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Universidade Estadual de Campinas

UNICAMP
Profissional de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão

- Profissional para Assuntos Administrativos

pela Carreira de Profissionais de Apoio ao

Ensino, Pesquisa e Extensão


Edital Nº 002/2018 de Abertura de Inscrições
Edital Nº 009/2018 de Abertura de Inscrições

OT087-2018
DADOS DA OBRA

Título da obra: Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Cargo: Profissional de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão- Profissional para Assuntos


Administrativos pela Carreira de Profissionais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão

Baseado nos Editais:


Edital Nº 002/2018 de Abertura de Inscrições
Edital Nº 009/2018 de Abertura de Inscrições

• Língua Portuguesa
• Matemática/Estatística
• Noções de Informática
• Língua Inglesa
• Noções de Administração Geral e Pública
• Noções de Administração de Recursos Humanos
• Noções de direito administrativo
• Noções de Administração Financeira e Orçamentária
• Ética Profissional no Serviço Público
• Fomento à pesquisa
• Redação oficial
• Estatuto do Servidor
• Constituição de São Paulo
• Lei de Acesso à Informação

Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração Eletrônica


Elaine Cristina
Ana Luiza Cesário
Thais Regis

Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Leandro Filho

Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). ............................................................................. 01


Sinônimos e antônimos. ....................................................................................................................................................................................... 07
Sentido próprio e figurado das palavras. ....................................................................................................................................................... 07
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 14
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. .............................................................................................................................. 17
Concordância verbal e nominal. ........................................................................................................................................................................ 55
Regência verbal e nominal.................................................................................................................................................................................... 60
Colocação pronominal. ......................................................................................................................................................................................... 66
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 68

Matemática/Estatística

Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação ou radiciação


com números racionais, nas suas representações fracionária ou decimal......................................................................................... 01
Mínimo múltiplo comum. .................................................................................................................................................................................... 07
Máximo divisor comum.......................................................................................................................................................................................... 07
Porcentagem. ............................................................................................................................................................................................................ 74
Razão e proporção. ................................................................................................................................................................................................. 11
Regra de três simples ou composta. ................................................................................................................................................................ 15
Equações do 1º ou do 2º grau. .......................................................................................................................................................................... 23
Sistema de equações do 1º grau........................................................................................................................................................................ 23
Grandezas e medidas – quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e massa. .................................................. 19
Relação entre grandezas – tabela ou gráfico. .............................................................................................................................................. 37
Tratamento da informação – média aritmética simples. .......................................................................................................................... 43
Noções de Geometria – forma, ângulos, área, perímetro, volume, Teoremas de Pitágoras ou de Tales. ............................. 48
Estatística descritiva e análise exploratória de dados: gráficos, diagramas, tabelas, medidas descritivas (posição,
dispersão, assimetria e curtose).......................................................................................................................................................................... 43
Probabilidade............................................................................................................................................................................................................. 92
Definições básicas e axiomas. Probabilidade condicional e independência. ................................................................................... 92
Técnicas de amostragem: amostragem aleatória simples, estratificada, sistemática e por conglomerados........................ 97

Noções de Informática

Noções de Informática: MS-Windows 7: conceito de pastas, diretórios, arquivos e atalhos, área de trabalho, área de
transferência, manipulação de arquivos e pastas, uso dos menus, programas e aplicativos, interação com o conjunto de
aplicativos MS-Office 2010. ................................................................................................................................................................................. 01
MS-Word 2010: estrutura básica dos documentos, edição e formatação de textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes,
colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, controle de quebras e numeração de páginas,
legendas, índices, inserção de objetos, campos predefinidos, caixas de texto. ............................................................................. 11
MS-Excel 2010: estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos, elaboração de
tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos predefinidos, controle
de quebras e numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação de dados. .................................................. 11
MS-PowerPoint 2010: estrutura básica das apresentações, conceitos de slides, anotações, régua, guias, cabeçalhos e
rodapés, noções de edição e formatação de apresentações, inserção de objetos, numeração de páginas, botões de
ação, animação e transição entre slides. ........................................................................................................................................................ 11
Correio Eletrônico: uso de correio eletrônico, preparo e envio de mensagens, anexação de arquivos................................. 39
Internet: navegação na Internet, conceitos de URL, links, sites, busca e impressão de páginas. ............................................. 39
Compartilhamento de arquivos na nuvem. ................................................................................................................................................... 39
Uso de recursos na nuvem.................................................................................................................................................................................... 39
SUMÁRIO

Língua Inglesa

Estratégias de leitura: compreensão geral do texto em língua inglesa. ............................................................................................ 01


Reconhecimento de informações específicas. ............................................................................................................................................. 01
Capacidade de análise e síntese. ....................................................................................................................................................................... 02
Inferência e predição. ............................................................................................................................................................................................. 03
Reconhecimento do vocabulário mais frequente em textos não literários. ..................................................................................... 03
Palavras cognatas e falsos cognatos. Estratégias discursivas: tipo de texto; função e estrutura discursivas;...................... 05
marcadores de discurso; elementos de coesão............................................................................................................................................ 06
Aspectos gramaticais: conhecimento dos tempos e modos verbais; uso de preposições, conjunções, pronomes e
modais; ........................................................................................................................................................................................................................ 06
Concordância nominal e verbal; relações de coordenação e subordinação..................................................................................... 21

Noções de Administração Geral e Pública

Teorias da administração. ..................................................................................................................................................................................... 01


O processo administrativo; .................................................................................................................................................................................. 03
Planejamento estratégico. ................................................................................................................................................................................... 12
Qualidade na Administração Pública (conceitos): eficiência, eficácia, economicidade, efetividade. ...................................... 15
Mapeamento e análise de processos. ............................................................................................................................................................. 19
Estrutura organizacional. ...................................................................................................................................................................................... 20
Gestão sustentável. ................................................................................................................................................................................................. 21
Gestão de suprimentos. ........................................................................................................................................................................................ 22
Legislação: Constituição Federal – Capitulo VII da Administração Pública....................................................................................... 35

Noções de Administração de Recursos Humanos

Gestão de pessoas e equipes............................................................................................................................................................................... 01


Liderança e motivação nas organizações........................................................................................................................................................ 08
Administração de Pessoal...................................................................................................................................................................................... 16
Contratação no serviço público: concurso público, processo seletivo temporário, contratação para cargos em comissão,
admissão e demissão.............................................................................................................................................................................................. 16
Treinamento e Desenvolvimento de pessoas................................................................................................................................................ 26
Legislações: CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.............................................................................................................................. 30
Constituição Federal: artigo 40 – aposentadoria; artigo 41 – Estabilidade dos servidores (Estágio Probatório)............... 46
Lei nº 16.675 de 13/03/18 – Previdência complementar no âmbito do Estado de SP (altera a Lei nº 14.653 de
22/12/11). ................................................................................................................................................................................................................... 49
Lei nº 8.213 de 1991 – Dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência................................................................................. 49

Noções de direito administrativo

Princípios da Administração Pública. ............................................................................................................................................................... 01


Atos Administrativos. ............................................................................................................................................................................................. 03
Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista. .............................................................................................................................. 16
Processos de licitação, compras e contratos administrativos na Administração Pública. .......................................................... 25
Legislações: Lei nº 10.261/68 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. ...................................... 40
Lei Federal nº 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa. .............................................................................................................. 68
Lei nº 8.666 /93 – Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. ......................................................... 80
Lei Federal nº 10.520/2002 – Institui a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns.......................................................................................................................................................................................................................109
SUMÁRIO

Noções de Administração Financeira e Orçamentária

(Somente Edital Nº 002/2018 de Abertura de Inscrições)

Orçamento público: Conceito. ............................................................................................................................................................................ 01


Princípios orçamentários. ..................................................................................................................................................................................... 01
Ciclo orçamentário. ................................................................................................................................................................................................. 01
Orçamento público no Brasil. ............................................................................................................................................................................. 01
Legislação: Lei nº 4.320/1964.............................................................................................................................................................................. 12

Ética Profissional no Serviço Público

Decreto nº 60.428 de 08/05/14 – Código de Ética na Administração Pública Estadual............................................................... 01

Fomento à pesquisa

(Somente Edital Nº 002/2018 de Abertura de Inscrições)

Procedimentos e normas de agências de formação, promoção e fomento à pesquisa, com ênfase no apoio à execução
de projetos e prestação de contas – base referencial FAPESP, CNPQ e CAPES................................................................................ 01

Redação oficial

Redação oficial: memorandos, ofícios, comunicações internas e requerimentos........................................................................... 01

Estatuto do Servidor

ESUNICAMP – Estatuto do servidor da Universidade Estadual de Campinas.................................................................................. 01

Constituição de São Paulo

Constituição do Estado de São Paulo – Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1989, com as alterações
adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/1990 a 28/2009 (Atualizada até a Emenda nº 46, de 08/06/2018).......... 01

Lei de Acesso à Informação

Lei Federal nº 12.527/11........................................................................................................................................................................................ 01


LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). ............................................................................ 01


Sinônimos e antônimos. ....................................................................................................................................................................................... 07
Sentido próprio e figurado das palavras. ....................................................................................................................................................... 07
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................. 14
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e
sentido que imprimem às relações que estabelecem. .............................................................................................................................. 17
Concordância verbal e nominal. ........................................................................................................................................................................ 55
Regência verbal e nominal.................................................................................................................................................................................... 60
Colocação pronominal........................................................................................................................................................................................... 66
Crase.............................................................................................................................................................................................................................. 68
LÍNGUA PORTUGUESA

- A linguagem não literária é objetiva, denotativa,


LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS preocupa-se em transmitir o conteúdo, utiliza a palavra em
TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO seu sentido próprio, utilitário, sem preocupação artística.
LITERÁRIOS). Geralmente, recorre à ordem direta (sujeito, verbo, com-
plementos).

Leia com atenção os textos a seguir e compare as lin-


Sabemos que a “matéria-prima” da literatura são as pa- guagens utilizadas neles.
lavras. No entanto, é necessário fazer uma distinção entre
a linguagem literária e a linguagem não literária, isto é, Texto A
aquela que não caracteriza a literatura. Amor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que pre-
Embora um médico faça suas prescrições em deter- dispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma
minado idioma, as palavras utilizadas por ele não podem coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de
ser consideradas literárias porque se tratam de um voca- sua terra. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser
a outro ser ou a uma coisa; devoção, culto; adoração: amor
bulário especializado e de um contexto de uso específi-
à Pátria; amor a uma causa. 3. Inclinação ditada por laços
co. Agora, quando analisamos a literatura, vemos que o
de família: amor filial; amor conjugal. 4. Inclinação forte por
escritor dispensa um cuidado diferente com a linguagem
pessoa de outro sexo, geralmente de caráter sexual, mas
escrita, e que os leitores dispensam uma atenção diferen-
que apresenta grande variedade e comportamentos e rea-
ciada ao que foi produzido. ções.
Outra diferença importante é com relação ao trata- Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário
mento do conteúdo: ao passo que, nos textos não literá- da Língua Portuguesa, Nova Fronteira.
rios (jornalísticos, científicos, históricos, etc.) as palavras
servem para veicular uma série de informações, o texto Texto B
literário funciona de maneira a chamar a atenção para a Amor é fogo que arde sem se ver;
própria língua (FARACO & MOURA, 1999) no sentido de É ferida que dói e não se sente;
explorar vários aspectos como a sonoridade, a estrutura É um contentamento descontente;
sintática e o sentido das palavras. é dor que desatina sem doer.
Veja abaixo alguns exemplos de expressões na lin- Luís de Camões. Lírica, Cultrix.
guagem não literária ou “corriqueira” e um exemplo de
uso da mesma expressão, porém, de acordo com alguns Você deve ter notado que os textos tratam do mesmo
escritores, na linguagem literária: assunto, porém os autores utilizam linguagens diferentes.
No texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”,
Linguagem não literária: usando uma linguagem objetiva, científica, sem preocupa-
1- Anoitece. ção artística.
2- Teus cabelos loiros brilham. No texto B, o autor trata do mesmo assunto, mas com
3- Uma nuvem cobriu parte do céu. ... preocupação literária, artística. De fato, o poeta entra no
campo subjetivo, com sua maneira própria de se expres-
Linguagem literária: sar, utiliza comparações (compara amor com fogo, ferida,
1- A mão da noite embrulha os horizontes. (Alvaren- contentamento e dor) e serve-se ainda de contrastes que
ga Peixoto) acabam dando graça e força expressiva ao poema (con-
2- Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz! tentamento descontente, dor sem doer, ferida que não se
sente, fogo que não se vê).
(Mário Quintana)
3- um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua
Questões
nascença. (José Cândido de Carvalho)
1-) Leia o trecho do poema abaixo.
Como distinguir, na prática, a linguagem literária da
não literária? O Poeta da Roça
- A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras Sou fio das mata, cantô da mão grosa
(palavras de sentido figurado), em que as palavras adqui- Trabaio na roça, de inverno e de estio
rem sentidos mais amplos do que geralmente possuem. A minha chupana é tapada de barro
- Na linguagem literária há uma preocupação com a Só fumo cigarro de paia de mio.
escolha e a disposição das palavras, que acabam dando Patativa do Assaré
vida e beleza a um texto.
- Na linguagem literária é muito importante a manei-
ra original de apresentar o tema escolhido.

1
LÍNGUA PORTUGUESA

A respeito dele, é possível afirmar que TEXTO II

(A) não pode ser considerado literário, visto que a lin- A cana-de-açúcar
guagem aí utilizada não está adequada à norma culta for-
mal. Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no
(B) não pode ser considerado literário, pois nele não Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A re-
se percebe a preservação do patrimônio cultural brasileiro. gião que durante séculos foi a grande produtora de cana-de
(C) não é um texto consagrado pela crítica literária. -açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis
(D) trata-se de um texto literário, porque, no processo solos de massapé, além da menor distância em relação ao
criativo da Literatura, o trabalho com a linguagem pode mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse
aparecer de várias formas: cômica, lúdica, erótica, popular cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de
etc -açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio
(E) a pobreza vocabular – palavras erradas – não permi- de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em
te que o consideremos um texto literário. parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a
cana serve também para a produção de álcool, importante
Leia os fragmentos abaixo para responder às questões nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imen-
que seguem: sa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São
Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
TEXTO I
O açúcar 2-) Para que um texto seja literário:
O branco açúcar que adoçará meu café a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expres-
nesta manhã de Ipanema são verbal segundo as leis lógicas ou naturais.
não foi produzido por mim b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondên-
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre. cia na realidade palpável e externa.
Vejo-o puro c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capaci-
e afável ao paladar dade de compreensão do leitor.
como beijo de moça, água d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O
na pele, flor escritor revela, ao escrever, o mundo, e, em especial, revela o
que se dissolve na boca. Mas este açúcar Homem aos outros homens.
não foi feito por mim. e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: senti-
Este açúcar veio mentos, ideias, ações.
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
dono da mercearia. 3-) Ainda com relação ao textos I e II, assinale a opção
Este açúcar veio incorreta
de uma usina de açúcar em Pernambuco a) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real,
ou no Estado do Rio ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principal-
e tampouco o fez o dono da usina. mente como um meio de refletir e recriar a realidade.
Este açúcar era cana b) No texto II, de expressão não literária, o autor informa
e veio dos canaviais extensos o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é
que não nascem por acaso produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
no regaço do vale. c) O texto I parte de uma palavra do domínio comum
Em lugares distantes, onde não há hospital – açúcar – e vai ampliando seu potencial significativo, explo-
nem escola, rando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o
homens que não sabem ler e morrem de fome açúcar – branco, doce, puro – e a vida do trabalhador que o
aos 27 anos produz – dura, amarga, triste.
plantaram e colheram a cana d) No texto I, a expressão literária desconstrói hábitos
que viraria açúcar. de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de
Em usinas escuras, novas formas de dizer.
homens de vida amarga e) O texto II não é literário porque, diferentemente do lite-
e dura rário, parte de um aspecto da realidade, e não da imaginação.
produziram este açúcar
branco e puro Gabarito
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
1-) D
Fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de
Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228) 2-) D – Esta alternativa está correta, pois ela remete ao
caráter reflexivo do autor de um texto literário, ao passo
em que ele revela às pessoas o “seu mundo” de maneira
peculiar.

2
LÍNGUA PORTUGUESA

3-) E – o texto I também fala da realidade, mas com um Condições básicas para interpretar
cunho diferente do texto II. No primeiro há uma colocação
diferenciada por parte do autor em que o objetivo não é Fazem-se necessários:
unicamente passar informação, existem outros “motiva- a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros
dores” por trás desta escrita. literários, estrutura do texto), leitura e prática;
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do
É muito comum, entre os candidatos a um cargo pú- texto) e semântico;
blico, a preocupação com a interpretação de textos. Isso Observação – na semântica (significado das palavras)
acontece porque lhes faltam informações específicas a incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e cono-
respeito desta tarefa constante em provas relacionadas tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-
a concursos públicos. gem, entre outros.
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão aju- c) Capacidade de observação e de síntese e
dar no momento de responder às questões relacionadas d) Capacidade de raciocínio.
a textos.
Interpretar X compreender
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-
cionadas entre si, formando um todo significativo capaz Interpretar significa
de produzir interação comunicativa (capacidade de co- - explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
dificar e decodificar ). - Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
Contexto – um texto é constituído por diversas fra- - O autor permite concluir que...
ses. Em cada uma delas, há uma certa informação que a - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando
condições para a estruturação do conteúdo a ser trans- Compreender significa
mitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente
Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão está escrito.
grande que, se uma frase for retirada de seu contexto - o texto diz que...
original e analisada separadamente, poderá ter um sig- - é sugerido pelo autor que...
nificado diferente daquele inicial. - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-
ção...
Intertexto - comumente, os textos apresentam re- - o narrador afirma...
ferências diretas ou indiretas a outros autores através
de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto. Erros de interpretação

Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência
interpretação de um texto é a identificação de sua ideia de erros de interpretação. Os mais frequentes são:
principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias,
ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, a) Extrapolação (viagem)
que levem ao esclarecimento das questões apresentadas Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias
na prova. que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do
tema quer pela imaginação.
Normalmente, numa prova, o candidato é convi-
dado a: b) Redução
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a
1. Identificar – é reconhecer os elementos funda- um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de
mentais de uma argumentação, de um processo, de uma ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendi-
época (neste caso, procuram-se os verbos e os advér- mento do tema desenvolvido.
bios, os quais definem o tempo).
2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança c) Contradição
ou de diferenças entre as situações do texto. Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do can-
3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado didato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
com uma realidade, opinando a respeito. quentemente, errando a questão.
4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou se-
cundárias em um só parágrafo. Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor
5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras pa- e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova
lavras. de concurso, o que deve ser levado em consideração é o
que o autor diz e nada mais.

3
LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que - Falante não pode negar que tenha querido transmitir
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre a informação expressa pelo pressuposto, mas pode negar
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de que tenha desejado transmitir a informação expressa pelo
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pro- subentendido.
nome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se - Negação da informação não nega o pressuposto.
vai dizer e o que já foi dito. - Pressuposto não verdadeiro – informação explícita
absurda.
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia - Principais marcadores de pressupostos: a) adjetivos;
-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e b) verbos; c) advérbios; d) orações adjetivas; e) conjunções.
do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer QUESTÕES
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor
semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante- (Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vu-
cedente. nesp/2013)
Os pronomes relativos são muito importantes na in-
terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de O uso da bicicleta no Brasil
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que
existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, A utilização da bicicleta como meio de locomoção no
a saber: Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação
com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,
quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Ape-
mas depende das condições da frase.
sar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que
qual (neutro) idem ao anterior.
a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de
quem (pessoa)
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois transporte, um dos que oferecem mais vantagens.
o objeto possuído. A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicle-
como (modo) tas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e
onde (lugar) jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são
quando (tempo) todos considerados veículos, com direito de circulação pe-
quanto (montante) las ruas e prioridade sobre os automotores.
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à
Exemplo: bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade,
Falou tudo QUANTO queria (correto) pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria consomem petróleo e produzem muito menos sucata de
aparecer o demonstrativo O ). metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestio-
Dicas para melhorar a interpretação de textos namentos por excesso de veículos motorizados, que atin-
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do gem principalmente as grandes cidades; o favorecimento
assunto; da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
a leitura; claro, nos impostos.
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto No Brasil, está sendo implantado o sistema de com-
pelo menos duas vezes;
partilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
- Inferir;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitu-
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do ra, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com
autor; quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo
compreensão; país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do
cada questão; compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em
- O autor defende ideias e você deve percebê-las; Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo
site. O valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário,
Segundo Fiorin: R$5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das
-Pressupostos – informações implícitas decorrentes 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que
necessariamente de palavras ou expressões contidas na já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em
frase. pontos estratégicos.
- Subentendidos – insinuações não marcadas clara- A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção
mente na linguagem. não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda
- Pressupostos – verdadeiros ou admitidos como tal. não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de
- Subentendidos – de responsabilidade do ouvinte. transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike.

4
LÍNGUA PORTUGUESA

Na confusão de um trânsito caótico numa cidade grande, não são apenas maus motoristas, sem condições de dirigir,
carros, motocicletas, ônibus e, agora, bicicletas, misturam- mas também se engajam num comportamento de risco –
se, causando, muitas vezes, discussões e acidentes que po- algumas até agem especificamente para irritar o outro mo-
deriam ser evitados. torista ou impedir que este chegue onde precisa.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. Essa é a evolução de pensamento que alguém poderá
A verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles ter antes de passar para a ira de trânsito de fato, levando
estão totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. um motorista a tomar decisões irracionais.
Por isso é tão importante usar capacete e outros itens de Dirigir pode ser uma experiência arriscada e emocio-
segurança. A maior parte dos motoristas de carros, ônibus, nante. Para muitos de nós, os carros são a extensão de
motocicletas e caminhões desconhece as leis que abran- nossa personalidade e podem ser o bem mais valioso que
gem os direitos dos ciclistas. Mas muitos ciclistas também possuímos. Dirigir pode ser a expressão de liberdade para
ignoram seus direitos e deveres. Alguém que resolve in- alguns, mas também é uma atividade que tende a aumen-
tegrar a bike ao seu estilo de vida e usá-la como meio de tar os níveis de estresse, mesmo que não tenhamos cons-
locomoção precisa compreender que deverá gastar com ciência disso no momento.
alguns apetrechos necessários para poder trafegar. De Dirigir é também uma atividade comunitária. Uma vez
acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, as bicicletas que entra no trânsito, você se junta a uma comunidade
devem, obrigatoriamente, ser equipadas com campainha, de outros motoristas, todos com seus objetivos, medos e
sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, habilidades ao volante. Os psicólogos Leon James e Diane
além de espelho retrovisor do lado esquerdo. Nahl dizem que um dos fatores da ira de trânsito é a ten-
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. dência de nos concentrarmos em nós mesmos, descartan-
Adaptado) do o aspecto comunitário do ato de dirigir.
Como perito do Congresso em Psicologia do Trânsito,
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como o Dr. James acredita que a causa principal da ira de trânsi-
meio de locomoção nas metrópoles brasileiras to não são os congestionamentos ou mais motoristas nas
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra ruas, e sim como nossa cultura visualiza a direção agressi-
devido à falta de regulamentação. va. As crianças aprendem que as regras normais em relação
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido ao comportamento e à civilidade não se aplicam quando
incentivado em várias cidades. dirigimos um carro. Elas podem ver seus pais envolvidos
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela em comportamentos de disputa ao volante, mudando de
maioria dos moradores. faixa continuamente ou dirigindo em alta velocidade, sem-
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com pre com pressa para chegar ao destino.
os demais meios de transporte. Para complicar as coisas, por vários anos psicólogos
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade sugeriam que o melhor meio para aliviar a raiva era des-
arriscada e pouco salutar. carregar a frustração. Estudos mostram, no entanto, que a
descarga de frustrações não ajuda a aliviar a raiva. Em uma
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos situação de ira de trânsito, a descarga de frustrações pode
objetivos centrais do texto é transformar um incidente em uma violenta briga.
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do Com isso em mente, não é surpresa que brigas vio-
ciclista. lentas aconteçam algumas vezes. A maioria das pessoas
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta está predisposta a apresentar um comportamento irracio-
é mais seguro do que dirigir um carro. nal quando dirige. Dr. James vai ainda além e afirma que a
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bi- maior parte das pessoas fica emocionalmente incapacitada
cicleta no Brasil. quando dirige. O que deve ser feito, dizem os psicólogos,
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como é estar ciente de seu estado emocional e fazer as escolhas
meio de locomoção se consolidou no Brasil. corretas, mesmo quando estiver tentado a agir só com a
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista emoção.
deve dar prioridade ao pedestre. (Jonathan Strickland. Disponível em: http://carros.hsw.
uol.com.br/furia-no-transito1 .htm. Acesso em: 01.08.2013.
(Oficial Estadual de Trânsito - DETRAN-SP - Vunesp Adaptado)
2013) Leia o texto para responder às questões de 3 a 5
3-) Tomando por base as informações contidas no tex-
Propensão à ira de trânsito to, é correto afirmar que
(A) os comportamentos de disputa ao volante aconte-
Dirigir um carro é estressante, além de inerentemente cem à medida que os motoristas se envolvem em decisões
perigoso. Mesmo que o indivíduo seja o motorista mais se- conscientes.
guro do mundo, existem muitas variáveis de risco no trân- (B) segundo psicólogos, as brigas no trânsito são cau-
sito, como clima, acidentes de trânsito e obras nas ruas. E sadas pela constante preocupação dos motoristas com o
com relação a todas as outras pessoas nas ruas? Algumas aspecto comunitário do ato de dirigir.

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LÍNGUA PORTUGUESA

(C) para Dr. James, o grande número de carros nas ruas 6-) Considere:
é o principal motivo que provoca, nos motoristas, uma di- I. Segundo o texto, na ficção científica abordam-se,
reção agressiva. com distanciamento de tempo e espaço, questões con-
(D) o ato de dirigir um carro envolve uma série de ex- troversas e moralmente incômodas da sociedade atual, de
periências e atividades não só individuais como também modo que a solução oferecida pela fantasia possa ser apli-
sociais. cada para resolver os problemas da realidade.
(E) dirigir mal pode estar associado à falta de controle II. Parte do poder de convencimento da ficção cientí-
das emoções positivas por parte dos motoristas. fica deriva do fato de serem apresentados ao espectador
objetos imaginários que, embora não existam na vida real,
4. A ira de trânsito estão, de algum modo, conectados à realidade.
A) aprimora uma atitude de reconhecimento de regras. III. A ficção científica extrapola os limites da realidade,
(B) implica tomada de decisões sem racionalidade. mas baseia-se naquilo que, pelo menos em teoria, acredi-
(C) conduz a um comportamento coerente. ta-se que seja possível.
(D) resulta do comportamento essencialmente comu- Está correto o que se afirma APENAS em
nitário dos motoristas. (A) III.
(E) decorre de imperícia na condução de um veículo. (B) I e II.
(C) I e III.
5. De acordo com o perito Dr. James, (D) II e III.
(A) os congestionamentos representam o principal fa- (E) II.
tor para a ira no trânsito.
(B) a cultura dos motoristas é fator determinante para 7-) Sem prejuízo para o sentido original e a correção
o aumento de suas frustrações. gramatical, o termo sonhar, em ... a sociedade se permite
(C) o motorista, ao dirigir, deve ser individualista em sonhar seus piores problemas... (2o parágrafo), pode ser
suas ações, a fim de expressar sua liberdade e garantir que substituído por:
outros motoristas não o irritem. (A) descansar.
(D) a principal causa da direção agressiva é o desco- (B) desprezar.
nhecimento das regras de trânsito. (C) esquecer.
(E) o comportamento dos pais ao dirigirem com ira (D) fugir.
contradiz o aprendizado das crianças em relação às regras (E) imaginar.
de civilidade.
(TRF 3ª região/2014) Atenção: Para responder às ques-
(TRF 3ª região/2014) Para responder às questões de tões de números 8 a 10 considere o texto abaixo.
números 6 e 7 considere o texto abaixo. Texto I
Toda ficção científica, de Metrópolis ao Senhor dos O canto das sereias é uma imagem que remonta às
anéis, baseia-se, essencialmente, no que está acontecen-
mais luminosas fontes da mitologia e da literatura gregas.
do no mundo no momento em que o filme foi feito. Não
As versões da fábula variam, mas o sentido geral da trama
no futuro ou numa galáxia distante, muitos e muitos anos
é comum.
atrás, mas agora mesmo, no presente, simbolizado em pro-
As sereias eram criaturas sobre-humanas. Ninfas de
jeções que nos confortam e tranquilizam ao nos oferecer
extraordinária beleza, viviam sozinhas numa ilha do Medi-
uma adequada distância de tempo e espaço.
terrâneo, mas tinham o dom de chamar a si os navegantes,
Na ficção científica, a sociedade se permite sonhar seus
graças ao irresistível poder de sedução do seu canto. Atraí-
piores problemas: desumanização, superpopulação, totali-
dos por aquela melodia divina, os navios batiam nos recifes
tarismo, loucura, fome, epidemias. Não se imita a realida-
submersos da beira-mar e naufragavam. As sereias então
de, mas imagina-se, sonha-se, cria-se outra realidade onde
possamos colocar e resolver no plano da imaginação tudo devoravam impiedosamente os tripulantes.
o que nos incomoda no cotidiano. O elemento essencial Doce o caminho, amargo o fim. Como escapar com
para guiar a lógica interna do gênero, cuja quebra implica vida do canto das sereias? A literatura grega registra duas
o fim da magia, é a ciência. Por isso, tecnologia é essen- soluções vitoriosas. Uma delas foi a saída encontrada por
cial ao gênero. Parte do poder desse tipo de magia cine- Orfeu, o incomparável gênio da música e da poesia.
matográfica está em concretizar, diante dos nossos olhos, Quando a embarcação na qual ele navegava entrou
objetos possíveis, mas inexistentes: carros voadores, robôs inadvertidamente no raio de ação das sereias, ele conse-
inteligentes. Como parte dessas coisas imaginadas acaba guiu impedir a tripulação de perder a cabeça tocando uma
se tornando realidade, o gênero reforça a sensação de que música ainda mais sublime do que aquela que vinha da
estamos vendo na tela projeções das nossas possibilidades ilha. O navio atravessou incólume a zona de perigo.
coletivas futuras. A outra solução foi a de Ulisses. Sua principal arma
(Adaptado de: BAHIANA, Ana Maria. Como ver um fil- para vencer as sereias foi o reconhecimento franco e cora-
me. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012. formato ebook.) joso da sua fraqueza e da sua falibilidade − a aceitação dos
seus inescapáveis limites humanos.

6
LÍNGUA PORTUGUESA

Ulisses sabia que ele e seus homens não teriam firmeza


para resistir ao apelo das sereias. Por isso, no momento SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS.
em que a embarcação se aproximou da ilha, mandou que SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS
todos os tripulantes tapassem os ouvidos com cera e orde- PALAVRAS.
nou que o amarrassem ao mastro central do navio. O sur-
preendente é que Ulisses não tapou com cera os próprios
ouvidos − ele quis ouvir. Quando chegou a hora, Ulisses
foi seduzido pelas sereias e fez de tudo para convencer os Semântica é o estudo da significação das palavras e
tripulantes a deixarem-no livre para ir juntar-se a elas. Seus das suas mudanças de significação através do tempo ou
subordinados, contudo, cumpriram fielmente a ordem de em determinada época. A maior importância está em dis-
não soltá-lo até que estivessem longe da zona de perigo. tinguir sinônimos e antônimos (sinonímia / antonímia) e
Orfeu escapou das sereias como divindade; Ulisses, homônimos e parônimos (homonímia / paronímia).
como mortal. Ao se aproximar das sereias, a escolha diante
do herói era clara: a falsa promessa de gratificação ime- Sinônimos
diata, de um lado, e o bem permanente do seu projeto de
vida − prosseguir viagem, retornar a Ítaca, reconquistar São palavras de sentido igual ou aproximado: alfa-
Penélope −, do outro. A verdadeira vitória de Ulisses foi beto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar
contra ele mesmo. Foi contra a fraqueza, o oportunismo - abolir.
suicida e a surdez delirante que ele soube reconhecer em
Duas palavras são totalmente sinônimas quando são
sua própria alma.
substituíveis, uma pela outra, em qualquer contexto (cara
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Auto-engano. São
e rosto, por exemplo); são parcialmente sinônimas quan-
Paulo, Cia. das Letras, 1997. Formato eBOOK)
do, ocasionalmente, podem ser substituídas, uma pela
8-) Há no texto outra, em determinado enunciado (aguardar e esperar).
(A) comparação entre os meios que Orfeu e Ulisses
usam para enfrentar o desafio que se apresenta a eles. Observação: A contribuição greco-latina é respon-
(B) rivalidade entre o mortal Ulisses e o divino Orfeu, sável pela existência de numerosos pares de sinônimos:
cujo talento musical causava inveja ao primeiro. adversário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo
(C) juízo de valor a respeito das atitudes das sereias em e hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; coló-
relação aos navegantes e elogio à astúcia de Orfeu. quio e diálogo; transformação e metamorfose; oposição e
(D) crítica à forma pouco original com que Orfeu deci- antítese.
de enganar as sereias e elogio à astúcia de Ulisses.
(E) censura à atitude arriscada de Ulisses, cuja ousadia Antônimos
quase lhe custou seu projeto de vida.
São palavras que se opõem através de seu significado:
9-) Depreende-se do texto que as sereias atingiam ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar;
seus objetivos por meio de mal - bem.
(A) intolerância.
(B) dissimulação. Observação: A antonímia pode se originar de um
(C) lisura. prefixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldi-
(D) observação. zer; simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia
(E) condescendência. e discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista
e anticomunista; simétrico e assimétrico.
10-) O navio atravessou incólume a zona de perigo. (4o
parágrafo). Mantém-se o sentido original do texto substi- Homônimos e Parônimos
tuindo-se o elemento grifado por
(A) insolente. - Homônimos = palavras que possuem a mesma gra-
(B) inatingível.
fia ou a mesma pronúncia, mas significados diferentes.
(C) intacto.
Podem ser
(D) inativo.
(E) impalpável.
a) Homógrafas: são palavras iguais na escrita e dife-
GABARITO rentes na pronúncia:
rego (subst.) e rego (verbo);
1- B 2-A 3-D 4-B 5-E colher (verbo) e colher (subst.);
6- D 7-E 8-A 9-B 10-C jogo (subst.) e jogo (verbo);
denúncia (subst.) e denuncia (verbo);
providência (subst.) e providencia (verbo).

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e di- Denotação e Conotação


ferentes na escrita:
acender (atear) e ascender (subir); Exemplos de variação no significado das palavras:
concertar (harmonizar) e consertar (reparar); Os domadores conseguiram enjaular a fera. (sentido literal)
cela (compartimento) e sela (arreio); Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido fi-
censo (recenseamento) e senso ( juízo); gurado)
paço (palácio) e passo (andar). Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)
As variações nos significados das palavras ocasionam o
c) Homógrafas e homófonas simultaneamente (ou sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (co-
perfeitas): São palavras iguais na escrita e na pronúncia: notação) das palavras.
caminho (subst.) e caminho (verbo);
cedo (verbo) e cedo (adv.); Denotação
livre (adj.) e livre (verbo). Uma palavra é usada no sentido denotativo quando
apresenta seu significado original, independentemente do
- Parônimos = palavras com sentidos diferentes, po- contexto em que aparece. Refere-se ao seu significado mais
rém de formas relativamente próximas. São palavras pa- objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e
recidas na escrita e na pronúncia: cesta (receptáculo de muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece
vime; cesta de basquete/esporte) e sesta (descanso após o nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
almoço), eminente (ilustre) e iminente (que está para ocor- A denotação tem como finalidade informar o receptor
rer), osso (substantivo) e ouço (verbo), sede (substantivo e/ da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo um ca-
ou verbo “ser” no imperativo) e cede (verbo), comprimento ráter prático. É utilizada em textos informativos, como jor-
(medida) e cumprimento (saudação), autuar (processar) e nais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medica-
mentos, textos científicos, entre outros. A palavra “pau”, por
atuar (agir), infligir (aplicar pena) e infringir (violar), deferir
exemplo, em seu sentido denotativo é apenas um pedaço de
(atender a) e diferir (divergir), suar (transpirar) e soar (emi-
madeira. Outros exemplos:
tir som), aprender (conhecer) e apreender (assimilar; apro-
O elefante é um mamífero.
priar-se de), tráfico (comércio ilegal) e tráfego (relativo a
As estrelas deixam o céu mais bonito!
movimento, trânsito), mandato (procuração) e mandado
(ordem), emergir (subir à superfície) e imergir (mergulhar,
Conotação
afundar). Uma palavra é usada no sentido conotativo quando apre-
senta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpreta-
Hiperonímia e Hiponímia ções, dependendo do contexto em que esteja inserida, referin-
do-se a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido
Hipônimos e hiperônimos são palavras que perten- original da palavra, ampliando sua significação mediante a cir-
cem a um mesmo campo semântico (de sentido), sendo o cunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um senti-
hipônimo uma palavra de sentido mais específico; o hipe- do figurado e simbólico. Como no exemplo da palavra “pau”:
rônimo, mais abrangente. em seu sentido conotativo ela pode significar castigo (dar-lhe
O hiperônimo impõe as suas propriedades ao hipô- um pau), reprovação (tomei pau no concurso).
nimo, criando, assim, uma relação de dependência se- A conotação tem como finalidade provocar sentimen-
mântica. Por exemplo: Veículos está numa relação de hi- tos no receptor da mensagem, através da expressividade e
peronímia com carros, já que veículos é uma palavra de afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa
significado genérico, incluindo motos, ônibus, caminhões. linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em
Veículos é um hiperônimo de carros. conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios pu-
Um hiperônimo pode substituir seus hipônimos em blicitários, entre outros. Exemplos:
quaisquer contextos, mas o oposto não é possível. A utili- Você é o meu sol!
zação correta dos hiperônimos, ao redigir um texto, evita Minha vida é um mar de tristezas.
a repetição desnecessária de termos. Você tem um coração de pedra!

Fontes de pesquisa: * Dica: Procure associar Denotação com Dicionário: tra-


http://www.coladaweb.com/portugues/sinonimos, ta-se de definição literal, quando o termo é utilizado com o
-antonimos,-homonimos-e-paronimos sentido que consta no dicionário.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. Fontes de pesquisa:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- http://www.normaculta.com.br/conotacao-e-denota-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São cao/
Paulo: Saraiva, 2010. SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
XIMENES, Sérgio. Minidicionário Ediouro da Lìngua reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Portuguesa – 2ªed. reform. – São Paulo: Ediouro, 2000. Paulo: Saraiva, 2010.

8
LÍNGUA PORTUGUESA

Polissemia De igual forma, quando uma palavra é polissêmica,


ela pode induzir uma pessoa a fazer mais do que uma in-
Polissemia é a propriedade de uma palavra adquirir terpretação. Para fazer a interpretação correta é muito im-
multiplicidade de sentidos, que só se explicam dentro de portante saber qual o contexto em que a frase é proferida.
um contexto. Trata-se, realmente, de uma única palavra, Muitas vezes, a disposição das palavras na construção
mas que abarca um grande número de significados dentro do enunciado pode gerar ambiguidade ou, até mesmo,
de seu próprio campo semântico. comicidade. Repare na figura abaixo:
Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo per-
cebemos que o prefixo “poli” significa multiplicidade de
algo. Possibilidades de várias interpretações levando-se
em consideração as situações de aplicabilidade. Há uma
infinidade de exemplos em que podemos verificar a ocor-
rência da polissemia:
O rapaz é um tremendo gato.
O gato do vizinho é peralta.
Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua
sobrevivência
O passarinho foi atingido no bico.

Nas expressões polissêmicas rede de deitar, rede de (http://www.humorbabaca.com/fotos/diversas/corto-


computadores e rede elétrica, por exemplo, temos em co- cabelo-e-pinto. Acesso em 15/9/2014).
mum a palavra “rede”, que dá às expressões o sentido de Poderíamos corrigir o cartaz de inúmeras maneiras,
“entrelaçamento”. Outro exemplo é a palavra “xadrez”, mas duas seriam:
que pode ser utilizada representando “tecido”, “prisão” ou
Corte e coloração capilar
“jogo” – o sentido comum entre todas as expressões é o
ou
formato quadriculado que têm.
Faço corte e pintura capilar
Polissemia e homonímia
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/polissemia.
A confusão entre polissemia e homonímia é bastante co-
htm
mum. Quando a mesma palavra apresenta vários significados,
estamos na presença da polissemia. Por outro lado, quando Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
duas ou mais palavras com origens e significados distintos reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
têm a mesma grafia e fonologia, temos uma homonímia. Paulo: Saraiva, 2010.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
significar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
polissemia porque os diferentes significados para a pala-
vra “manga” têm origens diferentes. “Letra” é uma palavra Figura de Linguagem, Pensamento e Construção
polissêmica: pode significar o elemento básico do alfabe-
to, o texto de uma canção ou a caligrafia de um determi- Figura de Palavra
nado indivíduo. Neste caso, os diferentes significados es-
tão interligados porque remetem para o mesmo conceito, A figura de palavra consiste na substituição de uma
o da escrita. palavra por outra, isto é, no emprego figurado, simbólico,
seja por uma relação muito próxima (contiguidade), seja
Polissemia e ambiguidade por uma associação, uma comparação, uma similaridade.
Estes dois conceitos básicos - contiguidade e similaridade
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na - permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de pala-
interpretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode vras: a metáfora e a metonímia.
ser ambíguo, ou seja, apresentar mais de uma interpreta-
ção. Esta ambiguidade pode ocorrer devido à colocação Metáfora
específica de uma palavra (por exemplo, um advérbio) em
uma frase. Vejamos a seguinte frase: Consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequen- em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em
temente são felizes. virtude da circunstância de que o nosso espírito as associa
Neste caso podem existir duas interpretações diferen- e percebe entre elas certas semelhanças. É o emprego da
tes: palavra fora de seu sentido normal.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são Observação: toda metáfora é uma espécie de com-
felizes ou são felizes porque têm uma alimentação equi- paração implícita, em que o elemento comparativo não
librada. aparece.

9
LÍNGUA PORTUGUESA

Seus olhos são como luzes brilhantes. 10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e so-
O exemplo acima mostra uma comparação evidente, frem nesse mundo. (= Os homens pensam e sofrem nesse
através do emprego da palavra como. mundo).
Observe agora: Seus olhos são luzes brilhantes. 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada para
Neste exemplo não há mais uma comparação (note a ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres foram
ausência da partícula comparativa), e sim símile, ou seja, chamadas, não apenas uma mulher).
qualidade do que é semelhante. 12 - Marca pelo produto: Minha filha adora danone.
Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. (= Minha filha adora o iogurte que é da marca Danone).
Há substituição da palavra olhos por luzes brilhantes. Esta 13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (=
é a verdadeira metáfora. Alguns astronautas foram à Lua).
14 - Símbolo pela coisa simbolizada: A balança pen-
Observe outros exemplos: derá para teu lado. (= A justiça ficará do teu lado).

1) “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Saiba que: Sinédoque se relaciona com o conceito de
Pessoa) extensão (como nos exemplos 9, 10 e 11, acima), enquan-
Neste caso, a metáfora é possível na medida em que to que a metonímia abrange apenas os casos de analogia
o poeta estabelece relações de semelhança entre um rio ou de relação. Não há necessidade, atualmente, de se fa-
subterrâneo e seu pensamento (pode estar relacionando zer distinção entre ambas as figuras.
a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).
Catacrese
2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a lugar
algum. Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso contí-
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, na fra- nuo, cristalizou-se. A catacrese costuma ocorrer quando,
se acima, uma metáfora. Por trás do uso dessa expressão por falta de um termo específico para designar um con-
que indica uma alma rústica e abandonada (e angustiada- ceito, toma-se outro “emprestado”. Assim, passamos a
mente inútil), há uma comparação subentendida: Minha empregar algumas palavras fora de seu sentido original.
alma é tão rústica, abandonada (e inútil) quanto uma es- Exemplos: “asa da xícara”, “batata da perna”, “maçã do ros-
trada de terra que leva a lugar algum. to”, “pé da mesa”, “braço da cadeira”, “coroa do abacaxi”.

A Amazônia é o pulmão do mundo. Perífrase ou Antonomásia


Em sua mente povoa só inveja.
Trata-se de uma expressão que designa um ser atra-
vés de alguma de suas características ou atributos, ou de
Metonímia
um fato que o celebrizou. É a substituição de um nome
por outro ou por uma expressão que facilmente o iden-
É a substituição de um nome por outro, em virtude de
tifique:
existir entre eles algum relacionamento. Tal substituição
A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
pode acontecer dos seguintes modos:
atraindo visitantes do mundo todo.
A Cidade-Luz (=Paris)
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Assis. (=
O rei das selvas (=o leão)
Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis).
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. (= Observação: quando a perífrase indica uma pes-
As lâmpadas iluminam o mundo). soa, recebe o nome de antonomásia. Exemplos:
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te afastes O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida prati-
da cruz. (= Não te afastes da religião). cando o bem.
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso O Poeta dos Escravos (= Castro Alves) morreu muito
Havana. (= Fumei um saboroso charuto). jovem.
5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Só- O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções.
crates tomou veneno).
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como do meu Sinestesia
trabalho. (= Moro no campo e como o alimento que pro-
duzo). Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as sen-
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu o cálice todo. sações percebidas por diferentes órgãos do sentido. É o
(= Bebeu todo o líquido que estava no cálice). cruzamento de sensações distintas.
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Os micro- Um grito áspero revelava tudo o que sentia. (grito =
fones foram atrás dos jogadores. (= Os repórteres foram auditivo; áspero = tátil)
atrás dos jogadores). No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os aconte-
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam apressa- cimentos. (silêncio = auditivo; escuro = visual)
damente. (= Várias pessoas passavam apressadamente). Tosse gorda. (sensação auditiva X sensação tátil)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Fontes de pesquisa: Prosopopeia ou Personificação


http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil2.
php É a atribuição de ações ou qualidades de seres ani-
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa mados a seres inanimados, ou características humanas a
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. seres não humanos. Observe os exemplos:
Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce- As pedras andam vagarosamente.
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São O livro é um mudo que fala, um surdo que ouve, um
Paulo: Saraiva, 2010. cego que guia.
A floresta gesticulava nervosamente diante da serra.
Antítese Chora, violão.
Consiste no emprego de palavras que se opõem Apóstrofe
quanto ao sentido. O contraste que se estabelece serve,
essencialmente, para dar uma ênfase aos conceitos envol-
Consiste na “invocação” de alguém ou de alguma coi-
vidos que não se conseguiria com a exposição isolada dos
sa personificada, de acordo com o objetivo do discurso,
mesmos. Observe os exemplos:
que pode ser poético, sagrado ou profano. Caracteriza-
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
O corpo é grande e a alma é pequena. se pelo chamamento do receptor da mensagem, seja ele
“Quando um muro separa, uma ponte une.” imaginário ou não. A introdução da apóstrofe interrompe
Não há gosto sem desgosto. a linha de pensamento do discurso, destacando-se assim
a entidade a que se dirige e a ideia que se pretende pôr
Paradoxo ou oximoro em evidência com tal invocação. Realiza-se por meio do
vocativo. Exemplos:
É a associação de ideias, além de contrastantes, con- Moça, que fazes aí parada?
traditórias. Seria a antítese ao extremo. “Pai Nosso, que estais no céu”
Era dor, sim, mas uma dor deliciosa. Deus, ó Deus! Onde estás?
Ouvimos as vozes do silêncio.
Gradação
Eufemismo
Apresentação de ideias por meio de palavras, sinôni-
É o emprego de uma expressão mais suave, mais no- mas ou não, em ordem ascendente (clímax) ou descen-
bre ou menos agressiva, para comunicar alguma coisa ás- dente (anticlímax). Observe este exemplo:
pera, desagradável ou chocante. Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Joana
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao Se- com seus olhos claros e brincalhões...
nhor. (= morreu)
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= roubou) O objetivo do narrador é mostrar a expressividade
Fernando faltou com a verdade. (= mentiu) dos olhos de Joana. Para chegar a este detalhe, ele se re-
Faltar à verdade. (= mentir) fere ao céu, à terra, às pessoas e, finalmente, a Joana e
seus olhos. Nota-se que o pensamento foi expresso em
Ironia ordem decrescente de intensidade. Outros exemplos:
“Vive só para mim, só para a minha vida, só para meu
É sugerir, pela entoação e contexto, o contrário do
amor”. (Olavo Bilac)
que as palavras ou frases expressam, geralmente apresen-
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, co-
tando intenção sarcástica. A ironia deve ser muito bem
lheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
construída para que cumpra a sua finalidade; mal cons-
truída, pode passar uma ideia exatamente oposta à dese-
jada pelo emissor. Fontes de pesquisa:
Como você foi bem na prova! Não tirou nem a nota http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil5.
mínima. php
Parece um anjinho aquele menino, briga com todos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
que estão por perto. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
O governador foi sutil como um elefante. Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Hipérbole Paulo: Saraiva, 2010.

É a expressão intencionalmente exagerada com o in- As figuras de construção (ou sintática, de sintaxe)
tuito de realçar uma ideia. ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade
Faria isso milhões de vezes se fosse preciso. ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela
“Rios te correrão dos olhos, se chorares.” (Olavo Bilac) maior expressividade que se dá ao sentido.
O concurseiro quase morre de tanto estudar!

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LÍNGUA PORTUGUESA

Elipse Silepse de Pessoa - Três são as pessoas gramaticais:


eu, tu e ele (as três pessoas do singular); nós, vós, eles (as
Consiste na omissão de um ou mais termos numa três do plural). A silepse de pessoa ocorre quando há um
oração e que podem ser facilmente identificados, tanto desvio de concordância. O verbo, mais uma vez, não con-
por elementos gramaticais presentes na própria oração, corda com o sujeito da oração, mas sim com a pessoa que
quanto pelo contexto. está inscrita no sujeito. Exemplos:
A catedral da Sé. (a igreja catedral) O que não compreendo é como os brasileiros persista-
Domingo irei ao estádio. (no domingo eu irei ao es- mos em aceitar essa situação.
tádio) Os agricultores temos orgulho de nosso trabalho.
“Dizem que os cariocas somos poucos dados aos jar-
Zeugma dins públicos.” (Machado de Assis)

Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é feita Observe que os verbos persistamos, temos e somos
a omissão de um termo já mencionado anteriormente. não concordam gramaticalmente com os seus sujeitos
Ele gosta de geografia; eu, de português. (eu gosto de (brasileiros, agricultores e cariocas, que estão na terceira
português) pessoa), mas com a ideia que neles está contida (nós, os
Na casa dela só havia móveis antigos; na minha, só brasileiros, os agricultores e os cariocas).
modernos. (só havia móveis)
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. (gosto de) Polissíndeto / Assíndeto

Silepse Para estudarmos as duas figuras de construção é ne-


cessário recordar um conceito estudado em sintaxe sobre
A silepse é a concordância que se faz com o termo período composto. No período composto por coordena-
que não está expresso no texto, mas, sim, subentendido. ção, podemos ter orações sindéticas ou assindéticas. A
É uma concordância anormal, psicológica, porque se faz oração coordenada ligada por uma conjunção (conectivo)
com um termo oculto, facilmente identificado. Há três ti- é sindética; a oração que não apresenta conectivo é assin-
pos de silepse: de gênero, número e pessoa. dética. Recordado esse conceito, podemos definir as duas
figuras de construção:
Silepse de Gênero - Os gêneros são masculino e fe-
minino. Ocorre a silepse de gênero quando a concordân- 1) Polissíndeto - É uma figura caracterizada pela re-
cia se faz com a ideia que o termo comporta. Exemplos: petição enfática dos conectivos. Observe o exemplo: O
menino resmunga, e chora, e grita, e ninguém faz nada.
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com o
calor intenso. 2) Assíndeto - É uma figura caracterizada pela au-
Neste caso, o adjetivo bonita não está concordando sência, pela omissão das conjunções coordenativas, re-
com o termo Porto Velho, que gramaticalmente pertence sultando no uso de orações coordenadas assindéticas.
ao gênero masculino, mas com a ideia contida no termo Exemplos:
(a cidade de Porto Velho). Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)
2) Vossa Excelência está preocupado.
O adjetivo preocupado concorda com o sexo da pes- Pleonasmo
soa, que nesse caso é masculino, e não com o termo Vossa
Excelência. Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é
Silepse de Número - Os números são singular e plu- realçar a ideia, torná-la mais expressiva.
ral. A silepse de número ocorre quando o verbo da oração O problema da violência, é necessário resolvê-lo logo.
não concorda gramaticalmente com o sujeito da oração,
mas com a ideia que nele está contida. Exemplos: Nesta oração, os termos “o problema da violência”
A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da cidade e “lo” exercem a mesma função sintática: objeto direto.
de Salvador. Assim, temos um pleonasmo do objeto direto, sendo o
O povo corria por todos os lados e gritavam muito alto. pronome “lo” classificado como objeto direto pleonástico.
Outro exemplo:
Note que nos exemplos acima, os verbos andaram e Aos funcionários, não lhes interessam tais medidas.
gritavam não concordam gramaticalmente com os sujei- Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
tos das orações (que se encontram no singular, procissão
e povo, respectivamente), mas com a ideia que neles está
contida. Procissão e povo dão a ideia de muita gente, por Neste caso, há um pleonasmo do objeto indireto, e o
isso que os verbos estão no plural. pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto pleo-
nástico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação: o pleonasmo só tem razão de ser quan- Figuras de Som


do confere mais vigor à frase; caso contrário, torna-se um
pleonasmo vicioso: Aliteração - Consiste na repetição de consoantes
Vi aquela cena com meus próprios olhos. como recurso para intensificação do ritmo ou como efei-
Vamos subir para cima. to sonoro significativo.
Ele desceu pra baixo. Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Vozes veladas, veludosas vozes... (Cruz e Sousa)
Anáfora Quem com ferro fere com ferro será ferido.

É a repetição de uma ou mais palavras no início de Assonância - Consiste na repetição ordenada de


várias frases, criando, assim, um efeito de reforço e de sons vocálicos idênticos:
coerência. Pela repetição, a palavra ou expressão em cau- “Sou um mulato nato no sentido lato mulato demo-
sa é posta em destaque, permitindo ao escritor valorizar crático do litoral.”
determinado elemento textual. Os termos anafóricos po-
dem muitas vezes ser substituídos por pronomes. Onomatopéia - Ocorre quando se tentam reproduzir
Encontrei um amigo ontem. Ele me disse que te conhe- na forma de palavras os sons da realidade:
cia. Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
“Tudo cura o tempo, tudo gasta, tudo digere, tudo aca-
ba.” (Padre Vieira) Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil8.
Anacoluto php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Consiste na mudança da construção sintática no meio Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
da frase, ficando alguns termos desligados do resto do Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
período. É a quebra da estrutura normal da frase para a
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
introdução de uma palavra ou expressão sem nenhuma
Paulo: Saraiva, 2010.
ligação sintática com as demais.
Esses alunos da escola, não se pode duvidar deles.
Questões
Morrer, todo haveremos de morrer.
1-) (DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE
Aquele garoto, você não disse que ele chegaria logo?
JANEIRO – TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO EM BI-
BLIOTECONOMIA – FGV/2014 - adaptada) Ao dizer que
A expressão “esses alunos da escola”, por exemplo, de-
os shoppings são “cidades”, o autor do texto faz uso de
veria exercer a função de sujeito. No entanto, há uma in-
terrupção da frase e esta expressão fica à parte, não exer- um tipo de linguagem figurada denominada
cendo nenhuma função sintática. O anacoluto também é (A) metonímia.
chamado de “frase quebrada”, pois corresponde a uma (B) eufemismo.
interrupção na sequência lógica do pensamento. (C) hipérbole.
(D) metáfora.
Observação: o anacoluto deve ser usado com finali- (E) catacrese.
dade expressiva em casos muito especiais. Em geral, evi-
te-o. 1-) A metáfora consiste em retirar uma palavra de seu
contexto convencional (denotativo) e transportá-la para
Hipérbato / Inversão um novo campo de significação (conotativa), por meio de
uma comparação implícita, de uma similaridade existente
É a inversão da estrutura frásica, isto é, a inversão da entre as duas.
ordem direta dos termos da oração, fazendo com que o (Fonte:http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portu-
sujeito venha depois do predicado: gues/metafora-figura-de-palavra-variacoes-e-exemplos.
Ao ódio venceu o amor. (Na ordem direta seria: O htm)
amor venceu ao ódio) RESPOSTA: “D”.
Dos meus problemas cuido eu! (Na ordem direta seria:
Eu cuido dos meus problemas)

* Observação da Zê!
O nosso Hino Nacional é um exemplo de hipérbato, já
que, na ordem direta, teríamos:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
tumbante de um povo heroico”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) (PREFEITURA DE ARCOVERDE/PE - ADMINISTRADOR DE RECURSOS HUMANOS – CONPASS/2014) Identifique a


figura de linguagem presente na tira seguinte:

A) metonímia
B) prosopopeia
C) hipérbole
D) eufemismo
E) onomatopeia

2-) “Eufemismo = é o emprego de uma expressão mais suave, mais nobre ou menos agressiva, para comunicar algu-
ma coisa áspera, desagradável ou chocante”. No caso da tirinha, é utilizada a expressão “deram suas vidas por nós” no
lugar de “que morreram por nós”.
RESPOSTA: “D”.

3-) (CASAL/AL - ADMINISTRADOR DE REDE - COPEVE/UFAL/2014)


Está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto.
O dito popular é, na maioria das vezes, uma figura de linguagem. Entre as 14h30min e às 15h desta terça-feira, ho-
rário do dia em que o calor é mais intenso, a temperatura do asfalto, medida com um termômetro de contato, chegou a
65ºC. Para fritar um ovo, seria preciso que o local alcançasse aproximadamente 90ºC.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Acesso em: 22 jan. 2014.

O texto cita que o dito popular “está tão quente que dá para fritar um ovo no asfalto” expressa uma figura de lingua-
gem. O autor do texto refere-se a qual figura de linguagem?
A) Eufemismo.
B) Hipérbole.
C) Paradoxo.
D) Metonímia.
E) Hipérbato.

3-) A expressão é um exagero! Ela serve apenas para representar o calor excessivo que está fazendo. A figura que é
utilizada “mil vezes” (!) para atingir tal objetivo é a hipérbole.
RESPOSTA: “B”.

PONTUAÇÃO.

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual, além de
ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Um texto escrito adquire diferentes significados quando pontuado
de formas diversificadas. O uso da pontuação depende, em certos momentos, da intenção do autor do discurso. Assim,
os sinais de pontuação estão diretamente relacionados ao contexto e ao interlocutor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Principais funções dos sinais de pontuação Ponto de Exclamação (!)

Ponto (.) 1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera,


susto, súplica, etc.
1- Indica o término do discurso ou de parte dele, en- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
cerrando o período.
2- Depois de interjeições ou vocativos
2- Usa-se nas abreviaturas: pág. (página), Cia. (Com- Ai! Que susto!
panhia). Se a palavra abreviada aparecer em final de pe- João! Há quanto tempo!
ríodo, este não receberá outro ponto; neste caso, o ponto
de abreviatura marca, também, o fim de período. Exem- Ponto de Interrogação (?)
plo: Estudei português, matemática, constitucional, etc. (e
não “etc..”) Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Aze-
3- Nos títulos e cabeçalhos é opcional o emprego do vedo)
ponto, assim como após o nome do autor de uma citação:
Haverá eleições em outubro Reticências (...)
O culto do vernáculo faz parte do brio cívico. (Napo-
leão Mendes de Almeida) (ou: Almeida.) 1- Indica que palavras foram suprimidas: Comprei lá-
pis, canetas, cadernos...
4- Os números que identificam o ano não utilizam
ponto nem devem ter espaço a separá-los, bem como os 2- Indica interrupção violenta da frase.
números de CEP: 1975, 2014, 2006, 17600-250. “- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”

Ponto e Vírgula ( ; ) 3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida: Este


mal... pega doutor?
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito: Dei-
importância: “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos
xa, depois, o coração falar...
dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo
pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...”
Vírgula (,)
(VIEIRA)
Não se usa vírgula
2- Separa partes de frases que já estão separadas
por vírgulas: Alguns quiseram verão, praia e calor; outros,
* separando termos que, do ponto de vista sintático,
montanhas, frio e cobertor. ligam-se diretamente entre si:
- entre sujeito e predicado:
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de Todos os alunos da sala foram advertidos.
motivos, decreto de lei, etc. Sujeito predicado
Ir ao supermercado;
Pegar as crianças na escola; - entre o verbo e seus objetos:
Caminhada na praia; O trabalho custou sacrifício aos
Reunião com amigos. realizadores.
V.T.D.I. O.D. O.I.
Dois pontos (:)
Usa-se a vírgula:
1- Antes de uma citação
Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para marcar intercalação:
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abun-
2- Antes de um aposto dância, vem caindo de preço.
Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
tarde e calor à noite. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indús-
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento trias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não
Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, viven- querem abrir mão dos lucros altos.
do a rotina de sempre.
- Para marcar inversão:
4- Em frases de estilo direto a) do adjunto adverbial (colocado no início da ora-
Maria perguntou: ção): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas
- Por que você não toma uma decisão? fechadas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos Questões


pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de 1-) (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014)
maio de 1982.

- Para separar entre si elementos coordenados (dis-


postos em enumeração):
Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e ani-
mais.

- Para marcar elipse (omissão) do verbo:


Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.

- Para isolar:
- o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasi-
leira, possui um trânsito caótico.
- o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

Observações:
- Considerando-se que “etc.” é abreviatura da expres-
são latina et cetera, que significa “e outras coisas”, seria
dispensável o emprego da vírgula antes dele. Porém, o
acordo ortográfico em vigor no Brasil exige que empre- (SAAE/SP - FISCAL LEITURISTA - VUNESP - 2014) Se-
guemos etc. precedido de vírgula: Falamos de política, fu-
gundo a norma-padrão da língua portuguesa, a pontua-
tebol, lazer, etc.
ção está correta em:
A) Hagar disse, que não iria.
- As perguntas que denotam surpresa podem ter
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir,
combinados o ponto de interrogação e o de exclamação:
bifes e lagostas, aos vizinhos.
Você falou isso para ela?!
C) Chegou, o convite dos Stevensens, bife e lagostas:
para Hagar e Helga
- Temos, ainda, sinais distintivos:
D) “Eles são chatos e, nunca param de falar”, disse,
1-) a barra ( / ) = usada em datas (25/12/2014), sepa-
ração de siglas (IOF/UPC); Hagar à Helga.
2-) os colchetes ([ ]) = usados em transcrições feitas E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
pelo narrador ([vide pág. 5]), usado como primeira opção pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
aos parênteses, principalmente na matemática;
3-) o asterisco ( * ) = usado para remeter o leitor a 1-) Correções realizadas:
uma nota de rodapé ou no fim do livro, para substituir um A) Hagar disse que não iria. = não há vírgula entre
nome que não se quer mencionar. verbo e seu complemento (objeto)
B) Naquela noite os Stevensens prometeram servir bi-
Fontes de pesquisa: fes e lagostas aos vizinhos. = não há vírgula entre verbo e
http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/ seu complemento (objeto)
http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-vir- C) Chegou o convite dos Stevensens: bife e lagostas
gula.htm para Hagar e Helga.
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- D) “Eles são chatos e nunca param de falar”, disse Ha-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São gar à Helga.
Paulo: Saraiva, 2010. E) Helga chegou com o recado: fomos convidados,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa pelos Stevensens, para jantar bifes e lagostas.
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. RESPOSTA: “E”.

2-) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – MÉDICO DO TRA-


BALHO – CESPE/2014 - adaptada)
A correção gramatical do trecho “Entre as bebidas al-
coólicas, cervejas e vinhos são as mais comuns em todo
o mundo” seria prejudicada, caso se inserisse uma vírgula
logo após a palavra “vinhos”.
( ) CERTO ( ) ERRADO

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LÍNGUA PORTUGUESA

2-) Não se deve colocar vírgula entre sujeito e predi- Observe outros exemplos:
cado, a não ser que se trate de um aposto (1), predicativo
do sujeito (2), ou algum termo que requeira estar separa- de águia aquilino
do entre pontuações. Exemplos: de aluno discente
O Rio de Janeiro, cidade maravilhosa (1), está em festa!
Os meninos, ansiosos (2), chegaram! de anjo angelical
RESPOSTA: “CERTO”. de ano anual

4-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014) Em de aranha aracnídeo


apenas uma das opções a vírgula foi corretamente em- de boi bovino
pregada. Assinale-a. de cabelo capilar
A) No dia seguinte, estavam todos cansados.
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas. de cabra caprino
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas de campo campestre ou rural
perplexas.
de chuva pluvial
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
fundamental. de criança pueril
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em pe- de dedo digital
quena parte do território.
de estômago estomacal ou gástrico
5-) de falcão falconídeo
A) No dia seguinte, estavam todos cansados. = correta de farinha farináceo
B) Romperam a fita da vitória, os dois atletas = não se
separa sujeito do predicado (o sujeito está no final). de fera ferino
C) Os seus hábitos estranhos, deixavam as pessoas de ferro férreo
perplexas = não se separa sujeito do predicado.
de fogo ígneo
D) A luta em defesa dos mais fracos, é necessária e
fundamental = não se separa sujeito do predicado. de garganta gutural
E) As florestas nativas do Brasil, sobrevivem em peque- de gelo glacial
na parte do território. = não se separa sujeito do predicado
RESPOSTA: “A”. de guerra bélico
de homem viril ou humano
de ilha insular
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO, de inverno hibernal ou invernal
ADJETIVO, NUMERAL, PRONOME, VERBO, de lago lacustre
ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO:
de leão leonino
EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS
RELAÇÕES QUE ESTABELECEM. de lebre leporino
de lua lunar ou selênico
de madeira lígneo
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou de mestre magistral
característica do ser e se relaciona com o substantivo,
de ouro áureo
concordando com este em gênero e número.
de paixão passional
As praias brasileiras estão poluídas. de pâncreas pancreático
Praias = substantivo; brasileiras/poluídas = adjetivos de porco suíno ou porcino
(plural e feminino, pois concordam com “praias”). dos quadris ciático
de rio fluvial
Locução adjetiva
de sonho onírico
Locução = reunião de palavras. Sempre que são ne- de velho senil
cessárias duas ou mais palavras para falar sobre a mesma
de vento eólico
coisa, tem-se uma locução. Às vezes, uma preposição +
substantivo tem o mesmo valor de um adjetivo: é a Locu- de vidro vítreo ou hialino
ção Adjetiva (expressão que equivale a um adjetivo). Por de virilha inguinal
exemplo: aves da noite (aves noturnas), paixão sem freio
de visão óptico ou ótico
(paixão desenfreada).

17
LÍNGUA PORTUGUESA

* Observação: nem toda locução adjetiva possui um adjetivo correspondente, com o mesmo significado. Por exem-
plo: Vi as alunas da 5ª série. / O muro de tijolos caiu.

Morfossintaxe do Adjetivo (Função Sintática):

O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como
adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).

Adjetivo Pátrio (ou gentílico)

Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe alguns deles:

Estados e cidades brasileiras:

Alagoas alagoano
Amapá amapaense
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Amazonas amazonense ou baré
Belo Horizonte belo-horizontino
Brasília brasiliense
Cabo Frio cabo-friense
Campinas campineiro ou campinense

Adjetivo Pátrio Composto

Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita.
Observe alguns exemplos:

África afro- / Cultura afro-americana


Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
China sino- / Acordos sino-japoneses
Espanha hispano- / Mercado hispano-português
Europa euro- / Negociações euro-americanas
França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros

Flexão dos adjetivos

O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Gênero dos Adjetivos

Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem (masculino e feminino). De forma semelhante aos subs-
tantivos, classificam-se em:

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LÍNGUA PORTUGUESA

Biformes - têm duas formas, sendo uma para o mas- Grau do Adjetivo
culino e outra para o feminino: ativo e ativa, mau e má.
Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no fe- Os adjetivos se flexionam em grau para indicar a in-
minino somente o último elemento: o moço norte-america- tensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adje-
no, a moça norte-americana. tivo: o comparativo e o superlativo.

* Exceção: surdo-mudo e surda-muda. Comparativo

Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino Nesse grau, comparam-se a mesma característica atri-
como para o feminino: homem feliz e mulher feliz. buída a dois ou mais seres ou duas ou mais característi-
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no cas atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de
feminino: conflito político-social e desavença político-social. igualdade, de superioridade ou de inferioridade.
Número dos Adjetivos
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
Plural dos adjetivos simples
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou
quão.
Os adjetivos simples se flexionam no plural de acordo
com as regras estabelecidas para a flexão numérica dos
substantivos simples: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins, Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Supe-
boa e boas. rioridade Analítico
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça No comparativo de superioridade analítico, entre os
função de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a pala- dois substantivos comparados, um tem qualidade supe-
vra que estiver qualificando um elemento for, originalmente, rior. A forma é analítica porque pedimos auxílio a “mais...
um substantivo, ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: do que” ou “mais...que”.
a palavra cinza é, originalmente, um substantivo; porém, se
estiver qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Su-
Ficará, então, invariável. Logo: camisas cinza, ternos cinza. perioridade Sintético

Veja outros exemplos: Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de


Motos vinho (mas: motos verdes) superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. São
Paredes musgo (mas: paredes brancas). eles: bom /melhor, pequeno/menor, mau/pior, alto/supe-
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos). rior, grande/maior, baixo/inferior.
Observe que:
Adjetivo Composto a) As formas menor e pior são comparativos de su-
perioridade, pois equivalem a mais pequeno e mais mau,
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normal- respectivamente.
mente, esses elementos são ligados por hífen. Apenas o últi- b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
mo elemento concorda com o substantivo a que se refere; os (melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações
demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos ele- feitas entre duas qualidades de um mesmo elemento, de-
mentos que formam o adjetivo composto seja um substan- ve-se usar as formas analíticas mais bom, mais mau,mais
tivo adjetivado, todo o adjetivo composto ficará invariável.
grande e mais pequeno. Por exemplo:
Por exemplo: a palavra “rosa” é, originalmente, um substan-
Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois
tivo, porém, se estiver qualificando um elemento, funcionará
elementos.
como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, forma-
Pedro é mais grande que pequeno - comparação de
rá um adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado,
o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Veja: duas qualidades de um mesmo elemento.
Camisas rosa-claro.
Ternos rosa-claro. Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de In-
Olhos verde-claros. ferioridade
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. Sou menos passivo (do) que tolerante.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras.
Superlativo
* Observação:
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer O superlativo expressa qualidades num grau muito
adjetivo composto iniciado por “cor-de-...” são sempre elevado ou em grau máximo. Pode ser absoluto ou relati-
invariáveis: roupas azul-marinho, tecidos azul-celeste, ves- vo e apresenta as seguintes modalidades:
tidos cor-de-rosa. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade
- O adjetivo composto surdo-mudo tem os dois ele- de um ser é intensificada, sem relação com outros seres.
mentos flexionados: crianças surdas-mudas. Apresenta-se nas formas:

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Analítica: a intensificação é feita com o auxílio Advérbio


de palavras que dão ideia de intensidade (advérbios). Por
exemplo: O concurseiro é muito esforçado. Compare estes exemplos:
2-) Sintética: nesta, há o acréscimo de sufixos. Por
exemplo: O concurseiro é esforçadíssimo. O ônibus chegou.
O ônibus chegou ontem.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Advérbio é uma palavra invariável que modifica o sentido
benéfico - beneficentíssimo do verbo (acrescentando-lhe circunstâncias de tempo, de modo,
de lugar, de intensidade), do adjetivo e do próprio advérbio.
bom - boníssimo ou ótimo Estudei bastante. = modificando o verbo estudei
comum - comuníssimo Ele canta muito bem! = intensificando outro advérbio
(bem)
cruel - crudelíssimo
Ela tem os olhos muito claros. = relação com um ad-
difícil - dificílimo jetivo (claros)
doce - dulcíssimo
Quando modifica um verbo, o advérbio pode acres-
fácil - facílimo
centar ideia de:
fiel - fidelíssimo Tempo: Ela chegou tarde.
Lugar: Ele mora aqui.
Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de Modo: Eles agiram mal.
um ser é intensificada em relação a um conjunto de seres. Negação: Ela não saiu de casa.
Essa relação pode ser: Dúvida: Talvez ele volte.
1-) De Superioridade: Essa matéria é a mais fácil de
todas. Flexão do Advérbio
2-) De Inferioridade: Essa matéria é a menos fácil de
todas. Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não apre-
sentam variação em gênero e número. Alguns advérbios,
* Note bem: porém, admitem a variação em grau. Observe:
1) O superlativo absoluto analítico é expresso por
meio dos advérbios muito, extremamente, excepcional- Grau Comparativo
mente, antepostos ao adjetivo.
2) O superlativo absoluto sintético se apresenta sob Forma-se o comparativo do advérbio do mesmo
duas formas: uma erudita - de origem latina - outra po- modo que o comparativo do adjetivo:
pular - de origem vernácula. A forma erudita é constituída - de igualdade: tão + advérbio + quanto (como): Re-
pelo radical do adjetivo latino + um dos sufixos -íssimo, nato fala tão alto quanto João.
-imo ou érrimo: fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma - de inferioridade: menos + advérbio + que (do que):
popular é constituída do radical do adjetivo português + Renato fala menos alto do que João.
o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo. - de superioridade:
3-) Os adjetivos terminados em –io fazem o super- 1-) Analítico: mais + advérbio + que (do que): Renato
lativo com dois “ii”: frio – friíssimo, sério – seriíssimo; os fala mais alto do que João.
terminados em –eio, com apenas um “i”: feio - feíssimo, 2-) Sintético: melhor ou pior que (do que): Renato fala
cheio – cheíssimo. melhor que João.

Fontes de pesquisa: Grau Superlativo


http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf32.php O superlativo pode ser analítico ou sintético:
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- - Analítico: acompanhado de outro advérbio: Renato
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São fala muito alto.
Paulo: Saraiva, 2010. muito = advérbio de intensidade / alto = advérbio
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de modo
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda- - Sintético: formado com sufixos: Renato fala altís-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. simo.

* Observação: as formas diminutivas (cedinho, perti-


nho, etc.) são comuns na língua popular.
Maria mora pertinho daqui. (muito perto)
A criança levantou cedinho. (muito cedo)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Classificação dos Advérbios Distinção entre Advérbio e Pronome Indefinido

De acordo com a circunstância que exprime, o advér- Há palavras como muito, bastante, que podem apare-
bio pode ser de: cer como advérbio e como pronome indefinido.
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, Advérbio: refere-se a um verbo, adjetivo, ou a outro
atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, advérbio e não sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muito.
abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, Pronome Indefinido: relaciona-se a um substantivo
adentro, afora, alhures, aquém, embaixo, externamente, a e sofre flexões. Por exemplo: Eu corri muitos quilômetros.
distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à
direita, à esquerda, ao lado, em volta. * Dica: Como saber se a palavra bastante é advérbio
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, (não varia, não se flexiona) ou pronome indefinido (varia,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, sofre flexão)? Se der, na frase, para substituir o “bastante”
por “muito”, estamos diante de um advérbio; se der para
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,
substituir por “muitos” (ou muitas), é um pronome. Veja:
enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes,
imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessi-
1-) Estudei bastante para o concurso. (estudei muito,
vamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente,
pois “muitos” não dá!). = advérbio
de vez em quando, de quando em quando, a qualquer mo-
mento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia. 2-) Estudei bastantes capítulos para o concurso. (estu-
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, dei muitos capítulos) = pronome indefinido
acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à
toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse Advérbios Interrogativos
modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado,
a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em São as palavras: onde? aonde? donde? quando? como?
“-mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, pa- por quê? nas interrogações diretas ou indiretas, referentes
cientemente, amorosamente, docemente, escandalosamen- às circunstâncias de lugar, tempo, modo e causa. Veja:
te, bondosamente, generosamente.
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efeti- Interrogação Direta Interrogação Indireta
vamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de Como aprendeu? Perguntei como aprendeu.
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum. Onde mora? Indaguei onde morava.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavel- Por que choras? Não sei por que choras.
mente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Aonde vai? Perguntei aonde ia.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso,
bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, Donde vens? Pergunto donde vens.
assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de Quando voltas? Pergunto quando voltas.
todo, de muito, por completo, extremamente, intensamen-
te, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades Locução Adverbial
graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, so- Quando há duas ou mais palavras que exercem fun-
mente, simplesmente, só, unicamente. Por exemplo: Bran- ção de advérbio, temos a locução adverbial, que pode
do, o vento apenas move a copa das árvores. expressar as mesmas noções dos advérbios. Iniciam ordi-
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. nariamente por uma preposição. Veja:
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a lugar: à esquerda, à direita, de longe, de perto, para
adolescência. dentro, por aqui, etc.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente. Por afirmação: por certo, sem dúvida, etc.
exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos modo: às pressas, passo a passo, de cor, em vão, em
meus amigos por comparecerem à festa. geral, frente a frente, etc.
tempo: de noite, de dia, de vez em quando, à tarde,
hoje em dia, nunca mais, etc.
* Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-
* Observações:
se ao advérbio “o mais” ou “o menos”. Por exemplo: Fi-
- tanto a locução adverbial como o advérbio modifi-
carei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o
cam o verbo, o adjetivo e outro advérbio:
menos tarde possível. Chegou muito cedo. (advérbio)
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, Joana é muito bela. (adjetivo)
em geral sufixamos apenas o último: Por exemplo: O alu- De repente correram para a rua. (verbo)
no respondeu calma e respeitosamente.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Usam-se, de preferência, as formas mais bem e mais * Quando indicado no singular, o artigo definido pode
mal antes de adjetivos ou de verbos no particípio: indicar toda uma espécie:
Essa matéria é mais bem interessante que aquela. O trabalho dignifica o homem.
Nosso aluno foi o mais bem colocado no concurso!
- O numeral “primeiro”, ao modificar o verbo, é advér- * No caso de nomes próprios personativos, denotando a
bio: Cheguei primeiro. ideia de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do
artigo:
- Quanto a sua função sintática: o advérbio e a lo- Marcela é a mais extrovertida das irmãs.
cução adverbial desempenham na oração a função de O Pedro é o xodó da família.
adjunto adverbial, classificando-se de acordo com as cir-
cunstâncias que acrescentam ao verbo, ao adjetivo ou ao * No caso de os nomes próprios personativos estarem
advérbio. Exemplo: no plural, são determinados pelo uso do artigo:
Meio cansada, a candidata saiu da sala. = adjunto ad- Os Maias, os Incas, Os Astecas...
verbial de intensidade (ligado ao adjetivo “cansada”)
Trovejou muito ontem. = adjunto adverbial de intensi- * Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a)
dade e de tempo, respectivamente. para conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o arti-
go), o pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
Fontes de pesquisa:
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
(qualquer classe)
morf75.php
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce- * Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é fa-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São cultativo:
Paulo: Saraiva, 2010. Preparei o meu curso. Preparei meu curso.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. * A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa de aproximação numérica:
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.

Artigo * O artigo também é usado para substantivar palavras


pertencentes a outras classes gramaticais:
O artigo integra as dez classes gramaticais, definindo- Não sei o porquê de tudo isso.
se como o termo variável que serve para individualizar ou
generalizar o substantivo, indicando, também, o gênero * Há casos em que o artigo definido não pode ser usado:
(masculino/feminino) e o número (singular/plural). - antes de nomes de cidade e de pessoas conhecidas:
Os artigos se subdividem em definidos (“o” e as va- O professor visitará Roma.
riações “a”[as] e [os]) e indefinidos (“um” e as variações
“uma”[s] e “uns”). Mas, se o nome apresentar um caracterizador, a presen-
ça do artigo será obrigatória: O professor visitará a bela Roma.
Artigos definidos – São aqueles usados para indicar
seres determinados, expressos de forma individual: - antes de pronomes de tratamento:
O concurseiro estuda muito. Os concurseiros estudam Vossa Senhoria sairá agora?
muito. Exceção: O senhor vai à festa?

- após o pronome relativo “cujo” e suas variações:


Artigos indefinidos – São aqueles usados para indi-
Esse é o concurso cujas provas foram anuladas?
car seres de modo vago, impreciso:
Este é o candidato cuja nota foi a mais alta.
Uma candidata foi aprovada! Umas candidatas foram
aprovadas!
Fontes de pesquisa:
http://www.brasilescola.com/gramatica/artigo.htm
Circunstâncias em que os artigos se manifestam: Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere-
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
* Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do Saraiva, 2010.
numeral “ambos”: Português: novas palavras: literatura, gramática, redação /
Ambos os concursos cobrarão tal conteúdo. Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.SACCONI, Luiz
Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São
* Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso Paulo: Nova Geração, 2010.
do artigo, outros não: Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Cere-
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjunção 3) Alternativas: ligam orações ou palavras, expres-


sando ideia de alternância ou escolha, indicando fatos
Além da preposição, há outra palavra também inva- que se realizam separadamente. São elas: ou, ou... ou,
riável que, na frase, é usada como elemento de ligação: ora... ora, já... já, quer... quer, seja... seja, talvez... talvez.
a conjunção. Ela serve para ligar duas orações ou duas Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
palavras de mesma função em uma oração:
O concurso será realizado nas cidades de Campinas e 4) Conclusivas: ligam a oração anterior a uma oração
São Paulo. que expressa ideia de conclusão ou consequência. São
A prova não será fácil, por isso estou estudando muito. elas: logo, pois (depois do verbo), portanto, por conseguin-
te, por isso, assim.
Morfossintaxe da Conjunção Marta estava bem preparada para o teste, portanto
não ficou nervosa.
As conjunções, a exemplo das preposições, não exer- Você nos ajudou muito; terá, pois, nossa gratidão.
cem propriamente uma função sintática: são conectivos.
5) Explicativas: ligam a oração anterior a uma oração
Classificação da Conjunção que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas:
que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.
De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as Não demore, que o filme já vai começar.
conjunções podem ser classificadas em coordenativas e Falei muito, pois não gosto do silêncio!
subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados
pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse iso- Conjunções Subordinativas
lamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de
sentido que cada um dos elementos possui. Já no segun- São aquelas que ligam duas orações, sendo uma delas
do caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção dependente da outra. A oração dependente, introduzida
depende da existência do outro. Veja: pelas conjunções subordinativas, recebe o nome de ora-
ção subordinada. Veja o exemplo: O baile já tinha começa-
Estudei muito, mas ainda não compreendi o conteúdo. do quando ela chegou.
Podemos separá-las por ponto: O baile já tinha começado: oração principal
Estudei muito. Ainda não compreendi o conteúdo. quando: conjunção subordinativa (adverbial tempo-
ral)
Temos acima um exemplo de conjunção (e, con- ela chegou: oração subordinada
sequentemente, orações coordenadas) coordenativa –
“mas”. Já em: As conjunções subordinativas subdividem-se em in-
Espero que eu seja aprovada no concurso! tegrantes e adverbiais:
Não conseguimos separar uma oração da outra, pois
a segunda “completa” o sentido da primeira (da oração 1. Integrantes - Indicam que a oração subordinada
principal): por elas introduzida completa ou integra o sentido da
Espero o quê? Ser aprovada. Nesse período temos principal. Introduzem orações que equivalem a substan-
uma oração subordinada substantiva objetiva direta (ela tivos, ou seja, as orações subordinadas substantivas. São
exerce a função de objeto direto do verbo da oração prin- elas: que, se.
cipal). Quero que você volte. (Quero sua volta)

Conjunções Coordenativas 2. Adverbiais - Indicam que a oração subordinada


exerce a função de adjunto adverbial da principal. De
São aquelas que ligam orações de sentido completo acordo com a circunstância que expressam, classificam-
e independente ou termos da oração que têm a mesma se em:
função gramatical. Subdividem-se em: a) Causais: introduzem uma oração que é causa da
1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ocorrência da oração principal. São elas: porque, que,
ideia de acréscimo ou adição. São elas: e, nem (= e não), como (= porque, no início da frase), pois que, visto que,
não só... mas também, não só... como também, bem como, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.
não só... mas ainda. Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Não só dança, mas também canta. b) Concessivas: introduzem uma oração que expressa
ideia contrária à da principal, sem, no entanto, impedir
2) Adversativas: ligam duas orações ou palavras, ex- sua realização. São elas: embora, ainda que, apesar de que,
pressando ideia de contraste ou compensação. São elas: se bem que, mesmo que, por mais que, posto que, conquan-
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não to, etc.
obstante. Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

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LÍNGUA PORTUGUESA

c) Condicionais: introduzem uma oração que indica a i) Consecutivas: introduzem uma oração que ex-
hipótese ou a condição para ocorrência da principal. São pressa a consequência da principal. São elas: de sorte que,
elas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde de modo que, sem que (= que não), de forma que, de jeito
que, a menos que, sem que, etc. que, que (tendo como antecedente na oração principal uma
Se precisar de minha ajuda, telefone-me. palavra como tal, tão, cada, tanto, tamanho), etc.
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do
** Dica: você deve ter percebido que a conjunção exame.
condicional “se” também é conjunção integrante. A di-
ferença é clara ao ler as orações que são introduzidas Atenção: Muitas conjunções não têm classificação
por ela. Acima, ela nos dá a ideia da condição para que única, imutável, devendo, portanto, ser classificadas de
recebamos um telefonema (se for preciso ajuda). Já na acordo com o sentido que apresentam no contexto
oração: (grifo da Zê!).
Não sei se farei o concurso...
Não há ideia de condição alguma, há? Outra coisa: O bom relacionamento entre as conjunções de um
o verbo da oração principal (sei) pede complemento texto garante a perfeita estruturação de suas frases e pa-
rágrafos, bem como a compreensão eficaz de seu conteú-
(objeto direto, já que “quem não sabe, não sabe algo”).
do. Interagindo com palavras de outras classes gramaticais
Portanto, a oração em destaque exerce a função de ob-
essenciais ao inter-relacionamento das partes de frases e
jeto direto da oração principal, sendo classificada como
textos - como os pronomes, preposições, alguns advérbios
oração subordinada substantiva objetiva direta.
e numerais -, as conjunções fazem parte daquilo a que se
d) Conformativas: introduzem uma oração que ex- pode chamar de “a arquitetura textual”, isto é, o conjun-
prime a conformidade de um fato com outro. São elas: to das relações que garantem a coesão do enunciado. O
conforme, como (= conforme), segundo, consoante, etc. sucesso desse conjunto de relações depende do conhe-
O passeio ocorreu como havíamos planejado. cimento do valor relacional das conjunções, uma vez que
estas interferem semanticamente no enunciado.
e) Finais: introduzem uma oração que expressa a fi- Dessa forma, deve-se dedicar atenção especial às con-
nalidade ou o objetivo com que se realiza a oração prin- junções tanto na leitura como na produção de textos. Nos
cipal. São elas: para que, a fim de que, que, porque (= textos narrativos, elas estão muitas vezes ligadas à expres-
para que), que, etc. são de circunstâncias fundamentais à condução da histó-
Toque o sinal para que todos entrem no salão. ria, como as noções de tempo, finalidade, causa e conse-
quência. Nos textos dissertativos, evidenciam muitas vezes
f) Proporcionais: introduzem uma oração que ex- a linha expositiva ou argumentativa adotada - é o caso
pressa um fato relacionado proporcionalmente à ocor- das exposições e argumentações construídas por meio de
rência do expresso na principal. São elas: à medida que, contrastes e oposições, que implicam o uso das adversati-
à proporção que, ao passo que e as combinações quanto vas e concessivas.
mais... (mais), quanto menos... (menos), quanto menos...
(mais), quanto menos... (menos), etc. Fontes de pesquisa:
O preço fica mais caro à medida que os produtos es- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf84.
casseiam. php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
* Observação: são incorretas as locuções proporcio- Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
nais à medida em que, na medida que e na medida em Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
que. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
g) Temporais: introduzem uma oração que acres-
ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
centa uma circunstância de tempo ao fato expresso na
oração principal. São elas: quando, enquanto, antes que,
Interjeição
depois que, logo que, todas as vezes que, desde que, sem-
pre que, assim que, agora que, mal (= assim que), etc. Interjeição é a palavra invariável que exprime emo-
A briga começou assim que saímos da festa. ções, sensações, estados de espírito. É um recurso da lin-
guagem afetiva, em que não há uma ideia organizada de
h) Comparativas: introduzem uma oração que ex- maneira lógica, como são as sentenças da língua, mas sim
pressa ideia de comparação com referência à oração a manifestação de um suspiro, um estado da alma decor-
principal. São elas: como, assim como, tal como, como se, rente de uma situação particular, um momento ou um
(tão)... como, tanto como, tanto quanto, do que, quanto, contexto específico. Exemplos:
tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos Ah, como eu queria voltar a ser criança!
ou mais), etc. ah: expressão de um estado emotivo = interjeição
O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem. Hum! Esse pudim estava maravilhoso!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição

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LÍNGUA PORTUGUESA

O significado das interjeições está vinculado à manei- Pedido de Auxílio: Socorro! Aqui! Piedade!
ra como elas são proferidas. O tom da fala é que dita o Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve! Viva!
sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto em Adeus! Olá! Alô! Ei! Tchau! Psiu! Socorro! Valha-me, Deus!
que for utilizada. Exemplos: Silêncio: Psiu! Silêncio!
Psiu! Terror ou Medo: Credo! Cruzes! Minha nossa!
contexto: alguém pronunciando esta expressão na
rua ; significado da interjeição (sugestão): “Estou te cha- * Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis,
mando! Ei, espere!” isto é, não sofrem variação em gênero, número e grau
como os nomes, nem de número, pessoa, tempo, modo,
Psiu! aspecto e voz como os verbos. No entanto, em uso espe-
contexto: alguém pronunciando em um hospital; sig- cífico, algumas interjeições sofrem variação em grau. Não
nificado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça silên- se trata de um processo natural desta classe de palavra,
cio!” mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Locução Interjetiva
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
expressão com sentido de interjeição: Ora bolas!, Virgem
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
Maria!, Meu Deus!, Ó de casa!, Ai de mim!, Graças a Deus!
Toda frase mais ou menos breve dita em tom exclama-
As interjeições cumprem, normalmente, duas fun- tivo torna-se uma locução interjetiva, dispensando análise
ções: dos termos que a compõem: Macacos me mordam!, Valha-
a) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo ale- me Deus!, Quem me dera!
gria, tristeza, dor, etc.
Ah, deve ser muito interessante! * Observações:
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas.
b) Sintetizar uma frase apelativa. Por exemplo:
Cuidado! Saia da minha frente. Ué! (= Eu não esperava por essa!)
Perdão! (= Peço-lhe que me desculpe.)
As interjeições podem ser formadas por:
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô 2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o
b) palavras: Oba! Olá! Claro! seu tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gra-
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu maticais podem aparecer como interjeições. Por exemplo:
Deus! Ora bolas! Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)
Classificação das Interjeições 3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-
frase” porque sozinha pode constituir uma mensagem. Por
Comumente, as interjeições expressam sentido de: exemplo:
Advertência: Cuidado! Devagar! Calma! Sentido! Socorro! Ajudem-me! Silêncio! Fique quieto!
Atenção! Olha! Alerta!
Afugentamento: Fora! Passa! Rua! 4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imi-
Alegria ou Satisfação: Oh! Ah! Eh! Oba! Viva! tativas, que exprimem ruídos e vozes. Por exemplo: Miau!
Bumba! Zás! Plaft! Pof! Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-
Alívio: Arre! Uf! Ufa! Ah!
quá!, etc.
Animação ou Estímulo: Vamos! Força! Coragem!
Ânimo! Adiante!
5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com
Aplauso ou Aprovação: Bravo! Bis! Apoiado! Viva!
a sua homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria,
Concordância: Claro! Sim! Pois não! Tá! tristeza, etc. Faz-se uma pausa depois do “oh!” exclamativo
Repulsa ou Desaprovação: Credo! Ih! Francamente! e não a fazemos depois do “ó” vocativo. Por exemplo:
Essa não! Chega! Basta! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Desejo ou Intenção: Pudera! Tomara! Oxalá! Queira Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac)
Deus!
Desculpa: Perdão! Fontes de pesquisa:
Dor ou Tristeza: Ai! Ui! Ai de mim! Que pena! http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php
Dúvida ou Incredulidade: Que nada! Qual o quê! SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
Espanto ou Admiração: Oh! Ah! Uai! Puxa! Céus! coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Quê! Caramba! Opa! Nossa! Hein? Cruz! Putz! Português – Literatura, Produção de Textos & Gramá-
Impaciência ou Contrariedade: Hum! Raios! Puxa! tica – volume único / Samira Yousseff Campedelli, Jésus
Pô! Ora! Barbosa Souza. – 3. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2002.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Numeral Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais


Numeral é a palavra variável que indica quantidade flexionam-se em gênero e número: Teve de tomar doses
numérica ou ordem; expressa a quantidade exata de pes- triplas do medicamento.
soas ou coisas ou o lugar que elas ocupam numa deter- Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e
minada sequência. número. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/
duas terças partes.
* Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma
que os números indicam em relação aos seres. Assim, dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
quando a expressão é colocada em números (1, 1.º, 1/3, É comum na linguagem coloquial a indicação de grau
etc.) não se trata de numerais, mas sim de algarismos. nos numerais, traduzindo afetividade ou especialização
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a de sentido. É o que ocorre em frases como:
ideia expressa pelos números, existem mais algumas pala- “Me empresta duzentinho...”
vras consideradas numerais porque denotam quantidade, É artigo de primeiríssima qualidade!
proporção ou ordenação. São alguns exemplos: década, O time está arriscado por ter caído na segundona. (=
dúzia, par, ambos(as), novena. segunda divisão de futebol)

Classificação dos Numerais Emprego e Leitura dos Numerais

- Cardinais: indicam quantidade exata ou determina- - Os numerais são escritos em conjunto de três alga-
da de seres: um, dois, cem mil, etc. Alguns cardinais têm rismos, contados da direita para a esquerda, em forma de
sentido coletivo, como por exemplo: século, par, dúzia, dé- centenas, dezenas e unidades, tendo cada conjunto uma
cada, bimestre. separação através de ponto ou espaço correspondente a
um ponto: 8.234.456 ou 8 234 456.
- Ordinais: indicam a ordem, a posição que alguém - Em sentido figurado, usa-se o numeral para indicar
exagero intencional, constituindo a figura de linguagem
ou alguma coisa ocupa numa determinada sequência: pri-
conhecida como hipérbole: Já li esse texto mil vezes.
meiro, segundo, centésimo, etc.
- No português contemporâneo, não se usa a conjun-
ção “e” após “mil”, seguido de centena:
* Observação importante:
Nasci em mil novecentos e noventa e dois.
As palavras anterior, posterior, último, antepenúltimo,
Seu salário será de mil quinhentos e cinquenta reais.
final e penúltimo também indicam posição dos seres, mas
são classificadas como adjetivos, não ordinais.
* Mas, se a centena começa por “zero” ou termina
por dois zeros, usa-se o “e”:
- Fracionários: indicam parte de uma quantidade, ou Seu salário será de mil e quinhentos reais. (R$1.500,00)
seja, uma divisão dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Gastamos mil e quarenta reais. (R$1.040,00)
- Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação - Para designar papas, reis, imperadores, séculos e
dos seres, indicando quantas vezes a quantidade foi au- partes em que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais
mentada: dobro, triplo, quíntuplo, etc. até décimo e, a partir daí, os cardinais, desde que o nume-
ral venha depois do substantivo;
Flexão dos numerais

Os numerais cardinais que variam em gênero são um/ Ordinais Cardinais


uma, dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/ João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
duzentas em diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/ D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
quatrocentas, etc. Cardinais como milhão, bilhão, trilhão,
variam em número: milhões, bilhões, trilhões. Os demais Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
cardinais são invariáveis. Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
Os numerais ordinais variam em gênero e número:
- Se o numeral aparece antes do substantivo, será lido
primeiro segundo milésimo como ordinal: XXX Feira do Bordado. (trigésima)
primeira segunda milésima
** Dica: Ordinal lembra ordem. Memorize assim, por
primeiros segundos milésimos associação. Ficará mais fácil!
primeiras segundas milésimas - Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o
ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando
atuam em funções substantivas: Fizeram o dobro do esfor- Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
ço e conseguiram o triplo de produção. Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Ambos/ambas = numeral dual, porque sempre se refere a dois seres. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e
outra”, “as duas”) e são largamente empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência. Sua utilização
exige a presença do artigo posposto: Ambos os concursos realizarão suas provas no mesmo dia. O artigo só é dispensado
caso haja um pronome demonstrativo: Ambos esses ministros falarão à imprensa.

Função sintática do Numeral

O numeral tem mais de uma função sintática:


- se na oração analisada seu papel é de adjetivo, o numeral assumirá a função de adjunto adnominal; se fizer papel
de substantivo, pode ter a função de sujeito, objeto direto ou indireto.

Visitamos cinco casas, mas só gostamos de duas.


Objeto direto = cinco casas
Núcleo do objeto direto = casas
Adjunto adnominal = cinco
Objeto indireto = de duas
Núcleo do objeto indireto = duas

Quadro de alguns numerais

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos

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LÍNGUA PORTUGUESA

cem centésimo cêntuplo centésimo


duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf40.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece, nor-
malmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes na
estrutura da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a compreensão
do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições: a, ante, perante, após, até, com,
contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.

2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições, ou seja, for-
madas por uma derivação imprópria: como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
(preposição): abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente
a, ao redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição é invariável, no entanto pode unir-se a outras palavras e, assim, estabelecer concordância em gênero
ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.

* Essa concordância não é característica da preposição, mas das palavras às quais ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir dos processos de:

1. Combinação: união da preposição “a” com o artigo “o”(s), ou com o advérbio “onde”: ao, aonde, aos. Os vocábulos
não sofrem alteração.
2. Contração: união de uma preposição com outra palavra, ocorrendo perda ou transformação de fonema: de + o =
do, em + a = na, per + os = pelos, de + aquele = daquele, em + isso = nisso.
3. Crase: é a fusão de vogais idênticas: à (“a” preposição + “a” artigo), àquilo (“a” preposição + 1.ª vogal do pronome
“aquilo”).

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LÍNGUA PORTUGUESA

Dicas sobre preposição Utilizando pronomes, teremos:


O homem julga que é superior à natureza, por isso ele
- O “a” pode funcionar como preposição, pronome pes- a destrói...
soal oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja Ficou melhor, sem a repetição desnecessária de ter-
um artigo, virá precedendo um substantivo, servindo para mos (homem e natureza).
determiná-lo como um substantivo singular e feminino.
A matéria que estudei é fácil! Grande parte dos pronomes não possuem significa-
dos fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois dentro de um contexto, o qual nos permite recuperar a re-
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. ferência exata daquilo que está sendo colocado por meio
Irei à festa sozinha. dos pronomes no ato da comunicação. Com exceção dos
Entregamos a flor à professora! pronomes interrogativos e indefinidos, os demais prono-
*o primeiro “a” é artigo; o segundo, preposição. mes têm por função principal apontar para as pessoas do
discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situa-
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o ção no tempo ou no espaço. Em virtude dessa caracterís-
lugar e/ou a função de um substantivo. tica, os pronomes apresentam uma forma específica para
Nós trouxemos a apostila. = Nós a trouxemos. cada pessoa do discurso.

Relações semânticas (= de sentido) estabelecidas Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
por meio das preposições: [minha/eu: pronomes de 1.ª pessoa = aquele que fala]
Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
Destino = Irei a Salvador. [tua/tu: pronomes de 2.ª pessoa = aquele a quem se
Modo = Saiu aos prantos. fala]
Lugar = Sempre a seu lado. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Assunto = Falemos sobre futebol. [dela/ela: pronomes de 3.ª pessoa = aquele de quem
Tempo = Chegarei em instantes.
se fala]
Causa = Chorei de saudade.
Fim ou finalidade = Vim para ficar.
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
Instrumento = Escreveu a lápis.
variáveis em gênero (masculino ou feminino) e em núme-
Posse = Vi as roupas da mamãe.
ro (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência
Autoria = livro de Machado de Assis
através do pronome seja coerente em termos de gênero
Companhia = Estarei com ele amanhã.
e número (fenômeno da concordância) com o seu objeto,
Matéria = copo de cristal.
mesmo quando este se apresenta ausente no enunciado.
Meio = passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste.
Conteúdo = frascos de perfume. Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. nossa escola neste ano.
Preço = Essa roupa sai por cinquenta reais. [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordân-
cia adequada]
* Quanto à preposição “trás”: não se usa senão nas lo- [neste: pronome que determina “ano” = concordância
cuções adverbiais (para trás ou por trás) e na locução pre- adequada]
positiva por trás de. [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = con-
cordância inadequada]
Fontes de pesquisa:
http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/ Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos,
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac- demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cere- Pronomes Pessoais
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010. São aqueles que substituem os substantivos, indi-
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação cando diretamente as pessoas do discurso. Quem fala
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. ou escreve assume os pronomes “eu” ou “nós”; usa-se os
pronomes “tu”, “vós”, “você” ou “vocês” para designar a
Pronome quem se dirige, e “ele”, “ela”, “eles” ou “elas” para fazer
Pronome é a palavra variável que substitui ou acom- referência à pessoa ou às pessoas de quem se fala.
panha um substantivo (nome), qualificando-o de alguma Os pronomes pessoais variam de acordo com as fun-
forma. ções que exercem nas orações, podendo ser do caso reto
O homem julga que é superior à natureza, por isso o ou do caso oblíquo.
homem destrói a natureza...

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pronome Reto - 1.ª pessoa do plural (nós): nos


- 2.ª pessoa do plural (vós): vos
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sen- - 3.ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
tença, exerce a função de sujeito: Nós lhe ofertamos flo-
res. * Observações:
- O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gê- se apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união
nero (apenas na 3.ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a entre o pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”.
principal flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Por acompanhar diretamente uma preposição, o prono-
Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim con- me “lhe” exerce sempre a função de objeto indireto na
figurado: oração.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser obje-
- 1.ª pessoa do singular: eu tos diretos como objetos indiretos.
- 2.ª pessoa do singular: tu Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como
- 3.ª pessoa do singular: ele, ela objetos diretos.
- 1.ª pessoa do plural: nós
- 2.ª pessoa do plural: vós - Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem com-
- 3.ª pessoa do plural: eles, elas binar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a
formas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos,
* Atenção: esses pronomes não costumam ser usados lha, lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la,
como complementos verbais na língua-padrão. Frases vo-las. Observe o uso dessas formas nos exemplos que
como “Vi ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxe- seguem:
ram eu até aqui”, comuns na língua oral cotidiana, devem Trouxeste o pacote?
ser evitadas na língua formal escrita ou falada. Na língua Sim, entreguei-to ainda há pouco.
formal, devem ser usados os pronomes oblíquos corres- Não contaram a novidade a vocês?
pondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na praça”, “Trouxe- Não, no-la contaram.
ram-me até aqui”.
No Brasil, essas combinações não são usadas; até
mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
* Observação: frequentemente observamos a omis-
são do pronome reto em Língua Portuguesa. Isso se dá
* Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas
porque as próprias formas verbais marcam, através de
especiais depois de certas terminações verbais.
suas desinências, as pessoas do verbo indicadas pelo pro-
- Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome
nome reto: Fizemos boa viagem. (Nós)
assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo tempo que a
terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
Pronome Oblíquo fiz + o = fi-lo
fazeis + o = fazei-lo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na dizer + a = dizê-la
sentença, exerce a função de complemento verbal (ob-
jeto direto ou indireto): Ofertaram-nos flores. (objeto - Quando o verbo termina em som nasal, o pronome
indireto) assume as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
* Observação: o pronome oblíquo é uma forma va- repõe + os = repõe-nos
riante do pronome pessoal do caso reto. Essa variação in- retém + a: retém-na
dica a função diversa que eles desempenham na oração: tem + as = tem-nas
pronome reto marca o sujeito da oração; pronome oblí-
quo marca o complemento da oração. Pronome Oblíquo Tônico
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo
com a acentuação tônica que possuem, podendo ser áto- Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedi-
nos ou tônicos. dos por preposições, em geral as preposições a, para, de
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
Pronome Oblíquo Átono função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação
tônica forte.
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não Quadro dos pronomes oblíquos tônicos:
são precedidos de preposição. Possuem acentuação tôni- - 1.ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
ca fraca: Ele me deu um presente. - 2.ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
Tabela dos pronomes oblíquos átonos - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): si, consigo, ele, ela
- 1.ª pessoa do singular (eu): me - 1.ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2.ª pessoa do singular (tu): te - 2.ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3.ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe - 3.ª pessoa do plural (eles, elas): si, consigo, eles, elas

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe que as únicas formas próprias do pronome - 2.ª pessoa do singular (tu): te, ti.
tônico são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). Conhece a ti mesmo.
As demais repetem a forma do pronome pessoal do caso
reto. - 3.ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo.
Guilherme já se preparou.
- As preposições essenciais introduzem sempre pro- Ela deu a si um presente.
nomes pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do Antônio conversou consigo mesmo.
caso reto. Nos contextos interlocutivos que exigem o uso
da língua formal, os pronomes costumam ser usados des- - 1.ª pessoa do plural (nós): nos.
ta forma: Lavamo-nos no rio.
Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela. - 2.ª pessoa do plural (vós): vos.
Não há nenhuma acusação contra mim. Vós vos beneficiastes com esta conquista.
Não vá sem mim.
- 3.ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
* Atenção: Há construções em que a preposição, Eles se conheceram.
apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para in- Elas deram a si um dia de folga.
troduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses
casos, o verbo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito * O pronome é reflexivo quando se refere à mesma
for um pronome, deverá ser do caso reto. pessoa do pronome subjetivo (sujeito): Eu me arrumei e saí.
Trouxeram vários vestidos para eu experimentar. ** É pronome recíproco quando indica reciprocidade
Não vá sem eu mandar. de ação:
Nós nos amamos.
* A frase: “Foi fácil para mim resolver aquela questão!” Olhamo-nos calados.
está correta, já que “para mim” é complemento de “fácil”.
Pronomes de Tratamento
A ordem direta seria: Resolver aquela questão foi fácil para
mim!
São pronomes utilizados no tratamento formal, ceri-
monioso. Apesar de indicarem nosso interlocutor (portan-
- A combinação da preposição “com” e alguns pro-
to, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pes-
nomes originou as formas especiais comigo, contigo, con-
soa. Alguns exemplos:
sigo, conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
Vossa Alteza (V. A.) = príncipes, duques
frequentemente exercem a função de adjunto adverbial Vossa Eminência (V. E.ma) = cardeais
de companhia. Vossa Reverendíssima (V. Ver.ma) = sacerdotes e religio-
Ele carregava o documento consigo. sos em geral
Vossa Excelência (V. Ex.ª) = oficiais de patente superior
- A preposição “até” exige as formas oblíquas tônicas: à de coronel, senadores, deputados, embaixadores, profes-
Ela veio até mim, mas nada falou. sores de curso superior, ministros de Estado e de Tribunais,
Mas, se “até” for palavra denotativa (com o sentido governadores, secretários de Estado, presidente da Repú-
de) inclusão, usaremos as formas retas: blica (sempre por extenso)
Todos foram bem na prova, até eu! (=inclusive eu) Vossa Magnificência (V. Mag.ª) = reitores de universi-
dades
- As formas “conosco” e “convosco” são substituídas Vossa Majestade (V. M.) = reis, rainhas e imperadores
por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais Vossa Senhoria (V. S.a) = comerciantes em geral, oficiais
são reforçados por palavras como outros, mesmos, pró- até a patente de coronel, chefes de seção e funcionários de
prios, todos, ambos ou algum numeral. igual categoria
Você terá de viajar com nós todos. Vossa Meritíssima (sempre por extenso) = para juízes
Estávamos com vós outros quando chegaram as más de direito
notícias. Vossa Santidade (sempre por extenso) = tratamento
Ele disse que iria com nós três. cerimonioso
Vossa Onipotência (sempre por extenso) = Deus
Pronome Reflexivo
Também são pronomes de tratamento o senhor, a se-
São pronomes pessoais oblíquos que, embora fun- nhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são emprega-
cionem como objetos direto ou indireto, referem-se ao dos no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no trata-
sujeito da oração. Indicam que o sujeito pratica e recebe mento familiar. Você e vocês são largamente empregados
a ação expressa pelo verbo. no português do Brasil; em algumas regiões, a forma tu é
Quadro dos pronomes reflexivos: de uso frequente; em outras, pouco empregada. Já a forma
- 1.ª pessoa do singular (eu): me, mim. vós tem uso restrito à linguagem litúrgica, ultraformal ou
Eu não me lembro disso. literária.

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LÍNGUA PORTUGUESA

* Observações: * Note que: A forma do possessivo depende da pes-


* Vossa Excelência X Sua Excelência: os pronomes de soa gramatical a que se refere; o gênero e o número con-
tratamento que possuem “Vossa(s)” são empregados em cordam com o objeto possuído: Ele trouxe seu apoio e sua
relação à pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Se- contribuição naquele momento difícil.
nhor Ministro, compareça a este encontro.
* Observações:
** Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar
da pessoa: Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua da alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado,
Excelência, o Senhor Presidente da República, agiu com pro- seu José.
priedade.
- Os pronomes possessivos nem sempre indicam pos-
- Os pronomes de tratamento representam uma forma se. Podem ter outros empregos, como:
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha.
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo,
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
anos.
- 3.ª pessoa: embora os pronomes de tratamento diri-
jam-se à 2.ª pessoa, toda a concordância deve ser feita c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem
com a 3.ª pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessi- lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
vos e os pronomes oblíquos empregados em relação a eles
devem ficar na 3.ª pessoa. - Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas pro- pronome possessivo fica na 3.ª pessoa: Vossa Excelência
messas, para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos. trouxe sua mensagem?

- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou - Referindo-se a mais de um substantivo, o possessi-


nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo vo concorda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e
do texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. anotações.
Assim, por exemplo, se começamos a chamar alguém de
“você”, não poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto - Em algumas construções, os pronomes pessoais
exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa. oblíquos átonos assumem valor de possessivo: Vou se-
guir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos)
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
teus cabelos. (errado) - O adjetivo “respectivo” equivale a “devido, seu, pró-
prio”, por isso não se deve usar “seus” ao utilizá-lo, para
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos que não ocorra redundância: Coloque tudo nos respectivos
seus cabelos. (correto) = terceira pessoa do singular lugares.
ou
Pronomes Demonstrativos
Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos
teus cabelos. (correto) = segunda pessoa do singular São utilizados para explicitar a posição de certa pala-
vra em relação a outras ou ao contexto. Essa relação pode
Pronomes Possessivos
ser de espaço, de tempo ou em relação ao discurso.
São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
(possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo
(coisa possuída). *Em relação ao espaço:
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do - Este(s), esta(s) e isto = indicam o que está perto da
singular) pessoa que fala:
Este material é meu.
NÚMERO PESSOA PRONOME - Esse(s), essa(s) e isso = indicam o que está perto da
singular primeira meu(s), minha(s) pessoa com quem se fala:
singular segunda teu(s), tua(s) Esse material em sua carteira é seu?
singular terceira seu(s), sua(s) - Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam o que está
plural primeira nosso(s), nossa(s) distante tanto da pessoa que fala como da pessoa com
plural segunda vosso(s), vossa(s) quem se fala:
Aquele material não é nosso.
plural terceira seu(s), sua(s) Vejam aquele prédio!

32
LÍNGUA PORTUGUESA

*Em relação ao tempo: Elas mesmas fizeram isso.


- Este(s), esta(s) e isto = indicam o tempo presente em Eles próprios cozinharam.
relação à pessoa que fala: Os próprios alunos resolveram o problema.
Esta manhã farei a prova do concurso! - semelhante(s): Não tenha semelhante atitude.

- Esse(s), essa(s) e isso = indicam o tempo passado, - tal, tais: Tal absurdo eu não comenteria.
porém relativamente próximo à época em que se situa a
pessoa que fala: * Note que:
Essa noite dormi mal; só pensava no concurso! - Em frases como: O referido deputado e o Dr. Alcides
eram amigos íntimos; aquele casado, solteiro este. (ou en-
- Aquele(s), aquela(s) e aquilo = indicam um afasta- tão: este solteiro, aquele casado) - este se refere à pessoa
mento no tempo, referido de modo vago ou como tempo mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em
remoto: primeiro lugar.
Naquele tempo, os professores eram valorizados.
- O pronome demonstrativo tal pode ter conotação
*Em relação ao falado ou escrito (ou ao que se fala- irônica: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
rá ou escreverá):
- Este(s), esta(s) e isto = empregados quando se quer - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em
fazer referência a alguma coisa sobre a qual ainda se falará: com pronome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta,
Serão estes os conteúdos da prova: análise sintática, or- disso, nisso, no, etc: Não acreditei no que estava vendo. (no
tografia, concordância. = naquilo)

- Esse(s), essa(s) e isso = utilizados quando se pretende Pronomes Indefinidos


fazer referência a alguma coisa sobre a qual já se falou:
Sua aprovação no concurso, isso é o que mais deseja- São palavras que se referem à 3.ª pessoa do discur-
mos! so, dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando
quantidade indeterminada.
- Este e aquele são empregados quando se quer fazer Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém
-plantadas.
referência a termos já mencionados; aquele se refere ao
termo referido em primeiro lugar e este para o referido por
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pes-
último:
soa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de
forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo;
ser humano que seguramente existe, mas cuja identidade
este está mais bem colocado que aquele. (= este [São Paulo],
é desconhecida ou não se quer revelar. Classificam-se em:
aquele [Palmeiras])
ou
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o
lugar do ser ou da quantidade aproximada de seres na
Domingo, no Pacaembu, jogarão Palmeiras e São Paulo; frase. São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano,
aquele está mais bem colocado que este. (= este [São Paulo], nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
aquele [Palmeiras])
Algo o incomoda?
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou Quem avisa amigo é.
invariáveis, observe:
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aque- - Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um
la(s). ser expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quanti-
Invariáveis: isto, isso, aquilo. dade aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).

* Também aparecem como pronomes demonstrativos: Cada povo tem seus costumes.
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e Certas pessoas exercem várias profissões.
puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) * Note que: Ora são pronomes indefinidos substanti-
Essa rua não é a que te indiquei. (não é aquela que te vos, ora pronomes indefinidos adjetivos:
indiquei.) algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, mui-
tos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, ne-
- mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s): variam em nhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s),
gênero quando têm caráter reforçativo: qualquer, quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal,
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vá-
Eu mesma refiz os exercícios. rios, várias.

33
LÍNGUA PORTUGUESA

Menos palavras e mais ações. Pronomes Relativos


Alguns se contentam pouco.
São aqueles que representam nomes já mencionados
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em va- anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem
riáveis e invariáveis. Observe: as orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema que afirma a superioridade de
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, um grupo racial sobre outros.
tanto, outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, (afirma a superioridade de um grupo racial sobre ou-
vária, tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer*, alguns, ne- tros = oração subordinada adjetiva).
nhuns, todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos,
algumas, nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, O pronome relativo “que” refere-se à palavra “siste-
outras, quantas. ma” e introduz uma oração subordinada. Diz-se que a pa-
lavra “sistema” é antecedente do pronome relativo que.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada,
O antecedente do pronome relativo pode ser o pro-
algo, cada.
nome demonstrativo o, a, os, as.
Não sei o que você está querendo dizer.
*
Qualquer é composto de qual + quer (do verbo que-
rer), por isso seu plural é quaisquer (única palavra cujo plu- Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem
ral é feito em seu interior). expresso.
Quem casa, quer casa.
- Todo e toda no singular e junto de artigo significa in-
teiro; sem artigo, equivale a qualquer ou a todas as: Observe:
Toda a cidade está enfeitada. (= a cidade inteira) Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os
Toda cidade está enfeitada. (= todas as cidades) quais, cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas,
Trabalho todo o dia. (= o dia inteiro) quantas.
Trabalho todo dia. (= todos os dias) Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.

São locuções pronominais indefinidas: cada qual, Note que:


cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), - O pronome “que” é o relativo de mais largo empre-
seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= go, sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser
certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. substituído por o qual, a qual, os quais, as quais, quando
Cada um escolheu o vinho desejado. seu antecedente for um substantivo.
O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
Indefinidos Sistemáticos A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (=
a qual)
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os
percebemos que existem alguns grupos que criam oposi- quais)
ção de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (=
sentido afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm as quais)
sentido negativo; todo/tudo, que indicam uma totalidade
afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma totalidade - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente
negativa; alguém/ninguém, que se referem à pessoa, e
pronomes relativos, por isso são utilizados didaticamen-
algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza,
te para verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde”
e qualquer, que generaliza.
(que podem ter várias classificações) são pronomes rela-
Essas oposições de sentido são muito importantes na
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas tivos. Todos eles são usados com referência à pessoa ou
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumen- coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas
tos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio de
pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações minha tia, o qual me deixou encantado. O uso de “que”,
de que fazem parte: neste caso, geraria ambiguidade. Veja: Regressando de São
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado Paulo, visitei o sítio de minha tia, que me deixou encantado
prático. (quem me deixou encantado: o sítio ou minha tia?).
Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
pessoas quaisquer. dúvidas? (com preposições de duas ou mais sílabas utili-
za-se o qual / a qual)
*Nenhum é contração de nem um, forma mais enfática,
que se refere à unidade. Repare: - O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que,
Nenhum candidato foi aprovado. e se refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas
Nem um candidato foi aprovado. (um, nesse caso, é deixou de ser poeta, que era a sua vocação natural.
numeral)

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LÍNGUA PORTUGUESA

- O pronome “cujo”: exprime posse; não concorda - Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
com o seu antecedente (o ser possuidor), mas com o con- ocorrer a elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de
sequente (o ser possuído, com o qual concorda em gêne- gente que conversava, (que) ria, observava.
ro e número); não se usa artigo depois deste pronome;
“cujo” equivale a do qual, da qual, dos quais, das quais. Pronomes Interrogativos
Existem pessoas cujas ações são nobres.
(antecedente) (consequente) São usados na formulação de perguntas, sejam elas
diretas ou indiretas. Assim como os pronomes indefini-
*interpretação do pronome “cujo” na frase acima: dos, referem-se à 3.ª pessoa do discurso de modo im-
ações das pessoas. É como se lêssemos “de trás para fren- preciso. São pronomes interrogativos: que, quem, qual (e
te”. Outro exemplo: variações), quanto (e variações).
Comprei o livro cujo autor é famoso. (= autor do livro) Com quem andas?
Qual seu nome?
** se o verbo exigir preposição, esta virá antes do pro- Diz-me com quem andas, que te direi quem és.
nome:
O autor, a cujo livro você se referiu, está aqui! (referiu- Sobre os pronomes:
se a)
O pronome pessoal é do caso reto quando tem fun-
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por an- ção de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblí-
tecedente um pronome indefinido: tanto (ou variações) quo quando desempenha função de complemento.
e tudo: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
Emprestei tantos quantos foram necessários. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia
(antecedente) lhe ajudar.
Ele fez tudo quanto havia falado.
(antecedente) Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sem- reto. Já na segunda oração, o pronome “lhe” exerce fun-
pre precedido de preposição. ção de complemento (objeto), ou seja, caso oblíquo.
É um professor a quem muito devemos. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discur-
(preposição) so. O pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta
para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui an- sabia se devia ajudar... Ajudar quem? Você (lhe).
tecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou
casa onde morava foi assaltada.
tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição,
diferentemente dos segundos, que são sempre precedi-
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando
dos de preposição.
ou em que.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos
eu estava fazendo.
no exterior.
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para
mim o que eu estava fazendo.
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as
palavras: Fontes de pesquisa:
- como (= pelo qual) – desde que precedida das pala- http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
vras modo, maneira ou forma: morf42.php
Não me parece correto o modo como você agiu sema- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
na passada. Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
- quando (= em que) – desde que tenha como antece- reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
dente um nome que dê ideia de tempo: Paulo: Saraiva, 2010.
Bons eram os tempos quando podíamos jogar video- Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
game. ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

- Os pronomes relativos permitem reunir duas ora- Substantivo


ções numa só frase.
O futebol é um esporte. / O povo gosta muito deste Substantivo é a classe gramatical de palavras variá-
esporte. veis, as quais denominam todos os seres que existem,
= O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. sejam reais ou imaginários. Além de objetos, pessoas e
fenômenos, os substantivos também nomeiam:

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LÍNGUA PORTUGUESA

-lugares: Alemanha, Portugal Por exemplo: a beleza não existe por si só, não pode
-sentimentos: amor, saudade ser observada. Só podemos observar a beleza numa pes-
-estados: alegria, tristeza soa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro
-qualidades: honestidade, sinceridade... ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um
-ações: corrida, pescaria... substantivo abstrato.
Os substantivos abstratos designam estados, qualida-
Morfossintaxe do substantivo des, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser
abstraídos, e sem os quais não podem existir: vida (es-
Nas orações, geralmente o substantivo exerce fun- tado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sen-
ções diretamente relacionadas com o verbo: atua como timento).
núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto di-
reto ou indireto) e do agente da passiva, podendo, ainda, Substantivos Coletivos
funcionar como núcleo do complemento nominal ou do
aposto, como núcleo do predicativo do sujeito, do ob- Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha,
jeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos outra abelha, mais outra abelha.
substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas.
adjuntos adverbiais - quando essas funções são desem- Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
penhadas por grupos de palavras.
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi ne-
Classificação dos Substantivos cessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha,
mais outra abelha. No segundo caso, utilizaram-se duas
Substantivos Comuns e Próprios palavras no plural. No terceiro, empregou-se um substan-
tivo no singular (enxame) para designar um conjunto de
Observe a definição: seres da mesma espécie (abelhas).

Cidade: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas ca- O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
sas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda
a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que,
(em oposição aos bairros). mesmo estando no singular, designa um conjunto de se-
res da mesma espécie.
Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas
e edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada Substantivo coletivo Conjunto de:
cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substan-
tivo comum. assembleia pessoas reunidas
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de alcateia lobos
uma mesma espécie de forma genérica: cidade, menino,
acervo livros
homem, mulher, país, cachorro.
Estamos voando para Barcelona. antologia trechos literários selecionados
arquipélago ilhas
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da
banda músicos
espécie cidade. Barcelona é um substantivo próprio –
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de bando desordeiros ou malfeitores
forma particular: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. banca examinadores

Substantivos Concretos e Abstratos batalhão soldados


cardume peixes
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser caravana viajantes peregrinos
que existe, independentemente de outros seres.
cacho frutas
Observação: os substantivos concretos designam se- cancioneiro canções, poesias líricas
res do mundo real e do mundo imaginário. colmeia abelhas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra,
Brasília. concílio bispos
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantas- congresso parlamentares, cientistas
ma. elenco atores de uma peça ou filme
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres esquadra navios de guerra
que dependem de outros para se manifestarem ou exis- enxoval roupas
tirem.

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LÍNGUA PORTUGUESA

falange soldados, anjos Substantivo Composto: é aquele formado por dois


ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passa-
fauna animais de uma região tempo.
feixe lenha, capim
Substantivos Primitivos e Derivados
flora vegetais de uma região
frota navios mercantes, ônibus Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de
girândola fogos de artifício nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O
substantivo limoeiro, por exemplo, é derivado, pois se ori-
horda bandidos, invasores
ginou a partir da palavra limão.
médicos, bois, credores, Substantivo Derivado: é aquele que se origina de
junta
examinadores outra palavra.
júri jurados
Flexão dos substantivos
legião soldados, anjos, demônios
leva presos, recrutas O substantivo é uma classe variável. A palavra é variá-
malta malfeitores ou desordeiros vel quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por
exemplo, pode sofrer variações para indicar:
manada búfalos, bois, elefantes,
Plural: meninos / Feminino: menina / Aumentativo:
matilha cães de raça meninão / Diminutivo: menininho
molho chaves, verduras
Flexão de Gênero
multidão pessoas em geral
insetos (gafanhotos, Gênero é um princípio puramente linguístico, não de-
nuvem
mosquitos, etc.) vendo ser confundido com “sexo”. O gênero diz respeito
penca bananas, chaves a todos os substantivos de nossa língua, quer se refiram
pinacoteca pinturas, quadros a seres animais providos de sexo, quer designem apenas
“coisas”: o gato/a gata; o banco, a casa.
quadrilha ladrões, bandidos Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e
ramalhete flores feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos
rebanho ovelhas que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
estes títulos de filmes:
repertório peças teatrais, obras musicais O velho e o mar
réstia alhos ou cebolas Um Natal inesquecível
romanceiro poesias narrativas Os reis da praia

revoada pássaros Pertencem ao gênero feminino os substantivos que


sínodo párocos podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
talha lenha A história sem fim
Uma cidade sem passado
tropa muares, soldados As tartarugas ninjas
turma estudantes, trabalhadores
vara porcos Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes

Formação dos Substantivos Substantivos Biformes (= duas formas): apresentam


Substantivos Simples e Compostos uma forma para cada gênero: gato – gata, homem – mu-
lher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a Substantivos Uniformes: apresentam uma única forma,
terra. que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
O substantivo chuva é formado por um único elemen- Classificam-se em:
to ou radical. É um substantivo simples.
- Epicenos: referentes a animais. A distinção de sexo
Substantivo Simples: é aquele formado por um úni- se faz mediante a utilização das palavras “macho” e “fê-
co elemento. mea”: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. jacaré fêmea.
Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por - Sobrecomuns: substantivos uniformes referentes a
dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é pessoas de ambos os sexos: a criança, a testemunha, a
composto. vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.

37
LÍNGUA PORTUGUESA

- Comuns de Dois ou Comum de Dois Gêneros: in- Formação do Feminino dos Substantivos Unifor-
dicam o sexo das pessoas por meio do artigo: o colega e mes
a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Epicenos:
Saiba que: Substantivos de origem grega termina- Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
dos em ema ou oma são masculinos: o fonema, o poema,
o sistema, o sintoma, o teorema. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão.
Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma
- Existem certos substantivos que, variando de gêne- forma para indicar o masculino e o feminino.
ro, variam em seu significado: Alguns nomes de animais apresentam uma só for-
o águia (vigarista) e a águia (ave; perspicaz) ma para designar os dois sexos. Esses substantivos são
o cabeça (líder) e a cabeça (parte do corpo) chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando
o capital (dinheiro) e a capital (cidade) houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se
o coma (sono mórbido) e a coma (cabeleira, juba) palavras macho e fêmea.
o lente (professor) e a lente (vidro de aumento) A cobra macho picou o marinheiro.
o moral (estado de espírito) e a moral (ética; conclu- A cobra fêmea escondeu-se na bananeira.
são)
o praça (soldado raso) e a praça (área pública) Sobrecomuns:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emis- Entregue as crianças à natureza.
sora)
A palavra crianças se refere tanto a seres do sexo
Formação do Feminino dos Substantivos Bifor- masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso,
mes nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identi-
ficar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja:
- Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno A criança chorona chamava-se João.
- aluna. A criança chorona chamava-se Maria.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a
ao masculino: freguês - freguesa Outros substantivos sobrecomuns:
- Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma
de três formas: boa criatura.
1- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de
2- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã Marcela faleceu
3- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Comuns de Dois Gêneros:
* Exceções: barão – baronesa, ladrão- ladra, sultão Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
- sultana
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
- Substantivos terminados em -or:
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma
acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme.
troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
A distinção de gênero pode ser feita através da análi-
se do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o subs-
- Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa:
tantivo: o colega - a colega; o imigrante - a imigrante;
cônsul - consulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa /
um jovem - uma jovem; artista famoso - artista famosa;
duque - duquesa / conde - condessa / profeta - profetisa
repórter francês - repórter francesa
- Substantivos que formam o feminino trocando o -e
final por -a: elefante - elefanta - A palavra personagem é usada indistintamente nos
dois gêneros.
- Substantivos que têm radicais diferentes no mascu- a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
lino e no feminino: bode – cabra / boi - vaca preferência pelo masculino: O menino descobriu nas nu-
vens os personagens dos contos de carochinha.
- Substantivos que formam o feminino de maneira b) Com referência a mulher, deve-se preferir o femi-
especial, isto é, não seguem nenhuma das regras ante- nino: O problema está nas mulheres de mais idade, que
riores: czar – czarina, réu - ré não aceitam a personagem.

- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo


fotográfico Ana Belmonte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observe o gênero dos substantivos seguintes: Flexão de Número do Substantivo

Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó Em português, há dois números gramaticais: o singu-


(pena), o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o lar, que indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que
maracajá, o clã, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica
proclama, o pernoite, o púbis. do plural é o “s” final.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata,
a cataplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a Plural dos Substantivos Simples
libido, a cal, a faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa).
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e
“n” fazem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã –
- São geralmente masculinos os substantivos de ori-
ímãs; hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon
gem grega terminados em -ma: o grama (peso), o quilo- - cânones.
grama, o plasma, o apostema, o diagrama, o epigrama, o
telefonema, o estratagema, o dilema, o teorema, o trema, - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural
o eczema, o edema, o magma, o estigma, o axioma, o tra- em “ns”: homem - homens.
coma, o hematoma.
- Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plu-
* Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. ral pelo acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.

Gênero dos Nomes de Cidades: Com raras exceções, * Atenção: O plural de caráter é caracteres.
nomes de cidades são femininos.
A histórica Ouro Preto. - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-
A dinâmica São Paulo. se no plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; cara-
A acolhedora Porto Alegre. col – caracóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul
Uma Londres imensa e triste. e cônsules.
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de
duas maneiras:
Gênero e Significação
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
Muitos substantivos têm uma significação no mascu-
lino e outra no feminino. Observe: Observação: a palavra réptil pode formar seu plural de
o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai
à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas- - Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de
tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou duas maneiras:
proibição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do 1- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o
corpo), o cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma acréscimo de “es”: ás – ases / retrós - retroses
(ato de cismar, desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a 2- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam inva-
cinza (resíduos de combustão), o capital (dinheiro), a capi- riáveis: o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
tal (cidade), o coma (perda dos sentidos), a coma (cabelei-
ra), o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro), a coral - Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural
(cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado, usado na admi- de três maneiras.
nistração da crisma e de outros sacramentos), a crisma 1- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
(sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato 2- substituindo o -ão por -ães: cão - cães
de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta 3- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
planície de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis:
guia (documento, pena grande das asas das aves), o grama
o látex - os látex.
(unidade de peso), a grama (relva), o caixa (funcionário da
caixa), a caixa (recipiente, setor de pagamentos), o lente Plural dos Substantivos Compostos
(professor), a lente (vidro de aumento), o moral (ânimo), a
moral (honestidade, bons costumes, ética), o nascente (lado - A formação do plural dos substantivos compostos
onde nasce o Sol), a nascente (a fonte), o maria-fumaça depende da forma como são grafados, do tipo de palavras
(trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça (locomoti- que formam o composto e da relação que estabelecem en-
va movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte anterior tre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se
do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor), a como os substantivos simples: aguardente/aguardentes,
rádio (emissora), o voga (remador), a voga (moda). girassol/girassóis, pontapé/pontapés, malmequer/malme-
queres.

39
LÍNGUA PORTUGUESA

O plural dos substantivos compostos cujos elementos Plural dos Diminutivos


são ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e
discussões. Algumas orientações são dadas a seguir: Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” fi-
nal e acrescenta-se o sufixo diminutivo.
- Flexionam-se os dois elementos, quando forma-
dos de: pãe(s) + zinhos = pãezinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-per- animai(s) + zinhos = animaizinhos
feitos botõe(s) + zinhos = botõezinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-ho-
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
mens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras farói(s) + zinhos = faroizinhos
tren(s) + zinhos = trenzinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quan-
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
do formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas flore(s) + zinhas = florezinhas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e mão(s) + zinhas = mãozinhas
alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-re- papéi(s) + zinhos = papeizinhos
cos nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
funi(s) + zinhos = funizinhos
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quan-
do formados de: túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
substantivo + preposição clara + substantivo = água- pai(s) + zinhos = paizinhos
de-colônia e águas-de-colônia pé(s) + zinhos = pezinhos
substantivo + preposição oculta + substantivo = ca-
valo-vapor e cavalos-vapor pé(s) + zitos = pezitos
substantivo + substantivo que funciona como deter-
minante do primeiro, ou seja, especifica a função ou o Plural dos Nomes Próprios Personativos
tipo do termo anterior: palavra-chave - palavras-chave,
bomba-relógio - bombas-relógio, homem-rã - homens-rã, Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas
peixe-espada - peixes-espada. sempre que a terminação preste-se à flexão.

- Permanecem invariáveis, quando formados de: Os Napoleões também são derrotados.


verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora As Raquéis e Esteres.
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os sa-
ca-rolhas Plural dos Substantivos Estrangeiros

* Casos Especiais Substantivos ainda não aportuguesados devem ser


escritos como na língua original, acrescentando-se “s”
(exceto quando terminam em “s” ou “z”): os shows, os
o louva-a-deus e os louva-a-deus shorts, os jazz.
o bem-te-vi e os bem-te-vis
o bem-me-quer e os bem-me-queres Substantivos já aportuguesados flexionam-se de
acordo com as regras de nossa língua: os clubes, os cho-
o joão-ninguém e os joões-ninguém. pes, os jipes, os esportes, as toaletes, os bibelôs, os garçons,
os réquiens.
Plural das Palavras Substantivadas
Observe o exemplo:
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras Este jogador faz gols toda vez que joga.
classes gramaticais usadas como substantivo, apresen- O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
tam, no plural, as flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras. Plural com Mudança de Timbre
O aluno errou na prova dos noves.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos. Certos substantivos formam o plural com mudança de
timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato
* Observação: numerais substantivados terminados fonético chamado metafonia (plural metafônico).
em “s” ou “z” não variam no plural: Nas provas mensais
consegui muitos seis e alguns dez.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Singular Plural - Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho


do ser. Pode ser:
Corpo (ô) corpos (ó) Analítico = substantivo acompanhado de um adjeti-
esforço esforços vo que indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
fogo fogos Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indi-
cador de diminuição. Por exemplo: casinha.
forno fornos
fosso fossos Fontes de pesquisa:
imposto impostos http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf12.php
olho olhos SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
osso (ô) ossos (ó) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
ovo ovos Português linguagens: volume 1 / Wiliam Roberto Ce-
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
poço poços Paulo: Saraiva, 2010.
porto portos
posto postos Verbo
tijolo tijolos Verbo é a palavra que se flexiona em pessoa, núme-
ro, tempo e modo. A estes tipos de flexão verbal dá-se o
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, nome de conjugação (por isso também se diz que verbo
bolsos, esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, é a palavra que pode ser conjugada). Pode indicar, entre
etc. outros processos: ação (amarrar), estado (sou), fenômeno
(choverá); ocorrência (nascer); desejo (querer).
* Observação: distinga-se molho (ô) = caldo (molho
de carne), de molho (ó) = feixe (molho de lenha). Estrutura das Formas Verbais

Particularidades sobre o Número dos Substanti- Do ponto de vista estrutural, o verbo pode apresentar
vos os seguintes elementos:
- Radical: é a parte invariável, que expressa o sig-
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o nificado essencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava;
norte, o leste, o oeste, a fé, etc. fal-am. (radical fal-)
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsa- - Tema: é o radical seguido da vogal temática que
mes, as espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes. indica a conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo:
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do fala-r. São três as conjugações:
singular: bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probida- 1.ª - Vogal Temática - A - (falar), 2.ª - Vogal Temática -
de, bom nome) e honras (homenagem, títulos). E - (vender), 3.ª - Vogal Temática - I - (partir).
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas - Desinência modo-temporal: é o elemento que de-
com sentido de plural: signa o tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
Aqui morreu muito negro. falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicati-
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em cape- vo) / falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo)
las improvisadas. - Desinência número-pessoal: é o elemento que de-
signa a pessoa do discurso (1.ª, 2.ª ou 3.ª) e o número
Flexão de Grau do Substantivo (singular ou plural):
falamos (indica a 1.ª pessoa do plural.) / falavam
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir (indica a 3.ª pessoa do plural.)
as variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
* Observação: o verbo pôr, assim como seus deriva-
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho conside- dos (compor, repor, depor), pertencem à 2.ª conjugação,
rado normal. Por exemplo: casa pois a forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”,
apesar de haver desaparecido do infinitivo, revela-se em
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho algumas formas do verbo: põe, pões, põem, etc.
do ser. Classifica-se em:
Analítico = o substantivo é acompanhado de um ad- Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
jetivo que indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo in- Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura
dicador de aumento. Por exemplo: casarão. dos verbos com o conceito de acentuação tônica, perce-
bemos com facilidade que nas formas rizotônicas o acen-

41
LÍNGUA PORTUGUESA

to tônico cai no radical do verbo: opino, aprendam, amo, * Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
por exemplo. Nas formas arrizotônicas, o acento tônico são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, ama-
não cai no radical, mas sim na terminação verbal (fora do nhecer, escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Ama-
radical): opinei, aprenderão, amaríamos. nheci cansado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido
figurado. Qualquer verbo impessoal, empregado em sen-
Classificação dos Verbos tido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal, ou
seja, terá conjugação completa.
Classificam-se em: Amanheci cansado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
- Regulares: são aqueles que apresentam o radical Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)
inalterado durante a conjugação e desinências idênticas
às de todos os verbos regulares da mesma conjugação. * São impessoais, ainda:
Por exemplo: comparemos os verbos “cantar” e “falar”, - o verbo passar (seguido de preposição), indicando
conjugados no presente do Modo Indicativo: tempo: Já passa das seis.

canto falo - os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição


“de”, indicando suficiência:
cantas falas Basta de tolices.
canta falas Chega de promessas.
cantamos falamos
- os verbos estar e ficar em orações como “Está bem,
cantais falais Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal”, sem re-
cantam falam ferência a sujeito expresso anteriormente (por exemplo:
“ele está mal”). Podemos, nesse caso, classificar o sujeito
* Dica: Observe que, retirando os radicais, as desinên- como hipotético, tornando-se, tais verbos, pessoais.
cias modo-temporal e número-pessoal mantiveram-se
idênticas. Tente fazer com outro verbo e perceberá que se - o verbo dar + para da língua popular, equivalente de
repetirá o fato (desde que o verbo seja da primeira conju- “ser possível”. Por exemplo:
gação e regular!). Faça com o verbo “andar”, por exemplo. Não deu para chegar mais cedo.
Substitua o radical “cant” e coloque o “and” (radical do Dá para me arrumar uma apostila?
verbo andar). Viu? Fácil!
- Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, con-
- Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca altera- jugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do
ções no radical ou nas desinências: faço, fiz, farei, fizesse. plural. São unipessoais os verbos constar, convir, ser (=
* Observação: alguns verbos sofrem alteração no ra- preciso, necessário) e todos os que indicam vozes de ani-
dical apenas para que seja mantida a sonoridade. É o caso mais (cacarejar, cricrilar, miar, latir, piar).
de: corrigir/corrijo, fingir/finjo, tocar/toquei, por exemplo.
Tais alterações não caracterizam irregularidade, porque o * Observação: os verbos unipessoais podem ser usa-
fonema permanece inalterado. dos como verbos pessoais na linguagem figurada:
Teu irmão amadureceu bastante.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conju- O que é que aquela garota está cacarejando?
gação completa. Os principais são adequar, precaver, com-
putar, reaver, abolir, falir. Principais verbos unipessoais:

- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito e, 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser
normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. (preciso, necessário):
Os principais verbos impessoais são: Cumpre estudarmos bastante. (Sujeito: estudarmos
bastante)
* haver, quando sinônimo de existir, acontecer, reali- Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover)
zar-se ou fazer (em orações temporais). É preciso que chova. (Sujeito: que chova)
Havia muitos candidatos no dia da prova. (Havia =
Existiam) 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, se-
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) guidos da conjunção que.
Haverá debates hoje. (Haverá = Realizar-se-ão) Faz dez anos que viajei à Europa. (Sujeito: que viajei
Viajei a Madri há muitos anos. (há = faz) à Europa)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não a
* fazer, ser e estar (quando indicam tempo) vejo. (Sujeito: que não a vejo)
Faz invernos rigorosos na Europa.
Era primavera quando o conheci. * Observação: todos os sujeitos apontados são ora-
Estava frio naquele dia. cionais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Abundantes: são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, geralmente no particípio, em que, além
das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular).
O particípio regular (terminado em “–do”) é utilizado na voz ativa, ou seja, com os verbos ter e haver; o irregular é
empregado na voz passiva, ou seja, com os verbos ser, ficar e estar. Observe:

Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular


Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Anexar Anexado Anexo
Benzer Benzido Bento
Corrigir Corrigido Correto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Murchar Murchado Murcho
Pegar Pegado Pego
Romper Rompido Roto
Soltar Soltado Solto
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago

* Importante:
- estes verbos e seus derivados possuem, apenas, o particípio irregular: abrir/aberto, cobrir/coberto, dizer/dito, escre-
ver/escrito, pôr/posto, ver/visto, vir/vindo.

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Existem apenas dois: ser (sou, sois, fui)
e ir (fui, ia, vades).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal
(aquele que exprime a ideia fundamental, mais importante), quando acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa
das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar todos!


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora!


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

* Observação: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pret. Imp. Pret.mais-que-perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

44
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imp. Pret.mais-q-perf. Fut.doPres. Fut.doPreté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Pret.Mais-Q-Perf. Fut.do Pres. Fut.doPreté.


hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

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LÍNGUA PORTUGUESA

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


ja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres

haver

havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imp. Preté.mais-q-perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na
mesma pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita
no próprio sentido do verbo (pronominais essenciais). Veja:

1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos:
abster-se, ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade
já está implícita no radical do verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.

46
LÍNGUA PORTUGUESA

A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito Formas Nominais


(eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai so-
bre ela mesma, pois não recebe ação transitiva nenhuma Além desses três modos, o verbo apresenta ainda for-
vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma mas que podem exercer funções de nomes (substantivo,
partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas nominais. Observe:
serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical 1-) Infinitivo
do próprio verbo. 1.1-) Impessoal: exprime a significação do verbo de
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
respectivos pronomes): substantivo. Por exemplo:
Eu me arrependo Viver é lutar. (= vida é luta)
Tu te arrependes É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presen-
Vós vos arrependeis te (forma simples) ou no passado (forma composta). Por
exemplo:
Eles se arrependem
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos
em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto
1.2-) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às
representado por pronome oblíquo da mesma pessoa
três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular,
do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai so-
não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do
bre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos
impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte maneira:
ou transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados
2.ª pessoa do singular: Radical + ES = teres (tu)
com os pronomes mencionados, formando o que se cha- 1.ª pessoa do plural: Radical + MOS = termos (nós)
ma voz reflexiva. Por exemplo: A garota se penteava. 2.ª pessoa do plural: Radical + DES = terdes (vós)
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexi- 3.ª pessoa do plural: Radical + EM = terem (eles)
va pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
exemplo: A garota penteou-me.
2-) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adje-
* Observações: tivo ou advérbio. Por exemplo:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os prono- Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de
mes oblíquos átonos dos verbos pronominais não pos- advérbio)
suem função sintática. Água fervendo, pele ardendo. (função de adjetivo)
- Há verbos que também são acompanhados de pro-
nomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmen- Na forma simples (1), o gerúndio expressa uma ação
te pronominais - são os verbos reflexivos. Nos verbos em curso; na forma composta (2), uma ação concluída:
reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na Trabalhando (1), aprenderás o valor do dinheiro.
pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Tendo trabalhado (2), aprendeu o valor do dinheiro.
Por exemplo:
Eu me feri. = Eu (sujeito) – 1.ª pessoa do singular; * Quando o gerúndio é vício de linguagem (gerundis-
me (objeto direto) – 1.ª pessoa do singular mo), ou seja, uso exagerado e inadequado do gerúndio:
1- Enquanto você vai ao mercado, vou estar jogando
Modos Verbais futebol.
2 – Sim, senhora! Vou estar verificando!
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas
pelo verbo na expressão de um fato certo, real, verdadei- Em 1, a locução “vou estar” + gerúndio é adequada,
ro. Existem três modos: pois transmite a ideia de uma ação que ocorre no mo-
mento da outra; em 2, essa ideia não ocorre, já que a lo-
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu cução verbal “vou estar verificando” refere-se a um futuro
estudo para o concurso. em andamento, exigindo, no caso, a construção “verifica-
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: rei” ou “vou verificar”.
Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estude, 3-) Particípio: quando não é empregado na formação
colega! dos tempos compostos, o particípio indica, geralmente, o
resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gê-
nero, número e grau. Por exemplo: Terminados os exames,
os candidatos saíram.

47
LÍNGUA PORTUGUESA

Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramente a função de
adjetivo. Por exemplo: Ela é a aluna escolhida pela turma.

(Ziraldo)

Tempos Verbais

Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos
tempos.

1. Tempos do Modo Indicativo


- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual, mas que não foi completamen-
te terminado: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
- Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado:
Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito-mais-que-perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado: Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples).
- Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele
estudará as lições amanhã.
- Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato passado: Se ele
pudesse, estudaria um pouco mais.

2. Tempos do Modo Subjuntivo


- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual: É conveniente que estudes para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse
o jogo.

Observação: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou
desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual: Quando ele
vier à loja, levará as encomendas.

Observação: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se
ele vier à loja, levará as encomendas.
** Há casos em que formas verbais de um determinado tempo podem ser utilizadas para indicar outro.
Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil.
descobre = forma do presente indicando passado ( = descobrira/descobriu)

No próximo final de semana, faço a prova!


faço = forma do presente indicando futuro ( = farei)

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LÍNGUA PORTUGUESA

Modo Indicativo

Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Desinência pessoal


CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal
1.ª/2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3ª. conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

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LÍNGUA PORTUGUESA

Futuro do Presente do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Futuro do Pretérito do Indicativo

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo

Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1.ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2.ª e 3.ª conjugação).

1.ª conjug. 2.ª conjug. 3.ª conju. Desinên. pessoal Des. temporal Des.temporal
1.ª conj. 2.ª/3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

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LÍNGUA PORTUGUESA

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito,
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de
número e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M

Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito, ob-
tendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número
e pessoa correspondente.

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação Des. temporal Desin. pessoal
1.ª /2.ª e 3.ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantaR vendeR partiR Ø
cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM partiREM R EM

Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo

Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a segunda
pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

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LÍNGUA PORTUGUESA

Imperativo Negativo

Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo

Que eu cante ---


Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pe-
dido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1.ª conjugação 2.ª conjugação 3.ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

* Observações:
- o verbo parecer admite duas construções:
Elas parecem gostar de você. (forma uma locução verbal)
Elas parece gostarem de você. (verbo com sujeito oracional, correspondendo à construção: parece gostarem de você).

- o verbo pegar possui dois particípios (regular e irregular):


Elvis tinha pegado minhas apostilas.
Minhas apostilas foram pegas.
fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf54.php
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões sobre Verbo

1-) (TRE/MS - ESTÁGIO – JORNALISMO - TRE/MS – 2014) A assertiva correta quanto à conjugação verbal é:
A) Houveram eleições em outros países este ano.
B) Se eu vir você por aí, acabou.
C) Tinha chego atrasado vinte minutos.
D) Fazem três anos que não tiro férias.
E) Esse homem possue muitos bens.

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LÍNGUA PORTUGUESA

1-) Correções à frente: associar alguns comportamentos dos adolescentes ao uso


A) Houveram eleições em outros países este ano = prolongado desses aparelhos, e TÊM (concorda com o ter-
houve mo “os especialistas”) alertado os pais para que avaliem a
C) Tinha chego atrasado vinte minutos = tinha che- necessidade de estabelecer limites aos seus filhos.
gado Temos: faz, haver, têm.
D) Fazem três anos que não tiro férias = faz três anos RESPOSTA: “A”.
E) Esse homem possue muitos bens = possui
RESPOSTA: “B”. Vozes do Verbo

2-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA- Dá-se o nome de voz à maneira como se apresenta a
FE/2014) Complete as lacunas com os verbos, tempos e ação expressa pelo verbo em relação ao sujeito, indicando
modos indicados entre parênteses, fazendo a devida con- se este é paciente ou agente da ação. Importante lembrar
cordância. que voz verbal não é flexão, mas aspecto verbal. São três
• O juiz agrário ainda não _________ no conflito porque as vozes verbais:
surgiram fatos novos de ontem para hoje. (intervir - pre-
térito perfeito do indicativo) - Ativa = quando o sujeito é agente, isto é, pratica a
• Uns poucos convidados ___________-se com os vídeos ação expressa pelo verbo:
postados no facebook. (entreter - pretérito imperfeito do
indicativo) Ele fez o tra-
• Representantes do PCRT somente serão aceitos na balho.
composição da chapa quando se _________ de criticar a sujeito agente ação objeto
atual diretoria do clube, (abster-se - futuro do subjuntivo) (paciente)
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A-) interveio - entretinham - abstiverem - Passiva = quando o sujeito é paciente, recebendo a
B-) interviu - entretiveram - absterem ação expressa pelo verbo:
C-) intervém - entreteram - abstêm
D-) interviera - entretêm - abstiverem O trabalho foi feito p o r
E-) intervirá - entretenham - abstiveram ele.
sujeito paciente ação agen-
te da passiva
2-) O verbo “intervir” deve ser conjugado como o
verbo “vir”. Este, no pretérito perfeito do Indicativo fica - Reflexiva = quando o sujeito é, ao mesmo tempo,
“veio”, portanto, “interveio” (não existe “interviu”, já que agente e paciente, isto é, pratica e recebe a ação:
ele não deriva do verbo “ver”). Descartemos a alternativa
B. Como não há outro item com a mesma opção, chega- O menino feriu-se.
mos à resposta rapidamente!
RESPOSTA: “A”. * Observação: não confundir o emprego reflexivo do
3-) (POLÍCIA MILITAR/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO verbo com a noção de reciprocidade:
– VUNESP/2014) Considere o trecho a seguir. Os lutadores feriram-se. (um ao outro)
Já __________ alguns anos que estudos a respeito da Nós nos amamos. (um ama o outro)
utilização abusiva dos smartphones estão sendo desen-
volvidos. Os especialistas acreditam _________ motivos Formação da Voz Passiva
para associar alguns comportamentos dos adolescentes
ao uso prolongado desses aparelhos, e _________ alertado A voz passiva pode ser formada por dois processos:
os pais para que avaliem a necessidade de estabelecer analítico e sintético.
limites aos seus filhos.
De acordo com a norma-padrão da língua portugue- 1- Voz Passiva Analítica = Constrói-se da seguinte
sa, as lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e maneira:
respectivamente, com:
(A) faz … haver … têm Verbo SER + particípio do verbo principal. Por exem-
(B) fazem … haver … tem plo:
(C) faz … haverem … têm A escola será pintada pelos alunos. (na ativa teríamos:
(D) fazem … haverem … têm os alunos pintarão a escola)
(E) faz … haverem … tem O trabalho é feito por ele. (na ativa: ele faz o trabalho)

3-) Já FAZ (sentido de tempo: não sofre flexão) alguns * Observação: o agente da passiva geralmente é
anos que estudos a respeito da utilização abusiva dos smar- acompanhado da preposição por, mas pode ocorrer a
tphones estão sendo desenvolvidos. Os especialistas acre- construção com a preposição de. Por exemplo: A casa fi-
ditam HAVER (sentido de existir: não varia) motivos para cou cercada de soldados.

53
LÍNGUA PORTUGUESA

- Pode acontecer de o agente da passiva não estar * Observação: quando o sujeito da voz ativa for inde-
explícito na frase: A exposição será aberta amanhã. terminado, não haverá complemento agente na passiva.
Por exemplo: Prejudicaram-me. / Fui prejudicado.
- A variação temporal é indicada pelo verbo auxiliar
(SER), pois o particípio é invariável. Observe a transforma- ** Saiba que:
ção das frases seguintes: - com os verbos neutros (nascer, viver, morrer, dormir,
acordar, sonhar, etc.) não há voz ativa, passiva ou reflexiva,
a) Ele fez o trabalho. (pretérito perfeito do Indicativo) porque o sujeito não pode ser visto como agente, pacien-
O trabalho foi feito por ele. (verbo ser no pretérito per- te ou agente-paciente.
feito do Indicativo, assim como o verbo principal da voz
ativa) Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
b) Ele faz o trabalho. (presente do indicativo) morf54.php
O trabalho é feito por ele. (ser no presente do indica- SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
tivo) Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português linguagens: volume 2 / Wiliam Roberto Ce-
c) Ele fará o trabalho. (futuro do presente) reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
O trabalho será feito por ele. (futuro do presente) Paulo: Saraiva, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, reda-
- Nas frases com locuções verbais, o verbo SER assu- ção / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.
me o mesmo tempo e modo do verbo principal da voz
ativa. Observe a transformação da frase seguinte: Questões
O vento ia levando as folhas. (gerúndio)
As folhas iam sendo levadas pelo vento. (gerúndio) 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA/GO – ANALISTA JUDICIÁ-
RIO – FGV/2014 - adaptada) A frase “que foi trazida pelo
2- Voz Passiva Sintética = A voz passiva sintética - ou instituto Endeavor” equivale, na voz ativa, a:
pronominal - constrói-se com o verbo na 3.ª pessoa, se- (A) que o instituto Endeavor traz;
guido do pronome apassivador “se”. Por exemplo: (B) que o instituto Endeavor trouxe;
Abriram-se as inscrições para o concurso. (C) trazida pelo instituto Endeavor;
Destruiu-se o velho prédio da escola. (D) que é trazida pelo instituto Endeavor;
(E) que traz o instituto Endeavor.
* Observação: o agente não costuma vir expresso na
voz passiva sintética. 1-) Se na voz passiva temos dois verbos, na ativa te-
remos um: “que o instituto Endeavor trouxe” (manter o
Conversão da Voz Ativa na Voz Passiva tempo verbal no pretérito – assim como na passiva).
RESPOSTA: “B”.
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar
substancialmente o sentido da frase.
2-) (PRODAM/AM – ASSISTENTE – FUNCAB/2014 -
O concurseiro comprou a apostila. (Voz Ativa) adaptada) Ao passarmos a frase “...e É CONSIDERADO por
Sujeito da Ativa objeto Direto muitos o maior maratonista de todos os tempos” para a
voz ativa, encontramos a seguinte forma verbal:
A apostila foi comprada pelo concurseiro. A) consideravam.
(Voz Passiva) B) consideram.
Sujeito da Passiva Agente da Passi- C) considerem.
va D) considerarão.
E) considerariam.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva;
o sujeito da ativa passará a agente da passiva, e o verbo 2-) É CONSIDERADO por muitos o maior maratonista
ativo assumirá a forma passiva, conservando o mesmo de todos os tempos = dois verbos na voz passiva, então
tempo. Observe: na ativa teremos UM: muitos o consideram o maior mara-
- Os mestres têm constantemente aconselhado os alu- tonista de todos os tempos.
nos. RESPOSTA: “B”.
Os alunos têm sido constantemente aconselhados pe-
los mestres. 3-) (TRT-16ª REGIÃO/MA - ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2014)
- Eu o acompanharei. Transpondo-se para a voz passiva a frase “vou glosar
Ele será acompanhado por mim. uma observação de Machado de Assis”, a forma verbal
resultante deverá ser

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LÍNGUA PORTUGUESA

(A) terei glosado Observação: nesses casos, o uso do verbo no singular


(B) seria glosada enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere
(C) haverá de ser glosada destaque aos elementos que formam esse conjunto.
(D) será glosada
(E) terá sido glosada 2) Quando o sujeito é formado por expressão que
indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
3-) “vou glosar uma observação de Machado de As- de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo
sis” – “vou glosar” expressa “glosarei”, então teremos na concorda com o substantivo.
passiva: uma observação de Machado de Assis será glo- Cerca de mil pessoas participaram do concurso.
sada por mim. Perto de quinhentos alunos compareceram à solenida-
RESPOSTA: “D”. de.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últi-
mas Olimpíadas.

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL. Observação: quando a expressão “mais de um” asso-


ciar-se a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é
obrigatório: Mais de um colega se ofenderam na discussão.
(ofenderam um ao outro)
Os concurseiros estão apreensivos.
Concurseiros apreensivos. 3) Quando se trata de nomes que só existem no plu-
ral, a concordância deve ser feita levando-se em conta
No primeiro exemplo, o verbo estar encontra-se na a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo
terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, deve ficar no singular; com artigo no plural, o verbo deve
os concurseiros. No segundo exemplo, o adjetivo “apreen- ficar o plural.
sivos” está concordando em gênero (masculino) e número Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
(plural) com o substantivo a que se refere: concurseiros. Estados Unidos possui grandes universidades.
Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gê- Alagoas impressiona pela beleza das praias.
nero correspondem-se. As Minas Gerais são inesquecíveis.
A correspondência de flexão entre dois termos é a Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
concordância, que pode ser verbal ou nominal.
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou
Concordância Verbal indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
quaisquer, vários) seguido por “de nós” ou “de vós”, o ver-
É a flexão que se faz para que o verbo concorde com bo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira
seu sujeito. pessoa do plural) ou com o pronome pessoal.
Quais de nós são / somos capazes?
a) Sujeito Simples - Regra Geral Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
O sujeito, sendo simples, com ele concordará o verbo Vários de nós propuseram / propusemos sugestões ino-
em número e pessoa. Veja os exemplos: vadoras.
A prova para ambos os cargos será aplicada
às 13h. Observação: veja que a opção por uma ou outra for-
3.ª p. Singular 3.ª p. Singular ma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando
alguém diz ou escreve “Alguns de nós sabíamos de tudo e
Os candidatos à vaga chegarão às 12h. nada fizemos”, ele está se incluindo no grupo dos omis-
3.ª p. Plural 3.ª p. Plural sos. Isso não ocorre ao dizer ou escrever “Alguns de nós
sabiam de tudo e nada fizeram”, frase que soa como uma
Casos Particulares denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido esti-
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão ver no singular, o verbo ficará no singular.
partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, Qual de nós é capaz?
a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida Algum de vós fez isso.
de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode
ficar no singular ou no plural. 5) Quando o sujeito é formado por uma expressão
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram deve concordar com o substantivo.
proposta. 25% do orçamento do país será destinado à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos do prefeito.
dos coletivos, quando especificados: Um bando de vânda- 1% do eleitorado aceita a mudança.
los destruiu / destruíram o monumento. 1% dos alunos faltaram à prova.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Quando a expressão que indica porcentagem não é 10) Verbos Impessoais: por não se referirem a ne-
seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o nhum sujeito, são usados sempre na 3.ª pessoa do sin-
número. gular. São verbos impessoais: Haver no sentido de existir;
25% querem a mudança. Fazer indicando tempo; Aqueles que indicam fenômenos
1% conhece o assunto. da natureza. Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Se o número percentual estiver determinado por ar- Faz dois meses que não vejo meu pai.
tigo ou pronome adjetivo, a concordância far-se-á com Chovia ontem à tarde.
eles:
Os 30% da produção de soja serão exportados. b) Sujeito Composto
Esses 2% da prova serão questionados.
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao ver-
6) O pronome “que” não interfere na concordância; bo, a concordância se faz no plural:
Pai e filho conversavam longamente.
já o “quem” exige que o verbo fique na 3.ª pessoa do
Sujeito
singular.
Fui eu que paguei a conta.
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Fomos nós que pintamos o muro. Sujeito
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Sou eu quem faz a prova. 2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas
Não serão eles quem será aprovado. gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguin-
te maneira: a primeira pessoa do plural (nós) prevalece
7) Com a expressão “um dos que”, o verbo deve as- sobre a segunda pessoa (vós) que, por sua vez, prevalece
sumir a forma plural. sobre a terceira (eles). Veja:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encan- Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
taram os poetas. Primeira Pessoa do Plural (Nós)
Este candidato é um dos que mais estudaram!
Tu e teus irmãos tomareis a decisão.
Se a expressão for de sentido contrário – nenhum dos Segunda Pessoa do Plural (Vós)
que, nem um dos que -, não aceita o verbo no singular:
Nenhum dos que foram aprovados assumirá a vaga. Pais e filhos precisam respeitar-se.
Nem uma das que me escreveram mora aqui. Terceira Pessoa do Plural (Eles)
*Quando “um dos que” vem entremeada de substan-
tivo, o verbo pode: Observação: quando o sujeito é composto, formado
a) ficar no singular – O Tietê é um dos rios que atra- por um elemento da segunda pessoa (tu) e um da terceira
vessa o Estado de São Paulo. (já que não há outro rio que (ele), é possível empregar o verbo na terceira pessoa do
faça o mesmo). plural (eles): “Tu e teus irmãos tomarão a decisão.” – no
b) ir para o plural – O Tietê é um dos rios que estão lugar de “tomaríeis”.
poluídos (noção de que existem outros rios na mesma
condição). 3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo,
passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujei-
8) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
to, o verbo pode estabelecer concordância com o núcleo
verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
do sujeito mais próximo.
Vossa Excelência está cansado?
Faltaram coragem e competência.
Vossas Excelências renunciarão? Faltou coragem e competência.
Compareceram todos os candidatos e o banca.
9) A concordância dos verbos bater, dar e soar faz-se Compareceu o banca e todos os candidatos.
de acordo com o numeral.
Deu uma hora no relógio da sala. 4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, a concor-
Deram cinco horas no relógio da sala. dância é feita no plural. Observe:
Soam dezenove horas no relógio da praça. Abraçaram-se vencedor e vencido.
Baterão doze horas daqui a pouco. Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Observação: caso o sujeito da oração seja a palavra Casos Particulares


relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse su-
jeito. 1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas. sinônimos ou quase sinônimos, o verbo fica no singular.
Soa quinze horas o relógio da matriz. Descaso e desprezo marca seu comportamento.
A coragem e o destemor fez dele um herói.

56
LÍNGUA PORTUGUESA

2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos 6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por ex-
dispostos em gradação, verbo no singular: pressões correlativas como: “não só...mas ainda”, “não so-
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um se- mente”..., “não apenas...mas também”, “tanto...quanto”, o
gundo me satisfaz. verbo ficará no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o
3) Quando os núcleos do sujeito composto são uni- Nordeste.
dos por “ou” ou “nem”, o verbo deverá ficar no plural, de Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a
acordo com o valor semântico das conjunções: notícia.
Drummond ou Bandeira representam a essência da
poesia brasileira. 7) Quando os elementos de um sujeito composto são
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta. resumidos por um aposto recapitulativo, a concordância
é feita com esse termo resumidor.
Em ambas as orações, as conjunções dão ideia de Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apa-
“adição”. Já em: tia.
Juca ou Pedro será contratado. Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olim- na vida das pessoas.
píada.
Outros Casos
* Temos ideia de exclusão, por isso os verbos ficam
no singular. 1) O Verbo e a Palavra “SE”
Dentre as diversas funções exercidas pelo “se”, há
4) Com as expressões “um ou outro” e “nem um nem duas de particular interesse para a concordância verbal:
outro”, a concordância costuma ser feita no singular. a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
Um ou outro compareceu à festa. b) quando é partícula apassivadora.
Nem um nem outro saiu do colégio. Quando índice de indeterminação do sujeito, o “se”
acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
Com “um e outro”, o verbo pode ficar no plural ou no e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na
singular: Um e outro farão/fará a prova.
terceira pessoa do singular:
Precisa-se de funcionários.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por
Confia-se em teses absurdas.
“com”, o verbo fica no plural. Nesse caso, os núcleos re-
Quando pronome apassivador, o “se” acompanha
cebem um mesmo grau de importância e a palavra “com”
verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e in-
tem sentido muito próximo ao de “e”.
diretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nes-
O pai com o filho montaram o brinquedo.
se caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
O governador com o secretariado traçaram os planos
Exemplos:
para o próximo semestre.
O professor com o aluno questionaram as regras. Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se Aqui não se cometem equívocos
a ideia é enfatizar o primeiro elemento. Alugam-se casas.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para ** Dica: Para saber se o “se” é partícula apassivado-
o próximo semestre. ra ou índice de indeterminação do sujeito, tente trans-
O professor com o aluno questionou as regras. formar a frase para a voz passiva. Se a frase construída
for “compreensível”, estaremos diante de uma partícula
Observação: com o verbo no singular, não se pode apassivadora; se não, o “se” será índice de indetermina-
falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma vez ção. Veja:
que as expressões “com o filho” e “com o secretariado” Precisa-se de funcionários qualificados.
são adjuntos adverbiais de companhia. Na verdade, é Tentemos a voz passiva:
como se houvesse uma inversão da ordem. Veja: Funcionários qualificados são precisados (ou preci-
“O pai montou o brinquedo com o filho.” sos)? Não há lógica. Portanto, o “se” destacado é índice
“O governador traçou os planos para o próximo semes- de indeterminação do sujeito.
tre com o secretariado.” Agora:
“O professor questionou as regras com o aluno.” Vendem-se casas.
Voz passiva: Casas são vendidas. Construção correta!
*Casos em que se usa o verbo no singular: Então, aqui, o “se” é partícula apassivadora. (Dá para eu
Café com leite é uma delícia! passar para a voz passiva. Repare em meu destaque. Per-
O frango com quiabo foi receita da vovó. cebeu semelhança? Agora é só memorizar!).

57
LÍNGUA PORTUGUESA

2) O Verbo “Ser” 3) O Verbo “Parecer”


A concordância verbal dá-se sempre entre o verbo e o O verbo parecer, quando é auxiliar em uma locução
sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa concordân- verbal (é seguido de infinitivo), admite duas concordâncias:
cia pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo a) Ocorre variação do verbo PARECER e não se fle-
do sujeito. xiona o infinitivo: As crianças parecem gostar do desenho.

Quando o sujeito ou o predicativo for: b) A variação do verbo parecer não ocorre e o infini-
tivo sofre flexão:
a)Nome de pessoa ou pronome pessoal – o verbo SER As crianças parece gostarem do desenho.
concorda com a pessoa gramatical: (essa frase equivale a: Parece gostarem do desenho as
Ele é forte, mas não é dois. crianças)
Fernando Pessoa era vários poetas.
A esperança dos pais são eles, os filhos. Atenção: Com orações desenvolvidas, o verbo PARE-
CER fica no singular. Por Exemplo: As paredes parece que
têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos = oração
b)nome de coisa e um estiver no singular e o outro no
subordinada substantiva subjetiva).
plural, o verbo SER concordará, preferencialmente, com o
que estiver no plural:
Concordância Nominal
Os livros são minha paixão!
Minha paixão são os livros! A concordância nominal se baseia na relação entre
nomes (substantivo, pronome) e as palavras que a eles
Quando o verbo SER indicar se ligam para caracterizá-los (artigos, adjetivos, pronomes
adjetivos, numerais adjetivos e particípios). Lembre-se:
a) horas e distâncias, concordará com a expressão normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um
numérica: termo da oração, e o adjetivo, como adjunto adnominal.
É uma hora. A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as
São quatro horas. seguintes regras gerais:
Daqui até a escola é um quilômetro / são dois quilô- 1) O adjetivo concorda em gênero e número quando
metros. se refere a um único substantivo: As mãos trêmulas de-
nunciavam o que sentia.
b) datas, concordará com a palavra dia(s), que pode
estar expressa ou subentendida: 2) Quando o adjetivo refere-se a vários substantivos, a
Hoje é dia 26 de agosto. concordância pode variar. Podemos sistematizar essa fle-
Hoje são 26 de agosto. xão nos seguintes casos:
c) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
e for seguido de palavras ou expressões como pouco, mui- - O adjetivo concorda em gênero e número com o
to, menos de, mais de, etc., o verbo SER fica no singular: substantivo mais próximo.
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso. Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido. Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Duas semanas de férias é muito para mim. Encontramos caído o prendedor e a roupa.

d) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) - Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de
parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural.
for pronome pessoal do caso reto, com este concordará
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
o verbo.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós. b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais pró-
Observação: sendo ambos os termos (sujeito e pre- ximo ou com todos eles (assumindo a forma masculina
dicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo plural se houver substantivo feminino e masculino).
concorda com o pronome sujeito. A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
Eu não sou ela. A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
Ela não é eu. A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
e) Quando o sujeito for uma expressão de sentido
partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o Observação: os dois últimos exemplos apresentam
verbo SER concordará com o predicativo. maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente
A grande maioria no protesto eram jovens. se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo
O resto foram atitudes imaturas. foi flexionado no plural masculino, que é o gênero predo-
minante quando há substantivos de gêneros diferentes.

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LÍNGUA PORTUGUESA

- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o Casos Particulares


adjetivo fica no singular ou plural.
A beleza e a inteligência feminina(s). É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É
O carro e o iate novo(s). permitido

3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) Estas expressões, formadas por um verbo mais um
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o subs- adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a que se refe-
tantivo não for acompanhado de nenhum modificador: rem possuir sentido genérico (não vier precedido de ar-
Água é bom para saúde. tigo).
É proibido entrada de crianças.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for Em certos momentos, é necessário atenção.
modificado por um artigo ou qualquer outro determina- No verão, melancia é bom.
tivo: Esta água é boa para saúde. É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os
b) Quando o sujeito destas expressões estiver deter-
pronomes pessoais a que se refere: Juliana encontrou-as
minado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o verbo
muito felizes.
como o adjetivo concordam com ele.
É proibida a entrada de crianças.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido
Esta salada é ótima.
neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE + A educação é necessária.
adjetivo, este último geralmente é usado no masculino São precisas várias medidas na educação.
singular: Os jovens tinham algo de misterioso.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso -
6) A palavra “só”, quando equivale a “sozinho”, tem Quite
função adjetiva e concorda normalmente com o nome a
que se refere: Estas palavras adjetivas concordam em gênero e nú-
Cristina saiu só. mero com o substantivo ou pronome a que se referem.
Cristina e Débora saíram sós. Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Observação: quando a palavra “só” equivale a “so- Muito obrigadas, disseram as senhoras.
mente” ou “apenas”, tem função adverbial, ficando, por- Seguem inclusos os papéis solicitados.
tanto, invariável: Eles só desejam ganhar presentes. Estamos quites com nossos credores.
** Dica: Substitua o “só” por “apenas” ou “sozinho”.
Se a frase ficar coerente com o primeiro, trata-se de ad- Bastante - Caro - Barato - Longe
vérbio, portanto, invariável; se houver coerência com o
segundo, função de adjetivo, então varia: Estas palavras são invariáveis quando funcionam
Ela está só. (ela está sozinha) – adjetivo como advérbios. Concordam com o nome a que se refe-
Ele está só descansando. (apenas descansando) - ad- rem quando funcionam como adjetivos, pronomes adje-
vérbio tivos, ou numerais.
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
** Mas cuidado! Se colocarmos uma vírgula depois Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho.
de “só”, haverá, novamente, um adjetivo: (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
Ele está só, descansando. (ele está sozinho e descan-
As casas estão caras. (adjetivo)
sando)
Achei barato este casaco. (advérbio)
7) Quando um único substantivo é modificado por
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções: Meio - Meia
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se
o artigo antes do último adjetivo: Admiro a cultura espa- a) A palavra “meio”, quando empregada como adjeti-
nhola e a portuguesa. vo, concorda normalmente com o nome a que se refere:
Pedi meia porção de polentas.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o ar-
tigo antes do adjetivo: Admiro as culturas espanhola e b) Quando empregada como advérbio permanece in-
portuguesa. variável: A candidata está meio nervosa.

** Dica! Dá para eu substituir por “um pouco”, assim


saberei que se trata de um advérbio, não de adjetivo: “A
candidata está um pouco nervosa”.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Alerta - Menos 2-) O verbo “esquecer” pede objeto direto; “gostar”,


indireto (com preposição): Esqueço os filmes dos quais
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem não gosto.
sempre invariáveis. RESPOSTA: “E”.
Os concurseiros estão sempre alerta.
Não queira menos matéria! 3-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) Considerada
a substituição do segmento grifado pelo que está entre
* Tome nota! parênteses ao final da transcrição, o verbo que deverá
Não variam os substantivos que funcionam como ad- permanecer no singular está em:
jetivos: (A) ... disse o pesquisador à Folha de S. Paulo. (os pes-
Bomba – notícias bomba quisadores)
Chave – elementos chave (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a
Monstro – construções monstro ruína dessa sociedade... (as mudanças do clima)
Padrão – escola padrão (C) No sistema havia também uma estação... (várias
estações)
Fontes de pesquisa: (D) ... a civilização maia da América Central tinha um
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint49. método sustentável de gerenciamento da água. (os povos
php que habitavam a América Central)
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cere- (E) Um estudo publicado recentemente mostra que a
ja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo: civilização maia... (Estudos como o que acabou de ser pu-
Saraiva, 2010. blicado).
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sac-
coni. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-)
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação (A) ... disse (disseram) (os pesquisadores)
/ Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000. (B) Segundo ele, a mudança climática contribuiu (con-
tribuíram) (as mudanças do clima)
Questões (C) No sistema havia (várias estações) = permanecerá
no singular
1-) (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA (D) ... a civilização maia da América Central tinha (ti-
E COMÉRCIO EXTERIOR – ANALISTA TÉCNICO ADMINIS- nham) (os povos que habitavam a América Central)
TRATIVO – CESPE/2014) Em “Vossa Excelência deve estar (E) Um estudo publicado recentemente mostra (mos-
satisfeita com os resultados das negociações”, o adjetivo
tram) (Estudos como o que acabou de ser publicado).
estará corretamente empregado se dirigido a ministro de
RESPOSTA: “C”.
Estado do sexo masculino, pois o termo “satisfeita” deve
concordar com a locução pronominal de tratamento “Vossa
Excelência”.
( ) CERTO ( ) ERRADO REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL.

1-) Se a pessoa, no caso o ministro, for do sexo femi-


nino (ministra), o adjetivo está correto; mas, se for do sexo
masculino, o adjetivo sofrerá flexão de gênero: satisfeito. O Dá-se o nome de regência à relação de subordinação
pronome de tratamento é apenas a maneira de como tratar que ocorre entre um verbo (regência verbal) ou um nome
a autoridade, não concordando com o gênero (o pronome (regência nominal) e seus complementos.
de tratamento, apenas).
RESPOSTA: “ERRADO”. Regência Verbal = Termo Regente: VERBO

2-) (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL – CADASTRO A regência verbal estuda a relação que se estabelece
RESERVA PARA O METRÔ/DF – ADMINISTRADOR - IA- entre os verbos e os termos que os complementam (obje-
DES/2014 - adaptada) Se, no lugar dos verbos destacados tos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos
no verso “Escolho os filmes que eu não vejo no elevador”, adverbiais). Há verbos que admitem mais de uma regên-
fossem empregados, respectivamente, Esquecer e gostar, a cia, o que corresponde à diversidade de significados que
nova redação, de acordo com as regras sobre regência ver- estes verbos podem adquirir dependendo do contexto
bal e concordância nominal prescritas pela norma-padrão, em que forem empregados.
deveria ser A mãe agrada o filho = agradar significa acariciar,
(A) Esqueço dos filmes que eu não gosto no elevador. contentar.
(B) Esqueço os filmes os quais não gosto no elevador. A mãe agrada ao filho = agradar significa “causar
(C) Esqueço dos filmes aos quais não gosto no elevador. agrado ou prazer”, satisfazer.
(D) Esqueço dos filmes dos quais não gosto no elevador. Conclui-se que “agradar alguém” é diferente de
(E) Esqueço os filmes dos quais não gosto no eleva- “agradar a alguém”.
dor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Saiba que: Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente


O conhecimento do uso adequado das preposições é como o verbo amar:
um dos aspectos fundamentais do estudo da regência ver- Amo aquele rapaz. / Amo-o.
bal (e também nominal). As preposições são capazes de Amo aquela moça. / Amo-a.
modificar completamente o sentido daquilo que está sendo Amam aquele rapaz. / Amam-no.
dito. Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô. Observação: os pronomes lhe, lhes só acompanham
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no se- esses verbos para indicar posse (caso em que atuam como
gundo caso, é o meio de transporte por mim utilizado. adjuntos adnominais):
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
A voluntária distribuía leite às crianças. Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua car-
A voluntária distribuía leite com as crianças. reira)
Na primeira frase, o verbo “distribuir” foi empregado Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau hu-
como transitivo direto (objeto direto: leite) e indireto (obje- mor)
to indireto: às crianças); na segunda, como transitivo direto
(objeto direto: crianças; com as crianças: adjunto adverbial). 3-) Verbos Transitivos Indiretos
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos Os verbos transitivos indiretos são complementados
de acordo com sua transitividade. Esta, porém, não é um por objetos indiretos. Isso significa que esses verbos exi-
fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes gem uma preposição para o estabelecimento da relação
formas em frases distintas. de regência. Os pronomes pessoais do caso oblíquo de
1-) Verbos Intransitivos terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos
são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não se uti-
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É lizam os pronomes o, os, a, as como complementos de
importante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos
verbos transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que
aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos
- Chegar, Ir
tônicos de terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos prono-
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adver-
mes átonos lhe, lhes.
biais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas para
indicar destino ou direção são: a, para.
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
Fui ao teatro.
- Consistir - Tem complemento introduzido pela pre-
Adjunto Adverbial de Lugar
posição “em”: A modernidade verdadeira consiste em direi-
Ricardo foi para a Espanha. tos iguais para todos.
Adjunto Adverbial de Lugar
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus comple-
- Comparecer mentos introduzidos pela preposição “a”:
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
em ou a. Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o úl-
timo jogo. - Responder - Tem complemento introduzido pela
preposição “a”. Esse verbo pede objeto indireto para indi-
2-) Verbos Transitivos Diretos car “a quem” ou “ao que” se responde.
Respondi ao meu patrão.
Os verbos transitivos diretos são complementados por Respondemos às perguntas.
objetos diretos. Isso significa que não exigem preposição Respondeu-lhe à altura.
para o estabelecimento da relação de regência. Ao empre-
gar esses verbos, lembre-se de que os pronomes oblíquos Observação: o verbo responder, apesar de transitivo
o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes indireto quando exprime aquilo a que se responde, admi-
podem assumir as formas lo, los, la, las (após formas verbais te voz passiva analítica:
terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas O questionário foi respondido corretamente.
verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, Todas as perguntas foram respondidas satisfatoria-
quando complementos verbais, objetos indiretos. mente.
São verbos transitivos diretos, dentre outros: aban-
donar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, - Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus comple-
admirar, adorar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, mentos introduzidos pela preposição “com”.
castigar, condenar, conhecer, conservar, convidar, defender, Antipatizo com aquela apresentadora.
eleger, estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, Simpatizo com os que condenam os políticos que go-
proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver, visitar. vernam para uma minoria privilegiada.

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LÍNGUA PORTUGUESA

4-) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos Saiba que:


- A construção “pedir para”, muito comum na lin-
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acom- guagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado na
panhados de um objeto direto e um indireto. Merecem língua culta. No entanto, é considerada correta quando a
destaque, nesse grupo: agradecer, perdoar e pagar. São palavra licença estiver subentendida.
verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
e objeto indireto relacionado a pessoas.
Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz
Agradeço aos ouvintes a audiência. uma oração subordinada adverbial final reduzida de infini-
Objeto Indireto Objeto tivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
Direto
Preferir
Paguei o débito ao cobrador. Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto in-
Objeto Direto Objeto Indireto direto introduzido pela preposição “a”:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito Prefiro trem a ônibus.
com particular cuidado:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Observação: na língua culta, o verbo “preferir” deve
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. ser usado sem termos intensificadores, tais como: muito,
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. dada pelo prefixo existente no próprio verbo (pre).
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. Mudança de Transitividade - Mudança de Significado
Informar
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e obje- Há verbos que, de acordo com a mudança de transi-
to indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa. tividade, apresentam mudança de significado. O conheci-
Informe os novos preços aos clientes. mento das diferentes regências desses verbos é um recur-
so linguístico muito importante, pois além de permitir a
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os no-
correta interpretação de passagens escritas, oferece pos-
vos preços)
sibilidades expressivas a quem fala ou escreve. Dentre os
principais, estão:
- Na utilização de pronomes como complementos,
veja as construções:
AGRADAR
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos pre-
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer cari-
ços.
nhos, acariciar, fazer as vontades de.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou Sempre agrada o filho quando.
sobre eles) Aquele comerciante agrada os clientes.
Observação: a mesma regência do verbo informar é - Agradar é transitivo indireto no sentido de causar
usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar, cienti- agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege complemento
ficar, prevenir. introduzido pela preposição “a”.
O cantor não agradou aos presentes.
Comparar O cantor não lhes agradou.
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite
as preposições “a” ou “com” para introduzir o comple- *O antônimo “desagradar” é sempre transitivo indire-
mento indireto: Comparei seu comportamento ao (ou com to: O cantor desagradou à plateia.
o) de uma criança.
ASPIRAR
Pedir - Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspi-
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente rar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
de pessoa. - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter
como ambição: Aspirávamos a um emprego melhor. (Aspi-
Pedi-lhe favores. rávamos a ele)
Objeto Indireto Objeto Direto
* Como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pes-
Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio. soa, as formas pronominais átonas “lhe” e “lhes” não são
Objeto Indireto Oração Subordinada Subs- utilizadas, mas, sim, as formas tônicas “a ele(s)”, “a ela(s)”.
tantiva Objetiva Direta Veja o exemplo: Aspiravam a uma existência melhor. (=
Aspiravam a ela)

62
LÍNGUA PORTUGUESA

ASSISTIR IMPLICAR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, pres- - Como transitivo direto, esse verbo tem dois senti-
tar assistência a, auxiliar. dos:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes
As empresas de saúde negam-se a assisti-los. implicavam um firme propósito.
b) ter como consequência, trazer como consequência,
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, pre- acarretar, provocar: Uma ação implica reação.
senciar, estar presente, caber, pertencer.
Assistimos ao documentário. - Como transitivo direto e indireto, significa compro-
Não assisti às últimas sessões. meter, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões
Essa lei assiste ao inquilino. econômicas.

*No sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é in- * No sentido de antipatizar, ter implicância, é transiti-
transitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de vo indireto e rege com preposição “com”: Implicava com
lugar introduzido pela preposição “em”: Assistimos numa quem não trabalhasse arduamente.
conturbada cidade.
NAMORAR
CHAMAR - Sempre transitivo direto: Luísa namora Carlos há
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, dois anos.
solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar a polícia. / Por favor, vá cha- OBEDECER - DESOBEDECER
má-la. - Sempre transitivo indireto:
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes. Todos obedeceram às regras.
Ninguém desobedece às leis.
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode
apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere pre- *Quando o objeto é “coisa”, não se utiliza “lhe” nem
dicativo preposicionado ou não. “lhes”: As leis são essas, mas todos desobedecem a elas.
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário. PROCEDER
A torcida chamou o jogador de mercenário. - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter
A torcida chamou ao jogador de mercenário. cabimento, ter fundamento ou comportar-se, agir. Nessa
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto
adverbial de modo.
- Chamar com o sentido de ter por nome é pronomi-
As afirmações da testemunha procediam, não havia
nal: Como você se chama? Eu me chamo Zenaide.
como refutá-las.
Você procede muito mal.
CUSTAR
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a prepo-
valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto adver-
sição “de”) e fazer, executar (rege complemento introduzi-
bial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
do pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
- No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransiti- Procedeu-se aos exames.
vo ou transitivo indireto, tendo como sujeito uma oração O delegado procederá ao inquérito.
reduzida de infinitivo.
QUERER
Muito custa viver tão longe da - Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter
família. vontade de, cobiçar.
Verbo Intransitivo Oração Subordinada Querem melhor atendimento.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo Queremos um país melhor.

Custou-me (a mim) crer nisso. - Querer é transitivo indireto no sentido de ter afei-
Objeto Indireto Oração Subordinada ção, estimar, amar: Quero muito aos meus amigos.
Substantiva Subjetiva Reduzida de Infinitivo
VISAR
*A Gramática Normativa condena as construções que - Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mi-
atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por rar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
pessoa: Custei para entender o problema. = Forma O homem visou o alvo.
correta: Custou-me entender o problema. O gerente não quis visar o cheque.

63
LÍNGUA PORTUGUESA

- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo é transitivo indireto e rege a preposição “a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.

ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)

No 1.º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro.
No 2.º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto,
transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alte-
ração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos
tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.
Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
Não lhe lembram os bons momentos da infância? (= momentos é sujeito)

SIMPATIZAR - ANTIPATIZAR

- São transitivos indiretos e exigem a preposição “com”:


Não simpatizei com os jurados.
Simpatizei com os alunos.

Importante: A norma culta exige que os verbos e expressões que dão ideia de movimento sejam usados com a
preposição “a”:
Chegamos a São Paulo e fomos direto ao hotel.
Cláudia desceu ao segundo andar.
Hoje, com esta chuva, ninguém sairá à rua.

Regência Nominal

É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que
vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes corres-
pondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposição a. Veja:

Obedecer a algo/ a alguém.


Obediente a algo/ a alguém.

Se uma oração completar o sentido de um nome, ou seja, exercer a função de complemento nominal, ela será com-
pletiva nominal (subordinada substantiva).

64
LÍNGUA PORTUGUESA

Regência de Alguns Nomes

Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Observação: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Fontes de pesquisa:
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São Paulo:
Saraiva, 2010.
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
Português: novas palavras: literatura, gramática, redação / Emília Amaral... [et al.]. – São Paulo: FTD, 2000.

Questões

1-) (PRODAM – AUXILIAR - MOTORISTA – FUNCAB/2014) Assinale a alternativa em que a frase segue a norma culta
da língua quanto à regência verbal.
A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
B) Eu esqueci do seu nome.
C) Você assistiu à cena toda?
D) Ele chegou na oficina pela manhã.
E) Sempre obedeço as leis de trânsito.

65
LÍNGUA PORTUGUESA

1-) d) Pronomes relativos: Venceu o concurseiro que se es-


A) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir. = prefiro forçou.
viajar de ônibus a dirigir e) Pronomes indefinidos: Poucos te deram a oportu-
B) Eu esqueci do seu nome. = Eu me esqueci do seu nidade.
nome
C) Você assistiu à cena toda? = correta f) Pronomes demonstrativos: Isso me magoa muito.
D) Ele chegou na oficina pela manhã. = Ele chegou à 2) Orações iniciadas por palavras interrogativas: Quem
oficina pela manhã lhe disse isso?
E) Sempre obedeço as leis de trânsito. = Sempre obe-
deço às leis de trânsito 3) Orações iniciadas por palavras exclamativas: Quan-
RESPOSTA: “C”. to se ofendem!

2-) (POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE SÃO PAULO/SP – 4) Orações que exprimem desejo (orações optativas):
MÉDICO LEGISTA – VUNESP/2014 - adaptada) Leia o se- Que Deus o ajude.
guinte trecho para responder à questão.
A pesquisa encontrou um dado curioso: homens com 5) A próclise é obrigatória quando se utiliza o prono-
baixos níveis de testosterona tiveram uma resposta imu- me reto ou sujeito expresso:
nológica melhor a essa medida, similar _______________ . Eu lhe entregarei o material amanhã.
A alternativa que completa, corretamente, o texto é: Tu sabes cantar?
(A) das mulheres
(B) às mulheres Mesóclise = É a colocação pronominal no meio do
(C) com das mulheres verbo. A mesóclise é usada:
(D) à das mulheres
(E) ao das mulheres Quando o verbo estiver no futuro do presente ou fu-
turo do pretérito, contanto que esses verbos não estejam
2-) Similar significa igual; sua regência equivale à da precedidos de palavras que exijam a próclise. Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento
palavra “igual”: igual a quê? Similar a quem? Similar à (su-
em prol da paz no mundo.
bentendido: resposta imunológica) das mulheres.
Repare que o pronome está “no meio” do verbo “rea-
RESPOSTA: “D”.
lizará”:
realizar – SE – á. Se houvesse na oração alguma pa-
lavra que justificasse o uso da próclise, esta prevaleceria.
Veja: Não se realizará...
COLOCAÇÃO PRONOMINAL. Não fossem os meus compromissos, acompanhar-te-ia
nessa viagem.
(com presença de palavra que justifique o uso de pró-
clise: Não fossem os meus compromissos, EU te acompa-
Colocação Pronominal trata da correta colocação dos nharia nessa viagem).
pronomes oblíquos átonos na frase.
Ênclise = É a colocação pronominal depois do verbo.
* Dica: Pronome Oblíquo é aquele que exerce a fun- A ênclise é usada quando a próclise e a mesóclise não
ção de complemento verbal (objeto). Por isso, memorize: forem possíveis:
OBlíquo = OBjeto!
1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo:
Embora na linguagem falada a colocação dos pro- Quando eu avisar, silenciem-se todos.
nomes não seja rigorosamente seguida, algumas normas
devem ser observadas na linguagem escrita. 2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal:
Não era minha intenção machucá-la.
Próclise = É a colocação pronominal antes do verbo.
A próclise é usada: 3) Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não
se inicia período com pronome oblíquo).
1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que Vou-me embora agora mesmo.
atraem o pronome para antes do verbo. São elas: Levanto-me às 6h.
a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém,
jamais, etc.: Não se desespere! 4) Quando houver pausa antes do verbo: Se eu passo
no concurso, mudo-me hoje mesmo!
b) Advérbios: Agora se negam a depor.
c) Conjunções subordinativas: Espero que me expli-
5-) Quando o verbo estiver no gerúndio: Recusou a
quem tudo!
proposta fazendo-se de desentendida.

66
LÍNGUA PORTUGUESA

Colocação pronominal nas locuções verbais A) Há políticas que a reconhecem.


- após verbo no particípio = pronome depois do ver- B) Há políticas que reconhecem-a.
bo auxiliar (e não depois do particípio): C) Há políticas que reconhecem-na.
Tenho me deliciado com a leitura! D) Há políticas que reconhecem ela.
Eu tenho me deliciado com a leitura! E) Há políticas que lhe reconhecem.
Eu me tenho deliciado com a leitura!
- não convém usar hífen nos tempos compostos e nas 1-) Primeiramente identifiquemos se temos objeto di-
locuções verbais: reto ou indireto. Reconhece o quê? Resposta: a informali-
Vamos nos unir! dade. Pergunta e resposta sem preposição, então: objeto
Iremos nos manifestar. direto. Não utilizaremos “lhe” – que é para objeto indire-
to. Como temos a presença do “que” – independente de
- quando há um fator para próclise nos tempos com- sua função no período (pronome relativo, no caso!) – a
postos ou locuções verbais: opção pelo uso do pronome regra pede próclise (pronome oblíquo antes do verbo):
oblíquo “solto” entre os verbos = Não vamos nos preocu- que a reconhecem.
par (e não: “não nos vamos preocupar”). RESPOSTA: “A”.

Observações importantes: 2-) (SABESP – TECNÓLOGO – FCC/2014) A substitui-


ção do elemento grifado pelo pronome correspondente
Emprego de o, a, os, as foi realizada de modo INCORRETO em:
1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os (A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu
pronomes: o, a, os, as não se alteram. (B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os
Chame-o agora. (C) para fazer a dragagem = para fazê-la
Deixei-a mais tranquila. (D) que desviava a água = que lhe desviava
(E) supriam a necessidade = supriam-na
2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoan-
2-)
tes finais alteram-se para lo, la, los, las. Exemplos:
(A) que permitiu à civilização = que lhe permitiu =
(Encontrar) Encontrá-lo é o meu maior sonho.
correta
(Fiz) Fi-lo porque não tinha alternativa.
(B) envolveu diferentes fatores = envolveu-os = cor-
reta
3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em,
(C) para fazer a dragagem = para fazê-la = correta
ão, õe), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na,
(D) que desviava a água = que lhe desviava = que a
nos, nas. desviava
Chamem-no agora. (E) supriam a necessidade = supriam-na = correta
Põe-na sobre a mesa. RESPOSTA: “D”.
* Dica: 3-) (TRT/AL - ANALISTA JUDICIÁRIO - FCC/2014)
Próclise – pró lembra pré; pré é prefixo que significa cruzando os desertos do oeste da China − que con-
“antes”! Pronome antes do verbo! tornam a Índia − adotam complexas providências
Ênclise – “en”... lembra, pelo “som”, /Ənd/ (end, em In- Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos
glês – que significa “fim, final!). Pronome depois do verbo! grifados acima foram corretamente substituídos por um
Mesóclise – pronome oblíquo no Meio do verbo pronome, respectivamente, em:
Pronome Oblíquo – função de objeto (A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as
(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
Fontes de pesquisa: (C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
http://www.portugues.com.br/gramatica/colocacao (D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
-pronominal-.html (E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam
SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010. 3-) Não podemos utilizar “lhes”, que corresponde ao
Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce- objeto indireto (verbo “cruzar” pede objeto direto: cruzar
reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São o quê?), portanto já desconsideramos as alternativas “B” e
Paulo: Saraiva, 2010. “D”. Ao iniciarmos um parágrafo (já que no enunciado te-
mos uma oração assim) devemos usar ênclise: (cruzando
Questões -os); na segunda oração temos um pronome relativo (dá
para substituirmos por “o qual”), o que nos obriga a usar
1-) (IBGE - SUPERVISOR DE PESQUISAS – ADMINIS- a próclise (que a contorna); “adotam” exige objeto direto
TRAÇÃO - CESGRANRIO/2014) Em “Há políticas que reco- (adotam quem ou o quê?), chegando à resposta: adotam-
nhecem a informalidade”, ao substituir o termo destacado nas (quando o verbo terminar em “m” e usarmos um pro-
por um pronome, de acordo com a norma-padrão da lín- nome oblíquo direto, lembre-se do alfabeto: jklM – N!).
gua, o trecho assume a formulação apresentada em: RESPOSTA: “D”.

67
LÍNGUA PORTUGUESA

** Dica: Use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou


CRASE. A volto DE, crase PRA QUÊ?” Exemplo: Vou a Campinas. =
Volto de Campinas. (crase pra quê?)
Vou à praia. = Volto da praia. (crase há!)
ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especific�
A crase se caracteriza como a fusão de duas vogais cado, ocorrerá crase. Veja:
idênticas, relacionadas ao emprego da preposição “a” Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo
com o artigo feminino a(s), com o “a” inicial referente aos que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
pronomes demonstrativos – aquela(s), aquele(s), aquilo Irei à Salvador de Jorge Amado.
e com o “a” pertencente ao pronome relativo a qual (as
quais). Casos estes em que tal fusão encontra-se demar- * A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s),
cada pelo acento grave ( ` ): à(s), àquela, àquele, àquilo, à aquela(s) e aquilo receberão o acento grave se o termo
qual, às quais. regente exigir complemento regido da preposição “a”.
O uso do acento indicativo de crase está condiciona- Entregamos a encomenda àquela menina.
do aos nossos conhecimentos acerca da regência verbal (preposição + pronome demonstrativo)
e nominal, mais precisamente ao termo regente e termo
regido. Ou seja, o termo regente é o verbo - ou nome - Iremos àquela reunião.
que exige complemento regido pela preposição “a”, e o (preposição + pronome demonstrativo)
termo regido é aquele que completa o sentido do termo
regente, admitindo a anteposição do artigo a(s). Sua história é semelhante às que eu ouvia quando
Refiro-me a (a) funcionária antiga, e não a (a)quela criança. (àquelas que eu ouvia quando criança)
contratada recentemente. (preposição + pronome demonstrativo)
Após a junção da preposição com o artigo (destaca- * A letra “a” que acompanha locuções femininas (ad-
dos entre parênteses), temos: verbiais, prepositivas e conjuntivas) recebe o acento gra-
Refiro-me à funcionária antiga, e não àquela contrata- ve:
da recentemente. - locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às
pressas, à vontade...
O verbo referir, de acordo com sua transitividade, - locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura
classifica-se como transitivo indireto, pois sempre nos re- de...
ferimos a alguém ou a algo. Houve a fusão da preposição
- locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
a + o artigo feminino (à) e com o artigo feminino a + o
pronome demonstrativo aquela (àquela).
* Cuidado: quando as expressões acima não exerce-
rem a função de locuções não ocorrerá crase. Repare:
Observação importante: Alguns recursos servem de
Eu adoro a noite!
ajuda para que possamos confirmar a ocorrência ou não
Adoro o quê? Adoro quem? O verbo “adoro” requer
da crase. Eis alguns:
objeto direto, no caso, a noite. Aqui, o “a” é artigo, não
a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina
preposição.
equivalente. Caso ocorra a combinação a + o(s), a crase
está confirmada.
Os dados foram solicitados à diretora. Casos passíveis de nota:
Os dados foram solicitados ao diretor.
*a crase é facultativa diante de nomes próprios femi-
b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui- ninos: Entreguei o caderno a (à) Eliza.
se o verbo da frase pelo verbo voltar. Caso resulte na ex-
pressão “voltar da”, há a confirmação da crase. *também é facultativa diante de pronomes possessi-
Faremos uma visita à Bahia. vos femininos: O diretor fez referência a (à) sua empresa.
Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirma-
da) *facultativa em locução prepositiva “até a”: A loja fica-
rá aberta até as (às) dezoito horas.
Não me esqueço da viagem a Roma.
Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos ja- * Constata-se o uso da crase se as locuções preposi-
mais vividos. tivas à moda de, à maneira de apresentarem-se implícitas,
mesmo diante de nomes masculinos: Tenho compulsão
Atenção: Nas situações em que o nome geográfico se por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)
apresentar modificado por um adjunto adnominal, a crase
está confirmada. * Não se efetiva o uso da crase diante da locução ad-
Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas verbial “a distância”: Na praia de Copacabana, observamos
praias. a queima de fogos a distância.

68
LÍNGUA PORTUGUESA

Entretanto, se o termo vier determinado, teremos Observação: Pelo fato de os pronomes de tratamento
uma locução prepositiva, aí sim, ocorrerá crase: O pedestre relativos à senhora, senhorita e madame admitirem artigo,
foi arremessado à distância de cem metros. o uso da crase está confirmado no “a” que os antecede,
no caso de o termo regente exigir a preposição.
- De modo a evitar o duplo sentido – a ambiguidade Todos os méritos foram conferidos à senhorita Patrícia.
-, faz-se necessário o emprego da crase.
Ensino à distância. *não ocorre crase antes de nome feminino utilizado
Ensino a distância. em sentido genérico ou indeterminado:
Estamos sujeitos a críticas.
* Em locuções adverbiais formadas por palavras repe- Refiro-me a conversas paralelas.
tidas, não há ocorrência da crase.
Ela ficou frente a frente com o agressor. Fontes de pesquisa:
Eu o seguirei passo a passo. http://www.portugues.com.br/gramatica/o-uso-cra-
se-.html
Casos em que não se admite o emprego da crase: SACCONI, Luiz Antônio. Nossa gramática completa
Sacconi. 30ª ed. Rev. São Paulo: Nova Geração, 2010.
* Antes de vocábulos masculinos. Português linguagens: volume 3 / Wiliam Roberto Ce-
As produções escritas a lápis não serão corrigidas. reja, Thereza Cochar Magalhães. – 7ªed. Reform. – São
Esta caneta pertence a Pedro. Paulo: Saraiva, 2010.
* Antes de verbos no infinitivo. Questões
Ele estava a cantar.
Começou a chover.
1-) (POLÍCIA CIVIL/SC – AGENTE DE POLÍCIA – ACA-
FE/2014) Assinale a alternativa que preenche corretamen-
* Antes de numeral.
te as lacunas da frase a seguir.
O número de aprovados chegou a cem.
Quando________ três meses disse-me que iria _________
Faremos uma visita a dez países.
Grécia para visitar ___ sua tia, vi-me na obrigação de ajudá
-la _______ resgatar as milhas _________ quais tinha direito.
Observação:
A-) a - há - à - à - às
- Nos casos em que o numeral indicar horas – funcio-
B-) há - à - a - a – às
nando como uma locução adverbial feminina – ocorrerá
crase: Os passageiros partirão às dezenove horas. C-) há - a - há - à - as
D-) a - à - a - à - às
- Diante de numerais ordinais femininos a crase está E-) a - a - à - há – as
confirmada, visto que estes não podem ser empregados
sem o artigo: As saudações foram direcionadas à primeira 1-) Quando HÁ (sentido de tempo) três meses disse-
aluna da classe. me que iria À (“vou a, volto da, crase há!”) Grécia para
visitar A (artigo) sua tia, vi-me na obrigação de ajudá-la
- Não ocorrerá crase antes da palavra casa, quando A (ajudar “ela” a fazer algo) resgatar as milhas ÀS quais
essa não se apresentar determinada: Chegamos todos tinha direito (tinha direito a quê? às milhas – regência no-
exaustos a casa. minal). Teremos: há, à, a, a, às.
Entretanto, se vier acompanhada de um adjunto RESPOSTA: “B”.
adnominal, a crase estará confirmada: Chegamos todos
exaustos à casa de Marcela. 2-) (EMPLASA/SP – ANALISTA JURÍDICO – DIREITO –
VUNESP/2014)
- não há crase antes da palavra “terra”, quando essa A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo de
indicar chão firme: Quando os navegantes regressaram a trabalho para proceder _____ medidas necessárias _____
terra, já era noite. exumação dos restos mortais do ex-presidente João Gou-
Contudo, se o termo estiver precedido por um de- lart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com a exu-
terminante ou referir-se ao planeta Terra, ocorrerá crase. mação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex-pre-
Paulo viajou rumo à sua terra natal. sidente morreu de causas naturais, ou seja, devido ____
O astronauta voltou à Terra. uma parada cardíaca – que tem sido a versão considerada
oficial até hoje –, ou se sua morte se deve ______ envene-
- não ocorre crase antes de pronomes que requerem namento.
o uso do artigo. (http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,-
Os livros foram entregues a mim. governo-cria-grupo-exumar--restos-mortais-de- jan-
Dei a ela a merecida recompensa. go,1094178,0.htm 07. 11.2013. Adaptado)

69
LÍNGUA PORTUGUESA

Segundo a norma-padrão da língua portuguesa, as


lacunas da frase devem ser completadas, correta e res- ANOTAÇÕES
pectivamente, por
(A) a ... à ... a ... a
(B) as ... à ... a ... à ___________________________________________________
(C) às ... a ... à ... a
(D) à ... à ... à ... a ___________________________________________________
(E) a ... a ... a ... à
___________________________________________________
2-) A ministra de Direitos Humanos instituiu grupo ___________________________________________________
de trabalho para proceder a medidas (palavra no plural,
generalizando) necessárias à (regência nominal pede pre- ___________________________________________________
posição) exumação dos restos mortais do ex-presidente
João Goulart, sepultado em São Borja (RS), em 1976. Com ___________________________________________________
a exumação de Jango, o governo visa esclarecer se o ex ___________________________________________________
-presidente morreu de causas naturais, ou seja, devido a
uma (artigo indefinido) parada cardíaca – que tem sido a ___________________________________________________
versão considerada oficial até hoje –, ou se sua morte se
deve a (regência verbal) envenenamento. A / à / a / a ___________________________________________________
RESPOSTA: “A”.
___________________________________________________
3-) (SABESP/SP – ADVOGADO – FCC/2014) ___________________________________________________
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores fize-
ram uma escavação arqueológica nas ruínas da antiga ci- ___________________________________________________
dade de Tikal, na Guatemala.
O a empregado na frase acima, imediatamente depois ___________________________________________________
de chegar, deverá receber o sinal indicativo de crase caso
___________________________________________________
o segmento grifado seja substituído por:
(A) Uma tal ilação. ___________________________________________________
(B) Afirmações como essa.
(C) Comprovação dessa assertiva. ___________________________________________________
(D) Emitir uma opinião desse tipo.
(E) Semelhante resultado. ___________________________________________________

___________________________________________________
3-)
(A) Uma tal ilação – chegar a uma (não há acento gra- ___________________________________________________
ve antes de artigo)
(B) Afirmações como essa – chegar a afirmações (an- ___________________________________________________
tes de palavra no plural e o “a” no singular)
(C) Comprovação dessa assertiva – chegar à compro- ___________________________________________________
vação ___________________________________________________
(D) Emitir uma opinião desse tipo – chegar a emitir
(verbo no infinitivo) ___________________________________________________
(E) Semelhante resultado – chegar a semelhante (pa-
lavra masculina) ___________________________________________________
RESPOSTA: “C”.
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

70
MATEMÁTICA

Números inteiros e racionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas;
Frações e operações com frações..................................................................................................................................................................... .01
Múltiplos e divisores, Máximo divisor comum e Mínimo divisor comum ........................................................................................ 07
Números e grandezas proprocionais: Razões e proporções; Divisão em partes proporcionais............................................... 11
Regra de três.............................................................................................................................................................................................................. 15
Sistema métrico decimal........................................................................................................................................................................................ 19
Equações e inequações.......................................................................................................................................................................................... 23
Funções ....................................................................................................................................................................................................................... 29
Gráficos e tabelas..................................................................................................................................................................................................... 37
Estatística Descritiva, Amostragem, Teste de Hipóteses e Análise de Regressão ........................................................................... 43
Geometria.................................................................................................................................................................................................................... 48
Matriz, determinantes e sistemas lineares...................................................................................................................................................... 62
Sequências, progressão aritmética e geométrica........................................................................................................................................ 70
Porcentagem.............................................................................................................................................................................................................. 74
Juros simples e compostos................................................................................................................................................................................... 77
Taxas de Juros, Desconto, Equivalência de Capitais, Anuidades e Sistemas de Amortização.................................................... 80
Probabilidade. Definições básicas e axiomas. Probabilidade condicional e independência. .................................................... 92
Técnicas de amostragem: amostragem aleatória simples, estratificada, sistemática e por conglomerados....................... 97.
MATEMÁTICA

Exemplo 2
NÚMEROS INTEIROS E RACIONAIS:
OPERAÇÕES (ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, 40 – 9 x 4 + 23
MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, 40 – 36 + 23
4 + 23
POTENCIAÇÃO); EXPRESSÕES
27
NUMÉRICAS; FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM
FRAÇÕES. Exemplo 3
25-(50-30)+4x5
25-20+20=25

Números Naturais Números Inteiros


Os números naturais são o modelo mate- Podemos dizer que este conjunto é composto pelos
mático necessário para efetuar uma contagem. números naturais, o conjunto dos opostos dos números
Começando por zero e acrescentando sempre uma unida- naturais e o zero. Este conjunto pode ser representado por:
de, obtemos o conjunto infinito dos números naturais Z={...-3, -2, -1, 0, 1, 2,...}
Subconjuntos do conjunto :
1)Conjunto dos números inteiros excluindo o zero
Z*={...-2, -1, 1, 2, ...}
- Todo número natural dado tem um sucessor
a) O sucessor de 0 é 1. 2) Conjuntos dos números inteiros não negativos
b) O sucessor de 1000 é 1001. Z+={0, 1, 2, ...}
c) O sucessor de 19 é 20.
3) Conjunto dos números inteiros não positivos
Usamos o * para indicar o conjunto sem o zero. Z-={...-3, -2, -1}

Números Racionais
Chama-se de número racional a todo número que
- Todo número natural dado N, exceto o zero, tem um pode ser expresso na forma , onde a e b são inteiros
antecessor (número que vem antes do número dado). quaisquer, com b≠0
Exemplos: Se m é um número natural finito diferente São exemplos de números racionais:
de zero. -12/51
a) O antecessor do número m é m-1. -3
b) O antecessor de 2 é 1. -(-3)
c) O antecessor de 56 é 55. -2,333...
d) O antecessor de 10 é 9.
As dízimas periódicas podem ser representadas por
Expressões Numéricas fração, portanto são consideradas números racionais.
Como representar esses números?
Nas expressões numéricas aparecem adições, subtra- Representação Decimal das Frações
ções, multiplicações e divisões. Todas as operações podem
acontecer em uma única expressão. Para resolver as ex- Temos 2 possíveis casos para transformar frações em
pressões numéricas utilizamos alguns procedimentos: decimais

Se em uma expressão numérica aparecer as quatro 1º) Decimais exatos: quando dividirmos a fração, o nú-
operações, devemos resolver a multiplicação ou a divisão mero decimal terá um número finito de algarismos após a
primeiramente, na ordem em que elas aparecerem e so- vírgula.
mente depois a adição e a subtração, também na ordem
em que aparecerem e os parênteses são resolvidos primei-
ro.

Exemplo 1

10 + 12 – 6 + 7
22 – 6 + 7
16 + 7
23

1
MATEMÁTICA

2º) Terá um número infinito de algarismos após a vír- Exemplo 2


gula, mas lembrando que a dízima deve ser periódica para
ser número racional Seja a dízima 1,1212...
OBS: período da dízima são os números que se repe-
tem, se não repetir não é dízima periódica e assim números Façamos x = 1,1212...
irracionais, que trataremos mais a frente. 100x = 112,1212... .
Subtraindo:
100x-x=112,1212...-1,1212...
99x=111
X=111/99

Números Irracionais
Identificação de números irracionais

- Todas as dízimas periódicas são números racionais.


- Todos os números inteiros são racionais.
Representação Fracionária dos Números Decimais - Todas as frações ordinárias são números racionais.
- Todas as dízimas não periódicas são números irra-
1ºcaso) Se for exato, conseguimos sempre transformar cionais.
com o denominador seguido de zeros. - Todas as raízes inexatas são números irracionais.
O número de zeros depende da casa decimal. Para uma - A soma de um número racional com um número irra-
casa, um zero (10) para duas casas, dois zeros(100) e assim cional é sempre um número irracional.
por diante. - A diferença de dois números irracionais, pode ser um
número racional.
-Os números irracionais não podem ser expressos na
forma , com a e b inteiros e b≠0.

Exemplo: - = 0 e 0 é um número racional.

- O quociente de dois números irracionais, pode ser


um número racional.

Exemplo: : = = 2 e 2 é um número racional.

- O produto de dois números irracionais, pode ser um


número racional.
2ºcaso) Se dízima periódica é um número racional, en-
tão como podemos transformar em fração? Exemplo: . = = 7 é um número racional.

Exemplo 1 Exemplo:radicais( a raiz quadrada de um nú-


mero natural, se não inteira, é irracional.
Transforme a dízima 0, 333... .em fração
Sempre que precisar transformar, vamos chamar a dízi- Números Reais
ma dada de x, ou seja
X=0,333...
Se o período da dízima é de um algarismo, multiplica-
mos por 10.

10x=3,333...

E então subtraímos:

10x-x=3,333...-0,333...
9x=3
X=3/9
X=1/3

Agora, vamos fazer um exemplo com 2 algarismos de


período.

2
MATEMÁTICA

Fonte: www.estudokids.com.br Semirreta direita, fechada de origem a – números reais


maiores ou iguais a a.
Representação na reta

Intervalo:[a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x≥a}

Semirreta direita, aberta, de origem a – números reais


maiores que a.

INTERVALOS LIMITADOS
Intervalo fechado – Números reais maiores do que a ou
iguais a e menores do que b ou iguais a b. Intervalo:]a,+ ∞[
Conjunto:{x∈R|x>a}

Intervalo:[a,b] Potenciação
Conjunto: {x∈R|a≤x≤b} Multiplicação de fatores iguais

Intervalo aberto – números reais maiores que a e me- 2³=2.2.2=8


nores que b.
Casos
1) Todo número elevado ao expoente 0 resulta em 1.
Intervalo:]a,b[
Conjunto:{x∈R|a<x<b}

Intervalo fechado à esquerda – números reais maiores


que a ou iguais a a e menores do que b.

2) Todo número elevado ao expoente 1 é o próprio


número.
Intervalo:{a,b[
Conjunto {x∈R|a≤x<b}
Intervalo fechado à direita – números reais maiores
que a e menores ou iguais a b.

3) Todo número negativo, elevado ao expoente par,


resulta em um número positivo.
Intervalo:]a,b]
Conjunto:{x∈R|a<x≤b}

INTERVALOS IIMITADOS
4) Todo número negativo, elevado ao expoente ím-
Semirreta esquerda, fechada de origem b- números par, resulta em um número negativo.
reais menores ou iguais a b.

Intervalo:]-∞,b]
Conjunto:{x∈R|x≤b} 5) Se o sinal do expoente for negativo, devemos pas-
sar o sinal para positivo e inverter o número que está na
Semirreta esquerda, aberta de origem b – números base. 
reais menores que b.

Intervalo:]-∞,b[
Conjunto:{x∈R|x<b}

3
MATEMÁTICA

6) Toda vez que a base for igual a zero, não importa o Técnica de Cálculo
valor do expoente, o resultado será igual a zero.  A determinação da raiz quadrada de um número tor-
na-se mais fácil quando o algarismo se encontra fatorado
em números primos. Veja: 

Propriedades

1) (am . an = am+n) Em uma multiplicação de potências de


mesma base, repete-se a base e  soma os expoentes.

Exemplos:
24 . 23 = 24+3= 27
(2.2.2.2) .( 2.2.2)= 2.2.2. 2.2.2.2= 27

2) (am: an = am-n). Em uma divisão de potência de mes- 64=2.2.2.2.2.2=26


ma base. Conserva-se a base e subtraem os expoentes.
Como é raiz quadrada a cada dois números iguais “ti-
Exemplos: ra-se” um e multiplica.
96 : 92 = 96-2 = 94

Observe: 1 1
1

3) (am)n Potência de potência. Repete-se a base e mul-


3.5 = (3.5) 2 = 3 2 .5 2 = 3. 5
tiplica-se os expoentes.
Exemplos: De modo geral, se
(52)3 = 52.3 = 56
a ∈ R+ , b ∈ R+ , n ∈ N * ,
então:

n
a.b = n a .n b
4) E uma multiplicação de dois ou mais fatores eleva-
dos a um expoente, podemos elevar cada um a esse mes- O radical de índice inteiro e positivo de um produto
mo expoente. indicado é igual ao produto dos radicais de mesmo índice
(4.3)²=4².3² dos fatores do radicando.

5) Na divisão de dois fatores elevados a um expoente, Raiz quadrada de frações ordinárias


podemos elevar separados. 1 1
2 2 2 2 2
2
=  = 1 =
3 3 3
Observe: 32
Radiciação
Radiciação é a operação inversa a potenciação De modo geral,

a ∈ R+ , b ∈ R *+ , n ∈ N * ,
se

então:

a na
n =
b nb

4
MATEMÁTICA

O radical de índice inteiro e positivo de um quociente 1º Caso:Denominador composto por uma só parcela
indicado é igual ao quociente dos radicais de mesmo índi-
ce dos termos do radicando.

Raiz quadrada números decimais

Operações
2º Caso: Denominador composto por duas parcelas.

Operações
Devemos multiplicar de forma que obtenha uma dife-
Multiplicação rença de quadrados no denominador:

Exemplo

QUESTÕES

Divisão 01. (Prefeitura de Salvador /BA - Técnico de Nível


Superior II - Direito – FGV/2017) Em um concurso, há
150 candidatos em apenas duas categorias: nível superior
e nível médio.
Sabe-se que:
Exemplo
• dentre os candidatos, 82 são homens;
• o número de candidatos homens de nível superior é
igual ao de mulheres de nível médio;
• dentre os candidatos de nível superior, 31 são mu-
Adição e subtração lheres.

O número de candidatos homens de nível médio é

Para fazer esse cálculo, devemos fatorar o 8 e o 20. (A) 42.


(B) 45.
(C) 48.
(D) 50.
(E) 52.

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária


- MSCONCURSOS/2017) Raoni, Ingrid, Maria Eduarda,
Isabella e José foram a uma prova de hipismo, na qual ga-
nharia o competidor que obtivesse o menor tempo final.
A cada 1 falta seriam incrementados 6 segundos em seu
Caso tenha: tempo final. Ingrid fez 1’10” com 1 falta, Maria Eduarda fez
1’12” sem faltas, Isabella fez 1’07” com 2 faltas, Raoni fez
1’10” sem faltas e José fez 1’05” com 1 falta. Verificando a
colocação, é correto afirmar que o vencedor foi:
Não dá para somar, as raízes devem ficar desse modo. (A) José
(B) Isabella
Racionalização de Denominadores (C) Maria Eduarda
(D) Raoni
Normalmente não se apresentam números irracionais
com radicais no denominador. Ao processo que leva à eli-
minação dos radicais do denominador chama-se racionali-
zação do denominador.

5
MATEMÁTICA

03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - De acordo com esses dados, ao longo da existência
MSCONCURSOS/2017) O valor de √0,444... é: desse prédio comercial, a fração do total de situações de
(A) 0,2222... risco de incêndio geradas por descuidos ao cozinhar cor-
(B) 0,6666... responde à
(C) 0,1616... (A) 3/20.
(D) 0,8888... (B) 1/4.
(C) 13/60.
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (D) 1/5.
NESP/2017) Se, numa divisão, o divisor e o quociente são (E) 1/60.
iguais, e o resto é 10, sendo esse resto o maior possível,
então o dividendo é 07. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-
(A) 131. co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Assinale a
(B) 121. alternativa que apresenta o valor da expressão
(C) 120.
(D) 110.
(E) 101.

05. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) As expres- (A) 1.


sões numéricas abaixo apresentam resultados que seguem (B) 2.
um padrão específico: (C) 4.
(D) 8.
1ª expressão: 1 x 9 + 2 (E) 16.

2ª expressão: 12 x 9 + 3 08. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017)
3ª expressão: 123 x 9 + 4
Qual o resultado de ?
...
(A) 3
7ª expressão: █ x 9 + ▲ (B) 3/2
(C) 5
Seguindo esse padrão e colocando os números ade- (D) 5/2
quados no lugar dos símbolos █ e ▲, o resultado da 7ª
expressão será 09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
sor – FGV/2017) Suponha que a # b signifique a - 2b .
(A) 1 111 111.
(B) 11 111. Se 2#(1#N)=12 , então N é igual a:
(C) 1 111. (A) 1;
(D) 111 111. (B) 2;
(E) 11 111 111. (C) 3;
(D) 4;
06. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Durante um (E) 6.
treinamento, o chefe da brigada de incêndio de um prédio
comercial informou que, nos cinquenta anos de existência 10. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-
do prédio, nunca houve um incêndio, mas existiram muitas sor – FGV/2017) Uma equipe de trabalhadores de deter-
situações de risco, felizmente controladas a tempo. Segun- minada empresa tem o mesmo número de mulheres e de
do ele, 1/13 dessas situações deveu-se a ações criminosas, homens. Certa manhã, 3/4 das mulheres e 2/3 dos homens
enquanto as demais situações haviam sido geradas por di- dessa equipe saíram para um atendimento externo.
ferentes tipos de displicência. Dentre as situações de risco
geradas por displicência, Desses que foram para o atendimento externo, a fra-
ção de mulheres é
− 1/5 deveu-se a pontas de cigarro descartadas inade- (A) 3/4;
quadamente; (B) 8/9;
− 1/4 deveu-se a instalações elétricas inadequadas; (C) 5/7;
− 1/3 deveu-se a vazamentos de gás e (D) 8/13;
− as demais foram geradas por descuidos ao cozinhar. (E) 9/17.

6
MATEMÁTICA

RESPOSTAS

01.Resposta: B. 08. Resposta: D.


150-82=68 mulheres
Como 31 mulheres são candidatas de nível superior, 37
são de nível médio. 09. Resposta: C.
Portanto, há 37 homens de nível superior. 2-2(1-2N)=12
82-37=45 homens de nível médio. 2-2+4N=12
4N=12
02. Resposta: D. N=3
Como o tempo de Raoni foi 1´10” sem faltas, ele foi o
vencedor. 10. Resposta: E.
Como tem o mesmo número de homens e mulheres:
03. Resposta: B.
Primeiramente, vamos transformar a dízima em fração

X=0,4444....
10x=4,444... Dos homens que saíram:
9x=4

Saíram no total

04. Resposta: A.
Como o maior resto possível é 10, o divisor é o número
11 que é igua o quociente.
11x11=121+10=131

05. Resposta: E.
A 7ª expressão será: 1234567x9+8=11111111

06. Resposta: D.
MÚLTIPLOS E DIVISORES, MÁXIMO
DIVISOR COMUM E MÍNIMO MÚLTIPLO
COMUM.
Gerado por descuidos ao cozinhar:

Múltiplos

Mas, que foram gerados por displicência é 12/13(1- Um número é múltiplo de outro quando ao dividirmos
1/13) o primeiro pelo segundo, o resto é zero.
Exemplo

07.Resposta: C.
O conjunto de múltiplos de um número natural não-
-nulo é infinito e podemos consegui-lo multiplicando-se o
número dado por todos os números naturais.
M(3)={0,3,6,9,12,...}

Divisores

Os números 12 e 15 são múltiplos de 3, portanto 3 é


divisor de 12 e 15.

7
MATEMÁTICA

D(12)={1,2,3,4,6,12}
D(15)={1,3,5,15} Assim, o mmc
Observações:
Exemplo
- Todo número natural é múltiplo de si mesmo.
- Todo número natural é múltiplo de 1. O piso de uma sala retangular, medindo 3,52 m × 4,16
- Todo número natural, diferente de zero, tem infinitos m, será revestido com ladrilhos quadrados, de mesma di-
múltiplos. mensão, inteiros, de forma que não fique espaço vazio
- O zero é múltiplo de qualquer número natural. entre ladrilhos vizinhos. Os ladrilhos serão escolhidos de
modo que tenham a maior dimensão possível.
Máximo Divisor Comum Na situação apresentada, o lado do ladrilho deverá
O máximo divisor comum de dois ou mais números medir
naturais não-nulos é o maior dos divisores comuns desses (A) mais de 30 cm.
números. (B) menos de 15 cm.
Para calcular o m.d.c de dois ou mais números, deve- (C) mais de 15 cm e menos de 20 cm.
mos seguir as etapas: (D) mais de 20 cm e menos de 25 cm.
• Decompor o número em fatores primos (E) mais de 25 cm e menos de 30 cm.
• Tomar o fatores comuns com o menor expoente
• Multiplicar os fatores entre si. Resposta: A.

Exemplo:

Devemos achar o mdc para achar a maior medida pos-


sível
E são os fatores que temos iguais:25=32
O fator comum é o 3 e o 1 é o menor expoente.
m.d.c Exemplo2
(MPE/SP – Oficial de Promotora I – VUNESP/2016)
No aeroporto de uma pequena cidade chegam aviões de
três companhias aéreas. Os aviões da companhia A che-
Mínimo Múltiplo Comum gam a cada 20 minutos, da companhia B a cada 30 minutos
O mínimo múltiplo comum (m.m.c) de dois ou mais nú- e da companhia C a cada 44 minutos. Em um domingo, às
meros é o menor número, diferente de zero. 7 horas, chegaram aviões das três companhias ao mesmo
Para calcular devemos seguir as etapas: tempo, situação que voltará a se repetir, nesse mesmo dia,
• Decompor os números em fatores primos às
• Multiplicar os fatores entre si (A) 16h 30min.
(B) 17h 30min.
Exemplo: (C) 18h 30min.
(D) 17 horas.
(E) 18 horas.

Resposta: E.

Mmc(20,30,44)=2².3.5.11=660

1h---60minutos
Para o mmc, fica mais fácil decompor os dois juntos. x-----660
Basta começar sempre pelo menor primo e verificar a x=660/60=11
divisão com algum dos números, não é necessário que os
dois sejam divisíveis ao mesmo tempo. Então será depois de 11horas que se encontrarão
Observe que enquanto o 15 não pode ser dividido, 7+11=18h
continua aparecendo.

8
MATEMÁTICA

QUESTÕES 05. (TJM/SP - Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2017) Em um pequeno mercado, o dono resolveu
01. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- fazer uma promoção. Para tanto, cada uma das 3 caixas re-
NESP/2017) No depósito de uma loja de doces, há gistradoras foi programada para acender uma luz, em inter-
uma caixa contendo n bombons. Para serem vendidos, valos de tempo regulares: na caixa 1, a luz acendia a cada
devem ser repartidos em pacotes iguais, todos com 15 minutos; na caixa 2, a cada 30 minutos; e na caixa 3, a
a mesma quantidade de bombons. Com os bombons luz acendia a cada 45 minutos. Toda vez que a luz de uma
dessa caixa, podem ser feitos pacotes com 5, ou com 6, caixa acendia, o cliente que estava nela era premiado com
ou com 7 unidades cada um, e, nesses casos, não falta- um desconto de 3% sobre o valor da compra e, quando as 3
rá nem sobrará nenhum bombom. Nessas condições, o luzes acendiam, ao mesmo tempo, esse desconto era de 5%.
menor valor que pode ser atribuído a n é Se, exatamente às 9 horas de um determinado dia, as luzes
(A) 280. das 3 caixas acenderam ao mesmo tempo, então é verdade
(B) 265. que o número máximo de premiações de 5% de desconto
(C) 245. que esse mercado poderia ter dado aos seus clientes, das
(D) 230. 9 horas às 21 horas e 30 minutos daquele dia, seria igual a
(E) 210. (A) 8.
(B) 10.
02. (EMBASA – Agente Administrativo – (C) 21.
IBFC/2017) Considerando A o MDC (maior divisor co- (D) 27.
mum) entre os números 24 e 60 e B o MMC (menor (E) 33.
múltiplo comum) entre os números 12 e 20, então o
valor de 2A + 3B é igual a: 06. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Administrativo
(A) 72 – MSCONCURSOS/2017) Sabendo que a sigla M.M.C. na
(B) 156 matemática significa Mínimo Múltiplo Comum e que M.D.C.
significa Máximo Divisor Comum, pergunta-se: qual o valor
(C) 144
do M.M.C. de 6 e 8 dividido pelo M.D.C. de 30, 36 e 72?
(D) 204
(A) 8
(B) 6
03. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPEGO
(C) 4
/2017) Em um determinado zoológico, a girafa deve
(D) 2
comer a cada 4 horas, o leão a cada 5 horas e o maca-
co a cada 3 horas. Considerando que todos foram ali-
07. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPE-
mentados às 8 horas da manhã de domingo, é correto
SE/2016) Em uma excursão participam 120 homens e 160
afirmar que o funcionário encarregado deverá servir a mulheres. Em determinado momento é preciso dividir os
alimentação a todos concomitantemente às: participantes em grupos formados somente por homens
(A) 8 horas de segunda-feira. ou somente por mulheres, de maneira que os grupos te-
(B) 14 horas de segunda-feira. nham o mesmo número de integrantes.
(C) 10 horas de terça-feira. Neste caso, o número máximo de integrantes em um
(D) 20 horas de terça-feira. grupo é:
(E) 9 horas de quarta-feira. (A) 10.
(B) 15.
04. (EMBASA – Assistente de Laboratório – (C) 20.
IBFC/2017) Um marceneiro possui duas barras de fer- (D) 30.
ro, uma com 1,40 metros de comprimento e outra com (E) 40.
2,45 metros de comprimento. Ele pretende cortá-las em
barras de tamanhos iguais, de modo que cada pedaço 08. (PREF. DE GUARULHOS/SP – Assistente de Ges-
tenha a maior medida possível. Nessas circunstâncias, o tão Escolar – VUNESP/2016) Para iniciar uma visita moni-
total de pedaços que o marceneiro irá cortar, utilizando torada a um museu, 96 alunos do 8º ano e 84 alunos do 9º
as duas de ferro, é: ano de certa escola foram divididos em grupos, todos com
(A) 9 o mesmo número de alunos, sendo esse número o maior
(B) 11 possível, de modo que cada grupo tivesse somente alunos
(C) 12 de um único ano e que não restasse nenhum aluno fora
(D) 13 de um grupo. Nessas condições, é correto afirmar que o
número total de grupos formados foi
(A) 8.
(B) 12.
(C) 13.
(D) 15.
(E) 18.

9
MATEMÁTICA

09. (PREF. DE JAMBEIRO – Agente Administrativo –


JOTA CONSULTORIA/2016) O MMC(120, 125, 130) é:
(A) 39000
(B) 38000
(C) 37000
(D) 36000
(E) 35000

10. (MPE/SP – Analista Técnico Científico – VU- Mmc(12,20)=2²⋅3⋅5=60


NESP/2016) Pretende-se dividir um grupo de 216 pessoas, 2A+3B=24+180=204
sendo 126 com formação na área de exatas e 90 com for-
mação na área de humanas, em grupos menores contendo, 03. Resposta: D.
obrigatoriamente, elementos de cada uma dessas áreas, de Mmc(3, 4, 5)=60
modo que: (1) o número de grupos seja o maior possível; 60/24=2 dias e 12horas
(2) cada grupo tenha o mesmo número x de pessoas com Como foi no domingo às 8h d amanhã, a próxima ali-
formação na área de exatas e o mesmo número y de pes- mentação será na terça às 20h.
soas com formação na área de humanas; e (3) cada uma
das 216 pessoas participe de um único grupo. Nessas con-
dições, e sabendo-se que no grupo não há pessoa com
ambas as formações, é correto afirmar que, em cada novo
grupo, a diferença entre os números de pessoas com for-
mação em exatas e em humanas, nessa ordem, será igual a 04. Resposta: B.
(A) 1
(B) 2 Mdc=5⋅7=35
(C) 3 140/35=4
(D) 4 245/35=7
(E) 5 Portanto, serão 11 pedaços.

05. Resposta: D.
RESPOSTAS

01. Resposta: E.

Mmc(15, 30, 45)=90 minutos


Ou seja, a cada 1h30 minutos tem premiações.
Das 9 ate as 21h30min=12h30 minutos

Mmc(5,6,7)=2⋅3⋅5⋅7=210

02. Resposta: E. 9 vezes no total, pois as 9 horas acendeu.


Como são 3 premiações: 9x3=27

06. Resposta: C.

Para o cálculo do mdc, devemos multiplicar os comuns:


MDC(24,60)=2²⋅3=12

10
MATEMÁTICA

Mdc(90, 125)=2.3²=18

Então teremos
126/18 = 7 grupos de exatas
90/18 = 5 grupos de humanas
A diferença é de 7-5=2
Mmc(6,8)=24
- eles são múltiplos de 2, pois terminam com números
Mdc(30, 36, 72) =2x3=6 pares.
Portanto: 24/6=4 E são múltiplos de 3, lembrando que para ser múltiplo
de 3, basta somar os números e ser múltiplo de 3.
36=3+6=9
90=9+0=9
162=1+6+2=9

NÚMEROS E GRANDEZAS
PROPORCIONAIS: RAZÕES E
07. Resposta: E.
PROPORÇÕES; DIVISÃO EM PARTES
MDC(120,160)=8x5=40 PROPORCIONAIS

08. Resposta:B.

Razão

Chama-se de razão entre dois números racionais a e


b, com b 0, ao quociente entre eles. Indica-se a razão de a
para b por a/b  ou a : b. 
Exemplo: 
Na sala do 1º ano de um colégio há 20 rapazes e 25
moças. Encontre a razão entre o número de rapazes e o
número de moças. (lembrando que razão é divisão) 
MDC(84,96)=2²x3=12

09. Resposta: A.

Proporção

Proporção é a igualdade entre duas razões. A propor-


ção entre A/B e C/D é a igualdade:

Propriedade fundamental das proporções


Numa proporção:
Mmc(120, 125, 130)=2³.3.5³.13=39000

10. Resposta: B.
O cálculo utilizado aqui será o MDC (Máximo Divisor
Comum) Os números A e D são denominados extremos enquan-
to os números B e C são os meios e vale a propriedade: o
produto dos meios é igual ao produto dos extremos, isto é:
AxD=BxC

Exemplo: A fração 3/4 está em proporção com 6/8,


pois:

11
MATEMÁTICA

 ou  

   
Exercício: Determinar o valor de X para que a razão X/3
esteja em proporção com 4/6.
Grandezas Diretamente Proporcionais
Solução: Deve-se montar a proporção da seguinte for-
Duas grandezas variáveis dependentes são diretamen-
ma:
te proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª
grandeza é igual a razão entre os valores correspondentes
da 2ª, ou de uma maneira mais informal, se eu pergunto:
Quanto mais.....mais....
.
Exemplo
Distância percorrida e combustível gasto
Segunda propriedade das proporções
Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença
dos dois primeiros termos está para o primeiro, ou para Distância(km) Combustível(litros)
o segundo termo, assim como a soma ou a diferença dos 13 1
dois últimos termos está para o terceiro, ou para o quarto
termo. Então temos: 26 2
39 3
52 4
   

  ou      Quanto MAIS eu ando, MAIS combustível?


Diretamente proporcionais
Se eu dobro a distância, dobra o combustível

Grandezas Inversamente Proporcionais


Ou
Duas grandezas variáveis dependentes são inversa-
mente proporcionais quando a razão entre os valores da
1ª grandeza é igual ao inverso da razão entre os valores
correspondentes da 2ª.
     ou    Quanto mais....menos...

Exemplo
   velocidadextempo a tabela abaixo:

Terceira propriedade das proporções Velocidade (m/s) Tempo (s)


Qualquer que seja a proporção, a soma ou a diferença 5 200
dos antecedentes está para a soma ou a diferença dos con-
sequentes, assim como cada antecedente está para o seu 8 125
respectivo consequente. Temos então: 10 100
16 62,5
     20 50

 ou     Quanto MAIOR a velocidade MENOS tempo??


Inversamente proporcional
Se eu dobro a velocidade, eu faço o tempo pela me-
  tade.

Ou Diretamente Proporcionais
Para decompor um número M em partes X1, X2, ..., Xn di-
retamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, deve-se montar um
     sistema com n equações e n incógnitas, sendo as somas
X1+X2+...+Xn=M e p1+p2+...+pn=P.

12
MATEMÁTICA

QUESTÕES

01. (DESENBAHIA – Técnico Escriturário - INSTITU-


TO AOCP/2017) João e Marcos resolveram iniciar uma so-
A solução segue das propriedades das proporções: ciedade para fabricação e venda de cachorro quente. João
iniciou com um capital de R$ 30,00 e Marcos colaborou
com R$ 70,00. No primeiro final de semana de trabalho, a
arrecadação foi de R$ 240,00 bruto e ambos reinvestiram
R$ 100,00 do bruto na sociedade, restando a eles R$ 140,00
Exemplo de lucro. De acordo com o que cada um investiu inicial-
Carlos e João resolveram realizar um bolão da loteria. mente, qual é o valor que João e Marcos devem receber
Carlos entrou com R$ 10,00 e João com R$ 15,00. Caso ga- desse lucro, respectivamente?
nhem o prêmio de R$ 525.000,00, qual será a parte de cada (A) 30 e 110 reais.
um, se o combinado entre os dois foi de dividirem o prê- (B) 40 e 100 reais.
mio de forma diretamente proporcional? (C) 42 e 98 reais.
(D) 50 e 90 reais.
(E) 70 e 70 reais.

02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Em uma


empresa, trabalham oito funcionários, na mesma função,
mas com cargas horárias diferentes: um deles trabalha 32
horas semanais, um trabalha 24 horas semanais, um tra-
balha 20 horas semanais, três trabalham 16 horas sema-
nais e, por fim, dois deles trabalham 12 horas semanais.
Carlos ganhará R$210000,00 e Carlos R$315000,00. No final do ano, a empresa distribuirá um bônus total de
R$ 74.000,00 entre esses oito funcionários, de forma que
Inversamente Proporcionais a parte de cada um seja diretamente proporcional à sua
Para decompor um número M em n partes X1, X2, ..., carga horária semanal.
Xn inversamente proporcionais a p1, p2, ..., pn, basta decom- Dessa forma, nessa equipe de funcionários, a diferença
por este número M em n partes X1, X2, ..., Xn diretamente entre o maior e o menor bônus individual será, em R$, de
proporcionais a 1/p1, 1/p2, ..., 1/pn. (A) 10.000,00.
A montagem do sistema com n equações e n incógni- (B) 8.000,00.
tas, assume que X1+X2+...+ Xn=M e além disso (C) 20.000,00.
(D) 12.000,00.
(E) 6.000,00.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Para uma pesquisa, foram realizadas entrevis-
cuja solução segue das propriedades das proporções: tas nos estados da Região Sudeste do Brasil. A amostra foi
composta da seguinte maneira:

– 2500 entrevistas realizadas no estado de São Paulo;

– 1500 entrevistas realizadas nos outros três estados


da Região Sudeste.

Desse modo, é correto afirmar que a razão entre o nú-


mero de entrevistas realizadas em São Paulo e o número
total de entrevistas realizadas nos quatro estados é de
(A) 8 para 5.
(B) 5 para 8.
(C) 5 para 7.
(D) 3 para 5.
(E) 3 para 8.

13
MATEMÁTICA

04. (UNIRV/60 – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- 08. (DPE/RS - Analista - FCC/2017) A razão entre as al-
GO/2017) Em relação à prova de matemática de um con- turas de dois irmãos era 3/4 e, nessa ocasião, a altura do irmão
curso, Paula acertou 32 das 48 questões da prova. A razão mais alto era 1,40 m. Hoje, esse irmão mais alto cresceu 10 cm.
entre o número de questões que ela errou para o total de Para que a razão entre a altura do irmão mais baixo e a altura
questões da prova é de do mais alto seja hoje, igual a 4/5 , é necessário que o irmão
(A) 2/3 mais baixo tenha crescido, nesse tempo, o equivalente a
(B) 1/2 (A) 13,5 cm.
(C) 1/3 (B) 10,0 cm.
(D) 3/2 (C) 12,5 cm.
(D) 14,8 cm.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (E) 15,0 cm.
GO/2017) José, pai de Alfredo, Bernardo e Caetano, de 2, 5
e 8 anos, respectivamente, pretende dividir entre os filhos a 09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VUNESP/2017)
quantia de R$ 240,00, em partes diretamente proporcionais O transporte de 1980 caixas iguais foi totalmente repartido
às suas idades. Considerando o intento do genitor, é possí- entre dois veículos, A e B, na razão direta das suas respectivas
vel afirmar que cada filho vai receber, em ordem crescente capacidades de carga, em toneladas. Sabe-se que A tem capa-
de idades, os seguintes valores: cidade para transportar 2,2 t, enquanto B tem capacidade para
(A) R$ 30,00, R$ 60,00 e R$150,00. transportar somente 1,8 t. Nessas condições, é correto afirmar
(B) R$ 42,00, R$ 58,00 e R$ 140,00. que a diferença entre o número de caixas carregadas em A e o
(C) R$ 27,00, R$ 31,00 e R$ 190,00. número de caixas carregadas em B foi igual a
(D) R$ 28,00, R$ 84,00 e R$ 128,00. (A) 304.
(E) R$ 32,00, R$ 80,00 e R$ 128,00. (B) 286.
(C) 224.
06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (D) 216.
NESP/2017) Sabe-se que 16 caixas K, todas iguais, ou 40 (E) 198.
caixas Q, todas também iguais, preenchem totalmente cer-
to compartimento, inicialmente vazio. Também é possível 10. (EMDEC – Assistente Administrativo – IBFC/2016)
preencher totalmente esse mesmo compartimento com- Paulo vai dividir R$ 4.500,00 em partes diretamente propor-
pletamente vazio utilizando 4 caixas K mais certa quantida- cionais às idades de seus três filhos com idades de 4, 6 e 8
de de caixas Q. Nessas condições, é correto afirmar que o anos respectivamente. Desse modo, o total distribuído aos
número de caixas Q utilizadas será igual a dois filhos com maior idade é igual a:
(A) 10. (A) R$2.500,00
(B) R$3.500,00
(B) 28.
(C) R$ 1.000,00
(C) 18.
(D) R$3.200,00
(D) 22.
(E) 30.
RESPOSTAS
07. (IPRESB/SP – Agente Previdenciário – VU-
NESP/2017) A tabela, onde alguns valores estão substituí-
01. Resposta: C.
dos por letras, mostra os valores, em milhares de reais, que 30k+70k=140
eram devidos por uma empresa a cada um dos três forne- 100k=140
cedores relacionados, e os respectivos valores que foram K=1,4
pagos a cada um deles. 30⋅1,4=42
70⋅1,4=98
Fornecedor A B C
02. Resposta: A.
Valor pago 22,5 X 37,5
Vamos dividir o prêmio pelas horas somadas
Valor devido Y 40 z 32+24+20+3⋅16+2⋅12=148
74000/148=500
Sabe-se que os valores pagos foram diretamente propor- O maior prêmio foi para quem fez 32 horas semanais
cionais a cada valor devido, na razão de 3 para 4. Nessas con- 32⋅500=16000
dições, é correto afirmar que o valor total devido a esses três 12⋅500=6000
fornecedores era, antes dos pagamentos efetuados, igual a A diferença é: 16000-6000=10000
(A) R$ 90.000,00.
(B) R$ 96.500,00. 03. Resposta:B.
(C) R$ 108.000,00. 2500+1500=4000 entrevistas
(D) R$ 112.500,00.
(E) R$ 120.000,00.

14
MATEMÁTICA

04. Resposta: C. 09. Resposta: E.


Se Paula acertou 32, errou 16. 2,2k+1,8k=1980
4k=1980
K=495
2,2x495=1089
1980-1089=891
1089-891=198
05. Resposta: E.
2k+5k+8k=240 10. Resposta: B.
15k=240
K=16
Alfredo: 2⋅16=32
Bernardo: 5⋅16=80
Caetano: 8⋅16=128 A+B+C=4500
4p+6p+8p=4500
06. Resposta: E. 18p=4500
Se, com 16 caixas K, fica cheio e já foram colocadas 4 P=250
caixa, faltam 12 caixas K, mas queremos colocar as caixas Q, B=6p=6x250=1500
então vamos ver o equivalente de 12 caixas K C=8p=8x250=2000
1500+2000=3500

REGRA DE TRÊS
Q=30 caixas

07. Resposta: E.
Regra de três simples

Regra de três simples é um processo prático para re-


solver problemas que envolvam quatro valores dos quais
conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um
Y=90/3=30
valor a partir dos três já conhecidos.

Passos utilizados numa regra de três simples:


1º) Construir uma tabela, agrupando as grandezas da
X=120/4=30 mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha
as grandezas de espécies diferentes em correspondência.
2º) Identificar se as grandezas são diretamente ou in-
versamente proporcionais.
3º) Montar a proporção e resolver a equação.
Z=150/3=50 Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em
Portanto o total devido é de: 30+40+50=120000 quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade
utilizada fosse de 480km/h?
08. Resposta: E.
Solução: montando a tabela:

1) Velocidade (Km/h) Tempo (h)


400-----------------3
X=1,05 480---------------- x
Se o irmão mais alto cresceu 10cm, está com 1,50
2) Identificação do tipo de relação:
Velocidade----------tempo
400↓-----------------3↑
480↓---------------- x↑
X=1,20
Obs.: como as setas estão invertidas temos que inver-
Ele cresceu: 1,20-1,05=0,15m=15cm ter os números mantendo a primeira coluna e invertendo a
segunda coluna ou seja o que está em cima vai para baixo e
o que está em baixo na segunda coluna vai para cima

15
MATEMÁTICA

Velocidade----------tempo QUESTÕES
400↓-----------------X↓
480↓---------------- 3↓ 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
rios- VUNESP/2017) Para imprimir 300 apostilas destina-
480x=1200 das a um curso, uma máquina de fotocópias precisa traba-
X=25 lhar 5 horas por dia durante 4 dias. Por motivos administra-
tivos, será necessário imprimir 360 apostilas em apenas 3
Regra de três composta dias. O número de horas diárias que essa máquina terá que
Regra de três composta é utilizada em problemas com trabalhar para realizar a tarefa é
mais de duas grandezas, direta ou inversamente propor- (A) 6.
cionais. (B) 7.
(C) 8.
Exemplos: (D) 9.
(E) 10.
1) Em 8 horas, 20 caminhões descarregam 160m³ de
areia. Em 5 horas, quantos caminhões serão necessários 02. (SEPOG – Analista em Tecnologia da Informação
para descarregar 125m³? e Comunicação – FGV/2017) Uma máquina copiadora A
faz 20% mais cópias do que uma outra máquina B, no mes-
Solução: montando a tabela, colocando em cada co- mo tempo.
luna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as A máquina B faz 100 cópias em uma hora.
grandezas de espécies diferentes que se correspondem: A máquina A faz 100 cópias em
(A) 44 minutos.
Horas --------caminhões-----------volume (B) 46 minutos.
8↑----------------20↓----------------------160↑ (C) 48 minutos.
5↑------------------x↓----------------------125↑ (D) 50 minutos.
(E) 52 minutos.
A seguir, devemos comparar cada grandeza com aque-
la onde está o x. 03. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
Observe que: - MSCONCURSOS/2017) Para a construção de uma ro-
Aumentando o número de horas de trabalho, pode- dovia, 12 operários trabalham 8 horas por dia durante 14
mos diminuir o número de caminhões. Portanto a relação dias e completam exatamente a metade da obra. Porém, a
é inversamente proporcional (seta para cima na 1ª coluna). rodovia precisa ser terminada daqui a exatamente 8 dias,
Aumentando o volume de areia, devemos aumentar o e então a empresa contrata mais 6 operários de mesma
número de caminhões. Portanto a relação é diretamente capacidade dos primeiros. Juntos, eles deverão trabalhar
proporcional (seta para baixo na 3ª coluna). Devemos igua- quantas horas por dia para terminar o trabalho no tempo
lar a razão que contém o termo x com o produto das outras correto?
razões de acordo com o sentido das setas. (A) 6h 8 min
Montando a proporção e resolvendo a equação temos: (B) 6h 50min
(C) 9h 20 min
Horas --------caminhões-----------volume (D) 9h 33min
8↑----------------20↓----------------------160↓
5↑------------------x↓----------------------125↓ 04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
NESP/2017 ) Um restaurante “por quilo” apresenta seus
Obs.: Assim devemos inverter a primeira coluna fican- preços de acordo com a tabela:
do:

Horas --------caminhões-----------volume
5----------------20----------------------160
8------------------x----------------------125 Rodolfo almoçou nesse restaurante na última sexta-fei-
ra. Se a quantidade de alimentos que consumiu nesse al-
moço custou R$ 21,00, então está correto afirmar que essa
quantidade é, em gramas, igual a

(A) 375.
Logo, serão necessários 25 caminhões (B) 380.
(C) 420.
(D) 425.
(E) 450.

16
MATEMÁTICA

05. . (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU- 10. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-
NESP/2017 ) Um carregamento de areia foi total- NESP/2016) Para organizar as cadeiras em um auditório, 6
mente embalado em 240 sacos, com 40 kg em cada funcionários, todos com a mesma capacidade de produção,
saco. Se fossem colocados apenas 30 kg em cada trabalharam por 3 horas. Para fazer o mesmo trabalho, 20
saco, o número de sacos necessários para embalar funcionários, todos com o mesmo rendimento dos iniciais,
todo o carregamento seria igual a deveriam trabalhar um total de tempo, em minutos, igual a
(A) 420. (A) 48.
(B) 375. (B) 50.
(C) 370. (C) 46.
(D) 345. (D) 54.
(E) 320. (E) 52.

06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório –


UNIRVGO/2017) Quarenta e oito funcionários de RESPOSTAS
uma certa empresa, trabalhando 12 horas por dia,
produzem 480 bolsas por semana. Quantos funcio- 01. Resposta: C.
nários a mais, trabalhando 15 horas por dia, podem ↑Apostilas ↑ horas dias↓
assegurar uma produção de 1200 bolsas por semana? 300------------------5--------------4
(A) 48 360-----------------x----------------3
(B) 96
(C) 102 ↑Apostilas ↑ horas dias↑
(D) 144 300------------------5--------------3
360-----------------x----------------4
07. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
GO/2017) Durante 90 dias, 12 operários constroem
uma loja. Qual o número mínimo de operários neces-
sários para fazer outra loja igual em 60 dias?
900x=7200
(A) 8 operários.
X=8
(B) 18 operários.
(C) 14 operários.
02. Resposta: D.
(D) 22 operários.
Como a máquina A faz 20% a mais:
(E) 25 operários
Em 1 hora a máquina A faz 120 cópias.
120------60 minutos
08. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) 10-------x
A vazão de uma torneira é de 50 litros a cada 3 mi- X=50 minutos
nutos. O tempo necessário para essa torneira encher
completamente um reservatório retangular, cujas 03. Resposta: C.
medidas internas são 1,5 metros de comprimento, 1,2 ↑Operário ↓horas dias↑
metros de largura e 70 centímetros de profundidade 12--------------8------------14
é de: 18----------------x------------8
(A) 1h 16min 00s Quanto mais horas, menos operários
(B) 1h 15min 36s Quanto mais horas, menos dias
(C) 1h 45min 16s
(D) 1h 50min 05s
(E) 1h55min 42s

09. (CRMV/SC – Assistente Administrativo – IE- 8⋅18x=14⋅12⋅8


SES/2017) Trabalhando durante 6 dias, 5 operários X=9,33h
produzem 600 peças. Determine quantas peças serão 9 horas e 1/3 da hora
produzidas por sete operários trabalhando por 8 dias: 1/3 de hora é equivalente a 20 minutos
(A) 1120 peças 9horas e 20 minutos
(B) 952 peças
(C) 875 peças 04. Resposta:C.
(D) 1250 peças 12,50------250
21----------x
X=5250/12,5=420 gramas

17
MATEMÁTICA

05. Resposta: E.
Sacos kg
240----40
x----30

Quanto mais sacos, menos areia foi colocada(inversamente)

30x=9600
X=320

06. Resposta: A.
↓Funcionários ↑ horas bolsas↓
48------------------------12-----------480
x-----------------------------15----------1200
Quanto mais funcionários, menos horas precisam
Quanto mais funcionários, mais bolsas feitas

X=96 funcionários
Precisam de mais 48 funcionários

07. Resposta: B.
Operários dias
12-----------90
x--------------60
Quanto mais operários, menos dias (inversamente proporcional)

60x=1080
X=18

08. Resposta: B.
V=1,5⋅1,2⋅0,7=1,26m³=1260litros
50litros-----3 min
1260--------x
X=3780/50=75,6min
0,6min=36s
75min=60+15=1h15min

09. Resposta: A.
↑Dias ↑ operários peças↑
6-------------5---------------600
8--------------7---------------x

30x=33600
X=1120

18
MATEMÁTICA

10. Resposta: D.

Como o exercício pede em minutos, vamos transformar 3 horas em minutos

3x60=180 minutos
↑Funcionários minutos↓
6------------180
20-------------x
As Grandezas são inversamente proporcionais, pois quanto mais funcionários, menos tempo será gasto.
Vamos inverter os minutos
↑Funcionários minutos↑
6------------x
20-------------180
20x=6.180
20x=1040
X=54 minutos

SISTEMA MÉTRICO DECIMAL

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes distâncias, enquanto os submúltiplos, para pequenas distân-
cias. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utilizamos:

mícron (µ) = 10-6 m angströn (Å) = 10-10 m

    Para distâncias astronômicas utilizamos o Ano-luz (distância percorrida pela luz em um ano):
Ano-luz = 9,5 · 1012 km

Exemplos de Transformação

1m=10dm=100cm=1000mm=0,1dam=0,01hm=0,001km
1km=10hm=100dam=1000m

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 10 e para a esquerda divide por
10.

Superfície
A medida de superfície é sua área e a unidade fundamental é o metro quadrado(m²).

Para transformar de uma unidade para outra inferior, devemos observar que cada unidade é cem vezes maior que a
unidade imediatamente inferior. Assim, multiplicamos por cem para cada deslocamento de uma unidade até a desejada. 

Unidades de Área
km 2
hm 2
dam 2
m2 dm2 cm2 mm2
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado Quadrado
1000000m2 10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m2 0,000001m2

19
MATEMÁTICA

Exemplos de Transformação

1m²=100dm²=10000cm²=1000000mm²
1km²=100hm²=10000dam²=1000000m²

Ou seja, para trasnformar as unidades, quando “ andamos” para direita multiplica por 100 e para a esquerda divide por
100.

Volume

Os sólidos geométricos são objetos tridimensionais que ocupam lugar no espaço. Por isso, eles possuem volume. Po-
demos encontrar sólidos de inúmeras formas, retangulares, circulares, quadrangulares, entre outras, mas todos irão possuir
volume e capacidade.

Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam 3
m3 dm3 cm3 mm3
Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro
Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico Cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Capacidade
Para medirmos a quantidade de leite, sucos, água, óleo, gasolina, álcool entre outros utilizamos o litro e seus múltiplos
e submúltiplos, unidade de medidas de produtos líquidos. 
Se um recipiente tem 1L de capacidade, então seu volume interno é de 1dm³

1L=1dm³

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
Quilolitro Hectolitro Decalitro Litro Decilitro Centilitro Mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

Massa

Toda vez que andar 1 casa para direita, multiplica por 10 e quando anda para esquerda divide por 10.
E uma outra unidade de massa muito importante é a tonelada
1 tonelada=1000kg

Tempo

A unidade fundamental do tempo é o segundo(s).


É usual a medição do tempo em várias unidades, por exemplo: dias, horas, minutos

20
MATEMÁTICA

Transformação de unidades Divisão

Deve-se saber:
1 dia=24horas
1hora=60minutos 5h 20 minutos :2
1 minuto=60segundos
1hora=3600s 1h 20 minutos, transformamos para minutos
:60+20=80minutos
Adição de tempo

Exemplo: Estela chegou ao 15h 35minutos. Lá, bateu QUESTÕES


seu recorde de nado livre e fez 1 minuto e 25 segundos.
Demorou 30 minutos para chegar em casa. Que horas ela 01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
chegou? rios- VUNESP/2017) Uma gráfica precisa imprimir um lote
de 100000 folhetos e, para isso, utiliza a máquina A, que
imprime 5000 folhetos em 40 minutos. Após 3 horas e 20
minutos de funcionamento, a máquina A quebra e o servi-
ço restante passa a ser feito pela máquina B, que imprime
4500 folhetos em 48 minutos. O tempo que a máquina B
levará para imprimir o restante do lote de folhetos é
Não podemos ter 66 minutos, então temos que trans- (A) 14 horas e 10 minutos.
ferir para as horas, sempre que passamos de um para o (B) 14 horas e 05 minutos.
outro tem que ser na mesma unidade, temos que passar 1 (C) 13 horas e 45 minutos.
hora=60 minutos (D) 13 horas e 30 minutos.
(E) 13 horas e 20 minutos.
Então fica: 16h 6 minutos 25segundos
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-
Vamos utilizar o mesmo exemplo para fazer a operação
NESP/2017) Renata foi realizar exames médicos em uma
inversa.
clínica. Ela saiu de sua casa às 14h 45 min e voltou às 17h 15
min. Se ela ficou durante uma hora e meia na clínica, então o
Subtração
tempo gasto no trânsito, no trajeto de ida e volta, foi igual a
Vamos dizer que sabemos que ela chegou em casa as
(A) 1/2h.
16h 6 minutos 25 segundos e saiu de casa às 15h 35 minu- (B) 3/4h.
tos. Quanto tempo ficou fora? (C) 1h.
(D) 1h 15min.
(E) 1 1/2h.

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) Uma indústria produz regularmente 4500 li-
Não podemos tirar 6 de 35, então emprestamos, da tros de suco por dia. Sabe-se que a terça parte da produ-
mesma forma que conta de subtração. ção diária é distribuída em caixinhas P, que recebem 300
1hora=60 minutos mililitros de suco cada uma. Nessas condições, é correto
afirmar que a cada cinco dias a indústria utiliza uma quan-
tidade de caixinhas P igual a
(A) 25000.
(B) 24500.
(C) 23000.
(D) 22000.
Multiplicação (E) 20500.

Pedro pensou em estudar durante 2h 40 minutos, mas 04. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIR-
demorou o dobro disso. Quanto tempo durou o estudo? VGO/2017) Uma empresa farmacêutica distribuiu 14400
litros de uma substância líquida em recipientes de 72 cm3
cada um. Sabe-se que cada recipiente, depois de cheio,
tem 80 gramas. A quantidade de toneladas que representa
todos os recipientes cheios com essa substância é de
(A) 16
(B) 160
(C) 1600
(D) 16000

21
MATEMÁTICA

05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 09. (ANP – Técnico Administrativo – CESGRAN-
GO/2017) João estuda à noite e sua aula começa às RIO/2016) Um caminhão-tanque chega a um posto de abas-
18h40min. Cada aula tem duração de 45 minutos, e o tecimento com 36.000 litros de gasolina em seu reservatório.
intervalo dura 15 minutos. Sabendo-se que nessa escola Parte dessa gasolina é transferida para dois tanques de arma-
há 5 aulas e 1 intervalo diariamente, pode-se afirmar que zenamento, enchendo-os completamente. Um desses tanques
o término das aulas de João se dá às: tem 12,5 m3, e o outro, 15,3 m3, e estavam, inicialmente, vazios.
(A) 22h30min Após a transferência, quantos litros de gasolina resta-
(B) 22h40min ram no caminhão-tanque?
(C) 22h50min (A) 35.722,00
(D) 23h (B) 8.200,00
(E) Nenhuma das anteriores (C) 3.577,20
(D) 357,72
06. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- (E) 332,20
FGV/2017) Quando era jovem, Arquimedes corria 15km
10. (DPE/RR – Auxiliar Administrativo – FCC/2015)
em 1h45min. Agora que é idoso, ele caminha 8km em
Raimundo tinha duas cordas, uma de 1,7 m e outra de 1,45
1h20min.
m. Ele precisava de pedaços, dessas cordas, que medissem
40 cm de comprimento cada um. Ele cortou as duas cordas
Para percorrer 1km agora que é idoso, comparado em pedaços de 40 cm de comprimento e assim conseguiu
com a época em que era jovem, Arquimedes precisa de obter
mais: (A) 6 pedaços.
(A) 10 minutos; (B) 8 pedaços.
(B) 7 minutos; (C) 9 pedaços.
(C) 5 minutos; (D) 5 pedaços.
(D) 3 minutos; (E) 7 pedaços.
(E) 2 minutos.

07. (IBGE – Agente Censitário Administrativo- RESPOSTAS


FGV/2017) Lucas foi de carro para o trabalho em um ho-
rário de trânsito intenso e gastou 1h20min. Em um dia 01. Resposta: E.
sem trânsito intenso, Lucas foi de carro para o trabalho 3h 20 minutos-200 minutos
a uma velocidade média 20km/h maior do que no dia de
trânsito intenso e gastou 48min. 5000-----40
x----------200
A distância, em km, da casa de Lucas até o trabalho é: x=1000000/40=25000
(A) 36;
(B) 40; Já foram impressos 25000, portanto faltam ainda 75000
(C) 48; 4500-------48
(D) 50; 75000------x
(E) 60. X=3600000/4500=800 minutos
800/60=13,33h
13 horas e 1/3 hora
08. (EMDEC - Assistente Administrativo Jr –
13h e 20 minutos
IBFC/2016) Carlos almoçou em certo dia no horário das
12:45 às 13:12. O total de segundos que representa o
tempo que Carlos almoçou nesse dia é:
(A) 1840
(B) 1620
(C) 1780
(D) 2120
02. Resposta: C.
Como ela ficou 1hora e meia na clínica o trajeto de ida
e volta demorou 1 hora.

03. Resposta:A.
4500/3=1500 litros para as caixinhas
1500litros=1500000ml
1500000/300=5000 caixinhas por dia
5000.5=25000 caixinhas em 5 dias

22
MATEMÁTICA

04. Resposta:A. 10.Resposta: E.


14400litros=14400000 ml 1,7m=170cm
1,45m=145 cm
170/40=4 resta 10
145/40=3 resta 25
4+3=7
200000⋅80=16000000 gramas=16 toneladas

05. Resposta: B.
5⋅45=225 minutos de aula EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES
225/60=3 horas 45 minutos nas aulas mais 15 minutos
de intervalo=4horas
18:40+4h=22h:40
Equação 1º grau
06. Resposta: D. Equação é toda sentença matemática aberta represen-
1h45min=60+45=105 minutos tada por uma igualdade, em que exista uma ou mais letras
que representam números desconhecidos.
15km-------105 Equação do 1º grau, na incógnita x, é toda equação
1--------------x redutível à forma ax+b=0, em que a e b são números reais,
X=7 minutos chamados coeficientes, com a≠0.
Uma raiz da equação ax+b =0(a≠0) é um valor numé-
1h20min=60+20=80min rico de x que, substituindo no 1º membro da equação, tor-
na-se igual ao 2º membro.
8km----80
1-------x Nada mais é que pensarmos em uma balança.
X=10minutos

A diferença é de 3 minutos

07. Resposta: B.
V------80min
V+20----48
Quanto maior a velocidade, menor o tempo(inversa-
mente)

A balança deixa os dois lados iguais para equilibrar, a


equação também.
80v=48V+960
No exemplo temos:
32V=960
3x+300
V=30km/h
Outro lado: x+1000+500
E o equilíbrio?
30km----60 min
3x+300=x+1500
x-----------80
Quando passamos de um lado para o outro invertemos
o sinal
3x-x=1500-300
2x=1200
60x=2400
X=600
X=40km
Exemplo
08 Resposta: B.
(PREF. DE NITERÓI/RJ – Fiscal de Posturas –
12:45 até 13:12 são 27 minutos
FGV/2015) A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao do-
27x60=1620 segundos
bro da soma das idades de seus dois filhos, Paulo e Pierre.
Pierre é três anos mais velho do que Paulo. Daqui a dez
09. Resposta: B.
anos, a idade de Pierre será a metade da idade que Pedro
1m³=1000litros
tem hoje.
36000/1000=36 m³
36-12,5-15,3=8,2 m³x1000=8200 litros

23
MATEMÁTICA

A soma das idades que Pedro, Paulo e Pierre têm hoje


é: Se for negativo, não há solução no conjunto dos
(A) 72; números reais.
(B) 69;
(C) 66; Se for positivo, a equação tem duas soluções:
(D) 63;
(E) 60.
Resolução
A ideia de resolver as equações é literalmente colocar
na linguagem matemática o que está no texto. Exemplo
“Pierre é três anos mais velho do que Paulo”
Pi=Pa+3
“Daqui a dez anos, a idade de Pierre será a metade da
idade que Pedro tem hoje.”
, portanto não há solução real.

A idade de Pedro hoje, em anos, é igual ao dobro da


soma das idades de seus dois filhos,
Pe=2(Pi+Pa)
Pe=2Pi+2Pa

Lembrando que:
Pi=Pa+3

Substituindo em Pe
Pe=2(Pa+3)+2Pa
Pe=2Pa+6+2Pa
Pe=4Pa+6

Se não há solução, pois não existe raiz quadrada


real de um número negativo.
Pa+3+10=2Pa+3
Pa=10 Se , há duas soluções iguais:
Pi=Pa+3
Pi=10+3=13
Pe=40+6=46
Soma das idades: 10+13+46=69
Se , há soluções reais diferentes:
Resposta: B.

Equação 2º grau

A equação do segundo grau é representada pela fór- Relações entre Coeficientes e Raízes
mula geral:
Dada as duas raízes:

Onde a, b e c são números reais,

Discussão das Raízes


Soma das Raízes
1.
1.

24
MATEMÁTICA

Produto das Raízes Inequação


Uma inequação é uma sentença matemática expressa
por uma ou mais incógnitas, que ao contrário da equação
que utiliza um sinal de igualdade, apresenta sinais de desi-
gualdade. Veja os sinais de desigualdade:
Composição de uma equação do 2ºgrau, conheci-
das as raízes >: maior 
<: menor
Podemos escrever a equação da seguinte maneira: ≥: maior ou igual 
≤: menor ou igual 
x²-Sx+P=0
O princípio resolutivo de uma inequação é o mesmo da
Exemplo equação, onde temos que organizar os termos semelhan-
tes em cada membro, realizando as operações indicadas.
Dada as raízes -2 e 7. Componha a equação do 2º grau. No caso das inequações, ao realizarmos uma multiplicação
de seus elementos por –1 com o intuito de deixar a parte
Solução da incógnita positiva, invertemos o sinal representativo da
S=x1+x2=-2+7=5 desigualdade.
P=x1.x2=-2.7=-14
Então a equação é: x²-5x-14=0 Exemplo 1
4x + 12 > 2x – 2
Exemplo 4x – 2x > – 2 – 12
(IMA – Analista Administrativo Jr – SHDIAS/2015) A 2x > – 14
soma das idades de Ana e Júlia é igual a 44 anos, e, quando x > –14/2
somamos os quadrados dessas idades, obtemos 1000. A x>–7
mais velha das duas tem:
(A) 24 anos Inequação-Produto
(B) 26 anos
(C) 31 anos Quando se trata de inequações-produto, teremos uma
(D) 33 anos desigualdade que envolve o produto de duas ou mais fun-
ções. Portanto, surge a necessidade de realizar o estudo
Resolução da desigualdade em cada função e obter a resposta final
A+J=44 realizando a intersecção do conjunto resposta das funções.
A²+J²=1000 Exemplo
A=44-J
(44-J)²+J²=1000
1936-88J+J²+J²=1000
2J²-88J+936=0
Dividindo por2:
J²-44J+468=0
∆=(-44)²-4.1.468
∆=1936-1872=64 a)(-x+2)(2x-3)<0

Inequação-Quociente
Na inequação-quociente, tem-se uma desigualdade
de funções fracionárias, ou ainda, de duas funções na qual
uma está dividindo a outra. Diante disso, deveremos nos
atentar ao domínio da função que se encontra no denomi-
nador, pois não existe divisão por zero. Com isso, a função
que estiver no denominador da inequação deverá ser dife-
Substituindo em A rente de zero.
A=44-26=18 O método de resolução se assemelha muito à resolu-
Ou A=44-18=26 ção de uma inequação-produto, de modo que devemos
analisar o sinal das funções e realizar a intersecção do sinal
Resposta: B. dessas funções.

25
MATEMÁTICA

Exemplo
Resolva a inequação a seguir:

x-2≠0

Portanto: 
S = { x   R | x ≤ - 1} ou S = ] - ∞ ; -1]

Inequação 2º grau
Chama-se inequação do 2º grau, toda inequação que
x≠2 pode ser escrita numa das seguintes formas:
ax²+bx+c>0
ax²+bx+c≥0
ax²+bx+c<0
Sistema de Inequação do 1º Grau ax²+bx+c<0
Um sistema de inequação do 1º grau é formado por ax²+bx+c≤0
duas ou mais inequações, cada uma delas tem apenas uma ax²+bx+c≠0
variável sendo que essa deve ser a mesma em todas as
outras inequações envolvidas.  Exemplo
Veja alguns exemplos de sistema de inequação do 1º Vamos resolver a inequação 3x² + 10x + 7 < 0.
grau:
Resolvendo Inequações
Resolver uma inequação significa determinar os valo-
res reais de x que satisfazem a inequação dada.
Assim, no exemplo, devemos obter os valores reais de
x que tornem a expressão 3x² + 10x +7 negativa.

Vamos achar a solução de cada inequação. 

4x + 4 ≤ 0 
4x ≤ - 4 
x ≤ - 4 : 4 

x ≤ - 1 

S1 = {x   R | x ≤ - 1} 

Fazendo o cálculo da segunda inequação temos: 


x + 1 ≤ 0 
x ≤ - 1 

A “bolinha” é fechada, pois o sinal da inequação é igual. 

S2 = { x   R | x ≤ - 1} 
Calculando agora o CONJUTO SOLUÇÃO da inequação S = {x ∈ R / –7/3 < x < –1}

temos: 
S = S1 ∩ S2

26
MATEMÁTICA

QUESTÕES 06. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV-


GO/2017) O valor de m para que a equação (2m -1) x² - 6x
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária - + 3 = 0 tenha duas raízes reais iguais é
MSCONCURSOS/2017) O dobro do quadrado de um nú- (A) 3
mero natural aumentado de 3 unidades é igual a sete vezes (B) 2
esse número. Qual é esse número? (C) −1
(A) 2 (D) −6
(B) 3
(C) 4 07. (IPRESB - Agente Previdenciário – VUNESP/2017)
(D) 5 Em setembro, o salário líquido de Juliano correspondeu a
4/5 do seu salário bruto. Sabe-se que ele destinou 2/5 do
02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- salário líquido recebido nesse mês para pagamento do alu-
NESP/2017) Um carro parte da cidade A em direção à guel, e que poupou 2/5 do que restou. Se Juliano ficou, ain-
cidade B pela rodovia que liga as duas cidades, percorre da, com R$ 1.620,00 para outros gastos, então o seu salário
1/3 do percurso total e para no ponto P. Outro carro parte bruto do mês de setembro foi igual a
da cidade B em direção à cidade A pela mesma rodovia, (A) R$ 6.330,00.
percorre 1/4 do percurso total e para no ponto Q. Se a (B) R$ 5.625,00.
soma das distâncias percorridas por ambos os carros até os (C) R$ 5.550,00.
pontos em que pararam é igual a 28 km, então a distância (D) R$ 5.125,00.
entre os pontos P e Q, por essa rodovia, é, em quilômetros, (E) R$ 4.500,00.
igual a
(A) 26. 8. (SESAU/RO – Técnico em Informática – FUN-
(B) 24. RIO/2017) Daqui a 24 anos, Jovelino terá o triplo de sua
(C) 20. idade atual. Daqui a cinco anos, Jovelino terá a seguinte
(D) 18. idade:
(E) 16. (A) 12.
(B) 14.
03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- (C) 16.
NESP/2017) Nelson e Oto foram juntos a uma loja de ma- (D) 17.
teriais para construção. Nelson comprou somente 10 uni- (E) 18.
dades iguais do produto P, todas de mesmo preço. Já Oto
comprou 7 unidades iguais do mesmo produto P, e gastou 09. (PREF. DE FAZENDA RIO GRANDE/PR – Profes-
mais R$ 600,00 na compra de outros materiais. Se os valo- sor – PUC/2017) A equação 8x² – 28x + 12 = 0 possui raí-
res totais das compras de ambos foram exatamente iguais, zes iguais a x1 e x2. Qual o valor do produto x1 . x2?
então o preço unitário do produto P foi igual a (A) 1/2 .
(A) R$ 225,00. (B) 3.
(B) R$ 200,00. (C) 3/2 .
(C) R$ 175,00. (D) 12.
(D) R$ 150,00. (E) 28.
(E) R$ 125,00.
10 (PREF.DO RIO DE JANEIRO – Agente de Adminis-
04. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni- tração – PREF. DO RIO DE JANEIRO/2016) Ao perguntar
co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Considere para João qual era a sua idade atual, recebi a seguinte res-
a equação dada por 2x² + 12x + 3 = -7. Assinale a alternati- posta:
va que apresenta a soma das duas soluções dessa equação. - O quíntuplo da minha idade daqui a oito anos, di-
(A) 0. minuída do quíntuplo da minha idade há três anos atrás
(B) 1. representa a minha idade atual.
(C) -1. A soma dos algarismos do número que representa, em
(D) 6. anos, a idade atual de João, corresponde a:
(E) -6. (A) 6
(B) 7
05. (UNIRV/GO – Auxiliar de Laboratório – UNIRV- (C) 10
GO/2017) Num estacionamento encontram-se 18 motos, (D) 14
15 triciclos e alguns carros. Se Pedrinho contou um total de
269 rodas, quantos carros tem no estacionamento?
(A) 45
(B) 47
(C) 50
(D) 52

27
MATEMÁTICA

RESPOSTAS 07. Resposta: B.


Salário liquido: x
01. Resposta: B.
2x²+3=7x
2x²-7x+3=0
∆=49-24=25

10x+6x+40500=25x
9x=40500
X=4500
Como tem que ser natural, apenas o número 3 convém.
Salario fração
02. Resposta: C. y---------------1
4500---------4/5
Mmc(3,4)=12

4x+3x=336
7x=336
X=48
A distância entre A e B é 48km 08. Resposta: D.
Como já percorreu 28km
48-28=20 km entre P e Q. Idade atual: x
X+24=3x
03. Resposta:B. 2x=24
Sendo x o valor do material P X=12
10x=7x+600 Ele tem agora 12 anos, daqui a 5 anos: 17.
3x=600
X=200 09. Resposta: C.
∆=(-28)²-4.8.12
04. Resposta: E. ∆=784-384
2x²+12x+10=0 ∆=400
∆=12²-4⋅2⋅10
∆=144-80=64

A soma das duas é -1-5=-6 10. Resposta: C.


Atual:x
05. Resposta:B. 5(x+8)-5(x-3)=x
Vamos fazer a conta de rodas: 5x+40-5x+15=x
Motos tem 2 rodas, triciclos 3 e carros 4 X=55
18⋅2+15⋅3+x⋅4=269 Soma: 5+5=10
4x=269-36-45
4x=188
X=47

06. Resposta: B
∆=-(-6)²-4⋅(2m-1) ⋅3=0
36-24m+12=0
-24m=-48
M=2

28
MATEMÁTICA

O conjunto A é denominado domínio da função, indi-


FUNÇÕES cada por D. O domínio serve para definir em que conjun-
to estamos trabalhando, isto é, os valores possíveis para a
variável x.
O conjunto B é denominado contradomínio, CD.
Cada elemento x do domínio tem um correspondente
Diagrama de Flechas y no contradomínio. A esse valor de y damos o nome de
imagem de x pela função f. O conjunto de todos os valores
de y que são imagens de valores de x forma o conjunto
imagem da função, que indicaremos por Im.

Exemplo
Com os conjuntos A={1, 4, 7} e B={1, 4, 6, 7, 8, 9, 12}
criamos a função f: A→B.definida por f(x) = x + 5 que tam-
bém pode ser representada por y = x + 5. A representação,
utilizando conjuntos, desta função, é:

Gráfico Cartesiano

No nosso exemplo, o domínio é D = {1, 4, 7}, o contra-


domínio é = {1, 4, 6, 7, 8, 9, 12} e o conjunto imagem é Im
= {6, 9, 12}

Classificação das funções

Injetora: Quando para ela elementos distintos do do-


mínio apresentam imagens também distintas no contrado-
Muitas vezes nos deparamos com situações que en-
mínio.
volvem uma relação entre grandezas. Assim, o valor a ser
pago na conta de luz depende do consumo medido no
período; o tempo de uma viagem de automóvel depende
da velocidade no trajeto.
Como, em geral, trabalhamos com funções numéricas,
o domínio e a imagem são conjuntos numéricos, e pode-
mos definir com mais rigor o que é uma função matemáti-
ca utilizando a linguagem da teoria dos conjuntos.

Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios e f


Sobrejetora: Quando todos os elementos do contra-
uma relação de A em B.
domínio forem imagens de pelo menos um elemento do
Essa relação f é uma função de A em B quando a cada
domínio.
elemento x do conjunto A está associado um e apenas um
elemento y do conjunto B.

Notação: f:A→B (lê-se função f de A em B)

Domínio, contradomínio, imagem


O domínio é constituído por todos os valores que po-
dem ser atribuídos à variável independente. Já a imagem
da função é formada por todos os valores corresponden-
tes da variável dependente.

29
MATEMÁTICA

Bijetora: Quando apresentar as características de fun-


ção injetora e ao mesmo tempo, de sobrejetora, ou seja,
elementos distintos têm sempre imagens distintas e todos
os elementos do contradomínio são imagens de pelo me-
nos um elemento do domínio.

Raiz da função
Função 1 grau Calcular o valor da raiz da função é determinar o valor
A função do 1° grau relacionará os valores numéricos em que a reta cruza o eixo x, para isso consideremos o
obtidos de expressões algébricas do tipo (ax + b), consti- valor de y igual a zero, pois no momento em que a reta
tuindo, assim, a função f(x) = ax + b. intersecta o eixo x, y = 0. Observe a representação gráfica
a seguir:
Estudo dos Sinais
Definimos função como relação entre duas grandezas
representadas por x e y. No caso de uma função do 1º grau,
sua lei de formação possui a seguinte característica: y = ax
+ b ou f(x) = ax + b, onde os coeficientes a e b pertencem
aos reais e diferem de zero. Esse modelo de função possui
como representação gráfica a figura de uma reta, portanto,
as relações entre os valores do domínio e da imagem cres-
cem ou decrescem de acordo com o valor do coeficiente a.
Se o coeficiente possui sinal positivo, a função é crescente, Podemos estabelecer uma formação geral para o cál-
e caso ele tenha sinal negativo, a função é decrescente. culo da raiz de uma função do 1º grau, basta criar uma ge-
neralização com base na própria lei de formação da função,
Função Crescente: a > 0 considerando y = 0 e isolando o valor de x (raiz da função).
De uma maneira bem simples, podemos olhar no grá- X=-b/a
fico que os valores de y vão crescendo.
Dependendo do caso, teremos que fazer um sistema
com duas equações para acharmos o valor de a e b.

Exemplo:
Dado que f(x)=ax+b e f(1)=3 e f(3)=5, ache a função.

F(1)=1a+b
3=a+b

F(3)=3a+b
5=3a+b

Isolando a em I
a=3-b
Função Decrescente: a < 0 Substituindo em II
Nesse caso, os valores de y, caem.
3(3-b)+b=5
9-3b+b=5
-2b=-4
b=2

30
MATEMÁTICA

Portanto, Raízes
a=3-b
a=3-2=1

Assim, f(x)=x+2

Função Quadrática ou Função do 2º grau


Em geral, uma função quadrática ou polinomial do se-
gundo grau tem a seguinte forma:
f(x)=ax²+bx+c, onde a≠0
f(x)=a(x-x1)(x-x2)
É essencial que apareça ax² para ser uma função qua-
drática e deve ser o maior termo.
Vértices e Estudo do Sinal
Considerações Quando a > 0, a parábola tem concavidade voltada para
cima e um ponto de mínimo V; quando a < 0, a parábola tem
Concavidade concavidade voltada para baixo e um ponto de máximo V. 
A concavidade da parábola é para cima se a>0 e para Em qualquer caso, as coordenadas de V são
baixo se a<0

  .

Veja os gráficos:

Discriminante(∆)

∆=b²-4ac

∆>0
A parábola y=ax²+bx+c intercepta o eixo x em dois
pontos distintos, (x1,0) e (x2,0), onde x1 e x2 são raízes da
equação ax²+bx+c=0

∆=0
Quando , a parábola y=ax²+bx+c é tangente ao

eixo x, no ponto
 
Repare que, quando tivermos o discriminante , as
duas raízes da equação ax²+bx+c=0 são iguais

∆<0

A função não tem raízes reais

31
MATEMÁTICA

Equação Exponencial
É toda equação cuja incógnita se apresenta no expoente de uma ou mais potências de bases positivas e diferentes de 1.

Exemplo
Resolva a equação no universo dos números reais.

Solução

Função exponencial

A expressão matemática que define a função exponencial é uma potência. Nesta potência, a base é um número real
positivo e diferente de 1 e o expoente é uma variável.

Função crescente
Se   temos uma função exponencial crescente, qualquer que seja o valor real de x.
No gráfico da função ao lado podemos observar que à medida que x aumenta, também aumenta f(x) ou y. Graficamen-
te vemos que a curva da função é crescente.

Função decrescente
Se   temos uma função exponencial decrescente em todo o domínio da função.
Neste outro gráfico podemos observar que à medida que x aumenta, y diminui. Graficamente observamos que a cur-
va da função é decrescente.

32
MATEMÁTICA

A Constante de Euler
É definida por :
e = exp(1)
O número e é um número irracional e positivo e em função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a
estudar as propriedades desse número.
O valor deste número expresso com 10 dígitos decimais, é:
e = 2,7182818284
Se x é um número real, a função exponencial exp(.) pode ser escrita como a potência de base e com expoente x, isto é: 
ex = exp(x)

Propriedades dos expoentes


Se a, x e y são dois números reais quaisquer e k é um número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax  

Logaritmo
Considerando-se dois números N e a reais e positivos, com a ≠1, existe um número c tal que:

A esse expoente c damos o nome de logaritmo de N na base a

Ainda com base na definição podemos estabelecer condições de existência:

Exemplo

Consequências da Definição

33
MATEMÁTICA

Propriedades 02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


vendedor recebe um salário mensal composto de um valor
fixo de R$ 1.300,00 e de uma parte variável. A parte variá-
vel corresponde a uma comissão de 6% do valor total de
vendas que ele fez durante o mês. O salário mensal desse
vendedor pode ser descrito por uma expressão algébrica
f(x), em função do valor total de vendas mensal, represen-
Mudança de Base tado por x.
A expressão algébrica f(x) que pode representar o salá-
rio mensal desse vendedor é
Exemplo (A) f(x) = 0,06x + 1.300.
Dados log 2=0,3010 e log 3=0,4771, calcule: (B) f(x) = 0,6x + 1.300.
a)log 6 (C) f(x) = 0,78x + 1.300.
b) log1,5 (D) f(x) = 6x + 1.300.
c) log 16 (E) f(x) = 7,8x + 1.300.
Solução
a) Log 6=log 2⋅3=log2+log3=0,3010+0,4771=0,7781 03. (CONSANPA – Técnico Industrial – FADESP/2017)
Um reservatório em formato de cilindro é abastecido por
uma fonte a vazão constante e tem a altura de sua coluna
d’água (em metros), em função do tempo (em dias), descri-
ta pelo seguinte gráfico:
Função Logarítmica
Uma função dada por , em que
a constante a é positiva e diferente de 1, denomina-se fun-
ção logarítmica.

Sabendo que a altura do reservatório mede 12 metros,


o número de dias necessários para que a fonte encha o
reservatório inicialmente vazio é
(A) 18
(B) 12
(C) 8
(D) 6

04. (TRT – 14ªREGIÃO -Técnico Judiciário –


QUESTÕES FCC/2016) Carlos presta serviço de assistência técnica de
computadores em empresas. Ele cobra R$ 12,00 para ir até
01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Uma o local, mais R$ 25,00 por hora de trabalho até resolver o
locadora de automóveis oferece dois planos de aluguel de problema (também são cobradas as frações de horas traba-
carros a seus clientes: lhadas). Em um desses serviços, Carlos resolveu o problema
e cobrou do cliente R$ 168,25, o que permite concluir que
Plano A: diária a R$ 120,00, com quilometragem ele trabalhou nesse serviço
livre. (A) 5 horas e 45 minutos.
Plano B: diária a R$ 90,00, mais R$ 0,40 por quilô- (B) 6 horas e 15 minutos.
metro rodado. (C) 6 horas e 25 minutos.
(D) 5 horas e 25 minutos.
Alugando um automóvel, nesta locadora, quantos qui- (E) 5 horas e 15 minutos.
lômetros precisam ser rodados para que o valor do aluguel
pelo Plano A seja igual ao valor do aluguel pelo Plano B?
(A) 30.
(B) 36.
(C) 48.
(D) 75.
(E) 84.

34
MATEMÁTICA

05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No 09. (IF/ES – Administrador – IFES/2017) O gráfico
sistema de coordenadas cartesianas da figura abaixo, en- que melhor representa a função y = 2x , para o domínio
contram-se representados o gráfico da função de segundo em R+ é:
grau f, definida por f(x), e o gráfico da função de primeiro
grau g, definida por g(x). (A)

(B)

(C)

Os valores de x, soluções da equação f(x)=g(x), são


(A) -0,5 e 2,5.
(B) -0,5 e 3.
(C) -1 e 2.
(D) -1 e 2,5. (D)
(E) -1 e 3.

06. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017)


A soma das coordenadas do vértice da parábola da função
f(x) = – x² + 8x – 12 é igual a:
(A) 4
(B) 6
(C) 8 (E)
(D) 10

07. (EMBASA – Assistente de Laboratório –

IBFC/2017) Substituindo o valor da raiz da função


, na função g(x) = x2 - 4x + 5, encontra-
mos como resultado:
(A) 12
(B) 15
(C) 16
(D) 17 10. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Qual o maior valor de
08. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra- k na equação log(kx) = 2log(x+3) para que ela tenha exa-
balho Júnior -CESGRANRIO/2017) Quantos valores reais tamente uma raiz?
de x fazem com que a expressão as- (A) 0
suma valor numérico igual a 1? (B) 3
(A) 2 (C) 6
(B) 3 (D) 9
(C) 4 (E) 12
(D) 5
(E) 6

35
MATEMÁTICA

11. (ITAIPU BINACIONAL - Profissional Nível Técni-


co I - Técnico em Eletrônica – NCUFPR/2017) Conside-
rando que log105 = 0,7, assinale a alternativa que apresenta
o valor de log5100.
(A) 0,35.
(B) 0,50.
(C) 2,85.
(D) 7,00. 06. Resposta:C.
(E) 70,00.

RESPOSTAS

01. Resposta: D.

90+0,4x=120
0,4x=30 A soma das coordenadas é igual a 8
X=75km
07. Resposta: D.
02. Resposta: A.

6%=0,06
Como valor total é x, então 0,06x
E mais a parte fixa de 1300
0,06x+1300

03. Resposta: A.

2x=36
X=18 -2x=-12
X=6
04.Resposta: B. Substituindo em g(x)
F(x)=12+25x G(6)=6²-4(6)+5=36-24+5=17
X=hora de trabalho
08. Resposta: D.
168,25=12+25x Para assumir valor 1, o expoente deve ser igual a zero.
25x=156,25 X²+4x-60=0
X=6,25 horas ∆=4²-4.1.(-60)
1hora---60 minutos ∆=16+240
0,25-----x ∆=256
X=15 minutos

Então ele trabalhou 6 horas e 15 minutos

05. Resposta: E.
Como a função do segundo grau, tem raízes -2 e 2:
(x-2)(x+2)=x²-4
A função do primeiro grau, tem o ponto (0, -1) e (2,3)
Y=ax+b
-1=b
3=2a-1 A base pode ser igual a 1:
2a=4 X²-5x+5=1
A=2 X²-5x+4=0
Y=2x-1 ∆=25-16=9

Igualando a função do primeiro grau e a função do se-


gundo grau:
X²-4=2x-1
X²-2x-3=0
∆=4+12=16

36
MATEMÁTICA

A base for -1 desde que o expoente seja par:


X²-5x+5=-1
X²-5x+6=0

∆=25-24=1

Vamos substituir esses dois valores no expoente


X=2:
X²+4x-60
2²+8-60==48
X=3
3²+12-60=-39
Portanto, serão 5 valores.

09. Resposta: A.
Um gráfico de função exponencial não começa do zero, é é uma curva.

10. Resposta: E.
Kx=(x+3)²
Kx=x²+6x+9
X²+(6-k)x+9=0
Para ter uma raiz, ∆=0
∆=b²-4ac
, ∆=(6-k)²-36=0
36-12k+k²-36=0
k²-12k=0
k=0 ou k=12

11. Resposta:C.

GRÁFICOS E TABELAS

Os gráficos e tabelas apresentam o cruzamento entre dois dados relacionados entre si.
A escolha do tipo e a forma de apresentação sempre vão depender do contexto, mas de uma maneira geral um
bom gráfico deve:
-Mostrar a informação de modo tão acurado quanto possível.
-Utilizar títulos, rótulos, legendas, etc. para tornar claro o contexto, o conteúdo e a mensagem.
-Complementar ou melhorar a visualização sobre aspectos descritos ou mostrados numericamente através de tabelas.
-Utilizar escalas adequadas.
-Mostrar claramente as tendências existentes nos dados.

37
MATEMÁTICA

Tipos de gráficos

Barras- utilizam retângulos para mostrar a quantidade.

Barra vertical

Fonte: tecnologia.umcomo.com.br

Barra horizontal

Setor ou pizza- Muito útil quando temos um total e


queremos demonstrar cada parte, separando cada pedaço
como numa pizza.

Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.br

Histogramas
Fonte: educador.brasilescola.uol.com.br
São gráfico de barra que mostram a frequência de uma
variável específica e um detalhe importante que são faixas Linhas- É um gráfico de grande utilidade e muito co-
de valores em x. mum na representação de tendências e relacionamentos
de variáveis

38
MATEMÁTICA

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na Pes-


quisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, rea-
lizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), foram obtidos os dados da taxa de desocupação da
população em idade para trabalhar. Esses dados, em por-
centagem, encontram-se indicados na apresentação gráfi-
ca abaixo, ao longo de trimestres de 2014 a 2017.

Pictogramas – são imagens ilustrativas para tornar mais


fácil a compreensão de todos sobre um tema.

Dentre as alternativas abaixo, assinale a que apresenta


a melhor aproximação para o aumento percentual da taxa
de desocupação do primeiro trimestre de 2017 em relação
à taxa de desocupação do primeiro trimestre de 2014.

(A) 15%.
(B) 25%.
(C) 50%.
(D) 75%.
Da mesma forma, as tabelas ajudam na melhor visua- (E) 90%.
lização de dados e muitas vezes é através dela que vamos
fazer os tipos de gráficos vistos anteriormente. 02. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-
NESP/2017) A tabela seguinte, incompleta, mostra a distri-
Podem ser tabelas simples: buição, percentual e quantitativa, da frota de uma empresa
de ônibus urbanos, de acordo com o tempo de uso destes.
Quantos aparelhos tecnológicos você tem na sua casa?

aparelho quantidade
televisão 3
celular 4
Geladeira 1

Até as tabelas que vimos nos exercícios de raciocínio O número total de ônibus dessa empresa é
lógico
(A) 270.
(B) 250.
(C) 220
(D) 180.
(E) 120.

39
MATEMÁTICA

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- 05. (TCE/PR – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016)
NESP/2017) O gráfico mostra o número de carros vendi-
dos por uma concessionária nos cinco dias subsequentes à
veiculação de um anúncio promocional.

O número médio de carros vendidos por dia nesse pe-


ríodo foi igual a Tendo como referência o gráfico precedente, que mos-
(A) 10. tra os valores, em bilhões de reais, relativos à arrecadação
(B) 9. de receitas e aos gastos com despesas do estado do Paraná
(C) 8. nos doze meses do ano de 2015, assinale a opção correta.
(D) 7. (A) No ano considerado, o segundo trimestre caracte-
(E) 6. rizou-se por uma queda contínua na arrecadação de recei-
tas, situação que se repetiu no trimestre seguinte.
04. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- (B) No primeiro quadrimestre de 2015, houve um pe-
NESP/2017) Uma professora elaborou um gráfico de se- ríodo de queda simultânea dos gastos com despesas e da
tores para representar a distribuição, em porcentagem, dos arrecadação de receitas e dois períodos de aumento simul-
cinco conceitos nos quais foram agrupadas as notas obti- tâneo de gastos e de arrecadação.
das pelos alunos de uma determinada classe em uma prova (C) No último bimestre do ano de 2015, foram regis-
de matemática. Observe que, nesse gráfico, as porcenta- trados tanto o maior gasto com despesas quanto a maior
gens referentes a cada conceito foram substituídas por x arrecadação de receitas.
ou por múltiplos e submúltiplos de x. (D) No ano em questão, janeiro e dezembro foram os
únicos meses em que a arrecadação de receitas foi ultra-
passada por gastos com despesas.
(E) A menor arrecadação mensal de receitas e o menor
gasto mensal com despesas foram verificados, respecti-
vamente, no primeiro e no segundo semestre do ano de
2015.

Analisando o gráfico, é correto afirmar que a medida


do ângulo interno correspondente ao setor circular que re-
presenta o conceito BOM é igual a
(A) 144º.
(B) 135º.
(C) 126º
(D) 117º
(E) 108º.

40
MATEMÁTICA

06. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- 07. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015) A
TEC/2015) Assinale a alternativa que representa a no- distribuição de salários de uma empresa com 30 funcioná-
menclatura dos três gráficos abaixo, respectivamente. rios é dada na tabela seguinte. 

Salário (em salários mínimos) Funcionários


1,8 10
2,5 8
3,0 5
5,0 4
8,0 2
15,0 1

Pode-se concluir que


(A) o total da folha de pagamentos é de 35,3 salários.
(B) 60% dos trabalhadores ganham mais ou igual a 3
salários.
(C) 10% dos trabalhadores ganham mais de 10 salários.
(D) 20% dos trabalhadores detêm mais de 40% da ren-
da total.
(E) 60% dos trabalhadores detêm menos de 30% da
renda total.

08. (TJ/SP – Estatístico Judiciário – VUNESP/2015)


Considere a tabela de distribuição de frequência seguinte,
em que xi é a variável estudada e fi é a frequência absoluta
dos dados.

xi fi
30-35 4
35-40 12
40-45 10
45-50 8
50-55 6
TOTAL 40
Assinale a alternativa em que o histograma é o que
melhor representa a distribuição de frequência da tabela.

(A)
(A) Gráfico de Setores – Gráfico de Barras – Gráfico de
Linha.
(B) Gráfico de Pareto – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Tendência.
(C) Gráfico de Barras – Gráfico de Setores – Gráfico de (B)
Linha.
(D) Gráfico de Linhas – Gráfico de Pizza – Gráfico de
Barras.
(E) Gráfico de Tendência – Gráfico de Setores – Gráfico
de Linha.

(C)

41
MATEMÁTICA

10. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-


PE/2015)

(D)

(E)

09. (DEPEN – Agente Penitenciário Federal – CES-


PE/2015)
A partir das informações e do gráfico apresentados,
julgue o item que se segue.
Se os percentuais forem representados por barras ver-
ticais, conforme o gráfico a seguir, então o resultado será
denominado histograma.

Ministério da Justiça — Departamento Penitenciário


Nacional
— Sistema Integrado de Informações Penitenciárias –
InfoPen,
Relatório Estatístico Sintético do Sistema Prisional Bra-
sileiro,
dez./2013 Internet:<www.justica.gov.br> (com adap-
tações) ( ) Certo ( ) Errado

A tabela mostrada apresenta a quantidade de deten- RESPOSTAS


tos no sistema penitenciário brasileiro por região em 2013.
Nesse ano, o déficit relativo de vagas — que se define pela 01. Resposta: E.
razão entre o déficit de vagas no sistema penitenciário e 13,7/7,2=1,90
a quantidade de detentos no sistema penitenciário — re- Houve um aumento de 90%.
gistrado em todo o Brasil foi superior a 38,7%, e, na média
nacional, havia 277,5 detentos por 100 mil habitantes. 02. Resposta:D
Com base nessas informações e na tabela apresentada, 81+27=108
julgue o item a seguir. 108 ônibus somam 60%(100-35-5)
Em 2013, mais de 55% da população carcerária no Bra- 108-----60
sil se encontrava na região Sudeste. x--------100
x=10800/60=180
( )certo ( ) errado
03. Resposta: C.

42
MATEMÁTICA

04. Resposta: A.
ESTATÍSTICA DESCRITIVA, AMOSTRAGEM,
X+0,5x+4x+3x+1,5x=360 TESTE DE HIPÓTESES E ANÁLISE DE
10x=360
REGRESSÃO
X=36
Como o conceito bom corresponde a 4x: 4x36=144°

05. Resposta: B.
Analisando o primeiro quadrimestre, observamos que os Teste de Hipóteses
dois primeiros meses de receita diminuem e os dois meses Definição: Processo que usa estatísticas amostrais para
seguintes aumentam, o mesmo acontece com a despesa. testar a afirmação sobre o valor de um parâmetro popula-
cional.

Para testar um parâmetro populacional, você deve afir-


mar cuidadosamente um par de hipóteses – uma que re-
presente a afirmação e outra, seu complemento. Quando
uma é falsa, a outra é verdadeira.
Uma hipótese nula H0 é uma hipótese estatística que
contém uma afirmação de igualdade, tal como ≤, =, ≥
A hipótese alternativa Ha é o complemento da hipó-
tese nula. Se H0 for falsa, Ha deve ser verdadeira, e contém
afirmação de desigualdade, como <, ≠, >.

Vamos ver como montar essas hipóteses


Um caso bem simples.

06. Resposta: C.
Como foi visto na teoria, gráfico de barras, de setores
ou pizza e de linha
Assim, fica fácil, se H0 for falsa, Ha é verdadeira
07. Resposta: D. Há uma regrinha para formular essas hipóteses
(A) 1,8x10+2,5x8+3,0x5+5,0x4+8,0x2+15,0x1=104 sa-
lários
(B) 60% de 30=18 funcionários e se juntarmos quem Formulação verbal Formulação Formulação
ganha mais de 3 salários (5+4+2+1=12) H0 Matemática verbal Ha
(C)10% de 30=0,1x30=3 funcionários
E apenas 1 pessoa ganha A média é A média é
(D) 40% de 104=0,4x104= 41,6 ...maior ou igual ...menor que k
20% de 30=0,2x30=6 a k.
5x3+8x2+15x1=46, que já é maior. ... abaixo de k
(E) 60% de 30=0,6x30=18 ....pelo menos k.
30% de 104=0,3x104=31,20da renda: 31,20
...menos que k.
...não menos que k.
08. Resposta: A.
Colocando em ordem crescente: 30-35, 50-55, 45-50, ...menor ou igual ..maior que k
40-45, 35-40, a k.
... acima de k
09. Resposta: CERTA. ....no máximo k.
555----100% ...mais do que
x----55% ...não mais que k. k.
x=305,25
Está correta, pois a região sudeste tem 306 pessoas. ... igual a k. ... não igual
a k.
10. Resposta: ERRADO. .... k.
Como foi visto na teoria, há uma faixa de valores no .... diferente
eixo x e não simplesmente um dado. ...exatamente k. de k.

...não k.
Referências
http://www.galileu.esalq.usp.br

43
MATEMÁTICA

Exemplo: Um fabricante de torneiras anuncia que o 58 2


índice médio de fluxo de água de certo tipo de torneira é
menor que 2,5 galões por minuto. 60 2
Total 20

Distribuição de frequência com intervalos de classe:


Quando o tamanho da amostra é elevado é mais racional
Referências efetuar o agrupamento dos valores em vários intervalos de
Larson, Ron. Estatística Aplicada. 4ed – São Paulo: Pear- classe.
son Prentice Hall, 2010.

Frequências Classes Frequências


A primeira fase de um estudo estatístico consiste em 41 |------- 45 7
recolher, contar e classificar os dados pesquisados sobre
uma população estatística ou sobre uma amostra dessa 45 |------- 49 3
população. 49 |------- 53 4

Frequência Absoluta 53 |------- 57 1


É o número de vezes que a variável estatística assume 57 |------- 61 5
um valor. Total 20
Frequência Relativa
Média aritmética
É o quociente entre a frequência absoluta e o número
Média aritmética de um conjunto de números é o valor
de elementos da amostra.
que se obtém dividindo a soma dos elementos pelo núme-
Na tabela a seguir, temos exemplo dos dois tipos:
ro de elementos do conjunto.
Representemos a média aritmética por .
A média pode ser calculada apenas se a variável envol-
vida na pesquisa for quantitativa. Não faz sentido calcular a
média aritmética para variáveis quantitativas.
Na realização de uma mesma pesquisa estatística entre
diferentes grupos, se for possível calcular a média, ficará
mais fácil estabelecer uma comparação entre esses grupos
e perceber tendências.
Considerando uma equipe de basquete, a soma das al-
turas dos jogadores é:
Distribuição de frequência sem intervalos de classe:
É a simples condensação dos dados conforme as repeti-
ções de seu valores. Para um ROL  de tamanho razoável
esta distribuição de frequência é inconveniente, já que exi- Se dividirmos esse valor pelo número total de jogado-
ge muito espaço. Veja exemplo abaixo: res, obteremos a média aritmética das alturas:

Dados Frequência
41 3
42 2 A média aritmética das alturas dos jogadores é 2,02m.

43 1 Média Ponderada
44 1 A média dos elementos do conjunto numérico A relati-
va à adição e na qual cada elemento tem um “determinado
45 1
peso” é chamada média aritmética ponderada.
46 2
50 2
51 1
52 1 Mediana (Md)
Sejam os valores escritos em rol:
54 1
57 1

44
MATEMÁTICA

1. Sendo n ímpar, chama-se mediana o termo tal Seja o conjunto de números , tal que é
que o número de termos da sequência que precedem é
igual ao número de termos que o sucedem, isto é, é termo sua média aritmética. Chama-se variância desse conjunto,
médio da sequência ( ) em rol.
e indica-se por , o número:
2. Sendo n par, chama-se mediana o valor obtido
pela média aritmética entre os termos e , tais que o
Isto é:
número de termos que precedem é igual ao número de
termos que sucedem , isto é, a mediana é a média arit-
mética entre os termos centrais da sequência ( ) em rol.
E para amostra
Exemplo 1:
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{12, 3, 7, 10, 21, 18, 23}

Solução:
Exemplo 1:
Escrevendo os elementos do conjunto em rol, tem-se: (3,
Em oito jogos, o jogador A, de bola ao cesto, apresen-
7, 10, 12, 18, 21, 23). A mediana é o termo médio desse rol.
tou o seguinte desempenho, descrito na tabela abaixo:
Logo: Md=12
Resposta: Md=12.
Jogo Número de pontos
Exemplo 2: 1 22
Determinar a mediana do conjunto de dados:
{10, 12, 3, 7, 18, 23, 21, 25}. 2 18
3 13
Solução:
Escrevendo-se os elementos do conjunto em rol, tem-se: 4 24
(3, 7, 10, 12, 18, 21, 23, 25). A mediana é a média aritmé- 5 26
tica entre os dois termos centrais do rol.
6 20
Logo: 7 19
8 18
Resposta: Md=15
a) Qual a média de pontos por jogo?
Moda (Mo) b) Qual a variância do conjunto de pontos?
Num conjunto de números: , chama-se
moda aquele valor que ocorre com maior frequência.
Solução:
a) A média de pontos por jogo é:
Observação:
A moda pode não existir e, se existir, pode não ser única.

Exemplo 1:
O conjunto de dados 3, 3, 8, 8, 8, 6, 9, 31 tem moda igual
a 8, isto é, Mo=8.

Exemplo 2: b) A variância é:
O conjunto de dados 1, 2, 9, 6, 3, 5 não tem moda.

Medidas de dispersão
Duas distribuições de frequência com medidas de ten-
dência central semelhantes podem apresentar característi-
cas diversas. Necessita-se de outros índices numéricas que
informem sobre o grau de dispersão ou variação dos dados Desvio médio
em torno da média ou de qualquer outro valor de concen- Definição
tração. Esses índices são chamados medidas de dispersão. Medida da dispersão dos dados em relação à média de
uma sequência. Esta medida representa a média das dis-
Variância tâncias entre cada elemento da amostra e seu valor médio.
Há um índice que mede a “dispersão” dos elementos de
um conjunto de números em relação à sua média aritmética,
e que é chamado de variância. Esse índice é assim definido:

45
MATEMÁTICA

Desvio padrão Número de Número de candidatos


Definição acertos
Seja o conjunto de números , tal que é
sua média aritmética. Chama-se desvio padrão desse con- 5 204
junto, e indica-se por , o número: 4 132
3 96
2 78
1 66
Isto é: 0 24

A média de acertos por prova foi de


(A) 3,57.
(B) 3,43
(C) 3,32.
Exemplo: (D) 3,25.
As estaturas dos jogadores de uma equipe de basque- (E) 3,19.
tebol são: 2,00 m; 1,95 m; 2,10 m; 1,90 m e 2,05 m. Calcular:
a) A estatura média desses jogadores. 03. (PREF. GUARULHOS/SP – Assistente de Gestão
b) O desvio padrão desse conjunto de estaturas. Escolar – VUNESP/2016) Certa escola tem 15 classes no
período matutino e 10 classes no período vespertino. O
Solução: número médio de alunos por classe no período matutino
é 20, e, no período vespertino, é 25. Considerando os dois
Sendo a estatura média, temos: períodos citados, a média aritmética do número de alunos
por classe é
(A) 24,5.
(B) 23.
Sendo o desvio padrão, tem-se: (C) 22,5.
(D) 22.
(E) 21.

04. (SEGEP/MA – Técnico da Receita Estadual –


FCC/2016) Para responder à questão, considere as infor-
QUESTÕES mações abaixo.
Três funcionários do Serviço de Atendimento ao Clien-
01. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- te de uma loja foram avaliados pelos clientes que atribuí-
NESP/2017) Uma empresa tem 120 funcionários no total: ram uma nota (1; 2; 3; 4; 5) para o atendimento recebido. A
70 possuem curso superior e 50 não possuem curso supe- tabela mostra as notas recebidas por esses funcionários em
rior. Sabe-se que a média salarial de toda a empresa é de um determinado dia.
R$ 5.000,00, e que a média salarial somente dos funcioná-
rios que possuem curso superior é de R$ 6.000,00. Desse
modo, é correto afirmar que a média salarial dos funcioná-
rios dessa empresa que não possuem curso superior é de
(A) R$ 4.000,00.
(B) R$ 3.900,00.
(C) R$ 3.800,00.
(D) R$ 3.700,00. Considerando a avaliação média individual de cada
(E) R$ 3.600,00. funcionário nesse dia, a diferença entre as médias mais
próximas é igual a
02. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- (A) 0,32.
NESP/2017) Leia o enunciado a seguir para responder a (B) 0,21.
questão. (C) 0,35.
A tabela apresenta o número de acertos dos 600 candi- (D) 0,18.
datos que realizaram a prova da segunda fase de um con- (E) 0,24.
curso, que continha 5 questões de múltipla escolha

46
MATEMÁTICA

05. (UFES – Assistente em Administração – 07. (COSANPA - Químico – FADESP/2017) Algumas


UFES/2017) Considere n números x1, x2, … , xn, em que x1 ≤ Determinações do teor de sódio em água (em mg L-1) fo-
x2 ≤ ⋯ ≤ xn . A mediana desses números é igual a x(n + 1)/2, ram executadas (em triplicata) paralelamente por quatro
se n for ímpar, e é igual à média aritmética de xn ⁄ 2 e x(n + laboratórios e os resultados são mostrados na tabela abai-
2)/2, se n for par. Uma prova composta por 5 questões foi xo.
aplicada a uma turma de 24 alunos. A tabela seguinte rela-
ciona o número de acertos obtidos na prova com o número Replicatas Laboratório
de alunos que obtiveram esse número de acertos.
1 2 3 4
Número de acertos Número de 1 30,3 30,9 30,3 30,5
alunos 2 30,4 30,8 30,7 30,4
0 4 3 30,0 30,6 30,4 30,7
1 5 Média 30,20 30,77 30,47 30,53
2 4 Desvio 0,20 0,15 0,21 0,15
3 3 Padrão
4 5
Utilize essa tabela para responder à questão.
5 3 O laboratório que apresenta o maior erro padrão é o
de número
A penúltima linha da tabela acima, por exemplo, indica (A) 1.
que 5 alunos tiveram, cada um, um total de 4 acertos na (B) 2.
prova. A mediana dos números de acertos é igual a (C) 3.
(D) 4.
(A) 1,5
(B) 2 08. (ANAC – Analista Administrativo- ESAF/2016)
(C) 2,5 Os valores a seguir representam uma amostra
(D) 3
(E) 3,5 331546248

06. (UFAL – Auxiliar de Biblioteca – COPEVE/2016) Então, a variância dessa amostra é igual a
A tabela apresenta o número de empréstimos de livros de (A) 4,0
uma biblioteca setorial de um Instituto Federal, no primeiro (B) 2,5.
semestre de 2016. (C) 4,5.
(D) 5,5
Mës Empréstimos (E) 3,0

Janeiro 15 09. (MPE/SP – Oficial de Promotoria I – VU-


Fevereiro 25 NESP/2016) A média de salários dos 13 funcionários de
uma empresa é de R$ 1.998,00. Dois novos funcionários
Março 22 foram contratados, um com o salário 10% maior que o do
Abril 30 outro, e a média salarial dos 15 funcionários passou a ser
Maio 28 R$ 2.013,00. O menor salário, dentre esses dois novos fun-
cionários, é igual a
Junho 15 (A)) R$ 2.002,00.
(B) R$ 2.006,00.
Dadas as afirmativas, (C) R$ 2.010,00.
I. A biblioteca emprestou, em média, 22,5 livros por (D) R$ 2.004,00.
mês. (E) R$ 2.008,00.
II. A mediana da série de valores é igual a 26.
III. A moda da série de valores é igual a 15. 10. (PREF. DE NITERÓI – Agente Fazendário –
FGV/2015) Os 12 funcionários de uma repartição da pre-
Verifica-se que está(ão) correta(s) feitura foram submetidos a um teste de avaliação de co-
(A) II, apenas. nhecimentos de computação e a pontuação deles, em uma
(B) III, apenas. escala de 0 a 100, está no quadro abaixo.
(C) I e II, apenas.
(D) I e III, apenas. 50 55 55 55 55 60
(E) I, II e III. 62 63 65 90 90 100

47
MATEMÁTICA

O número de funcionários com pontuação acima da 05.Resposta: B.


média é: Como 24 é um número par, devemos fazer a segunda
(A) 3; regra:
(B) 4;
(C) 5;
(D) 6;
(E) 7.

06. Resposta: D.
RESPOSTAS

01. Resposta: E. Mediana


S=cursam superior Vamos colocar os números em ordem crescente
M=não tem curso superior

15,15,22,25,28,30

S+M=600000 Moda é o número que mais aparece, no caso o 15.

07. Resposta: C.
Como o desvio padrão é maior no 3, o erro padrão é
S=420000 proporcional, portanto também é maior em 3.
M=600000-420000=180000
08. Resposta: C.

02. Resposta:B.

03. Resposta: D.

09. Resposta: C.
M=300 Vamos chamar de x a soma dos salários dos 13 funcio-
nários
x/13=1998
X=13.1998
V=250 X=25974
Vamos chamar de y o funcionário contratado com me-
nor valor e, portanto, 1,1y o com 10% de salário maior, pois
ele ganha y+10% de y
Y+0,1y=1,1y
04. Resposta: B. (x+y+1,1y)/15=2013
25974+2,1y=15∙2013
2,1y=30195-25974
2,1y=4221
Y=2010

10. Resposta: A.

3,36-3,15=0,21 M=66,67
Apenas 3 funcionários estão acima da média.

48
MATEMÁTICA

Ângulo Reto:

GEOMETRIA - É o ângulo cuja medida é 90º;


- É aquele cujos lados se apoiam em retas perpendi-
culares.

Ângulos

Denominamos ângulo a região do plano limitada por


duas semirretas de mesma origem. As semirretas recebem
o nome de lados do ângulo e a origem delas, de vértice do
ângulo.

Triângulo

Elementos

Mediana
Mediana de um triângulo é um segmento de reta que
liga um vértice ao ponto médio do lado oposto.
Na figura, é uma mediana do ABC.
Ângulo Agudo: É o ângulo, cuja medida é menor do Um triângulo tem três medianas.
que 90º.

A bissetriz de um ângulo interno de um triângulo in-


tercepta o lado oposto

Bissetriz interna de um triângulo é o segmento da


Ângulo Obtuso: É o ângulo cuja medida é maior do bissetriz de um ângulo do triângulo que liga um vértice a
que 90º. um ponto do lado oposto.
Na figura, é uma bissetriz interna do .
Um triângulo tem três bissetrizes internas.

Ângulo Raso:

- É o ângulo cuja medida é 180º;


- É aquele, cujos lados são semi-retas opostas.
Altura de um triângulo é o segmento que liga um vér-
tice a um ponto da reta suporte do lado oposto e é perpen-
dicular a esse lado.

Na figura, é uma altura do .

Um triângulo tem três alturas.

49
MATEMÁTICA

Triângulo isósceles: Pelo menos dois lados iguais.

Mediatriz de um segmento de reta é a reta perpen-


dicular a esse segmento pelo seu ponto médio.

Na figura, a reta m é a mediatriz de .

Triângulo equilátero: três lados iguais.

Quanto aos ângulos

Triângulo acutângulo:tem os três ângulos agudos


Mediatriz de um triângulo é uma reta do plano do
triângulo que é mediatriz de um dos lados desse triângulo.
Na figura, a reta m é a mediatriz do lado do .
Um triângulo tem três mediatrizes.

Triângulo retângulo:tem um ângulo reto

Classificação

Quanto aos lados

Triângulo escaleno:três lados desiguais.

Triângulo obtusângulo: tem um ângulo obtuso

50
MATEMÁTICA

Áreas

1- Trapézio: , onde B é a medida da base


maior, b é a medida da base menor e h é medida da altura.
2- Paralelogramo: A = b.h, onde b é a medida da
base e h é a medida da altura.
3- Retângulo: A = b.h

4- Losango: , onde D é a medida da diagonal


maior e d é a medida da diagonal menor.
Desigualdade entre Lados e ângulos dos triângulos 5- Quadrado: A = l2, onde l é a medida do lado.
Num triângulo o comprimento de qualquer lado é me-
nor que a soma dos outros dois. Em qualquer triângulo, ao Polígono
maior ângulo opõe-se o maior lado, e vice-versa. Chama-se polígono a união de segmentos que são
chamados lados do polígono, enquanto os pontos são cha-
QUADRILÁTEROS mados vértices do polígono.

Quadrilátero é todo polígono com as seguintes pro-


priedades:

- Tem 4 lados.
- Tem 2 diagonais.
- A soma dos ângulos internos Si = 360º
- A soma dos ângulos externos Se = 360º

Trapézio: É todo quadrilátero tem dois paralelos.

Diagonal de um polígono é um segmento cujas extre-


midades são vértices não-consecutivos desse polígono.

- é paralelo a

- Losango: 4 lados congruentes


- Retângulo: 4 ângulos retos (90 graus)
- Quadrado: 4 lados congruentes e 4 ângulos retos.

Número de Diagonais

- Observações:

- No retângulo e no quadrado as diagonais são


congruentes (iguais)
- No losango e no quadrado as diagonais são per-
pendiculares entre si (formam ângulo de 90°) e são bisse-
trizes dos ângulos internos (dividem os ângulos ao meio).

51
MATEMÁTICA

Ângulos Internos Semelhança de Triângulos


A soma das medidas dos ângulos internos de um polí- Dois triângulos são semelhantes se, e somente se, os
gono convexo de n lados é (n-2).180 seus ângulos internos tiverem, respectivamente, as mesmas
Unindo um dos vértices aos outros n-3, conveniente- medidas, e os lados correspondentes forem proporcionais.
mente escolhidos, obteremos n-2 triângulos. A soma das
medidas dos ângulos internos do polígono é igual à soma Casos de Semelhança
das medidas dos ângulos internos dos n-2 triângulos. 1º Caso:AA(ângulo-ângulo)
Se dois triângulos têm dois ângulos congruentes de vérti-
ces correspondentes, então esses triângulos são congruentes.

Ângulos Externos

2º Caso: LAL(lado-ângulo-lado)
Se dois triângulos têm dois lados correspondentes
proporcionais e os ângulos compreendidos entre eles con-
gruentes, então esses dois triângulos são semelhantes.

A soma dos ângulos externos=360°

Teorema de Tales
Se um feixe de retas paralelas tem duas transversais, en-
tão a razão de dois segmentos quaisquer de uma transversal
é igual à razão dos segmentos correspondentes da outra.
Dada a figura anterior, O Teorema de Tales afirma que
são válidas as seguintes proporções:

3º Caso: LLL(lado-lado-lado)
Se dois triângulos têm os três lado correspondentes pro-
porcionais, então esses dois triângulos são semelhantes.
Exemplo

52
MATEMÁTICA

Razões Trigonométricas no Triângulo Retângulo Neste triângulo, temos que: c²=a²+b²


Dividindo os membros por c²
Considerando o triângulo retângulo ABC.

Como

Todo triângulo que tem um ângulo reto é denominado


triangulo retângulo.
O triângulo ABC é retângulo em A e seus elementos são:
Temos:

a: hipotenusa
b e c: catetos
h:altura relativa à hipotenusa
m e n: projeções ortogonais dos catetos sobre a hipo-
tenusa

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Chamamos relações métricas as relações existentes en-
tre os diversos segmentos desse triângulo. Assim:

1. O quadrado de um cateto é igual ao produto da


Fórmulas Trigonométricas hipotenusa pela projeção desse cateto sobre a hipotenusa.

Relação Fundamental
Existe uma outra importante relação entre seno e cos-
seno de um ângulo. Considere o triângulo retângulo ABC.
2. O produto dos catetos é igual ao produto da hipo-
tenusa pela altura relativa à hipotenusa.

3. O quadrado da altura é igual ao produto das pro-


jeções dos catetos sobre a hipotenusa.

53
MATEMÁTICA

4. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos QUESTÕES


quadrados dos catetos (Teorema de Pitágoras).
01. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá-
rios- VUNESP/2017) Um terreno retangular ABCD, com 40
m de largura por 60 m de comprimento, foi dividido em
Posições Relativas de Duas Retas três lotes, conforme mostra a figura.
Duas retas no espaço podem pertencer a um mesmo
plano. Nesse caso são chamadas retas coplanares. Podem
também não estar no mesmo plano. Nesse caso, são deno-
minadas retas reversas.

Retas Coplanares
a) Concorrentes: r e s têm um único ponto comum

-Duas retas concorrentes podem ser: Sabendo-se que EF = 36 m e que a área do lote 1 é
864 m², o perímetro do lote 2 é
1. Perpendiculares: r e s formam ângulo reto.
(A) 100 m.
(B) 108 m.
2. Oblíquas:r e s não são perpendiculares. (C) 112 m.
(D) 116 m.
(E) 120 m.

02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)


Considere um triângulo retângulo de catetos medindo
3m e 5m. Um segundo triângulo retângulo, semelhante
ao primeiro, cuja área é o dobro da área do primeiro, terá
como medidas dos catetos, em metros:
b) Paralelas: r e s não têm ponto comum ou r e s são (A) 3 e 10.
coincidentes. (B) 3√2 e 5√2 .
(C) 3√2 e 10√2 .
(D) 5 e 6.
(E) 6 e 10.

03. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, encontra-se representada uma cinta esticada
passando em torno de três discos de mesmo diâmetro e
tangentes entre si.

54
MATEMÁTICA

Considerando que o diâmetro de cada disco é 8, o 06. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária
comprimento da cinta acima representada é - MSCONCURSOS/2017) O triângulo retângulo em B, a
(A) 8/3 π + 8 . seguir, de vértices A, B e C, representa uma praça de uma
(B) 8/3 π + 24. cidade. Qual é a área dessa praça?
(C) 8π + 8 .
(D) 8π + 24.
(E) 16π + 24.

04. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Na


figura abaixo, ABCD é um quadrado de lado 10; E, F, G e H
são pontos médios dos lados do quadrado ABCD e são os
centros de quatro círculos tangentes entre si.
(A) 120 m²
(B) 90 m²
(C) 60 m²
(D) 30 m²

07. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) A figura, com dimensões indicadas em centíme-
tros, mostra um painel informativo ABCD, de formato retan-
gular, no qual se destaca a região retangular R, onde x > y.

A área da região sombreada, da figura acima apresen-


tada, é
(A) 100 - 5π .
(B) 100 - 10π .
(C) 100 - 15π .
(D) 100 - 20π .
(E) 100 - 25π .
Sabendo-se que a razão entre as medidas dos lados
05. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) No correspondentes do retângulo ABCD e da região R é igual
cubo de aresta 10, da figura abaixo, encontra-se represen- a 5/2 , é correto afirmar que as medidas, em centímetros,
tado um plano passando pelos vértices B e C e pelos pon- dos lados da região R, indicadas por x e y na figura, são,
tos P e Q, pontos médios, respectivamente, das arestas EF respectivamente,
e HG, gerando o quadrilátero BCQP.
(A) 80 e 64.
(B) 80 e 62.
(C) 62 e 80.
(D) 60 e 80.
(E) 60 e 78.

08. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário – VU-


NESP/2017) O piso de um salão retangular, de 6 m de
comprimento, foi totalmente coberto por 108 placas qua-
dradas de porcelanato, todas inteiras. Sabe-se que quatro
placas desse porcelanato cobrem exatamente 1 m2 de
A área do quadrilátero BCQP, da figura acima, é piso. Nessas condições, é correto afirmar que o perímetro
desse piso é, em metros, igual a
(A) 25√5. (A) 20.
(B) 50√2. (B) 21.
(C) 50√5. (C) 24.
(D) 100√2 . (D) 27.
(E) 100√5. (E) 30.

55
MATEMÁTICA

09. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi- 12. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –
sor – FGV/2017) O proprietário de um terreno retangular MSCONCURSOS/2017) Fábio precisa comprar arame para
resolveu cercá-lo e, para isso, comprou 26 estacas de ma- cercar um terreno no formato a seguir, retângulo em B e C.
deira. Colocou uma estaca em cada um dos quatro cantos Considerando que ele dará duas voltas com o arame no ter-
do terreno e as demais igualmente espaçadas, de 3 em 3 reno e que não terá perdas, quantos metros ele irá gastar?
metros, ao longo dos quatro lados do terreno. (considere √3 =1,7; sen30º=0,5; cos30º=0,85; tg30º=0,57).
O número de estacas em cada um dos lados maiores
do terreno, incluindo os dois dos cantos, é o dobro do nú-
mero de estacas em cada um dos lados menores, também
incluindo os dois dos cantos.
A área do terreno em metros quadrados é:
(A) 240;
(B) 256;
(C) 324; (A) 64,2 m
(D) 330; (B) 46,2 m
(E) 372. (C) 92,4 m
(D) 128,4 m
10. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário- VU-
NESP/2017) A figura seguinte, cujas dimensões estão in-
dicadas em metros, mostra as regiões R1 e R2 , ambas com
formato de triângulos retângulos, situadas em uma praça
e destinadas a atividades de recreação infantil para faixas
etárias distintas.

Respostas

01. Resposta: D.

Se a área de R1 é 54 m², então o perímetro de R2 é, em


metros, igual a

(A) 54.
(B) 48.
(C) 36.
(D) 40.
(E) 42.

11. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária –


MSCONCURSOS/2017)

Seja a expressão definida em


0< x < π/2 . Ao simplificá-la, obteremos:

(A) 1
(B) sen²x
(C) cos²x
(D) 0

96h=1728
H=18

56
MATEMÁTICA

Como I é um triângulo: O ladao AF e AE medem 5, cada um, pois F e E é o


60-36=24 ponto Médio
X²=24²+18² X²=5²+5²
X²=576+324 X²=25+25
X²=900 X²=50
X=30 X=5√2
Como h=18 e AD é 40, EG=22 X é o diâmetro do círculo, como temos 4 semi círculos,
temos 2 círculos inteiros.
Perímetro lote 2: 40+22+24+30=116
A área de um círculo é
02. Resposta: B.

A sombreada=100-25π

05. Resposta: C.
CQ é hipotenusa do triângulo GQC.
01. CQ²=10²+5²
CQ²=100+25
CQ²=125
CQ=5√5
A área do quadrilátero seria CQ⋅BC
A=5√5⋅10=50√5
Lado=3√2
Outro lado =5√2 06. Resposta: C
Para saber a área, primeiro precisamos descobrir o x.
03. Resposta: D.
17²=x²+8²
Observe o triângulo do meio, cada lado é exatamente 289=x²+64
a mesma medida da parte reta da cinta. X²=225
Que é igual a 2 raios, ou um diâmetro, portanto o lado X=15
esticado tem 8x3=24 m
A parte do círculo é igual a 120°, pois é 1/3 do círculo, 07. Resposta: A.
como são três partes, é a mesma medida de um círculo.
O comprimento do círculo é dado por: 2πr=8π
Portanto, a cinta tem 8π+24
5y=320
04. Resposta: E.
Y=64
Como o quadrado tem lado 10,a área é 100.

5x=400
X=80

08. Resposta: B.
108/4=27m²
6x=27
X=27/6

O perímetro seria

57
MATEMÁTICA

09. Resposta: C.
Número de estacas: x
X+x+2x+2x-4=26 obs: -4 é porque estamos contan-
do duas vezes o canto
6x=30
X=5 X=6
Temos 5 estacas no lado menor, como são espaçadas
a cada 3m
4 espaços de 3m=12m
Lado maior 10 estacas
9 espaços de 3 metros=27m
A=12⋅27=324 m²
Y=10,2
10. Resposta: B. 2 voltas=2(12+18+10,2+6+18)=128,4m

Cilindros
Considere dois planos, α e β, paralelos, um círculo de
centro O contido num deles, e uma reta s concorrente com
os dois.
Chamamos cilindro o sólido determinado pela reunião
9x=108 de todos os segmentos paralelos a s, com extremidades no
X=12 círculo e no outro plano.

Para encontrar o perímetro do triângulo R2:

Classificação
Y²=16²+12² Reto: Um cilindro se diz reto ou de revolução quando
Y²=256+144=400 as geratrizes são perpendiculares às bases.
Y=20 Quando a altura é igual a 2R(raio da base) o cilindro é
equilátero.
Perímetro: 16+12+20=48 Oblíquo: faces laterais oblíquas ao plano da base.

11. Resposta: C.

1-cos²x=sen²x

12. Resposta: D. Área


Área da base: Sb=πr²

58
MATEMÁTICA

Volume Pirâmides
As pirâmides são também classificadas quanto ao nú-
mero de lados da base.

Cones
Na figura, temos um plano α, um círculo contido em α,
um ponto V que não pertence ao plano.
A figura geométrica formada pela reunião de todos os
segmentos de reta que tem uma extremidade no ponto V
e a outra num ponto do círculo denomina-se cone circular.

Área e Volume
Área lateral:
Onde n= quantidade de lados

Classificação Prismas
-Reto:eixo VO perpendicular à base; Considere dois planos α e β paralelos, um polígono R
Pode ser obtido pela rotação de um triângulo retângu- contido em α e uma reta r concorrente aos dois.
lo em torno de um de seus catetos. Por isso o cone reto é
também chamado de cone de revolução.
Quando a geratriz de um cone reto é 2R, esse cone é
denominado cone equilátero.

Chamamos prisma o sólido determinado pela reunião


de todos os segmentos paralelos a r, com extremidades no
polígono R e no plano β.

-Oblíquo: eixo não é perpendicular

Área
Área lateral:
Área da base:
Área total:

Volume

59
MATEMÁTICA

Assim, um prisma é um poliedro com duas faces con-


gruentes e paralelas cujas outras faces são paralelogramos
obtidos ligando-se os vértices correspondentes das duas
faces paralelas.

Classificação

Reto: Quando as arestas laterais são perpendiculares


às bases
Oblíquo: quando as faces laterais são oblíquas à base.

Cubo é todo paralelepípedo retângulo com seis faces


quadradas.

Classificação pelo polígono da base Prisma Regular


Se o prisma for reto e as bases forem polígonos regu-
lares, o prisma é dito regular.
As faces laterais são retângulos congruentes e as bases
são congruentes (triângulo equilátero, hexágono regular,...)

Área
Área cubo:
Área paralelepípedo:
A área de um prisma:
-Triangular Onde: St=área total
Sb=área da base
Sl=área lateral, soma-se todas as áreas das faces late-
-Quadrangular rais.

Volume
Paralelepípedo:V=a.b.c
Cubo:V=a³
Demais:

QUESTÕES

01. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017) Um


cilindro reto de altura h tem volume V. Para que um cone
reto com base igual a desse cilindro tenha volume V, sua
E assim por diante... altura deve ser igual a
(A) 1/3h.
Paralelepípedos (B) 1/2h.
Os prismas cujas bases são paralelogramos denomi- (C) 2/3h.
nam-se paralelepípedos. (D) 2h.
(E) 3h.

60
MATEMÁTICA

02. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária – 05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE-
MSCONCURSOS/2017) Qual é o volume de uma lata de GO/2017) Frederico comprou um aquário em formato de
óleo perfeitamente cilíndrica, cujo diâmetro é 8 cm e a al- paralelepípedo, contendo as seguintes dimensões:
tura é 20 cm? (use π=3)
(A) 3,84 l
(B) 96 ml
(C) 384 ml
(D) 960 ml

03. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU-


NESP/2017) Inicialmente, um reservatório com formato
de paralelepípedo reto retângulo deveria ter as medidas
indicadas na figura. Estando o referido aquário completamente cheio, a sua
capacidade em litros é de:
(A) 0,06 litros.
(B) 0,6 litros.
(C) 6 litros.
(D) 0,08 litros.
(E) 0,8 litros.

06. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU-


NESP/2017) As figuras seguintes mostram os blocos de
madeira A, B e C, sendo A e B de formato cúbico e C com
formato de paralelepípedo reto retângulo, cujos respecti-
vos volumes, em cm³, são representados por VA, VB e VC.

Em uma revisão do projeto, foi necessário aumentar


em 1 m a medida da largura, indicada por x na figura, man-
tendo-se inalteradas as demais medidas. Desse modo, o
volume inicialmente previsto para esse reservatório foi au-
mentado em
(A) 1 m³ .
(B) 3 m³ .
(C) 4 m³ .
(D) 5 m³ .
(E) 6 m³ .
Se VA + VB = 1/2 VC , então a medida da altura do
04. (CÂMARA DE SUMARÉ – Escriturário - VU- bloco C, indicada por h na figura, é, em centímetros, igual a
NESP/2017) A figura mostra cubinhos de madeira, todos (A) 15,5.
de mesmo volume, posicionados em uma caixa com a for- (B) 11.
ma de paralelepípedo reto retângulo. (C) 12,5.
(D) 14.
(E) 16

07. (MPE/GO – Secretário Auxiliar – MPEGO/2017)


Um recipiente na forma de um prisma reto de base quadra-
da, com dimensões internas de 10 cm de aresta da base e
25 cm de altura, está com 20% de seu volume total preen-
chido com água, conforme mostra a figura. (Figura fora de
escala)

Se cada cubinho tem aresta igual a 5 cm, então o volu-


me interno dessa caixa é, em cm³ , igual a
(A) 3000.
(B) 4500.
(C) 6000.
(D) 7500.
(E) 9000.

61
MATEMÁTICA

Para completar o volume total desse recipiente, serão 10. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS-
despejados dentro dele vários copos de água, com 200 mL CONCURSOS/2016) O volume de um cone circular reto,
cada um. O número de copos totalmente cheios necessá- cuja altura é 39 cm, é 30% maior do que o volume de um
rios para completar o volume total do prisma será: cilindro circular reto. Sabendo que o raio da base do cone
(A) 8 copos é o triplo do raio da base do cilindro, a altura do cilindro é:
(B) 9 copos (A) 9 cm
(C) 10 copos (B) 30 cm
(D) 12 copos (C) 60 cm
(E) 15 copos (D) 90 cm

08. (CELG/GT/GO – Analista de Gestão – CSU- Respostas


FG/2017) figura a seguir representa um cubo de aresta a.
01. Resposta:

Volume cilindro=πr²h

Para que seja igual a V, a altura tem que ser igual a 3h

Considerando a pirâmide de base triangular cujos vér-


tices são os pontos B, C, D e G do cubo, o seu volume é
dado por
(A) a³/6 02. Resposta: D
(B) a³/3 V= πr²h
(C) a³/3√3 V=3⋅4²⋅20=960 cm³=960 ml
(D) a³/6√6
03. Resposta:E.
09. (CRBIO – Auxiliar Administrativo – VU- V=2⋅3⋅x=6x
NESP/2017) De um reservatório com formato de parale- Aumentando 1 na largura
lepípedo reto retângulo, totalmente cheio, foram retirados V=2⋅3⋅(x+1)=6x+6
3 m³ de água. Após a retirada, o nível da água restante no Portanto, o volume aumentou em 6.
reservatório ficou com altura igual a 1 m, conforme mostra
a figura. 04. Resposta:E.
São 6 cubos no comprimento: 6⋅5=30
São 4 cubos na largura: 4⋅5=20
3 cubos na altura: 3⋅5=15
V=30⋅20⋅15=9000

05. Resposta: C.
V=20⋅15⋅20=6000cm³=6000ml==6 litros

06. Resposta:C.
VA=125cm³

Desse modo, é correto afirmar que a medida da altura VB=1000cm³


total do reservatório, indicada por h na figura, é, em me-
tros, igual a
(A) 1,8.
(B) 1,75.
(C) 1,7.
(D) 1,65.
(E) 1,6.
180h=2250
H=12,5

62
MATEMÁTICA

07. Resposta: C. Representação da matriz


V=10⋅10⋅25=2500 cm³ Forma explicita (ou forma de tabela)
2500⋅0,2=500cm³ preenchidos. A matriz A é representada indicando-se cada um de seus
Para terminar de completar o volume: elementos por uma letra minúscula acompanhada de dois
2500-500=2000 cm³ índices: o primeiro indica a linha a que pertence o elemen-
2000/200=10 copos to: o segundo indica a coluna a que pertence o elemento,
isto é, o elemento da linha i e da coluna j é indicado por ij.
08. Resposta: A. Assim, a matriz A2 x 3 é representada por:
A base é um triângulo de base a e altura a

Forma abreviada
A matriz A é dada por (aij)m x n e por uma lei que fornece
aij em função de i e j.
A=(aij)2 x 2, onde aij=2i+j

09. Resposta: E.
V=2,5⋅2⋅1=5m³
Como foi retirado 3m³
5+3=2,5⋅2⋅h
8=5h
H=1,6m

10. Resposta: D. Portanto,


Cone
Tipos de Matriz

Matriz linha

Chama-se matriz linha a toda matriz que possui uma


Cilindro única linha.
V=Ab⋅h Assim, [2 3 7] é uma matriz do tipo 1 x 3.
V=πr²h
Como o volume do cone é 30% maior: Matriz coluna
117πr²=1,3 πr²h
H=117/1,3=90 Chama-se matriz coluna a toda matriz que possui uma
única coluna.

Assim, é uma matriz coluna do tipo 2 x 1.


MATRIZ, DETERMINANTES E SISTEMAS
LINEARES Matriz quadrada

Chama-se matriz quadrada a toda matriz que possui


número de linhas igual ao número de colunas. Uma matriz
Matriz quadrada A do tipo n x n é dita matriz quadrada de ordem
Chama-se matriz do tipo m x n, m ∈N* e n∈N*, a toda n e indica-se por An. Exemplo:
tabela de m.n elementos dispostos em m linhas e n colunas.
Indica-se a matriz por uma letra maiúscula e colocar seus
elementos entre parênteses ou entre colchetes como, por
exemplo, a matriz A de ordem 2x3.

Diagonais
Diagonal principal é a sequência tais que i=j, ou seja,
(a11, a22, a33,..)
Diagonal secundária é a sequência dos elementos tais
que i+j=n+1, ou seja, (a1n, a2 n-1,...)

63
MATEMÁTICA

portanto

Propriedades da adição
Comutativa: A + B = B + A
Matriz diagonal Associativa: (A + B) + C = A + (B + C)
Elemento neutro: A + O = O + A = A
Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de Elemento Oposto: A + (-A) = (-A) + A = O
matriz diagonal se, e somente se, todos os elementos que Transposta da soma: (A + B)t = At + Bt
não pertencem à diagonal principal são iguais a zero.
Subtração de matrizes

Sejam A=(aij), B=(bij) e C=(cij), matrizes do mesmo tipo


m x n. Diz-se que C é a diferença A-B, se, e somente se,
C=A+(-B).
Matriz identidade

Uma matriz quadrada de ordem n(n>1) é chamada de


matriz identidade se, e somente se, os elementos da diago-
nal principal são iguais a um e os demais são iguais a zero.

Multiplicação de um número por uma matriz


Matriz nula Considere:
É chamada matriz nula se, e somente se, todos os ele-
mentos são iguais a zero.
Multiplicação de matrizes

O produto (linha por coluna) de uma matriz A = (aij)


por uma matriz B = (bij)p x n é uma matriz C = (cij)m x n,
Matriz Transposta mxp
de modo que cada elemento cij é obtido multiplicando-se
ordenadamente os elementos da linha i de A pelos ele-
Dada a matriz A=(aij) do tipo m x n, chama-se matriz mentos da coluna j de B, e somando-se os produtos assim
transposta de A a matriz do tipo n x m. obtidos.
Dada as matrizes:

Adição de Matrizes

Sejam A= (aij), B=(bij) e C=(cij) matrizes do mesmo tipo


m x n. Diz-se que C é a soma de A com B, e indica-se por Matriz Inversa
A+B.
Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Uma matriz B
é chamada inversa de A se, e somente se,
Dada as matrizes:

64
MATEMÁTICA

Exemplo: Regra 2
Determine a matriz inversa de A.

Solução

Seja

detA= a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a32 a21 a13 - a31 a22 a13 -a12
a21 a33 - a32 a23 a11

Sistema de equações lineares


Um sistema de equações lineares mxn é um conjunto
de m equações lineares, cada uma delas com n incógnitas.
Temos que x=3; y=2; z=1; t=1

Logo,

Determinante
Dada uma matriz quadrada, chama-se determinante o
número real a ela associado.

Cálculo do determinante Em que:


Determinante de ordem 1

Determinante de ordem 2 Sistema Linear 2 x 2


Dada a matriz
O determinante é dado por: Chamamos de sistema linear 2 x 2 o conjunto de equa-
ções lineares a duas incógnitas, consideradas simultanea-
Determinante de ordem 3 mente.
Regra 1: Todo sistema linear 2 x 2 admite a forma geral abaixo:

a1 x + b1 y = c1

a2 + b2 y = c2

Sistema Linear 3x3

Repete a primeira e a segunda coluna


Sistemas Lineares equivalentes

Dois sistemas lineares que admitem o mesmo conjunto


solução são ditos equivalentes. Por exemplo:

São equivalentes, pois ambos têm o mesmo conjunto


solução S={(1,2)}

65
MATEMÁTICA

Denominamos solução do sistema linear toda sequên- Sistema Escalonado


cia ordenada de números reais que verifica, simultanea- Sistema Linear Escalonado é todo sistema no qual as
mente, todas as equações do sistema. incógnitas das equações lineares estão escritas em uma
Dessa forma, resolver um sistema significa encontrar mesma ordem e o 1º coeficiente não-nulo de cada equa-
todas as sequências ordenadas de números reais que satis- ção está à direita do 1º coeficiente não-nulo da equação
façam as equações do sistema. anterior.

Matriz Associada a um Sistema Linear Exemplo


Sistema 2x2 escalonado.
Dado o seguinte sistema:

Sistema 3x3
Matriz incompleta A primeira equação tem três coeficientes não-nulos, a
segunda tem dois e a terceira, apenas um.

Sistema 2x3
Classificação

1. Sistema Possível e Determinado Resolução de um Sistema Linear por Escalonamento

Podemos transformar qualquer sistema linear em um


outro equivalente pelas seguintes transformações elemen-
tares, realizadas com suas equações:
O par ordenado (2, 1) é solução da equação, pois -trocas as posições de duas equações
-Multiplicar uma das equações por um número real di-
ferente de 0.
-Multiplicar uma equação por um número real e adi-
cionar o resultado a outra equação.
Como não existe outro par que satisfaça simultanea- Exemplo
mente as duas equações, dizemos que esse sistema é SP-
D(Sistema Possível e Determinado), pois possui uma única
solução.
2. Sistema Possível e Indeterminado
Inicialmente, trocamos a posição das equações, pois é
conveniente ter o coeficiente igual a 1 na primeira equação.

esse tipo de sistema possui infinitas soluções, os valo-


res de x e y assumem inúmeros valores. Observe o sistema
a seguir, x e y podem assumir mais de um valor, (0,4), (1,3), Depois eliminamos a incógnita x da segunda equação
(2,2), (3,1) e etc.  Multiplicando a equação por -2:

3. Sistema Impossível

Somando as duas equações:

Não existe um par real que satisfaça simultaneamente


as duas equações. Logo o sistema não tem solução, por-
tanto é impossível.

66
MATEMÁTICA

Sistemas com Número de Equações Igual ao Núme-


ro de Incógnitas Assim, .

Quando o sistema linear apresenta nº de equações Substituindo esse valor de y na 1ª equação de (*) e
igual ao nº de incógnitas, para discutirmos o sistema, ini-
cialmente calculamos o determinante D da matriz dos coe- considerando a matriz , cujo determinante é
ficientes (incompleta), e:
- Se D ≠ 0, o sistema é possível e determinado. indicado por Dx = ed – bf, obtemos , D ≠ 0.
- Se D = 0, o sistema é possível e indeterminado ou
impossível.
QUESTÕES
Para identificarmos se o sistema é possível, indetermi-
nado ou impossível, devemos conseguir um sistema esca- 01. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
lonado equivalente pelo método de eliminação de Gauss. IBFC/2017)
Dadas a matriz e a
Exemplos
matriz , assinale a alternativa que apre-
- Discutir, em função de a, o sistema: senta a matriz C que representa a soma da matriz A e B, ou
seja, C = A + B:
x + 3 y = 5

2 x + ay = 1

Resolução

1 3
D= = a−6
2 a

D = 0⇒ a−6 = 0⇒ a = 6
02. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
Assim, para a ≠ 6, o sistema é possível e determinado. IBFC/2017)
Para a ≠ 6, temos:
Dadas a matriz e a matriz ,
x + 3 y = 5
 assinale a alternativa que apresenta a matriz C que repre-
x + 3 y = 5 senta a subtração da matriz A e B, ou seja, C = A - B.
2 x + 6 y = 1 ~
 ← −2 0 x + 0 y = −9

Que é um sistema impossível.


Assim, temos:
a ≠ 6 → SPD (Sistema possível e determinado)
a = 6 → SI (Sistema impossível)

Regra de Cramer

Consideramos os sistema .
03. (POLICIA CIENTÍFICA – Perito Criminal –
Suponhamos que a ≠ 0. Observamos que a matriz in IBFC/2017)

completa desse sistema é , cujo determi- Dada a matriz e a matriz , assi-


nante é indicado por D = ad – bc. nale a alternativa que apresenta a matriz C que representa
o produto da matriz A e B, ou seja, C=A*B.
Se substituirmos em M a 2ª coluna (dos coeficientes de
y) pela coluna dos coeficientes independentes,

obteremos ,cujo determinante é indicado por


Dy = af – ce.

67
MATEMÁTICA

07. (PREF. DE BIGUAÇU/SC – Professor – UNI-


SUL/2016)
Considere

04. (PREF. DE PIRAÚBA/MG – Agente Fiscal de Pos-


turas – MSCONCURSOS/2017)
Sejam as matrizes Assinale a alternativa CORRETA:

(A) A + B = 20
. (B) A - 3B2 = -51
(C) √2A + 1- 5 = -2
A matriz A-B é igual a (D) A/B +1 =23
(E) 3A -2B + 9 = 25

08. (PREF. DE TAQUARITUBA/SP – Professor – INS-


TITUTO EXCELÊNCIA/2016)

Dada a matriz

, assinale a alternativa que te-


nha respectivamente os números dos elementos a12, a23,
a33 e a35.
05. (UNITINS – Assistente Administrativo – UNI- (A) 0, 0, 7, 5.
TINS/2016) (B) 0, 7, 7, 5.
Sejam os determinantes das matrizes (C) 6, 7, 0, 0.
(D) Nenhuma das alternativas.

09. (MGS – Serviços Técnicos Contábeis – IBFC/2015)


Sejam as matrizes quadradas de e então o valor ordem
e , então o valor do
O valor de x²-2xy+y² é igual a
(A) 8 determinante da matriz C = A + B é igual a:
(B) 6 (A) -2
(C) 4 (B) 2
(D) 2 (C) 6
(E) 0 (D) -6

06. (PREF. DE ITAPEMA/SC – Técnico Contábil – MS- 10. (PREF. DE SANTO ANDRÉ – Assistente Econômi-
CONCURSOS/2016) Sabendo que o determinante da co Financeiro – IBAM/2015) Considere as seguintes ma-
trizes:

matriz é 10, então o determinante


da

matriz é: Sendo “a” um número real, para que tenhamos A . B =


C, o valor da variável “a” deverá ser:
(A) um número inteiro, ímpar e primo.
(A) -20 (B) um número inteiro, par, maior que 1 e menor que 5
(B) -10 (C) um número racional, par, maior que 5 e menor que
(C) 3 10.
(D) 20 (D) um número natural, impar, maior que 1 e menor
que 5.

68
MATEMÁTICA

11. (BRDE – Analista de Sistemas – FUNDATE/2015) 05. Resposta:C.


A solução do seguinte sistema linear detA=15+10+4x+6+2x-50=-19
6x=0
X=0

é: detB=0+40-y-0-12y+6=72
-13y=26
(A) S={(0,2,-5)} Y=-2
(B) S={(1,4,1)}
(C) S={(4,0,6)} X²-2xy+y²=0²-0+4=4
(D) S={(3/2 ,6, -7/2)}
(E) Sistema sem solução. 06. Resposta: A.
Observe a primeira coluna: foi multiplicado por 2.
12. (BRDE – Assistente Administrativo – FUNDA- Observe a segunda coluna: foi multiplicada por -1
TEC/2015) A solução do sistema linear Portanto, fazemos as mesmas operações com o deter-
minante: 10.2.-1=-20

é: 07. Resposta: B.
Da primeira matriz, para fazer o determinante, basta
(A) S={(4, ¼)} multiplicar os números da diagonal principal:
(B) S={(3, 3/2 )} detA=-1⋅3⋅2⋅-4=24
(C) S={(3/2 ,3 )}
(D) S={(3,− 3/2 )} A matriz B, devemos multiplicar os números da dia-
(E) S={(1,3/2 )} gonal secundária e multiplicar ainda por -1(pois, quando
fazemos determinante, sempre colocamos o menos antes
13. (SEDUC/PI – Professor – Matemática – NUCE- de fazer a diagonal secundária)
PE/2015) O sistema linear detB=-(-1/2⋅1⋅10⋅-1)=-5
Fazendo por alternativa:
A-A+B=20
24-5=20
é possível e indeterminado se: 19=20(F)

(A) m ≠ 2 e n = 2 . (B) A-3B²=-51


(B) m ≠ 1/2 e n = 2 . 24-3⋅(-5)²=-51
(C) m = 2 e n = 2 . 24-75=-51
(D) m = 1/2 e n = 2 . -51=-51(V)
(E) m = 1/2 e n ≠ 2 .
08. Resposta: A.
A12=0
RESPOSTAS A23=0
A33=7
01. Resposta: E. A35=5

09. Resposta: D.

02. Resposta: E.

03. Resposta: E.

10. Resposta: A.

04. Resposta: A.

69
MATEMÁTICA

m=1/2

a+2=9
a=7
(n-4+9)-(-3+6+2n)=0
11. Resposta: D. n+5-2n-3=0
Da II equação tiramos: -n=-2
X=5+z n=2

Da III equação:
Y=13+2z
SEQUÊNCIAS, PROGRESSÃO
Substituindo na I ARITMÉTICA E GEOMÉTRICA
5+z+2(13+2z)+z=10
5+z+26+4z+z=10
6z=10-31
6z=-21 Sequências
Z=-21/6 Sempre que estabelecemos uma ordem para os ele-
Z=-7/2 mentos de um conjunto, de tal forma que cada elemento
seja associado a uma posição, temos uma sequência.
X=5+z O primeiro termo da sequência é indicado por a1,o se-
gundo por a2, e o n-ésimo por an.

Termo Geral de uma Sequência


Algumas sequências podem ser expressas mediante
uma lei de formação. Isso significa que podemos obter um
12. Resposta: A. termo qualquer da sequência a partir de uma expressão,
que relaciona o valor do termo com sua posição.
Para a posição n(n∈N*), podemos escrever an=f(n)

Progressão Aritmética
Denomina-se progressão aritmética(PA) a sequência
em que cada termo, a partir do segundo, é obtido adicio-
nando-se uma constante r ao termo anterior. Essa constan-
te r chama-se razão da PA.

Somando as duas equações:


Exemplo
144y=36 A sequência (2,7,12) é uma PA finita de razão 5:

-x+28y=3
-x+7=3
-x=3-7
X=4 Classificação
As progressões aritméticas podem ser classificadas de
13. Resposta: D. acordo com o valor da razão r.
Para ser possível e indeterminado, D=Dx=Dy=Dz=0 r<0, PA decrescente
r>0, PA crescente
r=0 PA constante

Propriedades das Progressões Aritméticas


-Qualquer termo de uma PA, a partir do segundo, é a
D=(3m+4m+3)-(3m+6m+2)=0 média aritmética entre o anterior e o posterior.
7m+3-9m-2=0
-2m=-1

70
MATEMÁTICA

-A soma de dois termos equidistantes dos extremos é Em notação matemática temos:


igual à soma dos extremos.

Termo Geral da PA
Podemos escrever os elementos da PA(a1, a2, a3, ..., an,...)
da seguinte forma:

Assim sendo:
Observe que cada termo é obtido adicionando-se ao O primeiro termo desta sucessão é igual a -14.
primeiro número de razões r igual à posição do termo me-
nos uma unidade. Progressão Geométrica
Denomina-se progressão geométrica(PG) a sequência
em que se obtém cada termo, a partir do segundo, multi-
Soma dos Termos de uma Progressão Aritmética plicando o anterior por uma constante q, chamada razão
Considerando a PA finita (6,10, 14, 18, 22, 26, 30, 34). da PG.
6 e 34 são extremos, cuja soma é 40 Exemplo
Dada a sequência: (4, 8, 16)

Numa PA finita, a soma de dois termos equidistantes


dos extremos é igual à soma dos extremos. q=2

Soma dos Termos Classificação


Usando essa propriedade, obtemos a fórmula que per- As classificações geométricas são classificadas assim:
mite calcular a soma dos n primeiros termos de uma pro-
gressão aritmética. - Crescente: Quando cada termo é maior que o ante-
rior. Isto ocorre quando a1 > 0 e q > 1 ou quando a1 < 0 e
0 < q < 1.
- Decrescente: Quando cada termo é menor que o an-
terior. Isto ocorre quando a1 > 0 e 0 < q < 1 ou quando a1
< 0 e q > 1.
- Alternante: Quando cada termo apresenta sinal con-
trário ao do anterior. Isto ocorre quando q < 0.
- Constante: Quando todos os termos são iguais. Isto
ocorre quando q = 1. Uma PG constante é também uma PA
Exemplo de razão r = 0. A PG constante é também chamada de PG
Uma progressão aritmética finita possui 39 termos. O estacionaria.
último é igual a 176 e o central e igual a 81. Qual é o pri- - Singular: Quando zero é um dos seus termos. Isto
meiro termo? ocorre quando a1 = 0 ou q = 0.
Solução
Como esta sucessão possui 39 termos, sabemos que o Termo Geral da PG
termo central é o a20, que possui 19 termos à sua esquerda Pelo exemplo anterior, podemos perceber que cada
e mais 19 à sua direita. Então temos os seguintes dados termo é obtido multiplicando-se o primeiro por uma po-
para solucionar a questão: tência cuja base é a razão. Note que o expoente da razão é
igual à posição do termo menos uma unidade.

Sabemos também que a soma de dois termos equidis- Portanto, o termo geral é:
tantes dos extremos de uma P.A. finita é igual à soma dos
seus extremos. Como esta P.A. tem um número ímpar de
termos, então o termo central tem exatamente o valor de
metade da soma dos extremos.

71
MATEMÁTICA

Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica QUESTÕES


Finita
Seja a PG finita de razão q e de soma 01. (PETROBRAS - Técnico de Enfermagem do Tra-
dos termos Sn: balho Júnior -CESGRANRIO/2017) A soma dos n primei-
1º Caso: q=1 ros termos de uma progressão geométrica é dada por

2º Caso: q≠1 Quanto vale o quarto termo dessa progressão geomé-


trica?
Exemplo
Dada a progressão geométrica (1, 3, 9, 27,..) calcular: (A) 1
a) A soma dos 6 primeiros termos (B) 3
b) O valor de n para que a soma dos n primeiros ter- (C) 27
mos seja 29524 (D) 39
(E) 40
Solução
02. (TJ/RS - Técnico Judiciário – FAURGS/2017)  Para
que a sequência (4x-1 , x² -1, x - 4) forme uma progressão
aritmética, x pode assumir, dentre as possibilidades abaixo,
o valor de
(A) -0,5.
(B) 1,5.
(C) 2.
(D) 4.
(E) 6.

03. (IBGE – Agente Censitário Municipal e Supervi-


sor – FGV/2017) O valor da expressão

2(1 - 2 + 3 - 4 + 5 - 6 + 7- ... + 2015 - 2016 + 2017) é:

(A)2014;
Soma dos Termos de uma Progressão Geométrica (B) 2016;
Infinita (C) 2018;
1º Caso:-1<q<1 (D) 2020;
(E) 2022.
Quando a PG infinita possui soma finita, dizemos que a
série é convergente. 04. (FCEP – Técnico Artístico – AMAUC/2017) Consi-
dere a equação do 1º grau: 2(x - 2) = 3(x/3 + 4) . A raiz da
2º Caso: equação é o segundo termo de uma Progressão Aritmética
A PG infinita não possui soma finita, dizemos que a sé- (P.A.). O primeiro termo da P.A. corresponde aos 3/4 da raiz
rie é divergente da equação. O valor do décimo termo da P.A. é:
(A) 48
3º Caso: (B) 36
Também não possui soma finita, portanto divergente (C) 32
(D) 28
Produto dos termos de uma PG finita (E) 24

05. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação


de Transporte – FCC/2017) Em um experimento, uma
planta recebe a cada dia 5 gotas a mais de água do que
havia recebido no dia anterior. Se no 65° dia ela recebeu
374 gotas de água, no 1° dia do experimento ela recebeu
(A) 64 gotas.
(B) 49 gotas.
(C) 59 gotas.
(D) 44 gotas.
(E) 54 gotas.

72
MATEMÁTICA

06. (ARTESP – Agente de Fiscalização à Regulação RESPOSTAS


de Transporte – FCC/2017) Mantido o mesmo padrão na
sequência infinita 5, 6, 7, 8, 9, 7, 8, 9, 10, 11, 9, 10, 11, 12, 01.Resposta: A.
13, 11, 12, 13, 14, 15, . . . , a soma do 19° e do 31° termos
é igual a
(A) 42.
(B) 31.
(C) 33.
(D) 39. Como S3 é a soma dos 3 primeiros e S4 é a soma dos 4
(E) 36. primeiros termos, se subtrairmos um do outro, obteremos
o 4º termo.
07. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Auxiliar de Necropsia
– IBFC/2017) Considere a seguinte progressão aritmética: 02. Resposta: B.
(23, 29, 35, 41, 47, 53, ...) Para ser uma PA:
Desse modo, o 83.º termo dessa sequência é: X²-1-(4x-1)=x-4-(x²-1)
(A) 137 X²-1-4x+1=x-4-x²+1
(B) 455 X²+x²-4x-x-3=0
(C) 500 2x²-5x-3=0
(D) 515 ∆=25-24=1
(E) 680

08. (CEGAS – Assistente Técnico – IES/2017) Deter-


mine o valor do nono termo da seguinte progressão geo-
métrica (1, 2, 4, 8, ...):
(A) 438 03. Resposta: C.
(B) 512 Os termos ímpares formam uma PA de razão 2 e são os
(C) 256 números ímpares.
(D) 128 Os termos pares formam uma PA de razão -2
Vamos descobrir quantos termos há:
09. (CRF/MT – Agente Administrativo – QUA-
DRIX/2017) Maria criou uma conta no Instagram. No 2017=1+(n-1)⋅2
mesmo dia, quatro pessoas começaram a segui-la. Após 2017=1+2n-2
1 dia, ela já tinha 21 seguidores e após 2 dias, já eram 38 2017=-1+2n
seguidores. Maria percebeu que, a cada dia, ela ganhava 17 2n=2018
seguidores. Mantendo-se essa tendência, ela ultrapassará a n=1009
barreira de 1.000 seguidores após:
(A) 57 dias.
(B) 58 dias.
(C) 59 dias.
(D) 60 dias.
(E) 61 dias. Para a sequência par:
-2016=-2+(n-1)⋅(-2)
10.. (PREF. DE CHOPINZINHO – Procurador Munici- -2016=-2-2n+2
pal – FAU/2016) Com base na sequência numérica a seguir 2n=2016
determine o sexto termo da sequência: N=1008
196 ;169 ;144 ;121 ; ...
(A) 115.
(B) 100.
(C) 81.
(D) 69. 1018081-1017072=1009
(E) 49. 2⋅1009=2018

04. Resposta: A.
Raiz da equação:
2x-4=x+12
X=16 é 0 segundo termo da PA
Primeiro termo:

73
MATEMÁTICA

PA
(12,16,...) PORCENTAGEM
R=16-12=4

=48
Porcentagem é uma fração cujo denominador é 100,
05. Resposta: E.
seu símbolo é (%). Sua utilização está tão disseminada que
a encontramos nos meios de comunicação, nas estatísticas,
em máquinas de calcular, etc.
A1=374-320
Os acréscimos e os descontos é importante saber por-
A1=54
que ajuda muito na resolução do exercício.
06. Resposta: B.
Acréscimo
Observe os números em negrito:
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um deter-
9, 11, 13, 15,...
minado valor, podemos calcular o novo valor apenas multi-
São os números ímpares, a partir do 9 e a cada 5 nú-
plicando esse valor por 1,10, que é o fator de multiplicação.
meros.
Se o acréscimo for de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim
Ou seja, o 9 está na posição 5
por diante. Veja a tabela abaixo:
O 11 está na posição 10 e assim por diante.
O 19º termo, já temos na sequência que é o 14
Seguindo os termos: Acréscimo ou Lucro Fator de
25º termo é o 17 Multiplicação
30º termo é 19 10% 1,10
Como o número seguinte a esses, abaixa duas unida-
des 15% 1,15
O 31º termo é o 17. 20% 1,20
14+17=31
47% 1,47
07. Resposta: D. 67% 1,67
Observe a razão: 29-23=6  
A83=a1+82r     Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 te-
A83=23+82⋅6 mos: 
A83=23+492
A83=515

08. Resposta: C. Desconto


Q=2 No caso de haver um decréscimo, o fator de multipli-
cação será:
    Fator de Multiplicação =  1 - taxa de desconto (na
forma decimal)
    Veja a tabela abaixo:

09. Resposta: C. Desconto Fator de


1000=21+17(n-1) Multiplicação
1000=21+17n-17
1004=17n 10% 0,90
N=59 25% 0,75

10. Resposta: C. 34% 0,66


A sequência tem como base os quadrados perfeitos 60% 0,40
14, 13, 12, 11, 10, 9 90% 0,10
Portanto o 6º termo é o 9²=81
    Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 te-
mos: 

74
MATEMÁTICA

Chamamos de lucro em uma transação comercial de 02. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) A equipe de
compra e venda a diferença entre o preço de venda e o segurança de um Tribunal conseguia resolver mensalmen-
preço de custo. te cerca de 35% das ocorrências de dano ao patrimônio
Lucro=preço de venda -preço de custo nas cercanias desse prédio, identificando os criminosos e
os encaminhando às autoridades competentes. Após uma
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem reestruturação dos procedimentos de segurança, a mes-
de duas formas: ma equipe conseguiu aumentar o percentual de resolução
mensal de ocorrências desse tipo de crime para cerca de
63%. De acordo com esses dados, com tal reestruturação,
a equipe de segurança aumentou sua eficácia no combate
ao dano ao patrimônio em
(A) 35%.
(B) 28%.
(C) 63%.
(DPE/RR – Analista de Sistemas – FCC/2015) Em sala (D) 41%.
de aula com 25 alunos e 20 alunas, 60% desse total está (E) 80%.
com gripe. Se x% das meninas dessa sala estão com gripe,
o menor valor possível para x é igual a 03. (TST – Técnico Judiciário – FCC/2017) Três ir-
(A) 8. mãos, André, Beatriz e Clarice, receberam de uma tia he-
(B) 15. rança constituída pelas seguintes joias: um bracelete de
(C) 10. ouro, um colar de pérolas e um par de brincos de diamante.
(D) 6. A tia especificou em testamento que as joias não deveriam
(E) 12. ser vendidas antes da partilha e que cada um deveria ficar
com uma delas, mas não especificou qual deveria ser dada
Resolução a quem. O justo, pensaram os irmãos, seria que cada um
45------100% recebesse cerca de 33,3% da herança, mas eles achavam
X-------60% que as joias tinham valores diferentes entre si e, além disso,
X=27 tinham diferentes opiniões sobre seus valores. Então, deci-
O menor número de meninas possíveis para ter gripe diram fazer a partilha do seguinte modo:
é se todos os meninos estiverem gripados, assim apenas 2 − Inicialmente, sem que os demais vissem, cada um
meninas estão. deveria escrever em um papel três porcentagens, indican-
do sua avaliação sobre o valor de cada joia com relação ao
valor total da herança.
− A seguir, todos deveriam mostrar aos demais suas
Resposta: C. avaliações.
− Uma partilha seria considerada boa se cada um deles
recebesse uma joia que avaliou como valendo 33,3% da
QUESTÕES herança toda ou mais.
As avaliações de cada um dos irmãos a respeito das
01. (SAP/SP - Agente de Segurança Penitenciária joias foi a seguinte:
- MSCONCURSOS/2017) Um aparelho de televisão que
custa R$1600,00 estava sendo vendido, numa liquidação,
com um desconto de 40%. Marta queria comprar essa te-
levisão, porém não tinha condições de pagar à vista, e o
vendedor propôs que ela desse um cheque para 15 dias,
pagando 10% de juros sobre o valor da venda na liquida-
ção. Ela aceitou e pagou pela televisão o valor de: Assim, uma partilha boa seria se André, Beatriz e Clari-
(A) R$1120,00 ce recebessem, respectivamente,
(B) R$1056,00 (A) o bracelete, os brincos e o colar.
(C) R$960,00 (B) os brincos, o colar e o bracelete.
(D) R$864,00 (C) o colar, o bracelete e os brincos.
(D) o bracelete, o colar e os brincos.
(E) o colar, os brincos e o bracelete.

75
MATEMÁTICA

04. (UTFPR – Técnico de Tecnologia da Informação 08. (CRM/MG – Técnico em Informática- FUN-
– UTFPR/2017) Um retângulo de medidas desconhecidas DEP/2017) Veja, a seguir, a oferta da loja Magazine Bom
foi alterado. Seu comprimento foi reduzido e passou a ser Preço:
2/ 3 do comprimento original e sua largura foi reduzida e
passou a ser 3/ 4 da largura original. Aproveite a Promoção!
Pode-se afirmar que, em relação à área do retângulo Forno Micro-ondas
original, a área do novo retângulo: De R$ 720,00
(A) foi aumentada em 50%. Por apenas R$ 504,00
(B) foi reduzida em 50%.
(C) aumentou em 25%. Nessa oferta, o desconto é de:
(D) diminuiu 25%. (A) 70%.
(E) foi reduzida a 15%. (B) 50%.
(C) 30%.
05. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (D) 10%.
GO/2017) Paulo, dono de uma livraria, adquiriu em uma
editora um lote de apostilas para concursos, cujo valor uni- 09 (CODAR – Recepcionista – EXATUS/2016) Consi-
tário original é de R$ 60,00. Por ter cadastro no referido dere que uma caixa de bombom custava, em novembro, R$
estabelecimento, ele recebeu 30% de desconto na compra. 8,60 e passou a custar, em dezembro, R$ 10,75. O aumento
Para revender os materiais, Paulo decidiu acrescentar 30% no preço dessa caixa de bombom foi de:
sobre o valor que pagou por cada apostila. Nestas condi- (A) 30%.
ções, qual será o lucro obtido por unidade? (B) 25%.
(A) R$ 4,20. (C) 20%.
(B) R$ 5,46. (D) 15%
(C) R$ 10,70.
(D) R$ 12,60. 10. (ANP – Técnico em Regulação de Petróleo e De-
(E) R$ 18,00. rivados – CESGRANRIO/2016) Um grande tanque estava
vazio e foi cheio de óleo após receber todo o conteúdo de
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- 12 tanques menores, idênticos e cheios.
GO/2017) Joana foi fazer compras. Encontrou um vestido Se a capacidade de cada tanque menor fosse 50% maior
de R$ 150,00 reais. Descobriu que se pagasse à vista teria do que a sua capacidade original, o grande tanque seria
um desconto de 35%. Depois de muito pensar, Joana pa- cheio, sem excessos, após receber todo o conteúdo de
gou à vista o tal vestido. Quanto ela pagou? (A) 4 tanques menores
(A) R$ 120,00 reais (B) 6 tanques menores
(B) R$ 112,50 reais (C) 7 tanques menores
(C) R$ 127,50 reais (D) 8 tanques menores
(D) R$ 97,50 reais (E) 10 tanques menores
(E) R$ 90 reais

07. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VU- RESPOSTAS


NESP/2017) A empresa Alfa Sigma elaborou uma previsão
de receitas trimestrais para 2018. A receita prevista para o 01. Resposta:B.
primeiro trimestre é de 180 milhões de reais, valor que é Como teve um desconto de 40%, pagou 60% do pro-
10% inferior ao da receita prevista para o trimestre seguin- duto.
te. A receita prevista para o primeiro semestre é 5% inferior
à prevista para o segundo semestre. Nessas condições, é 1600⋅0,6=960
correto afirmar que a receita média trimestral prevista para Como vai pagar 10% a mais:
2018 é, em milhões de reais, igual a 960⋅1,1=1056
(A) 200.
(B) 203. 02. Resposta: E.
(C) 195. 63/35=1,80
(D) 190. Portanto teve um aumento de 80%.
(E) 198.
03. Resposta: D.
Clarice obviamente recebeu o brinco.
Beatriz recebeu o colar porque foi o único que ficou
acima de 30% e André recebeu o bracelete.

76
MATEMÁTICA

04. Resposta: B.
A=b⋅h JUROS SIMPLES E COMPOSTOS

Matemática Financeira
Portanto foi reduzida em 50%
A Matemática Financeira possui diversas aplicações
no atual sistema econômico. Algumas situações estão pre-
05. Resposta: D.
sentes no cotidiano das pessoas, como financiamentos
Como ele obteve um desconto de 30%, pagou 70% do
de casa e carros, realizações de empréstimos, compras a
valor:
crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras,
60⋅0,7=42
investimentos em bolsas de valores, entre outras situações.
Ele revendeu por:
Todas as movimentações financeiras são baseadas na esti-
42⋅1,3=54,60
pulação prévia de taxas de juros. Ao realizarmos um em-
Teve um lucro de: 54,60-42=12,60
préstimo a forma de pagamento é feita através de presta-
ções mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação
06. Resposta: D.
do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A
Como teve um desconto de 35%. Pagou 65%do vestido
essa diferença damos o nome de juros.
150⋅0,65=97,50
Capital
07. Resposta: C.
O Capital é o valor aplicado através de alguma opera-
Como a previsão para o primeiro trimestre é de 180
ção financeira. Também conhecido como: Principal, Valor
milhões e é 10% inferior, no segundo trimestre temos uma
Atual, Valor Presente ou Valor Aplicado. Em inglês usa-se
previsão de
Present Value (indicado pela tecla PV nas calculadoras fi-
180-----90%
nanceiras).
x---------100
x=200
Taxa de juros e Tempo
    A taxa de juros indica qual remuneração será paga
200+180=380 milhões para o primeiro semestre
ao dinheiro emprestado, para um determinado período.
380----95
Ela vem normalmente expressa da forma percentual, em
x----100
seguida da especificação do período de tempo a que se
x=400 milhões
refere:
8 % a.a. - (a.a. significa ao ano).
Somando os dois semestres: 380+400=780 milhões
10 % a.t. - (a.t. significa ao trimestre).
780/4trimestres=195 milhões
    Outra forma de apresentação da taxa de juros é a
unitária, que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem
08. Resposta: C.
o símbolo %:
0,15 a.m. - (a.m. significa ao mês).
0,10 a.q. - (a.q. significa ao quadrimestre)

Montante
Ou seja, ele pagou 70% do produto, o desconto foi de 30%.
Também conhecido como valor acumulado é a soma
OBS: muito cuidado nesse tipo de questão, para não
do  Capital Inicial com o juro produzido em determina-
errar conforme a pergunta feita.
do tempo. 
Essa fórmula também será amplamente utilizada para
09. Resposta: B.
resolver questões.
8,6(1+x)=10,75
M=C+J
8,6+8,6x=10,75
M = montante
8,6x=10,75-8,6
C = capital inicial
8,6x=2,15
J = juros
X=0,25=25%
M=C+C.i.n
M=C(1+i.n)
10. Resposta: D.
50% maior quer dizer que ficou 1,5
Juros Simples
Quantidade de tanque: x
Chama-se juros simples a compensação em dinheiro
A quantidade que aumentaria deve ficar igual a 12 tan-
pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa com-
ques
binada, por um prazo determinado, produzida exclusiva-
1,5x=12
mente pelo capital inicial.
X=8

77
MATEMÁTICA

Em Juros Simples a remuneração pelo capital inicial  A maioria das operações envolvendo dinheiro uti-
aplicado é diretamente proporcional ao seu valor e ao tem- liza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e
po de aplicação. longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos
A expressão matemática utilizada para o cálculo das bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta
situações envolvendo juros simples é a seguinte: de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Ra-
J = C i n, onde: ramente encontramos uso para o regime de juros simples:
J = juros é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo
C = capital inicial de desconto simples de duplicatas.
i = taxa de juros O cálculo do montante é dado por:
n = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, se-
mestre, ano...)
Observação importante: a taxa de juros e o tempo de Exemplo
aplicação devem ser referentes a um mesmo período. Ou Calcule o juro composto que será obtido na aplicação
seja, os dois devem estar em meses, bimestres, trimestres, de R$25000,00 a 25% ao ano, durante 72 meses
semestres, anos... O que não pode ocorrer é um estar em C=25000
meses e outro em anos, ou qualquer outra combinação de i=25%aa=0,25
períodos. i=72 meses=6 anos
Dica: Essa fórmula J = C i n, lembra as letras das pala-
vras “JUROS SIMPLES” e facilita a sua memorização.
Outro ponto importante é saber que essa fórmula
pode ser trabalhada de várias maneiras para se obter cada
um de seus valores, ou seja, se você souber três valores,
poderá conseguir o quarto, ou seja, como exemplo se você M=C+J
souber o Juros (J), o Capital Inicial (C) e a Taxa (i), poderá J=95367,50-25000=70367,50
obter o Tempo de aplicação (n). E isso vale para qualquer
combinação.
QUESTÕES
Exemplo
Maria quer comprar uma bolsa que custa R$ 85,00 à 01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Uma
vista. Como não tinha essa quantia no momento e não geladeira está sendo vendida nas seguintes condições:
queria perder a oportunidade, aceitou a oferta da loja de − Preço à vista = R$ 1.900,00;
pagar duas prestações de R$ 45,00, uma no ato da compra − Condições a prazo = entrada de R$ 500,00 e paga-
e outra um mês depois. A taxa de juros mensal que a loja mento de uma parcela de R$ 1.484,00 após 60 dias da data
estava cobrando nessa operação era de: da compra.
(A) 5,0% A taxa de juros simples mensal cobrada na venda a
(B) 5,9% prazo é de
(C) 7,5% (A) 1,06% a.m.
(D) 10,0% (B) 2,96% a.m.
(E) 12,5% (C) 0,53% a.m.
Resposta Letra “e”. (D) 3,00% a.m.
(E) 6,00% a.m.
O juros incidiu somente sobre a segunda parcela, pois
a primeira foi à vista. Sendo assim, o valor devido seria 02. (FUNAPEP - Analista em Gestão Previdenciária-
R$40 (85-45) e a parcela a ser paga de R$45. -FCC/2017) João emprestou a quantia de R$ 23.500,00 a
Aplicando a fórmula M = C + J: seu filho Roberto. Trataram que Roberto pagaria juros sim-
45 = 40 + J ples de 4% ao ano. Roberto pagou esse empréstimo para
J=5 seu pai após 3 anos. O valor total dos juros pagos por Ro-
Aplicando a outra fórmula J = C i n: berto foi
5 = 40 X i X 1 (A) 3.410,00.
i = 0,125 = 12,5% (B) R$ 2.820,00.
(C) R$ 2.640,00.
Juros Compostos (D) R$ 3.120,00.
o juro de cada intervalo de tempo é calculado a partir (E) R$ 1.880,00.
do saldo no início de correspondente intervalo. Ou seja: o
juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital
inicial e passa a render juros também.

Quando usamos juros simples e juros compostos?

78
MATEMÁTICA

03. (IFBAIANO – Técnico em Contabilidade – 08. (PREF. DE NITERÓI/RJ – Agente Fazendário –


FCM/2017) O montante acumulado ao final de 6 meses FGV/2016) Para pagamento de boleto com atraso em pe-
e os juros recebidos a partir de um capital de 10 mil reais, ríodo inferior a um mês, certa instituição financeira cobra,
com uma taxa de juros de 1% ao mês, pelo regime de capi- sobre o valor do boleto, multa de 2% mais 0,4% de juros de
talização simples, é de mora por dia de atraso no regime de juros simples. Um bo-
(A) R$ 9.400,00 e R$ 600,00. leto com valor de R$ 500,00 foi pago com 18 dias de atraso.
(B) R$ 9.420,00 e R$ 615,20. O valor total do pagamento foi:
(C) R$ 10.000,00 e R$ 600,00. (A) R$ 542,00;
(D) R$ 10.600,00 e R$ 600,00. (B) R$ 546,00;
(E) R$ 10.615,20 e R$ 615,20. (C) R$ 548,00;
(D) R$ 552,00;
04. (CEGAS – Assistente Técnico – IESES/2017) O (E) R$ 554,00.
valor dos juros simples em uma aplicação financeira de $
3.000,00 feita por dois trimestres a taxa de 2% ao mês é 09. (CASAN – Assistente Administrativo – INSTITUTO
igual a: AOCP/2016) Para pagamento um mês após a data da com-
(A) $ 360,00 pra, certa loja cobrava juros de 25%. Se certa mercadoria tem
(B) $ 240,00 preço a prazo igual a R$ 1500,00, o preço à vista era igual a
(C) $ 120,00 (A) R$ 1200,00.
(D) $ 480,00 (B) R$ 1750,00.
(C) R$ 1000,00.
05. (IPRESB/SP - Analista de Processos Previdenciá- (D) R$ 1600,00.
rios- VUNESP/2017) Um capital foi aplicado a juros sim- (E) R$ 1250,00.
ples, com taxa de 9% ao ano, durante 4 meses. Após esse
período, o montante (capital + juros) resgatado foi de R$ 10. (CASAN – Técnico de Laboratório – INSTITUTO
2.018,80. O capital aplicado era de AOCP/2016) A fatura de um certo cartão de crédito cobra
(A) R$ 2.010,20. juros de 12% ao mês por atraso no pagamento. Se uma
(B) R$ 2.000,00. fatura de R$750,00 foi paga com um mês de atraso, o valor
(C) R$ 1.980,00. pago foi de
(D) R$ 1.970,40. (A) R$ 970,00.
(E) R$ 1.960,00. (B) R$ 777,00.
(C) R$ 762,00.
06. (MPE/GO – Oficial de Promotoria – MPE- (D) R$ 800,00.
GO/2017) Em um investimento no qual foi aplicado o va- (E) R$ 840,00.
lor de R$ 5.000,00, em um ano foi resgatado o valor total
de R$ 9.200,00. Considerando estes apontamentos e que 11. (DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Em
o rendimento se deu a juros simples, é verdadeiro afirmar 15 de junho de 20xx, Severino restituiu R$ 2.500,00 do seu
que a taxa mensal foi de: imposto de renda. Como estava tranquilo financeiramente,
(A) 1,5% resolveu realizar uma aplicação financeira para retirada em
(B) 2 % 15/12/20xx, período que vai realizar as compras de natal. A
(C) 5,5% uma taxa de juros de 3% a.m., qual é o montante do capital,
(D) 6% sabendo-se que a capitalização é mensal:
(E) 7% (A) R$ 2.985,13
(B) R$ 2.898,19
07. (UFES – Assistente em Administração – (C) R$ 3.074,68
UFES/2017) No regime de juros simples, os juros em cada (D) R$ 2.537,36
período de tempo são calculados sobre o capital inicial. Um (E) R$ 2.575,00
capital inicial C0 foi aplicado a juros simples de 3% ao mês.
Se Cn é o montante quando decorridos n meses, o menor 12. (TRE/PR – Analista Judiciário- FCC/2017) A Cia.
valor inteiro para n, tal que Cn seja maior que o dobro de Escocesa, não tendo recursos para pagar um empréstimo
C0, é de R$ 150.000,00 na data do vencimento, fez um acordo
(A) 30 com a instituição financeira credora para pagá-la 90 dias
(B) 32 após a data do vencimento. Sabendo que a taxa de juros
(C) 34 compostos cobrada pela instituição financeira foi 3% ao
(D) 36 mês, o valor pago pela empresa, desprezando-se os centa-
(E) 38 vos, foi, em reais,
(A) 163.909,00.
(B) 163.500,00.
(C) 154.500,00.
(D) 159.135,00.

79
MATEMÁTICA

13. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária – 05. Resposta: E.


FCC/2017) O montante de um empréstimo de 4 anos da 4meses=1/3ano
quantia de R$ 20.000,00, do qual se cobram juros compos- M=C(1+in)
tos de 10% ao ano, será igual a 2018,80=C(1+0,09⋅1/3)
(A) R$ 26.000,00. 2018,80=C+0,03C
(B) R$ 28.645,00. 1,03C=2018,80
(C) R$ 29.282,00. C=1960
(D) R$ 30.168,00.
(E) R$ 28.086,00. 06. Resposta: E.
M=C(1+in)
14. (IFBAIANO - Técnico em Contabilidade- 9200=5000(1+12i)
FCM/2017) A empresa Good Finance aplicou em uma 9200=5000+60000i
renda fixa um capital de 100 mil reais, com taxa de juros 4200=60000i
compostos de 1,5% ao mês, para resgate em 12 meses. O I=0,07=7%
valor recebido de juros ao final do período foi de
(A) R$ 10.016,00. 07. Resposta: C.
(B) R$ 15.254,24. M=C(1+in)
(C) R$ 16.361,26. Cn=Co(1+0,03n)
(D) R$ 18.000,00. 2Co=Co(1+0,03n)
(E) R$ 19.561,82. 2=1+0,03n
1=0,03n
15. (POLICIA CIENTIFICA – Perito Criminal – N=33,33
IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma empresa Ou seja, maior que 34
recebeu um empréstimo bancário de R$ 120.000,00 por 1
ano, pagando o montante de R$ 180.000,00. A taxa anual 08. Resposta: C.
de juros desse empréstimo foi de: M=C(1+in)
(A) 0,5% ao ano C=500+500x0,02=500+10=510
(B) 5 % ao ano M=510(1+0,004x18)
(C) 5,55 % ao ano M=510(1+0,072)=546,72
(D) 150% ao ano
(E) 50% ao ano 09. Resposta: A.
M=C(1+in)
1500=C(1+0,25x1)
RESPOSTAS 1500=C(1,25)
C=1500/1,25
01. Resposta: D. C=1200
J=500+1484-1900=84
C=1900-500=1400 10. Resposta: E.
J=Cin M=C(1+in)
84=1400.i.2 M=750(1+0,12)
I=0,03=3% M=750x1,12=840

02. Resposta: B. 11. Resposta: A.


J=Cin D junho a dezembro: 6 meses
J=23500⋅0,04⋅3 M=C(1+i)t
J= 2820 M=2500(1+0,03)6
M=2500⋅1,194=2985
03. Resposta: D.
J=Cin 12. Resposta: A.
J=10000⋅0,01⋅6=600 90 dias=3 meses
M=C+J M=C(1+i)t
M=10000+600=10600 M=150000(1+0,03)3
M=150000⋅1,092727=163909,05
04. Resposta: A. Desprezando os centavos: 163909
2 trimestres=6meses
J=Cin 13. Resposta: C.
J=3000⋅0,02⋅6 M=C(1+i)t
J=360 M=20000(1+0,1)4
M=20000⋅1,4641=29282

80
MATEMÁTICA

14. Resposta: E. Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta


J=Cin não é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros (é
J=10000⋅0,015⋅12=18000 uma taxa “sem efeito”). A capitalização (o prazo de formação
e incorporação de juros ao capital inicial) será dada através de
Não, ninguém viu errado. outra  taxa,  numa unidade de tempo diferente, taxa efetiva.
Como ficaria muito difícil de fazer sem calculadora, a Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada;
tática é fazer o juro simples, e como sabemos que o com- isto é, a taxa efetiva?
posto vai dar maior que esse valor, só nos resta a alterna- Vamos acompanhar através do exemplo
tiva E. Você pode se perguntar, e se houver duas alternati-
vas com números maiores? Olha pessoal, não creio que a Taxa Efetiva
banca fará isso, e sim que eles fizeram mais para usar isso Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 (mil
mesmo. reais), aplicados durante 18 (dezoito) meses, capitalizados
mensalmente, a uma taxa de 12% a.a. Explicando o que é
15. Resposta: E. taxa Nominal, efetiva mensal e equivalente mensal:
M=C(1+i)t Respostas e soluções:
180000=120000(1+i) 1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser
180000=120000+120000i capitalizado com a taxa anual.
60000=120000i 2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de
i=0,5=50% duas convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equi-
valente mensal.
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por
12): 12%/12 = 1% a.m.
TAXAS DE JUROS, DESCONTO,
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos
EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS, ANUIDADES E R$ 1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual apli-
SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO cada nesse mesmo capital).
 
Cálculo da taxa equivalente mensal:

Podemos definir a taxa nominal como aquela em que


a unidade de referência do seu tempo não coincide com a  
unidade de tempo dos períodos de capitalização. É usada
no mercado financeiro, mas para cálculo deve-se encontrar onde:
a taxa efetiva. Por exemplo, a taxa nominal de 12% ao ano, iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero
capitalizada mensalmente, resultará em uma taxa mensal it : taxa para o prazo que eu tenho
de 1% ao mês. Entretanto, quando esta taxa é capitalizada q : prazo que eu quero
pelo regime de juros compostos, teremos uma taxa efetiva t : prazo que eu tenho
de 12,68% ao ano.

Taxa Nominal  
A taxa nominal de juros relativa a uma operação finan- iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m.
ceira pode ser calculada pela expressão:
Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do emprés- 3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efe-
timo tiva mensal

Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00, a) pela convenção da taxa proporcional:


deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário M = c (1 + i)n
de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por: M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147
Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00 M = 1.196,15
Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%  
b) pela convenção da taxa equivalente:
Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita con- M = c (1 + i)n
fusão na Matemática Financeira são os conceitos de taxa M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296
nominal, taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judi- M = 1.185,29
cial esses assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de  
empréstimos, financiamentos, consórcios  e etc. NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é
Vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maio- equivalente a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante
ria das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, utilizando a taxa anual, neste caso  teremos que transfor-
não são apresentados de uma maneira clara. mar 18 (dezoito) meses em anos para fazer o cálculo, ou
seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim:

81
MATEMÁTICA

M = c (1 + i)n Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros


M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297 nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado
M = 1.185,29 capital P é aplicado por um período de tempo unitário, a
  certa taxa nominal in
Conclusões: O montante S1 ao final do período será dado por S1 =
- A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no P(1 + in).
cálculo do montante. Normalmente a taxa nominal vem Consideremos agora que durante o mesmo período, a
sempre ao ano! taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. O
- A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante S2
aquela que foi utilizado para cálculo do montante. Pode = P (1 + j).
ser uma taxa proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa A taxa real de juros, indicada por r, será aquela aplicada
equivalente mensal (0,949 % a.m.). ao montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos en-
- Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em tão escrever: S1 = S2 (1 + r)
se tratando de concursos públicos, a grande maioria das Substituindo S1 e S2 , vem:
bancas examinadoras utilizam a convenção da taxa propor- P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
cional. Em se tratando do mercado financeiro, utiliza-se a Daí então, vem que:
convenção de taxa equivalente. (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
Taxa Equivalente j = taxa de inflação no período
Taxas Equivalentes são taxas que quando aplicadas ao r = taxa real de juros
mesmo capital, num mesmo intervalo de tempo, produzem Observe que se a taxa de inflação for nula no período,
montantes iguais. Essas taxas devem ser observadas com isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são coin-
muita atenção, em alguns financiamentos de longo prazo, cidentes.
somos apenas informados da taxa mensal de juros e não Exemplo
tomamos conhecimento da taxa anual ou dentro do pe- Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um
ríodo estabelecido, trimestre, semestre entre outros. Uma banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano
expressão matemática básica e de fácil manuseio que nos com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período do
fornece a equivalência de duas taxas é:  empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas nominal
1 + ia = (1 + ip)n, onde:  e real deste empréstimo.
ia = taxa anual  Teremos que a taxa nominal será igual a:
ip = taxa período in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 =
n: número de períodos  0,25 = 25%
Portanto in = 25%
Observe alguns cálculos:  Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% =
0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
Exemplo 1 (1 + in) = (1+r). (1 + j)
Qual a taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês? (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
Temos que: 2% = 2/100 = 0,02  1,25 = (1 + r).1,10
1 + ia = (1 + 0,02)12  1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364
1 + ia = 1,0212 Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%
1 + ia = 1,2682 
ia = 1,2682 – 1  Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, te-
ia = 0,2682  ríamos para a taxa real de juros:
ia = 26,82%  (1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
A taxa anual de juros equivalente a 2% ao mês é de 1,25 = (1 + r).1,30
26,82%.  1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615
Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto
As pessoas desatentas poderiam pensar que a taxa teríamos uma taxa real de juros negativa.
anual nesse caso seria calculada da seguinte forma: 2% x
12 = 24% ao ano. Como vimos, esse tipo de cálculo não Exemplo
procede, pois a taxa anual foi calculada de forma correta e $100.000,00 foi emprestado para ser quitado por
corresponde a 26,82% ao ano, essa variação ocorre porque $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no período
temos que levar em conta o andamento dos juros compos- foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?
tos ( juros sobre juros).  Resposta: 25%

Taxa Real Taxas Proporcionais


A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto Para se compreender mais claramente o significado
interessante sobre as taxas reais de juros, é que elas podem destas taxas deve-se reconhecer que toda operação envol-
ser inclusive, negativas. ve dois prazos:

82
MATEMÁTICA

- o prazo a que se refere à taxa de juros; e Nos juros compostos:


- o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. (AS-
SAF NETO, 2001). Amortiza- Saldo deve-
n Juros Prestação
ção dor
Taxas Proporcionais: duas (ou mais) taxas de juro
simples são ditas proporcionais quando seus valores e 0 - - - 100.000,00
seus respectivos períodos de tempo, reduzidos a uma
mesma unidade, forem uma proporção. (PARENTE, 1996). 1 - - 103.000,00
3.000,00
Exemplos
Prestação = amortização + juros 2 - - 106.090,00
Há diferentes formas de amortização, conforme des- 3.090,00
critas a seguir.
3 -
Para os exemplos numéricos descritos nas tabelas, em 3.182,70 100.000,00 109.272,70
todas as diferentes formas de amortização, utilizaremos
o mesmo exercício: uma dívida de valor inicial de R$ 100 Sistema Price (Sistema Francês)
mil, prazo de três meses e juros de 3% ao mês.
Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao
Pagamento único longo do período do desembolso das prestações. A fórmu-
É a quitação de toda a dívida (amortização + juros) la para encontrarmos a prestação é dada a seguir:
em um único pagamento, ao final do período. Utilizamos
a mesma fórmula do montante: PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1
Nos juros simples:
M = C (1 + i×n) PMT = valor da prestação
M = montante VP = valor inicial do empréstimo
C = capital inicial i = taxa de juros
i = taxa de juros n = período
n = período
A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a
Nos juros compostos: capitalização por juros compostos. O resultado é listado a
M = C (1+i)n seguir:
M = montante
C = capital inicial
Amortiza- Saldo
i = taxa de juros n Juros Prestação
ção devedor
n = período
0 - - -
Nos juros simples: 100.000,00

1
Amortiza- Saldo de- 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
n Juros Prestação
ção vedor
2
2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
0 - - -
100.000,00
3 -
1.029,71 34.323,33 35.353,04
1 - -
3.000,00 103.000,00

2 - - Sistema de Amortização Misto (SAM)


3.000,00 106.000,00

3 - É a média aritmética das prestações calculadas nas


3.000,00 100.000,00 109.000,00 duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela
fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

83
MATEMÁTICA

Amortiza- Saldo deve-


n Juros Prestação
ção dor
0 - - - 100.000,00

1 67.156,81
3.000,00 32.843,19 35.843,19

2 33.828,32
2.014,70 33.328,49 35.343,19

3 -
1.014,87 33.828,32 34.843,19

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

84
MATEMÁTICA

n Juros Amor- Pres- Saldo


tização tação devedor
0 -
3.000,00 3.000,00 100.000,00
1
2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2
1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 -
34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Saldo
Nº Pres- Presta- Amortiza-
Juros Deve-
tação ção ção
dor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

85
MATEMÁTICA

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 33.333,33 36.333,33 66.666,67
2 2.000,00 33.333,33 35.333,33 33.333,34
3 1.000,00 33.333,34 34.333,34 -

Qual a melhor forma de amortização?


A tabela abaixo lista o fluxo de caixa nos diversos sistemas de amortização discutidos nos itens anteriores.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


N SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (3.000,00) (36.333,33) (35.353,04) (35.843,19) (34.353,64)
2 - (3.000,00) (35.333,33) (35.353,04) (35.343,19) (34.353,64)
3 (109.272,70) (103.000,00) (34.333,34) (35.353,04) (34.843,19) (34.353,64)

As várias formas de amortização utilizadas pelo mercado brasileiro, em sua maioria, consideram o regime de capitali-
zação por juros compostos. A comparação entre estas, por meio do VPL (vide item 6.2), demonstra que o custo entre elas
se equivale. Vejam: no nosso exemplo, todos, exceto no sistema alemão, os juros efetivos cobrados foram de 3% ao mês
(regime de juros compostos) ou 9,27% no acumulado dos três meses.

86
MATEMÁTICA

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


n SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano

0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00


100.000,00

1 - (2.912,62) (34.323,34) (34.799,21) (33.353,04)


(35.275,08)

2 - (2.827,79) (33.323,63) (33.314,35) (32.381,60)


(33.305,05)

3 (100.000,00) (94.259,59) (32.353,04) (31.886,45) (31.438,44)


(31.419,87)
VPL - - - - - (173,09)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 3% ao mês.
Considerando o custo de oportunidade de 2% ao mês, isto é, abaixo do valor do empréstimo, teríamos a tabela abaixo.
Isso seria uma situação mais comum: juros do empréstimo mais caro que uma aplicação no mercado. Neste caso, quanto
menor (em módulo) o VPL, melhor para o tomador do empréstimo, ou seja, o sistema SAC seria o melhor sob o ponto de
vista financeiro.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


n SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.941,18) (35.620,91) (34.659,84) (35.140,38) (33.680,04)
2 - (2.883,51) (33.961,29) (33.980,24) (33.970,77) (33.019,64)
3 (102.970,11) (97.059,20) (32.353,07) (33.313,96) (32.833,52) (32.372,20)
VPL (2.970,11) (2.883,88) (1.935,28) (1.954,04) (1.944,67) (2.071,88)

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 2% ao mês.
Outra situação seria considerarmos um empréstimo com taxa de juros abaixo do mercado. Neste exemplo a seguir,
teremos como custo de oportunidade a taxa de 4% ao mês. Isso, na vida real, não será comum: juros do empréstimo mais
barato do que uma aplicação no mercado. Assim, como no exemplo anterior, quanto maior o VPL, melhor para o tomador
do empréstimo, ou seja, o sistema de pagamento único, sob o ponto de vista financeiro, é o melhor, como no caso abaixo.

Pgto único (jrs Sistema Ameri-


n SAC PRICE SAM Alemão
comp.) cano
0 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 100.000,00 97.000,00
1 - (2.884,62) (34.935,89) (33.993,31) (34.464,61) (33.032,34)
2 - (2.773,67) (32.667,65) (32.685,87) (32.676,77) (31.761,87)
3 (97.143,03) (91.566,62) (30.522,21) (31.428,72) (30.975,47) (30.540,26)
VPL 2.856,97 2.775,09 1.874,24 1.892,10 1.883,16 1.665,53

OBS: tabela com as prestações dos sistemas anteriores, descontada da taxa ( juros compostos) de 4% ao mês.

Referências
Passei Direto. Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/1599335/exercicios_matematica_finaceiraexercicios_
matematica_finaceiraNos juros compostos:

M = C (1+i)n
M = montante
C = capital inicial
i = taxa de juros
n = período

87
MATEMÁTICA

Nos juros simples:

Saldo deve-
n Juros Amortização Prestação
dor
0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.000,00 - - 106.000,00
3 3.000,00 100.000,00 109.000,00 -

Nos juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - - 103.000,00
2 3.090,00 - - 106.090,00
3 3.182,70 100.000,00 109.272,70 -

Sistema Price (Sistema Francês)

Foi elaborado para apresentar pagamentos iguais ao longo do período do desembolso das prestações. A fórmula para
encontrarmos a prestação é dada a seguir:

PMT = VP . _i.(1+i)n_
(1+i)n -1

PMT = valor da prestação


VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A fórmula foi desenvolvida, considerando-se apenas a capitalização por juros compostos. O resultado é listado a seguir:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.353,04 35.353,04 67.646,96
2 2.029,41 33.323,63 35.353,04 34.323,33
3 1.029,71 34.323,33 35.353,04 -

Sistema de Amortização Misto (SAM)

É a média aritmética das prestações calculadas nas duas formas anteriores (SAC e Price). É encontrado pela fórmula:

PMTSAM = (PTMSAC + PMTPRICE) / 2

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 32.843,19 35.843,19 67.156,81
2 2.014,70 33.328,49 35.343,19 33.828,32
3 1.014,87 33.828,32 34.843,19 -

88
MATEMÁTICA

Sistema de Amortização Crescente (SACRE)


Este sistema, criado pela Caixa Econômica Federal (CEF), é uma das formas utilizadas para o cálculo das prestações
dos financiamentos imobiliários. Usa-se, para o cálculo do valor das prestações, a metodologia do sistema de amortização
constante (SAC) anual, desconsiderando-se o valor da Taxa Referencial de Juros (TR). Esta é incluída posteriormente, resul-
tando em uma amortização variável. Chamar de “amortização crescente” parece-nos inadequado, pois pode resultar em
amortizações decrescentes, dependendo da ocorrência de TR com valor muito baixo.

Sistema Alemão
Neste caso, a dívida é liquidada também em prestações iguais, exceto a primeira, onde no ato do empréstimo (momen-
to “zero”) já é feita uma cobrança dos juros da operação. As prestações, a primeira amortização e as seguintes são definidas
pelas três seguintes fórmulas:

PMT = _ Vp.i _
1- (1+i)n
PMT = valor da prestação
VP = valor inicial do empréstimo
i = taxa de juros
n = período

A1 = PMT . (1- i)n-1


A1 = primeira amortização
PMT = valor da prestação
i = taxa de juros
n = período

An = An-1 _
(1- i)
An = amortizações posteriores (2º, 3º, 4º, ...)
An-1 = amortização anterior
i = taxa de juros
n = período

n Juros Amortiza- Prestação Saldo devedor


ção
0 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
1 2.030,30 32.323,34 34.353,64 67.676,66
2 1.030,61 33.323,03 34.353,64 34.353,63
3 - 34.353,64 34.353,64 (0,01)

OBS: os resíduos em centavos, como saldo devedor final na tabela anterior, são resultados de arredondamento do
cálculo e serão desconsiderados.

Sistema de Amortização Constante – SAC


Consiste em um sistema de amortização de uma dívida em prestações periódicas, sucessivas e decrescentes em pro-
gressão aritmética, em que o valor da prestação é composto por uma parcela de juros uniformemente decrescente e outra
de amortização que permanece constante.
Sistema de Amortização Constante (SAC) é uma forma de amortização de um empréstimo por prestações que incluem
os juros, amortizando assim partes iguais do valor total do empréstimo.
Neste sistema o saldo devedor é reembolsado em valores de amortização iguais. Desta forma, no sistema SAC o valor
das prestações é decrescente, já que os juros diminuem a cada prestação. O valor da amortização é calculado dividindo-se
o valor do principal pelo número de períodos de pagamento, ou seja, de parcelas.
O SAC é um dos tipos de sistema de amortização utilizados em financiamentos imobiliários. A principal característica
do SAC é que ele amortiza um percentual fixo do saldo devedor desde o início do financiamento. Esse percentual de amor-
tização é sempre o mesmo, o que faz com que a parcela de amortização da dívida seja maior no início do financiamento,
fazendo com que o saldo devedor caia mais rapidamente do que em outros mecanismos de amortização.

89
MATEMÁTICA

Exemplo:
Um empréstimo de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais) a ser pago em 12 meses, a uma taxa de juros de 1% ao mês
(em juros simples). Aplicando a fórmula para obtenção do valor da amortização, iremos obter um valor igual a R$ 10.000,00
(dez mil reais). Essa fórmula é o valor do empréstimo solicitado divido pelo período, sendo nesse caso: R$ 120.000,00 / 12
meses = R$ 10.000,00. Logo, a tabela SAC fica:

Saldo
Nº Prestação Prestação Juros Amortização
Devedor
0 120000
1 11200 1200 10000 110000
2 11100 1100 10000 100000
3 11000 1000 10000 90000
4 10900 900 10000 80000
5 10800 800 10000 70000
6 10700 700 10000 60000
7 10600 600 10000 50000
8 10500 500 10000 40000
9 10400 400 10000 30000
10 10300 300 10000 20000
11 10200 200 10000 10000
12 10100 100 10000 0

Note que o juro é sempre 10% do saldo devedor do mês anterior, já a prestação é a soma da amortização e o juro.
Sendo assim, o juro é decrescente e diminui sempre na mesma quantidade, R$ 100,00. O mesmo comportamento tem as
prestações. A soma das prestações é de R$ 127.800,00, gerando juros de R$ 7.800,00.
Outra coisa a se observar é que as parcelas e juros diminuem em progressão aritmética (PA) de r=100.

Sistema Americano
O tomador do empréstimo paga os juros mensalmente e o principal, em um único pagamento final.

Considera-se apenas o regime de juros compostos:

n Juros Amortização Prestação Saldo devedor


0 - - - 100.000,00
1 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
2 3.000,00 - 3.000,00 100.000,00
3 3.000,00 100.000,00 103.000,00 -

Sistema de Amortização Constante (SAC) ou Sistema Hamburguês


O tomador do empréstimo amortiza o saldo devedor em valores iguais e constantes ao longo do período.

90
MATEMÁTICA

QUESTÕES 04. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um in-


vestidor aplicou R$ 10.000,00 em títulos que remuneram à
01. (TRE/PR – Analista Judiciário – FCC/2017) Para taxa de juros compostos de 10% ao ano e o prazo para res-
comprar um automóvel, Pedro realizou uma pesquisa em gate da aplicação foi de 2 anos. Sabendo-se que a inflação
3 concessionárias e obteve as seguintes propostas de fi- no prazo total da aplicação foi 15%, a taxa real de remune-
nanciamento: ração obtida pelo investidor no prazo total da aplicação foi
(A) 5,00%.
Concessionária 1: Entrada de R$ 12.000,00 + 1 presta- (B) 6,00%.
ção de R$ 29.120,00 para 30 dias após a entrada. (C) 5,22%.
Concessionária 2: Entrada de R$ 13.000,00 + 1 presta- (D) 5,00% (negativo).
ção de R$ 29.120,00 para 60 dias após a entrada. (E) 4,55%.
Concessionária 3: Entrada de R$ 13.000,00 + 2 presta-
ções R$ 14.560,00 para 30 e 60 dias após a entrada, respec- 05. (TST - Analista Judiciário - FCC/2017) Uma em-
tivamente. presa obteve um empréstimo no valor de R$ 100.000,00
para ser liquidado em uma única parcela no final do prazo
Sabendo que a taxa de juros compostos era 4% ao de 2 meses. A taxa de juros compostos negociada foi 3% ao
mês, para a aquisição do automóvel mês e a empresa deve pagar, adicionalmente, na data da
(A) a melhor proposta é a 1, apenas. obtenção do empréstimo, uma taxa de cadastro no valor
(B) a melhor proposta é a 2, apenas. de R$ 1.000,00. Na data do vencimento do empréstimo a
(C) a melhor proposta é a 3, apenas. empresa deve pagar, junto com o valor que pagará à ins-
(D) as melhores propostas são 2 e 3, por serem equi- tituição financeira, um imposto no valor de R$ 530,00. O
valentes. custo efetivo total para a empresa no prazo do emprésti-
(E) as melhores propostas são 1 e 2, por serem equi- mo, foi
valentes. (A) 7,70%.
(B) 6,09%.
02. (TST – Analista Judiciário – FCC/2017) Um emprés- (C) 7,62%.
timo foi obtido para ser liquidado em 10 parcelas mensais de (D) 6,00%.
R$ 2.000,00, vencendo-se a primeira parcela um mês após (E) 7,16%.
a data da obtenção. A taxa de juros negociada com a insti-
tuição financeira foi 2% ao mês no regime de capitalização 06. (TRE/PR - Analista Judiciário - FCC/2017) A Cia.
composta. Se, após o pagamento da oitava parcela, o deve- Ted está avaliando a alternativa de compra de um novo
dor decidir liquidar o saldo devedor do empréstimo nesta equipamento por R$ 480.000,00 à vista. Estima-se que a
mesma data, o valor que deverá ser pago, desprezando-se vida útil do equipamento seja de 3 anos, que o valor residual
os centavos, é, em reais, de revenda no final do terceiro ano seja R$ 70.000,00 e que
(A) 3.846,00. os fluxos líquidos de caixa gerados por este equipamento
(B) 3.883,00. ao final de cada ano sejam R$ 120.000,00, R$180.000,00 e
(C) 3.840,00. R$ 200.000,00, respectivamente. Sabendo que a taxa míni-
(D) 3.880,00. ma de atratividade é de 10% a.a., a alternativa
(E) 3.845,00. (A) apresenta valor presente líquido positivo.
(B) apresenta valor presente líquido negativo.
03. (POLICIA CIENTIFICA/PR – Perito Criminal – (C) apresenta taxa interna de retorno maior que 10%
IBFC/2017) Assinale a alternativa correta. Uma pessoa a.a.
comprou um vídeo game de última geração em uma loja, (D) é economicamente viável à taxa mínima de atrati-
parcelando em 12 prestações mensais de 140,00 cada uma, vidade de 10% a.a..
sem entrada. Sabendo-se que a taxa de juros compostos (E) é economicamente viável à taxa mínima de atrativi-
cobrada pela loja foi de 3% ao mês, sendo que os valores dade de 12% a.a..
estão arredondados e que: (1,03)12 = 1,4258
(1,03)12 x 0,03 = 0,0428 07. (FUNAPE – Analista em Gestão Previdenciária –
0,4258/0,0428 = 9,95 FCC/2017) Um empréstimo foi contratado com uma taxa
O valor do vídeo game era de: nominal de juros de 6% ao trimestre e com capitalização
(A) R$ 1.393 mensal. A taxa efetiva desse empréstimo é igual a
(B) R$ 1.820 (A) 6,2302%.
(C) R$ 1.680 (B) 6,3014%.
(D) R$ 1.178 (C) 6,1385%.
(E) R$ 1.423 (D) 6,2463%.
(E) 6,1208%.

91
MATEMÁTICA

08. (TRE/BA – Técnico Judiciário – CESPE/2017) Um Concessionária 3


banco emprestou a uma empresa R$ 100.000, entregues no
ato, sem prazo de carência, para serem pagos em quatro
prestações anuais consecutivas pelo sistema de amortiza-
ção constante (SAC). A taxa de juros compostos contratada 02. Resposta: B.
para o empréstimo foi de 10% ao ano, e a primeira presta-
ção será paga um ano após a tomada do empréstimo.
Nessa situação, o valor da segunda prestação a ser
paga pela empresa será
(A) superior a R$ 33.000.
(B) inferior a R$ 30.000. 03. Resposta: A.
(C) superior a R$ 30.000 e inferior a R$ 31.000. Sendo PMT o valor da parcela e PV o valor presente,
(D) superior a R$ 31.000 e inferior a R$ 32.000. usaremos o sistema de amortização PRICE, por ser parcelas
(E) superior a R$ 32.000 e inferior a R$ 33.000. fixas:

09. (EMBASA – Contador – IBFC/2017) Um clien-


te fez um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 no Banco
ABC em 31/12/2013 para reaplicar em um investimento
em sua empresa. A taxa de juros cobrada pelo Banco era
de 10% ao ano. Após um ano, em 31/12/2014, o fluxo de
caixa da empresa foi de R$ 1.100,00. Após dois anos, em
31/12/2015, o fluxo de caixa da empresa foi de R$ 1.210,00
e em 31/12/2016, após três anos, o fluxo de caixa da em-
presa foi de R$ 1.331,00.
O valor presente líquido dos valores do fluxo de caixa,
trazidos a valor presente em 31/12/2013, era de: 04. Resposta: C.
(A) R$ 1.100,00 Sendo i a taxa de juros nominal
(B) R$ 1.000,00 R a taxa de juros real
(C) R$ 2.210,00 J a taxa de juros de inflação
(D) R$ 2.331,00 1+i=(1+r)(1+j)
(1+0,1)²=(1+r)⋅(1+0,15)
10.(DPE/PR – Contador – INAZ DO PARÁ/2017) Um 1,1²=(1+r) ⋅1,15
comerciante recebeu, no meio do mês, uma excelente ofer- 1,21=1,15+1,15r
ta de compra de material para sua empresa no valor de 0,06=1,15r
R$8.000,00. No entanto, por estar desprovido de recursos, R=0,05217≅0,0522=5,22%
precisou tomar um empréstimo junto ao seu banco, em
parcelas de 15 vezes a uma taxa de juros 2,5% a.m. Deter- 05. Resposta: A.
mine o valor da última prestação do empréstimo, lembran- M=C(1+i)t
do que o Sistema de financiamento usado é o SAC. M=100000(1+0,03)²=106090
(A) R$ 533,33 Como teve uma taxa de 1000, a empresa recebeu en-
(B) R$ 733,33 tão 99000
(C) R$ 653,33 A empresa teve eu pagar 106090+530=106620
(D) R$ 560,00 106620=99000(1+i)
(E) R$ 546,67 106620=99000+99000i
7620=99000i
Respostas I=0,0769=7,69%

01. Resposta: B. 06. Resposta: B.


VPL = valor presente das entradas – valor presente das
Concessionária 1 saídas

Concessionária 2

92
MATEMÁTICA

07. Resposta: E. Solução: o primeiro passo é identificar os eventos em


Temos que transformar os 6% ao trimestre em capita- questão.
lização mensal Evento A: sair uma bola vermelha
6/3=2%a.m Evento B: sair uma bola amarela
1,02³=1,061208=6,1208% Para resolução deste exercício é necessário determinar
a probabilidade de se retirar uma bola vermelha da urna
08. Resposta: E. sabendo que já foi retirada uma bola amarela. Observe que
SD=100000 a ocorrência do evento A está condicionada à ocorrência
A=100000/4=25000 do evento B. Esse é o caso mais simples de problemas en-
J=(100000-25000)⋅0,1 volvendo probabilidade condicional, não sendo necessária
J=7500 a aplicação da fórmula. Após a retirada da bola amarela,
P=A+J restaram na urna 9 das 10 bolas. Dessas 9 bolas, 4 são ver-
P=25000+7500=32500 melhas. Assim, temos que:

09. Resposta: B.

Dois eventos são independentes quando a probabili-


10. Resposta: E. dade de ocorrer um deles não depende do fato de outros
8000/15 = 533,33 terem ou não ocorrido.
Portanto, a última parcela será de 533,33⋅1,025=546,66 P(E1 e E2 e E3 e ...e En-1 e En) = P(E1).P(E2).p(E3)...P(En)
Ex. Uma urna tem 30 bolas, sendo 10 brancas e 20 pre-
tas. Se sortearmos 2 bolas, 1 de cada vez e repondo a sor-
PROBABILIDADE. DEFINIÇÕES BÁSICAS E teada na urna, qual será a probabilidade de a primeira ser
AXIOMAS. PROBABILIDADE CONDICIONAL E branca e a segunda ser preta?
INDEPENDÊNCIA.
Como os eventos são independentes, a probabilidade
de sair branca na primeira retirada e preta na segunda re-
A probabilidade é a possibilidade que existe entre vá- tirada é igual ao produto das probabilidades de cada con-
rias, na qual um fato ou condição pode acontecer, através dição, ou seja:
dela é que se mede a frequência com que se obtém um re- P(A e B) = P(A).P(B).
sultado em oportunidade da realização de um experimento
sobre o qual se conhecem todos os resultados possíveis Ora, a probabilidade de sair branca na primeira retirada
graças às condições de estabilidade que o contexto esta- é 10/30 e a de sair preta na segunda retirada 20/30. Daí,
belece com antecedência. usando a regra do produto, temos: 10/30.20/30=2/9.

Probabilidade condicional e independência. Variáveis aleatórias discretas e contínuas


Variáveis aleatórias: Podem ser explicadas como as
variáveis quantitativas, cujos resultados dependem de fato-
A probabilidade condicional é a probabilidade de
res aleatórios. Ex. número de coroas obtido no lançamento
ocorrência de um evento A, sabendo da ocorrência de ou-
de 2 moedas; número de defeitos em um carro que sai da
tro evento B, ambos sendo eventos de um espaço amostral
linha de produção, etc.
S finito. A ocorrência de A está condicionada ao fato de B
já ter ocorrido, ou seja, a ocorrência do evento B interfere
Variáveis discretas: Ocorre quando dois de seus valo-
na do evento A.
res inteiros não admitir valores intermediários.
a) Xi = Número de filhos de um casal.
P(A\B) =
𝑃 (𝐴 ∩𝐵) Xi = 1, 2, 3, 4, 5,...
𝑃 (𝐵) b) Yi = Número de livros de uma biblioteca
Yi = 2, 3, 4,...100,...1000,...
P(A∩B) = é a probabilidade da intersecção de A com B
P(B) = é a probabilidade de ocorrer o evento B Variáveis contínuas: Quando entre dois de seus valo-
res inteiros admitirem valores intermediários.
a) Xi = Temperaturas na cidade Alpha
Ex. Em uma urna há um total de 10 bolas, sendo 3 pre- Xi = 18º, 18,3º, 18,7º,...
tas, 4 vermelhas e 3 amarelas. É retirada uma bola dessa b) Yi = Capacidade em litros de uma máquina
urna, ao acaso, e verifica-se que ela é amarela Qual a pro- Yi = 6l, 6,41l, 6,81l, 7l, 7,41l...
babilidade de se retirar uma bola vermelha sabendo que a
bola amarela retirada inicialmente não foi reposta?

93
MATEMÁTICA

Distribuição de probabilidades.

Distribuição de Poisson é a curva matemática usada na simulação de resultados para representar a probabilidade de
que determinado evento ocorra, quando a probabilidade média é conhecida. Representa a distribuição de probabilidade de
uma variável aleatória que registra o número de ocorrências sobre um intervalo de tempo ou espaço específicos.

Função de Probabilidade de Poisson


Uma variável aleatória de Poisson não tem limites. x = 0,,1,2,3,…
P(x) = a probabilidade de x ocorrências em um intervalo
λ= valor esperado ou número médio de ocorrências em um intervalo
e = 2,71828
Média: E(X) = λ
Variância: Var(X)= λ
A distribuição binomial é aquela em que os termos da expansão do binômio (ou multinômio) correspondem às
probabilidades de todos os eventos possíveis do espaço amostral. O binômio (ou multinômio) é formado pelas probabi-
lidades de cada acontecimento elevado ao número total de ocorrências.

P(X=x)= [n!/x!(n-x)!].p^x.q^(n-x) para x = 0, 1, 2, . . ., n ou

n = nº de provas
x = nº de sucessos nas n provas
p = probabilidade de sucesso em cada prova
q = probabilidade de insucesso em cada prova (q = 1 – p)

Função de probabilidade.
As probabilidades são calculadas dividindo-se o número de resultados favoráveis pelo número de resultados possí-
veis, ou seja:

P = n(E)
      n(Ω)

Nesse caso, E é um evento que se quer conhecer a probabilidade, e Ω é o espaço amostral que o contém.


Por exemplo, no lançamento de um dado, qual a probabilidade de sair o número um?
Nesse exemplo, sair o número um é o evento E. Assim, n(E) = 1. O espaço amostral desse experimento contém seis
elementos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Logo, n(Ω) = 6. Desse modo:
P = n(E)
      n(Ω)

P = 1
      6

P = 0,1666…
P = 16,6%

Função densidade de probabilidade, também conhecida como Distribuição De-Moivre-Laplace-Gauss, foiu desenvol-
vida entre os séculos XVIII e XIX para descrever erros de medidas físicas. Todo processo de mensuração pode estar sujeito a
erros, por características não identificadas. Esta função é a curva conhecida também como distribuição normal ou gaussina,
sua grande utilidade se dá ao fato de que aproxima ao máximo possível as curvas de freqüências das medidas físicas.

94
MATEMÁTICA

Figura 19: Curva Densidade de Probabilidade

Esperança e momentos.
O conceito de Esperança ou Valor Esperado de uma variável aleatória X, ou a média é tão antigo quanto o próprio
conceito de probabilidade. Na verdade, é até possível dedefinir probabilidade em termos de esperança, mas esta não é uma
maneira comum de se apresentar a teoria. Existem quatro tipos de interpretações da Esperança:
1. Parâmetro m de uma medida de probabilidade, função de distribuição, ou função probabilidade de massa, também
conhecido como média.
2. Um operador linear em um conjunto de variáveis aleatórias que retorna um valor típico da variável aleatória inter-
pretado como uma medida de localização da variável aleatória.
3. média do resultado de repetidos experimentos independentes no longo prazo.
4. preço justo de um jogo com pagamentos descritos por X.

Caso Discreto Vamos motivar definição de esperança considerando o cálculo do resultado médio de 1000 lançamentos
de um dado. Uma maneira de calcular este resultado médio seria somar todos os resultados e dividir por 1000. Uma ma-
neira alternativa seria calcular a fração p(k) de todos os lançamentos que tiveram resultado igual a k e calcular o resultado
médio através da soma ponderada:
1p(1) + 2p(2) + 3p(3) + 4p(4) + 5p(5) + 6p(6)

Quando o número de lançamentos se torna grande as frações de ocorrência dos resultados tendem a probabilidade de
cada resultado. Portanto, em geral dedefinimos a esperança de uma variável discreta como uma soma ponderada onde as
probabilidades são os pesos de ponderação.
Se X é uma variável aleatória discreta assumindo valores {x1, x2, x3, . . .} com probabilidade {p1, p2, p3, . . .}, respectiva-
mente, então sua esperança é dada pela fórmula:

EX = ∑ 𝑥𝑖𝑝 𝑖 + ∑ 𝑥𝑖𝑝 𝑖
𝑖:𝑥𝑖<𝑜 𝑖:𝑥𝑖 ≥𝑜

Desde que pelo menos um dos somatórios seja finito. Em caso os dois somatórios não sejam finitos, a esperança não
existe. Caso EX seja finita, diz-se que X é integrável.
Exemplo: Considere uma variável aleatória X tal que: P(X = −1) = 0.25, P(X = 0) = 0.5 e P(X = 2) = 0.25. Então, EX =
−1(0.25) + 0(0.5) + 2(0.25) = 0.25.

Definimos o momento centrado de ordem k como sendo:


E=E

O momento centrado de ordem 2 é a variância de x:


(x) = (x)

A chamada Função Geradora de Momentos é dada por:


x
(t) = E (etx) = etxfx(x).dx

Para todo t, com −∞ < - < +∞ em que a esperança seja finita.

95
MATEMÁTICA

Teorema Central do Limite


Uma razão para a distribuição Normal ser considerada tão importante é porque qualquer que seja a distribuição da
variável de interesse para grande amostras, a distribuição das médias amostrais serão aproximadamente normalmente
distribuídas, e tenderão a uma distribuição normal à medida que o tamanho de amostra crescer. Então podemos ter uma
variável original com uma distribuição muito diferente da Normal (pode até mesmo ser discreta), mas se tomarmos várias
amostras grandes desta distribuição, e então fizermos um histograma das médias amostrais, a forma se parecerá como
uma curva Normal.

Aqui e são a média e o desvio padrão populacionais das medidas individuais ,e é o tamanho amostral.
Denota-se

A aproximação para a normal melhora à medida que o tamanho amostral cresce. Este resultado é conhecido como
o Teorema Central do Limite e é notável porque permite-nos conduzir alguns procedimentos de inferência sem qualquer
conhecimento da distribuição da população.

Amostras aleatórias.

Distribuições amostrais.
O problema central da inferência estatística é como fazer afirmações sobre os parâmetros de uma população a partir de
estatísticas obtidas de amostras da população. Digamos, por exemplo, que queremos tem uma idéia sobre o valor médio
µ do preço de terrenos de 500 a 1000 m2. A população formada por esses terrenos é bastante grande. Como não temos
condições de medir todos os elementos da população, decidimos tomar amostras aleatórias da população. Vamos supor
que cada amostra é formada por n elementos (terrenos). Cada amostra i terá uma médiai.
Os valores da média e do desvio padrão dos preços de uma amostra de n terrenos, i e si, dificilmente serão iguais aos
valores da média µ e do desvio padrão σ dos preços de todos os terrenos (a população).
Entretanto, se selecionarmos aleatoriamente várias amostras de tamanho n da população de terrenos, os valores da
média e do desvio padrão calculados para elas estarão distribuídos em torno dos valores verdadeiros para a população.
Pode-se, portanto, construir distribuições de freqüências para elas.
Quando tomamos todas as amostras possíveis de mesmo tamanho de uma população e calculamos uma estatística
qualquer ( ou s) para as amostras, podemos construir a distribuição de probabilidades dessa estatística. Essa distribuição é
chamada de Distribuição Amostral da Estatística.

EXERCÍCIOS

1.(EBC - Analista – Estatística – Superior - CESPE - 2011 )Julgue o item seguinte, acerca de probabilidades.
Se, em um mesmo espaço amostral S, os eventos A e B forem independentes do evento C, então, necessariamente, o
evento A∩B será independente de C.

Gabarito: Errada
Se desenharmos três círculos enfileirados com elos de interseção não vazios, com o seguinte arranjo: evento A, evento
C e evento. Observe que A∩B é vazio, ou seja, não é independente de C.

2.(ABIN – OTI – Estatística – Superior - CESPE – 2010)Considerando a função , em que 0 ≤ x ≤ 1 e c , uma


constante de normalização, julgue os itens que se seguem.
Se f(x) > 1 para algum x 0 [0,1], então a função f(x) não é uma função de densidade

Gabarito: Errada
Se F(x) for maior que 1 não será função densidade.Parte superior do formulário

96
MATEMÁTICA

3.(ABIN – OTI – Estatística –Superior - CESPE – 2010) em cada grupo a variável estudada apresente comporta-
Sabendo que X é variável aleatória discreta que pode assu- mento diferenciado e ao mesmo tempo, dentro de cada
mir valores inteiros não negativos, julgue os próximos itens. grupo, esse procedimento seja relativamente igual. A es-
A média de X é não negativa. tratificação da amostra permitirá assim a obtenção de um
maior grau de certeza nos resultados sem necessidade de
Gabarito: Certa aumentar o número de elementos da mesma, pois garan-
Os elementos que compõem a média podem até ser tirá que todos os subgrupos estão devidamente represen-
negativos, porém, a medida da média é que não pode ser tados.
negativa.
Amostragem sistemática Neste caso, a população
4.(ABIN – OTI – Estatística – Superior - CESPE – 2010) deve ser ordenada de forma que os elementos sejam iden-
A respeito da distribuição binomial X com parâmetros n e tificados pela posição e a retirada dos elementos é feita
p, em que n $ 1 e 0 < p < 1, julgue os itens subsequentes. periodicamente.
Considere a seguinte situação hipotética.
De uma urna que contém 15 bolas brancas e 1 bola Amostragem por conglomerados é uma pratica
vermelha serão retiradas aleatoriamente 12 bolas. Em cada amostral utilizada quando há uma subdivisão da popula-
retirada, será observada a cor da bola selecionada. Se bran- ção em grupos que sejam bastante parecidos entre si, mas
ca, a bola não será devolvida à urna; se vermelha, a bola com fortes discrepâncias dentro dos grupos, de modo que
será devolvida à urna. Ao final do processo, será registrado cada um possa ser uma pequena representação da popu-
o número X de vezes que a bola vermelha foi observada lação de interesse específico; é realizada em cima dos con-
nessas doze retiradas. Em face dessa situação, é correto glomerados, e não mais sobre os indivíduos da população.
afirmar que X é uma variável aleatória com distribuição bi-
nomial com n = 12 Tamanho amostral.
O número de respostas concluídas recebidas pela sua
Gabarito: Errada pesquisa é o tamanho da sua amostra. A “amostra” repre-
A bola branca retirada não voltará mais para a urna, senta apenas parte do grupo de pessoas (ou população)
isso faz com que a probabilidade de eu retirar uma bola cujas opiniões ou comportamentos são de seu interesse.
vermelha seja alterada. Cada vez que é sorteada uma bola O tamanho da sua população é número total de pes-
branca, aumenta a probabilidade da retirada de uma bola soas no grupo que você está tentando alcançar com seu
vermelha. Sendo assim, a probabilidade do sorteio de uma questionário. Desta forma, caso esteja aplicando um ques-
bola vermelha não permanece constante, o que faz com tionário na sua empresa, o tamanho da população é o nú-
que em todas essas vezes, não haja uma distribuição bi- mero total de funcionários.
nomial. As margens de erros representam o percentual que
descrevem em que medida a resposta da sua amostra se
está mais próximo da realidade de sua população.
TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM: AMOSTRAGEM Quanto menor for a margem de erro, mais próximo
ALEATÓRIA SIMPLES, ESTRATIFICADA, você está da resposta exata em um grau de confiança, os
SISTEMÁTICA E POR CONGLOMERADOS. padrões mais utilizados são 90%, 95% e 99%.

Amostragem aleatória simples É o processo mais


simples, pois baseia-seno princípio de que todos os mem-
bros de uma população têm a mesma probabilidade de se-
rem incluídos na amostra. Ex. Aplicar um questionário de Tamanho da amostra =
satisfação sobre os produtos vendidos por uma padaria em
10 clientes de um banco de dados de 100 pessoas.
Uma amostra estratificada é uma amostra probabi-
lística que se caracteriza por um processo em duas etapas:
a. Divisão da população em subgrupos (com compor-
tamento bem próximo à variável estudada) chamados es- N =Tamanho da população
tratos; E = Margem de erro
b. Escolha da amostra aleatória simples de forma inde- z = Escore
pendente em cada subgrupo ou estrato. e = percentual expresso em decimais

Assim, os resultados obtidos com a análise dos dados


da amostra poderão ser superados, com determinado grau
de certeza, para toda a população ou universo. A divisão
da população em estratos se confirma pelo objetivo de que

97
MATEMÁTICA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES Um shopping recebeu nota 8 para “estacionamento” e


“preços” e nota 7 para os demais critérios. Logo, a média
3. (SAP/SP - AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁ- final atingida por esse shopping foi
RIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Em uma seção de uma A) 7,5.
empresa com 20 funcionários, a distribuição dos salários B) 7,6.
mensais, segundo os cargos que ocupam, é a seguinte: C) 7,7.
D) 7,8.
E) 7,9.

8∙3+8∙2+7∙3+7∙2
= 7,5
10
!
RESPOSTA: “A”.
Sabendo-se que o salário médio desses funcionários é
de R$ 1.490,00, pode-se concluir que o salário de cada um 5. (SEED/SP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – VU-
dos dois gerentes é de NESP/2013) Em certo departamento, trabalham homens e
A) R$ 2.900,00. mulheres, sendo que nesse grupo há 10 homens a mais
B) R$ 4.200,00. que o número de mulheres. A média salarial desse depar-
C) R$ 2.100,00. tamento é de R$ 3.800,00. Entretanto, calculando separa-
D) R$ 1.900,00. damente, verifica-se que a média salarial dos homens é de
E) R$ 3.400,00. R$ 4.000,00, enquanto a média salarial das mulheres é de
R$ 3.500,00. O número de homens que trabalham nesse
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200 departamento é igual a
!é!"# = A) 20.
20
B) 40.
2! + 8 ∙ 1700 + 10 ∙ 1200 C) 30.
1490 = D) 25.
20 E) 15.

2! + 13600 + 12000 = 29800 Salário homens: SH


2! = 4200 Salário mulher:SM
! = 2100 Homens: x+10
! Mulheres: x

Cada um dos gerentes recebem R$ 2100,00 !"


= 4000!!!!" = 4000! + 40000
!!!"
RESPOSTA: “C”.
!"
4. (CREFITO/SP – ALMOXARIFE – VUNESP/2012) Em ! ! = 3500!!!!!" = 3500!
época de Natal, uma pesquisadora colheu dados de opi-
nião dos clientes sobre shopping centers, seguindo os cri- !"!!"
térios da tabela seguinte: = 3800
!!!!!"

!"!!"
= 3800
!!!!"

7600! + 38000 = !" + !"


!
Substituindo SH e SM:
7600x+38000=4000x+40000+3500x
100x=2000
X=20
Homens:x+10=20+10=30

RESPOSTA: “C”.

98
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows 7, 8 e 10). ......................................................................................... 01


Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office 2010, 2013 e LibreOffice 5 ou superior). ............... 11
Redes de computadores: Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e Intranet; ............. 39
Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox e Google Chrome); ..................................................... 39
Programas de correio eletrônico (Microsoft Outlook e Mozilla Thunderbird); ............................................................................... 39
Sítios de busca e pesquisa na Internet; .......................................................................................................................................................... 39
Grupos de discussão; ............................................................................................................................................................................................. 39
Redes sociais;.............................................................................................................................................................................................................. 39
Computação na nuvem (cloud computing). ................................................................................................................................................. 39
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ........................................... 47
Segurança da informação: Procedimentos de segurança; ...................................................................................................................... 47
Noções de vírus, worms e outras pragas virtuais; ...................................................................................................................................... 47
Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.); ...................................................................................................... 47
Procedimentos de backup; .................................................................................................................................................................................. 47
Armazenamento de dados na nuvem (cloud storage).............................................................................................................................. 47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

/sbin - Como os comandos do /bin, só que não são


NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL utilizados pelos usuários comuns.
(AMBIENTES LINUX E WINDOWS 7, 8 E 10). Por esse motivo, o diretório sbin é chamado de superu-
suário, pois existem comandos que só podem ser utilizados
nesse diretório. É como se quem estivesse no diretório sbin
fosse o administrador do sistema, com permissões especiais
Linux de inclusões, exclusões e alterações.

O Linux é um sistema operacional inicialmente basea- Comandos básicos


do em comandos, mas que vem desenvolvendo ambientes Iniciaremos agora o estudo sobre vários comandos que
gráficos de estruturas e uso similares ao do Windows. Ape- podemos usar no Shell do Linux:
sar desses ambientes gráficos serem cada vez mais adota- -addgroup - adiciona grupos
dos, os comandos do Linux ainda são largamente emprega- -adduser - adiciona usuários
dos, sendo importante seu conhecimento e estudo. -apropos - realiza pesquisa por palavra ou string
Outro termo muito usado quando tratamos do Linux é -cat - mostra o conteúdo de um arquivo binário ou texto
o kernel, que é uma parte do sistema operacional que faz a -cd - entra num diretório (exemplo: cd docs) ou retorna
ligação entre software e máquina, é a camada de software para home
mais próxima do hardware, considerado o núcleo do sis- cd <pasta> – vai para a pasta especificada. exem-
tema. O Linux teve início com o desenvolvimento de um plo: cd /usr/bin/
pequeno kernel, desenvolvido por Linus Torvalds, em 1991, -chfn - altera informação relativa a um utilizador
quando era apenas um estudante finlandês. Ao kernel que -chmod - altera as permissões de arquivos ou diretórios.
Linus desenvolveu, deu o nome de Linux. Como o kernel é ca- É um comando para manipulação de arquivos e diretórios
paz de fazer gerenciamentos primários básicos e essenciais
que muda as permissões para acesso àqueles. por exemplo,
para o funcionamento da máquina, foi necessário desenvol-
um diretório que poderia ser de escrita e leitura, pode pas-
ver módulos específicos para atender várias necessidades,
sar a ser apenas leitura, impedindo que seu conteúdo seja
como por exemplo um módulo capaz de utilizar uma placa
alterado.
de rede ou de vídeo lançada no mercado ou até uma in-
-chown - altera a propriedade de arquivos e pastas
terface gráfica como a que usamos no Windows.
(dono)
Uma forma de atender a necessidade de comunicação
entre ker- nel e aplicativo é a chamada do sistema (System -clear – limpa a tela do terminal
Call), que é uma interface entre um aplicativo de espaço de -cmd>>txt - adiciona o resultado do comando (cmd) ao
usuário e um serviço que o kernel fornece. fim do arquivo (txt)
Como o serviço é fornecido no kernel, uma chamada di- -cp - copia diretórios ‘cp -r’ copia recursivamente
reta não pode ser executada; em vez disso, você deve utilizar -df - reporta o uso do espaço em disco do sistema de
um processo de cruzamento do limite de espaço do usuário/ arquivos
kernel. -dig - testa a configuração do servidor DNs
No Linux também existem diferentes run levels de ope- -dmesg - exibe as mensagens da inicialização (log)
ração. O run level de uma inicialização padrão é o de nú- -du - exibe estado de ocupação dos discos/partições
mero 2. -du -msh - mostra o tamanho do diretório em mega-
Como o Linux também é conhecido por ser um sistema bytes
operacional que ainda usa muitos comandos digitados, não -env - mostra variáveis do sistema
poderíamos deixar de falar sobre o Shell, que é justamente -exit – sair do terminal ou de uma sessão de root.
o programa que permite ao usuário digitar comandos que -/etc – É o diretório onde ficam os arquivos de configu-
sejam inteligíveis pelo sistema operacional e executem fun- ração do sistema
ções. -/etc/skel – É o diretório onde fica o padrão de arquivos
No MS DOS, por exemplo, o Shell era o command.com, para o diretório Home de novos usuários.
através do qual podíamos usar comandos como o dir, cd -fdisk -l – mostra a lista de partições.
e outros. No Linux, o Shell mais usado é o Bash, que, para -find - comando de busca ex: find ~/ -cmin -3
usuários comuns, aparece com o símbolo $, e para o root, -find – busca arquivos no disco rígido.
aparece como símbolo #. -halt -p – desligar o computador.
Temos também os termos usuário e superusuário. En- -head - mostra as primeiras 10 linhas de um arquivo
quanto ao usuário é dada a permissão de utilização de -history – mostra o histórico de comandos dados no
comandos simples, ao superusuário é permitido configurar terminal.
quais comandos os usuários po- dem usar, se eles podem -ifconfig - mostra as interfaces de redes ativas e as infor-
apenas ver ou também alterar e gravar dire- tórios, ou seja, mações relacionadas a cada uma delas
ele atua como o administrador do sistema. O diretório pa- -iptraf - analisador de tráfego da rede com interface
drão que contém os programas utilizados pelo superusuário gráfica baseada em diálogos
para o gerenciamento e a manutenção do sistema é o /sbin. -kill - manda um sinal para um processo. Os sinais sIG-
/bin - Comandos utilizados durante o boot e por usuá- TErm e sIGKILL encerram o processo.
rios comuns. -kill -9 xxx – mata o processo de número xxx.

1
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

-killall - manda um sinal para todos os processos. -smbpasswd - No sistema operacional Linux, na ver-
-less - mostra o conteúdo de um arquivo de texto com são samba, smbpasswd permite ao usuário alterar sua senha
controle criptografada smb que é armazenada no arquivo smbpasswd
-ls - listar o conteúdo do diretório (normalmente no diretório privado sob a hierarquia de dire-
-ls -alh - mostra o conteúdo detalhado do diretório tórios do samba). os usuários comuns só podem executar o
-ls –ltr - mostra os arquivos no formado longo (l) em or- comando sem opções. Ele os levará para que sua senha velha
dem inversa (r) de data (t) smb seja digitada e, em seguida, pedir-lhes sua nova senha
-man - mostra informações sobre um comando duas vezes, para garantir que a senha foi digitada correta-
-mkdir - cria um diretório. É um comando utilizado na raiz mente. Nenhuma senha será mostrada na tela enquanto está
do Linux para a criação de novos diretórios. sendo digitada.
-su - troca para o superusuário root (é exigida a senha)
Na imagem a seguir, no prompt ftp, foi criado o diretório -su user - troca para o usuário especificado em ‘user’ (é
chamado “myfolder”. exigida a senha)
-tac - semelhante ao cat, mas inverte a ordem
-tail - o comando tail mostra as últimas linhas de um ar-
quivo texto, tendo como padrão as 10 últimas linhas. Sua sin-
taxe é: tail nome_do_arquivo. Ele pode ser acrescentado de al-
guns parâmetros como o -n que mostra o [numero] de linhas
do final do arquivo; o – c [numero] que mostra o [numero] de
bytes do final do arquivo e o – f que exibe continuamente os
dados do final do arquivo à medida que são acrescentados.
-tcpdump sniffer - sniffer é uma ferramenta que “ouve”
os pacotes
-top – mostra os processos do sistema e dados do pro-
cessador.
-touch touch foo.txt - cria um arquivo foo.txt vazio; tam-
bém altera data e hora de modificação para agora
Figura 22: Prompt “ftp” -traceroute - traça uma rota do host local até o destino
mostrando os roteadores intermediários
-mount – montar partições em algum lugar do sistema. -umount – desmontar partições.
-mtr - mostra rota até determinado IP -uname -a – informações sobre o sistema operacional
-mv - move ou renomeia arquivos e diretórios -userdel - remove usuários
-nano – editor de textos básico. -vi - editor de ficheiros de texto
-nfs - sistema de arquivos nativo do sistema operacional -vim - versão melhorada do editor supracitado
Linux, para o compartilhamento de recursos pela rede -which - mostra qual arquivo binário está sendo chama-
-netstat - exibe as portas e protocolos abertos no sistema. do pelo shell quando chamado via linha de comando
-nmap - lista as portas de sistemas remotos/locais atrás -who - informa quem está logado no sistema
de portas abertas.
-nslookup - consultas a serviços DNs Não são só comandos digitados via teclado que pode-
-ntsysv - exibe e configura os processos de inicialização mos executar no Linux. Várias versões foram desenvolvidas
-passwd - modifica senha (password) de usuários e o kernel evoluiu muito. Sobre ele rodam as mais diversas
-ps - mostra os processos correntes interfaces gráficas, baseadas principalmente no servidor de
-ps –aux - mostra todos os processos correntes no siste- janelas XFree. Entre as mais de vinte interfaces gráficas criadas
ma para o Linux, vamos citar o KDE.
-ps -e – lista os processos abertos no sistema.
-pwd - exibe o local do diretório atual. o prompt padrão
do Linux exibe apenas o último nome do caminho do diretório
atual. para exibir o caminho completo do diretório atual digite
o comando pwd. Linux@fedora11 – é a versão do Linux que
está sendo usada. help pwd – é o comando que nos mostrará
o conteúdo da ajuda sobre o pwd. A informação do help nos
mostra-nos que pwd imprime o nome do diretório atual.
-reboot – reiniciar o computador.
-recode - recodifica um arquivo ex: recode iso-8859-15..
utf8 file_to_change.txt
-rm - remoção de arquivos (também remove diretórios)
-rm -rf - exclui um diretório e todo o seu conteúdo
-rmdir - exclui um diretório (se estiver vazio)
-route - mostra as informações referentes às rotas Figura 23: Menu K, na versão Suse – imagem obtida de
-shutdown -r now – reiniciar o computador http://pt.wikibooks. org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_inter-
-split - divide um arquivo face_gr%C3%A1fica_KDE

2
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Um dos motivos que ainda desestimula várias pessoas a /opt – usado por desenvolvedores de programas.
adotarem o Linux como seu sistema operacional é a quanti- /proc – armazena informações sobre o estado atual do
dade de programas compatíveis com ele, o que vem sendo sistema.
solucionado com o passar do tempo. Sua interface familiar, /root – diretório do superusuário.
semelhante ao do Windows, tem ajudado a aumentar os
adeptos ao Linux. O gerenciamento de arquivos e diretórios, ou seja, co-
Distribuição Linux é um sistema operacional que utiliza piar, mover, recortar e colar pode ser feito, julgando que esta-
o núcleo (kernel) do Linux e outros softwares. Existem várias mos usando o Nautilus, da seguinte forma:
versões do Linux (comerciais ou não): Ubuntu, Debian, Fe- - Copiar: clique com o botão direito do mouse sobre o
dora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens. O arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área de
que torna a escolha de uma distribuição bem pessoal. transferência, mas o original permanecerá no local.
Distribuições são criadas, normalmente, para atender - Recortar: clique com o botão direito do mouse sobre o
arquivo ou diretório. O conteúdo será movido para a área de
razões específicas. Por exemplo, existem distribuições para
transferência, sendo removido do seu local de origem.
rodar em servidores, redes - onde a segurança é prioridade
- Colar: clique com o botão direito do mouse no local de-
- e, também, computadores pessoais.
sejado e depois em colar. O conteúdo da área de transferência
Assim, não é possível dizer qual é a melhor distribuição. será colado.
Pois, depende da finalidade do seu computador. Outra forma é deixar a janela do local de origem do ar-
quivo aberta e abrir outra com o local de destino. Pressionar o
Sistema de arquivos: organização e gerenciamento botão esquerdo do mouse sobre o arquivo desejado e movê-lo
de arquivos, diretórios e permissões no Linux para o destino.

Dependendo da versão do Linux é possível encontrar Instalar, remover e atualizar programas


gerencia- dores de arquivos diferentes. Por exemplo, no Li-
nux Ubuntu, encontramos o Nautilus, que permite a cópia, Para instalar ou remover um programa, considerando o Li-
recorte, colagem, movimentação e organização dos arqui- nux Ubuntu, podemos utilizar a ferramenta Adicionar/Remover
vos e pastas. No Linux, vale lembrar que os dispositivos de Aplicações, que possibilita a busca de drives pela Internet. Esta fer-
armazenamento não são nomeados por letras. ramenta é encontrada no menu Aplicações, Adicionar/Remover.
Por exemplo, no Windows, se você possui um HD na Na parte superior da janela encontramos uma linha de
máquina, ele recebe o nome de C. Se possui dois HDs, um busca, na qual podemos digitar o termo do aplicativo desejado.
será o C e o outro o E. Já no Linux, tudo fará parte de um Ao lado da linha de pesquisa temos a configuração de mostrar
mesmo sistema da mesma estrutura de pastas. apenas os itens suportados pelo Ubuntu.
O lado esquerdo lista todas as categorias de programas.
Quando uma categoria é selecionada sua descrição é mostrada
na parte de baixo da janela. Como exemplos de categorias po-
demos citar: Acessórios, Educacionais, Jogos, Gráficos, Internet,
entre outros.

Manipulação de hardware e dispositivos

A manipulação de hardware e dispositivos pode ser feita


no menu Locais, Computador, através do qual acessamos a
lista de dispositivos em execução. A maioria dos dispositivos
de hardware instalados no Linux Ubuntu são simplesmente
instalados. Quando se trata de um pen drive, após sua co-
nexão física, aparecerá uma janela do gerenciador de arquivos
Figura 24: Linux – Fonte: O Livro Oficial do Ubuntu exibindo o conteúdo do dispositivo. É importante, porém, lem-
brar-se de desmontar corretamente os dispositivos de armaze-
As principais pastas do Linux são: namento e outros antes de encerrar seu uso. No caso do pen
/etc - possui os arquivos gerais de configuração do sis- drive, podemos clicar com o botão direito do mouse sobre o
tema e dos ícone localizado na área de trabalho e depois em Desmontar.
programas instalados.
/home – cada conta de usuário possui um diretório salvo Agendamento de tarefas
na pasta home.
/boot – arquivos de carregamento do sistema, incluin- O agendamento de tarefas no Linux Ubuntu é realizado
do configuração do gerenciador de boot e o kernel. pelo agendador de tarefas chamado cron, que permite estipu-
/dev – onde ficam as entradas das placas de dispositi- lar horários e intervalos para que tarefas sejam executadas. Ele
vos como rede, som, impressoras. permite detalhar comandos, data e hora que ficam em um
/lib – bibliotecas do sistema. arquivo chamado crontab, arquivo de texto que armazena
/media – possui a instalação de dispositivos como drive a lista de comandos a serem aciona- dos no horário e data
de CD, pen drives e outros. estipulados.

3
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Administração de usuários e grupos no Linux Backup

Antes de iniciarmos, entendamos dois termos: Comandos básicos para backups


- superusuário: é o administrador do sistema. Ele tem tar agrupa vários arquivos em somente um.
acesso e permissão para executar todos os comandos. compress faz a compressão de arquivos padrão do
- usuário comum: tem as permissões configuradas pelo Unix.
superusuário para o grupo em que se encontra. uncompress descomprime arquivos compactados
Um usuário pode fazer parte de vários grupos e um gru- pelo com- press.
po pode ter vários usuários. Dessa forma, podemos atribuir zcat permite visualizar arquivos compactados pelo
permissões aos grupos e colocar o usuário que desejamos compress.
que tenha determinada permissão no grupo corresponden-
te.

Comandos básicos para grupos

- Para criar grupos: sudo groupadd nomegrupo


- Para criar um usuário no grupo: sudo useradd –g no-
megrupo nomeusuario
- Definir senha para o usuário: sudo password nomeu-
suario
- Remover usuário do sistema: sudo userdel nomeusua-
rio

Permissões no Linux

Vale lembrar que apenas o superusuário (root) tem


acesso irrestrito aos conteúdos do sistema. Os outros de-
pendem de sua permissão para executar comandos. As Figura 25: Centro de controle do KDE imagem obtida
permissões podem ser sobre tipo do arquivo, permissões de http://
do proprietário, permissões do grupo e permissões para os pt.wikibooks.org/wiki/Linux_para_iniciantes/A_interfa-
outros usuários. ce_
Diretórios são designados com a letra ‘d’ e arquivos co- gr%C3%A1fica_KDE
muns com o ‘-‘.
Alguns dos comandos utilizados em permissões são: Como no Painel de controle do Windows, temos o cen-
ls – l Lista diretórios e suas permissões rw- permissões tro de controle do KDE, que nos permite personalizar toda
do proprietário do grupo a parte gráfica, fontes, temas, ícones, estilos, área de traba-
r- permissões do grupo ao qual o usuário pertence r- lho e ainda Internet, periféricos, acessibilidade, segurança
-permissão para os outros usuários e privacidade, som e configurações para o administrador
As permissões do Linux são: leitura, escrita e execução. do sistema.
- Leitura: (r, de Read) permite que o usuário apenas veja,
ou seja, leia o arquivo.
Windows
- Gravação, ou escrita: (w, de Write) o usuário pode criar
e alterar arquivos.
O Windows assim como tudo que envolve a informáti-
- Execução: (x, de eXecution) o usuário pode executar
ca passa por uma atualização constante, os concursos pú-
arquivos.
blicos em seus editais acabam variando em suas versões,
Quando a permissão é acompanhada com o ‘-‘, significa por isso vamos abordar de uma maneira geral tanto as ver-
que ela não é atribuída ao usuário. sões do Windows quanto do Linux.
O Windows é um Sistema Operacional, ou seja, é um
Compactação e descompactação de arquivos software, um programa de computador desenvolvido por
Comandos básicos para compactação e descompacta- programadores através de códigos de programação. Os
ção de arquivos: Sistemas Operacionais, assim como os demais softwares,
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos são considerados como a parte lógica do computador, uma
compacta- dos com gzip. parte não palpável, desenvolvida para ser utilizada apenas
gzexe [opções] [arquivos] compacta executáveis. quando o computador está em funcionamento. O Sistema
gunzip [opções] [arquivos] descompacta arquivos. zcat Operacional (SO) é um programa especial, pois é o primei-
[opções] [arquivos] descompacta arquivos. ro a ser instalado na máquina.

4
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quando montamos um computador e o ligamos pela pri- - Reinicie o computador.


meira vez, em sua tela serão mostradas apenas algumas roti- - Pressione qualquer tecla, quando solicitado a fazer isso,
nas presentes nos chipsets da máquina. Para utilizarmos todos e siga as instruções exibidas.
os recursos do computador, com toda a qualidade das placas - Na página de Instalação Windows, insira seu idioma ou
de som, vídeo, rede, acessarmos a Internet e usufruirmos de outras preferências e clique em avançar.
toda a potencialidade do hardware, temos que instalar o SO. - Se a página de Instalação Windows não aparecer e o
Após sua instalação é possível configurar as placas para programa não solicitar que você pressione alguma tecla, tal-
que alcancem seu melhor desempenho e instalar os demais vez seja necessário alterar algumas configurações do sistema.
programas, como os softwares aplicativos e utilitários. Para obter mais informações sobre como fazer isso, consulte
O SO gerencia o uso do hardware pelo software e geren- Inicie o seu computador usando um disco de instalação do
cia os demais programas. Windows 7 ou um pen drive USB.
A diferença entre os Sistemas Operacionais de 32 bits e - Na página Leia os termos de licença, se você aceitar os
64 bits está na forma em que o processador do computa- termos de licença, clique em aceito os termos de licença e em
dor trabalha as informações. O Sistema Operacional de 32 avançar.
bits tem que ser instalado em um computador que tenha o - Na página que tipo de instalação você deseja? clique em
processador de 32 bits, assim como o de 64 bits tem que ser Personalizada.
instalado em um computador de 64 bits. - Na página onde deseja instalar Windows? clique em op-
Os Sistemas Operacionais de 64 bits do Windows, segun- ções da unidade (avançada).
do o site oficial da Microsoft, podem utilizar mais memória - Clique na partição que você quiser alterar, clique na op-
que as versões de 32 bits do Windows. “Isso ajuda a reduzir ção de formatação desejada e siga as instruções.
o tempo despendi- do na permuta de processos para dentro - Quando a formatação terminar, clique em avançar.
e para fora da memória, pelo armazenamento de um núme- - Siga as instruções para concluir a instalação do Windo-
ro maior desses processos na memória de acesso aleatório ws 7, inclusive a nomenclatura do computador e a configura-
(RAM) em vez de fazê-lo no disco rígido. Por outro lado, isso ção de uma conta do usuário inicial.
pode aumentar o desempenho geral do programa”.
Conceitos de pastas, arquivos e atalhos, manipulação
Para saber se o Windows é de 32 ou 64 bits, basta: de arquivos e pastas, uso dos menus
1. Clicar no botão Iniciar , clicar com o botão direito em Pastas – são estruturas digitais criadas para organizar ar-
computador e clique em Propriedades. quivos, ícones ou outras pastas.
2. Em sistema, é possível exibir o tipo de sistema. Arquivos– são registros digitais criados e salvos através
“Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, você de programas aplicativos. Por exemplo, quando abrimos o
precisará de um processador capaz de executar uma versão Microsoft Word, digitamos uma carta e a salvamos no com-
de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema ope- putador, estamos criando um arquivo.
racional de 64 bits ficam mais claros quando você tem uma Ícones– são imagens representativas associadas a pro-
grande quantidade de RAM (memória de acesso aleatório) no gramas, arquivos, pastas ou atalhos.
computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses casos, como Atalhos–são ícones que indicam um caminho mais curto
um sistema operacional de 64 bits pode processar grandes para abrir um programa ou até mesmo um arquivo.
quantidades de memória com mais eficácia do que um de 32
bits, o sistema de 64 bits poderá responder melhor ao execu- Criação de pastas (diretórios)
tar vários programas ao mesmo tempo e alternar entre eles
com frequência”.
Uma maneira prática de usar o Windows 7 (Win 7) é re-
instalá-lo sobre um SO já utilizado na máquina. Nesse caso, é
possível instalar:
- Sobre o Windows XP;
- Uma versão Win 7 32 bits, sobre Windows Vista (Win
Vista), também 32 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 32 bits;
- Win 7 de 32 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 de 64 bits, sobre Win Vista, 64 bits;
- Win 7 em um computador e formatar o HD durante a
insta- lação;
- Win 7 em um computador sem SO;
Antes de iniciar a instalação, devemos verificar qual tipo de
instalação será feita, encontrar e ter em mãos a chave do pro-
duto, que é um código que será solicitado durante a instalação.
Vamos adotar a opção de instalação com formatação de
disco rígido, segundo o site oficial da Microsoft Corporation:
- Ligue o seu computador, de forma que o Windows seja
inicia- lizado normalmente, insira do disco de instalação do Win- Figura 8: Criação de pastas
dows 7 ou a unidade flash USB e desligue o seu computador.

5
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clicando com o botão direito do mouse em um espaço vazio da área de trabalho ou outro apropriado, podemos en-
contrar a opção pasta.
Clicando nesta opção com o botão esquerdo do mouse, temos então uma forma prática de criar uma pasta.

Figura 9: Criamos aqui uma pasta chamada “Trabalho”.

Figura 10: Tela da pasta criada

Clicamos duas vezes na pasta “Trabalho” para abrí-la e agora criaremos mais duas pastas dentro dela:
Para criarmos as outras duas pastas, basta repetir o procedimento botão direito, Novo, Pasta.

Área de trabalho:

Figura 11: Área de Trabalho

A figura acima mostra a primeira tela que vemos quando o Windows 7 é iniciado. A ela damos o nome de área de
trabalho, pois a ideia original é que ela sirva como uma prancheta, onde abriremos nossos livros e documentos para dar
início ou continuidade ao trabalho.
Em especial, na área de trabalho, encontramos a barra de tarefas, que traz uma série de particularidades, como:

Figura 12: Barra de tarefas

6
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1) Botão Iniciar: é por ele que entramos em contato 2) Ícones de inicialização rápida: São ícones coloca-
com todos os outros programas instalados, programas dos como atalhos na barra de tarefas para serem acessa-
que fazem parte do sistema operacional e ambientes de dos com facilidade.
configuração e trabalho. Com um clique nesse botão, abri- 3) Barra de idiomas: Mostra qual a configuração de
mos uma lista, chamada Menu Iniciar, que contém opções idioma que está sendo usada pelo teclado.
que nos permitem ver os programas mais acessados, to- 4) Ícones de inicialização/execução: Esses ícones são
dos os outros programas instalados e os recursos do pró- configurados para entrar em ação quando o computador
prio Windows. Ele funciona como uma via de acesso para é iniciado. Muitos deles ficam em execução o tempo todo
todas as opções disponíveis no computador. no sistema, como é o caso de ícones de programas antivírus
Através do botão Iniciar, também podemos: que monitoram constante- mente o sistema para verificar se
-desligar o computador, procedimento que encerra o não há invasões ou vírus tentando ser executados.
Sistema Operacional corretamente, e desliga efetivamente 5) Propriedades de data e hora: Além de mostra o re-
a máquina; lógio constantemente na sua tela, clicando duas vezes, com
-colocar o computador em modo de espera, que re- o botão esquerdo do mouse nesse ícone, acessamos as Pro-
duz o consumo de energia enquanto a máquina estiver priedades de data e hora.
ociosa, ou seja, sem uso. Muito usado nos casos em que
vamos nos ausentar por um breve período de tempo da
frente do computador;
-reiniciar o computador, que desliga e liga automa-
ticamente o sistema. Usado após a instalação de alguns
programas que precisam da reinicialização do sistema para
efetivarem sua insta- lação, durante congelamento de telas
ou travamentos da máquina.
-realizar o logoff, acessando o mesmo sistema com
nome e senha de outro usuário, tendo assim um ambiente
com características diferentes para cada usuário do mesmo
computador.

Figura 14: Propriedades de data e hora

Nessa janela, é possível configurarmos a data e a hora,


deter- minarmos qual é o fuso horário da nossa região e
especificar se o relógio do computador está sincronizado
automaticamente com um servidor de horário na Internet.
Este relógio é atualizado pela bateria da placa mãe, que
vimos na figura 26. Quando ele começa a mostrar um horá-
rio diferente do que realmente deveria mostrar, na maioria
das vezes, indica que a bateria da placa mãe deve precisar
ser trocada. Esse horário também é sincronizado com o
mesmo horário do SETUP.

Lixeira: Contém os arquivos e pastas excluídos pelo


usuário. Para excluirmos arquivos, atalhos e pastas, pode-
mos clicar com o botão direito do mouse sobre eles e de-
pois usar a opção “Excluir”. Outra forma é clicar uma vez
sobre o objeto desejado e depois pressionar o botão dele-
te, no teclado. Esses dois procedimentos enviarão para li-
Figura 13: Menu Iniciar – Windows 7 xeira o que foi excluído, sendo possível a restauração, caso
haja necessidade. Para restaurar, por exemplo, um arquivo
Na figura a cima temos o menu Iniciar, acessado com enviado para a lixeira, podemos, após abri-la, restaurar o
um clique no botão Iniciar. que desejarmos.

7
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Propriedades da barra de tarefas e do menu iniciar:


Através do clique com o botão direito do mouse na bar-
ra de tarefas e do esquerdo em “Propriedades”, podemos
acessar a janela “Propriedades da barra de tarefas e do
menu iniciar”.

Figura 15: Restauração de arquivos enviados para a


lixeira

A restauração de objetos enviados para a lixeira pode


ser feita com um clique com o botão direito do mouse so-
bre o item desejado e depois, outro clique com o esquerdo
em “Restaurar”. Isso devolverá, automaticamente o arquivo
para seu local de origem.

Outra forma de restaurar é usar a opção “Restaurar este


item”, após selecionar o objeto.

Alguns arquivos e pastas, por terem um tamanho mui-


to grande, são excluídos sem irem antes para a Lixeira.
Sempre que algo for ser excluído, aparecerá uma mensa-
gem, ou perguntando se realmente deseja enviar aquele Figura 17: Propriedades da barra de tarefas e do
item para a Lixeira, ou avisando que o que foi selecionado menu iniciar
será permanentemente excluído. Outra forma de excluir
documentos ou pastas sem que eles fiquem armazenados Na guia “Barra de Tarefas”, temos, entre outros:
na Lixeira é usar as teclas de atalho Shift+Delete.
A barra de tarefas pode ser posicionada nos quatro -Bloquear a barra de tarefas – que impede que ela
cantos da tela para proporcionar melhor visualização de seja posicionada em outros cantos da tela que não seja o
outras janelas abertas. Para isso, basta pressionar o botão inferior, ou seja, impede que seja arrastada com o botão
esquerdo do mouse em um espaço vazio dessa barra e esquerdo do mouse pressionado.
com ele pressionado, arrastar a barra até o local desejado -Ocultar automaticamente a barra de tarefas – ocul-
(canto direito, superior, esquerdo ou inferior da tela). ta (esconde) a barra de tarefas para proporcionar maior
Para alterar o local da Barra de Tarefas na tela, temos aproveitamento da área da tela pelos programas abertos,
que verificar se a opção “Bloquear a barra de tarefas” não e a exibe quando o mouse é posicionado no canto inferior
está marcada. do monitor.

Figura 18: Guia Menu Iniciar e Personalizar Menu


Iniciar
Figura 16: Bloqueio da Barra de Tarefas

8
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Pela figura acima podemos notar que é possível a Computador


aparência e comportamento de links e menus do menu
Iniciar. Através do “Computador” podemos consultar e aces-
sar unidades de disco e outros dispositivos conectados ao
nosso computador.
Para acessá-lo, basta clicar no Botão Iniciar e em Com-
putador. A janela a seguir será aberta:

Figura 19: Barra de Ferramentas

Painel de controle

O Painel de Controle é o local onde podemos alte-


rar configurações do Windows, como aparência, idioma,
configurações de mouse e teclado, entre outras. Com ele
é possível personalizar o computador às necessidades do
usuário.
Para acessar o Painel de Controle, basta clicar no Bo-
tão Iniciar e depois em Painel de Controle. Nele encontra-
mos as seguintes opções: Figura 20: Computador
- Sistema e Segurança: “Exibe e altera o status do
sistema e da segurança”, permite a realização de backups Observe que é possível visualizarmos as unidades de
e restauração das configurações do sistema e de arquivos. disco, sua capacidade de armazenamento livre e usada.
Possui ferramentas que permitem a atualização do Sistema Vemos também informações como o nome do computador,
Operacional, que exibem a quantidade de memória RAM a quantidade de memória e o processador instalado na má-
instalada no computador e a velocidade do processador. quina.
Oferece ainda, possibilidades de configuração de Firewall
para tornar o computador mais protegido. 7.1. Windows 8
- Rede e Internet: mostra o status da rede e possibi- É o sistema operacional da Microsoft que substituiu o
lita configurações de rede e Internet. É possível também Windows 7 em tablets, computadores, notebooks, celulares,
definir preferências para compartilhamento de arquivos e etc. Ele trouxe diversas mudanças, principalmente no layout,
computadores. que acabou surpreendendo milhares de usuários acostuma-
- Hardware e Sons: é possível adicionar ou remover har- dos com o antigo visual desse sistema.
dwares como impressoras, por exemplo. Também permite A tela inicial completamente alterada foi a mudança
alterar sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente, que mais impactou os usuários. Nela encontra-se todas as
configurar modo de economia de energia e atualizar dri- aplicações do computador que ficavam no Menu Iniciar e
também é possível visualizar previsão do tempo, cotação da
ves de dispositivos instalados.
bolsa, etc. O usuário tem que organizar as pequenas minia-
- Programas: através desta opção, podemos realizar a
turas que aparecem em sua tela inicial para ter acesso aos
desinstalação de programas ou recursos do Windows.
programas que mais utiliza.
- Contas de Usuários e Segurança Familiar: aqui alte-
Caso você fique perdido no novo sistema ou dentro de
ramos senhas, criamos contas de usuários, determinamos uma pasta, clique com o botão direito e irá aparecer um pai-
configurações de acesso. nel no rodapé da tela. Caso você esteja utilizando uma das
- Aparência: permite a configuração da aparência da pastas e não encontre algum comando, clique com o botão
área de trabalho, plano de fundo, proteção de tela, menu direito do mouse para que esse painel apareça.
iniciar e barra de tarefas. A organização de tela do Windows 8 funciona como o
- Relógio, Idioma e Região: usamos esta opção para antigo Menu Iniciar e consiste em um mosaico com imagens
alterar data, hora, fuso horário, idioma, formatação de nú- animadas. Cada mosaico representa um aplicativo que está
meros e moedas. instalado no computador. Os atalhos dessa área de trabalho,
- Facilidade de Acesso: permite adaptarmos o compu- que representam aplicativos de versões anteriores, ficam
tador às necessidades visuais, auditivas e motoras do usuá- com o nome na parte de cima e um pequeno ícone na parte
rio. inferior. Novos mosaicos possuem tamanhos diferentes, co-
res diferentes e são atualizados automaticamente.

9
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A tela pode ser customizada conforme a conveniência que em More PC settings. Acesse a opção Usuários e depois
do usuário. Alguns utilitários não aparecem nessa tela, mas clique na opção “Criar uma senha com imagem”. Em seguida,
podem ser encontrados clicando com o botão direito do o computador pedirá para você colocar sua senha e redirecio-
mouse em um espaço vazio da tela. Se deseja que um des- nará para uma tela com um pequeno texto e dando a opção
ses aplicativos apareça na sua tela inicial, clique com o botão para escolher uma foto. Escolha uma imagem no seu compu-
direito sobre o ícone e vá para a opção Fixar na Tela Inicial. tador e verifique se a imagem está correta clicando em “Use
Charms Bar this Picture”. Você terá que desenhar três formas em touch ou
O objetivo do Windows 8 é ter uma tela mais limpa e com o mouse: uma linha reta, um círculo e um ponto. Depois,
esse recurso possibilita “esconder” algumas configurações finalize o processo e sua senha estará pronta. Na próxima vez,
e aplicações. É uma barra localizada na lateral que pode ser repita os movimentos para acessar seu computador.
acessada colocando o mouse no canto direito e inferior da Internet Explorer no Windows 8
tela ou clicando no atalho Tecla do Windows + C. Essa fun- Se você clicar no quadrinho Internet Explorer da página
ção substitui a barra de ferramentas presente no sistema e
inicial, você terá acesso ao software sem a barra de ferra-
configurada de acordo com a página em que você está.
mentas e menus.
Com a Charm Bar ativada, digite Personalizar na busca em
configurações. Depois escolha a opção tela inicial e em segui-
7.2. Windows 10
da escolha a cor da tela. O usuário também pode selecionar
desenhos durante a personalização do papel de parede. O Windows 10 é uma atualização do Windows 8 que
Redimensionar as tiles veio para tentar manter o monopólio da Microsoft no mun-
Na tela esses mosaicos ficam uns maiores que os ou- do dos Sistemas Operacionais, uma das suas missões é ficar
tros, mas isso pode ser alterado clicando com o botão direi- com um visual mais de smart e touch.
to na divisão entre eles e optando pela opção menor. Você
pode deixar maior os aplicativos que você quiser destacar
no computador.
Grupos de Aplicativos
Pode-se criar divisões e grupos para unir programas pa-
recidos. Isso pode ser feito várias vezes e os grupos podem
ser renomeados.
Visualizar as pastas
A interface do programas no computador podem ser
vistos de maneira horizontal com painéis dispostos lado a
lado. Para passar de um painel para outro é necessário usar
a barra de rolagem que fica no rodapé.
Compartilhar e Receber
Comando utilizado para compartilhar conteúdo, enviar Figura 21:Tela do Windows 10
uma foto, etc. Tecle Windows + C, clique na opção Compar-
tilhar e depois escolha qual meio vai usar. Há também a op- O Windows 10 é disponibilizado nas seguintes versões
ção Dispositivo que é usada para receber e enviar conteúdos (com destaque para as duas primeiras):
de aparelhos conectados ao computador. Windows 10 – É a versão de “entrada” do Windows 10,
Alternar Tarefas que possui a maioria dos recursos do sistema. É voltada para
Com o atalho Alt + Tab, é possível mudar entre os pro- Desktops e Laptops, incluindo o tablete Microsoft Surface 3.
gramas abertos no desktop e os aplicativos novos do SO.
Windows 10 Pro – Além dos recursos da versão de en-
Com o atalho Windows + Tab é possível abrir uma lista na
trada, fornece proteção de dados avançada e criptografa-
lateral esquerda que mostra os aplicativos modernos.
da com o BitLocker, permite a hospedagem de uma Cone-
Telas Lado a Lado
xão de Área de Trabalho Remota em um computador, tra-
Esse sistema operacional não trabalha com o concei-
to de janelas, mas o usuário pode usar dois programas ao balhar com máquinas virtuais, e permite o ingresso em um
mesmo tempo. É indicado para quem precisa acompanhar o domínio para realizar conexões a uma rede corporativa.
Facebook e o Twitter, pois ocupa ¼ da tela do computador. Windows 10 Enterprise – Baseada na versão 10 Pro, é
Visualizar Imagens disponibilizada por meio do Licenciamento por Volume, vol-
O sistema operacional agora faz com que cada vez que tado a empresas.
você clica em uma figura, um programa específico abre e Windows 10 Education – Baseada na versão Enterprise,
isso pode deixar seu sistema lento. Para alterar isso é preciso é destinada a atender as necessidades do meio educacional.
ir em Programas – Programas Default – Selecionar Windows Também tem seu método de distribuição baseado através
Photo Viewer e marcar a caixa Set this Program as Default. da versão acadêmica de licenciamento de volume.
Imagem e Senha Windows 10 Mobile – Embora o Windows 10 tente ven-
O usuário pode utilizar uma imagem como senha ao in- der seu nome fantasia como um sistema operacional único, os
vés de escolher uma senha digitada. Para fazer isso, acesse a smartphones com o Windows 10 possuem uma versão espe-
Charm Bar, selecione a opção Settings e logo em seguida cli- cífica do sistema operacional compatível com tais dispositivos.

10
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Windows 10 Mobile Enterprise – Projetado para smartphones e tablets do setor corporativo. Também estará disponível
através do Licenciamento por Volume, oferecendo as mesmas vantagens do Windows 10 Mobile com funcionalidades dire-
cionadas para o mercado corporativo.
Windows 10 IoT Core – IoT vem da expressão “Internet das Coisas” (Internet ofThings). A Microsoft anunciou que haverá
edições do Windows 10 baseadas no Enterprise e Mobile Enterprise destinados a dispositivos como caixas eletrônicos, ter-
minais de autoatendimento, máquinas de atendimento para o varejo e robôs industriais. Essa versão IoT Core será destinada
para dispositivos pequenos e de baixo custo.
Para as versões mais populares (10 e 10 Pro), a Microsoft indica como requisitos básicos dos computadores:
• Processador de 1 Ghz ou superior;
• 1 GB de RAM (para 32bits); 2GB de RAM (para 64bits);
• Até 20GB de espaço disponível em disco rígido;
• Placa de vídeo com resolução de tela de 800×600 ou maior.

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E


APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT
OFFICE 2010, 2013 E LIBREOFFICE 5 OU
SUPERIOR).

O Microsoft Word é um processador de texto que cria textos de diversos tipos e estilos, como por exemplo, ofícios,
relatórios, cartas, enfim, todo conteúdo de texto que atende às necessidades de um usuário doméstico ou de uma empresa.
O Microsoft Word é o processador de texto integrante dos programas Microsoft Office: um conjunto de softwares apli-
cativos destinados a uso de escritório e usuários domésticos, desenvolvidos pela empresa Microsoft.
Os softwares da Microsoft Office são proprietários e compatíveis com o sistema operacional Windows.

10.2. Word 2007


O Word 2007 certamente é um marco nas atualizações, pois ele trouxe a grande novidade das abas, e consequente-
mente o fim dos menus, e ao clicar em cada aba, abre uma barra de ferramenta pertinente a aquela aba, a figura 29 mostra
a guia início e suas respectivas ferramentas, diferente de antes que tínhamos uma barra de ferramentas fixa. Devido ao cos-
tume das outras versões no início a versão 2007 foi muito criticada, outra mudança significativa foi a mudança da extensão
do arquivo que passou de DOC para DOCX.

Figura 29: Guia Início do Microsoft Word 2007

Na guia início é onde se encontra a maioria das funções da antiga interface do Microsoft Word. Ou seja, aqui você pode
mudar a fonte, o tamanho dela, modificar o texto selecionado (com negrito, itálico, sublinhado, riscado, sobreposto etc.),
deixar com outra cor, criar tópicos, alterar o espaçamento, mudar o alinhamento e dar estilo. Tudo isso agora é dividido em
grandes painéis.
Definitivamente, a versão do Microsoft Word 2007 trouxe muito mais organização e padrões em relação as ver-
sões anteriores. Todas as ficaram categorizadas e mais fáceis de encontrar, bastando se acostumar com a interface. 
A melhor parte é que não fica tudo bagunçado, e que as ferramentas mudam conforme as escolhas das abas.

11
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

10.3. Word 2010, 2013 e detalhes gerais

Figura 30: Tela do Microsoft Word 2010

As guias foram criadas para serem orientadas por tarefas, já os grupos dentro de cada guia criam subtarefas para as
tarefas, e os botões de comando em cada grupo possui um comando.
As extensões são fundamentais, desde a versão 2007 passou a ser DOCX, mas vamos analisar outras extensões que
podem ser abordadas em questões de concursos na Figura 27.

Figura 31: Extensões de Arquivos ligados ao Word

As guias envolvem grupos e botões de comando, e são organizadas por tarefa. Os Grupos dentro de cada guia que-
bram uma tarefa em subtarefas. Os Botões de comando em cada grupo possuem um comando ou exibem um menu de
comandos.
Existem guias que vão aparecer apenas quando um determinado objeto aparecer para ser formatado. No exemplo da
imagem, foi selecionada uma figura que pode ser editada com as opções que estiverem nessa guia.

12
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na janela também temos o botão “Mais”. Neste botão,


temos, entre outras, as opções:
- Diferenciar maiúscula e minúscula: procura a palavra
digitada na forma que foi digitada, ou seja, se foi digitada
em minúscula, será localizada apenas a palavra minúscula
e, se foi digitada em maiúscula, será localizada apenas e
palavra maiúscula.
Figura 32: Indicadores de caixa de diálogo
- Localizar palavras inteiras: localiza apenas a palavra
Indicadores de caixa de diálogo – aparecem em alguns exatamente como foi digitada. Por exemplo, se tentarmos
grupos para oferecer a abertura rápida da caixa de diálogo localizar a palavra casa e no texto tiver a palavra casaco, a
do grupo, contendo mais opções de formatação. parte “casa” da palavra casaco será localizada, se essa op-
ção não estiver marcada. Marcando essa opção, apenas a
As réguas orientam na criação de tabulações e no ajus- palavra casa, completa, será localizada.
te de parágrafos, por exemplo.
Determinam o recuo da primeira linha, o recuo de des- - Usar caracteres curinga: com esta opção marcada,
locamento, recuo à esquerda e permitem tabulações es- usamos caracteres especiais. Por exemplo, é possível usar o
querda, direita, centralizada, decimal e barra. caractere curinga asterisco (*) para procurar uma sequên-
Para ajustar o recuo da primeira linha, após posicionar cia de caracteres (por exemplo, “t*o” localiza “tristonho” e
o cursor do mouse no parágrafo desejado, basta pressionar “término”).
o botão esquerdo do mouse sobre o “Recuo da primeira
linha” e arrastá-lo pela régua . Veja a lista de caracteres que são considerados curinga,
Para ajustar o recuo à direita do documento, basta se- retirada do site do Microsoft Office:
lecionar o parágrafo ou posicionar o cursor após a linha
desejada, pressionar o botão esquerdo do mouse no “Re-
cuo à direita” e arrastá-lo na régua . Para localizar digite exemplo
Para ajustar o recuo, deslocando o parágrafo da es-
querda para a direita, basta selecioná-lo e mover, na régua,
como explicado anteriormente, o “Recuo deslocado” . Qualquer caractere ? s?o localiza salvo e
Podemos também usar o recurso “Recuo à esquerda”, único sonho.
que move para a esquerda, tanto a primeira linha quanto o
restante do parágrafo selecionado .
Com a régua, podemos criar tabulações, ou seja, deter- Qualquer sequência de * t*o localiza
minar onde o cursor do mouse vai parar quando pressio- caracteres tristonho e término.
narmos a tecla Tab. <(org) localiza
organizar e
O início de uma palavra < organização,
mas não localiza
desorganizado.
(do)> localiza
O final de uma palavra > medo e cedo,
mas não localiza
domínio.

Figura 33: Réguas


Grupo edição: Um dos caracteres [] v[ie]r localiza vir e
especificados ver
Permite localizar palavras em um documento, substi- [r-t]ã localiza rã e
tuir palavras localizadas por outras ou aplicar formatações Qualquer caractere [-] sã.
e selecionar textos e objetos no documento. único neste intervalo Os intervalos
Para localizar uma palavra no texto, basta clicar no íco- devem estar em
ne Localizar , digitar a palavra na linha do localizar e clicar
ordem crescente.
no botão Localizar Próxima.
A cada clique será localizada a próxima palavra digi- Qualquer caractere F[!a-m]rro localiza
tada no texto. Temos também como realçar a palavra que único, exceto os [!x-z] forro, mas não
desejamos localizar para facilitar a visualizar da palavra lo- caracteres no intervalo localiza ferro.
calizada. entre colchetes

13
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Exatamente n ca{2}tinga localiza


ocorrências do caractere {n} caatinga, mas não
ou expressão anterior catinga.
Pelo menos n
ocorrências do caractere {n,} ca{1,}tinga localiza
ou expressão anterior catinga e caatinga.
De n a m ocorrências do 10{1,3} localiza 10,
caractere ou expressão {n,m} 100 e 1000.
anterior
Uma ou mais ocorrências
do caractere ou @ ca@tinga localiza
expressão anterior catinga e caatinga.

O grupo tabela é muito utilizado em editores de texto, como por exemplo a definição de estilos da tabela.

Figura 34: Estilos de Tabela

Fornece estilos predefinidos de tabela, com formatações de cores de células, linhas, colunas, bordas, fontes e demais
itens presentes na mesma. Além de escolher um estilo predefinido, podemos alterar a formatação do sombreamento e
das bordas da tabela.
Com essa opção, podemos alterar o estilo da borda, a sua espessura, desenhar uma tabela ou apagar partes de uma ta-
bela criada e alterar a cor da caneta e ainda, clicando no “Escolher entre várias opções de borda”, para exibir a seguinte tela:

Figura 35: Bordas e sombreamento

Na janela Bordas e sombreamento, no campo “Definição”, escolhemos como será a borda da nossa tabela:
- Nenhuma: retira a borda;
- Caixa: contorna a tabela com uma borda tipo caixa;
- Todas: aplica bordas externas e internas na tabela iguais, conforme a seleção que fizermos nos demais campos de
opção;
- Grade: aplica a borda escolhida nas demais opções da janela (como estilo, por exemplo) ao redor da tabela e as bor-
das internas permanecem iguais.
- Estilo: permite escolher um estilo para as bordas da tabela, uma cor e uma largura.
- Visualização: através desse recurso, podemos definir bordas diferentes para uma mesma tabela. Por exemplo, pode-
mos escolher um estilo e, em visualização, clicar na borda superior; escolher outro estilo e clicar na borda inferior; e assim
colocar em cada borda um tipo diferente de estilo, com cores e espessuras diferentes, se assim desejarmos.

14
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

A guia “Borda da Página”, desta janela, nos traz recur- 1 – Caixa de texto: insere caixas de texto pré-formata-
sos semelhantes aos que vimos na Guia Bordas. A diferença das. As caixas de texto são espaços próprios para inserção
é que se trata de criar bordas na página de um documento de textos que podem ser direcionados exatamente onde
e não em uma tabela. precisamos. Por exemplo, na figura “Grupo Texto”, os nú-
Outra opção diferente nesta guia, é o item Arte. Com meros ao redor da figura, do 1 até o 7, foram adicionados
ele, podemos decorar nossa página com uma borda que através de caixas de texto.
envolve vários tipos de desenhos. 2 – Partes rápidas: insere trechos de conteúdos reu-
Alguns desses desenhos podem ser formatados tilizáveis, incluindo campos, propriedades de documentos
com cores de linhas diferentes, outros, porém não permi- como autor ou quaisquer fragmentos de texto pré-forma-
tem outras formatações a não ser o ajuste da largura. do.
Podemos aplicar as formatações de bordas da página 3 – Linha de assinatura: insere uma linha que serve
no documento todo ou apenas nas sessões que desejar- como base para a assinatura de um documento.
mos, tendo assim um mesmo documento com bordas em 4 – Data e hora: insere a data e a hora atuais no docu-
uma página, sem bordas em outras ou até mesmo bordas mento.
de página diferentes em um mesmo documento. 5 – Insere objeto: insere um objeto incorporado.
6 – Capitular: insere uma letra maiúscula grande no iní-
Grupo Ilustrações: cio de cada parágrafo. É uma opção de formatação decora-
tiva, muito usada principalmente, em livros e revistas. Para
inserir a letra capitular, basta clicar no parágrafo desejado e
depois na opção “Letra Capitular”. Veja o exemplo:

Neste parágrafo foi inserida a letra capitular

Guia revisão:
Grupo revisão de texto:

Figura 36: Grupo Ilustrações

1 – Inserir imagem do arquivo: permite inserir no teto


uma imagem que esteja salva no computador ou em outra
mídia, como pendrive ou CD.
2 – Clip-art: insere no arquivo imagens e figuras
que se encontram na galeria de imagens do Word.
3 – Formas: insere formas básicas como setas, cubos,
elipses e outras.
4 – SmartArt: insere elementos gráficos para comu-
nicar informações visualmente. Figura 38: Grupo revisão de texto
5 – Gráfico: insere gráficos para ilustrar e comparar dados.
1 – Pesquisar: abre o painel de tarefas viabilizando pes-
Grupo Links: quisas em materiais de referência como jornais, enciclopé-
Inserir hyperlink: cria um link para uma página da Web, dias e serviços de tradução.
uma imagem, um e – mail. Indicador: cria um indicador 2 – Dica de tela de tradução: pausando o cursor sobre
para atribuir um nome a um ponto do texto. Esse indicador algumas palavras é possível realizar sua tradução para ou-
pode se tornar um link dentro do próprio documento. tro idioma.
Referência cruzada: referência tabelas. 3 – Definir idioma: define o idioma usado para realizar
a correção de ortografia e gramática.
Grupo cabeçalho e rodapé: 4 – Contar palavras: possibilita contar as palavras, os
Insere cabeçalhos, rodapés e números de páginas. caracteres, parágrafos e linhas de um documento.
5 – Dicionário de sinônimos: oferece a opção de alte-
Grupo texto: rar a palavra selecionada por outra de significado igual ou
semelhante.
6 – Traduzir: faz a tradução do texto selecionado para
outro idioma.
7 – Ortografia e gramática: faz a correção ortográfica
e gramatical do documento. Assim que clicamos na opção
“Ortografia e gramática”, a seguinte tela será aberta:

Figura 37: Grupo Texto

15
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Grupo controle:

Figura 40: Grupo controle

1 – Controlar alterações: controla todas as alterações


feitas no documento como formatações, inclusões, exclu-
sões e alterações.
2 – Balões: permite escolher a forma de visualizar as
alterações feitas no documento com balões no próprio do-
cumento ou na margem.
3 – Exibir para revisão: permite escolher a forma de exi-
bir as alterações aplicadas no documento.
4 – Mostrar marcações: permite escolher o tipo de mar-
cação a ser exibido ou ocultado no documento.
5 – Painel de revisão: mostra as revisões em uma tela
Figura 39: Verificar ortografia e gramática separada.

Grupo alterações:
A verificação ortográfica e gramatical do Word, já bus-
ca trechos do texto ou palavras que não se enquadrem
no perfil de seus dicionários ou regras gramaticais e or-
tográficas. Na parte de cima da janela “Verificar ortografia
e gramática”, aparecerá o trecho do texto ou palavra con-
siderada inadequada. Em baixo, aparecerão as sugestões.
Caso esteja correto e a sugestão do Word não se aplique,
podemos clicar em “Ignorar uma vez”; caso a regra apre-
sentada esteja incorreta ou não se aplique ao trecho do
texto selecionado, podemos clicar em “Ignorar regra”; caso
a sugestão do Word seja adequada, clicamos em “Alterar” e Figura 41: Grupo alterações
podemos continuar a verificação de ortografia e gramática
clicando no botão “Próxima sentença”. 1 – Rejeitar: rejeita a alteração atual e passa para a pró-
xima alteração proposta.
Se tivermos uma palavra sublinhada em vermelho, indi- 2 – Anterior: navega até a revisão anterior para que seja
cando que o Word a considera incorreta, podemos apenas aceita ou rejeitada.
clicar com o botão direito do mouse sobre ela e verificar se 3 – Próximo: navega até a próxima revisão para que
uma das sugestões propostas se enquadra. possa ser rejeitada ou aceita.
4 – Aceitar: aceita a alteração atual e continua a nave-
Por exemplo, a palavra informática. Se clicarmos com gação para aceitação ou rejeição.
o botão direito do mouse sobre ela, um menu suspenso
nos será mostrado, nos dando a opção de escolher a pala- Para imprimir nosso documento, basta clicar no botão
vra informática. Clicando sobre ela, a palavra do texto será do Office e posicionar o mouse sobre o ícone “Imprimir”.
substituída e o texto ficará correto. Este procedimento nos dará as seguintes opções:
- Imprimir – onde podemos selecionar uma impresso-
Grupo comentário: ra, o número de cópias e outras opções de configuração
antes de imprimir.
Novo comentário: adiciona um pequeno texto que ser- - Impressão Rápida – envia o documento diretamente
ve como comentário do texto selecionado, onde é possível para a impressora configurada como padrão e não abre
realizar exclusão e navegação entre os comentários. opções de configuração.
- Visualização da Impressão – promove a exibição do
documento na forma como ficará impresso, para que pos-
samos realizar alterações, caso necessário.

16
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ampliado, facilitando sua visualização. Como se não bastasse,


clicando com o botão direito do mouse sobre uma palavra
desconhecida, é possível ver sua definição através do dicioná-
rio integrado do Word.
Documentos em PDF: agora é possível editar um docu-
mento PDF no Word, sem necessitar recorrer ao Adobe Acro-
bat. Em seu novo formato, o Word é capaz de converter o
arquivo em uma extensão padrão e, depois de editado, sal-
vá-lo novamente no formato original. Esta façanha, contudo,
passou a ser de extensa utilização, pois o uso de arquivos PDF
está sendo cada vez mais corriqueiro no ambiente virtual.
Interação de maneira simplificada: o Word trata normal-
mente a colaboração de outras pessoas na criação de um do-
cumento, ou seja, os comentários realizados neste, como se
cada um fosse um novo tópico. Com o Word 2013 é possível
responder diretamente o comentário de outra pessoa clican-
do no ícone de uma folha, presente no campo de leitura do
mesmo. Esta interação de usuários, realizada através dos co-
mentários, aparece em forma de pequenos balões à margem
documento.
Compartilhamento Online: compartilhar seus documen-
tos com diversos usuários e até mesmo enviá-lo por e-mail
tornou-se um grande diferencial da nova plataforma Office
2013. O responsável por esta apresentação online é o Offi-
ce Presentation Service, porém, para isso, você precisa estar
logado em uma Conta Microsoft para acessá-lo. Ao terminar
o arquivo, basta clicar em Arquivo / Compartilhar / Apresen-
tar Online / Apresentar Online e o mesmo será enviado para
a nuvem e, com isso, você irá receber um link onde poderá
compartilhá-lo também por e-mail, permitindo aos demais
Figura 42: Imprimir usuários baixá-lo em formato PDF.
Ocultar títulos em um documento: apontado como uma
As opções que temos antes de imprimir um arquivo estão dificuldade por grande parte dos usuários, a rolagem e edição
exibidas na imagem acima. Podemos escolher a impressora, de determinadas partes de um arquivo muito extenso, com
caso haja mais de uma instalada no computador ou na rede, vários títulos, acabou de se tornar uma tarefa mais fácil e me-
configurar as propriedades da impressora, podendo estipular nos desconfortável. O Word 2013 permite ocultar as seções
se a impressão será em alta qualidade, econômica, tom de e/ou títulos do documento, bastando os mesmos estarem
cinza, preto e branca, entre outras opções. formatados no estilo  Títulos  (pré-definidos pelo Office). Ao
posicionar o mouse sobre o título, é exibida uma espécie de
Escolhemos também o intervalo de páginas, ou seja, se triângulo a sua esquerda, onde, ao ser clicado, o conteúdo
desejamos imprimir todo o documento, apenas a página atual referente a ele será ocultado, bastando repetir a ação para o
(página em que está o ponto de inserção), ou um intervalo de mesmo reaparecer.
páginas. Podemos determinar o número de cópias e a forma Enfim, além destas novidades apresentadas existem ou-
como as páginas sairão na impressão. Por exemplo, se forem tras tantas, como um layout totalmente modificado, focado
duas cópias, determinamos se sairão primeiro todas as pági- para a utilização do software em tablets e aparelhos com te-
nas de número 1, depois as de número 2, assim por diante, ou las sensíveis ao toque. Esta nova plataforma, também, abre
se desejamos que a segunda cópia só saia depois que todas um amplo leque para a adição de vídeos online e imagens
as páginas da primeira forem impressas. ao documento. Contudo, como forma de assegurar toda esta
Word 2013 relação online de compartilhamento e boas novidades, a Mi-
crosoft adotou novos mecanismos de segurança para seus
Vejamos abaixo alguns novos itens implementados na aplicativos, retornando mais tranquilidade para seus usuários.
plataforma Word 2013: O grande trunfo do Office 2013 é sua integração com a
Modo de leitura: o usuário que utiliza o software para a nuvem. Do armazenamento de arquivos a redes sociais, os
leitura de documentos perceberá rapidamente a diferença, softwares dessa versão são todos conectados. O ponto de en-
pois seu novo Modo de Leitura conta com um método que contro deles é o SkyDrive, o HD na internet da Microsoft. 
abre o arquivo automaticamente no formato de tela cheia, A tela de apresentação dos principais programas é li-
ocultando as barras de ferramentas, edição e formatação. gada ao serviço, oferecendo opções de login, upload e do-
Além de utilizar a setas do teclado (ou o toque do dedo wnload de arquivos. Isso permite que um arquivo do Word,
nas telas sensíveis ao toque) para a troca e rolagem da pá- por exemplo, seja acessado em vários dispositivos com seu
gina durante a leitura, basta o usuário dar um duplo cli- conteúdo sincronizado. Até a página em que o documento
que sobre uma imagem, tabela ou gráfico e o mesmo será foi fechado pode ser registrada. 

17
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Da mesma maneira, é possível realizar trabalhos em conjunto entre vários usuários. Quem não tem o Office instalado
pode fazer edições na versão online do sistema. Esses e outros contatos podem ser reunidos no Outlook.
As redes sociais também estão disponíveis nos outros programas. É possível fazer buscas de imagens no Bing ou baixar
fotografias do Flickr, por exemplo. Outro serviço de conectividade é o SharePoint, que indica arquivos a serem acessados e
contatos a seguir baseado na atividade do usuário no Office.
O Office 365 é um novo jeito de usar os tão conhecidos softwares do pacote Office da Microsoft. Em vez de comprar
programas como Word, Excel ou PowerPoint, você agora pode fazer uma assinatura e desfrutar desses aplicativos e de
muitos outros no seu computador ou smartphone.
A assinatura ainda traz diversas outras vantagens, como 1 TB de armazenamento na nuvem com o OneDrive, minutos
Skype para fazer ligações para telefones fixos e acesso ao suporte técnico especialista da Microsoft. Tudo isso pagando uma
taxa mensal, o que você já faz para serviços essenciais para o seu dia a dia, como Netflix e Spotify. Porém, aqui estamos
falando da suíte de escritório indispensável para qualquer computador.
Veja abaixo as versões do Office 365

Figura 43: Versões Office 365

10.4. LibreOffice Writer


O LibreOffice (que se chamava BrOffice) é um software livre e de código aberto que foi desenvolvido tendo como base
o OpenOffice. Pode ser instalado em vários sistemas operacionais (Windows, Linux, Solaris, Unix e Mac OS X), ou seja, é
multiplataforma. Os aplicativos dessa suíte são:
• Writer - editor de texto;
• Calc - planilha eletrônica;
• Impress - editor de apresentações;
• Draw - ferramenta de desenho vetorial;
• Base - gerenciador de banco de dados;
• Math - editor de equações matemáticas.

- O LibreOffice trabalha com um formato de padrão aberto chamado Open Document Format for Office Applications
(ODF), que é um formato de arquivo baseado na linguagem XML. Os formatos para Writer, Calc e Impress utilizam o mesmo
“prefixo”, que é “od” de “Open Document”. Dessa forma, o que os diferencia é a última letra. Writer → .odt (Open Docu-
ment Text); Calc → .ods (Open Document Spreadsheet); e Impress → .odp (Open Document Presentations).
 
Em relação a interface com o usuário, o LibreOffice utiliza o conceito de menus para agrupar as funcionalidades do
aplicativo. Além disso, todos os aplicativos utilizam uma interface semelhante. Veja no exemplo abaixo o aplicativo Writer.
 

Figura 44: Tela do Libreoffice Writer

18
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O LibreOffice permite que o usuário crie tarefas automatizadas que são conhecidas como macros (utilizando a lingua-
gem LibreOffice Basic). 
 
O Writer é o editor de texto do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odt (Open Document Text). As prin-
cipais teclas de atalho do Writer são:
 

 Figura 45: Atalhos Word x Writer

11. Utilização dos editores de planilhas (Microsoft Excel e LibreOffice Calc)


O Excel é uma poderosa planilha eletrônica para gerir e avaliar dados, realizar cálculos simples ou complexos e rastrear
informações. Ao abri-lo, é possível escolher entre iniciar a partir de documento em branco ou permitir que um modelo faça
a maior parte do trabalho por você.
Na tela inicial do Excel, são listados os últimos documentos editados (à esquerda), opção para criar novo documento
em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novos documentos (ao centro).
Ao selecionar a opção de Pasta de Trabalho em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos
elementos básicos apontados na figura 106, e descritos nos tópicos a seguir.

11.2. Excel 2007


Poder utilizar um formato XML padrão para o Office Excel 2007 foi uma das principais mudanças do Excel 2007, além
das mudanças visuais em relações as abas e os grupos de trabalho já citados na versão 2003 do Word
Esse novo formato é o novo formato de arquivo padrão do Office Excel 2007. O Office Excel 2007 usa as seguintes extensões
de nome de arquivo: *.xlsx, *.xlsm *.xlsb, *.xltx, *.xltm e *.xlam. A extensão de nome de arquivo padrão do Office Excel 2007 é *.xlsx.
Essa alteração permite consideráveis melhoras em: interoperabilidade de dados, montagem de documentos, consulta
de documentos, acesso a dados em documentos, robustez, tamanho do arquivo, transparência e recursos de segurança.

19
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O Excel 2007 permite que os usuários abram pastas de trabalho criadas em versões anteriores do Excel e trabalhem com
elas. Para converter essas pastas de trabalho para o novo formato XML, basta clicar no  Botão do Microsoft Office  e clique
em Converter Você pode também converter a pasta de trabalho clicando no Botão do Microsoft Office e em Salvar Como – Pasta
de Trabalho do Excel. Observe que o recurso Converter remove a versão anterior do arquivo, enquanto o recurso Salvar Como
deixa a versão anterior do arquivo e cria um arquivo separado para a nova versão.
As melhoras de interface que podem ser destacadas são:
• Economia de tempo, selecionando células, tabelas, gráficos e tabelas dinâmicas em galerias de estilos predefinidos.
• Visualização e alterações de formatação no documento antes de confirmar uma alteração ao usar as galerias de formatação.
• Uso da formatação condicional para anotar visualmente os dados para fins analíticos e de apresentação.
• Alteração da aparência de tabelas e gráficos em toda a pasta de trabalho para coincidir com o esquema de estilo ou a
cor preferencial usando novos Estilos Rápidos e Temas de Documento.
• Criação de um tema próprio para aplicar de forma consistente as fontes e cores que refletem a marca da empresa que atua.
• Novos recursos de gráfico que incluem formas tridimensionais, transparência, sombras projetadas e outros efeitos.

Em relação a usabilidade as fórmulas passaram a ser redimensionáveis, sendo possível escrever mais fórmulas com mais
níveis de aninhamento do que nas versões anteriores.
Passou a existir o preenchimento automático de fórmula, auxiliando muito com as sintaxes, as referências estruturadas: além
de referências de célula, como A1 e L1C1, o Office Excel 2007 fornece referências estruturadas que fazem referência a intervalos
nomeados e tabelas em uma fórmula.
Acesso fácil aos intervalos nomeados: usando o gerenciador de nomes do Office Excel 2007, podendo organizar, atualizar e
gerenciar vários intervalos nomeados em um local central, as tabelas dinâmicas são muito mais fáceis de usar do que nas versões
anteriores.
Além do modo de exibição normal e do modo de visualização de quebra de página, o Office Excel 2007 oferece uma exibição
de layout de página para uma melhor experiência de impressão.
A classificação e a filtragem aprimoradas que permitem filtrar dados por cores ou datas, exibir mais de 1.000 itens na lista
suspensa Filtro Automático, selecionar vários itens a filtrar e filtrar dados em tabelas dinâmicas.
O Excel 2007 tem um tamanho maior que permite mais de 16.000 colunas e 1 milhão de linhas por planilha, o número de
referências de célula aumentou de 8.000 para o que a memória suportar, isso ocorre porque o gerenciamento de memória foi
aumentado de 1 GB de memória no Microsoft Excel 2003 para 2 GB no Excel 2007, permitindo cálculos em planilhas grandes e
com muitas fórmulas, oferecendo inclusive o suporte a vários processadores e chipsets multithread.

11.3. Excel 2010, 2013 e detalhes gerais

 Figura 47: Tela Principal do Excel 2013

20
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Títulos:
A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da pasta de trabalho na janela. Ao iniciar o programa
aparece Pasta 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:
Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de Opções. Os coman-
dos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de atividade e, para
melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

 Figura 48: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido:


A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela e pode ser configurada com os botões de
sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

 Figura 49: Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Adicionando e Removendo Componentes:


Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de acesso rápido podemos clicar com o botão
direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida uma janela com a opção de Adicionar à
Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.
mos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. Na janela apre-
sentada temos várias opções para personalizar a barra, além da opção Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os
comandos do Excel.

 Figura 50: Adicionando componentes à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Para remoção do componente, selecione-o, clique com o botão direito do mouse e escolha Remover da Barra de Fer-
ramentas de Acesso Rápido.

21
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Barra de Status:
Localizada na parte inferior da tela, a barra de status exibe mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas.
Nela encontramos o recurso de Zoom e os botões de “Modos de Exibição”.

 Figura 51: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.

 Figura 52: Personalizar Barra de Status

Barras de Rolagem: Nos lados direito e inferior da região de texto estão as barras de rolagem. Clique nas setas para
cima ou para baixo para mover a tela verticalmente, ou para a direita e para a esquerda para mover a tela horizontalmente,
e assim poder visualizar toda a sua planilha.
Planilha de Cálculo: A área quadriculada representa uma planilha de cálculos, onde você fará a inserção de dados e
fórmulas para colher os resultados desejados.
Uma planilha é formada por linhas, colunas e células. As linhas são numeradas (1, 2, 3, etc.) e as colunas nomeadas com
letras (A, B, C, etc.).

 Figura 53: Planilha de Cálculo

22
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cabeçalho de Coluna: Cada coluna tem um cabeça-


lho, que contém a letra que a identifica. Ao clicar na letra,
toda a coluna é selecionada.

 Figura 55: Cabeçalho de linha

Célula: As células, são as combinações entre linha e


colunas. Por exemplo, na coluna A, linha 1, temos a célula
A1. Na Caixa de Nome, aparecerá a célula onde se encontra
o cursor.

Sendo assim, as células são representadas como mos-


tra a tabela:

 Figura 54: Seleção de Coluna

Ao dar um clique com o botão direito do mouse so-


bre o cabeçalho de uma coluna, aparecerá o menu pop-up,
onde as opções deste menu são as seguintes:

-Formatação rápida: a caixa de formatação rápida per-


mite escolher a formatação de fonte e formato de dados,
bem como mesclagem das células (será abordado mais de-
talhadamente adiante).  Figura 56: Representação das Células
-Recortar: copia toda a coluna para a área de transfe-
rência, para que possa ser colada em outro local determina- Caixa de Nome: Você pode visualizar a célula na qual
do e, após colada, essa coluna é excluída do local de origem. o cursor está posicionado através da Caixa de Nome, ou,
-Copiar: copia toda a coluna para a área de transferên- ao contrário, pode clicar com o mouse nesta caixa e digitar
cia, para que possa ser colada em outro local determinado. o endereço da célula em que deseja posicionar o cursor.
-Opções de Colagem: mostra as diversas opções de Após dar um “Enter”, o cursor será automaticamente posi-
itens que estão na área de transferência e que tenham sido cionado na célula desejada.
recortadas ou copiadas.
-Colar especial: permite definir formatos específicos na Guias de Planilhas: Em versões anteriores do Excel, ao
colagem de dados, sobretudo copiados de outros aplicativos. abrir uma nova pasta de trabalho no Excel, três planilhas já
-Inserir: insere uma coluna em branco, exatamente an- eram criadas: Plan1, Plan2 e Plan3. Nesta versão, somente
tes da coluna selecionada. uma planilha é criada, e você poderá criar outras, se neces-
-Excluir: exclui toda a coluna selecionada, inclusive os sitar. Para criar nova planilha dentro da pasta de trabalho,
dados nela contidos e sua formatação.
-Limpar conteúdo: apenas limpa os dados de toda a clique no sinal + ( ). Para alternar en-
coluna, mantendo a formatação das células.
-Formatar células: permite escolher entre diversas op- tre as planilhas, basta clicar sobre a guia, na planilha que
ções para fazer a formatar as células (será visto detalhada- deseja trabalhar.
mente adiante).
-Largura da coluna: permite definir o tamanho da co- Você verá, no decorrer desta lição, como podemos cru-
luna selecionada. zar dados entre planilhas e até mesmo entre pastas de tra-
-Ocultar: oculta a coluna selecionada. Muitas vezes balho diferentes, utilizando as guias de planilhas.
uma coluna é utilizada para fazer determinados cálculos,
necessários para a totalização geral, mas desnecessários na Ao posicionar o mouse sobre qualquer uma das plani-
visualização. Neste caso, utiliza-se esse recurso. lhas existentes e clicar com o botão direito aparecerá um
-Re-exibir: reexibe colunas ocultas. menu pop up.

Cabeçalho de Linha: Cada linha tem também um ca-


beçalho, que contém o número que a identifica. Clicando
no cabeçalho de uma linha, esta ficará selecionada.

23
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

 Figura 58: Caixa Selecionar Tudo

Barra de Fórmulas: Na barra de fórmulas são digita-


das as fórmulas que efetuarão os cálculos.
A principal função do Excel é facilitar os cálculos com o
uso de suas fórmulas. A partir de agora, estudaremos várias
de suas fórmulas. Para iniciar, vamos ter em mente que,
para qualquer fórmula que será inserida em uma célula, te-
mos que ter sinal de “=” no seu início. Esse sinal, oferece
uma entrada no Excel que o faz diferenciar textos ou núme-
ros comuns de uma fórmula.

 Figura 57: Menu Planilhas Somar: Se tivermos uma sequência de dados numé-
ricos e quisermos realizar a sua soma, temos as seguintes
As funções deste menu são as seguintes: formas de fazê-lo:
-Inserir: insere uma nova planilha exatamente antes da
planilha selecionada.
-Excluir: exclui a planilha selecionada e os dados que
ela contém.
-Renomear: renomeia a planilha selecionada.
-Mover ou copiar: você pode mover a planilha para
outra posição, ou mesmo criar uma cópia da planilha com
todos os dados nela contidos.  Figura 59: Soma simples
-Proteger Planilha: para impedir que, por acidente ou
deliberadamente, um usuário altere, mova ou exclua dados Usamos, nesse exemplo, a fórmula =B2+B3+B4.
importantes de planilhas ou pastas de trabalho, você pode Após o sinal de “=” (igual), clicar em uma das células,
proteger determinados elementos da planilha (planilha: o digitar o sinal de “+” (mais) e continuar essa sequência até
principal documento usado no Excel para armazenar e tra- o último valor.
balhar com dados, também chamado planilha eletrônica. Após a sequência de células a serem somadas, clicar no
Uma planilha consiste em células organizadas em colunas ícone soma, ou usar as teclas de atalho Alt+=.
e linhas; ela é sempre armazenada em uma pasta de tra- A última forma que veremos é a função soma digitada.
balho.)ou da pasta de trabalho, com ou sem senha (senha: Vale ressaltar que, para toda função, um início é fundamen-
uma forma de restringir o acesso a uma pasta de traba- tal:
lho, planilha ou parte de uma planilha. As senhas do Excel
podem ter até 255 letras, números, espaços e símbolos. É = nome da função (
necessário digitar as letras maiúsculas e minúsculas corre-
tamente ao definir e digitar senhas.). É possível remover a
proteção da planilha, quando necessário.
-Exibir código: pode-se criar códigos de programação
em VBA (Visual Basic for Aplications) e vincular às guias
de planilhas (trata-se de tópico de programação avançada, 1 - Sinal de igual.
que não é o objetivo desta lição, portanto, não será abor- 2 – Nome da função.
dado). 3 – Abrir parênteses.
-Cor da guia: muda a cor das guias de planilhas.
-Ocultar/Re-exibir: oculta/reexibe uma planilha. Após essa sequência, o Excel mostrará um pequeno
-Selecionar todas as planilhas: cria uma seleção em to- lembrete sobre a função que iremos usar, onde é possível
das as planilhas para que possam ser configuradas e im- clicar e obter ajuda, também. Usaremos, no exemplo a se-
pressas juntamente. guir, a função = soma(B2:B4).
Lembre-se, basta colocar o a célula que contém o pri-
Selecionar Tudo: Clicando-se na caixa Selecionar tudo, meiro valor, em seguida o dois pontos (:) e por último a
todas as células da planilha ativa serão selecionadas. célula que contém o último valor.

24
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Subtrair: A subtração será feita sempre entre dois va- Na célula C1 está sendo mostrado o resultado da fun-
lores, por isso não precisamos de uma função específica. ção =hoje(), que aparece na barra de fórmulas.
Tendo dois valores em células diferentes, podemos apenas
clicar na primeira, digitar o sinal de “-” (menos) e depois clicar na Inteiro: Com essa função podemos obter o valor intei-
segunda célula. Usamos na figura a seguir a fórmula = B2-B3. ro de uma fração. A função a ser digitada é =int(A2). Lem-
Multiplicar: Para realizarmos a multiplicação, procede- bramos que A2 é a célula escolhida e varia de acordo com
mos de forma semelhante à subtração. Clicamos no primeiro a célula a ser selecionada na planilha trabalhada.
número, digitamos o sinal de multiplicação que, para o Excel é
o “*” asterisco, e depois, clicamos no último valor. No próximo Arredondar para cima: Com essa função, é possível
exemplo, usaremos a fórmula =B2*B3. arredondar um número com casas decimais para o número
Outra forma de realizar a multiplicação é através da se- mais distante de zero.
guinte função: Sua sintaxe é: = ARREDONDAR.PARA.CIMA(núm;núm_
=mult(B2;c2) multiplica o valor da célula B2 pelo valor dígitos)
da célula C2.
Onde:
Núm: é qualquer número real que se deseja arredon-
Dividir: Para realizarmos a divisão, procedemos de forma
dar.
semelhante à subtração e multiplicação. Clicamos no primeiro
número, digitamos o sinal de divisão que, para o Excel é a “/” Núm_dígitos: é o número de dígitos para o qual se
barra, e depois, clicamos no último valor. No próximo exem- deseja arredondar núm.
plo, usaremos a fórmula =B3/B2.

Máximo: Mostra o maior valor em um intervalo de cé-


lulas selecionadas. Na figura a seguir, iremos calcular a maior
idade digitada no intervalo de células de A2 até A5. A função
digitada será = máximo(A2:A5). Figura 61: Início da função arredondar para cima
Onde: “= máximo” – é o início da função; (A2:A5) – refe-
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é o Veja na figura, que quando digitamos a parte inicial
maior valor. No caso a resposta seria 10. da função, o Excel nos mostra que temos que selecionar o
num, ou seja, a célula que desejamos arredondar e, depois
Mínimo: Mostra o menor valor existente em um intervalo do “;” (ponto e vírgula), digitar a quantidade de dígitos para
de células selecionadas. a qual queremos arredondar.
Na figura a seguir, calcularemos o menor salário digitado Na próxima figura, para efeito de entendimento, dei-
no intervalo de A2 até A5. A função digitada será = mínimo xaremos as funções aparentes, e os resultados dispostos
(A2:A5). na coluna C:
Onde: “= mínimo” – é o início da função; (A2:A5) – refe- A função Arredondar.para.Baixo segue exatamente o
re-se ao endereço dos valores onde você deseja ver qual é o mesmo conceito.
maior valor. No caso a resposta seria R$ 622,00.
Resto: Com essa função podemos obter o resto de
Média: A função da média soma os valores de uma se- uma divisão. Sua sintaxe é a seguinte:
quência selecionada e divide pela quantidade de valores des- = mod (núm;divisor)
sa sequência.
Onde:
Na figura a seguir, foi calculada a média das alturas de
Núm: é o número para o qual desejamos encontrar o
quatro pessoas, usando a função = média (A2:A4)
resto.
Foi digitado “= média (”, depois, foram selecionados os
valores das células de A2 até A5. Quando a tecla Enter for divisor: é o número pelo qual desejamos dividir o
pressionada, o resultado será automaticamente colocado na número.
célula A6.
Todas as funções, quando um de seus itens for alte-
rado, recalculam o valor final.

Data: Esta fórmula insere a data automática em uma pla-


nilha.
Figura 62: Exemplo de digitação da função MOD

Os valores do exemplo a cima serão, respectivamente:


1,5 e 1.

Valor Absoluto: Com essa função podemos obter o


valor absoluto de um número. O valor absoluto, é o núme-
Figura 60: Exemplo função hoje ro sem o sinal. A sintaxe da função é a seguinte:

25
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

=abs(núm)
Onde: aBs(núm)
Núm: é o número real cujo valor absoluto você deseja obter.

Figura 63: Exemplo função abs

Dias 360: Retorna o número de dias entre duas datas com base em um ano de 360 dias (doze meses de 30 dias). Sua
sintaxe é:
= DIAS360(data_inicial;data_final)
Onde:
data_inicial = a data de início de contagem.
Data_final = a data a qual quer se chegar.
No exemplo a seguir, vamos ver quantos dias faltam para chegar até a data de 14/06/2018, tendo como data inicial o
dia 05/03/2018. A função utilizada será =dias360(A2;B2)

Figura 64: Exemplo função dias360

Vamos usar a Figura abaixo para explicar as próximas funções (Se, SomaSe, Cont.Se)

Figura 65: Exemplo (Se, SomaSe, Cont.se)

26
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Função SE: O SE é uma função condicional, ou seja, Exemplo: usando a planilha acima, queremos somar
verifica SE uma condição é verdadeira ou falsa. os salários de todos os funcionários HOMENS e mostrar
o resultado na célula D16. E também queremos somar os
A sintaxe desra função é a seguinte: salários das funcionárias mulheres e mostrar o resultado na
=SE(teste_lógico;“valor_se_verdadeiro”;“valor_se_falso”) célula D17. Para isso precisamos criar a seguinte condição:
=: Significa a chamada para uma fórmula/função
SE: função SE HOMENS:
teste_lógico: a pergunta a qual se deseja ter resposta SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MASCULI-
“valor_se_verdadeiro”: se a resposta da pergunta for NO, ENTÃO
verdadeira, define o resultado “valor_se_falso” se a respos- SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO
ta da pergunta for falsa, define o resultado INTERVALO D3 ATÉ D10
Usando a planilha acima como exemplo, na coluna ‘E’ MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D16
queremos colocar uma mensagem se o funcionário recebe
um salário igual ou acima do valor mínimo R$ 724,00 ou Traduzindo a condição em variáveis teremos:
abaixo do valor mínimo determinado em R$724,00.
Resultado: será mostrado na célula D16, portanto é
Assim, temos a condição: onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
SE VALOR DE C3 FOR MAIOR OU IGUAL a 724, então Critério: “MASCULINO”
ESCREVA “ACIMA”, senão ESCREVA “ABAIXO” MOSTRA O Intervalo para soma: D3:D10
RESULTADO NA CÉLULA E3 Assim, com o cursor na célula D16, digitamos:
=SOMASE(D3:D10;”masculino”;C3:C10)
Traduzindo a condição em variáveis teremos: MULHERES:
SE SEXO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR FEMINI-
Resultado: será mostrado na célula C3, portanto é NO, ENTÃO
onde devemos digitar a fórmula SOMA O VALOR DO SALÁRIO MOSTRADO NO IN-
TERVALO D3 ATÉ D10
Teste lógico: C3>=724
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D17
Valor_se_verdadeiro: “Acima”
Valor_se_falso: “Abaixo”
Traduzindo a condição em variáveis teremos:
Assim, com o cursor na célula E3, digitamos:
Resultado: será mostrado na célula D17, portanto é
=SE(C3>=724;”Acima”;”Abaixo”)
onde devemos digitar a fórmula
Para cada uma das linhas, podemos copiar e colar as
Intervalo para análise: C3:C10
fórmulas, e o Excel, inteligentemente, acertará as linhas e Critério: “FEMININO”
colunas nas células. Nossas fórmulas ficarão assim: Intervalo para soma: D3:D10
E4  =SE(C4>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E5  =SE(C5>=724;”Acima”;”Abaixo”) Assim, com o cursor na célula D17, digitamos:
E6  =SE(C6>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E7  =SE(C7>=724;”Acima”;”Abaixo”) =SomaSE(D3:D10;”feminino”;C3:C10)
E8  =SE(C8>=724;”Acima”;”Abaixo”)
E9  =SE(C9>=724;”Acima”;”Abaixo”) Função CONT.SE: O CONT.SE é uma função de con-
E10  =SE(C10>=724;”Acima”;”Abaixo”) tagem condicionada, ou seja, CONTA a quantidade de re-
gistros, SE determinada condição for verdadeira. A sintaxe
Função SomaSE: A SomaSE é uma função de soma desta função é a seguinte:
condicionada, ou seja, SOMA os valores, SE determinada
condição for verdadeira. A sintaxe desta função é a seguin- =CONT.SE(intervalo;“critérios”)
te:
= : significa a chamada para uma fórmula/função
=SomaSe(intervalo;“critérios”;intervalo_soma) CONT.SE: chamada para a função CONT.SE
intervalo: intervalo de células onde será feita a análise
=Significa a chamada para uma fórmula/função dos dados
SomaSe: função SOMASE “critérios”: critérios a serem avaliados nas células do
intervalo: Intervalo de células onde será feita a análise “intervalo”
dos dados
“critérios”: critérios (sempre entre aspas) a serem ava- Usando a planilha acima como exemplo, queremos
liados a fim de chegar à condição verdadeira saber quantas pessoas ganham R$ 1200,00 ou mais, e
intervalo_soma: Intervalo de células onde será verifi- mostrar o resultado na célula D14, e quantas ganham
cada a condição para soma dos valores abaixo de R$1.200,00 e mostrar o resultado na célula D15.
Para isso precisamos criar a seguinte condição:

27
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

R$ 1200,00 ou MAIS:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MAIOR OU IGUAL A 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D14

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D14, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: >=1200

Assim, com o cursor na célula D14, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”>=1200”)

MENOS DE R$ 1200,00:
SE SALÁRIO NO INTERVALO C3 ATÉ C10 FOR MENOR QUE 1200, ENTÃO
CONTA REGISTROS NO INTERVALO C3 ATÉ C10
MOSTRA O RESULTADO NA CÉLULA D15

Traduzindo a condição em variáveis teremos:

Resultado: será mostrado na célula D15, portanto é onde devemos digitar a fórmula
Intervalo para análise: C3:C10
Critério: <1200

Assim, com o cursor na célula D15, digitamos:

=CONT.SE(C3:C10;”<1200”)

Observações: fique atento com o > (maior) e < (menor), >= (maior ou igual) e <=(menor ou igual). Se tivéssemos
determinado a contagem de valores >1200 (maior que 1200) e <1200 (menor que 1200), o valor =1200 (igual a 1200) não
entraria na contagem.

Formatação de Células: Ao observar a planilha abaixo, fica claro que não é uma planilha bem formatada, vamos
deixar ela de uma maneira mais agradável.

Figura 66: Planilha sem Formatação

28
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Vamos utilizar os 3(três) passos apontados na Figura abaixo:

Figura 67: Formatando a planilha

O primeiro passo é mesclar e centralizar o título, para isso utilizamos o botão Mesclar e Centralizar , entre outras opções
de alinhamento, como centralizar, direção do texto, entre outras.

Figura 68: Formatando a planilha (Passo 1)

Em seguida, vamos colocar uma borda no texto digitado, vamos escolher a opção “Todas as bordas”, podemos mudar
o título para negrito, mudar a cor do fundo e/ou de uma fonte, basta selecionar a(s) célula(s) e escolher as formatações.

Figura 69: Formatando a planilha (Passo 2)

Para finalizar essa etapa vamos formatar a coluna C para moeda, que é o caso desse exemplo, porém pode ser realizado
vários outros tipos de formatação, como, porcentagem, data, hora, científico, basta clicar no dropbox onde está escrito geral
e escolher.

Figura 70: Formatando a planilha (Passo 3)

29
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O resultado final nos traz uma planilha muito mais agradável e de fácil entendimento:

Figura 71: Planilha Formatada

Ordenando os dados: Você pode digitar os dados em qualquer ordem, pois o Excel possui uma ferramenta muito
útil para ordenar os dados.

Ao clicar neste botão, você tem as opções para classificar de A a Z (ordem crescente), de Z a A (ordem decrescente) ou
classificação personalizada.

Para ordenar seus dados, basta clicar em uma célula da coluna que deseja ordenar, e selecionar a classificação crescente
ou decrescente. Mas cuidado! Se você selecionar uma coluna inteira, nas versões mais antigas do Excel, você irá classificar
os dados dessa coluna, mas vai manter os dados das outras colunas onde estão. Ou seja, seus dados ficarão alterados. Nas
versões mais novas, ele fará a pergunta, se deseja expandir a seleção e dessa forma, fazer a classificação dos dados junto
com a coluna de origem, ou se deseja manter a seleção e classificar somente a coluna selecionada.

Filtrando os dados: Ainda no botão temos a opção FILTRO. Ao selecionar esse botão, cada uma das colunas da nos-
sa planilha irá abrir uma seta para fazer a seleção dos dados que desejamos visualizar. Assim, podemos filtrar e visualizar
somente os dados do mês de Janeiro ou então somente os gastos com contas de consumo, por exemplo.

Grupo ferramentas de dados:

- Texto para colunas: separa o conteúdo de uma célula do Excel em colunas separadas.
- Remover duplicatas: exclui linhas duplicadas de uma planilha - Validação de dados: permite especificar valores invá-
lidos para uma planilha. Por exemplo, podemos especificar que a planilha não aceitará receber valores menores que 10.
- Consolidar: combina valores de vários intervalos em um novo intervalo.
- Teste de hipóteses: testa diversos valores para a fórmula na planilha.

Gráficos: Outra forma interessante de analisar os dados é utilizando gráficos. O Excel monta os gráficos rapidamente
e é muito fácil. Na Guia Inserir da Faixa de Opções, temos diversas opções de gráficos que podem ser utilizados.

Figura 72: Gráficos

30
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Utilizando a planilha da Concessionária Grupo Nova, teremos o seguinte gráfico escolhido:

Figura 73: Gráfico de Colunas – 3D

Redimensione o gráfico clicando com o mouse nas bordas para aumentar de tamanho. Reposicione o gráfico na pági-
na, clicando nas linhas e arrastando até o local desejado.
Importante mencionar que o conceito do Excel 365 é o mesmo apontado no Word, ou seja, fazem parte do Office
365, que podem ser comprados conforme figura 39.

11.4. LibreOffice Calc


O Calc é o software de planilha eletrônica do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .ods (Open Docu-
ment Spreadsheet). 
O Calc trabalha de modo semelhante ao Excel no que se refere ao uso de fórmulas. Ou seja, uma fórmula é iniciada
pelo sinal de igual (=) e seguido por uma sequência de valores, referências a células, operadores e funções.
Algumas diferenças entre o Calc e o Excel:
Para fazer referência a uma interseção no Calc, utiliza-se o sinal de exclamação (!). Por exemplo, “B2:C4!C3:C6” retor-
nará a C3 e C4 (interseção entre os dois intervalos). No Excel, isso é feito usando um espaço em branco (B2:C4 C3:C6).

Figura 74: Exemplo de Operação no Calc

31
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

 Para fazer referência a uma célula que esteja em outra planilha, na mesma pasta de trabalho, digite “nome_da_plani-
lha + . + célula. Por exemplo, “Plan2.A1” faz referência a célula A1 da planilha chamada Plan2. No Excel, isso é feito usan-
do o sinal de exclamação ! (Plan2!A1).
 Menus do Calc
Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF.
Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar.
Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Tela Inteira e Navegador.
Inserir - contém comandos para inserção de novos elementos no documento como células, linhas, colunas, planilhas,
gráficos.
Formatar - contém comandos para formatar células selecionadas, objetos e o conteúdo das células no documento.
Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Atingir meta, Rastrear erro, etc.
Dados - contém comandos para editar os dados de uma planilha. É possível classificar, utilizar filtros, validar, etc.
Janela - contém comandos para manipular e exibir janelas no documento.
Ajuda - permite acessar o sistema de ajuda do LibreOffice.

12. Utilização do Microsoft PowerPoint.

12.2. PowerPoint 2007

A versão 2007 passa a ter o formato PPTX, diferente das anteriores que eram PPT, essa nova versão lida muito melhor
com vídeos e imagens. Um documento em branco do PowerPoint 2003 (formato PPT) apenas com uma imagem de 1 MB
chega a ocupar 5 MB, já no formato PPTX, este mesmo arquivo ocupa cerca de 1,1 MB.

O PowerPoint 2007 trouxe uma importante opção que se encarrega de compactar imagens automaticamente a fim de
reduzir o tamanho total do documento. Para tal, abra a aba Formatar do programa e clique na opção Compactar Imagens.

Neste momento o usuário escolhe se deseja compactar uma única imagem da apresentação ou se pretende aplicar o
efeito a todas as figuras. Clique em Opções para acessar escolher o nível de qualidade e compactação das imagens de seu
arquivo, além disso foi possível começar a tratar imagens.

O PowerPoint 2007 passou a oferecer mais gráficos tridimensionais, permitindo apresentações com melhor visual,
diferentemente do seu antecessor 2003, PowerPoint 2007 utiliza o Microsoft Office Fluent interface de usuário (UI). Esta
UI categoriza grupos e guias relacionados, tornando mais fácil para os usuários a encontrar os comandos e recursos do
PowerPoint . Além disso, a Fluent UI inclui uma função de visualização ao vivo , para rever alterações de formatação antes
de finalizá-los , bem como galerias de efeitos pré- definidos, layouts , temas e “Estilos Rápidos”. 

Os temas do PowerPoint 2007 possuem características de “Estilos Rápidos”, estilos esses que não existem no Power-
Point 2003, com o PowerPoint 2003, a formatação de um documento exige a escolha de estilo e opções de cores para
gráficos, textos, fundos e até mesmo tabelas.

A versão 2007 do PowerPoint 2007 possuem opções de compartilhamentos mais flexíveis do que as de seu antecessor
de 2003. Um exemplo claro disso é que na versão 2007 os usuários podem acessar o Microsoft Office SharePoint Server
2007 para integrar as apresentações com o Outlook 2007, bem como o compartilhamento de apresentações utilizando o
que chamamos de “Bibliotecas de Slides”.

Em relação as tabelas e gráficos, ao contrário do PowerPoint 2003, a versão 2007 armazena as informações dos gráficos
no Excel 2007, ao invés de armazenar esses dados em folhas de dados do gráfico.

12.3. PowerPoint 2010, 2013 e detalhes gerais

Na tela inicial do PowerPoint, são listadas as últimas apresentações editadas (à esquerda), opção para criar nova apre-
sentação em branco e ainda, são sugeridos modelos para criação de novas apresentações (ao centro).
Ao selecionar a opção de Apresentação em Branco você será direcionado para a tela principal, composta pelos elemen-
tos básicos apontados na figura abaixo, e descritos nos tópicos a seguir.

32
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 76: Tela Principal do PowerPoint 2013

Barra de Títulos: A linha superior da tela é a barra de títulos, que mostra o nome da apresentação na janela. Ao iniciar
o programa aparece Apresentação 1 porque você ainda não atribuiu um nome ao seu arquivo.

Faixa de Opções:Desde a versão 2007 do Office, os menus e barras de ferramentas foram substituídos pela Faixa de
Opções. Os comandos são organizados em uma única caixa, reunidos em guias. Cada guia está relacionada a um tipo de
atividade e, para melhorar a organização, algumas são exibidas somente quando necessário.

Figura 77: Faixa de Opções

Barra de Ferramentas de Acesso Rápido: A Barra de Ferramentas de Acesso Rápido fica posicionada no topo da tela
e pode ser configurada com os botões de sua preferência, tornando o trabalho mais ágil.

Adicionando e Removendo Componentes: Para ocultar ou exibir um botão de comando na barra de ferramentas de
acesso rápido podemos clicar com o botão direito no componente que desejamos adicionar, em qualquer guia. Será exibida
uma janela com a opção de Adicionar à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

33
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 78: Adicionando itens à Barra de Ferramentas de Acesso Rápido

Temos ainda outra opção de adicionar ou remover componentes nesta barra, clicando na seta lateral. É aberto o menu
Personalizar Barra de Ferramentas de Acesso Rápido, que apresenta várias opções para personalizar a barra, além da opção
Mais Comandos..., onde temos acesso a todos os comandos do PowerPoint.
Para remoção do componente, no mesmo menu selecione-o. Se preferir, clique com o botão direito do mouse sobre o
ícone que deseja remover e escolha Remover da Barra de Ferramentas de Acesso Rápido.

Barra de Status: Localizada na parte inferior da tela, a barra de status permite incluir anotações e comentários na sua
apresentação, mensagens, fornece estatísticas e o status de algumas teclas. Nela encontramos o recurso de Zoom e os
botões de ‘Modos de Exibição’.

Figura 79: Barra de Status

Clicando com o botão direito sobre a barra de status, será exibida a caixa Personalizar barra de status. Nela podemos
ativar ou desativar vários componentes de visualização.
Durante uma apresentação, os slides do PowerPoint vão sendo projetados no monitor do computador, lembrando os
antigos slides fotográficos.
O apresentador pode inserir anotações, observações importantes, que deverão ser abordadas durante a apresentação.
Estas anotações serão visualizadas somente pelo apresentador quando, durante a apresentação, for selecionado o Modo
de Exibição do Apresentador (basta clicar com o botão direito do mouse e selecionar esta opção durante a apresentação).
Modelos e Temas Online: Algumas vezes parece impossível iniciar uma apresentação. Você nem mesmo sabe como
começar. Nestas situações pode-se usar os modelos prontos, que fornecem sugestões para que você possa iniciar a criação
de sua apresentação. A versão PowerPoint 2013 traz vários modelos disponíveis online divididos por temas (é necessário
estar conectado à internet).

Figura 80: Modelos e temas online

34
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para utilizar um modelo pronto, selecione um tema. Em nosso exemplo, vamos selecionar ‘Negócios’. Aparecerão vários
modelos prontos que podem ser utilizados para a criação de sua apresentação, conforme mostra a figura abaixo.

Figura 81: Apresentações Modelo ‘Negócios’

Procure conhecer os modelos, clicando sobre eles. Utilize as barras de rolagem para rolar a tela, visualizar as possi-
bilidades, e possivelmente escolher um modelo, dentre as inúmeras possibilidades fornecidas, para criar apresentações
profissionais com muita agilidade.

Ao escolher um modelo, clique no botão ‘Criar’ e aguarde o download do arquivo. Será criado um novo arquivo em
seu computador, que você poderá salvar onde quiser. A partir daí, basta customizar os dados e utilizá-lo como SUA APRE-
SENTAÇÃO.

Tanto o layout como o padrão de formatação de fontes, poderão ser alterados em qualquer momento, para atender às
suas necessidades.

Apresentação de Slides:

Antes de começarmos a trabalhar em um novo slide, ou nova apresentação, vamos entender um pouco melhor como
funciona uma apresentação. Escolha um modelo pronto qualquer, faça o download, e inicie a apresentação, assim:

Na barra ‘Modos de exibição de slides’, localizada na barra de status, clique no botão ‘Modo de Apresentação de Slides’.
Dê cliques com o mouse para seguir ao próximo slide. Ao clicar na apresentação, são exibidos botões de navegação,
que permitem que você siga para o próximo slide ou volte ao anterior, conforme mostrado abaixo. Além dos botões de
navegação você também conta com outras ferramentas durante sua apresentação.

Figura 82: Botões de Navegação e Outras Ferramentas

Exibição de Slides:Vamos agora começar a personalizar nossa apresentação, tendo como base o modelo criado. Se
ainda estiver com uma apresentação aberta, termine a apresentação, retornando à estrutura. Clique, na faixa de opções, no
menu ‘EXIBIÇÃO’.

Alternando entre os Modos de Exibição

Modo Normal: No modo de exibição ‘Normal’, você trabalha em um slide de cada vez e pode organizar a estrutura
de todos os slides da apresentação.

35
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 83: Modo de Exibição ‘Normal’.

Para mover de um slide para outro clique sobre o slide (do lado esquerdo) que deseja visualizar na tela, ou utilize as
teclas ‘PageUp’ e ‘PageDown’.

Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: Este modo de visualização é interessante principalmente durante a cons-
trução do texto da apresentação. Você pode ir digitando o texto do lado esquerdo e o PowerPoint monta os slides pra você.

Classificação de Slides: Este modo permite ver seus slides em miniatura, para auxiliar na organização e estruturação
de sua apresentação. No modo de classificação de slides, você pode reordenar slides, adicionar transições e efeitos de ani-
mação e definir intervalos de tempo para apresentações eletrônicas de slides.

Figura 84: Classificação de Slides

Para alterar a sequência de exibição de slides, clique no slide e arraste até a posição desejada. Você também pode ocul-
tar um slide dando um clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecionando ‘Ocultar Slide’.

Alterando o Design:

O design de um slide é a apresentação visual do mesmo, ou seja, as cores nele utilizadas, tipos de fontes, etc. O Power-
Point disponibiliza vários temas prontos para aplicar ao design de sua apresentação.
Para inserir um Tema de design pronto nos slides acesse a guia ‘Design’ na Faixa de Opções. Clique na seta lateral para
visualizar todos os temas existentes.

36
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Clique no tema desejado, para aplicar ao slide selecio- Na guia ‘Início’ da Faixa de Opções, clique na seta la-
nado. O tema será aplicado em todos os slides. teral da caixa Layout. Será exibida uma janela com várias
Variantes->Cores e Variantes->Fontes: ainda na guia opções. Selecione o layout ‘Título e conteúdo’.
‘Design’ podemos aplicar variações dos temas, alterando Aparecerá a caixa de conteúdo no slide como mostra-
cores e fontes, criando novos temas de cores. Clique na do na figura a seguir. A caixa de conteúdos ao centro do
seta da caixa ‘Variantes’ para abrir as opções. Passe o mou- slide possui diversas opções de tipo de conteúdo que se
se sobre cada tema para visualizar o efeito na apresenta- pode utilizar.
ção. Após encontrar a variação desejada, dê um clique com As demais ferramentas da ‘Caixa de Conteúdo’ são:
o mouse para aplicá-la à apresentação.
• Escolher Elemento Gráfico SmartArt
• Inserir Imagem
• Inserir Imagens Online
• Inserir Vídeo

Explore as opções, utilize os recursos oferecidos para


enriquecer seus conhecimentos e, em consequência, criar
apresentações muito mais interessantes. O funcionamento
de cada item é semelhante aos já abordados.

Figura 85: Variantes de Temas de Design Agora é com você!


Exercite: crie diversos slides de conteúdo, procurando
Variantes->Efeitos: os efeitos de tema especificam utilizar todas as opções oferecidas para cada tipo de con-
como os efeitos são aplicados a gráficos SmartArt, formas teúdo. Desta forma, você estará aprendendo ainda mais
e imagens. Clique na seta do botão ‘Efeitos’ para acessar a
utilizar os recursos do PowerPoint e do Office.
galeria de Efeitos. Aplicando o efeito alteramos rapidamen-
te a aparência dos objetos.
Animação dos Slides: A animação dos slides é um
dos últimos passos da criação de uma apresentação. Essa é
Layout de Texto:
uma etapa importante, pois, apesar dos inúmeros recursos
oferecidos pelo programa, não é aconselhável exagerar na
O primeiro slide criado em nossa apresentação é um
utilização dos mesmos, pois além de tornar a apresentação
‘Slide de título’. Nele não deve ser inserido o conteúdo da
cansativa, tira a atenção das pessoas que estão assistindo,
palestra ou reunião, mas apenas o título e um subtítulo
pois trata-se do slide inicial. ao invés de dar foco ao conteúdo da apresentação, passam
Clique no quadro onde está indicado ‘Clique aqui para a dar fico para as animações.
adicionar um título’, e escreva o título de sua apresentação.
A apresentação que criaremos será sobre ‘Grupo Nova”. Transições: A transição dos slides nada mais é que a
No quadro onde está indicado ‘Clique aqui para adi- mudança entre um slide e outro. Você pode escolher en-
cionar um subtítulo’ coloque seu nome ou o nome da em- tre diversas transições prontas, através da faixa de opções
presa em que trabalha, ou mesmo um subtítulo ligado ao ‘TRANSIÇÕES’. Selecione o primeiro slide da nossa apre-
tema da apresentação. sentação e clique nesta opção.
Formate o texto da forma como desejar, selecionando
o tipo da fonte, tamanho, alinhamento, etc., clicando sobre Escolha uma das transições prontas e veja o que acon-
a ‘Caixa de Texto’ para fazer as formatações. tece. Explore os diversos tipos de transições, apenas clican-
Clique no botão novo slide da guia ‘PÁGINA INICIAL’. do sobre elas e assistindo os efeitos que elas produzem.
Será criado um novo slide com layout diferente do anterior. Isso pode ser bastante divertido, mas dependendo do in-
Isso acontece porque o programa entende que o próximo tuito da apresentação, o exagero pode tornar sua apresen-
slide não é mais de título, e sim de conteúdo, e assim su- tação pouco profissional.
cessivamente pra a criação da sua apresentação.
Ainda em ‘TRANSIÇÕES’ escolha como será feito o
Layouts de Conteúdo: avanço do slide, se após um tempo pré-definido ou ‘Ao
Utilizando os layouts de conteúdo é possível inserir fi- Clicar com o Mouse’, dentro da faixa ‘INTERVALO’. Você
gura ou cliparts, tabelas, gráficos, diagramas ou clipe de também pode aplicar som durante a transição.
mídia (que podem ser animações, imagens, sons, etc.).
A utilização destes recursos é muito simples, bastando Animações: As animações podem ser definidas para
clicar, no próprio slide, sobre o recurso que deseja utilizar. cada caixa de texto dos slides. Ou seja, durante sua apre-
Salve a apresentação atual como ‘Ensino a Distância’ sentação você pode optar em ir abrindo o texto conforme
e, sem fechá-la, abra uma nova apresentação. Vamos ver a trabalha os assuntos.
utilização dos recursos de Conteúdo.

37
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Neste exemplo, selecionaremos o Slide 3 de nossa apresentação para enriquecer as explicações. Clique um uma das
caixas de texto do slide, e na opção ‘ANIMAÇÕES’ abra o ‘PAINEL DE ANIMAÇÃO’.

Figura 86: Animações

Escolheremos a opção ‘Flutuar para Dentro’, mas você pode explorar as diversas opções e escolher a que mais te agra-
dar. Clique na opção escolhida. No Painel de Animação, abra todas as animações clicando na seta para baixo.

Figura 87: Abrindo a lista do Painel de Animações

Cada parágrafo de texto pode ser configurado, bastando que você clique no parágrafo desejado e faça a opção de
animação desejada. O parágrafo pode aparecer somente quando você clicar com o mouse, ou juntamente com o anterior.
Pode mantê-lo aberto na tela enquanto outros estão fechados, etc.

Em nosso exemplo, vamos animar da seguinte forma: os textos da caixa de texto do lado esquerdo vão aparecer juntos
após clicar. Os textos da caixa do lado direito permanecem fechados. Ao clicar novamente, os dois parágrafos aparecerão
ao mesmo tempo na tela.

Passo a passo:
Com a caixa de texto do lado esquerdo selecionada, clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo, mostrado no Painel
de Animações;
selecione o 2º parágrafo e selecione ‘Iniciar com anterior’;
selecione a caixa de texto do lado direito e aplique uma animação;
no Painel de Animações clique em ‘Iniciar ao clicar’ no 1º parágrafo da caixa de texto
selecione o 2º parágrafo da caixa de texto e selecione ‘Iniciar com anterior’.

12.4. Impress
É o editor de apresentações do LibreOffice e o seu formato de arquivo padrão é o .odp (Open Document Presentations).
 
- O usuário pode iniciar uma apresentação no Impress de duas formas:
• do primeiro slide (F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do primeiro slide
• do slide atual (Shift + F5) - Menu Apresentação de Slides -> Iniciar do slide atual.
 
- Menu do Impress:
• Arquivo - contém comandos que se aplicam ao documento inteiro como Abrir, Salvar e Exportar como PDF;
• Editar - contém comandos para editar o conteúdo documento como, por exemplo, Desfazer, Localizar e Substituir,
Cortar, Copiar e Colar;
• Exibir - contém comandos para controlar a exibição de um documento tais como Zoom, Apresentação de Slides,
Estrutura de tópicos e Navegador;
• Inserir  - contém comandos para inserção de novos slides e elementos no documento como figuras, tabelas e
hiperlinks;
• Formatar - contém comandos para formatar o layout e o conteúdo dos slides, tais como Modelos de slides, Layout
de slide, Estilos e Formatação, Parágrafo e Caractere;
• Ferramentas - contém ferramentas como Ortografia, Compactar apresentação e Player de mídia;
• Apresentação de Slides - contém comandos para controlar a apresentação de slides e adicionar efeitos em objetos
e na transição de slides.

38
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Veja alguns tipos de redes:


Redes Pessoais (Personal Area Networks – PAN) – se
REDES DE COMPUTADORES: CONCEITOS comunicam a 1 metro de distância. Ex.: Redes Blue-
BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E tooth;
PROCEDIMENTOS DE INTERNET E INTRANET; Redes Locais (Local Area Networks – LAN) – redes em
PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT que a distância varia de 10m a 1km. Pode ser uma sala,
INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX E um prédio ou um campus de universidade;
GOOGLE CHROME); Redes Metropolitanas (Metropolitan Area Network –
PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO MAN) – quando a distância dos equipamentos conec-
(MICROSOFT OUTLOOK E MOZILLA tados à uma rede atinge áreas metropolitanas, cerca de
THUNDERBIRD); 10km. Ex.: TV à cabo;
Redes a Longas Distâncias (Wide Area Network – WAN)
SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTERNET;
– rede que faz a cobertura de uma grande área geográ-
GRUPOS DE DISCUSSÃO; fica, geralmente, um país, cerca de 100 km;
REDES SOCIAIS; Redes Interligadas (Interconexão de WANs) – são re-
COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD des espalhadas pelo mundo podendo ser interconectadas
COMPUTING). a outras redes, capazes de atingirem distâncias bem maio-
res, como um continente ou o planeta. Ex.: Internet;
Rede sem Fio ou Internet sem Fio (Wireless Local Area
Network – WLAN) – rede capaz de conectar dispositivos
Redes de Computadores eletrônicos próximos, sem a utilização de cabeamento.
Redes de Computadores refere-se à interligação por meio Além dessa, existe também a WMAN, uma rede sem fio
de um sistema de comunicação baseado em transmissões e
para área metropolitana e WWAN, rede sem fio para
protocolos de vários computadores com o objetivo de trocar in-
grandes distâncias.
formações, entre outros recursos. Essa ligação é chamada de es-
tações de trabalho (nós, pontos ou dispositivos de rede).
Topologia de Redes
Atualmente, existe uma interligação entre computado-
Astopologias das redes de computadores são as estru-
res espalhados pelo mundo que permite a comunicação
turas físicas dos cabos, computadores e componentes.
entre os indivíduos, quer seja quando eles navegam pela
internet ou assiste televisão. Diariamente, é necessário utili- Existem as topologias físicas, que são mapas que mos-
zar recursos como impressoras para imprimir documentos, tram a localização de cada componente da rede que
reuniões através de videoconferência, trocar e-mails, aces- serão tratadas a seguir. e as lógicas, representada pelo
sar às redes sociais ou se entreter por meio de jogos, etc. modo que os dados trafegam na rede:
Hoje, não é preciso estar em casa para enviar e-mails, Topologia Ponto-a-ponto – quando as máquinas es-
basta ter um tablet ou smartphone com acesso à internet tão interconectadas por pares através de um roteamen-
nos dispositivos móveis. Apesar de tantas vantagens, o to de dados;
crescimento das redes de computadores também tem seu Topologia de Estrela – modelo em que existe um
lado negativo. A cada dia surgem problemas que preju- ponto central (concentrador) para a conexão, geral-
dicam as relações entre os indivíduos, como pirataria, es- mente um hub ou switch;
pionagem, phishing - roubos de identidade, assuntos polê- Topologia de Anel – modelo atualmente utilizado em
micos como racismo, sexo, pornografia, sendo destacados automação industrial e na década de 1980 pelas redes
com mais exaltação, entre outros problemas. Token Ring da IBM. Nesse caso, todos os computadores
Há muito tempo, o ser homem sentiu a necessidade são entreligados formando um anel e os dados são pro-
de compartilhar conhecimento e estabelecer relações com pagados de computador a computador até a máquina de
pessoas a distância. Na década de 1960, durante a Guerra origem;
Fria, as redes de computadores surgiram com objetivos mi- Topologia de Barramento – modelo utilizado nas pri-
litares: interconectar os centros de comando dos EUA para meiras conexões feitas pelas redes Ethernet.Refere- se a
com objetivo de proteger e enviar de dados. computadores conectados em formato linear, cujo cabea-
mento é feito em sequencialmente;
Alguns tipos de Redes de Computadores Redes de Difusão (Broadcast) – quando as máquinas
Antigamente, os computadores eram conectados em estão interligadas por um mesmo canal através de pacotes
distâncias curtas, sendo conhecidas como redes locais. endereçados (unicast, broadcast e multicast).
Mas, com a evolução das redes de computadores, foi ne-
cessário aumentar a distância da troca de informações en- Cabos
tre as pessoas. As redes podem ser classificadas de acor- Os cabos ou cabeamentos fazem parte da estrutura fí-
do com sua arquitetura (Arcnet, Ethernet, DSL, Token ring, sica utilizada para conectar computadores em rede, estan-
etc.), a  extensão geográfica (LAN, PAN, MAN, WLAN, do relacionados a largura de banda, a taxa de transmissão,
etc.), a topologia (anel, barramento, estrela, ponto-a- padrões internacionais, etc. Há vantagens e desvantagens
-ponto, etc.) e o meio de transmissão (redes por cabo de para a conexão feita por meio de cabeamento. Os mais uti-
fibra óptica, trançado, via rádio, etc.). lizados são:

39
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cabos de Par Trançado – cabos caracterizados por Roteadores: Dispositivo utilizado para conectar redes
sua velocidade, pode ser feito sob medida, comprados e arquiteturas diferentes e de grande porte. Ele funciona
em lojas de informática ou produzidos pelo usuário; como um tipo de ponte na camada de rede do modelo
Cabos Coaxiais – cabos que permitem uma distância OSI (Open Systens Interconnection - protocolo de inter-
maior na transmissão de dados, apesar de serem flexí- conexão de sistemas abertos para conectar máquinas
veis, são caros e frágeis. Eles necessitam de barramento de diferentes fabricantes), identificando e determinando
ISA, suporte não encontrado em computadores mais um IP para cada computador que se conecta com a rede.
novos; Sua principal atribuição é ordenar o tráfego de da-
Cabos de Fibra Óptica – cabos complexos, caros e de dos na rede e selecionar o melhor caminho. Existem
difícil instalação. São velozes e imunes a interferências os roteadores estáticos, capaz de encontrar o menor ca-
eletromagnéticas. minho para tráfego de dados, mesmo se a rede estiver
Após montar o cabeamento de rede é necessário reali- congestionada; e os roteadores dinâmicos que encon-
zar um teste através dos testadores de cabos, adquirido em tram caminhos mais rápidos e menos congestionados
lojas especializadas. Apesar de testar o funcionamento, ele para o tráfego.
não detecta se existem ligações incorretas. É preciso que Modem: Dispositivo responsável por transformar a
um técnico veja se os fios dos cabos estão na posição certa. onda analógica que será transmitida por meio da linha
telefônica, transformando-a em sinal digital original.
Sistema de Cabeamento Estruturado Servidor: Sistema que oferece serviço para as redes
Para que essa conexão não prejudique o ambiente de de computadores, como por exemplo, envio de arquivos
trabalho, em uma grande empresa, são necessárias várias ou e-mail. Os computadores que acessam determinado
conexões e muitos cabos, sendo necessário o cabeamento servidor são conhecidos como clientes.
estruturado. Placa de Rede: Dispositivo que garante a comuni-
Através dele, um técnico irá poupar trabalho e tempo, cação entre os computadores da rede. Cada arquitetura
tanto para fazer a instalação, quanto para a remoção da de rede depende de um tipo de placa específica. As mais
rede. Ele é feito através das tomadas RJ-45 que possibili- utilizadas são as do tipo Ethernet e Token Ring (rede em
tam que vários conectores possam ser inseridos em um anel).
único local, sem a necessidade de serem conectados dire-
tamente no hub. Conceito de Internet
Além disso, o sistema de cabeamento estruturado pos-
sui um painel de conexões, o Patch Panel, onde os cabos O objetivo inicial da Internet era atender necessida-
das tomadas RJ-45 são conectados, sendo um concentrador des militares, facilitando a comunicação. A agência nor-
de tomadas, favorecendo a manutenção das redes. Eles são te-americana ARPA – ADVANCED RESEARCH AND PRO-
adaptados e construídos para serem inseridos em um rack. JECTS AGENCY e o Departamento de Defesa americano,
Todo esse planejamento deve fazer parte do projeto do na década de 60, criaram um projeto que pudesse conec-
cabeamento de rede, em que a conexão da rede é pensada tar os computadores de departamentos de pesquisas e
de forma a realizar a sua expansão. bases militares, para que, caso um desses pontos sofresse
Repetidores: Dispositivo capaz de expandir o cabea- algum tipo de ataque, as informações e comunicação não
mento de rede. Ele poderá transformar os sinais recebidos e seriam totalmente perdidas, pois estariam salvas em ou-
enviá-los para outros pontos da rede. Apesar de serem trans- tros pontos estratégicos.
missores de informações para outros pontos, eles também O projeto inicial, chamado ARPANET, usava uma co-
diminuem o desempenho da rede, podendo haver colisões nexão a longa distância e possibilitava que as mensagens
entre os dados à medida que são anexas outras máquinas. fossem fragmentadas e endereçadas ao seu computador
Esse equipamento, normalmente, encontra-se dentro do hub. de destino. O percurso entre o emissor e o receptor da
Hubs: Dispositivos capazes de receber e concentrar informação poderia ser realizado por várias rotas, assim,
todos os dados da rede e compartilhá-los entre as outras caso algum ponto no trajeto fosse destruído, os dados
estações (máquinas). Nesse momento nenhuma outra má- poderiam seguir por outro caminho garantindo a entre-
quina consegue enviar um determinado sinal até que os ga da informação, é importante mencionar que a maior
dados sejam distribuídos completamente. Eles são utiliza- distância entre um ponto e outro, era de 450 quilômetros.
dos em redes domésticas e podem ter 8, 16, 24 e 32 por- No começo dos anos 80, essa tecnologia rompeu as
tas, variando de acordo com o fabricante. Existem os Hubs barreiras de distância, passando a interligar e favorecer a
Passivos, Ativos, Inteligentes e Empilháveis. troca de informações de computadores de universidades
Bridges: É um repetidor inteligente que funciona dos EUA e de outros países, criando assim uma rede (NET)
como uma ponte. Ele lê e analisa os dados da rede, além internacional (INTER), consequentemente seu nome passa a ser,
de relacionar diferentes arquiteturas. INTERNET.
Switches: Tipo de aparelho semelhante a um hub, mas A evolução não parava, além de atingir fronteiras conti-
que funciona como uma ponte: ele envia os dados apenas nentais, os computadores pessoais evoluíam em forte esca-
para a máquina que o solicitou. Ele possui muitas portas de la alcançando forte potencial comercial, a Internet deixou de
entrada e melhor performance, podendo ser utilizado para conectar apenas computadores de universidades, passou a
redes maiores. conectar empresas e, enfim, usuários domésticos.

40
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Na década de 90, o Ministério das Comunicações e o Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil trouxeram a Internet para
os centros acadêmicos e comerciais. Essa tecnologia rapidamente foi tomando conta de todos os setores sociais até atingir a
amplitude de sua difusão nos tempos atuais.
Um marco que é importante frisar é o surgimento do WWW que foi a possibilidade da criação da interface gráfica deixando
a internet ainda mais interessante e vantajosa, pois até então, só era possível a existência de textos.
Para garantir a comunicação entre o remetente e o destinatário o americano Vinton Gray Cerf, conhecido como o pai da
internet criou os protocolos TCP/IP, que são protocolos de comunicação. O TCP – TRANSMISSION CONTROL PROTOCOL (Pro-
tocolo de Controle de Transmissão) e o IP – INTERNET PROTOCOL (Protocolo de Internet) são conjuntos de regras que tornam
possível tanto a conexão entre os computadores, quanto ao entendimento da informação trocada entre eles.
A internet funciona o tempo todo enviando e recebendo informações por isso o periférico que permite a conexão com
a internet chama MODEM, porque que ele MOdula e DEModula sinais, e essas informações só podem ser trocadas graças
aos protocolos TCP/IP.

Protocolos Web

Já que estamos falando em protocolos, citaremos outros que são largamente usados na Internet:

-HTTP (Hypertext Transfer Protocol): Protocolo de transferência de Hipertexto, desde 1999 é utilizado para trocar infor-
mações na Internet. Quando digitamos um site, automaticamente é colocado à frente dele o http://
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br
Onde:
http:// → Faz a solicitação de um arquivo de hipermídia para a Internet, ou seja, um arquivo que pode conter texto, som,
imagem, filmes e links.
-URL (Uniform Resource Locator): Localizador Padrão de recursos, serve para endereçar um recurso na web, é como se
fosse um apelido, uma maneira mais fácil de acessar um determinado site
Exemplo: http://www.novaconcursos.com.br, onde:

Faz a solicitação de um arquivo de


http:// hipermídiaparaaInternet.

Estipulaqueesse recursoestánarede mundialdecomputa


www dores(veremosmais sobre www emumpróximotópico).

Éo endereçodedomínio.Um endereçode
novaconcursos domíniorepresentarásua empresaou seu
espaçonaInternet.

Indicaqueo servidorondeesse siteestá


.com hospedado é de finalidadescomerciais.

.br Indicaqueo servidorestáno Brasil.

Encontramos, ainda, variações na URL de um site, que demonstram a finalidade a organização que o criou, como:
.gov - Organização governamental
.edu - Organização educacional
.org - Organização
.ind - Organização Industrial
.net - Organização telecomunicações
.mil - Organização militar
.pro - Organização de profissões
.eng – Organização de engenheiros

E também, do país de origem:


.it – Itália

41
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

.pt – Portugal Provedor


.ar – Argentina
.cl – Chile O provedor é uma empresa prestadora de serviços que
.gr – Grécia oferece acesso à Internet. Para acessar a Internet, é neces-
sário conectar-se com um computador que já esteja na In-
Quando vemos apenas a terminação .com, sabe- ternet (no caso, o provedor) e esse computador deve per-
mos que se trata de um site hospedado em um servi- mitir que seus usuários também tenham acesso a Internet.
dor dos Estados Unidos. No Brasil, a maioria dos provedores está conectada
-HTTPS (Hypertext transfer protocol secure): à Embratel, que por sua vez, está conectada com outros
Semelhante ao HTTP, porém permite que os dados se- computadores fora do Brasil. Esta conexão chama-se link,
jam transmitidos através de uma conexão criptografa- que é a conexão física que interliga o provedor de acesso
da e que se verifique a autenticidade do servidor e do com a Embratel. Neste caso, a Embratel é conhecida como
cliente através de certificados digitais. backbone, ou seja, é a “espinha dorsal” da Internet no Bra-
sil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse uma ave-
-FTP (File Transfer Protocol): Protocolo de trans- nida de três pistas e os links como se fossem as ruas que
ferência de arquivo, é o protocolo utilizado para poder estão interligadas nesta avenida.
subir os arquivos para um servidor de internet, seus Tanto o link como o backbone possui uma velocidade
programas mais conhecidos são, o Cute FTP, FileZilla de transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite
e LeechFTP, ao criar um site, o profissional utiliza um os dados.
desses programas FTP ou similares e executa a transfe- Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo).
rência dos arquivos criados, o manuseio é semelhante Deve ser feito um contrato com o provedor de acesso,
à utilização de gerenciadores de arquivo, como o Win- que fornecerá um nome de usuário, uma senha de acesso
dows Explorer, por exemplo. e um endereço eletrônico na Internet.

-POP (Post Office Protocol): Protocolo de Pos- Home Page


to dos Correios permite, como o seu nome o indica,
recuperar o seu correio num servidor distante (o ser- Pela definição técnica temos que uma Home Page é um
vidor POP). É necessário para as pessoas não ligadas arquivo ASCII (no formato HTML) acessado de computado-
permanentemente à Internet, para poderem consultar res rodando um Navegador (Browser), que permite o acesso
os mails recebidos offline. Existem duas versões princi- às informações em um ambiente gráfico e multimídia. Todo
pais deste protocolo, o POP2 e o POP3, aos quais são em hipertexto, facilitando a busca de informações dentro
atribuídas respectivamente as  portas  109 e 110, fun- das Home Pages.
cionando com o auxílio de comandos textuais radical- O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
mente diferentes, na troca de e-mails ele é o protocolo http://www.endereço.com/página.html
de entrada. Por exemplo, a página principal do meu projeto de
mestrado:
IMAP (Internet Message Access Protocol): É um http://www.ovidio.eng.br/mestrado
protocolo alternativo ao protocolo POP3, que ofe-
rece muitas mais possibilidades, como, gerir vários PLUG-INS
acessos simultâneos e várias caixas de correio, além
de poder criar mais critérios de triagem. Os plug-ins são programas que expandem a capa-
cidade do Browser em recursos específicos - permitindo,
-SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): É o pro- por exemplo, que você toque arquivos de som ou veja
tocolo padrão para envio de e-mails através da In- filmes em vídeo dentro de uma Home Page. As empresas
ternet. Faz a validação de destinatários de mensa- de software vêm desenvolvendo plug-ins a uma velocida-
gens. Ele que verifica se o endereço de e-mail do de impressionante. Maiores informações e endereços sobre
destinatário está corretamente digitado, se é um plug-ins são encontradas na página:
endereço existente, se a caixa de mensagens do http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/
destinatário está cheia ou se recebeu sua mensa- Software/ Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/
gem, na troca de e-mails ele é o protocolo de saída. Indices/
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo
-UDP (User Datagram Protocol): Protocolo que temos uma relação de alguns deles:
atua na camada de transporte dos protocolos (TCP/IP). - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime,
Permite que a apli- cação escreva um datagrama en- etc.).
capsulado num pacote IP e trans- portado ao destino. - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
É muito comum lermos que se trata de um protoco- - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP,
lo não confiável, isso porque ele não é implementado PCX, etc.).
com regras que garantam tratamento de erros ou en- - Negócios e Utilitários
trega. - Apresentações

42
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

INTRANET: A Intranet ou Internet Corporativa é a Aplicações da Intranet


implantação de uma Internet restrita apenas a utilização
interna de uma empresa. As intranets ou Webs corporati- Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comu-
vas, são redes de comunicação internas baseadas na tecno- nicações corporativas em uma intranet dá para simplificar o
logia usada na Internet. Como um jornal editado interna- trabalho, pois estamos virtualmente todos na mesma sala.
mente, e que pode ser acessado apenas pelos funcionários De qualquer modo, é cedo para se afirmar onde a intranet
da empresa. vai ser mais efetiva para unir (no sentido operacional) os
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e diversos profissionais de uma empresa. Mas em algumas
departamentos, mesclando (com segurança) as suas infor- áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo:
mações particulares dentro da estrutura de comunicações - Marketing e Vendas - Informações sobre produtos,
da empresa. listas de preços, promoções, planejamento de eventos;
O grande sucesso da Internet, é particularmente da - Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de
World Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na Trabalho), planejamentos, listas de responsabilidades de
evolução da informática nos últimos anos. membros das equipes, situações de projetos;
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos - Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, siste-
interliga- dos através de vínculos, ou links) e a enorme fa- mas de melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais
cilidade de se criar, interligar e disponibilizar documentos de qualidade;
multimídia (texto, gráficos, animações, etc.), democratiza- - Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas,
ram o acesso à informação através de redes de computa- políticas da companhia, organograma, oportunidades de
dores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantesca base de trabalho, programas de desenvolvimento pessoal, benefí-
usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos de cios.
informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgi- Para acessar as informações disponíveis na Web corpo-
ram muitas ferramentas de software de custo zero ou pe- rativa, o funcionário praticamente não precisa ser treinado.
queno, que permitem a qualquer organização ou empresa, Afinal, o esforço de operação desses programas se resume
sem muito esforço, “entrar na rede” e começar a acessar e quase somente em clicar nos links que remetem às novas
colocar informação. O resultado inevitável foi a impressio- páginas. No entanto, a simplicidade de uma intranet termi-
nante explosão na informação disponível na Internet, que na aí. Projetar e implantar uma rede desse tipo é uma tarefa
segundo consta, está dobrando de tamanho a cada mês. complexa e exige a presença de profissionais especializa-
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, dos. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da intranet,
que tem interessado um número cada vez maior de empre- sua diversidade de funções e a quantidade de informações
sas, hospitais, faculdades e outras organizações interes- nela armazenadas.
sadas em integrar informações e usuários: a intranet. Seu A intranet é baseada em quatro conceitos:
advento e disseminação promete operar uma revolução - Conectividade - A base de conexão dos computa-
tão profunda para a vida organizacional quanto o apare- dores ligados através de uma rede, e que podem transferir
cimento das primeiras redes locais de computadores, no qualquer tipo de informação digital entre si;
final da década de 80. - Heterogeneidade - Diferentes tipos de computado-
res e sistemas operacionais podem ser conectados de forma
O que é Intranet? transparente;
- Navegação - É possível passar de um documento a
O termo “intranet” começou a ser usado em meados outro através de referências ou vínculos de hipertexto, que
de 1995 por fornecedores de produtos de rede para se refe- facilitam o acesso não linear aos documentos;
rirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnologias - Execução Distribuída - Determinadas tarefas de
projetadas para a comunicação por computador entre em- acesso ou manipulação na intranet só podem ocorrer gra-
presas. Em outras palavras, uma intranet consiste em uma ças à execução de programas aplicativos, que podem es-
rede privativa de computadores que se baseia nos padrões tar no servidor, ou nos microcomputadores que acessam a
de comunicação de dados da Internet pública, baseadas rede (também chamados de clientes, daí surgiu à expressão
na tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail, FTP, que caracteriza a arquitetura da intranet: cliente-servidor).
etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as - A vantagem da intranet é que esses programas são
razões para este sucesso, estão o custo de implantação ativa- dos através da WWW, permitindo grande flexibilida-
relativamente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos de. Determinadas linguagens, como Java, assumiram gran-
programas de navegação na Web, os browsers. de importância no desenvolvimento de softwares aplicati-
vos que obedeçam aos três conceitos anteriores.
Objetivo de construir uma Intranet
Mecanismos de Buscas
Organizações constroem uma intranet porque ela é
uma ferramenta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente Pesquisar por algo no Google e não ter como retorno
para economizar tempo, diminuir as desvantagens da dis- exatamente o que você queria pode trazer algumas horas
tância e alavancar sobre o seu maior patrimônio de capital de trabalho a mais, não é mesmo? Por mais que os algorit-
com conhecimentos das operações e produtos da empresa. mos de busca sejam sempre revisados e busquem de certa

43
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

forma “adivinhar ” o que se passa em sua cabeça, lan- 15. Navegadores de internet: Internet Explorer,
çar mão de alguns artifícios para que sua busca seja Mozilla Firefox, Google Chrome.
otimizada poupará seu tempo e fará com que você
tenha acesso a resultados mais relevantes. Navegadores: Navegadores de internet ou browsers
Os mecanismos de buscas contam com opera- são programas de computador especializados em visualizar
dores para filtro de conteúdo. A maior parte desse e dar acesso às informações disponibilizadas na web, até
filtros, no entanto, pode não interessar e você, caso pouco tempo atrás tínhamos apenas o Internet Explorer e o
não seja um praticante de SEO. Contudo alguns são Netscape, hoje temos uma série de navegadores no merca-
realmente úteis e estão listados abaixo. Realize uma do, iremos fazer uma breve descrição de cada um deles, e
busca simples e depois aplique os filtros para poder depois faremos toda a exemplificação utilizando o Internet
ver o quanto os resultados podem sem mais especia- Explorer por ser o mais utilizado em todo o mundo, porém
lizados em relação ao que você procura. o conceito e usabilidade dos outros navegadores seguem os
-palavra_chave mesmos princípios lógicos.
Retorna um busca excluindo aquelas em que a
palavra chave aparece. Por exemplo, se eu fizer uma Chrome: O Chrome é o navegador do Google e con-
busca por computação, provavelmente encontrarei sequentemente um dos melhores navegadores existentes.
na relação dos resultados informaçõe sobre “Ciên- Outra vantagem devido ser o navegador da Google é o mais
cia da computação“. Contudo, se eu fizer uma busca utilizado no meio, tem uma interface simples muito fácil de
por  computação -ciência  , os resultados que tem a utilizar.
palavra chave ciência serão omitidos.
+palavra_chave
Retorna uma busca fazendo uma inclusão força-
da de uma palavra chave nos resultados. De maneira
análoga ao exemplo anterior, se eu fizer uma busca do
tipo computação, terei como retorna uma gama mista
de resultados. Caso eu queira filtrar somente os casos
em que ciências aparece, e também no estado de SP,
realizo uma busca do tipo computação + ciência SP. Figura 82: Símbolo do Google Chrome
“frase_chave”
Retorna uma busca em que existam as ocorrências Mozila Firefox: O Mozila Firefox é outro excelente nave-
dos termos que estão entre aspas, na ordem e grafia gador ele é gratuito e fácil de utilizar apesar de não ter uma
exatas ao que foi inserido. Assim, se você realizar uma interface tão amigável, porém é um dos navegadores mais
busca do tipo “como faser ” – sim, com a escrita incor- rápidas e com maior segurança contra hackers.
reta da palavra FAZER, verá resultados em que a frase
idêntica foi empregada.
palavras_chave_01 OR palavra_chave_02
Mostra resultado para pelo menos uma das pala-
vras chave citadas. Faça uma busca por facebook OR
msn, por exemplo, e terá como resultado de sua bus-
ca, páginas relevantes sobre pelo menos um dos dois
temas- nesse caso, como as duas palavras chaves são
populares, os dois resultados são apresentados em
posição de destaque. Figura 83: Símbolo do Mozilla Firefox
filetype:tipo
Retorna as buscas em que o resultado tem o tipo Opera: Usabilidade muito agradável, possui grande de-
de extensão especificada. Por exemplo, em uma bus- sempenho, porém especialistas em segurança o considera o
ca filetype:pdf jquery serão exibidos os conteúdos da navegador com menos segurança.
palavra chave jquery que tiverem como extensão .pdf.
Os tipos de extensão podem ser: PDF, HTML ou HTM,
XLS, PPT, DOC
palavra_chave_01 * palavra_chave_02
Retorna uma “busca combinada”, ou seja, sendo
o * um indicador de “qualquer conteúdo”, retorna re-
sultados em que os termos inicial e final aparecem,
independente do que “esteja entre eles”. Realize uma
busca do tipo facebook * msn e veja o resultado na
prática.
Figura 84: Símbolo do Opera

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Safari: O Safari é o navegador da Apple, é um ótimo ticação, e portanto, é indispensável que o usuário possua
navegador considerado pelos especialistas e possui uma in- um username e uma password que sejam reconhecidas pelo
terface bem bonita, apesar de ser um navegador da Apple sistema, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso,
existem versões para Windows. ao estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
criado para a conta do usuário – diretório home, e dali ele
poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever e
ler arquivos nos quais ele possua.
Assim como muitas aplicações largamente utilizadas hoje
em dia, o FTP também teve a sua origem no sistema opera-
cional UNIX, que foi o grande percursor e responsável pelo
sucesso e desenvolvimento da Internet. 
Figura 85: Símbolo do Safari
Algumas dicas
Internet Explorer: O Internet Explorer ou IE é o nave- 1. Muitos sites que aceitam FTP anônimo limitam o nú-
gador padrão do Windows. Como o próprio nome diz, é um mero de conexões simultâneas para evitar uma sobrecarga
programa preparado para explorar a Internet dando acesso na máquina. Uma outra limitação possível é a faixa de horário
a suas informações. Representado pelo símbolo do “e” azul, de acesso, que muitas vezes é considerada nobre em horário
é possível acessá-lo apenas com um duplo clique em seu comercial, e portanto, o FTP anônimo é temporariamente de-
símbolo. sativado.
2. Uma saída para a situação acima é procurar “sites espe-
lhos” que tenham o mesmo conteúdo do site sendo acessado.
3. Antes de realizar a transferência de qualquer arquivo
verifique se você está usando o modo correto, isto é, no caso
de arquivos-texto, o modo é ASCII, e no caso de arquivos bi-
nários (.exe, .com, .zip, .wav, etc.), o modo é binário. Esta pre-
venção pode evitar perda de tempo.
Figura 86: Símbolo do Internet Explorer
4. Uma coisa interessante pode ser o uso de um servidor
de FTP em seu computador. Isto pode permitir que um ami-
16. Transferência de arquivos pela internet
go seu consiga acessar o seu computador como um servidor
remoto de FTP, bastando que ele tenha acesso ao número IP,
FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência
que lhe é atribuído dinamicamente.
de Arquivos) é uma das mais antigas formas de interação
na Internet. Com ele, você pode enviar e receber arquivos Correio Eletrônico
para, ou de computadores que se caracterizam como ser-
vidores remotos. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo Um e-mail hoje é um dos principais meios de comunica-
texto (ASCII – código 7 bits) e arquivos não texto (Binários ção, por exemplo:
– código 8 bits). Há uma diferença interessante entre en-
viar uma mensagem de correio eletrônico e realizar trans- canaldoovidio@gmail.com
ferência de um arquivo. A mensagem é sempre transferida
como uma informação textual, enquanto a transferência de Onde, canaldoovidio é o usuário o arroba quer dizer na, o
um arquivo pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou gmail é o servidor e o .com é a tipagem.
não-textual (binário). Para editarmos e lermos nossas mensagens eletrônicas
Um servidor FTP é um computador que roda um pro- em um único computador, sem necessariamente estarmos
grama que chamamos de servidor de FTP e, portanto, é ca- conectados à Internet no momento da criação ou leitura do
paz de se comunicar com outro computador na Rede que e-mail, podemos usar um programa de correio eletrônico.
o esteja acessando através de um cliente FTP. Existem vários deles. Alguns gratuitos, como o Mozilla Thun-
  FTP anônimo versus FTP com autenticação existem derbird, outros proprietários como o Outlook Express. Os dois
dois tipos de conexão FTP, a primeira, e mais utilizada, é a programas, assim como vários outros que servem à mesma
conexão anônima, na qual não é preciso possuir um user- finalidade, têm recursos similares. Apresentaremos os recur-
name ou password (senha) no servidor de FTP, bastando sos dos programas de correio eletrônico através do Outlook
apenas identificar-se como anonymous (anônimo). Neste Express que também estão presentes no Mozilla Thunderbird.
caso, o que acontece é que, em geral, a árvore de diretório Um conhecimento básico que pode tornar o dia a dia com
que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do sistema. Isto o Outlook muito mais simples é sobre os atalhos de teclado
é muito importante, porque garante um nível de segurança para a realização de diversas funções dentro do Outlook. Para
adequado, evitando que estranhos tenham acesso a todas você começar os seus estudos, anote alguns atalhos simples.
as informações da empresa. Quando se estabelece uma co- Para criar um novo e-mail, basta apertar Ctrl + Shift + M e
nexão de “FTP anônimo”, o que acontece em geral é que a para excluir uma determinada mensagem aposte no atalho
conexão é posicionada no diretório raiz da árvore de dire- Ctrl + D. Levando tudo isso em consideração inclua os ata-
tórios. Dentre os mais comuns estão: pub, etc, outgoing e lhos de teclado na sua rotina de estudos e vá preparado
incoming. O segundo tipo de conexão envolve uma auten- para o concurso com os principais na cabeça.

45
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Uma das funcionalidades mais úteis do Outlook para profissionais que compartilham uma mesma área é o comparti-
lhamento de calendário entre membros de uma mesma equipe.
Por isso mesmo é importante que você tenha o conhecimento da técnica na hora de fazer uma prova de concurso
que exige os conhecimentos básicos de informática, pois por ser uma função bastante utilizada tem maiores chances de
aparecer em uma ou mais questões.
O calendário é uma ferramenta bastante interessante do Outlook que permite que o usuário organize de forma com-
pleta a sua rotina, conseguindo encaixar tarefas, compromissos e reuniões de maneira organizada por dia, de forma a ter
um maior controle das atividades que devem ser realizadas durante o seu dia a dia.
Dessa forma, uma funcionalidade do Outlook permite que você compartilhe em detalhes o seu calendário ou parte dele
com quem você desejar, de forma a permitir que outra pessoa também tenha acesso a sua rotina, o que pode ser uma ótima
pedida para profissionais dentro de uma mesma equipe, principalmente quando um determinado membro entra de férias.
Para conseguir utilizar essa função basta que você entre em Calendário na aba indicada como Página Inicial. Feito isso,
basta que você clique em Enviar Calendário por E-mail, que vai fazer com que uma janela seja aberta no seu Outlook.
Nessa janela é que você vai poder escolher todas as informações que vão ser compartilhadas com quem você deseja,
de forma que o Outlook vai formular um calendário de forma simples e detalhada de fácil visualização para quem você
deseja enviar uma mensagem.
Nos dias de hoje, praticamente todo mundo que trabalha dentro de uma empresa tem uma assinatura própria para
deixar os comunicados enviados por e-mail com uma aparência mais profissional.
Dessa forma, é considerado um conhecimento básico saber como criar assinaturas no Outlook, de forma que este con-
teúdo pode ser cobrado em alguma questão dentro de um concurso público.
Por isso mesmo vale a pena inserir o tema dentro de seus estudos do conteúdo básico de informática para a sua pre-
paração para concurso. Ao contrário do que muita gente pensa, a verdade é que todo o processo de criar uma assinatura é
bastante simples, de forma que perder pontos por conta dessa questão em específico é perder pontos à toa.
Para conseguir criar uma assinatura no Outlook basta que você entre no menu Arquivo e busque pelo botão de Opções.
Lá você vai encontrar o botão para E-mail e logo em seguida o botão de Assinaturas, que é onde você deve clicar. Feito isso,
você vai conseguir adicionar as suas assinaturas de maneira rápida e prática sem maiores problemas.
No Outlook Express podemos preparar uma mensagem através do ícone Criar e-mail, demonstrado na figura acima, ao
clicar nessa imagem aparecerá a tela a seguir:

Figura 49: Tela de Envio de E-mail

Para: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário da mensagem. Cam-
po obrigatório.

Cc: deve ser digitado o endereço eletrônico ou o contato registrado no Outlook do destinatário que servirá para ter
ciência desse e-mail.

46
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Cco: Igual ao Cc, porém os destinatários ficam ocultos.


Assunto: campo onde será inserida uma breve descri- SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO:
ção, podendo reservar-se a uma palavra ou uma frase so- PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA;
bre o conteúdo da mensagem. É um campo opcional, mas
NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E OUTRAS
aconselhável, visto que a falta de seu preenchimento pode
levar o destinatário a não dar a devida importância à men-
PRAGAS VIRTUAIS;
sagem ou até mesmo desconsiderá-la. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA
Corpo da mensagem: logo abaixo da linha assunto, é (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE
equivalente à folha onde será digitada a mensagem. ETC.);
A mensagem, após digitada, pode passar pelas forma- PROCEDIMENTOS DE BACKUP;
tações existentes na barra de formatação do Outlook: ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM
Mozilla Thunderbird é um cliente de email e notícias (CLOUD STORAGE).
open-source e gratuito criado pela Mozilla Foundation
(mesma criadora do Mozilla Firefox).
Webmail é o nome dado a um cliente de e-mail  que
não necessita de instalação no computador do usuário, já A Segurança da Informação refere-se às proteções exis-
que funciona como uma página de internet, bastando o tentes em relação às informações de uma determinada em-
usuário acessar a página do seu provedor de e-mail com presa, instituição governamental ou pessoa. Ou seja, aplica-
seu login e senha. Desta forma, o usuário ganha mobili- -se tanto às informações corporativas quanto as pessoais.
dade já que não necessita estar na máquina em que um Entende-se por informação todo e qualquer conteúdo
cliente de e-mail está instalado para acessar seu e-mail. ou dado que tenha valor para alguma corporação ou pes-
Para poder inserir anexos em um e-mail, é necessário soa. Ela pode estar guardada para uso restrito ou exposta
que a janela de edição esteja aberta, seja respondendo, en- ao público para consulta ou aquisição.
caminhando ou criando uma nova mensagem. Antes de proteger, devemos saber:
A possibilidade de se inserir anexos a uma mensagem - O que proteger;
de e-mail é muito comum, por exemplo, ao enviar um cur- - De quem proteger;
rículo, você fatalmente o irá enviar como um arquivo e não - Pontos frágeis;
no corpo do email. O símbolo mundial para se inserir um - Normas a serem seguidas.
anexo é um clips como pode-se visualizar na parte superior
da Figura 49. A Segurança da Informação se refere à proteção exis-
É importante saber que: Quanto maior for o tama- tente sobre as informações de uma determinada empresa
nho do arquivo a ser enviado como anexo a um e-mail, ou pessoa, isto é, aplica-se tanto às informações corporati-
mais demorado será o seu envio e a sua recepção por vas quanto aos pessoais. Entende-se por informação todo
parte do destinatário, por este motivo, caso necessite conteúdo ou dado que tenha valor para alguma organiza-
enviar um arquivo ou vários arquivos que ocupem uma ção ou pessoa. Ela pode estar guardada para uso restrito
grande quantidade de bytes, use uma ferramenta de ou exibida ao público para consulta ou aquisição.
compactação para comprimi-los. Podem ser estabelecidas métricas (com o uso ou não
Observe que: Entre o campo do Assunto e da área de de ferramentas) para definir o nível de segurança que há e,
edição do conteúdo da mensagem, será inserida a lista com isto, estabelecer as bases para análise de melhorias ou
com os arquivos anexados. pioras de situações reais de segurança. A segurança de cer-
Caso você tenha inserido um arquivo por engano, você ta informação pode ser influenciada por fatores comporta-
deverá selecioná-lo com as setas nesta lista e pressionar a mentais e de uso de quem se utiliza dela, pelo ambiente ou
tecla Delete para removê-lo dali. infraestrutura que a cerca ou por pessoas mal-intenciona-
Importante ressaltar que deve-se apenas salvar anexos das que têm o objetivo de furtar, destruir ou modificar tal
vindo de fontes conhecidas e confiáveis, pois pessoas mal informação.
intencionadas negativamente utilizam este interessantíssi- A tríade CIA (Confidentiality, Integrity and Availabi-
mo recurso para fazer a disseminação de vírus pela Inter- lity) — Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade
net. — representa as principais características que, atualmen-
te, orientam a análise, o planejamento e a implementação
da segurança para um certo grupo de informações que se
almeja proteger. Outros fatores importantes são a irrevo-
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE gabilidade e a autenticidade. Com a evolução do comércio
GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, eletrônico e da sociedade da informação, a privacidade é
também uma grande preocupação.
ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS.
Portanto as características básicas, de acordo com os
padrões internacionais (ISO/IEC 17799:2005) são as seguintes:
- Confidencialidade – especificidade que limita o aces-
“Caro Candidato, o tópico acima foi abordado no so a informação somente às entidades autênticas, ou seja,
decorrer da matéria” àquelas autorizadas pelo proprietário da informação.

47
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Integridade – especificidade que assegura que a in- - Protocolos seguros: Uso de protocolos que ga-
formação manipulada mantenha todas as características rantem um grau de segurança e usam alguns dos
autênticas estabelecidas pelo proprietário da informação, mecanismos citados.
incluindo controle de mudanças e garantia do seu ciclo de
vida (nascimento, manutenção e destruição). Mecanismos de encriptação
- Disponibilidade – especificidade que assegura que a
informação esteja sempre disponível para o uso legítimo, A criptografia vem, originalmente, da fusão en-
ou seja, por aqueles usuários que têm autorização pelo tre duas palavras gregas:
proprietário da informação. • CRIPTO = ocultar, esconder.
- Autenticidade – especificidade que assegura que a • GRAFIA= escrever
informação é proveniente da fonte anunciada e que não foi Criptografia é a ciência de escrever em cifra ou
alvo de mutações ao longo de um processo. em códigos. Ou seja, é um conjunto de técnicas
- Irretratabilidade ou não repúdio – especificidade que que tornam uma mensagem ininteligível, e permi-
assegura a incapacidade de negar a autoria em relação a te apenas que o destinatário que saiba a chave de
uma transação feita anteriormente. encriptação possa decriptar e ler a mensagem com
clareza.
Mecanismos de segurança Permitema transformação reversível dainforma-
ção de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Uti-
O suporte para as orientações de segurança pode ser liza-se para isso, algoritmos determinados e uma
encontrado em: chave secreta para,a partir de um conjunto de da-
Controles físicos: são barreiras que limitam o contato dos não encriptados,produzir uma continuação de
ou acesso direto a informação ou a infraestrutura (que as- dados encriptados. A operação inversa é a desen-
segura a existência da informação) que a suporta. criptação.
Controles lógicos: são bloqueios que impedem ou limi-
tam o acesso à informação, que está em ambiente contro- Existem dois tipos de chave: a chave pública e a
lado, geralmente eletrônico, e que, de outro modo, ficaria chave privada.
exibida a alteração não autorizada por elemento mal-in-  
tencionado. A chave pública é usada para codificar as infor-
Existem mecanismos de segurança que sustentam os mações, e a chave privada é usada para decodificar. 
controles lógicos: Dessa forma, na pública, todos têm acesso, mas
para ‘abrir ’ os dados da informação, que aparente-
- Mecanismos de cifração ou encriptação: Permitem a mente não tem sentido, é preciso da chave privada,
modificação da informação de forma a torná-la ininteligível que apenas o emissor e receptor original possui.
a terceiros. Utiliza-se para isso, algoritmos determinados e   Hoje, a criptografia pode ser considerada um
uma chave secreta para, a partir de um conjunto de dados método 100% seguro, pois, quem a utiliza para en-
não criptografados, produzir uma sequência de dados crip- viar e-mails e proteger seus arquivos, estará prote-
tografados. A operação contrária é a decifração. gido contra fraudes e tentativas de invasão.
- Assinatura digital: Um conjunto de dados criptogra- Os termos ‘chave de 64 bits’ e ‘chave de 128 bits’
fados, agregados a um documento do qual são função, são usados para expressar o tamanho da chave, ou
garantindo a integridade e autenticidade do documento seja, quanto mais bits forem utilizados, mais segura
associado, mas não ao resguardo das informações. será essa criptografia.
- Mecanismos de garantia da integridade da informa- Um exemplo disso é se um algoritmo usa um
ção: Usando funções de “Hashing” ou de checagem, é ga- chave de 8 bits, apenas 256 chaves poderão ser usa-
rantida a integridade através de comparação do resultado das para decodificar essa informação, pois 2 eleva-
do teste local com o divulgado pelo autor. do a 8 é igual a 256. Assim, um terceiro pode tentar
- Mecanismos de controle de acesso: Palavras-chave, gerar 256 tentativas de combinações e decodificar
sistemas biométricos, firewalls, cartões inteligentes. a mensagem, que mesmo sendo uma tarefa difícil,
- Mecanismos de certificação: Atesta a validade de um não é impossível. Portanto, quanto maior o número
documento. de bits, maior segurança terá a criptografia.
- Integridade: Medida em que um ser viço/infor- Existem dois tipos de chaves criptográficas, as chaves
mação é autêntico, ou seja, está protegido contra a simétricas e as chaves assimétricas
entrada por intrusos. Chave Simétrica é um tipo de chave simples, que é usa-
- Honeypot: É uma ferramenta que tem a função da para a codificação e decodificação. Entre os algoritmos
de proposital de simular falhas de segurança de um que usam essa chave, estão:
sistema e obter informações sobre o invasor enga- - DES (Data Encryption Standard): Faz uso de chaves de
nando-o, e fazendo-o pensar que esteja de fato ex- 56 bits, que corresponde à aproximadamente 72 quatrilhões
plorando uma fraqueza daquele sistema. É uma es- de combinações. Mesmo sendo um número extremamente
pécie de armadilha para invasores. O HoneyPot não elevado, em 1997, quebraram esse algoritmo através do mé-
oferece forma alguma de proteção. todo de ‘tentativa e erro’, em um desafio na internet.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- RC (Ron’sCode ou RivestCipher): É um algoritmo muito saber, um programa que envia dados sigilosos para a in-
utilizado em e-mails e usa chaves de 8 a 1024 bits. Além ternet, uma tentativa de acesso à rede a partir de compu-
disso, ele tem várias versões que diferenciam uma das ou- tadores externos não autorizados, entre outros.
tras pelo tamanho das chaves. Você já sabe que um firewall atua como uma espé-
- EAS (AdvancedEncryption Standard): Atualmente é um cie de barreira que verifica quais dados podem passar ou
dos melhores e mais populares algoritmos de criptogra- não. Esta tarefa só pode ser feita mediante o estabeleci-
fia. É possível definir o tamanho da chave como sendo de mento de políticas, isto é, de regras estabelecidas pelo
128bits, 192bits ou 256bits. usuário.
- IDEA (International Data EncryptionAlgorithm): É um Em um modo mais restritivo, um firewall pode ser
algoritmo que usa chaves de 128 bits, parecido com o DES. configurado para bloquear todo e qualquer tráfego no
Seu ponto forte é a fácil execução de software. computador ou na rede. O problema é que esta condi-
 As chaves simétricas não são absolutamente seguras ção isola este computador ou esta rede, então pode-se
quando referem-se às informações extremamente valiosas, criar uma regra para que, por exemplo, todo aplicativo
principalmente pelo emissor e o receptor precisarem ter o aguarde autorização do usuário ou administrador para
conhecimento da mesma chave. Dessa forma, a transmissão ter seu acesso liberado. Esta autorização poderá inclusive
pode não ser segura e o conteúdo pode chegar a terceiros. ser permanente: uma vez dada, os acessos seguintes se-
rão automaticamente permitidos.
Chave Assimétrica utiliza duas chaves: a privada e a pú- Em um modo mais versátil, um firewall pode ser con-
blica. Elas se sintetizam da seguinte forma: a chave pública figurado para permitir automaticamente o tráfego de de-
para codificar e a chave privada para decodificar, conside- terminados tipos de dados, como requisições HTTP (veja
rando-se que a chave privada é secreta. Entre os algoritmos mais sobre esse protocolo no ítem 7), e bloquear outras,
utilizados, estão: como conexões a serviços de e-mail.
- RSA (Rivest, ShmirandAdleman): É um dos algoritmos Perceba, como estes exemplos, que as políticas de
de chave assimétrica mais usados, em que dois números um firewall são baseadas, inicialmente, em dois princí-
primos (aqueles que só podem ser divididos por 1 e por pios: todo tráfego é bloqueado, exceto o que está expli-
eles mesmos) são multiplicados para a obter um terceiro citamente autorizado; todo tráfego é permitido, exceto o
valor. Assim, é preciso fazer fatoração, que significa desco- que está explicitamente bloqueado.
brir os dois primeiros números a partir do terceiro, sendo Firewalls mais avançados podem ir além, direcionan-
um cálculo difícil. Assim, se números grandes forem utili- do determinado tipo de tráfego para sistemas de segu-
zados, será praticamente impossível descobrir o código. A rança internos mais específicos ou oferecendo um refor-
chave privada do RSA são os números que são multiplica- ço extraem procedimentos de autenticação de usuários,
dos e a chave pública é o valor que será obtido. por exemplo.
- ElGamal: Utiliza-se do ‘logaritmo discreto’, que é um O trabalho de um firewall pode ser realizado de várias
problema matemático que o torna mais seguro. É muito formas. O que define uma metodologia ou outra são fa-
usado em assinaturas digitais. tores como critérios do desenvolvedor, necessidades es-
pecíficas do que será protegido, características do siste-
Segurança na internet; vírus de computadores; Spywa- ma operacional que o mantém, estrutura da rede e assim
re; Malware; Phishing; Worms e pragas virtuais e Aplica- por diante. É por isso que podemos encontrar mais de
tivos para segurança (antivírus, firewall e antispyware) um tipo de firewall. A seguir, os mais conhecidos.

Firewall é uma solução de segurança fundamentada Filtragem de pacotes (packetfiltering): As primeiras


em hardware ou software (mais comum) que, a partir de soluções de firewall surgiram na década de 1980 basean-
um conjunto de regras ou instruções, analisa o tráfego de do-se em filtragem de pacotes de dados (packetfilte-
rede para determinar quais operações de transmissão ou ring), uma metodologia mais simples e, por isso, mais
recepção de dados podem ser realizadas. “Parede de fogo”, limitada, embora ofereça um nível de segurança signi-
a tradução literal do nome, já deixa claro que o firewall se ficativo.
enquadra em uma espécie de barreira de defesa. A sua mis- Para compreender, é importante saber que cada pa-
são, consiste basicamente em bloquear tráfego de dados cote possui um cabeçalho com diversas informações a
indesejados e liberar acessos desejados. seu respeito, como endereço IP de origem, endereço IP
Para melhor compreensão, imagine um firewall como do destino, tipo de serviço, tamanho, entre outros. O Fi-
sendo a portaria de um condomínio: para entrar, é neces- rewall então analisa estas informações de acordo com as
sário obedecer a determinadas regras, como se identifi- regras estabelecidas para liberar ou não o pacote (seja
car, ser esperado por um morador e não portar qualquer para sair ou para entrar na máquina/rede), podendo tam-
objeto que possa trazer riscos à segurança; para sair, não bém executar alguma tarefa relacionada, como registrar
se pode levar nada que pertença aos condôminos sem a o acesso (ou tentativa de) em um arquivo de log.
devida autorização. O firewall de aplicação, também conhecido como
Neste sentido, um firewall pode impedir uma série proxy de serviços (proxy services) ou apenas proxy é uma
de ações maliciosas: um malware que utiliza determinada solução de segurança que atua como intermediário entre
porta para se instalar em um computador sem o usuário um computador ou uma rede interna e outra rede, externa

49
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

normalmente, a internet. Geralmente instalados em servidores potentes por precisarem lidar com um grande número de
solicitações, firewalls deste tipo são opções interessantes de segurança porque não permitem a comunicação direta entre
origem e destino.
A imagem a seguir ajuda na compreensão do conceito. Perceba que em vez de a rede interna se comunicar diretamente
com a internet, há um equipamento entre ambos que cria duas conexões: entre a rede e o proxy; e entre o proxy e a internet.
Observe:

Figura 87: Proxy

Perceba que todo o fluxo de dados necessita passar pelo proxy. Desta forma, é possível, por exemplo, estabelecer regras
que impeçam o acesso de determinados endereços externos, assim como que proíbam a comunicação entre computadores
internos e determinados serviços remotos.
Este controle amplo também possibilita o uso do proxy para tarefas complementares: o equipamento pode registrar
o tráfego de dados em um arquivo de log; conteúdo muito utilizado pode ser guardado em uma espécie de cache (uma
página Web muito acessada fica guardada temporariamente no proxy, fazendo com que não seja necessário requisitá-la no
endereço original a todo instante, por exemplo); determinados recursos podem ser liberados apenas mediante autentica-
ção do usuário; entre outros.
A implementação de um proxy não é tarefa fácil, haja visto a enorme quantidade de serviços e protocolos existentes
na internet, fazendo com que, dependendo das circunstâncias, este tipo de firewall não consiga ou exija muito trabalho de
configuração para bloquear ou autorizar determinados acessos.
Proxy transparente: No que diz respeito a limitações, é conveniente mencionar uma solução chamada de proxy trans-
parente. O proxy “tradicional”, não raramente, exige que determinadas configurações sejam feitas nas ferramentas que
utilizam a rede (por exemplo, um navegador de internet) para que a comunicação aconteça sem erros. O problema é, de-
pendendo da aplicação, este trabalho de ajuste pode ser inviável ou custoso.
O proxy transparente surge como uma alternativa para estes casos porque as máquinas que fazem parte da rede não
precisam saber de sua existência, dispensando qualquer configuração específica. Todo acesso é feito normalmente do clien-
te para a rede externa e vice-versa, mas o proxy transparente consegue interceptá-lo e responder adequadamente, como
se a comunicação, de fato, fosse direta.
É válido ressaltar que o proxy transparente também tem lá suas desvantagens, por exemplo: um proxy «normal» é capaz
de barrar uma atividade maliciosa, como um malware enviando dados de uma máquina para a internet; o proxy transpa-
rente, por sua vez, pode não bloquear este tráfego. Não é difícil entender: para conseguir se comunicar externamente, o
malware teria que ser configurado para usar o proxy «normal» e isso geralmente não acontece; no proxy transparente não
há esta limitação, portanto, o acesso aconteceria normalmente.
Limitações dos firewalls
Firewalls têm lá suas limitações, sendo que estas variam conforme o tipo de solução e a arquitetura utilizada. De fato,
firewalls são recursos de segurança bastante importantes, mas não são perfeitos em todos os sentidos, seguem abaixo
algumas dessas limitações:

- Um firewall pode oferecer a segurança desejada, mas comprometer o desempenho da rede (ou mesmo de um com-
putador). Esta situação pode gerar mais gastos para uma ampliação de infraestrutura capaz de superar o problema;

- A verificação de políticas tem que ser revista periodicamente para não prejudicar o funcionamento de novos serviços;
- Novos serviços ou protocolos podem não ser devidamente tratados por proxies já implementados;
- Um firewall pode não ser capaz de impedir uma atividade maliciosa que se origina e se destina à rede interna;
- Um firewall pode não ser capaz de identificar uma atividade maliciosa que acontece por descuido do usuário - quando
este acessa um site falso de um banco ao clicar em um link de uma mensagem de e-mail, por exemplo;

50
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

- Firewalls precisam ser “vigiados”. Malwares ou ata- Então, antivírus são os programas criados para manter
cantes experientes podem tentar descobrir ou explorar seu computador seguro, protegendo-o de programas ma-
brechas de segurança em soluções do tipo; liciosos, com o intuito de estragar, deletar ou roubar dados
- Um firewall não pode interceptar uma conexão que de seu computador.
não passa por ele. Se, por exemplo, um usuário acessar a Ao pesquisar sobre antivírus para baixar, sempre es-
internet em seu computador a partir de uma conexão 3G colha os mais famosos, ou conhecidos, pois hackers estão
( justamente para burlar as restrições da rede, talvez), o fi- usando este mercado para enganar pessoas com falsos
rewall não conseguirá interferir. softwares, assim, você instala um “antivírus” e deixa seu
computador vulnerável aos ataques.
SISTEMA ANTIVÍRUS. E esses falsos softwares estão por toda parte, cuidado
ao baixar programas de segurança em sites desconhecidos,
e divulgue, para que ninguém seja vítima por falta de in-
Qualquer usuário já foi, ou ainda é vítima dos vírus,
formação.
spywares, trojans, entre muitos outros. Quem que nunca
Os vírus que se anexam a arquivos infectam também
precisou formatar seu computador?
todos os arquivos que estão sendo ou e serão executados.
Os vírus representam um dos maiores problemas para Alguns às vezes recontaminam o mesmo arquivo tantas
usuários de computador. Para poder resolver esses proble- vezes e ele fica tão grande que passa a ocupar um espaço
mas, as principais desenvolvedoras de softwares criaram o considerável (que é sempre muito precioso) em seu disco.
principal utilitário para o computador, os antivírus, que são Outros, mais inteligentes, se escondem entre os espaços do
programas com o propósito de detectar e eliminar vírus e programa original, para não dar a menor pista de sua exis-
outros programas prejudiciais antes ou depois de ingressar tência.
no sistema. Cada vírus possui um critério para começar o ataque
Os vírus, worms, Trojans, spyware são tipos de progra- propriamente dito, onde os arquivos começam a ser apa-
mas de software que são implementados sem o consenti- gados, o micro começa a travar, documentos que não são
mento (e inclusive conhecimento) do usuário ou proprie- salvos e várias outras tragédias. Alguns apenas mostram
tário de um computador e que cumprem diversas funções mensagens chatas, outros mais elaborados fazem estragos
nocivas para o sistema. Entre elas, o roubo e perda de da- muitos grandes.
dos, alteração de funcionamento, interrupção do sistema e
propagação para outros computadores. Existe uma variedade enorme de softwares antivírus
Os antivírus são aplicações de software projetadas no mercado. Independente de qual você usa, mantenha-o
como medida de proteção e segurança para resguardar sempre atualizado. Isso porque surgem vírus novos todos
os dias e seu antivírus precisa saber da existência deles para
os dados e o funcionamento de sistemas informáticos ca-
proteger seu sistema operacional.
seiros e empresariais de outras aplicações conhecidas co-
A maioria dos softwares antivírus possuem serviços de
munmente como vírus ou malware que tem a função de atualização automática. Abaixo há uma lista com os anti-
alterar, perturbar ou destruir o correto desempenho dos vírus mais conhecidos:
computadores. Norton AntiVirus - Symantec - www.symantec.com.br -
Um programa de proteção de vírus tem um funciona- Possui versão de teste.
mento comum que com frequência compara o código de McAfee - McAfee - http://www.mcafee.com.br - Possui
cada arquivo que revisa com uma base de dados de códi- versão de teste.
gos de vírus já conhecidos e, desta maneira, pode deter- AVG - Grisoft - www.grisoft.com - Possui versão paga e
minar se trata de um elemento prejudicial para o sistema. outra gratuita para uso não comercial (com menos funcio-
Também pode reconhecer um comportamento ou padrão nalidades).
de conduta típica de um vírus. Os antivírus podem regis-
trar tanto os arquivos encontrados dentro do sistema como Panda Antivírus - Panda Software - www.pandasoftware.
aqueles que procuram ingressar ou interagir com o mesmo. com.br - Possui versão de teste.
Como novos vírus são criados de maneira quase cons-
tante, sempre é preciso manter atualizado o programa an- É importante frisar que a maioria destes desenvolvedo-
tivírus de maneira de que possa reconhecer as novas ver- res possuem ferramentas gratuitas destinadas a remover ví-
sões maliciosas. Assim, o antivírus pode permanecer em rus específicos. Geralmente, tais softwares são criados para
execução durante todo tempo que o sistema informático combater vírus perigosos ou com alto grau de propagação.
permaneça ligado, ou registrar um arquivo ou série de ar-
quivos cada vez que o usuário exija. Normalmente, o an-
tivírus também pode verificar e-mails e sites de entrada e
saída visitados.
Um antivírus pode ser complementado por outros apli-
cativos de segurança, como firewalls ou anti-spywares que
cumprem funções auxiliares para evitar a entrada de vírus.

51
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 88: Principais antivírus do mercado atual

Tipos de Vírus

Cavalo-de-Tróia: A denominação “Cavalo de Tróia” (Trojan Horse) foi atribuída aos programas que permitem a
invasão de um computador alheio com espantosa facilidade. Nesse caso, o termo é análogo ao famoso artefato militar
fabricado pelos gregos espartanos. Um “amigo” virtual presenteia o outro com um “presente de grego”, que seria um
aplicativo qualquer. Quando o leigo o executa, o pro- grama atua de forma diferente do que era esperado.
Ao contrário do que é erroneamente informado na mídia, que classifica o Cavalo de Tróia como um vírus, ele não se
reproduz e não tem nenhuma comparação com vírus de computador, sendo que seu objetivo é totalmente diverso. Deve-se
levar em consideração, também, que a maioria dos antivírus faz a sua detecção e os classificam como tal. A expressão “Trojan”
deve ser usada, exclusivamente, como definição para programas que capturam dados sem o conhecimento do usuário.
O Cavalo de Tróia é um programa que se aloca como um ar- quivo no computador da vítima. Ele tem o intuito de roubar
informações como passwords, logins e quaisquer dados, sigilosos ou não, mantidos no micro da vítima. Quando a máquina
contaminada por um Trojan conectar-se à Internet, poderá ter todas as informações contidas no HD visualizadas e cap-
turadas por um intruso qualquer. Estas visitas são feitas imperceptivelmente. Só quem já esteve dentro de um computador
alheio sabe as possibilidades oferecidas.

Worms (vermes) podem ser interpretados como um tipo de vírus mais inteligente que os demais. A principal diferença
entre eles está na forma de propagação: os worms podem se propagar rapidamente para outros computadores, seja pela
Internet, seja por meio de uma rede local. Geralmente, a contaminação ocorre de maneira discreta e o usuário só nota o
problema quando o computador apresenta alguma anormalidade. O que faz destes vírus inteligentes é a gama de possibi-
lidades de propagação. O worm pode capturar endereços de e-mail em arquivos do usuário, usar serviços de SMTP (sistema
de envio de e-mails) próprios ou qualquer outro meio que permita a contaminação de computadores (normalmente milha-
res) em pouco tempo.

Spywares, keyloggers e hijackers: Apesar de não serem necessariamente vírus, estes três nomes também represen-
tam perigo. Spywares são programas que ficam«espionando» as atividades dos internautas ou capturam informações sobre
eles. Para contaminar um computador, os spywares podem vir embutidos em softwares desconhecidos ou serem baixa- dos
automaticamente quando o internauta visita sites de conteúdo duvidoso.
Os keyloggers são pequenos aplicativos que podem vir embutidos em vírus, spywares ou softwares suspeitos, destina-
dos a capturar tudo o que é digitado no teclado. O objetivo principal, nestes casos, é capturar senhas.
Hijackers são programas ou scripts que «sequestram» navegadores de Internet, principalmente o Internet Explorer.
Quando isso ocorre, o hijacker altera a página inicial do browser e impede o usuário de mudá-la, exibe propagandas em
pop-ups ou janelas novas, instala barras de ferramentas no navegador e podem impedir acesso a determinados sites (como
sites de software antivírus, por exemplo).
Os spywares e os keyloggers podem ser identificados por programas anti-spywares. Porém, algumas destas pragas são
tão peri- gosas que alguns antivírus podem ser preparados para identificá-las, como se fossem vírus. No caso de hijackers,
muitas vezes é necessário usar uma ferramenta desenvolvida especialmente para combater aquela praga. Isso porque os
hijackers podem se infiltrar no sistema operacional de uma forma que nem antivírus nem anti-spywares conseguem “pegar”.
Hoaxes, São boatos espalhados por mensagens de correio eletrônico, que servem para assustar o usuário de computa-
dor. Uma mensagem no e-mail alerta para um novo vírus totalmente destrutivo que está circulando na rede e que infectará
o micro do destinatário enquanto a mensagem estiver sendo lida ou quando o usuário clicar em determinada tecla ou link.

52
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Quem cria a mensagem hoax normalmente costuma dizer dos todas as noites quando talvez 10 gigabytes de dados
que a informação partiu de uma empresa confiável, como foram alterados não é uma boa prática; por este motivo os
IBM e Microsoft, e que tal vírus poderá danificar a máquina backups incrementais foram criados.
do usuário. Desconsidere a mensagem. Já os backups incrementais primeiro verificam se o ho-
rário de alteração de um arquivo é mais recente que o ho-
Backup de arquivos rário de seu último backup, por exemplo, já atuei em uma
Instituição, onde todos os backups eram programados para
O Backup ajuda a proteger os dados de exclusão aci- a quarta-feira.
dentais, ou até mesmo de falhas, por exemplo se os dados A vantagem principal em usar backups incrementais
originais do disco rígido forem apagados ou substituídos é que rodam mais rápido que os backups completos. A
acidentalmente ou se ficarem inacessíveis devido a um de- principal desvantagem dos backups incrementais é que
feito do disco rígido, você poderá restaurar facilmente os para restaurar um determinado arquivo, pode ser neces-
dados usando a cópia arquivada. sário procurar em um ou mais backups incrementais até
encontrar o arquivo. Para restaurar um sistema de arquivo
4.1. Tipos de Backup completo, é necessário restaurar o último backup completo
Fazer um backup é simples. Basta copiar os arquivos e todos os backups incrementais subsequentes. Numa ten-
que você usa para outro lugar e pronto, está feito o backup. tativa de diminuir a necessidade de procurar em todos os
Mas e se eu alterar um arquivo? E se eu excluir acidental- backups incrementais, foi implementada uma tática ligeira-
mente um arquivo? E se o arquivo atual corrompeu? Bem, mente diferente. Esta é conhecida como backup diferencial.
é aí que a coisa começa a ficar mais legal. É nessa hora que Os backups diferenciais, também só copia arquivos al-
entram as estratégias de backup. terados desde o último backup, mas existe uma diferen-
Se você perguntar a alguém que não é familiarizado ça, ele mapeia as alterações em relação ao último backup
com backups, a maioria pensará que um backup é somen- completo, importante mencionar que essa técnica ocasio-
te uma cópia idêntica de todos os dados do computador. na o aumento progressivo do tamanho do arquivo.
Em outras palavras, se um backup foi criado na noite de Os backups delta sempre armazena a diferença entre as
terça-feira, e nada mudou no computador durante o dia versões correntes e anteriores dos arquivos, começando a par-
todo na quarta-feira, o backup criado na noite de quarta tir de um backup completo e, a partir daí, a cada novo backup
seria idêntico àquele criado na terça. Apesar de ser possí-
são copiados somente os arquivos que foram alterados en-
vel configurar backups desta maneira, é mais provável que
quanto são criados hardlinks para os arquivos que não foram
você não o faça. Para entender mais sobre este assunto,
alterados desde o último backup. Esta é a técnica utilizada pela
devemos primeiro entender os tipos diferentes de backup
Time Machine da Apple e por ferramentas como o rsync.
que podem ser criados. Estes são:
• Backups completos;
4.2. Mídias
• Backups incrementais;
A fita foi o primeiro meio de armazenamento de dados
• Backups diferenciais;
removível amplamente utilizado. Tem os benefícios de custo
• Backups delta;
O backup completo é simplesmente fazer a cópia de baixo e uma capacidade razoavelmente boa de armazena-
todos os arquivos para o diretório de destino (ou para os mento. Entretanto, a fita tem algumas desvantagens. Ela está
dispositivos de backup correspondentes), independente sujeita ao desgaste e o acesso aos dados na fita é sequen-
de versões anteriores ou de alterações nos arquivos des- cial por natureza. Estes fatores significam que é necessário
de o último backup. Este tipo de backup é o tradicional manter o registro do uso das fitas (aposentá-las ao atingirem
e a primeira ideia que vêm à mente das pessoas quando o fim de suas vidas úteis) e também que a procura por um
pensam em backup: guardar TODAS as informações. Outra arquivo específico nas fitas pode ser uma tarefa longa.
característica do backup completo é que ele é o ponto de Ultimamente, os drives de disco nunca seriam usados
início dos outros métodos citados abaixo. Todos usam este como um meio de backup. No entanto, os preços de ar-
backup para assinalar as alterações que deverão ser salvas mazenamento caíram a um ponto que, em alguns casos,
em cada um dos métodos. usar drives de disco para armazenamento de backup faz
Este tipo consiste no backup de todos os arquivos sentido. A razão principal para usar drives de disco como
para a mídia de backup. Conforme mencionado anterior- um meio de backup é a velocidade. Não há um meio de
mente, se os dados sendo copiados nunca mudam, cada armazenamento em massa mais rápido. A velocidade pode
backup completo será igual aos outros. Esta similaridade ser um fator crítico quando a janela de backup do seu cen-
ocorre devido ao fato que um backup completo não veri- tro de dados é curta e a quantidade de dados a serem co-
fica se o arquivo foi alterado desde o último backup; copia piados é grande.
tudo indiscriminadamente para a mídia de backup, tendo O armazenamento deve ser sempre levado em con-
modificações ou não. Esta é a razão pela qual os backups sideração, onde o administrador desses backups deve se
completos não são feitos o tempo todo Todos os arquivos preocupar em encontrar um equilíbrio que atenda adequa-
seriam gravados na mídia de backup. Isto significa que uma damente às necessidades de todos, e também assegurar
grande parte da mídia de backup é usada mesmo que nada que os backups estejam disponíveis para a pior das situa-
tenha sido alterado. Fazer backup de 100 gigabytes de da- ções.

53
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Após todas as técnicas de backups estarem efetivadas pode contratar um produto aderente às suas necessidades
deve-se garantir os testes para que com o passar do tempo de utilização e, dependendo da evolução da massa de da-
não fiquem ilegíveis. dos da empresa, contratar um serviço com menor ou maior
capacidade conforme sua demanda. O usuário comum, por
4.3. Recomendações para proteger seus backups exemplo, pode não possuir capacidade de armazenamento
adequada em seu computador e utilizar armazenamento
Fazer backups é uma excelente prática de segurança de dados na nuvem de acordo com a sua conveniência,
básica. Agora lhe damos conselhos simples para que você baixando os dados quando necessário.
esteja a salvo no dia em que precisar deles: Acessibilidade: o acesso aos dados pode ser realiza-
1. Tenha seus backups fora do PC, em outro escritório, do em qualquer ambiente interno ou externo, em diversos
e, se for possível, em algum recipiente à prova de incên- tipos de equipamento, desde que atendidos os requisitos
dios, como os cofres onde você guarda seus documentos e de segurança. Em geral, no ambiente de empresa comum,
valores importantes. os dados podem ser acessados unicamente dentro da em-
2. Faça mais de uma cópia da sua informação e as man- presa. Para usuários comuns, normalmente os dados eram
tenha em lugares separados. armazenados em um único computador, sendo necessá-
3. Estabeleça uma idade máxima para seus backups, é rio utilizar pendrives e CDs para copiar dados. Atualmente,
melhor comprimir os arquivos que já sejam muito antigos com os serviços em nuvem, o usuário pode utilizar dados
(quase todos os programas de backup contam com essa no seu computador e posteriormente usar/modificar os
opção), assim você não desperdiça espaço útil. mesmos dados em um tablet ou smartphone. 
4. Proteja seus backups com uma senha, de maneira Segurança e recuperação de dados: os dados arma-
que sua informação fique criptografada o suficiente para zenados na nuvem, por estar em um ambiente em geral
que ninguém mais possa acessá-la. Se sua informação é mais seguro, são mais difíceis de serem acessados ou apa-
importante para seus entes queridos, implemente alguma gados por terceiros. Também possuem mais garantias con-
forma para que eles possam saber a senha se você não tra apagamento acidental. Desta forma, em caso de perda
estiver presente. de dados de um computador de uma empresa ou de uma
pessoa, é mais fácil recuperar os dados armazenados na
Cloud Storage (Armazenamento na Nuvem) nuvem.
Compartilhamento:  em geral, os serviços de arma-
Modelo de armazenamento de dados, baseado no mo- zenamento na nuvem possuem políticas de segurança
e acesso que permitem que o dono de um conjunto de
delo de computação em nuvem, no qual os dados (arqui-
dados possa compartilhar quais dados podem ser vistos e
vos, textos, imagens, vídeos, etc.) de uma pessoa ou de uma
quais dados podem ser alterados.  Este compartilhamento
empresa são armazenados em ambientes de terceiros (ge-
pode ser realizado de diferentes formas para diferentes ti-
ralmente empresas que possuem armazéns de dados ade-
pos de usuários. 
quados para armazenar e gerenciar grandes volumes de
dados). O usuário que utiliza este serviço  não depende
Desvantagens do armazenamento em nuvem
de possuir uma infraestrutura de hardware e software, de-
Disponibilidade da rede de computadores: nos ca-
legando a um terceiro esta responsabilidade mediante o sos em que a rede em questão não estiver em operação
pagamento do serviço. O acesso aos dados armazenados ou não puder ser acessada, os dados  podem não ser facil-
na nuvem (tanto para guardar como para obter os dados mente acessíveis.
posteriormente) é realizado através de aplicativos que uti-
lizam uma rede de computadores (comumente a Internet) Privacidade dos dados: comumente, empresas que
para acessar os armazéns de dados do provedor de serviço. fornecem serviços de armazenamento na nuvem possuem
A diferença básica entre o armazenamento em nuvem políticas rígidas de manipulação e acesso aos dados. Po-
para usuários comuns e usuários corporativos envolve não rém, nunca há garantia que eles não acessem e leiam os
apenas o espaço oferecido (em geral, usuários comuns seus dados. Desta forma, em geral, recomenda-se que da-
utilizarão menor capacidade de armazenamento do que dos sensíveis não sejam armazenados na nuvem.
usuários corporativos), mas também envolve os tipos de  
ferramentas integradas, políticas de segurança e outros re- Alguns serviços de armazenamento em nuvem
cursos. Usuários comuns
Amazon S3 
Vantagens do armazenamento em nuvem Google Drive
As principais vantagens do armazenamento em nuvem OneDrive
são: Usuários corporativos
A empresa ou pessoa não necessita possuir hardwa- Amazon Web Services
re ou software complexo para armazenar os dados den- Google Cloud Storage
tro da empresa: a criação e manutenção de recursos com- Windows Azure
putacionais de uma empresa podem ser elevados e passar,
boa parte do tempo, abaixo de sua capacidade de utiliza- Fonte: http://www.revistabw.com.br/revistabw/infor-
ção. Ao contratar o armazenamento em nuvem, a empresa matica-cloud-storage/

54
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ACESSO À DISTÂNCIA Características importantes


• Alguns fatores importantes devem ser observados
Acesso à distância ou acesso remoto consiste em para a escolha de uma solução em acesso remoto, são al-
permitir que se controle um computador à distância des- guns deles:
de que o mesmo esteja conectado à INTERNET. Com isso – Facilidade de uso
pode-se visualizar a área de trabalho desse computador – Facilidade de configuração
e controlá-lo como se estivesse sentado nele. – Requisitos de Segurança
Com o surgimento da INTERNET e do crescimento
das redes de computadores, o conceito de longe e perto Facilidade de uso
é reduzido a quase um detalhe e não mais a uma difi- • Considere facilidade de uso, as características a res-
culdade. Conseguimos comunicar com qualquer parte do peito dos seguintes requisitos:
mundo. – interface do programa: intuitiva, suporte a vários
Mas e quando um problema acontece? Ainda temos idiomas, etc;
que nos deslocar até o local para resolver, ou seja, a dis- – Interoperabilidade: compatibilidade com várias plata-
tância volta a ser uma dificuldade. formas (Windows, Linux, Mac, iPhoneOS, etc)
E se pudéssemos controlar um computador à distân- – capacidade de adaptação do sistema aos vários tipos
cia como se estivéssemos sentado à frente dele, mas sem de ambientes de rede: rede locais ou NAT ( pc’s atrás de
a necessidade de sair do lugar ?. um firewall)
É exatamente isso que o acesso remoto nos permite
fazer. Mas para que isso funcione são necessários algu- Facilidade de Configuração
mas configurações e que o computador esteja acessível, • Considere facilidade de configuração, os aspectos re-
ou seja, o computador deve estar conectado à uma rede lativos a:
sendo essa rede a INTERNET ou uma REDE LOCAL. – Instalação do software cliente: necessidade ou não
O acesso remoto permite a resolução de vários pro- de instalação de softwares para acessar ou visualizar um
blemas do cotidiano na área de suporte em TI, desde que computador remoto
o problema não esteja relacionado com a conectividade – Configuração do software servidor: grau de comple-
do computador, uma vez que para controlar um compu- xidade de configuração do computador a ser acessado
tador remotamente deve-se garantir que ele esteja aces- – Necessidade de adaptação: funcionamento ‘plug-
sível. -n-play’ ou necessita de regras avanças em firewalls para
Por que utilizar Acesso Remoto acesso ou de redirecionamento de portas.
• Algumas situações onde o AR pode ajudar:
– Atualização de softwares e sistemas; Requisitos de Segurança
– Configurações de programas e sistemas; • Considere os requisitos de segurança, aspectos como:
– Correções de erros esporádicos ( aleatórios) – Criptografia dos dados: garante segurança sobre as
• Situações onde o AR não pode ajudar: informações trafegadas entre os computadores
– Problemas que impedem o acesso a INTERNET ou a – Autenticação: garante uma forma de segurança quan-
rede local, ou seja, sem conectividade to ao acesso ao computador remoto, exigindo por exemplo
É fato que a simplicidade de controle da área de tra- um código de acesso, usuário e senha local do computador
balho remota pode facilitar muito a sua vida. Você pode – Regras de prevenção de ataques: Mecanismos para
salvar arquivos que seriam muito grandes para enviar restringir o acesso ao computador remoto.
por email ou até mesmo acessar coisas importantes que Fonte: minicurso SENAC acesso a distância, por Marce-
ninguém pode enviar para você no computador de casa, lino g Macedo
além de ajudar a solucionar um problema de outro com-
putador. Transferência de Arquivos
Vale lembrar, porém, que a conexão entre os dois FTP - Protocolo de Transferência de Arquivos FTP (abre-
computadores depende da velocidade com a qual eles viação para File Transfer Protocol - Protocolo de Transfe-
estão conectados à rede. Você pode acessar rapidamente rência de Arquivos) é uma das mais antigas formas de in-
a área de trabalho do outro computador, mas quase to- teração na Internet. Com ele, você pode enviar e receber
dos os programas de acesso remoto possuem uma inter- arquivos para, ou de computadores que se caracterizam
face pesada, o que torna tarefas simples um pouco mais como servidores remotos.
lentas que o usual. Voltaremos aqui ao conceito de arquivo texto (ASCII
Acesso Remoto - código 7 bits) e arquivos não texto (Binários - código 8
Existe uma série de aplicativos voltados para o acesso bits). Há uma diferença interessante entre enviar uma men-
remoto de computadores, alguns para redes privadas e ou- sagem de correio eletrônico e realizar transferência de um
tros para redes públicas, ou seja, a Internet. Ao acessar a In- arquivo. A mensagem é sempre transferida como uma in-
ternet, como você já deve imaginar, você pode correr riscos formação textual, enquanto a transferência de um arquivo
de ter sua conexão interceptada por terceiros. Então reco- pode ser caracterizada como textual (ASCII) ou não-textual
mendamos o uso de softwares diferentes caso você queira (binário).
acessar computadores na Internet ou dentro da rede.

55
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

O que é um servidor remoto? Servidores remotos são midamente, podemos entendê-la como a migração da tec-
computadores que dedicam parcial ou integralmente a sua nologia Internet para dentro de uma empresa. Neste caso,
memória aos programas que chamamos de servidores. podemos imaginar que os funcionários desta empresa se-
Pelo fato destes computadores não serem o seu compu- rão, certamente, usuários freqüentes de FTP.
tador local - aquele que está em seu trabalho, seu quarto Nesta nova filosofia de trabalho, o conceito de mirror
ou em um laboratório de sua universidade, é que os cha- pode ser muito bem aplicado. Imagine que cada computa-
mamos de remoto, indicando que estão em algum outro dor da empresa precise dos clientes instalados, por exem-
ponto remoto da Rede. plo, browsers, e-mail, etc. Seria interessante que ao invés
Quem até hoje em sua vida só viu micros PCs Windows de cada funcionário acessar a Internet para buscá-los, fosse
ou Macs, não deve esqueçer que a Rede Mãe é uma gran- criado um local no servidor da rede local, no qual todos os
de coleção de computadores de todos os tipos. Cada qual softwares mais utilizados fossem espelhados. Com certeza
com suas particularidades e, portanto, com características a economia de tempo seria significativa.
diferentes. Logo, um servidor remoto pode ser qualquer
tipo de computador, basta que nele exista um programa FTP anônimo versus FTP com autenticação
que o caracterize como servidor de alguma coisa, por Existem dois tipos de conexão FTP. A primeira, e mais
exemplo, FTP. utilizada, é a conexão anônima, na qual não é preciso pos-
O que é um servidor de FTP? É um computador que suir um user name ou password (senha) no servidor de FTP,
roda um programa que chamamos de servidor de FTP e, bastando apenas identificar-se como anonymous (anôni-
portanto, é capaz de se comunicar com outro computador mo).
na Rede que o esteja acessando através de um cliente FTP. Neste caso, o que acontece é que, em geral, a árvore
de diretório que se enxerga é uma sub-árvore da árvore do
Mas afinal de contas: o que é um servidor? E um sistema. Isto é muito importante, porque garante um nível
cliente? de segurança adequado, evitando que estranhos tenham
Como tudo na Internet gira em torna do que chama- acesso a todas as informações da empresa. Quando se es-
mos de arquitetura cliente-servidor, quando você instala tabelece uma conexão de “FTP anônimo”, o que acontece
um programa que seja alguma aplicação para Internet, em geral é que a conexão é posicionada no diretório raiz
você obrigatoriamente estará instalando uma aplicação da árvore de diretórios. Dentre os mais comuns estão: pub,
etc, outgoing e incoming.
cliente ou uma aplicação servidor.
O segundo tipo de conexão envolve uma autenticação,
Chamamos de cliente porque a aplicação se comunica
e portanto, é indispensável que o usuário possua um user
através de solicitações de serviço. Por outro lado, podemos
name e uma password que sejam reconhecidas pelo siste-
entender uma aplicação servidora como quem atenderá a
ma, quer dizer, ter uma conta nesse servidor. Neste caso, ao
estas solicitações e prestará o serviço adequado. Por exem-
estabelecer uma conexão, o posicionamento é no diretório
plo: quando você instala o browser Mozilla Firefox em seu
criado para a conta do usuário - diretório home, e dali ele
computador, você está instalando o lado cliente da arquite-
poderá percorrer toda a árvore do sistema, mas só escrever
tura. Completando esta arquitetura, existe, em algum outro e ler arquivos nos quais ele possua permissão.
ponto da Rede, um computador que tem instalada e exe-
cutando a parte servidora. Alguns sites interessantes para FTP anônimo
Deste modo, ao se conectar à Internet, você pode es- ftp://ftp.sausage.com: arquivos sobre o editor HTML
perar que a parte servidora esteja sempre disponível e se HotDog
encontre em um endereço bem conhecido. Caso contrário, ftp://ftp.microsoft.com: arquivos sobre software, docu-
a parte cliente não saberá encontrar o servidor. mentação e outros
Mirrors, por que eles existem? A cada dia a Internet ga- ftp://ftp.shareware.com: arquivos variados sobre soft-
nha uma dimensão tão grande, que muitas vezes é interes- ware shareware
sante replicar as informações em diversos computadores ftp://ftp.qualcomm.com: arquivos sobre Eudora, e ou-
ao redor do mundo de modo que a performance do acesso tros software produzidos pela Qualcomm
a estas informações seja melhorada pela proximidade de ftp://ftp.uwp.edu: arquivos sobre games
um mirror (espelho), que é um computador que espelha o ftp://ftp.cica.indiana.edu: arquivos diversos sobre siste-
conteúdo de um outro. mas operacionais e software em geral
Um bom exemplo é o site http://www.tucows.com a
quantidade de acessos a esse site é tão grande que eles
espalharam “espelhos” por todo mundo. Mas o que se ga- EXERCÍCIOS
nha com isto? Velocidade ao realizar uma transferência de
arquivos, pois você tem a oportunidade de sempre optar 1) (LIQUIGÁS 2012 - CESGRANRIO - ASSISTENTE AD-
por um site mais próximo de você. MINISTRATIVO) Um computador é um equipamento capaz
de processar com rapidez e segurança grande quantidade
Intranet, um mirror em potencial de informações.
Uma palavra muito comum hoje em dia é Intranet. Assim, além dos componentes de hardware, os com-
Você inclusive já teve a oportunidade de conhecer um putadores necessitam de um conjunto de softwares deno-
pouco mais sobre isso em nossa edição número 2. Resu- minado:

56
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a. arquivo de dados. a) para mostrar tipos diferentes de informações sobre


b. blocos de disco. cada arquivo de uma janela, basta clicar no botão Classifi-
c. navegador de internet. car na barra de ferramentas da janela e escolher o modo de
d. processador de dados. exibição desejado.
e. sistemaoperacional. b) quando você exclui um arquivo do disco rígido, ele é
apagado permanentemente e não pode ser posteriormen-
2) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO – AD- te recuperado caso tenha sido excluído por engano.
MINISTRATIVA) As características básicas da segurança da c) para excluir um arquivo de um pen drive, basta clicar
informação — confidencialidade, integridade e disponibi- com o botão direito do mouse sobre ele e selecionar a op-
lidade — não são atributos exclusivos dos sistemas com- ção Enviar para a lixeira.
putacionais. d) se um arquivo for arrastado entre duas pastas que
a. Certo estão no mesmo disco rígido, ele será compartilhado entre
b. Errado todos os usuários que possuem acesso a essas pastas.
e) se um arquivo for arrastado de uma pasta do disco
3) (TRE/CE 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – JURÍDI- rígido para uma mídia removível, como um pen drive, ele
CA) São ações para manter o computador protegido, EXCETO: será copiado.
a. Evitar o uso de versões de sistemas operacionais
ultrapassadas, como Windows 95 ou 98. 7) (SUDECO 2013 - FUNCAB - Contador) No sistema
b. Excluir spams recebidos e não comprar nada operacional Linux,o comando que NÃO está relacionado a
anunciado através desses spams. manipulação de arquivos é:
c. Não utilizar firewall. a) kill
d. Evitar utilizar perfil de administrador, preferindo b) cat
sempre utilizar um perfil mais restrito. c) rm
e. Não clicar em links não solicitados, pois links es- d) cp
tranhos muitas vezes são vírus. e) ftp

4) (Copergás 2016 - FCC – Técnico Operacional Segu- 8) (IBGE 2016 - FGV - Analista - Análise de Sistemas
rança do Trabalho) A ferramenta Outlook : - Desenvolvimento de Aplicações - Web Mobile) Um de-
a) é um serviço de e-mail gratuito para gerenciar todos senvolvedor Android deseja inserir a funcionalidade de
os e-mails, calendários e contatos de um usuário. backup em uma aplicação móvel para, de tempos em tem-
b) 2016 é a versão mais recente, sendo compatível com pos, armazenar dados automaticamente. A classe da API de
o Windows 10, o Windows 8.1 e o Windows 7. Backup (versão 6.0 ou superior) a ser utilizada é a:
c) permite que todas as pessoas possam ver o calendário a) BkpAgent;
de um usuário, mas somente aquelas com e-mail Outlook. b) BkpHelper;
com podem agendar reuniões e responder a convites. c) BackupManager;
d) funciona apenas em dispositivos com Windows, não d) BackupOutputData;
funcionando no iPad, no iPhone, em tablets e em telefones e) BackupDataStream.
com Android.
e) versão 2015 oferece acesso gratuito às ferramentas 9) (Prefeitura de Cristiano Otoni 2016 - INAZ do Pará
do pacote de webmail Office 356 da Microsoft. - Psicólogo) Realizar cópia de segurança é uma forma de
prevenir perda de informações. Qual é o Backup que só
5) (CRM-PI 2016 - Quadrix – Médico Fiscal) Em um efetua a cópia dos últimos arquivos que foram criados pelo
computador com o sistema operacional Windows insta- usuário ou sistema?
lado, um funcionário deseja enviar 50 arquivos, que jun- a) Backup incremental
tos totalizam 2 MB de tamanho, anexos em um  e-mail. b) Backup diferencial
Para facilitar o envio, resolveu compactar esse conjunto c) Backup completo
de arquivos em um único arquivo utilizando um softwa- d) Backup Normal
re compactador. Só não poderá ser utilizado nessa tarefa e) Backup diário
o software: 

a) 7-Zip. 10) (CRO-PR 2016 - Quadrix - Auxiliar de Departa-


b) WinZip. mento) Como é chamado o backup em que o sistema não
c) CuteFTP. é interrompido para sua realização?
d) jZip. a) Backup Incremental.
e) WinRAR. b) Cold backup.
c) Hot backup.
6) (MPE-CE 2013 - FCC - Analista Ministerial - Direito) d) Backup diferencial.
Sobre manipulação de arquivos no Windows 7 em portu- e) Backup normal
guês, é correto afirmar que,

57
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

11) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) c)Monitor de memória do Windows e Diagnóstico de
Um funcionário precisa conectar um projetor multimídia a um desempenho de hardware.
computador. Qual é o padrão de conexão que ele deve usar? d)Mapeamento de Memória do Windows e Mapeamento
a) RJ11 de hardware do Windows.
b) RGB e)Diagnóstico de memória e desempenho e Diagnóstico
c) HDMI de hardware do Windows.
d) PS2
e) RJ45 17) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECU-
ÇÃO DE MANDADOS) Beatriz trabalha em um escritório de
12) (SABESP 2014 - FCC - Analista de Gestão - Administração) advocacia e utiliza um computador com o Windows 7 Pro-
Correspondem, respectivamente, aos elementos placa de som, edi- fessional em português. Certo dia notou que o computador
tor de texto, modem, editor de planilha e navegador de internet: em que trabalha parou de se comunicar com a internet e com
a) software, software, hardware, software e hardware. outros computadores ligados na rede local. Após consultar
b) hardware, software, software, software e hardware. um técnico, por telefone, foi informada que sua placa de rede
c) hardware, software, hardware, hardware e software. poderia estar com problemas e foi orientada a checar o fun-
d) software, hardware, hardware, software e software. cionamento do adaptador de rede. Para isso, Beatriz entrou
e) hardware, software, hardware, software e software. no Painel de Controle, clicou na opção Hardware e Sons e, no
grupo Dispositivos e Impressoras, selecionou a opção:
13) (DEMAE/GO 2016 - UFG - Agente Administrativo) Um a) Central de redes e compartilhamento.
computador à venda em um sítio de comércio eletrônico possui b) Verificar status do computador.
3.2 GHz, 8 GB, 2 TB e 6 portas USB. Essa configuração indica que: c) Redes e conectividade.
a) a velocidade do processador é 3.2 GHz. d) Gerenciador de dispositivos.
b) a capacidade do disco rígido é 8 GB. e) Exibir o status e as tarefas de rede.
c) a capacidade da memória RAM é 2 TB.
d) a resolução do monitor de vídeo é composta de 6 por- 18) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA)
tas USB. No console do sistema operacional Linux, alguns comandos
permitem executar operações com arquivos e diretórios do
14) (IF-PA 2016 - FUNRIO - Técnico de Tecnologia da In- disco.
formação) São dispositivos ou periféricos de entrada de um Os comandos utilizados para criar, acessar e remover um
computador: diretório vazio são, respectivamente,
a) Câmera, Microfone, Projetor e Scanner. a) pwd, mv e rm.
b) Câmera, Mesa Digitalizadora, Microfone e Scanner. b) md, ls e rm.
c) Microfone, Modem, Projetor e Scanner. c) mkdir, cd e rmdir.
d) Mesa Digitalizadora, Monitor, Microfone e Projetor. d) cdir, lsdir e erase.
e) Câmera, Microfone, Modem e Scanner. e) md, cd e rd.

15) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRA- 19) (TRT 10ª 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMI-
MAÇÃO DE SISTEMAS) Acerca dos ambientes Linux e Windo- NISTRATIVA) Acerca dos conceitos de sistema operacional (am-
ws, julgue os itens seguintes.2No sistema operacional Windo- bientes Linux e Windows) e de redes de computadores, julgue
ws 8, há a possibilidade de integrar-se à denominada nuvem os itens.3Por ser um sistema operacional aberto, o Linux, com-
de computadores que fazem parte da Internet. parativamente aos demais sistemas operacionais, proporciona
a)Certo maior facilidade de armazenamento de dados em nuvem.
b)Errado a) certo
b) errado
16) (FHEMIG 2013 - FCC - TÉCNICO EM INFORMÁTICA)
Alguns programas do computador de Ana estão muito lentos 20) (TJ/RR 2012 - CESPE - AGENTE DE PROTEÇÃO) Acer-
e ela receia que haja um problema com o hardware ou com ca de organização e gerenciamento de informações, arqui-
a memória principal. Muitos de seus programas falham subi- vos, pastas e programas, de segurança da informação e de
tamente e o carregamento de arquivos grandes de imagens armazenamento de dados na nuvem, julgue os itens subse-
e vídeos está muito demorado. Além disso, aparece, com fre- quentes.1Um arquivo é organizado logicamente em uma se-
quência, mensagens indicando conflitos em drivers de dispo- quência de registros, que são mapeados em blocos de discos.
sitivos. Como ela utiliza o Windows 7, resolveu executar algu- Embora esses blocos tenham um tamanho fixo determinado
mas funções de diagnóstico, que poderão auxiliar a detectar pelas propriedades físicas do disco e pelo sistema opera-
as causas para os problemas e sugerir as soluções adequadas. cional, o tamanho do registro pode variar.
Para realizar a verificação da memória e, em se- a) certo
guida do hardware, Ana utilizou, respectivamente, as b) errado
ferramentas:
a)Diagnóstico de memória do Windows e Monitor 21) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE TÉCNI-
de desempenho. CO ADMINISTRATIVO - RH) Paulo utiliza em seu trabalho o
b)Monitor de recursos de memória e Diagnóstico editor de texto Microsoft Word 2010 (em português) para
de conflitos do Windows. produzir os documentos da empresa. Certo dia Paulo digi-

58
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

tou um documento contendo 7 páginas de texto, porém, precisou imprimir apenas as páginas 1, 3, 5, 6 e 7. Para imprimir
apenas essas páginas, Paulo clicou no Menu Arquivo, na opção Imprimir e, na divisão Configurações, selecionou a opção
Imprimir Intervalo Personalizado. Em seguida, no campo Páginas, digitou
a) 1,3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
b) 1;3-5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
c) 1−3,5-7 e clicou no botão Imprimir.
d) 1+3,5;7 e clicou na opção enviar para a Impressora.
e) 1,3,5;7 e clicou no botão Imprimir.

22) (TRT 1ª 2013 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO - EXECUÇÃO DE MANDADOS) João trabalha no departamento finan-
ceiro de uma grande empresa de vendas no varejo e, em certa ocasião, teve a necessidade de enviar a 768 clientes inadim-
plentes uma carta com um texto padrão, na qual deveria mudar apenas o nome do destinatário e a data em que deveria
comparecer à empresa para negociar suas dívidas. Por se tratar de um número expressivo de clientes, João pesquisou
recursos no Microsoft Office 2010, em português, para que pudesse cadastrar apenas os dados dos clientes e as datas em
que deveriam comparecer à empresa e automatizar o processo de impressão, sem ter que mudar os dados manualmente.
Após imprimir todas as correspondências, João desejava ainda imprimir, também de forma automática, um conjunto de
etiquetas para colar nos envelopes em que as correspondências seriam colocadas. Os recursos do Microsoft Office 2010
que permitem atender às necessidades de João são os recursos
a) para criação de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
b) de automatização de impressão de correspondências disponíveis na guia Mala Direta do Microsoft PowerPoint 2010.
c) de banco de dados disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Word 2010.
d) de mala direta e etiquetas disponíveis na guia Inserir do Microsoft Word 2010.
e) de banco de dados e etiquetas disponíveis na guia Correspondências do Microsoft Excel 2010.

23) (TCE/SP 2012 - FCC - AUXILIAR DE FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA II) No editor de textos Writer do pacote BR Office, é
possível modificar e criar estilos para utilização no texto. Dentre as opções de Recuo e Espaçamento para um determinado
estilo, é INCORRETO afirmar que é possível alterar um valor para
a) recuo da primeira linha.
b) recuo antes do texto.
c) recuo antes do parágrafo.
d) espaçamento acima do parágrafo.
e) espaçamento abaixo do parágrafo.

24) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO - PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito do Excel, para ordenar, por
data, os registros inseridos na planilha, é suficiente selecionar a coluna data de entrada, clicar no menu Dados e, na lista
disponibilizada, clicar ordenar data.
a) certo
b) errado

25) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA) A planilha abaixo foi criada utilizando-se o
Microsoft Excel 2010 (em português).

A linha 2 mostra uma dívida de R$ 1.000,00 (célula B2) com um Credor A (célula A2) que deve ser paga em 2 meses
(célula D2) com uma taxa de juros de 8% ao mês (célula C2) pelo regime de juros simples. A fórmula correta que deve ser
digitada na célula E2 para calcular o montante que será pago é

59
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

a) =(B2+B2)*C2*D2. 28) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ADMINISTRA-


b) =B2+B2*C2/D2. DOR) Em um slide em branco de uma apresentação
c) =B2*C2*D2. criada utilizando-se o Microsoft PowerPoint 2010
d) =B2*(1+(C2*D2)). (em português), uma das maneiras de acessar alguns
e) =D2*(1+(B2*C2)). dos comandos mais importantes é clicando-se com o
botão direito do mouse sobre a área vazia do slide.
26)(MINISTÉRIO DA FAZENDA 2012 - ESAF - ASSISTEN- Dentre as opções presentes nesse menu, estão as que
TE TÉCNICO ADMINISTRATIVO) O BrOffice é uma suíte para permitem
escritório gratuita e de código aberto. Um dos aplicativos a) copiar o slide e salvar o slide.
da suíte é o Calc, que é um programa de planilha eletrônica b) salvar a apresentação e inserir um novo slide.
e assemelha-se ao Excel da Microsoft. O Calc é destinado c) salvar a apresentação e abrir uma apresentação
à criação de planilhas e tabelas, permitindo ao usuário a já existente.
inserção de equações matemáticas e auxiliando na elabo- d) apresentar o slide em tela cheia e animar obje-
ração de gráficos de acordo com os dados presentes na tos presentes no slide.
planilha. O Calc utiliza como padrão o formato: e) mudar o layout do slide e a formatação do pla-
a) XLS. no de fundo do slide.
b) ODF.
c) XLSX. 29) (TRT 11ª 2012 - FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO
d) PDF. - JUDICIÁRIA) Em um slide mestre do BrOffice.org
e) DOC. Apresentação (Impress), NÃO se trata de um espaço
reservado que se possa configurar a partir da janela
27) (TRT 1ª 2013 - FCC - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA Elementos mestres:
ADMINISTRATIVA) Após ministrar uma palestra sobre Se- a) Número da página.
gurança no Trabalho, Iracema comunicou aos funcionários b) Texto do título.
presentes que disponibilizaria os slides referentes à pales- c) Data/hora.
tra na intranet da empresa para que todos pudessem ter d) Rodapé.
acesso. Quando acessou a intranet e tentou fazer o upload e) Cabeçalho.
do arquivo de slides criado no Microsoft PowerPoint 2010
(em português), recebeu a mensagem do sistema dizendo 30) (SERGIPE GÁS S/A 2013 - FCC - ASSISTENTE
que o formato do arquivo era inválido e que deveria con- TÉCNICO ADMINISTRATIVO - RH) No Microsoft Inter-
verter/salvar o arquivo para o formato PDF e tentar realizar net Explorer 9 é possível acessar a lista de sites visi-
o procedimento novamente. Para realizar a tarefa sugerida tados nos últimos dias e até semanas, exceto aqueles
pelo sistema, Iracema visitados em modo de navegação privada. Para abrir
a) clicou no botão Iniciar do Windows, selecionou a a opção que permite ter acesso a essa lista, com o
opção Todos os programas, selecionou a opção Microsoft navegador aberto, clica-se na ferramenta cujo dese-
Office 2010 e abriu o software Microsoft Office Converter nho é
Professional 2010. Em seguida, clicou na guia Arquivo e na a) uma roda dentada, posicionada no canto supe-
opção Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, selecio- rior direito da janela.
nou o arquivo de slides e clicou no botão Converter. b) uma casa, posicionada no canto superior direi-
b)abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint to da janela.
2010, clicou na guia Ferramentas e, em seguida, clicou na c) uma estrela, posicionada no canto superior di-
opção Converter. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou reito da janela.
na caixa de combinação que permite definir o tipo do ar- d) um cadeado, posicionado no canto inferior di-
quivo e selecionou a opção PDF. Em seguida, clicou no bo- reito da janela.
tão Converter. e) um globo, posicionado à esquerda da barra de
c)abriu a pasta onde o arquivo estava salvo, utilizando endereços.
os recursos do Microsoft Windows 7, clicou com o botão
direito do mouse sobre o nome do arquivo e selecionou a 31) (CNJ 2013 - CESPE - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
opção Salvar como PDF. PROGRAMAÇÃO DE SISTEMAS) A respeito de redes
d)abriu o arquivo utilizando o Microsoft PowerPoint de computadores, julgue os itens subsequentes. Lista
2010, clicou na guia Arquivo e, em seguida, clicou na opção de discussão é uma ferramenta de comunicação limi-
Salvar Como. Na caixa de diálogo que se abriu, clicou na tada a uma intranet, ao passo que grupo de discussão
caixa de combinação que permite definir o tipo do arqui- é uma ferramenta gerenciável pela Internet que per-
vo e selecionou a opção PDF. Em seguida, clicou no botão mite a um grupo de pessoas a troca de mensagens via
Salvar. email entre todos os membros do grupo.
e)baixou da internet um software especializado em fa- a) certo
zer a conversão de arquivos do tipo PPTX para PDF, pois b) errado
verificou que o PowerPoint 2010 não possui opção para
fazer tal conversão.

60
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

32) (CEITEC 2012 - FUNRIO - ADMINISTRAÇÃO/ 36) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
CIÊNCIAS CONTÁBEIS/DIREITO/PREGOEIRO PÚBLICO) Na TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO) Com relação à certifica-
internet o protocolo_________ permite a transferência de ção digital, julgue os itens que se seguem.O certificado
mensagens eletrônicas dos servidores de _________para digital revogado deve constar da lista de certificados re-
caixa postais nos computadores dos usuários. As lacunas vogados, publicada na página de Internet da autoridade
se completam adequadamente com as seguintes expres- certificadora que o emitiu.
sões: a) certo
a) Ftp/ Ftp. b) errado
b) Pop3 / Correio Eletrônico.
c) Ping / Web. 37) (TRT 10ª 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO -
d) navegador / Proxy. ADMINISTRATIVA) Acerca de segurança da informação,
e) Gif / de arquivos julgue os itens a seguir. O vírus de computador é assim
denominado em virtude de diversas analogias poderem ser
33) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS- feitas entre esse tipo de vírus e os vírus orgânicos.
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINIS- a) certo
TRATIVO) Em uma rede local, cujas estações de trabalho b) errado
usam o sistema operacional Windows XP e endereços IP
fixos em suas configurações de conexão, um novo host 38) (MPE/PE 2012 - FCC - TÉCNICO MINISTERIAL - AD-
foi instalado e, embora esteja normalmente conectado MINISTRATIVO) Existem vários tipos de vírus de computa-
à rede, não consegue acesso à internet distribuída nessa dores, dentre eles um dos mais comuns são vírus de ma-
rede. cros, que:
Considerando que todas as outras estações da rede a) são programas binários executáveis que são baixa-
estão acessando a internet sem dificuldades, um dos mo- dos de sites infectados na Internet.
tivos que pode estar ocasionando esse problema no novo b) podem infectar qualquer programa executável do
host é computador, permitindo que eles possam apagar arquivos
a) a codificação incorreta do endereço de FTP para o e outras ações nocivas.
domínio registrado na internet. c) são programas interpretados embutidos em docu-
b) a falta de registro da assinatura digital do host nas mentos do MS Office que podem infectar outros documen-
opções da internet. tos, apagar arquivos e outras ações nocivas.
c) um erro no Gateway padrão, informado nas pro- d) são propagados apenas pela Internet, normalmente
priedades do Protocolo TCP/IP desse host. em sites com software pirata.
d) um erro no cadastramento da conta ou da senha e) podem ser evitados pelo uso exclusivo de software
do próprio host. legal, em um computador com acesso apenas a sites da
e) um defeito na porta do switch onde a placa de Internet com boa reputação.
rede desse host está conectada.
39) (SABESP 2012 - FCC - ANALISTA DE GESTÃO I - SIS-
34) (CASA DA MOEDA 2012 - CESGRANRIO - ASSIS- TEMAS)Sobre vírus, considere:
TENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO - APOIO ADMINIS-
TRATIVO) Para conectar sua estação de trabalho a uma I. Para que um computador seja infectado por um ví-
rede local de computadores controlada por um servidor rus é preciso que um programa previamente infectado seja
de domínios, o usuário dessa rede deve informar uma executado.
senha e um[a] II. Existem vírus que procuram permanecer ocultos,
a) endereço de FTP válido para esse domínio. infectando arquivos do disco e executando uma série de
b) endereço MAC de rede registrado na máquina atividades sem o conhecimento do usuário.
cliente. III. Um vírus propagado por e-mail (e-mail borne vírus)
c) porta válida para a intranet desse domínio. sempre é capaz de se propagar automaticamente, sem a
d) conta cadastrada e autorizada nesse domínio. ação do usuário.
e) certificação de navegação segura registrada na in- IV. Os vírus não embutem cópias de si mesmo em ou-
tranet. tros programas ou arquivos e não necessitam serem expli-
citamente executados para se propagarem.
35) (CÂMARA DOS DEPUTADOS 2012 - CESPE - ANA-
LISTA LEGISLATIVO - TÉCNICA LEGISLATIVA) Com relação Está correto o que se afirma em
a redes de computadores, julgue os próximos itens.5Uma a) II, apenas.
rede local (LAN — local area network) é caracterizada por b) I e II, apenas.
abranger uma área geográfica, em teoria, ilimitada. O al- c) II e III, apenas.
cance físico dessa rede permite que os dados trafeguem d) I, II e III, apenas.
com taxas acima de 100 Mbps. e) I, II, III e IV.
a) certo
b) errado

61
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

40) (MPE/PE 2012 - FCC - ANALISTA MINISTERIAL - IN-


FORMÁTICA) Sobre Cavalo de Tróia, é correto afirmar: ANOTAÇÕES
a) Consiste em um conjunto de arquivos .bat que não
necessitam ser explicitamente executados. ___________________________________________________
b) Contém um vírus, por isso, não é possível distinguir
as ações realizadas como consequência da execução do ___________________________________________________
Cavalo de Tróia propriamente dito, daquelas relacionadas
___________________________________________________
ao comportamento de um vírus.
c) Não é necessário que o Cavalo de Tróia seja executa- ___________________________________________________
do para que ele se instale em um computador. Cavalos de
Tróia vem anexados a arquivos executáveis enviados por ___________________________________________________
e-mail.
d) Não instala programas no computador, pois seu úni- ___________________________________________________
co objetivo não é obter o controle sobre o computador, ___________________________________________________
mas sim replicar arquivos de propaganda por e-mail.
e) Distingue-se de um vírus ou de um worm por não ___________________________________________________
infectar outros arquivos, nem propagar cópias de si mesmo
automaticamente. ___________________________________________________

___________________________________________________
GABARITO ___________________________________________________
1-E / 2-A / 3-C / 4-B / 5-C / 6-E / 7-A / 8-C / 9-A / ___________________________________________________
10-C / 11-C / 12-E / 13-A / 14-B / 15-A / 16-A / 17-D /
18-C / 19-B / 20-A / 21-A / 22-A / 23-C / 24-B / 25-D / ___________________________________________________
26-B / 27-D / 28-E / 29-B / 30-C / 31-B / 32-B / 33-C /
___________________________________________________
34-D / 35-B / 36-A / 37-A / 38-C / 39-B / 40-E
___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

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___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

62
LÍNGUA INGLESA

Estratégias de leitura: compreensão geral do texto em língua inglesa. ............................................................................................ 01


Reconhecimento de informações específicas. ............................................................................................................................................. 01
Capacidade de análise e síntese. ....................................................................................................................................................................... 02
Inferência e predição. ............................................................................................................................................................................................. 03
Reconhecimento do vocabulário mais frequente em textos não literários. ..................................................................................... 03
Palavras cognatas e falsos cognatos. Estratégias discursivas: tipo de texto; função e estrutura discursivas;...................... 05
marcadores de discurso; elementos de coesão............................................................................................................................................ 06
Aspectos gramaticais: conhecimento dos tempos e modos verbais; uso de preposições, conjunções, pronomes e
modais; ........................................................................................................................................................................................................................ 06
Concordância nominal e verbal; relações de coordenação e subordinação..................................................................................... 21
LÍNGUA INGLESA

o vestibulando deixa de optar por Língua Inglesa, que es-


ESTRATÉGIAS DE LEITURA: tudou durante sua toda vida escolar, para prestar o vesti-
COMPREENSÃO GERAL DO TEXTO. bular em Língua Espanhola, pelo simples fato de ser pare-
RECONHECIMENTO DE INFORMAÇÕES cida com o português. Aplicando estas técnicas, portanto,
ESPECÍFICAS. o vestibulando se sentirá muito mais seguro ao deparar-se
com um texto em Língua Inglesa.
Fonte: http://www.infoescola.com/ingles/tecnicas-de-
-leitura-e-compreensao-de-textos-em-lingua-inglesa/
Apesar de a Língua Inglesa ser a língua oficial do mer-
cado internacional, que todo falante deve saber usá-la se
quiser ser bem aceito (e remunerado) no mercado de tra- CAPACIDADE DE ANÁLISE E SÍNTESE.
balho, e ela ser disciplina obrigatória na grade curricular das
escolas brasileiras, a maior parte dos alunos, principalmente
os que não frequentaram escolas de idiomas, têm dificul- A capacidade de síntese é uma das habilidades mais
dade em compreender um texto em língua estrangeira. valorizadas e úteis para um universitário. Quanto mais efi-
Para driblar essa situação, existem técnicas que facilitam ciente e sucinto você for na hora de compartilhar e expres-
melhor a compreensão de um texto em qualquer língua. sar suas ideias, seja usando a palavra escrita ou o discurso
De acordo com Tony Randall, em seu artigo “How you oral, maiores são as suas chances de sucesso acadêmico
improve your vocabulary” (Como melhorar seu vocabulá- e de convencer quem consome a informação que você
rio), o inglês é uma língua com o maior vocabulário: mais produz, por exemplo, em trabalhos acadêmicos ou artigos
de um milhão de palavras. Para falar, entretanto, um adulto científicos.
normal precisa de apenas 30.000 a 60.000 delas. Não é tão Por isso, confira algumas dicas úteis que podem ajudar
difícil assim. você a desenvolver e aprimorar sua capacidade de síntese.
O primeiro passo para se compreender um texto em
outra língua é observar toda sua estrutura: títulos, subtítu- TENHA CLAREZA QUANTO AO QUE VOCÊ DESEJA
los, pistas tipográficas – datas, números, gráficos, figuras, EXPRESSAR
fotografias, palavras em negrito ou itálico, cabeçalhos, refe- Seja utilizando a linguagem escrita ou oral, para que
rências bibliográficas, reticências... Essas informações, parte você consiga sintetizar um tópico, é preciso que saiba com
delas não-lineares, complementam as informações contidas muita clareza o que deseja comunicar.
no texto e, observadas antecipadamente, fazem com que se Se você não souber exatamente para onde deseja levar
tenha uma idéia melhor do o assunto em questão. A essa a atenção de seu leitor ou interlocutor, correrá o risco de
técnica chamamos inferência (inferir) – “adivinhar” qual o se perder no meio do caminho e (o que é pior) entediar,
assunto do texto mediante uma leitura rápida (SKIMMING). confundir e desagradar aqueles que estão tentando acom-
É importante observar também as questões referentes ao panhar suas ideias. Se o assunto é sua vida acadêmica, esse
texto, assim pode-se ter noção do que será cobrado na lei- erro pode comprometer seu bom desenvolvimento estu-
tura e, sabendo disso previamente, será mais fácil e prático dantil e resultar em péssimas notas.
filtrar as informações dentro do texto. Para quem não tem muita facilidade em sintetizar
O segundo passo é uma leitura minuciosa do texto à ideias, se for fazer um trabalho escrito ou uma apresen-
procura de informações específicas. Essa técnica chama-se tação oral, no começo pode ser interessante elaborar um
scanning, que consiste em buscar informações detalhadas,
roteiro escrito com os tópicos principais daquilo que você
sem que seja necessário fazer uma leitura do texto todo.
deseja abordar.
Geralmente é feita de forma top down (de cima para baixo).
Com o tempo, você será capaz de relacionar apenas
Enquanto no skimming o leitor leva tudo em conta para a
mentalmente os itens sobre os quais quer falar ou escrever,
compreensão do texto, no scanning rejeitam-se os elemen-
facilitando sua comunicação e permitindo que você se ex-
tos periféricos para se ater à seleção de informações impor-
presse de maneira mais ágil e sem enrolação.
tantes para solucionar os propósitos que levaram à leitura.
O terceiro passo é uma leitura mais cuidadosa, levando-
VÁ DIRETO AO PONTO AO SE EXPRESSAR
-se em conta tanto os cognatos como os falsos cognatos.
O que se espera de uma pessoa com uma boa capaci-
Caso encontre uma palavra que não saiba o significado, não
consulte o dicionário, pois às vezes ele apresenta vários sig- dade de síntese é que ela consiga transmitir em seu texto
nificados e você correrá o risco de fazer uma escolha errada. ou discurso a quantidade de informações necessária para
O próprio contexto fará com que infira seu significado. Não ser compreendida, sem perda de tempo.
se prenda à tradução de palavra por palavra, pois o mais Esse objetivo pode ser alcançado em uma única frase
importante é a compreensão geral do texto. ou em um texto de 10 páginas. Não existe uma fórmula
Ao levar em conta estas técnicas, o leitor evitará mui- que possa ser aplicada para definir uma quantidade de in-
tas  headaches  (head– cabeça/aches–dores). Com a práti- formação como concisa; o que importa é que ela contenha
ca, ler e compreender um texto em língua inglesa dei- todos os elementos necessários para transmitir seus pen-
xará de ser um “bicho-papão” no vestibular. Muitas vezes samentos.

1
LÍNGUA INGLESA

Desenvolver essa capacidade exige que você, ao de- Assim, quando entramos em contato com construções
senvolver um texto, vá direto ao ponto com as informações sintáticas muito complexas e extensas, tendemos a precisar
que deseja transmitir. Centre-se nos pontos-chave para que de um tempo a mais para compreender exatamente qual
o receptor da sua mensagem compreenda o que você quer. era a intenção do texto. Por outro lado, quando nos de-
paramos com frases curtas e objetivas, bem estruturadas
OMITA INFORMAÇÕES DESNECESSÁRIAS e com vocabulário que dispense palavras estranhas e que
De modo bastante resumido, podemos dizer que sin- precisem ser explicadas, o contrário acontece.
tetizar é resumir uma ou mais ideias amplas em algo claro, Desenvolver essa habilidade, então, é garantir que seu
coerente e o mais breve possível. Assim, quanto mais você discurso torne-se mais conciso e, ao apresentar trabalhos
conseguir omitir as informações desnecessárias na hora de na faculdade, por exemplo, você conseguirá fazer com que
se comunicar verbalmente ou por escrito, mais aprimorada suas ideias sejam compreendidas mais facilmente.
será sua capacidade de síntese. Quando você consegue que os seus pensamentos to-
Analise seu texto ou seu discurso como se você fosse mem a forma mais objetiva e clara possível, certamente
seu interlocutor e não tivesse a menor ideia daquilo que o receptor da sua mensagem compreenderá muito mais
será dito. Depois, reflita sobre a mensagem que você dese- facilmente a proposta do seu texto, sem precisar de uma
ja transmitir e verifique quais são, efetivamente, os pontos explicação cheia de detalhes para aquilo que tenha lido ou
essenciais. Esse é um método simples e eficiente para aju- ouvido. Para alcançar essa habilidade de síntese e aprimo-
dá-lo a não perder tempo com detalhes que não acrescen- rá-la cada vez mais, é importante praticar a produção de
tam nada ao seu texto e que, no fundo, apenas atrapalham gêneros textuais escritos e discursos falados.
a compreensão daquilo que você está dizendo. Tente colocar em prática nossas dicas sobre o assunto
e mantenha-se curioso e interessado, pois a capacidade de
NÃO TENHA MEDO DE SER INTERPRETADO ER- síntese pode melhorar muito com um pouco de treinamen-
RONEAMENTE to.
É comum que muitas pessoas, ao se expressarem por Fonte: http://blog.usjt.br/capacidade-de-sintese-sai-
meio da escrita ou da oralidade, pequem pelo excesso de ba-como-desenvolve-la/
informações em seus discursos por medo de serem inter-
pretadas erroneamente.
Isso pode ser motivado pela insegurança de não sa- INFERÊNCIA E PREDIÇÃO.
ber expressar com precisão aquilo que estão pensando e
pela ideia de que será preciso acrescentar informações que
complementem o seu raciocínio. Ainda, pode acontecer nferência é o resultado de um processo cognitivo por
pelo fato de subestimarem os receptores da mensagem, meio do qual uma assertiva é feita a respeito de algo des-
acreditando que não conseguirão compreender o que foi conhecido, tendo como base uma observação. No dia a
escutado ou lido com uma determinada quantidade de in- dia, é possível, por exemplo, inferir a riqueza de uma pes-
formação. soa pela observação do seu modo de vida, a gravidade de
Porém, o excesso de detalhes, em vez de facilitar a um acidente de trânsito pelo estado dos veículos envolvi-
compreensão, pode deixar o discurso redundante ou até dos e o sabor de um alimento pelo seu aroma. A inferência
confuso. Nesses casos, é importante ter em mente que as revela-se como uma conclusão de um raciocínio, uma ex-
pessoas que leem ou ouvem seu texto ou discurso também pectativa, fundamentada em um indício, uma circunstância
têm capacidades linguísticas e conhecimentos prévios, e, ou uma pista. Assim, fundamentando-se em uma obser-
ao reunirem as informações que você forneceu, serão su- vação ou em uma proposição são estabelecidas algumas
ficientemente capazes de compreender o significado que relações – evidentes ou prováveis – e chega-se a uma con-
você buscou transmitir em seu texto ou fala, desde que clusão decorrente do que se captou ou julgou.
você faça a escolha das palavras e estratégicas corretas. A concepção de que a inferência representa uma liga-
Dessa forma, evite acrescentar detalhes apenas por ção entre duas ideias é assumida desde a Antiguidade. Esse
medo de tornar as coisas confusas, pois com isso você ape- termo vem do latim medieval “inferre” e designa o fato de
nas prejudicará sua capacidade de síntese e prologará seus duas proposições se interligarem, sendo que, nessa cone-
discursos. O melhor a fazer é ser sábio na escolha daquilo xão, a antecedente implica a consequente. Inferir é uma
que você vai dizer. atividade associativa que pressupõe uma ordem, uma se-
quência entre as proposições.
LAPIDE A INFORMAÇÃO, MESMO QUE ISSO DÊ Na leitura de um texto, o resultado da compreensão
MAIS TRABALHO depende da qualidade das inferências geradas. Os textos
Sintetizar as suas ideias pode até dar muito mais traba- possuem informações explícitas e implícitas; existem sem-
lho do que criar um discurso repleto de informações, mas é pre lacunas a serem preenchidas. O leitor infere ao asso-
fundamental para que seus ouvintes ou leitores compreen- ciar as informações explícitas aos seus conhecimentos pré-
dam melhor o que você está tentando transmitir. Isso por- vios e, a partir daí, gera sentido para o que está, de algum
que o cérebro humano não é capaz de reter muitas infor- modo, informado pelo texto ou através dele. A informação
mações ao mesmo tempo. fornecida direta ou indiretamente é uma pista que ativa

2
LÍNGUA INGLESA

uma operação de construção de sentido. Portanto, ao con- Observe os exemplos a seguir.


trário do que muitos acreditam, a inferência não está no
texto, mas na leitura, e vai sendo construída à medida que Textos literários e textos não literários 
leitores vão interagindo com a escrita.
As ideias, impressões e conhecimentos arquivados na Descuidar do lixo é sujeira
memória dos indivíduos têm relação direta com a capaci- Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão
dade de inferir: quanto maior a quantidade de informações da prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald’s
arquivadas, mais apta a pessoa está para compreender um deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados
texto. Assim, os conhecimentos adquiridos, as experiências de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba pro-
vividas, tudo o que está registrado em sua mente contribui piciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas
para o preenchimento das lacunas textuais. deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos
Considerando que nem sempre a inferência gerada espalhados pelo calçadão.
conduz a uma compreensão adequada, uma vez que são O primeiro texto – “Descuidar do lixo é sujeira”  – se
muitos os elementos envolvidos nessa complexa rede, e propõe a dar uma informação sobre o lixo despejado nas
que variadas são as possibilidades cognitivas de se lidar calçadas, bem como o que acontece com ele antes de o
com as informações, é importante na alfabetização a me- caminhão do lixo passar para recolhê-lo. É um texto infor-
diação do professor. Promover a antecipação ou predição mativo e, portanto, não literário. 
de informações, acionar conhecimentos prévios, verificar O texto não literário apresenta linguagem objetiva, cla-
hipóteses são algumas das estratégias que ele pode en- ra, concisa, e pretende informar o leitor de determinado
assunto. Para isso, quanto mais simples for o vocabulário
sinar os alunos a realizarem para que eles tenham boa
e mais objetiva for a informação, mais fácil se dará a com-
compreensão leitora. O certo é que o processo inferen-
preensão do conteúdo: foco do texto não literário. 
cial ocorre com grande dinamismo e conduz o leitor a or-
São exemplos de textos não literários: as notícias, os
ganizar constantemente as informações para processar e
artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes de di-
compreender o que lê. Esse processo pode ser ensinado
cionários e enciclopédias, as propagandas publicitárias, os
por meio de estratégias que conduzem à explicitação dos
textos científicos, as receitas culinárias, os manuais, etc.
implícitos, ao preenchimento de lacunas com informações
que emergem com base em pistas textuais associadas ao
Fonte: http://educacao.globo.com/portugues/assun-
conhecimento de mundo que tais pistas requisitam e, além to/estudo-do-texto/texto-literario-e-nao-literario.html
disso, à exclusão ou confirmação de hipóteses cuja perti-
nência depende de comprovação. A informação inferida
não está no texto, mas só pode ser acessada por meio dele. PALAVRAS COGNATAS E FALSOS
Fonte: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossa- COGNATOS.
rioceale/verbetes/inferencia-na-leitura

As palavras cognatas são muito importantes para quem


está aprendendo um novo idioma, especialmente o Inglês. 
RECONHECIMENTO DO VOCABULÁRIO MAIS Mas o que são as palavras cognatas? 
FREQUENTE EM TEXTOS NÃO LITERÁRIOS.
Palavras cognatas são palavras que tem a sua or-
tografia muito parecida  ao idioma Português cujo
Partindo do conceito de texto como sendo um con- o  significado continua sendo o mesmo  ,tanto em In-
junto de palavras que formam um sentido relacionado a glês e no Português. Abaixo você verá alguns exemplos: 
um contexto, podemos dividir os textos em dois grandes Essas palavras podem ser muito úteis e facilitar muito uma
grupos: os textos literários e os textos não literários.  tradução de um texto do Inglês para o Português, por
Por que fazemos essa distinção? Para estudar os ti- exemplo. Mas também pode ajudar aquelas pessoas que
pos de textos existentes em nossa sociedade, é importan- querem aprender novas palavras em Inglês sem muito es-
te compreender como podemos usá-los a fim de tornar forço, pois as palavras cognatas são  escritas praticamente
nossa comunicação mais clara e aproveitarmos melhor a iguais, sem muitas diferenças.
variedade de textos que temos a nosso dispor. 
Para isso, foi feita a distribuição dos textos por esses Fonte: http://www.cursandoingles.net/palavras_cogna-
dois grupos. Isso equivale a dizer que a maioria dos textos tas_ingles.html
que existem podem ser colocados em um desses grupos. 
Os textos literários são aqueles que possuem função
estética, destinam-se ao entretenimento, ao belo, à arte, à
ficção. Já os não literários são os textos com função utilitá-
ria, pois servem para informar, convencer, explicar, ordenar. 

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LÍNGUA INGLESA

Exemplos de palavras Cognatas

Fonte: http://www.cursandoingles.net/palavras_cognatas_ingles.html

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LÍNGUA INGLESA

Exposição: Tem por finalidade apresentar informações


sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas ca-
ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS: TIPO DE TEXTO. racterísticas através de uma linguagem clara e concisa. Os
FUNÇÃO E ESTRUTURA DISCURSIVAS. gêneros que se apropriam da estrutura expositiva são: re-
portagem, resumo, fichamento, artigo científico, seminário
etc.
Chamamos de tipos textuais o conjunto de enunciados “[...] Em Poá, região metropolitana de São Paulo, quatro
organizados em uma estrutura bem definida, facilmente mulheres desenvolvem a difícil e honrosa missão de co-
reconhecida por suas características preponderantes. Po- mandar, cada uma, uma casa com nove crianças. Chama-
dem variar entre cinco e nove tipos, sendo que os mais das de mães-sociais, elas são cuidadoras permanentes de
estudados são a narração, a argumentação, a descrição, crianças que foram destituídas de seus lares por causa de
a injunção e a exposição. maus-tratos, abuso ou falta de cuidados [...]”. (Fragmento
A tipologia textual, diferentemente do que acontece de uma reportagem publicada na revista Carta Capital).
com os gêneros textuais, apresenta propriedades linguís- Injunção: Os textos injuntivos têm por finalidade ins-
ticas intrínsecas, como o vocabulário, relações lógicas, tem- truir o interlocutor, utilizando verbos no imperativo para
pos verbais, construções frasais e outras características que atingir seu intuito. Os gêneros que se apropriam da estru-
definem os gêneros. Estes, por sua vez, surgem do dinamis- tura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias,
mo das relações sócio-comunicativas e da necessidade dos bulas, regulamentos, editais etc.
falantes em um dado contexto cultural, enquanto os tipos “[...] Não instale nem use o computador em locais mui-
já estão definidos, prontos para receberem os diversos gê- to quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que estejam su-
neros em sua estrutura. Observe a definição de cada um jeitos a vibrações. Não exponha o computador a choques,
dos tipos e seus exemplos. Bons estudos! pancadas ou vibrações, e evite que ele caia, para não preju-
Narração:  A principal característica de uma narração dicar as peças internas [...]”. (Manual de instruções de um
é contar uma história, ficcional ou não, geralmente con- computador).
textualizada em um tempo e espaço, nos quais transitam Descrição: Os textos descritivos têm por objetivo des-
personagens. Os gêneros que se apropriam da estrutura crever objetivamente ou subjetivamente coisas, pessoas ou
narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura des-
etc. critiva são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc. Tam-
“[...] No dia seguinte fui à sua casa, literalmente cor- bém podem ser encontrados em textos literários através da
descrição subjetiva:
rendo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa
“[...] Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos exces-
casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus
sivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enor-
olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra me-
me, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como
nina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Bo-
se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima
quiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo
do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança
me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulan-
devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de li-
do, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de
vraria. [...]”. (Fragmento do conto Felicidade clandestina,
Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro,
de Clarice Lispector).
o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a “[...] É na parte alta que fica o colorido Pelourinho, bair-
minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei ro histórico e tombado pela Unesco como Patrimônio da
pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez Humanidade. Em suas ruas e vielas estão centenas de casa-
[...]”.  (Fragmento do conto Felicidade clandestina, de rões dos séculos 17 e 18 que abrigam de museus a terreiros
Clarice Lispector). de candomblé, além de templos católicos que atraem estu-
diosos do mundo todo – é o caso da igreja de São Francis-
Dissertação: O texto dissertativo-argumentativo é um co, considerada a obra barroca mais rica do país [...]”. (Des-
texto opinativo, cujas ideias são desenvolvidas através de crição objetiva de um guia de viagem).
estratégias argumentativas que têm por finalidade conven-
cer o interlocutor. Os gêneros que se apropriam da estru- Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/re-
tura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, disserta- dacao/tipos-textuais-estrutura-discurso.htm
ção-argumentativa, editorial etc.
“[...] A súbita louvação do nosso Judiciário serve para
encobrir a verdade factual, a começar pelo emprego de pe-
sos e medidas opostos no julgamento dos mais diversos
gêneros de corrupção política. Até o mundo mineral sabe
desta singular situação, pela qual a casa-grande goza da
leniência da Justiça, em todos os níveis de atividade [...]”
. (Fragmento de um editorial publicado na revista Carta
Capital).

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LÍNGUA INGLESA

MARCADORES DE DISCURSO.
ELEMENTOS DE COESÃO.

Words of transition, words of connection, logical connectors, transition devices, cohesive devices, linking words/devices,
discourse markers ou connective adjuncts, são algumas das muitas expressões usadas para identificar este aspecto de gran-
de relevância no estudo, não só do inglês, como de todas as línguas. São principalmente conjunções ou locuções conjun-
tivas, mas também advérbios, preposições, etc., que servem para estabelecer uma conexão lógica entre frases e elementos
da ideia. Em português essas palavras são chamadas de articuladores, palavras conectivas ou elementos de coesão. O uso
correto destas palavras confere solidez ao argumento e consequentemente elegância ao texto.

Fonte: http://www.sk.com.br/sk-conn.html

ASPECTOS GRAMATICAIS:
CONHECIMENTO DOS TEMPOS E
MODOS VERBAIS. USO DE
PREPOSIÇÕES, CONJUNÇÕES,
PRONOMES E MODAIS.

VERBOS E TEMPO VERBAIS - VERBS AND TENSES

Verbo é a classe de palavras que nomeia, descreve um estado ou uma ação. A maioria dos verbos em Inglês é dividida
em verbos regulares (regular verbs) e verbos irregulares (irregular verbs). Os verbos irregulares são os que não são conju-
gados da mesma maneira que os regulares e para os quais não existe uma regra geral; para cada verbo irregular há uma
regra. Em Inglês, toda a sentença precisa ter um verbo, pelo menos.
Os tempos verbais na Língua Inglesa podem ser divididos basicamente em quatro grupos:
1. Simple Tenses;
2. Continuous Tenses / Progressive Tenses;
3. Perfect Tenses / Perfect Simple Tenses;
4. Perfect Continuous Tenses / Perfect Progressive Tenses.

6
LÍNGUA INGLESA

Começaremos a estudar os verbos a partir do Verbo “to - FORMAS:


be”, que é um dos verbos mais básicos em língua inglesa. Apresentamos a seguir as formas do Simple Present
Verbo to be - Verb to be (Presente Simples) do verbo to be. Na 1ª coluna encon-
O verbo to be significa ser e estar em português e, tra-se a forma sem contração e, na 2ª, mostramos a forma
além desses dois significados, este verbo é muito usado contraída. A forma interrogativa não possui contração:
no sentido de ficar (tornar-se). Observe os usos e as formas
deste verbo:
- USOS:
Usa-se o verbo to be:
1. Para identificar e descrever pessoas e objetos:
Richard is my friend. (Ricardo é meu amigo.)
I am Italian. (Eu sou Italiano.)
I’m from Spain. (Eu sou da Espanha.)
It is a computer. (Isto é um computador.)

They will be at the club waiting for me. (Eles estarão no


clube esperando por mim.)
They are French actors. (Eles são atores franceses.)
Your mother will be very happy if you tell the truth. (Sua
mãe ficará muito feliz se você falar a verdade.)
I will be very grateful to you. (Eu ficarei muito grato a
você.) Examples:
Is she your sister? (Ela é sua irmã?) I’m a waiter. (Eu sou garçom.)
2. Nas expressões de tempo, idade* e lugar: They are friends of mine. (Eles são meus amigos.)
She is in the kitchen. (Ela está na cozinha.)
It was raining this morning. (Hoje de manhã estava
chovendo.)
It is sunny today. (Hoje o dia está ensolarado.)
I am twenty years old. (Tenho vinte anos.)
We are spending our vacation in San Francisco.
(Estamos passando nossas férias em São Francisco.)
Rachel is four years older than me.
(Raquel é quatro anos mais velha do que eu.)

*OBSERVAÇÃO: Nas expressões que se referem a ida-


des o verbo to be equivale ao verbo ter, em Português.
Verbo To Be - Presente do Indicativo / Verb To Be - Sim-
ple Present/Present Simple
O Simple Present é o equivalente, na língua inglesa, ao
Presente do Indicativo, na língua portuguesa. Examples:
Mary is not happy. (Mary não está feliz.)
It is not correct. [(Isto) Não está certo.]

Example:
Is she a journalist? (Ela é jornalista?)

7
LÍNGUA INGLESA

- FORMAS:
Apresentamos a seguir as formas do Simple Past (Pas-
sado Simples) do verbo to be. As formas afirmativas e inter-
rogativas do Simple Past não possuem contração; a forma
negativa é organizada da seguinte maneira: na 1ª coluna
encontra-se a forma sem contração e na 2ª, mostramos a
forma contraída:

Example:
Were you occupied when I called to you? (Você estava
ocupado quando lhe liguei?)
Verbo To Be - Futuro / Verb To Be - Simple Future
Apresentamos a seguir as formas do Simple Future (Fu-
turo Simples) do verbo to be. Na 1ª coluna encontra-se a
forma sem contração e na 2ª, mostramos a forma contraí-
Examples: da. A forma interrogativa não possui contração:
We were in a hurry last night and didn’t stop to talk to
him. (Estávamos com pressa ontem à noite e não paramos
para falar com ele.)
It was too cold yesterday. (Estava muito frio ontem.)

Examples:
We will be on vacation next month. (Estaremos de fé-
rias no mês que vem.)
I think it will be raining tomorrow. (Acho que estará
chovendo amanhã.)
She will be the most beautiful bride in the whole world!
Examples: (Ela será a noiva mais linda do mundo inteiro!)
They were not good students. (Eles não eram bons alu- I’ll be there at eight o’clock.
nos.) (Estarei lá às oito horas.)
Mary wasn’t the main actress. (Mary não era a atriz
principal.)

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LÍNGUA INGLESA

Examples:

I won’t be here next week. (Não estarei aqui na semana que vem.)
He will not be a spoiled child. (Ele não será uma criança mimada.)
We will not be ready to play the game tomorrow. (Não estaremos preparados para jogar o jogo amanhã.)

3 - INTERROGATIVE FORM / FORMA INTERROGATIVA:

Forma Sem Contração Forma Contraída


will I be? ---x---
will you be? ---x---
will he be? ---x---
will she be? ---x---
will it be? ---x---
will we be? ---x---
will you be? ---x---
will they be? ---x---

Examples:
Will you be at home tomorrow evening? (Você vai estar em casa amanhã à noite?)
Will I be late if I get there at nine o’clock? (Vou estar atrasado se chegar lá às nove horas?)
Will he be waiting for me in the station? (Ele estará esperando por mim na estação?)

CONJUNÇÕES - CONJUNCTIONS

Conjunções são palavras que ligam duas orações ou termos semelhantes, dentro de uma mesma oração. Existem três
tipos de conjunções: Coordinating conjunctions, Correlative conjunctions e Subordinating conjunctions. A partir de agora
estudaremos separadamente cada um dos tipos de conjunções da Língua Inglesa.
 
Coordinating conjunctions
Coordinating conjunctions ligam duas palavras ou duas orações independentes (independent clauses), mas devem
sempre ligar elementos com a mesma estrutura gramatical, por exemplo: subject + subject; verb phrase + verb phrase; sen-
tence + sentence; clause + clause. Uma coordinating conjunction geralmente posiciona-se entre as orações e, antes dela,
usamos vírgula (caso as orações sejam muito pequenas e possuam o mesmo sujeito, a vírgula não é necessária). As coordi-
nating conjunctions são as que se encontram no quadro abaixo:

9
LÍNGUA INGLESA

O acrônimo FANBOYS pode lhe ajudar a lembrar das Coordinating conjunctions:

For-And-Nor-But-Or-Yet-So
- AND
He lives in Cambridge, and (he)* studies at Harvard University.
(Ele mora em Cambridge e estuda na Universidade de Harvard.)
We stayed at home and (we)* watched television.
(Nós ficamos em casa e assistimos televisão.)
My sister is married and (she)* lives in London.
(Minha irmã é casada e mora em Londres.)
*Quando a coordinating conjunction “and” liga dois verbos que possuem o mesmo sujeito, não é necessário repeti-lo.
Isso também ocorre com artigos, pronomes, preposições e outras expressões. Observe os exemplos do quadro:

I went downstairs and (I) opened the door.


(Eu fui ao andar de baixo e abri a porta.)
Could I have a knife and (a) fork, please?
(Eu gostaria de um garfo e uma faca, por favor.)
When Robert went to the bookstore, he bought a notebook and several pens.
(Quando Roberto foi à livraria, ele comprou um caderno e várias canetas.)
- Podemos usar vírgula (,) diante de and quando esta conjunção for usada para adicionar o último item de uma lista ou
série. Esse tipo de construção é bastante comum no Inglês, contudo a série deve conter pelo menos três ítens. Quando a
construção não for longa, o uso da vírgula também é facultativo. Observe os exemplos abaixo:
You had a holiday at Christmas, at New Year and at Easter. (Neste caso, não é necessário usar vírgula, pois os ítens da
série não são longos.)
I spent yesterday playing cricket, listening to jazz records, and talking about the meaning of life.
Claudia spent her summer studying basic math, writing, and reading comprehension.
Observe que, nestes dois últimos exemplos, os ítens são maiores, portanto a vírgula pode ser usada.
She bought carrots, lettuce, a pineapple, and a dozen eggs. (Como a lista contém mais de três ítens, podemos usar
vírgula antes da conjunção.)
He drinks beer, whisky, wine, and rum.*
He drinks beer, whisky, wine and rum.*
* Ambas estão corretas, a vírgula é opcional quando a conjunção and é usada com a última palavra de uma lista.
- A vírgula também pode ser usada antes de and quando liga duas orações independentes (independent clauses) que
não possuem o mesmo sujeito. Caso as orações sejam pequenas e tenham o mesmo sujeito, não é comum usar vírgula.
Observe:

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LÍNGUA INGLESA

Rachel decided to try the chocolate cake, and Peter or- I had no choice but to sign the contract. (Eu não tinha
dered a strawberry pie. (Aqui a vírgula pode ser usada, pois escolha, exceto assinar o contrato.)
o sujeito das orações não é o mesmo.) - OR
I bought a bottle of wine, and we drank it together. A conjunção or indica alternância ou exclusão:
(Aqui a vírgula pode ser usada, pois o sujeito das orações I could cook some supper, or we could order a pizza.
não é o mesmo.) (Eu poderia fazer uma janta ou nós poderíamos pedir
Rachel had a cake and Peter had a strawberry pie. uma pizza.)
(Embora o sujeito das orações não seja o mesmo, a Do you want to go out, or are you tired? (Você quer sair,
vírgula não foi usada, pois as duas orações são pequenas. ou está cansado?)
Lembre-se de que a construção com vírgula também seria He could go, or stay a little more. (Ele poderia ir ou ficar
aceitável neste caso.) mais um pouco.)
Have you seen or heard the opera by Paul Richardson?
- BUT (Você assistiu ou ouviu a ópera de Paul Richardson?)
Grace was a serious woman, but a very sensitive per- They must approve his political style or they wouldn’t
son. keep electing him mayor. (Eles decerto devem aprovar seu
(Grace era uma mulher séria, mas uma pessoa muito estilo político, ou não continuariam o elegendo para pre-
sensível.) feito.)
My sofa isn’t very soft, but it’s comfortable. You can study hard for this exam or you can fail.
(Meu sofá não é muito macio, mas é confortá- (Você pode estudar bastante para esta prova ou pode
vel.) ser reprovado.)
They tried, but did not succeed.
(Eles tentaram, mas não obtiveram sucesso.) We can broil chicken on the grill tonight, or we can just
John is Canadian, but Sara is Irish. (João é canadense, eat leftovers.
mas Sara é irlandesa.) (Podemos fazer frango grelhado hoje à noite ou so-
Our players did their best but they lost the game. (Nos- mente comer a comida que sobrou.)
sos jogadores fizeram o melhor que puderam, mas perde-
ram o jogo.) - SO
- But é uma conjunção adversativa, ou seja, expressa
um contraste. Assim como and, usaremos vírgula (,) antes A conjunção so (assim, portanto, por isso) expressa o
de but quando ela ligar duas orações independentes (inde- que acontece / aconteceu / acontecerá em razão de algu-
pendent clauses) que sejam longas. Observe que, mesmo ma coisa:
quando as orações possuem o mesmo sujeito, pode ocor- My grandmother was sick, so she went to the doc-
rer vírgula diante de but se as orações são longas. Compare tor.
os exemplos: (Minha avó estava doente, por isso foi ao médico.)
She had very little to live on, but she would never have It was raining, so I took my umbrella.
dreamed of taking what was not hers. (Aqui, embora o su- (Estava chovendo, então peguei meu guarda-chuva.)
jeito das duas orações seja o mesmo, a vírgula é usada, pois Laura does a lot of sport, so she’s very fit.
as orações são longas.) (Laura pratica vários esportes, por isso tem uma ótima
She was poor but she was honest. (As orações são cur- forma física.)
tas e o sujeito é o mesmo, assim não se faz obrigatório o We didn’t study, so we didn’t pass.
uso da vírgula.) (Não estudamos, por isso não passamos.)
Veja outros exemplos com but: I want to work as an interpreter in the future, so I am
I like him, but I don’t like her. (Gosto dele, mas não studying English at university.
gosto dela.) (No futuro, quero trabalhar como intérprete, por isso
I wanted to phone you, but I didn’t have your number. vou estudar Inglês na universidade.)
(Queria ligar para você, mas não tinha o número do The party was boring, so I went home. (A festa estava
seu telefone.) chata, então fui para casa.)
The child was found abandoned but unharmed. (A - A conjunção so também é usada no início de orações
criança foi encontrada abandonada, porém ilesa.) para introduzir algo novo, significando “então”:
I got it wrong. It wasn’t the red one but the blue one. So, the judge removed the child from the custody of
(Entendi tudo errado. Não era a vermelha, mas a azul.) his parents.
By the end of the day we were tired but happy. (No final (Então, o juiz tirou dos pais a custódia da criança.)
do dia estávamos cansados, mas felizes.) - FOR
A função da conjunção for é introduzir uma explicação.
OBSERVAÇÃO: Além de significar mas ou porém, but Nestes casos, for é sinônimo de because. Hoje em dia, o
também pode significar exceto: uso de for neste sentido é usado, na maioria das vezes, na
Everybody but Robert is trying out for the team. escrita literária. Observe os exemplos:
(Todos, exceto Roberto, estão competindo para ficar no Eric thought he had a good chance to get the job in the
time) company, for his father was one of the owners.

11
LÍNGUA INGLESA

(Eric achou que tinha grande chance de conseguir o


emprego na companhia, pois seu pai era um dos donos.)
We listened eagerly, for he brought news of our fami-
lies. (Escutamos avidamente, já que ele trouxe notícias de
nossas famílias.)
This movie is particularly interesting to feminist film
theorists, for the screenplay was written by Diana Lers. (Este
filme é particularmente interessante para teóricos de filmes
feministas, porque o roteiro foi escrito por Diana Lers.)
I believed her, for surely she would not lie to me. (Acre-
ditei nela porque tenho certeza de que ela não mentiria
pra mim.) Observe alguns exemplos de cada um dos pares:
- NOR - BOTH...AND
A conjunção nor liga duas alternativas negativas e é
usada, na maioria das vezes, com neither e not. Veja: I’d like to work with both animals and children. (Eu gos-
taria de trabalhar com animais e crianças.)
That is neither what I said nor what I meant. (Isto não
Both my grandfather and my father worked in the steel
foi o que eu disse nem o que eu quis dizer.)
plant.
She seemed neither surprised nor worried. (Ela não pa-
(Ambos meu avô e meu pai trabalhavam na fábrica de
recia nem surpresa nem preocupada.) aço.)
Not a building nor a tree was left standing. (Nem um She both sings and dances. (Ela canta e dança.)
prédio nem uma árvore foi deixada em pé.) She is both pretty and clever. (Ela é tão bonita e esperta.)
- Nor também é usado antes de um verbo positivo I spoke to both the director and her secretary.
concordando com algo negativo que recém foi dito: (Falei com a diretora e com a secretária dela.)
She doesn’t like them nor does Jeff. [Ela não gosta de-
les e nem o Jeff (gosta deles).] Joana plays both the trumpet and the violin.
A. I’m not going. (Eu não vou.) (Joana toca trombeta e violino.)
B. Nor am I. (Eu também não.) Both his mother and his father will be there.
(O pai e a mãe dele estarão lá.)
- YET For this job you will need a good knowledge of both
A conjunção yet (contudo, mas, não obstante, porém, French and Spanish.
no entanto) indica oposição, ressalva: (Para este trabalho você precisará de um bom conheci-
It’s a small car, yet it is surprisingly spacious. mento de francês e espanhol.)
(É um carro pequeno, todavia é surpreendentemente OBSERVAÇÃO: Both...and sempre concordará com o
espaçoso.) verbo no plural:
He has a good job, and yet he never seems to have any Both David and Amanda know the importance of spea-
money. king another language.
(Ele tem um bom emprego, e apesar disso parece que (Ambos David e Amanda sabem a importância de falar
nunca tem dinheiro.) outra língua.)
John plays basketball very well, yet his favorite sport is - EITHER...OR
tennis. É usada para falar sobre uma escolha entre duas possi-
(João joga basquete muito bem, contudo seu esporte bilidades (e, às vezes, mais de duas):
favorito é tênis.) We can go either by bus or by car. (Podemos ir de ôni-
bus ou de carro.)
OBSERVAÇÃO: Como conjunção, yet sempre aparece
She doesn’t speak either French or German.
no início da oração.
(Ela não fala nem francês nem alemão.)
If you want an ice cream there’s either raspberry, lemon
Correlative Conjunctions or vanilla.
(Se você quer um sorvete, há sorvete de framboesa,
As Correlative conjunctions são sempre usadas aos limão ou baunilha.)
pares, ou seja, elas nunca aparecem sozinhas. No entanto, If either Felipe or João comes to the party I’ll be very
elas nunca aparecem uma logo do lado da outra. Assim happy. (Ficarei muito feliz se o Felipe ou o João vier à festa.)
como as coordinating conjunctions, usamos as correlative We have time to see either the museum or the cathe-
conjunctions para ligar elementos com mesma função gra- dral, but not both.
matical, por exemplo: subject + subject; verb phrase + verb (Temos tempo de ver o museu ou a catedral, mas não
phrase; sentence + sentence; clause + clause. Veja quais ambos.)
são as correlative conjunctions no quadro abaixo: He is either in London or in New York. (Ele está em
Londres ou em Nova Iorque.)
Either he could not come or he did not want to. (Ou ele
não podia vir ou não queria.)

12
LÍNGUA INGLESA

OBSERVAÇÃO: Quando usarmos either...or, o verbo (Ela não apenas canta como um anjo, mas também
concordará com o substantivo que o precede: dança divinamente.)
If either my parents or Jim calls, tell them I’m not here. Not only the bathroom was flooded, but also the rest
(Se meus pais ou o Jim ligar, diga a eles que não estou of the house.
aqui.) (Não só o banheiro estava alagado, mas também o res-
If either my sister or my parents come, can you let them to da casa.)
in? The place was not only cold, but also damp.
(Se minha irmã ou meus pais chegarem, você pode dei- (O lugar não estava só frio, mas também úmido.)
xá-los entrar?) The explosion destroyed not only the school, but also
- Porém, se either...or estiver ligando dois substantivos the museum. (A explosão destruiu não só a escola, mas
no singular, o verbo poderá ser conjugado tanto no plural, também o museu.)
como no singular. Contudo, a conjugação no plural é con- Clara wants not only money, but also fame.
siderada bastante informal: (Clara não quer só dinheiro, mas também fama.)
If either my sister or my brother calls, tell them I’m not - Not only pode se posicionar no início da oração para
here. (normal) dar ênfase ao que se quer dizer. Nesta estrutura, not only
If either my sister or my brother call, tell them I’m not deve ser seguido por auxiliary verb (and non-auxiliary have
here. (informal) and be) + subject; do é usado* caso não haja outro auxiliar:
- NEITHER... NOR Not only has she been late three times; she has also
Esta estrutura é usada para ligar duas ideias negativas: done no work.
I neither smoke nor drink. (Não fumo, nem bebo.) (Ela não só chegou atrasada três vezes, como também
I neither knew nor care what had happened to him. não fez trabalho algum.)
(Eu não sabia, nem me importo com o que tinha acon- *Not only do they need clothing, but they are also
tecido a ele.) short of water.
Neither Martin nor Peter passed the exam. (Nem o (Eles não somente necessitam de roupas, mas também
Martin, nem o Peter passaram na prova.) estão com falta d’água.)
Their house is neither big nor small. (A casa deles não é Not only is the food in this restaurant awful, but also
nem grande, nem pequena.) the prices are too high.
- Algumas vezes, mais de duas ideias são ligadas por (Como se não bastasse a comida nesse restaurante ser
neither..nor. Mas atenção! Nesse tipo de estrutura, neither terrível, os preços também são altos demais.)
não pode iniciar diretamente a oração: Not only were you late for class, but also forgot to do
He neither smiled, spoke, nor looked at me. (BUT NOT the homework.
Neither he smiled ...) (Você não apenas se atrasou para a aula, mas também
(Ele não sorriu, não falou, nem olhou para mim.) esqueceu de fazer a lição de casa.)
OBSERVAÇÃO: Quando usarmos neither...nor, o verbo - AS / SO...AS
concordará com o substantivo que o precede: If you are as/so intelligent as your father, it will not be
Neither that couple nor Mary talks to Denise. (Nem difficult for you to run your family business. (Se você é tão
aquele casal, nem a Mary fala com Denise.) inteligente quanto seu pai, não vai ser difícil para você ad-
- Porém, se neither...nor estiver ligando dois substan- ministrar os negócios da sua família.)
tivos no singular, o verbo poderá ser conjugado tanto no She is as/so beautiful as her mother.
plural, como no singular. Contudo, a conjugação no plural (Ela é tão bonita quanto a mãe.)
é considerada bastante informal: He is not as/so bad as many think.
Neither my mother nor my father was at home. (nor- (Ele não é tão ruim quanto muitos pensam.)
mal) She is as/so successful as her sister. (Ela é tão bem su-
Neither my mother nor my father were at home. (in- cedida quanto sua irmã.)
formal) The situation is not as/so difficult as people make out.
- NOT ONLY...BUT ALSO (A situação não está tão difícil quanto as pesoas dizem.)
“To accomplish great things, we must not only act, but - WHETHER... OR
also dream; not only plan, but also believe.” (Anatole Fran- Whether you win this race or lose it doesn’t matter as
ce) long as you do your best.
(Para realizarmos coisas grandes, precisamos não so- (Não importa se você ganhar ou perder essa corrida,
mente agir, mas também sonhar; não somente planejar, contanto que faça o melhor que pode.)
mas também acreditar.) Have you decided whether you will come or not? (Você
The teacher is not only intelligent but also friendly. decidiu se virá ou não?)
(A professsora não é so inteligente, mas também sim- The ticket will cost the same, whether we buy it now or
pática.) wait until later.
We go there not only in the winter, but also in summer. (O ingresso custará o mesmo valor se comprarmos
(Vamos lá não apenas no inverno, mas também no verão.) agora ou esperarmos até mais tarde.)
She not only sings like an angel, but also dances divi- You need to decide whether you go to the movies or
nely. to the park today.

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LÍNGUA INGLESA

(Você precisa decidir se vai ao cinema ou ao parque OBSERVAÇÃO: A conjunção though é mais usada na
hoje.) linguagem falada.
Whether we go by bus or train, it’ll take at least six hours. - AS (enquanto, assim que, logo que, como, porque, à
(Independente de irmos de ônibus ou trem, a viagem medida que)
levará pelo menos seis horas.) He left the bedroom, as he saw his daughter sleeping.
I don’t know whether my father is arriving by the eight (Ele saiu do quarto assim que / logo que viu a filha
o’clock flight or nine o’clock fight. dormindo.)
(Não sei se meu pai vai chegar no voo das oito ou das Leave the papers as they are. (Deixem os papéis como
nove horas.) eles estão.)
Whether he comes or not makes no difference. As you were out, I left a message. (Já que /Como você
(Se ele vem ou não, não faz diferença.) não estava, deixei uma mensagem.)
I don’t know whether I should stay or leave. As she grew older she gained in confidence.
(Não sei se devo ficar ou ir embora.) (À medida que ficou mais velha, ficou mais confiante
Subordinating Conjunctions em si mesma.)
Assim como as Coordinating e Correlative Conjunc- As you know, Julia is leaving soon. (Como você sabe,
tions, as Subordinating Conjunctions estabelecem relação Julia está indo embora em breve.)
entre orações, frases ou termos semelhantes. Entretanto,
diferentemente da primeira, estabelecem relações entre - AS IF / AS THOUGH (como se)
uma oração dependente (dependent clause)* e uma oração She behaved as if/as though nothing had happened.
independente (independent clause). (Ela se comportou como se nada tivesse acontecido.)
* Dependent clause: orações que não são completas She was acting as if/as though she was in a great mo-
em si mesmas. Observe o exemplo abaixo: vie.
Because it was raining, I took my umbrella. (Ela estava agindo/atuando como se estivesse em um
Este período contém duas orações, “Because it was rai- grande filme.)
ning” e “I took my umbrella”. A primeira oração é uma de- OBSERVAÇÃO: Quando falamos sobre coisas que sa-
pendent clause, ou seja, não possui sentido em si mesma. bemos que não são verdades, podemos usar, após as if/as
Se dissermos apenas “Because it was raining” e nada mais, though, o verbo no passado com significado futuro. Este
as pessoas não compreenderão o que queremos dizer. Con- uso enfatiza o fato de sabermos que algo não é verdade.
tudo, “I took my umbrella” é uma independent clause, pois Compare:
possui sentido em si mesma, ou seja, compreendemos seu He talks as if/as though he was very rich. (Ele fala como
sentido mesmo se falarmos apenas “I took my umbrella”. se fosse muito rico.)
Esses tipos de conjunções posicionam-se no início da No caso acima, temos certeza absoluta de que ele não
oração dependente (dependent clause). Porém, a oração é rico.
dependente pode vir antes ou depois da oração indepen- He talks as if/as though he is rich. (Ele fala como se
dente. fosse rico.)
Observe abaixo exemplos com as principais subordina- Já neste exemplo, não temos certeza se ele é rico ou
ting conjunctions da Língua Inglesa: não.
- AFTER (depois, após) Why is he looking at me as if/as though he knew me?
I went home after the concert finished. I’ve never seen him before. (Por que ele está olhando para
(Fui para casa depois que o concerto acabou.) mim como se me conhecesse? Eu nunca o vi antes.)
After the party, we started talking. Na linguagem formal, podemos usar were ao invés de
(Depois da festa, começamos a conversar.) was quando fazemos esse tipo de comparação. Este uso é
- ALTHOUGH / THOUGH / EVEN THOUGH (apesar de comum no Inglês Americano:
(que), embora, ainda que) He talks as if/as though he were rich.
- AS / SO LONG AS / PROVIDED THAT (contanto que,
Although it was raining, we went out. desde que, com a condição de que)
(Saímos, embora estivesse chovendo.) We will go to the beach as/so long as the weather is
The weather was nice, although it was a bit cold. good.
(O tempo estava bom, embora estivesse um pouco (Iremos para praia contanto que/ desde que o tempo
frio.) esteja bom.)
His clothes, though old and worn, looked clean and of You can take my car as/so long as you drive carefully.
good quality. (Você pode usar o meu carro contanto que / desde
(As roupas dele, embora velhas e surradas, pareciam que dirija cuidadosamente.)
limpas e de boa qualidade.) They can stay here provided that they behave well.
He bought me this ring, even though I had told him (Eles podem ficar aqui contanto que / desde que se
not to. comportem bem.)
(Ele me comprou esse anel, muito embora eu o tenha
avisado para não comprar.)

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LÍNGUA INGLESA

- BECAUSE (porque, pois) - HOWEVER / NONETHELESS / NEVERTHELESS / NOT-


I went to England because my boyfriend was there. WITHSTANDING
(Fui para a Inglaterra porque meu namorado estava lá.) (Porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não
I didn’t buy the handbag because it was too expensive. obstante)
(Não comprei a bolsa porque era muito cara.) He was feeling bad. However, he went to work and tried
- Because e a oração dependente podem vir tanto an- to concentrate. (Ele estava se sentindo mal. Contudo, foi
tes como depois da oração independente ou principal. Ob- trabalhar e tentou se concentrar.)
serve: I hadn’t slept well that night. However, I was not sleepy
I finished early because I worked fast. (Terminei cedo during the following day. (Eu não tinha dormido bem na-
porque trabalhei rápido.) quela noite. Entretanto, não estava com sono no dia se-
Because I worked fast, I finished early. (Porque trabalhei guinte.)
rápido, terminei cedo.) The problems are not serious. Nonetheless, we shall
NÃO CONFUNDA: Because é uma conjunção, mas be- solve them soon. (Os problemas não são graves. Todavia,
cause of é uma preposição. devemos resolvê-los logo.)
Veja a diferença: I haven’t had lunch. Nevertheless, I’m not hungry. (Não
We were late because it rained. (NOT ... because of it almocei. Todavia, não estou com fome.)
rained.) Notwithstanding, the problem is a significant one.
(Estávamos atrasados porque choveu.) (Contudo, o problema é significativo.)
We were late because of the rain. (NOT ... because the The man is, notwithstanding, sufficient. (O homem é,
rain.) entretanto, suficiente.)
(Estávamos atrasados por causa da chuva.) OBSERVAÇÃO: Notwithstanding também é sinônimo
I’m happy because I met you. (NOT ... because of I met de despite e insipite of. Contudo, nestes casos, funciona
you.) como uma preposição.
(Estou feliz porque conheci você.)
- IF (se)
I’m happy because of you. (NOT ... because you.)
Ask her if she is staying at home tonight. (Pergunte se
(Estou feliz por causa de você.)
ela vai ficar em casa hoje à noite.)
If you meet my sister, give her this note. (Se você en-
- BEFORE (antes de, antes que)
contrar minha irmã, dê a ela este bilhete.)
Before I have breakfast, I spend half an hour doing phy-
You can stay for the weekend if you like. (Você pode
sical exercises.
ficar para o fim de semana se quiser.)
(Antes de tomar café da manhã, passo meia hora fa-
If I knew her name, I would tell you. (Se eu soubesse o
zendo exercícios físicos.)
nome dela, eu lhe diria.)
Do it before you forget. (Faça antes que você esqueça.) Fonte: http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/
I’ll telephone you before I get home. Conjunctions13.php
(Vou ligar para você antes de chegar em casa.)
You can’t go home before I have signed the letters. PREPOSIÇÕES - PREPOSITIONS
(Você não pode ir para casa antes de eu assinar as car- Preposição é uma palavra ou grupo de palavras que
tas.) liga(m) dois ou mais termos da oração e que estabelece(m)
He went out before I had finished my test. (Ele saiu an- entre si algumas relações. Nessas relações, um termo expli-
tes de eu terminar minha prova.) ca ou completa o sentido do outro. Veja a seguir um apa-
nhado geral sobre as preposições da língua inglesa.
- DESPITE / IN SPITE OF (apesar de)
Despite her efforts, she could not find a job. ABOUT
(Apesar dos esforços, ela não conseguiu achar um em- Lugar ou Posição
prego.) He must be somewhere about the office. Ele deve estar
Despite the traffic, we got there on time. em algum lugar perto do escritório.
(Apesar do tráfego, chegamos na hora.) There is a moat about the castle. Há um fosso ao redor
In spite of the rain, we went for a walk in the park. do castelo.
(Apesar da chuva, fomos dar uma volta no parque.) Referente a determinado assunto (acerca de, relativo a): 
OBSERVAÇÃO: Os verbos que vierem imediatamente Tell me more about your trip. Fale-me mais sobre sua
após despite / in spite of devem estar no gerúndio: viagem. 
Despite being a big star, she’s very approachable.
(Apesar de ser uma estrela, ela é bastante acessível.) ABOVE
In spite of having a headache, I enjoyed the film. Lugar ou Posição
(Apesar de estar com dor de cabeça, gostei do filme.) Read the text above. Leia o texto acima.

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LÍNGUA INGLESA

ACROSS AROUND 
Lugar ou Posição Lugar ou Posição
Look! There is a camel across the street! Olhe! Há um They were walking around the lake. Eles estavam cami-
camelo do outro lado da rua! nhando ao redor do lago.
Movimento ou Direcionamento
Stop spinning around, you’ll feel dizzy.  Pare de girar.
Você vai se sentir tonto.

AS FAR AS
Lugar ou Posição
They walked as far as the lake this morning. Eles cami-
nharam até o lago essa manhã.
Movimento ou Direcionamento
There are a lot of bridges across Tietê river. Existem AT
muitas pontes que atravessam o rio Tietê. Tempo
It will be fishined at the end of the month. Isso vai estar
AFTER acabado no final do mês.
Tempo Lugar ou Posição
She is going to a party after dinner. Ela vai a uma festa We live at 389 Park Avenue. Moramos na Park Avenue,
depois do jantar. nº 389.
Lugar ou Posição
They were running after him! Elas estavam correndo BEFORE
atrás dele! Tempo
Before you go, let me talk to you. Antes de você ir, dei-
AGAINST
xe-me falar com você.
Lugar ou Posição
Lugar ou Posição
The man leaned against the tree. O homem apoiou-se
The groom was standing before the altar, waiting for
junto à árvore.
the bride. O noivo estava posicionado na frente do altar,
Movimento ou Direcionamento
esperando pela noiva.
She was against the wall. Ela estava contra a parede.
BEHIND
ALL OVER
Lugar ou Posição
Lugar ou Posição
There is milk all over the kitchen! Tem leite por toda a The police were behind the door. A polícia estava atrás
cozinha! da porta.

ALONG BELOW
Lugar ou Posição Lugar ou Posição
There are trees along the road. Há árvores ao longo da Guatemala is  below  Mexico.  A Guatemala fica abaixo
estrada. do México.
Movimento ou Direcionamento
The runners were running along the street. Os marato-
nistas estavam correndo pela/ao longo da rua.

AMONG
Lugar ou Posição
There was a hut among the trees. Havia uma cabana
entre as árvores.

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LÍNGUA INGLESA

BESIDE Pronomes Pessoais - Personal Pronouns


Lugar ou Posição Os Pronomes Pessoais referem-se a alguma pessoa,
At school, I sit beside my friends. Na escola, eu sento lugar ou objeto específico e são subdivididos em Prono-
ao lado de meus amigos. mes Pessoais do Caso Reto (Sujeito) - Subject Pronouns
e Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo (Objeto) - Object
BETWEEN Pronouns.
Lugar ou Posição
He is sitting between his two best friends. Ele está sen-
tado entre seus dois melhores amigos.

BEYOND
Lugar ou Posição
The camping site is beyond those hills. O local de
acampamento é além daquelas colinas.
Movimento ou Direcionamento
We drove beyond the city limits. Nós dirigimos além
dos limites do município.

BY
Tempo
By next week I will have handed in my book. No mais
tardar até semana que vem eu vou ter entregue meu livro.
Lugar ou Posição
The bank is by the supermarket. O banco é ao lado do
supermercado.
1. Os Pronomes Pessoais do Caso Reto desempenham
CLOSE TO
papel de sujeito (subject) da oração:
Lugar ou posição
Rachel and I go to the park every day. (Eu e Raquel
I don’t like to sit close to the window. Eu não gosto de
vamos ao parque todos os dias.)
me sentar perto da janela.
She is Brazilian. (Ela é Brasileira.)
DURING
Duração 2. Os Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo desempe-
I’ll visit you during the afternoon. Eu vou visitá-lo du- nham as seguintes funções:
rante a tarde. a) Objeto direto ou indireto:
FAR FROM Alfred loves her. (Alfredo a ama.)
Lugar ou Posição b) Objeto de preposição:
We live far from the University campus. Nós moramos We talked to him last night. (Nós falamos com ele
longe do campus universitário. ontem à noite.)
FOR
Duração OBSERVAÇÕES:
I have studied here for thirteen years. Eu estudei aqui 1. É indispensável que se saiba claramente a diferença
por treze anos. entre sujeito e objeto.
We saw him at the bookstore. (Nós o vimos na livra-
FROM ria.)
Duração (s.) (o.)
I’ll be in the office  from  eight a.m. on.  Eu estarei no He saw us at the bookstore. (Ele nos viu na livraria.)
escritório das oito horas da manhã em diante. (s.) (o.)
Movimento ou Direcionamento I gave you a flower. (Eu lhe dei uma flor.)
We flew from Paris into São Paulo in eleven hours. Voa- (s.) (o.)
mos de Paris a São Paulo em onze horas. You sent me a letter. (Você me mandou uma carta.)
(s.) (o.)
PRONOMES - PRONOUNS 2. You é Pronome Reto (sujeito/subject pronoun) e
Pronome é a classe de palavras que acompanha ou também Pronome Oblíquo (objeto/object pronoun).
substitui um substantivo ou um outro pronome, indicando You are a beautiful woman. (Você é uma mulher bo-
sua posição em relação às pessoas do discurso ou mesmo nita.)
situando-o no espaço e no tempo. Os pronomes nos aju- (s.)
dam a evitar repetições desnecessárias na fala e na escrita. He gave some flowers to you. (Ele deu flores a você.)
São divididos em: (o.)

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LÍNGUA INGLESA

3. Em Inglês não há omissão do sujeito como pode ocorrer em Português, salvo em raríssimas exceções e em lingua-
gem muito informal. No caso de sujeito inexistente, oculto ou indeterminado, devemos empregar it, we ou they.
It is easy to play basketball. (É fácil jogar basquete.)
We speak Italian in Italy. (Falamos Italiano na Itália.)
It started to rain. (Começou a chover.)
We will go to the beach in the summer. (Iremos para a praia no verão.)
They always think I am wrong. (Sempre acham que eu estou errado.)

Pronomes Adjetivos e Substantivos - Possessive Adjectives and Possessive Pronouns


Em Inglês há um adjetivo e um pronome possessivo para cada pronome pessoal. Os pronomes e os adjetivos posses-
sivos existentes na Língua Inglesa são os que se encontram no quadro abaixo.

Veja mais detalhadamente cada um desses pronomes:


1. Pronomes Possessivos Adjetivos (Possessive Adjectives):
Os adjetivos possessivos modificam substantivos, portanto aparecem sempre acompanhados de substantivos.
a) Os Pronomes Possessivos Adjetivos (Possessive Adjectives) precedem substantivos.
My jacket is new. (Minha jaqueta é nova.)
Our car is red. (Nosso carro é vermelho.)
This is your pencil. [Este é (o) seu lápis.]
b) Os Adjetivos Possessivos (Possessive Adjectives), em Inglês, não se flexionam, ou seja, valem tanto para o singular
como para o plural. Isso não ocorre na Língua Portuguesa, onde os Pronomes Possessivos Adjetivos se flexionam e mu-
dam sua forma do singular para o plural.
This is our book. [Este é (o) nosso livro.]
These are our books. [Estes são (os) nossos livros.]
This is your book. [Este é (o) seu livro.]
These are your books. [Estes são (os) seus livros.]
c) Em inglês, nunca se usa artigo (the, a, an) na frente dos pronomes possessivos.
(NUNCA FALE): the my book (o meu livro); the her car is black (o carro dela é preto)

2. Pronomes Possessivos Substantivos (Possessive Pronouns):


a) Os Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns) nunca são usados antes de substantivo, pois sua função é substi-
tuí-lo a fim de evitar repetição.
Compare estas duas frases:
Is that car your car? (Aquele carro é o seu carro?)
Is that car yours? (Aquele carro é o seu?)
b) Os Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns), em Inglês, concordam sempre com o possuidor, diferentemente
do Português, em que a concordância se faz com a coisa (pessoa, animal, objeto) possuída.
I have my house and you have yours. (Eu tenho a minha casa e você tem a sua.)
The country and its inhabitants. (O país e seus habitantes.)

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LÍNGUA INGLESA

c) Os Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns), em Inglês, não se flexionam, ou seja, valem tanto para o singular
como para o plural. Isso não ocorre na Língua Portuguesa, onde os Pronomes Possessivos Substantivos se flexionam e mu-
dam sua forma do singular para o plural.
This copybook is ours. (Este caderno é nosso.)
These copybooks are ours. (Estes cadernos são nossos.)
This car is mine. (Este carro é meu.)
These cars are mine. (Estes carros são meus.)
d) Os Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns) podem ser usados em construções com a preposição of.
Daniel and John are friends of ours. (Daniel e João são nossos amigos.)
She is a relative of his. (Ela é parente dele.)
He was an enemy of hers. (Ele era um inimigo dela.)
e) Em inglês, nunca se usa artigo (the, a, an) na frente dos pronomes possessivos.
(NUNCA FALE): My songs are good, but not like the his. (Minhas músicas são boas, mas não como as dele).

Pronomes Reflexivos - The Reflexive Pronouns


Os Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns) são usados para indicar que a ação reflexiva recai sobre o próprio sujeito.
Nesse caso, o pronome vem logo após o verbo e concorda com o sujeito. Estes pronomes se caracterizam pelas termi-
nações self (no singular) e selves (no plural). Para cada Pronome Pessoal (Personal Pronoun) existe um Pronome Reflexivo
(Reflexive Pronoun). Na tabela abaixo estão indicados os Pronomes Pessoais (Personal Pronouns) e os Pronomes Reflexivos
(Reflexive Pronouns) aos quais eles se referem.

Para entender melhor os Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns) observe o que acontece com a ação do verbo
nesta frase:
The girl cut the watermelon with a knife. (A menina cortou a melancia com uma faca.)
- Quem cortou? a menina (the girl)
- O que foi cortado? a melancia (the watermelon)
Nesse exemplo, a ação do verbo recai sobre o objeto, que é a melancia.
Observe, agora, esta outra frase:
The girl cut herself with a knife. (A garota cortou-se com uma faca.)
- Quem cortou? a garota (the girl)
- O que foi cortado? a garota (the girl)
Nesse exemplo, a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito que a praticou.
Observe outros exemplos onde a ação do verbo recai sobre o próprio sujeito que a pratica e concorda com ele.
He hurt himself last week. (Ele se machucou na semana passada.)
Jane killed herself. (Jane se matou.)
Take care of yourself! (Cuide-se!)

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LÍNGUA INGLESA

Observações 1. THIS - ESTE, ESTA, ISTO


1. O Pronome Reflexivo (Reflexive Pronoun), em Inglês, This is my pencil. (demonstrative pronoun)
também é empregado para dar ênfase à pessoa que pratica (Este é o meu lápis.) (pronome demonstrativo subs-
a ação: tantivo)
Jorge wrote the letter himself. (O próprio Jorge escre- This pencil is red. (demonstrative adjective)
veu a carta.) (Este lápis é vermelho.) (pronome demonstrativo ad-
I will do my homework myself.(Eu própria/mesma farei jetivo)
minha lição de casa.)
They raised the children themselves. (Eles próprios cria- 2. THESE - ESTES, ESTAS
ram os filhos.) These are your copybooks. (demonstrative pronoun)
2. Os Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns) podem (Estes são os teus cadernos.) (pronome demonstrativo
ser precedidos pela preposição by. Nesse caso, os reflexi- substantivo)
vos (reflexives) têm o sentido de sozinho(a), sozinhos(as) These copybooks are new. (demonstrative adjective)
(alone). Algumas vezes, a palavra all é colocada antes de (Estes cadernos são novos.) (pronome demonstrativo
by, servindo então como enfatizante. Observe os exemplos adjetivo)
abaixo:
She was waiting for her husband by herself. (Ela estava 3. THAT - AQUELE, AQUELA, AQUILO, ESSE, ESSA, ISSO
esperando sozinha pelo seu marido.) That is my house. (demonstrative pronoun)
She was waiting for her husband (all) by herself. [Ela es- (Aquela é a minha casa.) (pronome demonstrativo
tava esperando (completamente) sozinha pelo seu marido.] substantivo)
Did you go to the park by yourself? (Você foi ao parque That house is new. (demonstrative adjective)
sozinho?) (Aquela casa é nova.) (pronome demonstrativo adje-
Sometimes Richard prefers to be by himself. tivo)
(Às vezes Ricardo prefere ficar/estar sozinho.)
She likes making everything by herself. (Ela gosta de
4. THOSE - AQUELES, AQUELAS, ESSES, ESSAS
fazer tudo sozinha.)
Those are German cars. (demonstrative pronoun)
3. Existem outros tipos de Pronomes Reflexivos (Refle-
(Aqueles são carros alemães.) (pronome demonstrati-
xive Pronouns) que são chamados de Reflexivos Recípro-
vo substantivo)
cos: each other/one other. Observe a diferença entre os
Those cars are expensive. (demonstrative adjective)
Pronomes Reflexivos ourselves, yourselves e themselves e
(Aqueles carros são caros.) (pronome demonstrativo
os Reflexivos Recíprocos.
adjetivo)
Julia and I looked at ourselves in the mirror. (Julia e eu
* Os Adjetivos, em Inglês, não possuem gênero e nú-
olhamos para nós mesmas no espelho.)
Julia and I looked each other and started to laugh. [Ju- mero. Os Demonstrativos, com função de adjetivo, são os
lia e eu olhamos uma para a outra (nos olhamos) e come- únicos que concordam em número com o substantivo que
çamos a rir.] acompanham.
Our mother thinks that we should be more careful to Por exemplo:
each other. (Nossa mãe acha que deveríamos ser mais cui- Those clothes are expensive. (Aquelas roupas são ca-
dosos um com o outro.) ras.)
Make sure you and Julia don’t hurt yourselves! (Cui- No exemplo acima, escrito em Inglês, nota-se que
dem-se para que você e Julia não se machuquem!) apenas o Pronome Demonstrativo those é que concorda
Julia and I enjoyed very much ourselves during the em número com o substantivo que acompanha, no caso
party. (Julia e eu nos divertimos muito durante a festa.) clothes. Pois o adjetivo expensive permanece no singular,
Julia and I don’t see one other every day. (Julia e eu não já que os adjetivos não possuem gênero nem número em
nos vemos / não vemos uma a outra todos os dias.) Inglês.
Saiba mais em “Adjetivos”
Pronomes Demonstrativos (Pronomes Substantivos e * Os Demonstrativos também podem ser usados:
Adjetivos) - Demonstrative Pronouns and Demonstrative - na hora de apresentar alguma pessoa:
Adjectives Rita, this is my sister, Luciana. (Rita, esta é a minha
Os Demonstrative Pronouns servem para apontar, indi- irmã, Luciana.)
car e mostrar alguma coisa, lugar, pessoa ou objeto. Esses These are my sisters, Luciana and Carolina. (Estas são
pronomes podem atuar como adjetivos, antes do substan- as minhas irmãs, Luciana e Carolina.)
tivo, ou como pronomes substantivos. Observe mais deta- - ao falar ao telefone:
lhadamente os Pronomes Demonstrativos (Demonstrative Hello. This is Vera speaking. Can I talk to Rodrigo? (Alô.
Pronouns) listados abaixo: É a Vera quem está falando. Posso falar com o Rodrigo?
Is that you, Rodrigo? (É você, Rodrigo?)

20
LÍNGUA INGLESA

IMPORTANTE:
Muitos brasileiros, ao falar em Inglês, caem no erro de usar seguidamente o Pronome Demonstrativo (Demonstrative
Pronoun) this, quando deveriam usar that. Lembre-se de que os pronomes this/these devem ser usados somente quando
a pessoa ou a coisa a que se referem está muito próxima de quem fala. Nos demais casos, dê total preferência para o uso
de that/those (principalmente ao that), pois nunca é demais insistir que, além de aquele, aquela e aquilo, este pronome
demonstrativo significa, também, esse, essa e isso. Veja os exemplos abaixo.
What is that? (O que é isso?)
That is the book I want. (Esse é o livro que eu quero.)
That is it! (É isso aí!)
Who told you that? (Quem lhe disse isso?)
That is not the newspaper I wanted. (Esse não é o jornal que eu queria.)
That is so terrific! (Isso é tão impressionante!)
Don’t forget that! (Não se esqueça disso!)

Fonte: http://www.solinguainglesa.com.br/conteudo/pronomes5.php

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.


FORMAÇÃO E CLASSE DE PALAVRAS.
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E
SUBORDINAÇÃO.

Algumas palavras que aparecem nos textos demandam um pouco mais de atenção para inferi-las e reconhecê-las du-
rante a leitura.
São as chamadas palavras derivadas, ou seja, palavras que apresentam componentes denominados genericamente de
afixos – que podem ser prefixos ou sufixos.
O conhecimento da formação das palavras é muito útil, sem dúvida, para sua compreensão. Isto significa que é neces-
sário reconhecer os afixos mais comumente usados na língua que se que aprender e, naturalmente, seu significado.
Sufixos e prefixos podem ser acrescentados às palavras dando-lhes novos significados e, quase sempre, alternando sua
classe gramatical. Portanto, atenção: habitue-se a descobrir ou reconhecer o significado de palavras e expressões através
de prefixos e sufixos, da nova posição que ocupam na frase, como também na alteração da classe gramatical.
A fim de facilitar sua identificação, colocamos a seguir uma lista com os afixos mais usados na língua inglesa.
Prefixação – o prefixo muda o significado da palavra primitiva, mas não muda a classe gramatical.

21
LÍNGUA INGLESA

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LÍNGUA INGLESA

Fonte: http://www.enemvirtual.com.br/formacao-de-palavras-em-ingles/
Exercicios

01) Marque, dentre as alternativas abaixo, qual o pronome possessivo adjetivo que substitui corretamente “joana” na
frase: Joana’s bus is leaving at 4 o’clock.
A) his bus is leaving at 4 o’clock.
B) your bus is leaving at 4 o’clock.
C) her bus is leaving at 4 o’clock.
D) hers bus is leaving at 4 o’clock.
E) our bus is leaving at 4 o’clock.

Resposta: C
O pronome possessivo adjetivo que substitui Joana, neste caso, é o her, uma vez que esse é o pronome que deve ser
usado com a terceira pessoa feminina do singular. Lembre-se que os adjetivos possessivos devem, sempre, aparecer acom-
panhados de substantivos. Neste exercício o adjetivo possessivo “her” está acompanhando o substantivo “bus”.

02) Complete a frase corretamente com o pronome pessoal do caso oblíquo: Take these books and put _____ in the
table.
A) it
B) them
C) their
D) its
E) that

Resposta: B
Os Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo exercem função de objeto. Neste caso, o Pronome Pessoal que corresponde a
“books” é o “them”, pois sua forma é no plural.

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LÍNGUA INGLESA

ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Teorias da administração. ..................................................................................................................................................................................... 01


O processo administrativo; .................................................................................................................................................................................. 03
Planejamento estratégico. ................................................................................................................................................................................... 12
Qualidade na Administração Pública (conceitos): eficiência, eficácia, economicidade, efetividade. ...................................... 15
Mapeamento e análise de processos. ............................................................................................................................................................. 19
Estrutura organizacional. ...................................................................................................................................................................................... 20
Gestão sustentável. ................................................................................................................................................................................................. 21
Gestão de suprimentos. ........................................................................................................................................................................................ 22
Legislação: Constituição Federal – Capitulo VII da Administração Pública....................................................................................... 35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Os princípios e as técnicas das Teorias Clássicas


TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO. Frederick Taylor, buscou o desejado aumento produtivo
tomando como base a eficiência dos trabalhadores. Anali-
sando esses e seus modos de produção, identificou falhas
O pensamento administrativo pode ser conceituado no processo produtivo geradoras de baixa produtividade,
como um enfoque específico a um aspecto particular da uma vez que, para ele, cada operário produzia um terço
organização, ou uma forma peculiar de estudá-la, e a orga- do que poderia produzir (processo que ele nomeou “va-
nização desses pensamentos são formadores de teorias a diagem sistemática”). Tal fato o fez despertar para a neces-
serem estudadas pela Teoria Geral da Administração. Para sidade de criação de um método racional padrão de pro-
facilitar o estudo, as teorias são agrupadas em Escolas e dução em detrimento das práticas tradicionais, que ainda
essas, como definido por Maximiano (2006), são a mesma deixava resquícios nas fábricas. Essa teoria leva o nome de
linha de pensamento ou conjunto de autores que utilizam Administração Cientifica “devido à tentativa de aplicação
o mesmo enfoque. Por meio de uma breve revisão teórica dos métodos da ciência aos trabalhos operacionais a fim
do campo, o presente artigo objetiva um estudo introdutó- de aumentar a eficiência industrial. Os principais métodos
rio da evolução das Teorias da Administração e das carac- científicos são a observação e mensuração.” (CHIAVENATO,
terísticas mais marcantes de cada uma, tendo como base a 2004, p. 41).
Teoria Clássica, uma vez que essa serviu de fundamento à As estandardizações no processo e nas ferramentas
todos os pensamentos posteriores. A abordagem do tema utilizadas no trabalho, permitiram a criação do método
torna-se relevante devido à importância do mesmo para ideal de produção (the best way) baseado no estudo de
o entendimento das organizações e para construção do tempos e movimentos (motion-time study) e, conseqüen-
pensamento administrativo atual, exigente de profissionais temente, o surgimento da gerência cujas principais funções
ecléticos, flexíveis e adaptáveis. eram o planejamento da melhor forma de execução do tra-
balho e o controle do mesmo. Para possibilitar o gerencia-
2. DESENVOLVIMENTO mento efetivo, responsável também pela organização do
Cada teoria administrativa procurou privilegiar ou en- ambiente, o trabalho foi fragmentado, centralizaram-se as
fatizar uma variável, omitindo ou desprezando todas as decisões e a magnitude de controle de cada chefe foi dimi-
demais. Segundo Garcia e Bronzo (2000) as teorias são nuída, buscando estruturas e sistemas perfeitos, nos quais
propostas de acordo com os contextos históricos em que as responsabilidades eram bem delineadas. Taylor disso-
estão inseridas, enfatizando os problemas mais importan- ciou os princípios das técnicas, uma vez que “os trabalha-
tes enfrentados na época em quem foram fundamentadas. dores e seus supervisores imediatos deveriam ocupar-se
A primeira Escola foi a Clássica, responsável pela ênfase exclusivamente da produção. Toda atividade cerebral deve
nas tarefas por Frederick Taylor e Henry Ford e fonte de ser removida da fábrica e centralizada no departamento de
embasamento de todas as outras teorias posteriores, seja planejamento [...]” (MAXIMIANO, 2006, p.41). O método de
como critica aos pontos falhos dessa ou apropriando-se Taylor apoiava-se na supervisão funcional, estabelecendo
das vantagens oferecidas pela mesma. A Escola de Rela- que todas as fases do trabalho devem ser acompanhadas
ções Humanas logo após a consolidação do pensamento de modo a verificar se as operações estão sendo desenvol-
clássico como uma espécie de crítica ao dito pelas teorias vidas em conformidades com as instruções programadas e
anteriores, que tinham o funcionário como recurso produ- estas instruções devem ser transmitidas a todos os empre-
tivo. Ainda depois das teorias Comportamentais, a Teoria gados, por meio da descrição detalhada de cargos e tare-
Neoclássica surgiu unindo os pensamentos de quase todas fas. Em suma, o Taylorismo baseia-se na divisão do trabalho
as outras teorias prévias. por meio das tarefas: “a questão não é trabalhar duro, nem
depressa, mas trabalhar de forma inteligente.” (MAXIMIA-
As origens dos métodos do Pensamento Administrati- NO, 2006, p.41-42). Mesmo com esse pensamento e do
vo Clássico plano de incentivo salarial (pagamento por produção), Tay-
As mudanças ocorridas no início do séc XX, em decor- lor foi considerado o maior inimigo do trabalhador.
rência da Revolução Industrial, exigiram métodos que au- Henri Fayol, teórico clássico com ênfase na estrutura
mentassem a produtividade fabril e economizassem mão- organizacional, segundo Chiavenato, defendia que:
-de-obra evitando desperdícios, ou seja, “a improvisação [...] a eficiência da empresa é muito mais do que a soma
deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: da eficiência dos seus trabalhadores, e que ela deve ser al-
a Ciência da Administração.” (CHIAVENATO, 2004, p. 43). cançada por meio da racionalidade, isto é, da adequação
Faz-se importante nesse contexto, uma retrospecção histó- dos meios (órgãos e cargos) aos fins que se deseja alcançar.
rica, uma vez que, já no séc. XVII Descartes já negava todo (CHIAVENATO, 2000, p. 11).
saber que fosse tradicional, ou seja, baseado em costumes Fayol traz em sua teoria funcionalista a abordagem
e crenças, afirmando que esses deviam ser substituídos prescritiva e normativa, uma vez que a ciência administrati-
pelo racional e no séc. XVIII, o Racionalismo passou a ser va, como toda ciência, deve basear-se em leis ou princípios
aplicado às ciências naturais e sociais, porém o trabalho globalmente aplicáveis. Sua maior contribuição para a ad-
ainda não abandonara as antigas técnicas para adotar “a ministração geral são as funções administrativas – prever,
racionalização da organização e execução do trabalho.” organizar, comandar, coordenar e controlar – que são as
(MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p. 32). próprias funções do administrador ainda nos dias atuais.

1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

A função administrativa nesse novo enfoque deixa de ser Essa teoria nasceu como uma forma de reação e opo-
exclusiva da alta gerência, ficando difundida proporcio- sição à Teoria Clássica da Administração.” (CHIAVENATO,
nalmente entre todos os níveis hierárquicos, quando mais 2004, p.83). As ideias centrais desse movimento baseiam-se
alto o cargo, mais funções administrativas apareciam, mas, no conceito de homo social em oposição ao homo econo-
ainda assim, os executivos têm maior responsabilidade micus, tendo em vista que para tais pensadores o homem
administrativa, distinguindo-se das funções técnicas, isto tem necessidades superiores à recompensa exclusivamente
é, ainda havia distinção entre princípios e técnicas. Fayol econômica. Apesar de não ter sido essa a hipótese inicial
adotou alguns princípios da Administração Cientifica, como de estudo, a experiência na Western Eletric de Hawthorne
a divisão do trabalho e disciplina, abandonando outros e permitiram aos pesquisadores conhecer, também, a supe-
acrescendo os princípios de autoridade e responsabilidade, rioridade do grupo informal na produtividade em relação
espírito de equipe e iniciativa, entre outros. Enquanto Ford e ao grupo formal. “Por grupos informais entendemos um
Taylor cuidaram da empresa de baixo pra cima, Fayol cuidou conjunto de indivíduos suficientemente pequeno, de forma
da empresa de cima pra baixo. que possam comunicar-se entre si direta e frequentemen-
O quarto integrante da Escola Clássica, Max Weber, te.” (PEREIRA apud MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p.63).
buscou sintetizar os pontos comuns às organizações for- Uma vez reconhecido que o a recompensa salarial não
mais modernas em detrimento as organizações primitivas. é suficiente, surge a política de incentivos psicossociais,
Weber se assemelhou aos outros Clássicos ao identificar nas com o objetivo de motivar e satisfazer o trabalhador para
organizações as chamadas disfunções burocráticas, isto é, que esse trabalhe em função do objetivo formal da empre-
o seguimento rígido das regras, não levando em conta a sa, conforme destacado por Motta e Vasconcelos:
variabilidade humana, como na abordagem dos outros. [...] preocupada com a relação entre a moral e a produ-
tividade, a Escola de Relações Humanas colocou na motiva-
As teorias posteriores ao pensamento Clássico ção a grande possibilidade de levar o individuo a trabalhar
Conforme Maximiano (2000) as pessoas não eram ne- para o atingimento dos objetivos da organização formal.
gligenciadas pelas teorias clássicas, mas eram consideradas (MOTTA; VASCONCELOS, 2002, p.63)
recursos do processo produtivo. “Essa maneira prescritiva Tal princípio é antagônico ao proposto pelas teorias
de lidar com os problemas organizacionais é entendida Clássicas uma vez que abrange, além dos incentivos finan-
pela inexistência de referencias na época.” (COLLA, 2003). ceiros, o reconhecimento do trabalhador, instigando a sua
Em decorrência dos problemas tidos por tal pensamento, autoestima e sentimento de realização. Dentro do campo
fez-se necessária a adoção de um método que consideras- da motivação humana salientam-se os teóricos Abraham
se as pessoas o fator primordial no processo administrati-
Maslow e Frederick Herzberg. Moraes, Sant’anna e Kilimnik
vo, ou seja, o enfoque passou a ser comportamental. Esse
(2005) ressaltam como os estados psicológicos são capa-
princípio comportamental pode ser subdividido em dois
zes de determinar a motivação e a satisfação nas tarefas
grandes grupos: o comportamento individual e o coleti-
e como os trabalhadores passam a agir de acordo com a
vo. Tal pensamento “surgiu graças ao desenvolvimento das
direção determinada pela empresa, em razão de tais:
ciências sociais, notadamente a Psicologia e, em particular, a
O primeiro desses estados é definido como a signifi-
Psicologia do Trabalho.”(CHIAVENATO, 2004, p.80), reconhe-
cendo então “a possibilidade de incluir uma maior parcela cância percebida ou o grau com que o sujeito vê seu traba-
dos membros da organização, antes simples executores de lho como importante, valioso e significativo, dentro de sua
ordens, no papel de tomador de decisão, exercitando seu escala de valores. O segundo refere-se à responsabilidade
julgamento [...]” (AGOSTINHO, 2003). percebida pelo trabalhador em relação a seu trabalho, isto
Chiavenato (2004) ainda destaca que entre as teorias é, ao grau em que o profissional se sente responsável pe-
Clássica e das Ralações Humanas, surgiram autores que, los resultados do trabalho que executa. Já o terceiro, diz
apesar de defenderem os princípios clássicos, foram pio- respeito ao conhecimento dos resultados do trabalho, ou
neiros em revisar, criticar e reformular tais bases administra- seja, ao grau em que o indivíduo conhece e entende seu
tivas, tais como: Hugo Munsterberg (responsável pela apli- desempenho efetivo na tarefa. (MORAES; SANT’ANNA; KI-
cação da psicologia às organizações e testes de seleção de LIMNIK, 2005).
pessoal), Ordway Tead (pioneiro na abordagem da liderança A abordagem Neoclássica surgiu após a Teoria Com-
democrática na administração), Mary Parker Follet (introdu- portamental e nada mais é do que o resgate da Teoria
tora da corrente psicológica na Administração e da lei da Clássica atualizada e redimensionada aos problemas ad-
situação: o certo e errado são determinados pela situação ministrativos atuais, como o próprio nome já indica, e ao
concreta), Chester Barnard (precursor da teoria da coopera- tamanho das organizações contemporâneas. A mesma ca-
ção na organização, visando superar as limitações pessoais). racteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da
A primeira Escola com enfoque comportamental foi a Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resul-
de Relações Humanas que surgiu “como consequência das tados reais e palpáveis. Nesse método a ênfase se dá nos
conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida por objetivos e nos resultados, ou seja, na eficiência, tendo em
Elton Mayo e colaboradores. Apesar dessa experimento ter vista que, para essa, todas as organizações com essa finali-
sido o precursor da Escola de Relações Humanas, a Teoria dade. Essa proposição absorve o conteúdo de quase todas
Comportamental tem o seu início com Herbert Simon, res- as outras teorias antecedentes, “expurgando-os dos exa-
ponsável por apontar a limitação imposta pela racionalida- geros e distorções típicos do pioneirismo” (CHIAVENATO,
de cientifica. 2004, p. 148). Os neoclássicos consideram “a Administração

2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

uma técnica social básica. Isso leva à necessidade de que o


administrador conheça [...] aspectos relacionados à direção O PROCESSO ADMINISTRATIVO;
de pessoas dentro das organizações” (CHIAVENATO, 2004,
p. 148), orientando os comportamentos de modo a atingir
os objetivos organizacionais através da comunicação, mo-
tivação e liderança. LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.

A Administração e suas teorias no mundo contempo- Regula o processo administrativo no âmbito da Admi-
râneo nistração Pública Federal.
Os teóricos clássicos têm importâncias positivas e ne-
gativas, até os dias de hoje. Para Chiavenato, Fayol e Taylor O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
têm importância histórica para as organizações: gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
O pioneiro da Teoria Clássica, Henri Fayol, é conside-
rado – juntamente com Taylor – um dos fundadores da CAPÍTULO I
moderna Administração. Definiu as funções básicas da em- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
presa, o conceito de Administração [...], bem como proce-
dimentos universais a serem aplicados a qualquer tipo de Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o pro-
organização ou empresa. (CHIAVENATO, 2004, p.74) cesso administrativo no âmbito da Administração Federal
Segundo Morgan (1997), o uso de máquinas reduziu os
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi-
trabalhadores a autômatos, não sendo permitido ao operá-
tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins
rio ser humano, isto é, exercer sua capacidade de pensar e
da Administração.
se adaptar as diversas situações, além da visão ilusória de
Processo é “a relação jurídica integrada por algumas
que as tarefas enfrentadas pelas organizações podem ba-
seadas naquelas desempenhadas pelas máquinas, inibindo pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas
a inovação. Com isso, os empregados perdem oportuni- para determinado fim”. Tratando-se de uma relação admi-
dades de crescimento pessoal, despendendo muitas ho- nistrativa, a relação jurídica traduzirá um processo adminis-
ras por dia em trabalho que não valorizam nem apreciam, trativo. Logo, processo administrativo é “o instrumento que
enquanto as organizações perdem contribuições criativas formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do
e inteligentes que a maioria dos empregados é capaz de Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma von-
fazer, se permitido. tade final da Administração”
No outro extremo filosófico destacam-se os métodos .
que valorizam exatamente o desprezado pelas Teorias Clás- Processo administrativo não se confunde com procedi-
sicas: “a criatividade é o elemento central, sendo percebida mento administrativo. O primeiro pressupõe a sucessão or-
como necessária para a geração de propriedade intelec- denada de atos concatenados visando à edição de um ato
tual.” (BENDASSOLLI et al., 2009). As organizações contem- final, ou seja, é o conjunto de atos que visa à obtenção de
porâneas têm percebido a capacidade intelectual e dado decisão sobre uma controvérsia no âmbito administrativo;
merecido reconhecimento à iniciativa de seus funcionários, o segundo corresponde ao rito, conjunto de formalidades
identificando essas como fundamentais para melhorias no que deve ser observado para a prática de determinados
processo produtivo e essa forma de gestão tem alto valor atos, e é realizado no interior do processo, para viabilizá-lo.
no mercado contemporâneo, pois atende às necessidades A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo
da organização e seus trabalhadores e permite a integra- administrativo e institui um sistema normativo que fornece
ção ao mercado atendido por essa. uniformidade aos diversos procedimentos administrativos
Texto adaptado de: http://www.administradores.com. em trâmite.
br/artigos/negocios/teorias-administrativas-a-evolucao-
-em-decorrencia-das-necessidades/35538/ § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos ór-
gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quan-
do no desempenho de função administrativa.
Vale para as três esferas de poder.

§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:


I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutu-
ra da Administração direta e da estrutura da Administração
indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de perso-
nalidade jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado
de poder de decisão.

3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre ou- VIII - observância das formalidades essenciais à garan-
tros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, tia dos direitos dos administrados;
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla IX - adoção de formassimples, suficientes para propi-
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse pú- ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos di-
blico e eficiência. reitos dos administrados;
Legalidade é o respeito estrito da lei; finalidade é a Respeito às formalidades não significa excesso de for-
prática de todo e qualquer ato visando um único fim, o in- malismo.
teresse público; motivação é a necessidade de fundamen- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresenta-
tação de todas as decisões; razoabilidade é a tomada de ção de alegações finais, à produção de provas e à inter-
decisões racionais e corretas; proporcionalidade é o equi- posição de recursos, nos processos de que possam resultar
líbrio que deve se fazer presente na tomada de decisões; sanções e nas situações de litígio;
moralidade é o conhecimento das leis éticas que repousam XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
no seio social; ampla defesa é a necessidade de se garantir ressalvadas as previstas em lei;
meios para a pessoa responder acusações e buscar as re- XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,
formas previstas em lei para decisões que a prejudiquem; sem prejuízo da atuação dos interessados;
contraditório é a oitiva da outra pessoa sempre que a que XIII - interpretação da norma administrativa da forma
se encontra no outro polo da relação se manifestar; segu- que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
rança jurídica é a garantia social de que as leis serão res- dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
peitadas e cobrirão o mais vasto rol re relações socialmente Se o entendimento mudar, não atinge casos passados.
relevantes possível; interesse público é o interesse de toda
a coletividade; eficiência é a junção da economicidade com CAPÍTULO II
a produtividade, aliando gastos sem que se perca em qua- DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
lidade da atividade desempenhada.
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: pu- Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos pe-
rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe se-
blicidade; oficialidade; informalismo ou formalismo mo-
jam assegurados:
derado; gratuidade (a atuação na esfera administrativa é
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
gratuita); pluralidade de instâncias; economia processual;
dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o
participação popular.
cumprimento de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos
observados, entre outros, os critérios de:
autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
I - atuação conforme a lei e o Direito;
as decisões proferidas;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re- III - formular alegações e apresentar documentos an-
núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo tes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo
autorização em lei; órgão competente;
O interesse coletivo deve sempre predominar. IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
III - objetividade no atendimento do interesse público, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; Quando for parte num processo administrativo a pes-
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de- soa tem direito a ser tratada com respeito, a obter infor-
coro e boa-fé; mações sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar do-
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressal- cumentos e, apenas se quiser, ser assistida por advogado.
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; Logo, é opcional a presença de advogado.
Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito
a receber dos órgãos públicos informações de seu interes- CAPÍTULO III
se particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segu- Art. 4o São deveres do administrado perante a Adminis-
rança da sociedade e do Estado”. tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- I - expor os fatos conforme a verdade;
ção de obrigações, restrições e sanções em medida superior II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte- III - não agir de modo temerário;
resse público; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
A única razão para o Estado interferir é em razão do colaborar para o esclarecimento dos fatos.
interesse da coletividade. O administrado não pode tentar se aproveitar da Ad-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito ministração, trazendo fatos irreais, tumultuando e confun-
que determinarem a decisão; dindo o processo. Deve sempre proceder para esclarecer os
Não basta que a decisão indique os fundamentos ju- fatos de maneira verdadeira.
rídicos, devendo também associá-los aos fatos apurados.

4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

CAPÍTULO IV rito próprio e, quando neles se deparam irregularidades


DO INÍCIO DO PROCESSO puníveis, exigem oportunidade de defesa ao interessado,
antes do seu encerramento, sob pena de invalidade do re-
A partir deste ponto, são visíveis as fases do processo sultado da apuração. O processo de controle, também cha-
administrativo: a) instauração, com apresentação escrita mado de determinação ou de declaração, não se confunde
dos fatos e indicação do direito que ensejam o processo, com o processo punitivo, porque, enquanto neste se apura
ou seja, é preciso descrever os fatos e delimitar o objeto a falta e se aplica a penalidade cabível, naquele apenas se
da controvérsias, sem o que não há plenitude de defesa; b) verifica a situação ou a conduta do agente e se proclama
instrução, fase de elucidação dos fatos, na qual são produ- o resultado para efeitos futuros. São exemplos de proces-
zidas as provas, com a participação do interessado; c) defe- sos administrativos de controle os de prestação de contas
sa, que deve ser ampla; d) relatório, que é elaborado pelo perante órgãos públicos, os de verificação de atividades
presidente do processo, sendo uma peça opinativa, que não sujeitas à fiscalização, o de lançamento tributário e o de
vincula a autoridade competente; e) julgamento, quando a consulta fiscal. Nesses processos a decisão final é vinculan-
decisão é proferida pela autoridade ou órgão competente te para a Administração e para o interessado, embora nem
sobre o objeto do processo. sempre seja autoexecutável, dependendo da instauração
No entendimento de Hely Lopes Meirelles
de outro processo administrativo, de caráter punitivo ou
, os processo administrativos são divididos em quatro
disciplinar, ou, mesmo, de ação civil ou criminal, ou, ainda,
modalidades, da seguinte maneira:
do pronunciamento executório de outro Poder.
a) Processo de expediente: denominação imprópria
conferida a toda autuação que tramita pelas repartições d) Processo punitivo: todo aquele promovido pela Ad-
públicas por provocação do interessado ou por determina- ministração para imposição de penalidade por infração à
ção interna da Administração, para receber solução conve- lei, regulamento ou contrato. Esses processos devem ser
niente. Não tem procedimento próprio ou rito sacramental, necessariamente contraditórios, com oportunidade de de-
seguindo pelos canais rotineiros para informações, pare- fesa e estrita observância do devido processo legal, sob
ceres, despacho final da chefia competente e subsequente pena de nulidade da sanção imposta. A sua instauração
arquivamento. Tais expedientes, que a rotina chama inde- deve ser baseada em auto de infração, representação ou
vidamente de “processo”, não geram, nem alteram, nem peça equivalente, iniciando-se com a exposição minucio-
suprimem direitos dos administrados, da Administração sa dos atos ou fatos ilegais ou administrativamente ilícitos,
ou de seus servidores, apenas encerram papéis, registram atribuídos ao indiciado e indicação da norma ou convenção
situações administrativas, recebem pareceres e despachos infringida. O processo punitivo poderá ser realizado por
de tramitação ou meramente enunciativos de situações pré- um só representante da Administração ou por comissão. O
-existentes, a exemplo dos pedidos de certidões, das apre- essencial é que se desenvolva com regularidade formal em
sentações de documentos para certos registros internos e todas as suas fases, para legitimar a sanção imposta a final.
outros da rotina burocrática. Nesses procedimentos são adotáveis, subsidiariamente, os
b) Processo de outorga: todo aquele em que se pleiteia preceitos do processo penal comum, quando não confli-
algum direito ou situação individual perante a Administra- tantes com as normas administrativas pertinentes. Embora
ção. Em regra, tem rito especial, mas não contraditório, a a graduação das sanções administrativas – demissão, mul-
não ser quando há oposição de terceiros ou impugnação ta, embargo de obra, destruição de coisas, interdição de
da própria Administração. Nestes casos, é preciso dar opor- atividade e outras – seja discricionária, não é arbitrária e,
tunidade de defesa ao interessado, sob pena de nulidade por isso, deve guardar correspondência e proporcionalida-
da decisão final. São exemplos desse tipo os processos de de com a infração apurada no respectivo processo, além
licenciamento de edificações, de licença de habite-se, de al- de estar expressamente prevista em norma administrativa,
vará de funcionamento, de isenção tributária e outros que pois não é dado à Administração aplicar penalidade não
consubstanciam pretensões de natureza negocial entre o
estabelecida em lei, decreto ou contrato, como não o é sem
particular e a Administração ou envolvam atividades sujei-
o devido processo legal, que se erige em garantia indivi-
tas à fiscalização do Poder Público. As decisões finais profe-
dual de nível constitucional.
ridas nesses processos tornam-se vinculantes e irretratáveis
pela Administração porque, geralmente, geram direito sub-
jetivo para o beneficiário, salvo quando aos atos precários, Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de
que, por sua natureza, admitam modificação ou supressão ofício ou a pedido de interessado.
sumária a qualquer tempo. Nos demais casos a decisão é A autoridade responsável pelo processamento pode
definitiva e só modificável quando eivada de nulidade ori- iniciar o processo administrativo, mas um interessado tam-
ginária, ou por infração das normas legais no decorrer da bém pode pedir que o faça.
execução, ou, ainda, por interesse público superveniente
que justifique a revogação da outorga com a devida indeni- Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo ca-
zação, que pode chegar ao caso de prévia desapropriação. sos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado
c) Processo de controle: todo aquele em que a Admi- por escrito e conter os seguintes dados:
nistração realiza verificações e declara situações, direitos ou I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
condutas do administrado ou de servidor, com caráter vin- II - identificação do interessado ou de quem o repre-
culante para as partes. Tais processos, normalmente, têm sente;

5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

III - domicílio do requerente ou local para recebimento atingidos seja relevante (sob pena de se caracterizar ape-
de comunicações; nas interesse individual homogêneo). O interesse coletivo
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e se difere do interesse difuso porque no interesse difuso não
de seus fundamentos; é possível estabelecer com clareza quem faz parte do grupo
V - data e assinatura do requerente ou de seu repre- e quem não faz. 
sentante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa CAPÍTULO VI
imotivada de recebimento de documentos, devendo o ser- DA COMPETÊNCIA
vidor orientar o interessado quanto ao suprimento de even-
tuais falhas. Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, sal-
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão vo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
elaborar modelos ou formulários padronizados para as- Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de
suntos que importem pretensões equivalentes. apurar determinadas matérias por processo administrativo,
ele não pode se omitir.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de in-
teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se
poderão ser formulados em um único requerimento, salvo não houver impedimento legal, delegar parte da sua com-
preceito legal em contrário. petência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não
As regras a respeito do início do processo administra- lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for con-
tivo mostram que a Administração tem interesse de que o veniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
administrado tenha acesso à via decisória administrativa. econômica, jurídica ou territorial.
Por isso, embora exija formalidades, se coloca numa posi- Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo apli-
ção de esclarecedora de falhas e de responsável por dire- ca-se à delegação de competência dos órgãos colegiados
cionamentos quanto ao conteúdo dos requerimentos. Não aos respectivos presidentes.
obstante, aceita requerimento coletivo se o conteúdo e o
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
fundamento dele for idêntico.
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
CAPÍTULO V
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
DOS INTERESSADOS
autoridade.
Art. 9o São legitimados como interessados no processo
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
administrativo: publicados no meio oficial.
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu- § 1o  O ato de delegação especificará as matérias e
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercício poderes transferidos, os limites da atuação do delegado,
do direito de representação; a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di- podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
reitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
ser adotada; pela autoridade delegante.
III - as organizações e associaçõesrepresentativas, no § 3o As decisões adotadas por delegação devem men-
tocante a direitos e interesses coletivos; cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituí- editadas pelo delegado.
das quanto a direitos ou interesses difusos. Delegação é a transferência da competência para deci-
dir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação não
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrati- pode ser genérico, devendo delimitar qual a abrangência da
vo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial transferência (matérias e poderes). Tal delegação pode ser
em ato normativo próprio. cancelada a qualquer tempo.
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de di-
reitos e interesses diretos, podem ser interessadas pessoas Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por mo-
que possam ter direitos ameaçados em decorrência da de- tivos relevantes devidamente justificados, a avocação tem-
cisão do processo; também as organizações e associações porária de competência atribuída a órgão hierarquicamente
representativas podem defender interesses coletivos e as inferior.
pessoas ou associações legítimas podem invocar a tutela Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou a
de interesses difusos” outrem, o que poderá ocorrer por um período de tempo.
.
Interesses coletivos são os que pertencem a um grupo Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão
que não se sabe o número total mas cujo numero total é publicamente os locais das respectivas sedes e, quando con-
possível ser definido pois os critérios para definir quem faz veniente, a unidade fundacional competente em matéria de
parte dele são claros, sendo necessário que o número de interesse especial.

6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro- Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário nor-
cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autorida- mal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso
de de menor grau hierárquico para decidir. regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do ór-
gão ou autoridade responsável pelo processo e dos adminis-
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo trados que dele participem devem ser praticados no prazo de
o servidor ou autoridade que: cinco dias, salvo motivo de força maior.
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser
II - tenha participado ou venha a participar como pe- dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação.
rito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocor-
rem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferen-
o terceiro grau; cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com se outro for o local de realização.
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Não existem muitas formalidades que cercam os atos
do processo administrativo, mas é preciso que eles se-
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impe- jam escritos em vocabulário adequado com data, local e
dimento deve comunicar o fato à autoridade competente, assinatura. Diante da dispensa de formalidades, não seria
abstendo-se de atuar. razoável sempre exigir reconhecimento da assinatura. Os
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o im- atos são praticados em dias úteis (segunda a sábado), no
pedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. horário regular de funcionamento da repartição. O prazo
para a prática dos atos é de cinco dias, prorrogáveis para
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou 10 mediante justificação (na prática, não é o que acontece
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com porque a Administração é sobrecarregada de processos e
algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, com- não há sanção pelo descumprimento do prazo).
panheiros, parentes e afins até o terceiro grau.
CAPÍTULO IX
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição pode- DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
rá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
No impedimento é vedada a participação porque in- Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
tensa a possibilidade de que não se permaneça isento na processo administrativo determinará a intimação do inte-
condução do processo, na suspeição o risco é menor mas ressado para ciência de decisão ou a efetivação de dili-
- ainda assim - o afastamento é conveniente gências.
(por isso o processo continua em andamento se a ale- § 1o A intimação deverá conter:
gação de suspeição for afastada e dela se recorrer). I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
dade administrativa;
CAPÍTULO VIII II - finalidade da intimação;
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PRO- III - data, hora e local em que deve comparecer;
CESSO IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
fazer-se representar;
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- V - informação da continuidade do processo indepen-
dem de forma determinada senão quando a lei expressa- dentemente do seu comparecimento;
mente a exigir. VI - indicação dos fatos e fundamentos legais perti-
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por es- nentes.
crito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização § 2o A intimação observará a antecedência mínima de
e a assinatura da autoridade responsável. três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no pro-
somente será exigido quando houver dúvida de autentici- cesso, por via postal com aviso de recebimento, por tele-
dade. grama ou outro meio que assegure a certeza da ciência
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia do interessado.
poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 4o  No caso de interessados indeterminados, desco-
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se- nhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser
quencialmente e rubricadas. efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem ob-
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias servância das prescrições legais, mas o comparecimento do
úteis, no horário normal de funcionamento da repartição administrado supre sua falta ou irregularidade.
na qual tramitar o processo.

7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Art. 27. O desatendimento da intimação não importa § 1o A abertura da consulta pública será objeto de di-
o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a vulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas
direito pelo administrado. ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será para oferecimento de alegações escritas.
garantido direito de ampla defesa ao interessado. § 2o O comparecimento à consulta pública não confere,
por si, a condição de interessado do processo, mas confere
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro- o direito de obter da Administração resposta fundamenta-
cesso que resultem para o interessado em imposição de de- da, que poderá ser comum a todas as alegações substan-
veres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos cialmente iguais.
e atividades e os atos de outra natureza, de seu inte- Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo
resse. de auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da sociedade
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interes- sobre temas de importância. Esse sistema permite intensi-
sado de alguma decisão ou do dever de comparecer para ficar a articulação entre a representatividade e a sociedade,
prestar informações. Ela possui um conteúdo específico e permitindo que a sociedade participe da formulação e defi-
deve ser feita pessoalmente, a não ser quando o interes- nição de políticas públicas. O IBAMA costuma utilizar deste
sado for indeterminado, desconhecido ou com domicílio recurso na tomada de suas decisões
desconhecido, caso em que se aceitará intimação por edi- .
tal. Não obedecidas as formalidades, a intimação é nula, Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori-
de forma que é como se os atos do processo que deveriam dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada
ser cientificados não o tivessem sido, fazendo com que ele audiência pública para debates sobre a matéria do pro-
volte ao estágio em que a pessoa deveria ter sido intima- cesso.
“Audiência pública é um instrumento que leva a uma
da. O desatendimento de uma intimação não faz com que
decisão política ou legal com legitimidade e transparência.
se presuma que o intimado estava errado. Destaque para
Cuida-se de uma instância no processo de tomada da de-
o art. 28, que delimita as espécies de situações em que
cisão administrativa ou legislativa, através da qual a auto-
cabe intimação.
ridade competente abre espaço para que todas as pessoas
que possam sofrer os reflexos dessa decisão tenham opor-
CAPÍTULO X tunidade de se manifestar antes do desfecho do processo.
DA INSTRUÇÃO É através dela que o responsável pela decisão tem acesso,
simultaneamente e em condições de igualdade, às mais va-
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi- riadas opiniões sobre a matéria debatida, em contato dire-
guar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão to com os interessados”
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão res- .
ponsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interes- Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em ma-
sados de propor atuações probatórias. téria relevante, poderão estabelecer outros meios de parti-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar cipação de administrados, diretamente ou por meio de orga-
dos autos os dados necessários à decisão do processo. nizações e associações legalmente reconhecidas.
§ 2o  Os atos de instrução que exijam a atuação dos
interessados devem realizar-se do modo menos oneroso Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública
para estes. e de outros meios de participação de administrados deverão
Atividades de instrução são as atividades de produ- ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.
ção de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova é
“o conjunto de meios produtores da certeza jurídica ou o Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a
conjunto de meios utilizados para demonstrar a existência audiência de outros órgãos ou entidades administrativas po-
de fatos relevantes para o processo”; sob o aspecto subje- derá ser realizada em reunião conjunta, com a participação
tivo, prova “é a própria convicção que se forma no espírito de titulares ou representantes dos órgãos competentes, la-
do julgador a respeito da existência ou inexistência de fa- vrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
tos alegados no processo”
. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao ór-
gão competente para a instrução e do disposto no art. 37
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
desta Lei.
provas obtidas por meios ilícitos.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e da-
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assun-
dos estão registrados em documentos existentes na pró-
to de interesse geral, o órgão competente poderá, median-
pria Administração responsável pelo processo ou em outro
te despacho motivado, abrir período de consulta pública
órgão administrativo, o órgão competente para a instrução
para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido,
proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
se não houver prejuízo para a parte interessada.
respectivas cópias.

8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

O interessado deve provar o que alegou, salvo quan- As situações são diferentes conforme o parecer obri-
do a prova estiver em documento que esteja em poder da gue que a decisão seja tomada num determinado sentido
Administração, caso em que ela deverá de ofício provê-los (vinculante) ou não.
(ou cópias).
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an- ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos admi-
tes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, nistrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assi-
requerer diligências e perícias, bem como aduzir alega- nalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar
ções referentes à matéria objeto do processo. laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e ca-
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados pacidade técnica equivalentes.
na motivação do relatório e da decisão.
§ 2o  Somente poderão ser recusadas, mediante deci- Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direi-
são fundamentada, as provas propostas pelos interessados to de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou outro prazo for legalmente fixado.
protelatórias. Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado
O interessado tem direito à prova, juntando documen- poderá se manifestar.
tos e requerendo diligências e perícias, mas não pode abu-
sar deste direito, requerendo provas não autorizadas pelo Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pú-
direito, que não tenham a ver com o caso ou que apenas blica poderá motivadamente adotar providências acautela-
visem prorrogar o processo. doras sem a prévia manifestação do interessado.
Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informa- ser tomadas num determinado momento do processo mas,
ções ou a apresentação de provas pelos interessados ou ter- para evitar que ela se torne impossível posteriormente, ela
ceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencio- é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma testemunha que
está no leito de morte.
nando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, po-
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo
derá o órgão competente, se entender relevante a matéria,
e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e
suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a
documentos que o integram, ressalvados os dados e docu-
decisão.
mentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à
privacidade, à honra e à imagem.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solici-
tados ao interessado forem necessários à apreciação de pe-
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
dido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o
Administração para a respectiva apresentação implicará ar- pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e for-
quivamento do processo. mulará proposta de decisão, objetivamente justificada, en-
O interessado deve ser intimado quando for necessária caminhando o processo à autoridade competente.
a apresentação de informações ou provas e, não compare-
cendo perante a Administração, embora não se presuma CAPÍTULO XI
que ela esteja correta, será feito o arquivamento do pro- DO DEVER DE DECIDIR
cesso. Diante disso, o interessado poderá, no futuro, abri-lo
novamente. Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamen-
te emitir decisão nos processos administrativos e sobre so-
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou licitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
diligência ordenada, com antecedência mínima de três
dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-
tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo motivada.
máximo de quinze dias, salvo norma especial ou compro- A autoridade competente não pode se eximir de deci-
vada necessidade de maior prazo. dir, possuindo um prazo de 30 dias após o fim do processo
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de administrativo para tanto.
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento
até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem CAPÍTULO XII
der causa ao atraso. DA MOTIVAÇÃO
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante dei-
xar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuí- com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos,
zo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. quando:

9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; Extinção é o término do processo, que se dará quando
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san- sua finalidade tiver acabado ou quando seu objeto se tor-
ções; nar impossível inútil ou prejudicado.
III - decidam processos administrativos de concurso ou
seleção pública; CAPÍTULO XIV
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de proces- DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
so licitatório;
V - decidam recursos administrativos; Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
VI - decorram de reexame de ofício; quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re- os direitos adquiridos.
latórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con- Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
validação de ato administrativo. administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruen- destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
te, podendo consistir em declaração de concordância com foram praticados, salvo comprovada má-fé.
fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pa-
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, gamento.
pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fun- § 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-
damentos das decisões, desde que não prejudique direito ou quer medida de autoridade administrativa que importe im-
garantia dos interessados. pugnação à     validade do ato.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta-
ou de termo escrito. rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os
A Administração não pode impor arbitrariamente suas atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser conva-
decisões, devendo justificá-las. Quando da decisão de um lidados pela própria Administração.
processo administrativo deverá explicar em que normas ju-
Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados
rídicas se baseou e como elas se interligam aos fatos apu-
contrários às formalidades legais, deverão ser anulados.
rados. É possível fazer remissões a pareceres, informações,
Poderão também ser anulados atos não viciados no exer-
decisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo de forma ex-
cício da discricionariedade administrativa, mas para tanto
plícita, clara e congruente. O uso de tecnologias otimiza
é preciso respeitar os direitos adquiridos dos interessados.
os serviços, mas é preciso atenção a cada caso, não preju-
dicando direito ou garantia do interessado. Toda decisão
CAPÍTULO XV
deverá ser transcrita, caso seja proferida oralmente.
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em
DO PROCESSO face de razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco
escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formu- dias, o encaminhará à autoridade superior.
lado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso ad-
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou re- ministrativo independe de caução.
núncia atinge somente quem a tenha formulado. § 3o  Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, confor- contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à auto-
me o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, ridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconside-
se a Administração considerar que o interesse público as- rar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade
sim o exige. superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
súmula, conforme o caso.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto O recurso poderá questionar se houve correta aplica-
o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto ção da lei ou se houve correta interpretação dos fatos. Ele
da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por será interposto para a autoridade que proferiu a decisão,
fato superveniente. que poderá reconsiderar em 5 dias e, caso não o faça, en-
Caso o interessado não queira prosseguir com o pro- caminhará à autoridade superior.
cesso poderá desistir dele por completo ou de parte dele, Súmula vinculante é uma espécie de orientação profe-
mas se o interesse público for maior a Administração po- rida pelo Supremo Tribunal Federal de observância obriga-
derá continuar (por exemplo, indícios de que o interessado tória em todas instâncias de julgamento, judiciais ou admi-
praticou um ilícito contra a Administração). Se existir mais nistrativas.
de um interessado, a desistência só atinge o que desistiu.

10
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorren-
por três instâncias administrativas, salvo disposição legal te a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo
diversa. para recurso.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi- Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que
nistrativo: não ocorrida preclusão administrativa.
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no Por não conhecimento entende-se a não apreciação
processo; do mérito do recurso porque ele não preencheu alguma
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta- das formalidades legais.
mente afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no to-
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po-
cante a direitos e interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou in- derá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou
teresses difusos. parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua
Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma competência.
que algum direito ou garantia que ela estava defendendo Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar-
no processo tenha obtido uma decisão contrária. tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este
deverá ser cientificado para que formule suas alegações an-
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o tes da decisão.
prazo para interposição de recurso administrativo, contado Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele
a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. ser cientificado para se manifestar.
§ 1o  Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de enun-
trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão ciado da súmula vinculante, o órgão competente para
competente. decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem até Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a
10 dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a au-
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula
toridade tem até 30 dias para julgar, os quais podem ser
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao ór-
prorrogados por mais 30.
gão competente para o julgamento do recurso, que deverão
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento adequar as futuras decisões administrativas em casos seme-
no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedi- lhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas
do de reexame, podendo juntar os documentos que julgar cível, administrativa e penal.
convenientes. Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o
ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugna-
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso da, determinando que outra seja proferida com ou sem
não tem efeito suspensivo. aplicação da súmula, conforme o caso. Também se dará
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de ciência à autoridade prolatora para que passe a decidir
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au- conforme a Súmula VInculante violada.
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Art. 65. Os processos administrativos de que resultem
Significa que a decisão recorrida será cumprida, inde- sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
pendentemente de haver recurso pendente. No entanto, tal ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstân-
efeito suspensivo pode ser concedido, conforme a exceção cias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
do parágrafo único. sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
resultar agravamento da sanção.
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um proces-
Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar so já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção apli-
início ao seu processamento, as partes devem ser ouvidas cada não poderá ser agravada.
no prazo de 5 dias.
CAPÍTULO XVI
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: DOS PRAZOS
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente; Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data
III - por quem não seja legitimado; da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o
IV - após exaurida a esfera administrativa. dia do começo e incluindo-se o do vencimento.

11
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

§ 1o  Considera-se prorrogado o prazo até o primei- § 1o  A pessoa interessada na obtenção do benefício, jun-
ro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que tando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
não houver expediente ou este for encerrado antes da hora administrativa competente, que determinará as providências
normal. a serem cumpridas.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo § 2o  Deferida a prioridade, os autos receberão identifi-
contínuo. cação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.
§ 3o  Os prazos fixados em meses ou anos contam-se § 3o  (VETADO) 
de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia § 4o  (VETADO) 
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o
último dia do mês. Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais leis que
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com- de alguma forma abordem os procedimentos administrativos.
provado, os prazos processuais não se suspendem. Ou seja, será usada quando não houver regulamentação es-
Publicados oficialmente os atos, o prazo começa a cor- pecífica.
rer, excluído o dia da publicação e incluído o dia do ven-
cimento. Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia 1º, Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e
começa a contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do venci- 111o da República.
mento, que é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil, começa-
ria a se contar do 1º dia útil que o seguisse, assim como se
dia 11 não o fosse somente haveria vencimento no 1º dia PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
útil que o seguisse.
Somente se suspende um prazo por motivo de força
O planejamento estratégico pode ser definido como o
maior.
processo de criação e implementação de decisões sobre o
futuro de uma organização (KERZNER, 2002). Outro conceito
CAPÍTULO XVII
atualmente em uso é o gerenciamento de projetos. Hoje, é
DAS SANÇÕES
necessária uma estratégia gerencial que utiliza as unidades
operacionais para conduzir o trabalho, checar a eficiência e
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
manter informado o alto nível gerencial.
competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em A metodologia de gerenciamento de projetos pode fazer
obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o tudo isto e é a maneira escolhida por muitas empresas para
direito de defesa. gerenciar seus aspectos críticos dos negócios (CLELAND; IRE-
As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia cer- LAND, 2000). King (1978) diz que os projetos podem unificar as
ta, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação de estratégias e disseminá-las pelas áreas da corporação. Um ge-
fazer ou não fazer algo. renciamento de projetos de sucesso requer o preenchimento
da lacuna entre a visão da empresa e seus projetos (DINSMO-
CAPÍTULO XVIII RE, 1998). Esta é a maneira pela qual as estruturas de projetos,
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS tais como a funcional, a projetizada e a matricial e o PMO
(Project Management Office), estrutura que aplica os concei-
Art. 69. Os processos administrativos específicos conti- tos de gerenciamento de projetos dentro de uma empresa,
nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas podem ajudar a gerar resultados planejados na estratégia da
subsidiariamente os preceitos desta Lei. mesma, através do gerenciamento de projetos. Os modelos
e as configurações de estruturas organizacionais devem ser
Art. 69-A.  Terão prioridade na tramitação, em qual- analisados pensando-se nas configurações gerais e de ma-
quer órgão ou instância, os procedimentos administrativos nufatura da estratégia de uma organização e sua posição na
em que figure como parte ou interessado: matriz volume-variedade (PORTER, 1979); (SLACK et al., 1996).
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) As empresas devem procurar se organizar de uma melhor
anos; maneira para gerenciar seus projetos, fazendo o alinhamento
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; entre as características temporais dos mesmos e decidindo
III - (VETADO) como elas irão se estruturar para executar seus projetos. A
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose seleção da correta estrutura pelas empresas será estratégica
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversí- no sucesso dos projetos gerenciados por elas. Quando estes
vel e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, projetos são gerenciados por grandes empresas, o risco dos
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopa- mesmos não se tornarem um sucesso, por uma deficiente es-
tia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte de- trutura organizacional, é muito alto. E o impacto financeiro,
formante), contaminação por radiação, síndrome de imuno- devido a uma deficiente estrutura organizacional, também é
deficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em muito alto, sendo proporcional ao tamanho do projeto. Para
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença esta dissertação, a opção metodológica adotada foi a análise
tenha sido contraída após o início do processo. de múltiplos estudos de casos, selecionando três empresas

12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

dos seguintes segmentos: cosméticos, eletro-eletrônico e aeroespacial. Os principais elementos investigados no estudo de cam-
po foram: categorização das empresas, o papel estratégico das atividades de gerenciamento de projetos, a estrutura de geren-
ciamento de projetos existente e os investimentos em atividades relacionadas ao gerenciamento de projetos. Após a condução
das entrevistas, foi feita uma análise relacionando as funções adotadas na prática pelas empresas estudadas, com as funções
que, teoricamente, seriam as mais apropriadas para as empresas de cada segmento de negócios, quando da implantação de
estratégias através de uma estrutura organizacional.

Planejamento Tático
Relaciona-se a objetivos de curto prazo, e com maneiras e ações que, geralmente, afetam somente uma parte da empresa.
Tem como eixo central otimizar determinadas áreas de resultados, e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha
com decomposição dos objetivos e políticas estabelecidas no planejamento estratégico. O planejamento tático é desen-
volvido em níveis organizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível gerencial ou departamental, tendo como principal
finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma
estratégia predeterminada, bem como as políticas orientadoras para o processo decisório organizacional.
Características Principais:
 Processo permanente e contínuo;
 Aproxima o estratégico do operacional;
 Aproxima os aspectos incertos da realidade;
 É executado pelos níveis intermediários da organização;
 Pode ser considerado uma forma de alocação de recursos;
 Tem alcance mais limitado do que o planejamento estratégico, ou seja, é de médio prazo;
 Produz planos mais bem direcionados às atividades organizacionais.
Questões essenciais:
 O quê fazer?
 Dá para fazer?
 Vale a pena fazer?
 Quem faz?
 Como fazer bem?
 Funciona?
 Quando fazer?

Desenvolvimento de planejamentos táticos

13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Planejamento Operacional
Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escrito das metodologias de desen-
volvimento e implantações estabelecidas.
Portanto, nesta situação, tem-se basicamente os planos de ação, ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, e devem
conter com detalhes: os recursos necessários a seu desenvolvimento e implantação; os procedimentos básicos a serem
adotados; os produtos ou resultados finais esperados; os prazos estabelecidos e os responsáveis pela sua execução e im-
plantação.

• Preocupa-se com os métodos operacionais e alocação de recursos:


 Detalhamento das etapas do projeto;
 Métodos, processos e sistemas aplicados;
 Pessoas: responsabilidade, função, atividades/tarefas;
 Equipamentos necessários;
 Prazos e cronograma

• Planos que especificam os detalhes de como devem ser alcançados os objetivos organizacionais globais;
• Detalhado e analítico;
• Curto prazo;
• Microorientado;

• Como fazer:
 Procedimento (método);
 Orçamento (recursos);
 Programação (tempo);
 Regulamento (comportamento).

Ciclo básico dos três tipos de planejamento

14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

globalizado ampliam-se as exigências de uma administra-


QUALIDADE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ção de qualidade e refinada, no sentido do uso de técnicas
(CONCEITOS): EFICIÊNCIA, EFICÁCIA, e metodologias que contribuam para a implantação do de-
ECONOMICIDADE, EFETIVIDADE. senvolvimento social baseado em resultados efetivos.
A busca da excelência organizacional deve nortear a
administração pública, por meio do desempenho aprimo-
rado das funções administrativas. Pensar no aprimoramen-
Um dos fatores que mais provoca perda de produtivi- to dessas funções é pensar no conjunto das organizações
dade nos serviços públicos é o excesso de burocracia, que do Setor Público e de forma sistêmica. Reconhecer que
além de não impedir corrupções e fraudes, tem inibido o ações de aprimoramento deve envolver todos os níveis or-
desempenho das empresas, motivado a sonegação fiscal e ganizacionais, todas as unidades administrativas de modo
incentivado a informalidade. a obter um comprometimento estratégico.
Um dos maiores entraves para a melhoria dos serviços Sob o ponto de vista formal, uma organização em-
públicos no Brasil era a maneira secundária com que a ad- presarial consiste em um conjunto de encargos funcionais
ministração pública encarava a necessidade da formação e hierárquicos, orientados para o objetivo econômico de
de quadros e de uma profissionalização muito mais inten- produzir bens ou serviços. A estrutura orgânico deste con-
sa. Enquanto o Brasil não fizesse a reforma administrativa junto de encargos está condicionada à natureza do ramo
para modernizar a administração pública. de atividade, aos meios de trabalho, às circunstâncias só-
Baseado nos princípios constitucionais que regem a cio-econômicas da comunidade e à maneira de conceber a
administração pública (legalidade, impessoalidade, publi- atividade empresarial. As principais características da orga-
cidade, moralidade e eficiência), é dever do servidor prezar nização formal são:
pela prestação de serviços de qualidade. Para a excelência • 1. Divisão do Trabalho;
pode ser atingida por meio de avaliação de desempenho • 2. Especialização;
e produtividade. Esse modelo foi implantado pelo governo • 3. Hierarquia;
de São Paulo e pode ser usado como ferramenta na busca • 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade;
da excelência do serviço público. • 5. Racionalismo.
Agregar valor na gestão pública significa investir em
projetos que aumentem a produtividade oferecendo à 1. Divisão do Trabalho
população um dos mais valiosos bens da atualidade - a O objetivo imediato e fundamental de todo e qual-
praticidade. Os ganhos em produtividade passam por uma quer tipo de organização é a produção. Para ser eficiente, a
revisão de cada detalhe dos processos operacionais, obje- produção deve basear-se na divisão do trabalho, que nada
tivando a redução de etapas, inovação em cada uma delas, mais é do que a maneira pela qual um processo complexo
minimizando tempo e, melhor ainda, a eliminação de nor- pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas.
O procedimento de dividir o trabalho começou a ser pra-
mas de procedimento.
ticado mais intensamente com o advento da Revolução
Os prestadores de serviços devem ter consciência que
Industrial, provocando uma mudança radical no conceito
usam a mais valiosa das matérias-primas - o tempo - a úni-
de produção, principalmente no fabrico maciço de gran-
ca que não tem reposição. A excelência dos serviços públi-
des quantidades através do uso da máquina, substituindo
cos, especialmente em educação e saúde, é a melhor das
o artesanato, e o uso do trabalho especializado na linha
estratégias para reduzir a desigualdade social.
de montagem. O importante era que cada pessoa pudes-
A chave da eficácia também pode ser encontrada na
se produzir o máximo de unidades dentro de um padrão
redução das atividades-meios e na eliminação das for- aceitável, objetivo que somente poderia ser atingido auto-
malidades que não agregam valores às atividades-fins. O matizando a atividade humana ao repetir a mesma tarefa
maior desafio da classe política e dos gestores públicos é várias vezes. Essa divisão do trabalho foi iniciada ao nível
transformar uma instituição mecânica, em orgânica. Ges- dos operários com a Administração Científica no começo
tão transparente, interativa e que coloque o cidadão em deste século.
primeiro lugar - é um modelo exemplar. Os profissionais de
Recursos Humanos, dos órgãos públicos, têm a gratificante 2. Especialização
missão de dinamizar os programas de capacitação funcio- A especialização do trabalho proposta pela Adminis-
nal, focando a excelência organizacional. tração Científica constitui uma maneira de aumentar a efi-
Enquanto as organizações privadas são custeadas pela ciência e de diminuir os custos de produção. Simplifican-
comercialização de produtos e serviços, as organizações do as tarefas, atribuindo a cada posto de trabalho tarefas
públicas são criadas por lei e custeadas pelos impostos simples e repetitivas que requeiram pouca experiência do
e taxas pagas pelos cidadãos, ai se incluem todos os ór- executor e escassos conhecimentos prévios, reduzem-se os
gãos e suas diversas unidades organizacionais, em todos períodos de aprendizagem, facilitando substituições de uns
os poderes e níveis de governo. Espera-se que elas sejam indivíduos por outros, permitindo melhorias de métodos
bem administradas e possam cumprir as suas finalidades, de incentivos no trabalho e, conseqüentemente, aumen-
pois representam os interesses da coletividades e exercem tando o rendimento de produção.
ações decorrentes das funções do Estado. Num mundo

15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

3. Hierarquia DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Uma das consequências do princípio da divisão do tra- Quando uma empresa é pequena e constituída de
balho é a diversificação funcional dentro da organização. poucas pessoas, nenhum arranjo formal para definir e
Porém, uma pluralidade de funções desarticuladas entre si agrupar as suas atividades é necessário. As pequenas em-
não forma uma organização eficiente. Como decorrência presas não requerem diferenciação ou especialização para
das funções especializadas, surge inevitavelmente a de co- distinguir o trabalho de uma pessoa ou unidade dos de-
mando, para dirigir e controlar todas as atividades para que mais. Mas, à medida que as empresas se tornam maiores e
sejam cumpridas harmoniosamente. Portanto, a organização envolvem atividades mais diversificadas, elas são forçadas
precisa, além de uma estrutura de funções, de uma estrutura a dividir as principais tarefas empresariais e transformá-
hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos níveis que -las em responsabilidades departamentais ou divisionais.
lhes estão subordinados. Em toda organização formal existe Departamento designa uma área, divisão ou um seg-
uma hierarquia. Esta divide a organização em camadas ou mento distinto de uma empresa sobre o qual um admi-
escalas ou níveis de autoridade, tendo os superiores auto- nistrador (seja diretor, gerente, chefe, supervisor etc) tem
ridade sobre os inferiores. À medida que se sobe na escala autoridade para o desempenho de atividades específicas.
hierárquica, aumenta a autoridade do ocupante do cargo. Assim, um departamento ou divisão é empregado com um
significado genérico e aproximativo: pode ser um órgão
4. Distribuição da Autoridade e da Responsabilidade de produção, uma divisão de vendas, a seção de conta-
A hierarquia na organização formal representa a auto- bilidade, a unidade de pesquisa e desenvolvimento ou o
ridade e a responsabilidade em cada nível da estrutura. Por setor de compras. Em algumas empresas, a terminologia
toda a organização, existem pessoas cumprindo ordens de departamental é levada a sério e indica relações hierár-
outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas quicas bem definidas: um superintendente cuida de uma
posições relativas, bem como o grau de autoridade em re- divisão; um gerente de um departamento; um chefe de
lação às demais. A autoridade é, pois, o fundamento da uma seção; um supervisor de um setor. Em outras em-
responsabilidade, dentro da organização formal, ela deve presas, a terminologia é simplesmente casual e pouco or-
ser delimitada explicitamente. De um modo geral, a gene- denada. Daí a dificuldade de uma terminologia universal.
ralidade do direito de comandar diminui à medida que se
O desenho departamental decorre da diferenciação de
vai do alto para baixo na estrutura hierárquica.
atividades dentro da empresa. À medida que ocorre a es-
Fayol dizia que a “autoridade” é o direito de dar ordens
pecialização com o trabalho e o aparecimento de funções
e o poder de exigir obediência, conceituando-a, ao mes-
especializadas, a empresa passa a necessitar de coordena-
mo tempo, como poder formal e poder legitimado. Assim,
ção dessas diferentes atividades, agrupando-as em unida-
como a condição básica para a tarefa administrativa, a au-
des maiores. Daí o princípio da homogeneidade: as funções
toridade investe o administrador do direito reconhecido de
dirigir subordinados, para que desempenhem atividades devem ser atribuídas a unidades organizacionais na base
dirigidas pra a obtenção dos objetivos da empresa. A auto- da homogeneidade de conteúdo, no sentido de alcançar
ridade formal é sempre um poder, uma faculdade, conce- operações mais eficientes e econômicas. As funções são
didos pela organização ao indivíduo que nela ocupe uma homogêneas na medida em que o seu conteúdo apresen-
posição determinada em relação aos outros. te semelhanças entre si. O desenho departamental é mais
conhecido como departamentalização ou divisionaliza-
5. Racionalismo da Organização Formal ção. A departamentalização é uma característica típica das
Uma das características básicas da organização formal grandes empresas e está relacionada com o tamanho da
é o racionalismo. Uma organização é substancialmente empresa e com a natureza de suas operações. Quando a
um conjunto de encargos funcionais e hierárquicos a cujas empresa cresce, as suas atividades não podem ser super-
prescrições e normas de comportamento todos os seus visionadas diretamente pelo proprietário ou pelo diretor.
membros se devem sujeitar. O princípio básico desta forma Essa tarefa de supervisão pode ser facilitada atribuindo-se
de conceber uma organização é que, dentro de limites to- a diferentes departamentos a responsabilidade pelas dife-
leráveis, os seus membros se comportarão racionalmente, rentes fases ou aspectos dessa atividade.
isto é, de acordo com as normas lógicas de comportamen- O desenho departamental ou departamentalização
to prescritas para cada um deles. Dito de outra forma, a apresenta uma variedade de tipos.Os principais tipos de
formulação orgânica de um conjunto lógico de encargos departamentalização são:
funcionais e hierárquicos está baseada no princípio de que a)funcional;
os homens vão funcionar efetivamente de acordo com tal b)por produtos e serviços;
sistema racional. c)por base territorial;
De qualquer forma, via de regra, toda organização se d) por clientela:
estrutura a fim de atingir os seus objetivos, procurando e) por processo;
com a sua estrutura organizacional a minimização de esfor- f) por projeto;
ços e a maximização do rendimento. Em outras palavras, o g) matricial.
maior lucro, pelo menor custo, dentro de um certo padrão
de qualidade. A organização, portanto, não é um fim, mas A gestão privada prioriza o econômico-mercantil e de-
um meio de permitir à empresa atingir adequadamente de- senvolve seus instrumentos e processos de gestão sempre
terminados objetivos. dando prioridade às finalidades de ordem econômica, so-

16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

bretudo mercadológica. A gestão pública tem como atribui- um modelo de estado anterior ao de bem-estar. Esta subs-
ção a gestão de necessidades do social, principalmente por tituição de missão trouxe muitos desafios ao Estado, entre
meio das chamadas políticas públicas e políticas sociais. os quais a redefinição dos conceitos de administração, ges-
Gestão pública refere-se às funções de gerência públi- tão pública e valor público.
ca dos negócios do governo. Além disso, essas transformações têm afetado profun-
De uma maneira sucinta, pode-se classificar o agir do damente as práticas dos dirigentes públicos (políticos e ge-
administrador público em três níveis distintos: rentes) e a teoria na qual fundamentavam suas ações.
a) atos de governo, que situam-se na órbita política; Da mesma forma, esta mudança afetou o sistema de
b) atos de administração, atividade neutra, vinculada controle da ação do Estado; está-se migrando da exigência
à lei; e de rigor nos procedimentos para a exigência de resultados
c) atos de gestão, que compreendem os seguintes pa- – inerente a um Estado que se apresenta como provedor de
râmetro básicos: serviços, capacitador de desenvolvimento e fornecedor de
I - tradução da missão; bem-estar. Desta troca de missão se deriva uma variação na
II - realização de planejamento e controle; posição do cidadão perante o Estado.
III - administração de recursos humanos, materiais, tec- O cidadão comum se preocupa em assegurar-se uma
nológicos e financeiros; correta e burocrática (homogênea, idêntica e não discricio-
IV - inserção de cada unidade organizacional no foco nária) aplicação da lei e da norma. O cidadão-usuário se
da organização; e interessa por conseguir o melhor retorno fiscal – enquanto
V - tomada de decisão diante de conflitos internos e bens coletivos.
externos. Vê-se, pois, que o Estado deve deslocar sua atenção,
antes colocada no procedimento como produto principal
Portanto, fica clara a importância da gestão pública na de sua atividade, agora voltada para o de serviços e bem-
realização do interesse público,  porque  é ela que  vai via- -estar. A gestão por resultados é um dos lemas que me-
bilizar o controle da eficiência do Estado na realização do lhor representa o novo desafio. Isto não significa que não
bem comum estabelecido politicamente e normatizado ad- interessa o modo de fazer as coisas, apenas exprime que
ministrativamente.  agora é muito mais relevante o quê se faz pelo bem da
No que tange a gestão por resultados, temos que a comunidade.
sociedade demanda – de modo insistente – a necessidade Nestes últimos tempos, a Gestão Pública – como dis-
de promover um crescimento constante da produtividade ciplina – tem abordado estes desafios novos com o auxílio
no ambiente público, exigindo a redução da pressão fiscal da lógica gerencial, isto é, pela racionalidade econômica
e o incremento, ao mesmo tempo, da produção de bens que procura conseguir eficácia e eficiência. Esta lógica
públicos. O resultado se transforma, assim, em um instru- compartilha, mais ou menos explicitamente, três propósi-
mento-chave para a valorização da ação pública; e a gestão tos fundamentais:
para resultados e do resultado surge como instrumento • Assegurar a constante otimização do uso dos re-
e objetivo da melhoria e modernização da administração cursos públicos na produção e distribuição de bens públi-
pública. cos como resposta às exigências de mais serviços e menos
As especificidades nacionais, a natureza abrangente impostos, mais eficácia e mais eficiência, mais equidade e
do conceito gestão para resultados – derivada da própria mais qualidade.
lógica integradora do processo de gestão – e a enorme • Assegurar que o processo de produção de bens e
quantidade de produção teórica, conceitual, operacional e serviços públicos (incluindo a concessão, a distribuição e a
experimental existente sobre o tema, convidam e obrigam melhoria da produtividade) seja transparente, equitativo
à mais absoluta humildade em qualquer tentativa de apro- e controlável.
ximação ao tema. • Promover e desenvolver mecanismos internos que
O Estado tem passado a desempenhar um papel-chave melhorem o desempenho dos dirigentes e servidores pú-
como produtor de valor público, e como tal tem priorizado blicos, e, com isso, fomentar a efetividade dos organismos
a criação de condições para o desenvolvimento e o bem- governamentais, visando a concretização dos objetivos an-
-estar social, além da produção de serviços e da oferta de teriores.
infraestrutura.
Esta mudança na função do Estado tem transformado Estes objetivos, presentes nas atuais demandas cida-
várias frentes da administração pública, pela exigência cada dãs e aos quais se orienta a Gestão por Resultados (GpR),
vez mais contundente dos cidadãos que exercem também são, conjuntamente com a democracia, o principal pilar de
o papel de usuários dos serviços. legitimidade do Estado atual. Desta forma, a Nova Gestão
A crise fiscal do modelo anterior, uma vez esgotado o Pública fornece os elementos necessários à melhoria da ca-
período de esplendor do Estado do Bem-Estar, tem trazi- pacidade de gerenciamento da administração pública bem
do novos problemas. Dentre eles, destaca-se a crescente como à elevação do grau de governabilidade do sistema
necessidade de atender uma demanda irrefreável de bens político.
públicos de boa qualidade, típica do Estado de Bem-Estar, O conceito e a prática da GpR no setor público têm
porém hoje acompanhada da exigência de diminuir a pres- um grau de desenvolvimento e consolidação relativamente
são fiscal – inclusive naqueles casos em que ainda persiste baixo. Inicialmente, a GpR se utilizou principalmente no se-

17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

tor privado, mesmo quando o governo federal dos Estados • É um marco de assunção de responsabilidade de
Unidos da América começou a usar algumas de suas pro- gestão, por causa da vinculação dos dirigentes ao resulta-
postas no gerenciamento de diferentes órgãos públicos. do obtido.
Somente durante o governo do presidente Nixon é que se • É um marco de referência capaz de integrar os di-
começou a implantar no conjunto da administração pública versos componentes do processo de gestão, pois se pro-
o que passou a ser conhecida como a Nova Gestão Pública. põe interconectá-los para otimizar o seu funcionamento.
Esta moderna filosofia sugere a passagem de uma ges- • Finalmente, e especialmente na esfera pública, a
tão burocrática a uma de tipo gerencial. GpR se apresenta como uma proposta de cultura organi-
Na base destas novas ideias se encontrava uma preo- zadora, diretora, de gestão, mediante a qual se põe ênfase
cupação generalizada sobre as mudanças que o entorno nos resultados e não nos processos e procedimentos.
exigia e sobre a imperiosa necessidade de repensar o papel Todas estas dimensões situam a GpR como uma ferra-
do Estado; de melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade menta cultural, conceitual e operacional, que se orienta a
dos serviços públicos; de otimizar o desempenho dos ser- priorizar o resultado em todas as ações, e que é capaz de
vidores públicos e das organizações em que trabalhavam. otimizar o desempenho governamental. Assim, se trata de
Vários estudiosos e especialistas em gestão pública um exercício de direção dos organismos públicos que pro-
alertaram para os benefícios que o enfoque da GpR pode- cura conhecer e atuar sobre todos aqueles aspectos que
ria trazer para este novo cenário. De acordo com Emery, a afetem ou modelem os resultados da organização.
GpR acarreta três tipos de considerações para a administra- A GpR tem, portanto, uma dimensão de controle orga-
ção do setor público: nizacional que convém esclarecer, pois o conceito de con-
• Constitucionais: a maioria das constituições regula trole no setor público possui conotações particulares deri-
o uso dos fundos públicos por parte das autoridades em vadas, fundamentalmente, do sistema de auditoria externa
cumprimento de mandato. que domina nesse Estado. A ferramenta GpR não faz parte
• Políticas: as autoridades devem responder pelas dessa concepção de controle, mas de outro universo: o de
suas ações e pelo conteúdo dos seus programas eleitorais, gestão e direção estratégico/operacional, porque permite
por respeito ao princípio da responsabilidade do cargo. e facilita aos gerentes da administração pública melhor
• Cidadãs: por obediência ao princípio de delegação conhecimento, maior capacidade de análise, desenho de
democrática, os cidadãos confiam nas autoridades eleitas,
alternativas e tomada de decisões para que sejam alcan-
delegando-lhes a gestão dos fundos públicos – produto da
çados os melhores resultados possíveis, afinados com os
coleta de seus impostos.
objetivos pré-fixados.
Apesar de existirem muitos documentos que tratem da
É importante assinalar esta diferença porque, muito
GpR, não existe uma definição única para ela. A maioria
embora a GpR seja uma boa base para uma melhor pres-
dos textos usa este termo como uma noção “guarda-chu-
tação de contas (e uma maior transparência), sua função
vas”, por assim dizer. Na literatura em língua espanhola é
principal não é a de servir como instrumento de controle
comum achar um uso indistinto de conceitos: controle de
da atuação dos gerentes públicos, mas a de proporcionar
gestão, gestão do desempenho, gestão por resultados,
gestão por objetivos, avaliação do desempenho, avaliação a eles um meio de monitoramento e regulação que lhes
de resultados, sem uma clara diferenciação. garanta o exercício de suas
Trata-se, portanto, de um conceito muito amplo quan-
to ao seu uso, interpretação e definição. A heterogeneida- A Gestão por Resultados ( GpR) está caracterizada por:
de da expressão e do conceito também se observa na sua • Uma estratégia na qual se definam os resultados
aplicação operacional: os países põem em prática a GpR esperados por um organismo público no que se refere à
segundo suas próprias perspectivas. mudança social e à produção de bens e serviços;
Um estudo para identificar o significado que lhe atri- • Uma cultura e um conjunto de ferramentas de
buem os gestores públicos de diferentes nações demons- gestão orientado à melhoria da eficácia, da eficiência, da
trou que frequentemente eles empregam os mesmo ter- produtividade e da efetividade no uso dos recursos do Es-
mos com sentido diferente. É assim como o conceito “re- tado para uma melhora dos resultados no desempenho
sultados” varia notavelmente entre as distintas instituições das organizações públicas e de seus funcionários;
públicas. Isto não ocorre na empresa privada, onde os indi- • Sistemas de informação que permitam monitorar
cadores-chave do êxito se conhecem nitidamente: rentabi- a ação pública, informar à sociedade e identificar o serviço
lidade, benefícios, quotas de mercado etc. Muitos autores realizado, avaliando-o;
destacam a dificuldade de determinar e avaliar os resulta- • Promoção da qualidade dos serviços prestados
dos da ação estatal como uma das características que dife- aos cidadãos, mediante um processo de melhoramento
renciam a gestão do setor público do privado. contínuo;
Pode-se observar que a GpR possui as seguintes di- • Sistemas de contratação de funcionários de ge-
mensões: rência pública, visando aprofundar a responsabilidade, o
• É um marco conceitual de gestão organizacional, compromisso e a capacidade de ação dos mesmos;
pública ou privada, em que o fator resultado se converte • Sistemas de informação que favoreçam a tomada
na referência-chave quando aplicado a todo o processo de de decisões dos que participam destes processos.
gestão.

18
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Implantação da Gestão por Resultados


Após a tomada de decisão referente adoção da ges- MAPEAMENTO E ANÁLISE DE PROCESSOS
tão por resultados e também às alternativas para atingir
os objetivos, a etapa seguinte é a implantação do mode-
lo. Nessa etapa, compete ao gestor coordenar a implanta-
ção, procurando vincular dinamicamente os recursos aos O mapeamento de processos é uma ferramenta ge-
objetivos. Para tanto, a função de coordenação pode ser rencial analítica e de comunicação que têm a intenção de
empreendida por outro conjunto de mecanismos, que se- ajudar a melhorar os processos existentes ou de implantar
gundo Mintzberg (2001) são os seguintes: uma nova estrutura voltada para processos. A sua análise
 Ajustamento mútuo - típico de tarefas que envol- estruturada permite, ainda, a redução de custos no desen-
vem grupos pequenos, a coordenação é obtida pelo sim- volvimento de produtos e serviços, a redução nas falhas de
ples processo de comunicação informal. São realizadas re- integração entre sistemas e melhora do desempenho da
uniões com o objetivo de discutir os processos de trabalho, organização, além de ser uma excelente ferramenta para
ajustando-os quando necessário; possibilitar o melhor entendimento dos processos atuais
 Supervisão direta - segundo este mecanismo, uma e eliminar ou simplificar aqueles que necessitam de mu-
pessoa ou organização coordena o processo, por meio de danças.
instruções, cobranças, alocação de recursos, etc; O mapeamento do processo teve suas origens em uma
 Padronização de normas - significa que os funcio- variedade de áreas, sendo que, a origem da maioria das
nários compartilham um conjunto de crenças e valores; é técnicas como o diagrama de fluxo, o diagrama de cadeia,
exposta a compreensão de cada um em relação às normas, o diagrama de movimento, os registros fotográficos, os
com o objetivo de criar uma ideia coletiva de conduta, ob- gráficos de atividades múltiplas e os gráficos de processo
tendo, informalmente, a coordenação a partir delas; podem ser atribuídas a Taylor e a seus estudos de melhores
 Padronização de processos - refere-se à prescrição métodos de se realizar tarefas e organização racional do
do conteúdo do trabalho por meio de procedimentos, nor- trabalho na Midvale Steel Works.
malmente escritos, a serem seguidos. Trata-se do mapea- O mapeamento do processo serve para indicar a se-
mento dos processos e da manualização dos procedimen- quência de atividades desenvolvidas dentro de um proces-
tos. Na iniciativa privada, é muito comum em programas
so. Deve ser feito de forma gráfica, utilizando-se a ferra-
de qualidade, como aqueles promovidos pela International
menta fluxograma, para representá-lo.
Organization for Standardization com a série ISO-9000. No
Uma grande quantidade de aprendizado e melhoria
caso das organizações públicas, podemos associar esta
nos processos pode resultar da documentação e exame
padronização às regras formais burocráticas ou à própria
dos relacionamentos input output representados em um
legislação;
mapa de processos. Afinal, a realização deste mapa possi-
 Padronização de resultados - trata-se da especifi-
bilita a identificação das interfaces críticas, a definição de
cação dos resultados a serem atingidos, em substituição à
oportunidades para simulações de processos, a implanta-
especificação dos meios como os procedimentos ou habi-
lidades; ção de métodos de contabilidade baseados em atividades
 Padronização de habilidades - refere-se à desig- e a identificação de pontos desconexos ou ilógicos nos
nação de pessoal qualificado, já possuidor de determinada processos. Desta forma, o mapeamento desempenha o pa-
habilidade adequada ao trabalho a ser feito. Não é o traba- pel essencial de desafiar os processos existentes, ajudando
lho, mas o funcionário que é padronizado. A coordenação a formular uma variedade de perguntas críticas, como por
é obtida em razão do funcionário já possuir determinado exemplo:
conhecimento. No setor público, podemos entender os re- Esta complexidade é necessária?
quisitos dos concursos públicos como um esforço nesse São possíveis simplificações?
sentido, particularmente para contratação de especialistas Existe excesso de transferências interdepartamentais?
como médicos ou dentistas. As pessoas estão preparadas para as suas funções?
 Por conseguinte, com base nestes elementos, su- O processo é eficaz?
gere-se a seguinte definição para a GpR: O trabalho é eficiente?
 A Gestão para Resultados é um marco conceitual Os custos são adequados?
cuja função é a de facilitar às organizações públicas a dire-
ção efetiva e integrada de seu processo de criação de valor Em um mapa de processos consideram-se atividades,
público, a fim de otimizá-lo, assegurando a máxima eficácia, informações e restrições de interface de forma simultânea.
eficiência e efetividade de desempenho, além da consecução A sua representação inicia-se do sistema inteiro de proces-
dos objetivos de governo e a melhora contínua de suas ins- sos como uma única unidade modular, que será expandida
tituições. em diversas outras unidades mais detalhadas, que, conec-
tadas por setas e linhas, serão decompostas em maiores
detalhes de forma sucessiva. Esta decomposição é que ga-
rantirá a validade dos mapas finais. Assim sendo, o mapa
de processos deve ser apresentado em forma de uma lin-
guagem gráfica que permita:

19
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

 Expor os detalhes do processo de modo gradual


e controlado; ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
 Encorajar concisão e precisão na descrição do
processo;
 Focar a atenção nas interfaces do mapa do pro-
cesso; Benefícios de uma estrutura adequada.
 Fornecer uma análise de processos poderosa e
consistente com o vocabulário do design. • Identificação das tarefas necessárias;
• Organização das funções e responsabilidades;
Conhecendo os processos • Informações, recursos, e feedback aos emprega-
O primeiro passo para uma organização adotar a Ges- dos;
tão por Processos é conhecer os seus principais processos • Medidas de desempenho compatíveis com os ob-
organizacionais. A identificação dos processos deve ser jetivos;
realizada seguindo os seguintes passos: • Condições motivadoras.
A identificação dos processos consiste em relacionar
os processos da organização ou área funcional; Estrutura:
Essa enumeração deve ser feita de forma ampla, pos- Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e
teriormente o processo será detalhado até se chegar ao informal.
nível de detalhamento desejado;
O nível de detalhamento que importa é aquele mais Elaboração da estrutura organizacional
adequado para a análise que se pretende realizar;
A abordagem de processo adota o conceito de hierar- É o conjunto ordenado de responsabilidades, autorida-
quia de processos e do detalhamento em níveis sucessi- des, comunicações e decisões das unidades organizacio-
vos. Dessa forma, os processos podem ser subdivididos em nais de uma empresa.
subprocessos e agrupados em macroprocessos.
Dependendo do problema e da oportunidade, um pro-
cesso pode ser aperfeiçoado através de mudanças realiza-
• Não é estática.
das no processo em si, ou dentro do sistema o qual esteja
• É representada graficamente pelo organograma.
inserido. Mas o primeiro passo para a melhoria do processo
• É dinâmica.
é conhecê-lo.
• Deve ser delineada de forma a alcançar os objeti-
vos institucionais.
Mapeando os Processos
• (Delinear = Criar, aprimorar).
O mapeamento do processo serve para indicar a se-
• Deve ser planejada.
quência de atividades desenvolvidas dentro de um proces-
so. Tal etapa inicia-se determinando as seguintes informa-
ções: O Planejamento deve estar voltado para os seguintes
 Nome do processo; objetivos:
 Objetivos do processo;
 Entradas do processo (fornecedores e insumos); • Identificar as tarefas físicas e mentais que preci-
 Necessidades dos clientes (quem são, requisi- sam ser desempenhadas.
tos, normas de orientação); • Agrupar as tarefas em funções que possam ser
 Recursos necessários; bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a
 Formas de controle; pessoas ou grupos.
 Saídas do processo (produtos e resultados es- • Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
perados).  Informação.
Comece pelo seu produto prioritário (produto crítico).  Recursos para o trabalho.
Não queira fazer tudo perfeito da primeira vez. Não tenha  Medidas de desempenho compatíveis com obje-
medo de errar. O mapeamento inicial deve refletir a situa- tivos e metas.
ção real e não aquela que se imagina que seja a ideal.  Motivação.
O mapeamento deve conter as tarefas prioritárias para
a sua execução. A forma de determinar as tarefas prioritá- Tipos de estrutura organizacional
rias é por intermédio de reunião com os responsáveis pelo
processo.  Funcional.
As tarefas prioritárias são aquelas que:  Clientes.
 Se houver um pequeno erro, afetam fortemente  Produtos.
a qualidade do processo;  Territorial.
 Já ocorreram acidentes no passado;  Por projetos.
 Ocorrem “problemas” na visão dos supervisores  Matricial.
e responsáveis.

20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Desenvolvimento, implantação e avaliação de es- Níveis de abrangência da estrutura organizacional.


trutura organizacional.
Três níveis podem ser considerados quando do desen-
No desenvolvimento considerar: volvimento e implantação da estrutura organizacional:
 Seus componentes.  Nível da empresa,
 Condicionantes.  Nível da UEN – Unidade Estratégica de Negócio
 Níveis de influência.  Nível da Corporação.
 Níveis de abrangência.
Condicionantes da estrutura organizacional.
Implantação / Ajustes
 Participação dos funcionários  Fator humano
 Motivar A empresa funciona por meio de pessoas, a eficiência
depende da qualidade intrínseca e do valor e da integração
Avaliar dos homens que ela organiza.
 Quanto ao alcance dos objetivos Ao desenvolver uma estrutura organizacional deve-se
 Influencia dos aspectos formais e informais levar em consideração o comportamento e o conhecimen-
to das pessoas que irão desempenhar funções.
Não podemos nos esquecer da MOTIVAÇÃO.
Componentes da estrutura organizacional
 Fator ambiente externo
⇒ Sistema de responsabilidade, constituído por: Avaliação das mudanças e suas influências.
 Fator sistema de objetivos e estratégias
 Departamentalização; Quando os objetivos e estratégias estão bem definidos
 Linha e assessoria; e e claros, é mais fácil organizar. Sabe-se o que se espera de
cada um.
 Especialização do trabalho.
 Fator tecnologia
Conhecimentos
⇒ Sistema de autoridade, constituído por:
Equipamentos
 Amplitude administrativa ou de controle;
 Níveis hierárquicos;
Implantação da estrutura organizacional
 Delegação;
 Centralização/descentralização. Três aspectos devem ser considerados:

• A mudança na estrutura organizacional.


⇒ Sistema de comunicações (Resultado da interação • O processo de implantação; e
das unidades organizacionais), constituída por: • As resistências que podem ocorrer.
 O que,
 Como, Avaliação da estrutura organizacional
 Quando,
 De quem, • Levantamento
 Para quem. • Análise
• Avaliação
Condicionantes da estrutura organizacional. • Políticas de avaliação de estruturas.

São Quatro:
 Objetivos e estratégias,
 Ambiente, GESTÃO SUSTENTÁVEL
 Tecnologia,
 Recursos humanos.
Uma gestão sustentável é guiada pela ideia de harmo-
Níveis de influência da estrutura organizacional. nizar aspectos sociais, ambientais e econômicos. Tem como
objetivo a sustentabilidade de uma empresa ou de uma
São três: sociedade, tomando parte na responsabilidade sobre os
 Nível estratégico, impactos das ações humanas para as próximas gerações.
 Nível tático, Atualmente em crescimento, a sustentabilidade torna uma
 Nível operacional. empresa mais bem vista entre os consumidores, além de
cumprir com um compromisso ético.

21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

A gestão sustentável deve estar baseada na preocu-


pação com o ambiente, com o social e com sua situação GESTÃO DE SUPRIMENTOS
financeira. O aspecto ambiental tem por objetivo diminuir
os impactos, tanto dos processos produtivos da empresa
quanto dos seus próprios produtos no meio ambiente.
A gestão sustentável, por estes e outros fatores, é tida O sistema de compras baseia-se em uma ação que
como uma posição inteligente de um empreendedor, não envolve atividades de pesquisas para a melhor adequação
apenas para a sua própria empresa, mas por prezar o social dos objetivos organizacionais.
e o pessoal ao lado da empresa e meio. Suas atividades básicas são: analisar ordem de pedido,
O social está atrelado às ações da empresa para uma buscar melhores preços, encontrar fornecedores certos, fon-
melhora de vida da população local, viabilizando projetos tes de fornecimentos, novos materiais, novos mercados e as-
sociais e também cuidando do bem-estar de seus empre- sim por diante. Compras dependem de sistemas de gestão
gados e consumidores. Já o aspecto financeiro visa uma moderna e com uso de tecnologia, são fontes geradoras de
melhor participação da empresa no mercado, fomentando benefícios e de lucros para as empresas. Compra deve traba-
a livre concorrência e mantendo o lucro, que viabiliza os lhar com pesquisa constante em todo seu envolvimento. Po-
projetos ligados aos aspectos ambientais e sociais. demos ressaltar as seguintes ações; Suprimentos e de Apoio.
Para uma gestão sustentável, é essencial que o produto
principal da empresa seja colocado dentro deste ideal, pois Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta
os impactos de oferecer produtos e serviços sustentáveis de preços; Análise dos preços; Pedido de Compras; Acom-
são muito maiores que qualquer outra mudança a ser ado- panhamento do pedido.
tada. Por exemplo, uma fábrica que torne sua planta indus-
trial sustentável incide positivamente no meio ambiente, ao Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores;
diminuir a liberação de poluentes ou necessitar de menos Desenvolvimento de novos materiais; Qualificação de for-
energia elétrica para seu funcionamento. necedores; Negociação Solicitação de Compras. É o docu-
Ao disponibilizar no mercado produtos que, em sua fa- mento que contém as informações sobre o que comprar.
bricação e disposição final sejam menos poluentes, o uso Pode ser originado por vários setores, dependendo do tipo
desses produtos pelos consumidores terá um impacto mui- de material: Material processo de fabricação (matéria-pri-
to maior. Além disso, investir no desenvolvimento de novos ma, material de manutenção e material auxiliar) – Estoque;
produtos que tenham a mentalidade da sustentabilidade, Material de uso específico do solicitante, originado nos se-
além de ser economicamente interessante, posto que o tores funcionais da empresa.
mercado consumidor tem procurado mais estes tipos, re-
flete em um ganho ambiental para a sociedade e possui um O Objetivo da função de compras: Apesar da variedade de
compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos básicos
papel didático.
da atividade de compras, que são válidos para todos os ma-
O bom gestor hoje em dia não é aquele que traz lucros
teriais e serviços comprados. Materiais e serviços podem: Ser
imediatos simplesmente, mas o que consegue criar um ci-
da qualidade certa; Ser entregues rapidamente, se necessário;
clo virtuoso com o aumento de produção e menor impacto
Ser entregues no momento certo e na quantidade correta; Ser
no meio ambiente. Isso além de uma relação de confiança
capazes de alteração em termos de especificação, tempo de
entre consumidores e empresa, tornando-a economica-
entrega ou quantidade (flexibilidade); Ter preço correto.
mente responsável.
Um aspecto das compras a ser analisado periodica-
Além disso, a redução de resíduos, o aproveitamento mente diz respeito aos tipos de produtos ou mercadorias
de materiais reciclados, a diminuição do uso de recursos que se compra. Nas empresas industriais a análise é fácil
como água e energia elétrica, afetam diretamente nos cus- de fazer, pois o que define os tipos de matérias-primas
tos da empresa, aumentando a margem de lucro. Portanto, e insumos a serem adquiridos são as linhas de produtos
uma gestão sustentável não é só responsável e eticamente fabricados pela empresa. Nas firmas prestadoras de servi-
correta, mas também lucrativa, diminuindo custos e am- ços, também é simples analisar e avaliar o que está sendo
pliando a satisfação de consumidores e colaboradores. As- comprado, pois os produtos são definidos em função dos
sim, em pouco tempo a sustentabilidade se tornará regra tipos de serviços prestados pela empresa. Já na empresa
entre empresas e governos. comercial, analisar que tipos de mercadorias estão sendo
(http://meioambiente.culturamix.com/desenvolvimen- compradas é uma questão difícil e complexa. De um modo
to-sustentavel/gestao-sustentavel) geral, podemos classificar as mercadorias de uma empresa
comercial em três tipos, de acordo com a rotatividade de
seus estoques: Mercadorias de alto giro; Mercadorias de
médio giro; Mercadorias de baixo giro.
As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a
provocar tráfego no salão de vendas. Esse tipo de merca-
doria quase sempre dá pouco lucro, mas exerce um efeito
de atração da clientela. Num bar, por exemplo, são aquelas
que ficam bem à vista do freguês: cigarro, fósforo, chicle-
tes, balinhas etc.

22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que apresentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem taxas
de marcação mais elevadas para compensar a demora de suas saídas.
Como pode ser observado, para analisar se o que você está comprando para vender no varejo são os tipos de mer-
cadorias ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obrigatoriamente, de levar em consideração a rotatividade dos seus
estoques, utilizando o seguinte roteiro: Agrupamento das mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta, mé-
dia ou baixa rotatividade); Levantamento dos custos das mercadorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro;
Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias; Cálculo do percentual correspondente a cada grupo, em
relação ao somatório; Análise dos percentuais encontrados.
Os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas: auto-
ridade para compra; registro de compras; registro de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores;
arquivos e especificações; arquivos de catálogos.
Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:
a) Pesquisa dos fornecedores: estudo do mercado; estudo dos materiais; análise dos custos; investigação das fontes
de fornecimento; inspeção das fábricas dos fornecedores; desenvolvimento de fontes de fornecimento; desenvolvimento
de fontes de materiais alternativos.
b) Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mercado
aberto; entrevistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o recebimento de
materiais.
c) Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de
estoque; padronizar o que for possível.
d) Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das rela-
ções comerciais recíprocas.
Além das atividades típicas dentro da organização de compras, outras responsabilidades poderão ser partilhadas com
outros setores: determinação do que fabricar ou comprar; padronização e simplificação; especificações e substituições de
materiais; testes comparativos; controle de estoques; seleção de equipamentos de produção; programas de produção in-
dependentes da disponibilidade de materiais.
É lógico que esses não são completos, pois variam de empresa para empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organi-
zação de cada uma.
Normalmente as grandes empresas envolvem várias fábricas; quase sempre se enquadram nesses casos as multina-
cionais. O volume de operações de compras, dependendo do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis;
nesses casos é necessário saber se todas as compras da organização devem ser feitas em um ponto centralizado, ou es-
tabelecer-se em seções de compras separadas para cada fábrica ou divisão operacional. Ambos os métodos poderão ser
empregados. A razão para se estabelecer a descentralização das compras podem ser assim resumidas: distância geográfica;
tempo necessário para a aquisição de materiais; facilidade de diálogo.
A centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: oportunidade de negociar
maiores quantidades de materiais; homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; controle de materiais e esto-
ques.
A organização de compras por divisão de grupos é funcional quando as seções são de tamanho moderado e quando
tais atribuições são entregues a compradores individuais. Os itens de cada grupo são especificados de acordo com a ori-
gem, necessidade e valor do material. A figura a seguir mostra um organograma de uma seção de compras.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

As Etapas do processo de compra são as seguintes:


1) Coleta de Preços: Documento de registro da pesquisa de preços que fazemos em função de ter recebido a solicitação
de compra dos fornecedores que temos aprovado para este material específico. Nele anotamos os dados recebidos dos
fornecedores.
2) Pedido de Compras: É o contrato formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar todas as condições esta-
belecidas nas negociações. No pedido deverá constar: preço unitário e total, condições de fornecimento, prazo de entrega,
condições de pagamento, especificações técnicas do fornecimento, embalagens e transporte.
3) Acompanhamento do Pedido: Conhecido como follow-up, é o procedimento para manter sob controle todos
os pedidos, até o momento em que ele é liberado para o processo de nossa empresa. Sua finalidade é evitar atrasos, pro-
blemas para o cliente na entrega do pedido.
4) Desenvolvimento de fornecedores: É o procedimento que possibilita à empresa selecionar os futuros fornecedores
sendo os melhores fornecedores do mercado e que tenham condições de atender a todas especificações e exigências da
empresa.
5) Desenvolvimento de novos materiais: É o procedimento que possibilita à empresa pesquisar e selecionar novos ma-
teriais ou materiais alternativos o principal objetivo é estabelecer alternativas econômicas ou técnicas para melhorar o
desempenho dos produtos no mercado. Baseando-se em especificações e parâmetros fornecidos pelo mercado ou pela
engenharia.
6) Qualificação de fornecedores: É responsabilidade da área de engenharia; a área de compras tem um a função de
ligação entre o fornecedor e a engenharia, ou seja, pesquisa de mercado.

24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

7) Negociação: É um procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor , quando ambas as partes ga-
nham, esse procedimento é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento de fortalecimento dos laços
de interesses, de melhorias contínuas e principalmente de aumento dos lucros para ambas empresas.
Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de compras é realizada no lado do suprimento da empresa,
estabelecendo contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços, ligados ou não à atividade principal.
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam
compreender tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem
fornecer produtos e serviços para a organização. A figura abaixo demonstra as etapas da interação empresa/fornecedor:

A compra interfere diretamente nas vendas. A qualidade, quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa
indústria dependem muito das condições em que foram adquiridos os insumos e as matérias-primas. No comércio, as
compras de mercadorias realizadas em melhores condições proporcionam venda mais rápida e, possivelmente, com maior
margem de lucro.
A gestão de compras é tida como um fator estratégico nos negócios. Comprar significa à manutenção, funcionamento
e expansão da empresa. As comprar significa procurar, adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à manutenção,
funcionamento e expansão da empresa.
As compras são responsáveis por uma margem de 50% a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande im-
pacto nos lucros.
É muito importante refletir sobre como a empresa desenvolve suas compras. Vejamos quais são as modalidades de
compras mais utilizadas:
• Compras de emergência – realizadas às pressas para atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é des-
vantajoso porque reduz seu poder de negociação com o fornecedor e a competitividade da empresa no mercado. As com-
pras de emergência ocasionam aquisição de mercadorias com preços altos e rupturas no estoque, além da paralisação da

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

unidade, motivado por falta de controle por parte de quem Outra característica do com comprador é estar perfei-
requisita ou compra. Assim, para reduzir ou anular as com- tamente identificado com a política e os padrões de ética
pras de emergência, a empresa deve estabelecer controle definidos pela empresa, como, por exemplo, a manutenção
de estoque adequado. do sigilo nas negociações que envolvam mais de um forne-
• Compras especulativas – são feitas para especu- cedor ou até mesmo quando um só está envolvido.
lar com possível alta de preços, geralmente antes da ne- Compradores com boa qualificação profissional for-
cessidade se apresentar. Esta modalidade é perigosa, pois necem às empresas condições de fazer bons negócios; daí
além de comprometer o capital de giro pode acarretar pre- vem a maior responsabilidade, constituindo o comprador
juízos para a empresa, se não acontecer a alta de preços uma força vital, que faz parte da própria vida da empresa,
prevista. pois o objetivo é comprar bem e eficientemente, e com isso
• Compras contratadas – realizadas por meio de atender aos objetivos de lucro, uma vez que o departamen-
contratos que preveem a entrega dos produtos em épo- to de compras é, em igualdade de condições com outras
cas preestabelecidas. Esta modalidade é muito utilizada na áreas, um centro de lucro. E será mais ainda um centro de
indústria, para fornecimento de matéria-prima e no comér- lucro quando os fornecedores forem encorajados a enfren-
cio, para mercadorias especiais, modelos exclusivos ou pro- tar novas ideias e novos projetos, dispondo-se a aproveitar a
dutos novos não lançados ainda no mercado. oportunidade de fazerem novos negócios.
• Compras de reposição – compras realizadas para As atividades de compras nas pequenas empresas, ge-
adquirir mercadorias que apresentam comportamento es- ralmente são funções exercidas pelo proprietário. De qual-
tável de vendas. É muito utilizada no comércio, principal- quer modo o encarregado de compras – seja ele o próprio
mente em supermercados, onde os produtos de primeira dono ou um funcionário – deve conhecer e seguir algumas
necessidade (pão, leite, arroz, feijão, outros produtos ali- regras básicas ao bom desempenho de suas funções: Ele
mentícios) e produtos de higiene e limpeza pessoal (sabo- conhece bem o mercado? Ele conhece bem os estoques
nete, pasta de dentes e outros) apresentam um comporta- da empresa? Ele conhece o orçamento da empresa? Ele é
mento de vendas equilibrado, durante o ano todo. cauteloso? Ele acompanha permanentemente os pedidos?
A compra pode ser feita em empresas atacadistas ou Ele faz os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele possui
em grandes varejistas. Mas no momento em que você co- requisitos para desenvolver suas tarefas (responsabilidade;
paciência; habilidade no trato com pessoas; bom senso e
meça a analisar mais profundamente esta questão, vai no-
iniciativa; capacidade para se comunicar; senso de organiza-
tar que não é tão fácil definir quais os fornecedores que
ção; boa memória; gosto pela leitura)?
apresentam todas as condições necessárias: se o preço de
aquisição é justo e oferece condições de marcar um preço
⇒ CADASTRO DE FORNECEDORES.
de venda que permita concorrer no mercado e, ao mesmo
Um dos documentos primordiais do Departamento de
tempo, obter uma boa margem de lucro; se a qualidade
Compras é o Cadastro de Fornecedor e a Ficha de Material,
dos produtos oferecidos tem a perfeição do acabamento
quando então existem condições de escolher o fornecedor
exigida pelo consumidor; se a quantidade oferecida é sufi-
ou prováveis fornecedores de determinado material. Através
ciente para as necessidades de produção e vendas de um deste cadastro é que se realizará a seleção dos fornecedores
determinado período; se os prazos de entrega satisfazem que atendam a quatro condições básicas de uma boa com-
as programações de vendas da empresa; se os prazos de pra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento.
pagamento cobrem os prazos médios de vendas e não Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são
comprometem o capital de giro próprio. registradas as informações necessárias sobre os fornecedo-
res (endereço, número do CNPJ, número da inscrição, obje-
⇒ PERFIL DO COMPRADOR. tivos sociais, pessoas para contato, linhas de produtos ou
O comprador é um elemento experiente e a função é mercadorias, prazo médio de entrega, condições de paga-
tida e reconhecida como uma das mais importantes em mento, política de descontos etc.).
uma empresa. O padrão atual exige que um comprador O setor de compras deve possuir dois tipos de cadastro,
tenha ótimas qualificações e esteja preparado para usá-las um por fornecedor e outro por tipo de material, dos quais
em todas as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas com- apresentamos modelos. O cadastro de fornecedor reúne fi-
pras, deve demonstrar conhecimentos amplos das caracte- chas de diversos fornecedores, especificando os materiais
rísticas dos produtos, dos processos e das fases de fabrica- que fabricam, ou que representam; o cadastro de material
ção dos itens comprados. Deve estar preparado para dis- são fichas em que se identificam os fornecedores aprovados
cutir em igual nível de conhecimento com os fornecedores. dos quais se pode adquirir. A necessidade desses dois cadas-
O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os tros é devida a situações em que o comprador desconhece o
argumentos apresentados pelo vendedor, para depois agir fornecedor de determinado produto; nesse ele deve consul-
sensatamente. Muitas vezes as razões e opiniões apresen- tar o cadastro de material.
tadas pelo vendedor poderão ser bem contra argumenta- Uma excelente fonte de informação sobre a performan-
das, levando a negociação a representar um benefício para ce do fornecedor é também acompanhar as suas entregas,
a empresa. Assim, uma agressividade bem orientada, por tendo como finalidade registrar as compras efetuadas, os
firmeza de convicções leva a um bom termo uma nego- recebimentos, as devoluções, as alterações de preço e con-
ciação que, à primeira vista, poderia parecer de resultado dições de pagamento, os cancelamentos e as alterações de
inglório. prazos de entrega.

26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

⇒ COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. Licitação é o procedimento administrativo pelo qual


Nas empresas estatais e autárquicas, como também no uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir
serviço público em geral, ao contrário da iniciativa priva- ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condi-
da, as aquisições de qualquer natureza obedecem a Lei nº. ções por ela estipuladas previamente, convoca interessa-
8.666, de 21-6-1993, alterada pela Lei nº. 8.883, de 8-6- dos na apresentação de propostas, a fim de selecionar a
1994, motivo pelo qual se tornam totalmente transparen- que se revele mais conveniente em função de parâmetros
tes. Observa-se que a diferença entre os tipos de compras antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este proce-
é a formalidade no serviço público e a informalidade na dimento visa garantir duplo objetivo: de um, lado propor-
iniciativa privada. Independentemente dessa particularida- cionar às entidades governamentais possibilidade de rea-
de, os procedimentos são praticamente idênticos. O artigo lizarem o negócio mais vantajoso; de outro, assegurar aos
14 da lei de licitações e contratos administrativos disciplina administrados ensejo de disputarem entre si a participação
de forma objetiva: para que a administração efetue qual- nos negócios que as pessoas administrativas entendam de
quer compra, preliminarmente, deve curvar-se a dois prin- realizar com os particulares.
cípios fundamentais:1 - A definição precisa do seu objeto; A Administração Pública lançará mão da licitação toda
2 - A existência de recursos orçamentários que garantam o vez que for comprar bens, executar obras, contratar servi-
pagamento resultante. Assim está determinado no citado ços, ou conceder a um terceiro o poder de, em seu nome,
artigo 14: prestar algum tipo de serviço público, como é o caso das
“Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequa- concessões.
da caracterização de seu objeto e indicação dos recursos Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municí-
orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade pios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obriga-
do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa ”. dos a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação,
Para se caracterizar o objeto da compra deve-se: o que é ponto incontroverso. O problema que se põe é
1. Avaliar a necessidade (planejamento); saber se as sociedades de economia mista e empresas pú-
2. Definir o quanto adquirir; blicas também se sujeitam ao dever de licitar.
3. Verificar as condições de guarda e armazenamento;
Inexigibilidade De Licitação: A obrigatoriedade somen-
4. Buscar atender o princípio da padronização;
te não se aplica em determinados casos descritos a seguir
5. Obter as informações técnicas quando necessárias;
conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967:
6. Proceder a pesquisas de mercado;
Art. 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com
7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dis-
estrita observância do princípio da licitação.
pensa / inexigibilidade;
A licitação só será dispensada nos casos previstos nes-
8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a Ad- ta lei. § 2.0. É dispensável a licitação: Nos casos de guer-
ministração pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços de ra, grave perturbação da ordem ou calamidade pública;
mão-de-obra, Aquisição de Móveis, etc... Quando sua realização comprometer a segurança nacional,
Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no a juízo do Presidente da República; Quando não acudirem
campo tecnológico, empresarial e social, o Estado não interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as
pode ficar à margem, apenas como expectador. A ideia de condições preestabelecidas; Na aquisição de materiais,
uma Administração Pública baseada na tradição, na rigo- equipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos
rosidade formal, numa ordem burocrática pesada, está se por produtor, empresa ou representante comercial exclu-
tornando modelo ultrapassado e nada eficiente. sivos, bem como na contratação de serviços com profis-
Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão sionais ou firmas de notória especialização; Na aquisição
administrativa, capaz de realizar a função pública de forma de obras de arte e objetos históricos; Quando a operação
eficiente, moderna, acompanhando a evolução econômica envolver concessionário de serviço público ou, exclusiva-
e financeira da sociedade, sem olvidar dos princípios basi- mente, pessoas de direito público interno ou entidades su-
lares que orientam a Administração Pública. jeitas ao seu controle majoritário; Na aquisição ou arrenda-
Com a crescente demanda por bens, obras, serviços mento de imóveis destinados ao Serviço Público; Nos casos
em todo o País, quando ao Estado cumpre garantir o de- de emergência, caracterizada a urgência de atendimento
senvolvimento econômico e social, tornou-se imprescindí- de situação que possa ocasionar prejuízos ou comprome-
vel adoção de procedimentos e mecanismos de controle, ter a segurança de pessoas, obras, bens ou equipamentos;
que garantam a aplicação do grande volume de recursos Nas compras ou execução de obras e serviços de pequeno
disponíveis, com eficiência e transparência. Uma das for- vulto, entendidos como tal os que envolverem importância
mas eficientes utilizadas pela Administração Pública é a inferior a cinco vezes, no caso de compras e serviços, e a
licitação. cinquenta vezes, no caso de obras, o valor do maior salário
A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, nas mínimo mensal.
quais mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações
Lei Federal nº 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações também tem seus princípios norteadores. Discorreremos
e Contratos Administrativos. acerca de alguns deles, ainda que forma bastante simples.
Para o setor público o instrumento utilizado para com- O princípio da legalidade, como princípio geral pre-
pras é a licitação, como forma de dar transparência à com- visto no art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o qual
pra pública. “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em

27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando da publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela
compra, obra, contração de serviços ou alienação, a pro- Administração através de carta-convite. A lei nova, porém,
ceder de acordo com o que a Constituição Federal e Leis determina que cópia do instrumento convocatório seja afi-
preveem. A não observação desse princípio impregnará o xada em local apropriado, estendendo-se automaticamen-
processo licitatório de vício, trazendo nulidade como con- te aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que
sequência. manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade apresentação das propostas;
no tratamento a todos quantos venham participar do cer- Concurso - é a modalidade de licitação destinada à escolha
tame licitatório. de trabalho técnico ou artístico predominantemente de criação
O princípio da competitividade garante a livre parti- intelectual. Normalmente, há atribuição de prêmio aos classifi-
cipação a todos, porém, essa liberdade de participação é cados, mas a lei admite também a oferta de remuneração;
relativa, não significando que qualquer empresa será ad- Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de
mitida no processo licitatório. Por exemplo, não faz sentido bens móveis e semoventes e, em casos especiais, também
uma empresa fabricante de automóveis tencionar partici- de imóveis.
par de um processo de licitação, quando o objeto do certa- • Publicação Dos Editais: os editais de concorrência,
me seja compra de alimentos. tomada de preços, concurso e leilão deverão ser publica-
A Administração Pública se balizará no princípio da im- dos com antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário
pessoalidade para evitar a preferência por alguma empre- Oficial da União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal
sa especificamente, cuja não observação implicaria prejuízo de grande circulação no Estado e também, se houver, em
para a lisura do processo licitatório, e como consequência a jornal de circulação no Município, dependendo da estância
decretação da nulidade do processo. da licitação.
Como a licitação busca atender ao interesse público, à • Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo mínimo
coletividade, a escolha e julgamento da melhor proposta que deverá mediar entre a última publicação do edital re-
obedecerão ao princípio da publicidade, que visa tornar a sumido ou da expedição do convite e o recebimento das
futura licitação conhecida dos interessados e dar conheci- propostas será: De quarenta e cinco dias para: Concurso;
mento aos licitantes bem como à sociedade em geral, so- Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”,
bre seus atos. Outra função desse princípio é garantir aos ou execução por empreitada integral; De trinta dias para:
cidadãos o acesso à documentação referente à licitação, Concorrência, nos casos não especificados acima; Tomada
bem como sua participação em audiências públicas, nas hi- de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica”
póteses previstas no art. 39, da Lei nº 8.666/93. ou “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de pre-
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais ba- ços, nos casos não especificados acima; Leilão; De cinco
rata. Como dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Ad- dias úteis para: Convite.
ministração Pública deve saber definir quando, quanto, o • Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que
que e por que vai comprar, a exemplo da situação onde há compõem o procedimento terem, cada um, finalidade es-
opção de compra ou locação. É nessa análise que o prin- pecífica, eles têm um objetivo comum: a seleção da melhor
cípio da economicidade se revela, auxiliando a aplicação proposta. Este ato derradeiro do procedimento é um ato
dos recursos públicos com zelo e eficiência. unilateral que se inclui dentro do próprio certame, dife-
Modalidades da Licitação: Cinco são as modalidades rentemente do contrato, que é externo ao procedimento.
de licitação previstas na lei - art. 22 (O § 8’ veda a criação de “O procedimento da licitação será iniciado com a abertura
outras modalidades licitatórias ou sua combinação): de processo administrativo, devidamente autuado, proto-
Concorrência - é a modalidade de licitação própria colado e numerado, contendo a autorização respectiva, a
para contratos de grande valor, em que se admite a partici- indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para
pação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:... “
satisfaçam as condições do edital, convocados com a an- Da Requisição de Compra deverá constar obrigatoriamen-
tecedência mínima prevista na lei, com ampla publicidade te: Justificativa do pedido, endossada pelo titular do ór-
pelo órgão oficial e pela imprensa particular; gão; Especificação adequada do produto a ser adquirido;
Tomada de preços - é a licitação realizada entre inte- Indicação do recurso próprio a ser onerado, devidamente
ressados previamente registrados, observada a necessária confirmado pela Seção de Contabilidade da unidade requi-
habilitação, convocados com a antecedência mínima pre- sitante; Atendimento ao princípio de padronização, sempre
vista na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em que possível for; Indicação dos fatores a serem conside-
jornal particular, contendo as informações essenciais da li- rados e expressamente declarados no Edital, para fins de
citação e o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei julgamento das propostas.
aproximou a tomada de preços da concorrência, exigindo Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da
a publicação do aviso e permitindo o cadastramento até o licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve
terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas; através dos seguintes atos, nesta ordem:
Convite - é a modalidade de licitação mais simples, 1. Edital ou convite de convocação dos interessados;
destinada às contratações de pequeno valor, consistindo na 2. Recebimento da documentação e propostas;
solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo, 3. Habilitação dos licitantes;
registrados ou não, para que apresentem suas propostas 4. Julgamento das propostas (classificação)
no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige 5. Adjudicação e homologação.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

A modalidade em que todas as fases da licitação se são. Pode-se, ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos
encontram claramente definidas é a concorrência. resultados da parte técnica e ponderação ao preço, que
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração serão considerados em conjunto;
leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, - Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alie-
de tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as con- nação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45
dições de sua realização e convoca os interessados para a § 1’ da Lei 8.666/93).
apresentação de suas propostas”. Como lei interna da lici- As propostas que estiverem de acordo com o edital
tação, vincula a Administração e os participantes. serão classificadas na ordem de preferência, na escolha
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação; conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre-
Identifica o objeto licitado e delimita o universo das pro- sentarem em conformidade com o instrumento convoca-
postas; Circunscreve o universo dos proponentes; Estabe- tório serão desclassificadas. Não se pode aceitar proposta
lece os critérios para análise e avaliação dos proponentes que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios ou de
e das propostas; Regula atos e termos processuais do pro- valor zero, ainda que o instrumento convocatório não te-
cedimento; nha estabelecido limites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei
Fixa cláusulas do futuro contrato. 8.666/93).
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se analisa ⇒ RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.
a aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualifica- Recebimento é a atividade intermediária entre as tare-
ção indispensável para que sua proposta possa ser objeto fas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua
de consideração, sendo que o licitante pode ser habilitado responsabilidade a conferência dos materiais destinados à
ou não pelo órgão competente. empresa.
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” As atribuições básicas do Recebimento são: coordenar
inexiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a e controlar as atividades de recebimento e devolução de
priori pelo próprio órgão licitante que escolhe e convoca materiais; analisar a documentação recebida, verificando se
aqueles que julgam capacitados a participar do certame, a compra está autorizada; controlar os volumes declara-
admitindo, também, eventual interessado, não convidado, dos na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os
mas cadastrado. volumes a serem efetivamente recebidos; proceder a con-
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admiti- ferência visual, verificando as condições de embalagem
das são ordenadas em função das vantagens que oferecem, quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se for
na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos
no edital”. Após se confrontar as ofertas, classificam-se as documentos; proceder a conferência quantitativa e qualita-
propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das vantagens tiva dos materiais recebidos; decidir pela recusa, aceite ou
que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação devolução, conforme o caso; providenciar a regularização
estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao for-
objeto da licitação.” A classificação se divide em duas fases: necedor; liberar o material desembaraçado para estoque
Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta” no almoxarifado;
entregues pelos participantes do certame. Os envelopes A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite
são abertos em ato público, previamente designado, do dividir a função em quatro fases : 1a fase : Entrada de mate-
qual se lavrará ata circunstanciada; Na segunda, há o julga- riais; 2a fase : Conferência quantitativa; 3a fase : Conferên-
mento das propostas, que deve ser objetivo e em confor- cia qualitativa; 4a fase : Regularização
midade com os tipos de licitação. Critérios de classificação: 1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos veí-
Existem quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos culos transportadores efetuada na portaria da empresa re-
para avaliação das propostas): presenta o início do processo de Recebimento e tem os se-
- Licitação de menor preço - é a mais comum. guintes objetivos : a recepção dos veículos transportado-
O critério do menor preço é , sem dúvida, o mais obje- res; a triagem da documentação suporte do recebimento;
tivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços constatação se a compra, objeto da Nota Fiscal em análise,
que dispensam especialização, na compra de materiais ou está autorizada pela empresa; constatação se a compra au-
gêneros padronizados; torizada está no prazo de entrega contratual; constatação
- Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a se o número do documento de compra consta na Nota Fis-
qualidade do bem, obra ou serviço proposto em função da cal; cadastramento no sistema das informações referentes
necessidade administrativa a ser preenchida. a compras autorizadas, para as quais se inicia o processo
O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o de recebimento; o encaminhamento desses veículos para
material mais eficiente, mais durável, mais adequado aos a descarga.
objetivos a serem atingidos; As compras não autorizadas ou em desacordo com a
- Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação, programação de entrega devem ser recusadas, transcre-
combinam-se os dois fatores: técnica e preço. vendo-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro docu-
Esse critério pode consistir em que a técnica e preço mento que serve para as operações de análise de avarias e
sejam avaliados separadamente, de modo a que, após se- conferência de volumes é o “Conhecimento de Transporte
lecionar as propostas que vierem a alcançar certo índice Rodoviário de Carga”, que é emitido quando do recebi-
de qualidade ou de técnica, o preço será o fator de deci- mento da mercadoria a ser transportada.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

As divergências e irregularidades insanáveis constata- a mercadoria deve ser mantida no depósito por certo pe-
das em relação às condições de contrato devem motivar a ríodo, ate que seja o momento de sua consumação ou co-
recusa do recebimento, anotando-se no verso da 1a via da mercialização, características importantes também levadas
Nota Fiscal às circunstâncias que motivaram a recusa, bem em conta são: segurança, extravios e furtos.
como nos documentos do transportador. O exame para Na armazenagem a correta utilização do espaço dis-
constatação das avarias é feito através da análise da dispo- ponível demanda estudo exaustivo das cargas a armazenar,
sição das cargas, da observação das embalagens, quanto a dos níveis de armazenamento, das estruturas para armaze-
evidências de quebras, umidade e amassados. nagem e dos meios mecânicos a utilizar.
Os materiais que passaram por essa primeira etapa Indica-se a real ocupação do espaço por meio do in-
devem ser encaminhados ao estoque. Para efeito de des- dicador “taxa de ocupação volumétrica”, que leva em con-
carga do material no estoque, a recepção é voltada para sideração o espaço disponível versus o espaço ocupado.
a conferência de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal Para entendermos plenamente a utilização do espaço
com os respectivos registros e controles de compra. Para a vertical, há que se analisar a utilidade de paletes para a
descarga do veículo transportador é necessária a utilização movimentação, manuseio e armazenagem de materiais. A
de equipamentos especiais, quais sejam: paleteiras, talhas, paletização vem sendo utilizada em empresas que deman-
empilhadeiras e pontes rolantes. dam manipulação rápida e armazenagem racional, envol-
2a fase - Conferência Quantitativa; É a atividade que vendo grandes quantidades. A paletização tem como ob-
verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota jetivo realizar, de uma só vez, a movimentação de um nú-
Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A conferência mero maior de unidades. Ao pallet é atribuído o aumento
por acusação também conhecida como “ contagem cega “ da capacidade de estocagem, economia de mão-de-obra,
é aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebi- tempo e redução de custos. O emprego de empilhadeiras
da, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. e pallets já proporcionaram a muitas empresas economia
A confrontação do recebido versus faturado é efetuada a de até 80 % do capital despendido com o sistema de trans-
posteriori por meio do Regularizador que analisa as distor- porte interno.
ções e providencia a recontagem. Inicialmente os pallets eram empregados na manipula-
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, es- ção interna de armazéns e depósitos e hoje acompanham
tes podem ser contados utilizando os seguintes métodos a carga, da linha de produção à estocagem, embarque e
: Manual : para o caso de pequenas quantidades; Por meio distribuição. Em razão da padronização das medidas do
de cálculos : para o caso que envolvem embalagens padro- pallet pelos países como Estados Unidos e Inglaterra, eles
nizadas com grandes quantidades; Por meio de balanças passaram a serem utilizados através dos continentes em
contadoras pesadoras: para casos que envolvem grande caminhões, vagões ferroviários e embarcações marítimas.
quantidade de pequenas peças como parafusos , porcas, Os Critérios de Armazenagem dependem das carac-
arruelas; Pesagem : para materiais de maior peso ou vo- terísticas do material, a armazenagem pode dar-se em
lume, a pesagem pode ser feita através de balanças rodo- função dos seguintes parâmetros: fragilidade; combustibi-
viárias ou ferroviárias; Medição : em geral as medições são lidade; volatilização; oxidação; explosividade; intoxicação;
feitas por meio de trenas; radiação; corrosão; inflamabilidade; volume; peso e forma.
3ª fase - Conferência Qualitativa: Visa garantir a Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem
adequação do material ao fim que se destina. A análise a regras taxativas que regulem o modo como os materiais
de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da devem ser dispostos no estoque. Por essa razão, devem-se
confrontação das condições contratadas na Autorização analisar, em conjunto, os parâmetros citados anteriormen-
de Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo te, para depois decidir pelo tipo de arranjo físico mais con-
Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do ma- veniente, selecionando a alternativa que melhor atenda ao
terial contratado pelo exame dos seguintes itens: Caracte- fluxo de materiais: armazenagem por tamanho esse critério
rísticas dimensionais; Características específicas; Restrições permite bom aproveitamento do espaço; armazenamento
de especificação; por frequência: esse critério implica armazenar próximo
4ª fase – Regularização: Caracteriza-se pelo controle da saída do almoxarifado os materiais que tenham maior
do processo de recebimento, pela confirmação da confe- frequência de movimento; armazenagem especial, onde
rência qualitativa e quantitativa, respectivamente por meio destacam-se: os ambientes climatizados; os produtos infla-
do laudo de inspeção técnica e pela confrontação das máveis, que são armazenados sob rígidas normas de segu-
quantidades conferidas versus faturadas. rança; os produtos perecíveis.
O processo de Regularização poderá dar origem a uma A Armazenagem em área externa. Devido à sua natu-
das seguintes situações: liberação de pagamento ao forne- reza, muitos materiais podem ser armazenados em áreas
cedor ( material recebido sem ressalvas); liberação parcial externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno
de pagamento ao fornecedor; devolução de material ao para materiais que necessitam de proteção em área cober-
fornecedor; reclamação de falta ao fornecedor; entrada do ta. Podem ser colocados nos pátios externos os materiais
material no estoque. a granel, tambores e “containers”, peças fundidas e chapas
Os objetivos da armazenagem de produtos são vários, metálicas. Coberturas alternativas : não sendo possível a
o objetivo primário da armazenagem é o de guardar a mer- expansão do estoque, a solução é a utilização de galpões
cadoria por um determinado período, isso quer dizer que plásticos, que dispensam fundações, permitindo a armaze-

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

nagem a um menor custo. Independentemente do critério A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no
ou método de armazenamento adotado é oportuno obser- bem, de plaqueta de identificação, por colagem ou rebi-
var as indicações contidas nas embalagens em geral. tamento, a qual conterá o número de registro patrimonial.
Layout é a disposição física de equipamentos, esto- Na colocação da plaqueta deverão ser observados os
ques, fluxo de pessoas e de material de forma que tudo se seguintes aspectos: local de fácil visualização para efeito de
organize harmoniosamente, pode ser uma instalação real, identificação por meio de leitor óptico, preferencialmente
um projeto ou um trabalho. O seu estudo busca encontrar na parte frontal do bem; evitar áreas que possam curvar ou
a melhor maneira de dispor fisicamente todos os meio de dobrar a plaqueta ou que possam acarretar sua deterio-
produção, arrumando o espaço de trabalho a fim de otimi- ração; evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam
zar a funcionalidade do sistema, reduzir manuseio, trans- boa aderência, por apenas uma das extremidades ou sobre
porte de material e circulação de pessoas. alguma indicação importante do bem.
Faz-se necessário à modificação do layout na empresa Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação físi-
quando: existir máquinas improdutivas, por idade ou obso- ca antes de serem distribuídos aos diversos centros de res-
letismo; ocorrer acréscimos na demanda e novas máquinas ponsabilidade do órgão. Os bens patrimoniais cujas carac-
precisam ser instaladas; existir ambiente de trabalho ina- terísticas físicas ou a sua própria natureza impossibilitem
dequado; houver excesso de material em processo; existir a aplicação de plaqueta também terão número de tomba-
movimentação excessiva de material. mento, mas serão marcados e controlados em separado.
O objetivo principal do arranjo físico é obter opera- Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja de
ções econômicas a fim de: utilizar racionalmente o espa- difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes
ço físico disponível; reduzir ao mínimo as movimentações encostadas na parede, que não possam ser movimentados
de materiais, produtos e pessoas; obter fluxo coerente de devido ao peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no
fabricação; oferecer melhores condições de trabalho aos lugar mais próximo ao local padrão. Em caso de perda, des-
funcionários; evitar investimento desnecessário; permitir colagem ou deterioração da plaqueta, o responsável pelo
manutenção; possibilitar supervisão e obtenção da qua- setor onde o bem está localizado deverá comunicar, impre-
lidade; obter soluções flexíveis, isto é, possíveis de serem terivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
modificadas sem maiores atropelos. A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fi-
No estudo do layout alguns cuidados devem ser to-
xação de plaquetas (ou adesivos):
mados durante o projeto do layout de um estoque, de
a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a
forma que se possa obter as seguintes condições: máxima
plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior direita,
utilização do espaço; efetiva utilização dos recursos dispo-
no caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior di-
níveis ( mão de obra e equipamentos ); pronto acesso a
reita, no caso de armários, estantes e bens semelhantes,
todos os itens; máxima proteção aos itens estocados; boa
sempre com relação a quem olha o móvel;
organização; satisfação das necessidades dos clientes.
b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixa-
⇒ TOMBAMENTO DE BENS: da na parte frontal central, contrária à posição de quem usa
O tombamento dos bens públicos inicia-se com re- o bem, com exceção das estações de trabalho e/ou àqueles
cebimento dos bens móveis pelos órgãos, como visto an- móveis que foram projetados para ficarem encostados em
teriormente, pela conferência física dos bens pelo Almo- paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de
xarifado. Após registro de entrada do bem no sistema de fácil visualização;
gerenciamento de material no estoque, o responsável por c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa in-
este encaminhará uma comunicação ao Setor de Patrimô- ferior do motor;
nio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
outros que se fizerem necessários), informando o destino fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a
(centros de responsabilidades) dos bens. Se eles permane- máquina;
cerem em estoque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso
comunicação de saída deste, através de uma Guia de Baixa a plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas
de Materiais emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja por courvin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não
entregue diretamente ao destino final, o Almoxarifado en- oferecem segurança. A plaqueta deverá ser fixada na base,
caminhará a Guia de Saída ao Patrimônio, juntamente com nos pés ou na parte mais sólida;
os demais documentos do processo de empenho. f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes:
O tombamento consiste na formalização da inclusão em aparelhos de ar condicionado, o local indicado é sem-
física de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a pre na parte mais fixa e permanente do aparelho, nunca no
atribuição de um único número por registro patrimonial, painel removível ou na carcaça;
ou agrupando-se uma sequência de registros patrimoniais g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
quando for por lote, que é denominado “número de tom- fixada na parte lateral direita do painel de direção, em re-
bamento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta patri- lação ao motorista, na parte mais sólida e não removível,
monial do Plano de Contas do órgão a cada material, de nunca em acessórios;
acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor h) quadros e obras-de-arte: a colocação da plaqueta,
do bem a ser registrado é o valor constante do respectivo neste caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a
documento de incorporação (valor de aquisição). estética, nem diminua seu valor comercial;

31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada - valor de aquisição (valor histórico);
na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de - forma de ingresso (compra, doação, permuta, como-
trás, na lateral direita; dato, construção, usucapião, desapropriação, cessão, outras);
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a - classificação contábil/patrimonial;
plaqueta deverá ser colocada na parte frontal inferior di- - número do empenho e data de emissão;
reita, caso não seja possível a colagem neste local, colar - fonte de recurso;
nesta mesma posição na parte posterior do quadro; e - número do processo de aquisição e ano;
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se - tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/
como outros bens aqueles materiais que não podem ser fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo
classificados claramente como aparelhos, máquinas, moto- de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Como-
res, etc. Em tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na dato, outros);
parte onde são manuseados. - nome do fornecedor (código);
A seguir são elencados, como sugestões, dados neces- - localização (identificação do centro de responsabi-
sários ao registro dos bens no sistema de patrimônio: lidade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em
- número do tombamento; comodato, em manutenção,
- data do tombo; - em depósito para manutenção, em depósito para
- descrição padronizada do bem (descrição básica pré- triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para
-definida em um sistema de patrimônio); alienação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
- marca/modelo/série (também pré-definidos em um - estado de conservação (bom, regular, precário, inser-
sistema de patrimônio); vível);
- características (descrição detalhada); - data da incorporação;
- valor unitário de aquisição (valor histórico); - unidade da federação;
- agregação (acessório ou componente); - tipo de logradouro;
- forma de ingresso (compra, fabricação própria, doa- - número;
ção, permuta, cessão, outras); - complemento;
- classificação contábil/patrimonial; - bairro/distrito;
- número do empenho e data de emissão; - município;
- fonte de recurso; - cartório de registro;
- número do processo de aquisição e ano; - matrícula;
- tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/ - livro;
fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo - folhas;
de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Como- - data do registro;
dato, outros); - data da reavaliação;
- nome do fornecedor (código); - moeda da reavaliação;
- garantia (data limite da garantia e empresa de ma- - valor do aluguel;
nutenção); - valor do arrendamento;
- localização (identificação do centro de responsabili- - valor de utilização;
dade); - valor de atualização;
- situação do bem (registrado, alocado, cedido em co- - moeda de atualização;
modato, em manutenção, em depósito para manutenção, - data da atualização;
em depósito para triagem, em depósito para redistribuição, - reavaliador;
em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido, - e CPF/CNPJ do reavaliador.
baixado, outros);
- estado de conservação (bom, regular, precário, inser- ⇒ CONTROLE DE BENS:
vível, recuperável); Caracteriza-se como movimentação de bens patrimo-
- histórico do bem vinculado a um sistema de manu- niais o conjunto de procedimentos relativos à distribuição,
tenção, quando existir. transferência, saída provisória, empréstimo e arrendamen-
to a que estão sujeitos no período decorrido entre sua in-
Tal informação permitirá o acompanhamento da ma- corporação e desincorporação.
nutenção dos bens e identificação de todos os problemas Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribui-
ocorridos nestes números do Termo de Responsabilidade; ção de material permanente recém-adquirido, de acordo
e plaquetável ou não plaquetável. com a destinação dada no processo administrativo de
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o aquisição correspondente.
recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patri- A movimentação de qualquer bem móvel será feita
mônio, que procederá ao tombamento e cadastramento mediante o preenchimento do Termo de Responsabilidade,
em sistema específico, utilizando diversos dados, tais como: que deverá conter no mínimo, as seguintes informações:
- número do registro; - número do Termo de Responsabilidade;
- tipo de imóvel; - nome do local de lotação do bem (incluindo também
- denominação do imóvel; o nome do sub local de lotação);
- características (descrição detalhada do bem); - declaração de responsabilidade;

32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

- número do tombamento; Quando a transferência de responsabilidade do bem


- descrição; ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer
- quantidade; a mudança da responsabilidade patrimonial de um servidor
- indicação se é plaquetável; para outro, desde que não pressuponha mudança de local do
- valor unitário; bem, deverão ser observados os seguintes procedimentos:
- valor total; - o Setor de Recursos Humanos (ou equivalente) de-
- total de bens arrolados no Termo de Responsabili- verá encaminhar ao Setor de Patrimônio cópia da portaria
dade; que substitui o servidor responsável;
- data do Termo; - de posse das informações contidas na portaria, o Se-
- nome e assinatura do responsável patrimonial; tor de Patrimônio emite o respectivo Termo de Transferên-
- e data de assinatura do Termo. cia de Responsabilidade;
A transferência é a operação de movimentação de - emitido o Termo, este será encaminhado ao agente
bens, com a consequente alteração da carga patrimonial. patrimonial da unidade, que providenciará a conferência
A autoridade transferidora solicita ao setor competente do dos bens e assinatura do Termo;
órgão a oficialização do ato, por meio das providências pre- - uma vez assinado o Termo, o agente providenciará
liminares. É importante destacar que a transferência de res- para que uma das vias seja arquivada no setor onde os bens
ponsabilidade com movimentação de bens somente será se encontram e outra encaminhada ao Setor de Patrimônio.
efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicitação do
responsável pela carga cedente com anuência do recebe- Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela
dor. A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, movimentação de bens patrimoniais para fora da instala-
obsoletos ou sem utilização também se caracteriza como ção ou dependência onde estão localizados, em decor-
transferência. Neste caso, a autoridade da unidade onde rência da necessidade de conserto, manutenção ou da sua
o bem está localizado devolve-o com a observância das utilização temporária por outro centro de responsabilidade
normas regulamentares, a fim de que a o Setor Patrimonial ou outro órgão, quando devidamente autorizado. Qual-
possa manter rigoroso controle sobre a situação do bem. quer que seja o motivo da saída provisória, esta deverá
Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por ou-
do órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste tro servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato.
setor (fiéis depositários), e serão objetos de análise para a Toda a manutenção de bem incorporado ao patrimônio de
determinação da baixa ou transferência a outros setores. É um órgão deverá ser solicitada pelos agentes patrimoniais
importante colocar que uma cópia do Termo de Responsa- ou responsáveis e resultará na emissão de uma Ordem de
bilidade de cada setor deverá ser fixada em local visível a Serviço pelo Setor de Manutenção, que tomará todas as
todos, dentro de seu recinto de trabalho, visando facilitar providências para proceder à assistência de bem em garan-
o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de acesso ao tia ou utilizando-se de seus recursos próprios.
setor). Para que ocorra a transferência de responsabilidade Empréstimo: O empréstimo é a operação de remane-
entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deve- jamento de bens entre órgãos por um período determina-
rão ser observados os seguintes parâmetros: do de tempo, sem envolvimento de transação financeira.
- solicitação, por escrito, do interessado em receber o O empréstimo deve ser evitado. Porém, se não houver al-
bem, dirigida ao possível cedente; ternativa, os órgãos envolvidos devem manter um rigoro-
- “de acordo” do setor cedente com a autorização de so controle, de modo a assegurar a devolução do bem na
transferência ; mesma condição em que estava na ocasião do emprésti-
- solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patri- mo. Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao
mônio para emissão do Termo de Responsabilidade; poder público é vedado, salvo exceções previstas em leis.
- após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros
Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patri- também deve ser evitado, por não encontrar, a princípio,
monial, para que este colha assinaturas do cedente e do nenhum respaldo legal.
recebedor.
Para que ocorra a transferência de responsabilidade ⇒ INVENTÁRIO:
entre dois setores pertencentes órgãos diferentes, deverão O Inventário determina a contagem física dos itens de
ser observados os seguintes parâmetros: estoque e em processos, para comparar a quantidade fí-
- solicitação, por escrito, do interessado em receber o sica com os dados contabilizados em seus registros, a fim
bem, dirigida ao possível cedente; de eliminar as discrepâncias que possam existir entre os
- “de acordo” do setor cedente com a autorização de valores contábeis, dos livros, e o que realmente existe em
transferência e anuência das unidades de controle do pa- estoque.
trimônio e do titular do órgão; O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário
- solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patri- geral é elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada
mônio para emissão do Termo de Transferência de Respon- empresa, com a contagem física de todos os itens de uma
sabilidade; só vez. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fis-
- após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Se- cal da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo
tor de Patrimônio o remeterá ao agente patrimonial, para operacional, concentrando-se em cada grupo de itens em
que este colha assinaturas do cedente e do recebedor. determinados períodos.

33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Inventário na administração pública: Inventário são Os bens serão inventariados pelos respectivos valores
a discriminação organizada e analítica de todos os bens históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos
(permanentes ou de consumo) e valores de um patrimô- valores constantes de inventários já existentes, com indica-
nio, num determinado momento, visando atender uma ção da data de aquisição.
finalidade específica. É um instrumento de controle para Durante a realização de qualquer tipo de inventário,
verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e de- fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens
pósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão ou localizados nos endereços individuais abrangidos pelos
entidade, informando seu estado de conservação, e man- trabalhos, exceto mediante autorização específica das uni-
tendo atualizados e conciliados os registros do sistema de dades de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão,
administração patrimonial e os contábeis, constantes do com subsequente comunicação formal a Comissão de In-
sistema financeiro. Além disso, o inventário também pode ventário de Bens.
ser utilizado para subsidiar as tomadas de contas indicando Nas fases do inventário dois pontos devem ser desta-
saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar as cados sobre as fases do inventário: o levantamento pode
medidas cabíveis. ser físico e/ou contábil: Levantamento físico, material ou
Através do inventário pode-se confirmar a localização de fato é o levantamento efetuado diretamente pela iden-
e atribuição da carga de cada material permanente, per- tificação e contagem ou medida dos componentes patri-
mitindo a atualização dos registros dos bens permanentes moniais.
bem como o levantamento da situação dos equipamentos Levantamento contábil é o levantamento pelo apanha-
e materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, ex- do de elementos registrados nos livros e fichas de escritu-
travio ou qualquer outra irregularidade. Podem-se verificar ração. O simples arrolamento não interessa para a contabi-
também no inventário as necessidades de manutenção e lidade se não for completado pela avaliação. Sem a expres-
reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens mó- são econômica, o arrolamento serve apenas para controle
veis, possibilitando maior racionalização e minimização de da existência dos componentes patrimoniais.
custos, bem como a correta fixação da plaqueta de iden- O inventário é dividido em três fases: Levantamento:
tificação. compreende a coleta de dados sobre todos os elementos
Na Administração Pública, o inventário é entendido
ativos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguin-
como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da
tes partes: identificação, agrupamento e mensuração.
Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo de
Arrolamento: é o registro das características e quanti-
se conhecer a exatidão dos valores que são registrados na
dades obtidas no levantamento. O arrolamento pode apre-
contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda,
sentar os componentes patrimoniais deforma resumida
com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais compo-
sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os di-
nentes são relacionados individualmente, o arrolamento é
versos tipos de inventários são realizados por determina-
ção de autoridade competente, por iniciativa própria do analítico;
Setor de Patrimônio e das unidades de controle patrimo- Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de
nial ou de qualquer detentor de carga dos diversos centros valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação dos
de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer tempo. componentes patrimoniais devem ter sempre por base o
Os inventários na Administração Pública devem ser custo. A atribuição do valor aos componentes patrimoniais
levantados não apenas por uma questão de rotina ou de obedece a critérios que se ajustam a sua natureza, função
disposição legal, mas também como medida de controle, na massa patrimonial e a sua finalidade.
tendo em vista que os bens nele arrolados não pertencem
a uma pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar res- ⇒ ALIENAÇÃO DE BENS:
guardados quanto a quaisquer danos. De acordo com o direito administrativo brasileiro, en-
Na Administração Pública o inventário é obrigatório, tende-se como alienação a transferência de propriedade,
pois a legislação estabelece que o levantamento geral de remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta,
bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de
de cada unidade gestora e os elementos da escrituração posse ou concessão de domínio.
sintética da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, Qualquer dessas formas de alienação pode ser usa-
de 17 de março de 1964). da pela Administração, desde que satisfaça as exigências
A fim de manter atualizados os registros dos bens pa- administrativas. Muito embora as Constituições Estaduais
trimoniais, bem como a responsabilidade dos setores onde possam determinar que a autorização de doação de bens
se localizam tais bens, a Administração Pública deve proce- móveis seja submetida à Assembleia Legislativa, a Lei Fe-
der ao inventário mediante verificações físicas pelo menos deral n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que institui normas
uma vez por ano. Para fins de atualização física e monetária para licitações e contratos da Administração Pública 37 e
e de controle, a época da inventariação será: dá outras providências, faculta a obrigação de licitação es-
- anual para todos os bens móveis e imóveis sob res- pecífica para doação de bens para fins sociais e dispõe so-
ponsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro bre a alienação por leilão.
(confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
- no início e término da gestão, isto é, na substituição subordinada à existência de interesse público devidamente
dos respectivos responsáveis, no caso de bens móveis. justificado.

34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

A alienação de bens está sujeita à existência de interes- se existe interesse pelos bens. Se houver interesse, a au-
se público e à autorização da Assembleia Legislativa (para toridade competente deverá efetuar o Termo de Doação.
os casos previstos em lei), e dependerá de avaliação prévia, Enquanto isso, o bem a ser baixado permanecerá guardado
que será efetuada por comissão de licitação de leilão ou em local apropriado, sob a responsabilidade de um servi-
outra modalidade prevista para a Administração Pública. dor público, até a aprovação de baixa, ficando expressa-
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados mente proibido o uso do bem desde o início da tramitação
à alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser do processo de baixa até sua destinação final.
remetido ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o pro- O registro no sistema patrimonial será efetivado com
cedimento respectivo; sempre que possível, os bens serão base no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar
agrupados em lotes para que seja procedida a sua baixa; os seguintes dados: número do tombamento; descrição;
os bens objeto de baixa serão vistoriados in loco por uma quantidade baixada (quando se tratar de lote de bens não
Comissão Interna de Avaliação de Bens, no próprio órgão, plaquetados); forma de baixa; motivo de baixa; data de
os quais, observando o estado de conservação, a vida útil, baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Visando o
o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial,
de avaliação dos bens, classificando-os em: faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o
a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for Setor de Patrimônio, ao receber o processo que autoriza
constatado serem os bens danificados, obsoletos, fora do a baixa, emitirá por processamento o Termo de Baixa dos
padrão ou em desuso devido ao seu estado precário de Bens; o Setor de Patrimônio verificará junto ao Setor Finan-
conservação; e ceiro quanto à existência do comprovante de pagamento,
b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos: em caso de licitação e, em seguida, procederá à entrega do
quando for constatado estarem os bens em perfeitas con- mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, o Setor
dições de uso e operação, porém sem utilização. de Patrimônio providenciará o documento de quitação de
Os bens móveis permanentes considerados excedentes responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem
ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, detinha a responsabilidade do bem.
ficando proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele Compete às unidades de controle dos bens patrimo-
relacionados, exceto nos casos autorizados pelo chefe da niais e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar
unidade gestora. expedientes para que seja efetuado levantamento de bens
suscetíveis de alienação ou desfazimento.
⇒ ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS:
O desfazimento é a operação de baixa de um bem per-
tencente ao acervo patrimonial do órgão e consequente LEGISLAÇÃO: CONSTITUIÇÃO FEDERAL –
retirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se CAPITULO VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
baixa patrimonial, a retirada de bem da carga patrimonial
do órgão, mediante registro da transferência deste para o
controle de bens baixados, feita exclusivamente pelo Se-
tor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O 1) Princípios da Administração Pública
número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permi-
utilizado em outro bem. tem que ele consolide o bem comum e garanta a preser-
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das vação dos interesses da coletividade, se encontram exte-
formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; riorizados em princípios e regras. Estes, por sua vez, são
destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de estabelecidos na Constituição Federal e em legislações in-
bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expos- fraconstitucionais, a exemplo das que serão estudadas nes-
tas, deve-se proceder à baixa definitiva dos bens conside- te tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n° 8.112/90
rados inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecu- e Lei n° 8.429/92.
perável e inaproveitável em instituições do serviço público. Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no
As orientações administrativas devem ser obedecidas, em setor público partem da Constituição Federal, que estabe-
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema lece alguns princípios fundamentais para a ética no setor
de gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é par- público. Em outras palavras, é o texto constitucional do ar-
te interessada. Sendo o bem considerado obsoleto ou não tigo 37, especialmente o caput, que permite a compreen-
havendo interesse em utilizá-lo no órgão onde se encontra, são de boa parte do conteúdo das leis específicas, porque
mas estando em condições de uso (em estado regular de possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fun-
conservação), o dirigente do órgão deverá, primeiramente, damentais da administração pública. Estabelece a Consti-
colocá-lo em disponibilidade. tuição Federal:
Para tanto, o detentor da carga deverá preencher for-
mulário próprio criado pelo órgão normatizador e enca- Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta
minhar ao órgão competente que poderá verificar, anteci- de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
padamente, junto às entidades filantrópicas reconhecidas Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legali-
como de interesse público, delegacias, escolas ou biblio- dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
tecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, também, ao seguinte: [...]

35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

São princípios da administração pública, nesta ordem: princípios éticos regentes da função administrativa. TODO
Legalidade ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS
Impessoalidade IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação com os dois princípios
Moralidade anteriores.
Publicidade d) Princípio da publicidade: A administração pública
Eficiência é obrigada a manter transparência em relação a todos seus
atos e a todas informações armazenadas nos seus ban-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras for- cos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e
mam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão
Administração Pública. É de fundamental importância um concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que
olhar atento ao significado de cada um destes princípios, todos devem tomar conhecimento do processo seletivo
posto que eles estruturam todas as regras éticas prescritas de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se
no Código de Ética e na Lei de Improbidade Administrativa, negar indevidamente a fornecer informações ao adminis-
tomando como base os ensinamentos de Carvalho Filho1 e trado caracteriza ato de improbidade administrativa.
Spitzcovsky2: No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legali- princípio da publicidade seja deturpado em propaganda
dade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não político-eleitoral:
proíbe. Contudo, como a administração pública representa
os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei ex- obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
pressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso caráter educativo, informativo ou de orientação social,
lei anterior editando a matéria para que seja preservado o dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
princípio da legalidade). A origem deste princípio está na
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servido-
criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio
res públicos.
Estado deve respeitar as leis que dita.
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes-
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão
ses que representa, a administração pública está proibida
a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar
instrumentos para proteção são o direito de petição e as
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - resi-
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pú-
dualmente - do mandado de segurança. Neste viés, ainda,
blica deve tratar igualmente todos aqueles que se encon-
prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
trem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou
igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalida-
de no que tange à contratação de serviços. O princípio da Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de par-
impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, ticipação do usuário na administração pública direta e
pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração públi- indireta, regulando especialmente:
ca é somente o interesse público. Com efeito, o interesse I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços
já que deve-se buscar somente a preservação do interesse de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa
coletivo. e interna, da qualidade dos serviços;
c) Princípio da moralidade: A posição deste princí- II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
pio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de a informações sobre atos de governo, observado o disposto
uma espécie de moralidade administrativa, intimamente no art. 5º, X e XXXIII;
relacionada ao poder público. A administração pública não III -  a disciplina da representação contra o exercício
atua como um particular, de modo que enquanto o des- negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na ad-
cumprimento dos preceitos morais por parte deste parti- ministração pública.
cular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento
jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento e) Princípio da eficiência: A administração pública
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com
da moralidade deve se fazer presente não só para com os controle de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar
administrados, mas também no âmbito interno. Está indis- pessoas (o concurso público seleciona os mais qualifica-
sociavelmente ligado à noção de bom administrador, que dos ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em
não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a
2010. procura por produtividade e economicidade. Alcança os
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. serviços públicos e os serviços administrativos internos, se
ed. São Paulo: Método, 2011. referindo diretamente à conduta dos agentes.

36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Além destes cinco princípios administrativo-constitu- doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para
cionais diretamente selecionados pelo constituinte, po- todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes,
dem ser apontados como princípios de natureza ética rela- tanto os atos discricionários quanto os vinculados.
cionados à função pública a probidade e a motivação:
a) Princípio da probidade:  um princípio constitucional 2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos ser-
incluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o vidores
dever de todo o administrador público, o dever de hones- O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princí-
tidade e fidelidade com o Estado, com a população, no de- pios da administração pública estudados no tópico anterior,
sempenho de suas funções. Possui contornos mais definidos aos quais estão sujeitos servidores de quaisquer dos Pode-
do que a moralidade. Diógenes Gasparini3 alerta que alguns res em qualquer das esferas federativas, e, em seus incisos,
autores tratam veem como distintos os princípios da morali- regras mínimas sobre o serviço público:
dade e da probidade administrativa, mas não há  caracterís-
ticas que permitam tratar os mesmos como procedimentos Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são
distintos, sendo no máximo possível afirmar que a probi- acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabe-
dade administrativa é um aspecto particular da moralidade lecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
administrativa.
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº
ao administrador de motivar todos os atos que edita, ge- 8.112/1990, que prevê:
rais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais
princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para
motivação não há o devido processo legal, uma vez que a investidura em cargo público:
fundamentação surge como meio interpretativo da decisão I - a nacionalidade brasileira;
que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro II - o gozo dos direitos políticos;
meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
Administração. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável cargo;
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente V - a idade mínima de dezoito anos;
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos VI - aptidão física e mental.
administrativos devem ser motivados para que o Judiciário § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigên-
possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua cia de outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observa- § 3º As universidades e instituições de pesquisa cientí-
dos os motivos dos atos administrativos. fica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi- professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único com as normas e os procedimentos desta Lei.
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo
conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na de- 207 da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam
terminação da obrigatoriedade de motivação com relação cargos no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto
à referida necessidade quanto aos atos discricionários. Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego pú-
Meirelles4 entende que o ato discricionário, editado sob blico depende de aprovação prévia em concurso público de
os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunida- complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
de, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declara-
tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em do em lei de livre nomeação e exoneração.
razão da necessidade de observância da Teoria dos Moti-
vos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária
a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de
administrador. Gasparini5, com respaldo no art. 50 da Lei n. carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de
9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões prévia habilitação em concurso público de provas ou de pro-
vas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo
3 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª de sua validade.
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante pro-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. moção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do
5 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. regulamentos.

37
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concursos
de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão é o cargo
de confiança, que não exige concurso público, sendo exceção à regra geral.

Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual pe-
ríodo.

Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
emprego, na carreira.

Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no
Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado.

O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade.
Havendo candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga e
não ser realizado novo concurso.
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:

Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da auto-
ridade responsável, nos termos da lei.

Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no
serviço público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.

Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os
cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre-
vistos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Observa-se o seguinte quadro comparativo6:

Função de Confiança Cargo em Comissão


Exercidas exclusivamente por servidores Qualquer pessoa, observado o percentual
ocupantes de cargo efetivo. mínimo reservado ao servidor de carreira.
Com concurso público, já que somente Sem concurso público, ressalvado o
pode exercê-la o servidor de cargo efetivo, mas percentual mínimo reservado ao servidor de
a função em si não prescindível de concurso carreira.
público.
Somente são conferidas atribuições e É atribuído posto (lugar) num dos quadros
responsabilidade da Administração Pública, conferida atribuições
e responsabilidade àquele que irá ocupá-lo
Destinam-se apenas às atribuições de Destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento direção, chefia e assessoramento
De livre nomeação e exoneração no que De livre nomeação e exoneração
se refere à função e não em relação ao cargo
efetivo.

6 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html

38
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores pú-
direito à livre associação sindical. blicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somen-
te poderão ser fixados ou alterados por lei específica,
A liberdade de associação é garantida aos servidores observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
públicos tal como é garantida a todos na condição de di- revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
reito individual e de direito social. de índices.

Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocu-
termos e nos limites definidos em lei específica. pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
ressalvado o disposto nos  incisos XI  e  XIV  deste artigo e
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar
pela preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquan- Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea
to não for elaborada uma legislação específica para os fun- de proventos de aposentadoria decorrentes do art.
cionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral de gre- 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,
ve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 emprego ou função pública, ressalvados os cargos acu-
(Mandado de Injunção nº 20). muláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e
os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos car- e exoneração.
gos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos ar-
tigos 40 e 41:
Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de de- cício de cargo público, com valor fixado em lei.
ficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabele-
tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das
cidas em lei.
vagas oferecidas no concurso.
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou
cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
Prossegue o artigo 37, CF:
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de ór-
gão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remu-
Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contra-
neração de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93.
tação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público. § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
tagens de caráter permanente, é irredutível.
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Consti- § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para
tuição, definindo a natureza da relação estabelecida entre o cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
servidor contratado e a Administração Pública, para atender Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as
à “necessidade temporária de excepcional interesse público”. vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de rela- ao local de trabalho.
ção que comporta dependência jurídica do servidor peran- § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
te o Estado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria salário mínimo.
trabalhista, agindo o Estado iure gestionis, sem usar das
prerrogativas de Poder Público, ou institucional, estatutária, Ainda, o artigo 37 da Constituição:
preponderando o ius imperii do Estado. Melhor dizendo:
o sistema preconizado pela Carta Política de 1988 é o do Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocu-
contrato, que tanto pode ser trabalhista (inserindo-se na pantes de cargos, funções e empregos públicos da ad-
esfera do Direito Privado) quanto administrativo (situando- ministração direta, autárquica e fundacional, dos mem-
-se no campo do Direito Público). [...] Uma solução inter- bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
mediária não deixa, entretanto, de ser legítima. Pode-se, Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de man-
com certeza, abonar um sistema híbrido, eclético, no qual dato eletivo e dos demais agentes políticos e os proven-
coexistam normas trabalhistas e estatutárias, pondo-se em tos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
contiguidade os vínculos privado e administrativo, no sen- cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais
tido de atender às exigências do Estado moderno, que pro- ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o
cura alcançar os seus objetivos com a mesma eficácia dos subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
empreendimentos não-governamentais”7. cepcional interesse público. Disponível em: <http://www.
7 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.
servidores para atender a necessidade temporária de ex- htm>. Acesso em: 23 dez. 2014.

39
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municí- Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebi-
pios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito dos por servidor público não serão computados nem acu-
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do mulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e
Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos A preocupação do constituinte, ao implantar tal pre-
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a no- ceito, foi de que não eclodisse no sistema remuneratório
venta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do dos servidores, ou seja, evitar que se utilize uma vantagem
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo como base de cálculo de um outro benefício. Dessa forma,
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável qualquer gratificação que venha a ser concedida ao servi-
este limite aos membros do Ministério Público, aos Pro- dor só pode ter como base de cálculo o próprio vencimen-
curadores e aos Defensores Públicos. to básico. É inaceitável que se leve em consideração outra
vantagem até então percebida.
Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Poder
Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superio- Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remune-
res aos pagos pelo Poder Executivo. rada de cargos públicos, exceto, quando houver com-
patibilidade de horários, observado em qualquer caso o
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42: disposto no inciso XI: a)  a de dois cargos de professor;
b)   a de um cargo de professor com outro, técnico ou
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá per- científico; c)  a de dois cargos ou empregos privativos
ceber, mensalmente, a título de remuneração, importância de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
superior à soma dos valores percebidos como remuneração,
em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Po- Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se
deres, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Parágra- empresas públicas, sociedades de economia mista, suas
fo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indire-
previstas nos incisos II a VII do art. 61. tamente, pelo poder público.

Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem apro- Segundo Carvalho Filho8, “o fundamento da proibição
fundamentos sobre o mencionado inciso XI: é impedir que o cúmulo de funções públicas faça com que
o servidor não execute qualquer delas com a necessária efi-
Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efei- ciência. Além disso, porém, pode-se observar que o Cons-
to dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do tituinte quis também impedir a cumulação de ganhos em
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório detrimento da boa execução de tarefas públicas. [...] Nota-
previstas em lei. -se que a vedação se refere à acumulação remunerada. Em
consequência, se a acumulação só encerra a percepção de
Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso vencimentos por uma das fontes, não incide a regra cons-
XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao titucional proibitiva”.
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a ques-
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite úni- tão:
co, o subsídio mensal dos Desembargadores do respec-
tivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e Artigo 118, Lei nº 8.112/1990.  Ressalvados os casos pre-
vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos vistos na Constituição, é vedada a acumulação remunera-
Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o da de cargos públicos.
disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Esta- § 1o  A proibição de acumular estende-se a cargos, em-
duais e Distritais e dos Vereadores. pregos e funções em autarquias, fundações públicas, em-
presas públicas, sociedades de economia mista da União,
Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equi- do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Mu-
paração salarial: nicípios.
§ 2o  A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica con-
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equipara- dicionada à comprovação da compatibilidade de horá-
ção de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de rios.
remuneração de pessoal do serviço público. § 3o   Considera-se acumulação proibida a percepção
de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
de política de administração e remuneração de pessoal, decorram essas remunerações forem acumuláveis na ati-
integrado por servidores designados pelos respectivos vidade.
Poderes (artigo 39, caput e § 1º), sem qualquer garantia 8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
constitucional de tratamento igualitário aos cargos que se direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
mostrem similares. 2010.

40
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Art. 119, Lei nº 8.112/1990.  O servidor não poderá atingir esses objetivos primários, deve desenvolver uma
exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso atividade financeira, com o intuito de obter recursos indis-
previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pensáveis às necessidades cuja satisfação se comprometeu
pela participação em órgão de deliberação coletiva.  quando estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988. [...]
Parágrafo único.  O disposto neste artigo não se aplica A importância da Administração Tributária foi reconhecida
à remuneração devida pela participação em conselhos de expressamente pelo constituinte que acrescentou, no arti-
administração e fiscal das empresas públicas e sociedades de go 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a sua
economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como precedência e de seus servidores sobre os demais setores
quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou da Administração Pública, dentro de suas áreas de compe-
indiretamente, detenha participação no capital social, obser- tência”10.
vado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica pode-
Art. 120, Lei nº 8.112/1990.  O servidor vinculado ao rá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efeti- empresa pública, de sociedade de economia mista e de
vos, quando investido em cargo de provimento em comissão, fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte- definir as áreas de sua atuação.
se em que houver compatibilidade de horário e local com o
exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislati-
dos órgãos ou entidades envolvidos. va, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação
“Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da de qualquer delas em empresa privada.
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam,
no âmbito do serviço público federal a vedação genérica Órgãos da administração indireta somente podem ser
constante do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da criados por lei específica e a criação de subsidiárias des-
República. De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos tes dependem de autorização legislativa (o Estado cria e
controla diretamente determinada empresa pública ou so-
constitui uma das infrações mais comuns praticadas por
ciedade de economia mista, e estas, por sua vez, passam
servidores públicos, o que se constata observando o eleva-
a gerir uma nova empresa, denominada subsidiária. Ex.:
do número de processos administrativos instaurados com
Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um parên-
esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90 é rela-
tese para observar que quase todos os autores que abor-
tivamente brando, quando cotejado com outros estatutos
dam o assunto afirmam categoricamente que, a despeito
de alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso
da referência no texto constitucional a ‘subsidiárias das
nessa ilicitude diversas oportunidades para regularizar sua
entidades mencionadas no inciso anterior’, somente em-
situação e escapar da pena de demissão. Também prevê a presas públicas e sociedades de economia mista podem ter
lei em comentário, um processo administrativo simplifica- subsidiárias, pois a relação de controle que existe entre a
do (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria de pes-
dessa infração – art. 133” 9. soas com estrutura empresarial, e inadequada a autarquias
e fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos
Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e que, se o legislador de um ente federado pretendesse, por
seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de com- exemplo, autorizar a criação de uma subsidiária de uma
petência e jurisdição, precedência sobre os demais setores fundação pública, NÃO haveria base constitucional para
administrativos, na forma da lei. considerar inválida sua autorização”11.
Ainda sobre a questão do funcionamento da adminis-
Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da tração indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos §§ 8º e 9º do artigo 37, CF:
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas
por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio- Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamen-
ritários para a realização de suas atividades e atuarão tária e financeira dos órgãos e entidades da administração
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato,
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou con- a ser firmado entre seus administradores e o poder público,
vênio. que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho
para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
“O Estado tem como finalidade essencial a garantia I -  o prazo de duração do contrato;
do bem-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços II -  os controles e critérios de avaliação de desempenho,
públicos que disponibiliza, seja através de investimentos direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
na área social (educação, saúde, segurança pública). Para III -  a remuneração do pessoal.
9 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Ser- 10 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_
vidores Públicos da União. Disponível em: <http://www.ca- tributaria_sao_paulo.htm
naldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. 11 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo
Acesso em: 11 ago. 2013. Descomplicado. São Paulo: GEN, 2014.

41
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
empresas públicas e às sociedades de economia mista direito de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5
e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos anos para as infrações mais graves, 2 para as de gravidade
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para paga- intermediária (pena de suspensão) e 180 dias para as me-
mento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. nos graves (pena de advertência), contados da data em que
o fato se tornou conhecido pela administração pública. Se
Continua o artigo 37, CF: a infração disciplinar for crime, valerão os prazos prescri-
cionais do direito penal, mais longos, logo, menos favorá-
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados veis ao servidor. Interrupção da prescrição significa parar a
na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contagem do prazo para que, retornando, comece do zero.
contratados mediante processo de licitação pública que Da abertura da sindicância ou processo administrativo dis-
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, ciplinar até a decisão final proferida por autoridade com-
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, petente não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da começa a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação propor ação disciplinar.
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-
mento das obrigações. Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as
restrições ao ocupante de cargo ou emprego da adminis-
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o tração direta e indireta que possibilite o acesso a informa-
art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas ções privilegiadas.
para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências. Licitação nada mais é que o conjunto A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre
de procedimentos administrativos (administrativos por- o conflito de interesses no exercício de cargo ou emprego
que parte da administração pública) para as compras ou do Poder Executivo federal e impedimentos posteriores ao
serviços contratados pelos governos Federal, Estadual ou exercício do cargo ou emprego; e revoga dispositivos da
Municipal, ou seja todos os entes federativos. De forma Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000, e das Medidas Provi-
mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar sórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de 2001, e 2.225-45,
e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licita- de 4 de setembro de 2001.
ção é um processo formal onde há a competição entre os Neste sentido, conforme seu artigo 1º:
interessados.
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configu-
Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de pres- ram conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou
crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor emprego no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as res- e restrições a ocupantes de cargo ou emprego que tenham
pectivas ações de ressarcimento. acesso a informações privilegiadas, os impedimentos poste-
riores ao exercício do cargo ou emprego e as competências
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encon- para fiscalização, avaliação e prevenção de conflitos de inte-
tra disciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990: resses regulam-se pelo disposto nesta Lei.

Art. 142, Lei nº 8.112/1990.  A ação disciplinar pres- 3) Atos de improbidade administrativa


creverá: A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administra-
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com tiva, que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinôni-
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e mo de desonestidade administrativa. A improbidade é uma
destituição de cargo em comissão; lesão ao princípio da moralidade, que deve ser respeita-
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; do estritamente pelo servidor público. O agente ímprobo
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. sempre será um violador do princípio da moralidade, pelo
§ 1o  O prazo de prescrição começa a correr da data em qual “a Administração Pública deve agir com boa-fé, since-
que o fato se tornou conhecido. ridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética”12.
§ 2o  Os prazos de prescrição previstos na lei penal A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também devido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes
como crime. do serviço público que se intensificavam com a ineficácia
§ 3o   A abertura de sindicância ou a instauração de do diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. De-
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão correu, assim, da necessidade de acabar com os atos aten-
final proferida por autoridade competente. tatórios à moralidade administrativa e causadores de pre-
§ 4o  Interrompido o curso da prescrição, o prazo co- juízo ao erário público ou ensejadores de enriquecimento
meçará a correr a partir do dia em que cessar a interrup- ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil.
ção. 12 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional
esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

42
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públi- b) Ato de improbidade administrativa que importe
cos passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos lesão ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
atos de improbidade administrativa descritos nos artigos O grupo intermediário de atos de improbidade adminis-
9º, 10 e 11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A existên- trativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário
cia de esferas distintas de responsabilidade (civil, penal e ou aos cofres públicos + gerando perda patrimonial ou di-
administrativa) impede falar-se em bis in idem, já que, on- lapidação do patrimônio público. Assim como o artigo ante-
tologicamente, não se trata de punições idênticas, embora rior, o caput descreve a fórmula genérica e os incisos algumas
baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização em atitudes específicas que exemplificam o seu conteúdo14.
esferas distintas do Direito. Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
Destaca-se um conceito mais amplo de agente públi- desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação, que
é a transferência indevida para a própria propriedade; mal-
co previsto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e
baratamento, que significa desperdício; e dilapidação, que
2º porque o agente público pode ser ou não um servidor
se refere a destruição15.
público. Ele poderá estar vinculado a qualquer institui- O objeto da tutela é a preservação do patrimônio pú-
ção ou órgão que desempenhe diretamente o interesse blico, em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível
do Estado. Assim, estão incluídos todos os integrantes da é a ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
administração direta, indireta e fundacional, conforme o Este artigo admite expressamente a variante culpo-
preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma enti- sa, o que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no
dade privada que desempenhe tais fins, desde que a verba REsp n° 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da inconsti-
de criação ou custeio tenha sido ou seja pública em mais tucionalidade do artigo. Contudo, “a jurisprudência do STJ
de 50% do patrimônio ou receita anual. Caso a verba pú- consolidou a tese de que é indispensável a existência de
blica que tenha auxiliado uma entidade privada a qual o dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao menos
Estado não tenha concorrido para criação ou custeio, de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o dano ao
também haverá sujeição às penalidades da lei. Em caso erário precisa ser comprovado. De acordo com o ministro
de custeio/criação pelo Estado que seja inferior a 50% Castro Meira, a conduta culposa ocorre quando o agente
do patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se apli- não pretende atingir o resultado danoso, mas atua com ne-
ca. Entretanto, nestes dois casos, a sanção patrimonial se gligência, imprudência ou imperícia (REsp n° 1.127.143)”16.
limitará ao que o ilícito repercutiu sobre a contribuição Para Carvalho Filho17, não há inconstitucionalidade na mo-
dos cofres públicos. Significa que se o prejuízo causado dalidade culposa, lembrando que é possível dosar a pena
conforme o agente aja com dolo ou culpa.
for maior que a efetiva contribuição por parte do poder
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi-
público, o ressarcimento terá que ser buscado por outra
ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevi-
via que não a ação de improbidade administrativa. das, basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de indevida, incide no artigo anterior. Exceto pela não per-
improbidade administrativa em três categorias: cepção da vantagem indevida, os tipos exemplificados se
a) Ato de improbidade administrativa que importe aproximam muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
enriquecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992) c) Ato de Improbidade Administrativa Decorrentes
O grupo mais grave de atos de improbidade adminis- de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Fi-
trativa se caracteriza pelos elementos: enriquecimento + nanceiro ou Tributário (Incluído pela Lei Complementar nº
ilícito + resultante de uma vantagem patrimonial inde- 157, de 2016)
vida + em razão do exercício de cargo, mandato, empre- Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
go, função ou outra atividade nas entidades do artigo 1° evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios,
da Lei nº 8.429/1992. fixando-se a alíquota mínima em 2%.
O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro de
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça sua competência constitucional alíquotas inferiores a 2%
aos ditames morais, notadamente no desempenho de fun- para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo fis-
ção de interesse estatal. cal), prejudicando os municípios vizinhos.
Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo-
14 Ibid.
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha
15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quando
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
um policial recebe propina pratica ato de improbidade ad-
2010.
ministrativa, mas não atinge diretamente os cofres públi-
16 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade
cos).
administrativa: desonestidade na gestão dos recursos públi-
Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri- cos. Disponível em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publica-
quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou im- cao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103422>. Acesso
perícia, todas as condutas configuram atos dolosos (com em: 26 mar. 2013.
intenção). Não cabe prática por omissão.13 17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
13 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
ed. São Paulo: Método, 2011. 2010.

43
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade ilícito e nem dano ao erário, pois no máximo a prática de
administrativa a eventual concessão do benefício abaixo da guerra fiscal pode gerar. Já no artigo 11, o máximo que
alíquota mínima. pode ocorrer é o dano ao erário, com o devido ressarci-
d) Ato de improbidade administrativa que atente mento. Além disso, em todos os casos há perda da função
contra os princípios da administração pública (artigo pública. Nas três categorias, são estabelecidas sanções de
11, Lei nº 8.429/1992) suspensão dos direitos políticos, multa e vedação de con-
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “cons- tratação ou percepção de vantagem, graduadas conforme
titui ato de improbidade administrativa que atenta contra a gravidade do ato. É o que se depreende da leitura do
os princípios da administração pública qualquer ação ou artigo 12 da Lei nº 8.929/1992 como §4º do artigo 37, CF,
omissão que viole os deveres de honestidade, imparciali- que prevê: “Os atos de improbidade administrativa im-
dade, legalidade, e lealdade às instituições [...]”. O grupo portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
mais ameno de atos de improbidade administrativa se função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar-
caracteriza pela simples violação a princípios da admi- cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
nistração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude do sem prejuízo da ação penal cabível”.
sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço público. A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
Isto é, o legislador pretende a preservação dos princípios 8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de mul-
gerais da administração pública18. ta. (art. 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. disto, pois nada impediria que o legislador infraconstitu-
Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispensáveis cional ampliasse a relação mínima de penalidades da Cons-
o enriquecimento ilícito e o dano ao erário. Somente é pos- tituição, pois esta não limitou tal possibilidade e porque a
sível a prática de algum destes atos com dolo (intenção), lei é o instrumento adequado para tanto19.
embora caiba a prática por ação ou omissão. Carvalho Filho20 tece considerações a respeito de algu-
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade mas das sanções:
para não permitir a caracterização de abuso de poder, dian- - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre
te do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, trata- os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade.
-se de tipo subsidiário, ou seja, que se aplica quando o ato Se alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria
de improbidade administrativa não tiver gerado obtenção sem escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve
de vantagem derivar de origem ilícita”.
Com efeito, os atos de improbidade administrativa não - Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mo-
esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure netária e juros de mora.
simultaneamente um ato de improbidade administrativa - Perda de função pública: “se o agente é titular de
desta lei e um crime previsto na legislação penal, o que mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassa-
é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente por ção. Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão
ambos, nas duas esferas. do serviço público. Havendo contrato de trabalho (servido-
res trabalhistas e temporários), a perda da função pública
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte se consubstancia pela rescisão do contrato com culpa do
forma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito pas- empregado. No caso de exercer apenas uma função públi-
sivo) e daqueles que podem praticar os atos de improbida- ca, fora de tais situações, a perda se dará pela revogação
de administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a reparação da designação”. Lembra-se que determinadas autoridades
do dano ao lesionado e o ressarcimento ao patrimônio pú- se sujeitam a procedimento especial para perda da função
blico; após, traz a tipologia dos atos de improbidade ad- pública, ponto em que não se aplica a Lei de Improbidade
ministrativa, isto é, enumera condutas de tal natureza; se- Administrativa.
guindo-se à definição das sanções aplicáveis; e, finalmente, - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo,
descreve os procedimentos administrativo e judicial. mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julga-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente ob- dos nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda
tém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica inde- variabilidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato
vida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, deverá de improbidade (a base será o valor do enriquecimento ou
não só reparar eventual dano causado mas também colo- o valor do dano ou o valor da remuneração do agente). A
car nos cofres públicos tudo o que adquiriu indevidamente. natureza da multa é de sanção civil, não possuindo caráter
Ou seja, poderá pagar somente o que enriqueceu indevida- indenizatório, mas punitivo.
mente ou este valor acrescido do valor do prejuízo causado - Proibição de receber benefícios: não se incluem as
aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao me-
ganhar). No caso do artigo 10, não haverá enriquecimento nos sócio majoritário da instituição vitimada.
ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, o qual será re- - Proibição de contratar: o agente punido não pode
parado (eventualmente, ocorrerá o enriquecimento ilícito, participar de processos licitatórios.
devendo o valor adquirido ser tomado pelo Estado). Na hi- 19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
pótese do artigo 10-A, não se denota nem enriquecimento direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
18 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. 2010.
ed. São Paulo: Método, 2011. 20 Ibid.

44
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

4) Responsabilidade civil do Estado e de seus ser- não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
vidores na circunstância específica possuía o dever de impedir o
O instituto da responsabilidade civil é parte integran- assalto, como no caso de uma viatura presente no local -
te do direito obrigacional, uma vez que a principal conse- muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
quência da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera humano reconhecido).
para o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamen- 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe den-
to de indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, tro da administração pública, tenha ingressado ou não por
quem pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano concurso, possua cargo, emprego ou função. Envolve os
deve suportar as consequências jurídicas decorrentes, res- agentes políticos, os servidores públicos em geral (funcio-
taurando-se o equilíbrio social.21 nários, empregados ou temporários) e os particulares em
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- colaboração (por exemplo, jurado ou mesário).
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta
limites da herança, embora existam reflexos na ação que qualidade - é preciso que o agente esteja lançando mão das
apure a responsabilidade civil conforme o resultado na es- prerrogativas do cargo, não agindo como um particular.
fera penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de Sem estes três requisitos, não será possível acionar o
autoria impede a condenação na esfera cível, ao passo que Estado para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por
uma absolvição por falta de provas não o faz). mais relevante que tenha sido a esfera de direitos atingida.
A responsabilidade civil do Estado acompanha o racio- Assim, não é qualquer dano que permite a responsabili-
cínio de que a principal consequência da prática de um ato zação civil do Estado, mas somente aquele que é causado
ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de reparar o por um agente público no exercício de suas funções e que
dano, mediante o pagamento de indenização que se re- exceda as expectativas do lesado quanto à atuação do Es-
fere às perdas e danos. Todos os cidadãos se sujeitam às tado.
regras da responsabilidade civil, tanto podendo buscar o É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os
ressarcimento do dano que sofreu quanto respondendo direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada
por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o Estado por um grupo de pessoas que desempenham as atividades
tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos estatais diversas. Assim, viola direitos humanos não o Esta-
danos que seus agentes causem durante a prestação do do em si, mas o agente que o representa, fazendo com que
serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação o próprio Estado seja responsabilizado por isso civilmente,
aos direitos humanos reconhecidos. pagando pela indenização (reparação dos danos materiais
Trata-se de responsabilidade extracontratual porque e morais). Sem prejuízo, com relação a eles, caberá ação de
não depende de ajuste prévio, basta a caracterização de regresso se agiram com dolo ou culpa.
elementos genéricos pré-determinados, que perpassam
pela leitura concomitante do Código Civil (artigos 186, 187 Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
e 927) com a Constituição Federal (artigo 37, §6°).
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito públi-
se encontram no art. 186 do Código Civil: co e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa quali-
Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão vo- dade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re-
luntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito. Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí-
dica autônoma entre o Estado e o agente público que cau-
Este é o artigo central do instituto da responsabilidade sou o dano no desempenho de suas funções. Nesta rela-
civil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária ção, a responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá
(agir como não se deve ou deixar de agir como se deve), ao Estado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao
culpa ou dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma qual foi anteriormente condenado a reparar. Direito de re-
violação de direito e culpa é a falta de diligência), nexo gresso é justamente o direito de acionar o causador direto
causal (relação de causa e efeito entre a ação/omissão e do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima,
o dano causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo considerada a existência de uma relação obrigacional que
agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou ma- se forma entre a vítima e a instituição que o agente com-
terial, econômico e não econômico). põe.
1) Dano - somente é indenizável o dano certo, espe- Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen-
cial e anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é te causar aos membros da sociedade, mas se este agen-
o dano específico, individualizado, que atinge determina- te agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do
da ou determinadas pessoas. Anormal é o dano que ul- que foi pago à vítima. O agente causará danos ao praticar
trapassa os problemas comuns da vida em sociedade (por condutas incompatíveis com o comportamento ético dele
exemplo, infelizmente os assaltos são comuns e o Estado esperado.22
21 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade 22 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ed. São Paulo: Método, 2011.

45
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- São casos nos quais se reconheceu a responsabilida-
cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado de omissiva do Estado: morte de filho menor em creche
contraditório e ampla defesa. Trata-se de responsabilida- municipal, buracos não sinalizados na via pública, tentativa
de civil subjetiva ou com culpa. Havendo ação ou omis- de assalto a usuário do metrô resultando em morte, danos
são com culpa do servidor que gere dano ao erário (Ad- provocados por enchentes e escoamento de águas pluviais
ministração) ou a terceiro (administrado), o servidor terá o quando o Estado sabia da problemática e não tomou pro-
dever de indenizar. vidência para evitá-las, morte de detento em prisão, incên-
Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos dio em casa de shows fiscalizada com negligência, etc.
violadores de direitos humanos se sujeitam à responsabi- Logo, não é sempre que o Estado será responsabili-
lidade penal e à responsabilidade administrativa, todas zado. Há excludentes da responsabilidade estatal, nota-
autônomas uma com relação à outra e à já mencionada damente: a) caso fortuito (fato de terceiro) ou força maior
responsabilidade civil. Neste sentido, o artigo 125 da Lei (fato da natureza) fora dos alcances da previsibilidade do
nº 8.112/90: dano; b) culpa exclusiva da vítima.

5) Exercício de mandato eletivo por servidores pú-


Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais
blicos
e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes
A questão do exercício de mandato eletivo pelo servi-
entre si.
dor público encontra previsão constitucional em seu artigo
38, que notadamente estabelece quais tipos de mandatos
No caso da responsabilidade civil, o Estado é direta- geram incompatibilidade ao serviço público e regulamenta
mente acionado e responde pelos atos de seus servido- a questão remuneratória:
res que violem direitos humanos, cabendo eventualmente
ação de regresso contra ele. Contudo, nos casos da res- Artigo 38, CF.  Ao servidor público da administração
ponsabilidade penal e da responsabilidade administrativa direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
aciona-se o agente público que praticou o ato. eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
praticados pelo agente público no exercício de sua função distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
que violam direitos humanos. A título de exemplo, pecula- II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
to, consistente em apropriação ou desvio de dinheiro pú- cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela
blico (art. 312, CP), que viola o bem comum e o interesse sua remuneração;
da coletividade; concussão, que é a exigência de vantagem III - investido no mandato de Vereador, havendo compa-
indevida (art. 316, CP), expondo a vítima a uma situação de tibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
constrangimento e medo que viola diretamente sua digni- emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
dade; tortura, a mais cruel forma de tratamento humano, eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
cuja pena é agravada quando praticada por funcionário norma do inciso anterior;
público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc. IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
Quanto à responsabilidade administrativa, menciona- exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será
-se, a título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas contado para todos os efeitos legais, exceto para promo-
no art. 127 da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo ção por merecimento;
funcionário que violar a ética do serviço público, como ad- V - para efeito de benefício previdenciário, no caso
vertência, suspensão e demissão. de afastamento, os valores serão determinados como se no
Evidencia-se a independência entre as esferas civil, pe- exercício estivesse.
nal e administrativa no que tange à responsabilização do
6) Regime de remuneração e previdência dos servi-
agente público que cometa ato ilícito.
dores públicos
Tomadas as exigências de características dos danos
Regulamenta-se o regime de remuneração e previdên-
acima colacionadas, notadamente a anormalidade, consi-
cia dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Consti-
dera-se que para o Estado ser responsabilizado por um
tuição Federal:
dano, ele deve exceder expectativas cotidianas, isto é, não
cabe exigir do Estado uma excepcional vigilância da so- Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
ciedade e a plena cobertura de todas as fatalidades que Municípios instituirão conselho de política de administra-
possam acontecer em território nacional. ção e remuneração de pessoal, integrado por servidores
Diante de tal premissa, entende-se que a responsa- designados pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela
bilidade civil do Estado será objetiva apenas no caso de Emenda Constitucional nº 19, de 1998 e aplicação suspensa
ações, mas subjetiva no caso de omissões. Em outras pela ADIN nº 2.135-4, destacando-se a redação anterior: “A
palavras, verifica-se se o Estado se omitiu tendo plenas União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios institui-
condições de não ter se omitido, isto é, ter deixado de agir rão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e
quando tinha plenas condições de fazê-lo, acarretando em planos de carreira para os servidores da administração pú-
prejuízo dentro de sua previsibilidade. blica direta, das autarquias e das fundações públicas”).

46
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

§ 1º  A fixação dos padrões de vencimento e dos de- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
mais componentes do sistema remuneratório observará: ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
I -  a natureza, o grau de responsabilidade e a complexi- ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
dade dos cargos componentes de cada carreira; complementar;
II -  os requisitos para a investidura; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
III -  as peculiaridades dos cargos. nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposenta-
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento doria, observadas as seguintes condições:
dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos a)  sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, fa- ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
cultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos de contribuição, se mulher;
entre os entes federados. b)  sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo senta anos de idade, se mulher, com proventos propor-
público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, cionais ao tempo de contribuição.
XV,XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quan- ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
do a natureza do cargo o exigir. neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eleti- se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
vo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Mu- concessão da pensão.
nicipais serão remunerados exclusivamente por subsídio § 3º  Para o cálculo dos proventos de aposentadoria,
fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer por ocasião da sua concessão, serão consideradas as re-
gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de represen- munerações utilizadas como base para as contribuições do
tação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qual- servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar-
quer caso, o disposto no art. 37, X e XI. tigo e o art. 201, na forma da lei.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios dife-
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e renciados para a concessão de aposentadoria aos abran-
a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. termos definidos em leis complementares, os casos de ser-
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu- vidores:
blicarão anualmente os valores do subsídio e da remunera- I -  portadores de deficiência;
ção dos cargos e empregos públicos. II -  que exerçam atividades de risco;
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos III -  cujas atividades sejam exercidas sob condições es-
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamen- peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
tários provenientes da economia com despesas correntes § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribui-
em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto
desenvolvimento de programas de qualidade e produtivi- no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamen-
dade, treinamento e desenvolvimento, modernização, rea- te tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
parelhamento e racionalização do serviço público, inclusive educação infantil e no ensino fundamental e médio.
sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car-
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organiza- gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada
dos em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
regime de previdência previsto neste artigo.
Artigo 40, CF.  Aos servidores titulares de cargos efeti- § 7º  Lei disporá sobre a concessão do benefício de
vos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- pensão por morte, que será igual:
cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa-
regime de previdência de caráter contributivo e solidário, lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
mediante contribuição do respectivo ente público, dos ser- do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
vidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados cri- acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
térios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o limite, caso aposentado à data do óbito; ou
disposto neste artigo. II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ- no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
dência de que trata este artigo serão aposentados, calcula- máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
dos os seus proventos a partir dos valores fixados na forma previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se-
dos §§ 3º e 17: tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em
I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro- atividade na data do óbito.
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor- § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para
rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor-
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; me critérios estabelecidos em lei.

47
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o próprio de previdência social para os servidores titula-
tempo de serviço correspondente para efeito de dispo- res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gesto-
nibilidade. ra do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de disposto no art. 142, § 3º, X.
contagem de tempo de contribuição fictício. § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo inci-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma dirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposenta-
total dos proventos de inatividade, inclusive quando de- doria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos, estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para cia social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando
o regime geral de previdência social, e ao montante resul- o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença inca-
tante da adição de proventos de inatividade com remunera- pacitante.
ção de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- 7) Estágio probatório e perda do cargo
ção, e de cargo eletivo. Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre- ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados Artigo 41, CF.  São estáveis após três anos de efetivo
para o regime geral de previdência social. exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo mento efetivo em virtude de concurso público.
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego I -  em virtude de sentença judicial transitada em jul-
público, aplica-se o regime geral de previdência social. gado;
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni- II -  mediante processo administrativo em que lhe
cípios, desde que instituam regime de previdência comple- seja assegurada ampla defesa;
III -  mediante procedimento de avaliação periódica
mentar para os seus respectivos servidores titulares de car-
de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada
go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
ampla defesa.
pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do ser-
artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios
vidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da
do regime geral de previdência social de que trata o art.
vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito
201.
a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em dispo-
§ 15. O regime de previdência complementar de que
nibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo § 3º  Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi-
Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fe- remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade-
chadas de previdência complementar, de natureza pública, quado aproveitamento em outro cargo.
que oferecerão aos respectivos participantes planos de be- § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
nefícios somente na modalidade de contribuição definida. é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co-
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, missão instituída para essa finalidade.
o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
que tiver ingressado no serviço público até a data da publi- Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser-
cação do ato de instituição do correspondente regime de vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su-
previdência complementar. jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro)
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob-
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida- jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados
mente atualizados, na forma da lei. os seguinte fatores:
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo- I - assiduidade;
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que tra- II - disciplina;
ta este artigo que superem o limite máximo estabelecido III - capacidade de iniciativa;
para os benefícios do regime geral de previdência social de IV - produtividade;
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido V - responsabilidade.
para os servidores titulares de cargos efetivos. § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do está-
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha gio probatório, será submetida à homologação da autori-
completado as exigências para aposentadoria voluntária dade competente a avaliação do desempenho do servidor,
estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em realizada por comissão constituída para essa finalidade,
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade
as exigências para aposentadoria compulsória contidas no de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do
§ 1º, II. caput deste artigo.

48
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an- Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art.
único do art. 29. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor so-
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer bre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou enti- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
dade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro ór- trito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em
gão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, lei específica do respectivo ente estatal.
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou Seção IV
equivalentes. DAS REGIÕES
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode-
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá ar-
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta- ticular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico
mento para participar de curso de formação decorrente de e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
aprovação em concurso para outro cargo na Administração desigualdades regionais.
Pública Federal. § 1º - Lei complementar disporá sobre:
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as I - as condições para integração de regiões em desen-
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, volvimento;
86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso II - a composição dos organismos regionais que execu-
de formação, e será retomado a partir do término do im- tarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos
pedimento. planos nacionais de desenvolvimento econômico e social,
aprovados juntamente com estes.
O estágio probatório pode ser definido como um lapso § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão outros, na forma da lei:
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens
avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli-
de custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
II - juros favorecidos para financiamento de atividades
dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
prioritárias;
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;
estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e so-
to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
cial dos rios e das massas de água represadas ou represá-
ramento no órgão ou entidade de lotação.
veis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci- § 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in-
plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen- centivará a recuperação de terras áridas e cooperará com
tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a os pequenos e médios proprietários rurais para o estabele-
norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo cimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena
que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos- irrigação.
to no artigo 41 da Constituição Federal.
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, notada-
mente: em virtude de sentença judicial transitada em jul-
gado; mediante processo administrativo em que lhe seja
assegurada ampla defesa; ou mediante procedimento
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei
complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta lei
complementar ainda inexistente no âmbito federal.

8) Militares dos estados, do Distrito Federal e dos


territórios
Prevê o artigo 42, CF:

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de


Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Territórios.

49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

QUESTÕES 03. (CESPE/2015 – FUB) Considerando a gestão do


clima e da cultura organizacional como estratégia ne-
01. (FUNED- IBFC – 2012 - Administrativo) Analise cessária à gestão de pessoas, julgue o item seguinte.
as seguintes afirmativas concernentes à função organi- O nível de favorabilidade do clima organizacional
zação, à estrutura organizacional e à função direção e pode ser avaliado com base em taxa de turnover e de
assinale com V as verdadeiras e com F as falsas. absenteísmo, em resultados de avaliações de desempe-
( ) Organização é a função da administração respon- nho e em tipos de queixas no serviço médico.
sável pela articulação da ação dos indivíduos no contexto ( ) Certo
organizacional, ou seja, ela conduz o pessoal na execução ( ) Errado
das tarefas.
( ) A organização ou estruturação da empresa deve 04. (FESMIP/BA - 2011 – MPE/BA - Assistente Ad-
levar em conta três questões básicas: autoridade, respon- ministrativo) - As organizações formais constituem um
sabilidade e divisão do trabalho. A divisão do trabalho de- modo de agrupamento social, estabelecido de maneira
corre da distribuição da autoridade e da responsabilidade deliberada ou proposital, para alcançar objetivos espe-
nas empresas.
cíficos. 
( ) Representação gráfica da estrutura de uma organi-
A alternativa que apresenta uma das principais ca-
zação, o fluxograma mostra as funções, os departamentos
racterísticas da organização formal é a 
e os cargos da organização, especificando também como
a) Estrutura organizacional baseada na departamenta-
eles se relacionam.
( ) As ordens ou instruções são meios importantes na lização matricial
direção dos empregados de uma empresa. Uma ordem ou b) Flexibilidade nas atribuições de responsabilidades
instrução transmite decisões aos subordinados. Quanto à c) Valorização dos recursos humanos
sua amplitude, a ordem pode ser geral ou específica e, em d) Decisões integradas
relação à sua forma, a ordem pode ser oral ou escrita. e) Divisão do trabalho
( ) Para bem dirigir seus subordinados, um adminis-
trador deve motivar, comunicar, coordenar e liderar. Entre 05. (CEARÁPORTOS Analista) Uma organização ao
os fatores de liderança, destacam-se: a posição hierárquica, achatar e comprimir a sua estrutura organizacional:
a competência funcional, a personalidade e a dinâmica do a) Aumenta a amplitude administrativa, aproxima a
líder. base da cúpula e melhora o processo de comunicação.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de le- b) Aumenta a amplitude administrativa, distancia a
tras CORRETA. base da cúpula e piora o processo de comunicação.
a) (F) (V) (V) (F) (F) c) Diminui a amplitude administrativa, distancia a
b) (V) (F) (F) (V) (F) base da cúpula e piora o processo de comunicação.
c) (F) (V) (F) (V) (V) d) Diminui a amplitude de controle, aproxima a base
d) (V) (F) (V) (F) (V) da cúpula e melhora o processo de comunicação.
e) Aumenta a amplitude administrativa, aproxima a
02. (ESAF) - “Estrutura formal, objeto de gran- base da cúpula e piora o processo de comunicação.
de parte de estudos das organizações empresariais, é
aquela deliberadamente planejada, em alguns de seus 06. (Cespe/CNPQ) No que diz respeito às caracterís-
aspectos, pelo organograma. Estrutura informal é a ticas básicas das organizações formais e aos processos
rede de relações sociais e pessoais que não é estabele- organizacionais, fundamentais para a compreensão das
cida ou requerida pela estrutura formal. Surge da inte- organizações, julgue os itens a seguir como verdadeiro
ração social das pessoas, o que significa que se desen- ou falso.
volve espontaneamente quando as pessoas se reúnem.
a) A estrutura organizacional funcional apresenta algu-
Portanto, apresenta relações que usualmente não apa-
mas vantagens básicas, que podem justificar sua utilização
recem no organograma.”
nas mais diversas organizações. Entre essas vantagens, po-
(Trecho extraído do livro Sistemas, organização
de-se citar o elevado grau de especialização alcançado nas
e métodos: uma abordagem gerencial, de Djalma de
Pinho Rebouças de Oliveira. 11. ed. São Paulo: Atlas, unidades organizacionais, a separação da função de plane-
2000, p. 82). jamento da função de execução e a ausência de problemas
Indique, nas opções abaixo, aquela que não se na distribuição da autoridade.
apresenta como uma das características da organização b) Um dos grandes problemas de uma organização
formal: com estrutura matricial é a multiplicidade de comando,
a) Divisão do trabalho. que leva um indivíduo a se subordinar a mais de um chefe.
b) Especialização. c) A departamentalização por clientes evidencia o inte-
c) Hierarquia. resse da organização pelos consumidores de seus produ-
d) Distribuição da autoridade e de responsabilidade. tos. Essa estratégia é bastante interessante, especialmente
e) Ênfase nas relações entre pessoas no trabalho. quando a organização trabalha com diferentes tipos de
clientes, com diferentes características e necessidades.

50
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

d) A estrutura organizacional por projetos tem uma 10. (CESPE - 2008 - TCE - AC - Analista de Controle Ex-
orientação por resultados e tende a apresentar baixo nível terno) - O modelo de departamentalização que consiste em
de agilidade em resposta a mudanças ambientais. atribuir a cada uma das unidades de trabalho a responsabi-
d) Em uma organização, uma das principais etapas do lidade por uma função organizacional, como departamento
processo de definição do planejamento é a de identificar de marketing, departamento de finanças, departamento de
o que pode ajudar e o que pode atrapalhar a obtenção de recursos humanos etc., é denominado de modelo de orga-
êxito na execução dos objetivos. nização 
f) A análise da divisão do trabalho entre as unidades a) funcional. 
organizacionais e dentro de cada unidade deve ser reali- b) territorial ou geográfica. 
zada quando determinada unidade organizacional é criada c) por produto. 
ou quando o trabalho é alterado dentro da empresa d) por cliente. 
e) por área de conhecimento. 
07. (Prova: FCC – 2013 – Sergipe Gás S.A. – Assistente
Técnico Administrativo) - Estrutura Organizacional é  GABARITO
a) o conjunto de tarefas desempenhado por uma ou
mais pessoas, servindo como base para a departamenta- 01 C
lização
b) a posição hierárquica que uma pessoa ocupa na em- 02 E
presa e o conjunto de atribuições a ela conferido.  03 Certo
c) a forma pela qual as atividades de uma organização 04 E
são divididas, organizadas e coordenadas
d) a cadeia de comando que se inicia nos gestores de 05 A
topo e segue até os trabalhadores não gestores, passando Errado
sucessivamente por todos os níveis organizacionais Certo
e) a guia de conduta, estável e de longo prazo, estabe- Certo
06
lecida para dirigir a tomada de decisões Errado
Certo
08. (Prova: IESES - 2013 - CRA-SC - Agente Admi- Certo
nistrativo) - O modelo de departamentalização que se 07 C
vale das características das tarefas realizadas nos seto-
res para definir as partes componentes da estrutura or- 08 C
ganizacional, é conhecido por:  09 D
a) Departamentalização matricial 10 A
b) Departamentalização por produto.
c) Departamentalização funcional
d) Departamentalização regional

09. (ESAF - 2013 - DNIT - Técnico Administrativo) -


Julgue as afirmativas e selecione a opção correta.
I. A estrutura organizacional é o gráfico que repre-
senta as unidades da organização. 
II. Hierarquia é sinônimo de cadeia de comando. O
poder de dirigir desce de cada nível para o imediata-
mente inferior, que tem a obrigação de obedecer. 
III. A estratégia organizacional orienta a definição
da estrutura organizacional.
A) somente I está correta
B) somente II está correta
C) somente I e III estão corretas
D) somente II e III estão corretas
E) todas as opções estão corretas

51
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA

ANOTAÇÕES

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52
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Gestão de pessoas e equipes............................................................................................................................................................................... 01


Liderança e motivação nas organizações........................................................................................................................................................ 08
Administração de Pessoal...................................................................................................................................................................................... 16
Contratação no serviço público: concurso público, processo seletivo temporário, contratação para cargos em comissão,
admissão e demissão.............................................................................................................................................................................................. 16
Treinamento e Desenvolvimento de pessoas................................................................................................................................................ 26
Legislações: CLT – Consolidação das Leis do Trabalho.............................................................................................................................. 30
Constituição Federal: artigo 40 – aposentadoria; artigo 41 – Estabilidade dos servidores (Estágio Probatório)............... 46
Lei nº 16.675 de 13/03/18 – Previdência complementar no âmbito do Estado de SP (altera a Lei nº 14.653 de
22/12/11). ................................................................................................................................................................................................................... 49
Lei nº 8.213 de 1991 – Dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência................................................................................. 49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

vo e provocador das decisões, empreendedor das ações e


GESTÃO DE PESSOAS E EQUIPES. criador da inovação dentro das organizações. Mais do que
isso, um agente proativo dotado de visão própria e, sobre
tudo, de inteligência, a maior e a mais avançada e sofistica-
da habilidade humana.
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de
A Gestão de Pessoas é fundamental para o sucesso de Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como
uma empresa no mundo empresarial cada fez mais globa- mais um recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas
lizado e competitivo. como parceiras, colaboradoras ativas.
Gestão de pessoas “é o conjunto de decisões inte- Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social,
gradas sobre as relações de emprego que influenciam a e há na organização também o subsistema técnico. A inte-
eficácia dos funcionários e das organizações. Assim, todos ração da gestão de pessoas com outros subsistemas, es-
os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, pecialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organiza-
porque todos eles estão envolvidos em atividades como cionais e individuais. As pessoas precisam ter competência
recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento” (CHIAVE- para realizar as atividades e entregas que possam contri-
NATO, 2005, p 9). buir com a organização, do contrário poderia haver inú-
A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem meras consequências negativas nas mais diferentes áreas
sofrido mudanças e transformações nos últimos anos. Não (financeira, por exemplo). É também por isso que a área
apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos como prin- de gestão de pessoas sempre atua em parceria com outras
cipalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A visão áreas.
que se tem hoje da área é totalmente diferente de sua tra-
dicional configuração, quando recebia o nome Administra- A Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fun-
ção de Recursos Humanos (ARH). Muita coisa mudou. A damentais
Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência
das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital 1. As pessoas como seres humanos: dotados de perso-
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância nalidade própria e profundamente diferentes entre si, com
do fator humano em plena Era da Informação. uma história particular e diferenciada, possuidores de co-
A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível à men- nhecimentos, habilidades, destrezas e capacidades indis-
talidade que predomina nas organizações. Ela é contingen- pensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais.
cial e situacional, pois depende de vários aspectos, como Pessoas como pessoas e não como meros recursos da or-
a cultura que existe em cada organização, da estrutura or- ganização.
ganizacional adotada, das características do contexto am-
biental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada, 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos
dos processos internos e de uma infinidade de outras va- organizacionais: como elementos impulsionadores da or-
riáveis importantes. ganização e capazes de dotá-la de inteligência, talento e
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas aprendizados indispensáveis à sua constante renovação e
tem como definição, o ato de trabalhar com e através de competitividade em um mundo de mudanças e desafios.
pessoas para realizar os objetivos tanto da organização As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza
quanto de seus membros. a organização e não como agentes passivos, inertes e es-
A maneira pela qual as pessoas se comportam, deci- táticos.
dem, age, trabalham, executam, melhoram suas atividades,
cuidam dos clientes e tocam os negócios das empresas va- 3. As pessoas como parceiras da organização: capazes
ria em enormes dimensões. E essa variação depende, em de conduzi-la á excelência e ao sucesso. Como parceiros,
grande parte, das políticas e diretrizes das organizações a as pessoas fazem investimentos na organização — como
respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades. esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento,
Em muitas organizações, falava-se até pouco tempo em re- riscos etc. — na expectativa de colher retornos desses in-
lações industriais, em outras organizações, fala-se em ad- vestimentos — como salários, incentivos financeiros, cres-
ministração de recursos humanos, fala-se agora em admi- cimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento
nistração de pessoas, com uma abordagem que tende a somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na
personalizar e a visualizar as pessoas como seres humanos, medida em que o retorno é bom e sustentado, a tendên-
dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No en- cia certamente será a manutenção ou aumento do inves-
tanto, a tendência que hoje se verifica está voltada para timento. Daí o caráter de reciprocidade na interação entre
mais além: fala-se agora em administração com as pessoas. pessoas e organizações. E também o caráter de atividade
Administrar com as pessoas significa tocar a organiza- e autonomia e não mais de passividade e inércia das pes-
ção juntamente com os colaboradores e parceiros internos soas. Pessoas como parceiros ativos da organização e não
que mais entendem dela, dos seus negócios e do seu futu- como meros sujeitos passivos.
ro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso
organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo
do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ati-

1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

CARACTERÍSTICAS OBJETIVOS E DESAFIOS DA GESTÃO DE PESSOAS

A Gestão de Pessoas é caracterizada pela: Objetivos:


participação,  capacitação,  envolvimento e desen- • Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e
volvimento do bem mais precioso de uma organização realizar sua missão.
que é o capital humano que nada mais são que as pessoas • Proporcionar competitividade à organização.
que a compõem. • Proporcionar à organização talentos bem treina-
Cabe a área de gestão de pessoas a função de huma- dos e motivados.
nizar as empresas. A gestão de pessoas é um assunto tão • Aumentar a autoatualização e a satisfação das
atual na área de administração, mas que ainda é um dis- pessoas no trabalho.
curso para muitas organizações, ou seja, em muitas delas • Desenvolver e manter qualidade de vida no tra-
ainda não se tornou uma ação pratica. balho.
Atualmente nas relações de trabalho vem ocorrendo • Administrar a mudança.
mudanças conforme as exigências que o mercado impõe • Manter política ética e comportamento social-
ou na forma de gerir pessoas. Devido a isto, pode-se ob- mente responsável
servar uma importante mudança nos modelos de gestão, e
neste processo o de “gestão de pessoas” para que possam Desafios
alcançar o nível de competência desejado.
Retenção de talentos - Para manter e reter um talen-
Participação: to, a empresa deve se valer de instrumentos de identifi-
As pessoas são capazes de conduzir a organização cação de potenciais. Esse é o primeiro passo para investir
ao sucesso. Com a participação as pessoas fazem inves- no desenvolvimento ou aprimoramento de pessoas. As
timentos como esforço, dedicação e responsabilidade, na empresas mais desejadas pelos profissionais são as que
esperança de retorno por meio de incentivos financeiros, fazem um processo de gestão de pessoas planejado. A
carreira, etc.
montagem de um banco de talentos, no qual estas são
preparadas para assumir posições-chave é um caminho.
Capacitação:
Essa alternativa pode ser combinada com um planeja-
Pessoas com competências essenciais ao sucesso orga-
mento estratégico que indicará que tipo de pessoas serão
nizacional. A construção de uma competência é extrema-
necessárias a médio e a longo prazo. O uso dessas táticas
mente difícil, leva tempo para o aprendizado e maturação.
diferenciadas distingue claramente as empresas que estão
sempre na vanguarda, onde o talento da casa consolida
Envolvimento:
e abre novos mercados com inovações, enquanto outras
A pessoa que agrega inteligência ao negócio da orga-
nização a torna competitiva, isto significa, saber criar, de- correm atrás na tentativa de recuperar o profissional e o
senvolver e aplicar as habilidades e competências na força espaço perdido.
de trabalho. É preciso dar contrapartidas para reter os colabora-
dores, o que se faz buscando alternativas para oferecer o
Desenvolvimento: que os jovens estão buscando. As redes sociais ampliaram
Construir e proteger o mais valioso patrimônio da or- muito as informações, levando-os a identificar mais opor-
ganização é preparar e capacitar de forma contínua as pes- tunidades no mercado de trabalho.
soas. O trabalho deve estar adequado às suas competên- Choque de gerações - As gerações se diferenciam em
cias de forma balanceada. características, porém as competências podem e devem
ser trabalhadas. Elas se ajustam ao que ocorre no meio
Equilíbrio Organizacional ambiente. Os baby boomers, por exemplo, estão acostu-
Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre mo- mados a hierarquias mais verticalizadas. A Geração Y não
tivação, mais especialmente sobre as analises de compor- tende a fidelização. Para conter sua impulsividade é preci-
tamento que produzem a cooperação por parte dos indi- so identificar o que querem os jovens e ofertar algo ade-
víduos. Ela resume essa relação entre pessoas e organiza- quado.
ção como sendo um sistema onde a organização recebe Nesse caso, nem sempre a remuneração tem maior
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação peso, mas sim, a liberdade, a autonomia, a criação, o res-
ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incentivos, peito e o reconhecimento. O conflito de gerações refle-
dentre os quais podemos citar os salários, prêmios de pro- te-se nos resultados das organizações. O embate ocorre
dução, gratificações, elogios, oportunidades, etc. Isso facili- quando não há qualquer planejamento por parte destas.
ta a existência de um processo harmonioso, alcançando-se Cada geração futura virá com características próprias dife-
assim o que chamamos de equilíbrio organizacional. renciadas e um jeito distinto de olhar o mundo.
Ambiente - Hoje, com a presença maciça dos jovens
no mercado de trabalho, ambientes e benefícios diferen-
ciados têm sido uma expectativa e uma exigência da nova
geração. Não são todas as empresas que podem oferecer

2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

todos os benefícios pleiteados. Em um processo industrial, a maturação leva um pouco mais de tempo. O setor de pres-
tação de serviços e das empresas de tecnologia da informação e da comunicação tem mais facilidade em criar ambientes
propícios à liberdade e à criatividade.
Papel dos Recursos Humanos - A área de Recursos Humanos precisa sair do operacional para assumir uma cadeira
nas decisões estratégicas. Deve participar opinando e mostrando alternativas de preparação dos profissionais. Antes disso,
é preciso estar mais próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças, expectativas e identificar quem pode fazer
parte de um plano de carreira e de desenvolvimento.
O profissional de RH precisa ser muito antenado, versátil e flexível para atender às necessidades internas e as de mer-
cado. O desafio das empresas é a estruturação de um processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. As pessoas
devem começar a ser valorizadas pelas entregas, inovações e projetos que fazem e não mais só pela posição que ocupam.
Trabalho além fronteiras - há muitas empresas brasileiras em processo de internacionalização, expandindo operações
para o Mercosul, Ásia, Europa e Estados Unidos. Esse processo requer profissionais especialmente treinados e preparados
que ocupem estes cargos-chave para gerir os negócios em outros países.
O movimento mostra que as empresas brasileiras estão no caminho certo e são competitivas. Para os profissionais, o
avanço ao mercado global é uma oportunidade de fazer uma carreira internacional e desenvolver competências; para as
empresas, uma forma de atingir vantagem competitiva.

GESTÃO DE PESSOAS E A RELAÇÃO COM OUTROS SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO

A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem sofrido mudanças e transformações nos últimos anos.
A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem sucedidas e pelo aporte de capital
intelectual que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da Informação.
Depende de vários aspectos, como a cultura que existe em cada organização, da estrutura organizacional adotada,
das características do contexto ambiental, do negócio da organização, da tecnologia utilizada, dos processos internos
e de uma infinidade de outras variáveis importantes.
O papel da Administração para a Gestão de Pessoas tem como definição, o ato de trabalhar com e através de pessoas
para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros.
A maneira pela qual as pessoas se comportam, decidem, age, trabalham, executam, melhoram suas atividades, cuidam
dos clientes e tocam os negócios das empresas varia em enormes dimensões. E essa variação depende, em grande parte, das
políticas e diretrizes das organizações a respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades.
Fala-se agora em administração de pessoas, com uma abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas
como seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência que hoje se verifica está
voltada para mais além: fala-se agora em administração com as pessoas.
Administrar com as pessoas significa tocar a organização juntamente com os colaboradores e parceiros internos que mais
entendem dela, dos seus negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como um recurso organizacional,
um objeto servil ou mero sujeito passivo do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador das de-
cisões, empreendedor das ações e criador da inovação dentro das organizações
Em um paradigma mais antigo, o da Administração de Recursos Humanos (ARH), as pessoas eram vistas como mais um
recurso. Na Gestão de Pessoas, elas são vistas como parceiras, colaboradoras ativas.

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


• Horário rigidamente estabelecido • Colaboradores agrupados em equipes
• Preocupação com normas e regras • Metas negociadas e compartilhadas
• Subordinação ao chefe • Preocupação com resultados
• Fidelidade à organização • Satisfação do cliente
• Dependência da chefia • Vinculação à missão e à visão
• Alienação em relação à organização • Interdependência entre colegas
• Ênfase na especialização • Participação e comprometimento
• Executoras de tarefas • Ênfase na ética e responsabilidade
• Ênfase nas destrezas manuais • Fornecedores de atividade
• Mão de obra • Ênfase no conhecimento
• Inteligência e talento

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que entra o con-
ceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas é um modelo geral de como as organizações se relacionam com as pessoas.
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A interação
da gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais e indi-
viduais.

3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre mo- A denominação trabalho em equipe ou trabalho de
tivação, mais especialmente sobre as analises de compor- grupo surgiu após a Primeira Guerra Mundial, e é um mé-
tamento que produzem a cooperação por parte dos indiví- todo muitas vezes usado no âmbito político e econômico
duos. Ela resume essa relação entre pessoas e organiza- como um sistema para resolver problemas.
ção como sendo um sistema onde a organização recebe O trabalho em equipe possibilita a troca de conheci-
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação mento e agilidade no cumprimento de metas e objetivos
ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incenti- compartilhados, uma vez que otimiza o tempo de cada
vos, dentre os quais podemos citar os salários, prêmios de pessoa e ainda contribui para conhecer outros indivíduos e
produção, gratificações, elogios, oportunidades, etc. Isso aprender novas tarefas.
facilita a existência de um processo harmonioso, alcançan- Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica de
do-se assim o que chamamos de equilíbrio organizacional. trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. As
Cada vez mais, as equipes se tornam a forma básica evidências sugerem que as equipes são capazes de melho-
de trabalho nas organizações do mundo contemporâneo. rar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa requer
As evidências sugerem que as equipes são capazes de múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. Quando
melhorar o desempenho dos indivíduos quando a tarefa as organizações se reestruturaram para competir de modo
requer múltiplas habilidades, julgamentos e experiências. mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes como for-
Quando as organizações se reestruturaram para competir ma de utilizar melhor os talentos dos seus funcionários. As
de modo mais eficiente e eficaz, escolheram as equipes empresas descobriram que as equipes são mais flexíveis
como forma de utilizar melhor os talentos dos seus funcio- e reagem melhor às mudanças do que os departamentos
nários. As empresas descobriram que as equipes são mais tradicionais ou outras formas de agrupamentos permanen-
flexíveis e reagem melhor às mudanças do que os depar- tes. As equipes têm capacidade para se estruturar, iniciar
tamentos tradicionais ou outras formas de agrupamentos seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver rapidamen-
permanentes. As equipes têm capacidade para se estru- te. Outras características importantes é que as equipes são
turar, iniciar seu trabalho, redefinir seu foco e se dissolver uma forma eficaz de facilitar a participação dos trabalha-
dores nos processos decisórios aumentar a motivação dos
rapidamente. Outras características importantes é que as
funcionários.
equipes são uma forma eficaz de facilitar a participação
dos trabalhadores nos processos decisórios aumentar a
São características das equipes eficazes:
motivação dos funcionários.
- Comprometimento dos membros com um propósito
comum e significativo;
- O estabelecimento de metas específicas para a equi-
pe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho
e também energizam as equipes. Metas específicas ajudam
a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equi-
pe a manter seu foco sobre o obtenção de resultados;
- Os membros defendem suas idéias, sem radicalismo;
- Grande habilidade para ouvir;
- Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo
com o grau de maturidade da equipe; de acordo com a
contingência;
- Questões comportamentais são discutidas aberta-
mente, principalmente as que podem comprometer a ima-
gem da equipe ou organização
- O nível de confiança entre os membros é elevado;
- Demonstram confiança em seus líderes, tornando a
equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as me-
Uma equipe de trabalho possui elementos peculiares tas e as decisões do líder;
de atitude e de ação. As análises de seu desempenho, dos - Flexibilidade permitindo que os membros da equipe
comportamentos de seus membros individuais ou dos possam completar as tarefas uns dos outros. Isso deixa a
resultantes do trabalho coletivo são bastante expressivas equipe menos dependente de um único membro;
para a compreensão de sua atuação e de como deveria - Conflitos são analisados e resolvidos;
funcionar para tornar-se mais eficaz. - Há uma preocupação / ação contínua em busca do
Trabalho em equipe é quando um grupo ou uma so- autodesenvolvimento.
ciedade  resolve criar um esforço coletivo para resolver
um problema. O trabalho em equipe pode ser descrito Um bom exemplo de uma atuação de trabalho em
como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam equipe são os esportes, onde os atletas precisam uns dos
a realizar uma tarefa ou determinado trabalho, por obri- outros para conseguir fazer gols ou pontos, a maioria dos
gação, ou não. esportes são formados por equipes, onde cada um desem-
penha um papel, para atingir o todo. Outro bom exemplo

4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

de trabalho em equipe é o das formigas e gafanhotos, que Fatores que interferem no trabalho em equipe
dividem-se para pegar alimentos e se um não faz a sua - Estrelismo;
parte, todo o resto fica comprometido, dando um modelo - Ausência de comunicação e de liderança;
de união e força. - Posturas autoritárias;
Saber trabalhar em equipe é outro fator importante, e - Incapacidade de ouvir;
uma característica essencial para profissionais e estudan- - Falta de treinamento e de objetivos;
tes, as empresas valorizam muito pessoas que não pensam - Não saber “quem é quem” na equipe.
apenas na sua própria tarefa, e sim naqueles que pensam
nos colegas e na empresa em si. São características das equipes eficazes:
O bom funcionamento de uma equipe vai depender - Comprometimento dos membros com um propósito
da personalidade de cada elemento da equipe e do rela- comum e significativo;
cionamento entre eles. Alguns tipos de personalidade são - O estabelecimento de metas específicas para a equi-
mais compatíveis com outros e quando dois tipos de per- pe que conduzam os indivíduos a um melhor desempenho
sonalidade compatíveis trabalham juntos, a equipe sai be- e também energizam as equipes. Metas específicas ajudam
neficiada. a tornar a comunicação mais clara. Ajudam também a equi-
Um ambiente saudável e agradável é também essencial pe a manter seu foco sobre o obtenção de resultados;
para o trabalho em equipe. Desta forma, cada elemento - Os membros defendem suas ideias, sem radicalismo;
deve colocar a equipe em primeiro lugar e não procurar os - Grande habilidade para ouvir;
seus próprios interesses. Além disso, é importante haver - Liderança é situacional; ou seja, o líder age de acordo
empatia para que trabalho exercido seja o mais eficaz e com o grau de maturidade da equipe; de acordo com a
prazeroso possível. Trabalhar em equipe requer muitas ho- contingência;
ras de convivência, e por isso, a harmonia e respeito devem - Questões comportamentais são discutidas aberta-
ser cultivados em todas as ocasiões. mente, principalmente as que podem comprometer a ima-
gem da equipe ou organização
Diferença entre Grupo e Equipe - O nível de confiança entre os membros é elevado;
Grupo e equipe não é a mesma coisa. Grupo é definido - Demonstram confiança em seus líderes, tornando a
como dois ou mais indivíduos, em interação e interdepen- equipe disposta a aceitar e a se comprometer com as me-
dência, que se juntam para atingir um objetivo. Um grupo tas e as decisões do líder;
de trabalho é aquele que interage basicamente para com- - Flexibilidade permitindo que os membros da equipe
partilhar informações e tomar decisões para ajudar cada possam completar as tarefas uns dos outros.
membro em seu desempenho na sua área de responsabi- Isso deixa a equipe menos dependente de um único
lidade. membro;
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem - Conflitos são analisados e resolvidos;
oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo - Há uma preocupação / ação contínua em busca do
que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempenho é autodesenvolvimento.
apenas a somatória das contribuições individuais de seus O desempenho de uma equipe não é apenas a soma-
membros. Não existe uma sinergia positiva que possa criar tória das capacidades individuais de seus membros.
um nível geral de desempenho maior do que a soma das Contudo, estas capacidades determinam parâmetros
contribuições individuais. do que os membros podem fazer e de quão eficientes
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por eles serão dentro da equipe. Para funcionar eficazmente,
meio do esforço coordenado. Os esforços individuais re- uma equipe precisa de três tipos diferentes de capacida-
sultam em um nível de desempenho maior do que a soma des. Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos
daquelas contribuições individuais. O quadro abaixo res- técnicos. Segundo, pessoas com habilidades para solução
salta as diferenças entre grupos de trabalho e equipes de de problemas e tomada de decisões que sejam capazes
trabalho. de identificar problemas, gerar alternativas, avaliar essas
alternativas e fazer escolhas competentes. Finalmente, as
Comparação entre Grupos de Trabalho e Equipes de Tra- equipes precisam de pessoas que saibam ouvir, deem fee-
balho dback, solucionem conflitos e possuam outras habilidades
Transformando indivíduos em membros de equipe interpessoais.
- partilham suas ideias para a melhoria do que fazem e
de todos os processos do grupo; Tipos de Equipe
- respeitam as individualidades e sabem ouvir; As equipes podem realizar uma grande variedade de
- comunicam-se ativamente; coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, nego-
- desenvolvem respostas coordenadas em benefícios ciar acordos, coordenar projetos, oferecer aconselhamen-
dos propósitos definidos; tos ou tomar decisões.
- constroem respeito, confiança mútua e afetividade Equipe de soluções de problemas: Neste tipo de
nas relações; equipe, os membros trocam ideias ou oferecem sugestões
- participam do estabelecimento de objetivos comuns; sobre os processos e métodos de trabalho que podem ser
- desenvolvem a cooperação e a integração entre os melhorados. Raramente, entretanto, estas equipes têm au-
membros. toridade para implementar unilateralmente suas sugestões.

5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Equipes de trabalho autogerenciadas: São equipes A equipe traz consigo a ação, a execução do trabalho,
autônomas, que podem não apenas solucionar os proble- agrupando profissionais de categorias diferentes, comple-
mas, mas também implementar as soluções e assumir total mentando-se, articulando-se e dependendo uns dos ou-
responsabilidade pelos resultados. São grupos de funcio- tros para objetivos comuns.
nários que realizam trabalhos muito relacionados ou inter-
dependentes e assuem muitas das responsabilidades que Objetivos do trabalho em equipe
antes eram de seus antigos supervisores. As organizações que se baseiam no trabalho em equi-
Normalmente, isso inclui o planejamento e o crono- pe buscam evitar condições opressivas de trabalho e as
grama de trabalho, a delegação de tarefas aos membros, substituem por processos e políticas que estimulam as
o controle coletivo sobre o ritmo de trabalho, a tomada de pessoas a trabalharem efetivamente para objetivos co-
decisões operacionais e a implementação de ações para muns. Conforme MOSCOVICI (1996) “...desenvolver uma
solucionar problemas. As equipes de trabalho totalmente equipe é ajudar a aprender e a institucionalizar um proces-
so constante de autoexame e avaliação das condições que
autogerenciadas até escolhem seus membros e avaliam o
dificultam seu funcionamento efetivo, além de desenvolver
desempenho uns dos outros.
habilidades para lidar eficazmente com esses problemas.”
Consequentemente, as posições de supervisão per-
É necessário que uma equipe possua objetivos, para
dem a sua importância e até podem ser eliminadas.
que consiga se manter e se desenvolver. Os objetivos são
Equipes multifuncionais: São equipes formadas por de suma importância para o trabalho em equipe, pois
funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferen- guiam as ações dos participantes do grupo, que coorde-
tes setores da empresa, que se juntam para cumprir uma nam e planejam seus esforços. Servem ainda para delimitar
tarefa. As equipes desempenham várias funções (multi- critérios para resolver conflitos interpessoais e para a me-
funções), ao mesmo tempo, ou seja, não há especificação lhoria do trabalho, que passa a ser constantemente avalia-
para cada membro. O sentido de equipe é exatamente do, analisado e revisado. Os objetivos quando imediatos
esse, os membros compensam entre si as competências e têm maior significado para a equipe. Devem servir como
as carências, num aprendizado contínuo. passos intermediários para os objetivos principais.
As equipes multifuncionais representam uma forma
eficaz de permitir que pessoas de diferentes áreas de uma Tipos de equipes
empresa (ou até de diferentes empresas) possam trocar PARKER (1995) divide as equipes em três tipos especí-
informações, desenvolver novas ideias e solucionar pro- ficos, cada qual com as suas características.
blemas, bem como coordenar projetos complexos. Eviden- A equipe funcional é formada por um chefe e seus su-
temente, não é fácil administrar essas equipes. Seus pri- bordinados diretos e tem sido a marca da empresa moder-
meiros estágios de desenvolvimento, enquanto as pessoas na. Questões como autoridade, relações, tomada de deci-
aprendem a lidar com a diversidade e a complexidade, são, liderança e gerenciamento demarcado são simples e
costumam ser muito trabalhosos e demorados. Demora claras.
algum tempo até que se desenvolva a confiança e o espíri- A equipe autogerenciável é um grupo íntegro de co-
to de equipe, especialmente entre pessoas com diferentes laboradores responsáveis por todo um processo ou seg-
históricos, experiências e perspectivas. mento de trabalho, que oferece um produto ou serviço a
Equipes Virtuais: Os tipos de equipes analisados até um cliente interno ou externo. Em diferentes instâncias, os
agora realizam seu trabalho face a face. As equipes virtuais membros da equipe trabalham em conjunto para melhorar
usam a tecnologia da informática para reunir seus mem- as suas operações, lidar com os problemas do dia-a-dia e
bros, fisicamente dispersos, e permitir que eles atinjam um planejar e controlar as suas atividades.
E a equipe interfuncional, às vezes chamada equipe
objetivo comum. Elas permitem que as pessoas colaborem
multidisciplinar, faz parte da silenciosa revolução que atual-
on-line utilizando meios de comunicação como redes in-
mente vem assolando as organizações. PARKER (1995) diz
ternas e externas, videoconferências ou correio eletrônico
que “...as possibilidades para esse tipo de equipe parecem
– quando estão separadas apenas por uma parede ou em ser ilimitadas. Encontro-as nos mais diversos ramos de ati-
outro continente. São criadas para durar alguns dias para vidade, desempenhando uma gama de funções igualmente
a solução de um problema ou mesmo alguns meses para amplas, até então praticadas isoladamente.” Ainda sob o
conclusão de um projeto. Não são muito adequadas para enfoque de PARKER (1995), “...equipes interfuncionais es-
tarefas rotineiras e cíclicas. tão ajudando a agilizar o processo de desenvolvimento de
produtos, melhorar o enfoque dado ao cliente, aumentar
TRABALHO EM EQUIPE a capacidade criativa da empresa, oferecer um fórum para
o aprendizado organizacional e servir de ponto único de
O que é uma equipe? contato para clientes, fornecedores e outros envolvidos.”
A equipe é um grupo primário, em que seus partici-
pantes se conhecem, relacionam-se diretamente, havendo Estágio de desempenho de equipes
ainda uma unidade de espírito e de ação. Quando focali- De acordo com KATZENBACH e SMITH (apud MOS-
zam-se as equipes, verificam-se que os resultados que elas COVICI, 1996), a curva de desempenho da equipe permite
querem atingir são os objetivos da organização. classificá-la de acordo com o modo de funcionamento em
uma das cinco posições:

6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Pseudo-equipe: neste grupo, pode-se definir um traba- a) cooperar: participar voluntariamente, apoiar as de-
lho, mas não há preocupação com o desempenho coletivo cisões da equipe, fazer a sua parte do trabalho;
apreciável. Prevalece a individualidade. b) compartilhar informações: manter as pessoas in-
Grupos de trabalho: não existe estímulo para transfor- formadas e atualizadas sobre o processo do grupo;
mar-se em equipe. Partilham informações entre si, porém c) expressar expectativas positivas: esperar o melhor
mantêm-se, de forma individual, as responsabilidades e das capacidades dos outros membros do grupo, falando
objetivos. Não se produz desempenho coletivo. dos membros da equipe para os outros com aprovação.
Equipe potencial: existe intenção de produzir desem- Apelar para a racionalidade em situações de conflito e não
penho coletivo. Necessita assumir compromisso quanto ao assumir posição polêmica nesses casos;
resultado de grupo e requer esclarecimentos das finalida- d) estar disposto a aprender com os companheiros:
des, objetivos e abordagem de tarefa. valorizar a experiência dos outros, solicitar dados e intera-
Equipe real: composta de pessoas que, além de possuí- gir pedindo e valorizando ideias;
rem habilidades que se complementam, se comprometem e) encorajar os outros: dar crédito aos colegas que
umas com as outras, através da missão e objetivos comuns tiveram bom desempenho tanto dentro como fora da equi-
e da abordagem de trabalho bem definida. Existe confiança pe;
entre os membros do grupo, assumindo responsabilidade f) construir um espírito de equipe: tomar atitudes
plena sobre o desempenho. especiais para promover um clima amigável, moral alta e
Equipe de elevado desempenho: equipe com membros cooperação entre os membros da equipe;
profundamente comprometidos com o crescimento pes- g) resolver conflitos: trazer à tona o conflito dentro
soal de cada indivíduo e com o sucesso deles mesmos e da equipe e encorajar ou facilitar uma solução construtiva
dos outros. Possuem resultados muito além das expecta- para a equipe. Não esconder ou evitar o problema, mas
tivas. Na análise de MANZ e SIMS (1996), co-autores de tentar resolvê-lo da forma nas rápida possível.
Empresas sem chefes, instalando equipes de elevado de-
sempenho, tem-se: RELAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE PERSONALIDADE
a) aumento na produtividade; NO TRABALHO EM EQUIPE
b) melhora na qualidade; Conforme foi apresentado, os tipos de personalidade
c) melhora na qualidade de vida profissional dos fun- podem contribuir ou não para o desempenho das equipes.
cionários; Cada personalidade possui características definidas com
d) redução no nível de rotatividade de pessoal e ab- seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se intera-
senteísmo; gem, definindo indivíduos com certas características mais
e) redução no nível de conflito; salientes e que incorporam características de um outro es-
f) aumento na inovação; tilo.
g) aumento na flexibilidade; e A relação entre os tipos de personalidade no trabalho
h) obtenção de economia de custos da ordem de 30% em equipe é de difícil compreensão e funcionamento, pois
a 70%. as equipes são formadas por pessoas, as quais são diferen-
É necessário aprender a trabalhar em equipe, sabendo- tes umas das outras, cada qual com sua visão de mundo e
-se que uma equipe não começa a funcionar eficientemente suas atitudes individuais. Como relatam HURLEY e DOB-
no momento em que é criada. Conforme KOPITTKE (2000) SON (1995), “...pessoas brilhantes que todos os dias resol-
“é necessário um tempo para que a equipe se alinhe.” Num vem problemas complicados com uma aparente facilidade
importante estudo, feito nos anos 70, o psicólogo Tuckman ficam completamente perplexas com o comportamento de
identificou quatro estágios de desenvolvimento de equipes seus companheiros de trabalho...”, reforçando a noção de
que visam ao sucesso, conforme relata KOPITTKE (2000), que a relação entre as pessoas é cercada de mistérios.
sendo eles: Analisando-se os nove tipos de personalidades descri-
a) formação: neste estágio, as pessoas ainda estão tos, observa-se que eles descrevem com precisão a nature-
aprendendo a lidar umas com as outras; pouco trabalho za humana. Vistos de maneira objetiva, nenhum dos nove
é feito; padrões é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma
b) tormenta: tem-se uma época de difícil negociação combinação distinta de força e fraqueza, beleza e feiura.
das condições sob as quais a equipe vai trabalhar; Nenhum padrão é melhor ou o melhor, pior ou o pior. Às
c) aquiescência: é a época na qual os papéis são acei- vezes, determinada pessoa pode achar que o seu padrão
tos (posse do problema) e as informações circulam livre- é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas é possível, num
mente; momento, encontrar força em um padrão e, num outro,
d) realização: quando a execução do trabalho atinge encontrar uma fraqueza.
níveis ótimos (não há mais problema). O que se observa é que as pessoas acabam ficando
perplexas umas com as outras quando começam a perce-
Habilidades para o trabalho em equipe ber os segredos que as outras pessoas ocultam das suas
As competências para um bom desempenho no traba- personalidades.
lho em equipe diferem das competências necessárias ao Traçando uma relação com a fábula do patinho feio
trabalho individual. Abaixo, estão explicitadas essas com- (que se escondeu porque estava convencido de que não
petências: possuía beleza ou atração alguma e de que era repulsi-

7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

vo demais para ser aceito e amado, mas que, por acaso, equipe ao conceito simplista de grupo, ou seja, apenas um
descobriu na própria imagem refletida num lago a graça agrupamento de indivíduos que dividem o mesmo espa-
e a elegância de um cisne), pode-se entender que é possí- ço físico, mas que possuem objetivos e metas diferentes,
vel encontrar uma verdadeira beleza quando se olha para bem como não buscam o aprimoramento e crescimento
dentro de si. dos outros.
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo Como cita HURLEY e DOBSON (1995), por mais que
pode se ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. os individualistas considerem importante um projeto ou
Nunca um protetor, por exemplo, carrega somente as ca- por mais que os observadores reflitam sobre ele, ele não
racterísticas da sua tipologia. Uma pessoa com o centro será concluído sem a energia despendida por outra pes-
emocional predominante não será necessariamente uma soa, com outro tipo de personalidade; o que demonstra a
boa artista. Talvez brilhe mais como administradora, quem necessidade da interdependência.1
sabe? Todos os tipos são interligados e se movimentam fa-
zendo contrapontos e complementos. Nesse sentido, cada
tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre-
dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando LIDERANÇA E MOTIVAÇÃO NAS
as coisas transcorrem normalmente e que é chamado de ORGANIZAÇÕES.
seu tipo; o aspecto que vigora quando se é colocado em
ação, gerando situações de estresse; e o terceiro, que surge
nos momentos em que não se sente em plena segurança.
Para dar um exemplo, ao ver-se numa situação de estresse, Uma característica essencial das organizações é que
o observador (em geral, quieto e retraído) torna-se repenti- elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que
namente extrovertido e amistoso, características típicas do entra o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pessoas
epicurista, num esforço de reduzir o estresse. Sentindo-se é um modelo geral de como as organizações se relacionam
em segurança, o observador tende a se tornar o patrão, com as pessoas.
direcionando os outros e controlando o espaço pessoal. Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social,
Todos têm virtudes e aspectos negativos, como a lua e há na organização também o subsistema técnico. A inte-
e a sua face oculta. Então, vivem-se os aspectos mais po- ração da gestão de pessoas com outros subsistemas, espe-
sitivos de cada tipo. Se tudo continuar indo bem, a essas cialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacio-
qualidades se somarão outras de outro tipo, promovendo nais e individuais.
integração. Alguns exemplos: se o tipo empreendedor se A gestão de pessoas é uma das áreas que mais tem
integra com o sonhador, ele pode passar a ter autoestima sofrido mudanças e transformações nos últimos anos.
apurada e a saber levar a vida sem dramas. Ficará mais oti- Profissionais capazes de liderar, de exercer poder e in-
mista, espontâneo e criativo também. Não se prende a fa- fluência sobre as pessoas, fazem a diferença para muitas
zer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. organizações. É uma atividade que, se bem feita, mantém
Se o tipo individualista integra-se com o empreendedor, a saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito
provavelmente ele poderá ser capaz de agir no presente importante essa atenção dada aos fundamentos da psico-
e com objetividade, aceitando a realidade e vivendo suas logia.
emoções como são, sem tentar ampliá-las. Já se o sonha- A liderança não deve ser confundida com direção nem
dor integrar-se com o observador, sua capacidade de in- com gerência. Um bom administrador deve ser necessaria-
trospecção será imensa e saberá como ninguém apreciar o mente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder
silêncio e a reflexão. é um administrador. Na verdade, os líderes devem estar
Quando se está inseguro, em plena crise de estresse, presentes no nível institucional, intermediário e operacio-
colocam-se em ação os mecanismos de defesa, deixando nal das organizações. Todas as organizações precisam de
transparecer aspectos negativos. A exemplo do movimento líderes em todos os seus níveis e em todas as suas áreas
de integração, quanto mais aguda for a crise, passam-se a de atuação.
agregar os pontos fracos de outro tipo – ligado ao básico. A liderança é um fenômeno tipicamente social que
Por vezes, a instalação do tipo de desintegração é durável ocorre exclusivamente em grupos sociais e nas organiza-
e, nesse caso, pode ser necessária uma assistência especial. ções. Podemos definir liderança como uma influência in-
A passagem pela desintegração do tipo de personali- terpessoal exercida numa dada situação e dirigida através
dade causa sofrimento, pois torna-se muito mais vulnerável do processo de comunicação humana para a consecução
e corre-se o risco de se deixar levar por sentimentos des- de um ou mais objetivos específicos. Os elementos que
trutivos. Daí a importância de entender esses movimentos. caracterizam a liderança são, portanto, quatro: a influên-
Percebe-se que, para o sucesso das equipes, se faz ne- cia, a situação, o processo de comunicação e os objetivos
cessário que os seus integrantes utilizem-se de empatia, a alcançar.
ou seja, coloquem-se no lugar dos outros, estejam recep- A liderança envolve o uso da influência e todas as re-
tivos ao processo de integração e, dessa forma, permitam- lações interpessoais podem envolver liderança. Todas as
-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que relações dentro de uma organização envolvem líderes e
cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de 1 Fonte: www.tupi.fisica.ufmg.br - Por Adriano Milton Preisler /Jadson
pessoas que competem entre si, o que traz o retrocesso da Alberto Borba /Júlio Cesar Battirola

8
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as relações Teoria X


entre linha e assessoria, supervisores e subordinados etc. O administrador que pensa e age de acordo com a
Outro elemento importante no conceito de liderança é a Teoria X tende a dirigir e controlar os subordinados de ma-
comunicação. A clareza e a exatidão da comunicação afe- neira rígida e intensiva, fiscalizando seu trabalho, pois con-
tam o comportamento e o desempenho dos liderados. A sidera que as pessoas são passivas, indolentes, relutantes e
dificuldade de comunicar é uma deficiência que prejudica sem qualquer iniciativa pessoal. Nesse estilo de liderança, o
a liderança. O terceiro elemento é a consecução de metas. administrador pensa que não se deve confiar nas pessoas,
O líder eficaz terá de lidar com indivíduos, grupos e metas. porque elas não têm ambição e evitam a responsabilidade.
A eficácia do líder é geralmente considerada em termos de Ele não lhes delega responsabilidades porque acredita que
grau de realização de uma meta ou combinação de me- elas são dependentes e preferem ser dirigidas. Com todas
tas. Mas, por outro lado, os indivíduos podem considerar essas restrições, o administrador cria um ambiente auto-
o líder como eficaz ou ineficaz, em termos de satisfação crático de trabalho, uma atitude de desconfiança, vigilância
decorrente da experiência total do trabalho. De fato, a e controle coercitivo que não estimula ninguém a traba-
aceitação das diretrizes e comandos de um líder apoia-se lhar. Pessoas tratadas dessa maneira tendem naturalmente
muito nas expectativas dos liderados de que suas respos- a responder com falta de interesse e de estímulo, aliena-
tas favoráveis os levarão a bons resultados. Nesse caso, o ção, desencorajamento, pouco esforço pessoal e baixa pro-
líder serve ao grupo como um instrumento para ajudar a dutividade, situação que vai reforçar o ponto de vista do
alcançar objetivos. administrador, fazendo-o aumentar ainda mais a pressão, a
vigilância e a fiscalização. A ação constrangedora do admi-
Teorias sobre Liderança nistrador provoca reação acomodada das pessoas. Quanto
mais ele obriga, tanto mais elas tendem a se alienar em
Teorias de Traços de Personalidade relação ao trabalho.
As mais antigas teorias sobre liderança se preocupa-
vam em identificar os traços de personalidade capazes de Teoria Y
caracterizar os líderes. O pressuposto era que se poderia
Já o administrador que pensa e age de acordo com a
encontrar um número finito de características pessoais, in-
teoria Y, tende a dirigir as pessoas com maior participação,
telectuais, emocionais e físicas que identificassem os líde-
liberdade e responsabilidade no trabalho, pois considera
res de sucesso, como:
que elas são aplicadas, gostam de trabalhar e têm iniciativa
• Habilidade de interpretar objetivos e missões;
própria. Ele tende a delegar e a ouvir opiniões, pois acre-
• Habilidade de estabelecer prioridades;
dita que as pessoas sejam criativas e habilidosas. Compar-
• Habilidade de planejar e programar atividades da
tilha com elas os desafios do trabalho, porque pensa que
equipe;
• Facilidade em solucionar problemas e conflitos; elas são capazes de assumir responsabilidades, com auto-
• Facilidade em supervisionar e orientar pessoas; controle e autodireção no seu comportamento. Esse estilo
• Habilidade de delegar responsabilidades para os de administrar tende a criar um ambiente democrático de
outros. trabalho e oportunidades para que as pessoas possam sa-
As críticas à teoria de traços de personalidade residem tisfazer suas necessidades pessoais mais elevadas através
em dois aspectos principais. O primeiro é que as caracterís- do alcance dos objetivos organizacionais. Pessoas que tra-
ticas de personalidade são geralmente medidas de maneira balham com respeito, confiança e participação tendem a
pouco precisa. O segundo é que essa teoria não considera responder com iniciativa, prazer em trabalhar, dedicação,
a situação dentro da qual atua a liderança, ou seja, os ele- envolvimento pessoal, entusiasmo e elevada produtividade
mentos do ambiente que são importantes para determinar em seu trabalho. A situação impulsionadora do adminis-
quem será um líder eficaz. Alguns traços de personalidade trador provoca uma reação empreendedora das pessoas.
são importantes em certas situações, mas não em outras. Quanto mais ele impulsiona, tanto mais elas tendem a to-
Um líder de empresa pode ser o último a falar em casa. mar iniciativa e responsabilidade no trabalho.
Muitas vezes é a situação que define um líder. Quando a Onde se situar? Qual o estilo de liderança a adotar?
situação se modifica, a liderança passa para outras mãos. Essa questão é simples. Em um modelo burocrático, pro-
vavelmente a teoria X seria a mais indicada como estilo
Teoria Sobre Estilos de Liderança de liderança para submeter rigidamente todas as pessoas
Um dos mais populares expoentes da teoria comporta- às regras e regulamentos vigentes. Porém, na medida em
mental, Douglas McGregor, publicou um livro clássico, em que se adota um modelo adaptativo, a teoria Y torna-se
que procura mostrar com simplicidade que cada adminis- imprescindível para o sucesso organizacional. Contudo,
trador possui uma concepção própria a respeito da nature- independentemente do modelo organizacional, o mundo
za das pessoas que tende a moldar o seu comportamento moderno está abandonando a teoria X e trocando-a defi-
em relação aos subordinados. Ele chegou à conclusão de nitivamente pela teoria Y.
que há duas maneiras diferentes e antagônicas de encarar
a natureza humana. Uma delas é antiga e negativa, basea- Comportamentos de Liderança
da na desconfiança nas pessoas. A outra é moderna e posi- A abordagem comportamental tenta identificar o que
tiva, baseada na confiança nas pessoas. McGregor denomi- fazem os líderes. Os líderes devem concentrar-se em fazer
nou-as, respectivamente, Teoria X e Teoria Y. com que as tarefas sejam cumpridas ou em manter seus

9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

seguidores felizes? Na abordagem comportamental, as ca- Líderes autocráticos


racterísticas pessoais são consideradas menos importantes O líder centraliza totalmente a autoridade e as deci-
que o real comportamento exibido pelos líderes. sões. Os subordinados não têm nenhuma liberdade de
Três categorias gerais do comportamento de liderança escolha. O líder autocrático é dominador, emite ordens
receberam atenção particular: comportamentos relaciona- e espera obediência plena e cega dos subordinados. Os
dos ao desempenho de tarefas, à manutenção do grupo e à grupos submetidos à liderança autocrática apresentaram o
participação do empregado nas tomadas de decisão. maior volume de trabalho produzido, com evidentes sinais
de tensão, frustração e agressividade. O líder é temido pelo
Desempenho de Tarefas grupo, que só trabalha quando ele está presente. A lideran-
A liderança exige fazer com que as tarefas sejam de- ça autocrática enfatiza somente o líder. O líder autocrático
sempenhadas. Os comportamentos de desempenho de é tipicamente negativo, baseia suas ações em ameaças e
tarefas são os esforços do líder para garantir que a unida- punições: mas também podem ser positivos, como foi de-
de de trabalho ou a organização atinjam suas metas. Essa monstrado no caso de um autocrata benevolente que faz
dimensão é às vezes mencionada como preocupação com escolhas para dar algumas recompensas a seus subordi-
produção, liderança diretiva, estrutura iniciadora ou pro- nados.
ximidade de supervisão. Inclui o enfoque na velocidade, Algumas vantagens do estilo de liderança autocrática
qualidade e precisão do trabalho, quantidade de produção é que ele geralmente satisfaz como líder, favorece deci-
e na obediência às regras. sões rápidas, utiliza favoravelmente os subordinados me-
nos competentes, oferecendo segurança e base estruturais
Manutenção do Grupo para os empregados. A maior desvantagem é que a maio-
Ao exibir o comportamento de manutenção do grupo, ria dos subordinados não gosta desse estilo, especialmente
os líderes agem para garantir a satisfação dos membros do se for usado de maneira extrema a ponto de criar medo e
grupo, para desenvolver e manter relações harmoniosas de frustração.
trabalho e preservar a estabilidade social do grupo. Essa Na liderança autocrática, o líder centraliza o poder e
dimensão é algumas vezes chamada de preocupação com mantém o controle de tudo e de todos em suas mãos.
as pessoas, liderança de apoio ou consideração. Inclui en- Grupos com líder autoritário. Tendia a ser mais agressi-
foque nos sentimentos e no bem-estar das pessoas, apre- vo e briguento. Quando se exprimia a agressão, esta tendia
ciação por elas e redução do estresse. a ser dirigida aos outros membros do grupo e não ao líder.
Alguns indivíduos passaram a depender completamen-
Líderes positivos e negativos te do líder e só trabalhavam quando ele estava presente.
Existem diferenças entre maneiras pelas quais os líde- Quando o líder se afastava do grupo, o trabalho não pro-
res focalizam a motivação das pessoas. Se o enfoque en- gredia com a mesma intensidade. Nas frustrações, esses
fatiza recompensas – econômicas ou outras – o líder usa grupos tendem a se dissolver, através de recriminações e
a liderança positiva. Quanto melhor for a educação do acusações pessoais.
empregado, maior é a sua solicitação de independência,
e outros fatores trabalham a favor da motivação, mais de- Líderes democráticos
pendente da liderança positiva. Se a ênfase é colocada em Os líderes participativos ou democráticos descentrali-
penalidades, o líder está se utilizando da liderança negati- zam a autoridade. As decisões participativas não são unila-
va. Este enfoque pode conseguir um desempenho aceitável terais, como no caso do estilo autocrata, pois elas saem da
em suas situações, mas tem custos humanos altos. Líderes consulta aos subordinados, bem como de sua participação.
de estilo negativo agem de forma a dominarem e serem O líder e seus subordinados atuam como uma unidade so-
superiores às pessoas. Para conseguirem que um trabalho cial. Os empregados são informados sobre as condições
seja feito, eles submetem o seu pessoal a personalidades que afetam seu trabalho e encorajados a expressar suas
tais como perda do emprego, reprimendas frente a outros ideias, bem como a fazer sugestões. A tendência geral é no
e descontos de dias trabalhados. Exibem sua autoridade a sentido de ampliar o uso das práticas participativas, pois
partir da falsa crença que podem amedrontar todos para elas são consistentes com os modelos de apoio colegiado
que atinjam a produtividade. Eles são mais chefes do que do comportamento organizacional.
líderes. Existe um contínuo de estilo de liderança que clas- O líder é extremamente comunicativo, encoraja a partici-
sifica desde o fortemente positivo até o fortemente negati- pação das pessoas e se preocupa igualmente com o trabalho
vo. Quase todos os gerentes usam ambos os estilos indica- e com o grupo. O líder atua como um facilitador para orientar
dos em algum lugar do contínuo todos os dias, mas o estilo o grupo, ajudando-o na definição dos problemas e nas solu-
dominante deve afirmar-se com o grupo. O estilo está rela- ções, coordenando atividades e sugerindo ideias. Os grupos
cionado com o modelo de comportamento organizacional submetidos à liderança democrática apresentaram boa quan-
da pessoa. O modelo autocrático tende a produzir o estilo tidade de trabalho e qualidade surpreendentemente melhor,
chamado de negativo, o modelo protetor é de alguma for- acompanhadas de um clima de satisfação, integração grupal,
ma positivo; e os modelos de apoio ou corporativo são cla- responsabilidade e comprometimento das pessoas.
ramente positivos. A liderança positiva geralmente atinge Na liderança democrática ou participativa, o líder tra-
níveis mais altos de satisfação no trabalho e desempenho. balha e toma decisões em conjunto com os subordinados,
ouvindo, orientando e impulsionando os membros.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Grupos com líder democrático. Os indivíduos convivem Comportamento do líder


amigavelmente. Há mais atitudes amistosas e ligadas às ta- As pesquisas sobre liderança levaram os psicólogos a
refas. As relações com o chefe são mais espontâneas e li- observar duas estruturas gerais de comportamento do lí-
vres. O trabalho progredia de maneira suave e espontânea, der. Vejamos:
mesmo quando o chefe está ausente. Sob frustrações, ori- • Líder orientado para a tarefa (OT). Dentro dessa
ginadas na situação de trabalho, responde o grupo através estrutura de comportamento, o líder (gerente) dirige os
de ataques organizados às dificuldades. seus esforços e o de seus subordinados para a tarefa, vi-
sando iniciar, organizar e dirigir um trabalho.
Líderes liberais • Líder orientado para as relações interpessoais
Os líderes liberais ou rédeas soltas evitam o poder e a (OR). O gerente (líder) voltado para essa orientação tem
responsabilidade. Eles dependem muito do grupo, quan- relações pessoais mais amplas no trabalho, caracterizado
to ao estabelecimento dos seus próprios objetivos e reso- por ouvir, confiar e encorajar.
lução dos seus próprios problemas. São os membros do Baseado nessa orientação, Reddin propôs quatro com-
grupo que treinam a si mesmos e promovem suas próprias binações de estilos de liderança.
motivações. O líder tem apenas um papel secundário. Na • Líder separado: Esse estilo de liderança dá ao ge-
liderança do tipo rédeas soltas a contribuição do líder é rente baixa orientação para o trabalho e pouca orientação
ignorada aproximadamente da mesma forma que na lide- para as relações humanas.
rança do tipo autocrática o líder ignora o grupo. Essa for- • Líder relacionado: Tem apenas alta orientação para
ma de liderança tende a permitir que diferentes unidades as relações humanas.
da organização elaborem objetivos cruzados, e que pode • Líder integrado: Possui uma elevada orientação
degenerar num caos. Por essa razão normalmente não é para o trabalho e também interesses altos; é voltado para
usada como um estilo dominante, mas mostra-se útil na- as relações humanas.
quelas situações nas quais o líder pode deixar as escolhas • Líder dedicado: Tem apenas alta orientação para
inteiramente por conta do grupo. o trabalho.
O líder permite total liberdade para a tomada de de-
cisões individuais ou grupais, participando delas apenas
quando solicitado pelo grupo. O comportamento do líder Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem que
é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à liderança a impulsiona à ação. Existe uma influência tanto individual
liberal não se saíram bem, nem quanto à quantidade nem como pelo contexto em que essa pessoa se encontre. Indi-
quanto à qualidade do trabalho, com fortes sinais de indi- víduos motivados tendem a ter um melhor desempenho, o
vidualismo, desagregação do grupo, insatisfação, agressi- que faz com que a organização invista em estímulos para
vidade e pouco respeito ao líder. O líder é ignorado pelo promover essa motivação.
grupo. A liderança liberal enfatiza somente o grupo. A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem
Na liderança liberal, o líder omite-se e deixa a situação dúvida, a solução inovadora para que se pudesse com-
fluir à vontade, sem intervir ou mudar o rumo dos aconte- preender melhor o comportamento humano na sua va-
cimentos. riedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos que
Grupos com líder permissivo. O trabalho progredia de- atendem a uma necessidade, ora busca satisfazer outras.
sordenadamente e pouco. Embora houvesse considerável Tudo depende da sua carência naquele momento. Duas
atividade, a maior parte dela era improdutiva. Perdeu-se pessoas não perseguem necessariamente o mesmo objeti-
um tempo considerável em discussões e conversas sobre vo no mesmo momento. O problema das diferenças indivi-
assuntos meramente pessoais entre os componentes do duais assume importância preponderante quando falamos
grupo. de motivação.
Um líder usa todos três tipos de estilos durante um
período de tempo, mas um deles tende a ser dominante. Razões da Motivação
Os pesquisadores notaram diferença na atmosfera de tra-
balho, no comportamento dos elementos do grupo e nas - Razões empresariais
realizações no desempenho dos três grupos. • concorrência
• produtos e preços
Como um Líder Deve Agir • fidelização
A gestão situacional é a habilidade de mudar a situa-
ção, quando for necessário. E para realizar essa mudança, Razões Pessoais
deve o líder ter uma variedade de comportamentos para • empregabilidade
adaptar-se à situação. Esse fato chama-se residência de es- • motivos p/ servir
tilo, que é a capacidade de manter um estilo adequado a
cada situação. * (ordem material = cliente =lucro)
Já o repertório de estilos consiste na habilidade do * (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
gerente (ou líder) em variar seu próprio estilo básico de * (ordem espiritual = crescimento pessoal)
comportamento.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

O indivíduo precisa suprir suas necessidades para mo- Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quan-
tivar-se e alcançar seus objetivos. Podemos identificar os do suas necessidades são todas supridas de forma hierár-
seguintes tipos de motivação: quica. Maslow organiza tais necessidades da seguinte for-
• Motivação Externa: a pessoa realiza determinadas ta- ma:
refas por ser “obrigada”, ou seja, são impostas determina-
ções para que essa pessoa cumpra. É a forma mais “primi-
tiva” de motivação, baseada na hierarquia e normalmente
utilizando as punições como fator principal de motivação.
Trata-se de “fazer o ordenado para não ser punido”, “cum-
prir ordens”.
• Pressão Social: a pessoa cumpre as atividades porque
outras pessoas também o fazem. Ela não age por si, mas
sim, para acompanhar um grupo e cumprir as expectativas
de outras pessoas. Aqui, estamos falando de “fazer o que
os outros fazem para ser aceito, fazer parte do grupo”.
• Automotivação: a pessoa automotivada age por ini-
ciativa própria, em função de objetivos que escolheu. A au-
tomotivação é a convicção que a pessoa tem de que deseja
os frutos das suas ações. É “fazer o que creio ser adequado
aos meus objetivos”.
Não existe motivação “certa”. Em situações de emer-
gência, por exemplo, provavelmente a simples obediência
seja a ação mais indicada. O sucesso de uma ação coletiva - Autorrealização
pode depender da conformidade das ações individuais à - Autoestima
orientação do grupo. Por outro lado, uma pessoa pode ser - Sociais
fortemente auto motivada a objetivos destrutivos, como - Segurança
uma ambição excessiva. - Fisiológicas
O ideal seria o alinhamento de todos estes tipos de
motivação; pessoas auto motivadas atuando em grupos Tais necessidades devem ser supridas primeiramente
coesos, com orientação clara, sólida e coerente. no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessida-
des fisiológicas são as iniciantes do processo motivacional,
Afinal o que é motivação? É ser feliz? É enxergar o porém, cada indivíduo pode sentir necessidades acima das
mundo com outros olhos? É conquistar resultados, é su- que está executando ou abaixo, o que quer dizer que o
perar obstáculos, é ser persistente, é acreditar nos seus so- processo não é engessado, e sim flexível.
nhos, é o que?  Teoria dos Dois Fatores - Para Frederick Herzberg, a
Motivação segundo o dicionário é o ato de motivar; motivação é alcançada através de dois fatores:
exposição de motivos ou causas ; conjunto de fatores psi-  Fatores higiênicos que são estímulos externos que
cológicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, inte- melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que
lectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de con- não consegue motivá-los.
duta em alguém. Sendo assim Motivação está intimamente
ligado aos Motivos que segundo o dicionário é fato que  Fatores motivacionais que são internos, ou seja,
leva uma pessoa a algum estado ou atividade.  são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir
Motivação vem de motivos que estão ligados simples- do reconhecimento e da autorrealização gerada através de
mente ao que você quer da vida , e seus motivos são pes- seus atos.
soais , intransferíveis e estão dentro da sua cabeça (e do
coração também) , logo seus motivos são abstratos e só Já David McClelland identificou três necessidades que
têm significado pra você , por isso motivação é algo tão seriam pontos chave para a motivação: poder, afiliação e
pessoal , porque vêm de dentro. realização.
A motivação é uma força interior que se modifica a Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”,
cada momento durante toda a vida, onde direciona e in- são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestí-
tensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quan- gio, status e outras sensações que o ser humano gosta de
do dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que sentir.
está dentro de cada pessoa de forma particular erramos
em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois nin- Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas
guém é capaz de fazê-lo. Existem pessoas que pregam a teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias
automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, de Processo, onde, em cada uma delas, identificamos as
já que a motivação é uma força intrínseca, ou seja, interior correntes pertencentes.
e o emprego desse prefixo deve ser descartado.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


Organiza as necessidades humanas em cinco categorias hierárquicas:
necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessida-
des de autorrealização.

 Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência (necessidades fisiológi-
cas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima.
(social) e o componente interno da estima (autoestima) incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o compo-
nente externo da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

 Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os
fatores motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg,
eles podem causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a
motivação. Exemplos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política
e administração da empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem
causar a satisfação e a motivação. Exemplos: crescimento, progresso,
responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

 Teoria da determinação de metas:


Considera que a determinação de metas motiva os trabalhadores. A equipe deve participar na definição das metas
(construção conjunta), que devem ser claras, desafiadoras mas alcançáveis.

 Teoria da equidade:
 Também conhecida como teoria da comparação social. A motivação seria influenciada fortemente pela percepção
de igualdade e justiça existente no ambiente profissional.

 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes a um
determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se traduzi-la
como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento em sua direção,
valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Expectativa é o grau de proba-

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

bilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação entre o esforço que vai ser despendido no
evento e o resultado que se busca alcançar. Força, ou instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que o indivíduo
irá ter que gastar em sua ação para alcançar o objetivo.

 Teorias X e Y:
McGregor afirmava que havia duas abordagens principais de motivação e liderança: as teorias X e Y.A teoria X apresen-
tava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos, não gostam
de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A teoria Y é o oposto:
diz que os indivíduos são automotivados, gostam de assumir desafios e responsabilidades e irão contribuir criativamente
para o processo se tiverem suficientes oportunidades de participação.

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela.

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessida-
des sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto realização.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Quanto às implicações dessas teorias: O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas: uma
necessidade rompe o estado de equilíbrio do organismo,
Implicações aos Administradores: causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e
As implicações para os administradores estão relacio- desequilíbrio. Esse estado de tensão leva o indivíduo a um
nadas quanto à forma como motivar os subordinados: comportamento ou ação, capaz de descarregar a tensão ou
 Devem determinar recompensas que são valoriza- livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. Se o compor-
das por cada subordinado. Ao serem motivadoras devem tamento ‘for eficaz o indivíduo encontrará a satisfação da
ser adequadas aos indivíduos observando suas reações em necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada
diferentes situações e perguntando que tipos de recom- por ela’. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao es-
pensas desejam; tado de equilíbrio anterior e à sua forma de ajustamento
 Determinar o desempenho que você deseja - de- ao ambiente.
terminar qual o nível de desempenho que os subordinados As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo
têm que ter para serem recompensados; contrario, são forças dinâmicas e persistentes que provo-
 Fazer com que o nível de desempenho seja alcan- cam comportamentos. Com a aprendizagem e a repetição
çável - a motivação poderá ser baixa se os subordinados (reforço positivo), os comportamentos tornam-se gradati-
acharem que o que foi determinado é difícil ou impossível; vamente mais eficazes na satisfação, de certas necessida-
 Ligar as recompensas ao desempenho; des. E quando uma necessidade é satisfeita ela não é mais
 Certificar se a recompensa e adequada - recom- motivadora de comportamento já que não causa tensão ou
pensas pequenas significam motivações fracas. desconforto.
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de
Implicações para a Organização: resolução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita,
A expectativa da motivação também traz várias impli- frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada)
cações para a organização: ou compensada (a satisfação é transferida para objeto).
Geralmente, as organizações recebem o equivalente a Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da ne-
recompensa e não o que desejam - o sistema de recom- cessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a sua
pensas devem ser projetados para motivar os comporta- liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão re-
mentos desejados; ex.: segurança, aumento de produção. presada no organismo procura um meio indireto de saída,
O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente re- seja por via psicológica (agressividade, descontentamento,
compensador - se forem projetados para atender as ne- tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja por via fi-
cessidades mais elevadas dos empregados, como ex.: in- siológica (tensão nervosa, insônia, repercussões cardíacas
dependência, criatividade, o trabalho pode ser motivador ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade não é sa-
por si mesmo. tisfeita nem frustrada, mas é transferida ou compensada.
Portanto, a tarefa mais importante para os administra- Isto se dá quando a satisfação de outra necessidade reduz
dores e organizações é garantir que os subordinados te- ou aplaca a intensidade de uma necessidade que não pode
nham os recursos necessários para dar o melhor de si em ser satisfeita.
prol do planejamento da organização. A satisfação de alguma necessidade é temporal e pas-
sageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orientada
Ainda sobre motivação, precisamos entender o proces- pelas diferentes necessidades. O comportamento é quase
so que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um um processo de resolução de problemas, de satisfação de
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional. necessidade, à medida que elas vão surgindo.
O conceito de motivação – ao nível individual – conduz
O Ciclo Motivacional ao de clima organizacional – ao nível da organização. Os
seres humanos estão continuamente engajados no ajusta-
mento a uma variedade de situações, no sentido de satis-
fazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional.
Isto pode ser definido com um estado de ajustamento. Tal
ajustamento não se refere somente à satisfação das neces-
sidades de pertencer a um grupo social de estima e de auto
realização. É a frustração dessas necessidades que causa
muitos dos problemas de ajustamento. Como a satisfação
dessas necessidades superiores depende muito de outras
pessoas, particularmente daquelas que estão em posições
de autoridade, torna-se importante para a administração
compreender a natureza do ajustamento e do desajusta-
mento das pessoas.
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mesmo
indivíduo de um momento para outro. Varia dentro de um
continuum e pode ser definido em vários graus, mas do

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

que em tipos. Um bom ajustamento denota “saúde men- Com o passar dos anos, e também com a contribuição
tal”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é des- trazida pelos estudos feitos pelos mais diversos pensado-
crever as características de pessoas mentalmente sadias. As res da área de humanas mostrando que o investimento no
características básicas de saúde mental são: emprego de mulheres, negros, idosos, analfabetos e por-
- As pessoas sentem-se bem consigo mesmas; tadores de deficiência, isto é, todos aqueles que até então
- As pessoas sentem-se bem em relação às outras pes- eram tidos como “os excluídos”, “a minoria” pela sociedade
soas; ajudariam na construção e manutenção da imagem da or-
- As pessoas são capazes de enfrentar por si as deman- ganização. 
das da vida. A partir deste momento, os gestores passaram a rever
muitos conceitos e investir nestas contratações. O cum-
primento das leis criadas e a preocupação em evitar uma
autuação, fizeram com que muitas empresas mudassem
ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL. seus sistemas internos e externos de captação de mão-de-
-obra. Hoje, as organizações fazem o possível para tornar
o seu quadro de funcionários o mais diversificado possível,
primeiramente para mostrarem-se socialmente responsá-
A Administração de Recursos Humanos é uma base veis e também para impedir um acompanhamento judicial
para a criação das políticas sociais da empresa. Está voltada que abalaria a sua imagem de empresa preocupada com o
ao fator principal que garante o funcionamento de qual- bem-estar da comunidade em geral.
quer organização: as pessoas. Toda instituição deve preo-
cupar-se com a motivação de seus funcionários, uma vez Fonte: http://www.catho.com.br/cursos/index.
que eles colaboram para a manutenção e funcionamento php?p=artigo&id_artigo=1306&acao=exibir
diário da empresa. Os empresários não devem deixar de
dar atenção aos seus colaboradores, principalmente pelo
possível reflexo direto nos lucros da empresa. Treinamen-
tos, avaliações, bonificações, políticas de cargos e salários CONTRATAÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO:
são recursos que podem ser utilizados para o melhoramen- CONCURSO PÚBLICO, PROCESSO SELETIVO
to motivacional. TEMPORÁRIO, CONTRATAÇÃO PARA
A expressão “Gestão de Pessoas” visa substituir “Admi- CARGOS EM COMISSÃO, ADMISSÃO E
nistração de Recursos Humanos”, que, ainda mais comum DEMISSÃO.
entre todas as expressões utilizadas nos tempos atuais para
designar os modos de lidar com as pessoas nas organiza-
ções. Os argumentos em prol desta mudança na nomen-
clatura ressaltam que o termo “Administração de Recursos Serviço público é todo aquele prestado pela admi-
Humanos” é muito restritivo, pois implica a percepção das nistração ou por particulares debaixo de regras de direito
pessoas que trabalham numa organização apenas como público para a preservação dos interesses da coletividade.
recursos, ao lado dos recursos materiais e financeiros. A titularidade da prestação de um serviço público sem-
Algumas empresas, visando maior lucratividade, estão pre será da Administração Pública, somente podendo ser
se preocupando em fazer investimentos com consultorias transferido a um particular a execução do serviço público.
de recursos humanos. Porém, outras organizações, estão As regras serão sempre fixadas unilateralmente pela Admi-
implantando uma área de gestão de pessoas na sua pró- nistração, independentemente de quem esteja executando
pria unidade de trabalho. Tudo isto está ocorrendo devi- o serviço público. Qualquer contrato administrativo aos
do ao fato de que há uma tendência muito forte que os olhos do particular é contrato de adesão.
funcionários motivados, capacitados e com um ambiente Somente por regras de direito público é possível pres-
de trabalho favorável têm alta produtividade impactando tar serviços públicos. Para distinguir quais serviços são pú-
diretamente nos resultados da organização. blicos e quais não, deve-se utilizar as regras de compe-
Para trabalhar com pessoas, primeiro deve-se com- tência dispostas na Constituição Federal. Sempre que não
preender o comportamento humano e também o conheci- houver definição constitucional a respeito, devem-se ob-
mento de vários sistemas e práticas de recursos humanos. servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem
A necessidade de mão-de-obra e também a legislação con- como o regime jurídico ao qual a atividade se submete.
tribuíram para a inclusão das mais diversificadas forças de Sendo regras de direito público, será serviço público; sendo
trabalho, quebrando muitos paradigmas. Até meados dos regras de direito privado, será serviço privado.
anos 80, as empresas até poderiam empregar mulheres, Com efeito, quem presta o serviço público pode ser a
idosos e portadores de deficiência, mas era evitado e quan- Administração ou um particular, fazendo-o sob regras de
do ocorria, geralmente não se estendia por muito tempo. direito público e com vistas a preservar o interesse público.
Os gestores naquela época não possuíam uma visão estra-
tégica de recursos humanos e sociais e consequentemente Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di-
não investiam na contratação da “minoria”. retamente ou sob regime de concessão ou permissão, sem-
pre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Parágrafo único. A lei disporá sobre: regra, a responsabilidade é objetiva, não cabendo provar a
I - o regime das empresas concessionárias e permissio- culpa ou dolo, bastando a prova do nexo de causalidade,
nárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato do dano e da ação (artigo 37, §6º, CF), à exceção dos casos
e de sua prorrogação, bem como as condições de caducida- de omissão, em que a responsabilidade é subjetiva.
de, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários; Classificação dos serviços públicos
III - política tarifária; Meirelles2 apresenta a seguinte classificação dos servi-
IV - a obrigação de manter serviço adequado. ços públicos:

O referido artigo dispõe que a prestação dos serviços a) Quanto à essencialidade:


públicos é de titularidade da Administração Pública, - serviços públicos propriamente ditos – são aqueles
podendo ser centralizada ou descentralizada. Sempre prestados diretamente pela Administração para a comuni-
que a prestação do serviço público for descentralizada, dade, por reconhecer a sua essencialidade e necessidade
por meio de concessão ou permissão, deverá ser prece- de grupo social. São privativos do Poder Público.
dida de licitação. As duas figuras, concessão ou permissão, - serviços de utilidade pública – são os que a Adminis-
surgem como instrumentos que viabilizam a descentraliza- tração, reconhecendo a sua conveniência para a coletivida-
ção dos serviços públicos, atribuindo-os para terceiros, são de, presta-os diretamente ou aquiesce que sejam presta-
reguladas pela Lei nº 8.987/95. dos por terceiros.
Assim, a titularidade de um serviço público é sempre b) Quanto aos destinatários:
da Administração Pública, que possui competência para - serviços gerais ou uti universi – são aqueles que a
fixar as regras de execução do serviço e para fiscalizar o Administração presta sem ter usuários determinados para
cumprimento das mesmas, aplicando sanções em caso de atender à coletividade no seu todo. Ex.: iluminação públi-
descumprimento. ca. São indivisíveis, isto é, não mensuráveis. Daí por que
A Administração Pública pode decidir executar ela devem ser mantidos por tributo, e não por taxa ou tarifa.
mesma um serviço público através de órgãos que inte- - serviços individuais ou uti singuli – são os que pos-
gram a sua Administração direta; ou então fazê-lo através suem usuários determinados e utilização particular e men-
de uma pessoa que integre a sua Administração indireta surável para cada destinatário. São remunerados por taxa
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia ou tarifa.
mista e fundações públicas); além de poder resolver que a
execução do serviço público será transferida a particulares, Convênios e consórcios
cabendo escolher quem deles reúne a melhor condição por Trata-se de, entre outros, dois dos instrumentos jurídi-
meio de licitação, isto é, permissão, concessão e autoriza- cos de que dispõe a Administração Pública na execução de
ção de serviço. suas atividades públicas são, exatamente, os convênios e
Os particulares, no máximo, assumem a execução do consórcios administrativos, meios de ação da Administra-
serviço, mediante delegação do poder público. Logo, a ção através dos quais esta obtém bens e recursos de toda
prestação pode ser centralizada quando a própria Admi- ordem, que precisa para implantar seus planos, concretizar
nistração Pública executa os serviços, ou descentralizada seus projetos, concluir seus empreendimentos de necessi-
quando a Administração Pública passa a execução para dade ou utilidade pública.
terceiros. Esses terceiros podem estar dentro ou fora da Os convênios e consórcios administrativos são instru-
Administração Direta. mentos que permitem a uma determinada pessoa jurídica
de direito público, conjugar e unir esforços com outros en-
Serviços indelegáveis tes, com vistas à realização de um determinado objetivo
Existem serviços próprios do Estado, que são aqueles que diz com o interesse público.
que se relacionam intimamente com as atribuições do Po- Na esfera do direito administrativo nacional, surgem,
der Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde públi- fundamentalmente, como instrumentos jurídicos que per-
cas etc.) e para a execução dos quais a Administração usa mitem a cooperação de diferentes pessoas de direito pú-
da sua supremacia sobre os administrados, os quais não blico, ou como sugere alguns doutrinadores, entre estas e
podem ser delegados a particulares. Tais serviços, por particulares.
sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa Neste sentido, impõe à Administração Pública tarefas
remuneração. da maior responsabilidade, é que estes instrumentos de
Todos os serviços públicos que não são próprios do cooperação, enquanto possibilitam a conjugação de esfor-
Estado são delegáveis. ços e união de diversos entes naquilo que isoladamente
não são capazes de realizar.
Responsabilidade civil Os convênios em primeiro plano, e os consórcios em
Nos termos do artigo 25, quem responde é o conces- menor grau, são os instrumentos jurídicos que permitem
sionário/permissionário. Responde por danos causados ao com que União, Estados e Municípios realizem esforços
poder concedente, aos usuários e a terceiros. Deve-se pri- conjuntos na realização do interesse público. Tanto nas
vilegiar a atividade que causou o dano (serviço público), 2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Pau-
independente da vítima ser ou não usuária do serviço. Em lo: Malheiros, 1993.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

áreas que a Constituição Federal indicou a competên- Extinção


cia concorrente de todos ou de dois dos entes públicos, As causas de extinção estão descritas no artigo 35: ter-
quanto naquelas em que, embora a norma de competência mo, que é o término do prazo descrito; encampação, que é
indique um ente como responsável, a realização material da a extinção por razões de interesse público; caducidade, que
finalidade pública diz com o interesse geral e, portanto, tam- é a extinção por descumprimento de obrigações pelo con-
bém assista aos demais cooperarem naquilo que for possível. cessionário; rescisão, que é a extinção durante a vigência
Assim, diante da breve introdução, temos conceitual- pelo descumprimento das obrigações pelo poder público;
mente que: anulação, que é a extinção por força da configuração de
Convênios Administrativos - são acordos firmados por ilegalidade; falência, que é a extinção por conta de falta de
entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e condições financeiras para continuar arcando com as obri-
organizações particulares, para realização de objetivos de gações do contrato; e morte, que é o falecimento da parte
interesse comum dos partícipes. contratada em contrato personalíssimo.
Consórcios Administrativos - são acordos firmados
entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou pa- Reassunção e reversão
raestatais, sempre da mesma espécie, para realização de Reassunção, que é a retomada da execução de um ser-
objetivos de interesse comum dos partícipes. viço público pelo poder público uma vez extinta a conces-
são.
Descentralização: concessão e permissão (art. 2º, Reversão, que é a transferência de bens utilizados du-
Lei nº 8.987/95) rante a concessão para o patrimônio público a partir da
Concessão de Serviço Público: é a delegação da pres- extinção da concessão.
tação do serviço público feita pelo poder concedente, me-
diante licitação na modalidade concorrência, à pessoa jurí- Princípios
dica ou consórcio de empresas que demonstrem capacida- a) Princípio da adaptabilidade: impõe a atualização e
de de desempenho por sua conta e risco, com prazo deter- modernização na prestação do serviço público;
minado. Essa capacidade de desempenho é averiguada na
b) Princípio da universalidade: significa que os serviços
fase de habilitação da licitação. Qualquer prejuízo causado
devem ser estendidos a todos administrados;
a terceiros, no caso de concessão, será de responsabilidade
c) Princípio da impessoalidade: determina a vedação
do concessionário – que responde de forma objetiva (art.
de discriminações entre os usuários;
37, § 6.º, da CF) tendo em vista a atividade estatal desen-
d) Princípio da continuidade: impossibilidade de inter-
volvida, respondendo a Administração Direta subsidiaria-
rupção;
mente. Trata-se de uma espécie de contrato administrativo.
Permissão de Serviço Público: é a delegação a título pre- e) Princípio da modicidade das tarifas: impõe tarifas
cário, mediante licitação feita pelo poder concedente à pes- módicas aos usuários;
soa física ou jurídica que demonstrem capacidade de desem- f) Princípio da cortesia: prevê que os usuários devem
penho por sua conta e risco. Trata-se de um ato administrati- ser tratados com urbanidade;
vo precário, que pode ser desfeito a qualquer momento. g) Princípio da eficiência: estabelece que o serviço pú-
blico deve ser prestado de maneira satisfatória ao usuário;
Subconcessão h) Princípio da segurança: o serviço não pode ser pres-
Conforme artigo 26, é a transferência do objeto da tado de forma que coloque em risco a vida dos usuários.
concessão para terceiros, sujeitando-se aos seguintes li-
mites: autorização ou concordância do poder constituinte, Continuidade da Prestação do Serviço Público
previsão contratual e licitação. Ocorre a sub-rogação de Entre as regras do regime jurídico público, destaca-se
direitos e obrigações perante a Administração Pública. A o princípio da continuidade de sua prestação.
subconcessão pode ser parcial. Num contrato administrativo, quando o particular des-
cumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se é a Ad-
Permissão e autorização ministração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o
Serviços concedidos são aqueles que o particular exe- particular não pode rescindir o contrato, tendo em vista o
cuta em seu nome, por sua conta e risco, remunerados por princípio da continuidade da prestação.
tarifa. A concessão dá-se por meio de contrato. Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar
Os serviços permitidos são aqueles aos quais a Admi- à Administração Pública uma prerrogativa que não existe
nistração estabelece os requisitos para a sua prestação ao para o particular, colocando-a em uma posição superior
público e, por ato unilateral (termo de permissão), comete em razão da supremacia do interesse público.
a execução aos particulares que demonstrarem capacidade Quanto à continuidade da prestação do serviço públi-
para seu desempenho. A permissão é unilateral, precária e co e o direito de greve, destaca-se que apesar da previsão
discricionária. Serve para serviços de utilidade pública. constitucional de que somente lei específica poderia de-
Por fim temos os serviços autorizados que são aque- finir os termos e limites deste direito no setor público e
les que o Poder Público, por ato unilateral, precário e dis- afins, diante da ausência de previsão, deve-se aplicar a lei
cricionário, consente na sua execução pelo particular para geral que regula o direito de greve. Contudo, a greve total
atender a interesses coletivos instáveis ou a emergência é inconstitucional, devendo-se manter serviços mínimos à
transitória. população.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Prestação de serviço adequado vestimento da concessionária seja remunerado e amortiza-


O serviço deve ser regular, contínuo, eficaz, seguro, do mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
módico, atual e cortês. O princípio básico é o da continui- determinado;
dade dos serviços públicos; entretanto, a prestação poderá IV - permissão de serviço público: a delegação, a título
ser interrompida em duas hipóteses (art. 6.º, § 3.º): precário, mediante licitação, da prestação de serviços públi-
- em situação de emergência, como no caso de atos de cos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica
vandalismo de terceiros; que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
- com aviso prévio, por razões de ordem técnica ou de conta e risco.
segurança das instalações e em caso de inadimplemento
do usuário (no caso de inadimplemento, o usuário deve ser Art. 3º As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fisca-
notificado, conferindo-se a oportunidade de pagamento lização pelo poder concedente responsável pela delegação,
antes da interrupção, bem como de defesa, alegando que com a cooperação dos usuários.
não deve, que deve menos ou que precisa parcelar).
Tarifa módica é aquela acessível ao usuário comum do Art. 4º A concessão de serviço público, precedida ou não
serviço. da execução de obra pública, será formalizada mediante
O art. 22 do Código de Defesa do Consumidor dispõe contrato, que deverá observar os termos desta Lei, das nor-
que “os órgãos públicos, por si ou suas empresas, conces- mas pertinentes e do edital de licitação.
sionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços ade- Art. 5º O poder concedente publicará, previamente ao
quados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contí- edital de licitação, ato justificando a conveniência da outor-
nuos”. Tem-se, então, um conflito entre a Lei n. 8.987/95 e o ga de concessão ou permissão, caracterizando seu objeto,
Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90). Se fos- área e prazo.
sem seguidas as regras de interpretação, a Lei n. 8.987/95
prevaleceria sobre o Código de Defesa do Consumidor por Capítulo II
ser posterior e especial. Os Tribunais, entretanto, entendem DO SERVIÇO ADEQUADO
que se o serviço é essencial, a prestação deve ser contínua,
Art. 6º Toda concessão ou permissão pressupõe a presta-
ção de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
Capítulo I
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
no respectivo contrato.
§ 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de
Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras pú-
regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualida-
blicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos
de, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade
termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pe-
das tarifas.
las normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispen-
§ 2º A atualidade compreende a modernidade das téc-
sáveis contratos. nicas, do equipamento e das instalações e a sua conserva-
Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal ção, bem como a melhoria e expansão do serviço.
e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações ne- § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do ser-
cessárias de sua legislação às prescrições desta Lei, buscando viço a sua interrupção em situação de emergência ou após
atender as peculiaridades das diversas modalidades dos seus prévio aviso, quando:
serviços. I - motivada por razões de ordem técnica ou de seguran-
ça das instalações; e,
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: II - por inadimplemento do usuário, considerado o inte-
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Fede- resse da coletividade.
ral ou o Município, em cuja competência se encontre o ser-
viço público, precedido ou não da execução de obra pública, Capítulo III
objeto de concessão ou permissão; DOS DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS
II - concessão de serviço público: a delegação de sua
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11
na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consór- de setembro de 1990, são direitos e obrigações dos usuários:
cio de empresas que demonstre capacidade para seu desem- I - receber serviço adequado;
penho, por sua conta e risco e por prazo determinado; II - receber do poder concedente e da concessionária in-
III - concessão de serviço público precedida da execução formações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;
de obra pública: a construção, total ou parcial, conservação, III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha
reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, ob-
interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante servadas as normas do poder concedente.
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica IV - levar ao conhecimento do poder público e da con-
ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para cessionária as irregularidades de que tenham conhecimento,
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o in- referentes ao serviço prestado;

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

V - comunicar às autoridades competentes os atos ilíci- Capítulo V


tos praticados pela concessionária na prestação do serviço; DA LICITAÇÃO
VI - contribuir para a permanência das boas condições
dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou
serviços. não da execução de obra pública, será objeto de prévia lici-
tação, nos termos da legislação própria e com observância
Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de di- dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igual-
reito público e privado, nos Estados e no Distrito Federal, são dade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação
obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro do ao instrumento convocatório.
mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para
escolherem os dias de vencimento de seus débitos. Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um
dos seguintes critérios:
Capítulo IV I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
DA POLÍTICA TARIFÁRIA II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder
concedente pela outorga da concessão;
Art. 8º (VETADO) III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos
incisos I, II e VII;
Art. 9º A tarifa do serviço público concedido será fixada IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada V - melhor proposta em razão da combinação dos crité-
pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no rios de menor valor da tarifa do serviço público a ser presta-
contrato. do com o de melhor técnica;
§ 1º A tarifa não será subordinada à legislação especí- VI - melhor proposta em razão da combinação dos cri-
fica anterior e somente nos casos expressamente previstos térios de maior oferta pela outorga da concessão com o de
em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à existência melhor técnica; ou , então, o disposto no art. 22 do Códi-
de serviço público alternativo e gratuito para o usuário. go de Defesa do Consumidor. Assim, os serviços essenciais
não podem ser interrompidos por inadimplemento.
§ 2º Os contratos poderão prever mecanismos de re-
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após
visão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômi-
qualificação de propostas técnicas.
co-financeiro.
§ 1º A aplicação do critério previsto no inciso III só será
§ 3º Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação,
admitida quando previamente estabelecida no edital de li-
alteração ou extinção de quaisquer tributos ou encargos
citação, inclusive com regras e fórmulas precisas para ava-
legais, após a apresentação da proposta, quando compro-
liação econômico-financeira.
vado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais § 2º Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V,
ou para menos, conforme o caso. VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigên-
§ 4º Em havendo alteração unilateral do contrato que cias para formulação de propostas técnicas.
afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder § 3º O poder concedente recusará propostas manifes-
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à tamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis
alteração. com os objetivos da licitação.
§ 4º Em igualdade de condições, será dada preferência
Art. 10. Sempre que forem atendidas as condições do à proposta apresentada por empresa brasileira.
contrato, considera-se mantido seu equilíbrio econômico-fi-
nanceiro. Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá
caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade téc-
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada ser- nica ou econômica justificada no ato a que se refere o art.
viço público, poderá o poder concedente prever, em favor 5º desta Lei.
da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de
outras fontes provenientes de receitas alternativas, comple- Art. 17. Considerar-se-á desclassificada a proposta que,
mentares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios
exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tari- que não estejam previamente autorizados em lei e à dispo-
fas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. sição de todos os concorrentes.
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste ar- § 1º Considerar-se-á, também, desclassificada a pro-
tigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do posta de entidade estatal alheia à esfera político-admi-
inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato. nistrativa do poder concedente que, para sua viabilização,
necessite de vantagens ou subsídios do poder público con-
Art. 12. (VETADO) trolador da referida entidade.
§ 2º Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferen-
das características técnicas e dos custos específicos prove- ciado, ainda que em consequência da natureza jurídica do
nientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários. licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve pre-
valecer entre todos os concorrentes.

20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 18. O edital de licitação será elaborado pelo poder III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão
concedente, observados, no que couber, os critérios e as nor- analisados os documentos habilitatórios do licitante com a
mas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessiva-
e conterá, especialmente: mente, até que um licitante classificado atenda às condições
I - o objeto, metas e prazo da concessão; fixadas no edital;
II - a descrição das condições necessárias à prestação IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto
adequada do serviço; será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econô-
III - os prazos para recebimento das propostas, julga- micas por ele ofertadas.
mento da licitação e assinatura do contrato;
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos Art. 19. Quando permitida, na licitação, a participação
interessados, os dados, estudos e projetos necessários à ela- de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes nor-
boração dos orçamentos e apresentação das propostas; mas:
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para I - comprovação de compromisso, público ou particular,
a aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas;
da regularidade jurídica e fiscal; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, comple- III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V
mentares ou acessórias, bem como as provenientes de pro- e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada;
jetos associados;
IV - impedimento de participação de empresas consor-
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da
ciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um
concessionária em relação a alterações e expansões a serem
consórcio ou isoladamente.
realizadas no futuro, para garantir a continuidade da pres-
§ 1º O licitante vencedor fica obrigado a promover, an-
tação do serviço;
tes da celebração do contrato, a constituição e registro do
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a
I deste artigo.
serem utilizados no julgamento técnico e econômico-finan-
ceiro da proposta; § 2º A empresa líder do consórcio é a responsável pe-
X - a indicação dos bens reversíveis; rante o poder concedente pelo cumprimento do contrato
XI - as características dos bens reversíveis e as condições de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária
em que estes serão postos à disposição, nos casos em que das demais consorciadas.
houver sido extinta a concessão anterior;
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das Art. 20. É facultado ao poder concedente, desde que pre-
desapropriações necessárias à execução do serviço ou da visto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, de-
obra pública, ou para a instituição de servidão administra- terminar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se
tiva; constitua em empresa antes da celebração do contrato.
XIII - as condições de liderança da empresa responsável,
na hipótese em que for permitida a participação de empre- Art. 21. Os estudos, investigações, levantamentos, proje-
sas em consórcio; tos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vincu-
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo lados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados
contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão
23 desta Lei, quando aplicáveis; à disposição dos interessados, devendo o vencedor da lici-
XV - nos casos de concessão de serviços públicos pre- tação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados
cedida da execução de obra pública, os dados relativos à no edital.
obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que
permitam sua plena caracterização, bem assim as garantias Art. 22. É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de
exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas a certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relati-
cada caso e limitadas ao valor da obra; vos à licitação ou às próprias concessões.
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de
adesão a ser firmado. Capítulo VI
DO CONTRATO DE CONCESSÃO
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem
das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de conces-
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o são as relativas:
oferecimento de lances, será aberto o invólucro com os do- I - ao objeto, à área e ao prazo da concessão;
cumentos de habilitação do licitante mais bem classificado, II - ao modo, forma e condições de prestação do serviço;
para verificação do atendimento das condições fixadas no III - aos critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros de-
edital; finidores da qualidade do serviço;
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o IV - ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos
licitante será declarado vencedor; para o reajuste e a revisão das tarifas;

21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

V - aos direitos, garantias e obrigações do poder conce- Art. 26. É admitida a subconcessão, nos termos previstos
dente e da concessionária, inclusive os relacionados às previ- no contrato de concessão, desde que expressamente autori-
síveis necessidades de futura alteração e expansão do serviço zada pelo poder concedente.
e consequente modernização, aperfeiçoamento e ampliação § 1º A outorga de subconcessão será sempre precedida
dos equipamentos e das instalações; de concorrência.
VI - aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e § 2º O subconcessionário se sub-rogará todos os direitos
utilização do serviço; e obrigações da subconcedente dentro dos limites da sub-
VII - à forma de fiscalização das instalações, dos equipa- concessão.
mentos, dos métodos e práticas de execução do serviço, bem
como a indicação dos órgãos competentes para exercê-la; Art. 27. A transferência de concessão ou do controle
VIII - às penalidades contratuais e administrativas a que societário da concessionária sem prévia anuência do poder
se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação; concedente implicará a caducidade da concessão.
IX - aos casos de extinção da concessão; § 1º Para fins de obtenção da anuência de que trata o
X - aos bens reversíveis; caput deste artigo, o pretendente deverá:
XI - aos critérios para o cálculo e a forma de pagamen- I - atender às exigências de capacidade técnica, idonei-
to das indenizações devidas à concessionária, quando for o dade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à
caso; assunção do serviço; e
XII - às condições para prorrogação do contrato; II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do
XIII - à obrigatoriedade, forma e periodicidade da pres- contrato em vigor.
tação de contas da concessionária ao poder concedente; § 2º (Revogado).
XIV - à exigência da publicação de demonstrações fi- § 3º (Revogado).
nanceiras periódicas da concessionária; e § 4º (Revogado).
XV - ao foro e ao modo amigável de solução das diver-
gências contratuais. Art. 27-A. Nas condições estabelecidas no contrato de
Parágrafo único. Os contratos relativos à concessão de
concessão, o poder concedente autorizará a assunção do
serviço público precedido da execução de obra pública deve-
controle ou da administração temporária da concessionária
rão, adicionalmente:
por seus financiadores e garantidores com quem não man-
I - estipular os cronogramas físico-financeiros de execu-
tenha vínculo societário direto, para promover sua reestru-
ção das obras vinculadas à concessão; e
turação financeira e assegurar a continuidade da prestação
II - exigir garantia do fiel cumprimento, pela concessio-
dos serviços.
nária, das obrigações relativas às obras vinculadas à con-
§ 1º Na hipótese prevista no caput, o poder conceden-
cessão.
te exigirá dos financiadores e dos garantidores que aten-
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o em- dam às exigências de regularidade jurídica e fiscal, poden-
prego de mecanismos privados para resolução de disputas do alterar ou dispensar os demais requisitos previstos no
decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitra- inciso I do parágrafo único do art. 27.
gem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos § 2º A assunção do controle ou da administração tem-
termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. porária autorizadas na forma do caput deste artigo não
alterará as obrigações da concessionária e de seus contro-
Art. 24. (VETADO) ladores para com terceiros, poder concedente e usuários
dos serviços públicos.
Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do servi- § 3º Configura-se o controle da concessionária, para
ço concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuízos os fins dispostos no caput deste artigo, a propriedade re-
causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, solúvel de ações ou quotas por seus financiadores e ga-
sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente ex- rantidores que atendam os requisitos do art. 116 da Lei nº
clua ou atenue essa responsabilidade. 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
§ 1º Sem prejuízo da responsabilidade a que se refere § 4º Configura-se a administração temporária da con-
este artigo, a concessionária poderá contratar com tercei- cessionária por seus financiadores e garantidores quando,
ros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias sem a transferência da propriedade de ações ou quotas,
ou complementares ao serviço concedido, bem como a im- forem outorgados os seguintes poderes:
plementação de projetos associados. I - indicar os membros do Conselho de Administração,
§ 2º Os contratos celebrados entre a concessionária e a serem eleitos em Assembleia Geral pelos acionistas, nas
os terceiros a que se refere o parágrafo anterior reger-se- sociedades regidas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
-ão pelo direito privado, não se estabelecendo qualquer 1976; ou administradores, a serem eleitos pelos quotistas,
relação jurídica entre os terceiros e o poder concedente. nas demais sociedades;
§ 3º A execução das atividades contratadas com tercei- II - indicar os membros do Conselho Fiscal, a serem elei-
ros pressupõe o cumprimento das normas regulamentares tos pelos acionistas ou quotistas controladores em Assem-
da modalidade do serviço concedido. bleia Geral;

22
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

III - exercer poder de veto sobre qualquer proposta sub- Capítulo VII
metida à votação dos acionistas ou quotistas da concessio- DOS ENCARGOS DO PODER CONCEDENTE
nária, que representem, ou possam representar, prejuízos
aos fins previstos no caput deste artigo; Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
IV - outros poderes necessários ao alcance dos fins pre- I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar perma-
vistos no caput deste artigo. nentemente a sua prestação;
§ 5º A administração temporária autorizada na forma II - aplicar as penalidades regulamentares e contratuais;
deste artigo não acarretará responsabilidade aos financia- III - intervir na prestação do serviço, nos casos e condi-
dores e garantidores em relação à tributação, encargos, ções previstos em lei;
ônus, sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, IV - extinguir a concessão, nos casos previstos nesta Lei
inclusive com o poder concedente ou empregados. e na forma prevista no contrato;
§ 6º O Poder Concedente disciplinará sobre o prazo da V - homologar reajustes e proceder à revisão das tarifas
administração temporária. na forma desta Lei, das normas pertinentes e do contrato;
VI - cumprir e fazer cumprir as disposições regulamen-
Art. 28. Nos contratos de financiamento, as concessioná- tares do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;
rias poderão oferecer em garantia os direitos emergentes da VII - zelar pela boa qualidade do serviço, receber, apurar
concessão, até o limite que não comprometa a operacionali- e solucionar queixas e reclamações dos usuários, que serão
zação e a continuidade da prestação do serviço. cientificados, em até trinta dias, das providências tomadas;
VIII - declarar de utilidade pública os bens necessários à
Art. 28-A. Para garantir contratos de mútuo de longo execução do serviço ou obra pública, promovendo as desa-
prazo, destinados a investimentos relacionados a contratos propriações, diretamente ou mediante outorga de poderes à
de concessão, em qualquer de suas modalidades, as conces- concessionária, caso em que será desta a responsabilidade
sionárias poderão ceder ao mutuante, em caráter fiduciário, pelas indenizações cabíveis;
parcela de seus créditos operacionais futuros, observadas as IX - declarar de necessidade ou utilidade pública, para
seguintes condições: fins de instituição de servidão administrativa, os bens neces-
I - o contrato de cessão dos créditos deverá ser registra- sários à execução de serviço ou obra pública, promovendo-a
do em Cartório de Títulos e Documentos para ter eficácia diretamente ou mediante outorga de poderes à concessioná-
perante terceiros; ria, caso em que será desta a responsabilidade pelas indeni-
II - sem prejuízo do disposto no inciso I do caput des- zações cabíveis;
te artigo, a cessão do crédito não terá eficácia em relação X - estimular o aumento da qualidade, produtividade,
ao Poder Público concedente senão quando for este formal- preservação do meio-ambiente e conservação;
mente notificado; XI - incentivar a competitividade; e
III - os créditos futuros cedidos nos termos deste artigo XII - estimular a formação de associações de usuários
serão constituídos sob a titularidade do mutuante, indepen- para defesa de interesses relativos ao serviço.
dentemente de qualquer formalidade adicional;
IV - o mutuante poderá indicar instituição financeira Art. 30. No exercício da fiscalização, o poder concedente
para efetuar a cobrança e receber os pagamentos dos cré- terá acesso aos dados relativos à administração, contabili-
ditos cedidos ou permitir que a concessionária o faça, na dade, recursos técnicos, econômicos e financeiros da conces-
qualidade de representante e depositária; sionária.
V - na hipótese de ter sido indicada instituição financei- Parágrafo único. A fiscalização do serviço será feita por
ra, conforme previsto no inciso IV do caput deste artigo, fica intermédio de órgão técnico do poder concedente ou por
a concessionária obrigada a apresentar a essa os créditos entidade com ele conveniada, e, periodicamente, conforme
para cobrança; previsto em norma regulamentar, por comissão composta de
VI - os pagamentos dos créditos cedidos deverão ser de- representantes do poder concedente, da concessionária e dos
positados pela concessionária ou pela instituição encarre- usuários.
gada da cobrança em conta corrente bancária vinculada ao
contrato de mútuo; Capítulo VIII
VII - a instituição financeira depositária deverá transferir DOS ENCARGOS DA CONCESSIONÁRIA
os valores recebidos ao mutuante à medida que as obriga-
ções do contrato de mútuo tornarem-se exigíveis; e Art. 31. Incumbe à concessionária:
VIII - o contrato de cessão disporá sobre a devolução à I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei,
concessionária dos recursos excedentes, sendo vedada a re- nas normas técnicas aplicáveis e no contrato;
tenção do saldo após o adimplemento integral do contrato. II - manter em dia o inventário e o registro dos bens
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, serão conside- vinculados à concessão;
rados contratos de longo prazo aqueles cujas obrigações te- III - prestar contas da gestão do serviço ao poder conce-
nham prazo médio de vencimento superior a 5 (cinco) anos. dente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;
IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as
cláusulas contratuais da concessão;

23
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

V - permitir aos encarregados da fiscalização livre aces- § 1º Extinta a concessão, retornam ao poder conceden-
so, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às ins- te todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferi-
talações integrantes do serviço, bem como a seus registros dos ao concessionário conforme previsto no edital e esta-
contábeis; belecido no contrato.
VI - promover as desapropriações e constituir servidões § 2º Extinta a concessão, haverá a imediata assunção
autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos le-
edital e no contrato; vantamentos, avaliações e liquidações necessários.
VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à pres- § 3º A assunção do serviço autoriza a ocupação das
tação do serviço, bem como segurá-los adequadamente; e instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos
VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros neces- os bens reversíveis.
sários à prestação do serviço. § 4º Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo,
Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de- o poder concedente, antecipando-se à extinção da conces-
-obra, feitas pela concessionária serão regidas pelas disposi- são, procederá aos levantamentos e avaliações necessários
ções de direito privado e pela legislação trabalhista, não se à determinação dos montantes da indenização que será
estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contrata- devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta
dos pela concessionária e o poder concedente. Lei.

Capítulo IX Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-


DA INTERVENÇÃO -se-á com a indenização das parcelas dos investimentos
vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na conces- depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de
são, com o fim de assegurar a adequação na prestação do garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contra-
tuais, regulamentares e legais pertinentes. Art. 37. Considera-se encampação a retomada do servi-
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do ço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por
poder concedente, que conterá a designação do interventor, motivo de interesse público, mediante lei autorizativa espe-
o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. cífica e após prévio pagamento da indenização, na forma do
artigo anterior.
Art. 33. Declarada a intervenção, o poder conceden-
te deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acar-
administrativo para comprovar as causas determinantes da
retará, a critério do poder concedente, a declaração de cadu-
medida e apurar responsabilidades, assegurado o direito de
cidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais,
ampla defesa.
respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as nor-
§ 1º Se ficar comprovado que a intervenção não obser-
mas convencionadas entre as partes.
vou os pressupostos legais e regulamentares será decla-
§ 1º A caducidade da concessão poderá ser declarada
rada sua nulidade, devendo o serviço ser imediatamente
devolvido à concessionária, sem prejuízo de seu direito à pelo poder concedente quando:
indenização. I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada
§ 2º O procedimento administrativo a que se refere o ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicado-
caput deste artigo deverá ser concluído no prazo de até res e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
cento e oitenta dias, sob pena de considerar-se inválida a II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou
intervenção. disposições legais ou regulamentares concernentes à con-
cessão;
Art. 34. Cessada a intervenção, se não for extinta a con- III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer
cessão, a administração do serviço será devolvida à conces- para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso for-
sionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, tuito ou força maior;
que responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. IV - a concessionária perder as condições econômicas,
técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação
Capítulo X do serviço concedido;
DA EXTINÇÃO DA CONCESSÃO V - a concessionária não cumprir as penalidades impos-
tas por infrações, nos devidos prazos;
Art. 35. Extingue-se a concessão por: VI - a concessionária não atender a intimação do poder
I - advento do termo contratual; concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço;
II - encampação; e
III - caducidade; VII - a concessionária não atender a intimação do poder
IV - rescisão; concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar
V - anulação; e a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de
falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa junho de 1993.
individual.

24
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 2º A declaração da caducidade da concessão deverá § 2º As concessões em caráter precário, as que estive-


ser precedida da verificação da inadimplência da conces- rem com prazo vencido e as que estiverem em vigor por
sionária em processo administrativo, assegurado o direito prazo indeterminado, inclusive por força de legislação an-
de ampla defesa. terior, permanecerão válidas pelo prazo necessário à rea-
§ 3º Não será instaurado processo administrativo de lização dos levantamentos e avaliações indispensáveis à
inadimplência antes de comunicados à concessionária, de- organização das licitações que precederão a outorga das
talhadamente, os descumprimentos contratuais referidos concessões que as substituirão, prazo esse que não será
no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as inferior a 24 (vinte e quatro) meses.
falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, § 3º As concessões a que se refere o § 2º deste artigo,
nos termos contratuais. inclusive as que não possuam instrumento que as formalize
§ 4º Instaurado o processo administrativo e comprova- ou que possuam cláusula que preveja prorrogação, terão
da a inadimplência, a caducidade será declarada por decre- validade máxima até o dia 31 de dezembro de 2010, desde
to do poder concedente, independentemente de indeniza- que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas,
ção prévia, calculada no decurso do processo. cumulativamente, as seguintes condições:
§ 5º A indenização de que trata o parágrafo anterior, I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos
será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, elementos físicos constituintes da infra-estrutura de bens
descontado o valor das multas contratuais e dos danos reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e comerciais
causados pela concessionária. relativos à prestação dos serviços, em dimensão necessária e
§ 6º Declarada a caducidade, não resultará para o po- suficiente para a realização do cálculo de eventual indeniza-
der concedente qualquer espécie de responsabilidade em ção relativa aos investimentos ainda não amortizados pelas
relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos receitas emergentes da concessão, observadas as disposições
com terceiros ou com empregados da concessionária. legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço
ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos anteriores ao da pu-
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido blicação desta Lei;
II - celebração de acordo entre o poder concedente e o
por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimen-
concessionário sobre os critérios e a forma de indenização
to das normas contratuais pelo poder concedente, mediante
de eventuais créditos remanescentes de investimentos ain-
ação judicial especialmente intentada para esse fim.
da não amortizados ou depreciados, apurados a partir dos
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste ar-
levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e au-
tigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão
ditados por instituição especializada escolhida de comum
ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial tran-
acordo pelas partes; e
sitada em julgado.
III - publicação na imprensa oficial de ato formal de
autoridade do poder concedente, autorizando a prestação
Capítulo XI precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses, renová-
DAS PERMISSÕES vel até 31 de dezembro de 2008, mediante comprovação do
cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo.
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada § 4º Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do §
mediante contrato de adesão, que observará os termos desta 3º deste artigo, o cálculo da indenização de investimentos
Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, será feito com base nos critérios previstos no instrumento
inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilate- de concessão antes celebrado ou, na omissão deste, por
ral do contrato pelo poder concedente. avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimo-
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nes- nial, depreciação e amortização de ativos imobilizados de-
ta Lei. finidos pelas legislações fiscal e das sociedades por ações,
efetuada por empresa de auditoria independente escolhida
Capítulo XII de comum acordo pelas partes.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS § 5º No caso do § 4º deste artigo, o pagamento de
eventual indenização será realizado, mediante garantia
Art. 41. O disposto nesta Lei não se aplica à concessão, real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e suces-
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so- sivas, da parte ainda não amortizada de investimentos e de
nora e de sons e imagens. outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços,
realizados com capital próprio do concessionário ou de seu
Art. 42. As concessões de serviço público outorgadas controlador, ou originários de operações de financiamen-
anteriormente à entrada em vigor desta Lei consideram-se to, ou obtidos mediante emissão de ações, debêntures e
válidas pelo prazo fixado no contrato ou no ato de outorga, outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até
observado o disposto no art. 43 desta Lei. o último dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a
§ 1º Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato reversão.
de outorga, o serviço poderá ser prestado por órgão ou § 6º Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que
entidade do poder concedente, ou delegado a terceiros, trata o § 5º deste artigo ser paga mediante receitas de novo
mediante novo contrato. contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço.

25
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 43. Ficam extintas todas as concessões de serviços públicos outorgadas sem licitação na vigência da Constituição de
1988.
Parágrafo único. Ficam também extintas todas as concessões outorgadas sem licitação anteriormente à Constituição de
1988, cujas obras ou serviços não tenham sido iniciados ou que se encontrem paralisados quando da entrada em vigor desta
Lei.

Art. 44. As concessionárias que tiverem obras que se encontrem atrasadas, na data da publicação desta Lei, apresentarão
ao poder concedente, dentro de cento e oitenta dias, plano efetivo de conclusão das obras.
Parágrafo único. Caso a concessionária não apresente o plano a que se refere este artigo ou se este plano não oferecer
condições efetivas para o término da obra, o poder concedente poderá declarar extinta a concessão, relativa a essa obra.

Art. 45. Nas hipóteses de que tratam os arts. 43 e 44 desta Lei, o poder concedente indenizará as obras e serviços realizados
somente no caso e com os recursos da nova licitação.
Parágrafo único. A licitação de que trata o caput deste artigo deverá, obrigatoriamente, levar em conta, para fins de ava-
liação, o estágio das obras paralisadas ou atrasadas, de modo a permitir a utilização do critério de julgamento estabelecido
no inciso III do art. 15 desta Lei.

Art. 46. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 47. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE
PESSOAS.

Treinamento é voltado para as competências relacionadas a tarefas e atividades do trabalho atual. São ações bastante
específicas, voltadas para o curto ou médio prazo. Programas de treinamento são desenhados em função das necessidades
atuais da organização.
Desenvolvimento é um conceito mais geral. Ele refere-se a competências mais gerais, não necessariamente relacio-
nadas ao trabalho atual. Tem forte vínculo com a carreira do indivíduo, com o crescimento do indivíduo, ou seja, ele pode
desenvolver competências que hoje ainda não utiliza. São ações educacionais voltadas para o futuro do indivíduo.
Educação tem um horizonte temporal maior, de médio e longo prazo. É um conceito abrangente, que, na nossa vida,
pode se referir a qualquer processo de aprendizado, mas que, no contexto profissional, refere-se a competências futuras.
Educação tem a ver com a necessidade de aprendizado contínuo.

Levantamento de necessidades, programação, execução e avaliação.


As organizações organizam as ações de Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E) em um ciclo composto de
quatro etapas.
A primeira etapa é o levantamento de necessidades de treinamento. Consiste em avaliar as lacunas (diferenças) entre as
competências atualmente existentes e as competências necessárias, obtíveis por treinamento. O gap ou diferença seriam
justamente as necessidades.
A segunda etapa, denominada programação, consiste na elaboração do planejamento instrucional. O planejamento
instrucional é a etapa na qual as ações educacionais são formatadas. Inclui a definição dos objetivos instrucionais, estraté-
gias de ensino, estratégias de avaliação, planejamento e produção de materiais didáticos etc.
Finalmente, temos a terceira etapa, a execução. É quando a ação de TD&E efetivamente ocorre. Para que a aprendiza-
gem ocorra, a execução requer uma série de atividades pedagógicas e logísticas.
Finalmente, temos a avaliação, que é o fechamento do ciclo. Nesta etapa, são avaliados os resultados obtidos pela ação
educacional. A avaliação se dá em diversos níveis:
• Avaliação de reação: nível mais imediato que busca avaliar as opiniões e satisfações dos participantes acerca do
treinamento;
• Avaliação de aprendizagem: verifica a diferença nos repertórios, conhecimentos e capacidades dos participantes
antes e depois dos treinamentos;

26
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

• Avaliação de transferência ou impacto: realizada alguns meses após o final do treinamento, verifica se houve mu-
dança de comportamento dos indivíduos após o treinamento.
• Mudança organizacional: verifica se houve alterações em processos de trabalho, indicadores duros, estrutura or-
ganizacional ou outras mudanças na organização, decorrentes do treinamento.
• Valor final: Último nível da avaliação e verifica a contribuição do treinamento para os objetivos mais importantes
da organização

Este ciclo é preconizado, por exemplo, pela norma ISO 10.015. A figura abaixo ilustra estas etapas.

Muitas empresas tem investido cada vez mais em programas de treinamentos e desenvolvimento de funcionários, a
ideia é aprimorar o potencial e a capacidade dos funcionários, e abrir novas oportunidades dentro da empresa. As orga-
nizações contemporâneas têm sido levadas à modernização e/ou adequação ao novo contexto produtivo por diferentes
caminhos, seja pela via tecnológica, seja pela via gerencial diferentes mecanismos e/ou ferramentas são utilizados, em um
esforço voltado à eficácia na utilização dos recursos produtivos visando, em última instância a melhor adequação das pes-
soas ao local de trabalho.
A capacitação dos funcionários é inegavelmente a responsável hoje, pelo sucesso organizacional. Assim, as organiza-
ções têm que estar “preocupadas” com o treinamento e desenvolvimento das pessoas envolvidas em sua empresa para que
tenham sempre um segmento adequado.
Com base no contexto atual das empresas e nos desafios que as pessoas enfrentam no desempenho de suas funções,
decidiu-se pesquisar as competências requeridas aos funcionários para atuarem nos setores da organização, para a partir
daí propor treinamentos nas áreas adequadas.
Nos últimos anos as organizações, cada vez mais conscientes de que seu sucesso será determinado pela qualificação de
seus empregados passaram a atribuir maior relevância à gestão estratégica de pessoas principalmente no que diz respeito
ao desenvolvimento de competências humanas ou profissionais.
Assim, o treinamento do funcionário passou a ser assunto de interesse das organizações. 
A conceituação de treinamento apresenta significados diferentes e assim, diversos autores têm apresentado definições
com relação ao treinamento. De acordo com Chiavenato quase sempre o treinamento tem sido entendido como o processo
pelo qual a pessoa é preparada para desempenhar de maneira excelente as tarefas específicas do cargo que deve ocupar.
Modernamente, o treinamento é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas para que elas se tornem
mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais.
Ainda segundo Chiavenato “treinamento é o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e
organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos”.
Há uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas. Embora os seus métodos sejam similares para
afetar a aprendizagem, a sua perspectiva de tempo é diferente. 
Ambos, treinamento e desenvolvimento (T&D), constituem processos de aprendizagem por isso que Chiavenato afirma
que segundo a base primordial para o atingimento dos objetivos de uma instituição, começa pelo treinamento e desenvol-
vimento das pessoas. Tende-se a investir pesadamente em treinamentos para obter um retomo garantido. Treinamento não
é uma simples despesa, mas um precioso investimento seja na organização ou nas pessoas. Isto é, traz benefícios diretos.
Antigamente, alguns especialistas em RH consideravam o treinamento um meio para adequar cada pessoa ao seu cargo, re-
centemente mudou este conceito, considerando um meio para alcançar o desempenho no cargo. Quase sempre treinamento é
compreendido como o processo pelo qual as pessoas vão desenvolver de maneira excelente as tarefas específicas dos cargos.

27
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Assim, acredita-se que através de um treinamento vi-  A remuneração e baseada nas metas e resultados
sando o desenvolvimento das pessoas nas organizações a serem alcançados pelas pessoas, com ênfase no desem-
os resultados serão satisfatórios tanto para os indivíduos penho futuro e em valores variáveis e flexíveis.
como para as organizações.
A REMUNERAÇÃO TOTAL DE UM FUNCIONÁRIO, é
Benefícios Sociais constituída dos 3 componentes abaixo, mas, a proporção
Os processos básicos de Gestão de Pessoas é dividido relativa a cada um dos 3 componentes varia de organiza-
em 6 e são eles: ção para organização.
Processo de Agregar Pessoas, Aplicar Pessoas, Desen- a) Remuneração básica (salário mensal ou salário hora)
volver Pessoas, Manter Pessoas, Monitorar Pessoas, Re- b) Incentivos salariais (bónus, participação nos lucros,
compensar Pessoas. etc)
c) Benefícios (seguro de vida, seguro saúde, refeições
O processo de Recompensar pessoas Compreende: subsidiadas, etc).
1- Remuneração
2- Programa de incentivo As recompensas organizacionais podem ser classi-
3- Beneficios e serviços ficadas como:
Os processos de recompensar as pessoas constituem  FINANCEIRAS DIRETAS - Salários,Prêmios, Co-
os elementos fundamentais para o incentivo e motivação missões
dos funcionários da organização, tendo em vista de um
lado os objetivos organizacionais a serem alcançados e, de  FINANCEIRAS INDIRETAS - Dsr, Férias, Gratifica-
outro lado os objetivos individuais a serem satisfeitos. ções, Gorjetas, Hora Extra, 13º salário, Adicionais
A palavra RECOMPENSA significa uma retribuição,  NÃO FINANCEIRA - Oportunidade de desenvol-
prêmio ou reconhecimento pelos serviços de alguém. vimento, Reconhecimento e auto-estima, Segurança no
Se por um lado a recompensa visa incentivar as con-
emprego, Qualidade de vida no Trabalho, Orgulho da Em-
tribuições das pessoas aos objetivos e à lucratividade da
presa e do trabalho, Promoções, Liberdade e autonomia
organização, por outro lado, as recompensas afetam os
no trabalho.
custos laborais. Por isso, é importante compreender os as-
Salário é a contraprestação pelo trabalho de uma pes-
pectos básicos do desenho e administração do sistema de
soa na organização. A remuneração constitui tudo quanto
reccompensas.
o empregado aufere como consequência do trabalho que
Os sistemas de recompensa desenvolvidos pelas or-
ganizações são grandes e de variabilidade enorme. Algu- realiza em uma organização. A remuneração é gênero e o
mas organizações ainda utilizam processos fixos e rígidos, salário é espécie.
genéricos e padronizados, tradicionais e ultrapassados,  
enquanto outras lançam mão de processos flexíveis, mais Construção De Um Plano De Remuneração
avançados e sofisticados para incentivar e motivar as pes- A construção do plano de remuneração requer cer-
soas que nelas trabalham. tos cuidados pois provoca forte impacto nas pessoas e no
desempenho da organização pelos seus efeitos e conse-
Na Abordagem Tradicional: quências. O desenho do sistema de remuneração oferece 2
 Predomina a suposição de que as pessoas são mo- desafios principais:
tivadas exclusivamente por incentivos salariais, financeiros  de um lado, deve capacitar a organização para al-
e materiais; cançar seus objetivos estratégicos.
 A remuneração obedece padrões rígidos e imutá-  de outro lado, deve ser moldado e ajustado às ca-
veis, atende a processos padronizados de avaliação de car- racterísticas únicas da organização e do ambiente externo
gos, dentro de uma política de generalização que se aplica que a envolve.
a todos os funcionários – indistintamente – sem levar em
conta suas diferenças individuais e desempenho. Critérios para construção de um plano de remune-
 A remuneração é baseada no tempo e não no de- ração:
sempenho, com ênfase no passado do funcionário e em 1) Equilíbrio INTERNO versus equilíbrio EXTERNO
valores fixos e estatísticos. Observar a justiça distributiva salarial dentro da orga-
nização – as pessoas estarão satisfeitas quando percebem
Na Abordagem Moderna: que são pagas equitativamente em relação aos colegas
 Predomina a suposição de que as pessoas são mo- com trabalho similar.
tivadas por uma enorme variedade de incentivos (salários, Observar o salário pago pelo mercado de trabalho –
objetivos, metas a atingir, satisfação no cargo e na organi- fixar salários conforme as ocupações similares de outras
zação, necessidade de auto-realização, etc) organizações do mesmo ramo de atividade.
 A remuneração obedece esquemas flexíveis, aten- A equidade externa alinha os salários da organização
de a processos personalizados, dentro de uma política de com os do mercado de trabalho.
adequação às diferenças individuais entre as pessoas e
seus desempenhos.

28
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

2) Remuneração fixa ou remuneração variável todos os colaboradores participam do mesmo sistema


A remuneração pode ser paga em uma base fixa (salá- de remuneração e os planos de participação nos resultados
rio mensal ou por hora) – ou pode variar conforme critérios fixam a mesma percentagem para todos os funcionários,
previamente estabelecidos como metas e lucros da orga- do topo até a base da organização.
nização. ELITISMO - A remuneração estabelece diferentes planos
conforme os níveis hierárquicos ou grupos de funcionários.
 3) Desempenho ou tempo de casa É utilizado em organizações mais velhas, bem estabe-
A remuneração pode enfatizar o desempenho e remu- lecidas no mercado e com pequena competitividade. O eli-
nerá-lo de acordo com as contribuições individuais ou gru- tismo reforça a tradicional hierarquia da organização.
pais (ganho baseado por unidades produzidas, comissões A TENDÊNCIA ATUAL SE MOVE PARA O SISTEMA
de vendas, prémios por redução de custos, bónus por aten- IGUALITÁRIO, uma vez que neste, se dá pouco importância
dimento perfeito ao cliente, pagamento de mérito baseado aos níveis hierárquicos, proporciona flexibilidade e enco-
na avaliação de desempenho). raja maior relacionamento entre subordinados e gerentes,
A remuneração por tempo de casa proporciona um sa- além de maior cooperação entre os colaboradores.
lário em função do cargo, acrescido de um valor adicional
pelos anos de trabalho na casa (ATS) 6) Remuneração abaixo do mercado ou acima do
mercado
4) Remuneração do cargo ou remuneração da pes- Os funcionários podem ser remunerados em un nível
soa abaixo ou acima do mercado de trabalho.
A compensação pode focalizar como um cargo con- Essa escolha afeta os custos da organização e a satisfa-
tribui para os valores da organização OU como os conhe- ção dos trabalhadores.
cimentos e compentênicas da pessoa contribuem para o A decisão de pagar abaixo do mercado é comum em
trabalho ou organização. organizações pequenas, jovens e não sindicalizadas e que
O sistema tradicional privilegia o salário pela remune- operam em áreas económicas pouco desenvolvidas.
ração do cargo e não como o trabalhador o desempenha. A decisão de pagar acima do mercado é comum em
O cargo representa a unidade de análise para se determi- organizações que procuram reter e motivar seus colabora-
nar a estrutura salarial, ou seja, é o cargo de interessa e não dores e minimizar os custos de rotatividade e absenteísmo.
o seu ocupante.
Esse tipo de critério funciona bem quando: 7) Prêmios monetários ou prémios não-monetários
a) Os cargos não mudam (não são variáveis); O plano de remuneração pode enfatizar colaboradores
b) A tecnologia é estável; motivados através de recompensar monetárias (salários,
c) A rotatividade é baixa; prémios salariais, etc) ou pode enfatizar recompensar não-
d) Os colaboradores recebem treinamentos intensivos -monetárias como trabalhos mais interessantes ou segu-
para aprender as tarefas; rança no emprego.
d) Os cargos são padronizados no mercado de traba- Prêmios monetários são dados em dinheiro e reforçam
lho; a responsabilidade e o alcance individual de objetivos.
e) As pessoas desejam crescer através de promoções Predominam em organizações:
na carreira.
O sistema de remuneração baseada nas competências com pouca segurança no emprego;

se baseia nos talentos que as pessoas devem possuir para que valorizam mais as vendas do que o serviço ao

serem aplicados a uma variedade de tarefas e situações. consumidor;
A remuneração aumenta na medida em que a pessoa se • que possuem um clima interno competitivo em
torne capaz de desempenhar mais atividades com sucesso. vez de comprometimento do colaborador ao longo prazo.
É indicada quando:
a) A força de trabalho é educada e possui capacidade e Prêmios não-monetários reforçam o comprometimen-
vontade de aprender novas tarefas; to dos funcionários com a organização. São intangíveis e
b) A tecnologia e a estrutura organizacional mudam incluem trabalho interessante e reconhecimento público.
constantemente; Podem ser transformados em dinheiro no futuro ( aquisi-
c) A oportunidade para mobilidade vertical são limi- ção de ações da companhia e planos de aposentadoria ).
tadas;
d) A participação e o espírito de equipe são encoraja- 8) Remuneração aberta ou remuneração confiden-
dos na organização; cial
e) Os custos de rotatividade e absenteísmo em termos REMUNERAÇÃO ABERTA – Todos os colaboradores
de perdas de produção são elevados. têm acesso às informações sobre remuneração de outros
colegas e como as decisões salariais são tomadas. Este
5) Igualitarismo ou elitismo tipo de remuneração é mais bem-sucedida nas organiza-
IGUALITARISMO - A remuneração pode incluir o ções com grande envolvimento dos funcionários e com um
maior número possível de colaboradores sob o mesmo sis- cultura organizacional igualitária que promove confiança e
tema de remuneração. comprometimento.

29
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

a) Quando os salários são secretos as pessoas se sentem 2) Para a organização, os incentivos representam investi-
mais sub-recompensadas do que realmente são, e os geren- mentos que também devem proporcionar retornos na forma
tes precisam se cercar de cuidados para não haver vazamen- de contribuições das pessoas.
to de informações; EXEMPLOS DE INCENTIVOS:
REMUNERAÇÃO CONFIDENCIAL – O acesso às infor- Remuneração variável, bônus anuais, PLR, Distribuição
mações sobre remuneração é evitado entre os funcionários. de Ações (o dinheiro do bónus é substituído por papéis da
companhia ), Opção de compra de ações da companhia (por
9) Centralização ou descentralização das decisões sa- preço subsidiado).
lariais
 As decisões sobre remuneração podem ser controladas Benefícios e serviços
em um órgão central ou podem ser delegadas aos gerentes Oferecer benefícios e serviços aos colaboradores é uma
das unidades organizacionais. forma de recompensa.
 NO SISTEMA CENTRALIZADO – as decisões são tomadas e Ano passado os benefícios estavam fortemente ligados
controladas geralmente no Departamento de Recursos Humanos.
ao paternalismo existente nas organizações. Hoje, os bene-
É apropriado quando a organização considera prudente
fícios fazem parte dos atrativos com que as organizações
atribuir a responsabilidade a especialistas pelos registros e
controles, pesquisas salariais e administração de benefícios atraem e retêm talentos.
para enfrentar desafios legais e trabalhistas. A oferta de benefícios e serviços prestados aos colabo-
NO SISTEMA DESCENTRALIZADO – as decisões são radores influencia poderosamente no grau de qualidade de
delegadas aos gerentes de linha. O Rh apenas define as polí- vida na organização.
ticas e dá as diretrizes básicas e as monitoram. Benefícios são: certas regalias e vantagens concedidas
 É apropriado quando a organização pretende dar auto- pela organização, a título de pagamento adicional dos sa-
nomia a cada uma de suas unidades operacionais. lários, à totalidade ou a parte de seus funcionários. Consti-
 Neste sistema, a filosofia de remuneração é coorpora- tuem geralmente um pacote de benefícios e serviços que faz
tiva, mas os padrões de desempenho e de incentivos variam parte integrante da remuneração do pessoal.
de uma unidade para outra. Ex.: Assistência médico-hospitalar, seguro de vida, ali-
 Ex.: Uma unidade (fábrica) mede o desempenho de um mentação subsidiada, transporte, planos de pensão ou apo-
colaborador através de critérios de produtividade, custos sentadoria, fornecimento de automóvel, casa, escola, clube,
e segurança, enquanto a unidade de (Vendas) usa critérios cartão de crédito, passagens e estadas no período de férias.
como volume de vendas e geração de novas vendas. Todavia,  Os benefícios sociais estão intimamente relacionados
para a utilização deste sistema, os gerentes precisam ser bem com aspectos da responsabilidade social da organização.3
treinados e capacitados tecnicamente.

Programas De Incentivo
Não basta remunerar as pessoas pelo seu tempo dedica- LEGISLAÇÕES: CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS
do à organização. Isso é necessário, mas insuficiente. É pre- LEIS DO TRABALHO.
ciso incentivá-las continuamente a fazer o melhor possível,
a ultrapassarem o desempenho atual e alcançarem metas e
resultados desafiantes formulados para o futuro.
O que se pretende com os incentivos ? Quase sempre Prezado Candidato, O Edital não específica quais as-
é incentivar alcance de objetivos e entrega de resultados. E suntos serão tratados referente a CLT, sendo assim co-
o foco ? No desempenho do cargo ou na oferta de compe- locamos uma prévia na apostila para que seus estudos
tências individuais. não sejam prejudicados, para ampliar os seus conheci-
A recompensa ou incentivo é alguma gratificação, tan- mentos, pedimos que veja a lei na íntegra no site abaixo:
gível ou intangível (salário, benefícios, reconhecimento, pro- http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del-
moções, prémios, etc) em troca da qual as pessoas se tornam 5452compilado.htm
membros da organização – parceiros e, uma vez decididos
em se tornar parceiros contribuem com tempo, dedicação, CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO
esforços ou outros recursos pessoas.
Toda organização precisa cuidar da balança de inceitivos- TÍTULO I
-contribuições. E o que significa essa balança ? Significa que INTRODUÇÃO
as pessoas e a organização estão engajadas em um sistema
de relações de intercãmbio: as pessoas fazem contribuições
Art. 1º - Esta Consolidação estatui as normas que regu-
à organização e dela recebem incentivos ou induzimentos.
lam as relações individuais e coletivas de trabalho, nela pre-
vistas.
Assim:
Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual
1) Para as pessoas, as contribuições que elas fazem à or-
ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômi-
ganização representam investimentos pessoais que devem
ca, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
proporcionar certos retornos na forma de incentivos ou re-
compensar. 3 Texto adaptado de Bruno Barros

30
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver
exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, obrigatoriedade de realizar a troca na empresa. (Incluí-
as instituições de beneficência, as associações recreativas do pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem Art. 5º - A todo trabalho de igual valor corresponderá
trabalhadores como empregados. salário igual, sem distinção de sexo.
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, em- Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no
bora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, esti- estabelecimento do empregador, o executado no domicílio
verem sob a direção, controle ou administração de outra, do empregado e o realizado a distância, desde que estejam
ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua au- caracterizados os pressupostos da relação de emprego.
tonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis (Redação dada pela Lei nº 12.551, de 2011)
solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação Parágrafo único. Os meios telemáticos e informati-
de emprego.  (Redação dada pela Lei nº 13.467, de zados de comando, controle e supervisão se equiparam,
para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e
2017)  (Vigência)
diretos de comando, controle e supervisão do trabalho
§ 3o Não caracteriza grupo econômico a mera identi-
alheio.  (Incluído pela Lei nº 12.551, de 2011)
dade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do
Art. 7º Os preceitos constantes da presente Consolida-
grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva
ção salvo quando for em cada caso, expressamente deter-
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empre- minado em contrário, não se aplicam : (Redação dada
sas dele integrantes. (Incluído pela Lei nº 13.467, de pelo Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
2017)  (Vigência) a) aos empregados domésticos, assim considerados,
Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física de um modo geral, os que prestam serviços de natureza
que prestar serviços de natureza não eventual a emprega- não-econômica à pessoa ou à família, no âmbito residen-
dor, sob a dependência deste e mediante salário. cial destas;
Parágrafo único - Não haverá distinções relativas à es- b) aos trabalhadores rurais, assim considerados aque-
pécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre les que, exercendo funções diretamente ligadas à agricul-
o trabalho intelectual, técnico e manual. tura e à pecuária, não sejam empregados em atividades
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o perío- que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos
do em que o empregado esteja à disposição do emprega- ou pela finalidade de suas operações, se classifiquem como
dor, aguardando ou executando ordens, salvo disposição industriais ou comerciais;
especial expressamente consignada. c) aos funcionários públicos da União, dos Estados e
§ 1º Computar-se-ão, na contagem de tempo de servi- dos Municípios e aos respectivos extranumerários em ser-
ço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos viço nas próprias repartições;   (Redação dada pelo
em que o empregado estiver afastado do trabalho pres- Decreto-lei nº 8.079, 11.10.1945)
tando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho. d) aos servidores de autarquias paraestatais, desde
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) que sujeitos a regime próprio de proteção ao trabalho
§ 2o Por não se considerar tempo à disposição do em- que lhes assegure situação análoga à dos funcionários
pregador, não será computado como período extraordiná- públicos.   (Redação dada pelo Decreto-lei nº 8.079,
rio o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse 11.10.1945)
o limite de cinco minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Parágrafo único (Revogado pelo Decreto-lei nº 8.249,
Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, de 1945)
buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do
Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, de-
públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar
cidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analo-
ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
gia, por equidade e outros princípios e normas gerais de
atividades particulares, entre outras: (Incluído pela Lei
direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de
nº 13.467, de 2017)  (Vigência) acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas
I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou
de 2017)  (Vigência) particular prevaleça sobre o interesse público.
II - descanso;  (Incluído pela Lei nº 13.467, de § 1º O direito comum será fonte subsidiária do direi-
2017)  (Vigência) to do trabalho.  (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
III - lazer;  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
2017)  (Vigência) § 2o Súmulas e outros enunciados de jurisprudência
IV - estudo;  (Incluído pela Lei nº 13.467, de editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribu-
2017)  (Vigência) nais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos
V - alimentação;  (Incluído pela Lei nº 13.467, de legalmente previstos nem criar obrigações que não este-
2017)  (Vigência) jam previstas em lei.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de
VI - atividades de relacionamento social; (Incluído 2017)  (Vigência)
pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo co-
VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, letivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclu-
de 2017)  (Vigência) sivamente a conformidade dos elementos essenciais do

31
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei § 2o A declaração da prescrição intercorrente pode ser
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará requerida ou declarada de ofício em qualquer grau de ju-
sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na auto- risdição. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vi-
nomia da vontade coletiva. (Incluído pela Lei nº 13.467, gência)
de 2017)  (Vigência) Art. 12 - Os preceitos concernentes ao regime de segu-
Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados ro social são objeto de lei especial.
com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplica-
ção dos preceitos contidos na presente Consolidação. TÍTULO II
Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
empresa não afetará os direitos adquiridos por seus em- CAPÍTULO I
pregados. DA IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamen- SEÇÃO I
te pelas obrigações trabalhistas da sociedade relativas ao DA CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SO-
período em que figurou como sócio, somente em ações CIAL
ajuizadas até dois anos depois de averbada a modificação (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de
do contrato, observada a seguinte ordem de preferên- 10.10.1969)
cia:  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
I - a empresa devedora; (Incluído pela Lei nº Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social é
13.467, de 2017)  (Vigência) obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclu-
II - os sócios atuais; e  (Incluído pela Lei nº 13.467, sive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e
de 2017)  (Vigência) para o exercício por conta própria de atividade profissional
III - os sócios retirantes. (Incluído pela Lei nº remunerada.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926,
13.467, de 2017)  (Vigência) de 10.10.1969)
Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidaria- § 1º - O disposto neste artigo aplica-se, igualmente,
a quem:  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de
mente com os demais quando ficar comprovada fraude na
10.10.1969)
alteração societária decorrente da modificação do contra-
I - proprietário rural ou não, trabalhe individualmen-
to. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
te ou em regime de economia familiar, assim entendido
Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das
o trabalho dos membros da mesma família, indispensável
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os tra-
à própria subsistência, e exercido em condições de mútua
balhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após
dependência e colaboração;  (Incluído pelo Decreto-
a extinção do contrato de trabalho. (Redação dada pela
-lei nº 926, de 10.10.1969)
Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) II - em regime de economia familiar e sem empregado,
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.467, de explore área não excedente do módulo rural ou de outro
2017)  (Vigência) limite que venha a ser fixado, para cada região, pelo Minis-
II - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de tério do Trabalho e Previdência Social.  (Incluído pelo
2017)  (Vigência) Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica às ações que § 2º - A Carteira de Trabalho e Previdência Social e
tenham por objeto anotações para fins de prova junto à respectiva Ficha de Declaração obedecerão aos modelos
Previdência Social.  (Incluído pela Lei nº 9.658, de que o Ministério do Trabalho e Previdência Social adotar.
5.6.1998) (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
§ 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de § 3º - Nas localidades onde não for emitida a Carteira
prestações sucessivas decorrente de alteração ou descum- de Trabalho e Previdência Social poderá ser admitido, até
primento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando 30 (trinta) dias, o exercício de emprego ou atividade remu-
o direito à parcela esteja também assegurado por preceito nerada por quem não a possua, ficando a empresa obriga-
de lei.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigên- da a permitir o comparecimento do empregado ao posto
cia) de emissão mais próximo.  (Redação dada pela Lei
§ 3o A interrupção da prescrição somente ocorrerá pelo nº 5.686, de 3.8.1971)
ajuizamento de reclamação trabalhista, mesmo que em § 4º - Na hipótese do § 3º:  (Incluído pelo Decre-
juízo incompetente, ainda que venha a ser extinta sem re- to-lei nº 926, de 10.10.1969)
solução do mérito, produzindo efeitos apenas em relação I - o empregador fornecerá ao empregado, no ato
aos pedidos idênticos. (Incluído pela Lei nº 13.467, de da admissão, documento do qual constem a data da ad-
2017)  (Vigência) missão, a natureza do trabalho, o salário e a forma de seu
Art. 11-A. Ocorre a prescrição intercorrente no proces- pagamento; (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de
so do trabalho no prazo de dois anos. (Incluído pela 10.10.1969)
Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) II - se o empregado ainda não possuir a carteira na
§ 1o A fluência do prazo prescricional intercorrente ini- data em que for dispensado, o empregador Ihe forne-
cia-se quando o exequente deixa de cumprir determinação cerá atestado de que conste o histórico da relação em-
judicial no curso da execução. (Incluído pela Lei nº pregatícia.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 926, de
13.467, de 2017)  (Vigência) 10.10.1969)

32
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

SEÇÃO II Art. 18 (Revogado pela Lei nº 7.855, de 1989)


DA EMISSÃO DA CARTEIRA Art. 19 - (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de Art. 20 - As anotações relativas a alteração do estado
10.10.1969) civil e aos dependentes do portador da Carteira de Traba-
lho e Previdência Social serão feitas pelo Instituto Nacional
Art. 14 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social de Previdência Social (INPS) e somente em sua falta, por
será emitida pelas Delegacias Regionais do Trabalho ou, qualquer dos órgãos emitentes. (Redação dada pelo
mediante convênio, pelos órgãos federais, estaduais e mu- Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
nicipais da administração direta ou indireta.  (Reda- Art. 21 - Em caso de imprestabilidade ou esgotamento
ção dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) do espaço destinado a registros e anotações, o interessado
Parágrafo único - Inexistindo convênio com os órgãos deverá obter outra carteira, conservando-se o número e a
indicados ou na inexistência destes, poderá ser admitido série da anterior.  (Redação dada pela Lei nº 5.686, de
convênio com sindicatos para o mesmo fim. (Reda- 3.8.1971)
ção dada pela Lei nº 5.686, de 3.8.1971) Art. 22 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926, de
Art. 15 - Para obtenção da Carteira de Trabalho e Previ- 10.10.1969)
dência Social o interessado comparecerá pessoalmente ao Art. 23 -  (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926, de
órgão emitente, onde será identificado e prestará as decla- 10.10.1969)
rações necessárias. (Redação dada pelo Decreto-lei Art. 24 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 926, de
nº 926, de 10.10.1969) 10.10.1969)
Art. 16. A Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS), além do número, série, data de emissão e folhas SEÇÃO III
destinadas às anotações pertinentes ao contrato de traba- DA ENTREGA DAS CARTEIRAS DE TRABALHO E
lho e as de interesse da Previdência Social, conterá: (Reda- PREVIDÊNCIA SOCIAL
ção dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
I - fotografia, de frente, modelo 3 X 4;  (Redação
Art. 25 - As Carteiras de Trabalho e Previdência Social
dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
serão entregues aos interessados pessoalmente, mediante
II - nome, filiação, data e lugar de nascimento e assina-
recibo.
tura ;(Redação dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
Art. 26 - Os sindicatos poderão, mediante solicitação
III - nome, idade e estado civil dos dependen-
das respectivas diretorias incumbir-se da entrega das Car-
tes;  (Redação dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991)
teiras de Trabalho e Previdência Social pedidas por seus
IV - número do documento de naturalização ou data
associados e pelos demais profissionais da mesma classe.
da chegada ao Brasil, e demais elementos constantes da
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
identidade de estrangeiro, quando for o caso  (Re-
dação dada pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) Parágrafo único - Não poderão os sindicatos, sob pena
Parágrafo único - A Carteira de Trabalho e Previdência das sanções previstas neste Capítulo cobrar remuneração
Social - CTPS será fornecida mediante a apresentação de pela entrega das Carteiras de Trabalho e Previdência Social,
:(Incluído pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) cujo serviço nas respectivas sedes será fiscalizado pelas De-
a) duas fotografias com as características mencionadas legacias Regionais ou órgãos autorizados.  (Redação
no inciso I; (Incluída pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
b) qualquer documento oficial de identificação pessoal Art. 27.  (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
do interessado, no qual possam ser colhidos dados refe- Art. 28. (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
rentes ao nome completo, filiação, data e lugar de nasci-
mento.  (Incluída pela Lei nº 8.260, de 12.12.1991) SEÇÃO IV
Art. 17 - Na impossibilidade de apresentação, pelo in- DAS ANOTAÇÕES
teressado, de documento idôneo que o qualifique, a Car-
teira de Trabalho e Previdência Social será fornecida com Art. 29 - A Carteira de Trabalho e Previdência Social
base em declarações verbais confirmadas por 2 (duas) será obrigatoriamente apresentada, contra recibo, pelo tra-
testemunhas, lavrando-se, na primeira folha de anotações balhador ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo
gerais da carteira, termo assinado pelas mesmas testemu- de quarenta e oito horas para nela anotar, especificamente,
nhas.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de a data de admissão, a remuneração e as condições espe-
10.10.1969) ciais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema ma-
§ 1º - Tratando-se de menor de 18 (dezoito) anos, as nual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem
declarações previstas neste artigo serão prestadas por seu expedidas pelo Ministério do Trabalho. (Redação dada pela
responsável legal.  (Redação dada pelo Decreto-lei Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
nº 926, de 10.10.1969) § 1º As anotações concernentes à remuneração devem
§ 2º - Se o interessado não souber ou não puder as- especificar o salário, qualquer que seja sua forma de paga-
sinar sua carteira, ela será fornecida mediante impressão mento, seja êle em dinheiro ou em utilidades, bem como a
digital ou assinatura a rogo.  (Redação dada pelo estimativa da gorjeta.  (Redação dada pelo Decreto-lei
Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969) nº 229, de 28.2.1967)

33
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 2º - As anotações na Carteira de Trabalho e Previdên- Art. 35. (Revogado pela Lei nº 6.533, de 24.5.1978)
cia Social serão feitas: (Redação dada pela Lei nº
7.855, de 24.10.1989) SEÇÃO V
a) na data-base;  (Redação dada pela Lei nº 7.855, DAS RECLAMAÇÕES POR FALTA OU RECUSA DE
de 24.10.1989) ANOTAÇÃO
b) a qualquer tempo, por solicitação do trabalha-
dor;  (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) Art. 36 - Recusando-se a empresa fazer às anotações
c) no caso de rescisão contratual; ou (Redação a que se refere o art. 29 ou a devolver a Carteira de Tra-
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) balho e Previdência Social recebida, poderá o empregado
d) necessidade de comprovação perante a Previdên- comparecer, pessoalmente ou intermédio de seu sindicato
cia Social.  (Redação dada pela Lei nº 7.855, de perante a Delegacia Regional ou órgão autorizado, para
24.10.1989) apresentar reclamação.  (Redação dada pelo Decre-
§ 3º - A falta de cumprimento pelo empregador do dis- to-lei nº 229, de 28.2.1967)
posto neste artigo acarretará a lavratura do auto de infra- Art. 37 - No caso do art. 36, lavrado o termo de recla-
ção, pelo Fiscal do Trabalho, que deverá, de ofício, comu- mação, determinar-se-á a realizarão de diligência para ins-
nicar a falta de anotação ao órgão competente, para o fim trução do feito, observado, se for o caso o disposto no § 2º
de instaurar o processo de anotação. (Redação dada do art. 29, notificando-se posteriormente o reclamado por
pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) carta registrada, caso persista a recusa, para que, em dia e
§ 4o  É vedado ao empregador efetuar anotações de- hora previamente designados, venha prestar esclarecimen-
sabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de tos ou efetuar as devidas anotações na Carteira de Trabalho
Trabalho e Previdência Social.  (Incluído pela Lei nº e Previdência Social ou sua entrega.  (Redação dada
10.270, de 29.8.2001) pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 5o O descumprimento do disposto no § 4o deste arti- Parágrafo único. Não comparecendo o reclamado, la-
go submeterá o empregador ao pagamento de multa pre- vrar-se-á termo de ausência, sendo considerado revel e
vista no art. 52 deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº
confesso sobre os termos da reclamação feita, devendo as
10.270, de 29.8.2001)
anotações serem efetuadas por despacho da autoridade
Art. 30 - Os acidentes do trabalho serão obrigatoria-
que tenha processado a reclamação. (Redação dada
mente anotados pelo Instituto Nacional de Previdência So-
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
cial na carteira do acidentado.  (Redação dada pelo
Art. 38 - Comparecendo o empregador e recusando-se
Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
a fazer as anotações reclamadas, será lavrado um termo de
Art. 31 - Aos portadores de Carteiras de Trabalho e Pre-
vidência Social assegurado o direito de as apresentar aos comparecimento, que deverá conter, entre outras indicações,
órgãos autorizados, para o fim de ser anotado o que for o lugar, o dia e hora de sua lavratura, o nome e a residência do
cabível, não podendo ser recusada a solicitação, nem co- empregador, assegurando-se-lhe o prazo de 48 (quarenta e
brado emolumento não previsto em lei.  (Redação oito) horas, a contar do termo, para apresentar defesa.
dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) Parágrafo único - Findo o prazo para a defesa, subirá o
Art. 32 - As anotações relativas a alterações no estado processo à autoridade administrativa de primeira instância,
civil dos portadores de Carteira de Trabalho e Previdência para se ordenarem diligências, que completem a instrução
Social serão feitas mediante prova documental. As decla- do feito, ou para julgamento, se o caso estiver suficiente-
rações referentes aos dependentes serão registradas nas mente esclarecido.
fichas respectivas, pelo funcionário encarregado da iden- Art. 39 - Verificando-se que as alegações feitas pelo
tificação profissional, a pedido do próprio declarante, que reclamado versam sobre a não existência de relação de
as assinará.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, emprego ou sendo impossível verificar essa condição pe-
de 28.2.1967) los meios administrativos, será o processo encaminhado
Parágrafo único. As Delegacias Regionais e os órgãos a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o
autorizados deverão comunicação ao Departamento Na- julgamento do auto de infração que houver sido lavrado.
cional de Mão-de-Obra todas as alterações que anotarem (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
nas Carteiras de Trabalho e Previdência Social.  (Re- § 1º - Se não houver acordo, a Junta de Conciliação
dação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) e Julgamento, em sua sentença ordenará que a Secretaria
Art. 33 As Anotações nas fichas de declaração e nas efetue as devidas anotações uma vez transitada em julga-
Carteiras Profissionais serão feitas seguidamente sem do, e faça a comunicação à autoridade competente para o
abreviaturas, ressalvando-se no fim de cada assentamen- fim de aplicar a multa cabível. (Incluído pelo Decre-
to, as emendas, entrelinhas e quaisquer circunstâncias que to-lei nº 229, de 28.2.1967)
possam ocasionar dúvidas. (Redação dada pelo § 2º - Igual procedimento observar-se-á no caso de
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) processo trabalhista de qualquer natureza, quando for
Art. 34 - Tratando-se de serviço de profissionais de verificada a falta de anotações na Carteira de Trabalho e
qualquer atividade, exercido por empreitada individual ou Previdência Social, devendo o Juiz, nesta hipótese, mandar
coletiva, com ou sem fiscalização da outra parte contratan- proceder, desde logo, àquelas sobre as quais não houver
te, a carteira será anotada pelo respectivo sindicato profis- controvérsia  (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
sional ou pelo representante legal de sua cooperativa. 28.2.1967)

34
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

SEÇÃO VI Art. 48 - As multas previstas nesta Seção serão aplica-


DO VALOR DAS ANOTAÇÕES das pela autoridade de primeira instância no Distrito Fede-
ral, e pelas autoridades regionais do Ministério do Trabalho,
Art. 40 - As Carteiras de Trabalho e Previdência Social Industria e Comercio, nos Estados e no Território do Acre.
regularmente emitidas e anotadas servirão de prova nos
atos em que sejam exigidas carteiras de identidade e espe- SEÇÃO VIII
cialmente: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, DAS PENALIDADES
de 28.2.1967)
I - Nos casos de dissídio na Justiça do Trabalho entre Art. 49 - Para os efeitos da emissão, substituição ou
a empresa e o empregado por motivo de salário, férias ou anotação de Carteiras de Trabalho e Previdência Social,
tempo de serviço; (Redação dada pelo Decreto-lei considerar-se-á, crime de falsidade, com as penalidades
nº 229, de 28.2.1967) previstas no art. 299 do Código Penal:  (Redação
II - Perante a Previdência Social, para o efeito de decla- dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
ração de dependentes; (Redação dada pelo Decre- I - Fazer, no todo ou em parte, qualquer documento
to-lei nº 229, de 28.2.1967) falso ou alterar o verdadeiro; (Incluído pelo Decreto-lei
III - Para cálculo de indenização por acidente do traba- nº 229, de 28.2.1967)
lho ou moléstia profissional. (Redação dada pelo II - Afirmar falsamente a sua própria identidade, filia-
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) ção, lugar de nascimento, residência, profissão ou estado
civil e beneficiários, ou atestar os de outra pessoa; (In-
SEÇÃO VII cluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
DOS LIVROS DE REGISTRO DE EMPREGADOS III - Servir-se de documentos, por qualquer forma falsi-
ficados; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
 Art. 41 - Em todas as atividades será obrigatório para o IV - falsificar, fabricando ou alterando, ou vender, usar ou
empregador o registro dos respectivos trabalhadores, poden- possuir Carteira de Trabalho e Previdência Social assim altera-
do ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico, confor-
das; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
me instruções a serem expedidas pelo Ministério do Traba-
V - Anotar dolosamente em Carteira de Trabalho e Pre-
lho.  (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
vidência Social ou registro de empregado, ou confessar ou
Parágrafo único - Além da qualificação civil ou profis-
declarar em juízo ou fora dele, data de admissão em em-
sional de cada trabalhador, deverão ser anotados todos
prego diversa da verdadeira. (Incluído pelo Decreto-lei
os dados relativos à sua admissão no emprego, duração
nº 229, de 28.2.1967)
e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais cir-
Art. 50 - Comprovando-se falsidade, quer nas decla-
cunstâncias que interessem à proteção do trabalhador.
(Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) rações para emissão de Carteira de Trabalho e Previdência
Art. 42 -  (Revogada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) Social, quer nas respectivas anotações, o fato será levado
Art. 43 -  (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) ao conhecimento da autoridade que houver emitido a car-
Art. 44 -  (Revogado pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) teira, para fins de direito.
Art. 45 -  (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de Art. 51 - Incorrerá em multa de valor igual a 3 (três)
28.2.1967) vezes o salário-mínimo regional aquele que, comerciante
Art. 46 - (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de ou não, vender ou expuser à venda qualquer tipo de car-
28.2.1967) teira igual ou semelhante ao tipo oficialmente adotado.
Art. 47. O empregador que mantiver empregado não (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
registrado nos termos do art. 41 desta Consolidação fica- Art. 52 - O extravio ou inutilização da Carteira de Traba-
rá sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) lho e Previdência Social por culpa da empresa sujeitará esta
por empregado não registrado, acrescido de igual valor à multa de valor igual á metade do salário mínimo regional.
em cada reincidência. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de (Redação dada pelo Decreto-lei nº 926, de 10.10.1969)
2017)  (Vigência) Art. 53 - A empresa que receber Carteira de Trabalho
§ 1o Especificamente quanto à infração a que se refere e Previdência Social para anotar e a retiver por mais de 48
o caput deste artigo, o valor final da multa aplicada será de (quarenta e oito) horas ficará sujeita à multa de valor igual
R$ 800,00 (oitocentos reais) por empregado não registra- à metade do salário-mínimo regional.  (Redação dada
do, quando se tratar de microempresa ou empresa de pe- pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
queno porte. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vi- Art. 54 - A empresa que, tendo sido intimada, não com-
gência) parecer para anotar a Carteira de Trabalho e Previdência
§ 2o A infração de que trata o caput deste artigo cons- Social de seu empregado, ou cujas alegações para recusa
titui exceção ao critério da dupla visita. (Incluído pela Lei tenham sido julgadas improcedentes, ficará sujeita à multa
nº 13.467, de 2017)  (Vigência) de valor igual a 1 (um) salário-mínimo regional. (Re-
Art. 47-A. Na hipótese de não serem informados os dação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
dados a que se refere o parágrafo único do art. 41 desta Art. 55 - Incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) sa-
Consolidação, o empregador ficará sujeito à multa de R$ lário-mínimo regional a empresa que infringir o art. 13 e
600,00 (seiscentos reais) por empregado prejudicado.  (In- seus parágrafos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) 229, de 28.2.1967)

35
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 56 - O sindicato que cobrar remuneração pela en- § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regi-
trega de Carteira de Trabalho e Previdência Social ficará su- me de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a
jeito à multa de valor igual a 3 (três) vezes o salário-mínimo vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este
regional. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de quantitativo serão consideradas horas extras para fins do
28.2.1967) pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas
a seis horas suplementares semanais.  (Incluído pela
CAPÍTULO II Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
DA DURAÇÃO DO TRABALHO § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho
SEÇÃO I normal poderão ser compensadas diretamente até a sema-
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR na imediatamente posterior à da sua execução, devendo
ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês
Art. 57 - Os preceitos deste Capítulo aplicam-se a to- subsequente, caso não sejam compensadas. (Incluído
das as atividades, salvo as expressamente excluídas, cons- pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
tituindo exceções as disposições especiais, concernentes § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime
estritamente a peculiaridades profissionais constantes do de tempo parcial converter um terço do período de férias a
Capítulo I do Título III. que tiver direito em abono pecuniário. (Incluído pela
Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
SEÇÃO II § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas
DA JORNADA DE TRABALHO pelo disposto no art. 130 desta Consolidação.  (Incluí-
do pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os em- Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acres-
pregados em qualquer atividade privada, não excederá de cida de horas extras, em número não excedente de duas,
8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressa- por acordo individual, convenção coletiva ou acordo cole-
mente outro limite. tivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017)  (Vigência)
§ 1o Não serão descontadas nem computadas como
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos,
jornada extraordinária as variações de horário no registro
50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.
de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
limite máximo de dez minutos diários.  (Parágrafo
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se,
incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)
por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a
excesso de horas em um dia for compensado pela corres-
sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho
pondente diminuição em outro dia, de maneira que não
e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio
exceda, no período máximo de um ano, à soma das jorna-
de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não das semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado
será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo o limite máximo de dez horas diárias. (Redação dada
à disposição do empregador.  (Redação dada pela Lei pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
nº 13.467, de 2017)  (Vigência) § 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho
§ 3o (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) sem que tenha havido a compensação integral da jornada
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tem- extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o tra-
po parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas balhador terá direito ao pagamento das horas extras não
semanais, sem a possibilidade de horas suplementares se- compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
manais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte data da rescisão. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo 2017)  (Vigência)
de até seis horas suplementares semanais.  (Redação § 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime que a compensação ocorra no período máximo de seis me-
de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em rela- ses. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
ção aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, § 6o É lícito o regime de compensação de jornada es-
tempo integral.  (Incluído pela Medida Provisória nº tabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a
2.164-41, de 2001) compensação no mesmo mês. (Incluído pela Lei nº
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de 13.467, de 2017)  (Vigência)
tempo parcial será feita mediante opção manifestada pe- Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta
rante a empresa, na forma prevista em instrumento decor- Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo in-
rente de negociação coletiva.  (Incluído pela Medida dividual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
Provisória nº 2.164-41, de 2001) trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho se- seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descan-
manal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cin- so, observados ou indenizados os intervalos para repou-
quenta por cento) sobre o salário-hora normal.  (In- so e alimentação.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de
cluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) 2017)  (Vigência)

36
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto
horário previsto no caput deste artigo abrange os paga- neste capítulo:  (Redação dada pela Lei nº 8.966, de
mentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo 27.12.1994)
descanso em feriados, e serão considerados compensados I - os empregados que exercem atividade externa in-
os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando compatível com a fixação de horário de trabalho, devendo
houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 des- tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previ-
ta Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de dência Social e no registro de empregados;   (Incluído
2017)  (Vigência) pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais II - os gerentes, assim considerados os exercentes de
para compensação de jornada, inclusive quando estabele- cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do
cida mediante acordo tácito, não implica a repetição do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamen-
pagamento das horas excedentes à jornada normal diária to ou filial.  (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo de- III - os empregados em regime de teletraba-
vido apenas o respectivo adicional. (Incluído pela Lei lho.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigên-
nº 13.467, de 2017)  (Vigência) cia)
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será
não descaracteriza o acordo de compensação de jornada aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
e o banco de horas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreen-
2017)  (Vigência) dendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao
Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim considera- valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (qua-
das as constantes dos quadros mencionados no capítulo renta por cento). (Incluído pela Lei nº 8.966, de
“Da Segurança e da Medicina do Trabalho”, ou que neles 27.12.1994)
venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Art. 63 - Não haverá distinção entre empregados e in-
Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão teressados, e a participação em lucros e comissões, salvo
ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
em lucros de caráter social, não exclui o participante do
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais,
regime deste Capítulo.
para esse efeito, procederão aos necessários exames locais
Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado
e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer
mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal cor-
diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias
respondente à duração do trabalho, a que se refere o art.
federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em
58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.
entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30
prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número,
seis horas ininterruptas de descanso.  (Incluído pela o de dias de trabalho por mês.
Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) Art. 65 - No caso do empregado diarista, o salário-hora
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a normal será obtido dividindo-se o salário diário correspon-
duração do trabalho exceder do limite legal ou conven- dente à duração do trabalho, estabelecido no art. 58, pelo
cionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja número de horas de efetivo trabalho.
para atender à realização ou conclusão de serviços inadiá-
veis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. SEÇÃO III
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido DOS PERÍODOS DE DESCANSO
independentemente de convenção coletiva ou acordo co-
letivo de trabalho.  (Redação dada pela Lei nº 13.467,  Art. 66 - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá
de 2017)  (Vigência) um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de descanso.
força maior, a remuneração da hora excedente não será Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um des-
inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso canso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o
previstos neste artigo, a remuneração será, pelo menos, qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no
o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde todo ou em parte.
que a lei não fixe expressamente outro limite. Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, re- domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será
sultante de causas acidentais, ou de força maior, que deter- estabelecida escala de revezamento, mensalmente organi-
minem a impossibilidade de sua realização, a duração do zada e constando de quadro sujeito à fiscalização.
trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial,
o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias in- na forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão
dispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não su- Parágrafo único - A permissão será concedida a título
perior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa re- permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela
cuperação à prévia autorização da autoridade competente. conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos,

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, SEÇÃO IV


expedir instruções em que sejam especificadas tais ativida- DO TRABALHO NOTURNO
des. Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória,
com discriminação do período autorizado, o qual, de cada Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou
vez, não excederá de 60 (sessenta) dias. quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior
Art. 69 - Na regulamentação do funcionamento de ati- a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
vidades sujeitas ao regime deste Capítulo, os municípios acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre
atenderão aos preceitos nele estabelecidos, e as regras que a hora diurna.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº
venham a fixar não poderão contrariar tais preceitos nem 9.666, de 1946)
as instruções que, para seu cumprimento, forem expedidas § 1º A hora do trabalho noturno será computada como
pelas autoridades competentes em matéria de trabalho. de 52 minutos e 30 segundos.  (Redação dada pelo
Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo,
nos têrmos da legislação própria. (Redação dada pelo o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) horas do dia seguinte. (Redação dada pelo Decreto-lei
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração nº 9.666, de 1946)
exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um § 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em
intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mí- se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza
nimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito,
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) ho- tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diur-
ras. nos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades,
entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minu- o aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vi-
tos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. gente na região, não sendo devido quando exceder desse
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados limite, já acrescido da percentagem. (Redação dada
na duração do trabalho. pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou § 4º As prorrogações do trabalho noturno aplica-se o
refeição poderá ser reduzido por ato do Ministro do Tra- disposto neste capítulo.
balho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de § 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que
Alimentação de Previdência Social, se verificar que o es- abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas
tabelecimento atende integralmente às exigências concer- de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus pará-
nentes à organização dos refeitórios, e quando os respec- grafos.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de
tivos empregados não estiverem sob regime de trabalho 1946)
prorrogado a horas suplementares. § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o
§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do in- disposto neste capítulo.  (Incluído pelo Decreto-lei nº
tervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, 9.666, de 1946)
a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de
natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com SEÇÃO V
acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da DO QUADRO DE HORÁRIO
remuneração da hora normal de trabalho.  (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) Art. 74 - O horário do trabalho constará de quadro,
§ 5o O intervalo expresso no caput poderá ser redu- organizado conforme modelo expedido pelo Ministro do
zido e/ou fracionado, e aquele estabelecido no § 1o poderá Trabalho, Industria e Comercio, e afixado em lugar bem vi-
ser fracionado, quando compreendidos entre o término da sível. Esse quadro será discriminativo no caso de não ser o
primeira hora trabalhada e o início da última hora trabalha- horário único para todos os empregados de uma mesma
da, desde que previsto em convenção ou acordo coletivo seção ou turma.
de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das § 1º - O horário de trabalho será anotado em registro
condições especiais de trabalho a que são submetidos es- de empregados com a indicação de acordos ou contratos
tritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de cam- coletivos porventura celebrados.
po e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários,  § 2º - Para os estabelecimentos de mais de dez traba-
empregados no setor de transporte coletivo de passagei- lhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de
ros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, confor-
descanso menores ao final de cada viagem.  (Redação me instruções a serem expedidas pelo Ministério do Traba-
dada pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência) lho, devendo haver pré-assinalação do período de repouso.
Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
(datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90  § 3º - Se o trabalho for executado fora do estabeleci-
(noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá mento, o horário dos empregados constará, explicitamen-
um repouso de 10 (dez) minutos não deduzidos da dura- te, de ficha ou papeleta em seu poder, sem prejuízo do que
ção normal de trabalho. dispõe o § 1º deste artigo.

38
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

SEÇÃO VI Art. 75-E. O empregador deverá instruir os emprega-


DAS PENALIDADES dos, de maneira expressa e ostensiva, quanto às precau-
ções a tomar a fim de evitar doenças e acidentes de traba-
Art. 75 - Os infratores dos dispositivos do presente Ca- lho.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigên-
pítulo incorrerão na multa de cinquenta a cinco mil cru- cia)
zeiros, segundo a natureza da infração, sua extensão e a Parágrafo único. O empregado deverá assinar termo
intenção de quem a praticou, aplicada em dobro no caso de responsabilidade comprometendo-se a seguir as instru-
de reincidência e oposição à fiscalização ou desacato à au- ções fornecidas pelo empregador.  (Incluído pela Lei
toridade. nº 13.467, de 2017)  (Vigência)
Parágrafo único - São competentes para impor penali-
dades, no Distrito Federal, a autoridade de 1ª instância do CAPÍTULO III
Departamento Nacional do Trabalho e, nos Estados e no DO SALÁRIO MÍNIMO
Território do Acre, as autoridades regionais do Ministério SEÇÃO I
do Trabalho, Industria e Comercio. DO CONCEITO

CAPÍTULO II-A Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima


(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) devida e paga diretamente pelo empregador a todo tra-
DO TELETRABALHO balhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de
sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em
Art. 75-A. A prestação de serviços pelo empregado em determinada época e região do País, as suas necessidades
regime de teletrabalho observará o disposto neste Capítu- normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e
lo.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) transporte.
Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de ser- Art. 77 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
viços preponderantemente fora das dependências do em- Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada,
ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao
pregador, com a utilização de tecnologias de informação e
trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do
de comunicação que, por sua natureza, não se constituam
salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona.
como trabalho externo.  (Incluído pela Lei nº 13.467,
Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do
de 2017)  (Vigência)
empregado a comissão ou que tenha direito a percenta-
Parágrafo único. O comparecimento às dependências
gem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-
do empregador para a realização de atividades específicas
-á sempre garantido o salário-mínimo, vedado qualquer
que exijam a presença do empregado no estabelecimento
desconto em mês subsequente a título de compensa-
não descaracteriza o regime de teletrabalho.  (Incluí- ção.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
do pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) Art. 80.  (Revogado pela Lei 10.097, de 2000)
Art. 75-C. A prestação de serviços na modalidade de Art. 81 - O salário mínimo será determinado pela fór-
teletrabalho deverá constar expressamente do contrato mula Sm = a + b + c + d + e, em que “a”, “b”, “c”, “d” e “e”
individual de trabalho, que especificará as atividades que representam, respectivamente, o valor das despesas diárias
serão realizadas pelo empregado.  (Incluído pela Lei com alimentação, habitação, vestuário, higiene e transpor-
nº 13.467, de 2017) (Vigência) te necessários à vida de um trabalhador adulto.
§ 1o Poderá ser realizada a alteração entre regime pre- § 1º - A parcela correspondente à alimentação terá um
sencial e de teletrabalho desde que haja mútuo acordo en- valor mínimo igual aos valores da lista de provisões, cons-
tre as partes, registrado em aditivo contratual.  (Incluí- tantes dos quadros devidamente aprovados e necessários
do pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigência) à alimentação diária do trabalhador adulto.
§ 2o Poderá ser realizada a alteração do regime de § 2º - Poderão ser substituídos pelos equivalentes de
teletrabalho para o presencial por determinação do em- cada grupo, também mencionados nos quadros a que alu-
pregador, garantido prazo de transição mínimo de quin- de o parágrafo anterior, os alimentos, quando as condições
ze dias, com correspondente registro em aditivo contra- da região, zona ou subzona o aconselharem, respeitados
tual.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vigên- os valores nutritivos determinados nos mesmos quadros.
cia) § 3º - O Ministério do Trabalho, Industria e Comercio
Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade fará, periodicamente, a revisão dos quadros a que se refere
pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equi- o § 1º deste artigo.
pamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e Art. 82 - Quando o empregador fornecer, in natura,
adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário em
reembolso de despesas arcadas pelo empregado, serão dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em
previstas em contrato escrito.  (Incluído pela Lei nº que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário mí-
13.467, de 2017)  (Vigência) nimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região,
Parágrafo único. As utilidades mencionadas zona ou subzona.
no caput deste artigo não integram a remuneração do em- Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro
pregado.  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)  (Vi- não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo
gência) fixado para a região, zona ou subzona.

39
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 83 - É devido o salário mínimo ao trabalhador em SEÇÃO VI


domicílio, considerado este como o executado na habita- DISPOSIÇÕES GERAIS
ção do empregado ou em oficina de família, por conta de
empregador que o remunere. Art. 117 - Será nulo de pleno direito, sujeitando o em-
pregador às sanções do art. 120, qualquer contrato ou
SEÇÃO II convenção que estipule remuneração inferior ao salário
DAS REGIÕES, ZONAS E SUBZONAS mínimo estabelecido na região, zona ou subzona, em que
tiver de ser cumprido.
Art. 84 -  (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) Art. 118 - O trabalhador a quem for pago salário infe-
Art. 85 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) rior ao mínimo terá direito, não obstante qualquer contrato
Art. 86 - (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) ou convenção em contrário, a reclamar do empregador o
complemento de seu salário mínimo estabelecido na re-
SEÇÃO III gião, zona ou subzona, em que tiver de ser cumprido.
DA CONSTITUIÇÃO DAS COMISSÕES Art. 119 - Prescreve em 2 (dois) anos a ação para reaver
a diferença, contados, para cada pagamento, da data em
Art. 87 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) que o mesmo tenha sido efetuado.
Art. 88 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 120 - Aquele que infringir qualquer dispositivo
Art. 89  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) concernente ao salário mínimo será passível da multa de
Art. 90 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) cinquenta e dois mil cruzeiros, elevada ao dobro na rein-
Art. 91 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) cidência.
Art. 92 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 121 (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de
Art. 93 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 28.2.1967)
Art. 94 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 122 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 95  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 123 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 96 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 124 - A aplicação dos preceitos deste Capítulo não
Art. 97 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) poderá, em caso algum, ser causa determinante da redu-
Art. 98 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) ção do salário.
Art. 99 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 125 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 100 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 126 - O Ministro do Trabalho, Industria e Comercio,
expedirá as instruções necessárias à fiscalização do salário
SEÇÃO IV mínimo, podendo cometer essa fiscalização a qualquer dos
DAS ATRIBUIÇÕES DAS COMISSÕES DE SALÁRIO órgãos componentes do respectivo Ministério, e, bem as-
MÍNIMO sim, aos fiscais dos Institutos de Aposentadoria e Pensões
na forma da legislação em vigor.
Art. 101 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 127 (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de
Art. 102 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 28.2.1967)
Art. 103 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 128 (Revogado pelo Decreto-Lei nº 229, de
Art. 104 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 28.2.1967)
Art. 105 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 106 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) CAPÍTULO IV
Art. 107 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) DAS FÉRIAS ANUAIS
Art. 108 -  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
Art. 109 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) 13.4.1977)
Art. 110 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964)
Art. 111 (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) SEÇÃO I
DO DIREITO A FÉRIAS E DA SUA DURAÇÃO
SEÇÃO V (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
DA FIXAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO 13.4.1977)

Art. 112  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao
Art. 113  (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
Art. 114 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Art. 115 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de
Art. 116 - (Revogado pela Lei nº 4.589, de 11.12.1964) vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito
a férias, na seguinte proporção: (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado
ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; (Incluído pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

40
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de
tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;  (Incluído pelo acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) (seis) meses, embora descontínuos.  (Incluído pelo
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;  (Incluído pelo § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
(vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. (Incluído § 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisiti-
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) vo quando o empregado, após o implemento de qualquer
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as fal- das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
tas do empregado ao serviço.  (Incluído pelo Decre- (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
to-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a
§ 2º - O período das férias será computado, para todos empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Tra-
os efeitos, como tempo de serviço. (Incluído pelo balho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos
Art. 130-A.  (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria
os efeitos do artigo anterior, a ausência do emprega- profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais
do:  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995) 
13.4.1977) § 4º (Vetado)  (Incluído pela Lei nº 9.016, de 30.3.1995)
I - nos casos referidos no art. 473;  (Incluído pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) SEÇÃO II
 Il - durante o licenciamento compulsório da emprega- DA CONCESSÃO E DA ÉPOCA DAS FÉRIAS
da por motivo de maternidade ou aborto, observados os (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
requisitos para percepção do salário-maternidade custea-
do pela Previdência Social;  (Redação dada pela Lei nº
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empre-
8.921, de 25.7.1994)
gador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à
 III - por motivo de acidente do trabalho ou enfermida-
data em que o empregado tiver adquirido o direito.  (Re-
de atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;  (Reda-
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as fé-
ção dada pela Lei nº 8.726, de 5.11.1993)
rias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que
IV - justificada pela empresa, entendendo-se como tal a
que não tiver determinado o desconto do correspondente sa- um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e
lário; (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos,
V - durante a suspensão preventiva para responder a cada um.  (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
inquérito administrativo ou de prisão preventiva, quando § 2o (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 13.467,
for impronunciado ou absolvido; e (Incluído pelo de 2017)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias
VI - nos dias em que não tenha havido serviço, salvo que antecede feriado ou dia de repouso semanal remune-
na hipótese do inciso III do art. 133.  (Incluído pelo rado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 135 - A concessão das férias será participada, por
Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo,
do empregado para serviço militar obrigatório será com- 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará re-
putado no período aquisitivo, desde que ele compareça cibo.  (Redação dada pela Lei nº 7.414, de 9.12.1985)
ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data § 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das
em que se verificar a respectiva baixa.  (Redação dada férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, a respectiva concessão.  (Incluído pelo Decreto-lei nº
no curso do período aquisitivo: (Redação dada pelo 1.535, de 13.4.1977)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 2º - A concessão das férias será, igualmente, ano-
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 tada no livro ou nas fichas de registro dos emprega-
(sessenta) dias subsequentes à sua saída;  (Incluído dos.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 136 - A época da concessão das férias será a que
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de melhor consulte os interesses do empregador.  (Re-
salários, por mais de 30 (trinta) dias;  (Incluído pelo dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar
mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto
ou total dos serviços da empresa; e (Incluído pelo não resultar prejuízo para o serviço. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

41
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) § 1º - O carimbo, cujo modelo será aprovado pelo Mi-
anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias nistério do Trabalho, dispensará a referência ao período
escolares. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, aquisitivo a que correspondem, para cada empregado, as
de 13.4.1977) férias concedidas. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535,
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após de 13.4.1977
o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em § 2º - Adotado o procedimento indicado neste artigo,
dobro a respectiva remuneração.  (Redação dada caberá à empresa fornecer ao empregado cópia visada do
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) recibo correspondente à quitação mencionada no pará-
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empre- grafo único do art. 145.  (Incluído pelo Decreto-lei nº
gador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajui- 1.535, de 13.4.1977
zar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época § 3º - Quando da cessação do contrato de trabalho, o
de gozo das mesmas.  (Incluído pelo Decreto-lei nº empregador anotará na Carteira de Trabalho e Previdência
1.535, de 13.4.1977) Social as datas dos períodos aquisitivos correspondentes
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco às férias coletivas gozadas pelo empregado.  (Incluído
por cento) do salário mínimo da região, devida ao empre- pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
gado até que seja cumprida.  (Incluído pelo Decreto-
-lei nº 1.535, de 13.4.1977) SEÇÃO IV
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julga- DA REMUNERAÇÃO E DO ABONO DE FÉRIAS
do será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
para fins de aplicação da multa de caráter administrati-
vo.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977) Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias,
Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá a remuneração que lhe for devida na data da sua con-
prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obri- cessão.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
gado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regu- 13.4.1977
larmente mantido com aquele. (Redação dada pelo
§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
variáveis, apurar-se-á a média do período aquisitivo, apli-
cando-se o valor do salário na data da concessão das fé-
SEÇÃO III
rias.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
DAS FÉRIAS COLETIVAS
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
por base a media da produção no período aquisitivo do
13.4.1977
direito a férias, aplicando-se o valor da remuneração da
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a to- tarefa na data da concessão das férias. (Incluído pelo
dos os empregados de uma empresa ou de determinados Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
estabelecimentos ou setores da empresa.  (Redação § 3º - Quando o salário for pago por percentagem,
dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) pe- empregado nos 12 (doze) meses que precederem à con-
ríodos anuais desde que nenhum deles seja inferior a 10 cessão das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535,
(dez) dias corridos.  (Redação dada pelo Decreto-lei de 13.4.1977
nº 1.535, de 13.4.1977 § 4º - A parte do salário paga em utilidades será com-
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador putada de acordo com a anotação na Carteira de Traba-
comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com lho e Previdência Social.  (Incluído pelo Decreto-lei nº
a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de iní- 1.535, de 13.4.1977
cio e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos § 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, no-
ou setores abrangidos pela medida. (Redação dada turno, insalubre ou perigoso serão computados no salário
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 que servirá de base ao cálculo da remuneração das férias.
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
aludida comunicação aos sindicatos representativos da § 6º - Se, no momento das férias, o empregado não
respectiva categoria profissional, e providenciará a afixa- estiver percebendo o mesmo adicional do período aquisi-
ção de aviso nos locais de trabalho.  (Incluído pelo tivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme será
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 computada a média duodecimal recebida naquele período,
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 após a atualização das importâncias pagas, mediante in-
(doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, cidência dos percentuais dos reajustamentos salariais su-
iniciando-se, então, novo período aquisitivo.  (Redação pervenientes. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 13.4.1977
Art. 141 - Quando o número de empregados contem- Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um
plados com as férias coletivas for superior a 300 (trezentos), terço) do período de férias a que tiver direito em abono pe-
a empresa poderá promover, mediante carimbo, anotações cuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos
de que trata o art. 135, § 1º.  (Redação dada pelo De- dias correspondentes.  (Redação dada pelo Decreto-lei
creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 nº 1.535, de 13.4.1977  (Vide Lei nº 7.923, de 1989)

42
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até SEÇÃO VI


15 (quinze) dias antes do término do período aquisiti- DO INÍCIO DA PRESCRIÇÃO
vo.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que 13.4.1977
se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo
entre o empregador e o sindicato representativo da res- Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a conces-
pectiva categoria profissional, independendo de requeri- são das férias ou o pagamento da respectiva remuneração
mento individual a concessão do abono. (Incluído pelo é contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou,
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. (Re-
§ 3o (Revogado pela Lei nº 13.467, de 2017) dação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo an-
terior, bem como o concedido em virtude de cláusula do SEÇÃO VII
contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de con- DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
venção ou acordo coletivo, desde que não excedente de (Incluída pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
vinte dias do salário, não integrarão a remuneração do em-
pregado para os efeitos da legislação do trabalho. (Re- Art. 150 - O tripulante que, por determinação do ar-
dação dada pela Lei nº 9.528, de 1998) mador, for transferido para o serviço de outro, terá com-
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, putado, para o efeito de gozo de férias, o tempo de servi-
se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetua- ço prestado ao primeiro, ficando obrigado a concedê-las
dos até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período. o armador em cujo serviço ele se encontra na época de
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 gozá-las.  (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535,
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pa- de 13.4.1977
gamento, com indicação do início e do termo das férias. § 1º - As férias poderão ser concedidas, a pedido dos
(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 interessados e com aquiescência do armador, parcelada-
mente, nos portos de escala de grande estadia do navio,
SEÇÃO V aos tripulantes ali residentes. (Incluído pelo Decreto-
DOS EFEITOS DA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE -lei nº 1.535, de 13.4.1977
TRABALHO § 2º - Será considerada grande estadia a permanência
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 no porto por prazo excedente de 6 (seis) dias. (Incluído
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qual- § 3º - Os embarcadiços, para gozarem férias nas con-
quer que seja a sua causa, será devida ao empregado a re- dições deste artigo, deverão pedi-las, por escrito, ao ar-
muneração simples ou em dobro, conforme o caso, corres- mador, antes do início da viagem, no porto de registro ou
pondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. armação. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 13.4.1977
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, § 4º - O tripulante, ao terminar as férias, apresentar-
após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que -se-á ao armador, que deverá designá-lo para qualquer
não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remu- de suas embarcações ou o adir a algum dos seus serviços
neração relativa ao período incompleto de férias, de acor- terrestres, respeitadas a condição pessoal e a remunera-
do com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) ção.  (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. § 5º - Em caso de necessidade, determinada pelo inte-
(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 resse público, e comprovada pela autoridade competente,
Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa poderá o armador ordenar a suspensão das férias já ini-
causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em pra- ciadas ou a iniciar-se, ressalvado ao tripulante o direito ao
zo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses respectivo gozo posteriormente. (Incluído pelo De-
de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período creto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
incompleto de férias, de conformidade com o disposto no § 6º - O Delegado do Trabalho Marítimo poderá auto-
artigo anterior. (Redação dada pelo Decreto-lei nº rizar a acumulação de 2 (dois) períodos de férias do ma-
1.535, de 13.4.1977 rítimo, mediante requerimento justificado:  (Incluído
Art. 148 - A remuneração das férias, ainda quando de- pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
vida após a cessação do contrato de trabalho, terá natureza I - do sindicato, quando se tratar de sindicalizado; e
salarial, para os efeitos do art. 449.  (Redação dada (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 II - da empresa, quando o empregado não for sindicali-
zado. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
Art. 151 - Enquanto não se criar um tipo especial de
caderneta profissional para os marítimos, as férias serão
anotadas pela Capitania do Porto na caderneta-matrícula
do tripulante, na página das observações.  (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977

43
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 152 - A remuneração do tripulante, no gozo de fé- III - impor as penalidades cabíveis por descumprimen-
rias, será acrescida da importância correspondente à etapa to das normas constantes deste Capítulo, nos termos do
que estiver vencendo. (Redação dada pelo Decreto-lei art. 201.  (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
nº 1.535, de 13.4.1977  Art. 157 - Cabe às empresas: (Redação dada pela
Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO VIII I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
DAS PENALIDADES medicina do trabalho;  (Incluído pela Lei nº 6.514, de
(Incluída pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 22.12.1977)
II - instruir os empregados, através de ordens de ser-
 Art. 153 - As infrações ao disposto neste Capítulo se- viço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar
rão punidas com multas de valor igual a 160 BTN por em- acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;  (In-
pregado em situação irregular. (Redação dada pela Lei cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
nº 7.855, de 24.10.1989)
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas
Parágrafo único - Em caso de reincidência, embaraço
pelo órgão regional competente;  (Incluído pela Lei
ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simu-
nº 6.514, de 22.12.1977)
lação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada
em dobro. (Redação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
competente. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
CAPÍTULO V  Art. 158 - Cabe aos empregados:  (Redação dada
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) I - observar as normas de segurança e medicina do
SEÇÃO I trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do
DISPOSIÇÕES GERAIS artigo anterior;  (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
Art. . 154 - A observância, em todos os locais de traba- Il - colaborar com a empresa na aplicação dos disposi-
lho, do disposto neste Capitulo, não desobriga as empresas tivos deste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 6.514,
do cumprimento de outras disposições que, com relação à de 22.12.1977)
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regula- III - conhecer, em segunda e última instância, dos re-
mentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se si- cursos voluntários ou de ofício, das decisões proferidas
tuem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas pelos Delegados Regionais do Trabalho em matéria de se-
oriundas de convenções coletivas de trabalho.  (Re- gurança e higiene do trabalho.  (Incluído pelo Decre-
dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) to-Lei nº 229, de 28.2.1967)
 Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional com- Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado
petente em matéria de segurança e medicina do traba- a recusa injustificada: (Incluído pela Lei nº 6.514, de
lho:  (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 22.12.1977)
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas a) à observância das instruções expedidas pelo empre-
sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especial- gador na forma do item II do artigo anterior;  (Incluí-
mente os referidos no art. 200;  (Incluído pela Lei nº do pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
6.514, de 22.12.1977) b) ao uso dos equipamentos de proteção individual
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fornecidos pela empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514,
fiscalização e as demais atividades relacionadas com a
de 22.12.1977)
segurança e a medicina do trabalho em todo o território
 Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Minis-
nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de
tro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos
Acidentes do Trabalho;  (Incluído pela Lei nº 6.514, de
federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscaliza-
22.12.1977)
III - conhecer, em última instância, dos recursos, vo- ção ou orientação às empresas quanto ao cumprimento
luntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Dele- das disposições constantes deste Capítulo.  (Reda-
gados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e ção dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
medicina do trabalho.  (Incluído pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977) SEÇÃO II
 Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Re- DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO OU INTER-
gionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (Re- DIÇÃO
dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
I - promover a fiscalização do cumprimento das nor-
mas de segurança e medicina do trabalho; (Incluído   Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das res-
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtu- pectivas instalações pela autoridade regional competente
de das disposições deste Capítulo, determinando as obras em matéria de segurança e medicina do trabalho. (Re-
e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam ne- dação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
cessárias;  (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)

44
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer a) classificação das empresas segundo o número
modificação substancial nas instalações, inclusive equipa- de empregados e a natureza do risco de suas ativida-
mentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, pronta- des;  (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
mente, à Delegacia Regional do Trabalho. (Incluído pela b) o numero mínimo de profissionais especializados
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se clas-
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprova- sifique, na forma da alínea anterior; (Incluído pela Lei
ção, pela Delegacia Regional do Trabalho, dos projetos de nº 6.514, de 22.12.1977)
construção e respectivas instalações.  (Incluído pela c) a qualificação exigida para os profissionais em ques-
Lei nº 6.514, de 22.12.1977) tão e o seu regime de trabalho; (Incluído pela Lei nº
  Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista 6.514, de 22.12.1977)
do laudo técnico do serviço competente que demonstre d) as demais características e atribuições dos servi-
grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar ços especializados em segurança e em medicina do tra-
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamen- balho, nas empresas.  (Incluído pela Lei nº 6.514, de
to, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com 22.12.1977)
a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que  Art. 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão
deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de tra- Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformida-
balho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) de com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho,
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especifica-
darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Dele- das.  (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
gado Regional do Trabalho. (Incluído pela Lei nº 6.514, Parágrafo único - O Ministério do Trabalho regula-
de 22.12.1977) mentará as atribuições, a composição e o funcionamento
§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos das CIPA (s). (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho 22.12.1977)
e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade Art. 164 - Cada CIPA será composta de representantes
sindical.  (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata
poderão os interessados recorrer, no prazo de 10 (dez) o parágrafo único do artigo anterior. (Redação dada pela
dias, para o órgão de âmbito nacional competente em ma- Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
téria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será § 1º - Os representantes dos empregadores, titulares
facultado dar efeito suspensivo ao recurso.  (Incluído e suplentes, serão por eles designados.  (Redação dada
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
§ 4º - Responderá por desobediência, além das me- § 2º - Os representantes dos empregados, titulares e
didas penais cabíveis, quem, após determinada a interdi- suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto, do qual par-
ção ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do ticipem, independentemente de filiação sindical, exclusiva-
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização mente os empregados interessados. (Redação dada
de máquina ou equipamento, ou o prosseguimento de pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros. § 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a
(Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição.  (In-
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
de recurso, e após laudo técnico do serviço competente, § 4º - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará
poderá levantar a interdição.  (Incluído pela Lei nº ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha
6.514, de 22.12.1977) participado de menos da metade do número de reuniões
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrên- da CIPA.  (Incluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
cia da interdição ou embargo, os empregados receberão os § 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os
salários como se estivessem em efetivo exercício. (In- seus representantes, o Presidente da CIPA e os emprega-
cluído pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) dos elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. (Incluído
pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
SEÇÃO III  Art. 165 - Os titulares da representação dos emprega-
DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO dos nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária,
TRABALHO NAS EMPRESAS entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. (Redação
 Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a se- dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)
rem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obri- Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao
gadas a manter serviços especializados em segurança e em empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho,
medicina do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencio-
de 22.12.1977) nados neste artigo, sob pena de ser condenado a reinte-
Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo grar o empregado.  (Redação dada pela Lei nº 6.514,
estabelecerão: (Redação dada pela Lei nº 6.514, de de 22.12.1977)
22.12.1977)

45
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

SEÇÃO IV § 7o Para os fins do disposto no § 6o, será obrigatório


DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL exame toxicológico com janela de detecção mínima de 90
(noventa) dias, específico para substâncias psicoativas que
Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empre- causem dependência ou, comprovadamente, comprometam
gados, gratuitamente, equipamento de proteção individual a capacidade de direção, podendo ser utilizado para essa fi-
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e nalidade o exame toxicológico previsto na Lei no 9.503, de 23
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde
não ofereçam completa proteção contra os riscos de aci- que realizado nos últimos 60 (sessenta) dias. (Incluído
dentes e danos à saúde dos empregados.  (Redação pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência)
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977)  Art. 169 - Será obrigatória a notificação das doenças
 Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser profissionais e das produzidas em virtude de condições es-
posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado peciais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de
de Aprovação do Ministério do Trabalho. (Redação conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério
dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de
22.12.1977)
SEÇÃO V
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO
TRABALHO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ARTIGO
Art. 168 - Será obrigatório exame médico, por conta 40 – APOSENTADORIA; ARTIGO 41 –
do empregador, nas condições estabelecidas neste artigo ESTABILIDADE DOS SERVIDORES (ESTÁGIO
e nas instruções complementares a serem expedidas pelo PROBATÓRIO).
Ministério do Trabalho: (Redação dada pela Lei nº
7.855, de 24.10.1989)
I - a admissão;  (Incluído pela Lei nº 7.855, de
24.10.1989)
Artigo 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efetivos
II - na demissão; (Incluído pela Lei nº 7.855, de
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, in-
24.10.1989)
cluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
III - periodicamente. (Incluído pela Lei nº 7.855,
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante con-
de 24.10.1989)
tribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções rela-
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preser-
tivas aos casos em que serão exigíveis exames: (Re-
dação dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) vem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
a) por ocasião da demissão;  (Incluído pela Lei § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
nº 7.855, de 24.10.1989) dência de que trata este artigo serão aposentados, calcula-
b) complementares.  (Incluído pela Lei nº 7.855, dos os seus proventos a partir dos valores fixados na forma
de 24.10.1989) dos §§ 3º e 17:
§ 2º - Outros exames complementares poderão ser I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
ou aptidão física e mental do empregado para a função rente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
que deva exercer.  (Redação dada pela Lei nº 7.855, doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
de 24.10.1989) II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
§ 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade,
com o risco da atividade e o tempo de exposição, a perio- ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
dicidade dos exames médicos.  (Redação dada pela complementar;
Lei nº 7.855, de 24.10.1989) III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
§ 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público
material necessário à prestação de primeiros socorros mé- e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposenta-
dicos, de acordo com o risco da atividade.  (Redação doria, observadas as seguintes condições:
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contri-
§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o buição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e
exame complementar, será comunicado ao trabalhador, trinta de contribuição, se mulher;
observados os preceitos da ética médica.  (Redação b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e ses-
dada pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989) senta anos de idade, se mulher, com proventos propor-
§ 6o Serão exigidos exames toxicológicos, previa- cionais ao tempo de contribuição.
mente à admissão e por ocasião do desligamento, quando § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por
se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remu-
contraprova em caso de resultado positivo e a confidencia- neração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que
lidade dos resultados dos respectivos exames.  (In- se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a
cluído pela Lei nº 13.103, de 2015)  (Vigência) concessão da pensão.

46
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
por ocasião da sua concessão, serão consideradas as re- em comissão declarado em lei de livre nomeação e exone-
munerações utilizadas como base para as contribuições do ração bem como de outro cargo temporário ou de emprego
servidor aos regimes de previdência de que tratam este ar- público, aplica-se o regime geral de previdência social.
tigo e o art. 201, na forma da lei. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
§ 4º  É vedada a adoção de requisitos e critérios di- cípios, desde que instituam regime de previdência comple-
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos abran- mentar para os seus respectivos servidores titulares de car-
gidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos go efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e
termos definidos em leis complementares, os casos de ser- pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este
vidores: artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios
I - portadores de deficiência; do regime geral de previdência social de que trata o art.
II - que exerçam atividades de risco; 201.
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições es- § 15. O regime de previdência complementar de que
peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo
§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribui- Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus
ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fe-
no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamen- chadas de previdência complementar, de natureza pública,
te tempo de efetivo exercício das funções de magistério na que oferecerão aos respectivos participantes planos de be-
educação infantil e no ensino fundamental e médio. nefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos car- § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção,
gos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do que tiver ingressado no serviço público até a data da pu-
regime de previdência previsto neste artigo. blicação do ato de instituição do correspondente regime de
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados
pensão por morte, que será igual:
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão devida-
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor fa-
mente atualizados, na forma da lei.
lecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que tra-
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este
ta este artigo que superem o limite máximo estabelecido
limite, caso aposentado à data do óbito; ou
para os benefícios do regime geral de previdência social de
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite
para os servidores titulares de cargos efetivos.
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de se- completado as exigências para aposentadoria voluntária
tenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em
atividade na data do óbito. atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para valor da sua contribuição previdenciária até completar as exi-
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, confor- gências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
me critérios estabelecidos em lei. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou mu- próprio de previdência social para os servidores titula-
nicipal será contado para efeito de aposentadoria e o res de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gesto-
tempo de serviço correspondente para efeito de dispo- ra do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o
nibilidade. disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo inci-
contagem de tempo de contribuição fictício. dirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposenta-
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma doria e de pensão que superem o dobro do limite máximo
total dos proventos de inatividade, inclusive quando de- estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-
correntes da acumulação de cargos ou empregos públicos, cia social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando
bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença inca-
o regime geral de previdência social, e ao montante resul- pacitante.
tante da adição de proventos de inatividade com remunera-
ção de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo 7) Estágio probatório e perda do cargo
em comissão declarado em lei de livre nomeação e exonera- Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
ção, e de cargo eletivo. ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de pre-
vidência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo
observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
para o regime geral de previdência social. mento efetivo em virtude de concurso público.

47
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o,
gado; 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de
II - mediante processo administrativo em que lhe formação, e será retomado a partir do término do impedi-
seja assegurada ampla defesa; mento.
III - mediante procedimento de avaliação periódica
de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada O estágio probatório pode ser definido como um lapso
ampla defesa. de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, discipli-
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupan- na, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabili-
te da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem dade. O servidor não aprovado no estágio probatório será
direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tem- mente ocupado. Não existe vedação para um servidor em
po de serviço. estágio probatório exercer quaisquer cargos de provimen-
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessi- to em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
dade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com ramento no órgão ou entidade de lotação.
remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu ade- Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disci-
quado aproveitamento em outro cargo. plina do estágio probatório mudou, notadamente aumen-
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, tando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a
é obrigatória a avaliação especial de desempenho por co- norma constitucional prevalece sobre a lei federal, mesmo
missão instituída para essa finalidade. que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir o dispos-
to no artigo 41 da Constituição Federal.
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o ser- Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
vidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará su- rio, o servidor público somente poderá ser exonerado nos
jeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) casos do §1º do artigo 40 da Constituição Federal, nota-
meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão ob- damente: em virtude de sentença judicial transitada em
jeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados julgado; mediante processo administrativo em que lhe
os seguinte fatores: seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedi-
I - assiduidade; mento de avaliação periódica de desempenho, na forma
II - disciplina; de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta
III - capacidade de iniciativa; lei complementar ainda inexistente no âmbito federal.
IV - produtividade;
V - responsabilidade. 8) Militares dos estados, do Distrito Federal e dos
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do está- territórios
gio probatório, será submetida à homologação da autori- Prevê o artigo 42, CF:
dade competente a avaliação do desempenho do servidor,
realizada por comissão constituída para essa finalidade, Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de
de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na
respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Dis-
de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do trito Federal e dos Territórios.
caput deste artigo. § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo an- lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art.
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor so-
único do art. 29. bre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou enti- trito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em
dade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro ór- lei específica do respectivo ente estatal.
gão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial,
cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
equivalentes.
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente pode-
rão ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos
nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afasta-
mento para participar de curso de formação decorrente de
aprovação em concurso para outro cargo na Administração
Pública Federal.

48
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

LEI Nº 16.675 DE 13/03/18 – PREVIDÊNCIA LEI Nº 8.213 DE 1991 – DISPÕE SOBRE OS


COMPLEMENTAR NO ÂMBITO DO ESTADO PLANOS DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA.
DE SP (ALTERA A LEI Nº 14.653 DE 22/12/11).

LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991.


LEI Nº 16.675, DE 13 DE MARÇO DE 2018
Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência
(Projeto de lei nº 668, de 2016, do Deputado Davi Zaia Social e dá outras providências.
- PPS)
Altera a Lei nº 14.653, de 22 de dezembro de 2011, que O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
“institui o regime de previdência complementar no âmbito gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
do Estado de São Paulo, fixa o limite máximo para a conces-
são de aposentadorias e pensões de que trata o artigo 40 da TÍTULO I
Constituição Federal, autoriza a criação de entidade fechada DA FINALIDADE E DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA
de previdência complementar, na forma de fundação, e dá PREVIDÊNCIA SOCIAL
outras providências”, a fim de dar nova redação aos §§ 4º
e 5º do artigo 1º e acrescentar os §§ 7º, 8º e 9º ao mesmo Art. 1º A Previdência Social, mediante contribuição,
dispositivo tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indis-
pensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade,
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: desemprego involuntário, idade avançada, tempo de ser-
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu viço, encargos familiares e prisão ou morte daqueles de
promulgo a seguinte lei: quem dependiam economicamente.
Artigo 1º - Os §§ 4º e 5º do artigo 1º da Lei nº 14.653, Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes
de 2011, passam a vigorar com a seguinte redação: princípios e objetivos:
“Artigo 1º - .......................................................................... I - universalidade de participação nos planos previden-
§ 4º - Os servidores e os membros referidos no artigo ciários;
1º, com remuneração superior ao limite máximo estabele- II - uniformidade e equivalência dos benefícios e servi-
cido para os benefícios do Regime Geral de Previdência So- ços às populações urbanas e rurais;
cial, que venham a ingressar no serviço público a partir do III - seletividade e distributividade na prestação dos
início da vigência do regime de previdência complementar benefícios;
de que trata esta lei, serão automaticamente inscritos no IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-
respectivo plano de previdência complementar desde a -de-contribuição corrigidos monetariamente;
data de entrada em exercício. V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a
§ 5º - Fica assegurado ao participante o direito de re- preservar-lhes o poder aquisitivo;
querer, a qualquer tempo, o cancelamento de sua inscrição, VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos
nos termos do regulamento do plano de benefícios.” (NR) do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho
Artigo 2º - Acrescentem-se os §§ 7º, 8º e 9º ao artigo do segurado não inferior ao do salário mínimo;
1º da Lei nº 14.653, de 2011, com as seguintes redações: VII - previdência complementar facultativa, custeada
“Artigo 1º - ...................................................................... por contribuição adicional;
§ 7º - Na hipótese do cancelamento previsto no § 5º VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão
ser requerido no prazo de até 90 (noventa) dias da data da administrativa, com a participação do governo e da comu-
inscrição, fica assegurado o direito à restituição das con- nidade, em especial de trabalhadores em atividade, empre-
tribuições vertidas, a ser paga em até 60 (sessenta) dias gadores e aposentados.
do pedido de cancelamento, atualizadas pela variação das Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII
cotas do plano de benefícios. deste artigo será efetivada a nível federal, estadual e mu-
§ 8º - O cancelamento da inscrição previsto no § 7º não nicipal.
constitui resgate. Art. 3º Fica instituído o Conselho Nacional de Previdên-
§ 9º - As contribuições realizadas pelo patrocinador cia Social–CNPS, órgão superior de deliberação colegiada,
serão restituídas à respectiva fonte pagadora no mesmo que terá como membros:
prazo e condições previstos no § 7º deste artigo.” (NR) I - seis representantes do Governo Federal; (Redação
Artigo 3º - Esta lei entra em vigor na data de sua pu- dada pela Lei nº 8.619, de 1993)
blicação. II - nove representantes da sociedade civil, sen-
do:  (Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993)
a) três representantes dos aposentados e pensionis-
tas;(Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993)

49
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

b) três representantes dos trabalhadores em ativida- VIII - estabelecer os valores mínimos em litígio, acima
de;(Redação dada pela Lei nº 8.619, de 1993) dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-
c) três representantes dos empregadores.  (Redação -Geral ou do Presidente do INSS para formalização de de-
dada pela Lei nº 8.619, de 1993) sistência ou transigência judiciais, conforme o disposto no
§ 1º Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes art. 132;
serão nomeados pelo Presidente da República, tendo os IX - elaborar e aprovar seu regimento interno.
representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 Parágrafo único. As decisões proferidas pelo CNPS de-
(dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma verão ser publicadas no Diário Oficial da União.
única vez. Art. 5º Compete aos órgãos governamentais:
§ 2º Os representantes dos trabalhadores em ativida- I - prestar toda e qualquer informação necessária ao
de, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos adequado cumprimento das competências do CNPS, for-
suplentes serão indicados pelas centrais sindicais e confe- necendo inclusive estudos técnicos;
derações nacionais. II - encaminhar ao CNPS, com antecedência mínima
§ 3º O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por de 2 (dois) meses do seu envio ao Congresso Nacional, a
mês, por convocação de seu Presidente, não podendo ser proposta orçamentária da Previdência Social, devidamente
adiada a reunião por mais de 15 (quinze) dias se houver detalhada.
requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros. Art. 6º Haverá, no âmbito da Previdência Social, uma
§ 4º Poderá ser convocada reunião extraordinária por Ouvidoria-Geral, cujas atribuições serão definidas em re-
seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus gulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
membros, conforme dispuser o regimento interno do Art. 7º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37,
CNPS. de 31.8.01)
§ 5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 8º (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37,
§ 6º As ausências ao trabalho dos representantes dos de 31.8.01)
trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do
Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada TÍTULO II
efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SO-
§ 7º Aos membros do CNPS, enquanto representan- CIAL
tes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é Capítulo Único
assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
um ano após o término do mandato de representação, so-
mente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, Art. 9º A Previdência Social compreende:
regularmente comprovada através de processo judicial. I - o Regime Geral de Previdência Social;
§ 8º Competirá ao Ministério do Trabalho e da Previ- II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência
dência Social proporcionar ao CNPS os meios necessários Social.
ao exercício de suas competências, para o que contará com § 1o O Regime Geral de Previdência Social - RGPS ga-
uma Secretaria-Executiva do Conselho Nacional de Previ- rante a cobertura de todas as situações expressas no art.
dência Social. 1o desta Lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto
§ 9º O CNPS deverá se instalar no prazo de 30 (trinta) de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contri-
dias a contar da publicação desta Lei. buição para o trabalhador de que trata o § 2o do art. 21 da
Art. 4º Compete ao Conselho Nacional de Previdência Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei
Social–CNPS: Complementar nº 123, de 2006)
I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões § 2º O Regime Facultativo Complementar de Previdên-
de políticas aplicáveis à Previdência Social; cia Social será objeto de lei especifica.
II - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a
gestão previdenciária; TÍTULO III
III - apreciar e aprovar os planos e programas da Pre- DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
vidência Social; Capítulo I
IV - apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da DOS BENEFICIÁRIOS
Previdência Social, antes de sua consolidação na proposta
orçamentária da Seguridade Social; Art. 10. Os beneficiários do Regime Geral de Previdên-
V - acompanhar e apreciar, através de relatórios geren- cia Social classificam-se como segurados e dependentes,
ciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e nos termos das Seções I e II deste capítulo.
orçamentos no âmbito da Previdência Social;
VI - acompanhar a aplicação da legislação pertinente à Seção I
Previdência Social; Dos Segurados
VII - apreciar a prestação de contas anual a ser remeti-
da ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for neces- Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência So-
sário, contratar auditoria externa; cial as seguintes pessoas físicas:(Redação dada pela Lei nº
8.647, de 1993)

50
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

I - como empregado:(Redação dada pela Lei nº 8.647, de 1993) b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ati-
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou vidade de extração mineral - garimpo, em caráter perma-
rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subor- nente ou temporário, diretamente ou por intermédio de
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados
empregado; a qualquer título, ainda que de forma não contínua;  (Re-
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho dação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
temporário, definida em legislação específica, presta ser- c) o ministro de confissão religiosa e o membro de ins-
viço para atender a necessidade transitória de substituição tituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem
de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordi- religiosa;(Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)
nário de serviços de outras empresas; d)  (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999)
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contrata- e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para orga-
do no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal nismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efe-
ou agência de empresa nacional no exterior; tivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando
d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplo- coberto por regime próprio de previdência social; (Redação
mática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor
e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência não empregado e o membro de conselho de administração
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legisla- de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indús-
ção previdenciária do país da respectiva missão diplomáti- tria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remu-
ca ou repartição consular; neração decorrente de seu trabalho em empresa urbana
e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no ex- ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em
terior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domi- ou finalidade, bem como o síndico ou administrador elei-
ciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legis- to para exercer atividade de direção condominial, desde
lação vigente do país do domicílio;
que recebam remuneração;(Incluído pela Lei nº 9.876, de
f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado
26.11.99)
no Brasil para trabalhar como empregado em empresa do-
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em
miciliada no exterior, cuja maioria do capital votante per-
caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
tença a empresa brasileira de capital nacional;
emprego;  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
g) o servidor público ocupante de cargo em comissão,
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, ativi-
sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em
dade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou
regime especial, e Fundações Públicas Federais. (Incluída
pela Lei nº 8.647, de 1993) não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou VI - como trabalhador avulso: quem presta, a diversas
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza
previdência social ;(Incluída pela Lei nº 9.506, de 1997) urbana ou rural definidos no Regulamento;
i) o empregado de organismo oficial internacional ou VII – como segurado especial: a pessoa física residente
estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando co- no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próxi-
berto por regime próprio de previdência social;(Incluída mo a ele que, individualmente ou em regime de economia
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na
j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou condição de: (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor,
previdência social;(Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário
II - como empregado doméstico: aquele que presta ou arrendatário rurais, que explore atividade: (Incluído pela
serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbi- Lei nº 11.718, de 2008)
to residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fis-
III - (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) cais; (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
IV -(Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça
a) ;(Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art.
b) (Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999) 2o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas
V - como contribuinte individual:(Redação dada pela atividades o principal meio de vida;(Incluído pela Lei nº
Lei nº 9.876, de 26.11.99) 11.718, de 2008)
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ati- b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça
vidade agropecuária, a qualquer título, em caráter perma- da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e(In-
nente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módu- cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
los fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de
módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de em- 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do se-
pregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas gurado de que tratam as alíneas a e b  deste inciso, que,
hipóteses dos §§ 9o e 10 deste artigo;(Redação dada pela comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar res-
Lei nº 11.718, de 2008) pectivo. (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)

51
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1o Entende-se como regime de economia familiar a IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar
atividade em que o trabalho dos membros da família é in- que tem algum componente que seja beneficiário de pro-
dispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento grama assistencial oficial de governo; (Incluído pela Lei nº
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condi- 11.718, de 2008)
ções de mútua dependência e colaboração, sem a utiliza- V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na ex-
ção de empregados permanentes.(Redação dada pela Lei ploração da atividade, de processo de beneficiamento ou
nº 11.718, de 2008) industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da
§ 2º Todo aquele que exercer, concomitantemente, Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; e(Incluído pela Lei nº
mais de uma atividade remunerada sujeita ao Regime Geral 11.718, de 2008)
de Previdência Social é obrigatoriamente filiado em relação VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de
a cada uma delas. crédito rural; e  (Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
§ 3º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industria-
Social–RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer lizados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas
atividade abrangida por este Regime é segurado obrigató- nos termos do § 12.(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
rio em relação a essa atividade, ficando sujeito às contri- (Produção de efeito)
buições de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, § 9o Não é segurado especial o membro de grupo fa-
para fins de custeio da Seguridade Social.(Incluído pela Lei miliar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se de-
nº 9.032, de 1995) corrente de:(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou
do mandato eletivo, o mesmo enquadramento no Regime auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefí-
Geral de Previdência Social-RGPS de antes da investidura. cio de prestação continuada da Previdência Social;(Incluído
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 5o Aplica-se o disposto na alínea g do inciso I II – benefício previdenciário pela participação em plano
do caput ao ocupante de cargo de Ministro de Estado, de de previdência complementar instituído nos termos do inciso
Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, sem vínculo efe- IV do § 8o deste artigo;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
tivo com a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, III - exercício de atividade remunerada em período não
suas autarquias, ainda que em regime especial, e funda- superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados,
ções.  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei
§ 6o Para serem considerados segurados especiais, o nº 8.212, de 24 de julho de 1991; (Redação dada pela Lei nº
cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 16 (dezes- 12.873, de 2013)
seis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participa- IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical
ção ativa nas atividades rurais do grupo familiar. (Incluído de organização da categoria de trabalhadores rurais; (In-
pela Lei nº 11.718, de 2008) cluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 7o O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados V – exercício de mandato de vereador do Município
contratados por prazo determinado ou de trabalhador de em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de
que trata a alínea g  do inciso V do caput, à razão de no cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segura-
máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, dos especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da
em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;  (Incluído pela Lei nº
equivalente em horas de trabalho, não sendo computado 11.718, de 2008)
nesse prazo o período de afastamento em decorrência da VI – parceria ou meação outorgada na forma e condi-
percepção de auxílio-doença. (Redação dada pela Lei nº ções estabelecidas no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído
12.873, de 2013) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 8o Não descaracteriza a condição de segurado espe- VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-
cial:(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) -prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a
meação ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de renda mensal obtida na atividade não exceda ao menor
imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) benefício de prestação continuada da Previdência Social;
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado con- e (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
tinuem a exercer a respectiva atividade, individualmente VIII – atividade artística, desde que em valor mensal
ou em regime de economia familiar;  (Incluído pela Lei nº inferior ao menor benefício de prestação continuada da
11.718, de 2008) Previdência Social.(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II – a exploração da atividade turística da proprieda- § 10. O segurado especial fica excluído dessa catego-
de rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 ria:  (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
(cento e vinte) dias ao ano; (Incluído pela Lei nº 11.718, de I – a contar do primeiro dia do mês em que:(Incluído
2008) pela Lei nº 11.718, de 2008)
III – a participação em plano de previdência comple- a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no
mentar instituído por entidade classista a que seja associa- inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do disposto
do em razão da condição de trabalhador rural ou de pro- no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites esta-
dutor rural em regime de economia familiar; e  (Incluído belecidos no inciso I do § 8o deste artigo; (Incluído pela Lei
pela Lei nº 11.718, de 2008) nº 11.718, de 2008)

52
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

b) enquadrar-se em qualquer outra categoria de se- dos ao regime de origem, obedecidas as regras que cada
gurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ente estabeleça acerca de sua contribuição.  (Incluído pela
ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o e Lei nº 9.876, de 26.11.99)
no § 12, sem prejuízo do disposto no art. 15; (Redação dada Art. 13. É segurado facultativo o maior de 14 (quatorze)
pela Lei nº 12.873, de 2013) anos que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social,
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime pre- mediante contribuição, desde que não incluído nas dispo-
videnciário; e (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) sições do art. 11.
d) participar de sociedade empresária, de sociedade Art. 14. Consideram-se:
simples, como empresário individual ou como titular de I - empresa - a firma individual ou sociedade que as-
empresa individual de responsabilidade limitada em desa- sume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com
cordo com as limitações impostas pelo § 12;(Incluído pela fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da
Lei nº 12.873, de 2013) (Produção de efeito) administração pública direta, indireta ou fundacional;
II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da II - empregador doméstico - a pessoa ou família que
ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exce- admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado
der o limite de:(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) doméstico.
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os
que se refere o § 7o deste artigo;(Incluído pela Lei nº 11.718, efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pessoa física
de 2008) na condição de proprietário ou dono de obra de constru-
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no in- ção civil, em relação a segurado que lhe presta serviço, bem
ciso III do § 9o deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.718, como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer
de 2008) natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § consular de carreira estrangeiras.  (Redação dada pela Lei
8o deste artigo.  (Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) nº 13.202, de 2015)
§ 11. Aplica-se o disposto na alínea a  do inciso V Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, indepen-
do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro do pro- dentemente de contribuições:
dutor que participe da atividade rural por este explorada. I - sem limite de prazo, quem está em gozo de bene-
fício;
(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribui-
§ 12. A participação do segurado especial em socieda-
ções, o segurado que deixar de exercer atividade remune-
de empresária, em sociedade simples, como empresário in-
rada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
dividual ou como titular de empresa individual de respon-
ou licenciado sem remuneração;
sabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroin-
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o
dustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos
segurado acometido de doença de segregação compulsó-
termos da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro
ria;
de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado
que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma retido ou recluso;
do inciso VII do caput e do § 1o, a pessoa jurídica compo- V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado
nha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribui-
que eles desenvolvam suas atividades. (Incluído pela Lei nº ções, o segurado facultativo.
12.873, de 2013)(Produção de efeito) § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24
§ 13. (VETADO).  (Incluído pela Lei nº 12.873, de (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de
2013)  (Produção de efeito) 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção
Art. 12. O servidor civil ocupante de cargo efetivo ou que acarrete a perda da qualidade de segurado.
o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos § 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos
Municípios, bem como o das respectivas autarquias e fun- de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, des-
dações, são excluídos do Regime Geral de Previdência So- de que comprovada essa situação pelo registro no órgão
cial consubstanciado nesta Lei, desde que amparados por próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
regime próprio de previdência social.(Redação dada pela § 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado con-
Lei nº 9.876, de 26.11.99) serva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
§ 1o Caso o servidor ou o militar venham a exercer, con- § 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia
comitantemente, uma ou mais atividades abrangidas pelo seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Cus-
Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão segura- teio da Seguridade Social para recolhimento da contribui-
dos obrigatórios em relação a essas atividades.  (Incluído ção referente ao mês imediatamente posterior ao do final
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
§ 2o Caso o servidor ou o militar, amparados por regi-
me próprio de previdência social, sejam requisitados para
outro órgão ou entidade cujo regime previdenciário não
permita a filiação, nessa condição, permanecerão vincula-

53
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Seção II Capítulo II
Dos Dependentes DAS PRESTAÇÕES EM GERAL
Seção I
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdên- Das Espécies de Prestações
cia Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social com-
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vin- preende as seguintes prestações, devidas inclusive em ra-
te e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelec- zão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, ex-
tual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela pressas em benefícios e serviços:
Lei nº 13.146, de 2015)  (Vigência) I - quanto ao segurado:
II - os pais; a) aposentadoria por invalidez;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, b) aposentadoria por idade;
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha c) aposentadoria por tempo de contribuição;  (Redação
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;  (Re- dada pela Lei Complementar nº 123, de 2006)
dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) d) aposentadoria especial;
IV -  (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995) e) auxílio-doença;
§ 1º A existência de dependente de qualquer das clas- f) salário-família;
ses deste artigo exclui do direito às prestações os das clas- g) salário-maternidade;
ses seguintes. h) auxílio-acidente;
§ 2º .O enteado e o menor tutelado equiparam-se a i) (Revogada pela Lei nº 8.870, de 1994)
filho mediante declaração do segurado e desde que com- II - quanto ao dependente:
provada a dependência econômica na forma estabelecida a) pensão por morte;
no Regulamento.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) b) auxílio-reclusão;
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pes- III - quanto ao segurado e dependente:
soa que, sem ser casada, mantém união estável com o se- a)  (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)
gurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. b) serviço social;
226 da Constituição Federal. c) reabilitação profissional.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas § 1o Somente poderão beneficiar-se do auxílio-aciden-
no inciso I é presumida e a das demais deve ser compro- te os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11
vada. desta Lei. (Redação dada pela Lei Complementar nº 150,
de 2015)
Seção III § 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência
Das Inscrições Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este
Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma
Art. 17. O Regulamento disciplinará a forma de inscri- da Previdência Social em decorrência do exercício dessa
ção do segurado e dos dependentes. atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação pro-
§ 1o Incumbe ao dependente promover a sua inscrição fissional, quando empregado.  (Redação dada pela Lei nº
quando do requerimento do benefício a que estiver habili- 9.528, de 1997)
tado. (Redação dada pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002) § 3o O segurado contribuinte individual, que trabalhe
§ 2º (Revogado pela Medida Provisória nº 664, de por conta própria, sem relação de trabalho com empresa
2014) (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam
§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de ju-
 § 4o A inscrição do segurado especial será feita de lho de 1991, não farão jus à aposentadoria por tempo de
forma a vinculá-lo ao respectivo grupo familiar e conterá, contribuição.  (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de
além das informações pessoais, a identificação da proprie- 2006)
dade em que desenvolve a atividade e a que título, se nela Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exer-
reside ou o Município onde reside e, quando for o caso, a cício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador
identificação e inscrição da pessoa responsável pelo grupo doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados re-
familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013) feridos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
§ 5o O segurado especial integrante de grupo familiar corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que perda ou redução, permanente ou temporária, da capaci-
desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da ins- dade para o trabalho.  (Redação dada pela Lei Complemen-
crição, conforme o caso, o nome do parceiro ou meeiro tar nº 150, de 2015)
outorgante, arrendador, comodante ou assemelhado. (In- § 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das
cluído Lei nº 11.718, de 2008) medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da
§ 6o (Revogado pela Lei nº 12.873, de 2013)  (Produ- saúde do trabalhador.
ção de efeito) § 2º Constitui contravenção penal, punível com multa,
deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e hi-
giene do trabalho.

54
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas d) no percurso da residência para o local de trabalho
sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomo-
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social ção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso,
classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisio-
parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento. lógicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos ter- é considerado no exercício do trabalho.
mos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: § 2º Não é considerada agravação ou complicação de
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a deter- outra origem, se associe ou se superponha às conseqüên-
minada atividade e constante da respectiva relação elabo- cias do anterior.
rada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; Art. 21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou Seguro Social (INSS) considerará caracterizada a natureza
desencadeada em função de condições especiais em que acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência
o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agra-
constante da relação mencionada no inciso I. vo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho: do empregado doméstico e a entidade mórbida motivado-
a) a doença degenerativa; ra da incapacidade elencada na Classificação Internacional
b) a inerente a grupo etário; de Doenças (CID), em conformidade com o que dispuser
c) a que não produza incapacidade laborativa; o regulamento. (Redação dada pela Lei Complementar nº
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitan- 150, de 2015)
te de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação § 1o A perícia médica do INSS deixará de aplicar o dis-
de que é resultante de exposição ou contato direto deter- posto neste artigo quando demonstrada a inexistência do
minado pela natureza do trabalho. nexo de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doen-
nº 11.430, de 2006)
ça não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste
§ 2o A empresa ou o empregador doméstico poderão
artigo resultou das condições especiais em que o trabalho
requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológi-
é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previ-
co, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo,
dência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
da empresa, do empregador doméstico ou do segurado
Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do traba-
ao Conselho de Recursos da Previdência Social.  (Redação
lho, para efeitos desta Lei:
dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não te-
nha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a Art. 22. A empresa ou o empregador doméstico deve-
morte do segurado, para redução ou perda da sua capaci- rão comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social
dade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso
médica para a sua recuperação; de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no ho- de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
rário do trabalho, em conseqüência de: salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas re-
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado incidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.  (Re-
por terceiro ou companheiro de trabalho; dação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por § 1º Da comunicação a que se refere este artigo rece-
motivo de disputa relacionada ao trabalho; berão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
de terceiro ou de companheiro de trabalho; § 2º Na falta de comunicação por parte da empresa,
d) ato de pessoa privada do uso da razão; podem formalizá-la o próprio acidentado, seus depen-
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos dentes, a entidade sindical competente, o médico que o
fortuitos ou decorrentes de força maior; assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo
III - a doença proveniente de contaminação acidental nestes casos o prazo previsto neste artigo.
do empregado no exercício de sua atividade; § 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime
IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do a empresa de responsabilidade pela falta do cumprimento
local e horário de trabalho: do disposto neste artigo.
a) na execução de ordem ou na realização de serviço § 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe
sob a autoridade da empresa; poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social,
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à em- das multas previstas neste artigo.
presa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; § 5o A multa de que trata este artigo não se aplica na
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estu- hipótese do caput do art. 21-A.  (Incluído pela Lei nº
do quando financiada por esta dentro de seus planos para 11.430, de 2006)
melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente Art. 23. Considera-se como dia do acidente, no caso
do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de pro- de doença profissional ou do trabalho, a data do início da
priedade do segurado; incapacidade laborativa para o exercício da atividade habi-

55
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

tual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que II - realizadas a contar da data de efetivo pagamento
for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que da primeira contribuição sem atraso, não sendo conside-
ocorrer primeiro. radas para este fim as contribuições recolhidas com atraso
referentes a competências anteriores, no caso dos segura-
Seção II dos contribuinte individual, especial e facultativo, referidos,
Dos Períodos de Carência respectivamente, nos incisos V e VII do art. 11 e no art. 13.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de Art. 27-A. No caso de perda da qualidade de segurado,
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiá- para efeito de carência para a concessão dos benefícios de
rio faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcur- que trata esta Lei, o segurado deverá contar, a partir da
so do primeiro dia dos meses de suas competências. nova filiação à Previdência Social, com metade dos perío-
Parágrafo único. (Revogado pela lei nº 13.457, de 2017) dos previstos nos incisos I e III do caput do art. 25 desta
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Re- Lei.  (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017)
gime Geral de Previdência Social depende dos seguintes
períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26: Seção III
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 Do Cálculo do Valor dos Benefícios
(doze) contribuições mensais; Subseção I
II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tem- Do Salário-de- Benefício
po de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições
mensais.  (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994) Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada,
III - salário-maternidade para as seguradas de que tra- inclusive o regido por norma especial e o decorrente de
tam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez contribui- acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-
ções mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do -maternidade, será calculado com base no salário-de-be-
art. 39 desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) nefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
Parágrafo único. Em caso de parto antecipado, o período
§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
de carência a que se refere o inciso III será reduzido em núme-
§ 2º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
ro de contribuições equivalente ao número de meses em que
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
o parto foi antecipado. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 4º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 26. Independe de carência a concessão das seguin-
Art. 29. O salário-de-benefício consiste: (Redação
tes prestações:
dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-famí-
lia e auxílio-acidente; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de I - para os benefícios de que tratam as alíneas b e c do
26.11.99)  inciso I do art. 18, na média aritmética simples dos maio-
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos res salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por
casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fa-
doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos tor previdenciário;  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de II - para os benefícios de que tratam as alí-
alguma das doenças e afecções especificadas em lista ela- neas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na média aritmética
borada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, simples dos maiores salários-de-contribuição correspon-
atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios dentes a oitenta por cento de todo o período contributi-
de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro vo.  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
fator que lhe confira especificidade e gravidade que mere- § 1º(Revogado pela Lei nº 9.876, de 26.11.1999)
çam tratamento particularizado;(Redação dada pela Lei nº § 2º O valor do salário-de-benefício não será inferior ao
13.135, de 2015) de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo
III - os benefícios concedidos na forma do inciso I do do salário-de-contribuição na data de início do benefício.
art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do § 3º Serão considerados para cálculo do salário-de-
art. 11 desta Lei; -benefício os ganhos habituais do segurado empregado,
IV - serviço social; a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de uti-
V - reabilitação profissional. lidades, sobre os quais tenha incidido contribuições pre-
VI – salário-maternidade para as seguradas emprega- videnciárias, exceto o décimo-terceiro salário (gratificação
da, trabalhadora avulsa e empregada doméstica.  (Incluído natalina). (Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994)
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) § 4º Não será considerado, para o cálculo do salário-
Art. 27. Para cômputo do período de carência, serão -de-benefício, o aumento dos salários-de-contribuição que
consideradas as contribuições:  (Redação dada pela Lei exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente conce-
Complementar nº 150, de 2015) dido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores
I - referentes ao período a partir da data de filiação ao ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), no caso dos se- do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas
gurados empregados, inclusive os domésticos, e dos traba- gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho,
lhadores avulsos;  (Redação dada pela Lei Complementar de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido
nº 150, de 2015) pela categoria respectiva.

56
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 5º Se, no período básico de cálculo, o segurado ti- probatórios dos dados divergentes, conforme critérios de-
ver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será finidos pelo INSS.(Redação dada pela Lei Complementar nº
contada, considerando-se como salário-de-contribuição, 128, de 2008)
no período, o salário-de-benefício que serviu de base para § 3o A aceitação de informações relativas a vínculos e
o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas remunerações inseridas extemporaneamente no CNIS, inclu-
e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior sive retificações de informações anteriormente inseridas, fica
ao valor de 1 (um) salário mínimo. condicionada à comprovação dos dados ou das divergên-
§ 6o O salário-de-benefício do segurado especial con- cias apontadas, conforme critérios definidos em regulamen-
siste no valor equivalente ao salário-mínimo, ressalvado o to.  (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
disposto no inciso II do art. 39 e nos §§ 3o e 4o do art. 48 § 4o Considera-se extemporânea a inserção de dados
desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008) decorrentes de documento inicial ou de retificação de da-
I -  (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) dos anteriormente informados, quando o documento ou a
II -  (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) retificação, ou a informação retificadora, forem apresenta-
§ 7o O fator previdenciário será calculado consideran- dos após os prazos estabelecidos em regulamento. (Incluí-
do-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de do pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
contribuição do segurado ao se aposentar, segundo a fór- § 5o Havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo
mula constante do Anexo desta Lei. (Incluído pela Lei nº incluído no CNIS e inexistência de informações sobre re-
9.876, de 26.11.99)(Vide Decreto nº 3.266, de 1.999) munerações e contribuições, o INSS exigirá a apresenta-
§ 8o Para efeito do disposto no § 7o, a expectativa de ção dos documentos que serviram de base à anotação, sob
sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será ob- pena de exclusão do período. (Incluído pela Lei Comple-
tida a partir da tábua completa de mortalidade construída mentar nº 128, de 2008)
pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- Art. 29-B. Os salários-de-contribuição considerados no
tica - IBGE, considerando-se a média nacional única para cálculo do valor do benefício serão corrigidos mês a mês
ambos os sexos.  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) de acordo com a variação integral do Índice Nacional de
§ 9o Para efeito da aplicação do fator previdenciário, Preços ao Consumidor - INPC, calculado pela Fundação
ao tempo de contribuição do segurado serão adiciona-
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.(Incluí-
dos:  (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
do pela Lei nº 10.877, de 2004)
I - cinco anos, quando se tratar de mulher;  (Incluído
Art. 29-C. O segurado que preencher o requisito para
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar
II - cinco anos, quando se tratar de professor que com-
pela não incidência do fator previdenciário no cálculo de
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun-
sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de
ções de magistério na educação infantil e no ensino fun-
sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as fra-
damental e médio;(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
III - dez anos, quando se tratar de professora que com- ções, na data de requerimento da aposentadoria, for: (In-
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun- cluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
ções de magistério na educação infantil e no ensino fun- I - igual ou superior a noventa e cinco pontos, se ho-
damental e médio.(Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) mem, observando o tempo mínimo de contribuição de
§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média trinta e cinco anos; ou (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-de-con- II - igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mu-
tribuição, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se lher, observado o tempo mínimo de contribuição de trinta
não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética anos. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
simples dos salários-de-contribuição existentes. (Incluído § 1º Para os fins do disposto no caput, serão somadas
pela Lei nº 13.135, de 2015) as frações em meses completos de tempo de contribuição
§ 11. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) e idade. (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
§ 12. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) § 2º As somas de idade e de tempo de contribuição
§ 13. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) previstas no caput serão majoradas em um ponto em: (In-
Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes cluído pela Lei nº 13.183, de 2015)
no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre I - 31 de dezembro de 2018; (Incluído pela Lei nº
os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de 13.183, de 2015)
cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação II - 31 de dezembro de 2020; (Incluído pela Lei nº
ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribui- 13.183, de 2015)
ção e relação de emprego. (Redação dada pela Lei Com- III - 31 de dezembro de 2022; (Incluído pela Lei nº
plementar nº 128, de 2008) 13.183, de 2015)
§ 1o O INSS terá até 180 (cento e oitenta) dias, con- IV - 31 de dezembro de 2024; e (Incluído pela Lei nº
tados a partir da solicitação do pedido, para fornecer ao 13.183, de 2015)
segurado as informações previstas no caput deste artigo. V - 31 de dezembro de 2026. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 10.403, de 8.1.2002)   13.183, de 2015)
§ 2o O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, § 3º Para efeito de aplicação do disposto no caput e
a inclusão, exclusão ou retificação de informações cons- no § 2º, o tempo mínimo de contribuição do professor e
tantes do CNIS, com a apresentação de documentos com- da professora que comprovarem exclusivamente tempo

57
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

de efetivo exercício de magistério na educação infantil e ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo
no ensino fundamental e médio será de, respectivamente, do salário-de-contribuição, ressalvado o disposto no art.
trinta e vinte e cinco anos, e serão acrescidos cinco pontos 45 desta Lei.
à soma da idade com o tempo de contribuição. (Incluído Art. 34. No cálculo do valor da renda mensal do bene-
pela Lei nº 13.183, de 2015) fício, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, serão
§ 4º Ao segurado que alcançar o requisito necessário computados: (Redação dada pela Lei Complementar nº
ao exercício da opção de que trata o caput e deixar de re- 150, de 2015)
querer aposentadoria será assegurado o direito à opção I - para o segurado empregado, inclusive o doméstico,
com a aplicação da pontuação exigida na data do cumpri- e o trabalhador avulso, os salários de contribuição refe-
mento do requisito nos termos deste artigo. (Incluído pela rentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não
Lei nº 13.183, de 2015) recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico,
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das pe-
(Vigência) nalidades cabíveis, observado o disposto no § 5o do art.
Art. 30.  (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) 29-A;  (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de
Art. 31. O valor mensal do auxílio-acidente integra o 2015)
salário-de-contribuição, para fins de cálculo do salário-de- II - para o segurado empregado, inclusive o doméstico,
-benefício de qualquer aposentadoria, observado, no que o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor mensal
couber, o disposto no art. 29 e no art. 86, § 5º. (Restabeleci- do auxílio-acidente, considerado como salário de contri-
do com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997) buição para fins de concessão de qualquer aposentadoria,
Art. 32. O salário-de-benefício do segurado que contri- nos termos do art. 31;(Redação dada pela Lei Complemen-
buir em razão de atividades concomitantes será calculado tar nº 150, de 2015)
com base na soma dos salários-de-contribuição das ativi- III - para os demais segurados, os salários-de-contri-
dades exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou buição referentes aos meses de contribuições efetivamente
no período básico de cálculo, observado o disposto no art. recolhidas.  (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 35. Ao segurado empregado, inclusive o domés-
29 e as normas seguintes:
tico, e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas
I - quando o segurado satisfizer, em relação a cada ati-
as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas
vidade, as condições do benefício requerido, o salário-de-
não possam comprovar o valor de seus salários de con-
-beneficio será calculado com base na soma dos respecti-
tribuição no período básico de cálculo, será concedido o
vos salários-de-contribuição;
benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recal-
II - quando não se verificar a hipótese do inciso an-
culada quando da apresentação de prova dos salários de
terior, o salário-de-benefício corresponde à soma das se-
contribuição.  (Redação dada pela Lei Complementar nº
guintes parcelas: 150, de 2015)
a) o salário-de-benefício calculado com base nos sa- Art. 36. Para o segurado empregado doméstico que,
lários-de-contribuição das atividades em relação às quais tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do
são atendidas as condições do benefício requerido; benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento
b) um percentual da média do salário-de-contribuição das contribuições devidas, será concedido o benefício de
de cada uma das demais atividades, equivalente à relação valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando
entre o número de meses completo de contribuição e os da apresentação da prova do recolhimento das contribui-
do período de carência do benefício requerido; ções.
III - quando se tratar de benefício por tempo de servi- Art. 37. A renda mensal inicial, recalculada de acor-
ço, o percentual da alínea “b” do inciso II será o resultante do com o disposto no art. 35, deve ser reajustada como a
da relação entre os anos completos de atividade e o nú- dos benefícios correspondentes com igual data de início
mero de anos de serviço considerado para a concessão do e substituirá, a partir da data do requerimento de revisão
benefício. do valor do benefício, a renda mensal que prevalecia até
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica ao segurado então.  (Redação dada pela Lei Complementar nº 150, de
que, em obediência ao limite máximo do salário-de-con- 2015)
tribuição, contribuiu apenas por uma das atividades con-  Art. 38. Sem prejuízo do disposto no art. 35, cabe à
comitantes. Previdência Social manter cadastro dos segurados com to-
§ 2º Não se aplica o disposto neste artigo ao segurado dos os informes necessários para o cálculo da renda men-
que tenha sofrido redução do salário-de-contribuição das sal dos benefícios. (Redação dada pela Lei Complementar
atividades concomitantes em respeito ao limite máximo nº 150, de 2015)
desse salário. Art. 38-A. O Ministério da Previdência Social desenvol-
verá programa de cadastramento dos segurados especiais,
Subseção II observado o disposto nos §§ 4o e 5o do art. 17 desta Lei,
Da Renda Mensal do Benefício podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais,
estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem
Art. 33. A renda mensal do benefício de prestação con- como com entidades de classe, em especial as respecti-
tinuada que substituir o salário-de-contribuição ou o ren- vas confederações ou federações.  (Incluído pela Lei nº
dimento do trabalho do segurado não terá valor inferior 11.718, de 2008)

58
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1o O programa de que trata o caput deste artigo de- Seção IV


verá prever a manutenção e a atualização anual do cadas- Do Reajustamento do Valor dos Benefícios
tro e conter todas as informações necessárias à caracteri-
zação da condição de segurado especial.  (Redação dada Art. 41. (Revogado pela lei nº 11.430, de 2006)
pela Lei nº 13.134, de 2015) Art. 41-A. O valor dos benefícios em manutenção será
§ 2o Da aplicação do disposto neste artigo não poderá reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do
resultar nenhum ônus para os segurados, sejam eles filia- salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas
dos ou não às entidades conveniadas.  (Incluído pela Lei datas de início ou do último reajustamento, com base no
nº 11.718, de 2008) Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado
§ 3o O INSS, no ato de habilitação ou de concessão de pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
benefício, deverá verificar a condição de segurado especial - IBGE. (Incluído pela Lei nº 11.430, de 2006)
e, se for o caso, o pagamento da contribuição previden- § 1o Nenhum benefício reajustado poderá exceder o
ciária, nos termos da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, limite máximo do salário-de-benefício na data do reajus-
considerando, dentre outros, o que consta do Cadastro tamento, respeitados os direitos adquiridos. (Incluído pela
Nacional de Informações Sociais (CNIS) de que trata o art. Lei nº 11.430, de 2006)  
29-A desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015) § 2o Os benefícios com renda mensal superior a um sa-
Art. 38-B. O INSS utilizará as informações constantes lário mínimo serão pagos do primeiro ao quinto dia útil do
do cadastro de que trata o art. 38-A para fins de compro- mês subseqüente ao de sua competência, observada a dis-
vação do exercício da atividade e da condição do segurado tribuição proporcional do número de beneficiários por dia
especial e do respectivo grupo familiar.  (Incluído pela Lei de pagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de 2008).
nº 13.134, de 2015) § 3o Os benefícios com renda mensal no valor de até
Parágrafo único. Havendo divergências de informa- um salário mínimo serão pagos no período compreendido
ções, para fins de reconhecimento de direito com vistas à entre o quinto dia útil que anteceder o final do mês de sua
concessão de benefício, o INSS poderá exigir a apresenta- competência e o quinto dia útil do mês subseqüente, ob-
ção dos documentos previstos no art. 106 desta Lei.  (In-
servada a distribuição proporcional dos beneficiários por
cluído pela Lei nº 13.134, de 2015)
dia de pagamento. (Redação dada pelo Lei nº 11.665, de
Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso
2008).
VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão:
§ 4o Para os efeitos dos §§ 2o e 3o deste artigo, consi-
 I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de
dera-se dia útil aquele de expediente bancário com horário
auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor
normal de atendimento.  (Redação dada pelo Lei nº 11.665,
de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme
de 2008).
disposto no art. 86, desde que comprove o exercício de
§ 5o O primeiro pagamento do benefício será efetua-
atividade rural, ainda que de forma descontínua, no perío-
do, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, do até quarenta e cinco dias após a data da apresentação,
igual ao número de meses correspondentes à carência do pelo segurado, da documentação necessária a sua conces-
benefício requerido; ou (Redação dada pela Lei nº 12.873, são.  (Incluído pelo Lei nº 11.665, de 2008).
de 2013) § 6o Para os benefícios que tenham sido majorados
II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados devido à elevação do salário mínimo, o referido aumen-
os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que to deverá ser compensado no momento da aplicação do
contribuam facultativamente para a Previdência Social, na disposto no caput deste artigo, de acordo com normas a
forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social. serem baixadas pelo Ministério da Previdência Social. (In-
Parágrafo único. Para a segurada especial fica garanti- cluído pelo Lei nº 11.665, de 2008).
da a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um)
salário mínimo, desde que comprove o exercício de ativi- Seção V
dade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) Dos Benefícios
meses imediatamente anteriores ao do início do benefí- Subseção I
cio.  (Incluído pela Lei nº 8.861, de 1994) Da Aposentadoria por Invalidez
Art. 40. É devido abono anual ao segurado e ao depen-
dente da Previdência Social que, durante o ano, recebeu Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cum-
auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão prida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
por morte ou auxílio-reclusão.  (Vide Decreto nº 6.525, de segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doen-
2008) (Vide Decreto nº 6.927, de 2009) (Vide Decreto nº ça, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
7.782, de 2012)  (Vide Decreto nº 8.064, de 2013)  (Vide para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistên-
Decreto nº 9.447, de 2018) cia, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
Parágrafo único. O abono anual será calculado, no que § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez de-
couber, da mesma forma que a Gratificação de Natal dos penderá da verificação da condição de incapacidade me-
trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do diante exame médico-pericial a cargo da Previdência So-
benefício do mês de dezembro de cada ano. cial, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acom-
panhar de médico de sua confiança.

59
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era porta- I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco)
dor ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não anos, contados da data do início da aposentadoria por in-
lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo validez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem inter-
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progres- rupção, o benefício cessará:
são ou agravamento dessa doença ou lesão. a) de imediato, para o segurado empregado que tiver
Art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a direito a retornar à função que desempenhava na empresa
partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença, quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista,
ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo. valendo como documento, para tal fim, o certificado de
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência capacidade fornecido pela Previdência Social; ou
de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a apo- b) após tantos meses quantos forem os anos de dura-
sentadoria por invalidez será devida:  (Redação dada pela ção do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez,
Lei nº 9.032, de 1995) para os demais segurados;
a) ao segurado empregado, a contar do décimo sex- II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após
to dia do afastamento da atividade ou a partir da entrada o período do inciso I, ou ainda quando o segurado for de-
do requerimento, se entre o afastamento e a entrada do clarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual
requerimento decorrerem mais de trinta dias;  (Redação habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem
Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) prejuízo da volta à atividade:
b) ao segurado empregado doméstico, trabalhador a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses conta-
avulso, contribuinte individual, especial e facultativo, a con- dos da data em que for verificada a recuperação da capa-
tar da data do início da incapacidade ou da data da entrada cidade;
do requerimento, se entre essas datas decorrerem mais de b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no pe-
trinta dias. (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) ríodo seguinte de 6 (seis) meses;
§ 2o Durante os primeiros quinze dias de afastamen- c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento),
to da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa também por igual período de 6 (seis) meses, ao término
pagar ao segurado empregado o salário.  (Redação Dada
do qual cessará definitivamente.
pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
§ 3º (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Subseção II
§ 4º § 4o O segurado aposentado por invalidez pode-
Da Aposentadoria por Idade
rá ser convocado a qualquer momento para avaliação das
condições que ensejaram o afastamento ou a aposenta-
Art. 48. A aposentadoria por idade será devida ao se-
doria, concedida judicial ou administrativamente, observa-
do o disposto no art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº gurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, com-
13.457, de 2017) pletar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a de- 60 (sessenta), se mulher. (Redação dada pela Lei nº 9.032,
corrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda de 1995)
mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salá- § 1o  Os limites fixados no  caput são reduzidos para
rio-de-benefício, observado o disposto na Seção III, espe- sessenta e cinqüenta e cinco anos no caso de trabalhado-
cialmente no art. 33 desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº res rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos
9.032, de 1995) na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos
§ 1º  (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) VI e VII do art. 11.  (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de
§ 2º Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo 26.11.99)
de auxílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez § 2o Para os efeitos do disposto no § 1o deste artigo,
será igual ao do auxílio-doença se este, por força de reajus- o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de
tamento, for superior ao previsto neste artigo. atividade rural, ainda que de forma descontínua, no perío-
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do se- do imediatamente anterior ao requerimento do benefício,
gurado que necessitar da assistência permanente de outra por tempo igual ao número de meses de contribuição cor-
pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). respondente à carência do benefício pretendido, compu-
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo: tado o período a que se referem os incisos III a VIII do §
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atin- 9o do art. 11 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11,718,
ja o limite máximo legal; de 2008)
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu ori- § 3o Os trabalhadores rurais de que trata o § 1o deste
gem for reajustado; artigo que não atendam ao disposto no § 2o deste artigo,
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo in- mas que satisfaçam essa condição, se forem considerados
corporável ao valor da pensão. períodos de contribuição sob outras categorias do segu-
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar volun- rado, farão jus ao benefício ao completarem 65 (sessenta
tariamente à atividade terá sua aposentadoria automatica- e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se
mente cancelada, a partir da data do retorno. mulher.  (Incluído pela Lei nº 11,718, de 2008)
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de tra- § 4o Para efeito do § 3o deste artigo, o cálculo da ren-
balho do aposentado por invalidez, será observado o se- da mensal do benefício será apurado de acordo com o
guinte procedimento: disposto no inciso II do caput do art. 29 desta Lei, consi-

60
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

derando-se como salário-de-contribuição mensal do pe- I - o tempo de serviço militar, inclusive o voluntário, e
ríodo como segurado especial o limite mínimo de salário- o previsto no § 1º do art. 143 da Constituição Federal, ain-
-de-contribuição da Previdência Social. (Incluído pela Lei da que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência
nº 11,718, de 2008) Social, desde que não tenha sido contado para inatividade
Art. 49. A aposentadoria por idade será devida: remunerada nas Forças Armadas ou aposentadoria no ser-
I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a viço público;
partir: II - o tempo intercalado em que esteve em gozo de
a) da data do desligamento do emprego, quando re- auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
querida até essa data ou até 90 (noventa) dias depois dela; III - o tempo de contribuição efetuada como segurado
ou facultativo;  (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
b) da data do requerimento, quando não houver des- IV - o tempo de serviço referente ao exercício de man-
ligamento do emprego ou quando for requerida após o dato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não
prazo previsto na alínea “a”; tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro
II - para os demais segurados, da data da entrada do regime de previdência social; (Redação dada pela Lei nº
requerimento. 9.506, de 1997)
Art. 50. A aposentadoria por idade, observado o dis- V - o tempo de contribuição efetuado por segurado
posto na Seção III deste Capítulo, especialmente no art. 33, depois de ter deixado de exercer atividade remunerada
consistirá numa renda mensal de 70% (setenta por cento) que o enquadrava no art. 11 desta Lei;
do salário-de-benefício, mais 1% (um por cento) deste, por VI - o tempo de contribuição efetuado com base
grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar nos artigos 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991,
100% (cem por cento) do salário-de-benefício. pelo segurado definido no artigo 11, inciso I, alínea “g”,
Art. 51. A aposentadoria por idade pode ser requeri- desta Lei, sendo tais contribuições computadas para efeito
da pela empresa, desde que o segurado empregado tenha de carência. (Incluído pela Lei nº 8.647, de 1993)
cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) § 1º A averbação de tempo de serviço durante o qual o
anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cin- exercício da atividade não determinava filiação obrigatória
co) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em ao anterior Regime de Previdência Social Urbana só será
que será garantida ao empregado a indenização prevista admitida mediante o recolhimento das contribuições cor-
na legislação trabalhista, considerada como data da resci- respondentes, conforme dispuser o Regulamento, observa-
são do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do do o disposto no § 2º. (Vide Lei nº 8.212, de 1991)
início da aposentadoria. § 2º O tempo de serviço do segurado trabalhador rural,
anterior à data de início de vigência desta Lei, será compu-
Subseção III tado independentemente do recolhimento das contribui-
Da Aposentadoria por Tempo de Serviço ções a ele correspondentes, exceto para efeito de carência,
conforme dispuser o Regulamento.
Art. 52. A aposentadoria por tempo de serviço será de- § 3º A comprovação do tempo de serviço para os efei-
vida, cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado tos desta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
que completar 25 (vinte e cinco) anos de serviço, se do sexo ou judicial, conforme o disposto no art. 108, só produzirá
feminino, ou 30 (trinta) anos, se do sexo masculino. efeito quando baseada em início de prova material, não
Art. 53. A aposentadoria por tempo de serviço, obser- sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo
vado o disposto na Seção III deste Capítulo, especialmente na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito,
no art. 33, consistirá numa renda mensal de: conforme disposto no Regulamento.
I - para a mulher: 70% (setenta por cento) do salário- § 4o Não será computado como tempo de contribui-
-de-benefício aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço, mais ção, para efeito de concessão do benefício de que trata
6% (seis por cento) deste, para cada novo ano completo de esta subseção, o período em que o segurado contribuinte
atividade, até o máximo de 100% (cem por cento) do salá- individual ou facultativo tiver contribuído na forma do § 2º
rio-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço; do art. 21 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se
II - para o homem: 70% (setenta por cento) do salário- tiver complementado as contribuições na forma do § 3o do
-de-benefício aos 30 (trinta) anos de serviço, mais 6% (seis mesmo artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 123, de
por cento) deste, para cada novo ano completo de ativida- 2006)
de, até o máximo de 100% (cem por cento) do salário-de- Art. 56. O professor, após 30 (trinta) anos, e a profes-
-benefício aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço. sora, após 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício em
Art. 54. A data do início da aposentadoria por tempo funções de magistério poderão aposentar-se por tempo de
de serviço será fixada da mesma forma que a da aposenta- serviço, com renda mensal correspondente a 100% (cem
doria por idade, conforme o disposto no art. 49. por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto
Art. 55. O tempo de serviço será comprovado na forma na Seção III deste Capítulo.
estabelecida no Regulamento, compreendendo, além do
correspondente às atividades de qualquer das categorias
de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que
anterior à perda da qualidade de segurado:

61
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Subseção IV da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior


Da Aposentadoria Especial será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei
nº 9.528, de 1997)
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez § 1º A comprovação da efetiva exposição do segura-
cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que ti- do aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na
ver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudi- forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro So-
quem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), cial - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com
20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a base em laudo técnico de condições ambientais do traba-
lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) lho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de
§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista.
art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício.  (Redação § 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) deverão constar informação sobre a existência de tecno-
logia de proteção coletiva ou individual que diminua a
§ 2º A data de início do benefício será fixada da mesma
intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e
forma que a da aposentadoria por idade, conforme o dis-
recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento
posto no art. 49.
respectivo.  (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
§ 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atua-
de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Na- lizado com referência aos agentes nocivos existentes no
cional do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho per- ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir
manente, não ocasional nem intermitente, em condições documento de comprovação de efetiva exposição em de-
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, sacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade
durante o período mínimo fixado.  (Redação dada pela Lei prevista no art. 133 desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 9.528,
nº 9.032, de 1995) de 1997)
§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de § 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado
trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvol-
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde vidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da resci-
ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido são do contrato de trabalho, cópia autêntica desse docu-
para a concessão do benefício. (Redação dada pela Lei nº mento.  (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
9.032, de 1995)
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições es- Subseção V
peciais que sejam ou venham a ser consideradas prejudi- Do Auxílio-Doença
ciais à saúde ou à integridade física será somado, após a
respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que,
atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo havendo cumprido, quando for o caso, o período de carên-
Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito cia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho
de concessão de qualquer benefício.  (Incluído pela Lei nº ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze)
9.032, de 1995) dias consecutivos.
§ 6º O benefício previsto neste artigo será financiado Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao se-
com os recursos provenientes da contribuição de que trata gurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social
o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, já portador da doença ou da lesão invocada como causa
cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pon- para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier
por motivo de progressão ou agravamento dessa doença
tos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segu-
ou lesão.
rado a serviço da empresa permita a concessão de aposen-
Art. 60. O auxílio-doença será devido ao segurado em-
tadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de
pregado a contar do décimo sexto dia do afastamento da
contribuição, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da
9.732, de 11.12.98) (Vide Lei nº 9.732, de 11.12.98) data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer
§ 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior in- incapaz. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
cide exclusivamente sobre a remuneração do segurado su- § 1º Quando requerido por segurado afastado da ati-
jeito às condições especiais referidas no caput.  (Incluído vidade por mais de 30 (trinta) dias, o auxílio-doença será
pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) devido a contar da data da entrada do requerimento.
§ 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado apo- § 2º(Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
sentado nos termos deste artigo que continuar no exer- § 3o Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao
cício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes do afastamento da atividade por motivo de doença, incum-
nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. birá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário
(Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) integral.  (Redação Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos § 4º A empresa que dispuser de serviço médico, pró-
e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde prio ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e
ou à integridade física considerados para fins de concessão o abono das faltas correpondentes ao período referido no

62
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 3º, somente devendo encaminhar o segurado à perícia Parágrafo único. O benefício a que se refere
médica da Previdência Social quando a incapacidade ultra- o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja
passar 15 (quinze) dias. considerado reabilitado para o desempenho de atividade
§ 5o Nos casos de impossibilidade de realização de pe- que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não
rícia médica pelo órgão ou setor próprio competente, as- recuperável, seja aposentado por invalidez.  (Incluído pela
sim como de efetiva incapacidade física ou técnica de im- Lei nº 13.457, de 2017)
plementação das atividades e de atendimento adequado Art. 63. O segurado empregado, inclusive o doméstico,
à clientela da previdência social, o INSS poderá, sem ônus em gozo de auxílio-doença será considerado pela empresa
para os segurados, celebrar, nos termos do regulamento, e pelo empregador doméstico como licenciado. (Redação
convênios, termos de execução descentralizada, termos de dada pela Lei Complementar nº 150, de 2015)
fomento ou de colaboração, contratos não onerosos ou Parágrafo único. A empresa que garantir ao segurado
acordos de cooperação técnica para realização de perícia licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o
médica, por delegação ou simples cooperação técnica, sob período de auxílio-doença a eventual diferença entre o va-
sua coordenação e supervisão, com: (Incluído pela Lei nº lor deste e a importância garantida pela licença.
13.135, de 2015) Art. 64. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
I - órgãos e entidades públicos ou que integrem o Sis-
tema Único de Saúde (SUS); (Incluído pela Lei nº 13.135, Subseção VI
de 2015) Do Salário-Família
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) Art. 65. O salário-família será devido, mensalmente, ao
 § 6o O segurado que durante o gozo do auxílio-doença segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao segura-
vier a exercer atividade que lhe garanta subsistência pode- do trabalhador avulso, na proporção do respectivo número
rá ter o benefício cancelado a partir do retorno à ativida- de filhos ou equiparados nos termos do § 2o do art. 16 des-
de.  (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
ta Lei, observado o disposto no art. 66. (Redação dada pela
 § 7º Na hipótese do § 6o, caso o segurado, durante o
Lei Complementar nº 150, de 2015)
gozo do auxílio-doença, venha a exercer atividade diversa
Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por
daquela que gerou o benefício, deverá ser verificada a inca-
idade e os demais aposentados com 65 (sessenta e cinco)
pacidade para cada uma das atividades exercidas.  (Incluí-
anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (ses-
do pela Lei nº 13.135, de 2015)
senta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salá-
§ 8o Sempre que possível, o ato de concessão ou de
rio-família, pago juntamente com a aposentadoria.
reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo,
Art. 66. O valor da cota do salário-família por filho ou
deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício.
(Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) equiparado de qualquer condição, até 14 (quatorze) anos
§ 9o Na ausência de fixação do prazo de que trata o § de idade ou inválido de qualquer idade é de:
8  deste artigo, o benefício cessará após o prazo de cento
o I - Cr$ 1.360,00 (um mil trezentos e sessenta cruzeiros)
e vinte dias, contado da data de concessão ou de reati- , para o segurado com remuneração mensal não superior a
vação do auxílio-doença, exceto se o segurado requerer a Cr$ 51.000,00 (cinqüenta e um mil cruzeiros); Atualizações
sua prorrogação perante o INSS, na forma do regulamento, decorrentes de normas de hierarquia inferior
observado o disposto no art. 62 desta Lei.  (Incluído pela II - Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros), para o se-
Lei nº 13.457, de 2017) gurado com remuneração mensal superior a Cr$ 51.000,00
§ 10. O segurado em gozo de auxílio-doença, concedi- (cinqüenta e um mil cruzeiros). Atualizações decorrentes
do judicial ou administrativamente, poderá ser convocado a de normas de hierarquia inferior
qualquer momento para avaliação das condições que ense- Art. 67. O pagamento do salário-família é condiciona-
jaram sua concessão ou manutenção, observado o disposto do à apresentação da certidão de nascimento do filho ou
no art. 101 desta Lei.  (Incluído pela Lei nº 13.457, de 2017) da documentação relativa ao equiparado ou ao inválido, e
§ 11. Sempre que possível, o ato de concessão ou de à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória
reativação de auxílio-doença, judicial ou administrativo, e de comprovação de freqüência à escola do filho ou equi-
deverá fixar o prazo estimado para a duração do benefício. parado, nos termos do regulamento.  (Redação Dada pela
(Incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017) Lei nº 9.876, de 26.11.99)
Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o decorrente de aci- Parágrafo único. O empregado doméstico deve
dente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspon- apresentar apenas a certidão de nascimento referida
dente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-bene- no caput.  (Incluído pela Lei Complementar nº 150, de
fício, observado o disposto na Seção III, especialmente no 2015)
art. 33 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 68. As cotas do salário-família serão pagas pela
Art. 62. O segurado em gozo de auxílio-doença, insus- empresa ou pelo empregador doméstico, mensalmente,
cetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá junto com o salário, efetivando-se a compensação quando
submeter-se a processo de reabilitação profissional para do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o
o exercício de outra atividade. (Redação dada pela Lei nº Regulamento.  (Redação dada pela Lei Complementar nº
13.457, de 2017) 150, de 2015)

63
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1o A empresa ou o empregador doméstico conserva- I - a remuneração integral, para o empregado e tra-


rão durante 10 (dez) anos os comprovantes de pagamento balhador avulso;  (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
e as cópias das certidões correspondentes, para fiscaliza- (Vigência)
ção da Previdência Social. (Redação dada pela Lei Comple- II - o último salário-de-contribuição, para o emprega-
mentar nº 150, de 2015) do doméstico;  (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vi-
§ 2º Quando o pagamento do salário não for mensal, gência)
o salário-família será pago juntamente com o último paga- III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos
mento relativo ao mês. salários de contribuição, apurados em um período não su-
Art. 69. O salário-família devido ao trabalhador avul- perior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte individual,
so poderá ser recebido pelo sindicato de classe respectivo, facultativo e desempregado; e (Incluído pela Lei nº 12.873,
que se incumbirá de elaborar as folhas correspondentes e de 2013) (Vigência)
de distribuí-lo. IV - o valor do salário mínimo, para o segurado espe-
Art. 70. A cota do salário-família não será incorporada, cial. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício. § 3o Aplica-se o disposto neste artigo ao segurado que
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção. (In-
Subseção VII cluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência)
Do Salário-Maternidade Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusi-
ve o previsto no art. 71-B, está condicionada ao afastamen-
Art. 71. O salário-maternidade é devido à segurada da to do segurado do trabalho ou da atividade desempenha-
Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com da, sob pena de suspensão do benefício (Incluído pela Lei
início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do par- nº 12.873, de 2013) (Vigência)
to e a data de ocorrência deste, observadas as situações e  Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empre-
condições previstas na legislação no que concerne à pro- gada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal
teção à maternidade.  (Redação dada pala Lei nº 10.710, igual a sua remuneração integral.  (Redação Dada pela Lei
nº 9.876, de 26.11.99)
de 2003)
§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade de-
Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
vido à respectiva empregada gestante, efetivando-se a
Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência
compensação, observado o disposto no art. 248 da Consti-
Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de
tuição Federal, quando do recolhimento das contribuições
adoção de criança é devido salário-maternidade pelo pe-
incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos
ríodo de 120 (cento e vinte) dias.  (Redação dada pela Lei
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
nº 12.873, de 2013)
lhe preste serviço.  (Incluído pela Lei nº 10.710, de.2003)
§ 1o O salário-maternidade de que trata este artigo será
§ 2o A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos
pago diretamente pela Previdência Social.  (Redação dada os comprovantes dos pagamentos e os atestados corres-
pela Lei nº 12.873, de 2013) pondentes para exame pela fiscalização da Previdência So-
§ 2o Ressalvado o pagamento do salário-maternidade cial. (Incluído pela Lei nº 10.710, de 2003)
à mãe biológica e o disposto no art. 71-B, não poderá ser § 3o O salário-maternidade devido à trabalhadora avul-
concedido o benefício a mais de um segurado, decorrente sa e à empregada do microempreendedor individual de
do mesmo processo de adoção ou guarda, ainda que os que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14
cônjuges ou companheiros estejam submetidos a Regime de dezembro de 2006, será pago diretamente pela Previ-
Próprio de Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 12.873, dência Social. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011)
de 2013) Art. 73. Assegurado o valor de um salário-mínimo, o
Art. 71-B. No caso de falecimento da segurada ou se- salário-maternidade para as demais seguradas, pago dire-
gurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternida- tamente pela Previdência Social, consistirá:(Redação dada
de, o benefício será pago, por todo o período ou pelo tem- pela Lei nº 10.710, de 2003)
po restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro I - em um valor correspondente ao do seu último salá-
sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto rio-de-contribuição, para a segurada empregada domésti-
no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, ob- ca; (Incluído pela lei nº 9.876, de 26.11.99)
servadas as normas aplicáveis ao salário-maternidade.  (In- II - em um doze avos do valor sobre o qual incidiu sua
cluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) última contribuição anual, para a segurada especial; (Incluí-
§ 1o O pagamento do benefício de que trata o caput de- do pela lei nº 9.876, de 26.11.99)
verá ser requerido até o último dia do prazo previsto para III - em um doze avos da soma dos doze últimos salá-
o término do salário-maternidade originário. (Incluído pela rios-de-contribuição, apurados em um período não supe-
Lei nº 12.873, de 2013) (Vigência) rior a quinze meses, para as demais seguradas. (Incluído
§ 2o O benefício de que trata o caput será pago dire- pela lei nº 9.876, de 26.11.99)
tamente pela Previdência Social durante o período entre a
data do óbito e o último dia do término do salário-mater-
nidade originário e será calculado sobre:  (Incluído pela Lei
nº 12.873, de 2013) (Vigência)

64
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Subseção VIII  III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da inva-
Da Pensão por Morte lidez; (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
IV - pelo decurso do prazo de recebimento de pen-
Art. 74. A pensão por morte será devida ao conjunto são pelo cônjuge, companheiro ou companheira, nos ter-
dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou mos do § 5º.  (Incluído pela Medida Provisória nº 664, de
não, a contar da data: (Redação dada pela Lei nº 9.528, 2014)  (Vigência) (Vide Lei nº 13.135, de 2015)
de 1997) V - para cônjuge ou companheiro:  (Incluído pela Lei nº
 I - do óbito, quando requerida até noventa dias depois 13.135, de 2015)
deste; (Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da in-
II - do requerimento, quando requerida após o prazo validez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os
previsto no inciso anterior;  (Incluído pela Lei nº 9.528, de períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b”
1997) e “c”;  (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o
(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais
§ 1o Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito ou se o casamento ou a união estável tiverem sido inicia-
em julgado, o condenado pela prática de crime de que te- dos em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segura-
nha dolosamente resultado a morte do segurado.  (Incluí- do; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
do pela Lei nº 13.135, de 2015) c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos
§ 2o Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do
companheiro ou a companheira se comprovada, a qual- segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoi-
quer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na to) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após
união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo o início do casamento ou da união estável:  (Incluído pela
de constituir benefício previdenciário, apuradas em proces- Lei nº 13.135, de 2015)
so judicial no qual será assegurado o direito ao contraditó- 1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de
rio e à ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015) idade;  (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de 2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis)
cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado anos de idade;  (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposen- 3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e
tado por invalidez na data de seu falecimento, observado nove) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
o disposto no art. 33 desta lei.(Redação dada pela Lei nº 4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta)
9.528, de 1997) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 76. A concessão da pensão por morte não será pro- 5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (qua-
telada pela falta de habilitação de outro possível dependen- renta e três) anos de idade;  (Incluído pela Lei nº 13.135,
te, e qualquer inscrição ou habilitação posterior que importe de 2015)
em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito 6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de
a contar da data da inscrição ou habilitação. idade.  (Incluído pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 1º O cônjuge ausente não exclui do direito à pensão § 2o-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra conti-
por morte o companheiro ou a companheira, que somente da na alínea “a” ou os prazos previstos na alínea “c”, ambas
fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de
mediante prova de dependência econômica. acidente de qualquer natureza ou de doença profissional
§ 2º O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou do trabalho, independentemente do recolhimento de
ou de fato que recebia pensão de alimentos concorrerá em 18 (dezoito) contribuições mensais ou da comprovação de
igualdade de condições com os dependentes referidos no 2 (dois) anos de casamento ou de união estável.  (Incluído
inciso I do art. 16 desta Lei. pela Lei nº 13.135, de 2015)
Art. 77. A pensão por morte, havendo mais de um pen-  § 2o-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos
sionista, será rateada entre todos em parte iguais.  (Reda- e desde que nesse período se verifique o incremento mí-
ção dada pela Lei nº 9.032, de 1995) nimo de um ano inteiro na média nacional única, para am-
 § 1º Reverterá em favor dos demais a parte daquele bos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida
cujo direito à pensão cessar.  (Redação dada pela Lei nº da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em
9.032, de 1995) números inteiros, novas idades para os fins previstos na
 § 2o O direito à percepção de cada cota individual ces- alínea “c” do inciso V do § 2o, em ato do Ministro de Estado
sará:  (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015) da Previdência Social, limitado o acréscimo na comparação
I - pela morte do pensionista;  (Incluído pela Lei nº com as idades anteriores ao referido incremento. (Incluído
9.032, de 1995) pela Lei nº 13.135, de 2015)
 II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, § 3º Com a extinção da parte do último pensionista
de ambos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade, a pensão extinguir-se-á.  (Incluído pela Lei nº 9.032, de
salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou men- 1995)
tal ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.183, § 4o (Revogado).(Redação dada pela Lei nº 13.135, de
de 2015)  (Vigência) 2015)

65
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 5o O tempo de contribuição a Regime Próprio de § 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cin-


Previdência Social (RPPS) será considerado na contagem qüenta por cento do salário-de-benefício e será devido,
das 18 (dezoito) contribuições mensais de que tratam as observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de
alíneas “b” e “c” do inciso V do § 2o.(Incluído pela Lei nº qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segura-
13.135, de 2015) do.(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 6º O exercício de atividade remunerada, inclusive na § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia se-
condição de microempreendedor individual, não impede a guinte ao da cessação do auxílio-doença, independente-
concessão ou manutenção da parte individual da pensão mente de qualquer remuneração ou rendimento auferido
do dependente com deficiência intelectual ou mental ou pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer
com deficiência grave.(Incluído pela Lei nº 13.183, de 2015) aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 78. Por morte presumida do segurado, declarada § 3º O recebimento de salário ou concessão de outro
pela autoridade judicial competente, depois de 6 (seis) me- benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto
ses de ausência, será concedida pensão provisória, na for- no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do
ma desta Subseção. auxílio-acidente. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 1º Mediante prova do desaparecimento do segurado § 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente
em conseqüência de acidente, desastre ou catástrofe, seus proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando,
dependentes farão jus à pensão provisória independente- além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho
mente da declaração e do prazo deste artigo. e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou
§ 2º  Verificado o reaparecimento do segurado, o pa- perda da capacidade para o trabalho que habitualmente
gamento da pensão cessará imediatamente, desobrigados exercia. (Restabelecido com nova redação pela Lei nº 9.528,
os dependentes da reposição dos valores recebidos, salvo de 1997)
má-fé. § 5º .  (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
Art. 79. Não se aplica o disposto no art. 103 desta Lei
ao pensionista menor, incapaz ou ausente, na forma da lei. Subseção XII
Do Abono de Permanência em Serviço
Subseção IX
Do Auxílio-Reclusão
Art. 87.(Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994)
Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 8.870, de
Art. 80. O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas
1994)
condições da pensão por morte, aos dependentes do se-
gurado recolhido à prisão, que não receber remuneração
Seção VI
da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de
aposentadoria ou de abono de permanência em serviço. Dos Serviços
Parágrafo único. O requerimento do auxílio-reclusão Subseção I
deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento Do Serviço Social
à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefí-
cio, a apresentação de declaração de permanência na con- Art. 88. Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos
dição de presidiário. beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los
e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solu-
Subseção X ção dos problemas que emergirem da sua relação com a
Dos Pecúlios Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição
como na dinâmica da sociedade.
Art. 81.(Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995) § 1º Será dada prioridade aos segurados em benefício
I - (Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995) por incapacidade temporária e atenção especial aos apo-
II -(Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994) sentados e pensionistas.
III -(Revogado dada pela Lei nº 9.129, de 1995) § 2º Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários
Art. 82(Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) serão utilizadas intervenção técnica, assistência de natu-
Art. 83.(Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) reza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio
Art. 84.(Revogado pela Lei nº 8.870, de 1994) com empresas e pesquisa social, inclusive mediante cele-
Art. 85.(Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) bração de convênios, acordos ou contratos.
§ 3º O Serviço Social terá como diretriz a participação
Subseção XI do beneficiário na implementação e no fortalecimento da
Do Auxílio-Acidente política previdenciária, em articulação com as associações
e entidades de classe.
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como in- § 4º O Serviço Social, considerando a universalização
denização, ao segurado quando, após consolidação das da Previdência Social, prestará assessoramento técnico aos
lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, re- Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas
sultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade propostas de trabalho.
para o trabalho que habitualmente exercia. (Redação dada
pela Lei nº 9.528, de 1997)

66
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Subseção II § 3o Para a reserva de cargos será considerada somente


Da Habilitação e da Reabilitação Profissional a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o
aprendiz com deficiência de que trata a Consolidação das
Art.  89.  A habilitação e a reabilitação profissional e Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado de 1o de maio de 1943. (Incluído pela Lei nº 13.146, de
parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas porta- 2015)
doras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re) § 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
adaptação profissional e social indicados para participar do (Vigência)
mercado de trabalho e do contexto em que vive.
Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende: Seção VII
a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e ins- Da Contagem Recíproca de Tempo de Serviço
trumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou
redução da capacidade funcional puder ser atenuada por Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime
seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e Geral de Previdência Social ou no serviço público é asse-
reabilitação social e profissional; gurada a contagem recíproca do tempo de contribuição
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencio- na atividade privada, rural e urbana, e do tempo de con-
nados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou tribuição ou de serviço na administração pública, hipóte-
por ocorrência estranha à vontade do beneficiário; se em que os diferentes sistemas de previdência social se
c) o transporte do acidentado do trabalho, quando ne- compensarão financeiramente.  (Redação dada pela Lei nº
cessário. 9.711, de 20.11.98)
Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é § 1o A compensação financeira será feita ao sistema a
devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive que o interessado estiver vinculado ao requerer o benefício
aposentados e, na medida das possibilidades do órgão da pelos demais sistemas, em relação aos respectivos tempos
Previdência Social, aos seus dependentes. de contribuição ou de serviço, conforme dispuser o Regu-
Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabi- lamento.(Renumerado pela Lei Complementar nº 123, de
litação profissional, auxílio para tratamento ou exame fora 2006)
do domicílio do beneficiário, conforme dispuser o Regula- § 2o Não será computado como tempo de contribui-
mento. ção, para efeito dos benefícios previstos em regimes pró-
Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou rea- prios de previdência social, o período em que o segurado
bilitação social e profissional, a Previdência Social emitirá contribuinte individual ou facultativo tiver contribuído na
certificado individual, indicando as atividades que poderão forma do § 2o do art. 21 da Lei no8.212, de 24 de julho de
ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este 1991, salvo se complementadas as contribuições na forma
exerça outra atividade para a qual se capacitar. do § 3o do mesmo artigo.(Incluído pela Lei Complementar
Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados nº 123, de 2006)
está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% Art. 95.(Revogado pela Medida Provisória nº 2.187-13,
(cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabili- de 2001)
tados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que
seguinte proporção: trata esta Seção será contado de acordo com a legislação
I - até 200 empregados............................................2%; pertinente, observadas as normas seguintes:
II - de 201 a 500...........................................3%; I - não será admitida a contagem em dobro ou em ou-
III - de 501 a 1.000.......................................4%; tras condições especiais;
IV - de 1.001 em diante. ...........................5%. II - é vedada a contagem de tempo de serviço público
V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) com o de atividade privada, quando concomitantes;
 § 1o A dispensa de pessoa com deficiência ou de III - não será contado por um sistema o tempo de ser-
beneficiário reabilitado da Previdência Social ao final de viço utilizado para concessão de aposentadoria pelo outro;
contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obriga-
dias e a dispensa imotivada em contrato por prazo indeter- toriedade de filiação à Previdência Social só será contado
minado somente poderão ocorrer após a contratação de mediante indenização da contribuição correspondente ao
outro trabalhador com deficiência ou beneficiário reabilita- período respectivo, com acréscimo de juros moratórios de
do da Previdência Social.(Redação dada pela Lei nº 13.146, zero vírgula cinco por cento ao mês, capitalizados anual-
de 2015)  mente, e multa de dez por cento.(Redação dada pela Medi-
§ 2o Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe da Provisória nº 2.187-13, de 2001) Vide Medida Provisória
estabelecer a sistemática de fiscalização, bem como gerar nº 316, de 2006)
dados e estatísticas sobre o total de empregados e as va- Art. 97. A aposentadoria por tempo de serviço, com
gas preenchidas por pessoas com deficiência e por bene- contagem de tempo na forma desta Seção, será concedida
ficiários reabilitados da Previdência Social, fornecendo-os, ao segurado do sexo feminino a partir de 25 (vinte e cinco)
quando solicitados, aos sindicatos, às entidades represen- anos completos de serviço, e, ao segurado do sexo mas-
tativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.(Re- culino, a partir de 30 (trinta) anos completos de serviço,
dação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) ressalvadas as hipóteses de redução previstas em lei.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 98. Quando a soma dos tempos de serviço ultra- § 1º A perda da qualidade de segurado não prejudica
passar 30 (trinta) anos, se do sexo feminino, e 35 (trinta o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido
e cinco) anos, se do sexo masculino, o excesso não será preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em
considerado para qualquer efeito. vigor à época em que estes requisitos foram atendidos. (In-
Art. 99. O benefício resultante de contagem de tempo cluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
de serviço na forma desta Seção será concedido e pago § 2º Não será concedida pensão por morte aos depen-
pelo sistema a que o interessado estiver vinculado ao re- dentes do segurado que falecer após a perda desta quali-
querê-lo, e calculado na forma da respectiva legislação. dade, nos termos do art. 15 desta Lei, salvo se preenchidos
os requisitos para obtenção da aposentadoria na forma do
Seção VIII parágrafo anterior.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Das Disposições Diversas Relativas às Prestações Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo
e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para
Art. 100. (VETADO) a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia
Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, apo- primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira
sentadoria por invalidez e o pensionista inválido estão obri- prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar co-
gados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se nhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito ad-
a exame médico a cargo da Previdência Social, processo ministrativo.(Redação dada pela Lei nº 10.839, de 2004)
de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado, e Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da
tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação
a transfusão de sangue, que são facultativos.(Redação dada para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições
pela Lei nº 9.032, de 1995) ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direi-
§ 1o O aposentado por invalidez e o pensionista inváli- to dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código
do que não tenham retornado à atividade estarão isentos Civil.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
do exame de que trata o caput deste artigo: (Redação Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular
dada pela lei nº 13.457, de 2017) os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da
de idade e quando decorridos quinze anos da data da con- data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
cessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doen- (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
ça que a precedeu; ou  (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
II - após completarem sessenta anos de idade. (Incluí- decadencial contar-se-á da percepção do primeiro paga-
do pela lei nº 13.457, de 2017) mento.(Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004)
 § 2o A isenção de que trata o § 1o não se aplica quando § 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-
o exame tem as seguintes finalidades: (Incluído pela Lei nº quer medida de autoridade administrativa que importe im-
13.063, de 2014) pugnação à validade do ato.(Incluído pela Lei nº 10.839,
 I - verificar a necessidade de assistência permanente de 2004)
de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% Art. 104. As ações referentes à prestação por aciden-
(vinte e cinco por cento) sobre o valor do benefício, confor- te do trabalho prescrevem em 5 (cinco) anos, observado o
me dispõe o art. 45; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) disposto no art. 103 desta Lei, contados da data:
 II - verificar a recuperação da capacidade de trabalho, I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a in-
mediante solicitação do aposentado ou pensionista que se capacidade temporária, verificada esta em perícia médica a
julgar apto; (Incluído pela Lei nº 13.063, de 2014) cargo da Previdência Social; ou
 III - subsidiar autoridade judiciária na concessão de II - em que for reconhecida pela Previdência Social, a
curatela, conforme dispõe o art. 110.(Incluído pela Lei nº incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas
13.063, de 2014) do acidente.
§ 3o (VETADO).  (Incluído pela lei nº 13.457, de 2017) Art. 105. A apresentação de documentação incompleta
§ 4o A perícia de que trata este artigo terá acesso aos não constitui motivo para recusa do requerimento de be-
prontuários médicos do periciado no Sistema Único de nefício.
Saúde (SUS), desde que haja a prévia anuência do pericia- Art. 106. A comprovação do exercício de atividade ru-
do e seja garantido o sigilo sobre os dados dele.  (Incluído ral será feita, alternativamente, por meio de:(Redação dada
pela lei nº 13.457, de 2017) pela Lei nº 11.718, de 2008)
§ 5o É assegurado o atendimento domiciliar e hospita- I – contrato individual de trabalho ou Carteira de Traba-
lar pela perícia médica e social do INSS ao segurado com lho e Previdência Social;(Redação dada pela Lei nº 11.718,
dificuldades de locomoção, quando seu deslocamento, em de 2008)
razão de sua limitação funcional e de condições de aces- II – contrato de arrendamento, parceria ou comodato
sibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, rural;(Redação dada pela Lei nº 11.718, de 2008)
nos termos do regulamento. (Incluído pela lei nº 13.457, III – declaração fundamentada de sindicato que repre-
de 2017) sente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindica-
Art. 102. A perda da qualidade de segurado importa to ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo
em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade.(Re- Instituto Nacional do Seguro Social – INSS;  (Redação dada
dação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 11.718, de 2008)

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

IV – comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, no caso de produ- só será pago aos seus dependentes habilitados à pensão
tores em regime de economia familiar;(Redação dada pela por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma
Lei nº 11.718, de 2008) da lei civil, independentemente de inventário ou arrola-
V – bloco de notas do produtor rural;(Redação dada mento.
pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 113. O benefício poderá ser pago mediante depó-
VI – notas fiscais de entrada de mercadorias, de que sito em conta corrente ou por autorização de pagamento,
trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de conforme se dispuser em regulamento.
1991, emitidas pela empresa adquirente da produção, com Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 9.876, de
indicação do nome do segurado como vendedor;(Incluído 26.11.1999)
pela Lei nº 11.718, de 2008) Art. 114. Salvo quanto a valor devido à Previdência So-
VII – documentos fiscais relativos a entrega de produ- cial e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da
ção rural à cooperativa agrícola, entreposto de pescado obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença
ou outros, com indicação do segurado como vendedor ou judicial, o benefício não pode ser objeto de penhora, arres-
consignante;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) to ou seqüestro, sendo nula de pleno direito a sua venda
VIII – comprovantes de recolhimento de contribuição à ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele,
Previdência Social decorrentes da comercialização da pro- bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa
dução;(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) própria para o seu recebimento.
IX – cópia da declaração de imposto de renda, com Art. 115. Podem ser descontados dos benefícios:
indicação de renda proveniente da comercialização de pro- I - contribuições devidas pelo segurado à Previdência
dução rural; ou(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) Social;
X – licença de ocupação ou permissão outorgada pelo II - pagamento de benefício além do devido;
Incra.(Incluído pela Lei nº 11.718, de 2008) III - Imposto de Renda retido na fonte;
Art. 107. O tempo de serviço de que trata o art. 55 IV - pensão de alimentos decretada em sentença ju-
desta Lei será considerado para cálculo do valor da renda dicial;
mensal de qualquer benefício. V - mensalidades de associações e demais entidades
Art.  108.  Mediante justificação processada perante a de aposentados legalmente reconhecidas, desde que auto-
Previdência Social, observado o disposto no § 3º do art. 55 rizadas por seus filiados.
e na forma estabelecida no Regulamento, poderá ser supri- VI - pagamento de empréstimos, financiamentos, car-
da a falta de documento ou provado ato do interesse de tões de crédito e operações de arrendamento mercantil
beneficiário ou empresa, salvo no que se refere a registro concedidos por instituições financeiras e sociedades de
público. arrendamento mercantil, ou por entidades fechadas ou
Art. 109. O benefício será pago diretamente ao benefi- abertas de previdência complementar, públicas e privadas,
ciário, salvo em caso de ausência, moléstia contagiosa ou im- quando expressamente autorizado pelo beneficiário, até o
possibilidade de locomoção, quando será pago a procurador, limite de 35% (trinta e cinco por cento) do valor do benefí-
cujo mandato não terá prazo superior a doze meses, podendo cio, sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente
ser renovado.(Redação dada pela Lei nº 8.870, de 1994) para:(Redação dada pela Lei nº 13.183, de 2015)
Parágrafo único. A impressão digital do beneficiário a) amortização de despesas contraídas por meio de
incapaz de assinar, aposta na presença de servidor da Pre- cartão de crédito; ou(Redação dada pela Lei nº 13.183, de
vidência Social, vale como assinatura para quitação de pa- 2015)
gamento de benefício. b) utilização com a finalidade de saque por meio do
Art. 110. O benefício devido ao segurado ou depen- cartão de crédito.(Redação dada pela Lei nº 13.183, de
dente civilmente incapaz será feito ao cônjuge, pai, mãe, 2015)
tutor ou curador, admitindo-se, na sua falta e por período § 1o Na hipótese do inciso II, o desconto será feito em
não superior a 6 (seis) meses, o pagamento a herdeiro ne- parcelas, conforme dispuser o regulamento, salvo má-fé.
cessário, mediante termo de compromisso firmado no ato (Incluído pela Lei nº 10.820, de 17.12.2003)
do recebimento. § 2o Na hipótese dos incisos II e VI, haverá prevalência
Parágrafo único. Para efeito de curatela, no caso de in- do desconto do inciso II. (Incluído pela Lei nº 10.820, de
terdição do beneficiário, a autoridade judiciária pode lou- 17.12.2003)
var-se no laudo médico-pericial da Previdência Social. § 3o Serão inscritos em dívida ativa pela Procuradoria-
Art. 110-A. No ato de requerimento de benefícios ope- -Geral Federal os créditos constituídos pelo INSS em razão
racionalizados pelo INSS, não será exigida apresentação de de benefício previdenciário ou assistencial pago indevida-
termo de curatela de titular ou de beneficiário com defi- mente ou além do devido, hipótese em que se aplica o
ciência, observados os procedimentos a serem estabeleci- disposto na Lei no 6.830, de 22 de setembro de 1980, para
dos em regulamento.  (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) a execução judicial. (Incluído pela Lei nº 13.494, de 2017)
(Vigência) Art.  116.  Será fornecido ao beneficiário demonstrati-
Art. 111. O segurado menor poderá, conforme dispuser vo minucioso das importâncias pagas, discriminando-se o
o Regulamento, firmar recibo de benefício, independente- valor da mensalidade, as diferenças eventualmente pagas
mente da presença dos pais ou do tutor. com o período a que se referem e os descontos efetuados.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 117. A empresa, o sindicato ou a entidade de apo- IV - salário-maternidade e auxílio-doença;(Incluído


sentados devidamente legalizada poderá, mediante convê- dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
nio com a Previdência Social, encarregar-se, relativamente V - mais de um auxílio-acidente; (Incluído dada pela Lei
a seu empregado ou associado e respectivos dependentes, nº 9.032, de 1995)
de: VI - mais de uma pensão deixada por cônjuge ou com-
I - processar requerimento de benefício, preparando-o panheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajo-
e instruindo-o de maneira a ser despachado pela Previdên- sa.(Incluído dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
cia Social; Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do
II - submeter o requerente a exame médico, inclusi- seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação
ve complementar, encaminhando à Previdência Social o continuada da Previdência Social, exceto pensão por mor-
respectivo laudo, para efeito de homologação e posterior te ou auxílio-acidente.(Incluído dada pela Lei nº 9.032, de
concessão de benefício que depender de avaliação de in- 1995)
capacidade; TÍTULO IV
III - pagar benefício. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Parágrafo único. O convênio poderá dispor sobre o
reembolso das despesas da empresa, do sindicato ou da Art. 125 .Nenhum benefício ou serviço da Previdência
entidade de aposentados devidamente legalizada, corres- Social poderá ser criado, majorado ou estendido, sem a
pondente aos serviços previstos nos incisos II e III, ajustado correspondente fonte de custeio total.
por valor global conforme o número de empregados ou de Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do Seguro
associados, mediante dedução do valor das contribuições Social – INSS realizar, por meio dos seus próprios agen-
previdenciárias a serem recolhidas pela empresa. tes, quando designados, todos os atos e procedimentos
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho necessários à verificação do atendimento das obrigações
tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a ma- não tributárias impostas pela legislação previdenciária e à
nutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após imposição da multa por seu eventual descumprimento.(In-
a cessação do auxílio-doença acidentário, independente- cluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
§ 1o A empresa disponibilizará a servidor designado
mente de percepção de auxílio-acidente.
por dirigente do INSS os documentos necessários à com-
Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995)
provação de vínculo empregatício, de prestação de servi-
Art. 119. Por intermédio dos estabelecimentos de en-
ços e de remuneração relativos a trabalhador previamente
sino, sindicatos, associações de classe, Fundação Jorge
identificado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho-
§ 2o Aplica-se ao disposto neste artigo, no que couber,
-FUNDACENTRO, órgãos públicos e outros meios, serão
o art. 126 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
promovidas regularmente instrução e formação com vistas § 3o O disposto neste artigo não abrange as competên-
a incrementar costumes e atitudes prevencionistas em ma- cias atribuídas em caráter privativo aos ocupantes do cargo
téria de acidente, especialmente do trabalho. de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil previstas no
Art. 120. Nos casos de negligência quanto às normas inciso I do caput do art. 6o da Lei no 10.593, de 6 de dezem-
padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para bro de 2002. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)
a proteção individual e coletiva, a Previdência Social propo- Art. 126. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro
rá ação regressiva contra os responsáveis. Social-INSS nos processos de interesse dos beneficiários e
Art. 121. O pagamento, pela Previdência Social, das dos contribuintes da Seguridade Social caberá recurso para
prestações por acidente do trabalho não exclui a responsa- o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme
bilidade civil da empresa ou de outrem. dispuser o Regulamento.(Redação dada pela Lei nº 9.528,
Art. 122. (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) de 1997)
Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) § 1o (Revogado pela Lei nº 11.727, de 2008)
Art. 122. Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à § 2º  (Revogado pela Lei nº 11.727, de 2008)
aposentadoria, nas condições legalmente previstas na data § 3º A propositura, pelo beneficiário ou contribuinte,
do cumprimento de todos os requisitos necessários à ob- de ação que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual
tenção do benefício, ao segurado que, tendo completado versa o processo administrativo importa renúncia ao di-
35 anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se mulher, reito de recorrer na esfera administrativa e desistência do
optou por permanecer em atividade. (Restabelecido com recurso interposto. (Incluído pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 127. (Revogado pela Lei nº 9.711, de 20.11.98)
Art. 123.(Revogado pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 128. As demandas judiciais que tiverem por objeto
Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é per- o reajuste ou a concessão de benefícios regulados nesta
mitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios Lei cujos valores de execução não forem superiores a R$
da Previdência Social: 5.180,25 (cinco mil, cento e oitenta reais e vinte e cinco
I - aposentadoria e auxílio-doença; centavos) por autor poderão, por opção de cada um dos
II - mais de uma aposentadoria;(Redação dada pela Lei exeqüentes, ser quitadas no prazo de até sessenta dias
nº 9.032, de 1995) após a intimação do trânsito em julgado da decisão, sem
III - aposentadoria e abono de permanência em ser- necessidade da expedição de precatório. (Redação dada
viço; pela Lei nº 10.099, de 2000)

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

§ 1o É vedado o fracionamento, repartição ou quebra a) abster-se de constituí-los;(Incluído pela Lei nº 9.528,
do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, de 1997)
em parte, na forma estabelecida no caput e, em parte, b) retificar o seu valor ou declará-los extintos, de ofício,
mediante expedição do precatório. (Incluído pela Lei nº quando houverem sido constituídos anteriormente, ainda
10.099, de 2000) que inscritos em dívida ativa; (Incluído pela Lei nº 9.528,
§ 2o É vedada a expedição de precatório complementar de 1997)
ou suplementar do valor pago na forma do caput. (Incluído c) formular desistência de ações de execução fiscal já
pela Lei nº 10.099, de 2000) ajuizadas, bem como deixar de interpor recursos de deci-
§ 3o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido sões judiciais.(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
no caput, o pagamento far-se-á sempre por meio de pre- Art. 132. A formalização de desistência ou transigên-
catório.  (Incluído pela Lei nº 10.099, de 2000) cia judiciais, por parte de procurador da Previdência Social,
§ 4o É facultada à parte exeqüente a renúncia ao cré- será sempre precedida da anuência, por escrito, do Procu-
dito, no que exceder ao valor estabelecido no caput, para rador-Geral do Instituto Nacional do Seguro Social INSS,
que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precató- ou do presidente desse órgão, quando os valores em litígio
rio, na forma ali prevista.  (Incluído pela Lei nº 10.099, de ultrapassarem os limites definidos pelo Conselho Nacional
2000) de Previdência Social – CNPS.
§ 5o A opção exercida pela parte para receber os seus § 1º Os valores, a partir dos quais se exigirá a anuência do
créditos na forma prevista no caput implica a renúncia do Procurador-Geral ou do presidente do INSS, serão definidos
restante dos créditos porventura existentes e que sejam periodicamente pelo CNPS, através de resolução própria.
oriundos do mesmo processo. (Incluído pela Lei nº 10.099, § 2º  Até que o CNPS defina os valores mencionados
de 2000) neste artigo, deverão ser submetidos à anuência prévia do
§ 6o O pagamento sem precatório, na forma prevista Procurador-Geral ou do presidente do INSS a formalização
neste artigo, implica quitação total do pedido constante da de desistência ou transigência judiciais, quando os valores,
petição inicial e determina a extinção do processo. (Incluí- referentes a cada segurado considerado separadamente,
do pela Lei nº 10.099, de 2000) superarem, respectivamente, 10 (dez) ou 30 (trinta) vezes o
§ 7o O disposto neste artigo não obsta a interposição teto do salário-de-benefício.
de embargos à execução por parte do INSS.(Incluído pela Art. 133. A infração a qualquer dispositivo desta Lei,
Lei nº 10.099, de 2000) para a qual não haja penalidade expressamente cominada,
Art. 129. Os litígios e medidas cautelares relativos a aci- sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, à
dentes do trabalho serão apreciados: multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$
I - na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdên- 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros).  Atualizações de-
cia Social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais correntes de normas de hierarquia inferior
prestações, com prioridade para conclusão; e Parágrafo único.(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)
II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Art. 134. Os valores expressos em moeda corrente nesta
Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos
férias forenses, mediante petição instruída pela prova de índices utilizados para o reajustamento dos valores dos be-
efetiva notificação do evento à Previdência Social, através nefícios. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13,
de Comunicação de Acidente do Trabalho–CAT. de 2001)  (Vide Medida Provisória nº 316, de 2006)
Parágrafo único. O procedimento judicial de que trata Art. 135. Os salários-de-contribuição utilizados no cál-
o inciso II deste artigo é isento do pagamento de quaisquer culo do valor de benefício serão considerados respeitando-
custas e de verbas relativas à sucumbência. -se os limites mínimo e máximo vigentes nos meses a que
Art. 130. Na execução contra o Instituto Nacional do se referirem.
Seguro Social-INSS, o prazo a que se refere o art. 730 do Art. 136. Ficam eliminados o menor e o maior valor-te-
Código de Processo Civil é de trinta dias. (Redação dada to para cálculo do salário-de-benefício.
pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 137. Fica extinto o Programa de Previdência So-
Art. 131.O Ministro da Previdência e Assistência Social cial aos Estudantes, instituído pela Lei nº 7.004, de 24 de
poderá autorizar o INSS a formalizar a desistência ou abs- junho de 1982, mantendo-se o pagamento dos benefícios
ter-se de propor ações e recursos em processos judiciais de prestação continuada com data de início até a entrada
sempre que a ação versar matéria sobre a qual haja decla- em vigor desta Lei.
ração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tri- Art. 138. Ficam extintos os regimes de Previdência
bunal Federal - STF, súmula ou jurisprudência consolidada Social instituídos pela Lei Complementar nº 11, de 25 de
do STF ou dos tribunais superiores. (Redação dada pela Lei maio de 1971, e pela Lei nº 6.260, de 6 de novembro de
nº 9.528, de 10.12.97) 1975, sendo mantidos, com valor não inferior ao do salário
Parágrafo único. O Ministro da Previdência e Assistên- mínimo, os benefícios concedidos até a vigência desta Lei.
cia Social disciplinará as hipóteses em que a administração Parágrafo único. Para os que vinham contribuindo re-
previdenciária federal, relativamente aos créditos previ- gularmente para os regimes a que se refere este artigo,
denciários baseados em dispositivo declarado insconstitu- será contado o tempo de contribuição para fins do Regime
cional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, Geral de Previdência Social, conforme disposto no Regu-
possa:(Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) lamento.

71
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Art. 139.(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 143. O trabalhador rural ora enquadrado como
1º. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) segurado obrigatório no Regime Geral de Previdência So-
I - (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) cial, na forma da alínea “a” do inciso I, ou do inciso IV ou
II -(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) VII do art. 11 desta Lei, pode requerer aposentadoria por
III - (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) idade, no valor de um salário mínimo, durante quinze anos,
2º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) contados a partir da data de vigência desta Lei, desde que
3º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) comprove o exercício de atividade rural, ainda que descon-
4º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) tínua, no período imediatamente anterior ao requerimen-
Art. 140. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) to do benefício, em número de meses idêntico à carência
1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) do referido benefício.(Redação dada pela Lei nº. 9.063, de
2º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) 1995)  (Vide Lei nº 11.368, de 2006) (Vide Medida Provi-
3º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) sória nº 410, de 2007).(Vide Lei nº 11.718, de 2008)
4º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 144. a Art. 147.(Revogado pela Medida Provisória
5º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) nº 2.187-13, de 2001)
6º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 148.  (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
Art. 141. (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) Art. 149. As prestações, e o seu financiamento, referen-
1º (Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) tes aos benefícios de ex-combatente e de ferroviário ser-
2º(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997) vidor público ou autárquico federal ou em regime especial
Art. 142. Para o segurado inscrito na Previdência Social que não optou pelo regime da Consolidação das Leis do
Urbana até 24 de julho de 1991, bem como para o tra- Trabalho, na forma da Lei nº 6.184, de 11 de dezembro de
balhador e o empregador rural cobertos pela Previdência 1974, bem como seus dependentes, serão objeto de legis-
Social Rural, a carência das aposentadorias por idade, por lação específica.
tempo de serviço e especial obedecerá à seguinte tabela, Art. 150.(Revogado pela Lei nº 10.559, de 13.11.2002)
levando-se em conta o ano em que o segurado implemen- Parágrafo único.  (Revogado pela Lei nº 10.559, de
tou todas as condições necessárias à obtenção do benefí- 13.11.2002)
cio: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças
mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a
Ano de implementação Meses de contribuição concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por inva-
das condições exigidos lidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acome-
tido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase,
1991 60 meses alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave,
1992 60 meses neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapa-
1993 66 meses citante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondi-
loartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado
1994 72 meses da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da de-
1995 78 meses ficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por
radiação, com base em conclusão da medicina especializa-
1996 90 meses
da.(Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
1997 96 meses Art. 152(Revogado pela Lei nº 9.528, de 1997)
1998 102 meses Art. 153. O Regime Facultativo Complementar de Previ-
dência Social será objeto de lei especial, a ser submetida à
1999 108 meses
apreciação do Congresso Nacional dentro do prazo de 180
2000 114 meses (cento e oitenta) dias.
2001 120 meses Art. 154. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no
prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data da sua publi-
2002 126 meses cação.
2003 132 meses Art. 155. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
2004 138 meses cação.
Art. 156. Revogam-se as disposições em contrário.
2005 144 meses Brasília, em 24 de julho de 1991; 170º da Independên-
2006 150 meses cia e 103º da República.
2007 156 meses FERNANDO COLLOR
2008 162 meses
2009 168 meses
2010 174 meses
2011 180 meses

72
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

EXERCÍCIOS
ANOTAÇÕES
01. (CESPE/2012 – TJ/RO - Analista Judiciário) -
Acerca da gestão por competência nas organizações,
assinale a opção correta. __________________________________________________
a) Valor social refere-se à agregação direta de resulta-
dos às pessoas de uma organização ___________________________________________________
b) Comportamentos, realizações e resultados são com-
___________________________________________________
ponentes do valor econômico gerado pela competência
nas organizações ___________________________________________________
c) As competências humanas funcionam como elo en-
tre as condutas individuais e a estratégia da organização ___________________________________________________
d) Os insumos da competência expressam o reconhe-
cimento econômico da capacidade das pessoas, equipes e ___________________________________________________
organizações ___________________________________________________
e) Conhecimentos, habilidades e atitudes são compo-
nentes do desempenho no trabalho ___________________________________________________

02. (CESPE/2012 – ANAC - Técnico Administrativo ) ___________________________________________________


A respeito de gestão de pessoas, julgue os item abaixo.
O mapeamento de competências origina tanto la- ___________________________________________________
cunas de aprendizagem a serem desenvolvidas como ___________________________________________________
insumos para a realização de avaliações de desempe-
nho nas organizações, o que representa uma tendência ___________________________________________________
da gestão de pessoas no setor público.
( ) Certo ___________________________________________________
( ) Errado
___________________________________________________

___________________________________________________
GABARITO
___________________________________________________
1 C ___________________________________________________
2 Certo
___________________________________________________

___________________________________________________

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73
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

ANOTAÇÕES

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Princípios da Administração Pública. ............................................................................................................................................................... 01


Atos Administrativos. ............................................................................................................................................................................................. 03
Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, em-
presas públicas e sociedades de economia mista. ..................................................................................................................................... 16
Processos de licitação, compras e contratos administrativos na Administração Pública. .......................................................... 25
Legislações: Lei nº 10.261/68 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. ...................................... 40
Lei Federal nº 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa. ............................................................................................................. 68
Lei nº 8.666 /93 – Institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. ......................................................... 80
Lei Federal nº 10.520/2002 – Institui a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns.......................................................................................................................................................................................................................109
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

d) Princípio da publicidade: A administração pública é


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA obrigada a manter transparência em relação a todos seus
atos e a todas informações armazenadas nos seus bancos de
dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a afixação
de portarias. Por exemplo, a própria expressão concurso pú-
Princípios constitucionais expressos blico (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos devem
São princípios da administração pública, nesta ordem: tomar conhecimento do processo seletivo de servidores do
Legalidade Estado. Diante disso, como será visto, se negar indevidamen-
Impessoalidade te a fornecer informações ao administrado caracteriza ato
Moralidade de improbidade administrativa.
Publicidade No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o
Eficiência princípio da publicidade seja deturpado em propaganda po-
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam lítico-eleitoral:
o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Adminis-
tração Pública. É de fundamental importância um olhar atento Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
ao significado de cada um destes princípios, posto que eles es- obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
truturam todas as regras éticas prescritas no Código de Ética e caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela
na Lei de Improbidade Administrativa, tomando como base os não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que ca-
ensinamentos de Carvalho Filho e Spitzcovsky racterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
: públicos.
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade
significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe.
Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a
Contudo, como a administração pública representa os inte-
legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os instru-
resses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de subor-
mentos para proteção são o direito de petição e as certidões
dinação, pela qual só poderá fazer o que a lei expressamente
determina (assim, na esfera estatal, é preciso lei anterior edi- (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente -
tando a matéria para que seja preservado o princípio da le- do mandado de segurança. Neste viés, ainda, prevê o artigo
galidade). A origem deste princípio está na criação do Estado 37, CF em seu §3º: 
de Direito, no sentido de que o próprio Estado deve respeitar
as leis que dita. Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de partici-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interes- pação do usuário na administração pública direta e indireta,
ses que representa, a administração pública está proibida regulando especialmente:
de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar I -  as reclamações relativas à prestação dos serviços
alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou pre- públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de
judicando. Segundo este princípio, a administração pública atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e
deve tratar igualmente todos aqueles que se encontrem na interna, da qualidade dos serviços;
mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou igualda- II -  o acesso dos usuários a registros administrativos e
de). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalidade no que a informações sobre atos de governo, observado o disposto
tange à contratação de serviços. O princípio da impessoali- no art. 5º, X e XXXIII;
dade correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo qual o III -  a disciplina da representação contra o exercício ne-
alvo a ser alcançado pela administração pública é somente o gligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na admi-
interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode nistração pública.
influenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se buscar
somente a preservação do interesse coletivo. e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no manter o ampliar a qualidade de seus serviços com contro-
artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espé- le de gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o
cie de moralidade administrativa, intimamente relacionada concurso público seleciona os mais qualificados ao exercí-
ao poder público. A administração pública não atua como cio do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois
um particular, de modo que enquanto o descumprimento é possível exonerar um servidor público por ineficiência) e
dos preceitos morais por parte deste particular não é puni-
ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por
do pelo Direito (a priori), o ordenamento jurídico adota tra-
exemplo. O núcleo deste princípio é a procura por produti-
tamento rigoroso do comportamento imoral por parte dos
vidade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os
representantes do Estado. O princípio da moralidade deve
se fazer presente não só para com os administrados, mas serviços administrativos internos, se referindo diretamente à
também no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado à conduta dos agentes.
noção de bom administrador, que não somente deve ser co-
nhecedor da lei, mas também dos princípios éticos regentes Outros princípios administrativos
da função administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETA- Além destes cinco princípios administrativo-constitucio-
MENTE ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca nais diretamente selecionados pelo constituinte, podem ser
ligação com os dois princípios anteriores. apontados como princípios de natureza ética relacionados à
função pública a probidade e a motivação:

1
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a) Princípio da probidade:  um princípio constitu- Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, con-
cional incluído dentro dos princípios específicos da lici- cessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
tação, é o dever de todo o administrador público, o dever empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequa-
de honestidade e fidelidade com o Estado, com a popula- dos, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
ção, no desempenho de suas funções. Possui contornos Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou
mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pes-
alerta que alguns autores tratam veem como distintos os soas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
princípios da moralidade e da probidade administrativa, mas causados, na forma prevista neste código.
não há características que permitam tratar os mesmos como
procedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar d) Princípios da Tutela e da Autotutela da Administração
que a probidade administrativa é um aspecto particular da Pública: a Administração possui a faculdade de rever os seus
moralidade administrativa. atos, de forma a possibilitar a adequação destes à realidade
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao fática em que atua, e declarar nulos os efeitos dos atos eiva-
administrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou dos de vícios quanto à legalidade. O sistema de controle dos
de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princí- atos da Administração adotado no Brasil é o jurisdicional.
pios, um dos mais importantes, uma vez que sem a motiva- Esse sistema possibilita, de forma inexorável, ao Judiciário, a
ção não há o devido processo legal, uma vez que a funda- revisão das decisões tomadas no âmbito da Administração,
mentação surge como meio interpretativo da decisão que no tocante à sua legalidade. É, portanto, denominado con-
levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio trole finalístico, ou de legalidade.
de viabilização do controle da legalidade dos atos da Admi- À Administração, por conseguinte, cabe tanto a anulação
nistração. dos atos ilegais como a revogação de atos válidos e eficazes,
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável quando considerados inconvenientes ou inoportunos aos fins
ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente buscados pela Administração. Essa forma de controle endó-
levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos geno da Administração denomina-se princípio da autotutela.
administrativos devem ser motivados para que o Judiciário
Ao Poder Judiciário cabe somente a anulação de atos reputa-
possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua
dos ilegais. O embasamento de tais condutas é pautado nas
legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observados
Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal.
os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos admi-
Súmula 346. A administração pública pode declarar a
nistrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único
nulidade dos seus próprios atos.
comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles
que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou
mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de Súmula 473. A administração pode anular seus próprios
conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na de- atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
terminação da obrigatoriedade de motivação com relação deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adqui-
à referida necessidade quanto aos atos discricionários. ridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
Meirelles entende que o ato discricionário, editado
sob os limites da Lei, confere ao administrador uma mar- Os atos administrativos podem ser extintos por revoga-
gem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e ção ou anulação. A Administração tem o poder de rever seus
oportunidade, não sendo necessária a motivação. No en- próprios atos, não apenas pela via da anulação, mas também
tanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condi- pela da revogação. Aliás, não é possível revogar atos vincu-
cionar-se a esta, em razão da necessidade de observância lados, mas apenas discricionários. A revogação se aplica nas
da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento situações de conveniência e oportunidade, quanto que a anu-
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato lação serve para as situações de vício de legalidade.
discricionário, é necessária a motivação para que se sai-
ba qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini e) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: Ra-
, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive zoabilidade e proporcionalidade são fundamentos de cará-
a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido ter instrumental na solução de conflitos que se estabeleçam
artigo exige a motivação para todos os atos nele elencados, entre direitos, notadamente quando não há legislação in-
compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários fraconstitucional específica abordando a temática objeto de
quanto os vinculados. conflito. Neste sentido, quando o poder público toma deter-
c) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: O minada decisão administrativa deve se utilizar destes vetores
Estado assumiu a prestação de determinados serviços, por para determinar se o ato é correto ou não, se está atingindo
considerar que estes são fundamentais à coletividade. Apesar indevidamente uma esfera de direitos ou se é regular. Tan-
de os prestar de forma descentralizada ou mesmo delegada, to a razoabilidade quanto a proporcionalidade servem para
deve a Administração, até por uma questão de coerência, ofe- evitar interpretações esdrúxulas manifestamente contrárias
recê-los de forma contínua e ininterrupta. Pelo princípio da às finalidades do texto declaratório.
continuidade dos serviços públicos, o Estado é obrigado a não Razoabilidade e proporcionalidade guardam, assim, a
interromper a prestação dos serviços que disponibiliza. A res- mesma finalidade, mas se distinguem em alguns pontos.
peito, tem-se o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor: Historicamente, a razoabilidade se desenvolveu no direito

2
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

anglo-saxônico, ao passo que a proporcionalidade se origi- os atos materiais, que correspondem aos fatos administra-
na do direito germânico (muito mais metódico, objetivo e tivos, noção vista acima: são eles atos da Administração,
organizado), muito embora uma tenha buscado inspiração mas não configuram atos administrativos típicos. Alguns
na outra certas vezes. Por conta de sua origem, a propor- autores aludem também aos atos políticos ou de governo”
cionalidade tem parâmetros mais claros nos quais pode ser .
trabalhada, enquanto a razoabilidade permite um processo Com efeito, a expressão atos da Administração é mais
interpretativo mais livre. Evidencia-se o maior sentido jurídi- ampla. Envolve, também, os atos privados da Administra-
co e o evidente caráter delimitado da proporcionalidade pela ção, referentes às ações da Administração no atendimento
de seus interesses e necessidades operacionais e instrumen-
adoção em doutrina de sua divisão clássica em 3 sentidos:
tais, agindo no mesmo plano de direitos e obrigações que os
- adequação, pertinência ou idoneidade: significa que o
particulares. O regime jurídico será o de direito privado. Ex.:
meio escolhido é de fato capaz de atingir o objetivo pretendido; contrato de aluguel de imóveis, compra de bens de consumo,
- necessidade ou exigibilidade: a adoção da medida res- contratação de água/luz/internet. Basicamente, envolve os
tritiva de um direito humano ou fundamental somente é le- interesses particulares da Administração, que são secundá-
gítima se indispensável na situação em concreto e se não for rios, para que ela possa atender aos interesses primários –
possível outra solução menos gravosa; no âmbito destes interesses primários (interesses públicos,
- proporcionalidade em sentido estrito: tem o sentido difusos e coletivos) é que surgem os atos administrativos,
de máxima efetividade e mínima restrição a ser guardado que são atos públicos da Administração, sujeitos a regime
com relação a cada ato jurídico que recaia sobre um direi- jurídico de direito público.
to humano ou fundamental, notadamente verificando se há
uma proporção adequada entre os meios utilizados e os fins Atos da Administração ≠ Atos administrativos.
desejados. Atos privados da Administração = atos da Administra-
ção → regime jurídico de direito privado.
f) Supremacia do interesse público sobre o privado: Na Atos públicos da Administração = atos administrativos
maioria das vezes, a Administração, para buscar de manei- → regime jurídico de direito público.
ra eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar em
um patamar de superioridade em relação aos particulares, Os atos administrativos se situam num plano superior de
direitos e obrigações, que visam atender aos interesses pú-
numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza do prin-
blicos primários, denominados difusos e coletivos. Logo, são
cípio da supremacia, conjugado ao princípio da indisponibi-
atos de regime público, sujeitos a pressupostos de existência
lidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa é irrenunciável, e validade diversos dos estabelecidos para os atos jurídicos
por não haver faculdade de atuação ou não do Poder Públi- no Código Civil, e sim previstos na Lei de Ação Popular e na
co, mas sim “dever” de atuação. Lei de Processo Administrativo Federal. Ao invés de autono-
Sempre que houver conflito entre um interesse individual mia da vontade, haverá a obrigatoriedade do cumprimento
e um interesse público coletivo, deve prevalecer o interesse da lei e, portanto, a administração só poderá agir nestas hi-
público. São as prerrogativas conferidas à Administração Pú- póteses desde que esteja expressa e previamente autorizada
blica, porque esta atua por conta de tal interesse. Com efeito, por lei.
o exame do princípio é predominantemente feito no caso
concreto, analisando a situação de conflito entre o particular Requisitos ou elementos
e o interesse público e mensurando qual deve prevalecer.
1) Competência: é o poder-dever atribuído a determinado
agente público para praticar certo ato administrativo. A pes-
soa jurídica, o órgão e o agente público devem estar revestidos
de competência. A competência é sempre fixada por lei.
ATOS ADMINISTRATIVOS 2) Finalidade: é a razão jurídica pela qual um ato ad-
ministrativo foi abstratamente criado pela ordem jurídica. A
lei estabelece que os atos administrativos devem ser pratica-
dos visando a um fim, notadamente, a satisfação do interes-
se público. Contudo, embora os atos administrativos sempre
O ato administrativo é uma espécie de fato administra- tenham por objeto a satisfação do interesse público, esse in-
tivo e é em torno dele que se estrutura a base teórica do teresse é variável de acordo com a situação. Se a autoridade
direito administrativo. administrativa praticar um ato fora da finalidade genérica ou
Por seu turno, “a expressão atos da Administração fora da finalidade específica, estará praticando um ato viciado
traduz sentido amplo e indica todo e qualquer ato que se que é chamado “desvio de poder ou desvio de finalidade”.
origine dos inúmeros órgãos que compõem o sistema ad- 3) Forma: é a maneira pela qual o ato se revela no mun-
ministrativo em qualquer dos Poderes. [...] Na verdade, do jurídico. Usualmente, adota-se a forma escrita. Eventual-
entre os atos da Administração se enquadram atos que mente, pode ser praticado por sinais ou gestos (ex: trânsito).
não se caracterizam propriamente como atos administra- A forma é sempre fixada por lei.
tivos, como é o caso dos atos privados da Administração. 4) Motivo (vontade): vontade é o querer do ato adminis-
Exemplo: os contratos regidos pelo direito privado, como trativo e dela se extrai o motivo, que é o acontecimento real
a compra e venda, a locação etc. No mesmo plano estão que autoriza/determina a prática do ato administrativo. É

3
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

o ato baseado em fatos e circunstâncias, que o administra- muito difícil de ser ilidida. Só pode ser quebrada median-
dor pode escolher, mas deve respeitar os limites e intenções te ação declaratória de falsidade, que irá argumentar que
da lei. Nem sempre os atos administrativos possuem motivo houve uma falsidade material (violação física do documento
legal. Nos casos em que o motivo legal não está descrito que traz o ato) ou uma falsidade ideológica (documento que
na norma, a lei deu competência discricionária para que o expressa uma inverdade).
sujeito escolha o motivo legal (o motivo deve ser oportuno 4) Presunção de legitimidade: Sempre que a Administra-
e conveniente). A teoria dos Motivos Determinantes afirma ção agir se presume que o fez conforme a lei. Tal presunção é
que os motivos alegados para a prática de um ato admi- relativa ( juris tantum), podendo contudo ser ilidida por qual-
nistrativo ficam a ele vinculados de tal modo que a prática quer meio de prova.
de um ato administrativo mediante a alegação de motivos Obs.: Todo ato administrativo tem presunção de veraci-
falsos ou inexistentes determina a sua invalidade. dade e de legitimidade, mas nem todo ato administrativo é
5) Objeto (conteúdo): é o que o ato afirma ou declara, imperativo (pode precisar da concordância do particular, a
manifestando a vontade do Estado. A lei não fixa qual deve exemplo dos atos negociais).
ser o conteúdo ou objeto de um ato administrativo, restando
ao administrador preencher o vazio nestas situações. O ato Fato administrativo é a “atividade material no exercí-
é branco/indefinido. No entanto, deve se demonstrar que a cio da função administrativa, que visa a efeitos de ordem
prática do ato é oportuna e conveniente. prática para a Administração. [...] Os fatos administrativos
Obs.: Quando se diz que a escolha do motivo e do objeto podem ser voluntários e naturais. Os fatos administrativos
do ato é discricionária não significa que seja arbitrária, pois voluntários se materializam de duas maneiras: 1ª) por atos
deve se demonstrar a oportunidade e a conveniência. administrativos, que formalizam a providência desejada pelo
Mérito = oportunidade + conveniência administrador através da manifestação da vontade; 2ª) por
condutas administrativas, que refletem os comportamentos
Classificação e as ações administrativas, sejam ou não precedidas de ato
administrativo formal. Já os fatos administrativos naturais
a) Quanto ao seu alcance: são aqueles que se originam de fenômenos da natureza,
1) Atos internos: praticados no âmbito interno da Admi- cujos efeitos se refletem na órbita administrativa. Assim,
nistração, incidindo sobre órgãos e agentes administrativos. quando se fizer referência a fato administrativo, deverá estar
2) Atos externos: praticados no âmbito externo da Admi- presente unicamente a noção de que ocorreu um evento di-
nistração, atingindo administrados e contratados. São obri- nâmico da Administração”.
gatórios a partir da publicação.
a) Atos normativos: são atos gerais e abstratos visando a
b) Quanto ao seu objeto: correta aplicação da lei. É o caso dos decretos, regulamentos,
1) Atos de império: praticados com supremacia em re- regimentos, resoluções, deliberações.
lação ao particular e servidor, impondo o seu obrigatório b) Atos ordinatórios: disciplinam o funcionamento da
cumprimento. Administração e a conduta de seus agentes. É o caso de ins-
2) Atos de gestão: praticados em igualdade de condição truções, circulares, avisos, portarias, ofícios, despachos admi-
com o particular, ou seja, sem usar de suas prerrogativas so- nistrativos, decisões administrativas.
bre o destinatário. c) Atos negociais: são aqueles estabelecidos entre Admi-
3) Atos de expediente: praticados para dar andamento a nistração e administrado em consenso. É o caso de licenças,
processos e papéis que tramitam internamente na adminis- autorizações, permissões, aprovações, vistos, dispensa, ho-
tração pública. São atos de rotina administrativa. mologação, renúncia.
d) Atos enunciativos: são aqueles em que a Administra-
Obs.: Demais classificações do tópico 4.11 ao 4.14. ção certifica ou atesta um fato sem vincular ao seu conteúdo.
É o caso de atestados, certidões, pareceres.
Atributos e) Atos punitivos: são aqueles que emanam punições aos
particulares e servidores.
1) Imperatividade: em regra, a Administração decreta e
executa unilateralmente seus atos, não dependendo da par- “Uma questão interessante que merece ser analisada no
ticipação e nem da concordância do particular. Do poder de tocante ao ato administrativo é a omissão da Administração
império ou extroverso, que regula a forma unilateral e coer- Pública ou, o chamado silêncio administrativo. Essa omissão
citiva de agir da Administração, se extrai a imperatividade é verificada quando a administração deveria expressar uma
dos atos administrativos. pronúncia quando provocada por administrado, ou para fins
2) Autoexecutoriedade: em regra, a Administração pode de controle de outro órgão, e não o faz. Para Celso Antô-
concretamente executar seus atos independente da mani- nio Bandeira de Mello, o silêncio da administração não é
festação do Poder Judiciário, mesmo quando estes afetam um ato jurídico, mas quando produz efeitos jurídicos, pode
diretamente a esfera jurídica de particulares. ser um fato jurídico administrativo. [...] Denota-se que o si-
3) Presunção de veracidade: todo ato editado ou publi- lêncio pode consistir em omissão, ausência de manifestação
cado pela Administração é presumivelmente verdadeiro, seja de vontade, ou não. Em determinadas situações poderá a
na forma, seja no conteúdo, o que se denomina “fé pública”. lei determinar a Administração Pública manifestar-se obri-
Evidente que tal presunção é relativa ( juris tantum), mas é gatoriamente, qualificando o silêncio como manifestação

4
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de vontade. Nesses casos, é possível afirmar que estaremos CAPÍTULO I


diante de um ato administrativo. [...] Desta forma, quando o DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
silêncio é uma forma de manifestação de vontade, produz
efeitos de ato administrativo. Isto porque a lei pode atribuir Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o pro-
ao silêncio determinado efeito jurídico, após o decurso de cesso administrativo no âmbito da Administração Federal
certo prazo. Entretanto, na ausência de lei que atribua de- direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direi-
terminado efeito jurídico ao silêncio, estaremos diante de um tos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
fato jurídico administrativo”. Administração.
Cassação é a retirada do ato administrativo em decor-
rência do beneficiário ter descumprido condição tida como Processo é “a relação jurídica integrada por algumas
indispensável para a manutenção do ato. Embora legítimo pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas
na sua origem e na sua formação, o ato se torna ilegal na para determinado fim”. Tratando-se de uma relação admi-
sua execução a partir do momento em que o destinatário nistrativa, a relação jurídica traduzirá um processo adminis-
descumpre condições pré-estabelecidas. Por exemplo, uma trativo. Logo, processo administrativo é “o instrumento que
pessoa obteve permissão para explorar o serviço público, po- formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do
rém descumpriu uma das condições para a prestação desse Estado e dos particulares a fim de ser produzida uma vonta-
serviço. Vem o Poder Público e, a título de penalidade, pro- de final da Administração”.
cede a cassação da permissão. Processo administrativo não se confunde com procedi-
A anulação é a retirada do ato administrativo em de- mento administrativo. O primeiro pressupõe a sucessão or-
corrência de sua invalidade, reconhecida judicial ou admi- denada de atos concatenados visando à edição de um ato
nistrativamente, preservando-se os direitos dos terceiros de final, ou seja, é o conjunto de atos que visa à obtenção de
boa-fé. Trata-se da supressão do ato administrativo, com decisão sobre uma controvérsia no âmbito administrativo; o
efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade. segundo corresponde ao rito, conjunto de formalidades que
Cabe o exame pelo Poder Judiciário (razões de legalidade e deve ser observado para a prática de determinados atos, e é
legitimidade) e pela Administração Pública (aspectos legais realizado no interior do processo, para viabilizá-lo.
e no mérito). Gera efeitos retroativos (ex tunc), invalida as A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo
consequências passadas, presentes e futuras. administrativo e institui um sistema normativo que fornece
A revogação é a retirada do ato administrativo em de- uniformidade aos diversos procedimentos administrativos
corrência da sua inconveniência ou inoportunidade em face em trâmite.
dos interesses públicos, sendo o ato válido e praticado den-
tro da Lei, efetuando-se a revogação na via administrati- § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos ór-
va. Trata-se da extinção de um ato administrativo legal e gãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando
perfeito, por razões de conveniência e oportunidade, pela no desempenho de função administrativa.
Administração, no exercício do poder discricionário. O ato Vale para as três esferas de poder.
revogado conserva os efeitos produzidos durante o tempo
em que operou. A partir da data da revogação é que cessa § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
a produção de efeitos do ato até então perfeito e legal. Só I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutu-
pode ser praticado pela Administração Pública por razões de ra da Administração direta e da estrutura da Administração
oportunidade e conveniência, não cabendo a intervenção do indireta;
Poder Judiciário. A revogação não pode atingir os direitos II - entidade - a unidade de atuação dotada de persona-
adquiridos, logo, produz efeitos ex nunc, não retroage. lidade jurídica;
O processo administrativo é instrumento para a práti- III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de
ca de atos administrativos. “No processo administrativo os poder de decisão.
atos administrativos deverão ser motivados, com indicação
dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: a) neguem, Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros,
limitem ou afetem direitos ou interesses; b) imponham ou aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabi-
agravem deveres, encargos ou sanções; c) decidam pro- lidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contra-
cessos administrativos de concurso ou seleção pública; d) ditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
tatório; e) decidam recursos administrativos; f) decorram Legalidade é o respeito estrito da lei; finalidade é a prá-
de reexame de ofício; g) deixem de aplicar jurisprudência tica de todo e qualquer ato visando um único fim, o inte-
firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, lau- resse público; motivação é a necessidade de fundamentação
dos, propostas e relatórios oficiais; h) importem anulação, de todas as decisões; razoabilidade é a tomada de decisões
revogação, suspensão ou convalidação de ato administra- racionais e corretas; proporcionalidade é o equilíbrio que
tivo. A motivação deve ser explícita, clara e congruente, deve se fazer presente na tomada de decisões; moralidade
podendo consistir em declaração de concordância com fun- é o conhecimento das leis éticas que repousam no seio so-
damentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou cial; ampla defesa é a necessidade de se garantir meios para
propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato” a pessoa responder acusações e buscar as reformas previs-
. tas em lei para decisões que a prejudiquem; contraditório é

5
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a oitiva da outra pessoa sempre que a que se encontra no XIII - interpretação da norma administrativa da forma
outro polo da relação se manifestar; segurança jurídica é a que melhor garanta o atendimento do fim público a que se
garantia social de que as leis serão respeitadas e cobrirão o dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
mais vasto rol de relações socialmente relevantes possível; Se o entendimento mudar, não atinge casos passados.
interesse público é o interesse de toda a coletividade; efi-
ciência é a junção da economicidade com a produtividade, CAPÍTULO II
aliando gastos sem que se perca em qualidade da atividade DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
desempenhada.
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: publi- Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante
cidade; oficialidade; informalismo ou formalismo moderado; a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam as-
gratuidade (a atuação na esfera administrativa é gratuita); segurados:
pluralidade de instâncias; economia processual; participação I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
popular. dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o
cumprimento de suas obrigações;
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
observados, entre outros, os critérios de: tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos
I - atuação conforme a lei e o Direito; autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a re- as decisões proferidas;
núncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo III - formular alegações e apresentar documentos antes
autorização em lei; da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
O interesse coletivo deve sempre predominar. competente;
III - objetividade no atendimento do interesse público, IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; salvo quando obrigatória a representação, por força de lei.
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de- Quando for parte num processo administrativo a pessoa
coro e boa-fé; tem direito a ser tratada com respeito, a obter informações
sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar documentos e,
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalva-
apenas se quiser, ser assistida por advogado. Logo, é opcio-
das as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
nal a presença de advogado.
Neste sentido, o art. 5°, XXXIII, CF: “todos têm direito
a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
CAPÍTULO III
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão pres-
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
tadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressal-
vadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
Art. 4o São deveres do administrado perante a Adminis-
sociedade e do Estado”.
tração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- I - expor os fatos conforme a verdade;
ção de obrigações, restrições e sanções em medida superior II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do inte- III - não agir de modo temerário;
resse público; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
A única razão para o Estado interferir é em razão do colaborar para o esclarecimento dos fatos.
interesse da coletividade. O administrado não pode tentar se aproveitar da Admi-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que nistração, trazendo fatos irreais, tumultuando e confundindo
determinarem a decisão; o processo. Deve sempre proceder para esclarecer os fatos de
Não basta que a decisão indique os fundamentos jurídi- maneira verdadeira.
cos, devendo também associá-los aos fatos apurados.
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia CAPÍTULO IV
dos direitos dos administrados; DO INÍCIO DO PROCESSO
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos A partir deste ponto, são visíveis as fases do processo
dos administrados; administrativo: a) instauração, com apresentação escrita dos
Respeito às formalidades não significa excesso de for- fatos e indicação do direito que ensejam o processo, ou seja,
malismo. é preciso descrever os fatos e delimitar o objeto da contro-
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação vérsias, sem o que não há plenitude de defesa; b) instru-
de alegações finais, à produção de provas e à interposição de ção, fase de elucidação dos fatos, na qual são produzidas
recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas as provas, com a participação do interessado; c) defesa, que
situações de litígio; deve ser ampla; d) relatório, que é elaborado pelo presidente
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, res- do processo, sendo uma peça opinativa, que não vincula a
salvadas as previstas em lei; autoridade competente; e) julgamento, quando a decisão é
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem proferida pela autoridade ou órgão competente sobre o ob-
prejuízo da atuação dos interessados; jeto do processo.

6
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

No entendimento de Hely Lopes Meirelles, os processos o interessado, embora nem sempre seja autoexecutável, de-
administrativos são divididos em quatro modalidades, da se- pendendo da instauração de outro processo administrativo,
guinte maneira: de caráter punitivo ou disciplinar, ou, mesmo, de ação civil
ou criminal, ou, ainda, do pronunciamento executório de ou-
a) Processo de expediente: denominação imprópria con- tro Poder.
ferida a toda autuação que tramita pelas repartições públicas
por provocação do interessado ou por determinação interna d) Processo punitivo: todo aquele promovido pela Ad-
da Administração, para receber solução conveniente. Não ministração para imposição de penalidade por infração
tem procedimento próprio ou rito sacramental, seguindo à lei, regulamento ou contrato. Esses processos devem ser
pelos canais rotineiros para informações, pareceres, despa- necessariamente contraditórios, com oportunidade de defe-
cho final da chefia competente e subsequente arquivamen- sa e estrita observância do devido processo legal, sob pena
to. Tais expedientes, que a rotina chama indevidamente de de nulidade da sanção imposta. A sua instauração deve ser
“processo”, não geram, nem alteram, nem suprimem direitos baseada em auto de infração, representação ou peça equi-
dos administrados, da Administração ou de seus servidores, valente, iniciando-se com a exposição minuciosa dos atos
apenas encerram papéis, registram situações administrati- ou fatos ilegais ou administrativamente ilícitos, atribuídos
vas, recebem pareceres e despachos de tramitação ou me- ao indiciado e indicação da norma ou convenção infringi-
ramente enunciativos de situações pré-existentes, a exemplo da. O processo punitivo poderá ser realizado por um só re-
dos pedidos de certidões, das apresentações de documentos presentante da Administração ou por comissão. O essencial
para certos registros internos e outros da rotina burocrática. é que se desenvolva com regularidade formal em todas as
suas fases, para legitimar a sanção imposta a final. Nesses
b) Processo de outorga: todo aquele em que se pleiteia procedimentos são adotáveis, subsidiariamente, os preceitos
algum direito ou situação individual perante a Administra- do processo penal comum, quando não conflitantes com as
ção. Em regra, tem rito especial, mas não contraditório, a normas administrativas pertinentes. Embora a graduação
não ser quando há oposição de terceiros ou impugnação da das sanções administrativas – demissão, multa, embargo de
própria Administração. Nestes casos, é preciso dar oportu-
obra, destruição de coisas, interdição de atividade e outras –
nidade de defesa ao interessado, sob pena de nulidade da
seja discricionária, não é arbitrária e, por isso, deve guardar
decisão final. São exemplos desse tipo os processos de licen-
correspondência e proporcionalidade com a infração apu-
ciamento de edificações, de licença de habite-se, de alvará
rada no respectivo processo, além de estar expressamente
de funcionamento, de isenção tributária e outros que con-
prevista em norma administrativa, pois não é dado à Admi-
substanciam pretensões de natureza negocial entre o par-
nistração aplicar penalidade não estabelecida em lei, decre-
ticular e a Administração ou envolvam atividades sujeitas à
fiscalização do Poder Público. As decisões finais proferidas to ou contrato, como não o é sem o devido processo legal,
nesses processos tornam-se vinculantes e irretratáveis pela que se erige em garantia individual de nível constitucional.
Administração porque, geralmente, geram direito subjetivo
para o beneficiário, salvo quando aos atos precários, que, Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofí-
por sua natureza, admitam modificação ou supressão sumá- cio ou a pedido de interessado.
ria a qualquer tempo. Nos demais casos a decisão é defini- A autoridade responsável pelo processamento pode ini-
tiva e só modificável quando eivada de nulidade originária, ciar o processo administrativo, mas um interessado também
ou por infração das normas legais no decorrer da execução, pode pedir que o faça.
ou, ainda, por interesse público superveniente que justifique
a revogação da outorga com a devida indenização, que pode Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos
chegar ao caso de prévia desapropriação. em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por
escrito e conter os seguintes dados:
c) Processo de controle: todo aquele em que a Admi- I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
nistração realiza verificações e declara situações, direitos ou II - identificação do interessado ou de quem o represente;
condutas do administrado ou de servidor, com caráter vincu- III - domicílio do requerente ou local para recebimento
lante para as partes. Tais processos, normalmente, têm rito de comunicações;
próprio e, quando neles se deparam irregularidades puníveis, IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de
exigem oportunidade de defesa ao interessado, antes do seu seus fundamentos;
encerramento, sob pena de invalidade do resultado da apu- V - data e assinatura do requerente ou de seu represen-
ração. O processo de controle, também chamado de deter- tante.
minação ou de declaração, não se confunde com o processo Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa
punitivo, porque, enquanto neste se apura a falta e se aplica imotivada de recebimento de documentos, devendo o ser-
a penalidade cabível, naquele apenas se verifica a situação vidor orientar o interessado quanto ao suprimento de even-
ou a conduta do agente e se proclama o resultado para efei- tuais falhas.
tos futuros. São exemplos de processos administrativos de
controle os de prestação de contas perante órgãos públicos, Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão
os de verificação de atividades sujeitas à fiscalização, o de elaborar modelos ou formulários padronizados para assun-
lançamento tributário e o de consulta fiscal. Nesses proces- tos que importem pretensões equivalentes.
sos a decisão final é vinculante para a Administração e para

7
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de inte- Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, pode- rão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
rão ser formulados em um único requerimento, salvo precei- competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes
to legal em contrário. não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
As regras a respeito do início do processo administrativo social, econômica, jurídica ou territorial.
mostram que a Administração tem interesse de que o ad- Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo apli-
ministrado tenha acesso à via decisória administrativa. Por ca-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos
isso, embora exija formalidades, se coloca numa posição de respectivos presidentes.
esclarecedora de falhas e de responsável por direcionamen-
tos quanto ao conteúdo dos requerimentos. Não obstante, Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
aceita requerimento coletivo se o conteúdo e o fundamento I - a edição de atos de caráter normativo;
dele for idêntico. II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
CAPÍTULO V autoridade.
DOS INTERESSADOS
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser
Art. 9o São legitimados como interessados no processo publicados no meio oficial.
administrativo: § 1o O ato de delegação especificará as matérias e pode-
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu- res transferidos, os limites da atuação do delegado, a dura-
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do ção e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo
direito de representação; conter ressalva de exercício da atribuição delegada.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di- § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
reitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a pela autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencio-
ser adotada;
nar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão edita-
III - as organizações e associações representativas, no
das pelo delegado.
tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituí-
Delegação é a transferência da competência para deci-
das quanto a direitos ou interesses difusos.
dir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação não
pode ser genérico, devendo delimitar qual a abrangência da
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrati-
transferência (matérias e poderes). Tal delegação pode ser
vo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial cancelada a qualquer tempo.
em ato normativo próprio.
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de direitos Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por
e interesses diretos, podem ser interessadas pessoas que pos- motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
sam ter direitos ameaçados em decorrência da decisão do temporária de competência atribuída a órgão hierarquica-
processo; também as organizações e associações represen- mente inferior.
tativas podem defender interesses coletivos e as pessoas ou Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou a
associações legítimas podem invocar a tutela de interesses outrem, o que poderá ocorrer por um período de tempo.
difusos”.
Interesses coletivos são os que pertencem a um grupo Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulga-
que não se sabe o número total, mas cujo número total é rão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando
possível ser definido, pois os critérios para definir quem faz conveniente, a unidade fundacional competente em matéria
parte dele são claros, sendo necessário que o número de de interesse especial.
atingidos seja relevante (sob pena de se caracterizar ape-
nas interesse individual homogêneo). O interesse coletivo se Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o pro-
difere do interesse difuso porque no interesse difuso não é cesso administrativo deverá ser iniciado perante a autorida-
possível estabelecer com clareza quem faz parte do grupo e de de menor grau hierárquico para decidir.
quem não faz. 
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VI DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
DA COMPETÊNCIA
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos o servidor ou autoridade que:
órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, sal- I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
vo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. II - tenha participado ou venha a participar como perito,
Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem
apurar determinadas matérias por processo administrativo, quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o
ele não pode se omitir. terceiro grau;

8
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

III - esteja litigando judicial ou administrativamente com Não existem muitas formalidades que cercam os atos do
o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. processo administrativo, mas é preciso que eles sejam escri-
tos em vocabulário adequado com data, local e assinatura.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impe- Diante da dispensa de formalidades, não seria razoável sem-
dimento deve comunicar o fato à autoridade competente, pre exigir reconhecimento da assinatura. Os atos são prati-
abstendo-se de atuar. cados em dias úteis (segunda a sábado), no horário regular
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o de funcionamento da repartição. O prazo para a prática dos
impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. atos é de cinco dias, prorrogáveis para 10 mediante justifi-
cação (na prática, não é o que acontece porque a Adminis-
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou tração é sobrecarregada de processos e não há sanção pelo
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória descumprimento do prazo).
com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges,
companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição pode-
rá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o
No impedimento é vedada a participação porque processo administrativo determinará a intimação do interes-
intensa a possibilidade de que não se permaneça isen- sado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
to na condução do processo, na suspeição o risco é me- § 1o A intimação deverá conter:
nor mas - ainda assim - o afastamento é conveniente I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti-
(por isso o processo continua em andamento se a alegação dade administrativa;
de suspeição for afastada e dela se recorrer). II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
CAPÍTULO VIII IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO fazer-se representar;
PROCESSO V - informação da continuidade do processo indepen-
dentemente do seu comparecimento;
Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen- VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
dem de forma determinada senão quando a lei expressa- § 2o A intimação observará a antecedência mínima de
mente a exigir. três dias úteis quanto à data de comparecimento.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escri- § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no pro-
to, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a cesso, por via postal com aviso de recebimento, por telegra-
assinatura da autoridade responsável. ma ou outro meio que assegure a certeza da ciência do in-
§ 2o  Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma teressado.
somente será exigido quando houver dúvida de autentici- § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhe-
dade. cidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efe-
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia tuada por meio de publicação oficial.
poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem ob-
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas se- servância das prescrições legais, mas o comparecimento do
quencialmente e rubricadas. administrado supre sua falta ou irregularidade.

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias Art. 27. O desatendimento da intimação não importa
úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
qual tramitar o processo. direito pelo administrado.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o garantido direito de ampla defesa ao interessado.
curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado
ou à Administração. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro-
cesso que resultem para o interessado em imposição de de-
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do ór- veres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e
gão ou autoridade responsável pelo processo e dos adminis- atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.
trados que dele participem devem ser praticados no prazo de
cinco dias, salvo motivo de força maior. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interessado
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser de alguma decisão ou do dever de comparecer para prestar
dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. informações. Ela possui um conteúdo específico e deve ser
feita pessoalmente, a não ser quando o interessado for in-
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferen- determinado, desconhecido ou com domicílio desconhecido,
cialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado caso em que se aceitará intimação por edital. Não obede-
se outro for o local de realização. cidas as formalidades, a intimação é nula, de forma que é

9
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

como se os atos do processo que deveriam ser cientificados “Audiência pública é um instrumento que leva a uma
não o tivessem sido, fazendo com que ele volte ao estágio decisão política ou legal com legitimidade e transparência.
em que a pessoa deveria ter sido intimada. O desatendimen- Cuida-se de uma instância no processo de tomada da de-
to de uma intimação não faz com que se presuma que o in- cisão administrativa ou legislativa, através da qual a auto-
timado estava errado. Destaque para o art. 28, que delimita ridade competente abre espaço para que todas as pessoas
as espécies de situações em que cabe intimação. que possam sofrer os reflexos dessa decisão tenham opor-
tunidade de se manifestar antes do desfecho do processo.
CAPÍTULO X É através dela que o responsável pela decisão tem acesso,
DA INSTRUÇÃO simultaneamente e em condições de igualdade, às mais va-
riadas opiniões sobre a matéria debatida, em contato direto
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi- com os interessados”. 
guar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão res- Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em ma-
ponsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interes- téria relevante, poderão estabelecer outros meios de partici-
sados de propor atuações probatórias. pação de administrados, diretamente ou por meio de orga-
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar nizações e associações legalmente reconhecidas.
dos autos os dados necessários à decisão do processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos in- Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e
teressados devem realizar-se do modo menos oneroso para de outros meios de participação de administrados deverão
estes. ser apresentados com a indicação do procedimento adotado.

Atividades de instrução são as atividades de produção Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a
de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova é “o con- audiência de outros órgãos ou entidades administrativas po-
junto de meios produtores da certeza jurídica ou o conjunto derá ser realizada em reunião conjunta, com a participação
de meios utilizados para demonstrar a existência de fatos de titulares ou representantes dos órgãos competentes, la-
vrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.
relevantes para o processo”; sob o aspecto subjetivo, prova
“é a própria convicção que se forma no espírito do julgador
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha
a respeito da existência ou inexistência de fatos alegados no
alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão compe-
processo”.
tente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados
provas obtidas por meios ilícitos.
estão registrados em documentos existentes na própria Admi-
nistração responsável pelo processo ou em outro órgão admi-
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assun- nistrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de
to de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.
despacho motivado, abrir período de consulta pública para O interessado deve provar o que alegou, salvo quando a
manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se prova estiver em documento que esteja em poder da Adminis-
não houver prejuízo para a parte interessada. tração, caso em que ela deverá de ofício provê-los (ou cópias).
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divul-
gação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an-
jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para tes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres,
oferecimento de alegações escritas. requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, referentes à matéria objeto do processo.
por si, a condição de interessado do processo, mas confere o § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados
direito de obter da Administração resposta fundamentada, na motivação do relatório e da decisão.
que poderá ser comum a todas as alegações substancial- § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante deci-
mente iguais. são fundamentada, as provas propostas pelos interessados
Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou pro-
de auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da socie- telatórias.
dade sobre temas de importância. Esse sistema permite O interessado tem direito à prova, juntando documentos
intensificar a articulação entre a representatividade e a e requerendo diligências e perícias, mas não pode abusar
sociedade, permitindo que a sociedade participe da for- deste direito, requerendo provas não autorizadas pelo direi-
mulação e definição de políticas públicas. O IBAMA cos- to, que não tenham a ver com o caso ou que apenas visem
tuma utilizar deste recurso na tomada de suas decisões prorrogar o processo.
.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de infor-
Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autori- mações ou a apresentação de provas pelos interessados ou
dade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencio-
audiência pública para debates sobre a matéria do processo. nando-se data, prazo, forma e condições de atendimento.

10
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, pode- Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
rá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o
de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e for-
mulará proposta de decisão, objetivamente justificada, enca-
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos soli- minhando o processo à autoridade competente.
citados ao interessado forem necessários à apreciação de
pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela CAPÍTULO XI
Administração para a respectiva apresentação implicará ar- DO DEVER DE DECIDIR
quivamento do processo.
O interessado deve ser intimado quando for necessária a Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente
apresentação de informações ou provas e, não comparecen- emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicita-
do perante a Administração, embora não se presuma que ela ções ou reclamações, em matéria de sua competência.
esteja correta, será feito o arquivamento do processo. Diante
disso, o interessado poderá, no futuro, abri-lo novamente. Art. 49. Concluída a instrução de processo administra-
tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou di- decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente
ligência ordenada, com antecedência mínima de três dias motivada.
úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. A autoridade competente não pode se eximir de decidir,
possuindo um prazo de 30 dias após o fim do processo ad-
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um ministrativo para tanto.
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo má-
ximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada CAPÍTULO XII
necessidade de maior prazo.
DA MOTIVAÇÃO
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser
emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados,
a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosse- II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
guimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da III - decidam processos administrativos de concurso ou
responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. seleção pública;
As situações são diferentes conforme o parecer obrigue IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de proces-
que a decisão seja tomada num determinado sentido (vincu- so licitatório;
lante) ou não. V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos adminis- questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e re-
trativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinala- latórios oficiais;
do, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou con-
técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade validação de ato administrativo.
técnica equivalentes. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruen-
te, podendo consistir em declaração de concordância com
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direi- fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões
to de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
outro prazo for legalmente fixado. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda-
poderá se manifestar. mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou
garantia dos interessados.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pú- § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e
blica poderá motivadamente adotar providências acautela- comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou
doras sem a prévia manifestação do interessado. de termo escrito.
Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
ser tomadas num determinado momento do processo mas, A Administração não pode impor arbitrariamente suas
para evitar que ela se torne impossível posteriormente, ela decisões, devendo justificá-las. Quando da decisão de um
é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma testemunha que processo administrativo, deverá explicar em que normas ju-
está no leito de morte. rídicas se baseou e como elas se interligam aos fatos apura-
dos. É possível fazer remissões a pareceres, informações, de-
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e cisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo de forma explícita,
a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e docu- clara e congruente. O uso de tecnologias otimiza os serviços,
mentos que o integram, ressalvados os dados e documentos mas é preciso atenção a cada caso, não prejudicando direito
de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacida- ou garantia do interessado. Toda decisão deverá ser transcri-
de, à honra e à imagem. ta, caso seja proferida oralmente.

11
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO XIII CAPÍTULO XV


DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
DO PROCESSO
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação face de razões de legalidade e de mérito.
escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a
ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias,
§ 1o  Havendo vários interessados, a desistência ou re- o encaminhará à autoridade superior.
núncia atinge somente quem a tenha formulado. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso ad-
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme ministrativo independe de caução.
o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Ad- § 3o  Se o recorrente alegar que a decisão administrativa
ministração considerar que o interesse público assim o exige. contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autori-
dade prolatora da decisão impugnada, se não a reconside-
rar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da
o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da
súmula, conforme o caso.
decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato
O recurso poderá questionar se houve correta aplicação
superveniente. da lei ou se houve correta interpretação dos fatos. Ele será
interposto para a autoridade que proferiu a decisão, que po-
Caso o interessado não queira prosseguir com o proces- derá reconsiderar em 5 dias e, caso não o faça, encaminhará
so, poderá desistir dele por completo ou de parte dele. No à autoridade superior.
entanto, se o interesse público for maior, a Administração Súmula vinculante é uma espécie de orientação profe-
poderá continuar (por exemplo, indícios de que o interessado rida pelo Supremo Tribunal Federal de observância obriga-
praticou um ilícito contra a Administração). Se existir mais tória em todas instâncias de julgamento, judiciais ou admi-
de um interessado, a desistência só atinge o que desistiu. nistrativas.
Extinção é o término do processo, que se dará quando
sua finalidade tiver acabado ou quando seu objeto se tornar Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por
impossível, inútil ou prejudicado. três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

CAPÍTULO XIV Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi-
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO nistrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, no processo;
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os mente afetados pela decisão recorrida;
direitos adquiridos. III - as organizações e associações representativas, no
tocante a direitos e interesses coletivos;
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os interesses difusos.
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma
foram praticados, salvo comprovada má-fé. que algum direito ou garantia que ela estava defendendo no
processo tenha obtido uma decisão contrária.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o pra-
zo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o
pagamento.
prazo para interposição de recurso administrativo, contado
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
medida de autoridade administrativa que importe impugna- § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso ad-
ção à     validade do ato. ministrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta
dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarreta- § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá
rem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser conva- Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem até 10
lidados pela própria Administração. dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a autoridade
tem até 30 dias para julgar, os quais podem ser prorrogados
Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados por mais 30.
contrários às formalidades legais, deverão ser anulados. Po-
derão também ser anulados atos não viciados no exercício Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento
da discricionariedade administrativa, mas para tanto é pre- no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedi-
ciso respeitar os direitos adquiridos dos interessados. do de reexame, podendo juntar os documentos que julgar
convenientes.

12
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso da súmula, conforme o caso. Também se dará ciência à au-
não tem efeito suspensivo. toridade prolatora para que passe a decidir conforme a Sú-
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de mula VInculante violada.
difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a au-
toridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de Art. 65. Os processos administrativos de que resultem
ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido
Significa que a decisão recorrida será cumprida, inde- ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias
pendentemente de haver recurso pendente. No entanto, tal relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
efeito suspensivo pode ser concedido, conforme a exceção do aplicada.
parágrafo único. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá re-
sultar agravamento da sanção.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um processo
dele conhecer deverá intimar os demais interessados para já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção aplicada
que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. não poderá ser agravada.
Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar
início ao seu processamento, as partes devem ser ouvidas no CAPÍTULO XVI
prazo de 5 dias. DOS PRAZOS

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data
I - fora do prazo; da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do
II - perante órgão incompetente; começo e incluindo-se o do vencimento.
III - por quem não seja legitimado; § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia
IV - após exaurida a esfera administrativa. útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo
a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para
contínuo.
recurso.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Ad-
data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia
ministração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o
ocorrida preclusão administrativa.
último dia do mês.
Por não conhecimento entende-se a não apreciação do
mérito do recurso porque ele não preencheu alguma das for-
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente com-
malidades legais. provado, os prazos processuais não se suspendem.
Publicados oficialmente os atos, o prazo começa a correr,
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po- excluído o dia da publicação e incluído o dia do vencimento.
derá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou par- Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia 1º, começa a
cialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua com- contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do vencimento, que
petência. é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil, começaria a se contar
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar- do 1º dia útil que o seguisse, assim como se dia 11 não o fos-
tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este se somente haveria vencimento no 1º dia útil que o seguisse.
deverá ser cientificado para que formule suas alegações an- Somente se suspende um prazo por motivo de força
tes da decisão. maior.
Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele ser
cientificado para se manifestar. CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
Art. 64-A.  Se o recorrente alegar violação de enunciado
da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabi- competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em
lidade da súmula, conforme o caso. obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o
direito de defesa.
Art. 64-B.  Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia cer-
reclamação fundada em violação de enunciado da súmula ta, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação de fazer
vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao ór- ou não fazer algo.
gão competente para o julgamento do recurso, que deverão
adequar as futuras decisões administrativas em casos seme- CAPÍTULO XVIII
lhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
cível, administrativa e penal.
Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o ato Art. 69. Os processos administrativos específicos conti-
administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, de- nuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas
terminando que outra seja proferida com ou sem aplicação subsidiariamente os preceitos desta Lei.

13
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 69-A.  Terão prioridade na tramitação, em qualquer 3) P + inválido = ineficaz. O ato perfeito e inválido é, em
órgão ou instância, os procedimentos administrativos em regra, ineficaz.
que figure como parte ou interessado: 4) P + inválido = eficaz. O ato perfeito e inválido pode
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) ser eficaz se já tiver gerado efeitos próprios e for relevante
anos; para a segurança jurídica manter tais efeitos.
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; 5) Imperfeito = inválido + ineficaz. O ato imperfeito não
III - (VETADO) é válido e nem eficaz.
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose 6) Imperfeito = inválido + eficaz. O ato imperfeito pode
múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversí- gerar efeitos impróprios, que não dependem da execução do
vel e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, ato, como o efeito impróprio reflexo (repercussão em outros
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopa- atos ou situações jurídicas) e o efeito impróprio prodrômico
tia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte de- (efeito de natureza procedimental que implica numa provi-
formante), contaminação por radiação, síndrome de imuno- dência ou etapa necessária para aperfeiçoamento do ato,
deficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em como a manifestação de um segundo agente ou órgão).
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença 7) Imperfeito = válido + ineficaz. O ato imperfeito pode
tenha sido contraída após o início do processo. preencher os requisitos de validade, mas se lhe faltar um
§ 1o  A pessoa interessada na obtenção do benefício, jun- pressuposto especial será imperfeito e, logo, ineficaz.
tando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
administrativa competente, que determinará as providências Quanto à autoexecutoriedade, atributo do ato admi-
a serem cumpridas. nistrativo, em regra, a Administração pode concretamente
§ 2o  Deferida a prioridade, os autos receberão identifica- executar seus atos independente da manifestação do Poder
ção própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. Judiciário, mesmo quando estes afetam diretamente a esfera
§ 3o  (VETADO)  jurídica de particulares.
§ 4o  (VETADO) 
4.11 Atos administrativos simples, complexos e com-
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
postos.
ção.
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais leis
Classificação dos atos quanto à formação (processo de
que de alguma forma abordem os procedimentos adminis-
elaboração):
trativos. Ou seja, será usada quando não houver regulamen-
1) Ato simples: nasce por meio da manifestação de von-
tação específica.
tade de um órgão (unipessoal ou colegiado) ou agente da
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência e Administração.
111o da República. 2) Ato complexo: nasce da manifestação de vontade de
mais de um órgão ou agente administrativo.
4.8 Fatos da administração pública: atos da administra- 3) Ato composto: nasce da manifestação de vontade de
ção pública e fatos administrativos. um órgão ou agente, mas depende de outra vontade que o
ratifique para produzir efeitos e tornar-se exequível.
Vide tópico 4.2.
4.12 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e mul-
4.9 Formação do ato administrativo: elementos, proce- tilaterais.
dimento administrativo.
Atos unilaterais: São aqueles formados pela manifesta-
Vide tópico 4.1. ção de vontade de uma única pessoa. Ex.: Demissão - Para
Hely Lopes Meirelles, só existem os atos administrativos uni-
4.10 Validade, eficácia e auto executoriedade do ato laterais.
administrativo. Atos bilaterais: São aqueles formados pela manifestação
de vontade de duas pessoas.
Destaca-se esquemática trazida por Baldacci Atos multilaterais: São aqueles formados pela vontade
: de mais de duas pessoas.
- Quando todos os pressupostos especiais exigidos por Ex.: Contrato administrativo.
lei estiverem presentes, falamos que o ato é perfeito (P).
- Quando estes pressupostos preenchidos respeitarem o Classificação quanto ao destinatário:
que a lei exige, falamos que é válido (V). 1) Atos gerais: dirigidos à coletividade em geral, com fi-
- Quando está apto a surtir seus efeitos próprios falamos nalidade normativa, atingindo uma gama de pessoas que
que é eficaz (E). estejam na mesma situação jurídica nele estabelecida. O
1) P + V = E. Os atos perfeitos e válidos são eficazes em particular não pode impugnar, pois os efeitos são para todos.
regra. 2) Atos individuais: dirigidos a pessoa certa e determi-
2) P + V = ineficaz. Os atos perfeitos e válidos podem não nada, criando situações jurídicas individuais. O particular
ser eficazes se estiver pendente o implemento de condição. atingido pode impugnar.

14
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Classificação quanto ao seu regramento: vontade da administração pública, mas, em verdade, não se
1) Atos vinculados: são os que possuem todos os pressu- origina de um agente público, mas de alguém que se pas-
postos e elementos necessários para sua prática e perfeição sa por tal condição, como o usurpador de função. [...] Ato
previamente estabelecidos em lei que autoriza a prática da- anulável é o que apresenta defeito sanável, ou seja, passível
quele ato. O administrador é um “mero cumpridor de leis”. de convalidação pela própria administração que o praticou,
Também se denomina ato de exercício obrigatório. desde que ele não seja lesivo ao interesse público, nem cau-
2) Atos discricionários: são os atos que possuem parte se prejuízo a terceiros. São sanáveis o vício de competência
de seus pressupostos e elementos previamente fixados pela quanto à pessoa, exceto se se tratar de competência exclusi-
lei autorizadora. No mínimo, a competência, a finalidade e a va, e o vício de forma, a menos que se trate de forma exigida
forma estão previamente fixados na lei – são os pressupostos pela lei como condição essencial à validade do ato”.
vinculados. Aquilo que está em branco ou indefinido na lei Os vícios dos atos administrativos podem se referir a su-
será preenchido pelo administrador. Tal preenchimento deve jeitos, notadamente: a) Vícios de incompetência do sujeito –
ser feito motivadamente com base em fatos e circunstân- pode restar caracterizado o crime de usurpação de função
cias que somente o administrador pode escolher. Contudo, (artigo 328, CP), gerando ato inexistente; pode caracterizar
tal escolha não é livre, os fatos e circunstâncias devem ser excesso de poder, quando excede os limites da competência
adequados (razoáveis e proporcionais) aos limites e inten- que tem, o sujeito pode incidir no crime de abuso de autori-
ções da lei. dade; pode se detectar função de fato, quando quem pratica
Quanto ao grau de subordinação à norma, os atos ad- o ato está irregularmente investido no cargo, emprego ou
ministrativos se classificam em vinculados ou discricionários. função – situação com aparência de legalidade – ato conside-
“Os atos vinculados são aqueles que tem o procedimento rado válido; b) Vícios de incapacidade do sujeito – pode haver
quase que plenamente delineados em lei, enquanto os dis- impedimento ou suspeição, ambos casos de anulabilidade.
cricionários são aqueles em que o dispositivo normativo per- Os vícios dos atos administrativos também podem se
mite certa margem de liberdade para a atividade pessoal do referir ao objeto, quando ele for proibido por lei – ato ilegal
agente público, especialmente no que tange à conveniência = nulo; diverso do previsto legalmente para o caso concre-
e oportunidade, elementos do chamado mérito adminis- to; impossível (exemplo: a nomeação para cargo que não
trativo. A discricionariedade como poder da Administração existe); imoral; indeterminado (desapropriação de bem não
deve ser exercida consoante determinados limites, não se definido com precisão).
constituindo em opção arbitrária para o gestor público, ra- Os vícios podem atingir a forma, quando a lei expressa-
zão porque, desde há muito, doutrina e jurisprudência re- mente exige e não é respeitada, e ainda o motivo, quando pres-
petem que os atos de tal espécie são vinculados em vários supostos de fato e/ou de direito não existem e/ou são falsos.
de seus aspectos, tais como a competência, forma e fim” Por fim, tem-se os vícios relativos à finalidade, que são
. O ato discricionário, por não se sujeitar aos mesmos limites desvio de poder ou desvio de finalidade, quando o agente
da lei, pratica ato administrativo sem observar o interesse público
A doutrina, de forma amplamente majoritária, nega e/ou o objetivo (finalidade) previsto em lei.
relevância jurídica aos chamados atos administrativos ine- “A teoria dos motivos determinantes está relacionada
xistentes sob o fundamento de que seriam equivalentes aos à prática de atos administrativos e impõe que, uma vez de-
atos nulos. clarado o motivo do ato, este deve ser respeitado. Esta teoria
Feita a ressalva, coloca-se a lição de Celso Antonio Ban- vincula o administrador ao motivo declarado. Para que haja
deira de Melo ao discorrer sobre os atos administrativos ine- obediência ao que prescreve a teoria, no entanto, o motivo
xistentes no sentido de que “consistem em comportamentos há de ser legal, verdadeiro e compatível com o resultado.
que correspondem a condutas criminosas, portanto, fora do Vale dizer, a teoria dos motivos determinantes não condicio-
possível jurídico e radicalmente vedadas pelo Direito”. na a existência do ato, mas sim sua validade”.
O ato inexistente é aquele que não reúne os elementos Convalidação é o ato administrativo que, com efeitos re-
necessários à sua formação e, assim, não produz qualquer troativos, sana vício de ato antecedente, de modo a torná-lo
consequência jurídica. Já o ato nulo é o ato que embora reú- válido desde o seu nascimento, ou seja, é um ato posterior
na os elementos necessários a sua existência, foi praticado que sana um vício de um ato anterior, transformando-o em
com violação da lei, da ordem pública, dos bons costumes ou válido desde o momento em que foi praticado.
com inobservância da forma legal. Há alguns autores que não aceitam a convalidação dos
atos, sustentando que os atos administrativos somente po-
“Ato nulo é aquele que nasce com vício insanável, nor- dem ser nulos. Os únicos atos que se ajustariam à convalida-
malmente resultante da ausência de um de seus elementos ção seriam os atos anuláveis.
constitutivos, ou de defeito substancial em algum deles (por Existem três formas de convalidação:
exemplo, o ato com motivo inexistente, o ato com objeto não - Ratificação: é a convalidação feita pela própria autori-
previsto em lei e o ato praticado com desvio de finalidade). dade que praticou o ato;
O ato nulo está em desconformidade com a lei e com os - Confirmação: é a convalidação feita por autoridade su-
princípios jurídicos (é um ato ilegal e ilegítimo) e seu defeito perior àquela que praticou o ato;
não pode ser convalidado (corrigido). O ato nulo não pode - Saneamento: é a convalidação feita por ato de terceiro,
produzir efeitos válidos entre as partes. [...] Ato inexistente ou seja, não é feita nem por quem praticou o ato nem por
é aquele que possui apenas aparência de manifestação de autoridade superior.

15
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Não se deve confundir a convalidação com a conversão significa transferir a execução de um serviço público de um
do ato administrativo. Há um ato viciado e, para regularizar órgão para o outro dentro da própria Administração; con-
a situação, ele é transformado em outro, de diferente tipolo- centração significa manter a execução central ao chefe do
gia. O ato nulo, embora não possa ser convalidado, poderá Executivo em vez de atribui-la a outra autoridade da Admi-
ser convertido, transformando-se em ato válido. nistração direta.
Passemos a esmiuçar estes conceitos:
Extinção dos atos administrativos: revogação, anulação Desconcentração implica no exercício, pelo chefe do Exe-
e cassação cutivo, do poder de delegar certas atribuições que são de sua
competência privativa. Neste sentido, o previsto na CF:
Pode se dar nas seguintes situações:
1) Cumprimento dos seus Efeitos: Cumprindo todos os
seus efeitos, não terá mais razão de existir sob o ponto de Artigo 84, parágrafo único, CF. O Presidente da Repú-
vista jurídico. blica poderá delegar as atribuições mencionadas nos inci-
2) Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto do Ato: Se sos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado,
o sujeito ou o objeto perecer, o ato será considerado extinto. ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da
3) Retirada: Ocorre a edição de outro ato jurídico que União, que observarão os limites traçados nas respectivas
elimina o ato. Pode se dar por anulação, que é a retirada delegações.
do ato administrativo em decorrência de sua invalidade, re-
conhecida judicial ou administrativamente, preservando-se Neste sentido:
os direitos dos terceiros de boa-fé; por revogação, que é a
retirada do ato administrativo em decorrência da sua incon- Artigo 84, VI, CF. dispor, mediante decreto, sobre: 
veniência ou inoportunidade em face dos interesses públicos, a) organização e funcionamento da administração fede-
sendo o ato válido e praticado dentro da Lei, efetuando-se ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação
a revogação na via administrativa; cassação, que é a reti- ou extinção de órgãos públicos; 
rada do ato administrativo em decorrência do beneficiário b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
ter descumprido condição tida como indispensável para a Artigo 84, XII, CF. conceder indulto e comutar penas,
manutenção do ato; contraposição ou derrubada, que é a re-
com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
tirada do ato administrativo em decorrência de ser expedido
Artigo 84, XXV, CF. prover e extinguir os cargos públicos
outro ato fundado em competência diversa da do primeiro,
mas que projeta efeitos antagônicos ao daquele, de modo federais, na forma da lei; (apenas o provimento é delegável,
a inibir a continuidade da sua eficácia; caducidade, que é a não a extinção)
retirada do ato administrativo em decorrência de ter sobre-
vindo norma superior que torna incompatível a manutenção Com efeito, o chefe do Poder Executivo federal tem op-
do ato com a nova realidade jurídica instaurada. ções de delegar parte de suas atribuições privativas para os
4) Renúncia: É a extinção do ato administrativo eficaz Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República ou o
em virtude de seu beneficiário não mais desejar a sua con- Advogado-Geral da União. O Presidente irá delegar com re-
tinuidade. A renúncia só tem cabimento em atos que conce- lação de hierarquia cada uma destas essencialidades dentro
dem privilégios e prerrogativas. da estrutura organizada do Estado. Reforça-se, desconcen-
5) Recusa: É a extinção do ato administrativo ineficaz em trar significa delegar com hierarquia, pois há uma relação
decorrência do seu futuro beneficiário não manifestar con- de subordinação dentro de uma estrutura centralizada, isto
cordância, tida como indispensável para que o ato pudesse é, os Ministros de Estado, o Procurador-Geral da República
projetar regularmente seus efeitos. Se o futuro beneficiário e o Advogado-Geral da União respondem diretamente ao
recusa a possibilidade da eficácia do ato, esse será extinto. Presidente da República e, por isso, não possuem plena dis-
cricionariedade na prática dos atos administrativos que lhe
foram delegados.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: ADMINIS- Concentrar, ao inverso, significa exercer atribuições pri-


TRAÇÃO DIRETA E INDIRETA; CENTRALIZADA vativas da Administração pública direta no âmbito mais cen-
E DESCENTRALIZADA; AUTARQUIAS, FUNDA- tral possível, isto é, diretamente pelo chefe do Poder Execu-
ÇÕES, EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE tivo, seja porque não são atribuições delegáveis, seja porque
ECONOMIA MISTA se optou por não delegar.

Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da


República:
Centralização, descentralização, concentração e descon- I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
centração II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a dire-
ção superior da administração federal;
Em linhas gerais, descentralização significa transferir a III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
execução de um serviço público para terceiros que não se con- previstos nesta Constituição;
fundem com a Administração direta; centralização significa IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
situar na Administração direta atividades que, em tese, pode- como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
riam ser exercidas por entidades de fora dela; desconcentração V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

16
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

VI - dispor, mediante decreto, sobre:  a atos administrativos que somente possam ser praticados
a) organização e funcionamento da administração fede- pela Administração direta porque se referem a interesses es-
ral, quando não implicar aumento de despesa nem criação tatais diversos previstos ou não na CF. Descentralizar é uma
ou extinção de órgãos públicos;  delegação sem relação de hierarquia, pois é uma delegação
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;  de um ente para outro (não há subordinação nem mesmo
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acredi- quanto ao chefe do Executivo, há apenas uma espécie de
tar seus representantes diplomáticos; tutela ou supervisão por parte dos Ministérios – se trata de
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacio- vínculo e não de subordinação).
nais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Basicamente, se está diante de um conjunto de pessoas
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; jurídicas estatais criadas ou autorizadas por lei para pres-
X - decretar e executar a intervenção federal; tarem serviços de interesse do Estado. Possuem patrimônio
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congres- próprio e são unidades orçamentárias autônomas. Ainda,
so Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, exercem em nome próprio direitos e obrigações, responden-
expondo a situação do País e solicitando as providências que do pessoalmente por seus atos e danos.
julgar necessárias; Existem duas formas pelas quais o Estado pode efetuar a
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, descentralização administrativa: outorga e delegação.
se necessário, dos órgãos instituídos em lei; A outorga se dá quando o Estado cria uma entidade e a
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, ela transfere, através de previsão em lei, determinado serviço
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Ae- público e é conferida, em regra, por prazo indeterminado.
ronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para Isso é o que acontece quanto às entidades da Administração
os cargos que lhes são privativos;  Indireta prestadoras de serviços públicos. Neste sentido, o Es-
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os tado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Su- a outras entidades criadas para prestá-los, as quais podem
periores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral tomar a forma de autarquias, empresas públicas, sociedades
da República, o presidente e os diretores do banco central e de economia mista e fundações públicas.
outros servidores, quando determinado em lei; A delegação ocorre quando o Estado transfere, por con-
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Minis- trato ou ato unilateral, apenas a execução do serviço, para
tros do Tribunal de Contas da União; que o ente delegado o preste ao público em seu próprio
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta nome e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado. A
Constituição, e o Advogado-Geral da União; delegação é geralmente efetivada por prazo determinado.
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos Ela se dá, por exemplo, nos contratos de concessão ou nos
termos do art. 89, VII; atos de permissão, pelos quais o Estado transfere aos conces-
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o sionários e aos permissionários apenas a execução temporá-
Conselho de Defesa Nacional; ria de determinado serviço.
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, Centralizar envolve manter na estrutura da Administra-
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, ção direta o desempenho de funções administrativas de inte-
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas resses não essenciais do Estado, que poderiam ser atribuídos
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobi- a entes de fora da Administração por outorga ou delegação.
lização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Administração Pública Direta
Congresso Nacional; Administração Pública direta é aquela formada pelos
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; entes integrantes da federação e seus respectivos órgãos. Os
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, entes políticos são a União, os Estados, o Distrito Federal e os
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou Municípios. À exceção da União, que é dotada de soberania,
nele permaneçam temporariamente; todos os demais são dotados de autonomia.
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, Dispõe o Decreto nº 200/1967:
o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição; Art. 4° A Administração Federal compreende:
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, integrados na estrutura administrativa da Presidência da Re-
as contas referentes ao exercício anterior; pública e dos Ministérios.
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na
forma da lei; A administração direta é formada por um conjunto de
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos núcleos de competências administrativas, os quais já foram
termos do art. 62; tidos como representantes do poder central (teoria da repre-
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Cons- sentação) e como mandatários do poder central (teoria do
tituição. mandato). Hoje, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke,
segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrativos
Descentralizar envolve a delegação de interesses esta- criados e extintos exclusivamente por lei, mas que podem ser
tais para fora da estrutura da Administração direta, o que organizados por decretos autônomos do Executivo (art. 84,
é possível porque não se refere a essencialidades, ou seja, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica própria.

17
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Assim, os órgãos da Administração direta não possuem jurídica em si e os agentes, compõe o Estado um grande
patrimônio próprio; e não assumem obrigações em nome número de repartições internas, necessárias à sua organi-
próprio e nem direitos em nome próprio (não podem ser au- zação, tão grande é a extensão que alcança e tamanha as
tor nem réu em ações judiciais, exceto para fins de mandado atividades a seu cargo. Tais repartições é que constituem os
de segurança – tanto como impetrante como quanto impe- órgãos públicos”.
trado). Já que não possuem personalidade, atuam apenas no “Várias teorias surgiram para explicar as relações do
cumprimento da lei, não atuando por vontade própria. Logo, Estado, pessoa jurídica, com suas agentes: Pela teoria do
órgãos e agentes públicos são impessoais quando agem no mandato, o agente público é mandatário da pessoa jurí-
dica; a teoria foi criticada por não explicar como o Estado,
estrito cumprimento de seus deveres, não respondendo dire-
que não tem vontade própria, pode outorgar o mandato”
tamente por seus atos e danos.
. A origem desta teoria está no direito privado, não tendo
Esta impossibilidade de se imputar diretamente a res- como prosperar porque o Estado não pode outorgar manda-
ponsabilidade a agentes públicos ou órgãos públicos que to a alguém, afinal, não tem vontade própria.
estejam exercendo atribuições da Administração direta é de- Num momento seguinte, adotou-se a teoria da re-
nominada teoria da imputação objetiva, de Otto Giërke, que presentação: “Posteriormente houve a substituição dessa
institui o princípio da impessoalidade. concepção pela teoria da representação, pela qual a von-
Quanto se faz desconcentração da autoridade central tade dos agentes, em virtude de lei, exprimiria a vontade
– chefe do Executivo – para os seus órgãos, se depara com do Estado, como ocorre na tutela ou na curatela, figuras
diversos níveis de órgãos, que podem ser classificados em jurídicas que apontam para representantes dos incapazes.
simples ou complexos (simples se possuem apenas uma Ocorre que essa teoria, além de equiparar o Estado, pes-
estrutura administrativa, complexos se possuem uma rede soa jurídica, ao incapaz (sendo que o Estado é pessoa ju-
de estruturas administrativas) e em unitários ou colegiados rídica dotada de capacidade plena), não foi suficiente para
(unitário se o poder de decisão se concentra em uma pessoa, alicerçar um regime de responsabilização da pessoa jurí-
colegiado se as decisões são tomadas em conjunto e preva- dica perante terceiros prejudicados nas circunstâncias em
lece a vontade da maioria): que o agente ultrapassasse os poderes da representação”
a) Órgãos independentes – encabeçam o poder ou es- . Criticou-se a teoria porque o Estado estaria sendo visto
trutura do Estado, gozando de independência para agir e como um sujeito incapaz, ou seja, uma pessoa que não tem
condições plenas de manifestar, de falar, de resolver pendên-
não se submetendo a outros órgãos. Cabe a eles definir as
cias; bem como porque se o representante estatal exorbitasse
políticas que serão implementadas. É o caso da Presidência seus poderes, o Estado não poderia ser responsabilizado.
da República, órgão complexo composto pelo gabinete, pela Finalmente, adota-se a teoria do órgão, de Otto Giërke,
Advocacia-Geral da União, pelo Conselho da República, pelo segundo a qual os órgãos são apenas núcleos administrati-
Conselho de Defesa, e unitário (pois o Presidente da Repúbli- vos criados e extintos exclusivamente por lei, mas que po-
ca é o único que toma as decisões). dem ser organizados por decretos autônomos do Executivo
b) Órgãos autônomos – estão no primeiro escalão do (art. 84, VI, CF), sendo desprovidos de personalidade jurídica
poder, com autonomia funcional, porém subordinados politi- própria. Com efeito, o Estado brasileiro responde pelos atos
camente aos independentes. É o caso de todos os ministérios que seus agentes praticam, mesmo se estes atos extrapolam
de Estado. das atribuições estatais conferidas, sendo-lhe assegurado o
c) Órgãos superiores – são desprovidos de autonomia intocável e assustador direito de regresso.
ou independência, sendo plenamente vinculados aos órgãos Apresenta-se a classificação dos órgãos:
autônomos. Ex.: Delegacia Regional do Trabalho, vinculada a) Quanto à pessoa federativa: federais, estaduais, dis-
ao Ministério do Trabalho e Emprego; Departamento da Po- tritais e municipais.
lícia Federal, vinculado ao Ministério da Justiça. b) Quanto à situação estrutural: os diretivos, que são
d) Órgãos subalternos – são vinculados a todos acima aqueles que detêm condição de comando e de direção, e os
deles com plena subordinação administrativa. Ex.: órgãos subordinados, incumbidos das funções rotineiras de execução.
c) Quanto à composição: singulares, quando integrados
que executam trabalho de campo, policiais federais, fiscais
em um só agente, e os coletivos, quando compostos por vá-
do MTE.
rios agentes.
ATENÇÃO: O Ministério Público, os Tribunais de Contas d) Quanto à esfera de ação: centrais, que exercem atri-
e as Defensorias Públicas não se encaixam nesta estrutura, buições em todo o território nacional, estadual, distrital e
sendo órgãos independentes constitucionais. Em verdade, municipal, e os locais, que atuam em parte do território.
para Canotilho e outros constitucionalistas, estes órgãos não e) Quanto à posição estatal: são os que representam os
pertencem nem mesmo aos três poderes. poderes do Estado – o Executivo, o Legislativo e o Judiciário.
Conforme Carvalho Filho, “a noção de Estado, como f) Quanto à estrutura: simples ou unitários e compostos.
visto, não pode abstrair-se da de pessoa jurídica. O Estado, Os órgãos compostos são constituídos por vários outros órgãos.
na verdade, é considerado um ente personalizado, seja no
âmbito internacional, seja internamente. Quando se trata de Administração indireta
Federação, vigora o pluripersonalismo, porque além da pes- A Administração Pública indireta pode ser definida como
soa jurídica central existem outras internas que compõem o um grupo de pessoas jurídicas de direito público ou privado,
sistema político. Sendo uma pessoa jurídica, o Estado mani- criadas ou instituídas a partir de lei específica, que atuam
festa sua vontade através de seus agentes, ou seja, as pes- paralelamente à Administração direta na prestação de ser-
soas físicas que pertencem a seus quadros. Entre a pessoa viços públicos ou na exploração de atividades econômicas.

18
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

“Enquanto a Administração Direta é composta de ór- As autarquias são pessoas jurídicas de direito público,
gãos internos do Estado, a Administração Indireta se compõe de natureza administrativa, criadas para a execução de ser-
de pessoas jurídicas, também denominadas de entidades” viços tipicamente públicos, antes prestados pelas entidades
. Em que pese haver entendimento diverso registrado em nossa estatais que as criam. Por serviços tipicamente públicos en-
doutrina, integram a Administração indireta do Estado quatro tenda-se aqueles sem fins lucrativos criados por lei e comum
espécies de pessoa jurídica, a saber: as Autarquias, as Funda- monopólio do Estado.
ções, as Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas. “O termo autarquia significa autogoverno ou governo
Dispõe o Decreto nº 200/1967: próprio, mas no direito positivo perdeu essa noção semânti-
ca para ter o sentido de pessoa jurídica administrativa com
Art. 4° A Administração Federal compreende: relativa capacidade de gestão dos interesses a seu cargo,
II - A Administração Indireta, que compreende as se- embora sob controle do Estado, de onde se originou. Na ver-
guintes categorias de entidades, dotadas de personalidade dade, até mesmo em relação a esse sentido, o termo está ul-
jurídica própria: trapassado e não mais reflete uma noção exata do instituto.
a) Autarquias; [...] Pode-se conceituar autarquia como a pessoa jurídica de
b) Empresas Públicas; direito público, integrante da Administração Indireta, criada
c) Sociedades de Economia Mista. por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter
d) fundações públicas. econômico, sejam próprias e típicas do Estado”.
Logo, as autarquias são regidas integralmente pelo
Ao lado destas, podemos encontrar ainda entes que regime jurídico de direito público, podendo, tão-somente,
prestam serviços públicos por delegação, embora não inte- ser prestadoras de serviços públicos, contando com capital
grem os quadros da Administração, quais sejam, os permis- oriundo da Administração direta. O Código Civil, em seu ar-
sionários, os concessionários e os autorizados. tigo 41, IV, as coloca como pessoas jurídicas de direito públi-
Essas quatro pessoas integrantes da Administração indi- co, embora exista controvérsia na doutrina.
reta serão criadas para a prestação de serviços públicos ou, Carvalho Filho classifica quanto ao regime jurídico: “a)
ainda, para a exploração de atividades econômicas, como no autarquias comuns (ou de regime comum); b) autarquias
caso das empresas públicas e sociedades de economia mista,
especiais (ou de regime especial). Segundo a própria termi-
e atuam com o objetivo de aumentar o grau de especialidade
nologia, é fácil distingui-las: as primeiras estariam sujeitas a
e eficiência da prestação do serviço público ou, quando ex-
uma disciplina jurídica sem qualquer especificidade, ao pas-
ploradoras de atividades econômicas, visando atender a rele-
so que as últimas seriam regidas por disciplina específica,
vante interesse coletivo e imperativos da segurança nacional.
cuja característica seria a de atribuir prerrogativas especiais
Com efeito, de acordo com as regras constantes do ar-
e diferenciadas a certas autarquias”. São exemplos de autar-
tigo 173 da Constituição Federal, o Poder Público só poderá
explorar atividade econômica a título de exceção, em duas quias especiais aquelas criadas para serviços especiais, como
situações, conforme se colhe do caput do referido artigo, a autarquias de ensino (ex.: USP) e autarquias de fiscalização
seguir reproduzido: (ex.: CRM e CREA).
Artigo 173. Ressalvados os casos previstos nesta Cons- A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias:
tituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra),
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Departamento
de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, con- Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conselho Admi-
forme definidos em lei. nistrativo de Defesa Econômica (CADE), Departamento na-
Cumpre esclarecer que, de acordo com as regras consti- cional de Registro do Comércio (DNRC), Instituto Nacional
tucionais e em razão dos fins desejados pelo Estado, ao Po- da Propriedade Industrial (INPI), Instituto Brasileiro do Meio
der Público não cumpre produzir lucro, tarefa esta deferida Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ban-
ao setor privado. Assim, apenas explora atividades econô- co Central do Brasil (Bacen).
micas nas situações indicadas no artigo 173 do Texto Cons- Ainda sobra as autarquias:
titucional. Quando atuar na economia, concorre em grau Contam com patrimônio próprio, constituído a partir de
de igualdade com os particulares, e sob o regime do artigo transferência pela entidade estatal a que se vinculam, por-
170 da Constituição, inclusive quanto à livre concorrência, tanto, capital exclusivamente público.
submetendo-se ainda a todas as obrigações constantes do São dotadas, ainda, de autonomia financeira, planejan-
regime jurídico de direito privado, inclusive no tocante às do seus gastos e compromissos a cada exercício. A proposta
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. orçamentária é encaminhada anualmente ao chefe do Exe-
cutivo, que a inclui no orçamento fiscal da lei orçamentária
Autarquias anual. A própria autarquia presta contas diretamente ao Tri-
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: bunal de Contas.
Podem pagar aos seus credores por meio de precatórios
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com e requisição de pequeno valor, tal como a Administração di-
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para reta. Podem emitir sozinhas certidão de dívida ativa de seus
executar atividades típicas da Administração Pública, que devedores.
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão admi- Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a
nistrativa e financeira descentralizada. todas unidades da federação.

19
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A elas se conferem as mesmas prerrogativas processuais Agências executivas


que à Fazenda Pública, inclusive prazo em dobro para con- Agência executiva é a qualificação conferida a autar-
testar e recorrer, além de reexame necessário da causa em quia, fundação pública ou órgão da administração direta
situações de condenação acima de certos valores. que celebra contrato de gestão com o próprio ente político
Todas autarquias devem ser criadas, organizadas e ex- com o qual está vinculado. As agências executivas se distin-
tintas por lei, que podem ser complementadas por atos do guem das agências reguladoras por não terem como obje-
Executivo, notadamente Decretos. tivo principal o de exercer controle sobre particulares que
As autarquias podem ser federais, estaduais, distritais e prestam serviços públicos, que é o objetivo fundamental das
municipais, contudo não podem ser interestaduais ou inter- agências reguladoras. Assim, a expressão “agências execu-
municipais (não é permitida a associação de unidades fede- tivas” corresponde a um título ou qualificação atribuída à
rativas para a criação de autarquias). autarquia ou a fundações públicas cujo objetivo seja exercer
Devem executar atividades típicas do direito público e, atividade estatal.
notadamente, serviços públicos de natureza social e ativida-
des administrativas, com a exclusão dos serviços e atividades Fundações públicas
de cunho econômico e mercantil. Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
O patrimônio da autarquia é formado por bens públicos,
razão pela qual seu patrimônio se sujeita às mesmas regras IV - Fundação Pública - a entidade dotada de persona-
aplicáveis aos bens públicos em geral, inclusive no que se lidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada
refere à impenhorabilidade e à impossibilidade de oneração em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvi-
e de usucapião. mento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
Os agentes públicos das autarquias são concursados e entidades de direito público, com autonomia administrativa,
estatutários, logo, se sujeitam a estatuto próprio e não à CLT. patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de dire-
Já os dirigentes não precisam ser concursados e são nomea- ção, e funcionamento custeado por recursos da União e de
dos e destituídos livremente pelo chefe do Executivo. outras fontes.

Agências reguladoras As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um


São figuras muito recentes em nosso ordenamento ju- patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor
rídico. Possuem natureza jurídica de autarquias de regime para atingir uma finalidade específica, denominadas, em la-
especial, são pessoas jurídicas de Direito Público com capa- tim, universitas bonorum. Entre estas finalidades, destacam-
cidade administrativa, aplicando-se a elas todas as regras -se as de escopo religioso, moral, cultural ou de assistência.
das autarquias. Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive
O dirigente é nomeado pelo chefe do Executivo, mas a para aquelas que não integram a Administração indireta
nomeação se sujeita à aprovação do legislativo, que se ba- (não-governamentais). No caso das fundações que integram
a Administração indireta (governamentais), quando forem
seia nos critérios de conhecimento. Uma vez nomeado, o di-
dotadas de personalidade de direito público, serão regidas
rigente passa a gozar de mandato com prazo determinado
integralmente por regras de direito público. Quando forem
e só pode ser destituído por processo com decisão motivada.
dotadas de personalidade de direito privado, serão regidas
Possuem como objetivo regular e fiscalizar a execução
por regras de direito público e direito privado.
de serviços públicos. Elas não executam o serviço propria-
Quando as fundações são criadas pelo Estado são co-
mente, elas o fiscalizam. Logo, são entidades com típica fun-
nhecidas como fundações públicas, ou autarquias fundacio-
ção de controle da prestação dos serviços públicos e do exer- nais ou fundações autárquicas. O estatuto da fundação, no
cício de atividades econômicas, evitando a prática de abusos caso, terá a forma de lei, cujo escopo será criar e organizar a
por parte de entidades do setor privado. fundação. As fundações públicas são regulamentadas por lei
São titulares da matéria técnica que regulam, de modo complementar. Sendo fundações públicas que adotam regi-
que somente elas podem disciplinar as regras e padrões téc- me jurídico de direito público, se equiparam às autarquias e
nicos desta determinada seara. se sujeitam às mesmas regras que elas.
No exercício de seus poderes, compete a elas: fiscalizar Obs.: é possível que a lei autorize (não crie) uma funda-
o cumprimento de contratos de concessões e o atingimento ção pública que adote regime jurídico de direito privado, ou
de metas neles fixadas, fiscalizar e controlar o atendimento a então um regime misto, caso em que seus servidores pode-
consumidores e usuários (inclusive recebendo e processando rão se sujeitar à CLT, seu patrimônio não será exclusivamente
denúncias e reclamações, aplicando penas administrativas oriundo de verbas estatais. A lei autorizadora deve ser ex-
e multas, bem como rescindindo contratos), definir política pressa neste sentido.
tarifária e reajustá-la.
Entre as agências reguladoras inseridas no ordena- Empresas públicas
mento brasileiro, destacam-se: ANEEL – Agência Nacional Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967:
de Energia Elétrica, criada pela Lei nº 9.427/1996; a ANA-
TEL – Agência Nacional de Telecomunicações, pela Lei nº II - Empresa Pública - a entidade dotada de personali-
9.472/1997; e a ANP – Agência Nacional do Petróleo, pela dade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e
Lei nº 9.478/1997. capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração
de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer

20
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

por força de contingência ou de conveniência administra- - Prestadora de serviços públicos: Petrobrás, Sabesp, Me-
tiva podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas trô e CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional
em direito. Urbano).
Estas sociedades de economia mista se caracterizam e se
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Pri- diferenciam das empresas públicas por: possuírem fins lucra-
vado, criadas para a prestação de serviços públicos ou para tivos (os lucros são distribuídos entre os acionistas), adotam
a exploração de atividades econômicas, que contam com o perfil de sociedade anônima S/A, o capital social é formado
capital exclusivamente público, e são constituídas por qual- por recursos públicos e privados, os sócios são privados e
quer modalidade empresarial, após autorização legislativa públicos (Estado).
do ente federativo criador.
Sendo a empresa pública uma prestadora de serviços Empresas públicas e sociedades de economia mista: se-
públicos, estará submetida a regime jurídico público, ain- melhanças
da que constituída segundo o modelo imposto pelo Direito Embora a Constituição Federal reserve a atividade eco-
Privado. Se a empresa pública é exploradora de atividade nômica à iniciativa privada, resguardando ao Estado os pa-
econômica, estará submetida a regime jurídico denominado péis de integração (integrar o Brasil na economia global),
pela doutrina como semipúblico, ante a necessidade de ob- regulação (definindo regras e limites na exploração da ativi-
servância, ao menos em suas relações com os administrados, dade econômica por particulares) e intervenção (fixação de
das regras atinentes ao regime da Administração, a exemplo regras e normas para combater o abuso do poder econômi-
dos princípios expressos no “caput” do artigo 37 da Consti- co) (conforme artigos 173 e seguintes, CF), autoriza-se ex-
tuição Federal. cepcionalmente que o Estado explore diretamente atividades
Podemos citar, a título de exemplo, algumas empre- econômicas se houver um relevante interesse em matérias
sas públicas, nas mais variadas esferas de governo, como (serviços públicos em geral) ou atividades de soberania.
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Quando está autorizado a fazê-lo, somente atua por
(BNDES); a Empresa Municipal de Urbanização de São Pau- meio de sociedades de economia mista e empresas públi-
cas. Tais empresas são regidas por regime jurídico de direito
lo (EMURB); a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
privado, o que evita que o próprio Estado possa abusar do
(ECT); a Caixa Econômica Federal (CEF).
poder econômico. Logo, o Estado não pode dar às suas pró-
Estas empresas públicas se caracterizam e se diferen-
prias empresas benefícios previdenciários, tributários e tra-
ciam das sociedades de economia mista por: não possuírem
balhistas. Além disso, em termos processuais, não gozam das
fins lucrativos (o capital excedente não se transforma em
prerrogativas que as autarquias gozam.
lucro, é reinvestido na própria empresa), podem adotar per-
ATENÇÃO: o impedimento de prerrogativas somente se
fis empresariais diversos (LTDA, comandita, nome coletivo,
aplica quando o Estado está explorando atividade econômi-
S/A), o capital social é formado por recursos públicos e só ca propriamente dita, não quando está ofertando serviços
admite sócios públicos (pode ter apenas um sócio – unipes- públicos. Afinal, se o serviço é público, então o Estado pode
soalidade originária ou inicial). sobre ele exercer monopólio, o que afasta a necessidade
de regras que impeçam o abuso do poder econômico. Por
Sociedades de economia mista exemplo, os Correios são uma empresa pública e possuem
Conceitua-se no artigo 5º do Decreto nº 200/1967: isenção fiscal e impenhorabilidade de bens.
Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada economia mista são criadas por lei e a existência delas deve
de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei ser fundada em contrato ou estatuto. Ambas se sujeitam,
para a exploração de atividade econômica, sob a forma de ainda, ao regime jurídico de direito privado. Inclusive, seus
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto perten- bens são, a princípio, penhoráveis (exceto se for prestadora
çam em sua maioria à União ou a entidade da Administra- de serviço público e não exploradora de atividade econômi-
ção Indireta. ca). No entanto, não se sujeitam à falência ou à recuperação
judicial (art. 2º, Lei nº 11.101/2005).
As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas Contudo, devem obedecer ao núcleo obrigatório míni-
de Direito Privado criadas para a prestação de serviços pú- mo: licitar (exceto no que tange à prestação da atividade-
blicos ou para a exploração de atividade econômica, con- -fim), concursar (os agentes se sujeitam ao regime da CLT,
tando com capital misto e constituídas somente sob a forma são celetistas e não estatutários, mas são contratados me-
empresarial de S/A. diante concurso público de provas ou provas e títulos), pres-
Por capital misto, entenda-se que não é apenas o Estado tar contas ao Tribunal de Contas e obedecer ao teto de re-
que participa dela, existem acionistas a ela vinculados. En- muneração (exceto no caso de sociedade de economia mista
tretanto, o Estado deve ser o acionista controlador do direito que subsista sem qualquer auxílio do governo, apenas com
a voto, mesmo que não seja o acionista majoritário (se o Es- seus lucros).
tado for sócio, mas não for controlador, trata-se de empresa
comum, não sociedade de economia mista). LEI Nº 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.
Alguns exemplos de sociedade mista:
- Exploradoras de atividade econômica: Banco do Brasil Dispõe sobre normas gerais de contratação de consór-
e Banespa. cios públicos e dá outras providências.

21
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- VI – as normas de convocação e funcionamento da as-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: sembléia geral, inclusive para a elaboração, aprovação e
modificação dos estatutos do consórcio público;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, VII – a previsão de que a assembléia geral é a instância
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem máxima do consórcio público e o número de votos para as
consórcios públicos para a realização de objetivos de interes- suas deliberações;
se comum e dá outras providências. VIII – a forma de eleição e a duração do mandato do re-
§ 1º O consórcio público constituirá associação pública presentante legal do consórcio público que, obrigatoriamen-
ou pessoa jurídica de direito privado. te, deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação
§ 2º A União somente participará de consórcios públicos consorciado;
em que também façam parte todos os Estados em cujos ter- IX – o número, as formas de provimento e a remunera-
ritórios estejam situados os Municípios consorciados. ção dos empregados públicos, bem como os casos de contra-
§ 3º Os consórcios públicos, na área de saúde, deverão tação por tempo determinado para atender a necessidade
obedecer aos princípios, diretrizes e normas que regulam o temporária de excepcional interesse público;
Sistema Único de Saúde – SUS. X – as condições para que o consórcio público celebre
contrato de gestão ou termo de parceria;
Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão de- XI – a autorização para a gestão associada de serviços
terminados pelos entes da Federação que se consorciarem, públicos, explicitando:
observados os limites constitucionais. a) as competências cujo exercício se transferiu ao con-
§ 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio sórcio público;
público poderá: b) os serviços públicos objeto da gestão associada e a
I – firmar convênios, contratos, acordos de qualquer na- área em que serão prestados;
tureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais c) a autorização para licitar ou outorgar concessão, per-
ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; missão ou autorização da prestação dos serviços;
II – nos termos do contrato de consórcio de direito pú- d) as condições a que deve obedecer o contrato de pro-
blico, promover desapropriações e instituir servidões nos ter- grama, no caso de a gestão associada envolver também a
mos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou prestação de serviços por órgão ou entidade de um dos entes
interesse social, realizada pelo Poder Público; e da Federação consorciados;
III – ser contratado pela administração direta ou indireta e) os critérios técnicos para cálculo do valor das tarifas
dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. e de outros preços públicos, bem como para seu reajuste ou
§ 2º Os consórcios públicos poderão emitir documentos revisão; e
de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e XII – o direito de qualquer dos contratantes, quando
outros preços públicos pela prestação de serviços ou pelo uso adimplente com suas obrigações, de exigir o pleno cumpri-
ou outorga de uso de bens públicos por eles administrados mento das cláusulas do contrato de consórcio público.
ou, mediante autorização específica, pelo ente da Federação § 1º Para os fins do inciso III do caput deste artigo, con-
consorciado. sidera-se como área de atuação do consórcio público, inde-
§ 3º Os consórcios públicos poderão outorgar concessão, pendentemente de figurar a União como consorciada, a que
permissão ou autorização de obras ou serviços públicos me- corresponde à soma dos territórios:
diante autorização prevista no contrato de consórcio público, I – dos Municípios, quando o consórcio público for cons-
que deverá indicar de forma específica o objeto da conces- tituído somente por Municípios ou por um Estado e Municí-
são, permissão ou autorização e as condições a que deverá pios com territórios nele contidos;
atender, observada a legislação de normas gerais em vigor. II – dos Estados ou dos Estados e do Distrito Federal,
quando o consórcio público for, respectivamente, constituído
Art. 3º O consórcio público será constituído por contrato por mais de 1 (um) Estado ou por 1 (um) ou mais Estados e
cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo o Distrito Federal;
de intenções. III – (VETADO)
IV – dos Municípios e do Distrito Federal, quando o con-
Art. 4º São cláusulas necessárias do protocolo de inten- sórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios; e
ções as que estabeleçam: V – (VETADO)
I – a denominação, a finalidade, o prazo de duração e a § 2º O protocolo de intenções deve definir o número de
sede do consórcio; votos que cada ente da Federação consorciado possui na as-
II – a identificação dos entes da Federação consorciados; sembleia geral, sendo assegurado 1 (um) voto a cada ente
III – a indicação da área de atuação do consórcio; consorciado.
IV – a previsão de que o consórcio público é associação § 3º É nula a cláusula do contrato de consórcio que pre-
pública ou pessoa jurídica de direito privado sem fins eco- veja determinadas contribuições financeiras ou econômicas
nômicos; de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação,
V – os critérios para, em assuntos de interesse comum, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as
autorizar o consórcio público a representar os entes da Fede- transferências ou cessões de direitos operadas por força de
ração consorciados perante outras esferas de governo; gestão associada de serviços públicos.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4º Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-lhe servidores, na forma e condições
da legislação de cada um.
§ 5º O protocolo de intenções deverá ser publicado na imprensa oficial.

Art. 5º O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções.
§ 1º O contrato de consórcio público, caso assim preveja cláusula, pode ser celebrado por apenas 1 (uma) parcela dos entes
da Federação que subscreveram o protocolo de intenções.
§ 2º A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento
parcial ou condicional.
§ 3º A ratificação realizada após 2 (dois) anos da subscrição do protocolo de intenções dependerá de homologação da
assembleia geral do consórcio público.
§ 4º É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo
de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público.

Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica:


I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de
intenções;
II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil.
§ 1º O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes
da Federação consorciados.
§ 2º No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito
público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

Art. 7º Os estatutos disporão sobre a organização e o funcionamento de cada um dos órgãos constitutivos do consórcio
público.

Art. 8º Os entes consorciados somente entregarão recursos ao consórcio público mediante contrato de rateio.
§ 1º O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro e seu prazo de vigência não será superior ao das
dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclusivamente projetos consistentes em pro-
gramas e ações contemplados em plano plurianual ou a gestão associada de serviços públicos custeados por tarifas ou outros
preços públicos.
§ 2º É vedada a aplicação dos recursos entregues por meio de contrato de rateio para o atendimento de despesas genéri-
cas, inclusive transferências ou operações de crédito.
§ 3º Os entes consorciados, isolados ou em conjunto, bem como o consórcio público, são partes legítimas para exigir o
cumprimento das obrigações previstas no contrato de rateio.
§ 4º Com o objetivo de permitir o atendimento dos dispositivos da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, o
consórcio público deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos entes consorciados,
todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude de contrato de rateio, de forma que possam ser contabiliza-
das nas contas de cada ente da Federação na conformidade dos elementos econômicos e das atividades ou projetos atendidos.
§ 5º Poderá ser excluído do consórcio público, após prévia suspensão, o ente consorciado que não consignar, em sua lei orça-
mentária ou em créditos adicionais, as dotações suficientes para suportar as despesas assumidas por meio de contrato de rateio.

Art. 9º A execução das receitas e despesas do consórcio público deverá obedecer às normas de direito financeiro aplicáveis
às entidades públicas.
Parágrafo único. O consórcio público está sujeito à fiscalização contábil, operacional e patrimonial pelo Tribunal de Contas
competente para apreciar as contas do Chefe do Poder Executivo representante legal do consórcio, inclusive quanto à legali-
dade, legitimidade e economicidade das despesas, atos, contratos e renúncia de receitas, sem prejuízo do controle externo a
ser exercido em razão de cada um dos contratos de rateio.

Art. 10. (VETADO)


Parágrafo único. Os agentes públicos incumbidos da gestão de consórcio não responderão pessoalmente pelas obrigações
contraídas pelo consórcio público, mas responderão pelos atos praticados em desconformidade com a lei ou com as disposições
dos respectivos estatutos.

Art. 11. A retirada do ente da Federação do consórcio público dependerá de ato formal de seu representante na assembleia
geral, na forma previamente disciplinada por lei.
§ 1º Os bens destinados ao consórcio público pelo consorciado que se retira somente serão revertidos ou retrocedidos no
caso de expressa previsão no contrato de consórcio público ou no instrumento de transferência ou de alienação.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º A retirada ou a extinção do consórcio público não § 4º O contrato de programa continuará vigente mesmo
prejudicará as obrigações já constituídas, inclusive os con- quando extinto o consórcio público ou o convênio de coope-
tratos de programa, cuja extinção dependerá do prévio pa- ração que autorizou a gestão associada de serviços públicos.
gamento das indenizações eventualmente devidas. § 5º Mediante previsão do contrato de consórcio públi-
co, ou de convênio de cooperação, o contrato de programa
Art. 12. A alteração ou a extinção de contrato de con- poderá ser celebrado por entidades de direito público ou pri-
sórcio público dependerá de instrumento aprovado pela as- vado que integrem a administração indireta de qualquer dos
sembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes entes da Federação consorciados ou conveniados.
consorciados. § 6º O contrato celebrado na forma prevista no § 5o
§ 1º Os bens, direitos, encargos e obrigações decorrentes deste artigo será automaticamente extinto no caso de o con-
da gestão associada de serviços públicos custeados por ta- tratado não mais integrar a administração indireta do ente
rifas ou outra espécie de preço público serão atribuídos aos da Federação que autorizou a gestão associada de serviços
titulares dos respectivos serviços. públicos por meio de consórcio público ou de convênio de
§ 2º Até que haja decisão que indique os responsáveis cooperação.
por cada obrigação, os entes consorciados responderão so- § 7º Excluem-se do previsto no caput deste artigo as
lidariamente pelas obrigações remanescentes, garantindo o obrigações cujo descumprimento não acarrete qualquer
direito de regresso em face dos entes beneficiados ou dos ônus, inclusive financeiro, a ente da Federação ou a consór-
que deram causa à obrigação. cio público.

Art. 13. Deverão ser constituídas e reguladas por con- Art. 14. A União poderá celebrar convênios com os con-
trato de programa, como condição de sua validade, as obri- sórcios públicos, com o objetivo de viabilizar a descentrali-
gações que um ente da Federação constituir para com outro zação e a prestação de políticas públicas em escalas ade-
ente da Federação ou para com consórcio público no âmbito quadas.
de gestão associada em que haja a prestação de serviços
públicos ou a transferência total ou parcial de encargos, Art. 15. No que não contrariar esta Lei, a organização e
serviços, pessoal ou de bens necessários à continuidade dos funcionamento dos consórcios públicos serão disciplinados
serviços transferidos. pela legislação que rege as associações civis.
§ 1º O contrato de programa deverá:
I – atender à legislação de concessões e permissões de Art. 16. O inciso IV do art. 41 da Lei nº 10.406, de 10
serviços públicos e, especialmente no que se refere ao cálculo de janeiro de 2002 - Código Civil, passa a vigorar com a
de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos seguinte redação:
serviços a serem prestados; e
“Art. 41. [...] IV – as autarquias, inclusive as associações
II – prever procedimentos que garantam a transparência
públicas; [...]” (NR)
da gestão econômica e financeira de cada serviço em rela-
ção a cada um de seus titulares.
Art. 17. Os arts. 23, 24, 26 e 112 da Lei nº 8.666, de 21
§ 2º No caso de a gestão associada originar a transfe-
de junho de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
rência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens
essenciais à continuidade dos serviços transferidos, o contra-
“Art. 23. [...]
to de programa, sob pena de nulidade, deverá conter cláusu-
§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro
las que estabeleçam: dos valores mencionados no caput deste artigo quando for-
I – os encargos transferidos e a responsabilidade subsi- mado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
diária da entidade que os transferiu; formado por maior número.»
II – as penalidades no caso de inadimplência em relação
aos encargos transferidos; “Art. 24. [...]
III – o momento de transferência dos serviços e os deve- XXVI – na celebração de contrato de programa com ente
res relativos a sua continuidade; da Federação ou com entidade de sua administração indire-
IV – a indicação de quem arcará com o ônus e os passi- ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada
vos do pessoal transferido; nos termos do autorizado em contrato de consórcio público
V – a identificação dos bens que terão apenas a sua ges- ou em convênio de cooperação.
tão e administração transferidas e o preço dos que sejam Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I
efetivamente alienados ao contratado; e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para
VI – o procedimento para o levantamento, cadastro e compras, obras e serviços contratados por consórcios públi-
avaliação dos bens reversíveis que vierem a ser amortizados cos, sociedade de economia mista, empresa pública e por
mediante receitas de tarifas ou outras emergentes da pres- autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
tação dos serviços. Agências Executivas.” (NR)
§ 3º É nula a cláusula de contrato de programa que atri-
buir ao contratado o exercício dos poderes de planejamento, “Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17
regulação e fiscalização dos serviços por ele próprio prestados.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi- Assim, segundo os ensinamentos do jurista Celso Antô-
gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, nio Bandeira de Mello, temos o conceito de contratos admi-
e o retardamento previsto no final do parágrafo único do nistrativos:
art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na “É um tipo de avença travada entre a Administração e
imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição terceiros na qual, por força de lei, de cláusulas pactuadas ou
para a eficácia dos atos” (NR). do tipo do objeto, a permanência do vínculo e as condições
preestabelecidas assujeitam-se a cambiáveis imposições de
“Art. 112. [...] interesse público, ressalvado os interesses patrimoniais do
§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da contratante privado”.
qual, nos termos do edital, decorram contratos administra-
tivos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fede- Em outras palavras, temos que contrato administrativo
ração consorciados. é a convenção firmada pela Administração Pública, agindo
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha- nesta qualidade, com particulares ou então com outras en-
mento da licitação e da execução do contrato.» (NR) tidades administrativas mesmo, nos termos pactuados pela
contratante (administração pública), de acordo com o inte-
Art. 18. O art. 10 da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, resse coletivo, e sob a esfera do direito público, ficando o
passa a vigorar acrescido dos seguintes incisos: particular contratado condicionado a suportar as cláusulas
“Art. 10. [...] impostas pela administração, em razão do atendimento do
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha interesse público.
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges- Não se pode confundir contrato administrativo com
tão associada sem observar as formalidades previstas na lei; contrato da administração, visto que nos contratos da ad-
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público ministração, temos o ajuste firmando entre a administração
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob- pública e o particular, entretanto, o poder público não figura
servar as formalidades previstas na lei.” (NR) utilizando-se de suas prerrogativas, sendo que tal avença é
regida pelo direito privado.
Art. 19. O disposto nesta Lei não se aplica aos convênios
de cooperação, contratos de programa para gestão associa- Características
da de serviços públicos ou instrumentos congêneres, que te- Em razão dos poderes e prerrogativas conferidos a Ad-
nham sido celebrados anteriormente a sua vigência. ministração Pública, fica autorizada a determinar alterações
e modificações nas prestações devidas pelo particular con-
tratado, em razão das necessidades públicas, e ainda tem o
Art. 20. O Poder Executivo da União regulamentará o
poder de acompanhar e fiscalizar sistematicamente a execu-
disposto nesta Lei, inclusive as normas gerais de contabili-
ção, podendo impor sanções estipuladas previamente quan-
dade pública que serão observadas pelos consórcios públicos
do irregularidades a ensejarem e a rescindir o contrato de
para que sua gestão financeira e orçamentária se realize na
forma unilateral, quando houver legítimo interesse público.
conformidade dos pressupostos da responsabilidade fiscal.
Em suma, temos que os contratos administrativos reve-
lam-se na seguinte dualidade: inicialmente, temos a Admi-
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
nistração Pública podendo gozar de todas as suas prerro-
gativas e poderes indispensáveis a proteção aos direitos e
Brasília, 6 de abril de 2005; 184º da Independência e interesses públicos, e de outro modo, temos que é de compe-
117º da República. tência do particular conferir integral garantia aos interesses
privados que ditaram sua participação nos estreitos limites
contratuais.
Assim, a doutrina administrativa identifica como princi-
PROCESSOS DE LICITAÇÃO, COMPRAS pais características pertinentes aos contratos administrativos
seu caráter consensual, formais, onerosos, entre outros. En-
E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS NA
tretanto, merecem maiores esclarecimentos outras caracte-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA rísticas, senão vejamos a seguir.

Contrato de Adesão: Os contratos administrativos têm


a característica de serem típicos contratos de adesão, onde
uma das partes (neste caso a Administração Pública) propõe
Contratos, sejam eles de caráter público ou privado, é a as cláusulas e a outra parte não pode propor alterações, su-
convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, com as pressões ou acréscimo, simplesmente aceita as suas condi-
respectivas manifestações de vontades, para constituir, regu- ções e cláusulas ou não.
lamentar ou extinguir entre as partes uma relação jurídica, Formalismo: Em regras gerais, todos os contratos ad-
sendo certo que para a validade do contrato exige acordo ministrativos devem ser formais e escritos, sendo que todo
de vontades, agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou o contrato deve mencionar obrigatoriamente os nomes das
não proibida em lei. partes e seus representantes legais, a finalidade do contrato,

25
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

o ato administrativo que autorizou a sua celebração, o nú- - Aplicação Direta de Sanções: A possibilidade de aplica-
mero do processo de licitação, da possível dispensa ou ine- ção de sanções administrativas pelo Poder Público, quando
xigibilidade de licitação, a sujeição dos contratantes às nor- verificada irregularidades do particular na execução do con-
mas específicas da Lei 8.666/93 e as cláusulas contratuais. trato , independe de prévia manifestação do Poder Judiciário.
Fiscalização: A execução do contrato deverá ser acom- - Possibilidade de Rescisão Unilateral do Contrato: A pos-
panhada e fiscalizada por um representante da Administra- sibilidade de rescindir de maneira unilateral o contrato admi-
ção Pública especialmente designado para tal fim, permitida nistrativo se dá diante da supremacia jurídica da administra-
a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de ção pública perante o particular, tendo em vista que o contra-
informações pertinentes a essa atribuição. to administrativo foi celebrado sob a esfera do direito público.
O representante da Administração anotará em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
do contrato, determinando o que for necessário à regulari- Extinção do contrato administrativo
zação das faltas ou defeitos por ele observados. A extinção do contrato administrativo é o término do
As decisões e providências que ultrapassarem a compe- vínculo de obrigações assumidas entre a administração pú-
tência do representante deverão ser solicitadas a seus superio- blica e o particular contratado. E extinção pode se dar em
res em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. razão de da conclusão do objeto contratado, ou então do
Pessoalidade: Os contratos administrativos são, em re- término do prazo previsto para a vigência do contrato, ou
gra, contratos pessoais, e a execução dos termos contratados ainda a ocorrência de anulação ou rescisão do contrato.
devem ser cumpridos pelas pessoas (físicas ou jurídicas) que - Anulação: A anulação de um contrato administrativo
se obrigou diante o Poder Público. É imprescindível a pessoa- segue as regras análogas dos Atos Administrativos, ou seja,
lidade nos contratos administrativos, tendo em vista que há um contrato administrativo deve ser anulado quando cons-
celebração após a realização de licitação em que se busca tatado ilegalidades em sua celebração. A anulação de con-
não apenas a proposta mais favorável a Administração Pú- trato administrativo pode ser realizada pelo próprio Poder
blica, mas também a selecionar a pessoa (física ou jurídica) Público, de ofício ou quando provocado, ou então pelo Poder
que ofereça as condições necessárias de assegurar a execu- Judiciário, mediante prévia provocação e sempre por motivo
ção do objeto contratado. de ilegalidade ou ilegitimidade.
- Rescisão: As causas gerais que ensejam a rescisão de
Vigência
contrato administrativo estão descritas no artigo 78, e seus
A extinção do contrato pelo término de seu prazo é a
regra dos ajustes por tempo determinado. Necessário é, por- incisos da Lei 8.666/93.
tanto, distinguir os contratos que se extinguem pela conclu- Há hipóteses em que autorizam a rescisão unilateral
são de seu objeto e os que terminam pela expiração do prazo pela administração do contrato administrativo, e outras que
de sua vigência: nos primeiros, o que se tem em vista é a ensejam rescisão judicial ou rescisão consensual entre os
obtenção de seu objeto concluído, operando o prazo como contratantes, havendo ainda causas de rescisão decorrentes
limite de tempo para a entrega da obra, do serviço ou da de interesse público superveniente e de força maior ou caso
compra sem sanções contratuais; nos segundos o prazo é fortuito. Para tanto é necessário o estudo das hipóteses pre-
de eficácia do negócio jurídico contratado, e assim sendo, vistas na Lei 8.666/93.
expirado o prazo, extingue-se o contrato, qualquer que seja
a fase de execução de seu objeto, como ocorre na concessão Sanção administrativa
de serviço público, ou na simples locação de coisa por tempo - Do Atraso Injustificado: O atraso injustificado na exe-
determinado. Há, portanto, prazo de execução e prazo extin- cução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora,
tivo do contrato. na forma prevista no instrumento convocatório ou no con-
trato. A aplicação da multa administrativa não impede que
Alterações contratuais a Administração Pública promova a rescisão unilateral do
Os contratos administrativos possuem características contrato e ainda aplique demais sanções.
peculiares, diferenciando-os dos contratos privados, que é a
A multa, aplicada após regular processo administrati-
existência de cláusulas exorbitantes.
Tais cláusulas decorrem de lei e conferem a administra- vo, será descontada da garantia do respectivo contratado,
ção pública prerrogativas específicas de direito público, são e caso a multa for de valor superior ao valor da garantia
denominadas de “exorbitantes” porque as cláusulas extrapo- prestada, além da perda desta garantia em favor da Ad-
lam aquilo que seria admitido no direito privado. ministração, responderá o contratado pela sua diferença,
a qual será descontada dos pagamentos eventualmente
- Exigência de Garantia: A exigência de que os licitantes devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso,
e contratados prestem garantias, visa assegurar o adequado cobrada judicialmente.
adimplemento do contrato, ou nas hipóteses de inexecução - Da Inexecução total ou parcial do Contrato: Pela inexe-
do objeto contratado, facilitar o ressarcimento dos prejuízos cução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
sofridos pela Administração Pública. sempre garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as
- Alteração Unilateral do Contrato: A possibilidade de seguintes sanções:
alteração unilateral do contrato efetuado entre a Admi- a) Advertência;
nistração e o contratado deve sempre ter o objetivo de sua b) Multa, na forma prevista no instrumento convocatório
adequação às finalidades do interesse coletivo, devem ainda ou no contrato;
respeitar os direitos do administrado, principalmente o direi- c) Suspensão temporária de participação em licitação e
to ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro impedimento de contratar com a Administração, por prazo
originalmente estabelecido em contrato. não superior a 2 (dois) anos;

26
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar Compras dependem de sistemas de gestão moderna e
com a Administração Pública enquanto perdurarem os mo- com uso de tecnologia, são fontes geradoras de benefícios
tivos determinantes da punição ou até que seja promovida a e de lucros para as empresas. Compra deve trabalhar com
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a pena- pesquisa constante em todo seu envolvimento. Podemos res-
lidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir saltar as seguintes ações; Suprimentos e de Apoio.
a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o
prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior. Ações de suprimento: Solicitação de compras; Coleta de
preços; Análise dos preços; Pedido de Compras; Acompanha-
Do reequilíbrio econômico-financeiro mento do pedido.
A alteração do contrato administrativo se dará visan-
do o restabelecimento da relação que as partes pactuaram Ações de apoio: Desenvolvimento de fornecedores; De-
inicialmente entre encargos e remuneração, objetivando a senvolvimento de novos materiais; Qualificação de fornece-
manutenção do equilíbrio da equação financeira inicial na dores; Negociação Solicitação de Compras. É o documento
hipótese de sobrevirem fatos supervenientes, imprevisíveis que contém as informações sobre o que comprar. Pode ser
ou previsíveis de consequências incalculáveis que possam originado por vários setores, dependendo do tipo de mate-
retardar ou impedir a execução do contrato em caso de força rial: Material processo de fabricação (matéria-prima, mate-
maior, caso fortuito, fato do princípio que configura uma al- rial de manutenção e material auxiliar) – Estoque; Material
teração econômica extraordinária e extracontratual. de uso específico do solicitante, originado nos setores funcio-
Entretanto, para que seja possível a identificação de nais da empresa.
eventual desequilíbrio entre os valores pactuados no contra-
to administrativo e a realidade praticada no mercado priva- O Objetivo da função de compras: Apesar da variedade
do, é importante o acompanhamento e a gestão do contrato, de compras que uma empresa realiza, há alguns objetivos
bem como a fiscalização sobre a boa execução das cláusulas básicos da atividade de compras, que são válidos para to-
e obrigações pactuadas. dos os materiais e serviços comprados. Materiais e serviços
Para tanto é conferida a Administração Pública as prer-
podem: Ser da qualidade certa; Ser entregues rapidamente,
rogativas e cláusulas exorbitantes, objetivando sempre a
se necessário; Ser entregues no momento certo e na quanti-
supremacia do interesse coletivo sobre o interesse privado.
dade correta; Ser capazes de alteração em termos de especi-
Quando, durante a gestão e fiscalização do cumprimento do
ficação, tempo de entrega ou quantidade (flexibilidade); Ter
contrato administrativo, a Administração Pública verificar
preço correto.
descumprimento de cláusula contratual, atrasos na execução
Um aspecto das compras a ser analisado periodica-
dos serviços contratados, má execução de serviços, entre ou-
mente diz respeito aos tipos de produtos ou mercadorias
tras situações que possam lesar o interesse público, o Poder
Público poderá adotar as providências no sentido de punir a que se compra. Nas empresas industriais a análise é fá-
empresa contratada. cil de fazer, pois o que define os tipos de matérias-primas
e insumos a serem adquiridos são as linhas de produtos
Garantia contratual fabricados pela empresa. Nas firmas prestadoras de servi-
A garantia contratual não excederá a 5% (cinco por cen- ços, também é simples analisar e avaliar o que está sendo
to) do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mes- comprado, pois os produtos são definidos em função dos
mas condições pactuadas contratualmente. tipos de serviços prestados pela empresa. Já na empresa
Entretanto, nos casos de obras, serviços e fornecimentos comercial, analisar que tipos de mercadorias estão sendo
de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e ris- compradas é uma questão difícil e complexa. De um modo
cos financeiros consideráveis, demonstrados por meio de pa- geral, podemos classificar as mercadorias de uma empre-
recer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o sa comercial em três tipos, de acordo com a rotatividade
limite de garantia poderá ser elevado para até 10% (dez por de seus estoques: Mercadorias de alto giro; Mercadorias de
cento) do valor do contrato. médio giro; Mercadorias de baixo giro.
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou As mercadorias de alto giro são aquelas destinadas a
restituída após a execução do contrato e, quando em dinhei- provocar tráfego no salão de vendas. Esse tipo de merca-
ro, atualizada monetariamente. Nos casos de contratos que doria quase sempre dá pouco lucro, mas exerce um efeito
importem na entrega de bens pela Administração, dos quais de atração da clientela. Num bar, por exemplo, são aquelas
o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá que ficam bem à vista do freguês: cigarro, fósforo, chicletes,
ser acrescido o valor desses bens. balinhas etc.
------- As mercadorias de médio e baixo giro são aquelas que
O sistema de compras baseia-se em uma ação que en- apresentam uma rotação de estoque mais lenta. Permitem
volve atividades de pesquisas para a melhor adequação dos taxas de marcação mais elevadas para compensar a demora
objetivos organizacionais. de suas saídas.
Como pode ser observado, para analisar se o que você
Suas atividades básicas são: analisar ordem de pedido, está comprando para vender no varejo são os tipos de mer-
buscar melhores preços, encontrar fornecedores certos, fon- cadorias ideais para o seu ramo de atividade, tem-se, obri-
tes de fornecimentos, novos materiais, novos mercados e as- gatoriamente, de levar em consideração a rotatividade dos
sim por diante. seus estoques, utilizando o seguinte roteiro: Agrupamento das

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

mercadorias de acordo com a sua frequência de saída (alta, média ou baixa rotatividade); Levantamento dos custos das merca-
dorias em estoque, por grupos, de acordo com o seu giro; Somatório dos valores encontrados nos grupos de mercadorias; Cálculo
do percentual correspondente a cada grupo, em relação ao somatório; Análise dos percentuais encontrados.
Os princípios básicos da organização de compras constituem-se de normas fundamentais assim consideradas: autoridade
para compra; registro de compras; registro de preços; registro de estoques e consumo; registro de fornecedores; arquivos e
especificações; arquivos de catálogos.
Completando a organização, podemos incluir como atividades típicas da seção de compras:
a) Pesquisa dos fornecedores: estudo do mercado; estudo dos materiais; análise dos custos; investigação das fontes de
fornecimento; inspeção das fábricas dos fornecedores; desenvolvimento de fontes de fornecimento; desenvolvimento de fontes
de materiais alternativos.
b) Aquisição: conferência de requisições; análise das cotações; decidir comprar por meio de contratos ou no mercado
aberto; entrevistar vendedores; negociar contratos; efetuar as encomendas de compras; acompanhar o recebimento de materiais.
c) Administração: manutenção de estoques mínimos; transferências de materiais; evitar excessos e obsolescência de
estoque; padronizar o que for possível.
d) Diversos: fazer estimativa de custo; dispor de materiais desnecessários, obsoletos ou excedentes; cuidar das relações
comerciais recíprocas.
Além das atividades típicas dentro da organização de compras, outras responsabilidades poderão ser partilhadas com ou-
tros setores: determinação do que fabricar ou comprar; padronização e simplificação; especificações e substituições de mate-
riais; testes comparativos; controle de estoques; seleção de equipamentos de produção; programas de produção independentes
da disponibilidade de materiais.
É lógico que esses não são completos, pois variam de empresa para empresa, devendo adaptar-se ao tipo de organização
de cada uma.
Normalmente as grandes empresas envolvem várias fábricas; quase sempre se enquadram nesses casos as multinacionais.
O volume de operações de compras, dependendo do empreendimento, pode alcançar quantidades apreciáveis; nesses casos é
necessário saber se todas as compras da organização devem ser feitas em um ponto centralizado, ou estabelecer-se em seções
de compras separadas para cada fábrica ou divisão operacional. Ambos os métodos poderão ser empregados. A razão para se
estabelecer a descentralização das compras podem ser assim resumidas: distância geográfica; tempo necessário para a aqui-
sição de materiais; facilidade de diálogo.
A centralização completa das compras reúne certas vantagens, conforme podemos verificar: oportunidade de negociar
maiores quantidades de materiais; homogeneidade da qualidade dos materiais adquiridos; controle de materiais e estoques.
A organização de compras por divisão de grupos é funcional quando as seções são de tamanho moderado e quando tais
atribuições são entregues a compradores individuais. Os itens de cada grupo são especificados de acordo com a origem, ne-
cessidade e valor do material. A figura a seguir mostra um organograma de uma seção de compras.

28
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

As Etapas do processo de compra são as seguintes:


1) Coleta de Preços: Documento de registro da pesquisa de preços que fazemos em função de ter recebido a solicitação
de compra dos fornecedores que temos aprovado para este material específico. Nele anotamos os dados recebidos dos forne-
cedores.
2) Pedido de Compras: É o contrato formal entre a empresa e o fornecedor, deverá representar todas as condições esta-
belecidas nas negociações. No pedido deverá constar: preço unitário e total, condições de fornecimento, prazo de entrega,
condições de pagamento, especificações técnicas do fornecimento, embalagens e transporte.
3) Acompanhamento do Pedido: Conhecido como follow-up, é o procedimento para manter sob controle todos os
pedidos, até o momento em que ele é liberado para o processo de nossa empresa. Sua finalidade é evitar atrasos, problemas
para o cliente na entrega do pedido.
4) Desenvolvimento de fornecedores: É o procedimento que possibilita à empresa selecionar os futuros fornecedores sendo
os melhores fornecedores do mercado e que tenham condições de atender a todas especificações e exigências da empresa.
5) Desenvolvimento de novos materiais: É o procedimento que possibilita à empresa pesquisar e selecionar novos materiais
ou materiais alternativos o principal objetivo é estabelecer alternativas econômicas ou técnicas para melhorar o desempenho
dos produtos no mercado. Baseando-se em especificações e parâmetros fornecidos pelo mercado ou pela engenharia.
6) Qualificação de fornecedores: É responsabilidade da área de engenharia; a área de compras tem um a função de ligação
entre o fornecedor e a engenharia, ou seja, pesquisa de mercado.
7) Negociação: É um procedimento de relacionamento entre a empresa e o fornecedor , quando ambas as partes
ganham, esse procedimento é fácil não cria conflito entre as partes, é um importante elemento de fortalecimento dos laços de
interesses, de melhorias contínuas e principalmente de aumento dos lucros para ambas empresas.
Compras e Desenvolvimento de Fornecedores: A atividade de compras é realizada no lado do suprimento da empresa,
estabelecendo contratos com fornecedores para adquirir materiais e serviços, ligados ou não à atividade principal.
Os gestores de compras fazem uma ligação vital entre a empresa e seus fornecedores. Para serem eficazes, precisam com-
preender tanto as necessidades de todos os processos da empresa, como as capacitações dos fornecedores que podem fornecer
produtos e serviços para a organização. A figura abaixo demonstra as etapas da interação empresa/fornecedor:

29
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A compra interfere diretamente nas vendas. A qualida- de vendas da empresa; se os prazos de pagamento cobrem
de, quantidade, preço e prazo dos produtos fabricados numa os prazos médios de vendas e não comprometem o capital
indústria dependem muito das condições em que foram ad- de giro próprio.
quiridos os insumos e as matérias-primas. No comércio, as
compras de mercadorias realizadas em melhores condições ⇒ PERFIL DO COMPRADOR.
proporcionam venda mais rápida e, possivelmente, com O comprador é um elemento experiente e a função é
maior margem de lucro. tida e reconhecida como uma das mais importantes em uma
A gestão de compras é tida como um fator estratégico empresa. O padrão atual exige que um comprador tenha óti-
nos negócios. Comprar significa à manutenção, funciona- mas qualificações e esteja preparado para usá-las em todas
mento e expansão da empresa. As comprar significa procu- as ocasiões. Para conduzir eficazmente suas compras, deve
rar, adquirir e receber mercadorias e insumos necessários à demonstrar conhecimentos amplos das características dos
manutenção, funcionamento e expansão da empresa. produtos, dos processos e das fases de fabricação dos itens
As compras são responsáveis por uma margem de 50% comprados. Deve estar preparado para discutir em igual ní-
a 80% dos gastos da empresa e, portanto, causa grande im- vel de conhecimento com os fornecedores.
pacto nos lucros. O comprador ideal deve saber ouvir atentamente os
É muito importante refletir sobre como a empresa de- argumentos apresentados pelo vendedor, para depois agir
senvolve suas compras. Vejamos quais são as modalidades sensatamente. Muitas vezes as razões e opiniões apresenta-
de compras mais utilizadas: das pelo vendedor poderão ser bem contra argumentadas,
• Compras de emergência – realizadas às pressas levando a negociação a representar um benefício para a em-
para atender uma necessidade surgida de surpresa. Isso é presa. Assim, uma agressividade bem orientada, por firmeza
desvantajoso porque reduz seu poder de negociação com o de convicções leva a um bom termo uma negociação que, à
fornecedor e a competitividade da empresa no mercado. As primeira vista, poderia parecer de resultado inglório.
compras de emergência ocasionam aquisição de mercado- Outra característica do com comprador é estar perfeita-
rias com preços altos e rupturas no estoque, além da parali- mente identificado com a política e os padrões de ética de-
finidos pela empresa, como, por exemplo, a manutenção do
sação da unidade, motivado por falta de controle por parte
sigilo nas negociações que envolvam mais de um fornecedor
de quem requisita ou compra. Assim, para reduzir ou anular
ou até mesmo quando um só está envolvido.
as compras de emergência, a empresa deve estabelecer con-
Compradores com boa qualificação profissional forne-
trole de estoque adequado.
cem às empresas condições de fazer bons negócios; daí vem
• Compras especulativas – são feitas para especular
a maior responsabilidade, constituindo o comprador uma
com possível alta de preços, geralmente antes da necessida-
força vital, que faz parte da própria vida da empresa, pois o
de se apresentar. Esta modalidade é perigosa, pois além de
objetivo é comprar bem e eficientemente, e com isso aten-
comprometer o capital de giro pode acarretar prejuízos para der aos objetivos de lucro, uma vez que o departamento de
a empresa, se não acontecer a alta de preços prevista. compras é, em igualdade de condições com outras áreas, um
• Compras contratadas – realizadas por meio de centro de lucro. E será mais ainda um centro de lucro quando
contratos que preveem a entrega dos produtos em épocas os fornecedores forem encorajados a enfrentar novas ideias e
preestabelecidas. Esta modalidade é muito utilizada na in- novos projetos, dispondo-se a aproveitar a oportunidade de
dústria, para fornecimento de matéria-prima e no comércio, fazerem novos negócios.
para mercadorias especiais, modelos exclusivos ou produtos As atividades de compras nas pequenas empresas, ge-
novos não lançados ainda no mercado. ralmente são funções exercidas pelo proprietário. De qual-
• Compras de reposição – compras realizadas para quer modo o encarregado de compras – seja ele o próprio
adquirir mercadorias que apresentam comportamento está- dono ou um funcionário – deve conhecer e seguir algumas
vel de vendas. É muito utilizada no comércio, principalmente regras básicas ao bom desempenho de suas funções: Ele
em supermercados, onde os produtos de primeira necessi- conhece bem o mercado? Ele conhece bem os estoques da
dade (pão, leite, arroz, feijão, outros produtos alimentícios) empresa? Ele conhece o orçamento da empresa? Ele é caute-
e produtos de higiene e limpeza pessoal (sabonete, pasta de loso? Ele acompanha permanentemente os pedidos? Ele faz
dentes e outros) apresentam um comportamento de vendas os pedidos por escrito? Ele é atualizado? Ele possui requisitos
equilibrado, durante o ano todo. para desenvolver suas tarefas (responsabilidade; paciência;
A compra pode ser feita em empresas atacadistas ou em habilidade no trato com pessoas; bom senso e iniciativa; ca-
grandes varejistas. Mas no momento em que você começa pacidade para se comunicar; senso de organização; boa me-
a analisar mais profundamente esta questão, vai notar que mória; gosto pela leitura)?
não é tão fácil definir quais os fornecedores que apresen-
tam todas as condições necessárias: se o preço de aquisição ⇒ CADASTRO DE FORNECEDORES.
é justo e oferece condições de marcar um preço de venda Um dos documentos primordiais do Departamento de
que permita concorrer no mercado e, ao mesmo tempo, ob- Compras é o Cadastro de Fornecedor e a Ficha de Material,
ter uma boa margem de lucro; se a qualidade dos produ- quando então existem condições de escolher o fornecedor
tos oferecidos tem a perfeição do acabamento exigida pelo ou prováveis fornecedores de determinado material. Através
consumidor; se a quantidade oferecida é suficiente para as deste cadastro é que se realizará a seleção dos fornecedores
necessidades de produção e vendas de um determinado pe- que atendam a quatro condições básicas de uma boa com-
ríodo; se os prazos de entrega satisfazem as programações pra: preço, prazo, qualidade e condições de pagamento.

30
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Toda empresa deve possuir um bom cadastro, onde são Administração Pública baseada na tradição, na rigorosidade
registradas as informações necessárias sobre os fornecedores formal, numa ordem burocrática pesada, está se tornando
(endereço, número do CNPJ, número da inscrição, objetivos modelo ultrapassado e nada eficiente.
sociais, pessoas para contato, linhas de produtos ou merca- Urge a necessidade de um modelo gerencial na gestão
dorias, prazo médio de entrega, condições de pagamento, administrativa, capaz de realizar a função pública de forma
política de descontos etc.). eficiente, moderna, acompanhando a evolução econômica e
O setor de compras deve possuir dois tipos de cadastro, financeira da sociedade, sem olvidar dos princípios basilares
um por fornecedor e outro por tipo de material, dos quais que orientam a Administração Pública.
apresentamos modelos. O cadastro de fornecedor reúne fi- Com a crescente demanda por bens, obras, serviços em
chas de diversos fornecedores, especificando os materiais todo o País, quando ao Estado cumpre garantir o desenvolvi-
que fabricam, ou que representam; o cadastro de material mento econômico e social, tornou-se imprescindível adoção
são fichas em que se identificam os fornecedores aprovados de procedimentos e mecanismos de controle, que garantam
dos quais se pode adquirir. A necessidade desses dois cadas- a aplicação do grande volume de recursos disponíveis, com
tros é devida a situações em que o comprador desconhece o eficiência e transparência. Uma das formas eficientes utiliza-
fornecedor de determinado produto; nesse ele deve consultar das pela Administração Pública é a licitação.
o cadastro de material. A Constituição de 1988, art. 37, inc. XXI criou bases, nas
Uma excelente fonte de informação sobre a performan- quais mais tarde, em 21 de junho de 1993, assentou-se a Lei
ce do fornecedor é também acompanhar as suas entregas, Federal nº 8.666, que instituiu o Estatuto das Licitações e
tendo como finalidade registrar as compras efetuadas, os Contratos Administrativos.
recebimentos, as devoluções, as alterações de preço e con- Para o setor público o instrumento utilizado para com-
dições de pagamento, os cancelamentos e as alterações de pras é a licitação, como forma de dar transparência à com-
prazos de entrega. pra pública.
Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
⇒ COMPRAS NO SETOR PÚBLICO. uma pessoa governamental pretendendo alienar, adquirir
Nas empresas estatais e autárquicas, como também ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo condi-
no serviço público em geral, ao contrário da iniciativa pri- ções por ela estipuladas previamente, convoca interessados
vada, as aquisições de qualquer natureza obedecem a Lei na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se
nº. 8.666, de 21-6-1993, alterada pela Lei nº. 8.883, de 8-6- revele mais conveniente em função de parâmetros anteci-
1994, motivo pelo qual se tornam totalmente transparentes. padamente estabelecidos e divulgados. Este procedimento
Observa-se que a diferença entre os tipos de compras é a visa garantir duplo objetivo: de um, lado proporcionar às
formalidade no serviço público e a informalidade na inicia- entidades governamentais possibilidade de realizarem o ne-
tiva privada. Independentemente dessa particularidade, os gócio mais vantajoso; de outro, assegurar aos administrados
procedimentos são praticamente idênticos. O artigo 14 da lei ensejo de disputarem entre si a participação nos negócios
de licitações e contratos administrativos disciplina de forma que as pessoas administrativas entendam de realizar com
objetiva: para que a administração efetue qualquer compra, os particulares.
preliminarmente, deve curvar-se a dois princípios funda- A Administração Pública lançará mão da licitação toda
mentais:1 - A definição precisa do seu objeto; 2 - A existên- vez que for comprar bens, executar obras, contratar serviços,
cia de recursos orçamentários que garantam o pagamento ou conceder a um terceiro o poder de, em seu nome, prestar
resultante. Assim está determinado no citado artigo 14: algum tipo de serviço público, como é o caso das concessões.
“Art. 14 - Nenhuma compra será feita sem a adequada Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Municí-
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orça- pios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão obriga-
mentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato dos a licitar, em obediência às pertinentes leis de licitação, o
e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa ”. que é ponto incontroverso. O problema que se põe é saber se
Para se caracterizar o objeto da compra deve-se: as sociedades de economia mista e empresas públicas tam-
1. Avaliar a necessidade (planejamento); bém se sujeitam ao dever de licitar.
2. Definir o quanto adquirir; Inexigibilidade De Licitação: A obrigatoriedade somen-
3. Verificar as condições de guarda e armazenamento; te não se aplica em determinados casos descritos a seguir
4. Buscar atender o princípio da padronização; conforme decreto-lei Nº 200 de 25 de fevereiro de 1967: Art.
5. Obter as informações técnicas quando necessárias; 126. As compras, obras e serviços efetuar-se-ão com estrita
6. Proceder a pesquisas de mercado; observância do princípio da licitação.
7. Definir a modalidade e tipo de licitação ou a sua dis- A licitação só será dispensada nos casos previstos nesta
pensa / inexigibilidade; lei. § 2.0. É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, gra-
8. Indicar (empenho) os recursos orçamentários. ve perturbação da ordem ou calamidade pública; Quando
O Objeto de Licitação é o bem/ serviço ao qual a Ad- sua realização comprometer a segurança nacional, a juízo
ministração pretende adquirir. Ex.: Prestação de serviços de do Presidente da República; Quando não acudirem interes-
mão-de-obra, Aquisição de Móveis, etc... sados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as condições
Nos tempos atuais, diante de tamanha evolução no preestabelecidas; Na aquisição de materiais, equipamentos
campo tecnológico, empresarial e social, o Estado não pode ou gêneros que só podem ser fornecidos por produtor, em-
ficar à margem, apenas como expectador. A ideia de uma presa ou representante comercial exclusivos, bem como na

31
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

contratação de serviços com profissionais ou firmas de no- Concorrência - é a modalidade de licitação própria para
tória especialização; Na aquisição de obras de arte e objetos contratos de grande valor, em que se admite a participação
históricos; Quando a operação envolver concessionário de de quaisquer interessados, cadastrados ou não, que satisfa-
serviço público ou, exclusivamente, pessoas de direito públi- çam as condições do edital, convocados com a antecedência
co interno ou entidades sujeitas ao seu controle majoritário; mínima prevista na lei, com ampla publicidade pelo órgão
Na aquisição ou arrendamento de imóveis destinados ao oficial e pela imprensa particular;
Serviço Público; Nos casos de emergência, caracterizada a Tomada de preços - é a licitação realizada entre interes-
urgência de atendimento de situação que possa ocasionar sados previamente registrados, observada a necessária ha-
prejuízos ou comprometer a segurança de pessoas, obras, bilitação, convocados com a antecedência mínima prevista
bens ou equipamentos; Nas compras ou execução de obras na lei, por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal
e serviços de pequeno vulto, entendidos como tal os que en- particular, contendo as informações essenciais da licitação e
volverem importância inferior a cinco vezes, no caso de com- o local onde pode ser obtido o edital. A nova lei aproximou
pras e serviços, e a cinquenta vezes, no caso de obras, o valor a tomada de preços da concorrência, exigindo a publicação
do maior salário mínimo mensal. do aviso e permitindo o cadastramento até o terceiro dia
Como todo sistema jurídico, o instituto das licitações anterior à data do recebimento das propostas;
também tem seus princípios norteadores. Discorreremos Convite - é a modalidade de licitação mais simples,
acerca de alguns deles, ainda que forma bastante simples. destinada às contratações de pequeno valor, consistindo na
O princípio da legalidade, como princípio geral previsto solicitação escrita a pelo menos três interessados do ramo,
no art. 5º, II, da Constituição de 1988, segundo o qual “nin- registrados ou não, para que apresentem suas propostas
guém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite não exige
virtude de lei”, obriga a Administração Pública, quando da publicação, porque é feito diretamente aos escolhidos pela
compra, obra, contração de serviços ou alienação, a proceder Administração através de carta-convite. A lei nova, porém,
de acordo com o que a Constituição Federal e Leis preveem. determina que cópia do instrumento convocatório seja afi-
A não observação desse princípio impregnará o processo lici- xada em local apropriado, estendendo-se automaticamen-
tatório de vício, trazendo nulidade como consequência. te aos demais cadastrados da mesma categoria, desde que
Pelo princípio da isonomia, é assegurada a igualdade no manifestem seu interesse até vinte e quatro horas antes da
tratamento a todos quantos venham participar do certame apresentação das propostas;
licitatório. Concurso - é a modalidade de licitação destinada à es-
O princípio da competitividade garante a livre partici- colha de trabalho técnico ou artístico predominantemente
pação a todos, porém, essa liberdade de participação é rela- de criação intelectual. Normalmente, há atribuição de prê-
tiva, não significando que qualquer empresa será admitida mio aos classificados, mas a lei admite também a oferta de
no processo licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma remuneração;
empresa fabricante de automóveis tencionar participar de Leilão - é espécie de licitação utilizável na venda de bens
um processo de licitação, quando o objeto do certame seja móveis e semoventes e, em casos especiais, também de imóveis.
compra de alimentos. • Publicação Dos Editais: os editais de concorrência, to-
A Administração Pública se balizará no princípio da im- mada de preços, concurso e leilão deverão ser publicados com
pessoalidade para evitar a preferência por alguma empresa antecedência, no mínimo, por uma vez no Diário Oficial da
especificamente, cuja não observação implicaria prejuízo União, no Diário Oficial do Estado, ou em jornal de grande cir-
para a lisura do processo licitatório, e como consequência a culação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação
decretação da nulidade do processo. no Município, dependendo da estância da licitação.
Como a licitação busca atender ao interesse público, • Prazos Para Publicação Do Edital: o prazo míni-
à coletividade, a escolha e julgamento da melhor proposta mo que deverá mediar entre a última publicação do edital
obedecerão ao princípio da publicidade, que visa tornar a fu- resumido ou da expedição do convite e o recebimento das
tura licitação conhecida dos interessados e dar conhecimen- propostas será: De quarenta e cinco dias para: Concurso;
to aos licitantes bem como à sociedade em geral, sobre seus Concorrência: do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”,
atos. Outra função desse princípio é garantir aos cidadãos o ou execução por empreitada integral; De trinta dias para:
acesso à documentação referente à licitação, bem como sua Concorrência, nos casos não especificados acima; Tomada
participação em audiências públicas, nas hipóteses previstas de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou
no art. 39, da Lei nº 8.666/93. “técnica e preço”; De quinze dias para: Tomada de preços,
A proposta mais vantajosa nem sempre é a mais barata. nos casos não especificados acima; Leilão; De cinco dias úteis
Como dizem alguns, às vezes o barato sai caro. A Adminis- para: Convite.
tração Pública deve saber definir quando, quanto, o que e • Procedimento Da Licitação: Apesar dos atos que
por que vai comprar, a exemplo da situação onde há opção compõem o procedimento terem, cada um, finalidade es-
de compra ou locação. É nessa análise que o princípio da pecífica, eles têm um objetivo comum: a seleção da melhor
economicidade se revela, auxiliando a aplicação dos recur- proposta. Este ato derradeiro do procedimento é um ato
sos públicos com zelo e eficiência. unilateral que se inclui dentro do próprio certame, diferen-
Modalidades da Licitação: Cinco são as modalidades de temente do contrato, que é externo ao procedimento. “O
licitação previstas na lei - art. 22 (O § 8’ veda a criação de procedimento da licitação será iniciado com a abertura de
outras modalidades licitatórias ou sua combinação): processo administrativo, devidamente autuado, protocolado

32
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação - Licitação de menor preço - é a mais comum.
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, O critério do menor preço é , sem dúvida, o mais obje-
e ao qual serão juntados oportunamente:... “ Da Requisição tivo. É usual na contratação de obras singelas, de serviços
de Compra deverá constar obrigatoriamente: Justificativa que dispensam especialização, na compra de materiais ou
do pedido, endossada pelo titular do órgão; Especificação gêneros padronizados;
adequada do produto a ser adquirido; Indicação do recurso - Licitação de melhor técnica - esse critério privilegia a
próprio a ser onerado, devidamente confirmado pela Seção qualidade do bem, obra ou serviço proposto em função da
de Contabilidade da unidade requisitante; Atendimento ao necessidade administrativa a ser preenchida.
princípio de padronização, sempre que possível for; Indica- O que a Administração pretende é a obra, o serviço, o
ção dos fatores a serem considerados e expressamente de- material mais eficiente, mais durável, mais adequado aos
clarados no Edital, para fins de julgamento das propostas. objetivos a serem atingidos;
Segundo Hely Lopes Meirelles, esta é a fase interna da - Licitação de técnica e preço - neste tipo de licitação,
licitação à qual se segue a fase externa, que se desenvolve combinam-se os dois fatores: técnica e preço.
através dos seguintes atos, nesta ordem: Esse critério pode consistir em que a técnica e preço se-
1. Edital ou convite de convocação dos interessados; jam avaliados separadamente, de modo a que, após selecio-
2. Recebimento da documentação e propostas; nar as propostas que vierem a alcançar certo índice de qua-
3. Habilitação dos licitantes; lidade ou de técnica, o preço será o fator de decisão. Pode-se,
4. Julgamento das propostas (classificação) ainda atribuir pesos, ou seja, ponderação aos resultados da
5. Adjudicação e homologação. parte técnica e ponderação ao preço, que serão considerados
A modalidade em que todas as fases da licitação se en- em conjunto;
contram claramente definidas é a concorrência. - Licitação de maior lance ou oferta - nos casos de alie-
1) Edital: “É o instrumento pelo qual a Administração nação de bens ou concessão de direito real de uso (art. 45 §
leva ao conhecimento público a abertura de concorrência, de 1’ da Lei 8.666/93).
tomada de preços, de concurso e de leilão, fixa as condições As propostas que estiverem de acordo com o edital serão
de sua realização e convoca os interessados para a apre- classificadas na ordem de preferência, na escolha conforme
sentação de suas propostas”. Como lei interna da licitação,
o tipo de licitação. Aquelas que não se apresentarem em
vincula a Administração e os participantes.
conformidade com o instrumento convocatório serão des-
Funções do edital: o edital dá publicidade à licitação;
classificadas. Não se pode aceitar proposta que apresente
Identifica o objeto licitado e delimita o universo das propos-
preços unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, ainda
tas; Circunscreve o universo dos proponentes; Estabelece os
que o instrumento convocatório não tenha estabelecido li-
critérios para análise e avaliação dos proponentes e das pro-
mites mínimos (v. § 3’ do art. 44 da Lei 8.666/93).
postas; Regula atos e termos processuais do procedimento;
Fixa cláusulas do futuro contrato.
2) Habilitação: A habilitação, por vezes denominada ⇒ RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM.
“qualificação”, é a fase do procedimento em que se analisa a Recebimento é a atividade intermediária entre as ta-
aptidão dos licitantes. Entende-se por aptidão a qualificação refas de compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua
indispensável para que sua proposta possa ser objeto de con- responsabilidade a conferência dos materiais destinados à
sideração, sendo que o licitante pode ser habilitado ou não empresa.
pelo órgão competente. As atribuições básicas do Recebimento são: coordenar e
Obs: Na modalidade de licitação chamada “convite” ine- controlar as atividades de recebimento e devolução de ma-
xiste a fase de habilitação. Ela é presumida; é feita a priori pelo teriais; analisar a documentação recebida, verificando se a
próprio órgão licitante que escolhe e convoca aqueles que jul- compra está autorizada; controlar os volumes declarados na
gam capacitados a participar do certame, admitindo, também, Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a
eventual interessado, não convidado, mas cadastrado. serem efetivamente recebidos; proceder a conferência visual,
3) Classificação: “É o ato pelo qual as propostas admiti- verificando as condições de embalagem quanto a possíveis
das são ordenadas em função das vantagens que oferecem, avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando
na conformidade dos critérios de avaliação estabelecidos as ressalvas de praxe nos respectivos documentos; proceder
no edital”. Após se confrontar as ofertas, classificam-se as a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais rece-
propostas e escolhe-se o vencedor, a partir das vantagens bidos; decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o
que oferecem, na conformidade dos critérios de avaliação caso; providenciar a regularização da recusa, devolução ou
estabelecidos no edital a quem deverá ser adjudicado o ob- da liberação de pagamento ao fornecedor; liberar o material
jeto da licitação.” A classificação se divide em duas fases: desembaraçado para estoque no almoxarifado;
Na primeira, ocorre a abertura dos envelopes “proposta” A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite
entregues pelos participantes do certame. Os envelopes são dividir a função em quatro fases : 1a fase : Entrada de mate-
abertos em ato público, previamente designado, do qual se riais; 2a fase : Conferência quantitativa; 3a fase : Conferência
lavrará ata circunstanciada; Na segunda, há o julgamen- qualitativa; 4a fase : Regularização
to das propostas, que deve ser objetivo e em conformidade 1a fase - Entrada de Materiais : A recepção dos veículos
com os tipos de licitação. Critérios de classificação: Existem transportadores efetuada na portaria da empresa representa
quatro tipos básicos de licitação (4 critérios básicos para o início do processo de Recebimento e tem os seguintes ob-
avaliação das propostas): jetivos : a recepção dos veículos transportadores; a triagem

33
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

da documentação suporte do recebimento; constatação se a 4ª fase – Regularização: Caracteriza-se pelo controle do


compra, objeto da Nota Fiscal em análise, está autorizada processo de recebimento, pela confirmação da conferência
pela empresa; constatação se a compra autorizada está no qualitativa e quantitativa, respectivamente por meio do lau-
prazo de entrega contratual; constatação se o número do do de inspeção técnica e pela confrontação das quantidades
documento de compra consta na Nota Fiscal; cadastramento conferidas versus faturadas.
no sistema das informações referentes a compras autoriza- O processo de Regularização poderá dar origem a uma
das, para as quais se inicia o processo de recebimento; o das seguintes situações: liberação de pagamento ao fornece-
encaminhamento desses veículos para a descarga. dor ( material recebido sem ressalvas); liberação parcial de
As compras não autorizadas ou em desacordo com a pagamento ao fornecedor; devolução de material ao forne-
programação de entrega devem ser recusadas, transcreven- cedor; reclamação de falta ao fornecedor; entrada do mate-
do-se os motivos no verso da Nota Fiscal. Outro documento rial no estoque.
que serve para as operações de análise de avarias e confe- Os objetivos da armazenagem de produtos são vários, o
rência de volumes é o “Conhecimento de Transporte Rodo- objetivo primário da armazenagem é o de guardar a mer-
viário de Carga”, que é emitido quando do recebimento da cadoria por um determinado período, isso quer dizer que a
mercadoria a ser transportada. mercadoria deve ser mantida no depósito por certo período,
As divergências e irregularidades insanáveis constatadas ate que seja o momento de sua consumação ou comerciali-
em relação às condições de contrato devem motivar a recu- zação, características importantes também levadas em con-
sa do recebimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota ta são: segurança, extravios e furtos.
Fiscal às circunstâncias que motivaram a recusa, bem como Na armazenagem a correta utilização do espaço dis-
nos documentos do transportador. O exame para constata- ponível demanda estudo exaustivo das cargas a armazenar,
ção das avarias é feito através da análise da disposição das dos níveis de armazenamento, das estruturas para armaze-
cargas, da observação das embalagens, quanto a evidências nagem e dos meios mecânicos a utilizar.
de quebras, umidade e amassados. Indica-se a real ocupação do espaço por meio do indica-
Os materiais que passaram por essa primeira etapa de- dor “taxa de ocupação volumétrica”, que leva em considera-
vem ser encaminhados ao estoque. Para efeito de descarga ção o espaço disponível versus o espaço ocupado.
do material no estoque, a recepção é voltada para a con- Para entendermos plenamente a utilização do espaço
ferência de volumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os vertical, há que se analisar a utilidade de paletes para a mo-
respectivos registros e controles de compra. Para a descarga vimentação, manuseio e armazenagem de materiais. A pa-
do veículo transportador é necessária a utilização de equi- letização vem sendo utilizada em empresas que demandam
pamentos especiais, quais sejam: paleteiras, talhas, empilha- manipulação rápida e armazenagem racional, envolvendo
deiras e pontes rolantes. grandes quantidades. A paletização tem como objetivo reali-
2a fase - Conferência Quantitativa; É a atividade que ve- zar, de uma só vez, a movimentação de um número maior de
rifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota unidades. Ao pallet é atribuído o aumento da capacidade de
Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A conferência estocagem, economia de mão-de-obra, tempo e redução de
por acusação também conhecida como “ contagem cega “ custos. O emprego de empilhadeiras e pallets já proporcio-
é aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebi- naram a muitas empresas economia de até 80 % do capital
da, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A despendido com o sistema de transporte interno.
confrontação do recebido versus faturado é efetuada a pos- Inicialmente os pallets eram empregados na manipula-
teriori por meio do Regularizador que analisa as distorções e ção interna de armazéns e depósitos e hoje acompanham a
providencia a recontagem. carga, da linha de produção à estocagem, embarque e distri-
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes buição. Em razão da padronização das medidas do pallet pe-
podem ser contados utilizando os seguintes métodos : Ma- los países como Estados Unidos e Inglaterra, eles passaram
nual : para o caso de pequenas quantidades; Por meio de cál- a serem utilizados através dos continentes em caminhões,
culos : para o caso que envolvem embalagens padronizadas vagões ferroviários e embarcações marítimas.
com grandes quantidades; Por meio de balanças contadoras Os Critérios de Armazenagem dependem das caracte-
pesadoras: para casos que envolvem grande quantidade de rísticas do material, a armazenagem pode dar-se em fun-
pequenas peças como parafusos , porcas, arruelas; Pesagem ção dos seguintes parâmetros: fragilidade; combustibilidade;
: para materiais de maior peso ou volume, a pesagem pode volatilização; oxidação; explosividade; intoxicação; radiação;
ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; Me- corrosão; inflamabilidade; volume; peso e forma.
dição : em geral as medições são feitas por meio de trenas; Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem
3ª fase - Conferência Qualitativa: Visa garantir a ade- a regras taxativas que regulem o modo como os materiais
quação do material ao fim que se destina. A análise de qua- devem ser dispostos no estoque. Por essa razão, devem-se
lidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da confron- analisar, em conjunto, os parâmetros citados anteriormen-
tação das condições contratadas na Autorização de Forneci- te, para depois decidir pelo tipo de arranjo físico mais con-
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, veniente, selecionando a alternativa que melhor atenda ao
visa garantir o recebimento adequado do material contrata- fluxo de materiais: armazenagem por tamanho esse critério
do pelo exame dos seguintes itens: Características dimensio- permite bom aproveitamento do espaço; armazenamento
nais; Características específicas; Restrições de especificação; por frequência: esse critério implica armazenar próximo da

34
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

saída do almoxarifado os materiais que tenham maior fre- de saída deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais
quência de movimento; armazenagem especial, onde desta- emitida pelo Almoxarifado. Caso o bem seja entregue direta-
cam-se: os ambientes climatizados; os produtos inflamáveis, mente ao destino final, o Almoxarifado encaminhará a Guia
que são armazenados sob rígidas normas de segurança; os de Saída ao Patrimônio, juntamente com os demais docu-
produtos perecíveis. mentos do processo de empenho.
A Armazenagem em área externa. Devido à sua natu-
reza, muitos materiais podem ser armazenados em áreas O tombamento consiste na formalização da inclusão
externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno física de um bem patrimonial no acervo do órgão, com a
para materiais que necessitam de proteção em área coberta. atribuição de um único número por registro patrimonial,
Podem ser colocados nos pátios externos os materiais a gra- ou agrupando-se uma sequência de registros patrimoniais
nel, tambores e “containers”, peças fundidas e chapas metá- quando for por lote, que é denominado “número de tomba-
licas. Coberturas alternativas : não sendo possível a expan- mento”. Pelo tombamento aplica-se uma conta patrimonial
são do estoque, a solução é a utilização de galpões plásticos, do Plano de Contas do órgão a cada material, de acordo com
que dispensam fundações, permitindo a armazenagem a um a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do bem a ser
menor custo. Independentemente do critério ou método de registrado é o valor constante do respectivo documento de
armazenamento adotado é oportuno observar as indicações incorporação (valor de aquisição).
contidas nas embalagens em geral.
Layout é a disposição física de equipamentos, estoques, A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem,
fluxo de pessoas e de material de forma que tudo se organize de plaqueta de identificação, por colagem ou rebitamento, a
harmoniosamente, pode ser uma instalação real, um proje- qual conterá o número de registro patrimonial.
to ou um trabalho. O seu estudo busca encontrar a melhor
maneira de dispor fisicamente todos os meio de produção, Na colocação da plaqueta deverão ser observados os se-
arrumando o espaço de trabalho a fim de otimizar a funcio- guintes aspectos: local de fácil visualização para efeito de
nalidade do sistema, reduzir manuseio, transporte de mate- identificação por meio de leitor óptico, preferencialmente na
rial e circulação de pessoas. parte frontal do bem; evitar áreas que possam curvar ou do-
Faz-se necessário à modificação do layout na empresa brar a plaqueta ou que possam acarretar sua deterioração;
quando: existir máquinas improdutivas, por idade ou obso- evitar fixar a plaqueta em partes que não ofereçam boa ade-
letismo; ocorrer acréscimos na demanda e novas máquinas rência, por apenas uma das extremidades ou sobre alguma
precisam ser instaladas; existir ambiente de trabalho inade- indicação importante do bem.
quado; houver excesso de material em processo; existir mo-
vimentação excessiva de material. Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física
O objetivo principal do arranjo físico é obter operações antes de serem distribuídos aos diversos centros de respon-
econômicas a fim de: utilizar racionalmente o espaço físico sabilidade do órgão. Os bens patrimoniais cujas caracterís-
disponível; reduzir ao mínimo as movimentações de mate- ticas físicas ou a sua própria natureza impossibilitem a apli-
riais, produtos e pessoas; obter fluxo coerente de fabricação; cação de plaqueta também terão número de tombamento,
oferecer melhores condições de trabalho aos funcionários; mas serão marcados e controlados em separado. Caso o lo-
evitar investimento desnecessário; permitir manutenção; cal padrão para a colagem da plaqueta seja de difícil acesso,
possibilitar supervisão e obtenção da qualidade; obter so- como, por exemplo, nos arquivos ou estantes encostadas na
luções flexíveis, isto é, possíveis de serem modificadas sem parede, que não possam ser movimentados devido ao peso
maiores atropelos. excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próxi-
No estudo do layout alguns cuidados devem ser toma- mo ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou dete-
dos durante o projeto do layout de um estoque, de forma que rioração da plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem
se possa obter as seguintes condições: máxima utilização do está localizado deverá comunicar, impreterivelmente, o fato
espaço; efetiva utilização dos recursos disponíveis ( mão de ao Setor de Patrimônio.
obra e equipamentos ); pronto acesso a todos os itens; má-
xima proteção aos itens estocados; boa organização; satisfa- A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixa-
ção das necessidades dos clientes. ção de plaquetas (ou adesivos):

⇒ TOMBAMENTO DE BENS: a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a


O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebi- plaqueta deve ser fixada na parte frontal superior direita, no
mento dos bens móveis pelos órgãos, como visto anterior- caso de arquivos de aço, e na parte lateral superior direita,
mente, pela conferência física dos bens pelo Almoxarifado. no caso de armários, estantes e bens semelhantes, sempre
Após registro de entrada do bem no sistema de gerencia- com relação a quem olha o móvel;
mento de material no estoque, o responsável por este en- b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada
caminhará uma comunicação ao Setor de Patrimônio (com na parte frontal central, contrária à posição de quem usa
cópia da nota de empenho, documentos fiscais e outros que o bem, com exceção das estações de trabalho e/ou àqueles
se fizerem necessários), informando o destino (centros de móveis que foram projetados para ficarem encostados em
responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em es- paredes, nos quais as plaquetas serão fixadas em parte de
toque, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação fácil visualização;

35
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa in- - situação do bem (registrado, alocado, cedido em co-
ferior do motor; modato, em manutenção, em depósito para manutenção,
d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser em depósito para triagem, em depósito para redistribuição,
fixada no lado externo direito, em relação a quem opera a em depósito para alienação, em sindicância, desaparecido,
máquina; baixado, outros);
e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a - estado de conservação (bom, regular, precário, inserví-
plaqueta nunca deve ser colocada em partes revestidas por vel, recuperável);
courvin, couro ou tecido, pois estes revestimentos não ofe- - histórico do bem vinculado a um sistema de manuten-
recem segurança. A plaqueta deverá ser fixada na base, nos ção, quando existir.
pés ou na parte mais sólida;
f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em Tal informação permitirá o acompanhamento da ma-
aparelhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na nutenção dos bens e identificação de todos os problemas
parte mais fixa e permanente do aparelho, nunca no painel ocorridos nestes números do Termo de Responsabilidade; e
plaquetável ou não plaquetável.
removível ou na carcaça;
g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o
fixada na parte lateral direita do painel de direção, em re- recebimento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimô-
lação ao motorista, na parte mais sólida e não removível, nio, que procederá ao tombamento e cadastramento em sis-
nunca em acessórios; tema específico, utilizando diversos dados, tais como:
h) quadros e obras-de-arte: a colocação da plaqueta, - número do registro;
neste caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a - tipo de imóvel;
estética, nem diminua seu valor comercial; - denominação do imóvel;
i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada - características (descrição detalhada do bem);
na base. Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, - valor de aquisição (valor histórico);
na lateral direita; - forma de ingresso (compra, doação, permuta, como-
j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a pla- dato, construção, usucapião, desapropriação, cessão, outras);
queta deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, - classificação contábil/patrimonial;
caso não seja possível a colagem neste local, colar nesta - número do empenho e data de emissão;
mesma posição na parte posterior do quadro; e - fonte de recurso;
k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como - número do processo de aquisição e ano;
outros bens aqueles materiais que não podem ser classifica- - tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/
dos claramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo
tais bens, a plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comoda-
são manuseados. to, outros);
- nome do fornecedor (código);
A seguir são elencados, como sugestões, dados necessá- - localização (identificação do centro de responsabilida-
rios ao registro dos bens no sistema de patrimônio: de); situação do bem (registrado, alocado, cedido em como-
- número do tombamento; dato, em manutenção,
- data do tombo; - em depósito para manutenção, em depósito para tria-
- descrição padronizada do bem (descrição básica pré- gem, em depósito para redistribuição, em depósito para alie-
nação, em sindicância, desaparecido, baixado, outros);
-definida em um sistema de patrimônio);
- estado de conservação (bom, regular, precário, inser-
- marca/modelo/série (também pré-definidos em um
vível);
sistema de patrimônio);
- data da incorporação;
- características (descrição detalhada); - unidade da federação;
- valor unitário de aquisição (valor histórico); - tipo de logradouro;
- agregação (acessório ou componente); - número;
- forma de ingresso (compra, fabricação própria, doa- - complemento;
ção, permuta, cessão, outras); - bairro/distrito;
- classificação contábil/patrimonial; - município;
- número do empenho e data de emissão; - cartório de registro;
- fonte de recurso; - matrícula;
- número do processo de aquisição e ano; - livro;
- tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/ - folhas;
fatura, comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo - data do registro;
de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão em Comoda- - data da reavaliação;
to, outros); - moeda da reavaliação;
- nome do fornecedor (código); - valor do aluguel;
- garantia (data limite da garantia e empresa de ma- - valor do arrendamento;
nutenção); - valor de utilização;
- localização (identificação do centro de responsabilidade); - valor de atualização;

36
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- moeda de atualização; - solicitação, por escrito, do interessado em receber o


- data da atualização; bem, dirigida ao possível cedente;
- reavaliador; - “de acordo” do setor cedente com a autorização de
- e CPF/CNPJ do reavaliador. transferência ;
- solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patrimô-
⇒ CONTROLE DE BENS: nio para emissão do Termo de Responsabilidade;
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimo- - após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Se-
niais o conjunto de procedimentos relativos à distribuição, tor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patrimonial,
transferência, saída provisória, empréstimo e arrendamento para que este colha assinaturas do cedente e do recebedor.
a que estão sujeitos no período decorrido entre sua incorpo-
ração e desincorporação. Para que ocorra a transferência de responsabilidade en-
tre dois setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição
observados os seguintes parâmetros:
de material permanente recém-adquirido, de acordo com
- solicitação, por escrito, do interessado em receber o
a destinação dada no processo administrativo de aquisição
bem, dirigida ao possível cedente;
correspondente.
- “de acordo” do setor cedente com a autorização de
A movimentação de qualquer bem móvel será feita me- transferência e anuência das unidades de controle do patri-
diante o preenchimento do Termo de Responsabilidade, que mônio e do titular do órgão;
deverá conter no mínimo, as seguintes informações: - solicitação do agente patrimonial ao Setor de Patri-
- número do Termo de Responsabilidade; mônio para emissão do Termo de Transferência de Respon-
- nome do local de lotação do bem (incluindo também o sabilidade;
nome do sub local de lotação); - após a emissão do Termo de Responsabilidade, o Setor
- declaração de responsabilidade; de Patrimônio o remeterá ao agente patrimonial, para que
- número do tombamento; este colha assinaturas do cedente e do recebedor.
- descrição;
- quantidade; Quando a transferência de responsabilidade do bem
- indicação se é plaquetável; ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer
- valor unitário; a mudança da responsabilidade patrimonial de um servidor
- valor total; para outro, desde que não pressuponha mudança de local
- total de bens arrolados no Termo de Responsabilidade; do bem, deverão ser observados os seguintes procedimentos:
- data do Termo; - o Setor de Recursos Humanos (ou equivalente) deverá
- nome e assinatura do responsável patrimonial; encaminhar ao Setor de Patrimônio cópia da portaria que
- e data de assinatura do Termo. substitui o servidor responsável;
- de posse das informações contidas na portaria, o Setor
A transferência é a operação de movimentação de bens, de Patrimônio emite o respectivo Termo de Transferência de
com a consequente alteração da carga patrimonial. A auto- Responsabilidade;
ridade transferidora solicita ao setor competente do órgão a - emitido o Termo, este será encaminhado ao agente pa-
oficialização do ato, por meio das providências preliminares. trimonial da unidade, que providenciará a conferência dos
É importante destacar que a transferência de responsabilida- bens e assinatura do Termo;
de com movimentação de bens somente será efetivada pelo
- uma vez assinado o Termo, o agente providenciará
Setor de Patrimônio mediante solicitação do responsável
para que uma das vias seja arquivada no setor onde os bens
pela carga cedente com anuência do recebedor. A devolução
ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos ou sem se encontram e outra encaminhada ao Setor de Patrimônio.
utilização também se caracteriza como transferência. Neste
caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela
devolve-o com a observância das normas regulamentares, movimentação de bens patrimoniais para fora da instalação
a fim de que a o Setor Patrimonial possa manter rigoroso ou dependência onde estão localizados, em decorrência da
controle sobre a situação do bem. necessidade de conserto, manutenção ou da sua utilização
temporária por outro centro de responsabilidade ou outro
Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio órgão, quando devidamente autorizado. Qualquer que seja
do órgão também ficam sob a guarda dos servidores des- o motivo da saída provisória, esta deverá ser autorizada pelo
te setor (fiéis depositários), e serão objetos de análise para dirigente do órgão gestor ou por outro servidor que rece-
a determinação da baixa ou transferência a outros setores. beu delegação para autorizar tal ato. Toda a manutenção
É importante colocar que uma cópia do Termo de Respon- de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá ser
sabilidade de cada setor deverá ser fixada em local visível solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e re-
a todos, dentro de seu recinto de trabalho, visando facilitar sultará na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de
o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de acesso ao Manutenção, que tomará todas as providências para proce-
setor). Para que ocorra a transferência de responsabilidade der à assistência de bem em garantia ou utilizando-se de
entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão seus recursos próprios.
ser observados os seguintes parâmetros:

37
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Empréstimo: O empréstimo é a operação de remaneja- o objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes sob cuja
mento de bens entre órgãos por um período determinado de guarda se encontram determinados bens. Os diversos tipos
tempo, sem envolvimento de transação financeira. O em- de inventários são realizados por determinação de autorida-
préstimo deve ser evitado. Porém, se não houver alternativa, de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimô-
os órgãos envolvidos devem manter um rigoroso controle, de nio e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer
modo a assegurar a devolução do bem na mesma condição detentor de carga dos diversos centros de responsabilidade,
em que estava na ocasião do empréstimo. Já o empréstimo periodicamente ou a qualquer tempo.
a terceiros de bens pertencentes ao poder público é vedado,
salvo exceções previstas em leis. Os inventários na Administração Pública devem ser le-
vantados não apenas por uma questão de rotina ou de dis-
Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros posição legal, mas também como medida de controle, tendo
também deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, ne- em vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma
nhum respaldo legal. pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar resguardados
quanto a quaisquer danos.
⇒ INVENTÁRIO: Na Administração Pública o inventário é obrigatório,
pois a legislação estabelece que o levantamento geral de
O Inventário determina a contagem física dos itens de bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de
estoque e em processos, para comparar a quantidade física cada unidade gestora e os elementos da escrituração sinté-
com os dados contabilizados em seus registros, a fim de eli- tica da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, de 17
minar as discrepâncias que possam existir entre os valores de março de 1964).
contábeis, dos livros, e o que realmente existe em estoque.
A fim de manter atualizados os registros dos bens patri-
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário moniais, bem como a responsabilidade dos setores onde se
geral é elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada localizam tais bens, a Administração Pública deve proceder
empresa, com a contagem física de todos os itens de uma ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma
só vez. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fiscal vez por ano. Para fins de atualização física e monetária e de
da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo ope- controle, a época da inventariação será:
racional, concentrando-se em cada grupo de itens em deter- - anual para todos os bens móveis e imóveis sob respon-
minados períodos. sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confir-
Inventário na administração pública: Inventário são a mação dos dados apresentados no Balanço Geral); e
discriminação organizada e analítica de todos os bens (per- - no início e término da gestão, isto é, na substituição
manentes ou de consumo) e valores de um patrimônio, num dos respectivos responsáveis, no caso de bens móveis.
determinado momento, visando atender uma finalidade
específica. É um instrumento de controle para verificação Os bens serão inventariados pelos respectivos valores
dos saldos de estoques nos almoxarifados e depósitos, e da históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos va-
existência física dos bens em uso no órgão ou entidade, in- lores constantes de inventários já existentes, com indicação
formando seu estado de conservação, e mantendo atualiza- da data de aquisição.
dos e conciliados os registros do sistema de administração
patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financei- Durante a realização de qualquer tipo de inventário,
ro. Além disso, o inventário também pode ser utilizado para fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens
subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes, localizados nos endereços individuais abrangidos pelos
detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis. trabalhos, exceto mediante autorização específica das uni-
dades de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão,
Através do inventário pode-se confirmar a localização com subsequente comunicação formal a Comissão de In-
e atribuição da carga de cada material permanente, per- ventário de Bens.
mitindo a atualização dos registros dos bens permanentes
bem como o levantamento da situação dos equipamentos e Nas fases do inventário dois pontos devem ser destaca-
materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, extravio dos sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser
ou qualquer outra irregularidade. Podem-se verificar tam- físico e/ou contábil: Levantamento físico, material ou de fato
bém no inventário as necessidades de manutenção e reparo é o levantamento efetuado diretamente pela identificação e
e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis, pos- contagem ou medida dos componentes patrimoniais.
sibilitando maior racionalização e minimização de custos,
bem como a correta fixação da plaqueta de identificação. Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado
de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração.
Na Administração Pública, o inventário é entendido O simples arrolamento não interessa para a contabilidade se
como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da não for completado pela avaliação. Sem a expressão econô-
Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se mica, o arrolamento serve apenas para controle da existên-
conhecer a exatidão dos valores que são registrados na con- cia dos componentes patrimoniais.
tabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com

38
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O inventário é dividido em três fases: Levantamento: b) bens móveis permanentes excedentes ou ociosos:
compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ati- quando for constatado estarem os bens em perfeitas condi-
vos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes ções de uso e operação, porém sem utilização.
partes: identificação, agrupamento e mensuração.
Os bens móveis permanentes considerados excedentes
Arrolamento: é o registro das características e quanti- ou ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, fi-
dades obtidas no levantamento. O arrolamento pode apre- cando proibida a retirada de peças e dos periféricos a ele
sentar os componentes patrimoniais deforma resumida e relacionados, exceto nos casos autorizados pelo chefe da
recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes unidade gestora.
são relacionados individualmente, o arrolamento é analítico;
⇒ ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS:
Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade O desfazimento é a operação de baixa de um bem per-
de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação tencente ao acervo patrimonial do órgão e consequente re-
dos componentes patrimoniais devem ter sempre por base o tirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa
custo. A atribuição do valor aos componentes patrimoniais patrimonial, a retirada de bem da carga patrimonial do ór-
obedece a critérios que se ajustam a sua natureza, função na gão, mediante registro da transferência deste para o con-
massa patrimonial e a sua finalidade. trole de bens baixados, feita exclusivamente pelo Setor de
Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O número
⇒ ALIENAÇÃO DE BENS:
de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado
De acordo com o direito administrativo brasileiro, en-
em outro bem.
tende-se como alienação a transferência de propriedade,
remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta,
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das
doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de
formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio;
posse ou concessão de domínio.
destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expostas,
pela Administração, desde que satisfaça as exigências admi- deve-se proceder à baixa definitiva dos bens considerados
nistrativas. Muito embora as Constituições Estaduais possam inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecuperável e
determinar que a autorização de doação de bens móveis seja inaproveitável em instituições do serviço público. As orien-
submetida à Assembleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, tações administrativas devem ser obedecidas, em cada caso,
de 21 de junho de 1993, que institui normas para licitações para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de gestão
e contratos da Administração Pública 37 e dá outras pro- patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessa-
vidências, faculta a obrigação de licitação específica para da. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo inte-
doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação resse em utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando
por leilão. em condições de uso (em estado regular de conservação),
o dirigente do órgão deverá, primeiramente, colocá-lo em
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, disponibilidade.
subordinada à existência de interesse público devidamente
justificado. Para tanto, o detentor da carga deverá preencher formu-
lário próprio criado pelo órgão normatizador e encaminhar
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse ao órgão competente que poderá verificar, antecipadamente,
público e à autorização da Assembleia Legislativa (para os junto às entidades filantrópicas reconhecidas como de inte-
casos previstos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que resse público, delegacias, escolas ou bibliotecas municipais e
será efetuada por comissão de licitação de leilão ou outra estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se existe interesse pe-
modalidade prevista para a Administração Pública. los bens. Se houver interesse, a autoridade competente deverá
efetuar o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixa-
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados do permanecerá guardado em local apropriado, sob a respon-
à alienação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser sabilidade de um servidor público, até a aprovação de baixa,
remetido ao Setor de Patrimônio, o qual instaurará o proce- ficando expressamente proibido o uso do bem desde o início
dimento respectivo; sempre que possível, os bens serão agru- da tramitação do processo de baixa até sua destinação final.
pados em lotes para que seja procedida a sua baixa; os bens
objeto de baixa serão vistoriados in loco por uma Comissão O registro no sistema patrimonial será efetivado com
Interna de Avaliação de Bens, no próprio órgão, os quais, base no Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os
observando o estado de conservação, a vida útil, o valor de seguintes dados: número do tombamento; descrição; quan-
mercado e o valor contábil, formalizando laudo de avaliação tidade baixada (quando se tratar de lote de bens não pla-
dos bens, classificando-os em: quetados); forma de baixa; motivo de baixa; data de baixa;
a) bens móveis permanentes inservíveis: quando for número da Portaria ou Termo de Baixa. Visando o correto
constatado serem os bens danificados, obsoletos, fora do processo de baixa de bens do sistema patrimonial, faz-se ne-
padrão ou em desuso devido ao seu estado precário de con- cessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de
servação; e

39
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emi- Art. 4º Cargo público é o conjunto de atribuições e res-
tirá por processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor ponsabilidades cometidas a um funcionário.
de Patrimônio verificará junto ao Setor Financeiro quanto à
existência do comprovante de pagamento, em caso de licita- Art. 5º Os cargos públicos são isolados ou de carreira.
ção e, em seguida, procederá à entrega do mesmo median-
te recibo próprio; emitido o Termo, o Setor de Patrimônio Art. 6º Aos cargos públicos serão atribuídos valores de-
providenciará o documento de quitação de responsabilidade terminados por referências numéricas, seguidas de letras em
patrimonial e entregará uma via a quem detinha a respon- ordem alfabética, indicadoras de graus.
sabilidade do bem. Parágrafo único. O conjunto de referência e grau consti-
tui o padrão do cargo.
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais
e ao dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedien- Art. 7º Classe é o conjunto de cargos da mesma deno-
tes para que seja efetuado levantamento de bens suscetíveis minação.
de alienação ou desfazimento.
Art. 8º Carreira é o conjunto de classes da mesma natu-
reza de trabalho, escalonadas segundo o nível de complexi-
dade e o grau de responsabilidade.
LEGISLAÇÕES: LEI Nº 10.261/68 – ESTATUTO Art. 9º  Quadro é o conjunto de carreiras e de cargos
DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO isolados.
ESTADO DE SÃO PAULO
Art. 10. É vedado atribuir ao funcionário serviços diver-
sos dos inerentes ao seu cargo, exceto as funções de chefia e
direção e as comissões legais.

LEI Nº 10.261, DE 28 DE OUTUBRO DE 1968 Aplica-se na esfera estadual paulista, tanto para a Ad-
ministração direta quanto para a indireta, nos três poderes,
Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis ressalvado o afastamento para autarquias, entidades pa-
do Estado raestatais e serviços públicos de natureza industrial.
Considera-se funcionário público a pessoa investida em
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: cargo público, que corresponde a um conjunto de atribuições
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu e responsabilidades, podendo ser isolado ou de carreira (é
promulgo a seguinte lei: possível que exista um plano de carreira escalonado, permi-
tindo a ascensão entre classes, ou não; a somatória de cargos
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO isolados e de carreira é denominada de quadro).
ESTADO Todo serviço público será remunerado pelos cofres pú-
blicos.
TÍTULO I
Disposições Preliminares TÍTULO II
DO PROVIMENTO, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DOS
Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico dos funcionários CARGOS PÚBLICOS
públicos civis do Estado.
Parágrafo único. As suas disposições, exceto no que co- CAPÍTULO I
lidirem com a legislação especial, aplicam-se aos funcioná- Do Provimento
rios dos 3 Poderes do Estado e aos do Tribunal de Contas do
Estado. Art. 11. Os cargos públicos serão providos por:
I - nomeação;
Art. 2º As disposições desta lei não se aplicam aos em- II - transferência;
pregados das autarquias, entidades paraestatais e serviços III - reintegração;
públicos de natureza industrial, ressalvada a situação da- IV - acesso;
queles que, por lei anterior, já tenham a qualidade de fun- V - reversão;
cionário público. VI - aproveitamento; e
Parágrafo único. Os direitos, vantagens e regalias dos VII - readmissão.
funcionários públicos só poderão ser estendidos aos empre-
gados das entidades a que se refere este Art. na forma e Art. 12. Não havendo candidato habilitado em concur-
condições que a lei estabelecer. so, os cargos vagos, isolados ou de carreira, só poderão ser
ocupados no regime da legislação trabalhista, até o prazo
Art. 3º Funcionário público, para os fins deste Estatuto, é máximo de 2 (dois) anos, considerando-se findo o contrato
a pessoa legalmente investida em cargo público. após esse período, vedada a recondução.

40
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Segundo Hely Lopes Meirelles1, provimento “é o ato pelo 2 - por especializações ou por modalidades profissionais,
qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a de- quando couber;
signação de seu titular”, podendo ser originário ou inicial se o II - as condições para provimento do cargo referentes a:
agente não possui vinculação anterior com a Administração 1 - diplomas ou experiência de trabalho;
Pública; ou derivado, que pressupõe a existência de um vín- 2 - capacidade física; e
culo com a Administração, o qual pode ser horizontal, sem 3 - conduta;
ascensão na carreira, ou vertical, com ascensão na carreira. III - o tipo e conteúdo das provas e as categorias de tí-
tulos;
CAPÍTULO II IV - a forma de julgamento das provas e dos títulos;
Das Nomeações V - os critérios de habilitação e de classificação; e
VI - o prazo de validade do concurso.
SEÇÃO I
Das Formas de Nomeação Art. 19. As instruções especiais poderão determinar que
a execução do concurso, bem como a classificação dos habi-
Art. 13. As nomeações serão feitas: litados, seja feita por regiões.
I - em caráter vitalício, nos casos expressamente previs-
tos na Constituição do Brasil; (Ministério Público e Magis- Art. 20. A nomeação obedecerá à ordem de classificação
tratura) no concurso.
II - em comissão, quando se tratar de cargo que em vir-
tude de lei assim deva ser provido; e No concurso de provas o candidato é avaliado apenas
III - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concur-
provimento dessa natureza. sos de provas e títulos o seu currículo em toda sua atividade
profissional também é considerado.
A lei criará o cargo público, que poderá ser efetivo, caso O edital delimita questões como valor da taxa de inscri-
ção, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade,
em que o ingresso se dará mediante concurso; em comissão,
sem prejuízo de instruções especiais compatíveis com o cargo.
quando por uma relação de confiança o superior puder no-
mear seus funcionários enquanto estiver ocupando aquela
SUBSEÇÃO II
posição de chefia; vitalício, quando a Constituição Federal
Das Provas de Habilitação
prever, no caso, Ministério Público e Magistratura.
Art. 21.  As provas de habilitação serão realizadas pelo
SEÇÃO II
órgão encarregado dos concursos, para fins de transferência
Da Seleção de Pessoal e de outras formas de provimento que não impliquem em
critério competitivo.
SUBSEÇÃO I
Do Concurso Art. 22. As normas gerais para realização das provas de
habilitação serão estabelecidas em regulamento, obedecen-
Art. 14. A nomeação para cargo público de provimento do, no que couber, ao estabelecido para os concursos.
efetivo será precedida de concurso público de provas ou de
provas e títulos. CAPÍTULO III
Parágrafo único. As provas serão avaliadas na escala de Das Substituições
0 (zero) a 100 (cem) pontos e aos títulos serão atribuídos, no
máximo, 50 (cinquenta) pontos. Art. 23. Haverá substituição no impedimento legal e
temporário do ocupante de cargo de chefia ou de direção.
Art. 15.  A realização dos concursos será centralizada Parágrafo único. Ocorrendo a vacância, o substituto
num só órgão. passará a responder pelo expediente da unidade ou órgão
correspondente até o provimento do cargo.
Art. 16. As normas gerais para a realização dos concur-
sos e para a convocação e indicação dos candidatos para o Art. 24. A substituição, que recairá sempre em funcioná-
provimento dos cargos serão estabelecidas em regulamento. rio público, quando não for automática, dependerá da expe-
dição de ato de autoridade competente.
Art. 17. Os concursos serão regidos por instruções espe- § 1º O substituto exercerá o cargo enquanto durar o im-
ciais, expedidas pelo órgão competente. pedimento do respectivo ocupante.
§ 2º O substituto, durante todo o tempo em que exercer
Art. 18. As instruções especiais determinarão, em função a substituição terá direito a perceber o valor do padrão e as
da natureza do cargo: vantagens pecuniárias inerentes ao cargo do substituído e
I - se o concurso será: mais as vantagens pessoais a que fizer jus.
1 - de provas ou de provas e títulos; e § 3º  O substituto perderá, durante o tempo da substi-
1 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo tuição, o vencimento ou a remuneração e demais vantagens
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. pecuniárias inerentes ao seu cargo, se pelo mesmo não optar.

41
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 25. Exclusivamente para atender à necessidade de Se um servidor for injustamente demitido e a sua de-
serviço, os tesoureiros, caixas e outros funcionários que te- missão for invalidada, será reinvestido no cargo, sendo to-
nham valores sob sua guarda, em caso de impedimento, se- talmente ressarcido (por exemplo, recebendo os salários do
rão substituídos por funcionários de sua confiança, que indi- período em que foi afastado). Caso o cargo esteja extinto,
carem, respondendo a sua fiança pela gestão do substituto. será posto em disponibilidade; caso o cargo exista e alguém
Parágrafo único. Feita a indicação, por escrito, ao chefe o estiver ocupando, este será retirado do cargo, devolvendo-
da repartição ou do serviço, este proporá a expedição do ato -o ao seu legítimo titular.
de designação, aplicando-se ao substituto a partir da data
em que assumir as funções do cargo, o disposto nos §§ 1º e CAPÍTULO VI
2º do art. 24. Do Acesso

A substituição não é uma forma de provimento de car- Art. 33. Acesso é a elevação do funcionário, dentro do
go público, devido ao seu caráter temporário. Basicamente, respectivo quadro a cargo da mesma natureza de trabalho,
estando temporariamente impedido legalmente o ocupante de maior grau de responsabilidade e maior complexidade de
regular (ex.: férias), outro funcionário irá substitui-lo. atribuições, obedecido o interstício na classe e as exigências
a serem instituídas em regulamento.
CAPÍTULO IV § 1º Serão reservados para acesso os cargos cujas atri-
Da Transferência buições exijam experiência prévia do exercício de outro cargo.
§ 2º  O acesso será feito mediante aferição do mérito
Art. 26. O funcionário poderá ser transferido de um para dentre titulares de cargos cujo exercício proporcione a expe-
outro cargo de provimento efetivo. riência necessária ao desempenho das atribuições dos car-
gos referidos no parágrafo anterior.
Art. 27. As transferências serão feitas a pedido do fun-
cionário ou “ex-officio”, atendidos sempre a conveniência do Art. 34. Será de 3 (três) anos de efetivo exercício o inters-
serviço e os requisitos necessários ao provimento do cargo. tício para concorrer ao acesso.

O acesso é basicamente uma promoção, pois o servidor


Art. 28. A transferência será feita para cargo do mesmo
é elevado de um cargo para o outro. Para concorrer a uma
padrão de vencimento ou de igual remuneração, ressalvados
promoção, o servidor tem que estar em exercício há pelo me-
os casos de transferência a pedido, em que o vencimento ou
nos 3 anos.
a remuneração poderá ser inferior.
CAPÍTULO VII
Art. 29. A transferência por permuta se processará a re-
Da Reversão
querimento de ambos os interessados e de acordo com o
prescrito neste capítulo. Art. 35. Reversão é o ato pelo qual o aposentado rein-
gressa no serviço público a pedido ou ex-officio.
A transferência consiste na mudança do lugar de exer- § 1º  A reversão ex-officio será feita quando insubsis-
cício do cargo. tentes as razões que determinaram a aposentadoria por in-
validez.
CAPÍTULO V § 2º Não poderá reverter à atividade o aposentado que
Da Reintegração contar mais de 58 (cinquenta e oito) anos de idade.
§ 3º  No caso de reversão ex-officio, será permitido o
Art. 30. A reintegração é o reingresso no serviço público, reingresso além do limite previsto no parágrafo anterior.
decorrente da decisão judicial passada em julgado, com res- § 4º A reversão só poderá efetivar-se quando, em inspe-
sarcimento de prejuízos resultantes do afastamento. ção médica, ficar comprovada a capacidade para o exercício
do cargo.
Art. 31. A reintegração será feita no cargo anteriormen- § 5º  Se o laudo médico não for favorável, poderá ser
te ocupado e, se este houver sido transformado, no cargo procedida nova inspeção de saúde, para o mesmo fim, de-
resultante. corridos pelo menos 90 (noventa) dias.
§ 1º Se o cargo estiver preenchido, o seu ocupante será § 6º Será tornada sem efeito a reversão ex-officio e cas-
exonerado, ou, se ocupava outro cargo, a este será recondu- sada a aposentadoria do funcionário que reverter e não to-
zido, sem direito a indenização. mar posse ou não entrar em exercício dentro do prazo legal.
§ 2º  Se o cargo houver sido extinto, a reintegração se
fará em cargo equivalente, respeitada a habilitação profis- Art. 36. A reversão far-se-á no mesmo cargo.
sional, ou, não sendo possível, ficará o reintegrado em dis- § 1º  Em casos especiais, a juízo do Governo, poderá o
ponibilidade no cargo que exercia. aposentado reverter em outro cargo, de igual padrão de ven-
cimentos, respeitada a habilitação profissional.
Art. 32. Transitada em julgado a sentença, será expedido § 2º A reversão a pedido, que será feita a critério da Ad-
o decreto de reintegração no prazo máximo de 30 (trinta) dias. ministração, dependerá também da existência de cargo vago,
que deva ser provido mediante promoção por merecimento.

42
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Reversão é o retorno do servidor aposentado ao exer- Art. 40. A readmissão será feita no cargo anteriormente
cício, seja por motivo de requerimento pessoal, seja por re- exercido pelo ex-funcionário ou, se transformado, no cargo
conhecimento de vício em sua aposentadoria por invalidez. resultante da transformação.
Não cabe reversão se o aposentado possuir mais de 58 anos
de idade. Readmissão é uma espécie de reintegração na qual o
funcionário não retorna devido a decisão judicial, mas pelo
CAPÍTULO VIII mero reexame do processo administrativo, não possuindo
Do Aproveitamento aqui o direito a ressarcimento de prejuízos.
Art. 37. Aproveitamento é o reingresso no serviço públi-
CAPÍTULO X
co do funcionário em disponibilidade.
Da Readaptação
Art. 38. O obrigatório aproveitamento do funcionário
em disponibilidade ocorrerá em vagas existentes ou que se Art. 41.  Readaptação é a investidura em cargo mais
verificarem nos quadros do funcionalismo. compatível com a capacidade do funcionário e dependerá
§ 1º O aproveitamento dar-se-á, tanto quanto possível, sempre de inspeção médica.
em cargo de natureza e padrão de vencimentos correspon-
dentes ao que ocupava, não podendo ser feito em cargo de Art. 42. A readaptação não acarretará diminuição, nem
padrão superior. aumento de vencimento ou remuneração e será feita me-
§ 2º  Se o aproveitamento se der em cargo de padrão diante transferência.
inferior ao provento da disponibilidade, terá o funcionário
direito à diferença. Se o funcionário deixa de ter condições físicas ou psico-
§ 3º  Em nenhum caso poderá efetuar-se o aproveita- lógicas para ocupar seu cargo, deverá ser readaptado para
mento sem que, mediante inspeção médica, fique provada a cargo semelhante que não exija tais aptidões. Ex.: funcioná-
capacidade para o exercício do cargo. rio trabalhava como atendente numa repartição, se movi-
§ 4º  Se o laudo médico não for favorável, poderá ser mentando o tempo todo e sofre um acidente, ficando para-
procedida nova inspeção de saúde, para o mesmo fim, de- plégico. Sua capacidade mental não ficou prejudicada, em-
corridos no mínimo 90 (noventa) dias. bora seja inconveniente ele ter que fazer tantos movimentos
§ 5º Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassa-
no exercício das funções. Por isso, pode ser reconduzido para
da a disponibilidade do funcionário que, aproveitado, não
tomar posse e não entrar em exercício dentro do prazo legal. outro cargo técnico na repartição que seja mais burocrático
§ 6º Será aposentado no cargo anteriormente ocupado, e exija menos movimentação física, como o de assistente de
o funcionário em disponibilidade que for julgado incapaz um superior.
para o serviço público, em inspeção médica.
§ 7º Se o aproveitamento se der em cargo de provimento CAPÍTULO XI
em comissão, terá o aproveitado assegurado, no novo cargo, Da Remoção
a condição de efetividade que tinha no cargo anteriormente
ocupado. Art. 43. A remoção, que se processará a pedido do fun-
cionário ou “ex-officio”, só poderá ser feita:
Servidor posto em disponibilidade não é servidor aposen- I - de uma para outra repartição, da mesma Secretaria; e
tado. É apenas um servidor aguardando que surja um posto II - de um para outro órgão da mesma repartição.
adequado para que ocupe. Quando ele surgir, deverá entrar Parágrafo único. A remoção só poderá ser feita respeita-
em exercício, mediante aproveitamento, sob pena de ter re- da a lotação de cada repartição.
vogada a disponibilidade, deixando de ser servidor público.
Art. 44. A remoção por permuta será processada a reque-
CAPÍTULO IX rimento de ambos os interessados, com anuência dos respec-
Da Readmissão
tivos chefes e de acordo com o prescrito neste Capítulo.
Art. 39. Readmissão é o ato pelo qual o ex-funcionário,
demitido ou exonerado, reingressa no serviço público, sem Art. 45. O funcionário não poderá ser removido ou
direito a ressarcimento de prejuízos, assegurada, apenas, a transferido ex-officio para cargo que deva exercer fora da
contagem de tempo de serviço em cargos anteriores, para localidade de sua residência, no período de 6 (seis) meses
efeito de aposentadoria e disponibilidade. antes e até 3 (três) meses após a data das eleições.
§ 1º  A readmissão do ex-funcionário demitido será obri- Parágrafo único. Essa proibição vigorará no caso de elei-
gatoriamente precedida de reexame do respectivo processo ções federais, estaduais ou municipais, isolada ou simulta-
administrativo, em que fique demonstrado não haver incon- neamente realizadas.
veniente, para o serviço público, na decretação da medida.
§ 2º  Observado o disposto no parágrafo anterior, se a Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de
demissão tiver sido a bem do serviço público, a readmissão ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança
não poderá ser decretada antes de decorridos 5 (cinco) anos de sede.
do ato demissório.

43
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO XII Art. 53. A contagem do prazo a que se refere o artigo


Da Posse anterior poderá ser suspensa nas seguintes hipóteses:
I - por até 120 (cento e vinte) dias, a critério do órgão
Art. 46. Posse é o ato que investe o cidadão em cargo médico oficial, a partir da data de apresentação do candida-
público. to junto ao referido órgão para perícia de sanidade e capa-
cidade física, para fins de ingresso, sempre que a inspeção
Art. 47. São requisitos para a posse em cargo público: médica exigir essa providência;
I - ser brasileiro; II - por 30 (trinta) dias, mediante a interposição de recur-
II - ter completado 18 (dezoito) anos de idade; so pelo candidato contra a decisão do órgão médico oficial.
III - estar em dia com as obrigações militares; § 1º O prazo a que se refere o inciso I deste artigo reco-
IV - estar no gozo dos direitos políticos; meçará a correr sempre que o candidato, sem motivo justi-
V - ter boa conduta; ficado, deixe de submeter-se aos exames médicos julgados
VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção rea- necessários.
lizada por órgão médico registrado no Conselho Regional § 2º A interposição de recurso a que se refere o inciso II
correspondente, para provimento de cargo em comissão; deste artigo dar-se-á no prazo máximo de 5 (cinco) dias, a
VII - possuir aptidão para o exercício do cargo; e contar da data de decisão do órgão médico oficial.
VIII - ter atendido às condições especiais prescritas para
o cargo. Art. 54. O prazo a que se refere o artigo 52 para aquele
Parágrafo único.  A deficiência da capacidade física, que, antes de tomar posse, for incorporado às Forças Arma-
comprovadamente estacionária, não será considerada im- das, será contado a partir da data da desincorporação.
pedimento para a caracterização da capacidade psíquica e
somática a que se refere o item VI deste artigo, desde que tal Art. 55. O funcionário efetivo, nomeado para cargo em
deficiência não impeça o desempenho normal das funções comissão, fica dispensado, no ato da posse, da apresentação
inerentes ao cargo de cujo provimento se trata. do atestado de que trata o inciso VI do artigo 47 desta lei.

Art. 48. São competentes para dar posse: O termo de posse é dotado de conteúdo específico. É
I - Os Secretários de Estado, aos diretores gerais, aos di- possível tomar posse mediante procuração específica. Não
retores ou chefes das repartições e aos funcionários que lhes há posse nos cargos em comissão. A declaração de bens e
são diretamente subordinados; e valores visa permitir a verificação da situação financeira do
II - Os diretores gerais e os diretores ou chefes de re- servidor, de forma a perceber se ele enriqueceu despropor-
partição ou serviço, nos demais casos, de acordo com o que cionalmente durante o exercício do cargo.
dispuser o regulamento.
CAPÍTULO XIII
Art. 49. A posse verificar-se-á mediante a assinatura de Da Fiança
termo em que o funcionário prometa cumprir fielmente os
deveres do cargo. Art. 56. (Revogado).
Parágrafo único. O termo será lavrado em livro próprio
e assinado pela autoridade que der posse. CAPÍTULO XIV
Do Exercício
Art. 50. A posse poderá ser tomada por procuração
quando se tratar de funcionário ausente do Estado, em co- Art. 57. O exercício é o ato pelo qual o funcionário assu-
missão do Governo ou, em casos especiais, a critério da au- me as atribuições e responsabilidades do cargo.
toridade competente. § 1º O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão
registrados no assentamento individual do funcionário.
Art. 51. A autoridade que der posse deverá verificar, sob § 2º O início do exercício e as alterações que ocorrerem
pena de responsabilidade, se foram satisfeitas as condições serão comunicados ao órgão competente, pelo chefe da re-
estabelecidas, em lei ou regulamento, para a investidura no partição ou serviço em que estiver lotado o funcionário.
cargo.
Art. 58. Entende-se por lotação, o número de funcioná-
Art. 52. A posse deverá verificar-se no prazo de 30 (trin- rios de carreira e de cargos isolados que devam ter exercício
ta) dias, contados da data da publicação do ato de provi- em cada repartição ou serviço.
mento do cargo, no órgão oficial.
§ 1º O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado Art. 59. O chefe da repartição ou de serviço em que for
por mais 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado. lotado o funcionário é a autoridade competente para dar-lhe
§ 2º O prazo inicial para a posse do funcionário em férias exercício.
ou licença, será contado da data em que voltar ao serviço. Parágrafo único. É competente para dar exercício ao
§ 3º Se a posse não se der dentro do prazo, será tornado funcionário, com sede no Interior do Estado, a autoridade a
sem efeito o ato de provimento. que o mesmo estiver diretamente subordinado.

44
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 60. O exercício do cargo terá início dentro do prazo Art. 69. Os afastamentos de funcionários para partici-
de 30 (trinta) dias, contados: pação em congressos e outros certames culturais, técnicos
I - da data da posse; e ou científicos, poderão ser autorizados pelo Governador, na
II - da data da publicação oficial do ato, no caso de re- forma estabelecida em regulamento.
moção.
§ 1º Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorro- Art. 70.  O servidor preso em flagrante, preventiva ou
gados por 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado e a temporariamente ou pronunciado será considerado afastado
juízo da autoridade competente. do exercício do cargo, com prejuízo da remuneração, até a
§ 2º No caso de remoção, o prazo para exercício de fun- condenação ou absolvição transitada em julgado.
cionário em férias ou em licença, será contado da data em § 1º Estando o servidor licenciado, sem prejuízo de sua
que voltar ao serviço. remuneração, será considerada cessada a licença na data
§ 3º No interesse do serviço público, os prazos previstos em que o servidor for recolhido à prisão. 
neste artigo poderão ser reduzidos para determinados cargos. § 2º Se o servidor for, ao final do processo judicial, con-
§ 4º O funcionário que não entrar em exercício dentro denado, o afastamento sem remuneração perdurará até o
do prazo será exonerado. cumprimento total da pena, em regime fechado ou semia-
berto, salvo na hipótese em que a decisão condenatória de-
Art. 61. Em caso de mudança de sede, será concedido um terminar a perda do cargo público.
período de trânsito, até 8 (oito) dias, a contar do desligamen-
to do funcionário. Art. 71.  As autoridades competentes determinarão o
afastamento imediato do trabalho, do funcionário que apre-
Art. 62. O funcionário deverá apresentar ao órgão com- sente indícios de lesões orgânicas ou funcionais causadas
petente, logo após ter tomado posse e assumido o exercício, por raios X ou substâncias radioativas, podendo atribuir-lhe
os elementos necessários à abertura do assentamento indi- conforme o  caso, tarefas sem risco de radiação ou conce-
vidual. der-lhe licença “ex-officio” na forma do art. 194 e seguintes.
Art. 63. Salvo os casos previstos nesta lei, o funcionário
Art. 72. O funcionário, quando no desempenho do man-
que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias con-
dato eletivo federal ou estadual, ficará afastado de seu car-
secutivos, ficará sujeito à pena de demissão por abandono
go, com prejuízo do vencimento ou remuneração.
de cargo.
Art. 73. O exercício do mandato de Prefeito, ou de Ve-
Art. 64. O funcionário deverá ter exercício na repartição
em cuja lotação houver claro. reador, quando remunerado, determinará o afastamento do
funcionário, com a faculdade de opção entre os subsídios do
Art. 65. Nenhum funcionário poderá ter exercício em mandato e os vencimentos ou a remuneração do cargo, in-
serviço ou repartição diferente daquela em que estiver lota- clusive vantagens pecuniárias, ainda que não incorporadas.
do, salvo nos casos previstos nesta lei, ou mediante autoriza- Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se igual-
ção do Governador. mente à hipótese de nomeação de Prefeito.

Art. 66. Na hipótese de autorização do Governador, o Art. 74. Quando não remunerada a vereança, o afasta-
afastamento só será permitido, com ou sem prejuízo de ven- mento somente ocorrerá nos dias de sessão e desde que o
cimentos, para fim determinado e prazo certo. horário das sessões da Câmara coincida com o horário nor-
Parágrafo único. O afastamento sem prejuízo de venci- mal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário.
mentos poderá ser condicionado ao reembolso das despesas § 1º Na hipótese prevista neste artigo, o afastamento se
efetuadas pelo órgão de origem, na forma a ser estabelecida dará sem prejuízo de vencimentos e vantagens, ainda que
em regulamento. não incorporadas, do respectivo cargo.
§ 2º É vedada a remoção ou transferência do funcionário
Art. 67. O afastamento do funcionário para ter exercício durante o exercício do mandato.
em entidades com as quais o Estado mantenha convênios,
reger-se-á pelas normas nestes estabelecidas. Art. 75. O funcionário, devidamente autorizado pelo
Governador, poderá afastar-se do cargo para participar de
Art. 68. O funcionário poderá ausentar-se do Estado ou provas de competições desportivas, dentro ou fora do Estado.
deslocar-se da respectiva sede de exercício, para missão ou § 1º O afastamento de que trata este artigo, será prece-
estudo de interesse do serviço público, mediante autorização dido de requisição justificada do órgão competente.
expressa do Governador. § 2º  O funcionário será afastado por prazo certo, nas
seguintes condições:
Artigo 68-A. O funcionário poderá afastar-se do Estado I - sem prejuízo do vencimento ou remuneração, quando
para atuar em organismo internacional de que o Brasil par- representar o Brasil, ou o Estado, em competições desporti-
ticipe ou com o qual coopere, mediante autorização expressa vas oficiais; e
do Governador, com prejuízo dos vencimentos e demais van- II - com prejuízo do vencimento ou remuneração, em
tagens do cargo. quaisquer outros casos.

45
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CAPÍTULO XV Parágrafo único. No caso de vereança remunerada, os


Da Contagem de Tempo de Serviço dias de afastamento não serão computados para fins de ven-
cimento ou remuneração, salvo se por eles tiver optado o
Art. 76. O tempo de serviço público, assim considerado funcionário.
o exclusivamente prestado ao Estado e suas Autarquias, será
contado singelamente para todos os fins. Art. 80. Será contado para todos os efeitos, salvo para a
Parágrafo único. O tempo de serviço público prestado à percepção de vencimento ou remuneração:
União, outros Estados e Municípios, e suas autarquias, an- I - o afastamento para provas de competições desporti-
teriormente ao ingresso do funcionário no serviço público vas nos termos do item II do § 2º do art. 75; e
estadual, será contado integralmente para os efeitos de apo- II - as licenças previstas nos arts. 200 e 201.
sentadoria e disponibilidade.
Art. 81. Os tempos adiante enunciados serão contados:
Art. 77. A apuração do tempo de serviço será feita em I - para efeito de concessão de adicional por tempo de
dias. serviço, sexta-parte, aposentadoria e disponibilidade:
§ 1º Serão computados os dias de efetivo exercício, do a) o de afastamento nos termos dos arts. 65 e 66, junto a
registro de frequência ou da folha de pagamento. outros poderes do Estado, a fundações instituídas pelo Esta-
§ 2º O número de dias será convertido em anos, consi- do ou empresas em que o Estado tenha participação majo-
derados sempre estes como de 365 (trezentos e sessenta e ritária pela sua Administração Centralizada ou Descentrali-
cinco) dias. zada, bem como junto a órgãos da Administração Direta da
§ 3º Feita a conversão de que trata o parágrafo anterior, União, de outros Estados e Municípios, e de suas autarquias;
os dias restantes, até 182 (cento e oitenta e dois), não serão b) o de afastamento nos termos do art. 67;
computados, arredondando-se para 1 (um) ano, na aposen- II - para efeito de disponibilidade e aposentadoria, o de
tadoria compulsória ou por invalidez, quando excederem licença para tratamento de saúde.
esse número.
Art. 82. O tempo de mandato federal e estadual, bem
Art. 78. Serão considerados de efetivo exercício, para to- como o municipal, quando remunerados, será contado para
fins de aposentadoria e de promoção por antiguidade.
dos os efeitos legais, os dias em que o funcionário estiver
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à hi-
afastado do serviço em virtude de:
pótese de nomeação de Prefeito.
I - férias;
II - casamento, até 8 (oito) dias;
Art. 83. Para efeito de aposentadoria será contado o
III - falecimento do cônjuge, filhos, pais e irmãos, até 8
tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade.
(oito) dias;
IV - falecimento dos avós, netos, sogros, do padrasto ou Art. 84. É vedada a acumulação de tempo de serviço
madrasta, até 2 (dois) dias; concorrente ou simultaneamente prestado, em dois ou mais
V - serviços obrigatórios por lei; cargos ou funções, à União, Estados, Municípios ou Autar-
VI - licença quando acidentado no exercício de suas atri- quias em geral.
buições ou atacado de doença profissional; Parágrafo único. Em regime de acumulação é vedado
VII - licença à funcionária gestante; contar tempo de um dos cargos para reconhecimento de di-
VIII - licenciamento compulsório, nos termos do art. 206; reito ou vantagens no outro.
IX - licença-prêmio;
X - faltas abonadas nos termos do parágrafo 1º do art. Art. 85. Não será computado, para nenhum efeito, o
110, observados os limites ali fixados; tempo de serviço gratuito.
XI - missão ou estudo dentro do Estado, em outros pon-
tos do território nacional ou no estrangeiro, nos termos do CAPÍTULO XVI
art. 68; Da Vacância
XII - nos casos previstos no art. 122;
XIII - afastamento por processo administrativo, se o fun- Art. 86. A vacância do cargo decorrerá de:
cionário for declarado inocente ou se a pena imposta for de I - exoneração;
repreensão ou multa; e, ainda, os dias que excederem o total II - demissão;
da pena de suspensão efetivamente aplicada; III - transferência;
XIV - trânsito, em decorrência de mudança de sede de IV - acesso;
exercício, desde que não exceda o prazo de 8 (oito) dias; e V - aposentadoria; e
XV - provas de competições desportivas, nos termos do VI - falecimento.
item I, do § 2º, do art. 75. § 1º Dar-se-á a exoneração:
XVI - licença-paternidade, por 5 (cinco) dias. 1 - a pedido do funcionário;
2 - a critério do Governo, quando se tratar de ocupante
Art. 79. Os dias em que o funcionário deixar de comparecer de cargo em comissão; e
ao serviço em virtude de mandato legislativo municipal serão 3 - quando o funcionário não entrar em exercício dentro
considerados de efetivo exercício para todos os efeitos legais. do prazo legal.

46
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º A demissão será aplicada como penalidade nos ca- d) os encargos de família; e
sos previstos nesta lei. e) a idade;
2 - na classificação por antiguidade:
TÍTULO III a) o tempo no cargo;
DA PROMOÇÃO b) o tempo de serviço prestado ao Estado;
c) o tempo de serviço público;
CAPÍTULO ÚNICO d) os encargos de família; e
Da Promoção e) a idade.
Art. 87. Promoção é a passagem do funcionário de um Art. 96. O funcionário em exercício de mandato eletivo
grau a outro da mesma classe e se processará obedecidos, federal ou estadual ou de mandato de prefeito, somente po-
alternadamente, os critérios de merecimento e de antiguida- derá ser promovido por antiguidade.
de na forma que dispuser o regulamento.
Art. 97. Não serão promovidos por merecimento, ain-
Art. 88. O merecimento do funcionário será apurado em
da que classificados dentro dos limites estabelecidos no
pontos positivos e negativos.
regulamento, os funcionários que tiverem sofrido qualquer
§ 1º Os pontos positivos se referem a condições de efi-
ciência no cargo e ao aperfeiçoamento funcional resultante penalidade nos dois anos anteriores à data de vigência da
do aprimoramento dos seus conhecimentos. promoção.
§ 2º Os pontos negativos resultam da falta de assiduida-
de e da indisciplina. Art. 98. O funcionário submetido a processo adminis-
trativo poderá ser promovido, ficando, porém, sem efeito a
Art. 89. Da apuração do merecimento será dada ciência promoção por merecimento no caso de o processo resultar
ao funcionário. em penalidade.

Art. 90. A antiguidade será determinada pelo tempo de Art. 99. Para promoção por merecimento é indispensá-
efetivo exercício no cargo e no serviço público, apurado em dias. vel que o funcionário obtenha número de pontos não inferior
à metade do máximo atribuível.
Art. 91. As promoções serão feitas em junho e dezembro
de cada ano, dentro de limites percentuais a serem estabe- Art. 100. O merecimento do funcionário é adquirido na
lecidos em regulamento e corresponderão às condições exis- classe.
tentes até o último dia do semestre imediatamente anterior.
Art. 101. (Revogado)
Art. 92. Os direitos e vantagens que decorrerem da pro-
moção serão contados a partir da publicação do ato, salvo Art. 102. O tempo no cargo será o efetivo exercício, con-
quando publicado fora do prazo legal, caso em que vigorará tado na seguinte conformidade:
a contar do último dia do semestre a que corresponder. I - a partir da data em que o funcionário assumir o exer-
Parágrafo único. Ao funcionário que não estiver em efe- cício do cargo, nos casos de nomeação, transferência a pedi-
tivo exercício, só se abonarão as vantagens a partir da data do, reversão e aproveitamento;
da reassunção. II - como se o funcionário estivesse em exercício, no caso
de reintegração;
Art. 93. Será declarada sem efeito a promoção indevi-
III - a partir da data em que o funcionário assumir o
da, não ficando o funcionário, nesse caso, obrigado a res-
exercício do cargo do qual foi transferido, no caso de trans-
tituições, salvo na hipótese de declaração falsa ou omissão
intencional. ferência ex-officio; e
IV - a partir da data em que o funcionário assumir o
Art. 94. Só poderão ser promovidos os servidores que ti- exercício do cargo reclassificado ou transformado.
verem o interstício de efetivo exercício no grau.
Parágrafo único. O interstício a que se refere este artigo Art. 103.  Será contado como tempo no cargo o efeti-
será estabelecido em regulamento. vo exercício que o funcionário houver prestado no mesmo
cargo, sem solução de continuidade, desde que por prazo
Art. 95. Dentro de cada quadro, haverá para cada classe, superior a 6 (seis) meses:
nos respectivos graus, uma lista de classificação, para os cri- I - como substituto; e
térios de merecimento e antiguidade. II -  no desempenho de função gratificada, em período
Parágrafo único.  Ocorrendo empate terão preferência, anterior à criação do respectivo cargo.
sucessivamente:
1 - na classificação por merecimento: Art. 104. As promoções obedecerão à ordem de classi-
a) os títulos e os comprovantes de conclusão de cursos, ficação.
relacionados com a função exercida;
b) a assiduidade; Art. 105. Haverá em cada Secretaria de Estado uma Co-
c) a antiguidade no cargo; missão de Promoção que terá as seguintes atribuições:

47
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - eleger o respectivo presidente; esses direitos estão o do salário mínimo (art. 7°, IV); o décimo
II - decidir as reclamações contra a avaliação do mérito, terceiro salário (art. 7°, VIII); o repouso semanal remunerado
podendo alterar, fundamentalmente, os pontos atribuídos ao (art. 7°, XV); o salário-família (art. 7°, XII; o de férias anuais
reclamante ou a outros funcionários; (art. 7°, XVII); o de licença à gestante (art. 7°, XVIII) e outros
III - avaliar o mérito do funcionário quando houver di- mencionados no dispositivo constitucional. [...] Além disso,
vergência igual ou superior a 20 (vinte) pontos entre os to- há vários direitos de natureza social relacionados nos diver-
tais atribuídos pelas autoridades avaliadoras; sos estatutos funcionais das pessoas federativas. É nas leis
IV - propor à autoridade competente a penalidade que estatutárias que se encontram tais direitos, como o direito
couber ao responsável pelo atraso na expedição e remessa às licenças, à pensão, aos auxílios pecuniários, como o au-
do Boletim de Promoção, pela falta de qualquer informa- xílio-funeral e o auxílio-reclusão, à assistência, à saúde etc.”
ção ou de elementos solicitados, pelos fatos de que decor-
ram irregularidade ou parcialidade no processamento das CAPÍTULO I
promoções; Do Vencimento e da Remuneração
V - avaliar os títulos e os certificados de cursos apresen-
tados pelos funcionários; e SEÇÃO I
VI - dar conhecimento aos interessados mediante afixa- Disposições Gerais
ção na repartição:
1 - das alterações de pontos feitos nos Boletins de Pro- Art. 108. Vencimento é a retribuição paga ao funcioná-
moção; e rio pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao valor
2 - dos pontos atribuídos pelos títulos e certificados de do respectivo padrão fixado em lei, mais as vantagens a ele
cursos. incorporadas para todos os efeitos legais.
Art. 106. No processamento das promoções cabem as Art. 109. Remuneração é a retribuição paga ao funcio-
seguintes reclamações: nário pelo efetivo exercício do cargo, correspondente a 2/3
I - da avaliação do mérito; e (dois terços) do respectivo padrão, mais as quotas ou porcen-
II - da classificação final. tagens que, por lei, lhe tenham sido atribuídas e as vanta-
§ 1º Da avaliação do mérito podem ser interpostos pe-
gens pecuniárias a ela incorporadas.
didos de reconsideração e recurso, e, da classificação final,
apenas recurso.
Art. 110. O funcionário perderá:
§ 2º Terão efeito suspensivo as reclamações relativas à
I - o vencimento ou remuneração do dia quando não
avaliação do mérito.
comparecer ao serviço, salvo no caso previsto no § 1º deste
§ 3º Serão estabelecidos em regulamento as normas e os
artigo; e
prazos para o processamento das reclamações de que trata
este artigo. II - 1/3 (um terço) do vencimento ou remuneração diá-
ria, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte
Art. 107. A orientação das promoções do funcionalismo à marcada para o início do expediente ou quando dele reti-
público civil será centralizada, cabendo ao órgão a que for rar-se dentro da última hora.
deferida tal competência: § 1º As faltas ao serviço, até o máximo de 6 (seis) por
I - expedir normas relativas ao processamento das pro- ano, não excedendo a uma por mês, em razão de moléstia
moções e elaborar as respectivas escalas de avaliação, com ou outro motivo relevante, poderão ser abonadas pelo supe-
a aprovação do Governador; rior imediato, a requerimento do funcionário no primeiro dia
II - orientar as autoridades competentes quanto à ava- útil subsequente ao da falta.
liação das condições de promoção; § 2º No caso de faltas sucessivas, justificadas ou injusti-
III - realizar estudos e pesquisas no sentido de averiguar ficadas, os dias intercalados – domingos, feriados e aqueles
a eficiência do sistema em vigor, propondo medidas tenden- em que não haja expediente – serão computados exclusiva-
tes ao seu aperfeiçoamento; e mente para efeito de desconto do vencimento ou remunera-
IV - opinar em processos sobre assuntos de promoção, ção. (não como falta)
sempre que solicitado. Somente não geram perda de remuneração as faltas jus-
tificadas e devidamente compensadas.
TÍTULO IV
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS DE ORDEM Art. 111.  As reposições devidas pelo funcionário e as
PECUNIÁRIA indenizações por prejuízos que causar à Fazenda Pública
Estadual, serão descontadas em parcelas mensais não ex-
Resume Carvalho Filho2: “os direitos sociais constitucio- cedentes da décima parte do vencimento ou remuneração
nais são objeto da referência do art. 39, §3°, CF, o qual deter- ressalvados os casos especiais previstos neste Estatuto.
mina que dezesseis dos direitos sociais outorgados aos em-
pregados sejam estendidos aos servidores públicos. Dentre Art. 112. Só será admitida procuração para efeito de re-
cebimento de quaisquer importâncias dos cofres estaduais,
2 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de decorrentes do exercício do cargo, quando o funcionário se
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- encontrar fora da sede ou comprovadamente impossibilitado
ris, 2010. de locomover-se.

48
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 113. O vencimento, remuneração ou qualquer van- II - pela forma determinada, quanto aos funcionários
tagem pecuniária atribuídos ao funcionário, não poderão ser não sujeitos a ponto.
objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo:
I - quando se tratar de prestação de alimentos, na forma CAPÍTULO II
da lei civil; e Das Vantagens de Ordem Pecuniária
II - nos casos previstos no Capítulo II do Título VI deste
Estatuto. SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 114. É proibido, fora dos casos expressamente con-
signados neste Estatuto, ceder ou gravar vencimento, remu- Art. 124. Além do valor do padrão do cargo, o funcio-
neração ou qualquer vantagem decorrente do exercício de nário só poderá receber as seguintes vantagens pecuniárias:
cargo público. I - adicionais por tempo de serviço;
II - gratificações;
Art. 115. O vencimento ou remuneração do funcionário III - diárias;
não poderá sofrer outros descontos, exceto os obrigatórios e IV - ajudas de custo;
os autorizados por lei. V - salário-família e salário-esposa;
VI - (Revogado);
Art. 116. As consignações em folha, para efeito de des- VII - quota-parte de multas e porcentagens fixadas em lei;
conto de vencimentos ou remuneração, serão disciplinadas VIII - honorários, quando fora do período normal ou
em regulamento. extraordinário de trabalho a que estiver sujeito, for desig-
nado para realizar investigações ou pesquisas científicas,
SEÇÃO II bem como para exercer as funções de auxiliar ou membro
Do Horário e do Ponto de bancas e comissões de concurso ou prova, ou de professor
de cursos de seleção e aperfeiçoamento ou especialização de
Art. 117. O horário de trabalho nas repartições será fixa- servidores, legalmente instituídos, observadas as proibições
do pelo Governo de acordo com a natureza e as necessidades atinentes a regimes especiais de trabalho fixados em lei;
do serviço. IX - honorários pela prestação de serviço peculiar à pro-
fissão que exercer e, em função dela, à Justiça, desde que
Art. 118. O período de trabalho, nos casos de comprova-
não a execute dentro do período normal ou extraordinário
da necessidade, poderá ser antecipado ou prorrogado pelo
de trabalho a que estiver sujeito e sejam respeitadas as res-
chefe da repartição ou serviço.
trições estabelecidas em lei pela subordinação a regimes es-
Parágrafo único. No caso de antecipação ou prorroga-
peciais de trabalho; e
ção, será remunerado o trabalho extraordinário, na forma
X - outras vantagens ou concessões pecuniárias previs-
estabelecida no art. 136.
tas em leis especiais ou neste Estatuto.
Art. 119. Nos dias úteis, só por determinação do Gover- § 1º Excetuados os casos expressamente previstos neste
nador poderão deixar de funcionar as repartições públicas artigo, o funcionário não poderá receber, a qualquer título,
ou ser suspenso o expediente. seja qual for o motivo ou forma de pagamento, nenhuma
outra vantagem pecuniária dos órgãos do serviço público,
Art. 120. Ponto é o registro pelo qual se verificará, dia- das entidades autárquicas ou paraestatais ou outras organi-
riamente, a entrada e saída do funcionário em serviço. zações públicas, em razão de seu cargo ou função nos quais
§ 1º Para registro do ponto serão usados, de preferência, tenha sido mandado servir.
meios mecânicos. § 2º  O não cumprimento do que preceitua este artigo
§ 2º  É vedado dispensar o funcionário do registro do importará na demissão do funcionário, por procedimento
ponto, salvo os casos expressamente previstos em lei. irregular, e na imediata reposição, pela autoridade ordena-
§ 3º A infração do disposto no parágrafo anterior deter- dora do pagamento, da importância indevidamente paga.
minará a responsabilidade da autoridade que tiver expedido § 3º Nenhuma importância relativa às vantagens cons-
a ordem, sem prejuízo da ação disciplinar cabível. tantes deste artigo será paga ou devida ao funcionário, seja
qual for o seu fundamento, se não houver crédito próprio,
Art. 121. Para o funcionário estudante, conforme dispu- orçamentário ou adicional.
ser o regulamento, poderão ser estabelecidas normas espe-
ciais quanto à frequência ao serviço. Art. 125.  As porcentagens ou quotas-partes, atribuídas
em virtude de multas ou serviços de fiscalização e inspeção,
Art. 122. O funcionário que comprovar sua contribuição só serão creditadas ao funcionário após a entrada da impor-
para banco de sangue mantido por órgão estatal ou paraes- tância respectiva, a título definitivo, para os cofres públicos.
tatal, ou entidade com a qual o Estado mantenha convênio,
fica dispensado de comparecer ao serviço no dia da doação. Art. 126.  O funcionário não fará jus à percepção de
quaisquer vantagens pecuniárias, nos casos em que deixar
Art. 123. Apurar-se-á a frequência do seguinte modo: de perceber o vencimento ou remuneração, ressalvado o dis-
I - pelo ponto; e posto no parágrafo único do art. 160.

49
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

De acordo com Hely Lopes Meirelles3, “o que caracteriza IV - quando designado para fazer parte de órgão legal
o adicional e o distingue da gratificação é ser aquele que de deliberação coletiva; e
recompensa ao tempo de serviço do servidor, ou uma re- V - outras que forem previstas em lei.
tribuição pelo desempenho de funções especiais que fogem
da rotina burocrática, e esta, uma compensação por serviços Art. 136. A gratificação pela prestação de serviço ex-
comuns executados em condições anormais para o servidor, traordinário será paga por hora de trabalho prorrogado ou
ou uma ajuda pessoal em face de certas situações que agra- antecipado, na mesma razão percebida pelo funcionário
vam o orçamento do servidor”. em cada hora de período normal de trabalho a que estiver
sujeito.
SEÇÃO Il Parágrafo único. A prestação de serviço extraordinário
Dos Adicionais por Tempo de Serviço não poderá exceder a duas horas diárias de trabalho.

Art. 127. O funcionário terá direito, após cada período Art. 137. É vedado conceder gratificação por serviço ex-
de 5 (cinco) anos, contínuos, ou não, à percepção de adicio- traordinário, com o objetivo de remunerar outros serviços ou
nal por tempo de serviço, calculado à razão de 5% (cinco encargos.
por cento) sobre o vencimento ou remuneração, a que se § 1º  O funcionário que receber importância relativa a
incorpora para todos os efeitos. serviço extraordinário que não prestou, será obrigado a res-
Parágrafo único. Declarado Inconstitucional pelo Supre- tituí-la de uma só vez, ficando ainda sujeito à punição dis-
mo Tribunal Federal (ADIn nº 3.167) ciplinar.
§ 2º Será responsabilizada a autoridade que infringir o
Art. 128. A apuração do quinquênio será feita em dias e disposto no caput deste artigo.
o total convertido em anos, considerados estes sempre como
de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. Art. 138. Será punido com pena de suspensão e, na re-
incidência, com a de demissão, a bem do serviço público, o
Art. 129. (Vetado). funcionário:
I - que atestar falsamente a prestação de serviço ex-
Art. 130. O funcionário que completar 25 (vinte e cinco)
traordinário; e
anos de efetivo exercício perceberá mais a sexta-parte do
II - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de ser-
vencimento ou remuneração, a estes incorporada para todos
viço extraordinário.
os efeitos.
Art. 139. O funcionário que exercer cargo de direção não
Art. 131. O funcionário que exercer cumulativamente car-
poderá perceber gratificação por serviço extraordinário.
gos ou funções, terá direito aos adicionais de que trata esta
Seção, isoladamente, referentes a cada cargo ou a função. § 1º O disposto neste artigo não se aplica durante o pe-
ríodo em que subordinado de titular de cargo nele mencio-
Art. 132. O ocupante de cargo em comissão fará jus aos nado venha a perceber, em consequência do acréscimo da
adicionais previstos nesta Seção, calculados sobre o venci- gratificação por serviço extraordinário, quantia que iguale
mento que perceber no exercício desse cargo, enquanto nele ou ultrapasse o valor do padrão do cargo de direção.
permanecer. § 2º  Aos titulares de cargos de direção, para efeito do
parágrafo anterior, apenas será paga gratificação por serviço
Art. 133. Ao funcionário no exercício de cargo em subs- extraordinário correspondente à quantia a esse título perce-
tituição aplica-se o disposto no artigo anterior. bida pelo subordinado de padrão mais elevado.

Art. 134. Para efeito dos adicionais a que se refere esta Art. 140. A gratificação pela elaboração ou execução de
Seção, será computado o tempo de serviço, na forma estabe- trabalho técnico ou científico, ou de utilidade para o serviço,
lecida nos arts. 76 e 78. será arbitrada pelo Governador, após sua conclusão.

SEÇÃO III Art. 141. A gratificação a título de representação, quan-


Das Gratificações do o funcionário for designado para serviço ou estudo fora
do Estado, será arbitrada pelo Governador, ou por autorida-
Art. 135. Poderá ser concedida gratificação ao funcioná- de que a lei determinar, podendo ser percebida cumulativa-
rio: (Vide Lei Complementar nº 1.199/2013) mente com a diária.
I - pela prestação de serviço extraordinário;
II - pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou Art. 142.  A gratificação relativa ao exercício em órgão
científico ou de utilidade para o serviço público; legal de deliberação coletiva, será fixada pelo Governador.
III - a título de representação, quando em função de ga-
binete, missão ou estudo fora do Estado ou designação para Art. 143. A gratificação de representação de gabinete,
função de confiança do Governador; fixada em regulamento, não poderá ser percebida cumulati-
3 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo vamente com a referida no inciso I do art. 135.
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

SEÇÃO IV II - ao que for afastado junto a outras Administrações.


Das Diárias Parágrafo único. O funcionário que recebeu ajuda de
custo, se for obrigado a mudar de sede dentro do período
Art. 144.  Ao funcionário que se deslocar temporaria- de 2 (dois) anos poderá receber, apenas, 2/3 (dois terços) do
mente da respectiva sede, no desempenho de suas atribui- benefício que lhe caberia.
ções, ou em missão ou estudo, desde que relacionados com o
cargo que exerce, poderá ser concedida, além do transporte, Art. 152. Quando o funcionário for incumbido de serviço
uma diária a título de indenização das despesas de alimen- que o obrigue a permanecer fora da sede por mais de 30
tação e pousada. (trinta) dias, poderá receber ajuda de custo sem prejuízos das
§ 1º Não será concedida diária ao funcionário removido diárias que lhe couberem.
ou transferido, durante o período de trânsito. Parágrafo único. A importância dessa ajuda de custo
§ 2º Não caberá a concessão de diária quando o deslo- será fixada na forma do art. 150, não podendo exceder a
camento de funcionário constituir exigência permanente do quantia relativa a 1 (uma) vez o valor do padrão do cargo.
cargo ou função.
§ 3º Entende-se por sede o município onde o funcionário Art. 153. Restituirá a ajuda de custo que tiver recebido:
tem exercício. I - o funcionário que não seguir para a nova sede dentro
§ 4º O disposto no “caput” deste artigo não se aplica aos dos prazos fixados, salvo motivo independente de sua von-
casos de missão ou estudo fora do País. tade, devidamente comprovado sem prejuízo da pena disci-
§ 5º As diárias relativas aos deslocamentos de funcio- plinar cabível;
nários para outros Estados e Distrito Federal, serão fixadas II - o funcionário que, antes de concluir o serviço que lhe
por decreto. foi cometido, regressar da nova sede, pedir exoneração ou
abandonar o cargo.
Art. 145. O valor das diárias será fixado em decreto. § 1º A restituição poderá ser feita parceladamente, a juí-
zo da autoridade que houver concedido a ajuda de custo, sal-
Art. 146. A tabela de diárias, bem como as autoridades vo no caso de recebimento indevido, em que a importância
por devolver será descontada integralmente do vencimento
que as concederem, deverão constar de decreto.
ou remuneração, sem prejuízo da pena disciplinar cabível.
§ 2º A responsabilidade pela restituição de que trata este
Art. 147. O funcionário que indevidamente receber diá-
artigo, atinge exclusivamente a pessoa do funcionário.
ria, será obrigado a restituí-la de uma só vez, ficando ainda
§ 3º Se o regresso do funcionário for determinado pela
sujeito à punição disciplinar.
autoridade competente ou por motivo de força maior devi-
damente comprovado, não ficará ele obrigado a restituir a
Art. 148. É vedado conceder diárias com o objetivo de ajuda de custo.
remunerar outros encargos ou serviços.
Parágrafo único. Será responsabilizada a autoridade Art. 154. Caberá também ajuda de custo ao funcionário
que infringir o disposto neste artigo. designado para serviço ou estudo no estrangeiro.
Parágrafo único. A ajuda de custo de que trata este arti-
SEÇÃO V go será arbitrada pelo Governador.
Das Ajudas de Custo
SEÇÃO VI
Art. 149. A juízo da Administração, poderá ser concedida Do Salário-Família e do Salário-Esposa
ajuda de custo ao funcionário que no interesse do serviço
passar a ter exercício em nova sede. Art. 155. O salário-família será concedido ao funcioná-
§ 1º A ajuda de custo destina-se a indenizar o funcioná- rio ou ao inativo por:
rio das despesas de viagem e de nova instalação. I - filho menor de 18 (dezoito) anos; e
§ 2º  O transporte do funcionário e de sua família com- II - filho inválido de qualquer idade.
preende passagem e bagagem e correrá por conta do Governo. Parágrafo único. Consideram-se dependentes, desde
que vivam total ou parcialmente às expensas do funcionário,
Art. 150.  A ajuda de custo, desde que em território do os filhos de qualquer condição, os enteados e os adotivos,
País, será arbitrada pelos Secretários de Estado, não poden- equiparando-se a estes os tutelados sem meios próprios de
do exceder importância correspondente a 3 (três) vezes o va- subsistência.
lor do padrão do cargo.
Parágrafo único.  O regulamento fixará o critério para Art. 156. A invalidez que caracteriza a dependência é a
o arbitramento, tendo em vista o número de pessoas que incapacidade total e permanente para o trabalho.
acompanham o funcionário, as condições de vida na nova
sede, a distância a ser percorrida, o tempo de viagem e os Art. 157. Quando o pai e a mãe tiverem ambos a con-
recursos orçamentários disponíveis. dição de funcionário público ou de inativo e viverem em co-
mum, o salário-família será concedido a um deles.
Art. 151. Não será concedida ajuda de custo: Parágrafo único. Se não viverem em comum, será con-
I - ao funcionário que se afastar da sede ou a ela voltar, cedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda, ou a
em virtude de mandato eletivo; e ambos, de acordo com a distribuição de dependentes.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 158. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto e a Art. 168. Ao cônjuge, ao companheiro ou companheira
madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos in- ou, na falta destes, à pessoa que provar ter feito despesas em
capazes. virtude do falecimento de funcionário ativo ou inativo será
concedido auxílio-funeral, a título de benefício assistencial,
Art. 158-A. Fica assegurada nas mesmas bases e con- de valor correspondente a 1 (um) mês da respectiva remu-
dições, ao cônjuge supérstite ou ao responsável legal pelos neração.
filhos do casal, a percepção do salário-família a que tinha § 1º O pagamento será efetuado pelo órgão competente,
direito o funcionário ou inativo falecido. mediante apresentação de atestado de óbito pelas pessoas
indicadas no caput deste artigo, ou procurador legalmente
Art. 159. A concessão e a supressão do salário-família habilitado, feita a prova de identidade.
serão processadas na forma estabelecida em lei. § 2º No caso de integrante da carreira de Agente de Se-
gurança Penitenciária ou da classe de Agente de Escolta e
Art. 160. Não será pago o salário-família nos casos em Vigilância Penitenciária, se ficar comprovado, por meio de
que o funcionário deixar de perceber o respectivo vencimen- competente apuração, que o óbito decorreu de lesões recebi-
to ou remuneração. das no exercício de suas funções, o benefício será acrescido
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica do valor correspondente a mais 1 (um) mês da respectiva re-
aos casos disciplinares e penais, nem aos de licença por mo- muneração, cujo pagamento será efetivado mediante apre-
tivo de doença em pessoa da família. sentação de alvará judicial.
§ 3º O pagamento do benefício previsto neste artigo,
Art. 161. É vedada a percepção de salário-família por caso as despesas tenham sido custeadas por terceiros, em
dependente em relação ao qual já esteja sendo pago este virtude da contratação de planos funerários, somente será
benefício por outra entidade pública federal, estadual ou efetivado mediante apresentação de alvará judicial.
municipal, ficando o infrator sujeito às penalidades da lei.
Art. 169. O Governo do Estado poderá conceder prêmios
Art. 162. O salário-esposa será concedido ao funcionário em dinheiro, dentro das dotações orçamentárias próprias,
que não perceba vencimento ou remuneração de importân- aos funcionários autores dos melhores trabalhos, classifica-
cia superior a 2 (duas) vezes o valor do menor vencimento dos em concursos de monografias de interesse para o serviço
pago pelo Estado, desde que a mulher não exerça atividade público.
remunerada.
Parágrafo único. A concessão do benefício a que se refe- Art. 170. (Revogado).
re este artigo será objeto de regulamento.
CAPÍTULO III
SEÇÃO VII Das Acumulações Remuneradas
Outras Concessões Pecuniárias
Art. 171. É vedada a acumulação remunerada, exceto:
Art. 163. O Estado assegurará ao funcionário o direito de I - a de um juiz e um cargo de professor;
pleno ressarcimento de danos ou prejuízos, decorrentes de II - a de dois cargos de professor;
acidentes no trabalho, do exercício em determinadas zonas III - a de um cargo de professor e outro técnico ou cien-
ou locais e da execução de trabalho especial, com risco de tífico; e
vida ou saúde. IV - a de dois cargos privativos de médico.
§ 1º Em qualquer dos casos, a acumulação somente é
Art. 164. Ao funcionário licenciado, para tratamento de permitida quando haja correlação de matérias e compatibi-
saúde poderá ser concedido transporte, se decorrente do tra- lidade de horários.
tamento, inclusive para pessoa de sua família. § 2º A proibição de acumular se estende a cargos, fun-
ções ou empregos em autarquias, empresas públicas e socie-
Art. 165. Poderá ser concedido transporte à família do dades de economia mista.
funcionário, quando este falecer fora da sede de exercício, no § 3º A proibição de acumular proventos não se aplica
desempenho de serviço. aos aposentados, quanto ao exercício de mandato eletivo,
§ 1º  A mesma concessão poderá ser feita à família do cargo em comissão ou ao contrato para prestação de servi-
funcionário falecido fora do Estado. ços técnicos ou especializados.
§ 2º Só serão atendidos os pedidos de transporte formu-
lados dentro do prazo de 1 (um) ano, a partir da data em que Art. 172. O funcionário ocupante de cargo efetivo, ou em
houver falecido o funcionário. disponibilidade, poderá ser nomeado para cargo em comis-
são, perdendo, durante o exercício desse cargo, o vencimen-
Art. 166. (Revogado). to ou remuneração do cargo efetivo ou o provento, salvo se
optar pelo mesmo.
Art. 167. A concessão de que trata o artigo anterior só
poderá ser deferida ao funcionário que se encontre no exer- Art. 173. Não se compreende na proibição de acumular,
cício do cargo e mantenha contato com o público, pagando desde que tenha correspondência com a função principal, a
ou recebendo em moeda corrente. percepção das vantagens enumeradas no art. 124.

52
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 174. Verificado, mediante processo administrativo, Art. 180. O funcionário transferido ou removido, quando
que o funcionário está acumulando, fora das condições pre- em gozo de férias, não será obrigado a apresentar-se antes
vistas neste Capítulo, será ele demitido de todos os cargos e de terminá-las.
funções e obrigado a restituir o que indevidamente houver
recebido. CAPÍTULO II
§ 1º Provada a boa-fé, o funcionário será mantido no Das Licenças
cargo ou função que exercer há mais tempo.
§ 2º Em caso contrário, o funcionário demitido ficará SEÇÃO I
ainda inabilitado pelo prazo de 5 (cinco) anos, para o exer- Disposições Gerais
cício de função ou cargo público, inclusive em entidades que
exerçam função delegada do poder público ou são por este Art. 181. O funcionário efetivo poderá ser licenciado:
mantidas ou administradas. I - para tratamento de saúde;
II - quando acidentado no exercício de suas atribuições
Art. 175. As autoridades civis e os chefes de serviço, bem
ou acometido por doença profissional;
como os diretores ou responsáveis pelas entidades referidas
III - no caso previsto no art. 198;
no parágrafo 2º do artigo anterior e os fiscais ou represen-
tantes dos poderes públicos junto às mesmas, que tiverem IV - por motivo de doença em pessoa de sua família;
conhecimento de que qualquer dos seus subordinados ou V - para cumprir obrigações concernentes ao serviço mi-
qualquer empregado da empresa sujeita à fiscalização está litar;
no exercício de acumulação proibida, farão a devida comu- VI - para tratar de interesses particulares;
nicação ao órgão competente, para os fins indicados no ar- VII - no caso previsto no art. 205;
tigo anterior. VIII - compulsoriamente, como medida profilática;
Parágrafo único. Qualquer cidadão poderá denunciar a IX - como prêmio de assiduidade.
existência de acumulação ilegal. § 1º Ao funcionário ocupante exclusivamente de cargo
em comissão serão concedidas as licenças previstas neste ar-
TÍTULO V tigo, salvo as referidas nos incisos IV, VI e VII.
DOS DIREITOS E VANTAGENS EM GERAL § 2º As licenças previstas nos incisos I a III serão concedi-
das ao funcionário de que trata o § 1º deste artigo mediante
CAPÍTULO I regras estabelecidas pelo regime geral de previdência social.
Das Férias
Art. 182. As licenças dependentes de inspeção médica
Art. 176. O funcionário terá direito ao gozo de 30 (trinta) serão concedidas pelo prazo indicado pelos órgãos oficiais
dias de férias anuais, observada a escala que for aprovada. competentes.
§ 1º É proibido levar à conta de férias qualquer falta ao
trabalho. Art. 183. Finda a licença, o funcionário deverá reassumir,
§ 2º É proibida a acumulação de férias, salvo por abso- imediatamente, o exercício do cargo.
luta necessidade de serviço e pelo máximo de 2 (dois) anos § 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica às
consecutivos. licenças previstas nos incisos V e VII do artigo 181, quando
§ 3º O período de férias será reduzido para 20 (vinte) em prorrogação.
dias, se o servidor, no exercício anterior, tiver, considerados § 2º A infração do disposto no caput deste artigo im-
em conjunto, mais de 10 (dez) não comparecimentos corres-
portará em perda total do vencimento ou remuneração cor-
pondentes a faltas abonadas, justificadas e injustificadas ou
respondente ao período de ausência e, se esta exceder a 30
às licenças previstas nos itens IV, VI e VII do art. 181.
§ 4º Durante as férias, o funcionário terá direito a todas (trinta) dias, ficará o funcionário sujeito à pena de demissão
as vantagens, como se estivesse em exercício. por abandono de cargo.

Art. 177. Atendido o interesse do serviço, o funcioná- Art. 184. O funcionário licenciado nos termos dos itens
rio poderá gozar férias de uma só vez ou em dois períodos I a IV do art. 181, é obrigado a reassumir o exercício, se for
iguais. considerado apto em inspeção médica realizada ex-officio
ou se não subsistir a doença na pessoa de sua família.
Art. 178. Somente depois do primeiro ano de exercício Parágrafo único. O funcionário poderá desistir da licen-
no serviço público, adquirirá o funcionário direito a férias. ça, desde que em inspeção médica fique comprovada a ces-
Parágrafo único. Será contado para efeito deste artigo sação dos motivos determinantes da licença.
o tempo de serviço prestado em outro cargo público, desde
que entre a cessação do anterior e o início do subsequente Art. 185. As licenças previstas nos incisos I, II e IV do ar-
exercício não haja interrupção superior a 10 (dez) dias. tigo 181 não serão concedidas em prorrogação, cabendo ao
funcionário ou à autoridade competente ingressar, quando
Art. 179. Caberá ao chefe da repartição ou do serviço, for o caso, com um novo pedido.
organizar, no mês de dezembro, a escala de férias para o ano
seguinte, que poderá alterar de acordo com a conveniência Art. 186. (Revogado).
do serviço.

53
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 187. O funcionário licenciado nos termos dos itens I 2 - a lesão sofrida pelo funcionário, quando em trânsito,
e II do artigo 181 não poderá dedicar-se a qualquer ativida- no percurso usual para o trabalho.
de remunerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser
demitido por abandono do cargo, caso não reassuma o seu Art. 195. A licença prevista no artigo anterior não pode-
exercício dentro do prazo de 30 (trinta) dias. rá exceder de 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. No caso de acidente, verificada a in-
Art. 188. (Revogado) capacidade total para qualquer função pública, será desde
logo concedida aposentadoria ao funcionário.
Art. 189. (Revogado)
Art. 196. A comprovação do acidente, indispensável para
Art. 190. O funcionário que se recusar a submeter-se à a concessão da licença, será feita em procedimento próprio,
inspeção médica, quando julgada necessária, será punido que deverá iniciar-se no prazo de 10 (dez) dias, contados da
com pena de suspensão. data do acidente.
Parágrafo único. A suspensão cessará no dia em que se § 1º O funcionário deverá requerer a concessão da li-
realizar a inspeção.
cença de que trata o caput deste artigo junto ao órgão de
origem.
SEÇÃO II
Da Licença para Tratamento de Saúde § 2º Concluído o procedimento de que trata o caput des-
te artigo caberá ao órgão médico oficial a decisão.
Art. 191. Ao funcionário que, por motivo de saúde, esti- § 3º O procedimento para a comprovação do acidente
ver impossibilitado para o exercício do cargo, será concedida de que trata este artigo deverá ser cumprido pelo órgão de
licença até o máximo de 4 (quatro) anos, com vencimento origem do funcionário, ainda que não venha a ser objeto de
ou remuneração. licença.
§ 1º Findo o prazo, previsto neste artigo, o funcionário
será submetido à inspeção médica e aposentado, desde que Art. 197. Para a conceituação do acidente da doença
verificada a sua invalidez, permitindo-se o licenciamento profissional, serão adotados os critérios da legislação federal
além desse prazo, quando não se justificar a aposentadoria. de acidentes do trabalho.
§ 2º Será obrigatória a reversão do aposentado, desde
que cessados os motivos determinantes da aposentadoria. SEÇÃO IV
Da Licença à Funcionária Gestante
Art. 192. O funcionário ocupante de cargo em comis-
são poderá ser aposentado, nas condições do artigo anterior, Art. 198. À funcionária gestante será concedida licença
desde que preencha os requisitos do art. 227. de 180 (cento e oitenta) dias com vencimento ou remunera-
ção, observado o seguinte:
Art. 193. A licença para tratamento de saúde dependerá I - a licença poderá ser concedida a partir da 32ª (tri-
de inspeção médica oficial e poderá ser concedida: gésima segunda) semana de gestação, mediante documen-
I - a pedido do funcionário; tação médica que comprove a gravidez e a respectiva idade
II - “ex officio”. gestacional;
§ 1º A inspeção médica de que trata o “caput” deste arti- II - ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a li-
go poderá ser dispensada, a critério do órgão oficial, quando cença, será esta concedida mediante a apresentação da cer-
a análise documental for suficiente para comprovar a inca- tidão de nascimento e vigorará a partir da data do evento,
pacidade laboral, observado o estabelecido em decreto.
podendo retroagir até 15 (quinze) dias;
§ 2º A licença “ex officio” de que trata o inciso II deste
III - durante a licença, cometerá falta grave a servidora
artigo será concedida por decisão do órgão oficial:
1 - quando as condições de saúde do funcionário assim que exercer qualquer atividade remunerada ou mantiver a
o determinarem; criança em creche ou organização similar.
2 - a pedido do órgão de origem do funcionário. Parágrafo único. No caso de natimorto, será concedida
§ 3º O funcionário poderá ser dispensado da inspeção a licença para tratamento de saúde, a critério médico, na
médica de que trata o “caput” deste artigo em caso de licen- forma prevista no artigo 193.
ça para tratamento de saúde de curta duração, conforme
estabelecido em decreto. SEÇÃO V
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
SEÇÃO III
Da Licença ao Funcionário Acidentado no Exercício de Art. 199. O funcionário poderá obter licença, por motivo
suas Atribuições ou Atacado de Doença Profissional de doença do cônjuge e de parentes até segundo grau.
§ 1º Provar-se-á a doença em inspeção médica na forma
Art. 194. O funcionário acidentado no exercício de suas prevista no artigo 193.
atribuições ou que tenha adquirido doença profissional terá § 2º A licença de que trata este artigo será concedida
direito à licença com vencimento ou remuneração. com vencimentos ou remuneração até 1 (um) mês e com os
Parágrafo único. Considera-se também acidente: seguintes descontos:
1 - a agressão sofrida e não provocada pelo funcionário, 1 - de 1/3 (um terço), quando exceder a 1 (um) mês até
no exercício de suas funções; 3 (três);

54
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

2 - 2/3 (dois terços), quando exceder a 3 (três) até 6 (seis); Parágrafo único. A licença será concedida mediante pe-
3 - sem vencimento ou remuneração do sétimo ao vi- dido devidamente instruído e vigorará pelo tempo que durar
gésimo mês. a comissão ou a nova função do marido.
§ 3º Para os efeitos do § 2º deste artigo, serão somadas
as licenças concedidas durante o período de 20 (vinte) meses, SEÇÃO IX
contado da primeira concessão. Da Licença Compulsória
 
SEÇÃO VI Art. 206. O funcionário, ao qual se possa atribuir a con-
Da Licença para Atender a Obrigações Concernentes dição de fonte de infecção de doença transmissível, poderá
ao Serviço Militar ser licenciado, enquanto durar essa condição, a juízo de au-
toridade sanitária competente, e na forma prevista no regu-
Art. 200. Ao funcionário que for convocado para o ser- lamento.
viço militar e outros encargos da segurança nacional, será
concedida licença sem vencimento ou remuneração. Art. 207. Verificada a procedência da suspeita, o funcio-
§ 1º A licença será concedida mediante comunicação do nário será licenciado para tratamento de saúde na forma
funcionário ao chefe da repartição ou do serviço, acompa- prevista no art. 191, considerando-se incluídos no período da
nhada de documentação oficial que prove a incorporação. licença os dias de licenciamento compulsório.
§ 2º O funcionário desincorporado reassumirá imedia-
tamente o exercício, sob pena de demissão por abandono do Art. 208. Quando não positivada a moléstia, deverá o
cargo, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias. funcionário retornar ao serviço, considerando-se como de
§ 3º Quando a desincorporação se verificar em lugar efetivo exercício para todos os efeitos legais, o período de
diverso do da sede, os prazos para apresentação serão os licença compulsória.
previstos no art. 60.
SEÇÃO X
Art. 201. Ao funcionário que houver feito curso para ser Da licença-prêmio
admitido como oficial da reserva das Forças Armadas, será
também concedida licença sem vencimento ou remuneração,
Art. 209. O funcionário terá direito, como prêmio de as-
durante os estágios prescritos pelos regulamentos militares.
siduidade, à licença de 90 (noventa) dias em cada período
de 5 (cinco) anos de exercício ininterrupto, em que não haja
SEÇÃO VII
sofrido qualquer penalidade administrativa.
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Parágrafo único. O período da licença será considerado
Art. 202. Depois de 5 (cinco) anos de exercício, o funcio- de efetivo exercício para todos os efeitos legais, e não acarre-
nário poderá obter licença, sem vencimento ou remunera- tará desconto algum no vencimento ou remuneração.
ção, para tratar de interesses particulares, pelo prazo máxi-
mo de 2 (dois) anos. Art. 210. Para fins da licença prevista nesta Seção, não
§ 1º Poderá ser negada a licença quando o afastamento se consideram interrupção de exercício:
do funcionário for inconveniente ao interesse do serviço. I - os afastamentos enumerados no art. 78, excetuado o
§ 2º O funcionário deverá aguardar em exercício a con- previsto no item X; e
cessão da licença. II - as faltas abonadas, as justificadas e os dias de licença
§ 3º A licença poderá ser gozada parceladamente a juízo a que se referem os itens I e IV do art. 181 desde que o total
da Administração, desde que dentro do período de 3 (três) anos. de todas essas ausências não exceda o limite máximo de 30
§ 4º O funcionário poderá desistir da licença, a qualquer (trinta) dias, no período de 5 (cinco) anos.
tempo, reassumindo o exercício em seguida.
Art. 211. (Revogado).
Art. 203. Não será concedida licença para tratar de in-
teresses particulares ao funcionário nomeado, removido ou Art. 212. A licença-prêmio será concedida mediante cer-
transferido, antes de assumir o exercício do cargo. tidão de tempo de serviço, independente de requerimento do
funcionário, e será publicada no Diário Oficial do Estado, nos
Art. 204. Só poderá ser concedida nova licença depois de termos da legislação em vigor.
decorridos 5 (cinco) anos do término da anterior.
Art. 213. O funcionário poderá requerer o gozo da licen-
SEÇÃO VIII ça-prêmio:
Da Licença à Funcionária Casada com Funcionário ou I - por inteiro ou em parcelas não inferiores a 15 (quinze)
Militar dias;
II - até o implemento das condições para a aposentado-
Art. 205. A funcionária casada com funcionário estadual ria voluntária.
ou com militar terá direito à licença, sem vencimento ou re- § 1º Caberá à autoridade competente:
muneração, quando o marido for mandado servir, indepen- 1 - adotar, após manifestação do chefe imediato, sem
dentemente de solicitação, em outro ponto do Estado ou do prejuízo para o serviço, as medidas necessárias para que o
território nacional ou no estrangeiro. funcionário possa gozar a licença-prêmio a que tenha direito;

55
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

2 - decidir, após manifestação do chefe imediato, ob- § 2º Os limites de idade e de tempo de serviço para a apo-
servada a opção do funcionário e respeitado o interesse do sentadoria poderão ser reduzidos, nos termos do parágrafo
serviço, pelo gozo da licença-prêmio por inteiro ou parcela- único do art. 94 da Constituição do Estado de São Paulo.
damente.
§ 2º A apresentação de pedido de passagem à inativida- Art. 223. A aposentadoria prevista no item I do artigo
de, sem a prévia e oportuna apresentação do requerimento anterior, só será concedida, após a comprovação da invalidez
de gozo, implicará perda do direito à licença-prêmio. do funcionário, mediante inspeção de saúde realizada em
órgão médico oficial.
Art. 214. O funcionário deverá aguardar em exercício a
apreciação do requerimento de gozo da licença-prêmio. Art. 224. A aposentadoria compulsória prevista no item
Parágrafo único. O gozo da licença-prêmio dependerá II do art. 222 é automática.
de novo requerimento, caso não se inicie em até 30 (trinta) Parágrafo único. O funcionário se afastará no dia ime-
dias contados da publicação do ato que o houver autorizado. diato àquele em que atingir a idade limite, independente-
mente da publicação do ato declaratório da aposentadoria.
Art. 215. (Revogado).
Art. 225. O funcionário em disponibilidade poderá ser
Art. 216. (Revogado). aposentado nos termos do art. 222.

CAPÍTULO III Art. 226. O provento da aposentadoria será:


Da Estabilidade I - igual ao vencimento ou remuneração e demais van-
tagens pecuniárias incorporadas para esse efeito:
Art. 217. É assegurada a estabilidade somente ao fun- 1 - quando o funcionário, do sexo masculino, contar 35
cionário que, nomeado por concurso, contar mais de 2 (dois) (trinta e cinco) anos de serviço e do sexo feminino, 30 (trinta)
anos de efetivo exercício. anos; e
2 - quando ocorrer a invalidez.
Art. 218. O funcionário estável só poderá ser demitido II - proporcional ao tempo de serviço, nos demais casos.
em virtude de sentença judicial ou mediante processo admi-
nistrativo, assegurada ampla defesa. Art. 227. As disposições dos itens I e II do art. 222 aplicam-se
Parágrafo único. A estabilidade diz respeito ao serviço ao funcionário ocupante de cargo em comissão, que contar mais
público e não ao cargo, ressalvando-se à Administração o de 15 (quinze) anos de exercício ininterrupto nesse cargo, seja ou
direito de aproveitar o funcionário em outro cargo de igual não ocupante de cargo de provimento efetivo.
padrão, de acordo com as suas aptidões.
Art. 228. A aposentadoria prevista no item III do art. 222
CAPÍTULO IV produzirá efeito a partir da publicação do ato no “Diário Oficial”.
Da Disponibilidade
Art. 229. O pagamento dos proventos a que tiver direito
Art. 219. O funcionário poderá ser posto em disponibili- o aposentado deverá iniciar-se no mês seguinte ao em que
dade remunerada: cessar a percepção do vencimento ou remuneração.
I - no caso previsto no § 2º do art. 31; e
II - quando, tendo adquirido estabilidade, o cargo for Art. 230. O provento do aposentado só poderá sofrer
extinto por lei. descontos autorizados em lei.
Parágrafo único. O funcionário ficará em disponibilidade
até o seu obrigatório aproveitamento em cargo equivalente. Art. 231. O provento da aposentadoria não poderá ser
superior ao vencimento ou remuneração e demais vanta-
Art. 220. O provento da disponibilidade não poderá ser gens percebidas pelo funcionário.
superior ao vencimento ou remuneração e vantagens perce-
bidos pelo funcionário. Art. 232. Qualquer alteração do vencimento ou remu-
neração e vantagens percebidas pelo funcionário em virtude
Art. 221. Qualquer alteração do vencimento ou remune- de medida geral, será extensiva ao provento do aposentado,
ração e vantagens percebidas pelo funcionário em virtude de na mesma proporção.
medida geral, será extensiva ao provento do disponível, na
mesma proporção. CAPÍTULO VI
Da Assistência ao Funcionário
CAPÍTULO V
Da Aposentadoria Art. 233. Nos trabalhos insalubres executados pelos fun-
cionários, o Estado é obrigado a fornecer-lhes gratuitamente
Art. 222. O funcionário será aposentado: equipamentos de proteção à saúde.
I - por invalidez; Parágrafo único. Os equipamentos aprovados por órgão
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos; e competente, serão de uso obrigatório dos funcionários, sob
III - voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos de pena de suspensão.
serviço. Art. 234. Ao funcionário é assegurado o direito de remo-
§ 1º No caso do item III, o prazo é reduzido a 30 (trinta) ção para igual cargo no local de residência do cônjuge, se
anos para as mulheres. este também for funcionário e houver vaga.

56
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 235. Havendo vaga na sede do exercício de ambos Dentro do espectro do direito de petição se insere, por
os cônjuges, a remoção poderá ser feita para o local indicado exemplo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar
por qualquer deles, desde que não prejudique o serviço. cópias reprográficas e certidões, bem como de ofertar de-
núncias de irregularidades. Contudo, o constituinte, talvez
Art. 236. Somente será concedida nova remoção por na intenção de deixar clara a obrigação dos Poderes Públicos
união de cônjuges ao funcionário que for removido a pedido em fornecer certidões, trouxe a letra b) do inciso, o que gera
para outro local, após transcorridos 5 (cinco) anos. confusões conceituais no sentido do direito de obter certi-
dões ser dissociado do direito de petição.
Art. 237. Considera-se local, para os fins dos arts. 234 a
236, o município onde o cônjuge tem sua residência. TÍTULO VI
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS
Art. 238. O ato que remover ou transferir o funcionário RESPONSABILIDADES
estudante de uma para outra cidade ficará suspenso se, na
nova sede, não existir estabelecimento congênere, oficial, re- O regime disciplinar do servidor público civil está esta-
conhecido ou equiparado àquele em que o interessado esteja belecido basicamente de duas maneiras: deveres e proibi-
matriculado. ções. Ontologicamente, são a mesma coisa: ambos deveres
§ 1º Efetivar-se-á a transferência, se o funcionário con- e proibições são normas protetivas da boa Administração.
cluir o curso, deixar de cursá-lo ou for reprovado durante 2 Nas duas hipóteses, violado o preceito, cabível é uma pu-
(dois) anos. nição. Deve-se notar, porém, que os deveres constam da lei
§ 2º Anualmente, o interessado deverá fazer prova, pe- como ações, como conduta positiva; as proibições, ao con-
rante a repartição a que esteja subordinado, de que está fre- trário, são descritas como condutas vedadas ao servidor, de
quentando regularmente o curso em que estiver matriculado. modo que ele deve abster-se de praticá-las. Os deveres es-
tão inscritos não de modo exaustivo, porque o servidor deve
CAPÍTULO VII obediência a todas as normas legais ou infralegais4. “Estes
Do Direito de Petição
dispositivos preveem, basicamente, um conjunto de normas
de conduta e de proibições impostas pela lei aos servidores
Art. 239. É assegurado a qualquer pessoa, física ou ju-
por ela abrangidos, tendo em vista a prevenção, a apuração
rídica, independentemente de pagamento, o direito de pe-
e a possível punição de atos e omissões que possam por em
tição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de
risco o funcionamento adequado da administração pública,
direitos.
do posto de vista ético, do ponto de vista da eficiência e do
§ 1º Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro,
ponto de vista da legalidade. Decorrem, estes dispositivos, do
omissão ou conduta incompatível no serviço público.
§ 2º Em nenhuma hipótese, a Administração poderá re- denominado Poder Disciplinar que é aquele conferido à Ad-
cusar-se a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob ministração com o objetivo de manter sua disciplina interna,
pena de responsabilidade do agente. na medida em que lhe atribui instrumentos para punir seus
servidores (e também àqueles que estejam a ela vinculados
Art. 240. Ao servidor é assegurado o direito de requerer por um instrumento jurídico determinado - particulares con-
ou representar, bem como, nos termos desta lei complemen- tratados pela Administração). [...]”5.
tar, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de
30 (trinta) dias, salvo previsão legal específica. CAPÍTULO I
Dos Deveres e das Proibições
Estabelece a CF, no art. 5°, XXIV, a) o direito de petição,
assegurado a todos: “são a todos assegurados, independen- SEÇÃO I
temente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Dos Deveres
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
ou abuso de poder;”. Os artigos acima descrevem o direito de Os deveres do servidor aqui previstos são em muito
petição específico dos servidores públicos. compatíveis com os previstos no Código de Ética profissional
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cum- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto
pre observar que o direito de petição deve resultar em uma n° 1.171/94) e na própria Lei nº 8.112/1990, que fixa o regi-
manifestação do Estado, normalmente dirimindo (resol- me jurídico dos servidores públicos civis federais. Descrevem
vendo) uma questão proposta, em um verdadeiro exercício algumas das condutas esperadas do servidor público quando
contínuo de delimitação dos direitos e obrigações que re-
gulam a vida social e, desta maneira, quando “dificulta a 4 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime
apreciação de um pedido que um cidadão quer apresentar” disciplinar dos servidores federais. Disponível em:
(muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); “demo- <http://www.sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_
ra para responder aos pedidos formulados” (administrativa dos_servidores_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013.
e, principalmente, judicialmente) ou “impõe restrições e/ou 5 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos
condições para a formulação de petição”, traz a chamada Servidores Públicos da União. Disponível em: <http://
insegurança jurídica, que traz desesperança e faz proliferar www.canaldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_ar-
as desigualdades e as injustiças. tigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.

57
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

do desempenho de suas funções. Em resumo, o servidor pú- do cargo é o Estado que o remunera. Se o referido cargo
blico deve desempenhar suas funções com cuidado, rapidez não lhe pertence, o servidor deve exercer suas funções com
e pontualidade, sendo leal à instituição que compõe, respei- o máximo de zelo que estiver ao seu alcance. Sua eventual
tando as ordens de seus superiores que sejam adequadas às menor capacidade de desempenho, para não configurar de-
funções que desempenhe e buscando conservar o patrimô- sídia ou insuficiência de desempenho, deverá ser compensa-
nio do Estado. No tratamento do público, deve ser prestativo da com um maior esforço e dedicação de sua parte. Se um
e não negar o acesso a informações que não sejam sigilosas. servidor altamente preparado e capaz, vem a praticar atos
Caso presencie alguma ilegalidade ou abuso de poder, deve que configurem desídia ou mesmo falta mais grave, poderá
denunciar. Tomam-se como base os ensinamentos de Lima6 vir a ser punido. Porque o que se julgará não é a pessoa do
a respeito destes deveres: servidor, mas a conduta a ele imputável. O zelo não deve se
limitar apenas às atribuições específicas de sua atividade. O
Art. 241. São deveres do funcionário: servidor deve ter zelo não somente com os bens e interesses
I - ser assíduo e pontual; imateriais (a imagem, os símbolos, a moralidade, a pontuali-
“Dois conceitos diferentes, porém parecidos. Ser assíduo dade, o sigilo, a hierarquia) como também para com os bens
significa ser presente dentro do horário do expediente. O e interesses patrimoniais do Estado”.
oposto do assíduo é o ausente, o faltoso. Pontual é aquele
servidor que não atrasa seus compromissos. É o que com- IV - guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e,
parece no horário para as reuniões de trabalho e demais especialmente, sobre despachos, decisões ou providências;
atividades relacionadas com o exercício do cargo que ocu- “O agente público deve guardar sigilo sobre o que se
pa. Embora sejam conceitos diferentes, aqui o dever violado, passa na repartição, principalmente quanto aos assuntos
seja por impontualidade, seja por inassiduidade (que ainda oficiais. Pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, hoje
não aquela inassiduidade habitual de 60 dias ensejadora de está regulamentado o acesso às informações. Porém, o servi-
demissão), merece reprimenda de advertência, com fins edu- dor deve ter cuidado, pois até mesmo o fornecimento ou di-
cativos e de correção do servidor”. vulgação das informações exigem um procedimento. Maior
cuidado há que se ter, quando a informação possa expor a
II - cumprir as ordens superiores, representando quando intimidade da pessoa humana. As informações pessoais dos
forem manifestamente ilegais; administrados em geral devem ser tratadas forma transpa-
“O servidor integra a estrutura organizacional do ór- rente e com respeito à intimidade, à vida privada, à honra
gão em que presta suas atribuições funcionais. O Estado se e à imagem das pessoas, bem como às liberdades e garan-
movimenta através dos seus diversos órgãos. Dentro dos ór- tias individuais, segundo o artigo 31, da Lei nº 21.527, 2011.
gãos públicos, há um escalonamento de cargos e funções A exceção para o sigilo existe, pois, não devemos tratar a
que servem ao cumprimento da vontade do ente estatal. questão em termos de cláusula jurídica de caráter absoluto,
Este escalonamento, posto em movimento, é o que vimos podendo ter autorizada a divulgação ou o acesso por tercei-
até agora chamando de hierarquia. A hierarquia existe para ros quando haja previsão legal. Outra exceção é quando há
que do alto escalão até a prática dos administrados as coisas o consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem.
funcionem. Disso decorre que quando é emitida uma ordem No caso de cumprimento de ordem judicial, para a defesa de
para o servidor subordinado, este deve dar cumprimento ao direitos humanos, e quando a proteção do interesse público
comando. Porém quando a ordem é visivelmente ilegal, ar- e geral preponderante o exigir, também devem ser forneci-
bitrária, inconstitucional ou absurda, o servidor não é obri- das as informações. Portanto, o servidor há que ter reserva
gado a dar seguimento ao que lhe é ordenado. Quando a no seu comportamento e fala, esquivando-se de revelar o
ordem é manifestamente ilegal? Há uma margem de inter- conteúdo do que se passa no seu trabalho. Se o assunto pu-
pretação, principalmente se o servidor subordinado não tiver lulante é uma irregularidade absurda, deve então reduzir a
nenhuma formação de ordem jurídica. Logo, é o bom senso escrito e representar para que se apure o caso. Deveriam
que irá margear o que é flagrantemente inconstitucional”. diminuir as conversas de corredor e se efetivar a apuração
dos fatos através do processo administrativo disciplinar. Os
III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de assuntos objeto do serviço merecem reserva. Devem ficar
que for incumbido; circunscritos aos servidores designados para o respectivo
“O zelo diz respeito às atribuições funcionais e também trabalho interno, não devendo sair da seção ou setor de tra-
ao cuidado com a economia do material, os bens da repar- balho, sem o trâmite hierárquico do chefe imediato. Se o as-
tição e o patrimônio público. Sob o prisma da disciplina e da sunto ou o trabalho, enfim, merecer divulgação mais ampla,
conservação dos bens e materiais da repartição, o servidor deve ser contatado o órgão de assessoria de comunicação
deve sempre agir com dedicação no desempenho das fun- social, que saberá proceder de forma oficial, obedecendo ao
ções do cargo que ocupa, e que lhe foram atribuídas desde bom senso e às leis vigentes”.
o termo de posse. O servidor não é o dono do cargo. Dono
V - representar aos superiores sobre todas as irregulari-
6 LIMA, Fábio Lucas de Albuquerque. O regime dades de que tiver conhecimento no exercício de suas funções;
disciplinar dos servidores federais. Disponível em: “Todo servidor público é obrigado a dar conhecimento
<http://www.sato.adm.br/artigos/o_regime_disciplinar_ ao chefe da repartição acerca das irregularidades de que
dos_servidores_federais.htm>. Acesso em: 11 ago. 2013. toma conhecimento no exercício de suas atribuições. Deve

58
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

levar ao conhecimento da chefia imediata pelo sistema hie- dos órgãos públicos, o que deve necessariamente passar por
rárquico. Supõe-se que os titulares das chefias ou divisões critérios de valorização dos servidores bons e de treinamento
detêm um conhecimento maior de como corrigir o erro ou e qualificação permanente dos quadros de pessoal”.
comunicar aos órgãos de controle para a devida apuração.
De nada adiantaria o servidor, ciente de um ato irregular, XII - cooperar e manter espírito de solidariedade com os
ir comunicar ao público ou a terceiros. Além do dever de companheiros de trabalho,
sigilo, há assuntos que exigem certas reservas, visando ao O ambiente de trabalho não deve ser um ambiente de
bem do serviço público, da segurança nacional e mesmo da litígio, mas sim de cooperação.
sociedade”.
XIII - estar em dia com as leis, regulamentos, regimen-
VI - tratar com urbanidade as pessoas; tos, instruções e ordens de serviço que digam respeito às
“No mundo moderno, e máxime em nossa civilização oci- suas funções; e
dental, o trato tem que ser o mais urbano possível. Urbano, “A função desta norma é de não deixar sem resposta
nessa acepção, não quer dizer citadino ou oriundo da urbe (ci- qualquer que seja a irregularidade cometida. Daí a necessá-
dade), mas, sim, educado, civilizado, cordato e que não possa ria correlação nesses casos que temos de fazer do art. 116,
criar embaraços aos usuários dos serviços públicos”. inciso III, com a norma violada, e já prevista em outra lei,
decreto, instrução, ordem de serviço ou portaria”.
VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde au-
torizado; XIV - proceder na vida pública e privada na forma que
O objetivo da disciplina é impor que o servidor sempre dignifique a função pública.
seja acessível, não precise se locomover grandes distâncias O bom comportamento não deve se fazer presente so-
quando solicitado, o que permite ainda que conheça a rea- mente no exercício das funções. Cabe ao funcionário se por-
lidade local. tar bem quando estiver em sua vida privada, na convivência
com seus amigos e familiares, bem como nos momentos de
VIII - providenciar para que esteja sempre em ordem, no lazer. Por melhor que seja como funcionário, não será aceito
aquele que, por exemplo, for visto frequentemente embria-
assentamento individual, a sua declaração de família;
gado ou for sempre denunciado por violência doméstica.
Trata-se do dever de manter seus registros atualizados,
inclusive no que se refere aos membros de sua família.
SEÇÃO II
Das Proibições
IX - zelar pela economia do material do Estado e pela
conservação do que for confiado à sua guarda ou utilização;
Art. 242. Ao funcionário é proibido:
“Esse deve é basilar. Se o agente não zelar pela economia Em contraposição aos deveres do servidor público,
e pela conservação dos bens públicos presta um desserviço existem diversas proibições, que também estão em boa
à nação que lhe remunera. E como se verá adiante poderá parte abrangidas pelo Decreto n° 1.171/94 e pela Lei nº
ser causa inclusive de demissão, se não cumprir o presente 8.112/1990. A violação dos deveres ou a prática de alguma
dever, quando por descumprimento dele a gravidade do fato das violações abaixo descritas caracterizam infração admi-
implicar a infração a normas mais graves”. nistrativa disciplinar.
“Nas Proibições constata-se, desde logo, sua objetivi-
X - apresentar-se convenientemente trajado em serviço dade e taxatividade, o que veda sua ampliação e o uso de
ou com uniforme determinado, quando for o caso; interpretações analógicas ou sistemáticas visto serem con-
As roupas devem refletir o respeito à instituição e serem dutas restritivas de direitos, sujeitas, portanto, ao princípio
compatíveis com a função desempenhada. da reserva legal. O descumprimento dessas proibições po-
dem inclusive, ensejar o enquadramento penal do servidor,
XI - atender prontamente, com preferência sobre qual- pois muitas das condutas ali descritas, configuram prática de
quer outro serviço, às requisições de papéis, documentos, in- delito penal”7.
formações ou providências que lhe forem feitas pelas autori-
dades judiciárias ou administrativas, para defesa do Estado, I - (Revogado).
em Juízo; II - retirar, sem prévia permissão da autoridade compe-
“Este dever foi insculpido na lei para que o servidor pú- tente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;
blico trabalhe diuturnamente no sentido de desfazer a ima- III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em pales-
gem desagradável que o mesmo possui perante a sociedade. tras, leituras ou outras atividades estranhas ao serviço;
Exige-se que atue com presteza no atendimento a informa- IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa justifi-
ções solicitadas pela Fazenda Pública. Esta engloba o fisco cada;
federal, estadual, municipal e distrital. O servidor público V - tratar de interesses particulares na repartição;
tem que ser expedito, diligente, laborioso. Não há mais lugar VI - promover manifestações de apreço ou desapreço
para o burocrata que se afasta do administrado, dificultando 7 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos
a vida de quem necessita de atendimento rápido e escorreito. Servidores Públicos da União. Disponível em: <http://
Entretanto, há um longo caminho a ser percorrido até que se www.canaldosconcursos.com.br/artigos/almirmorgado_ar-
atinja um mínimo ideal de atendimento e de funcionamento tigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.

59
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

dentro da repartição, ou tornar-se solidário com elas; Art. 244. É vedado ao funcionário trabalhar sob as or-
VII - exercer comércio entre os companheiros de serviço, dens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando
promover ou subscrever listas de donativos dentro da repar- se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo
tição; e exceder a 2 (dois) o número de auxiliares nessas condições.
VIII - empregar material do serviço público em serviço É a chamada prática de nepotismo. Do latim nepos, neto
particular. ou descendente, é o termo utilizado para designar o favore-
cimento de parentes (ou amigos próximos) em detrimento
Art. 243. É proibido ainda, ao funcionário: de pessoas mais qualificadas, especialmente no que diz res-
I - fazer contratos de natureza comercial e industrial peito à nomeação ou elevação de cargos. Destaca-se o teor
com o Governo, por si, ou como representante de outrem; da súmula vinculante nº 13 do STF:
II - participar da gerência ou administração de empresas Súmula Vinculante nº 13: “A nomeação de cônjuge, com-
bancárias ou industriais, ou de sociedades comerciais, que panheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinida-
mantenham relações comerciais ou administrativas com o de, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante
Governo do Estado, sejam por este subvencionadas ou este- ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo
jam diretamente relacionadas com a finalidade da reparti- de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
ção ou serviço em que esteja lotado; cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função
III - requerer ou promover a concessão de privilégios, ga- gratificada na Administração Pública direta e indireta, em
rantias de juros ou outros favores semelhantes, federais, es- qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-
taduais ou municipais, exceto privilégio de invenção própria; deral e dos municípios, compreendido o ajuste mediante de-
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, empre- signações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Obs.: se
go ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições o concurso pedir pelo entendimento jurisprudencial, vá pela
que tenham relações com o Governo, em matéria que se re- súmula, mas se não mencionar nada se atenha ao texto da
lacione com a finalidade da repartição ou serviço em que lei, visto que há pequenas variações entre o texto da súmula
esteja lotado; e o da lei.
V - aceitar representação de Estado estrangeiro, sem au-
torização do Presidente da República; CAPÍTULO II
VI - comerciar ou ter parte em sociedades comerciais Das Responsabilidades
nas condições mencionadas no item II deste artigo, podendo,
em qualquer caso, ser acionista, quotista ou comanditário; Art. 245. O funcionário é responsável por todos os pre-
VII - incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de juízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por
sabotagem contra o serviço público; (INCONSTITUCIONAL) dolo ou culpa, devidamente apurados.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores Parágrafo único. Caracteriza-se especialmente a res-
públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela ponsabilidade:
preservação da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não I - pela sonegação de valores e objetos confiados à sua
for elaborada uma legislação específica para os funcionários guarda ou responsabilidade, ou por não prestar contas, ou
públicos, deverá ser obedecida a lei geral de greve para os por não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos nas leis,
funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço;
de Injunção nº 20). II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuí-
zos que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda, ou
VIII - praticar a usura; sujeitos a seu exame ou fiscalização;
IX - constituir-se procurador de partes ou servir de inter- III - pela falta ou inexatidão das necessárias averbações
mediário perante qualquer repartição pública, exceto quando nas notas de despacho, guias e outros documentos da recei-
se tratar de interesse de cônjuge ou parente até segundo grau; ta, ou que tenham com eles relação; e
X - receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra a
entidades fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro, mesmo Fazenda Estadual.
quando estiver em missão referente à compra de material
ou fiscalização de qualquer natureza; Art. 246. O funcionário que adquirir materiais em desa-
XI - valer-se de sua qualidade de funcionário para de- cordo com disposições legais e regulamentares, será respon-
sempenhar atividade estranha às funções ou para lograr, sabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalida-
direta ou indiretamente, qualquer proveito; e des disciplinares cabíveis, podendo-se proceder ao desconto
XII - fundar sindicato de funcionários ou deles fazer par- no seu vencimento ou remuneração.
te. (INCONSTITUCIONAL)
Os servidores públicos têm direito de fundar sindicatos, Art. 247. Nos casos de indenização à Fazenda Estadual,
o que é inerente ao direito fundamental à liberdade de as- o funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a impor-
sociação. tância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque,
remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição nos prazos legais.
dos itens II e VI deste artigo, a participação do funcionário
em sociedades em que o Estado seja acionista, bem assim na Art. 248. Fora dos casos incluídos no artigo anterior, a
direção ou gerência de cooperativas e associações de classe, importância da indenização poderá ser descontada do ven-
ou como seu sócio. cimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10ª
(décima) parte do valor destes.

60
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. No caso do item IV do parágrafo único Genericamente, os elementos da responsabilidade civil
do art. 245, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, por
repreensão e, na reincidência, a de suspensão. ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
Art. 249. Será igualmente responsabilizado o funcioná- mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do
rio que, fora dos casos expressamente previstos nas leis, re- instituto da responsabilidade civil, que tem como elementos:
gulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às ação ou omissão voluntária (agir como não se deve ou dei-
repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem xar de agir como se deve), culpa ou dolo do agente (dolo é a
ou aos seus subordinados. vontade de cometer uma violação de direito e culpa é a falta
de diligência), nexo causal (relação de causa e efeito entre a
Art. 250. A responsabilidade administrativa não exime ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo
o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coletivo, mo-
ral ou material, econômico e não econômico).
caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
obrigado, na forma dos arts. 247 e 248, o exame da pena
disciplinar em que incorrer.
As pessoas jurídicas de direito público e as de direito pri-
§ 1º A responsabilidade administrativa é independente
vado prestadoras de serviços públicos responderão pelos da-
da civil e da criminal. nos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
§ 2º Será reintegrado ao serviço público, no cargo que assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
ocupava e com todos os direitos e vantagens devidas, o ser- casos de dolo ou culpa.
vidor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação
do trânsito em julgado de decisão que negue a existência de Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurí-
sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão. dica autônoma entre o Estado e o agente público que causou
§ 3º O processo administrativo só poderá ser sobrestado o dano no desempenho de suas funções. Nesta relação, a
para aguardar decisão judicial por despacho motivado da responsabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Es-
autoridade competente para aplicar a pena. tado provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual
Segundo Carvalho Filho8, “a responsabilidade se origina foi anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso
de uma conduta ilícita ou da ocorrência de determinada si- é justamente o direito de acionar o causador direto do dano
tuação fática prevista em lei e se caracteriza pela natureza para obter de volta aquilo que pagou à vítima, considerada
do campo jurídico em que se consuma. Desse modo, a res- a existência de uma relação obrigacional que se forma entre
ponsabilidade pode ser civil, penal e administrativa. Cada a vítima e a instituição que o agente compõe.
responsabilidade é, em princípio, independente da outra”. Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente
É possível que o mesmo fato gere responsabilidade civil, causar aos membros da sociedade, mas se este agente agiu
penal e administrativa, mas também é possível que este gere com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que foi pago
apenas uma ou outra espécie de responsabilidade. Daí o fato à vítima. O agente causará danos ao praticar condutas in-
das responsabilidades serem independentes: o mesmo fato compatíveis com o comportamento ético dele esperado.10
pode gerar a aplicação de qualquer uma delas, cumulada A responsabilidade civil do servidor exige prévio proces-
ou isoladamente. so administrativo disciplinar no qual seja assegurado contra-
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante ditório e ampla defesa.
do direito obrigacional, uma vez que a principal consequên- Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com cul-
pa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que
cia da prática de um ato ilícito é a obrigação que gera para
gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (adminis-
o seu auto de reparar o dano, mediante o pagamento de
trado), o servidor terá o dever de indenizar.
indenização que se refere às perdas e danos. Afinal, quem
Já a responsabilidade penal do servidor decorre de uma
pratica um ato ou incorre em omissão que gere dano deve
conduta que a lei penal tipifique como infração penal, ou
suportar as consequências jurídicas decorrentes, restauran- seja, como crime ou contravenção penal.
do-se o equilíbrio social.9 O servidor poderá ser responsabilizado apenas penal-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, po- mente, uma vez que somente caberá responsabilização civil
dendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os li- se o ato tiver causado prejuízo ao erário (elemento dano).
mites da herança, embora existam reflexos na ação que apu- Os crimes contra a Administração Pública se encontram
re a responsabilidade civil conforme o resultado na esfera nos artigos 312 a 326 do Código Penal, mas existem outros
penal (por exemplo, uma absolvição por negativa de autoria crimes espalhados pela legislação específica.
impede a condenação na esfera cível, ao passo que uma ab- Por seu turno, quando o servidor pratica um ilícito admi-
solvição por falta de provas não o faz). nistrativo, a ele é atribuída responsabilidade administrativa.
O ilícito pode verificar-se por conduta comissiva ou omissiva e
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de os fatos que o configuram são os previstos na legislação esta-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- tutária. Por exemplo, as sanções aplicadas pela Comissão de
ris, 2010. Ética por violação ao Decreto n° 1.171/94 são administrativas.
9 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabili- 10 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo.
dade Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.

61
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Se as responsabilidades se cumularem, também as san- grave. Outras sanções são cassação da aposentadoria ou
ções serão cumuladas. Daí afirmar-se que tais responsabilida- disponibilidade e a demissão a bem do serviço público, que
des são independentes, ou seja, não dependem uma da outra. também se encaixam na modalidade mais severa.
Determinadas decisões na esfera penal geram exclusão
da responsabilidade nas esferas civil e administrativa, quais Art. 252. Na aplicação das penas disciplinares serão
sejam: absolvição por inexistência do fato ou negativa de consideradas a natureza e a gravidade da infração e os da-
autoria. A absolvição criminal por falta de provas não gera nos que dela provierem para o serviço público.
exclusão da responsabilidade civil e administrativa. De forma fundamentada, justificada, se escolherá por
A absolvição proferida na ação penal, em regra, nada uma ou outra sanção, conforme a gravidade do ato praticado.
prejudica a pretensão de reparação civil do dano ex delic-
to, conforme artigos 65, 66 e 386, IV do CPP: “art. 65. Faz Art. 253. A pena de repreensão será aplicada por escri-
coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter to, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos
deveres.
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima
defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercí-
Art. 254. A pena de suspensão, que não excederá de 90
cio regular de direito” (excludentes de antijuridicidade); “art.
(noventa) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de
66. não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a reincidência.
ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, cate- § 1º O funcionário suspenso perderá todas as vantagens
goricamente, reconhecida a inexistência material do fato”; e direitos decorrentes do exercício do cargo.
“art. 386, IV –  estar provado que o réu não concorreu para § 2º A autoridade que aplicar a pena de suspensão po-
a infração penal”. derá converter essa penalidade em multa, na base de 50%
Entendem Fuller, Junqueira e Machado11: “a absolvição (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remunera-
dubitativa (motivada por juízo de dúvida), ou seja, por falta ção, sendo o funcionário, nesse caso, obrigado a permanecer
de provas, (art. 386, II, V e VII, na nova redação conferida ao em serviço.
CPP), não empresta qualquer certeza ao âmbito da jurisdi-
ção civil, restando intocada a possibilidade de, na ação civil Art. 255. A pena de multa será aplicada na forma e nos
de conhecimento, ser provada e reconhecida a existência do casos expressamente previstos em lei ou regulamento.
direito ao ressarcimento, de acordo com o grau de cognição
e convicção próprios da seara civil (na esfera penal, a deci- Art. 256. Será aplicada a pena de demissão nos casos de:
são de condenação somente pode ser lastreada em juízo de I - abandono de cargo;
certeza, tendo em vista o princípio constitucional do estado II - procedimento irregular, de natureza grave;
de inocência)”. III - ineficiência no serviço;
IV - aplicação indevida de dinheiros públicos, e
TÍTULO VII V - ausência ao serviço, sem causa justificável, por mais
DAS PENALIDADES, DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente, durante 1
E DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES (um) ano.
§ 1º Considerar-se-á abandono de cargo, o não compa-
CAPÍTULO I recimento do funcionário por mais de (30) dias consecutivos
Das Penalidades e de sua Aplicação ex-vi do art. 63.
§ 2º A pena de demissão por ineficiência no serviço, só
será aplicada quando verificada a impossibilidade de rea-
Art. 251. São penas disciplinares:
daptação.
I - repreensão;
II - suspensão;
Art. 257. Será aplicada a pena de demissão a bem do
III - multa; serviço público ao funcionário que:
IV - demissão; I - for convencido de incontinência pública e escandalo-
V - demissão a bem do serviço público; e sa e de vício de jogos proibidos;
VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. II - praticar ato definido como crime contra a adminis-
A repreensão e a multa são as penas mais leves, a pri- tração pública, a fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto
meira é um aviso de que o funcionário se portou de forma nas leis relativas à segurança e à defesa nacional;
inadequada e de que isso não deve se repetir, a segunda III - revelar segredos de que tenha conhecimento em ra-
interfere apenas no aspecto pecuniário. A multa pode ser zão do cargo, desde que o faça dolosamente e com prejuízo
cumulada com outras penas. A suspensão é uma sanção in- para o Estado ou particulares;
termediária, fazendo com que o funcionário deixe de desem- IV - praticar insubordinação grave;
penhar o cargo por certo período. Na demissão, o funcio- V - praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcioná-
nário não mais exercerá o cargo, sendo assim sanção mais rios ou particulares, salvo se em legítima defesa;
VI - lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
11 FULLER, Paulo Henrique Aranda; JUNQUEIRA, VII - receber ou solicitar propinas, comissões, presentes
Gustavo Octaviano Diniz; MACHADO, Angela C. Cangia- ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por inter-
no. Processo Penal. 9. ed. São Paulo: Revista dos Tribu- médio de outrem, ainda que fora de suas funções mas em
nais, 2010. (Coleção Elementos do Direito) razão delas;

62
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

VIII - pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer va- § 4º A prescrição não corre:
lores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na 1 - enquanto sobrestado o processo administrativo para
repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização; aguardar decisão judicial, na forma do § 3º do artigo 250;
IX - exercer advocacia administrativa; 2 - enquanto insubsistente o vínculo funcional que ve-
X - apresentar com dolo declaração falsa em matéria de nha a ser restabelecido.
salário-família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de § 5º Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade
procedimento criminal, que no caso couber; julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
XI - praticar ato definido como crime hediondo, tortura, individuais do servidor.
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo; § 6º A decisão que reconhecer a existência de prescrição
XII - praticar ato definido como crime contra o Sistema deverá desde logo determinar, quando for o caso, as pro-
Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou vidências necessárias à apuração da responsabilidade pela
valores; e sua ocorrência.
XIII - praticar ato definido em lei como de improbidade. Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
direito de acionar judicialmente.
Art. 258. O ato que demitir o funcionário mencionará No caso, o prazo é de 5 anos para as infrações mais
sempre a disposição legal em que se fundamenta. graves, 2 para as de gravidade intermediária e leve (pena
de suspensão e pena de advertência) - Contados da data em
Art. 259. Será aplicada a pena de cassação de aposen- que o fato se tornou conhecido pela administração pública.
tadoria ou disponibilidade, se ficar provado que o inativo: Interrupção da prescrição significa parar a contagem do
I - praticou, quando em atividade, falta grave para a prazo para que, retornando, comece do zero. Da abertura da
qual é cominada nesta lei a pena de demissão ou de demis- sindicância ou processo administrativo disciplinar até a decisão
são a bem do serviço público; final proferida por autoridade competente não corre a prescri-
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; ção. Proferida a decisão, o prazo começa a contar do zero. Pas-
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem sado o prazo, não caberá mais propor ação disciplinar.
prévia autorização do Presidente da República; e
IV - praticou a usura em qualquer de suas formas. Art. 262. O funcionário que, sem justa causa, deixar de
atender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja
Art. 260. Para aplicação das penalidades previstas no marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu ven-
art. 251, são competentes: cimento ou remuneração até que satisfaça essa exigência.
I - o Governador; Parágrafo único. Aplica-se aos aposentados ou em dis-
II - os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Esta- ponibilidade o disposto neste artigo.
do e os Superintendentes de Autarquia;
III - os Chefes de Gabinete, até a de suspensão; Art. 263. Deverão constar do assentamento individual
IV - os Coordenadores, até a de suspensão limitada a 60 do funcionário todas as penas que lhe forem impostas.
(sessenta) dias; e
V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de CAPÍTULO II
suspensão limitada a 30 (trinta) dias. Das Providências Preliminares
Parágrafo único. Havendo mais de um infrator e diversi-
dade de sanções, a competência será da autoridade respon- Art. 264. A autoridade que, por qualquer meio, tiver co-
sável pela imposição da penalidade mais grave. nhecimento de irregularidade praticada por servidor é obri-
gada a adotar providências visando à sua imediata apura-
Art. 261. Extingue-se a punibilidade pela prescrição: ção, sem prejuízo das medidas urgentes que o caso exigir.
I - da falta sujeita à pena de repreensão, suspensão ou
multa, em 2 (dois) anos; Art. 265. A autoridade realizará apuração preliminar, de
II - da falta sujeita à pena de demissão, de demissão a natureza simplesmente investigativa, quando a infração não
bem do serviço público e de cassação da aposentadoria ou estiver suficientemente caracterizada ou definida autoria.
disponibilidade, em 5 (cinco) anos; § 1º A apuração preliminar deverá ser concluída no pra-
II - da falta prevista em lei como infração penal, no pra- zo de 30 (trinta) dias.
zo de prescrição em abstrato da pena criminal, se for supe- § 2º Não concluída no prazo a apuração, a autoridade
rior a 5 (cinco) anos. deverá imediatamente encaminhar ao Chefe de Gabinete
§ 1º A prescrição começa a correr: relatório das diligências realizadas e definir o tempo neces-
1 - do dia em que a falta for cometida; sário para o término dos trabalhos.
2 - do dia em que tenha cessado a continuação ou a § 3º Ao concluir a apuração preliminar, a autoridade de-
permanência, nas faltas continuadas ou permanentes. verá opinar fundamentadamente pelo arquivamento ou pela
§ 2º Interrompem a prescrição a portaria que instaura instauração de sindicância ou de processo administrativo.
sindicância e a que instaura processo administrativo.
§ 3º O lapso prescricional corresponde: Art. 266. Determinada a instauração de sindicância ou
1 - na hipótese de desclassificação da infração, ao da processo administrativo, ou no seu curso, havendo conve-
pena efetivamente aplicada; niência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe
2 - na hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena de Gabinete, por despacho fundamentado, ordenar as se-
em tese cabível. guintes providências:

63
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - afastamento preventivo do servidor, quando o reco- Art. 273. Aplicam-se à sindicância as regras previstas
mendar a moralidade administrativa ou a apuração do fato, nesta lei complementar para o processo administrativo, com
sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 (cento e as seguintes modificações:
oitenta) dias, prorrogáveis uma única vez por igual período; I - a autoridade sindicante e cada acusado poderão ar-
II - designação do servidor acusado para o exercício de rolar até 3 (três) testemunhas;
atividades exclusivamente burocráticas até decisão final do II - a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60
procedimento; (sessenta) dias;
III - recolhimento de carteira funcional, distintivo, armas III - com o relatório, a sindicância será enviada à autori-
e algemas; dade competente para a decisão.
IV - proibição do porte de armas;
V - comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser A sindicância é uma modalidade mais branda de apu-
estabelecida, para tomar ciência dos atos do procedimento. ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
§ 1º A autoridade que determinar a instauração ou presi- cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá
dir sindicância ou processo administrativo poderá representar o processo administrativo disciplinar que aplique a sanção
ao Chefe de Gabinete para propor a aplicação das medidas mais grave, entendendo-se por sanções mais graves qual-
previstas neste artigo, bem como sua cessação ou alteração. quer uma pior do que suspensão (basicamente, as que ge-
§ 2º O Chefe de Gabinete poderá, a qualquer momento, ram perda do cargo ou da aposentadoria).
por despacho fundamentado, fazer cessar ou alterar as me-
didas previstas neste artigo. CAPÍTULO III
Do Processo Administrativo
Art. 267. O período de afastamento preventivo compu-
ta-se como de efetivo exercício, não sendo descontado da Art. 274. São competentes para determinar a instaura-
pena de suspensão eventualmente aplicada. ção de processo administrativo as autoridades enumeradas
A sindicância é uma modalidade mais branda de apu- no Art. 260, até o inciso IV, inclusive.
ração da infração administrativa porque ou gerará a apli-
cação de uma sanção mais branda, ou apenas antecederá Art. 275. Não poderá ser encarregado da apuração,
o processo administrativo disciplinar que aplique a sanção nem atuar como secretário, amigo íntimo ou inimigo, pa-
mais grave. rente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até
o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer
TÍTULO VIII integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado,
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR bem assim o subordinado deste.

CAPÍTULO I Art. 276. A autoridade ou o funcionário designado de-


Das Disposições Gerais verão comunicar, desde logo, à autoridade competente, o
impedimento que houver.
Art. 268. A apuração das infrações será feita mediante
sindicância ou processo administrativo, assegurados o con- Art. 277. O processo administrativo deverá ser instaura-
traditório e a ampla defesa. do por portaria, no prazo improrrogável de 8 (oito) dias do
recebimento da determinação, e concluído no de 90 (noven-
Art. 269. Será instaurada sindicância quando a falta ta) dias da citação do acusado.
disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de § 1º Da portaria deverão constar o nome e a identifica-
repreensão, suspensão ou multa. ção do acusado, a infração que lhe é atribuída, com descri-
ção sucinta dos fatos, a indicação das normas infringidas e a
Art. 270. Será obrigatório o processo administrativo penalidade mais elevada em tese cabível.
quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determi- § 2º Vencido o prazo, caso não concluído o processo, o
nar as penas de demissão, de demissão a bem do serviço Procurador do Estado que o presidir deverá imediatamente
público e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade. encaminhar ao seu superior hierárquico relatório indicando
as providências faltantes e o tempo necessário para término
Art. 271. Os procedimentos disciplinares punitivos serão dos trabalhos.
realizados pela Procuradoria Geral do Estado e presididos § 3º O superior hierárquico dará ciência dos fatos a que
por Procurador do Estado confirmado na carreira. se refere o parágrafo anterior e das providências que hou-
ver adotado à autoridade que determinou a instauração do
CAPÍTULO II processo.
Da Sindicância
Art. 278. Autuada a portaria e demais peças preexis-
Art. 272. São competentes para determinar a instauração tentes, designará o presidente dia e hora para audiência de
de sindicância as autoridades enumeradas no artigo 260. interrogatório, determinando a citação do acusado e a noti-
Parágrafo único. Instaurada a sindicância, o Procurador ficação do denunciante, se houver.
do Estado que a presidir comunicará o fato ao órgão setorial § 1º O mandado de citação deverá conter:
de pessoal. 1 - cópia da portaria;

64
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

2 - data, hora e local do interrogatório, que poderá ser § 2º A prova de antecedentes do acusado será feita ex-
acompanhado pelo advogado do acusado; clusivamente por documentos, até as alegações finais.
3 - data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, § 3º Até a data do interrogatório, será designada a au-
que deverá ser acompanhada pelo advogado do acusado; diência de instrução.
4 - esclarecimento de que o acusado será defendido por
advogado dativo, caso não constitua advogado próprio; Art. 284. Na audiência de instrução, serão ouvidas, pela or-
5 - informação de que o acusado poderá arrolar teste- dem, as testemunhas arroladas pelo presidente e pelo acusado.
munhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias após a Parágrafo único. Tratando-se de servidor público, seu
data designada para seu interrogatório; comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo superior
6 - advertência de que o processo será extinto se o acu- imediato com as indicações necessárias.
sado pedir exoneração até o interrogatório, quando se tratar
exclusivamente de abandono de cargo ou função, bem como Art. 285. A testemunha não poderá eximir-se de depor,
inassiduidade. salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que le-
§ 2º A citação do acusado será feita pessoalmente, no galmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado,
mínimo 2 (dois) dias antes do interrogatório, por intermé- pai, mãe ou filho adotivo do acusado, exceto quando não for
dio do respectivo superior hierárquico, ou diretamente, onde possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do
possa ser encontrado. fato e de suas circunstâncias.
§ 3º Não sendo encontrado em seu local de trabalho § 1º Se o parentesco das pessoas referidas for com o de-
ou no endereço constante de seu assentamento individual, nunciante, ficam elas proibidas de depor, observada a exce-
furtando-se o acusado à citação ou ignorando-se seu pa- ção deste artigo.
radeiro, a citação far-se-á por edital, publicado uma vez no § 2º Ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa,
Diário Oficial do Estado, no mínimo 10 (dez) dias antes do será pela autoridade competente adotada a providência a que
interrogatório. se refere o artigo 262, mediante comunicação do presidente.
§ 3º O servidor que tiver de depor como testemunha fora
Art. 279. Havendo denunciante, este deverá prestar decla- da sede de seu exercício, terá direito a transporte e diárias na
rações, no interregno entre a data da citação e a fixada para o forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se pre-
catória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente.
interrogatório do acusado, sendo notificado para tal fim.
§ 4º São proibidas de depor as pessoas que, em razão de
§ 1º A oitiva do denunciante deverá ser acompanhada
função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segre-
pelo advogado do acusado, próprio ou dativo.
do, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
§ 2º O acusado não assistirá à inquirição do denuncian-
dar o seu testemunho.
te; antes porém de ser interrogado, poderá ter ciência das
declarações que aquele houver prestado.
Art. 286. A testemunha que morar em comarca diversa
poderá ser inquirida pela autoridade do lugar de sua resi-
Art. 280. Não comparecendo o acusado, será, por despa- dência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com
cho, decretada sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos prazo razoável, intimada a defesa.
e termos do processo. § 1º Deverá constar da precatória a síntese da imputa-
ção e os esclarecimentos pretendidos, bem como a advertên-
Art. 281. Ao acusado revel será nomeado advogado dativo. cia sobre a necessidade da presença de advogado.
§ 2º A expedição da precatória não suspenderá a instru-
Art. 282. O acusado poderá constituir advogado que o ção do procedimento.
representará em todos os atos e termos do processo. § 3º Findo o prazo marcado, o procedimento poderá
§ 1º É faculdade do acusado tomar ciência ou assistir prosseguir até final decisão; a todo tempo, a precatória, uma
aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória qual- vez devolvida, será juntada aos autos.
quer notificação.
§ 2º O advogado será intimado por publicação no Diá- Art. 287. As testemunhas arroladas pelo acusado compa-
rio Oficial do Estado, de que conste seu nome e número de recerão à audiência designada independente de notificação.
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, bem como os § 1º Deverá ser notificada a testemunha cujo depoimen-
dados necessários à identificação do procedimento. to for relevante e que não comparecer espontaneamente.
§ 3º Não tendo o acusado recursos financeiros ou ne- § 2º Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá
gando-se a constituir advogado, o presidente nomeará ad- substituí-la, se quiser, levando na mesma data designada para
vogado dativo. a audiência outra testemunha, independente de notificação.
§ 4º O acusado poderá, a qualquer tempo, constituir ad-
vogado para prosseguir na sua defesa. Art. 288. Em qualquer fase do processo, poderá o presi-
dente, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar dili-
Art. 283. Comparecendo ou não o acusado ao interro- gências que entenda convenientes.
gatório, inicia-se o prazo de 3 (três) dias para requerer a § 1º As informações necessárias à instrução do processo
produção de provas, ou apresentá-las. serão solicitadas diretamente, sem observância de vincula-
§ 1º O presidente e cada acusado poderão arrolar até 5 ção hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada
(cinco) testemunhas. aos autos.

65
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º Sendo necessário o concurso de técnicos ou peritos Art. 296. Determinada a diligência, a autoridade encar-
oficiais, o presidente os requisitará, observados os impedi- regada do processo administrativo terá prazo de 15 (quinze)
mentos do artigo 275. dias para seu cumprimento, abrindo vista à defesa para ma-
nifestar-se em 5 (cinco) dias.
Art. 289. Durante a instrução, os autos do procedimento
administrativo permanecerão na repartição competente. Art. 297. Quando escaparem à sua alçada as penalida-
§ 1º Será concedida vista dos autos ao acusado, median- des e providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade
te simples solicitação, sempre que não prejudicar o curso do que determinou a instauração do processo administrativo
procedimento. deverá propô-las, justificadamente, dentro do prazo para
§ 2º A concessão de vista será obrigatória, no prazo para julgamento, à autoridade competente.
manifestação do acusado ou para apresentação de recursos,
mediante publicação no Diário Oficial do Estado. Art. 298. A autoridade que proferir decisão determinará
§ 3º Não corre o prazo senão depois da publicação a que os atos dela decorrentes e as providências necessárias a sua
se refere o parágrafo anterior e desde que os autos estejam execução.
efetivamente disponíveis para vista.
§ 4º Ao advogado é assegurado o direito de retirar os Art. 299. As decisões serão sempre publicadas no Diário
autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, bem como
manifestação de seu representado, salvo na hipótese de pra- averbadas no registro funcional do servidor.
zo comum, de processo sob regime de segredo de justiça ou
quando existirem nos autos documentos originais de difícil Art. 300. Terão forma processual resumida, quando pos-
restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique sível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais sejam:
a permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebi-
autoridade em despacho motivado. mento, bem como certidões e compromissos.
§ 1º Toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem
Art. 290. Somente poderão ser indeferidos pelo presiden-
cronológica da apresentação, rubricando o presidente as fo-
te, mediante decisão fundamentada, os requerimentos de ne-
lhas acrescidas.
nhum interesse para o esclarecimento do fato, bem como as
§ 2º Todos os atos ou decisões, cujo original não conste
provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
do processo, nele deverão figurar por cópia.
Art. 291. Quando, no curso do procedimento, surgirem
Art. 301. Constará sempre dos autos da sindicância ou
fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a
instauração de novo procedimento para sua apuração, ou, do processo a folha de serviço do indiciado.
caso conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se oportu-
nidade de defesa. Art. 302. Quando ao funcionário se imputar crime, prati-
cado na esfera administrativa, a autoridade que determinou
Art. 292. Encerrada a fase probatória, dar-se-á vista dos a instauração do processo administrativo providenciará para
autos à defesa, que poderá apresentar alegações finais, no que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
prazo de 7 (sete) dias. Parágrafo único. Quando se tratar de crime praticado
Parágrafo único. Não apresentadas no prazo as alega- fora da esfera administrativa, a autoridade policial dará
ções finais, o presidente designará advogado dativo, assi- ciência dele à autoridade administrativa.
nando-lhe novo prazo.
Art. 303. As autoridades responsáveis pela condução
Art. 293. O relatório deverá ser apresentado no prazo de do processo administrativo e do inquérito policial se auxi-
10 (dez) dias, contados da apresentação das alegações finais. liarão para que os mesmos se concluam dentro dos prazos
§ 1º O relatório deverá descrever, em relação a cada respectivos.
acusado, separadamente, as irregularidades imputadas, as
provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição Art. 304. Quando o ato atribuído ao funcionário for con-
ou punição e indicando, nesse caso, a pena que entender siderado criminoso, serão remetidas à autoridade competen-
cabível. te cópias autenticadas das peças essenciais do processo.
§ 2º O relatório deverá conter, também, a sugestão de
quaisquer outras providências de interesse do serviço público. Art. 305. Não será declarada a nulidade de nenhum ato
processual que não houver influído na apuração da verdade
Art. 294. Relatado, o processo será encaminhado à auto- substancial ou diretamente na decisão do processo ou sin-
ridade que determinou sua instauração. dicância.

Art. 295. Recebendo o processo relatado, a autoridade Art. 306. É defeso fornecer à imprensa ou a outros meios
que houver determinado sua instauração deverá, no prazo de divulgação notas sobre os atos processuais, salvo no in-
de 20 (vinte) dias, proferir o julgamento ou determinar a teresse da Administração, a juízo do Secretário de Estado ou
realização de diligência, sempre que necessária ao esclare- do Procurador Geral do Estado.
cimento de fatos.

66
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 307. Decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, CAPÍTULO VI


contados do cumprimento da sanção disciplinar, sem co- Da Revisão
metimento de nova infração, não mais poderá aquela ser
considerada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de Art. 315. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão de
reincidência. punição disciplinar de que não caiba mais recurso, se surgi-
Parágrafo único. A demissão e a demissão a bem do ser- rem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios
viço público acarretam a incompatibilidade para nova inves- insanáveis de procedimento, que possam justificar redução
tidura em cargo, função ou emprego público, pelo prazo de 5 ou anulação da pena aplicada.
(cinco) e 10 (dez) anos, respectivamente. § 1º A simples alegação da injustiça da decisão não
constitui fundamento do pedido.
CAPÍTULO IV § 2º Não será admitida reiteração de pedido pelo mes-
Do Processo por Abandono do Cargo ou Função e por mo fundamento.
Inassiduidade § 3º Os pedidos formulados em desacordo com este ar-
tigo serão indeferidos.
Art. 308. Verificada a ocorrência de faltas ao serviço que
§ 4º O ônus da prova cabe ao requerente.
caracterizem abandono de cargo ou função, bem como inas-
siduidade, o superior imediato comunicará o fato à autori-
Art. 316. A pena imposta não poderá ser agravada pela
dade competente para determinar a instauração de processo
disciplinar, instruindo a representação com cópia da ficha revisão.
funcional do servidor e atestados de frequência.
Art. 317. A instauração de processo revisional poderá
Art. 309. Não será instaurado processo para apurar ser requerida fundamentadamente pelo interessado ou, se
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, se falecido ou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro,
o servidor tiver pedido exoneração. ascendente, descendente ou irmão, sempre por intermédio
de advogado.
Art. 310. Extingue-se o processo instaurado exclusi- Parágrafo único. O pedido será instruído com as provas
vamente para apurar abandono de cargo ou função, bem que o requerente possuir ou com indicação daquelas que
como inassiduidade, se o indiciado pedir exoneração até a pretenda produzir.
data designada para o interrogatório, ou por ocasião deste.
Art. 318. A autoridade que aplicou a penalidade, ou que
Art. 311. A defesa só poderá versar sobre força maior, a tiver confirmado em grau de recurso, será competente para
coação ilegal ou motivo legalmente justificável. o exame da admissibilidade do pedido de revisão, bem como,
caso deferido o processamento, para a sua decisão final.
CAPÍTULO V
Dos Recursos Art. 319. Deferido o processamento da revisão, será este
realizado por Procurador de Estado que não tenha funcio-
Art. 312. Caberá recurso, por uma única vez, da decisão nado no procedimento disciplinar de que resultou a punição
que aplicar penalidade. do requerente.
§ 1º O prazo para recorrer é de 30 (trinta) dias, contados
da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do Es- Art. 320. Recebido o pedido, o presidente providenciará
tado ou da intimação pessoal do servidor, quando for o caso. o apensamento dos autos originais e notificará o requerente
§ 2º Do recurso deverá constar, além do nome e quali- para, no prazo de 8 (oito) dias, oferecer rol de testemunhas,
ficação do recorrente, a exposição das razões de inconfor-
ou requerer outras provas que pretenda produzir.
mismo.
Parágrafo único. No processamento da revisão serão ob-
§ 3º O recurso será apresentado à autoridade que apli-
cou a pena, que terá o prazo de 10 (dez) dias para, motiva- servadas as normas previstas nesta lei complementar para o
damente, manter sua decisão ou reformá-la. processo administrativo.
§ 4º Mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será
imediatamente encaminhada a reexame pelo superior hie- Art. 321. A decisão que julgar procedente a revisão po-
rárquico. derá alterar a classificação da infração, absolver o punido,
§ 5º O recurso será apreciado pela autoridade compe- modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os
tente ainda que incorretamente denominado ou endereçado. direitos atingidos pela decisão reformada.
A revisão do processo consiste na possibilidade do servi-
Art. 313. Caberá pedido de reconsideração, que não po- dor condenado requerer que sua condenação seja revista se
derá ser renovado, de decisão tomada pelo Governador do surgirem novos fatos ou circunstâncias que justifiquem sua
Estado em única instância, no prazo de 30 (trinta) dias. absolvição ou a aplicação de uma pena mais leve. Poderá
ser requerida ao ministro de Estado ou autoridade de mesma
Art. 314. Os recursos de que trata esta lei complemen- hierarquia e será apensada ao processo administrativo ori-
tar não têm efeito suspensivo; os que forem providos darão ginário. O julgamento será feito pela mesma autoridade que
lugar às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à aplicou a pena. Se apurado que na verdade a pena deveria
data do ato punitivo. ser maior, não cabe agravar a situação do servidor.

67
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Disposições Finais
LEI FEDERAL Nº 8.429/92 – LEI DE IMPROBIDA-
Art. 322. O dia 28 de outubro será consagrado ao “Fun- DE ADMINISTRATIVA
cionário Público Estadual”.

Art. 323. Os prazos previstos neste Estatuto serão todos


contados por dias corridos.
A Lei n° 8.429/92 trata da improbidade administrativa,
Parágrafo único. Não se computará no prazo o dia ini-
que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinônimo de
cial, prorrogando-se o vencimento, que incidir em sábado,
desonestidade administrativa. A improbidade é uma lesão
domingo, feriado ou facultativo, para o primeiro dia útil se-
ao princípio da moralidade, que deve ser respeitado estrita-
guinte.
mente pelo servidor público. O agente ímprobo sempre será
um violador do princípio da moralidade, pelo qual “a Admi-
Art. 324. As disposições deste Estatuto se aplicam aos
nistração Pública deve agir com boa-fé, sinceridade, probi-
extranumerários, exceto no que colidirem com a precarieda-
dade, lhaneza, lealdade e ética”12.
de de sua situação no Serviço Público.
A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada de-
vido ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes do
Disposições Transitórias
serviço público que se intensificavam com a ineficácia do
diploma então vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. Decorreu,
Art. 325. Aplicam-se aos atuais funcionários interinos as
assim, da necessidade de acabar com os atos atentatórios à
disposições deste Estatuto, salvo as que colidirem com a na-
moralidade administrativa e causadores de prejuízo ao erá-
tureza precária de sua investidura e, em especial, as relativas
rio público ou ensejadores de enriquecimento ilícito, infeliz-
a acesso, promoção, afastamentos, aposentadoria voluntária
mente tão comuns no Brasil.
e às licenças previstas nos itens VI, VII e IX do Art. 181.
Com o advento da Lei nº 8.429/92, os agentes públicos
passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos atos
Art. 326. Serão obrigatoriamente exonerados os ocupan-
de improbidade administrativa descritos nos artigos 9º, 10 e
tes interinos de cargos para cujo provimento for realizado
11, ficando sujeitos às penas do art. 12. A existência de esfe-
concurso.
ras distintas de responsabilidade (civil, penal e administrati-
Parágrafo único. As exonerações serão efetivadas dentro
va) impede falar-se em bis in idem, já que, ontologicamen-
de 30 (trinta) dias, após a homologação do concurso.
te, não se trata de punições idênticas, embora baseadas no
mesmo fato, mas de responsabilização em esferas distintas
Art. 327. (Revogado). 
do Direito.
A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de
Art. 328. Dentro de 120 (cento e vinte) dias proceder-se-
improbidade administrativa em três categorias:
-á ao levantamento geral das atuais funções gratificadas,
a) Ato de improbidade administrativa que importe enri-
para efeito de implantação de novo sistema retribuitório dos
quecimento ilícito;
encargos por elas atendidos.
b) Ato de improbidade administrativa que importe lesão
Parágrafo único. Até a implantação do sistema de que
ao erário;
trata este artigo, continuarão em vigor as disposições legais
c) Ato de improbidade administrativa que atente contra
referentes à função gratificada.
os princípios da administração pública.
ATENÇÃO: os atos de improbidade administrativa não
Art. 329. Ficam expressamente revogadas:
são crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na
I - as disposições de leis gerais ou especiais que estabe-
esfera cível, não criminal. Por isso, caso o ato configure
leçam contagem de tempo em divergência com o disposto
simultaneamente um ato de improbidade administrativa
no Capítulo XV do Título II, ressalvada, todavia, a contagem,
desta lei e um crime previsto na legislação penal, o que
nos termos da legislação ora revogada, do tempo de serviço
é comum no caso do artigo 9°, responderá o agente por
prestado anteriormente ao presente Estatuto;
ambos, nas duas esferas.
II - a Lei nº 1.309, de 29 de novembro de 1951 e as de-
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte for-
mais disposições atinentes aos extranumerários; e
ma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito passi-
III - a Lei nº 2.576, de 14 de janeiro de 1954.
vo) e daqueles que podem praticar os atos de improbidade
administrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a reparação do
Art. 330. (Vetado).
dano ao lesionado e o ressarcimento ao patrimônio público;
após, traz a tipologia dos atos de improbidade administrati-
Art. 331. Revogam-se as disposições em contrário.
va, isto é, enumera condutas de tal natureza; seguindo-se à
definição das sanções aplicáveis; e, finalmente, descreve os
Palácio dos Bandeirantes, aos 28 de outubro de 1968.
procedimentos administrativo e judicial.

12 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional


esquematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

68
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

LEI N° 8.429 DE 2 DE JUNHO DE 1992 Ele poderá estar vinculado a qualquer instituição ou
órgão que desempenhe diretamente o interesse do Estado.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos Assim, estão incluídos todos os integrantes da administração
nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, direta, indireta e fundacional, conforme o preâmbulo da le-
cargo, emprego ou função na administração pública direta, gislação. Pode até mesmo ser uma entidade privada que de-
indireta ou fundacional e dá outras providências. sempenhe tais fins, desde que a verba de criação ou custeio
O preâmbulo da lei em estudo já traz alguns elementos tenha sido ou seja pública em mais de50% do patrimônio ou
importantes para a sua boa compreensão: receita anual.
a) o agente público pode estar exercendo mandato, Caso a verba pública que tenha auxiliado uma entidade
quando for eleito para tanto; cargo, no caso de um conjunto privada a qual o Estado não tenha concorrido para criação
de atribuições e responsabilidades conferido a um servidor ou custeio, também haverá sujeição às penalidades da lei.
submetido a regime estatutário (é o caso do ingresso por Em caso de custeio/criação pelo Estado que seja inferior a
concurso); emprego público, se o servidor se submeter a regi- 50% do patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se
me celetista (CLT); funçãopública, que corresponde à catego- aplica. Entretanto, nestes dois casos, a sanção patrimonial
ria residual, valendo para o servidor que tenha tais atribui- se limitará ao que o ilícito repercutiu sobre a contribuição
ções e responsabilidades mas não exerça cargo ou emprego dos cofres públicos. Significa que se o prejuízo causado for
público. Percebe-se que o conceito de agente público que se maior que a efetiva contribuição por parte do poder público,
sujeita à lei é o mais amplo possível. o ressarcimento terá que ser buscado por outra via que não
b) o exercício pode se dar na administração direta, in- a ação de improbidade administrativa.
direta ou fundacional. A administração pública apresenta Basicamente, o dispositivo enumera os principais sujei-
uma estrutura direta e outra indireta, com seus respectivos tos passivos do ato de improbidade administrativa, dividin-
órgãos. Por exemplo, são órgãos da administração direta os do-os em três grupos: a) pessoas da administração direta,
ministérios e secretarias, isto é, os órgãos que compõem a diretamente vinculados a União, Estados, Distrito Federal
estrutura do Executivo, Legislativo ou Judiciário; são inte- ou Municípios; b) pessoas da administração indireta, isto é,
grantes da administração indireta as autarquias, fundações
autarquias, fundações públicas, empresas públicas e socie-
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
dades de economia mista; c) pessoa cuja criação ou custeio
o erário tenha contribuído com mais de 50% do patrimônio
CAPÍTULO I
ou receita naquele ano.
Das Disposições Gerais
No parágrafo único, a lei enumera os sujeitos passivos
secundários, que são: a) entidades que recebam subvenção,
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer
benefício ou incentivo creditício pelo Estado; b) pessoa cuja
agente público, servidor ou não, contra a administração di-
criação ou custeio o erário tenha contribuído com menos de
reta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de 50% do patrimônio ou receita naquele ano.
Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, con-
desta lei. tratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencio-
desta lei os atos de improbidade praticados contra o patri- nadas no artigo anterior.
mônio de entidade que receba subvenção, benefício ou in-
centivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como da- Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que
quelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, indu-
ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimô- za ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele
nio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos Os sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa
cofres públicos. se dividem em duas categorias: os agentes públicos, defini-
“Sujeito passivo é a pessoa que a lei indica como víti- dos no art. 2°, e os terceiros, enumerados no art. 3°.
ma do ato de improbidade administrativa”. A lei adota uma “Denomina-se sujeito ativo aquele que pratica o ato de
noção ampla, pela qual são abrangidas entidades que, sem improbidade, concorre para sua prática ou dele extrai van-
integrarem a Administração, possuem alguma espécie de tagens indevidas. É o autor ímprobo da conduta. Em alguns
conexão com ela.13 casos, não pratica o ato em si, mas oferece sua colaboração,
O agente público pode ser ou não um servidor públi- ciente da desonestidade do comportamento, Em outros, ob-
co. O conceito de agente público é melhor delimitado no tém benefícios do ato de improbidade, muito embora sabe-
artigo seguinte. dor de sua origem escusa”14.
13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de 14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010. ris, 2010.

69
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A ampla denominação de agentes públicos conferida O tipo de dano que é causado pelo agente ao Estado é o
pela lei de improbidade administrativa apenas tem efeito material. No caso, há um correspondente financeiro direto,
para os fins desta lei, ou seja, visando a imputação dos atos de modo que a condenação será no sentido de pagar ao Es-
de improbidade administrativa. Percebe-se a amplitude pe- tado o equivalente ao prejuízo causado.
los elementos do conceito: O agente público e o terceiro que com ele concorra
a) Tempo: exercício transitório ou definitivo; responderão pelos danos causados ao erário público com
seu patrimônio. Inclusive, perderão os valores patrimoniais
b) Remuneração: existente ou não;
acrescidos devido à prática do ato ilícito. O dano causado
c) Espécie de vínculo: por eleição, nomeação, designa-
deverá ser ressarcido em sua totalidade.
ção, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função; Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao
d) Local do exercício: em qualquer entidade que possa patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá
ser sujeito passivo. Por exemplo, o funcionário de uma ONG a autoridade administrativa responsável pelo inquérito re-
criada pelo Estado é considerado agente público para os presentar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos
efeitos desta lei. bens do indiciado.
O terceiro, por sua vez, é aquele que pratica as condutas Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o
de induzir ou concorrer em relação ao agente público, ou caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o inte-
seja, incentivando-o ou mesmo participando diretamente do gral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-
ilícito. Este terceiro jamais será pessoa jurídica, deve neces- nial resultante do enriquecimento ilícito.
sariamente ser pessoa física. Será oferecida representação ao Ministério Público para
que ele postule a indisponibilidade dos bens do indiciado, de
modo a garantir que ele não aliene seu patrimônio para não
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hie-
reparar o ilícito. Por indisponibilidade entende-se bloquear
rarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos os bens para que não sejam vendidos ou deteriorados, ga-
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e pu- rantindo que o dano possa ser reparado quando da conde-
blicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos. nação judicial.
Trata-se de referência expressa aos princípios do art. 37, A indisponibilidade será suficiente para dar integral res-
caput, CF. Não se menciona apenas o princípio da eficiência, sarcimento ao dano ou retirar todo o acréscimo patrimonial
o que não significa que possa ser desrespeitado, afinal, ele é resultante do ilícito.
abrangido indiretamente.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patri-
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação mônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às
ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar- cominações desta lei até o limite do valor da herança.
-se-á o integral ressarcimento do dano. Caso o sujeito ativo faleça no curso da ação de impro-
Integral ressarcimento do dano é a devolução corrigida bidade administrativa, os herdeiros arcarão com o dever de
ressarcir o dano, claro, nos limites dos bens que ele deixar
monetariamente de todos os valores que foram retirados
como herança.
do patrimônio público. No entanto, destaca-se que a lei
garante não só o integral ressarcimento, mas também a CAPÍTULO II
devolução do enriquecimento ilícito: mesmo que a pessoa Dos Atos de Improbidade Administrativa
não cause prejuízo direto ao erário, mas lucre com um ato
de improbidade administrativa, os valores devem ir para os Como não é possível ser desonesto sem saber que se está
cofres públicos. agindo desta forma, o elemento comum a todas as hipóteses
de improbidade administrativa é o dolo, que consiste na in-
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o tenção do agente em praticar o ato desonesto (alguns enten-
agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores dem como inconstitucionais todas as referências a condutas
acrescidos ao seu patrimônio. culposas - inclusive parte do STJ).
Estabelece o artigo 186 do Código Civil: “aquele que, por Os atos de improbidade administrativa foram divididos
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, em três grupos, nos artigos 9°, 10 e 11, conforme a gravidade
do ato, indo do grupo mais grave ao menos grave. A cada
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusiva-
grupo é aplicada uma espécie diferente de sanção no caso
mente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo central do de confirmação da prática do ato apurada na esfera admi-
instituto denominado responsabilidade civil, que tem como nistrativa.
elementos: ação ou omissão voluntária (agir como não se Nos três artigos do capítulo II, enquanto o caput traz as
deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do agen- condutas genéricas, os incisos delimitam condutas especí-
te (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e ficas, que nada mais são do que exemplos de situações do
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa e caput, logo, os incisos são uma relação meramente exempli-
efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano (dano ficativa15, sendo suficiente bem compreender como encon-
é o prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser individual ou trar os requisitos genéricos para fins de provas.
coletivo, moral ou material, econômico e não econômico). 15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
É a este instituto que se relacionam as sanções da perda de direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
bens e valores e de ressarcimento integral do dano. ris, 2010.

70
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Seção I II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,


Dos Atos de Improbidade Administrativa que Impor- para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem mó-
tam Enriquecimento Ilícito vel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades
referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem pú-
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de blico ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entida- inferior ao valor de mercado;
des mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: Tratam-se de espécies da conduta do inciso anterior, na
O grupo mais grave de atos de improbidade administra- qual o fim visado é permitir a aquisição, alienação, troca
tiva se caracteriza pelos elementos: enriquecimento + ilícito ou locação de bem móvel ou imóvel por preço diverso ao
+ resultante de uma vantagem patrimonial indevida + em de mercado. Percebe-se um ato de improbidade que causa
razão do exercício de cargo, mandato, emprego, função ou
prejuízo direto ao erário.
outra atividade nas entidades do artigo 1°:
No inciso II, o Estado que compra, troca ou aluga bem
a) O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não
móvel ou imóvel para sua utilização acima do preço de mer-
se opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça aos
cado; no inciso III, um bem móvel ou imóvel pertencente ao
ditames morais, notadamente no desempenho de função de
interesse estatal. Estado é vendido, trocado ou alugado em preço inferior ao
b) Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimo- de mercado.
nial ilícita. Contudo, é dispensável que efetivamente tenha
ocorrido dano aos cofres públicos (por exemplo, quando um IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, má-
policial recebe propina pratica ato de improbidade adminis- quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
trativa, mas não atinge diretamente os cofres públicos). de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
c) É preciso que a conduta se consume, ou seja, que mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de
realmente exista o enriquecimento ilícito decorrente de uma servidores públicos, empregados ou terceiros contratados
vantagem patrimonial indevida. por essas entidades;
d) Como fica difícil imaginar que alguém possa se enri- Todo aparato dos órgãos públicos serve para atender ao
quecer ilicitamente por negligência, imprudência ou imperícia, Estado e, consequentemente, à preservação do bem comum
todas as condutas configuram atos dolosos (com intenção). na sociedade. Logo, quando um servidor público utiliza esta
e) Não cabe prática por omissão.16 estrutura material ou pessoal para atender aos seus próprios
Entende Carvalho Filho17 que no caso do art. 9° o requi- interesses, causa prejuízo direto aos cofres públicos e obtém
sito é o enriquecimento ilícito, ao passo que “o pressuposto uma vantagem indevida (a natural vantagem decorrente do
exigível do tipo é a percepção de vantagem patrimonial ilíci- uso de algo que não lhe pertence).
ta obtida pelo exercício da função pública em geral. Pressu-
posto dispensável é o dano ao erário”. O elemento subjetivo V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
é o dolo, pois fica difícil imaginar que um servidor obtenha direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de
vantagem indevida por negligência, imprudência ou imperí- jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando,
cia (culpa). Da mesma forma, é incompatível com a conduta de usura ou de qualquer outra atividade ilícita,
omissiva, aceitando apenas a comissiva (ação). Nenhum ato administrativo pode ser praticado ou omi-
ATENÇÃO: todas as condutas descritas abaixo são meros tido para facilitar condutas como lenocínio (explorar, esti-
exemplos de condutas compostas pelos elementos genéricos
mular ou facilitar a prostituição), narcotráfico (envolver-se
da cabeça do artigo. Com efeito, estando eles presentes, não
em atividades no mundo das drogas, como venda e distribui-
importa a ausência de dispositivo expresso no rol abaixo.
ção), contrabando (importar ou exportar mercadoria proibi-
da), usura (agiotagem, fornecer dinheiro a juros absurdos)
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou qualquer outra atividade ilícita. Se, ainda por cima, se ob-
ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ter vantagem indevida pela tolerância da prática do ilícito,
ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que resta caracterizado um ato de improbidade administrativa
possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decor- da espécie mais grave, ora descrita neste art. 9° em estudo.
rente das atribuições do agente público;
Significa receber qualquer vantagem econômica, inclu- VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
sive presentes, de pessoas que tenham interesse direto ou direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição
indireto em que o agente público faça ou deixe de fazer al- ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço,
guma coisa. ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterís-
tica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das enti-
16 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. dades mencionadas no art. 1º desta lei;
13. ed. São Paulo: Método, 2011. Da mesma forma, é vedado o recebimento de vantagens
17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de para fazer declarações falsas na avaliação de obras e servi-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- ços em geral.
ris, 2010.

71
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de O grupo intermediário de atos de improbidade adminis-
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qual- trativa se caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário
quer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do ou aos cofres públicos + gerando perda patrimonial ou dila-
patrimônio ou à renda do agente público; pidação do patrimônio público. Assim como o artigo ante-
A desproporção entre o rendimento percebido no exercí- rior, o caput descreve a fórmula genérica e os incisos algu-
cio das funções e o patrimônio acumulado é um forte indício mas atitudes específicas que exemplificam o seu conteúdo.18
da percepção indevida de vantagens. Claro, se comprovada a) Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies:
que a desproporção se deu por outros motivos lícitos, não há desvio, que é o direcionamento indevido; apropriação, que
ato de improbidade administrativa (por exemplo, ganhar na é a transferência indevida para a própria propriedade; mal-
loteria ou receber uma boa herança). baratamento, que significa desperdício; e dilapidação, que se
refere a destruição.19
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de b) É preciso que seja causado dano a uma das pessoas
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica do art. 1° da lei. No entanto, o enriquecimento ilícito é dis-
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
pensável.
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
c) O crime pode ser praticado por ação ou omissão.
público, durante a atividade;
O objeto da tutela é a preservação do patrimônio públi-
O agente público não pode trabalhar em funções incom-
patíveis com as que desempenha para o Estado, notadamen- co, em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível é a
te quando isso influenciar nas atitudes por ele tomadas no ocorrência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
exercício das funções públicas. Afinal, aceitando uma posi- Este artigo admite expressamente a variante culposa, o
ção que comprometa sua imparcialidade, o agente prejudi- que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no REsp n°
cará o interesse público. 939.142/RJ, apontou alguns aspectos da inconstitucionali-
dade do artigo. Contudo, “a jurisprudência do STJ consolidou
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a li- a tese de que é indispensável a existência de dolo nas con-
beração ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; dutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao menos de culpa nas
Para que as verbas públicas sejam liberadas ou aplica- hipóteses do artigo 10, nas quais o dano ao erário precisa ser
das há todo um procedimento estabelecido em lei, não ca- comprovado. De acordo com o ministro Castro Meira, a con-
bendo ao servidor violá-lo e muito menos receber vantagem duta culposa ocorre quando o agente não pretende atingir
por tal violação. Há improbidade, por exemplo, na fraude o resultado danoso, mas atua com negligência, imprudência
em licitação. ou imperícia (REsp n° 1.127.143)”20. Para Carvalho Filho21,
não há inconstitucionalidade na modalidade culposa, lem-
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, brando que é possível dosar a pena conforme o agente aja
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providên- com dolo ou culpa.
cia ou declaração a que esteja obrigado; O ponto central é lembrar que neste artigo não se exi-
A percepção de vantagem econômica para omitir qual- ge que o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevidas,
quer ato que seja obrigado a praticar caracteriza ato de im- basta o dano ao erário. Se tiver recebido vantagem indevi-
probidade administrativa. da, incide no artigo anterior. Exceto pela não percepção da
vantagem indevida, os tipos exemplificados se aproximam
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio muito dos previstos nos incisos do art. 9°.
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patri-
monial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a in-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
corporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
mencionadas no art. 1° desta lei.
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
Como visto, todo o aparato material e financeiro propi-
ciado para o desempenho das funções públicas pertencem à desta lei;
máquina estatal e devem servir ao bem comum, não caben-
18 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo.
do a utilização em proveito próprio, o que gera uma natural
vantagem econômica, sob pena de incidir em improbidade 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
administrativa. 19 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
Seção II ris, 2010.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam 20 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Impro-
Prejuízo ao Erário bidade administrativa: desonestidade na gestão dos
recursos públicos. Disponível em: <http://www.stj.gov.br/
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.tex-
causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou to=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, 21 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: ris, 2010.

72
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurí- IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
dica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integran- autorizadas em lei ou regulamento;
tes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no Todas as despesas que podem ser assumidas pelo Poder
art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais Público encontram respectiva previsão em alguma lei ou di-
ou regulamentares aplicáveis à espécie; retriz orçamentária.
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistên- X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
cias, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qual- renda, bem como no que diz respeito à conservação do pa-
quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem trimônio público;
observância das formalidades legais e regulamentares apli- A arrecadação de tributos é essencial para a manuten-
cáveis à espécie; ção da máquina estatal, não podendo o agente público ser
Todos os bens, rendas, verbas e valores que integram a negligente (se omitir, deixar de ser zeloso) no que tange ao
estrutura da administração pública somente devem ser uti-
levantamento desta renda.
lizados por ela. Por isso, não cabe a incorporação de seu
patrimônio ao acervo de qualquer pessoa física ou jurídica
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
e mesmo a simples utilização deve obedecer aos ditames le-
gais. Quem agir, aproveitando da função pública, de modo normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
a permitir tais situações, incide em ato de improbidade ad- aplicação irregular;
ministrativa, ainda que não receba nenhuma vantagem por Para que as verbas públicas sejam aplicadas é preciso
seu ato (havendo enriquecimento ilícito, está presente um obedecer o procedimento previsto em lei, preservando o in-
ato do art. 9°, categoria mais grave). teresse estatal.
Aliás, nem ao menos importa se o ato é benéfico, por Dos incisos VI a XI resta clara a marca desta categoria in-
exemplo, uma doação. O patrimônio público deve ser pre- termediária de atos de improbidade administrativa: que seja
servado e sua transmissão/utilização deve obedecer a legis- causado prejuízo ao erário, sem que o agente responsável
lação vigente. pelo dano receba vantagem indevida. A questão é preservar
o interesse estatal, garantindo que os bens e verbas públicas
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação sejam corretamente utilizados, arrecadados e investidos.
de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
por parte delas, por preço inferior ao de mercado; enriqueça ilicitamente;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação Como visto, quanto o agente público obtém vantagem
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; própria, direta ou indireta, incide nas hipóteses mais graves
Incisos diretamente correlatos aos incisos II e III do ar- do artigo anterior. Caso concorde com o enriquecimento ilí-
tigo anterior, exceto pelo fato do sujeito ativo não perceber cito de terceiro, por exemplo, seu superior hierárquico, ou
vantagem indevida pela sua conduta. Aliás, é exatamente colabore para que ele ocorra, também cometerá ato de im-
pela falta deste elemento que o ato se enquadra na catego- probidade administrativa, embora de menor gravidade.
ria intermediária, e não mais grave, dentro da classificação
das improbidades. XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particu-
lar, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qual-
VI - realizar operação financeira sem observância das quer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insufi-
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
ciente ou inidônea;
trabalho de servidor público, empregados ou terceiros con-
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem
a observância das formalidades legais ou regulamentares tratados por essas entidades.
aplicáveis à espécie; Não se deve permitir que terceiros utilizem do aparato
A realização de operações financeiras, como a liberação da máquina estatal, tanto material quanto pessoal, mesmo
de verbas e o investimento destas, e a concessão de bene- que não se obtenha vantagem alguma com tal concessão.
fícios são papéis muito importantes desempenhados pelo
agente público, que deverá cumprir estritamente a lei. XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da ges-
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de pro- tão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
cesso seletivo para celebração de parcerias com entidades XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; (Altera- sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem ob-
do pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) servar as formalidades previstas na lei.
Processo licitatório é aquele em que se realiza a licita- A celebração de contratos de qualquer natureza com-
ção, procedimento detalhado prescrito em lei pelo qual o Es- promete diretamente o orçamento público, causando prejuí-
tado contrata serviços, adquire produtos, aliena bens, etc. A zo ao erário. Por isso, deve-se obedecer as prescrições legais
finalidade de cumprir o procedimento legal de forma estrita que disciplinam a celebração de contratos administrativos,
é garantir a preservação do interesse da sociedade, não ca- deliberando com responsabilidade a respeito das contrata-
bendo ao agente público passar por cima destas regras (Lei ções necessárias e úteis ao bem comum.
n° 8.666/93).

73
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou
incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou evitar a continuidade da guerra fiscal entre os municípios,
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe- fixando-se a alíquota mínima em 2%.
ridos pela administração pública a entidades privadas me- Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro de
diante celebração de parcerias, sem a observância das for- sua competência constitucional alíquotas inferiores a 2%
malidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;(In- para atrair e fomentar investimentos novos (incentivo fiscal),
cluído pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) prejudicando os municípios vizinhos.
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou ju- administrativa a eventual concessão do benefício abaixo da
rídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos alíquota mínima.
transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das Seção III
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam
(Incluído pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) Contra os Princípios da Administração Pública

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que
entidades privadas sem a observância das formalidades le- atenta contra os princípios da administração pública qual-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela quer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e no-
tadamente:
XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para cele- O grupo mais ameno de atos de improbidade adminis-
bração de parcerias da administração pública com entidades trativa se caracteriza pela simples violação a princípios da
privadas ou dispensá-lo indevidamente; (Incluído pela Lei nº administração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude
13.019 de 31 de julho de 2014) do sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço públi-
co. Isto é, o legislador pretende a preservação dos princípios
XX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e gerais da administração pública.22
análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela a) O objeto de tutela são os princípios constitucionais;
administração pública com entidades privadas; (Incluído b) Basta a vulneração em si dos princípios, sendo dispen-
pela Lei nº 13.019 de 31 de julho de 2014) sáveis o enriquecimento ilícito e o dano ao erário;
c) Somente é possível a prática de algum destes atos
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela ad- com dolo (intenção);
ministração pública com entidades privadas sem a estrita d) Cabe a prática por ação ou omissão.
observância das normas pertinentes ou influir de qualquer Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade
forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº para não permitir a caracterização de abuso de poder, diante
13.019 de 31 de julho de 2014) do conteúdo aberto do dispositivo.
Na verdade, trata-se de tipo subsidiário, ou seja, que se
Seção II-A aplica quando o ato de improbidade administrativa não tiver
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes gerado obtenção de vantagem indevida ou dano ao erário.
de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Fi- I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula-
nanceiro ou Tributário mento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
de ofício;
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em
qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;
benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem IV - negar publicidade aos atos oficiais;
o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de V - frustrar a licitude de concurso público;
31 de julho de 2003. VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
fazê-lo;
Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento
de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento). de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
§ 1º O imposto não será objeto de concessão de isenções, medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
incentivos ou benefícios tributários ou financeiros, inclusive mercadoria, bem ou serviço.
de redução de base de cálculo ou de crédito presumido ou VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fis-
outorgado, ou sob qualquer outra forma que resulte, dire- calização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela
ta ou indiretamente, em carga tributária menor que a de- administração pública com entidades privadas.
corrente da aplicação da alíquota mínima estabelecida no IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de aces-
caput, exceto para os serviços a que se referem os subitens sibilidade previstos na legislação.
7.02, 7.05 e 16.01 da lista anexa a esta Lei Complementar. 22 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo.
13. ed. São Paulo: Método, 2011.

74
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

É possível perceber, no rol exemplificativo de condutas do artigo 11, que o agente público que pratique qualquer ato
contrário aos ditames da ética, notadamente os originários nos princípios administrativos constitucionais, pratica ato de im-
probidade administrativa.
Com efeito, são deveres funcionais: praticar atos visando o bem comum, agir com efetividade e rapidez, manter sigilo a
respeito dos fatos que tenha conhecimento devido a sua função, tornar públicos os atos oficiais, zelar pela boa realização de
atos administrativos em geral (como a realização de concurso público), prestar contas, entre outros.
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de
contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de
1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12.  Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsá-
vel pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano,
quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até
três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimô-
nio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento
de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incen-
tivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,
ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos
e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº
157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como
o proveito patrimonial obtido pelo agente.
As sanções da Lei de Improbidade Administrativa são de natureza extrapenal e, portanto, têm caráter civil.
Como visto, no caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente obtém um enriquecimento ilícito (vantagem econômica
indevida) e pode ainda causar dano ao erário, por isso, deverá não só reparar eventual dano causado mas também colocar
nos cofres públicos tudo o que adquiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar somente o que enriqueceu indevidamente ou
este valor acrescido do valor do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de ganhar). No caso
do artigo 10, não haverá enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, o qual será reparado (eventualmente,
ocorrerá o enriquecimento ilícito, devendo o valor adquirido ser tomado pelo Estado). Já no artigo 11, o máximo que pode
ocorrer é o dano ao erário, com o devido ressarcimento. Na hipótese do artigo 10-A, não se denota nem enriquecimento ilícito
e nem dano ao erário, pois no máximo a prática de guerra fiscal pode gerar
Em todos os casos há perda da função pública.
Nas três categorias iniciais, são estabelecidas sanções de suspensão dos direitos políticos, multa e vedação de contratação
ou percepção de vantagem, graduadas conforme a gravidade do ato, enquanto que na quarta categoria apenas se prevê a
suspensão de direitos políticos e a multa:

Artigo 9° Artigo 10 Artigo 10-A Artigo 11


Suspensão de direitos 8 a 9 anos 5 a 8 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos
políticos
Multa Até 3X o Até 2X o dano Até 3X o valor do Até 100X o valor
enriquecimento causado. benefício financeiro da remuneração do
experimentado ou tributário agente
concedido
Vedação de 10 anos 5 anos – 3 anos
contratação ou
vantagem

75
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Vale lembrar a disciplina constitucional das sanções por CAPÍTULO IV


atos de improbidade administrativa, que se encontra no art. Da Declaração de Bens
37, § 4º, CF:
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
Os atos de improbidade administrativa importarão a condicionados à apresentação de declaração dos bens e va-
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, lores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser
a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na arquivada no serviço de pessoal competente.
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação pe- § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, se-
nal cabível. moventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie
de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no
ATENÇÃO: a única sanção que se encontra prevista na exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
LIA mas não na CF é a de multa. (art. 37, §4°, CF). Não há patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de
nenhuma inconstitucionalidade disto, pois nada impediria outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do
de o legislador infraconstitucional ampliasse a relação mí- declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso
nima de penalidades da Constituição, pois esta não limitou doméstico.
tal possibilidade e porque a lei é o instrumento adequado § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e
para tanto23. na data em que o agente público deixar o exercício do man-
Carvalho Filho24 tece considerações a respeito de algu- dato, cargo, emprego ou função.
mas das sanções: § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do
a) Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o
os bens acrescidos após a prática do ato de improbidade. Se agente público que se recusar a prestar declaração dos bens,
alcançasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria sem dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
escora constitucional. Além disso, o acréscimo deve derivar § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia
de origem ilícita”. da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da
Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto
b) Ressarcimento integral do dano: há quem entenda
sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as
que engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção mo-
necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no
netária e juros de mora.
caput e no § 2° deste artigo.
c) Perda de função pública: “se o agente é titular de
Para que uma pessoa tome posse e exerça o cargo de
mandato, a perda se processa pelo instrumento de cassação.
agente público deve apresentar declaração de bens que de-
Sendo servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão do servi-
verá ser renovada anualmente (§2°) sob pena de demissão
ço público. Havendo contrato de trabalho (servidores traba-
(§3°). Assim, trata-se de condição para o exercício das atri-
lhistas e temporários), a perda da função pública se consubs- buições de agente público.
tancia pela rescisão do contrato com culpa do empregado. A finalidade é a de assegurar que o agente público não
No caso de exercer apenas uma função pública, fora de tais receba vantagens indevidas, possuindo instrumento para fis-
situações, a perda se dará pela revogação da designação”. calizá-lo caso o faça.
Lembra-se que determinadas autoridades se sujeitam a pro- Os bens abrangidos pela declaração não são apenas os
cedimento especial para perda da função pública, ponto em do agente público, mas também os de seus dependentes. Por
que não se aplica a Lei de Improbidade Administrativa. isso, não adiantará nada o agente colocar os bens decorren-
d) Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo, tes do enriquecimento ilícito em nome de pessoas que dele
mas flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados dependam, e não em seu nome.
nesta margem optar pela mais adequada. Há ainda variabi-
lidade na base de cálculo, conforme o tipo de ato de impro- CAPÍTULO V
bidade (a base será o valor do enriquecimento ou o valor do Do Procedimento Administrativo e do Processo Judi-
dano ou o valor da remuneração do agente). A natureza da
cial
multa é de sanção civil, não possuindo caráter indenizatório,
mas punitivo.
Desde logo, destaca-se que o procedimento na via ad-
e) Proibição de receber benefícios: não se incluem as
ministrativa não tem idoneidade para ensejar a aplicação de
imunidades genéricas e o agente punido deve ser ao menos
sanções de improbidade. Após o encerramento do proces-
sócio majoritário da instituição vitimada. so administrativo, deverá ser ajuizada ação de improbidade
f) Proibição de contratar: o agente punido não pode par- administrativa. Na sentença judicial será possível aplicar as
ticipar de processos licitatórios. sanções da lei de improbidade administrativa.25

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade


23 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de administrativa competente para que seja instaurada investi-
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- gação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
ris, 2010.
24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de 25 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010. ris, 2010.

76
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

O artigo 14 repete um direito assegurado na Constitui- Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade,
ção Federal, qual seja o direito de representação, previsto no a comissão representará ao Ministério Público ou à procu-
art. 5°, XXXIV, a: “são a todos assegurados, independente- radoria do órgão para que requeira ao juízo competente a
mente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patri-
ou abuso de poder; [...]”. Logo, se o art. 14 não existisse, ainda mônio público.
seria possível que o particular representasse o agente público. § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com
o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a ter- § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação,
mo e assinada, conterá a qualificação do representante, as o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos
provas de que tenha conhecimento. da lei e dos tratados internacionais.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a represen- Se existirem indício veementes da prática do ato de im-
probidade administrativa, a comissão processante poderá
tação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as
representar ao Ministério Público ou ao órgão jurídico da
formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição
pessoa lesada para que estes postulem o sequestro/arresto
não impede a representação ao Ministério Público, nos ter-
de bens do terceiro ou agente que tenham enriquecido ili-
mos do art. 22 desta lei. citamente.
O §1° delimita o conteúdo da representação que, se não O arresto parece ser uma medida mais adequada (arts.
respeitado, será rejeitado pela autoridade administrativa 813 a 821, CPC), por ser uma garantia geral dos credores, ou
(§2°). Ainda assim, em caso de rejeição, será possível repre- seja, por ser mais abrangente.
sentar ao Ministério Público. Supondo, por exemplo, que a Vale lembrar a possibilidade prevista no art. 7° desta lei
pessoa não queira se identificar - a representação será rejei- no sentido de representar ao Ministério Público para postu-
tada, mas o Ministério Público poderá apurar o fato. lar a indisponibilidade de bens.
As exigências do §1° servem para evitar denúncias irres- Este artigo e o artigo 7° abrem possibilidade para que
ponsáveis e coibir acusações levianas. Somente o Ministério seja tomada qualquer medida cautelar que vise impedir a
Público poderá instaurar procedimento para apurar uma de- deterioração e a dilapidação do patrimônio do causador do
núncia anônima. dano, assegurando sua reparação futura.
O procedimento administrativo se encontra disciplina-
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a auto- do dos artigos 14 a 16, encerrando-se neste ponto. A partir
ridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em daqui, trata-se da ação de improbidade administrativa que
se tratando de servidores federais, será processada na forma deve tramitar na via judicial (artigos 17 e 18).
prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezem-
bro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será
com os respectivos regulamentos disciplinares. proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica
O §3° remete à existência de regras próprias do processo interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida
administrativo disciplinar para as diferentes categorias de cautelar.
servidores. Por exemplo, aos servidores públicos federais será “Ação de improbidade administrativa é aquela que pre-
aplicada a Lei n° 8.112/90. tende o reconhecimento judicial de condutas de improbidade
da Administração, perpetradas por administradores públicos
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao e terceiros, e a consequente aplicação das sanções legais,
com o escopo de preservar o princípio da moralidade admi-
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
nistrativa. Sem dúvida, cuida-se de poderoso instrumentos
existência de procedimento administrativo para apurar a
de controle judicial sobre atos que a lei caracteriza como de
prática de ato de improbidade.
improbidade”27.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Caso tenha sido postulada alguma medida cautelar, o
Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre- prazo para que seja ajuizada a ação de improbidade ad-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo. ministrativa é de 30 dias, sob pena de perda da eficácia da
A lei fala em comissão processante, mas o órgão encar- medida (bens e verbas são desbloqueados).
regado do processo de investigação pode receber outra no- A legitimidade ativa é concorrente, porque a ação pode
menclatura conforme o sistema funcional de cada entidade26. ser proposta tanto pelo Ministério Público quanto pela pes-
O importante é saber que este órgão terá que informar soa jurídica interessada.
ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas a existência do A legitimidade passiva é daquele que cometeu o ato de
procedimento administrativo apurando o ato de improbida- improbidade.
de, que poderão designar representante para acompanhá-lo. No pedido, se postulará, primeiro, o reconhecimento do
O objetivo da lei foi contribuiu para a formação da convicção ato de improbidade administrativa, depois, a aplicação das
dos representantes destes órgãos desde logo. sanções cabíveis.

26 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de 27 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen ju-
ris, 2010. ris, 2010.

77
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas A ação de improbidade administrativa será instruída
ações de que trata o caput. com provas do ato de improbidade administrativa praticado,
Não é permitido fazer acordos porque a apuração do ato geralmente o processo administrativo que tramitou anterior-
de improbidade administrativa é de interesse público, sobre mente. Todas estas provas serão explicadas, fundamentando
o qual não se pode transacionar. Seria absurdo alguém pre- porque restou caracterizado o ato de improbidade.
judicar o erário e se livrar da condenação judicial apenas por
ter aceitado um acordo quando descoberto seu ato. § 7o  Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará
autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para ofere-
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá cer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com
as ações necessárias à complementação do ressarcimento do documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
patrimônio público. Se a petição inicial preencher os requisitos do parágrafo
Caso não tenha sido totalmente recomposto o patrimô- anterior e os demais requisitos processuais civis, o requerido
nio com a ação de improbidade, a Fazenda Pública ajuizará será notificado para se manifestar por escrito e, se quiser,
ação própria. apresentar documentos.

§ 3°  No caso de a ação principal ter sido proposta pelo § 8o  Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta
Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se conven-
3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. cido da inexistência do ato de improbidade, da improcedên-
Dispõe o art. 6°, §3° da Lei n° 4.717/65: cia da ação ou da inadequação da via eleita.
§ 9o  Recebida a petição inicial, será o réu citado para
A pessoa jurídica de direito público ou de direito priva- apresentar contestação.
do, cujo ato seja objeto de impugnação, poderá abster-se de Se o juiz se convencer com as informações da manifes-
contestar o pedido, ou poderá atuar ao lado do autor, desde tação do requerido, rejeitará a ação; se não, receberá defi-
que isso se afigure útil ao interesse público, a juízo do respec- nitivamente a petição inicial e determinará a citação do réu
tivo representante legal ou dirigente. para contestar a ação.

§  10   Da decisão que receber a petição inicial, caberá


Significa que é possível inverter a legitimidade, sendo que
agravo de instrumento.
a pessoa jurídica inicia o processo como legitimado passivo,
Agravo de instrumento é o recurso interposto contra de-
mas, como é invertido o interesse processual, passa para o
cisões que não colocam fim no processo.
polo ativo. No entanto, como pessoa jurídica não figura como
ré de ação de improbidade administrativa, somente cabe a
§ 11 Em qualquer fase do processo, reconhecida a inade-
aplicação do dispositivo no sentido de autorizar que a pessoa
quação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo
jurídica reforce o pedido de reconhecimento de improbidade sem julgamento do mérito.
e de aplicação de sanções ao lado do Ministério Público. Durante o processo o juiz pode perceber que a ação de
improbidade administrativa não deveria ter sido aceita, caso
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo em que a extinguirá.
como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob
pena de nulidade. § 12.  Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realiza-
A atuação do Ministério Público nos processos judiciais das nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221,
pode ser como parte, quando ajuizar a ação, e como fiscal da caput e § 1o, do Código de Processo Penal.
lei, quando outro legitimado o fizer. No caso, como também Dispõem o artigo 221, caput e §1° do CPP:
a pessoa jurídica de direito público prejudicada pode ajuizar
a ação, se o fizer, o Ministério Público atuará como fiscal da O Presidente e o Vice-Presidente da República, os sena-
lei, sob pena de nulidade. dores e deputados federais, os ministros de Estado, os gover-
nadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os
§ 5o  A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juí- prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados
zo para todas as ações posteriormente intentadas que pos- às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Po-
suam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. der Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas
Tornar o juízo prevento é assegurar que todas as ações da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do
que sejam propostas com mesma causa de pedir (fatos e fun- Tribunal Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora pre-
damentos jurídicos) ou mesmo objeto sejam julgadas pelo viamente ajustados entre eles e o juiz.
mesmo juízo. Será prevento o juízo em que primeiro for pro- § 1° O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
posta a ação. presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e
do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação
§ 6o  A ação será instruída com documentos ou justifica- de depoimento por escrito, caso em que as perguntas, for-
ção que contenham indícios suficientes da existência do ato muladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão trans-
de improbidade ou com razões fundamentadas da impossi- mitidas por ofício.
bilidade de apresentação de qualquer dessas provas, obser-
vada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas Percebe-se que os dispositivos tratam da tomada de de-
nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil. poimentos de determinados agentes públicos.

78
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera processual, é afastar o agente público do exercício do cargo
pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no sem prejuízo da remuneração enquanto tramita a ação de
polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. improbidade administrativa.
3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho
de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei in-
O §4º do artigo 3º mencionado foi vetado. Interpretando depende:
o artigo 8º-A, entende-se ser legitimada para propositura da I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,
ação a pessoa jurídica de direito público que seria beneficia- salvo quanto à pena de ressarcimento;
da pela alíquota que deveria ter sido recolhida na esfera de II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
seu município pois nele que o prestador se encontrava. controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Não importa se o ato praticado pelo agente não causou
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de dano ao erário, tanto que existem os atos da categoria mais
reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ili- leve (artigo 11).
citamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, Também é irrelevante se o Tribunal de Contas aprovou
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada ou rejeitou as contas prestadas pelo agente, embora isto sir-
pelo ilícito. va de elemento de prova.
Na verdade, este dispositivo apenas lembra algumas das
sanções que poderão ser aplicadas na sentença da ação de Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei,
improbidade administrativa. Não significa que as demais o Ministério Público, de ofício, a requerimento de autorida-
sanções previstas nesta lei não sejam aplicáveis. de administrativa ou mediante representação formulada de
acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instau-
CAPÍTULO VI ração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
Das Disposições Penais O Ministério Público poderá requisitar a instauração de
inquérito policial ou procedimento administrativo de ofício,
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im- a pedido da autoridade administrativa ou mediante repre-
sentação.
probidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente.
CAPÍTULO VII
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Da Prescrição
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
morais ou à imagem que houver provocado. previstas nesta lei podem ser propostas:
A legislação pretende que as denúncias de atos de im- I - até cinco anos após o término do exercício de manda-
probidade administrativas sejam sérias e fundamentadas, to, de cargo em comissão ou de função de confiança;
não levianas. O art. 19 introduz um tipo penal, ele não faz II - dentro do prazo prescricional previsto em lei especí-
parte exatamente das outras penalidades da lei, por isso fica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem
exatamente que está apartado das demais. do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou
Este crime será denunciado e apurado perante um juízo emprego.
criminal, fora da ação de improbidade administrativa. O ar- Prescrição é um instituto que visa regular a perda do
tigo 19 é um crime a ser denunciado em ação penal pública direito de acionar judicialmente.
proposta pelo Ministério Público, único legitimado. A ação de improbidade administrativa não poderá ser
Na verdade, ele não passa de uma forma específica da proposta se: a) prescrição no caso de cargo provisório - pas-
denunciação caluniosa do Código Penal. sados 5 anos após o término do exercício de mandato, cargo
em comissão ou função de confiança pelo réu; b) prescrição
Art. 339, CP. Dar causa à instauração de investigação no caso de cargo definitivo - dentro do prazo prescricional
policial, de processo judicial, instauração de investigação previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade ad- com demissão a bem do serviço público (por exemplo, na
ministrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o esfera federal, o prazo é de 5 anos a contar da data em que
sabe inocente. Pena - reclusão de 2 a 8 anos e multa. o fato se tornou conhecido).

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos CAPÍTULO VIII


direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da Das Disposições Finais
sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrati- Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
va competente poderá determinar o afastamento do agente
público do exercício do cargo, emprego ou função, sem pre- Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de ju-
juízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária nho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
à instrução processual. disposições em contrário.
Não cabe, em regra, tomar medida cautelar para sus-
pender direitos políticos e determinar a perda da função pú- Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independên-
blica. O máximo que é possível, visando garantir a instrução cia e 104° da República.

79
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

“- Legalidade: É aquele que prevê que só é possível fazer


LEI Nº 8.666 /93 – INSTITUI NORMAS PARA LI- o que está previsto na Lei;
CITAÇÕES E CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO - Impessoalidade: O interesse da Administração prevale-
PÚBLICA ce acima dos interesses pessoais;
- Moralidade: As regras morais vigentes devem ser obe-
decidas em conjunto com as leis em vigor;
- Igualdade: Todos são iguais perante a Lei. Não pode
Licitações haver discriminação nem beneficiamento entre os partici-
pantes da licitação;
Objeto e finalidade. - Publicidade: A licitação não pode ser sigilosa. As de-
cisões tomadas durante a licitação devem ser públicas. É a
Conceito transparência do processo licitatório.
Licitação é o processo pelo qual a Administração Pública - Probidade administrativa: A licitação deve ser proces-
contrata serviços e adquire bens dos particulares, evitando- sada por pessoas que tenham honestidade;
-se que a escolha dos contratados seja fraudulenta e pre- - Vinculação ao instrumento convocatório: O Edital é a
judicial ao Estado em favor dos interesses particulares do lei entre quem promove e quem participa da licitação, não
governante. podendo ser descumprido;
Segundo Carvalho Filho28, “não poderia a lei deixar ao - Julgamento objetivo: As propostas dos licitantes devem
exclusivo critério do administrador a escolha das pessoas a ser julgadas de acordo com o que diz o Edital”30.
serem contratadas, porque, fácil é prever, essa liberdade daria
margem a escolhas impróprias, ou mesmo a concertos escu- Contratação direta: dispensa e inexigibilidade.
sos entre alguns administradores públicos inescrupulosos e
particulares, com o que prejudicada, em última análise, seria Em alguns casos, a licitação será obrigatória, em outros
a Administração Pública, gestora dos interesses públicos”. poderá ser dispensada apesar de viável (dispensa), sendo
Deste modo, Carvalho Filho29 conceitua licitação como possível ainda que se enquadre numa exceção em que nem
“o procedimento administrativo vinculado por meio do qual ao menos é exigida (inexigibilidade). A atual regulamenta-
os entes da Administração Pública e aqueles por ela con- ção da licitação traz hipóteses de obrigatoriedade, dispensa
trolados selecionam a melhor proposta entre as oferecidas e inexigibilidade.
pelos vários interessados, com dois objetivos – a celebração A legislação anterior, qual seja, o Decreto-lei nº
de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, ar- 2.300/1986, previa a vedação do procedimento de licitação,
tístico ou científico”. estabelecendo-se contratação direta, nos casos em que hou-
Logo, a licitação é um procedimento administrativo que vesse comprometimento da segurança nacional, mas a dis-
tem por finalidade evitar práticas fraudulentas na Adminis- ciplina não se repetiu no atual estatuto.
tração Pública, garantindo a contratação do serviço ou pro- Obs.: Há posicionamento de que o artigo 7º, §5º da Lei
duto que melhor atenda às expectativas de custo-benefício nº 8.666/1993 traz um caso remanescente de vedação, mas
para o aparato público. predomina o posicionamento de Carvalho Filho31, segundo o
qual não se trata de vedação, mas sim de restrição. Prevê o
Objeto e finalidade dispositivo:
O objeto é a aquisição de bens e serviços pela Admi-
nistração Pública. A finalidade da licitação deve ser sempre Art. 7º, § 5º. É vedada a realização de licitação cujo ob-
atender o interesse público, buscar a proposta mais vantajo- jeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
sa, existindo igualdade de condições, além dos demais prin- características e especificações exclusivas, salvo nos casos
cípios resguardados pela constituição. em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o for-
necimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime
Destinatários. de administração contratada, previsto e discriminado no ato
convocatório.
Além do próprio Poder Público, também são destina-
tários os licitantes interessados em contratar com o Poder Acompanha-se o entendimento dominante, eis que a
Público e qualquer pessoa interessada em saber sobre os expressão “salvo”, em destaque confere a ideia de restrição.
procedimentos público de licitação. Em regra, a licitação é obrigatória, tanto é que a doutri-
na afirma o princípio da obrigatoriedade da licitação, o qual
Princípios. “[...] impõe que todos os destinatários do Estatuto façam rea-
lizar o procedimento antes de contratarem obras e serviços”.
Entre outros, os princípios que regem a licitação são: No entanto, a lei não poderia deixar de lado possibilidades
legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publici- de dispensa e inexigibilidade deste procedimento. Em verda-
dade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento de, tal princípio decorre do texto constitucional:
convocatório e julgamento objetivo.
28 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di- 30 http://www.sebrae.com.br/
reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 31 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de
29 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di- direito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris,
reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 2010.

80
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 37, XXI, CF - ressalvados os casos especificados na - Acordo Internacional: Somente para aquisição de bens
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão con- quando comprovado que as condições ofertadas são vanta-
tratados mediante processo de licitação pública que assegure josas para o poder público.
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas - Obras de Arte e Objetos Históricos: Somente se justifica
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as con- a aplicação da dispensa de licitação se a finalidade de resga-
dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente tar a peça ou restaurar for de importância para a composi-
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica ção do acervo histórico e artístico nacional.
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. - Aquisição de Componentes em Garantia: Caso a aqui-
sição do componente ou material seja necessário para ma-
“A contratação por meio da dispensa de licitação deve nutenção de equipamentos durante o período de garantia.
limitar-se a aquisição de bens e serviços indispensáveis ao Deverá a Administração comprá-lo do fornecedor original
atendimento da situação de emergência e não qualquer bem deste equipamento, quando a condição de exclusividade for
ou qualquer prazo. Conheça os casos de Dispensa funda- indispensável para a vigência do prazo de garantia.
mentados no artigo 24 da Lei nº 8666/93. - Abastecimento em Trânsito: Para abastecimento de
A licitação é dispensável quando: embarcações, navios, tropas e seus meios de deslocamen-
- Em situações de emergência: exemplos de Casos de to quando em eventual curta duração, por motivo de movi-
guerra; grave perturbação da ordem; calamidade pública, mentação operacional e for comprovado que compromete a
obras para evitar desabamentos, quebras de barreiras, for- normalidade os propósitos da operação, desde que o valor
necimento de energia. não exceda ao limite previsto para dispensa de licitação.
- Por motivo de licitação frustrada por fraude ou abu- - Compra de materiais de uso pelas forças armadas:
so de poder econômico: preços superfaturados, neste caso Sujeito à verificação conforme material, ressaltando que as
pode-se aplicar o artigo 48 parágrafo 3º da Lei nº 8666/93 compras de material de uso pessoal e administrativo sujei-
para conceder prazo para readaptação das propostas nos tam-se ao regular certame licitatório.
termos do edital de licitação. - Associação de portadores de deficiência física: A con-
- Intervenção no Domínio Econômico: exemplos de con-
tratação desta associação deverá seguir as seguintes exigên-
gelamento de preços ou tabelamento de preços.
cias: Não poderá ter fins lucrativos; comprovar idoneidade,
- Dispensa para contratar com Entidades da Administra-
preço compatível com o mercado”32.
ção Pública: Somente poderá ocorrer se não houver empre-
“Na inexigibilidade, a contratação se dá em razão da
sas privadas ou de economia mista que possam prestar ou
inviabilidade da competição ou da desnecessidade do proce-
oferecer os mesmos bens ou serviços. Exemplos de Imprensa
Oficial, processamento de dados, recrutamento, seleção e dimento licitatório. Na inexigibilidade, as hipóteses do artigo
treinamento de servidores civis da administração. 25 da Lei 8666 de 1993, autorizam o administrador públi-
- Contratação de Pequeno Valor: Materiais, produtos, co, após comprovada a inviabilidade ou desnecessidade de
serviços, obras de pequeno valor, que não ultrapassem o va- licitação, contratar diretamente o fornecimento do produto
lor estimado por lei para esta modalidade de licitação. ou a execução dos serviços. É importante observar que o rol
- Dispensa para complementação de contratos: Mate- descrito neste artigo, não abrange todas as hipóteses de ine-
riais, produtos, serviços, obras no caso de rescisão contra- xigibilidade. A licitação poderá ser inexigível quando:
tual, desde que atendida a ordem de classificação da lici- * Fornecedor Exclusivo:
tação aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante - Exclusividade Comercial: somente um representante ou
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido. comerciante tem o bem a ser adquirido, um grande exemplo
- Ausência de Interessados: Quando não tiver interessa- disto seria medicamentos.
dos pelo objeto da licitação, mantidas, neste caso, todas as - Exclusividade Industrial: somente quando um produtor
condições preestabelecidas em edital. ou indústria se acha em condições materiais e legais de pro-
- Comprometimento da Segurança Nacional: Quando o duzir o bem e fornecê-los a Administração
Presidente da República, diante de um caso concreto, depois Aplica-se a inexigibilidade quando comprovada por
de ouvido o Conselho de Defesa Nacional, determine a con- meio de fornecimento de Atestado de Exclusividade de ven-
tratação com o descarte da licitação. da ou fabricação emitido pelo órgão de registro do comércio
- Imóvel destinado a Administração: Para compra ou lo- para o local em que se realizará a licitação.
cação de imóvel destinado ao atendimento, cujas necessida- * Singularidade para contratação de serviços técnicos:
des de instalação e localização condicionem a sua escolha, Somente poderão ser contratados aqueles enumerados no
desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, artigo 13 da Lei 8666/93
segundo avaliação prévia. Deverá a Administração formali- - estudos Técnicos;
zar a locação se for de ordem temporária ou comprá-lo se - planejamentos e projetos básicos ou executivos;
for de ordem definitiva. - pareceres, perícias e avaliação em geral;
- Gêneros Perecíveis: Compras de hortifrutigranjeiros, - acessórias ou consultorias técnicas e auditorias finan-
pão e outros gêneros perecíveis durante o tempo necessário ceiras ou tributárias;
para a realização do processo licitatório correspondente. - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras e
- Ensino, pesquisa e recuperação social do preso: Na serviços;
contratação de instituição brasileira dedicada a recuperação - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou adminis-
social do preso, desde que a contratada detenha inquestio- trativas;
nável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
na aplicação de suas funções. 32 http://www.licitacao.net/

81
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

- restauração de obras de arte e bens de valor histórico. Tipos.


* Notória Especialização:
Contratação de empresa ou pessoa física com notória Em relação aos tipos de licitação, apontam-se no Esta-
experiência para execução de serviços técnicos. Este tipo de tuto: melhor preço, melhor técnica, técnica e preço, e melhor
contratação se alimenta do passado, de desempenhos ante- lance ou oferta. Os tipos licitatórios não passam de critérios
riores, estudos, experiências, publicações, nenhum critério é de julgamento para a escolha da proposta mais adequada
indicado para orientar ou informar como e de que modo a aos interesses da Administração Pública. A disciplina encon-
Administração pode concluir que o trabalho de um profis- tra-se no caput e no §1º da Lei nº 8.666/1993:
sional ou empresa é o mais adequado à plena satisfação do
objeto do contrato. Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de-
* Profissional Artista: vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo con-
Contratação de profissional de qualquer setor artístico, di- vite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação,
retamente ou através de empresário exclusivo, desde que con- os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e
sagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”33. de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos
Modalidades. órgãos de controle.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de lici-
Prosseguindo o estudo, quanto às modalidades de lici- tação, exceto na modalidade concurso:
tação, podem ser apontadas as seguintes modalidades: Con- I - a de menor preço - quando o critério de seleção da
corrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão (ar- proposta mais vantajosa para a Administração determinar
tigo 22, Lei nº 8.666/1993). Dos parágrafos 1º a 5º, o artigo que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de
22 conceitua cada uma das modalidades: acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar
o menor preço;
§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço;
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
de bens ou concessão de direito real de uso.
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre
Procedimento.
interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a
todas as condições exigidas para cadastramento até o tercei-
Do artigo 38 ao 53 da Lei nº 8.666/93 está descrito o
ro dia anterior à data do recebimento das propostas, obser- procedimento a ser adotado nas licitações em geral. A mo-
vada a necessária qualificação. dalidade pregão tem procedimento próprio, previsto na lei
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessa- especial.
dos do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, No que tange à revogação e à anulação, ambas voltadas
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela às consequências dos vícios no processo de licitação, desta-
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, ca-se a previsão do artigo 49:
cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais
cadastrados na correspondente especialidade que manifes- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do
tarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e qua- procedimento somente poderá revogar a licitação por razões
tro) horas da apresentação das propostas. de interesse público decorrente de fato superveniente devi-
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais- damente comprovado, pertinente e suficiente para justificar
quer interessados para escolha de trabalho técnico, científico tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou
ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remunera- por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devi-
ção aos vencedores, conforme critérios constantes de edital damente fundamentado.
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de § 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo
45 (quarenta e cinco) dias. de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para § 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no 59 desta Lei.
art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao § 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica
valor da avaliação. assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se
Por sua vez, a LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002, aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade
trabalha com uma modalidade adicional de licitação, o pre- de licitação.
gão. É a modalidade de licitação voltada à aquisição de bens
e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões Anular é extinguir um ato ou um conjunto de atos em
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente defi- razão de sua ilegalidade. Quando se fala, portanto, em anu-
nidos no edital por meio de especificações do mercado. lação de uma licitação, pressupõe-se a ilegalidade da mes-
33 http://www.licitacao.net/ ma, pois anula-se o que é ilegítimo. A licitação poderá ser

82
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

anulada pela via administrativa ou pela via judiciária. A A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o con-
anulação de uma licitação pode ser total (se o vício atingir trato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro
a origem dos atos licitatórios) ou parcial (se o vício atingir do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o des-
parte dos atos licitatórios). cumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às
Revogar uma licitação é extingui-la por ser inconvenien- penalidades legalmente estabelecidas.
te ou inoportuna. Desde o momento em que a licitação foi Isto não se aplica aos licitantes convocados, que não acei-
aberta até o final da mesma, pode-se falar em revogação. tarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo
Após a assinatura do contrato, entretanto, não poderá haver primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
a revogação da licitação. Somente se justifica a revogação Os agentes administrativos que praticarem atos em de-
quando houver um fato posterior à abertura da licitação e sacordo com os preceitos definidos pela Lei de Licitações e
quando o fato for pertinente, ou seja, quando possuir uma Contratos Administrativos ou visando a frustrar os objetivos
relação lógica com a revogação da licitação. Ainda deve ser da licitação sujeitam-se às sanções previstas na lei licitatória
suficiente, quando a intensidade do fato justificar a revoga- e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabili-
ção. Deve ser respeitado o direito ao contraditório e ampla dades civil e criminal que seu ato ensejar.
defesa, e a revogação deverá ser feita mediante parecer es-
crito e devidamente fundamentado. LEI Nº 8.666/1993 E SUAS ALTERAÇÕES

Anulação e revogação. LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993


Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Fede-
Os institutos estão previstos no artigo 49 da lei nº ral, institui normas para licitações e contratos da Adminis-
8.666/93. Revogação da licitação por interesse público de- tração Pública e dá outras providências.
corrente de fato superveniente devidamente comprovado, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
pertinente e suficiente para justificar tal conduta, bem como gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
a obrigatoriedade de sua anulação por ilegalidade, neste úl-
timo caso podendo agir de ofício ou provocado por terceiros, Capítulo I
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Revogação segundo Diógenes Gasparini “é o desfazi-
mento da licitação acabada por motivos de conveniência e Seção I
oportunidade (interesse público) superveniente – art. 49 da Dos Princípios
lei nº 8.666/93”34. Trata-se de um ato administrativo vin-
culado, embora assentada em motivos de conveniência e Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações
oportunidade; e ainda, a lei referida, prevê que no caso de e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, in-
desfazimento da licitação ficam assegurados o contraditório clusive de publicidade, compras, alienações e locações no
e a ampla defesa, garantia essa que é dada somente ao ven- âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede-
cedor, o único com efeitos interesses na permanência desse ral e dos Municípios.
ato, pois por meio dele pode chegar a contrato. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei,
Hely Lopes Meireles35 conceitua anulação como “é a in- além dos órgãos da administração direta, os fundos espe-
validação da licitação ou do julgamento por motivo de ile- ciais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas pú-
galidade, pode ser feita a qualquer fase e tempo antes da blicas, as sociedades de economia mista e demais entidades
assinatura do contrato, desde que a Administração ou o Ju- controladas direta ou indiretamente pela União, Estados,
diciário verifique e aponte a infringência à lei ou ao edital”. Distrito Federal e Municípios.
Cabe ainda ressaltar que a anulação da licitação acarreta
a nulidade do contrato (art. 49, § 2º). No mesmo sentido “a Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
anulação poderá ocorrer tanto pela Via Judicante como pela pras, alienações, concessões, permissões e locações da Admi-
Via Administrativa”. nistração Pública, quando contratadas com terceiros, serão
necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hi-
Sanções administrativas. póteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se
Em relação ao cumprimento as normas estabelecidas contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades
pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos - Lei da Administração Pública e particulares, em que haja um
8.666/1993, caso haja alguma irregularidade, comprova- acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipu-
ção da prática de atos ilícitos pela parte que causou o dano, lação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
além das responsabilidades civis, caberá também aplicação utilizada.
das responsabilidades administrativas e judiciais.
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do
34 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
11. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. mais vantajosa para a administração e a promoção do de-
35 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo senvolvimento nacional sustentável e será processada e jul-
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. gada em estrita conformidade com os princípios básicos da

83
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, § 8º As margens de preferência por produto, serviço,


da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os
ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não
que lhes são correlatos. podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte
§ 1º É vedado aos agentes públicos: e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convo- e serviços estrangeiros.
cação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam § 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo
ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou dis-
produção ou prestação no País seja inferior:
tinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou
licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente
ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalva- II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do
do o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei art. 23 desta Lei, quando for o caso.
nº 8.248, de 23 de outubro de 1991; § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza co- poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e ser-
mercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, viços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do
entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se Sul - Mercosul.
refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens,
quando envolvidos financiamentos de agências internacio- serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da
nais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º autoridade competente, exigir que o contratado promova,
da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991. em favor de órgão ou entidade integrante da administração
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de de- pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo
sempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos isonômico, medidas de compensação comercial, industrial,
bens e serviços: tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financia-
I - (Revogado) mento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo
II - produzidos no País; Poder Executivo federal.
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; § 12. Nas contratações destinadas à implantação, ma-
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam
nutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia
em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;
V - produzidos ou prestados por empresas que compro- de informação e comunicação, considerados estratégicos em
vem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e pro-
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas duzidos de acordo com o processo produtivo básico de que
na legislação. trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e aces- § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício finan-
síveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ceiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do
ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste artigo, com indica-
§ 4º (Vetado). ção do volume de recursos destinados a cada uma delas.
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida § 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais
margem de preferência para: normas de licitação e contratos devem privilegiar o trata-
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais mento diferenciado e favorecido às microempresas e empre-
que atendam a normas técnicas brasileiras; e sas de pequeno porte na forma da lei.
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empre- § 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem
sas que comprovem cumprimento de reserva de cargos pre- sobre as demais preferências previstas na legislação quando
vista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros.
da Previdência Social e que atendam às regras de acessibili-
dade previstas na legislação.
§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovi-
estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, da pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm
em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em con- direito público subjetivo à fiel observância do pertinente pro-
sideração: cedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão
I - geração de emprego e renda; acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
e municipais; Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele pra-
no País; ticado em qualquer esfera da Administração Pública.
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacio- licitações terão como expressão monetária a moeda corrente
nais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo
realizados no País, poderá ser estabelecido margem de pre- cada unidade da Administração, no pagamento das obriga-
ferência adicional àquela prevista no § 5º. ções relativas ao fornecimento de bens, locações, realização

84
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte e) empreitada integral - quando se contrata um em-
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das da- preendimento em sua integralidade, compreendendo todas
tas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob
razões de interesse público e mediante prévia justificativa da inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao
autoridade competente, devidamente publicada. contratante em condições de entrada em operação, atendi-
§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus dos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con-
valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório dições de segurança estrutural e operacional e com as carac-
e que lhes preservem o valor. terísticas adequadas às finalidades para que foi contratada;
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários
pagamento será feito junto com o principal, correrá à con- e suficientes, com nível de precisão adequado, para carac-
ta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos terizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços
créditos a que se referem. objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos de- estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade
correntes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da
seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, de-
5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. vendo conter os seguintes elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a
Art. 5o-A.  As normas de licitações e contratos devem pri- fornecer visão global da obra e identificar todos os seus ele-
vilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microem- mentos constitutivos com clareza;
presas e empresas de pequeno porte na forma da lei.  b) soluções técnicas globais e localizadas, suficiente-
mente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de
Seção II reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração
Das Definições do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de ma-
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: teriais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recupe- especificações que assegurem os melhores resultados para o
ração ou ampliação, realizada por execução direta ou indi- empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a
reta; sua execução;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determi- d) informações que possibilitem o estudo e a dedução
nada utilidade de interesse para a Administração, tais como: de métodos construtivos, instalações provisórias e condições
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, con- organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competi-
servação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, tivo para a sua execução;
locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico- e) subsídios para montagem do plano de licitação e ges-
-profissionais; tão da obra, compreendendo a sua programação, a estraté-
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para gia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados
fornecimento de uma só vez ou parceladamente; necessários em cada caso;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens f) orçamento detalhado do custo global da obra, funda-
a terceiros; mentado em quantitativos de serviços e fornecimentos pro-
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas priamente avaliados;
cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos neces-
limite estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta sários e suficientes à execução completa da obra, de acordo
Lei; com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Nor-
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cum- mas Técnicas - ABNT;
primento das obrigações assumidas por empresas em licita- XI - Administração Pública - a administração direta e in-
ções e contratos; direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e enti- cípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade
dades da Administração, pelos próprios meios; jurídica de direito privado sob controle do poder público e
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade con- das fundações por ele instituídas ou mantidas;
trata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: XII - Administração - órgão, entidade ou unidade admi-
a) empreitada por preço global - quando se contrata a nistrativa pela qual a Administração Pública opera e atua
execução da obra ou do serviço por preço certo e total; concretamente;
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da
execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades Administração Pública, sendo para a União o Diário Oficial
determinadas; da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
c) (Vetado). pios, o que for definido nas respectivas leis; (Redação dada
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para peque- pela Lei nº 8.883, de 1994)
nos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do
materiais; instrumento contratual;

85
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária § 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação,
de contrato com a Administração Pública; de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às
criada pela Administração com a função de receber, exami- previsões reais do projeto básico ou executivo.
nar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos § 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua
às licitações e ao cadastramento de licitantes. bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecni-
manufaturados, produzidos no território nacional de acordo camente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais
com o processo produtivo básico ou com as regras de origem materiais e serviços for feito sob o regime de administração
estabelecidas pelo Poder Executivo federal; contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, § 6º A infringência do disposto neste artigo implica a
nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabili-
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comuni- dade de quem lhes tenha dado causa.
cação estratégicos - bens e serviços de tecnologia da infor- § 7º Não será ainda computado como valor da obra ou
mação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a
significativo à administração pública e que envolvam pelo atualização monetária das obrigações de pagamento, desde
menos um dos seguintes requisitos relacionados às infor- a data final de cada período de aferição até a do respectivo
mações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios esta-
confidencialidade. belecidos obrigatoriamente no ato convocatório.
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, § 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração
insumos, serviços e obras necessários para atividade de pes- Pública os quantitativos das obras e preços unitários de de-
quisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnolo- terminada obra executada.
gia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de § 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que
pesquisa aprovado pela instituição contratante. couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve pro-


Seção III
gramar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos
Das Obras e Serviços
atual e final e considerados os prazos de sua execução.
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a
da execução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se exis-
prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e,
tente previsão orçamentária para sua execução total, salvo
em particular, à seguinte sequência:
insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem
I - projeto básico; técnica, justificados em despacho circunstanciado da auto-
II - projeto executivo; ridade a que se refere o art. 26 desta Lei.
III - execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente,
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade com- da licitação ou da execução de obra ou serviço e do forneci-
petente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à ex- mento de bens a eles necessários:
ceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física
concomitantemente com a execução das obras e serviços, ou jurídica;
desde que também autorizado pela Administração. II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o
quando: autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou deten-
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade com- tor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a
petente e disponível para exame dos interessados em parti- voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;
cipar do processo licitatório; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contra-
II - existir orçamento detalhado em planilhas que ex- tante ou responsável pela licitação.
pressem a composição de todos os seus custos unitários; § 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da
III - houver previsão de recursos orçamentários que as- empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação
segurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técni-
ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em co, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento,
curso, de acordo com o respectivo cronograma; exclusivamente a serviço da Administração interessada.
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas § 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou
metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de
165 da Constituição Federal, quando for o caso. projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço
§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção previamente fixado pela Administração.
de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja § 3º Considera-se participação indireta, para fins do
a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos execu- disposto neste artigo, a existência de qualquer vínculo de
tados e explorados sob o regime de concessão, nos termos da natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou tra-
legislação específica. balhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica,

86
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

e o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e § 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-
obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a es- -se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
tes necessários. § 3º A empresa de prestação de serviços técnicos espe-
§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos cializados que apresente relação de integrantes de seu corpo
membros da comissão de licitação. técnico em procedimento licitatório ou como elemento de
justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, fica-
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas rá obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem
seguintes formas: pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.
I - execução direta;
II - execução indireta, nos seguintes regimes: Seção V
a) empreitada por preço global; Das Compras
b) empreitada por preço unitário;
c) (Vetado).
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada
d) tarefa;
caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orça-
e) empreitada integral.
mentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato
Parágrafo único. (Vetado).
e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.
Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins
terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
exceto quando o projeto-padrão não atender às condições I - atender ao princípio da padronização, que imponha
peculiares do local ou às exigências específicas do empreen- compatibilidade de especificações técnicas e de desempe-
dimento. nho, observadas, quando for o caso, as condições de manu-
tenção, assistência técnica e garantia oferecidas;
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
obras e serviços serão considerados principalmente os se- III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento
guintes requisitos: semelhantes às do setor privado;
I - segurança; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas neces-
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; sárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visan-
III - economia na execução, conservação e operação; do economicidade;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, mate- V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos ór-
riais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para gãos e entidades da Administração Pública.
execução, conservação e operação; § 1º O registro de preços será precedido de ampla pes-
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem quisa de mercado.
prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço; § 2º Os preços registrados serão publicados trimestral-
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de seguran- mente para orientação da Administração, na imprensa oficial.
ça do trabalho adequadas; § 3º O sistema de registro de preços será regulamentado
VII - impacto ambiental. por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observa-
das as seguintes condições:
Seção IV I - seleção feita mediante concorrência;
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados II - estipulação prévia do sistema de controle e atualiza-
ção dos preços registrados;
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços
III - validade do registro não superior a um ano.
técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou § 4º A existência de preços registrados não obriga a
executivos; Administração a firmar as contratações que deles poderão
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios,
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias fi- respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegu-
nanceiras ou tributárias; rado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras condições.
ou serviços; § 5º O sistema de controle originado no quadro geral de
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou adminis- preços, quando possível, deverá ser informatizado.
trativas; § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; preço constante do quadro geral em razão de incompatibili-
VII - restauração de obras de arte e bens de valor his- dade desse com o preço vigente no mercado.
tórico. § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
VIII - (Vetado). I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem
§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, indicação de marca;
os contratos para a prestação de serviços técnicos profis- II - a definição das unidades e das quantidades a serem
sionais especializados deverão, preferencialmente, ser cele- adquiridas em função do consumo e utilização prováveis,
brados mediante a realização de concurso, com estipulação cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante
prévia de prêmio ou remuneração. adequadas técnicas quantitativas de estimação;

87
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

III - as condições de guarda e armazenamento que não i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita
permitam a deterioração do material. ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra,
§ 8º O recebimento de material de valor superior ao li- onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do
mite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins
convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e
3 (três) membros. II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de
licitação, dispensada esta nos seguintes casos:
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de
de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo aces- interesse social, após avaliação de sua oportunidade e con-
veniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra
so público, à relação de todas as compras feitas pela Admi-
forma de alienação;
nistração Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identi-
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou
ficação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade entidades da Administração Pública;
adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa,
podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dis- observada a legislação específica;
pensa e inexigibilidade de licitação. d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica e) venda de bens produzidos ou comercializados por ór-
aos casos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do gãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de
art. 24. suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros ór-
Seção VI gãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização
Das Alienações previsível por quem deles dispõe.
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea «b» do inciso
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, I deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doa-
subordinada à existência de interesse público devidamente ção, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora,
justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às se- vedada a sua alienação pelo beneficiário.
guintes normas: § 2º A Administração também poderá conceder título de
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada
licitação, quando o uso destinar-se:
para órgãos da administração direta e entidades autárquicas
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública,
e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraes-
qualquer que seja a localização do imóvel;
tatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na moda- II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento
lidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: ou ato normativo do órgão competente, haja implementado
a) dação em pagamento; os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão e exploração direta sobre área rural, observado o limite de
ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de que trata o § 1º do art. 6º da Lei no 11.952, de 25 de junho
governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; de 2009;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispen-
constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; sadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos
d) investidura; seguintes condicionamentos:
e) venda a outro órgão ou entidade da administração I - aplicação exclusivamente às áreas em que a deten-
pública, de qualquer esfera de governo; ção por particular seja comprovadamente anterior a 1o de
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão dezembro de 2004;
de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do
imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente regime legal e administrativo da destinação e da regulariza-
utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de re- ção fundiária de terras públicas;
gularização fundiária de interesse social desenvolvidos por III - vedação de concessões para hipóteses de exploração
não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de
órgãos ou entidades da administração pública;
terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o
zoneamento ecológico-econômico; e
art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante IV - previsão de rescisão automática da concessão, dis-
iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública pensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou
em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; necessidade pública ou interesse social.
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, conces- § 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:
são de direito real de uso, locação ou permissão de uso de I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não su-
bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de jeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua explo-
até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e in- ração mediante atividades agropecuárias;
seridos no âmbito de programas de regularização fundiária II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais,
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a
administração pública; dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;

88
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área de- Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das
corrente da figura prevista na alínea g do inciso I do caput concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos
deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. leilões, embora realizados no local da repartição interessa-
IV – (VETADO) da, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo,
§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: por uma vez:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de lici-
área remanescente ou resultante de obra pública, área esta tação feita por órgão ou entidade da Administração Pública
que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas par-
inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a cial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por
50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” instituições federais;
do inciso II do art. 23 desta lei; II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por ór-
na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins re- gão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Mu-
sidenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas nicipal, ou do Distrito Federal;
hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis na fase III - em jornal diário de grande circulação no Estado e
de operação dessas unidades e não integrem a categoria de também, se houver, em jornal de circulação no Município ou
bens reversíveis ao final da concessão. na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, for-
§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu ins- necido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Admi-
trumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o pra- nistração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros
zo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de meios de divulgação para ampliar a área de competição.
nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de § 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em
interesse público devidamente justificado; que os interessados poderão ler e obter o texto integral do
§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário edital e todas as informações sobre a licitação.
necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas
cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas ou da realização do evento será:
por hipoteca em segundo grau em favor do doador. I - quarenta e cinco dias para:
§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou a) concurso;
globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado con-
art. 23, inciso II, alínea «b» desta Lei, a Administração pode- templar o regime de empreitada integral ou quando a licita-
rá permitir o leilão. ção for do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”;
§ 7º (VETADO). II - trinta dias para:
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, “b” do inciso anterior;
a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhi- b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “me-
mento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da lhor técnica” ou “técnica e preço”;
avaliação. III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não
Parágrafo único. (Revogado) especificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão;
IV - cinco dias úteis para convite.
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja § 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão
aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de contados a partir da última publicação do edital resumido
dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da au- ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibili-
toridade competente, observadas as seguintes regras: dade do edital ou do convite e respectivos anexos, prevale-
I - avaliação dos bens alienáveis; cendo a data que ocorrer mais tarde.
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alie- § 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação
nação; pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalida- o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestio-
de de concorrência ou leilão. navelmente, a alteração não afetar a formulação das pro-
postas.
Capítulo II
Da Licitação Art. 22. São modalidades de licitação:
I - concorrência;
Seção I II - tomada de preços;
Das Modalidades, Limites e Dispensa III - convite;
IV - concurso;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se V - leilão.
situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre
público, devidamente justificado. quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha- preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de
bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

89
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e


interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a cinquenta mil reais).
todas as condições exigidas para cadastramento até o tercei- § 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Ad-
ro dia anterior à data do recebimento das propostas, obser- ministração serão divididas em tantas parcelas quantas se
vada a necessária qualificação. comprovarem técnica e economicamente viáveis, proceden-
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessa- do-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos
dos do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competi-
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela tividade sem perda da economia de escala.
unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, § 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de
cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada
cadastrados na correspondente especialidade que manifes- etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há
tarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e qua- de corresponder licitação distinta, preservada a modalidade
tro) horas da apresentação das propostas. pertinente para a execução do objeto em licitação.
§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quais- § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível,
quer interessados para escolha de trabalho técnico, científico qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou
ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remunera- alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19,
ção aos vencedores, conforme critérios constantes de edital como nas concessões de direito real de uso e nas licitações
publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de internacionais, admitindo-se neste último caso, observados
45 (quarenta e cinco) dias. os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão
§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornece-
interessados para a venda de bens móveis inservíveis para dores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem
a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou ou serviço no País.
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração
art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a
valor da avaliação. concorrência.
§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça § 5º É vedada a utilização da modalidade «convite» ou
mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, «tomada de preços», conforme o caso, para parcelas de uma
mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da
realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigató-
mesma natureza e no mesmo local que possam ser realiza-
rio o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto
das conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório
existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.
de seus valores caracterizar o caso de «tomada de preços»
§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto
ou «concorrência», respectivamente, nos termos deste arti-
desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do
go, exceto para as parcelas de natureza específica que pos-
número mínimo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo,
sam ser executadas por pessoas ou empresas de especialida-
essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no de diversa daquela do executor da obra ou serviço.
processo, sob pena de repetição do convite. § 6º As organizações industriais da Administração Fe-
§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licita- deral direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos
ção ou a combinação das referidas neste artigo. limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para
§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste artigo, a admi- suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisi-
nistração somente poderá exigir do licitante não cadastrado ção de materiais aplicados exclusivamente na manutenção,
os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos perten-
habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos centes à União.
do edital. § 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde
que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é per-
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os mitida a cotação de quantidade inferior à demandada na
incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em fun- licitação, com vistas a ampliação da competitividade, po-
ção dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado dendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a
da contratação: economia de escala.
I - para obras e serviços de engenharia: § 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil dos valores mencionados no caput deste artigo quando for-
reais); mado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e formado por maior número.
quinhentos mil reais);
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e Art. 24. É dispensável a licitação:
quinhentos mil reais); I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10%
II - para compras e serviços não referidos no inciso an- (dez por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do
terior: artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e mesma natureza e no mesmo local que possam ser realiza-
cinquenta mil reais); das conjunta e concomitantemente;

90
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos
por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do ar- de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso
tigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, Nacional, quando as condições ofertadas forem manifesta-
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, mente vantajosas para o Poder Público;
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte
de uma só vez; e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formu-
quando caracterizada urgência de atendimento de situação lários padronizados de uso da administração, e de edições
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de
de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, pú- informática a pessoa jurídica de direito público interno, por
blicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,
atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para criados para esse fim específico;
as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no XVII - para a aquisição de componentes ou peças de ori-
prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e gem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou ca- equipamentos durante o período de garantia técnica, jun-
lamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; to ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal
V - quando não acudirem interessados à licitação an- condição de exclusividade for indispensável para a vigência
terior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem da garantia;
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas XVIII - nas compras ou contratações de serviços para
as condições preestabelecidas; o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas
VI - quando a União tiver que intervir no domínio eco- ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada
nômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; eventual de curta duração em portos, aeroportos ou locali-
VII - quando as propostas apresentadas consignarem dades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação
preços manifestamente superiores aos praticados no mer- operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos
cado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos prazos legais puder comprometer a normalidade e os pro-
órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o pa- pósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao
rágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta Lei:
será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por XIX - para as compras de material de uso pelas Forças
valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e admi-
serviços; nistrativo, quando houver necessidade de manter a padroni-
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito pú- zação requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios
blico interno, de bens produzidos ou serviços prestados por navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão
órgão ou entidade que integre a Administração Pública e instituída por decreto;
que tenha sido criado para esse fim específico em data ante- XX - na contratação de associação de portadores de
rior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada ido-
compatível com o praticado no mercado; neidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública,
IX - quando houver possibilidade de comprometimento para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-
da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto -obra, desde que o preço contratado seja compatível com o
do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa praticado no mercado.
Nacional; XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e
atendimento das finalidades precípuas da administração, serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de
cujas necessidades de instalação e localização condicionem que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;
a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento
de mercado, segundo avaliação prévia; de energia elétrica e gás natural com concessionário, per-
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço missionário ou autorizado, segundo as normas da legislação
ou fornecimento, em consequência de rescisão contratual, específica;
desde que atendida a ordem de classificação da licitação an- XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou
terior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante sociedade de economia mista com suas subsidiárias e con-
vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; troladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização compatível com o praticado no mercado.
dos processos licitatórios correspondentes, realizadas direta- XXIV - para a celebração de contratos de prestação de
mente com base no preço do dia; serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida das respectivas esferas de governo, para atividades contem-
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou pladas no contrato de gestão.
do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada XXV - na contratação realizada por Instituição Científica
à recuperação social do preso, desde que a contratada dete- e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a trans-
nha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha ferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de
fins lucrativos; uso ou de exploração de criação protegida.

91
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

XXVI - na celebração de contrato de programa com ente XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o
da Federação ou com entidade de sua administração indire- aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que confi-
ta, para a prestação de serviços públicos de forma associada gurada situação de grave e iminente risco à segurança pública.
nos termos do autorizado em contrato de consórcio público § 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
ou em convênio de cooperação. deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras
XXVII - na contratação da coleta, processamento e co- e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de
mercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reu- economia mista, empresa pública e por autarquia ou funda-
tilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, ção qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.
efetuados por associações ou cooperativas formadas exclu- § 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade
sivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas que integre a administração pública estabelecido no inciso
pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou enti-
com o uso de equipamentos compatíveis com as normas téc- dades que produzem produtos estratégicos para o SUS, no
nicas, ambientais e de saúde pública. âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, confor-
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produ- me elencados em ato da direção nacional do SUS.
§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do
zidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente,
caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia,
alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante
seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamen-
parecer de comissão especialmente designada pela autori- tação específica.
dade máxima do órgão. § 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços caput do art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
para atender aos contingentes militares das Forças Singula-
res brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabili-
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do dade de competição, em especial:
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gê-
Força. neros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa
XXX - na contratação de instituição ou organização, pú- ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência
blica ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a presta- de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita
ção de serviços de assistência técnica e extensão rural no através de atestado fornecido pelo órgão de registro do co-
âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Ex- mércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
tensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patro-
instituído por lei federal. nal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do II - para a contratação de serviços técnicos enumerados
disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de con- ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibili-
tratação dela constantes. dade para serviços de publicidade e divulgação;
XXXII - na contratação em que houver transferência de III - para contratação de profissional de qualquer setor
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo,
Saúde - SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opi-
de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional nião pública.
do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos § 1º Considera-se de notória especialização o profissio-
durante as etapas de absorção tecnológica. nal ou empresa cujo conceito no campo de sua especiali-
dade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins
riências, publicações, organização, aparelhamento, equipe
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tec-
técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas ativi-
nologias sociais de acesso à água para consumo humano e
dades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indis-
produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de cutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto
baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. do contrato.
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direi- § 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos
to público interno de insumos estratégicos para a saúde de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem
produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o for-
ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da necedor ou o prestador de serviços e o agente público res-
administração pública direta, sua autarquia ou fundação ponsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.
em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento
institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17
inclusive na gestão administrativa e financeira necessária e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexi-
à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam gibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas,
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o e o retardamento previsto no final do parágrafo único do
Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três)
deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na
em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço con- imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição
tratado seja compatível com o praticado no mercado. para a eficácia dos atos.

92
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibili- Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica
dade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruí- limitar-se-á a:
do, no que couber, com os seguintes elementos: I - registro ou inscrição na entidade profissional com-
I - caracterização da situação emergencial, calamitosa petente;
ou de grave e iminente risco à segurança pública que justifi- II - comprovação de aptidão para desempenho de ativi-
que a dispensa, quando for o caso; dade pertinente e compatível em características, quantida-
II - razão da escolha do fornecedor ou executante; des e prazos com o objeto da licitação, e indicação das insta-
III - justificativa do preço. lações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem
aos quais os bens serão alocados. como da qualificação de cada um dos membros da equipe
técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
Seção II III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que
Da Habilitação recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou
conhecimento de todas as informações e das condições lo-
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos cais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
interessados, exclusivamente, documentação relativa a: IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei
I - habilitação jurídica; especial, quando for o caso.
II - qualificação técnica; § 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do
III - qualificação econômico-financeira; «caput» deste artigo, no caso das licitações pertinentes a
IV – regularidade fiscal e trabalhista; obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pes-
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º soas jurídicas de direito público ou privado, devidamente re-
da Constituição Federal. gistrados nas entidades profissionais competentes, limitadas
as exigências a:
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, I - capacitação técnico-profissional: comprovação do li-
conforme o caso, consistirá em: citante de possuir em seu quadro permanente, na data pre-
I - cédula de identidade; vista para entrega da proposta, profissional de nível superior
II - registro comercial, no caso de empresa individual; ou outro devidamente reconhecido pela entidade compe-
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, tente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por
devidamente registrado, em se tratando de sociedades co- execução de obra ou serviço de características semelhantes,
merciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior rele-
de documentos de eleição de seus administradores; vância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; II - (Vetado).
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa a) (Vetado).
ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato b) (Vetado).
de registro ou autorização para funcionamento expedido § 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor
pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir. significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão defi-
nidas no instrumento convocatório.
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e § 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão
trabalhista, conforme o caso, consistirá em: através de certidões ou atestados de obras ou serviços simi-
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas lares de complexidade tecnológica e operacional equivalente
(CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); ou superior.
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes esta- § 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a com-
dual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede provação de aptidão, quando for o caso, será feita através
do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatí- de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público
vel com o objeto contratual; ou privado.
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, § 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade
Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ain-
outra equivalente, na forma da lei; da em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), de- § 6º As exigências mínimas relativas a instalações de
monstrando situação regular no cumprimento dos encargos canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico espe-
sociais instituídos por lei. cializado, considerados essenciais para o cumprimento do
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos peran- objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresenta-
te a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certi- ção de relação explícita e da declaração formal da sua dis-
dão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação ponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de
das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de propriedade e de localização prévia.
1º de maio de 1943. § 7º (Vetado).
I - (Vetado).

93
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - (Vetado). § 5º A comprovação de boa situação financeira da em-


§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande presa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índi-
vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração ces contábeis previstos no edital e devidamente justificados
exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avalia- no processo administrativo da licitação que tenha dado iní-
ção, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre cio ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e
à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por cri- valores não usualmente adotados para correta avaliação de
térios objetivos. situação financeira suficiente ao cumprimento das obriga-
§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade téc- ções decorrentes da licitação.
nica aquela que envolva alta especialização, como fator de § 6º (Vetado).
extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser
contratado, ou que possa comprometer a continuidade da Art. 32. Os documentos necessários à habilitação pode-
prestação de serviços públicos essenciais. rão ser apresentados em original, por qualquer processo de
§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da
de comprovação da capacitação técnico-profissional de que administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.
trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da § 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31
obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substitui- desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos
ção por profissionais de experiência equivalente ou superior, casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pron-
desde que aprovada pela administração. ta entrega e leilão.
§ 11. (Vetado). § 2º O certificado de registro cadastral a que se refere
§ 12. (Vetado). o § 1o do art. 36 substitui os documentos enumerados nos
arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sis-
Art. 31. A documentação relativa à qualificação econô- tema informatizado de consulta direta indicado no edital,
mico-financeira limitar-se-á a: obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a
I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do superveniência de fato impeditivo da habilitação.
último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma § 3º A documentação referida neste artigo poderá ser
da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, substituída por registro cadastral emitido por órgão ou enti-
vedada a sua substituição por balancetes ou balanços pro-
dade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha
visórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação
§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no
da proposta;
País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações inter-
II - certidão negativa de falência ou concordata expedi-
nacionais, às exigências dos parágrafos anteriores median-
da pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execu-
te documentos equivalentes, autenticados pelos respectivos
ção patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios pre- consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo
vistos no “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% ter representação legal no Brasil com poderes expressos para
(um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. receber citação e responder administrativa ou judicialmente.
§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração § 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este
da capacidade financeira do licitante com vistas aos com- artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo
promissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com
contrato, vedada a exigência de valores mínimos de fatu- os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo
ramento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.
§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura § 6º O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e
e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no no § 2o do art. 55, não se aplica às licitações internacionais
instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito
mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as ga- com o produto de financiamento concedido por organismo fi-
rantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado ob- nanceiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agên-
jetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira cia estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação
dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos
contrato a ser ulteriormente celebrado. fabricados e entregues no exterior, desde que para este caso
§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo,
que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por
(dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a unidades administrativas com sede no exterior.
comprovação ser feita relativamente à data da apresentação § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este
da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no
esta data através de índices oficiais. todo ou em parte, para a contratação de produto para pesqui-
§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compro- sa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até
missos assumidos pelo licitante que importem diminuição o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. 
da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade fi-
nanceira, calculada esta em função do patrimônio líquido Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de
atualizado e sua capacidade de rotação. empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

I - comprovação do compromisso público ou particular § 2º A atuação do licitante no cumprimento de obriga-


de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; ções assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que
deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso
fixadas no edital; ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para
a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, classificação cadastral.
para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quan-
titativos de cada consorciado, e, para efeito de qualifica- Seção IV
ção econômico-financeira, o somatório dos valores de cada Do Procedimento e Julgamento
consorciado, na proporção de sua respectiva participação,
podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a
acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos abertura de processo administrativo, devidamente autuado,
para licitante individual, inexigível este acréscimo para os protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva,
consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e peque- a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a
nas empresas assim definidas em lei; despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:
IV - impedimento de participação de empresa consor- I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o
ciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio caso;
ou isoladamente; II - comprovante das publicações do edital resumido, na
V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloei-
na de execução do contrato. ro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras IV - original das propostas e dos documentos que as ins-
a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, truírem;
observado o disposto no inciso II deste artigo. V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julga-
§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, an- dora;
tes da celebração do contrato, a constituição e o registro do VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a lici-
consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I tação, dispensa ou inexigibilidade;
deste artigo. VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua
homologação;
Seção III VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitan-
Dos Registros Cadastrais tes e respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação,
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;
Administração Pública que realizem frequentemente licita- X - termo de contrato ou instrumento equivalente, con-
ções manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, forme o caso;
na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. XI - outros comprovantes de publicações;
§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divul- XII - demais documentos relativos à licitação.
gado e deverá estar permanentemente aberto aos interessa- Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem
dos, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem
no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria ju-
jornal diário, a chamamento público para a atualização dos rídica da Administração.
registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem- Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação
-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas
Administração Pública. for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23,
inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório será inicia-
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atuali- do, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida
zação deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os pela autoridade responsável com antecedência mínima de
elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do
desta Lei. edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez)
dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito
tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em gru- a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
pos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada os interessados.
pelos elementos constantes da documentação relacionada Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-
nos arts. 30 e 31 desta Lei. -se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e
§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável com realização prevista para intervalos não superiores a
sempre que atualizarem o registro. trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data d) compensações financeiras e penalizações, por even-
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato re- tuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pa-
sultante da licitação antecedente. gamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de XV - instruções e normas para os recursos previstos nes-
ordem em série anual, o nome da repartição interessada e ta Lei;
de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, XVII - outras indicações específicas ou peculiares da li-
dia e hora para recebimento da documentação e proposta, citação.
bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, § 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado
obrigatoriamente, o seguinte: em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir,
I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara; permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se
II - prazo e condições para assinatura do contrato ou cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e forne-
retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta cimento aos interessados.
Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte in-
licitação; tegrante:
III - sanções para o caso de inadimplemento; I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o pro- partes, desenhos, especificações e outros complementos;
jeto básico; II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e
V - se há projeto executivo disponível na data da publi- preços unitários;
cação do edital de licitação e o local onde possa ser exami- III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Adminis-
nado e adquirido; tração e o licitante vencedor;
VI - condições para participação na licitação, em confor- IV - as especificações complementares e as normas de
midade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresen- execução pertinentes à licitação.
tação das propostas; § 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como
VII - critério para julgamento, com disposições claras e adimplemento da obrigação contratual a prestação do ser-
parâmetros objetivos; viço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja
comunicação à distância em que serão fornecidos elemen- ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de co-
tos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às brança.
condições para atendimento das obrigações necessárias ao § 4º Nas compras para entrega imediata, assim enten-
cumprimento de seu objeto; didas aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data
IX - condições equivalentes de pagamento entre empre- prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispen-
sas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações interna- sadas:
cionais; I - o disposto no inciso XI deste artigo;
X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e glo- II - a atualização financeira a que se refere a alínea “c”
bal, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos do inciso XIV deste artigo, correspondente ao período com-
e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos preendido entre as datas do adimplemento e a prevista para
ou faixas de variação em relação a preços de referência, res- o pagamento, desde que não superior a quinze dias.
salvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; § 5º A Administração Pública poderá, nos editais de li-
XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação citação para a contratação de serviços, exigir da contratada
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices que um percentual mínimo de sua mão de obra seja oriundo
específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresen- ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de resso-
tação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se cialização do reeducando, na forma estabelecida em regu-
referir, até a data do adimplemento de cada parcela; lamento.
XII - (Vetado).
XIII - limites para pagamento de instalação e mobiliza- Art. 41. A Administração não pode descumprir as nor-
ção para execução de obras ou serviços que serão obrigato- mas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vin-
riamente previstos em separado das demais parcelas, etapas culada.
ou tarefas; § 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar
XIV - condições de pagamento, prevendo: edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei,
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, con- devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da
tado a partir da data final do período de adimplemento de data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação,
cada parcela; devendo a Administração julgar e responder à impugnação
b) cronograma de desembolso máximo por período, em em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista
conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros; no § 1o do art. 113.
c) critério de atualização financeira dos valores a serem § 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital
pagos, desde a data final do período de adimplemento de de licitação perante a administração o licitante que não o
cada parcela até a data do efetivo pagamento; fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos IV - verificação da conformidade de cada proposta com
envelopes com as propostas em convite, tomada de preços os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços cor-
ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregula- rentes no mercado ou fixados por órgão oficial competente,
ridades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comu- ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços,
nicação não terá efeito de recurso. os quais deverão ser devidamente registrados na ata de jul-
§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante gamento, promovendo-se a desclassificação das propostas
não o impedirá de participar do processo licitatório até o desconformes ou incompatíveis;
trânsito em julgado da decisão a ela pertinente. V - julgamento e classificação das propostas de acordo
§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu com os critérios de avaliação constantes do edital;
direito de participar das fases subsequentes. VI - deliberação da autoridade competente quanto à ho-
mologação e adjudicação do objeto da licitação.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o § 1º A abertura dos envelopes contendo a documenta-
edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária ção para habilitação e as propostas será realizada sempre
e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos em ato público previamente designado, do qual se lavrará
competentes. ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar pela Comissão.
preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o § 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados
licitante brasileiro. pelos licitantes presentes e pela Comissão.
§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventual- § 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em
mente contratado em virtude da licitação de que trata o pa- qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destina-
rágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa da a esclarecer ou a complementar a instrução do processo,
de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data vedada a inclusão posterior de documento ou informação
do efetivo pagamento. que deveria constar originariamente da proposta.
§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro se- § 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e,
rão equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro. no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e
§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas
ao convite.
apresentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes
gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram
(incisos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe
exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação
desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação,
final de venda.
salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos
§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços
após o julgamento.
ou aquisição de bens com recursos provenientes de finan-
ciamento ou doação oriundos de agência oficial de coope- § 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de
ração estrangeira ou organismo financeiro multilateral de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superve-
que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respecti- niente e aceito pela Comissão.
va licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco-
los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão leva-
Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos rá em consideração os critérios objetivos definidos no edital
daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção ou convite, os quais não devem contrariar as normas e prin-
da proposta mais vantajosa para a administração, o qual cípios estabelecidos por esta Lei.
poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avalia- § 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério
ção, desde que por elas exigidos para a obtenção do finan- ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa
ciamento ou da doação, e que também não conflitem com o ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade en-
princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de despacho tre os licitantes.
motivado do órgão executor do contrato, despacho esse rati- § 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem
ficado pela autoridade imediatamente superior. não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamen-
§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entre- tos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem
ga no mesmo local de destino. baseada nas ofertas dos demais licitantes.
§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços
Art. 43. A licitação será processada e julgada com ob- global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero,
servância dos seguintes procedimentos: incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mer-
I - abertura dos envelopes contendo a documentação re- cado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato
lativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação; convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mí-
II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes nimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações
inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renun-
não tenha havido recurso ou após sua denegação; cie a parcela ou à totalidade da remuneração.
III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos § 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também
concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou im-
sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência ex- portações de qualquer natureza.
pressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

97
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, de- do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreen-
vendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo con- dendo metodologia, organização, tecnologias e recursos ma-
vite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, teriais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das
os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;
de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proce-
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos der-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes
órgãos de controle. que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no
§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de lici- instrumento convocatório e à negociação das condições pro-
tação, exceto na modalidade concurso: postas, com a proponente melhor classificada, com base nos
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços
proposta mais vantajosa para a Administração determinar unitários e tendo como referência o limite representado pela
que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de proposta de menor preço entre os licitantes que obtiveram a
acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar valorização mínima;
o menor preço; III - no caso de impasse na negociação anterior, proce-
II - a de melhor técnica; dimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os de-
III - a de técnica e preço. mais proponentes, pela ordem de classificação, até a conse-
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação cução de acordo para a contratação;
de bens ou concessão de direito real de uso. IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas
§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou
e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para
classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato a proposta técnica.
público, para o qual todos os licitantes serão convocados, § 2º Nas licitações do tipo «técnica e preço» será ado-
vedado qualquer outro processo. tado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o se-
§ 3º No caso da licitação do tipo «menor preço», entre guinte procedimento claramente explicitado no instrumento
os licitantes considerados qualificados a classificação se dará convocatório:
pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no I - será feita a avaliação e a valorização das propostas
caso de empate, exclusivamente o critério previsto no pará- de preços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos
grafo anterior. no instrumento convocatório;
§ 4º Para contratação de bens e serviços de informáti- II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo
ca, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei com a média ponderada das valorizações das propostas téc-
no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os nicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no
fatores especificados em seu parágrafo 2o e adotando obri- instrumento convocatório.
gatoriamente o tipo de licitação «técnica e preço», permitido § 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos
o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em neste artigo poderão ser adotados, por autorização expressa
decreto do Poder Executivo. e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade
§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação da Administração promotora constante do ato convocatório,
não previstos neste artigo. para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação
§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecio- de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes
nadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito,
a quantidade demandada na licitação. atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualifica-
ção, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções
Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “téc- alternativas e variações de execução, com repercussões sig-
nica e preço” serão utilizados exclusivamente para serviços nificativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
de natureza predominantemente intelectual, em especial na durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem
elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e ser adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade
gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em dos critérios objetivamente fixados no ato convocatório.
particular, para a elaboração de estudos técnicos prelimina- § 4º (Vetado).
res e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no
§ 4o do artigo anterior. Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e servi-
§ 1º Nas licitações do tipo «melhor técnica» será adota- ços, quando for adotada a modalidade de execução de em-
do o seguinte procedimento claramente explicitado no ins- preitada por preço global, a Administração deverá fornecer
trumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e
Administração se propõe a pagar: informações necessários para que os licitantes possam ela-
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas téc- borar suas propostas de preços com total e completo conhe-
nicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados cimento do objeto da licitação.
e feita então a avaliação e classificação destas propostas de
acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto Art. 48. Serão desclassificadas:
licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento I - as propostas que não atendam às exigências do ato
convocatório e que considerem a capacitação e a experiência convocatório da licitação;

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - propostas com valor global superior ao limite esta- especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos
belecido ou com preços manifestamente inexequíveis, assim 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos qua-
considerados aqueles que não venham a ter demonstrada dros permanentes dos órgãos da Administração responsá-
sua viabilidade através de documentação que comprove que veis pela licitação.
os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e § 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excep-
que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a cionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em
execução do objeto do contrato, condições estas necessaria- face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substi-
mente especificadas no ato convocatório da licitação. (Reda- tuída por servidor formalmente designado pela autoridade
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) competente.
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo § 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscri-
consideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de lici- ção em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento,
tações de menor preço para obras e serviços de engenharia, será integrada por profissionais legalmente habilitados no
as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta
caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.
por cento) do menor dos seguintes valores:
§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão
a) média aritmética dos valores das propostas superiores
solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão,
a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela adminis-
salvo se posição individual divergente estiver devidamente
tração, ou
b) valor orçado pela administração. fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo que tiver sido tomada a decisão.
anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oi- § 4º A investidura dos membros das Comissões perma-
tenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas nentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da
«a» e «b», será exigida, para a assinatura do contrato, pres- totalidade de seus membros para a mesma comissão no pe-
tação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas ríodo subsequente.
no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante § 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por
do parágrafo anterior e o valor da correspondente proposta. uma comissão especial integrada por pessoas de reputação
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame,
todas as propostas forem desclassificadas, a administração servidores públicos ou não.
poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a
apresentação de nova documentação ou de outras propostas Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22
escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser
caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1ºO regulamento deverá indicar:
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do I - a qualificação exigida dos participantes;
procedimento somente poderá revogar a licitação por razões II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
de interesse público decorrente de fato superveniente devi- III - as condições de realização do concurso e os prêmios
damente comprovado, pertinente e suficiente para justificar a serem concedidos.
tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou § 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá au-
por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devi- torizar a Administração a executá-lo quando julgar conve-
damente fundamentado. niente.
§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo
de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou
disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
a servidor designado pela Administração, procedendo-se na
§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do
forma da legislação pertinente.
contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.
§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
59 desta Lei.
pela Administração para fixação do preço mínimo de arre-
§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica
assegurado o contraditório e a ampla defesa. matação.
§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se § 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no per-
aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade centual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por
de licitação. cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local
do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o qual
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contra- se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado
to com preterição da ordem de classificação das propostas no edital de convocação, sob pena de perder em favor da
ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob Administração o valor já recolhido.
pena de nulidade. § 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela
à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro § 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado,
cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas principalmente no município em que se realizará.
serão processadas e julgadas por comissão permanente ou

99
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Capítulo III § 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de


DOS CONTRATOS contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da ar-
recadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou
Seção I Município, as características e os valores pagos, segundo o
Disposições Preliminares disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada
Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de di- caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, po-
reito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princí- derá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
pios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito obras, serviços e compras.
privado. § 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e pre- modalidades de garantia:
cisão as condições para sua execução, expressas em cláusu- I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública,
las que definam os direitos, obrigações e responsabilidades devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, me-
das partes, em conformidade com os termos da licitação e da diante registro em sistema centralizado de liquidação e de
proposta a que se vinculam. custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados
§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigi- pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Mi-
bilidade de licitação devem atender aos termos do ato que nistério da Fazenda;
os autorizou e da respectiva proposta. II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as § 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não
que estabeleçam: excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu
I - o objeto e seus elementos característicos; valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; o previsto no parágrafo 3o deste artigo.
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, § 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vul-
data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os to envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros
critérios de atualização monetária entre a data do adimple- consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamen-
mento das obrigações e a do efetivo pagamento; te aprovado pela autoridade competente, o limite de garan-
IV - os prazos de início de etapas de execução, de con- tia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para
clusão, de entrega, de observação e de recebimento definiti- até dez por cento do valor do contrato.
vo, conforme o caso; § 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indica- ou restituída após a execução do contrato e, quando em di-
ção da classificação funcional programática e da categoria nheiro, atualizada monetariamente.
econômica; § 5º Nos casos de contratos que importem na entrega
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
execução, quando exigidas; depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as pe- desses bens.
nalidades cabíveis e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão; Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamen-
caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; tários, exceto quanto aos relativos:
X - as condições de importação, a data e a taxa de câm- I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados
bio para conversão, quando for o caso; nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais pode-
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a rão ser prorrogados se houver interesse da Administração e
dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;
vencedor; II - à prestação de serviços a serem executados de for-
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e es- ma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por
pecialmente aos casos omissos; iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda e condições mais vantajosas para a administração, limitada
a execução do contrato, em compatibilidade com as obriga- a sessenta meses;
ções por ele assumidas, todas as condições de habilitação e III - (Vetado).
qualificação exigidas na licitação. IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de pro-
§ 1º (Vetado). gramas de informática, podendo a duração estender-se pelo
§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pú- prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da
blica com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas do- vigência do contrato.
miciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e
cláusula que declare competente o foro da sede da Admi- XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por
nistração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da ad-
disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. ministração.

100
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de con- Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administra-
clusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as de- ção do dever de indenizar o contratado pelo que este houver
mais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de executado até a data em que ela for declarada e por outros
seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo: seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem
I - alteração do projeto ou especificações, pela Adminis- lhe deu causa.
tração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, Seção II
estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmen-
Da Formalização dos Contratos
te as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição
do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Adminis- Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados
tração; nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cro-
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no nológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu
contrato, nos limites permitidos por esta Lei; extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que
V - impedimento de execução do contrato por fato ou se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas,
ato de terceiro reconhecido pela Administração em docu- de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
mento contemporâneo à sua ocorrência; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Ad- verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras
ministração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor
que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais apli- no art. 23, inciso II, alínea “a” desta Lei, feitas em regime de
cáveis aos responsáveis. adiantamento.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada
por escrito e previamente autorizada pela autoridade com- Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das
petente para celebrar o contrato. partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência inde- autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação,
terminado.
da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratan-
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e
tes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
mediante autorização da autoridade superior, o prazo de
que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorro- Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento
gado por até doze meses. de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que
é condição indispensável para sua eficácia, será providencia-
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos da pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte
instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias
eles, a prerrogativa de: daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequa- ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.
ção às finalidades de interesse público, respeitados os direi-
tos do contratado; Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas
no inciso I do art. 79 desta Lei; dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreen-
III - fiscalizar-lhes a execução; didos nos limites destas duas modalidades de licitação, e
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou facultativo nos demais em que a Administração puder subs-
parcial do ajuste; tituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-con-
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoria- trato, nota de empenho de despesa, autorização de compra
mente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao ou ordem de execução de serviço.
objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar
§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o
apuração administrativa de faltas contratuais pelo contra-
tado, bem como na hipótese de rescisão do contrato admi- edital ou ato convocatório da licitação.
nistrativo. § 2º Em «carta contrato», «nota de empenho de despe-
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias sa», «autorização de compra», «ordem de execução de servi-
dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem ço» ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber,
prévia concordância do contratado. o disposto no art. 55 desta Lei.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas § 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para e demais normas gerais, no que couber:
que se mantenha o equilíbrio contratual. I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação
em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato adminis- conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de di-
trativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos reito privado;
que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de descons- II - aos contratos em que a Administração for parte
tituir os já produzidos. como usuária de serviço público.

101
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 4º É dispensável o «termo de contrato» e facultada a d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram
substituição prevista neste artigo, a critério da Administra- inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição
ção e independentemente de seu valor, nos casos de compra da administração para a justa remuneração da obra, ser-
com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos viço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equi-
quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência líbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese
técnica. de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior,
dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mica extraordinária e extracontratual.
mediante o pagamento dos emolumentos devidos. § 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas
condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fi-
Art. 64. A Administração convocará regularmente o in- zerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco
teressado para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso
o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições es- particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o
tabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei. § 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante I - (VETADO)
o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre
pela Administração. os contratantes.
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado § 3º Se no contrato não houverem sido contemplados
não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados
instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, mediante acordo entre as partes, respeitados os limites esta-
belecidos no § 1o deste artigo.
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classifi-
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços,
cação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições
se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no
propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos
local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administra-
preços atualizados de conformidade com o ato convocató-
ção pelos custos de aquisição regularmente comprovados e
rio, ou revogar a licitação independentemente da cominação
monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por
prevista no art. 81 desta Lei.
outros danos eventualmente decorrentes da supressão, des-
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega
de que regularmente comprovados.
das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alte-
licitantes liberados dos compromissos assumidos. rados ou extintos, bem como a superveniência de disposições
legais, quando ocorridas após a data da apresentação da
Seção III proposta, de comprovada repercussão nos preços contrata-
Da Alteração dos Contratos dos, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: aumente os encargos do contratado, a Administração deverá
I - unilateralmente pela Administração: restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-finan-
a) quando houver modificação do projeto ou das especi- ceiro inicial.
ficações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; § 7º (VETADO)
b) quando necessária a modificação do valor contratual § 8º A variação do valor contratual para fazer face ao
em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualiza-
seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei; ções, compensações ou penalizações financeiras decorren-
II - por acordo das partes: tes das condições de pagamento nele previstas, bem como
a) quando conveniente a substituição da garantia de o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o
execução; limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do
b) quando necessária a modificação do regime de exe- mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dis-
cução da obra ou serviço, bem como do modo de forneci- pensando a celebração de aditamento.
mento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários; Seção IV
c) quando necessária a modificação da forma de pa- Da Execução dos Contratos
gamento, por imposição de circunstâncias supervenientes,
mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas
pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas
sem a correspondente contraprestação de fornecimento de desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de
bens ou execução de obra ou serviço; sua inexecução total ou parcial.

102
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2o Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
e no inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, I - em se tratando de obras e serviços:
durante todo o período de execução do contrato, a reserva a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompa-
de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou nhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado,
para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunica-
de acessibilidade previstas na legislação. ção escrita do contratado;
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o b) definitivamente, por servidor ou comissão designada
cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e pela autoridade competente, mediante termo circunstancia-
nos ambientes de trabalho. do, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de obser-
vação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanha- termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
da e fiscalizada por um representante da Administração es- II - em se tratando de compras ou de locação de equi-
pecialmente designado, permitida a contratação de terceiros pamentos:
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação
essa atribuição. da conformidade do material com a especificação;
§ 1º O representante da Administração anotará em re- b) definitivamente, após a verificação da qualidade e
gistro próprio todas as ocorrências relacionadas com a exe- quantidade do material e consequente aceitação.
cução do contrato, determinando o que for necessário à re- § 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande
gularização das faltas ou defeitos observados. vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstancia-
§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a do e, nos demais, mediante recibo.
competência do representante deverão ser solicitadas a seus § 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a
superiores em tempo hábil para a adoção das medidas con- responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do
venientes. serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do con-
trato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito § 3º O prazo a que se refere a alínea «b» do inciso I deste
artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em ca-
pela Administração, no local da obra ou serviço, para repre-
sos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.
sentá-lo na execução do contrato.
§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verifi-
cação a que se refere este artigo não serem, respectivamente,
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, re-
lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-
mover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou
-ão como realizados, desde que comunicados à Administra-
em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios,
ção nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.
defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de mate-
riais empregados. Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório
nos seguintes casos:
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causa- I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
dos diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes II - serviços profissionais;
de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluin- III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, in-
do ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o ciso II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de
acompanhamento pelo órgão interessado. aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação
de funcionamento e produtividade.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos tra- Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento
balhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da será feito mediante recibo.
execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do
aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e
à Administração Pública a responsabilidade por seu paga- demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a
mento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir boa execução do objeto do contrato correm por conta do
a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive pe- contratado.
rante o Registro de Imóveis.
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte,
com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com
da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº o contrato.
8.212, de 24 de julho de 1991.
§ 3º (Vetado). Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem
prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja
subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previs-
limite admitido, em cada caso, pela Administração. tas em lei ou regulamento.

103
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato: XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art.
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especi- 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.
ficações, projetos ou prazos; Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, formalmente motivados nos autos do processo, assegurado
especificações, projetos e prazos; o contraditório e a ampla defesa.
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Adminis-
tração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados; I - determinada por ato unilateral e escrito da Adminis-
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou tração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do
fornecimento; artigo anterior;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimen- II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a ter-
to, sem justa causa e prévia comunicação à Administração; mo no processo da licitação, desde que haja conveniência
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a para a Administração;
associação do contratado com outrem, a cessão ou transfe- III - judicial, nos termos da legislação;
rência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorpo- IV - (Vetado).
ração, não admitidas no edital e no contrato; § 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser
VII - o desatendimento das determinações regulares da precedida de autorização escrita e fundamentada da autori-
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua dade competente.
execução, assim como as de seus superiores; § 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado,
anotadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei; será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprova-
IX - a decretação de falência ou a instauração de insol- dos que houver sofrido, tendo ainda direito a:
vência civil; I - devolução de garantia;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do con- II - pagamentos devidos pela execução do contrato até
tratado; a data da rescisão;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade III - pagamento do custo da desmobilização.
ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do § 3º (Vetado).
contrato; § 4º (Vetado).
XII - razões de interesse público, de alta relevância e am- § 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação
plo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima do contrato, o cronograma de execução será prorrogado au-
autoridade da esfera administrativa a que está subordinado tomaticamente por igual tempo.
o contratante e exaradas no processo administrativo a que
se refere o contrato; Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo an-
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, terior acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das
serviços ou compras, acarretando modificação do valor ini- sanções previstas nesta Lei:
cial do contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e
desta Lei; local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da II - ocupação e utilização do local, instalações, equipa-
Administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, mentos, material e pessoal empregados na execução do con-
salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da trato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V
ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões do art. 58 desta Lei;
que totalizem o mesmo prazo, independentemente do paga- III - execução da garantia contratual, para ressarcimento
mento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con- da Administração, e dos valores das multas e indenizações
tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e a ela devidos;
outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o
direito de optar pela suspensão do cumprimento das obriga- limite dos prejuízos causados à Administração.
ções assumidas até que seja normalizada a situação; § 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga- II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá
mentos devidos pela Administração decorrentes de obras, dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta
serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou ou indireta.
executados, salvo em caso de calamidade pública, grave per- § 2º É permitido à Administração, no caso de concordata
turbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contra- do contratado, manter o contrato, podendo assumir o con-
tado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de trole de determinadas atividades de serviços essenciais.
suas obrigações até que seja normalizada a situação; § 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado
área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou for- competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme
necimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de o caso.
materiais naturais especificadas no projeto; § 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo ante-
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, re- rior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida
gularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. prevista no inciso I deste artigo.

104
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Capítulo IV § 2º A multa, aplicada após regular processo administra-


DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL tivo, será descontada da garantia do respectivo contratado.
§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia
Seção I prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela
Disposições Gerais sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos even-
tualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for
Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assi- o caso, cobrada judicialmente.
nar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,
dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteri- Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a
za o descumprimento total da obrigação assumida, sujeitan- Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
do-o às penalidades legalmente estabelecidas. contratado as seguintes sanções:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica I - advertência;
aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta II - multa, na forma prevista no instrumento convocató-
Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições rio ou no contrato;
propostas pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao III - suspensão temporária de participação em licitação
prazo e preço. e impedimento de contratar com a Administração, por prazo
não superior a 2 (dois) anos;
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frus- com a Administração Pública enquanto perdurarem os mo-
trar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas tivos determinantes da punição ou até que seja promovida a
nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das res- reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a pena-
ponsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar. lidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir
a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que sim- prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
plesmente tentados, sujeitam os seus autores, quando servi- § 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garan-
dores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, tia prestada, além da perda desta, responderá o contratado
emprego, função ou mandato eletivo. pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos
eventualmente devidos pela Administração ou cobrada ju-
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta dicialmente.
Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem § 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo
remuneração, cargo, função ou emprego público. poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, faculta-
§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta da a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no
Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade pa- prazo de 5 (cinco) dias úteis.
raestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas § 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de
públicas e sociedades de economia mista, as demais entida- competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário
des sob controle, direto ou indireto, do Poder Público. Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa
§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quan- do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez)
do os autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requeri-
de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)
da Administração direta, autarquia, empresa pública, socie-
dade de economia mista, fundação pública, ou outra entida- Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo
de controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público. anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos
profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem,
às licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quais-
Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, em- quer tributos;
presas públicas, sociedades de economia mista, fundações II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os
públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle di- objetivos da licitação;
reto ou indireto. III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar
com a Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
Seção II
Das Sanções Administrativas Seção III
Dos Crimes e das Penas
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato
sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóte-
no instrumento convocatório ou no contrato. ses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Administração rescinda unilateralmente o contrato e aplique Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
as outras sanções previstas nesta Lei. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que,

105
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

tendo comprovadamente concorrido para a consumação da Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com
ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ile- empresa ou profissional declarado inidôneo:
gal, para celebrar contrato com o Poder Público. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, de-
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combina- clarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Ad-
ção ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do ministração.
procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou
para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a
da licitação: inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancela-
mento de registro do inscrito:
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
privado perante a Administração, dando causa à instaura-
ção de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalida- Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98
ção vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada na sen-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. tença e calculada em índices percentuais, cuja base corres-
ponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou po-
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer tencialmente auferível pelo agente.
modificação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, § 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão
em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5%
celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado
ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumen- com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
tos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da § 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, con-
ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o dispos- forme o caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Mu-
to no art. 121 desta Lei:
nicipal.
Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado
Seção IV
que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação
Do Processo e do Procedimento Judicial
da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, in-
justamente, das modificações ou prorrogações contratuais.
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pe-
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de nal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público
qualquer ato de procedimento licitatório: promovê-la.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efei-
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em tos desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo -lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem
de devassá-lo: como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal,
mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo
Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de apresentante e por duas testemunhas.
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vanta-
gem de qualquer tipo: Art. 102. Quando em autos ou documentos de que co-
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, nhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou
além da pena correspondente à violência. Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abs- do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes ve-
tém ou desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida. rificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remete-
rão ao Ministério Público as cópias e os documentos neces-
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licita- sários ao oferecimento da denúncia.
ção instaurada para aquisição ou venda de bens ou merca-
dorias, ou contrato dela decorrente: Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária
I - elevando arbitrariamente os preços; da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplican-
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria do-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código
falsificada ou deteriorada; de Processo Penal.
III - entregando uma mercadoria por outra;
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o
mercadoria fornecida; prazo de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, con-
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais tado da data do seu interrogatório, podendo juntar documen-
onerosa a proposta ou a execução do contrato: tos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.

106
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo
defesa e praticadas as diligências instrutórias deferidas ou de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso,
ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 sob pena de responsabilidade.
(cinco) dias a cada parte para alegações finais. § 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido
de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos processo estejam com vista franqueada ao interessado.
dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias § 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modali-
para proferir a sentença. dade de «carta convite» os prazos estabelecidos nos incisos
I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no
prazo de 5 (cinco) dias. Capítulo VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações
penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta
execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiaria-
Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimen-
mente, o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
to, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando
Capítulo V for explicitamente disposto em contrário.
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos re-
feridos neste artigo em dia de expediente no órgão ou na
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da entidade.
aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar,
intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de: premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado
a) habilitação ou inabilitação do licitante; desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele re-
b) julgamento das propostas; lativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com o
c) anulação ou revogação da licitação; previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro ca- elaboração.
dastral, sua alteração ou cancelamento; Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a
79 desta Lei; cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os da-
f) aplicação das penas de advertência, suspensão tem- dos, documentos e elementos de informação pertinentes à
porária ou de multa; tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em su-
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da porte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.
intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação
ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico; Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, pe-
de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o rante a entidade interessada, responder pela sua boa execu-
caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 ção, fiscalização e pagamento.
(dez) dias úteis da intimação do ato. § 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da
§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas qual, nos termos do edital, decorram contratos administra-
«a», «b», «c» e «e», deste artigo, excluídos os relativos a ad-
tivos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Fede-
vertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante
ração consorciados.
publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos
§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanha-
nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes
mento da licitação e da execução do contrato.
no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita
por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2º O recurso previsto nas alíneas «a» e «b» do inciso Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos con-
I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade tratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito
competente, motivadamente e presentes razões de interes- pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação
se público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva pertinente, ficando os órgãos interessados da Administração
aos demais recursos. responsáveis pela demonstração da legalidade e regularida-
§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais de da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem
licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) prejuízo do sistema de controle interno nela previsto.
dias úteis. § 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou
§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos ór-
intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá gãos integrantes do sistema de controle interno contra irre-
reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, gularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto
nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, neste artigo.

107
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do nas contratações e demais atos praticados na execução do
sistema de controle interno poderão solicitar para exame, convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a
até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimen- outras cláusulas conveniais básicas;
to das propostas, cópia de edital de licitação já publicado, III - quando o executor deixar de adotar as medidas sa-
obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração inte- neadoras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos
ressada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.
função desse exame, lhes forem determinadas. § 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, se-
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a rão obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupan-
pré-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser pro- ça de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso
cedida sempre que o objeto da licitação recomende análise for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação
mais detida da qualificação técnica dos interessados. financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto
§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização
feita mediante proposta da autoridade competente, aprova- dos mesmos verificar-se em prazos menores que um mês.
da pela imediatamente superior. § 5º As receitas financeiras auferidas na forma do pará-
§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências grafo anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito
desta Lei relativas à concorrência, à convocação dos interes- do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua
sados, ao procedimento e à análise da documentação. finalidade, devendo constar de demonstrativo específico que
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir integrará as prestações de contas do ajuste.
normas relativas aos procedimentos operacionais a serem § 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou ex-
observados na execução das licitações, no âmbito de sua tinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros
competência, observadas as disposições desta Lei. remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obti-
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, das das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à
após aprovação da autoridade competente, deverão ser pu- entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo impror-
blicadas na imprensa oficial. rogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que cou-
instauração de tomada de contas especial do responsável,
ber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos con-
providenciada pela autoridade competente do órgão ou en-
gêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.
tidade titular dos recursos.
§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações reali-
órgãos ou entidades da Administração Pública depende de
zados pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do
prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto
pela organização interessada, o qual deverá conter, no míni- Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que
mo, as seguintes informações: couber, nas três esferas administrativas.
I - identificação do objeto a ser executado; Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
II - metas a serem atingidas; e as entidades da administração indireta deverão adap-
III - etapas ou fases de execução; tar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto
IV - plano de aplicação dos recursos financeiros; nesta Lei.
V - cronograma de desembolso; Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas
VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem e fundações públicas e demais entidades controladas direta
assim da conclusão das etapas ou fases programadas; ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no
VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de enge- artigo anterior editarão regulamentos próprios devidamente
nharia, comprovação de que os recursos próprios para com- publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.
plementar a execução do objeto estão devidamente assegu- Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este
rados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados
a entidade ou órgão descentralizador. pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados
§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repas- os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser
sador dará ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à publicados na imprensa oficial.
Câmara Municipal respectiva. Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser
§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que
conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto os fará publicar no Diário Oficial da União, observando
nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o como limite superior a variação geral dos preços do mer-
saneamento das impropriedades ocorrentes: cado, no período.
I - quando não tiver havido comprovação da boa e re- Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações
gular aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma instauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua
da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos
fiscalização local, realizados periodicamente pela entidade ou 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim
órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competen- o disposto no “caput” do art. 5o, com relação ao pagamen-
te do sistema de controle interno da Administração Pública; to das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser
II - quando verificado desvio de finalidade na aplica- observada, no prazo de noventa dias contados da vigência
ção dos recursos, atrasos não justificados no cumprimento desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos
das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de
aos princípios fundamentais de Administração Pública 21 de junho de 1993.

108
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do pa- Art. 2º (VETADO)


trimônio da União continuam a reger-se pelas disposições § 1º  Poderá ser realizado o pregão por meio da utiliza-
do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas ção de recursos de tecnologia da informação, nos termos de
alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou regulamentação específica.
externo celebrados pela União ou a concessão de garantia § 2º  Será facultado, nos termos de regulamentos pró-
do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação per- prios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a
tinente, aplicando-se esta Lei, no que couber. participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se- operacional aos órgãos e entidades promotores da modali-
-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no
dade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da
Código Brasileiro de Aeronáutica.
informação.
Art. 123. Em suas licitações e contratações administra-
§ 3º  As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar
tivas, as repartições sediadas no exterior observarão as pe-
culiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucra-
de regulamentação específica. tivos e com a participação plural de corretoras que operem
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para sistemas eletrônicos unificados de pregões.
permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos
desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre Art. 3º  A fase preparatória do pregão observará o se-
o assunto. guinte:
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a I - a autoridade competente justificará a necessidade de
IV do § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de
concessão de serviços com execução prévia de obras em que habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as san-
não foram previstos desembolso por parte da Administração ções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusi-
Pública concedente. ve com fixação dos prazos para fornecimento;
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi- II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e
cação. clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevan-
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, espe- tes ou desnecessárias, limitem a competição;
cialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de III - dos autos do procedimento constarão a justificativa
1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setem- das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispen-
bro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o
sáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados,
art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.
bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e
105o da República. promotora da     licitação, dos bens ou serviços a serem li-
citados; e
IV - a autoridade competente designará, dentre os
servidores do órgão ou entidade promotora da licitação,
LEI FEDERAL Nº 10.520/2002 – INSTITUI A MO- o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição
DALIDADE DE LICITAÇÃO DENOMINADA PRE- inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances,
GÃO, PARA AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem
COMUNS como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame
ao licitante vencedor.
§ 1º  A equipe de apoio deverá ser integrada em sua
maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou em-
Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 prego da administração, preferencialmente pertencentes
ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora
Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e do evento.
Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição § 2º  No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser de-
aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências.
sempenhadas por militares.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 4º  A fase externa do pregão será iniciada com a
Art. 1º  Para aquisição de bens e serviços comuns, po- convocação dos interessados e observará as seguintes regras:
derá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que I - a convocação dos interessados será efetuada por meio
será regida por esta Lei. de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente
Parágrafo único.  Consideram-se bens e serviços co- federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e
muns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos pa- facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto
drões de desempenho e qualidade possam ser objetivamen- da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do
te definidos pelo edital, por meio de especificações usuais regulamento de que trata o art. 2º;
no mercado.

109
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os do-
a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida cumentos de habilitação que já constem do Sistema de Ca-
ou obtida a íntegra do edital; dastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas
III - do edital constarão todos os elementos definidos na semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Mu-
forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o nicípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso
procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso; aos dados nele constantes;
IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão coloca- XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no
das à disposição de qualquer pessoa para consulta e divul- edital, o licitante será declarado vencedor;
gadas na forma da Lei nº 9.755, de 16 de dezembro de 1998; XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante de-
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, satender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará
contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a as ofertas subsequentes e a qualificação dos licitantes, na
8 (oito) dias úteis; ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apura-
VI - no dia, hora e local designados, será realizada ses- ção de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante
são pública para recebimento das propostas, devendo o inte- declarado vencedor;
ressado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pre-
comprovar a existência dos necessários poderes para formu- goeiro poderá negociar diretamente com o proponente para
lação de propostas e para a prática de todos os demais atos que seja obtido preço melhor;
inerentes ao certame; XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus represen- manifestar imediata e motivadamente a intenção de recor-
tantes, apresentarão declaração dando ciência de que cum- rer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para
prem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão apresentação das razões do recurso, ficando os demais lici-
os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço tantes desde logo intimados para apresentar contra-razões
oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à ve- em igual número de dias, que começarão a correr do tér-
rificação da conformidade das propostas com os requisitos mino do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista
imediata dos autos;
estabelecidos no instrumento convocatório;
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação
VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais
apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;
baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento)
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do li-
superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e su-
citante importará a decadência do direito de recurso e a ad-
cessivos, até a proclamação do vencedor;
judicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;
IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas con-
XXI - decididos os recursos, a autoridade competen-
dições definidas no inciso anterior, poderão os autores das
te fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante
melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos
vencedor;
lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços
XXII - homologada a licitação pela autoridade compe-
oferecidos;
tente, o adjudicatário será convocado para assinar o contra-
X - para julgamento e classificação das propostas, será
to no prazo definido em edital; e
adotado o critério de menor preço, observados os prazos má- XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do pra-
ximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâme- zo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato,
tros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital; aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.
XI - examinada a proposta classificada em primeiro lu-
gar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir Art. 5º  É vedada a exigência de:
motivadamente a respeito da sua aceitabilidade; I - garantia de proposta;
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofer- II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição
tas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo para participação no certame; e
os documentos de habilitação do licitante que apresentou a III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os refe-
melhor proposta, para verificação do atendimento das con- rentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao
dições fixadas no edital; custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.
licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacio-
nal, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Art. 6º  O prazo de validade das propostas será de 60
Serviço - FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quan- (sessenta) dias, se outro não estiver fixado no edital.
do for o caso, com a comprovação de que atende às exigên-
cias do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações Art. 7º  Quem, convocado dentro do prazo de valida-
técnica e econômico-financeira; de da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de en-
tregar ou apresentar documentação falsa exigida para o

110
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, Art. 13.  Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do cação.
contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude
fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a União, Es- Brasília, 17 de  julho  de 2002; 181º da Independência e
tados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado 114º da República.
no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores
a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo
de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em QUESTÕES
edital e no contrato e das demais cominações legais.
00. (TRT - 5ª REGIÃO (BA) - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
Art. 8º  Os atos essenciais do pregão, inclusive os decor- ÁREA ADMINISTRATIVA - FCC/2013) No que pertine à na-
rentes de meios eletrônicos, serão documentados no proces- tureza dos entes que integram a Administração pública e o
regime jurídico a eles aplicável, é correto afirmar que:
so respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos
a) As autarquias compõem a Administração pública di-
agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no
reta, porque se constituem em pessoas jurídicas de direito
art. 2º.
público sujeitas aos princípios informadores da Administra-
ção pública.
Art. 9º  Aplicam-se subsidiariamente, para a modalida- b) As sociedades de economia mista não integram a Ad-
de de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de ministração pública descentralizada, porque se constituem
1993. em pessoas jurídicas de direito privado, enquanto às empre-
sas públicas se aplicam as normas que compõem o regime
Art. 10.  Ficam convalidados os atos praticados com base jurídico de direito público.
na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001. c) As empresas públicas e as sociedades de economia
mista integram a Administração pública indireta e se sujei-
Art. 11.  As compras e contratações de bens e serviços tam ao regime típico das empresas privadas; as autarquias e
comuns, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Fe- fundações compõem a Administração pública direta.
deral e dos Municípios, quando efetuadas pelo sistema de d) As autarquias, empresas públicas e sociedades de eco-
registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 nomia mista integram a Administração pública indireta ou
de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, descentralizada, porque referidas pessoas jurídicas têm per-
conforme regulamento específico. sonalidade de direito privado, sendo instituídos pelas formas
previstas na legislação civil.
Art. 12.  A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, e) As autarquias, empresas públicas e sociedades de eco-
passa a vigorar acrescida do seguinte artigo: nomia mista integram a Administração pública indireta ou
descentralizada do Estado, sujeitas a princípios informadores
“Art. 2-A.  A União, os Estados, o Distrito Federal e os da Administração, tal como o que exige a realização de con-
Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de pre- curso público para a investidura de servidores em cargo ou
ços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da emprego público.
área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por meio
eletrônico, observando-se o seguinte: 01. (TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - JUIZ SUBSTITUTO -
I - são considerados bens e serviços comuns da área da FCC/2013) O exercício do poder de polícia administrativo,
saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que no âmbito da Administração Pública Federal,
a) no que tange à aplicação de punições, está sujeito
integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de de-
a prazo prescricional de 5 anos, exceto se a conduta a ser
sempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos
sancionada constituir crime, aplicando-se nesse caso a pres-
no edital, por meio de especificações usuais do mercado.
crição da legislação penal.
II - quando o quantitativo total estimado para a contra-
b) independe de previsão legal, haja vista a existência
tação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitan- do poder regulamentar autônomo da Administração nesta
te vencedor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes matéria.
quantos forem necessários para o atingimento da totalidade c) pode ser delegado a entidade privada sem fins lucra-
do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde tivos instituída por particulares, desde que seja celebrado
que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço instrumento convenial, após prévia autorização legislativa.
da proposta vencedora. d) é atributo exclusivo de órgãos do Poder Executivo.
III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no e) é sempre dotado dos atributos de imperatividade, dis-
inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros cricionariedade e autoexecutoriedade.
preços diferentes da proposta vencedora, desde que se trate
de objetos de qualidade ou desempenho superior, devida- 02. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA
mente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofer- ADMINISTRATIVA - FCC/2013) Caracteriza-se o poder de
tas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.” polícia administrativa, de forma não exaustiva, pela prá-
tica de atos.

111
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

a) concretos e específicos, que envolvem fiscalização e d) Ato Administrativo Complexo.


repressão, tal como a apreensão de mercadorias farmacêuti- e) Poder Hierárquico.
cas armazenadas irregularmente.
b) impositivos de obrigações de não fazer, jamais im- 07. (SEPLAG-MG – DIREITO - IBFC/2013) Com relação
pondo obrigações positivas. aos Poderes da Administração Pública, analise as assertivas
c) preventivos, no sentido de conformar a conduta dos abaixo.
administrados à lei, ficando os atos repressivos na esfera da I. Poder Hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar,
polícia judiciária. controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito
d) normativos gerais inovados, cuja finalidade é sem- interno da Administração Pública.
pre estabelecer as condutas esperadas dos administrados e II. Poder Disciplinar é aquele de que dispõe a Adminis-
aquelas passíveis de reprimenda. tração Pública para controlar o desempenho das funções e
e) repressivos, mediante provocação de administrados das condutas internas de seus servidores, responsabilizando-
diante de danos verificados, não havendo espaço para a prá- -os pelas infrações que cometer.
III. Poder Regulamentar é a faculdade que permite ao
tica de atos de fiscalização preventiva.
Chefe do Executivo de aclarar a lei para sua correta execução.
IV. Poder de Polícia é a faculdade de que dispõe a Admi-
03. (TRT - 15ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA nistração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo
ADMINISTRATIVA - FCC/2013) A possibilidade de autorida- de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da
de superior de órgão da Administração direta revogar ou coletividade ou do próprio Estado.
anular atos praticados por seus subordinados, nos termos da Está correto o que se afirma em:
lei, é exteriorização do poder. a) I, II, III e IV
a) de Tutela. b) I, II e IV, apenas
b) Hierárquico. c) II e III, apenas.
c) Disciplinar. d) I, III e IV, apenas
d) Regulamentar.
e) Normativo. 08. (MPE-SP - ANALISTA DE PROMOTORIA II -
IBFC/2013) O desvio de finalidade caracteriza-se por inter-
04. (RIOPREVIDÊNCIA - ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA médio das seguintes condutas, EXCETO:
SOCIAL - CIÊNCIAS CONTÁBÉIS - CEPERJ/2013) O Governo a) Irracionalidade do procedimento, acompanhada da
do Estado, apoiando o programa de criação das Unidades de edição do ato.
Polícia Pacificadora, realiza várias outras intervenções. Em b) Motivação contraditória.
relação aos pequenos comerciantes locais, atua na sua re- c) Incerteza em relação aos destinatários.
gularização para efeito de futuro recolhimento de impostos, d) Camuflagem dos atos.
bem como da regularidade dos alimentos comercializados. e) Inadequação entre os motivos e os efeitos.
Nesse caso, os agentes estaduais atuam em decorrência do
seguinte tipo de poder: 09. (ANS - ATIVIDADE TÉC. DE SUPORTE – DIREITO -
a) político FUNCAB/2013) Um superior hierárquico aplica uma pena
b) executivo de suspensão ao servidor público que cometeu uma infração.
c) alimentar Isso é a expressão do poder:
d) de polícia a) vinculado
b) de polícia.
e) interventivo
c) discricionário.
d) regulamentar.
05. (PC-RJ - OFICIAL DE CARTÓRIO - IBFC/2013) Con-
e) disciplinar.
forme tradicional classificação doutrinária, consideram-se
atributos do poder de polícia: 10. (ANS - ATIVIDADE TÉC. DE SUPORTE – DIREITO -
a) Legalidade, moralidade e impessoalidade. FUNCAB/2013) No que tange ao poder de polícia, assinale a
b) Presunção da legitimidade, autoexecutoriedade e im- alternativa correta.
peratividade. a) O poder de polícia é exercido com exclusividade pe-
c) Discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade. los órgãos de segurança pública elencados na Constituição
d) Necessidade, proporcionalidade e adequação. Federal.
e) Presunção de legitimidade, discricionariedade e im- b) O consentimento de polícia é uma das fases do poder
peratividade. de polícia.
c) O fechamento de estabelecimentos pelo Poder Público
06. (AL-MT – PROCURADOR - FGV/2013) Decreto expe- não é manifestação do poder de polícia, ao contrário da fisca-
dido pelo Chefe do Poder Executivo, regulamentando e es- lização que é eminentemente uma manifestação desse poder.
tabelecendo limites à emissão de ruídos por casas noturnas, d) Atualmente, a delegação do poder de polícia pode ser
consubstancia manifestação de livremente realizada, ao contrário do que dispunha a dou-
a) Poder Disciplinar. trina clássica.
b) Poder de Polícia. e) A medida de salvaguarda contra o poder de polícia é
c) Autotutela. o habeas libertatis

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

RESPOSTAS 04. Resposta: “D”. Para Hely Lopes Meirelles, “poder de


00. Resposta: “E”. A descentralização por serviços, fun- polícia é a faculdade de que dispõe a Administração
cional ou técnica é a que se verifica quando o poder público Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens,
(União, Estados, Distrito Federal ou Município) por meio de atividades e direitos individuais, em benefício da coletivida-
uma lei cria uma pessoa jurídica de direito público – autar- de ou do próprio Estado”.
quia e a ela atribui a titularidade (não a plena, mas a decor-
rente de lei) e a execução de serviço público descentralizado. 05. Resposta: “C”. Segundo os entendimentos de Maria
Letra “A”: incorreta. As autarquias compõe a Administra- Sylvia Zanela di Pietro e Hely Lopes Meirelles, os atributos do
ção Pública indireta. poder de polícia são: discricionariedade, autoexecutoriedade
Letra “B”: incorreta. As sociedades de economia mista e coercibilidade.
integram a Administração Pública indireta. As empresas pú-
blicas estão sujeitas a regime jurídico de direito privado. 06. Resposta: “B”. Poder de polícia para Celso Antônio
Letra “C”: incorreta. As autarquias e fundações com- Bandeira de Mello é: “a atividade da Administração Pública,
põem a Administração pública indireta. expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar,
Letra “D”: incorreta. As autarquias tem personalidade com fundamento em sua supremacia geral e na forma da
jurídica de direito público. lei, a liberdade e propriedade dos indivíduos, mediante ação
ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo
01. Resposta: “A”. De acordo com o art. 1º da Lei nº coercitivamente aos particulares um dever de abstenção a
9873/99: “Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Ad- fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses so-
ministração Pública Federal, direta e indireta, no exercício ciais consagrados no sistema normativo”.
do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação
em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso 07. Resposta: “A”. A título de complementação Marcelo
de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver Alexandrino e Vicente Paulo trazem alguns conceitos im-
cessado. §2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Ad- portantes: a) defendem que a hierarquia caracteriza-se pela
existência de graus de subordinação entre os diversos órgãos
ministração também constituir crime, a prescrição reger-se-
e agentes do Executivo. Sendo o Poder Hierárquico que per-
-á pelo prazo previsto na lei penal”.
mite à Administração estabelecer tais relações, distribuindo
as funções de seus órgãos e agentes conforme o escalona-
02. Resposta: “A”. Celso Antônio Bandeira de Mello aduz
mento hierárquico; b) entendem que o Poder Disciplinar está
que: “a atividade da Administração Pública, expressa em
intimamente relacionado com o Poder Hierárquico e tradu-
atos normativos ou concretos, de condicionar, com funda-
z-se no poder-dever que possui a Administração de punir
mento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liber-
internamente as infrações funcionais de seus servidores e
dade e propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fis-
demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços
calizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coerci- da Administração; c) defendem que ao Poder Executivo é
tivamente aos particulares um dever de abstenção a fim conferida a prerrogativa de editar atos normativos gerais e
de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais abstratos; d) entendem que a Administração exerce o Poder
consagrados no sistema normativo”. de Polícia sobre todas as atividade que possam, direta ou in-
Alternativa “B”: incorreta. O poder de polícia não im- diretamente, afetar os interesses da coletividade. O Poder de
põe apenas obrigações de não fazer mas também obriga- Polícia é exercido por todas as esferas da Federação, sendo,
ções de fazer, como se verifica no art. 78 do Código Tribu- em princípio, da competência da pessoa política que recebeu
tário Nacional. da Constituição a atribuição de regular aquela matéria, cujo
Alternativa “C” e “E”: incorretos. Como já mencionado o adequado exercício deve ser pela mesma pessoa fiscalizado.
poder de polícia instrumentaliza-se ora por ação fiscalizado-
ra, ora preventiva, ora repressiva. 08. Resposta: “C”. O desvio de finalidade ou de poder
Alternativa “D”: Segundo Alexandre Mazza: “normal- é a modalidade de abuso em que o agente busca alcançar
mente o poder de polícia estabelece deveres negati- fim diverso daquele que a lei lhe permitiu, isto é, o interesse
vos aos particulares, estabelecendo obrigações de não público.
fazer. Em casos raros, pode gerar deveres positivos, por
exemplo, na obrigação de atendimento da função social 09. Resposta: “E”. Segundo Alexandre Mazza, “o poder
da propriedade”. disciplinar consiste na possibilidade de a Administração apli-
car punições aos agentes públicos que cometam infrações
03. Resposta: “B”. José dos Santos Carvalho Filho explica: funcionais. Assim, trata-se de poder interno, não permanente
“Decorre também da hierarquia o poder de revisão dos atos e discricionário. Interno porque somente pode ser exercido
praticados por agentes de nível hierárquico mais baixo. sobre agentes público, nunca em relação a particulares,
Se o ato contiver vício de legalidade, ou não se coadu- exceto quando estes forem contratados da Administração.
nar com a orientação administrativa, pode o agente superior É não permanente à medida que é aplicável apenas se
revê-lo para ajustamento a essa orientação ou para restau- e quando o servidor cometer falta funcional”. Como se
rar a legalidade”. trata de punição de servidor que cometeu falta infracional
não resta dúvida de que se trata de poder disciplinar.

113
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

10. Resposta: “B”. O exercício do poder de polícia sempre


deve obedecer à seguinte sequência de atos: norma de polí- ANOTAÇÕES
cia (legislação); permissão (consentimento) de polícia; fisca-
lização; sanção de polícia.
Letra “A”: incorreta. O poder de polícia é exercido pela Ad- ___________________________________________________
ministração Pública, e não com exclusividade pelos órgãos de
segurança pública elencados na Constituição Federal. ___________________________________________________
Letra “C”: incorreta. O fechamento de estabelecimento
é, sim manifestação do poder de polícia. Vale lembrar que ___________________________________________________
um dos atributos do poder de polícia é a autoexecutoriedade. ___________________________________________________
Letra “D”: incorreta. A delegação do poder de polícia não
é livremente realizada, pois apenas alguns atos materiais de ___________________________________________________
polícia podem ser delegados.
Letra “E”: o poder de polícia não oferece perigo ao sta- ___________________________________________________
tus libertatis do indivíduo, já que não cerceia a liberdade ou
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direito de ir e vir do cidadão. Não existe mais prisão admi-
nistrativa. A medida cabível contra ato do poder público, que ___________________________________________________
porventura, viesse a ameaçar o status libertatis é o Habeas
corpus, um remédio constitucional. (José dos Carvalho Filho) ___________________________________________________

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Orçamento público: Conceito. ............................................................................................................................................................................ 01


Princípios orçamentários. ..................................................................................................................................................................................... 01
Ciclo orçamentário. ................................................................................................................................................................................................. 01
Orçamento público no Brasil. ............................................................................................................................................................................. 01
Legislação: Lei nº 4.320/1964.............................................................................................................................................................................. 12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Nos anos oitenta e noventa, em movimento pendular,


ORÇAMENTO PÚBLICO: CONCEITO. o princípio do equilíbrio orçamentário foi revigorado e
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS. CICLO dada nova roupagem em face dos crescentes déficits es-
ORÇAMENTÁRIO. ORÇAMENTO PÚBLICO NO truturais advindos da dificuldade do Estado em financiar
BRASIL. os extensos programas de segurança social e de alavanca-
gem do desenvolvimento econômico.
Nossas Constituições, desde a Imperial até a atual,
sempre deram tratamento privilegiado à matéria orça-
Resultado da experiência histórica da gestão dos recur- mentária.
sos públicos, os princípios orçamentários foram sendo de- De maneira crescente, foram sendo incorporados no-
senvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, permitindo vos princípios orçamentários às várias cartas constitucio-
às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia. nais reguladoras do Estado brasileiro.
Assim, os princípios, sendo enunciados em sua totalida- Instaura-se a ordem constitucional soberana em nos-
de de maneira genérica que quase sempre se expressam em so Império, e a Carta de 1824, em seus arts.171 e 172,
linguagem constitucional ou legal, estão entre os valores e as institui as primeiras normas sobre o orçamento público
normas na escala da concretização do direito e com eles não no Brasil .
se confundem. Estatui-se a reserva de lei - a aprovação da peça orça-
Os princípios representam o primeiro estágio de concre- mentária deve observar regular processo legislativo - e a
tização dos valores jurídicos a que se vinculam. A justiça e a reserva de parlamento - a competência para a aprovação
segurança jurídica começam a adquirir concretitude norma- é privativa do Poder Legislativo, sujeita à sanção do Poder
tiva e ganham expressão escrita. Executivo - para a aprovação do orçamento.
Mas os princípios ainda comportam grau elevado de Insere-se O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE, ou tem-
abstração e indeterminação. poralidade- significa que a autorização legislativa do
Os princípios financeiros são dotados de eficácia, isto é, gasto deve ser renovada a cada exercício financeiro - o
produzem efeitos e vinculam a eficácia principiológica, con- orçamento era para viger por um ano e sua elaboração
ducente à normativa plena, e não a eficácia própria da regra competência do Ministro da Fazenda, cabendo à Assem-
concreta, atributiva de direitos e obrigações. bleia-Geral - Câmara dos Deputados e Senado - sua dis-
Assim, os princípios não se colocam, pois, além ou aci- cussão e aprovação.
ma do Direito (ou do próprio Direito positivo); também eles Pari passu com a inserção da anualidade, fixa-se o
- numa visão ampla, superadora de concepções positivistas, PRINCÍPIO DA LEGALIDADE DA DESPESA - advindo
literalista e absolutizantes das fontes legais - fazem parte do do princípio geral da submissão da Administração à lei, a
complexo ordenamental. despesa pública deve ter prévia autorização legal. Entre-
Não se contrapõem às normas, contrapõem-se tão-so- tanto, no período de 1822 a 1829, o Brasil somente teve
mente aos preceitos; as normas jurídicas é que se dividem em orçamentos para a Corte e a Província do Rio de Janeiro,
normas-princípios e normas-disposições. não sendo observado o PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDA-
Resultado da experiência histórica da gestão dos recur- DE - o orçamento deve conter todas as receitas e des-
sos públicos, os princípios orçamentários foram sendo de- pesas da entidade, de qualquer natureza, procedência ou
senvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência, permitindo destino, inclusive a dos fundos, dos empréstimos e dos
às normas orçamentárias adquirirem crescente eficácia, ou subsídios.
seja, que produzissem o efeito desejado, tivessem efetivida- O primeiro orçamento geral do Império somente seria
de social, e fossem realmente observadas pelos receptores aprovado oito anos após a Independência, pelo Decreto
da norma, em especial o agente público. Legislativo de 15.12.1830, referente ao exercício 1831-32.
Como princípios informadores do direito - e são na ver- Este orçamento continha normas relativas à elabora-
dade as ideias centrais do sistema dando-lhe sentido lógico ção dos orçamentos futuros, aos balanços, à instituição
- foram sendo, gradativa e cumulativamente, incorporados de comissões parlamentares para o exame de qualquer
ao sistema normativo. repartição pública e à obrigatoriedade de os ministros de
Os princípios orçamentários, portanto, projetam efeitos Estado apresentarem relatórios impressos sobre o estado
sobre a criação - subsidiando o processo legislativo -, a inte- dos negócios a cargo das respectivas pastas e a utilização
gração - possibilitando a colmatagem das lacunas existentes das verbas sob sua responsabilidade.
no ordenamento - e a interpretação do direito orçamentário, A reforma na Constituição imperial de 1824, emenda-
auxiliando no exercício da função jurisdicional ao permitir a da pela Lei de 12.08.1834, regulou o funcionamento das
aplicação da norma a situação não regulada especificamente. assembleias legislativas provinciais definindo-lhes a com-
Alguns desses princípios foram adotados em certo mo- petência na fixação das receitas e despesas municipais e
mento por condizerem com as necessidades da época e pos- provinciais, bem como regrando a repartição entre os mu-
teriormente abandonados, ou pelo menos transformados, nicípios e a sua fiscalização.
relativizados, ou mesmo mitigados, e o que ocorreu com o A Constituição republicana de 1891 introduziu pro-
princípio do equilíbrio orçamentário, tão precioso ao estado fundas alterações no processo orçamentário. A elabo-
liberal do século XIX, e que foi em parte relativizado com ração do orçamento passou à competência privativa do
o advento do estado do bem estar social no período pós Congresso Nacional.
guerra.

1
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Embora a Câmara dos Deputados tenha assumido a Além disso, a Constituição de 1934, como já mencio-
responsabilidade pela elaboração do orçamento, a inicia- nado anteriormente, estabelecia que a despesa deveria ser
tiva sempre partiu do gabinete do ministro da Fazenda que, discriminada, obedecendo, pelo menos a parte variável, a
mediante entendimentos reservados e extraoficiais, orienta- rigorosa especialização.
va a comissão parlamentar de finanças na confecção da lei Trata-se do PRINCÍPIO DA ESPECIFICAÇÃO, ou es-
orçamentária. pecialidade, ou ainda, da discriminação da despesa, que se
A experiência orçamentária da República Velha revelou- confunde com a própria questão da legalidade da despesa
-se inadequada. Os parlamentos, em toda parte, são mais pública e é a razão de ser da lei orçamentária, prescrevendo
sensíveis à criação de despesas do que ao controle do déficit. que a autorização legislativa se refira a despesas específicas
A reforma Constitucional de 1926 tratou de eliminar as e não a dotações globais.
distorções observadas no orçamento da República. Buscou- O princípio da especialidade abrange tanto o aspecto
-se, para tanto, promover duas alterações significativas: a qualitativo dos créditos orçamentários quanto o quantitati-
proibição da concessão de créditos ilimitados e a introdu- vo, vedando a concessão de créditos ilimitados.
ção do princípio constitucional da exclusividade, ao inserir- Tal princípio só veio a ser expresso na Constituição de
-se preceito prevendo: “Art. 34. § 1º As leis de orçamento 1934, encerrando a explicitação da finalidade e da natureza
não podem conter disposições estranhas à previsão da da despesa e dando efetividade à indicação do limite preciso
receita e à despesa fixada para os serviços anteriormen- do gasto, ou seja, a dotação.
te criados. Não se incluem nessa proibição: a) a auto- Norma no sentido da limitação dos créditos orçamentá-
rização para abertura de créditos suplementares e para rios permaneceu em todas as constituições subseqüentes à
operações de crédito como antecipação da receita; b) a reforma de 1926, com a exceção da Super lei de 1937.
determinação do destino a dar ao saldo do exercício ou O princípio da especificação tem profunda significância
do modo de cobrir o deficit.” para a eficácia da lei orçamentária, determinando a fixação
O PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE, ou da pureza orça- do montante dos gastos, proibindo a concessão de créditos
mentária, limita o conteúdo da lei orçamentária, impedindo ilimitados, que na Constituição de 1988, como nas demais
que nela se pretendam incluir normas pertencentes a outros anteriores, encontra-se expresso no texto constitucional, art.
campos jurídicos, como forma de se tirar proveito de um 167, VII (art. 62, § 1º, “b”, na de 1969 e art. 75 na de 1946).
processo legislativo mais rápido, as denominadas “caudas Pode ser também de caráter qualitativo, vedando a
orçamentárias”, tackings dos ingleses, os riders dos norte- transposição, remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um ór-
-americanos, ou os Bepackungen dos alemães, ou ainda os
gão para outro, como hoje dispõe o art. 167, VI (art. 62, §1º,
cavaliers budgetaires dos franceses. Prática essa denomina-
“a”, na de 1969 e art. 75 na de 1946).
da por Epitácio Pessoa em 1922 de “verdadeira calamidade
Ou, finalmente pode o princípio referir-se ao aspec-
nacional”. No dizer de Ruy Barbosa, eram os “orçamentos ra-
to temporal, limitando a vigência dos créditos especiais e
bilongos”, que introduziram o registro de hipotecas no Brasil
extraordinários ao exercício financeiro em que forem auto-
e até a alteração no processo de desquite propiciaram. Essa
rizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos
foi a primeira inserção deste princípio em textos constitu- últimos quatro meses daquele exercício, caso em que rea-
cionais brasileiros, já na sua formulação clássica, segundo a bertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao
qual a lei orçamentária não deveria conter matéria estranha orçamento do exercício financeiro subseqüente, ex vi do
à previsão da receita e à fixação da despesa, ressalvadas: a atual art. 167, § 2º (art. 62, § 4º, na de 1969 e sem previsão
autorização para abertura de créditos suplementares e para na de 1946).
operações de crédito como antecipação de receita; e a de- Exceção a este princípio basilar foi a Constituição de
terminação do destino a dar ao saldo do exercício ou do 1937, que previa a aprovação pelo Legislativo de verbas
modo de cobrir o déficit. globais por órgãos e entidades. A elaboração do orçamen-
O princípio da exclusividade sofreu duas modificações to continuava sendo de responsabilidade do Poder Execu-
na Constituição de 1988. Na primeira, não mais se autoriza a tivo - agora a cargo de um departamento administrativo a
inclusão na lei orçamentária de normas sobre o destino a dar ser criado junto à Presidência da República - e seu exame e
ao saldo do exercício como o fazia a Constituição de 1967. aprovação seria da competência da Câmara dos Deputados
Na segunda, podem ser autorizadas quaisquer opera- e do Conselho Fiscal. Durante o Estado Novo, entretanto,
ções de crédito, por antecipação de receita ou não. nem mesmo essa prerrogativa chegou a ser exercida, uma
A mudança refletiu um aprimoramento da técnica or- vez que as casas legislativas não foram instaladas e os orça-
çamentária, com o advento principalmente da Lei 4.320, de mentos do período 1938-45 terminaram sendo elaborados
1964, que regulou a utilização dos saldos financeiros apura- e aprovados pelo Presidente da República, com o assesso-
dos no exercício anterior pelo Tesouro ou entidades autár- ramento do recém criado Departamento Administrativo do
quicas e classificou como receita do orçamento o produto Serviço Público-DASP.
das operações de crédito. O período do Estado Novo marca de forma indelével
A Constituição de 1934 restaurou, no plano constitucio- a ausência do estado de direito, demonstrando cabalmente
nal, a competência do Poder Executivo para elaboração da a importância da existência de uma lei orçamentária, sobe-
proposta, que passou à responsabilidade direta do Presiden- ranamente aprovada pelo Parlamento, para a manutenção
te da República. Cabia ao Legislativo a análise e votação do da equipotência dos poderes constituídos, esteio da de-
orçamento, que podia, inclusive, ser emendado. mocracia.

2
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

A Constituição de 1946 reafirmaria a competência do planejamento, complementar à autorização para a despesa


Poder Executivo quanto à elaboração da proposta orça- contida na lei orçamentária anual, ou o princípio da univer-
mentária, mas devolveria ao Poder Legislativo suas prerro- salidade, que diz respeito unicamente ao orçamento anual,
gativas quanto à análise e aprovação do orçamento, inclu- veio propiciar uma ligação entre o planejamento de médio
sive emendas à proposta do governo. e longo prazo com a orçamentação anual. O Orçamento
Manteria, também, intactos os princípios orçamentá- Plurianual de Investimentos - OPI não chegou a ter eficácia,
rios até então consagrados. Sob a égide da Constituição de não encontrando abrigo na Constituição de 1988, que es-
1946 foi aprovada e sancionada a Lei nº 4.320, de 17.03.64, tabeleceu, ao invés, um plano plurianual (PPA).
estatuindo “Normas Gerais de Direito Financeiro para a ela- Não obstante o fato das Constituições e normas a
boração e controle dos orçamentos e balanços da União, ela inferiores alardearem os princípios da universalidade
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal”. e unidade orçamentária, na prática, até meados dos anos
Verdadeiro estatuto das finanças públicas, levando oitenta, parcela considerável dos dispêndios da União não
mais de dez anos sua tramitação legislativa, tal lei incorpo- passavam pelo Orçamento Geral da União - OGU. O orça-
mento discutido e aprovado pelo Congresso Nacional não
rou importantes avanços em termos de técnica orçamen-
incluía os encargos da dívida mobiliária federal, os gastos
tária, inclusive com a introdução da técnica do orçamen-
com subsídios e praticamente a totalidade das operações
to-programa a nível federal. A Lei 4.320/64, art. 15, esta-
de crédito de responsabilidade do Tesouro, como fundos e
beleceu que a despesa fosse discriminada no mínimo por
programas. Tais despesas eram realizadas autonomamente
elementos. pelo Banco Central e Banco do Brasil por intermédio do
A Constituição de 1967 registrou pela primeira vez em denominado “Orçamento Monetário-OM” E “Conta-mo-
um texto constitucional o PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO vimento”, respectivamente. Ainda tinha-se o Orçamento-
ORÇAMENTÁRIO. O axioma clássico de boa administra- -SEST, que consistia no orçamento de investimento das
ção para as finanças públicas perdeu seu caráter absoluto, empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e
tendo sido abandonado pela doutrina o equilíbrio geral e controladas direta ou indiretamente pela União.
formal, embora não se deixe de postular a busca de um Todos estes documentos eram aprovados exclusiva-
equilíbrio dinâmico. Inserem-se neste contexto as normas mente pelo Presidente da República. Somente a partir de
que limitam os gastos com pessoal, acolhidas nas Consti- 1984, com a gradativa inclusão no OGU do OM, extinção da
tuições de 67 e de 88 (CF art. 169) e a vedação à realização “conta-movimento” no Banco do Brasil e de outras medidas
de operações de créditos que excedam o montante das administrativas, coroadas pela promulgação da carta cons-
despesas de capital (CF art. 167, III). titucional de 1988, passou-se a dar efetividade ao princípio
Hoje não mais se busca o equilíbrio orçamentário for- da unidade e universalidade orçamentária.
mal, mas sim o equilíbrio amplo das finanças públicas. A aplicação do PRINCÍPIO DA UNIDADE foi elasteci-
O grande princípio da Lei de Responsabilidade Fiscal do na Constituição de 1988, embora o art. 165 § 5º diga “A
é o princípio do equilíbrio fiscal. Esse princípio é mais am- lei orçamentária anual compreenderá”, porquanto deixou
plo e transcende o mero equilíbrio orçamentário. Equilíbrio de fora do orçamento fiscal as ações de saúde e assistên-
fiscal significa que o Estado deverá pautar sua gestão pelo cia social, tipicamente financiadas com os recursos ordi-
equilíbrio entre receitas e despesa. Dessa forma, toda vez nários do Tesouro, para compor com elas um orçamento
que ações ou fatos venham a desviar a gestão da equaliza- distinto, em relação promíscua com as prestações da Pre-
ção, medidas devem ser tomadas para que a trajetória de vidência Social.
equilíbrio seja retomada. Esta última sim, e somente esta, merecedora de trata-
Os PRINCÍPIOS DA UNIDADE E DA UNIVERSALI- mento em documento separado, observadas em seu âm-
DADE também sofreriam alterações na Constituição de bito a unidade e a universalidade, já que se trata de um
sistema distinto de prestações e contraprestações de cará-
1967. Esses princípios são complementares: todas as recei-
ter continuado, que deve manter um equilíbrio econômico-
tas e todas as despesas de todos os Poderes, órgãos e en-
financeiro autossustentado.
tidades devem estar consignadas num único documento,
Outra inovação da Constituição de 1988 foi o orçamen-
numa única conta, de modo a evidenciar a completa situa- to de investimentos das empresas estatais. Não há aqui,
ção fiscal para o período. entretanto, quebra da unidade orçamentária, uma vez que
A partir de 1967, a Constituição deixou de consignar se trata, obviamente, de um segmento nitidamente distin-
expressamente o mandamento de que o orçamento seria to do orçamento fiscal, a não ser no que se refere àquelas
uno, inserto no texto constitucional desde 1934. Coinciden- unidades empresariais dependentes de recursos do Tesou-
temente, foi nessa Constituição que, ao lado do orçamen- ro para sua manutenção, caso em que devem ser incluídas
to anual, se introduziu o orçamento plurianual de investi- integralmente no orçamento fiscal, como vem ocorrendo
mentos. Desta maneira, introduziu-se um novo PRINCÍPIO por força de disposições contidas na últimas LDOs.
CONSTITUCIONAL-ORÇAMENTÁRIO, O DA PROGRA- A adoção do Orçamento de Investimento nas empre-
MAÇÃO - a programação constante da lei orçamentária sas nas quais a União, direta ou indiretamente, detenha a
relativa aos projetos com duração superior ao exercício fi- maioria do capital com direito a voto, nos termos do art.
nanceiro devem observar o planejamento de médio e lon- 165, § 5º, correspondeu a um avanço na aplicação do prin-
go prazo constante de outras normas preordenadoras. Sem cípio da universalidade dos gastos, ainda que excluídos os
ferir o princípio da unidade, por se tratar de instrumento de dispêndios relativos à manutenção destas entidades.

3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

O PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO DE RECEITAS cumentos serem distintos, inclusive com datas de encami-
determina que essas não sejam previamente vinculadas a nhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislati-
determinadas despesas, a fim de que estejam livres para vo, devem, obrigatoriamente ser compatibilizados entre si,
sua alocação racional, no momento oportuno, conforme as conforme definido na própria Constituição Federal. 
prioridades públicas. O modelo orçamentário adotado a partir da Constitui-
A Constituição de 1967 o adotou, relativamente aos ção Federal de 1988, com base no § 5º do artigo165 da CF
tributos, ressalvados os impostos únicos e o disposto na 88 consiste em elaborar orçamento único, desmembrado
própria Constituição e em leis complementares. em: Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e de Investi-
A Carta de 1988, por sua vez, restringe a aplicação do mento da Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos
princípio aos impostos, observadas as exceções indicadas programas do governo em cada área. O artigo 165 da
na Constituição e somente nesta, não permitindo sua am- Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o que de-
pliação mediante lei complementar. verá constar em cada desdobramento do orçamento: 
A emenda constitucional revisional nº 1, de 1994, ao
criar o Fundo Social de Emergência-FSE e desvincular, ainda “§ 5º –A lei orçamentária anual compreenderá: 
que somente para os exercícios financeiros de 1994 e 1995, I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da
20% dos impostos e contribuições da União, demonstrou a União, seus fundos, órgãos e entidades da administra-
necessidade de se permitir a flexibilidade na alocação dos ção direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
recursos na elaboração e execução orçamentária. mantidas pelo Poder Público; 
A Constituição de 1988 inovou em termos de consti- II – o orçamento de investimento das empresas em
tucionalização de princípios regentes dos atos administra- que a União, direta ou indiretamente, detenha a maio-
tivos em geral e aplicando-os à matéria orçamentária, ele- ria do capital social com direito a voto; 
vando a nível constitucional os PRINCÍPIOS DA CLAREZA III – o orçamento da seguridade social, abrangen-
E DA PUBLICIDADE, a exemplo do previsto no art. 165, § do todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da ad-
6º - que determina que o projeto da lei orçamentária venha ministração direta ou indireta, bem como os fundos e
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”
acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito,
 
sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções, anis-
Princípio Orçamentário da Universalidade
tias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financei-
ra, tributária e creditícia - e no art. 165, §3º - que estipula
 Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei
a publicação bimestralmente de relatório resumido da exe-
Orçamentária deverá conter todas as receitas e despesas.
cução orçamentária.
Isso possibilita controle parlamentar sobre todos os ingres-
sos e dispêndios administrados pelo ente público. 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
 Os princípios orçamentários básicos para a elabora- “Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas
ção, execução e controle do orçamento público, válidos as receitas, inclusive as de operações de crédito autori-
para todos os poderes e nos três níveis de governo, es- zadas em lei. 
tão definidos na Constituição Federal de 1988 e na Lei nº Parágrafo único. Não se consideram para os fins
4.320/1964, que estatui normas gerais de direito financeiro, deste artigo as operações de crédito por antecipação da
aplicadas à elaboração e ao controle dos orçamentos. receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas
  compensatórias, no ativo e passivo financeiros. 
Princípio Orçamentário da Unidade Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as
 De acordo com este princípio previsto no artigo 2º da despesas próprias dos órgãos do Governo e da admi-
Lei nº 4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado nistração centralizada, ou que, por intermédio deles se
ou Município) deve possuir apenas um orçamento, estrutu- devam realizar, observado o disposto no artigo 2°.”
rado de maneira uniforme. 
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de  Tal princípio complementa-se pela “regra do orçamen-
caixa”, previsto no artigo 56 da referida Lei, segundo o qual to bruto”, definida no artigo 6º da Lei nº4.320/1964:
todas as receitas e despesas convergem para um fundo ge-
ral (conta única), a fim de se evitar as vinculações de certos “Art. 6º.Todas as receitas e despesas constarão da
fundos a fins específicos. lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer
O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas deduções.”
numa só conta, a fim de confrontar os totais e apurar o  
resultado: equilíbrio, déficit ou superávit.  Atualmente, o Princípio Orçamentário da Anualidade ou Periodi-
processo de integração planejamento-orçamento tornou cidade
o orçamento necessariamente multi-documental, em virtu-  
de da aprovação, por leis diferentes, de vários documentos O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um
(Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – determinado período de tempo, geralmente um ano. No
LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA), uns de planejamento Brasil, o exercício financeiro coincide com o ano civil, con-
e outros de orçamento e programas. Em que pese tais do- forme dispõe o artigo 34 da Lei nº 4320/1964: 

4
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

“Art. 34.O exercício financeiro coincidirá com o ano estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades
civil.” da administração indireta, ainda que sob a forma de
novação, refinanciamento ou postergação de dívida
 Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e contraída anteriormente.
extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do § 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput
exercício podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, as operações entre instituição financeira estatal e outro
serão incorporados ao orçamento do exercício subseqüen- ente da Federação, inclusive suas entidades da administra-
te, conforme estabelecido no § 3º do artigo 167 da Carta ção indireta, que não se destinem a:
Magna.  I – financiar, direta ou indiretamente, despesas cor-
  rentes;
Princípio Orçamentário da Exclusividade II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria
instituição concedente.
 Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Muni-
comum no passado, da inclusão de dispositivos de natu-
cípios de comprar títulos da dívida da União como aplica-
reza diversa de matéria orçamentária, ou seja, previsão da
ção de suas disponibilidades.
receita e fixação da despesa.  Previsto no artigo 165, § 8º
da Constituição Federal, estabelece que a Lei Orçamentária
Anual não conterá dispositivo estranho à previsão da re- Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma
ceita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição instituição financeira estatal e o ente da Federação que
a autorização para abertura de créditos suplementares e a a controle, na qualidade de beneficiário do emprésti-
contratação de operações de crédito, inclusive por anteci- mo.
pação de receita orçamentária (ARO), nos termos da lei. As Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe
leis de créditos adicionais também devem observar esse instituição financeira controlada de adquirir, no mer-
princípio.  cado,títulos da dívida pública para atender investi-
  mento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão
Princípio Orçamentário do Equilíbrio da União para aplicação de recursos próprios.

 Esse princípio estabelece que o montante da despesa Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e es-
autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser su- tão vedados:
perior ao total de receitas estimadas para o mesmo perío- I – captação de recursos a título de antecipação de
do. Havendo reestimativa de receitas com base no excesso receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador
de arrecadação e na observação da tendência do exercício, ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no
pode ocorrer solicitação de crédito adicional. Nesse caso, § 7 o do art. 150 da Constituição;
para fins de atualização da previsão, devem ser considera- II – recebimento antecipado de valores de empresa
dos apenas os valores utilizados para a abertura de crédito em que o Poder Público detenha, direta ou indireta-
adicional.  mente, a maioria do capital social com direito a voto,
Conforme o caput do artigo 3º da Lei nº 4.320/1964, a salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusi- III – assunção direta de compromisso, confissão de
ve as de operações de crédito autorizadas em lei. dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de
Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido por bens,mercadorias ou serviços, mediante emissão, acei-
meio de operações de crédito. Entretanto, conforme esta- te ou aval de título de crédito, não se aplicando esta
belece o artigo 167, III, da Constituição Federal é vedada a
vedação a empresas estatais dependentes;
realização de operações de crédito que excedam o mon-
IV – assunção de obrigação, sem autorização orça-
tante das despesas de capital, dispositivo conhecido como
mentária, com fornecedores para pagamento a poste-
“regra de ouro”. De acordo com esta regra, cada unidade
riori de bens e serviços.”
governamental deve manter o seu endividamento vincula-
do à realização de investimentos e não à manutenção da
máquina administrativa e demais serviços.  Princípio Orçamentário da Legalidade
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece
regras limitando o endividamento dos entes federados, nos Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade
artigos 34 a 37: aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao
Poder Público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que
“ Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá tí- a lei expressamente autorizar, ou seja, se subordina aos
tulos da dívida pública a partir de dois anos após a pu- ditames da lei.
blicação desta Lei Complementar. A Constituição Federal de 1988, no artigo 37 estabele-
ce os princípios da administração pública, dentre os quais
Art. 35. É vedada a realização de operação de cré- o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a necessidade
dito entre um ente da Federação, diretamente ou por de formalização legal das leis orçamentárias:
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa

5
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

“ Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo es- § 4º É permitida a vinculação de receitas próprias gera-
tabelecerão: das pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e
I – o plano plurianual; dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a
II – as diretrizes orçamentárias; e b, e II, para a prestação de garantia ou contra garantia
III – os orçamentos anuais.” à União e para pagamento de débitos para com esta.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”
Princípio Orçamentário da Publicidade
 As ressalvas são estabelecidas pela própria Constitui-
O princípio da publicidade está previsto no artigo 37 ção e estão relacionadas à repartição do produto da arreca-
da Constituição Federal e também se aplica às peças or- dação dos impostos (Fundos de Participação dos Estados –
çamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o orça- FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de Desenvolvimento
mento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extin- das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação
guir ou condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, de recursos para as áreas de saúde e educação, além do
há que ser publicada.Portanto, o conteúdo orçamentário oferecimento de garantias às operações de crédito por an-
deve ser divulgado nos veículos oficiais para que tenha va- tecipação de receitas.
lidade.  Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possi-
  bilita ao administrador público dispor dos recursos de for-
Princípio Orçamentário da Especificação ou Espe- ma mais flexível para o atendimento de despesas em pro-
cialização gramas prioritários. 
  No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vincu-
Segundo este princípio, as receitas e despesas orça- lação das receitas por meio do artigo 76 do Ato das Dispo-
mentárias devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em sições Constitucionais Transitórias – ADCT, ao criar a “Des-
parcelas discriminadas e não pelo seu valor global, facilitan- vinculação das Receitas da União – DRU”, abaixo transcrito:
do o acompanhamento e o controle do gasto público. Esse
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa,
princípio está previsto no artigo 5º da Lei nº 4.320/1964: 
até 31 de dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da
arrecadação da União de impostos, contribuições sociais
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dota-
e de intervenção no domínio econômico, já instituídos
ções globais destinadas a atender indiferentemente a
ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adi-
despesas de pessoal, material, serviços de terceiros,
cionais e respectivos acréscimos legais.
transferências ou quaisquer outras [...]” § 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a
base de cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal
  O princípio da especificação confere maior transpa- e Municípios na forma dos arts. 153, § 5º; 157, I; 158, I e
rência ao processo orçamentário, possibilitando a fiscali- II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição, bem como a base
zação parlamentar, dos órgãos de controle e da sociedade, de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c,
inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos recur- da Constituição.
sos pelo poder executivo. Além disso, facilita o processo de § 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput
padronização e elaboração dos orçamentos, bem como o deste artigo a arrecadação da contribuição social do salário-
processo de consolidação de contas.  -educação a que se refere o art. 212, § 5 o, da Constituição.”
 
Princípio Orçamentário da Não-Afetação da Receita O orçamento público brasileiro compreende a elabora-
ção e a execução de três leis básicas: (i) o Plano Plurianual
 Tal princípio encontra-se consagrado, como regra ge- (“PPA”), (ii) a Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) e a Lei
ral, no inciso IV, do artigo 167, da Constituição Federal de de Orçamento Anual (“LOA”), que em conjunto materializam
1988, quando veda a vinculação de receita de impostos a o planejamento e a execução das políticas públicas de cada
órgão, fundo ou despesa:  ente da Federação (União, Estados, Municípios e Distrito
Federal). Nesse capítulo, analisaremos cada uma das leis,
“Art. 167. São vedados: [...]  buscando demonstrar a sua função no sistema orçamen-
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, tário brasileiro, e de que forma respeitam os orçamentários
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produ- pátrios.
to da arrecadação dos impostos a que se referem os
arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e PLANO PLURIANUAL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
serviços públicos de saúde, para manutenção e desen-
volvimento do ensino e para realização de atividades O Plano plurianual está previsto na constituição no ar-
da administração tributária, como determinado, res- tigo a seguir:
pectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabele-
a prestação de garantias às operações de crédito por cerão:
antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem I - o plano plurianual;
como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada II - as diretrizes orçamentárias;
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003); [...]  III - os orçamentos anuais.

6
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação
de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da pública, quando viáveis.
administração pública federal para as despesas de capital e Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas importantes e necessários para o desenvolvimento socioe-
de duração continuada. conômico do ente, dentro do mesmo devem ser estabe-
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e lecidos projetos que detêm de maior prioridade na sua
setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados realização.
em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo
Congresso Nacional. DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no arti- A Lei das Diretrizes Orçamentárias está prevista na
go 165 da Constituição Federal de 1988, e regulamentado constituição no artigo a seguir:
pelo Decreto nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compati- Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabe-
bilidade com o princípio do orçamento investimento, es- lecerão:
tabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos I - o plano plurianual;
pela Administração ao longo de um período (exercício) de II - as diretrizes orçamentárias;
quatro anos. III - os orçamentos anuais.
É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá
diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo as metas e prioridades da administração pública federal,
ano de um mandato do Poder Executivo até o final do pri- incluindo as despesas de capital para o exercício financei-
meiro ano do mandato seguinte. ro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária
Nele se prevê a atuação do Governo, durante o perío- anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e
do mencionado, em programas de duração continuada já estabelecerá a política de aplicação das agências financei-
instituídos ou a instituir no médio prazo, buscando o cum- ras oficiais de fomento.
primento do princípio da continuidade da prestação do § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após
serviço público, em prol do interesse público. o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório execução orçamentária.
o Governo planejar todas as suas ações e também seu or- § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e
çamento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados
somente devendo efetuar investimentos em programas em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo
estratégicos previstos na redação do PPA para o período Congresso Nacional.
vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa
privada volte suas ações de desenvolvimento para as áreas A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
abordadas pelo plano vigente. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (“LDO”) tem a fina-
O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano lidade precípua de orientar a elaboração dos orçamentos
deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável fiscal e da seguridade social e de investimento das empre-
pela execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de con- sas estatais. Busca sincronizar a Lei Orçamentária Anual
clusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que (“LOA”) com as diretrizes, objetivos e metas da administra-
represente a situação que o plano visa alterar, (vi) a ne- ção pública, estabelecidas no PPA, em estrita observância
cessidade de bens e serviços para a correta efetivação do aos princípios do orçamento investimento e da unidade
previsto, (vii) a regionalização do plano, etc. orçamentária.
Cada um desses planos (ou programas) será designa- De acordo com o parágrafo 2º, do art. 165, da Consti-
do a uma unidade responsável competente, mesmo que tuição Federal de 1988, a LDO (i) deverá trazer as metas e
durante a execução dos trabalhos várias unidades da esfe- prioridades da administração pública, incluindo as despe-
ra pública sejam envolvidas. Também será designado um sas de capital para o exercício financeiro subsequente, (ii)
gerente específico para cada ação prevista no Plano Plu- orientará a elaboração da LOA, (iii) disporá sobre as alte-
rianual, por determinação direta da Administração Pública. rações na legislação tributária e (iv) estabelecerá a política
O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das vá- Em observância do princípio da anualidade orçamentá-
rias esferas do poder público (federal, estadual e munici- ria, a LDO será elaborada, anualmente, pela Administração
pal), e também destas com o setor privado. e aprovada pelo Poder Legislativo que, após aprovação,
A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do pro- devolverá ao Executivo para sanção. É importante destacar
cesso de andamento das medidas a serem desenvolvidas que a Constituição de 1988 não prevê a possibilidade de
durante o período quadrienal – não só apresentando a si- rejeição do projeto de lei de diretrizes orçamentárias, uma
tuação atual dos programas, mas também sugerindo for- vez que prescreve, em seu art. 57, §2º, que a sessão legis-
mas de evitar o desperdício de dinheiro público em ações lativa não será interrompida sem a aprovação do projeto,
não significativas. Com base nesta avaliação é que serão logo, o projeto após entregue pelo Executivo deverá ser
traçadas as bases para a elaboração do orçamento anual. analisado e encaminhado para aprovação.
A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos A Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº

7
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

101, de 04.05.2000) ampliou a importância da LDO, deter- A LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL


minando a previsão de várias outras situações, além das A Lei Orçamentária Anual (“LOA”) ou orçamento anual
previstas na Constituição. São elas (i) estabelecer os crité- visa concretizar os objetivos e metas propostas no PPA, se-
rios para o congelamento de dotações, quando as recei- gundo as diretrizes estabelecidas pela LDO, em conformi-
tas não evoluírem de acordo com a estimativa orçamen- dade com o princípio da unidade do orçamento público. É
tária; (ii) estabelecer controles operacionais e suas regras uma lei, em sentido formal, elaborada pelo Poder Executivo
de atuação para avaliação das ações desenvolvidas ou em e aprovada pelo Poder Legislativo, que estabelece as des-
desenvolvimento; (iii) estabelecer as condições de ajudar pesas e as receitas que serão realizadas em determinado
ou subvencionar financeiramente instituições privadas, ano (princípio da anualidade do orçamento). A Constitui-
fornecendo o nome da instituição, valor a ser concedido, ção determina que o Orçamento deve ser votado e aprova-
objetivo etc., sendo importante ressaltar que serão nulas do até o final de cada Legislatura, sendo competência do
as subvenções não previstas na LDO, excluindo casos de Chefe do Poder Executivo de cada ente público enviar ao
emergência; (iv) estabelecer condições para autorizar os
órgão legislativo a proposta do orçamento.
entes a auxiliar o custeio de despesas próprias de outros
A proposta da LOA compreende os três tipos distin-
entes, como por exemplo, gastos de quartel da Polícia Mi-
tos de orçamentos, a saber: (i) o Orçamento Fiscal, que
litar, de Cartório Eleitoral, Recrutamento Militar, de ativi-
compreende os poderes da União, dos Estados, do Distrito
dades da Justiça etc.; (v) estabelecer critérios para o início
de novos projetos, após o adequado atendimento dos que Federal e dos Municípios, os Fundos, Órgãos, Autarquias,
estão em andamento; (vi) estabelecer critérios de progra- inclusive as especiais, e Fundações instituídas e mantidas
mação financeira mensal; (vii) estabelecer o percentual da pelo ente público; abrange, também, as empresas públicas
receita corrente líquida a ser retido na peça orçamentária, e sociedades de economia mista em que o Poder Público,
como Reserva de Contingência. direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
Além do estabelecimento e definição dos itens acima, com direito a voto e que recebam desta quaisquer recur-
a LDO deverá ser acompanhada dos chamados Anexos sos que não sejam provenientes de participação acioná-
de Metas Fiscais. Esses Anexos deverão conter: (i) metas ria, pagamentos de serviços prestados, transferências para
anuais para receitas, despesas, resultados nominal e pri- aplicação em programas de financiamento atendendo ao
mário e montante da dívida para o exercício a que se re- disposto na alínea “c” do inciso I do art. 159 da CF e refi-
ferirem e para os dois exercícios seguintes; (ii) a avaliação nanciamento da dívida externa; (ii) o Orçamento de Seguri-
do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; (iii) o dade Social, que compreende todos os órgãos e entidades
demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e a quem compete executar ações nas áreas de saúde, pre-
metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pre- vidência e assistência social, quer sejam da Administração
tendidos, comparando-as com as fixadas nos três últimos Direta ou Indireta, bem como os fundos e fundações insti-
exercícios, evidenciando a consistência delas com as pre- tuídas e mantidas pelo Poder Público; compreende, ainda,
missas e os objetivos da política vigente; (iv) o demons- os demais subprojetos ou subatividades, não integrantes
trativo da evolução do patrimônio líquido nos últimos três do Programa de Trabalho dos Órgãos e Entidades mencio-
exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos nados, mas que se relacionem com as referidas ações, ten-
obtidos com a alienação de ativos; (v) a avaliação financei- do em vista o disposto no art. 194 da CF; e (iii) o Orçamento
ra e atuarial de todos os fundos e programas de natureza de Investimento das Empresas Estatais: previsto no inciso II,
atuarial; (vi) o demonstrativo da estimativa e compensa- parágrafo 5º do art. 165 da CF, que abrange as empresas
ção da renúncia de receita e da margem de expansão das públicas e sociedades de economia mista em que o Estado,
despesas obrigatórias de caráter continuado; (vii) a ava- direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
liação dos passivos contingentes e outros riscos capazes
com direito a voto.
de afetar as contas, informando as providências, caso se
concretizem, como por exemplo, é importante verificar os
Execução Orçamentária
processos judiciais de devolução de tributos questionáveis,
A execução orçamentária ocorre concomitantemente
ou demanda de reivindicações salariais não concedidas.
Enfim, o Anexo de Metas Fiscais compreenderá: (i) a com a financeira. Esta afirmativa tem como sustentação o
previsão trienal da receita, da despesa, estimando, assim, fato de que a execução tanto orçamentária como finan-
os resultados nominal e primário; (ii) a previsão trienal do ceira estão atreladas uma a outra. Havendo orçamento e
estoque da dívida pública, considerando os passivos fi- não existindo o financeiro, não poderá ocorrer a despe-
nanceiro e permanente; (iii) a avaliação do cumprimento sa. Por outro lado, havendo recurso financeiro, mas não se
das metas do ano anterior; (iv) a evolução do patrimônio podendo gastá-lo, não há que se falar em disponibilidade
líquido ou passivo real descoberto (resultado patrimonial orçamentária.
negativo); (v) a avaliação financeira e atuarial dos fundos Em consequência, pode-se definir execução orçamen-
de previdência dos servidores públicos; (vi) a Estimativa de tária como sendo a utilização dos créditos na LOA. Já a
compensação da renúncia de receitas (anistias, remissões, execução financeira, por sua vez, representa a utilização de
isenções, subsídios etc.) e da margem de expansão das recursos financeiros, visando atender à realização dos pro-
despesas obrigatórias de caráter continuado. jetos e/ou atividades atribuídas às Unidades Orçamentárias
pelo Orçamento.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Na técnica orçamentária, inclusive, é habitual se fazer Dependendo do critério de classificação, alguns aspec-
a distinção entre as palavras crédito e recursos. O primeiro tos das contas poderão ser evidenciados. A Lei estabelece
termo designa o lado orçamentário e o segundo, o lado fi- a obrigatoriedade de classificação segundo vários critérios,
nanceiro. Crédito e Recurso são duas faces de uma mesma encontrados na Classificação por Categoria Econômica.
moeda. O crédito é a dotação ou autorização de gasto ou
sua descentralização, e o recurso é o dinheiro ou saldo de Classificação por Categoria Econômica
disponibilidade bancária. A classificação por categoria econômica é importante
Uma vez publicada a LOA, observadas as normas de para o conhecimento do impacto das ações de governo
execução orçamentária e de programação financeira para o na conjuntura econômica do país. Ela possibilita que o or-
exercício, e lançadas as informações orçamentárias, cria-se çamento constitua um instrumento de importância para a
o crédito orçamentário e, a partir daí, tem-se o início da análise e ação de política econômica, de maneira a ser uti-
execução orçamentária propriamente dita. lizado no fomento ao desenvolvimento nacional, no con-
Executar o orçamento é, portanto, realizar as despesas trole do déficit público, etc. Por esse critério, o orçamento
públicas nele previstas, ressaltando que para que qualquer se divide em dois grandes grupos: as Contas Correntes e
utilização de recursos públicos seja efetuada, a primeira Contas de Capital.
condição é que esse gasto tenha sido legal e oficialmente
previsto e autorizado pelo Poder Legislativo e que sejam Classificação Funcional
seguidos à risca os três estágios da execução das despe- A classificação funcional-programática representou
sas previstos na Lei nº 4.320/64, isto é, (i) o empenho, (ii) um grande avanço na técnica de apresentação orçamentá-
a liquidação e (iii) o pagamento – atualmente se encontra ria. Ela permitiu a vinculação das dotações orçamentárias
em aplicação a sistemática do pré-empenho antecedendo a objetivos de governo, que por sua vez eram viabilizados
esses estágios, já que, após o recebimento do crédito orça- pelos programas de governo. Esse enfoque permitiu uma
mentário e antes do seu comprometimento para a realiza- visão de ‘o que o governo fazia’, o que tinha significado
ção da despesa, existe uma fase geralmente demorada de bastante diferenciado do enfoque tradicional, que visuali-
licitação obrigatória junto a fornecedores de bens e servi- zava ‘o que o governo comprava’.
ços que impõe a necessidade de se assegurar o crédito até Para o orçamento do ano 2000, diversas modificações
o término do processo licitatório. foram estabelecidas na classificação vigente, procuran-
Todo esse processo ocorre observando, estritamente, do-se privilegiar o aspecto gerencial do orçamento, com
os princípios constitucionais orçamentários, bem como adoção de práticas simplificadoras e descentralizadoras.
aqueles que regem a Administração Pública, dentre eles a O eixo principal dessas modificações foi a interligação
moralidade, a publicidade e a eficiência, de modo que o entre o planejamento (PPA) e o orçamento (LOA), por in-
interesse público seja sempre garantido. termédio de programas que são gerenciados por um res-
ponsável e orientados para a consecução dos objetivos
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA. estratégicos definidos pelo governo. Esses objetivos são
Identificação dos produtos finais de uma organização, viabilizados por meio de projetos e atividades que têm
representados pelos seus programas e subprogramas, fixa- produto (bem/serviço) específico. Assim, uma vez defini-
dos a partir dos objetivos constantes dos planos de gover- do o programa, com suas respectivas ações, classifica-se a
no, além da determinação dos recursos reais e financeiros despesa de acordo com a especificidade de seu conteúdo
exigidos e das medidas de coordenação e compatibilização e produto, em uma subfunção, independente de sua rela-
requeridas. ção institucional. Em seguida será feita a associação com a
De grande importância para a compreensão do orça- função, voltada à área de atuação característica do órgão/
mento são os critérios de classificação das contas públicas. unidade em que as despesas estão sendo efetuadas. Dessa
As classificações são utilizadas para facilitar e padronizar forma, a classificação orçamentária para 2000 apresenta:
as informações que se deseja obter. Pela classificação é 1) Um rol de funções, que representa o maior nível de
possível visualizar o orçamento por Poder, por Instituição, agregação das diversas áreas da despesa que competem
por Função de Governo, por Subfunção, por Programa, por ao setor público. Dentre elas existe a função “Encargos Es-
Projeto, Atividade e/ou Operação Especial, ou, ainda, por peciais”, que engloba despesas não associadas a um bem
categoria econômica. ou serviço gerado no processo produtivo, como: dívida,
ressarcimento, indenização, entre outros.
Várias são as razões pelas quais deve existir um bom 2) Um rol de subfunções, que representa uma parti-
sistema de classificação no orçamento. Podemos citar al- ção da função, agregando um determinado subconjunto
gumas: de despesas do setor público. Cabe ressaltar que a clas-
1) facilitar a formulação de programas; sificação funcional ora introduzida preservou a matricia-
2) proporcionar uma contribuição efetiva para o acom- lidade da funcional-programática, ou seja, as subfunções
panhamento da execução do orçamento; poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas
3) determinar a fixação de responsabilidades e a que estejam vinculadas.
4) possibilitar a análise dos efeitos econômicos das 3) Um rol de programas, que representa um conjunto
ações governamentais. de ações que concorrem para um objetivo preestabeleci-
do. Os programas são definidos de acordo com a estrutura

9
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

de cada nível de governo, de maneira a adequar a solução de problemas identificados. O programa é entendido como
módulo integrador entre planejamento e orçamento, solucionando assim a difícil compatibilização dessas duas estruturas.
4) Um rol de projetos, que são os instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa, envol-
vendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o
aperfeiçoamento da ação do governo.
5) Um rol de atividades, que são os instrumentos de programação para alcançar os objetivos de um programa, envol-
vendo um conjunto de operações, que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto neces-
sário à manutenção da ação do governo. 6) Um rol de operações especiais, que representam ações que não contribuem
para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a
forma de bens e serviços.

O PLANO PLURIANUAL
O Plano Plurianual (“PPA”), no Brasil, previsto no artigo 165 da Constituição Federal de 1988, e regulamentado pelo
Decreto nº 2.829, de 29.10.1998, em plena compatibilidade com o princípio do orçamento investimento, estabelece as me-
didas, gastos e objetivos a serem seguidos pela Administração ao longo de um período (exercício) de quatro anos.
É aprovado por lei quadrienal, sujeita a prazos e ritos diferenciados de tramitação e tem vigência do segundo ano de
um mandato do Poder Executivo até o final do primeiro ano do mandato seguinte.
Nele se prevê a atuação do Governo, durante o período mencionado, em programas de duração continuada já instituí-
dos ou a instituir no médio prazo, buscando o cumprimento do princípio da continuidade da prestação do serviço público,
em prol do interesse público.
Com a obrigatoriedade do PPA, tornou-se obrigatório o Governo planejar todas as suas ações e também seu orça-
mento de modo a não ferir as diretrizes nele contidas, somente devendo efetuar investimentos em programas estratégicos
previstos na redação do PPA para o período vigente. A Constituição, também, sugere que a iniciativa privada volte suas
ações de desenvolvimento para as áreas abordadas pelo plano vigente.
O PPA é dividido em planos de ações, e cada plano deverá conter: (i) objetivo, órgão do Governo responsável pela
execução do projeto, (ii) o valor, (iii) o prazo de conclusão, (iv) as fontes de financiamento, (v) o indicador que represente
a situação que o plano visa alterar, (vi) a necessidade de bens e serviços para a correta efetivação do previsto, (vii) a regio-
nalização do plano, etc.
Cada um desses planos (ou programas), será designado a uma unidade responsável competente, mesmo que durante a
execução dos trabalhos várias unidades da esfera pública sejam envolvidas. Também será designado um gerente específico
para cada ação prevista no Plano Plurianual, por determinação direta da Administração Pública.
O Decreto nº 2.829, 29.10.1998, que regulamentou o PPA prevê que sempre se deve buscar a integração das várias
esferas do poder público (federal, estadual e municipal), e também destas com o setor privado.
A cada ano, deverá ser realizada uma avaliação do processo de andamento das medidas a serem desenvolvidas durante
o período quadrienal – não só apresentando a situação atual dos programas, mas também sugerindo formas de evitar o
desperdício de dinheiro público em ações não significativas. Com base nesta avaliação é que serão traçadas as bases para
a elaboração do orçamento anual.
A avaliação anual poderá se utilizar de vários recursos para sua efetivação, inclusive de pesquisas de satisfação pública,
quando viáveis.
Embora teoricamente todos os projetos do PPA sejam importantes e necessários para o desenvolvimento socioeconô-
mico do ente, dentro do mesmo devem ser estabelecidos projetos que detêm de maior prioridade na sua realização.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Uma vez que a cada exercício será preciso uma nova Lei Orçamentária Anual, verifica-se que o processo orçamentário se
dá na forma de um verdadeiro ciclo, com quatro fases bem distintas:

1. Elaboração da Proposta Orçamentária
Trata-se do momento em que cada um dos diversos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública faz o
levantamento das suas necessidades de e cursos para o exercício seguinte, levando em consideração os programas do Go-
verno e os objetivos de desenvolvimento econômico e social do país.
O órgão central de planejamento recebe todas estas demandas e as consolida num único documento, compatibilizan-
do-o com a estimativa das receitas esperadas para o próximo ano.
Em seguida, redistribui a previsão de gastos de acordo com os parâmetros macroeconômicos, estabelecendo as quotas
finais de recursos para cada órgão.
Finalmente, é produzido o texto do projeto da Lei Orçamentária Anual, juntamente com os diversos anexos que irão
detalhar todas as receitas e despesas, de acordo com classificação orçamentária própria.
O projeto da LOA é então remetido ao Poder Legislativo, junto com mensagem do chefe do Poder Executivo, para apro-
vação.

2. Discussão e Aprovação da Lei Orçamentária


Ao chegar no Poder Legislativo, o projeto da LOA será apreciado pelos congressistas,que poderão propor emendas ao
texto inicial, dando origem a um texto substitutivo.
O projeto da LOA cumprirá um rito semelhante ao das demais leis que tramitam pelo Congresso Nacional, sendo exigido
apenas maioria simples para sua aprovação.
Após a devida aprovação da LOA, com ou sem emendas, o Poder Legislativo devolve para o Poder Executivo, para sanção
ou veto.
Sendo sancionada pelo Presidente da República, a LOA agora será promulgada, e com sua publicação no Diário Oficial
da União, estará produzindo os seus devidos efeitos legais.

3. Execução Orçamentária
Esta fase transcorre durante todo o exercício financeiro, pois consiste na efetiva arrecadação, por parte do Governo, das
diversas receitas previstas, bem como a realização das despesas programadas para o período.

4. Controle e Avaliação
O controle se inicia junto com a execução do orçamento, uma vez que o próprio Governo, através dos seus órgãos de
controle interno ou de controle externo, iniciam a fiscalização sobre os gestores públicos, com relação à legalidade dos pro-
cedimentos executados.
No tocante à avaliação, trata-se de preocupação específica com os resultados efetivos dos programas realizados durante
o ano, em termos de benefícios gerados para a população.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações


LEGISLAÇÃO: LEI Nº 4.320/1964 globais destinadas a atender indiferentemente a despesas
de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
parágrafo único.
LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964. Art. 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de
Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para ela- § 1º As cotas de receitas que uma entidade pública
boração e controle dos orçamentos e balanços da União, deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no or-
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. çamento da entidade obrigada a transferência e, como re-
ceita, no orçamento da que as deva receber.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san- § 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo ante-
ciono a seguinte Lei; rior, o calculo das cotas terá por base os dados apurados no
balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR proposta orçamentária do governo obrigado a transferên-
cia.  (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financei- Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter autorização
ro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços ao Executivo para:
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fede- I - Abrir créditos suplementares até determinada im-
ral, de acôrdo com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, portância obedecidas as disposições do artigo 43;   (Veto
da Constituição Federal. rejeitado no D.O. 05/05/1964)
II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro,
TÍTULO I operações de crédito por antecipação da receita, para aten-
Da Lei de Orçamento der a insuficiências de caixa.
CAPÍTULO I § 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as
Disposições Gerais fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a
utilizar para atender a sua cobertura.
Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discriminação da § 2° O produto estimado de operações de crédito e de
receita e despesa de forma a evidenciar a política econômi- alienação de bens imóveis sòmente se incluirá na receita
ca financeira e o programa de trabalho do Governo, obede- quando umas e outras forem especìficamente autorizadas
cidos os princípios de unidade universalidade e anualidade. pelo Poder Legislativo em forma que jurìdicamente possi-
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento: bilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o pará-
funções do Governo;
grafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá
II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segun-
constar da própria Lei de Orçamento.
do as Categorias Econômicas, na forma do Anexo nº 1;
Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e res-
cada órgão do Governo ou unidade administrativa, a que
pectiva legislação;
se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma
IV - Quadro das dotações por órgãos do Governo e da
do Anexo nº 2.
Administração.
§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento: § 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa,
I - Quadros demonstrativos da receita e planos de apli- mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, serão identificados
cação dos fundos especiais; por números de códigos decimal, na forma dos Anexos nºs
II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma 3 e 4.
dos Anexos nºs 6 a 9; § 2º Completarão os números do código decimal refe-
III - Quadro demonstrativo do programa anual de tra- rido no parágrafo anterior os algarismos caracterizadores
balho do Governo, em termos de realização de obras e de da classificação funcional da despesa, conforme estabelece
prestação de serviços. o Anexo nº 5.
Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as § 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudi-
receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas cará a adoção de códigos locais.
em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste CAPÍTULO II
artigo as operações de credito por antecipação da receita, Da Receita
as emissões de papel-moeda e outras entradas compen-
satórias, no ativo e passivo financeiros . (Veto rejeitado no Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas enti-
D.O. 05/05/1964) dades de direito publico, compreendendo os impostos, as
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis
despesas próprias dos órgãos do Governo e da adminis- vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto
tração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por
realizar, observado o disposto no artigo 2°. essas entidades   (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)

12
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 10. (Vetado). § 2º Classificam-se como Transferências Correntes as


Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes cate- dotações para despesas as quais não corresponda contra-
gorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capi- prestação direta em bens ou serviços, inclusive para contri-
tal.        (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982) buições e subvenções destinadas a atender à manutenção
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de outras entidades de direito público ou privado.
de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de § 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta
serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos fi- lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de cus-
nanceiros recebidos de outras pessoas de direito público teio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
ou privado, quando destinadas a atender despesas classi- I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições
ficáveis em Despesas Correntes.         (Redação dada pelo públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem
Decreto Lei nº 1.939, de 1982) finalidade lucrativa;
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da reali- II - subvenções econômicas, as que se destinem a em-
zação de recursos financeiros oriundos de constituição de presas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial,
dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os agrícola ou pastoril.
recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou § 4º Classificam-se como investimentos as dotações
privado, destinados a atender despesas classificáveis em para o planejamento e a execução de obras, inclusive as
Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento destinadas à aquisição de imóveis considerados necessá-
Corrente.         (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, rios à realização destas últimas, bem como para os pro-
de 1982) gramas especiais de trabalho, aquisição de instalações,
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do equipamentos e material permanente e constituição ou
balanceamento dos totais das receitas e despesas corren- aumento do capital de empresas que não sejam de caráter
tes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº comercial ou financeiro.
1, não constituirá item de receita orçamentária. (Redação § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as do-
dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982) tações destinadas a:
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em
esquema:         (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, utilização;
de 1982) II - aquisição de títulos representativos do capital de
RECEITAS CORRENTES empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituí-
RECEITA TRIBUTÁRIA das, quando a operação não importe aumento do capital;
Impostos. III - constituição ou aumento do capital de entidades
Taxas. ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financei-
Contribuições de Melhoria. ros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES § 6º São Transferências de Capital as dotações para in-
RECEITA PATRIMONIAL vestimentos ou inversões financeiras que outras pessoas
RECEITA AGROPECUÁRIA de direito público ou privado devam realizar, independen-
RECEITA INDUSTRIAL temente de contraprestação direta em bens ou serviços,
RECEITA DE SERVIÇOS constituindo essas transferências auxílios ou contribuições,
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de
OUTRAS RECEITAS CORRENTES lei especialmente anterior, bem como as dotações para
RECEITAS DE CAPITAL amortização da dívida pública.
OPERAÇÕES DE CRÉDITO Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art.
ALIENAÇÃO DE BENS 12, a discriminação ou especificação da despesa por ele-
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS mentos, em cada unidade administrativa ou órgão de go-
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL verno, obedecerá ao seguinte esquema:
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL DESPESAS CORRENTES
       CAPÍTULO III Despesas de Custeio
Da Despesa Pessoa Civil
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes cate- Pessoal Militar
gorias econômicas:   (Vide Decreto-lei nº 1.805, de 1980) Material de Consumo
DESPESAS CORRENTES Serviços de Terceiros
Despesas de Custeio Encargos Diversos
Transferências Correntes Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL Subvenções Sociais
Investimentos Subvenções Econômicas
Inversões Financeiras Inativos
Transferências de Capital Pensionistas
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dota- Salário Família e Abono Familiar
ções para manutenção de serviços anteriormente criados, Juros da Dívida Pública
inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e Contribuições de Previdência Social
adaptação de bens imóveis. Diversas Transferências Correntes.

13
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

DESPESAS DE CAPITAL Art. 17. Somente à instituição cujas condições de fun-


Investimentos cionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãos ofi-
Obras Públicas ciais de fiscalização serão concedidas subvenções.
Serviços em Regime de Programação Especial II) Das Subvenções Econômicas
Equipamentos e Instalações Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das
Material Permanente emprêsas públicas, de natureza autárquica ou não, far-se-á
Participação em Constituição ou Aumento de Capital mediante subvenções econômicas expressamente incluídas
de Emprêsas ou Entidades Industriais ou Agrícolas nas despesas correntes do orçamento da União, do Estado,
Inversões Financeiras do Município ou do Distrito Federal.
Aquisição de Imóveis Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como
Participação em Constituição ou Aumento de Capital subvenções econômicas:
de Emprêsas ou Entidades Comerciais ou Financeiras a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo,
Emprêsa em Funcionamento de gêneros alimentícios ou outros materiais;
Constituição de Fundos Rotativos b) as dotações destinadas ao pagamento de bonifica-
Concessão de Empréstimos ções a produtores de determinados gêneros ou materiais.
Diversas Inversões Financeiras Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda finan-
Transferências de Capital ceira, a qualquer título, a emprêsa de fins lucrativos, salvo
Amortização da Dívida Pública quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido
Auxílios para Obras Públicas expressamente autorizada em lei especial.
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Auxílios para Inversões Financeiras SEÇÃO II
Outras Contribuições. Das Despesas de Capital
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamen- SUBSEÇÃO PRIMEIRA
to de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repar- Dos Investimentos
tição a que serão consignadas dotações próprias.   (Veto
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de
rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Orçamento segundo os projetos de obras e de outras apli-
Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consig-
cações.
nadas dotações a unidades administrativas subordinadas
Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho
ao mesmo órgão.
que, por sua natureza, não possam cumprir-se subordina-
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da des-
damente às normas gerais de execução da despesa pode-
pesa far-se-á no mínimo por elementos.   (Veto rejeitado
rão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre
no D.O. 05/05/1964)
as Despesas de Capital.
§  1º Entende-se por elementos o desdobramento da SUBSEÇÃO SEGUNDA
despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros Das Transferências de Capital
meios de que se serve a administração publica para conse- Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para
cução dos seus fins.   (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) investimentos que se devam incorporar ao patrimônio das
§ 2º Para efeito de classificação da despesa, conside- emprêsas privadas de fins lucrativos.
ra-se material permanente o de duração superior a dois Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às
anos. transferências de capital à conta de fundos especiais ou do-
tações sob regime excepcional de aplicação.
SEÇÃO I
Das Despesas Correntes TÍTULO II
SUBSEÇÃO ÚNICA Da Proposta Orcamentária
Das Transferências Correntes CAPÍTULO I
Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária
I) Das Subvenções Sociais
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possi- Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo
bilidades financeiras a concessão de subvenções sociais encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos estabeleci-
visará a prestação de serviços essenciais de assistência so- dos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios,
cial, médica e educacional, sempre que a suplementação compor-se-á:
de recursos de origem privada aplicados a êsses objetivos, I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada
revelar-se mais econômica. da situação econômico-financeira, documentada com de-
Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que monstração da dívida fundada e flutuante, saldos de crédi-
possível, será calculado com base em unidades de servi- tos especiais, restos a pagar e outros compromissos finan-
ços efetivamente prestados ou postos à disposição dos ceiros exigíveis; exposição e justificação da política econô-
interessados obedecidos os padrões mínimos de eficiência mica-financeira do Governo; justificação da receita e des-
prèviamente fixados. pesa, particularmente no tocante ao orçamento de capital;

14
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

II - Projeto de Lei de Orçamento; Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa


III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimati- anual atualizado dos investimentos, inversões financeiras e
vas de receita e despesa, constarão, em colunas distintas e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Apli-
para fins de comparação: cação de Capital.
a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios an-
teriores àquele em que se elaborou a proposta; SEÇÃO SEGUNDA
 b) A receita prevista para o exercício em que se ela- Das Previsões Anuais
bora a proposta;
c) A receita prevista para o exercício a que se refere a Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão
proposta; estrita conformidade com a política econômica-financeira,
d) A despesa realizada no exercício imediatamente an- o programa anual de trabalho do Governo e, quando fi-
terior; xado, o limite global máximo para o orçamento de cada
e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora unidade administrativa.
a proposta; e Art. 28 As propostas parciais das unidades administra-
f) A despesa prevista para o exercício a que se refere tivas, organizadas em formulário próprio, serão acompa-
a proposta. nhadas de:
IV - Especificação dos programas especiais de traba- I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabe-
lho custeados por dotações globais, em termos de metas lecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a II - justificação pormenorizada de cada dotação solici-
realizar e dos serviços a prestar, acompanhadas de justifi- tada, com a indicação dos atos de aprovação de projetos e
cação econômica, financeira, social e administrativa. orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosse-
Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, guimento ela se destina.
para cada unidade administrativa, descrição sucinta de Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de ar-
suas principais finalidades, com indicação da respectiva recadação organizar demonstrações mensais da receita
legislação. arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a
estimativa da receita, na proposta orçamentária.
CAPÍTULO II Parágrafo único. Quando houver órgão central de or-
Da Elaboração da Proposta Orçamentária çamento, essas demonstrações ser-lhe-ão remetidas men-
SEÇÃO PRIMEIRA salmente.
Das Previsões Plurienais Art. 30. A estimativa da receita terá por base as de-
monstrações a que se refere o artigo anterior à arrecada-
Art. 23. As receitas e despesas de capital serão obje- ção dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as
to de um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital, circunstâncias de ordem conjuntural e outras, que possam
aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no afetar a produtividade de cada fonte de receita.
mínimo um triênio. Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão re-
Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação vistas e coordenadas na proposta geral, considerando-se a
de Capital será anualmente reajustado acrescentando-se- receita estimada e as novas circunstâncias.
-lhe as previsões de mais um ano, de modo a assegurar a
projeção contínua dos períodos. TÍTULO III
Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Ca- Da elaboração da Lei de Orçamento
pital abrangerá:
I - as despesas e, como couber, também as receitas Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no
previstas em planos especiais aprovados em lei e destina- prazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos
dos a atender a regiões ou a setores da administração ou Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta
da economia; a Lei de Orçamento vigente.
II - as despesas à conta de fundos especiais e, como Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de
couber, as receitas que os constituam; Orçamento que visem a:
III - em anexos, as despesas de capital das entidades a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio,
referidas no Título X desta lei, com indicação das respec- salvo quando provada, nesse ponto a inexatidão da pro-
tivas receitas, para as quais forem previstas transferências posta;
de capital. b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recur- não esteja aprovado pelos órgãos competentes;
sos e de Aplicação de Capital sempre que possível serão c) conceder dotação para instalação ou funcionamento
correlacionados a metas objetivas em termos de realização de serviço que não esteja anteriormente criado;
de obras e de prestação de serviços. d) conceder dotação superior aos quantitativos prè-
Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados viamente fixados em resolução do Poder Legislativo para
que se pretendem obter com a realização de cada pro- concessão de auxílios e subvenções.
grama.

15
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

TÍTULO IV da Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização mo-


Do Exercício Financeiro netária e os juros de mora, de acordo com preceitos legais
pertinentes aos débitos tributários. (Incluído pelo Decreto
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil. Lei nº 1.735, de 1979)       
Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos
I - as receitas nêle arrecadadas; mencionados nos parágrafos anteriores, bem como os va-
II - as despesas nêle legalmente empenhadas. lores correspondentes à respectiva atualização monetária,
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas em- à multa e juros de mora e ao encargo de que tratam o art.
penhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distin- 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e
guindo-se as processadas das não processadas. o  art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de 1978. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
créditos com vigência plurienal, que não tenham sido li- § 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na
quidados, só serão computados como Restos a Pagar no Procuradoria da Fazenda Nacional. (Incluído pelo Decreto
último ano de vigência do crédito. Lei nº 1.735, de 1979)
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as
quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, TÍTULO V
com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham Dos Créditos Adicionais
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida e os compromissos reconhe- Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de des-
cidos após o encerramento do exercício correspondente pesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei
poderão ser pagos à conta de dotação específica consigna- de Orçamento.
da no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
sempre que possível, a ordem cronológica.  (Regulamento) I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação
Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa orçamentária;
anulada no exercício; quando a anulação ocorrer após o II - especiais, os destinados a despesas para as quais
encerramento dêste considerar-se-á receita do ano em que não haja dotação orçamentária específica;
se efetivar. III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes
e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou ca-
Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza
lamidade pública.
tributária ou não tributária, serão escriturados como recei-
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão
ta do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas
autorizados por lei e abertos por decreto executivo.
rubricas orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e es-
1.735, de 1979)
peciais depende da existência de recursos disponíveis para
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis
ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificati-
pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos,
va. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em re-
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo,
gistro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a desde que não comprometidos:   (Veto rejeitado no D.O.
respectiva receita será escriturada a esse título. (Incluído 05/05/1964)
pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979) I - o superávit financeiro apurado em balanço patri-
§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda monial do exercício anterior;   (Veto rejeitado no D.O.
Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal re- 05/05/1964)
lativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívi- II - os provenientes de excesso de arrecadação;   (Veto
da Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda rejeitado no D.O. 05/05/1964)
Pública, tais como os provenientes de empréstimos com- III - os resultantes de anulação parcial ou total de dota-
pulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de ções orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados
qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, em Lei;   (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas proces- IV  -  o produto de operações de credito autorizadas,
suais, preços de serviços prestados por estabelecimentos em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo
públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances realiza-las.   (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os § 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença
créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, con-
de subrogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, jugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais trans-
de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (In- feridos e as operações de credito a eles vinculadas.   (Veto
cluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979) rejeitado no D.O. 05/05/1964)
§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moe- § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os
da estrangeira será convertido ao correspondente valor na fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumula-
moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data das mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada,
da notificação ou intimação do devedor, pela autoridade considerando-se, ainda, a tendência do exercício.   (Veto
administrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição da Dívi- rejeitado no D.O. 05/05/1964)

16
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, pro- Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer re-
venientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-a a im- cibos das importâncias que arrecadarem.
portância dos créditos extraordinários abertos no exercí- § 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que
cio.  (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) paga a soma arrecadada, proveniência e classificação, bem
Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por como a data a assinatura do agente arrecadador.  (Veto re-
decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato co- jeitado no D.O. 05/05/1964)
nhecimento ao Poder Legislativo. § 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.
Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á
ao exercício financeiro em que forem abertos, salvo ex- em estrita observância ao princípio de unidade de tesou-
pressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais raria, vedada qualquer fragmentação para criação de cai-
e extraordinários. xas especiais.
Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a im- Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do
portância, a espécie do mesmo e a classificação da despe- artigo 3. desta lei  serão classificadas como receita orça-
sa, até onde fôr possível. mentária, sob as rubricas próprias, todas as receitas arre-
cadadas, inclusive as provenientes de operações de crédi-
TÍTULO VI to, ainda que não previstas no Orçamento.   (Veto rejeitado
Da Execução do Orçamento no D.O. 05/05/1964)
CAPÍTULO I
Da Programação da Despesa CAPÍTULO III
Da Despesa
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de
Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de
Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da des- autoridade competente que cria para o Estado obrigação
pesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a uti- de pagamento pendente ou não de implemento de condi-
ção. (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
lizar.
Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder
Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo
o limite dos créditos concedidos. (Redação dada pela Lei
anterior atenderá aos seguintes objetivos:
nº 6.397, de 1976)
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil
§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição
a soma de recursos necessários e suficientes a melhor exe-
Federal, é vedado aos Municípios empenhar, no último
cução do seu programa anual de trabalho;
mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo
b) manter, durante o exercício, na medida do possível
da despesa prevista no orçamento vigente. (Incluído pela
o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realiza-
Lei nº 6.397, de 1976)
da, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências § 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mes-
de tesouraria. mo período, assumir, por qualquer forma, compromissos
Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para financeiros para execução depois do término do mandato
efeito do disposto no artigo anterior, levará em conta os do Prefeito. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976)
créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias. § 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas du- aplicam nos casos comprovados de calamidade públi-
rante o exercício, observados o limite da dotação e o com- ca. (Incluído pela Lei nº 6.397, de 1976)
portamento da execução orçamentária. § 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empe-
nhos e atos praticados em desacordo com o disposto nos
CAPÍTULO II parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da respon-
Da Receita sabilidade do Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do
Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967. (Incluído
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado pela Lei nº 6.397, de 1976)
sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em cada Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio
exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalva- empenho.
dos a tarifa aduaneira e o impôsto lançado por motivo de § 1º Em casos especiais previstos na legislação especí-
guerra. fica será dispensada a emissão da nota de empenho.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos § 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa
e quaisquer outras rendas com vencimento determinado cujo montante não se possa determinar.
em lei, regulamento ou contrato. § 3º É permitido o empenho global de despesas con-
Art. 53. O lançamento da receita é ato da repartição tratuais e outras, sujeitas a parcelamento.
competente, que verifica a procedência do crédito fiscal Art. 61. Para cada empenho será extraído um docu-
e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta. mento denominado “nota de empenho” que indicará o
 Art. 54. Não será admitida a compensação da obriga- nome do credor, a representação e a importância da des-
ção de recolher rendas ou receitas com direito creditório pesa bem como a dedução desta do saldo da dotação pró-
contra a Fazenda Pública. pria.

17
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado TÍTULO VII


quando ordenado após sua regular liquidação. Dos Fundos Especiais
 Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verifica-
ção do direito adquirido pelo credor tendo por base os tí- Art. 71. Constitui fundo especial o produto de recei-
tulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. tas especificadas que por lei se vinculam à realização de
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar: determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de
I - a origem e o objeto do que se deve pagar; normas peculiares de aplicação.
II - a importância exata a pagar;  Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vincula-
III - a quem se deve pagar a importância, para extin- das a fundos especiais far-se-á através de dotação consig-
guir a obrigação. nada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o
ou serviços prestados terá por base: instituiu, o saldo positivo do fundo especial apurado em
I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo; balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito
II - a nota de empenho; do mesmo fundo.
III - os comprovantes da entrega de material ou da Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá deter-
prestação efetiva do serviço. minar normas peculiares de controle, prestação e tomada
Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência es-
por autoridade competente, determinando que a despesa pecífica do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
seja paga.
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá TÍTULO VIII
ser exarada em documentos processados pelos serviços Do Controle da Execução Orçamentária
de contabilidade   (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964) CAPÍTULO I
Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por Disposições Gerais
tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por es-
tabelecimentos bancários credenciados e, em casos excep- Art. 75. O controle da execução orçamentária com-
cionais, por meio de adiantamento. preenderá:
Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação
orçamentárias poderão quando expressamente determi- da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a
nado na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos extinção de direitos e obrigações;
centrais de administração geral. II - a fidelidade funcional dos agentes da administra-
Parágrafo único. É permitida a redistribuição de par- ção, responsáveis por bens e valores públicos;
celas das dotações de pessoal, de uma para outra uni- III - o cumprimento do programa de trabalho expresso
dade orçamentária, quando considerada indispensável à em termos monetários e em termos de realização de obras
movimentação de pessoal dentro das tabelas ou quadros e prestação de serviços.
comuns às unidades interessadas, a que se realize em obe-
diência à legislação específica. CAPÍTULO II
Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, Do Controle Interno
em virtude de sentença judiciária, far-se-ão na ordem de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos res- Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de
pectivos, sendo proibida a designação de casos ou de pes- controle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo das atri-
soas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais buições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
abertos para êsse fim. Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execu-
Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos ca- ção orçamentária será prévia, concomitante e subseqüente.
sos de despesas expressamente definidos em lei e consiste Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual,
na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderá ha-
empenho na dotação própria para o fim de realizar des- ver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada
pesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de contas de todos os responsáveis por bens ou valores
de aplicação. públicos.
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em al- Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da propos-
cance nem a responsável por dois adiantamento.   (Veto ta orçamentária ou a outro indicado na legislação, caberá o
rejeitado no D.O. 05/05/1964) controle estabelecido no inciso III do artigo 75.
Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a Parágrafo único. Êsse controle far-se-á, quando fôr o
adjudicação de obras e serviços serão regulados em lei, caso, em termos de unidades de medida, prèviamente es-
respeitado o princípio da concorrência. tabelecidos para cada atividade.
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou ór-
gãos equivalentes verificar a exata observância dos limites
das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentá-
ria, dentro do sistema que fôr instituído para êsse fim.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

CAPÍTULO III Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-


Do Controle Externo -se-á de acôrdo com as especificações constantes da Lei de
Orçamento e dos créditos adicionais.
Art. 81. O controle da execução orçamentária, pelo Art. 92. A dívida flutuante compreende:
Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a probidade I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
da administração, a guarda e legal emprêgo dos dinheiros II - os serviços da dívida a pagar;
públicos e o cumprimento da Lei de Orçamento. III - os depósitos;
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará con- IV - os débitos de tesouraria.
tas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido nas Consti- Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á
tuições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios. por exercício e por credor distinguindo-se as despesas pro-
§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas cessadas das não processadas.
ao Poder Legislativo, com Parecer prévio do Tribunal de Art. 93. Todas as operações de que resultem débitos
Contas ou órgão equivalente. e créditos de natureza financeira, não compreendidas na
§ 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de execução orçamentária, serão também objeto de registro,
Contas ou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores po- individuação e controle contábil.
derá designar peritos contadores para verificarem as con-
tas do prefeito e sôbre CAPÍTULO III
elas emitirem parecer. Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

TÍTULO IX Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens


Da Contabilidade de caráter permanente, com indicação dos elementos ne-
CAPÍTULO I cessários para a perfeita caracterização de cada um deles e
Disposições Gerais dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda bens móveis e imóveis.
Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imó-
arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou veis terá por base o inventário analítico de cada unidade
guardem bens a ela pertencentes ou confiados. administrativa e os elementos da escrituração sintética na
contabilidade.
Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Con-
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos
tas ou órgão equivalente, a tomada de contas dos agentes
devedores, ter-se-á o registro contábil das receitas patri-
responsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada
moniais, fiscalizando-se sua efetivação.
ou superintendida pelos serviços de contabilidade.
Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organiza-
de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para aten-
dos de forma a permitirem o acompanhamento da exe-
der a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e
cução orçamentária, o conhecimento da composição pa-
serviços públicos.   (Veto rejeitado no D.O. 05/05/1964)
trimonial, a determinação dos custos dos serviços indus-
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada
triais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a
com individuação e especificações que permitam verificar,
interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem
Art. 86. A escrituração sintética das operações finan-
como os respectivos serviços de amortização e juros.
ceiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo método das parti- Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não
das dobradas. organizados como emprêsa pública ou autárquica, mante-
Art. 87. Haverá controle contábil dos direitos e obriga- rão contabilidade especial para determinação dos custos,
ções oriundos de ajustes ou contratos em que a adminis- ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patri-
tração pública fôr parte. monial e financeira comum.
Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial,
individuação do devedor ou do credor e especificação da que abrangem os resultados da execução orçamentária,
natureza, importância e data do vencimento, quando fi- bem como as variações independentes dessa execução e
xada. as superveniências e insubsistência ativas e passivas, cons-
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados tituirão elementos da conta patrimonial.
à administração orçamentária, financeira patrimonial e in-
dustrial. CAPÍTULO IV
Dos Balanços
CAPÍTULO II
Da Contabilidade Orçamentária e Financeira Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão de-
monstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Finan-
Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus re- ceiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Varia-
gistros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, ções Patrimoniais, segundo os Anexos números 12, 13, 14
a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos Anexos
mesmos créditos, e as dotações disponíveis. números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as re- TÍTULO X


ceitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. Das Autarquias e Outras Entidades
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e
a despesa orçamentárias bem como os recebimentos e os Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, in-
pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados clusive de previdência social ou investidas de delegação
com os saldos em espécie provenientes do exercício ante- para arrecadação de contribuições parafiscais da União,
rior, e os que se transferem para o exercício seguinte. dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão
Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão seus orçamentos aprovados por decreto do Poder Execu-
computados na receita extra-orçamentária para compensar tivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o
sua inclusão na despesa orçamentária. sejam pelo Poder Legislativo.         (Vide Decreto nº 60.745,
Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais de 1967)
evidenciará as alterações verificadas no patrimônio, resul- Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição
tantes ou independentes da execução orçamentária, e indi-
as emprêsas com autonomia financeira e administrativa
cará o resultado patrimonial do exercício.
cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.
 Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no ar-
I - O Ativo Financeiro;
tigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da União, dos
II - O Ativo Permanente;
III - O Passivo Financeiro; Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela inclu-
IV - O Passivo Permanente; são:
V - O Saldo Patrimonial; I - como receita, salvo disposição legal em contrário,
VI - As Contas de Compensação. de saldo positivo previsto entre os totais das receitas e
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e va- despesas;
lores realizáveis independentemente de autorização orça- II - como subvenção econômica, na receita do orça-
mentária e os valores numerários. mento da beneficiária, salvo disposição legal em contrário,
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, cré- do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e
ditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de despesas.
autorização legislativa. § 1º Os investimentos ou inversões financeiras da
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
fundadas e outras pagamento independa de autorização realizados por intermédio das entidades aludidas no ar-
orçamentária. tigo anterior, serão classificados como receita de capital
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas destas e despesa de transferência de capital daqueles.
fundadas e outras que dependam de autorização legislati- § 2º As previsões para depreciação serão computadas
va para amortização ou resgate. para efeito de apuração do saldo líquido das mencionadas
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os entidades.
bens, valores, obrigações e situações não compreendidas Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades
nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamen- compreendidas no artigo 107 serão publicados como
te, possam vir a afetar o patrimônio. complemento dos orçamentos e balanços da União, dos
 Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obe- Estados, dos Municípios e do Distrito Federal a que este-
decerá as normas seguintes: jam vinculados.
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de ren- Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já
da, pelo seu valor nominal, feita a conversão, quando em referidas, obedecerão aos padrões e normas instituídas
moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do
por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.
balanço;
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fi-
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição
xar, os balanços serão remetidos ao órgão central de con-
ou pelo custo de produção ou de construção;
tabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponde-
rado das compras. Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados,
 § 1° Os valores em espécie, assim como os débitos salvo disposição legal em contrário.
e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figu-
rar ao lado das correspondentes importâncias em moeda TÍTULO XI
nacional. Disposições Finais
 § 2º As variações resultantes da conversão dos débi-
tos, créditos e valores em espécie serão levadas à conta Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças
patrimonial. do Ministério da Fazenda, além de outras apurações, para
§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e fins estatísticos, de interêsse nacional, organizará e publi-
imóveis. cará o balanço consolidado das contas da União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e outras en-
tidades, bem como um quadro estruturalmente idêntico,
baseado em dados orçamentários.

20
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura LEI N. 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964
do Anexo nº 1.
§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado Partes vetadas pelo Presidente da República e manti-
até o último dia do primeiro semestre do próprio exercício das pelo Congresso Nacional, do Projeto que se transfor-
e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo mou na Lei nº.4.320,de 17 de março de 1964 (que esta-
semestre do exercício imediato àquele a que se referirem. tui normas gerais de direito financeiro para elaboração e
Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo pre- controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados,
cedente, a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Fe- dos Municípios e do Distrito Federal ).
deral remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os
orçamentos do exercício, e até 30 de junho, os balanços do VETO
exercício anterior. O Presidente da República Faço saber que o Congresso
Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio Nacional decreta e eu promulgo na forma do Parágrafo 3º
ou contribuição a Estados, Municípios ou Distrito Federal, do Artigo 70 da Constituição Federal os seguintes disposi-
cuja concessão não decorra de imperativo constitucional, tivos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.
dependerá de prova do atendimento ao que se determina “Art. 3º ...............................................................................................
neste artigo. .............................................
Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes Parágrafo único Não se consideram para os fins deste
normas, o Conselho Técnico de Economia e Finanças do artigo as operações de crédito por antecipação da receita,
Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá ele- as emissões de papel-moeda e outras entradas compensa-
mentos, promoverá o intercâmbio de dados informativos, tórias no ativo e passivo financeiros”.
expedirá recomendações técnicas, quando solicitadas, e ..............................................................................................................
atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que ..............................
integram a presente lei. “Art. 6º ...............................................................................................
Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, .............................................
poderão ser promovidas, quando necessário, conferências ..............................................................................................................
ou reuniões técnicas, com a participação de representantes ..............................
das entidades abrangidas por estas normas. 2º - Para cumprimento do disposto no parágrafo ante-
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º rior, o cálculo das cotas terá por base os dados apurados
de janeiro de 1964 para o fim da elaboração dos orçamen- no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar
tos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às demais a proposta orçamentária do Governo obrigado à transfe-
atividades estatuídas. (Redação dada pela Lei nº 4.489, de rência”.
1964) ..............................................................................................................
Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário. ..............................
Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência “Art. 7º ...............................................................................................
e 76º da República. .............................................
JOÃO GULART I   .........................................................................................................
Abelardo Jurema ...................................
Sylvio Borges de Souza Motta ..........................................obedecidas as disposições do ar-
Jair Ribeiro tigo 43”. ..................................
João Augusto de Araújo Castro “Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas en-
Waldyr Ramos Borges tidades de direito público, compreendendo os impostos, as
Expedito Machado taxas e contribuições nos termos da Constituição e das leis
Oswaldo Costa Lima Filho vigentes em matérias financeira destinando-se o seu pro-
Júlio Forquim Sambaquy duto ao custeio de atividades gerais ou específicas exerci-
Amaury Silva das por essa entidades.”
Anysio Botelho ..............................................................................................................
Wilson Fadul ..............................
Antonio Oliveira Brito “Art. 14 ...............................................................................................
Egydio Michaelsen .............................................
Este texto não substitui o publicado no DOU de ..............................................................................................................
23.3.1964,  retificada no DOU de 9.4.1964 e retificada no ..............................
DOU de 3.6.1964 subordinados ao mesmo órgão ou reparti-
  ção.....................................................................”.
  ..............................................................................................................
  ..............................
  “Art. 15 ...........................................................................
................................................................. ...............no míni-
mo...............................................................................................”
“Art. 15 ...............................................................................................

21
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

1º Entende-se por elementos o desdobramento da “Art. 69................................................................................................


despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros ............................................
meios de que se refere a administração pública para con- ..............................................................................................................
secução dos seus fins”. ..............................nem o responsável por dois adiantamentos”.
.......................................................................................................... ..............................................................................................................
“Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e es- ..............................
peciais depende da existência de recursos disponíveis para “Art. 92. A dívida fundada será escriturada com indivi-
ocorrer à despesa e será precedida de exposição justifica- duação e especificações que permitem verificar, a qualquer
tiva. momento, a posição dos empréstimos, bem como os res-
§1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, pectivos serviços de amortização e juros”.
deste que não comprometidos; ..............................................................................................................
I – o superavit financeiro apurado em balanço patrimo- ..............................
nial do exercício anterior; Brasília, 4 de maio de 1964; 1432 da Independência e
II – os provenientes de excesso de arrecadação; 76º da República.
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dota- H. Castello Branco.
ções orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados *
em lei;
IV – o produto de operações de crédito autorizadas,
em forma que juridicamente possibilite o Poder Executivo
realizá-las.
§2º Entende-se por superavit financeiro a diferença po-
sitiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro conju-
gando-se ainda, os saldos dos créditos adicionais transferi-
dos e as operações de crédito a eles vinculadas.
§3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os
fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças acumula-
das mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada,
considerando-se ainda, a tendência do exercício.
§4º Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, prove-
nientes de excesso de arrecadação deduzir-se-á a impor-
tância dos créditos extraordinários abertos no exercício».
..............................................................................................................
..............................
“Art. 55 ...............................................................................................
.............................................
1º - Os recibos devem conter o nome da pessoa que
paga a soma arrecadada, proveniência, e classificação, bem
como a data e assinatura do agente arrecadador”.
..............................................................................................................
..............................
“Art. 57 Ressalvado o disposto no parágrafo único do
artigo 3º desta lei.............................
..............................................................................................................
..............................
“Art. 58 ...............................................................................................
.............................................
..............................................................................................................
..............................ou não
..............................................................................................................
..............................”.
“Art. 64 ...............................................................................................
.............................................
Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá
ser exarada em documentos processados pelos serviços de
contabilidade”.
.............................................................

22
ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO

Decreto nº 60.428 de 08/05/14 – Código de Ética na Administração Pública Estadual............................................................... 01


ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO

“§ 1º - A participação na Comissão é considerada serviço


DECRETO Nº 60.428 DE 08/05/14 – CÓDIGO público relevante não remunerado.
DE ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA § 2º - Os membros da Comissão serão designados para
ESTADUAL. mandato de 3 (três) anos, admitida uma recondução por
igual período.”.
Artigo 5º - Este decreto e sua disposição transitória
entram em vigor na data de sua publicação.
DECRETO Nº 60.428, DE 08 DE MAIO DE 2014
(Atualizado até a publicação de retificação em 10 de Disposição Transitória
maio de 2014)
Artigo único - O primeiro mandato da Comissão Geral
Aprova o Código de Ética da Administração Pública de Ética observará os seguintes períodos, objetivando evitar
Estadual e dá nova redação a dispositivos do Decreto nº a coincidência total de mandatos:
57.500, de 2011 I - 2 (dois) anos, para 3 (três) membros e 1 (um) suplente;
II - 3 (três) anos, para 2 (dois) membros e 1 (um) suplente.
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São
Paulo, no uso de suas atribuições legais, Palácio dos Bandeirantes, 8 de maio de 2014
Considerando que a Administração Pública se rege GERALDO ALCKMIN
pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, Mônika Carneiro Meira Bergamaschi
publicidade e eficiência, nos termos do artigo 37, “caput”, da Secretária de Agricultura e Abastecimento
Constituição da República; Nelson Luiz Baeta Neves Filho
Considerando que o controle dos atos da Administração Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente
Pública, imperativo da boa governança, é imprescindível à da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência,
democracia, constituindo-se em um direito do cidadão; Tecnologia e Inovação
Considerando que o Decreto nº 57.500, de 8 de Marcelo Mattos Araujo
novembro de 2011, em seu artigo 37, parágrafo único, Secretário da Cultura
incumbiu a Comissão Geral de Ética de apresentar proposta Herman Jacobus Cornelis Voorwald
de Código de Ética destinado a todos os agentes da Secretário da Educação
Administração Pública; Mauro Guilherme Jardim Arce
Considerando que, sem prejuízo das normas legais que Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos
impõem deveres aos agentes da Administração Pública, Philippe Vedolim Duchateau
existem imperativos éticos que devem ser observados; Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da
Considerando que a Comissão Geral de Ética possui Secretaria da Fazenda
atribuições deliberativas e consultivas, podendo formular Marcos Rodrigues Penido
recomendações; Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da
Considerando, por fim, a conveniência de que os Secretaria da Habitação
membros da Comissão Geral de Ética possuam mandato Saulo de Castro Abreu Filho
para o exercício de suas atribuições, Secretário de Logística e Transportes
Decreta: Eloísa de Sousa Arruda
Artigo 1º - Fica aprovado o Código de Ética da Secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania
Administração Pública, na forma do Anexo que faz parte Rubens Naman Rizek Junior
integrante deste decreto. Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da
Artigo 2º - O Código de Ética da Administração Pública Secretaria do Meio Ambiente
deverá estar disponível em todos os órgãos e entidades da Rogerio Hamam
Administração Pública sujeitos às suas normas, em local Secretário de Desenvolvimento Social
visível e de fácil acesso ao público. Julio Francisco Semeghini Neto
Artigo 3º - O artigo 37 do Decreto nº 57.500, de 8 de Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional
novembro de 2011, passa a vigorar com a seguinte redação: David Everson Uip
“Artigo 37 - A Comissão Geral de Ética tem por Secretário da Saúde
finalidade promover a ética pública e conhecer das Fernando Grella Vieira
consultas, denúncias e representações formuladas contra Secretário da Segurança Pública
agente público por infringência a princípio ou norma ético- Lourival Gomes
profissional, adotando as providências cabíveis, nos termos Secretário da Administração Penitenciária
da Lei n° 10.294, de 20 de abril de 1999, e do Código de Ética Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes
da Administração Pública.”. (NR) Secretário dos Transportes Metropolitanos
Artigo 4º - O artigo 39 do  Decreto nº 57.500, de 8 Tadeu Morais de Sousa
de novembro de 2011, passa a vigorar acrescido do § 2º, Secretário do Emprego e Relações do Trabalho
ficando designado o atual parágrafo único como § 1º, com José Auricchio Junior
a seguinte redação:

1
ÉTICA PROFISSIONAL NO SERVIÇO PÚBLICO

Secretário de Esporte, Lazer e Juventude Artigo 8º - O agente público não poderá receber
Ricardo Achilles salário, remuneração, transporte, hospedagem ou favor de
Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da particular que possa caracterizar conflito de interesses ou
Secretaria de Energia violação de dever.
Waldemir Aparício Caputo Parágrafo único - O agente público pode participar de
Secretário de Gestão Pública seminários, congressos e eventos, desde que a remuneração,
Claudio Valverde Santos vantagens ou despesas de viagem não sejam pagas por
Secretário-Adjunto, Respondendo pelo Expediente da pessoa que, de forma direta ou indireta, possa ser beneficiada
Secretaria de Turismo por ato ou decisão de sua competência funcional.
Linamara Rizzo Battistella Artigo 9º - O agente público não receberá presentes,
Secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência salvo nos casos protocolares.
Edson Aparecido dos Santos Parágrafo único - Não se consideram presentes os
Secretário-Chefe da Casa Civil brindes que não tenham valor comercial; ou não tenham
Publicado na Casa Civil, aos 8 de maio de 2014. valor elevado e sejam distribuídos a título de cortesia,
divulgação, ou por ocasião de eventos especiais ou datas
ANEXO comemorativas.
a que se refere o artigo 1º do Decreto nº 60.428, de 8 Artigo 10 - Os órgãos e entidades da Administração
de maio de 2014 Pública deverá manter registro de todas as reuniões e
audiências, conferindo-lhes publicidade; havendo presença
CÓDIGO DE ÉTICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA de particulares, deverão participar, sempre que possível, ao
ESTADUAL menos dois agentes públicos.
Artigo 11 - As divergências entre os agentes públicos
Artigo 1º - Todos os agentes da Administração Pública serão solucionadas mediante coordenação administrativa,
do Estado de São Paulo têm deveres éticos aos quais aderem não cabendo manifestação pública sobre matéria estranha à
automaticamente no momento de sua investidura. Além área de atuação de cada um e nem críticas de ordem pessoal.
de observar os princípios da legalidade, impessoalidade, Artigo 12 - Compete à Comissão Geral de Ética:
moralidade, publicidade, eficiência, interesse público, I - instaurar, de ofício ou em razão de denúncia
cortesia, razoabilidade, finalidade e motivação, devem fundamentada, procedimento para apuração de violação
pautar-se pelos padrões da ética. deste Código, nos termos dos artigos 11 e seguintes da Lei
Artigo 2º - É dever do agente público ter sempre em nº 10.294, de 20 de abril de 1999;
vista o interesse público e o bem comum, observando, em II - sugerir resoluções, com caráter geral, em matéria de
sua função ou fora dela, a dignidade, o decoro, o zelo e os ética pública;
princípios morais, evitando qualquer conflito de interesses. III - fazer recomendações aos agentes e órgãos públicos,
Artigo 3º - A remuneração do agente público é nos casos que lhe forem submetidos;
custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por IV - responder às consultas que lhe forem encaminhadas
todos. Toda pessoa tem direito a ser tratada com atenção, por agentes e órgãos públicos;
cortesia e eficiência pelos agentes públicos. V - requisitar informações e colher depoimentos;
Artigo 4º - A observância do interesse público, VI - elaborar seu regimento interno.
especialmente no que diz respeito à proteção e manutenção Artigo 13 - Havendo indício de violação deste Código,
do patrimônio público, implica o dever de abster-se o agente a Comissão dará ciência ao respectivo agente, que poderá
público de qualquer ato que importe em enriquecimento manifestar-se no prazo de quinze dias.
ilícito, gere prejuízo à Fazenda Pública, atente contra os § 1º -  Durante a apuração, que terá caráter de
princípios da Administração Pública ou viole direito de informalidade e oralidade, usando preferencialmente meios
particular. eletrônicos, poderão ser produzidas provas documentais,
Artigo 5º - Os nomeados, designados ou contratados promovidas diligências, colhidos depoimentos e, se for o
para cargos, funções ou empregos de direção, nos caso, solicitada manifestação de especialistas.
órgãos e entidades da Administração Pública, afirmam, § 2º - Ao final da instrução, o agente poderá oferecer
desde a investidura, conhecer as normas deste Código, alegações finais, no prazo de sete dias.
comprometendo-se a cumpri-las integralmente. § 3º - A conclusão da Comissão, com suas recomendações,
Artigo 6º - O agente público não utilizará bens ou será comunicada ao interessado e encaminhada à autoridade
recursos públicos, humanos ou materiais, para fins pessoais, imediatamente superior para que, em caso de procedência,
particulares, políticos ou partidários, nem se valerá de sua possa tomar as providências cabíveis.
função para obtenção de qualquer tipo de vantagem. § 4º - Aplica-se subsidiariamente, no que couber, o
Artigo 7º - O agente público deverá esclarecer a disposto na Lei estadual nº 10.294, de 20 de abril de 1999.
existência de eventual conflito de interesses, bem como Artigo 14 - Este Código se aplica sem prejuízo de
comunicar qualquer circunstância, suspeição ou fato outros Códigos de Ética existentes em órgãos ou entidade
impeditivo de sua participação em decisão individual ou em da Administração Pública do Estado de São Paulo.
órgão colegiado.

2
FOMENTO À PESQUISA

Procedimentos e normas de agências de formação, promoção e fomento à pesquisa, com ênfase no apoio à execução
de projetos e prestação de contas – base referencial FAPESP, CNPQ e CAPES................................................................................ 01
FOMENTO À PESQUISA

em temas induzidos, selecionados em chamadas públicas


PROCEDIMENTOS E NORMAS DE AGÊNCIAS específicas. Por exemplo, visando a subsidiar a formulação, a
DE FORMAÇÃO, PROMOÇÃO E FOMENTO avaliação e o aperfeiçoamento de políticas públicas, a Face-
À PESQUISA, COM ÊNFASE NO APOIO À pe tem lançado, em parceria com outras entidades da admi-
EXECUÇÃO DE PROJETOS E PRESTAÇÃO DE nistração estadual, chamadas para projetos de pesquisa em
CONTAS – BASE REFERENCIAL FAPESP, CNPQ temas específicos relacionados às áreas de erosão costeira,
E CAPES. segurança pública, gestão educacional, economias setoriais,
recursos hídricos, gravidez na adolescência, conservação
ambiental. Em parceria com agências federais, a Fundação
também tem participado de chamadas em temáticas rela-
A Facepe mantém programas permanentes para atrair cionadas à gestão da saúde, à agricultura e ao estudo da
e fixar, em Pernambuco, pesquisadores doutores de todas biodiversidade.
as áreas do conhecimento. Procura-se especialmente reunir • Estímulo à pesquisa em cooperação – No âmbito
competências para os setores relacionados à nova economia de acordos firmados com outras agências de fomento do
estadual e expandir a pesquisa no interior do Estado – onde a Brasil e do Exterior, a Facepe tem buscado ampliar a parti-
oferta de cursos de graduação e pós-graduação tem crescido cipação de pesquisadores de Pernambuco em atividades de
rapidamente. cooperação científica, mediante o apoio ao intercâmbio de
Em cofinanciamento com o CNPq e a CAPES, são ofe- pesquisadores e/ou o cofinanciamento de projetos de pes-
recidas bolsas de fixação do Programa de Desenvolvimento quisa cooperativa de classe mundial, elaborados e desenvol-
Científico Regional (DCR) e do Programa Nacional de Pós- vidos por grupos de pesquisa de Pernambuco e de outros
-Doutorado (PNPD), as quais incluem um auxílio ao projeto centros do País ou do Exterior. Em parceria com a FAPESP
de pesquisa do candidato. São também oferecidas Bolsas de e a ANR (França), por exemplo, são financiadas pesquisas
Fixação de Pesquisador (BFP), com recursos exclusivamente cooperativas relacionadas à mudança global e à microbiolo-
estaduais. Todas as bolsas DCR e PNPD, em qualquer área do gia-imunologia. Com o Inria e o CNRS (França), apoia-se o
conhecimento, recebem, em Pernambuco, uma complemen- intercâmbio na área de tecnologias da informação e comu-
tação de valor paga pela Facepe. nicação e, com o MIT (EUA), o intercâmbio em qualquer área
Além disso, em áreas ou temas específicos de seu inte- do conhecimento. A Facepe também auxilia a mobilidade de
resse, empresas, órgãos públicos ou entidades não-gover- alunos de pós-graduação para estágios em centros de pes-
namentais conveniados com a Facepe podem ainda aportar
quisa fora do Estado.
recursos para uma complementação adicional do valor da
bolsa ou para o custeio dos projetos.
Outros editais abertos atualmente
Editais em fluxo contínuo
Principais Bolsas
• Edital Facepe 04/2010 – Programa de Desenvolvi-
mento Científico e Tecnológico Regional (MCT/CNPq/Facepe)
• Edital Facepe 14/2009 – Apoio à Atração e Fixação • Bolsa de Desenvolvimento Científico Regional
de Novos Pesquisadores – Bolsa Complementar de Pós-Dou- (DCR)
torado DCR/PNPD • Bolsas do Programa Nacional de Pós-Doutorado
(PNPD)
Apoio a Projetos de Pesquisa • Bolsa de Fixação de Pesquisador (BFP)
• A Facepe financia a realização de projetos de pes- • Bolsa de Difusão Científica e Tecnológica (BDCT)
quisa em todas as áreas do conhecimento, atendendo à de- • Bolsa de Fixação de Técnico de Apoio à Pesquisa
manda espontânea dos pesquisadores ou a demandas indu- (BFT)
zidas, em chamadas temáticas. Há prioridade para áreas es- Principais Auxílios
tratégicas para o desenvolvimento de Pernambuco, com foco • Auxílio para Participação de Pesquisador em
nos temas da nova economia estadual, no aperfeiçoamento Congresso ou Reuniões no País (ACP) ou no Exterior
de políticas públicas e nos desafios da mudança ambiental. (ACE)
• Atendimento à demanda espontânea – Projetos • Auxílio para Pesquisador Visitante (APV)
de pesquisa científica em todas as áreas do conhecimento • Auxílio para Realização de Cursos e Reuniões
são regularmente apoiados pela Facepe por meio de cha- Científicas (ARC)
madas bianuais (edital APQ/Facepe). Além disso, em parceria • Auxílio para Treinamento de Pesquisador (ATP)
com o CNPq, a Fundação tem realizado regularmente cha- • Apoio à Estudantes
madas voltadas para públicos específicos, como os jovens • Por meio da concessão de bolsas de estudo de di-
pesquisadores e os grupos de excelência em pesquisa, em versas modalidades, a Facepe apoia a formação de recursos
todas as áreas. humanos altamente qualificados para a pesquisa, a docência
• Apoio a projetos em temas induzidos – Em co- no ensino superior e o atendimento da demanda dos seto-
financiamento com empresas, órgãos públicos ou outras res público e privado. A Fundação também dá apoio à reali-
agências de fomento (nacionais e internacionais), são tam- zação de cursos, treinamentos e reuniões científicas.
bém apoiados projetos de pesquisa científica e tecnológica

1
FOMENTO À PESQUISA

• Programas de Iniciação científica/Incentivo aca- Instituições de Ensino Superior públicas da esfera estadual e
dêmico municipal sediadas em Pernambuco que tenham obtido pa-
• A Facepe tem um programa próprio de bolsas de recer favorável na avaliação realizada pela CAPES no âmbito
iniciação científica para estudantes de graduação de todas as do programa Prodoutoral, visando a propiciar, para essas ins-
instituições de ensino superior do Estado. Outro programa é tituições estaduais e municipais, a continuidade na formação
dedicado a apoiar o ingresso e a permanência, nas universi- de jovens doutores, a consolidação de grupos de pesquisa, a
dades públicas, dos mais destacados alunos egressos da rede integração interinstitucional e a mobilidade acadêmica, na-
pública de ensino. Também são concedidas, em parceria com cionalmente.
o CNPq, bolsas de Iniciação Científica Júnior, cujo objetivo é • Auxílio à Mobilidade Discente (AMD) – Propicia a es-
despertar a vocação de estudantes do ensino médio para os tudante de pós-graduação, mediante a cobertura de despe-
campos das ciências e as carreiras tecnológicas. sas de transporte e manutenção, um estágio de curta dura-
• Bolsa de Iniciação Científica (BIC) ção em centro de pesquisa sediado no País para realizar parte
• Bolsa de Incentivo Acadêmico (BIA) de seu trabalho de dissertação ou tese em cooperação com
• Bolsa de Iniciação Científica Júnior (BIC Júnior) grupo de pesquisa diferente daquele a que está vinculado,
• Bolsas de pós-graduação (chamadas públicas se- visando a enriquecer sua formação e a incentivar a colabo-
mestrais) ração interinstitucional. Excepcionalmente, o auxílio poderá
• A concessão de bolsas para a realização de estudos ser concedido para apoiar estágio no Exterior, no contexto de
de mestrado e doutorado em Pernambuco é um dos inves- projeto realizado por grupo de pesquisa local que mantenha
timentos mais significativos da Facepe, representando cerca cooperação internacional bem consolidada com grupo de
de 40% do seu orçamento anual. São apoiados projetos de pesquisa fora do País.
dissertação ou tese em todas as áreas de conhecimento, se- Fonte: http://www.facepe.br/pesquisador/
lecionados em chamadas públicas semestrais, havendo prio-
ridade para projetos que favoreçam a interiorização das ativi- O CNPq é o Conselho Nacional de Desenvolvimento
dades de pesquisa e pós-graduação e a nucleação de novos Científico e Tecnológico responsável pelo fomento às pes-
grupos, ou projetos que tenham aderência a áreas e temas quisas científicas e tecnológicas brasileiras e pela formação
estratégicos para o desenvolvimento do Estado. Os editais de pesquisadores. O CNPq é subordinado ao Ministério da
também incentivam a participação de empresas, órgãos pú- Ciência e Tecnologia (MCT) e sua trajetória está intrinseca-
blicos ou entidades não-governamentais que podem, me- mente relacionada ao desenvolvimento científico brasileiro.
diante convênio com a Facepe, complementar o valor das Dentre os serviços oferecidos pelo CNPq está o ofereci-
bolsas concedidas a projetos de pesquisa em áreas/temas de mento de bolsas de incentivo à pesquisa nas modalidades de
seu interesse. É um estímulo à transferência, para o setor em- “bolsas individuais” ou “bolsas por quotas” no país ou para
presarial e para a sociedade, de resultados da pesquisa feita pesquisadores no exterior e que podem ser requeridas por
na pós-graduação. pesquisadores do ensino médio (iniciação científica júnior),
graduandos (bolsa de iniciação científica), mestrandos, dou-
• Apoio à titulação docente torandos e pós-doutorandos, sendo ainda classificadas em
• Programas especiais da Fundação destinam-se es- “bolsas de fomento científico” e “bolsas de fomento tecno-
pecificamente a apoiar a qualificação e a titulação dos do- lógico”.
centes atuantes nas instituições de ensino superior no Esta- Outro serviço de fomento ao desenvolvimento científico
do, em particular nas licenciaturas. Destacam-se os editais de prestado pelo CNPq é o “auxílio à pesquisa” quando o CNPq
apoio a projetos de Mestrado e Doutorado Interinstitucional oferece auxílios aos pesquisadores para publicações científi-
(MINTER/DINTER) e de apoio a planos institucionais de for- cas, capacitação através de cursos no exterior (intercâmbio),
mação de quadros docentes (Prodoutoral). promoção de eventos científicos, ou apoio à projetos de pes-
• Edital Facepe 10/2009 – Apoio a Projetos de Mes- quisa.
trado e Doutorado Interinstitucionais (MINTER/DINTER) O CNPq também conta com um programa para importa-
– Apoio à execução de projetos de Mestrado Interinstitucio- ção de bens destinados à pesquisas onde as instituições/pes-
nal (MINTER) e Doutorado Interinstitucional (DINTER), pre- quisadores podem solicitar a importação de equipamentos
viamente aprovados pela CAPES, que beneficiem instituições que necessitem ou somente realizar um cadastro para elas
de ensino superior sediadas em Pernambuco, viabilizando a próprias realizarem o serviço de importação gozando dos
formação de mestres e doutores fora dos grandes centros de mesmo benefícios fiscais que o CNPq.
ensino e pesquisa do Estado, principalmente no Interior, a fim Entretanto, uma das maiores ações do CNPq de fomento
de promover a capacitação de docentes para os diferentes ao desenvolvimento científico e tecnológico é o “Edital Uni-
níveis de ensino, subsidiar a nucleação e o fortalecimento de versal” realizado todos os anos e que recebe inscrições de
novos grupos de ensino e pesquisa, e fortalecer e estabelecer projetos de todas as áreas de pesquisa para o pleito de um
as condições para a criação de novos cursos de pós-gradua- auxílio à pesquisa.
ção stricto sensu no Estado. Criado em 1951 pela Lei N.º 1.310, o “Conselho Nacio-
• Edital Facepe 11/2009 Apoio a Projetos Institucio- nal de Pesquisas” foi transformado em “Conselho Nacional
nais de Formação Doutoral Docente (Parceria Capes – Pro- de Desenvolvimento Científico e Tecnológico” em 1974, e é
doutoral) – Apoio à execução de projetos institucionais de considerado hoje, como a maior agência de fomento do país.
formação de quadros docentes (Planfor) apresentados por
Fonte: https://www.infoescola.com/ciencias/cnpq/

2
REDAÇÃO OFICIAL

Redação oficial: memorandos, ofícios, comunicações internas e requerimentos........................................................................... 01


REDAÇÃO OFICIAL

mas sacramentais, protocolares e de anacronismos que


REDAÇÃO OFICIAL: MEMORANDOS, ainda se leem em documentos oficiais, como: “No dia 20
OFÍCIOS, COMUNICAÇÕES INTERNAS E de maio, do ano de 2011 do nascimento de Nosso Senhor
REQUERIMENTOS. Jesus Cristo”, que permanecem nos registros cartorários
antigos.
Não cabem também, nos textos oficiais, coloquialis-
mos, neologismos, regionalismos, bordões da fala e da lin-
Conceito guagem oral, bem como as abreviações e imagens sígnicas
comuns na comunicação eletrônica.
Entendese por Redação Oficial o conjunto de normas Diferentemente dos textos escolares, epistolares, jor-
e práticas que devem reger a emissão dos atos normati- nalísticos ou artísticos, a Redação Oficial não visa ao efeito
vos e comunicações do poder público, entre seus diversos estético nem à originalidade. Ao contrário, impõe unifor-
organismos ou nas relações dos órgãos públicos com as midade, sobriedade, clareza, objetividade, no sentido de
entidades e os cidadãos. se obter a maior compreensão possível com o mínimo de
A Redação Oficial inscrevese na confluência de dois recursos expressivos necessários. Portarias lavradas sob
universos distintos: a forma regese pelas ciências da lin- forma poética, sentenças e despachos escritos em versos
guagem (morfologia, sintaxe, semântica, estilística etc.); o rimados pertencem ao “folclore” jurídicoadministrativo e
conteúdo submetese aos princípios jurídicoadministrati- são práticas inaceitáveis nos textos oficiais. São também
vos impostos à União, aos Estados e aos Municípios, nas inaceitáveis nos textos oficiais os vícios de linguagem, pro-
esferas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. vocados por descuido ou ignorância, que constituem des-
Pertencente ao campo da linguagem escrita, a Redação vios das normas da línguapadrão. Enumeramse, a seguir,
Oficial deve ter as qualidades e características exigidas do alguns desses vícios:
texto escrito destinado à comunicação impessoal, objetiva,
clara, correta e eficaz. - Barbarismos: São desvios:
Por ser “oficial”, expressão verbal dos atos do poder - da ortografia: “ advinhar” em vez de adivinhar; “exces-
público, essa modalidade de redação ou de texto subordi- são” em vez de exceção.
nase aos princípios constitucionais e administrativos apli- - da pronúncia: “rúbrica” em vez de rubrica.
cáveis a todos os atos da administração pública, conforme - da morfologia: “interviu” em vez de interveio.
estabelece o artigo 37 da Constituição Federal: - da semântica: desapercebido (sem recursos) em vez
“A administração pública direta e indireta de qualquer de despercebido (não percebido, sem ser notado).
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos - pela utilização de estrangeirismos: galicismo (do fran-
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes- cês): “miseenscène” em vez de encenação; anglicismo (do
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência ( ... )”. inglês): “delivery” em vez de entrega em domicílio.
A forma e o conteúdo da Redação Oficial devem con- - Arcaísmos: Utilização de palavras ou expressões
vergir na produção dos textos dessa natureza, razão pela anacrônicas, fora de uso. Ex.: “asinha” em vez de ligeira,
qual, muitas vezes, não há como separar uma do outro. depressa.
Indicamse, a seguir, alguns pressupostos de como devem
ser redigidos os textos oficiais. - Neologismos: Palavras novas que, apesar de forma-
das de acordo com o sistema morfológico da língua, ainda
Padrão culto do idioma não foram incorporadas pelo idioma. Ex.: “imexível” em vez
de imóvel, que não se pode mexer; “talqualmente” em vez
A redação oficial deve observar o padrão culto do idio- de igualmente.
ma quanto ao léxico (seleção vocabular), à sintaxe (estru-
tura gramatical das orações) e à morfologia (ortografia, - Solecismos: São os erros de sintaxe e podem ser:
acentuação gráfica etc.). - de concordância: “sobrou” muitas vagas em vez de
Por padrão culto do idioma devese entender a língua sobraram.
referendada pelos bons gramáticos e pelo uso nas situa- - de regência: os comerciantes visam apenas “o
ções formais de comunicação. Devemse excluir da Redagão lucro” em vez de ao lucro.
Oficial a erudição minuciosa e os preciosismos vocabulares - de colocação: “não tratavase” de um problema sério
que criam entraves inúteis à compreensão do significado. em vez de não se tratava.
Não faz sentido usar “perfunctório” em lugar de “superfi-
cial” ou “doesto” em vez de “acusação” ou “calúnia”. São - Ambiguidade: Duplo sentido não intencional. Ex.:
descabidos também as citações em língua estrangeira e os O desconhecido faloume de sua mãe. (Mãe de quem? Do
latinismos, tão ao gosto da linguagem forense. Os manuais desconhecido? Do interlocutor?)
de Redação Oficial, que vários órgãos têm feito publicar,
são unânimes em desaconselhar a utilização de certas for-

1
REDAÇÃO OFICIAL

- Cacófato: Som desagradável, resultante da junção qualidades autorais, a função pública impõe a despersona-
de duas ou mais palavras da cadeia da frase. Ex.: Darei um lização do sujeito, do agente público que emite a comuni-
prêmio por cada eleitor que votar em mim (por cada e cação. São inadmissíveis, portanto, as marcas individualiza-
porcada). doras, as ousadias estilísticas, a linguagem metafórica ou a
- Pleonasmo: Informação desnecessariamente redun- elíptica e alusiva. A Redação Oficial prima pela denotação,
dante. Exemplos: As pessoas pobres, que não têm dinheiro, pela sintaxe clara e pela economia vocabular, ainda que
vivem na miséria; Os moralistas, que se preocupam com a essa regularidade imponha certa “monotonia burocrática”
moral, vivem vigiando as outras pessoas. ao discurso.
Reafirmase que a intermediação entre o emissor e o
A Redação Oficial supõe, como receptor, um operador receptor nas Redações Oficiais é o código linguístico, den-
linguístico dotado de um repertório vocabular e de uma tro do padrão culto do idioma; uma linguagem “neutra”,
articulação verbal minimamente compatíveis com o regis- referendada pelas gramáticas, dicionários e pelo uso em
tro médio da linguagem. Nesse sentido, deve ser um texto situações formais, acima das diferenças individuais, regio-
neutro, sem facilitações que intentem suprir as deficiências nais, de classes sociais e de níveis de escolaridade.
cognitivas de leitores precariamente alfabetizados.
Como exceção, citamse as campanhas e comunicados Formalidade e Padronização
destinados a públicos específicos, que fazem uma aproxi-
mação com o registro linguístico do públicoalvo. Mas esse As comunicações oficiais impõem um tratamento poli-
é um campo que refoge aos objetivos deste material, para do e respeitoso. Na tradição iberoamericana, afeita a títulos
se inserir nos domínios e técnicas da propaganda e da per- e a tratamentos reverentes, a autoridade pública revela sua
suasão. posição hierárquica por meio de formas e de pronomes de
Se o texto oficial não pode e não deve baixar ao ní- tratamento sacramentais. “Excelentíssimo”, “Ilustríssimo”,
vel de compreensão de leitores precariamente equipados “Meritíssimo”, “Reverendíssimo” são vocativos que, em al-
quanto à linguagem, fica evidente o falo de que a alfabe- gumas instâncias do poder, tornaramse inevitáveis. Enten-
tização e a capacidade de apreensão de enunciados são da-se que essa solenidade tem por consideração o cargo, a
condições inerentes à cidadania. Ninguém é verdadeira- função pública, e não a pessoa de seu exercente.
mente cidadão se não consegue ler e compreender o que Vale lembrar que os pronomes de tratamento são obri-
leu. O domínio do idioma é equipamento indispensável à gatoriamente regidos pela terceira pessoa. São erros muito
vida em sociedade. comuns construções como “Vossa Excelência sois bondo-
so(a)”; o correto é “Vossa Excelência é bondoso(a)”.
Impessoalidade e Objetividade A utilização da segunda pessoa do plural (vós), com
que os textos oficiais procuravam revestirse de um tom so-
Ainda que possam ser subscritos por um ente público lene e cerimonioso no passado, é hoje incomum, anacrô-
(funcionário, servidor etc.), os textos oficiais são expressão nica e pedante, salvo em algumas peças oratórias envol-
do poder público e é em nome dele que o emissor se co- vendo tribunais ou juizes, herdeiras, no Brasil, da tradição
munica, sempre nos termos da lei e sobre atos nela funda- retórica de Rui Barbosa e seus seguidores.
mentados. Outro aspecto das formalidades requeridas na Reda-
Não cabe na Redação Oficial, portanto, a presença do ção Oficial é a necessidade prática de padronização dos
“eu” enunciador, de suas impressões subjetivas, sentimen- expedientes. Assim, as prescrições quanto à diagramação,
tos ou opiniões. Mesmo quando o agente público manifes- espaçamento, caracteres tipográficos etc., os modelos ine-
tase em primeira pessoa, em formas verbais comuns como: vitáveis de ofício, requerimento, memorando, aviso e ou-
declaro, resolvo, determino, nomeio, exonero etc., é nos tros, além de facilitar a legibilidade, servem para agilizar o
termos da lei que ele o faz e é em função do cargo que andamento burocrático, os despachos e o arquivamento.
exerce que se identifica e se manifesta. É também por essa razão que quase todos os órgãos
O que interessa é aquilo que se comunica, é o con- públicos editam manuais com os modelos dos expedien-
teúdo, o objeto da informação. A impessoalidade contribui tes que integram sua rotina burocrática. A Presidência da
para a necessária padronização, reduzindo a variabilidade República, a Câmara dos Deputados, o Senado, os Tribu-
da linguagem a certos padrões, sem o que cada texto seria nais Superiores, enfim, os poderes Executivo, Legislativo e
suscetível de inúmeras interpretações. Judiciário têm os próprios ritos na elaboração dos textos e
Por isso, a Redação Oficial não admite adjetivação. O documentos que lhes são pertinentes.
adjetivo, ao qualificar, exprime opinião e evidencia um juí-
zo de valor pessoal do emissor. São inaceitáveis também a Concisão e Clareza
pontuação expressiva, que amplia a significação (! ... ), ou
o emprego de interjeições (Oh! Ah!), que funcionam como Houve um tempo em que escrever bem era escrever
índices do envolvimento emocional do redator com aquilo “difícil”. Períodos longos, subordinações sucessivas, vocá-
que está escrevendo. bulos raros, inversões sintáticas, adjetivação intensiva, enu-
Se nos trabalhos artísticos, jornalísticos e escolares o merações, gradações, repetições enfáticas já foram consi-
estilo individual é estimulado e serve como diferencial das derados virtudes estilísticas. Atualmente, a velocidade que

2
REDAÇÃO OFICIAL

se impõe a tudo o que se faz, inclusive ao escrever e ao Vossa Senhoria falou muito bem.
ler, tornou esses recursos quase sempre obsoletos. Hoje, a Vossa Excelência vai esclarecer o tema.
concisão, a economia vocabular, a precisão lexical, ou seja, Vossa Majestade sabe que respeitamos sua opinião.
a eficácia do discurso, são pressupostos não só da Redação
Oficial, mas da própria literatura. Basta observar o estilo Concordância pronominal:
“enxuto” de Graciliano Ramos, de Carios Drummond de An- Pronomes de tratamento concordam com pronomes
drade, de João Cabral de Melo Neto, de Dalton Trevisan, possessivos na terceira pessoa.
mestres da linguagem altamente concentrada. Vossa Excelência escolheu seu candidato. (e não “vos-
Não têm mais sentido os imensos “prolegômenos” e so...”).
“exórdios” que se repetiam como ladainhas nos textos ofi-
ciais, como o exemplo risível e caricato que segue: Concordância nominal:
Os adjetivos devem concordar com o sexo da pessoa a
“Preliminarmente, antes de mais nada, indispensável se que se refere o pronome de tratamento.
faz que nos valhamos do ensejo para congratularmonos com Vossa Excelência ficou confuso. (para homem)
Vossa Excelência pela oportunidade da medida proposta à Vossa Excelência ficou confusa. (para mulher)
apreciação de seus nobres pares. Mas, quem sou eu, humilde Vossa Senhoria está ocupado. (para homem)
servidor público, para abordar questões de tamanha com- Vossa Senhoria está ocupada. (para mulher)
plexidade, a respeito das quais divergem os hermeneutas e
exegetas. Sua Excelência - de quem se fala (ele/ela).
Entrementes, numa análise ainda que perfunctória das Vossa Excelência - com quem se fala (você)
causas primeiras, que fundamentaram a proposição tempes-
tivamente encaminhada por Vossa Excelência, indispensável Emprego dos Pronomes de Tratamento
se faz uma abordagem preliminar dos antecedentes imedia-
tos, posto que estes antecedentes necessariamente antece- As normas a seguir fazem parte do Manual de Redação
dem os consequentes”. da Presidência da República.

Observe que absolutamente nada foi dito ou informa- Vossa Excelência: É o tratamento empregado para as
do. seguintes autoridades:
- Do Poder Executivo - Presidente da República; Vi-
ce-presidenIe da República; Ministros de Estado; Governa-
As Comunicações Oficiais
dores e vicegovernadores de Estado e do Distrito Federal;
Oficiais generais das Forças Armadas; Embaixadores; Se-
A redação das comunicações oficiais obedece a pre-
cretáriosexecutivos de Ministérios e demais ocupantes de
ceitos de objetividade, concisão, clareza, impessoalidade,
cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Go-
formalidade, padronização e correção gramatical.
vernos Estaduais; Prefeitos Municipais.
Além dessas, há outras características comuns à comu-
- Do Poder Legislativo - Deputados Federais e Sena-
nicação oficial, como o emprego de pronomes de trata-
dores; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados
mento, o tipo de fecho (encerramento) de uma correspon-
Estaduais e Distritais; Conselheiros dos Tribunais de Contas
dência e a forma de identificação do signatário, conforme Estaduais; Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
define o Manual de Redação da Presidência da República. - Do Poder Judiciário - Ministros dos Tribunais Supe-
Outros órgãos e instituições do poder público também riores; Membros de Tribunais; Juizes; Auditores da Justiça
possuem manual de redação próprio, como a Câmara dos Militar.
Deputados, o Senado Federal, o Ministério das Relações
Exteriores, diversos governos estaduais, órgãos do Judiciá- Vocativos
rio etc.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigi-
Pronomes de Tratamento das aos chefes de poder é Excelentíssimo Senhor, seguido
do cargo respectivo: Excelentíssimo Senhor Presidente da
A regra diz que toda comunicação oficial deve ser for- República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
mal e polida, isto é, ajustada não apenas às normas gra- Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
maticais, como também às normas de educação e corte- Tribunal Federal.
sia. Para isso, é fundamental o emprego de pronomes de As demais autoridades devem ser tratadas com o vo-
tratamento, que devem ser utilizados de forma correta, de cativo Senhor ou Senhora, seguido do respectivo cargo:
acordo com o destinatário e as regras gramaticais. Senhor Senador / Senhora Senadora; Senhor Juiz/ Senhora
Embora os pronomes de tratamento se refiram à se- Juiza; Senhor Ministro / Senhora Ministra; Senhor Governa-
gunda pessoa (Vossa Excelência, Vossa Senhoria), a concor- dor / Senhora Governadora.
dância é feita em terceira pessoa.
Endereçamento
Concordância verbal:

3
REDAÇÃO OFICIAL

De acordo com o Manual de Redação da Presidência, (para arcebispos e bispos); Vossa Reverendíssima ou Vossa
no envelope, o endereçamento das comunicações dirigi- Senhoria Reverendíssima (para monsenhores, cônegos e su-
das às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter periores religiosos); Vossa Reverência (para sacerdotes, clé-
a seguinte forma: rigos e demais religiosos).
A Sua Excelência o Senhor Fechos para Comunicações
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça De acordo com o Manual da Presidência, o fecho das
70064900 Brasília. DF comunicações oficiais “possui, além da finalidade óbvia de
arrematar o texto, a de saudar o destinatário”, ou seja, o
A Sua Excelência o Senhor fecho é a maneira de quem expede a comunicação despe-
Senador Fulano de Tal dirse de seu destinatário.
Senado Federal Até 1991, quando foi publicada a primeira edição do
70165900 Brasília. DF atual Manual de Redação da Presidência da República, havia
15 padrões de fechos para comunicações oficiais. O Manual
A Sua Excelência o Senhor simplificou a lista e reduziu-os a apenas dois para todas as
Fulano de Tal modalidades de comunicação oficial. São eles:
Juiz de Direito da l0ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123 Respeitosamente: para autoridades superiores, inclu-
01010000 São Paulo. SP sive o presidente da República.
Atenciosamente: para autoridades de mesma hierar-
Conforme o Manual de Redação da Presidência, “em co- quia ou de hierarquia inferior.
municações oficiais, está abolido o uso do tratamento dig-
níssimo (DD) às autoridades na lista anterior. A dignidade “Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações diri-
é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, gidas a autoridades estrangeiras, que atenderem a rito e
sendo desnecessária sua repetida evocação”. tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de
Vossa Senhoria: É o pronome de tratamento empregado Redação do Ministério das Relações Exteriores”, diz o Ma-
para as demais autoridades e para particulares. O vocativo nual de Redação da Presidência da República.
adequado é: Senhor Fulano de Tal / Senhora Fulana de Tal. A utilização dos fechos “Respeitosamente” e “Atencio-
samente” é recomendada para os mesmos casos pelo Ma-
No envelope, deve constar do endereçamento: nual de Redação da Câmara dos Deputados e por outros
Ao Senhor manuais oficiais. Já os fechos para as cartas particulares ou
Fulano de Tal informais ficam a critério do remetente, com preferência
Rua ABC, nº 123 para a expressão “Cordialmente”, para encerrar a corres-
70123-000 – Curitiba.PR pondência de forma polida e sucinta.

Conforme o Manual de Redação da Presidência, em co- Identificação do Signatário


municações oficiais “fica dispensado o emprego do super-
lativo Ilustríssimo para as autoridades que recebem o trata- Conforme o Manual de Redação da Presidência do Re-
mento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o pública, com exceção das comunicações assinadas pelo
uso do pronome de tratamento Senhor. O Manual também presidente da República, em todas as comunicações ofi-
esclarece que “doutor não é forma de tratamento, e sim tí- ciais devem constar o nome e o cargo da autoridade que as
tulo acadêmico”. Por isso, recomenda-se empregá-lo apenas expede, abaixo de sua assinatura. A forma da identificação
em comunicações dirigidas a pessoas que tenham concluído deve ser a seguinte:
curso de doutorado. No entanto, ressalva-se que “é costume
designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacha- (espaço para assinatura)
réis em Direito e em Medicina”. Nome
Vossa Magnificência: É o pronome de tratamento diri- Chefe da SecretariaGeral da Presidência da República
gido a reitores de universidade. Correspondelhe o vocativo:
Magnífico Reitor. (espaço para assinatura)
Vossa Santidade: É o pronome de tratamento emprega- Nome
do em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo corres- Ministro de Estado da Justiça
pondente é: Santíssimo Padre. “Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a as-
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima: sinatura em página isolada do expediente. Transfira para
São os pronomes empregados em comunicações dirigidas a essa página ao menos a última frase anterior ao fecho”,
cardeais. Os vocativos correspondentes são: Eminentíssimo alerta o Manual.
Senhor Cardeal, ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Cardeal.
Nas comunicações oficiais para as demais autoridades
eclesiásticas são usados: Vossa Excelência Reverendíssima

4
REDAÇÃO OFICIAL

Padrões e Modelos Introdução: deve iniciar com referência ao expedien-


te que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do do-
O Padrão Ofício cumento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a in-
formação do motivo da comunicação, que é encaminhar,
O Manual de Redação da Presidência da República lista indicando a seguir os dados completos do documento en-
três tipos de expediente que, embora tenham finalidades caminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de
diferentes, possuem formas semelhantes: Ofício, Aviso e que trata), e a razão pela qual está sendo encaminhado,
Memorando. A diagramação proposta para esses expe- segundo a seguinte fórmula:
dientes é denominada padrão ofício. “Em resposta ao Aviso nº 112, de 10 de fevereiro de
O Ofício, o Aviso e o Memorando devem conter as se- 2011, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril
guintes partes: de 2010, do Departamento Geral de Administração, que tra-
ta da requisição do servidor Fulano de Tal.”
- Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede. Exemplos: ou

Of. 123/2002-MME “Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa
Aviso 123/2002-SG cópia do telegrama nº 112, de 11 de fevereiro de 2011, do
Mem. 123/2002-MF Presidente da Confederação Nacional de Agricultura, a res-
peito de projeto de modernização de técnicas agrícolas na
- Local e data. Devem vir por extenso com alinhamen- região Nordeste.”
to à direita. Exemplo:
Desenvolvimento: se o autor da comunicação dese-
Brasília, 20 de maio de 2011 jar fazer algum comentário a respeito do documento que
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvi-
- Assunto. Resumo do teor do documento. Exemplos: mento; em caso contrário, não há parágrafos de desenvol-
vimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.
Assunto: Produtividade do órgão em 2010.
Assunto: Necessidade de aquisição de novos computa- - Fecho.
dores. - Assinatura.
- Identificação do Signatário
- Destinatário. O nome e o cargo da pessoa a quem é
dirigida a comunicação. No caso do ofício, deve ser incluí- Forma de Diagramação
do também o endereço.
Os documentos do padrão ofício devem obedecer à se-
- Texto. Nos casos em que não for de mero encami- guinte forma de apresentação:
nhamento de documentos, o expediente deve conter a se-
guinte estrutura: - deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de
corpo 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas
Introdução: que se confunde com o parágrafo de de rodapé;
abertura, na qual é apresentado o assunto que motiva a - para símbolos não existentes na fonte Times New Ro-
comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, man, poderseão utilizar as fontes symbol e Wíngdings;
“Tenho o prazer de”, “Cumpreme informar que”,empregue - é obrigatório constar a partir da segunda página o
a forma direta; número da página;
- os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
Desenvolvimento: no qual o assunto é detalhado; se impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as mar-
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas gens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas
devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere páginas pares (“margem espelho”);
maior clareza à exposição; - o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
distância da margem esquerda;
Conclusão: em que é reafirmada ou simplesmente rea- - o campo destinado à margem lateral esquerda terá,
presentada a posição recomendada sobre o assunto. no mínimo 3,0 cm de largura;
- o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5
Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto cm;
nos casos em que estes estejam organizados em itens ou - deve ser utilizado espaçamento simples entre as li-
títulos e subtítulos. nhas e de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor
Quando se tratar de mero encaminhamento de docu- de texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha
mentos, a estrutura deve ser a seguinte: em branco;

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REDAÇÃO OFICIAL

- não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sub- Sua característica principal é a agilidade. A tramitação
linhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, do memorando em qualquer órgão deve pautar-se pela ra-
bordas ou qualquer outra forma de formatação que afete pidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos.
a elegância e a sobriedade do documento; Para evitar desnecessário aumento do número de comu-
- a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em nicações, os despachos ao memorando devem ser dados
papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em
para gráficos e ilustrações; folha de continuação. Esse procedimento permite formar
- todos os tipos de documento do padrão ofício de- uma espécie de processo simplificado, assegurando maior
vem ser impressos em papel de tamanho A4, ou seja, 29,7 transparência a tomada de decisões, e permitindo que se
x 21,0 cm; historie o andamento da matéria tratada no memorando.
- deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo
arquivo Rich Text nos documentos de texto; do padrão ofício, com a diferença de que seu destinatário
- dentro do possível, todos os documentos elabora- deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Exemplos:
dos devem ter o arquivo de texto preservado para con-
sulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
análogos; Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos.
- para facilitar a localização, os nomes dos arquivos
devem ser formados da seguinte maneira: tipo do docu- Obs: Modelo no final da matéria.
mento + número do documento + palavraschave do con-
teúdo. Exemplo: Exposição de Motivos

“Of. 123 relatório produtividade ano 2010” É o expediente dirigido ao presidente da República ou
ao vice-presidente para:
Aviso e Ofício (Comunicação Externa) - informá-lo de determinado assunto;
- propor alguma medida; ou
- submeter a sua consideração projeto de ato norma-
São modalidades de comunicação oficial praticamen-
tivo.
te idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é
expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presi-
autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício
dente da República por um Ministro de Estado. Nos casos
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm
em que o assunto tratado envolva mais de um Ministério,
como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos
a exposição de motivos deverá ser assinada por todos os
órgãos da Administração Pública entre si e, no caso do
Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de
ofício, também com particulares. interministerial.
Quanto a sua forma, Aviso e Ofício seguem o modelo Formalmente a exposição de motivos tem a apresenta-
do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o ção do padrão ofício. De acordo com sua finalidade, apre-
destinatário, seguido de vírgula. Exemplos: senta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para
Senhora Ministra, a que proponha alguma medida ou submeta projeto de ato
Senhor Chefe de Gabinete, normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que sim-
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício plesmente leva algum assunto ao conhecimento do Presi-
as seguintes informações do remetente: dente da República, sua estrutura segue o modelo antes
- nome do órgão ou setor; referido para o padrão ofício.
- endereço postal; Já a exposição de motivos que submeta à consideração
- telefone e endereço de correio eletrônico. do Presidente da República a sugestão de alguma medida
Obs: Modelo no final da matéria. a ser adotada ou a que lhe apresente projeto de ato nor-
mativo, embora sigam também a estrutura do padrão ofí-
Memorando ou Comunicação Interna cio, além de outros comentários julgados pertinentes por
seu autor, devem, obrigatoriamente, apontar:
O Memorando é a modalidade de comunicação entre - na introdução: o problema que está a reclamar a
unidades administrativas de um mesmo órgão, que po- adoção da medida ou do ato normativo proposto;
dem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível - no desenvolvimento: o porquê de ser aquela me-
diferente. Tratase, portanto, de uma forma de comunica- dida ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar
ção eminentemente interna. o problema, e eventuais alternativas existentes para equa-
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser cionálo;
empregado para a exposição de projetos, ideias, diretrizes - na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
etc. a serem adotados por determinado setor do serviço mada, ou qual ato normativo deve ser editado para solu-
público. cionar o problema.

6
REDAÇÃO OFICIAL

Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à ex- Dessa forma, ao atender às questões que devem ser
posição de motivos, devidamente preenchido, de acordo analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do
com o seguinte modelo previsto no Anexo II do Decreto nº Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e seu
4.1760, de 28 de março de 2010. anexo complementam-se e formam um todo coeso: no
Anexo à exposição de motivos do (indicar nome do anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta de
Ministério ou órgão equivalente) nº ______, de ____ de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pro-
______________ de 201_. vidência ou a edição de um ato normativo; o problema a
ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, seus
- Síntese do problema ou da situação que reclama pro- efeitos e seus custos; e as alternativas existentes. O texto da
vidências; exposição de motivos fica, assim, reservado à demonstra-
- Soluções e providências contidas no ato normativo ção da necessidade da providência proposta: por que deve
ou na medida proposta; ser adotada e como resolverá o problema.
- Alternativas existentes às medidas propostas. Men- Nos casos em que o ato proposto for questão de
cionar: pessoal (nomeação, promoção, ascenção, transferência,
- se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração, re-
- se há projetos sobre a matéria no Legislativo; condução, remoção, exoneração, demissão, dispensa, dis-
- outras possibilidades de resolução do problema. ponibilidade, aposentadoria), não é necessário o encami-
- Custos. Mencionar: nhamento do formulário de anexo à exposição de motivos.
- se a despesa decorrente da medida está prevista na Ressalte-se que:
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para - a síntese do parecer do órgão de assessoramento ju-
custeála; rídico não dispensa o encaminhamento do parecer com-
- se a despesa decorrente da medida está prevista na pleto;
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas para - o tamanho dos campos do anexo à exposição de mo-
custeála; tivos pode ser alterado de acordo com a maior ou menor
- valor a ser despendido em moeda corrente; extensão dos comentários a serem alí incluídos.
- Razões que justificam a urgência (a ser preenchido Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha presen-
somente se o ato proposto for medida provisória ou proje- te que a atenção aos requisitos básicos da Redação Oficial
to de lei que deva tramitar em regime de urgência). Men- (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade, padroni-
zação e uso do padrão culto de linguagem) deve ser redo-
cionar:
brada. A exposição de motivos é a principal modalidade
- se o problema configura calamidade pública;
de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos
- por que é indispensável a vigência imediata;
Ministros. Além disso, pode, em certos casos, ser encami-
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento
nhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário
não tenham sido previstos;
ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial da União, no todo
- se se trata de desenvolvimento extraordinário de si-
ou em parte.
tuação já prevista.
- Impacto sobre o meio ambiente (somente que o ato Mensagem
ou medida proposta possa vir a tê-lo)
- Alterações propostas. Texto atual, Texto proposto; É o instrumento de comunicação oficial entre os Che-
- Síntese do parecer do órgão jurídico. fes dos Poderes Públicos, notadamente as mensagens en-
viadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo
Com base em avaliação do ato normativo ou da medi- para informar sobre fato da Administração Pública; expor o
da proposa à luz das questões levantadas no ítem 10.4.3. plano de governo por ocasião da abertura de sessão legis-
A falta ou insuficiência das informações prestadas pode lativa; submeter ao Congresso Nacional matérias que de-
acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos Jurídicos da pendem de deliberação de suas Casas; apresentar veto; en-
Casa Civil, a devolução do projeto de ato normativo para fim, fazer e agradecer comunicações de tudo quanto seja
que se complete o exame ou se reformule a proposta. de interesse dos poderes públicos e da Nação.
O preenchimento obrigatório do anexo para as expo- Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos
sições de motivos que proponham a adoção de alguma Ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
medida ou a edição de ato normativo tem como finalidade: caberá a redação final.
- permitir a adequada reflexão sobre o problema que As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Con-
se busca resolver; gresso Nacional têm as seguintes finalidades:
- ensejar mais profunda avaliação das diversas causas
do problema e dos defeitos que pode ter a adoção da me- - Encaminhamento de projeto de lei ordinária, com-
dida ou a edição do ato, em consonância com as questões plementar ou financeira: Os projetos de lei ordinária ou
que devem ser analisadas na elaboração de proposições complementar são enviados em regime normal (Constitui-
normativas no âmbito do Poder Executivo (v. 10.4.3.) ção, art. 61) ou de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1º a
- conferir perfeita transparência aos atos propostos. 4º). Cabe lembrar que o projeto pode ser encaminhado sob
o regime normal e mais tarde ser objeto de nova mensa-
gem, com solicitação de urgência.

7
REDAÇÃO OFICIAL

Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos Mem- Somente produzirão efeitos legais a outorga ou renovação
bros do Congresso Nacional, mas é encaminhada com avi- da concessão após deliberação do Congresso Nacional
so do Chefe da Casa Civil da Presidência da República ao (Constituição, art. 223, § 3º). Descabe pedir na mensagem a
Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados, para que urgência prevista no art. 64 da Constituição, porquanto o §
tenha início sua tramitação (Constituição, art. 64, caput). 1º do art. 223 já define o prazo da tramitação.
Quanto aos projetos de lei financeira (que compreen- Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a
dem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos mensagem o correspondente processo administrativo.
anuais e créditos adicionais), as mensagens de encaminha-
mento dirigemse aos membros do Congresso Nacional, e - Encaminhamento das contas referentes ao exer-
os respectivos avisos são endereçados ao Primeiro Secretá- cício anterior: O Presidente da República tem o prazo de
rio do Senado Federal. A razão é que o art. 166 da Consti- sessenta dias após a abertura da sessão legislativa para en-
tuição impõe a deliberação congressual sobre as leis finan- viar ao Congresso Nacional as contas referentes ao exercício
ceiras em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exame e parecer
do regimento comum”. E à frente da Mesa do Congresso da Comissão Mista permanente (Constituição, art. 166, § 1º),
Nacional está o Presidente do Senado Federal (Constitui- sob pena de a Câmara dos Deputados realizar a tomada de
ção, art. 57, § 5º), que comanda as sessões conjuntas. contas (Constituição, art. 51, II), em procedimento discipli-
As mensagens aqui tratadas coroam o processo desen- nado no art. 215 do seu Regimento Interno.
volvido no âmbito do Poder Executivo, que abrange mi-
nucioso exame técnico, jurídico e econômicofinanceiro das - Mensagem de abertura da sessão legislativa: Ela
matérias objeto das proposições por elas encaminhadas. deve conter o plano de governo, exposição sobre a situação
Tais exames materializamse em pareceres dos diversos do País e solicitação de providências que julgar necessárias
órgãos interessados no assunto das proposições, entre eles (Constituição, art. 84, XI).
o da Advocacia Geral da União. Mas, na origem das pro- O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
postas, as análises necessárias constam da exposição de Presidência da República. Esta mensagem difere das demais
motivos do órgão onde se geraram, exposição que acom- porque vai encadernada e é distribuída a todos os congres-
panhará, por cópia, a mensagem de encaminhamento ao sistas em forma de livro.
Congresso.
- Comunicação de sanção (com restituição de au-
- Encaminhamento de medida provisória: Para dar tógrafos): Esta mensagem é dirigida aos membros do
cumprimento ao disposto no art. 62 da Constituição, o Pre- Congresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro
sidente da República encaminha mensagem ao Congresso, Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Nela
dirigida a seus membros, com aviso para o Primeiro Secre- se informa o número que tomou a lei e se restituem dois
tário do Senado Federal, juntando cópia da medida provi- exemplares dos três autógrafos recebidos, nos quais o Pre-
sória, autenticada pela Coordenação de Documentação da sidente da República terá aposto o despacho de sanção.
Presidência da República.
- Comunicação de veto: Dirigida ao Presidente do Se-
- Indicação de autoridades: As mensagens que sub- nado Federal (Constituição, art. 66, § 1º), a mensagem in-
metem ao Senado Federal a indicação de pessoas para forma sobre a decisão de vetar, se o veto é parcial, quais
ocuparem determinados cargos (magistrados dos Tribu- as disposições vetadas, e as razões do veto. Seu texto vai
nais Superiores, Ministros do TCU, Presidentes e diretores publicado na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário
do Banco Central, ProcuradorGeral da República, Chefes das demais mensagens, cuja publicação se restringe à notí-
de Missão Diplomática etc.) têm em vista que a Constitui- cia do seu envio ao Poder Legislativo.
ção, no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do - Outras mensagens: Também são remetidas ao Legis-
Congresso Nacional competência privativa para aprovar a lativo com regular frequência mensagens com:
indicação. O currículum vitae do indicado, devidamente as- - encaminhamento de atos internacionais que acarre-
sinado, acompanha a mensagem. tam encargos ou compromissos gravosos (Constituição, art.
49, I);
- Pedido de autorização para o presidente ou o vice- - pedido de estabelecimento de alíquolas aplicáveis
presidente da República se ausentarem do País por mais às operações e prestações interestaduais e de exportação
de 15 dias: Tratase de exigência constitucional (Constitui- (Constituição, art. 155, § 2º, IV);
ção, art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência - proposta de fixação de limites globais para o montan-
privativa do Congresso Nacional. O presidente da Repúbli- te da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI);
ca, tradicionalmente, por cortesia, quando a ausência é por - pedido de autorização para operações financeiras ex-
prazo inferior a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa ternas (Constituição, art. 52, V); e outros.
do Congresso, enviandolhes mensagens idênticas.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
- Encaminhamento de atos de concessão e renova- - convocação extraordinária do Congresso Nacional
ção de concessão de emissoras de rádio e TV: A obri- (Constituição, art. 57, § 6º);
gação de submeter tais atos à apreciagão do Congresso - pedido de autorização para exonerar o ProcuradorGe-
Nacional consta no inciso XII do artigo 49 da Constituição. ral da República (art. 52, XI, e 128, § 2º);

8
REDAÇÃO OFICIAL

- pedido de autorização para declarar guerra e decretar Fax


mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
- pedido de autorização ou referendo para celebrara O fax (forma abreviada já consagrada de facsímile) é
paz (Constituição, art. 84, XX); uma forma de comunicação que está sendo menos usada
- justificativa para decretação do estado de defesa ou devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a
de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4º); transmissão de mensagens urgentes e para o envio ante-
- pedido de autorização para decretar o estado de sítio cipado de documentos, de cujo conhecimento há premên-
(Constituição, art. 137); cia, quando não há condições de envio do documento por
- relato das medidas praticadas na vigência do esta- meio eletrônico. Quando necessário o original, ele segue
do de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141, parágrafo posteriormente pela via e na forma de praxe. Se necessário
único); o arquivamento, devese fazêlo com cópia xerox do fax e
- proposta de modificação de projetas de leis financei- não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
ras (Constituição, art. 166, § 5º); deteriora rapidamente.
- pedido de autorização para utilizar recursos que fi- Os documentos enviados por fax mantêm a forma e
carem sem despesas correspondentes, em decorrência de a estrutura que lhes são inerentes. É conveniente o envio,
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária juntamente com o documento principal, de folha de rosto,
anual (Constituição, art. 166, § 8º); isto é, de pequeno formulário com os dados de identifica-
- pedido de autorização para alienar ou conceder ter- ção da mensagem a ser enviada.
ras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, art.
188, § 1º); etc. Correio Eletrônico

As mensagens contêm: O correio eletrônico (“email”), por seu baixo custo e


- a indicação do tipo de expediente e de seu número, celeridade, transformouse na principal forma de comunica-
horizontalmente, no início da margem esquerda: ção para transmissão de documentos.
Um dos atrativos de comunicação por correio eletrô-
Mensagem nº nico é sua flexibilidade. Assim, não interessa definir forma
rígida para sua estrutura. Entretanto, devese evitar o uso
- vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da mar- O campo assunto do formulário de correio eletrôni-
gem esquerda: co mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
organização documental tanto do destinatário quanto do
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utili-
- o texto, iniciando a 2 cm do vocativo; zado, preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem
- o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do que encaminha algum arquivo deve trazer informações mí-
texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a nimas sobre seu conteúdo.
margem direita. A mensagem, como os demais atos assi- Sempre que disponível, devese utilizar recurso de con-
nados pelo Presidente da República, não traz identificação firmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar
de seu signatário. da mensagem pedido de confirmação de recebimento.
Nos termos da legislação em vigor, para que a mensa-
Obs: Modelo no final da matéria. gem de correio eletrônico tenha valor documental, isto é,
para que possa ser aceita como documento original, é ne-
Telegrama cessário existir certificação digital que ateste a identidade
do remetente, na forma estabelecida em lei.
Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar
os procedimentos burocráticos, passa a receber o título de Apostila
telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de
telegrafia, telex etc. Por se tratar de forma de comunicação É o aditamento que se faz a um documento com o ob-
dispendiosa aos cofres públicos e tecnologicamente supe- jetivo de retificação, atualização, esclarecimento ou fixar
rada, deve restringirse o uso do telegrama apenas àquelas vantagens, evitandose assim a expedição de um novo título
situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou documento. Estrutura:
ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, também - Título: APOSTILA, centralizado.
em razão de seu custo elevado, esta forma de comunicação - Texto: exposição sucinta da retificação, esclarecimen-
deve pautarse pela concisão. to, atualização ou fixação da vantagem, com a menção, se
Não há padrão rígido, devendose seguir a forma e a for o caso, onde o documento foi publicado.
estrutura dos formulários disponíveis nas agências dos - Local e data.
Correios e em seu sítio na Internet. - Assinatura: nome e função ou cargo da autoridade
que constatou a necessidade de efetuar a apostila.
Obs: Modelo no final da matéria.

9
REDAÇÃO OFICIAL

Não deve receber numeração, sendo que, em caso de - Texto.


documento arquivado, a apostila deve ser feita abaixo dos - Fecho.
textos ou no verso do documento. - Assinatura: nome e, quando necessário, função ou
Em caso de publicação do ato administrativo originá- cargo.
rio, a apostila deve ser publicada com a menção expressa Se o gabinete usar cartas com frequência, poderá nu-
do ato, número, dia, página e no mesmo meio de comuni- merálas. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no pa-
caçao oficial no qual o ato administrativo foi originalmente drão básico de diagramação.
publicado, a fim de que se preserve a data de validade. O fecho da carta segue, em geral, o padrão da corres-
pondência oficial, mas outros fechos podem ser usados, a
Obs: Modelo no final da matéria. exemplo de “Cordialmente”, quando se deseja indicar rela-
ção de proximidade ou igualdade de posição entre os cor-
ATA respondentes.

É o instrumento utilizado para o registro expositivo dos Obs: Modelo no final da matéria.
fatos e deliberações ocorridos em uma reunião, sessão ou
assembleia. Estrutura: Declaração
- Título ATA. Em se tratando de atas elaboradas se-
quencialmente, indicar o respectivo número da reunião ou É o documento em que se informa, sob responsabilida-
sessão, em caixaalta. de, algo sobre pessoa ou acontecimento. Estrutura:
- Texto, incluindo: Preâmbulo registro da situação es- - Título: DECLARAÇÃO, centralizado.
pacial e temporal e participantes; Registro dos assuntos - Texto: exposição do fato ou situação declarada, com
abordados e de suas decisões, com indicação das persona- finalidade, nome do interessado em destaque (em maiús-
lidades envolvidas, se for o caso; Fecho termo de encerra- culas) e sua relação com a Câmara nos casos mais formais.
mento com indicação, se necessário, do redator, do horário - Local e data.
de encerramento, de convocação de nova reunião etc. - Assinatura: nome da pessoa que declara e, no caso de
autoridade, função ou cargo.
A ATA será assinada e/ou rubricada portodos os pre-
sentes à reunião ou apenas pelo presidente e relator, de- A declaração documenta uma informação prestada por
pendendo das exigências regimentais do órgão. autoridade ou particular. No caso de autoridade, a compro-
A fim de se evitarem rasuras nas atas manuscritas, de- vação do fato ou o conhecimento da situação declarada
deve serem razão do cargo que ocupa ou da função que
vese, em caso de erro, utilizar o termo “digo”, seguido da
exerce.
informação correta a ser registrada. No caso de omissão de
Declarações que possuam características específicas
informações ou de erros constatados após a redação, usase
podem receber uma qualificação, a exemplo da “declara-
a expressão “Em tempo” ao final da ATA, com o registro das
ção funcional”.
informações corretas.
Obs: Modelo no final da matéria.
Obs: Modelo no final da matéria.
Despacho
Carta
É o pronunciamento de autoridade administrativa em
É a forma de correspondência emitida por particular, petição que lhe é dirigida, ou ato relativo ao andamento
ou autoridade com objetivo particular, não se confundindo do processo. Pode ter caráter decisório ou apenas de expe-
com o memorando (correspondência interna) ou o ofício diente. Estrutura:
(correspondência externa), nos quais a autoridade que as- - Nome do órgão principal e secundário.
sina expressa uma opinião ou dá uma informação não sua, - Número do processo.
mas, sim, do órgão pelo qual responde. Em grande parte - Data.
dos casos da correspondência enviada por deputados, de- - Texto.
vese usar a carta, não o memorando ou ofício, por estar o - Assinatura e função ou cargo da autoridade.
parlamentar emitindo parecer, opinião ou informação de
sua responsabilidade, e não especificamente da Câmara O despacho pode constituirse de uma palavra, de uma
dos Deputados. O parlamentar deverá assinar memorando expressão ou de um texto mais longo.
ou ofício apenas como titular de função oficial específica
(presidente de comissão ou membro da Mesa, por exem- Obs: Modelo no final da matéria.
plo). Estrutura:
- Local e data.
- Endereçamento, com forma de tratamento, destinatá-
rio, cargo e endereço.
- Vocativo.

10
REDAÇÃO OFICIAL

Ordem de Serviço - Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser di-


vidido em artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens.
É o instrumento que encerra orientações detalhadas - Assinatura: nome da autoridade competente e indi-
e/ou pontuais para a execução de serviços por órgãos su- cação do cargo.
bordinados da Administração. Estrutura:
- Título: ORDEM DE SERVIÇO, numeração e data. Certas portarias contêm considerandos, com as razões
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da au- que justificam o ato. Neste caso, a palavra “resolve” vem
toridade que expede o ato (em maiúsculas) e citação da depois deles.
legislação pertinente ou por força das prerrogativas do A ementa justificase em portarias de natureza normativa.
cargo, seguida da palavra “resolve”. Em portarias de matéria rotineira, como nos casos de
- Texto: desenvolvimento do assunto, que pode ser di- nomeação e exoneração, por exemplo, suprime-se a ementa.
vidido em itens, incisos, alíneas etc.
Obs: Modelo no final da matéria.
- Assinatura: nome da autoridade competente e indi-
cação da função.
Relatório
A Ordem de Serviço se assemelha à Portaria, porém
possui caráter mais específico e detalhista. Objetiva, es-
É o relato exposilivo, detalhado ou não, do funciona-
sencialmente, a otimização e a racionalização de serviços. mento de uma instituição, do exercício de atividades ou
acerca do desenvolvimento de serviços específicos num
Obs: Modelo no final da matéria. determinado período. Estrutura:
- Título RELATÓRIO ou RELATÓRIO DE...
Parecer - Texto registro em tópicos das principais atividades
desenvolvidas, podendo ser indicados os resultados par-
É a opinião fundamentada, emitida em nome pessoal ciais e totais, com destaque, se for o caso, para os aspectos
ou de órgão administrativo, sobre tema que lhe haja sido positivos e negativos do período abrangido. O cronogra-
submetido para análise e competente pronunciamento. ma de trabalho a ser desenvolvido, os quadros, os dados
Visa fornecer subsídios para tomada de decisão. Estrutura: estatísticos e as tabelas poderão ser apresentados como
- Número de ordem (quando necessário). anexos.
- Número do processo de origem. - Local e data.
- Ementa (resumo do assunto). - Assinatura e função ou cargo do(s) funcionário(s) re-
- Texto, compreendendo: Histórico ou relatório (intro- lator(es).
dução); Parecer (desenvolvimento com razões e justificati-
vas); Fecho opinativo (conclusão). No caso de Relatório de Viagem, aconselhase regis-
- Local e data. trar uma descrição sucinta da participação do servidor no
- Assinatura, nome e função ou cargo do parecerista. evento (seminário, curso, missão oficial e outras), indicando
o período e o trecho compreendido. Sempre que possível,
Além do Parecer Administrativo, acima conceitua- o Relatório de Viagem deverá ser elaborado com vistas ao
do, existe o Parecer Legislativo, que é uma proposição, e, aproveitamento efetivo das informações tratadas no even-
como tal, definido no art. 126 do Regimento Interno da to para os trabalhos legislativos e administrativos da Casa.
Câmara dos Deputados. Quanto à elaboração de Relatório de Atividades, deve-
O desenvolvimento do parecer pode ser dividido em se atentar para os seguintes procedimentos:
- absterse de transcrever a competência formal das
tantos itens (e estes intitulados) quantos bastem ao pare-
unidades administrativas já descritas nas normas internas;
cerista para o fim de melhor organizar o assunto, impri-
- relatar apenas as principais atividades do órgão;
mindolhe clareza e didatismo.
- evitar o detalhamento excessivo das tarefas execu-
tadas pelas unidades administrativas que lhe são subordi-
Obs: Modelo no final da matéria. nadas;
- priorizar a apresentação de dados agregados, gran-
Portaria des metas realizadas e problemas abrangentes que foram
solucionados;
É o ato administrativo pelo qual a autoridade estabe- - destacar propostas que não puderam ser concreti-
lece regras, baixa instruções para aplicação de leis ou trata zadas, identificando as causas e indicando as prioridades
da organização e do funcionamento de serviços dentro de para os próximos anos;
sua esfera de competência. Estrutura: - gerar um relatório final consolidado, limitado, se pos-
- Título: PORTARIA, numeração e data. sível, ao máximo de dez páginas para o conjunto da Direto-
- Ementa: síntese do assunto. ria, Departamento ou unidade equivalente.
- Preâmbulo e fundamentação: denominação da auto-
ridade que expede o ato e citação da legislação pertinente, Obs: Modelo no final da matéria.
seguida da palavra “resolve”.

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REDAÇÃO OFICIAL

Requerimento (Petição) Protocolo

É o instrumento por meio do qual o interessado requer O registro de protocolo (ou simplesmente “o proto-
a uma autoridade administrativa um direito do qual se jul- colo“) é o livro (ou, mais atualmente, o suporte informático)
ga detentor. Estrutura: em que são transcritos progressivamente os documentos e
- Vocativo, cargo ou função (e nome do destinatário), os atos em entrada e em saída de um sujeito ou entidade
ou seja, da autoridade competente. (público ou privado). Este registro, se obedecerem a nor-
- Texto incluindo: Preâmbulo, contendo nome do re- mas legais, têm fé pública, ou seja, tem valor probatório em
querente (grafado em letras maiúsculas) e respectiva qua- casos de controvérsia jurídica.
lificação: nacionalidade, estado civil, profissão, documen- O termo protocolo tem um significado bastante amplo,
to de identidade, idade (se maior de 60 anos, para fins identificando-se diretamente com o próprio procedimen-
de preferência na tramitação do processo, segundo a Lei to. Por extensão de sentido, “protocolo” significa também
10.741/03), e domicílio (caso o requerente seja servidor um trâmite a ser seguido para alcançar determinado obje-
da Câmara dos Deputados, precedendo à qualificação ci- tivo (“seguir o protocolo”).
vil deve ser colocado o número do registro funcional e a A gestão do protocolo é normalmente confiada a uma
lotação); Exposição do pedido, de preferência indicando repartição determinada, que recebe o material documen-
os fundamentos legais do requerimento e os elementos tário do sujeito que o produz em saída e em entrada e os
probatórios de natureza fática. anota num registro (atualmente em programas informáti-
- Fecho: “Nestes termos, Pede deferimento”. cos), atruibuindo-lhes um número e também uma posição
- Local e data. de arquivo de acordo com suas características.
- Assinatura e, se for o caso de servidor, função ou O registro tem quatro elementos necessários e obri-
cargo. gatórios:
- Número progressivo.
Quando mais de uma pessoa fizer uma solicitação, rei- - Data de recebimento ou de saída.
- Remetente ou destinatário.
vindicação ou manifestação, o documento utilizado será
- Regesto, ou seja, breve resumo do conteúdo da cor-
um abaixoassinado, com estrutura semelhante à do reque-
respondência.
rimento, devendo haver identificação das assinaturas.
A Constituição Federal assegura a todos, independen-
temente do pagamento de taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegali-
dade ou abuso de poder (art. 51, XXXIV, “a”), sendo que
o exercício desse direito se instrumentaliza por meio de
requerimento. No que concerne especificamente aos ser-
vidores públicos, a lei que institui o Regime único estabe-
lece que o requerimento deve ser dirigido à autoridade
competente para decidilo e encaminhado por intermédio
daquela a que estiver imediatamente subordinado o re-
querente (Lei nº 8.112/90, art. 105).

Obs: Modelo no final da matéria.

12
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Ofício

(Ministério)
(Secretaria/Departamento/Setor/Entidade)
(Endereço para correspondência)
(Endereço – continuação)
(Telefone e Endereço de Correio Eletrônico)

Ofício nº 524/1991/SG-PR

Brasília, 20 de maio de 2011

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (Nome)
Câmara dos Deputados
70160-900 – Brasília – DF
3 cm 297 mm
1,5 cm
Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama nº 154, de


24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em
sua carta nº 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas
pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído
pelo Decreto nº 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que –
na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação de terras indígenas
deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto
no art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos
etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último
aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual
competente.
4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão
encaminhas as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É
igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade
civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio
serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e
das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido
assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os
limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos
necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária
transparência e agilidade.

Atenciosamente,

(Nome)
(cargo)

210 mm

13
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Aviso

Aviso nº 45/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 2011

A Sua Excelência o Senhor


(Nome e cargo)
297 mm

3 cm
1,5 cm
Assunto: Seminário sobre o uso de energia no setor público

Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro


Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser
realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de
Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas, nesta
capital.
O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das
Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgãos Públicos, instituído
pelo Decreto nº 99.656, de 26 de outubro de 1990.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)
(cargo do signatário)

210 mm

14
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Memorando

Mem. 118/DJ

Em 12 de abril de 2011

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

297 mm
Assunto: Administração, Instalação de microcomputadores
1,5 cm

1. Nos termos do Plano Geral de Informatização, solicito a Vossa


Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores
neste Departamento.
2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal
seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA.
Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos
e outro gerenciador de banco de dados.
3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo
da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já
manifestou seu acordo a respeito.
4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste
Departa-mento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e,
sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Atenciosamente,

(Nome do signatário)

210 mm

15
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Exposição de Motivos de Caráter Informativo

5 cm

EM nº 00146/1991-MRE

5 cm Brasília, 24 de maio de 2011

3 cm 1,5 cm

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

2,5 cm
O Presidente George Bush anunciou, no último dia 13, significativa
mudança da posição norte-americana nas negociações que se realizam – na
Conferência do Desarmamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à manutenção de cerca de dois
por cento de seu arsenal químico até a adesão à convenção de todos os países em
condições de produzir armas químicas, os Estados Unidos reaproximaram sua
postura da maioria dos quarenta países participantes do processo negociador,
inclusive o Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado a ser
concluído e assinado em prazo de cerca de um ano. (...)
1 cm
2,5 cm
Atenciosamente,
2,5 cm

(Nome)
(cargo)

16
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Mensagem

5 cm

Mensagem nº 118

4 cm

297 mm

Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal,

2 cm 1,5 cm

3 cm
Comunico a Vossa Excelência o recebimento das mensagens SM nºs
106 a 110, de 1991, nas quais informo a promulgação dos Decretos Legislativos
nºs 93 a 97, de 1991, relativos à exploração de serviços de radiodifusão.

Brasília, 28 de março de 2011

210 mm

17
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Telegrama
[órgão Expedidorl
[setor do órgão expedidor]
[endereço do órgão expedidor]

Destinatário: _________________________________________________________
Nº do fax de destino: _________________________________ Data: ___/___/_____
Remetente: __________________________________________________________
Tel. p/ contato: ____________________Fax/correio eletrônico: ________________
Nº de páginas: esta + ______Nº do documento: _____________________________
Observações: _________________________________________________________
____________________________________________________________________


Exemplo de Apostila
APOSTILA

A Diretora da Coordenação de Secretariado Parlamentar do Departamento de Pessoal


declara que o servidor José da Silva, nomeado pela Portaria CDCC-RQ001/2004, publicada no
Suplemento ao Boletim Administrativo de 30 de março de 2004, teve sua situação funcional
alterada, de Secretário Parlamentar Requisitado, ponto n. 123, para Secretário Parlamentar sem
vínculo efetivo com o serviço público, ponto n. 105.123, a partir de 11 de abril de 2004, em face de
decisão contida no Processo n. 25.001/2004.

Brasília, em 26/5/2011

Maria da Silva
Diretora

Exemplo de ATA
CAMARA DOS DEPUTADOS
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO
Coordenação de Publicações

ATA

As 10h15min, do dia 24 de maio de 2011, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da


Silva, Diretora da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ala da reunião anterior, que
foi aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão
do item “Projetos Concluídos”, sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a palavra
o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de Marketing, que apresentou um breve relato das atividades
desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida, o Sr. Mário dos
Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos enviados para publicação
estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando a todos pelos resultados alcançados.
Com relação aos projeXos concluídos, a Diretora esclareceu que todos mantiveram-se dentro do
cronograma de trabalho preestabelecido e que serao encaminhados à gráfica na próxima semana.
Às 11h45min a Diretora encerrou os trabalhos, antes convocando reunião para o dia 2 de junho,
quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu,
Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

18
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Despacho

CÂMARA DOS DEPUTADOS


PRIMEIRASECRETARIA

Processo n . .........
Em .... / .... /200 ...

Ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados, por força do disposto no inciso I do art. 70
do Regimento do Cefor, c/c o art. 95, da Lei n. 8.112/90, com parecer favorável desta Secretaria, nos termos
das informações e manifestações dos órgãos técnicos da Casa.

Deputado José da Silva


PrimeiroSecretário

Exemplo de Ordem de Serviço

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CONSULTORIA TÉCNICA

ORDEM DE SERVIÇO N. 3, DE 6/6/2010

O DIRETOR DA CONSULTORIA TÉCNICA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso de suas


atribuições, resolve:
1. As salas 3 e 4 da Consultoria Técnica ficam destinadas a reuniões de trabalho com deputados,
consultores e servidores dos setores de apoio da Consultoria Técnica.
2. As reuniões de trabalho serão agendadas previamente pela Diretoria da Coordenação de
Serviços Gerais.
................................................................................................................................
6. Havendo mais de uma solicitação de uso para o mesmo horário, será adotada a seguinte
ordem de preferência:
1 reuniões de trabalho com a participação de deputados;
11 reuniões de trabalho da diretoria;
111 reuniões de trabalho dos consultores;
IV . ..................................................................................................................................
V . ....................................................................................................................................
7. O cancelamento de reunião deverá ser imediatamente comunicado à Diretoría da
Coordenação de Serviços Gerais.

José da Silva
Diretor

19
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Parecer

PARECER JURÍDICO

De: Departamento Jurídico


Para: Gerente Administrativo

Senhor Gerente,

Com relação à questão sobre a estabilidade provisória por gestação, ou não, da empregada Fulana de Tal, passamos
a analisar o assunto.
O artigo 10, letra “b”, do ADCT, assegura estabilidade à empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto.
Nesta hipótese, existe responsabilidade objetiva do empregador pela manutenção do emprego, ou seja, basta
comprovar a gravidez no curso do contrato para que haja incidência da regra que assegura a estabilidade provisória no
emprego. O fundamento jurídico desta estabilidade é a proteção à maternidade e à infância, ou seja, proteger a gestante e o
nascituro, assegurando a dignidade da pessoa humana.
A confirmação da gravidez, expressão utilizada na Constituição, refere-se à afirmativa médica do estado gestacional
da empregada e não exige que o empregador tenha ciência prévia da situação da gravidez. Neste sentido tem sido as
reiteradas decisões do C. TST, culminando com a edição da Súmula n. 244, que assim disciplina a questão:
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização
decorrente da estabilidade. (art. 10, II, “b” do ADCT). (ex-OJ nº 88 – DJ 16.04.2004).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do
contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. (ex-Súmula nº
244 – Res 121/2003, DJ 19.11.2003).
III - Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de
experiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou
sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000).
No caso colocado em análise, percebe-se que não havia confirmação da gestação antes da dispensa. Ao contrário,
diante da suspeita de gravidez, a empresa teve o cuidado de pedir a realização de exame laboratorial, o que foi feito, não
tendo sido confirmada a gravidez. A empresa só dispensou a empregada depois que lhe foi apresentado o resultado negativo
do teste de gravidez. A confirmação do estado gestacional só veio após a dispensa.
Assim, para solução da questão, importante indagar se gravidez confirmada no curso aviso prévio indenizado
garante ou não a estabilidade.
O TST tem decidido (Súmula 371), que a projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão de aviso
prévio indenizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso. Este entendimento
exclui a estabilidade provisória da gestante, quando a gravidez ocorre após a rescisão contratual.
A gravidez superveniente à dispensa, durante o aviso prévio indenizado, não assegura a estabilidade. Contudo, na
hipótese dos autos, embora a gravidez tenha sido confirmada no curso do aviso prévio indenizado, certo é que a empregada
já estava grávida antes da dispensa, como atestam os exames trazidos aos autos. A conclusão da ultrossonografia obstétrica
afirma que em 30 de julho de 2009 a idade gestacional ecografica era de pouco mais de 13 semanais, portanto, na data do
afastamento a reclamante já contava com mais de 01 mês de gravidez.
Em face do exposto, considerando os fundamentos jurídicos do instituto da estabilidade da gestante, considerando
que a responsabilidade do empregador pela manutenção do emprego é objetiva e considerando que o desconhecimento do
estado gravídico não impede o reconhecimento da gravidez, conclui-se que:
a) não existe estabilidade quando a gravidez ocorre na vigência do aviso prévio indenizado;
b) fica assegurada a estabilidade quando, embora confirmada no período do aviso prévio indenizado, a gravidez
ocorre antes da dispensa.
De acordo com tais conclusões, entendemos que a empresa deve proceder a reintegração da empregada diante da
estabilidade provisória decorrente da gestação.
É o parecer.

(localidade), (dia) de (mês) de (ano).


(assinatura)
(nome)
(cargo)

20
REDAÇÃO OFICIAL

Exemplo de Portaría

CÂMARA DOS DEPUTADOS


DIRETORIAGERAL

PORTARIA N. 1, de 13/1/2010

Disciplina a utilização da chancela eletrônica nas requisições


de passagens aéreas e diárias de viagens, autorizadasem
processos administrativos no âmbito da Câmara dos
Deputados e assinadas pelo DiretorGeral.

O DIRETORGERAL DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no uso das atribuições que lhe confere o
artigo 147, item XV, da Resolução n. 20, de 30 de novembro de 1971, resolve:
Art. 11 Fica instituído o uso da chancela eletrônica nas requisições de passagens aéreas e diárias de
viagens, autorizadas em processos administrativos pela autoridade competente e assinadas pelo DiretorGeral,
para parlamentar, servidor ou convidado, no âmbito da Câmara dos Deputados.
Art. 21 A chancela eletrônica, de acesso restrito, será válida se autenticada mediante código de
segurança e acompanhada do atesto do Chefe de Gabinete da DiretoriaGeral ou do seu primeiro substituto.
Art. 31 Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida


DiretorGeral

Modelo de Relatório
CÂMARA DOS DEPUTADOS
ÓRGÃO PRINCIPAL
órgão Secundário

RELATÓRIO

Introdução
Apresentar um breve resumo das temáticas a serem abordadas. Em se tratando de relatório de viagem,
indicar a denominação do evento, local e período compreendido.

Tópico 1
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
........................................................................................................................

Tópico 1.1
Havendo subdivisões, os assuntos subseqüentes serão apresentados hierarquizados à temática geral.
.................................................................................. ....

Tópico 2
Atribuir uma temática para o relato a ser apresentado.
.........................................................................................................................

3. Considerações finais
.........................................................................................................................

Brasília, ............................ de de 201...

Nome
Função ou Cargo

21
REDAÇÃO OFICIAL

Modelo de Requerimento

CÂMARA DOS DEPUTADOS


ÓRGÃO PRINCIPAL
Órgão Secundário

(Vocativo)
(Cargo ou função e nome do destinatário)

.................................... (nome do requerente, em maiúsculas) ..........................


.......................................................... (demais dados de qualificação), requer .................
............................................................................................................................................

Nestes termos,
Pede deferimento.

Brasília, ....... de .................. ���������������������������������������������������������� de 201.....

Nome
Cargo ou Função

Questões

01. Analise:
1. Atendendo à solicitação contida no expediente acima referido, vimos encaminhar a V. Sª. as informações referentes ao
andamento dos serviços sob responsabilidade deste setor.
2. Esclarecemos que estão sendo tomadas todas as medidas necessárias para o cumprimento dos prazos estipulados e o
atingimento das metas estabelecidas.
A redação do documento acima indica tratar-se
(A) do encaminhamento de uma ata.
(B) do início de um requerimento.
(C) de trecho do corpo de um ofício.
(D) da introdução de um relatório.
(E) do fecho de um memorando.

02. A redação inteiramente apropriada e correta de um documento oficial é:


(A) Estamos encaminhando à Vossa Senhoria algumas reivindicações, e esperamos poder estar sendo recebidos em
vosso gabinete para discutir nossos problemas salariais.
(B) O texto ora aprovado em sessão extraordinária prevê a redistribuição de pessoal especializado em serviços gerais
para os departamentos que foram recentemente criados.
(C) Estou encaminhando a presença de V. Sª. este jovem, muito inteligente e esperto, que lhe vai resolver os problemas
do sistema de informatização de seu gabinete.
(D) Quando se procurou resolver os problemas de pessoal aqui neste departamento, faltaram um número grande de
servidores para os andamentos do serviço.
(E) Do nosso ponto de vista pessoal, fica difícil vos informar de quais providências vão ser tomadas para resolver essa
confusão que foi criado pelos manifestantes.

Respostas

01-C / 02-B

22
ESTATUTO DO SERVIDOR

ESUNICAMP – Estatuto do servidor da Universidade Estadual de Campinas.................................................................................. 01


ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 6º O provimento de cargos e funções no âm-


ESUNICAMP – ESTATUTO DO SERVIDOR DA bito da UNICAMP e os demais atos administrativos refe-
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. rentes ao seu pessoal são de competência do Reitor ou da
autoridade delegada.
Artigo 7º Compete ao Reitor criar, instituir, transformar
TÍTULO I. e extinguir as funções autárquicas e sua série de classes,
PRESSUPOSTOS E PRINCÍPIOS INFORMADORES mediante aprovação do Conselho Universitário.

Artigo 1º. Este Estatuto institui o Regime Jurídico dos TÍTULO II.
servidores Docentes, Técnicos e Adminsitrativos da UNI- DISPOSIÇÕES COMUNS AOS SERVIDORES DOCEN-
VERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (ESUNICAMP). TES E TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS
Artigo 2º. Os Servidores da Universidade que forem SUBTÍTULO I
nomeados ou admitidos na forma prevista neste Estatuto DAS FORMAS DE PROVIMENTO DO EXERCÍCIO E
serão considerados Servidores Autárquicos Estatutários e DA VACÂNCIA
pertencem ao quadro de pessoal da UNICAMP - QCFA. CAPÍTULO I.
Artigo 3º. Para efeito do conjunto de normas regula- DAS FORMAS DE PROVIMENTO
doras da relação funcional entre o Servidor e a UNICAMP,
consideram-se: Artigo 8º São formas de provimento dos cargos e
I. Servidor Autárquico: pessoa nomeada ou admitida preenchimento das funções no QCFA:
para exercer cargo ou função autárquica docente, técnica I. Nomeação;
ou administrativa, doravante tratado apenas como servi- II. Admissão;
dor; III. Transferência;
II. Função Autárquica: conjunto de atribuições e res- IV. Reintegração;
ponsabilidades cometidas a um servidor autárquico; V. Reversão;
III. Cargo Público: conjunto de atribuições e responsa- VI. Aproveitamento;
bilidades cometidas a um funcionário; VII.Readmissão.
IV. Referência Numérica: Símbolo indicativo do nível do
salário e da função autárquica; SEÇÃO I
V. Grau: Valores fixados para sua referência numérica; DA NOMEAÇÃO
VI. Padrão: Conjunto de referência numérica e grau;
VII. Classe: Conjunto de cargos e funções autárquicas Artigo 9º As nomeações serão feitas em comissão
da mesma natureza; quando se tratar de cargo que em virtude de lei assim deva
VIII. Séries de Classes: Conjunto de classes da mesma ser provido e, em caráter efetivo, quando se tratar de cargo
natureza de trabalho, hierarquicamente escalonadas, de de provimento desta natureza, que se darão por concurso
acordo com o grau de complexidade das atribuições e o público de provas ou de provas e títulos.
nível de responsabilidade;
IX. Quadro: é o conjunto de carreiras, de cargos ou de SEÇÃO II
funções autárquicas na Universidade, que poderá desdo- DA ADMISSÃO
brar-se em partes, subquadros e tabelas.
Artigo 10. As Admissões serão feitas através do pro-
Artigo 4º Os cargos e funções autárquicas docentes cesso seletivo e as nomeações por concurso, e dar-se-ão na
constituem o Quadro de Docentes (QD-UNICAMP), e os referência inicial da carreira correspondente.
cargos e funções técnico e administrativas constituem o Artigo 11. Em caso de necessidade de serviço, e não
Quadro Técnico-Administrativo (QTA-UNICAMP). havendo candidato habilitado em concurso ou seleção, ou
Parágrafo Único - O desdobramento dos Quadros em condições para realização dos mesmos, as funções pode-
Partes, Subquadros e Tabelas será feito por ato do Reitor, rão ser providas, mediante admissão em caráter temporá-
incorporável ao texto deste Estatuto. No tocante ao Qua- rio, pelo prazo máximo de 2 (dois) anos.
dro do Pessoal Docente, este será constituído de três Par- § 1º. Por proposta da Congregação da Unidade, poderá
tes: Parte Permanente, Parte Suplementar em Extinção e haver admissão de pessoal pelo prazo máximo de 2 (dois)
Parte Especial. anos, nas categorias docentes previstas no artigo 217.
Artigo 5º A partir da data de vigência deste Estatuto, § 2º. O prazo a que se refere este artigo somente po-
não serão criados, no âmbito da UNICAMP, cargos técnico- derá ser renovado uma vez, mediante prévia autorização
-administrativos, devendo os atualmente existentes serem do Conselho Universitário, por proposta da Congregação
extintos na vacância. da Unidade.
Parágrafo Único - Excetuam-se da norma prevista no Artigo 12. O prazo máximo de validade dos concursos
“caput” deste artigo as criações de cargos decorrentes de ou processos seletivos poderá ser de até 2 (dois) anos e
decisões judiciais transitadas em julgado, e as referenttes a deverá ser expresso no Edital respectivo.
cargo em comissão.

1
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 13. As Admissões obedecerão rigorosamente à § 6º. A reversão dar-se-á em função de idêntica deno-
ordem de classificação do concurso ou seleção. minação àquela ocupada pelo inativo por ocasião de apo-
Artigo 14. Poderão se inscrever em concurso público sentadoria.
ou prova de seleção candidatos que com provem idade su- § 7º. Em casos especiais, a juízo da Universidade, po-
perior a 18 (dezoito) anos. derá o aposentado reverter à outra função de igual padrão,
Parágrafo Único - Nas admissões efetuadas nos termos respeitados os requisitos para preenchimento da mesma.
do artigo 11 deste Estatuto será observado o limite de ida-
de previsto no artigo anterior. SEÇÃO V
Artigo 15. As funções autárquicas são acessíveis aos DO APROVEITAMENTO
estrangeiros com situação regular no país.
Artigo 20. Aproveitamento é o reingresso na Universi-
SEÇÃO III dade do servidor em disponibilidade.
DA REINTEGRAÇÃO Artigo 21. O servidor em disponibilidade será obriga-
toriamente aproveitado no preenchimento de vaga existen-
Artigo 16. Reintegração é o reingresso do servidor na te ou que venha a ocorrer no subquadro da Universidade.
Universidade, em virtude de decisão judicial transitada em § 1º. O aproveitamento dar-se-á em função equivalen-
julgado, com ressarcimento de prejuízo resultante de sua te, por sua natureza e salário, àquela que o servidor ocu-
dispensa. pava quando posto em disponibilidade, não podendo ser
Artigo 17. A reintegração será feita em função idên- feito em função de padrão superior.
tica à anteriormente ocupada ou, se a mesma houver sido § 2º. Se o aproveitamento se der em função de padrão
transformada, na função resultante. inferior, o servidor terá direito à diferença de salários.
§ 1º. O servidor reintegrado ficará em disponibilidade, § 3º. Em nenhum caso, poderá efetuar-se o aprovei-
se não houver vaga na mesma função ou função equivalen- tamento sem que, mediante inspeção médica, através do
te àquela anteriormente por ele exercida. Orgão Oficial competente, fique certificada a capacidade
§ 2º. A disponibilidade, nos termos do parágrafo ante- para o exercício da função.
rior, obriga o servidor a aceitar o reaproveitamento, respei- § 4º. Se o Laudo Médico não for favorável, caberá nova
tadas as disposições anteriores, assim que houver vaga em inspeção médica, se for o caso, decorridos no mínimo 90
função equivalente no subquadro da Universidade. (noventa) dias.
§ 3º. Se o cargo ou função anteriormente ocupado esti- § 5º. Será tornado sem efeito o aproveitamento e ces-
ver provido, o seu ocupante será exonerado ou dispensado, sada a disponibilidade do servidor que, aproveitado, não
ou se ocupava outro cargo ou função, a este reconduzido entrar em exercício dentro do prazo de 30 (trinta) dias.
sem direito a indenização. § 6º. Se o aproveitamento se der em função de pro-
Artigo 18. Transitada em julgado a sentença que de- vimento em comissão, nela será assegurada ao servidor a
terminar a reintegração, deverá o respectivo ato ser expe- condição de efetividade que possuía na função anterior-
dido no prazo máximo de 30 (trinta) dias. mente ocupada.

SEÇÃO IV SEÇÃO VI
DA REVERSÃO DA READMISSÃO

Artigo 19. Reversão é o ato pelo qual o aposentado Artigo 22. Readmissão é o ato pelo qual o servidor
reingressa no serviço, a pedido ou “ex-officio”. reingressa no serviço autárquico, a critério da Universidade,
§ 1º. Não poderá reverter à atividade o aposentado sem direito a ressarcimento de prezuízos, assegurada ape-
que tiver mais de 60 (sessenta) anos de idade, exceção feita nas a contagem de tempo de serviço em cargos ou funções
aos casos de reversão «ex-officio”, a qual, por revestir-se de anteriores.
obrigatoriedade, terá lugar quando se tornarem insubsis- § 1º. A readmissão do ex-servidor será obrigatoriamen-
tentes as razões que determinaram a aposentadoria. te precedida de reexame do respectivo processo disciplinar,
§ 2º. A reversão «ex-officio” será tornada sem efeito e se for o caso, em que fique demonstrado não haver incon-
cassada a aposentadoria do servidor ou funcionário que veniência para o serviço público na decretação da medida.
não entrar em exercício no prazo legal. § 2º. Observado o disposto no parágrafo anterior, se a
§ 3º. A reversão somente poderá efetivar-se quando demissão tiver sido a bem do serviço público, a readmis-
através de inspeção médica oficial ficar comprovada a ca- são não poderá ser efetuada antes de decorridos 05 (cinco)
pacidade para o exercício da função. anos do ato de demissão.
§ 4º. Se o Laudo Médico não for favorável, caberá nova Artigo 23. A readmissão será feita na função anterior-
inspeção de saúde, se for o caso, após o decurso mínimo mente exercida pelo ex-servidor ou, se a mesma houver
de 90 (noventa) dias daquele laudo. sido transformada, na função resultante da transformação.
§ 5º. A reversão será tornada sem efeito quando o inte-
ressado não entrar no exercício de suas funções dentro do
prazo de 30 (trinta) dias.

2
ESTATUTO DO SERVIDOR

CAPÍTULO II Artigo 34. Normas especiais de freqüência ao serviço


DO EXERCÍCIO serão estabelecidas para o servidor estudante durante o
SEÇÃO I período letivo, conforme regulamentação própria.
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Artigo 35. O servidor que, comprovadamente, parti-
cipar das diferentes operações do Projeto Rondon ou Exa-
Artigo 24. O servidor deverá entrar em exercício no mes Supletivos ou Vestibulares fica dispensado do ponto,
prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação oficial do sem prejuízo de seu sálario, direitos e vantagens pelo prazo
ato de admissão ou nomeação, podendo ser prorrogado de duração da operação.
por igual período a critério da administração.
Parágrafo Único - O exercício do servidor se efetivará CAPÍTULO III
após satisfeitos os requisitos previstos na legislação esta- DA VACÂNCIA
dual.
Artigo 25. O ato de admissão ou nomeção caducará Artigo 36. A vacância da função decorrerá de:
quando o servidor não entrar em exercício nos prazos es- I. Exoneração, Dispensa ou Demissão
II. Transposição
tabelecidos no artigo anterior.
III. Acesso
Artigo 26. No caso de remoção ou transferência, o
IV. Aposentadoria
prazo para o exercício do servidor em férias ou licença será
V. Falecimento
contado da data em que este retornar ao serviço.
VI. Transferência do servidor para outro Órgão Público.
Artigo 27. Em caso de mudança de sede, será conce-
dido um período de trânsito de até 08 (oito) dias, a contar .Artigo 37. Dar-se-á a dispensa:
do desligamento do servidor. I. por vontade unilateral do servidor;
II. a critério da Universidade, quando se tratar de ocu-
SEÇÃO II pante de função em comissão, ou quando for
DO PONTO contratado para exercer tarefas específicas ou tempo-
rárias;
Artigo 28. Ponto é o registro pelo qual se verificará, III. no caso de servidor admitido em caráter temporá-
diariamente, a entrada e a saída do servidor no serviço. rio, a vacância dar-se-á nos termos do inciso anterior.
§ 1º. O servidor docente registrará a freqüência no seu
departamento, conforme regulamentação própria, bem § 1º. Na hipótese prevista no inciso I deste artigo, o
como o servidor técnico-administrativo em casos especiais, servidor deverá aguardar em exercício a concessão da dis-
a critério da administração. pensa até o máximo de 15 (quinze) dias, a contar da data
§ 2º. O servidor não poderá ser dispensado do ponto, de apresentação do requerimento.
salvo nos casos expressamente previstos neste Estatuto. § 2º. Não havendo prejuízo para o serviço, a perma-
Artigo 29. Até 05 (cinco) vezes por mês será permitido nência em exercício a que se refere o parágrafo anterior
ao servidor entrar com atraso, nunca superior a 15 (quinze) poderá ser dispensada pela autoridade competente.
minutos, desde que haja reposição no mesmo dia.
Artigo 30. Até 03 (três) vezes por mês será permitido SUBTÍTULO II
ao servidor retirar-se, temporária ou definitivamente, du- DA CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO
rante o período de trabalho, por motivo justo a critério da
autoridade competente, sem qualquer desconto em salá- Artigo 38. A apuração de tempo de serviço será feita
rio, desde que haja reposição. em dias corridos.
Parágrafo Único - A ausência prevista no “caput” deste § 1º. O número de dias será convertido em anos, consi-
derados estes como de efetivo exercício.
artigo não poderá exceder a 02 (duas) horas, excetuando-
§ 2º. Para fins de aposentadoria e disponibilidade, será
-se os casos de doença.
computado como serviço público o tempo utilizado em
Artigo 31. As faltas ao serviço , até o máximo de 06
estudos ou trabalhos posteriores a sua graduação, cujos
(seis) por ano, não excedente a uma por mês, poderão ser resultados se aplicam no exercício do cargo ou função-ati-
abonadas, desde que tenham ocorrido por motivo justifi- vidade que está exercendo, patrocinados pela Universidade
cado perante a autoridade competente, no primeiro dia de Estadual de Campinas ou por entidades públicas ou para-
retorno ao serviço. -estatais, desde que na época da aposentadoria o servidor
Artigo 32. O servidor que doar sangue fica dispensado conte pelo menos 05 (cinco) anos de serviço público pres-
do comparecimento ao serviço no dia da doação, deven- tados ao Estado de São Paulo. (revogado pela Delibera-
do apresentar comprovante no primeiro dia de retorno ao ção CONSU-A-14/00)
serviço. Artigo 39. O tempo de serviço público federal, esta-
Artigo 33. O servidor que tenha cumprido regular- dual ou municipal será contado para todos os efeitos, nos
mente o seu horário durante o mês terá direto a 02 (duas) termos da legislação vigente.
horas livres no mês seguinte, em dia a ser combinado pre- Artigo 40. Serão considerados de efetivo exercício,
viamente com a sua chefia, para tratar de assuntos de inte- para todos os efeitos legais, os dias em que o servidor esti-
resse particular. ver afastado do serviço em virtude de:

3
ESTATUTO DO SERVIDOR

I. férias; SUBTÍTULO III


II. casamento, até 08 (oito) dias; DA MOBILIDADE FUNCIONAL DO SERVIDOR TÉC-
III. falecimento do cônjuge, filho, inclusive natimorto, NICO E ADMINISTRATIVO
pais e irmãos até 08 (oito) dias; CAPÍTULO I
IV. falecimento do padrasto, madrasta, sogros e cunha- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
dos até 02 (dois) dias;
V. convocação para cumprimento de serviços obriga- Artigo 46. Mobilidade funcional é a utilização plena e
tórios por Lei; eficaz dos Recursos Humanos por intermédio de institutos
VI. licença por acidente de trabalho ou por doença pro- que permitam:
fissional; I. o constante aproveitamento do servidor em funções
VII.licença-gestante; mais compatíveis com suas aptidões, potencialidades e ha-
VIII.licença-paternidade; bilitação profissional;
IX. licença-compulsória; II. o adequado dimensionamento e distribuição dos re-
X. licença-prêmio; cursos humanos, consoante às reais necessidades das Uni-
XI. faltas abonadas até o limite de 06 (seis) por ano, dades Administrativas.
sendo no máximo 01 (uma) por mês; Artigo 47. Os institutos básicos da mobilidade funcio-
XII.afastamento no interesse da Universidade; nal são:
XIII.doação de sangue, devidamente comprovada, por I. a Transposição
um dia em cada 03 (três) meses de trabalho; II. o Acesso
XIV.missão ou estudo dentro do Estado, em outros III. a Transferência
pontos do território nacional ou no estrangeiro; Parágrafo único - Os institutos referidos nos incisos I e
XV.trânsito, em decorrência de mudança de sede no II regem-se pelos dispositivos contidos nos artigos 222 e
exercício, até 08 (oito) dias; 228 deste Estatuto e pelas normas legais e regulamentares
XVI.participação em provas de competições desporti- pertinentes.
vas, oficiais, dentro ou fora do Estado ou País;
XVII.suspensão, se o servidor for declarado inocente; CAPÍTULO II
XVIII.promoção de sua campanha eleitoral, nos termos DA TRANSFERÊNCIA
da legislação vigente;
XIX.participação em exames supletivos e vestibulares; Artigo 48. Transferência é a passagem de função de
XX.participação nas operações do Projeto Rondon; provimento de natureza permanente de uma para outra
XXI.comparecimento ao Instituto de Assistência Médi- Unidade da Universidade ou do Quadro, respeitada a lo-
ca ao Servidor Público Estadual ou Órgão Público, na forma tação.
da legislação pertinente; Parágrafo único - Se a função de que trata o “caput”
XXII.licença para exercer mandato de dirigente junto à deste artigo estiver provida, a transferência atingirá tam-
Associação de Servidores Técnico-Administrativos e Asso- bém o servidor que a ocupa.
ciação de Docentes. Artigo 49. A transferência será feita para a função ou
Artigo 41. São considerados também de efetivo exer- cargo do mesmo padrão de vencimento ou de igual remu-
cício, para todos os efeitos legais, os dias em que o servidor neração, ressalvados os casos de transferência a pedido,
deixar de comparecer ao serviço, em virtude de mandato em que o vencimento ou a remuneração poderá ser infe-
legislativo municipal, se o horário de sessões não coincidir rior.
com o trabalho. Artigo 50. A transferência por permuta se processará a
Parágrafo único - No caso de vereança remunerada, os requerimento de ambos os interessados e de acordo com o
dias de afastamento não serão computados para fins de prescrito neste capítulo.
vencimento ou remuneração, salvo se por eles tiver optado Artigo 51. No caso de transferência de pessoal docen-
o servidor. te será observado o disposto nos Estatutos e Regimento
Artigo 42. Para efeito de aposentadoria será contado Geral da UNICAMP.
o tempo em que o servidor esteve em disponibilidade.
Artigo 43. Para efeito de aposentadoria e disponibili- SUBTÍTULO IV
dade será contato o tempo de: DOS DIREITOS E VANTAGES DE
I. afastamento para entidades pára-estatais, serviços ORDEM PECUNIÁRIA
públicos de natureza industrial e outros permitidos em lei; CAPÍTULO I
II. licença para tratamento de saúde. DO SALÁRIO
Artigo 44. Para efeito de aposentadoria será observa-
da a contagem recíproca do tempo de serviço, nos termos Artigo 52. Salário é a retribuição paga mensalmente
da legislação vigente. ao servidor pelo efetivo exercício da função, corresponden-
Artigo 45. O tempo de mandato eletivo federal, es- te ao valor padrão fixado em lei.
tadual ou de Prefeitura Municipal, em que seja exigido § 1º. O servidor perderá o salário do dia quando não
afastamento para exercício do mandato, será contado de comparecer ao serviço, salvo quando se tratar de falta abo-
acordo com a legislação vigente. nada ou considerada como de efetivo exercício.

4
ESTATUTO DO SERVIDOR

§ 2º. O servidor perderá do salário diário o tempo cor- SEÇÃO III


respondente ao seu atraso, quando comparecer ao serviço DA AJUDA DE CUSTO
com atraso dentro da hora seguinte à marcada para início
do expediente, ou quando dele se retirar dentro da última Artigo 59. Será concedida ajuda de custo ao servidor,
hora, ressalvadas as hipóteses contidas nos artigos 29 e 30. em virtude de mudança de exercício “ex-officio”ou desig-
§ 3º. Quando se tratar de docente em Regime de Turno nação para serviço em nova sede.
Completo ou Regime de Turno Parcial, o desconto se fará § 1º. A ajuda de custo destina-se a indenizar o servidor
segundo critério de proporção a ser estabelecido em regu- das despesas de viagens e de nova instalação.
lamentação. § 2º. O transporte do servidor e de sua família com-
Artigo 53. As reposições devidas pelo servidor e as in- preende passagem e bagagem.
denizações por prejuízos que causar à Universidade serão Artigo 60. Será também concedida ajuda de custo ao
descontadas do salário, em parcelas mensais não exceden- servidor designado para serviço ou estudo fora do Estado
tes à décima parte do salário. ou País.
Artigo 54. O salário atribuído ao servidor não poderá Artigo 61. A ajuda de custo será arbitrada a critério do
ser objeto de arresto,sequestro ou penhora, salvo quando Reitor, não podendo exceder a importância equivalente a
se tratar: 03 (três) vezes o salário do servidor.
Artigo 62. Restituirá a ajuda de custo que tiver rece-
I. dos casos previstos no artigo anterior;
bido:
II. de prestação de alimentos na forma da lei civil;
I. o servidor que antes de concluir a incumbência que
III. das hipóteses de devolução ou ressarcimento de
lhe foi cometida regressar da nova sede, pedir
prejuízos previstos neste Estatuto.
dispensa ou abandonar o serviço;
II. o servidor que não seguir para a nova sede dentro
CAPÍTULO II do prazo fixado.
DAS VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA Parágrafo único - A restituição poderá ser feita parcela-
Artigo 55. Além do salário, o servidor poderá receber damente, a juízo da autoridade concedente, salvo no caso
as seguintes vantagens pecuniárias: de recebimento indevido, em que a importância a devolver
I. Adicional por tempo de serviço; será descontada integralmente do salário, sem prejuízo de
II. Sexta-Parte; pena disciplinar.
III. Gratificação pela prestação de serviços extraordiná- Artigo 63. Se o servidor regressar por determinação
rios; da autoridade competente, ou por motivo de força maior,
IV. Gratificação de Representação; devidamente comprovado, não ficará obrigado a restituir a
V. Gratificação por cargo ou função de confiança; ajuda de custo.
VI. Ajuda de Custo;
VII.Diárias; SEÇÃO IV
VIII.Salário-Família; DAS DIÁRIAS
IX. Salário-Esposa e Salário-Companheira;
X. Gratificação de Natal; Artigo 64. Ao servidor que se deslocar temporaria-
XI. Gratificação “Pró-Labore” pelo exercício das funções mente da respectiva sede no desempenho de suas atribui-
de “Caixa”; ções, em missão ou estudo, desde que relacionados com
XII.outras vantagens ou concessões pecuniárias, previs- a função que exercer, será concedida, além do transporte,
tas em legislação vigente. uma diária antecipada a título de indenização das despesas
de alimentação e pousada.
SEÇÃO I Parágrafo único - o disposto neste artigo não se aplica
DOS ADICIONAIS POR TEMPO DE SERVIÇO aos casos de missão ou estudo fora do País.
Artigo 65. As diárias serão calculadas com base no va-
lor do salário do servidor, de acordo com a tabela prevista
Artigo 56. O servidor terá direito, após cada período
em regulamentação pertinente.
de 5 (cinco) anos, contínuos ou não, ao adicional por tem-
Artigo 66. O servidor que indevidamente receber diá-
po de serviço a ser concedido na forma disciplinar prevista
ria será obrigado a restituí-la de uma só vez, ficando ainda
em regulamentação própria. sujeito à punição disciplinar, se agiu com dolo ou culpa.
Artigo 67. É vedado conceder diárias com objetivos de
SEÇÃO II remunerar outros encargos ou serviços.
DA SEXTA-PARTE
SEÇÃO V
Artigo 57. O servidor que completar 20 (vinte) anos DO SALÁRIO-FAMÍLIA E DO SALÁRIO-ESPOSA
de efetivo exercício, perceberá mais a sexta-parte de seus
salários. Artigo 68. Será concedido o salário-família a todo ser-
Artigo 58. A forma de concessão da sexta-parte segui- vidor ou inativo por:
rá regulamentação própria. I. filho menor de 18 (dezoito) anos;
II. filho inválido de qualquer idade, sem recursos próprios.

5
ESTATUTO DO SERVIDOR

Parágrafo único - Para a concessão de que trata este Artigo 76. No caso de alteração do regime de trabalho
artigo, desde que vivam total ou parcialmente às expensas que implique na alteração de remuneração, a Gratificação
do servidor, serão considerados os filhos de qualquer con- de Natal será calculada na base de 1/12 (um doze avos) da
dição, os enteados e os adotivos, equiparando-se a estes remuneração global recebida durante o ano.
os tutelados sem meios próprios de subsisstência, e a (o) Artigo 77. No caso de afastamento nos termos do ar-
companheira (o). tigo 88 ou licença com base no artigo 99, a Gratificação de
Artigo 69. Ao cônjuge supérstite ou responsável legal Natal corresponderá a 1/12 (um doze avos) das quantias
pelos filhos do casal fica assegurada na forma da lei, nas percebidas mensalmente pelos servidores que se encon-
mesmas bases e condições, a percepção do salário-família trarem em tal situação.
a que que tinha direito o servidor ou inativo falecido. Artigo 78. A Gratificação de Natal é extensiva aos ina-
Artigo 70. O salário-esposa será concedido ao servi- tivos, nas mesmas bases e condições.
dor ou inativo, que não perceba salário ou proventos de Artigo 79. Em lugar de Gratificação de Natal, o servi-
importância superior a 02 (duas) vezes o valor do menor dor poderá optar a qualquer tempo pela licença-prêmio
salário pago pela Universidade, desde que a mulher não prevista neste Estatuto.
exerça atividade remunerada. Parágrafo único - Em tais casos, a opção deverá ser fei-
Artigo 71. A concessão do benefício a que se refere o ta através de manisfetação escrita, devidamente protocola-
artigo anterior dar-se-á de conformidade com as normas da, ficando prejudicada a Gratificação de Natal, enquanto
legais pertinentes. prevalecer a opção.

SEÇÃO VI CAPÍTULO III


DA GRATIFICAÇÃO DE NATAL DAS OUTRAS CONCESSÕES PECUNIÁRIAS

Artigo 72. O servidor fará jus à Gratificação de Natal, Artigo 80. Ao cônjuge ou na falta deste à pessoa que
que será paga no mês de dezembro. provar ter feito despesas em virtude do falecimento do ser-
Parágrafo único - O pagamento de que trata este arti- vidor ou inativo será concedida, a título de Auxílio Funeral,
go poderá ser efetuado em duas parcelas, sendo a primeira a importância correspondente a um mês do respectivo sa-
no mês de julho e a outra no mês de dezembro, atendendo lário ou provento.
à conviniência administrativa e havendo possibilidade or- Parágrafo único - O pagamento será efetuado pela
çamentária. Unidade pagadora própria, mediante apresentação do
Artigo 73. A Gratificação de Natal corresponderá à Atestado de Óbito pelo cônjuge ou pessoa a cujas expen-
soma, quando for o caso, das seguintes parcelas percebi- sas houver sido realizado o funeral.
das pelo servidor, com base no mês de novembro: Artigo 81. A Universidade assegurará ao servidor o di-
I. valor do salário padrão da função do servidor; reito de pleno ressarcimento de danos ou prejuízos decor-
II. vantagens pecuniárias correspondentes à sexta-par- rentes de acidentes de trabalho, do exercício em determi-
te; nadas zonas ou locais, e da execução de trabalho especial,
III. quinquênios. com risco de vida ou saúde.
Parágrafo único - Ao valor obtido na conformidade Artigo 82. Fica assegurado ao servidor o pagamento
deste artigo será adicionado, quando for o caso, o valor do Auxílio Natalidade em caso de nascimento de filho, no
correspondente a 1/12 (um doze avos) das quantidades valor correspondente à menor referência de salário da es-
mensalmente percebidas pelo servidor nos 12 (doze) me- cala de vencimento do Estado.
ses anteriores a dezembro do ano respectivo a título de:
1. Gratificação de Representação SUBTÍTULO V
2. Substituição, nos termos da legislação vigente DOS DIREITOS E VANTAGENS EM GERAL
3. Gratificação “Pró-Labore” pelo exercício de funções CAPÍTULO I
de “Caixa” DAS FÉRIAS
4. Regime Especial de Trabalho
Artigo 74. Para servidores admitidos ou dispensados Artigo 83. O servidor terá direito a 30 (trinta) dias de
no correr do ano, a Gratificação de Natal será devida na férias anuais, observada a escala que for aprovada.
base de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço prestado § 1º. O período de férias do pessoal docente coincidirá
no período correspondente, calculada conforme o disposto com o das férias escolares.
no artigo anterior. § 2º. É proibido levar à conta de férias qualquer falta
Parágrafo único - Para os fins previstos neste artigo, a ao trabalho.
fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de serviço será § 3º. É proibida a acumulação de férias, salvo por abso-
considerada como mês integral. luta necessidade de serviço.
Artigo 75. Os servidores que durante o ano tenham § 4º. O direito a férias indeferidas oportuna e regular-
sido afastados ou licenciados com prejuízo do salário, não mente por necessidade de serviço é imprescritível.
terão computado o período do afastamento ou licença re- § 5º. O direito a férias não requeridas oportunamente
feridos para efeito de Gratificação de Natal. por motivos vários sujeita-se à prescrição qüinquenal.

6
ESTATUTO DO SERVIDOR

§ 6º. O período de férias será reduzido para 20 (vinte) § 1º. Durante o afastamento previsto no «caput» deste
dias, se no exercício anterior o servidor tiver, considerados artigo, o servidor perceberá apenas 2/3 (dois terços) do sa-
em conjunto, mais de 10 (dez) não comparecimentos cor- lário tendo direito à diferença, se for absolvido.
respondentes a faltas justificadas ou licenças previstas nos § 2º. No caso de condenação, se esta não for de natu-
incisos IV, VI e VII do artigo 91. reza que determine a dispensa do servidor, continuará ele
§ 7º. Durante as férias o servidor terá direito a todas afastado até o cumprimento total da pena, com direito a
as vantagens compatíveis, como se estivesse no exercício. 2/3 (dois terços) do salário.
Artigo 84. Atendido o interesse do serviço, o funcio- Artigo 90. As autoridades competentes determinarão
nário poderá usufruir férias de uma só vez ou em dois pe- o afastamento imediato do servidor queapresente indícios
ríodos iguais. de lesões orgânicas ou funcionais, causados por “raios-X”,
Artigo 85. Somente depois do primeiro ano de exercí- substâncias radioativas ou químicas, podendo atribuir-lhe,
cio o servidor terá direito a férias. conforme o caso, tarefas sem risco de radiação ou conce-
§ 1º. Para efeito deste artigo será contado o tempo de der-lhe licença “ex-officio” na forma dos artigos 117 e 118.
serviço prestado em outra função ou cargo público, des-
de que entre a cessação do anterior e o início de exercício SEÇÃO II
subsequente não haja interrupção superior a 10 (dez) dias. DAS LICENÇAS
§ 2º. O servidor que completar o primeiro ano de exer- SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cício durante o mês de dezembro poderá usufruir as férias
a que tem direito, ininterruptamente, a partir desta opor-
Artigo 91. O servidor poderá ser licenciado:
tunidade.
I. para tratamento de saúde;
§ 3º. O servidor que se encontrar na situação previs-
II. quando acidentado no exercício de suas atribuições
ta no parágrafo anterior poderá ter suas férias indeferidas, ou acometido de doença profissional;
por absoluta necessidade de serviço, ficando com direito a III. por motivo de gestação;
usufruí-las em exercício posterior. IV. por motivo de doença em pessoa de sua família;
Artigo 86. As escalas de férias serão organizadas no V. para cumprimento de obrigações concernentes ao
mês de outubro e poderão ser alteradas de acordo com a serviço militar ou da segurança nacional;
necessidade do serviço, a critério superior. VI. para tratar de assuntos particulares;
VII.quando o cônjuge, funcionário estadual ou militar,
CAPÍTULO II for mandado exercer suas funções, independentemente
DOS AFASTAMENTOS de solicitação, em outro ponto do Estado onde não existe
Unidade da Universidade, ou no território nacional ou es-
Artigo 87. O servidor poderá ser afastado: trangeiro;
I. por interesse da Administração; VIII.compulsoriamente, como medida profilática;
II. mediante concessão de licença, nos casos previstos IX. por prêmio de assiduidade;
neste Estatuto. X. para exercer mandato de dirigente em associação de
servidores técnico-administrativos e de docentes;
SEÇÃO I XI. licença paternidade.
DOS AFASTAMENTOS POR INTERESSE DA ADMI- Parágrafo único - Aos servidores admitidos em caráter
NISTRAÇÃO temporário não serão concedidas as licenças previstas nos
incisos VI e VII deste artigo.
Artigo 88. Poderá ser concedido afastamento ao servi- Artigo 92. A licença que dependa de inspeção médica
dor, mediante autorização expressa do Reitor, por interesse será concedida pelo prazo indicado no respectivo laudo.
da Administração, nos casos a seguir: Artigo 93. Finda a licença, o servidor deverá reassumir
I. para exercício em entidades com as quais a Universi- imediatamente o exercício de sua função, salvo prorroga-
dade mantenha convênios; ção.
Parágrafo único - A infração deste artigo importará na
II. para missão ou estudo de interesse da Universidade;
perda total do salário correspondente ao período de au-
III. para participação em eventos culturais, técnicos ou
sência e, se esta exceder a 30 (trinta) dias, ficará o servidor
científicos;
sujeito à pena de demissão por abandono de função.
IV. para participar de certames desportivos oficiais, Artigo 94. O servidor licenciado para tratamento de
dentro ou fora do Estado ou do País; saúde por motivo de acidente em serviço, por acometi-
V. para o exercício em órgãos públicos federais, es- mento de doença profissional ou por motivo de doença em
taduais ou municipais, suas respectivas autarquias, bem pessoa de sua família, é obrigatório a reassumir o exercício,
como empresas públicas em que for majoritário o capital se for considerado apto em inspeção médica realizada em
estatal, com ou sem prejuízo de vencimentos. “ex-officio” ou se não subsistir a doença na pessoa de sua
Artigo 89. O servidor preso em flagrante ou preventi- família.
vamente, pronunciado ou condenado por crime inafiançá- Parágrafo único - O servidor poderá desistir da licença,
vel, será considerado afastado da função até a condenação desde que, através de inspeção médica, fique comprovada
ou absolvição transitada em julgado. a cessação dos motivos determinantes da licença.

7
ESTATUTO DO SERVIDOR

Aritgo 95. As licenças que dependam de inspeção mé- SUBSEÇÃO III


dica poderão ser prorrogadas “ex-officio” ou mediante so- DA LICENÇA AO SERVIDOR ACIDENTADO EM SER-
licitação do servidor. VIÇO OU ACOMETIDO DE DOENÇA PROFISSIONAL
§ 1º. O pedido de prorrogação deverá ser apresentado
pelo menos 08 (oito) dias antes de findo o prazo da licença Artigo 103. O servidor acidentado em serviço ou que
e, se indeferido, contar-se-á como licença o período com- tenha adquirido doença profissional terá direito à licença
preendido entre o seu término e da data do conhecimento remunerada.
oficial do despacho denegatório. Paragrafo único - A licença prevista no artigo anterior
§ 2º. Em caso de entrar com recurso junto ao órgão não poderá exceder 04 (quatro) anos.
oficial, o servidor é obrigado a apresentar cópia do mesmo, Artigo 104. No caso de acidente, verificada a incapaci-
no prazo de 02 (dois) dias ao respectivo órgão de pessoal dade total para qualquer função, será desde logo concedi-
de sua lotação. da a aposentadoria ao servidor.
Artigo 96. As licenças para tratamento de saúde, por Artigo 105. A comprovação do acidente, indispensá-
acidente de trabalho ou por doença profissional concedi- vel para a concessão de licença, deverá ser encaminhada
das dentro de 60 (sessenta) dias contados do término da ao órgão médico oficial respectivo, dentro do prazo de 08
anterior serão considerados em prorrogação. (oito) dias, contados do evento.
Artigo 97. O servidor licenciado para tratamento de Artigo 106. Os conceitos de acidente do trabalho e
sua saúde, por acidente de trabalho ou doença profissional, respectivas equiparações, bem como a relação das mo-
não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, léstias profissionais, para os efeitos desta subseção, serão
sob pena de ser cassada sua licença e de ser apurada sua adotados pela legislação própria.
responsabilidade.
Artigo 98. O servidor que não se submeter à inspe- SUBSEÇÃO IV
ção médica, quando julgada necessária, será punido com a DA LICENÇA À SERVIDORA GESTANTE
pena de suspensão.
Parágrafo único - A suspensão cessará no dia em que Artigo 107. À servidora gestante será concedida, me-
se realizar a respectiva inspeção. diante inspeção médica oficial, licença remunerada de 120
(cento e vinte) dias.
SUBSEÇÃO II § 1º. Salvo prescrição médica em contrário, a licença
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO SAÚDE será concedida a partir do oitavo mês de gestação.
§ 2º. Ocorrido o parto sem que tenha sido requerida a
Artigo 99. Ao servidor impossibilitado de exercer a licença, será esta concedida mediante apresentação de cer-
função por motivo de saúde será concedida licença a pedi- tidão de nascimento e vigorará a partir da data do evento,
do do interessado ou “ex-officio”, mediante inspeção médi- podendo retroagir até 15 (quinze) dias.
ca em órgão oficial. § 3º. No caso de natimorto será concedida a licença
Parágrafo único - Para efeito do disposto no “caput” para tratamento de saúde, a critério médico, na forma pre-
deste artigo, consideram-se também órgãos médicos ofi- vista no artigo 99.
ciais aqueles instituídos pela Universidade em seu âmbito,
devidamente credenciado pelo Departamento Médico do SUBSEÇÃO V
Serviço Civil do Estado. DA LICENÇA PATERNIDADE
Artigo 100. Decorridos 04 (quatro) anos consecutivos
de licença para tratamento de saúde, o servidor será apo- Artigo 108. Ao servidor da Universidade, por ocasião
sentado, desde que verificada sua invalidez, através do de- do nascimento do filho, será concedida licença remunerada
vido exame médico, sendo permitido o licenciamento além de 07 (sete) dias.
desse prazo, quando não se justificar a aposentadoria.
Parágrafo único - Dar-se-á reversão compulsória do SUBSEÇÃO VI
servidor aposentado na forma deste artigo, desde que ces- DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PES-
sados os motivos determinantes da aposentadoria. SOA DA FAMÍLIA
Artigo 101. O servidor ocupante da função provida
em comissão poderá ser aposentado nos termos do artigo Artigo 109. O servidor poderá obter licença por moti-
anterior, desde que conte com mais de 15 (quinze) anos de vo de doença do cônjuge ou de parentes até segundo grau:
efetivo exercício initerrupto na função, seja ou não ocupan- § 1º. A doença poderá ser comprovada através de ins-
te de função de provimento efetivo. peção médica oficial na forma do artigo 99.
Artigo 102. O servidor que solicitar licença para tra- § 2º. A licença de que se trata este artigo será conce-
tamento de saúde deverá aguardar em exercício o resulta- dida:
do da inspeção médica, salvo no caso de licença em pror- 1. sem prejuízo do salário do primeiro mês;
rogação ou quando se verificar moléstia aguda, acidente 2. com desconto de 1/3 (um terço), no segundo e ter-
ou circunstância excepcional que determine a interrupção ceiro mês;
imediata do exercício, a critério da autoridade médica, res- 3. com desconto de 2/3 (dois terços) do quarto ao sexto;
salvado, ainda o previsto no inciso VIII do artigo 91. 4. com prejuízo do salário, do sétimo ao vigésimo mês.

8
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 110. O servidor poderá licenciar-se para acom- § 1º. O disposto no «caput» deste artigo aplica-se ao
panhar filho que tenha doença psíquica ou seja deficiente, marido ou companheiro da servidora estadual.
até o máximo de 06 (seis) horas semanais, desde que com- § 2º. A licença será concedida mediante pedido devida-
provado que o acompanhamento pelos pais é imprescin- mente instruído e vigorará pelo tempo que durar a comis-
dível para a recuperação ou tratamento adequado do filho. são ou a nova função do cônjuge.
§ 3º. A licença não será concedida se houver Unidade da
SUBSEÇÃO VII Universidade no local para onde o cônjuge for transferido.
DA LICENÇA PARA ATENDER OBRIGAÇÕES CON- § 4º. Aplica-se o disposto neste artigo à companheira
CERNENTES O SERVIÇO MILITAR que viva com servidor por período superior a cinco (5) anos.

Artigo 111. Ao servidor que for convocado para o SUBSEÇÃO X


serviço militar e outros encargos da segurança nacional DA LICENÇA COMPULSÓRIA
será concedida licença, nos termos da legislação própria.
Parágrafo único - A licença será concedida mediante Artigo 117. O servidor considerado portador de fonte
comunicação do servidor ao Chefe da Unidade, acompa- de infecção de doença transmissível poderá ser imediata-
nhada de Documento Oficial que com prove a incorpora- mente afastado, a critério da autoridade sanitária compe-
ção. tente, enquanto durar essa condição.
Artigo 112. O servidor desincorporado reassumirá a Artigo 118. Verificada a procedência da suspeita pelo
função dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da órgão médico oficial, o servidor será licenciado para trata-
data de sua desincorporação, sob pena de demissão por mento de saúde, na forma do artigo 99, considerando-se
abandono de função. incluídos no período da licença os dias de licenciamento
Artigo 113. Ao servidor que houver feito curso para compulsório.
ser admitido como oficial da reserva das Forças Armadas Artigo 119. Quando não confirmada a suspeita, de-
será também concedida licença durante os estágios obri- verá o servidor retornar ao serviço, considerando-se como
gatórios prescritos pelos regulamentos militares, na forma efetivo exercício para todos os efeitos legais o período de
da legislação própria. licença compulsória.

SUBSEÇÃO VIII SUBSEÇÃO XI


DA LICENÇA - PRÊMIO
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTI-
CULARES
Artigo 120. O servidor optante por Licença-Prêmio ou
que pela mesma venha a optar, nos termos da legislação
Artigo 114. Após 02 (dois) anos de exercício, e a crité-
vigente, terá direito a licença de 90 (noventa) dias em cada
rio da Administração, o servidor poderá obter licença com
período de 05 (cinco) anos de exercício ininterrupto, sem
prejuizo do salário e das demais vantagens, para tratar de
qualquer penalidade administrativa.
interesses particulares, pelo prazo máximo de 02 (dois)
Artigo 121. O período da licença-prêmio será conside-
anos.
rado de efetivo exercício, para todos os efeitos legais, e não
§ 1º. A licença poderá ser concedida parceladamente,
acarretará qualquer desconto na remuneração.
a critério da Administração, desde que dentro do período Artigo 122. Para fins de licença prêmio, não serão con-
de 03 (três) anos. siderados como interrupção de exercício:
§ 2º. O servidor deverá aguardar em exercício a con- I. Os afastamentos enumerados no artigo 88, exceto in-
cessão da licença. ciso V;
§ 3º. O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o II. As faltas abonadas, as justificadas e os dias de licença
exercício, desistindo da licença. a que se referem os incisos I a IV do artigo 91, desde que
Artigo 115. Somente poderá ser concedida nova li- o total de todas essas ausências não exceda 30 (trinta) dias,
cença, depois de decorridos 02 (dois) anos do término da dentro do período de 05 (cinco) anos.
anterior. Artigo 123. Para efeito de licença-prêmio, o tempo de
serviço prestado à União, outros Estados, Municípios e suas
SUBSEÇÃO IX autarquias será contado na forma de legislação própria.
DA LICENÇA À SERVIDORA CASADA COM FUN- Artigo 124. A requerimento do servidor, a licença-prê-
CIONÁRIO ESTADUAL OU MILITAR mio poderá ser concedida em parcelas não inferiores a 30
(trinta) dias, a critério da autoridade competente para sua
Artigo 116. A servidora casada com funcionário es- concessão.
tadual ou militar, ou a companheira nos termos de lei civil Artigo 125. O servidor deverá aguardar em exercício a
terá direito a licença sem remuneração, mas com as demais concessão da licença.
vantagens, quando o marido for transferido ou removido Parágrafo único - O gozo da licença não iniciada dentro
“ex-officio” para outro ponto do Estado ou do Território de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato conces-
Nacional, ou para o estrangeiro. sório, dependerá de novo requerimento.

9
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 126. O servidor que conte com pelo menos 15 § 1º. A aposentadoria prevista no inciso I somente será
(quinze) anos de serviço poderá, em sua opção pela licen- concedida após a comprovação da invalidez mediante ins-
ça-prêmio, requerer concessão da metade do período, ou peção de saúde realizada em orgão médico oficial.
seja, 45 (quarenta e cinco) dias em pecúnia. § 2º. A aposentadoria prevista no inciso I I é automática
§ 1º. Somente após feita a conversão em pecúnia, o e o servidor deixará o exercício ao atingir a idade-limite,
servidor poderá gozar o período restante de 45 (quarenta devendo o ato retroagir a essa data.
e cinco) dias por inteiro, ou ainda, em duas parcelas de 30 § 3º. No caso do inciso I I I, em se tratando do pessoal
(trinta) e de 15 (quinze) dias, ou vice-versa, ficando a critério docente, o prazo fica reduzido a 30 (trinta) anos para ho-
da Universidade o momento oportuno para gozo. mem e 25 (vinte e cinco) anos para as mulheres, na forma
§ 2º. O servidor que optar pelo recebimento em pecúnia da legislação própria.
de metade da licença-prêmio a que tenha direito não pode- Artigo 132. A aposentadoria voluntária produzirá
rá retratar-se dessa opção. efeito a partir da publicação do ato no órgão de imprensa
§ 3º. Quando não houver requerido a conversão da li- oficial.
cença em pecúnia, esta deverá ser concedida nos termos do Artigo 133. Os proventos de aposentadoria serão:
artigo 120. I. integrais, quando o servidor:
Artigo 127. O pagamento referente à licença-prêmio a) contar 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se for do
em pecúnia será efetuado com base no salário do servidor à
sexo masculino, ou 30 (trinta), se for do sexo feminino,
época da efetivação do referido pagamento, ressalvado ain-
ficando este período reduzido para 30 (trinta) e 25 (vinte
da o direito a salário que tenha efeito retroativo a tal época.
e cinco) anos respectivamente para o sexo masculino e
feminino em se tratando de pessoal docente;
CAPÍTULO III
DA ESTABILIDADE b) invalidar-se por acidente em serviço, por moléstia
profissional ou doença grave, contagiosa, ou incurável,
Artigo 128. Adquire estabilidade após 02 (dois) anos de especificada em lei;
exercício ininterrupto o servidor nomeado ou admitido na II. proporcionais ao tempo de serviço, nos demais ca-
Universidade através de concurso ou seleção. sos.
§ 1º. A estabilidade diz respeito à Universidade e não à Artigo 134. Os proventos referidos no artigo anterior
função, podendo o servidor ser aproveitado em outra função serão correspondentes à função que o servidor estiver
autárquica, de igual padrão, de acordo com suas aptidões. exercendo na época da aposentadoria.
§ 2º. Para fins de estabilidade será computado o tempo Artigo 135. As disposições contidas nos incisos I e II
de serviço público anteriormente prestado ao Estado e suas do artigo 131 aplicam-se ao servidor ocupante de função
autarquias. provida em comissão, desde que conte com mais de 15
Artigo 129. O servidor estável na Universidade só po- (quinze) anos de exercício ininterruptos nessa função, seja
derá ser demitido em virtude de sentença judicial transitada ou não o mesmo ocupante de provimento efetivo.
em julgado ou mediante processo administrativo disciplinar, § 1º. O servidor ocupante de função em comissão,
em que lhe seja assegurada ampla defesa. com direito à aposentadoria prevista no inciso I I I do ar-
tigo 131, que contar mais de 10 (dez) anos ininterruptos
CAPÍTULO IV ou 15 (quinze) intercalados de exercício em função de
DA DISPONIBILIDADE provimento dessa natureza, poderá ser aposentado com
proventos correspondentes ao salário da função em co-
Artigo 130. O servidor poderá ser posto em disponi- missão que estiver exercendo, ainda que esteja designado
bilidade remunerada, quando o cargo ou a função por ele ou substituindo, desde que se encontre em efetivo exercí-
ocupados for extinto. cio a mais de 01 (um) ano nessa função.
§ 1º. O provento do servidor disponível será proporcio- § 2º. Para efeito do parágrafo anterior, será contado
nal ao tempo de serviço. o tempo de serviço público estadual anterior à vigência
§ 2º. O provento da disponibilidade será revisto sempre
deste Estatuto, em que o servidor tenha exercido cargo ou
que se modificarem os salários dos servidores em atividade.
função em comissão.
§ 3º. O servidor ficará em disponibilidade até o seu
Artigo 136. O servidor optante pelo regime estatu-
aproveitamento em função equivalente.
tário, e que seja detentor de cargo ou função-atividade e
CAPÍTULO V que venha a ser designado para exercer cargo em comis-
DA APOSENTADORIA são, por um período de 02 (dois) anos consecutivos ou
intercalados, fará jus à diferença salarial correspondente
Artigo 131. O servidor será aposentado: do cargo ou função de natureza permanente para o cargo
I. por invalidez; em comissão de que foi dispensado, na proporção de 01
II. compulsoriamente, ao 70 (setenta) anos de idade; (um) mês para cada ano de exercício naquele cargo, até o
III. voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos de limite de 06 (seis) meses.
serviço para os servidores de sexo masculino, e 30 (trinta)
anos para os do sexo feminino.

10
ESTATUTO DO SERVIDOR

CAPÍTULO VI Artigo 144. Os documentos indispensáveis à apre-


DA ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR ciação do pedido deverão ser parte integrante da petição
inicial.
Artigo 137. A Universidade fornecerá gratuitamente, § 1º. No caso de haver óbice ao cumprimento do dis-
nos trabalhos insalubres executados pelos seus servidores, posto neste artigo, será concedido prazo de 15 (quinze)
equipamentos de proteção à saúde, de uso obrigatório. dias para a devida complementação, prorrogável mediante
Artigo 138. Na forma da legislação vigente, a Univer- comprovação do motivo impediente.
sidade manterá creche para atendimento de filhos dos ser- § 2º. A prova do alegado não será exigida quando
vidores e, de acordo com planejamento que atenda às con- constar do prontuário do requerente.
dições econômico-financeiras da Universidade, instalará e Artigo 145. A petição será entregue ao superior ime-
manterá escola maternal, jardim de infância e colégio para diato do peticionário que fornecerá, no ato, comprovante
o ensino de 1º (primeiro) e 2º (segundo) graus, conceden- de recebimento.
do prioridade na matrícula aos filhos de servidores. Artigo 146. Recebida a petição, o superior imediato,
Artigo 139. A Universidade manterá serviço de saúde sob pena de responsabilidade, a encaminhará no prazo
médico-hospitalar-odontológico aos servidores da Uni- máximo de 05 (cinco) dias à autoridade a que estiver dirigi-
versidade Estadual de Campinas e seus dependentes, bem da, fazendo sucinta apreciação sobre o preenchimento dos
como farmácia com intuito de fornecer medicamentos aos requisitos relacionados no artigo 142.
servidores a preço de custo, conforme regulamentação Artigo 147. Em casos de pedido de reconsideração,
própria. a petição será dirigida à autoridade que ideferiu total ou
Artigo 140. A Universidade incentivará a criação e o parcialmente o pedido inicial ou o recurso, ou à autoridade
funcionamento de Associações para fins beneficentes, re- que expediu o ato.
creativos, culturais, econômicos, previdenciários e coope- Artigo 148. O pedido de reconsideração deverá conter
rativistas, exclusivamente para o benefício de seus servido- novos argumentos ou fundar-se em novas provas.
res e dependentes. Parágrafo único - É vedada a renovação do pedido de
reconsideração.
CAPÍTULO VII Artigo 149. Indeferido, desatendido ou arquivado o
DO DIREITO DE ASSOCIAÇÃO pedido de reconsideração, caberá recurso à autoridade
imediatamente superior a que decidiu ou tenha expedido
Artigo 141. A Universidade reconhece o direito do
o ato e às demais autoridades, em escala ascendente, se
servidor filiar-se à sua respectiva entidade associativa insti-
for o caso.
tuída na forma da lei, no âmbito da Universidade.
Artigo 150. Nenhum recurso poderá ser dirigido mais
de uma vez à mesma autoridade.
CAPÍTULO VIII
Artigo 151. Não caberá pedido de reconsideração ou
DO DIRETO DE PETIÇÃO E PRAZOS
recurso de despacho que resolver ou determinar medidas
Artigo 142. É assegurado ao servidor o direito de peti- ordenatórias ou que decidir questão incidental.
ção, o qual será exercido por meio de pedidos iniciais, pedi- Artigo 152. Serão arquivadas de plano, as petições
dos de reconsideração e recursos, apresentados através de que desobedecerem aos requisitos dos artigos 142, 143 e
petição escrita que deverá conter os seguintes elementos: 148.
I. indicação de autoridade a qual é dirigida; Artigo 153. A petição dirigida à autoridade incompe-
II. especificação do pedido sobre se é inicial, de recon- tente para decidí-la, deverá ser, de imediato, encaminhada
sideração ou em grau de recurso, indicando nos dois últi- à competente.
mos casos o número do processo anterior; Artigo 154. O prazo para a decisão dos pedidos de
III. dados pessoais do peticionário: reconsideração será de 30 (trinta) dias e o de recursos, de
a) nome completo; 90 (noventa) dias a partir da data de recebimento e, uma
b) número do registro geral de identificação; vez proferida a decisão, esta será imediatamente publica-
c) função que exerce e respectivo padrão; da, podendo o interessado dela tomar ciência nos próprios
d) órgão de lotação; autos.
I V. fato e fundamento da pretensão, com apresentação § 1º. O servidor que tiver petição retida em determi-
clara e concisa do pedido: nado órgão por prazo superior ao indicado neste artigo,
V. assinatura do servidor ou de seu procurador legal- poderá apontar o fato a qualquer autoridade hierarquica-
mente constituído, anexado desde logo, neste caso, o res- mente superior.
pectivo instrumento de mandato. § 2º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica
Artigo 143. A petição deve ser redigida dentro das quando ao órgão couber o exame do mérito ou do aspecto
normas de urbanidade, vedadas expressões ofensivas ou legal do pleiteado, ou ainda, a decisão do pedido.
depreciativas dirigidas a pessoas ou instituições. § 3º. Os pedidos de reconsideração e os recursos não
Parágrafo único - Não será considerado como violação têm efeito suspensivo, sendo que, na hipótese de provi-
às normas de urbanidade o uso de expressões necessárias mento, feitas as retificações cabíveis, seus efeitos retroagi-
para descrever fatos ou atos relacionados com o pedido, os rão à data do ato impugnado, salvo se a autoridade julga-
quais possam constituir irregularidades dora decidir de forma diversa.

11
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 155. O direito de pleitear na esfera adminis- CAPÍTULO III


trativa prescreve a partir da data da publicação, no órgão DO SEGURO
oficial, do ato impugnado ou, quando este for de natureza
reservada, da data em que dele tiver conhecimento o ser- Artigo 161. Os servidores da Universidade que opta-
vidor: rem pelo presente Estatuto poderão integrar o plano de
I. Em 05 (cinco) anos quanto aos atos de que decorre- seguro em grupo da Universidade, mediante contribuição
ram demissão, aposentadoria ou disponibilidade do servi- mensal correspondente ao plano escolhido, que será im-
dor; plantado conforme regulamentação própria, extensivo aos
II. Em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos. servidores aposentados.
Parágrafo único - Os recursos ou pedidos de reconsi-
deração quando cabíveis e apresentados dentro dos prazos SUBTÍTULO VII
de que trata este artigo, interrompem a prescrição até 02 DA CONDUTA ÉTICO-FUNCIONAL
(duas) vezes no máximo, a partir da data de publicação ofi- CAPÍTULO I
cial do despacho denegatório ou restritivo do pedido. PRINCÍPIO ORIENTADOR
Artigo 156. A contagem dos prazos mencionados
neste Estatuto se fará em dias corridos, excluindo-se o dia Artigo 162. Os servidores, sendo co-responsáveis, com
inicial e incluindo-se o dia final, considerando-se prorro- o corpo discente, pela preservação da liberdade e disciplina
gado o prazo até o 1º (primeiro) dia útil subsequente, se necessárias ao êxito das atividades e da missão cultural da
o término cair em sábado, domingo ou feriado, ou ainda, Universidade, devem promover permanentemente a apro-
quando não houver expediente na Universidade ou este for ximação, a compreensão e a solidariedade entre todos os
encerrado antes do horário normal. integrantes da comunidade universitária e observar as nor-
Artigo 157. Salvo disposições expressas em contrário, mas vigentes no tocante à conduta moral e profissional do
o servidor que, em decorrência de sua função, receber pe- pessoal docente, técnico e administrativo da Universidade
dido, requerimento, recurso ou documento que exija sua Estadual de Campinas.
manifestação, deverá fazê-la no prazo máximo de 15 (quin-
ze) dias. CAPÍTULO II
DOS DEVERES
SUBTÍTULO VI
DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO E DA ASSISTÊNCIA Artigo 163. São deveres dos servidores:
MÉDICA HOSPITALAR E SEGURO I. ser fiel aos fins e objetivos comuns da Universidade;
CAPÍTULO I II. observar as normas legais, estatutárias e regimentais
DO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO e de conduta moral e social adequadas ao ambiente de tra-
balho;
Artigo 158. Os servidores da Universidade enquadra- III. desempenhar suas funções com zelo, diligência e
dos neste Estatuto serão contribuintes obrigatórios do Ins- honestidade;
tituto de Previdência do Estado de São Paulo. IV. respeitar e obedecer às ordens e recomendações
Parágrafo único - Os assuntos referentes às contribui- emanadas das autoridades constituídas na Universidade,
ções bem como os benefícios e beneficiários, reger-se-ão representando quando aqueles forem manifestadamente
pela legislação própria. ilegais;
Artigo 159. Os servidores que optarem pelo presente V. manter sigilo sobre tudo o que souber em decorrên-
Estatuto poderão mediante contribuição mensal corres- cia de suas atividades, exceto se o silêncio puder resultar
pondente ao plano escolhido e em conformidade com a em prejuízo, desprestígio ou interpretação maliciosa ou
legislação pertinente, fazer parte da previdência supletiva tendenciosa, quanto a sua reputação profissional;
da Universidade Estadual de Campinas, que será implanta- VI. representar perante as autoridades competentes so-
da conforme regulamentação própria. bre as irregularidades ocorridas;
VII.ser assíduo e pontual ao trabalho, bem como tratar
CAPÍTULO II com urbanidade as pessoas com as quais se relacione pro-
DA ASSISTÊNCIA MÉDICA, HOSPITALAR E ODON- fissionalmente;
TOLÓGICA VIII.ser zeloso na conservação dos bens da Universida-
de ou daqueles que lhe forem confiados;
Artigo 160. A Assistência Médica, Hospitalar e Odon- IX. estimular a elevação do nível de desempenho dos
tológica será prestada pelo Instituto de Assistência Médica subordinados, propiciando condições para tanto.
ao Servidor Público Estadual, bem como através de órgão
próprio da Universidade conforme legislação própria, ex- CAPÍTULO III
tensivo aos aposentados e dependentes. DAS PROIBIÇÕES

Artigo 164. Ao servidor é proibido:


I. referir-se depreciativamente em informação, parecer
ou despacho, às autoridades constituídas da Universidade;

12
ESTATUTO DO SERVIDOR

II. retirar sem a devida permissão de autoridade com- CAPÍTULO IV


petente quaisquer documentos ou objetos pertencentes à DA RESPONSABILIDADE
Universidade;
III. dedicar-se a atividades alheias ao serviço durante as Artigo 165. A violação dos deveres mencionados no
horas de trabalho; artigo 163, a transgressão de proibições capituladas no ar-
IV. deixar de comparecer ao serviço sem causa justifi- tigo 164, ou a prática de infrações disciplinares previstas
cada; em legislação específica para os servidores em geral, impli-
V. realizar trabalhos particulares no serviço; ca a responsabilidade do faltoso ou infrator, sujeitando-o
VI. exercer comércio entre os colegas no serviço; às penas previstas no artigo 167 deste Estatuto, sem pre-
VII.praticar usura; juízo das que forem aplicáveis por força da legislação civil
VIII.empregar material do serviço para fins particulares; ou criminal.
IX. valer-se de sua qualidade de servidor, direta ou in-
diretamente, para lograr qualquer proveito; CAPÍTULO V
X. coagir subordinados com objetivos de natureza po- DA CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES
lítico-partidária;
Artigo 166. As infrações se classificam em leves, gra-
XI. receber estipêndios ou obter proveitos de fornece-
ves e gravíssimas.
dores ou de firmas que mantenham relação com a Univer-
§ 1º. As faltas leves se caracterizam por causarem míni-
sidade;
mos transtornos ao serviço, equiparando-se às graves em
XII.constituir-se, na condição de advogado, procurador
caso de reincidência.
de partes, ou servir de intermediário perante qualquer re- § 2º. As faltas graves se caracterizam por afetar o de-
partição pública, exceto quando se tratar de interesse do côro, o prestígio e o bom andamento dos trabalhos, ou por
cônjuge ou de parente até segundo grau; causar embaraços aos fins que a Universidade se propõe.
XIII.cometer a pessoa estranha, fora dos casos previstos § 3º. As faltas gravíssimas se caracterizam por causa-
em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a rem prejuízo à Universidade e ao Estado mediante ação ou
seus subordinados; omissão culposas ou dolosas do servidor, constituam ou
XIV.trabalhar sob as ordens imediatas do cônjuge ou não ilícito penal.
de parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de
função de confiança ou de livre escolha, não podendo, CAPÍTULO VI
entretanto, exceder a dois o numero de auxiliares em tais DAS PENALIDADES DISCIPLINARES
condições;
XV.aceitar representação de Estado estrangeiro, sem Artigo 167. - São penalidades disciplinares:
autorização do Presidente da República; I. Advertência;
XVI.firmar contratos de natureza comercial, industrial II. Repreensão;
ou de prestação de serviços com fins lucrativos com o Es- III. Suspensão;
tado, mesmo como representante de outrem; IV. Destituição de Função;
XVII.participar de gerência ou administração de qual- V. Demissão;
quer tipo de empresa ou sociedade comercial que mante- VI. Demissão a bem do serviço público;
nha relações administrativas ou de comércio com o Estado; VII.Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
XVIII.comerciar ou ter parte em sociedades comerciais
nas condições mencionadas no inciso anterior, podendo CAPÍTULO VII
no entanto, em qualquer caso, ser acionista, quotista ou DA APLICAÇÃO DAS PENAS
comandatário;
XIX.exercer, mesmo fora das horas de trabalho, empre- Artigo 168. As penas de advertência e de repreensão
serão aplicadas no caso de o servidor praticar ou cometer
go ou função em empresas, estabelecimentos ou institui-
falta leve.
ções que tenham relação com o Estado, em matéria que se
Artigo 169. A pena de suspensão até 30 (trinta) dias
relacione com a finalidade da Unidade ou serviço em que
será aplicada no caso de o servidor praticar ou cometer
esteja lotado;
falta grave ou for reincidente na prática de falta leve.
XX.requerer ou promover a concessão de privilégios, Artigo 170. As penas de suspensão até 90 (noventa)
garantias de juros ou outros favores semelhantes, federais, dias, destituição de função, demissão ou dispensa, demis-
estaduais ou municipais, exceto privilégios de invenção são a bem do serviço público e cassação de aposentadoria
própria. ou de disponibilidade serão aplicadas no caso de o ser-
Parágrafo único - Não está compreendida na proibição vidor praticar ou cometer falta gravíssima, devidamente
dos incisos X V I I e XVIII deste artigo a participação do comprovada através de processo disciplinar.
servidor em sociedade em que o Estado seja acionista, bem Artigo 171. As penalidades previstas nos incisos III a
assim na direção ou gerência de cooperativas e associações VII do artigo 167 serão impostas através de ato publicado
de classe, ou como sócio. no órgão oficial fazendo constar o fundamento legal res-
pectivo no prontuário do servidor.

13
ESTATUTO DO SERVIDOR

Parágrafo único - As penalidades previstas nos incisos Artigo 178. Os meios sumários (“sindicância adminis-
I e II do mesmo artigo deverão constar somente do assen- trativa”, “verdade sabida” e “termo de declaração”) serão
tamento individual do servidor. realizados por determinação do Diretor da Unidade ou pela
Artigo 172. As penalidade poderão ser abrandadas Chefia competente.
pela autoridade que as tiver de aplicar, levadas em conta Artigo 179. Ficam instituídas 02 (duas) Comissões Pro-
as circunstâncias da falta disciplinar e o comportamento cessantes Permanentes, destinadas a realizar os processos
anterior do servidor ou inativo. administrativos neste Estatuto e na legislação estadual per-
Artigo 173. Para aplicações das penalidades previstas tinente:
no artigo 167 são competentes: I. a Comissão Processante Permanente I, incumbida dos
I. o Reitor em qualquer dos casos previstos; processos administrativos do pessoal docente; e
II. os dirigentes de órgãos administrativos e Diretores II. a Comissão Processante Permanente I I, incumbida
de Unidades no caso das penalidades previstas nos incisos dos processos administrativos do pessoal técnico e admi-
I e II do artigo 167; nistrativo.
III. os Chefes de Departamento das Unidades Acadêmi- Artigo 180. As Comissões serão constituídas por servi-
cas, os Diretores de Departamento e Divisão Administrativa dores designados pelo Reitor pelo prazo de 02 (dois) anos.
no caso da penalidade prevista no inciso I do artigo 167. Parágrafo único - O disposto neste artigo não impede
a designação de Comissões Especiais pelo Reitor.
CAPÍTULO VIII Artigo 181. Os membros da Comissão enquanto es-
DA SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA E DO PROCES- tiverem no desempenho de atividades pertinentes a pro-
SO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR cessos administrativos poderão ser dispensados do serviço
em suas respectivas Unidades ou Órgãos.
Artigo 174. A autoridade que tiver ciência ou notícia Artigo 182. Cada uma das Comissões terá um Secre-
da ocorrência de irregularidade no serviço é obrigada a to- tário e poderá ter um Assistente Técnico, designado pelo
mar providências, objetivando a apuração dos fatos e res- Reitor, por proposta do respectivo Presidente.
ponsabilidades. Artigo 183. O Processo Administrativo será instaurado
§ 1º. As providências de apuração terão início logo em mediante requerimento da Direção da Unidade ou Órgão
interessado que remeterá à Comissão o dossiê sobre o ob-
seguida ao conhecimento da irregularidade e serão toma-
jeto do processo ou o resultado de sindicância administra-
das na Unidade onde esta ocorreu, devendo consistir, no
tiva realizada.
mínimo, de relatório circunstanciado sobre o que se veri-
Artigo 184. O processo Administrativo é requisito in-
ficou.
dispensável para demissão do servidor regido pelo Esuni-
§ 2º. Quando a infração não estiver bem definida, mes-
camp.
mo justificadamente presumida sua existência, ou quando,
Parágrafo único - A Comissão pode solicitar à Unidade
mesmo definida a ocorrência, for desconhecida a sua auto-
ou Órgão que requereu a instauração do processo admi-
ria, será promovida sindicância administrativa.
nistrativo a indicação de servidor docente ou técnico para
§ 3º. Indiciado em sindicância ou processo administrati- colaborar na análise do mérito da questão em julgamento,
vo disciplinar, o servidor só poderá ser dispensado, a pedi- bem como pode solicitar pareceres ou opiniões especiali-
do, depois de ocorrida absolvição ou após o cumprimento zadas a setores da Universidade.
de outra penalidade que não a de demissão, que por ven- Artigo 185. As Comissões I e II elaborarão roteiro dos
tura lhe haja sido imposta como resultante das conclusões procedimentos e expedientes relativos à apuração, respon-
da sindicância ou do processo disciplinar mencionados. sabilização e punição de faltas, destinado a orientar a Dire-
Artigo 175. São competentes para determinar a ins- ção de Unidades e Chefias de Órgãos e Serviços.
tauração de sindicância ou processo administrativo disci-
plinar: SEÇÃO I
I. o Reitor; DA SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA
II. os Diretores das Unidades Universitárias;
III. os Dirigentes dos órgãos administrativos da Univer- Artigo 186. A sindicância administrativa será realizada
sidade; por servidor ou por comissão de servidores, de condição
Artigo 176. A apuração das faltas, responsabilização hierárquica nunca inferior à do sindicado, designada atra-
e punição de servidores docentes, técnico e administrati- ves de ato competente, pela autoridade que determinou
vos da Universidade Estadual de Campinas será realizado sua instauração.
mediante: Parágrafo único - Não poderão integrar a Comissão
I. Processo administrativo disciplinar; e Sindicante parentes até segundo grau ou cônjuge do in-
II. Meios sumários. diciado.
Artigo 177. O processo administrativo disciplinar se Artigo 187. A sindicância administrativa não comporta
destina à apuração e punição de faltas graves, e os meios o contraditório e tem caráter sigiloso, devendo ser ouvidos,
sumários servem ao esclarecimento preliminar de deter- no entanto, os envolvidos nos fatos.
minados fatos ou à aplicação de penalidades menores ou Parágrafo único - Durante a sindicância será permitida
comprovadas na sua flagrância. juntada de documentos indicativos e provas.

14
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 188. O relatório final da Comissão Sindicante Artigo 196. Na data de instalação dos trabalhos, a Co-
deverá conter a descrição clara, sequente e concisa dos fa- missão Processante providenciará de imediato:
tos, assim como a conclusão por arquivamento dos autos, I. citação inicial do servidor, para depoimento;
abertura de processo administrativo disciplinar ou aplicação II. notificação ao denunciante, se for o caso, para de-
da penalidade cabível à situação. claração;
Parágrafo único - Em caso de ser proposta a abertura III. comunicação ao órgão de pessoal respectivo de que
de processo disciplinar ou aplicação de penalidade, deverão o servidor está respondendo a processo administrativo dis-
ser apontados os dispositivos legais infringidos e a autoria ciplinar, a fim de que não lhe seja concedida dispensa a
apurada. pedido;
Artigo 189. A sindicância administrativa deverá ser ulti- IV. solicitação de declaração a ser fornecida pelo órgão
mada dentro de 30 (trinta) dias contados a partir da ciência de pessoal, onde constem todas as penalidades registradas
da Comissão Sindicante, prorrogáveis por igual prazo so- no prontuário do indiciado.
mente pela autoridade instauradora, mediante justificativa Artigo 197. A citação inicial será feita pessoalmente,
fundamentada. com pelo menos 48 (quarenta e oito) horas de antecedên-
Artigo 190. A decisão quanto às medidas cabíveis à Sin- cia à audiência marcada, devendo conter referência aos
dicância efetuada caberá à autoridade instauradora que pro- dispositivos legais infringidos, os quais serão descritos cla-
ferirá o julgamento dentro de 05 (cinco) dias. ra e sucintamente.
Artigo 191. No caso de ser decida a abertura de proces- § 1º. Da cópia da citação deverá constar assinatura do
so administrativo disciplinar, todos os elementos referentes à próprio citado, data, hora e local do recebimento.
sindicância administrativa serão apensados aos futuros au- § 2º. Não sendo encontrado o indiciado, por achar-se
tos, como peça informativa. em lugar incerto e não sabido, a citação será feita por edital
publicado no órgão de imprensa oficial durante 03 (três)
SEÇÃO II dias consecutivos, com prazo de 15 (quinze) dias, contados
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR a partir da última publicação.
§ 3º. Se o indiciado não comparecer na data aprazada,
será decretada a sua revelia, através do mesmo despacho,
Artigo 192. O processo administrativo disciplinar será
designado um defensor.
realizado por uma Comissão Processante Permanente, com-
Artigo 198. Ao servidor indiciado é assegurado o di-
posta de 03 (três) servidores de padrão nunca inferior ao do
reito de acompanhar e intervir, pessoalmente ou através de
indiciado e será designada, através de Portaria, pelas mes-
seu advogado legalmente constituído, em todas as provas
mas autoridades competentes para os casos de instauração
e diligências determinadas pela Comissão Processante.
de sindicância administrativa, cabendo sempre a Presidência
Artigo 199. De todas as provas e diligências será inti-
a um Membro integrante da Procuradoria Geral da Univer-
mada a defesa, com antecedência mínima de 48 (quarenta
sidade.
e oito) horas.
Parágrafo único - Não poderão fazer parte da Comissão Artigo 200. A Comissão procederá a todas as diligên-
nem mesmo secretariá-la o cônjuge e os parentes até terceiro cias que julgar convenientes, ouvindo, quando necessário,
grau do servidor indiciado ou, se for o caso, do denunciante. a opinião de técnicos ou peritos.
Artigo 193. Os integrantes da Comissão cumprirão o Artigo 201. Concluída a fase instrutória, dentro de 48
encargo sem prejuízo do exercício de seus cargos ou funções. (quarenta e oito) horas dar-se-á a vista ao indiciado ou seu
Parágrafo único - Em casos excepcionais, tendo em vista defensor, intimando-o para apresentar defesa escrita den-
a natureza e o vulto dos fatos a serem apurados, poderá a tro do prazo de 20 (vinte) dias.
autoridade instauradora permitir, sempre a pedido motivado Artigo 202. No caso de o indiciado não apresentar sua
do Presidente da Comissão Processante, o afastamento de defesa no prazo determinado, será decretada a revelia e
algum ou de todos os membros da Comissão do exercício designado defensor para produzí-la, assinalando-lhe novo
de seus cargos ou funções, nos dias estritamente necessários. prazo.
Artigo 194. Os trabalhos da Comissão Processante se- Artigo 203. Apresentada a defesa, a Comissão enca-
rão instalados dentro do prazo improrrogável de 08 (oito) minhará o relatório dentro do prazo de 10 (dez) dias.
dias, contados da instauração do processo administrativo Artigo 204. No relatório da Comissão serão aprecia-
disciplinar. das, em relação ao indiciado ou, se for o caso, a cada indi-
Parágrafo único - O servidor indicado para secretariar ciado, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as
o trabalho da Comissão será designado pelo Presidente da razões da defesa, propondo, justificadamente, absolvição
mesma. ou punição, sugerindo, neste caso, a pena cabível e sua
Artigo 195. O processo administrativo disciplinar será fundamentação legal.
concluído no prazo de 60 (sessenta) dias, contados do início Parágrafo único - Poderá também a Comissão Proces-
dos trabalhos. sante, em seu relatório, sugerir quaisquer outras providên-
Parágrafo único - O prazo para conclusão poderá ser cias que lhe parecerem necessárias.
prorrogado em caráter excepcional até igual período, a juí- Artigo 205. Recebido o processo disciplinar com o re-
zo da autoridade que determinou sua instauração median- latório da Comissão, a autoridade instauradora proferirá o
te justificativa fundamentada. julgamento dentro do prazo de 20 (vinte) dias.

15
ESTATUTO DO SERVIDOR

§ 1º. Quando escaparem a sua alçada as penalidades e Artigo 213. O prazo para conclusão dos trabalhos da
providências que lhe parecerem cabíveis, serão estas pro- Comissão do processo revisional será 30 (trinta) dias.
postas encaminhadas, dentro do mesmo prazo, à autorida- § 1º. Decorrido o prazo supra, será o processo encami-
de competente. nhado, com relatório fundamentado da Comissão, à autori-
§ 2º. Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para dade competente, para julgamento.
julgamento final também será de 20 (vinte) dias. § 2º. O prazo para julgamento será de 15 (quinze) dias,
Artigo 206. A autoridade julgadora determinará a ex- sem prejuízo das diligências que a autoridade entender ne-
pedição dos atos decorrentes do julgamento e as provi- cessárias para melhor esclarecimento do processo.
dências necessárias à sua execução. Artigo 214. Julgada procedente a revisão, a autoridade
Parágrafo único - As decisões serão sempre publica- competente determinará a redução, o cancelamento ou a
das nos órgãos de imprensa oficial, dentro do prazo de 08 anulação da pena.
(oito) dias. Parágrafo único - A revisão não autoriza agravação de
Artigo 207. Quando ao servidor se imputar crime pra- pena.
ticado na esfera administrativa, a autoridade que determi- Artigo 215. A decisão será sempre fundamentada e pu-
nou a instauração do processo disciplinar providenciará blicada no órgão de imprensa oficial.
para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. Artigo 216. Existe decadência do direito para interpo-
Parágrafo único - No caso do presente artigo serão re- sição da revisão, quando este direito não haja sido exercido
metidas à autoridade competente cópias autenticadas das pelo prazo de 05 (cinco) anos, contados da publicação da
peças essenciais do processo. decisão punitiva no órgão oficial, ressalvando-se a hipótese
contida nos incisos II e III do artigo 208.
SEÇÃO III
DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TÍTULO III
DISCIPLINAR DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS AO SERVIDOR
DOCENTE
Artigo 208. Dar-se-á revisão do processo administrati- CAPÍTULO I
vo disciplinar mediante requerimento, quando: DA CARREIRA DOCENTE
I. a decisão for manifestamente contrária a dispositivo
legal ou à evidência dos autos; Artigo 217. A carreira e as categorias docentes e a for-
II. a decisão for fundada em depoimento, exames peri- ma de provimento de cargos e funções autárquicas serão
ciais, vistorias ou documentos comprovadamente falsos ou estabelecidas em ato do Reitor, incorporável neste Estatuto
eivados de erros; após deliberação do atual Conselho Universitário sobre o
III. surgirem, após a decisão, provas substanciais da assunto, nos termos do Parágrafo Único do Artigo 184 dos
inocência do punido; Estatutos da Universidade.
IV. ocorrer circunstância que autorize o abrandamento
da penalidade aplicada. CAPÍTULO II
Parágrafo único - Não constitui fundamento para revi- DO REGIME DE TRABALHO
são a simples alegação de injustiça da penalidade.
Artigo 209. Os pedidos que não se fundarem nos ca- Artigo 218. Os regimes de trabalho dos docentes da
sos enumerados no artigo anterior serão indeferidos pela Universidade são os seguintes:
autoridade a que forem dirigidos, por meio de despacho I. Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa;
fundamentado. II. Regime de Turno Completo;
Artigo 210. O pedido de revisão será formulado pelo III. Regime de Turno Parcial.
próprio punido, por seu procurador legalmente habilitado, § 1º. No Regime de Dedicação Integral à Docência e à
ou, no caso de falecimento do punido, pelo cônjuge ou Pesquisa, o docente deve cumprir dois turnos completos de
parentes até segundo grau, sempre representados por ad- trabalho, com mínimo de 40 (quarenta) horas semanais e
vogado legalmente constituído. ocupar-se exclusivamente com trabalhos de ensino, pesqui-
Parágrafo único - O pedido será sempre dirigido à au- sa e prestação de serviços à comunidade, vedado o exercício
toridade que aplicou a pena ou que a tiver confirmado em de outro cargo, função, ou atividade remunerada ou não,
grau de recurso. em entidades públicas ou privadas, salvo as exceções legais.
Artigo 211. A revisão será processada através de co- § 2º. No Regime de Turno Completo, o Docente deve
missão designada, composta por 03 (três) membros, nos cumprir 24 (vinte e quatro) horas semanais de trabalho efe-
mesmos moldes previstos para o processo administrativo tivo em ensino, pesquisa e prestação de serviços à comuni-
disciplinar. dade.
Parágrafo único - Será impedido de funcionar no pro- § 3º. No Regime de Turno Parcial, o Docente deve cum-
cesso revisional qualquer funcionário ou servidor que haja prir 12 (doze) horas semanais de trabalho efetivo.
participado da Comissão que cuidou do processo discipli- § 4º. Nas hipóteses a que se referem os Parágrafos 2º
nar primitivo. (segundo) e 3º (terceiro) deste artigo, o Docente poderá
Artigo 212. A revisão será procedida em autos aparta- exercer, respeitadas normas legais sobre acumulação, ou-
dos, tendo como principais aqueles que a motivaram. tros cargos ou funções de caráter público ou privado.

16
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 219. A aplicação dos Regimes de Trabalho pre- Parágrafo único - Na hipótese prevista neste artigo,
vistos no artigo 218 será objeto de regulamentação, apro- não se aplica o disposto nos artigos 228 e 229, ficando o
vado pelo Conselho Universitário. servidor sujeito à prova de habilitação que for julgada ne-
Artigo 220. Para ingresso no Regime de Dedicação In- cessária.
tegral á Docência e à Pesquisa, o Docente ficará sujeito à
manifestação favorável da Comissão Permanente de Dedi- CAPÍTULO II
cação Integral (CPDI), conforme regulamentação própria e DO ACESSO
legislação aplicável. Artigo 228. Acesso é o instituto pelo qual o servidor,
Parágrafo único - Poderá o Reitor, ouvido o Conselho mediante processo seletivo especial, passa a integrar a
Universitário, criar Comissão referente ao Regime de Turno classe imediatamente superior àquela em que se encontra,
Completo. dentro da respectiva série de classes.
Artigo 229. As exigências, requisitos, interstícios e de-
TÍTULO IV
mais procedimentos aplicáveis ao acesso, referente à cada
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS APLICÁVEIS AO SERVIDOR
TÉCNICO E ADMINISTRATIVO série de classes, constarão de regulamento próprio.
SUBTÍTULO I
DAS FORMAS DE PROVIMENTO SUBTÍTULO II
DA JORNADA DE TRABALHO
Artigo 221. São ainda formas de provimento de car-
gos ou funções Técnico e Administrativas a transposição e Artigo 230. No ato de admissão do servidor deverá
o acesso. constar a jornada de trabalho, que poderá ser completa
ou comum.
CAPÍTULO I § 1º. A jornada completa corresponde à prestação de
DA TRANSPOSIÇÃO 40 (quarenta) horas semanais de trabalho.
§ 2º. A jornada comum corresponde à prestação de 30
Artigo 222. Transposição é o instituto que objetiva a (trinta) horas semanais de trabalho.
alocação dos recursos humanos de serviço autárquico, de § 3º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica
acordo com as aptidões e a formação profissional, median- aos servidores para os quais a legislação tenha fixado jor-
te a passagem do servidor de uma para outra função de nada inferior a 30 (trinta) horas semanais de trabalho.
natureza permanente, porém, de conteúdo ocupacional § 4º. O servidor em jornada completa de trabalho po-
diverso e independente do processo de admissão previsto
derá retornar à jornada comum de trabalho, a pedido e
neste Estatuto.
atendida a conveniência da Administração.
Artigo 223. A transposição, que terá regulamentação
própria, será feita mediante processo seletivo especial, res- Artigo 231. A duração da jornada completa de tra-
peitadas as exigências de habilitação, as condições e os re- balho poderá ser acrescida de horas suplementares, em
quisitos da função a ser provida. número não excedente a 02 (duas) horas diárias, conside-
Artigo 224. Antes da abertura de concurso ou seleção radas como serviço extraordinário.
para provimento de quaisquer funções, poderão também Parágrafo único - A convocação para prestação de
ser reservadas vagas de determinadas classes para trans- serviço extraordinário dependerá de autorização prévia do
posição. Reitor, dos moldes regulamentares devendo para tanto ser
Artigo 225. No caso do artigo anterior, quando o nú- apresentada justificativa circunstanciada.
mero de candidatos habilitados para provimento de fun- Artigo 232. A natureza de determinadas funções po-
ções, mediante transposição, for inferior ao número de derá exigir que o servidor desempenhe suas atribuições
vagas reservadas, estas reverterão para os candidatos ha- com proibição do exercício profissional respectivo e/ou
bilitados em concurso ou seleção. desempenho de atividades particulares remuneradas sem
Parágrafo único - O mesmo procedimento de reversão que em decorrência desta proibição venha a auferir qual-
de vagas será adotado quando o número de candidatos quer acréscimo no salário.
habilitados para provimento, mediante admissão, for insu- Artigo 233. Em caso de necessidade de serviço, a Uni-
ficiente para provimento das vagas que lhes foram deter- versidade poderá instituir para os servidores em jornada
minadas.
completa, jornada especial de trabalho denominada Regi-
Artigo 226. As funções de Chefia e Encarregatura, per-
me de Atividade Acrescida.
tencentes à Tabela I I do subquadro, poderão ser providas
mediante transposição, não se lhes aplicando o disposto
nos artigos 228 e 229. SUBTÍTULO III
Artigo 227. Em casos excepcionais, quando, em de- DA SUBSTITUIÇÃO
corrência de inspeção médica oficial, verificar-se modifica-
ção do estado físico ou mental do servidor, determinando Artigo 234. Haverá substituição no impedimento
alteração de sua capacidade para o trabalho, poderá ser o legal e temporário do ocupante de função a que corres-
mesmo readaptado, mediante transposição especial, para pondam atribuições de direção, chefia, encarregatura de
função mais compatível e de igual padrão. Unidade Administrativa.

17
ESTATUTO DO SERVIDOR

§ 1º. As funções integradas na Tabela I, cujas atribui- CAPÍTULO III


ções não sejam de natureza diretiva, só caberá substitui- GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DA TRANSFE-
ção por motivo de férias, licença-prêmio, licença para tra- RÊNCIA DE SERVIDOR ESTUDANTE
tamento de saúde e licença gestante.
§ 2º. Quando a substituição não for automática, depen- Artigo 244. Poderá ser concedida ao servidor gratifi-
derá de ato de autoridade competente. cação a título de representação, quando designado para
§ 3º. O substituto exercerá a função enquanto perdurar função de confiança do Reitor, ou quando exercer função
o impedimento do respectivo titular. de direção com mandato, integrar Comissões ou Assesso-
Artigo 235. Ocorrendo vacância da função, o substi- rias Técnicas, exercer Chefia de Departamento, coordenar
tuto passará a responder pelo expediente da Unidade ou Comissões de Pós-Graduação, Comissões Especiais ou Nú-
órgão correspondente, até o preenchimento da mesma. cleos Interdisciplinares da Universidade.
Artigo 236. O substituto, durante todo o tempo que Artigo 245. O servidor estudante somente poderá ser
exercer a substituição, terá direito a perceber o valor do removido ou transferido para local em que haja estabele-
padrão e as vantagens pecuniárias inerentes à função do cimento de ensino que ministre o mesmo curso.
substituído, mais as vantagens pessoais a que fizer jus.
Parágrafo único - Durante o tempo de substituição, o TÍTULO V
substituto perceberá o salário e demais vantagens pecuniá-
DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAL
rias inerentes a sua função, se pelo mesmo optar.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 237. A fiança dos caixas e de outros servidores
que tenham valores sob sua guarda, em caso de impedi-
Artigo 246. As alterações posteriores dos Estatutos e
mento, e quando indicarem servidores de sua confiança
para substituí-los, responderá pela gestão do substituto, Regimento Geral da Universidade serão aplicadas automa-
quando este não oferecer outra. ticamente, respeitando-se os direitos adquiridos na forma
da legislação vigente.
SUBTÍTULO IV Artigo 247. Os dispositivos que dependam de regu-
DA PROMOÇÃO lamentação da Universidade Estadual de Campinas, serão
implementados no prazo máximo de 180 (cento e oitenta)
Artigo 238. Promoção é a passagem do servidor au- dias.
tárquico de um grau a outro da mesma referência e pro- Artigo 248. Dentro de 30 (trinta) dias a contar da vi-
cessar-se-á obedecidos, alternadamente, os critérios de gência deste Estatuto, o Reitor designará Comissão Espe-
merecimento e antiguidade. cial para viabilização, no prazo de 180 (cento e oitenta)
Artigo 239. Anualmente serão promovidos até 20% dias na conformidade da legislação vigente da incorpora-
(vinte por cento) dos servidores da mesma classe. ção neste Estatuto dos direitos e garantias concernentes a:
Artigo 240. Os procedimentos, interstícios e demais I. Contagem de tempo de serviço no exterior;
concessões, referentes à promoção, obedecerão a regula- II. Adicional de insalubridade e periculosidade;
mentação própria. III. Abono de férias;
IV. Licença especial para fins técnicos, científicos ou
SUBTÍTULO V culturais;
DAS GRATIFICAÇÕES V. Pagamento em pecúnia de férias indeferidas por ab-
CAPÍTULO I soluta necessidade de serviço;
DA GRATIFICAÇÃO PELA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS VI. Gratificação de nível e atividade Universitária.
EXTRAORDINÁRIOS
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Artigo 241. O servidor convocado para prestação de
serviços extraordinários, na forma deste Estatuto, fará jus a Artigo 1º. Os atuais funcionários e servidores da Uni-
uma gratificação que será paga por hora de trabalho ante-
versidade, efetivos, autárquicos ou contratados pelo regi-
cipado ou prorrogado, acrescido nos termos da legislação
me da Consolidação das Leis do Trabalho, poderão optar
vigente em relação à hora normal de trabalho.
pelo regime previsto neste Estatuto, passando a pertencer
Artigo 242. É vedado conceder gratificação por servi-
ao Quadro de Cargos ou de Funções Autárquicas da Uni-
ços extraordinários com objetivo de remunerar outros ser-
viços ou encargos. versidade Estadual de Campinas.
Artigo 2º. A opção de que trata o artigo anterior, far-
CAPÍTULO II -se-á mediante declaração por escrito, a partir da vigência
DA GRATIFICAÇÃO ‘PRÓ-LABORE’ PELO EXERCÍCIO deste Estatuto.
DE FUNÇÕES PRÓPRIAS DE “CAIXA” Parágrafo único - Também poderão optar, mas no pra-
zo de 180 (cento e oitenta) dias, a partir da vigência deste
Artigo 243. Ao servidor que exercer as funções pró- Estatuto, e desde que haja interesse na Universidade Esta-
prias de “caixa”, será concedida, nos termos da legislação dual de Campinas, os funcionários e servidores colocados
específica, gratificação “pró-labore”. a sua disposição.

18
ESTATUTO DO SERVIDOR

Artigo 3º. Os funcionários e servidores que optarem PORTARIA GR-Nº 347/85


pelo Regime Autárquico de que trata este Estatuto, que te-
nham ingressado na Universidade antes de sua vigência e Emenda nº 1 ao ESUNICAMP
que contem com 05 (cinco) anos de serviço público, ou 02
(dois) anos de exercício na Universidade Estadual de Cam- JOSÉ ARISTODEMO PINOTTI, Reitor da Universidade
pinas ou vierem a completar este tempo, somente poderão Estadual de Campinas, usando de suas atribuições e tendo
ser exonerados ou dispensados a pedido ou demitidos em em vista deliberação do Conselho Diretor em sua 250ª Ses-
virtude de sentença judicial condenatória transitada em jul- são, de 15 de outubro de 1985,
gado, ou através de processo administrativo disciplinar que
comprove falta que enseje a demissão, sendo-lhes assegu- R E S O L V E:
rada ampla defesa.
Artigo 4º. O funcionário ou servidor optante pelo pre- Artigo único - É baixada, com esta Portaria, a EMENDA
sente Estatuto que esteja exercendo cargo ou função de Nº 1 ao Estatuto dos Servidores da Universidade Estadual de
Direção, Assessoramento ou Assistência, incluído na Tabela Campinas (ESUNICAMP), que entra em vigor na data de sua
publicação.
I, será admitido na função de Agente de Serviço Civil da
Tabela III, do QCFA, de acordo com a respectiva área de
EMENDA Nº 1 AO ESUNICAMP
atuação.
Artigo 5º. O funcionário ou servidor optante pelo
O Conselho Diretor da UNICAMP, nos termos do Artigo
presente Estatuto que esteja exercendo cargo ou função 248, Incisos I e IV do ESUNICAMP, aprovou, na sua 250ª Ses-
de nível médio, técnico ou superior, incluídos na Tabela I, são, realizada em 15 de outubro de 1985, a seguinte Emenda
será admitido na função autárquica de Agente, Tabela II, do texto estatutário:
do SQFA. Artigo 1º. É assegurado ao servidor docente e técnico e
Artigo 6º. O funcionário ou servidor optante pelo pre- administrativo a contagem de tempo de serviço no exterior,
sente Estatuto que estiver exercendo cargo ou função na obedecidas as seguintes condições:
Tabela III será admitido na função autárquica correspon- a) a permanência no exterior corresponderá, comprova-
dente. damente, a estudos, pesquisas ou atividades cujos resultados
Artigo 7º. As alterações de denominação de cargos ou sejam aproveitáveis no exercício da função na Universidade;
funções resultantes da opção pelo presente Estatuto serão b) quando se tratar de servidor brasileiro o tempo de
levadas a efeito sem modificar a situação patrimonial do permanência no exterior será computado:
respectivo ocupante, respeitando-se o disposto na Portaria - se o interessado, embora não tenha sido servidor pú-
GR nº 316/83 no tocante aos direitos adquiridos. blico, teve a sua permanência custeada pelos poderes pú-
Artigo 8º. O tempo de serviço prestado anteriormen- blicos;
te à vigência deste Estatuto pelos servidores que optarem - se o interessado, sendo servidor público, teve a sua
pelo regime autárquico será contado para todos os fins, permanência custeada por órgão público, nacional ou es-
nos termos da legislação vigente. trangeiro, ou por entidades privadas;
Artigo 9º - O disposto no artigo 1º das Disposições - se o próprio interessado custeou a sua permanência,
Transitórias do ESUNICAMP passa a ser aplicado aos servi- mas era, antes do afastamento, servidor público;
dores admitidos no período de 01 de janeiro de 1985 a 05 c) quando se tratar de servidor de outra nacionalidade,
de outubro de 1988, na seguinte conformidade: somente será computado o tempo de permanência no ex-
I – A opção de que trata o artigo 1º das Disposições terior custeado por órgão público, nacional ou estrangeiro;
Transitórias do ESUNICAMP far-se-á mediante declaração d) o Reitor constituirá Comissão Especial para examinar,
por escrito, no prazo de 01 (um) ano, a partir da data de individualmente, os casos de contagem de tempo de serviço
no exterior. (artigo 1º revogado pela Deliberação CON-
publicação desta Deliberação;
SU-A-14/00)
II – Os servidores cujos contratos de trabalho estejam
Artigo 2º. É assegurada ao servidor docente licença es-
suspensos poderão optar no prazo de 180 dias, conta-
pecial para fins técnicos, científicos ou culturais, obedecidas
dos do retorno à Universidade. (incluído pela Deliberação as seguintes condições:
CONSU-A-11/2013) a) concessão, a cada período de sete (7) anos de serviço
na Universidade, de um período remunerado de seis (6) me-
DISPOSIÇÃO FINAL ses para o servidor docente, portador de, no mínimo, o títu-
lo de Doutor, dedicar-se, no País ou no exterior, a pesquisa,
Artigo 249. Este Estatuto, que será baixado nos ter- estudos ou atividades ligadas à sua função na Universidade,
mos do Artigo 7º do Decreto nº 5.655, de 20 de fevereiro contando-se, para tal fim, o tempo de serviço prestado à
de 1975, combinado com o disposto no Parágrafo único UNICAMP desde a sua admissão.
do Artigo 184 dos Estatutos da Universidade Estadual de b) a oportunidade da concessão da licença será decidida
Campinas, com a redação dada pelo Decreto 22.577 de 16 pela Unidade onde estiver lotado o servidor, a qual, entre-
de agosto de 1984, entrará em vigor no dia fixado no ato tanto, não poderá adiar a fruição da licença além do prazo
de sua aprovação. de dezoito (18) meses a contar do pedido formulado pelo
servidor;

19
ESTATUTO DO SERVIDOR

c) o pedido será acompanhado de memorial expon-


do o plano de pesquisa, estudo ou atividade durante os ANOTAÇÕES
seis (6) meses, obrigando-se o servidor a apresentar, até
noventa (90) dias após o término da licença, relatório com-
pleto de pesquisas, estudo ou atividade realizada; a falta de ___________________________________________________
relatório no prazo indicado, ou sua reprovação, implicará
na perda automática do direito de fruição de licença relati- ___________________________________________________
va ao período seguinte; (redação dada pela Deliberação
___________________________________________________
CONSU-A-9/03).
d) a DGRH encaminhará à Unidade que possua docen- ___________________________________________________
te em gozo de licença especial, na data de cada retorno,
notificação daqueles que deverão entregar relatório com- ___________________________________________________
pleto da pesquisa, estudo ou atividade, para que sejam
devidamente comunicados quanto ao prazo para apresen- ___________________________________________________
tação, referido na alínea “c”, e quanto às conseqüências da ___________________________________________________
falta deste relatório; e (redação dada pela Deliberação
CONSU-A-9/03). ___________________________________________________
e) durante o período de licença o servidor não poderá
ter outro vínculo empregatício. ___________________________________________________
Parágrafo único – O gozo de férias ou a fruição das
licenças previstas nos artigos 91 e 120 do ESUNICAMP, in- ___________________________________________________
terrompem a contagem do prazo de que trata a alínea “c”. ___________________________________________________
(redação dada pela Deliberação CONSU-A-9/03).
(Publicado no D.O.E de 18.12.85 pag. 17) ___________________________________________________

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20
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Constituição do Estado de São Paulo – Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1989, com as alterações
adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/1990 a 28/2009 (Atualizada até a Emenda nº 46, de 08/06/2018).......... 01
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 6º - O Município de São Paulo é a Capital do


CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO Estado.
– TEXTO CONSTITUCIONAL PROMULGADO Artigo 7º - São símbolos do Estado a bandeira, o bra-
EM 5 DE OUTUBRO DE 1989, COM AS são de armas e o hino.
ALTERAÇÕES ADOTADAS PELAS EMENDAS Artigo 8º - Além dos indicados no artigo 26 da Consti-
tuição Federal, incluem-se entre os bens do Estado os terre-
CONSTITUCIONAIS Nº 1/1990 A 28/2009
nos reservados às margens dos rios e lagos do seu domínio.
(ATUALIZADA ATÉ A EMENDA Nº 46, DE
08/06/2018). CAPÍTULO II
Do Poder Legislativo
SEÇÃO I
Da Organização do Poder Legislativo
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, DE 05 DE OUTUBRO DE 1989
Artigo 9º - O Poder Legislativo é exercido pela Assem-
(Atualizada até a concessão de liminar pelo Tribu- bleia Legislativa, constituída de Deputados, eleitos e inves-
nal de Justiça do Estado de São Paulo, na Ação Direta de tidos na forma da legislação federal, para uma legislatura
Inconstitucionalidade nº 2116917-44.2018.8.26.0000, de quatro anos.
em 12 de junho de 2018) §1º - A Assembleia Legislativa reunir-se-á, em sessão
legislativa anual, independentemente de convocação, de
PREÂMBULO 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 15 de
dezembro.
O Povo Paulista, invocando a proteção de Deus, e inspi- §2º - No primeiro ano da legislatura a Assembleia
rado nos princípios constitucionais da República e no ideal Legislativa reunir-se-á, da mesma forma, em sessões
de a todos assegurar justiça e bem-estar, decreta e promul- preparatórias, a partir de 15 de março, para a posse de seus
ga, por seus representantes, a CONSTITUIÇÃO DO ESTADO membros e eleição da Mesa. (NR)
DE SÃO PAULO. - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
3, de 11/11/1996.
TÍTULO I §3º - As reuniões marcadas para as datas fixadas no §
Dos Fundamentos do Estado 1º serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente,
quando recaírem em sábado, domingo ou feriado.
Artigo 1º - O Estado de São Paulo, integrante da Re- §4º - A sessão legislativa não será interrompida sem
pública Federativa do Brasil, exerce as competências que aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias
não lhe são vedadas pela Constituição Federal. e sem deliberação sobre o projeto de lei do orçamento e
Artigo 2º - A lei estabelecerá procedimentos judiciá- sobre as contas prestadas pelo Governador, referentes ao
rios abreviados e de custos reduzidos para as ações cujo exercício anterior. (NR)
- § 4º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
objeto principal seja a salvaguarda dos direitos e liberdades
5, de 18/12/1998.
fundamentais.
§5º - A convocação extraordinária da Assembleia Legis-
Artigo 3º - O Estado prestará assistência jurídica inte-
lativa far-se-á:
gral e gratuita aos que declararem insuficiência de recursos. 1 - pelo Presidente, nos seguintes casos:
Artigo 4º - Nos procedimentos administrativos, qual- a) decretação de estado de sítio ou de estado de defesa
quer que seja o objeto, observar-se-ão, entre outros requi- que atinja todo ou parte do território estadual;
sitos de validade, a igualdade entre os administrados e o b) intervenção no Estado ou em Município;
devido processo legal, especialmente quanto à exigência c)  recebimento dos autos de prisão de Deputado, na
da publicidade, do contraditório, da ampla defesa e do hipótese de crime inafiançável.
despacho ou decisão motivados. 2 - pela maioria absoluta dos membros da Assembleia
Legislativa ou pelo Governador, em caso de urgência ou
TÍTULO II interesse público relevante.
Da Organização dos Poderes §6º - Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia
CAPÍTULO I Legislativa somente deliberará sobre a matéria para a qual
Disposições Preliminares foi convocada, vedado o pagamento de parcela indenizató-
ria de valor superior ao subsídio mensal. (NR)
Artigo 5º - São Poderes do Estado, independentes e - § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 21, de 14/02/2006.
§1º - É vedado a qualquer dos Poderes delegar Artigo 10 - A Assembleia Legislativa funcionará em
atribuições. sessões públicas, presente, nas sessões deliberativas, pelo
§2º - O cidadão, investido na função de um dos menos um quarto de seus membros e, nas sessões exclusi-
Poderes, não poderá exercer a de outro, salvo as exceções vamente de debates, pelo menos um oitavo de seus mem-
previstas nesta Constituição. bros. (NR)

1
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

- Artigo 10, “caput”, com redação dada pela Emenda 11 - convocar representantes de empresa resultante
Constitucional nº 36, de 17/05/2012. de sociedade desestatizada e representantes de empresa
§1º - Salvo disposição constitucional em contrário, as prestadora de serviço público concedido ou permitido,
deliberações da Assembleia Legislativa e de suas Comis- para prestar informações sobre assuntos de sua área de
sões serão tomadas por maioria de votos, presente a maio- competência, previamente determinados, no prazo de 30
ria absoluta de seus membros. (trinta) dias, sujeitando-se, pelo não comparecimento sem
§2º - O voto será público. (NR) adequada justificação, às penas da lei. (NR)
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº - Item 11 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
12, de 28/06/2001. 10, de 20/02/2001.
Artigo 11 - Os membros da Mesa e seus substitutos §2º - As comissões parlamentares de inquérito, que
serão eleitos para um mandato de dois anos. terão poderes de investigação próprios das autoridades
§1º - A eleição far-se-á, em primeiro escrutínio, pela judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno,
maioria absoluta da Assembleia Legislativa. serão criadas mediante requerimento de um terço dos
§2º - É vedada a recondução para o mesmo cargo na membros da Assembleia Legislativa, para apuração de fato
eleição imediatamente subsequente. determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões,
Artigo 12 - Na constituição da Mesa e das Comissões quando for o caso, encaminhadas aos órgãos competentes
assegurar-se-á, tanto quanto possível, a representação pro- do Estado para que promovam a responsabilidade civil e
porcional dos partidos políticos com assento na Assem- criminal de quem de direito.
bleia Legislativa. §3º - O Regimento Interno disporá sobre a competên-
Artigo 13 - A Assembleia Legislativa terá Comissões cia da Comissão representativa da Assembleia Legislativa
permanentes e temporárias, na forma e com as atribuições que funcionará durante o recesso, quando não houver con-
previstas no Regimento Interno. vocação extraordinária.
§1º - Às comissões, em razão da matéria de sua §4º - Aplicam-se ao Conselho de Defesa das Prerro-
competência, cabe: gativas Parlamentares da Assembleia Legislativa as compe-
1 - discutir e votar projetos de lei que dispensarem, na tências previstas nos itens 2, 3, 7 e 11 do § 1º deste artigo,
forma do Regimento Interno, a competência do Plenário, para apuração de fatos e informações estritamente afetos
salvo se houver, para decisão deste, requerimento de um à inobservância ou infringência das prerrogativas das De-
décimo dos membros da Assembleia Legislativa; putadas e Deputados. (NR)
2 - convocar Secretário de Estado, sem prejuízo do - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 42,
disposto no artigo 52-A, para prestar pessoalmente, no prazo de 15/10/2015.
de 30 (trinta) dias, informações sobre assunto previamente
determinado, importando crime de responsabilidade a SEÇÃO II
ausência sem justificação adequada; (NR) Dos Deputados
- Item 2 com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 27, de 15/06/2009. Artigo 14 - Os Deputados são invioláveis, civil e penal-
3 - convocar dirigentes de autarquias, empresas mente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
públicas, sociedades de economia mista e fundações (NR)
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, para prestar - Artigo 14, “caput”, com redação dada pela Emenda
informações sobre assuntos de área de sua competência, Constitucional nº 14, de 12/03/2002.
previamente determinados, no prazo de trinta dias, §1º - Os Deputados, desde a expedição do diploma,
sujeitando-se, pelo não comparecimento sem justificação serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Jus-
adequada, às penas da lei; tiça. (NR)
4 - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procu- - § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
rador-Geral do Estado e o Defensor Público-Geral, para 21, de 14/02/2006.
prestar informações a respeito de assuntos previamente §2º - Desde a expedição do diploma, os membros da
fixados, relacionados com a respectiva área; Assembleia Legislativa não poderão ser presos, salvo em
5 - acompanhar a execução orçamentária; flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
6 - realizar audiências públicas dentro ou fora da sede remetidos dentro de vinte e quatro horas à Assembleia
do Poder Legislativo; Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus
7 - receber petições, reclamações, representações ou membros, resolva sobre a prisão. (NR)
queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das §3º - Recebida a denúncia contra Deputado, por
autoridades ou entidades públicas; crime ocorrido após a diplomação, o Tribunal de Justiça
8 - velar pela completa adequação dos atos do Poder dará ciência à Assembleia Legislativa que, por iniciativa de
Executivo que regulamentem dispositivos legais; partido político nela representado e pelo voto da maioria
9 - tomar o depoimento de autoridade e solicitar o de de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
cidadão; andamento da ação. (NR)
10 -  fiscalizar e apreciar programas de obras, planos §4º - O pedido de sustação será apreciado pela As-
estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento e, sembleia Legislativa no prazo improrrogável de quarenta
sobre eles, emitir parecer; e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (NR)

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§5º - A sustação do processo suspende a prescrição, II - desde a posse:


enquanto durar o mandato. (NR) a)  ser proprietários, controladores ou diretores de
§6º - Os Deputados não serão obrigados a testemunhar empresa que goze de favor decorrente de contrato com
sobre informações recebidas ou prestadas em razão do pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função
exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes remunerada;
confiaram ou deles receberam informações. (NR) b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
§7º - A incorporação às Forças Armadas de Deputados, “ad nutum”, nas entidades referidas na alínea “a” do inciso I;
embora militares e ainda que em tempo de guerra, c)  patrocinar causa em que seja interessada qualquer
dependerá de prévia licença da Assembléia Legislativa. das entidades a que se refere a alínea “a” do inciso I;
(NR) d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato eletivo
§8º - As imunidades de Deputados subsistirão durante federal, estadual ou municipal.
o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o Artigo 16 - Perderá o mandato o Deputado:
voto de dois terços dos membros da Assembléia Legis- I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas
lativa, nos casos de atos praticados fora do recinto dessa no artigo anterior;
Casa, que sejam incompatíveis com a execução da medida. II - cujo procedimento for declarado incompatível com
(NR) o decoro parlamentar;
- §§ 2º ao 8º com redação dada pela Emenda Constitu- III - que deixar de comparecer, em cada sessão
cional nº 14, de 12/03/2002. legislativa, à terça-parte das sessões ordinárias, salvo licença
§9º - O Deputado ou a Deputada, sempre que ou missão autorizada pela Assembleia Legislativa;
representando uma das Comissões Permanentes, IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
Comissões Parlamentares de Inquérito ou a Assembleia V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos pre-
Legislativa, neste último caso mediante deliberação vistos na Constituição Federal;
do Plenário, terá livre acesso às repartições públicas, VI - que sofrer condenação criminal em sentença
podendo diligenciar pessoalmente junto aos órgãos da transitada em julgado. (NR)
administração direta e indireta e agências reguladoras, - A expressão “nos crimes apenados com reclusão, aten-
sujeitando-se os respectivos responsáveis às sanções civis, tatórios ao decoro parlamentar”, acrescentada ao inciso VI
administrativas e penais previstas em lei, na hipótese de pela  Emenda Constitucional nº 18, de 30/03/2004, foi de-
recusa ou omissão. (NR) clarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos
- § 9º com redação dada pela Emenda Constitucional nº autos da ADI nº 3200/2004, julgada em 22/05/2014.
31, de 21/10/2009. §1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além
§9º-A - Suprimido. dos casos definidos no Regimento Interno, o abuso das
- § 9º-A suprimido pela Emenda Constitucional nº 31, prerrogativas asseguradas ao Deputado ou a percepção de
de 21/10/2009. vantagens indevidas.
§10 - No caso de inviolabilidade por quaisquer opi- §2º - Nos casos dos incisos I, II e VI deste artigo, a perda
niões, palavras, votos e manifestações verbais ou escritas do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa, por
de deputado em razão de sua atividade parlamentar, im- votação nominal e maioria absoluta, mediante provocação
pende-se o arquivamento de inquérito policial e o ime- da Mesa ou de partido político representado no Legislativo,
diato não-conhecimento de ação civil ou penal promovi- assegurada ampla defesa. (NR)
da com inobservância deste direito do Poder Legislativo, - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
independentemente de prévia comunicação ao deputado 11, de 28/06/2001.
ou à Assembleia Legislativa. (NR) §3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será
§11 -  Salvo as hipóteses do § 10, os procedimentos declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação
investigatórios e as suas diligências de caráter instrutório de qualquer dos membros da Assembleia Legislativa ou
somente serão promovidos perante o Tribunal de Justiça, e de partido político nela representado, assegurada ampla
sob seu controle, a quem caberá ordenar toda e qualquer defesa.
providência necessária à obtenção de dados probatórios Artigo 17 - Não perderá o mandato o Deputado:
para demonstração de alegado delito de deputado. (NR) I - investido na função de Ministro de Estado,
- §§ 10 e 11 acrescentados pela Emenda Constitucional Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito
nº 15, de 15/05/2002. Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou Chefe de
Artigo 15 - Os Deputados não poderão: Missão Diplomática temporária;
I - desde a expedição do diploma: II - licenciado pela Assembleia Legislativa por motivo
a)  firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de de doença ou para tratar, sem subsídio, de interesse parti-
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de cular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse
economia mista ou empresa concessionária de serviço pú- cento e vinte dias por sessão legislativa. (NR)
blico, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uni- - Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucional
formes; nº 21, de 14/02/2006.
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remu- §1º - O Suplente será convocado, nos casos de vaga,
nerado, incluindo os de que sejam demissíveis “ad nutum”, com a investidura nas funções previstas neste artigo ou de
nas entidades constantes da alínea anterior; licença superior a cento e vinte dias.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á III - dispor sobre a organização de sua Secretaria, fun-
eleição, se faltarem mais de quinze meses para o término cionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
do mandato. dos cargos, empregos e funções de seus serviços e a ini-
§3º - Na hipótese do inciso I deste artigo, o Deputado ciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, ob-
poderá optar pelo subsídio fixado aos parlamentares esta- servados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
duais. (NR) orçamentárias; (NR)
- § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº - Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio-
21, de 14/02/2006. nal nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 18 - O subsídio dos Deputados Estaduais será IV - dar posse ao Governador e ao Vice-Governador
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na eleitos e conceder-lhes licença para ausentar-se do Estado,
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele por mais de quinze dias;
estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, ob- V - apresentar projeto de lei para fixar, para cada
servado o que dispõem os artigos 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, exercício financeiro, os subsídios do Governador, do Vice-
153, III, e 153, § 2º, I, da Constituição Federal. (NR) -Governador, dos Secretários de Estado e dos Deputados
- Artigo 18, “caput”, com redação dada pela Emenda Estaduais; (NR)
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. - Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucio-
Parágrafo único - Os Deputados farão declaração pú-
nal nº 20, de 08/04/2005.
blica de bens, no ato da posse e no término do mandato.
VI - tomar e julgar, anualmente, as contas prestadas
pela Mesa da Assembleia Legislativa, pelo Governador e
SEÇÃO III
pelo Presidente do Tribunal de Justiça, respectivamente, do
Das Atribuições do Poder Legislativo
Poder Legislativo, do Poder Executivo e do Poder Judiciário,
Artigo 19 - Compete à Assembleia Legislativa, com a e apreciar os relatórios sobre a execução dos Planos de
sanção do Governador, dispor sobre todas as matérias de Governo;
competência do Estado, ressalvadas as especificadas no ar- VII - decidir, quando for o caso, sobre intervenção
tigo 20, e especialmente sobre: estadual em Município;
I - sistema tributário estadual, instituição de impostos, VIII - autorizar o Governador a efetuar ou contrair em-
taxas, contribuições de melhoria e contribuição social; préstimos, salvo com Município do Estado, suas entidades
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orça- descentralizadas e órgãos ou entidades federais;
mento anual, operações de crédito, dívida pública e em- IX - sustar os atos normativos do Poder Executivo que
préstimos externos, a qualquer título, pelo Poder Executivo; exorbitem do poder regulamentar;
III - criação, transformação e extinção de cargos, X -  fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo,
empregos e funções públicas, observado o que estabelece inclusive os da administração descentralizada;
o artigo 47, XIX, “b”; (NR) XI - escolher dois terços dos membros do Tribunal de
- Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio- Contas do Estado, após arguição em sessão pública;
nal nº 21, de 14/02/2006. XII - aprovar previamente, após argüição em sessão
IV - autorização para a alienação de bens imóveis do pública, a escolha dos titulares dos cargos de Conselheiros
Estado ou a cessão de direitos reais a eles relativos, bem do Tribunal de Contas, indicados pelo Governador do
como o recebimento, pelo Estado, de doações com encar- Estado; (NR)
go, não se considerando como tal a simples destinação es- - Inciso XII com redação dada pela Emenda Constitucio-
pecífica do bem; nal nº 12, de 28/06/2001.
V - autorização para cessão ou para concessão de uso XIII - suspender, no todo ou em parte, a execução de
de bens imóveis do Estado para particulares, dispensado o lei ou ato normativo declarado inconstitucional em decisão
consentimento nos casos de permissão e autorização de irrecorrível do Tribunal de Justiça;
uso, outorgada a título precário, para atendimento de sua
XIV - convocar Secretários de Estado, dirigentes, di-
destinação específica;
retores e Superintendentes de órgãos da administração
VI - criação e extinção de Secretarias de Estado e
pública indireta e fundacional e Reitores das universidades
órgãos da administração pública; (NR)
públicas estaduais para prestar, pessoalmente, informações
- Inciso VI com redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 21, de 14/02/2006. sobre assuntos previamente determinados, no prazo de
VII - bens do domínio do Estado e proteção do patri- trinta dias, importando crime de responsabilidade a ausên-
mônio público; cia sem justificativa; (NR)
VIII - organização administrativa, judiciária, do Minis- - Inciso XIV com redação dada pela Emenda Constitu-
tério Público, da Defensoria Pública e da Procuradoria Ge- cional nº 9, de 19/05/2000.
ral do Estado; - Inciso XIV ver STF - ADI nº 5289/2015.
IX - normas de direito financeiro. XV - convocar o Procurador-Geral de Justiça, o Procu-
Artigo 20 - Compete, exclusivamente, à Assembleia rador-Geral do Estado e o Defensor Público- Geral, para
Legislativa: prestar informações sobre assuntos previamente determi-
I - eleger a Mesa e constituir as Comissões; nados, no prazo de trinta dias, sujeitando-se às penas da
II - elaborar seu Regimento Interno; lei, na ausência sem justificativa;

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

XVI - requisitar informações dos Secretários de Estado, §2º - A proposta será discutida e votada em dois tur-
dirigentes, diretores e superintendentes de órgãos da ad- nos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambas
ministração pública indireta e fundacional, do Procurador- as votações, o voto favorável de três quintos dos membros
-Geral de Justiça, dos Reitores das universidades públicas da Assembleia Legislativa.
estaduais e dos diretores de Agência Reguladora sobre §3º - A emenda à Constituição será promulgada pela
assunto relacionado com sua pasta ou instituição, impor- Mesa da Assembleia Legislativa, com o respectivo número
tando crime de responsabilidade não só a recusa ou o não de ordem.
atendimento, no prazo de trinta dias, bem como o forneci- §4º - A matéria constante de proposta de emenda re-
mento de informações falsas; (NR) jeitada não poderá ser objeto de nova proposta na mesma
- Inciso XVI com redação dada pela Emenda Constitu- sessão legislativa.
cional nº 24, de 23/01/2008. Artigo 23 - As leis complementares serão aprovadas
- Inciso XVI ver STF - ADI nº 4052/2008 e nº 5289/2015. pela maioria absoluta dos membros da Assembleia Legis-
XVII - declarar a perda do mandato do Governador; lativa, observados os demais termos da votação das leis
XVIII - autorizar referendo e convocar plebiscito, exce- ordinárias.
to nos casos previstos nesta Constituição; Parágrafo único - Para os fins deste artigo, conside-
XIX - autorizar ou aprovar convênios, acordos ou ram-se complementares:
contratos de que resultem para o Estado encargos não 1 - a Lei de Organização Judiciária;
previstos na lei orçamentária; 2 - a Lei Orgânica do Ministério Público;
XX - mudar temporariamente sua sede; 3 - a Lei Orgânica da Procuradoria Geral do Estado;
XXI - zelar pela preservação de sua competência legis- 4 - a Lei Orgânica da Defensoria Pública;
lativa em face da atribuição normativa de outros Poderes; 5 - a Lei Orgânica da Polícia Civil;
XXII - solicitar intervenção federal, se necessário, para 6 - a Lei Orgânica da Polícia Militar;
assegurar o livre exercício de suas funções; 7 - a Lei Orgânica do Tribunal de Contas;
XXIII - destituir o Procurador-Geral de Justiça, por deli- 8 - a Lei Orgânica das Entidades Descentralizadas;
beração da maioria absoluta de seus membros; 9 - a Lei Orgânica do Fisco Estadual;
XXIV - solicitar ao Governador, na forma do Regimento 10 - os Estatutos dos Servidores Civis e dos Militares;
Interno, informações sobre atos de sua competência 11 - o Código de Educação;
privativa, bem como ao Presidente do Tribunal de Justiça, 12 - o Código de Saúde;
informações de natureza eminentemente administrativa; 13 - o Código de Saneamento Básico;
- Inciso XXIV com redação dada pela Emenda Constitu- 14 - o Código de Proteção ao Meio Ambiente;
cional nº 41, de 17/09/2015. 15 - o Código Estadual de Proteção contra Incêndios e
XXV - receber a denúncia e promover o respectivo Emergências;
processo, no caso de crime de responsabilidade do 16 - a Lei sobre Normas Técnicas de Elaboração
Governador do Estado; Legislativa;
XXVI - apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de 17 - a Lei que institui regiões metropolitanas,
Contas. aglomerações urbanas e microrregiões;
18 - a Lei que impuser requisitos para a criação, a
SEÇÃO IV incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios
Do Processo Legislativo ou para a sua classificação como estância de qualquer
natureza.
Artigo 21 - O processo legislativo compreende a ela- Artigo 24 - A iniciativa das leis complementares e or-
boração de: dinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Assem-
I - emenda à Constituição; bleia Legislativa, ao Governador do Estado, ao Tribunal de
II - lei complementar; Justiça, ao Procurador-Geral de Justiça e aos cidadãos, na
III - lei ordinária; forma e nos casos previstos nesta Constituição.
IV - decreto legislativo; §1º - Compete, exclusivamente, à Assembleia Legislati-
V - resolução. va a iniciativa das leis que disponham sobre:
Artigo 22 - A Constituição poderá ser emendada me- 1 - criação, incorporação, fusão e desmembramento de
diante proposta: Municípios; (NR)
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Assem- 2 - regras de criação, organização e supressão de dis-
bleia Legislativa; tritos nos Municípios. (NR)
II - do Governador do Estado; - Itens 1 e 2 com redação dada pela Emenda Constitu-
III - de mais de um terço das Câmaras Municipais do cional nº 2, de 21/02/1995.
Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 3 - subsídios do Governador, do Vice-Governador e
relativa de seus membros; dos Secretários de Estado, observado o que dispõem os
IV - de cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, artigos 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I, da
no mínimo, por um por cento dos eleitores. Constituição Federal. (NR)
§1º - A Constituição não poderá ser emendada na - Item 3 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
vigência de estado de defesa ou de estado de sítio. 21, de 14/02/2006.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

4 - declaração de utilidade pública de entidades de di- 2 - organização e divisão judiciárias, bem como criação,
reito privado. (NR) alteração ou supressão de ofícios e cartórios judiciários.
- Item 4 acrescentado pela Emenda Constitucional nº 24, §5º - Não será admitido o aumento da despesa prevista:
de 23/01/2008. 1 - nos projetos de iniciativa exclusiva do Governador,
- Item 4 ver STF - ADI nº 4052/2008. ressalvado o disposto no artigo 174, §§ 1º e 2º;
§2º - Compete, exclusivamente, ao Governador do 2 - nos projetos sobre organização dos serviços admi-
Estado a iniciativa das leis que disponham sobre: nistrativos da Assembleia Legislativa, do Poder Judiciário e
1 - criação e extinção de cargos, funções ou empregos do Ministério Público.
públicos na administração direta e autárquica, bem como a § 6º - A atribuição de denominação de próprio público
fixação da respectiva remuneração; dar-se-á concorrentemente pela Assembleia Legislativa e
2 - criação e extinção das Secretarias de Estado e Governador do Estado, na forma de legislação competente
órgãos da administração pública, observado o disposto no a cada um, atendidas as regras da legislação específica. (NR)
artigo 47, XIX; (NR) - § 6º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 43,
- Item 2 com redação dada pela Emenda Constitucional de 10/11/2016.
nº 21, de 14/02/2006. - Em 29/08/2018, o Tribunal de Justiça do Estado de São
3 - organização da Procuradoria Geral do Estado e da Paulo, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº
Defensoria Pública do Estado, observadas as normas gerais 2073870-54.2017.8.26.0000, julgou improcedente a ADI e re-
da União; vogou a liminar que suspendeu os efeitos da EC nº 43/2016.
4 - servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, Artigo 25 - Nenhum projeto de lei que implique a cria-
provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (NR) ção ou o aumento de despesa pública será sancionado sem
5 - militares, seu regime jurídico, provimento de que dele conste a indicação dos recursos disponíveis, pró-
cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma prios para atender aos novos encargos.
e transferência para inatividade, bem como fixação ou Parágrafo único - O disposto neste artigo não se aplica
alteração do efetivo da Polícia Militar; (NR) a créditos extraordinários.
- Itens 4 e 5 com redação dada pela Emenda Constitucio- Artigo 26 - O Governador poderá solicitar que os pro-
nal nº 21, de 14/02/2006. jetos de sua iniciativa tramitem em regime de urgência.
6 - criação, alteração ou supressão de cartórios notariais
Parágrafo único - Se a Assembléia Legislativa não de-
e de registros públicos.
liberar em até quarenta e cinco dias, o projeto será incluído
- Item 6 ver STF - ADI nº 4223/2009.
na ordem do dia até que se ultime sua votação. (NR)
§3º - O exercício direto da soberania popular realizar-
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
-se-á da seguinte forma:
titucional nº 22, de 25/05/2006.
1 - a iniciativa popular pode ser exercida pela apresen-
Artigo 27 - O Regimento Interno da Assembleia Legis-
tação de projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco déci-
lativa disciplinará os casos de decreto legislativo e de re-
mos de unidade por cento do eleitorado do Estado, assegu-
rada a defesa do projeto, por representante dos respectivos solução cuja elaboração, redação, alteração e consolidação
responsáveis, perante as Comissões pelas quais tramitar; serão feitas com observância das mesmas normas técnicas
2 - um por cento do eleitorado do Estado poderá re- relativas às leis.
querer à Assembleia Legislativa a realização de referendo Artigo 28 - Aprovado o projeto de lei, na forma regi-
sobre lei; mental, será ele enviado ao Governador que, aquiescendo,
3 - as questões relevantes aos destinos do Estado po- o sancionará e promulgará.
derão ser submetidas a plebiscito, quando pelo menos um §1º - Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em
por cento do eleitorado o requerer ao Tribunal Regional parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, ve-
Eleitoral, ouvida a Assembleia Legislativa; ta-lo-á, total ou parcialmente, dentro de quinze dias úteis,
4 - o eleitorado referido nos itens anteriores deverá contados da data do recebimento, comunicando, dentro de
estar distribuído em, pelo menos, cinco dentre os quinze quarenta e oito horas, ao Presidente da Assembleia Legisla-
maiores Municípios com não menos que dois décimos de tiva, o motivo do veto.
unidade por cento de eleitores em cada um deles; §2º - O veto parcial deverá abranger, por inteiro, o arti-
5 - não serão suscetíveis de iniciativa popular matérias go, o parágrafo, o inciso, o item ou alínea.
de iniciativa exclusiva, definidas nesta Constituição; §3º - Sendo negada a sanção, as razões do veto serão
6 - o Tribunal Regional Eleitoral, observada a legislação comunicadas ao Presidente da Assembleia Legislativa e pu-
federal pertinente, providenciará a consulta popular prevista blicadas se em época de recesso parlamentar.
nos itens 2 e 3, no prazo de sessenta dias. §4º - Decorrido o prazo, em silêncio, considerar-se-á
§4º - Compete, exclusivamente, ao Tribunal de Justiça a sancionado o projeto, sendo obrigatória a sua promulgação
iniciativa das leis que disponham sobre: pelo Presidente da Assembleia Legislativa no prazo de dez
1 - criação e extinção de cargos e a remuneração dos dias.
seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vincu- §5º - A Assembleia Legislativa deliberará sobre a matéria
lados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e vetada, em único turno de votação e discussão, no prazo de
dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar; (NR) trinta dias de seu recebimento, considerando-se aprovada
- Item 1 com redação dada pela Emenda Constitucional quando obtiver o voto favorável da maioria absoluta de
nº 21, de 14/02/2006. seus membros.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§6º - Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido §3º - Os Conselheiros terão as mesmas garantias, prer-
no § 5º, o veto será incluído na ordem do dia da sessão rogativas, impedimentos e subsídios dos Desembargado-
imediata, até sua votação final. (NR) res do Tribunal de Justiça do Estado, aplicando-se-lhes,
- § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes
22, de 25/05/2006. do artigo 40 da Constituição Federal e do artigo 126 desta
§7º - Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado Constituição. (NR)
para promulgação, ao Governador. - § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
§8º - Se, na hipótese do § 7º, a lei não for promulgada 21, de 14/02/2006.
dentro de quarenta e oito horas pelo Governador, o Presi- §4º - Os Conselheiros, nas suas faltas e impedimentos,
dente da Assembleia Legislativa promulgará e, se este não serão substituídos na forma determinada em lei, depois de
o fizer, em igual prazo, caberá ao Primeiro Vice-Presidente aprovados os substitutos, pela Assembleia Legislativa.
fazê-lo. §5º - Os Substitutos de Conselheiros, quando no
Artigo 29 - A matéria constante de projeto de lei re- efetivo exercício da substituição, terão as mesmas garantias
jeitado somente poderá ser renovada, na mesma sessão le- e impedimentos do titular.
gislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos mem- §6º - Os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
bros da Assembleia Legislativa. (NR) farão declaração pública de bens, no ato da posse e no
- A expressão “Ressalvados os projetos de iniciativa ex- término do exercício do cargo.
clusiva”, que iniciava o dispositivo, foi declarada inconstitu-
cional pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº SEÇÃO VII
1546/1996, julgada em 03/12/1998. Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária
SEÇÃO V Artigo 32 - A fiscalização contábil, financeira, orça-
Da Procuradoria da Assembleia Legislativa mentária, operacional e patrimonial do Estado, das enti-
dades da administração direta e indireta e das fundações
Artigo 30 - À Procuradoria da Assembleia Legislativa
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, quanto à lega-
compete exercer a representação judicial, a consultoria e o
lidade, legitimidade, economicidade, aplicação de subven-
assessoramento técnico-jurídico do Poder Legislativo.
ções e renúncia de receitas, será exercida pela Assembleia
Parágrafo único - Lei de iniciativa da Mesa da Assem-
Legislativa, mediante controle externo, e pelo sistema de
bleia Legislativa organizará a Procuradoria da Assembleia
controle interno de cada Poder.
Legislativa, observados os princípios e regras pertinentes
Parágrafo único - Prestará contas qualquer pessoa fí-
da Constituição Federal e desta Constituição, disciplinará
sica ou jurídica, de direito público ou de direito privado que
sua competência e disporá sobre o ingresso na classe ini-
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,
cial, mediante concurso público de provas e títulos.
SEÇÃO VI bens e valores públicos ou pelos quais o Estado responda,
Do Tribunal de Contas ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza
Artigo 31 - O Tribunal de Contas do Estado, integra- pecuniária.
do por sete Conselheiros, tem sede na Capital do Estado, Artigo 33 - O controle externo, a cargo da Assembleia
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território Legislativa, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas
estadual, exercendo, no que couber, as atribuições previs- do Estado, ao qual compete:
tas no artigo 96 da Constituição Federal. I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Go-
§1º - Os Conselheiros do Tribunal serão nomeados vernador do Estado, mediante parecer prévio que deverá
dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: ser elaborado em sessenta dias, a contar do seu recebi-
1 - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco mento;
anos de idade; II - julgar as contas dos administradores e demais res-
2 - idoneidade moral e reputação ilibada; ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da admi-
3 - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, nistração direta e autarquias, empresas públicas e socieda-
econômicos e financeiros ou de administração pública; des de economia mista, incluídas as fundações instituídas
4 - mais de dez anos de exercício de função ou de ou mantidas pelo Poder Público estadual, e as contas da-
efetiva atividade profissional que exija conhecimentos queles que derem perda, extravio ou outra irregularidade
mencionados no item anterior. de que resulte prejuízo ao erário;
§2º - Os Conselheiros do Tribunal serão escolhidos na III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos
seguinte ordem, sucessivamente: (NR) atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na adminis-
1 - dois terços pela Assembleia Legislativa; (NR) tração direta e autarquias, empresas públicas e empresas
2 - um terço pelo Governador do Estado, com aprovação de economia mista, incluídas as fundações instituídas ou
pela Assembleia Legislativa, observadas as regras contidas mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações
no inciso I do § 2º do artigo 73 da Constituição Federal. para cargo de provimento em comissão, bem como a das
(NR) concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressal-
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº vadas as melhorias posteriores que não alterem o funda-
33, de 01/11/2011. mento legal do ato concessório;

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

IV - avaliar a execução das metas previstas no plano Artigo 35 - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judi-
plurianual, nas diretrizes orçamentárias e no orçamento ciário manterão, de forma integrada, sistema de controle
anual; interno com a finalidade de:
V - realizar, por iniciativa própria, da Assembleia Le- I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
gislativa, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções plurianual, a execução dos programas de governo e dos or-
e auditoria de natureza contábil, financeira, orçamentária, çamentos do Estado;
operacional e patrimonial, nas unidades administrativas II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados quan-
dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, do Ministé- to à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financei-
rio Público e demais entidades referidas no inciso II; ra e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
VI - fiscalizar as aplicações estaduais em empresas de estadual, bem como da aplicação de recursos públicos por
cujo capital social o Estado participe de forma direta ou entidades de direito privado;
indireta, nos termos do respectivo ato constitutivo; III - exercer o controle sobre o deferimento de vanta-
VII -  fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos gens e a forma de calcular qualquer parcela integrante do
repassados ao Estado e pelo Estado, mediante convênio, subsídio, vencimento ou salário de seus membros ou servi-
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres; dores; (NR)
VIII - prestar as informações solicitadas pela Assem- - Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucional
bleia Legislativa ou por comissão técnica sobre a fiscali- nº 21, de 14/02/2006.
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e IV - exercer o controle das operações de crédito, avais e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções garantias, bem como dos direitos e haveres do Estado;
realizadas; V - apoiar o controle externo, no exercício de sua missão
IX - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de institucional.
despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas §1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa conhecimento de qualquer irregularidade, ilegalidade, ou
proporcional ao dano causado ao erário; ofensa aos princípios do artigo 37 da Constituição Federal,
X - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote dela darão ciência ao Tribunal de Contas do Estado, sob
as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, pena de responsabilidade solidária.
se verificada a ilegalidade; §2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou
XI - sustar, se não atendido, a execução do ato impug- entidade sindical é parte legítima para, na forma da lei, de-
nado, comunicando a decisão à Assembleia Legislativa; nunciar irregularidades ao Tribunal de Contas ou à Assem-
XII - representar ao Poder competente sobre irregula- bleia Legislativa.
ridades ou abusos apurados; Artigo 36 - O Tribunal de Contas prestará suas contas,
XIII - emitir parecer sobre a prestação anual de contas anualmente, à Assembleia Legislativa, no prazo de sessenta
da administração financeira dos Municípios, exceto a dos dias, a contar da abertura da sessão legislativa.
que tiverem Tribunal próprio;
XIV - comunicar à Assembleia Legislativa qualquer CAPÍTULO III
irregularidade verificada nas contas ou na gestão públicas, Do Poder Executivo
enviando-lhe cópia dos respectivos documentos. SEÇÃO I
§1º - No caso de contrato, o ato de sustação será Do Governador e Vice-Governador do Estado
adotado diretamente pela Assembleia Legislativa que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas Artigo 37 - O Poder Executivo é exercido pelo Gover-
cabíveis. nador do Estado, eleito para um mandato de quatro anos,
§2º - Se a Assembleia Legislativa ou o Poder Executivo, podendo ser reeleito para um único período subsequente,
no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas na forma estabelecida na Constituição Federal. (NR)
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. - Artigo 37 com redação dada pela Emenda Constitucio-
§3º - O Tribunal encaminhará à Assembleia Legislativa, nal nº 21, de 14/02/2006.
trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Artigo 38 - Substituirá o Governador, no caso de impe-
Artigo 34 - A Comissão a que se refere o artigo 33, dimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Governador.
inciso V, diante de indícios de despesas não autorizadas, Parágrafo único - O Vice-Governador, além de outras
ainda que sob a forma de investimentos não programados atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar,
ou de subsídios não aprovados, poderá solicitar à autorida- auxiliará o Governador, sempre que por ele convocado para
de governamental responsável que, no prazo de cinco dias, missões especiais.
preste os esclarecimentos necessários. Artigo 39 - A eleição do Governador e do Vice-Gover-
§1º - Não prestados os esclarecimentos, ou conside- nador realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em
rados esses, insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segun-
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de do turno, se houver, do ano anterior ao do término do man-
trinta dias. dato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro
§2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais,
a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano o disposto no artigo 77 da Constituição Federal. (NR)
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à - Artigo 39 com redação dada pela Emenda Constitucio-
Assembleia Legislativa sua sustação. nal nº 21, de 14/02/2006.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 40 - Em caso de impedimento do Governador VI - nomear e exonerar livremente os Secretários de


e do Vice-Governador, ou vacância dos respectivos cargos, Estado;
serão sucessivamente chamados ao exercício da Governan- VII - nomear e exonerar os dirigentes de autarquias,
ça o Presidente da Assembleia Legislativa e o Presidente do observadas as condições estabelecidas nesta Constituição;
Tribunal de Justiça. VIII - decretar e fazer executar intervenção nos
Artigo 41 - Vagando os cargos de Governador e Vice- Municípios, na forma da Constituição Federal e desta
-Governador, far-se-á eleição noventa dias depois de aber- Constituição;
ta a última vaga. IX - prestar contas da administração do Estado à
§1º - Ocorrendo a vacância no último ano do período Assembleia Legislativa, na forma desta Constituição;
governamental, aplica-se o disposto no artigo anterior. X - apresentar à Assembleia Legislativa, na sua
§2º - Em qualquer dos casos, os sucessores deverão sessão inaugural, mensagem sobre a situação do Estado,
completar o período de governo restante. solicitando medidas de interesse do Governo;
Artigo 42 - Perderá o mandato o Governador que as- XI - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos
sumir outro cargo ou função na administração pública di- previstos nesta Constituição;
reta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso XII -  fixar ou alterar, por decreto, os quadros,
público e observado o disposto no artigo 38, I, IV e V, da vencimentos e vantagens do pessoal das fundações
Constituição Federal.
instituídas ou mantidas pelo Estado, nos termos da lei;
Artigo 43 - O Governador e o Vice-Governador to-
XIII - indicar diretores de sociedade de economia mista
marão posse perante a Assembleia Legislativa, prestando
e empresas públicas;
compromisso de cumprir e fazer cumprir a Constituição
Federal e a do Estado e de observar as leis. XIV - praticar os demais atos de administração, nos
Parágrafo único - Se, decorridos dez dias da data fixa- limites da competência do Executivo;
da para a posse, o Governador ou o Vice-Governador, salvo XV - subscrever ou adquirir ações, realizar ou aumentar
motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este capital, desde que haja recursos hábeis, de sociedade de
será declarado vago. economia mista ou de empresa pública, bem como dispor,
Artigo 44 - O Governador e o Vice-Governador não a qualquer título, no todo ou em parte, de ações ou capital
poderão, sem licença da Assembleia Legislativa, ausentar- que tenha subscrito, adquirido, realizado ou aumentado,
-se do Estado por período superior a quinze dias, sob pena mediante autorização da Assembleia Legislativa;
de perda do cargo. XVI - delegar, por decreto, a autoridade do Executi-
Parágrafo único - O pedido de licença, amplamente vo, funções administrativas que não sejam de sua exclusiva
motivado, indicará, especialmente, as razões da viagem, o competência;
roteiro e a previsão de gastos. XVII - enviar à Assembleia Legislativa projetos de lei
Artigo 45 - O Governador deverá residir na Capital do relativos ao plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
Estado. orçamento anual, dívida pública e operações de crédito;
Artigo 46 - O Governador e o Vice-Governador de- XVIII - enviar à Assembleia Legislativa projeto de lei
verão, no ato da posse e no término do mandato, fazer sobre o regime de concessão ou permissão de serviços
declaração pública de bens. públicos;
XIX - dispor, mediante decreto, sobre: (NR)
SEÇÃO II a) organização e funcionamento da administração es-
Das Atribuições do Governador tadual, quando não implicar aumento de despesa, nem
criação ou extinção de órgãos públicos; (NR)
Artigo 47 - Compete privativamente ao Governador, b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va-
além de outras atribuições previstas nesta Constituição: gos. (NR)
I - representar o Estado nas suas relações jurídicas, po- - Inciso XIX acrescentado pela Emenda Constitucional nº
líticas e administrativas;
21, de 14/02/2006.
II - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a
Parágrafo único - A representação a que se refere o
direção superior da administração estadual;
inciso I poderá ser delegada por lei, de iniciativa do Gover-
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
como, no prazo nelas estabelecido, não inferior a trinta nador, a outra autoridade.
nem superior a cento e oitenta dias, expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução, ressalvados os casos SEÇÃO III
em que, nesse prazo, houver interposição de ação direta de Da Responsabilidade do Governador
inconstitucionalidade contra a lei publicada; (NR)
- Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio- Artigo 48 - Declarado inconstitucional, em controle
nal nº 24, de 23/01/2008. concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
- Inciso III ver STF - ADI nº 4052/2008. Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em con-
IV - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; trole concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
V - prover os cargos públicos do Estado, com as - Artigo 48 e seu parágrafo único foram declarados in-
restrições da Constituição Federal e desta Constituição, na constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos autos
forma pela qual a lei estabelecer; da ADI nº 2220/2000, julgada em 16/11/2011.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 49 - Admitida a acusação contra o Governador, §2º - Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, os
por dois terços da Assembleia Legislativa, será ele submeti- Secretários de Estado respondem pelos atos dos dirigen-
do a julgamento perante o Superior Tribunal de Justiça, nas tes, diretores e superintendentes de órgãos da administra-
infrações penais comuns. (NR) ção pública direta, indireta e fundacional a eles diretamen-
- A expressão “ou, nos crimes de responsabilidade, pe- te subordinados ou vinculados. (NR)
rante Tribunal Especial”, que encerrava o dispositivo, foi de- §3º - Aos diretores de Agência Reguladora aplica-se o
clarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos disposto no § 1º deste artigo. (NR)
autos da ADI nº 2220/2000, julgada em 16/11/2011. - §§ 1º ao 3º acrescentados pela Emenda Constitucional
§1º - Declarado inconstitucional, em controle concen- nº 24, de 23/01/2008.
trado, pelo Supremo Tribunal Federal. - Artigo 52, “caput”, e parágrafos ver STF - ADI nº
§2º - Declarado inconstitucional, em controle 4052/2008.
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 52-A - Caberá a cada Secretário de Estado,
- §§ 1º e 2º foram declarados inconstitucionais pelo Su- semestralmente, comparecer perante a Comissão Perma-
premo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, jul-
nente da Assembleia Legislativa a que estejam afetas as
gada em 16/11/2011.
atribuições de sua Pasta, para prestação de contas do an-
§3º - O Governador ficará suspenso de suas funções:
damento da gestão, bem como demonstrar e avaliar o de-
1 - nas infrações penais comuns, recebida a denúncia
senvolvimento de ações, programas e metas da Secretaria
ou queixa-crime pelo Superior Tribunal de Justiça;
2 - Declarado inconstitucional, em controle concentra- correspondente. (NR)
do, pelo Supremo Tribunal Federal. §1º - Aplica-se o disposto no “caput” deste artigo aos
- Item 2 do § 3º foi declarado inconstitucional pelo Su- Diretores de Agências Reguladoras. (NR)
premo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, jul- §2º - Aplicam-se aos procedimentos previstos neste
gada em 16/11/2011. artigo, no que couber, aqueles já disciplinados em Regi-
§4º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o mento Interno do Poder Legislativo. (NR)
julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do - Artigo 52-A acrescentado pela Emenda Constitucional
Governador, sem prejuízo do prosseguimento do processo. nº 27 de 15/06/2009.
§5º - Declarado inconstitucional, em controle concen- §3º - O comparecimento do Secretário de Estado, com
trado, pelo Supremo Tribunal Federal. a finalidade de apresentar, quadrimestralmente, perante
§6º - Declarado inconstitucional, em controle concen- Comissão Permanente do Poder Legislativo, a demonstra-
trado, pelo Supremo Tribunal Federal. ção e a avaliação do cumprimento das metas fiscais por
- §§ 5º e 6º foram declarados inconstitucionais pelo Su- parte do Poder Executivo suprirá a obrigatoriedade cons-
premo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 1021/1994, jul- tante do “caput” deste artigo. (NR)
gada em 19/10/1995. - § 3º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
Artigo 50 - Declarado inconstitucional, em controle 31, de 21/10/2009.
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. §4º - No caso das Universidades Públicas Estaduais e
- Artigo 50 foi declarado inconstitucional pelo Supremo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Pau-
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 2220/2000, julgada em lo, incumbe, respectivamente, aos próprios Reitores e ao
16/11/2011. Presidente, efetivar, anualmente e no que couber, o dispos-
to no “caput” deste artigo. (NR)
SEÇÃO IV - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 37,
Dos Secretários de Estado de 05/12/2012.
Artigo 53 - Os Secretários farão declaração pública de
Artigo 51 - Os Secretários de Estado serão escolhidos
bens, no ato da posse e no término do exercício do car-
entre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício
go, e terão os mesmos impedimentos estabelecidos nesta
dos direitos políticos.
Constituição para os Deputados, enquanto permanecerem
Artigo 52 - Os Secretários de Estado, auxiliares dire-
tos e da confiança do Governador, serão responsáveis pelos em suas funções.
atos que praticarem ou referendarem no exercício do cargo,
bem como por retardar ou deixar de praticar, indevidamen- CAPÍTULO IV
te, ato de ofício. (NR) Do Poder Judiciário
- Artigo 52 com redação dada pela Emenda Constitucio- SEÇÃO I
nal nº 24, de 23/01/2008. Disposições Gerais
§1º - Os Secretários de Estado responderão, no prazo
estabelecido pelo inciso XVI do artigo 20, os requerimentos Artigo 54 - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:
de informação formulados por Deputados e encaminhados (NR)
pelo Presidente da Assembleia após apreciação da Mesa, I - o Tribunal de Justiça; (NR)
reputando-se não praticado o ato de seu ofício sempre que II - o Tribunal de Justiça Militar; (NR)
a resposta for elaborada em desrespeito ao parlamentar ou III - os Tribunais do Júri; (NR)
ao Poder Legislativo, ou que deixar de referir-se especifica- IV - as Turmas de Recursos; (NR)
mente a cada questionamento feito. (NR) V - os Juízes de Direito; (NR)

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

VI - as Auditorias Militares; (NR) §5º - São vedados a expedição de precatório


VII - os Juizados Especiais; (NR) complementar ou suplementar de valor pago, bem como
VIII - os Juizados de Pequenas Causas. (NR) fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução,
- Artigo 54 com redação dada pela Emenda Constitu- a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma
cional nº 8, de 20/05/1999. estabelecida no § 4º deste artigo e, em parte, mediante
Artigo 55 - Ao Poder Judiciário é assegurada autono- expedição de precatório. (NR)
mia financeira e administrativa. §6º - A lei poderá fixar valores distintos para o fim pre-
Parágrafo único - São assegurados, na forma do arti- visto no § 4º deste artigo, segundo as diferentes capacida-
go 99 da Constituição Federal, ao Poder Judiciário, recur- des das entidades de direito público. (NR)
sos suficientes para manutenção, expansão e aperfeiçoa- §7º - Incorrerá em crime de responsabilidade o
Presidente do Tribunal de Justiça se, por ato comissivo ou
mento de suas atividades jurisdicionais, visando ao acesso
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
de todos à Justiça.
precatório. (NR)
Artigo 56 - Dentro dos limites estipulados conjun- - §§ 5º ao 7º acrescentados pela Emenda Constitucional
tamente com os demais Poderes na lei de diretrizes or- nº 21, de 14/02/2006.
çamentárias, o Tribunal de Justiça, pelo seu Órgão Espe- Artigo 58 - Ao Tribunal de Justiça, mediante ato de seu
cial, elaborará proposta orçamentária do Poder Judiciário, Presidente, compete nomear, promover, remover, aposen-
encaminhando-a, por intermédio de seu Presidente, ao tar e colocar em disponibilidade os juízes de sua Jurisdição,
Poder Executivo, para inclusão no projeto de lei orçamen- ressalvado o disposto no artigo 62, exercendo, pelos seus
tária. (NR) órgãos competentes, as demais atribuições previstas nesta
- Artigo 56 com redação dada pela Emenda Constitu- Constituição. (NR)
cional nº 8, de 20/05/1999. - Artigo 58 com redação dada pela Emenda Constitucio-
Artigo 57 - À exceção dos créditos de natureza nal nº 8, de 20/05/1999.
alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Estadual Parágrafo único - Caberá ainda ao Presidente do Tri-
ou Municipal e correspondentes autarquias, em virtude bunal de Justiça, observadas as disponibilidades orçamen-
de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem tárias, indeferir as férias de quaisquer de seus membros
cronológica de apresentação de precatórios e à conta por necessidade de serviço, ou determinar a reassunção
dos respectivos créditos, proibida a designação de casos imediata de magistrado no exercício de seu cargo, caben-
ou pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos do a este, nas hipóteses aqui previstas, o direito à corres-
pondente indenização das férias no mês subsequente ao
adicionais abertos para esse fim.
indeferimento, ou a anotação para gozo oportuno, a re-
§1º - É obrigatória a inclusão, no orçamento das
querimento do interessado. (NR)
entidades de direito público, de verba necessária ao - Parágrafo único acrescentado pela Emenda Constitu-
pagamento de seus débitos oriundos de sentenças cional nº 32, de 09/12/2009.
transitadas em julgado, constantes de precatórios - Parágrafo único ver STF - ADI nº 4438/2010.
judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o Artigo 59 - A Magistratura é estruturada em carreira,
pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão observados os princípios, garantias, prerrogativas e veda-
seus valores atualizados monetariamente. (NR) ções estabelecidas na Constituição Federal, nesta Consti-
§2º - As dotações orçamentárias e os créditos abertos tuição e no Estatuto da Magistratura.
serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, Parágrafo único - O benefício da pensão por morte
cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça proferir a deve obedecer o princípio do artigo 40, § 7º, da Constitui-
decisão exequenda e determinar o pagamento segundo ção Federal. (NR)
as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento - Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
do credor, e exclusivamente para o caso de preterimento titucional nº 21, de 14/02/2006.
de seu direito de precedência, o sequestro da quantia Artigo 60 - No Tribunal de Justiça haverá um Órgão
necessária à satisfação do débito. (NR) Especial, com vinte e cinco Desembargadores, para o exer-
§3º - Os débitos de natureza alimentícia compreen- cício das atribuições administrativas e jurisdicionais de
dem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, pro- competência do Tribunal Pleno, inclusive para uniformizar
a jurisprudência divergente entre suas Seções e entre estas
ventos, pensões e suas complementações, benefícios pre-
e o Plenário.
videnciários e indenizações por morte ou invalidez, fun-
Artigo 61 - O acesso dos Desembargadores ao Órgão
dadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença Especial, respeitadas a situação existente e a representação
transitada em julgado. (NR) do quinto constitucional, dar-se-á pelos critérios de anti-
§4º - O disposto no “caput” deste artigo, relativamente guidade e eleição, alternadamente.
à expedição dos precatórios, não se aplica aos pagamen- Parágrafo único - Pelo primeiro critério, a vaga será
tos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor preenchida pelo Desembargador mais antigo, salvo recusa
que a Fazenda Estadual ou Municipal deva fazer em virtu- oportunamente manifestada. Pelo segundo, serão elegíveis
de de sentença judicial transitada em julgado. (NR) pelo Tribunal Pleno. (NR)
- §§ 1º ao 4º com redação dada pela Emenda Constitu- - Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
cional nº 21, de 14/02/2006. titucional nº 21, de 14/02/2006.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 62 - O Presidente e o 1º Vice-Presidente do Parágrafo único - As certidões relativas aos atos de
Tribunal de Justiça e o Corregedor Geral da Justiça, eleitos, que cuida este artigo serão expedidas com isenção de cus-
a cada biênio, pela totalidade dos Desembargadores, den- tos e emolumentos, quando se trate de interessado que
tre os integrantes do órgão especial, comporão o Conselho declare insuficiência de recursos.
Superior da Magistratura. (NR) Artigo 67 - As comarcas do Estado serão classificadas
- Artigo 62, “caput”, teve sua redação alterada em entrâncias, nos termos da Lei de Organização Judiciária.
pela Emenda Constitucional nº 7, de 11/03/1999, que pos- Artigo 68 - O ingresso na atividade notarial e registral,
teriormente foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tri- tanto de titular como de preposto, depende de concurso
bunal Federal nos autos da ADI nº 2012/1999, julgada em público de provas e títulos, não se permitindo que qual-
27/10/2011, permanecendo a redação original. quer serventia fique vaga sem abertura de concurso por
- O dispositivo encontra-se com eficácia suspensa por for- mais de seis meses.
ça de medida cautelar deferida pelo Supremo Tribunal Federal Parágrafo único - Compete ao Poder Judiciário a rea-
nos autos da ADI nº 3976/2007, em 14/11/2007. lização do concurso de que trata este artigo, observadas as
§1º - Haverá um Vice-Corregedor-Geral da Justiça, para normas da legislação estadual vigente.
desempenhar funções, em caráter itinerante, em todo o ter-
ritório do Estado. SEÇÃO II
§2º - Cada Seção do Tribunal de Justiça será presidida Da Competência do Tribunal de Justiça (NR)
por um Vice-Presidente. - Seção II com redação dada pela Emenda Constitu-
Artigo 63 - Um quinto dos lugares dos Tribunais de Jus- cional nº 21, de 14/02/2006.
tiça e de Justiça Militar será composto de advogados e de
membros do Ministério Público, de notório saber jurídico e Artigo 69 - Compete privativamente ao Tribunal de
reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade Justiça: (NR)
profissional ou na carreira, indicados em lista sêxtupla, pela - Artigo 69, “caput”, com redação dada pela Emenda
Seção Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil ou pelo Constitucional nº 8, de 20/05/1999.
Ministério Público, conforme a classe a que pertencer o car- I - pela totalidade de seus membros, eleger os órgãos
go a ser provido. (NR) diretivos, na forma de seu regimento interno; (NR)
Parágrafo único - Dentre os nomes indicados, o Órgão - Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional
Especial do Tribunal de Justiça formará lista tríplice, encami- nº 21, de 14/02/2006.
nhando-a ao Governador do Estado que, nos vinte dias sub- II - pelos seus órgãos específicos:
sequentes, escolherá um de seus integrantes para o cargo e a)  elaborar seu regimento interno, com observância
o nomeará. (NR) das normas de processo e das garantias processuais das
- Artigo 63 com redação dada pela Emenda Constitucio- partes, dispondo sobre a competência e o funcionamen-
nal nº 25, de 12/05/2008. to dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
- A expressão “depois de aprovada a escolha pela maio- (NR)
ria absoluta da Assembleia Legislativa”, que encerra o pará- - Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu-
grafo único do artigo 63, foi declarada inconstitucional pelo cional nº 21, de 14/02/2006.
Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 4150/2008, b)  organizar suas secretarias e serviços auxiliares, ve-
julgada em 25/02/2015. lando pelo exercício da respectiva atividade correcional;
Artigo 64 - As decisões administrativas dos Tribunais c) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus
de segundo grau serão motivadas e tomadas em sessão pú- membros, e aos servidores que lhes forem subordinados;
blica, sendo as de caráter disciplinar tomadas por voto da d) prover, por concurso público de provas, ou provas e
maioria absoluta dos membros do Tribunal de Justiça, ou de títulos, ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo
seu Órgão Especial, salvo nos casos de remoção, disponibili- 169 da Constituição Federal, os cargos de servidores que
dade e aposentadoria de magistrado, por interesse público, integram seus quadros, exceto os de confiança, assim defi-
que dependerão de voto de dois terços, assegurada ampla nidos em lei, que serão providos livremente.
defesa. (NR) Artigo 70 - Compete privativamente ao Tribunal de
- Artigo 64 com redação dada pela Emenda Constitucio- Justiça, por deliberação de seu Órgão Especial, propor à
nal nº 21, de 14/02/2006. Assembleia Legislativa, observado o disposto no artigo 169
Artigo 65 - Aos órgãos do Poder Judiciário do Estado
da Constituição Federal:
competem a administração e uso dos imóveis e instalações
I - a alteração do número de seus membros e dos
forenses, podendo ser autorizada parte desse uso a órgãos
membros do Tribunal de Justiça Militar; (NR)
diversos, no interesse do serviço judiciário, como dispuser o
II - a criação e a extinção de cargos e a remuneração
Tribunal de Justiça, asseguradas salas privativas, condignas e
dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vin-
permanentes aos advogados e membros do Ministério Pú-
culados, bem como a fixação do subsídio de seus membros
blico e da Defensoria Pública, sob a administração das res-
pectivas entidades. e dos juízes, incluído o Tribunal de Justiça Militar; (NR)
Artigo 66 - Os processos cíveis já findos em que houver III - a criação ou a extinção do Tribunal de Justiça
acordo ou satisfação total da pretensão não constarão das Militar; (NR)
certidões expedidas pelos Cartórios dos Distribuidores, salvo - Incisos I ao III com redação dada pela Emenda Consti-
se houver autorização da autoridade judicial competente. tucional nº 21, de 14/02/2006.
IV - a alteração da organização e da divisão judiciária.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 71 - Revogado. membros, dos Presidentes dos Tribunais de Contas do Es-


- Artigo 71 revogado pela Emenda Constitucional nº 21, tado e do Município de São Paulo, do Procurador-Geral de
de 14/02/2006. Justiça, do Prefeito e do Presidente da Câmara Municipal
Artigo 71-A - O Tribunal de Justiça poderá funcionar da Capital;
de forma descentralizada, constituindo Câmaras regionais, IV - os “habeas corpus”, nos processos cujos recursos
a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à jus- forem de sua competência ou quando o coator ou paciente
tiça em todas as fases do processo. (NR) for autoridade diretamente sujeita a sua jurisdição, ressal-
Parágrafo único - O Tribunal de Justiça instalará a vada a competência do Tribunal de Justiça Militar, nos pro-
justiça itinerante, com a realização de audiências e demais cessos cujos recursos forem de sua competência;
funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da V - os mandados de injunção, quando a inexistência de
respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públi- norma regulamentadora estadual ou municipal, de qual-
cos e comunitários. (NR) quer dos Poderes, inclusive da administração indireta, tor-
- Artigo 71-A acrescentado pela Emenda Constitucional ne inviável o exercício de direitos assegurados nesta Cons-
nº 21, de 14/02/2006. tituição;
Artigo 72 - A Lei de Organização Judiciária poderá VI - a representação de inconstitucionalidade de lei ou
criar cargos de Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau, ato normativo estadual ou municipal, contestados em face
a serem classificados em quadro próprio, na mais elevada desta Constituição, o pedido de intervenção em Município
entrância do primeiro grau e providos mediante concurso e ação de inconstitucionalidade por omissão, em face de
de remoção. preceito desta Constituição;
§1º - A designação será feita pelo Tribunal de Justiça VII - as ações rescisórias de seus julgados e as revisões
para substituir seus membros ou nele auxiliar, quando o criminais nos processos de sua competência;
acúmulo de feitos evidenciar a necessidade de sua atuação. VIII - Revogado.
(NR) - Inciso VIII revogado pela Emenda Constitucional nº 21,
- § 1º com redação dada pela Emenda Constitucional nº de 14/02/2006.
21, de 14/02/2006. IX - os conflitos de atribuição entre as autoridades ad-
§2º - Em nenhuma hipótese haverá redistribuição ou ministrativas e judiciárias do Estado;
passagem de processos, salvo para o voto do revisor. X - a reclamação para garantia da autoridade de suas
decisões;
SEÇÃO III XI - a representação de inconstitucionalidade de
Do Tribunal de Justiça lei ou ato normativo municipal, contestados em face da
Constituição. (NR)
Artigo 73 - O Tribunal de Justiça, órgão superior do
- A expressão “Federal”, que encerrava o inciso XI, foi
Poder Judiciário do Estado, com jurisdição em todo o seu
julgada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal nos
território e sede na Capital, compõe-se de Desembargado-
autos da ADI nº 347/1990, julgada em 20/09/2006.
res em número que a lei fixar, providos pelos critérios de
Artigo 75 - Compete, também, ao Tribunal de Justiça:
antiguidade e de merecimento, em conformidade com o
I - provocar a intervenção da União no Estado para ga-
disposto nos artigos 58 e 63 deste Capítulo.
rantir o livre exercício do Poder Judiciário, nos termos desta
Parágrafo único - O Tribunal de Justiça exercerá, em
Constituição e da Constituição Federal;
matéria administrativa de interesse geral do Poder Judiciá-
II - requisitar a intervenção do Estado em Município,
rio, direção e disciplina da Justiça do Estado.
Artigo 74 - Compete ao Tribunal de Justiça, além das nas hipóteses previstas em lei.
atribuições previstas nesta Constituição, processar e julgar Artigo 76 - Compete, outrossim, ao Tribunal de Justiça,
originariamente: processar e julgar, originariamente ou em grau de recurso,
I - nas infrações penais comuns, o Vice-Governador, as demais causas que lhe forem atribuídas por lei comple-
os Secretários de Estado, os Deputados Estaduais, o mentar.
Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado, §1º - Cabe-lhe, também, a execução de sentença nas
o Defensor Público-Geral e os Prefeitos Municipais; causas de sua competência originária, facultada, em qual-
II - nas infrações penais comuns e nos crimes de res- quer fase do processo, a delegação de atribuições.
ponsabilidade, os juízes do Tribunal de Justiça Militar, os §2º - Cabe-lhe, ainda, processar e julgar os recursos
juízes de Direito e os juízes de Direito do juízo militar, os relativos às causas que a lei especificar, entre aquelas não
membros do Ministério Público, exceto o Procurador-Geral reservadas à competência privativa do Tribunal de Justiça
de Justiça, o Delegado-Geral da Polícia Civil e o Comandan- Militar ou dos órgãos recursais dos Juizados Especiais. (NR)
te-Geral da Polícia Militar; (NR) - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
- Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucio- 21, de 14/02/2006.
nal nº 21, de 14/02/2006. Artigo 77 - Compete, ademais, ao Tribunal de Justiça,
III - os mandados de segurança e os “habeas data” por seus órgãos específicos, exercer controle sobre atos e
contra atos do Governador, da Mesa e da Presidência serviços auxiliares da justiça, abrangidos os notariais e os
da Assembleia, do próprio Tribunal ou de algum de seus de registro.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

SEÇÃO IV §2º - Compete aos juízes de Direito do juízo militar


Revogada processar e julgar, singularmente, os crimes militares co-
- Seção IV revogada pela Emenda Constitucional metidos contra civis e as ações judiciais contra atos disci-
nº 21, de 14/02/2006. plinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a
presidência do juiz de Direito, processar e julgar os demais
Artigo 78 - Revogado. crimes militares. (NR)
- Artigo 78 revogado pela Emenda Constitucional nº 21, §3º - Os serviços de correição permanente sobre
de 14/02/2006. as atividades de Polícia Judiciária Militar e do Presídio
Artigo 79 - Revogado. Militar serão realizados pelo juiz de Direito do juízo militar
- Artigo 79 revogado pela Emenda Constitucional nº 21, designado pelo Tribunal. (NR)
de 14/02/2006. - §§ 2º e 3º com redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 21, de 14/02/2006.
SEÇÃO V Artigo 82 - Os juízes do Tribunal de Justiça Militar e os
Da Justiça Militar do Estado (NR) juízes de Direito do juízo militar gozam dos mesmos direi-
- Seção V com redação dada pela Emenda Consti- tos, vantagens e subsídios e sujeitam-se às mesmas proi-
tucional nº 21, de 14/02/2006. bições dos Desembargadores do Tribunal de Justiça e dos
juízes de Direito, respectivamente. (NR)
Artigo 79-A - A Justiça Militar do Estado será cons- Parágrafo único - Os juízes de Direito do juízo militar
tituída, em primeiro grau, pelos juízes de Direito e pelos serão promovidos ao Tribunal de Justiça Militar nas vagas
Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo Tribunal de de juízes civis, observado o disposto nos artigos 93, III e 94
Justiça Militar. (NR) da Constituição Federal. (NR)
- Artigo 79-A acrescentado pela Emenda Constitucional - Artigo 82 com redação dada pela Emenda Constitucio-
nº 21, de 14/02/2006. nal nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 79-B - Compete à Justiça Militar estadual pro-
cessar e julgar os militares do Estado, nos crimes militares SEÇÃO VI
definidos em lei e as ações judiciais contra atos discipli- Dos Tribunais do Júri
nares militares, ressalvada a competência do júri quando
a vítima for civil, cabendo ainda decidir sobre a perda do Artigo 83 - Os Tribunais do Júri têm as competências
posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. e garantias previstas no artigo 5º, XXXVIII da Constituição
(NR) Federal. Sua organização obedecerá ao que dispuser a lei
- Artigo 79-B acrescentado pela Emenda Constitucional federal e, no que couber, a Lei de Organização Judiciária.
nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 80 - O Tribunal de Justiça Militar do Estado, SEÇÃO VII
com jurisdição em todo o território estadual e com sede Das Turmas de Recursos
na Capital, compor-se-á de sete juízes, divididos em duas
câmaras, nomeados em conformidade com as normas da Artigo 84 - As Turmas de Recursos são formadas por
Seção I deste Capítulo, exceto o disposto no artigo 60, e juízes de direito titulares da mais elevada entrância de Pri-
respeitado o artigo 94 da Constituição Federal, sendo qua- meiro Grau, na Capital ou no Interior, observada a sua sede,
tro militares Coronéis da ativa da Polícia Militar do Estado nos termos da resolução do Tribunal de Justiça, que desig-
e três civis. nará seus integrantes, os quais poderão ser dispensados,
Artigo 81 - Compete ao Tribunal de Justiça Militar quando necessário, do serviço de suas varas.
processar e julgar: §1º - As Turmas de Recursos constituem-se em órgão
I - originariamente, o Chefe da Casa Militar, o Coman- de segunda instância, cuja competência é vinculada aos
dante-Geral da Polícia Militar, nos crimes militares de- Juizados Especiais e de Pequenas Causas.
finidos em lei, os mandados de segurança e os “habeas §2º - A designação prevista neste artigo deverá ocor-
corpus”, nos processos cujos recursos forem de sua com- rer antes da distribuição dos processos de competência da
petência ou quando o coator ou coagido estiverem dire- Turma de Recursos.
tamente sujeitos a sua jurisdição e às revisões criminais de
seus julgados e das Auditorias Militares; SEÇÃO VIII
II - em grau de recurso, os policiais militares, nos cri- Dos Juízes de Direito
mes militares definidos em lei, observado o disposto no
artigo 79-B. (NR) Artigo 85 - Os juízes de Direito integram a carreira da
- Inciso II com redação dada pela Emenda Constitucio- Magistratura e exercem a jurisdição comum estadual de
nal nº 21, de 14/02/2006. primeiro grau, nas comarcas e juízos, segundo a compe-
§1º - Compete ainda ao Tribunal exercer a correição tência determinada por lei.
geral sobre as atividades de Polícia Judiciária Militar, bem Artigo 86 - O Tribunal de Justiça, através de seu Órgão
como decidir sobre a perda do posto e da patente dos Especial, designará juízes de entrância especial com com-
Oficiais e da graduação das praças. petência exclusiva para questões agrárias.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§1º - A designação prevista neste artigo só pode ser §3º -  Declarado inconstitucional, em controle difuso,
revogada a pedido do juiz ou por deliberação da maioria pelo Supremo Tribunal Federal.
absoluta do órgão especial. - § 3º foi declarado inconstitucional pelo Supremo
§2º - No exercício dessa jurisdição, o juiz deverá, sem- Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº
pre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, des- 199293/1996, julgado em 19/05/2004, e teve a sua execu-
locar-se até o local do litígio. ção suspensa pela Resolução nº 46/2005, de 28/06/2005, do
§3º - O Tribunal de Justiça organizará a infraestrutura Senado Federal.
humana e material necessária ao exercício dessa atividade §4º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de
jurisdicional. medida para tornar efetiva norma desta Constituição, a de-
cisão será comunicada ao Poder competente para a adoção
SEÇÃO IX das providências necessárias à prática do ato que lhe com-
Dos Juizados Especiais e dos Juizados de Pequenas pete ou início do processo legislativo, e, em se tratando de
Causas órgão administrativo, para a sua ação em trinta dias, sob
pena de responsabilidade.
Artigo 87 - Os Juizados Especiais das Causas Cíveis de
§5º - Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
Menor Complexidade e das Infrações Penais de Menor Po-
membros ou de seu órgão especial poderá o Tribunal de
tencial Ofensivo terão sua composição e competência de-
Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato nor-
finidas em lei, obedecidos os princípios previstos no artigo
mativo estadual ou municipal, como objeto de ação direta.
98, I, da Constituição Federal.
Artigo 88 - A lei disporá sobre a criação, funcionamen- §6º - Nas declarações incidentais, a decisão dos Tribu-
to e processo dos Juizados de Pequenas Causas a que se nais dar-se-á pelo órgão jurisdicional colegiado competen-
refere o artigo 24, X, da Constituição Federal. te para exame da matéria.

SEÇÃO X CAPÍTULO V
Da Justiça de Paz Das Funções Essenciais à Justiça
SEÇÃO I
Artigo 89 - A Justiça de Paz compõe-se de cidadãos Do Ministério Público
remunerados, eleitos pelo voto direto, universal e secreto,
com mandato de quatro anos, e tem competência para, na Artigo 91 - O Ministério Público é instituição perma-
forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbin-
face de impugnação apresentada, o processo de habilita- do-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático
ção e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdi- e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
cional, além de outras previstas na legislação. Parágrafo único - São princípios institucionais do Mi-
nistério Público a unidade, a indivisibilidade e a indepen-
SEÇÃO XI dência funcional.
Da Declaração de Inconstitucionalidade e da Ação Artigo 92 - Ao Ministério Público é assegurada auto-
Direta de Inconstitucionalidade nomia administrativa e funcional, cabendo-lhe, na forma
de sua lei complementar:
Artigo 90 - São partes legítimas para propor ação de I - praticar atos próprios de gestão;
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estaduais ou II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do
municipais, contestados em face desta Constituição ou por pessoal ativo e inativo da carreira e dos serviços auxiliares,
omissão de medida necessária para tornar efetiva norma organizados em quadros próprios;
ou princípio desta Constituição, no âmbito de seu interesse:
III - adquirir bens e serviços e efetuar a respectiva con-
I - o Governador do Estado e a Mesa da Assembleia
tabilização;
Legislativa;
IV- propor à Assembleia Legislativa a criação e a
II - o Prefeito e a Mesa da Câmara Municipal;
extinção de seus cargos e serviços auxiliares, bem como
III - o Procurador-Geral de Justiça;
IV - o Conselho da Seção Estadual da Ordem dos a fixação dos subsídios de seus membros, observados os
Advogados do Brasil; parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias
V - as entidades sindicais ou de classe, de atuação estadual e no artigo 169 da Constituição Federal; (NR)
ou municipal, demonstrando seu interesse jurídico no caso; - Inciso IV com redação dada pela Emenda Constitucio-
VI - os partidos políticos com representação na Assem- nal nº 21, de 14/02/2006.
bleia Legislativa, ou, em se tratando de lei ou ato normativo V - prover os cargos iniciais de carreira e dos serviços
municipais, na respectiva Câmara. auxiliares, bem como nos casos de promoção, remoção e
§1º - O Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvi- demais formas de provimento derivado;
do nas ações diretas de inconstitucionalidade. VI - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares
§2º - Quando o Tribunal apreciar a inconstituciona- das Promotorias de Justiça;
lidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, VII - compor os órgãos da Administração Superior;
previamente, o Procurador-Geral do Estado, a quem caberá VIII - elaborar seus regimentos internos;
defender, no que couber, o ato ou o texto impugnado. IX - exercer outras competências dela decorrentes.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§1º - O Ministério Público instalará as Promotorias II - elaboração de lista tríplice, entre integrantes da car-
de Justiça e serviços auxiliares em prédios sob sua reira, para escolha do Procurador-Geral de Justiça pelo Go-
administração. vernador do Estado, para mandato de dois anos, permitida
§2º - As decisões do Ministério Público, fundadas em uma recondução;
sua autonomia funcional e administrativa, obedecidas as III - destituição do Procurador-Geral de Justiça por de-
formalidades legais, têm eficácia plena e executoriedade liberação da maioria absoluta da Assembleia Legislativa;
imediata, ressalvada a competência constitucional dos Po- (NR)
deres do Estado. - Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio-
Artigo 93 - O Ministério Público elaborará sua propos- nal nº 12, de 28/06/2001.
ta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na Lei de IV - controle externo da atividade policial;
Diretrizes Orçamentárias, encaminhando-a, por intermédio V - procedimentos administrativos de sua competência;
do Procurador-Geral de Justiça, ao Poder Executivo, para VI - regime jurídico dos membros do Ministério
inclusão no projeto de lei orçamentária. Público, integrantes de quadro especial, que oficiam junto
§1º - Os recursos correspondentes às dotações orça- aos Tribunais de Contas;
mentárias próprias e globais do Ministério Público serão VII - demais matérias necessárias ao cumprimento de
entregues, na forma do artigo 171, sem vinculação a qual- seus fins institucionais.
quer tipo de despesa. §1º - Decorrido o prazo previsto em lei, sem nomeação
§2º - Os recursos próprios, não originários do Tesouro do Procurador-Geral de Justiça, será investido no cargo o
Estadual, serão utilizados em programas vinculados aos integrante mais votado da lista tríplice prevista no inciso II
fins da Instituição, vedada outra destinação. deste artigo.
§3º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, §2º - O Procurador-Geral de Justiça fará declaração pú-
operacional e patrimonial do Ministério Público, quanto blica de bens, no ato da posse e no término do mandato.
à legalidade, legitimidade e economicidade, aplicação de Artigo 95 - Os membros do Ministério Público têm as
dotações e recursos próprios e renúncia de receitas, será seguintes garantias:
exercida pela Assembleia Legislativa, mediante controle ex- I - vitaliciedade, após dois anos de exercício, não po-
terno, e pelo sistema de controle interno estabelecido na dendo perder o cargo senão por sentença judicial transita-
sua lei complementar e, no que couber, no artigo 35 desta da em julgado;
Constituição. II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse pú-
Artigo 94 - Lei complementar, cuja iniciativa é faculta- blico, mediante decisão do órgão colegiado competente
da ao Procurador-Geral de Justiça, disporá sobre: do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de
I - normas específicas de organização, atribuições e Es- seus membros, assegurada a ampla defesa; (NR)
tatuto do Ministério Público, observados, entre outros, os III - irredutibilidade de subsídio, observado, quanto à
seguintes princípios: remuneração, o disposto na Constituição Federal. (NR)
a) ingresso na carreira mediante concurso público de - Incisos II e III com redação dada pela Emenda Consti-
provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos tucional nº 21, de 14/02/2006.
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se, do Parágrafo único - O ato de remoção e de disponibili-
bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade ju- dade de membro do Ministério Público, por interesse pú-
rídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de clas- blico, fundar-se-á em decisão por voto de dois terços do
sificação; (NR) órgão colegiado competente, assegurada ampla defesa.
- Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu- Artigo 96 - Os membros do Ministério Público sujei-
cional nº 21, de 14/02/2006. tam-se, entre outras, às seguintes proibições:
b) promoção voluntária, por antiguidade e merecimen- I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto,
to, alternadamente, de entrância a entrância, e da entrância honorários, percentagens ou custas processuais;
mais elevada para o cargo de Procurador de Justiça, apli- II - exercer a advocacia;
cando-se, por assemelhação, o disposto no artigo 93, III, da III - participar de sociedade comercial, na forma da lei;
Constituição Federal; IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer
c)  subsídios fixados com diferença não excedente a outra função pública, salvo uma de magistério, se houver
dez por cento de uma para outra entrância, e da entrância compatibilidade de horário;
mais elevada para o cargo de Procurador-Geral de Justiça, V - exercer atividade político-partidária; (NR)
cujo subsídio, em espécie, a qualquer título, não poderá - Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucio-
ultrapassar o teto fixado nos artigos 37, XI, da Constituição nal nº 21, de 14/02/2006.
Federal e 115, XII, desta Constituição; (NR) VI - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou
d)  aposentadoria, observado o disposto no artigo 40 contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou pri-
da Constituição Federal e no artigo 126 desta Constituição; vadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (NR)
(NR) VII - exercer a advocacia no juízo ou tribunal perante o
e) o benefício da pensão por morte deve obedecer o qual atuava, antes de decorridos três anos do afastamento
princípio do artigo 40, § 7º, da Constituição Federal; (NR) do cargo por aposentadoria ou exoneração. (NR)
- Alíneas “c” a “e” com redação dada pela Emenda Cons- - Incisos VI e VII acrescentados pela Emenda Constitu-
titucional nº 21, de 14/02/2006. cional nº 21, de 14/02/2006.

16
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 97 - Incumbe ao Ministério Público, além de II - exercer as atividades de consultoria e assessora-


outras funções: mento jurídico do Poder Executivo e das entidades autár-
I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos prisio- quicas a que se refere o inciso anterior; (NR)
nais e dos que abriguem idosos, menores, incapazes ou - Incisos I e II com redação dada pela Emenda Constitu-
portadores de deficiências, sem prejuízo da correição ju- cional nº 19, de 14/04/2004.
dicial; III - representar a Fazenda do Estado perante o Tribunal
II - deliberar sobre sua participação em organismos de Contas;
estatais de defesa do meio ambiente, do consumidor, de IV - exercer as funções de consultoria jurídica e de fis-
política penal e penitenciária e outros afetos a sua área de calização da Junta Comercial do Estado;
atuação; V - prestar assessoramento jurídico e técnico-legislativo
III - receber petições, reclamações, representações ou ao Governador do Estado; (NR)
queixas de qualquer pessoa ou entidade representativa de - Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucional
classe, por desrespeito aos direitos assegurados na Consti- nº 19, de 14/04/2004.
tuição Federal e nesta Constituição, as quais serão encami- VI - promover a inscrição, o controle e a cobrança da
nhadas a quem de direito, e respondidas no prazo impror- dívida ativa estadual;
rogável de trinta dias. VII - propor ação civil pública representando o Estado;
Parágrafo único - Para promover o inquérito civil e os VIII - prestar assistência jurídica aos Municípios, na
procedimentos administrativos de sua competência, o Mi- forma da lei;
nistério Público poderá, nos termos de sua lei complemen- IX - realizar procedimentos administrativos, inclusive
tar: disciplinares, não regulados por lei especial; (NR)
1 - requisitar dos órgãos da administração direta ou in- - Inciso IX com redação dada pela Emenda Constitucio-
direta, os meios necessários à sua conclusão; nal nº 19, de 14/04/2004.
2 - propor à autoridade administrativa competente a X - exercer outras funções que lhe forem conferidas por
instauração de sindicância para a apuração de falta discipli- lei.
nar ou ilícito administrativo. Artigo 100 - A direção superior da Procuradoria Geral
do Estado compete ao Procurador-Geral do Estado, respon-
sável pela orientação jurídica e administrativa da instituição,
SEÇÃO II
ao Conselho da Procuradoria Geral do Estado e à Correge-
Da Procuradoria Geral do Estado
doria-Geral do Estado, na forma da respectiva Lei Orgânica.
Parágrafo único - O Procurador-Geral do Estado será
Artigo 98 - A Procuradoria Geral do Estado é institui-
nomeado pelo Governador, em comissão, entre os Procu-
ção de natureza permanente, essencial à administração da
radores que integram a carreira e terá tratamento, prerro-
justiça e à Administração Pública Estadual, vinculada dire-
gativas e representação de Secretário de Estado, devendo
tamente ao Governador, responsável pela advocacia do Es-
apresentar declaração pública de bens, no ato da posse e
tado, sendo orientada pelos princípios da legalidade e da de sua exoneração. (NR)
indisponibilidade do interesse público. (NR) - Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
- Artigo 98, “caput”, com redação dada pela Emenda titucional nº 19, de 14/04/2004.
Constitucional nº 19, de 14/04/2004. - Parágrafo único foi objeto da ADI nº 2581/2001, pe-
§1º - Lei orgânica da Procuradoria Geral do Estado dis- rante o Supremo Tribunal Federal, tendo sido a ação julgada
ciplinará sua competência e a dos órgãos que a compõem e improcedente em 16/08/2007, portanto reconhecida a cons-
disporá sobre o regime jurídico dos integrantes da carreira titucionalidade do dispositivo.
de Procurador do Estado, respeitado o disposto nos artigos Artigo 101 - Vinculam-se à Procuradoria Geral do Es-
132 e 135 da Constituição Federal. (NR) tado, para fins de atuação uniforme e coordenada, os ór-
§2º - Os Procuradores do Estado, organizados em car- gãos jurídicos das universidades públicas estaduais, das
reira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de empresas públicas, das sociedades de economia mista sob
provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advoga- controle do Estado, pela sua Administração centralizada
dos do Brasil em todas as suas fases, exercerão a represen- ou descentralizada, e das fundações por ele instituídas ou
tação judicial e a consultoria jurídica na forma do “caput” mantidas. (NR)
deste artigo. (NR) Parágrafo único - As atividades de representação judi-
§3º - Aos procuradores referidos neste artigo é asse- cial, consultoria e assessoramento jurídico das universida-
gurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, des públicas estaduais poderão ser realizadas ou supervi-
mediante avaliação de desempenho perante os órgãos pró- sionadas, total ou parcialmente, pela Procuradoria Geral do
prios, após relatório circunstanciado das corregedorias. (NR) Estado, na forma a ser estabelecida em convênio. (NR)
- §§ 1º ao 3º com redação dada pela Emenda Constitu- - Artigo 101 com redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 21, de 14/02/2006. cional nº 19, de 14/04/2004.
Artigo 99 - São funções institucionais da Procuradoria Artigo 102 - As autoridades e servidores da Adminis-
Geral do Estado: tração Estadual ficam obrigados a atender às requisições de
I - representar judicial e extrajudicialmente o Estado e certidões, informações, autos de processo administrativo,
suas autarquias, inclusive as de regime especial, exceto as documentos e diligências formuladas pela Procuradoria
universidades públicas estaduais; (NR) Geral do Estado, na forma da lei.

17
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

SEÇÃO III TÍTULO III


Da Defensoria Pública Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
Artigo 103 - À Defensoria Pública, instituição essencial à Da Administração Pública
função jurisdicional do Estado, compete a orientação jurídica SEÇÃO I
e a defesa dos necessitados, em todos os graus. Disposições Gerais
§1º - Lei Orgânica disporá sobre a estrutura, funciona-
mento e competência da Defensoria Pública, observado o Artigo 111 - A administração pública direta, indireta
disposto na Constituição Federal e nas normas gerais pres- ou fundacional, de qualquer dos Poderes do Estado, obe-
critas por lei complementar federal. (NR) decerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
§2º - À Defensoria Pública é assegurada autonomia ralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, motivação,
funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta interesse público e eficiência. (NR)
orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de - Artigo 111 com redação dada pela Emenda Constitu-
diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no cional nº 21, de 14/02/2006.
artigo 99, § 2º, da Constituição Federal. (NR) Artigo 111-A - É vedada a nomeação de pessoas que
- §§ 1º e 2º com redação dada pela Emenda Constitucio- se enquadram nas condições de inelegibilidade nos termos
nal nº 21, de 14/02/2006. da legislação federal para os cargos de Secretário de Es-
tado, Secretário-Adjunto, Procurador-Geral de Justiça, Pro-
SEÇÃO IV
curador-Geral do Estado, Defensor Público-Geral, Superin-
Da Advocacia
tendentes e Diretores de órgãos da administração pública
Artigo 104 - O advogado é indispensável à administra- indireta, fundacional, de agências reguladoras e autarquias,
ção da justiça e, nos termos da lei, inviolável por seus atos e Delegado-Geral de Polícia, Reitores das universidades pú-
manifestações, no exercício da profissão. blicas estaduais e ainda para todos os cargos de livre pro-
Parágrafo único - É obrigatório o patrocínio das partes vimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do
por advogados, em qualquer juízo ou tribunal, inclusive nos Estado. (NR)
juizados de menores, nos juizados previstos nos incisos VIII e - Artigo 111-A acrescentado pela Emenda Constitucio-
IX do artigo 54 e junto às turmas de recursos, ressalvadas as nal nº 34, de 21/03/2012.
exceções legais. Artigo 112 - As leis e atos administrativos externos de-
Artigo 105 - O Poder Executivo manterá, no sistema verão ser publicados no órgão oficial do Estado, para que
prisional e nos distritos policiais, instalações destinadas ao produzam os seus efeitos regulares. A publicação dos atos
contato privado do advogado com o cliente preso. não normativos poderá ser resumida.
Artigo 106 - Os membros do Poder Judiciário, as autori- Artigo 113 - A lei deverá fixar prazos para a prática
dades e os servidores do Estado zelarão para que os direitos dos atos administrativos e estabelecer recursos adequados
e prerrogativas dos advogados sejam respeitados, sob pena à sua revisão, indicando seus efeitos e forma de processa-
de responsabilização na forma da lei. mento.
Artigo 107 - O advogado que não seja defensor público, Artigo 114 - A administração é obrigada a fornecer a
quando nomeado para defender autor ou réu pobre, terá os qualquer cidadão, para a defesa de seus direitos e esclare-
honorários fixados pelo juiz, na forma que a lei estabelecer. cimentos de situações de seu interesse pessoal, no prazo
Artigo 108 - As atividades correicionais nos Cartórios Judi- máximo de dez dias úteis, certidão de atos, contratos, deci-
ciais contarão, necessariamente, com a presença de um represen- sões ou pareceres, sob pena de responsabilidade da auto-
tante da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção de São Paulo. ridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição.
Artigo 109 - Para efeito do disposto no artigo 3º des- No mesmo prazo deverá atender às requisições judiciais, se
ta Constituição, o Poder Executivo manterá quadros fixos de outro não for fixado pela autoridade judiciária.
defensores públicos em cada juizado e, quando necessário, Artigo 115 - Para a organização da administração pú-
advogados designados pela Ordem dos Advogados do Brasil
blica direta e indireta, inclusive as fundações instituídas ou
- SP, mediante convênio.
mantidas por qualquer dos Poderes do Estado, é obrigató-
- O Supremo Tribunal Federal conferiu interpretação
rio o cumprimento das seguintes normas:
conforme a Constituição ao artigo 109 nos autos da ADI nº
4163/2008, julgada em 29/02/2012. I - os cargos, empregos e funções públicas são aces-
síveis aos brasileiros que preenchem os requisitos estabe-
SEÇÃO V lecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da
Do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pes- lei; (NR)
soa Humana - Inciso I com redação dada pela Emenda Constitucional
nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 110 - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos II - a investidura em cargo ou emprego público depen-
da Pessoa Humana será criado por lei com a finalidade de de de aprovação prévia, em concurso público de provas ou
investigar as violações de direitos humanos no território do de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo
Estado, de encaminhar as denúncias a quem de direito e de em comissão, declarado em lei, de livre nomeação e exo-
propor soluções gerais a esses problemas. neração;

18
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

III - o prazo de validade do concurso público será de - Em 12/06/2018, o Tribunal de Justiça de São Pau-
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. A lo, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2116917-
nomeação do candidato aprovado obedecerá à ordem de 44.2018.8.26.0000, deferiu medida liminar para suspender
classificação; a eficácia da expressão “e seus municípios”, inserta no inciso
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital XII do artigo 115 da Constituição Estadual, com a redação
de convocação, o aprovado em concurso público de provas dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 08 de junho de
ou de provas e títulos será convocado com prioridade 2018, até o julgamento final da ação.
sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, XIII - até que se atinja o limite a que se refere o inciso
na carreira; anterior, é vedada a redução de salários que implique a
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente supressão das vantagens de caráter individual, adquiridas
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em em razão de tempo de serviço, previstas no artigo 129
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira desta Constituição. Atingido o referido limite, a redução
nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em se aplicará independentemente da natureza das vantagens
lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e auferidas pelo servidor;
assessoramento; (NR) XIV - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e
- Inciso V com redação dada pela Emenda Constitucio- do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos
nal nº 21, de 14/02/2006. pelo Poder Executivo;
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre XV - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
associação sindical, obedecido o disposto no artigo 8º da espécies remuneratórias para o efeito de remuneração
Constituição Federal; de pessoal do serviço público, observado o disposto na
VII - o servidor e empregado público gozarão de es- Constituição Federal; (NR)
tabilidade no cargo ou emprego desde o registro de sua - Inciso XV com redação dada pela Emenda Constitucio-
candidatura para o exercício de cargo de representação nal nº 21, de 14/02/2006.
sindical ou no caso previsto no inciso XXIII deste artigo, XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por
até um ano após o término do mandato, se eleito, salvo se servidor público não serão computados nem acumulados
cometer falta grave definida em lei; para fins de concessão de acréscimos ulteriores sob o
VIII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
mesmo título ou idêntico fundamento;
limites definidos em lei específica; (NR)
XVII - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
- Inciso VIII com redação dada pela Emenda Constitucio-
cargos e empregos públicos são irredutíveis, observado o
nal nº 21, de 14/02/2006.
disposto na Constituição Federal; (NR)
IX - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
- Inciso XVII com redação dada pela Emenda Constitu-
públicos para os portadores de deficiências, garantindo as
cional nº 21, de 14/02/2006.
adaptações necessárias para a sua participação nos con-
XVIII - é vedada a acumulação remunerada de cargos
cursos públicos e definirá os critérios de sua admissão;
públicos, exceto quando houver compatibilidade de
X - a lei estabelecerá os casos de contratação por tem-
po determinado, para atender a necessidade temporária de horários:
excepcional interesse público; a) de dois cargos de professor;
XI - a revisão geral anual da remuneração dos servidores b) de um cargo de professor com outro técnico ou
públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos científico;
civis e militares, far-se-á sempre na mesma data e por lei c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso; sionais de saúde, com profissões regulamentadas; (NR)
(NR) - Alínea “c” com redação dada pela Emenda Constitucio-
- Inciso XI com redação dada pela Emenda Constitucio- nal nº 21, de 14/02/2006.
nal nº 21, de 14/02/2006. XIX - a proibição de acumular estende-se a empregos
XII -  para efeitos do disposto no § 12 do artigo 37 e funções e abrange autarquias, fundações, empresas pú-
da Constituição Federal, fica fixado como limite único blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
da remuneração, subsídio, proventos, pensões ou outra sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Po-
espécie remuneratória, no âmbito do Estado de São der Público; (NR)
Paulo, abrangendo os Poderes Judiciário, Legislativos e - Inciso XIX com redação dada pela Emenda Constitucio-
Executivos, o Ministério Público, a Defensoria Pública e nal nº 21, de 14/02/2006.
os Tribunais de Contas, o valor do subsídio mensal dos XX - a administração fazendária e seus agentes fiscais
Desembargadores do Tribunal de Justiça deste Estado, de rendas, aos quais compete exercer, privativamente, a fis-
não se aplicando o disposto neste inciso aos subsídios dos calização de tributos estaduais, terão, dentro de suas áreas
Deputados Estaduais e Vereadores; (NR) de competência e jurisdição, precedência sobre os demais
- Inciso XII com redação dada pela Emenda Constitucio- setores administrativos, na forma da lei;
nal nº 46, de 08/06/2018. XX-A - a administração tributária, atividade essencial
- Vide artigo 2º da Emenda Constitucional nº 46, de ao funcionamento do Estado, exercida por servidores de
08/06/2018, que dispõe sobre o escalonamento do disposto carreiras específicas, terá recursos prioritários para a reali-
no inciso XII. zação de suas atividades e atuará de forma integrada com

19
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

as administrações tributárias da União, de outros Estados, §2º - É vedada ao Poder Público, direta ou indiretamente,
do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive com o com- a publicidade de qualquer natureza fora do território do
partilhamento de cadastros e de informações fiscais, na Estado, para fins de propaganda governamental, exceto
forma da lei ou convênio; (NR) às empresas que enfrentam concorrência de mercado e
- Inciso XX-A acrescentado pela Emenda Constitucional divulgação destinada a promover o turismo estadual. (NR)
nº 21, de 14/02/2006. - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
XXI - a criação, transformação, fusão, cisão, 29 de 21/10/2009.
incorporação, privatização ou extinção das sociedades de §3º - A inobservância do disposto nos incisos II, III e
economia mista, autarquias, fundações e empresas públicas IV deste artigo implicará a nulidade do ato e a punição da
depende de prévia aprovação da Assembleia Legislativa; autoridade responsável, nos termos da lei.
XXII - depende de autorização legislativa, em cada §4º - As pessoas jurídicas de direito público e as de
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas direito privado, prestadoras de serviços públicos, respon-
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, cau-
delas em empresa privada; sarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
XXIII - fica instituída a obrigatoriedade de um Diretor o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Representante e de um Conselho de Representantes, eleitos §5º - As entidades da administração direta e indireta,
pelos servidores e empregados públicos, nas autarquias,
inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Pú-
sociedades de economia mista e fundações instituídas
blico, o Ministério Público, bem como os Poderes Legislati-
ou mantidas pelo Poder Público, cabendo à lei definir os
vo e Judiciário, publicarão, até o dia trinta de abril de cada
limites de sua competência e atuação;
ano, seu quadro de cargos e funções, preenchidos e vagos,
XXIV - é obrigatória a declaração pública de bens, antes
da posse e depois do desligamento, de todo o dirigente de referentes ao exercício anterior.
empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia §6º - É vedada a percepção simultânea de proventos
e fundação instituída ou mantida pelo Poder Público; de aposentadoria decorrentes dos artigos 40, 42 e 142
XXV - os órgãos da administração direta e indireta fi- da Constituição Federal e dos artigos 126 e 138 desta
cam obrigados a constituir Comissão Interna de Prevenção Constituição com a remuneração de cargo, emprego ou
de Acidentes - CIPA - e, quando assim o exigirem suas ati- função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
vidades, Comissão de Controle Ambiental, visando à prote- forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos
ção da vida, do meio ambiente e das condições de trabalho em comissão declarados em lei de livre nomeação e
dos seus servidores, na forma da lei; exoneração. (NR)
XXVI - ao servidor público que tiver sua capacidade de §7º - Não serão computadas, para efeito dos limites
trabalho reduzida em decorrência de acidente de trabalho remuneratórios de que trata o inciso XII do «caput» deste
ou doença do trabalho será garantida a transferência para artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
locais ou atividades compatíveis com sua situação; (NR)
XXVII - é vedada a estipulação de limite de idade §8º - Para os fins do disposto no inciso XII deste artigo
para ingresso por concurso público na administração e no inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal, poderá
direta, empresa pública, sociedade de economia mista, ser fixado no âmbito do Estado, mediante emenda à pre-
autarquia e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder sente Constituição, como limite único, o subsídio mensal
Público, respeitando-se apenas o limite constitucional para dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
aposentadoria compulsória; noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
XXVIII - os recursos provenientes dos descontos com- subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Fede-
pulsórios dos servidores públicos, bem como a contrapar- ral, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsí-
tida do Estado, destinados à formação de fundo próprio dios dos Deputados Estaduais. (NR)
de previdência, deverão ser postos, mensalmente, à dispo- - §§ 6º ao 8º acrescentados pela Emenda Constitucional
sição da entidade estadual responsável pela prestação do
nº 21, de 14/02/2006.
benefício, na forma que a lei dispuser;
Artigo 116 - Os vencimentos, vantagens ou qualquer
XXIX - a administração pública direta e indireta, as uni-
parcela remuneratória, pagos com atraso, deverão ser cor-
versidades públicas e as entidades de pesquisa técnica e
rigidos monetariamente, de acordo com os índices oficiais
científica oficiais ou subvencionadas pelo Estado prestarão
ao Ministério Público o apoio especializado ao desempe- aplicáveis à espécie.
nho das funções da Curadoria de Proteção de Acidentes do
Trabalho, da Curadoria de Defesa do Meio Ambiente e de SEÇÃO II
outros interesses coletivos e difusos. Das Obras, Serviços Públicos, Compras e Aliena-
§1º - A publicidade dos atos, programas, obras, servi- ções
ços e campanhas da administração pública direta, indireta,
fundações e órgãos controlados pelo Poder Público deverá Artigo 117 - Ressalvados os casos especificados na
ter caráter educacional, informativo e de orientação social, legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
dela não podendo constar nomes, símbolos e imagens que contratados mediante processo de licitação pública, que
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servi- assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
dores públicos. com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,

20
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da §1º - A lei assegurará aos servidores da administração
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação direta isonomia de vencimentos para cargos de atribuições
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri- iguais ou assemelhados do mesmo Poder, ou entre servi-
mento das obrigações. dores dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, res-
Parágrafo único - É vedada à administração pública salvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à
direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou natureza ou ao local de trabalho.
mantidas pelo Poder Público, a contratação de serviços e §2º - No caso do parágrafo anterior, não haverá
obras de empresas que não atendam às normas relativas à alteração nos vencimentos dos demais cargos da carreira
saúde e segurança no trabalho. a que pertence aquele cujos vencimentos foram alterados
Artigo 118 - As licitações de obras e serviços públicos por força da isonomia.
deverão ser precedidas da indicação do local onde serão §3º - Aplica-se aos servidores a que se refere o «caput»
executados e do respectivo projeto técnico completo, que deste artigo e disposto no artigo 7º, IV, VI, VII, VIII, IX,
permita a definição precisa de seu objeto e previsão de re- XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXIII e XXX da
cursos orçamentários, sob pena de invalidade da licitação.
Constituição Federal.
Parágrafo único - Na elaboração do projeto mencio-
§4º - Lei estadual poderá estabelecer a relação entre
nado neste artigo, deverão ser atendidas as exigências de
a maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
proteção do patrimônio histórico-cultural e do meio am-
biente, observando-se o disposto no § 2º do artigo 192 obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, XI,
desta Constituição. da Constituição Federal e no artigo 115, XII, desta Consti-
Artigo 119 - Os serviços concedidos ou permitidos tuição. (NR)
ficarão sempre sujeitos à regulamentação e fiscalização - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21,
do Poder Público e poderão ser retomados quando não de 14/02/2006.
atendam satisfatoriamente aos seus fins ou às condições Artigo 125 - O exercício do mandato eletivo por ser-
do contrato. vidor público far-se-á com observância do artigo 38 da
Parágrafo único - Os serviços de que trata este arti- Constituição Federal.
go não serão subsidiados pelo Poder Público, em qualquer §1º - Fica assegurado ao servidor público, eleito para
medida, quando prestados por particulares. ocupar cargo em sindicato de categoria, o direito de afas-
Artigo 120 - Os serviços públicos serão remunerados tar-se de suas funções, durante o tempo em que durar o
por tarifa previamente fixada pelo órgão executivo compe- mandato, recebendo seus vencimentos e vantagens, nos
tente, na forma que a lei estabelecer. termos da lei.
Artigo 121 - Órgãos competentes publicarão, com a §2º - O tempo de mandato eletivo será computado
periodicidade necessária, os preços médios de mercado de para fins de aposentadoria especial.
bens e serviços, os quais servirão de base para as licitações Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efe-
realizadas pela administração direta e indireta, inclusive tivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público. assegurado regime de previdência de caráter contributivo
Artigo 122 - Os serviços públicos, de natureza indus- e solidário, mediante contribuição do respectivo ente pú-
trial ou domiciliar, serão prestados aos usuários por méto- blico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
dos que visem à melhor qualidade e maior eficiência e à observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro
modicidade das tarifas. e atuarial e o disposto neste artigo. (NR)
Parágrafo único - Cabe ao Estado explorar diretamen- - Artigo 126, “caput”, com redação dada pela Emenda
te, ou mediante concessão, na forma da lei, os serviços de Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
gás canalizado em seu território, incluído o fornecimento
§1º - Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
direto a partir de gasodutos de transporte, de maneira a
dência de que trata este artigo serão aposentados: (NR)
atender às necessidades dos setores industrial, domiciliar,
1 - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
comercial, automotivo e outros. (NR)
- Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons- porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente
titucional nº 6, de 18/12/1998. de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença
Artigo 123 - Revogado. grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; (NR)
- Artigo 123 revogado pela Emenda Constitucional nº 2 - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com
21, de 14/02/2006. proventos proporcionais ao tempo de contribuição; (NR)
3 - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
CAPÍTULO II nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e
Dos Servidores Públicos do Estado cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentado-
SEÇÃO I ria, observadas as seguintes condições: (NR)
Dos Servidores Públicos Civis a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui-
ção, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta
Artigo 124 - Os servidores da administração pública de contribuição, se mulher; (NR)
direta, das autarquias e das fundações instituídas ou manti- b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen-
das pelo Poder Público terão regime jurídico único e planos ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais
de carreira. ao tempo de contribuição. (NR)

21
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por §8º-A - É assegurado o reajustamento dos benefícios
ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remunera- para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
ção do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a conforme critérios estabelecidos em lei. (NR)
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão §9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
da pensão. (NR) municipal será contado para efeito de aposentadoria
§3º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por e o tempo de serviço correspondente para efeito de
ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunera- disponibilidade. (NR)
ções utilizadas como base para as contribuições do servidor §10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o arti- contagem de tempo de contribuição fictício. (NR)
go 201 da Constituição Federal, na forma da lei. (NR) §11 - Aplica-se o limite fixado no artigo 115, XII, desta
§4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios Constituição e do artigo 37, XI, da Constituição Federal à
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
nos termos definidos em leis complementares, os casos de públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
servidores: (NR) contribuição para o regime geral de previdência social, e ao
1 - portadores de deficiência; (NR) montante resultante da adição de proventos de inatividade
2 - que exerçam atividades de risco; (NR) com remuneração de cargo acumulável na forma desta
3 - cujas atividades sejam exercidas sob condições Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (NR)
(NR) §12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
§5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição previdência dos servidores públicos titulares de cargo
serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios
§ 1º, 3, “a”, para o professor que comprove exclusivamente fixados para o regime geral de previdência social. (NR)
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na edu- §13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de
cação infantil e no ensino fundamental e médio. (NR)
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
- §§ 1º ao 5º com redação dada pela Emenda Constitucio-
exoneração bem como de outro cargo temporário ou de
nal nº 21, de 14/02/2006.
emprego público, aplica-se o regime geral de previdência
§6º - Declarado inconstitucional, em controle concentra-
social. (NR)
do, pelo Supremo Tribunal Federal.
§14 - O Estado, desde que institua regime de previ-
- § 6º foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal
dência complementar para os seus respectivos servidores
Federal nos autos da ADI nº 755/1992, julgada em 01/07/1996.
titulares de cargo efetivo, poderá fixar, para o valor das
§6º-A - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a
percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para
de previdência previsto neste artigo. (NR) os benefícios do regime geral de previdência social de que
- § 6º-A acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, trata o artigo 201 da Constituição Federal. (NR)
de 14/02/2006. §15 - O regime de previdência complementar de que
§7º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respec-
pensão por morte, que será igual: (NR) tivo Poder Executivo, observado o disposto no artigo 202
1 - ao valor da totalidade dos proventos do servidor e seus parágrafos, da Constituição Federal, no que couber,
falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios por intermédio de entidades fechadas de previdência com-
do regime geral de previdência social de que trata o artigo plementar, de natureza pública, que oferecerão aos respec-
201 da Constituição Federal, acrescido de setenta por cento tivos participantes planos de benefícios somente na moda-
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do lidade de contribuição definida. (NR)
óbito; ou (NR) §16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção,
2 - ao valor da totalidade da remuneração do servidor o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite que tiver ingressado no serviço público até a data da publi-
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de cação do ato de instituição do correspondente regime de
previdência social de que trata o artigo 201 da Constituição previdência complementar. (NR)
Federal, acrescido de setenta por cento da parcela excedente §17 - Todos os valores de remuneração considerados
a este limite, caso em atividade na data do óbito. (NR) para o cálculo do benefício previsto no §3° serão
- § 7º com redação dada pela Emenda Constitucional nº devidamente atualizados, na forma da lei. (NR)
21, de 14/02/2006. §18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de apo-
§8º - Declarado inconstitucional, em controle sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. este artigo que superem o limite máximo estabelecido para
- § 8º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 1, de os benefícios do regime geral de previdência social de que
20/12/1990, foi declarado inconstitucional pelo Supremo trata o artigo 201 da Constituição Federal, com percentual
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 582/1991, julgada igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos
em 17/06/1999. efetivos. (NR)

22
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§19 - O servidor de que trata este artigo que tenha previdência social decorrente de atividade de natureza pri-
completado as exigências para aposentadoria voluntária vada, rural ou urbana, hipótese em que os diversos siste-
estabelecidas no § 1º, 3, “a”, e que opte por permanecer em mas de previdência social se compensarão financeiramen-
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente te, segundo os critérios estabelecidos em lei. (NR)
ao valor da sua contribuição previdenciária até completar - Artigo 132 com redação dada pela Emenda Constitu-
as exigências para aposentadoria compulsória contidas no cional nº 21, de 14/02/2006.
§ 1º, 2. (NR) Artigo 133 - O servidor, com mais de cinco anos de
§20 - Fica vedada a existência de mais de um regime efetivo exercício, que tenha exercido ou venha a exer-
próprio de previdência social para os servidores titulares cer cargo ou função que lhe proporcione remuneração su-
de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora perior à do cargo de que seja titular, ou função para a qual
do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o foi admitido, incorporará um décimo dessa diferença, por
disposto no artigo 142, § 3º, X, da Constituição Federal. ano, até o limite de dez décimos.
(NR) - A expressão “a qualquer título”, que integrava o dis-
§21 -  A contribuição prevista no § 18 deste artigo positivo, foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tri-
incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de bunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº
219934/1997, julgado em 13/10/2004, e teve a sua execu-
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do
ção suspensa pela Resolução nº 51/2005, de 13/07/2005, do
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
Senado Federal.
geral de previdência social de que trata o artigo 201 da
Artigo 134 - O servidor, durante o exercício do man-
Constituição Federal, quando o beneficiário, na forma da
dato de vereador, será inamovível.
lei, for portador de doença incapacitante. (NR) Artigo 135 - Ao servidor público titular de cargo efe-
§22 - O servidor, após noventa dias decorridos da tivo do Estado será contado, como efetivo exercício, para
apresentação do pedido de aposentadoria voluntária, efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de con-
instruído com prova de ter cumprido os requisitos tribuição decorrente de serviço prestado em cartório não
necessários à obtenção do direito, poderá cessar o exercício oficializado, mediante certidão expedida pela Corregedo-
da função pública, independentemente de qualquer ria-Geral da Justiça. (NR)
formalidade. (NR) - Artigo 135 com redação dada pela Emenda Constitu-
- §§ 8º-A ao 22 acrescentados pela Emenda Constitucio- cional nº 21, de 14/02/2006.
nal nº 21, de 14/02/2006. Artigo 136 - O servidor público civil demitido por ato
Artigo 127 - Aplica-se aos servidores públicos esta- administrativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente
duais, para efeito de estabilidade, o disposto no artigo 41 ao ato que deu causa à demissão, será reintegrado ao ser-
da Constituição Federal. viço público, com todos os direitos adquiridos.
Artigo 128 - As vantagens de qualquer natureza só Artigo 137 - A lei assegurará à servidora gestante mu-
poderão ser instituídas por lei e quando atendam efetiva- dança de função, nos casos em que for recomendado, sem
mente ao interesse público e às exigências do serviço. prejuízo de seus vencimentos ou salários e demais vanta-
Artigo 129 - Ao servidor público estadual é assegu- gens do cargo ou função-atividade.
rado o percebimento do adicional por tempo de serviço,
concedido no mínimo por quinquênio, e vedada a sua limi- SEÇÃO II
tação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, Dos Servidores Públicos Militares
concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incor-
porarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado Artigo 138 - São servidores públicos militares esta-
o disposto no artigo 115, XVI, desta Constituição. duais os integrantes da Polícia Militar do Estado.
Artigo 130 - Ao servidor será assegurado o direito de §1º - Aplica-se, no que couber, aos servidores a que se
refere este artigo, o disposto no artigo 42 da Constituição
remoção para igual cargo ou função, no lugar de residência
Federal.
do cônjuge, se este também for servidor e houver vaga,
§2º - Naquilo que não colidir com a legislação
nos termos da lei.
específica, aplica-se aos servidores mencionados neste
Parágrafo único - O disposto neste artigo aplica-se
artigo o disposto na seção anterior.
também ao servidor cônjuge de titular de mandato eletivo §3º - O servidor público militar demitido por ato ad-
estadual ou municipal. ministrativo, se absolvido pela Justiça, na ação referente ao
Artigo 131 - O Estado responsabilizará os seus ser- ato que deu causa à demissão, será reintegrado à Corpora-
vidores por alcance e outros danos causados à adminis- ção com todos os direitos restabelecidos.
tração, ou por pagamentos efetuados em desacordo com §4º - O oficial da Polícia Militar só perderá o posto e
as normas legais, sujeitando-os ao sequestro e perdimento a patente se for julgado indigno do Oficialato ou com ele
dos bens, nos termos da lei. incompatível, por decisão do Tribunal de Justiça Militar do
Artigo 132 - Os servidores titulares de cargos efetivos Estado.
do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, desde §5º - O oficial condenado na Justiça comum ou militar
que tenham completado cinco anos de efetivo exercício, à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sen-
terão computado, para efeito de aposentadoria, nos ter- tença transitada em julgado, será submetido ao julgamen-
mos da lei, o tempo de contribuição ao regime geral de to previsto no parágrafo anterior.

23
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§6º - O direito do servidor militar de ser transferido para a §8º -  Lei específica definirá a organização,
reserva ou ser reformado será assegurado, ainda que respon- funcionamento e atribuições da Superintendência da
dendo a inquérito ou processo em qualquer jurisdição, nos ca- Polícia Técnico-Científica, que será dirigida, alternadamen-
sos previstos em lei específica. te, por perito criminal e médico legista, sendo integrada
pelos seguintes órgãos: (NR)
CAPÍTULO III I - Instituto de Criminalística; (NR)
Da Segurança Pública II - Instituto Médico Legal. (NR)
SEÇÃO I - §§ 3º, 4º e 5º renumerados para §§ 6º, 7º e 8º
Disposições Gerais pela Emenda Constitucional nº 35, de 03/04/2012.
- Artigo 140, § 8º, ver STF - ADI nº 2861/2003.
Artigo 139 - A Segurança Pública, dever do Estado, direito
e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da SEÇÃO III
ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio. Da Polícia Militar
§1º - O Estado manterá a Segurança Pública por meio de
sua polícia, subordinada ao Governador do Estado. Artigo 141 - À Polícia Militar, órgão permanente,
§2º - A polícia do Estado será integrada pela Polícia Civil, incumbe, além das atribuições definidas em lei, a polícia
Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. ostensiva e a preservação da ordem pública.
§3º - A Polícia Militar, integrada pelo Corpo de Bombeiros §1º - O Comandante-Geral da Polícia Militar será no-
é força auxiliar, reserva do Exército. meado pelo Governador do Estado dentre oficiais da ativa,
ocupantes do último posto do Quadro de Oficiais Policiais
SEÇÃO II Militares, conforme dispuser a lei, devendo fazer declara-
Da Polícia Civil ção pública de bens no ato da posse e de sua exoneração.
§2º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a
Artigo 140 - À Polícia Civil, órgão permanente, dirigida por organização, o funcionamento, direitos, deveres, vantagens
delegados de polícia de carreira, bacharéis em Direito, incumbe,
e regime de trabalho da Polícia Militar e de seus integrantes,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia
servidores militares estaduais, respeitadas as leis federais
judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
concernentes.
§1º - O Delegado-Geral da Polícia Civil, integrante da
§3º - A criação e manutenção da Casa Militar e Asses-
última classe da carreira, será nomeado pelo Governador do
sorias Militares somente poderão ser efetivadas nos termos
Estado e deverá fazer declaração pública de bens no ato da
em que a lei estabelecer.
posse e da sua exoneração.
§4º - O Chefe da Casa Militar será escolhido pelo Go-
§2º - No desempenho da atividade de polícia judiciária,
instrumental à propositura de ações penais, a Polícia Civil vernador do Estado entre oficiais da ativa, ocupantes do
exerce atribuição essencial à função jurisdicional do Estado e à último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares.
defesa da ordem jurídica. (NR) Artigo 142 - Ao Corpo de Bombeiros, além das atri-
§3º - Aos Delegados de Polícia é assegurada independência buições definidas em lei, incumbe a execução de atividades
funcional pela livre convicção nos atos de polícia judiciária. (NR) de defesa civil, tendo seu quadro próprio e funcionamento
§4º - O ingresso na carreira de Delegado de Polícia de- definidos na legislação prevista no §2º do artigo anterior.
penderá de concurso público de provas e títulos, assegurada a
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as SEÇÃO IV
suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, dois Da Política Penitenciária
anos de atividades jurídicas, observando-se, nas nomeações, a
ordem de classificação. (NR) Artigo 143 - A legislação penitenciária estadual asse-
§5º - A exigência de tempo de atividade jurídica será gurará o respeito às regras mínimas da Organização das
dispensada para os que contarem com, no mínimo, dois Nações Unidas para o tratamento de reclusos, a defesa
anos de efetivo exercício em cargo de natureza policial-civil, técnica nas infrações disciplinares e definirá a composição
anteriormente à publicação do edital de concurso. (NR) e competência do Conselho Estadual de Política Peniten-
- §§ 2º ao 5º com redação dada pela Emenda Constitucional ciária.
nº 35, de 03/04/2012.
§6º - A remoção de integrante da carreira de delegado de TÍTULO IV
polícia somente poderá ocorrer mediante pedido do interessa- Dos Municípios e Regiões
do ou manifestação favorável do Colegiado Superior da Polícia CAPÍTULO I
Civil, nos termos da lei. (NR) Dos Municípios
§7º - Lei Orgânica e Estatuto disciplinarão a organização, SEÇÃO I
o funcionamento, os direitos, deveres, vantagens e regime de Disposições Gerais
trabalho da Polícia Civil e de seus integrantes, servidores es-
peciais, assegurado na estruturação das carreiras o mes- Artigo 144 - Os Municípios, com autonomia política,
mo tratamento dispensado, para efeito de escalonamento legislativa, administrativa e financeira se auto-organizarão
e promoção, aos delegados de polícia, respeitadas as leis por Lei Orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na
federais concernentes. (NR) Constituição Federal e nesta Constituição.

24
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 145 - A criação, a fusão, a incorporação e o Artigo 147 - Os Municípios poderão, por meio de lei
desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual, municipal, constituir guarda municipal, destinada à pro-
dentro do período determinado por lei complementar fe- teção de seus bens, serviços e instalações, obedecidos os
deral, e dependerão de consulta prévia, mediante plebisci- preceitos da lei federal.
to, às populações dos Municípios envolvidos, após divulga- Artigo 148 - Lei estadual estabelecerá condições que
ção dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e facilitem e estimulem a criação de Corpos de Bombeiros
publicados na forma da lei, nos termos do artigo 18, § 4º, da Voluntários nos Municípios respeitada a legislação federal.
Constituição Federal. (NR)
- Artigo 145, “caput”, com redação dada pela Emenda SEÇÃO II
Constitucional nº 21, de 14/02/2006. Da Intervenção
Parágrafo único - O território dos Municípios poderá
ser dividido em distritos, mediante lei municipal, atendidos Artigo 149 - O Estado não intervirá no Município, sal-
os requisitos previstos em lei complementar, garantida a vo quando:
participação popular. I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
Artigo 145-A - A alteração da denominação de Municí- dois anos consecutivos, a dívida fundada;
pios, quando não resultar do disposto no artigo 145, far-se-á II - não forem prestadas contas devidas, na forma da
por lei estadual e dependerá de consulta prévia, mediante lei;
plebiscito, à população do respectivo Município. (NR) III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
§1º - O plebiscito será realizado pelo Tribunal Regional municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e
Eleitoral, mediante solicitação da Câmara Municipal, instruí-
nas ações e serviços públicos de saúde; (NR)
da com representação subscrita por, no mínimo, 1% (um por
- Inciso III com redação dada pela Emenda Constitucio-
cento) dos eleitores domiciliados no respectivo Município e
nal nº 21, de 14/02/2006.
informação do órgão técnico competente sobre a inexistên-
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a represen-
cia de topônimo correlato no Estado ou em outra unidade
da Federação. (NR) tação para a observância de princípios constantes nesta
§2º - Caso o resultado do plebiscito seja favorável Constituição, ou para prover a execução de lei, de ordem
à alteração proposta, o Tribunal Regional Eleitoral o ou de decisão judicial.
encaminhará à Assembleia Legislativa para a elaboração da §1º - O decreto de intervenção, que especificará a am-
lei estadual mencionada no «caput». (NR) plitude, prazo e condições de execução e, se couber, no-
- Artigo 145-A acrescentado pela Emenda Constitucional meará o interventor, será submetido à apreciação da As-
nº 30, de 21/10/2009. sembleia Legislativa, no prazo de vinte e quatro horas.
Artigo 146 - A classificação de Municípios Turísticos, as- §2º - Estando a Assembleia Legislativa em recesso, far-
sim considerados as Estâncias e os Municípios de Interesse se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte
Turístico, far-se-á por lei estadual e dependerá da observân- e quatro horas, para apreciar a Mensagem do Governador
cia de condições e requisitos mínimos estabelecidos em lei do Estado.
complementar e da manifestação do órgão técnico compe- §3º - No caso do inciso IV, dispensada a apreciação
tente. (NR) pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a sus-
§1º - O Poder Executivo deverá encaminhar à Assembleia pender a execução do ato impugnado, se esta medida bas-
Legislativa, a cada três anos, projeto de Lei Revisional dos tar ao restabelecimento da normalidade, comunicando o
Municípios Turísticos, a ser disciplinado na lei complementar Governador do Estado seus efeitos ao Presidente do Tribu-
prevista no ‘caput’ deste artigo. (NR) nal de Justiça.
§2º - O Estado manterá, na forma que a lei estabelecer, §4º - Cessados os motivos da intervenção, as autorida-
um Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos, com o des afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedi-
objetivo de desenvolver programas de melhoria e preservação mento legal, sem prejuízo da apuração administrativa, civil
ambiental, urbanização, serviços e equipamentos turísticos. ou criminal decorrente de seus atos.
(NR) §5º - O interventor prestará contas de seus atos ao
§3º - O Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos Governador do Estado e aos órgãos de fiscalização a que
terá dotação orçamentária anual correspondente a 11%
estão sujeitas as autoridades afastadas.
(onze por cento) da totalidade da arrecadação dos impostos
municipais das Estâncias no exercício imediatamente anterior,
SEÇÃO III
limitada ao valor inicial da última dotação atualizado pela
variação anual nominal da receita de impostos estaduais Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária,
estimada na subsequente proposta orçamentária. (NR) Operacional e Patrimonial
§4º - Os critérios para a distribuição, transferência
e aplicação dos recursos do Fundo de Melhoria dos Artigo 150 - A fiscalização contábil, financeira, orça-
Municípios Turísticos serão estabelecidos em lei, garantida mentária, operacional e patrimonial do Município e de to-
a destinação de 20% (vinte por cento) para os Municípios das as entidades da administração direta e indireta, quanto
de Interesse Turístico. (NR) à legalidade, legitimidade, economicidade, finalidade, mo-
- Artigo 146 com redação dada pela Emenda Constitu- tivação, moralidade, publicidade e interesse público, apli-
cional nº 40, de 09/04/2015. cação de subvenções e renúncia de receitas, será exercida

25
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

pela Câmara Municipal, mediante controle externo, e pelos ção contínua entre dois ou mais Municípios ou manifesta
sistemas de controle interno de cada Poder, na forma da tendência nesse sentido, que exija planejamento integrado
respectiva lei orgânica, em conformidade com o disposto e recomende ação coordenada dos entes públicos nela
no artigo 31 da Constituição Federal. atuantes.
Artigo 151 - O Tribunal de Contas do Município de §3º - Considera-se microrregião o agrupamento de
São Paulo será composto por cinco Conselheiros e obede- Municípios limítrofes que apresente, entre si, relações de
cerá, no que couber, aos princípios da Constituição Federal interação funcional de natureza físico-territorial, econômi-
e desta Constituição. co-social e administrativa, exigindo planejamento integra-
Parágrafo único - Aplicam-se aos Conselheiros do Tri- do com vistas a criar condições adequadas para o desen-
bunal de Contas do Município de São Paulo as normas per- volvimento e integração regional.
tinentes aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Artigo 154 - Visando a promover o planejamento re-
- Artigo 151, “caput”, e parágrafo único ver STF - ADI nº gional, a organização e execução das funções públicas de
346/1990 e nº 4776/2012. interesse comum, o Estado criará, mediante lei comple-
mentar, para cada unidade regional, um conselho de ca-
CAPÍTULO II ráter normativo e deliberativo, bem como disporá sobre a
Da Organização Regional organização, a articulação, a coordenação e, conforme o
SEÇÃO I caso, a fusão de entidades ou órgãos públicos atuantes na
Dos Objetivos, Diretrizes e Prioridades região, assegurada, nestes e naquele, a participação pari-
tária do conjunto dos Municípios, com relação ao Estado.
Artigo 152 - A organização regional do Estado tem §1º - Em regiões metropolitanas, o conselho a que
por objetivo promover: alude o “caput” deste artigo integrará entidade pública de
I - o planejamento regional para o desenvolvimento caráter territorial, vinculando-se a ele os respectivos órgãos
sócio-econômico e melhoria da qualidade de vida; de direção e execução, bem como as entidades regionais e
II - a cooperação dos diferentes níveis de governo, setoriais executoras das funções públicas de interesse co-
mediante a descentralização, articulação e integração de mum, no que respeita ao planejamento e às medidas para
seus órgãos e entidades da administração direta e indireta sua implementação.
com atuação na região, visando ao máximo aproveitamento §2º - É assegurada, nos termos da lei complementar, a
participação da população no processo de planejamento e
dos recursos públicos a ela destinados;
tomada de decisões, bem como na fiscalização da realização
III - a utilização racional do território, dos recursos na-
de serviços ou funções públicas em nível regional.
turais, culturais e a proteção do meio ambiente, mediante
§3º - A participação dos municípios nos conselhos
o controle da implantação dos empreendimentos públicos
deliberativos e normativos regionais, previstos no “caput”
e privados na região;
deste artigo, será disciplinada em lei complementar.
IV - a integração do planejamento e da execução de
Artigo 155 - Os Municípios deverão compatibilizar, no
funções públicas de interesse comum aos entes públicos
que couber, seus planos, programas, orçamentos, investi-
atuantes na região;
mentos e ações às metas, diretrizes e objetivos estabeleci-
V - a redução das desigualdades sociais e regionais. dos nos planos e programas estaduais, regionais e setoriais
Parágrafo único - O Poder Executivo coordenará e de desenvolvimento econômico-social e de ordenação ter-
compatibilizará os planos e sistemas de caráter regional. ritorial, quando expressamente estabelecidos pelo conse-
lho a que se refere o artigo 154.
SEÇÃO II Parágrafo único - O Estado, no que couber, compati-
Das Entidades Regionais bilizará os planos e programas estaduais, regionais e seto-
riais de desenvolvimento, com o plano diretor dos Municí-
Artigo 153 - O território estadual poderá ser dividido, pios e as prioridades da população local.
total ou parcialmente, em unidades regionais constituídas Artigo 156 - Os planos plurianuais do Estado estabe-
por agrupamentos de Municípios limítrofes, mediante lei lecerão, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
complementar, para integrar a organização, o planejamen- metas da Administração Estadual.
to e a execução de funções públicas de interesse comum, Artigo 157 - O Estado e os Municípios destinarão re-
atendidas as respectivas peculiaridades. cursos financeiros específicos, nos respectivos planos plu-
§1º - Considera-se região metropolitana o agrupamen- rianuais e orçamentos, para o desenvolvimento de funções
to de Municípios limítrofes que assuma destacada expres- públicas de interesse comum, observado o disposto no ar-
são nacional, em razão de elevada densidade demográfica, tigo 174 desta Constituição.
significativa conurbação e de funções urbanas e regionais Artigo 158 - Em região metropolitana ou aglomeração
com alto grau de diversidade, especialização e integração urbana, o planejamento do transporte coletivo de caráter
sócio-econômica, exigindo planejamento integrado e ação regional será efetuado pelo Estado, em conjunto com os
conjunta permanente dos entes públicos nela atuantes. municípios integrantes das respectivas entidades regionais.
§2º - Considera-se aglomeração urbana o agrupamen- Parágrafo único - Caberá ao Estado a operação do
to de Municípios limítrofes que apresente relação de inte- transporte coletivo de caráter regional, diretamente ou me-
gração funcional de natureza econômico-social e urbaniza- diante concessão ou permissão.

26
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

TÍTULO V III - cobrar tributos:


Da Tributação, das Finanças e dos Orçamentos a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do iní-
CAPÍTULO I cio da vigência da lei que os houver instituído ou aumen-
Do Sistema Tributário Estadual tado;
SEÇÃO I b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido pu-
Dos Princípios Gerais blicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c)  antes de decorridos noventa dias da data em que
Artigo 159 - A receita pública será constituída por tri- haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, ob-
butos, preços e outros ingressos. servado o disposto na alínea “b”; (NR)
Parágrafo único - Os preços públicos serão fixados - Alínea “c” acrescentada pela Emenda Constitucional nº
pelo Executivo, observadas as normas gerais de Direito Fi- 21, de 14/02/2006.
nanceiro e as leis atinentes à espécie. IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
Artigo 160 - Compete ao Estado instituir: V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou
I - os impostos previstos nesta Constituição e outros bens, por meio de tributo, ressalvada a cobrança de pedá-
que venham a ser de sua competência; gio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público
II - taxas em razão do exercício do poder de polícia, ou Estadual;
pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos VI - instituir impostos sobre:
de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao a) patrimônio, renda ou serviços, da União, dos Estados,
contribuinte, ou postos a sua disposição; do Distrito Federal e dos Municípios;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras pú- b) templos de qualquer culto;
blicas; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos,
IV - contribuição, cobrada de seus servidores, para o inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos tra-
custeio, em benefício destes, do regime previdenciário e de balhadores, das instituições de educação e de assistência
assistência social, na forma do artigo 149, § 1º, da Consti- social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos de lei;
tuição Federal. (NR) d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua
- Inciso IV com redação dada pela Emenda Constitucio- impressão;
nal nº 21, de 14/02/2006. VII - respeitado o disposto no artigo 150 da Constitui-
§1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter ção Federal, bem assim na legislação complementar espe-
pessoal e serão graduados segundo a capacidade cífica, instituir tributo que não seja uniforme em todo o ter-
econômica do contribuinte, facultado à administração ritório estadual, ou que implique distinção ou preferência
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses em relação a Município em detrimento de outro, admitida
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as
atividades econômicas do contribuinte. diferentes regiões do Estado;
§2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria VIII - instituir isenções de tributos da competência dos
de impostos. Municípios.
Artigo 161 - O Estado proporá e defenderá a isenção §1º - A proibição do inciso VI, “a”, é extensiva às
de impostos sobre produtos componentes da cesta básica. autarquias e às fundações instituídas ou mantidas pelo
Parágrafo único - Observadas as restrições da legisla- Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e
ção federal, a lei definirá, para efeito de redução ou isenção aos serviços, vinculados aos seus fins essenciais ou deles
da carga tributária, os produtos que integrarão a cesta bá- decorrentes.
sica, para atendimento da população de baixa renda. §2º - As proibições do inciso VI, “a”, e do parágrafo
Artigo 162 - O Estado coordenará e unificará serviços anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos ser-
de fiscalização e arrecadação de tributos, bem como pode- viços, relacionados com exploração de atividades econô-
rá delegar à União, a outros Estados e Municípios, e deles micas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos
receber encargos de administração tributária. privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento
de preços ou tarifas pelo usuário.
SEÇÃO II §3º - A contribuição de que trata o artigo 160, IV, só
Das Limitações do Poder de Tributar poderá ser exigida após decorridos noventa dias da publi-
cação da lei que a houver instituído ou modificado, não se
Artigo 163 - Sem prejuízo de outras garantias assegu- lhe aplicando o disposto no inciso III, “b”, deste artigo.
radas ao contribuinte, é vedado ao Estado: §4º - As proibições expressas no inciso VI, alíneas “b”
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; e “c”, compreendem somente o patrimônio, a renda e os
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes serviços, relacionados com as finalidades essenciais das en-
que se encontrem em situação equivalente, proibida qual- tidades nelas mencionadas.
quer distinção em razão de ocupação profissional ou fun- §5º - A lei determinará medidas para que os consumi-
ção por eles exercida, independentemente da denomina- dores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam
ção jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; sobre mercadorias e serviços.

27
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§6º - Qualquer subsídio ou isenção, redução de base §2º - O imposto previsto no inciso I, “b”, atenderá ao
de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou seguinte:
remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 1 - será não cumulativo, compensando-se o que for
poderão ser concedidos mediante lei estadual específica, devido em cada operação relativa à circulação de merca-
que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas dorias ou prestação de serviços com o montante cobrado
ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo nas anteriores pelo mesmo ou em outro Estado ou pelo
do disposto no artigo 155, § 2º, XII, “g”, da Constituição Distrito Federal;
Federal. (NR) 2 - a isenção ou não incidência, salvo determinação em
- § 6º com redação dada pela Emenda Constitucional nº contrário da legislação:
21, de 14/02/2006. a)  não implicará crédito para compensação com o
§7º - Para os efeitos do inciso V, não se compreende montante devido nas operações ou prestações seguintes;
como limitação ao tráfego de bens a apreensão de merca- b) acarretará a anulação do crédito relativo às opera-
dorias, quando desacompanhadas de documentação fiscal ções anteriores;
idônea, hipótese em que ficarão retidas até a comprovação 3 - poderá ser seletivo, em função da essencialidade
da legitimidade de sua posse pelo proprietário. das mercadorias e dos serviços;
- § 7º foi objeto da ADI nº 395/1990, perante o Supremo 4 - terá as suas alíquotas fixadas nos termos do artigo
Tribunal Federal, tendo sido a ação julgada improcedente 155, § 2º, IV, V e VI, da Constituição Federal;
em 17/05/2007, portanto reconhecida a constitucionalidade 5 - em relação às operações e prestações que destinem
do dispositivo. bens e serviços a consumidor final localizado em outro Es-
§8º - A vedação do inciso III, “c”, não se aplica à fixação tado, adotar-se-á:
da base de cálculo do imposto previsto no artigo 165, I, a)  a alíquota interestadual, quando o destinatário for
“c”. (NR) contribuinte do imposto;
- § 8º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, b) a alíquota interna, quando o destinatário não for
de 14/02/2006. contribuinte dele;
Artigo 164 - É vedada a cobrança de taxas: 6 - na hipótese da alínea “a” do item anterior, caberá a
I - pelo exercício do direito de petição ao Poder Público este Estado, quando nele estiver localizado o destinatário,
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de o imposto correspondente à diferença entre a alíquota
poder; interna e a interestadual;
II - para a obtenção de certidões em repartições públi- 7 - incidirá também:
cas, para defesa de direitos e esclarecimentos de interesse a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados
pessoal. do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
SEÇÃO III finalidade, assim como o serviço prestado no exterior, ca-
Dos Impostos do Estado bendo o imposto a este Estado, quando nele estiver situa-
do o estabelecimento destinatário da mercadoria, bem ou
Artigo 165 - Compete ao Estado instituir: serviço; (NR)
I - impostos sobre: - Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu-
a) transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer cional nº 21, de 14/02/2006.
bens ou direitos; b) sobre o valor total da operação, quando mercado-
b)  operações relativas à circulação de mercadorias e rias forem fornecidas com serviços não compreendidos na
sobre prestações de serviços de transporte interestadual, competência tributária dos Municípios;
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações 8 - não incidirá:
e as prestações se iniciem no exterior; a) sobre operações que destinem mercadorias para o
c) propriedade de veículos automotores; exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no
II - adicional de até cinco por cento do que for pago à exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no terri- montante do imposto cobrado nas operações e prestações
tório do Estado de São Paulo, a título do imposto previsto anteriores; (NR)
no artigo 153, III, da Constituição Federal, incidentes sobre - Alínea “a” com redação dada pela Emenda Constitu-
lucros, ganhos e rendimentos de capital. cional nº 21, de 14/02/2006.
§1º - O imposto previsto no inciso I, “a”: b) sobre operações que destinem a outros Estados pe-
1 - incide sobre: tróleo, incluindo lubrificantes, combustíveis líquidos e ga-
a) bens imóveis situados neste Estado e direitos a eles sosos dele derivados e energia elétrica;
relativos; c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no artigo 153,
b)  bens móveis, títulos e créditos, cujo inventário ou § 5º, da Constituição Federal;
arrolamento for processado neste Estado; d) nas prestações de serviço de comunicação nas
c) bens móveis, títulos e créditos, cujo doador estiver modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens
domiciliado neste Estado; de recepção livre e gratuita; (NR)
2 - terá suas alíquotas limitadas aos percentuais - Alínea “d” acrescentada pela Emenda Constitucional nº
máximos fixados pelo Senado Federal. 21, de 14/02/2006.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

9 - não compreenderá, em sua base de cálculo, o mon- Artigo 168 - É vedada a retenção ou qualquer restrição
tante do imposto sobre produtos industrializados, quando à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos nesta
a operação, realizada entre contribuintes e relativa a pro- seção aos Municípios, neles compreendidos adicionais e
duto destinado à industrialização ou à comercialização, acréscimos relativos a impostos.
configure fato gerador dos dois impostos; Parágrafo único - A proibição contida no “caput” não
§3º - O produto das multas provenientes do adicional impede o Estado de condicionar a entrega de recursos ao
do imposto de renda será aplicado obrigatoriamente na pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias, e
construção de casas populares. ao cumprimento do disposto no artigo 198, § 2º, III, e § 3º,
§4º - O imposto previsto no inciso I, “c”: (NR) da Constituição Federal. (NR)
1 - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; - Parágrafo único com redação dada pela Emenda Cons-
(NR) titucional nº 21, de 14/02/2006.
2 - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do
tipo e utilização. (NR) CAPÍTULO II
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 21, Das Finanças
de 14/02/2006.
Artigo 166 - Lei de iniciativa do Poder Executivo isen- Artigo 169 - A despesa de pessoal ativo e inativo ficará
tará do imposto as transmissões “causa mortis” de imóvel sujeita aos limites estabelecidos na lei complementar a que
de pequeno valor, utilizado como residência do beneficiá- se refere o artigo 169 da Constituição Federal.
rio da herança. Parágrafo único - A concessão de qualquer vantagem
Parágrafo único - A lei a que se refere o “caput” deste ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou a al-
artigo estabelecerá as bases do valor referido, de conformi- teração de estrutura de carreiras, bem como a admissão de
dade com os índices oficiais fixados pelo Governo Federal. pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da ad-
ministração direta ou indireta, inclusive fundações instituí-
SEÇÃO IV das ou mantidas pelo Poder Público, só poderão ser feitas:
Da Repartição das Receitas Tributárias 1 - se houver prévia dotação orçamentária suficiente
para atender às projeções de despesa de pessoal e aos
Artigo 167 - O Estado destinará aos Municípios: acréscimos dela decorrentes;
I - cinquenta por cento do produto da arrecadação do 2 - se houver autorização específica na lei de diretrizes
imposto sobre a propriedade de veículos automotores li- orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as socie-
cenciados em seus respectivos territórios;
dades de economia mista.
II - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação
Artigo 170 - O Poder Executivo publicará e enviará ao
do imposto sobre operações relativas à circulação de
Legislativo, até trinta dias após o encerramento de cada
mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte
bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
interestadual e intermunicipal e de comunicação;
§1º - Até dez dias antes do encerramento do prazo de
III - vinte e cinco por cento dos recursos que receber
que trata este artigo, as autoridades nele referidas remete-
nos termos do artigo 159, II, da Constituição Federal;
rão ao Poder Executivo as informações necessárias.
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecada-
§2º - Os Poderes Judiciário e Legislativo, bem como o
ção da contribuição de intervenção no domínio econômico
Tribunal de Contas e o Ministério Público, publicarão seus
que couber ao Estado, nos termos do § 4º do artigo 159
da Constituição Federal e na forma da lei a que se refere o relatórios, nos termos deste artigo.
inciso III do mesmo artigo. (NR) Artigo 171 - Os recursos correspondentes às dotações
- Inciso IV acrescentado pela Emenda Constitucional nº orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares
21, de 14/02/2006. e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo
§1º - As parcelas de receita pertencentes aos Municí- e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública,
pios, mencionadas no inciso II, serão creditadas conforme ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duo-
os seguintes critérios: décimos, na forma da lei complementar a que se refere o
1 - três quartos, no mínimo, na proporção do valor artigo 165, § 9º, da Constituição Federal. (NR)
adicionado nas operações relativas à circulação de mer- - Artigo 171 com redação dada pela Emenda Constitu-
cadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus cional nº 21, de 14/02/2006.
territórios; Artigo 172 - Os recursos financeiros, provenientes da
2 - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei exploração de gás natural, que couberem ao Estado por
estadual. força do disposto no § 1º do artigo 20 da Constituição Fe-
§2º - As parcelas de receita pertencentes aos Municí- deral, serão aplicados preferencialmente na construção,
pios mencionados no inciso III serão creditadas conforme desenvolvimento e manutenção do sistema estadual de
os critérios estabelecidos no §1º. gás canalizado.
§3º - Cabe à lei dispor sobre o acompanhamento, pe- Artigo 173 - São agentes financeiros do Tesouro Esta-
los beneficiários, do cálculo das quotas e da liberação das dual os hoje denominados Banco do Estado de São Paulo
participações previstas neste artigo. S/A e Caixa Econômica do Estado de São Paulo S/A.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

CAPÍTULO III §8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo
Dos Orçamentos estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não
se incluindo na proibição a autorização para abertura de
Artigo 174 - Leis de iniciativa do Poder Executivo esta- créditos suplementares e contratação de operações de
belecerão, com observância dos preceitos correspondentes crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos
da Constituição Federal: da lei.
I - o plano plurianual; §9º - O Governador enviará à Assembleia Legislativa:
II - as diretrizes orçamentárias; (NR)
III - os orçamentos anuais. 1 - até 15 de agosto do primeiro ano do mandato do
§1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá Governador eleito, o projeto de lei dispondo sobre o plano
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública plurianual; (NR)
estadual para as despesas de capital e outras delas decor- 2 - até 30 de abril, anualmente, o projeto de lei de
rentes e para as relativas aos programas de duração con- diretrizes orçamentárias; e (NR)
tinuada. 3 - até 30 de setembro, de cada ano, o projeto de lei da
§2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá proposta orçamentária para o exercício subsequente. (NR)
as metas e prioridades da administração pública estadual, - § 9º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro 24, de 23/01/2008.
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária Artigo 175 - Os projetos de lei relativos ao plano plu-
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e rianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras aos créditos adicionais, bem como suas emendas, serão
oficiais de fomento. apreciados pela Assembleia Legislativa.
§3º - Os planos e programas estaduais previstos nesta § 1º - As emendas ao projeto de lei do orçamento
Constituição serão elaborados em consonância com o anual ou aos projetos que o modifiquem serão admitidas
plano plurianual. desde que:
§4º - A lei orçamentária anual compreenderá: 1 - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a
1 - o orçamento fiscal referente aos Poderes do Estado, lei de diretrizes orçamentárias;
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e 2 - indiquem os recursos necessários, admitidos ape-
indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo nas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as
Poder Público; que incidam sobre:
2 - o orçamento de investimentos das empresas em a) dotações para pessoal e seus encargos;
que o Estado, direta ou indiretamente, detenha a maioria b) serviço da dívida;
do capital social com direito a voto; c) transferências tributárias constitucionais para
3 - o orçamento de seguridade social, abrangendo Municípios.
todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 3 - sejam relacionadas:
administração direta e indireta, bem como os fundos e a) com correção de erros ou omissões;
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público; b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
4 - o orçamento da verba necessária ao pagamento §2º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes
de débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
constantes dos precatórios judiciais apresentados até incompatíveis com o plano plurianual.
1º de julho, a serem consignados diretamente ao Poder §3º - O Governador poderá enviar mensagem ao Le-
Judiciário, ressalvados os créditos de natureza alimentícia gislativo para propor modificações nos projetos a que se
e as obrigações definidas em lei como de pequeno valor. refere este artigo, enquanto não iniciada, na Comissão
(NR) competente, a votação da parte cuja alteração é proposta.
- Item 4 acrescentado pela Emenda Constitucional nº §4º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste
21, de 14/02/2006. artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as
§5º - A matéria do projeto das leis a que se refere o demais normas relativas ao processo legislativo.
“caput” deste artigo será organizada e compatibilizada em §5º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda
todos os seus aspectos setoriais e regionais pelo órgão ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem
central de planejamento do Estado. sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados,
§6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado conforme o caso, mediante créditos especiais ou suple-
de demonstrativo dos efeitos decorrentes de isenções, mentares, com prévia e específica autorização legislativa.
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza fi- § 6º - As emendas individuais ao projeto de lei
nanceira, tributária e creditícia. orçamentária serão de 0,3% (três décimos por cento) da
§7º -  Os orçamentos previstos no §4º, itens 1 e 2, receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado
deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, pelo Poder Executivo, sendo que a metade do percentual a
terão, entre suas funções, a de reduzir desigualdades inter- ser estabelecido será destinada a ações e serviços públicos
regionais. de saúde. (NR)

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§ 7º - A execução do montante destinado a ações e §1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse
serviços públicos de saúde previsto no § 6º deste artigo, um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia in-
inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento clusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclu-
do item 1 do parágrafo único do artigo 222, vedada a são, sob pena de crime de responsabilidade.
destinação para pagamento de pessoal ou encargos §2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vi-
sociais. (NR) gência no exercício financeiro em que forem autorizados,
§ 8º - É obrigatória a execução orçamentária e financeira salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos
das programações a que se refere o § 6º deste artigo, em quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos
montante de 0,3% (três décimos por cento) da receita nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamen-
corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme to do exercício financeiro subsequente.
os critérios definidos na lei de diretrizes orçamentárias.
(NR) TÍTULO VI
§ 9º - Os restos a pagar poderão ser considerados Da Ordem Econômica
para fins de cumprimento da execução financeira prevista CAPÍTULO I
no § 8º deste artigo, em montante estabelecido na lei de Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica
diretrizes orçamentárias. (NR)
§ 10 -  Se for verificado que a reestimativa da receita Artigo 177 - O Estado estimulará a descentralização
e da despesa poderá resultar no não cumprimento da geográfica das atividades de produção de bens e serviços,
meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes visando ao desenvolvimento equilibrado das regiões.
orçamentárias, o montante previsto no § 8º deste artigo Artigo 178 - O Estado dispensará às microempresas,
poderá ser reduzido em até a mesma proporção da às empresas de pequeno porte constituídas sob as leis bra-
limitação incidente sobre o conjunto das despesas sileiras e que tenham sede e administração no país, aos
discricionárias. (NR) micro e pequenos produtores rurais, assim definidos em
- §§ 6º a 10 acrescentados pela Emenda Constitucional lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
nº 45, de 18/12/2017, produzindo efeitos a partir da execu- -los pela simplificação de suas obrigações administrativas,
ção orçamentária do exercício financeiro subsequente. tributárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução des-
Artigo 176 - São vedados: tas, por meio de lei. (NR)
I - o início de programas, projetos e atividades não in- - Artigo 178, “caput”, com redação dada pela Emenda
cluídos na lei orçamentária anual; Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
II - a realização de despesas ou assunção de Parágrafo único - As microempresas e empresas de
obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários pequeno porte constituem categorias econômicas diferen-
ou adicionais; ciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais,
III - a realização de operações de crédito que excedam de prestação de serviços e de produção rural a que se des-
o montante das despesas de capital, ressalvadas as tinam.
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais Artigo 179 - A lei apoiará e estimulará o cooperativis-
com fim preciso, aprovados pelo Poder Legislativo, por mo e outras formas de associativismo.
maioria absoluta;
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo CAPÍTULO II
ou despesa, ressalvadas as permissões previstas no artigo Do Desenvolvimento Urbano
167, IV, da Constituição Federal e a destinação de recursos
para a pesquisa científica e tecnológica, conforme dispõe o Artigo 180 - No estabelecimento de diretrizes e nor-
artigo 218, §5º, da Constituição Federal; mas relativas ao desenvolvimento urbano, o Estado e os
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem Municípios assegurarão:
prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos I - o pleno desenvolvimento das funções sociais da ci-
correspondentes; dade e a garantia do bem-estar de seus habitantes;
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência II - a participação das respectivas entidades comunitá-
de recursos de uma categoria de programação para outra rias no estudo, encaminhamento e solução dos problemas,
ou de um órgão para outro, sem prévia autorização planos, programas e projetos que lhes sejam concernentes;
legislativa; III - a preservação, proteção e recuperação do meio
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; ambiente urbano e cultural;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específi- IV - a criação e manutenção de áreas de especial inte-
ca, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade so- resse histórico, urbanístico, ambiental, turístico e de utiliza-
cial para suprir necessidade ou cobrir “déficit” de empresas, ção pública;
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no artigo V - a observância das normas urbanísticas, de seguran-
165, §5º, da Constituição Federal. ça, higiene e qualidade de vida;
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem VI - a restrição à utilização de áreas de riscos geoló-
prévia autorização legislativa. gicos;

31
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

VII -  as áreas definidas em projetos de loteamento §4º - É vedado aos Municípios, nas suas legislações
como áreas verdes ou institucionais não poderão ter sua edilícias, a exigência de apresentação da planta interna para
destinação, fim e objetivos originariamente alterados, edificações unifamiliares. No caso de reformas, é vedado a
exceto quando a alteração da destinação tiver como exigência de qualquer tipo de autorização administrativa e
finalidade a regularização de: (NR) apresentação da planta interna para todas as edificações
a) loteamentos, cujas áreas verdes ou institucionais es- residenciais, desde que assistidas por profissionais
tejam total ou parcialmente ocupadas por núcleos habita- habilitados. (NR)
cionais de interesse social destinados à população de baixa - § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 16,
renda, e cuja situação esteja consolidada ou seja de difícil de 25/11/2002.
reversão; (NR) Artigo 182 - Incumbe ao Estado e aos Municípios pro-
b) equipamentos públicos implantados com uso mover programas de construção de moradias populares,
diverso da destinação, fim e objetivos originariamente de melhoria das condições habitacionais e de saneamento
previstos quando da aprovação do loteamento; (NR)
básico.
c) imóveis ocupados por organizações religiosas para
Artigo 183 - Ao Estado, em consonância com seus ob-
suas atividades finalísticas. (NR)
jetivos de desenvolvimento econômico e social, cabe esta-
- Inciso VII com redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 26, de 15/12/2008. belecer, mediante lei, diretrizes para localização e integra-
§1º - As exceções contempladas nas alíneas “a” e “b” ção das atividades industriais, considerando os aspectos
do inciso VII deste artigo serão admitidas desde que a si- ambientais, locacionais, sociais, econômicos e estratégicos,
tuação das áreas objeto de regularização esteja consolida- e atendendo ao melhor aproveitamento das condições na-
da até dezembro de 2004, e mediante a realização de com- turais urbanas e de organização especial.
pensação, que se dará com a disponibilização de outras Parágrafo único - Competem aos Municípios, de acor-
áreas livres ou que contenham equipamentos públicos já do com as respectivas diretrizes de desenvolvimento ur-
implantados nas proximidades das áreas objeto de com- bano, a criação e a regulamentação de zonas industriais,
pensação. (NR) obedecidos os critérios estabelecidos pelo Estado, median-
- § 1º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 23, te lei, e respeitadas as normas relacionadas ao uso e ocupa-
de 31/01/2007. ção do solo e ao meio ambiente urbano e natural.
§2º - A compensação de que trata o parágrafo anterior
poderá ser dispensada, por ato fundamentado da autorida- CAPÍTULO III
de municipal competente, desde que nas proximidades da Da Política Agrícola, Agrária e Fundiária
área pública cuja destinação será alterada existam outras
áreas públicas que atendam as necessidades da população.
Artigo 184 - Caberá ao Estado, com a cooperação dos
(NR)
Municípios:
- § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
I - orientar o desenvolvimento rural, mediante zonea-
26, de 15/12/2008.
§3º - A exceção contemplada na alínea ‘c’ do inciso VII mento agrícola inclusive;
deste artigo será permitida desde que a situação das áreas II - propiciar o aumento da produção e da produtivida-
públicas objeto de alteração da destinação esteja consoli- de, bem como a ocupação estável do campo;
dada até dezembro de 2004, e mediante a devida compen- III - manter estrutura de assistência técnica e extensão
sação ao Poder Executivo Municipal, conforme diretrizes rural;
estabelecidas em lei municipal específica. (NR) IV - orientar a utilização racional de recursos naturais de
- § 3º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 26, forma sustentada, compatível com a preservação do meio
de 15/12/2008. ambiente, especialmente quanto à proteção e conservação
Artigo 181 - Lei municipal estabelecerá em confor- do solo e da água;
midade com as diretrizes do plano diretor, normas sobre V - manter um sistema de defesa sanitária animal e
zoneamento, loteamento, parcelamento, uso e ocupação vegetal;
do solo, índices urbanísticos, proteção ambiental e demais VI - criar sistema de inspeção e fiscalização de insumos
limitações administrativas pertinentes. agropecuários;
§1º - Os planos diretores, obrigatórios a todos os Mu- VII -  criar sistema de inspeção, fiscalização,
nicípios, deverão considerar a totalidade de seu território normatização, padronização e classificação de produtos de
municipal. origem animal e vegetal;
§2º - Os Municípios observarão, quando for o caso,
VIII - manter e incentivar a pesquisa agropecuária;
os parâmetros urbanísticos de interesse regional, fixados
IX - criar programas especiais para fornecimento de
em lei estadual, prevalecendo, quando houver conflito, a
norma de caráter mais restritivo, respeitadas as respectivas energia, de forma favorecida, com o objetivo de amparar e
autonomias. estimular a irrigação;
§3º - Os Municípios estabelecerão, observadas as dire- X -  criar programas específicos de crédito, de
trizes fixadas para as regiões metropolitanas, microrregiões forma favorecida, para custeio e aquisição de insumos,
e aglomerações urbanas, critérios para regularização e ur- objetivando incentivar a produção de alimentos básicos e
banização, assentamentos e loteamentos irregulares. da horticultura.

32
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§1º - Para a consecução dos objetivos assinalados nes- Artigo 192 - A execução de obras, atividades, proces-
te artigo, o Estado organizará sistema integrado de órgãos sos produtivos e empreendimentos e a exploração de re-
públicos e promoverá a elaboração e execução de planos de cursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor públi-
desenvolvimento agropecuários, agrários e fundiários. co, quer pelo privado, serão admitidas se houver resguardo
§2º - O Estado, mediante lei, criará um Conselho de De- do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
senvolvimento Rural, com objetivo de propor diretrizes à sua §1º - A outorga de licença ambiental, por órgão ou en-
política agrícola, garantida a participação de representantes tidade governamental competente, integrante de sistema
da comunidade agrícola, tecnológica e agronômica, organis- unificado para esse efeito, será feita com observância dos
mos governamentais, de setores empresariais e de trabalha- critérios gerais fixados em lei, além de normas e padrões
dores. estabelecidos pelo Poder Público e em conformidade com
Artigo 185 - O Estado compatibilizará a sua ação na área o planejamento e zoneamento ambientais.
agrícola e agrária para garantir as diretrizes e metas do Pro- §2º - A licença ambiental, renovável na forma da lei,
grama Nacional de Reforma Agrária. para a execução e a exploração mencionadas no “caput”
Artigo 186 - A ação dos órgãos oficiais atenderá, de for- deste artigo, quando potencialmente causadoras de sig-
ma preferencial, aos imóveis que cumpram a função social da nificativa degradação do meio ambiente, será sempre pre-
propriedade, e especialmente aos mini e pequenos produto- cedida, conforme critérios que a legislação especificar, da
res rurais e aos beneficiários de projeto de reforma agrária. aprovação do Estudo Prévio de Impacto Ambiental e res-
Artigo 187 - A concessão real de uso de terras públicas pectivo relatório a que se dará prévia publicidade, garanti-
far-se-á por meio de contrato, onde constarão, obrigatoria- da a realização de audiências públicas.
mente, além de outras que forem estabelecidas pelas partes, Artigo 193 - O Estado, mediante lei, criará um siste-
cláusulas definidoras: ma de administração da qualidade ambiental, proteção,
I - da exploração das terras, de modo direto, pessoal ou controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso ade-
familiar, para cultivo ou qualquer outro tipo de exploração quado dos recursos naturais, para organizar, coordenar e
que atenda ao plano público de política agrária, sob pena de integrar as ações de órgãos e entidades da administração
reversão ao concedente; pública direta e indireta, assegurada a participação da co-
II - da obrigatoriedade de residência dos beneficiários na letividade, com o fim de:
localidade de situação das terras; I - propor uma política estadual de proteção ao meio
III - da indivisibilidade e da intransferibilidade das terras, ambiente;
a qualquer título, sem autorização expressa e prévia do con-
II - adotar medidas, nas diferentes áreas de ação pú-
cedente;
blica e junto ao setor privado, para manter e promover o
IV - da manutenção das reservas florestais obrigatórias e
equilíbrio ecológico e a melhoria da qualidade ambiental,
observância das restrições ambientais do uso do imóvel, nos
prevenindo a degradação em todas as suas formas e impe-
termos da lei.
dindo ou mitigando impactos ambientais negativos e recu-
Artigo 188 - O Estado apoiará e estimulará o coopera-
perando o meio ambiente degradado;
tivismo e o associativismo como instrumento de desenvol-
vimento sócio-econômico, bem como estimulará formas de III - definir, implantar e administrar espaços territoriais
produção, consumo, serviços, créditos e educação co-asso- e seus componentes representativos de todos os ecossis-
ciadas, em especial nos assentamentos para fins de reforma temas originais a serem protegidos, sendo a alteração e
agrária. supressão, incluindo os já existentes, permitidas somente
Artigo 189 - Caberá ao Poder Público, na forma da lei, por lei;
organizar o abastecimento alimentar, assegurando condições IV - realizar periodicamente auditorias nos sistemas de
para a produção e distribuição de alimentos básicos. controle de poluição e de atividades potencialmente po-
Artigo 190 - Declarado inconstitucional, em controle luidoras;
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. V - informar a população sobre os níveis de poluição, a
- Artigo 190 foi declarado inconstitucional pelo Supremo qualidade do meio ambiente, as situações de risco de aci-
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 403/1990, julgada em dentes, a presença de substâncias potencialmente nocivas
01/07/2002. à saúde, na água potável e nos alimentos, bem como os
resultados das monitoragens e auditorias a que se refere o
CAPÍTULO IV inciso IV deste artigo;
Do Meio Ambiente, dos Recursos Naturais e do Sa- VI - incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a ca-
neamento pacitação tecnológica para a resolução dos problemas am-
SEÇÃO I bientais e promover a informação sobre essas questões;
Do Meio Ambiente VII - estimular e incentivar a pesquisa, o desenvolvimento
e a utilização de fontes de energias alternativas, não
Artigo 191 - O Estado e os Municípios providenciarão, poluentes, bem como de tecnologias brandas e materiais
com a participação da coletividade, a preservação, conser- poupadores de energia;
vação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente VIII - fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
natural, artificial e do trabalho, atendidas as peculiaridades manipulação genética;
regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento IX - preservar e restaurar os processos ecológicos
social e econômico. essenciais das espécies e dos ecossistemas;

33
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

X - proteger a flora e a fauna, nesta compreendidos Artigo 194 - Aquele que explorar recursos naturais
todos os animais silvestres, exóticos e domésticos, vedadas fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público
que provoquem extinção de espécies ou submetam os ani- competente, na forma da lei.
mais à crueldade, fiscalizando a extração, produção, criação, Parágrafo único - É obrigatória, na forma da lei, a
métodos de abate, transporte, comercialização e consumo recuperação, pelo responsável, da vegetação adequada
de seus espécimes e subprodutos; nas áreas protegidas, sem prejuízo das demais sanções ca-
XI - controlar e fiscalizar a produção, armazenamento, bíveis.
transporte, comercialização, utilização e destino final de Artigo 195 - As condutas e atividades lesivas ao meio
substâncias, bem como o uso de técnicas, métodos e ins- ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídi-
talações que comportem risco efetivo ou potencial para a cas, a sanções penais e administrativas, com aplicação de
qualidade de vida e meio ambiente, incluindo o de trabalho; multas diárias e progressivas no caso de continuidade da
XII - promover a captação e orientar a aplicação infração ou reincidência, incluídas a redução do nível de
de recursos financeiros destinados ao desenvolvimento atividade e a interdição, independentemente da obrigação
de todas as atividades relacionadas com a proteção e dos infratores de reparação aos danos causados.
conservação do meio ambiente; Parágrafo único - O sistema de proteção e desenvol-
XIII - disciplinar a restrição à participação em concor- vimento do meio ambiente será integrado pela Polícia Mi-
rências públicas e ao acesso a benefícios fiscais e créditos litar, mediante suas unidades de policiamento florestal e
oficiais às pessoas físicas e jurídicas condenadas por atos de de mananciais, incumbidas da prevenção e repressão das
degradação do meio ambiente; infrações cometidas contra o meio ambiente, sem prejuízo
XIV - promover medidas judiciais e administrativas dos corpos de fiscalização dos demais órgãos especializa-
de responsabilização dos causadores de poluição ou de dos.
degradação ambiental; Artigo 196 - A Mata Atlântica, a Serra do Mar, a Zona
XV - promover a educação ambiental e a conscientiza- Costeira, o Complexo Estuarino Lagunar entre Iguape e Ca-
ção pública para a preservação, conservação e recuperação naneia, os Vales dos Rios Paraíba, Ribeira, Tietê e Parana-
do meio ambiente;
panema e as unidades de conservação do Estado, são es-
XVI - promover e manter o inventário e o mapeamento
paços territoriais especialmente protegidos e sua utilização
da cobertura vegetal nativa, visando à adoção de medidas
far-se-á na forma da lei, dependendo de prévia autorização
especiais de proteção, bem como promover o refloresta-
e dentro de condições que assegurem a preservação do
mento, em especial, às margens de rios e lagos, visando à
meio ambiente.
sua perenidade;
Artigo 197 - São áreas de proteção permanente:
XVII - estimular e contribuir para a recuperação da ve-
getação em áreas urbanas, com plantio de árvores, prefe- I - os manguezais;
rencialmente frutíferas, objetivando especialmente a conse- II - as nascentes, os mananciais e matas ciliares;
cução de índices mínimos de cobertura vegetal; III - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna
XVIII - incentivar e auxiliar tecnicamente as associações e da flora, bem como aquelas que sirvam como local de
de proteção ao meio ambiente constituídas na forma da lei, pouso ou reprodução de migratórios;
respeitando a sua autonomia e independência de atuação; IV - as áreas estuarinas;
XIX - instituir programas especiais mediante a integra- V - as paisagens notáveis;
ção de todos os seus órgãos, incluindo os de crédito, obje- VI - as cavidades naturais subterrâneas.
tivando incentivar os proprietários rurais a executarem as Artigo 198 - O Estado estabelecerá, mediante lei, os
práticas de conservação do solo e da água, de preservação espaços definidos no inciso V do artigo anterior, a serem
e reposição das matas ciliares e replantio de espécies nati- implantados como especialmente protegidos, bem como
vas; as restrições ao uso e ocupação desses espaços, conside-
XX - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos rando os seguintes princípios:
produtivos e empreendimentos que, direta ou indiretamen- I - preservação e proteção da integridade de amostras
te, possam causar degradação do meio ambiente, adotando de toda a diversidade de ecossistemas;
medidas preventivas ou corretivas e aplicando as sanções II - proteção do processo evolutivo das espécies;
administrativas pertinentes; III - preservação e proteção dos recursos naturais.
XXI - realizar o planejamento e o zoneamento ambien- Artigo 199 - O Poder Público estimulará a criação e
tais, considerando as características regionais e locais, e ar- manutenção de unidades privadas de conservação.
ticular os respectivos planos, programas e ações; Artigo 200 - O Poder Público Estadual, mediante lei,
Parágrafo único - O sistema mencionado no “caput” criará mecanismos de compensação financeira para Muni-
deste artigo será coordenado por órgão da administração cípios que sofrerem restrições por força de instituição de
direta que será integrado por: espaços territoriais especialmente protegidos pelo Estado.
a) Conselho Estadual do Meio Ambiente, órgão norma- Artigo 201 - O Estado apoiará a formação de consór-
tivo e recursal, cujas atribuições e composição serão defini- cios entre os Municípios, objetivando a solução de proble-
das em lei; mas comuns relativos à proteção ambiental, em particular
b)  órgãos executivos incumbidos da realização das à preservação dos recursos hídricos e ao uso equilibrado
atividades de desenvolvimento ambiental. dos recursos naturais.

34
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 202 - As áreas declaradas de utilidade pública, I - da instituição de áreas de preservação das águas
para fins de desapropriação, objetivando a implantação de utilizáveis para abastecimento às populações e da implanta-
unidades de conservação ambiental, serão consideradas ção, conservação e recuperação de matas ciliares;
espaços territoriais especialmente protegidos, não sendo II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a
nelas permitidas atividades que degradem o meio am- usos incompatíveis nas sujeitas a inundações frequentes e da
biente ou que, por qualquer forma, possam comprometer manutenção da capacidade de infiltração do solo;
a integridade das condições ambientais que motivaram a III - da implantação de sistemas de alerta e defesa ci-
expropriação. vil, para garantir a segurança e a saúde públicas, quando de
Artigo 203 - São indisponíveis as terras devolutas es- eventos hidrológicos indesejáveis;
taduais, apuradas em ações discriminatórias e arrecadadas IV - do condicionamento, à aprovação prévia por
pelo Poder Público, inseridas em unidades de preservação organismos estaduais de controle ambiental e de gestão de
ou necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. recursos hídricos, na forma da lei, dos atos de outorga de
Artigo 204 - Fica proibida a caça, sob qualquer pretex- direitos que possam influir na qualidade ou quantidade das
to, em todo o Estado. águas superficiais e subterrâneas;
- Artigo 204 ver STF - ADI nº 350/1990. V - da instituição de programas permanentes de racio-
nalização do uso das águas destinadas ao abastecimento
SEÇÃO II público e industrial e à irrigação, assim como de combate às
Dos Recursos Hídricos inundações e à erosão.
Parágrafo único - A lei estabelecerá incentivos para
Artigo 205 - O Estado instituirá, por lei, sistema in- os Municípios que aplicarem, prioritariamente, o produto
tegrado de gerenciamento dos recursos hídricos, congre- da participação no resultado da exploração dos potenciais
gando órgãos estaduais e municipais e a sociedade civil, e energéticos em seu território, ou da compensação financeira,
assegurará meios financeiros e institucionais para: nas ações previstas neste artigo e no tratamento de águas
I - a utilização racional das águas superficiais e subter- residuárias.
râneas e sua prioridade para abastecimento às populações; Artigo 211 - Para garantir as ações previstas no artigo
II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos e 205, a utilização dos recursos hídricos será cobrada segundo
as peculiaridades de cada bacia hidrográfica, na forma da lei,
o rateio dos custos das respectivas obras, na forma da lei;
e o produto aplicado nos serviços e obras referidos no item
III - a proteção das águas contra ações que possam
1, do parágrafo único, deste artigo.
comprometer o seu uso atual e futuro;
Parágrafo único - O produto da participação do Estado
IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam ris-
no resultado da exploração de potenciais hidroenergéticos
cos à saúde e segurança públicas e prejuízos econômicos
em seu território, ou da compensação financeira, será aplica-
ou sociais;
do, prioritariamente:
V - a celebração de convênios com os Municípios, para 1 - em serviços e obras hidráulicas e de saneamento de
a gestão, por estes, das águas de interesse exclusivamente interesse comum, previstos nos planos estaduais de recursos
local; hídricos e de saneamento básico;
VI - a gestão descentralizada, participativa e integrada 2 - na compensação, na forma da lei, aos Municípios
em relação aos demais recursos naturais e às peculiarida- afetados por inundações decorrentes de reservatórios de
des da respectiva bacia hidrográfica; água implantados pelo Estado, ou que tenham restrições
VII - o desenvolvimento do transporte hidroviário e ao seu desenvolvimento em razão de leis de proteção de
seu aproveitamento econômico. mananciais.
Artigo 206 - As águas subterrâneas, reservas estraté- Artigo 212 - Na articulação com a União, quando da ex-
gicas para o desenvolvimento econômico-social e valiosas ploração dos serviços e instalações de energia elétrica, e do
para o suprimento de água às populações, deverão ter pro- aproveitamento energético dos cursos de água em seu terri-
grama permanente de conservação e proteção contra po- tório, o Estado levará em conta os usos múltiplos e o controle
luição e superexplotação, com diretrizes em lei. das águas, a drenagem, a correta utilização das várzeas, a
Artigo 207 - O Poder Público, mediante mecanismos flora e a fauna aquáticas e a preservação do meio ambiente.
próprios, definidos em lei, contribuirá para o desenvolvi- Artigo 213 - A proteção da quantidade e da qualidade
mento dos Municípios em cujos territórios se localizarem das águas será obrigatoriamente levada em conta quando da
reservatórios hídricos e naqueles que recebam o impacto elaboração de normas legais relativas a florestas, caça, pesca,
deles. fauna, conservação da natureza, defesa do solo e demais re-
Artigo 208 - Fica vedado o lançamento de efluentes cursos naturais e ao meio ambiente.
e esgotos urbanos e industriais, sem o devido tratamento,
em qualquer corpo de água. SEÇÃO III
Artigo 209 - O Estado adotará medidas para contro- Dos Recursos Minerais
le da erosão, estabelecendo-se normas de conservação do
solo em áreas agrícolas e urbanas. Artigo 214 - Compete ao Estado:
Artigo 210 - Para proteger e conservar as águas e pre- I - elaborar e propor o planejamento estratégico do
venir seus efeitos adversos, o Estado incentivará a adoção, conhecimento geológico de seu território, executando
pelos Municípios, de medidas no sentido: programa permanente de levantamentos geológicos

35
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

básicos, no atendimento de necessidades do CAPÍTULO II


desenvolvimento econômico e social, em conformidade com Da Seguridade Social
a política estadual do meio ambiente; SEÇÃO I
II - aplicar o conhecimento geológico ao planejamento Disposição Geral
regional, às questões ambientais, de erosão do solo, de esta-
bilidade de encostas, de construção de obras civis e à pesqui- Artigo 218 - O Estado garantirá, em seu território, o
sa e exploração de recursos minerais e de água subterrânea; planejamento e desenvolvimento de ações que viabilizem,
III - proporcionar o atendimento técnico nas aplicações no âmbito de sua competência, os princípios de segurida-
do conhecimento geológico às necessidades das Prefeituras de social previstos nos artigos 194 e 195 da Constituição
do Estado; Federal.
IV - fomentar as atividades de mineração, de interesse
sócio-econômico-financeiro para o Estado, em particular de SEÇÃO II
cooperativas, pequenos e médios mineradores, assegurando o Da Saúde
suprimento de recursos minerais necessários ao atendimento da
agricultura, da indústria de transformação e da construção civil Artigo 219 - A saúde é direito de todos e dever do
do Estado, de maneira estável e harmônica com as demais for- Estado.
mas de ocupação do solo e atendimento à legislação ambiental; Parágrafo único - Os Poderes Públicos Estadual e Mu-
V - executar e incentivar o desenvolvimento tecnológico nicipal garantirão o direito à saúde mediante:
aplicado à pesquisa, exploração racional e beneficiamento de 1 - políticas sociais, econômicas e ambientais que vi-
recursos minerais. sem ao bem-estar físico, mental e social do indivíduo e
da coletividade e à redução do risco de doenças e outros
SEÇÃO IV agravos;
Do Saneamento 2 - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço
de saúde, em todos os níveis;
Artigo 215 - A lei estabelecerá a política das ações e 3 - direito à obtenção de informações e esclarecimen-
obras de saneamento básico no Estado, respeitando os se-
tos de interesse da saúde individual e coletiva, assim como
guintes princípios:
as atividades desenvolvidas pelo sistema;
I - criação e desenvolvimento de mecanismos institucio-
4 - atendimento integral do indivíduo, abrangendo a
nais e financeiros, destinados a assegurar os benefícios do
promoção, preservação e recuperação de sua saúde.
saneamento à totalidade da população;
Artigo 220 - As ações e os serviços de saúde são de
II - prestação de assistência técnica e financeira aos Mu-
relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos
nicípios, para o desenvolvimento dos seus serviços;
III - orientação técnica para os programas visando ao termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e
tratamento de despejos urbanos e industriais e de resíduos controle.
sólidos, e fomento à implantação de soluções comuns, me- §1º - As ações e os serviços de preservação da saúde
diante planos regionais de ação integrada. abrangem o ambiente natural, os locais públicos e de
Artigo 216 - O Estado instituirá, por lei, plano plurianual trabalho.
de saneamento estabelecendo as diretrizes e os programas §2º - As ações e serviços de saúde serão realizados,
para as ações nesse campo. preferencialmente, de forma direta, pelo Poder Público ou
§1º - O plano, objeto deste artigo deverá respeitar as através de terceiros, e pela iniciativa privada.
peculiaridades regionais e locais e as características das §3º - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
bacias hidrográficas e dos respectivos recursos hídricos. §4º - A participação do setor privado no sistema único
§2º - O Estado assegurará condições para a correta de saúde efetivar-se-á segundo suas diretrizes, mediante
operação, necessária ampliação e eficiente administração dos convênio ou contrato de direito público, tendo preferência
serviços de saneamento básico prestados por concessionária as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
sob seu controle acionário. §5º - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito
§3º - As ações de saneamento deverão prever a privado, quando participarem do sistema único de saúde,
utilização racional da água, do solo e do ar, de modo ficam sujeitas às suas diretrizes e às normas administrativas
compatível com a preservação e melhoria da qualidade da incidentes sobre o objeto de convênio ou de contrato.
saúde pública e do meio ambiente e com a eficiência dos §6º - É vedada a destinação de recursos públicos para
serviços públicos de saneamento. auxílio ou subvenções às instituições privadas com fins
lucrativos.
TÍTULO VII Artigo 221 - Os Conselhos Estaduais e Municipais de
Da Ordem Social Saúde, que terão sua composição, organização e compe-
CAPÍTULO I tência fixadas em lei, garantem a participação de repre-
Disposição Geral sentantes da comunidade, em especial, dos trabalhadores,
entidades e prestadores de serviços da área de saúde, além
Artigo 217 - Ao Estado cumpre assegurar o bem-estar do Poder Público, na elaboração e controle das políticas de
social, garantindo o pleno acesso aos bens e serviços es- saúde, bem como na formulação, fiscalização e acompa-
senciais ao desenvolvimento individual e coletivo. nhamento do sistema único de saúde.

36
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 222 - As ações e os serviços de saúde execu- VI - a colaboração na proteção do meio ambiente, in-
tados e desenvolvidos pelos órgãos e instituições públicas cluindo do trabalho, atuando em relação ao processo pro-
estaduais e municipais, da administração direta, indireta e dutivo para garantir:
fundacional, constituem o sistema único de saúde, nos ter- a) o acesso dos trabalhadores às informações referen-
mos da Constituição Federal, que se organizará ao nível do tes a atividades que comportem riscos à saúde e a méto-
Estado, de acordo com as seguintes diretrizes e bases: dos de controle, bem como aos resultados das avaliações
I - descentralização com direção única no âmbito esta- realizadas;
dual e no de cada Município, sob a direção de um profissio- b) a adoção de medidas preventivas de acidentes e de
nal de saúde; doenças do trabalho;
II - municipalização dos recursos, serviços e ações de VII - a participação no controle e fiscalização da pro-
saúde, com estabelecimento em lei dos critérios de repasse dução, armazenamento, transporte, guarda e utilização de
das verbas oriundas das esferas federal e estadual; substâncias de produtos psicoativos, tóxicos e teratogê-
III - integração das ações e serviços com base na nicos;
regionalização e hierarquização do atendimento individual VIII - a adoção de política de recursos humanos em
e coletivo, adequado às diversas realidades epidemiológicas;
saúde e na capacitação, formação e valorização de profis-
IV - universalização da assistência de igual qualidade
sionais da área, no sentido de propiciar melhor adequação
com instalação e acesso a todos os níveis, dos serviços de
às necessidades específicas do Estado e de suas regiões e
saúde à população urbana e rural;
V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a ainda àqueles segmentos da população cujas particulari-
cobrança de despesas e taxas sob qualquer título. dades requerem atenção especial, de forma a aprimorar a
Parágrafo único - O Poder Público Estadual e os Muni- prestação de assistência integral;
cípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos IX - a implantação de atendimento integral aos por-
de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de per- tadores de deficiências, de caráter regionalizado, descen-
centuais calculados sobre: (NR) tralizado e hierarquizado em níveis de complexidade cres-
1 - no caso do Estado, o produto da arrecadação dos cente, abrangendo desde a atenção primária, secundária e
impostos a que se refere o artigo 165 da Constituição terciária de saúde, até o fornecimento de todos os equipa-
Estadual e dos recursos de que tratam os artigos 157 e 159, mentos necessários à sua integração social;
I, “a”, e II, da Constituição Federal, deduzidas as parcelas que X - a garantia do direito à auto-regulação da fertilidade
forem transferidas aos Municípios; (NR) como livre decisão do homem, da mulher ou do casal, tanto
2 - no caso dos Municípios, o produto da arrecadação para exercer a procriação como para evitá-la, provendo
dos impostos a que se refere o artigo 156 da Constituição por meios educacionais, científicos e assistenciais para
Federal e dos recursos de que tratam os artigos 158, I e II, e assegurá-lo, vedada qualquer forma coercitiva ou de
159, I, “b”, da Constituição Federal e artigo 167 da Constitui- indução por parte de instituições públicas ou privadas;
ção Estadual. (NR) XI - a revisão do Código Sanitário Estadual a cada
- Parágrafo único acrescentado pela Emenda Constitucio- cinco anos;
nal nº 21, de 14/02/2006. XII - a fiscalização e controle do equipamento e apa-
Artigo 223 - Compete ao sistema único de saúde, nos relhagem utilizados no sistema de saúde, na forma da lei.
termos da lei, além de outras atribuições: Artigo 224 - Cabe à rede pública de saúde, pelo seu
I - a assistência integral à saúde, respeitadas as neces- corpo clínico especializado, prestar o atendimento médico
sidades específicas de todos os segmentos da população; para a prática do aborto nos casos excludentes de antijuri-
II - a identificação e o controle dos fatores determinantes dicidade, previstos na legislação penal.
e condicionantes da saúde individual e coletiva, mediante, Artigo 225 - O Estado criará banco de órgãos, tecidos
especialmente, ações referentes à:
e substâncias humanas.
a) vigilância sanitária;
§1º - A lei disporá sobre as condições e requisitos que
b) vigilância epidemiológica;
facilitem a remoção de órgão, tecidos e substâncias hu-
c) saúde do trabalhador;
d) saúde do idoso; manas, para fins de transplante, obedecendo-se à ordem
e) saúde da mulher; cronológica da lista de receptores e respeitando-se, rigo-
f) saúde da criança e do adolescente; rosamente, as urgências médicas, pesquisa e tratamento
g) saúde dos portadores de deficiências; bem como, a coleta, processamento e transfusão de san-
III - a implementação dos planos estaduais de saúde e gue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comer-
de alimentação e nutrição, em termos de prioridades e estra- cialização.
tégias regionais, em consonância com os Planos Nacionais; §2º - A notificação, em caráter de emergência, em to-
IV - a participação na formulação da política e na dos os casos de morte encefálica comprovada, tanto para
execução das ações de saneamento básico; hospital público, como para a rede privada, nos limites do
V - a organização, fiscalização e controle da produção e Estado, é obrigatória.
distribuição dos componentes farmacêuticos básicos, medi- §3º - Cabe ao Poder Público providenciar recursos e
camentos, produtos químicos, biotecnológicos, imunobioló- condições para receber as notificações que deverão ser
gicos, hemoderivados e outros de interesse para a saúde, feitas em caráter de emergência, para atender ao disposto
facilitando à população o acesso a eles; nos §§1º e 2º.

37
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 226 - É vedada a nomeação ou designação, Parágrafo único - É facultado ao Poder Público
para cargo ou função de chefia ou assessoramento na vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social
área de Saúde, em qualquer nível, de pessoa que participe até cinco décimos por cento de sua receita tributária, vedada
de direção, gerência ou administração de entidades que a aplicação desses recursos no pagamento de: (NR)
mantenham contratos ou convênios com o sistema único 1 - despesas com pessoal e encargos sociais; (NR)
de saúde, a nível estadual, ou sejam por ele credenciadas. 2 - serviço da dívida; (NR)
Artigo 227 - O Estado incentivará e auxiliará os Órgãos 3 - qualquer outra despesa corrente não vinculada dire-
Públicos e entidades filantrópicas de estudos, pesquisa e tamente aos investimentos ou ações apoiados. (NR)
combate ao câncer, constituídos na forma da lei, respeitan- - Parágrafo único acrescentado pela Emenda Constitu-
do a sua autonomia e independência de atuação científica. cional nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 228 - O Estado regulamentará, em seu território, Artigo 233 - As ações governamentais e os programas
todo processo de coleta e percurso de sangue. de assistência social, pela sua natureza emergencial e com-
Artigo 229 - Compete à autoridade estadual, de ofício pensatória, não deverão prevalecer sobre a formulação e
ou mediante denúncia de risco à saúde, proceder à avalia- aplicação de políticas sociais básicas nas áreas de saúde,
ção das fontes de risco no ambiente de trabalho e determi- educação, abastecimento, transporte e alimentação.
nar a adoção das devidas providências para que cessem os Artigo 234 - O Estado subvencionará os programas de-
senvolvidos pelas entidades assistenciais filantrópicas e sem
motivos que lhe deram causa.
fins lucrativos, com especial atenção às que se dediquem à
§1º - Ao sindicato de trabalhadores, ou a representante
assistência aos portadores de deficiências, conforme crité-
que designar, é garantido requerer a interdição de máqui-
rios definidos em lei, desde que cumpridas as exigências de
na, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, fins dos serviços de assistência social a serem prestados.
quando houver exposição a risco iminente para a vida ou a Parágrafo único - Compete ao Estado a fiscalização
saúde dos empregados. dos serviços prestados pelas entidades citadas no “caput”
§2º - Em condições de risco grave ou iminente no lo- deste artigo.
cal de trabalho, será lícito ao empregado interromper suas Artigo 235 - Revogado.
atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a elimi- - Artigo 235 revogado pela Emenda Constitucional nº 44,
nação do risco. de 18/12/2017.
§3º - O Estado atuará para garantir a saúde e a segu- Artigo 236 - O Estado criará o Conselho Estadual de
rança dos empregados nos ambientes de trabalho. Promoção Social, cuja composição, funções e regulamentos
§4º - É assegurada a cooperação dos sindicatos de serão definidos em lei.
trabalhadores nas ações de vigilância sanitária desenvolvidas
no local de trabalho. CAPÍTULO III
Artigo 230 - O Estado garantirá o funcionamento de Da Educação, da Cultura e dos Esportes e Lazer
unidades terapêuticas para recuperação de usuários de SEÇÃO I
substâncias que geram dependência física ou psíquica, res- Da Educação
guardado o direito de livre adesão dos pacientes, salvo or-
dem judicial. Artigo 237 - A educação, ministrada com base nos
Artigo 231 - Assegurar-se-á ao paciente, internado princípios estabelecidos no artigo 205 e seguintes da Cons-
em hospitais da rede pública ou privada, a faculdade de ser tituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade e
assistido, religiosa e espiritualmente, por ministro de culto solidariedade humana, tem por fim:
religioso. I - a compreensão dos direitos e deveres da pessoa hu-
mana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais gru-
SEÇÃO III pos que compõem a comunidade;
Da Promoção Social II - o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais
da pessoa humana;
III - o fortalecimento da unidade nacional e da
Artigo 232 - As ações do Poder Público, por meio de
solidariedade internacional;
programas e projetos na área de promoção social, serão
IV - o desenvolvimento integral da personalidade hu-
organizadas, elaboradas, executadas e acompanhadas com mana e a sua participação na obra do bem comum;
base nos seguintes princípios: V - o preparo do indivíduo e da sociedade para o
I - participação da comunidade; domínio dos conhecimentos científicos e tecnológicos que
II - descentralização administrativa, respeitada a lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificul-
legislação federal, cabendo a coordenação e execução de dades do meio, preservando-o;
programas às esferas estadual e municipal, considerados os VI - a preservação, difusão e expansão do patrimônio
Municípios e as comunidades como instâncias básicas para cultural;
o atendimento e realização dos programas; VII - a condenação a qualquer tratamento desigual por
III - integração das ações dos órgãos e entidades da motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem
administração em geral, compatibilizando programas e como a quaisquer preconceitos de classe, raça ou sexo;
recursos e evitando a duplicidade de atendimento entre as VIII - o desenvolvimento da capacidade de elaboração
esferas estadual e municipal. e reflexão crítica da realidade.

38
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 238 - A lei organizará o Sistema de Ensino do Artigo 248 - O órgão próprio de educação do Esta-
Estado de São Paulo, levando em conta o princípio da des- do será responsável pela definição de normas, autorização
centralização. de funcionamento, supervisão e fiscalização das creches e
Artigo 239 - O Poder Público organizará o Sistema Es- pré-escolas públicas e privadas no Estado.
tadual de Ensino, abrangendo todos os níveis e modalida- Parágrafo único - Aos Municípios, cujos sistemas de
des, incluindo a especial, estabelecendo normas gerais de ensino estejam organizados, será delegada competência
funcionamento para as escolas públicas estaduais e muni- para autorizar o funcionamento e supervisionar as institui-
cipais, bem como para as particulares. ções de educação das crianças de zero a seis anos de idade.
§1º - Os Municípios organizarão, igualmente, seus sis- Artigo 249 - O ensino fundamental, com oito anos de
temas de ensino. duração é obrigatório para todas as crianças, a partir dos
§2º - O Poder Público oferecerá atendimento sete anos de idade, visando a propiciar formação básica e
especializado aos portadores de deficiências, comum indispensável a todos.
preferencialmente na rede regular de ensino. §1º - É dever do Poder Público o provimento, em todo
§3º - As escolas particulares estarão sujeitas à fiscaliza- o território paulista, de vagas em número suficiente para
ção, controle e avaliação, na forma da lei. atender à demanda do ensino fundamental obrigatório e
§4° - O Poder Público adequará as escolas e tomará gratuito.
as medidas necessárias quando da construção de novos §2º - A atuação da administração pública estadual no
prédios, visando promover a acessibilidade das pessoas ensino público fundamental dar-se-á por meio de rede
com deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a própria ou em cooperação técnica e financeira com os Mu-
supressão de barreiras e obstáculos nos espaços e mobi- nicípios, nos termos do artigo 30, VI, da Constituição Fede-
liários. (NR) ral, assegurando a existência de escolas com corpo técnico
- § 4º acrescentado pela Emenda Constitucional nº 39, qualificado e elevado padrão de qualidade, devendo ser
de 27/01/2014. definidas com os Municípios formas de colaboração, de
Artigo 240 - Os Municípios responsabilizar-se-ão modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.
prioritariamente pelo ensino fundamental, inclusive para (NR)
os que a ele não tiveram acesso na idade própria, e pré-es- - § 2º com redação dada pela Emenda Constitucional nº
colar, só podendo atuar nos níveis mais elevados quando a 21, de 14/02/2006.
demanda naqueles níveis estiver plena e satisfatoriamente §3º - O ensino fundamental público e gratuito será
atendida, do ponto de vista qualitativo e quantitativo. também garantido aos jovens e adultos que, na idade pró-
Artigo 241 - O Plano Estadual de Educação, estabe- pria, a ele não tiveram acesso, e terá organização adequada
lecido em lei, é de responsabilidade do Poder Público Es- às características dos alunos.
tadual, tendo sua elaboração coordenada pelo Executivo, §4º - Caberá ao Poder Público prover o ensino funda-
consultados os órgãos descentralizados do Sistema Esta- mental diurno e noturno, regular e supletivo, adequado às
dual de Ensino, a comunidade educacional, e considerados condições de vida do educando que já tenha ingressado no
os diagnósticos e necessidades apontados nos Planos Mu- mercado de trabalho.
nicipais de Educação. §5º - É permitida a matrícula no ensino fundamental,
Artigo 242 - O Conselho Estadual de Educação é órgão a partir dos seis anos de idade, desde que plenamente
normativo, consultivo e deliberativo do sistema de ensino atendida a demanda das crianças de sete anos de idade.
do Estado de São Paulo, com suas atribuições, organização Artigo 250 - O Poder Público responsabilizar-se-á pela
e composição definidas em lei. manutenção e expansão do ensino médio, público e gra-
Artigo 243 - Os critérios para criação de Conselhos tuito, inclusive para os jovens e adultos que, na idade pró-
Regionais e Municipais de Educação, sua composição e pria, a ele não tiveram acesso, tomando providências para
atribuições, bem como as normas para seu funcionamento, universalizá-lo.
serão estabelecidos e regulamentados por lei. §1º - O Estado proverá o atendimento do ensino mé-
Artigo 244 - O ensino religioso, de matrícula faculta- dio em curso diurno e noturno, regular e supletivo, aos
tiva, constituirá disciplina dos horários normais das escolas jovens e adultos, especialmente trabalhadores, de forma
públicas de ensino fundamental. compatível com suas condições de vida.
Artigo 245 - Nos três níveis de ensino, será estimulada §2º - Além de outras modalidades que a lei vier a esta-
a prática de esportes individuais e coletivos, como comple- belecer no ensino médio, fica assegurada a especificidade
mento à formação integral do indivíduo. do curso de formação do magistério para a pré-escola e
Parágrafo Único - A prática referida no “caput”, sem- das quatro primeiras séries do ensino fundamental, inclu-
pre que possível, será levada em conta em face das neces- sive com formação de docentes para atuarem na educação
sidades dos portadores de deficiências. de portadores de deficiências.
Artigo 246 - É vedada a cessão de uso de Artigo 251 - A lei assegurará a valorização dos profis-
próprios públicos estaduais, para o funcionamento de sionais de ensino, mediante fixação de planos de carreira
estabelecimentos de ensino privado de qualquer natureza. para o magistério público, com piso salarial profissional,
Artigo 247 - A educação da criança de zero a seis anos, carga horária compatível com o exercício das funções e in-
integrada ao sistema de ensino, respeitará as características gresso exclusivamente por concurso público de provas e
próprias dessa faixa etária. títulos.

39
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 252 - O Estado manterá seu próprio sistema de SEÇÃO II


ensino superior, articulado com os demais níveis. Da Cultura
Parágrafo único - O sistema de ensino superior do Es-
tado de São Paulo incluirá universidades e outros estabele- Artigo 259 - O Estado garantirá a todos o pleno exer-
cimentos. cício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura,
Artigo 253 - A organização do sistema de ensino supe- e apoiará e incentivará a valorização e a difusão de suas
rior do Estado será orientada para a ampliação do número manifestações.
de vagas oferecidas no ensino público diurno e noturno, res- Artigo 260 - Constituem patrimônio cultural estadual
peitadas as condições para a manutenção da qualidade de os bens de natureza material e imaterial, tomados indivi-
ensino e do desenvolvimento da pesquisa. dualmente ou em conjunto, portadores de referências à
Parágrafo único - As universidades públicas estaduais identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos for-
deverão manter cursos noturnos que, no conjunto de suas madores da sociedade nos quais se incluem:
unidades, correspondam a um terço pelo menos, do total das I - as formas de expressão;
vagas por elas oferecidas. II - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
Artigo 254 - A autonomia da universidade será exercida, III - as obras, objetos, documentos, edificações e demais
respeitando, nos termos do seu estatuto, a necessária demo- espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
cratização do ensino e a responsabilidade pública da institui- IV - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
ção, observados os seguintes princípios: paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
I - utilização dos recursos de forma a ampliar o atendi- ecológico e científico.
mento à demanda social, tanto mediante cursos regulares, Artigo 261 - O Poder Público pesquisará, identificará,
quanto atividades de extensão; protegerá e valorizará o patrimônio cultural paulista, através
II - representação e participação de todos os segmentos do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueoló-
da comunidade interna nos órgãos decisórios e na escolha gico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo - CONDE-
de dirigentes, na forma de seus estatutos. PHAAT, na forma que a lei estabelecer.
§1º - A lei criará formas de participação da sociedade, Artigo 262 - O Poder Público incentivará a livre mani-
por meio de instâncias públicas externas à universidade, na
festação cultural mediante:
avaliação do desempenho da gestão dos recursos. (NR)
I - criação, manutenção e abertura de espaços públicos
- Parágrafo único transformado em § 1º pela Emenda
devidamente equipados e capazes de garantir a produção,
Constitucional nº 21, de 14/02/2006.
divulgação e apresentação das manifestações culturais e
§2º - É facultado às universidades admitir professores,
artísticas;
técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (NR)
II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico
§3º - O disposto neste artigo aplica-se às instituições de
pesquisa científica e tecnológica. (NR) com os Municípios, integração de programas culturais
- §§ 2º e 3º acrescentados pela Emenda Constitucional nº e apoio à instalação de casas de cultura e de bibliotecas
21, de 14/02/2006. públicas;
Artigo 255 - O Estado aplicará, anualmente, na manu- III - acesso aos acervos das bibliotecas, museus, arqui-
tenção e no desenvolvimento do ensino público, no mínimo, vos e congêneres;
trinta por cento da receita resultante de impostos, incluindo IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos
recursos provenientes de transferências. profissionais da cultura;
Parágrafo único - A lei definirá as despesas que se ca- V - planejamento e gestão do conjunto das ações, ga-
racterizem como manutenção e desenvolvimento do ensino. rantida a participação de representantes da comunidade;
Artigo 256 - O Estado e os Municípios publicarão, até VI - compromisso do Estado de resguardar e defender
trinta dias após o encerramento de cada trimestre, informa- a integridade, pluralidade, independência e autenticidade
ções completas sobre receitas arrecadadas e transferências das culturas brasileiras, em seu território;
de recursos destinados à educação, nesse período e discrimi- VII - cumprimento, por parte do Estado, de uma polí-
nadas por nível de ensino. tica cultural não intervencionista, visando à participação de
Artigo 257 - A distribuição dos recursos públicos asse- todos na vida cultural;
gurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensi- VIII - preservação dos documentos, obras e demais re-
no fundamental. gistros de valor histórico ou científico.
Parágrafo único - Parcela dos recursos públicos destina- Artigo 263 - A lei estimulará, mediante mecanismos
dos à educação deverá ser utilizada em programas integra- específicos, os empreendimentos privados que se voltem à
dos de aperfeiçoamento e atualização para os educadores preservação e à restauração do patrimônio cultural do Esta-
em exercício no ensino público. do, bem como incentivará os proprietários de bens culturais
Artigo 258 - O Poder Público poderá, mediante convênio, tombados, que atendam às recomendações de preservação
destinar parcela dos recursos de que trata o artigo 255 a institui- do patrimônio cultural.
ções filantrópicas, definidas em lei, para a manutenção e o de- Artigo 263-A - É facultado ao Poder Público vincular a
senvolvimento de atendimento educacional, especializado e gra- fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por
tuito a educandos portadores de necessidades especiais. (NR) cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento
- Artigo 258 com redação dada pela Emenda Constitu- de programas e projetos culturais, vedada a aplicação
cional nº 13, de 04/12/2001. desses recursos no pagamento de: (NR)

40
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (NR) 1 - desenvolvimento do sistema produtivo estadual;
II - serviço da dívida; (NR) 2 - aproveitamento racional dos recursos naturais, pre-
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada di- servação e recuperação do meio ambiente;
retamente aos investimentos ou ações apoiados. (NR) 3 - aperfeiçoamento das atividades dos órgãos e entida-
- Artigo 263-A acrescentado pela Emenda Constitucio- des responsáveis pela pesquisa científica e tecnológica;
nal nº 21, de 14/02/2006. 4 - garantia de acesso da população aos benefícios do
desenvolvimento científico e tecnológico;
SEÇÃO III 5 - atenção especial às empresas nacionais, notadamen-
Dos Esportes e Lazer te às médias, pequenas e microempresas.
§2º - A estrutura, organização, composição e competên-
Artigo 264 - O Estado apoiará e incentivará as práticas cia desse Conselho serão definidas em lei.
esportivas formais e não formais, como direito de todos. Artigo 270 - O Poder Público apoiará e estimulará, me-
Artigo 265 - O Poder Público apoiará e incentivará o diante mecanismos definidos em lei, instituições e empresas
que invistam em pesquisa e criação de tecnologia, observa-
lazer como forma de integração social.
do o disposto no artigo 218, § 4º, da Constituição Federal.
Artigo 266 - As ações do Poder Público e a destinação
Artigo 271 - O Estado destinará o mínimo de um por
de recursos orçamentários para o setor darão prioridade:
cento de sua receita tributária à Fundação de Amparo à Pes-
I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e,
quisa do Estado de São Paulo, como renda de sua privativa
na forma da lei, ao esporte de alto rendimento; administração, para aplicação em desenvolvimento científi-
II - ao lazer popular; co e tecnológico.
III - à construção e manutenção de espaços Parágrafo único - A dotação fixada no “caput”, excluída
devidamente equipados para as práticas esportivas e o a parcela de transferência aos Municípios, de acordo com
lazer; o artigo 158, IV, da Constituição Federal, será transferida
IV - à promoção, estímulo e orientação à prática e mensalmente, devendo o percentual ser calculado sobre a
difusão da Educação Física; arrecadação do mês de referência e ser pago no mês sub-
V - à adequação dos locais já existentes e previsão sequente.
de medidas necessárias quando da construção de novos Artigo 272 - O patrimônio físico, cultural e científico
espaços, tendo em vista a prática de esportes e atividades dos museus, institutos e centros de pesquisa da administra-
de lazer por parte dos portadores de deficiências, idosos e ção direta, indireta e fundacional são inalienáveis e intransfe-
gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos. ríveis, sem audiência da comunidade científica e aprovação
Parágrafo único - O Poder Público estimulará e apoia- prévia do Poder Legislativo.
rá as entidades e associações da comunidade dedicadas às Parágrafo único - O disposto neste artigo não se apli-
práticas esportivas. ca à doação de equipamentos e insumos para a pesquisa,
Artigo 267 - O Poder Público incrementará a prática quando feita por entidade pública de fomento ao ensino e
esportiva às crianças, aos idosos e aos portadores de de- à pesquisa científica e tecnológica, para outra entidade pú-
ficiências. blica da área de ensino e pesquisa em ciência e tecnologia.

CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
Da Ciência e Tecnologia Da Comunicação Social

Artigo 268 - O Estado promoverá e incentivará o de- Artigo 273 - A ação do Estado, no campo da comunica-
senvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tec- ção, fundar-se-á sobre os seguintes princípios:
I - democratização do acesso às informações;
nológica.
II - pluralismo e multiplicidade das fontes de informa-
§1º - A pesquisa científica receberá tratamento priori-
ção;
tário do Estado, diretamente ou por meio de seus agentes
III - visão pedagógica da comunicação dos órgãos e
financiadores de fomento, tendo em vista o bem público e entidades públicas.
o progresso da ciência. Artigo 274 - Os órgãos de comunicação social perten-
§2º - A pesquisa tecnológica voltar-se-á centes ao Estado, as fundações instituídas ou mantidas pelo
preponderantemente para a solução dos problemas Poder Público ou a quaisquer entidades sujeitas, direta ou
sociais e ambientais e para o desenvolvimento do sistema indiretamente, ao seu controle econômico, serão utilizados
produtivo, procurando harmonizá-lo com os direitos de modo a assegurar a possibilidade de expressão e con-
fundamentais e sociais dos cidadãos. fronto das diversas correntes de opinião.
Artigo 269 - O Estado manterá Conselho Estadual de
Ciência e Tecnologia com o objetivo de formular, acompa- CAPÍTULO VI
nhar, avaliar e reformular a política estadual científica e tec- Da Defesa do Consumidor
nológica e coordenar os diferentes programas de pesquisa.
§1º - A política a ser definida pelo Conselho Estadual Artigo 275 - O Estado promoverá a defesa do consumi-
de Ciência e Tecnologia deverá orientar-se pelas seguintes dor mediante adoção de política governamental própria e
diretrizes: de medidas de orientação e fiscalização, definidas em lei.

41
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Parágrafo único - A lei definirá também os direitos IV -  integração social de portadores de deficiências,
básicos dos consumidores e os mecanismos de estímulo à mediante treinamento para o trabalho, convivência e
auto-organização da defesa do consumidor, de assistência facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos;
judiciária e policial especializada e de controle de qualida- V - criação e manutenção de serviços de prevenção,
de dos serviços públicos. orientação, recebimento e encaminhamento de denúncias
Artigo 276 - O Sistema Estadual de Defesa do Consu- referentes à violência;
midor, integrado por órgãos públicos das áreas de saúde, VI - instalação e manutenção de núcleos de atendi-
alimentação, abastecimento, assistência judiciária, crédito, mento especial e casas destinadas ao acolhimento provi-
habitação, segurança e educação, com atribuições de tute- sório de crianças, adolescentes, idosos, portadores de defi-
la e promoção dos consumidores de bens e serviços, terá ciências e vítimas de violência, incluindo a criação de servi-
como órgão consultivo e deliberativo o Conselho Estadual ços jurídicos de apoio às vítimas, integrados a atendimento
de Defesa do Consumidor, com atribuições e composição psicológico e social;
definidas em lei. VII - nos internamentos de crianças com até doze anos
nos hospitais vinculados aos órgãos da administração dire-
CAPÍTULO VII ta ou indireta, é assegurada a permanência da mãe, tam-
Da Proteção Especial bém nas enfermarias, na forma da lei;
SEÇÃO I VIII - prestação de orientação e informação sobre a
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem, sexualidade humana e conceitos básicos da instituição da
do Idoso e dos Portadores de Deficiências (NR) família, sempre que possível, de forma integrada aos con-
- Seção I com redação dada pela Emenda Constitu- teúdos curriculares do ensino fundamental e médio;
cional nº 38 de 16/10/2013. IX - criação e manutenção de serviços e programas de
prevenção e orientação contra entorpecentes, álcool e dro-
Artigo 277 - Cabe ao Poder Público, bem como à famí- gas afins, bem como de encaminhamento de denúncias e
lia, assegurar à criança, ao adolescente, ao jovem, ao idoso atendimento especializado, referentes à criança, ao adoles-
e aos portadores de deficiências, com absoluta prioridade, cente, ao adulto e ao idoso dependentes.
o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao la- Artigo 279 - Os Poderes Públicos estadual e municipal
assegurarão condições de prevenção de deficiências, com
zer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
prioridade para a assistência pré-natal e à infância, bem
à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
como integração social de portadores de deficiências, me-
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discrimi-
diante treinamento para o trabalho e para a convivência,
nação, exploração, violência, crueldade e agressão. (NR)
mediante:
- Artigo 277, “caput”, com redação dada pela Emenda
I - criação de centros profissionalizantes para treina-
Constitucional nº 38 de 16/10/2013.
mento, habilitação e reabilitação profissional de portado-
Parágrafo único - O direito à proteção especial, con-
res de deficiências, oferecendo os meios adequados para
forme a lei, abrangerá, entre outros, os seguintes aspectos:
esse fim aos que não tenham condições de frequentar a
1 - garantia à criança e ao adolescente de conheci- rede regular de ensino;
mento formal do ato infracional que lhe seja atribuído, II - implantação de sistema “Braille” em estabelecimen-
de igualdade na relação processual, representação legal, tos da rede oficial de ensino, em cidade pólo regional, de
acompanhamento psicológico e social e defesa técnica por forma a atender às necessidades educacionais e sociais dos
profissionais habilitados; portadores de deficiências.
2 - obrigação de empresas e instituições, que recebam Parágrafo único - As empresas que adaptarem seus
do Estado recursos financeiros para a realização de progra- equipamentos para o trabalho de portadores de deficiên-
mas, projetos e atividades culturais, educacionais, de lazer cias poderão receber incentivos, na forma da lei.
e outros afins, de preverem o acesso e a participação de Artigo 280 - É assegurado, na forma da lei, aos
portadores de deficiências. portadores de deficiências e aos idosos, acesso adequado
Artigo 278 - O Poder Público promoverá programas aos logradouros e edifícios de uso público, bem como aos
especiais, admitindo a participação de entidades não go- veículos de transporte coletivo urbano.
vernamentais e tendo como propósito: Artigo 281 - O Estado propiciará, por meio de finan-
I - assistência social e material às famílias de baixa ren- ciamentos, aos portadores de deficiências, a aquisição dos
da dos egressos de hospitais psiquiátricos do Estado, até equipamentos que se destinam a uso pessoal e que permi-
sua reintegração na sociedade; tam a correção, diminuição e superação de suas limitações,
II - concessão de incentivo às empresas para adequação segundo condições a serem estabelecidas em lei.
de seus equipamentos, instalações e rotinas de trabalho
aos portadores de deficiências; SEÇÃO II
III - garantia às pessoas idosas de condições de Dos Índios
vida apropriadas, frequência e participação em todos
os equipamentos, serviços e programas culturais, Artigo 282 - O Estado fará respeitar os direitos, bens
educacionais, esportivos, recreativos e de lazer, defendendo materiais, crenças, tradições e todas as demais garantias
sua dignidade e visando à sua integração à sociedade; conferidas aos índios na Constituição Federal.

42
CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§1º - Compete ao Ministério Público a defesa judicial Artigo 292 - O Poder Executivo elaborará plano de
dos direitos e interesses das populações indígenas, bem desenvolvimento orgânico e integrado, com a participação
como intervir em todos os atos do processo em que os dos Municípios interessados, abrangendo toda a zona cos-
índios sejam partes. teira do Estado.
§2º - A Defensoria Pública prestará assistência jurídica Artigo 293 - Os Municípios atendidos pela Companhia
aos índios do Estado, suas comunidades e organizações. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo poderão
§3º - O Estado protegerá as terras, as tradições, usos e criar e organizar seus serviços autônomos de água e es-
costumes dos grupos indígenas integrantes do patrimônio goto.
cultural e ambiental estadual. Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em con-
Artigo 283 - A lei disporá sobre formas de proteção do trole concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal.
meio ambiente nas áreas contíguas às reservas e áreas tra- - Paragráfo único foi declarado inconstitucional pelo
dicionalmente ocupadas por grupos indígenas, observado Supremo Tribunal Federal nos autos da ADI nº 1746/1997,
o disposto no artigo 231 da Constituição Federal. julgada em 18/09/2014.
Artigo 294 - Fica assegurada a participação da socieda-
de civil nos conselhos estaduais previstos nesta Constituição,
TÍTULO VIII
com composição e competência definidas em lei.
Disposições Constitucionais Gerais
Artigo 295 - O Estado manterá um sistema unificado
visando à localização, informação e referências de pessoas
Artigo 284 - O Estado comemorará, anualmente, no desaparecidas.
período de 3 a 9 de julho, a Revolução Constitucionalista Artigo 296 - É vedada a concessão de incentivos e
de 1932. isenções fiscais às empresas que comprovadamente não
Artigo 285 - Fica assegurado a todos livre e amplo atendam às normas de preservação ambiental e às relativas
acesso às praias do litoral paulista à saúde e à segurança do trabalho.
§1º - Sempre que, de qualquer forma, for impedido ou Artigo 297 - São também aplicáveis no Estado, no que
dificultado esse acesso, o Ministério Público tomará ime- couber, os artigos das Emendas à Constituição Federal que
diata providência para a garantia desse direito. não integram o corpo do texto constitucional, bem como as
§2º - O Estado poderá utilizar-se da desapropriação alterações efetuadas no texto da Constituição Federal que
para abertura de acesso a que se refere o “caput”. causem implicações no âmbito estadual, ainda que não con-
Artigo 286 - Fica assegurada a criação de creches nos templadas expressamente pela Constituição do Estado. (NR)
presídios femininos e, às mães presidiárias, a adequada as- - Artigo 297 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
sistência aos seus filhos durante o período de amamenta- 21, de 14/02/2006.
ção.
Artigo 287 - Declarado inconstitucional, em controle ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRAN-
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. SITÓRIAS
Parágrafo único - Declarado inconstitucional, em con-
trole concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 1º - Os Deputados integrantes da atual legisla-
- Artigo 287 e seu parágrafo único foram declarados tura, iniciada em 15 de março de 1987, exercerão seus man-
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos autos datos até 15 de março de 1991, data em que se iniciará a
da ADI nº 326/1990, julgada em 13/10/1994. legislatura seguinte.
Artigo 288 - É assegurada a participação dos servidores Parágrafo único - Os Deputados eleitos para a legis-
públicos nos colegiados e diretorias dos órgãos públicos latura seguinte à atual exercerão seus mandatos até 14 de
março de 1995. (NR)
em que seus interesses profissionais, de assistência médica
- ​Paragráfo único com redação dada pela Emenda Cons-
e previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação,
titucional nº 3, de 11/11/1996.
na forma da lei.
Artigo 2º - O atual Governador do Estado, empossado
Artigo 289 - O Estado criará crédito educativo, por em 15 de março de 1987, exercerá seu mandato até 15 de
meio de suas entidades financeiras, para favorecer os estu- março de 1991, data em que tomará posse o Governador
dantes de baixa renda, na forma que dispuser a lei. eleito para o período seguinte.
Artigo 290 - Toda e qualquer pensão paga pelo Esta- Parágrafo único - O Governador eleito para o período
do, a qualquer título, não poderá ser de valor inferior ao do seguinte ao atual exercerá seu mandato até 1º de janeiro de
salário mínimo vigente no País. 1995.
Artigo 291 - Todos terão o direito de, em caso de con- Artigo 3º - A revisão constitucional será iniciada ime-
denação criminal, obter das repartições policiais e judiciais diatamente após o término da prevista no artigo 3º do Ato
competentes, após reabilitação, bem como no caso de in- das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição
quéritos policiais arquivados, certidões e informações de Federal e aprovada pelo voto da maioria absoluta dos mem-
folha corrida, sem menção aos antecedentes, salvo em caso bros da Assembleia Legislativa.
de requisição judicial, do Ministério Público, ou para fins de Artigo 4º - O Regimento Interno da Assembleia Legis-
concurso público. lativa estabelecerá normas procedimentais com rito especial
Parágrafo único - Observar-se-á o disposto neste arti- e sumaríssimo, com o fim de adequar esta Constituição ou
go quando o interesse for de terceiros. suas leis complementares à legislação federal.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 5º - A Capital do Estado poderá ser transferida na forma a ser estabelecida em lei, assegurado aos seus
mediante lei, desde que estudos técnicos demonstrem a atuais titulares e ocupantes o exercício das atribuições res-
conveniência dessa mudança e após plebiscito, com resul- pectivas, bem como a ascensão funcional, nos termos da
tado favorável, pelo eleitorado do Estado. legislação em vigor. (NR)
Artigo 6º - Até 28 de junho de 1990, as empresas pú- §2º - Enquanto não efetivada por completo a assun-
blicas, sociedades de economia mista e as fundações ins- ção dos órgãos jurídicos das autarquias pela Procuradoria
tituídas ou mantidas pelo Poder Público estadual incorpo- Geral do Estado, a eles continuará aplicável o disposto no
rarão aos seus estatutos as normas desta Constituição que artigo 101, “caput”, desta Constituição, permanecendo os
digam respeito às suas atividades e serviços. Procuradores de Autarquia que os integram sujeitos às dis-
Artigo 7º - As quatro primeiras vagas de Conselhei- posições legais atinentes a direitos e deveres, garantias e
ros do Tribunal de Contas do Estado, ocorridas a partir da prerrogativas, proibições e impedimentos dos Procurado-
data da publicação desta Constituição, serão preenchidas res do Estado. (NR)
na conformidade do disposto no artigo 31, § 2º, item 2, - Artigo 11-A acrescentado pela Emenda Constitucional
desta Constituição. nº 19, de 14/04/2004.
Parágrafo único - Após o preenchimento das vagas, Artigo 12 - Os créditos a que se refere o artigo 57, §§
na forma prevista neste artigo, serão obedecidos o critério 3º e 4º, bem como os saldos devedores dos precatórios ju-
e a ordem fixados pelo artigo 31, §§ 1º e 2º, desta Consti- diciários, incluindo-se o remanescente de juros e correção
tuição. monetária pendentes de pagamento na data da promul-
- O Supremo Tribunal Federal conferiu interpreta- gação desta Constituição, serão pagos em moeda corrente
ção conforme a Constituição ao parágrafo único do artigo com atualização até a data do efetivo depósito, da seguinte
7º do ADCT nos autos da ADI nº 374/1990, julgada em forma:
22/03/2012. I - no exercício de 1990, serão pagos os precatórios
Artigo 8º - Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- judiciários protocolados até 01/07/83;
rio, no prazo de cento e oitenta dias, proporão uma forma II - no exercício de 1991, os protocolados no período
de 02/07/83 a 01/07/85;
de integração dos seus controles internos em conformida-
III - no exercício de 1992, os protocolados no período
de com o artigo 35 desta Constituição.
de 02/07/85 a 01/07/87;
Artigo 9º - Enquanto não forem criados os serviços
IV - no exercício de 1993, os protocolados no período
auxiliares a que se refere o artigo 92, IV, desta Constituição,
de 02/07/87 a 01/07/89;
o Ministério Público terá assegurados, em caráter tempo-
V - no exercício de 1994, os protocolados no período
rário, os meios necessários ao desempenho das funções a
de 02/07/89 a 01/07/91;
que se refere o artigo 97.
VI - no exercício de 1995, os protocolados no período
Artigo 10 - Dentro de cento e oitenta dias, a contar da
de 02/07/91 a 01/07/93;
promulgação desta Constituição, o Poder Executivo enca- VII - no exercício de 1996, os protocolados no período
minhará à Assembleia Legislativa o projeto de Lei Orgânica de 02/07/93 a 01/07/94;
a que se refere o artigo 103, parágrafo único. Enquanto VIII - no exercício de 1997, os protocolados no período
não entrar em funcionamento a Defensoria Pública, suas de 02/07/94 a 01/07/96.
atribuições poderão ser exercidas pela Procuradoria de §1º - Os precatórios judiciários referentes aos créditos
Assistência Judiciária da Procuradoria Geral do Estado ou de natureza não alimentar, sujeitos ao preceito estabele-
por advogados contratados ou conveniados com o Poder cido no artigo 33 do Ato das Disposições Constitucionais
Público. Transitórias da Constituição Federal estão excluídos da for-
Artigo 11 - Aos procuradores do Estado, no prazo de ma de pagamento disposta neste artigo.
sessenta dias da promulgação da Lei Orgânica da Defenso- §2º - A forma de pagamento a que se refere este artigo
ria Pública, será facultada opção, de forma irretratável, pela não desobriga as entidades a efetuarem o pagamento na
permanência no quadro da Procuradoria Geral do Estado, forma do artigo 100 da Constituição Federal e artigo 57, §§
ou no quadro de carreira de Defensor Público, garantidas 1º e 2º, desta Constituição.
as vantagens, níveis e proibições. Artigo 12-A - Ressalvados os créditos definidos em
Artigo 11-A - A assunção das funções dos órgãos lei como de pequeno valor, os de natureza alimentícia, os
jurídicos das autarquias, inclusive as de regime especial, de que trata o artigo 33 do Ato das Disposições Constitu-
pela Procuradoria Geral do Estado fica condicionada à ade- cionais Transitórias da Constituição Federal e suas comple-
quação da estrutura organizacional desta, sem prejuízo da mentações e os que já tiverem os seus respectivos recursos
possibilidade de imediata designação de Procuradores do liberados ou depositados em juízo, os precatórios penden-
Estado para a execução de tarefas específicas do interesse tes na data de promulgação da Emenda à Constituição Fe-
das entidades autárquicas, por ato do Procurador-Geral do deral nº 30, de 13 de setembro de 2000, e os que decorram
Estado, mediante prévia solicitação do respectivo Superin- de ações iniciais ajuizadas até 31 de dezembro de 1999
tendente. (NR) serão liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente,
§1º - Os cargos e as funções-atividades de Procurador acrescido dos juros legais, em prestações anuais, iguais e
de Autarquia, inclusive as de regime especial, exceto as uni- sucessivas, no prazo máximo de dez anos, permitida a ces-
versidades públicas estaduais, ficarão extintos, na vacância, são de créditos. (NR)

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

§1º - É permitida a decomposição de parcelas, a critério Artigo 18 - Os servidores civis da administração di-
do credor. (NR) reta, autárquica e das fundações instituídas ou mantidas
§2º - As prestações anuais a que se refere o “caput” pelo Poder Público em exercício na data da promulgação
deste artigo terão, se não liquidadas até o final do exercício desta Constituição, que não tenham sido admitidos na for-
a que se referem, poder liberatório do pagamento de tribu- ma regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal, são
tos da entidade devedora. (NR) considerados estáveis no serviço público, desde que con-
§3º -  O prazo referido no «caput» deste artigo fica tassem, em 5 de outubro de 1988, cinco anos continuados,
reduzido para dois anos, nos casos de precatórios judiciais em serviço.
originários de desapropriação de imóvel residencial do §1º - O tempo de serviço dos servidores referidos nes-
credor, desde que comprovadamente único à época da te artigo será contado como título, quando se submeterem
imissão na posse. (NR) a concurso para fins de efetivação, na forma da lei.
§4º - O Presidente do Tribunal competente deverá, §2º - O disposto neste artigo não se aplica aos
vencido o prazo ou em caso de omissão no orçamento, ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou
ou preterição ao direito de precedência, a requerimento do em comissão, nem aos que a lei declare de livre exoneração,
credor, requisitar ou determinar o sequestro de recursos cujo tempo de serviço não será computado para os fins do
financeiros da entidade executada, suficientes à satisfação «caput» deste artigo, exceto se se tratar de servidor.
da prestação. (NR) §3º - O disposto neste artigo não se aplica aos
- Artigo 12-A acrescentado pela Emenda Constitucional professores de nível superior, nos termos da lei.
nº 21, de 14/02/2006. §4º - Para os integrantes das carreiras docentes do
Artigo 13 - O Tribunal de Justiça, no prazo de cento e magistério público estadual não se considera, para os fins
oitenta dias contados da promulgação desta Constituição, previstos no “caput”, a interrupção ou descontinuidade de
encaminhará projeto de lei fixando a forma e os termos exercício por prazo igual ou inferior a noventa dias, exceto
para criação de Tribunais de Alçada Regionais, a que se re- nos casos de dispensa ou exoneração solicitadas pelo
fere o artigo 71. servidor.
Artigo 14 - A competência das Turmas de Recursos a Artigo 19 - Para os efeitos do disposto no artigo 133,
que se refere o artigo 84 entrará em vigor à medida que é assegurado ao servidor o cômputo de tempo de exercício
forem designados seus juízes. Tais designações terão seu anterior à data da promulgação desta Constituição.
início dentro de seis meses, pela Comarca da Capital. Artigo 20 - O pagamento do adicional por tempo de
Artigo 15 - O Tribunal de Justiça, dentro do prazo serviço e da sexta parte, na forma prevista no artigo 129,
de noventa dias, após a promulgação desta Constituição, será devido a partir do primeiro dia do mês seguinte ao
encaminhará projeto de lei à Assembleia Legislativa, dis- da publicação desta Constituição, vedada sua acumulação
pondo sobre a organização, competência e instalação dos com vantagem já percebida por esses títulos.
Juizados Especiais a que se refere o artigo 87. Artigo 21 - Dentro de cento e oitenta dias, proceder-
§1º - São mantidos os Juizados Especiais de Pequenas -se-á à revisão dos direitos dos servidores públicos inativos
Causas criados com base na Lei Federal nº 7.244, de 7 de e pensionistas e à atualização dos proventos e pensões a
novembro de 1984, e na Lei Estadual nº 5.143, de 28 de eles devidos, a fim de ajustá-los ao disposto no artigo 126,
maio de 1986, bem como suas instâncias recursais. § 4º, desta Constituição e ao que dispõe a Constituição Fe-
§2º - O projeto a que se refere o “caput” deste deral, retroagindo seus efeitos a 5 de outubro de 1988.
artigo deverá prever a instalação, na Capital, de Juizados Artigo 22 - Os atuais Supervisores de Ensino do Qua-
Especiais em número suficiente e localização adequada ao dro do Magistério, aposentados, que exerciam cargos ou
atendimento da população dos bairros periféricos. funções idênticas às do antigo Inspetor de Ensino Médio,
Artigo 16 - Até a elaboração da lei que criar e or- sob a égide da Lei nº 9.717, de 31 de janeiro de 1967 ou
ganizar a Justiça de Paz, ficam mantidos os atuais juízes do Decreto nº 49.532, de 26 de abril de 1968, em regime
e suplentes de juiz de casamentos, até a posse de novos especial de trabalho ou de dedicação exclusiva, terão asse-
titulares, assegurando-lhes os direitos e atribuições con- gurado o direito à contagem do período exercido, para fim
feridos aos juízes de paz de que tratam os artigos 98, II, de incorporação.
da Constituição Federal, artigo 30 do Ato das Disposições Artigo 23 - Aos servidores extranumerários estáveis
Constitucionais Transitórias e artigo 89 desta Constituição. do Estado, ficam asseguradas todas as vantagens pecuniá-
Artigo 17 - Lei a ser editada no prazo de quatro meses rias concedidas aos que, exercendo idênticas funções, fo-
após a promulgação desta Constituição, disporá sobre nor- ram beneficiados pelas disposições da Constituição Federal
mas para criação dos cartórios extra-judiciais, levando-se de 1967.
em consideração sua distribuição geográfica, a densidade Artigo 24 - Os exercentes da função-atividade de
populacional e a demanda do serviço. Orientador Trabalhista e Orientador Trabalhista Encarrega-
- Artigo 17 ver ADI nº 4223/2009. do, originários do quadro da Secretaria de Relações do Tra-
§1º - O Poder Executivo providenciará no sentido de balho, os Assistentes de Atendimento Jurídico da Fundação
que, no prazo de seis meses após a publicação da lei men- Estadual de Amparo ao Trabalhador Preso, bem como os
cionada no “caput” deste artigo, seja dado cumprimento a servidores públicos que sejam advogados e que prestam
ela, instalando-se os cartórios. serviços na Procuradoria de Assistência Judiciária da Procu-
§2º - Os cartórios extrajudiciais localizar-se-ão, obriga- radoria Geral do Estado, serão aproveitados na Defensoria
toriamente, na circunscrição onde tenham atribuições. Pública, desde que estáveis em 5 de outubro de 1988.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Parágrafo único - Os servidores referidos no “caput” Artigo 31 - O concurso público, prorrogado uma vez,
deste artigo serão aproveitados em função-atividade ou por período inferior ao prazo de validade previsto no edi-
cargo idêntico ou correlato ao que exerciam anteriormen- tal de convocação, e em vigor em 5 de outubro de 1988,
te. terá automaticamente ajustado o período de sua valida-
Artigo 25 - Ao servidor ocupante de cargo em co- de, de acordo com os termos do inciso III do artigo 37 da
missão ou designado para responder pelas atribuições de Constituição Federal.
cargo vago retribuído mediante “pro-labore”, ou em subs- Artigo 32 - As normas de prevenção de acidentes e
tituição de Direção, Chefia ou Encarregatura, com direito doenças do trabalho integrarão, obrigatoriamente, o Códi-
à aposentadoria, que contar, no mínimo cinco anos contí- go Sanitário do Estado, sendo o seu descumprimento pas-
nuos ou dez intercalados em cargo de provimento dessa sível das correspondentes sanções administrativas.
natureza, fica assegurada a aposentadoria com proventos Artigo 33 - O Poder Público promoverá, no prazo de
correspondentes ao cargo que tiver exercido ou que esti- três anos, a identificação prévia de áreas e o ajuizamento
ver exercendo, desde que esteja em efetivo exercício há de ações discriminatórias, visando a separar as terras de-
pelo menos um ano, na data da promulgação desta Cons- volutas das particulares, e manterá cadastro atualizado dos
tituição. seus recursos fundiários.
Artigo 26 - Os vencimentos do servidor público esta- Artigo 34 - Até que lei complementar disponha so-
dual que teve transformado o seu cargo ou função ante- bre a matéria, na forma do artigo 145 desta Constituição, a
riormente à data da promulgação desta Constituição, cor- criação de Municípios fica condicionada à observância dos
responderão, no mínimo, àqueles atribuídos ao cargo ou seguintes requisitos:
função de cujo exercício decorreu a transformação. I - população mínima de dois mil e quinhentos habi-
Parágrafo único - Aplica-se aos proventos dos apo- tantes e eleitorado não inferior a dez por cento da popu-
sentados o disposto no “caput” do presente artigo. lação;
Artigo 27 - Aplica-se o disposto no artigo 8º e seus II - centro urbano já constituído, com um mínimo de
parágrafos do Ato das Disposições Constitucionais Transi- duzentas casas;
tórias da Constituição Federal aos servidores públicos civis III - a área da nova unidade municipal deve ser
da administração direta, autárquica, fundacional e aos em- distrito ou subdistrito há mais de três anos e ter condições
pregados das empresas públicas ou sociedade de econo- apropriadas para a instalação da Prefeitura e da Câmara
Municipal;
mia mista, sob controle estatal.
IV - a área deve apresentar solução de continuidade
Artigo 28 - Será contado para todos os fins, como de
de pelo menos cinco quilômetros, entre o seu perímetro
efetivo exercício, na carreira em que se encontrem, o tem-
urbano e a do Município de origem, excetuando-se,
po de serviço dos ex-integrantes das carreiras da antiga
neste caso, os distritos e subdistritos integrantes de áreas
Guarda Civil, Força Pública, Polícia Marítima, Aérea e de
metropolitanas;
Fronteiras e outras carreiras policiais extintas.
V - a área não pode interromper a continuidade terri-
Artigo 29 - Fica assegurada promoção na inativida- torial do Município de origem;
de aos ex-integrantes da Força Pública, Guarda Civil, Po- VI - o nome do novo Município não pode repetir outro
lícia Marítima, Aérea e de Fronteiras que se encontravam já existente no País, bem como conter a designação de da-
no serviço ativo em 9 de abril de 1970, hoje na ativa ou tas e nomes de pessoas vivas.
inatividade, vinculados às Polícias Civil e Militar, median- §1º - Ressalvadas as Regiões Metropolitanas, a área
te requerimento feito até noventa dias após promulgada da nova unidade municipal independe de ser distrito ou
esta Constituição que não tenham sido contemplados, de subdistrito quando pertencer a mais de um Município,
maneira isonômica, pelo artigo seguinte e pelas Leis nº preservada a continuidade territorial.
418/85, 4.794/85, 5.455/86 e 6.471/89. §2º - O desmembramento de Município ou Municípios,
Artigo 30 - Aos integrantes inativos da Polícia Militar para a criação de nova unidade municipal, não lhes poderá
do Estado, a partir de 15 de março de 1968, em virtude de acarretar a perda dos requisitos estabelecidos neste artigo.
invalidez, a pedido, após trinta anos ou mais de serviço, ou §3º - Somente será considerada aprovada a emanci-
por haver atingido a idade limite para permanência no ser- pação quando o resultado favorável do plebiscito obtiver a
viço ativo e que não foram beneficiados por lei posterior maioria dos votos válidos, tendo votado a maioria absoluta
àquela data, fica assegurado, a partir da promulgação des- dos eleitores.
ta Constituição, o apostilamento do título ao posto ou gra- §4º - As eleições para Prefeito, Vice-Prefeito e Verea-
duação imediatamente superior ao que possuíam quando dores serão designadas dentro de noventa dias, a partir da
da transferência para a inatividade, com vencimentos e publicação da lei emancipadora, salvo se faltarem menos
vantagens integrais, observando-se o disposto no artigo de dois anos para as eleições municipais gerais, hipótese
40, §§ 4º e 5º, da Constituição Federal, inclusive. em que serão realizadas com estas.
Parágrafo único - Os componentes da extinta Força §5º - O término do primeiro mandato dar-se-á em 31
Pública do Estado, que em 8 de abril de 1970 se encontra- de dezembro de 1992.
vam em atividade na graduação de subtenente, terão seus Artigo 35 - Com a finalidade de regularizar-se a si-
títulos apostilados no posto superior ao que se encontram tuação imobiliária do Município de Barão de Antonina, fica
na data da promulgação desta Constituição, restringindo- o Estado autorizado a conceder títulos de legitimação de
-se o benefício exclusivamente aos segundos-tenentes. posse, comprovada, administrativamente, apenas a morada

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

permanente, por si ou sucessores, pelo prazo de dez anos, Artigo 46 - No prazo de três anos, a contar da promul-
aos ocupantes das terras devolutas localizadas naquele gação desta Constituição, ficam os Poderes Públicos Esta-
Município, bem como para a própria Prefeitura Municipal, dual e Municipal obrigados a tomar medidas eficazes para
comprovada para esta, apenas, a efetiva ocupação, relativa- impedir o bombeamento de águas servidas, dejetos e de
mente aos imóveis, áreas e logradouros públicos. outras substâncias poluentes para a represa Billings.
Artigo 36 - O Estado criará, na forma da lei, por pra- Parágrafo único - Qualquer que seja a solução a ser
zo não inferior a dez anos, os Fundos de Desenvolvimento adotada, fica o Estado obrigado a consultar permanente-
Econômico e Social do Vale do Ribeira e do Pontal do Pa- mente os Poderes Públicos dos Municípios afetados.
ranapanema. Artigo 47 - O Poder Executivo implantará no prazo de
Artigo 37 - Os fundos existentes na data da promul- um ano, a contar da data da promulgação desta Constitui-
gação desta Constituição extinguir-se-ão, se não forem ra- ção, na Secretaria de Estado da Saúde, banco de órgãos,
tificados pela Assembleia Legislativa no prazo de um ano. tecidos e substâncias humanas.
Artigo 38 - Os conselhos, fundos, entidades e órgãos Artigo 48 - A Assembleia Legislativa, no prazo de um
previstos nesta Constituição, não existentes na data da sua ano, contado da promulgação desta Constituição, elabo-
promulgação, serão criados mediante lei de iniciativa do rará lei complementar específica, disciplinando o Sistema
Poder Executivo, que terá o prazo de cento e oitenta dias Previdenciário do Estado.
para remeter à Assembleia Legislativa o projeto. No mesmo Artigo 49 - Nos dez primeiros anos da promulgação
prazo, remeterá os projetos de adaptação dos já existentes desta Constituição, o Poder Público desenvolverá esfor-
e que dependam de lei para esse fim. ços, com a mobilização de todos os setores organizados
Artigo 39 - Até a entrada em vigor da lei complemen- da sociedade e com a aplicação de, pelo menos, cinquenta
tar a que se refere o artigo 165, § 9º da Constituição Fede- por cento dos recursos a que se refere o artigo 255 desta
ral, serão obedecidas as seguintes normas: Constituição, para eliminar o analfabetismo e universalizar
I - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias do Es- o ensino fundamental, com qualidade satisfatória.
tado será encaminhado até oito meses antes do encerra- Artigo 50 - Até o ano 2000, bienalmente, o Estado e os
mento do exercício financeiro e devolvido para sanção até Municípios promoverão e publicarão censos que aferirão
o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; os índices de analfabetismo e sua relação com a univer-
II - o projeto de lei orçamentária anual do Estado será salização do ensino fundamental, de conformidade com o
encaminhado até três meses antes do encerramento do preceito estabelecido no artigo 60, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal.
exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerra-
Artigo 51 - No prazo de cento e vinte dias, a contar da
mento da sessão legislativa.
promulgação desta Constituição, o Poder Público estadual
Artigo 40 - Enquanto não forem disciplinados por lei o
deverá definir a situação escolar dos alunos matriculados
plano plurianual e as diretrizes orçamentárias, não se aplica
em escolas de 1º e 2º graus da rede particular que, nos
à lei de orçamento o disposto no artigo 175, § 1º, item 1,
últimos cinco anos, tiveram suas atividades suspensas ou
desta Constituição.
encerradas por desrespeito a disposições legais, obedecida
Artigo 41 - Declarado inconstitucional, em controle a legislação aplicável à espécie.
concentrado, pelo Supremo Tribunal Federal. Artigo 52 - Nos termos do artigo 253 desta Constitui-
- Artigo 41 foi declarado inconstitucional pelo Supremo ção e do artigo 60, parágrafo único do Ato das Disposições
Tribunal Federal nos autos da ADI nº 403/1990, julgada em Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, o Po-
01/07/2002. der Público Estadual implantará ensino superior público e
Artigo 42 - O Estado, no exercício da competência gratuito nas regiões de maior densidade populacional, no
prevista no artigo 24, incisos VI, VII e VIII, da Constituição prazo de até três anos, estendendo as unidades das uni-
Federal, no que couber, elaborará, atendendo suas peculia- versidades públicas estaduais e diversificando os cursos
ridades, o Código de Proteção ao Meio Ambiente, no prazo de acordo com as necessidades sócio-econômicas dessas
de cento e oitenta dias. regiões.
Artigo 43 - Fica o Poder Público, no prazo de dois Parágrafo único - A expansão do ensino superior pú-
anos, obrigado a iniciar obras de adequação, atendendo blico a que se refere o “caput” poderá ser viabilizada na
ao disposto no artigo 205 desta Constituição. criação de universidades estaduais, garantido o padrão de
Artigo 44 - Ficam mantidas as unidades de conser- qualidade.
vação atualmente existentes, promovendo o Estado a sua Artigo 53 - O disposto no parágrafo único do artigo
demarcação, regularização dominial e efetiva implantação 253 deverá ser implantado no prazo de dois anos.
no prazo de cinco anos, consignando nos próximos orça- Artigo 54 - A lei, no prazo de cento e oitenta dias após
mentos as verbas para tanto necessárias. a promulgação do Código do Consumidor, a que se refere
Artigo 45 - O Poder Público, dentro de cento e oiten- o artigo 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transi-
ta dias demarcará as áreas urbanizadas na Serra do Mar, tórias da Constituição Federal, estabelecerá normas para
com vistas a definir as responsabilidades do Estado e dos proteção ao consumidor.
Municípios, em que se enquadram essas áreas, a fim de Artigo 55 - A lei disporá sobre a adaptação dos logra-
assegurar a preservação do meio ambiente e ao disposto douros públicos, dos edifícios de uso público e dos veículos
no artigo 12, § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado
Transitórias da Constituição Federal. aos portadores de deficiências.

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CONSTITUIÇÃO DE SÃO PAULO

Artigo 56 - No prazo de cinco anos, a contar da pro- ção - ICMS, ou do imposto que vier a substituí-lo, sobre
mulgação desta Constituição, os sistemas de ensino mu- produtos e serviços supérfluos definidos em lei comple-
nicipal e estadual tomarão todas as providências necessá- mentar federal; (NR)
rias à efetivação dos dispositivos nela previstos, relativos 2 - dotações orçamentárias; (NR)
à formação e reabilitação dos portadores de deficiências, 3 - doações, de qualquer natureza, de pessoas físicas
em especial e quanto aos recursos financeiros, humanos, ou jurídicas do País ou do exterior; (NR)
técnicos e materiais. 4 - outras doações, de qualquer natureza, a serem
Parágrafo único - Os sistemas mencionados neste definidas da regulamentação do próprio fundo. (NR)
artigo, no mesmo prazo, igualmente, garantirão recursos §2º - Para o financiamento do Fundo poderá ser insti-
financeiros, humanos, técnicos e materiais, destinados a tuído um adicional de até dois pontos percentuais na alí-
campanhas educativas de prevenção de deficiências. quota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação
Artigo 57 - Aos participantes ativos da Revolução de Mercadorias e sobre Serviços de Transporte Interesta-
Constitucionalista de 1932 serão assegurados os seguin- dual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS incidente
tes direitos: sobre produtos e serviços supérfluos e nas condições defi-
I - pensão especial, sendo inacumulável com quais- nidas em lei complementar federal, não se aplicando, sobre
quer rendimentos recebidos dos cofres públicos, exceto os este percentual, o disposto no artigo 158, IV, da Constitui-
benefícios previdenciários, ressalvado o direito de opção; ção Federal. (NR)
II - em caso de morte, pensão à viúva, companheira ou §3º - O Fundo previsto neste artigo terá Conselho Con-
dependente, na forma do inciso anterior. sultivo e de Acompanhamento que conte com a participa-
Parágrafo único - A concessão da pensão especial a ção da sociedade civil, nos termos da lei. (NR)
que se refere o inciso I, substitui, para todos os efeitos - Artigo 61 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
legais, qualquer outra pensão já concedida aos ex-com- 21, de 14/02/2006.
batentes. Artigo 62 - Na ausência da lei complementar a que se
Artigo 58 - Salvo disposições em contrário, os Pode- refere o artigo 198, § 3º, da Constituição Federal, deverá
res Legislativo, Executivo e Judiciário deverão propor os ser observado para o cumprimento do parágrafo único do
projetos que objetivam dar cumprimento às determina- artigo 222 da Constituição Estadual o disposto no artigo
ções desta Constituição, bem como, no que couber, da 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da
Constituição Federal, até a data de 28 de junho de 1990, Constituição Federal. (NR)
para apreciação pela Assembleia Legislativa. - Artigo 62 acrescentado pela Emenda Constitucional nº
Artigo 59 - A Imprensa Oficial do Estado promoverá 21, de 14/02/2006.
a edição do texto integral desta Constituição que, gratui- Sala das Sessões da Assembleia Legislativa, na Cidade
tamente, será colocado à disposição de todos os interes- de São Paulo, em 5 de outubro de 1989, 436º da fundação
sados. de São Paulo.
Artigo 60 - O Estado entregará aos Municípios vin-
te e cinco por cento do montante de recursos recebidos
da União com base no artigo 91 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, res-
peitando-se, ainda, o disposto nos §§ 2º a 4º do mesmo
artigo. (NR)
- Artigo 60 acrescentado pela Emenda Constitucional
nº 21, de 14/02/2006.
Artigo 61 - Fica instituído, para vigorar até o ano de
2010, no âmbito do Poder Executivo Estadual, o Fundo de
Combate e Erradicação da Pobreza, a ser regulado por lei
complementar com o objetivo de proporcionar aos resi-
dentes no Estado de São Paulo o acesso a níveis dignos
de sobrevivência, cujos recursos serão aplicados em ações
complementares de nutrição, habitação, educação, saúde,
reforço de renda familiar e outros programas de relevante
interesse social voltados para a melhoria da qualidade de
vida. (NR)
§1º - Compõem o Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza: (NR)
1 - a parcela do produto da arrecadação correspon-
dente a um adicional de até dois pontos percentuais da
alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circu-
lação de Mercadorias e sobre Operações de Serviço de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunica-

48
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Lei Federal nº 12.527/11........................................................................................................................................................................................ 01


LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

LEI FEDERAL Nº 12.527/11.

Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.

A Lei nº 12.527, sancionada em 18 de novembro de 2011, tem o propósito de regulamentar o direito constitucional de
acesso dos cidadãos às informações públicas e seus dispositivos são aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios.
A publicação da Lei de Acesso a Informações significa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil
e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível uma maior participação popu-
lar e o controle social das ações governamentais, o acesso da sociedade às informações públicas permite que ocorra uma
melhoria na gestão pública.
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na Constituição Federal, no inciso XXXIII do Capítulo I -
dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos - que dispõe que: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no Art. 5º, inciso XIV, Art. 37, § 3º, inciso II e no Art. 216,
§ 2º. São estes os dispositivos que a Lei de Acesso a Informações regulamenta, estabelecendo requisitos mínimos para a
divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.

Mapa da lei:

 Tema Localização  Palavras-chave


Princípios do direito de acesso/
Garantias do direito de acesso Artigos 3, 6, 7
Compromisso do Estado
Categorias de informação/Serviço de
Regras sobre a divulgação de rotina
Artigos 8 e 9 Informações ao Cidadão/Modos de
ou proativa de informações
divulgar
Identificação e pesquisa de documentos/
Processamento de pedidos de Artigos
Meios de divulgação/Custos/Prazos de
Informação 10,11,12,13 e 14
atendimento
Direito de recurso a recusa de  Pedido de desclassificação/Autoridades
Artigos 15 ao 20
liberação de informação responsáveis/Ritos legais
Níveis de classificação/Regras/Justificativa
Exceções ao direito de acesso Artigos 21 ao 30
do não-acesso
Tratamento de informações Respeito às liberdades e garantias
Artigo 31
Pessoais individuais
Responsabilidade dos Condutas ilícitas/Princípio do
Artigos 32, 33, 34
agentes públicos contraditório

Acesso: Quais as exceções?


A informação sob a guarda do Estado é sempre pública, devendo o acesso a ela ser restringido apenas em casos espe-
cíficos e por período de tempo determinado.
A Lei de Acesso a Informações no Brasil prevê como exceções à regra de acesso os dados pessoais e as informações
classificadas por autoridades como sigilosas.
Dados Pessoais são aquelas informações relacionadas à pessoa natural identificada ou identificável. Seu tratamento
deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como
às liberdades e garantias individuais.
As informações pessoais não são públicas e terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo,
pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção. Elas sempre podem ser acessadas pelos próprios
indivíduos e, por terceiros, apenas em casos excepcionais previstos na Lei.

1
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Informações classificadas como sigilosas são aquelas I - observância da publicidade como preceito geral e
cuja Lei de Acesso a Informações prevê alguma restrição de do sigilo como exceção; 
acesso, mediante classificação por autoridade competente, II - divulgação de informações de interesse público,
visto que são consideradas imprescindíveis à segurança da independentemente de solicitações; 
sociedade (à vida, segurança ou saúde da população) ou III - utilização de meios de comunicação viabiliza-
do Estado (soberania nacional, relações internacionais, ati- dos pela tecnologia da informação; 
vidades de inteligência). IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de
Conforme a Lei de Acesso a Informações, a informação transparência na administração pública; 
pública pode ser classificada como: V - desenvolvimento do controle social da adminis-
- Ultrassecreta prazo de segredo: 25 anos (renovável tração pública. 
uma única vez)
- Secreta prazo de segredo: 15 anos Art. 4o  Para os efeitos desta Lei, considera-se: 
- Reservada prazo de segredo: 5 anos1 I - informação: dados, processados ou não, que podem
ser utilizados para produção e transmissão de conhecimen-
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII to, contidos em qualquer meio, suporte ou formato; 
do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. II - documento: unidade de registro de informações,
216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de qualquer que seja o suporte ou formato; 
dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de III - informação sigilosa: aquela submetida tempora-
2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; riamente à restrição de acesso público em razão de sua im-
e dá outras providências. prescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado; 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA  Faço saber que o Con- IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:  natural identificada ou identificável; 
V - tratamento da informação: conjunto de ações
CAPÍTULO I referentes à produção, recepção, classificação, utilização,
DISPOSIÇÕES GERAIS acesso, reprodução, transporte, transmissão, distribuição,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação, des-
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a se- tinação ou controle da informação; 
rem observados pela União, Estados, Distrito Federal e VI - disponibilidade: qualidade da informação que
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informa- pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos
ções previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do ou sistemas autorizados; 
art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.  VII - autenticidade: qualidade da informação que te-
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei:  nha sido produzida, expedida, recebida ou modificada por
I - os órgãos públicos integrantes da administração determinado indivíduo, equipamento ou sistema; 
direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes VIII - integridade: qualidade da informação não modi-
de Contas, e Judiciário e do Ministério Público;  ficada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino; 
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas IX - primariedade: qualidade da informação coletada
públicas, as sociedades de economia mista e demais enti-
na fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem mo-
dades controladas direta ou indiretamente pela União,
dificações. 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
Art. 5o  É dever do Estado garantir o direito de acesso à
Art. 2o  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
informação, que será franqueada, mediante procedimen-
couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que
tos objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em
recebam, para realização de ações de interesse público,
linguagem de fácil compreensão. 
recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria,
convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêne- CAPÍTULO II
res.  DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA
Parágrafo único.  A publicidade a que estão submeti- DIVULGAÇÃO
das as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos
recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem pre- Art. 6o  Cabe aos órgãos e entidades do poder público,
juízo das prestações de contas a que estejam legalmente observadas as normas e procedimentos específicos
obrigadas.  aplicáveis, assegurar a: 
I - gestão transparente da informação, propiciando
Art. 3o  Os procedimentos previstos nesta Lei destinam- amplo acesso a ela e sua divulgação; 
se a assegurar o direito fundamental de acesso à infor- II - proteção da informação, garantindo-se sua dispo-
mação e devem ser executados em conformidade com os nibilidade, autenticidade e integridade; e 
princípios básicos da administração pública e com as seguin- III - proteção da informação sigilosa e da informa-
tes diretrizes:  ção pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticida-
de, integridade e eventual restrição de acesso. 
1 http://www.acessoainformacao.gov.br/

2
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Art. 7o  O acesso à informação de que trata esta Lei § 1o Na divulgação das informações a que se refere
compreende, entre outros, os direitos de obter:  o caput, deverão constar, no mínimo: 
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução I - registro das competências e estrutura organizacional,
de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encon- endereços e telefones das respectivas unidades e horários de
trada ou obtida a informação almejada;  atendimento ao público; 
II - informação contida em registros ou documentos, II - registros de quaisquer repasses ou transferências de
produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recursos financeiros; 
recolhidos ou não a arquivos públicos;  III - registros das despesas; 
III - informação produzida ou custodiada por pessoa físi- IV - informações concernentes a procedimentos licitató-
ca ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com rios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como
seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha a todos os contratos celebrados; 
cessado;  V - dados gerais para o acompanhamento de progra-
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualiza- mas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e 
da;  VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. 
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos § 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos
e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e ins-
e serviços;  trumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a
VI - informação pertinente à administração do patrimô- divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computa-
nio público, utilização de recursos públicos, licitação, contra- dores (internet). 
tos administrativos; e  § 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de
VII - informação relativa:  regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos: 
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per-
programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente,
bem como metas e indicadores propostos;  clara e em linguagem de fácil compreensão; 
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos for-
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to-
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais
madas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das
e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercí-
informações; 
cios anteriores. 
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas ex-
§ 1o  O acesso à informação previsto no caput não com-
ternos em formatos abertos, estruturados e legíveis por má-
preende as informações referentes a projetos de pesquisa e
quina; 
desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
estruturação da informação; 
§ 2o  Quando não for autorizado acesso integral à V - garantir a autenticidade e a integridade das infor-
informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado mações disponíveis para acesso; 
o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato VI - manter atualizadas as informações disponíveis para
ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.  acesso; 
§ 3o  O direito de acesso aos documentos ou às VII - indicar local e instruções que permitam ao interes-
informações neles contidas utilizados como fundamento da sado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o
tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado órgão ou entidade detentora do sítio; e 
com a edição do ato decisório respectivo.  VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a
§ 4o  A negativa de acesso às informações objeto de acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência,
pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. nos termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro
1o, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das
medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.  Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo
§ 5o  Informado do extravio da informação solicitada, no 186, de 9 de julho de 2008. 
poderá o interessado requerer à autoridade competente § 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez
a imediata abertura de sindicância para apurar o mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória
desaparecimento da respectiva documentação.  na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade
§ 6o  Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, de divulgação, em tempo real, de informações relativas à
o responsável pela guarda da informação extraviada execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de 4 de
testemunhas que comprovem sua alegação.  maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 

Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas Art. 9o  O acesso a informações públicas será assegu-
promover, independentemente de requerimentos, a divul- rado mediante: 
gação em local de fácil acesso, no âmbito de suas com- I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos
petências, de informações de interesse coletivo ou geral órgãos e entidades do poder público, em local com condições
por eles produzidas ou custodiadas.  apropriadas para: 

3
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

a) atender e orientar o público quanto ao acesso a § 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao
informações;  público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer ou-
b) informar sobre a tramitação de documentos nas tro meio de acesso universal, serão informados ao requerente,
suas respectivas unidades;  por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá consultar,
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse
a informações; e  que desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de
II - realização de audiências ou consultas públicas, seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não
incentivo à participação popular ou a outras formas de dispor de meios para realizar por si mesmo tais procedimentos. 
divulgação. 
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação
CAPÍTULO III é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que
poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao
Seção I ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais uti-
Do Pedido de Acesso lizados. 
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre-
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar vistos no caput todo aquele cuja situação econômica não
pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da
referidos no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de agosto
devendo o pedido conter a identificação do requerente e a de 1983. 
especificação da informação requerida. 
§ 1o  Para o acesso a informações de interesse público, Art. 13.  Quando se tratar de acesso à informação contida
a identificação do requerente não pode conter exigências em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integri-
que inviabilizem a solicitação.  dade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certifica-
§ 2o  Os órgãos e entidades do poder público devem ção de que esta confere com o original. 
viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de Parágrafo único.  Na impossibilidade de obtenção de có-
pias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob
acesso por meio de seus sítios oficiais na internet. 
supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por ou-
§ 3o  São vedadas quaisquer exigências relativas aos
tro meio que não ponha em risco a conservação do documento
motivos determinantes da solicitação de informações de
original. 
interesse público. 
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou
decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia. 
conceder o acesso imediato à informação disponível. 
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na Seção II
forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o Dos Recursos
pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: 
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informa-
consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;  ções ou às razões da negativa do acesso, poderá o interessado
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias
ou parcial, do acesso pretendido; ou  a contar da sua ciência. 
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se Parágrafo único.  O recurso será dirigido à autoridade
for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a de- hierarquicamente superior à que exarou a decisão im-
tém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou en- pugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco)
tidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido dias. 
de informação. 
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou
mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá re-
será cientificado o requerente.  correr à Controladoria-Geral da União, que deliberará no
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das infor- prazo de 5 (cinco) dias se: 
mações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão I - o acesso à informação não classificada como sigilosa
ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio reque- for negado; 
rente possa pesquisar a informação de que necessitar.  II - a decisão de negativa de acesso à informação total
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a auto-
informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente de- ridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem
verá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; 
e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe III - os procedimentos de classificação de informação si-
indicada a autoridade competente para sua apreciação.  gilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e 
§ 5o A informação armazenada em formato digital será IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros pro-
fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente.  cedimentos previstos nesta Lei. 

4
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser CAPÍTULO IV


dirigido à Controladoria-Geral da União depois de submeti- DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
do à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarqui-
camente superior àquela que exarou a decisão impugnada, Seção I
que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.  Disposições Gerais
§ 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a
Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou en- Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação
tidade que adote as providências necessárias para dar cum- necessária à tutela judicial ou administrativa de direi-
primento ao disposto nesta Lei.  tos fundamentais. 
§ 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria- Parágrafo único. As informações ou documentos que
-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão versem sobre condutas que impliquem violação dos direi-
Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. tos humanos praticada por agentes públicos ou a mando
35.  de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição
de acesso. 
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de des-
classificação de informação protocolado em órgão da ad- Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hi-
ministração pública federal, poderá o requerente recorrer póteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as
ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo das compe- hipóteses de segredo industrial decorrentes da explora-
tências da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, ção direta de atividade econômica pelo Estado ou por pes-
previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.  soa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo
§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser com o poder público. 
dirigido às autoridades mencionadas depois de submetido à
apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamen- Seção II
te superior à autoridade que exarou a decisão impugnada e, Da Classificação da Informação quanto ao Grau e
no caso das Forças Armadas, ao respectivo Comando.  Prazos de Sigilo
§ 2o Indeferido o recurso previsto no caput que tenha
como objeto a desclassificação de informação secreta Art. 23. São consideradas imprescindíveis à seguran-
ou ultrassecreta, caberá recurso à Comissão Mista de ça da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de
Reavaliação de Informações prevista no art. 35.  classificação as informações cuja divulgação ou acesso
irrestrito possam: 
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões de- I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou
negatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de a integridade do território nacional; 
revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto II - prejudicar ou pôr em risco a condução de nego-
de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e Ju-
ciações ou as relações internacionais do País, ou as que
diciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbi-
tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros
tos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o direito de
Estados e organismos internacionais; 
ser informado sobre o andamento de seu pedido. 
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da
população; 
Art. 19. (VETADO). 
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira,
§ 1o (VETADO). 
econômica ou monetária do País; 
§ 2o Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Pú-
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações
blico informarão ao Conselho Nacional de Justiça e ao
Conselho Nacional do Ministério Público, respectivamen- estratégicos das Forças Armadas; 
te, as decisões que, em grau de recurso, negarem acesso a VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesqui-
informações de interesse público.  sa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim
como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse
Art. 20.  Aplica-se subsidiariamente, no que couber, estratégico nacional; 
a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de
de que trata este Capítulo.  altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus fa-
A lei “[´...] estabelece normas básicas sobre o processo miliares; ou 
administrativo no âmbito da Administração Federal direta VIII - comprometer atividades de inteligência, bem
e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos como de investigação ou fiscalização em andamento, rela-
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Admi- cionadas com a prevenção ou repressão de infrações. 
nistração” (artigo 1º da Lei nº 9.784/99).
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entida-
des públicas, observado o seu teor e em razão de sua im-
prescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado,
poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou
reservada. 

5
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à infor- Seção IV


mação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram Dos Procedimentos de Classificação, Reclassifica-
a partir da data de sua produção e são os seguintes:  ção e Desclassificação
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
II - secreta: 15 (quinze) anos; e  Art. 27.  A classificação do sigilo de informações no âm-
III - reservada: 5 (cinco) anos.  bito da administração pública federal é de competência: 
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades: 
segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e a) Presidente da República; 
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como re- b) Vice-Presidente da República; 
servadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato em c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas
exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.  prerrogativas; 
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, pode- d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
rá ser estabelecida como termo final de restrição de acesso náutica; e 
a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares per-
antes do transcurso do prazo máximo de classificação.  manentes no exterior; 
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado II - no grau de secreto, das autoridades referidas no
o evento que defina o seu termo final, a informação tornar- inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou em-
-se-á, automaticamente, de acesso público.  presas públicas e sociedades de economia mista; e 
§ 5o Para a classificação da informação em determinado III - no grau de reservado, das autoridades referi-
grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público da das nos incisos I e II e das que exerçam funções de di-
informação e utilizado o critério menos restritivo possível, reção, comando ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior,
considerados:  do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores, ou de
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da socie- hierarquia equivalente, de acordo com regulamentação
dade e do Estado; e  específica de cada órgão ou entidade, observado o disposto
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento nesta Lei. 
que defina seu termo final.  § 1o A competência prevista nos incisos I e II, no que se
refere à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá
Seção III
ser delegada pela autoridade responsável a agente público,
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
inclusive em missão no exterior, vedada a subdelegação. 
§ 2o A classificação de informação no grau de sigilo ul-
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a
trassecreto pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e”
divulgação de informações sigilosas produzidas por seus
do inciso I deverá ser ratificada pelos respectivos Ministros
órgãos e entidades, assegurando a sua proteção.
de Estado, no prazo previsto em regulamento. 
§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informa-
§ 3o A autoridade ou outro agente público que classificar
ção classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que
tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamen- informação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão
te credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo das de que trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de
atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.  Informações, a que se refere o art. 35, no prazo previsto em
§ 2o O acesso à informação classificada como sigilosa regulamento. 
cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o
sigilo.  Art. 28. A classificação de informação em qualquer
§ 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medi- grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que con-
das a serem adotados para o tratamento de informação sigi- terá, no mínimo, os seguintes elementos: 
losa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, I - assunto sobre o qual versa a informação; 
acesso, transmissão e divulgação não autorizados.  II - fundamento da classificação, observados os critérios
estabelecidos no art. 24; 
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providên- III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, me-
cias necessárias para que o pessoal a elas subordinado hie- ses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, con-
rarquicamente conheça as normas e observe as medidas e forme limites previstos no art. 24; e 
procedimentos de segurança para tratamento de infor- IV - identificação da autoridade que a classificou. 
mações sigilosas.  Parágrafo único.  A decisão referida no caput será mantida
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada no mesmo grau de sigilo da informação classificada.
que, em razão de qualquer vínculo com o poder público,  
executar atividades de tratamento de informações sigilosas Art. 29.  A classificação das informações será reavalia-
adotará as providências necessárias para que seus empre- da pela autoridade classificadora ou por autoridade
gados, prepostos ou representantes observem as medidas e hierarquicamente superior, mediante provocação ou de
procedimentos de segurança das informações resultantes da ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com
aplicação desta Lei.  vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo,
observado o disposto no art. 24. 

6
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá § 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida


considerar as peculiaridades das informações produzidas privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada
no exterior por autoridades ou agentes públicos.  com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregu-
§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser laridades em que o titular das informações estiver envolvido,
examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a possi- bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos
bilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação históricos de maior relevância. 
da informação.  § 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da in- tratamento de informação pessoal. 
formação, o novo prazo de restrição manterá como termo
inicial a data da sua produção.  CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou en-
tidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam res-
internet e destinado à veiculação de dados e informações ponsabilidade do agente público ou militar: 
administrativas, nos termos de regulamento:  I - recusar-se a fornecer informação requerida nos
I - rol das informações que tenham sido desclassifi- termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu forneci-
cadas nos últimos 12 (doze) meses;  mento ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta,
II - rol de documentos classificados em cada grau de incompleta ou imprecisa; 
sigilo, com identificação para referência futura;  II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des-
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pe- truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou
didos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem parcialmente, informação que se encontre sob sua guarda
como informações genéricas sobre os solicitantes.  ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exer-
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da cício das atribuições de cargo, emprego ou função pública; 
publicação prevista no caput para consulta pública em suas III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicita-
sedes.  ções de acesso à informação; 
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lis- IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou
ta de informações classificadas, acompanhadas da data, do permitir acesso indevido à informação sigilosa ou infor-
grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.  mação pessoal; 
V - impor sigilo à informação para obter proveito
Seção V pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato
Das Informações Pessoais ilegal cometido por si ou por outrem; 
VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve petente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem,
ser feito de forma transparente e com respeito à intimida- ou em prejuízo de terceiros; e 
de, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
às liberdades e garantias individuais.  mentos concernentes a possíveis violações de direitos
§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, humanos por parte de agentes do Estado. 
relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem:  § 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla de-
I - terão seu acesso restrito, independentemente de clas- fesa e do devido processo legal, as condutas descritas no ca-
sificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos put serão consideradas: 
a contar da sua data de produção, a agentes públicos legal- I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças
mente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e  Armadas, transgressões militares médias ou graves, segundo
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em
terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso lei como crime ou contravenção penal; ou 
da pessoa a que elas se referirem.  II - para fins do disposto na  Lei no 8.112, de 11
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.  administrativas, que deverão ser apenadas, no mínimo,
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos. 
será exigido quando as informações forem necessárias:  § 2o  Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa ou agente público responder, também, por improbidade ad-
estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única ministrativa, conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de
e exclusivamente para o tratamento médico;  abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992. 
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de
evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo Art. 33.  A pessoa física ou entidade privada que deti-
vedada a identificação da pessoa a que as informações se ver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza
referirem;  com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei
III - ao cumprimento de ordem judicial;  estará sujeita às seguintes sanções: 
IV - à defesa de direitos humanos; ou  I - advertência; 
V - à proteção do interesse público e geral preponde- II - multa; 
rante.  III - rescisão do vínculo com o poder público; 

7
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

IV - suspensão temporária de participar em licitação § 5o  Regulamento disporá sobre a composição,


e impedimento de contratar com a administração pública organização e funcionamento da Comissão Mista de
por prazo não superior a 2 (dois) anos; e  Reavaliação de Informações, observado o mandato de 2 (dois)
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contra- anos para seus integrantes e demais disposições desta Lei. 
tar com a administração pública, até que seja promovida
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de
penalidade.  tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às nor-
§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser mas e recomendações constantes desses instrumentos. 
aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito
de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segu-
10 (dez) dias.  rança Institucional da Presidência da República, o Nú-
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada so- cleo de Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por
mente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão objetivos: 
ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo I - promover e propor a regulamentação do credencia-
da sanção aplicada com base no inciso IV.  mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de com- entidades para tratamento de informações sigilosas; e 
petência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclu-
pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo proces- sive aquelas provenientes de países ou organizações interna-
so, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista.  cionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha
firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer outro ato inter-
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem direta- nacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Rela-
mente pelos danos causados em decorrência da divulga- ções Exteriores e dos demais órgãos competentes. 
ção não autorizada ou utilização indevida de informações Parágrafo único.  Regulamento disporá sobre a composi-
sigilosas ou informações pessoais, cabendo a apuração de ção, organização e funcionamento do NSC. 
responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegu-
rado o respectivo direito de regresso. 
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12
Parágrafo único.  O disposto neste artigo aplica-se à pessoa
de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa,
física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qual-
física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de
quer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a infor-
entidades governamentais ou de caráter público. 
mação sigilosa ou pessoal e a submeta a tratamento indevido. 
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS à reavaliação das informações classificadas como ultras-
secretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos,
Art. 35. (VETADO).  contado do termo inicial de vigência desta Lei. 
§ 1o  É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de § 1o A restrição de acesso a informações, em razão da
Informações, que decidirá, no âmbito da administração públi- reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e
ca federal, sobre o tratamento e a classificação de informações condições previstos nesta Lei. 
sigilosas e terá competência para:  § 2o No âmbito da administração pública federal, a rea-
I - requisitar da autoridade que classificar informação como valiação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer
ultrassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações,
integral da informação;  observados os termos desta Lei.
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se- § 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, previsto no caput, será mantida a classificação da informação
observado o disposto no art. 7o e demais dispositivos desta Lei; e  nos termos da legislação precedente. 
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada § 4o As informações classificadas como secretas e ultras-
como ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto secretas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão
o seu acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à consideradas, automaticamente, de acesso público. 
soberania nacional ou à integridade do território nacional ou
grave risco às relações internacionais do País, observado o prazo Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigên-
previsto no § 1o do art. 24.  cia desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou enti-
§ 2o  O prazo referido no inciso III é limitado a uma única dade da administração pública federal direta e indireta
renovação.  designará autoridade que lhe seja diretamente subordinada
§ 3o  A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as
1o deverá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a seguintes atribuições: 
reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de documentos I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao
ultrassecretos ou secretos.  acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos ob-
§ 4o  A não deliberação sobre a revisão pela Comissão jetivos desta Lei; 
Mista de Reavaliação de Informações nos prazos previstos no II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e
§ 3o implicará a desclassificação automática das informações.  apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento; 

8
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

III - recomendar as medidas indispensáveis à implemen- Decreto nº 58.052, de 16 de maio de 2012.


tação e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos ne-
cessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e  Regulamenta a Lei Federal n° 12.527, de 18 de novembro
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao de 2011, que regula o acesso a informações, e dá providências
cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.  correlatas

Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo,
administração pública federal responsável:  no uso de suas atribuições legais,
I - pela promoção de campanha de abrangência nacio- Considerando que é dever do Poder Público promover a
nal de fomento à cultura da transparência na administração gestão dos documentos públicos para assegurar o acesso às
pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informações neles contidas, de acordo com o § 2º do artigo
informação;  216 da Constituição Federal e com o artigo 1º da Lei Federal
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991;
ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência
Considerando que cabe ao Estado definir, em legislação
na administração pública; 
própria, regras específicas para o cumprimento das determi-
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da
nações previstas na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro
administração pública federal, concentrando e consolidando a
publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;  de 2011, que regula o acesso a informações;
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relató- Considerando as disposições das Leis estaduais nº 10.177,
rio anual com informações atinentes à implementação desta Lei.  de 30 de dezembro de 1998, que regula o processo adminis-
trativo e nº 10.294, de 20 de abril de 1999, que dispõe sobre
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto proteção e defesa do usuário de serviços públicos, e dos Decre-
nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar tos estaduais nº 22.789, de 19 de outubro de 1984, que insti-
da data de sua publicação.  tui o Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, nº
44.074, de 1º de julho de 1999, que regulamenta a composição
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de e estabelece a competência das Ouvidorias, nº 54.276, de 27
dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:  de abril de 2009, que reorganiza a Unidade do Arquivo Público
“Art. 116. [...] do Estado, da Casa Civil, nº 55.479, de 25 de fevereiro de 2010,
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão que institui na Casa Civil o Comitê Gestor do Sistema Infor-
do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando matizado Unificado de Gestão Arquivística de Documentos e
houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de Informações - SPdoc, alterado pelo de nº 56.260, de 6 de outu-
outra autoridade competente para apuração; [...]” bro de 2010, nº 55.559, de 12 de março de 2010, que institui o
  Portal do Governo Aberto SP e nº 57.500, de 8 de novembro de
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990, 2011, que reorganiza a Corregedoria Geral da Administração
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:  e institui o Sistema Estadual de Controladoria; e
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado Considerando, finalmente, a proposta apresentada pelo
civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autorida- Grupo Técnico instituído pela Resolução CC-3, de 9 de janeiro
de superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, de 2012, junto ao Comitê de Qualidade da Gestão Pública,
a outra autoridade competente para apuração de informação Decreta:
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha
conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de car- CAPÍTULO I
go, emprego ou função pública.” 
Disposições Gerais
Art. 45.  Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Art. 1º Este decreto define procedimentos a serem ob-
Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, servados pelos órgãos e entidades da Administração Pública
especialmente quanto ao disposto no art. 9o e na Seção II Estadual, e pelas entidades privadas sem fins lucrativos que
do Capítulo III.  recebam recursos públicos estaduais para a realização de ati-
Neste sentido, a legislação compilada no próximo tópico. vidades de interesse público, à vista das normas gerais estabe-
lecidas na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
Art. 46.  Revogam-se:  Art. 2º O direito fundamental de acesso a documentos,
I - a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005; e  dados e informações será assegurado mediante:
II - os arts. 22 a 24 da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de I - observância da publicidade como preceito geral e do
1991.  sigilo como exceção;
II - implementação da política estadual de arquivos e ges-
Art. 47.  Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias tão de documentos;
após a data de sua publicação.   III - divulgação de informações de interesse público, inde-
pendentemente de solicitações;
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190o da Independência IV - utilização de meios de comunicação viabilizados pela
e 123o da República.   tecnologia da informação;

9
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

V - fomento ao desenvolvimento da cultura de transpa- XV - informação sigilosa: aquela submetida temporaria-


rência na administração pública; mente à restrição de acesso público em razão de sua impres-
VI - desenvolvimento do controle social da administração cindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado;
pública. XVI - integridade: qualidade da informação não modifi-
cada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
Art. 3º Para os efeitos deste decreto, consideram-se as se- XVII - marcação: aposição de marca assinalando o grau
guintes definições: de sigilo de documentos, dados ou informações, ou sua condi-
I - arquivos públicos: conjuntos de documentos produzi- ção de acesso irrestrito, após sua desclassificação;
dos, recebidos e acumulados por órgãos públicos, autarquias, XVIII - metadados: são informações estruturadas e codi-
fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, empre- ficadas que descrevem e permitem gerenciar, compreender,
sas públicas, sociedades de economia mista, entidades priva- preservar e acessar os documentos digitais ao longo do tempo
das encarregadas da gestão de serviços públicos e organiza- e referem-se a:
ções sociais, no exercício de suas funções e atividades; a) identificação e contexto documental (identificador úni-
II - autenticidade: qualidade da informação que tenha co, instituição produtora, nomes, assunto, datas, local, código
sido produzida, expedida, recebida ou modificada por deter- de classificação, tipologia documental, temporalidade, desti-
minado indivíduo, equipamento ou sistema; nação, versão, documentos relacionados, idioma e indexação);
III - classificação de sigilo: atribuição, pela autoridade b) segurança (grau de sigilo, informações sobre criptogra-
competente, de grau de sigilo a documentos, dados e infor- fia, assinatura digital e outras marcas digitais);
mações; c) contexto tecnológico (formato de arquivo, tamanho
IV - credencial de segurança: autorização por escrito con- de arquivo, dependências de hardware e software, tipos de
cedida por autoridade competente, que habilita o agente pú- mídias, algoritmos de compressão) e localização física do do-
blico estadual no efetivo exercício de cargo, função, emprego cumento;
ou atividade pública a ter acesso a documentos, dados e in- XIX - primariedade: qualidade da informação coletada na
formações sigilosas; fonte, com o máximo de detalhamento possível, sem modifi-
cações;
V - criptografia: processo de escrita à base de métodos
XX - reclassificação: alteração, pela autoridade compe-
lógicos e controlados por chaves, cifras ou códigos, de forma
tente, da classificação de sigilo de documentos, dados e in-
que somente os usuários autorizados possam reestabelecer
formações;
sua forma original;
XXI - rol de documentos, dados e informações sigilosas
VI - custódia: responsabilidade pela guarda de documen-
e pessoais: relação anual, a ser publicada pelas autoridades
tos, dados e informações;
máximas de órgãos e entidades, de documentos, dados e in-
VII - dado público: sequência de símbolos ou valores,
formações classificadas, no período, como sigilosas ou pes-
representado em algum meio, produzido ou sob a guarda
soais, com identificação para referência futura;
governamental, em decorrência de um processo natural ou XXII - serviço ou atendimento presencial: aquele prestado
artificial, que não tenha seu acesso restrito por legislação es- a presença física do cidadão, principal beneficiário ou interes-
pecífica; sado no serviço;
VIII - desclassificação: supressão da classificação de sigilo XXIII - serviço ou atendimento eletrônico: aquele prestado
por ato da autoridade competente ou decurso de prazo, tor- remotamente ou à distância, utilizando meios eletrônicos de
nando irrestrito o acesso a documentos, dados e informações comunicação;
sigilosas; XXIV - tabela de documentos, dados e informações si-
IX - documentos de arquivo: todos os registros de infor- gilosas e pessoais: relação exaustiva de documentos, dados
mação, em qualquer suporte, inclusive o magnético ou óptico, e informações com quaisquer restrição de acesso, com a in-
produzidos, recebidos ou acumulados por órgãos e entidades dicação do grau de sigilo, decorrente de estudos e pesquisas
da Administração Pública Estadual, no exercício de suas fun- promovidos pelas Comissões de Avaliação de Documentos e
ções e atividades; Acesso - CADA, e publicada pelas autoridades máximas dos
X - disponibilidade: qualidade da informação que pode órgãos e entidades;
ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sis- XXV - tratamento da informação: conjunto de ações refe-
temas autorizados; rentes à produção, recepção, classificação, utilização, acesso,
XI - documento: unidade de registro de informações, reprodução, transporte, transmissão, distribuição, arquiva-
qualquer que seja o suporte ou formato; mento, armazenamento, eliminação, avaliação, destinação
XII - gestão de documentos: conjunto de procedimentos ou controle da informação.
operações técnicas referentes à sua produção, classificação,
avaliação, tramitação, uso, arquivamento e reprodução, que CAPÍTULO II
assegura a racionalização e a eficiência dos arquivos; Do Acesso a Documentos, Dados e Informações
XIII - informação: dados, processados ou não, que podem SEÇÃO I
ser utilizados para produção e transmissão de conhecimento, Disposições Gerais
contidos em qualquer meio, suporte ou formato;
XIV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa Art. 4º É dever dos órgãos e entidades da Administração
natural identificada ou identificável; Pública Estadual:

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

I - promover a gestão transparente de documentos, dados II - protocolar documentos e requerimentos de acesso a


e informações, assegurando sua disponibilidade, autenticida- informações, bem como encaminhar os pedidos de informa-
de e integridade, para garantir o pleno direito de acesso; ção aos setores produtores ou detentores de documentos, da-
II - divulgar documentos, dados e informações de interes- dos e informações;
se coletivo ou geral, sob sua custódia, independentemente de III - controlar o cumprimento de prazos por parte dos se-
solicitações; tores produtores ou detentores de documentos, dados e infor-
III - proteger os documentos, dados e informações sigi- mações, previstos no artigo 15 deste decreto;
losas e pessoais, por meio de critérios técnicos e objetivos, o IV - realizar o serviço de busca e fornecimento de docu-
menos restritivo possível. mentos, dados e informações sob custódia do respectivo órgão
ou entidade, ou fornecer ao requerente orientação sobre o lo-
SEÇÃO II cal onde encontrá-los.
Da Gestão de Documentos, Dados e Informações § 1º As autoridades máximas dos órgãos e entidades
da Administração Pública Estadual deverão designar, no
Art. 5º A Unidade do Arquivo Público do Estado, na con- prazo de 30 (trinta) dias, os responsáveis pelos Serviços de
dição de órgão central do Sistema de Arquivos do Estado de Informações ao Cidadão - SIC.
São Paulo - SAESP, é a responsável pela formulação e imple- § 2º Para o pleno desempenho de suas atribuições, os
mentação da política estadual de arquivos e gestão de do- Serviços de Informações ao Cidadão - SIC deverão:
cumentos, a que se refere o artigo 2º, inciso II deste decreto, 1. manter intercâmbio permanente com os serviços de
e deverá propor normas, procedimentos e requisitos técnicos protocolo e arquivo;
complementares, visando o tratamento da informação. 2. buscar informações junto aos gestores de sistemas in-
Parágrafo único. Integram a política estadual de arquivos formatizados e bases de dados, inclusive de portais e sítios
e gestão de documentos: institucionais;
1. os serviços de protocolo e arquivo dos órgãos e enti- 3. atuar de forma integrada com as Ouvidorias, instituí-
dades; das pela Lei estadual nº 10.294, de 20 de abril de 1999, e
organizadas pelo Decreto nº 44.074, de 1º de julho de 1999.
2. as Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso -
§ 3º Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC,
CADA, a que se refere o artigo 11 deste decreto;
independentemente do meio utilizado, deverão ser
3. o Sistema Informatizado Unificado de Gestão Arquivís-
identificados com ampla visibilidade.
tica de Documentos e Informações - SPdoc;
4. os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC.
Art. 8º A Casa Civil deverá providenciar a contratação de
serviços para o desenvolvimento de “Sistema Integrado de In-
Art. 6º Para garantir efetividade à política de arquivos e
formações ao Cidadão”, capaz de interoperar com o SPdoc, a
gestão de documentos, os órgãos e entidades da Administra-
ser utilizado por todos os órgãos e entidades nos seus respec-
ção Pública Estadual deverão: tivos Serviços de Informações ao Cidadão - SIC.
I - providenciar a elaboração de planos de classificação e
tabelas de temporalidade de documentos de suas atividades- Art. 9º A Unidade do Arquivo Público do Estado, da Casa
-fim, a que se referem, respectivamente, os artigos 10 a 18 e Civil, deverá adotar as providências necessárias para a orga-
19 a 23, do Decreto nº 48.897, de 27 de agosto de 2004; nização dos serviços da Central de Atendimento ao Cidadão -
II - cadastrar todos os seus documentos no Sistema Infor- CAC, instituída pelo Decreto nº 54.276, de 27 de abril de 2009,
matizado Unificado de Gestão Arquivística de Documentos e com a finalidade de:
Informações - SPdoc. I - coordenar a integração sistêmica dos Serviços de Infor-
Parágrafo único. As propostas de planos de classificação mações ao Cidadão - SIC, instituídos nos órgãos e entidades;
e de tabelas de temporalidade de documentos deverão ser II - realizar a consolidação e sistematização de dados a
apreciadas pelos órgãos jurídicos dos órgãos e entidades e que se refere o artigo 26 deste decreto, bem como a elabora-
encaminhadas à Unidade do Arquivo Público do Estado para ção de estatísticas sobre as demandas de consulta e os perfis
aprovação, antes de sua oficialização. de usuários, visando o aprimoramento dos serviços.
Parágrafo único - Os Serviços de Informações ao Cidadão
Art. 7º Ficam criados, em todos os órgãos e entidades da - SIC deverão fornecer, periodicamente, à Central de Atendi-
Administração Pública Estadual, os Serviços de Informações mento ao Cidadão - CAC, dados atualizados dos atendimen-
ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo 5º, inciso IV, deste tos prestados.
decreto, diretamente subordinados aos seus titulares, em local
com condições apropriadas, infraestrutura tecnológica e equi- Art. 10. O acesso aos documentos, dados e informações
pe capacitada para: compreende, entre outros, os direitos de obter:
I - realizar atendimento presencial e/ou eletrônico na I - orientação sobre os procedimentos para a consecução
sede e nas unidades subordinadas, prestando orientação ao de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontra-
público sobre os direitos do requerente, o funcionamento do do ou obtido o documento, dado ou informação almejada;
Serviço de Informações ao Cidadão - SIC, a tramitação de do- II - dado ou informação contida em registros ou docu-
cumentos, bem como sobre os serviços prestados pelas res- mentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou enti-
pectivas unidades do órgão ou entidade; dades, recolhidos ou não a arquivos públicos;

11
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

III - documento, dado ou informação produzida ou cus- § 2º As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso
todiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de - CADA serão integradas por servidores de nível superior
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que das áreas jurídica, de administração geral, de administração
esse vínculo já tenha cessado; financeira, de arquivo e protocolo, de tecnologia da
IV - dado ou informação primária, íntegra, autêntica e informação e por representantes das áreas específicas da
atualizada; documentação a ser analisada.
V - documento, dado ou informação sobre atividades § 3º As Comissões de Avaliação de Documentos e
exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua Acesso - CADA serão compostas por 5 (cinco), 7 (sete) ou
política, organização e serviços; 9 (nove) membros, designados pela autoridade máxima do
VI - documento, dado ou informação pertinente à admi- órgão ou entidade.
nistração o patrimônio público, utilização de recursos públicos,
licitação, contratos administrativos; Art. 12. São atribuições das Comissões de Avaliação de
VII - documento, dado ou informação relativa: Documentos e Acesso - CADA, além daquelas previstas para
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos as Comissões de Avaliação de Documentos de Arquivo nos
programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, Decretos nº 29.838, de 18 de abril de 1989, e nº 48.897, de 27
bem como metas e indicadores propostos; de agosto de 2004:
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e to- I - orientar a gestão transparente dos documentos, dados
madas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e informações do órgão ou entidade, visando assegurar o am-
e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios plo acesso e divulgação;
anteriores. II - realizar estudos, sob a orientação técnica da Unidade
§ 1º O acesso aos documentos, dados e informações do Arquivo Público do Estado, órgão central do Sistema de
previsto no caput deste artigo não compreende as informações Arquivos do Estado de São Paulo - SAESP, visando à identifica-
referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ção e elaboração de tabela de documentos, dados e informa-
ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da ções sigilosas e pessoais, de seu órgão ou entidade;
sociedade e do Estado. III - encaminhar à autoridade máxima do órgão ou enti-
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral ao dade a tabela mencionada no inciso II deste artigo, bem como
documento, dado ou informação por ser ela parcialmente as normas e procedimentos visando à proteção de documen-
sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio tos, dados e informações sigilosas e pessoais, para oitiva do
de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. órgão jurídico e posterior publicação;
§ 3º O direito de acesso aos documentos, aos dados ou IV - orientar o órgão ou entidade sobre a correta aplica-
às informações neles contidas utilizados como fundamento da ção dos critérios de restrição de acesso constantes das tabelas
tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais;
com a edição do ato decisório respectivo. V - comunicar à Unidade do Arquivo Público do Estado
§ 4º A negativa de acesso aos documentos, dados e a publicação de tabela de documentos, dados e informações
informações objeto de pedido formulado aos órgãos e sigilosas e pessoais, e suas eventuais alterações, para conso-
entidades referidas no artigo 1º deste decreto, quando não lidação de dados, padronização de critérios e realização de
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, estudos técnicos na área;
nos termos do artigo 32 da Lei Federal nº 12.527, de 18 de VI - propor à autoridade máxima do órgão ou entidade a
novembro de 2011. renovação, alteração de prazos, reclassificação ou desclassifi-
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, cação de documentos, dados e informações sigilosas;
poderá o interessado requerer à autoridade competente a VII - manifestar-se sobre os prazos mínimos de restrição
imediata instauração de apuração preliminar para investigar o de acesso aos documentos, dados ou informações pessoais;
desaparecimento da respectiva documentação. VIII - atuar como instância consultiva da autoridade má-
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o xima do órgão ou entidade, sempre que provocada, sobre os
responsável pela guarda da informação extraviada deverá, no recursos interpostos relativos às solicitações de acesso a do-
prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas cumentos, dados e informações não atendidas ou indeferidas,
que comprovem sua alegação. nos termos do parágrafo único do artigo 19 deste decreto;
IX - informar à autoridade máxima do órgão ou entidade
SEÇÃO III a previsão de necessidades orçamentárias, bem como encami-
Das Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso nhar relatórios periódicos sobre o andamento dos trabalhos.
Parágrafo único. Para o perfeito cumprimento de suas
Art. 11. As Comissões de Avaliação de Documentos de Ar- atribuições as Comissões de Avaliação de Documentos e Aces-
quivo, a que se referem os Decretos nº 29.838, de 18 de abril so - CADA poderão convocar servidores que possam contribuir
de 1989, e nº 48.897, de 27 de agosto de 2004, instituídas nos com seus conhecimentos e experiências, bem como constituir
órgãos e entidades da Administração Pública Estadual, passarão subcomissões e grupos de trabalho.
a ser denominadas Comissões de Avaliação de Documentos e
Acesso - CADA. Art. 13. À Unidade do Arquivo Público do Estado, ór-
§ 1º As Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso gão central do Sistema de Arquivos do Estado de São Pau-
- CADA deverão ser vinculadas ao Gabinete da autoridade lo - SAESP, responsável por propor a política de acesso aos
máxima do órgão ou entidade. documentos públicos, nos termos do artigo 6º, inciso XII, do

12
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Decreto nº 22.789, de 19 de outubro de 1984, caberá o ree- Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos pre-
xame, a qualquer tempo, das tabelas de documentos, dados vistos no caput deste artigo todo aquele cuja situação econô-
e informações sigilosas e pessoais dos órgãos e entidades da mica não lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio
Administração Pública Estadual. ou da família, declarada nos termos da Lei Federal nº 7.115, de
29 de agosto de 1983.
SEÇÃO IV
Do Pedido Art. 17. Quando se tratar de acesso à informação contida
em documento cuja manipulação possa prejudicar sua integri-
Art. 14. O pedido de informações deverá ser apresentado dade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação
ao Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou en- de que esta confere com o original.
tidade, por qualquer meio legítimo que contenha a identifica- Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de có-
ção do interessado (nome, número de documento e endereço) pias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob
e a especificação da informação requerida. Grupo Técnico supervisão de servidor público, a reprodução seja
feita por outro meio que não ponha em risco a conservação do
Art. 15. O Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do documento original.
órgão ou entidade responsável pelas informações solicitadas
deverá conceder o acesso imediato àquelas disponíveis. Art. 18. É direito do interessado obter o inteiro teor de deci-
§ 1º Na impossibilidade de conceder o acesso imediato, são de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ou
entidade, em prazo não superior a 20 (vinte) dias, deverá: SEÇÃO V
1. comunicar a data, local e modo para se realizar a con- Dos Recursos
sulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
2. indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total Art. 19. No caso de indeferimento de acesso aos documentos,
ou parcial, do acesso pretendido; dados e informações ou às razões da negativa do acesso, bem como
3. comunicar que não possui a informação, indicar, se for o não atendimento do pedido, poderá o interessado interpor recurso
do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar de sua ciência.
ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, Parágrafo único. O recurso será dirigido à apreciação de
cientificando o interessado da remessa de seu pedido de in- pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à que
formação. exarou a decisão impugnada, que deverá se manifestar, após
§ 2º O prazo referido no § 1º deste artigo poderá ser eventual consulta à Comissão de Avaliação de Documentos e
prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa Acesso - CADA, a que se referem os artigos 11 e 12 deste decre-
expressa, da qual será cientificado o interessado. to, e ao órgão jurídico, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das
informações e do cumprimento da legislação aplicável, Art. 20. Negado o acesso ao documento, dado e informa-
o Serviço de Informações ao Cidadão - SIC do órgão ção pelos órgãos ou entidades da Administração Pública Es-
ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio tadual, o interessado poderá recorrer à Corregedoria Geral da
interessado possa pesquisar a informação de que necessitar. Administração, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar I - o acesso ao documento, dado ou informação não classi-
de informação total ou parcialmente sigilosa, o interessado ficada como sigilosa for negado;
deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos II - a decisão de negativa de acesso ao documento, dado ou
e condições para sua interposição, devendo, ainda, ser-lhe informação, total ou parcialmente classificada como sigilosa, não
indicada a autoridade competente para sua apreciação. indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior
§ 5º A informação armazenada em formato digital será a quem possa ser dirigido o pedido de acesso ou desclassificação;
fornecida nesse formato, caso haja anuência do interessado. III - os procedimentos de classificação de sigilo estabeleci-
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao dos na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, não
público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer tiverem sido observados;
outro meio de acesso universal, serão informados ao IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros proce-
interessado, por escrito, o lugar e a forma pela qual se dimentos revistos na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro
poderá consultar, obter ou reproduzir a referida informação, de 2011.
procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade § 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá
pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o ser dirigido à Corregedoria Geral da Administração depois
interessado declarar não dispor de meios para realizar por si de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade
mesmo tais procedimentos. hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
impugnada, nos termos do parágrafo único do artigo 19
Art. 16. O serviço de busca e fornecimento da informação deste decreto.
é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos § 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a
pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que Corregedoria Geral da Administração determinará ao órgão
poderá ser cobrado exclusivamente o valor necessário ao res- ou entidade que adote as providências necessárias para dar
sarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados, a cumprimento ao disposto na Lei Federal nº 12.527, de 18 de
ser fixado em ato normativo pelo Chefe do Executivo. novembro de 2011, e neste decreto.

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Art. 21. Negado o acesso ao documento, dado ou informa- 8. adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
ção pela Corregedoria Geral da Administração, o requerente dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do
poderá, no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência, artigo 17 da Lei Federal nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
interpor recurso à Comissão Estadual de Acesso à Informação, artigo 9° da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defi-
de que trata o artigo 76 deste decreto. ciência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho
de 2008, e da Lei estadual n° 12.907, de 15 de abril de 2008.
Art. 22. Aplica-se, no que couber, a Lei estadual nº 10.177,
de 30 de dezembro de 1998, ao procedimento de que trata Art. 24. Os documentos que contenham informações que se
este Capítulo. enquadrem nos casos referidos no artigo anterior deverão estar
cadastrados no Sistema Informatizado Unificado de Gestão Ar-
CAPÍTULO III quivística de Documentos e Informações - SPdoc.
Da Divulgação de Documentos, Dados e Informações
Art. 25. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade
Art. 23. É dever dos órgãos e entidades da Administração estadual publicará, anualmente, em sítio próprio, bem como no
Pública Estadual promover, independentemente de requeri- Portal da Transparência e do Governo Aberto:
mentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de I - rol de documentos, dados e informações que tenham sido
suas competências, de documentos, dados e informações de desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo,
§ 1º - Na divulgação das informações a que se refere o com identificação para referência futura;
caput deste artigo, deverão constar, no mínimo: III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos
1. registro das competências e estrutura organizacional, de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como in-
endereços e telefones das respectivas unidades e horários de formações genéricas sobre os solicitantes.
atendimento ao público; Parágrafo único - Os órgãos e entidades da Administração
2. registros de quaisquer repasses ou transferências de re- Pública Estadual deverão manter exemplar da publicação pre-
cursos financeiros;
vista no caput deste artigo para consulta pública em suas sedes,
3. registros de receitas e despesas;
bem como o extrato com o rol de documentos, dados e informa-
4. informações concernentes a procedimentos licitatórios,
ções classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo e
inclusive os respectivos editais e resultados, bem como a todos
dos fundamentos da classificação.
os contratos celebrados;
5. relatórios, estudos e pesquisas;
Art. 26. Os órgãos e entidades da Administração Pública
6. dados gerais para o acompanhamento da execução or-
Estadual deverão prestar no prazo de 60 (sessenta) dias, para
çamentária, de programas, ações, projetos e obras de órgãos
compor o “Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da Admi-
e entidades;
7. respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. nistração Pública do Estado de São Paulo - CSBD”, as seguintes
§ 2º Para o cumprimento do disposto no caput deste informações:
artigo, os órgãos e entidades estaduais deverão utilizar I - tamanho e descrição do conteúdo das bases de dados;
todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, II - metadados;
sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mun- III - dicionário de dados com detalhamento de conteúdo;
dial de computadores (internet). IV - arquitetura da base de dados;
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deste artigo deverão V - periodicidade de atualização;
atender, entre outros, aos seguintes requisitos: VI - software da base de dados;
1. conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que per- VII - existência ou não de sistema de consulta à base de da-
mita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, dos e sua linguagem de programação;
clara e em linguagem de fácil compreensão; VIII - formas de consulta, acesso e obtenção à base de dados.
2. possibilitar a gravação de relatórios em diversos for- § 1º Os órgãos e entidades da Administração Pública
matos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais Estadual deverão indicar o setor responsável pelo fornecimento
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das in- e atualização permanente de dados e informações que
formações; compõem o «Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da
3. possibilitar o acesso automatizado por sistemas exter- Administração Pública do Estado de São Paulo - CSBD».
nos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina; § 2º O desenvolvimento do «Catálogo de Sistemas e Bases
4. divulgar em detalhes os formatos utilizados para estru- de Dados da Administração Pública do Estado de São Paulo
turação da informação; - CSBD», coleta de informações, manutenção e atualização
5. garantir a autenticidade e a integridade das informa- permanente ficará a cargo da Fundação Sistema Estadual de
ções disponíveis para acesso; Análise de Dados - SEADE.
6. manter atualizadas as informações disponíveis para § 3º O «Catálogo de Sistemas e Bases de Dados da
acesso; Administração Pública do Estado de São Paulo - CSBD», bem
7. indicar local e instruções que permitam ao interessado como as bases de dados da Administração Pública Estadual
comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou deverão estar disponíveis no Portal do Governo Aberto e no
entidade detentora do sítio; Portal da Transparência, nos termos dos Decretos nº 57.500,

14
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

de 8 de novembro de 2011, e nº 55.559, de 12 de março III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da po-
de 2010, com todos os elementos necessários para permitir pulação;
sua utilização por terceiros, como a arquitetura da base e o IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, eco-
dicionário de dados. nômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações es-
CAPÍTULO IV tratégicos das Forças Armadas;
Das Restrições de Acesso a Documentos, Dados e VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e
Informações desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sis-
temas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico na-
SEÇÃO I cional;
Disposições Gerais VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas
autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares;
Art. 27. São consideradas passíveis de restrição de acesso, VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como
no âmbito da Administração Pública Estadual, duas catego-
de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas
rias de documentos, dados e informações:
com a prevenção ou repressão de infrações.
I - Sigilosos: aqueles submetidos temporariamente à res-
trição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade
para a segurança da sociedade e do Estado; Art. 31. Os documentos, dados e informações sigilosas em
II - Pessoais: aqueles relacionados à pessoa natural iden- poder de órgãos e entidades da Administração Pública Esta-
tificada ou identificável, relativas à intimidade, vida privada, dual, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibi-
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e ga- lidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderão ser
rantias individuais. classificados nos seguintes graus:
Parágrafo único. Cabe aos órgãos e entidades da Ad- I - ultrassecreto;
ministração Pública Estadual, por meio de suas respectivas II - secreto;
Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, a III - reservado.
que se referem os artigos 11 e 12 deste decreto, promover os § 1º Os prazos máximos de restrição de acesso aos
estudos necessários à elaboração de tabela com a identifica- documentos, dados e informações, conforme a classificação
ção de documentos, dados e informações sigilosas e pessoais, prevista no caput e incisos deste artigo, vigoram a partir da
visando assegurar a sua proteção. data de sua produção e são os seguintes:
1. ultrassecreto: até 25 (vinte e cinco) anos;
Art. 28. Não poderá ser negado acesso à informação ne- 2. secreto: até 15 (quinze) anos;
cessária à tutela judicial ou administrativa de direitos funda- 3. reservado: até 5 (cinco) anos.
mentais. § 2º Os documentos, dados e informações que puderem
Parágrafo único. Os documentos, dados e informações colocar em risco a segurança do Governador e Vice-
que versem sobre condutas que impliquem violação dos di- Governador do Estado e respectivos cônjuges e filhos (as)
reitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando serão classificados como reservados e ficarão sob sigilo até
de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição o término do mandato em exercício ou do último mandato,
de acesso. em caso de reeleição.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º
Art. 29. O disposto neste decreto não exclui as demais deste artigo, poderá ser estabelecida como termo final de
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipó- restrição de acesso a ocorrência de determinado evento,
teses de segredo industrial decorrentes da exploração direta
desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo
de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou
de classificação.
entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado
público.
o evento que defina o seu termo final, o documento, dado
SEÇÃO II ou informação tornar-se-á, automaticamente, de acesso
Da Classificação, Reclassificação e Desclassificação público.
de Documentos, Dados e Informações Sigilosas § 5º Para a classificação do documento, dado ou
informação em determinado grau de sigilo, deverá ser
Art. 30. São considerados imprescindíveis à segurança da observado o interesse público da informação, e utilizado o
sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação critério menos restritivo possível, considerados:
de sigilo, os documentos, dados e informações cuja divulga- 1. a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade
ção ou acesso irrestrito possam: e do Estado;
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a 2. o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que
integridade do território nacional; defina seu termo final.
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações
ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido Art. 32. A classificação de sigilo de documentos, dados
fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organis- e informações no âmbito da Administração Pública Estadual
mos internacionais; deverá ser realizada mediante:

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

I - publicação oficial, pela autoridade máxima do órgão Art. 34. A classificação de documentos, dados e informa-
ou entidade, de tabela de documentos, dados e informações ções será reavaliada pela autoridade classificadora ou por au-
sigilosas e pessoais, que em razão de seu teor e de sua im- toridade hierarquicamente superior, mediante provocação ou
prescindibilidade à segurança da sociedade e do Estado ou à de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com
proteção da intimidade, da vida privada, da honra e imagem vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo,
das pessoas, sejam passíveis de restrição de acesso, a partir do observado o disposto no artigo 31 deste decreto.
momento de sua produção, § 1º O regulamento a que se refere o caput deste
II - análise do caso concreto pela autoridade responsável artigo deverá considerar as peculiaridades das informações
ou agente público competente, e formalização da decisão de produzidas no exterior por autoridades ou agentes públicos.
classificação, reclassificação ou desclassificação de sigilo, bem § 2º Na reavaliação a que se refere o caput deste artigo
como de restrição de acesso à informação pessoal, que conte- deverão ser examinadas a permanência dos motivos do
rá, no mínimo, os seguintes elementos: sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do acesso ou
a) assunto sobre o qual versa a informação; da divulgação da informação.
b) fundamento da classificação, reclassificação ou des- § 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da
classificação de sigilo, observados os critérios estabelecidos no informação, o novo prazo de restrição manterá como termo
artigo 31 deste decreto, bem como da restrição de acesso à inicial a data da sua produção.
informação pessoal;
c) indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses SEÇÃO III
ou dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme Da Proteção de Documentos, Dados e Informações
limites previstos no artigo 31 deste decreto, bem como a indi- Pessoais
cação do prazo mínimo de restrição de acesso à informação
pessoal; Art. 35. O tratamento de documentos, dados e informa-
d) identificação da autoridade que a classificou, reclassi- ções pessoais deve ser feito de forma transparente e com res-
ficou ou desclassificou. peito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas,
Parágrafo único. O prazo de restrição de acesso contar-se- bem como às liberdades e garantias individuais.
-á da data da produção do documento, dado ou informação. § 1º Os documentos, dados e informações pessoais, a
que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada,
honra e imagem:
Art. 33. A classificação de sigilo de documentos, dados e
1. terão seu acesso restrito, independentemente de clas-
informações no âmbito da Administração Pública Estadual, a
sificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a
que se refere o inciso II do artigo 32 deste decreto, é de com-
contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmen-
petência:
te autorizados e à pessoa a que elas se referirem;
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
2. poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por
a) Governador do Estado; terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso
b) Vice-Governador do Estado; da pessoa a que elas se referirem.
c) Secretários de Estado e Procurador Geral do Estado; § 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que
d) Delegado Geral de Polícia e Comandante Geral da olí- trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
cia Militar; § 3º O consentimento referido no item 2 do § 1º deste
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso artigo não será exigido quando as informações forem
I deste artigo, das autoridades máximas de autarquias, funda- necessárias:
ções ou empresas públicas e sociedades de economia mista; 1. à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e
incisos I e II deste artigo e das que exerçam funções de direção, exclusivamente para o tratamento médico;
comando ou chefia, ou de hierarquia equivalente, de acordo 2. à realização de estatísticas e pesquisas científicas de
com regulamentação específica de cada órgão ou entidade, evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo
observado o disposto neste decreto. vedada a identificação da pessoa a que as informações se re-
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II deste artigo, ferirem;
no que se refere à classificação como ultrassecreta e secreta, 3. ao cumprimento de ordem judicial;
poderá ser delegada pela autoridade responsável a agente 4. à defesa de direitos humanos;
público, vedada a subdelegação. 5. à proteção do interesse público e geral preponderante.
§ 2º A classificação de documentos, dados e informações § 4º A restrição de acesso aos documentos, dados e
no grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades previstas na informações relativos à vida privada, honra e imagem de
alínea «d» do inciso I deste artigo deverá ser ratificada pelo pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar
Secretário da Segurança Pública, no prazo de 10 (dez) dias. processo de apuração de irregularidades em que o titular
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar das informações estiver envolvido, bem como em ações
documento, dado e informação como ultrassecreto deverá voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior
encaminhar a decisão de que trata o inciso II do artigo 32 relevância.
deste decreto, à Comissão Estadual de Acesso à Informação, § 5º Os documentos, dados e informações identificados
a que se refere o artigo 76 deste diploma legal, no prazo como pessoais somente poderão ser fornecidos
previsto em regulamento. pessoalmente, com a identificação do interessado.

16
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

SEÇÃO IV IV - o envelope interno será fechado, lacrado e expedido


Da Proteção e do Controle de Documentos, Dados e mediante relação de remessa, que indicará, necessariamen-
Informações Sigilosos te, remetente, destinatário, número de registro e o grau de
sigilo do documento;
Art. 36. É dever da Administração Pública Estadual V - para os documentos sigilosos digitais deverão ser ob-
controlar o acesso e a divulgação de documentos, dados e servadas as prescrições referentes à criptografia.
informações sigilosos sob a custódia de seus órgãos e enti-
dades, assegurando a sua proteção contra perda, alteração Art. 41. A expedição, tramitação e entrega de documento
indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados. ultrassecreto e secreto, deverá ser efetuadas pessoalmente, por
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de agente público credenciado, sendo vedada a sua postagem.
documentos, dados e informações classificados como Parágrafo único. A comunicação de informação de natu-
sigilosos ficarão restritos a pessoas que tenham necessidade reza ultrassecreta e secreta, de outra forma que não a prescri-
de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na ta no caput deste artigo, só será permitida excepcionalmente
forma dos artigos 62 a 65 deste decreto, sem prejuízo das e em casos extremos, que requeiram tramitação e solução
atribuições dos agentes públicos autorizados por lei. imediatas, em atendimento ao princípio da oportunidade e
§ 2º O acesso aos documentos, dados e informações considerados os interesses da segurança da sociedade e do
classificados como sigilosos ou identificados como Estado, utilizando-se o adequado meio de criptografia.
pessoais, cria a obrigação para aquele que as obteve de
resguardar restrição de acesso. Art. 42. A expedição de documento reservado poderá ser
feita mediante serviço postal, com opção de registro, men-
Art. 37. As autoridades públicas adotarão as providên- sageiro oficialmente designado, sistema de encomendas ou,
cias necessárias para que o pessoal a elas subordinado hie- quando for o caso, mala diplomática.
rarquicamente conheça as normas e observe as medidas e Parágrafo único. A comunicação dos documentos de que
procedimentos de segurança para tratamento de documen- trata este artigo poderá ser feita por outros meios, desde que
tos, dados e informações sigilosos e pessoais. sejam usados recursos de criptografia compatíveis com o grau
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada de sigilo do documento, conforme previsto nos artigos 51 a 56
que, em razão de qualquer vínculo com o poder público deste decreto.
executar atividades de tratamento de documentos, dados e
informações sigilosos e pessoais adotará as providências ne- Art. 43. Cabe aos agentes públicos credenciados respon-
cessárias para que seus empregados, prepostos ou represen- sáveis pelo recebimento de documentos sigilosos:
I - verificar a integridade na correspondência recebida e
tantes observem as medidas e procedimentos de segurança
registrar indícios de violação ou de qualquer irregularidade,
das informações resultantes da aplicação deste decreto.
dando ciência do fato ao seu superior hierárquico e ao desti-
natário, o qual informará imediatamente ao remetente;
Art. 38. O acesso a documentos, dados e informações
II - proceder ao registro do documento e ao controle de
sigilosos, originários de outros órgãos ou instituições pri-
sua tramitação.
vadas, custodiados para fins de instrução de procedimen-
to, processo administrativo ou judicial, somente poderá ser
Art. 44. O envelope interno só será aberto pelo destinatá-
realizado para outra finalidade se autorizado pelo agente
rio, seu representante autorizado ou autoridade competente
credenciado do respectivo órgão, entidade ou instituição de
hierarquicamente superior, observados os requisitos do artigo
origem. 62 deste decreto.
SUBSEÇÃO I Art. 45. O destinatário de documento sigiloso comunicará
Da Produção, do Registro, Expedição, Tramitação imediatamente ao remetente qualquer indício de violação ou
e Guarda adulteração do documento.
Art. 39. A produção, manuseio, consulta, transmissão, Art. 46. Os documentos, dados e informações sigilosos se-
manutenção e guarda de documentos, dados e informações rão mantidos em condições especiais de segurança, na forma
sigilosos observarão medidas especiais de segurança. do regulamento interno de cada órgão ou entidade.
Parágrafo único. Para a guarda de documentos secretos e
Art. 40. Os documentos sigilosos em sua expedição e ultrassecretos deverá ser utilizado cofre forte ou estrutura que
tramitação obedecerão às seguintes prescrições: ofereça segurança equivalente ou superior.
I - deverão ser registrados no momento de sua produ-
ção, prioritariamente em sistema informatizado de gestão Art. 47 Os agentes públicos responsáveis pela guarda
arquivística de documentos; ou custódia de documentos sigilosos os transmitirão a seus
II - serão acondicionados em envelopes duplos; substitutos, devidamente conferidos, quando da passagem ou
III - no envelope externo não constará qualquer indica- transferência de responsabilidade.
ção do grau de sigilo ou do teor do documento;

17
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

SUBSEÇÃO II Art. 53. A aquisição e uso de aplicativos de criptografia no


Da Marcação âmbito da Administração Pública Estadual sujeitar-se-ão às
normas gerais baixadas pelo Comitê de Qualidade da Gestão
Art. 48. O grau de sigilo será indicado em todas as páginas Pública - CQGP.
do documento, nas capas e nas cópias, se houver, pelo produ- Parágrafo único. Os programas, aplicativos, sistemas e
tor do documento, dado ou informação, após classificação, ou equipamentos de criptografia são considerados sigilosos e de-
pelo agente classificador que juntar a ele documento ou infor- verão, antecipadamente, ser submetidos à certificação de con-
mação com alguma restrição de acesso. formidade.
§ 1º Os documentos, dados ou informações cujas partes
contenham diferentes níveis de restrição de acesso devem Art. 54. Aplicam-se aos programas, aplicativos, sistemas e
receber diferentes marcações, mas no seu todo, será tratado equipamentos de criptografia todas as medidas de segurança
nos termos de seu grau de sigilo mais elevado. previstas neste decreto para os documentos, dados e informa-
§ 2º A marcação será feita em local que não comprometa ções sigilosos e também os seguintes procedimentos:
I - realização de vistorias periódicas, com a finalidade de
a leitura e compreensão do conteúdo do documento e em
assegurar uma perfeita execução das operações criptográficas;
local que possibilite sua reprodução em eventuais cópias.
II - elaboração de inventários completos e atualizados do
§ 3º As páginas serão numeradas seguidamente, devendo
material de criptografia existente;
a juntada ser precedida de termo próprio consignando o
III - escolha de sistemas criptográficos adequados a cada
número total de folhas acrescidas ao documento. destinatário, quando necessário;
§ 4º A marcação deverá ser necessariamente datada. IV - comunicação, ao superior hierárquico ou à autoridade
competente, de qualquer anormalidade relativa ao sigilo, à in-
Art. 49. A marcação em extratos de documentos, esboços, violabilidade, à integridade, à autenticidade, à legitimidade e à
desenhos, fotografias, imagens digitais, multimídia, negativos, disponibilidade de documentos, dados e informações sigilosos
diapositivos, mapas, cartas e fotocartas obedecerá ao prescrito criptografados;
no artigo 48 deste decreto. V - identificação e registro de indícios de violação ou inter-
§ 1º Em fotografias e reproduções de negativos sem ceptação ou de irregularidades na transmissão ou recebimento
legenda, a indicação do grau de sigilo será no verso e nas de documentos, dados e informações criptografados.
respectivas embalagens. § 1º A autoridade máxima do órgão ou entidade da
§ 2º Em filmes cinematográficos, negativos em rolos Administração Pública Estadual responsável pela custódia de
contínuos e microfilmes, a categoria e o grau de sigilo serão documentos, dados e informações sigilosos e detentor de material
indicados nas imagens de abertura e de encerramento criptográfico designará um agente público responsável pela
de cada rolo, cuja embalagem será tecnicamente segura e segurança criptográfica, devidamente credenciado, que deverá
exibirá a classificação do conteúdo. observar os procedimentos previstos no caput deste artigo.
§ 3º Os esboços, desenhos, fotografias, imagens digitais, § 2º O agente público referido no § 1º deste artigo
multimídia, negativos, diapositivos, mapas, cartas e fotocartas deverá providenciar as condições de segurança necessárias
de que trata esta seção, que não apresentem condições para a ao resguardo do sigilo de documentos, dados e informações
indicação do grau de sigilo, serão guardados em embalagens durante sua produção, tramitação e guarda, em suporte mag-
que exibam a classificação correspondente à classificação do nético ou óptico, bem como a segurança dos equipamentos e
conteúdo. sistemas utilizados.
§ 3º As cópias de segurança de documentos, dados e
Art. 50. A marcação da reclassificação e da desclassifica- informações sigilosos deverão ser criptografados, observadas
ção de documentos, dados ou informações sigilosos obedecerá as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo.
às mesmas regras da marcação da classificação.
Art. 55. Os equipamentos e sistemas utilizados para a pro-
Parágrafo único. Havendo mais de uma marcação, preva-
dução e guarda de documentos, dados e informações sigilosos
lecerá a mais recente.
poderão estar ligados a redes de comunicação de dados desde
que possuam sistemas de proteção e segurança adequados, nos
SUBSEÇÃO III termos das normas gerais baixadas pelo Comitê de Qualidade
Da Criptografia da Gestão Pública - CQGP.
Art. 51. Fica autorizado o uso de código, cifra ou sistema Art. 56. Cabe ao órgão responsável pela criptografia de
de criptografia no âmbito da Administração Pública Estadual documentos, dados e informações sigilosos providenciar a sua
e das instituições de caráter público para assegurar o sigilo de descriptação após a sua desclassificação.
documentos, dados e informações.
SUBSEÇÃO IV
Art. 52. Para circularem fora de área ou instalação sigilo- Da Preservação e Eliminação
sa, os documentos, dados e informações sigilosos, produzidos
em suporte magnético ou óptico, deverão necessariamente es- Art. 57. Aplicam-se aos documentos, dados e informações
tar criptografados. sigilosos os prazos de guarda estabelecidos na Tabela de Tem-
poralidade de Documentos das Atividades-Meio, oficializada

18
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

pelo Decreto nº 48.898, de 27 de agosto de 2004, e nas Tabe- Art. 63. As credenciais de segurança referentes aos graus
las de Temporalidade de Documentos das Atividades-Fim, ofi- de sigilo previstos no artigo 31 deste decreto, serão classificadas
cializadas pelos órgãos e entidades da Administração Pública nos graus de sigilo ultrassecreta, secreta ou reservada.
Estadual, ressalvado o disposto no artigo 59 deste decreto.
Art. 64. A credencial de segurança referente à informação
Art. 58. Os documentos, dados e informações sigilosos pessoal, prevista no artigo 35 deste decreto, será identificada
considerados de guarda permanente, nos termos dos Decre- como personalíssima.
tos nº 48.897 e nº 48.898, ambos de 27 de agosto de 2004,
somente poderão ser recolhidos à Unidade do Arquivo Público Art. 65. A emissão da credencial de segurança compete às
do Estado após a sua desclassificação. autoridades máximas de órgãos e entidades da Administração
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto no caput deste Pública Estadual, podendo ser objeto de delegação.
artigo, os documentos de guarda permanente de órgãos ou § 1º A credencial de segurança será concedida mediante
entidades extintos ou que cessaram suas atividades, em con- termo de compromisso de preservação de sigilo, pelo qual
formidade com o artigo 7, § 2º, da Lei Federal nº 8.159, de os agentes públicos responsabilizam-se por não revelarem
8 de janeiro de 1991, e com o artigo 1º, § 2º, do Decreto nº ou divulgarem documentos, dados ou informações sigilosos
48.897, de 27 de agosto de 2004. dos quais tiverem conhecimento direta ou indiretamente no
exercício de cargo, função ou emprego público.
Art. 59. Decorridos os prazos previstos nas tabelas de § 2º Para a concessão de credencial de segurança serão
temporalidade de documentos, os documentos, dados e in- avaliados, por meio de investigação, os requisitos profissionais,
formações sigilosos de guarda temporária somente poderão funcionais e pessoais dos propostos.
ser eliminados após 1 (um) ano, a contar da data de sua des- § 3º A validade da credencial de segurança poderá ser
classificação, a fim de garantir o pleno acesso às informações limitada no tempo e no espaço.
neles contidas. § 4º O compromisso referido no caput deste artigo
persistirá enquanto durar o sigilo dos documentos a que
Art. 60. A eliminação de documentos dados ou informa- tiveram acesso.
ções sigilosos em suporte magnético ou ótico que não pos-
SUBSEÇÃO VII
suam valor permanente deve ser feita, por método que sobres-
Da Reprodução e Autenticação
creva as informações armazenadas, após sua desclassificação.
Parágrafo único. Se não estiver ao alcance do órgão a
Art. 66. Os Serviços de Informações ao Cidadão - SIC dos ór-
eliminação que se refere o caput deste artigo, deverá ser pro-
gãos e entidades da Administração Pública Estadual fornecerão,
videnciada a destruição física dos dispositivos de armazena-
desde que haja autorização expressa das autoridades classifica-
mento.
doras ou das autoridades hierarquicamente superiores, reprodu-
ção total ou parcial de documentos, dados e informações sigilosos.
SUBSEÇÃO V § 1º A reprodução do todo ou de parte de documentos,
Da Publicidade de Atos Administrativos dados e informações sigilosos terá o mesmo grau de sigilo
dos documentos, dados e informações originais.
Art. 61. A publicação de atos administrativos referentes a § 2º A reprodução e autenticação de cópias de
documentos, dados e informações sigilosos poderá ser efetua- documentos, dados e informações sigilosos serão realizadas
da mediante extratos, com autorização da autoridade classifi- por agentes públicos credenciados.
cadora ou hierarquicamente superior. § 3º Serão fornecidas certidões de documentos sigilosos
§ 1º Os extratos referidos no caput deste artigo limitar- que não puderem ser reproduzidos integralmente, em razão
se-ão ao seu respectivo número, ao ano de edição e à sua das restrições legais ou do seu estado de conservação.
ementa, redigidos por agente público credenciado, de modo § 4º A reprodução de documentos, dados e informações
a não comprometer o sigilo. pessoais que possam comprometer a intimidade, a vida
§ 2º A publicação de atos administrativos que trate privada, a honra ou a imagem de terceiros poderá ocorrer
de documentos, dados e informações sigilosos para sua desde que haja autorização nos termos item 2 do § 1º do
divulgação ou execução dependerá de autorização da artigo 35 deste decreto.
autoridade classificadora ou autoridade competente
hierarquicamente superior. Art. 67. O responsável pela preparação ou reprodução de
documentos sigilosos deverá providenciar a eliminação de pro-
SUBSEÇÃO VI vas ou qualquer outro recurso, que possam dar origem à cópia
Da Credencial de Segurança não autorizada do todo ou parte.

Art. 62. O credenciamento e a necessidade de conhe- Art. 68. Sempre que a preparação, impressão ou, se for o
cer são condições indispensáveis para que o agente público caso, reprodução de documentos, dados e informações sigilo-
estadual no efetivo exercício de cargo, função, emprego ou sos forem efetuadas em tipografias, impressoras, oficinas grá-
atividade tenha acesso a documentos, dados e informações ficas, ou similares, essa operação deverá ser acompanhada por
sigilosos equivalentes ou inferiores ao de sua credencial de agente público credenciado, que será responsável pela garan-
segurança. tia do sigilo durante a confecção do documento.

19
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

SUBSEÇÃO VIII Art. 72. O agente público que tiver acesso a documentos,
Da Gestão de Contratos dados ou informações sigilosos, nos termos deste decreto, é
responsável pela preservação de seu sigilo, ficando sujeito às
Art. 69. O contrato cuja execução implique o acesso por sanções administrativas, civis e penais previstas na legislação,
parte da contratada a documentos, dados ou informações sigi- em caso de eventual divulgação não autorizada.
losos, obedecerá aos seguintes requisitos:
I - assinatura de termo de compromisso de manutenção Art. 73. Os agentes responsáveis pela custódia de docu-
de sigilo; mentos e informações sigilosos sujeitam-se às normas refe-
II - o contrato conterá cláusulas prevendo: rentes ao sigilo profissional, em razão do ofício, e ao seu códi-
a) obrigação de o contratado manter o sigilo relativo ao go de ética específico, sem prejuízo das sanções legais.
objeto contratado, bem como à sua execução;
b) obrigação de o contratado adotar as medidas de segu- Art. 74. A pessoa física ou entidade privada que detiver
rança adequadas, no âmbito de suas atividades, para a manu- documentos, dados e informações em virtude de vínculo de
tenção do sigilo de documentos, dados e informações aos quais qualquer natureza com o poder público e deixar de observar
teve acesso; o disposto na Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de
c) identificação, para fins de concessão de credencial de se- 2011, e neste decreto estará sujeita às seguintes sanções:
gurança, das pessoas que, em nome da contratada, terão aces- I - advertência;
so a documentos, dados e informações sigilosos. II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
Art. 70. Os órgãos contratantes da Administração Pública Esta- IV - suspensão temporária de participar em licitação e
dual fiscalizarão o cumprimento das medidas necessárias à proteção impedimento de contratar com a Administração Pública Esta-
dos documentos, dados e informações de natureza sigilosa transferi- dual por prazo não superior a 2 (dois) anos;
dos aos contratados ou decorrentes da execução do contrato. V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
com a Administração Pública Estadual, até que seja promovi-
CAPÍTULO V da a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
Das Responsabilidades penalidade.
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste
Art. 71. Constituem condutas ilícitas que ensejam respon- artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II,
sabilidade do agente público: assegurado o direito de defesa do interessado, no respectivo
I - recusar-se a fornecer documentos, dados e informações processo, no prazo de 10 (dez) dias.
requeridas nos termos deste decreto, retardar deliberadamente § 2º A reabilitação referida no inciso V deste artigo
o seu fornecimento ou fornecê-la intencionalmente de forma será autorizada somente quando o interessado efetivar
incorreta, incompleta ou imprecisa; o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inu- resultantes e decorrido o prazo da sanção aplicada com
tilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, do- base no inciso IV.
cumento, dado ou informação que se encontre sob sua guarda § 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V deste
ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício artigo é de competência exclusiva da autoridade máxima
das atribuições de cargo, emprego ou função pública; do órgão ou entidade pública, facultada a defesa do
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez)
acesso a documento, dado e informação; dias da abertura de vista.
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permi-
tir acesso indevido ao documento, dado e informação sigilosos Art. 75. Os órgãos e entidades estaduais respondem dire-
ou pessoal; tamente pelos danos causados em decorrência da divulgação
V - impor sigilo a documento, dado e informação para ob- não autorizada ou utilização indevida de documentos, dados
ter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de e informações sigilosos ou pessoais, cabendo a apuração de
ato ilegal cometido por si ou por outrem; responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, asse-
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente gurado o respectivo direito de regresso.
documento, dado ou informação sigilosos para beneficiar a si Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pes-
ou a outrem, ou em prejuízo de terceiros; soa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo de
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos qualquer natureza com órgãos ou entidades estaduais, tenha
concernentes a possíveis violações de direitos humanos por acesso a documento, dado ou informação sigilosos ou pessoal
parte de agentes do Estado. e a submeta a tratamento indevido.
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla
defesa e do devido processo legal, as condutas descritas no CAPÍTULO VI
caput deste artigo serão apuradas e punidas na forma da Disposições Finais
legislação em vigor.
§ 2º Pelas condutas descritas no caput deste artigo, poderá Art. 76. O tratamento de documento, dado ou informação
o agente público responder, também, por improbidade sigilosos resultante de tratados, acordos ou atos internacio-
administrativa, conforme o disposto na Lei Federal nº 8.429, nais atenderá às normas e recomendações constantes desses
de 2 de junho de 1992. instrumentos.

20
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

Art. 77. Aplica-se, no que couber, a Lei Federal nº 9.507, Art. 3º No prazo de 30 (trinta) dias, a contar da vigência
de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de pes- deste decreto, a autoridade máxima de cada órgão ou entidade
soa, física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados da Administração Pública Estadual designará subordinado para,
de entidades governamentais ou de caráter público. no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes
atribuições:
Art. 78. Cabe à Secretaria de Gestão Pública: I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias, os recur-
I - realizar campanha de abrangência estadual de fomento sos organizacionais, materiais e humanos, bem como as demais
à cultura da transparência na Administração Pública Estadual e providências necessárias à instalação e funcionamento dos Ser-
conscientização do direito fundamental de acesso à informação; viços de Informações ao Cidadão - SIC, a que se refere o artigo
II - promover treinamento de agentes públicos no que se 7º deste decreto;
refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à transpa- II - assegurar o cumprimento das normas relativas ao aces-
rência na Administração Pública Estadual; so a documentos, dados ou informações, de forma eficiente e
III - formular e implementar política de segurança da infor- adequada aos objetivos da Lei Federal nº 12.527, de 18 de no-
mação, em consonância com as diretrizes da política estadual vembro de 2011, e deste decreto;
de arquivos e gestão de documentos; III - orientar e monitorar a implementação do disposto na
IV - propor e promover a regulamentação do credencia- Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e neste decre-
mento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e en- to, e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
tidades da Administração Pública Estadual para tratamento de IV - recomendar as medidas indispensáveis à implementa-
informações sigilosas e pessoais. ção e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos neces-
sários ao correto cumprimento do disposto neste decreto;
Art. 79. A Corregedoria Geral da Administração será res- V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a atuali-
ponsável pela fiscalização da aplicação da Lei Federal nº 12.527, zação de pessoal que desempenhe atividades inerentes à salva-
de 18 de novembro de 2011, e deste decreto no âmbito da Ad- guarda de documentos, dados e informações sigilosos e pessoais.
ministração Pública Estadual, sem prejuízo da atuação dos ór-
gãos de controle interno. Art. 4º As Comissões de Avaliação de Documentos e Aces-
so - CADA deverão apresentar à autoridade máxima do órgão
Art. 80. Este decreto e suas disposições transitórias entram ou entidade, plano e cronograma de trabalho, no prazo de 30
em vigor na data de sua publicação. (trinta) dias, para o cumprimento das atribuições previstas no
artigo 6º, incisos I e II, e artigo 32, inciso I, deste decreto. Palácio
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS dos Bandeirantes, 16 de maio de 2012

Art. 1º Fica instituído Grupo Técnico, junto ao Comitê de EXERCÍCIOS


Qualidade da Gestão Pública - CQGP, visando a promover os
estudos necessários à criação, composição, organização e fun- 1. (SESACRE – FISIOTERAPEUTA - FUNCAB/2013) As
cionamento da Comissão Estadual de Acesso à Informação. informações consideradas ultrassecretas pela Lei de Acesso à
Parágrafo único. O Presidente do Comitê de Qualidade da Informação (Lei nº 12.527/2011) têm prazo máximo de sigilo,
Gestão Pública designará, no prazo de 30 (trinta) dias, os mem- contado da data de sua produção, de:
bros integrantes do Grupo Técnico. a) vinte e cinco anos.
b) dez anos.
Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública c) quinze anos.
Estadual deverão proceder à reavaliação dos documentos, da- d) vinte anos.
dos e informações classificados como ultrassecretos e secretos e) cinco anos.
no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de R: “A”. À luz do artigo 24, §1º, I da Lei nº 12527/11, “Os
vigência da Lei Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. prazos máximos de restrição de acesso à informação, confor-
§ 1º A restrição de acesso a documentos, dados e me a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data
informações, em razão da reavaliação prevista no caput deste de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte
artigo, deverá observar os prazos e condições previstos na Lei e cinco) anos”.
Federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
§ 2º No âmbito da administração pública estadual, a 2. (IPSEMG - ANALISTA - TECNOLOGIA DA INFOR-
reavaliação prevista no caput deste artigo poderá ser revista, MAÇÃO - FUNDEP/2013) Sobre a pessoa física ou entida-
a qualquer tempo, pela Comissão Estadual de Acesso à de privada que detiver informações em virtude de vínculo de
Informação, observados os termos da Lei Federal nº 12.527, de qualquer natureza com o poder público e deixar de observar o
18 de novembro de 2011, e deste decreto. disposto na Lei nº 12.527/11, que regula o direito constitucio-
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação nal de acesso a informações é CORRETO afirmar que
previsto no caput deste artigo, será mantida a classificação dos a) só poderá ser punida judicialmente.
documentos, dados e informações nos termos da legislação b) terá seu vínculo com o poder público necessariamente
precedente. extinto.
§ 4º Os documentos, dados e informações classificados c) poderá sofrer pena administrativa de multa, entre ou-
como secretos e ultrassecretos não reavaliados no prazo tras.
previsto no caput deste artigo serão considerados, d) não poderá sofrer sanção civil, administrativa ou pe-
automaticamente, de acesso público. nal.

21
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

R: “C”. Resposta de acordo com o art. 33 da Lei nº R: “B”. Segundo o artigo 11, §3º da Lei nº 12527/11,
12527/11: “A pessoa física ou entidade privada que detiver in- “sem prejuízo da segurança e da proteção das informações
formações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou enti-
poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará dade poderá oferecer meios para que o próprio requerente
sujeita às seguintes sanções: I - advertência; II - multa; III - resci- possa pesquisar a informação de que necessitar”.
são do vínculo com o poder público; IV - suspensão temporária Alternativa “A”: incorreta: art. 24, III.
de participar em licitação e impedimento de contratar com a Alternativa “C”: incorreta: As informações podem ser
administração pública por prazo não superior a 2 (dois) anos; classificadas como ultrassecreta, secreta e preservada.
e V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com Alternativa “D”: incorreta porque é pelo prazo de 100
a administração pública, até que seja promovida a reabilitação anos (art. 31, §1º, I).
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade”.  Alternativa “E”: incorreta, pois a suspensão temporária
de participar em licitação e impedimento de contratar com
3. (IPSEMG - TÉCNICO – ENFERMAGEM - FUN- a administração pública é por prazo não superior a 2 (dois)
DEP/2013) Segundo a Lei nº 12.527/2011, que regula o aces- anos (art. 33, IV).
so a informações garantido pela Constituição da República,
constitui dever dos órgãos e entidades públicas publicar e 5. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário - Arqui-
promover, independentemente de requerimento, a divulga- vologia) Assinale a opção em que são apresentadas infor-
ção de informações de interesse coletivo ou geral por eles mações que não se submetem à Lei de Acesso à Informação
produzidos ou custodiadas. brasileira.
Para tanto, deverão utilizar os meios e instrumentos le- a) Informação sobre projetos de pesquisa relacionados
gítimos de que dispõem, sendo obrigatória a divulgação em ao desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a
sítios oficiais da rede mundial de computadores (Internet). sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico
Essa obrigação de divulgar as informações pela internet nacional.
NÃO se aplica b) Informação resultante de inspeções, auditorias, pres-
a) aos Estados da Região Norte. tações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de con-
b) aos Estados cuja porcentagem de população de ex- trole interno e externo, incluindo prestações de contas rela-
trema pobreza ultrapasse 25% nos termos da estatística do
tivas a exercícios anteriores.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
c) Informação contida em registros ou documentos,
c) aos Estados do Pará, Amazonas, Alagoas, Piauí e Mara-
produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades,
nhão e seus respectivos municípios.
recolhidos ou não a arquivos públicos.
d) aos municípios com população de até 10.000 habi-
d) Informação sobre atividades exercidas pelos órgãos
tantes.
e entidades, inclusive as relativas a sua política, organização
R: “D”. O art. 8, §2º da Lei nº 12527/11 estabelece: “Os
Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habi- e serviços.
tantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na in- e) Informação referente à implementação, ao acompa-
ternet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de nhamento e aos resultados dos programas, projetos e ações
divulgação, em tempo real, de informações relativas à execu- dos órgãos e entidades públicas, bem como às metas e aos
ção orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos indicadores propostos.
no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de R: “A”. O critério utilizado para possibilitar a restrição do
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal)”. acesso, no caso, é a segurança nacional: “Art. 23. São con-
sideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do
4. (MF - TODOS OS CARGOS - CONHECIMENTOS BÁ- Estado e, portanto, passíveis de classificação as informações
SICOS - ESAF/2013) Considerando as normas de acesso à cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: [...] VI - prejudi-
informação contidas na Lei n. 12.527/2011, assinale a opção car ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
correta. to científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens,
a) Considera-se tratamento de informação a que for sub- instalações ou áreas de interesse estratégico nacional”.
metida temporariamente à restrição de acesso público em
razão de sua imprescindibilidade para a segurança da socie-
dade e do Estado.
b) O próprio requerente pesquisará a informação de que
necessite, ante os meios oferecidos pela entidade.
c) As informações podem ser classificadas como sigilo-
sas, restritas e de segurança máxima, nos termos da lei.
d) As informações pessoais relativas à intimidade terão
seu acesso vedado pelo prazo máximo de 50 (cinquenta)
anos.
e) A pessoa física que detiver informações em virtude de
vínculo com o poder público e não observar o disposto na
Lei nº 12527/11 estará sujeita à suspensão de seus direitos
políticos pelo prazo de 02 (dois) anos.

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