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Oficial de Promotoria 81
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NV-003MA-22
Cód.: 7908428802073
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Paulo Tuppy - 298.093.708-81, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra
Autores
LÍNGUA PORTUGUESA • Isabella Ramiro, Gabriela Coelho, Monalisa Costa, Ana Cátia Collares e
Giselli Neves
DIREITO ADMINISTRATIVO • Aline Costa, Maríllia Cunha, Fernando Paternostro Zantedeschi e Alexia
Broto
ISBN: 978-65-87525-94-5
Pa
Edição:
Maio/2022
ra é com você!
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deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.
BÔNUS:
• Curso On-line.
à Língua Portuguesa - Regência Verbal e Nominal
à Noções de Direito Penal - Dos crimes Contra a Administração da Justiça: Coação no
Curso do Processo
à Direito Processual Penal - Ação Penal Pública
à Direito Administrativo - Lei de Acesso à Informação (Lei Federal nº 12.527/11)
à Direito Constitucional e Ministério Público - Dos Direitos e Garantias Fundamentais:
Vedação ao Racismo e Tráfico, Terrorismo, Tortura, Crimes Hediondos e Ação de Gru-
pos Armados Contra a Ordem Constitucional
à Administração Pública - Disposições Gerais
à Direito Processual Civil - Do Ministério Público
à Matemática e Raciocínio Lógico - Equação Do 1° Grau; Negação Lógica
CONTEÚDO COMPLEMENTAR:
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SUMÁRIO
LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................9
ANÁLISE, COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS VERBAIS,
NÃO VERBAIS, LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS............................................................................... 9
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO.............................................................................................................. 12
RECURSOS DE COESÃO....................................................................................................................................12
SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS..............................................................................................................................14
CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................... 14
Substantivo........................................................................................................................................................ 14
Adjetivo.............................................................................................................................................................. 17
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Artigo................................................................................................................................................................. 19
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Numeral............................................................................................................................................................. 20
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Pronome............................................................................................................................................................ 20
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Verbo.................................................................................................................................................................. 22
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Advérbio............................................................................................................................................................. 31
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Preposição ....................................................................................................................................................... 32
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Conjunção......................................................................................................................................................... 33
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COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 36
CRASE.................................................................................................................................................. 36
PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 37
DIREITO PENAL...................................................................................................................43
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA............................................................................................... 43
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DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS ..........................................................................43
DA FALSIDADE DOCUMENTAL..........................................................................................................................44
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ......49
DA AÇÃO PENAL................................................................................................................................................73
Do Ministério Público....................................................................................................................................... 78
Disposições Gerais........................................................................................................................................... 78
Da Fase Preliminar............................................................................................................................................ 79
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Disposições Finais............................................................................................................................................ 82
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DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................93
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DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO.....................................................................................................................171
MATEMÁTICA.................................................................................................................... 217
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RAZÃO E PROPORÇÃO.....................................................................................................................220
PORCENTAGEM.................................................................................................................................221
JURO SIMPLES..................................................................................................................................228
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EQUAÇÃO DO 1º E 2º GRAUS...........................................................................................................229
TABELAS..........................................................................................................................................................231
GRÁFICOS........................................................................................................................................................232
NOÇÕES DE GEOMETRIA.................................................................................................................233
PERÍMETRO......................................................................................................................................................233
FORMA E ÁREA................................................................................................................................................233
VOLUME...........................................................................................................................................................236
ÂNGULO............................................................................................................................................................237
TEOREMA DE PITÁGORAS..............................................................................................................................239
ESTRUTURAS LÓGICAS...................................................................................................................246
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LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO......................................................................................................................247
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DIAGRAMAS LÓGICOS....................................................................................................................................250
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SEQUÊNCIAS....................................................................................................................................................251
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Todos esses assuntos completam o estudo basilar
de semântica com foco em provas e concursos, sem-
pre de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos
você a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer
de praticar seus conhecimentos realizando a seleção
LÍNGUA PORTUGUESA de exercícios finais, selecionados especialmente para
que este material cumpra o propósito de alcançar sua
aprovação.
breve diferença entre os termos compreensão e o processo de inferência, que se dá por dedução ou
8-
interpretação textual. por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
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sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste O marido da minha chefe parou de beber.
material, ainda que existam relações de sinonímia
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entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor Observe que é possível inferir várias informações a
por um termo ao invés de outro reflete um sentido partir dessa frase. A primeira é que a chefe do enuncia-
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que deve ser interpretado no texto, uma vez que a dor é casada (informação comprovada pela expressão
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interpretação realiza ligações com o texto a partir “marido”), a segunda é que o enunciador está trabalhan-
p
das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. do (informação comprovada pela expressão “minha che-
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Já a compreensão busca a análise de algo exposto no fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador
o
texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma bebia (expressão comprovada pela expressão “parou de
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expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti- beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto
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cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos que induzem o leitor a interpretar essas informações.
essencialmente relacionados à significação das palavras Tratando-se de interpretação textual, os processos
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica. de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
Sabendo disso, é importante separarmos os con-
LÍNGUA PORTUGUESA
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A partir desse esquema, conseguimos visualizar A DEDUÇÃO
melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra- A leitura de um texto envolve a análise de diversos
tégias que compõem cada maneira de inferir informa- aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de
ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos maneira implícita no enunciado.
seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu- Em questões de concurso, as bancas costumam
tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
de mundo na interpretação de textos. para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula seus
A INDUÇÃO conhecimentos prévios a partir de uma informação
que julga certa, buscando uma interpretação; assim,
As estratégias de interpretação que observam ocorre o processo de interpretação por dedução. Con-
métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto forme Kleiman (2016, p. 47):
oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certe-
za na interpretação. Dessa forma, é fundamental bus- Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo
car uma ordem de eventos ou processos ocorridos no temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o
texto e que variam conforme o tipo textual. tema; ele estará também postulando uma possí-
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos vel estrutura textual; na predição ele estará ati-
identificar uma organização cronológica e espacial no vando seu conhecimento prévio, e na testagem
desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, ele estará enriquecendo, refinando, checando esse
pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, pode- conhecimento.
mos organizar as ideias do texto a partir da marcação
de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argu- Fique atento a essa informação, pois é uma das
mentação, esse encadeamento de ideias fica marcado primeiras estratégias de leitura para uma boa inter-
pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma pretação textual: formular hipóteses, a partir da
ideia/ponto de vista. macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura ini-
No processo interpretativo indutivo, as ideias são
cial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual
organizadas a partir de uma especificação para uma
ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano,
generalização. Vejamos um exemplo:
entre outras informações que podem vir como “aces-
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa
sórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a
espécie de animal. O que observei neles, no tempo leitura que deverá se seguir. Uma outra dica impor-
em que estive na redação do O Globo, foi o bastan- tante é ler as questões da prova antes de ler o texto,
te para não os amar, nem os imitar. São em geral pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo conforme
de uma lastimável limitação de ideias, cheios de um objetivo mais definido.
fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos O processo de interpretação por estratégias de dedu-
detalhados e impotentes para generalizar, cur- ção envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
vados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas,
adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guia-
z Conhecimento Linguístico;
dos por conceitos obsoletos e um pueril e errôneo
z Conhecimento Textual;
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critério de beleza.
z Conhecimento de Mundo.
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Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
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Um exemplo em que a interpretação textual é preju- A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a seguir: cício para atestarmos a importância da ativação do
conhecimento de mundo em um processo de interpre-
tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:
Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- é o ponto de vista do autor. Quando o autor cria uma
8-
mento linguístico e se desenvolve pela experiência obra, ele insere em suas palavras muito de si. Sua visão
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leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de de mundo, seus valores, sua construção psicológica e
.
está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê tos, pode atribuir ritmo, ajustar pensamentos, nortear
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uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma interpretações, explicar detalhes e até mesmo produzir
p
reportagem como se lê um poema. narrativas fora do texto. Por isso, é necessário investir
Tu
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- algum tempo à análise desse elemento narrativo para
o
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de tornar a produção o mais adequada possível, expondo
ul
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. não apenas o enredo que está sendo narrado, mas tam-
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O uso dos conhecimentos prévios é fundamental trama por meio dos seis sentidos do protagonista que
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre são, normalmente, os cinco sentidos, potencializando
sua intuição. O autor tem total liberdade para criar
importante que o candidato a cargos públicos reserve
novos significados para a sua narrativa e também
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes
pode definir se ela será apresentada ao leitor por meio
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- de um ou mais personagens.
tar seu conhecimento de mundo. Quando a história é contada por mais de um perso-
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso nagem fictício, a transição do ponto de vista do autor
conhecimento de mundo que é relevante para a com- deve ser bem definida e os detalhes devem estar bem
preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso claros, para que isso não confunda o leitor. A menos
cérebro associar informações, a fim de compreender que o enredo exija, a trama não precisa ser narrada
o novo texto que está em processo de interpretação. por todos os personagens, então, o autor deve deter-
minar qual deles deterá o “ponto de vista”. Isso não 11
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significa que, quando for essencial para o desenvolvi- lógica e sequencial ao longo do texto. Quanto mais
mento da história, um ou mais capítulos não possam ideias secundárias são apresentadas, mais fácil
conter o ponto de vista de outros personagens. Após torna-se compreender a ideia principal e a inten-
definir esse ponto, o autor passa a dar um contexto cionalidade do discurso, pois as ideias secundárias
ao seu protagonista, traçando uma linha geográfica e levam o leitor à ideia principal.
temporal.
O autor também deve se atentar em estabelecer As ideias secundárias podem ser apresentadas por
intimidade com o leitor, para que ele se conecte à tra- alguns meios. Entre eles, temos:
ma e ao protagonista e seja capaz de imaginar todos os
detalhes, as sensações e os sentidos que o personagem Apresentação de sinônimos ou ideias sinôni-
está vivenciando naquele momento. Por exemplo, mas: Por meio de ideias ou palavras correlacio-
quando o autor descreve o trecho na perspectiva do nadas, é possível reforçar a ideia principal;
personagem principal, ele não deve citar seu choro, a Antônimos: A apresentação de antônimos ou
menos que o protagonista esteja olhando seu reflexo ideias contrárias reforça no entendimento do
em um espelho. Mas o autor pode descrever a sensa- leitor o que não é a ideia principal e no que ela
ção dos olhos enchendo-se de lágrimas, uma ou outra consiste;
escapando pelo canto dos olhos, e o toque da lágrima Exemplificação: Por meio de exemplos, ca-
fria escorrendo pelo rosto. sos reais ou dados estatísticos, o leitor pode
Assim, o ponto de vista é muito importante para compreender melhor do que se trata a ideia
a construção das ideias da narrativa e identificá-lo é principal.
essencial para interpretar o texto e responder corre-
tamente às questões. RECURSOS DE COESÃO
identificar a progressão das ideias ao longo do texto e Como Produzir um Texto com Coerência Textual?
Tu
Um texto coeso é também um texto harmônico. Nas figuras de linguagem, vimos que a elipse con-
Quando ainda não temos experiência em escrita, pre- siste em omitir um termo que foi escrito anteriormen-
cisamos estar atentos às estratégias que vamos utilizar te e que pode ser compreendido no contexto geral, ex.:
para que haja essa coesão. Vamos explorá-las a seguir.
Por outro lado, enquanto leitores e alunos, preci- z O presidente afirmou que vai verificar o problema,
samos conhecer também essas estratégias para iden- também disse que irá se reunir com os ministros.
tifica-las ao longo da leitura e realizar uma boa prova.
Coesão por Substituição
Coesão Referencial
A substituição é essencial também para não haver
Para haver coesão referencial é necessário utilizar repetição de palavras. Podemos usar outras palavras
termos para evitar a repetição de palavras já mencio- para nos referirmos à anterior, mesmo que não seja
nadas, principalmente dentro do mesmo parágrafo. um sinônimo.
Para referenciar essas palavras utilizamos principal-
mente pronomes, advérbios e locuções adverbiais. z Lucas viajou para a Europa nas últimas férias.
Também preciso de uma (viagem) assim.
z Meu carro está no mecânico. Você veio com o seu?;
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z Todos os dias, João chega cedo, mas hoje ele ainda Além dos recursos que mencionamos acima, pode-
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não chegou; mos citar outros importantes para uma boa escrita,
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são eles:
z É importante falar sobre o uso da máscara, essa
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gênero e número);
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Substantivo
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Tipos de Substantivos
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Burros: récua, burricada, burrada; vos masculinos são aqueles cujo artigo “o” vem ante-
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cabroeira;
z O carro / o motor / o cigarro.
.
Elefantes: manada;
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Flores: ramalhete, ramo, buquê, braçada; “regra” mais confiável. Ex: O amor / o celular.
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Formigas: colônia, formigueiro, formigame, Além disso, os substantivos podem ser classifica-
carreiro, correição; dos em uniformes e biformes.
Gafanhoto: nuvem, gafanhotada, onda, praga; Os substantivos biformes apresentam diferentes for-
mas para o masculino e feminino. Ex.: Menino / menina
LÍNGUA PORTUGUESA
Nomes de lagos, montes, oceanos e rios, em que O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
se subentende o gênero masculino:
Ex.: O Amazonas (o rio Amazonas), o Atlântico (o De acordo com o novo acordo ortográfico, vigente
oceano Atlântico).Flexão de Número. no país desde o início de 2009, utiliza-se maiúsculas
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em:
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que os substantivos sofrem flexão: singular e plural. � Nome de pessoas reais ou imaginárias (nome,
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O singular indica apenas um ser ou um grupo de sobrenome, apelido, seres mitológicos etc).
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de seres. � Tiago;
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� Silva;
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Importante!
Os pontos cardeais são grafados com maiúsculas apenas quando utilizados indicando uma região.
� Este ano vou conhecer o Sul. (O Sul do Brasil);
Quando utilizados indicando uma direção, devem ser escritos com minúsculas.
� Correu a América de norte a sul.
� Títulos de periódicos.
� Veja;
� O Globo;
� Correio do Brasil.
� Em siglas, símbolos ou abreviaturas.
� ONU / INPS;
� Unesco / Bradesco / Sr.(a);
� S [Sul] / K [Potássio];
Além disso, vale ressaltar que substantivos próprios também são escritos com maiúscula.
Adjetivo
São palavras que qualificam os substantivos, dão características (feliz, gordo, alto, interessante).
Locuções Adjetivas
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Trata-se de uma expressão formada por mais de uma palavra com o valor/significado de um adjetivo. Em
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Lucas tem atitude de criança: “atitude de criança” = locução adjetiva com valor de “atitude infantil”.
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níveo
de baço esplênico de neve
ou nival
� Comparativo: atua fazendo comparação entre elementos da frase. O comparativo possui três graus:
� 1° Comparativo de igualdade: compara elementos colocando-os num mesmo patamar.
Ex.: A sua receita é tão saborosa quanto a dela;
� 2° Comparativo de superioridade: compara, evidenciando um elemento como superior ao outro.
Ex.: A sua receita é melhor do que a dela;
� 3° Comparativo de inferioridade: compara, evidenciando um elemento como inferior ao outro.
Ex.: A sua receita é pior do que a dela.
� Superlativo: eleva, intensifica as características dadas aos substantivos. Possui dois tipos:
� 1° Superlativo relativo: quando essa elevação se refere a um conjunto.
Ex.: Dentre os discos gravados por você, este é o mais elaborado;
� 2° Superlativo absoluto: faz referência apenas a um substantivo;
Ex.: Este disco gravado por você é o mais elaborado.
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Tipos de adjetivos:
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Artigo
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São palavras que antecedem o substantivo, definindo ou não o seu sentido. Podem ser classificados em defi-
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nidos e indefinidos.
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Há apenas um artigo definido – o – e um artigo indefinido – um, que depois variam em gênero e número (os,
a, as) para artigos definidos e (uma, uns, umas) para os indefinidos.
p
Tu
O artigo definido serve para indicar um ser definido entre outros e indicar todo conjunto de seres.
o
Reforço de ideia.
Ex.: Uns gostam de cão, outros de gato.
� Contaram-me uma história antiga e duvidosa.
Importante!
Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) podem ser confundidos com o numeral. Como dito, os artigos
acompanham substantivos, enquanto os numerais indicam número, ou seja, quantidade. Veja os exemplos:
Nas férias, pretendo ler um livro. = Artigo indefinido. Pode ser um livro qualquer; aqui, trata-se do termo “livro”
de forma mais geral.
Nas férias, vou ler apenas um livro. = Numeral. A quantidade de livros a serem lidos nas férias é apenas um. 19
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Numeral Dica
São as palavras utilizadas para designar posição
“Os pronomes eu e tu são retos.
Nós, vós, ele(s) serão retos ou oblíquos, depen-
ou número.
dendo de seu emprego na frase.” (PIMENTEL,
Exs.: Eu quero um pastel de carne;
2015, p. 137)
Pedro ganhou a corrida em primeiro lugar;
Milhares de pessoas compareceram ao evento.
Pronomes de Tratamento
Os numerais podem ser classificados em cardinais,
ordinais, multiplicativos e fracionários.
Os pronomes de tratamento são utilizados para se
dirigir à pessoa com quem se fala. Existem pronomes
� Cardinais: expressam quantidade exata de seres
de tratamento bastante específicos. Veja na tabela a
através da palavra. seguir, da esquerda para a direita, pronome de trata-
Ex.: Ganhei sete bombons ontem; mento, sua abreviação e seu uso, respectivamente.
� Ordinais: indicam ordem ou posição dentro de
uma sequência;
Exs.: João ganhou a corrida em segundo lugar. PRONOMES DE TRATAMENTO
Esta foi a primeira vez que consegui compreendê-lo; príncipes,
� Multiplicativos: expressam o número de vezes Vossa Alteza V. A.
duques
pelo qual determinada quantidade é multiplicada. Vossa Eminência V. Ema.(s) Cardeais
Dobro = duas vezes; triplo = três vezes; quádruplo
Vossa sacerdotes e
= quatro vezes... V. Revma.(s)
Reverendíssima bispos
Ex.: Eu trabalho o dobro de horas que você;
altas autoridades
� Fracionários: expressam frações, divisões ou Vossa Excelência V. Ex.ª (s)
e oficiais-generais
diminuições proporcionais em quantidade.
Vossa reitores de
Ex.: Esse mês já gastei um terço do meu salário. V. Mag.ª (s)
Magnificência universidades
Podemos encontrar ainda os numerais coletivos, Vossa Majestade V. M. reis e rainhas
isto é, designam um conjunto, porém expressam uma Vossa Majestade
V. M. I. Imperadores
quantidade exata de seres/conceitos. Veja: Imperial
Dúzia: conjunto de doze unidades; Vossa Santidade V. S. Papa
Novena: período de nove dias; tratamento
Vossa Senhoria V. S.ª (s)
Década: período de dez anos; cerimonioso
Século: período de cem anos; Vossa
V. O. Deus
Bimestre: período de dois meses. Onipotência
Palavras que substituem ou acompanham os subs- z Senhor (Sr.) e Senhora (Sr.ª): tratamento cerimo-
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maneiras, de acordo com o papel que desempenham z Você: tratamento mais familiar, corriqueiro ou
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na oração. íntimo.
.
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Referem-se às pessoas que participam do discurso. Referem-se à 3ª pessoa do discurso de modo vago,
O falante corresponde à 1ª pessoa; o ouvinte, à 2ª; e o
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impreciso. Veja:
assunto, à 3ª. Eles podem se classificar como retos ou Todos foram à festa ontem.
p
Plural Segunda
com relação às pessoas do discurso). vossa(s)
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z Invariáveis
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1ª pessoa: isto;
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pessoa / com quem se fala). � Pessoal reflexivo: neste caso, pode ser subs-
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uma frase para retomar algum termo já citado ante- to recai sobre o outro, e vice-versa.
riormente, evitando uma repetição desnecessária. Ex.: Carla e Joaquina abraçaram-se
amorosamente;
Estes pronomes podem ser variáveis ou invariá- � Apassivador: utilizado na voz passiva do verbo,
veis, ou seja, podem ou não sofrer alterações de gêne- podendo ocorrer apenas em verbos transitivos
ro e número. diretos.
Ex.: Alugam-se barcos.
z Pronomes relativos variáveis: cujo, o qual, quanto; Compra-se roupas;
z Pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde. � Indefinido: tem função de indeterminação de
sujeito, e pode ocorrer em verbos intransitivos,
Veja, na tabela a seguir os pronomes relativos e transitivos indiretos e verbos de ligação.
suas variações. Ex.: Ama-se a Deus.
Aqui se é feliz. 21
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� Partícula expletiva: quando acompanha verbo Tudo se transformará com o tempo.
intransitivo, com sujeito determinado ou oculto, Outro secretário se ajustará ao cargo com
podendo ser usado apenas para realce. dificuldade.
Ex.: Acabou-se o mundo. Qualquer pessoa se persigna quando a situa-
Foram-se embora todos os amigos que restavam; ção está complicada;
� Nas locuções verbais, se houver negação ou
� Conjunção: pronome relativo, interrogativo. Ex.:
� Causal: usada quando a oração subordinada Não se pode deixar de realizar...
expressa uma causa para a oração principal. Coisas que se podem deixar de realizar...
Ex.: Se João demorar, jantaremos apenas nós. Por que se deve realizar esta tarefa?;
� Condicional: indica uma condição da oração. � Se o verbo estiver no futuro do presente ou
Ex.: Se fizer sol, iremos ao parque; futuro do pretérito, pode-se utilizar a antecipa-
� Integrante: quando integra orações subordi- ção pronominal. Exs.:
nadas substantivas, completando o sentido da Eu me dedicarei aos estudos gramaticais
oração principal. quando...
Ex.: Não se sabe ao certo qual a verdadeira cau- Eu me dedicaria aos estudos gramaticais se...;
sa de seu falecimento. Pode-se também utilizar mesóclise, mas não é
Sabe-se que não são muitos os que realmente
aconselhável, por revelar-se pedante. Embora
se preocupam.
o pronome pessoal do caso reto não tenha força
atrativa, é recomendável a próclise para evitar
Colocação Pronominal
o preciosismo da mesóclise;
� Se houver vírgula depois do advérbio, deve-se
� Próclise: quando o pronome é colocado antes do
usar ênclise e não próclise.”
verbo, sendo comum nos seguintes casos:
� Quando o verbo segue uma partícula negativa: � Ênclise: quando o pronome é colocado depois do
não, nunca, jamais, nada, ninguém. verbo. Esse tipo de colocação pronominal se rela-
Ex.: Não nos responsabilizaremos por sua ati- ciona aos seguintes casos:
tude rebelde. � Verbo no imperativo afirmativo.
Nunca se acusou um cliente por esses motivos. Ex.: Depois de terminar, chamem-nos.
Um vendedor de nossa empresa jamais se con- Para começar, joguem-lhes a bola!;
tentará com níveis de faturamento tão baixos. � Verbo no infinitivo impessoal.
O relatório fora bem escrito, mas nada o Ex.: Gostaria de pentear-te à minha maneira.
recomendava como modelo que devesse ser O seu maior sonho é casar-se;
imitado. � Verbo inicia a oração.
Ninguém o viu chegar, mas ele já se encontra Ex.: Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
no escritório; Acordei e surpreendi-me com o café da manhã;
� As orações que se iniciam por pronomes e � Verbo no gerúndio (sem a preposição em pois
advérbios interrogativos também exigem ante- quando regido pela preposição em deve ser
cipação do pronome ao verbo. usada a próclise).
Ex.: Por que o diretor se ausentou tão cedo? Ex.: Vive a vida encantando-me com as suas
81
Quem lhe disse que o gerente de vendas não se Faço sempre bolos diferentes experimentan-
70
cabeça.
Orgulhar-me-ia dos meus alunos.
p
mãos...;
Dica
o
o pronome: mal, ainda, já, sempre, só, talvez, Existem casos em que o adjetivo pode vir antes
Pa
São os tempos básicos em que o verbo pode ser conjugado. São eles: presente, pretérito imperfeito, pretérito
perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente e futuro do pretérito.
Na tabela a seguir você verá alguns verbos conjugados nos diferentes tempos, modos e pessoas verbais até
então vistos aqui.
São eles: pretérito perfeito composto, pretérito mais-que-perfeito composto, futuro do presente composto,
futuro do pretérito composto.
Observe os exemplos da tabela a seguir:
81
Indicativo Pretérito perfeito composto tenho estudado tenho escrito tenho dividido
.
93
Pretérito mais-que-perfeito
Indicativo tinha estudado tinha escrito tinha dividido
.0
composto
98
Indicativo Futuro do presente composto terei estudado terei escrito terei dividido
-2
Indicativo Futuro do pretérito composto teria estudado teria escrito teria dividido
p py
Subjuntivo Pretérito perfeito composto tenha estudado tenha escrito tenha dividido
Tu
Pretérito mais-que-perfeito
Subjuntivo tivesse estudado tivesse escrito tivesse dividido
o
composto
ul
Pa
As formas nominais do verbo são: Infinitivo, gerúndio e particípio. Elas possuem tanto função de verbo
como de nome.
� Infinitivo: representa o nome do verbo, livre de conjugação (flexões de tempo, pessoa, número etc.). Corres-
ponde aos verbos terminados em ar, er e ir.
Ex.: Amar, brincar, correr, beber, sorrir, divertir etc.
O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: Aqui há um sujeito envolvido na ação.
Ex.: Trouxe um trabalho para vocês fazerem;
Impessoal: Não há envolvimento de sujeito na ação.
Ex.: Trouxe um trabalho para fazer. 23
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� Gerúndio: dá uma ideia de ação contínua, e possui a terminação -ndo.
Exs.: Te vi correndo na praça ontem;
Estou andando de bicicleta.
Ele estava sorrindo tão lindamente!
� Particípio: dá ideia de ação terminada, concluída, e para a maioria dos casos, possui a terminação -do(a).
Exs.: Ele já havia finalizado o trabalho;
Quando cheguei, ela já havia partido;
Encerrada a discussão, finalizou a reunião.
Locuções Verbais
Locução verbal é o nome dado à junção de dois verbos, um auxiliar e um principal, que quando aparecem
juntos numa oração, desempenham o papel de apenas um verbo. Veja alguns exemplos de locuções verbais:
z Estive pensando;
z Quero sair;
z Pode ocorrer;
z Tem investigado;
z Tinha decidido;
z Estou esperando;
z Vou correndo;
z Estou lendo.
Tipos de Verbos
z Intransitivos
Os verbos intransitivos são aqueles que não dependem/necessitam de um complemento, pois possuem sentido
completo por si mesmos, então, podem compor um predicado sozinhos.
Exs.:
Célia morreu;
Ana chegou.
Muitas vezes, os verbos intransitivos podem vir acompanhados de um predicativo e de um adjunto adverbial.
É importante relembrar a diferença entre eles, uma vez que estes termos costumam trazer bastante confusão
para as pessoas:
O predicativo, em geral, caracteriza o substantivo, em grande maioria, por meio do uso de adjetivos, exprimin-
do uma qualidade ao sujeito.
Ex.: Laura é bonita.
81
O adjunto adverbial, por usa vez, remete à ideia de circunstância, e modifica um verbo (Mudou imediatamen-
8-
Agora, vamos voltar a tratar dos verbos intransitivos e seu acompanhamento. Veja:
.
93
.0
Célia: sujeito;
py
Morreu: verbo intransitivo (possui sentido por si mesmo, sem necessidade de complemento);
p
Serenamente: adjunto adverbial (qualifica o verbo, indicando o modo como Célia morreu).
Tu
o
Ana: sujeito;
Chegou: verbo intransitivo;
Satisfeita: predicativo (pois caracteriza o substantivo próprio “Ana”, indicando o modo como ela chegou).
VERBOS INTRANSITIVOS
Andar João lê e anda ao mesmo tempo
Brincar Elena brincou com Lucas durante a tarde
Casar Josi casa amanhã.
Chegar Ainda não cheguei
Dormir Vou dormir às 22 horas
z Verbos Transitivos
Os verbos transitivos, ao contrário dos intransitivos, são verbos que necessitam de complemento para adqui-
rirem sentido completo.
Podem ser classificados em verbos transitivos diretos, verbos transitivos indiretos e verbos transitivos diretos
ou indiretos.
T
ransitivo Direto: pede, como complemento, um objeto direto, indicando quem ou o quê. Veja:
Verbo: ler [o quê?]:
Eu leio notícias;
Eu leio livros de romance;
Eu leio revistas.
“Notícias”, “romance” e ‘‘revistas’’ são objetos diretos.
Verbo: visitar [quem?]:
Visitar a avó.
Visitar uns amigos.
Visitar o doente.
“Avó”, “uns amigos” e “o doente” são objetos diretos.
T
ransitivo indireto: pede, como complemento, um objeto indireto (que necessita de preposição). Veja:
Verbo: precisar [de quê?]
Precisar de ajuda;
Precisar de dinheiro;
Precisar de um casaco.
“Ajuda”, “dinheiro” e “um casaco” são objetos indiretos.
� Transitivo direto e indireto: pede, como complemento, tanto um objeto direto quanto um objeto indireto.
70
Veja:
.
Os verbos regulares são aqueles que, ao serem conjugados, não sofrem alterações em seu radical ou em suas
terminações:
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbo Beber
INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do
Presente Futuro do Pretérito
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente
Eu bebo Eu bebia Eu bebi Eu bebera Eu beberei Eu beberia
Tu bebes Tu bebias Tu bebeste Tu beberas Tu beberás Tu beberias
Ele bebe Ele bebia Ele bebeu Ele bebera Ele beberá Ele beberia
Nós bebemos Nós bebíamos Nós bebemos Nós bebêramos Nós beberemos Nós beberíamos
Vós bebeis Vós bebíeis Vós bebestes Vós bebêreis Vós bebereis Vós beberíeis
Eles bebem Eles bebiam Eles beberam Eles beberam Eles beberão Eles beberiam
25
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SUBJUNTIVO
Presente Pretérito Imperfeito Futuro
que eu beba se eu bebesse quando eu beber
que tu bebas se tu bebesses quando tu beberes
que ele beba se ele bebesse quando ele beber
que nós bebamos se nós bebêssemos quando nós bebermos
que vós bebais se vós bebêsseis quando vós beberdes
que eles bebam se eles bebessem quando eles beberem
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
- -
Bebe tu Não bebas tu
Beba você Não beba você
Bebamos nós Não bebamos nós
Bebei vós Não bebais vós
Bebam vocês Não bebam vocês
INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
Verbo Gostar
INDICATIVO
Pretérito Pretérito Pretérito mais Futuro do Futuro do
Presente
Imperfeito Perfeito que perfeito Presente Pretérito
Eu gosto Eu gostei Eu gostara Eu gostarei Eu gostaria
Eu gostava
Tu gostas Tu gostaste Tu gostaras Tu gostarás Tu gostarias
81
Tu gostavas
Ele gosta Ele gostou Ele gostara Ele gostará Ele gostaria
8-
Ele gostava
Nós gostamos Nós gostamos Nós gostáramos Nós gostaremos Nós gostaríamos
70
Nós gostávamos
Vós gostais Vós gostastes Vós gostáreis Vós gostareis Vós gostaríeis
.
Eles gostavam
93
Eles gostam Eles gostaram Eles gostaram Eles gostarão Eles gostariam
.0
98
-2
SUBJUNTIVO
py
IMPERATIVO
Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
- -
Gosta tu Não gostes tu
Goste você Não goste você
Gostemos nós Não gostemos nós
Gostai vós Não gosteis vós
Gostem vocês Não gostem vocês
26
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INFINITIVO
Infinitivo Pessoal
Por gostar eu
Por gostares tu
Por gostar ele
Por gostarmos nós
Por gostardes vós
Por gostarem eles
VERBOS IRREGULARES
Ser Trazer
Estar Dizer
Haver Vir
Saber Querer
Poder Pedir
Medir Ouvir
Fazer Caber
Dar
Não existe uma regra para conjugar estes verbos. Em alguns, as alterações acontecem apenas em seu radical,
já em outros, em suas terminações, e há aqueles nos quais as alterações ocorrem em ambos os casos.
Dentro dos verbos irregulares, podemos classificá-los em padrões de irregularidade:
Verbos irregulares fortes: são os verbos que, conjugados no tempo pretérito perfeito do indicativo, apresen-
tam um radical diferente de quando conjugados no presente do indicativo. Veja a tabela a seguir, que indica quais
são esses verbos e como se diferem nestas conjugações.
VERBO CABER DIZER ESTAR FAZER HAVER PODER QUERER SABER TRAZER
Presente do In-
eles eles eles eles eles eles eles eles
dicativo (3ª pes- eles hão
cabem dizem estão fazem podem querem sabem trazem
soa do plural)
Pretérito Perfei-
81
to do Indicativo eles eles eles eles eles eles eles eles eles
8-
(3ª pessoa do couberam disseram estiveram fizeram houveram puderam quiseram souberam trouxeram
70
plural)
.
93
Verbos irregulares fracos: estes podem apresentar mais subgrupos de irregularidades. Veja a seguir alguns
.0
98
F
ormas irregulares na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo e em todas as pessoas do presente do
py
subjuntivo.
p
Tu
VERBO ANSIAR INCENDIAR MEDIR MEDIAR ODIAR PEDIR REMEDIAR REQUERER VALER
o
ul
Presente do in-
Pa
eu eu eu eu eu eu eu eu
dicativo (1ª pes- eu requeiro
anseio incendeio meço medeio odeio peço remedeio valho
soa do singular)
Presente do
que
LÍNGUA PORTUGUESA
subjuntivo que ele que ele que eu ele eu que ele que ele que ele
eu
(3ª pessoa do anseie incendeie meça medeie odeie remedeie requeira valha
peça
singular)
Verbos terminados em -iar são conjugadas segundo as regras dos verbos terminados em –ear.
z Verbos anômalos
Os verbos anômalos correspondem aos “verbos irregulares que apresentam radicais primários diferentes
quando conjugados.”
Os verbos “ser” e “ir” são os principais verbos anômalos. Observe a tabela a seguir:
z Verbos abundantes
81
Os verbos abundantes são aqueles que, no particípio, apresentam mais de uma forma aceita pela norma culta,
8-
provar
-2
Após ter submergido os legumes, repa- Deixe os legumes submersos por al-
o
Submergir
ul
Vamos agora a alguns exemplos de verbos regulares, ou seja, aqueles que não apresentam “exceções” /irregu-
laridades:
LÍNGUA PORTUGUESA
VERBOS REGULARES
Amar Entender
Abrir Falar
Acabar Fingir
Agradecer Gostar
Almoçar Julgar
Aprender Lavar
29
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VERBOS REGULARES
Assistir Lembrar
Beber Levar
Chorar Mandar
Chover Mexer
Colorir Mudar
Comer Participar
Comprar Partir
Compreender Permitir
Convidar Pular
Cumprir Receber
Decidir Viajar
Dever Viver
Dividir Voar
Encontrar Voltar
z Verbos auxiliares
Os verbos auxiliares são aqueles que auxiliam na conjugação de outros verbos. Os principais verbos auxiliares
são: ser, estar, ter e haver.
Existem ainda os chamados verbos auxiliares de tempo: ir e andar, ao lado dos verbos auxiliares.
Sendo assim, neste caso, apenas o verbo auxiliar sofre flexão, e o verbo principal pode aparecer no particípio,
no gerúndio ou no infinitivo.
Ex.: Iremos andando enquanto você não vem.
Há ainda os verbos auxiliares modais. Esses podem indicar desejo, intenção e possibilidade (querer, poder,
tentar, dever, chegar etc.)
Ex.: Os alunos querem tirar notas altas.
Note que, nesse caso, o verbo principal aparece no gerúndio (ou pode aparecer também no particípio).
Vozes Verbais
81
8-
As vozes verbais correspondem à forma com que os verbos se apresentam na oração, para assim determinar
70
Eu fiz o trabalho;
-2
Aumentou-se a vigilância.
Pa
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar etc.) + verbo principal no particípio + agente da passiva.
Para facilitar, veja como funciona na prática:
O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.
A casa toda foi aspirada por nós.
O trabalho foi feito por mim.
em determinados tempos, como no futuro do subjun- � Locuções adverbiais de negação: de forma algu-
8-
� Ver: quando eu vir; Ex.: Ele, de fato, amava muito sua namorada;
-2
ação ocorreu, ocorre ou ocorrerá gunta, podendo exprimir uma ideia de modo, tempo,
São eles: Hoje, logo, já, afinal, amanhã, ontem, lugar ou causa (como, quando, onde e por que). Veja a
tarde, breve, depois, cedo, antes, enfim, jamais, seguir alguns exemplos:
nunca, sempre, doravante, outrora, imediatamen-
te, antigamente, primeiramente, constantemente, � Modo: Como se locomoveu até lá?;
sucessivamente, posteriormente; � Tempo: Quando ele foi embora?;
� Modo: advérbios que fornecem informações a res- � Lugar: Onde é que se escondeu?;
peito da maneira com que a ação se dá, deu-se ou � Causa: Por que não veio ontem?
se dará. Em sua maioria, possuem a terminação
–mente. Grau do Advérbio
São eles: rapidamente, bem, mal, devagar, silencio-
samente, vagarosamente, apressadamente, insis- Os advérbios podem se flexionar em dois graus:
tentemente, tristemente, alegremente etc; comparativo e superlativo. 31
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� Comparativo: no grau comparativo, pode ser Exs.: Dei um presente a ele;
dividido em: de igualdade, de superioridade e de O evento começará após o jantar.
inferioridade: Veja essa relação de preposições e o seu valor den-
tro das orações:
D
e igualdade: formado pela palavra “tão”
antes do advérbio e “quanto” ou “como” depois “A”
dele, colocando dois elementos em mesmo
nível. z C
ausa ou motivo: acordar aos gritos das crianças;
Ex.: Ele chegou tão tarde quanto o pai. z Conformidade: escrever ao modo clássico;
Cantava tão bem como a irmã. z Destino (em correlação com a preposição de):
De Santos à Bahia;
� De superioridade: formado pelo “mais” anteposto z Meio: Voltarei a andar a cavalo;
ao advérbio, acrescentado de “que” ou “de que”.
z Preço: Vendemos o filhote de nosso cachorro a R$
Ex.: Ele chegou mais tarde que [de que] o pai.
300,00;
Cantava melhor que [de que] a irmã.
z Direção: Levantar as mãos aos céus;
z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
Importante! z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;
z Lugar: Ir a Santa Catarina;
Os advérbios “bem” e “mal” recebem o grau z Modo: Falar aos gritos;
comparativo de superioridade irregular, sendo z Sucessão: Dia a dia.
“melhor” e “pior”, respectivamente.
z Tempo: Nasci a três de maio;
� No exame, você se saiu melhor que eu.
� No exame, você se saiu pior que eu. z Proximidade: Estar à janela.
“Após”
D
e inferioridade: formado pelo “antes” ante-
posto ao advérbio, seguido de “que” ou “de z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;
que”. z Tempo: Logo após o almoço descansamos.
garam apressadamente.
“Contra”
70
“De”
Tu
� A respeito de:
z Lugar: Ele ficou entre os aprovados;
z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento;
Nossa reunião foi a respeito de finanças;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve
discórdia.
� Graças a:
“Para”
G
raças ao bom Deus, não aconteceu nada
grave;
z Consequência: Você deve ser muito esperto para
não cair em armadilhas;
� De acordo:
z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência;
81
P
or causa de poucos pontos, não passei no
py
“Perante” exame;
p
Tu
“Por” M
inha mãe me ensinou ter respeito para com
os mais velhos;
z Modo ou conformidade: Vamos escolher por
sorteio; � Por baixo de:
LÍNGUA PORTUGUESA
z Conjunções Subordinativas Adverbiais: ção que atua como sujeito, objeto direto ou indireto,
.0
ideia de tempo (quando, depois que, antes que, Ex.: Tive medo, percebi que cometi um erro.
py
Ex.: Como não choveu, a represa secou; � Oração subordinada substantiva subjetiva: aquela
que exerce função de sujeito da oração principal.
Condicionais: iniciam uma oração com ideia
� É obrigatório que você esteja presente:
de hipótese, condição (se, salvo se, caso, con-
É obrigatório: oração principal;
tanto que, a não ser que, a menos que...).
Ex.: Se quiser, eu vou. Que você esteja presente: sujeito;
Posso lhe ajudar, caso necessite; Perceba: a conjunção “que” atua como inte-
grante sujeito.
Proporcionais: ideia de proporcionalidade (à
proporção que, à medida que, ao passo que, � Oração subordinada substantiva objetiva direta:
quanto mais, quanto menos). aquela que exerce função de objeto direto da ora-
Ex.: Quanto mais gritava, menos era entendido. ção principal.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela; � Não sei se as inscrições já terminaram:
Não sei: oração principal;
Finais: expressam ideia de finalidade (a fim de Se as inscrições já terminaram: objeto direto;
34 que, para que etc.). A conjunção “se” atua como objeto direto.
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� Oração subordinada substantiva objetiva indire- Aqui, os adjetivos “bonitas” e “baratas” concordam
ta: aquela que exerce função de objeto indireto da em gênero e número com o substantivo “roupas”.
oração principal.
� O diretor insistiu em que aquela funcionária
fosse despedida:
O diretor insistiu: oração principal;
Em que aquela funcionária fosse despedida:
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
objeto indireto;
A Conjunção “em que” está integrando orações, REGÊNCIA VERBAL
atuando como parte do objeto indireto.
Ocupa-se da relação entre os verbos e os termos
� Oração subordinada substantiva completiva nomi- que o complementam e se seguem dentro da oração.
nal: é aquela que exerce a função de complemento Os verbos são os termos regentes, e os objetos
nominal de um termo da oração principal. (direto e indireto) e adjuntos adverbiais, os termos
regidos.
� Tenho esperança de que você venha comigo:
Ex.: Ele mora em outra cidade.
Tenho esperança: oração principal;
Mora – termo regente / verbo transitivo indireto;
De que você venha comigo: complemento
Em outra cidade – termo regido.
nominal do substantivo “esperança”;
Conjunção “de que” integra as orações, atuan-
Ex.: Eles irão ao passeio.
do como complemento nominal.
Irão – termo regente / verbo transitivo indireto;
Ao passeio – termo regido.
� Oração subordinada substantiva predicativa: é
aquela que exerce função de predicativo do sujeito
Ex.: Chegamos ao local indicado no mapa.
da oração principal.
Chegamos – Termo regente;
� A dúvida é se ela vem acompanhada: Ao local indicado no mapa – termo regido.
A dúvida é: oração principal;
Se ela vem acompanhada: predicativo do sujei- REGÊNCIA NOMINAL
to “dúvida”;
A conjunção “se” está integrando orações,
É o nome que se dá a toda relação estabelecida
atuando como predicativo.
entre um nome (substantivo, advérbio ou adjetivo) e
os termos regidos por esse nome, sendo sempre inter-
� Oração subordinada substantiva apositiva: aquela
mediada por uma preposição.
que exerce a função de aposto da oração principal.
Veja o exemplo do verbo obedecer:
� Apenas quero uma coisa: que sejamos amigos Obedecer a algo/ a alguém.
para sempre: É obediente a algo/ a alguém.
Apenas quero uma coisa: oração principal; Tanto esse verbo quanto os seus correspondentes
Que sejamos amigos para sempre: aposto. regem complementos que são introduzidos pela pre-
“Que” integra as orações, atuando como aposto. posição a.
Veja mais exemplos a seguir:
81
8-
SUBSTANTIVOS
70
com, por
.0
para
sa estar conjugado dessa mesma maneira. Veja:
Respeito a, com, Horror a Aversão a, para,
o
ADJETIVO
Eu irei embora pela manhã.
Descontente com Idêntico a Insensível a
“Eu” – 1ª pessoa do singular;
“irei” – verbo conjugado na 1ª pessoa do singular. Desejoso de Impróprio para Liberal com
LÍNGUA PORTUGUESA
agradecemos;
pre terminam em preposições – à cata de, à
70
que estejam conjugados no futuro, caso não às escondidas, à noite, à tarde, à vista, à esquer-
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: da, à direita, às terças-feiras.
o
ul
z Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos Se venho de Paris, vou a Paris. – preposição, sem
que atraem o pronome para ênclise: crase;
Se venho da Bahia, vou à Bahia. – preposição + arti-
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui- go = crase.
to honrada com esse título; Faça uso deste macete:
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por “Se vou a e venho da”, crase há;
favor; “Se venho a e venho de”, crase para quê?
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
quanto sou importante. z Com distância:
“até);
Ao sair, fiquei cara a cara com a modelo.
z A crase não é utilizada antes de palavras masculi-
py
z Quando se refere a palavras no plural: nas (exceto com o uso da expressão “à moda de”);
p
a obras; a pessoas ilustres; a conclusões favoráveis. z Deve ser usada sempre antes de locuções adver-
Tu
Após duas horas de reunião, chegamos a conclu- biais femininas, com ideia de tempo, modo e lugar;
o
Quando:
USO DAS ASPAS (“)
81
Ex.: Tenho apenas duas coisas para lhe dizer: não mostra um início firme. Ainda na edição, os 25 anos
.0
z Em substituições de nomes próprios não a) o adjetivo “modesto” indica uma qualificação do res-
mencionados. taurante por parte do narrador e não é acompanhado
Ex.: O jornal *** não quis se pronunciar. de nenhum termo que o justifique;
O Dr. * não se comportou de forma ética. b) o adjetivo “pouco frequentado” mostra uma qualifica-
ção do substantivo restaurante, indicando uma clien-
z Em remissões a notas ou explicações contidas em tela de elite;
pé de páginas ou ao final de capítulos. c) a locução adjetiva “de garrafa” indica o material de que
é feito o abajur, destacando simultaneamente a quali-
Ex.: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapata-
dade sofisticada do restaurante descrito;
ria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o
morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos d) os adjetivos “vermelho e branco”, que indicam caracte-
à conclusão de que este afixo está ligado a estabeleci- rísticas, podem trazer informações implícitas sobre a
mento comercial. Em alguns contextos pode indicar nacionalidade da comida no local;
atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria etc. e) o adjetivo “pálido”, que indica uma relação, mostra
* É o morfema que não possui significação autôno- uma intensidade da luz, com o valor implícito de deca-
ma e sempre aparece ligado a outras palavras. dência e pouca qualidade do restaurante.
mente benéfico.
.0
Embora não existam muitas regras definidas a e) Devemos pedir a ajuda a Deus para que o transporte
98
respeito de seu uso, a barra inclinada aparece, quase desses pacientes ocorra sem problemas.
-2
Nesse caso, ela está sendo usada para separar as vários é pesquisa.
Pa
d) “os índices de criminalidade”. 10. (FGV — 2022) A questão desta prova é elaborada a
8-
7. (FGV — 2022) Nessa frase, a conjunção MAS indica assim como em redigir de forma correta e adequada.
.0
oposição; a frase abaixo em que essa mesma conjun- Uma frase de Mario Quintana nos fala sobre um dos
98
a) Os covardes duram mais, mas vivem menos; mento que continua por conta própria o seu caminho.”
b) As coisas não mudam, mas nós mudamos;
p
Tu
c) Os tabus são feitos para serem quebrados, mas nem Assinale a frase a seguir em que as reticências exer-
todos fazem isso;
o
13. (FGV — 2022) “A liberdade, como a vida, só a merece porciona em sua vida.” Hipócrates, 370 a.C.
.0
que é um(a):
p
a) manter-nos lúcidos.
Tu
14. (FGV — 2022) “A questão é saber se essa adaptação Essas duas formas de viver correspondem, respectiva-
cinematográfica mostra qualidades estéticas; meu mente, a
parecer sobre esse tema é que esse filme marcará a
história do cinema”. a) ateísmo / descrença.
b) descrença / ignorância.
No texto acima, há a manifestação de uma opinião por c) ignorância / materialismo.
parte do enunciador; indique a estratégia empregada d) materialismo / misticismo.
na manifestação dessa opinião: e) misticismo / religiosidade. 41
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19. (FGV — 2022) Em uma de suas crônicas, Rubem Bra-
12 A
ga tece os seguintes comentários sobre o padre Feijó,
figura importante de nossa história: “...quanta medio- 13 A
cridade, quanta incoerência! Não era homem excep-
cional nem pela inteligência nem pela cultura. Não 14 D
teve, diante dos problemas do Brasil, nenhuma visão
15 D
mais larga nem penetrante; não nos legou, nem mes-
mo aos homens do Segundo Império, nenhuma ideia 16 B
mais alta ou mais justa para levar adiante. Teimoso e
limitado, tinha dois ou três projetos que defendeu até 17 B
a velhice, e nenhum deles de maior mérito”. 18 D
Temos aqui o exemplo de um argumento ad hominem,
ou seja, uma argumentação crítica contra uma pes- 19 C
soa. O tipo de argumento ad hominem que é adequa-
do ao texto de Rubem Braga é aquele que: 20 A
cio / desmanchar;
8-
relegar.
-2
py
9 GABARITO
p
Tu
1 D
o
ul
Pa
2 D
3 E
4 D
5 C
6 E
7 E
8 D
9 D
10 D
11 A
42
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§ 3º Incorre na mesma pena quem usa, depois de
alterado, qualquer dos papéis a que se refere o
parágrafo anterior.
§ 4º Quem usa ou restitui à circulação, embora
recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados
DIREITO PENAL ou alterados, a que se referem este artigo e o seu
§ 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração,
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois
anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins
do inciso III do § 1º, qualquer forma de comércio
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
vias, praças ou outros logradouros públicos e em
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS residências.
PÚBLICOS
O tipo penal do crime de falsificação de papéis
Falsificação de Papéis Públicos públicos apresenta três modalidades em que a pena
será mais branda se comparada ao tipo penal prin-
Art. 293 Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: cipal e às formas equiparadas, que têm como pena a
I - selo destinado a controle tributário, papel reclusão de dois a oito anos e multa:
selado ou qualquer papel de emissão legal destina-
do à arrecadação de tributo; z Aquele que suprimir, em qualquer dos papéis vis-
II - papel de crédito público que não seja moeda tos anteriormente, quando legítimos, com o fim de
de curso legal; torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
III - vale postal; indicativo de sua inutilização, incorrerá na pena
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de reclusão de um a quatro anos e multa;
de caixa econômica ou de outro estabelecimento z Aquele que usar os papéis, depois de alterados
mantido por entidade de direito público; (após a supressão de carimbo ou sinal indicativo
V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro de inutilização, quando legítimos, com o fim de
documento relativo a arrecadação de rendas torná-los utilizáveis), incorrerá na pena de reclu-
públicas ou a depósito ou caução por que o são de um a quatro anos e multa;
poder público seja responsável; z Aquele que usar ou restituir à circulação, embora
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsifica-
transporte administrada pela União, por Estado ou dos ou alterados, depois de conhecer a falsidade
por Município: ou alteração, incorrerá na pena de detenção, de
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. seis meses a dois anos, ou multa.
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a Federal nas hipóteses de crime privilegiado, defi-
controle tributário, falsificado; nido no § 4º, art. 293, do CP.
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação
tributária determina a obrigatoriedade de sua Petrechos de Falsificação
aplicação.
§ 2º Suprimir, em qualquer desses papéis, quan- Art. 294 Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou
do legítimos, com o fim de torná-los novamente guardar objeto especialmente destinado à falsifi-
utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua cação de qualquer dos papéis referidos no artigo
inutilização: anterior:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 43
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Sobre o crime de petrechos de falsificação, é impor- FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO
tante que você saiba, para a sua prova, as seguintes
informações: Falsificar (fabricando ou alterando)
O CPP estabelece requisitos para que um papel mento público o emanado de entidade paraestatal,
70
seja considerado documento: forma escrita, autor o título ao portador ou transmissível por endosso,
.
93
certo, possuir conteúdo de relevância jurídica e valor as ações de sociedade comercial, os livros mercan-
.0
Vejamos os crimes deste capítulo: § 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz
-2
inserir:
I - na folha de pagamento ou em documento de
py
Art. 296 Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: perante a previdência social, pessoa que não pos-
sua a qualidade de segurado obrigatório;
o
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de empregado ou em documento que deva produzir
direito público, ou a autoridade, ou sinal público de efeito perante a previdência social, declaração falsa
tabelião: ou diversa da que deveria ter sido escrita;
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. III - em documento contábil ou em qualquer outro
§ 1º Incorre nas mesmas penas: documento relacionado com as obrigações da
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; empresa perante a previdência social, declaração
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal falsa ou diversa da que deveria ter constado.
verdadeiro em prejuízo de outrem ou em pro- § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos
veito próprio ou alheio. documentos mencionados no § 3º, nome do segu-
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de rado e seus dados pessoais, a remuneração, a
marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros sím- vigência do contrato de trabalho ou de prestação
bolos utilizados ou identificadores de órgãos de serviços.
ou entidades da Administração Pública.
§ 2º Se o agente é funcionário público, e comete A sua conduta típica é: falsificar, no todo ou em
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a parte, documento público, ou alterar documento
44 pena de sexta parte. público verdadeiro.
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O crime pode ser praticado das seguintes formas:
Falsificar, total
Alterar documento
ou parcialmente,
público verdadeiro
documento público
Trata-se de falsidade material, na qual o agente cria um documento público falso ou modifica o documento
público verdadeiro, tornando-se falsos em seu aspecto material, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não.
São condutas equiparadas ao crime de falsificação de documento público, incorrendo nas mesmas penas o
agente que insere ou faz inserir, as que estão descritas nos incisos do § 3º, do art. 297, do CP.
Importante!
Cleber Masson (2018) destaca que se a falsidade lançada na Carteira de Trabalho e Previdência Social rela-
cionar-se com os direitos trabalhistas do empregado, incidirá o crime definido no art. 49, do Decreto-lei 5.452,
de 1943. Por seu turno, se a falsidade atingir a Previdência Social, estará caracterizado o crime tipificado no
inciso II, § 3º, art. 297, do CP.
É de suma importância você saber que não se pode confundir a falsidade material com a falsidade ideológica.
nascimento
8-
.70
93
Sobre o crime de falsificação de documento público, é importante que você leve em consideração as seguintes
.0
informações:
98
-2
z Admite a tentativa;
Pa
É muito importante que você saiba o que é documento público, para fins de configuração deste crime, já que
existe, também, o crime de falsificação de documento particular, já que eles são apenados de formas diferentes,
sendo aquele mais grave do que este.
Para fins de concurso público, pode-se conceituar documento público como aquele emitido por funcionário
DIREITO PENAL
público, no exercício de suas funções, a serviço da União, estados-membros, Distrito Federal ou municípios (emi-
tido por órgãos ou entidades públicas).
Porém, o Código Penal equipara alguns outros documentos, embora emitidos por particulares, a documento
público.
verdadeiro:
70
SEGUINTES FORMAS:
O crime de falsificação de documento particular
.0
98
é praticado quando o agente age de acordo com o Omitir, em documento Inserir ou fazer inserir, em do-
público ou particular, cumento público ou particular,
-2
cação de documento público, sendo diferente no que A falsidade ideológica pode ser praticada tanto em
o
Causas de aumento de pena (aumento da sexta Conduta típica: atestar ou certificar falsamente,
parte — 1/6): em razão de função pública, fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
z Se o agente é funcionário público, e comete o cri- ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
me prevalecendo-se do cargo. Não basta que seja vantagem.
praticado por funcionário público, para se aplicar Sobre este crime, é importante levar em conside-
a causa de aumento da pena, mas, também, que ele ração o seguinte:
se prevaleça do cargo para praticar o crime;
z Se a falsificação ou alteração é de assentamento de z Trata-se de crime próprio, que só pode ser prati-
registro civil. cado por funcionário público, em razão da função
pública;
Falso Reconhecimento de Firma ou Letra z Admite o concurso de pessoas com particulares,
desde que estes conheçam sobre a situação de fun-
Art. 300 Reconhecer, como verdadeira, no exer- cionário público;
cício de função pública, firma ou letra que o não z Não admite a modalidade culposa;
seja: z Admite a forma tentada;
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o z É crime de ação múltipla, que pode se configurar
documento é público; e de um a três anos, e multa, com a prática de quaisquer um dos verbos previs-
se o documento é particular.
tos no tipo penal: atestar ou certificar;
z Para a configuração deste crime, exige-se que a
Este crime se configura com a prática da seguinte certificação ou o atestado se deem para as finali-
conduta típica: reconhecer, como verdadeira, no exer- dades previstas no tipo penal: habilitar alguém a
cício de função pública, firma ou letra que o não seja. obter cargo público; isentar de ônus ou de serviço
Entenda da seguinte forma:
de caráter público, ou qualquer outra vantagem;
z Caso o crime tenha como finalidade a obtenção de
z Firma: assinatura; lucro (finalidade específica), será aplicada, além
z Letra: manuscrito daquele que assina.
81
letra, você deve ficar atento ao seguinte: Pena - detenção, de três meses a dois anos.
ul
z É crime próprio, que só poderá ser praticado pelo ca-se, além da pena privativa de liberdade, a de
funcionário público que possui como atribuição multa.
reconhecer firma ou letra (ex.: tabeliães);
z Admite a participação de particular, desde que Ainda no § 1º, art. 301, do CP, temos um outro tipo
conheça a condição de funcionário público do penal: Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso.
agente; Sobre este crime, é importante levar em conside-
DIREITO PENAL
É crime não transeunte (deixa vestígios mate- Fraudes em Certames de Interesse Público
riais), ou seja, é necessária a comprovação da
materialidade do delito por meio de perícia; Art. 311-A Utilizar ou divulgar, indevidamente,
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de com-
z Admite a modalidade tentada; prometer a credibilidade do certame, conteúdo sigi-
z É crime de ação múltipla, que pode ser pratica- loso de:
I - concurso público;
do mediante a execução de quaisquer uma das
II - avaliação ou exame públicos;
seguintes condutas:
III - processo seletivo para ingresso no ensino supe-
rior; ou
Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
certidão; Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Alterar o teor de certidão ou atestado § 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou
verdadeiro. facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não
autorizadas às informações mencionadas no caput.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à adminis-
Importante! tração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Caso o crime tenha como finalidade a obtenção
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é
de lucro (finalidade específica), será aplicada,
cometido por funcionário público.
também, a pena de multa.
Este tipo penal foi editado para proteger a lisura
Supressão de Documento dos certames de interesse público.
Este crime tem como figura típica a prática da
Art. 305 Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício seguinte conduta: utilizar ou divulgar, indevidamen-
próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, docu- te, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
mento público ou particular verdadeiro, de que não comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
podia dispor: sigiloso de:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o
documento é público, e reclusão, de um a cinco z Concurso público (segundo Sanches, instrumento
anos, e multa, se o documento é particular. de acesso a cargos e empregos públicos);
z Avaliação ou exame públicos (segundo Sanches,
Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser abrange, por exemplo, os exames psicotécnicos);
praticado com a execução das seguintes condutas: z Processo seletivo para ingresso no ensino superior
(conforme Sanches, engloba vestibulares e outras
z Destruir, Suprimir e Ocultar: Documento públi- formas de avaliação para ingresso no ensino supe-
co ou particular verdadeiro, de que não podia dis- rior, a exemplo do ENEM);
81
por, em benefício próprio ou de outrem, ou em z Exame ou processo seletivo previstos em lei (con-
8-
prejuízo alheio.
70
me da OAB).
93
anos, e multa;
fim de beneficiar a si ou a outrem, ou comprometer a
p
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Vol. 1, exerce cargo, emprego ou função pública. Como é
19. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
.
93
Saraiva, 2016.
Tu
MASSON, Cleber. Código Penal Comentado. 2. ed. O art. 327, do CP, faz menção a cargo público,
Pa
São Paulo: Método, 2019. emprego público e função pública. Vamos distinguir:
tem a coautoria de particular, sendo possível que este É muito importante que você fique atento, em rela-
8-
infração penal em concurso com funcionário público z Para que se configure, é necessário que o agente
.0
e que tenha conhecimento desta qualidade. tenha a posse do bem em razão do seu cargo;
98
Isso é decorrente da teoria monista ou unitária da z O bem pode ser público ou particular (imagine um
-2
ação, prevista nos arts. 29 e 30, do CP, segundo a qual objeto particular — notebook — apreendido em
todo aquele que concorre para o crime responde para
py
Vamos exemplificar: José, funcionário público, tudo, no caso de bem particular, o dono do bem
convida seu amigo de infância, Jonas, para juntos também será sujeito passivo do delito.
o
que aquele trabalha. O funcionário público obteria O peculato-desvio ocorrerá quando o funcionário
facilidades para praticar o crime, já que havia ficado público desviar, em proveito próprio ou alheio, dinhei-
com a chave da repartição naquele período. No dia ro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou par-
determinado, os agentes vão ao local e subtraem o ticular. O funcionário público dá destinação diversa
computador. ao bem que está sob sua responsabilidade; esse desvio
No exemplo apresentado, tanto José quanto Jonas será necessáriamente em proveito próprio ou alheio.
responderão pelo crime de peculato (vamos estudar suas Segundo posicionamento majoritário (apesar de
características a seguir), já que praticaram a conduta em algumas posições jurisprudenciais em sentido con-
concurso de pessoas e a condição de caráter pessoal (ser trário), para que se configure o peculato-desvio, é
1 STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
2 STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018.
3 STJ. 5ª Turma. HC 264.459- SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
4 STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.
5 STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/06/2012.
50 6 STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623).
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necessário que o bem seja desviado para integrar o É importante mencionar que:
patrimônio do próprio funcionário público ou de ter-
ceiros, não se configurando o tipo penal caso ocorra z Para que se configure este crime, é necessário que
mero desvio de finalidade. o funcionário público não tenha a posse da coisa;
Uma parte minoritária da doutrina defende que, z O primeiro é o verbo “subtrair”, que é o fato de
para que se configure o peculato-desvio, não é neces- o bem ser arrebatado pelo próprio funcionário
sária a intenção de assenhoramento (apoderar-se) por público;
parte do funcionário público, podendo se configurar z O segundo é o verbo “concorrer”, que significa
com o mero uso irregular da coisa pública, em provei- induzir, instigar ou auxiliar uma outra pessoa a
to próprio ou alheio. realizar a subtração (por exemplo, o funcionário
Com base no que foi exposto acima, é importante público distrai os demais para que o seu amigo,
mencionar que o peculato de uso, em regra, é conside- que é ladrão, ingresse na repartição para surru-
rado figura atípica. piar os bens);
Segundo Cleber Masson, o uso momentâneo de coi- z Para que se configure o peculato-furto, é necessá-
sa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao patri- rio que o ato seja doloso;
mônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral z A qualidade de funcionário público deve acarretar
restituição a quem de direito, é atípico. alguma facilidade para a subtração da coisa. Caso
É necessário sabermos o que significa infungível. não haja facilidade, o agente responderá por furto
O art. 85, do CC, dispõe que são fungíveis os móveis normalmente.
que podem substituir-se por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade. Vamos trazer dois exemplos:
O Código Civil não define os bens infungíveis, Exemplo 1: Carlos é funcionário público. Certo
mas podemos compreender que são os bens que não dia, na hora de sair, valendo-se do fato de estar sozi-
podem ser substituídos por outros da mesma espécie, nho na repartição, Carlos subtrai um notebook do
quantidade e qualidade. órgão público. Está certamente configurado o crime
É importante mencionar que é necessário, para de peculato-furto, já que a condição de funcionário
que não seja típica a conduta do peculato de uso, que público de Carlos foi uma facilidade para que ele sub-
traísse o bem.
o bem seja infungível e não consumível, a exemplo de
Exemplo 2: Michele é funcionária pública de Tri-
um carro oficial ou de um computador.
bunal Federal. Certo dia, ao passar em frente a uma
Caso o bem seja fungível e consumível, a exemplo
escola que se encontra próxima a sua casa, Michele
do dinheiro, a conduta será típica.
percebe que o vigilante esqueceu a porta dos fundos
Se a conduta relacionada ao peculato de uso for
aberta, estando próximo um aparelho celular da esco-
praticada por Prefeito, o fato será típico, independen-
la. Michele entra pela porta e subtrai o aparelho. Não
temente da natureza do bem, por expressa previsão
há que se falar em peculato-furto, já que a qualidade
legal no inciso II, art. 1º, do Decreto-Lei nº 201, de 1967.
de funcionária pública de Michele em nada contri-
buiu para a prática da subtração, podendo qualquer
pessoa, na mesma situação, praticar a conduta deli-
Importante! tuosa apresentada pelo exemplo. Michele responderá
81
instituição financeira pratica peculato-desvio, sen- z Admite a modalidade tentada, já que se trata de
.0
proporcionada pela qualidade de funcionário. O peculato culposo, previsto no § 2º, art. 312, con-
O peculato-furto pode ser praticado de duas figura-se quando o funcionário público concorre cul-
formas: posamente para o crime de outrem.
Dos crimes praticados por funcionário público
z Subtraindo o dinheiro, valor ou bem; contra a administração em geral, o peculato é o úni-
z Concorrendo para que seja subtraído o dinheiro, co que prevê expressamente a possibilidade de ser
valor ou bem. cometido na modalidade culposa.
7 APn 814-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, por maioria, julgado em 06/11/2019,
DJe 04/02/2020 51
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No peculato culposo, o funcionário público não É importante levar em consideração as seguintes
tem intenção em praticar o crime, contudo, por culpa, características do crime de peculato mediante erro de
acaba concorrendo para a subtração da coisa. outrem:
Neste sentido, Damásio ensina que no peculato
culposo podem ocorrer as seguintes situações: z É crime material, que se consuma quando o agen-
te inverte a propriedade do dinheiro ou outra uti-
z Um funcionário, por culpa, concorre para que lidade, sabendo que eles chegaram ao seu poder
outro funcionário cometa peculato (caput ou § 1º); por erro de outra pessoa, passando a agir como se
z Um funcionário, por culpa, concorre para que outro dono fosse;
funcionário ou um particular cometam o fato; z Segundo a doutrina majoritária, admite a modali-
z Um funcionário, por culpa, concorre para que um dade tentada;
particular cometa o fato (furto etc.). z O funcionário público deve receber a coisa em
razão do cargo que exerce;
Vejamos: José, agente de polícia legislativa, esque- z O sujeito passivo é a Administração Pública. Caso
ce, por omissão, já que queria assistir a um jogo de o bem seja particular, também será sujeito passivo
futebol, de trancar uma porta da Câmara Legislativa o dono do bem;
do Distrito Federal, ao qual somente ele tem acesso. z Parte da doutrina entende que se a pessoa for
No ambiente em que a porta se encontra, há vários induzida a erro, se configura o crime de estelio-
objetos de valor considerável para o Poder Legislativo nato, previsto no art. 171, do CP, sendo necessário,
distrital. Simba, também policial legislativo, aprovei- para caracterização do crime de peculato median-
tando-se do fato de a porta estar aberta, ingressa no te erro de outrem, que a vítima entregue a coisa
local e subtrai uma câmera fotográfica. por erro próprio.
Neste exemplo, José poderá ser responsabiliza-
do criminalmente pelo crime de peculato culposo, já
Inserção de Dados Falsos em Sistemas de
que concorreu culposamente para o crime de outrem
Informação
(peculato-furto de Simba). O agente foi omisso ao dei-
xar de trancar a porta, fator que contribuiu para a
O crime de inserção de dados falsos em sistemas
prática da subtração.
de informação está previsto no art. 313-A, do CP:
Art. 312 […]
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a indevidamente dados corretos nos sistemas infor-
pena imposta. matizados ou bancos de dados da Administração
Pública com o fim de obter vantagem indevida para
si ou para outrem ou para causar dano:
Sobre o peculato culposo, é importante saber que o
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
§ 3º, do art. 312, do CP, dispõe que:
multa.
z Se a reparação do dano resultante do peculato cul-
poso ocorrer antes de a sentença transitar em jul- Dica
81
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. pondem pelo crime do art. 313-B, do CP. Trata-se de
p
crime próprio.
Tu
O peculato mediante erro de outrem está previs- A fraude no sistema informatizado ou em bancos
o
to no art. 313, do CP, configurando-se quando o funcio- de dados pelo funcionário competente, para obter
ul
nário público se apropriar de dinheiro ou qualquer vantagem para si ou para outrem, caracteriza o delito
Pa
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro em análise, sendo que o estelionato, por ser um crime
de outrem. menos grave, é absorvido.
Parte da doutrina chama esta modalidade de Para que este crime se configure, é necessário que
peculato-estelionato. as condutas descritas no tipo penal sejam praticadas
Sujeito ativo é o funcionário público que, por erro por funcionário público autorizado a operar os siste-
de outrem, toma posse de um bem móvel, em razão mas informatizados ou bancos de dados da Adminis-
da função, apropriando-se do mesmo. O terceiro que tração Pública.
induz o funcionário a apropriar-se do bem que rece- Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal
beu por erro será partícipe deste delito de peculato descreve vários verbos que podem ser praticados
mediante erro. para a sua configuração.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo subsequente, Condutas:
isto é, posterior ao recebimento da coisa.
Em um primeiro momento, o funcionário público z Inserir dados falsos;
toma posse do bem de boa-fé, sem constatar o erro z Facilitar a inserção de dados falsos;
alheio, mas, posteriormente, após detectar o erro, z Alterar dados corretos;
52 apropria-se da coisa. z Excluir indevidamente dados corretos.
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É necessário, para a tipificação do delito, que as condutas acima sejam realizadas em sistema informatizado
(computador) ou bancos de dados (fichários, livros ou outro meio físico) da Administração Pública.
Objeto material:
O elemento subjetivo do tipo é o dolo específico, que consiste no fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem ou causar dano à Administração Pública ou a uma terceira pessoa.
Sem esta finalidade de obter vantagem ou causar dano, haverá o crime do art. 313-B, do CP.
O crime consuma-se com a conduta, independentemente do resultado. Trata-se de crime formal, que se carac-
teriza ainda que a vantagem ou o dano almejado não se verifique.
Admite-se a tentativa na hipótese de o agente ser surpreendido antes de ultimar a conduta — por exemplo,
agente é flagrado quando iniciava a supressão dos dados corretos.
O crime de modificação ou alteração não autorizada de sistemas de informação está previsto no art. 313-B, do
Código Penal.
Art. 313-B Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
dano para a Administração Pública ou para o administrado.
Trata-se de crime próprio, sendo praticado somente por funcionário público, qualquer que seja a sua função,
estando autorizado ou não a manipular sistemas de informações ou programas de informática.
A consumação deste crime se dá com a modificação ou alteração não autorizada do sistema. Não é necessário
um especial fim de agir.
Caso o funcionário público seja autorizado ou pratique a conduta por solicitação da autoridade competente,
o fato será atípico.
A pena deste crime será aumentada de 1/3 (um terço) até metade caso da modificação ou alteração resulte
dano para a Administração Pública ou para o administrado.
81
Fique atento às diferenças entre os tipos penais do crime de inserção de dados falsos em sistemas de informa-
8-
Verbos: Inserir, facilitar a inserção, alterar, excluir indevidamente Verbos: modificar ou alterar
-2
Deve ser praticado por funcionário autorizado Se praticado por funcionário autorizado, será fato
py
Art. 314 Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inuti-
lizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
DIREITO PENAL
Os núcleos do tipo são os verbos extraviar (fazer desaparecer), sonegar (não apresentar) e inutilizar (tornar
imprestável).
Sobre este crime, é importante que você saiba:
z Trata-se de crime subsidiário (o crime fica absorvido quando o fato constitui crime mais grave), respondendo
por ele, o funcionário público, apenas se não se configurar crime mais grave;
z Não admite a modalidade culposa;
z Admite tentativa;
z O extravio, a sonegação e inutilização podem ser parciais ou totais. 53
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sujeito ativo é apenas o funcionário público res- No crime de concussão, o funcionário público,
ponsável pela guarda do livro oficial ou documen- valendo-se de sua autoridade, exige (conduta mais
to. Se a conduta for praticada por outro funcionário forte do que apenas pedir) o pagamento de vanta-
público, o crime será o previsto no art. 337, do CP. Caso gem não devida pela pessoa. O particular, por temer
seja praticado por advogado ou procurador, que inu- qualquer represália por parte do funcionário público,
tiliza documento ou objeto do processo, o enquadra- pode ou não pagar a vantagem indevida.
mento será no art. 356, do CP. Vamos exemplificar: funcionário público, agen-
O delito em estudo é subsidiário, pois só será apli- te de trânsito, exige de particular a quantia de R$
cado se não houver outro crime mais grave. 2.000,00 para que libere o seu veículo, sob pena de
Assim, o funcionário público que recebe dinheiro levá-lo indevidamente ao pátio do Detran.
para destruir livro ou documento responderá apenas A vantagem indevida, segundo posicionamento
pelo crime de corrupção passiva, que é mais grave. majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo
Por fim, quando se tratar de livros ou documentos ser qualquer outra vantagem.
relativos a tributos, o funcionário que tinha a guarda e É importante mencionar que a concussão ocorrerá
praticou uma das condutas acima responderá pelo crime em razão da função do agente público, não se exigindo
do inciso I, art. 3º, da Lei nº 8.137, de 1990, quando o fato que o fato seja praticado no efetivo desempenho das
acarretar pagamento indevido ou inexato de tributo. atribuições do cargo. Sendo assim, este crime pode ser
cometido por funcionário público de férias e, segundo
Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas a doutrina dominante, nomeado, mas não empossado
(antes de assumir).
Art. 315 Dar às verbas ou rendas públicas aplica- A violência ou grave ameaça (morte, prisão) não
ção diversa da estabelecida em lei: são elementos integrantes do crime de concussão.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Se o funcionário público exigir o pagamento de
vantagem indevida, mediante violência ou grave
Este crime não se aplica ao Prefeito Municipal, res-
ameaça, estará cometendo o crime de extorsão, pre-
pondendo este pelo crime previsto em lei específica, o
visto no art. 158, do Código Penal.
Decreto nº 201, de 1967.
Sobre a concussão, é importante que você conheça
Exige que o emprego irregular aconteça em bene-
as seguintes informações, frequentemente cobradas
fício da própria Administração Pública, contrariando
em prova:
a legislação, não podendo o agente desviar as verbas
ou rendas em benefício próprio, sob pena de respon- � Não pode ser praticada na modalidade culposa;
der por outro crime. z Trata-se de crime formal, que se consuma com a
Vamos exemplificar: a Câmara Legislativa do prática da exigência, sendo o recebimento da van-
Município XYZ aprova a utilização de um milhão de tagem mero exaurimento do crime;
reais para construção de uma passarela. A autoridade z O particular, de quem se exigiu a vantagem inde-
pública competente utiliza a verba mencionada para vida, é sujeito passivo secundário deste crime. A
a construção de uma escola. Administração Pública é o sujeito passivo primário;
Pronto, configurou-se o crime de emprego irregular z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for
de verbas ou rendas públicas. O agente deu às verbas possível fracionar o iter criminis, a exemplo da con-
públicas destinação diversa daquela estabelecida em lei. cussão praticada mediante carta endereçada à vítima;
81
Observe que a destinação da verba ocorreu no inte- z É possível praticar a concussão indiretamente,
8-
resse da administração, já que, caso se dê em benefí- quando, por exemplo, o funcionário público exige a
70
cio próprio, o agente responderá por outro crime. vantagem indevida por intermédio de outra pessoa.
.
93
conduta
Tu
ou aceitar”
z Este crime será praticado pelo funcionário público Solicitar é pedir, o que, portanto, não
que tem poder de decisão sobre as verbas ou ren- CORRUPÇÃO pressupõe intimidação
das públicas, podendo delas dispor; PASSIVA Receber e aceitar pressupõem uma
z Não exige nenhum fim específico; conduta ativa do particular, ou seja,
z Não admite a modalidade culposa; além de não ocorrer intimidação, há
z Admite a tentativa; uma conduta inicial do terceiro
z Não exige a ocorrência de dano pela Administra-
ção Pública para a sua configuração.
Excesso de Exação
Concussão
O excesso de exação, previsto no § 1º, art. 316, do
Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta CP, é uma forma de concussão. Configura-se quando
ou indiretamente, ainda que fora da função ou o funcionário público exige tributo ou contribuição
antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- social, que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-
gem indevida: do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
54 Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. gravoso, que a lei não autoriza.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 316 [...] Art. 316 […]
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribui- § 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou
ção social que sabe ou deveria saber indevido, de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-
lher aos cofres públicos:
ou, quando devido, emprega na cobrança meio
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Se o funcionário desviar, em proveito próprio ou
de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-
Exação significa correção, exatidão. lher aos cofres públicos, responderá por excesso de
exação na modalidade qualificada.
Quando observamos a forma qualificada do exces-
Importante! so de exação, é possível compreender que o tipo penal
não exige que o funcionário público tenha a intenção
São duas as formas de cometer este delito: de ficar para si ou para outro aquilo que recebeu. Caso
� Exigência indevida de tributo ou contribuição o faça, responderá pelo crime na forma qualificada.
social; Na concussão propriamente dita, exige-se que o fun-
� Cobrança devida de tributo ou contribuição cionário público pratique a conduta visando obter a
social, mas de forma vexatória ou gravosa. vantagem indevida para si ou para outrem, constituin-
do-se, assim, elemento de distinção entre os tipos penais.
Neste caso, o crime consuma-se com a simples verbos do tipo penal para praticar ato ilícito (por
8-
cobrança vexatória ou gravosa, independentemente exemplo, oficial de justiça recebe dinheiro para
70
do recebimento.
93
Admite-se a tentativa quando a cobrança vexató- z Imprópria: Quando o funcionário público pratica
.0
ra do Município de Simplicidade, sabendo que seu ou omissão (por exemplo, juiz recebe vantagem
o
vizinho, Márcio, deve dez mil reais em tributo, para indevida para prolatar sentença absolutória);
ul
cobrá-lo, coloca uma faixa enorme na entrada da rua, z Subsequente: Quando a vantagem indevida é
Pa
com a seguinte frase escrita: “Márcio, deixe de ser entregue ao funcionário público depois de sua
ação ou omissão (por exemplo, após retardar o
irresponsável e pague os dez mil reais que você deve
processo até levá-lo à prescrição, o juiz solicita
de tributo à prefeitura”. vantagem indevida ao réu).
No exemplo, José cobrou imposto devido, fazendo
uso de meio vexatório, não autorizado por lei, confi- Observe que a corrupção passiva pode ser direita
DIREITO PENAL
cionário público não pratica crime algum, por satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Assim, se
8-
O crime de corrupção, seja ativa ou passiva, é ridade e deixa de autuá-lo em razão de insistentes pedi-
.
93
unilateral e formal — são independentes em si. A dos deste, há corrupção passiva privilegiada, mas, se o
.0
comprovação de um dos crimes não pressupõe fiscal deixa de autuar porque percebe que a pessoa é
98
mas diferentes:
A corrupção passiva possui uma forma privilegiada.
p
Tu
§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou z Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei.
Pa
Dica
Sobre a prevaricação, leve para a sua prova:
� Não admite a forma culposa;
� Pode ser praticada de forma omissiva (retardar ou deixar de praticar) ou comissiva (praticar);
� Admite tentativa apenas quando praticado de forma comissiva.
Tentativa na prevaricação:
� Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício: não admite tentativa;
� Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei: admite tentativa.
Art. 319-A Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
A prevaricação imprópria se configura quando o diretor de penitenciária e/ou agente público deixar de cumprir
seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo diretor de penitenciária ou pelo funcionário público
que tem o dever funcional de impedir que o preso tenha acesso a aparelho de comunicação com outros presos ou
com o ambiente externo.
Condescendência Criminosa
Art. 320 Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exer-
cício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
z Quando o funcionário público, por indulgência, deixar de responsabilizar o subordinado que cometeu infra-
70
z Quando o funcionário público, que não é competente para responsabilizar aquele que cometeu infração no exercí-
93
cio do cargo, por indulgência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.
.0
98
A doutrina majoritária entende que o crime de condescendência criminosa só pode ser praticado por superior
-2
hierárquico, que, dolosamente, se omite. O funcionário que foi beneficiado não responde pelo delito em tela.
py
Há um requisito que deve ser cumprido para a prática da condescendência criminosa: uma infração funcional
Tu
(que pode ser uma violação administrativa ou penal) praticada por subordinado no exercício das atribuições do
o
seu cargo.
ul
A consumação dá-se quando o superior toma conhecimento da infração e não providencia imediatamente a
Pa
Como é possível observar, os crimes de corrupção passiva privilegiada, prevaricação e condescendência crimi-
nosa possuem características similares. Vejamos as diferenças:
CORRUPÇÃO PASSIVA
PREVARICAÇÃO CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
PRIVILEGIADA
O agente deixa de praticar ato de ofí- O agente deixa de praticar ato de ofício O agente deixa de praticar ato de ofí-
cio cedendo a pedido ou influência de para satisfazer sentimento ou interes- cio (responsabilizar o subalterno) por
outrem se pessoal indulgência 57
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Advocacia Administrativa Sobre esse crime, leve em consideração os seguin-
tes pontos:
O crime de advocacia administrativa, previsto no
art. 321, do Código Penal, pode ser praticado na moda- z A violência arbitrária não admite a forma culposa,
lidade simples ou qualificada. devendo ser praticada dolosamente;
z Admite tentativa;
Art. 321 Patrocinar, direta ou indiretamente, inte- z Segundo Rogério Greco, o objeto material será o
resse privado perante a administração pública, administrado contra o qual é praticada a violência
valendo-se da qualidade de funcionário arbitrária;
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa z A violência tem que ser praticada arbitrariamente,
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: não se enquadrando neste tipo penal as hipóteses
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da de uso necessário e progressivo da força, admiti-
multa. das em lei;
z O crime aperfeiçoa-se ainda que as vítimas da
Modalidade simples: configura-se quando o fun- agressão não sofram lesões;
cionário público patrocinar, direta ou indiretamente, z Caso alguma das vítimas sofra lesão ou morra, o
interesse privado perante a Administração Pública, agente responderá por este crime e pelo crime cor-
valendo-se da qualidade de funcionário. respondente à violência praticada (lesões corpo-
É necessário que a condição de funcionário públi- rais ou homicídio).
co proporcione alguma facilidade ao sujeito ativo, que
patrocina interesse de terceiro, pessoa privada; caso Abandono de Função
não haja facilidade alguma proporcionada pelo cargo,
O crime de abandono de função está tipificado no
o fato será atípico.
art. 323, do CP.
O agente pode praticar este crime de diversas
maneiras, como, por exemplo, fazendo uma petição,
Art. 323 Abandonar cargo público, fora dos casos
solicitando um benefício. permitidos em lei:
Modalidade qualificada: o crime de advocacia Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
administrativa será qualificado caso o interesse pri- § 1º Se do fato resulta prejuízo público:
vado seja ilegítimo. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na fai-
� Forma simples: interesse privado legítimo; xa de fronteira:
z Forma qualificada: interesse privado ilegítimo. Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Sobre a advocacia administrativa, fique atento em A conduta típica é: abandonar cargo público, fora
dos casos permitidos em lei.
sua prova:
O nome do crime é abandono de função, porém,
o tipo penal fala em abandono de cargo público. É
z Não admite a modalidade culposa;
importante que você saiba que o conceito de função
z É crime formal, que se consuma com a conduta, pública é mais amplo que o de cargo público (não há
81
não se exigindo que se atinja o interesse privado cargo sem função, mas há função sem cargo).
8-
pleiteado;
70
quando for possível se fracionar o iter criminis; emprego público, mas tão somente no caso de aban-
.0
z É desnecessário que o fato ocorra na própria repar- dono de cargo público (não se admite a analogia in
98
sua qualidade de funcionário para pleitear favores Trata-se de um crime de mão própria, ou seja, só
py
em qualquer esfera da Administração. pode ser praticado pelo funcionário público ocupante
p
Art. 322 Praticar violência, no exercício de função rio, as hipóteses de greve não configuram este tipo penal.
Pa
Sobre o crime de abandono de função, leve para Art. 325 Revelar fato de que tem ciência em razão
a sua prova: do cargo e que deva permanecer em segredo, ou
� É crime omissivo; facilitar-lhe a revelação:
� Não admite tentativa; Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou mul-
� Só pode ser praticado dolosamente — não ta, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
admite a culpa.
I - permite ou facilita, mediante atribuição, forne-
cimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
Prolongado mas de informações ou banco de dados da Adminis-
tração Pública;
Este crime está previsto no art. 324, do CP. II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis-
Art. 324 Entrar no exercício de função pública tração Pública ou a outrem:
antes de satisfeitas as exigências legais, ou conti- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
nuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substi- Este delito irá se configurar quando o agente público
tuído ou suspenso: revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação.
Este crime pode ser praticado de duas formas:
Tutela-se a Administração Pública, no tocante ao
seu normal funcionamento, pois o exercício ilegal de z Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
função pública afeta a prestação de serviços públicos. e que deva permanecer em segredo;
Conduta típica: entrar no exercício de função z Facilitar a revelação de fato de que tem ciência em
pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou razão do cargo e que deva permanecer em segredo.
81
saber oficialmente que foi exonerado, removido, É importante mencionar que o agente toma conhe-
70
zação, depois de saber oficialmente que foi exone- de licença, mas em razão do cargo.
p
Tu
rado, removido, substituído ou suspenso. É exigido O Código Penal apresenta duas formas equipara-
que o funcionário público tenha sido oficialmente das do crime de violação de sigilo funcional. Observe:
o
ul
tituição ou suspensão. Neste aspecto, ressalta-se Incorrerá nas mesmas penas o funcionário público
que o crime é instantâneo e prescinde de habitua- que:
lidade da conduta para sua consumação.
z Permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
Observe que o exercício funcional ilegalmente mento e empréstimo de senha ou qualquer outra
antecipado ou prolongado somente pode ser prati- forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
DIREITO PENAL
cado por funcionário público já nomeado, mas ainda mas de informações ou banco de dados da Admi-
sem ter cumprido todas as exigências legais (1ª parte), nistração Pública;
ou então pelo indivíduo que era funcionário público, z Utiliza-se, indevidamente, do acesso restrito.
porém deixou de sê-lo em razão de ter sido oficial-
mente exonerado, removido, substituído ou suspenso Forma qualificada: se da ação ou omissão resulta
(parte final). dano à Administração Pública ou a outrem.
Em ambas as hipóteses, o crime é de mão própria, Sobre este crime, fique atento:
de atuação pessoal ou de conduta infungível, pois
somente pode ser cometido pela pessoa expressamen- z Só será praticado dolosamente — não admite for-
te indicada no tipo penal. ma culposa; 59
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Em regra, não admite tentativa, salvo casos excepcionais, a exemplo de ser praticado na forma escrita.
Este tipo penal era previsto no art. 326, e foi revogado pelo art. 337-J, também do Código Penal.
Art. 326 Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Os crimes praticados por particular contra a Administração Pública estão previstos entre os arts. 328 e 337-A,
do Código Penal.
Tratam-se de crimes comuns, que não exigem nenhuma condição ou qualidade especial do sujeito ativo,
podendo ser praticados por qualquer pessoa.
O crime de usurpação de função pública se configura quando o agente usurpar o exercício de função pública.
z Usurpação de função pública: o agente exerce a função sem nenhum tipo de investidura, apoderando-se
dela. É crime;
z Funcionário ou agente de fato: o agente exerce a função pública, por ter ocorrido alguma irregularidade.
Não é crime.
Importante!
Segundo posicionamento doutrinário majoritário, é necessário, para fins de consumação, que o agente exe-
cute algum ato inerente ao exercício da função, não configurando o crime a mera apresentação a terceiros
como funcionário público.
81
8-
70
Vamos exemplificar:
.
93
Exemplo 1: Antônio apresenta-se como policial militar para seus conhecidos como forma de se autovalori-
.0
zar. Não há que se falar em configuração do crime de usurpação de função pública, já que o agente não praticou
98
nenhum ato inerente ao exercício da função policial militar, podendo, conforme o caso, configurar outra infração
-2
penal.
Exemplo 2: Antônio adquire, fraudulentamente, uma farda da polícia militar. Em determinado dia, ele pro-
py
move uma falsa barreira e passa a abordar as pessoas que nela passam. Há a prática do crime de usurpação de
p
Tu
função pública, já que o agente praticou ato inerente ao exercício da função policial militar.
Não confunda o crime de usurpação de função pública com o crime exercício funcional ilegalmente antecipa-
o
ul
do ou prolongado:
Pa
Ocorre se, do fato, o agente auferir vantagem (qualquer tipo de vantagem e não necessariamente financeira).
60 Sobre o crime de usurpação de função pública, é importante que você leve em consideração:
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z Não admite a modalidade culposa; z Resistência qualificada: se, em razão da resistên-
z Admite tentativa; cia, o ato não se executa.
z Pode ser praticado por funcionário público, segun-
do posicionamento que prevalece, mas a função Por fim, leve para a sua prova: o agente responde-
usurpada deve ser totalmente alheia à função dele rá pela resistência e pela violência empregada.
(sendo ele considerado particular); Vejamos: se, para se opor à execução de ato legal
z É crime formal, não se exigindo para a sua configu- praticado por funcionário competente, o particular
ração prejuízo ou dano à Administração Pública; usa de violência, causando lesão corporal de nature-
z Ação penal pública incondicionada. za grave, responderá pelos dois crimes: resistência e
lesão grave.
Resistência
Desobediência
O crime de resistência está previsto no art. 329, do
Código Penal: Este crime está previsto no art. 330, do Código
Penal. Se configura quando o agente desobedecer à
Art. 329 Opor-se à execução de ato legal, mediante ordem legal de funcionário público.
violência ou ameaça a funcionário competente para
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Art. 330 Desobedecer a ordem legal de funcionário
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. público:
§ 1º Se o ato, em razão da resistência, não se Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e
executa: multa.
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuí- Vitor Eduardo Rios Gonçalves destaca que:
zo das correspondentes à violência.
z Deve haver uma ordem: significa determinação,
A conduta típica deste crime é opor-se à execução mandamento. O não atendimento de mero pedido
de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcio- ou solicitação não caracteriza o crime;
nário competente para executá-lo ou a quem lhe este- z A ordem deve ser legal: material e formalmente.
ja prestando auxílio. Pode até ser injusta, só não pode ser ilegal;
Sobre a conduta típica, as seguintes informações z Deve ser emanada de funcionário público com-
são muito importantes: petente para proferi-la. Ex.: delegado de polícia
requisita informação bancária e o gerente do ban-
z Exige-se que o ato praticado pelo funcionário co não atende. Não há crime, pois o gerente só está
público seja legal; obrigado a fornecer a informação se houver deter-
z Se o ato praticado por funcionário público for ile- minação judicial;
gal, não há que se falar em resistência; z É necessário que o destinatário tenha o dever jurí-
z Exige-se que o funcionário público seja competen- dico de cumprir a ordem. Além disso, não haverá
te para executar o ato; crime se a recusa se der por motivo de força maior
z Não se exige que a violência ou ameaça seja empre- ou por ser impossível por algum motivo o seu
gada diretamente contra o funcionário competen- cumprimento.
81
em consideração:
-2
Não se confunde o crime de desacato com os que a vantagem é também destinada ao funcionário.
70
entende que o crime de desacato deve ser prati- O crime de corrupção ativa, previsto no art. 333, do
-2
cado na presença do funcionário público, ao pas- Código Penal, é um dos tipos penais mais cobrados em
py
so que, caso a ofensa seja irrogada na ausência relação aos crimes contra a Administração Pública.
p
Em dezembro de 2016, a 5ª turma do STJ decidiu Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
pela descriminalização do crime de desacato, por multa.
entender que este crime viola a liberdade de expres- Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço,
são do indivíduo, em julgamento de habeas corpus. se, em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
Contudo, a 3ª seção do STJ pacificou posicionamento nário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
do tribunal no sentido de que o desacato continua sendo infringindo dever funcional.
crime, pois isso não viola a liberdade de expressão.
Conduta típica: oferecer ou prometer vantagem
Tráfico de Influência indevida a funcionário público, para determiná-lo a
praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
O crime de tráfico de influência está previsto no
art. 332, do Código Penal: CORRUPÇÃO PASSIVA CORRUPÇÃO ATIVA
Solicitar
Art. 332 Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou Oferecer
Receber
para outrem, vantagem ou promessa de vantagem,
Aceitar Prometer
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Fique atento às informações a seguir, muito importantes em relação à corrupção ativa:
z Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal prevê mais de um verbo para sua prática: oferecer e prome-
ter. Por exemplo, João oferece uma quantia em dinheiro ao policial rodoviário federal para não ser multado
pela prática de infração de trânsito. Pedro promete entregar uma quantia em dinheiro ao guarda municipal
quando retornar ao seu veículo que está estacionado em local proibido;
z É crime formal, que se consuma com a prática da conduta delituosa, não se exigindo que o funcionário
público aceite a vantagem ou promessa de vantagem;
z Não admite a forma culposa;
z Exige-se dolo específico: a intenção de determinar o funcionário público a praticar, omitir ou retardar ato de
ofício;
z Caso o particular ceda à solicitação (corrupção passiva) ou à exigência (concussão), e entregue vantagem inde-
vida, seja em pagamento ou dando algo, a sua conduta será atípica, conforme posicionamento jurisprudencial
majoritário;
z A pena da corrupção ativa será aumentada de 1/3 (um terço) se em razão da vantagem ou promessa, o funcio-
nário público retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.
O crime de subtração ou inutilização de livro ou documento está previsto no art. 337, do CP.
8-
70
Art. 337 Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à custódia de
.
93
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
98
-2
Cabe destacar que o livro oficial, processo ou documento (público ou particular) é confiado à custódia de fun-
cionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público.
p
Tu
Por isso, é dever que seja confiada a custódia a funcionário, em razão de ofício, não se verificando este crime
quando alguém subtrai ou inutiliza, total ou parcialmente, um livro oficial, processo ou documento de quem não
o
ul
É importante analisar que, na parte final do preceito primário do dispositivo em estudo, há a expressão “ou de
particular em serviço público”, pois existem, em certas hipóteses excepcionais, particulares que desempenham
funções públicas (por exemplo, mesário nas eleições). Observe que se alguém subtrair ou inutilizar, total ou par-
cialmente, algum documento confiado a essas pessoas, a ele será imputado o crime de subtração ou inutilização
de livro ou documento.
Sobre o núcleo do tipo:
DIREITO PENAL
Subtrair: retirar o livro oficial, processo ou documento do local em que se encontra, dele se apoderando o
agente.
Inutilizar: tornar imprestável o livro oficial, processo ou documento, total ou parcialmente. Não se reclama
sua efetiva destruição.
Consuma-se o crime em estudo no instante em que o livro oficial, processo ou documento é subtraído, median-
te seu apoderamento pelo agente, seguido da inversão da sua posse e sua consequente retirada da esfera de vigi-
lância da vítima, ou então inutilizado, total ou parcialmente.
Observe que se o documento se destina a fazer prova de relação jurídica, e o agente visa beneficiar a si próprio ou
a terceiro, o fato constituirá crime mais grave.
Sobre o este tipo penal, é importante ficar atento ao seguinte: 63
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z É crime comum;
z Admite tentativa;
z É crime subsidiário, respondendo o agente por ele apenas caso não se configure um crime mais grave;
z Na hipótese de o documento destinar-se a fazer prova de relação jurídica, e o agente visar beneficiar a si pró-
prio ou a terceiro, o fato constituirá mais grave;
z Somente será praticado na modalidade dolosa.
Denunciação Caluniosa
Art. 339 Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação admi-
nistrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe
inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Tem como figura típica a seguinte conduta: dar causa direta ou indireta à instauração de investigação policial,
de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade adminis-
trativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
Como é possível se extrair pela leitura da figura típica, o crime pode ser praticado mesmo que o agente dê
causa a outro procedimento, ainda que não seja processo judicial, a exemplo de investigação policial ou adminis-
trativa. É importante compreender isso, pois muitas questões abordam esta situação.
Sobre o crime de denunciação caluniosa, é importante ficar atento ao seguinte:
z Só pode ser praticado dolosamente. Parte da doutrina não admite o dolo eventual neste crime, já que o tipo
penal exige que o agente saiba que o fato é imputado contra pessoa inocente.
A denunciação caluniosa poderá se configurar quando o agente imputa crime que realmente aconteceu contra
pessoa que sabe ser inocente ou quando imputa a alguém a prática de crime que não existiu (neste caso, não há
dúvidas sobre a inocência da pessoa, já que o fato sequer aconteceu);
z É necessário que o fato imputado seja crime ou contravenção penal (no caso de contravenção penal, a pena será
reduzida de metade), não se configurando este tipo penal caso o agente impute infração administrativa ou civil;
z É crime comum;
z Admite a forma tentada. Por exemplo, o agente narra ao delegado de polícia que o autor de determinado crime
81
foi a pessoa A, mas o delegado não inicia qualquer investigação porque o verdadeiro autor do crime é B, que
8-
se apresenta e confessa ter cometido o delito antes mesmo de a autoridade ter iniciado qualquer investigação;
70
z A pessoa contra quem se imputa o crime deve ser determinada, sendo ela, assim como o Estado, o sujeito pas-
.
A pena será aumentada de 1/6 (sexta parte), caso o agente se sirva de anonimato ou de nome suposto.
-2
No caso de denunciação caluniosa privilegiada, a pena será diminuída de metade, caso a imputação seja de
py
Art. 340 Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não
se ter verificado:
64 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
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Importante!
Ao contrário do que ocorre no crime de denunciação caluniosa, no crime de falsa comunicação de crime ou
contravenção, o agente não individualiza o autor do fato que não existiu, mas apenas comunica à autoridade
crime ou contravenção penal que sabe não ter ocorrido.
z Não admite a forma culposa. Assim, se o agente comunica à autoridade, sem intenção, crime ou contravenção
penal, provocando a ação desta, este tipo penal não estará configurado;
z É crime comum;
z Admite tentativa;
z Se o fato imputado for infração administrativa ou civil, não irá se configurar o crime;
z A maioria da doutrina, não se configura o crime quando o agente se limita a comunicar ilícito penal diverso
do que realmente ocorreu, desde que o fato comunicado e o que realmente ocorreu sejam crimes da mesma
natureza;
z Se o agente faz a comunicação falsa para tentar ocultar outro crime por ele praticado, responde também pela
comunicação falsa de crime.
Exemplo: José Carlos viu uma publicação no Facebook relacionada a um aborto. De imediato, ligou para uma
delegacia de polícia e comunicou o crime ao delegado de polícia, que iniciou as investigações sobre o fato. Entre-
tanto, não sabia José Carlos que o aborto não existiu, já que a publicação se tratava de uma brincadeira por parte
daquele que a realizou.
Não há que se falar em figura típica da comunicação falsa de crime, já que o agente não teve dolo de comunicar
falsamente o fato que não existiu.
Autoacusação Falsa
81
8-
70
Art. 341 Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:
.
z Crime não existente (a conduta criminosa sequer foi praticada, sequer existiu);
py
z Crime existente, mas praticado por outra pessoa (a conduta criminosa foi realmente realizada, mas foi outro
p
cusação falsa;
z O direito da autodefesa não permite que se impute falsamente crime a si mesmo.
O crime de falso testemunho ou falsa perícia está previsto no art. 342, do Código Penal.
Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor
ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 65
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Trata-se de crime plurinuclear, que poderá ser z Seja realizado no processo em que ocorreu o ilícito
praticado mediante a execução de quaisquer um dos (no processo em que se deu o falso e não no proces-
verbos previstos no tipo penal. so referente ao falso).
Sua consumação ocorre com o encerramento do
depoimento. Não responderá pelo crime de falso testemunho a
Sobre o crime de falso testemunha ou falsa perícia, pessoa que praticar as condutas descritas no tipo penal
é importante levar para a sua prova: incriminador com a finalidade de não se autoincriminar.
Lembre-se de que ninguém será prejudicado por
z Não admite a forma culposa; não produzir provas contra si mesmo.
Quando a testemunha mente por estar sendo
z Sujeito ativo: É crime de mão própria, que só
ameaçada de morte ou algum outro mal grave, não
poderá ser praticado por uma das pessoas pre-
responde pelo crime de falso testemunho.
vistas no tipo penal (testemunha, perito, conta-
dor, tradutor ou intérprete).
Corrupção Ativa de Testemunha ou Perito
O tipo penal apresenta hipóteses que aumentarão z Cometido com o fim de obter prova destinada a pro-
98
a pena do agente. As penas aumentam-se de 1/6 (um duzir efeito em processo civil em que for parte enti-
-2
z Cometido com o fim de obter prova destinada a contador, perito, intérprete ou tradutor, é importante
produzir efeito em processo penal; ficar atento ao seguinte:
o
ul
produzir efeito em processo civil em que for par- z Não pode ser praticado culposamente;
te entidade da Administração Pública direta ou z Nos verbos oferecer ou prometer, é crime formal;
indireta. z No verbo dar, é crime material;
z Admite tentativa, quando for possível fracionar o
Retratação — Causa Especial de Extinção da iter criminis;
Punibilidade z O crime de corrupção ativa de testemunha ou
perito deixa de ser punível se, antes da sentença
Art. 342 [...] no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sen- retrata ou declara a verdade, mas não se estende
tença no processo em que ocorreu o ilícito, o ao crime apurado no procedimento em que a tes-
agente se retrata ou declara a verdade. temunha faltou com a verdade.
lência ou grave ameaça, independentemente de o Art. 357 Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer
coagido ceder;
py
praticado por escrito e haver extravio. tiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:
o
Art. 347 Inovar artificiosamente, na pendência de terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro
processo civil ou administrativo, o estado de lugar, ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o soas referidas neste artigo.
juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Não se deve confundir este tipo penal com o cri-
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produ-
me de tráfico de influência, previsto no art. 332, do CP.
DIREITO PENAL
leilão ou praça, é o ato de transferência dos bens z Exige-se que a suspensão ou privação se dê por
70
penhorados do devedor, em que um funcionário da decisão judicial. Caso se trate de decisão adminis-
.
93
justiça apregoa e um interessado os adquire, em hasta trativa, não se configurará este tipo penal.
.0
z É crime comum, que pode ser praticado por qual- res de 21 anos, cola um papel com ano de nascimento
Pa
crime omissivo. sa, Caio destina apenas 95% dos valores à conta-cor-
c) Na inserção indireta, a terceira pessoa deve ter conhe-
.
cimento de que confecciona o documento de maneira conta-corrente da empresa de seu cunhado; (3) Tício,
.0
falsa.
98
a data da investidura de cada uma delas, o agente ao pagamento de multa pela prática do delito.
8-
70
de registro de créditos. 14. (FGV — 2021) Sandro, ao sair de um bar onde confra-
o
Para o enquadramento jurídico-penal, é correto afirmar culo para voltar para casa e é surpreendido com uma
Pa
que tal comportamento constitui o delito de Blitz da Operação Lei Seca na avenida por onde passa-
va. Os policiais determinam que Sandro pare seu carro
a) apropriação indébita. e indagam se ele poderia realizar o teste do etilômetro.
b) concussão. Apesar de ter ingerido bebida alcoólica, Sandro acre-
c) extorsão. dita que a quantidade será inferior à configuração de
d) constrangimento ilegal. crime pelo aparelho.
e) peculato. Ao constatar a quantidade de álcool expelida por San-
dro ao soprar o aparelho, o policial Robson informa a
11. (FGV — 2021) José, servidor público ocupante de car- Sandro que ele estaria preso em flagrante pela práti-
go efetivo da Câmara Municipal de Beta, com vontade ca do crime do artigo 306 da Lei nº 9.503/97. Muito
livre e consciente, exigiu, para si, diretamente, no exer- assustado, Sandro pergunta a Robson se não pode-
cício da função, vantagem indevida consistente em riam resolver aquele problema de uma outra forma e
30 mil reais do sócio- administrador da empresa Alfa, oferece a Robson R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para
contratada por aquela Casa Legislativa, para não rela- que fosse liberado. O policial recusa o pagamento e
tar fato desabonador da conduta da citada sociedade leva Sandro preso para a Delegacia da área, onde narra
70 empresária. os dois fatos.
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Com base nas informações apresentadas, em relação c) Para a configuração do crime é necessário que a pes-
à oferta de vantagem formulada por Sandro é correto soa intimidada atue no processo.
afirmar que d) É irrelevante para a configuração do crime se a amea-
ça deriva de um motivo justo.
a) deverá ser acusado pela prática do crime de corrupção e) O delito, por ser formal, não admite a forma tentada na
passiva consumada, por ser crime formal. sua execução.
b) deverá responder pela prática do crime de corrupção
passiva tentada, por ser crime formal. 19. (FGV — 2022) Caio, pessoa maior de 18 anos e não
c) deverá responder pela prática do crime de corrupção vulnerável, escolheu a prostituição como atividade
ativa tentada, por ser crime material. laborativa. Determinado dia, ante a falta do pagamen-
d) deverá responder pela prática do crime de corrupção to ajustado com cliente pelo serviço sexual prestado,
passiva consumada por ser crime material. se apodera de bens a ele pertencentes, visando seu
e) deverá ser acusado pela prática do crime de corrupção ressarcimento.
ativa consumada, por ser crime formal.
Caio deverá responder por:
15. (FGV — 2022) João dos Santos é empresário e supri-
miu contribuição previdenciária, ao omitir receitas
a) furto;
auferidas e demais fatos geradores de contribuições
b) roubo;
sociais previdenciárias nos documentos comerciais e
c) apropriação indébita;
tributários da sua empresa.
d) estelionato;
e) exercício arbitrário das próprias razões.
É correto afirmar que essa conduta caracteriza crime de
20. (FGV — 2022) Em relação ao delito de coação no curso
a) apropriação indébita previdenciária.
b) sonegação de contribuição previdenciária. do processo, é correto afirmar que:
c) crime contra a ordem tributária.
d) descaminho. a) o processo judicial afetado pela coação deve ser de
e) falsificação de documento público. natureza criminal;
b) ameaças proferidas antes da formalização do inquéri-
16. (FGV — 2021) Aquele que oferece ou promete vantagem to permitem a caracterização do crime;
indevida a um funcionário público, para que ele pratique, c) não pode ser praticado no decorrer de procedimento
omita ou retarde ato de ofício comete o crime de investigatório criminal do Ministério Público;
d) a existência de procedimento alfandegário de verifica-
a) descaminho. ção de bagagens pode ser considerada para o delito;
b) corrupção ativa. e) não pode ser praticado no decorrer de inquérito civil
c) tráfico de influência. presidido pelo Ministério Público.
d) usurpação de função pública.
e) exercício funcional ilegal. 9 GABARITO
81
8 B
a) está isento de pena; 9 D
b) responderá por lesões corporais leves;
c) responderá por exercício arbitrário das próprias razões; 10 B
d) responderá por exercício arbitrário das próprias razões
11 B
em concurso formal com lesões corporais leves;
DIREITO PENAL
19 E
20 B
ANOTAÇÕES
81
8-
.70
93
.0
98
-2
p py
Tu
o
ul
Pa
72
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A ação penal pública pode ser incondicionada,
quando a propositura da ação não depende de qualquer
condição especial (o MP age de ofício) ou condicionada,
quando seu exercício depende da existência prévia da
DIREITO PROCESSUAL
representação da vítima ou da requisição do Ministro
da Justiça (as chamadas condições de procedibilidade).
Por outro lado, a ação é privada quando o autor é
PENAL a vítima ou seu representante legal.
A ação penal privada pode ser exclusiva, quando a
iniciativa é da vítima ou de seu representante, caso seja
incapaz ou menor. No caso de falecimento da vítima,
a ação pode ser proposta por seus sucessores, ou seja
, pelo cônjuge/companheiro, ascendente, descendente
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ou irmão (caso a ação já esteja em curso, essas pessoas
prosseguem na ação no lugar da pessoa falecida).
DA AÇÃO PENAL A ação penal privada pode ser, ainda, personalís-
sima, quando somente pode ser proposta pela vítima
O Título III, do Código de Processo Penal, dispõe (se ela for menor, espera-se a maioridade; se for inca-
sobre a ação penal, entre os seus arts. 24 a 62. paz, aguarda-se o eventual restabelecimento, e, em
Vale lembrar que a ação penal também é tratada caso de morte, não há possibilidade de sucessão).
nos arts. 100 ao 106, do Código Penal, motivo pelo qual Por fim, a ação privada pode ser subsidiária da
é essencial, para o completo entendimento da presen- pública, quando, na ação pública, ocorre a inércia do
te matéria, o estudo dos mencionados artigos do CP. MP, hipótese em que a iniciativa passa a ser da vítima.
Resumidamente, entende-se por ação penal o pro-
cedimento judicial iniciado pelo titular da ação, isto é, Condições Gerais da Ação
pelo órgão público (Ministério Público) ou pela vítima,
quando há indícios de autoria e de materialidade, soli- Independentemente da modalidade de ação, exis-
citando a prestação jurisdicional que declare proceden- tem condições que devem estar presentes em todas as
te a pretensão punitiva e condene o autor da infração. ações penais. São elas:
Conforme aponta a maioria da doutrina processual, A legitimidade de parte pode ser entendida como
o direito de ação penal consiste no direito público sub- a possibilidade de ingressar em juízo para postular ou
jetivo de solicitar ao Estado, que é o detentor do direito defender algum direito. Nesse sentido, se a ação for
e do poder de punir (jus puniendi), que, diante da práti- pública, a parte legítima para propô-la (legitimidade
ca de uma infração penal, aplique o direito penal em ativa) é o Ministério Público; se for privada, é o ofen-
um caso concreto. Em outras palavras, é o direito que
81
possui de provocar o Estado para que aplique as normas (legitimidade passiva) as pessoas físicas maiores de 18
de direito penal em uma situação concreta.
.
Para cada infração prevista em lei existe a defini- mental ou causada por dependência química podem
py
ção de quem é o responsável por desencadear a ação figurar como acusados na ação penal; caso a acusa-
p
penal. O critério diferenciador da ação pública ou pri- ção seja julgada procedente, tais inimputáveis serão
Tu
vada encontra-se no art. 100, do Código Penal. absolvidos, mas a eles será imposta medida de segu-
o
A regra é que a ação penal é pública (caput do art. rança ou tratamento médico para dependência.
ul
100, do CP), sendo o MP seu titular. Nos tipos penais, quan- O interesse de agir, por sua vez, consiste na exis-
Pa
Além do silêncio da lei, existe outro critério, pre- oferecer nova representação (novamente quer ver o
98
visto no § 2º, art. 24, do CPP, que determina que a ação ofensor processado). Tal situação, ainda que não pre-
-2
será pública se o delito for cometido em detrimento vista na lei, é aceita pela doutrina, desde que seja feita
py
do patrimônio de um dos entes da Federação (União, antes que ocorra a extinção da punibilidade do agente.
p
Conforme se nota do teor do art. 2º, do CPP, a requi- não pode ser revogada.
sição do Ministro da Justiça é uma exigência legal
(chamada de condição de procedibilidade) para que o DELATIO CRIMINIS DIRETA AO MINISTÉRIO
Ministério Público possa exercer seu direito de ação. PÚBLICO
A mais conhecida hipótese de necessidade de requi-
sição, conforme mencionado, é quando ocorre crime Art. 27 Qualquer pessoa do povo poderá provo-
contra a honra do Presidente da República ou chefe de car a iniciativa do Ministério Público, nos casos
governo estrangeiro. em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
A requisição do Ministro da Justiça não significa escrito, informações sobre o fato e a autoria e indi-
uma ordem ao Ministério Público. Recebida a requisi- cando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.
ção, o MP somente vai oferecer a denúncia se houver
justa causa (provas suficientes) para o início da ação. Assim como qualquer pessoa do povo pode procu-
A lei não estabelece um prazo para que o Minis- rar a autoridade policial e dar ciência da ocorrência
tro da Justiça apresente a requisição. Assim sendo, de um delito, qualquer pessoa pode também encami-
enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade do nhar ao MP uma petição na qual requer providências
74 agente, o Ministro da Justiça pode realizar a requisição. e apresenta elementos para formar o convencimento
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do promotor para que este requisite a instauração de Presente qualquer das hipóteses mencionadas,
inquérito policial, ofereça diretamente a denúncia ou, o procedimento a ser seguido é o que consta no art.
caso entenda que não existe uma infração ou que não 28, do CPP, e que foi recentemente alterado de forma
hajam indícios de autoria, requeira o arquivamento, substancial pela Lei nº 13.964, de 2019, conhecida por
nos termos do art. 28, do CPP. Lei Anticrime.
Vale conferir as diferenças entre a antiga e a nova
ARQUIVAMENTO redação do art. 28, do CPP, conforme consta no quadro
a seguir.
Tratando-se de crime de ação penal pública, uma
vez recebidos os autos do inquérito policial, o Minis-
REDAÇÃO APÓS AS
tério Público pode agir de várias formas. Dentre elas, REDAÇÃO ANTERIOR À
ALTERAÇÕES TRAZIDAS
o MP pode oferecer a denúncia, caso entenda que se MODIFICAÇÃO
PELA LEI ANTICRIME
encontram presentes os elementos para dar origem
à ação penal. Pode, por outro lado, requerer a devo- Art. 28 Se o órgão do Mi- Art. 28 Ordenado o arquiva-
lução do inquérito policial (IP) à autoridade policial nistério Público, ao invés mento do inquérito policial
para a realização de novas diligências necessárias ao de apresentar a denúncia, ou de quaisquer elementos
oferecimento da denúncia. Também pode, conforme requerer o arquivamento informativos da mesma na-
do inquérito policial ou de tureza, o órgão do Ministério
será estudado mais adiante, formalizar acordo de não
quaisquer peças de infor- Público comunicará à vítima,
persecução penal. E, caso entenda que o juízo perante mação, o juiz, no caso de ao investigado e à autorida-
o qual atua não é o competente para o julgamento do considerar improcedentes de policial e encaminhará
feito, o MP pode declinar de sua competência, reque- as razões invocadas, fará re- os autos para a instância de
rendo ao juiz que remeta os autos ao juiz competente. messa do inquérito ou peças revisão ministerial para fins
Além das medidas citadas, o MP pode determinar de informação ao procura- de homologação, na forma
o arquivamento do IP quando se encontrar diante de dor-geral, e este oferecerá da lei.
uma das seguintes hipóteses: a denúncia, designará outro § 1º Se a vítima, ou seu re-
órgão do Ministério Público presentante legal, não con-
para oferece-la, ou insistirá cordar com o arquivamento
z Ausência de pressuposto processual ou condição no pedido de arquivamento, do inquérito policial, poderá,
para o exercício da ação penal (por exemplo, quan- ao qual só então estará o juiz no prazo de 30 (trinta) dias
do a vítima retira a representação que havia feito); obrigado a atender. do recebimento da comuni-
z Falta de justa causa para o exercício da ação cação, submeter a matéria
penal (por exemplo, quando não há informações à revisão da instância com-
sobre a autoria do fato); petente do órgão ministerial,
conforme dispuser a respec-
z Atipicidade do fato (quando o fato, de forma evi-
tiva lei orgânica.
dente, não constitui crime); § 2º Nas ações penais rela-
z Certeza da existência de excludende de ilicitude tivas a crimes praticados em
(como um caso claro de legítima defesa); detrimento da União, Esta-
z Existência clara de excludente de culpabilidade, dos e Municípios, a revisão
exceto se tratar-se de hipótese de inimputabilida- do arquivamento do inqué-
de (o inimputável previsto no art. 26, do CP, deve rito policial poderá ser pro-
vocada pela chefia do órgão
81
sentação judicial.
70
Importante!
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Ausência de pressuposto
processual ou condição para o Tendo em vista concessão de liminar STF na ADI
exercício da ação penal 6305/DF, a alteração feita no art. 28 referente ao
arquivamento do inquérito policial encontra-se
Atipicidade do fato suspensa. Dessa forma, a redação revogada do
ARQUIVAMENTO art. 28 permanece em vigor enquanto vigorar a
DO INQUÉRITO
POLICIAL decisão do Ministro Luiz Fux.
Excludente de ilicitude
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos punibilidade está extinta; caso negativo, o MP comu-
70
anteriores ao cometimento da infração, em acordo nica o juízo para que seja rescindido o acordo e, em
.
93
de não persecução penal, transação penal ou sus- seguida, oferece a denúncia. Trata-se, portanto, de
.0
IV - nos crimes praticados no âmbito de violên- penal pública (segundo o qual o MP, estando diante
-2
cia doméstica ou familiar, ou praticados contra a de indícios de autoria e materialidade, deve oferecer
mulher por razões da condição de sexo feminino, a denúncia).
py
§ 4º Para a homologação do acordo de não perse- podendo sequer constar na certidão de antecedentes
Pa
cução penal, será realizada audiência na qual o juiz criminais da pessoa, exceto para impedir que novo
deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da acordo seja realizado dentro do prazo de 5 anos (con-
oitiva do investigado na presença do seu defensor, forme determina o § 12, art. 28-A, do CPP).
e sua legalidade. O esquema a seguir reúne os requisitos para que
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou seja possível celebrar o acordo de não persecução penal:
abusivas as condições dispostas no acordo de não per-
secução penal, devolverá os autos ao Ministério Públi-
co para que seja reformulada a proposta de acordo, REQUISITOS
com concordância do investigado e seu defensor.
§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não
persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Cometida sem
Não ser o caso
violência ou
Ministério Público para que inicie sua execução de arquivamento
grave ameaça
perante o juízo de execução penal.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à propos-
ta que não atender aos requisitos legais ou quando Infração com pena Confissão formal e
não for realizada a adequação a que se refere o § 5º mínima inferior a 4 circunstancialmente e a
anos prática da infração
76 deste artigo.
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Vale mencionar as condições a que fica obrigado o Tanto a denúncia quanto a queixa (ambas também
sujeito, que podem ser aplicadas de forma cumulati- são chamadas, dentre outros nomes, de peça acusa-
va ou alternativa: tória ou de exordial acusatória) são, portanto, os atos
que formalizam a acusação.
z Reparar o dano ou restituir a coisa à vitima (sal- De acordo com o art. 41, a peça acusatória deve
vo impossibilidade de fazê-lo tendo em vista não conter exposição do fato criminoso, com todas as
ter, por exemplo, condições financeiras); suas circunstâncias; não pode, portanto, ser genérica,
z Renunciar bens e direitos, como instrumentos, vaga ou imprecisa. Nesse sentido, veja dois julgados
produto ou proveito do crime; que ilustram a necessidade de expor todas as circuns-
z Prestar serviços comunitários ou a entidades tâncias do fato criminoso:
públicas;
z Pagar prestação pecuniária a entidade pública ou Desacato. É inepta a peça acusatória que apenas
de interesse social; afirma que o acusado proferiu vários impropérios
z Cumprir, por prazo determinado, outras condições contra policial rodoviário federal, sem, contudo,
impostas pelo MP, tais como comprovar mensal- especificá-los. Há necessidade da descrição das
mente o exercício de atividade lícita e o dever de não ofensas irrogadas à vítima de forma expressa e cla-
mudar de endereço sem prévia comunicação. ra (TJRO: RT 786/737).
Por sua vez, o § 2º, art. 28-A, do CPP, elenca 4 hipoté- Estelionato. É inepta a denúncia em que se aventa
ses em que não é permitida a realização do acordo: hipótese de estelionato mas a vantagem patrimo-
nial não é indicada. Há ausência de requisito do
z Se for cabível a transação penal prevista na Lei
tipo (JTJ 170/336).
nº 9.099, de 1995, de competência dos Juizados
Especiais Criminais;
A denúncia ou a queixa devem, também, identifi-
z Se o investigado for reincidente ou se houver ele-
car a pessoa a quem se imputa o fato criminoso.
mentos probatórios que indiquem conduta crimi-
A peça acusatória, ao final, declara os artigos nos
nal habitual, reiterada ou profissional, exceto
quais se inserem os fatos narrados; é o que se denomi-
se insignificantes as infrações anteriores;
na classificação ou capitulação. No entanto, o réu, ao
z Se o sujeito foi beneficiado nos 5 anos anteriores
se defender, faz isso com base nos fatos alegados e não
ao cometimento do crime com outro acordo de
com base na tipificação feita.
não persecução ou por transção penal ou sus-
pensão condicional do processo; Por fim, a lista de testemunhas é facultativa e não
z Nos crimes praticados no âmbito de violência é motivo para a rejeição da denúncia ou da queixa.
doméstica ou familiar, ou praticados contra a
mulher por razões da condição de sexo femini- Princípio da Indisponibilidade
no, em favor do agressor.
Art. 42 O Ministério Público não poderá desis-
DEVER DE COMUNICAÇÃO tir da ação penal.
Segundo o § 2º, art. 46, a queixa pode ser aditada LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE
no prazo de 3 dias, a contar da data de recebimento 1995
dos autos.
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES DO MINISTÉRIO
PÚBLICO Disposições Gerais
Art. 47 Se o Ministério Público julgar necessá- A partir do art. 60, a Lei nº 9.099, de 1995 passa a
rios maiores esclarecimentos e documentos com- disciplinar os Juizados Especiais Criminais.
plementares ou novos elementos de convicção,
Art. 60 O Juizado Especial Criminal, provido por
deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer
juízes togados ou togados e leigos, tem competên-
autoridades ou funcionários que devam ou possam cia para a conciliação, o julgamento e a execução
fornecê-los. das infrações penais de menor potencial ofensivo,
respeitadas as regras de conexão e continência.
O MP pode, diretamente, sem a intermediação Parágrafo único. Na reunião de processos, peran-
do juiz, requisitar esclarecimentos, documentos ou te o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes
outros elementos de prova, desde que, claro, dentro da aplicação das regras de conexão e continên-
do que permite a lei e fundamentado na necessidade. cia, observar-se-ão os institutos da transação
penal e da composição dos danos civis.
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E Composição dos Juizados Especiais Criminais
DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA
JUSTIÇA O art. 60 da Lei nº 9.099, de 1995 dispõe que os jui-
zados especiais criminais são compostos por juízes
Do Ministério Público togados, somente, ou por juízes togados e leigos.
Juiz togado é o Juiz de Direito de carreira, que
Ao Ministério Público caberá ser o titular da ação goza de todas as prerrogativas inerentes ao cargo de
penal pública, ou seja, processar criminalmente aque- magistrado (art. 95, da CF).
81
atuar como verdadeiro defensor da sociedade, fiscal Competência Material dos Juizados Especiais
-2
Art. 257 Ao Ministério Público cabe: A Lei nº 9.099, de 1995, em seu art. 60, estabelece que
Tu
I - promover, privativamente, a ação penal pública, compete aos juizados especiais criminais conciliar, jul-
gar e executar as infrações de menor potencial ofensivo.
o
Conciliar
Ao Ministério Público aplica-se as mesmas regras INFRAÇÕES
de suspeição e impedimento dos juízes que estudamos DE MENOR Julgar
nos artigos anteriores, portanto, não poderá então ser POTENCIAL
titular da ação penal contra seus parentes, esposa ou OFENSIVO
marido, inclusive parentes adquiridos pelo casamen- Executar
to, até o terceiro grau.
Art. 258 Os órgãos do Ministério Público não fun- O que são, então, “infrações de menor potencial
cionarão nos processos em que o juiz ou qualquer ofensivo”? O art. 61 informa que:
das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüí- Art. 61 Consideram-se infrações penais de
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o tercei- menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
ro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes Lei, as contravenções penais e os crimes a que
for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e a lei comine pena máxima não superior a 2
78 aos impedimentos dos juízes. (dois) anos, cumulada ou não com multa.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim, de acordo com a redação do art. 61, da Lei das declarações dos envolvidos e testemunhas, acom-
nº 9.099, de 1995 (após as alterações feitas pela Lei nº panhados, eventualmente, de exames de corpo de
11.313, de 2006), infrações de menor potencial ofen- delito, nas infrações que deixam vestígios.
sivo são: O objetivo do termo é colher, de forma resumida,
elementos de autoria e materialidade. No termo cir-
cunstanciado, a autoridade policial toma o compro-
INFRAÇÕES DE MENOR
misso do envolvido em comparecer ao Juizado. Isso é
POTENCIAL OFENSIVO
o que consta do art. 69, da Lei nº 9.099, de 1995:
Nas hipóteses de crimes continuados ou de con- mação e, se for o caso, a do responsável civil, na
.0
curso formal de crimes, a pena máxima deve ser forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
98
lei, para então enquadrar ou não como infração Uma vez concluído o termo circunstanciado, os
de menor potencial ofensivo. autos são remetidos ao Juizado Especial Criminal
py
Audiência Preliminar
Policial Judicial
Art. 72 Na audiência preliminar, presente o
representante do Ministério Público, o autor do
A fase preliminar policial é a realizada pela auto- fato e a vítima e, se possível, o responsável civil,
ridade policial: o Delegado de Polícia lavra o Ter- acompanhados por seus advogados, o Juiz escla-
mo Circunstanciado (ou Termo Circunstanciado de recerá sobre a possibilidade da composição dos
Ocorrência), que é um procedimento mais simples e danos e da aceitação da proposta de aplicação
célere do que o inquérito policial. Trata-se do resumo imediata de pena não privativa de liberdade. 79
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Art. 73 A conciliação será conduzida pelo Juiz ou A homologação do acordo de composição gera
por conciliador sob sua orientação. os seguintes efeitos, dependendo do tipo de ação pre-
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da vista (art. 74, da Lei nº 9.099, de 1995):
Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferen-
temente entre bacharéis em Direito, excluídos os z Ação penal de inciativa privada: Provoca a
que exerçam funções na administração da Justiça renúncia ao direito de queixa (extingue a punibili-
Criminal. dade do agente);
z Ação penal pública condicionada à represen-
tação: Gera a renúncia ao direito de representar
Auxiliares da justiça (também extingue a punibilidade);
z Ação penal pública incondicionada: Não impede
a continuidade; passa-se para a segunda fase (pode
servir diminuir a pena, se configurar arrependi-
mento posterior, previsto no art. 16, do CP).
Recrutados na forma da lei
local
Dica
CONCILIADORES A composição civil é o primeiro instituto despe-
nalizador da Lei nº 9.099, de 1995. Note que o
Preferencialmente
bacharéis em direito espírito da Lei nº 9.099, de 1995 é despenalizar e
desencarcerar: afastar a pena e evitar a restrição
da liberdade do agente.
Excluídos os que exerçam
Não havendo composição civil ou sendo o caso de
funções na administração
da Justiça Criminal ação penal pública incondicionada, passa-se para a
segunda fase da audiência.
DANOS CIVIS sentença irrecorrível § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
70
sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no
py
Trata-se de audiência que exige o comparecimen- prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restri-
to do(a):
p
z Vítima (caso haja, pois pode ser crime cuja vítima motivos e as circunstâncias, ser necessária e sufi-
Pa
NÃO CABERÁ
Ter sido beneficiado, nos últimos 5
TRANSAÇÃO PELO
anos, pela transação penal
QUANDO
Para que seja possível a transação, o agente não pode ter sido condenado anteriormente, pela prática de
crime, à pena privativa de liberdade e nem pode ter sido beneficiado, nos últimos 5 anos, pela transação penal.
Além disso, seus antecedentes, sua conduta social e personalidade, assim como os motivos e a circunstância da
infração, devem ser favoráveis ao agente (inciso III, do § 2º, do art. 76). Por fim, o autor da infração deve aceitar
a transação, que deve ser assinada, também, por seu advogado.
Atente-se para o fato de que a condenação anterior deve ser pela prática de crime, à pena privativa de liber-
dade, por sentença definitiva. Desse modo, caso o agente for condenado anteriormente por contravenção penal,
mesmo que por pena restritiva de direitos ou multa, não poderá esta impedir a concessão da transação penal.
No caso de transação referente a crime ambiental (de menor potencial ofensivo), deve, ainda, haver a prévia
composição do dano ambiental (exceto caso haja impossibilidade comprovada de realizá-la). É o que prevê o art.
27, da Lei nº 9.605, de 1998, Lei de Crimes Ambientais:
Art. 27 Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada
desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso
81
de comprovada impossibilidade.
8-
70
A transação deve ser homologada por sentença do juiz (sentença condenatória imprópria).
.
93
A sentença:
98
-2
z Não gera efeito civil: Se a vítima pretender indenização, deve ingressar com ação de conhecimento.
p
Tu
Em casos de descumprimento da transação penal pelo agente, o Ministério Público poderá dar continuidade à
o
ul
persecução penal, oferecendo a denúncia ou realizando a requisição de inquérito policial. É o que rege a Súmula
Pa
Vinculante nº 35:
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Súmula Vinculante nº 35 STF A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099, de 1995 não
faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Minis-
tério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito
policial.
Importante!
� A transação penal não gera a reincidência, podendo ser apenas registrada;
� A transação penal só será concedida novamente após o prazo de 5 anos;
� A transação penal não ficará constada nas certidões de antecedentes criminais;
� A transação penal não tem efeitos civis.
� O descumprimento da transação penal pelo agente, permite o MP dar continuidade na persecução penal.
81
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Disposições Finais O art. 89 da Lei n° 9.099, de 1995 é de grande
importância, uma vez que se aplica não só aos crimes
Por último, cabe tratar do art. 89 da Lei, um dos sujeitos ao rito dos juizados especiais criminais, mas a
mais importantes tópicos para sua prova e que, con- qualquer crime que se encaixe nos requisitos previs-
forme visto, trata da suspensão condicional do pro-
tos no artigo.
cesso, também chamada de sursis processual.
Para que se aplique o benefício, devem estar pre-
sentes os seguintes requisitos:
Art. 89 Nos crimes em que a pena mínima comi-
nada for igual ou inferior a um ano, abrangi-
das ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao z Pena mínima igual ou inferior a um ano (levan-
oferecer a denúncia, poderá propor a suspen- do-se em conta as causas de aumento e diminuição
são do processo, por dois a quatro anos, desde de pena);
que o acusado não esteja sendo processado z O acusado não ter sido condenado anteriormente;
ou não tenha sido condenado por outro crime, z O acusado não estar respondendo a outro pro-
presentes os demais requisitos que autoriza- cesso criminal;
riam a suspensão condicional da pena (art. 77
z As circunstâncias judiciais serem favoráveis.
do Código Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu
defensor, na presença do Juiz, este, recebendo Dica
a denúncia, poderá suspender o processo, sub-
metendo o acusado a período de prova, sob as As circunstâncias judiciais (ou inominadas) estão
seguintes condições: previstas no art. 59 do Código Penal. São elas:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de culpabilidade, antecedentes; conduta social; per-
fazê-lo; sonalidade; motivos do crime; circunstâncias do
II - proibição de freqüentar determinados lugares; crime; consequências do crime e comportamento
III - proibição de ausentar-se da comarca onde resi-
de, sem autorização do Juiz; da vítima.
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juí-
zo, mensalmente, para informar e justificar suas Aceitando a proposta de suspensão, o acusado fica
atividades. sujeito a um período de prova, ficando o processo
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições suspenso por um prazo de 2 a 4 anos, durante o qual
a que fica subordinada a suspensão, desde o beneficiário deve cumprir as condições previstas
que adequadas ao fato e à situação pessoal do no § 1º, do art. 89 (reparar o dano, salvo impossibili-
acusado.
dade de fazê-lo; proibição de frequentar determina-
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do pra-
dos lugares; proibição de ausentar-se da comarca sem
zo, o beneficiário vier a ser processado por outro
crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a autorização e comparecimento mensal em juízo para
reparação do dano. justificar as atividades), sem prejuízo de outras condi-
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acu- ções fixadas pelo juiz.
sado vier a ser processado, no curso do prazo, Importante destacar as condições para que ocorra
por contravenção, ou descumprir qualquer a suspensão condicional do processo, previstas no §1º
outra condição imposta. do art. 89. Vejamos no esquema a seguir:
81
riores termos.
-2
9.099, de 1995.
o
Outro ponto curioso é que, na suspensão condicional Qual a vantagem de se aceitar o sursis processual? Se
do processo, o Ministério Público propõe a suspensão ao cumpridas as condições, ao final do período de prova,
82 oferecer a denúncia, o que difere da transação penal. é declarada extinta a punibilidade do beneficiário.
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Se o beneficiário descumpre alguma condição, a
suspensão: RESOLUÇÃO 1.324, DE 14 DE
SETEMBRO DE 2021
Art. 89 [...]
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do
NOÇÕES GERAIS
prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justifi-
cado, a reparação do dano. O Ato Normativo nº 314, de 2003, que regulamen-
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acu- tava o procedimento criminal administrativo previsto
sado vier a ser processado, no curso do prazo, na Lei Orgânica do Ministério Público (Lei nº 8.625, de
por contravenção, ou descumprir qualquer 1993), foi revogado pela Resolução nº 1.364, de 2021.
outra condição imposta. Vejamos a exposição de motivos da Resolução:
Caro leitor, usualmente as bancas se atrelam à Esta Resolução regulamenta, na área criminal, o Pro-
cobrança da literalidade dos dispositivos da Lei, mas cedimento Investigatório Criminal, nos termos da
para complementar seu estudo veja as teses sobre jui- Resolução nº 181, de 2017 do CNMP e dos arts. 26, I,
zados especiais criminais a seguir: da Lei Federal nº 8.625, de 12 de fevereiro de 1993, e
art. 104, I, da Lei Complementar Estadual nº 734, de
Teses sobre Juizados Especiais Criminais 26 de novembro de 1993, e dá providências correlatas.
z A suspensão condicional do processo não é direito O Supremo Tribunal Federal fixou em Repercus-
subjetivo do acusado, mas sim um poder-dever do são Geral (RE nº 593.727) a tese de que o MP detém
Ministério Público, titular da ação penal, a quem atribuição para promover investigação de natureza
cabe, com exclusividade, analisar a possibilidade criminal, nos seguintes termos:
de aplicação do referido instituto, desde que o faça
de forma fundamentada.1 O Ministério Público dispõe de competência para pro-
z A existência de inquérito policial em curso não é mover, por autoridade própria, e por prazo razoável,
circunstância idônea a obstar o oferecimento de investigações de natureza penal, desde que respeita-
proposta de suspensão condicional do processo.2 dos os direitos e garantias que assistem a qualquer
indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do
Súmula 243 - STJ: O benefício da suspensão do pro- Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as
cesso não é aplicável em relação às infrações penais hipóteses de reserva constitucional de jurisdição
cometidas em concurso material, concurso formal e, também, as prerrogativas profissionais de que se
ou continuidade delitiva, quando a pena mínima acham investidos, em nosso País, os Advogados (Lei
cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência 8.906, de 1994, art. 7º, notadamente os incisos I, II,
da majorante, ultrapassar o limite de 1 (um) ano. III, XI, XIII, XIV e XIX), sem prejuízo da possibilidade
Súmula 337 – STJ: É cabível a suspensão condicio- — sempre presente no Estado democrático de Direi-
nal do processo na desclassificação de crime e na to — do permanente controle jurisdicional dos atos,
procedência parcial da pretensão punitiva. necessariamente documentados (Súmula Vinculante
Súmula 723 – STF: Não se admite a suspensão 14), praticados pelos membros dessa instituição.
condicional do processo por crime continuado, se a
soma da pena mínima da infração mais grave com o
81
seu desfavor como maus antecedentes, personali- De acordo com o art. 1º da Resolução:
o
1 (AgRg no AREsp n. 607.902/SP, Ministro Gurgel de Faria, Quinta Turma, DJe 17/2/2016).
2 (RHC 79.751/SP, REL. MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, JULGADO EM 18/04/2017, DJE 26/04/2017)
3 (Resp 1498034, 25.11.2015);
4 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual, operada em
processo anterior, não pode ser sopesada em seu desfavor como maus antecedentes, personalidade do agente e conduta social. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d2a452edff079ca6980edcf54cc49945>.
Acesso em: 08/09/2021 83
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Finalidade III – não sendo da sua atribuição, determinar a
extração de peças e remessa para outro órgão de
A finalidade do procedimento investigatório, nos execução, sem prejuízo do art. 6º desta Resolução.
termos do art. 1º da Resolução é:
O procedimento também poderá ser instaurado de
Art. 1° […] apurar a ocorrência de infrações penais forma conjunta. Vejamos o que diz o art. 6º da Resolução:
de iniciativa pública, servindo como preparação e
embasamento para o juízo de propositura, ou não, Art. 6° O procedimento investigatório criminal pode-
da respectiva ação penal. rá ser instaurado de forma conjunta, por meio de for-
ça tarefa ou por grupo de atuação especial composto
Pois, qualquer peça de informação pode ensejar ins- por membros do Ministério Público, cabendo sua pre-
tauração de procedimento investigatório, promoção da sidência àquele que o ato de instauração designar.
ação penal, encaminhamento ao Juizado Especial ou ins-
tauração de inquérito policial. Cada unidade do MP manterá, preferencialmente
por meio eletrônico, controle atualizado do andamen-
to dos seus procedimentos investigatórios, que pode-
Importante rá ter nível de acesso restrito ao Procurador-Geral ou
Corregedor-Geral, mediante justificativa.
O procedimento investigatório criminal não é
pressuposto para a propositura da ação penal. Instrução
e esclarecimentos;
98
damente registrada e autuada, com a indicação dos As requisições do MP serão feitas fixando-se o pra-
o
fatos a serem investigados e sua capitulação legal, zo de até 10 dias úteis para atendimento, prorrogável
ul
endereço, telefone ou e-mail, observando-se, em caso de do Ministério Público poderá optar por realizar
8-
descumprimento, o disposto no art. 224 do Código de diretamente a inquirição com a prévia ciência ao órgão
70
Importante!
p
Os atos e peças do procedimento investigatório cri- inclusive, requisitar proteção policial em seu favor.
.
legal, do Poder Judiciário, do Ministério Público ou vítimas e testemunhas, o membro do Ministério Público
de terceiro diretamente interessado; observará a tramitação prioritária do feito, bem como
II - no deferimento de pedidos de extração de cópias, providenciará, se o caso, a oitiva antecipada dessas
com atenção ao disposto no § 1º. do art. 3º desta pessoas ou pedirá a antecipação dessa oitiva em juízo.
Resolução e ao uso preferencial de meio eletrônico, § 4º O membro do Ministério Público que
desde que realizados de forma fundamentada pelas preside o procedimento investigatório criminal
pessoas referidas no inciso I, pelos seus procura- providenciará o encaminhamento da vítima e
dores com poderes específicos ou por advogado, outras pessoas atingidas pela prática do fato
independentemente de fundamentação, ressalvada criminoso apurado à rede de assistência, para aten-
a limitação de acesso aos autos sigilosos a defensor dimento multidisciplinar, especialmente nas áreas
que não possua procuração ou não comprove atuar psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a
na defesa do investigado; expensas do ofensor ou do Estado.
III - no deferimento de pedidos de vista, realizados de § 5º Nos procedimentos de acolhimento, oitiva e
forma fundamentada pelas pessoas referidas no inciso atenção à vítima, o membro do Ministério Público
I ou pelo defensor do investigado, com atenção à restri- diligenciará para que a ela seja assegurada a
ção de acesso às diligências cujo sigilo tenha sido deter- possibilidade de prestar declarações e informações em
86 minado na forma do § 4º. do art. 9º desta Resolução; geral, eventualmente sugerir diligências, indicar meios
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de prova e deduzir alegações, que deverão ser avaliadas I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, sal-
fundamentadamente pelo Ministério Público. vo impossibilidade de fazê-lo;
§ 6º Os procedimentos previstos nesse artigo II - renunciar voluntariamente a bens e direitos,
poderão ser estendidos aos familiares da vítima. indicados pelo Ministério Público como instrumen-
§ 7º O membro do Ministério Público deverá tos, produto ou proveito do crime;
diligenciar para a comunicação da vítima ou, na III - prestar serviço à comunidade ou a entidades
ausência desta, dos seus respectivos familiares públicas por período correspondente à pena míni-
sobre o oferecimento de ação penal. ma cominada ao delito, diminuída de um a dois ter-
§ 8º Nas investigações que apurem notícia de violência ços, em local a ser indicado pelo Ministério Público;
manifestada por agentes públicos em desfavor de IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada
vítimas negras, em atenção ao disposto no art. 53 nos termos do art. 45 do Código Penal, a entidade
da Lei nº 12.288, de 2010, o membro do Ministério pública ou de interesse social a ser indicada pelo
Público deve levar em consideração, para além da Ministério Público, devendo a prestação ser destina-
configuração típico-penal, eventual hipótese de vio- da preferencialmente àquelas entidades que tenham
lência sistêmica, estrutural, psicológica, moral, entre como função proteger bens jurídicos iguais ou seme-
outras, para fins dos encaminhamentos previstos no lhantes aos aparentemente lesados pelo delito;
presente artigo. V - cumprir outra condição estipulada pelo Minis-
§ 9º A criança ou o adolescente, vítima ou testemunha tério Público, desde que proporcional e compatível
de crime, será resguardado de qualquer contato, com a infração penal aparentemente praticada.
ainda que visual, com o suposto autor, investigado
ou acusado, ou com outra pessoa que represente Assim, o acordo poderá ser celebrado quando a
ameaça, coação ou constrangimento, devendo sua pena mínima — considerando-se as causas de aumen-
oitiva observar o disposto na Lei n°13.431, de 2017. to e diminuição de pena — for inferior a 4 anos, o cri-
me não tiver sido cometido com violência ou grave
Assim, o MP velará pela segurança e proteção da ameaça à pessoa e o investigado tiver confessado.
vítima e testemunhas que sofrem ameaças, devendo De acordo com o parágrafo 1º, do art. 18, não será
encaminhá-las ao Programa de Proteção de Assistên- possível realizar o acordo se:
cia a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas ou ao Progra-
ma de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados, z cabível transação penal;
podendo, inclusive, requisitar proteção policial. z dano superior a 20 salários mínimos ou a parâme-
tro econômico diverso;
z autor da infração condenado à pena privativa de
Dica liberdade (Lei 9.099/95);
Em casos de proteção à vítima, haverá prioridade z autor da infração beneficiado por pena restritiva de
de tramitação do feito e oitiva antecipada da víti- direito ou multa, no prazo de 5 anos (Lei 9.099/95);
ma ou testemunhas em juízo. z não indicarem os antecedentes, a conduta e a
personalidade do agente (Lei 9.099/95);
A vítima, e demais pessoas atingidas pelo fato, z o aguardo para cumprimento do acordo possa
serão encaminhadas à rede de assistência para aten- caracterizar prescrição da pretensão punitiva;
z o delito for hediondo ou equiparado (Lei 11.340/06);
dimento multidisciplinar. Se a investigação apurar
81
A Lei nº 13.964, de 2019 (Pacote Anticrime) imple- O acordo de não persecução penal pode ser cele-
o
não persecução penal, instituto de natureza pré-pro- custódia (parágrafo 7º, art. 18)
Pa
Art. 18 Não sendo o caso de arquivamento, o z Reparar o dano ou restituir a coisa, salvo impossi-
Ministério Público poderá propor ao investigado bilidade de fazê-lo;
acordo de não persecução penal quando, cominada z Renunciar voluntariamente a bens e direitos apon-
pena mínima inferior a 4 (quatro) anos e o crime tados como produto/proveito do crime;
não for cometido com violência ou grave ameaça z Prestar serviço comunitário por período corres-
a pessoa, o investigado tiver confessado formal pondente à pena mínima comida ao delito, dimi-
e circunstanciadamente a sua prática, mediante nuída de 1/3 a 2/3;
as seguintes condições, ajustadas cumulativa ou z Pagar prestação pecuniária à entidade pública ou
alternativamente: de interesse social a ser indicada pelo MP, devendo 87
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a prestação ser destinada preferencialmente àque- Cumprimento do Acordo
las entidades que tenham como função bens jurí-
dicos iguais ou semelhantes aos aparentemente Após integral cumprimento do acordo, o MP
lesados pelo delito; requererá a extinção da punibilidade do investigado
(parágrafo 12, art. 18, da Resolução).
z Cumprir outra condição estabelecida pelo MP, des-
de que proporcional e compatível com a infração
CONCLUSÃO E ARQUIVAMENTO
penal aparentemente praticada.
Diante da inexistência de fundamento para propo-
Além dessas condições, é dever do investigado comu-
situra de ação penal, o MP promoverá o arquivamen-
nicar ao MP qualquer mudança de endereço, telefone ou
to dos autos, que poderão ser desarquivados quando
e-mail, e comprovar, mensalmente, o cumprimento das houver notícia de novos elementos de informação.
condições, independente de notificação ou aviso prévio, Vejamos os arts. 19 e 20 da Resolução:
sob pena de oferecimento de denúncia (§ 8°, art. 18).
Observação: O descumprimento do acordo, além Art. 19 Se o membro do Ministério Público respon-
de ensejar o oferecimento de denúncia, poderá ser sável pelo procedimento investigatório criminal
utilizado pelo MP como justificativa para eventual se convencer da inexistência de fundamento para
não oferecimento da suspensão condicional do pro- a propositura de ação penal pública, promoverá o
cesso (§§ 9° e 10, art. 18). arquivamento dos autos ou das peças de informa-
ção, fazendo-o fundamentadamente.
§ 1º A promoção de arquivamento será apresentada
Procedimento do Acordo
ao juízo competente, nos moldes do art. 28 do Código
de Processo Penal, nos termos da legislação vigente.
O acordo será formalizado nos autos com a qualifica- § 2º Cumprido integralmente o acordo de não
ção completa do investigado e estipulará, de modo claro, persecução penal, o membro do Ministério Público
as suas condições, eventuais valores a serem restituídos deverá requerer ao juízo competente a extinção
e as datas para cumprimento, e será firmado (assinado) de punibilidade, nos termos do § 13 do art. 28 do
pelo MP, o investigado e seu defensor, nos termos do Código de Processo Penal, arquivando-se os autos.
parágrafo 3°, do art. 18, da referida Resolução. § 3º Na hipótese de arquivamento do procedimento
A confissão e as tratativas dos fatos serão registradas investigatório criminal, o membro do Ministério
Público deverá diligenciar para a comunicação da
por recurso de gravação audiovisual, devendo o investi-
vítima a respeito do seu pronunciamento.
gado estar sempre acompanhado de seu defensor, nos § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, admite-se,
moldes da literalidade do parágrafo 2°, do art. 18. por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico
Após a lavratura, a vítima será comunicada por para comunicação.
meio idôneo, e os autos submetidos à apreciação judi- § 5º No caso de oferecimento de denúncia, deverá
cial, retornando ao MP para implementação do acor- ser requerido na cota introdutória, dentre outras
do, caso o juízo entenda cabível, conforme disposto no diligências, seja oficiado à autoridade policial para que
parágrafo 5°, do art. 18. proceda ao preenchimento do Boletim de Identificação
Caso o juízo não entenda cabível, fará remessa ao Pro- Criminal (BIC) do suspeito denunciado, para o correto
abastecimento do banco de dados criminais.
curador-Geral de Justiça, que poderá adotar as seguintes
81
ou designar outro membro para complementá-la; Na hipótese de oferecimento de denúncia, será ofi-
py
III – reformular a proposta de acordo de não perse- ciado à autoridade policial a fim de preencher o res-
p
a) a condenação anterior pelo crime de receptação, ainda 6. (FGV — 2021) Relativamente à ação penal, assinale a
que indevida, impede o novo processo e o julgamento alternativa correta.
81
b) a condenação anterior pelo crime de receptação, por a) Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa
ser indevida, não impede o novo processo e o julga- do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação
.
93
mento pelo crime de roubo. penal privada, fornecendo-lhe, por escrito, informa-
.0
c) o crime de roubo é delito autônomo, que atingiu víti- ções sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o
98
o processo e o julgamento de João. b) Nos crimes que se processa por ação penal pública
py
d) o surgimento de prova nova superveniente afasta os condicionada, a representação será retratável, depois
p
efeitos da coisa julgada material no presente caso, de oferecida a denúncia, exclusivamente por declara-
Tu
permitindo o processo e o julgamento de João pelo ção escrita da vítima ou por procurador com poderes
o
e) operada a rescisão da coisa julgada, por ação específi- c) Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os
Pa
ca, fica autorizado o processo e o julgamento de João juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de
DIREITO PROCESSUAL PENAL
penal depende da iniciativa da vítima; cesso Penal, existem formalidades legais que devem
8-
70
b) a abertura do inquérito policial não poderá ser determi- ser observadas pelo Promotor de Justiça no momento
nada pela autoridade policial nem requerida por Miriam, de apresentar a inicial acusatória.
.
93
c) a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, mas, se A denúncia deverá conter:
98
d) a inicial acusatória não poderá ser oferecida por a) a classificação do crime, a qual não vincula o magis-
py
Miriam, pois operou-se o prazo decadencial; trado, que poderá dar nova classificação jurídica no
p
e) a queixa-crime poderá ser oferecida por Miriam, pes- momento da sentença com base em novos fatos des-
Tu
soalmente ou por procurador sem poderes especiais. cobertos durante a instrução, ainda que sem qualquer
o
9. (FGV — 2021) Os acordos penais ou processuais já eram b) a qualificação do acusado, mas, caso sua identifica-
Pa
conhecidos do sistema de justiça criminal brasileiro, ção através do nome seja desconhecida, poderão
mas assumiram um destaque notável a partir da ampli- constar esclarecimentos pelos quais possa ser iden-
tude que se deu ao instituto da colaboração premiada. tificado, tornando certa a identidade física;
O formato consensual traz para o processo penal a pos- c) a exposição do fato criminoso com todas as suas cir-
sibilidade de uma atuação resolutiva que afasta uma cunstâncias, não podendo a agravante da reincidência
perspectiva demandista. O resultado disso é um nítido ser reconhecida se não imputada na inicial acusatória;
empoderamento do Ministério Público. No entanto, o d) a classificação do crime, que vinculará o magistrado
Magistrado, até então protagonista no modelo de pro- no momento da sentença, ainda que não haja necessi-
cesso penal conflitivo, continua com papel relevante na dade de alteração dos fatos narrados;
sistemática do acordo de não persecução penal. e) o rol de testemunhas, computando-se no limite máxi-
mo as testemunhas referidas.
Nesse particular, compete ao juiz de direito do proces-
so de conhecimento: 12. (FGV — 2019) João ofereceu queixa-crime em face de
José, imputando-lhe a prática do crime de calúnia majo-
a) formalizar e fiscalizar o acordo, zelando pelo seu inte- rada. No curso da instrução, após recebimento da queixa-
90 gral cumprimento; -crime, João não compareceu para dar prosseguimento
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ao feito, sendo certificado pelo oficial de justiça que não de idade, já que não tinha irmãos e seus pais eram pre-
foi possível intimar João pelo fato de a área de sua resi- viamente falecidos. Após a juntada da certidão de óbito,
dência ser de risco. O Ministério Público, na qualidade de o serventuário certificou tal fato na ação penal.
custos legis, através de seus próprios servidores, auxi-
liou o Oficial de Justiça e foi realizada a intimação do Diante da certidão e da natureza da ação, é correto
querelante para dar prosseguimento ao feito e informan- afirmar que:
do sobre a data da audiência designada. Passados 30
(trinta) dias, João manteve-se inerte e não compareceu à a) deverá a ação penal, diante da apresentação de queixa
audiência de instrução e julgamento. pela vítima antes de falecer, ter regular prosseguimen-
to, intimando-se Maria dos atos, em razão do princípio
Considerando apenas os fatos narrados, é correto afir- da indisponibilidade das ações privadas;
mar que: b) deverá o juiz, diante da natureza da ação penal de nature-
za privada, extinguir o processo sem julgamento do mérito,
a) o reconhecimento da extinção da punibilidade em não podendo terceiro prosseguir na posição de querelante;
razão do perdão do ofendido ocorrido depende de
c) deverá ser reconhecida a decadência caso Maria não
requerimento do Ministério Público, não podendo ser
compareça em juízo no prazo legal para dar prossegui-
declarada de ofício pelo magistrado;
mento à ação penal;
b) a perempção restou configurada, gerando a extinção
d) deverá ser reconhecida a perempção caso Maria não
da punibilidade do agente, aplicando-se o princípio da
compareça em juízo no prazo legal para dar prossegui-
disponibilidade das ações penais privadas;
c) a renúncia restou configurada, gerando a extinção da mento à ação penal;
punibilidade do querelado, em respeito ao princípio da e) poderá Maria, diante do falecimento de Juliana, pros-
oportunidade das ações penais privadas; seguir na ação penal, que passará a ser classificada
d) o perdão do ofendido restou configurado, gerando a como privada subsidiária da pública.
extinção da punibilidade do querelado, independente-
mente de sua concordância; 16. (FGV — 2021) Em relação à Lei nº 9.099/1995, é corre-
e) o procedimento deve prosseguir, cabendo ao Ministé- to afirmar que:
rio Público assumir o polo ativo diante da omissão do
querelante. a) os institutos despenalizadores aplicam-se aos crimes
previstos no Estatuto do Idoso, por expressa determi-
13. (FGV — 2018) Guilherme Nucci define ação penal como nação legal;
“o direito do Estado- acusação ou da vítima de ingres- b) o âmbito de incidência legal dos institutos despenali-
sar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, repre- zadores não ultrapassa os limites formais e orgânicos
sentada pela aplicação das normas de direito penal ao dos Juizados Especiais Criminais;
caso concreto”. Tradicionalmente, a doutrina classifica c) crimes eleitorais que contam com um sistema puni-
as ações penais como públicas e privadas, que pos- tivo especial não admitem a aplicação dos institutos
suem diferentes tratamentos a partir de sua natureza. despenalizadores;
d) aos crimes praticados com violência doméstica ou
Assim, de acordo com as previsões do Código de Pro- familiar contra a mulher, é possível a aplicação da sus-
cesso Penal e da doutrina, são aplicáveis às ações
81
São aplicáveis às ações penais de iniciativa privada os a) não ser o acusado encontrado para ser intimado ou a
princípios da: infração penal ter sanção que exige instrução criminal
para a sua imposição;
a) oportunidade, disponibilidade e indivisibilidade; b) complexidade ou circunstâncias do caso não permiti-
b) obrigatoriedade, disponibilidade e indivisibilidade; rem a formulação da denúncia ou não ser o acusado
c) conveniência, disponibilidade e divisibilidade; encontrado para ser citado;
d) oportunidade, indisponibilidade e intranscendência; c) multiplicidade de autores do fato, por condutas prati-
e) conveniência, divisibilidade e intranscendência. cadas em concurso de pessoas, ou quando o fato apu-
rado demandar a realização de perícia complexa;
15. (FGV — 2018) Cinco meses após ser vítima de crime de d) elevada ofensividade e repercussão em concreto da
calúnia majorada, Juliana, 65 anos, apresentou queixa conduta ou impossibilidade de localização do autor
em desfavor de Tereza, suposta autora do fato, perante do fato para intimação dos atos processuais;
Vara Criminal, que era o juízo competente. Recebida a e) duração excessiva da instrução processual, sem jus-
queixa, no curso da ação, Juliana, solteira, veio a falecer, ta causa, ou quando houver conexão entre a infração
deixando como único familiar sua filha Maria, de 30 anos penal comum e a de menor potencial ofensivo. 91
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18. (FGV — 2018) O processo perante o Juizado Especial c) não poderá ser oferecido o benefício da transação
Criminal é marcado pelo princípio da oralidade, infor- penal, que não é admitido aos crimes próprios pratica-
malidade, celeridade e economia processual, de modo dos por funcionário público;
que a Lei nº 9.099/95, que trata do tema no âmbito d) poderá ser oferecido o benefício da transação penal,
estadual, trouxe um procedimento próprio, conhecido já que o agente é tecnicamente primário, e, descum-
como sumaríssimo. pridas as condições, poderão as mesmas ser executa-
dos, mas não é possível oferecimento de denúncia.
De acordo com as previsões da Lei nº 9.099/95, em e) poderá ser oferecido o benefício da transação penal, já
respeito ao princípio da: que o agente é tecnicamente primário, mas, descumpri-
das as condições, é possível oferecimento de denúncia.
a) economia processual, a competência do Juizado
Especial Criminal é definida pelo local da consumação
do crime, ainda que outro seja o local de sua prática;
9 GABARITO
b) celeridade, a citação a ser realizada no Juizado Espe-
cial Criminal poderá ser pessoal ou fictícia através de 1 A
edital, esta no caso de o acusado não ser localizado;
c) economia processual, dos atos praticados em audiência 2 C
considerar-se-ão desde logo cientes as partes e interes-
3 A
sados, mas não os advogados constituídos e defenso-
res, que têm a prerrogativa de intimação pessoal; 4 E
d) oralidade, serão objeto de registro escrito exclusiva-
mente os atos havidos como essenciais, como denún- 5 C
cia, alegações finais e sentença, que devem, em regra,
6 D
ser integralmente transcritos;
e) celeridade, a prática de atos processuais em outras 7 B
comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
hábil de comunicação. 8 C
9 C
19. (FGV — 2021) A Lei nº 9.099/1995 dispõe sobre os
Juizados Especiais Criminais, próprios para o julga- 10 D
mento dos delitos de menor potencial ofensivo, pre-
vendo regramento e institutos próprios. 11 B
12 B
De acordo com a referida legislação e outras subsequentes:
13 C
a) os crimes de menor potencial ofensivo sempre serão
julgados no Juizado Especial Criminal; 14 A
b) caberá recurso de apelação contra a decisão que rejei- 15 D
tar a denúncia;
c) não será possível a suspensão condicional do proces- 16
81
C
so quando não oferecida ou aceita a transação penal;
8-
17 B
70
18 E
e) consideram-se infrações de menor potencial ofensivo
.0
ameaça à pessoa. 20 B
p py
DIREITO
I - (Revogado).
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto existen-
ADMINISTRATIVO te na repartição;
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em
palestras, leituras ou outras atividades estranhas
ao serviço;
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa
justificada;
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS V - tratar de interesses particulares na repartição;
VI - promover manifestações de apreço ou desapre-
PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO ço dentro da repartição, ou tornar-se solidário com
(LEI ESTADUAL N° 10.261, DE 28 elas;
DE OUTUBRO DE 1968 COM AS VII - exercer comércio entre os companheiros de
serviço, promover ou subscrever listas de donati-
ALTERAÇÕES VIGENTES) vos dentro da repartição;
VIII - empregar material do serviço público em ser-
DO REGIME DISCIPLINAR: DEVERES, VEDAÇÕES, viço particular.
RESPONSABILIDADES E SANÇÕES APLICÁVEIS Art. 243 É proibido ainda, ao funcionário:
I - fazer contratos de natureza comercial e indus-
Dos Deveres e das Proibições trial com o Governo, por si, ou como representante
de outrem;
Os servidores públicos, dada a sua grande impor- II - participar da gerência ou administração de
tância para as funções estatais, possuem uma grande empresas bancárias ou industriais, ou de socieda-
gama de deveres e de vedações, isto é, de condutas des comerciais, que mantenham relações comer-
que devem fazer e de condutas que estão proibidos ciais ou administrativas com o Governo do Estado,
de fazer. sejam por este subvencionadas ou estejam direta-
O art. 241 trata do rol de deveres dos funcionários mente relacionadas com a finalidade da repartição
públicos. A melhor forma de ver e memorizar os refe- ou serviço em que esteja lotado;
ridos deveres é pela leitura da Lei seca, in verbis: III - requerer ou promover a concessão de privilé-
gios, garantias de juros ou outros favores seme-
Art. 241 São deveres do funcionário: lhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto
I - ser assíduo e pontual; privilégio de invenção própria;
II - cumprir as ordens superiores, representando IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho,
quando forem manifestamente ilegais; emprego ou função em empresas, estabelecimentos
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos ou instituições que tenham relações com o Gover-
de que for incumbido; no, em matéria que se relacione com a finalidade da
81
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da reparti- repartição ou serviço em que esteja lotado;
8-
V - representar aos superiores sobre todas as irre- VI - comerciar ou ter parte em sociedades comer-
.0
gularidades de que tiver conhecimento no exercício ciais nas condições mencionadas no item II deste
98
ção de família;
ul
Sobre o capítulo “Das Responsabilidades”, o Esta- Disciplina o referido texto legal que, uma vez com-
tuto apresenta o que a doutrina gosta de denominar provado que o funcionário público, efetivamente,
tríplice responsabilidade dos servidores públicos. realizou gastos extraordinários para a aquisição de
Ela é tríplice porque o servidor responde civil, penal e materiais em desacordo com a legislação, ele deverá
administrativamente pelo exercício irregular de suas ressarcir os cofres públicos com o próprio patrimônio.
atribuições.
Trata-se, pois, de responsabilidade na esfera civil, pois
O art. 245 trata da responsabilidade civil:
a natureza da condenação é puramente indenizatória.
Art. 245 O funcionário é responsável por todos os
Vale ressaltar que a apuração de condutas transgres-
prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda soras é feita por meio de Processo Administrativo
Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. Disciplinar.
Outra hipótese tratada pelo referido Estatuto diz
A responsabilidade civil é caracterizada especial- respeito ao servidor que delega suas funções e compe-
mente no parágrafo único, do art. 245: tências a terceiros, isto é, pessoas estranhas, que não
integram os Quadros da Administração Pública. Essa
Art. 245 […] hipótese está prevista no art. 249:
Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a
responsabilidade: Art. 249 Será igualmente responsabilizado o fun-
I - pela sonegação de valores e objetos confiados à cionário que, fora dos casos expressamente previs-
sua guarda ou responsabilidade, ou por não prestar
tos nas leis, regulamentos ou regimentos, cometer
contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo
a pessoas estranhas às repartições, o desempe-
estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos,
81
sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização; Cabe destacar que a responsabilidade adminis-
.0
III - pela falta ou inexatidão das necessárias aver- trativa não exime o funcionário da responsabilida-
98
bações nas notas de despacho, guias e outros docu- de civil ou criminal que couber, nem do pagamento
-2
mentos da receita, ou que tenham com eles relação; da indenização a que ficar obrigado, na forma dos
e
py
a Fazenda Estadual.
Tu
RESPONSABILIDADE
RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CRIMINAL
ADMINISTRATIVA
Natureza indenizatória Natureza disciplinar Natureza penal
(reparação de danos) (apurar transgressões disciplinares) (apurar crimes e contravenções)
Sanção: advertência, repreensão,
Sanção: restituição de valores Sanção: decretação de prisão, restrição
suspensão, demissão, cassação de
ao erário de direitos
aposentadoria
Não se comunica, exceto quando não se
Não se comunica Não se comunica configura crime, ou seja, quando for ne-
gada a autoria do agente
Por fim, é importante conhecer todas as sanções disciplinares, dispostas no art. 251, sendo aplicáveis aos
funcionários que ou deixam de cumprir um de seus deveres, ou cometem uma das proibições também dispostas
no Estatuto.
Antes de estudarmos cada uma dessas penalidades, é importante ressaltar que a sua aplicação deve seguir
alguns critérios bastante subjetivos. É isso o que dispõe o texto do art. 252:
Art. 252 Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas a natureza e a gravidade da infração e os
81
A ideia é que as infrações mais graves, que ensejarem maiores prejuízos para a Administração, devem ser
.
93
punidas com sanções mais rigorosas. Dentre as sanções aplicáveis, vale lembrar que a pena de repreensão será
.0
Art. 253 A pena de repreensão será aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento
py
dos deveres.
p
Tu
A pena de suspensão, a qual não pode exceder a 90 dias, será aplicada em caso de falta grave ou de reincidên-
o
cia. Vejamos:
ul
Pa
Art. 254 A pena de suspensão, que não excederá de 90 (noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou
de reincidência.
DIREITO ADMINISTRATIVO
A pena de multa está prevista no art. 255, porém, tal dispositivo apenas menciona que a multa será aplicada
na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento. Um desses casos é a hipótese de conversão
da pena de suspensão.
Art. 255 A pena de multa será aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento.
A pena de demissão, prevista no art. 256, é uma das sanções mais graves, porque enseja o desligamento força-
do do servidor. Não se confunde com a exoneração, pois esta não tem caráter de sanção, podendo até mesmo ser
requerida a pedido do próprio servidor. 95
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Art. 256 Será aplicada a pena de demissão nos X - apresentar com dolo declaração falsa em maté-
casos de: ria de salário-família, sem prejuízo da responsabili-
I - Revogado; dade civil e de procedimento criminal, que no caso
II - procedimento irregular, de natureza grave; couber.
III - ineficiência no serviço; XI - praticar ato definido como crime hediondo, tor-
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
V - inassiduidade. e terrorismo;
§ 1º - Considerar-se-á inassiduidade a ausência XII - praticar ato definido como crime contra o Sis-
ao serviço, sem causa justificável, por mais de 15 tema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de
(quinze) dias consecutivos, ou por mais de 20 (vin- bens, direitos ou valores;
te) dias úteis intercalados, durante 1 (um) ano. XIII - praticar ato definido em lei como de
§ 2º - A pena de demissão por ineficiência no servi- improbidade.
ço, só será aplicada quando verificada a impossibi-
lidade de readaptação.
Como se pode depreender da leitura do dispositivo,
§ 3º - Para configuração do ilícito administrativo de
a demissão a bem do serviço público apresenta hipó-
inassiduidade em razão da ausência ao serviço por
mais de 15 (quinze) dias consecutivos, observar-se- teses mais graves e que não se relacionam com o exer-
-á o seguinte: cício da função pública. Mesmo assim, é do interesse
1 - serão computados os sábados, os domingos, os público que esse agente seja desligado de seu cargo,
feriados e os pontos facultativos subsequentes à pois claramente se mostra incompatível com o mesmo.
primeira falta;
2 - se o funcionário cumprir a jornada de traba- Art. 258 O ato que demitir o funcionário menciona-
lho sob regime de plantão, além dos sábados, dos rá sempre a disposição legal em que se fundamenta.
domingos, dos feriados e dos pontos facultativos,
serão computados os dias de folga subsequentes O ato que demitir o funcionário mencionará sem-
aos plantões a que tenha faltado. pre a disposição legal em que se fundamenta, con-
forme o texto do art. 258. Essa obrigatoriedade de
Dica fundamentar o ato de demissão deriva de um impor-
tante princípio da Administração Pública: o Princípio
Um pequeno mnemônico para decorar as hipó-
da Motivação dos Atos Administrativos.
teses de demissão simples: ao pegar a primeira
Caberá a pena de cassação de aposentadoria
letra de cada inciso, forma-se a expressão “A
ou disponibilidade nos casos previstos no art. 259.
PIA A”: Vejamos:
Abandono de cargo
Procedimento irregular Art. 259 Será aplicada a pena de cassação de
Ineficiência intencional e reiterada no serviço aposentadoria ou disponibilidade, se ficar pro-
Aplicação indevida de dinheiros públicos vado que o inativo:
Ausência ao serviço I - praticou, quando em atividade, falta grave para
a qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou
Já a demissão a bem do serviço público apresen- de demissão a bem do serviço público;
ta alguns aspectos distintos da demissão simples. Ela II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
acontece em decorrência de casos gravíssimos em que III - aceitou representação de Estado estrangeiro
81
o servidor público pratica um ato considerado não sem prévia autorização do Presidente da Repúbli-
8-
contra a Administração. Conforme dispõe o texto do IV - praticou a usura em qualquer de suas formas.
.
93
art. 257:
.0
Art. 257 Será aplicada a pena de demissão a bem aplicação das penalidades previstas anteriormente.
-2
Art. 37 [...]
8-
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação dere os conceitos como equivalentes.
-2
penal cabível.
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
py
desta Lei.
O art. 1º dispõe que o sistema de responsabiliza-
ção por atos de improbidade administrativa tutelará
DIREITO ADMINISTRATIVO
a probidade na organização do Estado. E qual seria a O texto da nova lei cita um ponto que antes não
diferença entre probidade e moralidade? Existe dife- era trazido de forma expressa na Lei nº 8.429, de 1992,
rença ou são sinônimos? que é a integridade. A integridade está ligada à polí-
Ambos têm fundamento na ideia de honestidade, tica de governança da administração pública federal
mas a moralidade é um conceito jurídico indetermi- e também se relaciona à moralidade e à honestidade.
nado trazido como princípio constitucional no caput Outra mudança importante da lei é que os atos
do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro, “a moralidade exi- de improbidade passam a depender de uma condu-
ge basicamente honestidade, observância das regras ta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalidade
de boa administração, atendimento ao interesse culposa nos atos de improbidade.
público, boa-fé, lealdade.” O § 2º traz o conceito de dolo; além disso, é impor-
Já a probidade é prevista em lei. A improbidade tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo
é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralida- específico, ou seja, com a intenção de alcançar o resul-
de e qualquer violação a princípios da Administração tado. Exemplo: um servidor frauda a licitação para
Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro, beneficiar um amigo. 97
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§ 1º Consideram-se atos de improbidade adminis- z Entidade privada para cuja criação ou custeio
trativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, o erário haja concorrido ou concorra no seu
10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci-
leis especiais. mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts.
9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade Com relação às entidades privadas que, mesmo
do agente.
não integrando a administração indireta, recebem
§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de
dinheiro público (“criação ou custeio o erário haja
competências públicas, sem comprovação de ato
concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita”
doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade
por ato de improbidade administrativa. — § 7º), o ressarcimento dos prejuízos será limitado à
§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci- repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
plinado nesta Lei os princípios constitucionais do públicos.
direito administrativo sancionador. Assim, uma entidade privada que recebe R$
55.000,00 provenientes dos cofres públicos poderá
Quando o legislador diz, no § 4º, que se aplicam ao (somente por meio do Ministério Público) pleitear em
sistema de improbidade os princípios constitucionais ação de improbidade administrativa o ressarcimento
do direito administrativo sancionador, quer dizer que dos prejuízos até o limite de 55 mil reais.
serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao
direito penal que protejam e beneficiem o réu, como, § 8º Não configura improbidade a ação ou omis-
por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica. são decorrente de divergência interpretativa da lei,
baseada em jurisprudência, ainda que não pacifi-
cada, mesmo que não venha a ser posteriormente
Observe este julgado do STJ sobre o tema “direito
prevalecente nas decisões dos órgãos de controle
administrativo sancionador”: ou dos tribunais do Poder Judiciário
no âmbito da União, dos Estados, dos Municí- na Lei de Improbidade. Segundo dispõe a norma:
8-
§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-
.
93
de improbidade praticados contra o patrimô- -se agente público o agente político, o servidor
.0
nio de entidade privada que receba subvenção, público e todo aquele que exerce, ainda que tran-
98
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes sitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
-2
ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei no art. 1º desta Lei.
Tu
patrimônio de entidade privada para cuja criação origem pública, sujeita-se às sanções previstas nes-
ul
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no ta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que
Pa
seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar- celebra com a administração pública convênio,
cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do contrato de repasse, contrato de gestão, termo de
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. parceria, termo de cooperação ou ajuste adminis-
trativo equivalente.
Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos
passivos do ato de improbidade, que são aqueles que O art. 2º descreve o conceito de agente público.
sofrem o ato: Podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de
agentes públicos em sentido amplo e seriam os:
z Patrimônio público e social dos Poderes Exe-
cutivo, Legislativo e Judiciário, bem como da z Agentes políticos;
administração direta e indireta, no âmbito da z Servidores públicos;
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito z Todo aquele que exerce, ainda que transitoria-
Federal; mente ou sem remuneração, por eleição, nomea-
z Entidade privada que receba subvenção, bene- ção, designação, contratação ou qualquer outra
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
98 públicos ou governamentais citados acima; emprego ou função;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O particular, pessoa física ou jurídica, que celebra Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar
com a administração pública convênio, contrato dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão
de repasse, contrato de gestão, termo de parce- sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite
ria, termo de cooperação ou ajuste administrati- do valor da herança ou do patrimônio transferido.
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que
vo equivalente (Particular equiparado a Agente
trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipó-
Público).
tese de alteração contratual, de transformação,
de incorporação, de fusão ou de cisão societária.
Além deles, temos como sujeitos ativos também Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de
aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, incorporação, a responsabilidade da suces-
induzam ou concorram dolosamente para a prática sora será restrita à obrigação de reparação
do ato de improbidade. integral do dano causado, até o limite do
patrimônio transferido, não lhe sendo apli-
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no cáveis as demais sanções previstas nesta Lei
que couber, àquele que, mesmo não sendo agente decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes
público, induza ou concorra dolosamente para a da data da fusão ou da incorporação, exceto
prática do ato de improbidade. no caso de simulação ou de evidente intuito de
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colabo- fraude, devidamente comprovados.
radores de pessoa jurídica de direito privado não
respondem pelo ato de improbidade que venha a A responsabilidade sucessória teve alguns acrés-
ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, compro- cimos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriqueci-
vadamente, houver participação e benefícios dire- mento ilícito, se houver o falecimento do causador
tos, caso em que responderão nos limites da sua do dano, o sucessor ou o herdeiro ficam obrigados
participação. à reparação até o limite do valor da herança ou do
§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pes- patrimônio transferido. Essa regra já estava prevista
soa jurídica, caso o ato de improbidade adminis- no texto anterior da Lei de Improbidade.
trativa seja também sancionado como ato lesivo à A novidade agora é com relação às fusões e incor-
administração pública de que trata a Lei nº 12.846, porações de empresas às quais também se aplica a
de 1º de agosto de 2013. responsabilidade sucessória do art. 8º.
também sancionado como ato lesivo à administração Além disso, o rol de hipótese, que antes era exem-
.
original da Lei nº 8.429, de 1992) incluiu expressa- hipóteses, já o rol taxativo traz uma relação de situa-
-2
mente “agente político” como agente público, conso- ções restritas às quais não haverá acréscimo. A seguir,
lidando o que a jurisprudência já decidia a respeito da destacaremos as mudanças trazidas pela Lei nº 14.230,
py
República.
Antes de adentrarmos propriamente nas espé-
Pa
de, inclusive com a possibilidade de duplo regime técnica utilizada pelos concurseiros que serve
sancionatório (pela LIA e mediante impeachment), e para distinguir cada conduta ou exemplo prático
não há foro por prerrogativa de função. que o examinador possa trazer.
Já com relação ao Presidente da República, não Em caso de o agente público se beneficiar do ato
há a possibilidade de aplicação da Lei de Improbi- de improbidade, o ato será classificado como ato
dade, uma vez que o Presidente da República já tem de improbidade que causa enriquecimento ilícito.
um sistema próprio de punição dentro da Constitui- Caso um ato de improbidade administrativa
ção Federal com uma previsão específica para crimes ocorra, mas o agente público envolvido não se
de responsabilidade. beneficiou, resta observar se algum terceiro foi
beneficiado; se a resposta for positiva, o ato de
Art. 7º Se houver indícios de ato de improbida- improbidade importou em lesão ao erário. Caso
de, a autoridade que conhecer dos fatos repre- ninguém tenha se beneficiado, o ato (desde que
sentará ao Ministério Público competente, ímprobo) importou em violação dos princípios
para as providências necessárias. administrativos. 99
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Dos Atos de Improbidade Administrativa que XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas
Importam Enriquecimento Ilícito ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei.
Art. 9º Constitui ato de improbidade administra-
tiva importando em enriquecimento ilícito aufe- Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam
rir, mediante a prática de ato doloso, qualquer Prejuízo ao Erário
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão
do exercício de cargo, de mandato, de função, de Art. 10 Constitui ato de improbidade administra-
emprego ou de atividade nas entidades referidas no tiva que causa lesão ao erário qualquer ação ou
art. 1º desta Lei, e notadamente: omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova-
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem damente, perda patrimonial, desvio, apropriação,
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco- malbaratamento ou dilapidação dos bens ou have-
nômica, direta ou indireta, a título de comissão, res das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e
percentagem, gratificação ou presente de quem notadamente:
tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para
atingido ou amparado por ação ou omissão decor- a indevida incorporação ao patrimônio particular,
rente das atribuições do agente público; de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de
II - perceber vantagem econômica, direta ou indire- verbas ou de valores integrantes do acervo patri-
ta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação monial das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de ser- II - permitir ou concorrer para que pessoa física
viços pelas entidades referidas no art. 1° por preço ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou
superior ao valor de mercado; valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
III - perceber vantagem econômica, direta ou indi- dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a obser-
reta, para facilitar a alienação, permuta ou locação vância das formalidades legais ou regulamentares
de bem público ou o fornecimento de serviço por aplicáveis à espécie;
ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer ente despersonalizado, ainda que de fins educativos
bem móvel, de propriedade ou à disposição de qual- ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
quer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, patrimônio de qualquer das entidades mencionadas
bem como o trabalho de servidores, de empregados no art. 1º desta lei, sem observância das formalida-
ou de terceiros contratados por essas entidades; des legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
V - receber vantagem econômica de qualquer natu- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
reza, direta ou indireta, para tolerar a exploração locação de bem integrante do patrimônio de qual-
ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar- quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer ainda a prestação de serviço por parte delas, por
outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal preço inferior ao de mercado;
vantagem; V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
VI - receber vantagem econômica de qualquer locação de bem ou serviço por preço superior ao
natureza, direta ou indireta, para fazer declaração de mercado;
falsa sobre qualquer dado técnico que envolva VI - realizar operação financeira sem observância
obras públicas ou qualquer outro serviço ou das normas legais e regulamentares ou aceitar
81
cidos a qualquer das entidades referidas no art. 1º sem a observância das formalidades legais ou regu-
.
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercí- VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
.0
cio de mandato, de cargo, de emprego ou de fun- de processo seletivo para celebração de parcerias
98
ção pública, e em razão deles, bens de qualquer com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
-2
Atentam Contra os Princípios da Administração categoria de que trata este artigo pressupõe
98
tração pública a ação ou omissão dolosa que viole § 4º Os atos de improbidade de que trata este
artigo exigem lesividade relevante ao bem
o
legalidade, caracterizada por uma das seguintes jurídico tutelado para serem passíveis de sancio-
Pa
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limi-
70
hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo, tar-se-á à aplicação de multa, sem prejuízo do
.
93
atinge apenas o vínculo de mesma qualida- ressarcimento do dano e da perda dos valores
.0
de e natureza que o agente público ou políti- obtidos, quando for o caso, nos termos do caput
98
em caráter excepcional, estendê-la aos demais rá deduzir o ressarcimento ocorrido nas ins-
p
O § 1º dispõe que a perda da função pública só vai base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de
Pa
alcançar o vínculo que o agente público detinha ao 2013, deverão observar o princípio constitucional
tempo do cometimento da infração. do non bis in idem.
Vamos dar um exemplo. Um servidor público efeti- § 8º A sanção de proibição de contratação com
vo que ocupa o cargo de Analista no Tribunal Regional o poder público deverá constar do Cadastro
do Trabalho da 3ª Região na Comarca de Belo Hori- Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas
(CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto
zonte foi licenciado para exercer o mandato eletivo de
de 2013, observadas as limitações territoriais
Prefeito no Município. No curso do mandato eletivo, ele
contidas em decisão judicial, conforme disposto
comete ato de improbidade; nessa circunstância, a per- no § 4º deste artigo.
da da função pública será aplicada apenas ao mandato § 9º As sanções previstas neste artigo somente
eletivo, não atingindo seu cargo efetivo de Analista. poderão ser executadas após o trânsito em jul-
Nas hipóteses previstas no inciso I, do caput des- gado da sentença condenatória.
se artigo (os casos que importam enriquecimento ilí- § 10 Para efeitos de contagem do prazo da san-
cito), o Magistrado poderá, em caráter excepcional, ção de suspensão dos direitos políticos, compu-
estender a perda da função aos demais vínculos, con- tar-se-á retroativamente o intervalo de tempo entre
sideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sen-
102 infração. tença condenatória.
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A decisão colegiada prevista no § 10 significa decisão em 2ª instância; sendo assim, a contagem do prazo da
sanção de suspensão dos direitos políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
Observe o quadro a seguir, que sistematiza as sanções para cada tipo de ato de improbidade administrativa
visto:
Proibição de contratar ou
Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
receber benefícios fiscais
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Na redação anterior, era facultado ao agente público entregar a cópia da declaração anual de bens apresen-
tada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
qualquer natureza.
Na atual redação, a declaração de bens será a própria declaração de imposto de renda. Tal declaração deve ser
atualizada anualmente e na data em que o agente público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declara-
ção ou prestá-la falsa, sofrerá a pena de demissão.
Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-
to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
§ 1º (Revogado).
81
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
8-
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
.
93
sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que
.0
§ 4º (Revogado).
-2
py
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa para que instaure uma investigação para
o
a apuração da prática de atos de improbidade. Essa representação deve observar os requisitos previstos no §
ul
1º, art. 14. Observados os requisitos, a autoridade determinará a apuração dos fatos por meio de um processo
Pa
administrativo.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau-
rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do repre-
sentante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver
as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério
Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, observada
a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente.
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo. 103
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INDISPONIBILIDADE DE BENS
Art. 16 Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente,
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
§ 1º (Revogado).
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen-
dentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei.
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a inves-
tigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a
demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo,
desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento
nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que
recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida
a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
81
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
8-
.70
93
Em caráter antecedente
.0
ou incidente – antes ou no
98
posição do erário ou do
o
acréscimo patrimonial
ul
resultante de enriqueci-
Pa
mento ilícito
INDISPONIBILIDADE DE BENS
Desde que o juiz se con-
vença da probabilidade
após a oitiva do réu em 5
dias
Demonstrar: perigo de
dano irreparável ou de
risco ao resultado útil do
processo Não incide sobre:
� Multa civil
� Acréscimo patrimonial
decorrente de atividade
lícita
104
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, § 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos
sempre que o contraditório prévio puder comprova- do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015
damente frustrar a efetividade da medida ou houver (Código de Processo Civil), bem como quando não
outras circunstâncias que recomendem a proteção preenchidos os requisitos a que se referem os incisos
liminar, não podendo a urgência ser presumida. I e II do § 6º deste artigo, ou ainda quando manifes-
tamente inexistente o ato de improbidade imputado.
Ordem da Indisponibilidade § 7º Se a petição inicial estiver em devida for-
ma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
1. Veículos de via terrestre; citação dos requeridos para que a contestem
2. Bens imóveis; no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o
3. Bens móveis em geral; prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16
4. Semoventes; de março de 2015 (Código de Processo Civil).
5. Navios e aeronaves; § 8º (Revogado).
6. Ações e quotas de sociedades simples e empresárias; § 9º (Revogado).
7. Pedras e metais preciosos; § 9º-A Da decisão que rejeitar questões preli-
8. Apenas na inexistência desses, o bloqueio de con- minares suscitadas pelo réu em sua contestação
tas bancárias, de forma a garantir a subsistência caberá agravo de instrumento.
do acusado e a manutenção da atividade empresá- § 10 (Revogado).
ria ao longo do processo. § 10-A Havendo a possibilidade de solução con-
sensual, poderão as partes requerer ao juiz a
Vedações à Indisponibilidade interrupção do prazo para a contestação, por
prazo não superior a 90 (noventa) dias.
§ 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos
do o autor, o juiz:
depositados em caderneta de poupança, em outras
I - procederá ao julgamento conforme o estado do
aplicações financeiras ou em conta corrente;
processo, observada a eventual inexistência mani-
z Bem de família do réu, salvo se comprovado que o
festa do ato de improbidade;
imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas
a otimizar a instrução processual.
PROCESSO JUDICIAL § 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz
proferirá decisão na qual indicará com precisão
No texto anterior da Lei nº 8.429, de 1992, tanto a tipificação do ato de improbidade administrati-
o Ministério Público quanto a pessoa jurídica lesada va imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar
tinham legitimidade para dar início à ação judicial de o fato principal e a capitulação legal apresentada
improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei nº pelo autor.
14.230, de 2021, o Ministério Público passa a ser o úni- § 10-D Para cada ato de improbidade administra-
co legitimado para propor a ação. tiva, deverá necessariamente ser indicado apenas
um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções 11 desta Lei.
de que trata esta Lei será proposta pelo Minis- § 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste
tério Público e seguirá o procedimento comum artigo, as partes serão intimadas a especificar as
previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 provas que pretendem produzir.
81
(Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou
8-
Lei.
parcial da ação de improbidade administrati-
70
§ 1º (Revogado).
va que:
§ 2º (Revogado).
.
93
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo II - condenar o requerido sem a produção das pro-
-2
deverá ser proposta perante o foro do local vas por ele tempestivamente especificadas.
onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica § 11 Em qualquer momento do processo, verificada
py
suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurí-
Pa
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: dica interessada será intimada para, caso queira,
I - deverá individualizar a conduta do réu e apon- intervir no processo.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Entretanto, para a aplicação desse acordo, devem ser são, sempre que decidir com base em valores jurí-
70
me as circunstâncias do caso concreto, celebrar seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos adminis-
trados e das circunstâncias práticas que houve-
-2
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da van- IV - considerar, para a aplicação das sanções, de
Tu
agentes privados.
ul
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas moneta-
riamente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu demonstrar
incapacidade financeira de saldá-lo de imediato.
Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções
aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a
prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte:
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um ter-
ço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu;
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber
incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos.
81
8-
legitimado
-2
p py
Tu
ter sancionatório
ul
Pa
DIREITO ADMINISTRATIVO
Se não se identificam
AÇÃO JUDICIAL o Juiz pode converter a
todos os requisitos para a
ação de improbidade em
caracterização do ato de
ação civil pública
improbidade
Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quan-
do o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instru-
ção processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual prazo, mediante decisão motivada.
Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de funda-
mento para a conduta do agente público.
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas na
formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente.
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria.
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede
o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previs-
tos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções apli-
cadas nos termos desta Lei.
Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14
desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a
81
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantido ao investigado a oportunidade
70
de manifestação por escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na
.
93
Sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem:
-2
py
A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos → confirmada por decisão colegiada → impede
ul
o trâmite da ação de improbidade, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previstos
Pa
no CPP.
DA PRESCRIÇÃO
O prazo prescricional passou a ser de 8 anos em todas as hipóteses e a contagem se dá a partir da ocorrência
do fato.
Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
I - (revogado);
II - (revogado);
III - (revogado).
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referi-
dos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corri-
dos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de
108 suspensão.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e ses-
senta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado
submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias,
se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
II - pela publicação da sentença condenatória;
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma
sentença condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório
ou que reforma acórdão de improcedência;
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou
que reforma acórdão de improcedência.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo
previsto no caput deste artigo.
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a
prática do ato de improbidade.
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a
qualquer deles estendem-se aos demais.
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte inte-
ressada, reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os
marcos interruptivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo.
Art. 23-A É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com
prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.
Art. 23-B Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolu-
mentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao final.
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de improbidade se com-
provada má-fé.
Art. 23-C Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão responsabilizados nos termos
da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.
Das Disposições Finais
Art. 24 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25 Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
disposições em contrário.
A lei traz hipóteses de suspensão e de interrupção. Na suspensão, após a instauração de inquérito civil ou de
processo administrativo, o prazo prescricional suspende-se por até 180 dias corridos e volta a contar de onde
parou.
81
Já na interrupção, após a ocorrência das hipóteses previstas, volta-se a contar o prazo do zero.
8-
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois
70
da apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
.
93
Exemplo: um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos; o MP apresenta a ação e, no dia da apresen-
.0
tação, o prazo será interrompido. Na interrupção, o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a apresentação da
98
ação de improbidade administrativa pelo MP, voltaríamos a contar os 8 anos. Entretanto, na prescrição inter-
-2
corrente do § 5º, o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer, então, que o prazo da
prescrição intercorrente será de 4 anos.
p py
te ato
ul
fundamentado
Pa
DIREITO ADMINISTRATIVO
Em 8 anos, contados a
partir da ocorrência do
A ação para a aplicação das
fato ou, no caso de
sanções previstas nesta Lei
infrações permanentes,
prescreve
do dia em que cessou a
permanência
109
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REFERÊNCIAS z Autarquias (Ex.: ANTAQ, ANCINE);
z Fundações Públicas (Ex.: FUB);
CÂMARA DOS DEPUTADOS. 2021. Página inicial. z Empresas Públicas (Ex.: Correios);
Disponível em: <https://www.camara.leg.br/>. z Sociedades de Economia Mista (Ex.: Banco do Bra-
Acesso em: 5 nov. 2021. sil, Petrobras);
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de z Entidades controladas direta ou indiretamente
Direito Administrativo – 33ª Ed. São Paulo: Atlas, pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
2019. z Entidades privadas sem fins lucrativos que rece-
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Admi- bem recursos públicos.
nistrativo – 9ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. As entidades privadas sem fins lucrativos que rece-
Guia da política de governança pública. Brasília: bem recursos públicos estão submetidas à publicida-
Casa Civil da Presidência da República, 2018. de somente referente à parcela dos recursos públicos
CASTRO JÚNIOR, Renério de. Manual de Direito recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das pres-
Administrativo – 1ª Ed. São Paulo: Juspodivm, tações de contas a que estejam legalmente obrigadas.
2021.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito adminis- Art. 3º - Os procedimentos previstos nesta Lei desti-
trativo – 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2020. nam-se a assegurar o direito fundamental de acesso
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo à informação e devem ser executados em conformi-
Brasileiro – 44ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2020. dade com os princípios básicos da administração
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito pública e com as seguintes diretrizes:
Administrativo – 34ª Ed. São Paulo: Juspodivm, I - observância da publicidade como preceito geral
2019. e do sigilo como exceção;
Guia da Política de Governança Pública 2018. II - divulgação de informações de interesse público,
PLANALTO. Legislação. 2021. Página inicial. Dis- independentemente de solicitações;
ponível em: <http://www4.planalto.gov.br/legisla- III - utilização de meios de comunicação viabiliza-
cao/>. Acesso em: 5 nov. 2021. dos pela tecnologia da informação;
SENADO FEDERAL. 2021. Página inicial. Disponí- IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de
vel em: <https://www12.senado.leg.br/hpsenado>. transparência na administração pública;
Acesso em: 5 nov. 2021. V - desenvolvimento do controle social da adminis-
tração pública.
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluin- OBSERVÂNCIA da publicidade como preceito ge-
.0
Público;
-2
II - as autarquias, as fundações públicas, as empre- Art. 4º - Para os efeitos desta Lei, considera-se:
sas públicas, as sociedades de economia mista e
py
tamente pela União, Estados, Distrito Federal e são de conhecimento, contidos em qualquer meio,
Municípios. suporte ou formato;
o
couber, às entidades privadas sem fins lucrativos qualquer que seja o suporte ou formato;
que recebam, para realização de ações de interes- III - informação sigilosa: aquela submetida tempo-
se público, recursos públicos diretamente do orça- rariamente à restrição de acesso público em razão
mento ou mediante subvenções sociais, contrato de de sua imprescindibilidade para a segurança da
gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajus- sociedade e do Estado;
tes ou outros instrumentos congêneres.”
Ou seja, a informação sigilosa é aquela que nem
A Lei de Acesso à Informação abrange: todos podem ter acesso!
z Órgãos públicos do Poder Executivo (Ex.: Ministé- IV - informação pessoal: aquela relacionada à pes-
rio da Economia); soa natural identificada ou identificável;
z Órgãos públicos do Poder Legislativo (Ex.: Senado V - tratamento da informação: conjunto de ações
Federal, Câmara dos Deputados); referentes à produção, recepção, classificação, uti-
z Órgãos públicos do Poder Judiciário (Ex.: ST, STF, lização, acesso, reprodução, transporte, transmis-
DPU); são, distribuição, arquivamento, armazenamento,
z Cortes de Contas (Ex.: TCU, TC/DF); eliminação, avaliação, destinação ou controle da
110 z Órgãos públicos do Ministério Público (Ex.: MPU); informação;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VI - disponibilidade: qualidade da informação que Observe que é um direito o acesso à informação
pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equi- de documentos públicos que NÃO foram recolhidos
pamentos ou sistemas autorizados; aos arquivos públicos. As bancas adoram afirmar que
somente é possível o acesso se os documentos foram
Observe que a disponibilidade se refere à infor- recolhidos a arquivos públicos, agora você já sabe que
mação + instrumentos. está errado!
VII - autenticidade: qualidade da informação que III - informação produzida ou custodiada por pes-
tenha sido produzida, expedida, recebida ou modi- soa física ou entidade privada decorrente de qual-
ficada por determinado indivíduo, equipamento ou
quer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo
sistema;
que esse vínculo já tenha cessado;
VIII - integridade: qualidade da informação não
modificada, inclusive quanto à origem, trânsito e
destino; Por exemplo, uma empresa terceirizada pres-
IX - primariedade: qualidade da informação coleta- tou serviços ao STJ de 2000 a 2012. As informações
da na fonte, com o máximo de detalhamento possí- referentes a esse vínculo ainda são direito, mesmo a
vel, sem modificações. empresa não prestando mais serviços ao STJ.
acesso.
de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecno-
.0
so quando necessário.
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia
Devem proteger a informação garantindo o seu
o
Disponibilidade
Integridade Por exemplo, uma pessoa solicitou um documento
que tem 20 páginas. As folhas número 11, 17 e 20 são
DIREITO ADMINISTRATIVO
Autenticidade
sigilosas. Logo, a pessoa receberá o documento, mas
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei faltando as páginas sigilosas ou com essas partes em
compreende, entre outros, os direitos de obter: forma ilegíveis.
I - orientação sobre os procedimentos para a con-
secução de acesso, bem como sobre o local onde § 3º O direito de acesso aos documentos ou às
poderá ser encontrada ou obtida a informação informações neles contidas utilizados como funda-
almejada; mento da tomada de decisão e do ato administrati-
vo será assegurado com a edição do ato decisório
Em qual órgão a informação está, se pode ser respectivo.
enviada por e-mail, se é necessário um cadastro... § 4º A negativa de acesso às informações objeto de
pedido formulado aos órgãos e entidades referidas
II - informação contida em registros ou documen- no art. 1º, quando não fundamentada, sujeitará
tos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou o responsável a medidas disciplinares, nos termos
entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; do art. 32 desta Lei. 111
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se você chegar em uma repartição pública e pedir V - garantir a autenticidade e a integridade das
um documento, e o servidor responde: “Não vou te dar informações disponíveis para acesso;
porque não quero!”, ele deverá ser punido. O agente VI - manter atualizadas as informações disponíveis
público não pode negar o acesso sem uma justificativa para acesso;
fundamentada. VII - indicar local e instruções que permitam ao
interessado comunicar-se, por via eletrônica ou
telefônica, com o órgão ou entidade detentora do
§ 5º Informado do extravio da informação solici-
sítio;
tada, poderá o interessado requerer à autoridade
VIII - adotar as medidas necessárias para garan-
competente a imediata abertura de sindicân-
tir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com
cia para apurar o desaparecimento da respectiva
deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098,
documentação.
de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Conven-
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste arti-
ção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência,
go, o responsável pela guarda da informação extra-
aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de
viada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar julho de 2008
o fato e indicar testemunhas que comprovem sua § 4º Os Municípios com população de até 10.000
alegação. (dez mil) habitantes ficam dispensados da divul-
gação obrigatória na internet a que se refere o §
O extravio nesse caso seria quando um documento 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, em
some. Se isso acontecer, deverá ser aberta sindicân- tempo real, de informações relativas à execução
cia para investigação e possível culpabilização dos orçamentária e financeira, nos critérios e prazos
responsáveis. A pessoa que é responsável pela guarda previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº
do documento que sumiu terá 10 dias para se explicar. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal).
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas
promover, independentemente de requerimentos, Não precisa ter site a cidade com até 10 mil
a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito habitantes!
de suas competências, de informações de inte-
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou Art. 9º O acesso a informações públicas será
custodiadas. assegurado mediante:
I - criação de serviço de informações ao cidadão,
Isso sempre cai em concurso! Os documen- nos órgãos e entidades do poder público, em local
tos devem ser divulgados independentemente de com condições apropriadas para:
requerimento! a) atender e orientar o público quanto ao acesso a
informações;
b) informar sobre a tramitação de documentos
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere
nas suas respectivas unidades;
o caput, deverão constar, no mínimo:
c) protocolizar documentos e requerimentos de
I - registro das competências e estrutura organiza-
acesso a informações;
cional, endereços e telefones das respectivas unida-
II - realização de audiências ou consultas públicas,
des e horários de atendimento ao público;
incentivo à participação popular ou a outras for-
II - registros de quaisquer repasses ou transferên-
mas de divulgação.
cias de recursos financeiros;
81
licitatórios, inclusive os respectivos editais e resul- devem guiar o cidadão na busca da informação
.
desejada!
93
dades; e
VI - respostas a perguntas mais frequentes da SEÇÃO I
py
órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos Art. 10 Qualquer interessado poderá apresentar
o
os meios e instrumentos legítimos de que dispuse- pedido de acesso a informações aos órgãos e enti-
ul
rem, sendo obrigatória a divulgação em sítios ofi- dades referidos no art. 1º desta Lei, por qualquer
Pa
ciais da rede mundial de computadores (internet). meio legítimo, devendo o pedido conter a identifi-
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma cação do requerente e a especificação da informa-
de regulamento, atender, entre outros, aos seguin- ção requerida.
tes requisitos:
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo Aqui as bancas costumam dizer que é necessária
que permita o acesso à informação de forma obje- uma justificativa para requerer um documento! Isso
tiva, transparente, clara e em linguagem de fácil está ERRADO!
compreensão; O requerente pode pedir por qualquer meio legíti-
II - possibilitar a gravação de relatórios em diver- mo, ou seja, por site, fisicamente.
sos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não
proprietários, tais como planilhas e texto, de modo § 1º Para o acesso a informações de interesse públi-
a facilitar a análise das informações; co, a identificação do requerente não pode conter
III - possibilitar o acesso automatizado por siste- exigências que inviabilizem a solicitação.
mas externos em formatos abertos, estruturados e § 2º Os órgãos e entidades do poder público devem
legíveis por máquina; viabilizar alternativa de encaminhamento de
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados pedidos de acesso por meio de seus sítios oficiais
112 para estruturação da informação; na internet.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A solicitação de informação PODE ser virtual! § 6º Caso a informação solicitada esteja disponí-
vel ao público em formato impresso, eletrônico ou
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas em qualquer outro meio de acesso universal, serão
aos motivos determinantes da solicitação de infor- informados ao requerente, por escrito, o lugar e
mações de interesse público. a forma pela qual se poderá consultar, obter ou
reproduzir a referida informação, procedimento
esse que desonerará o órgão ou entidade pública
É proibido pedir o motivo da solicitação da infor- da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o
mação! As bancas amam falar que é necessário rela- requerente declarar não dispor de meios para reali-
tar os motivos. Você já sabe que NÃO pode! zar por si mesmo tais procedimentos.
Art. 11 O órgão ou entidade pública deverá auto- Alguém reivindica, por exemplo, ao Ministério da
rizar ou conceder o acesso imediato à informação Economia os dados do vencimento de um servidor.
disponível. Nesse caso, é uma informação encontrada em forma-
to eletrônico (está no site da transparência). Logo, o
Se a informação estiver em mãos do órgão ou enti- órgão pode somente informar o caminho de como
dade, ela deve ser disponibilizada IMEDIATAMENTE! achar esses dados no site, não tem a obrigação de dar
a informação diretamente. Mas se a pessoa falar que
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, não tem acesso à internet, aí o órgão NÃO fica desone-
na forma disposta no caput, o órgão ou entidade rado de fornecimento direto.
que receber o pedido deverá, em prazo não superior
a 20 (vinte) dias: Art. 12 O serviço de busca e fornecimento da infor-
I - comunicar a data, local e modo para se rea- mação é gratuito.
lizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a O serviço de informações é gratuito!
certidão;
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, O que pode ser cobrado é o custo da impressão, por
total ou parcial, do acesso pretendido; exemplo.
III - comunicar que não possui a informação,
indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou § 1º O órgão ou a entidade poderá cobrar exclusiva-
a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o mente o valor necessário ao ressarcimento dos cus-
requerimento a esse órgão ou entidade, cientifi- tos dos serviços e dos materiais utilizados, quando
cando o interessado da remessa de seu pedido de o serviço de busca e de fornecimento da informação
informação. exigir reprodução de documentos pelo órgão ou
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorroga- pela entidade pública consultada. (Incluído pela
do por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa Lei nº 14.129, de 2021)
expressa, da qual será cientificado o requerente. § 2º Estará isento de ressarcir os custos previstos
no § 1º deste artigo aquele cuja situação econômi-
Vamos recapitular essa parte porque ela será ca não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento
próprio ou da família, declarada nos termos da Lei
necessária na realização da prova.
nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. (Incluído pela
Se o órgão não achar imediatamente a informação Lei nº 14.129, de 2021)
solicitada, ele terá o prazo máximo de 30 dias = 20 dias Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação
81
O órgão deverá informar as seguintes informações prejudicar sua integridade, deverá ser oferecida a
70
documentos;
reprodução seja feita por outro meio que não ponha
� Se não tiver a informação, indicar quem tem (se
py
ao original!
Pa
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente Caso seja negado o acesso pela autoridade hierar-
8-
poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da quicamente superior, junto a órgão do Poder Execu-
70
União depois de submetido à apreciação de pelo tivo Federal correspondente, poderá recorrer a CGU.
.
93
menos uma autoridade hierarquicamente superior A CGU terá o prazo de até 5 dias para se manifestar.
.0
àquela que exarou a decisão impugnada, que deli- Negado o acesso à informação pela Controlado-
98
superior à que negou. No nosso exemplo seria, o técni- sificação de informações sigilosa).
co administrativo negou o acesso, o recurso será diri-
o
gido ao chefe da seção onde ele trabalha. Logo depois, sificação de informação protocolado em órgão da
Pa
pode ser feito a CGU, que terá 5 dias também. administração pública federal (Comissão Mista de
Reavaliação), poderá o requerente recorrer ao Minis-
§ 2º Verificada a procedência das razões do recur-
tro de Estado da área.
so, a Controladoria-Geral da União determinará ao
Caso seja indeferido pelo Ministro de Estado da
órgão ou entidade que adote as providências neces-
área, poderá o requerente recorrer à Comissão Mista
sárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
de Reavaliação (pois não ocorre prejuízo de compe-
§ 3º Negado o acesso à informação pela Contro-
ladoria-Geral da União, poderá ser interposto tência entre estas autoridades).
recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Art. 18 Os procedimentos de revisão de decisões
Informações, a que se refere o art. 35. denegatórias proferidas no recurso previsto no art.
15 e de revisão de classificação de documentos sigi-
Nossa informação foi negada inicialmente pelo téc- losos serão objeto de regulamentação própria
nico administrativo. Submetemos ao chefe da seção, dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Minis-
que também negou, submetemos a CGU, que também tério Público, em seus respectivos âmbitos, asse-
negou, agora podemos submeter à Comissão Mista gurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito
114 de Reavaliação de Informações! de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Paulo Tuppy - 298.093.708-81, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A regulação de onde recorrer nos casos do Judiciá- VII - pôr em risco a segurança de instituições ou
rio e Legislativo devem ser feitas por eles. Portanto a de altas autoridades nacionais ou estrangei-
CGU é referente somente ao Executivo Federal! ras e seus familiares;
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem
(VETADO). como de investigação ou fiscalização em andamen-
§ 1º (VETADO). to, relacionadas com a prevenção ou repressão de
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério infrações.
Público informarão ao Conselho Nacional de Art. 24 A informação em poder dos órgãos e enti-
Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério dades públicas, observado o seu teor e em razão de
Público, respectivamente, as decisões que, em grau sua imprescindibilidade à segurança da sociedade
de recurso, negarem acesso a informações de inte- ou do Estado, poderá ser classificada como ultras-
resse público. secreta, secreta ou reservada.
CAPÍTULO IV
z R eservado;
Das Restrições de Acesso à Informação z Secreto;
SEÇÃO I z Ultrassecreto.
Disposições Gerais
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à
Art. 21 Não poderá ser negado acesso à informa- informação, conforme a classificação prevista no
ção necessária à tutela judicial ou administrativa caput, vigoram a partir da data de sua produção e
de direitos fundamentais. são os seguintes:
Parágrafo único. As informações ou documentos I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
que versem sobre condutas que impliquem viola- II - secreta: 15 (quinze) anos; e
ção dos direitos humanos praticada por agentes III - reservada: 5 (cinco) anos.
públicos ou a mando de autoridades públicas não
poderão ser objeto de restrição de acesso. Lembre-se que vai de 10 em 10 anos e todos termi-
Art. 22 O disposto nesta Lei não exclui as demais nam com 5!
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça Reservada: 5 anos
nem as hipóteses de segredo industrial decorren- Secreta: 15 anos (5 anos +10 anos)
tes da exploração direta de atividade econômica Ultrassecreta: 25 anos (15 anos + 10 anos)
pelo Estado ou por pessoa física ou entidade priva-
da que tenha qualquer vínculo com o poder público.
§ 2º As informações que puderem colocar em risco
a segurança do Presidente e Vice-Presidente da
Recapitulando... República e respectivos cônjuges e filhos(as)
NÃO se pode negar acesso a: serão classificadas como reservadas e ficarão sob
sigilo até o término do mandato em exercício ou do
z Informação necessária à tutela judicial ou admi- último mandato, em caso de reeleição.
nistrativa de direitos fundamentais;
81
� Informações ou documentos que versem sobre Serão classificados em reservados (5 anos) docu-
8-
condutas que impliquem violação dos direitos mentos que podem colocar em perigo a vida:
70
Seção II
-2
Prazos de Sigilo.
p
tantes da aplicação desta Lei. secreta, poderá ser delegada pela autoridade res-
8-
proibida!
Art. 27 A classificação do sigilo de informações no
py
petência: (Regulamento)
Tu
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mes- A classificação de documentos em ultrassecreta
mas prerrogativas; feita por Comandantes da Marinha, do Exército e
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da da Aeronáutica e Chefes de Missões Diplomáticas
Aeronáutica; e Consulares permanentes no exterior deverão ser
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares confirmadas pelos respectivos Ministros.
permanentes no exterior;
§ 3º A autoridade ou outro agente público que clas-
O Presidente do Banco Central é uma autoridade sificar informação como ultrassecreta deverá enca-
com prerrogativa de Ministro de Estado, logo, ele pode minhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão
classificar um documento em ultrassecreto! Mista de Reavaliação de Informações, a que se refe-
re o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
II - no grau de secreto, das autoridades referidas Art. 28 A classificação de informação em qualquer
no inciso I, dos titulares de autarquias, fundações grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão
ou empresas públicas e sociedades de economia que conterá, no mínimo, os seguintes elementos:
116 mista; e I - assunto sobre o qual versa a informação;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Paulo Tuppy - 298.093.708-81, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - fundamento da classificação, observados os cri- § 1º As informações pessoais, a que se refere este
térios estabelecidos no art. 24; artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, e imagem:
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo I - terão seu acesso restrito, independentemente de
final, conforme limites previstos no art. 24; e classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100
IV - identificação da autoridade que a classificou. (cem) anos a contar da sua data de produção, a
Parágrafo único. A decisão referida no caput será agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa
mantida no mesmo grau de sigilo da informação a que elas se referirem;
classificada.
As informações pessoais relativas à intimidade,
Se um documento for classificado como ultras- vida privada, honra e imagem só poderão ser acessa-
secreto, o documento explicando o porquê da deci- das pelas pessoas às quais os documentos se referem
são de classificá-lo nesse grau de sigilo, também será e pelos agentes públicos autorizados.
ultrassecreto! O prazo máximo de sigilo de um documento pes-
soal é 100 anos, a partir da data da produção.
Art. 29 A classificação das informações será rea-
valiada pela autoridade classificadora ou por II - poderão ter autorizada sua divulgação ou
autoridade hierarquicamente superior, mediante acesso por terceiros diante de previsão legal ou
provocação ou de ofício, nos termos e prazos pre- consentimento expresso da pessoa a que elas se
vistos em regulamento, com vistas à sua desclassifi- referirem.
cação ou à redução do prazo de sigilo, observado o § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de
disposto no art. 24 (Regulamento). que trata este artigo será responsabilizado por seu
uso indevido.
§ 3º O consentimento referido no inciso II do §
A reavaliação pode ser feita por provocação ou de
1º não será exigido quando as informações forem
ofício!
necessárias:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pes-
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deve- soa estiver física ou legalmente incapaz, e para uti-
rá considerar as peculiaridades das informações lização única e exclusivamente para o tratamento
produzidas no exterior por autoridades ou agentes médico;
públicos. II - à realização de estatísticas e pesquisas científi-
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deve- cas de evidente interesse público ou geral, previstos
rão ser examinadas a permanência dos motivos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a
do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do que as informações se referirem;
acesso ou da divulgação da informação. III - ao cumprimento de ordem judicial;
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da IV - à defesa de direitos humanos;
informação, o novo prazo de restrição manterá V - à proteção do interesse público e geral prepon-
como termo inicial a data da sua produção. derante.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou
entidade publicará, anualmente, em sítio à dis- A divulgação de informações pessoais a pessoas
posição na internet e destinado à veiculação de não autorizadas só poderá ser feita com o consenti-
dados e informações administrativas, nos termos
81
II - rol de documentos classificados em cada grau pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para
.0
de sigilo, com identificação para referência futura; utilização única e exclusivamente para o tratamen-
98
plar da publicação prevista no caput para consulta § 4º A restrição de acesso à informação relativa à
pública em suas sedes. vida privada, honra e imagem de pessoa não pode-
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a rá ser invocada com o intuito de prejudicar proces-
lista de informações classificadas, acompanhadas so de apuração de irregularidades em que o titular
da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da das informações estiver envolvido, bem como em
classificação. ações voltadas para a recuperação de fatos históri-
cos de maior relevância.
Seção V
Das Informações Pessoais NÃO pode haver restrição de acesso à informação
pessoal (Vida privada, Honra e imagem da pessoa)
Art. 31 O tratamento das informações pessoais em duas situações:
deve ser feito de forma transparente e com res-
peito à intimidade, vida privada, honra e imagem z Prejudicar processo de apuração de irregulari-
das pessoas, bem como às liberdades e garantias dades em que o titular das informações estiver
individuais. envolvido; 117
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Recuperação de fatos históricos de maior relevân- IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar
cia; ou permitir acesso indevido à informação sigilosa
ou informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito
§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos
pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de
para tratamento de informação pessoal.
ato ilegal cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
CAPÍTULO V petente informação sigilosa para beneficiar a si ou
Das Responsabilidades a outrem, ou em prejuízo de terceiros;
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
Art. 32 Constituem condutas ilícitas que ensejam mentos concernentes a possíveis violações de direi-
responsabilidade do agente público ou militar: tos humanos por parte de agentes do Estado.
I - recusar-se a fornecer informação requerida
nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o Deverá ser punido como:
seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente
de forma incorreta, incompleta ou imprecisa; z Transgressões militares médias ou graves, se
II - utilizar indevidamente, bem como sub- das Forças Armadas;
trair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar z Com suspensão, no mínimo, pela infração admi-
ou ocultar, total ou parcialmente, informa- nistrativa, se agente público.
ção que se encontre sob sua guarda ou a que tenha
acesso ou conhecimento em razão do exercício das § 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o
atribuições de cargo, emprego ou função pública; militar ou agente público responder, também, por
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solici- improbidade administrativa, conforme o disposto
nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429,
tações de acesso à informação;
de 2 de junho de 1992.
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou aces- Art. 33 A pessoa física ou entidade privada que
sar ou permitir acesso indevido à informação detiver informações em virtude de vínculo de
sigilosa ou informação pessoal; qualquer natureza com o poder público e deixar
V - impor sigilo à informação para obter pro- de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às
veito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocul- seguintes sanções:
tação de ato ilegal cometido por si ou por outrem; I - advertência;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior II - multa;
competente informação sigilosa para beneficiar a III - rescisão do vínculo com o poder público;
si ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; IV - suspensão temporária de participar em licita-
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, ção e impedimento de contratar com a administra-
ção pública por prazo não superior a 2 (dois) anos;
documentos concernentes a possíveis violações de
V - declaração de inidoneidade para licitar ou con-
direitos humanos por parte de agentes do Estado. tratar com a administração pública, até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autori-
Ou seja, atitudes que impeçam a divulgação de dade que aplicou a penalidade.
informações que devem ser divulgadas, tanto a dis- § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV pode-
ponibilização de documentos sigilosos, são condutas rão ser aplicadas juntamente com a do inciso II,
ilícitas! assegurado o direito de defesa do interessado, no
81
administrativas, que deverão ser apenadas, no aplicada com base no inciso IV.
ul
obrigada (de ofício) a rever a classificação de infor- os prazos e condições previstos nesta Lei.
Tu
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comis- Reavaliação de Informações, observados os ter-
mos desta Lei.
DIREITO ADMINISTRATIVO
to nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a Promotoria informar esta providência nos autos e
8-
ção do dia, da hora e do local para comparecimen- § 2º O Oficial de Promotoria certificará por ter-
.
Art. 15 [...]
8-
Art. 12 [...]
I - cientificar o representante;
70
Justiça Secretário da Promotoria de Justiça para III - notificar o interessado da instauração do inqué-
98
distribuição em 72 (setenta e duas) horas e, poste- rito civil, por ordem do presidente da investigação;
-2
§ 4º A distribuição deve atender ao que dispuser o pelo Promotor de Justiça que presidir o procedi-
p
Tu
§ 5º Recebido o expediente na secretaria da Promo- ção do sigilo, na forma do art. 69, da Resolução nº
ul
rá pelo cumprimento das diligências nos prazos Vejamos o que dispõe o art. 24:
8-
diligência, o Oficial de Promotoria certificará a riar as audiências e reuniões designadas pelo Pro-
.0
ocorrência nos autos e abrirá conclusão para deli- motor de Justiça para instrução dos procedimentos
98
§ 2º Na hipótese em que houver reiteração da dili- § 1º No prazo de até dez dias anteriores às audiên-
gência não atendida, o fato deverá constar do novo cias, o Oficial de Promotoria deverá verificar se
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os autos devem ser conclusos ao Promotor. Logo: trita ao investigado pessoalmente ou a procurador
com poderes específicos.
8-
ção para realização de diligências, os autos serão conservação dos documentos sigilosos, lacrados
.0
anotando-se nos sistemas eletrônicos. 2006–CPJ, que somente poderão ser examinados
-2
Parágrafo único. Na hipótese da rejeição da promo- pelo investigado ou seu procurador mediante
ção do arquivamento e designação de outro órgão requerimento escrito e autorização do presidente
py
ocorrência nos sistemas eletrônicos e anotando-se Os autos sob sigilo somente poderão ser examina-
Pa
na autuação a designação do Promotor de Justiça. dos pelo investigado pessoalmente ou por procurador
com poderes específicos.
DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
DAS PROVIDÊNCIAS RELATIVAS AO
Nos termos do art. 28 da Resolução, designada a AJUIZAMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
audiência pública, o Oficial deverá, no prazo de 5 dias:
Recebidos os autos com petição inicial de ação
Art. 28 […] civil pública, o Oficial deverá, nos termos do art. 31
I - expedir o edital de convocação do qual constará da Resolução:
a data, o horário e o local da reunião, o objetivo, a
forma de cadastramento dos expositores e de par- Art. 31 Recebidos os autos com petição inicial de
ticipação dos interessados presentes, dentre outras ação civil pública, o Oficial de Promotoria deverá:
informações a critério do Promotor de Justiça; I – anexar cópia da petição inicial na capa do pri-
II – providenciar as comunicações devidas, cui- meiro volume dos autos do procedimento e, no pra-
dando para que os comprovantes de recebimentos zo de 48 horas, salvo se outro prazo for fixado pelo
sejam juntados aos autos com antecedência míni- presidente da investigação, encaminhar todos os
124 ma de 10 (dez) dias úteis. volumes para distribuição no juízo indicado;
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II – providenciar, a critério do presidente da inves- O inquérito civil é investigação administrativa, de
tigação, a extração de cópia da petição inicial da caráter inquisitorial, unilateral e facultativo, instaura-
ação civil pública, bem como das principais peças do e presidido pelo Ministério Público. É destinado a
dos autos para fins de controle e acompanhamento apurar a ocorrência de danos efetivos ou potenciais
ou formação de autos suplementares; a direitos ou interesses públicos, coletivos ou indivi-
III – efetuar o registro nos sistemas eletrônicos e duais homogêneos ou outros que lhe incumba defen-
digitalizar a petição inicial para fins de publicação; der, à luz do art. 3º:
IV – comunicar o ajuizamento da ação civil pública,
com indicação da vara e do número do processo, ao Art. 3º O inquérito civil é investigação administrativa,
Centro de Apoio Operacional, encaminhando cópia de caráter inquisitorial, unilateral e facultativo, instau-
da petição inicial. rado e presidido pelo Ministério Público e destinado a
V – atualizar os registros no livro de registro dos apurar a ocorrência de danos efetivos ou potenciais a
direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais
procedimentos que não estejam registrados nos sis-
homogêneos ou outros que lhe incumba defender, ser-
temas eletrônicos. vindo como preparação para o exercício das atribui-
ções inerentes às suas funções institucionais.
A extração de cópias e expedição de certidão
dependem de prévio requerimento escrito e autori-
zado do presidente da investigação, competindo ao Importante!
Oficial executá-los, certificando a extração nos autos,
em prazo máximo de 15 dias. O exame dos autos por O inquérito civil não é condição de procedibili-
terceiros será permitido apenas na secretaria da Pro- dade para o ajuizamento das ações a cargo do
motoria de Justiça (art. 32 e 33 da Resolução). MP, nem para a concretização das demais medi-
das de sua atribuição própria.
minação que se lhes atribua, ser regidos por esta ta é instrumento de garantia dos direitos e inte-
py
da aos órgãos da atividade-fim do MP, submetida à judicial do MP, por intermédio do qual este expõe, em
apreciação das Procuradorias e Promotorias de Jus- ato formal, razões fáticas e jurídicas sobre determina-
tiça, segundo dispõe o art. 2º, da referida Resolução, das questões, nos moldes do que alude o art. 6º:
vejamos:
Art. 6º A recomendação é instrumento de atuação
Art. 2º A Notícia de Fato é qualquer demanda diri- extrajudicial do Ministério Público por intermédio
gida aos órgãos da atividade-fim do Ministério do qual este expõe, em ato formal, razões fáticas e
jurídicas sobre determinada questão, com o obje-
Público, submetida à apreciação das Procurado-
tivo de persuadir o destinatário a praticar ou dei-
rias e Promotorias de Justiça, conforme as atribui-
xar de praticar determinados atos em benefício
ções das respectivas áreas de atuação, podendo ser da melhoria dos serviços públicos e de relevância
formulada presencialmente ou não, entendendo-se pública ou do respeito aos interesses, direitos e
como tal a realização de atendimentos e o recebi- bens defendidos pela instituição, atuando, assim,
mento de notícias, documentos, requerimentos ou como instrumento de prevenção de responsabilida-
representações. des ou correção de condutas. 125
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dos Princípios Fundamentais da Atividade Da Publicidade
Investigatória do Ministério Público
A publicidade, que poderá ser restrita, constará
A atividade do MP é regida pelos princípios da na divulgação oficial com a finalidade exclusiva de
atividade administrativa, quais sejam: “legalidade, conhecimento público, salvo previsão legal em con-
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” trário, conveniência ou proteção à intimidade, nos
(BRASIL, 1988, art. 37). Observe, notadamente, as
termos do art. 8º:
prescrições do art. 7º:
no ordenamento jurídico para tutela do interesse e da intimidade, em especial do sigilo fiscal, bancá-
.
XII - ao impulso oficial, sem prejuízo do direito de períodos ou fases, cessando quando extinta a causa
petição e da colaboração de qualquer pessoa física jurídica que a motivou.
o
investigação será concedida, nos termos do Art. 13 A Notícia de Fato será arquivada quando:
I - o fato narrado não configurar lesão ou ameaça
.
Nos termos do que dispõe o art. 11, a notícia de fato ção, e o noticiante não atender à intimação para
complementá-la;
deverá ser registrada do SIS-MP, e distribuída, livre e
DIREITO ADMINISTRATIVO
ração de inquérito civil ou desacolher a promoção de Nos termos do art. 23, o presidente do inquérito
.0
tro e a regra de distribuição e o seguinte: É importante fazer uma leitura atenta dos art. 25,
26 e 27:
Art. 19 [...]
I - a ementa; Art. 25 A arguição de suspeição ou impedimento,
II - a descrição do fato objeto do inquérito civil e a para ser conhecida, deve ser formulada em peça
correspondente fundamentação legal que legitima própria, acompanhada das razões e instruída com
a ação do Ministério Público; prova do fato constitutivo do alegado.
III - o nome e a qualificação possível da pessoa jurí- Art. 26 Recebidas as razões e eventuais provas,
dica e/ou física a quem o fato é atribuído; serão elas autuadas em apartado.
IV - a data, o local da instauração e a determinação Art. 27 O presidente do inquérito civil lançará nos
das diligências iniciais, se isso não for prejudicial à autos da exceção, no prazo de 5 (cinco) dias, mani-
investigação; festação fundamentada na qual:
V - a determinação para cientificação do noticiante, I - recusará a suspeição ou impedimento, remeten-
se conhecido, a afixação de cópia da portaria em do os autos, em 3 (três) dias, ao Procurador-Geral
local de costume, sua disponibilização no SIS MP de Justiça para deliberação; ou
Integrado e no portal da Instituição, se não houver II - concordará com a alegação, remetendo os autos,
128 prejuízo para a investigação. imediatamente, ao seu substituto automático.
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Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o II - a natureza do procedimento e do fato investigado;
Procurador-Geral de Justiça poderá, sendo relevan- III - a data, o local e a hora em que será realizado
te a fundamentação da arguição de suspeição ou o ato;
impedimento, suspender o andamento do inquérito IV - eventuais consequências advindas do não
civil até pronunciamento definitivo, comunicando- atendimento.
-se ao presidente.
Não é admitido que a notificação seja feita em
DA INSTRUÇÃO período inferior a 24 horas da realização do ato. Do
mesmo modo, o art. 40, determina que não se fará
A instrução, sempre mediante determinação do notificação, salvo em casos urgências, veja:
MP, será realizada por todos os meios admitidos de
prova em direito, vedadas as provas obtidas por meios Art. 40 [...]
ilícitos, podendo fazer uso de gravações, filmagens I - a quem estiver assistindo qualquer culto
e registros eletrônicos, oportunamente desgravados religioso;
e registrados em livro próprio. Vejamos os seguintes II - ao cônjuge ou a qualquer parente do morto, con-
sanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha cola-
dispositivos:
teral em segundo grau, no dia do falecimento até o
encerramento dos funerais.
Art. 29 A investigação dos fatos constantes da Art. 41 Não se fará a notificação aos doentes,
portaria será feita por todos os meios admitidos enquanto grave o seu estado, e quando se verificar
em direito e as provas colhidas serão juntadas aos que o notificando é portador de deficiência mental
autos em ordem cronológica e devidamente nume- que o impossibilite de entender a natureza do ato.
radas em ordem crescente. Parágrafo único. A gravidade da doença e a defi-
§ 1º Admite-se o uso de gravações, filmagens e ciência mental que impossibilite entender a nature-
registros eletrônicos dos atos do inquérito civil. za do ato serão comprovadas por atestado médico
§ 2º Não se admitirá a juntada aos autos de prova na oportunidade da notificação ou em até 5 (cinco)
obtida por meio ilícito. dias úteis.
Art. 30 Todas as diligências realizadas serão docu-
mentadas mediante termo ou auto circunstanciado, Se a notificação tiver por destinatário um servidor
assinado pelos participantes do ato e pelo presiden-
público civil ou militar, o presidente o requisitará ao
te do inquérito civil, se presente.
chefe da repartição ou ao comando do corpo a que
§ 1º As declarações e depoimentos serão tomados
servir (art. 46).
por termo pelo membro do Ministério Público, jun-
tando-os aos autos do procedimento, devidamente
assinados pelo Promotor de Justiça, pelo investiga- Das Requisições
do e seu advogado, se presentes, pelo depoente ou
declarante, salvo se estes não puderem ou se recu- Na instrução do inquérito civil, o presidente poderá
sarem a assinar, hipótese em que deverão ser colhi- requisitar informações, exames, perícias e documen-
das assinaturas de duas testemunhas. tos de autoridades federais, estaduais e municipais,
§ 2º As gravações, filmagens e registros eletrônicos bem como dos órgãos e entidades da administração
poderão ser oportunamente transcritos. direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Pode-
§ 3º Será mantida em arquivo próprio, devidamen- res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
te registrada, cópia das gravações digitais dos atos Municípios (art. 46).
81
Art. 31 O presidente poderá designar servidor do conterá, nos moldes do art. 49:
70
capa dos autos, observando-se as regras de registro rar-se-á recebida a requisição se protocolada na
o
§ 2º A instauração de novo inquérito civil será certi- § 2º A requisição será acompanhada de cópia da
Pa
ficada nos autos e registrada no SIS MP Integrado. portaria que instaurou o procedimento ou indicará
o endereço eletrônico oficial em que tal peça estará
DIREITO ADMINISTRATIVO
públicas ou privadas que possam contribuir com a prédio que servir de sede da Promotoria de Justiça,
8-
matéria objeto da convocação e aos representantes a pedido do presidente poderá ser designado outro
70
Serão juntados aos autos os documentos obtidos do, podendo o Presidente elaborar quesitos.
p
investigado, por testinhas e por qualquer do povo, nos Art. 71 As perícias serão realizadas por servido-
o
Vejamos o que diz o art. 66 sobre as cópias de cos da União, Estado ou Município e respectivas
Pa
gências que devam ser realizadas pelos Centros de a promoção direta de execução por titular de direi-
to nele amparado, nos limites de seu interesse.
py
Apoio Operacional.
Art. 80 O cumprimento de carta precatória só pode
p
Da Formalização
Tu
não intervindo o Conselho Superior do Ministério Poderá o Presidente expedir recomendações para
98
Público, salvo nos casos previstos no art. 10, §§ 1º e adoção de medidas e notificações, com ou sem audiên-
-2
rior do acordo — poderá ser celebrada em caráter dação, sem caráter coercitivo, com o objetivo de
Pa
cadas antes de transcorrido o prazo fixado para § 6º Não ocorrendo a remessa no prazo previsto no
8-
resposta, exceto se fato novo determinar a urgência “caput” deste artigo, o Conselho Superior do Minis-
70
§ 3º A efetiva adoção das medidas indicadas na ressado, requisitará os autos do inquérito civil ou
.0
recomendação como cabíveis em tese pressupõe a das peças de informação, para exame e deliberação.
98
Do Arquivamento
vamento do inquérito civil ou das peças de informação,
p
Tu
O inquérito civil será arquivado quando: a oportunidade de reapreciar o caso, podendo manter
sua posição favorável ao arquivamento ou propor a
o
ul
Art. 101 O inquérito civil e o procedimento prepa- ação civil pública, como lhe pareça mais adequado.
Pa
II - os arquivamentos;
.
Fato
quais foram distribuídas; IV - os requisitos previs-
98
Art. 109 Os relatórios serão publicados em, no Da decisão do membro do Ministério Público que
py
comunicação.
Tu
tações no Conselho Superior do Ministério Público Art. 120 Da decisão do membro do Ministério
Pa
serão feitos na forma prevista em seu regimento Público que arquivar, fundamentadamente, a notí-
interno. cia de fato, caberá recurso ao Conselho Superior do
Art. 111 A publicidade por qualquer dos meios pre- Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, conta-
vistos neste título observará o disposto no § 6º do dos da data da juntada aos autos do comprovante
artigo 8º desta Resolução. da ciência dada ao noticiante.
§ 1º Se não houver comprovante da entrega da noti-
Das Certidões e Informações ficação, o prazo será contado da data da ciência
inequívoca do noticiante.
Os requerimentos de expedição de certidão e de § 2º O recurso deverá vir acompanhado das respec-
extração de cópias sobre os fatos investigados serão tivas razões, sob pena de não recebimento, e será
encaminhados ao presidente do procedimento. As cer- interposto perante o membro do Ministério Público
tidões serão expedidas no prazo máximo de 15 dias. oficiante.
§ 3º O dia e a hora da entrega do recurso e das res-
Art. 112 Os requerimentos de expedição de certi- pectivas razões deverão ser certificados nos autos,
dão e de extração de cópias sobre os fatos inves- entregando-se recibo ao recorrente.
tigados serão encaminhados ao Presidente do § 4º O recurso será juntado aos autos, dele se fazen-
134 procedimento. do anotação no SIS MP integrado.
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Art. 121 Do arquivamento da notícia de fato deve- Art. 130 Serão encaminhadas, por meio eletrônico,
rá ser dada ciência ao noticiante, juntando-se aos ao Centro de Apoio Operacional respectivo, dentre
autos o respectivo comprovante. outras especificadas em Ato próprio, as seguintes
§ 1º A cientificação é facultativa no caso de a notí- peças:
cia de fato ter sido encaminhada ao Ministério I - das portarias de instauração de inquérito civil ou
Público em face de dever de ofício. de procedimento preparatório deste último;
§ 2º Da decisão de arquivamento deverá constar II - das notícias de fato e eventuais decisões de
que o noticiante poderá recorrer ao Conselho Supe- arquivamento;
rior do Ministério Público no prazo de 10 (dez) dias. III - de promoções de arquivamento de inquéritos
§ 3º Se a ciência for dada mediante notificação, nela civis ou procedimentos preparatórios;
deverão constar os mesmos requisitos previstos no IV - de petições iniciais de ação civil pública, com a
artigo anterior. indicação do número que tomou o feito e a vara a
que foi distribuído;
O Promotor de Justiça ou o Procurador-Geral de V - das medidas tomadas na forma do artigo 113
Justiça, na condição de presidente do inquérito civil, da Lei Complementar Estadual nº. 734, de 26 de
no prazo de 5 dias, poderá reconsiderar a decisão novembro de 1993; VI - de recomendações;
recorrida. Caso a decisão seja mantida, de forma fun- VII- de reabertura de inquérito civil;
damentada, os autos serão encaminhados, no prazo VIII - de sentenças;
de 3 dias, ao Conselho Superior do Ministério Público, IX - de recursos, ainda que não se refiram à decisão
com despacho fundamentado. final da causa;
X - de termos de compromisso de ajustamento de
Do Recurso Contra a Instauração do Inquérito Civil conduta, mesmo que lavrados no curso de ação
judicial;
Da instauração do inquérito civil caberá recurso XI - de trânsito em julgado de sentença final, quan-
do interessado, com efeito suspensivo, ao Conselho do ocorrer em primeiro grau de jurisdição;
Superior do Ministério Público (art. 123). XII - de certidão de cumprimento integral de com-
promisso de ajustamento de conduta ou de decisão
Art. 123 [...] judicial..
§ 1º Considera-se interessado aquele em face de
quem poderá ser ajuizada a ação civil pública.
§ 2º Deverá ser juntada aos autos cópia da publica-
ção da instauração do inquérito civil, prevista no
inciso I do artigo 8º desta Resolução. RESOLUÇÃO N° 23, DE SETEMBRO DE
§ 3º O prazo para a interposição do recurso será 2007 DO CONSELHO NACIONAL DO
de 5 (cinco) dias, contados da juntada da cópia da
publicação mencionada no parágrafo anterior ou
MINISTÉRIO PÚBLICO
da data da ciência, pelo interessado, da instaura-
ção do inquérito civil, valendo o evento que aconte- NOÇÕES GERAIS
cer primeiramente.
A Resolução nº 23, de 2007, regulamenta dispositi-
O recurso deverá ser acompanhado das respecti- vos da Lei Complementar nº 75, de 1993, e Lei nº 8.625,
81
vas razões, sob pena de indeferimento, e será interpos- de 1993, disciplinando a instauração e tramitação do
8-
to perante o membro do Ministério Público oficiante, inquérito civil no âmbito do Ministério Público. A par-
70
nos moldes do que determina o art. 124. O presiden- tir da vigência da Resolução, cada Ministério Público
.
93
te do inquérito civil, no prazo de 5 dias, lançará nos teve 90 dias para adequar seus atos normativos refe-
.0
do ato impugnado (art. 125). Veja os arts. 126 e 127: Recentemente, a Resolução nº 23, de 2007, foi
-2
Art. 126 O presidente do inquérito civil não homenagem aos princípios da publicidade, eficiência
poderá negar seguimento ao recurso, ainda que
p
ras de Coordenação e Revisão e demais órgãos procedimento. Nesses casos, não há uma acusação especí-
8-
superiores da Instituição, nos casos cabíveis. fica, tampouco se aplicam sanções, e, assim, apenas serve
70
O inciso III, art. 129, da Constituição Federal, de Esse procedimento, portanto, deve ser instaurado
.0
1988, insere o inquérito civil dentre as funções ins- por Portaria numerada em ordem crescente, renova-
98
Ministério Público da União insere o inquérito como informatizado de controle e autuada, contendo:
um instrumento de atuação ministerial, entendendo
py
dica, do regime democrático, dos interesses sociais e I - o fundamento legal que autoriza a ação do Ministério
individuais indisponíveis, e o zelo pelo efetivo respei- Público e a descrição do fato objeto do inquérito civil;
o
Assim, o MP atuará independentemente em caso dica e/ou física a quem o fato é atribuído;
Pa
de conhecimento de fatos que, em tese, constituem III - o nome e a qualificação possível do autor da
lesão aos interesses de atribuição do MP (parágrafo representação, se for o caso;
1º, art. 2º), devendo observar que: IV - a data e o local da instauração e a determina-
ção de diligências iniciais;
Art. 2º [...] V - a designação do secretário, mediante termo de
§ 2º No caso do inciso II, em sendo as informações compromisso, quando couber;
VI - a determinação de remessa de cópia para
verbais, o Ministério Público reduzirá a termo as
publicação.
declarações. Da mesma forma, a falta de formali-
dade não implica indeferimento do pedido de ins-
tauração de inquérito civil, salvo se, desde logo, Observação: A portaria inicial poderá ser aditada
mostrar-se improcedente a notícia, atendendo-se, pelo MP ou ter suas peças extraídas para outro inqué-
na hipótese, o disposto no artigo 5º desta Resolução. rito, se novos fatos indicarem necessidade de inves-
§ 3º O conhecimento por manifestação anônima, tigação de objeto diverso. Vejamos o parágrafo único
justificada, não implicará ausência de providências, do art. 4º:
1 MAZZILLI, Hugo Nigro. Pontos controvertidos do inquérito civil. [s. l.], 2000. Disponível em: http://www.mazzilli.com.br/pages/artigos/
136 pontoscontic.pdf. Acesso em 03 de maio de 2022.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 4º [...] origem, registrando-se no sistema respectivo, mes-
Parágrafo único. Se, no curso do inquérito civil, mo sem manifestação do representante.
novos fatos indicarem necessidade de investigação § 5º Na hipótese de atribuição originária do Pro-
de objeto diverso do que estiver sendo investigado, o curador-Geral, caberá pedido de reconsideração no
membro do Ministério Público poderá aditar a por- prazo e na forma do parágrafo primeiro.
taria inicial ou determinar a extração de peças para
instauração de outro inquérito civil, respeitadas as Observação: Embora a Resolução tenha previs-
normas incidentes quanto à divisão de atribuições. to recurso contra o indeferimento da instauração de
inquérito, a Lei Complementar nº 734, de 1993, do
Importante: Por força da Resolução nº 229, de 2021, Estado de São Paulo (Lei Orgânica Estadual do Minis-
não é mais requisito da Portaria de abertura de inquérito: tério Público — LOEMP) instituiu dois recursos:
z O registro em livro próprio (pois o registro passou z Um contra o indeferimento de representação visando
a ser em sistema informatizado de controle), e; a sua instauração no prazo de 10 dias (§ 1º, art. 107);
z Determinação de fixação da portaria no local de z Outro contra a instauração do inquérito civil no
costume. prazo de 5 dias (§ 1º, art. 108).
Art. 6º [...]
70
prazo de 10 dias para o órgão que indeferiu o pedido, § 3º Todas as diligências serão documentadas
mediante termo ou auto circunstanciado.
py
Coordenação e Revisão para apreciação. Os interes- § 5º Qualquer pessoa poderá, durante a tramitação do
Pa
sados serão notificados para oferecer contrarrazões. inquérito civil, apresentar ao Ministério Público docu-
Vejamos as disposições dos parágrafos do art. 5º: mentos ou subsídios para melhor apuração dos fatos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Cidadão.
70
acarretar prejuízo às investigações, casos em que rior ou limitar a prorrogação por ato administrativo
.0
a decretação do sigilo legal deverá ser motivada. do Órgão da Administração Superior Competente
98
A publicidade consistirá:
py
extratos na imprensa oficial; de dezembro até 20 de janeiro (art. 9º, parágrafos 2º,
II - na divulgação em meios cibernéticos ou eletrô- 3º e 4º).
nicos, dela devendo constar as portarias de instau-
ração e extratos dos atos de conclusão;
DO ARQUIVAMENTO
III - na expedição de certidão e na extração de
cópias sobre os fatos investigados, mediante reque-
rimento fundamentado e por deferimento do presi-
Hipóteses de Arquivamento
dente do inquérito civil;
IV - na prestação de informações ao público em O arquivamento ocorrerá diante da inexistência
geral, a critério do presidente do inquérito civil. de fundamento para propositura de ação civil pública.
Vejamos o art. 10:
O membro do MP pode prestar informações, inclusi-
Art. 10 Esgotadas todas as possibilidades de dili-
ve aos meios de comunicação social, a respeito das pro-
gências, o membro do Ministério Público, caso se
vidências adotadas, sem, contudo, emitir juízo de valor. convença da inexistência de fundamento para a
A Resolução nº 107, de 2014, retirou a publicidade propositura de ação civil pública, promoverá, fun-
das vistas aos autos de inquérito. Mas a Resolução nº damentadamente, o arquivamento do inquérito
138 161, de 2017, acresceu à faculdade do defensor, mesmo civil ou do procedimento preparatório.
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Procedimento o órgão responsável pela promoção de arquiva-
mento não homologada pelo Conselho Superior do
Os autos, juntamente com a promoção de arqui- Ministério Público ou pela Câmara de Coordenação
vamento deverão ser remetidos ao órgão de revisão e Revisão, ressalvada a hipótese do art. 10, § 4º, I,
competente, em 3 dias, contados da comprovação da desta Resolução.
efetiva ciência pessoal dos interessados, por meio de
publicação na imprensa oficial, quando não localiza- Desarquivamento
dos os cientificados. Vejamos o parágrafo 1º, do art. 10:
Sob novas provas ou para investigação de fato
Art. 10 [...] novo ou quando há mais de um fato lesivo e a ação
§ 1º Os autos do inquérito civil ou do procedimento civil pública é proposta apenas para um ou alguns
preparatório, juntamente com a promoção de arqui- deles (art. 13), o inquérito poderá ser desarquivado no
vamento, deverão ser remetidos ao órgão de revisão prazo máximo de 6 meses após o arquivamento, supe-
competente, no prazo de três dias, contado da compro- rado esse prazo, deverá ser instaurado novo inquéri-
vação da efetiva cientificação pessoal dos interessados, to. Vejamos o art. 12:
através de publicação na imprensa oficial, quando não
localizados os que devem ser cientificados.
Art. 12 O desarquivamento do inquérito civil, dian-
te de novas provas ou para investigar fato novo
Atenção! Para maior economicidade e eficiência, relevante, poderá ocorrer no prazo máximo de seis
a Resolução n° 229, de 2021, revogou a afixação do avi- meses após o arquivamento. Transcorrido esse lap-
so de arquivamento no órgão do MP. so, será instaurado novo inquérito civil, sem prejuí-
A promoção de arquivamento passará ao exame e zo das provas já colhidas.
deliberação do órgão de revisão competente, nos ter- Parágrafo único. O desarquivamento de inquérito
mos do seu Regimento Interno (parágrafo 2º, art. 10). civil para a investigação de fato novo, não sendo
Os co-legitimados poderão apresentar razões escri- caso de ajuizamento de ação civil pública, implica-
tas ou juntar documentos até a sessão de julgamento rá novo arquivamento e remessa ao órgão compe-
(parágrafo 3º, art. 10). tente, na forma do art. 10, desta Resolução.
de junho de 2016)
adequação da conduta às exigências legais ou nor-
8-
em qualquer hipótese, de outro membro do Minis- Para Mazzilli (2021, p. 14), o valor do compromisso
98
autor da lesão2.
Importante! Importante: a expedição de recomendações
p
Tu
caso o membro do MP que determinou o arqui- revogada pela Resolução n° 164, de 2017 (art. 15).
Pa
Administrativa (Lei nº 8.429/1992, com as alterações tagem econômica direta consistente em R$ 5.000,00,
8-
a) foi praticado ato de improbidade administrativa ao cometeu ato de improbidade administrativa que:
98
ção de que a concessão do benefício administrativo a) importou enriquecimento ilícito e está sujeito, após o
py
decorreu de divergência interpretativa da lei, baseada devido processo administrativo, a sanções como, por
exemplo, perda da função pública, multa civil e sus-
p
em jurisprudência;
Tu
b) foi praticado ato de improbidade administrativa pela pensão dos direitos políticos;
b) importou enriquecimento ilícito e está sujeito, após o
o
jetivo exigido para o enquadramento de uma conduta gado da ação de improbidade em curso, e o prazo para
8-
em seus termos.
d) parcialmente procedente, a fim de anular somente o último
.
93
Ao final, Antônia concluiu, corretamente, que a referida ato administrativo praticado no PAD, qual seja, a aplicação
.0
tivo está lastreado apenas no dolo; 8. (FGV — 2022) O Ministério Público Federal ajuizou ação
c) aberta, sendo as condutas ilícitas mencionadas de
DIREITO ADMINISTRATIVO
b) está sujeito a perda da função pública, que atinge qual- narmente a indisponibilidade dos bens de todos os
demandados, solidariamente, não podendo a cons-
.0
público no momento do trânsito em julgado da sentença. trição recair sobre contas bancárias caso existam
-2
c) está sujeito a perda da função pública, que atinge qual- outros bens móveis ou imóveis capazes de garantir
quer vínculo existente entre o agente público e o poder o juízo, em montante suficiente para assegurar o res-
py
público no momento em que for prolatada a sentença. sarcimento ao Erário, sem incidir sobre os valores a
p
do cometimento da infração.
e) está sujeito à perda da função pública, que atinge ape- te da participação de cada um e dos seus benefícios
nas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o diretos, vedada qualquer solidariedade, recaindo a
agente público detinha com o poder público na época constrição preferencialmente em dinheiro ou ativos
do cometimento da infração, podendo o magistrado, financeiros, em montante suficiente para assegurar o
em caráter excepcional, estendê-la aos demais víncu- ressarcimento ao Erário, sem incidir sobre os valores a
los, consideradas as circunstâncias do caso e a gravi- serem eventualmente aplicados a título de multa civil.
dade da infração.
11. (FGV — 2022) Promotoria de Justiça de Tutela Cole-
10. (FGV — 2022) Após investigações em sede extraju- tiva com atribuição ajuizou ação civil pública por ato
dicial, o Ministério Público amealhou provas de que de improbidade administrativa imputando ao ex-Pre-
a pessoa jurídica Med Hospital Ltda., administrada feito do Município Alfa o ato ímprobo consistente em
pelo sócio majoritário Tales, teria sido selecionada em ter permitido a aquisição de veículos para a frota da
contratações emergenciais milionárias para prestar Prefeitura por preço superior ao de mercado. Termina-
serviços a uma autarquia estadual cujo presidente, da a fase de instrução processual, o réu manifestou
Jamal, seria amigo e aliado político do deputado esta- interesse em tentar a resolução do conflito de forma
142 dual Tomás, cuja campanha eleitoral teria recebido consensual com o Ministério Público.
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No caso em tela, de acordo com a Lei nº 8.429/92 – a) que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos,
Lei de Improbidade Administrativa (com as alterações equipamentos ou sistemas autorizados.
introduzidas pela Lei nº 14.230/21), a solução nego- b) submetida à restrição de acesso público em razão de
cial proposta é sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade.
c) relacionada à pessoa natural identificada ou identificá-
a) impossível, porque o ordenamento jurídico veda expres- vel durante o processamento dos dados.
samente a transação, o acordo ou a conciliação nas ações d) que tenha sido produzida, expedida, recebida ou modifica-
de improbidade, pelo princípio da indisponibilidade. da por determinado indivíduo, equipamento ou sistema.
b) impossível, porque na atual fase do processo já houve e) coletada na fonte, com o máximo de detalhamento
preclusão para tentativa de transação, acordo ou con- possível, sem modificações.
ciliação na ação de improbidade.
c) possível, mediante a celebração de termo de ajusta- 14. (FGV — 2022) Um cidadão precisa de uma determi-
mento de conduta, que deverá ser submetido à homo- nada informação de um órgão público. De acordo
logação pelo Conselho Superior do Ministério Público. com o Decreto que regulamenta a Lei nº 12.527, de
d) possível, mediante a celebração de transação penal, 18/11/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informa-
que deverá ser submetido à homologação judicial. ção, ele dispõe de dois procedimentos para garantia
e) possível, mediante a celebração de acordo de não per- do acesso à informação de que precisa, a transparên-
secução civil, que deverá ser submetido à homologa- cia ativa e a transparência passiva.
ção judicial.
São exemplos de cada uma delas, respectivamente:
12. (FGV — 2021) João foi condenado à perda da função
pública e ao ressarcimento de quinhentos mil reais ao a) cartazes na instituição; redes sociais;
erário estadual pela prática de ato doloso de improbida- b) programas de rádio; redes sociais;
de administrativa. Atualmente, o processo encontra-se c) programas de televisão; serviço de protocolo;
em fase de cumprimento de sentença e, apesar de João d) serviço de protocolo; sites na internet;
ostentar altíssimo padrão de vida e de haver indícios de e) sites na internet; serviço de informação ao cidadão .
que o devedor possui patrimônio expropriável, até agora
não houve o ressarcimento ao erário. As medidas ordi- 15. (FGV — 2022) Um órgão da administração pública
nárias de praxe para satisfação da obrigação já foram recebeu uma solicitação de acesso à informação por
tentadas, sem êxito. O Ministério Público, autor da ação, parte de uma entidade da sociedade civil. O pedido de
requereu ao Juízo a aplicação de medidas executivas informação referia-se ao detalhamento da execução
atípicas consistentes na apreensão de passaporte e na de contratos de prestação de serviços de consultoria
suspensão da CNH de João. para o órgão. O pedido especificou que a informação
deveria ser não modificada, inclusive quanto à origem,
De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal trânsito e destino.
de Justiça, em tese, a pretensão ministerial é:
Tal especificação refere-se a uma característica pre-
a) possível, eis que João foi condenado por ato de impro- vista na Lei de Acesso à Informação, que é a:
bidade administrativa na modalidade dolosa, razão pela
qual o não cumprimento voluntário da obrigação no prazo a) adequação;
81
tese concreta, com observância do contraditório subs- 16. (FGV — 2022) Pedro, cidadão com elevada consciên-
-2
sito em julgado da sentença, pois a partir dessa data habitantes, na qual insurgia-se contra a não disponi-
p
está implícito o periculum in mora consistente no risco bilização, na internet, das informações afetas aos pro-
Tu
que determinou o pagamento de quantia certa a título A ausência de disponibilização das referidas informa-
de ressarcimento ao erário, não são cabíveis quaisquer
DIREITO ADMINISTRATIVO
ções está
medidas atípicas executivas, eis que incompatíveis com
o interesse público implícito nas ações desta natureza; a) incorreta, pois a lei de regência determina expressa-
e) inviável, pois, em sede de cumprimento de sentença mente que tal seja feito.
que determinou o pagamento de quantia certa a título b) correta, já que os Municípios não são alcançados pela
de ressarcimento ao erário, não são cabíveis quais- obrigação de adotar essa medida.
quer medidas atípicas executivas, eis que não previs- c) correta, pois a necessidade de preservação do interes-
tas na Lei de Improbidade Administrativa. se público e da intimidade dos envolvidos impede que
tal seja feito.
13. (FGV — 2022) A Lei nº 12.527/2011 regulamenta o d) incorreta, mas apenas em relação às licitações e aos
direito constitucional de acesso dos cidadãos às infor- contratos administrativos afetos à prestação de servi-
mações públicas. ços públicos.
e) correta, pois as informações devem ser fornecidas
Para os efeitos desta Lei, considera-se primariedade a apenas àqueles que as requererem, não devendo ser
qualidade da informação disponibilizadas na internet. 143
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17. (FGV — 2022) A partir da edição da Lei nº 12.527/2011, c) deve o órgão ou entidade pública autorizar ou conceder
a difusão de uma cultura de maior transparência e o acesso à informação de sua competência no prazo
acesso à informação pública ganhou ênfase no âmbi- máximo de 5 (cinco) dias, sob pena de responsabilidade.
to da administração pública. Nesse cenário, além de d) não pode o órgão ou entidade oferecer meios para que o
conceder acesso à informação, também cabe aos próprio requerente possa pesquisar a informação de que
órgãos e entidades do poder público a proteção da necessitar, pois tal conduta equivale à negativa de acesso
informação em termos de autenticidade e integridade. à informação e enseja responsabilização administrativa.
e) devem os órgãos e entidades do poder público aten-
Assim, o direito de acesso à informação não é absolu- der aos pedidos de informação apresentados pessoal-
to, de forma que entre os direitos previstos na Lei de mente, sendo-lhes facultado viabilizar alternativa de
Acesso à Informação NÃO se inclui o de obter: encaminhamento de pedidos de acesso por meio de
seus sítios oficiais na internet.
a) documentos referentes a processos de prestações e
tomadas de contas relativas a exercícios anteriores; 20. (FGV — 2021) Recentemente o Brasil tem visto avan-
b) informação contida em documentos não recolhidos a ços quanto às garantias de acesso à informação
arquivos públicos; pública, decorrentes da aprovação de normativos
c) informação custodiada por entidade privada decorrente que tratam do assunto. Segundo esses normativos, o
de vínculos com entidades da administração pública; acesso à informação solicitada deve ser imediato.
d) informações referentes a projetos tecnológicos cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade; Caso não seja possível o acesso imediato, uma res-
e) orientação sobre os procedimentos para a consecu- posta deverá ser dada no prazo:
ção de acesso à informação desejada.
a) de 10 dias, sem possibilidade de prorrogação;
18. (FGV — 2021) A Lei de Acesso à Informação esta- b) de 20 dias, prorrogável por igual período;
belece que é dever dos órgãos e entidades públicas c) de 20 dias, prorrogável por mais 10 dias;
promover, independentemente de requerimentos, d) de 30 dias, prorrogável por igual período;
a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de e) necessário ao processamento da informação, desde
suas competências, de informações de interesse cole- que comunicado ao solicitante.
tivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas, sen-
do obrigatória a divulgação por meio da internet.
9 GABARITO
Nesse contexto, a citada Lei nº 12.527/2011 dispõe
que os sítios oficiais da rede mundial de computado- 1 D
res deverão, na forma de regulamento, atender, entre
outros, ao seguinte requisito: 2 E
3 E
a) atualizar, com periodicidade semanal, as informações
disponíveis para acesso, inclusive remetendo o inte- 4 B
ressado a outros sítios eletrônicos para informações
complementares; 5 C
b) disponibilizar, apenas mediante senha alfanumérica de
81
13 E
Pa
18 C
Nesse contexto, o citado diploma legal estabelece que
19 B
a) pode a identificação do requerente conter exigências
que eventualmente inviabilizem a solicitação para o 20 C
acesso a informações de interesse público.
b) são vedadas quaisquer exigências relativas aos moti-
vos determinantes da solicitação de informações de
interesse público.
144
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Importante: Direitos e garantias não podem ser
confundidos. Direitos são bens e vantagens prescritos
na norma constitucional, como, por exemplo, o direito
de ir e vir (liberdade de locomoção). Garantias são os
instrumentos através dos quais se assegura o exercí-
DIREITO cio do referido direito, tanto preventivamente, como,
por exemplo, o habeas corpus, quanto repressivamen-
CONSTITUCIONAL E te, quando, por exemplo, busca assegurar a sua repa-
ração no caso de violação.
Leve em conta os valores compreendidos em dos demais. Sendo assim, quando um deles é violado,
py
exemplo, podem-se citar o caso da exclusão de rer da violação à integridade humana, tanto física
8-
mulheres e eclesiásticos do serviço militar obriga- como psicológica. Torturar1 é causar ao indivíduo
70
tório em tempo de paz, ou os casos de existência sofrimento físico ou mental como forma de intimida-
.
93
de um pressuposto lógico e racional que justifique ção ou castigo. É, também, utilizar-se de métodos como
.0
146 1 Conceito em conformidade com o art. 2º, da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura.
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Todas as pessoas possuem direito atinentes à Art. 5º [...]
liberdade de foro íntimo, ou seja, de ter convicções VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
religiosas, filosóficas, políticas, entre outras, possuin- de assistência religiosa nas entidades civis e
do, portanto, o direito de pensar. Além disso, possuem militares de internação coletiva;
direito de expressar livremente esses pensamentos.
Assim, o direito à expressão do pensamento, que O inciso VII é decorrência do direito à liberdade de
decorre do direito à liberdade de expressão (sendo crença e culto, de modo a garantir aos internados em
este fundamento do Estado Democrático de Direito), estabelecimentos prisionais e de saúde o acesso à assis-
está disciplinado no inciso IV. tência espiritual e religiosa; contudo, lembre-se de que
O pensamento em si é absolutamente livre, por ser essa admissão não influi no fato de o Estado ser laico.
uma questão de foro íntimo. O indivíduo pode pen-
sar em que quiser, sem que o Estado possa interferir. Art. 5º [...]
No entanto, quando este pensamento é exteriorizado, VIII - ninguém será privado de direitos por moti-
passa a ser possível a tutela e proteção do Estado . vo de crença religiosa ou de convicção filosófi-
Cumpre mencionar que é da liberdade de expres- ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se
são que decorrem a proibição de censura e a vedação de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
do anonimato, por exemplo. Portanto, ao mesmo tem- a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
po que a Constituição assegura a liberdade de mani-
festação de pensamento, ela obriga que as pessoas O inciso VIII traz a chamada escusa de consciência
assumam a responsabilidade pelo que exteriorizam. ou objeção de consciência. Trata-se do direito de não
Além disso, a vedação ao anonimato é aplicada, cumprir um serviço obrigatório por razões relaciona-
também, às denúncias. Segundo o STF, é vedado o das a sua consciência ou crença, de modo a assegurar
recebimento de denúncias anônimas, contudo, isso que não ocorrerá a perda dos direitos civis ou políticos
não impede que o Estado apure de forma sumária a
em decorrência de tal recusa. Por exemplo: a pessoa
verossimilhança das alegações.
que, por questão religiosa, seja contrária ao serviço
Art. 5º [...] militar poderá alegar tal imperativo de consciência em
V - é assegurado o direito de resposta, proporcio- seu alistamento militar. No entanto, a CF, de 1988, esta-
nal ao agravo, além da indenização por dano mate- belece que, mesmo que dispensada da prática dessa ati-
rial, moral ou à imagem; vidade, ela terá que cumprir serviço alternativo.
Importante! licença:
.
93
37, do Superior Tribunal de Justiça2, esses danos entre um pensamento que se pretende expressar
-2
Art. 5º [...]
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de Art. 5º [...]
o
2 Súmula nº 37 (STJ) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 147
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fechados; honra é o atributo pessoal que compreende A inviolabilidade das comunicações pessoais
tanto a autoestima (honra subjetiva) quanto a reputa- está disciplinada no inciso XII e também decorre do
ção de que goza a pessoa no meio social (honra objeti- direito à segurança. O dispositivo considera comuni-
va); imagem é a expressão exterior da pessoa, ou seja, cações pessoais:
seus aspectos físicos (imagem-retrato), bem como a
exteriorização de sua personalidade no meio social z As correspondências: comunicações recebidas
(imagem-atributo). em casa, como, por exemplo, as cartas, as contas,
os comunicados e avisos comerciais;
Art. 5º [...] z A comunicação telegráfica: comunicados mais
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém rápidos, que podem ser enviados tanto na forma
nela podendo penetrar sem consentimento do escrita como pela internet, tais como o telegrama;
morador, salvo em caso de flagrante delito ou z A comunicação de dados: comunicação feita por
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante meio de rede de computadores, como, por exem-
o dia, por determinação judicial; plo, a compra de produtos online ou homebank;
z As comunicações telefônicas: ligações feitas e
A inviolabilidade do domicílio está prevista no recebidas por meio de telefone fixo ou móvel.
inciso XI, do art. 5º, e decorre do direito à segurança.
O dispositivo traz a regra de que a casa é inviolável Embora não conste do inciso, o sigilo foi estendi-
e o ingresso nela deve ser feito com o consentimento do aos dados telemáticos por meio da Lei nº 9.296,
do morador. Considera-se casa o lugar, não aberto ao de 1996. Assim, estão protegidas as mensagens troca-
público, em que uma pessoa vive ou trabalha. Trata- das por meio de Skype, e-mail, WhatsApp, Messenger,
-se, portanto, de um conceito amplo, o qual se refere entre outros.
ao lugar reservado à intimidade e à vida privada do É importante mencionar que as violações de cor-
indivíduo. respondência e de comunicação telegráfica são cri-
O conceito jurídico de casa está previsto nos §§ 4º e mes previstos no art. 151, do Código Penal, e na Lei nº
5º, do art. 150, do Código Penal. Vejamos: 6.538, de 1978, a qual dispõe sobre os serviços postais.
Cabe consignar, ainda, que a quebra das comuni-
Art. 150 (Código Penal) [...] cações telefônicas é admitida mediante autorização
§ 4º A expressão «casa» compreende:
judicial (“salvo no último caso”) para fins de investiga-
I - qualquer compartimento habitado;
ção criminal ou instrução processual penal. Portanto,
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde
somente para fins penais.
alguém exerce profissão ou atividade. Atenção! Como não existe direito absoluto, é pos-
§ 5º Não se compreendem na expressão «casa»: sível a quebra do sigilo das demais comunicações
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita- mediante autorização judicial.
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do
n.º II do parágrafo anterior; Art. 5º [...]
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
cio ou profissão, atendidas as qualificações profis-
O dispositivo traz três exceções à regra. A primei- sionais que a lei estabelecer;
81
grante delito ou desastre, ou seja, é possível ingressar O direito de exercício de qualquer atividade
70
no local se um crime estiver ocorrendo ou tiver aca- profissional decorre do direito à liberdade. Trata-se
.
exemplo, quando o juiz expede um mandado judicial sido aprovado em exame de revalidação no caso de
p
É importante consignar que, mesmo com autoriza- Essa é uma norma constitucional de eficácia con-
o
ção judicial, o ingresso deve ocorrer apenas durante tida, ou seja, uma norma que produz todos os efeitos.
ul
O inciso XVI traz outro desdobramento do direito � Dissolução das associações: decisão judicial
81
de-se o agrupamento organizado de pessoas de cará- � Suspensão das associações: decisão judicial.
70
rização. Para se reunir, é preciso, apenas, comunicar grupo ou não. Além disso, uma vez associado, ele será
à autoridade local, a fim de evitar, por exemplo, que, livre para decidir se permanece ou não associado. Por-
no mesmo local, dia e hora, coincidam agrupamentos tanto, compreende o direito de associar-se a outras pes-
de pessoas com posicionamentos distintos (exemplo: soas para formação de uma entidade, como também de
manifestações pró-aborto e contrária ao aborto). deixar de participar quando for de seu interesse.
tanto, o direito do dono deve ajustar-se aos interesses da pequena propriedade rural, por ser esta consi-
derada bem de família e, portanto, insuscetível de
8-
da sociedade.
70
Art. 5º [...]
disso, a CF, de 1988, estabelece que esta deverá rece-
.0
os casos previstos nesta Constituição; priedade rural, o entendimento mais amplo é de que
p
O inciso XXIV trata da hipótese mais drástica do cais, na qual a família trabalha, consistindo, pois, na
o
concessão pela norma anterior antes de ocorrer a XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
py
alteração legal. Exemplo: uma pessoa completou o organização que lhe der a lei, assegurados:
p
de modo a aumentar o tempo de contribuição, essa d) a competência para o julgamento dos crimes
Pa
pessoa não será prejudicada, pois adquiriu o direi- dolosos contra a vida;
to pela lei anterior;
Outro desdobramento do direito à segurança é a
Atenção! Direito adquirido não se confunde com garantia do julgamento pelo Tribunal do Júri em
expectativa de direito. Se a pessoa não completou crimes dolosos contra a vida, ou seja, homicídio (art.
todos os requisitos para a concessão do direito, ela 121, CP), induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
não tem direito adquirido e, sim, expectativa de direi- ou à automutilação (art. 122, CP), infanticídio (art. 123,
to. Exemplo: falta, para o indivíduo, um mês para que CP) e aborto (arts. 124 a 128, CP); contudo, salienta-se
se complete o tempo de contribuição previsto pela lei que lei ordinária poderá ampliar a competência do
para se aposentar. Antes de preencher tal requisito, Tribunal do Júri, não havendo qualquer ofensa quan-
a lei é alterada e o tempo majorado. Esta pessoa não to ao disposto na CF.
3 Em conformidade com o art. 6º, do Decreto Lei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). Veja: “A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ale, possa exer-
cer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se coi-
152 sa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso”.
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Trata-se de direito do indivíduo de ser julgado por XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
seus pares e, não, por um juízo de critério eminente- insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tor-
mente técnico. tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
Súmula Vinculante nº 45 A competência consti-
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
tucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro
por prerrogativa de função estabelecido exclusiva- O inciso XLIII estabelece os crimes em que não
mente pela Constituição Estadual. cabe fiança nem perdão, ou seja, graça, indulto e
anistia. Embora o dispositivo não mencione o indulto,
Art. 5º [...] ele também não é cabível nos crimes elencados.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi-
na, nem pena sem prévia cominação legal; Dica: Para lembrar dos crimes, memorize: T T T
H ou 3TH:
Os princípios da anterioridade e da reserva
Tortura;
da lei penal (nullum crimen, nulla poena, sine lege)
Tráfico;
encontram-se disciplinados no inciso XXXIX. Em sín-
Terrorismo;
tese, pelo princípio da reserva legal, não há crime sem Hediondos.
lei que o defina, nem pena sem cominação legal. Já
pelo princípio da anterioridade, a lei que estabelece o A graça e o indulto são modalidades de perdão
crime e a pena deve ser anterior a sua prática. concedidas pelo Presidente da República, de modo a
extinguir a punibilidade do agente. Enquanto, na gra-
Art. 5º [...] ça, o perdão é concedido de forma individual por meio
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene- de decreto e mediante provocação do interessado, no
ficiar o réu; indulto, o perdão é coletivo e concedido por decreto, o
qual não possui destinatário certo e independe de pro-
O princípio da irretroatividade da lei penal mais vocação. O indulto pode ser total ou parcial (comutação).
gravosa está disciplinado no inciso XL. Em termos de Já a anistia é o perdão concedido pelo Congresso
direito penal, a regra é a lei do tempo do crime, ou seja, Nacional, por meio de lei, aos crimes e atos adminis-
trativos. Na anistia, exclui-se o crime, rescinde-se a
será aplicada a lei do tempo da ação ou omissão. É pos-
condenação e extingue-se totalmente a punibilidade.
sível, no entanto, aplicar lei posterior caso esta seja
Cabe destacar que a anistia pode ser concedida pelas
mais benéfica ao réu. Exemplo: nova lei deixa de consi- Assembleias Legislativas, porém se restringe aos atos
derar o fato como crime ou diminui a sua pena. administrativos, como, por exemplo, às transgres-
A retroatividade da lei penal mais benéfica é abso- sões disciplinares de servidores estaduais.
luta, isto é, ela desconstituirá, inclusive, condenações É importante mencionar que esses crimes são
já transitadas em julgado. Exemplo: sujeito que cum- prescritíveis, além de ser cabível a liberdade provi-
pre pena por um crime que lei posterior deixou de sória. Ainda, a Lei nº 9.455, de 1997, trata dos crimes
considerar respectivo ato como crime (caso de abolitio de tortura; a Lei nº 11.343, de 2006, dos crimes de dro-
criminis) será colocado em liberdade. gas; a Lei nº 13.260, de 2016, do terrorismo; a Lei nº
8.072, de 1990, cuida dos crimes hediondos.
81
8-
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atenta- XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível
.
proteções. Além disso, a lei não só não poderá ser apli- da a qualquer tempo, independentemente da data em
p
dição pessoal, como sexo, cor, origem, entre outras. de Estado. Cabe lembrar que a Lei nº 12.850, de 2013,
Pa
alternativa;
70
tas: legislativa, no momento em que elabora a norma; Vale destacar que o art. 89, da Lei nº 7.210, de 1984
Pa
judicial, no momento da dosimetria da pena; executi- (Lei de Execução Penal), estabelece que a penitenciá-
va, na execução penal. ria de mulheres terá uma seção para gestantes e par-
turientes e uma creche para abrigar crianças entre 6
Art. 5º [...] (seis) meses e 7 (sete) anos.
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, Art. 5º [...]
nos termos do art. 84, XIX; LI - nenhum brasileiro será extraditado, sal-
b) de caráter perpétuo; vo o naturalizado, em caso de crime comum,
c) de trabalhos forçados; praticado antes da naturalização, ou de com-
d) de banimento; provado envolvimento em tráfico ilícito de
e) cruéis; entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
4 Art. 15 (CPM) O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado
de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das
hostilidades.
5 Art. 355 Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas forças armadas de nação em guerra contra o Brasil: Pena
154 - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo.
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A proibição de extradição de brasileiro encon- Art. 5º [...]
tra-se disciplinada no inciso LI. Extradição é uma LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi-
medida de cooperação internacional em que um Esta- nistrativo, e aos acusados em geral são assegu-
do entrega a outro Estado, a pedido deste, indivíduo rados o contraditório e ampla defesa, com os
que deva responder a processo penal ou cumprir meios e recursos a ela inerentes;
pena. De acordo com a Norma Constitucional, o Brasil
não entrega brasileiro para responder processo penal O inciso LV traz o princípio do contraditório e da
ou cumprir pena em outro país. ampla defesa. Tal princípio objetiva garantir a igual-
É possível, no entanto, a entrega de brasileiro natu- dade das partes de uma relação processual, bem como
ralizado, ou seja, que tenha adquirido a nacionalida- a segurança processual. Assim sendo, a parte contrá-
de brasileira por outro motivo que não vinculado ao ria necessita ser ouvida (audiatur et altera pars), pois
nascimento (filiação ou local do nascimento), desde não podem ser atribuídas a uma parte vantagens de
que seja por crime comum e que este tenha sido prati- que a outra não disponha.
cado antes de sua naturalização e, portanto, quando o Como consequência, as partes têm acesso a tudo
agente tinha outra nacionalidade. Também é possível a que consta dos autos, como, por exemplo, todas as
extradição de brasileiro naturalizado por comprovado provas produzidas pela outra parte, podendo mani-
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro- festar-se ou não. Além disso, a defesa pode ser exerci-
gas afins, praticado antes ou depois da naturalização. da de forma ampla, como, por exemplo, é possível ao
indivíduo optar pela autodefesa (quando permitido)
Art. 5º [...] ou pela defesa técnica. Assim, a ampla defesa garan-
LII - não será concedida extradição de estrangei- te ao agente a possibilidade de se defender sem qual-
ro por crime político ou de opinião; quer impedimento aos seus direitos constitucionais.
Ademais, destaca-se o conteúdo da Súmula Vincu-
No que se refere à extradição de estrangeiro, o lante nº 14, a qual dispõe sobre o acesso a procedi-
inciso LII veda a entrega por crime político ou de mento investigatório por defensor do investigado.
opinião. Considera-se um crime como político se ele
envolver ações ou omissões que prejudicam os inte- Súmula Vinculante nº 14 É direito do defensor,
resses do país, do governo ou do sistema político. no interesse do representado, ter acesso amplo aos
O crime político pode ser de dois tipos: próprio e elementos de prova que, já documentados em pro-
impróprio. Crime político próprio é aquele capaz de cedimento investigatório realizado por órgão com
ameaçar a ordem institucional ou o sistema vigente. competência de polícia judiciária, digam respeito
Já o crime político impróprio é aquele crime comum ao exercício do direito de defesa.
quando conexo ao crime político, de modo a ter
natureza comum, mas conotação político-ideológica, Observe que os documentos referentes às diligên-
como, por exemplo, a extorsão mediante sequestro cias em curso não são de apresentação obrigatória,
para obter fundos para determinado grupo político. tendo em vista a possibilidade de frustrá-las.
Ainda há o crime de opinião, que é aquele que se con- Imagine, por exemplo, que em determinada inves-
figura com o abuso da liberdade de expressão ou de tigação tenha sido deferida, pelo Poder Judiciário, a
pensamento, como, por exemplo, nos casos dos crimes interceptação telefônica de determinado investigado.
81
julgada por uma autoridade especialmente designada cida no inciso LVI. As provas obtidas de forma ilícita
para o caso. Deste modo, as regras de competência são absolutamente nulas, não podendo gerar qual-
o
ul
O inciso LVII traz o princípio da presunção de ino- Como regra, todo processo é público, ou seja, é
permitido o acesso aos atos. No entanto, em alguns
cência ou da presunção de culpabilidade. Assim, antes
casos, tais como ações de divórcio, guarda, entre
da condenação definitiva em um processo criminal,
outros, essa publicidade é restrita às partes e seus pro-
as pessoas ainda não são consideradas culpadas. Isso curadores, com o objetivo de resguardar a intimidade
ocorre porque quem possui o ônus de provar a culpa é dos envolvidos.
o Ministério Público, como órgão titular da ação penal Também é possível restringir a publicidade quan-
pública e da vítima, no caso de ação penal privada. Des- do o interesse da sociedade exigir, como, por exem-
te modo, não compete ao acusado provar sua inocência, plo, em determinados crimes ou atos, envolvendo
mas ao Ministério Público ou à vítima comprovar a res- crianças e adolescentes. É importante mencionar, no
ponsabilidade do réu até a última instância. entanto, que a restrição da publicidade dos atos pro-
cessuais não poderá prejudicar o interesse público à
Art. 5º [...] informação.
LVIII - o civilmente identificado não será subme-
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei; Importante!
A restrição da publicidade é popularmente
A proibição da identificação criminal da pes- conhecida como segredo de Justiça.
soa já civilmente identificada encontra-se no inciso
LVIII. Entende-se, por identificação, o processo utili-
Art. 5º [...]
zado para se estabelecer a identidade de pessoas ou
LXI - ninguém será preso senão em flagrante
coisas. Assim, se o indivíduo apresenta documento de delito ou por ordem escrita e fundamentada de
identidade civil válido e sem qualquer suspeita funda- autoridade judiciária competente, salvo nos casos
da de falsidade, ele não poderá ser identificado crimi- de transgressão militar ou crime propriamen-
nalmente, ou seja, por meio do processo datiloscópico. te militar, definidos em lei;
O objetivo do dispositivo é evitar o constrangimento
pessoal de pessoas já identificadas civilmente. Pelo inciso LXI, depreende-se que a liberdade é a
Cumpre esclarecer que a Lei nº 12.037, de 2009, regra e a prisão é a exceção. Por essa razão, o dispo-
disciplina o inciso e estabelece quais documentos ser- sitivo fixa as hipóteses em que o indivíduo será preso.
Assim, a CF, de 1988, protege os indivíduos da força do
vem para a identificação civil. Ainda, a regra da não
Estado, uma vez que veda a prisão arbitrária ou abu-
identificação criminal não é absoluta e abarca exce-
siva e estabelece que a restrição da liberdade só será
ções. No entanto, tais exceções devem estar discipli- legítima quando respeitados os parâmetros legais.
nadas em lei.6
81
Art. 5º [...]
70
ação pública, se esta não for intentada no prazo sentença penal condenatória transitada em julgado,
.0
O inciso LIX traz a possibilidade de ação penal pri- execução penal. Além disso, há a prisão processual,
py
vada subsidiária à ação penal pública. Assim, nos que tem função acautelatória e é aquela que ocorre
p
casos em que o representante do Ministério Público durante a fase de investigação, instrução e antes do
Tu
não ofereceu a denúncia, não requereu diligências ou julgamento definitivo, como a prisão em flagrante, a
o
Considerando que a liberdade é a regra e a sua res- na CF, de 1988, embora constitucional, tornou-se ilíci-
70
trição só é legítima quando efetuada nos estritos limites ta em razão das seguintes Súmulas:
.
direitos, encontra-se o de permanecer em silêncio. civil de depositário infiel, qualquer que seja a moda-
-2
gado a produzir provas contra si mesmo. Ao se calar, Súmula nº 419 (STJ) Descabe a prisão civil do depo-
p
Art. 5º [...]
ul
autoridade pública ou agente de pessoa jurídi- O MS coletivo segue as mesmas regras do individual.
98
O inciso LXIX traz outro remédio constitucional: o senador do partido). Para associação, exige-se que ela
p
mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a liber- tenha sido constituída há, pelo menos, um ano.
Tu
sendo que seu objetivo e alcance é feito por exclusão. LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
Pa
Cabe destacar que a lei que disciplina o MS é a Lei nº pre que a falta de norma regulamentadora tor-
12.016, de 2009. ne inviável o exercício dos direitos e liberdades
O MS é cabível quando houver direito líquido e constitucionais e das prerrogativas inerentes à
certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de nacionalidade, à soberania e à cidadania;
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste
modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo O inciso LXXI traz o mandado de injunção (MI),
que os documentos comprobatórios do direito devem ação constitucional para a tutela dos direitos previs-
acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes tos na CF, de 1988, inerentes à nacionalidade, à sobe-
estiverem em repartição ou em poder de autoridade rania e à cidadania, os quais não podem ser exercidos
que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen- em razão da falta de norma regulamentadora. Portan-
temente, no MS, não há fase instrutória to, são pressupostos para o MI:
O MS pode ser de duas espécies:
z Existência de um direito constitucionalmente pre-
z Mandado de segurança repressivo, cuja ordem visto com relação à nacionalidade, soberania e
de segurança objetiva cessar constrangimento ile- cidadania;
158 gal já existente; z A não autoaplicabilidade desse direito;
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z Falta de norma infraconstitucional regulamenta- pode votar. Portanto, a ação popular é cabível para os
dora que inviabilize o exercício do direito previsto maiores de 16 (dezesseis) anos se eleitores.
na CF, de 1988. Atenção! Não há necessidade de os menores de 18
(dezoito) anos serem assistidos, pois consiste em um
Cabe lembrar que a lei que disciplina o MI é a Lei direito político. Ademais, quanto aos estrangeiros, é
nº 13.300, de 2016. possível o ajuizamento da ação popular pelo portu-
A omissão normativa decorrente da não elabora- guês em situação de equiparação com brasileiro.
ção de ato legislativo ou administrativo permite ao Em regra, a ação popular é gratuita. O motivo da
indivíduo, ao Ministério Público e à Defensoria públi- gratuidade é permitir o acesso ao Poder Judiciário de
ca ingressarem com o MI. todos os cidadãos para a defesa dos atos lesivos do
Atualmente, adota-se a Teoria Concretista, ou Poder Público. No entanto, o inciso LXXIII estabelece
seja, o magistrado resolve o caso concreto (sentença uma exceção: haverá custas e sucumbência caso o autor
normativa) e não mais comunica o Poder Legislativo
ingresse com a ação com má-fé e esta seja comprovada.
para suprir a omissão.
Art. 5º [...]
LXXII - conceder-se-á habeas-data:
Importante!
a) para assegurar o conhecimento de informa- A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a
ções relativas à pessoa do impetrante, constan-
boa-fé é sempre presumida.
tes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se Art. 5º [...]
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
administrativo;
integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
ciência de recursos;
O habeas data (HD) é o remédio constitucional
para a tutela do direito de informação e de intimida-
O inciso LXXIV garante o acesso à Justiça a todas
de do indivíduo, de modo a garantir ao impetrante
as pessoas. Assim sendo, o Estado brasileiro deve-
o conhecimento de informações pessoais constantes
rá prestar a assistência jurídica de forma integral e
de banco de dados de entidades governamentais ou
gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de
abertas ao público, bem como o direito de retificação
dessas informações quando errôneas. recursos financeiros. Esse direito instrumentaliza-se
Cumpre salientar que a lei que disciplina o HD é por meio da Defensoria Pública ou por meio do convê-
a Lei nº 9.507, de 1997. Por essa lei, o HD também é nio com a Defensoria Pública/Ordem dos Advogados
cabível no que há registrado no inciso III, art. 7º. Veja: do Brasil através da nomeação de advogado dativo.
judicial ou amigável.
8-
foram negadas pela Administração Pública (entidades Estado nos casos de erro do Poder Judiciário e prisão
.0
ou particular (pessoas jurídicas de direito privado) A responsabilidade civil do Estado será estudada
-2
as informações solicitadas digam respeito ao próprio LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
indivíduo. Além disso, o HD não é instrumento jurídi- pobres, na forma da lei:
o
ul
co adequado para se ter acesso aos autos do processo a) o registro civil de nascimento;
Pa
internacionais em que a República Federativa do Art. 6º São direitos sociais a educação, a saú-
.
Art. 5º [...] art. 6º, da CF, de 1988. Trata-se dos direitos ligados à
o
sobre direitos humanos que forem aprovados, dade de oportunidades a todos através de políticas
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois públicas. O dispositivo assegura alguns dos direitos
turnos, por três quintos dos votos dos respec- denominados de segunda geração/dimensão, tais
tivos membros, serão equivalentes às emendas como o direito à educação, trazendo a ideia de que
constitucionais. a instrução é o meio adequado para que o indivíduo
O § 3º estabelece as regras para a incorporação possa exercer outros direitos, tais como a liberdade de
do tratado internacional que verse sobre direi- expressão, a liberdade de associação, os direitos polí-
tos humanos. Via de regra, o tratado internacional, ticos, entre outros.
após a sua celebração e assinatura pelo Presidente da Garante, também, o acesso dos indivíduos a um
República, passa por referendo parlamentar para sua sistema de saúde, além da assistência e proteção eco-
incorporação. Assim, o Poder Legislativo o aprova, nômica em determinados momentos, tais como incapa-
por meio de um Decreto Legislativo, e o remete ao Pre- cidade temporária ou definitiva, velhice, entre outros.
sidente da República para sua ratificação, por meio de Trata-se, pois, de um programa de proteção social para
Decreto. O Decreto do Executivo é, por sua vez, pro- amparar as pessoas em determinados eventos, assim,
mulgado e publicado em Diário Oficial da União e pas- classifica-se tal norma como de eficácia limitada, mais
160 sa a ter força de lei. especificamente de princípio programático.
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Do art. 6º é que advém a ideia de reserva do pos- Art. 7º [...]
sível, pois o Estado deve garantir os direitos em con- II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
formidade com seus recursos. Esse dispositivo traz a involuntário;
ideia de mínimo existencial, ou seja, de um padrão
mínimo de condições materiais aceitáveis para uma O inciso II trata do seguro-desemprego, que tem
vida com dignidade, consoante se depreende do pará- como finalidade assegurar assistência financeira, de
grafo único. modo temporário, ao trabalhador que foi dispensado
involuntariamente, ou seja, sem justa causa.
Art. 6º [...]
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de Art. 7º [...]
vulnerabilidade social terá direito a uma renda III - fundo de garantia do tempo de serviço;
básica familiar, garantida pelo poder público em
programa permanente de transferência de renda, O FGTS encontra-se estabelecido no inciso III.
cujas normas e requisitos de acesso serão deter- Seu objetivo é resguardar o trabalhador nos casos
minados em lei, observada a legislação fiscal e de desemprego involuntário, aposentadoria, entre
orçamentária outras situações, de modo que o trabalhador possa
sacar esses valores.
Neste sentido, o Estado deve assegurar que a quan- De acordo com a atual orientação do STF, o prazo
tidade de alimento seja suficiente para o indivíduo e prescricional para o trabalhador reclamar valores do
sua família, que ele possa se vestir, ter moradia, acesso FGTS é de cinco anos (prescrição quinquenal), tendo,
aos serviços médicos e sociais e segurança em casos de como base, o princípio da segurança jurídica (ARE nº
imprevistos, tais como desemprego, incapacidade, velhi- 709.212, STF).
ce, entre outros. Além disso, devem-se assegurar os cui-
dados e assistência devidos à maternidade e à infância. Art. 7º [...]
O referido artigo assegura, ainda, o direito ao tra- IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmen-
balho. Para tanto, o art. 7º estipula as condições neces- te unificado, capaz de atender a suas necessidades
sárias para a realização do trabalho e adota medidas vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
de proteção ao trabalhador nos seguintes termos: mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
ne, transporte e previdência social, com reajustes
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
e rurais, além de outros que visem à melhoria de sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
sua condição social
O inciso IV estabelece a existência de uma remu-
Observa-se que esse dispositivo trata tanto dos neração mínima, justa e suficiente para assegurar ao
trabalhadores urbanos como dos rurais e funda-se no trabalhador e a sua família uma vida digna. Assim, o
princípio da igualdade. Por essa razão, a CF, de 1988 salário mínimo deve ter a capacidade de atender às
veda, por exemplo, a diferenciação de salários, o exer- necessidades tanto do trabalhador como de sua famí-
cício de funções e critério de admissão que tenham lia. Cumpre mencionar que o valor deve ser fixado
como base a idade, o sexo ou o estado civil, entre em lei, ou seja, faz-se necessária a edição de lei para a
81
I - relação de emprego protegida contra despedida sentido estrito), podendo a definição de tais valores
.0
complementar, que preverá indenização compen- tema, existem quatro Súmulas Vinculantes importan-
-2
A CF, de 1988, do mesmo modo que estipula as Súmula Vinculante nº 4 Salvo nos casos previs-
Tu
condições necessárias para a realização do trabalho, tos na Constituição, o salário mínimo não pode ser
o
adota medidas de proteção ao trabalhador contra a usado como indexador de base de cálculo de vanta-
ul
despedida arbitrária ou sem justa causa, com o obje- gem de servidor público ou de empregado, nem ser
Pa
Art. 7º [...]
98
ber uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse- Lei nº 8.213, de 1991, concedido aos trabalhadores que
ul
O inciso XV garante o descanso do trabalhador. O inciso XX estabelece a criação, por meio de lei,
Trata-se do repouso semanal remunerado, também de normas de proteção do mercado de trabalho da
denominado descanso semanal remunerado (DSR), mulher. O dispositivo tem por objetivo proporcionar
que é a possibilidade de o trabalhador ausentar-se de a efetiva igualdade entre homens e mulheres. Tais
81
seu trabalho por 24 (vinte e quatro) horas, manten- regras foram introduzidas pela CLT e tratam de temas
8-
do-se a remuneração respectiva. Para o descanso e como a duração e condições de trabalho, a discrimi-
70
recomposição do empregado, a CF, de 1988 estabelece, nação, o trabalho noturno, a proteção à maternidade,
.
93
O pagamento de horas extras encontra-se previs- O aviso prévio está estabelecido no inciso XXI.
o
ul
to no inciso XVI. A CF, de 1988, além de fixar a duração Trata-se do direito que tem o trabalhador de não ser
Pa
da jornada de trabalho, com o objetivo de evitar abu- surpreendido com o seu desligamento e poder pro-
sos por parte do empregador, garante ao trabalhador gramar-se para voltar a enfrentar a concorrência do
que os serviços prestados que excedam a jornada nor- mercado de trabalho. Por esse motivo, o aviso prévio
mal de trabalho sejam considerados extraordinários é proporcional, ou seja, quanto maior o tempo de ser-
e pagos com o valor de, no mínimo, 50% a mais que o viço prestado à empresa, maior a sua permanência
valor normal. antes do desligamento. O prazo mínimo previsto na
CF, de 1988, é de 30 (trinta) dias.
Art. 7º [...] De acordo com o STF, o inciso XXI é uma norma
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, constitucional híbrida, uma vez que possui uma parte
pelo menos, um terço a mais do que o salário de eficácia plena (mínimo de 30 dias) e outra limita-
normal; da (nos termos da lei). Segundo os termos da Lei nº
12.506, de 2011, a esses 30 dias serão acrescidos três
O inciso XVII estabelece o direito às férias. Tra- dias por ano de serviço prestado na mesma empresa
ta-se do descanso anual do trabalhador, que deve ser até o total de 60 dias. Portanto, a duração máxima do
remunerado e acrescido de, pelo menos, 1/3 a mais do aviso prévio é de 90 dias (30 dias assegurados pela CF,
que o salário normal. de 1988 e outros 60 previstos na lei). 163
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Art. 7º [...] O inciso XXVI ressalta a importância das entidades sin-
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, dicais nas negociações coletivas, de modo a permitir que
por meio de normas de saúde, higiene e segurança; se incrementem as condições sociais dos trabalhadores.
De acordo com o TST, não é possível a percep- Prosseguimos com o inciso XXIX, do art. 7º, da CF:
ção cumulativa dos adicionais de insalubridade
e periculosidade. Art. 7º [...]
81
do contrato de trabalho;
.0
Art. 7º [...]
ul
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependen- trabalhador que exerceu atividade na empresa entre
Pa
tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida- os períodos de 2010 a 2020. Ele terá até 2022 (dois anos
de em creches e pré-escolas; da extinção do contrato de trabalho) para promover a
ação e poderá cobrar os créditos dos últimos 5 anos,
O inciso XXV trata da assistência em creche e pré- ou seja, se ingressou em 2020, poderá pleitear os cré-
-escola devida aos filhos e dependentes dos trabalha- ditos de 2015 em diante.
dores desde o nascimento até os 5 anos. Quanto às nomenclaturas “prescrição relativa” e
Com a Emenda Constitucional nº 53, de 2006, o pri- “prescrição total”, é importante distinguir que pres-
meiro ano do ensino fundamental passou a ser cursa- crição relativa é a interna, ou seja, aquela que ocorre
do a partir dos 6 anos de idade. É por essa razão que dentro do contrato de trabalho, tendo como prazo 5
o auxílio creche ou auxílio pré-escola é devido até os anos. Já a prescrição total é aquela que ocorre após o
5 anos (cessa ao completar 6 anos quando pode fre- fim do contrato de trabalho, ou seja, de 2 anos.
quentar a escola).
Art. 7º [...]
Art. 7º [...] XXX - proibição de diferença de salários, de
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos exercício de funções e de critério de admissão por
164 coletivos de trabalho; motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
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O inciso XXX decorre do princípio da igualdade e avulso aquele que, de forma sindicalizada ou não, presta
foi tratado anteriormente quando explanado acerca serviços tanto de natureza urbana como rural, sem pos-
do salário. suir vínculo empregatício, e a diversas empresas, com
intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou,
Art. 7º [...] quando se tratar de atividade portuária, com interme-
XXXI - proibição de qualquer discriminação no diação do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO).
tocante a salário e critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência; Art. 7º [...]
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos
Também decorrente do princípio da igualdade, trabalhadores domésticos os direitos previstos
a CF, de 1988, veda qualquer tipo de discriminação nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
do trabalhador com deficiência. A proibição de dis- XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
criminação estende-se desde a sua admissão. Assim e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
sendo, o fato de o trabalhador possuir uma limitação, observada a simplificação do cumprimento das obri-
quer física, psíquica ou intelectual, não tem o condão gações tributárias, principais e acessórias, decor-
de permitir que o empregador pague uma contrapres- rentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,
tação diversa dos demais funcionários por exemplo. os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII,
bem como a sua integração à previdência social.
Art. 7º [...]
XXXII - proibição de distinção entre trabalho Por fim, o parágrafo único trata dos direitos dos
manual, técnico e intelectual ou entre os profis- trabalhadores domésticos. Considera-se doméstico
sionais respectivos; o trabalhador que presta serviços de natureza contí-
nua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à famí-
Mais um dispositivo que decorre do princípio lia no âmbito residencial destas, como, por exemplo,
da igualdade e veda a distinção entre as atividades cozinheiro residencial, jardineiro, babá, entre outros.
desempenhadas, ou seja, a atividade manual não O dispositivo remete a determinados incisos, ressal-
poderá ser tida como mais ou menos importante que tando que parte desse direito depende de regulamen-
a intelectual por exemplo. tação legal, como no caso do FGTS.
Os direitos sindicais encontram-se disciplinados
Art. 7º [...] nos arts. 8º a 11. Vejamos cada um deles:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso
ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer Art. 8º É livre a associação profissional ou sin-
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na dical, observado o seguinte:
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; I - a lei não poderá exigir autorização do Esta-
do para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder
O inciso XXXIII estabelece os limites etários para
Público a interferência e a intervenção na organi-
o desempenho do trabalho. Aos menores de 16 anos zação sindical;
não é possível o desempenho da atividade laboral,
exceto no caso de aprendiz, que poderá desenvolver O inciso I, do art. 8º, traz o princípio da liberda-
a atividade entre 14 e 24 anos.
81
e o SENAI, para aprender uma profissão, ou seja, a associação sindical possui dupla dimensão, de modo
.0
outro lado, estagiário é o estudante que complemen- criarem entidades sindicais, como também a liberda-
-2
ta, por meio do trabalho, o ensino do curso que está de de aderirem ou não ao sindicato, assim como se
py
desenvolvendo. Estagiário não é empregado nem está desfiliarem conforme sua vontade.
submetido a limite de idade. De acordo com o STF, para que um sindicato possa
p
Tu
Além disso, o dispositivo veda o trabalho noturno, defender a categoria, não é preciso estar registrado no
perigoso ou insalubre aos maiores de 16 e menores órgão competente (Ministério do Trabalho), bastando o
o
ul
de 18 anos, por se tratarem de pessoas em formação. registro no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.
Pa
Art. 8º [...]
Importante! II - é vedada a criação de mais de uma organi-
zação sindical, em qualquer grau, representativa
Não há previsão expressa do trabalho penoso de categoria profissional ou econômica, na mesma
aos menores de 18 anos. base territorial, que será definida pelos trabalha-
dores ou empregadores interessados, não podendo
ser inferior à área de um Município;
Art. 7º [...]
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalha- O inciso II traz o princípio da unicidade sindical,
dor com vínculo empregatício permanente e o ou seja, a regra pela qual é vedada a criação de mais
trabalhador avulso de uma organização sindical na mesma base territo-
rial. Por essa razão, a CF, de 1988, definiu a base ter-
O inciso XXXIV também decorre do princípio da ritorial mínima, ou seja, o Município. No entanto, não
igualdade. Por ele, depreende-se a igualdade de direi- especificou a base máxima, de modo que pode haver
tos entre os trabalhadores com vínculo empregatício e um sindicato para a defesa da categoria no âmbito
os trabalhadores avulsos. Entende-se por trabalhador estadual ou nacional. 165
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Art. 8º [...] A estabilidade do dirigente sindical encontra-se
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte- prevista no inciso VIII. Seu objetivo é permitir que
resses coletivos ou individuais da categoria, seus dirigentes atuem sem medo de represálias, ou
inclusive em questões judiciais ou administrativas; seja, de serem desligados do emprego devido à atua-
ção. Trata-se, portanto, da regra que proíbe a dispen-
A representação e substituição do sindicato na sa do empregado sindicalizado a partir do registro da
defesa dos direitos e interesses de seus membros está candidatura a cargo de direção ou representação sin-
disciplinada no inciso III. Atente-se ao fato de o sindi- dical. No caso dos eleitos, mesmo que na condição de
cato poder atuar não somente em questões judiciais, suplentes, a estabilidade perdura até um ano após o
mas também em questões administrativas. final do mandato.
Observa-se, no entanto, que a estabilidade não é
Art. 8º [...]
absoluta, uma vez que é possível a demissão em caso
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que,
de cometimento de falta grave. Ainda, cabe destacar
em se tratando de categoria profissional, será des-
que, de acordo com a alínea “a”, do inciso II, do art.
contada em folha, para custeio do sistema con-
federativo da representação sindical respectiva,
10, do ADCT, os membros da Comissão Interna para
independentemente da contribuição prevista em lei; Prevenção de Acidentes (CIPA) eleitos pelos trabalha-
dores também possuem estabilidade; já os indicados
O inciso IV trata da contribuição confederativa pelo empregador não a possuem.
sindical. Cumpre esclarecer, no entanto, que nenhu- A estabilidade conferida pelo inciso VIII já foi obje-
ma das contribuições relativas à atividade sindical to de prova no que tange a sua destinação. Cumpre
é obrigatória, de modo a depender de autorização ressaltar que esse benefício não é destinado à pessoa
expressa e prévia do destinatário. Portanto, somente do empregado (intuitu personae), mas sim à represen-
quem é filiado ao respectivo sindicato deve pagar a tação sindical.
contribuição confederativa prevista nesse dispositivo.
Art. 8º [...]
Art. 579 (CLT) O desconto da contribuição sindical Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
está condicionado à autorização prévia e expressa cam-se à organização de sindicatos rurais e de
dos que participem de uma determinada categoria colônias de pescadores, atendidas as condições
econômica ou profissional, ou de uma profissão que a lei estabelecer.
liberal, em favor do sindicato representativo da
mesma categoria. Por fim, o parágrafo único estabelece que essas
regras também são aplicadas aos sindicatos rurais e
Súmula Vinculante nº 40 A contribuição con- de pescadores.
federativa de que trata o art. 8º, IV, da Constitui-
ção Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato Art. 9º É assegurado o direito de greve, competin-
respectivo. do aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
Continuamos com o inciso V, do art. 8º, da CF: meio dele defender.
Art. 8º [...]
O direito de greve dos trabalhadores encontra-se
81
As entidades sindicais possuem a denominada prestação estatal para que seja exercida.
função negocial. Assim, com o objetivo de assegurar
o
ul
inciso IV estabelece como obrigatória a participação § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen-
dos sindicatos nas negociações coletivas. ciais e disporá sobre o atendimento das necessida-
des inadiáveis da comunidade.
Art. 8º [...] § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e às penas da lei.
ser votado nas organizações sindicais;
No que se refere aos serviços essenciais, tais como
O inciso VII cuida do direito de votar e ser votado transporte público, serviços de fornecimento de luz,
do aposentado filiado à entidade sindical. água, entre outros, o direito de greve é assegurado, mas
sofre restrições. A lei que disciplina a greve dos traba-
Art. 8º [...] lhadores dos serviços essenciais é a Lei nº 7.783, de 1989.
VIII - é vedada a dispensa do empregado sin-
dicalizado a partir do registro da candidatura Art. 10 É assegurada a participação dos traba-
a cargo de direção ou representação sindical lhadores e empregadores nos colegiados dos
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o órgãos públicos em que seus interesses profissio-
final do mandato, salvo se cometer falta grave nais ou previdenciários sejam objeto de discussão
166 nos termos da lei. e deliberação.
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O art. 10 decorre do direito a uma gestão c) os nascidos no estrangeiro de pai brasilei-
democrática, ou seja, de participação junto aos ro ou de mãe brasileira, desde que sejam regis-
colegiados dos órgãos públicos que gerenciam os inte- trados em repartição brasileira competente
resses profissionais ou os valores aplicados nos fun- ou venham a residir na República Federativa do
dos previdenciários. Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atin-
gida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos
empregados, é assegurada a eleição de um No que se refere à nacionalidade originária, a CF,
representante destes com a finalidade exclusiva de 1988 adota, no inciso I, do art. 12, um sistema misto
de promover-lhes o entendimento direto com os de definição da nacionalidade, uma vez que os dois
empregadores. critérios estão inseridos em seu dispositivo para defi-
nir brasileiro nato.
Por fim, o art. 11 estabelece, como mecanismo de A alínea “a” adota o critério territorial ao con-
promover o entendimento e facilitar o diálogo entre siderar brasileiro o nascido em solo brasileiro, tanto
empregados e empregador em empresas maiores de pais brasileiros como estrangeiros, desde que estes
(com mais de 200 funcionários), a formação de uma não estejam a serviço de seus países.
comissão de representação. Atente-se ao fato de para que a criança não seja
Atenção! Os representantes não se confundem considerada brasileira, algum dos pais estrangeiros
com os dirigentes sindicais. deve estar a serviço de seu país de origem; ressalta-
-se este ponto pois os examinadores implementaram
Da Nacionalidade as cobranças acerca dessa temática.
Por exemplo, o casal Bob e Mary é residente da
O direito à nacionalidade é a garantia de ter um cidade de Bruxelas, na Bélgica. Bob é natural da Bél-
vínculo político-jurídico com um país, uma vez que gica, já Mary possui nacionalidade alemã. Mary, após
todas as pessoas têm direito de se vincular a um Esta- alguns anos morando na Bélgica, conquista um cargo
do soberano para que este possa assegurar a proteção público neste país. Em razão do cargo que ocupa, Mary
dos seus direitos fundamentais. foi convocada para tratar de assuntos internacionais
A ausência de vínculo enseja a condição de apátri- no Brasil, a serviço da Bélgica e, durante a sua estadia
da e impede que o indivíduo pleiteie proteção jurídica no Brasil, entrou em trabalho de parto, dando à luz a
básica por não estar vinculado a nenhum Estado. Des- Peter, fruto do seu relacionamento com Bob. No caso
te modo, ter uma nacionalidade significa ter direito à em tela, Peter terá nacionalidade brasileira nata, tendo
proteção jurídica e política por parte de um Estado. em vista que sua mãe, embora a serviço da Bélgica, não
estava à serviço do seu país de origem (Alemanha).
A nacionalidade pode ser originária ou derivada. Outro exemplo que pode ser cobrança de alguma
Vejamos: questão mais elaborada é o caso de criança nasci-
da em território nacional, sendo que um dos pais é
z Nacionalidade originária é aquela que decor- estrangeiro a serviço de seu país e o outro é brasileiro;
re do nascimento e, a depender do Estado, pode neste caso, devido ao fato de ser filho de brasileiro,
seguir o critério de vínculo biológico (jus sangui- será, a criança, considerada brasileira nata.
81
nis), ou o critério do local do nascimento (jus solis), Já a alínea “b” adota o critério sanguíneo aliado
8-
ou os dois. Nesse tipo de nacionalidade, é possível ao trabalho, ao considerar brasileiro aquele que nas-
70
brasileiro que:
70
interesse nacional;
no País, se houver reciprocidade em favor de brasi-
98
casos:
sileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
a) de reconhecimento de nacionalidade originária
py
nente no Brasil. Trata-se de benefícios decorrentes do estrangeiro, como condição para permanência em
ul
Estatuto da Igualdade no que se refere aos direitos e seu território ou para o exercício de direitos civis;
Pa
Hino
py
Selo nacional
Tu
da Súmula nº 6 do TSE:
políticos;
.0
98
deseja se eleger:
culante nº 18 do STF (de observância obrigatória):
z Presidente e Vice-Presidente da República e Sena-
Súmula vinculante 18-STF: A dissolução da socie-
dor: 35 anos;
dade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato,
z Governador e Vice-Governador dos Estados-mem- não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do arti-
bros e do Distrito Federal : 30 anos; go 14 da ConstituiçãoFederal
z Deputado Federal, Deputador Estadual ou Distri-
tal, Prefeito e Vice-Prefeito e Juiz de Paz: 21 anos; Todo inalistável é inelegível, mas nem todo inele-
z Vereador: 18 anos. gível é inalistável. Assim, quem não pode votar, como
os estrangeiros e os conscritos durante serviço mili-
A condição de nacional é um pressuposto para a de tar obrigatório, não pode ser votado, assim como os
cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de analfabetos. No entanto, isso não significa que os que
nacional acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder não podem ser votados, necessariamente, não possam
participar do processo governamental, sobretudo pelo votar. Ex.: o analfabeto é inelegível, mas não é inalistá-
voto. Assim, a nacionalidade é condição necessária, vel, logo, pode votar, embora seu voto não seja obriga-
170 mas não suficiente para o exercício da cidadania. tório, mas não pode ser votado.
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Quanto à reeleição e desincompatibilização, a III - condenação criminal transitada em julgado,
Emenda Constitucional nº 16 trouxe a possibilidade enquanto durarem seus efeitos;
de reeleição para o chefe dos Poderes Executivos fede- IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta
ral, estadual, distrital e municipal. Ao contrário do sis- ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
tema americano de reeleição, que permite apenas a V - improbidade administrativa, nos termos do art.
recondução por um período somente, no Brasil, após 37, § 4º.
o período de um mandato, o governante pode voltar a Acerca da suspensão de direitos políticos importa
se candidatar para o posto. destacar o seguinte:
Art. 14 [...] Súmula 9, do TSE: A suspensão de direitos políti-
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de cos decorrente de condenação criminal transitada
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção
houver sucedido, ou substituído no curso dos man- da pena, independendo de reabilitação ou de prova
datos poderão ser reeleitos para um único período de reparação dos danos.
subsequente.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente Ainda, acerca da suspensão de direitos políticos, o
da República, os Governadores de Estado e do Distri- Supremo Tribunal Federal manifesta:
to Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respec-
tivos mandatos até seis meses antes do pleito. A suspensão de direitos políticos prevista no art.
15, III, da Constituição Federal, aplica-se no caso
de substituição da pena privativa de liberdade pela
Por sua vez, o militar é elegível, se cumpridos
restritiva de direitos. STF. Plenário. RE 601182/MG,
alguns requisitos: Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexan-
dre de Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão
Art. 14 [...] geral) (Info 939).
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições: Por fim, concluindo o assunto de direitos políticos,
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá veja o que dispõe o art. 16 da CF:
afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agre- Art. 16 A lei que alterar o processo eleitoral entra-
gado pela autoridade superior e, se eleito, passará rá em vigor na data de sua publicação, não se apli-
automaticamente, no ato da diplomação, para a cando à eleição que ocorra até um ano da data de
inatividade. sua vigência.
Art. 37 [...]
I - os cargos, empregos e funções públicas são Tribunais de Contas; Ministros do STF, do STJ, TSE,
8-
Art. 37 [...]
98
No que se refere à forma de acesso por brasileiro III - o prazo de validade do concurso público será
-2
naturalizado, há de se esclarecer, inicialmente, que se de até dois anos, prorrogável uma vez, por
py
constam expressamente no § 3º, art. 12, da CF, de 1988. O inciso III traz o prazo de validade do concurso
Observa-se que os cargos não privativos de brasilei- público, que é de até 2 (dois) anos. Assim sendo, cabe
o
ul
ros natos podem ser preenchidos por brasileiros (natos ao edital definir qual o prazo do concurso, não poden-
Pa
ou naturalizados) de forma ampla. Vale frisar que pode do, no entanto, ser superior a 2 (dois) anos.
a lei estabelecer requisitos limitadores, tais como for- Além disso, é possível a prorrogação do prazo de
mação escolar, idade, entre outros. Em contrapartida, validade por uma única vez e por igual período, ou
para que o estrangeiro possa ter acesso a tais cargos, seja, se o prazo de validade do edital é de 1 (um) ano,
a lei deve especificar as hipóteses de admissibilidade. ele somente poderá ser prorrogado por 1 (um) ano.
Há que se fazer, aqui, duas observações quanto à Aqui, cabe uma observação importante: a prorroga-
aplicabilidade da norma. Com relação aos brasileiros, a ção só é possível ser feita enquanto não expirado o
norma constitucional é de eficácia contida, ou seja, todos prazo inicial.
os brasileiros têm acesso aos cargos, empregos e funções O candidato que for aprovado em concurso público
públicas. A norma infraconstitucional pode conter tais dentro do número de vagas previstas no edital, estando
efeitos, estabelecendo critérios diferenciados. Portanto, tal concurso dentro do prazo de validade, possui o direi-
todos os brasileiros têm acesso a todos os cargos, empre- to subjetivo de ser nomeado, assim como a prioridade
gos e funções desde que a norma não restrinja. na nomeação. Em contrapartida, o candidato aprovado
Já para os estrangeiros, a norma constitucional é de fora do número de vagas possui mera expectativa de
eficácia limitada, ou seja, para que o estrangeiro tenha direito à nomeação, devendo submeter-se ao juízo de
172 acesso, faz-se necessária norma infraconstitucional conveniência e oportunidade da Administração.
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Art. 37 [...] de 1988). A vitaliciedade é adquirida após 2 (dois)
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edi- anos de efetivo exercício no cargo e tais servido-
tal de convocação, aquele aprovado em concurso res só poderão ser demitidos por sentença judicial
público de provas ou de provas e títulos será con- transitada em julgado;
vocado com prioridade sobre novos concursa- z Cargo efetivo é aquele provido por concurso públi-
dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;
co, cujos integrantes possuem a estabilidade, ou
seja, após 3 (três) anos de efetivo exercício, só pode-
O inciso IV regula a hipótese de novo concurso rão ser demitidos por decisão judicial transitada em
para o mesmo cargo enquanto os candidatos aprova- julgado, processo administrativo disciplinar ou pro-
dos em certame anterior e com prazo de validade não cesso de avaliação periódica de desempenho;
expirado ainda não foram convocados. Assim, estabe-
z Cargo em comissão é aquele preenchido de acordo
lece a prioridade de convocação destes em face dos
com a confiança. Como regra, ele deve ser preenchi-
novos aprovados.
do preferencialmente por servidores de carreira.
Portanto, para os demais casos (pessoal de fora da
Administração), a nomeação deve ser exceção.
Importante!
Segundo entendimento do STF, para gozar da prio- Além disso, é importante frisar que a nomeação aos
ridade na nomeação, não basta ao candidato a cargos em comissão somente é possível para os cargos
de chefia, direção ou assessoramento. Portanto, para
mera aprovação, sendo necessário que ele tenha
as atribuições de execução e, não, para as atribuições
sido classificado dentro do número de vagas dis-
técnicas e operacionais. Exemplo: cabe a nomeação
ponibilizadas no concurso, ou seja, se o edital pre-
para cargo em comissão de Secretário de Transportes,
viu uma vaga e foram aprovados dois candidatos,
por demandar conhecimento específico e confiança.
somente o primeiro tem prioridade de nomeação. Já para o motorista, isso não é cabível, pois, diferente-
mente do Secretário, sua atribuição é meramente ope-
Art. 37 [...] racional e não demanda a relação de confiança.
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamen- Como regra, os cargos em comissão são de livre
te por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os nomeação e exoneração (ad nutum). A exceção a essa
cargos em comissão, a serem preenchidos por servi- regra é o que se intitula nepotismo (favorecimento
dores de carreira nos casos, condições e percentuais de parentes em detrimento de pessoas mais qualifi-
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atri- cadas). Importante salientar que essa prática também
buições de direção, chefia e assessoramento; pode ocorrer de forma cruzada. Por exemplo: quando
autoridades, a fim de omitir o nepotismo, nomeiam
O inciso V trata de duas situações distintas: a fun- para determinado cargo parentes um do outro de
ção de confiança e o cargo de confiança (em comissão). maneira recíproca.
Cargo público é a unidade estrutural e funcional em Vejamos, a seguir, o texto da Súmula Vinculante nº
que o servidor exerce suas atribuições e responsabili- 13, do STF, relativa ao tema:
dades, ou seja, é o local dentro da estrutura organiza-
cional que deve ser atribuído a um servidor. Já função Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônju-
pública é a própria atribuição e responsabilidade. ge, companheiro, ou parente, em linha reta, cola-
81
Em regra, os cargos públicos somente podem ser teral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da
8-
criados, transformados ou extintos por lei. Assim, autoridade nomeante ou de servidor da mesma pes-
70
cabe ao Poder Legislativo, com a sanção do chefe do soa jurídica, investido em cargo de direção, chefia
.
dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a do e Secretários Estaduais e Municipais;
70
matéria. Mandado de injunção deferido para deter- z Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas;
.
93
Seguimos com os incisos do art. 37, da CF, de 1988: Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda
-2
O inciso VIII estabelece a reserva de vagas para Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos
pessoas com deficiência. Trata-se de uma norma de Bombeiros Militares.
constitucional de eficácia limitada, ou seja, que depen-
de da edição de lei infraconstitucional para poder Vejamos, a seguir, o texto da Súmula nº 679, do STF:
gerar os efeitos.
Com relação à reserva, cumpre salientar que as Súmula 679 (STF) A fixação de vencimentos dos
atribuições do cargo devem ser compatíveis com a servidores públicos não pode ser objeto de conven-
deficiência. Ainda, a reserva é de até 20% (vinte por ção coletiva.
cento) das vagas oferecidas no concurso, isto é, a CF,
de 1988, fixou apenas o limite máximo (teto) do núme- No que se refere à revisão, o dispositivo trata apenas
ro a ser reservado. da revisão geral, ou seja, do reajuste anual genérico, que
O § 1º, art. 37, do Decreto nº 3.298, de 1999, esta- tem por objetivo repor as perdas inflacionárias do perío-
belece o percentual mínimo de 5% das vagas e, no do, sendo aplicável a todos os servidores. Portanto, não a
caso de o número obtido ser fracionado, o número de confunda com reajuste específico, que é aquele aplicado
vagas será elevado até o primeiro número inteiro sub- apenas a alguns cargos ou carreiras funcionais, com a
174 sequente, ou seja, arredondado para cima. finalidade de evitar a defasagem remuneratória.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 37 [...] Art. 37 [...]
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de
cargos, funções e empregos públicos da administra- quaisquer espécies remuneratórias para o efeito
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros de remuneração de pessoal do serviço público;
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores A vedação à vinculação e à equiparação de
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos remunerações encontra-se prevista no inciso XIII.
e os proventos, pensões ou outra espécie remu- Sobre isso, vejamos o texto da Súmula nº 681:
neratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer Súmula nº 681 (STF) É inconstitucional a vincula-
outra natureza, não poderão exceder o subsídio ção do reajuste de vencimentos de servidores esta-
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo duais ou municipais a índices federais de correção
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos monetária.
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Atenção! Há duas exceções à regra de não vincu-
Governador no âmbito do Poder Executivo, o
lação, quais sejam:
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
z A equiparação de vencimentos e vantagens entre os
limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési- Ministros do TCU e do STJ (§ 3º, art. 73, CF, de 1988);
mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos z A vinculação entre o subsídio dos Ministros dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito Tribunais Superiores e o subsídio mensal fixado
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem- para os Ministros do STF (inciso V, art. 93, da CF).
bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
Defensores Públicos; Art. 37 [...]
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
Com relação ao teto do funcionalismo público, a servidor público não serão computados nem
CF, de 1988, estabeleceu duas regras. A primeira é a acumulados para fins de concessão de acréscimos
do teto geral, ou seja, o limite máximo de remune- ulteriores;
ração, que é o valor dos subsídios dos Ministros do
Supremo Tribunal Federal. Já a segunda regra trata O inciso XIV trata da vedação ao efeito repicão ou
do denominado subteto, ou seja, o teto para os Esta- efeito cascata, ou seja, veda-se que a mesma vanta-
dos, Municípios e Distrito Federal. gem seja repetidamente computada para o cálculo das
Vale destacar que o dispositivo previu duas hipóte- demais vantagens. A finalidade do dispositivo é evitar
ses de subtetos: o teto único e o teto por Poder. O teto que, na base de cálculo de uma vantagem remunera-
único tem, como base, a fixação de um valor máximo tória, seja acrescida outra vantagem. Por exemplo: se
estabelecido para fins remuneratórios. Já o teto por o servidor faz jus e recebe um adicional por tempo
Poderes faz com que cada ente político adote um sub- de serviço, não é possível inseri-lo na base de cálcu-
lo para a concessão de outra gratificação, como, por
81
federais. Por fim, o Judiciário adota, como subteto, o vado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos
-2
valor de 90,25% dos subsídios do Supremo Tribunal arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Federal, ressaltando que esse subteto se aplica tão
py
somente aos seus servidores e, não, aos membros da A irredutibilidade dos subsídios e dos venci-
p
Tu
Magistratura, pois a estes é aplicado o teto do Supre- mentos dos ocupantes de cargos, funções e empregos
mo Tribunal Federal. públicos encontra-se estabelecida no inciso XV. Trata-
o
ul
privada;
.
93
dor ou ao Prefeito, por exemplo, continuar a utilizar Suspensão dos direitos políticos
8-
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
-2
de pessoal, o concurso público é indispensável. Conse- cáveis aos agentes públicos nos casos de improbidade
Pa
quentemente, se houver ingresso de pessoal sem o devi- administrativa é a Lei nº 8.429, de 1992.
do processo de seleção, haverá nulidade da nomeação,
devendo a autoridade sofrer as punições em conformi- Art. 37 [...]
dade com a norma infraconstitucional. Além disso, o § 6º As pessoas jurídicas de direito público e
prazo de validade do concurso também implica em nuli- as de direito privado prestadoras de serviços
dade da nomeação e responsabilidade do agente. públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
Art. 37 [...] assegurado o direito de regresso contra o respon-
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação sável nos casos de dolo ou culpa.
do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente: O § 6º trata da responsabilidade civil objetiva
I - as reclamações relativas à prestação dos servi- do Estado, o que significa que o Estado é responsável
ços públicos em geral, asseguradas a manutenção civilmente pelos atos praticados por seus agentes ou
de serviços de atendimento ao usuário e a avalia- pelos prestadores de serviço público de forma obje-
ção periódica, externa e interna, da qualidade dos tiva, isto é, independentemente de culpa. Trata-se da
serviços; chamada Teoria do Risco Administrativo. 177
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Portanto, o Estado é responsável quando um de seus O § 8º busca alcançar melhores resultados na
agentes, no desempenho da função, gera dano a um ter- Administração Pública por meio da criação de novos
ceiro, independentemente da comprovação de dolo instrumentos no âmbito do Direito Público, de modo
ou culpa, sendo necessário, apenas, demonstrar o nexo a conferir maior autonomia ou estabelecer parcerias
causal da atividade do agente e o dano de terceiro. com entidades privadas sem fins lucrativos. Dessas
Cumpre mencionar, por necessário, que é pos- medidas, atente-se para o contrato de gestão.
sível ao Estado ingressar com ação regressiva para Entende-se por contrato de gestão o contrato admi-
cobrar do agente o valor que pagou a esse terceiro. nistrativo firmado pelo Poder Público na condição de
No entanto, ao contrário do que ocorre com o Esta- contratante e entidade privada ou da Administração
Indireta, no qual é instrumentalizada parceria.
do, a responsabilidade do agente é subjetiva, ou seja,
para que ele seja responsabilizado civilmente, é pre-
Art. 37 [...]
ciso demonstrar que houve dolo ou culpa. Em relação § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empre-
a isso, vejamos, de forma simples o exposto no fluxo- sas públicas e às sociedades de economia mis-
grama a seguir: ta, e suas subsidiárias, que receberem recursos
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios para pagamento de despesas de pes-
Agente causa dano a soal ou de custeio em geral.
um terceiro por dolo ou
culpa As regras com relação ao teto e subteto da remu-
neração são estendidas aos empregados das empresas
públicas e sociedades de economia mista, bem como
Estado pleiteia o às suas subsidiárias. No entanto, conforme o dispos-
ressarcimento em Terceiro entra com ação to no § 9º, incidirá sobre as remunerações de direto-
decorrência do fato contra o Estado res de empresas estatais que receberem recursos dos
praticado pelo terceiro entes da federação para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral, como, por exemplo,
nos casos da EMBRAPA e da Radiobras.
O modo pelo qual a Lei Complementar nº 101, de
Estado indeniza o 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) denomina as
terceiro lesado empresas públicas e sociedades de economia mis-
ta encaixa-se como “empresa estatal dependente”,
expressão disposta no § 9º.
Entende-se por pessoa jurídica de direito privado
Art. 37 [...]
prestadora de serviços públicos as empresas públicas,
§ 10 É vedada a percepção simultânea de pro-
sociedades de economia mista e as concessionárias e ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
permissionárias, isto é, aquelas empresas seleciona- ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de car-
das por procedimento licitatório para desempenhar go, emprego ou função pública, ressalvados os
serviço público. Por exemplo: serviço de transporte cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
81
Art. 37 [...]
.
93
ções ao ocupante de cargo ou emprego da adminis- de aposentadoria com remuneração de cargo, empre-
98
tração direta e indireta que possibilite o acesso a go ou função pública, ressalvada a hipótese de cargos
-2
O § 7º pressupõe a existência de regras éticas de centado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
p
Tu
conduta das autoridades da Administração Pública, que também resguardou o direito daqueles servidores
aposentados que, até a data da promulgação da Emen-
o
flito entre o interesse privado e o dever funcional. da, retornaram à atividade antes da proibição.
Pa
Art. 37 [...]
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo to eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
o
poderá ser readaptado para exercício de cargo I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
ul
de agentes públicos. A expressão agente público é A partir do art. 39, da CF, de 1988, inicia-se o tema
.
93
utilizada como gênero, designando toda e qualquer quanto às regras aplicadas aos servidores públicos.
Vejamos o que dispõem esses artigos:
.0
ou administrativa, quer com investidura definitiva ou Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão conselho de política de admi-
py
transitória.
nistração e remuneração de pessoal, integrado por
Os agentes públicos dividem-se em quatro catego-
p
observará:
Pa
cia, regime jurídico único e planos de carreira para cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
.
93
os servidores da administração pública direta, das anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de
autarquias e das fundações públicas.
.0
A CF, de 1988, estabelece regras para a fixação dos anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
padrões de vencimento e dos demais componentes cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito
py
do sistema remuneratório, que deverá observar: a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
p
xidade dos cargos que compõem cada carreira; respectivas Constituições e Leis Orgânicas, obser-
o
demais peculiaridades dos cargos. Tais requisitos requisitos estabelecidos em lei complementar do
Pa
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefí- definidos na lei complementar de que trata o § 22.
70
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. § 22 Vedada a instituição de novos regimes pró-
.0
distrital ou municipal será contado para fins federal estabelecerá, para os que já existam, nor-
-2
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma I - requisitos para sua extinção e consequente
Tu
total dos proventos de inatividade, inclusive quando II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utili-
Pa
do requisito etário, ou seja, 60 anos para os homens e desempenho por comissão instituída para essa
.0
Vejamos o texto da Súmula nº 726, do STF: Por fim, o art. 41, da CF, de 1988, trata da estabi-
py
Importante!
Órgãos do Poder Judiciário
É possível, também, que decisão administrativa
invalide a demissão. Como previsão no art. 92 da CF, de 1988, vejamos
os órgãos que compõem o Poder Judiciário:
No caso de o cargo anteriormente ocupado pelo
STF. Supremo Tribunal Federal
servidor ter sido extinto, ele será reintegrado ao ser-
CNJ. Conselho Nacional de Justiça
viço público, porém ficará em disponibilidade remu-
STJ. Superior Tribunal de Justiça
nerada até seu adequado aproveitamento em outro
cargo. Já no caso de o cargo provido ter sido ocupado TJ. Tribunal de Justiça (Estados)
por outro servidor, o ocupante será reconduzido ao TRF. Tribunal Regional Federal (Justiça Federal)
cargo de origem, sem direito à indenização, ou apro- TST. Tribunal Superior do Trabalho
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi- TRT. Tribunal Regional do Trabalho
bilidade enquanto o servidor reintegrado voltará a TSE. Tribunal Superior Eleitoral
exercer o seu cargo. TRE. Tribunal Regional Eleitoral
STM. Superior Tribunal Militar
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO:
O poder judiciário está consagrado no texto consti-
81
JUSTIÇA ESPECIALIZADA
MILITARES
Pa
do Presidente da República, das Mesas da Câmara ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
8-
ca e do próprio Supremo Tribunal Federal; deverá demonstrar a repercussão geral das ques-
.0
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou orga- tões constitucionais discutidas no caso, nos termos
98
nismo internacional e a União, o Estado, o Dis- da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão
-2
Ainda, podem propor (fazer a proposta e não o Art. 94 Um quinto dos lugares dos Tribunais
70
julgamento) aprovação, revisão ou cancelamento dos Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e
.
93
legitimados previstos no art. 3º da lei 11.417, de 2006. do Distrito Federal e Territórios será composto de
membros, do Ministério Público, com mais de dez
.0
Art. 3º São legitimados a propor a edição, a revisão ou anos de carreira, e de advogados de notório saber
o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:
-2
V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do nal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Exe-
ul
Brasil;
Pa
ART. 105 DA CF
.
Governador de Estado e DF; Promoção dos direitos humanos, e da defesa dos direitos cole-
tivos e individuais de forma não onerosa
py
União: AGU
das, ou quando for Tribunal sujeito a sua jurisdição, Ministro
ul
cial, na forma da lei complementar mencionada no Conforme prevê a Constituição Federal em seu art.
.0
VIII - requisitar diligências investigatórias e a ins- sendo inviolável por seus atos manifestos no exercício
-2
tauração de inquérito policial, indicados os funda- da profissão. A advocacia, no âmbito privado, atende
mentos jurídicos de suas manifestações processuais; aos particulares e empresas; e a advocacia pública
py
IX - exercer outras funções que lhe forem conferi- representa e assessora os interesses do Estado.
p
sultoria jurídica de entidades públicas. jurídico e reputação ilibada, sendo nomeado pelo Pre-
ul
Pa
rança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] Assim, o Ministério Público é uma instituição:
70
de recursos;
cialidade, o Ministério Público atua de forma inin-
98
Ainda, conforme o § 1º, art. 134, da CF as defen- a aplicação das leis e visa garantir direitos funda-
sorias públicas se organizam em cargos de carreiras,
py
co de provas e títulos. Aos integrantes é assegurada a z Essencial à função jurisdicional do Estado: A fun-
garantia da inamovibilidade e proibido o exercício da
o
advocacia fora das atribuições institucionais. cipalmente (ou tipicamente) pelo Poder Judiciário,
Pa
Os integrantes da Advocacia Geral da União e ser- de “julgar”, decidir os conflitos existentes na socie-
vidores das defensorias públicas serão remunerados dade, com base na lei. Pois bem, apesar de o Minis-
na forma de subsídio. tério Público não fazer parte do Poder Judiciário,
ele atua de forma essencial nessa função jurisdicio-
Art. 135 Os servidores integrantes das carreiras nal, promovendo ações penais públicas, inquéritos
disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo civis e ações civis públicas, ações de improbidade
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º administrativa, ações de inconstitucionalidade,
[...] entre outras, para que o Poder Judiciário possa jul-
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato gar, exercendo sua função jurisdicional;
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários z Incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica,
Estaduais e Municipais serão remunerados exclu- do regime democrático e dos interesses sociais
sivamente por subsídio fixado em parcela única, e individuais indisponíveis: O Ministério Públi-
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adi- co atua na defesa da ordem jurídica, ou seja, visa
cional, abono, prêmio, verba de representação ou garantir o fiel cumprimento das leis, tanto pelo poder
outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- público, quanto pelos cidadãos, por isso é chamado
190 quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. de “Fiscal da Lei”. Ao defender também o regime
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democrático, o órgão ministerial atua no fortaleci-
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS
mento das instituições de Estado e na garantia dos
direitos dos cidadãos, preservando nossa democra-
cia. Por fim, o Ministério Público atua na defesa dos Independência
Unidade Indivisibilidade
interesses sociais (de toda a sociedade) e individuais funcional
indisponíveis, como a vida, a saúde, a educação, a
segurança, o meio ambiente e tantos outros.
§ 3º A Chefia do Ministério Público cabe ao Procu-
rador-Geral de Justiça.
Permanente
MINISTÉRIO PÚBLICO
rios. Apesar dessa divisão funcional, o princípio da XI - elaborar seus regimentos internos;
.0
to, só existe no Ministério Público; Esses dispositivos apresentam algumas das princi-
p
os membros do Ministério Público podem ser subs- De acordo com os incisos V e VI, se o Ministério
o
tituídos em um processo (de acordo com a lei), sem Público de São Paulo desejar criar ou extinguir cargos,
ul
e Promotorias de Justiça”, que são Órgãos de Adminis- Art. 43 As Procuradorias de Justiça são Órgãos
-2
tração (art. 6º), com os “Procuradores e Promotores de de Administração do Ministério Público, com car-
py
Justiça”, que são Órgãos de Execução (art. 7º). gos de Procurador de Justiça e serviços auxiliares
p
As bancas são legalistas e esses detalhes podem ser necessários ao desempenho das funções que lhe
Tu
objeto de “pegadinha” em sua prova. forem cometidas por esta lei complementar.
o
seu Suplente; responderão pelos serviços administra- Quando um processo for movimentado para que
70
tivos da Procuradoria; exercerão essa função por 01 um Procurador de Justiça possa se manifestar nele,
.
93
(um) ano, mas poderão permanecer por mais 01 (um) serão concedidos, no máximo, 30 (trinta) dias para a
.0
ano consecutivo (“uma recondução consecutiva”), se devolução. Em situações especiais, esse prazo poderá
98
§ 3º Cada Procuradoria de Justiça definirá consensual- Art. 45 Os serviços auxiliares das Procuradorias de
py
mente, conforme critérios próprios, a divisão interna Justiça destinar-se-ão a dar suporte administrativo
p
XVII, do artigo 22, desta lei complementar. instituídos e organizados por Ato do Procurador-
ul
-Geral de Justiça.
Pa
recondução consecutiva, as funções de Secretário Exe- tratar desses e outros assuntos de seu interesse.
8-
cutivo e respectivo Suplente, com incumbência de res- De acordo como § 1º, para se decidir sobre qualquer
70
ponder pelos serviços administrativos da Promotoria; questão relacionada a esses assuntos elencados acima,
.
93
motor exercendo a função de Secretário Executivo e seu Vamos dar um exemplo, para ficar mais fácil. Ima-
p
suplente, que responderão pelos serviços administrati- gine uma Promotoria de Justiça composta por 20 (vin-
Tu
permanecer por mais 01 (um) ano consecutivo. Pois bem, para que essa Promotoria possa decidir
ul
E, por fim, as Promotorias Cumulativas ou Justiça e contarão com quadro próprio de cargos de
.0
Gerais, geralmente presentes nas pequenas cidades, carreira que atendam suas peculiaridades, as neces-
98
Como se vê, são 04 (quatro) as funções de confiança que II - Corpo de Apoio Técnico.
.0
Parágrafo único. Competirá às Subprocuradorias-Ge- Público com, no mínimo, 10 (dez) anos de carreira.
rais de Justiça, quando implantadas, as atribuições
py
Vimos no § 1º, art. 9º, que a Procuradoria-Geral de profissional comprovada em assuntos relacionados
Pa
Justiça poderá se subdividir em até 04 (quatro) Subpro- com as funções a serem desempenhadas.
curadorias-Gerais de Justiça. Pois bem, essas Subprocu-
radorias assumirão, pelo menos, as atribuições de Chefia A Assessoria Técnica do Gabinete do Procurador-
de Gabinete e Diretoria-Geral. Mas o Procurador-Geral -Geral de Justiça é composta por um Corpo Técnico,
de Justiça poderá acrescentar outras, por ato próprio. formado por Procuradores ou Promotores de Justiça
(membros do Ministério Público), e por um Corpo de
Detalharemos mais agora essas funções de con- Apoio Técnico, formado pelos demais servidores.
fiança apresentadas: Os Procuradores ou Promotores de Justiça do Cor-
po Técnico deverão contar com mais de 10 (dez) anos
Art. 62 A Chefia de Gabinete compreende:
de carreira.
I - Centro de Informática;
II - Área de Serviços Estatísticos;
E os Assessores do Apoio Técnico deverão ter diplo-
III - Área de Documentação e Divulgação; ma universitário ou habilitação legal, além de experiên-
IV - Área de Apoio à Segunda Instância; cia profissional comprovada para o exercício da função.
V - Área de Expediente e Secretarias. Agora, vejamos os órgãos que compreendem a
VI - Área de Saúde. Diretoria Geral. 197
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 64 A Diretoria Geral compreende: Se o Centro de Recursos Humanos cuida das pes-
I - Corpo de Apoio Técnico; soas, o Departamento de Administração cuida do
II - Sub-Área de Apoio Técnico; patrimônio da instituição, administrando o material,
III - Sub-Área de Apoio Administrativo; as compras, gerenciando os veículos, a parte de zela-
IV - Centro de Recursos Humanos, doria, material de expediente e de consumo, etc.
V - Departamento de Administração;
VI - Departamento de Finanças e Contabilidade; Art. 70 O Centro de Finanças e Contabilidade con-
VII - Grupo de Planejamento Setorial; tará com Corpo de Apoio Técnico, com uma Área de
VIII - Comissão Processante Permanente; Pagamentos, uma Área de Orçamento e Despesas,
IX - Áreas Regionais. uma Área de Contabilidade e uma Área de Fiscali-
zação e Controle de Execução Orçamentária, com-
A Diretoria Geral é a função mais complexa da petindo-lhe, dentre outras, as atribuições de:
estrutura do Gabinete do Procurador-Geral de Justi- I - supervisionar os serviços de Contabilidade, Exe-
cução Orçamentária, Extra-Orçamentária, Inspe-
ça, compreendendo 09 (nove) órgãos com atribuições
ção e Tomada de Contas;
específicas. Veremos cada uma delas.
II - exercer o controle interno de que cuida o artigo
3º, § 3º, desta lei complementar;
Art. 65 O Corpo de Apoio Técnico da Diretoria III - fazer cumprir as normas estaduais referentes à
Geral tem a atribuição de prestar assistência técni- execução orçamentária e de encerramento do exer-
ca ao Diretor-Geral em assuntos relacionados à sua cício financeiro;
área de atuação. IV - propor normas para aprimorar a execução orça-
mentária e financeira;
O Corpo de Apoio Técnico da Diretoria Geral é o V - emitir pareceres sobre assuntos
órgão que presta assistência técnica ao Diretor-Geral, técnico-administrativos;
o qual é subdividido em duas Subáreas, como vere- VI - elaborar tabelas e quadros orçamentários,
mos nos artigos seguintes. financeiros, contábeis e estatísticos.
Art. 71 A Área de Contabilidade tem as atribuições
de executar os serviços contábeis, de acordo com os
Art. 66 A Sub-área de Apoio Técnico da Diretoria
planos de contas vigentes e opinar sobre questões
Geral tem, dentre outras, a atribuição de elaborar
de contabilidade pública.
quadros, tabelas e mapas, pesquisas, ofícios, con-
tratos, pareceres, planilhas e gráficos.
O Centro de Finanças e Contabilidade cuidará do
Art. 67 A Subárea de Apoio Administrativo tem, den-
orçamento da instituição e terá a sua disposição um
tre outras, a atribuição de receber, registrar, distri-
Corpo de Apoio Técnico nas 04 (quatro) áreas apresen-
buir e expedir processos, correspondências e papéis,
tadas a seguir:
manter arquivo de correspondência expedida e das
cópias dos documentos preparados, executar servi-
z Pagamentos;
ços de datilografia e providenciar cópias de textos.
z Orçamentos e Despesas;
z Contabilidade;
Perceba que a Subárea de Apoio Técnico possui z Fiscalização e Controle de Execução Orçamentária.
atribuições mais complexas (elaborar pareceres, con-
81
tratos, pesquisas, ofícios) do que a Subárea de Apoio Art. 72 Ao Grupo de Planejamento Setorial incum-
8-
Administrativo, que fica mais com atividades rela- be as atribuições definidas na legislação pertinente.
70
cionadas às movimentações dos processos, guarda e Art. 73 A Comissão Processante Permanente tem
.
93
com a Administração de Pessoal, planejar a execução, do Ministério Público encarregado da instrução dos
processos administrativos disciplinares e é composta
o
Pessoal, coordenar, prestar orientação técnica, con- por 5 (cinco) Procuradores de Justiça.
Pa
ta do Estado, observadas as restrições legais vigentes; pesa, bem como firmar contratos, quando for o caso;
8-
servidor a serviço dentro do País, até o limite máxi- ção de recursos orçamentários;
.
93
1. a concessão e fixar o valor da gratificação “pro labo- em geral e de fiança, quando dadas em garantia de
-2
z Determinar a instauração de processo adminis- a) lícita, mas deve cumprir prestação alternativa prevista
trativo ou sindicância, inclusive relacionado a aci- em lei, sob pena de ter os direitos políticos suspensos
81
z Aplicar pena de repreensão e suspensão, até 30 c) ilícita, pois a objeção de consciência deve estar las-
98
(trinta) dias, ou converter a suspensão em multa. treada em crença religiosa, não em convicção filosófi-
-2
Quanto à Administração Financeira e d) lícita, desde que a lei que instituiu a obrigação preveja
p
z Elaborar a proposta orçamentária da instituição; e) ilícita, pois a recusa em cumprir obrigação legal a
ul
z Autorizar despesas dentro dos limites impostos pelas devendo ser privada de sua cidadania nas acepções
dotações liberadas, firmando contratos, quando dor ativa e passiva.
o caso.
2. (FGV — 2022) Pedro possuía uma dívida e tinha receio
Quanto à Administração de Material e Patrimônio: de ser preso caso não realizasse o respectivo paga-
mento. Por essa razão, procurou um advogado e o
z Assinar editais de concorrência; decidir sobre consultou sobre a possibilidade de o seu temor se
licitações, nas modalidades e Tomada de Preços e concretizar e, consequentemente, vir a ser preso.
Convite.
O advogado respondeu corretamente que, de acordo
Quanto à Organização dos Serviços Administra- com a ordem constitucional brasileira, Pedro
tivos da Instituição:
a) não poderia ser preso por dívida, qualquer que seja a
z Aprovar e encaminhar para o Procurador-Geral de origem da obrigação jurídica.
Justiça propostas de alterações da estrutura admi- b) poderia ser preso apenas se deixasse de pagar, de modo
200 nistrativa, visando a modernização da instituição. voluntário e inescusável, dívida de obrigação alimentícia.
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c) poderia ser preso apenas se não pagasse dívida de d) é inconstitucional apenas na parte que restringe a frui-
obrigação alimentícia, de modo voluntário e inescusá- ção da licença aos servidores ocupantes de cargos de
vel, ou fosse depositário infiel. provimento efetivo;
d) poderia ser preso por dívida caso a condenação fosse e) é inconstitucional apenas na parte em que estabelece
imposta por autoridade jurisdicional e não fosse pago períodos de fruição inferiores ao da licença gestante.
o respectivo valor no prazo estipulado.
e) poderia ser preso apenas se deixasse de pagar, de 5. (FGV — 2022) Maria, servidora pública municipal ocu-
modo voluntário e inescusável, dívida tributária ou pante de cargo de provimento efetivo e com ampla
qualquer outra que tenha como credor criança, adoles- atuação nas questões afetas à sua categoria, concla-
cente ou idoso. mou os seus colegas a criar um sindicato visando à
defesa dos seus interesses.
3. (FGV — 2022) João, cientista político brasileiro, é ferre-
nho defensor da forma de governo monárquica e das À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar
ideias do Partido Político Alfa, que defende essa forma que Maria e seus colegas
de governo. Por tal razão, é infenso à organização das
estruturas estatais de poder com base em ideais repu- a) não podem criar um sindicato, pois somente os servi-
blicanos, especialmente em relação à forma de provi- dores públicos federais possuem o direito de associa-
mento dos cargos afetos à Chefia do Poder Executivo ção sindical.
nas distintas esferas de governo. Ao ser editada a Lei b) não podem criar um sindicato, pois é vedado aos ser-
federal nº XX, que impôs à generalidade dos adultos, vidores públicos a associação sindical.
excetuados aqueles que apresentassem algum óbice c) somente podem criar um sindicato a partir de autori-
de ordem física ou psíquica, a obrigação de desempe- zação do regime jurídico da categoria.
nhar determinada atividade de interesse público em d) podem criar um sindicato, pois é assegurado aos ser-
um curto período de tempo, João redigiu um alentado vidores o direito à associação sindical.
manifesto e negou-se a cumprir a obrigação legal. e) somente podem criar um sindicato a partir de autori-
zação do seu superior hierárquico.
Nessa situação, João agiu de modo
6. (FGV — 2022) John, filho de pais brasileiros, nasceu
nos Estados Unidos da América, enquanto seus pais
a) lícito, mas deve cumprir a prestação alternativa que
ali se encontravam a serviço de empresa privada que
estiver fixada em lei.
desenvolvia programas destinados à automação de
b) ilícito, pois ninguém pode deixar de cumprir obrigação
indústrias automobilísticas.
legal de caráter geral.
c) lícito, pois ninguém pode ser compelido a exercer uma
Considerando a sistemática constitucional, é correto
função pública contra a sua vontade.
afirmar que John
d) ilícito, pois apenas por motivo de crença religiosa poderia
deixar de cumprir obrigação legal de caráter geral.
a) é brasileiro nato, independentemente de qualquer ato
e) lícito, pois a todos é assegurado o direito de não cumprir
suplementar, considerando a nacionalidade brasileira
obrigação legal de caráter geral, desde que seja cumpri-
dos seus pais.
81
tatou que a licença parental básica, reconhecida aos d) tem o direito subjetivo de se naturalizar brasileiro,
servidores adotantes, era de noventa dias, período redu-
py
10 anos de idade, isso sem qualquer consideração em e) é brasileiro nato, desde que tenha sido registrado em
relação a possíveis períodos de prorrogação. No entan- repartição brasileira competente ou venha a residir no
o
ul
to, somente faziam jus a essa licença os servidores território brasileiro e opte, a qualquer tempo, por essa
Pa
d) poderia ser extraditado em razão da natureza do crime representação popular, que é um direito fundamental.
8-
vel o tratado de extradição celebrado posteriormente; 12. (FGV — 2022) Após ampla discussão, a Assembleia
.
93
e) poderia ser extraditado, como qualquer nacional, nato Legislativa do Estado Alfa reformou a Constituição
.0
ou naturalizado, em razão da natureza do crime, mas Estadual para dispor que seria observado, em todas as
98
não lhe é aplicável o tratado de extradição celebrado esferas de poder, como limite remuneratório único, o
-2
ções que se realizariam em pouco menos de um ano. Constituição da República de 1988, a reforma da
Pa
a) o princípio da igualdade, de estatura constitucional, Nesse caso, o objeto do inquérito civil será a apuração
veda o tratamento diferenciado. de possíveis danos causados a uma espécie de:
b) a ordem constitucional expressamente prevê e disci-
81
diferenciado.
-2
e) a ordem constitucional autoriza que lei complementar 18. (FGV — 2022) A Constituição da República estabelece
py
da União institua tratamento diferenciado para todos que o exercício do controle externo da atividade poli-
os entes.
p
15. (FGV — 2022) João é servidor público do Ministério a) Tribunal de Contas, a quem também cabe requisitar
o
ul
Público do Estado Beta e exerce a função de confiança diligências investigatórias e a instauração de inquérito
Pa
14 D
Ministério Público e por outros legitimados, com o
8-
70
17 B
civil e o ajuizamento de ação civil pública.
-2
18 C
py
mado de todos os atos do processo; Art. 182 Incumbe à Advocacia Pública, na forma
.0
ser seguidos, por exemplo, quando fala dos requisitos Veja que o Código dá ao juiz o poder de controlar a
py
da petição inicial (art. 319) ou da sentença (art. 489). validade do negócio jurídico processual, que declara-
rá eventuais nulidades ou abusividades, além da desi-
p
verificar se o ato deve ser anulado. gualdade caso uma das partes esteja em situação de
Por ora, deve-se salientar que, como regra, preva- manifesta vulnerabilidade.
o
ul
lece a liberdade das formas, isto é: os atos não têm O CPC, de 2015 ainda trata da calendarização pro-
Pa
forma específica, a não ser quando exigida por lei, cessual como mais uma oportunidade de as partes
segundo o art. 188 do CPC: definirem o tempo para a prática de atos processuais.
As partes podem definir data para a prática de atos
Art. 188 Os atos e os termos processuais indepen- processuais, como uma audiência, a produção de uma
dem de forma determinada, salvo quando a lei prova etc. Claramente, pode haver um ganho na efi-
expressamente a exigir, considerando-se válidos
ciência do processo, contribuindo decisivamente para
os que, realizados de outro modo, lhe preencham a
finalidade essencial. a garantia da razoável duração do processo, que é
princípio constitucional garantido no inciso LXXVIII
Caso a lei estabeleça a formalidade, o critério será do art. 5º da Constituição Federal de 1988.
o da legalidade das formas. Essa possibilidade de instituir calendário para a
Eles podem ser praticados em autos físicos ou na prática de atos processuais está definida no art. 191
forma eletrônica, como regulamentado a partir do do CPC:
art. 193 Como regra, os atos serão públicos, permitin-
do que qualquer pessoa a eles tenha acesso. Mas há Art. 191 De comum acordo, o juiz e as partes
processos que tramitam em segredo de justiça, como podem fixar calendário para a prática dos atos pro-
206 aqueles estabelecidos pelo art. 189 do CPC: cessuais, quando for o caso.
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§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os Independência da plataforma computacional:
prazos nele previstos somente serão modificados não dependência do uso de um único equipa-
em casos excepcionais, devidamente justificados. mento tecnológico;
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prá- Acessibilidade: possibilitar o acesso das infor-
tica de ato processual ou a realização de audiência mações aos demais usuários;
cujas datas tiverem sido designadas no calendário. Interoperabilidade dos sistemas, serviços, da-
dos e informações: possibilitar a comunicação
Veja que o calendário vincula as partes e o juiz, tra- adequada entre os sistemas.
tando-se de ato que produz efeitos em relação a todos
os sujeitos do processo. Art. 194 Os sistemas de automação processual
respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a
Art. 192 Em todos os atos e termos do processo é participação das partes e de seus procuradores,
obrigatório o uso da língua portuguesa. inclusive nas audiências e sessões de julgamento,
Parágrafo único. O documento redigido em lín- observadas as garantias da disponibilidade, inde-
gua estrangeira somente poderá ser juntado aos pendência da plataforma computacional, acessibi-
autos quando acompanhado de versão para a lín- lidade e interoperabilidade dos sistemas, serviços,
gua portuguesa tramitada por via diplomática ou dados e informações que o Poder Judiciário admi-
pela autoridade central, ou firmada por tradutor nistre no exercício de suas funções.
juramentado.
Ao passo que o art. 195 versa sobre os requisitos
O art. 192 determina que nos atos e termos do pro- de registro do ato processual eletrônico, devendo ser
cesso se observe a língua portuguesa ou, caso assim feito em padrão aberto e com observância dos seguin-
não seja, deverão vir acompanhados da respectiva tes requisitos:
tradução.
z Autenticidade: autenticar quem está enviando a
Da Prática Eletrônica de Atos Processuais informação para o sistema;
z Integralidade: não alteração do conteúdo lançado;
Os atos processuais podem ser praticados em z Temporalidade: é fiel ao tempo/momento do lan-
autos físicos ou eletrônicos. Autos dizem respeito à çamento;
documentação dos atos processuais, cabendo aqui z Não repúdio: vincula quem assinou o documento
diferenciar alguns termos já citados: lançado;
z Conservação: preservar a duração contínua do
z Processo: Instrumento pelo qual o Estado atua documento lançado;
para aplicar o ordenamento jurídico; z Confidencialidade: conseguir restringir o acesso a
z Procedimento: Algo mais formal, sendo visto pessoas não autorizadas.
como a sequência de atos processuais que permi-
tirão ao Estado aplicar o Direito. É a forma como o Art. 195 O registro de ato processual eletrônico
processo se exterioriza; deverá ser feito em padrões abertos, que atenderão
z Autos: Documentação dos atos processuais. Os aos requisitos de autenticidade, integridade, tempo-
81
pode ocorrer total ou parcialmente em meio digital, Mesmo sendo eletrônico, o sistema dos pro-
py
desde que haja a garantia de que sejam produzidos, cessos judiciais deve observar as hipóteses de
comunicados, armazenados e validados por meio ele-
p
prática de atos notariais e atos de registro, conforme Avançando no estudo, tem-se uma mudança feita
Pa
versa o art. 193 do CPC, de 2015. pelo Novo CPC: a atribuição da competência primária
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
por meio não eletrônico, se no local não dispuser de somente aos prazos processuais.
8-
Art. 198 As unidades do Poder Judiciário deverão Civil estabeleceu o instituto recesso forense, no perío-
.0
dos, equipamentos necessários à prática de atos ro, incluindo-se essas datas citadas como marco inicial
-2
te momento, não haverá profundidade nas diversas que pode ser gerada: pela realização do ato; pela não
8-
hipóteses legais de suspensão do processo, previsto no realização do ato no prazo; ou pela realização de for-
70
Porém, pode-se citar como exemplo, a suspensão O instituto processual da preclusão guarda dire-
.0
do processo pela morte de uma das partes, do seu ta relação com princípios norteadores do processo
98
representante ou do seu procurador, suspensão por civil, como a razoável duração do processo e a boa-fé
-2
objetiva.
convenção entre as partes, entre outras.
A preclusão pode ser temporal, lógica, consumati-
py
expediente forense antes do horário legal (em razão z Lógica: em razão de prática processual, anterior e
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
de chuva, ausência energia elétrica, algum evento na incompatível com o ato atual;
comarca, entre outros fatos geradores). z Consumativa: em razão do já exercício do direito
Nesses casos, o prazo deve ser restituído não na previsto naquele ato atual a ser praticado;
sua integralidade, mas na proporção do que faltava z Sanção: em razão da prática de ato ilícito.
para seu encerramento. É o que dispõe o caput do art.
221 do CPC, de 2015. Os parágrafos 1º e 2º do art. 223 do CPC, de 2015
tratam de hipótese já estudada, a “justa causa” para
Art. 222 Na comarca, seção ou subseção judiciária não cumprimento tempestivo do ato processual. Essa
onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorro- “justa causa” considera o evento alheio à vontade da
gar os prazos por até 2 (dois) meses. parte e que lhe impediu de praticar o ato, por si ou por
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios seu mandatário.
sem anuência das partes. Portanto, decorrido o prazo, a parte pode provar
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto que não realizou o ato por “justa causa”, o que ense-
no caput para prorrogação de prazos poderá ser jará a fixação de novo prazo para cumprimento do
excedido. encargo, se acolhida a pretensão pelo Magistrado. 209
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A contagem dos prazos deve ser orientada pelo art. Os prazos para os litisconsortes (diz litisconsórcio
224 do CPC, segundo o qual, em regra, os prazos serão quando temos a reunião de duas ou mais pessoas em
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia algum ou ambos os polos da demanda) que tiverem
do vencimento. O §3º do mencionado dispositivo esta- diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
belece que a contagem do prazo terá início no primei- distintos, serão contados em dobro para todas as suas
ro dia útil que seguir ao da publicação. Vejamos: manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, inde-
pendentemente de requerimento. Porém, essa regra
Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos
não se aplica se o processo for eletrônico, uma vez
serão contados excluindo o dia do começo e incluin-
do o dia do vencimento. que ambos conseguem acessar o processo de forma
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo simultânea.
serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se
coincidirem com dia em que o expediente forense for Art. 229 Os litisconsortes que tiverem diferentes
encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou procuradores, de escritórios de advocacia distin-
houver indisponibilidade da comunicação eletrônica. tos, terão prazos contados em dobro para todas as
§ 2º Considera-se como data de publicação o pri- suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da independentemente de requerimento.
informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, haven-
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro
do apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por ape-
dia útil que seguir ao da publicação.
nas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos proces-
A parte poderá ainda renunciar ao prazo estabe-
sos em autos eletrônicos.
lecido em seu favor, desde que faça de forma expres-
sa. Por exemplo, manifestar nos autos do processo
renunciando o prazo recursal. O início do prazo será contado a partir da citação,
Neste sentido, veja o que dispõe o art. 125 do CPC: da intimação, ou ainda, da notificação.
Art. 225 A parte poderá renunciar ao prazo esta- Art. 230 O prazo para a parte, o procurador, a
belecido exclusivamente em seu favor, desde que o Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Minis-
faça de maneira expressa. tério Público será contado da citação, da intimação
ou da notificação.
Os prazos podem ser classificados da seguinte
forma: A contagem do prazo respeita o art. 231 do CPC,
que assim estabelece:
z Peremptórios: São imperativos e não admitem
prorrogação. Exemplos: contestar, recorrer; Art. 231 Salvo disposição em sentido diverso, con-
z Dilatórios: Admitem prorrogação; sidera-se dia do começo do prazo:
z Próprios: Das partes, sujeitos à preclusão; I - a data de juntada aos autos do aviso de recebi-
z Impróprios: Do juiz e seus auxiliares. mento, quando a citação ou a intimação for pelo
correio;
Nessa última hipótese, veja-se o disposto no art. II - a data de juntada aos autos do mandado cum-
226 do CPC: prido, quando a citação ou a intimação for por ofi-
81
cial de justiça;
Art. 226 O juiz proferirá:
8-
tempo, os prazos a que está submetido. V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação
py
Assim, vejamos:
ul
Art. 228 Incumbirá ao serventuário remeter os da carta aos autos de origem devidamente cumpri-
autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e executar da, quando a citação ou a intimação se realizar em
os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, con- cumprimento de carta;
tado da data em que: VII - a data de publicação, quando a intimação se
I - houver concluído o ato processual anterior, se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;
lhe foi imposto pela lei; VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por
II - tiver ciência da ordem, quando determinada meio da retirada dos autos, em carga, do cartório
pelo juiz. ou da secretaria.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará § 1º Quando houver mais de um réu, o dia do come-
o dia e a hora em que teve ciência da ordem referida ço do prazo para contestar corresponderá à última
no inciso II. das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada
de petições ou de manifestações em geral ocorrerá
de forma automática, independentemente de ato de A forma de computar o prazo está estabelecida
serventuário da justiça. no art. 224 do CPC, dispondo que, em regra, os prazos
serão contados excluindo o dia do começo e incluindo
Vamos conhecer um pouco acerca dos prazos apli- o dia do vencimento, não se iniciando ou encerrando
210 cáveis às partes, mais precisamente aos advogados. em dia não útil.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 224 Salvo disposição em contrário, os prazos § 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instau-
serão contados excluindo o dia do começo e incluin- ração de processo administrativo, na forma da lei.
do o dia do vencimento. § 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo Defensoria Pública poderá representar ao juiz con-
serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, tra o serventuário que injustificadamente exceder
se coincidirem com dia em que o expediente forense os prazos previstos em lei.
for encerrado antes ou iniciado depois da hora nor-
mal ou houver indisponibilidade da comunicação O art. 233 do CPC, de 2015 atribui a incumbência
eletrônica.
originária de verificar os prazos ao Juiz (caput do
§ 2º Considera-se como data de publicação o pri-
art. 233), o que revela ser um dos seus deveres como
meiro dia útil seguinte ao da disponibilização da
informação no Diário da Justiça eletrônico. Magistrado, na forma do art. 139, II do CPC, de 2015 e
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro na Lei Orgânica da Magistratura Nacional, em seu art.
dia útil que seguir ao da publicação. 35, II da Lei Complementar 35, de 1979. No entanto,
essa atribuição também pode ser exercida pelas par-
Suponha o seguinte exemplo: o dia do começo do tes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Públi-
prazo, contemplando alguma das hipóteses do art. 231, ca (§ 2º do art. 233).
como a juntada do mandado, se deu em 08/03/2021. Em caso de constatação de falta do servidor, o Juiz
Considerando um prazo de 15 dias, o termo inicial do determinará a instauração de processo administrati-
prazo se dará no próximo dia útil seguinte, 09/03/2021, vo, em face do servidor responsável, conforme precei-
e seu termo final, em 29/03/2021. tua o § 1º do art. 233 do CPC, de 2015.
A título de exemplificação, pode-se destacar alguns
◄ FEVEREIRO MARÇO ABRIL ► prazos do escrivão ou do chefe da serventia: 1 dia para
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
remeter o processo à conclusão e 05 dias, como regra
geral, para executar atos processuais (art. 228 do CPC,
1 2 3 4 5 6
de 2015); 10 dias para responder ao juízo requerente
7 8 9 10 11 12 13 as cartas de ordem, precatória e rogatória (art. 268 do
14 15 16 17 18 19 20 CPC, de 2015); no Tribunal, 05 dias para certificar o
trânsito em julgado e baixar os autos ao juízo de ori-
21 22 23 24 25 26 27 gem (art. 1.006 do CPC, de 2015).
28 29 30 31
Avançando no estudo, tem-se a literalidade do
caput do art. 234 do CPC, de 2015 que revela adver-
tência a todos aqueles que possuem capacidade pos-
Art. 232 Nos atos de comunicação por carta pre- tulatória, ou seja, advogados públicos ou privados,
catória, rogatória ou de ordem, a realização da
defensor público e o membro do Ministério Público,
citação ou da intimação será imediatamente infor-
que, possuem direto à vista pessoal (ou carga) dos
mada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao
juiz deprecante. autos do processo.
Devem devolver o processo no prazo do ato a ser
Trata o art. 232 do CPC, de 2015 de ato de coope- praticado. Portanto, pensem em concessão de prazo
de 5 (cinco) dias, para que a parte autora se manifeste
81
Estadual, por exemplo) cooperam entre si, através de processo, até a data final do prazo processual (aquele
.0
atos de comunicação, como carta precatória ou carta de 5 dias), independente se a retirada do processo do
98
de ordem, no âmbito da cooperação jurídica nacional. cartório se deu com cinco, quatro, três, dois dias antes
-2
Os seguintes artigos tratam da verificação dos defensor público e o membro do Ministério Públi-
o
excessos de prazos e das suas penalidades, dos ser- co devem restituir os autos no prazo do ato a ser
ul
cumprimento de normas fundamentais do processo Ocorrida a infração de não devolução, pode qual-
civil, como a garantia da razoável duração do proces- quer interessado (Juiz, servidores, a parte adversa,
so (art. 4º do CPC, de 2015) e a observância do modelo terceiros interessados) exigir a restituição dos autos
de processo civil cooperativo (art. 6º do CPC, de 2015). do processo - §1º do art. 234 do CPC, de 2015. Após, o
O art. 6º do CPC, de 2015 versa claramente que Juiz determinará a intimação do infrator para resti-
“todos os sujeitos do processo devem cooperar entre tuir os autos em até 3 (três) dias, sob pena de perder o
si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de direito de vista fora do cartório e incorrer em multa.
mérito justa e efetiva”. Portanto, não somente advo-
gados, defensores públicos e membros do Ministério Art. 234 [...]
Público, devem cumprir seus respectivos prazos, mas § 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos
o Juiz e os auxiliares da justiça também. do advogado que exceder prazo legal.
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos
Art. 233 Incumbe ao juiz verificar se o serventuário no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista
excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabeleci- fora de cartório e incorrerá em multa correspon-
dos em lei. dente à metade do salário-mínimo. 211
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Dica Nesses casos, se o magistrado ultrapassar esses
prazos, não haverá a incidência da preclusão (já
Se o advogado que, devidamente intimado, não explicada acima), pois trata-se de prazos de natureza
devolver o processo no prazo de 3 (três) dias, imprópria. Porém, poderá sofrer as consequências do
não perderá o direito de vista do processo, mas art. 235 do CPC, de 2015, abaixo analisado.
sim o direito de vista fora do cartório, ou seja, A representação prevista no citado artigo se dará
o direito de fazer carga dos autos do processo. na pessoa do corregedor do respectivo tribunal ou ao
Caso contrário, haveria clara e manifesta viola- Conselho Nacional de Justiça. No procedimento, deve-
ção ao exercício do contraditório, da ampla defe- -se garantir contraditório prévio ao Magistrado e se
sa e do devido processo legal. não for o caso de arquivamento liminar, garantia do
contraditório pleno por 15 (quinze) dias - §1º do art.
Art. 234 [...] 235 do CPC, de 2015.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à Processualmente, caso ultrapassado a possibilida-
seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para de de arquivamento liminar, cabe ao corregedor do
procedimento disciplinar e imposição de multa. respectivo tribunal ou o relator no Conselho Nacional
§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério de Justiça determinar a intimação do representado,
Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia por meio eletrônico, para que, em 10 (dez) dias, prati-
Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao que o ato - § 2º do art. 235 do CPC, de 2015.
agente público responsável pelo ato. Se mantida a inércia do representado, os autos
§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao serão remetidos ao substituto legal do juiz ou do rela-
órgão competente responsável pela instauração tor, de acordo com as normas internas do respectivo
de procedimento disciplinar contra o membro que tribunal e, no prazo de 10 (dez) dias, praticará o ato - §
atuou no feito.
3º do art. 235 do CPC, de 2015.
Especificamente no caso dos advogados privados, Art. 235 [...]
também será possível a aplicação de pena de suspen- § 1º Distribuída a representação ao órgão compe-
são do exercício da advocacia, a ser aplicada pela OAB, tente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso
na forma do art. 34, XII e art. 37, ambos dos Estatuto de arquivamento liminar, será instaurado proce-
da Advocacia e da OAB (Lei 8.906, de 1994). dimento para apuração da responsabilidade, com
A não devolução do processo no tempo devido intimação do representado por meio eletrônico
implica intempestividade da petição? para, querendo, apresentar justificativa no prazo
Não! A entrega/devolução dos autos do processo, de 15 (quinze) dias.
após o prazo previsto no caput do art. 234 do CPC, de § 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabí-
2015, não implica em intempestividade do ato proces- veis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a apre-
sual que deveria ter sido praticado, pois as sanções sentação ou não da justificativa de que trata o § 1º,
aqui previstas possuem caráter personalíssimo e, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator
portanto, não podem exceder a pessoa do infrator, ou no Conselho Nacional de Justiça determinará a inti-
seja, gerar prejuízo à parte ou ao Estado – Precedentes mação do representado por meio eletrônico para
que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
do STJ.
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao
Exemplo hipotético: Prazo fatal para protocolar
81
mento interno.
HORA DE PRATICAR!
Tu
o
possibilita que qualquer parte, Ministério Público ou 1. (FGV — 2022) Caio, 58 anos, auxiliar de serviços gerais,
Pa
Defensoria Pública possa representar Juiz ou Relator que aufere renda mensal de um salário mínimo, procu-
que, injustificadamente, exceder os prazos previstos rou a Defensoria Pública para ajuizar ação em face do
em lei (art. 226 do CPC, de 2015, por exemplo) ou os Banco Conta Fácil, que concedeu empréstimos frau-
prazos previstos em regulamento ou regimento inter- dulentos em seu nome, sem o seu conhecimento. Foi
no do respectivo tribunal. ajuizada ação de obrigação de fazer, para compelir o
banco réu a se abster de promover as cobranças dos
empréstimos fraudulentos em face de Caio, bem como
Importante! ao pagamento de indenização por danos morais, além
da concessão do benefício da justiça gratuita. Distribuí-
No caso do Magistrado, há prazos que devem da a ação, foi imediatamente concedida a gratuidade
ser observados na sua atuação, conforme esta- de justiça em favor do autor. Posteriormente, foi profe-
belecido pelo art. 226 do CPC, de 2015, como por rida sentença julgando procedentes os pedidos formu-
exemplo: despachos no prazo de 5 (cinco) dias; lados por Caio. Na fase de cumprimento de sentença,
decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) sobrevém a notícia da morte de Caio, vítima de infarto
dias; sentenças no prazo de 30 (trinta) dias. fulminante. De acordo com a certidão de óbito, Caio era
212 solteiro, não tinha bens e deixou um único filho, João.
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Assim que João tomou conhecimento da existência sucumbência integral da pessoa cujos interesses
dessa ação judicial, decidiu ingressar no feito. foram defendidos pela curadoria especial.
Diante dessa situação, é correto afirmar que: 4. (FGV — 2021) Arlindo recebe salário elevado, mas
está superendividado. Pela Defensoria Pública, intenta
a) o benefício da gratuidade de justiça deferido em favor ação buscando a revisão de parte dos seus débitos,
de Caio se estende a João, uma vez que a hipossufi- requerendo gratuidade de justiça.
ciência de eventual sucessor é presumida;
b) João terá direito à gratuidade de justiça desde que a Nessa demanda:
requeira expressamente e o pedido seja deferido, à luz
das provas produzidas pelo requerente; a) à vista do salário de Arlindo e do perfil das suas des-
c) João gozará do direito à gratuidade de justiça, des- pesas, o juízo poderá indeferir de plano a gratuidade
de que opte por continuar sendo representado pela requerida, ou concedê-la apenas parcialmente, caben-
Defensoria Pública; do agravo de instrumento em ambos os casos;
d) João deverá oferecer caução idônea para pleitear o
b) caso a gratuidade seja concedida e Arlindo não obte-
direito à gratuidade de justiça.
nha a procedência do seu pleito revisional, a sentença
não poderá condená-lo ao pagamento de despesas
2. (FGV — 2022) A. aforou ação cominatória contra B.
processuais e honorários da parte contrária;
para que o réu seja obrigado a construir um muro de
c) caso haja indeferimento liminar da gratuidade, caberá
arrimo na divisa dos imóveis deles. Há risco iminente
agravo de instrumento, ficando Arlindo dispensado do
de desabamento do barranco lá existente e provocado
por desaterro irregular promovido pela parte passiva. recolhimento de custas pelo menos até decisão, sobre
Requereu e obteve tutela provisória de urgência diante a questão, do relator do recurso;
de perícia feita pela Defesa Civil que comprova o men- d) ainda que tenha obtido a gratuidade, Arlindo poderá
cionado risco e o aterro irregular. Citado para a ação e eventualmente ser condenado a pagar multa à parte con-
intimado quanto à tutela provisória de urgência, o réu trária por litigância de má-fé, mas a obrigação ficará sob
propalou, na região, que não estava obrigado a cum- condição suspensiva de exigibilidade por cinco anos;
prir a ordem judicial porque o juiz não tinha conheci- e) caso haja indeferimento liminar da gratuidade, o agra-
mento técnico para determinar a realização da obra. vo de instrumento a ser interposto visará à concessão
da gratuidade e, subsidiariamente, ao reconhecimento
A conduta do réu de que a Defensoria pode seguir na defesa de Arlindo,
mesmo que sem gratuidade.
a) deve ser rejeitada.
b) revela resistência civil justificada. 5. (FGV — 2019) O Novo Código de Processo Civil de
c) constitui violação de dever processual. 2015 estabelece que a pessoa natural ou jurídica, bra-
d) não constitui violação de dever processual. sileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os
3. (FGV — 2021) Em pleito indenizatório, Joana, bem-sucedida honorários advocatícios tem direito à gratuidade da
empresária, foi citada com hora certa, tendo sido nomeada, justiça, na forma da lei.
81
contestação por negação geral. A sentença deu procedên- Nesse contexto, de acordo com o citado diploma legal:
70
Quanto ao capítulo dos honorários, é correto afirmar despesas com a realização de exame de código gené-
98
a) devem ser fixados honorários para a Defensoria Públi- que requerer a gratuidade de justiça, não cabendo a
ca em decorrência da atuação da curadoria especial, a
p
serem adiantados pelo autor da demanda, seguindo- deduzida por pessoa natural;
se o regime dos honorários do perito;
o
a) sucessor processual;
70
veracidade;
c) a decisão que o indeferir é irrecorrível, podendo ense- b) substituto processual;
.
93
que ao beneficiário caiba adiantar no curso do feito. 11. (FGV — 2020) A serventia da 1ª Vara Criminal da
Comarca Alfa entrou em contato telefônico com a
p
Tu
8. (FGV — 2022) Percebendo o juiz de uma vara cível, ao secretaria da Promotoria de Justiça com atribuição
para atuar junto ao referido juízo. Na ocasião, infor-
o
ação de reparação de dano moral, que o autor é um mou que, conforme determinação do juiz de direito, o
Pa
menor com 12 anos de idade, devidamente represen- promotor de justiça estava intimado para apresentar
tado por seu genitor, agirá corretamente se: alegações finais no Processo XX, cujos autos estavam
à sua disposição em cartório. A intimação assim reali-
a) prolatar sentença terminativa desde logo, por impossi- zada mostra-se:
bilidade jurídica do pedido;
b) intimar o Ministério Público para, no prazo de trinta a) incorreta, pois a intimação deveria ter sido pessoal e
dias, intervir como fiscal da ordem jurídica; com entrega dos autos;
c) intimar o autor para corrigir a polaridade ativa, uma b) correta, desde que fosse assegurado o acesso amplo
vez que o menor não pode ser autor da ação; e irrestrito aos autos em cartório;
d) intimar o autor para incluir também a genitora como c) correta, pois compete ao juiz de direito definir a forma
sua representante processual; de intimação dos sujeitos da relação processual;
e) prolatar sentença definitiva desde logo, pelo princípio d) incorreta, pois a intimação telefônica deveria ter sido
da celeridade processual. realizada diretamente ao promotor de justiça;
e) incorreta, pois um servidor do Ministério Público deve-
9. (FGV — 2022) Em meio ao transcurso de determi- ria ter comparecido à serventia para ser intimado e
214 nada ação coletiva visando à reparação de danos retirar os autos.
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12. (FGV — 2021) Sobre a prerrogativa do prazo em dobro 16. (FGV — 2022) Marcos ajuíza ação de indenização em
deferida aos(às) Defensores(as) Públicos(as), é corre- face de renomada clínica, especializada em realizar
to afirmar que: técnicas de reprodução assistida, em virtude de ter des-
coberto que seu filho, atualmente com quatro anos de
a) a prerrogativa não se estende nem a advogados dati- idade, não possui o mesmo material genético que o seu,
vos nem a escritórios de prática jurídica das faculda- ao contrário do que foi acordado quando da realização
des de Direito; da referida técnica. Diante do ocorrido, solicita perante o
b) não deve ser contado em dobro o prazo de dez dias refe- juízo competente a decretação de segredo de justiça.
rente à intimação tácita dos atos processuais eletrônicos;
c) não devem ser contados em dobro os prazos relativos Nesse caso, assinale a afirmativa correta.
à oposição de embargos à execução e à impetração
de mandado de segurança; a) Subsiste razão ao pleito de Marcos, considerando que
d) não devem ser contados em dobro os prazos quando é direito da parte interessada requerer segredo de jus-
a Defensoria Pública, em atribuição atípica, estiver tiça, independente de motivação, devendo o mesmo
atuando na defesa de pessoas economicamente ricas; ser decretado sempre que a controvérsia não envolver
e) dado o fortalecimento constitucional da Defensoria, interesse público e social.
não deve mais ser aplicada, no tocante ao prazo em b) Não haveria fundamentação ao pleito de Marcos, ten-
dobro, a tese da inconstitucionalidade progressiva. do em vista o melhor interesse da criança em conhe-
cer suas origens genéticas.
13. (FGV — 2022) No que se refere à atuação da Defenso- c) Subsiste razão ao pleito de Marcos, tendo em vista as
ria Pública no processo civil, é correto afirmar que: hipóteses de decretação de segredo de justiça conti-
das no art. 189 do Código de Processo Civil.
a) dispõe do prazo em quádruplo para ofertar contesta- d) Não haveria fundamentação ao pleito de Marcos, con-
ção e interpor recursos; siderando a relevância e notoriedade da divulgação do
b) a sua intimação dos atos do processo se efetiva por caso, afeto ao interesse público e social.
meio da publicação destes no órgão oficial; e) Não haveria fundamentação ao pleito de Marcos, con-
c) tem a atribuição para atuar como curador especial do réu siderando os pressupostos gerais contidos no Código
citado por hora certa, caso lhe seja decretada a revelia; de Processo Civil, cuja eventual decretação de segre-
d) patrocina a causa daqueles que litiguem sob o pálio do de justiça precede de solicitação anterior ao ajuiza-
da gratuidade de justiça, aos quais é vedado contratar mento da demanda, nos termos do art. 189 do referido
advogados particulares;
diploma.
e) não pode pedir a intimação pessoal de seu patrocina-
do, ainda que o ato processual dependa de providên-
17. (FGV — 2021) O Código de Processo Civil dispõe sobre
cia ou informe deste.
os atos processuais e sua publicidade.
14. (FGV — 2019) No âmbito do processo civil, a Defenso-
Sobre a publicidade e o segredo de justiça, assinale a
ria Pública:
afirmativa correta.
a) dispõe do prazo em quádruplo para contestar, em dobro
a) Tramitam em segredo de justiça os processos em que
81
zar a ação cautelar que lhe seja preparatória; centes, mas não aos sobre casamento e união estável.
.0
d) não pode requerer a intimação pessoal da parte patro- c) Tramitam em segredo de justiça os processos em que
98
cinada, ainda que o ato processual pendente dependa constem dados protegidos pelo direito constitucional
-2
Defensor Público poderá ser civil e regressivamente atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
e) O terceiro, com ou sem interesse jurídico, pode reque-
o
responsabilizado.
ul
15. (FGV — 2019) Determinado Defensor Público foi infor- como de inventário e de partilha resultantes de divór-
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
a) em dobro para se manifestar, que começa a fluir com a) todas as decisões interlocutórias são impugnáveis por
a intimação pessoal; meio de agravo de instrumento;
b) em quádruplo para se manifestar, que começa a fluir b) sentença é o ato por meio do qual se põe fim ao procedi-
com a intimação pessoal; mento comum, desde que resolvido o mérito do feito;
c) idêntico ao de qualquer parte, que começa a fluir com c) os acórdãos não precisam ser assinados pelos magistra-
a sua intimação pessoal; dos, por se proferirem na própria sessão de julgamento;
d) em dobro para se manifestar, que começa a fluir com d) atos meramente ordinatórios, como a vista ao órgão
a publicação da intimação no diário oficial; da Defensoria Pública, independem de despacho;
e) em quádruplo para se manifestar, que começa a fluir e) decisão interlocutória não é apta a versar sobre o
com a publicação da intimação no diário oficial. mérito do processo. 215
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19. (FGV — 2019) Tendo percebido que um dos litiscon-
16 C
sortes ativos era parte ilegítima, o juiz reconheceu ser
ele carecedor do direito de ação, tendo determinado o 17 D
prosseguimento do feito em relação às demais partes.
18 D
A natureza desse pronunciamento judicial é de: 19 B
a) sentença; 20 D
b) decisão interlocutória;
c) despacho;
d) decisão monocrática;
e) ato meramente ordinatório. ANOTAÇÕES
20. (FGV — 2019) Em ação popular proposta pelo Minis-
tério Público, foi estabelecido calendário processual
entre o juiz e as partes. No decorrer da ação, o car-
tório deixou de intimar pessoalmente o representan-
te do Ministério Público para cumprir um dos prazos
processuais estabelecidos no calendário, tendo sido
certificada a ausência de sua manifestação. Diante
disso, o representante do Ministério Público requereu
genericamente a devolução do prazo.
9 GABARITO
.70
93
1 B
.0
98
2 C
-2
3 E
p py
4 C
Tu
5 A
o
ul
Pa
6 D
7 E
8 B
9 A
10 B
11 A
12 B
13 C
14 B
15 A
216
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Potenciação e Radiciação com Expoentes Reais
dos números reais podemos envolver todos os outros Como consequências das noções de potências de
números dentro das operações matemáticas, sejam elas a
expoentes naturais e expoentes negativos: 0 é um
de adição, subtração, multiplicação ou divisão. a
símbolo sem significado para a < 0 , assim como a
O símbolo desse conjunto é a letra R e podemos
para a < 0 , uma vez que números irracionais não
representar por meio de diagramas a relação entre os
conjuntos naturais, inteiros, racionais e reais. Veja podem ser classificados como par ou ímpar.
Baseados nos conceitos e definições anteriores,
podemos agora listar as propriedades das operações
envolvendo potências e raízes de números naturais.
Essas afirmações são válidas para quaisquer números
Q a ∧(e),b ∈ R, p ∧ q ∈ R e n ∧ m ∈ N:
p· q p+q
z a a = a
Z N 23 · 22=(2 · 2 · 2) · (2 · 2) = 2 · 2 · 2 · 2 · 2 = 25
p
a p –q
q = a
z a
3
2
R 2 =2 · 2 = 2
3 –2 3+(–2)
= 21
2
z (a·b)p=ap·bp
bal
p p
70
a
z = p
z Adição de números reais: segue a mesma lógica da b b
.
93
adição comum.
b3l
3
3 3 3 = 3 3 3 = 3 3 27
.0
= · · · · · 3 =
2 2 2 2 2 2
98
2 2 8
Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4
z (ap)q=ap·q
-2
z
n n n
z Divisão de números reais: aplicamos o mesmo pro- a·b = a· b
cedimento da divisão comum.
1 1 1
6 = 2·3 = (2·3) 2 = 2 2 ·3 2 = 2· 3
Ex.: 5,7 ÷ 1,3 = 4,38
30 ÷ 4 = 7,5 n
a
n
a
10,5 ÷ 2 = 5,25 z =
n 217
b b
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=b2l = 1 =
1 1
22 2
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM E MÁXIMO
2 2
3 3
n p n p
32 3
DIVISOR COMUM
z ( a) = ( a )
O máximo divisor comum e o mínimo múltiplo
^ 4h =
4
2· 2 · 2· 2 = 2·2·2·2 =
4
2 =4 comum são ferramentas extremamente importantes na
matemática. Através deles, podemos resolver alguns pro-
m n m· n blemas simples, além de utilizar seus conceitos em outros
z a = a
temas, como frações, simplificação de fatoriais etc.
Porém, antes de começarmos a apresentar esta teo-
2 2 = ^2 2 h2 = 2 4 =
1 1 1
2 =
1 4
2 ria, é importante conhecermos uma classe de números
muito importante: os números primos.
A aplicação dos princípios anteriores facilita na
NÚMEROS PRIMOS
hora de resolução de cálculos envolvendo números
grandes ou expressões extensas. O primeiro caso per- Um número natural é definido como primo se tiver
mite que operações envolvendo multiplicação ou divi- exatamente dois divisores: o número 1 e ele mesmo.
são sejam feitas utilizando valores menores, enquanto Já nos inteiros, p ∈ Z é um primo se ele tem exatamen-
o segundo reduz expressões para formas mais inteligí- te quatro divisores: ±1 e ±p.
veis e fáceis de analisar. Por definição, 0, 1 e – 1 não são números primos.
Agora, em termos de cálculo da raiz quadrada e Existem infinitos números primos, como demons-
trado por Euclides por volta de 300 a.C. A propriedade
outras raízes, você receberá algoritmos que poderão
de ser um primo é chamada “primalidade”, e a pala-
diminuir em muito o tempo dos seus cálculos em provas.
vra “primo” é utilizada como substantivo ou adjetivo.
Uma dica para cálculo muito aproximado de raiz Como 2 é o único número primo par, o termo “primo
quadrada a partir do uso de cálculo diferencial adap- ímpar” refere-se a todo primo maior do que dois.
tada para o ensino médio: O conceito de número primo é muito importante
na teoria dos números. Um dos resultados da teoria
x b w! dos números é o Teorema Fundamental da Aritmética,
que afirma que qualquer número natural diferente
1
de 1 pode ser escrito de forma única (desconsideran-
do a ordem) como um produto de números primos
2·
√ (w) raiz exata de um número natural
N mais próximo de x
(chamados fatores primos). Esse processo chama-se
decomposição em fatores primos (fatoração). É exata-
Por exemplo:
mente esse conceito que utilizaremos no MDC e MMC.
1 1 Para caráter de memorização, seguem os 100 pri-
10 b 9 ! b 3+ = 3 + 16 = 3 meiros números primos positivos. Recomenda-se que se
2· 9 2·3
memorize ao menos os 10 primeiros para MDC e MMC:
81
+ 1.66667 = = 3.166667 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47, 53,
8-
59, 61, 67, 71, 73, 79, 83, 89, 97, 101, 103, 107, 109, 113,
Foi usada a soma, pois 10 está mais próximo da
70
127, 131, 137, 139, 149, 151, 157, 163, 167, 173, 179, 181,
.
191, 193, 197, 199, 211, 223, 227, 229, 233, 239, 241, 251,
que essa fórmula é aproximada para você fazer uma
.0
257, 263, 269, 271, 277, 281, 283, 293, 307, 311, 313, 317,
98
prova objetiva, não uma prova discursiva, mas, se 331, 337, 347, 349, 353, 359, 367, 373, 379, 383, 389, 397,
-2
você quiser usá-la, justifique. 401, 409, 419, 421, 431, 433, 439, 443, 449, 457, 461, 463,
467, 479, 487, 491, 499, 503, 509, 521, 523, 541.
py
MÚLTIPLOS E DIVISORES
fácil de executar do que o algoritmo de cálculo de raiz
o
quadrada.
ul
Para calcular qualquer raiz (isso quase não é usado natural “b” se existir um número natural “k” tal que:
no ensino médio), a não ser para raízes exatas, podemos
usar uma aproximação também derivada do cálculo: a=k∙b
n x + (n–1) ·y
n
Exemplo: 15 é múltiplo de 5, pois 15 = 3 ∙ 5
x = n–1 Quando a = k ∙ b, segue que a é múltiplo de b, mas
n·y
3
também a é múltiplo de k, como é o caso do número
Por exemplo, para a raiz 11 , fazemos: 35, múltiplo de 5 e de 7, pois: 35 = 7 ∙ 5.
Quando a = k ∙ b, então, a é múltiplo de b; se conhe-
3 11 + (3–1) ·2
3
11 + (2) (2 ) 11 + 2·8
3
cemos b e queremos obter todos os seus múltiplos, bas-
11 = 3–1 = = = ta fazer k assumir todos os números naturais possíveis.
3·2 3·4 12
11 + 16 27 Como conclusão às assertivas propostas acima,
= = 2.25 tem-se que:
12 12
O valor exato é 2.2239, portanto, uma boa aproxi- z Um número b é sempre múltiplo dele mesmo a
218 mação novamente. = 1 ∙ b ↔ a = b;
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z Para obter os múltiplos de dois, isto é, os números MMC
da forma a = k ∙ 2, k seria substituído por todos os
números naturais possíveis. O mínimo múltiplo comum de dois ou mais núme-
ros é o menor número positivo que é múltiplo comum
A definição de divisor está relacionada com a de de todos os números dados. Consideremos:
múltiplo. Exemplo: Encontrar o MMC entre 8 e 6.
Um número natural b é divisor do número natural Múltiplos positivos de 6: M(6) = {6, 12, 18, 24, 30, 36,
a, se a é múltiplo de b. 42, 48, 54, ...}
Exemplo: 3 é divisor de 15, pois 15 = 3 ∙ 5. Logo, 15 Múltiplos positivos de 8: M(8) = {8, 16, 24, 32, 40,
é múltiplo de 3 e também de 5. 48, 56, 64, ...}
Podem-se escrever, agora, os múltiplos positivos co-
Dica muns: M(6) ∩ M(8) = {24, 48, 72, ...}
Observando os múltiplos comuns, pode-se identifi-
Um número natural tem uma quantidade finita de car o mínimo múltiplo comum dos números 6 e 8, ou
divisores. Por exemplo, o número 6 poderá ter no seja: mmc(6, 8) = 24.
máximo 6 divisores, pois trabalhando no conjun- Outra técnica para o cálculo do MMC:
to dos números naturais, não podemos dividir 6
por um número maior do que ele. Os divisores z Decomposição isolada em fatores primos: Para
naturais de 6 são os números 1, 2, 3, 6, o que obter o MMC de dois ou mais números por esse
significa que o número 6 tem 4 divisores. processo, procedemos da seguinte maneira:
5 5
70
1
Decompõe-se cada número dado em fatores primos.
.
93
cada um deles elevado ao seu menor expoente. MMC (18,120) = 23 ∙32 ∙ 5 = 8∙ 9 ∙ 5 = 360
98
300 2 comentada.
p
Tu
150 2
1. (FEPESE – 2016) João trabalha 5 dias e folga 1,
75 3
o
d) 15.
126 2
504 = 23∙ 32 ∙ 7 e) 24.
63 3
21 3 O período em que João trabalha e folga correspon-
7 7 de a 6 dias, enquanto o mesmo período, para Maria
corresponde a 4 dias. Assim, o problema consiste
1 em encontrar o MMC entre 6 e 4. Logo, eles folgarão
no mesmo dia novamente após 12 dias, pois MMC(6,
MDC (300, 504) = 22 ∙ 3 = 4 ∙ 3 = 12 4) = 12. Resposta: Letra C. 219
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15x 12x 10x
RAZÃO E PROPORÇÃO + + = 740.000
60 60 60
37x
REGRA DA SOCIEDADE = 740.000
60
Diretamente Proporcional X = 1.200.000
Agora basta substituir o valor de X nas razões para
Um dos tópicos mais comuns em questões de pro- achar cada parte da divisão inversa.
va é dividir uma determinada quantia em partes
proporcionais a determinados números. Vejamos um x 1.200.000
exemplo para entendermos melhor como esse assun- = = 300.000
4 4
to é cobrado.
Exemplo: x 1.200.000
= =240.000
A quantia de 900 mil reais deve ser dividida em 5 5
partes proporcionais aos números 4, 5 e 6. A menor x 1.200.000
dessas partes corresponde a: = = 200.000
6 6
Primeiro vamos chamar de X, Y e Z as partes pro-
porcionais, respectivamente a 4, 5 e 6. Sendo assim, X Logo, as partes dividas inversamente propor-
é proporcional a 4, Y é proporcional a 5 e Z é propor- cionais aos números 4, 5 e 6 são, respectivamente
cional a 6, ou seja, podemos representar na forma de 300.000, 240.000 e 200.000.
razão. Veja:
A seguir, revise seus conhecimentos com algumas
X
=
Y
=
Z
= constante de proporcionalidade. questões comentadas.
4 5 6
Usando uma das propriedades da proporção, 1. (FAEPESUL – 2016) Em uma turma de graduação em
somas externas, temos: Matemática Licenciatura, de forma fictícia, temos que
a razão entre o número de mulheres e o número total
X+Y+Z 900.000 de alunos é de 5/8. Determine a quantidade de homens
= 60.000
4+5+6 15 desta sala, sabendo que esta turma tem 120 alunos.
A menor dessas partes é aquela que é proporcional
a) 43 homens.
a 4, logo:
b) 45 homens.
X c) 44 homens.
= 60.000 d) 46 homens.
4
X = 60.000 x 4 e) 47 homens.
X = 240.000
A razão entre o número de mulheres e o número
Inversamente Proporcional total de alunos é de 5/8:
81
8-
tia X a três pessoas, de modo que cada uma receba um A turma tem 120 alunos, então: T = 120
.0
Vejamos um exemplo: M 5
-2
=
Tu
8 x M = 5 x 120
ul
4–5–6|2
2. (VUNESP – 2020) Em um grupo com somente pessoas
2–5–3|2
com idades de 20 e 21 anos, a razão entre o número
1–5–3|3
de pessoas com 20 anos e o número de pessoas com
1–5–1|5
21 anos, atualmente, é 4/5. No próximo mês, duas pes-
1 – 1 – 1 | 2 x 2 x 3 x 5 = 60
soas com 20 anos farão aniversário, assim como uma
Assim, dividindo o M.M.C. pelo denominador e pessoa com 21 anos, e a razão em questão passará a
220 multiplicando o resultado pelo numerador temos: ser de 5/8. O número total de pessoas nesse grupo é
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a) 30. 4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) A respeito de razões, pro-
b) 29. porções e inequações, julgue o item seguinte.
c) 28. Situação hipotética: Vanda, Sandra e Maura receberam
d) 27. R$ 7.900 do gerente do departamento onde trabalham,
e) 26. para ser divido entre elas, de forma inversamente propor-
cional a 1/6, 2/9 e 3/8, respectivamente. Assertiva: Nes-
A razão entre o número de pessoas com 20 anos e o sa situação, Sandra deverá receber menos de R$ 2.500.
número de pessoas com 21 anos, atualmente, é 4/5.
120 4x ( ) CERTO ( ) ERRADO
= Total de 9x
121 5x
6x 9x 8x
No próximo mês, duas pessoas com 20 anos farão
+ + = 7.900
1 2 3
aniversário, assim como uma pessoa com 21 anos, e
a razão em questão passará a ser de 5/8. Tirando o MMC entre 1, 2 e 3 vamos achar 6. Temos:
4x - 2 5 79x
= = 7.900
5x + 1 8 6
x = 600
8 (4x - 2) = 5 (5x + 1)
32x – 16 = 25x + 5 Sendo assim, Sandra está inversamente propor-
9x
7x = 21 cional a . Basta substituirmos o valor de X na
2
x=3 proporção.
Meninas = M
.0
98
D + A + W = 721 Razão:
H
+
5x
-2
A = D + 36 M 7x
W = A - 44 Agora vamos somar 5x com 7x = 12x
py
W= A - 44 12x = 396
W= 36+D-44 x = 33
o
ul
=
8 4 ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês.
.70
1
x 100 = 25% Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
4
py
são as mais comuns. É o que acontece quando se diz (juros) e dividir por 800,00 resultado:
Pa
Transformando em porcentagem
Tu
Resposta: Letra D.
ul
a) 80%.
b) 61%. Existem dois tipos principais de proporcionalida-
des que aparecem frequentemente em provas de con-
c) 20%.
cursos públicos. Veja a seguir:
d) 10%.
e) 5%. z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen-
to de uma grandeza implica o aumento da outra;
Vamos dispor as informações em forma de conjun- z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-
tos para facilitar nossa resolução: to de uma grandeza implica a redução da outra. 223
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Vamos esquematizar para sabermos quando será Logo, a quantidade de dias deverá diminuir (-). Dessa
direta ou inversamente proporcionais: forma, as grandezas são inversamente proporcionais e
vamos resolver multiplicando na horizontal. Observe:
DIRETAMENTE
PROPORCIONAL + / + OU - / - 5 (prof.) 12 (dias)
30 (prof.) X (dias)
30 . X = 5 . 12
Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas 30X = 60
(sinais iguais) X=2
(+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais 6) = 22 dias (a comida acabará no dia 22 de abril).
e vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
.
Resposta: Errado.
93
.0
3x = 27.5
p
3x = 135
Tu
40 3 ?
x = 135/3 = #
X 6 ?
o
x = 45 minutos.
ul
5. (IESES – 2019) Cinco pedreiros construíram uma casa 1000 (panf.) -------- 40 (min)
em 28 dias. Se o número de pedreiros fosse aumenta- 2000 (panf.) ------ -- X (min)
do para sete, em quantos dias essa mesma casa fica- Perceba que de 1000 panfletos para 2000 panfle-
ria pronta? tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-
a) 18 dias. mos manter a razão.
MATEMÁTICA
b) 16 dias.
c) 20 dias. 40 3 1000
d) 22 dias. = #
X 6 2000
6 30 40
70
= # 8x = 120
X 45 80
x = 120/8
.
93
6 2 1 x = 15 dias.
.0
= #
Resposta: Letra E.
98
X 3 2
-2
6 2
X
=
6 3. (CEBRASPE-CESPE – 2018) No item a seguir é apre-
py
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto com a mesma eficiência: 3 desses caixas atendem 12
Pa
respeitando as novas condições é igual a 18. clientes em 10 minutos. Nessa situação, 5 desses cai-
xas atenderão 20 clientes em menos de 10 minutos.
A seguir, revise seus conhecimentos com algumas
questões comentadas. ( ) CERTO ( ) ERRADO
1. (CEBRASPE-CESPE – 2020) Determinado equipa- 3 caixas - 12 clientes - 10 minutos
mento é capaz de digitalizar 1.800 páginas em 4 dias, 5 caixas - 20 clientes - x minutos
funcionando 5 horas diárias para esse fim. Nessa 10 5 12
= #
situação, a quantidade de páginas que esse mesmo X 3 20
equipamento é capaz de digitalizar em 3 dias, operan-
do 4 horas e 30 minutos diários para esse fim, é igual a 5 · 12 · X = 10 · 3 · 20
x=
.
93
b) 6 horas e 58 minutos.
98
c) 7 horas e 12 minutos.
-2
números (x1, x2, x3, ..., xn) com pesos respectivos (p1, p2,
e) 7 horas e 35 minutos.
p
2 máquinas ------------ 6 mil garrafas ------------ x para Engenharia e realizou provas de Matemática,
Pa
Veja que se aumentar o tempo de trabalho quer dizer Física, Química, História e Biologia. Suponha que o
que serão engarrafados mais refrigerantes (direta) e peso de Matemática seja 4, de Física seja 4, de Química
se aumentar o tempo de trabalho quer dizer que são seja 2, de História seja 1 e de Biologia seja 1. Suponha
menos máquinas trabalhando (inversa). ainda que o estudante obteve as seguintes notas:
4 5000 2
= #
X 6000 3
MATÉRIAS NOTAS (XI) PESO (PI)
MATEMÁTICA
2·X·5 = 4·6·3
10X = 72 Matemática 9,7 4
x = 7, 2 horas (7 horas + 0,2 horas = 7 horas + 0,2 × Física 8,8 4
60 min = 7 horas e 12 minutos)
Obs: Para transformar horas em minutos, basta mul- Química 7,3 2
tiplicarmos o número por 60 min. Logo, 0,2 horas = História 6,0 1
0,2 x 60 = 120/10 = 12 min.
Biologia 5,7 1
Resposta: Letra C. 227
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Vamos calcular a média ponderada das notas des- Onde,
se aluno:
z J = juros;
z C = capital;
9,7 × 4 + 8,8 × 4 + 7,3×2 + 6,0×2 + 5,7×1 z i = taxa em percentual (%);
z t = tempo;
X= 4+4+2+1+1 z M = montante.
Exemplo 1:
memorizar é que o cálculo de taxas equivalentes
8-
Digamos que você emprestou 1000,00 reais, em um quando estamos no regime de juros simples pode ser
70
regime de juros simples de 5% ao mês para um ami- entendido assim: 1% ao mês equivale a 6% ao semestre
.
93
go,, o qual ficou de quitar o empréstimo após 5 meses. ou 12% ao ano e levarão o mesmo capital inicial C ao
.0
Dessa forma, teremos o seguinte: mesmo montante M após o mesmo período de tempo.
98
3° mês = 1100,00 1100,00 + (5% de 1000,00) = 1150,00 de R$ 1.908,00 para pagamento em 12 parcelas de
4° mês = 1150,00 1150,00 + (5% de 1000,00) = 1200,00 159,00. A mesma TV custa R$ 1.410,00 para paga-
mento à vista. Portanto o juro simples mensal incluído
5° mês = 1200,00 1200,00 + (5% de 1000,00) = 1250,00
na opção parcelada é:
Ao final do 5° mês você terá recebido 250,00 reais a) Menor que 2%.
de juros. b) Maior que 2% e menor que 2,5%.
Fórmulas utilizadas em juros simples: c) Maior que 2,5% e menor que 2,75%.
d) Maior que 2,75% e menor que 3%.
e) Maior que 3%.
J=C·i·t
1.908 - 1.410 = 498 (juros durante 12 meses)
J=C·I·t
M=C+J 498 = 1410 · 12 · i / 100
49800 = 16920i
i = 49800/16920
M = C · (1 + i ·J)
228 i = 2,94%. Resposta: Letra D.
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2. (CESPE – 2018) Uma pessoa atrasou em 15 dias o paga- a) R$ 1.200,00.
mento de uma dívida de R$ 20.000, cuja taxa de juros de b) R$ 1440,00.
mora é de 21% ao mês no regime de juros simples. c) R$ 620,00.
Acerca dessa situação hipotética, e considerando o d) R$ 1820,00.
mês comercial de 30 dias, julgue o item subsequente. e) R$ 240,00.
No regime de juros simples, a taxa de 21% ao mês é
equivalente à taxa de 252% ao ano. J=C·i·t
J= 5000 · 0,03 · 8
( ) CERTO ( ) ERRADO
J= 150 · 8
J = 1200 de lucro
No regime simples, sabemos que taxas propor-
cionais são também equivalentes. Como temos 12 Montante do aplicado com lucro M= C + J
meses no ano, a taxa anual proporcional a 21%am M=5000 + 1200
é, simplesmente: M = 6200 montante inicial e lucro
21% x 12 = 252% ao ano Nova aplicação de metade que lucrou 6200 / 2 =3100
Esta taxa de 252% ao ano é proporcional e também J=C·i·t
é equivalente a 21% ao mês. Portanto, o item está J = 3100 · 0,05 · 4
certo. J = 155 · 4
Resposta: Certo. J = 620 lucro da nova aplicação
Somatório dos lucros:
3. (FUNDATEC – 2020) Qual foi a taxa mensal de uma M = 1200 + 620 = 1820 dos lucros
aplicação, sob regime de juros simples, de um capital Resposta: Letra D.
de R$ 3.000,00, durante 4 bimestres, para gerar juros
de R$ 240,00?
a) 8%.
b) 5%. EQUAÇÃO DO 1º E 2º GRAUS
c) 3%.
d) 2%. EQUAÇÃO DE PRIMEIRO GRAU
e) 1%.
A forma geral de uma equação do primeiro grau
J = 240 é: ax + b = 0.
C = 3.000 O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é
i=? chamado de termo independente.
t = 4 bimestres, ou seja, 4 · 2 = 8 meses. Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar
Substituindo: todas as partes que possuem incógnitas de um lado igual
J=C·i·t e do outro os termos independentes. Veja um exemplo:
240 = 3000 · i · 8
240 = 24000 · i
10x = 5x + 20
i = 240 / 24000
81
i = 0,01 ou 1%
8-
Resposta: Letra E.
.
93
Sabendo-se que a taxa de juros contratada foi de 2,5% ao Passamos o “5x” para o outro lado da igual com o
-2
a) 20 meses. 5x = 20
Tu
b) 22 meses. x = 20 / 5
o
c) 24 meses.
ul
e) 30 meses. dividindo:
J = c. i. t/100 x = 4.
65 = 1.200 x 2,5 x t/100
65 = 30t O valor de x que torna a igualdade correta é cha-
t = 65/30 x 12
mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro
t = 26 meses
MATEMÁTICA
a é sempre o coeficiente do termo em x²; z Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e
b é sempre o coeficiente do termo em x; distintas;
c é sempre o coeficiente ou termo independente. z Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e
idênticas;
As equações de segundo grau têm 2 raízes, isto é, exis- z Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais.
tem 2 valores de x que tornam a igualdade verdadeira.
SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1.º GRAU
Cálculo das Raízes da Equação
Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de uma
incógnita. Imagine que um exercício diga que: x + y = 10.
Vamos achar as raízes por meio da fórmula de Perceba que há infinitas possibilidades de x e y
bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e que tornam essa igualdade verdadeira: 2 e 8, 5 e 5,
colocá-los na seguinte expressão: 15 e -10, etc. Por esse motivo, faz-se necessário obter
mais uma equação envolvendo as duas incógnitas
-b ! 2 para poder chegar nos seus valores exatos. Veja o
b - 4ac
x= exemplo a seguir:
2a
*
x + y = 10
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
que permitirá obtermos dois valores para as raízes, 4x - y = 5
um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor A principal forma de resolver esse sistema é usan-
utilizando o sinal negativo (-). do o método da substituição. Este método é muito sim-
Vamos aplicar isso em um exemplo: ples e consiste basicamente em duas etapas:
Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
Identificando os valores de a, b e c. Isolar uma das variáveis em uma das equações;
Substituir esta variável na outra equação pela
expressão achada no item anterior.
a=1
b = -3 Vamos aplicar no nosso exemplo:
c=2 Isolando “x” na primeira equação
81
8-
70
Substituindo na fórmula: x = 10 – y
.
93
-b ! 2
b - 4ac
x=
98
40 – 4y – y = 5
py
2×1 5y = 35
o
y=7
ul
Pa
x= 3!1 x = 10 – y
2 x = 10 – 7
3+1 x=3
x1 = =2
2
Assim, x = 3 e y = 7.
3-1
x2 = =1
2 Dica
Na fórmula de bhaskara, podemos usar um discri- Método da substituição
minante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a: 1: Isolar uma das variáveis em uma das equações;
2: Substituir essa variável na outra equação pela
230 Δ = b2 - 4ac expressão achada no item anterior.
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Há um outro método para resolver um sistema
de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS
soma) de equações. Veja:
TABELAS
Multiplicar uma das equações por um número
que seja mais conveniente para eliminar uma Para descrever um conjunto de dados, um recurso
variável; muito utilizado são tabelas, como essa abaixo, refe-
Somar as duas equações, de forma a ficar ape- rente à observação da variável “Sexo dos moradores
nas com uma variável. de São Paulo”:
*
x + y = 10 de frequências absolutas. Podemos ainda representar as
frequências relativas (percentuais): sabemos que 34 em
4x - y = 5
60 são 56,67%, e 26 em 60 são 43,33%. Portanto, teríamos:
5x = 15
x=3
FREQUÊNCIAS
VALOR DA VARIÁVEL
RELATIVAS (Fri)
Substituindo o valor de “x” na primeira equação
achamos o valor de “y”: Masculino 56,67%
Feminino 43,33%
x + y = 10
3 + y = 10 Note que a frequência relativa é dada por Fi / n,
y = 10 – 3 onde Fi é o número de frequências de determinado
y=7 valor da variável, e n é o número total de observações.
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável
Veja um outro exemplo que vamos precisar pode assumir um grande número de valores distintos.
81
moradores de Campinas”:
70
*
x + y = 10
.
93
1,51m 12
98
1,57m 4
py
(
- x - y = - 10 1,60m 2
p
Tu
x - 2y = 4 1,63m 10
1,67m 5
o
ul
1,81m 15
(
- x - y = - 10 1,89m 2
x - 2y = 4
Quando isto acontece, é importante resumir os
-3y = -6
dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
y = -6 / -3
ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar
y= 2
MATEMÁTICA
GRÁFICOS
Gráficos estatísticos
respectivas frequências.
p
Tu
o
ul
Pa
Histograma
zar e facilitar as medições e relações internacionais. Alexandria, grego que viveu por volta do século III a.
70
Segue uma tabela das principais medidas em suas C., por isso, é chamada de fórmula de Heron. A maio-
.
93
respectivas grandezas de acordo com o SI. ria dos estudos de geometria plana foram feitos pelos
.0
do Triângulo.
L D
Área de um Retângulo
B
A área de um Retângulo é dada pelo produto das H
suas dimensões, comprimento vezes largura, ou seja, b
base vezes a altura.
Figura 65. Área de um Triângulo
B C
b·h
A= 2
h
b D B
81
8-
Área de um Paralelogramo h
-2
py
D
Pa
h
Observação: A área é dada por:
b·h
B A= 2
b Área de um Losango
B
b
(b + B) · h
A= 2
D Área do Círculo
d
Á área do Círculo é dada pelo produto de π pelo
raio ao quadrado.
Figura 67. Área de um Losango
Área de um Trapézio
81
do Trapézio.
.70
b
py
h A
B
L
MATEMÁTICA
B r
(b + B) · h
A= 2 Figura 71. Área de um Setor Circular 235
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VOLUME A área total de um prisma será a soma da área late-
ral com duas bases.
Poliedros
c a
b
a a base (círculo)
total de um paralelepípedo é: R C
.70
R
93
Cone
Altura
pirâmide pirâmide
hexagonal heptagonal
Geratriz
O segmento de reta que liga o centro da base a um
ponto médio da aresta da base é denominado “apótema
da base”. Indicaremos por “m” o apótema da base. E o
segmento que liga o vértice da pirâmide ao ponto médio
de uma aresta da base é denominado “apótema da pirâ-
Base mide”. Indicaremos por m′ o apótema da pirâmide. Veja:
G
81
m
8-
.70
93
retirar itálico
R
-2
py
2
rr h Ab # h
V= V= 3
3
ÂNGULO
MATEMÁTICA
Pirâmides
z Definição de Ângulo
A base de uma pirâmide poderá ser qualquer polí- Definimos ângulo como a união de duas semirre-
gono regular; no caso, estamos falando apenas de tas de mesma origem e não colineares (que não per-
pirâmides regulares. tencem a uma mesma reta). Veja a figura adiante: 237
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z Classificação dos Ângulos
A
Vejamos de que maneira os ângulos podem ser
classificados.
B A
A
A
P
O
B
B O
81
8-
.70
93
C
98
Denominamos Setor Angular a reunião dos pontos Ângulos Opostos pelo Vértice: dois ângu-
o
ul
pertencentes ao ângulo e dos seus pontos interiores. los serão chamados de Opostos pelo Vértice
Pa
O
O B
I G
Figura 9. Ângulo Obtuso
Figura 6. Ângulos Opostos pelo Vértice Ângulos Complementares: dois ângulos serão
complementares quando a soma de suas
Observação: o par de ângulos FÔG e HÔI são opos- medidas for igual a 90°. Dizemos que um ângu-
tos pelo vértice. lo é o complemento do outro.
I M
O H
O B
Figura 10. Ângulos Complementares
Figura 7. Ângulo Reto
Observação: os ângulos IÔM e MÔH são
81
Ângulo Agudo: um ângulo será chamado de Ângulos Suplementares: dois ângulos serão
.
Agudo quando sua medida for menor que 90º. suplementares quando a soma de suas medi-
93
suplemento do outro.
-2
A
A
ppy
Tu
o
ul
Pa
O
B
Ângulo Obtuso: um ângulo será chamado de Observação: os ângulos AÔC e AÔB são
Obtuso quando sua medida for maior que 90º suplementares.
e, ao mesmo tempo, menor que 180°.
TEOREMA DE PITÁGORAS
a
c
A C
b
HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2022) Considere um conjunto de dados com n = 10 observações, cujas nove primeiras observações são
Sabendo-se que a média amostral do conjunto completo é X = 4,2, a amplitude dos dados é:
a) 4,2;
b) 5,7;
c) 16,1;
d) 17,2;
e) 21,8.
2. (FGV — 2022) Uma amostra de 200 salários foi obtida e forneceu os seguintes dados agrupados:
81
8-
70
R$1.000 – R$2.000 80
.0
98
R$2.000 – R$3.000 25
-2
R$3.000 – R$4.000 45
p py
R$4.000 – R$5.000 30
Tu
R$5.000 – R$6.000 20
o
ul
Pa
a) R$2.350,00.
b) R$2.425,00.
c) R$2.590,00.
d) R$2.925,00.
e) R$3.125,00.
3. (FGV — 2021) ATENÇÃO: tomando por base a tabela, responda a questão a seguir.
Dados:
� Me é a média exponencial;
� Te é a tendência exponencial;
� P é a previsão de consumo no mês.
Considerando os métodos da média simples e da média ponderada, as previsões de consumo no mês 5 seriam, res-
pectivamente, de
a) 127 e 127
b) 127 e 136
c) 127 e 142
d) 136 e 127
e) 136 e 142
4. (FGV — 2021) O número de 4 algarismos 31aa é divisível por 12. O valor do algarismo a é
a) 0.
b) 2.
c) 4.
d) 6.
e) 8.
a) 60%.
8-
b) 70%.
70
c) 75%.
.
93
d) 120%.
.0
e) 150%.
98
-2
6. (FGV — 2022) A tabela a seguir mostra alguns valores percentuais (hipotéticos) sobre a distribuição das faixas sala-
py
riais (faixa 1 ou faixa 2) de uma empresa, por sexo dos funcionários (feminino ou masculino).
p
Tu
Feminino 57
Masculino 32
Total 30 100
a) 11.
b) 19.
c) 38.
d) 43.
e) 70.
7. (FGV — 2021) A densidade populacional de uma região (ou país) é a relação entre o seu número de habitantes e sua
área em quilômetros quadrados. Uma escala de densidade populacional é dada a seguir. 241
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11. (FGV — 2022) 3 caminhões removem 600 toneladas
DENSIDADE
de terra em 8 dias.
CLASSES POPULACIONAL (HAB/
KM2)
A quantidade de terra que 5 caminhões removerão em
muito alta Acima de 1000 7 dias é
Em relação ao total de pessoas no grupo, os amazo- 14. (FGV — 2021) Júlia tem, respectivamente, 70 reais e
70
nenses representam 50 reais a mais que suas irmãs Paula e Maria. Júlia,
.
3
a)
98
5 te a mesma quantia.
-2
4
b) É correto concluir que, em relação à situação inicial:
py
7
6
p
c)
Tu
4 C
5 E
6 A
7 B
8 C
9 C
10 D
Sejam x e y os comprimentos das diagonais AC e BD,
respectivamente. É correto afirmar que 11 E
12 D
a) x – y é aproximadamente igual a 2 metros.
b) x – y é aproximadamente igual a 5 metros. 13 A
c) y – x é aproximadamente igual a 2 metros.
d) y – x é aproximadamente igual a 5 metros. 14 A
e) x = y. 15 B
81
8-
17 E
93
18 A
98
19 D
py
a) 40%.
20 E
b) 30%.
p
Tu
c) 25%.
d) 20%.
o
ul
e) 15%.
ANOTAÇÕES
Pa
a) R$ 75,15.
b) R$ 72,45.
c) R$ 68,00.
d) R$ 63,00.
e) R$ 61,25.
81
8-
.70
93
.0
98
-2
p py
Tu
o
ul
Pa
244
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Verdadeira
Sentença
Ou Sentido
Declarativa
completo
RACIOCÍNIO LÓGICO Falsa
Obrigatório
ESTRUTURA LÓGICA DAS RELAÇÕES
ARBITRÁRIAS ENTRE PESSOAS, Verbo
samos de três requisitos fundamentais: Uma ordem não pode ser classificada como verda-
70
z Ser uma oração: ou seja, são frases com verbos; pois pode ser facilmente confundida com uma propo-
sição lógica.
.0
ordens.
z Pode ser classificada como Verdadeira ou Falsa: Temos um outro caso menos cobrado em provas,
py
ou seja, podemos atribuir o valor lógico verdadeiro mas que também não é proposição lógica: o paradoxo.
p
Tu
É fundamental que você conheça três princípios Basta Ana comer massas, e engordará;
.0
para deixarmos tudo alinhado com as proposições Quem joga bola é rápido;
98
z Princípio do terceiro excluído: Uma proposição Toda vez que chove, não vou à praia.
p
deve ser Verdadeira ou Falsa, não havendo outra É importante saber que na condicional a primeira
Tu
possibilidade. Não é possível que uma proposição proposição é o termo antecedente e a segunda é o
o
Disjunção Inclusiva (Conectivo ou) 2. ( CEBRASPE-CESPE– 2018) Julgue o seguinte item, rela-
tivo à lógica proposicional e à lógica de argumentação.
Representação simbólica: v A proposição “A construção de portos deveria ser
Exemplos: uma prioridade de governo, dado que o transporte
de cargas por vias marítimas é uma forma bastante
z Na linguagem natural: econômica de escoamento de mercadorias.” pode ser
Maria é bailarina ou Juliano é atleta. representada simbolicamente por P∧Q, em que P e Q
são proposições simples adequadamente escolhidas.
z Na linguagem simbólica:
p v q. ( ) CERTO ( ) ERRADO
a negação da proposição S.
Condicional (Conectivo Se e então)
-2
Exemplo:
Tu
z Na linguagem natural:
ul
Bicondicional (Conectivo “Se e somente se”) Se o paciente não receber alta, então ele receberá
medicação ou receberá visitas. Resposta: Errado.
Representação simbólica:
LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO
Exemplo:
Argumentos: Validade de um Argumento/Critério de
z Na linguagem natural: Validade de um Argumento
Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
dinheiro. Em nosso estudo sobre argumentos lógicos, esta-
remos interessados em verificar se eles são válidos ou
z Na linguagem simbólica: inválidos. Então, passemos a seguir a entender o que sig-
p ⟷ q. nifica um argumento válido e um argumento inválido. 247
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Argumentos Válidos Como podemos notar, quando temos a combina-
ção lógica verdade no antecedente e falso no conse-
Também podem ser chamados de argumentos quente (V F) para o conectivo “se...,então”, o nosso
bem construídos ou legítimos. resultado só poderá ser falso.
Para que o argumento seja válido, não basta que
a conclusão seja verdadeira, é preciso que as premis- (V) (F)
sas e a conclusão estejam relacionadas corretamente, Se fizer sol, então vou à praia. (V) (F)
ou seja, quando a conclusão é uma consequência Fez sol. (V)
necessária das premissas, dizemos que o argumento Logo, vou à praia. (F)
é válido.
Vamos analisar o exemplo: Percebe-se, então, que não está de acordo com a
nossa valoração inicial, ou seja, deu erro. Logo, nosso
z p1: Todo padre é homem; argumento é válido.
z p2: José é padre;
z c: José é homem. ARGUMENTOS INVÁLIDOS
Quando temos argumentos utilizando os quantifica- Também podem ser chamados de argumentos mal
dores lógicos, representamos por meio dos diagramas construídos, ilegítimos, sofismas ou falaciosos.
lógicos para saber a validade de um argumento. Veja Dizemos que um argumento é inválido quando a
que temos uma proposição do tipo Todo A é B, logo: verdade das premissas não é suficiente para garantir
a verdade da conclusão. Vejamos um exemplo:
Homem
p1: Todas as crianças gostam de chocolate;
p2: Patrícia não é criança;
Padre c: Portanto, Patrícia não gosta de chocolate.
mento é válido.
Crianças
o
ul
Veja na prática:
Pa
- verdade no antecedente e falso no consequente (V premissa não teve como resultado verdadeiro.
8-
F) para o conectivo “se...,então” – será verdadeiro. Se deu erro, então argumento válido Logo,
70
Argumento I - válido
.
93
Se o tempo ficar nublado, então vou ao cinema. (V) Sabendo disso, já daria para excluir as alternativas
98
Percebe-se, então, que o argumento está de acordo panhado ou está feliz, canta e dança. Se, na últi-
Tu
com a nossa valoração inicial, ou seja, não deu erro. ma festa em que esteve, não dançou, então Carlos,
Logo, nosso argumento é inválido.
o
necessariamente,
ul
Joga xadrez
z Nenhum A é B : É falsa;
Agora, vamos analisar cada alternativa e interpre- z Algum A é B : É verdadeira;
tar os diagramas para achar nosso gabarito.
81
pois alguns homens têm bom raciocínio. Quantificador Universal “Nenhum” (negativo)
.
do, pois eu posso ter bom raciocínio e jogar dama, z Nenhum homem joga bola.
cartas, etc. alguns que tem bom raciocínio jogam
py
d) “Homem que não tem bom raciocínio não joga exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
xadrez”. Certo, pois se o homem não tem bom racio- que Nenhum A é B significa que A e B não tem ele-
o
ul
cínio nem adianta jogar xadrez. Quem joga xadrez mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
Pa
DIAGRAMAS LÓGICOS
Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B
Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos
Quantificadores Lógicos ou Proposições Categóricas, Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores
que são elementos que especificam a extensão da vali- lógicos das outras proposições categóricas, interpre-
dade de um predicado sobre um conjunto de constan- tando o diagrama, serão os seguintes:
tes individuais. Ou seja, são palavras ou expressões
que indicam que houve quantificação. São exemplos z Todo A é B – É falsa;
de quantificadores as expressões: existe, algum, todo, z Algum A é B – É falsa;
250 pelo menos um, nenhum. z Algum A não é B – é verdadeira.
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Quantificador Particular (Afirmativo): Algum / Pelo SEQUÊNCIAS
Menos um / Existe
Esse tema é cobrado de uma maneira que pode
Exemplos: parecer como também pode ser complicado. Desco-
brir a lei de formação ou padrão da sequência é o seu
z Algum A é B; principal objetivo, pois nas questões sobre sequên-
z Algum homem joga bola. cias/raciocínio sequencial, você será apresentado a
um conjunto de dados dispostos de acordo com algu-
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no ma “regra” implícita, alguma lógica de formação. O
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar desafio é exatamente descobrir essa “regra” para,
que Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo com isso, encontrar outros termos daquela mesma
menos um elemento em comum com o conjunto B, ou sequência.
seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode- Veja o exemplo abaixo:
mos fazer representações com diagramas:
2, 4, 6, 8,...
A B
A primeira pergunta que podemos fazer para
achar a lei de formação é: os números estão aumen-
tando ou diminuindo?
PA (2, 4, 6) 4 = (2+6)/2 4 = 4
93
Logo,
.0
98
a10 = 1 + (10-1)2
py
a10 = 19
o
a) 25.
ul
4 a1 + 6r = 310 . 4
a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
8-
4 a1 + 6. (-24) = 1240
PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral
70
4 a1 - 144 = 1240
e a soma dos termos.
.
93
a1 = 346
Encontrando a4:
.0
Termo Geral da PG
98
modelos periódicos e geometria dos sólidos. No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode
Manoel, candidato ao cargo de soldado combatente, ser encontrado assim:
considerado apto na avaliação médica das condições
de saúde física e mental, foi convocado para o teste {2, 4, 8, 16, 32...}
RACIOCÍNIO LÓGICO
sentada por (6, a2, a3, a4, a5,192) é uma Progressão Certo dia, no almoço, Valter não comeu macarrão.
-2
2. (IBFC – 2016) Se a soma dos elementos de uma P.G. É correto concluir que
(progressão geométrica) de razão 3 e segundo termo
254 12 é igual a 484, então o quarto termo da P.G. é igual a: a) Pedro é capixaba.
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b) Raquel é carioca. “Se o sapato é preto, então a camisa não é branca” é
c) Renata é pernambucana. VERDADEIRA.
d) Pedro não é capixaba.
e) Raquel não é carioca. É correto concluir que:
3. (FGV — 2022) Considere as seguintes afirmativas a a) a camisa é branca, a calça não é branca e o sapato não
respeito de um objeto chamado biba: é preto;
b) a camisa é branca, a calça não é branca e o sapato é
Se biba é bala então não é bola. preto;
Se biba não é bala então é babalu. c) a camisa não é branca, a calça é branca e o sapato não
é preto;
É correto concluir que d) a camisa não é branca, a calça é branca e o sapato é
preto;
a) se biba é bola então é babalu. e) a camisa não é branca, a calça não é branca e o sapato
b) se biba é babalu então é bola. é preto.
c) se biba não é bola então é babalu.
d) se biba não é babalu então é bola. 8. (FGV — 2021) Observemos o raciocínio a seguir.
e) se biba é bola então não é babalu.
- Todo tribunal de júri contém jurados
4. (FGV — 2022) Considere as seguintes premissas: - Este tribunal contém jurados
- Este tribunal é um tribunal de júri
� Quem tem azar não sorri.
� Quem é maratonista não está doente. Este silogismo mostra um problema, que é:
� Quem não está doente, sorri.
a) possuir mais de três termos;
A partir dessas premissas é correto concluir que b) mostrar uma premissa falsa;
c) conter uma ambiguidade;
a) Quem não está doente é maratonista. d) ter uma errada distribuição de termos;
b) Quem está doente não sorri. e) concluir sem ligação lógica com as premissas.
c) Quem não tem azar sorri.
d) Quem é maratonista não tem azar. 9. (FGV — 2021) Roberto fez as seguintes afirmações
e) Quem sorri, não está doente. sobre suas atividades diárias:
a) Paulo é carioca, Bernardo é paulista, Sérgio é É correto concluir que, nesse dia, Roberto
8-
amazonense.
70
c) Paulo não é carioca, Bernardo é paulista, Sérgio é c) fez natação e não foi ao clube.
98
d) Paulo não é carioca, Bernardo é paulista, Sérgio não é e) não fez ginástica e não foi ao clube.
amazonense.
py
e) Paulo não é carioca, Bernardo não é paulista, Sérgio é 10. (FGV — 2021) Considere como verdadeiras as senten-
p
Tu
6. (FGV — 2022) Sabe-se que a sentença � Se Priscila é paulista, então Joel é capixaba.
Pa
O número máximo de profissionais desse grupo que 19. (FGV — 2021) O advogado de uma empresa afirmou
ao diretor que:
.
finalizados”
98
a) 45.
Dias depois, o diretor foi informado que essa afirma-
-2
b) 40.
ção não era verdadeira.
c) 35.
py
d) 30.
p
e) 25.
o
a) nenhum elemento do conjunto X é também elemento 20. (FGV — 2021) Verifique, em cada um dos casos abai-
do conjunto Y. xo, se a conclusão decorre logicamente das duas
b) todo elemento do conjunto Y é também elemento do premissas apresentadas e assinale V quando a con-
conjunto X. clusão decorre logicamente das duas premissas e F
c) nenhum elemento do conjunto Y é também elemento em caso contrário.
do conjunto X.
d) algum elemento do conjunto Y não é elemento do con- Caso I
junto X.
e) algum elemento do conjunto X não é elemento do con- � Todo adolescente gosta de namorar.
256 junto Y. � Maria é adolescente.
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Conclusão: Maria gosta de namorar. ANOTAÇÕES
Caso II
Caso III
a) V – F – F.
b) F – V – F.
c) F – F – V.
d) V – V – F.
e) V – V – V.
9 GABARITO
1 D
2 B
3 A
4 D
5 C
6 D
7 A
8 D
81
9 D
8-
70
10 C
.
93
11 A
.0
98
12 D
-2
13 C
p py
14 C
Tu
15 D
o
ul
Pa
16 E
17 B
18 A
RACIOCÍNIO LÓGICO
19 C
20 A
257
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ANOTAÇÕES
81
8-
.70
93
.0
98
-2
p py
Tu
o
ul
Pa
258
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