dos resultados financeiros niões serão públicas e o Presidente terá voto de
auferidos pela Caixa Econômica Federal no período qualidade. O voto de qualidade é aquele empregado
entre o repasse dos bancos e o depósito nas contas como critério de desempate nas decisões que ocorrem
vinculadas dos trabalhadores nos colegiados. Caso haja despesas porventura exigi-
das para o comparecimento às reuniões do Conselho,
Dotações orçamentárias específicas o ônus será das respectivas entidades representadas.
Vejamos:
Resultados das aplicações dos recursos do FGTS
Art. 3º [...]
Multas, correção monetária e juros moratórios devidos
§ 5º As decisões do Conselho serão tomadas com
Demais receitas patrimoniais e financeiras a presença da maioria simples de seus membros,
tendo o Presidente voto de qualidade.
§ 6º As despesas porventura exigidas para o com-
A responsabilidade por reger o FGTS será de um parecimento às reuniões do Conselho constituirão
Conselho Curador composto por representação de ônus das respectivas entidades representadas.
trabalhadores, empregadores e órgãos e entidades § 7º As ausências ao trabalho dos representantes
governamentais. A presidência caberá a um repre- dos trabalhadores no Conselho Curador, decorren-
sentante do Ministério do Trabalho e Previdência. tes das atividades desse órgão, serão abonadas,
Vejamos: computando-se como jornada efetivamente traba-
lhada para todos os fins e efeitos legais.
Art. 3º O FGTS será regido por normas e diretrizes
estabelecidas por um Conselho Curador, composto De acordo com o § 7º, do art. 3º, as ausências ao
por representação de trabalhadores, empregado- trabalho dos representantes dos trabalhadores no
res e órgãos e entidades governamentais, na forma Conselho Curador, decorrentes das atividades desse
estabelecida pelo Poder Executivo. órgão, serão abonadas, computando-se como jorna-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exerci- da efetivamente trabalhada para todos os fins e efei-
da pelo Ministro de Estado do Trabalho e Previdên- tos legais.
cia ou representante por ele indicado. Um questionamento interessante é se aos mem-
bros do Conselho Curador, enquanto representantes
Quanto aos representantes dos trabalhadores e dos trabalhadores, efetivos e suplentes, será assegura-
dos empregadores e seus suplentes, quem os nomeia é da a estabilidade no emprego. A resposta é sim. Vejam
o próprio Poder Executivo; o mandato será de 2 (dois) o que orienta o § 9º, do art. 3º:
anos e poderá ser reconduzido apenas uma vez.
Art. 3º [...]
Art. 3º [...] § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto
§ 3º Os representantes dos trabalhadores e dos representantes dos trabalhadores, efetivos e suplen-
empregadores e seus suplentes serão indicados tes, é assegurada a estabilidade no emprego,
pelas respectivas centrais sindicais e confederações da nomeação até um ano após o término do
nacionais, serão nomeados pelo Poder Executi- mandato de representação, somente podendo
vo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser demitidos por motivo de falta grave, regular-
ser reconduzidos uma única vez, vedada a mente comprovada através de processo sindical.
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Para ser membro do Conselho Curador do FGTS, VI - dirimir dúvidas quanto à aplicação das normas
alguns requisitos serão obedecidos: regulamentares, relativas ao FGTS, nas matérias de
sua competência;
Art. 3º [...] VII - aprovar seu regimento interno;
§ 10 Os membros do Conselho Curador do FGTS VIII - fixar as normas e valores de remuneração do
serão escolhidos dentre cidadãos de reputação agente operador e dos agentes financeiros;
ilibada e de notório conhecimento, e deverão ser IX - fixar critérios para parcelamento de recolhi-
atendidos os seguintes requisitos: mentos em atraso;
I - ter formação acadêmica superior; e X - fixar critério e valor de remuneração para o
II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibili- exercício da fiscalização;
dade previstas nas alíneas “a” a “q” do inciso I do XI - divulgar, no Diário Oficial da União, todas as
caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 decisões proferidas pelo Conselho, bem como as
de maio de 1990. contas do FGTS e os respectivos pareceres emitidos.
XII - fixar critérios e condições para compensação
RECURSOS INCORPORADOS AO FGTS entre créditos do empregador, decorrentes de depó-
sitos relativos a trabalhadores não optantes, com
Eventuais saldos apurados dos resultados financeiros contratos extintos, e débitos resultantes de compe-
auferidos pela Caixa Econômica Federal no período tências em atraso, inclusive aqueles que forem obje-
entre o repasse dos bancos e o depósito nas contas to de composição de dívida com o FGTS.
vinculadas dos trabalhadores XIII - em relação ao Fundo de Investimento do Fun-
do de Garantia do Tempo de Serviço - FI-FGTS:
Dotações orçamentárias específicas a) aprovar a política de investimento do FI-FGTS
por proposta do Comitê de Investimento;
Resultados das aplicações dos recursos do FGTS b) decidir sobre o reinvestimento ou distribuição
dos resultados positivos aos cotistas do FI-FGTS,
Multas, correção monetária e juros moratórios devidos
em cada exercício;
Demais receitas patrimoniais e financeiras c) definir a forma de deliberação, de funcionamento
e a composição do Comitê de Investimento;
d) estabelecer o valor da remuneração da Caixa
Quanto aos recursos do FGTS, o gestor da aplica- Econômica Federal pela administração e gestão do
ção será o órgão do Poder Executivo responsável pela FI-FGTS, inclusive a taxa de risco;
política de habitação, e caberá à Caixa Econômica e) definir a exposição máxima de risco dos investi-
Federal (CEF) o papel de agente operador, nos ter- mentos do FI-FGTS;
mos do art. 4º: f) estabelecer o limite máximo de participação dos
recursos do FI-FGTS por setor, por empreendimen-
Art. 4º O gestor da aplicação dos recursos do FGTS to e por classe de ativo, observados os requisitos
será o órgão do Poder Executivo responsável pela técnicos aplicáveis;
política de habitação, e caberá à Caixa Econômica g) estabelecer o prazo mínimo de resgate das cotas
Federal (CEF) o papel de agente operador. e de retorno dos recursos à conta vinculada, obser-
vado o disposto no § 19 do art. 20 desta Lei;
h) aprovar o regulamento do FI-FGTS, elaborado
GESTOR DA APLICAÇÃO AGENTE OPERADOR
pela Caixa Econômica Federal; e
Órgão do Poder Executivo Caixa Econômica Federal i) autorizar a integralização de cotas do FI-FGTS
responsável pela política (CEF) pelos trabalhadores, estabelecendo previamente os
de habitação limites globais e individuais, parâmetros e condi-
ções de aplicação e resgate.
XIV - (revogado);
O art. 5º apresenta as competências do Conselho XV - autorizar a aplicação de recursos do FGTS em
Curador. Veja: outros fundos de investimento, no mercado de capi-
tais e em títulos públicos e privados, com base em
Art. 5º Ao Conselho Curador do FGTS compete: proposta elaborada pelo agente operador, devendo
I - estabelecer as diretrizes e os programas de alo- o Conselho Curador regulamentar as formas e con-
cação de todos os recursos do FGTS, de acordo com dições do investimento, vedado o aporte em fundos
os critérios definidos nesta lei, em consonância com nos quais o FGTS seja o único cotista;
a política nacional de desenvolvimento urbano e as XVI - estipular limites às tarifas cobradas pelo
políticas setoriais de habitação popular, saneamen- agente operador ou pelos agentes financeiros na
to básico e infra-estrutura urbana estabelecidas intermediação da movimentação dos recursos da
pelo Governo Federal; conta vinculada do FGTS, inclusive nas hipóteses
II - acompanhar e avaliar a gestão econômica de que tratam os incisos V, VI e VII do caput do art.
e financeira dos recursos, bem como os ganhos 20 desta Lei.
sociais e o desempenho dos programas aprovados;
III - apreciar e aprovar os programas anuais e plu- O Conselho Curador será assistido por um Comitê
rianuais do FGTS;
de Auditoria e Riscos e poderá ser assistido regular-
IV - aprovar as demonstrações financeiras do FGTS,
mente por pessoas naturais ou jurídicas especializa-
com base em parecer de auditoria externa indepen-
dente, antes de sua publicação e encaminhamento das em planejamento, em gestão de investimentos, em
aos órgãos de controle, bem como da distribuição avaliação de programas e políticas, em tecnologia da
de resultados; informação ou em qualquer outra especialização jul-
V - adotar as providências cabíveis para a correção gada necessária para subsidiá-lo no exercício de suas
de atos e fatos do gestor da aplicação e da CEF que atribuições.
prejudiquem o desempenho e o cumprimento das As despesas decorrentes ficarão a cargo do FGTS,
198 finalidades no que concerne aos recursos do FGTS; nos termos do § 1º e 2º, do art. 5º:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5º [...] O Gestor de Aplicação do FGTS terá competên-
§ 1º O Conselho Curador será assistido por um cias específicas, inseridas pelo art. 6º, da Lei nº 8.036,
Comitê de Auditoria e Riscos, constituído na forma de 1990. Veja:
do Regimento Interno, cujas atribuições e condições
abrangerão, no mínimo, aquelas estipuladas nos Art. 6º Ao gestor da aplicação compete:
arts. 24 e 25, §§ 1º a 3º, da Lei nº 13.303, de 30 de I - praticar todos os atos necessários à gestão da
junho de 2016, ao Comitê de Auditoria Estatutário aplicação do Fundo, de acordo com as diretrizes e
das empresas públicas e sociedades de economia programas estabelecidos pelo Conselho Curador;
mista que forem aplicáveis, ainda que por simila- II - expedir atos normativos relativos à alocação dos
ridade, ao FGTS, e cujas despesas serão custeadas recursos para implementação dos programas apro-
pelo Fundo, por meio de sua Secretaria Executiva, vados pelo Conselho Curador;
observado o disposto no § 3º deste artigo. III - elaborar orçamentos anuais e planos pluria-
§ 2º O Conselho Curador poderá ser assistido nuais de aplicação dos recursos, discriminados por
regularmente por pessoas naturais ou jurídicas região geográfica, e submetê-los até 31 de julho ao
especializadas em planejamento, em gestão de Conselho Curador do FGTS;
investimentos, em avaliação de programas e polí- IV - acompanhar a execução dos programas de habi-
ticas, em tecnologia da informação ou em qualquer tação popular, saneamento básico e infraestrutura
outra especialização julgada necessária para sub- urbana previstos no orçamento do FGTS e imple-
sidiá-lo no exercício de suas atribuições, e as despe- mentados pela CEF, no papel de agente operador;
sas decorrentes ficarão a cargo do FGTS, observado V - submeter à apreciação do Conselho Curador as
o disposto no § 3º deste artigo. contas do FGTS;
VI - subsidiar o Conselho Curador com estudos téc-
Os custos e as despesas incorridos pelo FGTS não nicos necessários ao aprimoramento operacional
poderão superar limite a ser estabelecido pelo Con- dos programas de habitação popular, saneamento
selho Curador. Vejamos a disposição legal: básico e infra-estrutura urbana;
VII - definir as metas a serem alcançadas nos pro-
gramas de habitação popular, saneamento básico e
Art. 5º [...]
infra-estrutura urbana.
§ 3º Os custos e despesas incorridos pelo FGTS
não poderão superar limite a ser estabelecido pelo
Conselho Curador, o qual observará, no mínimo, os É importante ressaltar o que caberá ao Ministério
custos por atividades, os ganhos de escala e pro- da Saúde, segundo o art. 6º-A:
dutividade, os avanços tecnológicos e a remune-
ração praticada por outros fundos no mercado de Art. 6º-A Caberá ao Ministério da Saúde regula-
capitais, excluídos da base de cálculo aqueles cuja mentar, acompanhar a execução, subsidiar o
administradora receba remuneração específica, e Conselho Curador com estudos técnicos neces-
incluirão: sários ao seu aprimoramento operacional e
I - os serviços de fiscalização, as atividades de arre- definir as metas a serem alcançadas nas opera-
cadação, de cobrança administrativa e de emissão ções de crédito destinadas às entidades hospita-
de certidões; lares filantrópicas, bem como a instituições que
II - os serviços de cobrança judicial dos créditos ins- atuem no campo para pessoas com deficiência, sem
critos em dívida ativa; fins lucrativos, que participem de forma comple-
III - os serviços contratados pela Secretaria Execu- mentar do Sistema Único de Saúde (SUS).
tiva para suporte às ações e decisões do Conselho
Curador e do Comitê de Auditoria e Riscos, bem O agente operador do FGTS é a Caixa Econômica
como os valores despendidos com terceiros; Federal, que deverá dar pleno cumprimento aos pro-
IV - a capacitação dos gestores. gramas anuais em andamento, aprovados pelo Con-
selho Curador; eventuais alterações somente poderão
Além disso, o limite de custos e despesas não ser processadas mediante prévia anuência daquele
incluirá taxas de risco de crédito e demais custos e colegiado. Terá como atribuições previstas no art. 7º:
despesas devidos ao agente operador e aos agentes
financeiros e, será, em cada exercício, de até 0,04% Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade
(quatro centésimos por cento) do valor dos ativos do de agente operador, cabe:
FGTS ao final do exercício anterior, nos termos do I - centralizar os recursos do FGTS, manter e con-
trolar as contas vinculadas, e emitir regularmente
§ 6º, do art. 5º.
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

os extratos individuais correspondentes às contas


Quanto à taxa de administração do FGTS devida
vinculadas e participar da rede arrecadadora dos
ao agente operador, dispõem os § 8º e § 9º, do art. 5º: recursos do FGTS;
II - expedir atos normativos referentes aos proce-
Art. 5º [...] dimentos administrativo-operacionais dos bancos
§ 8º A taxa de administração do FGTS devida ao depositários, dos agentes financeiros, dos emprega-
agente operador não será superior a 0,5% (cinco dores e dos trabalhadores, integrantes do sistema
décimos por cento) ao ano do valor total dos ati- do FGTS;
vos do Fundo. III - definir procedimentos operacionais necessários
§ 9º A taxa de administração de que trata a alí- à execução dos programas estabelecidos pelo Con-
nea “d” do inciso XIII (Fundo de Investimento selho Curador, com base nas normas e diretrizes de
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - aplicação elaboradas pelo gestor da aplicação;
FI-FGTS) do caput deste artigo não será superior IV - elaborar as análises jurídica e econômico-fi-
a 0,5% (cinco décimos por cento) ao ano do valor nanceira dos projetos de habitação popular, infra-
total dos ativos do FI-FGTS. -estrutura urbana e saneamento básico a serem
financiados com recursos do FGTS;
V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS; 199
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VI - elaborar as demonstrações financeiras do Acompanhe também os parágrafos do art. 9º, com
FGTS, incluídos o Balanço Patrimonial, a Demons- atenção especial para o disposto no § 2º:
tração do Resultado do Exercício e a Demonstração
de Fluxo de Caixa, em conformidade com as Nor- Art. 9º [...]
mas Contábeis Brasileiras, e encaminhá-las, até § 1º A rentabilidade média das aplicações deverá ser
30 de abril do exercício subsequente, ao gestor de suficiente à cobertura de todos os custos incorridos
aplicação; pelo Fundo e ainda à formação de reserva técnica
VII - implementar atos emanados do gestor da para o atendimento de gastos eventuais não previs-
aplicação relativos à alocação e à aplicação dos tos, e caberá ao agente operador o risco de crédito.
recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes esta- § 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em
belecidas pelo Conselho Curador; habitação, em saneamento básico, em infraes-
VIII - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997) trutura urbana e em operações de crédito desti-
IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em nadas às entidades hospitalares filantrópicas, bem
cotas de titularidade do FGTS, a remuneração apli- como a instituições que atuam no campo para pes-
cável às contas vinculadas, na forma do caput do soas com deficiência, e sem fins lucrativos que parti-
art. 13 desta Lei. cipem de forma complementar do SUS, desde que as
X - realizar todas as aplicações com recursos disponibilidades financeiras sejam mantidas em volu-
do FGTS por meio de sistemas informatizados e me que satisfaça as condições de liquidez e de remu-
auditáveis; neração mínima necessária à preservação do poder
XI - colocar à disposição do Conselho Curador, aquisitivo da moeda.
em formato digital, as informações gerenciais que § 3º O programa de aplicações deverá destinar:
estejam sob gestão do agente operador e que sejam I - no mínimo, 60% (sessenta por cento) para investi-
necessárias ao desempenho das atribuições daque- mentos em habitação popular; e,
le colegiado. II - 5% (cinco por cento) para operações de crédito
destinadas às entidades hospitalares filantrópicas,
Para aplicação dos recursos do FGTS, deverão ser bem como a instituições que atuam no campo para
obedecidos critérios fixados pelo Conselho Curador pessoas com deficiência, e sem fins lucrativos que par-
do FGTS, desde que sejam preenchidos os seguintes ticipem de forma complementar do SUS.
requisitos:
Dentre as aplicações do FGTS, é obrigatório o seguin-
Art. 9º As aplicações com recursos do FGTS serão te destino:
realizadas exclusivamente segundo critérios fixa-
dos pelo Conselho Curador do FGTS e em operações z No mínimo, 60%: investimentos em habitação po-
que preencham os seguintes requisitos: pular;
I - Garantias: z 5%: operações de crédito destinadas às entidades
a) hipotecária; hospitalares filantrópicas.
b) caução de Créditos hipotecários próprios, relati-
vos a financiamentos concedidos com recursos do
Em 2018, a Lei n° 13.778, de 2018, determinou que
agente financeiro;
algumas condições específicas precisarão ser observa-
c) caução dos créditos hipotecários vinculados aos
imóveis objeto de financiamento; das nas operações de crédito destinadas às entidades
d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do hospitalares filantrópicas, bem como a instituições que
agente financeiro, desde que livres e desembaraça- atuem no campo para pessoas com deficiência, e sem
dos de quaisquer ônus; fins lucrativos que participem de forma complementar
e) cessão de créditos do agente financeiro, deriva- do SUS. Veja o disposto no § 10, do art. 9º:
dos de financiamentos concedidos com recursos
próprios, garantidos por penhor ou hipoteca; Art. 9º [...]
f) hipoteca sobre imóvel de propriedade de § 10 Nas operações de crédito destinadas às entidades
terceiros; hospitalares filantrópicas, bem como a instituições
g) seguro de crédito; que atuam no campo para pessoas com deficiência,
h) garantia real ou vinculação de receitas, inclusive e sem fins lucrativos que participem de forma com-
tarifárias, nas aplicações contratadas com pessoa plementar do SUS, serão observadas as seguintes
jurídica de direito público ou de direito privado a condições:
ela vinculada; I - a taxa de juros efetiva não será superior àquela
i) aval em nota promissória; cobrada para o financiamento habitacional na moda-
j) fiança pessoal; lidade pró-cotista ou a outra que venha a substituí-la;
l) alienação fiduciária de bens móveis em garantia; II - a tarifa operacional única não será superior a 0,5%
m) fiança bancária; (cinco décimos por cento) do valor da operação; e
n) consignação de recebíveis, exclusivamente para III - o risco das operações de crédito ficará a cargo dos
operações de crédito destinadas às entidades hospi- agentes financeiros de que trata o § 9º deste artigo.
talares filantrópicas, bem como a instituições que
atuam no campo para pessoas com deficiência, e É responsabilidade do Conselho Curador fixar dire-
sem fins lucrativos que participem de forma com- trizes e estabelecer critérios técnicos para as aplicações
plementar do Sistema Único de Saúde (SUS), em dos recursos do FGTS com o objetivo de: exigir a partici-
percentual máximo a ser definido pelo Ministério pação dos contratantes de financiamentos nos investi-
da Saúde; e mentos a serem realizados; assegurar o cumprimento,
o) outras, a critério do Conselho Curador do FGTS;
por parte dos contratantes inadimplentes, das obriga-
II - correção monetária igual à das contas
ções decorrentes dos financiamentos obtidos; evitar
vinculadas;
distorções na aplicação entre as regiões do país, conside-
III - taxa de juros média mínima, por projeto,
de 3 (três) por cento ao ano; rando, para tanto, a demanda habitacional, a população
IV - prazo máximo de trinta anos. e outros indicadores sociais. Vejamos:
200
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 10 O Conselho Curador fixará diretrizes e estabe- Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a Gra-
lecerá critérios técnicos para as aplicações dos recur- tificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13
sos do FGTS, visando: de julho de 1962.
I - exigir a participação dos contratantes de financia-
mentos nos investimentos a serem realizados; Os parágrafos do art. 15 e o art. 16 conceituam
II - assegurar o cumprimento, por parte dos contra- empregador, trabalhador e diretor. Reunimos as
tantes inadimplentes, das obrigações decorrentes dos informações na tabela a seguir, de modo que facilite
financiamentos obtidos; seu estudo. Acompanhe:
III - evitar distorções na aplicação entre as regiões do
País, considerando para tanto a demanda habitacio-
nal, a população e outros indicadores sociais. A pessoa física ou a pessoa jurídi-
Art. 11. Os recolhimentos efetuados na rede ca de direito privado ou de direito
arrecadadora relativos ao FGTS serão trans- público, da administração pública
feridos à Caixa Econômica Federal até o direta, indireta ou fundacional de
primeiro dia útil subsequente à data do reco- qualquer dos Poderes, da União,
lhimento, observada a regra do meio de paga- dos Estados, do Distrito Federal e
mento utilizado, data em que os respectivos dos Municípios, que admitir traba-
valores serão incorporados ao FGTS. lhadores a seu serviço, bem assim
EMPREGADOR
aquele que, regido por legislação
Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão especial, encontrar-se nessa con-
corrigidos monetariamente com base nos parâme- dição ou figurar como fornecedor
tros fixados para atualização dos saldos dos depósitos ou tomador de mão de obra, in-
de poupança e capitalização juros de 3 (três) por cen- dependente da responsabilidade
to ao ano. O saldo das contas vinculadas é garantido solidária e/ou subsidiária a que
pelo Governo Federal, podendo ser instituído seguro eventualmente venha obrigar-se (§
especial para esse fim, nos termos do caput do art. 13: 1º, art. 15)

Art. 13 Os depósitos efetuados nas contas vincula- Toda pessoa física que prestar ser-
das serão corrigidos monetariamente com base nos viços a empregador, a locador ou
parâmetros fixados para atualização dos saldos tomador de mão de obra, excluídos
dos depósitos de poupança e capitalização juros de TRABALHADOR os eventuais, os autônomos e os
(três) por cento ao ano. servidores públicos civis e militares
sujeitos a regime jurídico próprio (§
Atente-se ao fato de que é possível a distribuição 2º, art. 15)
entre os trabalhadores do lucro promovido pelo FGTS.
Conforme o § 5º, do art. 13, temos que: Aquele que exerça cargo de admi-
nistração previsto em lei, estatuto
DIRETOR
Art. 13 [...] ou contrato social, independente
§ 5º O Conselho Curador autorizará a distribuição da denominação do cargo (art. 16)
de parte do resultado positivo auferido pelo
FGTS, mediante crédito nas contas vinculadas
É importante mencionar que os contratos de
de titularidade dos trabalhadores, observadas
aprendizagem terão a alíquota reduzida para dois
as seguintes condições, entre outras a seu critério:
por cento.
I - a distribuição alcançará todas as contas vincu-
ladas que apresentarem saldo positivo em 31 de De acordo com o art. 20, a conta vinculada do
dezembro do exercício-base do resultado auferido, trabalhador no FGTS poderá ser movimentada,
inclusive as contas vinculadas de que trata o art. mediante as situações previstas nos incisos do artigo.
21 desta Lei; Vejamos:
II - a distribuição será proporcional ao saldo de
cada conta vinculada em 31 de dezembro do exer- Art. 20 A conta vinculada do trabalhador no FGTS
cício-base e deverá ocorrer até 31 de agosto do ano poderá ser movimentada nas seguintes situações:
seguinte ao exercício de apuração do resultado; e I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de
culpa recíproca e de força maior;
Uma das perguntas mais relevantes sobre o FGTS I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art.
484-A da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

é: qual o percentual descontado da remunera-


ção dos trabalhadores? Segundo o art. 15, todos os aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de maio
de 1943;
empregadores ficam obrigados a depositar, até o
II - extinção total da empresa, fechamento de quais-
vigésimo dia de cada mês, em conta bancária vin-
quer de seus estabelecimentos, filiais ou agências,
culada, a importância correspondente a 8 (oito) por supressão de parte de suas atividades, declaração de
cento da remuneração paga ou devida, no mês ante- nulidade do contrato de trabalho nas condições do
rior, a cada trabalhador. Vejamos a disposição da lei: art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador indi-
vidual sempre que qualquer dessas ocorrências impli-
Art. 15 Para os fins previstos nesta Lei, todos os que rescisão de contrato de trabalho, comprovada
empregadores ficam obrigados a depositar, até o por declaração escrita da empresa, suprida, quando
vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a for o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
importância correspondente a 8% (oito por cento) III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;
da remuneração paga ou devida, no mês anterior, IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago
a cada trabalhador, incluídas na remuneração as a seus dependentes, para esse fim habilitados peran-
parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da Conso- te a Previdência Social, segundo o critério adotado
lidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo para a concessão de pensões por morte. Na falta de
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dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da reconhecidos pelo Governo Federal; (Incluído pela
conta vinculada os seus sucessores previstos na lei Lei nº 10.878, de 2004)
civil, indicados em alvará judicial, expedido a requeri- b) a solicitação de movimentação da conta vincu-
mento do interessado, independente de inventário ou lada será admitida até 90 (noventa) dias após a
arrolamento; publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo
V - pagamento de parte das prestações decorrentes Federal, da situação de emergência ou de estado de
de financiamento habitacional concedido no âmbito calamidade pública; e (Incluído pela Lei nº 10.878,
do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que: de 2004)
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) c) o valor máximo do saque da conta vinculada
anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma será definido na forma do regulamento.
empresa ou em empresas diferentes; XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respei-
b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, tado o disposto na alínea i do inciso XIII do art. 5o
durante o prazo de 12 (doze) meses; desta Lei, permitida a utilização máxima de 30%
c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (trinta por cento) do saldo existente e disponível na
(oitenta) por cento do montante da prestação; data em que exercer a opção. (Redação dada pela
VI - liquidação ou amortização extraordinária do Lei nº 12.087, de 2009)
saldo devedor de financiamento imobiliário, obser- XVIII - quando o trabalhador com deficiência,
vadas as condições estabelecidas pelo Conselho por prescrição, necessite adquirir órtese ou pró-
Curador, dentre elas a de que o financiamento seja tese para promoção de acessibilidade e de inclu-
concedido no âmbito do SFH e haja interstício míni- são social. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
mo de 2 (dois) anos para cada movimentação; (Vigência)
VII - pagamento total ou parcial do preço de aqui- XIX - pagamento total ou parcial do preço de aqui-
sição de moradia própria, ou lote urbanizado de sição de imóveis da União inscritos em regime de
interesse social não construído, observadas as ocupação ou aforamento, a que se referem o art. 4o
seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº da Lei no 13.240, de 30 de dezembro de 2015, e o art.
11.977, de 2009) 16-A da Lei no 9.636, de 15 de maio de 1998, res-
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 pectivamente, observadas as seguintes condições:
(três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
mesma empresa ou empresas diferentes; a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três
b) seja a operação financiável nas condições vigen- anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma
tes para o SFH; empresa ou em empresas diferentes; (Incluído pela
VIII - quando o trabalhador permanecer três anos Lei nº 13.465, de 2017)
ininterruptos fora do regime do FGTS; (Redação b) seja a operação financiável nas condições vigen-
dada pela Lei nº 13.932, de 2019) tes para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH)
IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive ou ainda por intermédio de parcelamento efetua-
o dos trabalhadores temporários regidos pela Lei do pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU),
nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974; mediante a contratação da Caixa Econômica Fede-
X - suspensão total do trabalho avulso por período ral como agente financeiro dos contratos de parce-
igual ou superior a 90 (noventa) dias, comprovada lamento; (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)
por declaração do sindicato representativo da cate- c) sejam observadas as demais regras e condições
goria profissional. estabelecidas para uso do FGTS.
XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus XX - anualmente, no mês de aniversário do traba-
dependentes for acometido de neoplasia maligna. lhador, por meio da aplicação dos valores constan-
(Incluído pela Lei nº 8.922, de 1994) tes do Anexo desta Lei, observado o disposto no art.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Pri- 20-D desta Lei;
vatização, regidos pela Lei nº 6.385, de 7 de dezem- XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for infe-
bro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 rior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não houver ocor-
% (cinqüenta por cento) do saldo existente e dispo- rido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um)
nível em sua conta vinculada do Fundo de Garan- ano, exceto na hipótese prevista no inciso I do § 5º
tia do Tempo de Serviço, na data em que exercer do art. 13 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.932, de
a opção. (Incluído pela Lei nº 9.491, de 1997) (Vide 2019) (Vigência)
Decreto nº 2.430, 1997) XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for, nos termos do regulamento, pes-
dependentes for portador do vírus HIV; (Incluído soa com doença rara, consideradas doenças raras
pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001) aquelas assim reconhecidas pelo Ministério da Saú-
XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus de, que apresentará, em seu sítio na internet, a rela-
dependentes estiver em estágio terminal, em razão ção atualizada dessas doenças. (Incluído pela Lei nº
de doença grave, nos termos do regulamento; 13.932, de 2019)
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de
2001) O titular de contas vinculadas do FGTS estará
XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou sujeito a somente às seguintes sistemáticas de saque:
superior a setenta anos. (Incluído pela Medida Pro- saque-rescisão ou saque-aniversário. O titular de
visória nº 2.164-41, de 2001) contas vinculadas do FGTS estará sujeito originalmen-
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravida- te à sistemática de saque-rescisão e poderá optar por
de decorra de desastre natural, conforme disposto
alterá-la, sendo que a primeira opção pela sistemática
em regulamento, observadas as seguintes condi-
de saque-aniversário poderá ser feita a qualquer tem-
ções: (Incluído pela Lei nº 10.878, de 2004)
a) o trabalhador deverá ser residente em áreas
po e terá efeitos imediatos. Vejamos os dispositivos:
comprovadamente atingidas de Município ou do
Distrito Federal em situação de emergência ou Art. 20-A O titular de contas vinculadas do FGTS
em estado de calamidade pública, formalmente estará sujeito a somente uma das seguintes siste-
máticas de saque:
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I - saque-rescisão; ou reconheceu a procedência da notificação de débi-
II - saque-aniversário. to decorrente de omissão, de erro, de fraude ou de
[...] sonegação constatados
Art. 20-B O titular de contas vinculadas do FGTS
estará sujeito originalmente à sistemática de Quanto ao art. 27 desta lei ele dipõe sobre a obriga-
saque-rescisão e poderá optar por alterá-la, obser- toriedade da apresentação do Certificado de Regula-
vado o disposto no art. 20-C desta Lei. [...] ridade do FGTS, vejamos:

Se o empregador não realizar os depósitos previs- Art. 27 A apresentação do Certificado de Regulari-


tos no prazo fixado, responderá pela incidência da dade do FGTS, fornecido na forma do regulamen-
Taxa Referencial (TR) sobre a importância correspon- to, é obrigatória nas seguintes situações: (Redação
dente, que será cobrada por dia de atraso, tomando-se dada pela Lei nº 13.932, de 2019)
por base o índice de atualização das contas vinculadas a) habilitação e licitação promovida por órgão da
do FGTS. Administração Federal, Estadual e Municipal, dire-
A multa referida será cobrada nas condições que ta, indireta ou fundacional ou por entidade contro-
se seguem: lada direta ou indiretamente pela União, Estado e
Município;
z 5% (cinco por cento) no mês de vencimento da b) obtenção, por parte da União, dos Estados ou
obrigação; dos Municípios, ou por órgãos da Administração
federal, estadual ou municipal, direta, indireta ou
z 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte ao do
fundacional, ou indiretamente pela União, pelos
vencimento da obrigação.
Estados ou pelos Municípios, de empréstimos ou
financiamentos realizados com lastro em recursos
Art. 22 O empregador que não realizar os depósi- públicos ou oriundos do FGTS perante quaisquer
tos nos termos dos arts. 15 e 18 desta Lei responde- instituições de crédito;
rá pela incidência da Taxa Referencial (TR) sobre a c) obtenção de favores creditícios, isenções, subsí-
importância correspondente. dios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou
§ 1º Sobre o valor dos depósitos, acrescido da TR, quaisquer outros benefícios concedidos por órgão
incidirão, ainda, juros de mora de 0,5% a.m. (cin- da Administração Federal, Estadual e Municipal,
co décimos por cento ao mês) ou fração e multa, salvo quando destinados a saldar débitos para com
sujeitando-se, também, às obrigações e sanções o FGTS;
previstas no Decreto-Lei n° 368, de 19 de dezembro d) transferência de domicílio para o exterior;
de 1968. e) registro ou arquivamento, nos órgãos competen-
§ 2º A incidência da TR de que trata o caput deste tes, de alteração ou distrato de contrato social, de
artigo será cobrada por dia de atraso, tomando-se estatuto, ou de qualquer documento que implique
por base o índice de atualização das contas vincu- modificação na estrutura jurídica do empregador
ladas do FGTS.
ou na sua extinção.
§ 2º-A A multa referida no § 1º deste artigo será
cobrada nas condições que se seguem:
I - 5% (cinco por cento) no mês de vencimento
da obrigação;
II - 10% (dez por cento) a partir do mês seguinte PRODUTOS: ABERTURA E
ao do vencimento da obrigação.
§ 3º Para efeito de levantamento de débito para
MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS:
com o FGTS, o percentual de 8% (oito por cento) DOCUMENTOS BÁSICOS
incidirá sobre o valor acrescido da TR até a data da
respectiva operação. Muitos de nós já fomos a algum banco, alguma vez,
para abrir, ou assistir alguém abrir uma conta. A con-
Os seguintes pontos são considerados infrações ta que abrimos no banco nada mais é do que um con-
pela Lei nº 8.036, de 1990: trato, e como tal precisa de regras e de orientações
sobre sua forma.
Art. 23 [...] Lembrando que esse contrato é composto por uma
§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei: ficha-proposta e um cartão de assinatura.
I - não depositar mensalmente o percentual referente A ficha-proposta deve conter no mínimo: Qua-
ao FGTS, bem como os valores previstos no art. 18 des- lificação do depositante, endereço residencial e
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

ta Lei, nos prazos de que trata o § 6º do art. 477 da comercial completos, telefone com DDD, referencias
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT; pessoais, data da abertura da conta e o número dessa
II - Revogado
conta, e a assinatura do depositante.
III - Revogado
Estas orientações estão contidas na Resolução
IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depó-
sitos do FGTS, parcela componente da remuneração;
CMN nº 4.753, de 2019, que dita às regras básicas que
V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos devem nortear as Instituições Financeiras quando da
legais do FGTS constituído em notificação de débito, Abertura e manutenção de contas de depósito.
no prazo concedido pelo ato de notificação da decisão Então vamos ver o que o CMN e o BACEN têm dito
definitiva exarada no processo administrativo; sobre isso:
VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou
omissões, as informações de que trata o art. 17-A des- No Caso de Pessoa Física
ta Lei e as demais informações legalmente exigíveis.
VII - deixar de apresentar ou de promover a retifica- z Documento de identificação (carteira de identifica-
ção das informações de que trata o art. 17-A desta ção ou equivalente, como, por exemplo, a carteira
Lei no prazo concedido na notificação da decisão nacional de habilitação, passaporte, CTPS, carrei-
definitiva exarada no processo administrativo que ras de órgão de classe);
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z Inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); É facultado à instituição financeira abrir, man-
z Comprovante de residência. ter ou encerrar contas de depósito caso o cliente
esteja inscrito no CCF – Cadastro de Emitente de Che-
Para que exista uma pessoa física, basta que esta ques sem Fundos.
nasça com vida. Ela se extingue com a morte do O cliente será incluído no CCF nas seguintes
indivíduo. condições:

No Caso de Pessoa Jurídica z devolução de cheque sem provisão de fundos na


segunda apresentação;
z Documento de constituição da empresa (contrato z devolução de cheque por conta encerrada;
social e registro na junta comercial); z devolução de cheque por pratica espúria. (práti-
z Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica cas ilegais).
(CNPJ);
z Documentos que qualifiquem e autorizem os Veremos com mais detalhes mais a frente.
representantes, mandatários ou prepostos a movi- Sobre as tarifas que podem ser cobradas na sua
mentar a conta. conta veja:
z Para que uma Pessoa Jurídica de direito Privado
Quando se fala em serviços do Banco, lembramos
exista é necessário que o contrato social seja regis-
que são 4 categorias de serviços:
trado na JUNTA COMERCIAL do Estado onde a
empresa se situa.
z Serviços essenciais: aqueles que não podem ser
z Nos casos de Partidos Políticos deve-se registrar
cobrados
o estatuto no TSE – Tribunal Superior Eleitoral.
(estes são pessoas jurídicas de direito privado).
„ Emissão da primeira via do cartão de débito.
z As pessoas jurídicas podem ser também de direito
(segundas vias, exceto nos casos decorrentes de
Público Interno: União, Estados, Distrito Federal e
perda, roubo, furto, danificação e outros moti-
Municípios; Autarquias e Fundações Públicas. (são
vos não imputáveis a Instituição emitente);
criados por Lei)
„ 4 saques durante o mês. (No caso de poupança
z Existem ainda as de Direito Público Externo: que
são 2 saques por mês);
são os territórios e entidades governamentais no
„ Até 10 folhas de cheque durante o mês;
exterior.
„ 2 extratos por mês;
„ Até dia 28 de fevereiro de cada ano o banco
A pessoa jurídica extingue-se com a dissolução
desta, mediante acordo entre os sócios ou por decreto deve enviar ao cliente um extrato consolida-
judicial, exceto para as públicas, que serão por meios do, mostrando seus rendimentos no ano ante-
específicos. rior, geralmente para fins de Imposto de Renda;
Além disso, a instituição financeira pode estabe- „ 2 Transferências entre contas da mesma insti-
lecer critérios próprios para abertura de conta de tuição por mês. (No caso da poupança 2 transfe-
depósito, desde que seguidos os procedimentos pre- rências entre contas de mesma titularidade);
vistos na regulamentação vigente (Resolução CMN „ Consultas via internet;
4753/2019). „ Prestação de qualquer serviço por meios eletrô-
Ou seja, as instituições Financeiras podem exigir nicos, no caso de contas cujos contratos prevejam
outros documentos ou termos para abrir esta conta, utilizar exclusivamente meios eletrônicos;
mas desde que não firam a resolução acima. „ Compensação de cheques.
Ex.: Depósito Inicial e comprovante de rendimentos.
Vamos compreender sobre a ficha-proposta agora. z Serviços prioritários: o banco é obrigado a for-
Esta deve conter no mínimo: necer um pacote básico destes serviços priori-
tários, que são aqueles relacionados a contas de
z Condições para fornecimento de talonário de depósitos, transferências de recursos, operações
cheques; de crédito e de arrendamento mercantil, cartão
z Necessidade de comunicação pelo depositante, de crédito básico e cadastro, somente podendo ser
por escrito, de qualquer mudança de endereço ou cobrados os serviços constantes da Lista de Servi-
número de telefone ou no cadastro; ços da Tabela I anexa à Resolução CMN 3.919, de
z Condições para inclusão do nome do depositante 2010, devendo ainda ser observados a padroni-
no Cadastro de Emitentes de Cheque sem Fundos zação, as siglas e os fatos geradores da cobrança,
(CCF); também estabelecidos por meio da citada Tabela I;
z Informação de que os cheques liquidados, uma z Serviços especiais: aqueles cuja legislação e
vez microfilmados, poderão ser destruídos; regulamentação específicas definem as tarifas
(estas microfilmagens devem permanecer por no e as condições em que aplicáveis, a exemplo
mínimo 10 anos no arquivo); dos serviços referentes ao crédito rural, ao Siste-
z Tarifas de serviços, incluindo a informação sobre ma Financeiro da Habitação (SFH), ao Fundo de
serviços que não podem ser cobrados; Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo
z Saldo médio mínimo exigido para manutenção PIS/PASEP, às chamadas “contas-salário”, bem
da conta se houver essa exigência. como às operações de microcrédito de que trata a
Resolução CMN 4.000, de 2011;
A Ficha-Proposta somente poderá ser microfil- z Serviços diferenciados: aqueles que podem ser
mada depois de transcorridos no mínimo cinco anos, cobrados desde que explicitadas ao cliente ou ao
204 a contar do início do relacionamento com o cliente. usuário as condições de utilização e de pagamento.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No encerramento da conta é necessário tomar Aos dezoito anos completos a pessoa fica habili-
alguns cuidados: tada à prática de todos os atos da vida civil, adquirin-
do assim a capacidade de fato.
z Pode ser encerrada por ambas as partes, cliente Já a incapacidade pode ser absoluta ou relativa.
ou banco, desde de que acompanhada de aviso
prévio, por meio de carta registrada ou meio
eletrônico; Importante!
z Informar se há cheques a serem compensados,
pois havendo, o banco pode ser negar encerrar Desde 2015, em função da alteração no Código
a conta, sem a devida comprovação de que eles Civil, são absolutamente incapazes de exercer
foram liquidados; pessoalmente os atos da vida civil apenas os
z Devolver as folhas de cheque restantes ou decla- menores de 16 (dezesseis) anos (art. 3º).
rar que as inutilizou; Os absolutamente incapazes devem ser repre-
z Deixar depositado na conta valores para com- sentados por um responsável legal.
pensar débitos e compromissos assumidos na
relação do cliente com o banco.
Quanto à incapacidade relativa, são considera-
Atente para algumas informações: dos relativamente incapazes (art. 4º):

z Pessoas Físicas com idade entre 16 e 18 anos, não I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito
anos;
emancipadas, podem ter conta de depósitos, e
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
acesso a crédito também, desde que na abertura
III - aqueles que, por causa transitória ou perma-
ou na assinatura do contrato sejam assistidas por
nente, não puderem exprimir sua vontade; e
seus responsáveis legais!;
IV - os pródigos.
z Já as Pessoas Físicas com idade inferior a 16 anos,
podem ter contas de depósitos, e devem ser repre-
Os relativamente incapazes devem ser assisti-
sentadas por seus representantes legais;
dos pelos representantes legais.
z Pessoas Físicas com Deficiência Visual podem
Em relação aos menores de 18 anos, é possível que
ter contas de depósitos, e até firmar contratos de
ocorra a emancipação, que é a antecipação da capaci-
empréstimo, desde que sejam assistidas por duas
dade de fato.
testemunhas e que o contrato seja lido em voz
De acordo com o Código Civil, a incapacidade ces-
alta;
sará, para os menores (parágrafo único, art. 5º):
z Os residentes e domiciliados no exterior podem
ter conta no Brasil, mas as movimentações ocor-
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na
ridas em tais contas caracterizam ingressos ou saí-
falta do outro, mediante instrumento público,
das de recursos no Brasil e, quando em valor igual
independentemente de homologação judicial, ou
ou superior a R$10 mil, estão sujeitas a comprova-
por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor
ção documental, registro no sistema informatizado tiver dezesseis anos completos;
do Banco Central e identificação da proveniência II - pelo casamento;
e destinação dos recursos, da natureza dos paga- III - pelo exercício de emprego público efetivo;
mentos e da identidade dos depositantes e dos IV - pela colação de grau em curso de ensino
beneficiários das transferências efetuadas. (Lem- superior;
brando que só instituições autorizadas a operar V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou
com câmbio podem ter esse tipo de conta). pela existência de relação de emprego, desde
que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria.

PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA: Domicílio

CAPACIDADE E INCAPACIDADE CIVIL, O domicílio da pessoa natural (pessoa física) é o


REPRESENTAÇÃO E DOMICÍLIO lugar onde ela estabelece a sua residência com âni-
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

mo definitivo (art. 70, do Código Civil).


Neste tópico, iremos abordar alguns aspectos de Se, porém, a pessoa natural tiver diversas resi-
Direito Civil. dências, onde, alternadamente, viva, considera-se
seu domicílio qualquer delas (art. 71).
PESSOA FÍSICA É também domicílio da pessoa natural, quanto
às relações concernentes à profissão, o lugar onde
Capacidade Civil e Representação essa é exercida (art. 72). Ou seja, o local de trabalho.

De acordo com o art. 1º, do Código Civil, toda pes- Art. 72 [...]
soa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Portan- Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em
to, todos possuem capacidade de direito. lugares diversos, cada um deles constituirá domicí-
No entanto, a capacidade de fato é a aptidão de lio para as relações que lhe corresponderem.
um indivíduo de executar e atuar plenamente em sua
vida civil, isto é, de exercer pessoalmente seus atos. No caso da pessoa que não tenha residência
Quando se fala em incapacidade, portanto, essa se habitual, seu domicílio será o lugar onde ela for
refere à ausência da capacidade de fato. encontrada (art. 73). 205
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PESSOA JURÍDICA Antes do surgimento do novo SPB, às 7 horas da
manhã de cada dia útil, eram lançados nas contas
Capacidade Civil e Representação Reservas Bancárias das instituições financeiras, os
resultados financeiros (positivos ou negativos) apura-
A existência legal das pessoas jurídicas de direito dos nos diversos mercados de títulos e valores mobi-
privado começa com a inscrição do ato constitutivo liários nas negociações dos dias anteriores.
no respectivo registro, precedida, quando necessário, de Estamos falando dos resultados de operações com
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averban- ações, derivativos, títulos privados etc., além do resul-
do-se no registro todas as alterações por que passar o ato tado da compensação, entre os bancos, dos valores
constitutivo (art. 45, do Código Civil). pagos pelas pessoas físicas e jurídicas por intermédio
No momento em que a pessoa jurídica registra seu de cheques e DOC (Documentos de Crédito).
contrato constitutivo, adquire personalidade, isto é, capa- O único resultado que era lançado no mesmo dia
cidade para ser titular de direito. Naturalmente, ela só das operações era aquele informado pelo Selic, relati-
pode ser titular daqueles direitos compatíveis com a vo às negociações com títulos públicos federais. Mes-
sua condição de pessoa fictícia, ou seja, os patrimônios. mo assim, esse lançamento era realizado às 23h, após
o encerramento dos mercados.
Nesse viés, não lhe admitem os direitos personalísticos.
O que ocorria era que, ainda que o banco não
Além do mais, para exercer tais direitos, a pessoa
dispusesse de saldo suficiente em sua conta para
jurídica recorre as pessoas físicas que a represen-
satisfazer os pagamentos previstos para as 7h, o Ban-
tam, ou seja, quem os respectivos estatutos designa-
co Central honrava a liquidação das obrigações, e
rem ou, não os designando, pelos seus diretores.
o banco passava a apresentar saldo negativo na conta
Reservas Bancárias. Perceba: é como se os bancos pos-
Domicílio suíssem um “cheque especial” com limite infinito
junto ao Banco Central. Ainda que não tivessem recur-
É o lugar onde funcionam as respectivas direto- sos disponíveis em sua conta Reservas Bancárias, seus
rias e administrações, isto quando nos seus estatutos compromissos eram liquidados.
não constar eleição de domicílio especial. Esse saldo negativo normalmente era regulariza-
Tendo a pessoa jurídica de direito privado diversos do às 23h, pois os bancos mantinham títulos públi-
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um será cos federais em volume suficiente para o adequado
considerado domicílio para os atos nele praticados (§ gerenciamento de seu caixa. Ou seja, se a conta Reser-
1º, art. 75, do Código Civil). vas Bancárias ficasse negativa, o banco vendia títulos
públicos federais ao longo do dia e, às 23h, regulariza-
va sua situação, deixando de apresentar saldo devedor.
A soma dos saldos negativos nas contas Reser-
SISTEMA DE PAGAMENTOS vas Bancárias, entre as 7h e às 23h de cada dia, era
um risco privado (dos bancos) assumido diaria-
BRASILEIRO mente pelo Banco Central. Ou seja, indiretamente,
era assumido por toda a sociedade.
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) com-
Por outro lado, se o Banco Central rejeitasse os lan-
preende as entidades, os sistemas e os procedimentos
çamentos de um banco para evitar a existência de saldo
relacionados ao processamento e à liquidação de ope-
negativo em sua conta Reservas Bancárias, estaria trans-
rações de transferência de fundos, de operações com
moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores ferindo a falta de liquidez (dinheiro) desse banco para
mobiliários, chamados, coletivamente, de entidades o resto do sistema financeiro e para a clientela do siste-
operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro ma bancário. Sim, porque se um banco não honrasse
(IMF). Além das IMF, alguns arranjos e instituições seus débitos, outros bancos deixariam de receber os
de pagamento também integram o SPB. recursos que tinham a receber desse banco.
Zelar pelo funcionamento normal, seguro e efi- Isso poderia gerar o que se costuma chamar de
ciente do sistema de pagamentos é função essencial “crise sistêmica”, com a quebra sucessiva de ins-
de um banco central. Tal função tem como objetivo tituições financeiras — um “efeito dominó” — e a
primordial garantir a eficiência e a segurança no uso interrupção da cadeia de pagamentos do setor real
de instrumentos de pagamento por meio dos quais a da economia, seguida, invariavelmente, de recessão
moeda é movimentada. econômica. O risco de crise sistêmica era algo que o
Como forma de atingir esses objetivos, o BC tem as Banco Central precisava evitar a qualquer custo.
competências de regulamentar e exercer a vigilância Dessa forma, era comum que, quando o problema
e a supervisão sobre os sistemas de compensação e de de liquidez de um determinado banco fosse grave,
liquidação, os arranjos e as instituições de pagamento. o Banco Central sustentasse esse banco por meio de
Vamos conhecer um pouco mais sobre esse universo? empréstimos, a fim de evitar o risco sistêmico.
HISTÓRICO
Dica
Inicialmente, é importante compreender como ope- Há uma expressão comum no mercado financei-
rava o Sistema Financeiro Nacional antes do surgimen- ro sobre isso: “too big to fail” (“grande demais
to do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
para quebrar”, em português). Esse é também o
Os bancos têm no Banco Central (Bacen) uma con-
ta denominada Reservas Bancárias, que funciona
nome de um filme de 2011 que aborda a crise
de forma similar a uma conta corrente. Nessa conta do sistema financeiro norte-americano de 2008.
é processada toda a movimentação financeira diária Fica a sugestão para assisti-lo, pois irá te ajudar
entre os bancos, decorrente de operações próprias ou a compreender um pouco mais como funciona o
206 de seus clientes. sistema financeiro.
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Essa situação propiciava o chamado risco moral (moral hazard), que surge quando um agente econômico
muda seu comportamento de acordo com o contexto da transação econômica. Nesse caso, os bancos podiam agir
de forma menos prudente, acreditando que, caso necessitassem, seriam “socorridos” pelo Banco Central.
Grandes bancos, como o Nacional, o Bamerindus e o Econômico, que eram bancos expressivos, concorrentes
de grandes nomes que continuam na ativa hoje, foram liquidados (quebraram) na segunda metade da década de
1990.
Em junho de 2001, o balanço do Banco Central indicava saldo devedor nas contas Reservas Bancárias de
R$ 12,3 bilhões decorrentes de lançamentos não rejeitados, embora as instituições não dispusessem de liquidez
suficiente ou de garantias para oferecer em um empréstimo.
Com esse percurso histórico, conseguimos compreender qual era o cenário antes do surgimento do Sistema de
Pagamentos Brasileiro. Veja a seguir quais foram as mudanças implementadas em sua reestruturação.

MEDIDAS ADOTADAS NA REESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE PAGAMENTOS

A reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreendeu um conjunto de medidas para solu-
cionar os graves problemas existentes que foram expostos aqui.
Os principais riscos assumidos pelo Banco Central no antigo Sistema de Pagamentos eram o risco de cré-
dito e o risco de liquidez. As instituições detentoras de contas Reservas Bancárias no Banco Central comanda-
vam as ordens de transferências de recursos sem que houvesse checagem automática da suficiência dos saldos
na conta, ficando tal conferência para o final do dia e pelo valor líquido (compensação multilateral dos saldos
comandados ao longo do dia).
Assim, se uma contraparte na operação não honrasse o compromisso de transferência do fundo por motivo
de falta de liquidez momentânea (risco de liquidez) ou insolvência (risco de crédito), o Banco Central, desempe-
nhando a função de mantenedor do equilíbrio do sistema financeiro, assumia o papel de fornecedor de liquidez
e crédito do sistema. O Banco Central, portanto, assumia o papel, involuntário, de garantidor das operações
cursadas no âmbito do Sistema de Pagamentos.
As câmaras de compensação (sistemas de liquidação de operações com títulos públicos, títulos privados, che-
ques, operações de câmbio etc.) liquidavam diretamente na conta Reservas Bancárias no Banco Central. Também
não havia críticas quanto à insuficiência de saldo. Nesse caso, o Banco Central assumia os riscos decorrentes
da operação, dado que as câmaras não possuíam mecanismos de gerenciamento de riscos capazes de suprir a
insolvência de seus participantes.
Portanto, havia um cenário complexo, com o Banco Central atuando principalmente como fornecedor de
liquidez caso as instituições bancárias detentoras de conta Reservas Bancárias não honrassem as suas ordens de
transferências de recursos ao final do dia, fosse devido à falta de liquidez, à insolvência, a fraudes ou mesmo por
problemas operacionais.
Diante disso, na construção do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro, que passou a operar em 22 de abril de
2002, diversas medidas passaram a ser adotadas:

z Revisão da base legal do Sistema de Pagamentos Brasileiro, com a edição da Lei nº 10.214, de 27 de março
de 2001, que disciplinou a atuação das câmaras e dos prestadores de serviços de compensação e de liquidação
no âmbito do sistema de pagamentos brasileiro. Dentre os pontos disciplinados pela Lei, pode-se destacar
a previsão da compensação multilateral e a criação de proteção jurídica para a execução segura das
garantias aportadas nas câmaras de compensação;
z Monitoramento, em tempo real, do saldo de cada conta Reservas Bancárias, não sendo admitido, a partir
do dia 24 de junho de 2002, saldo devedor em qualquer momento do dia;
z Oferta de empréstimo ponte diário (redesconto intradia), mediante operações de compra, pelo Banco Cen-
tral, de títulos públicos federais dos bancos, que são recomprados do Banco Central no próprio dia, registran-
do-se em tempo real o resultado financeiro na conta Reservas Bancárias. Isso garante a oferta da liquidez
necessária para o fluxo normal dos pagamentos ao longo do dia, sem riscos para o Banco Central;
z Implantação de sistema de troca de fundos com liquidação bruta em tempo real, que processa ordens
de transferência eletrônica de fundos entre bancos, inclusive as por conta de clientes. Essas ordens, uma vez
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

processadas pelo sistema, passaram a gozar dos atributos de irrevogabilidade e incondicionalidade, isto é,
uma vez processadas, não podem ser desfeitas (não há estorno). Assim, passou a existir alternativa segura aos
cheques e documentos de crédito para a realização de pagamentos de grande valor (é o surgimento da Trans-
ferência Eletrônica Disponível — TED);
z Criação, pelo setor privado, de rede de telecomunicações dedicada exclusivamente ao sistema financeiro
e operada sob rígidos padrões de segurança e confiabilidade definidos pelo Banco Central;
z Assunção do risco privado pelo setor privado, com a definição de regras mais rígidas para as câmaras de
compensação privadas, que adotaram adequados mecanismos de gerenciamento de riscos, como o estabele-
cimento de limites para os bancos com base no recebimento prévio de garantias. Se o Banco Central rejeita
lançamento na conta Reservas Bancárias de um banco que não disponha de liquidez suficiente, a câmara
executa as garantias que lhe tenham sido entregues pelo banco inadimplente e honrará os pagamentos cor-
respondentes, com fundamento na Lei n° 10.214, de 2001. Outra consequência foi que os participantes tiveram
que conhecer e gerenciar melhor os riscos a que estavam expostos nessas câmaras;
z Adoção de mecanismo indutor à oferta, pelos bancos, de novos produtos à clientela, que permitiram a
migração dos pagamentos de maior valor, à época realizados por cheques e documentos de crédito, para ins-
trumentos de pagamento eletrônico adequadamente estruturados. 207
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Podemos dizer que as medidas mencionadas, entre outros aspectos positivos:

z Retiraram riscos privados do setor público;


z Fortaleceram o sistema financeiro;
z Dotaram o país de um sistema de pagamentos moderno;
z Reduziram a percepção de risco do país;
z Permitiram maior atratividade para o capital externo;
z Geraram ganhos de eficiência à economia.

Além disso, surgiu para o cidadão comum a possibilidade de transferir recursos de sua conta corrente para
conta de outra pessoa em banco diferente do seu, em agência de qualquer localidade do país, sendo o recurso
imediatamente disponível para o destinatário, através da Transferência Eletrônica Disponível (TED).

ESTRUTURA DO NOVO SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO (SPB)

O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) compreende as entidades, os sistemas e os procedimentos rela-


cionados com o processamento e a liquidação de operações de transferência de fundos e de operações com
moeda estrangeira ou com ativos financeiros e valores mobiliários, chamados, coletivamente, de entidades
operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF).
Além das IMF, alguns arranjos e instituições de pagamento também integram o SPB.
O Banco Central exerce a função de zelar pelo funcionamento normal, seguro e eficiente do sistema de paga-
mentos. Tal função tem como objetivo primordial garantir a eficiência e a segurança no uso de instrumentos de
pagamento por meio dos quais nossa moeda é movimentada.
Assim, o Banco Central tem as competências de regulamentar e exercer a vigilância e a supervisão sobre os
sistemas de compensação e de liquidação, os arranjos e as instituições de pagamento.
As IMF desempenham um papel fundamental para o sistema financeiro e para a economia de uma forma
geral. É importante que os mercados financeiros confiem na qualidade e na continuidade dos serviços prestados
pelas IMF. Seu funcionamento adequado é essencial para a estabilidade financeira e condição necessária para
proteger os canais de execução da política monetária.
Cabe ao Banco Central atuar no sentido de promover sua solidez, seu normal funcionamento e seu contínuo
aperfeiçoamento.
No caso dos pagamentos de varejo, o Banco Central direciona suas ações no sentido de promover a interope-
rabilidade, a inovação, a solidez, a eficiência, a competição e o acesso não discriminatório aos serviços e às
infraestruturas. Além disso, o Bacen zela pelo atendimento às necessidades dos usuários finais e pela inclusão
financeira.

INFRAESTRUTURAS DO MERCADO FINANCEIRO (IMF)

São integrantes do SPB os seguintes serviços:

z serviço de compensação de cheques;


z serviços de compensação e liquidação de ordens eletrônicas de débito e de crédito, de transferência de
fundos e de outros ativos financeiros;
z serviços de compensação e de liquidação de operações com títulos e valores mobiliários;
z serviços de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros;
z serviços de depósito centralizado e de registro de ativos financeiros e de valores mobiliários.

Todas as entidades que prestam esses serviços são denominadas Infraestruturas do Mercado Financeiro
(IMF).
O tráfego de informações entre as IMF ocorre através da Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN).
A RSFN, portanto, é a estrutura de comunicação de dados que tem por finalidade amparar o tráfego de
informações no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.

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Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF) e Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN)

Fonte: site do Banco Central.

AUTORIZAÇÃO, SUPERVISÃO E REGULAÇÃO

No Brasil, qualquer IMF, para funcionar, está sujeita à autorização e à supervisão do Banco Central.
Na função de supervisão, cabe ao Banco Central assegurar que as IMF em operação no Brasil sejam administradas con-
sistentemente com os objetivos de interesse público, mantendo a estabilidade financeira e reduzindo o risco sistêmico.
Cabe, ainda, ao Bacen, seguindo diretrizes dadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o papel de regu-
lador, juntamente com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nas suas respectivas esferas de competência.
Como regulador, portanto, o Banco Central atua no sentido de converter as políticas estabelecidas em regras a
serem aplicadas pelas IMF.
Além disso, ele busca adequar as normas brasileiras, quando relevante, ao que recomendam os organismos
internacionais, como é o caso do Comitê de Pagamentos e Infraestruturas do Mercado do Banco de Compensações
Internacionais (CPMI/BIS) e do Comitê Técnico da Organização Internacional de Comissões de Valores (TC/IOSCO).

GESTÃO E OPERAÇÃO

Além da supervisão e da regulação, o Banco Central também atua como provedor de serviços de liquidação.
Nesse papel, o Banco Central é o responsável pela gestão e operação das seguintes IMF:

z Sistema de Transferência de Reservas (STR);


CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

z Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI);


z Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).

O STR e o SPI são sistemas de pagamento (transferências de fundos). O Selic é um sistema de liquidação de
ativos e um depositário central que opera a maioria dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional, além de
ser o responsável pelo eventual registro de ônus e gravames sobre tais títulos.
Neste momento, vamos falar sobre o STR e o SPI.

SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA DE RESERVAS (STR)

O Sistema de Transferência de Reservas (STR) é o coração do Sistema de Pagamentos Brasileiro, pois é onde
ocorre a liquidação final de todas as obrigações financeiras no Brasil.
A transferência de fundos no STR é irrevogável, isto é, só é possível “desfazer” uma transação por meio de
outra transação no sentido contrário. Além disso, para garantir a solidez do sistema, no STR não há possibilidade
de lançamentos a descoberto. Ou seja, não se admite saldo negativo.
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O STR é um sistema que faz Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), ou seja, as operações são liquidadas
uma a uma por seus valores brutos em tempo real.

Estrutura do STR
Fonte: site do Banco Central.

SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS (SPI)

O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) é a infraestrutura centralizada e única para liquidação de paga-
mentos instantâneos entre instituições distintas no Brasil.
“Pagamentos instantâneos” te lembra alguma coisa? Sim! O SPI é a infraestrutura de liquidação financeira do
Pix.
A operação do SPI, gerida pelo Banco Central, teve início em novembro de 2020.
O SPI é um sistema que faz Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), ou seja, que processa e liquida transa-
ção por transação. Uma vez liquidadas, as transações são irrevogáveis.
Os pagamentos instantâneos são liquidados com lançamentos nas contas de propósito específico que as insti-
tuições que são participantes diretos do sistema mantêm no Bacen, denominadas Contas Pagamento Instantâneo
(Contas PI). Para garantir a solidez do sistema, não há possibilidade de lançamentos a descoberto, isso é, não se
admite saldo negativo nas Contas PI.
Existem duas modalidades de participação na infraestrutura de liquidação do SPI:

z participantes diretos, aqueles que farão a liquidação das transações diretamente no SPI;
z participantes indiretos, cujas transações serão liquidadas por intermédio de um participante direto ou liqui-
dante especial.

Bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas que sejam participan-
tes do Pix deverão, obrigatoriamente, ser participantes diretos do SPI. As demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central que sejam participantes do Pix podem optar por serem participantes diretos ou
indiretos do SPI.
As instituições de pagamento sem autorização de funcionamento do Banco Central (aquelas para as quais não
há essa exigência) e que sejam participantes do Pix devem, necessariamente, ser participantes indiretos do SPI.

210
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Formas de acesso ao SPI

Fonte: site do Banco Central.

CÓDIGO DE ÉTICA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL; CÓDIGO DE CONDUTA DA CAIXA


ECONÔMICA FEDERAL E A POLÍTICA DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL DA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Caro aluno,
Os códigos supramencionados, em conjunto com a Política de Responsabilidade Socioambiental da Caixa
Econômica Federal, serão disponibilizados em PDF na Área do Aluno, para complementação de seus estudos.
O passo a passo para acessar os nossos materiais complementares encontra-se nas primeiras páginas desta
apostila.
Atenciosamente,
Equipe Nova Concursos

HORA DE PRATICAR!
1. (CESGRANRIO — 2021) P foi diretor de sociedade empresária que foi acusada de praticar atos de corrupção, com
geração de prejuízos superiores a cem milhões de reais. Após longo período de negociação, P e a sociedade resolvem
compor os prejuízos causados.

Nos termos da Lei no 12.846/2013, caso preenchidos os requisitos exigidos, poderá ser realizado(a):

a) compromisso de honestidade
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

b) acordo de leniência
c) negócio jurídico
d) transação legal
e) promessa de restauração

2. (CESGRANRIO — 2021) Uma administradora de empresas é responsável por organizar os formulários utilizados pela
instituição financeira onde atua. Ao criar novo formulário para seguir comandos legais, depara-se com novos concei-
tos de dados pessoais que devem ser aplicados.

Sendo assim, ela precisa saber que, nos termos da Lei no 13.709/2018, dados pessoais sensíveis estão relacionados a:

a) opção desportiva
b) convicção religiosa
c) escolha de lazer
d) método de trabalho
e) hábito alimentar 211
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3. (CESGRANRIO — 2021) Um trabalhador é regido pelas a) redução da taxa básica de juros
regras da CLT e tem conta vinculada ao FGTS. Curioso b) compra de títulos públicos e privados por parte dos
por saber as hipóteses de levantamento do FGTS, for- bancos centrais
mula consulta ao órgão competente. c) redução das taxas de redesconto
d) expansão da base monetária
Nos termos da Lei no 8.036/1990, a conta vinculada do e) venda de títulos com o compromisso de recompra
trabalhador no FGTS poderá ser movimentada no caso pela autoridade monetária
de:
7. (CESGRANRIO — 2021) Embora as taxas de câmbio
a) aquisição de imóvel comercial R$/US$, cotadas diariamente nos mercados de câmbio
b) aposentadoria concedida pela Previdência Social à vista, sejam expressas em valores nominais, ao longo
c) desligamento por justa causa do tempo essas taxas podem-se desviar de seus valo-
d) compra de automóvel res reais. Contribui para a apreciação real da moeda
e) aluguel de entidade familiar brasileira, em relação ao dólar norte-americano, a(o):

4. (CESGRANRIO — 2021) Um gerente de um determina- a) redução da produtividade média no Brasil, comparati-


do banco participa de vários projetos de investimen- vamente à dos Estados Unidos
tos em tecnologias de ponta. Antes da divulgação dos b) queda dos preços das commodities exportadas pelo
editais para escolha dos projetos mais adequados, ele Brasil
procura um parente e lhe apresenta todos os detalhes c) taxa de inflação no Brasil maior do que a taxa de infla-
necessários para que esse parente possa apresentar ção norte-americana
uma candidatura ao financiamento. d) compra de reservas internacionais pelo Banco Central
do Brasil
Nos termos do Código de Conduta da Caixa Econô- e) maior grau de incerteza no Brasil
mica Federal, caso esses fatos fossem vinculados a
servidor da instituição, estaria caracterizado(a): 8. (CESGRANRIO — 2021) No primeiro semestre de
2021, o câmbio do dólar fechou acima de R$5,90, no
a) ato de solidariedade maior patamar dos últimos anos, devido à pandemia e
b) empreendedorismo indevido ao cenário de recessão. Suponha que o administrador
c) conflito de interesses de produtos bancários cambiais de um grande ban-
d) atividade paralela co deve entregar um relatório, analisando as forças
e) quebra de decoro macroambientais que impactam o produto.

5. (CESGRANRIO — 2021) Desde 1999, o Brasil adota um Diante desse contexto, o administrador deve conside-
regime de câmbio flutuante (ou flexível). Consideran- rar a valorização do dólar na dimensão do ambiente:
do-se a prática brasileira desde então, nesse regime
cambial, a: a) econômico
b) político
a) taxa de câmbio é fixada pelo Banco Central do Brasil. c) tecnológico
b) taxa de câmbio é determinada pela oferta e demanda d) cultural
de moeda estrangeira. e) demográfico
c) taxa de câmbio não sofre interferência do Banco Cen-
tral do Brasil. 9. (CESGRANRIO — 2021) Na semana da renda fixa pro-
d) taxa de câmbio não influencia a rentabilidade dos movida por um determinado banco, o cliente X fez um
exportadores. investimento de 150 mil reais em um banco que paga
e) fixação da taxa básica de juros (Selic) torna-se depen- 8% ao ano, com prazo de vencimento de 1 ano. Nesse
dente da política cambial. mesmo dia, o cliente Y aplicou 150 mil reais na poupan-
ça, cuja taxa esperada é de 5% ao ano. Um ano depois,
6. (CESGRANRIO — 2021) O texto seguinte diz respeito à os dois sacaram o montante de cada operação. Con-
generalização das políticas monetárias consideradas sidere que o cliente X pagou 20% de imposto de renda
não convencionais por parte dos bancos centrais do sobre os juros obtidos com a aplicação, enquanto o
mundo inteiro. Os bancos centrais globais agora per- cliente Y não pagou imposto algum, e que nenhum dos
cebem que políticas monetárias antes consideradas dois sacou qualquer valor antes desse resgate.
não convencionais e temporárias agora se revelam
convencionais e duradouras. Obrigados a encontrar A partir dessas informações, verifica-se que a diferen-
novas soluções devido à crise financeira de 2008 e ça entre o ganho de capital do cliente X e o ganho de
novamente neste ano por causa da pandemia de coro- capital do cliente Y, comparando-se apenas as opera-
navírus, o Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês), o ções apresentadas, em reais, foi de:
Banco Central Europeu e a maioria dos bancos cen-
trais internacionais se tornaram mais agressivos e a) 2.100,00
inovadores do que nunca na defesa das economias b) 2.400,00
contra a recessão e ameaça de deflação. c) 3.500,00
d) 4.100,00
KENNEDY, S; DODGE, S. Política monetária não convencional agora e) 4.500,00
é ferramenta duradoura. Exame, São Paulo, 15 set. 2020. Adaptado.
Disponível em: https://exame.com/. Acesso em: 29 ago. 2021.
10. (CESGRANRIO — 2021) A principal característica do
crédito direto ao consumidor (CDC) é que esse instru-
Um exemplo de política monetária não convencional é a:
212 mento de financiamento dispensa
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a) avalista Nos termos da Resolução CMN no 3.694/2009, a digi-
b) análise cadastral do cliente talização dos serviços bancários acarreta a:
c) limite de prazo de pagamento
d) limite de crédito a) modificação dos serviços de investimentos
e) identificação do cliente b) manutenção de serviços convencionais
c) exclusão dos clientes inadaptados
11. (CESGRANRIO — 2021) Um jovem trabalha em uma d) realização de treinamento para os clientes
empresa de prestação de serviços, sendo responsável e) extinção dos contratos físicos
pela equipe de atendimento. Em um determinado dia,
sua equipe recebe um cliente que é considerado uma 15. (CESGRANRIO — 2021) Um banco decidiu criar um
pessoa com deficiência. departamento on-line específico para atender a clientes
pessoa física com grandes volumes de investimento.
Nos termos da Lei no 13.146/2015, o atendimento em Esse departamento foi nomeado Agência VIP. A estraté-
todas as instituições e serviços de atendimento ao gia de atração de novos clientes envolveu o lançamento
público a pessoas com deficiência deve ser: de uma campanha publicitária, que apresentava a seguin-
te mensagem: “Focado nos melhores negócios, o Banco
a) prioritário Z criou as agências VIP. Somente para 100 clientes.”
b) exclusivo
c) normal A ideia, claramente, era gerar a sensação de perda
d) ordenado para aqueles que não se tornassem clientes da Agên-
e) adequado cia VIP e, nesse caso, utilizar o gatilho mental da:

12. (CESGRANRIO — 2021) Um correntista de um banco rece- a) Urgência


be proposta de fornecimento de cartão de crédito sem b) Surpresa
anuidade, justificado pelo fato de ele receber seu salário c) Escassez
através da agência bancária proponente. No entanto, após d) Ancoragem
um ano, ele é surpreendido com a cobrança de anuidade. e) Prova Social
Imediatamente apresenta reclamação para o seu gerente,
que diz não ter alçada para solver tal questão. O caso é 16. (CESGRANRIO — 2021) O Banco P oferece a possibili-
levado para gerência superior que resolve o litígio. dade de clientes acessarem seus serviços através de
vários canais, como telefone, internet ou agência física.
Nos termos da Resolução no 4.539/2016, as instituições Um cliente queria desbloquear seu cartão de crédito e fez
devem assegurar a consistência de rotinas e de procedi- isso pelo telefone. Ao tentar sacar dinheiro na agência,
mentos operacionais afetos ao relacionamento com clien- lhe foi perguntado se havia desbloqueado o cartão, tendo
tes e usuários, aplicando, no caso descrito, a técnica de: que dar a informação de que já o havia feito por telefone.

a) prêmio por desempenho Como ficou claro, não há integração entre os sistemas
b) subordinação hierárquica utilizados pelo Banco P, o que mostra que esse Banco
c) mediação de conflitos utiliza o modelo de negócios denominado:
d) defesa contratual
e) proteção institucional a) Multinível
b) Multicanal
13. (CESGRANRIO — 2021) Um gerente de contas de c) Interseções
determinada instituição financeira atende diversos d) Omnichannel
segmentos de clientes, incluindo pessoas jurídicas. e) Plurissistemas
Sabedor de que vários dos clientes possuem residên-
cias em locais cujo acesso é vinculado a pedágios, 17. (CESGRANRIO — 2021) Os diretores de um banco pro-
resolve enviar, para alguns, um novo produto, corpo- curaram influenciadores digitais para lhes apresentar
rificado num cartão que permite o pagamento on- line os fundos de investimento do banco. Eles sabem que
do pedágio, evitando, dessa forma, as longas filas nos os influenciadores digitais divulgam informalmente
dias de feriados prolongados. produtos bancários e oferecem conselhos ou infor-
mações sobre investimentos financeiros, dizendo,
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, enviar por exemplo, quais, dentre as diversas opções de apli-
ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qual- cações financeiras, são as melhores para o tipo de
quer produto, ou fornecer qualquer serviço, caracteriza: audiência que o acompanha.

a) quebra de sigilo Os influenciadores digitais, portanto, funcionam como:


b) concorrência desleal
c) prática abusiva a) fontes de intervenção
d) vício do serviço b) grupo de afinidade
e) defeito no produto c) referências primárias
d) líderes de opinião
14. (CESGRANRIO — 2021) Um funcionário de determi- e) grupo de dissociação
nado banco é o responsável pelo guichê de caixa da
agência onde exerce suas funções. Com a transforma- 18. (CESGRANRIO — 2021) Nos contratos de financia-
ção do banco em digital, ele é transferido para outras mento de automóveis, a garantia de pagamento da
funções, mas percebe que, apesar disso, vários clien- dívida é o próprio bem, isto é, o automóvel adquirido
tes ainda buscam o atendimento no guichê de caixa. pelo devedor. 213
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Nesse caso, trata-se de: personalizada, em agências confortáveis e modernas.
No entanto, ao chegar à agência, o cliente encontra
a) aval instalações degradadas, e uma grande quantidade de
b) fiança pessoas aguardando atendimento e reclamando da
c) hipoteca dificuldade de resolver seus problemas.
d) alienação fiduciária
e) penhor mercantil Nesse caso, o cliente se sentirá insatisfeito porque:

19. (CESGRANRIO — 2021) No ano de 2020, uma família a) o desempenho das atividades não alcança suas
italiana, dona de um tradicional restaurante de elite de expectativas, reforçadas pela propaganda.
uma importante capital do país, perdeu sua matriarca. b) o desempenho dos serviços bancários apresentados
Ela pertencia à terceira geração da família que atua alcança as expectativas criadas pela propaganda.
desde 1905 na cena gastronômica. A empresária era c) o resultado das atividades realizadas naquela agência
conhecida pelo sorriso gentil com que iluminava os vai além das suas expectativas.
salões de seu restaurante e pelo modo como tratava d) as percepções a respeito do resultado apresentado
seus funcionários, capacitando-os a elaborar as secre- pelo banco superam as suas expectativas.
tas receitas de família. Ao longo dos últimos anos, foi e) os serviços bancários são ofertas intangíveis, não sen-
entregando, paulatinamente, a gestão da “locomotiva” do possível satisfazer clientes nesse quesito.
a seu filho, gerenciando sua aprendizagem, por ele
possuir o talento da família para o ramo. 23. (CESGRANRIO — 2021) O vendedor de equipamen-
tos de informática sai de uma agência bancária con-
Esse caso revela que a estratégia do restaurante fami- trariado. Um colega de trabalho, que o esperava para
liar se sustenta em função de sua: almoçar, nota o seu desconforto e lhe pergunta o que
houve. Ele diz que o gerente do banco havia-lhe pro-
a) aquisição de concorrentes posto que virasse cliente da agência e contratasse
b) barreiras à entrada um seguro, para que, então, esse gerente sugerisse à
c) competência essencial direção a compra dos equipamentos oferecidos pelo
d) integração vertical vendedor.
e) liderança em custo
O conflito ético de vendas observado nesse caso é
20. (CESGRANRIO — 2021) Com a introdução no Brasil, denominado:
nos anos de 1990, dos primeiros caixas automáticos
ou terminais bancários ou ATM, o processo de presta- a) propina
ção de serviços se modificou. Desde então, os clien- b) suborno
tes passaram a integrar uma parte desse processo, c) reciprocidade
realizando um conjunto de atividades que antes eram d) falsidade ideológica
feitas pelo prestador do serviço. e) conflito de interesses

Assim, o cliente passou a ser parte da solução do ser- 24. (CESGRANRIO — 2021) Desde 2013, o setor bancário
viço, que tem como característica a: tradicional vem sendo afetado pela concorrência das
Fintechs. No início, muitas delas abalaram a estabili-
a) coopetição dade de grandes bancos, por oferecer serviços com-
b) coprodução pletos de um banco, porém sem agências físicas e
c) estocagem com operações de baixo custo. Essa estratégia lhes
d) homogeneidade deu capacidade de praticar baixas tarifas e, ainda
e) simultaneidade assim, gerar uma lucratividade considerável.

21. (CESGRANRIO — 2021) Um analista de investimen- Desse modo, verifica-se que a estratégia genérica de
tos precisa vender ao seu cliente os benefícios de um posicionamento das Fintechs foi de:
determinado fundo. Ele sabe que tem uma oportunida-
de, quando estiver frente a frente com o cliente, durante a) diferenciação de produto
o atendimento, e, assim, poder explicar as vantagens e b) diversificação de indústria
qualidades do fundo. Ele também sabe que, se o cliente c) expansão de mercados
deixar a agência, essa oportunidade não se repetirá tão d) extensão de marca
cedo, e sua meta de vendas não será alcançada. e) liderança em custo

Na avaliação da qualidade de serviços, essa oportuni- 25. (CESGRANRIO — 2021) A principal marca distintiva do
dade é denominada: Pix, em relação aos mecanismos de pagamento com
cartões de débito automático, é que o Pix é um siste-
a) tangíveis visíveis ma de pagamento instantâneo criado pelo(s):
b) prontidão de recuperação
c) qualidade de projeto a) Banco do Brasil
d) momento da verdade b) Banco do Nordeste
e) técnica de design c) Banco Central do Brasil
d) bancos comerciais
22. (CESGRANRIO — 2021) A propaganda de um banco diz e) bancos de investimento
que cada cliente é atendido rapidamente e que todas
214 as suas solicitações são resolvidas de forma ágil e
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9 GABARITO

1 B

2 B

3 B

4 C

5 B

6 B

7 C

8 A

9 A

10 A

11 A

12 C

13 C

14 B

15 C

16 B

17 D

18 D

19 C

20 B

21 D

22 A

23 C

24 E

25 C

ANOTAÇÕES
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS

215
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ANOTAÇÕES

216
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VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
1,51m 12
1,54m 17
1,57m 4
NOÇÕES DE 1,60m
1,63m
2
10
PROBABILIDADE E 1,67m
1,75m
5
13
ESTATÍSTICA 1,81m 15
1,89m 2

Quando isso acontece, é importante resumir os


dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
REPRESENTAÇÃO TABULAR E ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar
GRÁFICA intervalos que chamaremos de “Classes”.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TABELAS E


CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)
GRÁFICOS APRESENTADOS EM DIFERENTES
LINGUAGENS E REPRESENTAÇÕES 1,50 | - 1,60 33
1,60 | - 1,70 17
A apresentação de dados estatísticos por meio de
tabelas e gráficos faz parte do ramo da estatística des- 1,70 | - 1,80 13
critiva. Esta tem por objetivo descrever um conjunto 1,80 | - 1,90 17
de dados, resumindo as suas informações principais.
Para isso, as tabelas e gráficos estatísticos são ferra- O símbolo “|” significa que o valor que se encontra
mentas muito importantes. ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
| - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
Tabelas 1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
Para descrever um conjunto de dados, um recurso contabilizadas.
muito utilizado são tabelas, como esta a seguir, refe-
Veja novamente a última tabela, agora com a colu-
rente à observação da variável “Sexo dos moradores
na de frequências absolutas acumuladas à direita:
de São Paulo”:

VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)


CLASSE FREQUÊNCIAS FREQUÊNCIAS AB-
(FI) SOLUTAS ACUMU-
Masculino 34
LADAS (FCA)
Feminino 26
1,50 | - 1,60 33 33
Observe que na coluna da esquerda colocamos as 1,60 | - 1,70 17 50
categorias de valores que a variável pode assumir,
ou seja, masculino e feminino, e na coluna da direita 1,70 | - 1,80 13 63
colocamos o número de Frequências, isto é, o núme- 1,80 | - 1,90 17 80
ro de observações (ou repetições) relativas a cada um
dos valores. A coluna da direita exprime o número de indiví-
Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de 60 duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.
pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
Estes são os valores de frequências absolutas. Pode- mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior
mos, ainda, representar as frequências relativas (per-
daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em
bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
60 são 43,33%. Portanto, teríamos:
classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem
RELATIVAS (Fri) altura inferior a 1,80m.
Masculino 56,67%
Gráficos Estatísticos
Feminino 43,33%
Uma outra maneira muito utilizada para a estatística
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n, descritiva são os gráficos. Vejamos a seguir alguns tipos.
em que Fi é o número de frequências de determinado
valor da variável, e n é o número total de observações.
z Colunas ou Barras Justapostas
Agora, vamos analisar uma tabela em que a variá-
vel pode assumir um grande número de valores dis-
tintos. Vamos representar na tabela a variável “Altura Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapos-
dos moradores de Campinas”: tas para dados agrupados por valor ou por atributo.
Vamos supor que estamos interessados nas idades de
alguns alunos. O gráfico relaciona as idades com as
respectivas frequências.
217
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Idade X Frequência
25

Frequência Absoluta Simples


20

15

10

0
20 23 27 30 33

Agora suponha, por exemplo, que queremos saber a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cidades
possuem nomes muito grandes, poderíamos optar em usar um gráfico de barras justapostas. Veja:

Cidade Natal X Frequência

Salvador

Florianópolis

Rio de Janeiro

São Paulo

0 2 4 6 8 10 12 14

z Gráfico de Setores (ou de Pizza)

Esse gráfico tem a vantagem de mostrar rapidamente a relação com o total de observações. Vamos supor que
analisamos as notas trimestrais de alguns alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico de pizza.

Média de Notas Escolares Trimestrais

z Gráfico de Linha

São mais utilizados nas representações de séries temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para o
outro, se houve um crescimento ou um decréscimo no número de alunos dentre as séries que estão em evidência
para estudo dentro da escola. Observe:

Evolução anual no número de alunos do sétimo ao nono anos


35
30
25
20
15
10
5
0
2017 2018 2019 2020

sétimo ano oitavo ano nono ano


218
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Histograma Veja um exemplo: calcular a média aritmética dos
números 5, 10, 15, 20, 50.
É muito utilizado na representação gráfica de dados
agrupados em classes (distribuição de frequências).
Imagine que realizamos uma pesquisa sobre os salá- 5+10+15+20+50
X= = 100 = 20.
rios dos funcionários de uma empresa de cosméticos e 5 5
obtivemos a seguinte distribuição de frequências:
A média aritmética é igual a 20.
SALÁRIOS EM FREQUÊNCIA
MILHARES DE REAIS Média Ponderada
10 – 15 15
No cálculo da média aritmética ponderada (em
15 – 20 17
que levamos em consideração os pesos de cada parte),
20 – 25 13 devemos multiplicar cada parte pelo seu respectivo
25 - 30 7 peso, somar tudo e dividir pela soma dos pesos. Veja:

Esses dados podem ser resumidos com um histo- x1P1 + x2P2 + ... + xnPn
grama, como mostra o gráfico a seguir. x=
P1 + P2 + ... + Pn
Salário dos Funcionários da Empresa de Cosméticos X Em
Milhares de Reais
18 Interpretando a fórmula, temos uma lista de
16 números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
14 p3, ..., pn), então, a média aritmética ponderada é dada
12 pela fórmula apresentada acima.
Veja um exemplo: um aluno prestou vestibular
10
para engenharia e realizou provas de matemática,
8
física, química, história e biologia. Suponha que o
6 peso de matemática seja 4, de física seja 4, de química
4 seja 2, de história seja 1 e de biologia seja 1. Suponha
2 ainda que o estudante obteve as seguintes notas:
0
(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30)
MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
É importante destacar que a área de cada retângu- Matemática 9,7 4
lo é proporcional à frequência.
Física 8,8 4

Química 7,3 2

MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL História 6,0 1


(MEDIDAS DE POSIÇÃO: MÉDIA, Biologia 5,7 1
MEDIANA, MODA, MÍNIMO E MÁXIMO)
E DE DISPERSÃO (AMPLITUDE, Vamos calcular a média ponderada das notas des-
AMPLITUDE INTERQUARTIL, se aluno:
VARIÂNCIA, DESVIO PADRÃO E
9,7 · 4 + 8,8 · 4 + 7,3 · 2 + 6,0 · 2 + 5,7 · 1
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO)

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


X=
4+4+2+1+1
MEDIDAS DE CENTRALIDADE: MÉDIA ARITMÉTICA,
MÉDIA PONDERADA, MEDIANA E MODA 38,8 + 35,2 + 14,6 + 6 +5,7
X=
12
Média Aritmética
100,3
A média aritmética é um valor que pode substituir X= = 8,35833...
todos os elementos de uma lista sem alterar a soma 12
dos elementos da lista. Considere que há uma lista de
n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos desta Moda
lista é igual a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
Para calcular a média aritmética de uma lista de A moda é definida como sendo aquele valor ou valo-
números, basta somar todos os elementos e dividir res que ocorrem com maior frequência em um rol. É
pela quantidade de elementos. Ou seja, interessante saber que a moda pode não existir e, quando
existir, pode não ser única. Veja os exemplos a seguir:
x1 + x2 + ... + xn
x= A: {1;1;2;3;3;4;5;5;5;7} = Mo = 5
n B: {3;4;6;8;9;11} = não tem moda
C: {2;3;3;3;5;6;6;7;7;7;8;9;10} = tem duas modas, ou seja,
M1 = 3 e M2=7. 219
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Caminhando um pouco mais dentro do nosso estudo de estatística, vejamos agora um exemplo de quando temos
os dados dispostos em uma tabela com frequências e não agrupados em classes. Quando isso acontece, a localização
da moda é imediata, bastando para isso, verificar na tabela qual o valor associado à maior frequência. Observe:

ESTATURA (M) FREQUÊNCIA


1,53 3
1,64 7
1,71 10
1,77 15
1,80 5
1,81 2
1,89 1

Na tabela, a maior frequência (15) está associada à altura 1,77. Portanto, a moda é 1,77.

Mediana

Uma outra medida que estudamos em estatística é a mediana (ou valor mediano), que é definida como número
que se encontra no centro de uma série de números, estando estes de forma organizada segundo um padrão. Ou
seja, é o valor situado de tal forma no conjunto que o separa em dois subconjuntos de mesmo número de elemen-
tos. Veja os exemplos a seguir:

A: {2;2;3;9;9} = a mediana é 3.
B: {1;5;5;7;8;9;9;9} = a mediana é a média entre os dois termos centrais, ou seja, (7+8)/2 = 7,5.

Agora, observe esse outro exemplo e perceba que os dados não estão ordenados.

C: {2;3;3;7;6;6;8;5;5;5}

Para acharmos a mediana é necessário ordenar os números primeiro e depois fazer a média entre os dois
termos centrais, pois o número de elementos é par. Vejamos:

C: {2;3;3;5;5;5;6;6;7;8} = a mediana é a média entre os termos centrais, ou seja, (5+5)/2 = 5.

Dica
Moda: elemento(s) que mais aparece(m).
Mediana: elemento central de um conjunto de números.
� Se a quantidade de elementos for ímpar, então, a mediana é o termo do centro;
� Se a quantidade de elementos for par, então, a mediana será a média entre os dois elementos centrais.

Mínimo e Máximo

z Método dos Momentos

Baseia-se nos momentos amostrais e teóricos das variáveis aleatórias.


O primeiro momento teórico é igual à esperança da variável:

µ1 = E(X) = Ʃ x · P(X = x)

Se a variável for contínua, substituímos o somatório pela integral e a função de probabilidade P(X = x) pela
função densidade de probabilidade f(x).
Os momentos amostrais são calculados de maneira análoga. O k-ésimo momento amostral, denotado por mk, é
a soma dos valores observados elevados a k, dividida pelo tamanho da amostra n:

1 n k
mk = ƩXi
n i=1

^
Para calcular os estimadores pelo método dos momentos (EMM), que podemos denotar por θMM, igualamos
os momentos teóricos (ou populacionais) aos momentos amostrais: µK = mk

220
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z Método da Verossimilhança NÚMERO DE FUNCIO-
DIAS DA SEMANA
NÁRIOS FALTANTES
Quando queremos saber qual a probabilidade de se
obter os valores observados de forma maior possível, 4ª feira 6
precisamos estimar diante do parâmetro populacio- 5ª feira 18
nal desejado, usando o método da máxima verossimi-
6ª feira 23
lhança. Ou seja, suponha que as observações tenham
sido X1, X2, ..., Xn. Nesse caso, a probabilidade associa-
A média diária do número de funcionários que falta-
da às observações apresentadas, usando-se o estima-
ram ao trabalho na 2a e 6a feiras, desta semana, supera
dor de máxima verossimilhança, é maior do que se
a média diária do número de funcionários que falta-
considerássemos qualquer outro estimador.
ram na 3a, 4a e 5a feiras, da mesma semana, em
Vale dizer que esse método terá uma função dife-
rente, de acordo com a distribuição da população.
a) 7.
Para uma variável com distribuição normal, o esti-
b) 8.
mador de máxima verossimilhança (EMV) é a média
c) 9.
amostral para a média populacional. Vejamos:
d) 10.
e) 11.
Ʃni = 1 X i
µ�
MV = =X
n Vamos calcular a média de segunda e sexta:
(13 + 23) / 2 = 18 funcionários que faltaram ao
Já o EMV para a variância, para uma distribuição trabalho.
normal, é: Agora, vamos calcular a média de terça a quinta:
(9 + 6 + 18) / 3 = 11 funcionários que faltaram ao
n
Ʃi = 1 (X i – X)2 trabalho.
�MV
σ2
= Como a questão quer a diferença, fica:
n 18 – 11 = 7. Resposta: Letra A.

Para uma variável aleatória com distribuição de 2. (CEBRASPE-CESPE – 2015) A equipe de atendentes
Poisson, o EMV também é a média amostral. Vejamos: de um serviço de telemarketing é constituída por 30
empregados, divididos em 3 grupos, que trabalham de
n acordo com a seguinte escala.
Ʃi = 1 X i
λ�
MV = =X
n z Grupo I: 7 homens e 3 mulheres, que trabalham das 6
h às 12 h.
z Método de Mínimos Quadrados z Grupo II: 4 homens e 6 mulheres, que trabalham das
9 h às 15 h.
Busca a estimativa que resulta no menor valor z Grupo III: 1 homem e 9 mulheres, que trabalham das
para o quadrado das diferenças entre os valores 12 h às 18 h. A respeito dessa equipe, julgue o item
observados Xi e o estimador θ�
Mq:
que se segue.

n Se, nesse serviço de telemarketing, a média das ida-


Min Ʃ (Xi - θ�
Mq)
2
i=1 des das atendentes for de 21 anos e a média das ida-
des dos atendentes for de 31 anos, então a média das
O método busca minimizar o erro quadrático total idades de todos os 30 atendentes será de 26 anos.
da amostra. Assim, σ �Mq
2
é chamado de Estimador de
Mínimos Quadrados (EMQ) para o parâmetro popu- ( ) CERTO ( ) ERRADO

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


lacional θ. Esse método é utilizado quando não se
conhece o tipo de distribuição da variável. Total de homens: 7 + 4 + 1 = 12.
Média dos homens = 31.
Resolução de Problemas Envolvendo Noções de Média = Soma de todas as idades dos homens/Quan-
Estatística tidade de homens
31 = Soma total / 12
Soma total = 372
Vamos pegar todo o conteúdo teórico que aprende-
Total de mulheres é 3 + 6 + 9 = 18.
mos até o momento e exercitar nosso conhecimento
Média das mulheres = 21
praticando com questões de diversas bancas. Então
Média = Soma de todas as idades das mulheres /
mãos à obra.
Quantidade de mulheres
21 = Soma total / 18
1. (VUNESP – 2018) A tabela a seguir mostra o núme- Soma total = 378
ro de funcionários que faltaram ao trabalho nos cinco Média de todos os atendentes = (372 + 378) /30 = 25
dias de uma semana em determinada empresa. A média das idades de todos os 30 atendentes será
de 25 anos. Resposta: Errado.
NÚMERO DE FUNCIO-
DIAS DA SEMANA
NÁRIOS FALTANTES
2ª feira 13
3ª feira 9
221
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3. (CEBRASPE-CESPE – 2018)

DIA
Região Sul
1 2 3 4 5 Região Sudeste
Região Centro-Oeste
X (QUANTIDADES
DIÁRIA DE DROGAS 10 22 18 22 28 Região Nordeste
APRESENTADAS, EM KG) Região Norte

Tendo em vista que, diariamente, a Polícia Federal


apreende uma quantidade X, em kg, de drogas em
determinado aeroporto do Brasil, e considerando os
dados hipotéticos da tabela precedente, que apre-
senta os valores observados da variável X em uma
amostra aleatória de 5 dias de apreensões no citado
aeroporto, julgue o item.
A moda da distribuição dos valores X registrados na
amostra foi igual a 22 kg.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Veja que o número 22 (a quantidade diária de dro-


gas apreendidas) aparece 2 vezes (frequência = 2),
enquanto todos os outros números aparecem apenas
uma vez (frequência = 1). Logo, a moda é igual a 22.
Resposta: Certo. a) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de Linha.
b) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de Tendência.
4. (FCC – 2018) Em um grupo de pessoas encontramos c) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de Linha.
d) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de Barras.
as seguintes idades: 20, 30, 50, 39, 20, 25, 41, 47, 36, e) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico de Linha.
45, 41, 52, 18, 41. A mediana é
O primeiro gráfico é um gráfico de colunas ou de
a) 36. barras. O segundo gráfico é um gráfico de setores,
b) 40. que também é chamado de “gráfico de pizza”. O
c) 41. terceiro gráfico é um gráfico de linha. Utilizamos o
d) 42. gráfico de linha para representar séries temporais.
e) 39. Resposta: Letra C.

MEDIDAS DE DISPERSÃO
A primeira coisa a ser feita é dispor os termos em
ordem crescente. Ou seja, 18, 20, 20, 25, 30, 36, 39,
Amplitude
41, 41, 41, 45, 47, 50, 52.
Quando o número de termos é par, precisamos tirar
A amplitude é a diferença entre o maior valor e o
a média entre as posições centrais para podermos
menor valor da lista de dados, vamos supor a lista: 3,
achar a mediana. Temos 14 números, então, é um 6, 10, 12, 14, 20. A amplitude será:
número par. Assim, a mediana será a média aritmé-
tica entre os dois termos centrais: o sétimo (39) e o Ampl = Xmáx – Xmín
oitavo (41). Veja: Md = (39+41) / 2 = 40. Ampl = 20 – 3 = 17
A mediana é 40. Resposta: Letra B.
Desvio Quartílico (Amplitude Semi-interquarlítica)
5. (IESES – 2019) Assinale a alternativa que representa a
nomenclatura dos três gráficos a seguir, respectivamente. O desvio quartílico, que também podemos chamar
de amplitude semi-interquartílica é a diferença entre
o 3º quartil e o 1º quartil dividido por 2.

Q3 - Q1
DQ =
2

Intervalo Quartílico (Amplitude Interquartil)

O intervalo quartílico é diferente do desvio quartí-


lico (intervalo semi-interquartílico), o intervalo quartí-
lico é apenas a diferença entre o quartil 3 e o quartil 1.

222 IQ = Q3 – Q1
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Variância Desvio Padrão

Falamos que a média é o primeiro momento de O desvio padrão dá-nos a noção de quão disper-
uma distribuição, já a variância é chamada do segun- sos são os dados da amostra, quanto menor o desvio
do momento de uma distribuição. padrão, mais concentrado em torno da média aritmé-
A variância é uma medida de dispersão que mostra o tica estão os dados, quanto maior o desvio padrão,
quão distante cada valor desse conjunto está da média. mais dispersos esses dados.
Na variância teremos pela primeira vez uma dife- O desvio padrão é a raiz da variância, portanto a
rença na fórmula quando consideramos uma popu- fórmula e as considerações sobre população e amostra
lação e uma amostra. Até agora, as fórmulas eram são as mesmas, apenas vamos fazer a raiz do resultado.
sempre iguais, mudávamos apenas a representação
da média (de μ para x ). Desvio padrão = √Variância
Em uma população a variância é representada por
σ2 (sigma ao quadrado), já para uma amostra a variân- Em uma população, o desvio padrão é representa-
cia é representada por S2. da por σ (sigma), já para uma amostra o desvio padrão
Para uma amostra: é representado por S.
Para uma amostra:
/ ^Xi - X h2
S2 = n-1 / ^Xi - X h2
s= n -1
Para uma população:
Para uma população:
/ _Xi - n i2
σ2 = n / _Xi - ni2
σ= n
Podemos perceber que para uma amostra vamos
dividir por “n-1” e para uma população vamos dividir
Quando tivermos dados agrupados, basta multipli-
por N. Usamos N (maiúsculo e minúsculo) para ilus-
car cada parênteses pela frequência da classe.
trar que em uma população a quantidade de dados
é maior que na amostra, mas os dois “enes” querem
dizer a mesma coisa, ou seja, a quantidade de dados. / f^Xi - X h2
s= n -1
Quando temos a variância populacional, podemos
calcular a variância amostral aplicando um fator de
correção, que é: Ou:
n
σ= / faXi -n k2
n-1 n

n Coeficiente de Variação
S2 = σ2 ·
n-1
O coeficiente de variação (ou coeficiente de variação
de Pearson) é a divisão do desvio padrão pela média.
Quando tivermos dados agrupados, basta multipli- Pra uma amostra:

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


car cada parênteses pela frequência da classe.
S
CV =
X
/ f^Xi - X h2
S2 = n -1
Para uma população:
Ou: v
CV = n
/ f_Xi - n i2
σ2 = n -1

Existe uma outra forma de calcular a variância, CÁLCULO DE PROBABILIDADE


que em boas partes dos casos é mais rápida, que é a
diferença entre a média dos quadrados e o quadra- NOÇÕES BÁSICAS DE CONTAGEM E PROBABILIDADE
do da média.
Para estudarmos probabilidade é necessária uma
σ2 = x2 – (x)2 boa base em noções básicas de contagem, ou seja, você
precisa saber muito bem o princípio fundamental da
Ou seja, basta elevar todos os dados ao quadrado contagem, e é isso que vamos estudar agora.
e calcular a média desses valores, e subtrair disso a Primeiro, vamos aprender uma ferramenta impor-
média dos dados ao quadrado. tante para o nosso estudo: fatorial. 223
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Fatorial de um Número Natural Resolução: usando o lembrete:

Serve para facilitar e acelerar resolução de ques- z Identificar as etapas do enunciado;


tões. Veja sua representação simbólica: Escolher o meio de transporte para ida e para a volta;
z Calcular todas as possibilidades em cada etapa;
Fatorial de N = n! Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus,
carro, moto ou avião) e para a volta temos 3 possi-
Sendo “n” um número natural, observe como bilidades de escolha (não posso voltar no mesmo
desenvolver o fatorial de n: meio de transporte);
z Multiplicar:
n! = n · (n-1) · (n-2) · ... · 2 · 1, para n ≥ 2
1! = 1 4 · 3 = 12 maneiras.
0! = 1
Permutação Simples
Exemplos:
Imagine que temos 5 livros diferentes para serem
3! = 3 · 2 · 1= 6 ordenados em uma estante. De quantas maneiras é
4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 possível ordenar? Para questões envolvendo permuta-
5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120 ção simples, devemos encarar de um modo geral que
temos n modos de escolhermos um objeto (livro) que
Agora, veja esse outro exemplo: ocupará o primeiro lugar, n-1 modos de escolher um
objeto (um outro livro) que ocupará o segundo lugar, ...,
1 modo de escolher o objeto (um outro livro) que ocu-
Calcular 6!
4! pará o último lugar. Então, temos:
Modos de ordenar:
Resolução:
n · (n-1) · ... 1 = n!
6! 6·5·4·3·2·1 = 6 · 5 = 30
=
4! 4·3·2·1
Então, resolvendo, teremos 5! = 5 · 4 · 3 · 2 · 1 = 120
maneiras de ordenar os livros na estante.
Poderíamos, também, resolver abrindo o 6! até 4! e
Agora, observe um outro exemplo:
depois simplificar. Veja:
Quantos são os anagramas da palavra CAJU?
Resolução:
6! 6·5·4!
4! = 6 · 5 = 30 Cada anagrama de CAJU é uma ordenação das
=
4!
letras que a compõem, ou seja, C, A, J, U.
Princípio Fundamental da Contagem
CAJU CUJA ACJU AUJC
Podemos, também, encontrar como princípio mul-
CAUJ CJUA ACUJ ...
tiplicativo. Vamos esquematizar uma maneira que vai
ser bem simples para resolvermos problemas sobre o CUAJ CJAU AUCJ ...
tema. Observe o lembrete:
Desta maneira, o número de anagramas é 4! = 4 · 3
z identificar as etapas do enunciado;
· 2 · 1 = 24 anagramas.
z calcular todas as possibilidades em cada etapa;
z multiplicar.
Dica
Exemplo: para fazer uma viagem São Paulo-For- Anagrama é a ordenação de maneira distinta das
taleza-São Paulo, você pode escolher como meio de letras que compõem uma determinada palavra.
transporte ônibus, carro, moto ou avião. De quantas
maneiras posso escolher os transportes? Permutação com Repetição
Resolução: usando o lembrete acima:
Quantos anagramas tem na palavra ARARA? O
z Identificar as etapas do enunciado. problema é causado por conta da repetição de letras
Escolher o meio de transporte para ida e para a volta; na palavra ARARA.
z Calcular todas as possibilidades em cada etapa; Veja que temos 3 letras A e 2 letras R. De maneira tra-
Na ida temos 4 possibilidades de escolha (ônibus, car- dicional, faríamos 5! (número de letras na palavra), mas é
ro, moto ou avião) e para a volta temos 4 possibilida- preciso que descontemos as letras repetidas. Assim, deve-
des de escolha (ônibus, carro, moto ou avião); mos dividir pelo número de letras fatorial, ou seja, 3! e 2!.
z Multiplicar:
5! 5·4·3! = 5·4
4 · 4 = 16 maneiras. = = 10
3!·2! 3!·2·1 2

E se o problema dissesse que você não pode voltar Temos, então, 10 anagramas na palavra ARARA.
no mesmo transporte que viajou na ida. Qual seria a
resolução? O desenvolvimento é o mesmo, apenas vai
mudar na quantidade de possibilidades de escolhas
para voltar. Veja:
224
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Na permutação com repetição devemos descontar Observe a resolução do nosso exemplo usando a
os anagramas iguais, por isso dividimos pelo fatorial fórmula:
do número de letras repetidas.
5! 5!
A(5, 3) = = = 5·4·3·2·1 = 60
Permutação com Repetição (5 - 3) ! 2! 2·1

Vamos imaginar que temos uma mesa circular com Uma outra informação muito importante é que
5 lugares e queremos ordenar 5 pessoas de maneiras nos problemas envolvendo arranjo simples a ordem
distintas. Observe as duas disposições das pessoas A, dos elementos importa, ou seja, a ordem é diferente
B, C, D, e E ao redor da mesa: de uma possibilidade para outra. Vamos supor que as
5 pessoas sejam: Ana, Bianca, Clara, Daniele e Esme-
ralda. Agora observe uma maneira de posicionar as
A E
pessoas na praça:

B A
E D CADEIRA 1ª 2ª 3ª
MESA MESA OCUPANTE Ana Bianca Clara

Perceba que Daniele e Esmeralda ficaram em pé


D C C B nessa disposição.

Diante do conceito de permutação, essas duas CADEIRA 1ª 2ª 3ª


disposições são iguais, ou seja, a pessoa A tem à sua OCUPANTE Clara Bianca Ana
direita E, e à sua esquerda B, e assim sucessivamente).
Não podemos contar duas vezes a mesma disposição. A Daniele e a Esmeralda continuam de fora e a
Repare ainda que, antes da primeira pessoa se sentar à Bianca permaneceu no mesmo lugar. O que mudou
mesa, todas as 5 posições disponíveis são equivalentes. foi a posição da Ana em relação a Clara. Assim, uma
Isto porque não existe uma referência espacial (ponto simples mudança na posição da ordem gera uma nova
fixo determinado). Nestes casos, devemos utilizar a fór- possibilidade de posicionamento.
mula da permutação circular de n pessoas, que é:
Combinação
Pc (n) = (n-1)!
Para entendermos esse tema, vamos imaginar
Em nosso exemplo, o número de possibilidades de que queremos fazer uma salada de frutas e precisa-
posicionar 5 pessoas ao redor de uma mesa será: mos usar 3 frutas das 4 que temos disponíveis: maçã,
banana, mamão e morango. Cortando as frutas maçã,
Pc(5) = (5-1)! = 4! = 4 · 3 · 2 · 1 = 24 banana e morango e depois colocando em um prato.
Agora cortando as frutas banana, morango e maçã
Arranjo Simples para colocar em um outro prato.
Você percebeu que a ordem aqui não importou?
Imagine agora que quiséssemos posicionar 5 pes- É exatamente isso, a ordem não importa e estamos
soas nas cadeiras de uma praça, mas tínhamos apenas diante de um problema de Combinação. Será preciso
3 cadeiras à disposição. De quantas formas podería- calcular quantas combinações de 4 frutas, 3 a 3, é pos-
mos fazer isso? sível formar.
Para a primeira cadeira temos 5 pessoas disponí- Para resolvermos é necessário usar a fórmula:
veis, isto é, 5 possibilidades. Já para a segunda cadei-

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


ra, restam-nos 4 possibilidades, dado que uma já foi n!
C(n, p) = (n - p) !p!
utilizada na primeira cadeira. Por último, na terceira
cadeira, poderemos colocar qualquer das 3 pessoas
restantes. Observe que sempre sobrarão duas pessoas Substituindo na fórmula com os valores do exem-
em pé, pois temos apenas 3 cadeiras. A quantidade de plo, temos:
formas de posicionar essas pessoas sentadas é dada
pela multiplicação a seguir: 4!
Formas de organizar 5 pessoas em 3 cadeiras = C(4, 3) =
(4 - 3) !3!
5 · 4 · 3 = 60 4·3·2·1
C(4, 3) =
1·3·2·1
O exemplo acima é um caso típico de arranjo sim-
C(4, 3) = 4
ples. Sua fórmula é dada a seguir:

n! Dica
A(n, p) =
(n - p) !
No arranjo a ordem importa.
Na combinação a ordem não importa.
Lembre-se de que pretendemos posicionar “n” ele-
mentos em “p” posições (p sendo menor que n), e onde
a ordem dos elementos diferencia uma possibilidade
da outra. 225
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Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- Se 25 passageiros tiveram em A ou B e nenhum deles
ria com exercícios comentados de diversas bancas. em C, então, C teve 5 passageiros (é o que falta para
Vamos lá! o total de 30). Vamos escolher 2 passageiros, de
modo que pelo menos um seja de C, teremos:
1. (VUNESP – 2016) Um Grupamento de Operações Podemos achar o total para escolha dos 2 passagei-
Especiais trabalha na elucidação de um crime. Para ros que seria: C30,2 = 30 · 29/2 = 15 · 29 = 435
investigações de campo, 6 pistas diferentes devem Agora, tiramos a opção de nenhum deles ser de C,
ser distribuídas entre 2 equipes, de modo que cada que seria: C25,2 = 25 · 24/2 = 25 · 12 = 300
equipe receba 3 pistas. O número de formas diferen- Então, pelo menos um deles é de C, teremos:
tes de se fazer essa distribuição é 435 – 300 = 135. Resposta: Certo.

a) 6. 4. (IBFC – 2015) Paulo quer assistir um filme e tem dis-


b) 10. ponível 5 filmes de terror, 6 filmes de aventura e 3 fil-
c) 12. mes de romance. O total de possibilidades de Paulo
d) 18. assistir a um desses filmes é de:
e) 20.
a) 90.
Vamos descobrir o número de formas de escolher 3 b) 33.
pistas em 6, visto que ao escolher 3 pistas, restarão c) 45.
outras 3 pistas que vão compor o outro grupo de d) 14.
pistas. Dessa maneira, de quantas formas podemos
escolher 3 pistas em um grupo de 6? Aqui a ordem Paulo tem disponível 14 filmes no total, 5 de terror,
não é relevante, então, vamos usar a combinação: 6 de aventura e 3 de romance; e dentre esses 14 fil-
mes disponíveis tem que escolher um, portanto o
C(6, 3) = 6!
= 6 · 5 · 4 · 3! =
6·5·4
=
6·5·4
= total de possibilidades será dado pela combinação
(6 - 3) !3! 3!3! 3! 3·2·1
de 14 elementos, tomados um a um.
5 · 4 = 20. Resposta: Letra E. C(14,1) = 14 possibilidades. Resposta: Letra D.

2. (IDECAN – 2016) Felipe é uma criança muito bagun- 5. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Em um processo de coleta
ceira e sempre espalha seus brinquedos pela casa. de fragmentos papilares para posterior identificação de
Quando vai brincar na casa da sua avó, ele só pode criminosos, uma equipe de 15 papiloscopistas deverá
levar 3 brinquedos. Felipe sempre escolhe 1 carrinho, se revezar nos horários de 8 h às 9 h e de 9 h às 10 h.
1 boneco e 1 avião. Sabendo que Felipe tem 7 carri-
nhos, 5 bonecos e 4 aviões diferentes, quantas vezes Com relação a essa situação hipotética, julgue o item
Felipe pode visitar a sua avó sem levar o mesmo con- a seguir.
junto de brinquedos já levados antes?
Se dois papiloscopistas forem escolhidos, um para
a) 100 vezes. atender no primeiro horário e outro no segundo horá-
b) 115 vezes. rio, então a quantidade, distinta, de duplas que podem
c) 130 vezes. ser formadas para fazer esses atendimentos é supe-
d) 140 vezes. rior a 300.

Perceba que Felipe tem 7 carrinhos para escolher 1, ( ) CERTO ( ) ERRADO


5 bonecos para escolher 1 e 4 aviões para escolher
1, queremos formar grupos de 3 brinquedos, sendo Quantos servidores há para escolher que ficará no
um de cada tipo. O total de possibilidades será dado 1º horário? 15.
por: 7 · 5 · 4 = 140 possibilidades (conjuntos de brin- Agora, já para escolher o que ficará no 2º horário,
quedos diferentes). Resposta: Letra D. temos apenas 14, pois um já foi escolhido para ficar
no 1º horário. Multiplicando as possibilidades = 15 ·
3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Em um aeroporto, 30 14 = 210. Resposta: Errado.
passageiros que desembarcaram de determinado
voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais PROBABILIDADE
ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
para ser examinados. Constatou-se que exatamente Conceito
25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e 6 A teoria da probabilidade é o ramo da matemáti-
desses 25 passageiros estiveram em A e em B. ca que cria modelos que são utilizados para estudar
experimentos aleatórios, ou seja, estimar uma previ-
Com referência a essa situação hipotética, julgue o são do resultado de determinado experimento.
item que segue.
Espaço Amostral e Evento
A quantidade de maneiras distintas de se escolher 2
dos 30 passageiros selecionados de modo que pelo Chamamos de espaço amostral o conjunto de todos
menos um deles tenha estado em C é superior a 100. os resultados possíveis do experimento.
Imagine que você possui um dado e vai lançá-lo uma
( ) CERTO ( ) ERRADO vez. Os resultados possíveis são: 1, 2, 3, 4, 5 ou 6, isso é o
que chamamos de espaço amostral, ou seja, o conjunto
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dos resultados possíveis de um determinado experimen- P(2 lançamentos) =0,50 0,50 = 0,25 = 25%
to aleatório (não se pode prever o resultado que será
obtido, apenas podemos tentar achar algum padrão). Assim, a chance de obter dois resultados ímpares
Agora, pense que você só tem interesse nos núme- em dois lançamentos de dado consecutivos é de 25%.
ros ímpares, isto é, 1, 3 e 5. Esse subconjunto do espa- Generalizando, podemos dizer que a probabilidade de
ço amostral é o que chamamos de evento — composto dois eventos independentes A e B acontecerem é dada
apenas pelos resultados que são favoráveis. Conhe- pela multiplicação da probabilidade de cada um deles:
cendo esses dois conceitos, podemos chegar na fórmu-
la para calcular a probabilidade de um evento de um P (A e B) = P(A) · P(B)
determinado experimento aleatório, é o que podemos
chamar de probabilidade de um evento qualquer. Sendo mais formal, também é possível escrever
P(A ∩ B) = P(A) · P(B), onde ∩ simboliza a intersecção
Dica entre os eventos A e B.

Espaço amostral é igual a todas as possibilida- PROBABILIDADE DA UNIÃO DE DOIS EVENTOS


des possíveis e o evento é um subconjunto do
espaço amostral. Dados dois eventos A e B, chamamos de A ∪ B
quando queremos a probabilidade de ocorrer o even-
PROBABILIDADE DE UM EVENTO QUALQUER to A ou o evento B. Podemos usar a fórmula:

n (evento)
P (A ∪ B) = P (A) + P (B) – P (A∩B)
Probabilidade do Evento =
n (espaço amostral) A fórmula pode ser traduzida como a probabilida-
de da união de dois eventos é igual a soma das pro-
babilidades de ocorrência de cada um dos eventos,
Na fórmula acima, n(Evento) é o número de ele- subtraída da probabilidade da ocorrência dos dois
mentos do subconjunto Evento, isto é, o número eventos simultaneamente.
de resultados favoráveis; e n(Espaço Amostral) é o Neste caso, quando temos A ∩ B = ϴ, ou seja, even-
número total de resultados possíveis no experimento tos mutuamente exclusivos, tem-se que P (A ∪ B) = P
aleatório. (A) + P (B).
Por isso, costumamos dizer também que: Imagine que você tem uma urna contendo 20 bolas
numeradas de 1 a 20. Quando uma bola é retirada ao
número de resultados favoráveis acaso, qual é a probabilidade de o número ser múlti-
Probabilidade do Evento = números total de resultados plo de 3 ou de 5?
Ora, veja que temos a palavra “ou” na pergunta e
isso nos remete à ideia de “união” dos eventos. Sen-
Agora, voltando ao exemplo que apenas os núme- do assim, podemos extrair os dados para aplicar na
ros ímpares que nos interessam, temos: fórmula:

z n(Evento) = 3 possibilidades; z P(A) = probabilidade de o número ser múltiplo de 3


z n(Espaço Amostral) = 6 possibilidades.
Múltiplos de 3 (3, 6, 9, 12, 15, 18) = 6 possibilidades
Logo,
6
P(A) =
Probabilidade do Evento = 3 = 1 = 0,50 = 50% 20
6 2

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


z P(B) = probabilidade de o número ser múltiplo de 5
Se A é um evento qualquer, então 0 ≤ P(A) ≤ 1.
Se A é um evento qualquer, então 0% ≤ P(A) ≤ 100%. Múltiplos de 3 (5, 10, 15, 20) = 4 possibilidades

Eventos Independentes 4
P(B) =
20
Qual seria a probabilidade de, em dois lançamen-
tos consecutivos do dado, obtermos um resultado z P(A ∩ B) = probabilidade do número ser múltiplo
ímpar em cada um deles? Veja que temos dois expe- de 3 e 5
rimentos independentes ocorrendo: o primeiro lança-
mento e o segundo lançamento do dado. O resultado Somente o número 15 é múltiplo de 3 e 5 ao mesmo
do primeiro lançamento em nada influencia o resul- tempo.
tado do segundo.
Quando temos experimentos independentes, a 1
probabilidade de ter um resultado favorável em um e P(A ∩ B) =
20
um resultado favorável no outro é feita pela multipli-
cação das probabilidades de cada experimento: Aplicando na fórmula, temos:

P(2 lançamentos) = P(lançamento 1) · P(lançamento 2) P (A ∪ B) = P (A) + P (B) - P (A ∩ B)


6 4 1 6+4-1 9
Em nosso exemplo, teríamos: P (A ∪ B) = 20 + 20 - 20 = =
20 20 227
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PROBABILIDADE DA INTERSEÇÃO DE DOIS dia são de 20%, caso a chuva ocorra, e de 85%, se não
EVENTOS houver chuva. Nessas condições, a probabilidade de
que a operação ocorra no dia programado é de
Sejam A e B dois eventos de um espaço amostral. A
probabilidade de A ∩ B é dada por: a) 59%.
b) 46%.
P (A ∩ B) = P (B\A) · P (A) = P (B) · P (A\B) c) 41%.
d) 34%.
Vale lembrar que P (B\A) é a probabilidade de e) 28%.
ocorrer o evento B, sabendo que já ocorreu o evento A
(probabilidade condicional). Se a probabilidade de chover é de 60%, então, a
Se a ocorrência do evento A não interferir na pro- probabilidade de não chover é de 40%. Para que a
babilidade de ocorrer o evento B, ou seja, forem inde- operação ocorra no dia programado, temos duas
pendentes, a fórmula para o cálculo da probabilidade situações:
da intersecção será dada por: chove (60%) e ocorre a operação (20%) = 60% · 20%
= 12%
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) não chove (40%) e ocorre a operação (85%) = 40%
x 85% = 34%
Imagine que você vai lançar dois dados sucessi- Somando as probabilidades desses dois cenários,
vamente. Qual a probabilidade de sair um número temos: 12% + 34% = 46%. Resposta: Letra B.
ímpar e o número 5?
O “e” que aparece na pergunta é que determina a 3. (CEBRASPE-CESPE – 2019) A sorte de ganhar ou per-
utilização da fórmula da interseção, pois queremos “a der, num jogo de azar, não depende da habilidade do
probabilidade de sair um número ímpar e o número jogador, mas exclusivamente das probabilidades dos
5”. Perceba que a ocorrência de um dos eventos não resultados. Um dos jogos mais populares no Brasil é
interfere na ocorrência do outro. Temos, então, dois a Mega Sena, que funciona da seguinte forma: de 60
eventos independentes. bolas, numeradas de 1 a 60, dentro de um globo, são
Evento A: sair um número ímpar = {1, 3, 5}; sorteadas seis bolas. À medida que uma bola é retira-
Evento B: sair o número 5 = {5};
da, ela não volta para dentro do globo. O jogador pode
Espaço Amostral: S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
apostar de 6 a 15 números distintos por volante e rece-
Logo,
berá o prêmio se acertar os seis números sorteados.
Também são premiados os acertadores de 5 números
3 1
P(A) = = ou de 4 números.
6 2
A partir dessas informações, julgue o item que se segue.
1 A probabilidade de a primeira bola sorteada ser um
P(B) =
6 número múltiplo de 8 é de 10%.
1 1 1
P (A ∩ B) = P (A) · P (B) = · = ( ) CERTO ( ) ERRADO
2 6 12

Múltiplos de 8: {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72...}
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo-
ria com exercícios comentados de diversas bancas. Números da Mega Sena: 1 a 60.
Vamos lá! Os múltiplos de 8 na Mega Sena são: 8, 16, 24, 32, 40,
48, 56, ou seja, 7 números.
1. (CEBRASPE-CESPE – 2018) Em um grupo de 10 Logo 7/60 = 11%. Resposta: Errado.
pessoas, 4 são adultos e 6 são crianças. Ao se sele-
cionarem, aleatoriamente, 3 pessoas desse grupo, a 4. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Em um jogo de azar, dois
probabilidade de que no máximo duas dessas pes- jogadores lançam uma moeda honesta, alternada-
soas sejam crianças é igual a mente, até que um deles obtenha o resultado cara. O
jogador que detiver esse resultado será o vencedor.
a) 1/6. A probabilidade de o segundo jogador vencer o jogo
b) 2/6. logo em seu primeiro arremesso é igual a
c) 3/6.
d) 4/6. a) 2/3.
e) 5/6. b) 1/2.
c) 1/4.
Basta calcular a probabilidade de vir 3 crianças (o d) 1/8.
que a gente não quer). Depois subtrair de 1, para e) 3/4.
obter os casos favoráveis.
Probabilidade de sortear 3 crianças: 6/10 · 5/9 · 4/8 = 1/6 Precisamos calcular a probabilidade do primeiro joga-
1 – 1/6 = 5/6. Resposta: Letra E. dor tirar coroa e o segundo jogador obter cara. Pro-
babilidade de o primeiro tirar coroa: 1/2 e o segundo
2. (VUNESP – 2017) Um centro de meteorologia infor- tirar cara: 1/2. Logo, 1/2 · 1/2 = 1/4. Resposta: Letra C.
mou ao CIPM que é de 60% a probabilidade de chuva
no dia programado para ocorrer a operação. Mediante 5. (CEBRASPE-CESPE – 2017) Cinco mulheres e quatro
essa informação, o oficial no comando afirmou que as homens trabalham em um escritório. De forma aleató-
228 probabilidades de que a operação seja realizada nesse ria, uma dessas pessoas será escolhida para trabalhar
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no plantão de atendimento ao público no sábado. Em seguida, outra pessoa será escolhida, também aleatoriamente,
para o plantão no domingo.
Considerando que as duas pessoas para os plantões serão selecionadas sucessivamente, de forma aleatória e sem
reposição, julgue o próximo item.
A probabilidade de os dois plantonistas serem homens é igual ou superior a 4/9.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Sábado: Há 4 homens possíveis, em 9 pessoas no total = 4/9


Domingo: Há 3 homens possíveis, de 8 pessoas no total (uma já foi escolhida no sábado) = 3/8
Como queremos que seja escolhido um homem no sábado e um homem no domingo, multiplicamos as probabili-
dades: 4/9 · 3/8 = 12/72 = 4/24. A questão é errada, pois 4/24 não é igual ou maior que 4/9. Resposta: Errado.

TEOREMA DE BAYES E PROBABILIDADE CONDICIONAL


TEOREMA DE BAYES

Usamos o Teorema de Bayes quando conhecemos as probabilidades condicionais da forma P(B|A) e queremos
calcular a probabilidade condicional da forma P(A|B), ou seja, conhecemos as probabilidades com o evento B, a
posteriori, e desejamos conhecer as probabilidades para esse evento a priori. De maneira geral, com n eventos A,
e conhecendo P(B|Ai), a probabilidade de algum evento Am, condicionada ao evento B, P(Am|B), é:

P (B|Am) ‧ P (Am)
P (Am|B) =
P (B|A1) ‧ P (A1) + P (B|A2) ‧ P (A2) + ⋯ + P (B|An) ‧ P (An)

Vejamos um exemplo para facilitar o entendimento:


Uma cidade sede do interior possui três varas trabalhistas. A 1ª Vara comporta 50% das ações trabalhistas, a 2ª
Vara comporta 30% e a 3ª Vara as 20% restantes. As porcentagens de ações trabalhistas oriundas da atividade agro-
pecuária são 3%, 4% e 5% para a 1ª, 2ª e 3ª Varas, respectivamente. Escolhe-se uma ação trabalhista aleatoriamente
e constata-se ser originária da atividade agropecuária. Qual é a probabilidade dessa ação ser da 1ª Vara trabalhista?
Para resolvermos a questão, é imperativo notar que as proporções das ações de atividade agropecuária para
cada uma das varas são a probabilidade a posteriori e que a questão quer saber a probabilidade de uma ação ser
da 1ª Vara, ou seja, um evento a priori.
Utilizando o Teorema de Bayes, P(V1|A) é dado por:

P(A|V1) ‧ P(V1)
P(V1|A) =
P(A|V1) ‧ P(V1) + P(A|V2) ‧ P(V2) + P(A|V3) ‧ P(V3)

Temos os seguintes dados extraídos da questão:

z a 1ª Vara comporta 50% das ações: P(V1) = 0,5;


z a 2ª Vara comporta 30% das ações: P(V2) = 0,3;

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


z a 3ª Vara comporta 20% das ações: P(V3) = 0,2;
z as percentagens: V1 = 3%, V2 = 4% e V3 = 5%

Logo,

P(A|V1) = 0,03, P(A|V2) = 0,04 e P(A|V3) = 0,05.

Substituindo esses valores na fórmula do Teorema de Bayes, temos:

0,03 ‧ 0,5 0,015 0,015


P(V1|A) = = = ≅ 0,4054
0,03 ‧ 0,5 + 0,04 ‧ 0,3 + 0,05 ‧ 0,2 0,015 + 0,012 + 0,01 0,037

Podemos concluir, portanto, que a resposta é 0,4054.

z O Teorema de Bayes está interligado à probabilidade condicional de dois eventos, ou seja, representa uma
relação entre a probabilidade condicional e sua inversa;
z Sua ideia principal é inverter as probabilidades condicionais;
z É necessário ter alguma informação anterior, ou seja, saber sobre um determinado evento que já ocorreu e
sua probabilidade.

Resolva os exercícios a seguir para verificar seus conhecimentos: 229


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1. (NOVA CONCURSOS – 2022) A fórmula matemática 3 1
abaixo é usada para calcular a probabilidade de um P(A) = = 0,5 = 50%
6 2
evento dado que outro evento já ocorreu, levando em
3 1
consideração que A1, A2, A3, ... são eventos aleatórios P(B) = = 0,5 = 50%
mutuamente exclusivos. Portanto, a probabilidade de 6 2
ocorrência do evento Aj condicionada à ocorrência do
evento B é expressa da seguinte forma: E se caso tivéssemos o seguinte questionamento:
no lançamento de um dado, qual é a probabilidade
de obter um resultado ímpar, dado que foi obtido um
P (Aj) · P (B | Aj) ,,
P ( Aj | B) = resultado inferior a 4? Em outras palavras, essa per-
∑ P (A ) · P (B | A )
i i
gunta é: qual a probabilidade do evento A, dado que o
i evento B ocorreu? Matematicamente, podemos escre-
ver P(A/B) — leia-se “probabilidade de A, dado B”.
Esse é o enunciado do seguinte teorema: Aqui, já sabemos de antemão que B ocorreu. Portanto,
o resultado do lançamento do dado foi 1, 2 ou 3 (três resul-
tados possíveis). Destes resultados, apenas dois deles (o
a) Teorema de Bertrand-Tchebychev.
resultado 1 e 3) atendem o evento A. Portanto, a probabi-
b) Teorema Central do Limite.
lidade de A ocorrer, dado que B ocorreu, é simplesmente:
c) Teorema da Probabilidade Total.
d) Teorema da Multiplicação ou da Probabilidade Composta.
2
e) Teorema de Bayes. P (A\B) = = 66,6%
3
O Teorema de Bayes é uma fórmula matemática
Uma outra forma de calculá-la é por meio da
utilizada no cálculo da probabilidade de um even-
seguinte divisão:
to dado que outro evento já ocorreu. É preciso ter
alguma informação anterior, ou seja, saber que um
P (A k B)
determinado evento já ocorreu e qual a probabilida- P (A\B) =
P (B)
de desse evento. Resposta: Letra E.

2. (NOVA CONCURSOS – 2022) Em uma repartição do A fórmula diz que a probabilidade de A ocorrer,
TJSP, existem duas impressoras que fazem a função dado que B ocorreu, é a divisão entre a probabilidade
exclusivamente de cópias, sendo que a impressora A de A e B ocorrerem simultaneamente e a probabilida-
produz 65% do total de cópias mensais. Sabe-se, tam- de de B ocorrer. Para que A e B ocorram simultanea-
mente (resultado ímpar e inferior a 4), temos como
bém, que a impressora A desperdiça 10% das cópias
possibilidades o resultado igual a 1 e 3. Isto é, apenas
enquanto a impressora B desperdiça 12%. Selecionan-
2 dos 6 resultados atendem-nos.
do de maneira aleatória uma de suas cópias desperdiça-
Logo,
das, utilizando a regra de Bayes, apure a probabilidade
dessa cópia ter sido desperdiçada pela impressora B. 2 1
P (A∩B) = 6 = 3
a) 35,1%
b) 25,0%
Para que B ocorra (resultado inferior a 4), já vimos
c) 34,95%
que 3 resultados atendem.
d) 39,25%
Portanto,
e) 21,45%
3 1
Pelo teorema de Bayes, temos: P (A∩B) = =
6 2
P(A e B) = é a interseção entre o total de cópias defei-
tuosas e as cópias feitas pela impressora Beta = 0,35
· 0,12 = 0,042 Usando a fórmula acima, temos:
P(B) = é o total de cópias defeituosas no universo
1
em questão = 0,35 · 0,12 + 0,65 · 0,1 = 0,042 + 0,065
P (A + B) 3 = 1 2 = 2 = 66,6%
= 0,107 P (A\B) = = ·
P (B) 1 3 1 3
Logo, P(A|B) = P(A ^ B) ÷ P(B)
2
P(A|B) = 0,042 ÷ 0,107 = 0,3925 = 39,25%.
Resposta: Letra D.

PROBABILIDADE CONDICIONAL
POPULAÇÃO E AMOSTRA
Neste tópico, vamos falar sobre um tema bem
recorrente em questões de concursos. Imagine que A estatística divide-se em dois ramos: a descriti-
vamos lançar um dado, e estamos analisando 2 even- va e a inferencial. O primeiro ramo tem por objetivo
tos distintos: coletar dados por meio das técnicas de amostragem e
A: sair um resultado ímpar. estudar ou fazer suas representações através de grá-
B: sair um número inferior a 4. ficos ou tabelas. Podemos usar, ainda, na estatística
Para o evento A ser atendido, os resultados favo- descritiva, o cálculo através das médias, medianas,
ráveis são 1, 3 e 5. Para o evento B ser atendido, os modas, desvio padrão, entre outros para resumir os
resultados favoráveis são 1, 2 e 3. Vamos calcular rapi- dados coletados.
230 damente a probabilidade de cada um desses eventos:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Y Y Y
Agora, quando falamos da estatística inferencial, o
objetivo principal é deduzir/inferir, a partir das infor-
mações de um conjunto de dados (amostra), algumas
informações que provierem de um conjunto de dados
mais amplo (população). X X X
Correlação negativa Correlação negativa Correlação negativa
entre X e Y forte entre X e Y entre perfeita X e Y
z População: é o conjunto de todas as entidades sob
estudo. Por exemplo, podemos realizar um estu-
do estatístico sobre a população da cidade do Rio Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/
bitstream/1/2460/2/PG_PPGECT_M_Lima%2C%20Sabrina%20
de Janeiro, ou então sobre a população de alunos Anne% 20de_2015_1.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020
matriculados na Nova Concursos;
z Amostra: é um subconjunto da população. Ao invés
z R = 0: Correlação nula — as variáveis não são cor-
de analisarmos, por exemplo, toda a população da
relacionadas.
Cidades de São Paulo para sabermos o percentual
de homens que jogam bola, podemos analisar uma Y
parcela (subconjunto) de tamanho suficiente para
que o resultado do estudo seja muito parecido com
o que seria analisando a população toda.
X
Nesse sentido, tomando por exemplo uma pesquisa Não há correlação
que deseja ser realizada, se quisermos saber qual a altura entre X e Y
média dos alunos de uma escola, a população seria todos
os alunos da escola e a amostra seria um grupo de alunos Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/
selecionados aleatoriamente para serem medidos. bitstream/1/2460/2/PG_PPGECT_M_Lima%2C%20Sabrina%20
Anne% 20de_2015_1.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020

O coeficiente de correlação linear é dado pela ra-


zão entre a covariância de X e Y e o produto dos des-
CORRELAÇÃO LINEAR SIMPLES vios-padrão de cada variável.

CORRELAÇÃO DE DUAS VARIÁVEIS Cov (X, Y)


R=
vX·vY
Considerando duas variáveis quaisquer, essas
variáveis podem ter um grau de correlação entre elas,
que chamamos de coeficiente de correlação linear,
que pode ser representado por ρ(rho) ou R.
O coeficiente de correlação pode variar entre –1 e 1.
HORA DE PRATICAR!
E ele pode ser representado por um gráfico de disper-
1. (CESGRANRIO — 2021) Os alunos de certa escola for-
são, onde um eixo é a variável X e o outro a variável Y.
maram um grupo de ajuda humanitária e resolveram
0 < R ≤ 1: Correlação positiva — enquanto uma
arrecadar fundos para comprar alimentos não perecí-
variável aumenta a outra também aumenta. Ex.: vamos
veis. Decidiram, então, fazer uma rifa e venderam 200
considerar as variáveis altura e peso. Normalmente,
tíquetes, numerados de 1 a 200. Uma funcionária da
quanto maior a altura, maior o peso. Podemos dizer que,
escola resolveu ajudar e comprou 5 tíquetes. Seus
quanto mais próximo de 1, mais forte será a correlação
números eram 75, 76, 77, 78 e 79. No dia do sorteio da
positiva, e, quanto mais próximo de zero, menos relacio-
rifa, antes de revelarem o ganhador do prêmio, anun-
nada estarão as variáveis. Chamamos a correlação igual
ciaram que o número do tíquete sorteado era par.
a 1, de perfeita, cujos dados resultam em uma reta.

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


Y Y Y Considerando essa informação, a funcionária con-
cluiu acertadamente que a probabilidade de ela ser a
ganhadora do prêmio era de:

X X X
a) 1,0%
Correlação positiva Correlação positiva Correlação positiva b) 2,0%
entre X e Y forte entre X e Y entre perfeita X e Y c) 3,0%
d) 4,0%
Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/ e) 5,0%
bitstream/1/2460/2/PG_PPGECT_M_Lima%2C%20Sabrina%20
Anne% 20de_2015_1.pdf. Acesso em: 29 nov. 2020 2. (CESGRANRIO — 2018) Para montar uma fração, deve-
-se escolher, aleatoriamente, o numerador no conjun-
-1 ≤ R < 0: Correlação negativa — enquanto uma to N = {1,3,7,10} e o denominador no conjunto D =
variável aumenta, a outra diminui. Ex.: considerando {2,5,6,35}.
a variável temperatura e a variável venda de chocola-
te quente. Quanto maior a temperatura do ambiente, Qual a probabilidade de que essa fração represente
menor será a venda de chocolate quente. Podemos dizer um número menor do que 1(um)?
que, quanto mais próximo de –1, mais forte será a corre-
lação negativa, e, quanto mais próximo de zero, menos a) 50%
relacionada estarão as variáveis. Assim como na positiva, b) 56,25%
temos uma correlação negativa perfeita quando R = –1. 231
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c) 25%
d) 75%
e) 87,5%

3. (CESGRANRIO — 2018) A Figura a seguir mostra um jogo eletrônico no qual, a cada jogada, a seta, após ser girada,
para, aleatoriamente e com igual probabilidade, em qualquer uma das oito casas com as letras da palavra LIQUIGÁS.

Um jogador só é vencedor se, em duas jogadas consecutivas, a seta apontar para letras iguais.

A probabilidade de um jogador ser vencedor, fazendo apenas duas jogadas, é igual a

a) 4/64
b) 8/64
c) 10/64
d) 14/64
e) 16/64

4. (CESGRANRIO — 2018) Define-se como chance a razão entre a probabilidade de sucesso, p, e a probabilidade de
fracasso de um evento, 1 – p. Um experimento duplamente cego foi conduzido para avaliar a eficácia de um novo
medicamento na prevenção do sintoma de uma doença. Uma amostra de 280 voluntários foi alocada ao acaso a cada
um dos Tratamentos: placebo e medicamento. Ao final de um mês, as condições dos voluntários foram observadas e
resumidas no quadro abaixo:

NÃO PREVINIU PREVINIUY TOTAL

Plabeco 35 105 140

Medicamento 14 126 140

Total 49 231 280

Com base no quadro acima, pode-se concluir que uma pessoa que tenha:

a) sido submetida ao medicamento tem chances de não prevenir os sintomas da doença de 10%.
b) sido submetida ao medicamento tem probabilidade de não prevenir os sintomas da doença de 1/3.
c) recebido doses de Placebo tem chance de prevenir os sintomas da doença de 75%.
d) recebido doses de Placebo tem probabilidade 250% maior de não prevenir os sintomas da doença do que a que tenha
recebido doses do Medicamento.
e) recebido doses do Medicamento tem três vezes mais chance de prevenir os sintomas da doença do que a que tenha
recebido doses de Placebo.

5. (CESGRANRIO — 2018) Em uma fábrica existem três máquinas (M1, M2 e M3) que produzem chips. As máquinas
são responsáveis pela produção de 20%, 30% e 50% dos chips, respectivamente. Os percentuais de chips defeituosos
produzidos pelas máquinas M1, M2 e M3 são 5%, 4% e 2%, respectivamente.

Ao se retirar aleatoriamente um chip, constata-se que ele é defeituoso; então, a probabilidade de ele ter sido produzido
pela máquina M1 é de, aproximadamente:

a) 0,025
b) 0,032
c) 0,31
d) 0,55
e) 0,78
232
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6. (CESGRANRIO — 2023) Após uma festa de casamento, a anfitriã percebeu que foram esquecidos quatro telefones
celulares. Na manhã seguinte, enviou uma mensagem para o grupo de convidados pelo WhatsApp sobre o esqueci-
mento, e apenas quatro pessoas não responderam, fazendo com que ela presumisse, corretamente, que estas quatro
pessoas seriam os proprietários dos telefones. Para devolvê-los, a anfitriã preparou quatro envelopes, cada um conten-
do um dos endereços desses quatro proprietários. Ato contínuo, colocou aleatoriamente cada celular em um envelope
e os despachou para uma entrega expressa.

A probabilidade de que apenas um desses quatro convidados tenha recebido o seu próprio celular é de:

a) 3/4
b) 2/3
c) 1/2
d) 3/8
e) 1/3

7. (CESGRANRIO — 2021) A relação do cliente com o sistema bancário tradicional vem passando por transformações
nos últimos cincos anos com o crescimento dos bancos digitais. Analisar o perfil dos clientes dos bancos digitais, con-
siderando idade, classe social, renda e motivação, é uma tarefa importante para os bancos tradicionais com o objetivo
de preservar a posição de principal Banco na relação com o Cliente.

Para tal fim, uma agência bancária analisou os seguintes dados de uma pesquisa amostral sobre bancos digitais:

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA

Escolhendo-se ao acaso um dos entrevistados dessa pesquisa, qual é, aproximadamente, a probabilidade de esse
cliente ter um relacionamento com banco digital e de ter apresentado como motivo para iniciar esse relacionamento a
facilidade de poder resolver tudo pela internet?

a) 5,7%
b) 6,2%
c) 6,4%
d) 7,2%
e) 7,8%

233
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8. (CESGRANRIO — 2018) Um banco lança um deter- 12. (CESGRANRIO — 2018) Dentre as atribuições de um cer-
minado fundo e avalia a rentabilidade segundo dois to gerente, encontra-se o oferecimento do produto A, de
cenários econômicos. forma presencial e individualizada, aos seus clientes. A
O primeiro cenário é o de aumento da taxa de juros probabilidade de o gerente efetuar a venda do produto
e, nesse caso, a rentabilidade do fundo é certamente A em cada reunião com um cliente é 0,40. Em 20% dos
positiva. dias de trabalho, esse gerente não se reúne com nenhum
No segundo cenário, de queda ou de manutenção da cliente; em 30% dos dias de trabalho, ele se reúne com
taxa de juros, a probabilidade de a rentabilidade do apenas 1 cliente; e em 50% dos dias de trabalho, ele se
fundo ser positiva é de 0,4. Considere ainda que a pro- reúne, separadamente, com exatos 2 clientes.
babilidade de a taxa de juros subir seja de 70%.
Em um determinado dia de trabalho, a probabilidade
A probabilidade de que a rentabilidade do fundo seja de esse gerente efetuar pelo menos uma venda pre-
positiva, é de: sencial do produto A é:

a) 70% a) 0,54
b) 74% b) 0,46
c) 78% c) 0,20
d) 82% d) 0,26
e) 100% e) 0,44

9. (CESGRANRIO — 2018) Uma empresa de transporte 13. (CESGRANRIO — 2018) Sabe-se por estudos estatís-
marítimo transporta cargas classificadas como “Quí- ticos que a eficiência de uma certa vacina para uma
mico”, “Combustíveis” e “Alimentos”, e cada um de dada doença é de 80%.
seus navios transporta apenas um tipo de carga. Essa
empresa informa que, dos 350 navios, 180 transpor- Vacinando-se três indivíduos, qual a probabilidade de
tam combustíveis, e 120 transportam alimentos. que apenas um deles não fique imunizado à doença?

Ao chegar ao porto, a probabilidade de um navio dessa a) 12,8%


empresa estar transportando carga “Químico” ou “Ali- b) 16%
mentos” é, aproximadamente, de: c) 32%
d) 36%
a) 0,14 e) 38,4%
b) 0,34
c) 0,49 14. (CESGRANRIO — 2023) Para melhorar a educação
d) 0,62 financeira de seus clientes quanto ao uso do crédito,
e) 0,75 um banco contratou uma empresa de análise de ris-
co, que classifica os clientes quanto à propensão de
10. (CESGRANRIO — 2018) Uma notícia disseminada nas usar o cheque especial, em dois tipos: A e B, sendo o
redes sociais tem 2% de probabilidade de ser falsa. tipo A propenso a usar o cheque especial, e o tipo B,
Quando a notícia é verdadeira, um indivíduo reconhece a não usar o cheque especial. Para uma determinada
corretamente que é verdadeira. Entretanto, se a notícia agência, um estudo da empresa mostrou que a proba-
é falsa, o indivíduo acredita que é verdadeira com pro- bilidade de um cliente tipo A usar o cheque especial,
babilidade p. em um intervalo de um ano, é de 80%. Já para o tipo
B, a probabilidade de usar é de 10%, no mesmo inter-
A probabilidade de esse indivíduo reconhecer correta- valo de tempo. Considere que, nessa agência, 30% dos
mente uma notícia disseminada nas redes sociais é: clientes são considerados do tipo A.

a) 0,02p Nesse contexto, se um cliente entrou no cheque


b) 1 - 0,02p especial, a probabilidade de que seja do tipo A, é de,
c) 0,98 + 0,02p aproximadamente,
d) 0,02 - 0,02p
e) 0,02 - 0,98p a) 65%
b) 70%
11. (CESGRANRIO — 2018) Considere 2 urnas: na primeira c) 77%
urna há 1 bola branca e 1 bola preta; na segunda urna, d) 82%
há 1 bola branca e 2 pretas. Uma bola é selecionada e) 85%
aleatoriamente da urna 1 e colocada na urna 2. Em
seguida, uma bola é selecionada, também aleatoria- 15. (CESGRANRIO — 2021) Um analista de investimentos
mente, da urna 2. acredita que o preço das ações de uma empresa seja
afetado pela condição de fluxo de crédito na econo-
Qual a probabilidade de que a bola selecionada na mia de um certo país. Ele estima que o fluxo de crédito
urna 2 seja branca? na economia desse país aumente, com probabilidade
de 20%. Ele estima também que o preço das ações da
a) 12,5% empresa suba, com probabilidade de 90%, dentro de
b) 25% um cenário de aumento de fluxo de crédito, e suba,
c) 37,5% com probabilidade de 40%, sob o cenário contrário.
d) 50%
234 e) 62,5%
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uma vez que o preço das ações da empresa subiu, Se esse aluno tirou 4 no teste, e os lados da moeda
qual é a probabilidade de que o fluxo de crédito da eram equiprováveis, qual a probabilidade de ele ter
economia tenha também aumentado? acertado as quatro primeiras questões?

a)
1 a) 1/210
2 b) 1/126
b)
1 c) 1/84
5 d) 1/70
2 e) 1/16
c)
9
9
d) 19. (CESGRANRIO — 2018) Uma amostra aleatória de
25 tamanho n deve ser particionada entre L estratos para
9
e) a estimativa da média populacional μ. O tamanho da
50
amostra para o estrato h, nh , e a respectiva variância do
16. (CESGRANRIO — 2018) Três caixas eletrônicos, X, estimador da média, quando o inverso do tamanho do
Y e Z, atendem a uma demanda de 50%, 30% e 20%, estrato for desprezível, podem ser obtidos por meio de:
respectivamente, das operações efetuadas em uma
determinada agência bancária. Dados históricos regis- I. Amostra Aleatória Simples para cada estrato, com VI =
traram defeitos em 5% das operações realizadas no s
2

caixa X, em 3% das realizadas no caixa Y e em 2% das VAR (Yh) = (1 – f) ·


n
realizadas no caixa Z.
II. repartição proporcional do tamanho fi nal da amostra
Nh 1– f
Com vistas à melhoria no atendimento aos clientes,
L 2
por nh = n · , VII = VAR (Yh) = · / Wh S
esses caixas eletrônicos passaram por uma revisão N n H =1 H

completa que: III. repartição segundo Neyman-Tschuprow do tamanho


Nh SH
I. reduziu em 25% a ocorrência de defeito; final da amostra por nh = n · com VIII =
L
II. igualou as proporções de defeitos nos caixas Y e Z; e / Nh SH
H =1
III. regulou a proporção de defeitos no caixa X que ficou
b/ l
2
reduzida à metade da nova proporção de defeitos do L
/
L
WhS
2

caixa Y. VAR (Yh) =


H =1

H =1 h
, onde f = n/N é
n N
Considerando-se que após a conclusão do procedi- a fração amostral, Wh = Nh / n é o tamanho relativo do
mento de revisão, sobreveio um defeito, a probabilida- estrato na população, e Sh é o desvio padrão do estrato
de de que ele tenha ocorrido no caixa Y é: H na população

a) 40%
b) 35% De acordo com os três critérios de partição da amos-
c) 20% tra, podemos inferir que:
d) 25%
e) 30% a) VI ≤ VII ≤ VIII
b) VI ≤ VIII ≤ VII
17. (CESGRANRIO — 2018) Os analistas de uma seguradora c) VII ≤ VIII ≤ VI
estimam corretamente que a probabilidade de um con- d) VIII ≤ VII ≤ VI
corrente entrar no mercado de seguro de fiança locatícia e) VIII ≤ VI ≤ VII
é de 30%. É certo que se, de fato, o concorrente entrar
no mercado, precisará aumentar seu quadro de funcio-

NOÇÕES DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA


20. (CESGRANRIO — 2018) Uma empresa encomenda
nários. Sabe-se que, caso o concorrente não pretenda uma pesquisa de mercado que utilize o método de
entrar no mercado desse segmento, existem 50% de pro- amostragem aleatória simples.
babilidade de que ele aumente o quadro de funcionários.
Esse é um caso de amostra probabilística em que
Se o concorrente aumentou o quadro de funcionários, cada entrevistado:
a probabilidade de que ele entre no mercado de seguro
de fiança locatícia é de: a) define o seu grau de satisfação com os serviços pres-
tados pela companhia.
a) 13/20 b) é conhecido dos entrevistadores e dos diretores da
b) 7/13 organização.
c) 3/10 c) está presente numa lista segmentada por renda, faixa
d) 7/20 etária e sexo.
e) 6/13 d) indica outro entrevistado e assim sucessivamente até
o preenchimento da amostra.
18. (CESGRANRIO — 2022) Em um teste de uma disciplina, e) tem a mesma chance, entre o universo da pesquisa, de
havia dez questões de múltipla escolha com duas alterna- ser abordado.
tivas para cada questão (falso ou verdadeiro). Cada uma
das questões valia um ponto. Um aluno que não sabia
nada do conteúdo cobrado no teste decidiu responder às
questões lançando uma moeda: se desse cara, marcava
verdadeiro; se desse coroa, marcava falso. 235
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9 GABARITO

1 B

2 B

3 C

4 E

5 C

6 E

7 A

8 D

9 C

10 B

11 C

12 E

13 E

14 C

15 D

16 A

17 E

18 A

19 D

20 E

ANOTAÇÕES

236
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Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
se um documento do Word.
CONHECIMENTOS DE O Microsoft Word pode gravar o documento no for-
mato ODT, do LibreOffice, assim como é capaz de editar
INFORMÁTICA documentos produzidos no outro pacote de aplicativos.
Durante a edição de um documento, o Microsoft
Word:

z faz a gravação automática dos dados editados


EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS enquanto o arquivo não tem um nome ou local de
E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES armazenamento definidos. Depois, se necessário, o
usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;
MICROSOFT OFFICE - WORD, EXCEL E z faz a gravação automática de auto recuperação
POWERPOINT - VERSÃO O365) dos arquivos em edição que tenham nome e local
definidos, permitindo recuperar as alterações que
MICROSOFT WORD não tenham sido salvas;
z as versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-
Estrutura Básica dos Documentos vamento automático”, associado à conta Microsoft,
para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-
Os documentos produzidos com o editor de textos ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: vamento será realizado.

z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft O formato de documento RTF (Rich Text Format) é
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos padrão do acessório do Windows chamado WordPad,
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha- e por ser portável, também poderá ser editado pelo
dos com outros usuários para edição colaborativa; Microsoft Word.
z Modelos (Template): com extensão DOTX, contêm Ao iniciar a edição de um documento, o modo
formatações que serão aplicadas aos novos docu- de exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
mentos criados a partir deles. O modelo é usado Impressão”. O documento será mostrado na tela da
para a padronização de documentos; mesma forma que será impresso no papel.
z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM O Modo de Leitura permite visualizar o documen-
(Document Template Macros — modelo de to sem outras distrações como a Faixa de Opções com
documento com macros): As macros são códigos os ícones. Neste modo, parecido com Tela Inteira, a
desenvolvidos em Visual Basic for Applications barra de título continua sendo exibida.
(VBA) para a automatização de tarefas; O modo de exibição “Layout da Web” é usado para
z Páginas: unidades de organização do texto, segun- visualizar o documento como ele seria exibido se esti-
do a orientação, o tamanho do papel e margens. As vesse publicado na Internet como página web.
principais definições estão na guia Layout, mas tam- Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de
bém encontrará algumas definições na guia Design; Títulos serão mostrados, auxiliando na organização
z Seção: divisão de formatação do documento, dos blocos de conteúdo.
onde cada parte tem a sua configuração. Sempre O modo “Rascunho”, que antes era modo “Normal”,
que forem usadas configurações diferentes, como
exibe o conteúdo de texto do documento sem os elemen-
margens, colunas, tamanho da página, orientação,
tos gráficos (imagens, cabeçalho, rodapé) existentes nele.
cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras,
Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que
as seções serão usadas;
faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal elemen-
z Parágrafo: formado por palavras e marcas de
to da interface do Microsoft Office.
formatação. Finalizado com Enter, contém for-
matação independente do parágrafo anterior e do Acesso Rápido Guia Atual CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Item com Listagem Guias ou Abas
parágrafo seguinte;
z Linha: sequência de palavras que pode ser um
parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
finalizado com Quebra de Linha, a configuração
atual permanece na próxima linha;
z Palavra: formada por letras, números, símbolos,
caracteres de formatação etc.

Os arquivos produzidos nas versões anteriores do


Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui- Caixa de Diálogo do Grupo Grupo Ícone com Opções
vos de formato DOC são abertos em Modo de Compa-
tibilidade, com alguns recursos suspensos. Para usar Figura 1. Faixa de opções do Microsoft Word
todos os recursos da versão atual, deverá “Salvar
como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX. Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata-
Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado. Na versão
ser editados pelas versões antigas do Office, desde que 2007 ela era fixa e não podia ser ocultada. Atualmen-
instale um pacote de compatibilidade, disponível para te ela pode ser recolhida ou exibida, de acordo com a
download no site da Microsoft. preferência do usuário. 237
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A Faixa de Opções contém guias, que organizam os
BOTÃO/GUIA DICA
ícones em grupos.
Tarefas iniciais: o início do
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE documento, acesso à área de trans-
Página Inicial ferência, formatação de fontes, pa-
rágrafos e formatação do conteúdo
Recortar da página

Tarefas secundárias: adicionar


Copiar um objeto que ainda não existe no
Área de Inserir
documento, tabela, ilustrações e
Transferên-
instantâneos
cia
Colar Configuração da página: formatação
Layout da Página global do documento e formatação
Página Pincel de da página
Inicial Formatação
Reúne formatação da página e plano
Design
Nome da fonte Calibri (Corp de fundo

Tamanho da Índices e acessórios: notas de roda-


fonte Referências pé, notas de fim, índices, sumários
etc.
Fonte
Aumentar fonte Mala direta: cartas, envelopes,
Correspondências etiquetas, e-mails e diretório de
Diminuir fonte contatos

Correção do documento: ele está


ficando pronto... Ortografia e gramá-
Folha de Rosto Revisão
tica, idioma, controle de alterações,
comentários, comparar, proteger etc.

Página em Visualização: podemos ver o resulta-


Páginas Exibir do de nosso trabalho. Será que ficou
Branco
bom?

Quebra de
Página Edição e Formatação de Textos

Inserir A edição e formatação de textos consiste em apli-


Tabelas Tabela
car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos
parágrafos e nas páginas.
Os estilos fornecem configurações padronizadas
Imagem
para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos,
sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi-
Ilustrações Imagens Online ção do documento. Os índices são gerenciados através
das opções da guia Referências.
No Microsoft Word estão disponíveis na guia Pági-
Formas na Inicial, e no LibreOffice Writer estão disponíveis
no menu Estilos.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário
poderá copiar a formatação de um local e aplicar em
outro local no mesmo documento, ou em outro arquivo
Importante! aberto. Para usar a ferramenta, selecione o “modelo de
Muitas bancas de concursos públicos não costu- formatação no texto”, clique no ícone da guia Página Ini-
mam utilizar imagens em suas provas. Elas prio- cial e clique no local onde deseja aplicar a formatação.
rizam o conhecimento do candidato acerca dos O conteúdo não será copiado, somente a formatação.
Se efetuar duplo clique no ícone, poderá aplicar a
conceitos dos softwares. Outras bancas organi-
formatação em vários locais até pressionar a tecla Esc
zadoras priorizam o conhecimento do candidato ou iniciar uma digitação.
acerca do uso dos recursos para a produção de
arquivos (parte prática dos programas). Seleção

Através do teclado e do mouse, como no sistema


As guias possuem uma organização lógica, sequen-
operacional, podemos selecionar palavras, linhas,
cial, das tarefas que serão realizadas no documento,
parágrafos e até o documento inteiro.
desde o início até a visualização do resultado final.

BOTÃO/GUIA DICA

Comandos para o documento atual:


Arquivo Salvar, salvar como, imprimir, salvar
e enviar
238
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MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO

- Ctrl+T Selecionar tudo Seleciona o documento

Botão principal - 1 clique na palavra Posiciona o cursor

Botão principal - 2 cliques na palavra Seleciona a palavra

Botão principal - 3 cliques na palavra Seleciona o parágrafo

Botão principal - 1 clique na margem Selecionar a linha

Botão principal - 2 cliques na margem Seleciona o parágrafo

Botão principal - 3 cliques na margem Seleciona o documento

- Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início da linha

- Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final da linha

- Ctrl+Shift+Home Selecionar até o início Seleciona até o início do documento

- Ctrl+Shift+End Selecionar até o final Seleciona até o final do documento

Botão principal Ctrl Seleção individual Palavra por palavra

Botão principal Shift Seleção bloco Seleção de um ponto até outro local

Botão principal
Ctrl+Alt Seleção bloco Seleção vertical
pressionado

Botão principal
Alt Seleção bloco Seleção vertical, iniciando no local do cursor
pressionado

Teclas de atalhos e seleção com mouse são importantes, tanto nos concursos como no dia a dia. Experimente
praticar no computador. No Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30) no início de um documento em branco,
ele criará um texto “aleatório” com 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora você pode praticar à vontade.

Edição e Formatação de Fontes

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
programas do computador.
Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word 2019), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana,
são os mais comuns. Atalho de teclado para formatar a fonte: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Atalhos de teclado: Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo
teclado com Ctrl+Shift+< para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte.
Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I)
e sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
palavras), subscrito (como na fórmula H2O — atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 — atalho Ctrl+Shift+mais)
A diferença entre estilos e efeitos é que os estilos podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico-subli- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
nhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sublinhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.
Concorrentes entre si significa que você escolhe o efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simultanea-
mente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCULAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito, Sombra é um efeito independen-
te, que pode ser combinado com outros. Já as opções de efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devem ser
individuais.
Finalizando... Temos o sublinhado. Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efeito dentro de si mesmo.
Temos então Sublinhado simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado, Somente palavras (sem considerar os
espaços entre as palavras) etc. São os estilos de sublinhados, que se comportam como efeitos.

Edição e Formatação de Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter.


Um parágrafo poderá ter diferentes formatações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números, ou algarismos romanos, ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;
239
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z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo;
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;
z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;
z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.

Recuo especial de primeira linha - apenas a primeira linha será


deslocada em relação à margem esquerda
Margem esquerda Margem direita

2 2 4 6 8 10 12 14 16

Recuo deslocamento - as linhas


Recuo esquerda - todas as serão deslocadas em relação à
linhas serão deslocadas em margem esquerda, exceto a pri- Recuo direito - todas as linhas
relação à margem esquerda meira linha serão deslocadas em relação à
margem direita
Figura 2. Recuos de parágrafos (nos símbolos da régua)

Nos editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns exemplos:

z Recuo: distância do texto em relação à margem;


z Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;
z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;
z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;
z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário: índice principal do documento;

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os caracte-
res não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo).

CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

Quebra de Parágrafo: muda de parágrafo e pode


Enter -
mudar a formatação

Quebra de Linha: muda de linha e mantém a for-


Shift+Enter -
matação atual

Quebra de página: muda de página, no local atual


do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Pági-
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
nas, ícone Quebra de Página, e na guia Layout,
grupo Configurar Página, ícone Quebras

Quebra de coluna: indica que o texto continua na


Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras

Separador de Estilo: usado para modificar o estilo


Ctrl+Alt+ Enter -
no documento

Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-


TAB -
ver no início de um texto, aumenta o recuo.

- - Fim de célula, linha ou tabela

ESPAÇO - Espaço em branco

Ctrl+Shift+ Espaço - Espaço em branco não separável

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc


- - Hifens opcionais

240
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CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD

Tecla(s) Ícone Ação Visualização

- - Âncoras de objetos

- - Selecionar toda a tabela

- - Campos atualizáveis pelo Word

Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, são formadas
por células, e estas poderão conter também fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma plani-
lha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma
única), Dividir Células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando
elementos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente estes
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.
Confira na tabela a seguir algumas das diferenças do Word para o Excel.

ATALHOS WORD EXCEL


Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos Somente o conteúdo da primeira célula será mantido
Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posicionais
Tabela, Fórmulas
=SUM(ABOVE) =SOMA(A1:A5)
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente Recalcula automaticamente e manualmente (F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter
Copia apenas a primeira formatação da
Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
origem
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para..
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o cursor na célula
Ctrl+Enter Quebra de página manual
atual
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual
Finaliza a entrada na célula e posiciona o cursor na célula
Shift+Enter Quebra de linha manual
acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

241
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Índices

Os índices podem ser construídos a partir dos estilos usados na formatação do texto, ou posteriormente atra-
vés da adição de itens manualmente. Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia Referências.

z Sumário: principal índice do documento;


z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada página, não formam um índice, mas ajudam na identificação de
citações e expressões;
z Notas de Fim: inseridas no final do documento, semelhante a Notas de Rodapé;
z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados;
z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
z Índice: para marcação manual das entradas do índice;
z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por
diante. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá “Adicionar Texto” no índice principal (Sumário),
Marcar Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem ao usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.

Importante!
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

MICROSOFT EXCEL

As planilhas de cálculos são amplamente utilizadas nas empresas para as mais diferentes tarefas. Desde a criação
de uma agenda de compromissos, passando pelo controle de ponto dos funcionários e folha de pagamento, ao controle
de estoque de produtos e base de clientes. Diversas funções internas oferecem os recursos necessários para a operação.
O Microsoft Excel apresenta grande semelhança de ícones com o Microsoft Word. O Excel “antigo” usava os
formatos XLS e XLT em seus arquivos, atualizado para XLSX e XLTX, além do novo XLSM contendo macros. A
atualização das extensões dos arquivos ocorreu com o Office 2007, e permanece até hoje.
As planilhas de cálculos não são banco de dados. Muitos usuários armazenam informações (dados) em uma
planilha de cálculos como se fosse um banco de dados, porém o Microsoft Access é o software do pacote Microsoft
Office desenvolvido para esta tarefa. Um banco de dados tem informações armazenadas em registros, separados
em tabelas, conectados por relacionamentos, para a realização de consultas.

Conceitos Básicos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas;

Barra de Acesso Rápido Coluna


Barra de Fórmulas
Faixa de
Opções

Célula

Linha

242
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas pode variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com 256,
1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será
criada. Se for um texto, é copiado. Mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e
datas são sempre criadas as continuações (sequências);
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante.

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:

z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula.
Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.

Elaboração de Tabelas e Gráficos

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

z digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula;
z digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z o preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células); CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.

Formatos de Números, Disponível na Guia Página Inicial

Geral
123 Sem formato específico
Número
12 4,00
Moeda
R$4,00

Contábil
R$4,00

Data Abreviada
04/01/1900
243
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Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900

Hora
00:00:00
Porcentagem
400,00%

1 Fração
2 4
Científico
102 4,00E+00
Texto
ab 4

As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exemplo, na
verdade é um número formatado como data. Por isso conseguimos calcular a diferença entre datas.
Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si. Mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moeda, o
alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento é “justifi-
cado” e o símbolo de R$ posiciona na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.

Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00

Moeda CONTÁBIL

R$ 150,00 R$ 150,00

R$ 170,00 R$ 170,00

R$ 200,00 R$­ 200,00

R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

R$ 10,54 R$ 10,54

O ícone % é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%).

VALOR FORMATO PORCENTAGEM % ß,0


PORCENTAGEM E 2 CASAS % ,0 0

1 100% 100,00%

0,5 50% 50,00%

2 200% 200,00%

100 10000% 10000,00%

0,004 0% 0,40%

O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.

VALOR FORMATO CONTÁBIL SEPARADOR DE MILHARES 000

1500 R$1.500,00 1.500,00

16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00

1 R$1,00 1,00

400 R$400,00 400,00

27568 R$27.568,00 27.568,00

,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar casas deci-
244 mais. Se não possuir, então será acrescentado zero.
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Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para
cima ou para baixo, ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED, para
arredondar.

Simbologia Específica

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
alguns exemplos de aplicação.

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2

- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20

Multiplica 5 (multiplicando) por 4


* (asterisco) Multiplicação =5*4
(multiplicador)

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5

Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por


% (percentual) Percentual = 20%
100

Exponenciação Cálculo de Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) =3^2=8^(1/3)
raízes Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica de 8

Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) parênteses;
z ^ exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - adição (função SOMA) ou subtração.

Como resolver as questões de planilhas de cálculos?


1. Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos)
2. Identificar a simbologia básica do Excel (informática)
3. Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática)
4. Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico)

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre


> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
15, senão mostre 17

Se o valor de A1 for menor que 3, então mos-


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
tre 20, senão mostre 40.

Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


>= (maior ou igual) Maior ou igual a = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 ) mostre 5, senão
mostre 1.

Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então


<= (menor ou igual) Menor ou igual a = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 ) mostre 11, senão
mostre 23.

Se o valor de A1 for diferente de 1, então mos-


<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
tre 100, senão mostre 8.

Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10,


= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 )
senão mostre 50.

Princípios dos Operadores Relacionais

z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <> 245
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z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=

OPERADORES DE REFERÊNCIA

Símbolo Significado Exemplo Comentários

=$A1 Trava a célula na coluna A


$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1
=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará

Obtém o valor de A3 que está na planilha


! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3
Planilha2

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2
onde deverá buscar o valor

Informa o caminho de outro arquivo do


=’C:\FernandoNishimura\
‘ (apóstrofo) Caminho Excel, onde deverá encontrar o arquivo para
[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa (A1) em uma referência mista (A$1 ou $A1) ou em
referência absoluta ($A$1)
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2

O símbolo de cifrão ($) é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.
Vamos conhecer uma questão que utiliza referências mistas. Ela foi aplicada pela Fundação VUNESP, para o
cargo de Papiloscopista da Polícia Civil de São Paulo, em 2018.
Assumindo que foi digitada a fórmula =$F2-G$2 na célula H2 e que essa fórmula foi copiada e colada nas célu-
las H3 até H9, assinale a alternativa com o valor que aparecerá na célula H6 da planilha do MS-Excel 2010, em sua
configuração original, exibida na figura:

a) –R$ 960,00
b) –R$ 100,00
c) R$ 400,00
d) R$ 500,00
e) R$ 360,00

A resposta correta é a letra B. A fórmula =$F2-G$2 inserida na célula H2 possui referências mistas.
O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 )
O símbolo de $ serve para fixar uma posição na referência (endereço da célula). A posição que ele estiver
acompanhando não mudará. Quando não temos o símbolo de cifrão, temos uma referência relativa. A1
Se temos um símbolo de $, temos uma referência mista. $A1 ou A$1. E se temos dois símbolos de cifrão, temos
uma referência absoluta. $A$1
246
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A fórmula =$F2-G$2 tem =$F2-G$2 fixo, ou seja, ao copiar e colar, não mudará. =$F__-__$2
Na célula H2 temos a fórmula =$F2-G$2
Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2, porque mudamos da célula H2 para H6 (linha 2 para linha 6), mas
permanecemos na mesma coluna H (não precisando mudar a letra G da segunda parte da fórmula).

Na célula H6 teremos a fórmula =$F6-G$2

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Faz a soma de 15 e 3
= 15 + 3
Início de fórmula, função ou Compara o valor de A1 com 5, e caso
= (igual) = SOMA ( 15 ; 3 )
comparação seja verdadeiro, mostra 10, caso seja
=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
falso, mostra 11

Retorna a data atual do computador.


Identifica uma função ou os = HOJE ( )
Faz a soma de A1 e B1.
( ) parênteses valores de uma operação = SOMA (A1;B1)
Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir
prioritária = (3+5) / 2
por 2

A função SE tem 3 partes, e estas


; (ponto e vírgula) Separador de argumentos =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
estão separadas por ponto e vírgula

=SOMA(F4:H8 Executa uma operação sobre as célu-


Espaço Intersecção
H6:K10) las em comum nos intervalos

Importante!
As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel subs-
tituirá pelo sinal de igual.

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Fernando. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


“ (aspas duplas) Texto exato = “Fernando”
Se usado em testes, é “igual a”

Exibe os zeros não significativos,


‘ (apóstrofo) Número como texto ‘0001
0001 como texto (ex.: placa de carro)

Exibe “Fernando Nishimura” (sem as


& (“E” comercial) Concatenar = “Fernando ”&” Nishimura” aspas), o resultado da junção dos
textos individuais

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Podere-
mos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

Símbolo Significado Exemplo Comentários

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)


247
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CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos =A1&A2&A3 é igual a =CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem men-
sagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de digita-
ção, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fórmulas.
Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a relação entre
as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel:

z #DIV/0! — indica que a fórmula está tentando dividir um valor por 0;


z #NOME? — indica que a fórmula possui um texto que o Excel 2007 não reconhece;
z #NULO! — a fórmula contém uma interseção de duas áreas que não se interceptam;
z #NUM! — a fórmula apresenta um valor numérico inválido;
z #REF! — indica que na fórmula existe a referência para uma célula que não existe;
z #VALOR! — indica que a fórmula possui um tipo errado de argumento;
z ##### — indica que o tamanho da coluna não é suficiente para exibir seu valor.

Funções Básicas

z SOMA(valores) : realiza a operação de soma nas células selecionadas.

No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição dos valores numéricos informados em seus argumentos. Se
existirem células com textos, elas serão ignoradas. Células vazias não são somadas.
=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores existentes nas células A1, A2 e A3.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores existentes nas células A1 até A5
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da célula A1, com 34 (valor literal) e B3.
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores existentes, de A1 até B4. O Excel não faz “triangulação”, operando
apenas áreas quadrangulares.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 com B1 e C1 até C3.
=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com 3 e o valor A1 duas vezes.

z SOMASE(valores;condição) : realiza a operação de soma nas células selecionadas, se uma condição for
atendida.
A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para que seja somado)

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A5 que sejam maiores que 15
=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valores de A1 até A10 que forem iguais a 10.

z MÉDIA(valores) : realiza a operação de média nas células selecionadas e exibe o valor médio encontrado.

=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valores,
serão somados e divididos por 5. Se existir uma célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células vazias não
entram no cálculo da média.

z MED(valores) : informa a mediana de uma série de valores.

Mediana é o “valor no meio”. Se temos uma sequência de valores com quantidade ímpar, eles serão ordenados e
o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e a mediana é 5.
Se temos uma sequência de valores com quantidade par, a mediana será a média dos valores que estão no meio. Por
exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1), ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).

z MÁXIMO(valores) : exibe o maior valor das células selecionadas.

=MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, apenas um
248 será mostrado.
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z MAIOR(valores;posição) : exibe o maior valor de z CONTAR.VAZIO: quantidade de células que não
uma série, segundo o argumento apresentado. estão preenchidas;
z CONT.SE: quantidade de células que atendem a
Valores iguais ocupam posições diferentes. uma condição específica;
z CONT.SES: quantidade de células que atendem a
=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu- várias condições simultaneamente.
las A1 até D6.
z CONT.VALORES(células): esta função conta todas as
z MÍNIMO(valores) : exibe o menor valor das célu- células em um intervalo, exceto as células vazias.
las selecionadas.
= CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da
=MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na contagem, informando quantas células estão preen-
área de A1 até D6. chidas com valores, quaisquer valores.
z MENOR(valores;posição) : exibe o menor valor de
z CONT.NÚM (células): conta todas as células em um
uma série, segundo o argumento apresentado.
intervalo, exceto células vazias e células com texto.
Valores iguais ocupam posições diferentes.
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos.
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas célu-
las A1 até D6.
z CONT.SE(células;condição): esta função conta quan-
z SE(teste;verdadeiro;falso) : avalia um teste e retor- tas vezes aparece um determinado valor (número ou
na um valor caso o teste seja verdadeiro ou outro texto) em um intervalo de células (o usuário tem que
caso seja falso. indicar qual é o critério a ser contado)

Esta função é muito solicitada em todas as bancas. =CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-
A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-
primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na do o valor 5.
segunda parte, e o que fazer caso seja falso na últi-
ma parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais z CONT.SES(células1;condição1;células2;condi-
serão realizadas as duas operações, somente uma ção2): esta função conta quantas vezes aparece
delas, segundo o resultado do teste. um determinado valor (número ou texto) em um
A função SE usa operadores relacionais (maior, intervalo de células (o usuário tem que indicar
menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen- qual é o critério a ser contado), atendendo a todas
te) para construção do teste. As aspas são usadas para as condições especificadas.
textos literais.
=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-
=SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor da gem de quantas células existem no intervalo de A1 até
célula A1 não é 10”) A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
=SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O células existem no intervalo de B1 até B10 contendo
valor não é negativo”) o valor 7.
=SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O valor
não é positivo”)
z CONTAR.VAZIO (células): conta as células vazias
de um intervalo.
É possível encadear funções, ampliando as áreas
de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis. =CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
vazias existem no intervalo A1 até A8.
=SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor é
negativo”;”Valor é positivo”)) z SOMASE(células para testar;teste;células para
somar): efetua um teste nas células especificadas, CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste), e soma as correspondentes nas células para somar.
exibe a mensagem e finaliza a função. Mas se não for Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
igual a zero, poderá ser menor do que zero (segundo
teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”, encer- =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
rando a função. E por fim, se não é igual a zero, e não de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, =SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é menores que 3.
usado somente no início da digitação da célula.
As funções CONT são usadas para informar a z SOMASES(células para somar; células1; teste1;
quantidade de células, que atendem às condições células2; teste2): verifica as células que atendem
especificadas. aos testes e soma as células correspondentes.
Os intervalos de teste e de soma podem ser os mesmos.
z CONT.NÚM: para contar quantas células possuem z MÉDIASE(células para testar;teste;células para
números; calcular a média): efetua um teste nas células especi-
z CONT.VALORES: quantidade de células que estão ficadas, e calcula a média das células correspondentes.
preenchidas; Os intervalos de teste e de média podem ser os mesmos. 249
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z PROCV(valor_procurado; matriz_tabela; núm_ FUNÇÕES LÓGICAS
índice_coluna; [intervalo_pesquisa]): a função
PROCV é utilizada para localizar o valor_procura- E Retorna VERDADEIRO se todos os seus
do dentro da matriz_tabela, e quando encontrar, (Função E) argumentos forem VERDADEIROS
retornar à enésima coluna informada em núm_índi- OU Retorna VERDADEIRO se um dos argu-
ce_coluna. A última opção, que será VERDADEIRO ou (Função OU) mentos for VERDADEIRO
FALSO, é usada para identificar se precisa ser o valor
NÃO
exato (F) ou pode ser valor aproximado (V). (Função NÃO)
Inverte o valor lógico do argumento
Por exemplo:
FALSO
Retorna o valor lógico FALSO
(Função FALSO)
=PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO) e
=PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO) VERDADEIRO
(Função Retorna o valor lógico VERDADEIRO
A função PROCV é um membro das funções de pes- VERDADEIRO)
quisa e Referência, que incluem a função PROCH. Retornará um valor que você especifica
Use a função tirar ou a função arrumar para SEERRO se uma fórmula for avaliada para um
remover os espaços à esquerda nos valores da tabela. (Função SEERRO) erro; do contrário, retornará o resultado
da fórmula
z ESQUERDA(texto;quantidade): extrai de uma
sequência de texto, uma quantidade de caracteres
especificados, a partir do início (esquerda). Importante!
=ESQUERDA(“Fernando Nishimura”;8) exibe “Fern Foram apresentadas muitas funções neste
ando” material, não é verdade? Existem milhares de
funções no Microsoft Excel e LibreOffice Calc.
z DIREITA(texto;quantidade): extrai de uma sequên- Em concursos públicos, estas são as mais ques-
cia de texto, uma quantidade de caracteres especifi- tionadas. Em provas de concursos, raramente
cados, a partir do final. aparecem questões com funções, e quando apa-
=DIREITA(“Polícia Federal”;7) exibe “Federal”. recem, são as básicas e intermediárias.

z CONCATENAR(texto1;texto2; ... ): junta os textos Gráficos


especificados em uma nova sequência.

=CONCATENAR(“Escrevente “;”Técnico “;”Judiciá- Além da produção de planilhas de cálculos, o


rio”) — exibe “Escrevente Técnico Judiciário”. Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos
com os dados existentes nas células.
z INT(valor): extrai a parte inteira de um número. Gráficos são a representação visual de dados
numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como
=INT(PI()) parte inteira do valor de PI — valor gráficos “comuns” ou gráficos dinâmicos.
3,14159 exibe 3. Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâ-
micas, são construídos com dados existentes em uma
z TRUNCAR(valor;casas decimais): exibe um ou várias pastas de trabalho, associando e agrupando
número com a quantidade de casas decimais, sem informações para a produção de relatórios completos.
arredondar.
z Os gráficos de Colunas representam valores em
=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas:
decimais — valor 3,14159 exibe 3,141. Agrupada, Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agru-
pada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada e 3D.
z ARRED(valor;casas decimais): exibe um número
com a quantidade de casas decimais, arredondan-
do para cima ou para baixo.
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas
decimais — valor 3,14159 exibe 3,142.

z HOJE(): exibe a data atual do computador;


z AGORA(): exibe a data e hora atuais do computador;
z DIA(data): extrai o número do dia de uma data;
z MÊS(data): extrai o número do mês de uma data; z Os gráficos de Linhas representam valores com
z ANO(data): extrai o número do ano de uma data; linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de
z DIAS(data1;data2): informa a diferença em dias
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha-
entre duas datas;
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores,
z DIAS360(data1;data2): informa a diferença em
100% Empilhada com Marcadores e 3D.
dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias);
z POTÊNCIA(base;expoente): eleva um número
(base) ao expoente informado;
=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16

z MULT(número;número;número; ... ): multiplica


250 os números informados nos argumentos.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os gráficos de Pizza representam valores propor-
cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza e Rosca.

z Os gráficos de Barras representam dados de forma


semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon- z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Empilhadas e 3D 100% Empilhadas. Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

z Os gráficos de Área representam dados de forma seme- z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-
lhante ao gráfico de Linhas, mas com preenchimento lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:
até a base (eixo X). São opções dos gráficos de Área: Radar, Radar com Marcadores e Radar Preenchido.
Área, Área Empilhada, Área 100% Empilhada, Área 3D,
Área 3D Empilhada e Área 3D 100% Empilhada.

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-


z Os gráficos de Dispersão representam duas séries trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.
de valores em seus eixos. São opções dos gráficos
de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-
cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e
Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-
ro da série de dados.

z O gráfico do tipo Mapa exibe a informação de


acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa z Os gráficos do tipo Histograma são usados para CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Coroplético. séries de valores com evolução, como idades da
população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-
grama: Histograma e Pareto.

z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-


jam organizados em preço na alta, preço na baixa
e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para proje-
serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
ção de valores.
de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as varia-
ções dos valores ao longo do tempo.

CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS
z O gráfico do tipo Funil alinha dos valores em
A classificação de dados alfa-
ordem decrescente.
numéricos poderá ser "Classi-
ficar de A a Z" em ordem
Classificar texto crescente, ou "Classificar de Z
a A" em ordem decrescen-
te. É possível diferenciar letras
maiúsculas e minúsculas
z Os gráficos do tipo Combinação permitem com-
binar dois tipos de gráficos para a exibição de Quando a coluna possui números,
séries de dados. São exemplos de gráficos do tipo Classificar podemos "Classificar do menor
Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna números para o maior" ou "Classificar
Clusterizada-Linha no Eixo Secundário, Área Empi- do maior para o menor"
lhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de
criação de uma Combinação Personalizada. Se houver datas ou horas, po-
demos "Classificar da mais
Classificar datas antiga para a mais nova"
ou horas ou "Classificar da mais nova
para a mais antiga", resumindo,
cronologicamente
Classificação de Dados
Se você tiver formatado manual
ou condicionalmente um interva-
A classificação de dados é uma parte importante lo de células ou uma coluna de
da análise de dados. Classificar por
tabela, por cor de célula ou cor
Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), cor de célula,
de fonte, poderá classificar por
números (dos menores para os maiores ou dos maiores cor de fonte ou
essas cores. Também será pos-
para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a ícones
sível classificar por um conjunto
mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma de ícones criados ao aplicar uma
ou mais colunas. formatação condicional
Você também poderá classificar por uma lista de
clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por for- Você pode usar uma lista per-
mato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o con- sonalizada para classificar em
junto de ícones. Classificar uma ordem definida pelo usuá-
A maioria das operações de classificação é identifi- por uma lista rio. Por exemplo, uma coluna
cada por coluna, mas você também poderá identificar personalizada pode conter valores pelos quais
por linhas. você deseja classificar, como
Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, Alta, Média e Baixa
a classificação poderá ser de texto, números, datas ou
horas, por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por Na caixa de diálogo Opções de
uma lista personalizada, linhas, por mais de uma colu- Classificação, em Orientação,
na ou linha, ou por uma coluna sem afetar as demais. Classificar linhas clique em Classificar da esquer-
da para a direita e, em seguida,
clique em OK

Classificar por Na caixa de diálogo Classificar,


mais de uma adicione mais de um critério
coluna ou linha para ordenação

Classificar uma
Basta selecionar a coluna de-
coluna em um
sejada, e na janela de diálogo,
intervalo de
manter o item “Continuar com a
células sem
seleção atual”
afetar as demais

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MICROSOFT POWERPOINT

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações etc.

EXTENSÃO TIPO DE ARQUIVO CARACTERÍSTICAS


PPT Apresentação editável Versão 2003 ou anterior
PPS Apresentação executável Versão 2003 ou anterior
POT Modelo de apresentação Versão 2003 ou anterior
PPTX Apresentação editável Versão 2007 ou superior
Versão 2007 ou superior, que não necessita de programas para ser
PPSX Apresentação executável
visualizada
POTX Modelo de apresentação Recursos para padronização de novas apresentações
Modelo de apresentação com
POTM Recursos para padronização e automatização de novas apresentações
macros
Formato do LibreOffice Impress, que pode ser editado e salvo pelo
ODP Open Document Presentation
Microsoft PowerPoint
Formato de documento portável, sem alguns recursos multimídia
PDF/XPS Portable Document Format
inseridos na apresentação de slide

importante!
Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos do
Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.

As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da apresentação;


z Slide Mestre: slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual;
z Design: aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a apa-
rência tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada objeto inserido no slide; 253
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de título
é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um layout
diferente.

Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação


Seção Conteúdo

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


Legenda Legenda
Figura 2. Layout de slide

z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
“duas apresentações” dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.

Conceito de Slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés etc.
O PowerPoint trabalha com quatro conceitos principais de slides:

z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações;

Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides

Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:
254
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z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas
FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO
dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquer-
do, o slide atual aparecerá no centro (sendo possí- MP4 X X X
vel sua edição) e na área inferior da tela aparecerá
a área de anotações. Ajustar à janela encaixa o sli- JPG/PNG - - -
de na área;
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para
FORMATO VÍDEO HIPERLINKS
editar e alternar entre slides no painel de estru-
tura de tópicos. Útil para a criação de uma apre- PPTX X X
sentação a partir dos tópicos de um documento do
Microsoft Word; PPSX X X
z Classificação dos Slides: no modo de exibição PDF - X
Classificação de Slides, apenas miniaturas dos sli-
des serão mostradas. Estas miniaturas poderão MP4 X X
ser organizadas, arrastando-as. As operações de JPG/PNG - -
slides estão disponíveis, como Excluir slide, Ocul-
tar slide etc. Mas não é possível editar o conteúdo.
Somente após duplo clique será possível a edição Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )
do conteúdo;
z Anotações: exibir a página de anotações para edi- O formato PDF é portável, e poderá ser usado em
tar as anotações do orador da forma como ficarão qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
quando forem impressas; disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.
z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresenta- Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu-
ção como uma apresentação de slides que cabe na mam ser questionados em provas.
janela. A barra de título do PowerPoint continuará
sendo exibida.
Para entrar em modo de apresentação de sli-
Noções de Edição e Formatação de Apresentações des do começo, devemos pressionar F5

A outra forma de iniciar uma apresentação de


A preparação de uma apresentação de slides segue slides é a partir do Slide Atual, pressionando
uma série de recomendações, quanto a quantidade de Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apre-
texto, quantidade de slides, tempo da apresentação sentação de Slides
etc.
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. Apresentar on-line: transmitir a apresentação
O questionamento é sobre como fazer, onde configu- de slides para visualizadores remotos que
rar, como apresentar etc. possam assisti-la em um navegador da Web
Para entrar em modo de apresentação de slides do Apresentação de Slides Personalizada: criar ou
começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o executar uma apresentação de slides persona-
ícone “Do Começo” na guia Apresentações de Slides, lizada. Uma apresentação de slides personali-
grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar zada exibirá somente os slides selecionados.
no ícone correspondente na barra de status, ao lado Este recurso permite que você tenha vários
do zoom. conjuntos de slides diferentes (por exemplo,
A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de uma sucessão de slides de 30 minutos e outra
exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não de 60 minutos) na mesma apresentação
será mostrada. A outra forma de iniciar uma apresen-
Configurar Apresentação de Slides: configurar
tação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando
opções avançadas para a apresentação de
Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apresentação
slides, como o modo de quiosque (em que a
de Slides.
apresentação reinicia após o último slide, e
Durante a apresentação de slides, as setas de direção
continua em loop até pressionar ESC), apre-
permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para
sentação sem narração, vários monitores, CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides.
avançar slides etc.
Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão princi-
pal (esquerdo) do mouse exibirá um “laser pointer” na Ocultar Slide: ocultar o slide atual da apresen-
apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará tação. Ele não será mostrado durante a apre-
a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final sentação de slides de tela inteira
deixa a tela preta (escura). Testar Intervalos: iniciar uma apresentação de
A edição dos elementos textuais e parágrafos segue os slides em tela inteira na qual você possa tes-
princípios do editor de textos Word. E os comandos tam- tar sua apresentação. A quantidade de tempo
bém são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como PDF. utilizada em cada slide é registrada e você
De acordo com o formato escolhido, alguns recur- pode salvar esses intervalos para executar a
sos poderão ser desabilitados. apresentação automaticamente no futuro

FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO Gravar Apresentação de Slides: gravar narra-


ções de áudio, gestos do apontador laser ou
PPTX X X X intervalos de slide e animação para reprodu-
ção durante a apresentação de slides
PPSX X X X
PDF - - -
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Entre o servidor remoto e o usuário final, as infor-
Álbum de Fotografias: criar ou editar uma
mações solicitadas passarão por vários dispositivos de
apresentação com base em uma série de ima-
gens. Cada imagem será colocada em um sli- conexão (roteadores, repetidores de sinal, switches,
de individual bridges, gateways) antes de serem apresentadas no
dispositivo do usuário.
Ação: adicionar uma ação ao objeto seleciona-
do para especificar o que deve acontecer quan-
do você clicar nele ou passar o mouse sobre ele
Dica
Paradigma cliente-servidor: Nós somos clientes
Inserir número do slide: o número do slide re-
flete sua posição na apresentação
e acessamos informações em servidores remo-
tos. As redes de computadores, em concursos
Inserir vídeo no slide: permite inserir um video- públicos, são abordadas, seguindo esse paradig-
clipe no slide ma. Usamos cliente web (browser ou navegador)
para acessar um servidor web. Usamos cliente
Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe de e-mail para acessar um servidor de e-mail.
de áudio no slide Usamos um cliente FTP para acessar um servi-
dor FTP.
Gravação de tela: gravar o que está sendo exi-
bido na tela e inserir no slide Ataques e ameaças à Segurança da Informação

Invasor
Formas: linhas, retângulos, formas básicas, setas Vírus de Software
computador malicioso
largas, formas de equação, fluxograma, estrelas e
faixas, textos explicativos e botões de ação

Usuário final Servidor remoto


SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO Figura 2. O tráfego de dados, em uma conexão, é um ativo
interessante para invasores, vírus de computadores e softwares
maliciosos.
FUNDAMENTOS, CONCEITOS E MECANISMOS DE
SEGURANÇA
Invasores tentarão acessar a conexão e capturar
os dados trafegados. Os vírus de computador procu-
O que é Segurança da Informação? ram infectar os arquivos e causar danos aos sistemas.
Essa é uma pergunta curta, que exige conhecimen- Esses softwares maliciosos podem infectar dispositi-
tos diversos, para que possa ser respondida. Neste vos e sequestrar arquivos.
tópico, você encontrará as informações necessárias
para isso.
Protocolo seguro
As redes de computadores tornaram-se cada vez
mais interligadas e complexas. Elas integram, atual- Atualizações
mente, muitos dispositivos, que, talvez, você não
Usuário final
conheça, mas que estão ali, promovendo a troca de Servidor remoto
dados entre o seu equipamento e o servidor remoto Firewall Senha forte
o qual está acessando. No entanto, é sabido que os Antivírus
criminosos virtuais podem acessar redes de qualquer
lugar do mundo. Figura 3. Um protocolo seguro protege o tráfego de dados em uma
conexão insegura, criptografando as informações que são enviadas
Neste sentido, os profissionais de Segurança da
e recebidas.
Informação procuram proteger os dados armaze-
nados e trafegados entre os dispositivos por meio O usuário deverá utilizar um protocolo seguro para
de equipamentos, programas e técnicas direciona- acessar os dados, manter o seu dispositivo atualizado
das. Para isso, o treinamento dos usuários também é e protegido, utilizar uma senha forte de acordo com as
importante, considerando que eles compreendem o políticas de segurança e práticas recomendadas, entre
elo mais fraco e vulnerável no que se refere à Segu- outras ações. Além disso, deverá utilizar conexões segu-
rança da Informação. ras, como as VPN’s – Virtual Private Network –, para
acesso aos serviços remotos (Computação na Nuvem);
proteger-se das ameaças e ataques à Segurança da
Informação, utilizando medidas de proteção em seu
dispositivo, como antivírus, firewall e anti-spyware).
Iniciaremos nossos estudos sobre Segurança da
Informação com o tópico VPN. Elas são muito impor-
tantes para a comunicação segura e tornaram-se des-
taque nos últimos anos, por causa do trabalho remoto
Usuário final Servidor remoto (home office). Empresas e usuários que não utilizavam
uma conexão remota segura precisaram adaptar-se
Figura 1. A conexão entre o usuário cliente e o servidor é realizada aos novos tempos. Em concursos, a tendência é que
por diferentes equipamentos, que são transparentes para o usuário aumente a frequência de questões sobre esse tema,
256 final. pois se tornou popular devido à pandemia.
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A seguir, conheceremos como é a Computação na Nuvem, suas características, os tipos de nuvem, os serviços
oferecidos e as vantagens e desvantagens. Vale ressaltar que esse tópico já foi bastante abordado em alguns con-
cursos, em provas de diversos cargos.
Vírus de computador e softwares maliciosos: quem nunca foi vítima, não é mesmo? Esse será o terceiro
tópico sobre Segurança da Informação, no qual abordaremos os ataques e ameaças, com destaque para os prin-
cipais e mais comuns em provas de concursos. Assim como Computação na Nuvem, o tópico “Noções de Vírus,
Worms e Pragas Virtuais” também é muito questionado em concursos públicos.
Finalizando o conteúdo de Segurança da Informação, estudaremos os mecanismos de proteção e defesa contra
os ataques e ameaças. Existem equipamentos de proteção, no entanto, em concursos públicos, geralmente, são
questionados os aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.).
Apesar de existirem soluções integradas e avançadas para os problemas de Segurança da Informação, que até
usamos em nossos dispositivos, nos concursos públicos, são questionadas as definições oficiais e as configurações
padrão dos programas.

NOÇÕES DE REDES PRIVADAS VIRTUAIS (VPN)

As redes privadas virtuais, popularmente identificadas pela sigla VPN (do inglês Virtual Private Network), são
criadas pelas empresas e usuários, para estabelecer uma conexão segura entre dois pontos.
Antes de iniciarmos nosso estudo sobre elas, vamos conhecer alguns dos conceitos básicos das redes de com-
putadores, de acordo com as suas características de uso e nível de segurança.

REDE CARACTERÍSTICAS BÁSICAS


Local Area Network é uma denominação relacionada ao alcance de uma rede, restrita a um prédio
LAN
ou pequena região
É uma rede local (pelo seu alcance, é uma LAN), interna de uma organização, segura, com acesso
Intranet
restrito aos usuários cadastrados no servidor da rede
Extranet É o acesso remoto seguro, de um ambiente inseguro, à intranet da organização
Rede mundial de computadores de acesso público e considerada insegura. A Internet é comumente
Internet
representada por uma nuvem

Intranet
Intranet
Extranet
Conexão segura

Matriz Internet Filial


Figura 4. A Extranet é uma conexão segura através de um ambiente inseguro (Internet) para redes internas protegidas (Intranet).

É importante destacar que, toda Intranet é uma LAN, mas nem toda LAN é uma Intranet.
Por que usar uma VPN?
Porque é importante e necessário. A Internet é a rede mundial de computadores, que conecta diversos disposi-
tivos entre si, utilizando uma estrutura pública e insegura oferecida pelos governos e operadoras de telefonia. O
acesso à Internet é oferecido para todos e, por isso, usuários mal-intencionados conseguem interceptar a comuni-
cação de outros usuários, monitorando o tráfego de dados e roubando informações.
Com uma VPN estabelecida entre os dispositivos, o risco na transmissão é muito pequeno. Lembrando que
nada é 100% seguro em Informática, independentemente da quantidade de sistemas e proteções implementadas.
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Usuário mal-intencionado

Conexão Tráfego sendo


insegura monitorado

Conexão
Usuário remoto insegura
Empresa
Internet
Figura 5. Usuários mal-intencionados procuram “escutar” uma conexão insegura em busca de dados que possam comprometer a privacidade do
usuário ou empresa.

As empresas utilizam softwares de terceiros para estabelecer a conexão segura entre os dispositivos de seus colabo-
radores. Existem vários softwares que possibilitam a conexão segura, como a Área de Trabalho Remota (Windows) e
soluções de empresas de segurança digital (Forticlient VPN, Citrix Metaframe, TeamViewer, LogMeIn etc.). 257
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os protocolos são padrões de comunicação. Para estabelecer uma conexão segura, protocolos seguros serão usa-
dos, criando um túnel seguro entre o emissor e o receptor, por meio de um ambiente vulnerável. Eles procuram
encapsular os dados transmitidos, para que, em caso de monitoramento, a leitura do conteúdo torne-se impossível,
uma vez que os dados se tornam criptografados.

Usuário mal-intencionado

Protocolo Tráfego não


seguro será monitorado

Conexão Conexão
segura segura
Usuário remot o Internet Empresa
Figura 6. Usuários mal-intencionados não conseguem monitorar o conteúdo de uma conexão que esteja protegida com um protocolo seguro.

TIPO DE VPN CARACTERÍSTICA


VPN de acesso � Um usuário pode conectar-se a uma rede, para acessar seus serviços e recursos remotamente
remoto � A conexão é segura e ocorrerá por meio de uma rede pública, como a Internet
(VPN client to site) � Será uma conexão (cliente) para um servidor remoto que aceita várias conexões
� Dois roteadores estabelecem uma conexão segura para a troca de dados, sendo que um deles
opera como cliente VPN e o outro, como servidor VPN
� É o modelo mais usado no âmbito empresarial, para conectar com segurança a rede interna de
VPN site a site
uma filial com a rede interna de uma matriz
� Serão várias conexões (filial), acessando um servidor remoto que aceita várias conexões (matriz)
� Também conhecida como VPN LAN to LAN

Protocolos

Quando uma navegação na Internet é realizada, os protocolos transferem os dados de um servidor para o
cliente de acordo com o paradigma Cliente-Servidor. O servidor oferece os dados e provê a conexão e, então, o
cliente acessa as informações e solicita serviços.
Em uma conexão, para evitar que os dados sejam acessados por pessoas não autorizadas, protocolos de segu-
rança e proteção poderão ser implementados, utilizando-se de chaves e certificados digitais para a garantia da
transferência segura dos dados.
Muitas siglas de protocolos estão relacionadas com este tópico. Confira algumas delas:

PROTOCOLO SIGNIFICADO CARACTERÍSTICAS SEGURO?


GRE Generic Routing Encapsulation Desenvolvido pela CISCO, prioriza a velocidade Não
SSL Secure Sockets Layer Camada adicional de segurança para a conexão Sim
TLS Transport Layer Security Camada de transporte seguro para a conexão Sim
Orientar o servidor para criação de uma conexão se-
SSH Secure Shell Sim
gura com o cliente
Extensão do protocolo IP para suprir a falta de seguran-
IPsec IP Security Protocol Sim
ça de informações que trafegam em uma rede pública
Protocolo para facilitar a comunicação bidirecional,
Telnet baseada em texto interativo (comandos), usando uma Não
conexão de terminal virtual
Atualização dos protocolos L2F (Protocolo de Enca-
L2TP Layer 2 Tunnelling Protocol minhamento da Camada 2) e PPTP (Protocolo de Tu- Não
nelamento Ponto-a-Ponto)
O PPTP adiciona um canal seguro ao TCP e utiliza um
PPTP Point-to-Point Tunneling Protocol túnel GRE Sim
� Algumas questões o apresentam com a sigla PPP
Criar conexões ponto a ponto (point to point) e site a
OpenVPN VPN de Código aberto site (site to site), usando um protocolo personalizado Sim
baseado no TLS e SSL

Dica
258 Protocolos seguros costumam mostrar a letra S na sua sigla, como em HTTPS.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um protocolo seguro procura estabelecer uma conexão segura entre os dispositivos, possibilitando a troca de
informações. Antes do envio de dados, a conexão segura será negociada entre os dispositivos e aprovada após a
confirmação do certificado digital.

Usuário remoto Empresa


A conexão é segura?
Sim, ela é. Segue o certificado digital.
OK. Conexão segura estabelecida?
Criptografando o caminho, para envio de dados.
Figura 7. A criptografia é usada para garantir a autenticidade e a integridade das conexões.

A conexão remota poderá ser uma simples conexão direta entre os dispositivos (ponto a ponto, túnel de cone-
xão, sem criptografia dos dados trafegados) ou uma conexão entre os dispositivos com segurança, utilizando
protocolos seguros, para criptografar o conteúdo trafegado no túnel de conexão.

Programas

Após conhecer as definições de uma VPN e os protocolos que podem ser utilizados, é comum surgir uma dúvida:
quais são os programas que usamos para transformar o nosso dispositivo em um cliente VPN?
A resposta é: depende. Cada dispositivo possui um sistema operacional e, de acordo com a origem (cliente) e o
destino (servidor), existem programas mais adequados para cada cenário.

ORIGEM (CLIENTE) DESTINO (SERVIDOR) EXEMPLO DE PROGRAMA PARA VPN


Windows Windows Área de Trabalho Remota
Windows Linux PuTTy
Linux Windows OpenVPN
Linux Linux Network-Manager

A utilização de um software de VPN, a fim de acessar a rede interna de uma organização (no modelo VPN client
to site), implementa segurança aos dados trafegados na forma de criptografia, para garantir a autenticidade e a
integridade das conexões. No entanto, onde a VPN será “iniciada”?
Nas redes de computadores, o firewall é um item especialmente importante em relação à segurança da infor-
mação. Ele é um filtro de portas TCP, que permite ou bloqueia o tráfego de dados. Logo, se uma conexão deseja
enviar e receber dados, precisa ter a porta correspondente liberada, em ambos os lados, tanto no cliente como no
servidor.
Se existe um firewall na rede, a VPN poderá ser instalada (e configurada) no firewall (mais comum), em frente
ao firewall (para autenticar o que está chegando), atrás do firewall (para autenticar o que chegou), paralelamente
ao firewall (para acompanhar o envio e recebimento dos pacotes) ou na interface dedicada do firewall (na conexão
VPN site to site, para atender a vários dispositivos da rede).
No Windows 10, a definição da VPN poderá ser realizada por meio da Central de Ações (atalho de teclado
Windows + A) ou em Configurações, Rede e Internet, VPN. O acesso Home Office é um tipo de conexão externa que
deverá utilizar uma VPN, para proteger os dados trafegados com o uso de criptografia implementada por proto-
colos seguros.

NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS

Sabe-se que ameaças e riscos de segurança estão presentes no mundo virtual. Assim como existem pessoas CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
boas e más no mundo real, existem usuários com boas ou más intenções no mundo virtual.
Os criminosos virtuais são genericamente denominados como hackers, porém o termo mais adequado seria
cracker. Um hacker é um usuário que possui muitos conhecimentos sobre tecnologia, podendo ser nomeado como
White Hat – hacker ético que usa suas habilidades com propósitos éticos e legais –, Gray Hat – aquele que comete
crimes, mas sem ganho pessoal (geralmente, para exposição de falhas nos sistemas) – e Black Hat – aquele que
viola a segurança dos sistemas para obtenção de ganhos pessoais.
Amadores ou inexperientes, profissionais ou experientes, todo usuário está sujeito aos riscos inerentes ao uso
dos recursos computacionais. São riscos de segurança digital:

z Ameaças: vulnerabilidades que existem e podem ser exploradas por usuários;


z Falhas: vulnerabilidades existentes nos sistemas, sejam elas propositais ou acidentais;
z Ataques: ação que procura denegrir ou suspender a operação de sistemas.

Devido à crescente integração entre as redes de comunicação, conexão com novos e inusitados dispositivos
(IoT – Internet das Coisas) e criminosos com acesso de qualquer lugar do mundo, as redes de informações torna-
ram-se particularmente difíceis de se proteger. Profissionais altamente qualificados são formados e contratados
pelas empresas com a única função de proteger os sistemas informatizados.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em concursos públicos, as ameaças e os ataques romper as barreiras de segurança definidas na Políti-
são os itens mais questionados. ca de Segurança, com o objetivo de anular o sistema
ou capturar dados.
Você conhece a Cartilha de Segurança CERT? Dis- Os ataques podem ser classificados como:
ponível gratuitamente na Internet, ela é a fonte ofi-
cial de informações sobre ameaças, ataques, defesas z Baixa complexidade: exploram falhas de seguran-
e segurança digital. Ela pode ser acessada pelo link: ça de forma isolada e são facilmente identificados
<https://cartilha.cert.br/>. (Acesso em: 13 nov. 2020). e anulados;
z Média complexidade: combinam duas ou mais
Ameaças ferramentas e técnicas, para obter acesso aos
dados, sendo de média complexidade para a solu-
As ameaças são identificadas como aquelas que ção, gerando impactos na operação dos sistemas,
possuem potencial para comprometer a oferta ou exis- como a indisponibilidade;
z Alta complexidade: refinados e avançados, os
tência dos ativos computacionais, tais como: informa-
ataques combinam o acesso às falhas do sistema,
ções, processos e sistemas. Um ransomware – software
novos códigos maliciosos desconhecidos e a dis-
que sequestra dados, utilizando-se de criptografia e
tribuição do ataque com redes zumbis, tornando
solicita o pagamento de resgate para a liberação das
difícil a resolução do problema.
informações sequestradas – é um exemplo de ameaça.
É importante entender que, apesar de a ameaça
existir, se não ocorrer uma ação deliberada para sua Dica
execução ou se medidas de proteção forem implemen- � Ameaças existem e podem afetar ou não os
tadas, ela é eliminada e não se torna um ataque. As sistemas computacionais;
ameaças à segurança da informação podem ser clas- � Falhas existem e podem ser exploradas ou não
sificadas como: pelos invasores;
� Ataques são realizados todo o tempo contra
� Tecnológicas: quando ocorre mudança no padrão todos os tipos de sistemas.
ou tecnologia, sem a devida atualização ou
upgrade; Vírus de Computador
z Humanas: intencionais ou acidentais, que explo-
ram vulnerabilidades nos sistemas; O vírus de computador é a ameaça digital mais
z Naturais: não intencionais, relacionadas ao popular. Tem esse nome por se assemelhar a um vírus
ambiente, como as catástrofes naturais. orgânico ou biológico. O vírus biológico é um organis-
mo que possui um código viral que infecta uma célu-
As empresas precisam fazer uma avaliação das la de outro organismo. Quando a célula infectada é
ameaças que possam causar danos ao ambiente com- acionada, o código viral é duplicado e se propaga para
putacional dela mesma (Gerenciamento de Risco), outras células saudáveis do corpo. Quanto mais vírus
implementar sistemas de autenticação (Controlar o existirem no organismo, menor será o seu desempe-
Acesso), definir os requisitos de senha forte (Políti- nho, fazendo com que recursos vitais sejam consumi-
ca de Segurança), manter um inventário e realizar o dos, podendo levar o hospedeiro à morte.
rastreamento de todos os ativos (Gerenciamento de O vírus de computador é um código malicioso que
Recursos), além de utilizar sistemas de backup e res- infecta arquivos em um dispositivo. Quando o arquivo
tauração de dados (Gerenciamento de Continuidade é executado, o código do vírus é duplicado, propagan-
de Negócios). do-se para outros arquivos do computador. Quanto
mais vírus existirem no dispositivo, menor será o seu
Falhas desempenho, fazendo com que recursos computacio-
nais sejam consumidos, podendo levar o hospedeiro a
As falhas de segurança nos sistemas de informação uma falha catastrófica.
poderão ser propositais ou involuntárias. Se o progra-
1. E-mail com vírus de computador é enviado pa ra o usuário
mador insere, no código do sistema, uma falha que
produza danos ou permita o acesso sem autentica-
ção, temos um exemplo de falha proposital. Já se uma
falha for descoberta após a implantação do sistema,
sem que tenha sido uma falha proposital, e tenha sido
explorada por invasores, temos um exemplo de falha
involuntária, inerente ao sistema.
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Quando identificadas, as falhas são corrigidas
pelas empresas que desenvolveram o sistema por
meio da distribuição de notificações e correções de 2. E-mail é abe rto e o arquivo anexo infectado é executado.
segurança. O Windows Update, serviço da Microsoft
para atualização do Windows, distribui, mensalmen-
te, os patches (pacotes) de correções de falhas de
segurança.

Ataques
E-mail com vírus Usuário Arquivo
Sem dúvidas, o assunto de maior destaque, tan-
to em concursos como no mundo real, são os ata-
260 ques. Coordenados ou isolados, os ataques procuram
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3. O código do vírus é copiado para arquivos do computador Todos os sistemas operacionais são vulneráveis
aos vírus de computador. Quando um vírus de com-
putador é desenvolvido por um hacker, este procura
elaborá-lo para um software que tenha uma grande
quantidade de usuários iniciantes, o que aumenta as
suas chances de sucesso.
O Windows, por exemplo, possui muitos usuários
E-mail com vírus Usuário Arquivo e a maioria deles não tem preocupações com seguran-
ça. Por isso, grande parte dos vírus de computadores
4. Ao executar o arquivo inf ectado, novos arquivos ser ão infectados. são desenvolvidos para atacarem sistemas Windows.
O Linux, por sua vez, tem poucos usuários, se com-
parado ao Windows, e a maioria deles possui muito
conhecimento sobre Informática, tornando a ação de
vírus nesse sistema uma ocorrência rara.
Já o Android, software operacional dos smartpho-
E-mail com vírus Usuário Arquivo Arquivo nes populares, é uma variação do sistema Linux ori-
ginal. Apesar de possuir essa origem nobre, é alvo de
milhares de vírus, por causa dos seus usuários, que,
O vírus de computador poderá entrar no disposi- na maioria das vezes, não têm rotinas de proteção e
tivo do usuário por meio de um arquivo anexado em segurança de seus aparelhos.
uma mensagem de e-mail, ou por cópia de arquivos Um vírus de computador poderá ser recebido por
existentes em uma mídia removível, como o pen drive, e-mail, transferido de sites na Internet, compartilhado
recebidos por alguma rede social, baixados de sites na em arquivos, através do uso de mídias removíveis infec-
Internet, entre outras formas de contaminação. tadas, nas redes sociais e por mensagens instantâneas.
Vale lembrar, no entanto, que um vírus necessita ser
VÍRUS DE executado para que entre em ação, pois ele tem um hos-
CARACTERÍSTICAS
COMPUTADOR pedeiro definido e um alvo estabelecido. Ele se propaga,
� Infectam o setor de boot do disco inserindo cópias de si em outros arquivos, alterando ou
de inicialização removendo arquivos do dispositivo para propagação e
Vírus de boot autoproteção, a fim de não ser detectado pelo antivírus.
� Cada vez que o sistema é iniciado,
o vírus é executado
Worms
Armazenados em sites na Internet,
são carregados e executados quan-
Vírus de script O worm é um verme que explora de forma inde-
do o usuário acessa a página, usan-
pendente as vulnerabilidades nas redes de dispositi-
do um navegador de Internet
vos. Geralmente, eles deixam a comunicação na rede
� As macros são desenvolvidas em lenta, por ocuparem a conexão de dados ao enviarem
linguagem Visual Basic for Applica- cópias de seu código malicioso.
tions (VBA) nos arquivos do Office, Um verme biológico parasita um organismo, con-
Vírus de macro
para a automatização de tarefas sumindo seus recursos e deixando o corpo debilitado.
� Quando desenvolvido com propósi- Um verme tecnológico parasita um dispositivo, consu-
tos maliciosos, é um vírus de macro mindo seus recursos de memória e conexão de rede,
O vírus “mutante” ou “polimórfico”, a deixando o aparelho e a rede de dados lentos.
Vírus do tipo cada nova multiplicação, o novo ví- Os worms não precisam ser executados pelo usuá-
mutante rus mantém traços do original, mas rio como os vírus de computador e a sua propagação
é diferente dele será rápida caso não existam barreiras de proteção
que os impeçam.
São programados para agir em uma de-
Vírus time bomb terminada data, causando algum tipo 1. Dispositivo inf
infectado se conecta na rede do usuário
de dano no dia previamente agendado
� Um vírus stealth é um código mali- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
cioso muito complexo, que se escon-
de depois de infectar um computador
� Ele mantém cópias dos arquivos
Vírus stealth
que foram infectados para si e, quan-
do um software antivírus realiza a de-
Smartphone Roteador do Impressora
tecção, apresenta o arquivo original, com worm Usuário
enganando o mecanismo de proteção
� O vírus Nimda explora as falhas de 2. Roteador infectado envia o worm para a impressora
segurança do sistema operacional
� Ele se propaga pelo correio eletrô-
Vírus Nimda nico e, também, pela web, em diretó-
rios compartilhados, pelas falhas de
servidor Microsoft IIS e nas trocas
de arquivos

Smartphone Roteador do Impressora


com worm Usuário
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
3. Impressora infectada demora muito para imprimir
Importante!
O Trojan ou Cavalo de Troia é apresentado, no
enunciado de algumas questões de concursos,
como um tipo de vírus de computador.

Smartphone Roteador do Impressora 1. E-mail com Cavalo de Troia é enviado para o usuário
com worm Usuário
4. Um novo dispositivo se conecta e é infectado

E-mail com vírus Usuário

Smartphone Roteador do Impressora


com worm Usuário 2. E-mail é aberto e o link do jogo on-line é acessado

Smartphone E-mail com vírus Usuário Jogo on-line

Dica 3. Enquanto o usuário joga, o trojan desativa as proteções

Os worms infectam dispositivos e propagam-se


para outros dispositivos de forma autônoma,
sem interferência do usuário.

Os worms podem ser recebidos automaticamen- E-mail com vírus Usuário Jogo on-line
te pela rede, inseridos por um invasor ou por ação
de outro código malicioso. Assim como os vírus, ele
poderá ser recebido por e-mail, transferido de sites na
Internet, compartilhado em arquivos, por meio do uso
de mídias removíveis infectadas, nas redes sociais e
4. Enquanto o usuário joga, o invasor consegue acesso
por mensagens instantâneas.
Com o objetivo de explorar as vulnerabilidades dos
dispositivos, os worms enviam cópias de si mesmos
para outros dispositivos e usuários conectados. Por
serem autoexecutáveis, costumam consumir grande
quantidade de recursos computacionais, promovendo
a instalação de outros códigos maliciosos e iniciando
ataques na Internet em busca de outras redes remotas. Usuário Jogo on-line

Pragas Virtuais

As diversas pragas virtuais são, genericamente,


chamadas de malwares (softwares maliciosos), por
apresentarem características semelhantes: oferecem
alguma vantagem para o usuário, mas realizam ações
danosas que acabarão prejudicando-o.
z Spyware
� Cavalo de Troia ou Trojan
É um programa malicioso que procura monitorar
É um código malicioso que realiza operações mal- as atividades do sistema e enviar os dados capturados
-intencionadas enquanto realiza uma operação dese- durante a espionagem para terceiros. Existem softwa-
jada pelo usuário, como um jogo on-line ou reprodução res espiões considerados legítimos (instalados com o
de um vídeo. Ele é enviado com o conteúdo desejado e, consentimento do usuário) e maliciosos (que execu-
ao ser executado, desativa as proteções do dispositivo, tam ações prejudiciais à privacidade do usuário).
para que o invasor tenha acesso aos arquivos e dados. Os softwares espiões podem ser especializados na
Esse nome está, justamente, relacionado com a his- captura de teclas digitadas (keylogger), nas telas e cli-
tória do presente dado pelos gregos aos troianos, con- ques efetuados (screenlogger) ou para apresentação
sistindo em um cavalo de madeira, com soldados em de propagandas alinhadas com os hábitos do usuário
seu interior. Após entrar nas fortificações de Troia, os (adware). Eles, geralmente, são instalados por outros
gregos desativaram as defesas e permitiram o acesso programas maliciosos, para aumentar a quantidade
do seu exército. de dados capturados.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Bot CÓDIGO
CARACTERÍSTICAS
MALICIOSO
É um programa malicioso que mantém contato
Fraude que engana o usuário, induzindo-o
com o invasor, permitindo que comandos sejam exe-
Phishing a informar seus dados pessoais em pági-
cutados remotamente. nas de captura de dados falsas
O dispositivo controlado por um bot poderá integrar
uma rede de dispositivos zumbis, a chamada botnet. Ataque aos servidores de DNS para alte-
Quando o invasor deseja atacar sites para provo- Pharming ração das tabelas de sites, direcionando a
car Negação de Serviço, ele aciona os bots que estão navegação para sites falsos
distribuídos nos dispositivos do usuário, para que Ataques na rede que simulam tráfego
façam a ação danosa. Além de esconder os rastros da acima do normal com pacotes de dados
identidade do verdadeiro atacante, os bots poderão Negação de formatados incorretamente, fazendo o
continuar sua propagação através do envio de cópias Serviço servidor remoto ocupar-se com os pedi-
para outros contatos do usuário afetado. dos e erros, negando acesso para outros
usuários
z Backdoor � Código que analisa ou modifica o tráfe-
go de dados na rede, em busca de infor-
É um código malicioso semelhante ao bot, mas que, Sniffing mações relevantes como login e senha
além de executar comandos recebidos do invasor, realiza � Enquanto o spyware não modifica o
ações para desativação de proteções e aberturas de por- conteúdo, o sniffing pode alterar
tas de conexão. O invasor, ciente das portas TCP que estão
Falsifica dados de identificação, seja do
disponíveis, consegue acesso ao dispositivo para a instala- remetente de um e-mail (e-mail Spoo-
ção de outros códigos maliciosos e roubo de informações. Spoofing fing), do endereço IP, dos serviços ARP
Assim como os spywares, existem backdoors legíti- e DNS, escondendo a real identidade do
mos (adicionados pelo desenvolvedor do software para atacante
funcionalidades administrativas) e ilegítimos (para ope-
rarem independente do consentimento do usuário). Intercepta as comunicações da rede
Man-In-The-
para roubar os dados que trafegam na
-Midle
conexão.
z Rootkit
Intercepta as comunicações do aparelho
Man-In-The-
É um código malicioso especializado em esconder móvel, para roubar os dados que trafegam
-Mobile
e assegurar a presença de outros códigos maliciosos na conexão do aparelho smartphone
para o invasor acessar o sistema. Essas pragas virtuais Enquanto uma falha não é corrigida pelo
podem ser incorporadas em outras pragas, para que o Ataque de dia desenvolvedor do software, invasores
código que camufla a presença seja executado, escon- zero podem explorar a vulnerabilidade identifi-
dendo os rastros do software malicioso. cada antes da implantação da proteção
Após a remoção de um rootkit, o sistema afetado não
Modificam páginas na Internet, alterando
se recupera dos dados apagados, sendo necessária uma
Defacement a sua apresentação (face) para os usuá-
cópia segura (backup) para restauração dos arquivos. rios visitantes

Dica Sequestrador de navegador que pode


desde alterar a página inicial do browser,
Cavalo de Troia, Spyware, Bot, Backdoor e Root- HiJacker até realizar mudanças do mecanismo de
kit são as pragas digitais mais questionadas em pesquisas e direcionamento para servido-
res DNS falsos
concursos públicos.

Confira, na tabela a seguir, outras pragas digitais Uma das ações mais comuns que procuram com-
que ameaçam a Segurança da Informação e a privaci- prometer a segurança da informação é o ataque
dade dos usuários de sistemas computacionais. Phishing. O usuário recebe uma mensagem (por
e-mail, rede social ou SMS no telefone) e é induzido a
CÓDIGO CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
CARACTERÍSTICAS clicar em um link malicioso. O link acessa uma pági-
MALICIOSO na que pode ser semelhante ao site original, induzin-
do o usuário a fornecer dados pessoais, como login e
Gatilho para a execução de outros códi- senha. Em ataques mais elaborados, as páginas captu-
Bomba lógica gos maliciosos que permanece inativa até ram dados bancários e de cartões de crédito. O objeti-
que um evento acionador seja executado
vo é simples: roubar dinheiro das contas do usuário.

Sequestrador de dados que criptografa 1. O usuário recebe um e-mail do “banco”, mas é falso
pastas, arquivos e discos inteiros, soli-
Ransomware
citando o pagamento de resgate para
liberação

� Simulam janelas do sistema opera-


cional, induzindo o usuário a acionar um
comando, fazendo a operação continuar
Scareware
normalmente Usuário
� O comando iniciará a instalação de
códigos maliciosos

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2. O link direciona o usuário par a um site falso 4. Seus dados são enviados pa ra o invasor, que
rouba $$$ das contas bancárias ou fa z
compras no seu cartão de crédito

Usuário

3. Ele informa os seus dados pessoais Usuário

APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS,


FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.)

Nos itens anteriores, conhecemos as diferentes


Usuário ameaças e ataques que podem comprometer a segu-
rança da informação, expondo a privacidade do usuá-
rio. Para todas elas, existem mecanismos de proteção
4. Seus dados são enviados para o invasor, que – softwares ou hardwares que detectam e removem os
rouba $$$ das contas bancárias ou fa z códigos maliciosos ou impedem a sua propagação.
compras no seu cartão de crédito Independentemente da quantidade de sistemas de
proteção, o comportamento do usuário poderá levar
a uma infecção por códigos maliciosos, pois a maio-
ria desses códigos necessita de acesso ao dispositivo
do usuário mediante autorização dada pelo próprio
usuário. A autorização de acesso poderá estar camu-
flada em um arquivo válido, como o Cavalo de Troia,
Usuário ou em mensagens falsas apresentadas em sites, como
o ataque de Phishing. Portanto, a navegação segura
começa com a atitude do usuário na rede.
Outra ação mais elaborada tecnicamente é o Phar-
ming. O invasor ataca um servidor DNS, modificando Antivírus
as tabelas que direcionam o tráfego de dados e o usuá-
rio acessa uma página falsa. Da mesma forma que o Os vírus de computadores, como conhecemos no
Phishing, esse ataque procura capturar dados bancá- tópico anterior, infectam um arquivo e propagam-se
rios do usuário e roubar o seu dinheiro. para outros arquivos quando o hospedeiro é executa-
do. O código que infecta o arquivo é chamado de assi-
1. O atacante modifica a tabela de um servidor DNS natura do vírus.
Os programas antivírus são desenvolvidos para
detectarem a assinatura do vírus existente nos arqui-
vos do computador. O antivírus precisa estar atualiza-
do, com as últimas definições da base de assinaturas
de vírus, para que seja eficiente na remoção dos códi-
gos maliciosos.

1. O usuário tem um vírus de computador instalado


Usuário

2. O link alterado direciona o usuário par a um site falso

Usuário Arquivo

Usuário 2. Um software antivírus é acionado para detecção

3. Ele informa os seus dados pessoais

Usuário Arquivo
Usuário

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3. Ele compara o código com sua base de assinaturas 2. O arquivo será isolado e uma cópia enviada para
análise pelo fabricante do software antivírus

= Quarentena
Usuário Arquivo =
Usuário
4. Ele poderá eliminar o vírus, isolar ou excluir o arquivo

Fabricante
Arquivo Arquivo
= desinfectado excluído
Windows Defender
Usuário Quarentena
Em concursos públicos, as soluções de antivírus de
Quando o antivírus encontra um código malicioso terceiros, como Avast, AVG, Avira e Kaspersky rara-
em algum arquivo, que tenha correspondência com a mente são questionadas. Nós as usamos em nosso dia
base de assinaturas de vírus, ele poderá: a dia, mas, em provas de concursos, as bancas traba-
lham com as configurações padrões dos programas.
z Remover o vírus que infecta o arquivo;
O Windows 10 possui uma solução integrada de
z Criptografar o arquivo infectado e mantê-lo na
proteção, que é o Windows Defender. Na época do
pasta Quarentena, isolado;
Windows 7, a Microsoft adquiriu e disponibilizou o
z Excluir o arquivo infectado.
programa Microsoft Security Essentials como antiví-
Assim, o antivírus poderá proteger o dispositivo rus padrão do sistema operacional.
através de três métodos de detecção: assinatura dos A seguir, foi desenvolvida a solução Windows Defen-
vírus conhecidos, verificação heurística e comporta- der, para detecção e remoção de outros códigos mali-
mento do código malicioso quando é executado. ciosos, como os worms e Cavalos de Troia. Além disso, o
O que fazer quando o código malicioso do vírus Windows sempre ofereceu o firewall, um filtro de cone-
não está na base de assinaturas? xões para impedir ataques oriundos das redes conectadas.
A base de assinaturas é atualizada pelo fabricante No Windows 10, o Windows Defender faz a detec-
do antivírus, com as informações conhecidas dos vírus ção de vírus de computador, códigos maliciosos e
detectados. Entretanto, novos vírus são criados diaria- opera o firewall do sistema operacional, impedindo
mente. Para a detecção desses novos códigos malicio- ataques e invasões.
sos, os programas oferecem a Análise Heurística.
Firewall
z Análise Heurística
O firewall é um filtro de conexões que poderá ser
O software antivírus poderá analisar os arquivos do um software, instalado em cada dispositivo, ou um
dispositivo através de outros parâmetros, além da base hardware, instalado na conexão da rede, protegendo
de assinaturas de vírus conhecidos, para encontrar novos todos os dispositivos da rede interna. O sistema opera-
códigos maliciosos que ainda não foram identificados. cional disponibiliza um firewall pré-configurado com
Se o código enviado para análise for comprovada- regras úteis para a maioria dos usuários.
mente um vírus, o fabricante inclui sua assinatura na A maioria das portas comuns estão liberadas e a
base de vírus conhecidos. Assim, na próxima atualiza- maioria das portas específicas estão bloqueadas.
ção do antivírus, todos poderão reconhecer e remover
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
o novo código descoberto.

1. Ele compara o código com sua base de assinaturas,


mas não encontra correspondência com vírus conhecidos

Usuário

= .
Figura 13. O firewall controla o tráfego proveniente de outras redes
Usuário Arquivo
O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, por-
tanto ele permite que códigos maliciosos, como os
vírus de computadores, infectem o computador ao
chegarem como anexos de uma mensagem de e-mail.
O usuário deve executar um antivírus e antispyware
nos anexos antes de executá-los.
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Worm Malware
E-mail com vírus E-mail com vírus

Firewall Usuário Antispyware


Usuário
Trojan Spyware
E-mail com trojan E-mail com trojan
Figura 16. O antispyware é usado para evitar pragas digitais no
Figura 14. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, então dispositivo do usuário.
mensagens com anexos maliciosos passarão pela barreira e
chegarão até o usuário. Para proteção, o usuário deverá:

O firewall impede um ataque, seja de um hacker, z Manter o firewall ativado;


de um vírus, de um worm, ou de qualquer outra praga z Manter o antivírus atualizado e ativado;
digital que procure acessar a rede ou o computador z Manter o antispyware atualizado e ativado;
por meio de suas portas de conexão. Apenas o con- z Manter os programas atualizados com as corre-
teúdo liberado, como e-mails e páginas web, não será ções de segurança;
bloqueado pelo firewall. z Usar uma senha forte para acesso aos sistemas e
optar pela autenticação em dois fatores quando
disponível.

E-mail Página web

Firewall Usuário Usuário


Invasor Ataque de vírus

Propagação Malware
de worm
Firewall Antivírus Antispyware Atualizações Senha forte
Figura 15. O firewall não analisa o conteúdo do tráfego, mas impede
os ataques provenientes da rede. Figura 17. Para proteção: firewall ativado, antivírus atualizado e
ativado, antispyware atualizado e ativado, atualizações de softwares
instaladas e uso de senha forte.
O firewall não é um antivírus nem um antispyware.
Ele permite ou bloqueia o tráfego de dados nas portas
UTM
TCP do dispositivo. Sendo assim, sua utilização não
dispensa o uso de outras ferramentas de segurança,
Unified Threat Management (UTM), ou “Gerenciamen-
como o antivírus e o antispyware.
to Unificado de Ameaças”, são soluções abrangentes que
integram diferentes mecanismos de proteção em apenas
um programa. Elas realizam, em tempo real, a filtragem
Importante!
de códigos acessados, otimizam o tráfego de dados nas
O firewall não é um antivírus, mas ele impede um conexões, controlam a execução das aplicações, pro-
ataque de vírus. Ele impedirá, por ser um ataque tegem o dispositivo com um firewall, estabelecem uma
e, não, por ser um vírus. conexão VPN segura para navegação e entregam relató-
rios de fácil compreensão para o usuário.

Antispyware Defesa Contra Ataques

Da mesma forma que existe a solução antivírus Quando o ataque é direcionado ao e-mail e nave-
contra vírus de computadores, existe uma solução gador de Internet, os filtros antispam e filtros anti-
que procura detectar, impedir a propagação e remo- phishing atendem aos requisitos de proteção. Se o
ver os códigos maliciosos que não necessitam de um ataque chega disfarçado, medidas de prevenção
hospedeiro. devem ser adotadas, como:
Genericamente, malware é um software malicioso.
Genericamente, spyware é um software espião. Assim, z Nunca fornecer informações confidenciais ou
quando os softwares maliciosos ganharam destaque secretas por e-mail;
e relevância para os usuários dos sistemas operacio- z Resistir à tentação de cliques em links das mensagens;
nais, os spywares ganharam destaque. Comercialmen- z Observar os downloads automáticos ou não iniciados;
te, tornou-se interessante nomear a solução como z Dentro das políticas de segurança para os funcio-
antispyware. nários, destacar que não se deve submeter à pres-
Na prática, um antispyware, ou um antimalware, são de pessoas desconhecidas.
detecta e remove vários tipos de pragas digitais.
Quando os ataques procuram atingir um servidor
da empresa, como ataques DoS (negação de serviço),
266 DDos (ataque distribuído de negação de serviços) ou
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
spoofing (fraude de identidade), uma das formas de Capítulo II — Da Política de Segurança Cibernética:
proteção é o bloqueio de pacotes externos não con- Seção I — Da Implementação da Política de
vencionais. Se o usuário está utilizando um disposi- Segurança Cibernética
tivo móvel e sofre um ataque, ele deve aumentar o
nível de proteção do aparelho e as senhas precisam Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem
ser redefinidas o mais breve possível. implementar e manter política de segurança
Por fim, os ataques contra aplicativos poderão cibernética formulada com base em princípios e
ser minimizados ou anulados se o usuário mantiver diretrizes que busquem assegurar a confidencia-
os programas atualizados em seu dispositivo, apli- lidade, a integridade e a disponibilidade dos
dados e dos sistemas de informação utilizados.
cando as correções de segurança tão logo elas sejam
§ 1º A política mencionada no caput deve ser com-
disponibilizadas.
patível com:
I - o porte, o perfil de risco e o modelo de negócio
da instituição;
Importante! II - a natureza das operações e a complexidade dos
Quando o usuário é envolvido na perpetração de produtos, serviços, atividades e processos da insti-
tuição; e
ataques digitais, ele é considerado o elo mais fra-
III - a sensibilidade dos dados e das informações
co da corrente de segurança da informação, por sob responsabilidade da instituição.
estar sujeito a enganos e trapaças dos atacan- § 2º Admite-se a adoção de política de segurança
tes. A Engenharia Social consiste no conjunto de cibernética única por:
técnicas e atividades que procuram estabelecer I - conglomerado prudencial; e
confiança mediante dados falsos, ameaças ou II - sistema cooperativo de crédito.
dissimulação. § 3º As instituições que não constituírem política
de segurança cibernética própria em decorrência
do disposto no § 2º devem formalizar a opção por
SEGURANÇA CIBERNÉTICA: RESOLUÇÃO CMN Nº essa faculdade em reunião do conselho de admi-
4893, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2021 nistração ou, na sua inexistência, da diretoria da
instituição.
A Resolução nº 4.893, de 26 de fevereiro de 2021,
do CMN, dispõe sobre a política de segurança ciber- Note que confidencialidade, integridade e disponi-
nética e sobre os requisitos para a contratação de ser- bilidade são princípios básicos de qualquer política de
viços de processamento e armazenamento de dados e segurança da informação. Assim, não há grande ino-
de computação em nuvem a serem observados pelas vação por parte da resolução.
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Cen-
tral do Brasil. Trata-se de uma norma muito recente e, Confidencialidade
por isso, relevante ao estudo para novas provas.
Por ser tema novo, essa Resolução ainda não foi PRINCÍPIOS E
abordada em provas de concursos. Assim, podemos DIRETRIZES Integridade
até ter uma ideia de como o examinador pode cobrá- QUE BUSQUEM
ASSEGURAR:
-la, mas ainda não temos a certeza de como será.
Provavelmente, o examinador não deve sair muito Disponibilidade
do texto seco da norma, então destacaremos o que for
mais importante você gravar. Essa é uma Resolução
curta, de fácil entendimento e com grandes chances O art. 3º trouxe os requisitos mínimos das políti-
de cair na sua prova. Vamos lá! cas de segurança cibernética das instituições envolvi-
das. Trata-se de um tópico muito importante para sua
Capítulo I — Do Objeto e do Âmbito de Aplicação prova! É importante gravá-los.

Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre a política Art. 3º A política de segurança cibernética deve
de segurança cibernética e sobre os requisitos contemplar, no mínimo:
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
para a contratação de serviços de processa- I - os objetivos de segurança cibernética da
mento e armazenamento de dados e de com- instituição;
putação em nuvem a serem observados pelas II - os procedimentos e os controles adotados
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco para reduzir a vulnerabilidade da instituição
Central do Brasil. a incidentes e atender aos demais objetivos de
Parágrafo único. O disposto nesta Resolução não segurança cibernética;
se aplica às instituições de pagamento, que devem III - os controles específicos, incluindo os voltados
observar a regulamentação emanada do Banco para a rastreabilidade da informação, que busquem
Central do Brasil, no exercício de suas atribuições garantir a segurança das informações sensíveis;
legais. IV - o registro, a análise da causa e do impacto,
bem como o controle dos efeitos de incidentes
relevantes para as atividades da instituição;
O que é importante você ter em mente em relação V - as diretrizes para:
ao primeiro artigo é que a resolução regula a contra- a) a elaboração de cenários de incidentes con-
tação de serviços de armazenamento de dados. É uma siderados nos testes de continuidade de negócios;
resolução sobre segurança da informação para toda b) a definição de procedimentos e de controles
instituição que careça de autorização do BACEN para voltados à prevenção e ao tratamento dos inci-
funcionar, à exceção das instituições de pagamento, dentes a serem adotados por empresas prestado-
que serão objeto de regulamentação própria. ras de serviços a terceiros que manuseiem dados 267
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou informações sensíveis ou que sejam relevantes Seção II — Da Divulgação da Política de Segurança
para a condução das atividades operacionais da Cibernética
instituição;
c) a classificação dos dados e das informações Art. 4º A política de segurança cibernética deve
quanto à relevância; e ser divulgada aos funcionários da instituição e
d) a definição dos parâmetros a serem utiliza- às empresas prestadoras de serviços a terceiros,
dos na avaliação da relevância dos incidentes; mediante linguagem clara, acessível e em nível
VI - os mecanismos para disseminação da cul- de detalhamento compatível com as funções desem-
tura de segurança cibernética na instituição, penhadas e com a sensibilidade das informações.
incluindo:
a) a implementação de programas de capacita-
A divulgação aos funcionários e às empresas é
ção e de avaliação periódica de pessoal;
o único jeito de garantir a publicidade da política
b) a prestação de informações a clientes e usuá-
de segurança cibernética da instituição. Não adian-
rios sobre precauções na utilização de produtos e
serviços financeiros; e ta nada ter a política se ninguém estiver sabendo. A
c) o comprometimento da alta administração divulgação de tais informações devem ser prestadas
com a melhoria contínua dos procedimentos de maneira clara e acessível.
relacionados com a segurança cibernética; e
VII - as iniciativas para compartilhamento de Art. 5º As instituições devem divulgar ao público
informações sobre os incidentes relevantes, resumo contendo as linhas gerais da política de
mencionados no inciso IV, com as demais insti- segurança cibernética.
tuições referidas no art. 1º.
§ 1º Na definição dos objetivos de segurança ciber- Vale lembrar que o público leigo precisa compreen-
nética referidos no inciso I do caput, deve ser der as políticas da instituição, inclusive para fazer
contemplada a capacidade da instituição para pre- valer seus direitos de consumidor posteriormente.
venir, detectar e reduzir a vulnerabilidade a inci-
dentes relacionados com o ambiente cibernético. Seção III — Do Plano de Ação e de Resposta a
§ 2º Os procedimentos e os controles de que trata Incidentes
o inciso II do caput devem abranger, no mínimo,
a autenticação, a criptografia, a prevenção e
Art. 6º As instituições referidas no art. 1º devem
a detecção de intrusão, a prevenção de vaza-
estabelecer plano de ação e de resposta a inci-
mento de informações, a realização periódica
dentes visando à implementação da política de
de testes e varreduras para detecção de vul-
segurança cibernética.
nerabilidades, a proteção contra softwares
Parágrafo único. O plano mencionado no caput
maliciosos, o estabelecimento de mecanismos
deve abranger, no mínimo:
de rastreabilidade, os controles de acesso e
I - as ações a serem desenvolvidas pela institui-
de segmentação da rede de computadores e a
ção para adequar suas estruturas organizacional e
manutenção de cópias de segurança dos dados
operacional aos princípios e às diretrizes da políti-
e das informações.
ca de segurança cibernética;
II - as rotinas, os procedimentos, os controles
Os procedimentos e controles devem abranger: e as tecnologias a serem utilizados na prevenção
e na resposta a incidentes, em conformidade com
z Autenticação; as diretrizes da política de segurança cibernética; e
z Criptografia; III - a área responsável pelo registro e controle
z Prevenção e a detecção de intrusão; dos efeitos de incidentes relevantes.
z Prevenção de vazamento de informações;
z Realização periódica de testes e varreduras; Seria muito pretensioso imaginar que a seguran-
z Proteção contra softwares maliciosos; ça da informação de uma instituição é intransponí-
z Mecanismos de rastreabilidade; vel. Incidentes sempre acontecem e quase nunca são
z Controles de acesso e de segmentação da rede; previsíveis. Por isso, a resolução exige que as insti-
z Manutenção de cópias de segurança dos dados e tuições estejam prontas a agir quando os incidentes
informações. acontecerem.

Art. 3° [...]
§ 3º Os procedimentos e os controles citados no
Dica
inciso II do caput devem ser aplicados, inclusive, no Mais uma vez, tome cuidado com esses requisi-
desenvolvimento de sistemas de informação segu- tos mínimos. Por exemplo, perguntas a respeito
ros e na adoção de novas tecnologias empregadas
dos requisitos mínimos de procedimento e con-
nas atividades da instituição.
§ 4º O registro, a análise da causa e do impacto, trole, mas que, nas alternativas, são colocados
bem como o controle dos efeitos de incidentes, cita- os requisitos do plano de resposta a incidentes
dos no inciso IV do caput, devem abranger inclusive podem ocorrer na prova, por isso é importante
informações recebidas de empresas prestadoras de ter bastante foco nesse assunto.
serviços a terceiros.
§ 5º As diretrizes de que trata o inciso V, alínea Art. 7º As instituições referidas no art. 1º devem
«b», do caput, devem contemplar procedimentos e designar diretor responsável pela política de segu-
controles em níveis de complexidade, abrangência rança cibernética e pela execução do plano de ação
e precisão compatíveis com os utilizados pela pró- e de resposta a incidentes.
pria instituição. Parágrafo único. O diretor mencionado no caput
pode desempenhar outras funções na instituição,
268 desde que não haja conflito de interesses.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Caso o seu concurso cobre conhecimentos sobre a Art. 12 As instituições mencionadas no art. 1º, pre-
Lei Geral de Proteção de Dados, saiba que esse diretor viamente à contratação de serviços relevantes de
pode ser o Encarregado de Dados da instituição. Não processamento e armazenamento de dados e de
é uma obrigatoriedade, mas a função de encarregado computação em nuvem, devem adotar procedi-
de dados pode ser abrangida por essa. Caso você não mentos que contemplem:
precise estudar a LGPD, não se preocupe, apenas saiba I - a adoção de práticas de governança corpo-
que precisa ter um diretor de segurança cibernética. rativa e de gestão proporcionais à relevância do
serviço a ser contratado e aos riscos a que estejam
Art. 8º As instituições referidas no art. 1º devem expostas; e
elaborar relatório anual sobre a implementação do II - a verificação da capacidade do potencial
plano de ação e de resposta a incidentes, mencio- prestador de serviço de assegurar:
nado no art. 6º, com data-base de 31 de dezembro. a) o cumprimento da legislação e da regulamenta-
§ 1º O relatório de que trata o caput deve abordar, ção em vigor;
no mínimo: b) o acesso da instituição aos dados e às informa-
I - a efetividade da implementação das ações descri- ções a serem processados ou armazenados pelo
tas no art. 6º, parágrafo único, inciso I; prestador de serviço;
II - o resumo dos resultados obtidos na implementa- c) a confidencialidade, a integridade, a disponibili-
ção das rotinas, dos procedimentos, dos controles e dade e a recuperação dos dados e das informações
das tecnologias a serem utilizados na prevenção e processados ou armazenados pelo prestador de
na resposta a incidentes descritos no art. 6º, pará- serviço;
grafo único, inciso II; d) a sua aderência a certificações exigidas pela
III - os incidentes relevantes relacionados com o instituição para a prestação do serviço a ser
ambiente cibernético ocorridos no período; e contratado;
IV - os resultados dos testes de continuidade de e) o acesso da instituição contratante aos relatórios
negócios, considerando cenários de indisponibili- elaborados por empresa de auditoria especializada
dade ocasionada por incidentes. independente contratada pelo prestador de serviço,
§ 2º O relatório mencionado no caput deve ser: relativos aos procedimentos e aos controles utiliza-
I - submetido ao comitê de risco, quando existente; e dos na prestação dos serviços a serem contratados;
II - apresentado ao conselho de administração ou, f) o provimento de informações e de recursos de
na sua inexistência, à diretoria da instituição até 31 gestão adequados ao monitoramento dos serviços
de março do ano seguinte ao da data-base. a serem prestados;
g) a identificação e a segregação dos dados dos
Note que os requisitos mínimos foram menciona- clientes da instituição por meio de controles físicos
dos novamente. Eles são de grande relevância para ou lógicos; e
sua prova. h) a qualidade dos controles de acesso voltados à
proteção dos dados e das informações dos clientes
Art. 9º A política de segurança cibernética refe- da instituição.
rida no art. 2º e o plano de ação e de resposta a § 1º Na avaliação da relevância do serviço a ser
incidentes mencionado no art. 6º devem ser apro- contratado, mencionada no inciso I do caput, a
vados pelo conselho de administração ou, na sua instituição contratante deve considerar a critici-
inexistência, pela diretoria da instituição. dade do serviço e a sensibilidade dos dados e das
informações a serem processados, armazenados
Tome cuidado, o examinador pode querer “brin- e gerenciados pelo contratado, levando em conta,
car” com quem pode aprovar a política de segurança inclusive, a classificação realizada nos termos do
cibernética e o plano de ação e de resposta a inciden- art. 3º, inciso V, alínea “c”.
tes. Quem aprova é o conselho de administração! § 2º Os procedimentos de que trata o caput, inclusi-
Apenas se não houver um conselho de administração ve as informações relativas à verificação menciona-
é que a aprovação vai para a diretoria da instituição. da no inciso II, devem ser documentados.
§ 3º No caso da execução de aplicativos por meio da
Art. 10 A política de segurança cibernética e o pla- internet, referidos no inciso III do art. 13, a institui-
no de ação e de resposta a incidentes devem ser docu- ção deve assegurar que o potencial prestador dos
mentados e revisados, no mínimo, anualmente. serviços adote controles que mitiguem os efeitos de
eventuais vulnerabilidades na liberação de novas
versões do aplicativo. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
A periodicidade da revisão e documentação da polí-
tica e do plano é a que a instituição escolher, respeitado § 4º A instituição deve possuir recursos e competên-
o mínimo anual. Assim, se, em um ano, a instituição cias necessários para a adequada gestão dos servi-
quiser revisar 50 mil vezes, ela pode. O importante é ços a serem contratados, inclusive para análise de
que não pode passar um ano sem revisar! informações e uso de recursos providos nos termos
da alínea «f» do inciso II do caput.
Capítulo III — Da Contratação de Serviços de
Processamento e Armazenamento de Dados e de Neste artigo, existem vários requisitos mínimos.
Computação em Nuvem Trata-se de um tópico que pode ser explorado em sua
prova. Atente-se aos termos da lei.
Art. 11 As instituições referidas no art. 1º devem
assegurar que suas políticas, estratégias e Art. 13 Para os fins do disposto nesta Resolução,
estruturas para gerenciamento de riscos previs- os serviços de computação em nuvem abrangem
tas na regulamentação em vigor, especificamente a disponibilidade à instituição contratante, sob
no tocante aos critérios de decisão quanto à ter- demanda e de maneira virtual, de ao menos um
ceirização de serviços, contemplem a contrata- dos seguintes serviços:
ção de serviços relevantes de processamento e I - processamento de dados, armazenamento de
armazenamento de dados e de computação em dados, infraestrutura de redes e outros recur-
nuvem, no País ou no exterior. sos computacionais que permitam à instituição 269
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contratante implantar ou executar softwares, I - a existência de convênio para troca de informa-
que podem incluir sistemas operacionais e apli- ções entre o Banco Central do Brasil e as autori-
cativos desenvolvidos pela instituição ou por ela dades supervisoras dos países onde os serviços
adquiridos; poderão ser prestados;
II - implantação ou execução de aplicativos desen- II - a instituição contratante deve assegurar que
volvidos pela instituição contratante, ou por ela a prestação dos serviços referidos no caput não
adquiridos, utilizando recursos computacionais do cause prejuízos ao seu regular funcionamento nem
prestador de serviços; ou embaraço à atuação do Banco Central do Brasil;
III - execução, por meio da internet, de aplicativos III - a instituição contratante deve definir, previa-
implantados ou desenvolvidos pelo prestador de mente à contratação, os países e as regiões em
serviço, com a utilização de recursos computacio- cada país onde os serviços poderão ser prestados
nais do próprio prestador de serviços. e os dados poderão ser armazenados, processados
e gerenciados; e
IV - a instituição contratante deve prever alterna-
Repare na expressão “ao menos um”. Se é “ao
tivas para a continuidade dos negócios, no caso de
menos um”, não precisa ser todos. Ou seja, esses servi- impossibilidade de manutenção ou extinção do con-
ços não são cumulativos. trato de prestação de serviços.
A instituição pode contratar todos, se quiser, mas, § 1º No caso de inexistência de convênio nos ter-
ao menos um, precisa ser contratado. Não são dois, mos do inciso I do caput, a instituição contratante
nem três, o mínimo. É um só! deverá solicitar autorização do Banco Central do
Brasil para:
Art. 14 A instituição contratante dos serviços I - a contratação do serviço, no prazo mínimo de
mencionados no art. 12 é responsável pela confiabi- sessenta dias antes da contratação, observado o
lidade, pela integridade, pela disponibilidade, pela disposto no art. 15, § 1º, desta Resolução; e
segurança e pelo sigilo em relação aos serviços con- II - as alterações contratuais que impliquem modi-
tratados, bem como pelo cumprimento da legisla- ficação das informações de que trata o art. 15, § 1º,
ção e da regulamentação em vigor. observando o prazo mínimo de sessenta dias antes
da alteração contratual.
Esse artigo é muito importante. O examinador § 2º Para atendimento aos incisos II e III do caput,
as instituições deverão assegurar que a legislação
pode confundir a cabeça dos candidatos e falar que
e a regulamentação nos países e nas regiões em
quem é responsável é a instituição contratada. Como
cada país onde os serviços poderão ser prestados
quem presta o serviço é a contratada, o candidato não restringem nem impedem o acesso das institui-
desatento vai acabar marcando a assertiva errada. É ções contratantes e do Banco Central do Brasil aos
a instituição contratante quem responderá se a con- dados e às informações.
tratada prestar o serviço inadequadamente. Por isso a § 3º A comprovação do atendimento aos requisitos
importância de a instituição contratar prestadores de de que tratam os incisos I a IV do caput e o cumpri-
serviço idôneos. mento da exigência de que trata o § 2º devem ser
documentados.
Art. 15 A contratação de serviços relevantes de
processamento, armazenamento de dados e de Perceba que os requisitos versam sobre a presta-
computação em nuvem deve ser comunicada pelas ção de serviço realizada no exterior. Atente-se aos
instituições referidas no art. 1º ao Banco Central do requisitos mínimos. Aliás, eles aparecerão no artigo a
Brasil. seguir:
§ 1º A comunicação mencionada no caput deve con-
ter as seguintes informações: Art. 17 Os contratos para prestação de serviços
I - a denominação da empresa contratada; relevantes de processamento, armazenamento
II - os serviços relevantes contratados; e de dados e computação em nuvem devem prever:
III - a indicação dos países e das regiões em I - a indicação dos países e da região em cada
cada país onde os serviços poderão ser presta- país onde os serviços poderão ser prestados e
dos e os dados poderão ser armazenados, proces- os dados poderão ser armazenados, processados
sados e gerenciados, definida nos termos do inciso e gerenciados;
III do art. 16, no caso de contratação no exterior. II - a adoção de medidas de segurança para a
§ 2º A comunicação de que trata o caput deve ser transmissão e armazenamento dos dados citados
realizada até dez dias após a contratação dos no inciso I do caput;
serviços. III - a manutenção, enquanto o contrato estiver
§ 3º As alterações contratuais que impliquem modi- vigente, da segregação dos dados e dos controles de
ficação das informações de que trata o § 1º devem acesso para proteção das informações dos clientes;
ser comunicadas ao Banco Central do Brasil até dez IV - a obrigatoriedade, em caso de extinção do
dias após a alteração contratual. contrato, de:
a) transferência dos dados citados no inciso I do
caput ao novo prestador de serviços ou à institui-
Atenção especial aos requisitos mínimos da comu-
ção contratante; e
nicação de contratação de serviços, previstas no § 1º,
b) exclusão dos dados citados no inciso I do caput
do art. 15. Atente-se, também, ao prazo de 10 dias para pela empresa contratada substituída, após a trans-
que a comunicação seja realizada, contados após rea- ferência dos dados prevista na alínea “a” e a con-
lizada a contratação dos serviços. firmação da integridade e da disponibilidade dos
dados recebidos;
Art. 16 A contratação de serviços relevantes V - o acesso da instituição contratante a:
de processamento, armazenamento de dados e de a) informações fornecidas pela empresa contrata-
computação em nuvem prestados no exterior deve da, visando a verificar o cumprimento do disposto
270 observar os seguintes requisitos: nos incisos I a III do caput;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) informações relativas às certificações e aos rela- Art. 19 As instituições referidas no art. 1º devem asse-
tórios de auditoria especializada, citados no art. gurar que suas políticas para gerenciamento de riscos
12, inciso II, alíneas “d” e “e”; e previstas na regulamentação em vigor disponham, no
c) informações e recursos de gestão adequados ao tocante à continuidade de negócios, sobre:
monitoramento dos serviços a serem prestados, I - o tratamento dos incidentes relevantes relacio-
citados no art. 12, inciso II, alínea “f”; nados com o ambiente cibernético de que trata o
VI - a obrigação de a empresa contratada notificar art. 3º, inciso IV;
a instituição contratante sobre a subcontratação II - os procedimentos a serem seguidos no caso da
de serviços relevantes para a instituição; interrupção de serviços relevantes de processamen-
VII - a permissão de acesso do Banco Central do to e armazenamento de dados e de computação em
Brasil aos contratos e aos acordos firmados para nuvem contratados, abrangendo cenários que consi-
derem a substituição da empresa contratada e o resta-
a prestação de serviços, à documentação e às
belecimento da operação normal da instituição; e
informações referentes aos serviços prestados, aos
III - os cenários de incidentes considerados nos tes-
dados armazenados e às informações sobre seus tes de continuidade de negócios de que trata o art.
processamentos, às cópias de segurança dos dados 3º, inciso V, alínea “a”.
e das informações, bem como aos códigos de acesso Art. 20 Os procedimentos adotados pelas institui-
aos dados e às informações; ções para gerenciamento de riscos previstos na
VIII - a adoção de medidas pela instituição con- regulamentação em vigor devem contemplar, no
tratante, em decorrência de determinação do Ban- tocante à continuidade de negócios:
co Central do Brasil; e I - o tratamento previsto para mitigar os efeitos
IX - a obrigação de a empresa contratada manter dos incidentes relevantes de que trata o inciso IV
a instituição contratante permanentemente do art. 3º e da interrupção dos serviços relevantes
informada sobre eventuais limitações que pos- de processamento, armazenamento de dados e de
sam afetar a prestação dos serviços ou o cumpri- computação em nuvem contratados;
mento da legislação e da regulamentação em vigor. II - o prazo estipulado para reinício ou normaliza-
Parágrafo único. Os contratos mencionados no ção das suas atividades ou dos serviços relevantes
caput devem prever, para o caso da decretação de interrompidos, citados no inciso I do caput; e
regime de resolução da instituição contratante pelo III - a comunicação tempestiva ao Banco Central
Banco Central do Brasil: do Brasil das ocorrências de incidentes relevantes
e das interrupções dos serviços relevantes citados
I - a obrigação de a empresa contratada conceder
no inciso I do caput que configurem uma situação
pleno e irrestrito acesso do responsável pelo regi-
de crise pela instituição financeira, bem como das
me de resolução aos contratos, aos acordos, à docu-
providências para o reinício das suas atividades.
mentação e às informações referentes aos serviços Parágrafo único. As instituições devem estabele-
prestados, aos dados armazenados e às informa- cer e documentar os critérios que configurem uma
ções sobre seus processamentos, às cópias de segu- situação de crise de que trata o inciso III do caput.
rança dos dados e das informações, bem como aos Art. 21 As instituições de que trata o art. 1º devem
códigos de acesso citados no inciso VII do caput que instituir mecanismos de acompanhamento e de
estejam em poder da empresa contratada; e controle com vistas a assegurar a implementação
II - a obrigação de notificação prévia do responsá- e a efetividade da política de segurança cibernética,
vel pelo regime de resolução sobre a intenção de a do plano de ação e de resposta a incidentes e dos
empresa contratada interromper a prestação de ser- requisitos para contratação de serviços de proces-
viços, com pelo menos trinta dias de antecedência samento e armazenamento de dados e de computa-
da data prevista para a interrupção, observado que: ção em nuvem, incluindo:
a) a empresa contratada obriga-se a aceitar even- I - a definição de processos, testes e trilhas de
tual pedido de prazo adicional de trinta dias para a auditoria;
interrupção do serviço, feito pelo responsável pelo II - a definição de métricas e indicadores adequa-
regime de resolução; e dos; e
b) a notificação prévia deverá ocorrer também na III - a identificação e a correção de eventuais
deficiências.
situação em que a interrupção for motivada por
§ 1º As notificações recebidas sobre a subcontra-
inadimplência da contratante.
tação de serviços relevantes descritas no art. 17,
inciso VI, devem ser consideradas na definição dos
O art. 18 traz a única exceção às regras dos artigos mecanismos de que trata o caput. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
antecedentes. Vejamos: § 2º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria inter-
Art. 18 O disposto nos arts. 11 a 17 não se aplica na, quando aplicável, compatíveis com os controles
à contratação de sistemas operados por câma- internos da instituição.
ras, por prestadores de serviços de compensação Art. 22 Sem prejuízo do dever de sigilo e da livre
e de liquidação ou por entidades que exerçam ati- concorrência, as instituições mencionadas no art.
vidades de registro ou de depósito centralizado. 1º devem desenvolver iniciativas para o comparti-
lhamento de informações sobre os incidentes rele-
vantes de que trata o art. 3º, inciso IV.
Dica § 1º O compartilhamento de que trata o caput deve
abranger informações sobre incidentes relevantes
Tudo que envolve exceções a uma regra é tema recebidas de empresas prestadoras de serviços a
quente para concurso público. terceiros.
§ 2º As informações compartilhadas devem estar
Capítulo IV — Disposições Gerais disponíveis ao Banco Central do Brasil.

As disposições gerais já começam com os já tão Ou seja, de acordo com o art. 22, é mais importan-
falados requisitos mínimos, quais sejam, os requisitos te a proteção do consumidor e do titular de dados do
sobre a continuidade dos negócios nas políticas: que o sigilo sobre os incidentes! Para fins de prova, 271
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
na dúvida, marque a assertiva que melhor proteger o De acordo com o art. 25, os contratos anteriores
vulnerável da relação jurídica (sempre o consumidor, devem ser emendados para se adequarem à nova nor-
o trabalhador, o titular de dados etc.). ma. É quase como se a resolução tivesse efeito retroativo.

Capítulo V — Disposições Finais Art. 26 O Banco Central do Brasil poderá vetar


ou impor restrições para a contratação de servi-
Art. 23 Devem ficar à disposição do Banco Central ços de processamento e armazenamento de dados
do Brasil pelo prazo de cinco anos: e de computação em nuvem quando constatar, a
I - o documento relativo à política de segurança qualquer tempo, a inobservância do disposto nes-
cibernética, de que trata o art. 2º; ta Resolução, bem como a limitação à atuação do
II - a ata de reunião do conselho de administração Banco Central do Brasil, estabelecendo prazo para
ou, na sua inexistência, da diretoria da instituição, a adequação dos referidos serviços.
no caso de ser formalizada a opção de que trata o
art. 2º, § 2º; Está aí outra ação do BACEN, portanto exige bas-
III - o documento relativo ao plano de ação e de res- tante atenção.
posta a incidentes, de que trata o art. 6º; De resto, a lei tem só mais dois artigos, sendo que o
IV - o relatório anual, de que trata o art. 8º; art. 27 fala das resoluções que ficaram revogadas por
V - a documentação sobre os procedimentos de que esta e o art. 28 fala a data de entrada em vigor da reso-
trata o art. 12, § 2º; lução em comento (01/07/2021):
VI - a documentação de que trata o art. 16, § 3º, no
caso de serviços prestados no exterior; Art. 27 Ficam revogadas:
VII - os contratos de que trata o art. 17, contado I - a Resolução nº 4.658, de 26 de abril de 2018; e
o prazo referido no caput a partir da extinção do II - a Resolução nº 4.752, de 26 de setembro de 2019.
contrato; Art. 28 Esta Resolução entra em vigor em 1º de
VIII - os dados, os registros e as informações rela- julho de 2021.
tivas aos mecanismos de acompanhamento e de
controle de que trata o art. 21, contado o prazo
referido no caput a partir da implementação dos
citados mecanismos; e
IX - a documentação com os critérios que configu- CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE
rem uma situação de crise de que trata o art. 20,
Parágrafo único.
GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES,
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS
Atente-se ao prazo. Prazo sempre é tema quente
para cair em prova. O examinador coloca a íntegra do CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E
artigo, mas muda esses “cinco anos” para “dez anos” e ATALHOS
o candidato poderá ser induzido a erro.
No Windows 10, os diretórios são chamados de pas-
Art. 24 O Banco Central do Brasil poderá adotar tas e algumas pastas são especiais, contendo coleções
as medidas necessárias para cumprimento do de arquivos que são chamadas de Bibliotecas. Ao todo
disposto nesta Resolução, bem como estabelecer: são quatro Bibliotecas: Documentos, Imagens, Músi-
I - os requisitos e os procedimentos para o com- cas e Vídeos. O usuário poderá criar Bibliotecas para
partilhamento de informações, nos termos do sua organização pessoal, uma vez que elas otimizam
art. 22; a organização dos arquivos e pastas, inserindo apenas
II - a exigência de certificações e outros requi- ligações para os itens em seus locais originais.
sitos técnicos a serem requeridos das empresas
contratadas, pela instituição financeira contratan-
te, na prestação dos serviços de que trata o art. 12;
III - os prazos máximos de que trata o art. 20, inciso
II para reinício ou normalização das atividades ou
dos serviços relevantes interrompidos; e
IV - os requisitos técnicos e procedimentos ope-
racionais a serem observados pelas institui-
ções para o cumprimento desta Resolução.

Esse artigo é muito importante, pois traz ações Pasta com Pasta sem Pasta vazia
possíveis a serem realizadas pelo Banco Central do subpasta subpasta
Brasil (BACEN).
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File
Art. 25 As instituições referidas no art. 1º que, em System) armazena os dados dos arquivos em locali-
26 de abril de 2018, já tinham contratado a presta- zações dos discos de armazenamento. Por sua vez, os
ção de serviços relevantes de processamento, arma- arquivos possuem nome e podem ter extensões.
zenamento de dados e de computação em nuvem O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de
devem adequar o contrato para a prestação de tais armazenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de
serviços: bytes).
I - ao cumprimento do disposto no art. 16, incisos I, II, O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
IV e § 2º, no caso de serviços prestados no exterior; e
II - ao disposto nos arts. 15, § 1º, e 17.
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos.
Parágrafo único. O prazo previsto para adequação
ao disposto no caput não pode ultrapassar 31 de
272 dezembro 2021.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
Unidade de disco de armazena- da na memória.
Disco de mento permanente, que possui um A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72
armazenamento sistema de arquivos e mantém os bits de informação.
dados gravados Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-
Estruturas lógicas que endereçam ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até
as partes físicas do disco de arma- 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
Sistema de
zenamento. NTFS, FAT32, FAT são Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
Arquivos
alguns exemplos de sistemas de ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
arquivos do Windows segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho leva-
rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
Circunferência do disco físico
para o roteador wireless.
Trilhas (como um hard disk HD ou unidades
removíveis ópticas)

São “fatias” do disco, que dividem Importante!


Setores
as trilhas
O tamanho dos arquivos no Windows 10 é exi-
Unidades de armazenamento no bido em modo de visualização de Detalhes, nas
Clusters disco, identificado pela trilha e setor Propriedades (botão direito do mouse, menu de
onde se encontra contexto) e na barra de status do Explorador de
Arquivos. Poderão ter as unidades KB, MB, GB,
Estrutura lógica do sistema de ar-
Pastas ou TB, indicando quanto espaço ocupam no disco
quivos para organização dos dados
diretórios de armazenamento.
na unidade de disco

Arquivos Dados. Podem ter extensões


Quando os computadores pessoais foram apresen-
Pode identificar o tipo de arquivo, tados para o público, a árvore foi usada como analo-
associando com um software que gia para explicar o armazenamento de dados, criando
Extensão permita visualização e/ou edição. o termo “árvore de diretórios”.
As pastas podem ter extensões
como parte do nome Documentos
Imagens
Arquivos especiais, que apontam Folhas
Músicas
para outros itens computacionais, Flores
Vídeos
como unidades, pastas, arquivos, Frutos
Atalhos dispositivos, sites na Internet, lo-
cais na rede etc. Os ícones pos-
suem uma seta, para diferenciar Pastas e Subpastas Tronco e Galhos
dos itens originais

O disco de armazenamento de dados tem o seu


tamanho identificado em bytes. São milhões, bilhões e Diretório Raiz Raiz
até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
listados na escala a seguir.
Árvore de diretórios

Exabyte
No Windows 10, a organização segue a seguinte
Petabyte (EB)
(PB)
definição: CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Terabyte
Gigabyte (TB)
trilhão
z Pastas
Megabyte (GB)
Kilobyte (MB) bilhão
(KB) mil milhão „ Estruturas do sistema operacional: Arquivos
Byte
de Programas (Program Files), Usuários (Users),
(B)
Windows. A primeira pasta da unidade é cha-
Ainda não temos discos com capacidade na ordem mada raiz (da árvore de diretórios), represen-
de Petabytes (PB — quatrilhão de bytes) vendidos tada pela barra invertida: Documentos (Meus
comercialmente, mas quem sabe um dia... Hoje estas Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
medidas muito altas são usadas para identificar gran-
cas) — bibliotecas;
des volumes de dados na nuvem, em servidores de
„ Estruturas do Usuário: Documentos (Meus
redes, em empresas de dados etc. Documentos), Imagens (Minhas Imagens),
Vamos falar um pouco sobre bytes: 1 byte repre- Vídeos (Meus Vídeos), Músicas (Minhas Músi-
senta uma letra, ou número, ou símbolo. Ele é forma- cas) — bibliotecas;
do por 8 bits, que são sinais elétricos (que vale zero „ Área de Trabalho: desktop, que permite aces-
ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam o sistema so à Lixeira, Barra de Tarefas, pastas, arquivos,
binário para representação de informações. programas e atalhos; 273
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„ Lixeira do Windows: armazena os arquivos de z o Windows não permite que dois itens tenham o
discos rígidos que foram excluídos, permitindo mesmo nome e a mesma extensão quando estive-
a recuperação dos dados. rem armazenados no mesmo local;
z o Windows não aceita determinados caracteres
z Atalhos nos nomes e extensões. São caracteres reservados,
para outras operações, que são proibidos na hora
„ Arquivos que indicam outro local: extensão
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui-
LNK, podem ser criados arrastando o item com
vos e pastas podem ser compostos por qualquer
ALT ou CTRL+SHIFT pressionado.
caractere disponível no teclado, exceto os carac-
z Drivers teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
„ Arquivos de configuração: extensão DLL e opção), | (barra vertical, significa concatenador de
outras, usadas para comunicação do software comandos), \ (barra invertida, indica um caminho),
com o hardware. “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento significa direcionador de saída);
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de z existem termos que não podem ser usados, como
manipulação de informações no computador, desde o CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan- nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas). referenciar itens de hardware nos comandos digi-
O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado tados no Prompt de Comandos (por exemplo, para
para executar o Explorador de Arquivos. enviar para a impressora um texto através da linha
Como o Windows 10 está associado a uma con- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou
Outlook), o usuário tem disponível um espaço de Entre os caracteres proibidos, o asterisco é o mais
armazenamento de dados na nuvem Microsoft One- conhecido. Ele pode ser usado para substituir de zero
Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado à N caracteres em uma pesquisa, tanto no Windows
direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a como nos sites de busca na Internet.
nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, As ações realizadas pelos usuários em relação à
eles serão enviados para a nuvem e sincronizados manipulação de arquivos e pastas podem estar condi-
com outros dispositivos que estejam conectados na cionadas ao local onde elas são efetuadas, ou ao local
mesma conta de usuário. de origem e destino da ação. Portanto, é importante
Os atalhos são representados por ícones com uma verificar no enunciado da questão, geralmente no tex-
seta no canto inferior esquerdo, e podem apontar para to associado, estes detalhes que determinarão o resul-
um arquivo, pasta ou unidade de disco. Os atalhos são tado da operação.
independentes dos objetos que os referenciam, por- As operações podem ser realizadas com atalhos
tanto, se forem excluídos, não afetam o arquivo, pasta de teclado, com o mouse, ou com a combinação de
ou unidade de disco que estão apontando. ambos. As bancas organizadoras costumam questio-
Podemos criar um atalho de várias formas diferentes: nar ações práticas nas provas e, na maioria das vezes
utilizam imagens nas questões.
z arrastar um item segurando a tecla Alt no teclado,
e ao soltar, o atalho é criado; OPERAÇÕES COM TECLADO
z no menu de contexto (botão direito) escolha
Atalhos de teclado Resultado da operação
“Enviar para... Área de Trabalho (criar atalho);
z um atalho para uma pasta cujo conteúdo está sen- Não é possível recortar e colar na
Ctrl+X e Ctrl+V
do exibido no Explorador de Arquivos pode ser mesma pasta. Será exibida uma
na mesma pasta
criado na área de trabalho arrastando o ícone da mensagem de erro
pasta, mostrado na barra de endereços e soltando- Ctrl+X e Ctrl+V Recortar (da origem) e colar (no
-o na área de trabalho. em locais diferentes destino). O item será movido
Copiar e colar. O item será dupli-
Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos Ctrl+C e Ctrl+V
cado. A cópia receberá um sufixo
somente leitura... Os atributos dos itens podem ser na mesma pasta
(Copia) para diferenciar do original
definidos pelo item Propriedades no menu de con-
texto. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que Copiar (da origem) e colar (no
Ctrl+C e Ctrl+V
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- destino). O item será duplicado,
em locais diferentes
ração correspondente. mantendo o nome e extensão
Deletar, apagar, enviar para a Li-
MANIPULAÇÃO DE ARQUIVOS E PASTAS xeira do Windows, podendo re-
Tecla Delete em um
cuperar depois, se o item estiver
Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre- item do disco rígido
em um disco rígido local interno
cisam ser conhecidas para que a operação seja reali- ou externo conectado na CPU
zada com sucesso:
Será excluído definitivamente. A
Tecla Delete em
Lixeira do Windows não armazena
z o Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- um item do disco
itens de unidades removíveis (pen-
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas. removível
drive), ópticas ou unidades remotas
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
derado igual ao nome Documento.DOCX;
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OPERAÇÕES COM TECLADO OPERAÇÕES COM MOUSE
Independentemente do local onde RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO
Shift+Delete estiver o item, ele será excluído OPERAÇÃO
definitivamente Arrastar com botão principal
Renomear. Trocar o nome e a pressionado e soltar na mes- O item será movido
extensão do item. Se houver ou- ma unidade de disco
tro item com o mesmo nome no Arrastar com botão principal
mesmo local, um sufixo numérico pressionado e soltar em ou- O item será copiado
F2 tra unidade de disco
será adicionado para diferenciar
os itens. Não é permitido reno- Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto,
mear um item que esteja aberto dário do mouse pressionado podendo “Copiar aqui” (no
na memória do computador e soltar na mesma unidade local onde soltar)
Arrastar com botão secundário Exibe o menu de contexto, po-
Lixeira do mouse pressionado e soltar dendo “Copiar aqui” (no local
em outra unidade de disco onde soltar) ou “Mover aqui”
Um dos itens mais questionados em concursos
públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os Arrastar na mesma unidade, será movido. Arras-
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, tar entre unidades diferentes, será copiado.
internos ou externos conectados na CPU.
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a OPERAÇÕES COM TECLADO E MOUSE
tecla Delete (DEL), o item é removido do local original
e armazenado na Lixeira. AÇÃO DO USUÁRIO RESULTADO DA OPERAÇÃO
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode Arrastar com o botão princi-
O item será copiado, quando
escolher a opção Restaurar, para retornar ele para o a tecla CTRL for liberada, in-
pal pressionado um item com
local original. Se o local original não existe mais, pois dependente da origem ou do
a tecla CTRL pressionada
destino da ação
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira
recupera o caminho e restaura o item. O item será movido, quando
Arrastar com o botão princi-
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser excluí- a tecla SHIFT for liberada, in-
pal pressionado um item com
dependente da origem ou do
dos definitivamente, escolhendo a opção “Esvaziar Lixei- a tecla SHIFT pressionada
destino da ação
ra” no menu de contexto ou faixa de opções da Lixeira.
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+De- Arrastar com o botão princi-
Será criado um atalho para o
pal pressionado um item com
lete, o item será excluído definitivamente. Pelo Win- a tecla ALT pressionada (ou
item, independente da origem
dows, itens excluídos definitivamente ou apagados ou do destino da ação
CTRL+SHIFT)
após esvaziar a Lixeira não poderão ser recuperados.
Clique em itens com o botão
É possível recuperar com programas de terceiros, mas principal, enquanto mantém a Seleção individual de itens
isto não é considerado no concurso, que segue a con- tecla CTRL pressionada
figuração padrão.
Seleção de vários itens. O
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados
Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
com o mouse para fora dela, restaurando o item para principal, enquanto mantém a início, e o último item será o
o local onde o usuário liberar o botão do mouse. tecla SHIFT pressionada final, de uma região contínua
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido de seleção
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá alte-
rar o tamanho máximo reservado para a Lixeira, poderá Extensões de Arquivos
desativar ela excluindo os itens diretamente e configu-
rar Lixeiras individuais para cada disco conectado. O Windows 10 apresenta ícones que representam
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão
OPERAÇÕES COM MOUSE caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
RESULTADO DA
AÇÃO DO USUÁRIO atribuída para ele, de acordo com o programa que o
OPERAÇÃO
criou. É possível alterar esta extensão, porém corre-
Clique simples no botão
Selecionar o item mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
principal
será mais reconhecido diretamente pelas configura-
Clique simples no botão Exibir o menu de contexto do ções definidas em Programas Padrão do Windows.
secundário item
Executar o item, se for exe-
cutável. Abrir o item, se for Importante!
editável, com o programa pa-
Duplo clique drão que está associado. Nos Existem arquivos sem extensão, como itens do
programas do computador, sistema operacional. Ela é opcional e procura
poderá abrir um item através associar o arquivo com um programa para visua-
da opção correspondente
lização ou edição. Se o arquivo não possui exten-
Renomear o item. Se o nome são, o usuário não conseguirá executar ele, por
já existe em outro item, será
Duplo clique pausado se tratar de conteúdo de uso interno do sistema
sugerido numerar o item re-
nomeado com um sufixo operacional (que não deve ser manipulado).
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Confira na tabela a seguir algumas das extensões e múltiplas plataformas. A extensão RTF pode ser aberta
ícones mais comuns em provas de concursos. pelos programas editores de textos, como o Microsoft
Word e LibreOffice Writer, e é padrão do acessório do
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO Windows WordPad.
Adobe Acrobat. Pode ser criado e
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações
editado pelos aplicativos Office. (atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
Formato de documento portável ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
PDF
(Portable Document Format) que será visualizado e editado por outro programa de
poderá ser visualizado em várias escolha do usuário.
plataformas As Configurações do Windows e dos programas
Documento de textos do Microsoft instalados estão armazenadas no Registro do Windo-
Word. Textos com formatação que ws. O arquivo do registro do Windows pode ser edi-
DOCX podem ser editados pelo LibreOffice tado pelo comando regedit.exe, acionado na caixa de
Writer diálogo “Executar”. Entretanto, não devemos alterar
suas hives (chaves de registro) sem o devido conheci-
Pasta de trabalho do Microsoft Ex-
mento, pois poderá inutilizar o sistema operacional.
cel. Planilhas de cálculos que po-
XLSX dem ser editadas pelo LibreOffice No Windows 10, Configurações é o Painel de Con-
calc trole. A troca do nome alterou a organização dos itens
de ajustes do Windows, tornando-se mais simples e
Apresentação de slides do Micro- intuitivo.
soft PowerPoint, que poderá ser Através deste item o usuário poderá instalar e
PPTX
editada pelo LibreOffice Impress desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Windows, além de outros recursos administrativos.
Texto sem formatação. Formato Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
padrão do acessório Bloco de No- acessado pela opção Configurações, localizada na lista
TXT tas. Poderá ser aberto por vários
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu-
programas do computador
rar VPN, Wi-Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/
Rich Text Format – formato de tex- Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca-
to rico. Padrão do acessório Wor- da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
RTF dPad, este documento de texto Modo Avião é uma configuração comum em smar-
possui alguma formatação, como tphones e tablets que permite desativar, de maneira
estilos de fontes rápida, a comunicação sem fio do aparelho — que
Formato de vídeo. Quando o Win- inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,
dows efetua a leitura do conteúdo, NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.
MP4, AVI, exibe no ícone a miniatura do pri- No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
MPG meiro quadro. No Windows 10, Fil- exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar
mes e TV reproduzem os arquivos informações, como, por exemplo, a data de modifica-
de vídeo
ção e o tamanho de cada arquivo.
Formato de áudio. O Gravador de
Som pode gravar o áudio. O Windo- Modos de Exibição do Windows 10
MP3 ws Media Player e o Groove Music
podem reproduzir o som

Formato de imagem. Quando o


Windows efetua a leitura do con-
BMP, GIF,
teúdo, exibe no ícone a miniatura
JPG, PCX,
da imagem. No Windows 10, o
PNG, TIF
acessório Paint visualiza e edita
os arquivos de imagens
Formato ZIP, padrão do Windows
para arquivos compactados. Não
ZIP necessita de programas adicio-
nais, como o formato RAR, que exi-
ge o WinRAR z Ícones extras grandes: ícones extra grandes com
nome (e extensão);
Biblioteca de ligação dinâmica do
z Ícones grandes: ícones grandes com nome (e
Windows. Arquivo que contém in-
DLL formações que podem ser usadas
extensão);
por vários programas, como uma z Ícones médios: ícones médios com nome (e exten-
caixa de diálogo são) organizados da esquerda para a direita;
z Ícones pequenos: ícones pequenos com nome (e
Arquivos executáveis, que não
necessitam de outros programas
extensão) organizados da esq. para a direita;
EXE, COM, para serem executados z Listas: ícones pequenos com nome (e extensão)
BAT organizados de cima para baixo;
z Detalhes: ícones pequenos com nome, data de
modificação, tipo e tamanho;
z Blocos: ícones médios com nome, tipo e tamanho,
Uma das extensões menos conhecidas e mais ques- organizados da esq. para a direita;
tionadas das bancas é a extensão RTF. Rich Text For- z Conteúdo: ícones médios com nome, autores, data
mat, uma tentativa da Microsoft em criar um padrão de modificação, marcas e tamanho.
276 de documento de texto com alguma formatação para
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Um dos temas mais questionado em provas são os instalados no computador. Os acessórios oferecem
modos de exibição do Windows. Se tem um computador recursos básicos para anotações, edição de imagens e
com Windows 10, procure visualizar os modos de exibi- edição de textos.
ção no seu Explorador de Arquivos. Praticar a disciplina Na primeira categoria encontramos o Configura-
no computador ajuda na memorização dos recursos. ções (antigo Painel de Controle). Usado para realizar
as configurações de software (programas) e hardware
2. Barra ou linha de título
(dispositivos), permite alterar o comportamento do
3. Minimizar 4. Maximizar 5. fechar
sistema operacional, personalizando a experiência no
Windows 7. No Windows 10 o Painel de Controle cha-
ma-se Configurações, e pode ser acessado pelo atalho
de teclado Windows+X no menu de contexto, ou dire-
tamente pelo atalho de teclado Windows+I.
Área de trabalho do aplicativo Na segunda categoria, temos programas que reali-
zam atividades e outros que produzem mais arquivos.
Por exemplo, a calculadora. É um acessório do Windo-
1. Barra de menus ws 10 que inclui novas funcionalidades em relação às
6. Barra de Rolagem
versões anteriores, como o cálculo de datas e conver-
são de medidas. Temos também o Notas Autoadesivas
Elementos de uma janela do Windows 10.
(como pequenos post its na tela do computador).
Outros acessórios são o WordPad (para edição de
1. Barra de menus: são apresentados os menus com documentos com alguma formatação), Bloco de Notas
os respectivos serviços que podem ser executados (para edição de arquivos de textos), MSPaint (para edi-
no aplicativo;
ção de imagens) e Visualizador de Imagens (que permi-
2. Barra ou linha de título: mostra o nome do arqui-
te ver uma imagem e chamar o editor correspondente).
vo e o nome do aplicativo que está sendo execu-
E finalmente, as ferramentas do sistema. Desfrag-
tado na janela. Através dessa barra, conseguimos
mentar e Otimizar Unidades1 (antigo Desfragmenta-
mover a janela quando a mesma não está maximi-
zada. Para isso, clique na barra de título, mante- dor de Discos, para organizar clusters2), Verificação de
nha o clique e arraste e solte o mouse. Assim, você Erros (para procurar por erros de alocação), Backup
estará movendo a janela para a posição desejada. do Windows (para cópia de segurança dos dados do
Depois é só soltar o clique; usuário) e Limpeza de Disco (para liberar espaço livre
3. Botão minimizar: reduz uma janela de documento no disco).
ou aplicativo para um ícone. Para restaurar a janela
para seu tamanho e posição anteriores, clique neste
botão ou clique duas vezes na barra de títulos; Desfragmentar e Otimizar Unidades
4. Botão maximizar: aumenta uma janela de docu- Aplicativo da área de trabalho
mento ou aplicativo para preencher a tela. Para
restaurar a janela para seu tamanho e posição
anteriores, clique neste botão ou clique duas vezes Otimizar e desfragmentar unidade
na barra de títulos;
5. Botão fechar: fecha o aplicativo ou o documento. A otimização das unidades do computador pode
Solicita que você salve quaisquer alterações não ajudá-lo a funcionar com mais eficiência
salvas antes de fechar. Alguns aplicativos, como
Otimizar
os navegadores de Internet, trabalham com guias
ou abas, que possuem o seu próprio controle para
fechar a guia ou aba. Atalho de teclado Alt+F4;
6. Barras de rolagem: as barras sombreadas ao No menu Iniciar, em Ferramentas Administrativas
longo do lado direito (e inferior de uma janela de do Windows, encontraremos os outros programas,
documento). Para deslocar-se para outra parte do como por exemplo: Agendador de Tarefas, Gerencia-
documento, arraste a caixa ou clique nas setas da mento do Computador, Limpeza de Disco etc. Na par-
barra de rolagem. te de segurança encontramos o Firewall do Windows,
um filtro das portas TCP do computador, que autoriza CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
PROGRAMAS E APLICATIVOS ou bloqueia o acesso para a rede de computadores, e
de acesso externo ao computador.
Os programas associados ao Windows 10 podem
ser classificados em:
Firewall do Windows
z componentes do sistema operacional;
Painel de controle
z aplicativos e acessórios;
z ferramentas de manutenção e segurança;
z apps — aplicativos disponíveis na loja (Windows A tabela a seguir procura resumir os recursos e
Store) para instalação no computador do usuário. novidades do Windows 10. Confira.
Os acessórios do Windows são aplicativos nativos
do sistema operacional, que estão disponíveis para
utilização mesmo que não existam outros programas

1 Em cada local do Windows, o item poderá ter um nome diferente. “Desfragmentar e Otimizar Unidades” é o nome do recurso. “Otimizar e
desfragmentar unidade” é o nome da opção.
2 Unidades de alocação. Quando uma informação é gravada no disco, ela é armazenada em um espaço chamado cluster. 277
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
WINDOWS 10 O QUE

Explorador de Arquivos Gerenciamento de arquivos e pastas do computador

Referência ao local no gerenciador de arquivos e pastas para unidades de dis-


Este Computador
cos e pastas Favoritas

Ferramenta de sistema para organizar os arquivos e pastas do computador,


Desfragmentar e Otimizar Unidades
melhorando o tempo de leitura dos dados

Win+S Pesquisar

Envia imediatamente Pressionar DEL em um item selecionado

Configurações Permite configurar software e hardware do computador

Home, Pro, Enterprise, Education. Edições do Windows

Xbox (Games, músicas = Groove) Integração com Xbox, modo multiplayer gratuito, streaming de jogos do Xbox One

Com blocos dinâmicos (live tiles) Menu Iniciar

Hyperboot & InstantGo Inicialização rápida

Menu Iniciar, Barra de Tarefas e


Fixar aplicativos
Blocos Dinâmicos

Windows Hello Autenticação biométrica permite logar no sistema sem precisar de senhas

Acessar os documentos do OneDrive diretamente do Windows Explorer e Explo-


OneDrive integrado
rador de Arquivos

Permite alternar de maneira fácil entre os modos de desktop e tablet, sendo


Continuum
ideal para dispositivos conversíveis

Microsoft Edge O novo navegador da Microsoft está disponível somente no Windows 10

Com funcionamento análogo à Google Play Store e à Apple Store, o ambiente


Windows Store
permite comprar jogos, apps, filmes, músicas e programas de TV

Desktops virtuais O recurso permite visualizar dados de vários computadores em uma única tela

Windows Update, Windows Update


Fornecimento do Windows como um serviço, para manter o Windows atualizado
for Business, Current Branch for Busi-
Windows as a Service – WaaS
ness e Long Term Servicing Branch

Intregração com Windows Phone Aplicativos Fotos aprimorado

O modo tablet deixa o Windows mais fácil e intuitivo de usar com touch em
Modo tablet
dispositivos tipo conversíveis

Email, Calendário, Notícias,


entre outros – também foram Executar aplicativos Metro (Windows 8 e 8.1) em janelas
melhorados

Compartilhar Wi-Fi Compartilhar sua rede Wi-Fi com os amigos sem revelar a senha

Complemento para Telefone Sincronizar dados entre seu PC e smartphone ou tablete, seja iOs ou Android.

Configurações > Sistema >


Analisar o espaço de armazenamento em seu PC
Armazenamento

Prompt de Comandos Usar o comando Ctrl + V no prompt de comando

Cortana Assistente pessoal semelhante a Siri da Apple, que já está disponível em português

Na área de notificações do Windows 10, a Central de Notificações reúne as


Central de Notificações
mensagens do e-mail, do computador, de segurança e manutenção, entre outras

Quando você clica duas vezes em um arquivo, como por exemplo, uma imagem ou documento, o arquivo
é aberto no programa que está definido como o “programa padrão” para esse tipo de arquivo no Windows 10.
Porém, se você gosta de usar outro programa para abrir o arquivo, você pode defini-lo como padrão. Disponível
em Configurações, Sistema, Aplicativos Padrão.

278
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O Bloco de Notas (notepad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto sem formatação,
com extensão TXT.

O WordPad (wordpad.exe) é um acessório do Windows para edição de arquivos de texto com alguma formata-
ção, com extensão RTF e DOCX.
O WordPad assemelha-se ao Microsoft Word, com recursos simplificados.

CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

O Paint (mspaint.exe) é o acessório do Windows para edição de imagens BMP, GIF, JPG, PNG e TIF.

279
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A Ferramenta de Captura é um aplicativo da área de trabalho do Windows 10, que permite copiar parte de
alguma tela em exibição.

Notas Autoadesivas (que agora se chama Stick Notes) é um aplicativo do Windows 10, que permite a inserção
de pequenas notas de texto na área de trabalho do Windows, como recados do tipo Post-It.
As Anotações podem ser vinculadas ao Microsoft Bing e assistente virtual Cortana. Assim, ao anotar um ende-
reço, o mapa é exibido. Ao anotar um número de voo, as informações serão mostradas sobre a partida.
O aplicativo “Filmes e TV” pode ser usado para visualização de vídeos, assim como o “Windows Media Player”.
O Prompt de Comandos (cmd.exe) é usado para digitar comandos em um terminal de comandos.
O Microsoft Edge é o navegador de Internet padrão do Windows 10 . Podemos usar outros navegadores, como
o Internet Explorer 11 , Mozilla Firefox , Google Chrome , Apple Safari, Opera Browser etc.
O Windows Update (verificar se há atualizações) é o recurso do Windows para manter ele sempre atualizado.
Está em Configurações (atalho de teclado Windows+I), Atualização e segurança.

REDES DE COMPUTADORES
CONCEITOS BÁSICOS

A Internet é a rede mundial de computadores que surgiu nos Estados Unidos com propósitos militares, para
proteger os sistemas de comunicação em caso de ataque nuclear durante a Guerra Fria.
Na corrida atrás de tecnologias e inovações, Estados Unidos e União Soviética lançavam projetos que procura-
vam proteger as informações secretas de ambos os países e seus blocos de influência.
ARPANET, criada pela ARPA, sigla para Advanced Research Projects Agency, era um modelo de troca e com-
partilhamento de informações que permitia a descentralização das mesmas, sem um “nó central”, garantindo a
continuidade da rede mesmo que um nó fosse desligado.
A troca de mensagens começou antes da própria Internet. Logo, o e-mail surgiu primeiro, e depois veio a Inter-
net como a conhecemos e a usamos.
Ela passou a ser usada também pelo meio educacional (universidades) para fomentar a pesquisa acadêmica.
No início dos anos 90, ela se tornou aberta e comercial, permitindo o acesso de todos.

Usuário Modem
Internet
Provedor de Acesso

280 Figura 1. Para acessar a Internet, o usuário utiliza um modem que se conecta a um provedor de acesso através de uma linha telefônica
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A navegação na Internet é possível através da com- FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS
binação de protocolos, linguagens e serviços, operan- DE INTERNET E INTRANET
do nas camadas do modelo OSI (7 camadas) ou TCP (5
camadas ou 4 camadas). Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os
A Internet conecta diversos países e grandes cen- itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
tros urbanos através de estruturas físicas chamadas teúdo disponível na Internet.
de backbones. São conexões de alta velocidade que As informações armazenadas em servidores, sejam
permitem a troca de dados entre as redes conectadas. páginas web ou softwares como um serviço (SaaS – cama-
O usuário não consegue se conectar diretamente no da mais alta da Computação na Nuvem), são acessadas
backbone. Ele deve acessar um provedor de acesso ou por programas instalados em nossos dispositivos. São
uma operadora de telefonia através de um modem e a eles:
empresa se conecta na “espinha dorsal”.
Após a conexão na rede mundial, o usuário deve z Navegadores de Internet ou browsers, para conteú-
utilizar programas específicos para realizar a navega- do em servidores web;
ção e o acesso ao conteúdo oferecido pelos servidores. z Softwares de correio eletrônico, para mensagens
em servidores de e-mail;
CONCEITO USO COMENTÁRIOS z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados por
empresas e usuários;
Conhecida como nuvem e tam- z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
bém como World Wide Web, ou
Bing, para encontrar informações na rede mundial;
WWW, a Internet é um ambiente
Conexão entre z Grupos de Discussão, tanto no contexto de
Internet inseguro, que utiliza o protocolo
computadores WhatsApp e Telegram, como no formato clássico do
TCP para conexão em conjun-
to a outros para aplicações Facebook e Yahoo Grupos.
específicas
Este tópico é muito prático. Nos concursos públi-
Ambiente seguro que exige iden-
cos, são questionados os termos usados nos diferentes
tificação, podendo estar restrito
a um local, que poderá acessar softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de
Conexão com informações acessadas por um navegador de Internet.
Intranet a Internet ou não. A Intranet uti-
autenticação
liza o mesmo protocolo da In-
ternet, o TCP, podendo usar o
UDP também Importante!
Conexão remota segura, prote- Ao navegar na Internet, comece a observar os
Conexão entre gida com criptografia, entre dois detalhes do seu navegador e as mensagens que
Extranet dispositivos dispositivos, ou duas redes. O
são exibidas. Esses são os itens questionados
ou redes acesso remoto é geralmente
suportado por uma VPN em concursos públicos.

Os editais costumam explicitar Internet e Intranet, Ferramentas e Aplicativos Comerciais de Navegação


mas também questionam Extranet. A conexão remota
segura que conecta Intranet’s através de um ambiente As informações armazenadas em servidores web
inseguro que é a Internet é naturalmente um resulta- são arquivos (recursos) identificados por um endere-
do das redes de computadores. ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em
um browser ou navegador de Internet.
Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet
INTERNET, INTRANET E EXTRANET utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da
Redes de
Internet.
computadores Confira, a seguir, os principais navegadores de
Internet disponíveis no mercado.

Internet Intranet Extranet NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


Rede mundial de Rede local de Acesso remoto Edge
computadores acesso restrito seguro Navegador padrão do
Windows 10, que substi-
Microsoft
tuiu o Microsoft Internet
Utiliza os mesmos
Protocolos TCP/IP protocolos da Protocolos seguros
Explorer
Internet
Padrão de
Família TCP/IP
Criptografia em Internet Navegador padrão do
comunicação VPN Windows 7, um dos
Explorer
mais questionados em
Microsoft
A Internet é transparente para o usuário. Qualquer concursos públicos, por
ser integrante do siste-
usuário poderá acessá-la sem ter conhecimento técni-
ma operacional
co dos equipamentos que existem para possibilitar a
conexão. Firefox
Software livre e multi-
plataforma que é leve,
Mozilla
intuitivo e altamente
expansível

281
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NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS ENDEREÇO
CARACTERÍSTICAS
Chrome URL FICTÍCIO
Um dos mais populares
navegadores do merca- Usando o protocolo https, acessare-
Google mos o servidor abc, que é comercial
do, multiplataforma e de https://mail.
fácil utilização (.com) e pode estar registrado nos
abc.com/caixa
Estados Unidos. Acessaremos o dire-
s/inbox/
Safari Desenvolvido original- tório caixas, subdiretório inbox. Aces-
mente para aparelhos da saremos o serviço mail no servidor
Apple Apple, atualmente está Usando o protocolo de transferência
disponível para outros
de arquivos ftp, acessaremos o servi-
sistemas operacionais ftp://ftp.abc.g
dor ftp da instituição governamental
ov.br/edital.pdf
Opera (gov) brasileira (br) chamada abc, que
Navegador leve com disponibiliza o recurso edital.pdf
proteções extras contra
Opera
rastreamento e minera-
ção de moedas virtuais Outra forma de analisar um endereço URL é na
sua sintaxe expandida. Quando navegamos em sites
na Internet, nos deparamos com aquelas combinações
Na Internet, as informações (dados) são arma- de símbolos que não parecem legíveis. No entanto,
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os como tudo na Internet está padronizado, vamos ver as
servidores são computadores, que utilizam pastas partes de um endereço URL “completão”.
ou diretórios para o armazenamento de arquivos. Confira:
Ao acessarmos uma informação na Internet, estamos
acessando um arquivo. Aqui, cabe-nos alguns ques- esquema://domínio:porta/caminho/recurso?
tionamentos: como é a identificação desse arquivo? querystring#fragmento
Como acessamos essas informações? Isso ocorre atra-
vés de um endereço URL. O endereço URL (Uniform Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
Resource Locator) que define o endereço de um recur- transferência.
so na rede. Na sua tradução literal, é Localizador Uni- “Domínio” é o nome da máquina, o nome do site.
forme de Recursos, e possui a seguinte sintaxe: “:” e “porta” indica qual, entre as 65536 portas TCP
será usada na transferência.
protocolo://máquina/caminho/recurso “Caminho” indica as pastas no servidor, que é um
computador com muitos arquivos em pastas.
“Protocolo” é a especificação do padrão de comuni- “Recurso” é o nome do arquivo que está sendo
cação que será usado na transferência de dados. Pode- acessado.
rá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – protocolo “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,
de transferência de hipertexto), ou https (Hyper Text usado especialmente em sites seguros.
Transfer Protocol Secure – protocolo seguro de trans- “#” é para especificar qual é a localização da infor-
ferência de hipertexto), ou ftp (File Transfer Protocol – mação dentro do recurso acessado (marcas)
protocolo de transferência de arquivos), entre outros. Exemplo: https://outlook.live.com:5012/owa/hotm
“://” faz parte do endereço URL, para identificar ail?path=/mail/inbox#open
que é um endereço na rede, e não um endereço local esquema: https://
como “/” no Linux ou ‘:\’ no Windows. domínio: outlook.live.com
“Máquina” é o nome do servidor que armazena a porta: 5012
informação que desejamos acessar. caminho: /owa/
“Caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- recurso: hotmail
vo está armazenado. querystring: path=/mail/inbox
“Recurso” é o nome do arquivo que desejamos fragmento: open
acessar.
Quando o usuário digita um endereço URL no seu
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
características. servidor de nomes de domínios) será contactado para
traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-
ENDEREÇO mação será localizada e transferida para o navegador
CARACTERÍSTICAS que solicitou o recurso.
URL FICTÍCIO
Usando o protocolo http, acessare-
mos o servidor abc, que é comercial
(.com), no Brasil (.br). Acessaremos a
divisão multimídia (www) com arqui- Servidor DNS
http://www.
vos textuais, vídeos, áudios e imagens.
abc.com.br/
O recurso acessado é o index.html,
Internet
entendido automaticamente pelo na- Endereço URL
vegador, por não ter nenhuma especi- Usuário
ficação de recurso no fim
Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários, mas
os dados são armazenados em servidores web com números de
IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
282 navegação na Internet.

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conceitos e Funções Válidas para Todos os dicionários on-line disponibilizados pelos desen-
Navegadores volvedores dos navegadores.

z Modo normal de navegação: as informações serão Atalhos de Teclado


registradas e mantidas pelo navegador. Histórico
de Navegação, Cookies, Arquivos Temporários, z Para acessar a barra de endereços do navegador:
Formulários, Favoritos e Downloads; F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome: é F6.
z Para abrir uma nova janela: Ctrl+N.
z Para abrir uma nova janela anônima: Ctrl+Shift+N.
No Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P.
z Para fechar uma janela: Alt+F4.
z Para abrir uma nova guia: Ctrl+T.
z Modo de navegação anônima: as informações de z Para fechar uma guia: Ctrl+F4 ou Ctrl+W.
navegação serão apagadas quando a janela for z Para reabrir uma guia fechada: Ctrl+ Shift+T.
fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão z Para aumentar o zoom: Ctrl + = (igual)
mantidos; z Para reduzir o zoom: Ctrl + - (menos)
z Definir zoom em 100%: Ctrl+0 (zero)
z Para acessar a página inicial do navegador: Alt+ Home
z Para visualizar os downloads em andamento ou
concluídos: Ctrl+J.
z Localizar um texto no conteúdo textual da página:
z Dados de formulários: informações preenchidas Ctrl+F.
em campos de formulários nos sites de Internet; z Atualizar a página: F5
z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário z Recarregar a página: Ctrl+F5
para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá-
rio poderão ser exportados do navegador atual e Nos navegadores de Internet, os links poderão ser
importados em outro navegador de Internet; abertos de 4 (quatro) formas diferentes.
z Downloads: arquivos transferidos de um servidor
remoto para o computador local. Os gerenciadores z Clique: abre o link na guia atual
de downloads permitem pausar uma transferência z Clique + CTRL: abre o link em uma nova guia
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja z Clique + SHIFT: abre o link em uma nova janela
mais disponível; z Clique + ALT: faz download do arquivo indicado pelo
z Uploads: arquivos enviados do computador local link.
para um servidor remoto;
z Histórico de navegação: são os endereços URL acessa- NAVEGADOR WEB (MICROSOFT EDGE VERSÃO 91 E
dos pelo navegador em modo normal de navegação; MOZILLA FIREFOX VERSÃO 78 ESR)
z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos
arquivos acessados durante a navegação; Microsoft Edge
z Pop-up: janela exibida durante a navegação para
funcionalidades adicionais ou propaganda; Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão no
z Atualizar página – acessar as informações armaze- Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre o kernel
nadas na cópia local (cache); (núcleo) Google Chromium, o que traz uma série de itens
z Recarregar página: acessar novamente as infor- semelhantes ao Google Chrome. Integrado com o filtro
mações no servidor, ignorando as informações Microsoft Defender SmartScreen, permite o bloqueio de
armazenadas nos arquivos temporários; sites que contenham phishing (códigos maliciosos que
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet procuram enganar o usuário, como páginas que pedem
no formato PDF podem ser visualizados direta- login/senha do cartão de crédito).
mente no navegador de Internet, sem a necessida- Outro recurso de proteção é usado para combater vul-
de de programas adicionais; nerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que favo-
recem o ataque de códigos maliciosos ao compartilhar
dados entre sites sem permissão do usuário. Ele substituiu CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores
o aplicativo Leitor, tornando-se o visualizador padrão de
de Internet
arquivos PDFs no Windows 10. Foram adicionados recur-
sos que permitem “Desenhar” sobre o conteúdo do PDF.
z Cookies: arquivos de texto transferidos do ser- Além disso, mantém as características dos outros
vidor para o navegador com informações sobre navegadores de Internet, como a possibilidade de instala-
as preferências do usuário. Eles não são vírus de ção de extensões ou complementos, também chamados
computador, pois códigos maliciosos não podem de plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos
infectar arquivos de texto sem formatação; específicos para a navegação em determinados sites.
z Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS, As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
o navegador receberá atualizações para a página sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos,
assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre consultadas no Histórico de Navegação ou salvas
sites para troca de conteúdo; como PDF no dispositivo do usuário.
z Certificado digital: os navegadores podem utilizar Coleções, no Microsoft Edge é um recurso exclusi-
chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja, vo que permite que a navegação inicie em um disposi-
aceitam certificados digitais para validação de cone- tivo e continue em outro dispositivo logado na mesma
xões e transferências com criptografia e segurança; conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas
z Corretor ortográfico: permite a correção dos tex- nomeado como Coleções, no Edge, permite adicionar
tos digitados em campos de formulários a partir de sugestões do Pinterest.
283
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Outro recurso específico do navegador é a repro- Além de todas essas características, os sites de pes-
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site quisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
Microsoft Bing (buscador da Microsoft). bolos) para refinar os resultados e comandos para
selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
Mozilla Firefox cursos públicos, esses são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que, de concursos públicos, essa parte você consegue prati-
como os demais browsers, possibilita o acesso ao car até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
conteúdo armazenado em servidores remotos, tanto e comandos nas suas pesquisas na Internet e visualize
na Internet como na Intranet. É um navegador com os resultados obtidos.
código aberto, software livre, que permite download
para estudo e modificações. Possui suporte ao uso de SÍMBOLO USO EXEMPLO
applets (complementos de terceiros), que são instala- Pesquisa exata, na
dos por outros programas no computador do usuário, Aspas mesma ordem que
como o Java. “Nova Concursos”
duplas forem digitados os
Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização termos
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
Menos ou Excluir termo da concursos
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan- traço pesquisa –militares
to, caso utilize o modo de navegação privativa, esses
dados não serão sincronizados. concursos
Til (acento) Pesquisar sinônimos
Assim como nos outros navegadores, é possível ~públicos
definir uma página inicial padrão, uma página inicial Substituir termos na
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar pesquisa, para pesqui-
a navegação das guias abertas na última sessão. sar “inscrições encer-
Asterisco inscrições *
No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela radas”, e “inscrições
permite copiar, para a Área de Transferência do com- abertas”, e “inscrições
putador, parte da imagem da janela que está sendo suspensas” etc
acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000
poderá colar a imagem capturada ou salvar direta- Intervalo de datas ou campeão
mente pelo navegador. Dois pontos
preço 1980..1990
Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
recem pequenas dicas para que você possa aproveitar Pesquisar em redes Instagram
Arroba
sociais @novaconcursos
ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades
sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla, Pesquisar nas marca-
Hashtags #informática
notícias sobre integridade da internet e muito mais. ções de postagens

BUSCA E PESQUISA NA WEB


COMANDO USO EXEMPLO
Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm,
Resultados de ape- livro site:www.
como finalidade, apresentar os resultados de endere- site
nas um site uol.com.br
ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário.
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft Somente um tipo apostila
Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes- filetype
de arquivo filetype:pdf
quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê,
Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a Definição de um
define define:smtp
acessibilidade das informações existentes na Internet, termo
indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.
intitle No título da página intitle:concursos
Os sites de pesquisas foram incorporados aos
navegadores de Internet e, na configuração dos bro- No endereço URL
wsers, temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que inurl inurl:nova
da página
permite a busca dos termos digitados diretamente na
barra de endereços do cliente web. Essa funcionalida- Pesquisa o horário
de transforma a nossa barra de endereços em uma time em determinado time:japan
omnibox (caixa de pesquisa inteligente), que preenche local
com os termos pesquisados anteriormente e oferece
related:uol.com.
sugestões de termos para completar a pesquisa. related Sites relacionados
br
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como bus-
cador padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome Versão anterior do
têm o Google Buscas como buscador padrão. As confi- cache cache:uol.com.br
site
gurações podem ser personalizadas pelo usuário.
Os sites de pesquisas incorporam recursos para Páginas que con-
link:
operações cotidianas, como pesquisa por textos, ima- link tenham link para
novaconcursos
gens, notícias, mapas, produtos para comprar em lojas outras
on-line, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de
um idioma para outro, entre inúmeras funcionalida- Informações de um location:méxico
location
des, ignoram pontuação, acentuação e não diferen- determinado local terremoto
ciam letras maiúsculas de letras minúsculas, mesmo
que sejam digitadas entre aspas.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos-
PROGRAMA CARACTERÍSTICAS
suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
O site de pesquisas Google também oferece respos- O eM Client é um cliente de e-mail gratui-
tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe- to para uso pessoal no ambiente Windo-
rece mecanismos similares. ws e Mac. Facilmente configurável. Tem
As possibilidades são quase infinitas, pois os assis- a versão Pro, para clientes corporativos
tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana)
permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos O Microsoft Outlook, integrante do
de pedidos de buscas nos sites de pesquisas. pacote Microsoft Office, é um cliente
de e-mail que permite a integração de
várias contas em uma caixa de entrada
PEDIDO USO EXEMPLO combinada
traduzir ... para traduzir maçã
Google Tradutor O Microsoft Outlook Express foi o cliente
... para japonês
de e-mail padrão das antigas versões
lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni- do Windows. Ainda aparece listado nos
ca:número telefone ca:99999-9999 editais de concursos, porém não pode
Cotação da bol- ser utilizado nas versões atuais do siste-
código da ação GOOG ma operacional
sa de valores
Previsão do Webmail. Quando o usuário utiliza um
clima localidade clima são paulo navegador de Internet qualquer para
tempo
@ acessar sua caixa de mensagens no
Status de um servidor de e-mails, ele está acessando
código do voo ba247
voo (viagens) pela modalidade webmail

Os resultados apresentados pelas pesquisas do


site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura O Microsoft Outlook possui recursos que permitem
filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando o acesso ao correio eletrônico (e-mail), organização
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de das mensagens em pastas, sinalizadores, acompanha-
conteúdo adulto serão exibidos normalmente. mento e também recursos relacionados a reuniões e
No Microsoft Bing, na página do buscador www. compromissos.
bing.com, acesse o menu no canto superior direito e Os eventos adicionados ao calendário poderão ser
escolha o item Pesquisa Segura. enviados na forma de notificação por e-mail para os
No Google, na página do site do buscador www. participantes.
google.com, acesse o menu Configurações no can- O Outlook possui o programa para instalação no
to inferior direito e escolha o item Configurações de computador do usuário e a versão on-line. A versão
Pesquisa. on-line poderá ser gratuita (Outlook.com, antigo Hot-
mail) ou corporativa (Outlook Web Access – OWA, inte-
grante do Microsoft Office 365).
Importante!
As bancas costumam questionar funcionalida-
des do Microsoft Bing que são idênticas às fun- Usuário
cionalidades do Google Buscas, com o intuito
de confundir os candidatos acerca do recurso
questionado. @

CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, Figura 3. Para acessar as mensagens armazenadas em um servidor
FÓRUNS E WIKIS de e-mails, o usuário pode usar um cliente de e-mail ou o navegador
de Internet

Ferramentas e Aplicativos de Correio Eletrônico CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA


Formas de Acesso ao Correio Eletrônico
O e-mail (Electronic Mail, correio eletrônico) é uma
Podemos usar um programa instalado em nosso
forma de comunicação assíncrona, ou seja, mesmo
dispositivo (cliente de e-mail) ou qualquer navegador
que o usuário não esteja on-line, a mensagem será
armazenada em sua caixa de entrada, permanecendo de Internet para acessarmos as mensagens recebi-
disponível até ela ser acessada novamente. das. A escolha por uma ou por outra opção vai além
O correio eletrônico (popularmente conhecido da preferência do usuário. Cada forma de acesso tem
como e-mail) tem mais de 40 anos de existência. Foi suas características e protocolos. Confira:
um dos primeiros serviços que surgiu para a Internet,
mantendo-se usual até os dias de hoje. FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
PROGRAMA CARACTERÍSTICAS Protocolo SMTP para enviar mensa-
gens e POP3 para receber. As men-
O Mozilla Thunderbird é um cliente de Cliente de E-mail sagens são transferidas do servidor
e-mail gratuito com código aberto que po- para o cliente e são apagadas da
derá ser usado em diferentes plataformas caixa de mensagens remota
285
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uso do Correio Eletrônico
FORMA DE
CARACTERÍSTICAS
ACESSO
Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o
Protocolo IMAP4 para enviar e para usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço
receber mensagens. As mensagens de e-mail. O formato do endereço foi definido inicial-
Webmail são copiadas do servidor para a mente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atuali-
janela do navegador e são mantidas zada na RFC5322.
na caixa de mensagens remota

Dica
RFC é Request for Comments, um documento
de texto colaborativo que descreve os padrões
Servidor de e-mails
Servidor de e-mails de cada protocolo, linguagem e serviço para ser
usado nas redes de computadores.

Receber IMAP4
De forma semelhante ao endereço URL para recur-
Receber – POP3
sos armazenados em servidores, o correio eletrônico
também possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o
formato reduzido usuário@provedor, no enunciado
Usuário Usuário
das questões, em vez do formato detalhado usuário@
provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.

Cliente de e-mail Navegador de Internet


CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL –
USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS
Figura 4. Usando o protocolo POP3, a mensagem é transferida para
o programa de e-mail do usuário e removida do servidor. Usando COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
o protocolo IMAP4, a mensagem é copiada para o navegador de
Internet e mantida no servidor de e-mails. Antes do símbolo de @, identifica um
Usuário
único usuário no serviço de e-mail
Os protocolos de e-mails são usados para a troca
Significa AT (lê-se “em” ou “no”) e é
de mensagens entre os envolvidos na comunicação.
usado para separar a parte esquerda,
O usuário pode personalizar a sua configuração, mas,
@ que identifica o usuário, da parte a
em concursos públicos, o que vale é a configuração sua direita, que identifica o provedor
padrão, a qual foi apresentada neste material. do serviço de mensagens eletrônicas
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o Protoco-
lo para Transferência Simples de E-mails usado pelo Imediatamente após o símbolo de
cliente de e-mail para enviar para o servidor de men- @, identifica a empresa ou provedor
sagens e entre os servidores de mensagens do reme- Nome do que armazena o serviço de e-mail (o
tente e do destinatário. domínio servidor de e-mail executa softwares
POP3 ou apenas POP (Post Office Protocol 3) é o como o Microsoft Exchange Server por
exemplo)
Protocolo de Correio Eletrônico usado pelo cliente de
e-mail para receber as mensagens do servidor remoto, Identifica o tipo de provedor, por
removendo-as da caixa de entrada remota. exemplo: COM (comercial), .EDU (edu-
IMAP4 ou IMAP (Internet Message Access Protocol) cacional), REC (entretenimento), GOV
Categoria do
é o Protocolo de Acesso às Mensagens via Internet, (governo), ORG (organização não go-
domínio
o qual é usado pelo navegador de Internet (sobre os vernamental) etc., de acordo com as
protocolos HTTP e HTTPS) na modalidade de acesso definições de Domínios de Primeiro
webmail, para transferir cópias das mensagens para a Nível (DPN) na Internet
janela do navegador, mantendo as originais na caixa
Informação que poderá ser omitida,
de mensagens do servidor remoto. quando o serviço está registrado nos
Estados Unidos. O país é informado por
País
duas letras, como: BR, Brasil; AR; Argen-
tina; JP; Japão; CN; China; CO; Colômbia;
Servidor Exchange Enviar e Receber Servidor Gmail etc.
SMTP

Enviar – SMTP
Enviar e Receber Quando o símbolo @ é usado no início, antes do
Receber – POP3 IMAP4 nome do usuário, identifica uma conta em rede social.
Para o endereço URL do Instagram https://www.ins-
tagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @
Remetente
Cliente
Destinatário novaconcursos.
Webmail
Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen-
Figura 5. O remetente está usando o programa Microsoft Outlook cher os campos disponíveis para destinatário(s), título
(cliente) para enviar um e-mail. Ele usa o seu e-mail corporativo
(Exchange). O e-mail do destinatário é hospedado no servidor Gmail
da mensagem, entre outros. Para enviar a mensagem,
e ele utiliza um navegador de Internet (webmail) para ler e responder é preciso que exista um destinatário informado em
286 os e-mails recebidos. um dos campos de destinatários.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se um destinatário informado não existir no servi- WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida. A mensagem permanece com um ícone de relógio
Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- enquanto não for enviada.
ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde
o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado, são direcionadas as mensagens sinalizadas como
a mensagem tentará ser entregue depois. lixo. Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
Conheça os elementos e seu papel na criação de não solicitados, que geralmente são enviados para
uma nova mensagem de e-mail: um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem
CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial
E-mail – e-mail comercial não solicitado). Essas mensa-
CAMPO CARACTERÍSTICAS
gens são marcadas pelo filtro AntiSpam, que procura
Identifica o usuário que está enviando identificar mensagens enviadas para muitos destina-
a mensagem eletrônica, o remetente. tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para
FROM (De)
É preenchido automaticamente pelo o usuário.
sistema
Identifica o (primeiro) destinatário da Outras Operações com o Correio Eletrônico
mensagem. Poderão ser especifica-
dos vários endereços de destinatários O usuário poderá sinalizar as mensagens, tanto as
nesse campo e serão separados por recebidas como as enviadas. Ele poderá solicitar confir-
TO (Para)
vírgula ou ponto e vírgula (segundo o mação de entrega e confirmação de leitura. Vale dizer
serviço). Todos que receberem a men- que as mensagens recebidas podem ser impressas, igno-
sagem conhecerão os outros destina- radas ou, ainda, podem ter seu código-fonte exibido.
tários informados nesse campo Confira, a seguir, operações extras para o uso do
Identifica os destinatários da men- correio eletrônico com mais habilidade e profissiona-
sagem que receberão uma cópia do lismo, facilitando a organização do usuário.
CC e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
(com cópia ou Copy (cópia carbono) Ação e Características
cópia carbono) Todos que receberem a mensagem
conhecerão os outros destinatários z Alta prioridade: Quando marca a mensagem
informados nesse campo como Alta Prioridade, o destinatário verá um pon-
Identifica os destinatários da men- to de exclamação vermelho no destaque do título;
BCC sagem que receberão uma cópia do z Baixa prioridade: Quando o remetente marca a
(CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind mensagem como Baixa Prioridade, o destinatário
cópia oculta ou Carbon Copy (cópia carbono oculta). verá uma seta azul apontando para Baixo no des-
cópia carbono Todos que receberem a mensagem taque do título;
oculta) não conhecerão os destinatários z Imprimir mensagem: O programa de e-mail ou
informados nesse campo navegador de Internet prepara a mensagem para
ser impressa, sem as pastas e opções da visualiza-
SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da
ção do e-mail;
(assunto) mensagem. É um campo opcional
z Ver código fonte da mensagem: As mensagens
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui- possuem um cabeçalho com informações técnicas
vo(s) que está(ão) sendo enviado(s) sobre o e-mail as quais podem ser visualizadas
junto com a mensagem. Existem res- pelo usuário;
ATTACH
trições quanto ao tamanho do anexo z Ignorar: Disponível no cliente de e-mail e em
(anexo)
e tipo (executáveis são bloqueados alguns webmails, ao ignorar uma mensagem, as
pelos webmails). Não são enviadas próximas mensagens recebidas do mesmo reme-
pastas tente serão excluídas imediatamente ao serem
O conteúdo da mensagem de e-mail armazenadas na Caixa de Entrada;
Mensagem poderá ter uma assinatura associa- z Lixo Eletrônico: Sinalizador que move a mensa- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
da inserida no final gem para a pasta Lixo Eletrônico e instrui o correio
eletrônico para fazer o mesmo com as próximas
mensagens recebidas daquele remetente;
As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou
salvas estarão em pastas do servidor de correio ele- z Tentativa de Phishing: Sinalizador que move a
trônico, nominadas como “caixas de mensagens”. mensagem para a pasta Itens Excluídos e instrui o
A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens serviço de e-mail sobre o remetente da mensagem
recebidas, lidas e não lidas. estar enviando links maliciosos que tentam captu-
A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe- rar dados dos usuários;
tivamente enviadas. z Confirmação de Entrega: O servidor de e-mails
A pasta Itens Excluídos contém as mensagens do destinatário envia uma confirmação de entre-
apagadas. ga, informando que a mensagem foi entregue na
A pasta Rascunhos contém as mensagens salvas e Caixa de Entrada dele com sucesso;
não enviadas. z Confirmação de Leitura: O destinatário pode
A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que confirmar ou não a leitura da mensagem que foi
o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe- enviada para ele.
ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que
ocorre quando enviamos uma mensagem no app 287
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A confirmação de entrega é independente da con-
ITEM CARACTERÍSTICAS
firmação de leitura. Quando o remetente está elabo-
rando uma mensagem de e-mail, ele poderá marcar Participantes convidados pelo proprie-
Gerentes ou
as duas opções simultaneamente. Se as duas opções tário para auxiliar na moderação das
Moderadores
forem marcadas, o remetente poderá receber duas mensagens e gerenciamento do grupo
confirmações para a mensagem que enviou, sendo Em grupos no Facebook, pode ser o
uma do servidor de e-mails do destinatário e outra do Administrador criador ou gerente/moderador convi-
próprio destinatário.
dado pelo dono do grupo
Como receberá as mensagens. Pode-
rá ser uma por uma, ou resumo das
Servidor Exchange mensagens por e-mail, ou e-mail de
Servidor Gmail Assinatura
Enviar e-mail resumos (com os tópicos recebidos
com confirmação O servidor confirma a
entrega do e-mail na caixa
no grupo), ou nenhum e-mail (para
de entrega
de entrada do destinatário leitura na página do grupo)
Recebendo a
confirmação de entrega
Quais são as vantagens de um grupo?
Destinatário

Remetente
Webmail z Os participantes podem enviar uma mensagem,
Cliente que será enviada para todos os participantes;
z Permite reunir pessoas com os mesmos interesses;
Figura 6. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de z Organizar reuniões, eventos e conferências;
Entrega, o remetente recebe a confirmação do servidor de e-mails do z Ter uma caixa de mensagens colaborativa, com
destinatário, informando que ela foi armazenada corretamente na possibilidade de acesso aos conteúdos que foram
Caixa de Entrada do e-mail do destinatário. enviados antes do seu ingresso no grupo.

Enviar e-mail Os antigos grupos de discussão constituíram o


modelo a ser seguido para o desenvolvimento dos
grupos do Facebook, WhatsApp e Telegram. Nesses
Servidor Exchange Servidor Gmail
grupos, o participante envia um post, ou anúncio, ou
Enviar e-mail
com confirmação O destinatário arquivo e todos podem consultar na página o que foi
de leitura confirma a leitura compartilhado.
da mensagem
Recebendo a
confirmação de leitura
Como funcionam os grupos de discussão?

Remetente
Cliente
Destinatário O usuário envia um e-mail para um endereço defi-
Webmail
nido e faz a assinatura. Outras formas de associação
incluem o pedido diretamente na página do grupo ou
Figura 7. Quando uma mensagem é enviada com Confirmação de
Leitura, o destinatário poderá confirmar (ou não) que fez a leitura do
o link recebido em um convite por e-mail.
conteúdo do e-mail. Depois de associado ao grupo, ele receberá em seu
e-mail as mensagens que os outros usuários enviarem.
Grupos de Discussão Poderá optar por um resumo das mensagens, ou resumo
semanal, ou apenas visualizar na página do grupo. Lem-
Existem serviços na Internet que possibilitam a brando que, nos anos 90/2000, os e-mails tinham tama-
troca de mensagens entre os assinantes de uma lista nho limitado para a caixa de entrada de cada usuário.
de discussão. O Grupos do Google é o último serviço O envio para um endereço único permite a distribui-
em atividade, segundo o formato original. ção para os assinantes da lista de discussão. Uma cópia
Yahoo Grupos foi encerrado em 15 de dezembro da mensagem e anexos, se houverem, será disponibiliza-
de 2019 e seus membros não poderão mais enviar ou da no mural da página do grupo, para consultas futuras.
receber e-mails.
Grupo de Discussão, ou Lista de Discussão, ou Mensagem
enviada para
Fórum de Discussão são denominações equivalentes todos os
Grupos de
para um serviço que centraliza as mensagens recebi- discussão participantes
das que foram enviadas pelos membros redistribuin- Mensagem enviada
inscritos no
grupo
do-as para os demais participantes. para o endereço de de discussão
Os grupos de discussão do Facebook surgiram den- e-mail do grupo

tro da rede social e ganharam adeptos, especialmente Usuários da Internet

pela facilidade de acesso, associação e participação. Quem não é inscrito


no grupo não recebe a
Usuário participante mensagem
ITEM CARACTERÍSTICAS
Figura 8. Os usuários participantes dos grupos de discussão trocam
O grupo poderá ser público e visível, mensagens através de um hub que centraliza e distribui para os
ou restrito e visível (qualquer um pode demais participantes.
Privacidade pedir para participar), ou secreto e
A qualquer momento o usuário poderá desistir e
invisível (somente convidados podem
sair do grupo, tanto pela página como por um endere-
ingressar)
ço de e-mail próprio (unsubscribe).
Proprietário Criador do grupo A principal diferença entre um grupo de discussão
e uma lista de distribuição de e-mails está relacionada
com a exibição do endereço dos participantes. Em um
288 grupo de discussão, cada membro tem acesso a um
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endereço que enviará cópia para todos os participantes do grupo. Nas mensagens respondidas, aparece o endere-
ço original do remetente.
Apesar de o tópico aparecer em diversos editais de concursos, faz vários anos que não são aplicadas questões
sobre o tema, em todos os concursos, independentemente da banca organizadora.
Vale ressaltar que, os Grupos de Discussão (com as características e funcionalidades originais) desapareceram ao
longo do tempo, sendo substituídos pelos grupos nas redes sociais (com novos recursos e integração com os perfis
delas). Esse é um tópico que deverá ser questionado cada vez menos, assim como Redes Sociais.

REDES SOCIAIS
As redes sociais permitem o compartilhamento de informações entre os usuários cadastrados. As redes sociais
são usadas amplamente pelos governos em suas diferentes esferas. Redes sociais pouco divulgadas também são
usadas para a divulgação de informações.
As redes sociais são divididas em: centralizadas, descentralizadas e distribuídas. A forma de organização des-
tas conexões acaba por determinar o tipo de serviço oferecido.
Cada rede social possui um conjunto de recursos e é destinada para um público (nicho) específico.
Como dito, elas poderão ser centralizadas (Twitter), descentralizadas (Facebook) ou distribuídas (LinkedIn).
Acompanhe a tabela a seguir:

TIPO DE REDE CARACTERÍSTICAS

Centralizada Nela, um nó centraliza grande parte das conexões. Possui formato de estrela. Exemplo: Twitter

Tem vários centros. Não se mantém conectada por um só nó, e sim por um pequeno grupo de nós,
Descentralizada que se conecta a diversos outros grupos. Conexões pessoais expandidas para o grupo. Exemplo:
Facebook

Todos os nós têm aproximadamente a mesma quantia de conexões. Somente esse terceiro tipo
Distribuída
poderia ser considerado uma rede efetiva. Exemplo: LinkedIn

Acompanhe ainda a próxima tabela:

COMPARTILHAR COM
GOSTAR DO CONTEÚDO COMENTÁRIOS
OUTROS USUÁRIOS

LinkedIn Gostei Comentar Compartilhar/Enviar

Facebook Curtir Comentar Compartilhar

Twitter Curtir Comentar Retuitar

Instagram Curtir Comentar Enviar

Telegram Reações Responder Encaminhar

WhatsApp Reações Responder Encaminhar

O LinkedIn é uma rede social para pessoas e empresas, com foco no compartilhamento de informações pro-
fissionais e vagas de emprego. Permite a publicação de conteúdos como nas outras redes sociais, exceto conteúdo CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
de entretenimento como Reels (Instagram) e TikTok.
O Facebook é a maior rede social da atualidade, em quantidade de usuários. O participante poderá publicar,
compartilhar, curtir e comentar postagens de outros participantes e empresas.
O Facebook oferece recursos para a criação de páginas, grupos de discussão, unidades de aprendizado social,
entre outras opções.
O Twitter é uma rede social para publicação de postagens em tempo real. Permite a publicação de textos, ima-
gens, vídeos, cards, links e outros conteúdos.
O Instagram é uma rede social para publicação de imagens e vídeos. Permite a publicação de fotos, vídeos,
transmissões ao vivo e pequenos vídeos animados (Reels) como no app TikTok.
A rede social Instagram permite que os usuários utilizem tags em palavras-chaves para conseguir o maior
número de visualizações, seguidores e likes.
O WhatsApp e Telegram são comunicadores instantâneos. Através dos aparelhos smartphones ou da versão
Desktop, o usuário poderá trocar mensagens de texto, imagens, vídeos e realizar chamadas de áudio e vídeo com
outros usuários.
Além disso, esses aplicativos permitem a criação de grupos e listas de transmissão. Cada grupo terá o seu
administrador ou administradores, com permissões para envio de mensagens/postagem, ou não, permissão para
editar as configurações do grupo. 289
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em todas as redes sociais e comunicadores, o problema de compartilhamento de fake news compromete a
participação dos membros. Alguns acabam abandonando a plataforma, de acordo com a quantidade de falsas
mensagens compartilhadas no perfil, página ou grupo.
Em todas as redes é possível bloquear outros usuários, para não visualizar postagens, mensagens e notifica-
ções que eles enviarem.

LINKEDIN

A rede social LinkedIn foi adquirida recentemente pela Microsoft.


Nesta, os usuários criam os seus perfis, e, a partir destes, poderão estabelecer a sua rede de contatos.

Voltada principalmente para contatos profissionais, o LinkedIn tem a participação de trabalhadores atuantes no
mercado de trabalho, outros em busca de colocação, outros de recolocação profissional, e, obviamente, das empresas.
Através dos contatos realizados através da rede social, os participantes podem encontrar vagas de empregos,
falar com o RH das empresas, avaliar o mercado de trabalho, entre outras opções.
Assim como no Facebook, é possível criar grupos e páginas de conteúdo.
Atente-se ao glossário de termos disposto abaixo:

z Usuários: todos os usuários cadastrados na plataforma, listados em um diretório (índice);


z Vagas: oferecidas pelas empresas na plataforma;
z Pulse: artigos publicados no Linkedin;
z Tópicos: assuntos comentados e marcados.

FACEBOOK

A rede social Facebook tem o maior porta-fólio de recursos para os seus usuários.
Assim como nas demais redes sociais, é possível selecionar o público que vê, ou não, -sua postagem.

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Com o passar dos anos, vários recursos foram implementados. Vamos conhecer alguns deles:

z Páginas: um dos primeiros recursos da rede social. Permite a criação de uma página de conteúdo, para que os
usuários possam seguir, curtir e compartilhar o seu conteúdo publicado. Lembra um pouco a ideia dos blogs,
onde as postagens diárias são destacadas na linha de tempo das pessoas que curtiram ou estão seguindo a
página. As páginas não permitem o armazenamento e compartilhamento de arquivos, mas permite a criação
de promoções, integração com loja virtual etc.;
z Grupos: criados nos mesmos moldes do Google Grupos e do Yahoo Grupos, permitem o compartilhamento
de arquivos, associação de membros, administração do conteúdo e dos participantes. Os grupos podem ser
públicos, privados (necessitam de aprovação do administrador do grupo) ou secretos (somente as pessoas com
o link poderão chegar até a página inicial do grupo e solicitar a participação).

Atente-se ao glossário de termos:

z Feed de notícias: painel que reúne as postagens dos amigos e anúncios;


z Messenger: aplicativo para conversação via rede social, com envio de fotos, arquivos etc.;
z Atalhos: links rápidos para as páginas e grupos mais usados recentemente;
z Notificações: avisos sobre novas curtidas e compartilhamentos nas páginas e grupos;
z Eventos: calendário com programações que podem ser de seu interesse, porque são de interesse de seus
contatos;
z Grupos: páginas que podem ser públicas, privadas ou secretas, onde é possível interagir com outros usuários.
Recursos disponíveis em um grupo:

„ Foto/vídeo;
„ Enquete;
„ Vender um item;
„ Adicionar arquivo; CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
„ Criar álbum de fotos;
„ Criar documento;
„ Criar evento;
„ Vídeo ao vivo;

z Páginas: páginas que são públicas, mas não permitem o compartilhamento de arquivos. Voltadas para a divul-
gação de negócios e vendas de produtos, por exemplo. Recursos disponíveis em uma página:

„ Compartilhar uma foto ou vídeo;


„ Anunciar o seu negócio;
„ Criar um evento;
„ Escrever uma nota;
„ Receber mensagens;
„ Criar uma oferta;
„ Receber ligações telefônicas;
„ Ajudar as pessoas a encontrar seu negócio (mapas);
„ Iniciar um vídeo ao vivo;
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„ Gerar vendas.

z Suas páginas: atalhos para as páginas que você criou ou gerencia;


z Lista de amigos: somente as postagens dos amigos, sem as postagens das páginas;
z Feed de páginas: somente as postagens das páginas, sem as postagens dos amigos;
z Cutucadas: recurso que deu muito o que falar, mas atualmente caiu em desuso;
z Informações: aplicativos e páginas que você é administrador/desenvolvedor;
z Neste dia: atividades de amizades no dia;
z Jogos;
z Sugerir edições: sugestões de correções que você enviou para páginas visitadas;
z Histórico de pagamentos: pagamentos realizados via Facebook Pay;
z Sentimento/atividade: selecionar uma das mensagens de apoio pré-configuradas;
z Check-in: marcação no mapa do local onde você está, como no Foursquare;
z Marcar amigos: adicionar amigos às postagens de sua rede social;
z Stories: postagens dos amigos que permanecem 24 horas disponíveis para visualização (como o app Snapchat).

TWITTER

A rede social Twitter permitia, originalmente, o compartilhamento de mensagens curtas de textos com até 140
caracteres. Com as últimas implementações da empresa, passou-se a oferecer mais espaço para cada tweet.
Os nomes de usuários precisam ter até 15 caracteres. Caso exista um nome de usuário para a conta que estiver
criando, o Twitter apresentará sugestões semelhantes.
Alguns recursos permanecem originais, como os Trending Topics, ou assuntos mais comentados. Através de
hashtags (símbolo #) os usuários podem criar postagens que estejam associadas a um conteúdo ou tema, permi-
tindo o agrupamento de todas as mensagens com a mesma hashtag.
Cada mensagem é chamada de tweet, e pode conter textos, links externos, imagens embutidas e vídeos. O Twit-
ter oferecia o aplicativo Periscope, que permite a transmissão ao vivo a partir de dispositivos móveis.
Com o crescimento das outras redes sociais, o Twitter passou a atuar em nichos do entretenimento (artistas,
eventos, promoções)e, atualmente, está investindo no Twitter para Empresas.

Atente-se ao Glossário de termos:

z Moments: postagens mais curtidas pelos usuários do Twitter;


z Notificações: avisos de postagens que foram retwitadas, curtidas e novos seguidores;
z Mensagens: Direct Message, mensagem direta, enviada de um usuário para você (mensagem privada);
z Tweetar: postar uma nova mensagem;
z Tweets: postagens já realizadas pelo usuário;
z Seguindo: quantidade de perfis no Twitter que você segue;
292 z Seguidores: quem está seguindo o seu perfil;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Curtidas: tweets que você curtiu; z A tividade: novos seguidores, marcações de
z Tweets e respostas: postagens já realizadas, e res- perfil em comentários, comentários em posts e
postas enviadas; respostas de comentários;
z Mídia: postagens com imagens e vídeos; z B
 ate papo: mensagens recebidas e enviadas
z Tópicos (Trending Topics): tópicos mais comen- pelo Instagram. Poderá conversar com textos,
tados com a mesma hashtag. figurinhas, links e imagens salvas no dispositivo;
z E xplorar: pesquisar postagens semelhantes
INSTAGRAM às postagens que costuma curtir ou visualizar
na rede social. Se você curtir fotos em praias,
o Explorar mostrará outras fotos com o mesmo
tema;
z P erfil: acesso às personalizações do perfil na
Rede social para o compartilhamento de fotos, rede social;
vídeos e outros conteúdos, é do Facebook. z S alvos: postagens que o usuário marcou como
Para participar da rede o usuário pode criar um “Salvo”. Apenas o usuário poderá ver. Se hou-
perfil independente ou associar com uma conta Face- verem grupos de posts, segure na bandeirinha
book. Várias contas podem ser criadas pelo mesmo da postagem para escolher qual o grupo para
usuário, e quando for utilizar, escolhe o perfil para guardar o post;
aquela sessão. z C onfigurações: acesso às configurações do
Os posts poderão ser realizados na timeline, nos perfil como visibilidade, notificações, dados
stories, ou transmissões ao vivo. da empresa, segurança, privacidade, anúncios,
Compartilha vários conceitos de outras redes conta e central de contas do Facebook;
sociais, porém com nomes próprios para diferenciar. z T rocar conta: escolher outra conta para posta-
Em uma das últimas atualizações, integrou o sis- gens ou navegação;
tema de mensagens com a plataforma Facebook Mes- z P ublicações: lista de postagens do usuário na
senger, facilitando a comunicação com clientes pelos rede social na forma de timeline, com a mais
perfis de empresas. Todas as mensagens recebidas em recente primeiro;
páginas de Facebook, Facebook Messenger e Insta- z V ídeo do Reels: criação de vídeos curtos para
gram Messenger foram reunidas em um hub na pági- Reels. Eles são exibidos com destaque no Explo-
na de mensagens do Facebook Business. rar, para outros usuários;
Em relação às outras redes sociais, é a que mais z R eels: vídeos curtos postados nesta categoria;
recebe atualizações. z V ídeo do IGTV: criação de postagem que per-
Com concorrentes como o Snapchat e TikTok, manecerá armazenada no IGTV (Instagram TV);
vários recursos delas são copiados pelo Instagram. z A o vivo: transmissão ao vivo do perfil do usuá-
O acesso à rede social poderá ser por verificação rio, que poderá ter outros participantes que
de duas etapas, com o envio de um código por SMS a o dono do perfil autorizar para compartilhar
cada novo acesso solicitado. a transmissão. Durante a transmissão, Selos
podem ser usados, comentários e perguntas. Os
comentários podem ser fixados ou ocultados;
Atente-se ao glossário de termos:
z I GTV: vídeos longos e transmissões ao vivo que
foram salvas e disponibilizadas no IGTV;
z S
 tory: postagem com conteúdo criado pelo
z M arcados: postagens em que o seu perfil foi
usuário em cima de uma foto ou vídeo, com
mencionado com @ ou marcado por outro
ou sem aplicação de filtros, efeitos Boomerang,
usuário;
Layout (para várias imagens ou vídeos), Mãos
z G uia: orientações para postagens sobre Locais,
livres, Captura múltipla e Nível. A postagem
Produtos e Publicações;
dura 24 horas e é exibida no painel do Insta-
z Hashtags: diretório de hashtags, organizadas
gram junto com os outros perfis que o usuário
numericamente, para acesso a postagens que
segue. A postagem poderá ser compartilhada
usaram os termos informados com # no início
nos stories do Facebook;
da palavra. CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z Destaque dos stories: os stories poderão ser orga-
nizados em grupos, tornando-os permanentes; WHATSAPP
z Boomerang: vídeo curto com ida e volta (filma-
gem comum e reverso);
z Mãos livres: gravação com o auxílio de suporte;
z Captura múltipla: várias capturas de fotos
para a postagem;
z Nível: divide a tela em quadrantes para alinha- O WhatsApp é um comunicador instantâneo, que
mento da foto ou vídeo; incorretamente é conhecido como rede social. Possui
z Insights: dados sobre interação com o conteú- alguns princípios em comum com as redes sociais e
do nos períodos recentes (seguidores, conteúdo poderá ser acessado de várias formas:
compartilhado em publicações, stories, vídeos
do IGTV e vídeos ao vivo), dos últimos 7 dias, 14 z WhatsApp aplicativo no smartphone;
dias, 30 dias e mês anterior; z WhatsApp Web acessado pelo navegador de Inter-
z Nova publicação: criação de novo conteúdo net (espelhamento);
para a rede social com base em foto, vídeo ou z WhatsApp Desktop instalado no computador do
gravação no estúdio de criação; usuário (espelhamento). 293
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por ser um aplicativo de mensagens, o espelha- z ou C
 âmera: envio de foto ou vídeo direta-
mento das mensagens no WhatsApp Web ou What- mente da câmera;
sApp Desktop está condicionado ao aplicativo do z ou Imagem ou vídeo armazenado no

smartphone, que precisará continuar ativo enquanto dispositivo;
o usuário estiver utilizando o navegador de Internet z P
 agamento: envio de valores diretamente pelo
ou o programa instalado. WhatsApp, via Facebook Pay;
Nas próximas atualizações, esta restrição de sin- z L
 ocalização: enviar para o grupo ou contato a
cronismo poderá ser eliminada. localização do seu smartphone, baseado no GPS
dele.

Status das mensagens:

z  ova mensagem;
n
Na versão WhatsApp Web é possível ativar notifi- z mensagem enviada;
cações na área de trabalho, para exibir balões com o z mensagem entregue e não lida;
título da mensagem e remetente, quando algum con- z mensagem lida (se o destinatário desativou a
teúdo é recebido. A notificação aparecerá na Área de confirmação de leitura, a mensagem não muda-
Notificações do computador, próximo da data e hora rá para este status para o remetente);
na Barra de Status. z mensagem aguardando conexão com Internet
O WhatsApp tem duas opções de instalação no ou sendo enviada;
smartphone: comum e Business. z mensagem não enviada (poderá tentar enviar
A versão Business oferece alguns recursos especí- novamente).
ficos para uma pequena empresa, como catálogo de
produtos, mensagens de respostas automatizadas, Atente-se ao glossário de termos:
mensagens predefinidas etc.
O programa Telegram, comunicador instantâneo z Usuários: cadastrados a partir de um número
semelhante ao WhatsApp, oferece alguns recursos de telefone;
adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens z Grupo: usuários cadastrados em um grupo (até
anteriores de um grupo, além da opção para ocultar 257 participantes);
o número do celular do usuário na descrição do perfil. z Administrador: usuário que criou o grupo ou
Ao enviar uma mensagem, quando o usuário não promoveu para Administrador outros usuários
tem acesso à Internet, aparecerá um relógio ao lado participantes. Ele poderá gerenciar o grupo,
dela, até que seja estabelecida uma conexão para o divulgar link, remover usuários e promover
envio. outros para administrador;
Após alguns segundos de tentativas, a mensagem z Criar uma sala: opção para transmissão de
poderá aparecer como “não enviada”, permitindo a conteúdo para alguns usuários adicionados na
tentativa de reenvio. sala de transmissão;
Arquivos enviados pelo WhatsApp possuem limi- z Silenciar notificações: ao participar do grupo,
te de 100MB. Podemos enviar PDFs, DOCX, imagens e as mensagens recebidas poderão ser notifica-
vídeos. das no aparelho do usuário. Caso não deseje,
Mensagens e arquivos podem ser encaminhados basta Silenciar notificações (do grupo ou de
para até 5 contatos ou grupos. Se a mensagem ou usuários específicos);
arquivo já foi recebido a partir de um encaminha- z Perfil: dados e configuração do usuário;
mento, então ela só poderá ser enviada para 1 novo z Catálogo: produtos cadastrados no WhatsApp
contato. E aparecerá com o título “Encaminhada com Business que poderão ser divulgados em con-
frequência”. versas e grupos;
Nas mensagens o usuário poderá digitar textos, z Mensagens arquivadas: o usuário poderá
formatar (com símbolos como * * para negrito e _ _ guardar mensagens de contatos e grupos, para
para itálico), usar emojis (figurinhas de sentimentos “limpar” a listagem do aplicativo. Elas não são
estilo emoticons), figurinhas (animadas ou estáticas, a apagadas, apenas retiradas da exibição;
partir de arquivos GIF) ou anexos. z Favoritas: o usuário poderá favoritar men-
Nas conversas e grupos, é possível localizar ocor- sagens, para que apareçam com destaque na
rências de textos ao clicar no ícone de lupa. listagem;
Se a pesquisa for realizada na parte superior, bus- z Fixar mensagens: o usuário poderá fixar men-
cará em contatos e mensagens. sagens no topo da listagem (até 3 conversas
Ao adicionar um conteúdo no grupo ou conversa fixadas);
com contatos, poderemos usar as seguintes opções: z Marcar como não lida: mensagens que foram
lidas poderão ser sinalizadas como não lidas;
z ou Sala de vídeo para os participantes do
 z Etiquetas: rótulos do WhatsApp Business para
grupo; identificar e classificar as conversas com os
z ou C
 atálogo de produtos: enviar link e usuários (ou clientes);
descrição de produtos no WhatsApp z S
 tatus: imagem ou vídeo com exibição para os
Business; contatos que possuam o seu contato cadastra-
z ou C
 ontato: compartilhar dados de um con- do. O usuário deverá estar cadastrado em seus
tato com outros participantes; contatos e ele deverá ter você cadastrado nos
z ou D
 ocumentos: enviar arquivos para o contatos dele, para visualizar o seu status. O
grupo. Formato PDF é exibido como vídeo ou imagem é removido após 24 horas;
294 miniatura;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z  ensagens temporárias: após 7 dias, as mensagens enviadas para o grupo serão apagadas automaticamente;
M
z Lista de transmissão: semelhante ao conceito do Status, uma lista de transmissão é uma forma de envio de
mensagens com textos, imagens, vídeos, para vários usuários ao mesmo tempo. Parece um grupo, mas não
há interação entre os participantes dentro da lista. Eles apenas recebem o conteúdo. Assim como o Status,
ambos (emissor e receptor) precisam estar cadastrados em ambos os aparelhos;
z Pagamentos: novidade do WhatsApp, permite o envio e recebimento de valores através do comunicador.
Ele é associado a uma conta de alguns bancos (como Mercado Pago) e a um cartão de débito do próprio
banco. Ao receber dinheiro, é creditado na conta. Ao pagar, é debitado pelo cartão de débito do saldo da
conta no banco. O sistema está associado ao mecanismo Facebook Pay. A empresa Facebook Pagamentos do
Brasil foi aprovada como um “iniciador de pagamentos”;
z Contato: o usuário poderá enviar como mensagem os dados de um contato de seu aparelho. Quem receber
poderá adicionar em seus contatos ou enviar mensagem para ele. Se o contato é compartilhado em um
grupo, o administrador poderá adicionar ele ao grupo através dos dados de contato que foram comparti-
lhados lá;
z Envio de fotos e vídeos: poderão ser imagens armazenadas no aparelho ou obtidas no momento do envio
(através da câmera)

Novas funcionalidades estão sendo implementadas no WhatsApp, como:

z Versão web não vai depender do celular;


z Acesso em até quatro celulares ao mesmo tempo;
z Fotos e vídeos autodestrutivos;
z Opção de enviar imagens com qualidade melhor;
z Pré-visualização das URLs enviadas no chat;
z Ferramenta para ativar contas banidas dentro do app;
z Arquivos arquivados para sempre;
z Transferência de chats entre Android e iOS.

YOUTUBE

O site de vídeos Youtube é muito popular, porém não é o único. Existem outras opções, como o Vimeo, que é
muito usado para videoaulas de cursos online.
O Youtube permite a criação de um perfil, canais de vídeos, listas de reprodução e transmissões ao vivo. Asso-
ciado a uma conta Google, assim como no Google Drive, o usuário poderá navegar no site e acessar vídeos que
estejam com alguma restrição específica quando possível. Ainda, poderá criar um canal e publicar os seus vídeos,
tendo acesso a ferramentas de edição online, permitindo a personalização do conteúdo.
Na página inicial, aparecerão as propagandas de canais, os últimos vídeos dos canais que você está inscrito,
além de canais recomendados (sugeridos a partir dos canais nos quais você se inscreveu).
Os vídeos poderão ser programados pelo usuário para serem postados:

z Imediatamente: após o carregamento do vídeo, ele é disponibilizado publicamente para os visitantes da


página;
z Programado: o vídeo poderá ser programado, com horários escolhidos em data e a cada 15 minutos;
z Programado com estreia: o vídeo será programado e uma prévia será disponibilizada no canal com conta-
gem regressiva para o horário que ele será disponibilizado;
z Privado: o vídeo será publicado, mas apenas quem estiver inscrito no canal com permissões de acesso (como
os membros) poderão visualizar o vídeo;
z Não listado: o vídeo é publicado na plataforma e apenas quem possui o link poderá acessá-lo. O vídeo não
aparecerá nas buscas do Youtube e na página do canal;
z Ao vivo: a transmissão será realizada simultaneamente com a sua gravação, ou seja, o Youtube acessa a câme-
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
ra do dispositivo, transmite o vídeo e armazena a transmissão quando finalizada.

O usuário do Youtube poderá organizar, em seu canal, uma playlist. Como usuário comum, os vídeos que ele
der “gostei” são adicionados na playlist “Vídeos que eu gostei”. Ainda como usuário comum, poderá criar novas
playlists e, nos vídeos que Salvar, escolher o destino. Já como produtor do canal, os vídeos que direcionar para
montagem de uma playlist facilitarão a divulgação do conteúdo relacionado.

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Vídeo sendo reproduzido: barra de progresso

Pré-carregado
Atual (0:59) Tempo total (16:50)

Tela inteira (f)


Pausa (k)
Modo Teatro (t)
Próximo vídeo (Shift+N) Atual/Total
Miniplayer (i)
Detalhes
Volume (ativo)
pressionar (m) para mudo
Reprodução automática

Nos controles do vídeo, temos:

z Pausa (atalho tecla k): pausa temporariamente a reprodução do vídeo. Quando pausado, o ícone muda para
Reproduzir;
z Próximo vídeo (atalho Shift+N): interrompe a reprodução do vídeo atual e inicia o próximo vídeo que foi
definido na playlist do criador do conteúdo, ou um vídeo relacionado sugerido pelo Youtube;
z Sem áudio (atalho tecla m): o vídeo continuará sendo reproduzido, porém sem áudio. Para “reproduzir o
som”, acione novamente o ícone. Quando a barra de controle possui espaço para exibição, é mostrada a escala
de volume (controle deslizante);
z Atual/Total: exibe o tempo atual da reprodução e o total de tempo do vídeo;
z Reprodução automática: quando ativado (para a direita), o próximo vídeo será reproduzido ao terminar
a exibição do atual. Se estiver desativado, ao término do vídeo, não será executado um novo vídeo e apenas
miniaturas de vídeos serão exibidas para o usuário escolher.

TELEGRAM

Tal como o WhatsApp, o Telegram é um aplicativo de mensagens instantâneas que pode ser encontrado nas
seguintes formas:

z Telegram aplicativo no smartphone;


z Telegram Web acessado pelo navegador de Internet (espelhamento);
z Telegram Desktop instalado no computador do usuário (espelhamento).

O programa Telegram, apesar de ser muito semelhante ao WhatsApp, em questões de funcionalidade, oferece
alguns recursos adicionais, como acesso aos arquivos e mensagens anteriores de um grupo, além da opção para
ocultar o número do celular do usuário na descrição do perfil.

VISÃO GERAL SOBRE SISTEMAS DE SUPORTE À DECISÃO E INTELIGÊNCIA DE


NEGÓCIO
ORIGEM E APLICAÇÃO

Os sistemas de informação, definidos na Teoria Geral dos Sistemas (TGS), apresentam-se de forma prática
quando aplicados nos negócios.
A visão geral sobre os sistemas de suporte à decisão permite conhecer as diferentes categorias em que eles são
utilizados nas empresas. A inteligência de negócio é a tomada de decisões baseadas em informações consolidadas
produzidas por relatórios e tabelas de um sistema de suporte.
Inicialmente, vamos conhecer as três categorias de sistemas de informação em uma empresa:

z Decision Support Systems (DSS), ou Sistemas de Apoio a Decisão: são baseados em relatórios analíticos, normal-
mente utilizados por usuários de nível operacional;
z Management Information Systems (MIS), ou Sistemas de Informações Gerenciais: permitem análises mais pro-
fundas, com a realização de simulações de cenários. Por vezes, utilizam-se de ferramentas de Data Mining para
identificação de cruzamentos não triviais. São utilizados por analistas de negócio no nível tático;
z Executive Information Systems (EIS), ou Sistemas de Informações Executivas: são voltados para profissionais
que atuam no nível estratégico das empresas, como diretores e presidência. Oferecem, para tanto, um conjun-
to de indicadores-chave de performance (KPI, ou Key Performance Indicators).

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esta classificação em nível macro, permite compreender que não existe um sistema completo, geral e inde-
pendente na empresa. Temos vários tipos de sistemas, altamente especializados, que colaboram entre si para a
produção de consolidados que poderão ser usados pelos executivos e gerentes na tomada de decisão.
Na TGS, os sistemas também podem ser classificados por outros critérios, em um contexto específico:

z Pelo grau de formalidade;


z Pelo grau de automatização aplicado;
z Pela relação com a tomada de decisão;
z Pela natureza dos inputs e outputs;
z Pela fonte e grau de medida;
z Pelo valor.

GESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

A gestão é o gerenciamento e compreensão do sistema de informação. Geralmente designado a um funcioná-


rio com conhecimento técnico na empresa, o Gestor de Sistemas de Informação.
A Gestão do Sistema de Informação consiste no conjunto de atividades que numa organização são necessárias
para gerir a informação, o Sistema de Informação e a adoção de Tecnologia de Informação para Suporte (à infor-
mação). Associado com o Planejamento, Desenvolvimento e Exploração do sistema de informação, permite que
estas áreas se comuniquem, oportunizando melhorias contínuas.
Os sistemas podem ser classificados em:

z Sistemas abertos: são aqueles que sofrem interações com o ambiente em que estão inseridos;
z Sistemas fechados: são aqueles que não sofrem influência externa e possuem entropia constante;
z Sistemas adaptáveis: aqueles que se adaptam às mudanças por meio do melhoramento contínuo;
z Sistemas não adaptáveis: aqueles que não preveem mudanças significativas diante das alterações e influên-
cias do ambiente;
z Sistemas permanentes: não possuem prazo determinado de existência;
z Sistemas temporários: possuem prazo determinado de existência.

Os sistemas de informação da Teoria Geral de Sistemas podem ser divididos em:

z Sistemas de Informação Transacional (SIT): são de nível operacional e cuidam do armazenamento dos
dados e sua captação, entre outras ações;
z Sistemas de Informações Gerenciais (SIG): são de nível tático e produzem relatórios de acordo com os dados
existentes e o ambiente;
z Sistemas de Apoio à Decisão (SAD): são de nível estratégico e produzem relatórios e gráficos ajustados de
acordo com um problema que deseja solucionar.

SISTEMAS DE APOIO ÀS OPERAÇÕES


Processamento de Transações
Controle de Processos
Colaboração entre equipes e grupos de trabalho (Microsoft Teams)
SISTEMAS DE APOIO GERENCIAL
Sistemas de Informação Gerencial que produzem relatórios padronizados para os executivos
Sistemas de Apoio à Decisão, interativos
Sistemas de Informação Executiva, elaborada especificamente para os executivos tomarem decisão acerca de um
problema CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

Segundo O’Brien, os sistemas de informação podem ser classificados em dois grandes grupos: Sistemas de
Apoio às Operações e Sistemas de Apoio Gerencial. O primeiro colabora nas operações e processos realizados pela
organização. O segundo, no apoio ao processo de decisão dos executivos.
Vejamos na tabela seguinte qual a função de cada uma dessas subdivisões:

SISTEMA DESCRIÇÃO
Processamento de Informações Processam dados
Controle de Processos Monitoramento e controle de processos
Colaborativos Comunicação e integração entre os colaboradores
Informação Gerencial Informações em relatórios
Apoio à decisão Apoiam a decisão dos gerentes
Informações críticas elaboradas para as necessidades
Informação Executiva
de informação dos executivos
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Laudon e Laudon sugerem outra classificação dos tipos de SI com base nos níveis organizacionais e públicos
atendidos por essas ferramentas. Dessa forma há sistemas de nível operacional, de nível de conhecimento, de
nível gerencial e de nível estratégico.

TIPOS DE SISTEMAS DE
ÁREAS FUNCIONAIS GRUPOS ATENDIDOS
INFORMAÇÃO
Nível Operacional Gerentes operacionais
Nível de Conhecimento Recursos Humanos, Finanças, Trabalhadores do Conhecimento
Nível Gerencial Marketing, Produção Gerentes Médios
Nível Estratégico Gerentes Seniores

MINERAÇÃO DE DADOS: NOÇÕES E CARACTERÍSTICAS

Mineração de dados (em inglês, data mining) é o processo de encontrar anomalias, padrões e correlações em
grandes conjuntos de dados com o intuito de prever resultados. Ao empregar uma ampla variedade de técnicas,
você pode usar essa informação para aumentar a renda, cortar custos, melhorar o relacionamento com os clien-
tes, reduzir riscos e muitas outras coisas.
A mineração de dados também é conhecida como descoberta de conhecimento em dados (KDD).
Quais as vantagens da mineração de dados?

z Detectar fraudes;
z Minimizar riscos;
z Antecipar demanda de recursos;
z Aumentar a taxa de resposta de campanhas de marketing;
z Minimizar atritos com clientes.

Um data warehouse é um tipo de sistema de gerenciamento de dados projetado para ativar e entregar suporte
às atividades de business intelligence (BI), especialmente a análise avançada. Os data warehouses destinam-se
exclusivamente a realizar consultas e análises avançadas e geralmente contêm grandes quantidades de dados
históricos. Os dados em um data warehouse geralmente são derivados de uma ampla variedade de fontes, como
arquivos de log de aplicativos e aplicativos de transações.
Um data warehouse típico geralmente inclui os seguintes elementos:

z Um banco de dados relacional para armazenar e gerenciar dados;


z Uma solução de extração, carregamento e transformação (ELT) para preparar os dados para análise;
z Análise estatística, relatórios e recursos de mineração de dados;
z Ferramentas de análise de clientes para visualizar e apresentar dados aos usuários de negócios;
z Outras aplicações analíticas mais sofisticadas que geram informações úteis por meio de aplicação de algorit-
mos de machine learning e inteligência artificial (IA).

DATA WAREHOUSES, DATA MARTS E ARMAZENAMENTO DE DADOS DE OPERAÇÃO

Embora desempenhem funções semelhantes, os data warehouses são diferentes dos data marts e dos armaze-
namentos de dados de operação (ODSs). Um data mart realiza as mesmas funções que um data warehouse, mas
dentro de um escopo muito mais limitado, geralmente um único departamento ou linha de negócios, o que torna
o estabelecimento dos data marts mais fácil que os dos data warehouses. No entanto, eles tendem a introduzir
inconsistência porque pode ser difícil gerenciar de modo uniforme e controlar os dados em vários data marts.

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Existem muitas ferramentas para mineração de dados, cada uma com uma característica marcante de opera-
ção. A maioria são de aplicações com Código aberto ou Software Livre, mas existem as opções proprietárias.

Comparação entre data Warehouses e Bancos de Dados

CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL


CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
Cargas de Trabalho
Análises, relatórios e big data Processamento de transações
Adequadas
Dados capturados no estado em que se
Dados coletados e normalizados de
Fonte de Dados encontram, de uma única fonte, como um
diversas fontes
sistema transacional
Otimizado para operações contínuas de gra-
Operações de gravação em massa,
vação à medida que novos dados são dispo-
Captura de Dados executadas normalmente em uma pro-
nibilizados para maximizar o throughput das
gramação de lotes predeterminada
transações
Esquemas desnormalizados, como Star Esquemas estáticos altamente
Normalização de Dados
ou Snowflake normalizados
Otimizado para simplicidade de acesso Otimizado para operações de gravação de
Armazenamento de Dados e alto desempenho de consultas usan- alto throughput em um único bloco físico
do armazenamento colunar orientado a linhas

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CARACTERÍSTICAS DATA WAREHOUSE BANCO DE DADOS TRANSACIONAL
Otimizado para minimizar a E/S e maxi- Grandes volumes de pequenas operações
Acesso aos Dados
mizar o throughput de dados de leitura

Fonte: Amazon AWS

O BI, Business Intelligence (inteligência empresarial em português), é o processo de recolhimento e tratamento


de informações que apoiam a gestão de um negócio.
O data warehouse é parte do processo de Business Intelligence.

Os data warehouses são constituídos, normalmente, de imensa quantidade de dados, por isso, é necessário
uma ferramenta para varrer automaticamente tais dados a fim de pesquisar tendências e padrões a partir de
regras predefinidas que dificilmente seriam encontrados em uma pesquisa comum.

CONCEITOS DE TECNOLOGIAS E FERRAMENTAS MULTIMÍDIA, DE REPRODUÇÃO DE


ÁUDIO E VÍDEO

Nas redes de computadores, os dados são arquivos disponibilizados pelos servidores. Poderão ser servidores
web, com páginas web para serem acessadas por um navegador (browser) web; ou, ainda, servidores de arquivos
FTP, para serem acessados por um cliente FTP.
O acesso a distância a computadores será realizado, por meio do paradigma cliente servidor, onde um será o
servidor, que fornecerá o acesso ou arquivos, e o outro dispositivo será o cliente que estiver acessando.

Protocolo seguro

Usuário final Servidor remoto

Tal acesso deverá ser realizado de forma segura, com uso de VPN (Virtual Private Network), que implementa
protocolos seguros na conexão, evitando monitoramento dos dados por terceiros.

Intranet Protocolo seguro Extranet Intranet


Conexão
segura

Conexão
segura
Internet Filial
Matriz

Os conceitos envolvidos no acesso remoto são os que definem a Extranet. Extranet é uma conexão segura entre
ambientes seguros, usando uma infraestrutura pública e insegura. A troca de dados entre o cliente e o servidor será
300 realizada por protocolos de transferência. Todas as redes utilizam os mesmos protocolos, linguagens e serviços.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E ARQUIVOS „ Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
nais como SSL e TLS na conexão.
Cada sistema operacional tem o seu sistema de
arquivos para endereçamento das informações arma- HTTP – Hyper Text Transfer Protocol Secure – Protocolo
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente, Seguro de Transferência de Hipertextos – Porta TCP 443
não é possível a comunicação ou leitura desses dados.
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar HTTPS – request (requisição)
o envio e recebimento das informações entre disposi- Cliente
tivos conectados em rede, através dos protocolos de Web
HTTPS – certificado digital
transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos Identidade confirmada
envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe- Servidor
rência de dados. HTTPS – response (resposta) Web
Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são: O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet e
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo Intranet, como em Transferência de dados e arquivos,
de transferência de hipertextos; como em Segurança da Informação.
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure:
protocolo seguro de transferência de hipertextos; z FTP – File Transfer Protocol – protocolo de transfe-
z FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans- rência de arquivos:
ferência de arquivos;
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protoco- „ Opera com duas portas TCP, uma para dados
lo simples de transferência de e-mail. (20) e outra para comandos (21);
„ Transfere qualquer tipo de informação;
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter- „ Pode transferir em modo byte a byte (arquivos
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que de textos) ou bit a bit (arquivos executáveis);
envolvem as redes de computadores. Mensagens de „ Os navegadores de Internet possuem suporte
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble- para acesso aos servidores FTP;
mas de segurança da informação tornam-se mais claros „ O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado
para quem conhece os protocolos e seu funcionamento. ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma
mais rápida que nos navegadores de Internet;
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – protocolo de „ Pode utilizar criptografia;
transferência de hipertextos: „ O modo anônimo caiu em desuso e poucos ser-
vidores FTP ainda aceitam conexão anônima.
„ Opera pela porta TCP 80; FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos
„ Transfere arquivos HTML (Hyper Text Mar- Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)

kup Language – linguagem de marcação de


FTP – Comando OPEN (iniciar
hipertextos); transferência)
„ Protocolo mais utilizado para navegação, tanto
na Internet como na Intranet; FTP – Comando PUT (para upload,
adicionar arquivos)
„ As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo
navegador de Internet, que exibe o conteúdo; FTP – Comando GET (para download,
baixar arquivos)
„ Arquivos HTML podem ser produzidos em edito-
Servidor
res de textos sem formatação (como o Bloco de Cliente FTP – dados transferidos para a
Web
Web solicitação GET
Notas) ou em editores de textos completos (como
o Microsoft Word). FTP – comando CLOSE
(finalizar transferência)

HTTP – Hyper Text Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de


Hipertextos Porta TCP 80 CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – protocolo
HTTP – request (requisição)
simples de transferência de e-mail:

HTTP – response (resposta)


Cliente Servidor „ Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou
Web Web 2525;
„ A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é blo-
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure – pro- queada pela maioria dos servidores, para evi-
tocolo seguro de transferência de hipertextos: tar spam;
„ A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS
„ Opera pela porta TCP 443; (camada adicional de segurança);
„ Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML, „ A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP
etc.; sobre SSL), mas foi reatribuída e depreciada;
„ Protocolo mais utilizado para navegação segu- „ A porta 2525 não é uma porta oficial, mas mui-
ra, tanto na Internet como na Intranet; to usada por provedores para substituir a porta
„ As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos- 587, quando ela estiver bloqueada;
suem comandos adicionais (scripts) que com-
plementam a exibição de conteúdo específico; 301
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Transfere a mensagem de e-mail do cliente para o servidor e de um servidor para outro servidor.

SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


Simples de E-mail – Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525

SMTP – enviar SMTP – enviar


e-mail e-mail

Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail

APLICATIVOS DE ÁUDIO, VÍDEO E MULTIMÍDIA

Os softwares instalados no computador, podem ser classificados de formas diferentes, de acordo com o ponto
de vista e sua utilização.
Vamos conhecer algumas delas.

CATEGORIA CARACTERÍSTICA EXEMPLO


Sistemas Operacionais que oferecem uma plataforma
Básico Windows e Linux
para execução de outros softwares
Programas que permitem ao usuário criar e manipular seus
Aplicativo Microsoft Office e LibreOffice, reprodutores de mídias
arquivos
Softwares que realizam uma tarefa para a qual fora Compactador de arquivos, Desfragmentador de Discos,
Utilitários
projetado Gerenciadores de Arquivos
Software malicioso, que realiza ações que Vírus de computador, worms, cavalo de Troia, spywares,
Malware
comprometem a segurança da informação phishing, pharming, ransomware etc.

Os softwares que reproduzem conteúdo multimídia, como o Windows Media Player e o Groove Music (além
de opções de terceiros, como o VNC Player), reconhecem o arquivo como tendo conteúdo multimídia a partir da
extensão dele.

EXTENSÃO COMENTÁRIOS
.avi Audio Video Interleave. Formato de vídeo padrão do Windows
.3gp Formato de vídeo popular entre aparelhos smartphones
.flv Formato de vídeo da Macromedia, usado pelo Adobe Flash, de baixa qualidade
Neste formato, as trilhas de áudio, vídeo e legendas são encapsuladas em um único contêiner, suportando diversos
.mkv
formatos

.mov QuickTime File Format é um formato de arquivo de computador usado nativamente pela estrutura do QuickTime

Arquivo áudio MP3 (MPEG-1 Layer 3). Formato de áudio que aceita compressão em vários níveis. Pode utilizar o
.mp3
Windows Media Player ou Groove Music para reprodução
Moving Picture Experts Group. Arquivo de vídeo comprimido, visível em quase qualquer reprodutor, como por
.mpg
exemplo, o Real One ou o Windows Media Player. É o formato para gravar filmes em formato VCD
.rmvb Real Media Variable Bitrate. Formato de vídeo com taxa variável de qualidade desenvolvido pela Real Networks
.wav Formato de áudio Wave, sem compactação com baixa amostragem
.wma Windows Media Audio, formato de áudio padrão do Windows
.wmv Windows Media Video, formato de vídeo padrão do Windows

As aplicações multimídia utilizam o fluxo de dados com áudio, vídeo e metadados. Os metadados são usados
para diferentes funções, como identificação da fonte, dados sobre duração da transmissão, verificação da quali-
dade etc.
Quando usados separadamente, o usuário pode baixar apenas o áudio de um vídeo, ou modificar os metada-
dos do MP3 para exibir as informações editadas sobre autor, disco, nome da música etc. Os fluxos de dados devem
ser analisados na forma de contêiner (pacote encapsulado), a fim de mensurar a qualidade e quantidade de dados
trafegados.
Stream é um fluxo de dados com pacotes de vídeo e áudio transferidos de um servidor remoto para o disposi-
tivo local. Popularizado pelo serviço Netflix de filmes e séries, o formato stream fragmenta o conteúdo em pacotes
de dados para serem enviados pelo canal com protocolos TCP. Esses pacotes de dados são os contêineres.

302
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A transferência de dados e arquivos pelas redes de
SmartTv computadores compreende um dos temas que, comu-
Internet mente, são abordados em provas de concursos.

A transferência de arquivos poderá ser realizada FERRAMENTAS DE PRODUTIVIDADE E


de três formas:
TRABALHO A DISTÂNCIA
z Fluxo contínuo;
MICROSOFT TEAMS, CISCO WEBEX, GOOGLE
z Modo blocado;
HANGOUT, ZOOM, GOOGLE DRIVE E SKYPE
z Modo comprimido.
A produtividade é a capacidade de produzir ou
Na transferência por fluxo contínuo, os dados são
condição do que é produtivo. Em outras palavras, tra-
transmitidos como um fluxo contínuo de caracteres.
ta-se do quanto se produz em um determinado perío-
do de tempo, considerando os recursos e ferramentas
disponíveis. Atualmente, a produtividade é um dos
objetivos mais buscados pelos órgãos públicos e priva-
Cliente dos, especialmente na era digital, na qual os meios de
comunicação e as ferramentas de trabalho estão cada
Internet
vez mais céleres, rápidos e efetivos.
Tornar as atividades mais produtivas, no sentido
de poupar tempo, é uma busca constante de empresas,
sobretudo porque possibilitam o trabalho otimizado,
além de permitir que ele seja realizado de maneira
Fluxo contínuo – os dados são enviados na forma de um remota e com equipes reduzidas.
fluxo de caracteres Na contemporaneidade, nota-se que está cada vez
mais frequente o investimento em capital tecnológico
No modo blocado, o arquivo é transferido como por empresas que buscam ferramentas para alavan-
uma série de blocos precedidos por um cabeçalho car os seus lucros, acelerar a mão de obra e diminuir
especial. Esse cabeçalho é constituído por um conta- custos. As ferramentas possibilitam ainda:
dor (2 bytes) e um descritor (1 byte).
z Diluição dos processos;
z Prevenção de retrabalhos;
z Planejamento;
Cliente z Treinamento e capacitação da equipe;
z Trabalho a distância.
Internet
Um dos grandes avanços das ferramentas de pro-
dutividade é possibilitar o trabalho remoto. Partire-
mos, então, ao estudo de algumas delas:
00 A 01 C 02 B 01 B
z Microsoft Teams: esta ferramenta consiste em uma
Modo blocado – os dados são enviados com contador e plataforma unificada de comunicação e colaboração
descritor
que permite aos seus usuários a realização de video-
conferências e o armazenamento de arquivos. Além
No modo comprimido, a técnica de compressão disso, a plataforma integra e permite o uso das ferra-
utilizada caracteriza-se por transmitir uma sequência mentas de escritório do Pacote Microsoft Office;
de caracteres iguais repetidos. Os dados normais, os z Cisco Webex: esta plataforma, também conhecida
dados comprimidos e as informações de controle são por WebEx Meetings ou Cisco Web Teams, destina- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
os parâmetros dessa transferência. -se ao corporativismo e possibilita aos seus usuários
a realização de reuniões, tanto por meio de áudio
quanto por videoconferência. Pode ser acessada
pelos seguintes terminais: computadores, smartpho-
nes (Android ou IOS), através do download do seu
Internet
Internet aplicativo ou direto pelo navegador;
Cliente
z Google Hangout: plataforma de comunicação
desenvolvida pela Google que possibilita o envio e
Dados únicos compartilhamento de mensagens, ligações por video-
Dados repetidos conferência e também integra alguns serviços da
Google. Contudo, desde meados de 2020 a empresa
Informações de
controle
vem migrando as suas funcionalidades para Google
Chat;
Modo blocado – os dados são enviados com contador e descritor z Zoom: software de videoconferência em que se é
possível fazer chamadas de áudio e de vídeo em que
é possível gravar a chamada para que seja possível
assistir posteriormente. No Zoom há o plano gratuito 303
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e o plano pago e, apesar de o plano básico atender a) direito do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
diversas necessidades, há algumas diferenças entre tarefas e, em seguida, clicar com o botão esquerdo do
os planos que agregam valor ao software. mouse na opção Abrir configurações de Rede e Inter-
z Google Drive: serviço de armazenamento e sincro- net, e depois, selecionar a opção Modo avião.
nização de documentos em nuvem disponível tanto b) esquerdo do mouse no ícone da rede sem fio da barra
na modalidade gratuita (15 GB) quanto remunerada, de tarefas e, em seguida, clicar com o botão direito do
por meio de assinatura, modalidade esta que ofere- mouse na opção Abrir configurações de Rede e Inter-
ce mais opções de armazenamento. A plataforma net, e depois, selecionar a opção Modo avião.
encontra-se disponível para acesso nos seguintes ter- c) direito do mouse no ícone da rede sem fio da barra de
minais: computadores, smartphones (Android e IOS), tarefas e, depois, clicar com o botão direito do mouse
tablets e Ipads. Além disso, ela integra diversos ser- no botão Modo avião.
viços da Google, tais como o Google Docs, Planilhas, d) esquerdo do mouse no ícone da rede sem fio da barra
Apresentações, entre outros; de tarefas e, depois, clicar com o botão esquerdo do
z Skype: plataforma que permite a comunicação mouse no botão Modo avião.
através de videoconferência e voz, assim como e) esquerdo do mouse no ícone da rede sem fio da barra
o envio e compartilhamento de mensagem. Foi de tarefas e, depois, clicar com o botão direito do mou-
desenvolvido por Janus Friis e Niklas Zennstrom e se no botão Modo avião.
vendido para empresa E-bay. Contudo, atualmente
o software pertence à Microsoft. O serviço pode ser 3. (CESGRANRIO — 2023) As estações de trabalho de
acessado por meio do download do aplicativo ou uma empresa estão sujeitas a ataques que podem
até mesmo diretamente pelo navegador. provocar vazamentos ou destruição completa dos
dados. Uma boa prática de segurança é utilizar uma
amostra biométrica para se conectar aos seus dispo-
sitivos, aplicativos, serviços on-line e redes. O Windo-
HORA DE PRATICAR! ws 10 possui um recurso de segurança de entrada que
possibilita usar uma amostra biométrica do rosto, da
1. (CESGRANRIO — 2023) Considere um computador que íris e da impressão digital, ou, ainda, um PIN (Personal
utiliza o sistema operacional Windows 10 e no qual Identification Number).
o botão esquerdo do mouse está configurado como
botão principal. Um usuário desse sistema operacio- Tal recurso é o:
nal deseja criar um atalho na área de trabalho para a
página inicial do sistema de webmail da empresa. a) Windows Security
b) Windows Hello
Para abrir o assistente que auxilia na criação de ata- c) Advanced Login
lhos para programas locais ou de rede, arquivos, pas- d) Enhanced Login
tas, computadores ou endereços na Internet, esse e) Enhanced Authentication
usuário precisa:
4. (CESGRANRIO — 2023) Arquivos compactados (zipa-
a) clicar com o botão esquerdo do mouse na área de tra- dos) ocupam menos espaço de armazenamento e
balho, selecionar a opção Novo e, em seguida, selecio- podem ser transferidos para outros computadores
nar a opção Atalho. mais rapidamente do que arquivos não compactados.
b) clicar com o botão direito do mouse na área de traba-
lho, selecionar a opção Novo e, em seguida, selecionar Para criar um arquivo compactado no explorador de
a opção Atalho. arquivos do Windows 10, o usuário deve selecionar
c) fazer um duplo clique com o botão esquerdo do mou- um ou mais arquivos para serem compactados e, em
se na área de trabalho, selecionar a opção Atalho e, em seguida, deve selecionar o menu:
seguida, selecionar a opção Endereços na Internet.
d) fazer um duplo clique com o botão direito do mouse a) Arquivo, a opção Compartilhar e a subopção Zip
na área de trabalho, selecionar a opção Atalho e, em b) Arquivo e a opção Criar pasta compactada
seguida, selecionar a opção Endereços na Internet. c) Início, a opção Compartilhar e a subopção Zip
e) fazer um duplo clique com o botão direito do mouse d) Início e a opção Criar pasta compactada
na área de trabalho, selecionar a opção Assistentes e, e) Compartilhar e a opção Zip
em seguida, selecionar a opção Atalho.
5. (CESGRANRIO — 2023) Um colaborador de uma
2. (CESGRANRIO — 2023) A operação das redes sem fio empresa precisa restaurar uma versão específica de
utiliza um sinal de rádio frequência que pode interfe- um documento que está sendo editado no aplicativo
rir na comunicação de outros dispositivos. Por essa Word do Microsoft Office 365.
razão, em certos ambientes, pode ser necessário ati-
var o modo avião para desligar as interfaces de rede Para verificar as versões do documento que estão dis-
sem fio de um computador. poníveis para a restauração, o colaborador deve sele-
cionar o menu:
Considerando-se um computador que utiliza o siste-
ma operacional Windows 10 e no qual o botão esquer- a) Arquivo, escolher a opção Histórico e selecionar a
do do mouse está configurado como botão principal, opção Controle de Versões.
para ativar o modo avião desse computador, o usuário b) Arquivo, escolher a opção Sobre e selecionar a opção
do sistema deve clicar com o botão: Controle de Versões.
c) Arquivo, escolher a opção Informações e selecionar a
304 opção Histórico de Versões.
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d) Revisão, selecionar a opção Controlar Alterações e a) agrupar um conjunto de computadores, localizados
selecionar a opção De todas as Pessoas. em ambientes físicos distintos, para processar gran-
e) Revisão, selecionar a opção Controlar Alterações e des volumes de dados.
selecionar a opção Somente as Minhas. b) existir um servidor frontal (front-end) que se comunica
com outro servidor traseiro (back-end), este responsá-
6. (CESGRANRIO — 2023) O MS Word do Office 365 em vel pelos dados do processamento.
português possui, para textos, o seguinte recurso: c) inexistir a figura de um servidor dedicado, já que qual-
quer equipamento pode desempenhar a função de ser-
a) “Localizador de Texto”, que permite localizar e pesqui- vidor de um determinado serviço.
sar textos formatados como ocultos. d) interligar um conjunto de computadores, de forma que
b) “Contagem de Caracteres”, na guia “Exibir”, em que é pareça um supercomputador com considerável poder
encontrada a informação sobre a quantidade de carac- computacional.
teres de um determinado texto. e) oferecer um modelo em que existe a figura de um equi-
c) “Rascunho”, que é modo de exibição útil para criar títu- pamento servidor, responsável por atender às requisi-
los e mover parágrafos em um documento. ções de equipamentos clientes.
d) “Ler em Voz Alta”, que faz uma leitura do texto em voz
alta, destacando a palavra que está sendo lida. 10. (CESGRANRIO — 2023) A ferramenta de Webmail
e) Seleção de todo o texto de um documento que está viabiliza o uso do serviço de correio eletrônico de
sendo editado, pressionando, simultaneamente, as empresas utilizando um navegador Web. Após a com-
teclas Ctrl+N. posição de uma nova mensagem de correio eletrônico,
o usuário deve fazer a submissão do formulário para
7. (CESGRANRIO — 2021) Um supervisor de equipe pre- o servidor Web que, por sua vez, fará a submissão do
cisa redigir um memorando para envio à chefia imedia- conteúdo da mensagem para a fila do servidor de cor-
ta. Ele precisa da colaboração dos seus subordinados reio eletrônico.
na edição desse texto. Todavia, o supervisor quer ter Os protocolos de comunicação utilizados nestas duas
acesso ao histórico de alterações (quem alterou o
etapas são, respectivamente,
quê), a fim de que possa julgar quais sugestões ele
aceita ou não.
a) HTTP e SMTP
b) SMTP e HTTP
Qual recurso do MS Word 365, versão português, ofe-
c) POP3 e SMTP
rece essa possibilidade?
d) SMTP e POP3
e) HTTP e POP3
a) Correspondências
b) Layout
11. (CESGRANRIO — 2023) O aplicativo de correio eletrô-
c) Pesquisar
nico pode ser configurado para enviar mensagens e
d) Revisão
acessar as caixas de mensagens que estão no servi-
e) Suplementos
dor de correio. Um dos protocolos de comunicação
mais utilizados para acessar as mensagens da caixa
8. (CESGRANRIO — 2023) Uma planilha está sendo edi-
de entrada é o
tada no Excel do Microsoft Office 365 por vários coau-
tores simultaneamente. Um dos coautores deseja
fazer uma classificação e uma filtragem nos dados da a) SMTP
planilha sem afetar o trabalho dos demais coautores b) IMAP
e sem ter que fazer uma cópia da planilha. Para isso, c) SMB
esse coautor deve selecionar o menu: d) SSH
e) RDP
a) Dados e pressionar o botão Novo para criar um espe-
lhamento dos dados da planilha. 12. (CESGRANRIO — 2023) Considere uma empresa na
b) Revisão e pressionar o botão Novo para criar um espe- qual seja comum os colaboradores utilizarem com- CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA
lhamento dos dados da planilha. putadores (estações de trabalho) para executar suas
c) Exibir e pressionar o botão Novo para criar um novo atividades. Via de regra, essas estações de trabalho
modo de exibição de planilha. encontram-se conectadas à rede de computadores
d) Inserir e pressionar o botão Novo para criar um novo dessa empresa.
modo de exibição de planilha.
e) Inserir e pressionar o botão Novo para criar uma nova Essa rede de computadores em uma empresa como a
imagem dos dados da planilha descrita:

9. (CESGRANRIO — 2021) A computação distribuída permi- a) pode ou não estar conectada à internet.
te que as máquinas integrantes de uma rede, que utiliza b) possui conexões que são ou cabeadas ou por WiFi,
esse modelo computacional, executem o seu próprio pro- mas nunca os dois tipos simultaneamente.
cessamento. Esse cenário permite que as organizações c) distribui sempre cópias de todos os arquivos digitais
se beneficiem da integração de serviços, por meio da entre todas as estações de trabalho.
interconexão oferecida pelas redes de computadores, oti- d) substitui a rede de fornecimento de energia elétrica na
mizando recursos e maximizando o poder de seu parque empresa.
computacional. Nesse cenário, o modelo de redes ponto e) funciona, apenas, se todas as estações de trabalho
a ponto se caracteriza por: tiverem o mesmo sistema operacional. 305
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13. (CESGRANRIO — 2022) Nas configurações de cone- e) espaço ocupado pela mensagem X é muito grande,
xão do navegador Mozilla Firefox, pode-se definir um e seu envio não foi autorizado pela infraestrutura do
servidor proxy, recurso utilizado para a redução do trá- emissor.
fego em rede.
17. (CESGRANRIO — 2022) Códigos maliciosos (malwa-
O mecanismo de funcionamento de um servidor proxy: re) são programas desenvolvidos para executar ações
danosas e atividades maliciosas em uma grande
a) implementa o padrão IrDA, que estabelece conexão diversidade de equipamentos. Dentre os vários tipos
direta via fibra ótica. de malware, há um programa capaz de se propagar
b) utiliza uma área intermediária entre servidores de uma automaticamente pelas redes, explorando vulnerabili-
rede interna e usuários da internet. dades nos programas instalados e enviando cópias de
c) especifica um equipamento que atua como uma cache si mesmo de equipamento para equipamento.
entre o navegador Firefox e o servidor web.
d) transmite dados por arquiteturas que privilegiam a Esse programa é o:
topologia de rede de campo ou metropolitana.
e) roteia o processamento para redes que utilizam tec- a) backdoor
nologias sem fio, impondo um padrão de segurança b) spyware
adicional. c) rootkit
d) keylogger
14. (CESGRANRIO — 2021) A possibilidade de configura- e) worm
ção de conexões, oferecida pelo navegador Firefox,
revela-se recurso interessante para organizações que 18. (CESGRANRIO — 2023) Uma prática comum e reco-
necessitam, por exemplo, acessar um servidor de pro- mendada para proteção de estações de trabalho é que
xy que disponibiliza um serviço específico, não acessí- programas do tipo antivírus e antimalware sejam man-
vel ao público externo. tidos atualizados nessas estações e computadores
em geral.
No menu Configurações, qual a opção na qual a janela
de configuração de conexão é acessada? Essas atualizações são necessárias principalmente
para que esses programas:
a) Geral
b) Início a) possuam uma interface moderna com o usuário.
c) Pesquisa b) ocupem o menor espaço possível em disco.
d) Sync c) funcionem, porque versões desatualizadas não
e) Privacidade e Segurança funcionam.
d) possam identificar vírus e problemas mais recentes.
15. (CESGRANRIO — 2023) Um usuário fechou, indevida- e) sejam executados de forma mais rápida e eficiente.
mente, uma guia do navegador web Google Chrome
106.0.5249.119 (64 bits), em uma máquina com MS 19. (CESGRANRIO — 2021) A assinatura digital é um
Windows 10. controle de segurança que permite a verificação da
integridade e da autenticidade do documento digital.
Um modo de abrir, novamente, a última guia fechada Sabe-se que o certificado digital do signatário (Cert-
nesse navegador é pressionando a seguinte combina- Signatário) foi emitido pela Autoridade Certificadora 1
ção de teclas: (AC1); o certificado da AC1 (CertAC1) foi emitido pela
Autoridade Certificadora Raiz (ACZ); e que o certifica-
a) Alt+F do da ACZ (CertACZ) é autoassinado.
b) Alt+T
c) Ctrl+N Para validarmos a assinatura digital do signatário de
d) Ctrl+Shift+N um documento digital, nessa infraestrutura de chaves
e) Ctrl+Shift+T públicas em cadeia, é necessário ter-se:

16. (CESGRANRIO — 2023) Uma situação que ocorre no a) apenas o CertSignatário


dia a dia da utilização de correio eletrônico é uma pes- b) apenas o CertAC1
soa A (emissor), após enviar uma mensagem X para c) apenas o CertACZ
uma outra pessoa B (destinatário), receber uma res- d) apenas o CertSignatário e o CertACZ
posta automática que informa que a caixa de correio e) todos os certificados da cadeia (CertSignatário, Cer-
do destinatário está cheia. tAC1 e CertACZ)

Isso significa que a(o) 20. (CESGRANRIO — 2022) A gravação de cópias de


segurança (backup) é um dos procedimentos mais
a) espaço ocupado por mensagens na caixa de correio importantes na garantia da operação de um ambien-
do destinatário atingiu o limite autorizado. te computacional. Políticas de backup devem ser
b) quantidade de mensagens na caixa de correio do des- desenhadas pelos administradores de suporte das
tinatário atingiu o limite autorizado. empresas, com vistas a manter a disponibilidade e a
c) quantidade de mensagens enviadas pelo emissor atin- integridade do sistema computacional.
giu o limite autorizado.
d) quantidade máxima de mensagens que podem ser Uma providência importante referente à política de
recebidas pelo destinatário naquele dia foi atingida. backup é:
306
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) armazenar todos os volumes de backup em um só
local.
b) automatizar backups de arquivos no formato Man-
chester Diferencial.
c) evitar a utilização de gerenciadores de backup de códi-
go aberto.
d) monitorar os volumes de backup gerados manualmente.
e) testar todos os volumes de backups gerados.

9 GABARITO

1 B

2 D

3 B

4 E

5 C

6 D

7 D

8 C

9 C

10 A

11 B

12 A

13 C

14 A

15 E

16 A

17 E

18 D

19 E

20 E

ANOTAÇÕES
CONHECIMENTOS DE INFORMÁTICA

307
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ANOTAÇÕES

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o gerente, e o destaque é fazer com que as pessoas
sejam bem lideradas, com o propósito de fazer fun-
cionar o departamento da organização;
z Nível Operacional: nível de execução da organi-

ATENDIMENTO zação no intuito de realizar tarefas do dia a dia. A


figura encontrada é a do executor; procure guar-

BANCÁRIO dar a ideia da execução das tarefas nesse nível e


assim ficará mais fácil resolver as questões rela-
cionadas ao tema.

Agora que já expusemos os níveis organizacionais,


NOÇÕES DE ESTRATÉGIA podemos avançar no tema e compreender os tipos de
EMPRESARIAL: ANÁLISE DE MERCADO, planejamento.

FORÇAS COMPETITIVAS, IMAGEM TIPOS DE PLANEJAMENTO


INSTITUCIONAL E IDENTIDADE E
POSICIONAMENTO
Este é um assunto que merece destaque em nos- Estratégico
so estudo e requer atenção por parte do candidato
que almeja a aprovação no concurso, pois trata-se do
planejamento estratégico das organizações. Primeira- Tático
mente, explicaremos alguns conceitos relacionados
ao tema. Iniciaremos falando a respeito dos níveis
organizacionais. Operacional

NÍVEIS ORGANIZACIONAIS

Observe no fluxograma a seguir os níveis organi-


zacionais. z Planejamento Estratégico: o mais importante
para seu estudo. O planejamento estratégico tem
como escopo a análise da organização como um
Estratégico Institucional
“todo”, pois visa compreender o ambiente interno
e externo, o que significa fazer análises para alcan-
ce dos objetivos organizacionais. O planejamento
é a longo prazo e sua abordagem é geral/global,
Tático Departamental Gerencial realizado no nível institucional e pelos executivos/
diretores da organização.

Não Cuidado! Apesar de ser realizado pelo nível ins-


Operacional Execução
Administrativo titucional, todos da organização estarão envolvidos.
Reflita sobre o seguinte: como ele é um planejamen-
to que se inicia lá no “topo”, ele vai descendo para
Agora, precisamos entender cada um deles: os demais níveis e, por isso, há um envolvimento de
todos. É interessante, pois é aqui que tudo acontece:
z Nível Estratégico: é o nível institucional, pois en- as decisões gerais da organização, escolhas das estra-
globa toda a organização e, consequentemente, te- tégias, a definição da missão, visão e dos valores ins-
rá uma abordagem ampla no intuito de analisar titucionais. Perceba como todos de uma certa forma
a organização como um todo. O nível estratégico
acabam se envolvendo.
também pode ser chamado de alto ou global e, nes-
se nível, estão os altos executivos, diretores da or-
z Planejamento Tático: visa criar plano a médio
ganização. O tipo de planejamento é o estratégico,
prazo e a sua abordagem é setorial ou departa-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

que veremos mais para frente;


mental. Como verificamos anteriormente, o nível
intermediário é que se preocupa com o plane-
Dica jamento tático. Aqui, você sempre avaliará da
Algumas palavras-chave para ter em mente seguinte forma: o planejamento é feito por geren-
quando uma questão se referir ao nível estraté- tes e coordenadores visando objetivos de médio
gico: global, geral, todo, amplo, ambientes, inter- prazo, pois a abordagem é por unidade e setorial
no e externo, diretores, executivos, alto escalão, ou departamental.
cúpula.
Agora que já temos uma noção dos tipos de pla-
z Nível Tático: é o nível departamental ou setorial nejamento, precisamos compreender as funções
que se preocupa com o planejamento a médio pra- administrativas. Se estamos tratando de noções de
zo e busca enfatizar a situações ocorridas na uni- estratégia empresarial, devemos compreender como
dade gerencial. A figura visualizada nesse nível é ocorre o processo organizacional. 309
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Dica Controle

Processo Organizacional / Processo Adminis- Pode-se dizer que o controle é cíclico e necessita de
trativo (Administração): o mesmo que funções quatro etapas:
administrativas.
z Definir um padrão de desempenho: para seguir e
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS alcançar um determinado objetivo, é preciso estar
no rumo, e é aí que entra o padrão de desempenho;
As funções da Administração são quatro: plane- z Acompanhar o desempenho: essa etapa conta
jamento, organização, direção e controle. Vejamos a com o monitoramento, ou seja, acompanha se tudo
seguir detalhadamente cada uma delas: está sendo feito conforme foi definido;
z Avaliação de desempenho: já esta é uma etapa
voltada a um processo “posteriori”, pois leva em
Planejamento
consideração avaliar os resultados obtidos;
z Ação corretiva: etapa necessária quando se verifica
Visa definir os objetivos, metas e estratégias. Tem que há certos desvios, gaps ou lacunas no processo.
como foco reduzir as incertezas, pois trata de previsão z Planejamento operacional: aqui, a abordagem
do futuro. Cuidado! Ele não elimina as incertezas, mas é de execução, pois visa realizar as tarefas que
as reduz. O futuro é incerto e, portanto, nem sempre é ocorrem na organização. Nesse caso, teremos a
possível ter todas as informações e dados. Lembre-se figura dos supervisores/executores estabelecendo
de que quando tratamos de planejamento, é preciso os objetivos e metas operacionais; vale lembrar
coletar dados e informações, pois são eles que dão sus- que elas são mais minuciosas e detalhadas porque
tentação para um bom planejamento. estão voltadas para uma tarefa específica.
Vamos aproveitar e verificar quais conceitos
temos a respeito de objetivo, meta e estratégia, para ANÁLISE DE MERCADO E AS FORÇAS
compreender melhor o planejamento: COMPETITIVAS

É chegado o momento de nos envolvermos de vez nos


z Objetivo: tudo aquilo que se pretende alcançar ou
conceitos ligados às estratégias empresariais. Queremos
onde se deseja chegar. Um bom exemplo de objeti-
relembrar um assunto abordado anteriormente, tratando
vo é “ser aprovado no concurso público”. O objeti- do planejamento estratégico, lembra-se? O planejamento
vo deve ser claro, concreto e necessita de prazo, não estratégico é o mais abrangente e, consequentemente, tudo
importando se esse prazo será curto, médio ou longo; que for decidido será relevante para toda a organização.
z Meta: também pode ser entendida como algo Estamos retornando a esse assunto para compreendermos
que se pretende alcançar, mas é mais minuciosa que é no planejamento estratégico que ocorre a análise de
e detalhada em comparação ao objetivo. Exem- mercado. Interessante perceber o seguinte: para escolha
plo de meta: ser aprovado em primeiro lugar no do melhor caminho, primeiro faz-se uma análise e então,
concurso. Reparou em uma mudança aí? O termo posteriormente, define-se o plano.
“primeiro lugar” qualificou nosso objetivo. Essa é Tudo se inicia com o diagnóstico estratégico (aliás,
a ideia da meta, ser mais minuciosa ou detalhada, atente-se ao uso do termo “diagnóstico” utilizado nes-
trazer quantificação e qualificação do objetivo; sa situação, pois nos remete a ir ao médico e, antes
de ele receitar qualquer “remédio”, primeiro pedirá
z Estratégias: são os caminhos, meios, métodos,
exames/diagnósticos). Assim, o intuito do diagnósti-
para se chegar ao objetivo ou à meta e, para isso, a
co é compreender as potencialidades e deficiências
organização necessitará fazer uma análise antes e da organização, ou seja, identificar quais são os pon-
aí sim escolher a melhor estratégia. tos fortes e fracos da organização e também analisar
as oportunidades e ameaças. Pontos fortes e fracos
Agora que compreendemos alguns conceitos a res- fazem parte das variáveis internas e oportunidades e
peito do planejamento, continuemos com outras fun- ameaças, das variáveis externas.
ções administrativas. Para isso, a organização utilizará uma ferramenta
chamada SWOT. O termo SWOT é um acrônimo/asso-
Organização ciação vindo da língua inglesa que significa Strengths,
Weaknesses, Opportunities e Threats.
Essa função visa implementar, implantar e alocar Vamos traduzir para facilitar a nossa vida. SWOT
os recursos da organização. Portanto, aquilo que foi = FOFA: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses),
Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats).
planejado precisar ser implantado e, para isso, a fun-
Dividimos a análise em duas partes:
ção organização tem como foco a distribuição e divi-
são do trabalho.
z Análise interna: Forças e Fraquezas (são controláveis);
z Análise externa: Oportunidades e Ameaças (não
Direção são controláveis).

É a parte da coordenação da organização no intuito Variáveis internas são controláveis por fazerem
de harmonizar o planejamento com a execução, o que parte do escopo da organização, estão próximas e, por
levará muitas vezes a fazer ajustes necessários para isso, é mais fácil fazer alterações ou mudanças.
que realmente as coisas aconteçam. Aqui também Variáveis externas não são controláveis, pois
ocorrerá a liderança e motivação, afinal de contas as estão “fora” da organização e não tem como a insti-
pessoas precisam ser treinadas, capacitadas e devem tuição fazer alterações, podendo somente monitorar
ser motivadas a cumprir o planejamento. A figura do para se aproveitar das oportunidades e minimizar os
310 líder faz-se importante nesse momento. problemas advindos das ameaças.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
� Forças � Oportunidades
Estratégias Genéricas de “Porter” (Michael Eugene
� Pontos Fortes � Variável Porter)
� Fortalezas externa
� Variável
interna As estratégias genéricas de Porter visam a escolha
da estratégia dentro de 3 possibilidades.
F O z Estratégia de Custo: a organização escolhe ter
um baixo custo e repassa para o cliente a um va-
lor acessível;
z Estratégia de Diferenciação: a ideia é agregar

� Fraquezas
F A � Ameaças
valor ao cliente, aquilo que se torna um diferen-
cial competitivo para os clientes. Exemplo – status,
� Ponto Fraco
� Variável
� Variável
externa
conveniência e outros;
interna z Estratégia do Enfoque: a organização dará enfo-
que a um nicho de mercado mais segmentado,
ofertando produtos ou serviços para um determi-
nado tipo de cliente específico. Exemplo: loja de
roupas tamanho EXGG.
Pense em situações que ocorrem dentro de uma
organização. Exemplo: a empresa X comprou um
Matriz de Ansoff
novo equipamento (ponto forte), porém os colabo-
radores não foram treinados para usufruir da nova Outra estratégia que pode ser utilizada pelas orga-
tecnologia (ponto fraco). A organização percebe que nizações visa a escolher a estratégia conforme o pro-
momento é complicado, porque os clientes não têm duto/serviço e mercado.
poder de compra (ameaça), mas o mercado está rea-
gindo com o anúncio do governo de redução das taxas z Produto Tradicional e Mercado Tradicional: Estra-
de impostos (oportunidade). tégia de Penetração;
Outra ferramenta que pode ser utilizada para z Produto Novo e Mercado Tradicional: Estratégia
de Desenvolvimento de Produto;
fazer uma análise é a Balanced Scorecard (BSC), meto-
z Produto Tradicional e Mercado Novo: Estratégia
dologia desenvolvida para medição do desempenho
de Desenvolvimento de Mercado;
de aspectos financeiros e não financeiros. z Produto Novo e Mercado Novo: Estratégia de Di-
A ideia é utilizar indicadores e assim aferir resulta- versificação.
dos de maneira equilibrada do ponto de vista de várias
perspectivas ou dimensões. A organização conseguirá Produtos/Serviços
fazer análises de seus aspectos financeiros, processos
internos, aprendizado e crescimento e clientes.

Desenvolvimento
Penetração
Recursos de Produto

Desenvolvimento
VISÃO E Diversificação
Clientes Processos de Mercado
ESTRATÉGIA

Estratégias de Acordo com as Variáveis


Aprendizado
ATENDIMENTO BANCÁRIO

A organização escolherá as suas estratégias confor-


me as variáveis internas e externas. Em algum momen-
to, podemos ter mais oportunidades em relação às
Partimos do princípio de que não adianta somente ameaças ou mais ameaças que oportunidades; também
medir o aspecto financeiro, é preciso também anali- poderá acontecer de ter mais pontos fortes que pontos
sar outras perspectivas. Por isso, a organização deve fracos ou mais pontos fracos que pontos fortes.
compreender como andam seus processos internos A junção das variáveis será determinante para
escolha das estratégias. Predominância das variáveis:
(conjunto de ações/atividades) e o quanto está apren-
dendo com o mercado (inclusive concorrentes) e tam-
z Oportunidades e Pontos Fortes: Estratégia de De-
bém com seus clientes. senvolvimento;
Após a organização examinar seus pontos fortes, z Oportunidades e Pontos Fracos: Estratégia de
fracos, suas oportunidades e ameaças, o passo seguin- Crescimento;
te é fazer o prognóstico, ou seja, escolher a estratégia. z Ameaças e Pontos Fortes: Estratégia de Manutenção; 311
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z Ameaças e Pontos Fracos: Estratégia de Sobrevi- IDENTIDADE E POSICIONAMENTO
vência.
A identidade tem como propósito dar uma per-
sonalidade que seja única à organização e isso passa
� Oportunidades � Oportunidades +
+ Fortalezas Fraquezas também pela sua missão, visão e seus valores. Mas vai
além, pois requer que o público seja capaz de guardar
facilmente as suas características, como logomarca,
cores, produtos e serviços oferecidos.
Desenvolvimento Crescimento Se te perguntarmos qual é a cor predominante da
Caixa, temos certeza absoluta de que você já respon-
deu e até já lembrou da marca. Essa é a ideia de iden-
tidade e posicionamento. A organização visa com isso
ter características marcantes e personalizadas, assim
as pessoas lembrarão facilmente quando precisarem
Manutenção Sobrevivência
� Ameaças � Ameaças +
de um produto ou serviço.
+ Fortalezas Fraquezas A Caixa, por exemplo, já fez e continua fazendo
grandes publicidades para se posicionar no mercado.
Quando uma organização investe na sua identida-
de e no seu posicionamento, a tendência é que em um
determinado momento as pessoas conseguirão identi-
ficar facilmente e isso a levará a outros patamares de
IMAGEM INSTITUCIONAL
desempenho. Para tanto, é preciso ter um diferencial
competitivo; aliás, competitividade é a alma do negó-
Se tem algo importante para uma organização é
cio bem sucedido. Para que uma organização seja
criar uma imagem institucional e fazer com que os
competitiva no mercado, será preciso exatamente ter
stakeholders ao seu redor entendam o seu propósito.
um diferencial.
Stakeholder significa partes interessadas, ou seja,
todos que de alguma forma estão ligados ou relacio- Em se tratando de produtos, podemos observar
nados com a organização. Exemplos: colaboradores, a crescente no mercado da área digital; portanto, as
gestores, acionistas, gerentes, consumidores, fornece- instituições percebem a necessidade de cada vez mais
dores, governo e outros. melhorar seu posicionamento nesse sentido.
Devemos mencionar também que o tema passa
também pela cultura organizacional. Cultura é um
Dica conjunto de hábitos e costumes que são compartilha-
Provavelmente, um sinônimo para stakeholder dos pelos membros da organização. A cultura também
em uma prova de concurso seja atores ou clien- pode ser entendida como conjunto de crenças e valores.
tes. Vale ressaltar o seguinte: o termo “cliente”
é abrangente, pois entende-se como cliente o
público externo e interno.
� Cliente interno: colaboradores, gerentes; SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
� Cliente externo: consumidores, fornecedores.
Talvez seja estranho pensar colaborador e for- A meta da segmentação de mercado é escolher um
necedor como clientes, mas veja que a ideia é determinado grupo de consumidores que possuam
satisfazer as necessidades de todos, por isso a necessidades iguais ou, pelo menos, parecidas. A orga-
concepção de que todos são clientes. Aliás, quan- nização fará uma oferta para o público segmentado,
do uma organização compreende isso, sem som- visando melhor assertividade.
bra de dúvidas estará conquistando a excelência. Neste sentido, o intuito é dividir em grupos poten-
ciais clientes com desejos e comportamento de compras
Retornando para o assunto imagem institucional. semelhantes. Segundo Philip Kotler (1998): “através da
A organização, por meio do seu planejamento estraté- segmentação a empresa poderá fazer melhores traba-
gico, definirá sua missão, visão e seus valores. lhos frente à concorrência, dedicando-se a fatias de mer-
cado que tenham melhores condições de atender”.
z Missão: razão de existência, razão de ser da orga- Para isso, é preciso estudar a participação que a
nização, o seu propósito. A missão institucional organização tem no mercado e entender os seus con-
é atemporal, logo, não está atrelada ao futuro e, correntes. A prática do “benchmarking” pode ser uma
sim, ao presente. Todos os dias a organização deve excelente ferramenta para esse processo.
cumprir a sua missão;
O benchmarking competitivo é muito utilizado
z Visão: onde a organização deseja chegar, alcan-
para entender as estratégias dos concorrentes. Por
çar, ser ou estar. Diferentemente da missão, a
meio dele, compara-se os resultados e apropria-se das
visão é temporal. Estipula-se um prazo para que
seja alcançado o desejável. Não confunda visão melhores práticas, buscando melhorá-las.
com objetivo, apesar de fazerem menção ao que Depois de compreender o mercado, é preciso sepa-
se espera alcançar. A visão tem como parâmetro o rar os clientes por grupos. Dessa maneira, a organiza-
reconhecimento, ser reconhecida pelo seu público. ção saberá como atuar e obter resultados satisfatórios.
Já o objetivo é voltado para si;
z Valores: princípios norteadores da organização, Níveis de Segmentação
aquilo que tem importância ou significado e se
visa demonstrar para os stakeholders. z Marketing de Massa: o objetivo desse tipo de seg-
mentação é ofertar algo que seja possível para um
312
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grande público. Os produtos estarão em todos os lugares, desde em uma conveniência, em um bairro de classe
alta, até em uma mercearia ou ponto de vendas na periferia. Exemplo: produtos de higiene, refrigerantes e outros;
z Marketing de Segmento: visa ter um grupo ainda grande de consumidores, porém um pouco mais específico
se compararmos com o marketing de massa. Vale lembrar que as pessoas/clientes são diferentes, pois suas
necessidades e desejos dizem respeito aos seus hábitos;
z Marketing de Nicho: ainda mais restrito ao ser comparado aos dois tipos anteriores. Nele, os segmentos são
divididos em subsegmentos. A organização torna-se especialista numa determinada necessidade do cliente;
z Marketing Local: a preocupação está voltada às necessidades regionais, as quais, por sua vez, são diferentes
das de outros locais. Consequentemente, a organização precisará rever seus produtos e serviços, para oferecer
melhores produtos aos seus possíveis clientes. Como exemplo, imagine uma rede de lanches, atuando em um
mercado no qual as pessoas não consomem carne bovina. Será necessário, então, que a organização se adapte,
para oferecer o produto certo;
z Marketing Individual: é o tipo de marketing direcionado aos consumidores de maneira individual. A ideia é
trabalhar de modo personalizado para cada cliente. Pode ser chamado de “marketing one by one” ou marke-
ting um a um.

Massa

SEGMENTAÇÃO Segmento
NÍVEIS DE

Nicho

Local

Individual

Modalidades de Segmentação

z Geográfica: o mercado é segmentado por região. Cada localidade tem a sua cultura e seus valores, fazendo-se
importante verificar como será feito o marketing, a fim de que tais valores não sejam afetados. Neste sentido,
a organização buscará uma forma de trabalhar com o marketing, estudando o acesso para se chegar no local,
bem como o transporte. O intuito é descobrir a acessibilidade. Outra situação que podemos elencar é o centro
de compras. Imagine, por exemplo, você montar um negócio em um local onde as pessoas não têm acesso. Nor-
malmente, as pessoas vão para um “centro de compras” e, mesmo que os custos sejam altos, ainda vale a pena;
z Demográfica: são situações ligadas à idade e, neste sentido, o marketing verifica o público idade. Leva-se em
consideração o ciclo de vida, o domicílio e o sexo;
z Comportamental: leva-se em consideração a frequência de compra, quando as pessoas compram e onde com-
pram. Também se verifica a lealdade do consumidor e o que ele costuma comprar com mais frequência. Uma
outra análise feita é a expectativa de vida das pessoas e o estilo de vida (psicográfica). Lembre-se de que expec-
tativa de vida é diferente de ciclo de vida. No comportamento, também se estuda o interesse, o uso do dinheiro,
as amizades e os relacionamentos;
z Socioeconômica: o critério utilizado é a renda. Um ótimo exemplo que podemos citar é o marketing digital.
Uma organização que fará uma campanha no Facebook, Instagram ou Google, com certeza, descobrirá a faixa
de quanto o seu público ganha e, assim, encontrará o cliente certo para o seu produto. Vale destacar que o grau
de instrução das pessoas também é verificado nessa modalidade, assim como o seu status, nível de ocupação
e migração;
z Benefícios: é aquilo que os clientes procuram. Um bom exemplo a ser citado é quando o cliente se preocupa
com a qualidade do produto ou serviço, bem como se o produto oferece prestígio a ele e um atendimento de
qualidade, demonstrando o grau de satisfação;
z Personalidade: aqui, são verificadas as suas bases culturais, atitudes e valores. Podemos dizer que, nessa
modalidade, é verificado o conjunto de crenças do cliente;
z Caracterização Econômica: a variação de mercado, o tamanho da empresa, o tamanho do mercado e a
demanda são fatores importantes para se levar em consideração no momento da segmentação.
ATENDIMENTO BANCÁRIO

GEOGRÁFICA DEMOGRÁFICA COMPORTAMENTAL SOCIOECONÔMICA BENEFÍCIOS


Local Idade Frequência Renda Qualidade
Região Sexo Lealdade Instrução Satisfação
Transporte Domicílio Expectativa Status Atendimento
Concentração Ciclo de Vida Estilo de Vida Ocupação Serviço

313
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AÇÕES PARA AUMENTAR O VALOR PERCEBIDO PELO CLIENTE
Inicialmente, é preciso entender a respeito do significado de valor percebido pelo cliente, o que, talvez, para
muitos, não seja tão evidente assim. Valor é a expectativa do cliente quanto aos benefícios do produto ou serviço
em comparação aos custos ou quantia real paga. Neste sentido, pode-se compreender que a quantia real paga não
corresponde somente ao custo em termos de dinheiro, mas, sim, à soma dos custos de tempo, energia psíquica e
física despendidos para adquirir um produto ou serviço.

Importante!
O valor entregue ao cliente constitui a seguinte equação:
VEC = VT – CT
Em que VEC corresponde ao valor entregue ao cliente;
VT corresponde ao valor total;
CT corresponde ao custo total.

O valor entregue ao cliente é igual ao valor total para o cliente menos o custo total para o cliente. O valor total
para o cliente pode ser entendido como o conjunto de benefícios esperados pelo cliente, ou seja, a imagem, o valor
pessoal, o valor dos serviços, o próprio valor do produto e quaisquer outros benefícios que agreguem valor sob a
ótica do cliente.

Valor do Produto
VALOR TOTAL

Valor dos Serviços

Valor do Pessoal

Valor da Imagem

Já o custo total vai além do monetário, como é o caso do custo de tempo. Quando necessitamos de adquirir um
bem ou serviço, calculamos o tempo que será gasto para isso. Um bom exemplo a ser citado é quando você fica na
fila do caixa do banco para pagar uma conta — situação na qual cinco minutos parecem uma eternidade. Agora,
se você tiver que aguardar duas horas ou mais para que o gerente do banco o(a) atenda, para que consiga um
financiamento imobiliário, você nem perceberá o tempo passar.
Outros custos levados em consideração são as energias psíquica e física. A primeira diz respeito ao gasto psi-
cológico para a tomada de decisão numa situação conflitante de escolhas e a segunda diz respeito ao gasto físico
para encontrar o produto/marca ideal, para suprir a sua necessidade.

Monetário
CUSTO TOTAL

Tempo

Energia Física

Energia Psíquica

Aqui, cabe-nos um questionamento: como é possível aumentar o valor percebido pelo cliente?
Pode-se, por exemplo:

z melhorar os benefícios do produto ou serviço: dessa maneira, aumentará o valor total;


z reduzir os cursos não monetários (tempo, energias psíquica e física);
z reduzir os custos monetários.

É fato que a organização necessita obter a satisfação do cliente. Para Hoffman e K. Douglas, tal satisfação:

É alcançada quando suas percepções satisfazem ou excedem suas expectativas. A satisfação, propiciada por um
produto, serviço ou sentimento é função direta do desempenho percebido e das expectativas. Se o desempenho ficar
distante das expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se atender às suas expectativas, ficará satisfeito. Se exceder às
314 expectativas ficará altamente satisfeito ou encantado. (2001, p. 28)
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Conforme se vê, não é tão simples conseguir tal z Opinião de outros clientes: este é o item mais
feito. No entanto, é algo necessário no mundo dos relevante sobre a experiência que o cliente terá
negócios. As organizações precisam concentrar-se nos com a organização. Normalmente, compramos ou
clientes, em suas reais necessidades, sendo o seu foco deixamos de comprar pelo simples fato de ouvir o
total. Somente assim conseguirão alcançar a satisfa- que os outros têm a dizer sobre a organização.
ção do cliente.

QUALIDADE NO LOCAL EXPERIÊNCIA

GESTÃO DA EXPERIÊNCIA DO CLIENTE


O cliente avaliará a todo momento a experiência
para com a organização que lhe presta o serviço ou
oferece o produto e muito provavelmente as duas
situações de maneira simultânea, pois quando se
adquire um produto você também terá um serviço,
nem que seja somente no momento da compra, como
é o caso do atendimento.
E então, inicia-se uma gestão voltada à melhoria
da experiência do cliente perante a empresa. Para
melhor entendimento, faz-se necessário conceituar o
atendimento.

z Atendimento: é um serviço oferecido com ou sem


produto.
Além dos fatores, algumas competências são
Por exemplo, ao adquirir um curso preparatório necessárias quando se trata de atendimento ao públi-
você recebe os dados de acesso e se por algum motivo co para que a experiência do cliente melhore.
ficou com alguma dúvida, poderá entrar em contato
com o setor de suporte para resolução do problema. O z Confiança: é preciso criar um laço de confiança e
que o cliente espera? Espera que o seu problema seja isso não se consegue da noite para o dia, o estrei-
resolvido e quando isso ocorre, acontece o atendimen- tamento ocorre à medida que a organização solu-
to com excelência/qualidade. ciona os problemas do cliente, sejam corriqueiros
É de suma importância fazer o que estiver ao ou inusitados;
alcance, visando solucionar problemas sejam corri- z Fidelidade: como consequência, o cliente se torna
queiros ou inusitados. fiel e sempre procurará fazer negócios com a orga-
O atendimento também procura ajudar o cliente nos nização. Um bom exemplo disso é quando você vai
mais variados momentos de maneira sempre respeitosa ao shopping e normalmente acaba escolhendo o
com educação e cortesia. É preciso ter uma escuta ativa, mesmo local para almoçar;
pois o cliente deseja, entre outras coisas, atenção. z Comunicação: deve ser clara e precisa, utilizar
Existem certos fatores que influenciam tanto na termos que sejam entendidos por todos. A empatia
expectativa do cliente como na experiência com a (colocar-se no lugar do outro) contribuirá para o
organização. Vejamos: sucesso no momento de se comunicar com o cliente;
z Organização: mais uma vez este assunto, pois a
z Qualidade no local: veja como o item é importan- ordem levará à organização e consequentemente
te, você chegar no destino/local e reparar como melhorará a experiência do cliente;
todas as coisas estão no seu devido lugar. A orga- z Atenção: imagine chegar a um local para ser aten-
nização é um fator determinante, assim como dido e simplesmente ser ignorado pelo pessoal da
a limpeza e o ambiente arejado. É um fator tão linha de frente, sem sombra de dúvidas deixará
importante que podemos pegar como exemplo as o cliente insatisfeito e irritado. Dar atenção é pri-
agências bancárias, normalmente bem organiza- mordial para melhorar a experiência do cliente
das, arejadas e limpas. Isso fará com que você se e requer uma escuta ativa, ou seja, saber ouvir.
sinta bem no ambiente; Aliás, é mais importante ouvir do que falar;
ATENDIMENTO BANCÁRIO

z Experiência dos colaboradores: é outro fator z Agilidade: ninguém gosta de passar minutos ou
importante dento dos aspectos que influenciam os horas, dependendo do que está sendo entregue,
clientes, reparamos muito e é perceptível também; aguardando ser atendido ou esperando uma solu-
z Desempenho: nem sempre o colaborador terá a ção para o problema. Pense em quando você vai
experiência, mas você perceberá se ele está procu- até uma agência bancária e pega uma fila na inten-
rando ter o melhor desempenho possível e assim ção de pagar uma conta, cada minuto ali será uma
entregar um atendimento de qualidade; eternidade. Por isso o atendimento deve ser ágil,
z Organização no atendimento: não tem coisa pior perfeito e eficaz.
você se deparar com um atendimento desorgani-
zado. Imagine a situação de chegar a uma agência
bancária e não saber ao certo quando será atendi-
do ou simplesmente perceber situações de pessoas
sendo atendidas primeiro, mesmo que tenham
chegado à agência depois de você;
315
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O colaborador precisa ser treinado para que este-
Confiança Fidelidade Comunicação ja capacitado no exercício de suas tarefas diárias. Esse
treinamento consiste em um processo de aprendi-
zagem a curto prazo. Isso porque ele é conduzido a
executar uma tarefa, seja ela complexa ou não. Ao ser
treinado, adquirirá conhecimento (o saber), desen-
volverá uma habilidade ou a melhorará caso já tenha
Agilidade Atenção Organização uma (o saber fazer), além de mudar de atitude, ou
seja, mudará a ação para fazer algo (querer fazer).
Idalberto Chiavenato (2006) afirma que o treina-
Portanto, para melhoria da experiência do clien- mento pelo qual o colaborador passa
te é preciso desenvolver a confiança do cliente, criar
meios para ele se sentir seguro na hora de fechar negó- É o processo educacional de curto prazo aplicado de
cios e para isso, a organização ou a pessoa que está maneira sistemática e organizada através do qual
as pessoas aprendem conhecimentos, habilidades e
atendendo ao cliente deverá atender às suas expecta-
competências em função de objetivos definidos. O
tivas/necessidades. Saber se comunicar, ser articulado
treinamento envolve a transmissão de conhecimen-
e ter comunicabilidade. Comunicabilidade é fazer-se tos específicos relativos ao trabalho, atitudes frente
entender e tome cuidado para não confundir com a aspectos da organização, da tarefa e do ambiente
ser comunicativo, pois nem sempre ser comunicati- e desenvolvimento de habilidades e competências.
vo fará você se fazer entender. Uma pessoa poder ser Qualquer tarefa, seja complexa ou simples, é neces-
tímida e falar pouco, mas toda vez que repassar uma sário treinamento.
informação conseguir ser clara e objetiva.
O treinamento tem, como foco, o desempenho e
Dica visa transferir competências. Na verdade, o indivíduo,
normalmente, já possui certas competências, mas pre-
Para não confundir: cisa adquirir outras (competências necessárias) para
Comunicabilidade: fazer com que as pessoas o preenchimento de lacunas (gaps).
entendam a mensagem de forma clara e precisa. É relevante mencionar o desenvolvimento, que
Comunicativo: gostar de conversar, de se comu- também faz parte da aprendizagem. No entanto, este
nicar com as pessoas. servirá a médio e a longo prazo. Pode-se dizer que o
desenvolvimento está voltado para as carreiras e, não,
É preciso estar sempre em alerta em relação às para as tarefas.
demandas dos clientes, saber lidar com todas as infor- A organização, de igual modo, está em constante
mações que chegam e por muitas vezes dominar a ten- processo de aprendizagem, pois seus métodos entram
são dos problemas que inevitavelmente acontecerão, ou em entropia (envelhecimento), algo que é normal. O
seja, ter paciência e tolerância para domar as emoções. que não pode ser normal é a organização continuar
Hoje em dia, precisamos não só ter conhecimen- na “mesmice”, pois vivem em um sistema aberto
to do trabalho que exercemos, mas também resolver e, por isso, necessitam de interagir com o ambiente
uma gama variada de problemas, por isso é necessá- em busca de transformações e melhorias. O ambien-
rio participar de eventos como treinamentos e pales- te ao qual a organização pertence está em constante
mudança e isso requer uma atitude rápida e dinâmica
tras, e assim aumentar o nível de conhecimento para
por parte dos gestores.
melhorar as habilidades ou desenvolver novas.
Ademais, é importante destacar que a gestão de
Imagine que você conheça o trabalho dos outros
negócios depende de outras ciências para melhorar
departamentos e inicia no seu setor, ao conhecer as
o seu desempenho. O termo “sistema”, por exemplo,
outras etapas ou estágios, poderá repassar as informa-
vem da biologia. Entende-se, nessa ciência, que os
ções ao cliente, informando-o como será daqui para
sistemas envelhecem e, quando estão prestes a desa-
frente; o cliente ficará satisfeito e não será “pego de
parecer (morrer), eles se transformam. Neste senti-
surpresa”. do, as organizações, que são, também, consideradas
Outro requisito importante é apresentar-se de sistemas, passam por um processo de transformação,
forma adequada, inclusive no quesito de se vestir de em busca da entropia negativa (renovação, rejuvenes-
acordo com a função. cimento), para continuarem sobrevivendo no mundo
As organizações, principalmente a rede bancária, dos negócios.
vêm se modernizando de maneira muito rápida no
uso da tecnologia e seus colaboradores necessitam
também ter conhecimento das novas tecnologias para
Dica
uma melhor fluidez de dados e informações. Entropia: envelhecimento;
Entropia negativa: revitalização, renovação,
rejuvenescimento.

APRENDIZAGEM E SUSTENTABILIDADE É possível que a organização aprenda, inclusive,


com o seu concorrente. Aliás, o concorrente deve
ORGANIZACIONAL ser uma fonte inspiradora de aprendizagem para
qualquer organização. Chamamos esse processo de
APRENDIZAGEM benchmarking. O benchmarking é uma forma de
aprendizagem, pois visa comparar os resultados e
A aprendizagem é um processo contínuo que imitar as melhorias práticas. Sendo assim, se a orga-
316 envolve tanto a organização quanto os colaboradores. nização calculou que o concorrente tem melhores
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resultados, deverá compreender como alcançar ou
mesmo ultrapassar esses resultados. A comparação Social
entre uma organização e outra (concorrente) chama-
mos de Benchmarking Competitivo.

SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
TRIPÉ DA
Há a necessidade — e, não, a obrigatoriedade — de SUSTENTABILIDADE
a organização desenvolver-se no campo da sustentabi-
lidade. Isso significa melhorar os meios de produção,
levando-se em conta as possíveis maneiras reduzir a
produção de resíduos. A forma da qual as organiza- Financeiro Ambiental
ções tratam da gestão dos recursos servirá como con-
dutor rumo à sustentabilidade.
Logo no planejamento estratégico da organização, É importante dizer que as organizações podem
deve-se inserir a sustentabilidade, buscando um com- melhorar a gestão voltada à sustentabilidade fazendo
portamento socioeconômico alinhado às ideias de outros uso dos 5Rs. Vejamos:
atores, como o governo, parceiros de negócios, clientes,
fornecedores e o público interno. Sem contar que o
z Repensar: analisar como está o consumo da orga-
envolvimento da organização com o tema em questão
nização, se realmente todos os insumos, materiais
melhorará a sua imagem perante à sociedade, sendo,
e produtos são essenciais;
portanto, uma forma de oportunidade de negócios.
z Reduzir: verificar o que comprar, quando comprar e
No entanto, é bom frisar que a sustentabilidade
que quantidade, visando sempre conseguir a redução;
vai além do pensamento voltado às oportunidades
z Reaproveitar: não descartar nada sem, antes,
de negócio, pois deve ser uma preocupação genuína
por parte da organização, com o intuito de melhorar, analisar a sua possível reutilização;
a cada dia, a vida das pessoas que, direta ou indireta- z Reciclar: antes da reciclagem, há o reaprovei-
mente, tenham ligação com ela. Estas podem ser cha- tamento — memorize essa ordem. No caso da
madas de “stakeholders” ou, simplesmente, “partes reciclagem, é de suma importância separar de
interessadas”. maneira correta, para uma melhor eficiência. As
Essa relação com os públicos interno e externo pas- organizações costumam possuir lugares específi-
sa por muitos desafios. A organização precisa saber cos para cada item reciclado;
lidar com a população (comunidade), com grupos z Recusar: é a recusa de produtos danosos ao meio
ambientalistas e órgãos de controle (governamentais). ambiente e de fazer negócios com fornecedores
A sustentabilidade tem, como base, o tripé social, que não se preocupam com o tipo de produto que
ambiental e financeiro. A organização precisa ser comercializam.
socialmente desejável, mas sem deixar de obter lucros
e de se preocupar, ao mesmo tempo, com o meio
ambiente. Não é uma tarefa tão simples, pois requer
uma boa estratégia e nada acontece de maneira ime-
diata. Imagine, por exemplo, uma organização que
atuará na melhoria ambiental. Pode ser que, no início, Reduzir Reutilizar
haja mais gastos que economia, pois novas tecnolo-
gias serão necessárias, gerando custos. Neste sentido,
a economia virá com o tempo.
Para Gro Harlem Brundlant, Primeira-Ministra da
5R
Noruega, a sustentabilidade é o
Recusar Reciclar
[...] desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessida-
des”. (Relatório de Brundlant, 1987) Repensar

O Relatório de Brundtland é um documento no Fonte: https://www.ecoplasticossp.com.br/posts/?dt=5-rs-mudar-os-habitos-


qual se tinha como objetivo disseminar o desenvol- e-pensar-no-meio-ambiente-b29SMFUyLzV1YUhPK2k3ckNEVUpJdz09
ATENDIMENTO BANCÁRIO

vimento sustentável. Aliás, o nome propriamente


dito do documento é “Our Common Future” — “Nosso No Brasil, tivemos a Rio-92, que juntou os países
Futuro Comum”. numa Conferência Mundial sobre meio ambiente e
desenvolvimento sustentável dos países. A reunião,
que ficou conhecida como Eco-92, ocorreu 20 anos
depois da reunião em Estocolmo, quando os países se
reuniram, entendendo a importância de políticas vol-
tadas à sustentabilidade.
Na Rio-92, foi lançado o documento “Agenda 21”,
que trata de um plano que objetiva o alcance do
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 faz alusão,
justamente, ao século 21, no intuito de entregar um
mundo sustentável para as próximas gerações.
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Em 2012, tivemos o Rio + 20, mais uma reunião que um corte de cabelo. Você nunca cortou o cabelo
ocorreu na cidade do Rio de Janeiro e visava verificar na “Barbearia do Manuel” e foi até lá pela primei-
os avanços relacionados aos 20 anos depois da primei- ra vez. Você só vai ter certeza de que o corte de
ra reunião ocorrida em 1992. cabelo é bom depois de cortar, não é mesmo? O
Atualmente, temos a Agenda 2030 que tem, como que provavelmente você faria é ficar atento ao
foco principal, a erradicação da pobreza. O nome do redor, buscando a sensação de experimentação.
documento é “Transformando o nosso mundo”. A Os serviços podem ser ideias ou conceitos e, por
Agenda 2030 foi concebida em 2015 no encontro em isso, são intangíveis. Por muitas vezes, compra-
Nova Iorque. mos ou adquirimos algo pela reputação da orga-
Como podemos perceber, há uma real preocupa- nização. Veja a importância de um atendimento
ção relacionada à sustentabilidade, mesmo que seja personalizado;
difícil de obter resultados satisfatórios em todos os z Inseparabilidade: serviços, diferentemente de
setores da sociedade. Deste modo, as organizações produtos, são consumidos no momento em que
têm um papel importantíssimo para a concretização são criados, portanto de maneira simultânea e
não são separados no instante em que é ofereci-
dos objetivos.
do. Podemos dizer que é indissociável. Tomemos,
como exemplo, uma aula presencial. Caso você
acabe perdendo a aula, não terá como voltar. Mes-
mo que você combine com o professor de repetir
CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS: essa aula, ela nunca será a mesma, pois são muitas
variáveis que influenciam o momento de realiza-
INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE, ção de uma aula;
VARIABILIDADE E PERECIBILIDADE z Variabilidade: diferentemente dos produtos, que
são homogêneos, os serviços são heterogêneos,
Para tratar do tema, precisarei, primeiro, comen- pois não têm uma certa uniformidade. O serviço
tar sobre o setor bancário, pois, nele, há muita com- é único e, cada vez que é feito, a entrega será dife-
petitividade, não é mesmo? Basicamente, os bancos rente. Aqui, serve o exemplo da aula também: por
oferecem produtos e serviços bem semelhantes, sen- mais que a organização se esforce para entregar
do o marketing bancário algo necessário. um serviço igual, nunca será. A variabilidade ocor-
Nesse momento, você deve estar se perguntando
re da combinação tanto de quem está entregando
o que isso tem a ver com as características do servi-
o serviço quanto do cliente. É um resultado da
ço. Inicialmente, é preciso que saiba que, em termos
comuns de comparação, os termos produto e servi- interação das partes;
ço constituem coisas diferentes. Os bancos, apesar z Perecibilidade: os serviços devem ser consumidos
de oferecerem produtos, necessitam de um ótimo assim que são criados/produzidos, simplesmente
serviço, para persuadir (influenciar) o cliente. Neste pelo fato de não ser mais possível a sua utilização.
sentido, o marketing bancário é bem diferente dos de Não é estocável/armazenável e não será feito de
outros setores. maneira antecipada.
O marketing diferencial dos bancos é a imateriali-
dade de seus produtos. Como exemplo, imagine uma
Imateriais
venda de seguros. O cliente, normalmente, fecha o
seguro, por causa do contato personalizado que terá
com a empresa, ou seja, pelo contato pessoal. Eviden- Bancários Inseparáveis
temente, outros aspectos são também importantes,
como: o layout, o ambiente, os recursos físicos e tudo PRODUTOS
Prestação de
o que se possa ter uma noção de tangibilidade. Aliás, Variáveis
Serviços
esse é o “tchan” do diferencial no serviço: pegar algo
que é intangível e deixá-lo mais tangível.
Após essa breve introdução, vamos ao tema! Perecíveis

z O que é produto?

Produto é algo material, tangível, estocável, dura-


douro. Algo que apresenta aspectos de tangibilidade, GESTÃO DA QUALIDADE EM SERVIÇOS
isto é, você pode pegar, sentir, apalpar. Imagine o seu
desejo de trocar de celular. Você vai à loja e solicita Quando se fala em qualidade em serviços, precisa-
o modelo ao atendente. Com certeza, revirará o pro- mos pensar, primeiramente, no cliente. Ele é o foco de
duto. Fará alguns testes, verificará o layout, as cores, tudo, e as organizações devem identificar o que o satisfaz
o painel e, assim, por diante. Isso tudo é experimen-
e também o que possa ser capaz de gerar insatisfação.
tação. Com esse exemplo, buscamos mostrar que os
Partindo desse pressuposto, fica mais fácil imagi-
produtos são mais facilmente experimentados, dife-
rentemente dos serviços. nar como as organizações procuram agir no seu dia a
dia para continuar se relacionando com os já clientes
Características dos Serviços e atrair novos.
Nessa situação, algumas ferramentas voltadas à qua-
z Intangibilidade: não são vistos ou provados antes lidade podem ser usadas no intuito de melhorar a qua-
de serem adquiridos, pois a experimentação é difí- lidade em serviços. Acompanhe algumas delas a seguir:
cil de ocorrer. Aliás, usamos outras maneiras de
experimentar, como o visual do local ou a deco- z Ciclo PDCA: ferramenta de gestão também conhe-
ração, mas, ainda assim, é complicado de experi- cida como Ciclo de Deming, pois faz alusão ao teó-
318 mentar antes. Vamos pensar, como exemplo, em rico William Edwards Deming, estatístico que fez
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muito sucesso após a Segunda Guerra Mundial no menor ônus possível dentro do padrão de qua-
Japão por ter contribuído com a retomada daquele lidade esperado;
país em vários sentidos. Deming frisava a neces- „ Excelência: um dos pontos chaves, pois a exce-
sidade de produção de alta qualidade. Esse pen- lência está atrelada à qualidade. Entregar algo
samento estava em consonância com a filosofia que, do ponto de vista do cliente, consiga satis-
japonesa; aliás, faz jus à filosofia Kaizen, que busca fazer as suas necessidades e expectativas.
a melhoria constante — sendo o PDCA um ciclo,
logo, ele também é contínuo/constante. Definir se o produto ou serviço é de qualidade, no
final das contas, é tarefa do cliente. Algo será entendi-
PDCA: Plan, Do, Check e Act do como qualidade, do ponto de vista do cliente, quan-
do satisfaz à necessidade de quem está adquirindo.
„ Plan (Planejar): primeira fase do ciclo e visa
z Vantagem Competitiva: as organizações estão
estabelecer objetivos e metas. É preciso tam-
em constante competitividade e a tendência é que
bém escolher os métodos adequados para o
ela só aumente com o passar do tempo. Para ser
alcance dos resultados; competitivo no mercado, é preciso entregar algo,
„ Do (Executar): a ideia é colocar em prática os pla- sempre do ponto de vista do cliente, de valor. Des-
nos traçados. A implementação ou implantação sa maneira, a organização se diferenciará dos seus
do plano necessita oferecer treinamento aos fun- concorrentes e, assim, conseguirá destaque no
cionários nas atividades que deverão executar; mercado que atua. Logo, ser competitivo é visar
„ Check (Avaliação): checagem dos resultados ser “único”, ter um diferencial, algo que seja difí-
ou processo de avaliar resultados tendo em vis- cil de copiar e sustentável ao longo do tempo. Se a
ta a melhoria relacionada à eficiência, eficácia organização faz algo que é de fácil imitação, deixa
e efetividade; de ser um diferencial;
„ Act (Ação): depois do processo de avaliação, z Os 5 Rs da Gestão da Qualidade em Serviços:
é hora de tomar uma decisão. Se estiver tudo
funcionando conforme o planejado, pode-se „ Relevância: o quanto o produto ou serviço é
padronizar o processo; caso contrário, haverá importante para o cliente. O agente comercial
ações corretivas. entra no conceito crucial de ser um consultor
para o cliente ao demonstrar o quanto determina-
do produto ou serviço será benéfico e vantajoso;
„ Reconhecimento: tem como critério ser esti-
Plan mado, único, diferente. Imagine um atendi-
mento diferenciado, personalizado. O cliente
se sentirá valorizado e único;
„ Receptividade: nada como uma boa recepção,
receber o cliente da melhor maneira possível,
Act Do
com educação, cortesia, gentileza e ofertando o
melhor atendimento possível;
„ Responsividade: repassar informações de
todas as fases do processo gerando, assim, con-
Check fiabilidade. Os clientes esperam isso, pois que-
rem se manter informados de todas as etapas.
„ Relacionamento: interação contínua e dura-
doura. A ideia crucial é não vender produtos
z Os 6 Es do Desempenho: eficiência, eficácia, efeti- ou prestar ser serviço “somente uma vez” e sim
vidade, execução, economicidade e excelência. obter a fidelidade do cliente para que consiga
fazer negócios sucessivas vezes.
„ Eficiência: utilização dos recursos da maneia
certa. É fazer mais com menos. Está ligada aos
meios e métodos utilizados pela organização;
„ Eficácia: alcance de resultados, objetivos da TÉCNICAS DE VENDAS: DA PRÉ
organização. Imagine que o banco tem como
objetivo conquistar 1.000 novos clientes no
ABORDAGEM AO PÓS-VENDAS
próximo mês. No final do processo, verificará
ATENDIMENTO BANCÁRIO

se o resultado foi alcançado; Tratar sobre vendas é pensar em como ofere-


„ Efetividade: ações que causam impacto; tam- cer um produto ou serviço para o cliente; portanto,
bém podem ser entendidas como alcance de haverá necessidade de negociação. Aliás, a ideia de
resultados, mas é outra concepção ao compa- negociar passa pela situação de ganha-ganha, pois,
rarmos com a eficácia. Os resultados, nesse as partes (cliente e empresa) devem se beneficiar. No
caso, são os dos clientes. A ação da organização caso da negociação, observamos um conjunto de ações
conseguiu satisfazer o seu público e os objeti- (etapas) que vão desde o planejamento até o controle,
vos do cliente foram alcançados; auxiliando no processo geral de vendas.
„ Execução: realização de uma tarefa. Assume Vejamos então as etapas:
papel importante medir o índice de execução
de um determinado processo da organização; z Planejamento: preparação para o processo de ven-
„ Economicidade: refere-se ao fato de se conse- das. Estabelecer objetivos e metas;
guir realmente economia. Exemplo: adquirir z Organização: compreende a abertura do proces-
matéria-prima ou determinado produto pelo so da venda, a apresentação do produto/serviço 319
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(demonstração), o tratamento das objeções e o fe- suas características, e dos estudos focados em com-
chamento da venda; preender a melhor maneira de abordagem.
z Controle: avaliação dos resultados e pós-vendas.
Abordagem
Dentro do contexto de técnicas de vendas, encon-
tramos os elementos que as compõem, que são: pré- Indica como será feita a abordagem ao cliente: de
-venda, venda e pós-vendas. Pode-se dizer que são maneira pessoal (visita), por telefonema, contato pela
três grandes fases, pois dentro delas existem certas internet ou via redes sociais (Messenger, WhatsApp e
etapas que, de acordo com Kotler, são: prospecção, outros). Ainda podemos pensar em outra hipótese –
pré-abordagem, abordagem, demonstração, fecha- mala direta — encaminhar uma mensagem persuasi-
mento e acompanhamento. va para o cliente, podendo ser por e-mail (mais usual
na atualidade) ou via correio (cada vez mais raro).
Prospecção ou Qualificação
VENDA
Pré-abordagem
Fase em que haverá a apresentação, propriamente
7 ETAPAS DE VENDA

dita, do produto ou serviço ao cliente. É aqui que ocorre


Abordagem a necessidade de se descobrir os aspectos e fatores deter-
KOTLER

minantes que podem levar o cliente a fechar negócio.


Demonstração do Produto ou Serviço Existem certos pontos que visam estimular o
cliente a comprar. É o caso do custo, dos serviços que
Fechamento
serão prestados, do resultado esperado, da tecnolo-
gia, segurança e até mesmo responsabilidade social e
ambiental.
Acompanhamento ou Avaliação

Demonstração
É hora de nos aprofundarmos no assunto e enten-
dermos melhor as três grandes fases: Ferramenta utilizada na apresentação de vendas.
Prepara-se a apresentação, a participação e quanto
PRÉ-VENDA de impacto ela vai causar. Entretanto, deve-se tomar
muito cuidado para não colocar tudo a perder, como
Nessa fase, teremos uma série de ações voltadas à fazer comparações com concorrentes de maneira
direção da venda, que pode ser compreendida como depreciativa.
uma maneira de preparação, como observamos ante- Lembre-se de que a apresentação é o momento de
riormente na etapa de planejamento. valorizar o que o produto ou serviço tem de melhor,
Aqui, verifica-se quais são os clientes de maior poten- levando o cliente a um estágio de atenção, interesse,
cial, suas necessidades e motivações, estuda-se o com- desejo e ação. Esses são entendidos como os estágios
portamento de compra, a melhor forma de chegar até mentais do comprador, e quem tem a tarefa de condu-
ele (abordagem) e quais são os concorrentes que atuam. zir a esses estágios é o negociador (vendedor).
Olhando para as sete etapas de acordo com Kotler,
chegamos à conclusão de que, nessa fase, trata-se das z Atenção: saber, conhecer ou ter noção de que o
três primeiras. produto ou serviço existe;
z Interesse: importante passo no qual se faz com
Prospecção que o possível cliente se concentre nos benefícios
do produto/serviço;
z Desejo: despertar a vontade de obter os benefícios
A prospecção visa identificar possíveis clientes
agora já conhecidos;
e, para isso, a organização precisará “ir atrás” deles,
z Ação: atitude de comprar o bem ou serviço.
encontrá-los.
É bom salientar que nem toda pessoa (lead) é um
cliente potencial. Para ser entendido como cliente Tratamento das Objeções
potencial, é preciso ter certos requisitos, como: neces-
sidade de comprar, autoridade de comprar e poder Para lidar com as objeções, é preciso manter a
aquisitivo. tranquilidade e jamais encará-las como uma reação
de cunho pessoal. As objeções fazem parte do processo
de vendas e contribuem para o próprio fechamento.
Dica
Lead: termo utilizado no mundo do marketing Fechamento
digital que indica um possível cliente. É alguém
que forneceu informações de contato – pode ser O negociador deve conduzir o cliente a fechar
nome e telefone, nome e e-mail ou até mesmo negócio e uma das melhores formas para fazer isso
as três informações. Normalmente, as pessoas é ser direto e claro. Alguns negociadores/vendedores
deixam seu contato em troca de algo. pecam na hora crucial da venda, pois fazem mui-
to “rodeio” e não levam o cliente a fechar. É preciso
encorajar o cliente a fechar o negócio.
Pré-Abordagem

Esta é a etapa da busca de informações possíveis:


320 quem são as pessoas que tomam decisões e quais as
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PÓS-VENDAS

É chegado o momento de cumprir aquilo que foi prometido na apresentação do produto ou serviço. O acom-
panhamento faz-se importante e inclui fazer pesquisas de satisfação para obter feedback e, assim, melhorar todo
o processo. Lembre-se de que esse é um processo cíclico, contínuo e dinâmico.

NOÇÕES DE MARKETING DIGITAL: GERAÇÃO DE LEADS, TÉCNICA DE COPYWRITING,


GATILHOS METAIS E INBOUND MARKETING
MARKETING DIGITAL

Hoje em dia as instituições bancárias tem suas atividades majoritariamente vinculadas aos meios digitais, seja
por meio do mobile bank ou do internet banking, as atividades remotas representam, além de maior celeridade nas
relações bancárias, maior acessibilidade, para os clientes.
Portanto, nada mais natural que as ações de marketing dos bancos estejam voltadas para os meios digitais,
situação que gera novos desafios para as instituições bancárias, pois não existe o apoio físico das agências e de
correspondentes bancários para a criação de espaços publicitários, por meio de banners, folhetos, cartazes etc.
O marketing digital, por sua vez, caracteriza-se por ser 100% intangível, trazendo a necessidade de utiliza-
ção de estratégias diferenciadas, como geração de leads; técnica de copywriting; gatilhos mentais; inbound
marketing.
Veja os principais meios de marketing digital utilizado pelas instituições:

z sites das instituições bancárias;


z sites de terceiros;
z e-mail marketing;
z formulários;
z vídeos institucionais;
z mobile banking;
z internet banking;
z pop-ups em sites.

Tanto os bancos comerciais, tradicionais instituições que possuem agencias e estruturas físicas, quanto os
novos bancos digitais, que nasceram intangíveis e 100% on-line, quando estabelecem relações de e-commerce
(instituições que possuem praça de atendimento, como agências bancárias, mas que também são intangíveis, e
e-business (instituições que tem todas as atividades voltadas ao meio digital e que não existem fisicamente), utili-
zam no marketing digital os mesmos canais, apresentados acima.

GERAÇÃO DE LEADS

Considerando as ações de pré-vendas no marketing digital, aquelas que têm como objetivo a prospecção e a
qualificação de novo clientes, a geração de leads representa uma das principais práticas para tal relação, pois
demonstra o interesse inicial do futuro cliente no produto ou serviço oferecido pela instituição bancária, por meio
do contato realizado pela internet.

Site do Banco

Apresentação do
conteúdo
Formulário
Geração de
Leads
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Prospecção

Ao longo do desenvolvimento da internet, foram criadas várias formas de geração de leads, desde apresentação de
conteúdo multimídia, como disponibilização de vídeos na internet (no Youtube), em que se oferecem conteúdos auxilia-
res, tendo como exemplo um texto ou disponibilização de planilha de controle de gastos pessoais, onde esse conteúdo
é oferecido mediante o cadastro do interessado e seus dados são enviados para a instituição que apresenta o conteúdo.
Porém, existem outras formas de desenvolvimento de geração de leads, como as que seguem a seguir:

z formulários presentes nos e-mails marketing;


z captação de interesse do cliente como em oferta por e-mail de análise para aquisição de cartão de crédito;
z aumento da relevância do site da instituição bancária nos motores de busca, como o Google; 321
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z oferta de produtos ou serviços gratuitos, agrega- ou até mesmo imagens que estimulem o desejo de
dos à atividade bancária, como controle de gastos compra.
pessoais ou planejamento de investimentos; Principais formas de geração de gatilhos mentais:
z cursos on-line de educação financeira por meio de
cadastro prévio. z novidade;
z autoridade;
TÉCNICAS DE COPYWRITING z prova social;
z escassez;
Desenvolvimento de técnicas de copywriting repre- z urgência.
senta a persuasão do cliente para gerar o desejo da
compra, por meio de palavras chave e de gatilhos men- Dica
tais, em que tal necessidade é apresentada ao cliente.
A utilização de tais termos e palavras-chave é fun- Os gatilhos mentais não apresentam nenhuma
damental para que seja gerada a persuasão por par- relação com propaganda subliminar ou outros
te do cliente, com palavras utilizadas nos momentos métodos de persuasão que tenham a intenção de
adequados, para o público correto, por meio de canais gerar a compra por meio de métodos que hoje são
de comunicação específicos, com palavras chaves condenáveis pelas boas práticas do mercado.
diferenciadas, em mídias diferenciadas, para que o
mesmo produto ou serviço seja apresentado de forma PROCESSO DO GATILHO MENTAL
direcionada.
Por exemplo, o mesmo produto ou serviço bancá-
rio que é apresentado no Instagram, uma rede social
de imagens massiva e generalizada, pode utilizar
técnicas de copywriting diferenciadas daquelas que
são utilizadas para um site de uma fintech do sistema Cliente Geração do
Contato com o
financeiro, local em que o público é diferenciado e desinformado interesse inicial
gatilho relacionado
mais voltado para as relações mais avançadas de pro- navegando na para a relação de
ao produto
dutos e serviços bancários. internet compra

ETAPAS DE VENDAS EM QUE COPYWRITING PODE


GERAR A AÇÃO DA COMPRA

� Geração por meio do copywriting da atenção do


cliente para o início da relação de oferta do pro- INBOND MARKETING
A duto ou serviço
O inbond marketing ou marketing de atração repre-
� Desenvolvimento do interesse por meio da per- senta uma técnica diferenciada de apresentação do
suasão para que o cliente dê um passo à frente e produto ou serviço, não utilizando propaganda dire-
I desenvolva a relação inicial de compra ta e espaços adquiridos em sites comerciais, mas sim
através da oferta de conteúdo de qualidade disponibi-
� Geração do desejo, que e o desenvolvimento lizado gratuitamente, onde o contato do cliente com a
do momento exato em que a persuasão levou o instituição bancária e estabelecida inicialmente.
D cliente até o contato com a instituição
A intenção do método de marketing de atração é
de que o cliente, inicialmente, perceba a qualidade
da instituição bancária, por meio da produção de tal
conteúdo autoral e de acesso massivo para todos que
Canais digitais em que as instituições bancárias se tenham interesse.
utilizam de técnicas de copywriting: Após a relação inicial do cliente com a instituição,
devido ao método do inbond marketing, é gerada a
z pop-up; apresentação de outro produto ou serviço vinculado ao
z grupos de discussão; que é apresentado qualitativamente de forma gratuita.
z anúncios;
z e-mails; Métodos de Inbond Marketing:
z blogs;
z notícias em sites; z cursos gratuitos em plataformas como o Youtube;
z pop-ups em sites. z seminários exclusivos por meio de programas de
videoconferência como o Google Meet.
GATILHOS MENTAIS

Os gatilhos mentais representam os elementos


ocultos ou subjetivos que são apresentados para os
consumidores, tanto nos espaços digitais das institui- ÉTICA E CONDUTA PROFISSIONAL EM
ções bancárias, como em sites de produtos ou serviços VENDAS
que não tenham relação direta com os bancos, para
que o consumidor saia da zona de conforto e apresen- Para adentrarmos no assunto, em primeiro
te desejo real de concretizar a sua compra. lugar, é necessário compreender o termo ética. A
Os gatilhos mentais podem ser frases em locais ética é uma ciência oriunda da filosofia. Ética vem
322 estratégicos, exemplos de experiências bem sucedidas, do termo “ethos”, que significa usos ou costumes,
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compreendendo, também, conduta, caráter e atitude. Pontualidade
Não se confunde, portanto, com a moral, a qual está

EMPRESARIAL
mais relacionada à prática, que, por sua vez, é influen- Comportamento

ETIQUETA
ciada pelo meio. Ética, pois, é adquirida pelo estudo.

Vestimenta
ÉTICA MORAL
Jogo de Cintura e Respeito

+ Ampla e
+ Restrita
Abrangente
PADRÕES DE QUALIDADE NO
Universal Princípios e ATENDIMENTO AOS CLIENTES
Cultural e Costumes
Valores
Quando o assunto é cliente, você já sabe que preci-
sa entregar algo de valor para ele. Satisfazer às neces-
Prática, Mutável e
Teórica, Duradoura e
Influenciada pelo sidades e atender às expectativas dele deve ser o foco
Adquirida pelo estudo das organizações. Como observamos anteriormente,
meio
o cliente terá uma determinada experiência e a sua
percepção deve ser maior que a expectativa; dessa
O indivíduo é um ser muito complexo. Cada um de maneira, conquistaremos o cliente e, com isso, a sua
nós tem uma forma de pensar e agir que, em algum fidelidade, haja vista o que move o atendimento hoje
momento, pode ser certa ou errada. Essa complexi- é o relacionamento.
dade passa a ser crucial, para que tenhamos um con- Existem certos pontos interessantes que serão bené-
junto de regras (escritas ou não escritas) no intuito de ficos para se manter um padrão de qualidade, claro que
mantermo-nos no caminho. sem “engessar” o atendimento, já que ele é um serviço e
Neste sentido, pode-se dizer que necessitamos de você já conhece as características que norteiam o serviço.
normas e imperativos morais, para que nossas deci- O atendimento tem certas utilidades, a começar:
sões sejam pautadas de maneira mais sólida. Ainda,
o que é certo para mim, pode ser errado para você. z Recepcionar: é o primeiro momento com o cliente
Cada um de nós possui uma linha de pensamento, a e, portanto, deve causar uma boa impressão. Nesse
qual pode ser convergente ou divergente em algum quesito, é importante o cumprimento adequado,
momento. Portanto, as regras são importantes para como: bom dia, boa tarde, boa noite. Trate-o pelo
nome e use as expressões de senhor ou senhora
criar uma linha de padrão na conduta tida como ideal.
(independente da idade);
As organizações tendem a possuir um conjunto de
z Informar: todos nós esperamos receber informa-
regras, a fim de nortear o colaborador no dia a dia. Na ções compreensíveis e concisas de forma correta.
Administração Pública, temos leis e códigos capazes Se você não souber uma determinada informação,
de orientar o agente público. Por exemplo, o Código de peça um instante para obtê-la e a repasse ao cliente;
Ética da Administração Pública Federal — Decreto nº z Orientação: um dos papéis da linha de atendimen-
1.171, de 1994 — trata de regras, deveres e vedações, to é orientar o cliente, seja nos próximos passos ou
com o intuito de demonstrar ao agente público como nas situações do momento;
deve ser a sua conduta, tanto no exercício da função z Amenizar: é de responsabilidade também do pes-
como também fora dela. soal da linha de frente acalmar o cliente em um
A boa conduta passa pela importância da etiqueta momento de tensão. Assim, é preciso saber lidar
empresarial, definindo qual deve ser a postura ade- com uma situação de conflito e “destempero”;
quada mediante tantas situações que podem ocorrer. z Agilidade: o cliente tem pressa e, a depender do
tipo de serviço de que necessita, será menos fle-
Por sua vez, etiqueta empresarial passa pelo bom
xível ainda. Então, a rapidez no atendimento é
comportamento e educação, cerimoniais importantes imprescindível;
no trato entre as pessoas. A pontualidade, o comporta- z Comunicação: é o elo entre as partes, por isso, é
mento, a forma de vestir, o jogo de cintura e o respeito preciso reduzir os possíveis ruídos para que haja
ATENDIMENTO BANCÁRIO

são instrumentos que devem ser levados em conside- entendimento no que está sendo repassado.
ração pelos profissionais de vendas.
Não podemos esquecer que você se tornará um Você percebeu a necessidade de certos padrões para
negociador e, como tal, não poderá deixar-se levar manter no “eixo” o atendimento? Com isso, a organiza-
por condutas contrárias à ética, como corrupção, pro- ção conseguirá alcançar os objetivos do atendimento e
pinas, benesses ou favores imorais. Ainda, há que se do relacionamento interpessoal, como: a satisfação dos
clientes, a diferenciação, o aumento de clientes, a boa
levar em consideração o compliance da organização
interação e, claro, a qualidade no atendimento.
— termo em inglês que pode ser traduzido como “estar
em conformidade com as regras e diretrizes da organi- MARKETING DE RELACIONAMENTO
zação”, o qual visa dar segurança, minimizando riscos
inerentes. A busca é pela garantia do cumprimento O foco do marketing de relacionamento está nos
das regras estabelecidas, sejam de normas internas ou clientes já existentes. É claro que toda organização
de leis que regem a conduta das organizações. deseja conquistar novos clientes, mas apostar em 323
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uma relação permanente e duradoura fará até mes- z Correspondentes Caixa Aqui: são estabelecimen-
mo com que a organização consiga uma economia nos tos comerciais conveniados à Caixa que oferecem
seus gastos de marketing e publicidade de maneira serviços bancários, como saques, depósitos, paga-
surpreendente. mentos, entre outros. Esses correspondentes são
Para que uma empresa possa ter seu foco nos clien- uma opção para os clientes realizarem transações
tes já existentes e não somente na angariação de novos, sem a necessidade de ir a uma agência bancária;
conseguir apostar no marketing relacional e fidelizar z Telefone: através do telefone, os clientes podem
seus clientes, deverá ter em atenção alguns pontos: entrar em contato com o atendimento da Caixa
conhecer bem o cliente, saber comunicar e escutar as para tirar dúvidas, obter informações sobre pro-
suas necessidades e reconhecer a sua fidelidade. dutos e serviços, fazer reclamações e solicitações;
Problemas com relacionamento e atendimento z Caixa Celular: é um serviço da Caixa que permi-
existirão, mas é preciso afastar os fatores que podem te o acesso aos serviços bancários através de um
potencializar a perda de clientes, que normalmente telefone celular, sem a necessidade de conexão
ocorrem por negligência em alguma área. à internet. Os clientes podem realizar consultas,
No atendimento, as negligências são conhecidas transferências, pagamentos e outras transações
como sete pecados capitais: por meio de mensagens SMS.

z Apatia: relacionada à indiferença no tratamento, Esses canais remotos oferecidos pela Caixa são
sem demonstração de interesse; uma forma conveniente de realizar transações ban-
z Má vontade: falta de ação ou atitude por parte do cárias e acessar serviços sem sair de casa, proporcio-
atendente; nando mais comodidade e agilidade aos clientes. No
z Frieza: atendimento entendido como distante, entanto, é importante lembrar de tomar medidas de
sem observar os desejos do cliente; segurança ao utilizar esses canais, como proteger suas
z Desdém: quando o atendente demonstra um “ar” de senhas e dados pessoais1.
superioridade e trata o cliente com certo desprezo;
z Robotismo: atendimento engessado;
z Apego às normas: atendimento sem flexibilidade;
z Jogo de responsabilidade: quando o atendente COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
não assume a responsabilidade e “joga” para os
E SUA RELAÇÃO COM VENDAS E
demais ou outros setores.
NEGOCIAÇÃO
O comportamento do consumidor pode ser com-
preendido como um estudo que tem como objetivo
UTILIZAÇÃO DE CANAIS REMOTOS analisar os sentimentos e as percepções que direcio-
PARA VENDAS nam o possível cliente a comprar. As decisões toma-
das pelo cliente baseiam-se nessas duas situações
AUTOATENDIMENTO PELA INTERNET (sentimentos e percepções). Portanto, é crucial que a
organização seja efetiva e saiba lidar com as dificul-
dades do dia a dia. Podemos entender esse processo
A Caixa Econômica Federal utiliza canais remotos
como uma jornada, avançando um passo de cada vez
a fim de facilitar as vendas e o atendimento aos seus
para fazer com que o cliente tome a decisão de adqui-
clientes. Esses canais remotos permitem que os clien-
rir o produto ou o serviço.
tes realizem diversos serviços tais como: transações
Os gestores devem, por meio da gestão estratégica
bancárias, realizem solicitação de produtos e serviços,
e do marketing, estudar o comportamento dos clien-
e obtenham acesso a diversas informações relevan-
tes ou potenciais clientes. O propósito é compreender
tes, sem a necessidade de comparecer pessoalmente
possíveis mudanças e, consequentemente, nivelar as
a uma agência física.
ações de vendas para que o cliente continue compran-
Alguns dos principais canais remotos disponibili-
do da organização.
zados pela Caixa são:
O comportamento de compra complexo envolve
z APP Caixa/Internet Banking: através do site ou um processo de três etapas. Primeiro, o comprador
do aplicativo da Caixa, os clientes podem acessar desenvolve crenças sobre o produto. Segundo, ele
sua conta, consultar saldos e extratos, realizar desenvolve atitudes sobre o produto. Terceiro, ele
transferências, pagar contas, investir em produ- faz uma escolha refletida. (KOTLER, 2000, p. 199)
tos financeiros, entre outras operações. A grosso
modo, você tem acesso ao banco fica 24h por dia Há todo um processo envolvido e, para garantir o
por todos os dias da semana; sucesso, é preciso usar certas etapas para fazer com
z Agenda Caixa: com a Agência Digital CAIXA, os que o cliente crie uma relação com o processo de ven-
clientes recebem atendimento personalizado pelo das e negociação.
telefone ou e-mail, com horário estendido; Deve-se, primeiramente, fazer com que o cliente per-
z Whatsapp Caixa: através deste serviço seu públi- ceba a existência de um problema (às vezes, o cliente
co poderá saber informações sobre produtos, desconhece o seu próprio problema). Após o reconhe-
serviços e benefícios sociais, de forma simples e cimento, é preciso que a área de vendas e negociação
rápida, direto do seu celular, por meio do número desenvolva um trabalho capaz de mostrar que a orga-
0800 104 0 104 disponibilizado no site da caixa; nização solucionará o problema. Quando já se tem a
324 1 Canais Digitais da Caixa. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/atendimento/canais-digitais/paginas/default.aspx#servicos
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consideração da solução, entra-se na fase de ativar gati- norteadores que estão dispostos no art. 2º dessa
lhos mentais, como urgência e exclusividade. Por fim, Resolução. Vejamos:
vem a decisão de compra, pois o cliente já compreende Art. 2º As instituições de que trata o art. 1º, no rela-
o seu próprio problema e também que existe uma solu- cionamento com clientes e usuários de produtos e
ção; agora, cabe às vendas e à negociação oferecer o pro- de serviços, devem conduzir suas atividades com
duto ou serviço que atenda a essa necessidade. observância de princípios de ética, responsabili-
O que fará um cliente fechar com uma organiza- dade, transparência e diligência, propiciando
ção ou outra é a diferenciação, ou seja, entregar algo a convergência de interesses e a consolidação de
que realmente agregue valor, buscando sempre o imagem institucional de credibilidade, segurança
e competência.
dinamismo nas ações e enfatizando o relacionamento
interpessoal entre vendedores e clientes.
Não obstante à necessidade de observação dos
Vínculos sociais e a amizade recíproca entre com- princípios presentes no art. 2º, o art. 3º aponta outras
pradores e vendedores têm um resultado favorável providências que devem ser observadas e garantidas.
para as empresas de venda, tanto no lado financei- Vejamos:
ro, quanto na confiança com cliente, no compromis-
so e na cooperação nos negócios, sendo importante Art. 3º A observância do disposto no art. 2º requer,
um bom atendimento ao cliente. (DURZET, 2007, p. 98) entre outras, as seguintes ações:
I - promover cultura organizacional que incenti-
Podemos perceber que a venda vai depender do ve relacionamento cooperativo e equilibrado com
relacionamento que ocorre entre os dois (cliente e clientes e usuários; e
vendedor); por isso, o vendedor deve demonstrar II - dispensar tratamento justo e equitativo a clien-
empatia, saber ouvir, ter boa capacidade de se rela- tes e usuários, considerando seus perfis de relacio-
cionar com as pessoas, aparentar-se bem e possuir namento e vulnerabilidades associadas.
excelente capacidade de negociação. Além disso, pre-
cisa conhecer bem o produto ou serviço que negocia e O art. 4º dispõe sobre os procedimentos de contra-
saber lidar com todos os tipos de emoções. tação e da prestação de serviços. Vejamos:

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º, na con-


tratação de operações e na prestação de serviços,
Relacionamento Negociação Venda
devem assegurar:
I - adequação dos produtos e serviços ofertados ou
recomendados às necessidades, aos interesses e aos
objetivos dos clientes e usuários;
II - integridade, conformidade, confiabilidade, segu-
rança e sigilo das transações realizadas, bem como
legitimidade das operações contratadas e dos ser-
viços prestados;
POLÍTICA DE RELACIONAMENTO COM III - prestação, de forma clara e precisa, das informa-
O CLIENTE: RESOLUÇÃO CMN Nº 4.949, ções necessárias à livre escolha e à tomada de deci-
DE 30 DE SETEMBRO DE 2021 sões por parte de clientes e usuários, explicitando,
inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, cus-
A resolução em estudo dispõe acerca dos princípios tos ou ônus, penalidades e eventuais riscos existentes
e procedimentos a serem adotados no relacionamen- na execução de operações e na prestação de serviços;
IV - utilização de redação clara, objetiva e adequa-
to entre clientes e usuários de produtos e de serviços
da à natureza e à complexidade da operação ou
financeiros, sendo, por isso, de suma importância para
do serviço, em contratos, recibos, extratos, com-
o concurso almejado. Para o estudo desta, é relevante
provantes e documentos destinados ao público, de
que o leitor tenha contato com a legislação pura, pois as forma a permitir o entendimento do conteúdo e a
bancas costumam cobrar a literalidade da lei. identificação de prazos, valores, encargos, multas,
O art. 1º, da Resolução nº 4.949, de 2021, dispõe datas, locais e demais condições;
sobre o relacionamento entre clientes e usuários. V - identificação dos usuários finais beneficiários de
Vejamos: pagamento ou transferência em demonstrativos e
extratos de contas de depósitos e contas de paga-
Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre princípios e mento pré-paga, inclusive nas situações em que o
procedimentos a serem adotados no relacionamen- serviço de pagamento envolver instituições partici-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

to com clientes e usuários de produtos e de serviços pantes de diferentes arranjos de pagamento;


pelas instituições financeiras e demais instituições VI - encaminhamento de instrumento de pagamen-
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. to ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habi-
§ 1º O disposto nesta Resolução não se aplica às litação somente em decorrência de sua expressa
administradoras de consórcio e às instituições de solicitação ou autorização; e
pagamento, que devem seguir as normas editadas VII - tempestividade e inexistência de barreiras, cri-
pelo Banco Central do Brasil no exercício de sua térios ou procedimentos desarrazoados para:
competência legal. a) o atendimento a demandas de clientes e usuá-
§ 2º Para efeito desta Resolução, o relacionamento rios, incluindo o fornecimento de contratos, reci-
com clientes e usuários abrange as fases de pré- bos, extratos, comprovantes e outros documentos e
-contratação, de contratação e de pós-contratação informações relativos a operações e a serviços;
de produtos e de serviços. b) a extinção da relação contratual relativa a produtos
Pela leitura do dispositivo, podemos identificar e serviços, incluindo o cancelamento de contratos; e
que a Resolução estipula que a relação entre clien- c) a transferência de relacionamento para outra
tes e usuários deve ser pautada em princípios instituição, se aplicável. 325
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Por sua vez, o art. 5º dispõe sobre atendimento III - definir papéis e responsabilidades no âmbito
presencial a clientes ou usuários: da instituição;
IV - ser compatível com a natureza da instituição e
Art. 5º É vedado às instituições referidas no art. 1º com o perfil de clientes e usuários, bem como com
impedir o acesso, recusar, dificultar ou impor res- as demais políticas instituídas;
trição ao atendimento presencial em suas depen- V - prever programa de treinamento de empregados e
dências, inclusive em guichês de caixa, a clientes ou prestadores de serviços que desempenhem atividades
usuários de produtos e de serviços, mesmo quando afetas ao relacionamento com clientes e usuários;
disponível o atendimento em outros canais. VI - prever a disseminação interna de suas dispo-
§ 1º O disposto no caput não se aplica: sições; e
I - aos serviços de arrecadação ou de cobrança VII - ser formalizada em documento específico.
prestados a terceiros, quando: § 2º Admite-se que a política de que trata o caput
a) não houver contrato ou convênio para a sua seja unificada por:
prestação celebrado entre a instituição financeira I - conglomerado; ou
e o ente beneficiário; ou II - sistema cooperativo de crédito.
b) o respectivo contrato ou convênio celebrado não § 3º As instituições que não constituírem política
contemple o recebimento em guichê de caixa das própria em decorrência da faculdade prevista no §
dependências da instituição; 2º devem formalizar a decisão em reunião do con-
II - ao recebimento de boletos de pagamento padro- selho de administração ou da diretoria.
nizado pela regulamentação do Banco Central do
§ 4º O documento de que trata o inciso VII do § 1º
Brasil emitidos fora do padrão, das especificações
deve ser mantido à disposição do Banco Central do
ou dos requisitos vigentes para o instrumento;
Brasil.
III - ao recebimento de documentos mediante paga-
mento por meio de cheque;
IV - às instituições que não possuam dependências ou O gerenciamento da Política Institucional de Rela-
às dependências de instituições sem guichês de caixa; cionamento com Clientes e Usuários é regulamento
V - aos postos de atendimento instalados em recin- pelos arts. 7°, 8° e 9°, da referida resolução, veja:
to de órgão ou de entidade da Administração Públi-
ca ou de empresa privada com guichês de caixa, Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem
nos quais sejam prestados serviços do exclusivo assegurar a consistência de rotinas e de procedimen-
interesse do respectivo órgão ou entidade e de tos operacionais afetos ao relacionamento com clien-
seus servidores ou da respectiva empresa e de seus tes e usuários, bem como sua adequação à política
empregados e administradores, conforme a regula- institucional de relacionamento de que trata o art. 6º,
mentação específica sobre dependências; e inclusive quanto aos seguintes aspectos:
VI - às situações excepcionais previstas na legisla- I - identificação e qualificação de clientes e de usuários
ção ou na regulamentação específica. para fins de início e manutenção de relacionamento;
§ 2º Para fins do disposto no caput, é vedada a II - concepção de produtos e de serviços;
imposição de restrições quanto à quantidade de III - oferta, recomendação, contratação ou distribuição
documentos, de transações ou de operações por
de produtos ou serviços;
pessoa, bem como em relação a montante máximo
IV - requisitos de segurança afetos a produtos e a
ou mínimo a ser pago ou recebido ou ainda quan-
serviços;
to à faculdade de o cliente ou o usuário optar por
V - cobrança de tarifas em decorrência da prestação
pagamentos em espécie, salvo as exceções previs-
de serviços;
tas na legislação ou na regulamentação específica.
§ 3º As instituições de que trata o art. 1º devem VI - divulgação e publicidade de produtos e de serviços;
divulgar em suas dependências e nas dependências VII - coleta, tratamento e manutenção de informações
dos correspondentes no País, em local visível e em dos clientes em bases de dados;
formato legível, as situações de que tratam os inci- VIII - gestão do atendimento prestado a clientes e usuá-
sos II, III e V do § 1º. rios, inclusive o registro e o tratamento de demandas
§ 4º O disposto neste artigo deve ser observado IX - mediação de conflitos;
indistintamente em relação a clientes e a não clien- X - sistemática de cobrança em caso de inadimplemen-
tes, exceto pelas cooperativas de crédito, que devem to de obrigações contratadas;
observar o disposto no § 5º. XI - extinção da relação contratual relativa a produtos
§ 5º As cooperativas de crédito devem informar em e serviços;
suas dependências, em local visível e em formato legí- XII - liquidação antecipada de dívidas ou de obriga-
vel, se realizam atendimento a não associados e quais ções; e
os serviços disponibilizados, assegurando nesse caso XIII - transferência de relacionamento para outra
as condições previstas neste artigo. instituição.
§ 1º Com relação ao disposto nos incisos II e III do
O art. 6° trata da política institucional de relaciona- caput, e em observância ao art. 4º, inciso I, as insti-
mento com cliente e usuários. Observemos que diz a lei: tuições devem estabelecer o perfil dos clientes que
compõem o público-alvo para os produtos e serviços
Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem disponibilizados, considerando suas características e
manter política institucional de relacionamento complexidade.
com clientes e usuários que consolide diretrizes, § 2º O perfil referido no § 1º deve incluir informações
objetivos estratégicos e valores organizacionais, de relevantes para cada produto ou serviço.
forma a nortear a condução de suas atividades em Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem:
conformidade com o disposto no art. 2º. I - promover o equilíbrio das metas de resultados
§ 1º A política de que trata o caput deve: e de incentivos associadas ao desempenho de fun-
I - ser aprovada pelo conselho de administração ou, cionários e de correspondentes no País com as
caso inexistente, pela diretoria da instituição; diretrizes e os valores organizacionais previstos na
326 II - ser objeto de avaliação periódica; política institucional de que trata o art. 6º; e
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II - tratar adequadamente eventuais desvios rela- De acordo com o caput do art. 2º, a ouvidoria deve-
cionados ao contido no inciso I. rá ser constituída pelas instituições esquematizadas a
Art. 9º Em relação à política institucional de rela- seguir:
cionamento com clientes e usuários, as instituições
de que trata o art. 1º devem instituir mecanismos
de acompanhamento, de controle e de mitigação de INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A
riscos com vistas a assegurar: FUNCIONAR PELO BANCO CEN-
I - a implementação das suas disposições; TRAL DO BRASIL, QUE TENHA
II - o monitoramento do seu cumprimento, inclusive COMO CLIENTES
por meio de métricas e indicadores adequados;
III - a avaliação da sua efetividade; e
IV - a identificação e a correção de eventuais
deficiências.
§ 1º Os mecanismos de que trata o caput devem ser
submetidos a testes periódicos pela auditoria interna, Pessoas Pessoas
consistentes com os controles internos da instituição. Jurídicas Naturais
§ 2º Os dados, os registros e as informações relativas
aos mecanismos de controle, processos, testes e trilhas
de auditoria devem ser mantidos à disposição do Ban-
co Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos.
z Microempresas de
Para que haja fiscalização do cumprimento das pequeno porte Incluindo os empre-
normas e diretrizes principiológicas estabelecidas por z Microempresas sários individuais
essa Resolução, o art. 10 destaca que deverá ser indi-
cado um diretor responsável pela observância dos
dispositivos dessa resolução:
Logo em seguida, temos o importantíssimo Capí-
Art. 10 As instituições de que trata o art. 1º devem tulo II dessa resolução, “Da finalidade”, que aponta as
indicar ao Banco Central do Brasil diretor respon- finalidades que deverão ser alcançadas pela ouvido-
sável pelo cumprimento das obrigações previstas ria. Vejamos:
nesta Resolução.
Art. 11 O Banco Central do Brasil poderá adotar Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade:
medidas complementares necessárias à execução I - atender em última instância as demandas dos
do disposto nesta Resolução. clientes e usuários de produtos e serviços que não
tiverem sido solucionadas nos canais de aten-
dimento primário da instituição; e
II - atuar como canal de comunicação entre a
instituição e os clientes e usuários de produtos
RESOLUÇÃO CMN Nº 4860, DE 23 DE e serviços, inclusive na mediação de conflitos.
OUTUBRO DE 2020 Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, con-
sidera-se primário o atendimento habitual realiza-
A presente Resolução CMN nº 4.860, de 2020, dispõe do em quaisquer pontos ou canais de atendimento,
sobre a constituição e o funcionamento de componente incluídos os correspondentes no País e o Serviço de
organizacional de ouvidoria pelas instituições autori- Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Bacen). Decreto nº 6.523, de 31 de julho de 2008.
A intenção da resolução é explicitada no art. 1º:
Perceba que o inciso I, do art. 3º, aponta que as
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e ouvidorias somente irão atender as demandas em
o funcionamento de componente organizacional de última instância, o que quer dizer que as deman-
ouvidoria pelas instituições que especifica. das deverão passar primeiramente por outros meios
e canais de atendimento primário da instituição e,
O art. 2º aponta quais instituições devem consti- somente caso estas não puderem ser solucionadas,
tuir as ouvidorias: então serão destinadas às ouvidorias.
Já o capítulo III dessa resolução trata da organiza-
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ção e estrutura da ouvidoria:
ATENDIMENTO BANCÁRIO

ser constituído pelas instituições autorizadas a funcio-


nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatí-
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, ou vel com a natureza e a complexidade dos produtos,
pessoas jurídicas classificadas como microempresas e serviços, atividades, processos e sistemas de cada
empresas de pequeno porte, nos termos da Lei Comple- instituição.
mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vin-
Parágrafo único. Ficam dispensados de consti- culada a componente organizacional da ins-
tuir ouvidoria os bancos comerciais sob con- tituição que configure conflito de interesses
trole societário de bolsas de valores, de bolsas ou de atribuições, a exemplo das unidades res-
de mercadorias e futuros ou de bolsas de valo- ponsáveis por negociação de produtos e serviços,
res e de mercadorias e futuros que desempenhem gestão de riscos, auditoria interna e conformidade
exclusivamente funções de liquidante e custodiante (compliance).
central, prestando serviços às bolsas e aos agen- Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvi-
tes econômicos responsáveis pelas operações doria pelas instituições, observadas as seguintes
nelas cursadas. situações e regras: 327
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I - a instituição integrante de conglomerado com- IV - manter o conselho de administração, ou, na sua
posto por pelo menos duas instituições autorizadas ausência, a diretoria da instituição, informado sobre os
a funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com- problemas e deficiências detectados no cumprimento
partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das de suas atribuições e sobre o resultado das medidas
instituições autorizadas a funcionar; adotadas pelos administradores para solucioná-los
II - a instituição não enquadrada no disposto no
inciso I do caput pode compartilhar a ouvidoria
Dentre as atividades realizadas pela ouvidoria está
constituída:
o atendimento adequado às demandas dos clientes e
a) em empresa ligada, conforme definição de que
usuários de produtos e serviços. Esse atendimento
trata o § 1º; ou
deverá atender os critérios expostos a seguir:
b) na associação de classe a que seja filiada ou na
bolsa de valores ou bolsa de mercadorias e futuros
Art. 6º [...]
ou bolsa de valores e de mercadorias e futuros nas
§ 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
quais realize operações;
I - deve ser identificado por meio de número de
III - a cooperativa singular de crédito filiada a coo-
protocolo, o qual deve ser fornecido ao demandante;
perativa central pode compartilhar a ouvidoria II - deve ser gravado, quando realizado por tele-
constituída na respectiva cooperativa central, con- fone, e, quando realizado por meio de documento
federação de cooperativas de crédito ou banco do escrito ou por meio eletrônico, arquivada a res-
sistema cooperativo; e pectiva documentação; e
IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a III - pode abranger:
cooperativa central pode compartilhar a ouvidoria a) excepcionalmente, as demandas não recepciona-
constituída em cooperativa central, federação de das inicialmente pelos canais de atendimento pri-
cooperativas de crédito, confederação de cooperati- mário; e
vas de crédito ou associação de classe da categoria. b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea «a», do Brasil, por órgãos públicos ou por outras entida-
do caput, consideram-se ligadas entre si as institui- des públicas ou privadas.
ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central do § 2º O prazo de resposta para as demandas não
Brasil e as empresas não autorizadas a funcionar pode ultrapassar dez dias úteis, podendo ser pror-
pelo Banco Central do Brasil: rogado, excepcionalmente e de forma justificada,
I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou uma única vez, por igual período, limitado o núme-
mais do capital da outra, direta ou indiretamente; e ro de prorrogações a 10% (dez por cento) do total
de demandas no mês, devendo o demandante ser
II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou
informado sobre os motivos da prorrogação.
mais do capital de uma participem com 10% (dez
por cento) ou mais do capital da outra, direta ou
Já o art. 7º refere-se às outras instituições que
indiretamente.
§ 2º O disposto no inciso II, alínea «b», do caput,
devem atender aos critérios elencados. São essas ins-
não se aplica a bancos comerciais, bancos múl-
tituições aquelas autorizadas a funcionar pelo Banco
tiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito,
Central do Brasil que tenham clientes pessoas natu-
financiamento e investimento, associações de pou- rais, inclusive empresários individuais, ou pessoas
pança e empréstimo e sociedades de arrendamento jurídicas classificadas como microempresas e empre-
mercantil que realizem operações de arrendamen- sas de pequeno porte, vide art. 2º, da resolução.
to mercantil financeiro.
§ 3º O disposto nos incisos II, alínea «b», e IV, do Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem:
I - manter sistema de informações e de controle
caput, somente se aplica a associação de classe ou
das demandas recebidas pela ouvidoria, de forma a:
bolsa que possuir código de ética ou de autorregu-
a) registrar o histórico de atendimentos, as infor-
lação efetivamente implantado, ao qual a institui-
mações utilizadas na análise e as providências ado-
ção tenha aderido. tadas; e
b) controlar o prazo de resposta;
O capítulo IV da resolução trata especificamen- II - dar ampla divulgação sobre a existência da
te do funcionamento das ouvidorias, incluindo suas ouvidoria, sua finalidade, suas atribuições e for-
atribuições, formas de funcionamento, seus deveres, mas de acesso, inclusive nos canais de comunica-
entre outras atribuições. Inicialmente, de acordo com ção utilizados para difundir os produtos e serviços;
o disposto no art. 6º, a ouvidoria deverá abranger as III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos
seguintes atividades: usuários ao atendimento da ouvidoria, por meio
de canais ágeis e eficazes, inclusive por telefone,
cujo número deve ser:
ATIVIDADES DAS OUVIDORIAS (ART. 6º) a) divulgado e mantido atualizado em local
visível ao público no recinto das suas dependên-
I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento cias e nas dependências dos correspondentes no
formal e adequado às demandas dos clientes e usuá- País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos
rios de produtos e serviços na internet, acessível pela sua página inicial;
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive
II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca eletrônicos, contratos, materiais de propaganda e
do andamento das demandas, informando o prazo pre- de publicidade e demais documentos que se desti-
visto para resposta nem aos clientes e usuários; e
III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda c) inserido e mantido permanentemente atua-
lizado em sistema de registro de informações
no prazo previsto
328 do Banco Central do Brasil.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Parágrafo único. As informações relativas às poupança e empréstimo e sociedades de arrenda-
demandas recebidas pela ouvidoria devem perma- mento mercantil que realizem operações de arren-
necer registradas no sistema mencionado no inci- damento mercantil financeiro, que estejam sujeitos
so I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da à obrigatoriedade de constituição de comitê de
data da protocolização da ocorrência. auditoria, na forma da regulamentação, o ouvidor
não poderá desempenhar outra função, exceto
O capítulo V trata das exigências formais que ver- a de diretor responsável pela ouvidoria.
sam sobre as ouvidorias e engloba pontos específi- § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra
cos, como formulação do estatuto ou contrato social, atividade na instituição, essa atividade não pode con-
figurar conflito de interesses ou de atribuições.
designação de responsáveis, designação de nomes do
Art. 10 Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I,
ouvidor, entre outras disposições. Neste momento, é
III e IV, o ouvidor deve:
importante o contato com a legislação pura, vez que, I - responder por todas as instituições que compar-
usualmente, as bancas cobram a literalidade da lei. tilharem a ouvidoria; e
Realizamos destaques na legislação para que tornem II - integrar os quadros da instituição que consti-
a leitura mais fluida e de fácil memorização: tuir a ouvidoria.

Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a Para auxiliar seu entendimento, vejamos esque-
natureza jurídica da sociedade, deve dispor, de for- maticamente o disposto no art. 10, incluindo os incisos
ma expressa, sobre os seguintes aspectos: do art. 5º mencionados:
I - a finalidade, as atribuições e as atividades
da ouvidoria;
Ouvidor deve:
II - os critérios de designação e de destituição do
ouvidor;
III - o tempo de duração do mandato do ouvi- z a instituição integrante de conglomerado compos-
dor, fixado em meses; e to por pelo menos duas instituições autorizadas a
IV - o compromisso formal no sentido de: funcionar pelo Banco Central do Brasil pode com-
a) criar condições adequadas para o funcionamen- partilhar a ouvidoria constituída em qualquer das
to da ouvidoria, bem como para que sua atuação instituições;
seja pautada pela transparência, independên- z a cooperativa singular de crédito filiada à coo-
cia, imparcialidade e isenção; e perativa central pode compartilhar a ouvidoria
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informa- constituída na respectiva cooperativa central, con-
ções necessárias para a elaboração de resposta federação de cooperativas de crédito ou branco do
adequada às demandas recebidas, com total apoio sistema cooperativo;
administrativo, podendo requisitar informações e z a cooperativa singular de credito não filiada
documentos para o exercício de suas atividades no z à cooperativa central pode compartilhar a ouvi-
cumprimento de suas atribuições. doria constituída em cooperativa central, federa-
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser ção de cooperativas de crédito, confederação de
incluídos no estatuto ou no contrato social na pri- cooperativas de crédito ou associação de classe da
meira alteração que ocorrer após a constituição da categoria:
ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigi-
„ responder por todas as instituições que com-
das por esta Resolução relativas às instituições que
partilharem a ouvidoria;
optarem pela faculdade prevista no art. 5º, incisos
„ integrar os quadros da instituição que consti-
I e III, podem ser promovidas somente pela institui-
tuir a ouvidoria.
ção que constituir a ouvidoria.
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria
própria em decorrência da faculdade prevista no Art. 11 Para cumprimento do disposto no caput do
art. 5º, incisos II e IV, devem ratificar a decisão na art. 9º, nas hipóteses previstas no art. 5º, inciso II,
primeira assembleia geral ou na primeira reunião as instituições referidas no art. 2º devem:
de diretoria realizada após tal decisão. I - designar perante o Banco Central do Brasil ape-
nas o nome do respectivo diretor responsável pela
ouvidoria; e
Retomando novamente o conceito e as instituições II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do
referidas no art. 2º (instituições autorizadas a funcio- ouvidor da associação de classe, da bolsa de valo-
nar pelo Banco Central do Brasil que tenham clientes res, da bolsa de mercadorias e futuros ou da bolsa
pessoas naturais, inclusive empresários individuais, de valores e de mercadorias e futuros, ou da entida-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

ou pessoas jurídicas classificadas como microempre- de ou empresa que constituir a ouvidoria.


sas e empresas de pequeno porte), o art. 9º dita que
essas instituições deverão designar os nomes do ouvi- Por fim, o capítulo VI trata da prestação de informa-
dor e do direito responsável pela ouvidoria: ções e formas de divulgação das atividades desenvolvidas:

Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem desig- Art. 12 O diretor responsável pela ouvidoria deve ela-
nar perante o Banco Central do Brasil os nomes do borar relatório semestral quantitativo e qualitati-
ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria. vo referente às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
§ 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode nas datas-base de 30 de junho e 31 de dezembro.
desempenhar outras funções na instituição, Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve
inclusive a de ouvidor, exceto a de diretor de admi- ser encaminhado à auditoria interna, ao comitê de audi-
nistração de recursos de terceiros. toria, quando constituído, e ao conselho de administra-
§ 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos ção ou, na sua ausência, à diretoria da instituição.
múltiplos, caixas econômicas, sociedades de cré- Art. 13 As instituições referidas no art. 2º devem
dito, financiamento e investimento, associações de divulgar semestralmente, nos respectivos sítios 329
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
eletrônicos na internet, as informações relativas
às atividades desenvolvidas pela ouvidoria, Bancos
inclusive os dados relativos à avaliação direta comerciais
da qualidade do atendimento de que trata o art.
16.
Art. 14 O Banco Central do Brasil poderá estabele-
cer o conteúdo, a forma, a periodicidade e o prazo Bancos
de remessa de dados e de informações relativos às múltiplos
atividades da ouvidoria.

A avaliação direta da qualidade do atendimento


Bancos de
mencionada no art. 13 é uma ferramenta de satisfa-
investimento
ção dos usuários e clientes, que avaliam o atendimen-
to prestado pela ouvidoria.
Seguindo o estudo da Resolução CMN nº 4.860, de AVALIAÇÃO DE QUALI-
2020, o capítulo VII trata da certificação, ou seja, ocor- DADE DO ATENDIMENTO
PRESTADO PELA OUVI- Caixa
rerá um exame de certificação para que os integran- econômicas
tes da ouvidoria que realizam as atividades do art. 6º, DORIA APLICA-SE A
dessa resolução sejam considerados aptos. Acompa-
nhe a seguir:

Art. 15 As instituições referidas no art. 2º devem


Sociedades
adotar providências para que os integrantes da de crédito
ouvidoria que realizem as atividades mencionadas
no art. 6º sejam considerados aptos em exame de
certificação organizado por entidade de reconheci-
da capacidade técnica. Sociedades de
§ 1º O exame de certificação deve abranger, no financiamento
mínimo, temas relativos à ética, aos direitos do
consumidor e à mediação de conflitos.
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria refe-
ridos no caput fica condicionada à comprovação de Sociedades de
aptidão no exame de certificação, além do atendi- investimento
mento às demais exigências desta Resolução.
§ 3º As instituições referidas no caput devem asse-
gurar a capacitação permanente dos integrantes
da ouvidoria em relação aos temas mencionados Art. 17 A avaliação direta da qualidade do atendi-
no § 1º. mento de que trata o art. 16 deve ser:
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5,
à formalidade prevista no caput, caso exerça a fun- sendo 1 o nível de satisfação mais baixo e 5 o nível
ção de ouvidor. de satisfação mais alto;
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e II - disponibilizada ao cliente ou usuário em
IV, aplica-se o disposto neste artigo aos integrantes até um dia útil após o encaminhamento da
da ouvidoria da associação de classe, entidade ou resposta conclusiva de que trata o art. 6º, inciso
empresa que realize as atividades mencionadas no III, e § 2º; e
art. 6º. III - concluída em até cinco dias úteis após o
prazo de que trata o inciso II.
O capítulo VIII, por sua vez, traz a necessidade de Art. 18 Os dados relativos à avaliação mencionada
avaliação direta da qualidade do atendimento pres- no art. 16 devem ser:
tado pela ouvidoria. Esse assunto já foi brevemente I - armazenados de forma eletrônica, em ordem
abordado quando tratamos do art. 13. Observe como cronológica, permanecendo à disposição do Ban-
será realizada a avaliação direta de qualidade: co Central do Brasil pelo prazo de cinco anos,
contados da data da avaliação realizada pelo
Art. 16 As instituições referidas no art. 2º devem cliente ou usuário; e
implementar instrumento de avaliação direta da II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na
qualidade do atendimento prestado pela ouvi- forma por ele definida.
doria a clientes e usuários.
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se As disposições finais da Resolução CMN nº 4.860,
somente aos bancos comerciais, bancos múl- de 2020, estão inseridas no capítulo IX. Podemos des-
tiplos, bancos de investimento, caixas econô- tacar as seguintes informações:
micas e sociedades de crédito, financiamento
e investimento. z o relatório e a documentação, bem como a gra-
vação telefônica do atendimento realizado pelas
ouvidorias, deverão permanecer à disposição do
Bacen pelo prazo mínimo de cinco anos;
z o número de telefone da ouvidoria, os dados do
diretor responsável e os dados do ouvidor deve-
rão ser inseridos e mantidos permanentemente
atualizados em sistema de registro de informa-
330 ções do Banco Central do Brasil.
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Art. 20 O número do telefone para acesso gratuito à ouvidoria e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e
ao ouvidor devem ser inseridos e mantidos permanentemente atualizados em sistema de registro de informações do Banco
Central do Brasil.
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, inclusive, pela instituição que não constituir componente
de ouvidoria próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º.
Art. 21 O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas necessárias à execução do disposto nesta Resolução.

RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694, DE 2009, E ALTERAÇÕES


Por tratar-se de um ato normativo extremamente reduzido e com uma alta probabilidade de ser cobrada a
letra seca do texto, abordaremos em sua totalidade os dispositivos expostos para um estudo completo.
Esta resolução disporá “sobre a prevenção de riscos na contratação de operações e na prestação de serviços por
parte de instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil”.
As instituições financeiras, bem como as autorizadas a funcionar pelo Bacen, deverão assegurar algumas
garantias, as quais encontram-se elencadas nos incisos do art. 1º:

I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomendados às necessidades, interesses e objetivos dos
clientes e usuários;
II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transações realizadas, bem como a legitimidade das
operações contratadas e dos serviços prestados;
III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à tomada de decisões por parte de clientes
e usuários, explicitando, inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, penalidades e eventuais
riscos existentes na execução de operações e na prestação de serviços;

É importante ressaltar que, a relação do inciso supracitado com o § único, do art. 1º:

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no inciso III, no caso de abertura de conta de depósitos ou
de conta de pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações essenciais, explicitando, no mínimo,
as regras básicas, os riscos existentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as medidas de segurança,
inclusive em caso de perda, furto ou roubo de credenciais, e a periodicidade e forma de atualização pelo cliente de
seus dados cadastrais.
IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contratos, recibos, extratos, comprovantes e outros docu-
mentos relativos a operações e a serviços;
V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza e à complexidade da operação ou do
serviço, em contratos, recibos, extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de forma a permitir o
entendimento do conteúdo e a identificação de prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições;
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
VII - a formalização de título adequado estipulando direitos e obrigações para abertura, utilização e manutenção de
conta de pagamento pós-paga;
VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao domicílio do cliente ou usuário ou a sua habilita-
ção somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização;
IX - a identificação dos usuários finais beneficiários de pagamento ou transferência em demonstrativos e faturas
do pagador, inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver instituições participantes de diferentes
arranjos de pagamento.

O art. 2º trata da regularização da publicidade das informações prestadas pelas instituições financeiras e ins-
tituições autorizadas a funcionar segundo o Bacen.

Art. 2º As instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em suas dependências e nas dependências dos estabele-
cimentos onde seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível, informações relativas a situa-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

ções que impliquem recusa à realização de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de compensação,
documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.

Por fim, o art. 3º traz a sistemática quanto às vedações impostas a essas instituições. Vejamos:

Art. 3º É vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos
e serviços, o acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês de caixa, mesmo na hipótese de
oferecer atendimento alternativo ou eletrônico.
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusivamente eletrônicas nem à prestação de serviços
de cobrança e de recebimento decorrentes de contratos ou convênios que prevejam canais de atendimento específicos.
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternativos aos convencionais é admitida desde que ado-
tadas as medidas necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das transa-
ções realizadas, assim como a legitimidade dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos usuários,
devendo as instituições informá-los dos riscos existentes. 331
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Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146,
PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden-
tificar as ideias mais importantes da legislação, uma
DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA): LEI Nº
vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina
13.146, DE 06 DE JULHO DE 2015 “literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais
de cada artigo com base em sua estrutura, não haven-
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- derando os concursos anteriores, o estudo deve ter
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa atenção especial à parte relativa aos crimes e infra-
parcela da população faz parte de um discurso atual, ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra-
resultado da forma como essas pessoas passaram a do pelas bancas examinadoras.
ser percebidas. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
É possível visualizar, ao longo da história, que as
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
modos diferentes, conforme cada período temporal. A DEFICIÊNCIA
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes-
soas com deficiência, pois simbolizavam a impureza, A Lei nº 13.146, de 2015, é dividida em duas par-
o pecado, ou, até mesmo, o castigo divino. A segunda tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
foi a fase marcada pela invisibilidade das pessoas com princípios da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
deficiência. Dela, decorreu a terceira fase, marcada com Deficiência, disciplinando, além desses, os direi-
pelo assistencialismo e pautada na perspectiva médica tos fundamentais das pessoas com deficiência. Já a
e biológica de que a deficiência era uma patologia e, parte especial é composta pelos meios de proteção,
como tal, deveria ser curada. Por fim, a quarta fase vol- quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual
tou-se para os direitos humanos, despontando os direi- perante a lei e aos crimes e infrações administrativas.
tos à inclusão social, com ênfase na relação da pessoa
com deficiência e do meio em que ela está inserida.
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é LEI Nº 13.146, DE 2015
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993, a
nomenclatura mudou para “portadores de necessida-
des especiais”, “pessoas com necessidades especiais”, Parte geral Parte geral
“pessoas especiais”, “portadores de direitos especiais”
Princípios e direitos Princípios e direitos
ou “pessoas com deficiência”. fundamentais fundamentais
Como consequência dessas mudanças no modo de
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever
de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o Iniciando pela parte geral, os arts. de 1º a 3º da
pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili- mencionada lei introduzem o tema, estabelecendo
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com suas disposições gerais. De acordo com o art. 1º, o obje-
autonomia e participação. tivo da legislação é assegurar e promover o exercício
Nesse contexto, iniciou-se um sistema de proteção dos direitos e das liberdades fundamentais da pessoa
internacional, exigindo dos Estados um tratamento com deficiência em iguais condições com os demais,
especializado para proteção aos direitos das pessoas de modo a garantir sua inclusão social e cidadania.
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção Seu parágrafo único deixa claro que a Lei nº 13.146,
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direitos de 2015, decorre da Convenção (juntamente com seus
das Pessoas com Deficiência, de 2006. O texto dessa protocolos), sendo incorporada no ordenamento jurí-
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorpora- dico brasileiro com status de Emenda Constitucional,
do ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009 conforme explanado.
pelo Decreto nº 6.949. O art. 2º preocupou-se em dar o conceito de pessoa
A importância do Decreto nº 6.949, de 2009, é com deficiência. Em termos gerais, considera-se pes-
imensa, uma vez que ele foi o primeiro tratado inter- soa com deficiência aquela que possui impedimento
nacional de direitos humanos a adotar a norma do § de longo prazo, sendo este de natureza física, men-
3º, art. 5º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o tal, intelectual ou sensorial, que pode, de alguma
mesmo rito de aprovação cabível para as emendas forma, causar barreiras ou obstruir sua participa-
constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres- ção plena e efetiva na sociedade em igualdades de
so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos condições com as demais pessoas.
dos respectivos membros).
Como resultado, tal decreto passou a ter status de z Pessoa com deficiência:
norma constitucional (mesmo valor normativo das leis
dispostas na Constituição Federal, mesmo sem fazer „ impedimento de longo prazo;
parte dela). Por essa razão, o Brasil necessitou promo- „ natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
ver alterações legislativas para “assegurar e promover „ causar barreiras ou obstruir sua participação
o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberda- plena e efetiva na sociedade em igualdades de
des fundamentais por todas as pessoas com deficiência”, condições com as demais pessoas.
em conformidade com o item 1 da Convenção.
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei Além de conceituar pessoas com deficiência, o art.
nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como deve
332 Convenção. ser procedida a avaliação para caracterizar essas
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que a avalia- Art. 3° [...]
ção será realizada por uma equipe multiprofissional II - desenho universal: concepção de produtos,
e interdisciplinar, de modo a considerar os aspectos ambientes, programas e serviços a serem usados
que permeiam o indivíduo (todo o contexto social). Para por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
determinar ou não a deficiência, a equipe analisará três ção ou de projeto específico, incluindo os recursos
enfoques: biológico, psicológico e social. Vejamos: de tecnologia assistiva.

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve
que tem impedimento de longo prazo de natureza ser utilizado por todas as pessoas, independentemen-
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em te de ter ou não alguma deficiência.
interação com uma ou mais barreiras, pode obs-
truir sua participação plena e efetiva na sociedade Art. 3° [...]
em igualdade de condições com as demais pessoas. III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos,
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, equipamentos, dispositivos, recursos, metodolo-
será biopsicossocial, realizada por equipe multi- gias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
profissional e interdisciplinar e considerará: promover a funcionalidade, relacionada à ativida-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas de e à participação da pessoa com deficiência ou
do corpo; com mobilidade reduzida, visando à sua autono-
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; mia, independência, qualidade de vida e inclusão
III - a limitação no desempenho de atividades; e social.
IV - a restrição de participação.
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter-
avaliação da deficiência. minado produto ou serviço às necessidades da pessoa
com deficiência, para que possa exercê-lo de forma
O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que autônoma.
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen-
tos normativos para a verificação da deficiência. Art. 3° [...]
IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que limite ou impeça a participação
Importante! social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exer-
cício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de
A competência é do Poder Executivo e não do movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso
Poder Legislativo. à informação, à compreensão, à circulação com segu-
rança, entre outros, classificadas em:
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e
O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação nos espaços públicos e privados abertos ao público
e entendimento da legislação. São eles: ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-
z acessibilidade; cios públicos e privados;
z desenho universal; c) barreiras nos transportes: as existentes nos siste-
z tecnologia assistiva ou ajuda técnica; mas e meios de transportes;
z barreiras; d) barreiras nas comunicações e na informação:
qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-
z comunicação;
mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou
z adaptações razoáveis;
o recebimento de mensagens e de informações por
z elemento de urbanização; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-
z mobiliário urbano; logia da informação;
z pessoa com mobilidade reduzida; e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
z residências inclusivas; tos que impeçam ou prejudiquem a participação
z moradia para a vida independente da pessoa com social da pessoa com deficiência em igualdade de
deficiência; condições e oportunidades com as demais pessoas;
z atendente pessoal; profissional de apoio escolar; f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impe-
z acompanhante. dem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias.

Art. 3° [...] Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que


I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcan-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

impeça ou limite a participação social da pessoa com


ce para utilização, com segurança e autonomia, deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
edificações, transportes, informação e comuni- nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-
como de outros serviços e instalações abertos ao dade de acesso às tecnologias (tecnológicas).
público, de uso público ou privados de uso coletivo,
tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
Art. 3° [...]
com deficiência ou com mobilidade reduzida.
V - comunicação: forma de interação dos cidadãos
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu-
Observe que a palavra-chave para entender o con- sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visua-
ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu- lização de textos, o Braille, o sistema de sinalização
lar com autonomia em espaços públicos e privados ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados,
de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia os dispositivos multimídia, assim como a lingua-
para utilizar a tecnologia). gem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e 333
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os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo
as tecnologias da informação e das comunicações.
VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus
desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa
gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades
fundamentais.
VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavi-
mentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública,
serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do
planejamento urbanístico.
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados
aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alte-
rações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos
de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer
outros de natureza análoga.
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, per-
manente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da
percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso.
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) localizadas em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, que possam contar com apoio
psicossocial para o atendimento das necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos com deficiên-
cia, em situação de dependência, que não dispõem de condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares
fragilizados ou rompidos.

As residências inclusivas têm caráter de assistência para aquelas pessoas com deficiência que são dependen-
tes, porém, não possuem vínculos familiares capazes de lhes dar suporte.

Art. 3° [...]
XI - moradia para a vida independente da pessoa com deficiência: moradia com estruturas adequadas capazes de
proporcionar serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de autonomia de jovens
e adultos com deficiência.

Diferentemente da residência inclusiva, a moradia proporciona serviços de apoio à pessoa com deficiência, os
quais ampliarão o seu grau de autonomia.

Art. 3° [...]
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuida-
dos básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os
procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas.
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante
com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modali-
dades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com
profissões legalmente estabelecidas.
XIV - Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de
atendente pessoal.

DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO

Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não discriminação, consubstanciados no princípio da promoção


da igualdade presente na Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o § 1º, do art. 4º preo-
cupou-se em definir discriminação em razão da deficiência como:

Art. 4° [...]
§ 1° [...] toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de
prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa
com deficiência, [...].

Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecno-
logias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como pelo particular.
Para facilitar na fixação desse conceito, vamos esquematizá-lo para você:

Impedir, prejudicar
Ação ou anular o
DISTINÇÃO Distinção reconhecimento ou o
EM RAZÃO DA Restrição exercício dos direitos
DEFICIÊNCIA Exclusão e das liberdades
fundamentais
Omissão de pessoa com
deficiência
334
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É importante esclarecer que a igualdade trazida pela Lei nº 13.146, de 2015, não é impositiva, ou seja, as
ações afirmativas constantes da lei não são obrigatórias às pessoas com deficiência, pois, se elas não quiserem se
beneficiar dos direitos elencados, não serão obrigadas. Por exemplo: a pessoa com deficiência não é obrigada a se
inscrever para vagas reservadas, podendo concorrer às vagas de ampla concorrência se assim desejar.
O art. 5º, por sua vez, trata da proteção da pessoa com deficiência, de modo a afastar toda forma de tortura
ou outro mecanismo de redução da dignidade da pessoa humana ao assegurar a proteção contra negligência,
discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante. Seu
parágrafo único traz um conceito importante: especialmente vulneráveis.
Considerando que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por essa razão, merece a proteção especial,
maior deve ser a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e idosos quando estes possuem deficiência.
Importante é, também, o art. 6º da lei, que concedeu às pessoas com deficiência plena capacidade para o exer-
cício de seus direitos, inclusive para:

z casar ou constituir união estável;


z exercer direitos sexuais e reprodutivos;
z exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de ter acesso a informações adequadas sobre reprodu-
ção e planejamento familiar;
z conservar sua fertilidade, sendo proibida a esterilização compulsória;
z exercer o direito à família e à convivência familiar e comunitária;
z exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção, como adotante ou adotando, em igualdade de opor-
tunidades com as demais pessoas.

Dica
Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015, as pessoas com deficiência eram tidas, em regra, de forma
absoluta, ou relativamente incapazes pelo Código Civil. Atualmente, a regra é que elas são plenamente capa-
zes, só sendo consideradas relativamente incapazes se, por causa transitória ou permanente, não puderem
exprimir sua vontade.

O art. 7° trouxe o dever de vigilância geral aplicável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem comuni-
car às autoridades qualquer tipo de ameaça ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. Ressalta-se que
seu parágrafo único dispõe que, uma vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o Ministério Público deve
ser informado para que adote as providências para o devido cumprimento da Lei, inclusive na forma penal.
O art. 8° estabelece que é dever do Estado, da sociedade e da família assegurar a efetivação dos direitos
das pessoas com deficiência.

Do Atendimento Prioritário

Encerrando a parte relativa à igualdade, o art. 9° dispõe sobre o atendimento prioritário, com as finalidades de:

z proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;


z atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público;
z disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam atendimento em igualdade
de condições com as demais pessoas;
z disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e
garantia de segurança no embarque e no desembarque;
z acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis;
z recebimento de restituição de imposto de renda;
z tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou interessada, em todos
os atos e diligências.

Com exceção da restituição de imposto de renda e da tramitação processual prioritária, todos os demais itens
relativos ao atendimento prioritário são extensivos ao acompanhante da pessoa com deficiência ou ao seu
ATENDIMENTO BANCÁRIO

atendente pessoal. Como consequência, o acompanhante tem direito à preferência de atendimento, ao socorro,
entre outros.

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com deficiência. São eles que estudaremos neste momento.
Veja-os a seguir:

z Direitos Fundamentais:

„ vida;
„ habitação e reabilitação;
„ saúde;
„ educação; 335
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„ moradia; complexidade, para atender às necessidades espe-
„ trabalho; cíficas da pessoa com deficiência;
„ assistente social; V - prestação de serviços próximo ao domicílio da
„ previdência social; pessoa com deficiência, inclusive na zona rural,
„ cultura, esporte, turismo e lazer; respeitadas a organização das Redes de Atenção à
„ transporte; Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do
„ mobilidade; Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e
„ acessibilidade.
de reabilitação para a pessoa com deficiência, são
garantidos:
Do Direito à Vida I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-
sos para atender às características de cada pessoa
O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10 com deficiência;
ao 13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
demais direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação,
outro. O direito à vida é inviolável, sendo, inclusive, materiais e equipamentos adequados e apoio técni-
garantido constitucionalmente a todas as pessoas. Por co profissional, de acordo com as especificidades de
conseguinte, a pessoa com deficiência tem o direito cada pessoa com deficiência;
de lutar pela sua vida, competindo ao Estado o dever IV - capacitação continuada de todos os profissio-
de adotar toda e qualquer medida para assegurar seu nais que participem dos programas e serviços.
pleno exercício. Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro-
Importante assinalar que a pessoa com deficiência mover ações articuladas para garantir à pessoa
não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie com deficiência e sua família a aquisição de infor-
de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que mações, orientações e formas de acesso às políticas
públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar
é indispensável seu livre consentimento para a rea-
sua plena participação social.
lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput
de atendimento de emergência em saúde e risco de
deste artigo podem fornecer informações e orienta-
morte e nos casos em que se encontra impossibilitada ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura,
de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este de esporte, de lazer, de transporte, de previdência
supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes- social, de assistência social, de habitação, de tra-
soas submetidas ao instituto da Curatela). balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito,
Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público de promoção, proteção e defesa de direitos e nas
a proteção das pessoas com deficiência em situações demais áreas que possibilitem à pessoa com defi-
de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações ciência exercer sua cidadania.
de risco, como nos casos de estado de emergência ou
calamidade pública. Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques-
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste-
Do Direito à Habilitação e à Reabilitação ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos
O direito à habilitação e reabilitação está dis- responsáveis por prestar informações e orientações
ciplinado nos arts. 14 ao 17, que dizem respeito à adequadas com relação às políticas públicas dispo-
garantia de se adotar medidas que promovam a recu- níveis, de modo a favorecer a plena participação das
peração física, cognitiva e psicológica, bem como a pessoas com deficiência.
proteção, à reabilitação e a reinserção social das pes-
soas com deficiência. Do Direito à Saúde

Art. 14 O processo de habilitação e de reabilitação O direito à saúde encontra-se estabelecido nos


é um direito da pessoa com deficiência. arts. 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois
Parágrafo único. O processo de habilitação e de estabelece garantidas às pessoas de modo geral, estan-
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento do, também, arrolado na Constituição Federal como
de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões um direito social.
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudi-
Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com
nais, profissionais e artísticas que contribuam para
deficiência contempla o acesso a um atendimento
a conquista da autonomia da pessoa com deficiên-
integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade,
cia e de sua participação social em igualdade de
condições e oportunidades com as demais pessoas. seja de caráter preventivo ou para fins de tratamen-
Art. 15 O processo mencionado no art. 14 desta Lei to, sem qualquer discriminação ou custos adicionais,
baseia-se em avaliação multidisciplinar das neces- com direito ao acompanhante, em ambientes acessí-
sidades, habilidades e potencialidades de cada pes- veis, sem se submeter a qualquer tipo de discrimina-
soa, observadas as seguintes diretrizes: ção ou violência, estabelecendo, portanto, o acesso
I - diagnóstico e intervenção precoces; igualitário.
II - adoção de medidas para compensar perda ou
limitação funcional, buscando o desenvolvimento Art. 18 É assegurada atenção integral à saúde da
de aptidões; pessoa com deficiência em todos os níveis de com-
III - atuação permanente, integrada e articulada de plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
políticas públicas que possibilitem a plena partici- universal e igualitário.
pação social da pessoa com deficiência; § 1º É assegurada a participação da pessoa com defi-
IV - oferta de rede de serviços articulados, com ciência na elaboração das políticas de saúde a ela
336 atuação intersetorial, nos diferentes níveis de destinadas.
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§ 2º É assegurado atendimento segundo normas garantidos o transporte e a acomodação da pessoa
éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação com deficiência e de seu acompanhante.
dos profissionais de saúde e contemplarão aspec- Art. 22 À pessoa com deficiência internada ou em
tos relacionados aos direitos e às especificidades da observação é assegurado o direito a acompanhante
pessoa com deficiência, incluindo temas como sua ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a insti-
dignidade e autonomia. tuição de saúde proporcionar condições adequadas
§ 3º Aos profissionais que prestam assistência à para sua permanência em tempo integral.
pessoa com deficiência, especialmente em serviços § 1º Na impossibilidade de permanência do acom-
de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa
capacitação inicial e continuada. com deficiência, cabe ao profissional de saúde res-
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública desti- ponsável pelo tratamento justificá-la por escrito.
nados à pessoa com deficiência devem assegurar: § 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no
I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados § 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde
por equipe multidisciplinar; deve adotar as providências cabíveis para suprir a
II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre ausência do acompanhante ou do atendente pessoal.
que necessários, para qualquer tipo de deficiência, Art. 23 São vedadas todas as formas de discrimi-
inclusive para a manutenção da melhor condição nação contra a pessoa com deficiência, inclusive
de saúde e qualidade de vida; por meio de cobrança de valores diferenciados por
III - atendimento domiciliar multidisciplinar, trata- planos e seguros privados de saúde, em razão de
mento ambulatorial e internação; sua condição.
IV - campanhas de vacinação; Art. 24 É assegurado à pessoa com deficiência o
V - atendimento psicológico, inclusive para seus acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como
familiares e atendentes pessoais; privados, e às informações prestadas e recebidas,
VI - respeito à especificidade, à identidade de gêne- por meio de recursos de tecnologia assistiva e de
todas as formas de comunicação previstas no inci-
ro e à orientação sexual da pessoa com deficiência;
so V do art. 3º desta Lei.
VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o
Art. 25 Os espaços dos serviços de saúde, tanto
direito à fertilização assistida;
públicos quanto privados, devem assegurar o aces-
VIII - informação adequada e acessível à pessoa
so da pessoa com deficiência, em conformidade
com deficiência e a seus familiares sobre sua con-
com a legislação em vigor, mediante a remoção
dição de saúde;
de barreiras, por meio de projetos arquitetônico,
IX - serviços projetados para prevenir a ocorrên-
de ambientação de interior e de comunicação que
cia e o desenvolvimento de deficiências e agravos
atendam às especificidades das pessoas com defi-
adicionais;
ciência física, sensorial, intelectual e mental.
X - promoção de estratégias de capacitação perma-
Art. 26 Os casos de suspeita ou de confirmação de
nente das equipes que atuam no SUS, em todos os violência praticada contra a pessoa com deficiên-
níveis de atenção, no atendimento à pessoa com cia serão objeto de notificação compulsória pelos
deficiência, bem como orientação a seus atendentes serviços de saúde públicos e privados à autoridade
pessoais; policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos
XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consi-
las nutricionais, conforme as normas vigentes do dera-se violência contra a pessoa com deficiência
Ministério da Saúde. qualquer ação ou omissão, praticada em local
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
às instituições privadas que participem de forma sofrimento físico ou psicológico.
complementar do SUS ou que recebam recursos
públicos para sua manutenção. Do Direito à Educação
Art. 19 Compete ao SUS desenvolver ações destina-
das à prevenção de deficiências por causas evitá-
O direito à educação está previsto nos arts. 27
veis, inclusive por meio de:
ao 30, além de fazer parte do rol dos direitos sociais,
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puer-
pério, com garantia de parto humanizado e seguro;
previstos no art. 6º da Constituição Federal, de 1988.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e Na Lei nº 13.146, de 2015, o direito à educação deve
saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, pre- ser garantido por meio de um sistema educacio-
venção e cuidado integral dos agravos relacionados nal inclusivo, que deve atender, com qualidade e
à alimentação e nutrição da mulher e da criança; de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O
III - aprimoramento e expansão dos programas de objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação
ATENDIMENTO BANCÁRIO

imunização e de triagem neonatal; dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que


IV - identificação e controle da gestante de alto risco. advenham dessa condição e favorecer a sua integra-
V - aprimoramento do atendimento neonatal, com ção na comunidade.
a oferta de ações e serviços de prevenção de danos
cerebrais e sequelas neurológicas em recém-nasci- Dica
dos, inclusive por telessaúde. (Incluído pela Lei nº
14.510, de 2022) É a escola que deve se adaptar ao aluno, bus-
Art. 20 As operadoras de planos e seguros privados cando compreender suas necessidades e carac-
de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com terísticas e não o contrário.
deficiência, no mínimo, todos os serviços e produ-
tos ofertados aos demais clientes. Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com
Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à deficiência, assegurados sistema educacional inclusi-
saúde da pessoa com deficiência no local de resi- vo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda
dência, será prestado atendimento fora de domi- a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvi-
cílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, mento possível de seus talentos e habilidades físicas, 337
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sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas carac- XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
terísticas, interesses e necessidades de aprendizagem. balhadores da educação e demais integrantes da
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comu- comunidade escolar às edificações, aos ambientes e
nidade escolar e da sociedade assegurar educação de às atividades concernentes a todas as modalidades,
qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo etapas e níveis de ensino;
de toda forma de violência, negligência e discriminação. XVII - oferta de profissionais de apoio escolar;
Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar, XVIII - articulação intersetorial na implementação
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar de políticas públicas.
e avaliar: § 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI,
de toda a vida; XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
II - aprimoramento dos sistemas educacionais, artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicio-
visando a garantir condições de acesso, permanên- nais de qualquer natureza em suas mensalidades,
cia, participação e aprendizagem, por meio da ofer- anuidades e matrículas no cumprimento dessas
ta de serviços e de recursos de acessibilidade que determinações.
eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena; § 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes
III - projeto pedagógico que institucionalize o aten- da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste
dimento educacional especializado, assim como os artigo, deve-se observar o seguinte:
demais serviços e adaptações razoáveis, para aten- I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na
der às características dos estudantes com deficiên- educação básica devem, no mínimo, possuir ensi-
cia e garantir o seu pleno acesso ao currículo em no médio completo e certificado de proficiência na
condições de igualdade, promovendo a conquista e
Libras; (Vigência)
o exercício de sua autonomia;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como
direcionados à tarefa de interpretar nas salas de
primeira língua e na modalidade escrita da língua
aula dos cursos de graduação e pós-graduação,
portuguesa como segunda língua, em escolas e
devem possuir nível superior, com habilitação,
classes bilíngues e em escolas inclusivas;
prioritariamente, em Tradução e Interpretação em
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em
Libras. (Vigência)
ambientes que maximizem o desenvolvimento aca-
Art. 29 (VETADO).
dêmico e social dos estudantes com deficiência, favo-
recendo o acesso, a permanência, a participação e a Art. 30 Nos processos seletivos para ingresso e per-
aprendizagem em instituições de ensino; manência nos cursos oferecidos pelas instituições
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de de ensino superior e de educação profissional e tec-
novos métodos e técnicas pedagógicas, de mate- nológica, públicas e privadas, devem ser adotadas
riais didáticos, de equipamentos e de recursos de as seguintes medidas:
tecnologia assistiva; I - atendimento preferencial à pessoa com deficiên-
VII - planejamento de estudo de caso, de elabora- cia nas dependências das Instituições de Ensino
ção de plano de atendimento educacional especia- Superior (IES) e nos serviços;
lizado, de organização de recursos e serviços de II - disponibilização de formulário de inscrição de
acessibilidade e de disponibilização e usabilidade exames com campos específicos para que o candi-
pedagógica de recursos de tecnologia assistiva; dato com deficiência informe os recursos de acessi-
VIII - participação dos estudantes com deficiência e bilidade e de tecnologia assistiva necessários para
de suas famílias nas diversas instâncias de atuação sua participação;
da comunidade escolar; III - disponibilização de provas em formatos acessí-
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o veis para atendimento às necessidades específicas
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu- do candidato com deficiência;
rais, vocacionais e profissionais, levando-se em IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os tecnologia assistiva adequados, previamente solicita-
interesses do estudante com deficiência; dos e escolhidos pelo candidato com deficiência;
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos V - dilação de tempo, conforme demanda apresen-
programas de formação inicial e continuada de tada pelo candidato com deficiência, tanto na reali-
professores e oferta de formação continuada para zação de exame para seleção quanto nas atividades
o atendimento educacional especializado; acadêmicas, mediante prévia solicitação e compro-
XI - formação e disponibilização de professores vação da necessidade;
para o atendimento educacional especializado, de VI - adoção de critérios de avaliação das provas
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér- escritas, discursivas ou de redação que considerem
pretes e de profissionais de apoio; a singularidade linguística da pessoa com deficiên-
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e cia, no domínio da modalidade escrita da língua
de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma portuguesa;
a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, VII - tradução completa do edital e de suas retifica-
promovendo sua autonomia e participação; ções em Libras.
XIII - acesso à educação superior e à educação pro-
fissional e tecnológica em igualdade de oportunida- Do Direito à Moradia
des e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cur-
sos de nível superior e de educação profissional
O direito à moradia, cuja previsão encontra-
técnica e tecnológica, de temas relacionados à -se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o
pessoa com deficiência nos respectivos campos de máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi-
conhecimento; ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla-
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualda- ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
de de condições, a jogos e a atividades recreativas, Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
esportivas e de lazer, no sistema escolar;
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Art. 31 A pessoa com deficiência tem direito à § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igual-
moradia digna, no seio da família natural ou substi- dade de oportunidades com as demais pessoas, a
tuta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacom- condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo
panhada, ou em moradia para a vida independente igual remuneração por trabalho de igual valor.
da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com
inclusiva. deficiência e qualquer discriminação em razão
§ 1º O poder público adotará programas e ações de sua condição, inclusive nas etapas de recruta-
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção mento, seleção, contratação, admissão, exames
de moradia para a vida independente da pessoa admissional e periódico, permanência no emprego,
com deficiência. ascensão profissional e reabilitação profissional,
§ 2º A proteção integral na modalidade de residên- bem como exigência de aptidão plena.
cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à § 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e
pessoa com deficiência em situação de dependência ao acesso a cursos, treinamentos, educação continuada,
que não disponha de condições de autossustenta- planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos
bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou profissionais oferecidos pelo empregador, em igualdade
rompidos. de oportunidades com os demais empregados.
Art. 32 Nos programas habitacionais, públicos ou § 5º É garantida aos trabalhadores com deficiên-
subsidiados com recursos públicos, a pessoa com cia acessibilidade em cursos de formação e de
deficiência ou o seu responsável goza de priorida- capacitação.
de na aquisição de imóvel para moradia própria, Art. 35 É finalidade primordial das políticas públi-
observado o seguinte: cas de trabalho e emprego promover e garantir
I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) condições de acesso e de permanência da pessoa
das unidades habitacionais para pessoa com com deficiência no campo de trabalho.
deficiência; Parágrafo único. Os programas de estímulo ao
II - (VETADO); empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos
III - em caso de edificação multifamiliar, garantia o cooperativismo e o associativismo, devem prever a
de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas participação da pessoa com deficiência e a disponibili-
unidades habitacionais no piso térreo e de acessibi- zação de linhas de crédito, quando necessárias.
lidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
IV - disponibilização de equipamentos urbanos Do Direito à Assistência Social
comunitários acessíveis;
V - elaboração de especificações técnicas no projeto O direito à assistência social encontra-se con-
que permitam a instalação de elevadores. templado nos arts. 39 e 40, além de fazer parte do rol
§ 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste
dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição
artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
Federal, de 1988.
beneficiária apenas uma vez.
§ 2º Nos programas habitacionais públicos, os cri-
A assistência social faz parte do subsistema da
térios de financiamento devem ser compatíveis com Seguridade Social, juntamente com a saúde e a previ-
os rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua dência social. Por assistência social entende-se o con-
família. junto de medidas institucionalizadas de assistência
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interes- gratuita a ser prestada a quem dela necessitar.
sada nas unidades habitacionais reservadas por São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária;
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas garantir um benefício mensal àqueles que não têm
às demais pessoas. meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).
Art. 33 Ao poder público compete: Veja os artigos em sua literalidade:
I - adotar as providências necessárias para o cum-
primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e Art. 39 Os serviços, os programas, os projetos e os
II - divulgar, para os agentes interessados e benefi- benefícios no âmbito da política pública de assis-
ciários, a política habitacional prevista nas legisla- tência social à pessoa com deficiência e sua família
ções federal, estaduais, distrital e municipais, com têm como objetivo a garantia da segurança de ren-
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. da, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do
desenvolvimento da autonomia e da convivência
Do Direito ao Trabalho familiar e comunitária, para a promoção do acesso
a direitos e da plena participação social.
O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34 § 1º A assistência social à pessoa com deficiência,
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso. nos termos do caput deste artigo, deve envolver
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Como consequência, permite-se que a pessoa com conjunto articulado de serviços do âmbito da Pro-
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto teção Social Básica e da Proteção Social Especial,
à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar. ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças
fundamentais no enfrentamento de situações de
vulnerabilidade e de risco, por fragilização de vín-
Disposições Gerais
culos e ameaça ou violação de direitos.
§ 2º Os serviços socioassistenciais destinados à
Art. 34 A pessoa com deficiência tem direito ao tra- pessoa com deficiência em situação de dependência
balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente deverão contar com cuidadores sociais para pres-
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida- tar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
des com as demais pessoas. Art. 40 É assegurado à pessoa com deficiência que
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado não possua meios para prover sua subsistência
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir nem de tê-la provida por sua família o benefício
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. 339
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Raquel Mariano de Souza - 197.604.727-75, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Do Direito à Previdência Social § 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
go devem ser distribuídos pelo recinto em locais
O direito à previdência social, também integran- diversos, de boa visibilidade, em todos os setores,
te do subsistema da Seguridade Social, encontra-se próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
previsto no art. 41. Trata de garantir à pessoa com evitando-se áreas segregadas de público e obstru-
deficiência segurada do Regime Geral de Previdência ção das saídas, em conformidade com as normas
Social (RGPS) o direito à aposentadoria nos termos da de acessibilidade.
Lei Complementar nº 142 de 8 de maio de 2013 — redu- § 2º No caso de não haver comprovada procura
ção de até 10 anos de contribuição, conforme o grau da pelos assentos reservados, esses podem, excepcio-
deficiência aferido em avaliação médica e social. nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência
ou que não tenham mobilidade reduzida, observa-
do o disposto em regulamento.
Art. 41 A pessoa com deficiência segurada do Regi-
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este arti-
me Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à
go devem situar-se em locais que garantam a aco-
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº
modação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
142, de 8 de maio de 2013.
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
da, resguardado o direito de se acomodar proxima-
Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao mente a grupo familiar e comunitário.
Lazer § 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí-
O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao das de emergência acessíveis, conforme padrões
lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como das normas de acessibilidade, a fim de permitir
um de seus principais objetivos, a promoção isonômi- a saída segura da pessoa com deficiência ou com
ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência mobilidade reduzida, em caso de emergência.
na vida em sociedade em todos os seus aspectos. § 5º Todos os espaços das edificações previstas no
Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor caput deste artigo devem atender às normas de
maior pelo ingresso de pessoas com deficiência. acessibilidade em vigor.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas
Art. 42 A pessoa com deficiência tem direito à cul- as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa
tura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade com deficiência.
de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe § 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiên-
garantido o acesso: cia não poderá ser superior ao valor cobrado das
I - a bens culturais em formato acessível; demais pessoas.
II - a programas de televisão, cinema, teatro e Art. 45 Os hotéis, pousadas e similares devem ser
outras atividades culturais e desportivas em for- construídos observando-se os princípios do dese-
mato acessível; e nho universal, além de adotar todos os meios de
acessibilidade, conforme legislação em vigor.
III - a monumentos e locais de importância cultural
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão dis-
e a espaços que ofereçam serviços ou eventos cultu-
ponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
rais e esportivos.
seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual
1 (uma) unidade acessível.
em formato acessível à pessoa com deficiência, sob
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste arti-
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de
go deverão ser localizados em rotas acessíveis.
proteção dos direitos de propriedade intelectual.
§ 2º O poder público deve adotar soluções desti-
nadas à eliminação, à redução ou à superação de Do Direito ao Transporte e à Mobilidade
barreiras para a promoção do acesso a todo patri-
mônio cultural, observadas as normas de acessi- O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba-
histórico e artístico nacional. ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na
Art. 43 O poder público deve promover a participa- vida da pessoa com deficiência.
ção da pessoa com deficiência em atividades artísti-
cas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, Art. 46 O direito ao transporte e à mobilidade da
com vistas ao seu protagonismo, devendo: pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
I - incentivar a provisão de instrução, de treina- da será assegurado em igualdade de oportunidades
mento e de recursos adequados, em igualdade de com as demais pessoas, por meio de identificação
oportunidades com as demais pessoas; e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos ao seu acesso.
e nos serviços prestados por pessoa ou entidade § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
envolvida na organização das atividades de que transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
trata este artigo; e em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
III - assegurar a participação da pessoa com defi- grantes desses serviços os veículos, os terminais, as
ciência em jogos e atividades recreativas, espor- estações, os pontos de parada, o sistema viário e a
tivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no prestação do serviço.
sistema escolar, em igualdade de condições com as § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições des-
demais pessoas. ta Lei, sempre que houver interação com a matéria
Art. 44 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, nela regulada, a outorga, a concessão, a permissão, a
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con- autorização, a renovação ou a habilitação de linhas e
ferências e similares, serão reservados espaços de serviços de transporte coletivo.
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de § 3º Para colocação do símbolo internacional de
acordo com a capacidade de lotação da edificação, acesso nos veículos, as empresas de transporte
340 observado o disposto em regulamento. coletivo de passageiros dependem da certificação
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- Da Acessibilidade
ponsável pela prestação do serviço.
Art. 47 Em todas as áreas de estacionamento aberto O direito à acessibilidade encontra-se previsto
ao público, de uso público ou privado de uso coletivo nos arts. 53 ao 62. Seu objetivo é conceder igualdade
e em vias públicas, devem ser reservadas vagas pró- de condições e acesso, liberdade, autonomia e inde-
ximas aos acessos de circulação de pedestres, devi- pendência às pessoas com deficiência, competindo ao
damente sinalizadas, para veículos que transportem Poder Público amoldar e adaptar todas as suas esfe-
pessoa com deficiência com comprometimento de ras com o objetivo de garantir tratamento igualitário
mobilidade, desde que devidamente identificados. a todas as pessoas, de modo a eliminar as possíveis
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste artigo barreiras impostas a elas.
devem equivaler a 2% (dois por cento) do total, garan-
tida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente sinalizada
Art. 53 A acessibilidade é direito que garante à pes-
e com as especificações de desenho e traçado de acor-
soa com deficiência ou com mobilidade reduzida
do com as normas técnicas vigentes de acessibilidade.
viver de forma independente e exercer seus direitos
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas
de cidadania e de participação social.
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre-
Art. 54 São sujeitas ao cumprimento das dispo-
dencial de beneficiário, a ser confeccionada e for-
sições desta Lei e de outras normas relativas à
necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão
acessibilidade, sempre que houver interação com a
suas características e condições de uso.
matéria nela regulada:
§ 3º A utilização indevida das vagas de que trata este
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanís-
artigo sujeita os infratores às sanções previstas no
tico ou de comunicação e informação, a fabricação
inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro
de veículos de transporte coletivo, a prestação do
de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro).
§ 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é respectivo serviço e a execução de qualquer tipo de
vinculada à pessoa com deficiência que possui com- obra, quando tenham destinação pública ou coletiva;
prometimento de mobilidade e é válida em todo o II - a outorga ou a renovação de concessão, per-
território nacional. missão, autorização ou habilitação de qualquer
Art. 48 Os veículos de transporte coletivo terrestre, natureza;
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os III - a aprovação de financiamento de projeto com
portos e os terminais em operação no País devem utilização de recursos públicos, por meio de renún-
ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por cia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio ou ins-
todas as pessoas. trumento congênere; e
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput IV - a concessão de aval da União para obtenção de
deste artigo devem dispor de sistema de comunica- empréstimo e de financiamento internacionais por
ção acessível que disponibilize informações sobre entes públicos ou privados.
todos os pontos do itinerário. Art. 55 A concepção e a implantação de projetos
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prio- que tratem do meio físico, de transporte, de infor-
ridade e segurança nos procedimentos de embar- mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
que e de desembarque nos veículos de transporte nologias da informação e comunicação, e de outros
coletivo, de acordo com as normas técnicas. serviços, equipamentos e instalações abertos ao
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de público, de uso público ou privado de uso coleti-
acesso nos veículos, as empresas de transporte vo, tanto na zona urbana como na rural, devem
coletivo de passageiros dependem da certificação atender aos princípios do desenho universal, tendo
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- como referência as normas de acessibilidade.
ponsável pela prestação do serviço. § 1º O desenho universal será sempre tomado como
Art. 49 As empresas de transporte de fretamento e regra de caráter geral.
de turismo, na renovação de suas frotas, são obri- § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o
gadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 desenho universal não possa ser empreendido, deve
desta Lei. (Vigência) ser adotada adaptação razoável.
Art. 50 O poder público incentivará a fabricação de § 3º Caberá ao poder público promover a inclu-
veículos acessíveis e a sua utilização como táxis e são de conteúdos temáticos referentes ao desenho
vans, de forma a garantir o seu uso por todas as universal nas diretrizes curriculares da educação
pessoas. profissional e tecnológica e do ensino superior e na
Art. 51 As frotas de empresas de táxi devem reser- formação das carreiras de Estado.
var 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis § 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes-
à pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

2019) (Vigência) nismos públicos de auxílio à pesquisa e de agências


§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas de fomento deverão incluir temas voltados para o
ou de valores adicionais pelo serviço de táxi presta- desenho universal.
do à pessoa com deficiência. § 5º Desde a etapa de concepção, as políticas
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incenti- públicas deverão considerar a adoção do desenho
vos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade universal.
dos veículos a que se refere o caput deste artigo. Art. 56 A construção, a reforma, a ampliação ou a
Art. 52 As locadoras de veículos são obrigadas a ofe- mudança de uso de edificações abertas ao público,
recer 1 (um) veículo adaptado para uso de pessoa com de uso público ou privadas de uso coletivo deverão
deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte) veículos de ser executadas de modo a serem acessíveis.
sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de 2019) (Vigência) § 1º As entidades de fiscalização profissional das
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no atividades de Engenharia, de Arquitetura e cor-
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, relatas, ao anotarem a responsabilidade técnica
vidros elétricos e comandos manuais de freio e de de projetos, devem exigir a responsabilidade pro-
embreagem. fissional declarada de atendimento às regras de 341
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acessibilidade previstas em legislação e em normas Art. 62 É assegurado à pessoa com deficiência,
técnicas pertinentes. mediante solicitação, o recebimento de contas,
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emis- boletos, recibos, extratos e cobranças de tributos
são de certificado de projeto executivo arquitetô- em formato acessível.
nico, urbanístico e de instalações e equipamentos
temporários ou permanentes e para o licenciamen- Do Acesso à Informação e à Comunicação
to ou a emissão de certificado de conclusão de obra
ou de serviço, deve ser atestado o atendimento às O direito ao acesso à informação e à comunica-
regras de acessibilidade. ção está disposto nos arts. 63 ao 73, da lei. Trata-se de
§ 3º O poder público, após certificar a acessibi- dispositivos cujo escopo é ampliar a ideia de acessibi-
lidade de edificação ou de serviço, determinará a lidade à informação, de maneira a contemplar qual-
colocação, em espaços ou em locais de ampla visi-
quer serviço ou produto.
bilidade, do símbolo internacional de acesso, na
forma prevista em legislação e em normas técnicas
Art. 63 É obrigatória a acessibilidade nos sítios
correlatas.
da internet mantidos por empresas com sede ou
Art. 57 As edificações públicas e privadas de uso
representação comercial no País ou por órgãos
coletivo já existentes devem garantir acessibilidade
de governo, para uso da pessoa com deficiência,
à pessoa com deficiência em todas as suas depen-
garantindo-lhe acesso às informações disponíveis,
dências e serviços, tendo como referência as nor-
conforme as melhores práticas e diretrizes de aces-
mas de acessibilidade vigentes.
sibilidade adotadas internacionalmente.
Art. 58 O projeto e a construção de edificação de
§ 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade
uso privado multifamiliar devem atender aos pre-
em destaque.
ceitos de acessibilidade, na forma regulamentar.
§ 2º Telecentros comunitários que receberem recur-
§ 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis
sos públicos federais para seu custeio ou sua insta-
pelo projeto e pela construção das edificações a que
lação e lan houses devem possuir equipamentos e
se refere o caput deste artigo devem assegurar
instalações acessíveis.
percentual mínimo de suas unidades internamente
§ 3º Os telecentros e as lan houses de que trata o
acessíveis, na forma regulamentar. § 2º deste artigo devem garantir, no mínimo, 10%
§ 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para (dez por cento) de seus computadores com recursos
a aquisição de unidades internamente acessíveis a de acessibilidade para pessoa com deficiência visual,
que se refere o § 1º deste artigo. sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento,
Art. 59 Em qualquer intervenção nas vias e nos quando o resultado percentual for inferior a 1 (um).
espaços públicos, o poder público e as empresas Art. 64 A acessibilidade nos sítios da internet de que
concessionárias responsáveis pela execução das trata o art. 63 desta Lei deve ser observada para
obras e dos serviços devem garantir, de forma segu- obtenção do financiamento de que trata o inciso III
ra, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessi- do art. 54 desta Lei.
bilidade das pessoas, durante e após sua execução. Art. 65 As empresas prestadoras de serviços de
Art. 60 Orientam-se, no que couber, pelas regras de telecomunicações deverão garantir pleno acesso à
acessibilidade previstas em legislação e em normas pessoa com deficiência, conforme regulamentação
técnicas, observado o disposto na Lei nº 10.098, de específica.
19 de dezembro de 2000, nº 10.257, de 10 de julho de Art. 66 Cabe ao poder público incentivar a oferta de
2001, e nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012: aparelhos de telefonia fixa e móvel celular com aces-
I - os planos diretores municipais, os planos dire- sibilidade que, entre outras tecnologias assistivas,
tores de transporte e trânsito, os planos de mobi- possuam possibilidade de indicação e de ampliação
lidade urbana e os planos de preservação de sítios sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
históricos elaborados ou atualizados a partir da Art. 67 Os serviços de radiodifusão de sons e ima-
publicação desta Lei; gens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis entre outros:
de uso e ocupação do solo e as leis do sistema viário; I - subtitulação por meio de legenda oculta;
III - os estudos prévios de impacto de vizinhança; II - janela com intérprete da Libras;
IV - as atividades de fiscalização e a imposição de III - audiodescrição.
sanções; e Art. 68 O poder público deve adotar mecanismos de
V - a legislação referente à prevenção contra incên- incentivo à produção, à edição, à difusão, à distribui-
dio e pânico. ção e à comercialização de livros em formatos aces-
§ 1º A concessão e a renovação de alvará de fun- síveis, inclusive em publicações da administração
cionamento para qualquer atividade são condicio- pública ou financiadas com recursos públicos, com
nadas à observação e à certificação das regras de vistas a garantir à pessoa com deficiência o direito
acessibilidade. de acesso à leitura, à informação e à comunicação.
§ 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilita- § 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para
ção equivalente e sua renovação, quando esta tiver o abastecimento ou a atualização de acervos de
sido emitida anteriormente às exigências de acessi- bibliotecas em todos os níveis e modalidades de edu-
bilidade, é condicionada à observação e à certifica- cação e de bibliotecas públicas, o poder público deve-
ção das regras de acessibilidade. rá adotar cláusulas de impedimento à participação
Art. 61 A formulação, a implementação e a manu- de editoras que não ofertem sua produção também
tenção das ações de acessibilidade atenderão às em formatos acessíveis.
seguintes premissas básicas: § 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos
I - eleição de prioridades, elaboração de cronogra- digitais que possam ser reconhecidos e acessados
ma e reserva de recursos para implementação das por softwares leitores de telas ou outras tecnolo-
ações; e gias assistivas que vierem a substituí-los, permitindo
II - planejamento contínuo e articulado entre os leitura com voz sintetizada, ampliação de caracte-
342 setores envolvidos. res, diferentes contrastes e impressão em Braille.
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§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclu-
adaptação e a produção de artigos científicos em sive com oferta de linhas de crédito subsidiadas,
formato acessível, inclusive em Libras. específicas para aquisição de tecnologia assistiva;
Art. 69 O poder público deve assegurar a disponi- II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos
bilidade de informações corretas e claras sobre os de importação de tecnologia assistiva, especial-
diferentes produtos e serviços ofertados, por quais- mente as questões atinentes a procedimentos alfan-
quer meios de comunicação empregados, inclusi- degários e sanitários;
ve em ambiente virtual, contendo a especificação III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à pro-
correta de quantidade, qualidade, características, dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive por
composição e preço, bem como sobre os eventuais meio de concessão de linhas de crédito subsidiado e
riscos à saúde e à segurança do consumidor com de parcerias com institutos de pesquisa oficiais;
deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia pro-
no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 dutiva e de importação de tecnologia assistiva;
de setembro de 1990. V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anún- novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
cios publicitários veiculados na imprensa escrita, produtos distribuídos no âmbito do SUS e por
na internet, no rádio, na televisão e nos demais veí- outros órgãos governamentais.
culos de comunicação abertos ou por assinatura Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto
devem disponibilizar, conforme a compatibilidade neste artigo, os procedimentos constantes do plano
do meio, os recursos de acessibilidade de que trata específico de medidas deverão ser avaliados, pelo
o art. 67 desta Lei, a expensas do fornecedor do pro- menos, a cada 2 (dois) anos.
duto ou do serviço, sem prejuízo da observância do
disposto nos arts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 de Do Direito à Participação na vida Pública e Política
setembro de 1990.
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, median- O direito à participação na vida pública e políti-
te solicitação, exemplares de bulas, prospectos, ca, previsto no art. 76, guarda relação com o exercício
textos ou qualquer outro tipo de material de divul-
da cidadania das pessoas com deficiência. A elas são
gação em formato acessível.
garantidos os direitos inerentes a sua capacidade elei-
Art. 70 As instituições promotoras de congressos,
seminários, oficinas e demais eventos de natureza
toral ativa e passiva. Para a promoção de tais medidas
científico-cultural devem oferecer à pessoa com de acessibilidade, a competência cabe aos Tribunais
deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia Regionais Eleitorais.
assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
Art. 71 Os congressos, os seminários, as oficinas Art. 76 O poder público deve garantir à pessoa com
e os demais eventos de natureza científico-cultu- deficiência todos os direitos políticos e a oportuni-
ral promovidos ou financiados pelo poder público dade de exercê-los em igualdade de condições com
devem garantir as condições de acessibilidade e os as demais pessoas.
recursos de tecnologia assistiva. § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
Art. 72 Os programas, as linhas de pesquisa e os direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
projetos a serem desenvolvidos com o apoio de das seguintes ações:
agências de financiamento e de órgãos e entidades I - garantia de que os procedimentos, as instala-
integrantes da administração pública que atuem no ções, os materiais e os equipamentos para votação
auxílio à pesquisa devem contemplar temas volta- sejam apropriados, acessíveis a todas as pessoas e
dos à tecnologia assistiva. de fácil compreensão e uso, sendo vedada a insta-
Art. 73 Caberá ao poder público, diretamente ou lação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa
em parceria com organizações da sociedade civil, com deficiência;
promover a capacitação de tradutores e intérpre- II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-
tes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais -se e a desempenhar quaisquer funções públicas em
habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia todos os níveis de governo, inclusive por meio do uso
e legendagem. de novas tecnologias assistivas, quando apropriado;
III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a
Da Tecnologia Assistiva propaganda eleitoral obrigatória e os debates trans-
mitidos pelas emissoras de televisão possuam, pelo
menos, os recursos elencados no art. 67 desta Lei;
Os arts. 74 e 75 referem-se à tecnologia assistiva,
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e,
conceituando-a como qualquer forma de apoio neces- para tanto, sempre que necessário e a seu pedido,
sário à promoção da autonomia e independência da permissão para que a pessoa com deficiência seja
pessoa com deficiência. Cabe ao poder público a res-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

auxiliada na votação por pessoa de sua escolha.


ponsabilidade de desenvolver um plano específico de § 2º O poder público promoverá a participação da
medidas, a ser renovado no período de quatro anos, pessoa com deficiência, inclusive quando institucio-
para facilitar a criação e promoção dessas tecnologias. nalizada, na condução das questões públicas, sem
Além disso, tais procedimentos deverão ser avaliados, discriminação e em igualdade de oportunidades,
pelo menos, a cada dois anos. observado o seguinte:
I - participação em organizações não governa-
Art. 74 É garantido à pessoa com deficiência acesso mentais relacionadas à vida pública e à política do
a produtos, recursos, estratégias, práticas, proces- País e em atividades e administração de partidos
sos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que políticos;
maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e II - formação de organizações para representar a
qualidade de vida. pessoa com deficiência em todos os níveis;
Art. 75 O poder público desenvolverá plano especí- III - participação da pessoa com deficiência em
fico de medidas, a ser renovado em cada período de organizações que a representem.
4 (quatro) anos, com a finalidade de: (Regulamento)
343
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Da Ciência e Tecnologia z Participação indireta do agente na conduta
delituosa ao reforçar ou encorajar uma pes-
Por último, também é estabelecido, na Lei nº soa a praticar a discriminação: diferentemente
13.146, de 2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele da conduta de induzir, aqui, a pessoa instigada já
está previsto nos arts. 77 e 78 e tem, como escopo, esti- tinha a intenção de discriminar, havendo apenas
mular a criação de cursos de pós-graduação na área um reforço/encorajamento. Temos, também, dois
de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen- agentes, um que reforça e outro que pratica. A con-
to de outras ações com o objetivo de formar recursos duta está no verbo instigar.
humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
área de conhecimento.
Direta: praticar
A partir do art. 78, inicia-se a parte especial. Nela,

ART. 88 — CONDUTAS
constam disposições acerca do direito de acesso à
Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e Indireta: induzir
a tipificação de determinadas condutas, como crimes
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao poder público realizar as adaptações e propor- Indireta: instigar
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários
para a plena participação da pessoa com deficiência
Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
no âmbito do Poder Judiciário.
tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
Quanto ao reconhecimento igualitário perante a
discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
lei, é reflexo do que já encontra disciplinado na Cons-
baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
tituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº 13.146, de
tar o exercício pleno de direitos.
2015, visa garantir à pessoa com deficiência o pleno
exercício de suas capacidades.
Art. 88 [...]
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
do agente.
Os crimes e as infrações administrativas estão
dispostos nos art. 88 a 91. Dos crimes elencados, ape- O parágrafo primeiro traz uma hipótese de causa de
nas o do art. 91 tem, como pena, a detenção. Todos os aumento de pena. Trata-se do fato de o agente, que pra-
demais apresentam pena de reclusão. ticou uma das condutas elencadas, ser o responsável
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação. O
z Detenção e reclusão são modalidades de penas aumento de 1/3 da pena decorre da proximidade e do
privativas de liberdade; dever de cuidado para com a pessoa com deficiência.
z Pena de reclusão é aplicada a condenações mais São exemplos: pais, tutores, curadores, guardiões, pro-
severas, por ser a única a admitir o regime inicial fessores, médicos, cuidadores, entre outros.
de cumprimento fechado. Essa modalidade admite
os três regimes de cumprimento: Art. 88 [...]
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
„ fechado; te artigo é cometido por intermédio de meios de
„ semiaberto; comunicação social ou de publicação de qual-
„ aberto. quer natureza:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
z Pena de detenção é aplicada a condenações mais
leves, uma vez que o regime inicial de cumprimen- O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
to será o semiaberto. A detenção admite os regi- me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
mes de cumprimento semiaberto e aberto, não da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
admitindo o fechado. meios de comunicação social ou de publicação de
qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
Vamos ao estudo dos crimes: de, chegando ao conhecimento de um número maior
de pessoas.
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- Atenção: a qualificadora altera o patamar da pena
ção de pessoa em razão de sua deficiência: (penas mínima e máxima constantes do tipo penal —
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. preceito secundário) em razão de novas elementares
acrescentadas, o que faz com que ele seja um tipo
O crime do art. 88 pode ser praticado de três modos: derivado autônomo ou independente. Por outro lado,
a causa de aumento (majorante) é apenas uma hipóte-
z Participação direta do agente na conduta deli- se para que a pena possa ser aumentada.
tuosa: aqui, o agente age de modo a discriminar a
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está Art. 88 [...]
no verbo praticar; § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá
z Participação indireta do agente na conduta deli- determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedi-
tuosa ao criar “na cabeça de outra pessoa” a ideia do deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência:
de que ela pratique a discriminação: aqui, temos
I – recolhimento ou busca e apreensão dos exem-
dois agentes, um que desperta a atenção de outro
plares do material discriminatório;
para a prática do crime e outro que, efetivamente,
II – interdição das respectivas mensagens ou pági-
pratica o crime. A conduta está no verbo induzir; nas de informação na internet.
344
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O parágrafo terceiro dispõe a consequência do assistência, mesmo quando possui o dever de cuidado
crime cometido por intermédio de meios de comuni- e proteção.
cação social ou de publicação de qualquer natureza.
Trata-se de medida para evitar a propagação da discri- Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual-
minação, uma vez que, verificada a ocorrência de dis- quer meio eletrônico ou documento de pessoa com
criminação da pessoa com deficiência por estes meios, deficiência destinados ao recebimento de benefícios,
é possível, ao juiz, após ouvido o Ministério Público proventos, pensões ou remuneração ou à realiza-
ou a pedido deste, determinar o recolhimento de todo ção de operações financeiras, com o fim de obter
o material em que está descrita a discriminação. No vantagem indevida para si ou para outrem:
caso de divulgação em site de internet, pode-se deter- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos,
e multa.
minar a retirada do ar da página ou do conteúdo.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um
terço) se o crime é cometido por tutor ou curador.
Art. 88 [...]
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito
da condenação, após o trânsito em julgado da deci- O crime do art. 91 pode ser praticado por duas con-
são, a destruição do material apreendido. dutas: retenção ou utilização. Ocorre quando o agente
fica na posse ou utiliza-se de cartão magnético ou meio
Por fim, o parágrafo quarto refere-se ao que irá eletrônico ou documento pessoal, com a finalidade
acontecer com o material apreendido ou bloqueado. de obter vantagem indevida para si ou para outrem.
Após o trânsito em julgado da decisão (quando esgo- Exemplo: utilização de carteira de passe livre em trans-
tou todos os meios de defesa e não há mais recurso porte coletivo com a intenção de não pagar a passa-
cabível), todo o material apreendido será destruído. gem. Trata-se de crime mais brando do que o do art.
89, pois, aqui, o objetivo não é prejudicar a pessoa com
Art. 89 Apropriar-se de ou desviar bens, proven- deficiência, mas aferir vantagem com a sua situação.
tos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer Cumpre mencionar, por necessário, que a Lei nº
outro rendimento de pessoa com deficiência: 13.146, de 2015, alterou o crime previsto no art. 8°, da
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e Lei nº 7.853, de 1989, que dispõe sobre o apoio às pes-
multa. soas com deficiência. Vejamos:

O crime tipificado no art. 89 pode ser praticado de Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2
dois modos: por apropriação ou por desvio. Enten- (dois) a 5 (cinco) anos e multa:
de-se por apropriação quando o agente faz da coisa I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender,
alheia como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, procrastinar, cancelar ou fazer cessar inscrição de
proventos, pensões, benefícios ou qualquer outro ren- aluno em estabelecimento de ensino de qualquer
curso ou grau, público ou privado, em razão de sua
dimento da pessoa com deficiência.
deficiência;
Já no desvio, o agente dá um destino diferente
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso
ao bem, proventos, pensões, benefícios ou qualquer de alguém a qualquer cargo ou emprego público,
outro rendimento da pessoa com deficiência. As duas em razão de sua deficiência;
condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um) III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promo-
a 4 (quatro) anos. ção à pessoa em razão de sua deficiência;
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou
Art. 89 [...] deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um ambulatorial à pessoa com deficiência;
terço) se o crime é cometido: V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execu-
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inven- ção de ordem judicial expedida na ação civil a que
tariante, testamenteiro ou depositário judicial; ou alude esta Lei;
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos
ou de profissão. indispensáveis à propositura da ação civil pública
objeto desta Lei, quando requisitados.
O parágrafo único apresenta uma hipótese de cau- § 1º Se o crime for praticado contra pessoa com
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios sub-
fissão para o cometimento do crime. jetivos para indeferimento de inscrição, de apro-
vação e de cumprimento de estágio probatório em
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em concursos públicos não exclui a responsabilidade
hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamen- patrimonial pessoal do administrador público
to ou congêneres: pelos danos causados.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, § 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
e multa. dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não planos privados de assistência à saúde, inclusive
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgên-
cia e emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).
O art. 90 tipifica o crime de abandono de pessoa
A nova redação dada ao artigo acrescentou ao
com deficiência, de modo a dar amparo e proteção
inciso I a conduta de cobrar valores adicionais por
a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar por sua
parte da instituição de ensino. Exemplos clássicos
vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de prestar
são as mensalidades diferenciadas para alunos com
345
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transtorno do espectro autista (com valores a mais). O CDC é uma norma relativamente enxuta, composta
O inciso II se refere à discriminação com relação a por 119 (cento e dezenove) artigos estruturados em seis
emprego, trabalho ou promoção. O inciso III ao aten- títulos. Em concursos públicos, a cobrança do CDC envol-
dimento médico e ambulatorial. O inciso IV à omissão ve, basicamente, os tópicos conceituais; as hipóteses de
de dados quando estes são essenciais à propositura de aplicabilidade e a própria letra da lei (legislação “seca”).
ação civil pública ou quando houver requisição. Deste modo, o presente estudo será voltado para esses
A Lei nº 13.146, de 2015, acrescentou parágrafos ao pontos, em especial, os dois primeiros títulos da norma.
art. 8º, da Lei nº 7.853, de 1989, estabelecendo causas Antes de iniciar o estudo, no entanto, é preciso ter
em mente que, para melhor compreender a legisla-
de aumento de pena ao crime.
ção, é primordial entender sua estrutura e identifi-
Por fim, é importante mencionar que todos os cri-
car as suas ideias mais importantes. Por essa razão,
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de
é extremamente importante ler o texto de lei e tentar
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete compreender os pontos mais importantes dos artigos,
ao Ministério Público promover a ação independente- sem precisar, contudo, decorá-los.
mente da vontade da vítima. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!

TÍTULO I — DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR

CÓDIGO DE PROTEÇÃO E DEFESA DO Os direitos do consumidor compreendem o pri-


meiro título do CDC. Eles se encontram disciplinados
CONSUMIDOR: LEI Nº 8.078, DE 1990 do art. 1º ao art. 60. Vejamos cada deles:
(VERSÃO ATUALIZADA)
Art. 1º O presente código estabelece normas de
A Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conhecida proteção e defesa do consumidor, de ordem públi-
como Código de Defesa do Consumidor (CDC), estabele- ca e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso
ceu as regras de proteção ao consumidor. Sua edição XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
foi necessária porque, até a promulgação da Constitui- 48 de suas Disposições Transitórias.
ção Federal de 1988 (CF, de 1988), os adquirentes de
O art. 1º, do CDC, reporta-se a três dispositivos
produtos e serviços não possuíam normas próprias,
constitucionais.
tendo que fundamentar a defesa de seus direitos no
A primeira proteção encontra-se no inciso XXXII,
antigo Código Civil de 1916 e nas seguintes legislações:
art. 5º, da CF, de 19882, isto é, no Título “Dos Direitos e
Garantias Fundamentais”. Assim sendo, a proteção ao
z Decreto nº 869, de 1938 (Lei de Crimes Contra a consumidor constitui um dos direitos e deveres indi-
Economia Popular); viduais e coletivos. Como consequência, a defesa do
z Decreto-Lei nº 22.626, de 1943 (Lei da Usura); consumidor promovida por meio do Estado é uma das
z Lei Delegada nº 4, de 1962, que cuida da inter- denominadas cláusulas pétreas.
venção estatal no domínio econômico para a Trata-se, portanto, de matéria que não pode ser
garantia de distribuição de produtos de primeira objeto de modificação por meio de qualquer proposta
necessidade; de Emenda Constitucional tendente a abolir ou esva-
z Lei nº 4.137, de 1962 (Lei de Repressão do Poder ziar a defesa dos direitos do consumidor.
Econômico), que instituiu o Sistema Brasileiro de A segunda proteção encontra-se no art. 170, da CF,
Defesa da Concorrência e criou o CADE — Conse- de 19883, de modo que a defesa do consumidor consti-
lho Administrativo de Defesa Econômica, estrutu- tuiu um dos princípios pelo qual a ordem econômica
rado, atualmente, pela Lei nº 12.529, de 2011. brasileira é estabelecida. Assim, a defesa do consumi-
dor é princípio de ação política do Estado brasileiro,
Com a CF, de 1988, a defesa do consumidor adqui- uma vez que legitima a adoção de políticas protetivas
riu um novo patamar. Ao mesmo tempo em que a para o consumidor. Como consequência, o Estado
poderá intervir na ordem econômica fundamentado
defesa do consumidor passou a ser tida como um
na defesa e interesses dos consumidores.
direito fundamental, tornou-se, também, um prin-
Por fim, o art. 48, do Ato das Disposições Constitucio-
cípio da ordem econômica. Para tanto, foi o próprio
nais Transitórias, estabeleceu o prazo de 120 (cento e vinte)
legislador constituinte que determinou a elaboração dias da promulgação da CF, de 1988, para que o Congresso
de um código para a defesa do consumidor. Assim, o Nacional elaborasse o Código de Defesa do Consumidor.
Congresso Nacional elaborou a Lei nº 8.078, de 1990, e Trata-se, portanto, de uma resposta legal protetiva.
deu efetividade ao comando constitucional para inau- Embora a CF, de 1988, tenha estabelecido o prazo
gurar um novo microssistema de proteção. para elaboração do CDC, observa-se que o prazo tem-
poral estabelecido pelo legislador constituinte não foi
Dica observado, uma vez que o Código foi promulgado em
11 de setembro de 1990 e sua entrada em vigor ocor-
A Súmula nº 297, do Superior Tribunal de Justiça, reu em 11 de março de 1991.
dispõe o seguinte: “O Código de Defesa do Con- Além de se reportar a estes dispositivos constitu-
sumidor é aplicável às instituições financeiras”. cionais, o art. 1º, do CDC, estabelece que as normas
2 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XXXII - o Estado
promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.
3 Art. 170 A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência
346 digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] V - defesa do consumidor.
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de proteção ao consumidor são de ordem pública e Importante!
interesse social, ou seja, são normas cogentes (obri-
O conceito de consumidor abrange não só o
gatórias), que não podem ser afastadas ou modifica-
adquirente, como também o usuário de produtos
das pela vontade das partes e que, ao mesmo tempo
em que buscam trazer equilíbrio na relação jurídica, ou serviços colocados no mercado de consumo.
equalizam a diferença entre consumidor e fornecedor.
Em síntese, o CDC estabelece normas que vão regu-
Cumpre mencionar, ainda, que o ponto central do
lar os contratos de consumo e limitar a autonomia da
conceito envolve compreender e delimitar o âmbi-
vontade, além de impossibilitar a renúncia do consu-
to de incidência da expressão destinatário final,
midor quanto aos direitos estabelecidos na lei, salvo
ou seja, distinguir a relação de consumo e a relação
os casos de expressa disposição em sentido contrário.
empresarial. Nesse sentido, três correntes dominam
Vale lembrar que normas de ordem pública são
os debates.
aquelas que revestem valores importantes para toda
a coletividade, isto é, que transcendem aos interesses A primeira é a corrente objetiva ou marxista,
particulares. que dá à expressão “destinatário final” a maior ampli-
Observa-se, no entanto, que, para que exista a rela- tude possível ao considerar o adquirente como desti-
ção de consumo, é preciso o requisito subjetivo, ou natário fático do produto ou serviço, por ter retirado
seja, a presença de um consumidor e de um fornecedor, este do mercado, sendo indiferente se o destinatário
além do requisito objetivo, isto é, uma relação que diga adquiriu o produto ou serviço com finalidades lucra-
respeito ao fornecimento de um produto ou serviço. tivas ou não, como, por exemplo, a empresa que com-
pra couro para produzir sapatos.
A segunda corrente é a corrente subjetiva ou
RELAÇÃO JURÍDICA finalista, que considera consumidor somente aquele
DE CONSUMO não profissional que adquire produto ou contrata ser-
viço, de modo a esgotar em si mesmo o consumo, sem
qualquer finalidade lucrativa, como, por exemplo, a
pessoa que adquire o sapato.
Elementos subjetivos: Por fim, a terceira corrente é a finalista mitiga-
Elemento objetivo: da ou mista, que opta por analisar o caso concreto,
consumidor e
produto ou serviço
fornecedor para enquadrar como destinatário final, como, por
exemplo, o motorista de caminhão quando adquire o
veículo ou a costureira quando adquire a máquina de
Para tanto, o CDC traz os seguintes conceitos nos costura. Cabe destacar, por fim, que a teoria finalis-
arts. 2º e 3º: consumidor, fornecedor, produto e servi- ta mitigada leva em consideração a vulnerabilidade,
ço. Vejamos tais conceitos: conceito que será estudado posteriormente.
Se o caput traz o conceito de consumidor em sentido
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídi- estrito, o parágrafo único estabelece o conceito de con-
ca que adquire ou utiliza produto ou serviço como
sumidor em sentido coletivo, de modo a equiparar ao
destinatário final.
consumidor a coletividade de pessoas, mesmo que inde-
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a cole-
tividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que termináveis, que esteja intervindo nas relações de consu-
haja intervindo nas relações de consumo. mo. Por exemplo: o caso de compra de um alimento por
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurí- uma pessoa, para ser consumido por diversas outras em
dica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, sua residência, de modo que, se todos sofrem lesão em
bem como os entes despersonalizados, que desen- decorrência do produto, todos serão consumidores por
volvem atividade de produção, montagem, criação, equiparação, por terem intervindo na relação de consu-
construção, transformação, importação, exporta- mo, mesmo que sem firmar o contrato de consumo.
ção, distribuição ou comercialização de produtos A finalidade do conceito é garantir a proteção cole-
ou prestação de serviços. tiva do consumidor, de modo a ampliar a abrangência
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, do CDC para além do consumidor individualmente
material ou imaterial.
considerado na sua relação com o fornecedor, uma
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mer-
vez que se trata de interesse que transcende ao indi-
cado de consumo, mediante remuneração, inclusi-
ve as de natureza bancária, financeira, de crédito víduo, ou seja, interesse difuso, coletivo e individual
e securitária, salvo as decorrentes das relações de homogêneo dos consumidores, conforme veremos
ATENDIMENTO BANCÁRIO

caráter trabalhista. pela leitura do texto do art. 81, do CDC.


Atente-se ao fato de que o art. 17 traz o concei-
O caput do art. 2º traz o conceito de consumidor to de consumidor bystander e o art. 29, o concei-
em sentido estrito, que comporta três elementos: to de consumidor em sentido amplo, exposto ou
virtual. Portanto, são mais dois dispositivos que
z Elemento subjetivo: pessoa física ou jurídica; ampliam o conceito de consumidor e serão tratados
z Elemento objetivo: que adquire ou utiliza produ- posteriormente.
to ou serviço; Por outro lado, o caput do art. 3º conceitua for-
z Elemento teleológico: como destinatário final. necedor como aquele que desenvolve a atividade
profissional no mercado de consumo com habitua-
Portanto, consumidor é toda pessoa física ou jurí- lidade, especialização e com finalidade econômica.
dica, independentemente se brasileira ou não, que Trata-se, portanto, de um conceito amplo que engloba
adquire ou utiliza um produto ou serviço na qualida- as seguintes espécies: produtor, montador, criador,
de de destinatário final. fabricante, construtor, transformador, importador, 347
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exportador, distribuidor, comerciante e o prestador V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios
de serviços. eficientes de controle de qualidade e segurança de
O núcleo do conceito de fornecedor é a ativida- produtos e serviços, assim como de mecanismos
de desempenhada, ou seja, somente é considerado alternativos de solução de conflitos de consumo;
fornecedor aquele que exerce a atividade de forma VI - coibição e repressão eficientes de todos os abu-
profissional, com habitualidade e com finalidade sos praticados no mercado de consumo, inclusive
econômica. a concorrência desleal e utilização indevida de
Os §§ 1º e 2º, do art. 3º, trazem os conceitos dos obje- inventos e criações industriais das marcas e nomes
tos da relação de consumo, ou seja, de produto e servi- comerciais e signos distintivos, que possam causar
ço. Por produto, entende-se qualquer bem, seja móvel prejuízos aos consumidores;
ou imóvel, material ou imaterial, podendo ser forneci- VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
do de forma remunerada ou não (ex.: amostra grátis). VIII - estudo constante das modificações do merca-
do de consumo.
As normas sobre as classificações dos bens não
IX - fomento de ações direcionadas à educação
estão no CDC, mas no Código Civil.
financeira e ambiental dos consumidores;
Por serviço, entende-se qualquer atividade for-
X - prevenção e tratamento do superendividamento
necida no mercado de consumo por meio de remu-
como forma de evitar a exclusão social do consumidor.
neração, seja ela direta ou indireta. A remuneração
indireta ocorre quando o custo do serviço já está
O art. 4º estabelece os objetivos da Política Nacio-
embutido no preço de outro produto ou serviço ofer-
nal e enumera os princípios aplicáveis à sua elabo-
tado pelo estabelecimento, como, por exemplo, no
caso de serviços de estacionamento em supermerca- ração e planejamento. Em síntese, os objetivos da
dos e shoppings ou o oferecimento de lavagem de veí- Política Nacional das Relações de Consumo são cinco:
culos em estacionamentos ou postos de combustível.
Portanto, há a incidência do CDC mesmo em caso de z atendimento das necessidades dos consumidores;
prestação de serviços aparentemente gratuitos. z respeito à sua dignidade, saúde e segurança;
Sobre serviço, cumpre mencionar, ainda, que, z proteção de seus interesses econômicos;
quando a prestação de serviços se dá com pessoalida- z melhoria da sua qualidade de vida;
de e subordinação, aplica-se a Consolidação das Leis z transparência e harmonia das relações de consumo.
do Trabalho (CLT) e, não, o CDC, por se tratar de rela-
ção de trabalho. Já no caso dos profissionais liberais, Com relação aos princípios elencados no dispo-
em regra, eles podem ser enquadrados como fornece- sitivo, o primeiro deles é o Princípio do Reconhe-
dores de serviços, ressalvando-se sua responsabiliza- cimento da Vulnerabilidade e da Proteção do
ção mediante aferição de culpa nos termos do § 4º, art. Consumidor. Explicando melhor: o consumidor é
14, do CDC, que será explicado à frente. a parte mais frágil da relação de consumo, pois, em
regra, o fornecedor possui situação econômica supe-
Política Nacional das Relações de Consumo rior, além de deter conhecimentos científicos, técnicas
de elaboração do produto e execução do serviço, entre
A Política Nacional das Relações de Consumo é tra- outros. Por essa razão, o consumidor ocupa posição de
tada nos arts. 4º e 5º, do CDC. Vejamos os dispositivos: vulnerabilidade, de modo que, para equilibrar a rela-
ção jurídica de consumo, o CDC trata de forma desi-
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consu- gual fornecedor e consumidor.
mo tem por objetivo o atendimento das necessida- A vulnerabilidade pode ocorrer por fatores fáticos,
des dos consumidores, o respeito à sua dignidade, técnicos ou jurídicos.
saúde e segurança, a proteção de seus interesses A vulnerabilidade fática refere-se à própria
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, situação socioeconômica do consumidor face ao for-
bem como a transparência e harmonia das relações
necedor, ou seja, em razão do poder econômico do
de consumo, atendidos os seguintes princípios:
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumi-
fornecedor ou do monopólio ou essencialidade do
dor no mercado de consumo; produto oferecido.
II - ação governamental no sentido de proteger efe- A vulnerabilidade técnica está relacionada ao pro-
tivamente o consumidor: cesso de elaboração, fabricação ou prestação, uma vez
a) por iniciativa direta; que o consumidor, por não fazer parte desse processo, não
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de detém conhecimento pleno sobre o produto ou serviço.
associações representativas; Por fim, a vulnerabilidade jurídica está ligada
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; ao desconhecimento do consumidor com relação aos
d) pela garantia dos produtos e serviços com efeitos da obrigação que contrai junto ao fornece-
padrões adequados de qualidade, segurança, dura- dor ou aos casos de contratos de adesão, em que, por
bilidade e desempenho.
serem produzidos unilateralmente pelo fornecedor,
III - harmonização dos interesses dos participan-
não há possibilidade de discussão de suas cláusulas
tes das relações de consumo e compatibilização
da proteção do consumidor com a necessidade pelo consumidor.
de desenvolvimento econômico e tecnológico, de O segundo princípio é o Princípio da Intervenção
modo a viabilizar os princípios nos quais se funda Estatal ou Princípio do Dever Governamental, que
a ordem econômica (art. 170, da Constituição Fede- impõe a atuação do Estado no sentido de proteger o
ral), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas consumidor. Tal proteção pode ser feita:
relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e con- z por iniciativa direta, como, por exemplo, no caso
sumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com de criação dos Serviços de Proteção ao Consumi-
348 vistas à melhoria do mercado de consumo; dor (Procon);
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z por incentivos à criação e ao desenvolvimento de Por fim, o décimo princípio é o Princípio da Pre-
associações representativas, de modo a oportuni- venção e Tratamento do Superendividamento. Tal
zar a organização dos consumidores; princípio tem como alicerce a reeducação financeira
z por meio da presença do Estado no mercado de do consumidor por meio de concessão de crédito res-
consumo, como nos casos das atividades essenciais ponsável, sendo estruturado pelos deveres de infor-
ou que digam respeito ao interesse público; mação previstos expressamente no art. 54, CDC, que
z pela garantia dos produtos e serviços com padrões será analisado posteriormente.
adequados de qualidade, segurança, durabilidade Por outro lado, o art. 5º, do CDC, estabelece os ins-
e desempenho, de maneira a atender não só às trumentos a serem utilizados na sua execução da polí-
necessidades dos consumidores, como a própria tica Nacional das Relações de Consumo. São eles:
viabilidade de inserção de produtos e serviços no
mercado em razão dos padrões de exigência. Art. 5º […]
I - manutenção de assistência jurídica, integral e
O terceiro princípio tratado no art. 4º, do CDC, é gratuita para o consumidor carente;
o Princípio da Harmonização dos Interesses e do II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa
do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
equilíbrio nas relações de consumo. Tal princípio
III - criação de delegacias de polícia especializadas
busca equacionar os interesses dos participantes das
no atendimento de consumidores vítimas de infra-
relações de consumo, de modo a compatibilizar a pro- ções penais de consumo;
teção do consumidor com a necessidade de desenvol- IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau-
vimento econômico e tecnológico do fornecedor. Em sas e Varas Especializadas para a solução de lití-
síntese, busca viabilizar os princípios nos quais se gios de consumo;
funda a ordem econômica com o equilíbrio nas rela- V - concessão de estímulos à criação e desenvolvi-
ções entre consumidor e fornecedor. mento das Associações de Defesa do Consumidor.
O quarto princípio é o Princípio da Conscientiza- VI - instituição de mecanismos de prevenção e tra-
ção, ou seja, o CDC impõe, como diretrizes da Políti- tamento extrajudicial e judicial do superendivida-
ca Nacional das Relações de Consumo, a educação e mento e de proteção do consumidor pessoa natural;
a informação tanto do fornecedor, como do consu- VII - instituição de núcleos de conciliação e media-
midor. Por conscientização, entende-se a busca tan- ção de conflitos oriundos de superendividamento.
to pela educação formal, como, por exemplo, com a
inclusão do tema nas grades curriculares das escolas, Pode-se dizer que se trata de um rol meramente
como na educação informal, como, por exemplo, nas exemplificativo.
ações dos Procons ou das associações civis.
O quinto princípio estabelecido no art. 4º, do CDC, Dos Direitos Básicos do Consumidor
é o Princípio do Incentivo à Autoiniciativa. Trata-se
do incentivo à criação de meios eficientes de contro- Os arts. 6º e 7º, do CDC, trazem os direitos funda-
le de qualidade e segurança de produtos e serviços mentais do consumidor. Trata-se, portanto, dos prin-
pelos fornecedores, além do incentivo aos mecanis- cípios que regem as relações de consumo, tais como
mos alternativos de solução de conflitos, tais como os proteção à vida, saúde e segurança, educação e infor-
métodos extrajudiciais de solução de controvérsias, mação, não abusividade, equilíbrio contratual, pre-
como a arbitragem, mediação e conciliação. venção e reparação integral, entre outros.
O sexto princípio é o Princípio da Coibição do
Abuso, que se refere à obrigação do Estado de coibir Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
e reprimir os abusos praticados no mercado de consu- I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os ris-
cos provocados por práticas no fornecimento de pro-
mo, como, por exemplo, a concorrência desleal e a uti-
dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
lização indevida de inventos e criações industriais de
II - a educação e divulgação sobre o consumo ade-
marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que
quado dos produtos e serviços, asseguradas a liber-
possam causar prejuízos aos consumidores. dade de escolha e a igualdade nas contratações;
O sétimo princípio previsto é o Princípio da Racio- III - a informação adequada e clara sobre os dife-
nalização e Melhoria dos Serviços Públicos, ou seja, rentes produtos e serviços, com especificação cor-
os serviços devem ser prestados de modo adequado reta de quantidade, características, composição,
e racional. Esse princípio será retomado quando for qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
analisado o art. 22, do CDC, que trata da obrigatorieda- sobre os riscos que apresentem;
de de os serviços serem fornecidos de forma adequa- IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
ATENDIMENTO BANCÁRIO

da, eficiente, segura e, no caso de serviço essencial, de abusiva, métodos comerciais coercitivos ou des-
modo contínuo por parte dos órgãos públicos ou por leais, bem como contra práticas e cláusulas abu-
intermédio de suas concessionárias. sivas ou impostas no fornecimento de produtos e
O oitavo princípio disposto no art. 4º, do CDC, é o serviços;
Princípio do Estudo Constante das Modificações V - a modificação das cláusulas contratuais que
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua
do Mercado de Consumo, ou seja, a necessidade de
revisão em razão de fatos supervenientes que as
constante averiguação da evolução de oferta de pro-
tornem excessivamente onerosas;
dutos e serviços no mercado de consumo em decor- VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patri-
rência do desenvolvimento de novas tecnologias ou moniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
de novos hábitos. VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrati-
O nono princípio é o Princípio da Educação e vos com vistas à prevenção ou reparação de danos
Informação, que reflete o dever do Estado de educar patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou
os consumidores, para que estes, cientes de seus direi- difusos, assegurada a proteção Jurídica, adminis-
tos e deveres, possam atuar de forma consciente. trativa e técnica aos necessitados; 349
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusi- qualquer tipo de situação vexatória, constrangimento
ve com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no ou ameaça no caso de inadimplência encontra-se dis-
processo civil, quando, a critério do juiz, for veros- ciplinada no art. 42 e o rol das cláusulas contratuais
símil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, consideradas abusivas, no art. 51, do CDC.
segundo as regras ordinárias de experiências; O inciso V, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito
IX - (Vetado);
ao equilíbrio contratual. Por equilíbrio contratual
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços
entende-se a garantia de modificação de cláusulas con-
públicos em geral.
XI - a garantia de práticas de crédito responsável, tratuais que estabeleçam prestações desproporcionais
de educação financeira e de prevenção e tratamen- ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
to de situações de superendividamento, preservado tornem excessivamente onerosas. Esse direito também
o mínimo existencial, nos termos da regulamenta- é denominado princípio da modificação das prestações
ção, por meio da revisão e da repactuação da dívi- desproporcionais ou princípio da preservação.
da, entre outras medidas; O inciso VI, do art. 6º, do CDC, trata do direito à
XII - a preservação do mínimo existencial, nos ter- prevenção e reparação integral, de modo a impor a
mos da regulamentação, na repactuação de dívidas completa reparação de danos patrimoniais e morais,
e na concessão de crédito; quer individuais, coletivos ou difusos. Por esse direito,
XIII - a informação acerca dos preços dos produtos depreende-se que o CDC veda o tarifamento de inde-
por unidade de medida, tal como por quilo, por litro,
nização por dano moral nos contratos de consumo,
por metro ou por outra unidade, conforme o caso.
Parágrafo único. A informação de que trata o inci-
ou seja, cabe ao juiz, no caso concreto, estabelecer os
so III do caput deste artigo deve ser acessível à valores indenizatórios com base nas características.
pessoa com deficiência, observado o disposto em O inciso VII estabelece o direito ao acesso à Jus-
regulamento. tiça. Portanto, ao consumidor é assegurado o acesso
aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à
O inciso I, do art. 6º, do CDC, estabelece o direito prevenção ou reparação de danos.
de proteção à vida, saúde e segurança como direito Esse princípio deve ser conjugado com o art. 5º, do
fundamental contra os riscos provocados por práticas CDC, que prevê, como instrumentos de execução da Polí-
no fornecimento de produtos e serviços considerados tica Nacional das Relações de Consumo, a instituição ou
perigosos ou nocivos. Conforme será visto a seguir, a manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita
os arts. 8º a 11 são destinados à proteção à saúde e para o consumidor carente, a instituição de Promotorias
à segurança do consumidor e à responsabilização do de Justiça de Defesa do Consumidor e a criação de Juiza-
fornecedor pelos acidentes de consumo. dos Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializa-
O inciso II, do art. 6º, do CDC, trata do direito à das para a solução de litígios de consumo.
educação e divulgação sobre consumo adequado, O inciso VIII, do art. 6º, do CDC, dispõe sobre o
uma vez que são direitos do consumidor a educação direito à facilitação da defesa dos direitos, mani-
e a divulgação sobre consumo adequado dos produ- festada por diversos mecanismos, tais como a soli-
tos e serviços, visando que as escolhas sejam realiza- dariedade passiva na reparação de danos (art. 7º),
das de modo correto e sem artimanhas. O dispositivo a responsabilização objetiva por fato do produto ou
engloba, ainda, o dever de assegurar a liberdade de serviço (arts. 12 e 14), a vedação à denunciação da
decidir e o acesso em igualdade de condições a outros lide (art. 88), a prerrogativa da propositura da ação no
consumidores. domicílio do consumidor-autor (inciso I, art. 101, do
O inciso III estabelece o direito à informação, de CDC) e a possibilidade de inversão do ônus da prova.
modo a garantir ao consumidor que sejam prestadas O inciso X estabelece o direito à adequada e efi-
as informações adequadas e claras sobre os diferentes caz prestação dos serviços públicos.
produtos e serviços, sendo dever do fornecedor a sua Os incisos XI a XIII foram incluídos pela Lei nº 14.181,
prestação. O dever de informação refere-se à especifi- de 2021 (Lei do Superendividamento). O objetivo desses
cação correta de quantidade, característica, composi- dispositivos é estabelecer um conjunto de regras volta-
ção, qualidade, tributos incidentes e preço, além dos das à proteção do consumidor por meio do crédito res-
riscos que podem apresentar o produto ou serviço. ponsável. O superendividamento é um problema social
que deve ter a atenção por parte do Estado.
Já nos termos do art. 7º, do CDC, os direitos estabe-
Importante! lecidos pela norma não excluem outros decorrentes
São desdobramentos do direito à informação a de tratados ou convenções internacionais, da legis-
garantia da cognoscibilidade prevista no art. 46, lação interna ordinária, de regulamentos expedidos
do CDC, e as regras de redação dos contratos de pelas autoridades administrativas competentes, bem
adesão trazidas no § 3º e 4º, art. 54, do CDC. como dos que derivem dos princípios gerais do direi-
to, analogia, costumes e equidade.

Art. 7º Os direitos previstos neste código não


O inciso IV trata do direito à não abusividade, ou excluem outros decorrentes de tratados ou conven-
seja, a proteção contra a publicidade enganosa e abu- ções internacionais de que o Brasil seja signatário,
siva, contra métodos comerciais coercitivos ou des- da legislação interna ordinária, de regulamentos
leais, assim como contra práticas e cláusulas abusivas expedidos pelas autoridades administrativas com-
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. petentes, bem como dos que derivem dos princípios
Os conceitos de publicidade enganosa e abusiva, gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
inclusive por omissão, estão previstos no art. 37, do Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa,
CDC. O elenco das práticas abusivas foi exemplifica- todos responderão solidariamente pela reparação
350 do no art. 39. Por fim, a garantia de não exposição a dos danos previstos nas normas de consumo.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção publicitários, veiculados na imprensa, rádio e televi-
e da Reparação dos Danos são, às suas expensas.

Com relação à qualidade do produto e serviço, à Art. 10 O fornecedor não poderá colocar no mer-
prevenção e à reparação dos danos, os arts. 8º a 11 tra- cado de consumo produto ou serviço que sabe ou
tam da Proteção à Saúde e Segurança, estabelecendo deveria saber apresentar alto grau de nocividade
as regras preventivas. ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, pos-
Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mer- teriormente à sua introdução no mercado de con-
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde sumo, tiver conhecimento da periculosidade que
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- apresentem, deverá comunicar o fato imediatamen-
rados normais e previsíveis em decorrência de sua te às autoridades competentes e aos consumidores,
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, mediante anúncios publicitários.
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- § 2º Os anúncios publicitários a que se refere o § ante-
sárias e adequadas a seu respeito. rior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão,
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabri- às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
cante cabe prestar as informações a que se refere § 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
este artigo, através de impressos apropriados que dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos
devam acompanhar o produto. consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e os Municípios deverão informá-los a respeito.
e utensílios utilizados no fornecimento de produtos
ou serviços, ou colocados à disposição do consumi- Trata-se do chamado recall.
dor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, Se, por um lado, o CDC busca privilegiar a preven-
quando for o caso, sobre o risco de contaminação. ção, por outro, sabe-se que danos podem ocorrer. Por
esse motivo, um dos direitos fundamentais do consu-
Observa-se que o art. 8º traz a regra de que o pro- midor é a reparação integral, sendo que a responsabi-
duto ou o serviço da relação de consumo não devem lidade é solidária, conforme estudado no inciso VI, do
acarretar risco à saúde ou à segurança dos consumi- art. 6º, e parágrafo único, do art. 7º, respectivamente.
dores. No entanto, existem riscos considerados nor- Assim sendo, o CDC dedicou seção própria para dis-
mais e previsíveis, que são da própria natureza de ciplinar a responsabilidade civil do fornecedor/
determinados produtos ou serviços, como, por exem- prestador.
plo, uma serra ou um processador de alimentos, que
podem trazer determinado risco no seu manuseio.
Existe, também, produto ou serviço cujo grau de peri- Importante!
culosidade ou de nocividade é mais acentuada, tais como
A responsabilidade pode ser apurada em três
no caso dos agrotóxicos ou dos serviços de dedetização.
esferas: civil, penal e administrativa. O CDC tra-
Nesses casos, face à utilidade gerada com sua colocação
no mercado, é necessário que o produto ou serviço seja ta, nos arts. 12 a 25, da responsabilidade civil,
acompanhado de informações ostensivas e adequadas ou seja, da responsabilidade de indenizar caso a
sobre sua nocividade e periculosidade, sem prejuízo de conduta gere um dano ao consumidor.
outras medidas no caso concreto, nos termos do art. 9º.
Antes de iniciar o estudo sobre a responsabilidade
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços poten-
civil do fornecedor, é preciso distinguir o vício e o fato
cialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segu-
do produto ou serviço.
rança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou pericu-
Vício refere-se a uma impropriedade ou inadequa-
losidade, sem prejuízo da adoção de outras medi- ção do objeto de consumo quanto à sua qualidade ou
das cabíveis em cada caso concreto. quantidade, atingindo a esfera econômica do consu-
midor, como, por exemplo, um aparelho eletrônico
A Lei nº 13.486, de 2017, inseriu os dois parágra- que não liga ou não funciona adequadamente ou um
fos constantes do art. 8º, do CDC. O primeiro trata alimento embalado como 1 (um) quilo, mas que con-
da obrigação do fabricante de produto industrial de tém somente 900 (novecentos) gramas.
prestar as informações relativas à segurança por meio Fato diz respeito ao denominado acidente de con-
de impressos apropriados que o acompanhem. Já o sumo, ou seja, um defeito no produto ou serviço que
vai atingir a saúde ou a segurança do consumidor,
segundo trata da exigência de higienização dos equi-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

como, por exemplo, um aparelho eletrônico montado


pamentos e utensílios utilizados no fornecimento de
de forma errada e que pode explodir ou um alimento
produtos ou serviços, informando ostensiva e adequa-
contaminado.
damente sobre eventual risco de contaminação.
Os arts. 12, 13, 14 e 17 tratam da responsabilidade
O art. 10 trata da hipótese de a periculosidade ou
civil pelo fato do produto ou serviço:
nocividade do produto ou serviço extrapolar o razoá-
vel. Nesse caso, o CDC veda expressamente a sua colo-
Art. 12 O fabricante, o produtor, o construtor,
cação no mercado, como, por exemplo, nos casos de
nacional ou estrangeiro, e o importador respon-
medicamentos proibidos em que os efeitos colaterais dem, independentemente da existência de culpa,
superam os benefícios trazidos. pela reparação dos danos causados aos consumido-
No entanto, existem casos em que esse risco só res por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
é detectado após a colocação do produto ou serviço construção, montagem, fórmulas, manipulação,
no mercado. Nessa hipótese, o fornecedor é obriga- apresentação ou acondicionamento de seus pro-
do a comunicar o fato imediatamente às autoridades dutos, bem como por informações insuficientes ou
competentes e aos consumidores, mediante anúncios inadequadas sobre sua utilização e riscos. 351
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§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a z embora tenha colocado o produto no mercado, o defei-
segurança que dele legitimamente se espera, levan- to inexiste, ou seja, que o produto foi devidamente
do-se em consideração as circunstâncias relevan- fabricado ou o serviço foi regularmente prestado;
tes, entre as quais: z a culpa é exclusiva do consumidor ou de tercei-
I - sua apresentação; ro, como, por exemplo, o aparelho quando é utili-
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se zado em voltagem incorreta e pega fogo.
esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
O art. 13 trata da responsabilidade objetiva do
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado
comerciante. Como regra, o acidente de consumo
no mercado. ocorre por um defeito no processo de fabricação do
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou produto. Deste modo, quando se trata de fato do pro-
importador só não será responsabilizado quando duto, diferentemente do que ocorre com o vício, a
provar: responsabilidade principal é sempre do fabricante,
I - que não colocou o produto no mercado; construtor, produtor ou importador, respondendo
II - que, embora haja colocado o produto no merca- o comerciante apenas quando o fabricante, o cons-
do, o defeito inexiste; trutor, o produtor ou o importador não puderem ser
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. identificados ou, podendo, não o são de fato.
Geralmente, é o caso dos produtos “in natura”, isto é,
z Tipos de Responsabilidade Civil no CDC aqueles colocados no mercado sem processos industriais
ou de transformação, como uma refeição servida em res-
„ Responsabilidade objetiva (3 elementos): taurante ou a venda de cereais a granel no varejo.
conduta (ação ou omissão) + dano (resulta- Também há responsabilidade do comerciante no
do) + nexo de causalidade (a conduta gerou o caso de produto fornecido sem identificação clara do
resultado); seu fabricante, produtor, construtor ou importador.
„ Responsabilidade subjetiva (4 elementos): Por fim, há a responsabilidade no caso de má conser-
conduta (ação ou omissão) + dano (resultado) + vação do produto, como nas hipóteses de produto com
nexo de causalidade (a conduta gerou o resul- lacre violado ou mau acondicionado.
tado) + culpa em sentido amplo (dolo ou culpa).
Art. 13 O comerciante é igualmente responsável,
O art. 12, do CDC, trata do fato do produto ao atri- nos termos do artigo anterior, quando:
buir a responsabilidade objetiva do fabricante, I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o
produtor, construtor (nacional ou estrangeiro) ou importador não puderem ser identificados;
importador pelos danos causados aos consumidores II - o produto for fornecido sem identificação clara do
por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, cons- seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos
trução, montagem, fórmulas, manipulação, apresen-
perecíveis.
tação ou acondicionamento de seus produtos, bem
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento
como por informações insuficientes ou inadequadas ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso
sobre sua utilização e seus riscos. Trata-se, portanto, contra os demais responsáveis, segundo sua parti-
de produto defeituoso, cuja responsabilidade inde- cipação na causação do evento danoso.
pende da existência de culpa.
Observa-se que o art. 12 é bem abrangente, uma
vez que busca atingir toda a cadeia produtiva, isto é, Importante!
desde a concepção do produto até a sua divulgação.
Assim, trata-se de rol meramente exemplificativo. Em decorrência da dificuldade de prova, o pará-
Complementando o caput do art. 12, o § 1º concei- grafo único, do art. 13, estabelece a possibilidade
tua como produto defeituoso aquele cujo risco excede de o consumidor ingressar com a demanda em
ao esperado. Portanto, são aqueles que extrapolam face de todos os integrantes da cadeia de produ-
os riscos normais do produto em si, ou seja, aos ris- ção/fornecimento por meio de ação regressiva,
cos decorrentes da própria natureza do produto, ten- de modo a resolver entre si a questão em confor-
do em consideração sua apresentação, uso e riscos midade com sua participação no evento danoso.
razoáveis e a época em que foi colocado em circula-
ção, como, por exemplo, triturador de alimentos com
a hélice solta, bateria de celular com sobrecarga ou Art. 14 O fornecedor de serviços responde, indepen-
automóvel cujo airbag não funciona adequadamente. dentemente da existência de culpa, pela reparação
Em contrapartida, o § 2º exclui do conceito de dos danos causados aos consumidores por defeitos
defeito o produto ou serviço que é colocado no mer- relativos à prestação dos serviços, bem como por
cado quando existe outro de melhor qualidade. Expli- informações insuficientes ou inadequadas sobre
cando melhor: o fato de existirem computadores ou sua fruição e riscos.
telefones celulares com novas tecnologias não torna § 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a
segurança que o consumidor dele pode esperar,
os produtos anteriores defeituosos.
levando-se em consideração as circunstâncias rele-
O § 3º, por sua vez, trata das hipóteses de excluden-
vantes, entre as quais:
te de responsabilidade. Assim, para afastar sua obri- I - o modo de seu fornecimento;
gação de indenizar, deve o fornecedor provar que: II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele
se esperam;
z não colocou o produto no mercado, como, por exem- III - a época em que foi fornecido.
plo, nos casos decorrentes de falsificação do produto; § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
adoção de novas técnicas.
352
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§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsa- impróprios ou inadequados ao consumo a que se des-
bilizado quando provar: tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais ou mensagem publicitária, respeitadas as variações
liberais será apurada mediante a verificação de decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor
culpa. exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
O art. 14, do CDC, trata da responsabilidade obje- trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativa-
tiva do fornecedor do serviço. Assim como ocorre mente e à sua escolha:
com o produto, o acidente de consumo decorrente I - a substituição do produto por outro da mesma
de fato ou vício do serviço impõe, também, a respon- espécie, em perfeitas condições de uso;
sabilização do fornecedor, independentemente da II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
existência de culpa, pela reparação dos danos causa-
perdas e danos;
dos aos consumidores pela existência de defeito ou
III - o abatimento proporcional do preço.
informações insuficientes ou inadequadas. Exemplo: § 2º Poderão as partes convencionar a redução ou
serviço de dedetização com aplicação de veneno em ampliação do prazo previsto no § anterior, não
dosagem acima do recomendado, de modo a causar podendo ser inferior a sete nem superior a cento
intoxicação ao consumidor. e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula
O § 1º, do art. 14, traz o conceito de serviço defei- de prazo deverá ser convencionada em separado,
tuoso, ou seja, aquele que não fornece a segurança por meio de manifestação expressa do consumidor.
esperada ao consumidor, tendo em vista as circuns- § 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das
tâncias relevantes, entre as quais o modo do seu for- alternativas do § 1º deste artigo sempre que, em
necimento, o resultado e risco que dele são esperados razão da extensão do vício, a substituição das par-
e a época em que foi fornecido. Exemplo: ausência de tes viciadas puder comprometer a qualidade ou
informação adequada sobre a profundidade de uma características do produto, diminuir-lhe o valor ou
piscina em um hotel, causando lesão ao hóspede que se tratar de produto essencial.
mergulhou no local. § 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa
O § 2º, do art. 14, é semelhante ao do art. 13. do inciso I do § 1º deste artigo, e não sendo possível
Enquanto este se refere ao produto, aquele trata da a substituição do bem, poderá haver substituição
por outro de espécie, marca ou modelo diversos,
evolução das técnicas de execução de um serviço.
mediante complementação ou restituição de even-
Assim, não se pode considerar defeituoso o serviço
tual diferença de preço, sem prejuízo do disposto
somente pelo fato de existirem técnicas mais moder- nos incisos II e III do § 1º deste artigo.
nas para sua execução. § 5º No caso de fornecimento de produtos in natura,
Já o § 3º, do art. 14, trata das hipóteses de exclu- será responsável perante o consumidor o fornece-
dentes de responsabilidade. De acordo com o dor imediato, exceto quando identificado claramen-
dispositivo, o fornecedor de serviços não será respon- te seu produtor.
sabilizado se provar que, tendo prestado o serviço, o § 6º São impróprios ao uso e consumo:
defeito inexiste ou a culpa é exclusiva do consumidor I - os produtos cujos prazos de validade estejam
ou de terceiro. vencidos;
O § 4º traz uma exceção à responsabilidade obje- II - os produtos deteriorados, alterados, adultera-
tiva do prestador de serviço, ou seja, a responsabi- dos, avariados, falsificados, corrompidos, frauda-
lidade subjetiva do profissional liberal. Portanto, dos, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
deve ser apurada a culpa dos profissionais liberais aqueles em desacordo com as normas regulamen-
para imputar a responsabilidade. Exemplo: serviço tares de fabricação, distribuição ou apresentação;
prestado por um médico em seu consultório; a res- III - os produtos que, por qualquer motivo, se reve-
ponsabilidade é subjetiva, devendo verificar se houve lem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 19 Os fornecedores respondem solidariamente
negligência, imprudência ou imperícia.
pelos vícios de quantidade do produto sempre que,
Por fim, o art. 17 traz a noção de consumidor para
respeitadas as variações decorrentes de sua natu-
proteger todas as vítimas do evento. Trata-se do deno- reza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
minado consumidor bystander, ou seja, aquela vítima constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem
que não participou diretamente do negócio, mas sofreu ou de mensagem publicitária, podendo o consumi-
as consequências do evento danoso. São exemplos: dor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
ATENDIMENTO BANCÁRIO

z aparelho celular que explode com terceiro que não II - complementação do peso ou medida;
aquele que comprou o aparelho; III - a substituição do produto por outro da mesma
z avião que cai em uma residência e mata, além de espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
seus passageiros, os moradores do local. IV - a restituição imediata da quantia paga, mone-
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
Art. 17 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se perdas e danos.
aos consumidores todas as vítimas do evento. § 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do
artigo anterior.
Os arts. 18 a 25 tratam da responsabilidade civil § 2º O fornecedor imediato será responsável quan-
do fizer a pesagem ou a medição e o instrumento
pelo vício do produto ou serviço. Vejamos:
utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 18 Os fornecedores de produtos de consumo
duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem Observa-se que os dois primeiros artigos (18 e
19) tratam dos vícios do produto, ou seja, produtos 353
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que, em razão da qualidade ou quantidade, se tor- O art. 19, do CDC, trata do vício de quantidade do
nem impróprios ou inadequados ao consumo ou lhes produto, ou seja, aquele decorrente de variação não
diminuam o valor, assim aqueles decorrentes de dis- tolerável de conteúdo em relação às indicações cons-
paridade. Exemplo: computador cuja memória ou tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
processador é inferior ao informado nas suas especi- mensagem publicitária. Exemplo: produto alimentício
ficações técnicas ou produto com quantidade inferior cujo peso não atinja ao informado na embalagem.
ao especificado na embalagem. Semelhantemente ao Ao consumidor, cabe optar por uma destas
fato do produto, a responsabilidade civil por vício do alternativas:
produto também é objetiva, recaindo tanto sobre pro-
dutos duráveis como não duráveis. z abatimento proporcional do preço;
A durabilidade do produto ou serviço está relacio- z complementação do peso ou medida;
nada à expectativa de sua utilidade para com o consu- z substituição do produto por outro da mesma espé-
midor. Assim, considera-se produto durável aquele cie, ou por produto diverso, mediante complemen-
que não se consuma imediatamente, possuindo vida tação ou restituição de eventual diferença de preço;
útil com duração razoável, tais como automóveis, z restituição imediata da quantia paga.
celulares, computadores.
Já os serviços duráveis são aqueles cujos efeitos O art. 20, do CDC, disciplina a responsabilida-
são por prazo também razoável, tais como reforma ou de pelos serviços com vício de qualidade, ou seja,
pintura de imóvel ou assistência técnica de eletrodo- aquele vício que o torne impróprio ao consumo ou
méstico, entre outros. que lhe diminua o valor, como, por exemplo, aque-
Em contrapartida, produtos não duráveis são les decorrentes de disparidade com relação à oferta
aqueles cujo consumo importa em destruição imedia- publicitária.
ta da substância ou em lapso temporal muito peque- Disciplina, ainda, a responsabilidade pelos servi-
no, tais como os gêneros alimentícios e os produtos de ços impróprios, isto é, aqueles que se mostram ina-
higiene pessoal. dequados para o fim que deles se espera, assim como
Serviços não duráveis são aqueles que perduram aquele que não atende às normas regulamentares de
por um prazo bem curto, tais como serviços de trans- prestabilidade, tais como serviço de funilaria de auto-
porte, lavagem de automóvel, manicure, entre outros. móvel que descasca na semana seguinte à realização;
De acordo com o caput do art. 18, complementado planos de prestadoras de telefonia móvel com serviço
por seu § 6º, são considerados impróprios ao uso e indisponível; planos de saúde sem cobertura prevista,
consumo: entre outros.
Nesses casos, pode o consumidor optar pelas
z os produtos cujos prazos de validade estejam seguintes alternativas:
vencidos;
z os produtos deteriorados, alterados, adulterados, z reexecução dos serviços, sem custo adicional ou
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, realização deste por terceiro capacitado, por conta
nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, e risco do fornecedor;
aqueles em desacordo com as normas regulamen- z restituição imediata da quantia paga;
tares de fabricação, distribuição ou apresentação; z abatimento proporcional do preço.
z os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
inadequados ao fim a que se destinam. Art. 20 O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
São exemplos: os produtos perecíveis, tais como consumo ou lhes diminuam o valor, assim como
alimentos, cujo prazo se encontra fora da validade ou por aqueles decorrentes da disparidade com as
brinquedo falsificado ou que não atenda às normas indicações constantes da oferta ou mensagem
técnicas de fabricação ou segurança. publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
No caso de vício de qualidade do produto, o § 1º tivamente e à sua escolha:
estabelece ao fornecedor o prazo de trinta dias para I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e
quando cabível;
sanar o vício. Já ao consumidor cabe optar por uma
II - a restituição imediata da quantia paga, mone-
destas possibilidades:
tariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
perdas e danos;
z pedir a substituição do produto por outro da mes- III - o abatimento proporcional do preço.
ma espécie, em perfeitas condições de uso, ou por § 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada
produto diverso mediante complementação ou a terceiros devidamente capacitados, por conta e
restituição de eventual diferença de preço; risco do fornecedor.
z pedir a restituição imediata da quantia paga, § 2º São impróprios os serviços que se mostrem
monetariamente atualizada, sem prejuízo de even- inadequados para os fins que razoavelmente deles
tuais perdas e danos; se esperam, bem como aqueles que não atendam as
z pedir o abatimento proporcional do preço. normas regulamentares de prestabilidade.

Portanto, deve-se pedir a troca do produto, o ressar- Dica


cimento do valor pago ou a diminuição do seu preço.
O consumidor não precisa aguardar o prazo legal Não há, no CDC, previsão expressa de vício de
para fazer uso dessas alternativas se, em razão da quantidade do serviço. No entanto, aplica-se, por
extensão do vício, a substituição das partes viciadas analogia, o artigo do CDC que trata do vício de
puder comprometer a qualidade ou características do quantidade do produto.
produto, diminuir-lhe o valor ou tratar-se de produto
354 essencial.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 22 trata dos serviços públicos, sejam estes estacionamento fixar placas dizendo que não se respon-
prestados pelos órgãos públicos diretamente ou indi- sabiliza pelo veículo não o exime de sua responsabilidade.
retamente pelas empresas concessionárias, permis-
sionárias ou autorizadas. Art. 25 É vedada a estipulação contratual de cláusula
A responsabilidade pelos serviços públicos é obje- que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de
tiva e deve o serviço ser fornecido de modo adequado, indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
eficiente, seguro e, no caso de serviço essencial, como § 1º Havendo mais de um responsável pela causação
serviço de água, iluminação e segurança pública, por do dano, todos responderão solidariamente pela
exemplo, de forma contínua. reparação prevista nesta e nas seções anteriores.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça
Art. 22 Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, incorporada ao produto ou serviço, são responsá-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer veis solidários seu fabricante, construtor ou impor-
outra forma de empreendimento, são obrigados a tador e o que realizou a incorporação.
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e,
quanto aos essenciais, contínuos. Os arts. 26 e 27, do CDC, estabelecem as regras
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total sobre decadência e prescrição. Assim:
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios aparentes
rar os danos causados, na forma prevista neste código. ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de ser-
Nos termos do art. 23, do CDC, o fato de o forne- viço e de produtos não duráveis;
cedor desconhecer o vício de qualidade por inade- II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de
quação dos produtos e serviços não o exime de sua serviço e de produtos duráveis.
responsabilidade. § 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a
partir da entrega efetiva do produto ou do término
Art. 23 A ignorância do fornecedor sobre os vícios da execução dos serviços.
de qualidade por inadequação dos produtos e servi- § 2º Obstam a decadência:
ços não o exime de responsabilidade. I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e
serviços até a resposta negativa correspondente,
O art. 24 trata da garantia legal de adequação do
que deve ser transmitida de forma inequívoca;
produto ou serviço. Explicando melhor, a garantia
II - (Vetado).
decorre de lei e independe de termo expresso, ou seja,
III - a instauração de inquérito civil, até seu
ela é assegurada ao consumidor independentemente
encerramento.
de o fornecedor estipular que não se responsabiliza
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini-
por vício no serviço ou produto.
cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27 Prescreve em cinco anos a pretensão à
Art. 24 A garantia legal de adequação do produto reparação pelos danos causados por fato do pro-
ou serviço independe de termo expresso, vedada a duto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
exoneração contratual do fornecedor. tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.
São modalidades de garantia: Parágrafo único. (Vetado).

z Garantia legal: Inicialmente, cumpre mencionar que o CDC traz


„ é obrigatória; a responsabilidade do fornecedor para os casos de
„ independe de termo expresso; vícios aparentes ou de fácil constatação e não
„ vedada exoneração do fornecedor; somente para os vícios ocultos. Para tanto, o prazo
„ 30 dias produtos e serviços não duráveis; decadencial é de 30 (trinta) dias para bens não durá-
„ 90 dias produtos e serviços duráveis. veis ou 90 (noventa) dias para bens duráveis. Assim,
o consumidor possui 30 dias para reclamar de um
z Garantia contratual: alimento ou medicamento e 90 dias para reclamar de
um eletrodoméstico ou eletrônico.
„ não é obrigatória; Nos termos do § 1º, art. 26, o prazo decadencial
„ depende de termo expresso; tem início com a entrega efetiva do produto ou do tér-
„ é complementar à garantia legal.
mino da execução do serviço. Isso significa dizer que
se um objeto, por exemplo, é comprado como presen-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Portanto, quem fixa a garantia legal é o CDC. Já as


te, o prazo só começa a fluir com a entrega ao presen-
partes podem fixar a garantia contratual, que é com-
teado e não com a data da compra.
plementar à legal. Deste modo, este prazo começa a
Este dispositivo é aplicado no caso de vício aparen-
valer após expirado o prazo da garantia legal.
te ou de fácil constatação, ou seja, aquele que pode ser
Exemplo: se para determinado produto a garantia
legal é de 30 (trinta) dias, mas o fornecedor concede 7 facilmente detectado. Caso se trate de vício oculto, o
(sete) dias de garantia contratual, na realidade, serão prazo decadencial terá início no momento em que
37 (trinta e sete) dias no total. ficar evidenciado o defeito, em conformidade com
O prazo de garantia legal não está no art. 24. Ele é o § 3º.
expresso no art. 26. O § 2º, do art. 26, traz as hipóteses de obstaculi-
Complementando o art. 24, o art. 25, do CDC, veda a zação da decadência. São elas: reclamação formulada
exoneração ou atenuação da garantia legal por meio de pelo consumidor até a resposta negativa do fornece-
contrato, ou seja, o fato de não estar previsto em contrato dor e a instauração de inquérito civil a cargo do Minis-
não retira a garantia do produto. Exemplo, o fato de um tério Público, até seu encerramento. Portanto, nestas
hipóteses não se computa o prazo. 355
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Se a decadência tem por efeito extinguir o direito, Das Práticas Comerciais
a prescrição visa extinguir a ação. A prescrição para
o fato do produto ou serviço encontra-se disciplina- As práticas comerciais estão disciplinadas nos
da no art. 27, do CDC. Assim, o prazo para que o consu- arts. 29 a 45, de modo a envolver a oferta, a publici-
midor ingresse com a ação para reparação dos danos dade, as práticas abusivas, as regras para cobrança de
causados por fato do produto ou do serviço prescreve dívidas e o tratamento dos dados dos consumidores.
em 5 (cinco) anos, contados a partir do conhecimento O art. 29 trata das disposições gerais e traz o con-
do dano e de sua autoria. ceito de consumidor em sentido amplo, exposto ou
virtual. Assim:

VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO — INADE- Art. 29 Para os fins deste Capítulo e do seguinte,
QUAÇÃO COM OS FINS ESPERADOS equiparam-se aos consumidores todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele
30 produtos e serviços previstas.
não duráveis
Decadência
90 para produtos e servi- Observa-se, portanto, que o art. 29 é mais uma das
ços duráveis hipóteses que amplia o conceito de consumidor. Tra-
ta-se de equiparar ao consumidor do art. 2º todas as
Fato do produto ou do serviço — acidente de consumo pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas
previstas no CDC, ou seja, os consumidores em poten-
Prescrição 5 anos cial que, embora não tenham concretizado a relação
de consumo, encontram-se exposto às práticas do
O art. 28, do CDC, trata da Desconsideração da mercado, tais como oferta e publicidade.
Personalidade Jurídica: As regras acerca da oferta são tratadas nos arts.
30 a 35, do CDC. Vejamos os dispositivos:
Art. 28 O juiz poderá desconsiderar a personalidade
jurídica da sociedade quando, em detrimento do con- Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficien-
sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, temente precisa, veiculada por qualquer forma ou
infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos meio de comunicação com relação a produtos e ser-
estatutos ou contrato social. A desconsideração tam- viços oferecidos ou apresentados, obriga o fornece-
bém será efetivada quando houver falência, estado de dor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa o contrato que vier a ser celebrado.
jurídica provocados por má administração.
§ 1º(Vetado). O princípio da vinculação da oferta está previs-
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e
to no art. 30, do CDC. Por oferta, entende-se toda e
as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
qualquer manifestação de vontade do fornecedor com
ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
o objetivo de externar sua intenção de contratar e as
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamen-
te responsáveis pelas obrigações decorrentes deste condições deste negócio jurídico. Em síntese, é uma
código. espécie de informação pré-contratual.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por A oferta possui as seguintes características:
culpa.
§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa z deve abranger toda informação ou publicidade,
jurídica sempre que sua personalidade for, de algu- desde que suficientemente precisa, de modo a
ma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos identificar o produto ou serviço ofertado pelo for-
causados aos consumidores. necedor, e veiculada por qualquer forma ou meio
de comunicação, como, por exemplo, jornal, televi-
Trata-se da possibilidade de atingir o patrimônio são, folheto, cartaz, entre outros;
particular das pessoas que compõem o quadro socie- z a oferta obriga o fornecedor a cumprir integral-
tário de determinada empresa, sempre que haja des- mente a oferta veiculada. Exemplo: ofertou produto
vio de finalidade ou abuso de direito em relação à a R$ 100,00, mesmo que alegue que o valor correto
autonomia patrimonial conferida à pessoa jurídica. seria R$ 130,00, é obrigado a cumprir integralmen-
Assim, o art. 28 busca resguardar a situação do te a oferta, pouco importando a alegação de que o
consumidor frente aos atos dolosos do fornecedor, anúncio saiu com erro. Fornecedor fez a oferta e
quer abusivos, quer fraudulentos, quer ilícitos. Além vinculou, sua responsabilidade é objetiva, ou seja,
disso, resguarda o consumidor no caso de atos culpo- independe de culpa/dolo na oferta errada, salvo no
sos graves, tais como a má administração, que levem caso de a oferta possuir erro grosseiro, patente e
à falência, insolvência ou extinção da pessoa jurídi- identificável, como, por exemplo, vinculou o produ-
ca, permitindo também a desconsideração da pessoa to por R$ 100,00, mas ele custa R$ 1.000,00;
jurídica. z a oferta integra o contrato que vier a ser celebrado,
A desconsideração da personalidade jurídica pre- mesmo que não constante expressamente do teor
vista no CDC é diferente da disposta no Código Civil. das cláusulas contratuais. Exemplo: no momento
A do CDC é chamada teoria menor; sua amplitude é da oferta o vendedor afirma ao consumidor que na
maior que a do CC, tendo em vista que ao consumi- aquisição do veículo terá tanque cheio, ou seja, a
dor não é necessário fazer prova quanto ao abuso de concessionária se compromete a entregá-lo com o
direito, fraude ou confusão patrimonial. tanque de combustível completo, mesmo que isso
não conste do contrato a ser celebrado.

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Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou O CDC não estabelece um prazo para que o for-
serviços devem assegurar informações corretas, necedor e/ou importador continuem com o dever de
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa reposição das peças. No entanto, tanto a doutrina
sobre suas características, qualidades, quantidade, como a jurisprudência entendem que o critério a ser
composição, preço, garantia, prazos de validade utilizado é o da vida útil do bem. Portanto, se a dura-
e origem, entre outros dados, bem como sobre os bilidade média deste equipamento é de 5 (cinco) anos,
riscos que apresentam à saúde e segurança dos ele é obrigado a ofertar ao mercado peças de reposi-
consumidores.
ção por este prazo.
Parágrafo único. As informações de que trata este
O art. 33 trata da oferta ou venda por telefone ou
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
reembolso postal. Seu objetivo é garantir a transpa-
rência nas relações de consumo, de modo que haja a
correta identificação do fabricante e do seu domicílio
O art. 31, por sua vez, trata das características da
empresarial na embalagem, publicidade ou em todos
oferta e do modo de apresentação dos produtos e ser-
os seus impressos.
viços. São característica da oferta:
Já o seu parágrafo único proíbe a publicidade de
bens e serviços por telefone, quando a chamada for
z informação correta, ou seja, verdadeira, não
onerosa ao consumidor que a origina. Exemplo: ope-
podendo ser enganosa.
radora de celular que liga para oferecer um determi-
nado produto ao cliente quando este se encontra fora
Puffing é uma técnica admitida no ordenamento
da área de cobertura gratuita, de modo a pagar pela
jurídico em que há um exagero publicitário, deno-
chamada realizada pela própria operadora.
minado dolus bonus. Exemplo: “melhor hambúrguer
do mundo!”, “melhor sorvete que existe”. No entanto,
Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou
esta técnica só é permitida se a informação que cons- reembolso postal, deve constar o nome do fabrican-
ta na mensagem for um dado subjetivo, isto é, aquele te e endereço na embalagem, publicidade e em todos
que varia de pessoa para pessoa. Portanto, pode ser os impressos utilizados na transação comercial.
melhor hambúrguer do mundo para Fulano e não ser Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e
para Beltrano; serviços por telefone, quando a chamada for onero-
sa ao consumidor que a origina.
z informação clara e de entendimento de imediato;
z informação precisa e exata. Exemplo: pacote com O art. 34, do CDC, trata da responsabilidade pelos
20kg; atos dos prepostos ou representantes autônomos.
z informação ostensiva, sendo de fácil percepção e Assim, o fornecedor é solidariamente responsável
captação; pelos atos de seus agentes.
z informação em língua portuguesa;
Art. 34 O fornecedor do produto ou serviço é soli-
dariamente responsável pelos atos de seus prepos-
Importante! tos ou representantes autônomos.

É possível a utilização de língua estrangeira para Por fim, o art. 35 estabelece as opções que tem o
produtos e serviços importados, porém de forma consumidor diante da recusa do fornecedor em cum-
excepcional. prir a oferta veiculada. Neste caso, pode o consumi-
dor, alternativamente e à sua livre escolha:
z Informação indelével, ou seja, que não se apaga
z optar por exigir o cumprimento forçado da oferta;
com o tempo;
z aceitar outro produto/serviço equivalente;
z Informação legível (visível).
z rescindir o contrato.
Quanto ao modo de apresentação, os produtos
Art. 35 Se o fornecedor de produtos ou serviços
ou serviços devem conter as características, qualida-
recusar cumprimento à oferta, apresentação ou
des, quantidade, composição, preço, garantia, prazos publicidade, o consumidor poderá, alternativamen-
de validade e origem, entre outros dados, tais como te e à sua livre escolha:
sobre os riscos que apresentam à saúde ou à seguran- I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos
ça do consumidor. termos da oferta, apresentação ou publicidade;
O art. 32 estabelece que os fabricantes e importado- II - aceitar outro produto ou prestação de serviço
ATENDIMENTO BANCÁRIO

res deverão assegurar peças para reposição. Exemplo: equivalente;


o fabricante disponibiliza um determinado equipa- III - rescindir o contrato, com direito à restituição
mento elétrico no mercado e, mesmo que modernize de quantia eventualmente antecipada, monetaria-
tal equipamento, deverá continuar a disponibilizar as mente atualizada, e a perdas e danos.
peças para reposição deste na versão antiga.
Uma das espécies de oferta é a publicidade. Oferta
Art. 32 Os fabricantes e importadores deverão é gênero o qual comporta toda e qualquer declaração
assegurar a oferta de componentes e peças de repo- de vontade voltada à celebração da relação de con-
sição enquanto não cessar a fabricação ou impor- sumo, ao passo que publicidade é a informação que
tação do produto. promove comercialmente o produto ou serviço.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importa- As normas que disciplinam a publicidade são tra-
ção, a oferta deverá ser mantida por período razoá- tadas nos arts. 36 a 38, do CDC. Vejamos os dispositivos:
vel de tempo, na forma da lei.
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Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal for- z a exploradora do medo ou superstição;
ma que o consumidor, fácil e imediatamente, a iden- z a incitadora de violência;
tifique como tal. z a antiambiental;
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de z a indutora de insegurança;
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, z a dirigida a crianças.
para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten- Por fim, o art. 38 estabelece o princípio da inversão
tação à mensagem.
do ônus da prova. Assim, em caso de dúvida acerca da
Art. 37 É proibida toda publicidade enganosa ou
publicidade, cabe ao fornecedor provar que a publici-
abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informa-
dade não é enganosa ou abusiva.
ção ou comunicação de caráter publicitário, intei-
ra ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro Das Práticas Abusivas
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em
erro o consumidor a respeito da natureza, carac- As regras sobre as práticas abusivas encontram-
terísticas, qualidade, quantidade, propriedades, -se nos arts. 39 a 41, do CDC. Vejamos os dispositivos:
origem, preço e quaisquer outros dados sobre pro-
dutos e serviços. Art. 39 É vedado ao fornecedor de produtos ou ser-
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade dis- viços, dentre outras práticas abusivas:
criminatória de qualquer natureza, a que incite à I - condicionar o fornecimento de produto ou de ser-
violência, explore o medo ou a superstição, se apro- viço ao fornecimento de outro produto ou serviço,
veite da deficiência de julgamento e experiência da bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;
criança, desrespeita valores ambientais, ou que II - recusar atendimento às demandas dos consu-
seja capaz de induzir o consumidor a se compor- midores, na exata medida de suas disponibilidades
tar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos
ou segurança. e costumes;
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solici-
enganosa por omissão quando deixar de informar tação prévia, qualquer produto, ou fornecer qual-
sobre dado essencial do produto ou serviço. quer serviço;
§ 4º (Vetado). IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do con-
Art. 38 O ônus da prova da veracidade e correção sumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conheci-
da informação ou comunicação publicitária cabe a mento ou condição social, para impingir-lhe seus
quem as patrocina. produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente
Assim, a publicidade é a prática utilizada para a excessiva;
promoção de bens e serviços colocados no mercado, VI - executar serviços sem a prévia elaboração de
com o objetivo de dar conhecimento ao consumidor orçamento e autorização expressa do consumidor,
ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
da sua existência e convencê-lo a adquiri-los.
entre as partes;
Nos termos do art. 37, a publicidade deve se pautar
VII - repassar informação depreciativa, referente a
pelo princípio da boa-fé, sendo proibida publicidade ato praticado pelo consumidor no exercício de seus
enganosa ou abusiva. Por conseguinte, o consumidor direitos;
deve ter consciência do que se trata a publicidade ao VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer
ser exposto a ela, sendo vedada a publicidade sublimi- produto ou serviço em desacordo com as normas
nar, isto é, aquela oculta. expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
Importante! credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
A publicidade subliminar ou oculta fere o princí- IX - recusar a venda de bens ou a prestação de ser-
pio da identificação da publicidade. viços, diretamente a quem se disponha a adquiri-
-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais;
O § 1º, do art. 37, traz o conceito de publicida- X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou
de enganosa. Por publicidade enganosa entende-se serviços.
aquela que induz o consumidor a erro, independen- XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
temente de ter sido a intenção do fornecedor enganar 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando
ou não o consumidor. Portanto, a responsabilidade do da conversão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
fornecedor por uma publicidade enganosa é objetiva. XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento
Exemplos de publicidade enganosa: pacote turísti- de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo
co que afirma contemplar o aéreo e a hospedagem e, inicial a seu exclusivo critério.
no momento da estadia, o consumidor é surpreendi- XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso
do legal ou contratualmente estabelecido.
do com a informação de que a hospedagem não está
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos
contemplada ou o fornecedor que não informa na
comerciais ou de serviços de um número maior de
embalagem que o produto contém glúten e lactose e o consumidores que o fixado pela autoridade admi-
consumidor que o adquiriu é alérgico e acaba sofren- nistrativa como máximo.
do danos. Parágrafo único. Os serviços prestados e os pro-
Já o § 2º, do art. 37, traz um rol exemplificativo do dutos remetidos ou entregues ao consumidor,
que considera como publicidade abusiva, tais como: na hipótese prevista no inciso III, equiparam-
-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de
358 z a publicidade discriminatória; pagamento.
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O art. 39, do CDC, traz, em seus incisos, rol exempli- técnica expedida pelos órgãos oficiais competentes
ficativo das práticas abusivas na relação de consumo. regulamentando o fornecimento de produto/serviço,
O inciso I trata do condicionamento no fornecimento compete ao fornecedor respeitá-la, sob pena de carac-
do produto ou serviço ao fornecimento de outro pro- terização de prática abusiva.
duto ou serviço, ou seja, a denominada venda casada. O inciso IX trata do intermediário obrigatório,
Exemplo: concessão de empréstimo bancário condicio- isto é, a recusa à venda de bens/serviços diretamen-
nado à aquisição de seguro de vida, consulta oftalmológi- te a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto
ca condicionada à compra dos óculos, entre outros. pagamento, ressalvando nos casos em que a interme-
O inciso I, do art. 39, também impede o fornecedor diação é regulamentada por lei. Portanto, o disposi-
de obrigar o consumidor a adquirir uma quantidade tivo afasta a figura do intermediário obrigatório em
mínima ou máxima de um determinado produto. Por casos em que a lei não faz tal exigência.
esta razão, as promoções de aquisição de mais de um O inciso X trata da elevação de preço sem justa
produto, como, por exemplo, as promoções “leve 2 causa, isto é, a elevação de preços sem justificativa,
pelo preço de 1” são de caráter facultativo e não obri- como, por exemplo, no caso do álcool em gel no início
gatório, pois é permitida ao consumidor a alternativa da pandemia da covid-19.
de efetuar a aquisição de apenas um produto da espé- O inciso XII trata do prazo para cumprimento de
cie, abrindo mão do desconto oferecido, se for o caso. obrigação, de modo a vedar que o fornecedor deixe
Quanto à limitação máxima de quantidades de pro- de estipular prazo para o cumprimento de sua obriga-
dutos, esta só é possível em situações justificáveis, como, ção ou fixe tal prazo a seu critério exclusivo. Exemplo:
por exemplo, nos casos de adversidades climáticas ou construtoras que deixam de fixar prazo para conclu-
em hipótese de racionamento de determinado produto. são das obras.
O inciso II, do art. 39, trata da recusa imotivada O inciso XIII dispõe sobre o reajuste, de forma a
ao atendimento de demanda do consumidor, ou proibir o reajuste contratual por meio da aplicação de
seja, recusar o fornecimento de um determinado pro- fórmula ou índice diverso do legal ou contratualmen-
duto/serviço quer em relação aos consumidores de te estabelecido. Exemplo: reajuste de planos de saúde
um modo geral, quer em relação a um consumidor fora do pactuado ou do permitido pela lei.
específico. Exemplo: ter um determinado produto em Por fim, o inciso XIV trata do ingresso em estabe-
estoque, mas recusar vendê-lo a um consumidor por lecimentos comerciais. De acordo com o dispositivo,
ter com ele problemas de ordem pessoal. constitui prática abusiva permitir o ingresso de um
O inciso III trata do fornecimento não solicitado número maior ao máximo permitido de consumido-
do produto ou serviço, como, por exemplo, banco que res em estabelecimentos comerciais ou de serviços.
disponibiliza crédito em conta do correntista como for- Portanto, a fixação de lotação máxima fixada pela
ma de ofertar empréstimo ou produto que é enviado autoridade está relacionada à segurança.
ou entregue ao consumidor, sem solicitação prévia.
O fornecimento não solicitado não se confunde Art. 40 O fornecedor de serviço será obrigado a
com amostras grátis, uma vez que, neste caso, o con- entregar ao consumidor orçamento prévio discri-
sumidor não tem a obrigação de pagar pelo produto minando o valor da mão-de-obra, dos materiais e
ou serviço. equipamentos a serem empregados, as condições
O inciso IV trata do abuso da condição de espe- de pagamento, bem como as datas de início e tér-
cial vulnerabilidade, de modo a proibir que o forne- mino dos serviços.
cedor se utilize da vulnerabilidade ou ignorância do § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado
consumidor para forçar a aquisição do produto ou terá validade pelo prazo de dez dias, contado de seu
serviço. Atenção: trata-se de condição de vulnerabili- recebimento pelo consumidor.
dade para o mercado de consumo, como nos casos de § 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orça-
idade, conhecimento, condição social, entre outros. mento obriga os contraentes e somente pode ser
O inciso V dispõe acerca da exigência de vanta- alterado mediante livre negociação das partes.
gem excessiva. Deste modo, é proibido ao fornecedor § 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus
exigir vantagem manifestamente excessiva do consu- ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
midor. Exemplo: plano de saúde que exige troca de de terceiros não previstos no orçamento prévio.
categoria para manter paciente em UTI. Basta a mera
exigência, não sendo, portanto, necessária a concreti- O art. 40, do CDC, estabelece as regras acerca do
zação da vantagem pleiteada. orçamento prévio que deve ser entregue pelo for-
O inciso VI refere-se à execução de serviço sem necedor. Neste, devem estar discriminados: valor da
orçamento e autorização. Assim sendo, não é possí- mão de obra, valor dos materiais e equipamentos a
ATENDIMENTO BANCÁRIO

vel a execução de serviços pelo fornecedor sem a pré- serem utilizados, as condições para pagamento e as
via elaboração de orçamento e autorização expressa datas de início e término.
do consumidor. O § 1º trata da validade deste, ou seja, o orçamen-
O inciso VI é complementado pelo art. 40, do CDC, to é válido pelo prazo de 10 dias, contados do recebi-
que trata do conteúdo, validade e efeitos do orçamen- mento pelo consumidor, sendo, no entanto, possível a
to prévio elaborado pelo fornecedor. estipulação de forma diversa.
O inciso VII trata do repasse de informações O § 2º, do art. 40, estabelece que, no caso de apro-
depreciativas referente ao consumidor ou a ato pra- vação do orçamento prévio pelo consumidor, este
ticado por este no exercício de seus direitos, com o vinculará fornecedor e consumidor, podendo ser alte-
objetivo de garantir a devida utilização dos bancos de rado apenas pela vontade das partes.
dados e cadastros de consumidores. Exemplo: criar O § 3º trata do ônus ou acréscimos decorrentes da
uma lista de “maus pagadores”. contratação de serviços de terceiros não previstos no
O inciso VIII estabelece as regras acerca da obser- orçamento prévio. Este é de responsabilidade do for-
vação das normas técnicas, ou seja, se há norma necedor e não do consumidor. 359
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Finalizando a parte atinente às práticas abusivas, § 3º O consumidor, sempre que encontrar inexati-
o art. 41 trata do tabelamento de preços para o for- dão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua
necimento de produtos ou serviços. Portanto, é dever imediata correção, devendo o arquivista, no prazo
do fornecedor respeitar os limites oficiais sob pena de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos even-
de responder pela restituição da quantia recebida em tuais destinatários das informações incorretas.
excesso, monetariamente atualizada, ou de ter o negó- § 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a con-
cio desfeito pelo consumidor. sumidores, os serviços de proteção ao crédito e congê-
neres são considerados entidades de caráter público.
Art. 41 No caso de fornecimento de produtos ou de § 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de
serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabe- débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos
lamento de preços, os fornecedores deverão respei- respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais-
tar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, quer informações que possam impedir ou dificultar
responderem pela restituição da quantia recebida novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.
em excesso, monetariamente atualizada, podendo o § 6º Todas as informações de que trata o caput des-
consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do te artigo devem ser disponibilizadas em formatos
negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. acessíveis, inclusive para a pessoa com deficiência,
mediante solicitação do consumidor.
As normas acerca da cobrança de dívida estão
disciplinadas nos arts. 42 e 42-A, do CDC. Vejamos os O art. 43 traz os direitos básicos dos consumido-
dispositivos: res, que são:

Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor ina- z direito ao acesso, ou seja, a saber quais são as
dimplente não será exposto a ridículo, nem será informações existentes em cadastros, fichas e
submetido a qualquer tipo de constrangimento ou registo de dados pessoais e de consumo, além de
ameaça. acesso às fontes que originaram tais informações;
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quan- z direito à exclusão, isto é, de a informação negativa
tia indevida tem direito à repetição do indébito, não perdurar por período superior a 5 (cinco) anos;
por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, z direito à retificação, ou seja, de ter retificado dado
acrescido de correção monetária e juros legais, sal- incorreto constante dos arquivos de consumo;
vo hipótese de engano justificável. z direito à comunicação, isto é, de ser comunicado
Art. 42-A Em todos os documentos de cobrança de
quando seus dados forem inseridos nos arquivos
débitos apresentados ao consumidor, deverão cons-
de consumo.
tar o nome, o endereço e o número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor O art. 44, do CDC, disciplina acerca do chamado
do produto ou serviço correspondente. cadastro de reclamações fundamentadas, que é uma
espécie de banco de dados de maus fornecedores.
O art. 42 disciplina a cobrança de dívidas. De
acordo com o dispositivo, o consumidor não poderá Art. 44 Os órgãos públicos de defesa do consumidor
ser submetido a qualquer tipo de constrangimento manterão cadastros atualizados de reclamações
ou ameaça, como no caso de cobrança vexatória ou fundamentadas contra fornecedores de produtos e
invasiva (carro de som anunciando o nome dos ina- serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente.
A divulgação indicará se a reclamação foi atendida
dimplentes de uma empresa, por exemplo), cobrança
ou não pelo fornecedor.
efetuada em local indevido ou por meio que possibili-
§ 1º É facultado o acesso às informações lá cons-
te o conhecimento de terceiros (cobrança por meio de
tantes para orientação e consulta por qualquer
publicação em rede social, por exemplo).
interessado.
Semelhantemente ao art. 940, do Código Civil, o § 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes-
parágrafo único, do art. 42, impõe a restituição em mas regras enunciadas no artigo anterior e as do
dobro daquilo que o consumidor pagou em excesso Parágrafo Único do art. 22 deste código.
em razão da cobrança indevida, acrescido de correção
monetária e juros legais, exceto nos casos de engano Da Proteção Contratual
justificável.
Por fim, o art. 42-A traz as regras acerca de como
Na sequência, os arts. 46 a 54 estabelecem as regras
deve ser procedida a cobrança.
sobre a proteção contratual no Código de Defesa do
Com relação aos bancos de dados e cadastro de
Consumidor. Trata-se de um rol com cláusulas consi-
consumidores, suas regras estão dispostas nos arts.
deradas abusivas, além de estabelecer o conceito e os
43 a 44, do CDC. Vejamos os dispositivos:
requisitos para a validade e eficácia dos contratos de
adesão. Vejamos os dispositivos gerais:
Art. 43 O consumidor, sem prejuízo do disposto no
art. 86, terá acesso às informações existentes em
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de Art. 46 Os contratos que regulam as relações de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as consumo não obrigarão os consumidores, se não
suas respectivas fontes. lhes for dada a oportunidade de tomar conheci-
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem mento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de instrumentos forem redigidos de modo a dificultar
fácil compreensão, não podendo conter informações a compreensão de seu sentido e alcance.
negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados As normas gerais de proteção contratual têm iní-
pessoais e de consumo deverá ser comunicada por cio no art. 46, do CDC, que traz a denominada garan-
360 escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele. tia de cognoscibilidade. Trata-se do desdobramento
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
do direito à informação disciplinado no inciso III, do Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalen-
art. 6º, do CDC. Como consequência, o contrato não te deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
obrigará o consumidor se, ao emitir sua declaração adequada em que consiste a mesma garantia, bem
de vontade, este não possuir conhecimento prévio do como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser
clausulado, como nos casos em que a falta de clareza exercitada e os ônus a cargo do consumidor, deven-
impede a exata compreensão do conteúdo. O contrato do ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
obrigará apenas o fornecedor. fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado
de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
O art. 47 trata da interpretação mais favorável
duto em linguagem didática, com ilustrações.
ao consumidor. Isso ocorre devido ao fato de ele ser
a parte vulnerável da relação de consumo.
O art. 50, do CDC, trata da garantia contratual, ou
seja, aquela que complementa a garantia legal discipli-
Art. 47 As cláusulas contratuais serão interpreta-
das de maneira mais favorável ao consumidor.
nada no art. 26, sendo facultativa e conferida median-
te termo escrito, observados os seguintes requisitos:
O art. 48, do CDC, disciplina as declarações de
vontade constantes de escritos particulares, reci- z ser padronizada;
bos e pré-contratos. Nesses casos, toda proposta ou z esclarecer em que consiste a garantia, a forma, o
declaração constante desses escritos particulares prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os
obrigará os fornecedores. Assim sendo, caso o forne- ônus a cargo do consumidor;
cedor entregue um orçamento prévio ao consumidor, z ser entregue ao consumidor devidamente preen-
ele estará obrigado a prestar o serviço pelo modo e chido pelo fornecedor, no ato do fornecimento;
pelo preço orçado. z estar acompanhada de manual de instrução, de
instalação e uso do produto em linguagem didáti-
Art. 48 As declarações de vontade constantes de
ca, com ilustrações.
escritos particulares, recibos e pré-contratos rela-
tivos às relações de consumo vinculam o fornece- Ainda com relação à proteção contratual, os arts.
dor, ensejando inclusive execução específica, nos 51 a 53 estabelecem as regras acerca das cláusulas
termos do art. 84 e parágrafos. abusivas. Vejamos os dispositivos:
Art. 49 O consumidor pode desistir do contrato, no
prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as
ato de recebimento do produto ou serviço, sempre cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de
que a contratação de fornecimento de produtos e produtos e serviços que:
serviços ocorrer fora do estabelecimento comer- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a respon-
cial, especialmente por telefone ou a domicílio. sabilidade do fornecedor por vícios de qualquer
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direi- natureza dos produtos e serviços ou impliquem
to de arrependimento previsto neste artigo, os valo- renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
res eventualmente pagos, a qualquer título, durante consumo entre o fornecedor e o consumidor pes-
o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, soa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
monetariamente atualizados. situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembol-
O art. 49 estabelece o instituto do direito ao arre- so da quantia já paga, nos casos previstos neste
pendimento, ou seja, o prazo de reflexão para com- código;
pras realizadas fora do estabelecimento comercial. III - transfiram responsabilidades a terceiros;
Seus requisitos são: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
z exercício do direito potestativo4 dentro do prazo boa-fé ou a eqüidade;
legal; V - (Vetado);
z contratação ocorrida fora do estabelecimento VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em pre-
comercial. Exemplo: por telefone, internet, catálo- juízo do consumidor;
gos, entre outros. VII - determinem a utilização compulsória de
arbitragem;
O prazo legal para arrependimento é de 7 dias, VIII - imponham representante para concluir ou
contados da assinatura do contrato ou do ato de rece- realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
bimento do produto ou serviço. IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou
não o contrato, embora obrigando o consumidor;
ATENDIMENTO BANCÁRIO

X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamen-


Dica te, variação do preço de maneira unilateral;
Não se trata de qualquer inadequação por vício XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato
do produto ou serviço, mas do direito do consu- unilateralmente, sem que igual direito seja conferi-
midor de desistir da relação contratual. Não se do ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos
demanda motivos ou explicações, desde que
de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito
obedecido o prazo legal e com a condição de lhe seja conferido contra o fornecedor;
ter sido a aquisição realizada fora do estabeleci- XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilate-
mento comercial. ralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
após sua celebração;
Art. 50 A garantia contratual é complementar à XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
legal e será conferida mediante termo escrito. ambientais;

4 Direito incontroverso e que não cabe discussões. 361


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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção Em síntese, as cláusulas abusivas são todas aque-
ao consumidor; las que vão de encontro à proteção do CDC. Por essa
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização razão, o rol trazido pelo art. 51 é meramente exempli-
por benfeitorias necessárias. ficativo. A consequência para uma cláusula abusiva é
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o a sua nulidade, de modo a conservar o negócio jurídi-
acesso aos órgãos do Poder Judiciário; co, mas declarar nula a cláusula, retirando-a da rela-
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de ção contratual e garantindo a manutenção dos demais
impontualidade das prestações mensais ou impeçam termos, salvo impossibilidade.
o restabelecimento integral dos direitos do consumi- A nulidade da cláusula abusiva, por ser de pleno
dor e de seus meios de pagamento a partir da purga- direito, pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, salvo
ção da mora ou do acordo com os credores; em casos de contratos bancários. Nesse caso, aplica-se
XIX - (VETADO). a Súmula nº 381, do Superior Tribunal de Justiça:
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a van-
tagem que:
Súmula nº 381 (STJ) Nos contratos bancários, é
I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurí-
vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusivi-
dico a que pertence; dade das cláusulas.
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
A Lei do Superendividamento acrescentou os inci-
seu objeto ou equilíbrio contratual;
sos XVII e XVIII ao art. 51.
III - se mostra excessivamente onerosa para o consu-
O inciso XVII estabelece a nulidade da cláusula
midor, considerando-se a natureza e conteúdo do con-
trato, o interesse das partes e outras circunstâncias que condicione ou crie limites ao acesso aos órgãos do
peculiares ao caso. Poder Judiciário. Neste ponto é importante lembrar
§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva que o inciso XXXV, art. 5º, da CF, de 1988, dispõe sobre
não invalida o contrato, exceto quando de sua ausên- a inafastabilidade de acesso ao Poder Judiciário. Deste
cia, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus modo, o dispositivo busca dar efetividade ao manda-
excessivo a qualquer das partes. mento constitucional e garantir ao consumidor tanto
§ 3º (Vetado). o acesso aos órgãos judiciários como administrativos,
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade buscando a prevenção e a reparação de eventuais
que o represente requerer ao Ministério Público que danos. Tal inciso deve ser analisado em conjunto com
ajuíze a competente ação para ser declarada a nuli- o art. 54-C, do CDC.
dade de cláusula contratual que contrarie o disposto Por fim, o inciso XVIII trata da nulidade das
neste código ou de qualquer forma não assegure o cláusulas que criem prazos de carência em caso de
justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes. impontualidade de prestações mensais ou impeçam o
Art. 52 No fornecimento de produtos ou serviços que restabelecimento integral dos direitos do consumidor.
envolva outorga de crédito ou concessão de finan- Trata-se, portanto, de impor limites às consequên-
ciamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre cias da mora do consumidor, uma vez que o próprio
outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente ordenamento jurídico já estabelece as consequências
sobre: no caso de inadimplemento, tais como multa, juros
I - preço do produto ou serviço em moeda corrente legais, correção monetária, cláusula penal, arras, per-
nacional; das e danos.
II - montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual O art. 54, por sua vez, disciplina os contratos de
de juros; adesão:
III - acréscimos legalmente previstos;
IV - número e periodicidade das prestações; Art. 54 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas
V - soma total a pagar, com e sem financiamento. tenham sido aprovadas pela autoridade competen-
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemen- te ou estabelecidas unilateralmente pelo fornece-
to de obrigações no seu termo não poderão ser supe- dor de produtos ou serviços, sem que o consumidor
riores a dois por cento do valor da prestação. possa discutir ou modificar substancialmente seu
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação anteci- conteúdo.
pada do débito, total ou parcialmente, mediante redu- § 1º A inserção de cláusula no formulário não desfi-
ção proporcional dos juros e demais acréscimos. gura a natureza de adesão do contrato.
§ 3º (Vetado). § 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusu-
Art. 53 Nos contratos de compra e venda de móveis la resolutória, desde que a alternativa, cabendo a
ou imóveis mediante pagamento em prestações, bem escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
como nas alienações fiduciárias em garantia, conside- no § 2º do artigo anterior.
ram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabe- § 3º Os contratos de adesão escritos serão redigi-
leçam a perda total das prestações pagas em benefício dos em termos claros e com caracteres ostensivos e
do credor que, em razão do inadimplemento, pleitear legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao
a resolução do contrato e a retomada do produto corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão
alienado. pelo consumidor.
§ 1º (Vetado). § 4º As cláusulas que implicarem limitação de direi-
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de pro- to do consumidor deverão ser redigidas com desta-
dutos duráveis, a compensação ou a restituição das que, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá descon- § 5º (Vetado)
tada, além da vantagem econômica auferida com a
fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente O contrato de adesão é uma das modalidades de
causar ao grupo. comercialização e comunicação em massa. Trata-se
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo do instrumento colocado à disposição pelo fornecedor
362 serão expressos em moeda corrente nacional. para conferir agilidade às transações comerciais, ou
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seja, negócios jurídicos em larga escala, por meio de § 3º O disposto neste Capítulo não se aplica ao
estipulações uniformes e sem a possibilidade de nego- consumidor cujas dívidas tenham sido contraídas
ciação por parte do consumidor, como, por exemplo, mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de
nos contratos bancários, contratos de seguro, contra- contratos celebrados dolosamente com o propósito
tos de planos de saúde. O conceito de contrato de ade- de não realizar o pagamento ou decorram da aqui-
são é trazido no art. 54 do CDC. sição ou contratação de produtos e serviços de luxo
Características do contrato de adesão: de alto valor.

z Predeterminação: o consumidor não participa Um ponto importante acerca do art. 54-A é a


da composição das cláusulas do contrato, pois são abrangência da norma. Observe que as disposições
previamente estabelecidas pelo fornecedor ou se referem a todo e qualquer crédito contraído no
pela autoridade competente; mercado de consumo por pessoas físicas, e não ape-
z Uniformidade: não possui variação significativa nas pelos celebrados quando o consumidor que já se
de um contrato para outro; encontra na condição de endividamento.
z Rigidez contratual: é estável. Portanto, a abrangência é muito mais ampla do
que se depreende do nome pelo qual a legislação é
Cumpre salientar que, nos termos do § 1º, do art. conhecida (Lei do Superendividamento), vez que se
54, a mera inserção de cláusula não tem o condão de aplica a todos os contratos de crédito celebrados por
descaracterizar o contrato de adesão. Assim sendo, pessoas naturais.
pequenas modificações não são capazes de retirar seu
caráter de adesão.
O § 2º, por sua vez, estabelece a possibilidade de Importante!
cláusula resolutória no contrato de adesão, desde que Essas regras não se aplicam às pessoas
alternativa e a escolha seja do consumidor. jurídicas.
O § 3º trata das regras aplicadas aos contratos
de adesão, que são redação em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis e tamanho da fonte O § 1º, por sua vez, traz o conceito de superendi-
não inferior ao corpo 12. vidamento. Nele encontram-se alguns dos elementos
Por fim, é possível nos contratos de adesão a pre- que caracterizam a situação. O primeiro é a impos-
visão de cláusulas restritivas de direitos do consu- sibilidade evidente e de fácil detecção de que o
midor. No entanto, estas devem constar de maneira consumidor não possui recursos financeiros para
compreensível e de fácil percepção ao consumidor. realizar o pagamento da dívida. Essa impossibilidade
decorre tanto dos aspectos patrimoniais do consumi-
Da Prevenção e do Tratamento do dor, como de sua renda, gastos, situação financeira,
Superendividamento como de situação circunstancial, como, por exemplo,
desemprego.
O Capítulo VI-A, que engloba os arts. 54-A ao 54-G, Há de se mencionar os dois elementos objetivos
foi incluído pela Lei do Superendividamento como do dispositivo, que são:
forma de estabelecer regras a respeito da oferta de
créditos, com o objetivo de prevenir que o uso des- z que a dívida seja exigível, ou seja, dívida que pode
medido do crédito gere tanto o superendividamento ser imediatamente cobrada pelo credor;
como a marginalização do consumidor. z que a dívida seja vincenda, isto é, aquelas que ain-
De início, a Lei nº 14.181, de 2021, acrescentou um da estão para vencer.
novo princípio ao CDC, o da prevenção ao superendivi-
damento (X, art. 4º), bem como incluiu dois novos instru- Importante: de acordo como o § 2º, essas regras só
mentos de atuação do Poder Público (VI e VII, art. 5º). se aplicam às dívidas relativas à relação de consumo.
Além disso, acrescentou três novos direitos bási- Portanto, as dívidas tributárias (fiscais e parafiscais) e
cos do consumidor (XI, XII e XIII, art. 6º) e duas as relacionadas a alimentos e atividades profissionais
novas cláusulas abusivas (XVII e XVIII, art. 51). No não estão incluídas. Salienta-se que o STJ já se posi-
entanto, era preciso disciplinar o conceito e a abran- cionou que não são dívidas decorrentes da relação de
gência desse fenômeno advindo com a expansão do consumo as oriundas do FIES, de crédito rural e do
crédito. Assim, vejamos os dispositivos: Programa Minha Casa, Minha Vida.
O elemento finalístico ou teleológico do disposi-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

Art. 54-A Este Capítulo dispõe sobre a prevenção do tivo é a garantia de preservação da dignidade do deve-
superendividamento da pessoa natural, sobre o dor pelo mínimo existencial.
crédito responsável e sobre a educação financeira Dica: a questão do mínimo existencial está previs-
do consumidor. ta nas discussões jurisprudenciais acerca da interrup-
§ 1º Entende-se por superendividamento a
ção dos serviços de luz e água, por exemplo.
impossibilidade manifesta de o consumidor
Por fim, o § 3º exclui da aplicação dessas regras os
pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de
suas dívidas de consumo, exigíveis e vincen-
contratos celebrados mediante fraude ou má-fé. Cum-
das, sem comprometer seu mínimo existencial, pre mencionar que, na frase pré-contratual, as partes
nos termos da regulamentação. devem atuar em consonância com o princípio do cré-
§ 2º As dívidas referidas no § 1º deste artigo englo- dito responsável e da boa-fé por meio de informações,
bam quaisquer compromissos financeiros cooperação e cuidados.
assumidos decorrentes de relação de consu- Além disso, nos termos do Código Civil, a boa-fé
mo, inclusive operações de crédito, compras a é sempre presumida, de modo que a má-fé deve ser
prazo e serviços de prestação continuada. provada. 363
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Art. 54-B No fornecimento de crédito e na venda a I - informar e esclarecer adequadamente o con-
prazo, além das informações obrigatórias previstas sumidor, considerada sua idade, sobre a natureza
no art. 52 deste Código e na legislação aplicável à e a modalidade do crédito oferecido, sobre todos os
matéria, o fornecedor ou o intermediário deve- custos incidentes, observado o disposto nos arts. 52 e
rá informar o consumidor, prévia e adequada- 54-B deste Código, e sobre as consequências genéricas
mente, no momento da oferta, sobre: e específicas do inadimplemento;
I - o custo efetivo total e a descrição dos elemen- II - avaliar, de forma responsável, as condições de
tos que o compõem; crédito do consumidor, mediante análise das infor-
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como mações disponíveis em bancos de dados de proteção
a taxa dos juros de mora e o total de encargos, ao crédito, observado o disposto neste Código e na
de qualquer natureza, previstos para o atraso no legislação sobre proteção de dados;
pagamento; III - informar a identidade do agente financiador
III - o montante das prestações e o prazo de e entregar ao consumidor, ao garante e a outros
validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de coobrigados cópia do contrato de crédito.
2 (dois) dias; Parágrafo único. O descumprimento de qualquer dos
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, deveres previstos no caput deste artigo e nos arts. 52
do fornecedor; e 54-C deste Código poderá acarretar judicialmente a
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada redução dos juros, dos encargos ou de qualquer acrés-
e não onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. cimo ao principal e a dilação do prazo de pagamento
52 deste Código e da regulamentação em vigor. previsto no contrato original, conforme a gravidade
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Códi- da conduta do fornecedor e as possibilidades finan-
go e no caput deste artigo devem constar de forma ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras sanções
clara e resumida do próprio contrato, da fatu- e de indenização por perdas e danos, patrimoniais e
ra ou de instrumento apartado, de fácil acesso morais, ao consumidor.
ao consumidor. Art. 54-E (VETADO).
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total
da operação de crédito ao consumidor consis-
tirá em taxa percentual anual e compreenderá
O art. 54-C complementa o inciso VII, art. 6º, que
todos os valores cobrados do consumidor, sem pre- limita o acesso ao Poder Judiciário. Assim, o dispositi-
juízo do cálculo padronizado pela autoridade regu- vo traz um rol de proibições, que podem estar expres-
ladora do sistema financeiro. sas ou não, na oferta do crédito. Já o art. 54-D decorre
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Códi- da necessidade de transparência na relação de consu-
go, a oferta de crédito ao consumidor e a oferta mo, que se traduz na perspectiva de lealdade e dever
de venda a prazo, ou a fatura mensal, conforme o de informação.
caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo
total, o agente financiador e a soma total a Art. 54-F São conexos, coligados ou interde-
pagar, com e sem financiamento. pendentes, entre outros, o contrato principal de
fornecimento de produto ou serviço e os contratos
O art. 54-B elenca diversos deveres que devem ser acessórios de crédito que lhe garantam o financia-
cumpridos pelo fornecedor ou intermediário. Trata-se mento quando o fornecedor de crédito:
de direitos e deveres ligados à informação e educa- I - recorrer aos serviços do fornecedor de produ-
ção do consumidor, como, por exemplo, ter ciência do to ou serviço para a preparação ou a conclusão do
valor total que irá ser pago pelo bem no caso de parce- contrato de crédito;
lamento, pois muitas vezes o consumidor se preocupa II - oferecer o crédito no local da atividade empre-
apenas com o valor das parcelas e não se dá conta de, sarial do fornecedor de produto ou serviço finan-
que ao final, irá pagar algumas vezes a mais pelo valor ciado ou onde o contrato principal for celebrado.
do bem que adquiriu. § 1º O exercício do direito de arrependimento nas
hipóteses previstas neste Código, no contrato prin-
Art. 54-C É vedado, expressa ou implicitamente, na cipal ou no contrato de crédito, implica a resolução
oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou não: de pleno direito do contrato que lhe seja conexo.
I - (VETADO); § 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste arti-
II - indicar que a operação de crédito poderá ser go, se houver inexecução de qualquer das obriga-
concluída sem consulta a serviços de proteção ao ções e deveres do fornecedor de produto ou serviço,
crédito ou sem avaliação da situação financeira do o consumidor poderá requerer a rescisão do con-
consumidor; trato não cumprido contra o fornecedor do crédito.
III - ocultar ou dificultar a compreensão sobre os ônus § 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá
e os riscos da contratação do crédito ou da venda a igualmente ao consumidor:
prazo; I - contra o portador de cheque pós-datado emitido
IV - assediar ou pressionar o consumidor para con- para aquisição de produto ou serviço a prazo;
tratar o fornecimento de produto, serviço ou crédito, II - contra o administrador ou o emitente de cartão
principalmente se se tratar de consumidor idoso, anal- de crédito ou similar quando o cartão de crédito
fabeto, doente ou em estado de vulnerabilidade agra- ou similar e o produto ou serviço forem fornecidos
vada ou se a contratação envolver prêmio; pelo mesmo fornecedor ou por entidades perten-
V - condicionar o atendimento de pretensões do con- centes a um mesmo grupo econômico.
sumidor ou o início de tratativas à renúncia ou à § 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato princi-
desistência de demandas judiciais, ao pagamento de pal implicará, de pleno direito, a do contrato de cré-
honorários advocatícios ou a depósitos judiciais. dito que lhe seja conexo, nos termos do caput deste
Parágrafo único. (VETADO). artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direi-
Art. 54-D Na oferta de crédito, previamente à contra- to de obter do fornecedor do produto ou serviço a
tação, o fornecedor ou o intermediário deverá, entre devolução dos valores entregues, inclusive relativa-
364 outras condutas: mente a tributos.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 54-F trata da relação entre o contrato prin- Por fim, o art. 54-G traz as vedações do fornecedor
cipal e os contratos acessórios de crédito. Entende-se no que tange às operações que envolvam crédito. Tra-
por contrato conexo aqueles que possuem vínculos ta-se de um complemento ao art. 39, que disciplina as
entre si, de modo que a inexistência, invalidade ou práticas abusivas.
ineficácia de um interfere no outro. São exemplos de
contratos conexos os acessórios, o subcontrato, nor- Das Sanções Administrativas
mativo, reacional e coligado.
O dispositivo trata especificamente de dois desses Os arts. 55 a 60 tratam do poder de polícia, ou
contratos: o contrato coligado ou independente e o seja, da função administrativa para promover o inte-
contrato acessório. resse comum por meio da atividade estatal de disci-
O contrato coligado é aquele em que existe uma plinar e restringir determinadas ações. Vejamos os
dependência causal entre o contrato e o outro, ou dispositivos:
seja, um é a causa do outro. Exemplo: aquisição de um
automóvel por meio de um financiamento bancário. Art. 55 A União, os Estados e o Distrito Federal, em
Já o contrato acessório é aquele que pressupõe caráter concorrente e nas suas respectivas áreas de
um principal, como, por exemplo, um contrato de atuação administrativa, baixarão normas relativas
fiança decorrente de um contrato de locação. à produção, industrialização, distribuição e consu-
mo de produtos e serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios fiscalizarão e controlarão a produção, indus-
Importante trialização, distribuição, a publicidade de produtos
A doutrina entende que os contratos de financia- e serviços e o mercado de consumo, no interesse da
mento possuem conexão causal e não de acesso- preservação da vida, da saúde, da segurança, da infor-
mação e do bem-estar do consumidor, baixando as
riedade, existindo apenas uma atecnia legislativa
normas que se fizerem necessárias.
que não causa prejuízo de interpretação. § 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal
e municipais com atribuições para fiscalizar e contro-
Art. 54-G Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste
lar o mercado de consumo manterão comissões per-
Código e na legislação aplicável à matéria, é veda-
manentes para elaboração, revisão e atualização das
do ao fornecedor de produto ou serviço que envol-
normas referidas no § 1º, sendo obrigatória a partici-
va crédito, entre outras condutas:
pação dos consumidores e fornecedores.
I - realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações
conta de qualquer quantia que houver sido contes-
aos fornecedores para que, sob pena de desobediência,
tada pelo consumidor em compra realizada com
prestem informações sobre questões de interesse do
cartão de crédito ou similar, enquanto não for ade-
consumidor, resguardado o segredo industrial.
quadamente solucionada a controvérsia, desde que
o consumidor haja notificado a administradora do
cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez)
O art. 55 trata do poder de regulamentação e fis-
dias contados da data de vencimento da fatura, calização. De acordo com o caput do dispositivo, com-
vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e pete à União, aos Estados e ao Distrito Federal, de modo
assegurado ao consumidor o direito de deduzir do concorrente, elaborar as normas relativas à produção,
total da fatura o valor em disputa e efetuar o paga- industrialização, distribuição e ao consumo de produ-
mento da parte não contestada, podendo o emissor tos e serviços. Por se tratar de competência “conjunta”,
lançar como crédito em confiança o valor idêntico a União deve cuidar das normas de caráter geral, isto é,
ao da transação contestada que tenha sido cobrada, aplicadas a todo o país, reservando aos Estados e ao Dis-
enquanto não encerrada a apuração da contestação; trito Federal as normas de interesse regional.
II - recusar ou não entregar ao consumidor, ao garan- O Brasil é uma federação, o que significa dizer que
te e aos outros coobrigados cópia da minuta do con- existe uma divisão interna do poder. A CF, de 1988,
trato principal de consumo ou do contrato de crédito, estabeleceu como seus entes federativos a União Fede-
em papel ou outro suporte duradouro, disponível e ral, os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Muni-
acessível, e, após a conclusão, cópia do contrato; cípios, cada qual com autonomia e discricionariedade,
III - impedir ou dificultar, em caso de utilização frau- além de possibilidade de se organizarem e legislarem.
dulenta do cartão de crédito ou similar, que o consu- Deste modo, compete à União estabelecer as regras
midor peça e obtenha, quando aplicável, a anulação do Estado brasileiro como um todo, tendo como parâ-
ou o imediato bloqueio do pagamento, ou ainda a res- metro a CF, de 1988. Se à União cabem as diretrizes de
ATENDIMENTO BANCÁRIO

tituição dos valores indevidamente recebidos. âmbito nacional, aos Estados compete traçar as nor-
§ 1º Sem prejuízo do dever de informação e esclare-
mas regionais; ao Distrito Federal, regras distritais e
cimento do consumidor e de entrega da minuta do
os Municípios, as regras locais.
contrato, no empréstimo cuja liquidação seja feita
Já o § 1º, do art. 55, estabelece que os entes da fede-
mediante consignação em folha de pagamento, a for-
malização e a entrega da cópia do contrato ou do ins-
ração, além de criar normas sobre as relações de
trumento de contratação ocorrerão após o fornecedor consumo, exercerão seu poder de polícia para fiscali-
do crédito obter da fonte pagadora a indicação sobre zação e controle da produção, industrialização, distri-
a existência de margem consignável. buição, publicidade de produtos e serviços e mercado
§ 2º Nos contratos de adesão, o fornecedor deve pres- de consumo. O objetivo da atividade estatal é preser-
tar ao consumidor, previamente, as informações var os direitos básicos do consumidor, ou seja, sua
de que tratam o art. 52 e o caput do art. 54-B deste vida, saúde, segurança, informação e bem-estar.
Código, além de outras porventura determinadas na O § 3º trata da atribuição de fiscalização e controle
legislação em vigor, e fica obrigado a entregar ao con- do mercado de consumo. Por essa razão, o dispositivo
sumidor cópia do contrato, após a sua conclusão. estabelece que os entes da federação deverão manter 365
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
comissões permanentes para elaboração, revisão Quanto aos arts. 57 a 60, eles estabelecem a forma
e atualização das normas regulatórias. No entanto, de aplicação de cada uma das sanções administrativas:
para que essa atividade seja efetiva, estabelece, ainda,
a composição de tais comissões. Assim, será obriga- Art. 57 A pena de multa, graduada de acordo com
tória a participação tanto dos consumidores quanto a gravidade da infração, a vantagem auferida e a
dos fornecedores, para que os dois lados da relação de condição econômica do fornecedor, será aplicada
consumo possam tratar de seus interesses. mediante procedimento administrativo, revertendo
para o Fundo de que trata a Lei nº 7.347, de 24 de
Por fim, o § 4º, do art. 55, dispõe acerca da possi-
julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para
bilidade de notificação dos fornecedores, para que
os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao
estes prestem informações sobre questões de interes- consumidor nos demais casos.
se do consumidor, resguardado o segredo industrial. Parágrafo único. A multa será em montante não
inferior a duzentas e não superior a três milhões de
Art. 56 As infrações das normas de defesa do con- vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir),
sumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguin- ou índice equivalente que venha a substituí-lo.
tes sanções administrativas, sem prejuízo das de Art. 58 As penas de apreensão, de inutilização de
natureza civil, penal e das definidas em normas produtos, de proibição de fabricação de produtos,
específicas: de suspensão do fornecimento de produto ou servi-
I - multa; ço, de cassação do registro do produto e revogação
II - apreensão do produto; da concessão ou permissão de uso serão aplicadas
III - inutilização do produto; pela administração, mediante procedimento admi-
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão nistrativo, assegurada ampla defesa, quando forem
competente; constatados vícios de quantidade ou de qualidade
V - proibição de fabricação do produto; por inadequação ou insegurança do produto ou
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço.
serviço; Art. 59 As penas de cassação de alvará de licença,
VII - suspensão temporária de atividade; de interdição e de suspensão temporária da ativi-
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso; dade, bem como a de intervenção administrativa,
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de serão aplicadas mediante procedimento adminis-
atividade; trativo, assegurada ampla defesa, quando o forne-
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, cedor reincidir na prática das infrações de maior
de obra ou de atividade; gravidade previstas neste código e na legislação de
XI - intervenção administrativa; consumo.
XII - imposição de contrapropaganda. § 1º A pena de cassação da concessão será aplicada
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo à concessionária de serviço público, quando violar
serão aplicadas pela autoridade administrativa, obrigação legal ou contratual.
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica- § 2º A pena de intervenção administrativa será
aplicada sempre que as circunstâncias de fato desa-
das cumulativamente, inclusive por medida cau-
conselharem a cassação de licença, a interdição ou
telar, antecedente ou incidente de procedimento
suspensão da atividade.
administrativo.
§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta
a imposição de penalidade administrativa, não
O art. 56, por sua vez, trata das sanções administra- haverá reincidência até o trânsito em julgado da
tivas. Observa-se que são três as espécies de sanções: sentença.
Art. 60 A imposição de contrapropaganda será
z Sanções pecuniárias: multas que decorrem do não cominada quando o fornecedor incorrer na prática
adimplemento dos deveres relativos ao consumo; de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos do
z Sanções objetivas ou reais (incidem no produ- art. 36 e seus §, sempre às expensas do infrator.
to ou serviço): apreensão, inutilização do pro- § 1º A contrapropaganda será divulgada pelo res-
duto, cassação do registro do produto, proibição ponsável da mesma forma, freqüência e dimensão
de fabricação e suspensão de fornecimento de e, preferencialmente no mesmo veículo, local, espa-
ço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício
produtos/serviços;
da publicidade enganosa ou abusiva.
z Sanções subjetivas (vinculadas à atividade):
interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de
DAS INFRAÇÕES PENAIS
obra ou atividade; suspensão temporária da ati-
vidade; revogação de concessão ou permissão de
As regras das infrações cometidas contra o consu-
uso; cassação de licença do estabelecimento ou de
midor são aplicadas sem prejuízo do disposto no Códi-
atividade; intervenção administrativa; imposição
go Penal e leis especiais.
de contrapropaganda, entre outros.
Art. 61 Constituem crimes contra as relações de
O parágrafo único, do art. 56, trata da responsabi- consumo previstas neste código, sem prejuízo do
lidade administrativa do fornecedor. Ele estabelece disposto no Código Penal e leis especiais, as condu-
que tais sanções serão aplicadas pela autoridade admi- tas tipificadas nos artigos seguintes.
nistrativa em conformidade com sua atribuição. Essas
sanções podem ser aplicadas cumulativamente ou não. Já a segunda observação é que a maioria dos cri-
Podem, também, ser aplicadas de maneira antecedente mes previstos no CDC são de perigo abstrato, ou seja,
ou incidente no procedimento administrativo. não se exige a lesão do bem jurídico tutelado —
Além da responsabilidade administrativa, o forne- neste caso, o consumidor — ou a colocação deste em
cedor poderá responder tanto civilmente como penal- risco real e concreto.
366 mente por seus atos. Com isso, passamos à análise dos crimes em espécie.
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Omissão de Dizeres ou Sinais Ostensivos Sobre estes podem causar efeitos outrora desconhecidos:
a Nocividade ou Periculosidade de Produtos ou irritação na pele, manchas, alergias. Nesse contexto,
Serviços a fábrica tem o dever de comunicar às autoridades e
aos clientes, imediatamente, por meios de publicida-
O art. 63 criminaliza a conduta de omitir dizeres de, os riscos que o produto oferece.
ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu- Prevê modalidade culposa? Não, pois o fornece-
losidade de produtos, nas embalagens, nos invólu- dor tem que saber da nocividade e, mesmo assim, não
cros, recipientes ou publicidade. informar (omissivo próprio). Logo, ele deve agir com
dolo.
Art. 63 Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre
a nocividade ou periculosidade de produtos, Omissão de dizeres
nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou ou sinais ostensivos A nocividade ou
publicidade: sobre a nocividade periculosidade do
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. ou periculosidade de produto são conhecidas
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de produtos ou serviços antes da exposição à
alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, (art.63) venda
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2° Se o crime é culposo: Omissão na A nocividade ou
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. comunicação da periculosidade do
nocividade ou produto são conhecidas
O crime se consuma com o ato do fornecedor (ora periculosidade de após a exposição à
produtos (art. 64) venda
sujeito ativo do crime em tela) se omitir consciente-
mente a realizar as recomendações de nocividade ou
periculosidade de produtos ou serviços. Desobediência na Execução de Serviço Perigoso
Por se tratar de crime omissivo, não é admissível a
tentativa, nem a possibilidade de crime culposo. Incorre em conduta punível com detenção de 6
Nas mesmas penas incorre quem deixar de aler- (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o agente que exe-
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, cutar serviço de alto grau de periculosidade, con-
sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. trariando determinação de autoridade competente.
Exemplo: uma empresa de dedetização que não
informa de forma clara (escrita ofensiva) dos perigos Art. 65 Executar serviço de alto grau de periculo-
que o serviço realizado pode oferecer. sidade, contrariando determinação de autoridade
O tipo do art. 63 possui relação com os artigos 8º e competente:
31 do Código de Defesa do Consumidor. Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí-
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mer- zo das correspondentes à lesão corporal e à morte.
cado de consumo não acarretarão riscos à saúde § 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39
ou segurança dos consumidores, exceto os conside- desta Lei também caracteriza o crime previsto no
rados normais e previsíveis em decorrência de sua caput deste artigo.
natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores,
em qualquer hipótese, a dar as informações neces- Exemplo: empresa contratada para a realização de
sárias e adequadas a seu respeito. dedetização que faz uso de produto não autorizado
Art. 31 A oferta e apresentação de produtos ou pelas autoridades competentes.
serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, Importante!
composição, preço, garantia, prazos de validade
e origem, entre outros dados, bem como sobre os O crime em comento pode ser cumulado com
riscos que apresentam à saúde e segurança dos os crimes de homicídio ou lesão corporal, logo é
consumidores. possível que o sujeito ativo, com uma só condu-
Parágrafo único. As informações de que trata este ta, atente contra dois bens jurídicos.
artigo, nos produtos refrigerados oferecidos ao
consumidor, serão gravadas de forma indelével.
Oferta Enganosa e Omissão de Informação Relevante
Omissão na Comunicação da Nocividade ou
Periculosidade de Produtos O art. 66 visa punir quem faz afirmação falsa ou
ATENDIMENTO BANCÁRIO

enganosa ou omite informação relevante sobre a


Art. 64 Deixar de comunicar à autoridade com- natureza, característica, qualidade, quantidade, segu-
petente e aos consumidores a nocividade ou peri- rança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia
culosidade de produtos cujo conhecimento seja de produtos ou serviços.
posterior à sua colocação no mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Art. 66 Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem omitir informação relevante sobre a natureza,
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando característica, qualidade, quantidade, segurança,
determinado pela autoridade competente, os produtos desempenho, durabilidade, preço ou garantia de
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar
A título de exemplo do art. 64, podemos citar uma a oferta.
fábrica que vende sabonetes. Contudo, posterior- § 2º Se o crime é culposo;
mente, a partir de relatos de clientes, descobre que Pena - Detenção de um a seis meses ou multa 367
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A oferta de que trata esse artigo, diz respeito à Este delito é formal, pois se consuma com a veicu-
informação ou publicidade precisa, devidamente lação da publicidade, independentemente de dano
divulgada. Uma vez realizada a oferta, esta vincula o causado ao consumidor.
fornecedor com a obrigação ofertada. Portanto, o sujeito ativo desta conduta pode ser
É possível que o responsável da entidade se torne tanto o fornecedor do produto ou do serviço como o
responsável neste crime, nos termos do artigo 75 do CDC. responsável pela publicidade.

Art. 75 Quem, de qualquer forma, concorrer para Omissão na Organização de Dados que Embasam
os crimes referidos neste código, incide as penas Publicidade
a esses cominadas na medida de sua culpabilida-
de, bem como o diretor, administrador ou gerente Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e cien-
da pessoa jurídica que promover, permitir ou por tíficos que dão base à publicidade é conduta prevista
qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, no CDC sujeita à penalidade de detenção de 1 (um) a 6
exposição à venda ou manutenção em depósito de
(seis) meses ou multa.
produtos ou a oferta e prestação de serviços nas
condições por ele proibidas.
Art. 69 Deixar de organizar dados fáticos, técnicos
e científicos que dão base à publicidade
Publicidade Enganosa ou Abusiva
Veja o que estabelece o art. 36 neste sentido:
Aqui é o caso da famosa propaganda enganosa.
Pune o agente que faz ou promove a publicidade que Art. 36 A publicidade deve ser veiculada de tal
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva. forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a
identifique como tal.
Art. 67 Fazer ou promover publicidade que sabe ou Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de
deveria saber ser enganosa ou abusiva: seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder,
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão susten-
O CDC estabelece a diferença entre publicidade tação à mensagem.
enganosa e publicidade abusiva. Elas estão disciplina-
das no art. 37. A consumação do crime ocorre quando o fornece-
dor (sujeito ativo) deixa, deliberadamente, de organi-
z Publicidade Enganosa zar os dados que dão base à publicidade. É um crime
omissivo, não sendo possível a tentativa.
É enganosa qualquer modalidade de informação ou
comunicação de caráter publicitário, inteira ou par- Emprego de Peças ou Componentes de Reposição
cialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo Usados sem o Consentimento do Consumidor
por omissão, capaz de induzir em erro o consumi-
dor a respeito da natureza, características, qualidade, Neste crime, a título de exemplo, incorre um mecâ-
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer nico que inserir no carro de cliente uma peça usada
outros dados sobre produtos e serviços (§ 1º). sem autorização do consumidor.
A publicidade é enganosa por omissão quando dei-
xar de informar sobre dado essencial do produto Art. 70 Empregar na reparação de produtos, peça
ou serviço (§ 3º). ou componentes de reposição usados, sem autori-
zação do consumidor
z Publicidade Abusiva
A conduta criminosa está diretamente ligada à
É abusiva, dentre outras, a publicidade discrimi- previsão do art. 21 do CDC.
natória de qualquer natureza, que incite à violência,
explore o medo ou a superstição, se aproveite da Art. 21 No fornecimento de serviços que tenham
deficiência de julgamento e experiência da crian- por objetivo a reparação de qualquer produto con-
ça, desrespeite valores ambientais, ou que seja capaz siderar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de induzir o consumidor a se comportar de forma de empregar componentes de reposição originais
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança adequados e novos, ou que mantenham as especifi-
(§ 2º) cações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
Exemplo: um fornecedor realiza uma publicidade últimos, autorização em contrário do consumidor.
ofertando um videogame por R$200,00 (abaixo do preço
de mercado) com intuito de atrair consumidores, porém Cobrança Abusiva ou Vexatória
ao chegar à loja para efetuar a compra o consumidor se
depara com um preço elevado do produto. Nesse caso,
Antes de adentrarmos ao estudo do tipo penal do
trata-se de uma publicidade enganosa comissiva.
art. 71, observe o art. 42 do CDC:
O art. 68 também consiste em publicidade abusi-
va. Incorre neste tipo o agente que faz ou promove
Art. 42 Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de
plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
induzir o consumidor a se comportar de forma
do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:

Art. 68 Fazer ou promover publicidade que sabe ou Portanto, o consumidor não poderá ser exposto ao
deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a ridículo, nem será submetido a constrangimento ou
se comportar de forma prejudicial ou perigosa a ameaça. O agente que praticar tal conduta poderá res-
368 sua saúde ou segurança. ponder pelo crime previsto no art. 71.
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Art. 71 Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, Omissão na Entrega do Termo de Garantia ao
coação, constrangimento físico ou moral, afirma- Consumidor
ções falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer
outro procedimento que exponha o consumidor, Deixar de entregar ao consumidor o termo de
injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu garantia adequadamente preenchido e com especifi-
trabalho, descanso ou lazer: cação clara de seu conteúdo é conduta punível na for-
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. ma do art. 74.

Art. 74 Deixar de entregar ao consumidor o ter-


mo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo;
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa.

Trata-se de um crime próprio, onde o sujeito ati-


vo é o fornecedor que, dolosamente deixa de entre-
gar ao consumidor o termo de garantia. Não admite
tentativa.
O CDC prevê duas espécies de garantias: a legal e
a contratual.

z Garantia Legal:

Art. 26 O direito de reclamar pelos vícios apa-


rentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de servi-
ço e de produtos não duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de
serviço e de produtos duráveis.
A consumação do crime se perfaz no momento
da cobrança da dívida, desde que esta seja realizada z Garantia Contratual:
alguma hipótese prevista no artigo (ameaça, coação,
constrangimento etc.). Art. 50 [...]
Parágrafo único. O termo de garantia ou equiva-
Crimes Relativos a Dados Cadastrais do Consumidor lente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira
adequada em que consiste a mesma garantia, bem
O art. 43 estabelece como direito do consumidor como a forma, o prazo e o lugar em que pode
a obtenção de acesso às informações existentes em ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor,
cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido
pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanha-
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as
do de manual de instrução, de instalação e uso do pro-
suas respectivas fontes.
duto em linguagem didática, com ilustrações.
Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
às informações que sobre ele constem em cadastros,
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E OUTRAS
banco de dados, fichas e registros é passível de puni-
DISPOSIÇÕES
ção com detenção de seis meses a um ano mais multa
conforme prevê o art. 72.
O art. 76 prevê as circunstâncias agravantes dos
crimes tipificados no CDC.
Art. 72 Impedir ou dificultar o acesso do consu-
midor às informações que sobre ele constem em
cadastros, banco de dados, fichas e registros: I - serem cometidos em época de grave crise eco-
Pena - Detenção de seis meses a um ano ou multa. nômica ou por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou
coletivo;
Trata-se de um crime próprio, no qual o sujeito ati-
III - dissimular-se a natureza ilícita do
vo é a pessoa que possui o controle das informações procedimento;
de cadastro. Este se consuma com o mero impedimen- IV - quando cometidos:
to ou dificuldade no acesso à informação, não sendo
ATENDIMENTO BANCÁRIO

a) por servidor público, ou por pessoa cuja con-


requisito qualquer dano efetivo. dição econômico-social seja manifestamente
Também é punível o ato de deixar de corrigir superior à da vítima;
imediatamente informação sobre consumidor cons- b) em detrimento de operário ou rurícola; de
tante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros menor de dezoito ou maior de sessenta anos
que sabe ou deveria saber ser inexata. ou de pessoas portadoras de deficiência mental
interditadas ou não;
Art. 73 Deixar de corrigir imediatamente informa- V - serem praticados em operações que envolvam
ção sobre consumidor constante de cadastro, ban- alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
co de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria produtos ou serviços essenciais.
saber ser inexata:
Pena - Detenção de um a seis meses ou multa. O art. 78 estabelece que, além das penas privativas
de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumu-
lativa ou alternadamente, observado o disposto nos
arts. 44 a 47, do Código Penal: 369
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I - a interdição temporária de direitos; § 2º A indenização por perdas e danos se fará sem pre-
II - a publicação em órgãos de comunicação de gran- juízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
de circulação ou audiência, às expensas do conde- § 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e
nado, de notícia sobre os fatos e a condenação; havendo justificado receio de ineficácia do provimento
III - a prestação de serviços à comunidade. final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou
Art. 80 No processo penal atinente aos crimes pre- após justificação prévia, citado o réu.
vistos neste código, bem como a outros crimes e § 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na senten-
contravenções que envolvam relações de consumo, ça, impor multa diária ao réu, independentemente de
poderão intervir, como assistentes do Ministério pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimen-
III e IV, aos quais também é facultado propor ação to do preceito.
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida § 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do
no prazo legal. resultado prático equivalente, poderá o juiz determi-
nar as medidas necessárias, tais como busca e apreen-
Da Defesa do Consumidor em Juízo são, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de
obra, impedimento de atividade nociva, além de requi-
sição de força policial.
A Defesa do Consumidor em Juízo encontra-se
Art. 85 (Vetado).
prevista nos arts. 81 a 104-C, do CDC. De início, os dez
Art. 86 (Vetado).
primeiros artigos trazem as regras gerais. Vejamos os Art. 87 Nas ações coletivas de que trata este código
dispositivos: não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
Art. 81 A defesa dos interesses e direitos dos con- condenação da associação autora, salvo comprovada
sumidores e das vítimas poderá ser exercida em juí- má-fé, em honorários de advogados, custas e despesas
zo individualmente, ou a título coletivo. processuais.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quan- Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a
do se tratar de: associação autora e os diretores responsáveis pela
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, propositura da ação serão solidariamente conde-
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- nados em honorários advocatícios e ao décuplo das
reza indivisível, de que sejam titulares pessoas inde- custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas
terminadas e ligadas por circunstâncias de fato; e danos.
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, Art. 88 Na hipótese do art. 13, parágrafo único des-
para efeitos deste código, os transindividuais, de natu- te código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em
reza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou processo autônomo, facultada a possibilidade de pros-
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte con- seguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da
trária por uma relação jurídica base; lide.
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, Art. 89 (Vetado)
assim entendidos os decorrentes de origem comum. Art. 90 Aplicam-se às ações previstas neste título
Art. 82 Para os fins do art. 81, parágrafo único, são as normas do Código de Processo Civil e da Lei n°
legitimados concorrentemente: 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respei-
I - o Ministério Público, ta ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito disposições.
Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, Além da proteção no âmbito do direito material,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídi- o CDC estabelece instrumentos e técnicas processuais
ca, especificamente destinados à defesa dos interesses específicas em favor do consumidor, como, por exemplo,
e direitos protegidos por este código; a inversão do ônus da prova, a competência do domicílio
IV - as associações legalmente constituídas há pelo do consumidor e a proibição de denunciação à lide.
menos um ano e que incluam entre seus fins institucio-
O art. 81 refere-se à defesa dos interesses do consumi-
nais a defesa dos interesses e direitos protegidos por
dor como algo que pode ser exercido individualmente ou
este código, dispensada a autorização assemblear.
coletivamente para os casos de interesses coletivos em
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dis-
pensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e
sentido amplo. Neste ponto, cumpre mencionar que os
seguintes, quando haja manifesto interesse social evi- direitos coletivos se dividem em três categorias:
denciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido. DIREITOS COLETIVOS
§ 2º (Vetado). LATO SENSU
§ 3º (Vetado).
Art. 83 Para a defesa dos direitos e interesses pro-
tegidos por este código são admissíveis todas as Direitos
Direitos coletivos
espécies de ações capazes de propiciar sua adequa- Direitos difusos individuais
stricto sensu
da e efetiva tutela. homogêneos
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 84 Na ação que tenha por objeto o cumpri-
mento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz Em síntese, os direitos difusos são os direitos
concederá a tutela específica da obrigação ou constituídos por interesses indivisíveis, que podem
determinará providências que assegurem o resul- abranger um número indeterminado de pessoas
tado prático equivalente ao do adimplemento. com sujeitos indeterminados e indetermináveis.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos São exemplos: o direito ao meio ambiente ecologica-
somente será admissível se por elas optar o autor mente equilibrado, o direito à autodeterminação dos
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção povos, o direito à comunicação, a vedação à propa-
370 do resultado prático correspondente. ganda enganosa, entre outros.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em contrapartida, os direitos coletivos (em sen- Os arts. 91 ao 100 estabelecem as regras atinentes
tido estrito) são aqueles interesses indivisíveis que às ações coletivas para a defesa de interesses indivi-
abrangem um grupo ou categoria determinada duais homogêneos. Vejamos os dispositivos:
de pessoas unidas pelo mesmo interesse jurídico,
como, por exemplo, a proteção de determinados gru- Art. 91 Os legitimados de que trata o art. 82 poderão
pos sociais tidos como vulneráveis, os direitos à pres- propor, em nome próprio e no interesse das vítimas
tação de serviços públicos de qualidade, tais como o ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabili-
de energia elétrica, água e saneamento básico. dade pelos danos individualmente sofridos, de acordo
Por fim, os direitos individuais homogêneos com o disposto nos artigos seguintes.
são os interesses divisíveis e que têm como titula- Art. 92 O Ministério Público, se não ajuizar a ação,
res pessoas determinadas. Trata-se dos direitos que, atuará sempre como fiscal da lei.
embora individuais, ou seja, a título pessoal, são con- Parágrafo único. (Vetado).
duzidos coletivamente perante a Justiça em função Art. 93 Ressalvada a competência da Justiça Federal, é
da sua origem comum (proteção coletiva), como, por competente para a causa a justiça local:
exemplo, os reajustes dos contratos de adesão que I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o
vinculam diversas pessoas. dano, quando de âmbito local;
O art. 82 traz a legitimidade concorrente para pro- II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede-
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional,
posição da ação (coletiva ou ação civil pública) no
aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos
caso dos interesses coletivos (lato sensu) para o Minis-
casos de competência concorrente.
tério Público, entes federativos, entidades e órgãos da
Art. 94 Proposta a ação, será publicado edital no
Administração Pública e associações.
órgão oficial, a fim de que os interessados possam
Cumpre mencionar que, embora a legitimidade
intervir no processo como litisconsortes, sem prejuí-
da Defensoria Pública não conste do dispositivo, ela zo de ampla divulgação pelos meios de comunicação
também é legitimada expressamente por outro dispo- social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
sitivo a promover a ação, em conformidade com o art. Art. 95 Em caso de procedência do pedido, a condena-
5º, da Lei nº 7.347, de 1985 (Lei da Ação Civil Pública). ção será genérica, fixando a responsabilidade do réu
Ressalta-se, por necessário, que a competência pelos danos causados.
é autônoma, ou seja, qualquer dos legitimados pode Art. 96 (Vetado).
propor a ação sem a necessidade de litisconsórcio. Art. 97 A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim
Dica como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Para as associações é necessário que elas este- Art. 98 A execução poderá ser coletiva, sendo promo-
jam constituídas há, pelo menos, 1 ano e que a vida pelos legitimados de que trata o art. 82, abran-
defesa dos interesses de seus associados seja gendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido
um dos seus fins institucionais. fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do
ajuizamento de outras execuções.
Importante: diferenciação de substituição proces- § 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão
sual e representação processual. No caso do inciso IV, art. das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a
82, as associações atuam como substitutos processuais, ocorrência ou não do trânsito em julgado.
sendo, portanto, dispensada a autorização assemblear. § 2º É competente para a execução o juízo:
Assim, a decisão beneficiará a todos, independentemen- I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória,
te de serem filiados ou não à associação, porém, desde no caso de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
que estejam na mesma situação fática.
Art. 99 Em caso de concurso de créditos decorrentes
Em contrapartida, na representação processual,
de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho
é necessário autorização expressa dos associados e
de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais
somente eles se beneficiarão com a decisão (XXI, art.
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre-
5º, da CF, de 1988). ferência no pagamento.
O art. 83 estabelece que todas as modalidades de Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo,
ações são cabíveis para a proteção efetiva e adequada a destinação da importância recolhida ao fundo cria-
do consumidor. do pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sus-
O art. 84 decorre do princípio da instrumentalidade tada enquanto pendentes de decisão de segundo grau
do processo, de modo que o juiz pode se valer das tute- as ações de indenização pelos danos individuais, salvo
las processuais existentes no ordenamento jurídico e das na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifes-
ATENDIMENTO BANCÁRIO

medidas necessárias à sua efetivação, como, por exem- tamente suficiente para responder pela integralidade
plo, busca e apreensão de coisa e multa diária. das dívidas.
O art. 87 cuida do benefício processual da gratui- Art. 100 Decorrido o prazo de um ano sem habilitação
dade processual para as ações coletivas. O benefício de interessados em número compatível com a gravi-
é aplicado à parte autora, desde que esta atue como dade do dano, poderão os legitimados do art. 82 pro-
substituta processual de interesse transindividual. mover a liquidação e execução da indenização devida.
Salienta-se que no caso de litigância de má-fé, a Parágrafo único. O produto da indenização devida
parte autora e os responsáveis pela propositura da reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24
ação serão condenados em honorários advocatícios e de julho de 1985.
ao décuplo (10x) das custas processuais, sem prejuízo
de eventual responsabilidade por perdas e danos. O art. 91 cuida da substituição processual, ou seja,
Por fim, o art. 88 cuida da ação de regresso e o art. da possibilidade dos legitimados do art. 82 proporem
90, da aplicação subsidiária das regras previstas no a ação em nome próprio e no interesse das vítimas ou
CPC e na Lei nº 7.347, de 1985. de seus sucessores. 371
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O art. 92 estabelece a intervenção obrigatória do venda, ou a determinar a alteração na composição,
Ministério público no feito. Assim, caso não seja o estrutura, fórmula ou acondicionamento de produ-
autor da demanda, o Ministério Público deve necessa- to, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou
riamente atuar no feito, independentemente da cate- perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
goria de interesse coletivo tutelado. § 1° (Vetado).
O art. 93 praticamente repete o art. 2º, da Lei nº § 2° (Vetado)
7.347, de 1985, ao estabelecer a competência nas ações
coletivas de forma absoluta em razão do local do Como consequência da proteção do consumidor
dano. Trata-se de competência territorial, que, por ser vulnerável (I, art. 4º) e do direito à facilitação da defe-
de índole funcional, é inderrogável e improrrogável sa dos direitos (VIII, art. 6º), tem-se o art. 101, do CDC.
por vontade das partes. O inciso I deste dispositivo possibilita que o consumi-
Cumpre esclarecer, no entanto, que antes de dor lesado proponha a ação no foro do seu domicílio,
se estabelecer o foro competente, é preciso verifi- excepcionando a regra do Código de Processo Civil
car a natureza jurídica do consumidor para definir que estabelece a propositura da ação no foro de domi-
se a competência é da Justiça Federal ou da Justiça cílio do réu. O objetivo é facilitar a defesa dos interes-
Estadual. ses do consumidor sem impor a ele custos.
Exemplo: imagine um bem fabricado no Rio Grande
do Sul e que este produto apresente vício para um consu-
Dica midor residente no Amapá. Assim, a responsabilidade de
A competência da Justiça Federal está estabele- arcar com os custos é do fornecedor, uma vez que foi ele
cida no inciso I, art. 109, da CF, de 1988. que inseriu o produto com vício no mercado.
Dica: trata-se de competência relativa, visto que o
O art. 95 estabelece que a condenação para os consumidor pode optar por propor a ação no foro de
casos de procedência da demanda deve ser genérica. domicílio do fornecedor.
Assim, será na liquidação e na execução da sentença O inciso II, do art. 101, traz a possibilidade de o for-
que serão estabelecidos, conforme o caso concreto, os necedor chamar ao processo a seguradora, nos casos
valores da condenação. A competência para promo- de existir contrato de seguro.
ção destas ações encontra-se no art. 97, podendo ser O art. 102, por sua vez, busca a prevenção dos
proposta pela própria vítima ou por seus sucessores. danos.
O art. 98 cuida da possibilidade de a execução ser Já os arts. 103 e 104 dispõem sobre a coisa julgada
proposta pelos legitimados do art. 82, no caso de exis- nos seguintes termos:
tir sentença de liquidação fixando o montante para
cada vítima. Art. 103 Nas ações coletivas de que trata este códi-
O art. 99 cuida do caso de concursos de créditos go, a sentença fará coisa julgada:
decorrentes da condenação e de indenização pelos I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado
prejuízos individuais. improcedente por insuficiência de provas, hipótese
em que qualquer legitimado poderá intentar outra
Por fim, o art. 100 trata da denominada execução
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova
fluid recovery, ou seja, da execução subsidiária promo-
prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único
vida no caso de não existirem habilitados em número
do art. 81;
compatível com a gravidade do dano no prazo de um II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo,
ano do trânsito em julgado da sentença. O produto da categoria ou classe, salvo improcedência por insu-
arrecadação será destinado a um fundo criado pela ficiência de provas, nos termos do inciso anterior,
Lei nº 7.347, de 1985. quando se tratar da hipótese prevista no inciso II
Os arts. 101 e 102 cuidam das ações de responsabi- do parágrafo único do art. 81;
lidade do fornecedor de produtos e serviços. Vejamos III - erga omnes, apenas no caso de procedência
os dispositivos: do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus
sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
Art. 101 Na ação de responsabilidade civil do único do art. 81.
fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo § 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos inci-
do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão sos I e II não prejudicarão interesses e direitos indi-
observadas as seguintes normas: viduais dos integrantes da coletividade, do grupo,
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; categoria ou classe.
II - o réu que houver contratado seguro de respon- § 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de
sabilidade poderá chamar ao processo o segurador, improcedência do pedido, os interessados que não tive-
vedada a integração do contraditório pelo Instituto rem intervindo no processo como litisconsortes pode-
de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença rão propor ação de indenização a título individual.
que julgar procedente o pedido condenará o réu nos § 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art.
termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24
o réu houver sido declarado falido, o síndico será de julho de 1985, não prejudicarão as ações de inde-
intimado a informar a existência de seguro de res- nização por danos pessoalmente sofridos, propostas
ponsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo, individualmente ou na forma prevista neste código,
o ajuizamento de ação de indenização diretamente mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas
contra o segurador, vedada a denunciação da lide e seus sucessores, que poderão proceder à liquida-
ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o ção e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
litisconsórcio obrigatório com este. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à
Art. 102 Os legitimados a agir na forma deste códi- sentença penal condenatória.
go poderão propor ação visando compelir o Poder Art. 104 As ações coletivas, previstas nos incisos I e
Público competente a proibir, em todo o território II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litis-
372 nacional, a produção, divulgação distribuição ou pendência para as ações individuais, mas os efeitos
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da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que Art. 104-A A requerimento do consumidor supe-
aludem os incisos II e III do artigo anterior não rendividado pessoa natural, o juiz poderá ins-
beneficiarão os autores das ações individuais, se taurar processo de repactuação de dívidas,
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta com vistas à realização de audiência conciliatória,
dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento presidida por ele ou por conciliador credenciado
da ação coletiva. no juízo, com a presença de todos os credores de
dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual
Por coisa julgada entende-se a imutabilidade dos o consumidor apresentará proposta de plano de
efeitos da sentença. Este efeito é adquirido por meio pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos,
preservados o mínimo existencial, nos termos da
do trânsito em julgado da sentença. Importante
regulamentação, e as garantias e as formas de
esclarecer que os efeitos da coisa julgada nas ações
pagamento originalmente pactuadas.
coletivas são distintos das ações individuais. § 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívi-
O que ocorre é que, nas ações individuais, a sen- das, ainda que decorrentes de relações de consumo,
tença se opera tanto para beneficiar como para pre- oriundas de contratos celebrados dolosamente sem
judicar as partes da demanda. Já nas ações coletivas, o propósito de realizar pagamento, bem como as
a coisa julgada projeta-se para a coletividade subs- dívidas provenientes de contratos de crédito com
tituída apenas para beneficiar os consumidores e garantia real, de financiamentos imobiliários e de
não para prejudicá-los. crédito rural.
Neste ponto, o art. 104 estabelece a separação entre § 2º O não comparecimento injustificado de qual-
os interesses e a relação entre a demanda coletiva e a quer credor, ou de seu procurador com poderes
individual, ou seja, se irá induzir a litispendência. especiais e plenos para transigir, à audiência de
conciliação de que trata o caput deste artigo acar-
Em síntese — arts. 103 e 104, do CDC:
retará a suspensão da exigibilidade do débito e a
interrupção dos encargos da mora, bem como a
z Interesse difuso: sujeição compulsória ao plano de pagamento da
dívida se o montante devido ao credor ausente
No caso de interesse difuso a sentença terá efeito for certo e conhecido pelo consumidor, devendo o
erga omnes se for julgada procedente. No caso de pagamento a esse credor ser estipulado para ocor-
improcedência, é preciso dividir as situações. Se hou- rer apenas após o pagamento aos credores presen-
ver exame de provas e a ação for julgada improceden- tes à audiência conciliatória.
te, o efeito é erga omnes para impedir a propositura § 3º No caso de conciliação, com qualquer credor,
de nova ação coletiva, porém o lesado poderá propor a sentença judicial que homologar o acordo descre-
ação individual, pois não induz a litispendência. verá o plano de pagamento da dívida e terá eficácia
Já no caso de improcedência por falta de provas, de título executivo e força de coisa julgada.
não haverá coisa julgada erga omnes, e qualquer § 4º Constarão do plano de pagamento referido no
§ 3º deste artigo:
interessado pode propor novamente a demanda (não
I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e
gera litispendência).
de redução dos encargos da dívida ou da remunera-
ção do fornecedor, entre outras destinadas a facili-
z Interesse coletivo stricto sensu: tar o pagamento da dívida;
II - referência à suspensão ou à extinção das ações
No caso de interesse coletivo, a procedência da judiciais em curso;
sentença gera efeitos ultra partes, portanto limita- III - data a partir da qual será providenciada a
dos ao grupo, categoria ou classe. No caso de impro- exclusão do consumidor de bancos de dados e de
cedência com exame das provas, também haverá cadastros de inadimplentes;
coisa julgada ultra partes, de modo a impedir nova IV - condicionamento de seus efeitos à abs-
propositura de ação coletiva, mas sem impedir que tenção, pelo consumidor, de condutas que
o lesado proponha a ação individual (não induz importem no agravamento de sua situação de
superendividamento.
litispendência).
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere
No caso de ter sido julgada improcedente por fal-
o caput deste artigo não importará em declaração
ta de provas, não haverá coisa julgada erga omnes, de insolvência civil e poderá ser repetido somente
e qualquer interessado pode propor novamente a após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado
demanda (não gera litispendência). da liquidação das obrigações previstas no plano de
pagamento homologado, sem prejuízo de eventual
ATENDIMENTO BANCÁRIO

z Interesse individual homogêneo: repactuação.


Art. 104-B Se não houver êxito na conciliação em
No caso de interesse coletivo, a procedência da relação a quaisquer credores, o juiz, a pedido do
sentença gera efeitos erga omnes para beneficiar consumidor, instaurará processo por superendivi-
todos os lesados e seus sucessores. No caso de impro- damento para revisão e integração dos contratos
cedência com ou sem exame das provas, o efeito gera- e repactuação das dívidas remanescentes mediante
plano judicial compulsório e procederá à citação de
do é impedir a propositura de nova ação coletiva,
todos os credores cujos créditos não tenham inte-
porém o lesado poderá propor a individual desde que
grado o acordo porventura celebrado.
não tenha participado da ação coletiva. § 1º Serão considerados no processo por superendi-
Os arts. 104-A, 104-B e 104-C foram incluídos pela vidamento, se for o caso, os documentos e as infor-
Lei nº 14.181, de 2021, e tratam da conciliação no mações prestadas em audiência.
superendividamento. Esses dispositivos trazem as § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores cita-
regras processuais referentes ao dever geral de rene- dos juntarão documentos e as razões da negativa
gociação. Vejamos os dispositivos: de aceder ao plano voluntário ou de renegociar. 373
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§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que O art. 104-B cuida do caso de a conciliação não ser
isso não onere as partes, o qual, no prazo de até 30 frutífera. Não havendo acordo entre consumidor endi-
(trinta) dias, após cumpridas as diligências even- vidado e seus credores, o juiz instaurará processo para
tualmente necessárias, apresentará plano de paga- revisão, integração dos contratos e repactuação das dívi-
mento que contemple medidas de temporização ou das e apresentará plano judicial compulsório, mandando
de atenuação dos encargos. citar todos os credores que não integraram o acordo.
§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos cre- O prazo para que os credores apresentem as razões
dores, no mínimo, o valor do principal devido, corri-
da negativa de aderir ao plano voluntário ou de rene-
gido monetariamente por índices oficiais de preço, e
gociar as dívidas é de quinze dias.
preverá a liquidação total da dívida, após a quitação
do plano de pagamento consensual previsto no art.
Quanto ao plano judicial compulsório, este deve
104-A deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos, assegurar, no mínimo, o valor principal devido pelo
sendo que a primeira parcela será devida no prazo consumidor e sua correção monetária. Além disso, o
máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado de sua prazo máximo para quitação também será de cinco
homologação judicial, e o restante do saldo será devi- anos e a primeira parcela terá como prazo máximo
do em parcelas mensais iguais e sucessivas. 180 dias contados da homologação judicial. Salienta-
Art. 104-C Compete concorrente e facultativamente -se que todas as demais parcelas devem ser mensais,
aos órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional iguais e sucessivas.
de Defesa do Consumidor a fase conciliatória e pre- Além disso, o juiz poderá nomear, no prazo de
ventiva do processo de repactuação de dívidas, nos trinta dias, administrador para que apresente plano
moldes do art. 104-A deste Código, no que couber, com de pagamento, desde que tal nomeação não gere mais
possibilidade de o processo ser regulado por convê- ônus econômico para as partes.
nios específicos celebrados entre os referidos órgãos e Por fim, o art. 104-C estabelece a competência con-
as instituições credoras ou suas associações. corrente e facultativa dos órgãos que integram o Sis-
§ 1º Em caso de conciliação administrativa para pre- tema Nacional de Defesa do Consumidor para realizar
venir o superendividamento do consumidor pessoa
a fase conciliatória e de preventiva ao processo de
natural, os órgãos públicos poderão promover, nas
repactuação da dívida. Portanto, trata-se da possibili-
reclamações individuais, audiência global de concilia-
ção com todos os credores e, em todos os casos, facili-
dade de conciliação administrativa antes de ser inicia-
tar a elaboração de plano de pagamento, preservado do o processo judicial de repactuação.
o mínimo existencial, nos termos da regulamentação,
sob a supervisão desses órgãos, sem prejuízo das
demais atividades de reeducação financeira cabíveis.
§ 2º O acordo firmado perante os órgãos públicos de HORA DE PRATICAR!
defesa do consumidor, em caso de superendividamen-
to do consumidor pessoa natural, incluirá a data a 1. (CESGRANRIO — 2021) As empresas, cada vez mais,
partir da qual será providenciada a exclusão do con- procuram gerir seus negócios e suas atividades de for-
sumidor de bancos de dados e de cadastros de inadim- ma que sua posição seja neutra ou positiva no atendi-
plentes, bem como o condicionamento de seus efeitos mento ao Tripé da Sustentabilidade. Como a empresa
à abstenção, pelo consumidor, de condutas que impor- YYZ não pensa de modo diferente, contratou consul-
tem no agravamento de sua situação de superendivi- tores para levantarem os impactos gerados pelas ati-
damento, especialmente a de contrair novas dívidas.
vidades por ela desenvolvidas em sua prestação de
serviços. Os consultores constataram os seguintes
O art. 104-A traz a possibilidade de o juiz designar pontos: a política de capacitação da empresa ampliou
audiência de conciliação entre consumidor endivida- a formação de 45% dos funcionários, a instalação
do e todos os seus credores, desde que o consumidor de painéis fotovoltaicos fez com que toda a energia
a requeira e apresente proposta de pagamento dos consumida pela empresa, naquele ano, fosse gerada
débitos, de modo a lhe garantir o mínimo existencial, a partir de fonte renovável, a taxa de reciclagem de
no prazo máximo para quitação de cinco anos. resíduos cresceu 50% e, além disso, a empresa obteve
Não serão computadas no processo de repactuação lucro acima da média histórica e distribuiu bônus aos
as dívidas decorrentes de contrato de consumo quan- funcionários e fornecedores alinhados à preservação
do o consumidor celebrou o contrato sem intenção de ambiental. Com base nesses dados, o diagnóstico dos
quitar o débito (agiu com dolo) e as dívidas decorren- consultores foi de que a empresa exerce impacto líqui-
tes de contratos de crédito com garantias reais, como, do positivo sobre o Tripé da Sustentabilidade.
por exemplo, penhor, bem como as dívidas oriundas
de financiamento imobiliário e de crédito rural.
Dessa forma, em relação ao Tripé da Sustentabilidade,
Caso um dos credores não compareça à audiên-
a YYZ é classificada como um negócio:
cia designada sem justificativa, ocorrerá a suspensão
da exigência do débito e a interrupção dos encargos
a) neutro
decorrentes da mora, bem como a sua sujeição ao pla-
b) reparador
no de pagamento da dívida de forma compulsória.
c) sustentável
Caso a audiência seja frutífera, o juiz homologará
d) fundamental
o acordo, que terá efeito de título executivo judicial
e) insustentável
por força da coisa julgada.
Há de se mencionar, ainda, que o pedido de repac-
2. (CESGRANRIO — 2021) Um grupo empresarial, atuan-
tuação não constituirá em declaração de insolvência e
do em transportes terrestres, recebeu autorização
o consumidor endividado somente poderá pedir nova-
da ANAC para operar voos comerciais no território
mente instauração de processo de repactuação após
nacional e decidiu lançar ações no mercado, visan-
decorridos dois anos da quitação do plano pactuado.
do a encomenda de aeronaves. A estratégia do novo
374 entrante é vista com cautela por analistas de mercado,
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
uma vez que essa indústria demanda volumes eleva- Uma das métricas de conversão mais comumente
dos de investimento e apresentou baixas margens nos usadas é a média de visualizações por visita, uma vez
últimos anos. Adicionalmente, o grupo encontra-se que essa medida é importante porque:
em processo de recuperação judicial, e sua entrada no
mercado de aviação comercial acontece em crise do a) impede que a taxa de conversão de clientes antigos
setor aéreo, diante dos efeitos da pandemia. em leads seja relacionada à quantidade das visualiza-
ções em um único dia.
Sendo assim, o analista teve cautela ao interpretar as b) há uma relação direta entre a quantidade de visualiza-
informações sobre a barreira de entrada relacionada a: ções e a conversão de visitantes em leads ou clientes
pagantes.
a) diferenciação de serviços c) há uma relação inversa entre a quantidade de visuali-
b) identidade da marca zações e a conversão de visitantes em leads ou clien-
c) política governamental tes pagantes.
d) retaliação esperada d) estabelece que a relação entre a quantidade de clien-
e) requisitos de capital tes pagantes e as visualizações em sites são determi-
nadas pelo tipo de produto colocado à venda.
3. (CESGRANRIO — 2021) Sr. X precisava planejar a comer- e) é fundada na ideia de que não há relação entre a quan-
cialização de um serviço para um cliente exigente, que tidade de visualizações e a conversão de visitantes,
demanda a personalização e o serviço de alto contato. mas todos os leads gerados tornam-se consumidores
pagantes.
Para isso, ele planejou em sua estratégia comercial:
7. (CESGRANRIO — 2023) As atividades de telemarke-
a) reduzir a variação nas operações e na entrega do ting de um certo banco se resumem a atendimento de
serviço. ligações de clientes que buscam informações, fazem
b) garantir a intangibilidade do processo do serviço. reclamações e desejam contratar serviços do banco.
c) encorajar o cliente a realizar operações por internet ou
caixa automático. Uma vez que o banco não toma a iniciativa de telefo-
d) introduzir sofisticada rede de canais de distribuição nar para seu público-alvo, seja para vender, cobrar ou
eletrônicos. realizar uma pesquisa, verifica-se que, nesse caso, são
e) interagir pessoalmente com o cliente ao longo da realizadas somente ações de telemarketing:
prestação do serviço.
a) ativo
4. (CESGRANRIO — 2021) A partir da análise do banco b) receptivo
de dados da agência, o atendente bancário pode rea- c) mediador
lizar vendas sugestivas, identificando as informações d) ancorado
sobre o cliente para: e) de recrutamento

a) diminuir os juros cobrados dos correntistas. 8. (CESGRANRIO — 2023) Alguns vendedores levaram
b) informar sobre a carga tributária dos investimentos. até a direção de uma empresa uma lista de situações
c) propor o acesso a novos produtos do banco. ou práticas que consideravam eticamente problemá-
d) retirar os dados do mailing da companhia. ticas e que gostariam que fossem tratadas por essa
e) sugerir mudanças no horário das visitas à agência. empresa.

5. (CESGRANRIO — 2021) No marketing de relacionamento Um dos casos mais críticos era o de propinas e, para
de uma empresa, foi utilizada uma venda consultiva. tratar disso, a direção baixou uma portaria em que
deve constar o seguinte:
Isso significa que tal venda foi focada:
a) Todas as informações a respeito do serviço oferecido
a) no recebimento dos pedidos de compra, buscando a ao cliente devem ser apresentadas e deve ser dado
minimização do preço para garantir a venda e a gestão todo o tempo necessário para que o cliente tome a
de todas as contas. decisão a respeito da contratação ou da renovação
b) no canal de vendas (atração), fluxo e conversão, sem desse serviço.
levar em conta os processos internos de atendimento b) Fica vedado a qualquer funcionário da empresa ofe-
e a divulgação do serviço. recer produtos de qualquer valor, bem como qualquer
ATENDIMENTO BANCÁRIO

c) nos clientes interessados nos serviços de valor agre- quantia em dinheiro, a contratantes dos serviços do
gado, envolvendo os profissionais que têm conheci- banco ou a seus representantes.
mento profundo da empresa. c) Não será permitida a efetivação de qualquer contrato
d) nos clientes que não estão interessados, ou que são de fornecimento de serviços aos clientes que consta-
incapazes de ter recursos para os serviços de valor rem na lista de inadimplentes do Serviço Central de
agregado oferecidos pela empresa de venda. Proteção ao Crédito.
e) nas técnicas de coaching, onde o vendedor não fala d) As informações pessoais dos contratantes estão pro-
para o cliente qual é a solução para o seu problema, tegidas pela Lei Geral da Proteção de Dados Pessoais,
conduzindo-o para insights através de perguntas. não podendo, por esse motivo, ser acessadas pela
equipe de vendas do banco.
6. (CESGRANRIO — 2021) Como forma de acompanhar e) Em todos os casos de negociações com clientes para
o desempenho de campanhas de marketing digital, contratação de serviços do banco, os vendedores
os gestores costumam utilizar métricas de marketing devem agir de forma que beneficie a empresa e não
digital. lhe cause prejuízos. 375
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9. (CESGRANRIO — 2021) Segundo pesquisa contratada Nesse caso, a taxa de abandono foi de:
por um banco, os clientes tendem a perceber melhor a
vontade que os funcionários têm de ajudar os clientes a) 3,5%
e atendê-los sem demora, quando isso é mostrado em b) 7,5%
uma propaganda. c) 15,0%
d) 58,0%
Dessa forma, segundo a pesquisa, há uma relação e) 63,0%
direta positiva entre o componente do composto de
marketing e a dimensão da qualidade em serviço 13. (CESGRANRIO — 2021) O grau em que os clientes
denominados, respectivamente, estão dispostos a aceitar a variação de desempenho
de um serviço avaliado como aceitável é denominado:
a) produto e empatia
b) praça e confiabilidade a) lacuna de qualidade
c) produto e tangibilidade b) lacuna na interpretação
d) promoção e segurança c) lacuna nas percepções
e) promoção e responsividade d) zona de tolerância
e) diagrama de controle
10. (CESGRANRIO — 2021) Das cinco dimensões da
qualidade do serviço - confiabilidade, tangibilidade, 14. (CESGRANRIO — 2021) Um atendente comercial de
sensibilidade, segurança e empatia -, a confiabilidade um banco privilegia dois tipos de habilidades para a
tem constantemente se mostrado como o fator mais realização de seu trabalho: a observação refletida e a
importante na avaliação da qualidade do serviço pelos conceitualização abstrata. Assim sendo, ele gosta de
clientes de um banco. criar modelos teóricos, raciocina por indução, se inte-
ressa pelas ideias e conceitos abstratos, gosta que
Isso ocorre porque a confiabilidade é uma medida de: suas teorias sejam bem fundamentadas e verídicas
e procura diversas explicações para um evento que
a) favorecimento da discrepância entre o desempenho observa.
de um fornecedor e as expectativas do cliente, já que
evidencia a situação do momento. Com base nessas características, verifica-se que o
b) resultado, já que os clientes a avaliam depois da expe- atendente do banco privilegia um estilo de aprendiza-
riência de serviço, diferentemente das outras dimen- gem de:
sões, que são medidas de processo.
c) controle, que traça as mudanças quantitativas no a) acomodação
desempenho do serviço em uma variável específica b) assimilação
relativa a um padrão predefinido. c) divergência
d) causa-efeito, que relaciona problemas específicos do d) convergência
serviço a diferentes categorias de causas subjacentes. e) racionalização
e) excedente do consumidor, que identifica a diferença
entre o preço real pago e a percepção do cliente sobre 15. (CESGRANRIO — 2021) Um funcionário, em um deter-
o valor do produto. minado setor, desenvolveu uma maneira própria de
atuar, alinhado à visão e à missão da organização e
11. (CESGRANRIO — 2021) Uma pesquisa junto aos clien- aos normativos internos. Ele se tornou uma referência,
tes de um banco revelou que havia problemas com a por sempre ter um conselho ou uma orientação a dar
dimensão da qualidade de serviços empatia. aos colegas, mesmo que usando metáforas e uma lin-
guagem nada usual, em uma espiral do aprendizado.
Dessa forma, para melhorar a percepção da qualidade
do serviço desse banco, os gerentes deveriam: Visando à sustentabilidade organizacional, verifica-se
que o funcionário converte conhecimento tácito em
a) melhorar as instalações, equipamentos e mobiliário explícito por meio de:
das agências.
b) investir mais recursos em propagandas focadas nos a) combinação
clientes locais. b) exteriorização
c) instruir os funcionários a dedicar atenção individuali- c) institucionalização
zada aos clientes. d) interiorização
d) reduzir os custos de operação e cobrar tarifas mais e) socialização
baixas pelos serviços.
e) ampliar o treinamento dos funcionários e tornar os 16. (CESGRANRIO — 2021) Um banco brasileiro de inves-
serviços mais confiáveis. timentos decidiu tornar-se banco múltiplo, oferecendo
conta-corrente apenas no formato digital, com taxa
12. (CESGRANRIO — 2021) A ampliação das fronteiras zero aos seus clientes. Sustentou sua decisão por
do marketing digital fez com que os canais remotos reconhecer a perecibilidade dos serviços de outros
de vendas passassem a ter importância muito grande bancos tradicionais, já que algumas agências ficavam
nos negócios. Como forma de monitorar os resulta- vazias na maior parte do dia, enquanto enormes filas
dos das atividades de marketing desenvolvidas no site se formavam em horários de pico, sendo menos cus-
oficial de uma empresa, o gerente constatou que, ao toso o atendimento virtual.
longo de uma semana, 420 compras foram iniciadas
no site, mas apenas 357 foram finalizadas e geraram Nesse caso, a decisão tomada deveu-se à seguinte
376 receitas para a empresa. característica dos serviços:
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a) existência de variação na consistência de entrega e b) sofisticada, para permitir o uso dos institutos bancá-
dificuldade de padronização. rios e estabelecer critérios para a clientela abonada.
b) existência de cocriação com participação física e dire- c) clara, para possibilitar a acessibilidade do público e
ta de funcionário e cliente. permitir o entendimento adequado.
c) dificuldade de explicar os benefícios de algo que não d) simples, para carrear novos clientes em operações de
pode ser tocado. alto risco no mercado de capitais.
d) impossibilidade de ser guardado, estocado ou e) elaborada, com o manuseio de vocábulos espe-
armazenado. ciais que transmitem o real sentido das operações
e) facilidade de ser copiado por seus processos não tradicionais.
serem patenteáveis.
20. (CESGRANRIO — 2023) Na análise da flor de serviço
17. (CESGRANRIO — 2023) J é economista, com larga de uma instituição bancária, é possível identificar muitos
experiência no setor financeiro, tendo iniciado sua serviços suplementares facilitadores que permitem aos
carreira como caixa em pequeno banco no interior do clientes usar o produto central com mais eficiência, além
estado onde nasceu. Dado o seu currículo, foi convi- de serviços suplementares realçadores (de ampliação)
dado para exercer atividade de ouvidor em prestigiada que aumentam o valor do serviço central.
instituição financeira.
Fazem parte dos serviços suplementares facilitadores
Nos termos da Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outu- os seguintes elementos:
bro de 2020, o estatuto da instituição financeira deve con-
ter, dentre outros dados, os critérios de designação e de a) exceções, faturas, consultoria e salvaguarda
destituição do ouvidor e o tempo de duração de seu: b) hospitalidade, proteção, informações e pagamento
c) consultoria, cobrança, hospitalidade e proteção
a) experimento d) informações, tomada de pedido, faturas e pagamento
b) estágio e) recebimento de pedido, consulta, cobrança e
c) mandato salvaguarda
d) monitoramento
e) controle 21. (CESGRANRIO — 2023) Em uma organização, estão
exigindo que os vendedores troquem a tradicional ven-
18. (CESGRANRIO — 2022) D é um cliente de renomada ins- da de soluções pela venda de insights – estratégia que
tituição financeira e foi atingido por criminosos digitais exige uma abordagem radicalmente distinta em várias
que entraram em sua conta-corrente e realizaram várias áreas do processo de compra.
operações financeiras, incluindo saques, transferências,
pagamentos e empréstimos, gerando vultoso prejuízo Para realizar uma venda de insights, os vendedores
para o correntista. Cumprindo os protocolos, D dirigiu-se têm:
à agência bancária onde possuía sua conta-corrente e
efetuou contestações às operações, bem como comu- a) focado em um tipo de organização com uma visão cla-
nicou a fraude ao serviço de atendimento. A instituição ra, fechada, com necessidades já determinadas; em
comunicou que analisaria as contestações no prazo de vez de em uma organização ágil, flexível, com necessi-
trinta dias. Inconformado com o prazo que considerou dades emergentes.
longo e tendo em vista possuir contas a pagar, D apresen- b) priorizado identificar que necessidade o cliente está
tou reclamação à Ouvidoria. buscando suprir, em vez de identificar a necessidade
que o cliente ainda nem reconheceu que tem.
Nos termos da Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outu- c) direcionado o fluxo de informações da venda, orientando
bro de 2020, é atribuição da Ouvidoria, quando as deman- o cliente sobre como comprar, apoiando-o durante todo
das dos clientes e usuários de produtos e serviços não o processo, em vez de fazer perguntas para que o cliente
tiverem sido solucionadas nos canais de atendimento possa conduzi-los durante o processo de compra.
primário da instituição, prestar atendimento de: d) iniciado a conversa com o cliente, sabatinando-o
sobre suas necessidades e buscando um “gancho”
a) urgência para oferecer a melhor solução, em vez de apresentar
b) recurso ideias provocativas sobre o que o cliente deveria fazer.
c) última instância e) embasado sua prática na abertura do processo de
d) previsibilidade venda com perguntas feitas e soluções para o clien-
e) excepcionalidade te, em vez de gerar ideias inovadoras para atender os
ATENDIMENTO BANCÁRIO

desejos cognitivos do cliente.


19. (CESGRANRIO — 2022) Uma senhora busca os servi-
ços de uma instituição financeira postulando emprés- 22. (CESGRANRIO — 2021) LL é aposentada pelo regime geral
timo para realizar negócios, pois pretende iniciar seu de previdência, recebendo o valor correspondente através
próprio empreendimento. Após tratativas e buscas de repasse do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
cadastrais, o negócio é aprovado, sendo apresentado Três meses após receber a primeira parcela de sua apo-
contrato com mais de trinta laudas e utilização de ter- sentadoria, recebe, por telefone, várias ofertas de emprés-
mos econômico- contábeis complexos. timos mediante consignação em folha. Após consultar
familiares, LL não aceita qualquer empréstimo. Para sua
Consoante a Resolução CMN nº 4.949, de 30 de surpresa, dois meses após, o comprovante de pagamento
setembro de 2021, os contratos devem ter redação: de sua aposentadoria é remetido, constando desconto em
decorrência de empréstimo consignado. Tendo em vista o
a) técnica, própria das operações bancárias, com a utili- fato, dirige-se à agência do INSS que lhe informa qual ban-
zação de termos profissionais. co requereu a inscrição do empréstimo para pagamento 377
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mediante consignação. A aposentada apresenta requeri- e) desconsiderar os usuários que não mantenham rela-
mento ao banco para apresentar os documentos pertinen- ção negocial frequente.
tes ao empréstimo, sem qualquer resposta.
25. (CESGRANRIO — 2021) Ao analisar o mercado de uma
Nos termos da Resolução CMN nº 3.694/2009, as ins- região, o gerente identificou três tipos de clientes ban-
tituições financeiras, na contratação de operações e cários. O primeiro grupo de clientes decide o banco
na prestação de serviços, devem assegurar: que contrata, com base na rapidez de atendimento às
suas demandas. O segundo grupo reúne os consumi-
a) fornecimento de contratos e documentos pertinentes dores que consideram mais importante o custo dos
aos atos praticados serviços bancários cobrados na hora de escolher um
b) composição dos danos causados, desde que por banco. O terceiro grupo é formado por indivíduos que
ordem judicial consideram mais importante a segurança que o banco
c) declarações de idoneidade moral e financeira pode oferecer ao patrimônio dos investidores.
d) divulgação de cadastros positivos ou negativos reque-
ridos por fornecedores Nesse caso, a base para segmentação do mercado é
e) recebimento de documentos de forma física, mesmo denominada segmentação:
em dependência exclusivamente eletrônica
a) comportamental
23. (CESGRANRIO — 2021) KO é gerente Júnior de um banco b) demográfica
e atua no contato direto com os clientes que têm pouca c) psicográfica
experiência na atividade de investimentos financeiros. d) geográfica
Buscando promoção no quadro interno da instituição e) terciária
financeira, o gerente realiza vários cursos de atualiza-
ção, inclusive de educação financeira. Munido desses 9 GABARITO
conhecimentos, ele contata os correntistas sob sua res-
ponsabilidade e oferece indicações sobre como investir.
Os clientes compõem diversos segmentos econômicos, 1 B
e alguns não possuem renda para propiciar saldos des-
tinados a investimentos no momento em que são con- 2 E
tatados. O supervisor de KO identifica essa situação e o 3 E
adverte da perda de tempo com clientes que não gera-
riam lucros imediatos ao banco. 4 C

Nos termos da Resolução nº 4.539, de 24 de novem- 5 C


bro de 2016, verifica-se que a instituição financeira: 6 B

a) deve privilegiar os clientes que gerem recursos 7 B


imediatos.
b) deve apresentar a todos os clientes os produtos finan- 8 B
ceiros disponíveis. 9 E
c) deve preocupar-se com a formação de clientela futura.
d) pode criar segmentos especiais para atendimento pri- 10 B
vilegiado e secreto.
e) pode discriminar seus clientes livremente, analisando 11 C
sua renda como dado essencial para produzir lucro. 12 C

24. (CESGRANRIO — 2021) Um empreendedor atua em 13 D


várias sociedades empresariais tendo, por consequên-
cia, contratos com inúmeras instituições financeiras. 14 B
Por força desse contexto, possui visão ampla dos 15 B
serviços prestados pelos bancos. Em determinado
momento, um dos seus sócios encaminha problema 16 D
para ser resolvido com a instituição financeira D, vez
que a mesma respondeu que a sociedade empresária 17 C
demorou mais de três meses para identificar o possí- 18 C
vel erro na prestação dos serviços.
19 C
Nos termos da Resolução nº 4.539, de 24 de novembro
de 2016, constitui dever das instituições financeiras: 20 D

21 C
a) responder imediatamente aos reclamos dos clientes.
b) indenizar, no prazo mais curto possível, os danos 22 A
causados.
c) monitorar o relacionamento com os clientes, inclusive 23 B
por meio de métricas adequadas. 24 C
d) aguardar passivamente o nível de reclamação dos
usuários para tomar providências, após determinado 25 A
378 nível de insatisfação.
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