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VADE MECUM BRAVO - POLÍCIA PENAL-MG – 2021
COORDENAÇÃO: PROF. MARCELO NARCISO
DADOS DA OBRA
Diagramação
Prof. Josimare Mota
Nota do Editor
Caro candidato(a), você está adquirindo um material
atualizado, de alta qualidade, contendo as principais normas
exigidas no concurso. O conteúdo é uma junção/adaptação
dos dois últimos editais do concurso para o Departamento
Penitenciário de Minas Gerais.
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Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou DECRETO 47.528, DE 12/11/2018 Revogou o Decreto
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. ______ 30 46.060 de 2012 (regulamenta a Lei Estadual
Complementar nº 116/2011, que dispõe sobre a
Decreto nº 40/1991 (Convenção Contra a Tortura e
prevenção e a punição do assédio moral na
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Administração Pública Direta e Indireta do Poder
Degradantes). ______________________________ 30
Executivo Estadual) _________________________ 164
Decreto nº 98.386/1989 (Convenção Interamericana
Lei Estadual nº 869/1952 e suas alterações
para Prevenir e Punir a Tortura). _______________ 37
posteriores (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis
Regras Mínimas das Nações Unidas para o do Estado de Minas Gerais) __________________ 168
Tratamento dos Presos (Regras de Mandela) _____ 40
Decreto nº 46.644/2014 (Dispõe sobre o Código de
Grupos Vulneráveis e o Sistema Prisional ________ 40 Conduta Ética do Agente Público e da Alta
Protocolo das Nações Unidas contra o Crime Administração Estadual). ____________________ 197
Organizado Transnacional Relativo à Prevenção,
Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em
Especial Mulheres e Crianças. _________________ 55
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS ________________ 61
LEI FEDERAL n.º 7.210/1984 (Institui a Lei de Execução
Penal) com atualizações inseridas pelo pacote
Anticrime da Lei 13.964, de 2019. ______________ 61
LEI ESTADUAL 11.404 DE 25/01/1994 (Contém
Normas De Execução Penal No Estado de Minas
Gerais). ___________________________________ 83
Lei Federal n.º 9.455/1997 (Lei da Tortura) e
alterações posteriores. ______________________ 100
Lei nº 13.869/2019 (antiga Lei nº 4.898/1965) - Lei de
Abuso de Autoridade. ______________________ 101
Lei Federal nº 10.826/2003 (Estatuto do
Desarmamento) e alterações posteriores (com
atualizações do Pacote Anticrime Lei nº 13.964, de
2019). ___________________________________ 107
Lei Federal nº 12.850/2013 (Organização Criminosa)
com atualizações do Pacote Anticrime Lei nº 13.964,
de 2019. _________________________________ 115
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da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
bens; outros signos distintivos, tendo em vista o interesse
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
armas, em locais abertos ao público, do País;
independentemente de autorização, desde que não XXX - é garantido o direito de herança;
frustrem outra reunião anteriormente convocada XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio no País será regulada pela lei brasileira em benefício
aviso à autoridade competente; do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";
lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a do consumidor;
de cooperativas independem de autorização, sendo XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
vedada a interferência estatal em seu públicos informações de seu interesse particular, ou
funcionamento; de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
XIX - as associações só poderão ser no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento)
primeiro caso, o trânsito em julgado; (Vide Lei nº 12.527, de 2011)
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou XXXIV - são a todos assegurados,
a permanecer associado; independentemente do pagamento de taxas:
XXI - as entidades associativas, quando a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
expressamente autorizadas, têm legitimidade para defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
representar seus filiados judicial ou poder;
extrajudicialmente; b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
XXII - é garantido o direito de propriedade; para defesa de direitos e esclarecimento de
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; situações de interesse pessoal;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder
desapropriação por necessidade ou utilidade Judiciário lesão ou ameaça a direito;
pública, ou por interesse social, mediante justa e XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos jurídico perfeito e a coisa julgada;
previstos nesta Constituição; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXV - no caso de iminente perigo público, a XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
autoridade competente poderá usar de propriedade organização que lhe der a lei, assegurados:
particular, assegurada ao proprietário indenização a) a plenitude de defesa;
ulterior, se houver dano; b) o sigilo das votações;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida c) a soberania dos veredictos;
em lei, desde que trabalhada pela família, não será d) a competência para o julgamento dos crimes
objeto de penhora para pagamento de débitos dolosos contra a vida;
decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina,
lei sobre os meios de financiar o seu nem pena sem prévia cominação legal;
desenvolvimento; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de o réu;
utilização, publicação ou reprodução de suas obras, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei dos direitos e liberdades fundamentais;
fixar; XLII - a prática do racismo constitui crime
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
a) a proteção às participações individuais em obras reclusão, nos termos da lei;
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
inclusive nas atividades desportivas; insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
b) o direito de fiscalização do aproveitamento o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
econômico das obras que criarem ou de que terrorismo e os definidos como crimes hediondos,
participarem aos criadores, aos intérpretes e às por eles respondendo os mandantes, os executores
respectivas representações sindicais e associativas; e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos (Regulamento)
industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à
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XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos
ação de grupos armados, civis ou militares, contra a processuais quando a defesa da intimidade ou o
ordem constitucional e o Estado Democrático; interesse social o exigirem;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito
condenado, podendo a obrigação de reparar o dano ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
e a decretação do perdimento de bens ser, nos judiciária competente, salvo nos casos de
termos da lei, estendidas aos sucessores e contra transgressão militar ou crime propriamente militar,
eles executadas, até o limite do valor do patrimônio definidos em lei;
transferido; LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
adotará, entre outras, as seguintes: competente e à família do preso ou à pessoa por ele
a) privação ou restrição da liberdade; indicada;
b) perda de bens; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre
c) multa; os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
d) prestação social alternativa; assegurada a assistência da família e de advogado;
e) suspensão ou interdição de direitos; LXIV - o preso tem direito à identificação dos
XLVII - não haverá penas: responsáveis por sua prisão ou por seu
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos interrogatório policial;
termos do Art. 84, XIX; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada
b) de caráter perpétuo; pela autoridade judiciária;
c) de trabalhos forçados; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
d) de banimento; quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou
e) cruéis; sem fiança;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do
distintos, de acordo com a natureza do delito, a responsável pelo inadimplemento voluntário e
idade e o sexo do apenado; inescusável de obrigação alimentícia e a do
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à depositário infiel;
integridade física e moral; LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que
L - às presidiárias serão asseguradas condições para alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
que possam permanecer com seus filhos durante o violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
período de amamentação; por ilegalidade ou abuso de poder;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para
naturalizado, em caso de crime comum, praticado proteger direito líquido e certo, não amparado por
antes da naturalização, ou de comprovado habeas corpus ou habeas data, quando o
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
drogas afins, na forma da lei; autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
LII - não será concedida extradição de estrangeiro exercício de atribuições do Poder Público;
por crime político ou de opinião; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
LIII - ninguém será processado nem sentenciado impetrado por:
senão pela autoridade competente; a) partido político com representação no Congresso
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus Nacional;
bens sem o devido processo legal; b) organização sindical, entidade de classe ou
LV - aos litigantes, em processo judicial ou associação legalmente constituída e em
administrativo, e aos acusados em geral são funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os dos interesses de seus membros ou associados;
meios e recursos a ela inerentes; LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas que a falta de norma regulamentadora torne inviável
obtidas por meios ilícitos; o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
LVII - ninguém será considerado culpado até o e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
trânsito em julgado de sentença penal condenatória; soberania e à cidadania;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido LXXII - conceder-se-á habeas data:
a identificação criminal, salvo nas hipóteses a) para assegurar o conhecimento de informações
previstas em lei; (Regulamento) relativas à pessoa do impetrante, constantes de
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação registros ou bancos de dados de entidades
pública, se esta não for intentada no prazo legal; governamentais ou de caráter público;
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b) para a retificação de dados, quando não se prefira Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
administrativo; condição social:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para I - relação de emprego protegida contra despedida
propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
patrimônio público ou de entidade de que o Estado complementar, que preverá indenização
participe, à moralidade administrativa, ao meio compensatória, dentre outros direitos;
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de involuntário;
custas judiciais e do ônus da sucumbência; III - fundo de garantia do tempo de serviço;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente
e gratuita aos que comprovarem insuficiência de unificado, capaz de atender a suas necessidades
recursos; vitais básicas e às de sua família com moradia,
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
judiciário, assim como o que ficar preso além do higiene, transporte e previdência social, com
tempo fixado na sentença; reajustes periódicos que lhe preservem o poder
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989) qualquer fim;
a) o registro civil de nascimento; V - piso salarial proporcional à extensão e à
b) a certidão de óbito; complexidade do trabalho;
LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários convenção ou acordo coletivo;
ao exercício da cidadania. (Regulamento) VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo,
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, para os que percebem remuneração variável;
são assegurados a razoável duração do processo e os VIII - décimo terceiro salário com base na
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IX – remuneração do trabalho noturno superior à do
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias diurno;
fundamentais têm aplicação imediata. X - proteção do salário na forma da lei, constituindo
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta crime sua retenção dolosa;
Constituição não excluem outros decorrentes do XI – participação nos lucros, ou resultados,
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,
tratados internacionais em que a República participação na gestão da empresa, conforme
Federativa do Brasil seja parte. definido em lei;
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre XII - salário-família pago em razão do dependente do
direitos humanos que forem aprovados, em cada trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
quintos dos votos dos respectivos membros, serão 1998)
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos horas diárias e quarenta e quatro semanais,
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de facultada a compensação de horários e a redução da
2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015, DEC jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
9.522, de 2018) trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado
Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, negociação coletiva;
de 2004) XV - repouso semanal remunerado,
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, preferencialmente aos domingos;
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, XVI - remuneração do serviço extraordinário
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
à maternidade e à infância, a assistência aos normal; (Vide Del 5.452, Art. 59 § 1º)
desamparados, na forma desta Constituição. XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 90, de menos, um terço a mais do que o salário normal;
2015) XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e
do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
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XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXV e XXVIII, bem como a sua integração à
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, previdência social. (Redação dada pela Emenda
sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Constitucional nº 72, de 2013)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por Art. 8º É livre a associação profissional ou
meio de normas de saúde, higiene e segurança; sindical, observado o seguinte:
XXIII - adicional de remuneração para as atividades I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
XXIV - aposentadoria; órgão competente, vedadas ao Poder Público a
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes interferência e a intervenção na organização
desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em sindical;
creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda II - é vedada a criação de mais de uma organização
Constitucional nº 53, de 2006) sindical, em qualquer grau, representativa de
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos categoria profissional ou econômica, na mesma base
coletivos de trabalho; territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
XXVII - proteção em face da automação, na forma da empregadores interessados, não podendo ser
lei; inferior à área de um Município;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
do empregador, sem excluir a indenização a que este interesses coletivos ou individuais da categoria,
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; inclusive em questões judiciais ou administrativas;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em
relações de trabalho, com prazo prescricional de se tratando de categoria profissional, será
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, descontada em folha, para custeio do sistema
até o limite de dois anos após a extinção do contrato confederativo da representação sindical respectiva,
de trabalho;(Redação dada pela Emenda independentemente da contribuição prevista em lei;
Constitucional nº 28, de 2000) V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda filiado a sindicato;
Constitucional nº 28, de 2000) VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda negociações coletivas de trabalho;
Constitucional nº 28, de 2000) VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício votado nas organizações sindicais;
de funções e de critério de admissão por motivo de VIII - é vedada a dispensa do empregado
sexo, idade, cor ou estado civil; sindicalizado a partir do registro da candidatura a
XXXI - proibição de qualquer discriminação no cargo de direção ou representação sindical e, se
tocante a salário e critérios de admissão do eleito, ainda que suplente, até um ano após o final
trabalhador portador de deficiência; do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, da lei.
técnico e intelectual ou entre os profissionais Parágrafo único. As disposições deste artigo
respectivos; aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou colônias de pescadores, atendidas as condições que
insalubre a menores de dezoito e de qualquer a lei estabelecer.
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na Art. 9º É assegurado o direito de greve,
condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; competindo aos trabalhadores decidir sobre a
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que
1998) devam por meio dele defender.
XXXIV - igualdade de direitos entre o § 1º A lei definirá os serviços ou atividades
trabalhador com vínculo empregatício permanente e essenciais e disporá sobre o atendimento das
o trabalhador avulso. necessidades inadiáveis da comunidade.
Parágrafo único. São assegurados à categoria § 2º Os abusos cometidos sujeitam os
dos trabalhadores domésticos os direitos previstos responsáveis às penas da lei.
nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, Art. 10. É assegurada a participação dos
XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
atendidas as condições estabelecidas em lei e órgãos públicos em que seus interesses profissionais
observada a simplificação do cumprimento das ou previdenciários sejam objeto de discussão e
obrigações tributárias, principais e acessórias, deliberação.
decorrentes da relação de trabalho e suas
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Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
empregados, é assegurada a eleição de um (Redação dada pela Emenda Constitucional de
representante destes com a finalidade exclusiva de Revisão nº 3, de 1994)
promover-lhes o entendimento direto com os a) de reconhecimento de nacionalidade originária
empregadores. pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Art. 12. São brasileiros: Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
I - natos: b) de imposição de naturalização, pela norma
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, estrangeira, ao brasileiro residente em estado
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estrangeiro, como condição para permanência em
estejam a serviço de seu país; seu território ou para o exercício de direitos civis;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº
mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a 3, de 1994)
serviço da República Federativa do Brasil; Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de da República Federativa do Brasil.
mãe brasileira, desde que sejam registrados em § 1º São símbolos da República Federativa do Brasil
repartição brasileira competente ou venham a a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
residir na República Federativa do Brasil e optem, em § 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, poderão ter símbolos próprios.
pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Art. 14. A soberania popular será exercida pelo
Emenda Constitucional nº 54, de 2007) sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
II - naturalizados: valor igual para todos, e, nos termos da lei,
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade mediante:
brasileira, exigidas aos originários de países de língua I - plebiscito;
portuguesa apenas residência por um ano II - referendo;
ininterrupto e idoneidade moral; III - iniciativa popular.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, § 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
residentes na República Federativa do Brasil há mais I - obrigatórios para os maiores de 18 anos;
de quinze anos ininterruptos e sem condenação II - facultativos para:
penal, desde que requeiram a nacionalidade a) os analfabetos;
brasileira. (Redação dada pela Emenda b) os maiores de 70 anos;
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) c) os maiores de 16 e menores de 18 anos.
§ 1º Aos portugueses com residência permanente § 2º Não podem alistar-se como eleitores os
no País, se houver reciprocidade em favor de estrangeiros e, durante o período do serviço militar
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao obrigatório, os conscritos.
brasileiro, salvo os casos previstos nesta § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
Constituição. (Redação dada pela Emenda I - a nacionalidade brasileira;
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994) II - o pleno exercício dos direitos políticos;
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre III - o alistamento eleitoral;
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
previstos nesta Constituição. V - a filiação partidária; Regulamento
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: VI - a idade mínima de:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; a) 35 anos para Presidente e Vice-Presidente da
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; República e Senador;
III - de Presidente do Senado Federal; b) 30 anos para Governador e Vice-Governador de
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; Estado e do Distrito Federal;
V - da carreira diplomática; c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado
VI - de oficial das Forças Armadas. Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela paz;
Emenda Constitucional nº 23, de 1999) d) 18 anos para Vereador.
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
brasileiro que: § 5º O Presidente da República, os Governadores de
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse houver sucedido, ou substituído no curso dos
nacional; mandatos poderão ser reeleitos para um único
período subseqüente. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)
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§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e
da República, os Governadores de Estado e do extinção de partidos políticos, resguardados a
Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos soberania nacional, o regime democrático, o
respectivos mandatos até seis meses antes do pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pleito. pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do Regulamento
titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou I - caráter nacional;
afins, até o segundo grau ou por adoção, do II - proibição de recebimento de recursos financeiros
Presidente da República, de Governador de Estado de entidade ou governo estrangeiros ou de
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de subordinação a estes;
quem os haja substituído dentro dos seis meses III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
eletivo e candidato à reeleição. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as para definir sua estrutura interna e estabelecer
seguintes condições: regras sobre escolha, formação e duração de seus
I - se contar menos de 10 anos de serviço, deverá órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
afastar-se da atividade; organização e funcionamento e para adotar os
II - se contar mais de 10 anos de serviço, será critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
agregado pela autoridade superior e, se eleito, eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
passará automaticamente, no ato da diplomação, eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
para a inatividade. vinculação entre as candidaturas em âmbito
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
proteger a probidade administrativa, a moralidade fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda
para exercício de mandato considerada vida Constitucional nº 97, de 2017)
pregressa do candidato, e a normalidade e § 2º Os partidos políticos, após adquirirem
legitimidade das eleições contra a influência do personalidade jurídica, na forma da lei civil,
poder econômico ou o abuso do exercício de função, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
cargo ou emprego na administração direta ou Eleitoral.
indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional § 3º Somente terão direito a recursos do fundo
de Revisão nº 4, de 1994) partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante forma da lei, os partidos políticos que
a Justiça Eleitoral no prazo de 15 dias contados da alternativamente:
diplomação, instruída a ação com provas de abuso (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 97, de
do poder econômico, corrupção ou fraude. 2017)
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos
em segredo de justiça, respondendo o autor, na Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. válidos, distribuídos em pelo menos um terço das
Art. 15. É vedada a cassação de direitos unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
casos de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 97, de 2017)
I - cancelamento da naturalização por sentença II - tiverem elegido pelo menos 15 Deputados
transitada em julgado; Federais distribuídos em pelo menos um terço das
II - incapacidade civil absoluta; unidades da Federação. (Incluído pela Emenda
III - condenação criminal transitada em julgado, Constitucional nº 97, de 2017)
enquanto durarem seus efeitos; § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou organização paramilitar.
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; § 5º Ao eleito por partido que não preencher os
V - improbidade administrativa, nos termos do art. requisitos previstos no § 3º deste artigo é
37, §4º. assegurado o mandato e facultada a filiação, sem
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral perda do mandato, a outro partido que os tenha
entrará em vigor na data de sua publicação, não se atingido, não sendo essa filiação considerada para
aplicando à eleição que ocorra até um ano da data fins de distribuição dos recursos do fundo partidário
de sua vigência. (Redação dada pela Emenda e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de
Constitucional nº 4, de 1993) televisão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
97, de 2017)
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b) a de um cargo de professor com outro técnico ou § 2º A não observância do disposto nos incisos II e III
científico; (Redação dada pela Emenda implicará a nulidade do ato e a punição da
Constitucional nº 19, de 1998) autoridade responsável, nos termos da lei.
c) a de dois cargos ou empregos privativos de § 3º A lei disciplinará as formas de participação do
profissionais de saúde, com profissões usuário na administração pública direta e indireta,
regulamentadas; (Redação dada pela Emenda regulando especialmente: (Redação dada pela
Constitucional nº 34, de 2001) Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XVII - a proibição de acumular estende-se a I - as reclamações relativas à prestação dos serviços
empregos e funções e abrange autarquias, públicos em geral, asseguradas a manutenção de
fundações, empresas públicas, sociedades de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades periódica, externa e interna, da qualidade dos
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional
público; (Redação dada pela Emenda nº 19, de 1998)
Constitucional nº 19, de 1998) II - o acesso dos usuários a registros administrativos
XVIII - a administração fazendária e seus servidores e a informações sobre atos de governo, observado o
fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e disposto no Art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela
jurisdição, precedência sobre os demais setores Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
administrativos, na forma da lei; III - a disciplina da representação contra o exercício
XIX – somente por lei específica poderá ser criada negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
autarquia e autorizada a instituição de empresa na administração pública. (Incluído pela
pública, de sociedade de economia mista e de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
fundação, cabendo à lei complementar, neste último § 4º - Os atos de improbidade administrativa
caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação importarão a suspensão dos direitos políticos, a
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) perda da função pública, a indisponibilidade dos
XX - depende de autorização legislativa, em cada bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
caso, a criação de subsidiárias das entidades gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
mencionadas no inciso anterior, assim como a penal cabível.
participação de qualquer delas em empresa privada; § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
XXI - ressalvados os casos especificados na ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
legislação, as obras, serviços, compras e alienações não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
serão contratados mediante processo de licitação respectivas ações de ressarcimento.
pública que assegure igualdade de condições a todos § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam direito privado prestadoras de serviços públicos
obrigações de pagamento, mantidas as condições responderão pelos danos que seus agentes, nessa
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
somente permitirá as exigências de qualificação direito de regresso contra o responsável nos casos de
técnica e econômica indispensáveis à garantia do dolo ou culpa.
cumprimento das obrigações. (Regulamento) § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
XXII - as administrações tributárias da União, dos ao ocupante de cargo ou emprego da administração
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, direta e indireta que possibilite o acesso a
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, informações privilegiadas. (Incluído pela
exercidas por servidores de carreiras específicas, Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
terão recursos prioritários para a realização de suas § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive financeira dos órgãos e entidades da administração
com o compartilhamento de cadastros e de direta e indireta poderá ser ampliada mediante
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. contrato, a ser firmado entre seus administradores e
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de o poder público, que tenha por objeto a fixação de
19.12.2003) metas de desempenho para o órgão ou entidade,
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
caráter educativo, informativo ou de orientação I - o prazo de duração do contrato;
social, dela não podendo constar nomes, símbolos II - os controles e critérios de avaliação de
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de desempenho, direitos, obrigações e
autoridades ou servidores públicos. responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
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§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
públicas e às sociedades de economia mista, e suas autárquica e fundacional, no exercício de mandato
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em 1998)
geral. (Incluído pela Emenda Constitucional nº I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
19, de 1998) ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos função;
de aposentadoria decorrentes do Art. 40 ou dos arts. II - investido no mandato de Prefeito, será afastado
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis optar pela sua remuneração;
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os III - investido no mandato de Vereador, havendo
cargos em comissão declarados em lei de livre compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
nomeação e exoneração. (Incluído pela de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
remuneratórios de que trata o inciso XI do caput anterior;
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
previstas em lei. (Incluído pela Emenda o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
Constitucional nº 47, de 2005) será contado para todos os efeitos legais, exceto
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput para promoção por merecimento;
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às previdência social, permanecerá filiado a esse
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite regime, no ente federativo de origem. (Redação
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa Seção II
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do DOS SERVIDORES PÚBLICOS
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo de 1998)
aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
dos Vereadores. (Incluído pela Emenda Municípios instituirão, no âmbito de sua
Constitucional nº 47, de 2005) competência, regime jurídico único e planos de
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo carreira para os servidores da administração pública
poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas direta, das autarquias e das fundações públicas.
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis (Vide ADIN nº 2.135-4)
com a limitação que tenha sofrido em sua Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
capacidade física ou mental, enquanto permanecer Municípios instituirão conselho de política de
nesta condição, desde que possua a habilitação e o administração e remuneração de pessoal, integrado
nível de escolaridade exigidos para o cargo de por servidores designados pelos respectivos Poderes
destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)
2019) § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de demais componentes do sistema remuneratório
tempo de contribuição decorrente de cargo, observará: (Redação dada pela Emenda
emprego ou função pública, inclusive do Regime Constitucional nº 19, de 1998)
Geral de Previdência Social, acarretará o I - a natureza, o grau de responsabilidade e a
rompimento do vínculo que gerou o referido tempo complexidade dos cargos componentes de cada
de contribuição. (Incluído pela Emenda carreira; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019) Constitucional nº 19, de 1998)
§ 15. É vedada a complementação de aposentadorias II - os requisitos para a investidura; (Incluído
de servidores públicos e de pensões por morte a seus pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
dependentes que não seja decorrente do disposto III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído
nos §§ 14 a 16 do Art. 40 ou que não seja prevista pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
em lei que extinga regime próprio de previdência § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº manterão escolas de governo para a formação e o
103, de 2019) aperfeiçoamento dos servidores públicos,
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constituindo-se a participação nos cursos um dos (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
requisitos para a promoção na carreira, facultada, de 2019)
para isso, a celebração de convênios ou contratos § 1º O servidor abrangido por regime próprio de
entre os entes federados. (Redação dada pela previdência social será aposentado: (Redação
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo I - por incapacidade permanente para o trabalho, no
público o disposto no Art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, cargo em que estiver investido, quando insuscetível
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei de readaptação, hipótese em que será obrigatória a
estabelecer requisitos diferenciados de admissão realização de avaliações periódicas para verificação
quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído da continuidade das condições que ensejaram a
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) concessão da aposentadoria, na forma de lei do
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato respectivo ente federativo; (Redação dada pela
eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Estaduais e Municipais serão remunerados II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
exclusivamente por subsídio fixado em parcela ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na
adicional, abono, prêmio, verba de representação ou forma de lei complementar; (Redação dada
outra espécie remuneratória, obedecido, em pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide
qualquer caso, o disposto no Art. 37, X e XI. Lei Complementar nº 152, de 2015)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos
dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do
maior e a menor remuneração dos servidores Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima
públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto estabelecida mediante emenda às respectivas
no Art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo
Constitucional nº 19, de 1998) de contribuição e os demais requisitos estabelecidos
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em lei complementar do respectivo ente federativo.
publicarão anualmente os valores do subsídio e da (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
remuneração dos cargos e empregos públicos. de 2019)
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos Art. 201 ou superiores ao limite máximo
orçamentários provenientes da economia com estabelecido para o Regime Geral de Previdência
despesas correntes em cada órgão, autarquia e Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.
fundação, para aplicação no desenvolvimento de (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103,
programas de qualidade e produtividade, de 2019)
treinamento e desenvolvimento, modernização, § 3º As regras para cálculo de proventos de
reaparelhamento e racionalização do serviço aposentadoria serão disciplinadas em lei do
público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio respectivo ente federativo. (Redação dada pela
de produtividade. (Incluído pela Emenda Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Constitucional nº 19, de 1998) § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
§ 8º A remuneração dos servidores públicos diferenciados para concessão de benefícios em
organizados em carreira poderá ser fixada nos regime próprio de previdência social, ressalvado o
termos do § 4º. (Incluído pela Emenda disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação
Constitucional nº 19, de 1998) dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei
caráter temporário ou vinculadas ao exercício de complementar do respectivo ente federativo idade e
função de confiança ou de cargo em comissão à tempo de contribuição diferenciados para
remuneração do cargo efetivo. (Incluído pela aposentadoria de servidores com deficiência,
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) previamente submetidos a avaliação biopsicossocial
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos realizada por equipe multiprofissional e
servidores titulares de cargos efetivos terá caráter interdisciplinar. (Incluído pela Emenda
contributivo e solidário, mediante contribuição do Constitucional nº 103, de 2019)
respectivo ente federativo, de servidores ativos, de § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei
aposentados e de pensionistas, observados critérios complementar do respectivo ente federativo idade e
que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. tempo de contribuição diferenciados para
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§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de qualquer natureza; (Incluído pela Emenda
aposentadorias e pensões concedidas pelo regime Constitucional nº 103, de 2019)
de que trata este artigo que superem o limite VI - mecanismos de equacionamento do deficit
máximo estabelecido para os benefícios do regime atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional
geral de previdência social de que trata o Art. 201, nº 103, de 2019)
com percentual igual ao estabelecido para os VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
servidores titulares de cargos efetivos. regime, observados os princípios relacionados com
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, governança, controle interno e transparência;
19.12.2003) (Vide ADIN 3133) (Vide ADIN 3143) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
(Vide ADIN 3184) 2019)
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em VIII - condições e hipóteses para responsabilização
lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de daqueles que desempenhem atribuições
cargo efetivo que tenha completado as exigências relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão
para a aposentadoria voluntária e que opte por do regime; (Incluído pela Emenda
permanecer em atividade poderá fazer jus a um Constitucional nº 103, de 2019)
abono de permanência equivalente, no máximo, ao IX - condições para adesão a consórcio público;
valor da sua contribuição previdenciária, até (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de
completar a idade para aposentadoria compulsória. 2019)
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
de 2019) definição de alíquota de contribuições ordinárias e
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime extraordinárias. (Incluído pela Emenda
próprio de previdência social e de mais de um órgão Constitucional nº 103, de 2019)
ou entidade gestora desse regime em cada ente Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo
federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e exercício os servidores nomeados para cargo de
entidades autárquicas e fundacionais, que serão provimento efetivo em virtude de concurso público.
responsáveis pelo seu financiamento, observados os (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
critérios, os parâmetros e a natureza jurídica 1998)
definidos na lei complementar de que trata o § 22. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
de 2019) 1998)
§ 21. (Revogado). (Redação dada pela Emenda I - em virtude de sentença judicial transitada em
Constitucional nº 103, de 2019) julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios nº 19, de 1998)
de previdência social, lei complementar federal II - mediante processo administrativo em que lhe
estabelecerá, para os que já existam, normas gerais seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
de organização, de funcionamento e de Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre III - mediante procedimento de avaliação periódica
outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda de desempenho, na forma de lei complementar,
Constitucional nº 103, de 2019) assegurada ampla defesa. (Incluído pela
I - requisitos para sua extinção e consequente Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
migração para o Regime Geral de Previdência Social; § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
2019) ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de de origem, sem direito a indenização, aproveitado
utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda em outro cargo ou posto em disponibilidade com
Constitucional nº 103, de 2019) remuneração proporcional ao tempo de serviço.
III - fiscalização pela União e controle externo e (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 1998)
103, de 2019) § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; desnecessidade, o servidor estável ficará em
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de disponibilidade, com remuneração proporcional ao
2019) tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento
V - condições para instituição do fundo com em outro cargo. (Redação dada pela Emenda
finalidade previdenciária de que trata o Art. 249 e Constitucional nº 19, de 1998)
para vinculação a ele dos recursos provenientes de § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
contribuições e dos bens, direitos e ativos de é obrigatória a avaliação especial de desempenho
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por comissão instituída para essa finalidade. Considerando que uma concepção comum destes
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) direitos e liberdades é da mais alta importância para
dar plena satisfação a tal compromisso:
DIREITOS HUMANOS A Assembléia Geral proclama a presente Declaração
Universal dos Direitos Humanos como ideal comum
a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim
de que todos os indivíduos e todos os órgãos da
sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se
esforcem, pelo ensino e pela educação, por
desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e
Declaração Universal dos Direitos Humanos por promover, por medidas progressivas de ordem
nacional e internacional, o seu reconhecimento e a
sua aplicação universais e efetivos tanto entre as
RESOLUÇÃO Nº 217 DA 3ª ASSEMBLEIA GERAL DA
populações dos próprios Estados-Membros como
ONU, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1948
entre as dos territórios colocados sob a sua
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS
jurisdição.
HUMANOS
Artigo 1º
Preâmbulo
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em
Considerando que o reconhecimento da dignidade dignidade e em direitos. Dotados de razão e de
inerente a todos os membros da família humana e consciência, devem agir uns para com os outros em
dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o espírito de fraternidade.
fundamento da liberdade, da justiça e da paz no Artigo 2º
mundo; Todos os seres humanos podem invocar os direitos e
as liberdades proclamados na presente Declaração,
Considerando que o desconhecimento e o desprezo sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de
dos direitos do Homem conduziram a atos de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política
barbárie que revoltam a consciência da Humanidade ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna,
e que o advento de um mundo em que os seres de nascimento ou de qualquer outra situação. Além
humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do disso, não será feita nenhuma distinção fundada no
terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta estatuto político, jurídico ou internacional do país ou
inspiração do Homem; do território da naturalidade da pessoa, seja esse
país ou território independente, sob tutela,
Considerando que é essencial a proteção dos autônomo ou sujeito a alguma limitação de
direitos do Homem através de um regime de direito, soberania.
para que o Homem não seja compelido, em supremo Artigo 3º
recurso, à revolta contra a tirania e a opressão; Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à
segurança pessoal.
Considerando que é essencial encorajar o Artigo 4º
desenvolvimento de relações amistosas entre as Ninguém será mantido em escravatura ou em
nações; servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob
todas as formas, são proibidos.
Considerando que, na Carta, os povos das Nações Artigo 5º
Unidas proclamam, de novo, a sua fé nos direitos Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou
fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
pessoa humana, na igualdade de direitos dos Artigo 6º
homens e das mulheres e se declaram resolvidos a Todos os indivíduos têm direito ao reconhecimento,
favorecer o progresso social e a instaurar melhores em todos os lugares, da sua personalidade jurídica.
condições de vida dentro de uma liberdade mais Artigo 7º
ampla; Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm
direito à igual proteção da lei. Todos têm direito à
Considerando que os Estados-Membros se proteção igual contra qualquer discriminação que
comprometeram a promover, em cooperação com a viole a presente Declaração e contra qualquer
Organização das Nações Unidas, o respeito universal incitamento a tal discriminação.
e efetivo dos direitos do Homem e das liberdades Artigo 8º
fundamentais; Toda a pessoa tem direito a recurso efetivo para as
jurisdições nacionais competentes contra os atos
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que violem os direitos fundamentais reconhecidos 2. O casamento não pode ser celebrado sem o livre e
pela Constituição ou pela Lei. pleno consentimento dos futuros esposos.
Artigo 9º 3. A família é o elemento natural e fundamental da
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou sociedade e tem direito à proteção desta e do
exilado. Estado.
Artigo 10º Artigo 17º
Toda a pessoa tem direito, em plena igualdade, a que 1. Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito
a sua causa seja eqüitativa e publicamente julgada à propriedade.
por um tribunal independente e imparcial que 2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua
decida dos seus direitos e obrigações ou das razões propriedade.
de qualquer acusação em matéria penal que contra Artigo 18º
ela seja deduzida. Toda a pessoa tem direito à liberdade de
Artigo 11º pensamento, de consciência e de religião; este
1. Toda a pessoa acusada de um ato delituoso direito implica a liberdade de mudar de religião ou
presume-se inocente até que a sua culpabilidade de convicção, assim como a liberdade de manifestar
fique legalmente provada no decurso de um a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto
processo público em que todas as garantias em público como em privado, pelo ensino, pela
necessárias de defesa lhe sejam asseguradas. prática, pelo culto e pelos ritos.
2. Ninguém será condenado por ações ou omissões Artigo 19º
que, no momento da sua prática, não constituíam Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião
ato delituoso à face do direito interno ou e de expressão, o que implica o direito de não ser
internacional. Do mesmo modo, não será infligida inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,
pena mais grave do que a que era aplicável no receber e difundir, sem consideração de fronteiras,
momento em que o ato delituoso foi cometido. informações e idéias por qualquer meio de
Artigo 12º expressão.
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida Artigo 20º
privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua 1. Toda a pessoa tem direito à liberdade de reunião
correspondência, nem ataques à sua honra e e de associação pacíficas.
reputação. Contra tais intromissões ou ataques toda 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma
a pessoa tem direito à proteção da lei. associação.
Artigo 13º Artigo 21º
1. Toda a pessoa tem o direito de livremente circular 1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na
e escolher a sua residência no interior de um Estado. direção dos negócios públicos do seu país, quer
2. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país diretamente, quer por intermédio de representantes
em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de livremente escolhidos.
regressar ao seu país. 2. Toda a pessoa tem direito de acesso, em
Artigo 14º condições de igualdade, às funções públicas do seu
1. Toda a pessoa sujeita à perseguição tem o direito país.
de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. 3. A vontade do povo é o fundamento da autoridade
2. Este direito não pode, porém, ser invocado no dos poderes públicos: e deve exprimir-se através de
caso de processo realmente existente por crime de eleições honestas a realizar-se periodicamente por
direito comum ou por atividades contrárias aos fins sufrágio universal e igual, com voto secreto ou
e aos princípios das Nações Unidas. segundo processo equivalente que salvaguarde a
Artigo 15º liberdade de voto.
1. Todo o indivíduo tem direito a ter uma Artigo 22º
nacionalidade. Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem
2. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua direito à segurança social; e pode legitimamente
nacionalidade nem do direito de mudar de exigir a satisfação dos direitos econômicos, sociais e
nacionalidade. culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e
Artigo 16º à cooperação internacional, de harmonia com a
1. A partir da idade núbil, o homem e a mulher têm organização e os recursos de cada país.
o direito de casar e de constituir família, sem Artigo 23º
restrição alguma de raça, nacionalidade ou religião. 1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre
Durante o casamento e na altura da sua dissolução, escolha do trabalho, a condições eqüitativas e
ambos têm direitos iguais. satisfatórias de trabalho e à proteção contra o
desemprego.
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2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano
salário igual por trabalho igual. social e no plano internacional, uma ordem capaz de
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração tornar plenamente efetivos os direitos e as
eqüitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua liberdades enunciadas na presente Declaração.
família uma existência conforme com a dignidade Artigo 29º
humana, e completada, se possível, por todos os 1. O indivíduo tem deveres para com a comunidade,
outros meios de proteção social. fora da qual não é possível o livre e pleno
4. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras desenvolvimento da sua personalidade.
pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para 2. No exercício deste direito e no gozo destas
defesa dos seus interesses. liberdades ninguém está sujeito senão às limitações
Artigo 24º estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a
Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres, promover o reconhecimento e o respeito dos
especialmente, a uma limitação razoável da duração direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer
do trabalho e às férias periódicas pagas. as justas exigências da moral, da ordem pública e do
Artigo 25º bem-estar numa sociedade democrática.
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida 3. Em caso algum estes direitos e liberdades poderão
suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde ser exercidos contrariamente e aos fins e aos
e o bem-estar, principalmente quanto à princípios das Nações Unidas.
alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à Artigo 30º
assistência médica e ainda quanto aos serviços Nenhuma disposição da presente Declaração pode
sociais necessários, e tem direito à segurança no ser interpretada de maneira a envolver para
desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito
velhice ou noutros casos de perda de meios de de se entregar a alguma atividade ou de praticar
subsistência por circunstâncias independentes da algum ato destinado a destruir os direitos e
sua vontade. liberdades aqui enunciados.
2. A maternidade e a infância têm direito à ajuda e à
assistência especiais. Todas as crianças, nascidas
dentro ou fora do matrimônio, gozam da mesma
proteção social.
Artigo 26º
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação
deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao
ensino elementar fundamental. O ensino elementar
é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve
ser generalizado; o acesso aos estudos superiores
deve estar aberto a todos em plena igualdade, em
função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da
personalidade humana e ao reforço dos direitos do
Homem e das liberdades fundamentais e deve
favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade
entre todas as nações e todos os grupos raciais ou
religiosos, bem como o desenvolvimento das
atividades das Nações Unidas para a manutenção da
paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de
escolher o gênero de educação a dar aos filhos.
Artigo 27º
1. Toda a pessoa tem o direito de tomar parte
livremente na vida cultural da comunidade, de fruir
as artes e de participar no progresso científico e nos
benefícios que deste resultam.
2. Todos têm direito à proteção dos interesses
morais e materiais ligados a qualquer produção
científica, literária ou artística da sua autoria.
Artigo 28º
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correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra o acesso a eles, para proteção moral da infância e da
ou reputação. adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2º.
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra 5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da
tais ingerências ou tais ofensas. guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional,
ARTIGO 12 racial ou religioso que constitua incitação à
Liberdade de Consciência e de Religião discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de ARTIGO 14
consciência e de religião. Esse direito implica a Direito de Retificação ou Resposta
liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, 1. Toda pessoa atingida por informações inexatas
ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a ou ofensivas emitidas em seus prejuízos por meios
liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas de difusão legalmente regulamentados e que se
crenças, individual ou coletivamente, tanto em dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, pelo
público como em privado. mesmo órgão de difusão, sua retificação ou
2. Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas resposta, nas condições que estabeleça a lei.
que possam limitar sua liberdade de conservar sua 2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta
religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou eximirá das outras responsabilidades legais em que
de crenças. se houver incorrido.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as 3. Para a efetiva proteção da honra e da reputação,
próprias crenças está sujeita unicamente às toda publicação ou empresa jornalística,
limitações prescritas pelas leis e que sejam cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma
necessárias para proteger a segurança, a ordem, a pessoa responsável que não seja protegida por
saúde ou moral pública ou os direitos ou liberdades imunidades nem goze de foro especial.
das demais pessoas. ARTIGO 15
4. Os pais, e quando for o caso os tutores, têm Direito de Reunião
direito a que seus filhos ou pupilos recebam a É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem
educação religiosa e moral que esteja acorde com armas. O exercício de tal direito só pode estar sujeito
suas próprias convicções. às restrições previstas pela lei e que sejam
ARTIGO 13 necessárias, uma sociedade democrática, no
Liberdade de Pensamento e de Expressão interesse da segurança nacional, da segurança ou da
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral
pensamento e de expressão. Esse direito públicas ou os direitos e liberdades das demais
compreende a liberdade de buscar, receber e pessoas.
difundir informações e idéias de toda natureza, sem ARTIGO 16
consideração de fronteiras, verbalmente ou por Liberdade de Associação
escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se
qualquer outro processo de sua escolha. livremente com fins ideológicos, religiosos, políticos,
O exercício do direito previsto no inciso econômicos, trabalhistas, sociais, culturais,
precedente não pode estar sujeito à censura prévia, desportivos, ou de qualquer outra natureza.
mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser 2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às
expressamente fixadas pela lei a ser necessária para restrições previstas pela lei que sejam necessárias,
assegurar: numa sociedade democrática, no interesse da
a) o respeito aos direitos ou à reputação das segurança nacional, da segurança ou da ordem
demais pessoas; ou públicas, ou para proteger a saúde ou a moral
b) a proteção da segurança nacional, da ordem públicas ou os direitos e liberdades das demais
pública, ou da saúde ou da moral pública. pessoas.
3. Não se pode restringir o direito de expressão por 3. O disposto neste artigo não impede a imposição
vias ou meios indiretos, tais como o abuso de de restrições legais, e mesmo a privação do exercício
controles oficiais ou particulares de papel de do direito de associação, aos membros das forças
imprensa, de freqüências radioelétricas ou de armadas e da polícia.
equipamentos e aparelhos usados na difusão de ARTIGO 17
informação, nem por quaisquer outros meios Proteção da Família
destinados a obstar a comunicação e a circulação de 1. A família é o elemento natural e fundamental da
idéias e opiniões. sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos à Estado.
censura prévia, com o objetivo exclusivo de regular 2. É reconhecido o direito do homem e da mulher
de contraírem casamento e de fundarem uma
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família, se tiverem à idade e as condições para isso 2. toda pessoa tem o direito de sair livremente de
exigidas pelas leis internas, na medida em que não qualquer país, inclusive do próprio.
afetem estas o princípio da não discriminação 3. O exercício dos direitos acima mencionados não
estabelecido nesta Convenção. pode ser restringido senão em virtude de lei, na
3. O casamento não pode ser celebrado sem o livre medida indispensável, numa sociedade democrática,
e pleno consentimento dos contraentes. para prevenir infrações penais ou para proteger a
4. Os Estados-Partes devem tomar medidas segurança nacional, a segurança ou a ordem
apropriadas no sentido de assegurar a igualdade de públicas, a moral ou a saúde públicas, ou os direitos
direitos e a adequada equivalência de e liberdades das demais pessoas.
responsabilidades dos cônjuges quanto ao 4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso
casamento, durante o casamento e em caso de 1 pode também ser restringido pela lei, em zonas
dissolução do mesmo. Em caso de dissolução, serão determinadas, por motivos de interesse público.
adotadas disposições que assegurem a proteção 5. Ninguém pode ser expulso do território do
necessária aos filhos, com base unicamente no Estado do qual for nacional, nem ser privado do
interesse e conveniência dos mesmos. direito de nele entrar.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos 6. O estrangeiro que se ache legalmente no
filhos nascidos fora do casamento como aos nascidos território de uma Estado-Parte nesta Convenção só
dentro do casamento. poderá dele ser expulso em cumprimento de decisão
ARTIGO 18 adotada de acordo com a lei.
Direito ao Nome 7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos asilo em território estrangeiro, em caso de
nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve perseguição por delitos políticos ou comuns conexos
regular a forma de assegurar a todos esses direito, com delitos políticos e de acordo com a legislação de
mediante nomes fictícios, se for necessário. cada estado e com os convênios internacionais.
ARTIGO 19 8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso
Direitos da Criança ou entregue a outro país, seja ou não de origem,
Toda criança tem direito às medidas de proteção onde seu direito à vida ou liberdade pessoal esteja
que a sua condição de menor requer por parte da sua em risco de violação por causa da sua raça,
família, da sociedade e do Estado. nacionalidade, religião, condição social ou de suas
ARTIGO 20 opiniões políticas.
Direito à Nacionalidade 9. É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. ARTIGO 23
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Direitos Políticos
Estado em cujo território houver nascido, se não 1. Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes
tiver direito à outra. direitos e oportunidades:
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de a) de participar da direção dos assuntos públicos,
sua nacionalidade nem do direito de mudá-la. diretamente ou por meio de representantes
ARTIGO 21 livremente eleitos;
Direito à Propriedade Privada b) de votar e se eleitos em eleições periódicas
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus autênticas, realizadas por sufrágio universal e igual e
bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao por voto secreto que garanta a livre expressão da
interesse social. vontade dos eleitores; e
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade,
salvo mediante o pagamento de indenização justa, às funções públicas de seu país.
por motivo de utilidade pública ou de interesse social 2. A lei pode regular o exercício dos direitos e
e nos casos e na forma estabelecidos pela lei. oportunidades e a que se refere o inciso anterior,
3. Tanto a usura como qualquer outra forma de exclusivamente por motivos de idade,
exploração do homem pelo homem devem ser nacionalidade, residência, idioma, instrução,
reprimidas pela lei. capacidade civil ou mental, ou condenação, por juiz
ARTIGO 22 competente, em processo penal.
Direito de Circulação e de Residência ARTIGO 24
1. Toda pessoa que se ache legalmente no Igualdade Perante a Lei
território de um Estado tem direito de circular nele e Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
de nele residir conformidade com as disposições conseguinte, têm direito, sem discriminação, a igual
legais. proteção da lei.
ARTIGO 25
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Alcance das Restrições proposta uma lista de três candidatos, pelo menos
As restrições permitidas, de acordo com esta um deles deverá ser nacional de Estado diferente do
Convenção, ao gozo e exercício dos direitos e proponente.
liberdades nela reconhecidos, não podem ser ARTIGO 37
aplicadas senão de acordo com leis que forem 1. Os membros da Comissão serão eleitos por
promulgadas por motivo de interesse geral e com o quatro anos e só poderão ser reeleitos uma vez,
propósito para o qual houverem sido estabelecidas. porém o mandato de três dos membros designados
ARTIGO 31 na primeira eleição expirará ao cabo de dois anos.
Reconhecimento de Outros Direitos Logo depois da referida eleição, serão determinados
Poderão se incluídos no regime de proteção desta por sorteio, na Assembléia-Geral, os nomes desse
Convenção outros direitos e liberdades que forem três membros.
reconhecidos de acordo com os processos 2. Não pode fazer parte da Comissão mais de um
estabelecidos nos artigos 69 e 70. nacional de um mesmo Estado.
CAPÍTULO V ARTIGO 38
Deveres das Pessoas As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se
ARTIGO 32 devam à expiração normal do mandado, serão
Correlação entre Deveres e Direitos preenchidas pelo Conselho Permanente da
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a Organização, de acordo com o que dispuser o
comunidade e a humanidade. Estatuto da Comissão.
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos ARTIGO 39
direitos dos demais, pela segurança de todos e pelas A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á
justas exigências do bem comum, numa sociedade à aprovação da Assembléia-Geral e expedirá seu
democrática. próprio regulamento.
PARTE II ARTIGO 40
Meios da Proteção Os serviços de secretaria da Comissão devem ser
CAPÍTULO VI desempenhados pela unidade funcional
Órgãos Competentes especializada que faz parte da Secretaria-Geral da
ARTIGO 33 Organização e deve dispor dos recursos necessários
São competentes para conhecer dos assuntos para cumprir as tarefas que lhe forem confiadas pela
relacionados com o cumprimento dos compromissos Comissão.
assumidos pelos Estados-Partes nesta Convenção: Seção 2 - Funções
a) a Comissão Interamericana de Direitos ARTIGO 41
Humanos, doravante denominada a Comissão; e A Comissão tem a função principal de promover a
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, observância e a defesa dos direitos humanos e, no
doravante denominada a Corte. exercício do seu mandato, tem as seguintes funções
CAPÍTULO VII e atribuições:
Comissão Interamericana de Direitos Humanos a) estimular a consciência dos direitos humanos
Seção 1 - Organização nos povos da América;
ARTIGO 34 b) formular recomendações aos governos dos
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos Estados-Membros, quando o considerar
compor-se-á de sete membros, que deverão ser conveniente, no sentido de que adotem medidas
pessoas de alta autoridade moral e de progressivas em prol dos direitos humanos no
reconhecimento saber em matéria de direitos âmbito de suas leis internas e seus preceitos
humanos. constitucionais, bem como disposições apropriadas
ARTIGO 35 para promover o devido respeito a esses direitos;
A Comissão representa todos os Membros da c) preparar os estudos ou relatórios que
Organização dos Estados Americanos. considerar convenientes o desempenho de suas
ARTIGO 36 funções;
1. Os membros da Comissão, serão eleitos a título d) solicitar aos governos dos Estados-Membros
pessoal, pela Assembléia-Geral da organização, de que lhe proporcionem informações sobre as
uma lista de candidatos propostos pelos governos medidas que adotarem em matéria de direitos
dos Estados-Membros. humanos;
2. Cada um dos referidos governos pode propor e) atender às consultas que, por meio da
até três candidatos, nacionais do Estado que os Secretaria-Geral da Organização dos Estados
propuser ou de qualquer outro Estado-Membro da Americanos, lhe formularem os Estados-Membros
organização dos Estados Americanos. Quando for sobre questões relacionadas com os direitos
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humanos e, dentro de suas possibilidades, prestar- encaminhará cópia das mesmas aos Estados-
lhes o assessoramento que eles lhe solicitarem; Membros da referida Organização.
f) atuar com respeito às petições e outras ARTIGO 46
comunicações, no exercício de sua autoridade, de 1. Para que uma petição ou comunicação
conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja
desta Convenção; e admitida pela Comissão, será necessário:
g) apresentar um relatório anual a Assembléia- a) que hajam sido interpostos e esgotados os
Geral da Organização dos Estados Americanos. recursos da jurisdição interna, de acordo com os
ARTIGO 42 princípios de direito internacional geralmente
Os Estados-Partes devem remeter à Comissão reconhecidos;
cópia dos relatórios e estudos que, em seus b) que seja apresentada dentro do prazo de seis
respectivos campos, submetem anualmente às meses, a partir da data em que o presumido
Comissões Executivas do Conselho Interamericano prejudicado em seus direitos tenha sido notificado
Econômico e Social e do Conselho Interamericano de da decisão definitiva;
Educação, Ciência e Cultura, a fim de que aquela vele c) que a matéria da petição ou comunicação não
por que se promovem os direitos decorrentes das esteja pendente de outro processo de solução
normas econômicas, sociais e sobre educação, internacional; e
ciência e cultura constantes da Carta da Organização d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o
dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a
de Buenos Aires. assinatura da pessoa ou pessoas ou do
ARTIGO 43 representante legal da entidade que submeter a
Os Estados-Partes obrigam-se a proporcionar à petição.
Comissão as informações que esta lhes solicitar 2. as disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1º
sobre a maneira pela qual o seu direito interno deste artigo não se aplicarão quando:
assegura a aplicação efetiva de quaisquer a) não existir, na legislação interna do Estado de
disposições desta Convenção. que se tratar, o devido processo legal para a
Seção 3 - Competência proteção do direito ou direitos que se alegue tenha
ARTIGO 44 sido violados;
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou b) não se houver permitido ao presumido
entidade não governamental legalmente prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos
reconhecida em um ou mais Estados-Membros da da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de
Organização, pode apresentar à Comissão petições esgotá-los; e
que contenham denúncias ou queixas de violação c) houver demora injustificada na decisão sobre os
desta Convenção por um Estado-Parte. mencionados recursos.
ARTIGO 45 ARTIGO 47
1. Todo Estado-Parte pode, no momento do A Comissão declarará inadmissível toda petição ou
depósito do seu instrumento de ratificação desta comunicação apresentada de acordo com os artigos
Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer 44 ou 45 quando:
momento posterior, declarar que reconhece a a) não preencher algum dos requisitos
competência da Comissão para receber e examinar estabelecidos no artigo 46;
as comunicações em que um Estado-Parte alegue b) não expuser fatos que caracterizem violação
haver outro Estado-Parte incorrido em violações dos direitos garantidos por esta Convenção;
direitos humanos estabelecidos nesta Convenção. c) pela exposição do próprio peticionário ou do
2. As comunicações feitas em virtude deste artigo Estado, for manifestamente infundada a petição ou
só podem ser admitidos e examinadas se forem comunicação ou for evidente sua total
apresentadas por um Estado-Parte que haja feito improcedência; ou
uma declaração pela qual reconheça a referida d) for substancialmente reprodução de petição ou
competência da Comissão. A Comissão não admitirá comunicação anterior, já examinada pela Comissão
nenhuma comunicação contra um Estado-Parte que ou por outro organismo internacional.
não haja feito tal declaração. seção 4 Processo
3. As declarações sobre reconhecimento de ARTIGO 48
competência podem ser feitas para que esta vigore 1. A Comissão, ao receber uma petição ou
por tempo indefinido, por período determinado ou comunicação na qual se alegue violação de qualquer
para casos específicos. dos direitos consagrados nesta Convenção,
4. As declarações serão depositadas na Secretaria- procederá da seguinte maneira:
Geral da Organização dos Estados Americanos, a qual
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propuser uma lista de três candidatos, pelo menos 3. O Secretário residirá na sede da Corte e deverá
um deles deverá ser nacional de Estado diferente do assistir às reuniões que ela realizar fora da mesma.
proponente. ARTIGO 59
ARTIGO 54 A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e
1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período funcionará sob a direção do Secretário da Corte, de
de seis anos e só poderão ser reeleitos uma vez. O acordo com as normas administrativas da Secretaria-
mandato de três dos juízes designados na primeira Geral da Organização em tudo o que não for
eleição expirará ao cabo de três anos. incompatível com a independência da Corte. Seus
Imediatamente depois da referida eleição, funcionários serão nomeados pelo Secretário-Geral
determinar-se-ão por sorteio, na Assembléia-Geral, da Organização, em consulta com o Secretário da
os nomes desses três juízes. Corte.
2. O juiz eleito para substituir outro cujo mandato ARTIGO 60
não haja expirado, completará o período deste. A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o aprovação da Assembléia-Geral e expedirá sus
término dos seus mandatos. Entretanto, continuarão regimento.
funcionando nos casos de que já houverem tomado Seção 2 - Competência e Funções
conhecimento e que se encontrem em fase de ARTIGO 61
sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos 1. Somente os Estados-Partes e a Comissão têm
pelos novos juízes eleitos. direito de submeter caso à decisão da Corte.
ARTIGO 55 2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer
1. O juiz que for nacional de algum dos Estados- caso, é necessário que sejam esgotados os processos
Partes no caso submetido à Corte conservará o seu previstos nos artigos 48 a 50.
direito de conhecer o mesmo. ARTIGO 62
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso 1. Toda Estado-Parte, pode, no momento do
for de nacionalidade de um dos Estados-Partes, depósito do seu instrumento de ratificação desta
outro Estado-Partes no caso poderá designar uma Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer
pessoa de sua escolha para integrar a Corte na momento posterior, declarar que reconhece como
qualidade de juiz ad hoc. obrigatória, de pleno direito e sem convenção
3. Se, dentre os juízos chamados a conhecer do especial, a competência da Corte em todos os casos
caso, nenhuma for da nacionalidade dos Estados relativos à interpretação ou aplicação desta
partes, cada um destes poderá designar um Convenção.
juiz ad hoc. 2. A declaração pode ser feita incondicionalmente,
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados ou sob condição de reciprocidade, por prazo
no artigo 52. determinado ou para casos específicos. Deverá ser
5. Se vários Estados-Partes na Convenção tiverem apresentada ao Secretário-Geral da Organização,
o mesmo interesse no caso, serão considerados que encaminhará cópias da mesma aos outros
como uma só parte, para os fins das disposições Estados-Membros da Organização e ao Secretário da
anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá. Corte.
ARTIGO 56 3. A Corte tem competência para conhecer de
O quorum para as deliberações da Corte é qualquer caso relativo à interpretação e aplicação
constituído por cinco juízes. das disposições desta Convenção que lhe seja
ARTIGO 57 submetido, desde que os Estados-Partes no caso
A Comissão comparecerá em todos os casos tenham reconhecido ou reconheçam a referida
perante a Corte. competência, seja por declaração especial, como
ARTIGO 58 prevêem os incisos anteriores, seja por convenção
1. A Corte terá sua sede4 no lugar que for especial.
determinado, na Assembléia-Geral da Organização, ARTIGO 63
pelos Estados-Partes na Convenção, mas poderá 1. Quando decidir que houve violação de um
realizar reuniões no território de qualquer Estado- direito ou liberdade protegido nesta Convenção, a
Membro da Organização dos Estrados Americanos Corte determinará que se assegure ao prejudicado o
em que o considerar conveniente pela maioria dos gozo do seu direito ou liberdade violados.
seus membros e mediante prévia aquiescência do Determinará também, se isso for procedente, que
Estado respectivo. Os Estados-Partes na Convenção sejam reparadas as conseqüências da medida ou
podem, na Assembléia-Geral, por dois terços dos situação que haja configurado a violação desses
seus votos, mudar a sede da Corte. direitos, bem como o pagamento de indenização
2. A Corte designará seu Secretário. justa à parte lesada.
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Declaração do Equador
A Declaração do Equador tem a honra de assinar a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Não
crê necessários especificar reserva alguma, deixando
a salvo tão-somente a faculdade geral constante da
mesma Convenção, que deixa aos governos a
liberdade de ratificá-la.
Reserva do Uruguai
O artigo 80, parágrafo 2, da Constituição da
República Oriental do Uruguai, estabelece que se
suspende a cidadania "pela condição de legalmente
processado em causa criminal de que possa
resultar pena de penitenciária". Essa limitação ao
exercício dos direitos reconhecidos no artigo 23 da
Convenção não está prevista entre as circunstâncias
que a tal respeito prevê o parágrafo 2 do referido
artigo 23, motivo por que a Delegação do Uruguai
forma a reserva pertinente.
Em fé do que, os plenipotenciários abaixo-
assinados, cujos plenos poderes foram encontrados
em boa e devida forma, assinam esta Convenção,
que se denominará "Pacto de São Jose da Costa
Rica", na cidade de São Jose, Costa Rica, em vinte e
dois de novembro de mil novecentos e sessenta e
nove.
***
DECLARAÇÃO INTERPRETATIVA DO BRASIL
Ao depositar a Carta de Adesão à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
José da Costa Rica), em 25 de setembro de 1992. O
Governo brasileiro fez a seguinte declaração
interpretativa sobre os artigos 43 e 48, alínea "d":
" O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e
48, alínea Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, as quais dependerão da anuência
expressa do Estado."
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Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou 55, de promover o respeito universal e a observância
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. dos direitos humanos e liberdades fundamentais.
Levando em conta o Artigo 5º da Declaração
Decreto nº 40/1991 (Convenção Contra a Tortura e Universal e a observância dos Direitos do Homem e o
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Artigo 7º do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Degradantes). Políticos, que determinam que ninguém será sujeito à
tortura ou a pena ou tratamento cruel, desumano ou
degradante,
Levando também em conta a Declaração sobre a
DECRETO Nº 40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991.
Proteção de Todas as Pessoas contra a Tortura e outros
Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes, aprovada pela Assembléia Geral em 9 de
Degradantes.
dezembro de 1975,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da
Desejosos de tornar mais eficaz a luta contra a
atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da
tortura e outros tratamentos ou penas cruéis,
Constituição, e
desumanos ou degradantes em todo o mundo,
Considerando que a Assembléia Geral das Nações
Acordam o seguinte:
Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York,
PARTE I
adotou a 10 de dezembro de 1984, a Convenção Contra
ARTIGO 1º
a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
1. Para os fins da presente Convenção, o termo
Desumanos ou Degradantes;
"tortura" designa qualquer ato pelo qual dores ou
Considerando que o Congresso Nacional aprovou a
sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos
referida Convenção por meio do Decreto Legislativo nº
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou
4, de 23 de maio de 1989;
de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de
Considerando que a Carta de Ratificação da
castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha
Convenção foi depositada em 28 de setembro de 1989;
cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar
Considerando que a Convenção entrou em vigor
ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por
para o Brasil em 28 de outubro de 1989, na forma de
qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer
seu artigo 27, inciso 2;
natureza; quando tais dores ou sofrimentos são
DECRETA:
infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no
Art. 1º A Convenção Contra a Tortura e Outros
exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
com o seu consentimento ou aquiescência. Não se
Degradantes, apensa por cópia ao presente Decreto,
considerará como tortura as dores ou sofrimentos que
será executada e cumprida tão inteiramente como nela
sejam conseqüência unicamente de sanções legítimas,
se contém.
ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua
decorram.
publicação.
2. O presente Artigo não será interpretado de
Brasília, em 15 de fevereiro de 1991; 170º da
maneira a restringir qualquer instrumento internacional
Independência e 103º da República.
ou legislação nacional que contenha ou possa conter
FERNANDO COLLOR
dispositivos de alcance mais amplo.
Francisco Rezek
ARTIGO 2º
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de
1. Cada Estado Parte tomará medidas eficazes de
18.2.1991
caráter legislativo, administrativo, judicial ou de outra
CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS
natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura
TRATAMENTOS
em qualquer território sob sua jurisdição.
OU PENAS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES
2. Em nenhum caso poderão invocar-se
Os Estados Partes da presente Convenção,
circunstâncias excepcionais tais como ameaça ou
Considerando que, de acordo com os princípios
estado de guerra, instabilidade política interna ou
proclamados pela Carta das Nações Unidas, o
qualquer outra emergência pública como justificação
reconhecimento dos direitos iguais e inalienáveis de
para tortura.
todos os membros da família humana é o fundamento
3. A ordem de um funcionário superior ou de uma
da liberdade, da justiça e da paz no mundo,
autoridade pública não poderá ser invocada como
Reconhecendo que estes direitos emanam da
justificação para a tortura.
dignidade inerente à pessoa humana,
ARTIGO 3º
Considerando a obrigação que incumbe os
1. Nenhum Estado Parte procederá à expulsão,
Estados, em virtude da Carta, em particular do Artigo
devolução ou extradição de uma pessoa para outro
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Estado quando houver razões substanciais para crer que Estados mencionados no Artigo 5º, parágrafo 1, sobre
a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura. tal detenção e sobre as circunstâncias que a justificam.
2. A fim de determinar a existência de tais razões, O Estado que proceder à investigação preliminar a que
as autoridades competentes levarão em conta todas as se refere o parágrafo 2 do presente Artigo comunicará
considerações pertinentes, inclusive, quando for o caso, sem demora seus resultados aos Estados antes
a existência, no Estado em questão, de um quadro de mencionados e indicará se pretende exercer sua
violações sistemáticas, graves e maciças de direitos jurisdição.
humanos. ARTIGO 7º
ARTIGO 4º 1. O Estado Parte no território sob a jurisdição do
1. Cada Estado Parte assegurará que todos os atos qual o suposto autor de qualquer dos crimes
de tortura sejam considerados crimes segundo a sua mencionados no Artigo 4º for encontrado, se não o
legislação penal. O mesmo aplicar-se-á à tentativa de extraditar, obrigar-se-á, nos casos contemplados no
tortura e a todo ato de qualquer pessoa que constitua Artigo 5º, a submeter o caso as suas autoridades
cumplicidade ou participação na tortura. competentes para o fim de ser o mesmo processado.
2. Cada Estado Parte punirá estes crimes com 2. As referidas autoridades tomarão sua decisão de
penas adequadas que levem em conta a sua gravidade. acordo com as mesmas normas aplicáveis a qualquer
ARTIGO 5º crime de natureza grave, conforme a legislação do
1. Cada Estado Parte tomará as medidas referido Estado. Nos casos previstos no parágrafo 2 do
necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre os Artigo 5º, as regras sobre prova para fins de processo e
crimes previstos no Artigo 4º nos seguintes casos: condenação não poderão de modo algum ser menos
a) quando os crimes tenham sido cometidos em rigorosas do que as que se aplicarem aos casos previstos
qualquer território sob sua jurisdição ou a bordo de no parágrafo 1 do Artigo 5º.
navio ou aeronave registrada no Estado em questão; 3. Qualquer pessoa processada por qualquer dos
b) quando o suposto autor for nacional do Estado crimes previstos no Artigo 4º receberá garantias de
em questão; tratamento justo em todas as fases do processo.
c) quando a vítima for nacional do Estado em ARTIGO 8°
questão e este o considerar apropriado. 1. Os crimes a que se refere o Artigo 4° serão
2. Cada Estado Parte tomará também as medidas considerados como extraditáveis em qualquer tratado
necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre tais de extradição existente entre os Estados Partes. Os
crimes nos casos em que o suposto autor se encontre Estados Partes obrigar-se-ão a incluir tais crimes como
em qualquer território sob sua jurisdição e o Estado não extraditáveis em todo tratado de extradição que vierem
extradite de acordo com o Artigo 8º para qualquer dos a concluir entre si.
Estados mencionados no parágrafo 1 do presente 2. Se um Estado Parte que condiciona a extradição
Artigo. à existência de tratado de receber um pedido de
3. Esta Convenção não exclui qualquer jurisdição extradição por parte do outro Estado Parte com o qual
criminal exercida de acordo com o direito interno. não mantém tratado de extradição, poderá considerar a
ARTIGO 6º presente Convenção com base legal para a extradição
1. Todo Estado Parte em cujo território se encontre com respeito a tais crimes. A extradição sujeitar-se-á ás
uma pessoa suspeita de ter cometido qualquer dos outras condições estabelecidas pela lei do Estado que
crimes mencionados no Artigo 4º, se considerar, após o receber a solicitação.
exame das informações de que dispõe, que as 3. Os Estado Partes que não condicionam a
circunstâncias o justificam, procederá à detenção de tal extradição à existência de um tratado reconhecerão,
pessoa ou tomará outras medidas legais para assegurar entre si, tais crimes como extraditáveis, dentro das
sua presença. A detenção e outras medidas legais serão condições estabelecidas pela lei do Estado que receber
tomadas de acordo com a lei do Estado mas vigorarão a solicitação.
apenas pelo tempo necessário ao início do processo 4. O crime será considerado, para o fim de
penal ou de extradição. extradição entre os Estados Partes, como se tivesse
2. O Estado em questão procederá imediatamente ocorrido não apenas no lugar em que ocorreu, mas
a uma investigação preliminar dos fatos. também nos territórios dos Estados chamados a
3. Qualquer pessoa detida de acordo com o estabelecerem sua jurisdição, de acordo com o
parágrafo 1 terá assegurada facilidades para comunicar- parágrafo 1 do Artigo 5º.
se imediatamente com o representante mais próximo ARTIGO 9º
do Estado de que é nacional ou, se for apátrida, com o 1. Os Estados Partes prestarão entre si a maior
representante do Estado de residência habitual. assistência possível em relação aos procedimentos
4. Quando o Estado, em virtude deste Artigo, criminais instaurados relativamente a qualquer dos
houver detido uma pessoa, notificará imediatamente os delitos mencionados no Artigo 4º, inclusive no que diz
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4. A primeira eleição se realizará no máximo seis gastos, tais como os de pessoal e de serviço, em que
meses após a data de entrada em vigor da presente incorrerem as Nações Unidas em conformidade com o
Convenção. Ao menos quatro meses antes da data de parágrafo 3 do presente Artigo.
cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas ARTIGO 19
enviará uma carta aos Estados Partes para convidá-los a 1. Os Estados Partes submeterão ao Comitê, por
apresentar suas candidaturas no prazo de três meses. O intermédio do Secretário-Geral das Nações Unidas,
Secretário-Geral organizará uma lista por ordem relatórios sobre as medidas por eles adotadas no
alfabética de todos os candidatos assim designados, cumprimento das obrigações assumidas em virtude da
com indicações dos Estados Partes que os tiverem presente Convenção, dentro de prazo de um ano, a
designado, e a comunicará aos Estados Partes. contar do início da vigência da presente Convenção no
5. Os membros do Comitê serão eleitos para um Estado Parte interessado. A partir de então, os Estados
mandato de quatro anos. Poderão, caso suas Partes deverão apresentar relatórios suplementares a
candidaturas sejam apresentadas novamente, ser cada quatro anos sobre todas as novas disposições que
reeleitos. No entanto, o mandato de cinco dos membros houverem adotado, bem como outros relatórios que o
eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois Comitê vier a solicitar.
anos; imediatamente após a primeira eleição, o 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas
presidente da reunião a que se refere o parágrafo 3 do transmitirá os relatórios a todos os Estados Partes.
presente Artigo indicará, por sorteio, os nomes desses 3. Cada relatório será examinado pelo Comitê, que
cinco membros. poderá fazer os comentários gerais que julgar
6. Se um membro do Comitê vier a falecer, a oportunos e os transmitirá ao Estado Parte interessado.
demitir-se de suas funções ou, por outro motivo Este poderá, em resposta ao Comitê, comunicar-lhe
qualquer, não puder cumprir com suas obrigações no todas as observações que deseje formular.
Comitê, o Estado Parte que apresentou sua candidatura 4. O Comitê poderá, a seu critério, tomar a decisão
indicará, entre seus nacionais, outro perito para cumprir de incluir qualquer comentário que houver feito de
o restante de seu mandato, sendo que a referida acordo com o que estipula o parágrafo 3 do presente
indicação estará sujeita à aprovação da maioria dos Artigo, junto com as observações conexas recebidas do
Estados Partes. Considerar-se-á como concedida a Estado Parte interessado, em seu relatório anual que
referida aprovação, a menos que a metade ou mais dos apresentará em conformidade com o Artigo 24. Se assim
Estados Partes venham a responder negativamente o solicitar o Estado Parte interessado, o Comitê
dentro de um prazo de seis semanas, a contar do poderá também incluir cópia do relatório apresentado
momento em que o Secretário-Geral das Nações Unidas em virtude do parágrafo 1 do presente Artigo.
lhes houver comunicado a candidatura proposta. ARTIGO 20
7. Correrão por conta dos Estados Partes as 1. O Comitê, no caso de vir a receber informações
despesas em que vierem a incorrer os membros do fidedignas que lhe pareçam indicar, de forma
Comitê no desempenho de suas funções no referido fundamentada, que a tortura é praticada
órgão. sistematicamente no território de um Estado Parte,
ARTIGO 18 convidará o Estado Parte em questão a cooperar no
1. O Comitê elegerá sua mesa para um período de exame das informações e, nesse sentido, a transmitir ao
dois anos. Os membros da mesa poderão ser reeleitos. Comitê as observações que julgar pertinentes.
2. O próprio Comitê estabelecerá suas regras de 2. Levando em consideração todas as observações
procedimento; estas, contudo, deverão conter, entre que houver apresentado o Estado Parte interessado,
outras, as seguintes disposições: bem como quaisquer outras informações pertinentes de
a) o quorum será de seis membros; que dispuser, o Comitê poderá, se lhe parecer
b) as decisões do Comitê serão tomadas por justificável, designar um ou vários de seus membros
maioria de votos dos membros presentes. para que procedam a uma investigação confidencial e
3. O Secretário-Geral das Nações Unidas colocará à informem urgentemente o Comitê.
disposição do Comitê o pessoal e os serviços necessários 3. No caso de realizar-se uma investigação nos
ao desempenho eficaz das funções que lhe são termos do parágrafo 2 do presente Artigo, o Comitê
atribuídas em virtude da presente Convenção. procurará obter a colaboração do Estado Parte
4. O Secretário-Geral das Nações Unidas convocará interessado. Com a concordância do Estado Parte em
a primeira reunião do Comitê. Após a primeira reunião, questão, a investigação poderá incluir uma visita a seu
o Comitê deverá reunir-se em todas as ocasiões território.
previstas em suas regras de procedimento. 4. Depois de haver examinado as conclusões
5. Os Estados Partes serão responsáveis pelos apresentadas por um ou vários de seus membros, nos
gastos vinculados à realização das reuniões dos Estados termos do parágrafo 2 do presente Artigo, o Comitê as
Partes e do Comitê, inclusive o reembolso de quaisquer transmitirá ao Estado Parte interessado, junto com as
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sobre a retirada da declaração, a menos que o Estado declarações serão depositadas pelos Estados Partes
Parte interessado haja feito uma nova declaração. junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas, que
ARTIGO 22 enviará cópia das mesmas ao demais Estados Partes.
1. Todo Estado Parte da presente Convenção Toda declaração poderá ser retirada, a qualquer
poderá, em virtude do presente Artigo, declarar, a momento, mediante notificação endereçada ao
qualquer momento, que reconhece a competência do Secretário-Geral. Far-se-á essa retirada sem prejuízo do
Comitê para receber e examinar as comunicações exame de quaisquer questões que constituam objeto de
enviadas por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome uma comunicação já transmitida nos termos deste
delas, que aleguem ser vítimas de violação, por um Artigo; em virtude do presente Artigo, não se receberá
Estado Parte, das disposições da Convenção. O Comitê nova comunicação de uma pessoa, ou em nome dela,
não receberá comunicação alguma relativa a um Estado uma vez que o Secretário-Geral haja recebido a
Parte que não houver feito declaração dessa natureza. notificação sobre retirada da declaração, a menos que o
2. O Comitê considerará inadmissível qualquer Estado Parte interessado haja feito uma nova
comunicação recebida em conformidade com o declaração.
presente Artigo que seja anônima, ou que, a seu juízo, ARTIGO 23
constitua abuso do direito de apresentar as referidas Os membros do Comitê e os membros das
comunicações, ou que seja incompatível com as Comissões de Conciliação ad noc designados nos termos
disposições da presente Convenção. da alínea e) do parágrafo 1 do Artigo 21 terão o direito
3. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 2, o às facilidades, privilégios e imunidades que se
Comitê levará todas as comunicações apresentadas em concedem aos peritos no desempenho de missões para
conformidade com este Artigo ao conhecimento do a Organização das Nações Unidas, em conformidade
Estado Parte da presente Convenção que houver feito com as seções pertinentes da Convenção sobre
uma declaração nos termos do parágrafo 1 e sobre o Privilégios e Imunidades das Nações Unidas.
qual se alegue ter violado qualquer disposição da ARTIGO 24
Convenção. Dentro dos seis meses seguintes, o Estado O Comitê apresentará, em virtude da presente
destinatário submeterá ao Comitê as explicações ou Convenção, um relatório anula sobre suas atividades
declarações por escrito que elucidem a questão e, se for aos Estados Partes e à Assembléia Geral das Nações
o caso, indiquem o recurso jurídico adotado pelo Estado Unidas.
em questão.
4. O Comitê examinará as comunicações recebidas PARTE III
em conformidade com o presente Artigo á luz de todas ARTIGO 25
as informações a ele submetidas pela pessoa 1. A presente Convenção está aberta à assinatura
interessada, ou em nome dela, e pelo Estado Parte de todos os Estados.
interessado. 2. A presente Convenção está sujeita a ratificação.
5. O Comitê não examinará comunicação alguma Os instrumentos de ratificação serão depositados junto
de uma pessoa, nos termos do presente Artigo, sem que ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
se haja assegurado de que; ARTIGO 26
a) a mesma questão não foi, nem está sendo, A presente Convenção está aberta à Adesão de
examinada perante uma outra instância internacional todos os Estados. Far-se-á a Adesão mediante depósito
de investigação ou solução; do Instrumento de Adesão junto ao Secretário-Geral das
b) a pessoa em questão esgotou todos os recursos Nações Unidas.
jurídicos internos disponíveis; não se aplicará esta regra ARTIGO 27
quando a aplicação dos mencionados recursos se 1. A presente Convenção entrará em vigor no
prolongar injustificadamente ou quando não for trigésimo dia a contar da data em que o vigésimo
provável que a aplicação de tais recursos venha a instrumento de ratificação ou adesão houver sido
melhorar realmente a situação da pessoa que seja depositado junto ao Secretário-Geral das Nações
vítima de violação da presente Convenção. Unidas.
6. O Comitê realizará reuniões confidenciais 2. Para os Estados que vierem a ratificar a presente
quando estiver examinado as comunicações previstas Convenção ou a ela aderir após o depósito do vigésimo
no presente Artigo. instrumento de ratificação ou adesão, a Convenção
7.O Comitê comunicará seu parecer ao Estado entrará em vigor no trigésimo dia a contar da data em
Parte e à pessoa em questão. que o Estado em questão houver depositado seu
8. As disposições do presente Artigo entrarão em instrumento de ratificação ou adesão.
vigor a partir do momento em que cinco Estado Partes ARTIGO 28
da presente Convenção houverem feito as declarações 1. Cada Estado Parte poderá declarar, por ocasião
mencionadas no parágrafo 1 deste Artigo. As referidas da assinatura ou da ratificação da presente Convenção
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ou da adesão a ela, que não reconhece a competência 3. Todo Estado Parte que houver formulado
do Comitê quando ao disposto no Artigo 20. reserva nos termos do parágrafo 2 do presente Artigo
2. Todo Estado Parte da presente Convenção que poderá retirá-la, a qualquer momento, mediante
houver formulado uma reserva em conformidade com o notificação endereçada ao Secretário-Geral das Nações
parágrafo 1 do presente Artigo poderá, a qualquer Unidas.
momento, tornar sem efeito essa reserva, mediante ARTIGO 31
notificação endereçada ao Secretário-Geral das Nações 1. Todo Estado Parte poderá denunciar a presente
Unidas. Convenção mediante notificação por escrito
ARTIGO 29 endereçada ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A
1. Todo Estado Parte da presente Convenção denúncia produzirá efeitos um ano depois da data de
poderá propor uma emenda e depositá-la junto ao recebimento da notificação pelo Secretário-Geral.
Secretário-Geral das Nações Unidas. O Secretário-Geral 2. A referida denúncia não eximirá o Estado Parte
comunicará a proposta de emenda aos Estados Partes, das obrigações que lhe impõe a presente Convenção
pedindo-lhes que o notifiquem se desejam que se relativamente a qualquer ação ou omissão ocorrida
convoque uma conferência dos Estados Partes antes da data em que a denúncia venha a produzir
destinada a examinar a proposta e submetê-la a efeitos; a denúncia não acarretará, tampouco, a
votação. Se, dentro dos quatro meses seguintes à data suspensão do exame de quaisquer questões que o
da referida comunicação, pelos menos um terço dos Comitê já começara a examinar antes da data em que a
Estados Partes se manifestar a favor da referida denúncia veio a produzir efeitos.
convocação, o Secretário-Geral convocará uma 3. A partir da data em que vier a produzir efeitos a
conferência sob os auspícios das Nações Unidas. Toda denúncia de um Estado Parte, o Comitê não dará início
emenda adotada pela maioria dos Estados Partes ao exame de qualquer nova questão referente ao
presentes e votantes na conferência será submetida Estado em apreço.
pelo Secretário-Geral à aceitação de todos os Estados ARTIGO 32
Partes. O Secretário-Geral das Nações Unidas comunicará
2. Toda emenda adotada nos termos das a todos os Estados membros das Nações Unidas e a
disposições do parágrafo 1 do presente Artigo entrará todos os Estados que assinaram a presente Convenção
em vigor assim que dois terços dos Estados Partes da ou a ela aderiram:
presente Convenção houverem notificado o Secretário- a) as assinaturas, ratificações e adesões recebidas
Geral das Nações Unidas de que a aceitaram em em conformidade com os Artigos 25 e 26;
consonância com os procedimentos previstos por suas b) a data de entrada em vigor da Convenção, nos
respectivas constituições. termos do Artigo 27, e a data de entrada em vigor de
3. Quando entrarem em vigor, as emendas serão quaisquer emendas, nos termos do Artigo 29;
obrigatórias para todos os Estados Partes que as c) as denúncias recebidas em conformidades com
tenham aceito, ao passo que os demais Estados Partes o Artigo 31.
permanecem obrigados pelas disposições da Convenção ARTIGO 33
e pelas emendas anteriores por eles aceitas. 1. A presente Convenção, cujos textos em árabe,
ARTIGO 30 chinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
1. As controvérsias entre dois ou mais Estados autênticos, será depositada junto ao Secretário-Geral
Partes com relação à interpretação ou à aplicação da das Nações Unidas.
presente Convenção que não puderem ser dirimidas por 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas
meio da negociação serão, a pedido de um deles, encaminhará cópias autenticadas da presente
submetidas a arbitragem. Se durante os seis meses Convenção a todos os Estados.
seguintes à data do pedido de arbitragem, as Partes não
lograrem pôr-se de acordo quanto aos termos do
compromisso de arbitragem, qualquer das Partes
poderá submeter a controvérsia à Corte Internacional
de Justiça, mediante solicitação feita em conformidade
com o Estatuto da Corte.
2. Cada Estado poderá, por ocasião da assinatura
ou da ratificação da presente Convenção, declarar que
não se considera obrigado pelo parágrafo 1 deste
Artigo. Os demais Estados Partes não estarão obrigados
pelo referido parágrafo com relação a qualquer Estado
Parte que houver formulado reserva dessa natureza.
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ARTIGO 1
Decreto nº 98.386/1989 (Convenção Interamericana Os Estados Partes obrigam-se a prevenir e a punir a
para Prevenir e Punir a Tortura). tortura, nos termos desta Convenção.
ARTIGO 2
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por
que lhe confere o Art. 84, item IV, da Constituição e tortura todo ato pelo qual são infligidos
Considerando que o Congresso Nacional aprovou, intencionalmente a uma pessoa penas ou
pelo Decreto Legislativo nº 05, de 31 de maio de sofrimentos físicos ou mentais, com fins de
1989, a Convenção Interamericana para Prevenir e investigação criminal, como meio de intimidação,
Punir a Tortura, concluída em Cartagena, a 09 de como castigo pessoal, como medida preventiva,
dezembro de 1985; como pena ou com qualquer outro fim. Entender-se-
Considerando que o Brasil ratificara a referida á também como tortura a aplicação, sobre uma
Convenção, em 20 de julho de 1989, tendo entrado pessoa, de métodos tendentes a anular a
em vigor na forma de seu artigo 21, personalidade da vítima, ou a diminuir sua
DECRETA: capacidade física ou mental, embora não causem dor
Art. 1º - A Convenção Interamericana para Prevenir física ou angústia psíquica.
e Punir a Tortura, apensa por cópia ao presente Não estarão compreendidos no conceito de tortura
Decreto, será executada e cumprida tão as penas ou sofrimentos físicos ou mentais que
inteiramente como nela se contém. sejam unicamente conseqüência de medidas legais
Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua ou inerentes a elas, contato que não incluam a
publicação. realização dos atos ou aplicação dos métodos a que
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário. se refere este Artigo.
Brasília, em 09 de novembro de 1989; 168º da ARTIGO 3
Independência e 101º da República. Serão responsáveis pelo delito de tortura:
JOSÉ SARNEY a) Os empregados ou funcionários públicos que,
Roberto Costa de Abreu Sodré atuando nesse caráter, ordenem sua comissão ou
Este texto não substitui o publicado no DOU de instiguem ou induzam a ela, cometam-no
13.11.1989 diretamente ou, podendo impedi-lo, não o façam;
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR E b) As pessoas que, por instigação dos funcionários ou
PUNIR A TORTURA empregados públicos a que se refere a alínea a,
Os Estados Americanos signatários da presente ordenem sua comissão, instiguem ou induzam a ela,
Convenção, comentam-no diretamente ou nela sejam cúmplices.
Conscientes do disposto na Convenção Americana ARTIGO 4
sobre Direitos Humanos, no sentido de que ninguém O fato de haver agido por ordens superiores não
deve ser submetido a torturas, nem a penas ou eximirá da responsabilidade penal correspondente.
tratamento cruéis, desumanas ou degradantes; ARTIGO 5
Reafirmando que todo ato de tortura ou outros Não se invocará nem admitirá como justificativa do
tratamentos ou penas cruéis, ou desumanas ou delito de tortura a existência de circunstâncias tais
degradantes constituem uma ofensa à dignidade como o estado de guerra, a ameaça de guerra, o
humana e uma negação dos princípios consagrados estado de sítio ou emergência, a comoção ou conflito
na Carta da Organização dos Estados Americanos e interno, a suspensão das garantias constitucionais, a
na Carta das Nações Unidas, e são violatórios aos instabilidade política interna, ou outras emergências
direitos humanos e liberdades fundamentais ou calamidades públicas.
proclamados na Declaração Universal dos Direitos do Nem a periculosidade do detido ou condenado, nem
Homem; a insegurança do estabelecimento carcerário ou
Assinalando que, para tornar efetivas as normas penitenciário podem justificar a tortura.
pertinentes contidas nos instrumentos universais e ARTIGO 6
regionais aludidos, é necessário elaborar uma Em conformidade com o disposto no artigo 1, os
convenção interamericana que previna e puna a Estados Partes tomarão medidas efetivas a fim de
tortura; prevenir e punir a tortura no âmbito de sua
Reiterando seu propósito de consolidar neste jurisdição.
Continente as condições que permitam o Os Estados Partes segurar-se-ão de que todos os atos
reconhecimento e o respeito da dignidade inerente de tortura e as tentativas de praticar atos dessa
à pessoa humana e assegurem o exercício pleno das natureza sejam considerados delitos em seu direito
suas liberdades e direitos fundamentais; penal, estabelecendo penas severas para sua
Convieram o seguinte: punição, que levem em conta sua gravidade.
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Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento aos reclusos condenados, serão também aplicadas às
dos Presos (Regras de Mandela) categorias de reclusos a que se referem as secções B, C
e D, desde que não sejam contraditórias com as regras
Grupos Vulneráveis e o Sistema Prisional específicas destas secções e na condição de
representarem uma melhoria de condições para estes
reclusos.
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 4
1. As presentes regras não têm como objetivo regular a
administração de instituições criadas em particular para
jovens, como reformatórios ou centros educativos, mas,
em geral, a primeira parte destas regras mínimas aplica-
REGRAS MÍNIMAS DAS NAÇÕES UNIDAS se igualmente a tais instituições.
PARA O TRATAMENTO DE RECLUSOS 2. A categoria de jovens reclusos deve, em qualquer
(REGRAS DE MANDELA) caso, incluir os menores que dependem da jurisdição
dos Tribunais de Menores. Como regra geral, os jovens
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 1 delinquentes não devem ser condenados a penas de
As regras que a seguir se enunciam não pretendem prisão.
descrever em pormenor um modelo de sistema
prisional. Procuram unicamente, com base no consenso I. REGRAS DE APLICAÇÃO GERAL
geral do pensamento atual e nos elementos essenciais
dos sistemas contemporâneos mais adequados, Princípios básicos
estabelecer o que geralmente se aceita como sendo REGRA 1
bons princípios e práticas no tratamento dos reclusos e Todos os reclusos devem ser tratados com o respeito
na gestão dos estabelecimentos prisionais. inerente ao valor e dignidade do ser humano. Nenhum
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 2 recluso deverá ser submetido a tortura ou outras penas
1. Tendo em conta a grande variedade de ou a tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes e
condicionalismos legais, sociais, económicos e deverá ser protegido de tais atos, não sendo estes
geográficos em todo o mundo, é evidente que nem justificáveis em qualquer circunstância. A segurança dos
todas as regras podem ser aplicadas em todos os locais reclusos, do pessoal do sistema prisional, dos
e em todos os momentos. Devem, contudo, servir para prestadores de serviço e dos visitantes deve ser sempre
estimular esforços constantes com vista a ultrapassar assegurada.
dificuldades práticas na sua aplicação, na certeza de que REGRA 2
representam, no seu conjunto, as condições mínimas 1. Estas Regras devem ser aplicadas com imparcialidade.
aceites como adequadas pela Organização das Nações Não deve haver nenhuma discriminação em razão da
Unidas. raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra,
2. Por outro lado, as regras abrangem uma área origem nacional ou social, património, nascimento ou
relativamente à qual o pensamento evolui outra condição. É necessário respeitar as crenças
constantemente. Não visam impedir experiências e religiosas e os preceitos morais do grupo a que pertença
práticas, desde que as mesmas sejam compatíveis com o recluso.
os princípios e tentem incrementar a realização dos 2. Para que o princípio da não discriminação seja posto
objetivos das regras no seu conjunto. Dentro deste em prática, as administrações prisionais devem ter em
espírito, a administração prisional central poderá conta as necessidades individuais dos reclusos,
sempre justificar uma autorização de afastamento das particularmente daqueles em situação de maior
regras. vulnerabilidade. As medidas tomadas para proteger e
OBSERVAÇÃO PRELIMINAR 3 promover os direitos dos reclusos portadores de
1. A primeira parte das regras trata de matérias relativas necessidades especiais não serão consideradas
à administração geral dos estabelecimentos prisionais e discriminatórias.
é aplicável a todas as categorias de reclusos, dos foros REGRA 3
criminal ou civil, em regime de prisão preventiva ou já A detenção e quaisquer outras medidas que excluam
condenados, incluindo os que estejam detidos por uma pessoa do contacto com o mundo exterior são
aplicação de “medidas de segurança” ou que sejam penosas pelo facto de, ao ser privada da sua liberdade,
objeto de medidas de reeducação ordenadas por um lhe ser retirado o direito à autodeterminação. Assim, o
juiz. sistema prisional não deve agravar o sofrimento
2. A segunda parte contém as regras que são inerente a esta situação, exceto em casos pontuais em
especificamente aplicáveis às categorias de reclusos de que a separação seja justificável ou nos casos em que
cada secção. Contudo, as regras da secção A, aplicáveis seja necessário manter a disciplina.
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1. A prestação de serviços médicos aos reclusos é da e das convalescentes. Desde que seja possível, devem
responsabilidade do Estado. Os reclusos devem poder ser tomadas medidas para que o parto tenha lugar num
usufruir dos mesmos padrões de serviços de saúde hospital civil. Se a criança nascer num estabelecimento
disponíveis à comunidade e ter acesso gratuito aos prisional, tal facto não deve constar do respetivo registo
serviços de saúde necessários, sem discriminação em de nascimento.
razão da sua situação jurídica. REGRA 29
2. Os serviços médicos devem ser organizados em 1. A decisão que permite à criança ficar com o seu pai
estreita ligação com a administração geral de saúde ou com a sua mãe no estabelecimento prisional deve ser
pública de forma a garantir a continuidade do baseada no melhor interesse da criança. Nos
tratamento e da assistência, incluindo os casos de VIH, estabelecimentos prisionais que acolhem os filhos de
tuberculose e de outras doenças infeciosas e da reclusos, devem ser tomadas providências para
toxicodependência. garantir:
REGRA 25 (a) Um infantário interno ou externo, dotado de pessoal
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem ter um qualificado, onde as crianças possam permanecer
serviço de saúde incumbido de avaliar, promover, quando não estejam ao cuidado dos pais;
proteger e melhorar a saúde física e mental dos (b) Serviços de saúde pediátricos, incluindo triagem
reclusos, prestando particular atenção aos reclusos com médica no ingresso e monitoração constante de seu
necessidades especiais ou problemas de saúde que desenvolvimento por especialistas.
dificultam sua reabilitação. 2. As crianças que se encontrem nos estabelecimentos
2. Os serviços de saúde devem ser compostos por uma prisionais com os pais nunca devem ser tratadas como
equipa interdisciplinar, com pessoal qualificado e prisioneiras.
suficiente, capaz de exercer a sua atividade com total REGRA 30
independência clínica, devendo ter conhecimentos Um médico, ou qualquer outro profissional de saúde
especializados de psicologia e psiquiatria. Todos os qualificado, seja este subordinado ou não ao médico,
reclusos devem poder beneficiar dos serviços de um deve observar, conversar e examinar todos os reclusos,
dentista qualificado. o mais depressa possível após a sua admissão no
REGRA 26 estabelecimento prisional e, em seguida, sempre que
1. Os serviços de saúde devem elaborar registos necessário. Deve dar-se especial atenção a:
médicos individuais, confidenciais, atualizados e (a) Identificar as necessidades de cuidados médicos e
precisos para cada um dos reclusos, que a eles devem adotar as medidas de tratamento necessárias;
ter acesso, sempre que solicitado. O recluso pode (b) Identificar quaisquer maus-tratos a que o recluso
também ter acesso ao seu registo médico através de recém-admitido tenha sido submetido antes de sua
uma terceira pessoa por si designada. entrada no estabelecimento prisional;
2. O registo médico deve ser encaminhado para o (c) Identificar qualquer sinal de stresse psicológico ou de
serviço de saúde do estabelecimento prisional para o qualquer outro tipo causado pela detenção, incluindo,
qual o recluso é transferido, encontrando-se sujeito à mas não só, o risco de suicídio ou de lesões
confidencialidade médica. autoinfligidas e sintomas de abstinência resultantes do
REGRA 27 uso de drogas, medicamentos ou álcool; devem ser
1. Todos os estabelecimentos prisionais devem tomadas todas as medidas ou tratamentos
assegurar o pronto acesso a tratamentos médicos em individualizados apropriados;
casos urgentes. Os reclusos que necessitem de cuidados (d) Nos casos em que se suspeita que o recluso é
especializados ou de cirurgia devem ser transferidos portador de uma doença infectocontagiosa, deve
para estabelecimentos especializados ou para hospitais providenciar-se o isolamento clínico e o tratamento
civis. Se os estabelecimentos prisionais possuírem adequado durante todo o período de infeção;
instalações hospitalares próprias, estas devem dispor de (e) Determinar a aptidão do recluso para trabalhar,
pessoal e equipamento apropriados que permitam praticar exercícios e participar das demais atividades,
prestar aos reclusos doentes os cuidados e o tratamento conforme for o caso.
adequados. REGRA 31
2. As decisões clínicas só podem ser tomadas por O médico ou, quando aplicável, outros profissionais de
profissionais de saúde responsáveis e não podem ser saúde qualificados devem visitar diariamente todos os
modificadas ou ignoradas pela equipa prisional não reclusos que se encontrem doentes, que se queixem de
médica. problemas físicos ou mentais ou de ferimentos e todos
REGRA 28 aqueles para os quais a sua atenção é especialmente
Nos estabelecimentos prisionais para mulheres devem necessária. Todos os exames médicos devem ser
existir instalações especiais para o tratamento das conduzidos em total confidencialidade.
reclusas grávidas, das que tenham acabado de dar à luz REGRA 32
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1. A relação entre o médico ou outros profissionais de (e) A observância das regras respeitantes à educação
saúde e o recluso deve ser regida pelos mesmos padrões física e desportiva, nos casos em que não haja pessoal
éticos e profissionais aplicados aos pacientes da especializado encarregado destas atividades.
comunidade, em particular: 2. O diretor deve tomar em consideração os relatórios e
(a) O dever de proteger a saúde física e mental do os conselhos do médico referidos no parágrafo 1 desta
recluso e a prevenção e tratamento de doenças, Regra e na Regra 33 e tomar imediatamente as medidas
baseados apenas em fundamentos clínicos; sugeridas para que estas recomendações sejam
(b) A adesão à autonomia do recluso no que concerne à seguidas; em caso de desacordo ou se a matéria não for
sua própria saúde e ao consentimento informado na da sua competência, transmitirá imediatamente à
relação médico-paciente; autoridade superior a sua opinião e o relatório médico.
(c) A confidencialidade da informação médica, a menos Restrições, disciplina e sanções
que manter tal confidencialidade resulte numa ameaça REGRA 36
real e iminente para o paciente ou para os outros; A ordem e a disciplina devem ser mantidas com firmeza,
(d) A absoluta proibição de participar, ativa ou mas sem impor mais restrições do que as necessárias
passivamente, em atos que possam consistir em tortura para a manutenção da segurança e da boa organização
ou sanções ou tratamentos cruéis, desumanos ou da vida comunitária.
degradantes, incluindo experiências médicas ou REGRA 37
científicas que possam ser prejudiciais à saúde do Os seguintes pontos devem ser determinados por lei ou
recluso, tais como a remoção de células, tecidos ou por regulamentação emanada pela autoridade
órgãos. administrativa competente:
2. Sem prejuízo do parágrafo 1 (d) desta Regra, deve ser (a) Conduta que constitua infração disciplinar;
permitido ao recluso, com base no seu livre e informado (b) O tipo e a duração das sanções disciplinares que
consentimento e de acordo com as leis aplicáveis, podem ser aplicadas;
participar em ensaios clínicos e outras pesquisas de (c) Autoridade competente para pronunciar essas
saúde acessíveis à comunidade, se o resultado de tais sanções;
pesquisas e experiências forem capazes de produzir um (d) Qualquer forma de separação involuntária da
benefício direto e significativo à sua saúde; e doar população prisional geral, como o confinamento
células, tecidos ou órgãos a parentes. solitário, o isolamento, a segregação, as unidades de
REGRA 33 cuidado especial ou alojamentos restritos, seja por
O médico deve comunicar ao diretor sempre que julgue razão de sanção disciplinar ou para a manutenção da
que a saúde física ou mental do recluso foi ou será ordem e segurança, incluindo políticas de promulgação
desfavoravelmente afetada pelo prolongamento ou e os procedimentos que regulamentem o uso e a revisão
pela aplicação de qualquer modalidade do regime de da imposição e da saída de qualquer forma de
detenção. separação involuntária.
REGRA 34 REGRA 38
Se, durante o exame de admissão ou na prestação 1. As administrações prisionais são encorajadas a fazer
posterior de cuidados médicos, o médico ou profissional uso, sempre que possível, da prevenção de conflitos, da
de saúde detetar qualquer sinal de tortura, punição ou mediação ou de qualquer outro meio alternativo de
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes, deve resolução de litígios para prevenir infrações
registar e comunicar tais casos à autoridade médica, disciplinares e resolver conflitos.
administrativa ou judicial competente. Devem ser 2. Para os reclusos que estejam, ou estiveram
seguidos os procedimentos de salvaguarda apropriados separados, a administração prisional deve tomar as
para garantir que o recluso ou as pessoas a ele medidas necessárias para aliviar os efeitos prejudiciais
associados não sejam expostos a perigos previsíveis. do confinamento neles provocados, bem como na
REGRA 35 comunidade que os recebe quando são libertados.
1. O médico ou o profissional de saúde pública REGRA 39
competente deve proceder a inspeções regulares e 1. Nenhum preso pode ser punido, exceto com base nas
aconselhar o diretor sobre: disposições legais ou regulamentares referidas na Regra
(a) A quantidade, qualidade, preparação e distribuição 37 e nos princípios de equidade e de processo legal; e
de alimentos; nunca duas vezes pela mesma infração.
(b) A higiene e asseio do estabelecimento prisional e dos 2. As administrações prisionais devem assegurar a
reclusos; proporcionalidade entre a sanção disciplinar aplicável e
(c) As instalações sanitárias, aquecimento, iluminação e a infração cometida e devem manter registos
ventilação do estabelecimento; apropriados de todas as sanções disciplinares aplicadas.
(d) A qualidade e asseio do vestuário e da roupa de cama 3. Antes de aplicar uma sanção disciplinar, as
dos reclusos; administrações prisionais devem ter em conta se, e
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como, uma eventual doença mental ou incapacidade de (c) Detenção em cela escura ou constantemente
desenvolvimento do recluso contribuiu para a sua iluminada;
conduta e para a prática da infração ou ato que (d) Castigos corporais ou redução da alimentação ou
fundamentou a sanção disciplinar. As administrações água potável do recluso;
prisionais não devem punir qualquer conduta do recluso (e) Castigos coletivos.
se esta for considerada como resultado direto da sua 2. Os instrumentos de imobilização jamais devem ser
doença mental ou incapacidade intelectual. utilizados como sanção por infrações disciplinares.
REGRA 40 3. As sanções disciplinares ou medidas restritivas não
1. Nenhum recluso pode ser colocado a trabalhar no devem incluir a proibição de contato com a família. O
estabelecimento prisional em cumprimento de contato familiar só pode ser restringido durante um
qualquer medida disciplinar. período limitado de tempo e enquanto for estritamente
2. Esta regra, contudo, não impede o funcionamento necessário para a manutenção da segurança e da
adequado de sistemas baseados na autoadministração, ordem.
sob os quais atividades ou responsabilidades sociais, REGRA 44
educacionais ou desportivas são confiadas, sob Para os efeitos tidos por convenientes, o confinamento
supervisão, aos reclusos, organizados em grupos, para solitário refere-se ao confinamento do recluso por 22
fins de tratamento. horas ou mais, por dia, sem contato humano
REGRA 41 significativo. O confinamento solitário prolongado
1. Qualquer alegação de infração disciplinar praticada refere-se ao confinamento solitário por mais de 15 dias
por um recluso deve ser prontamente transmitida à consecutivos.
autoridade competente, que deve investigá-la sem REGRA 45
atrasos injustificados. 1. O confinamento solitário deve ser somente utilizado
2. O recluso deve ser informado, sem demora e numa em casos excecionais, como último recurso e durante o
língua que compreenda, da natureza das acusações menor tempo possível, e deve ser sujeito a uma revisão
apresentadas contra si, devendo-lhe ser garantido independente, sendo aplicado unicamente de acordo
tempo e os meios adequados para preparar a sua com a autorização da autoridade competente. Não deve
defesa. ser imposto em consequência da sentença do recluso.
3. O recluso deve ter direito a defender-se 2. A imposição do confinamento solitário deve ser
pessoalmente ou através de advogado, quando os proibida no caso de o recluso ser portador de uma
interesses da justiça assim o requeiram, em particular deficiência mental ou física e sempre que essas
nos casos que envolvam infrações disciplinares graves. condições possam ser agravadas por esta medida. A
Se o recluso não entender ou não falar a língua utilizada proibição do uso do confinamento solitário e de
na audiência disciplinar, devem ser assistidos medidas similares nos casos que envolvem mulheres e
gratuitamente por um intérprete competente. crianças, como referido nos padrões e normas da
4. O recluso deve ter a oportunidade de interpor recurso Organização das Nações Unidas sobre prevenção do
das sanções disciplinares impostas contra a sua pessoa. crime e justiça penal, continuam a ser aplicáveis.
5. No caso da infração disciplinar ser julgada como REGRA 46
crime, o recluso deve ter direito a todas as garantias 1. Os profissionais de saúde não devem ter qualquer
inerentes ao processo legal, aplicáveis aos processos papel na imposição de sanções disciplinares ou de
criminais, incluindo total acesso a um advogado. outras medidas restritivas. Devem, no entanto, prestar
REGRA 42 especial atenção à saúde dos reclusos mantidos sob
As condições gerais de vida expressas nestas Regras, qualquer forma de separação involuntária, visitando-os
incluindo as relacionadas com a iluminação, a diariamente e providenciando o pronto atendimento e
ventilação, a temperatura, as instalações sanitárias, a a assistência médica quando solicitado pelo recluso ou
nutrição, a água potável, a acessibilidade a ambientes pelos guardas prisionais.
ao ar livre e ao exercício físico, a higiene pessoal, os 2. Os profissionais de saúde devem transmitir ao
cuidados médicos e o espaço pessoal adequado, devem diretor, sem demora, qualquer efeito colateral causado
ser aplicadas a todos os reclusos, sem exceção. pelas sanções disciplinares ou outras medidas restritivas
REGRA 43 à saúde física ou mental do recluso submetido a tais
1. Em nenhuma circunstância devem as restrições ou sanções ou medidas e devem aconselhar o diretor se
sanções disciplinares implicar tortura, punições ou considerarem necessário interrompê-las por razões
outra forma de tratamentos cruéis, desumanos ou físicas ou psicológicas.
degradantes. As seguintes práticas, em particular, 3. Os profissionais de saúde devem ter autoridade para
devem ser proibidas: rever e recomendar alterações na separação
(a) Confinamento solitário indefinido; involuntária de um preso, a fim de assegurar que tal
(b) Confinamento solitário prolongado;
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separação não agrave as condições médicas ou a sujeito à inspeção, assim como os princípios da
deficiência física ou mental do recluso. proporcionalidade, legalidade e necessidade.
Instrumentos de coação REGRA 51
REGRA 47 As revistas aos reclusos e as inspeções não serão
1. O uso de correntes, de imobilizadores de ferro ou de utilizadas para assediar, intimidar ou invadir
outros instrumentos de coação considerados desnecessariamente a privacidade do recluso. Para fins
inerentemente degradantes ou penosos deve ser de responsabilização, a administração prisional deve
proibido. manter registos apropriados das revistas feitas aos
2. Outros instrumentos de coação só devem ser reclusos e inspeções, em particular as que envolvem o
utilizados quando previstos em lei e nas seguintes ato de despir e de inspecionar partes íntimas do corpo
circunstâncias: e inspeções nas celas, bem como as razões das
(a) Como medida de precaução contra uma evasão inspeções, a identidade daqueles que as conduziram e
durante uma transferência, desde que sejam retirados quaisquer outros resultados decorrentes dessas
logo que o recluso compareça perante uma autoridade inspeções.
judicial ou administrativa; REGRA 52
(b) Por ordem do diretor, depois de se terem esgotado 1. Revistas íntimas invasivas, incluindo o ato de despir e
todos os outros meios de dominar o recluso, a fim de o de inspecionar partes íntimas do corpo, devem ser feitas
impedir de causar prejuízo a si próprio ou a outros ou de apenas quando forem absolutamente necessárias. As
causar danos materiais; nestes casos o diretor deve administrações prisionais devem ser encorajadas a
consultar o médico com urgência e apresentar um desenvolver e a utilizar outras alternativas apropriadas
relatório à autoridade administrativa superior. em vez de revistas íntimas invasivas. As revistas íntimas
REGRA 48 invasivas devem ser conduzidas de forma privada e por
1. Quando a utilização de instrumentos de coação for pessoal treinado do mesmo sexo que o recluso
autorizada, de acordo com o parágrafo 2 da regra 47, os inspecionado.
seguintes princípios serão aplicados: 2. As revistas das partes íntimas devem ser conduzidas
(a) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados apenas por profissionais de saúde qualificados, que não
quando outras formas menos severas de controlo não sejam os principais responsáveis pelos cuidados de
forem efetivas face aos riscos representados por uma saúde do recluso, ou, no mínimo, por pessoal
ação não controlada; adequadamente treinado por um profissional de saúde
(b) O método de restrição será o menos invasivo em relação aos padrões de higiene, saúde e segurança.
possível, o necessário e razoável para controlar a ação REGRA 53
do recluso, em função do nível e da natureza do risco Os reclusos devem ter acesso aos documentos
apresentado; relacionados com os seus processos judiciais e ser
(c) Os instrumentos de coação só devem ser utilizados autorizados a mantê-los consigo, sem que a
durante o período estritamente necessário e devem ser administração prisional tenha acesso a estes.
retirados logo que deixe de existir o risco que motivou a
restrição. Informações e direito de reclamação dos reclusos
2. Os instrumentos de coação não devem ser utilizados
em mulheres em trabalho de parto, nem durante nem REGRA 54
imediatamente após o parto. Todo o recluso, no momento da admissão, deve receber
REGRA 49 informação escrita sobre:
A administração prisional deve procurar obter e (a) A legislação e os regulamentos do estabelecimento
promover formação no uso de técnicas de controlo que prisional e do sistema prisional;
evitem a necessidade de utilizar instrumentos de (b) Os seus direitos, inclusive os meios autorizados para
coação ou que reduzam o seu caráter intrusivo. obter informações, acesso a assistência jurídica,
Revistas aos reclusos e inspeção de celas incluindo o apoio judiciário, e sobre procedimentos para
REGRA 50 formular pedidos e reclamações;
As leis e regulamentos sobre as revistas aos reclusos e (c) As suas obrigações, incluindo as sanções disciplinares
inspeções de celas devem estar em conformidade com aplicáveis; e
as obrigações do Direito Internacional e devem ter em (d) Todos os assuntos que podem ser necessários para
conta os padrões e as normas internacionais, uma vez se adaptar à vida no estabelecimento.
considerada a necessidade de garantir a segurança dos REGRA 55
estabelecimentos prisionais. As revistas aos reclusos e 1. As informações mencionadas na regra 54 devem estar
as inspeções devem ser conduzidas de forma a respeitar disponíveis nas línguas mais utilizadas, de acordo com
a dignidade humana inerente e a privacidade do recluso as necessidades da população prisional. Se um recluso
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não compreender qualquer uma destas línguas, deve 1. Os reclusos devem ser autorizados, sob a necessária
ser providenciada a assistência de um intérprete. supervisão, a comunicar periodicamente com as suas
2. Se o recluso for analfabeto, as informações devem famílias e com amigos: (a) Por correspondência e
ser-lhe comunicadas oralmente. Os reclusos com utilizando, se possível, meios de telecomunicação,
deficiências sensoriais devem receber as informações digitais, eletrónicos e outros; e
de forma apropriada às suas necessidades. (b) Através de visitas.
3. A administração prisional deve expor, com destaque, 2. Onde forem permitidas as visitais conjugais, este
a informação nas áreas de trânsito comum do direito deve ser garantido sem discriminação e as
estabelecimento prisional. mulheres reclusas devem exercer este direito nas
REGRA 56 mesmas condições que os homens. Devem ser
1. Todo o recluso deve ter a oportunidade de, em instaurados procedimentos e disponibilizados locais, de
qualquer dia, formular pedidos ou reclamações ao forma a garantir o justo e igualitário acesso,
diretor do estabelecimento prisional ou ao membro do respeitandose a segurança e a dignidade.
pessoal prisional autorizado a representá-lo. REGRA 59
2. Deve ser viabilizada a possibilidade de os reclusos Os reclusos devem ser colocados, sempre que possível,
formularem pedidos ou reclamações, durante as em estabelecimentos prisionais próximos das suas casas
inspeções do estabelecimento prisional, ao inspetor ou do local da sua reabilitação social.
prisional. O recluso deve ter a oportunidade de REGRA 60
conversar com o inspetor ou com qualquer outro oficial 1. A entrada de visitantes nos estabelecimentos
de inspeção, de forma livre e com total prisionais depende do consentimento do visitante de
confidencialidade, sem a presença do diretor ou de submeter-se à revista. O visitante pode retirar o seu
outros membros da equipa. consentimento a qualquer momento; nestes casos, a
3. Todo o recluso deve ter o direito de fazer um pedido administração prisional poderá recusar o seu acesso.
ou reclamação sobre seu tratamento, sem censura 2. Os procedimentos de entrada e revista de visitantes
quanto ao conteúdo, à administração prisional central, não devem ser degradantes e devem ser regidos por
à autoridade judicial ou a outras autoridades princípios tão protetivos como os delineados nas Regras
competentes, incluindo os que têm poderes de revisão 50 a 52. As revistas feitas a partes íntimas do corpo
e de reparação. devem ser evitadas e não devem ser aplicadas a
4. Os direitos previstos nos parágrafos 1 a 3 desta Regra crianças.
serão estendidos ao seu advogado. Nos casos em que REGRA 61
nem o recluso, nem o seu advogado tenham a 1. Os reclusos devem ter a oportunidade, tempo e meios
possibilidade de exercer tais direitos, um membro da adequados para receberem visitas e de comunicar com
família do recluso ou qualquer outra pessoa que tenha um advogado escolhido por si ou com um defensor
conhecimento do caso deve poder exercê-los. público, sem demora, intercetação ou censura, em total
REGRA 57 confidencialidade, sobre qualquer assunto jurídico, em
1. Todo o pedido ou reclamação deve ser prontamente conformidade com a legislação nacional aplicada. Estas
apreciado e respondido sem demora. Se o pedido ou a consultas podem ocorrer à vista dos agentes prisionais,
reclamação for rejeitado, ou no caso de atraso indevido, mas não podem ser ouvidas por estes.
o reclamante deve ter o direito de apresentá-lo à 2. Nos casos em que os reclusos não falam a língua local,
autoridade judicial ou a outra autoridade. a administração prisional deve facilitar o acesso aos
2. Devem ser criados mecanismos de salvaguarda para serviços de um intérprete competente e independente.
assegurar que os reclusos possam formular pedidos e 3. Os reclusos devem ter acesso a um apoio judiciário
reclamações de forma segura e, se solicitado pelo efetivo.
reclamante, de forma confidencial. O recluso, ou REGRA 62
qualquer outra pessoa mencionada no parágrafo 4 da 1. A reclusos de nacionalidade estrangeira devem ser
Regra 56, não deve ser exposto a qualquer risco de concedidas facilidades razoáveis para comunicarem
retaliação, intimidação ou outras consequências com os representantes diplomáticos e consulares do
negativas como resultado de um pedido ou reclamação. Estado a que pertencem.
3. Alegações de tortura ou outras penas ou tratamentos 2. A reclusos de nacionalidade de Estados sem
cruéis, desumanos ou degradantes devem ser representação diplomática ou consular no país, e a
imediatamente apreciadas e devem originar uma refugiados ou apátridas, devem ser concedidas
investigação rápida e imparcial, conduzida por uma facilidades semelhantes para comunicarem com
autoridade nacional independente, de acordo com os representantes diplomáticos do Estado encarregado de
parágrafos 1 e 2 da Regra 71. zelar pelos seus interesses ou com qualquer autoridade
Contatos com o mundo exterior nacional ou internacional que tenha a seu cargo a
REGRA 58 proteção dessas pessoas.
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permanente, mas poderá também recorrer-se a com os reclusos não devem estar armados. Aliás, não
auxiliares a tempo parcial ou a voluntários. deverá ser confiada uma arma a um membro do pessoal
REGRA 79 sem que este seja treinado para o seu uso.
1. O diretor do estabelecimento prisional deve ser Inspeções internas e externas
adequadamente qualificado para a sua função, quer REGRA 83
pelo seu carácter, quer pelas suas competências 1. Deve haver um sistema duplo de inspeções regulares
administrativas, formação e experiência. nos estabelecimentos e serviços prisionais:
2. O diretor do estabelecimento prisional deve exercer (a) Inspeções internas ou administrativas conduzidas
a sua função oficial a tempo inteiro e não deve ser pela administração prisional central;
nomeado a tempo parcial. Deve residir no (b) Inspeções externas conduzidas por um órgão
estabelecimento prisional ou nas imediações deste. independente da administração prisional, que pode
3. Quando dois ou mais estabelecimentos prisionais incluir órgãos internacionais ou regionais competentes.
estejam sob a autoridade de um único diretor, este deve 2. Em ambos os casos, o objetivo das inspeções deve ser
visitar ambos com regularidade. Em cada um dos o de assegurar que os estabelecimentos prisionais
estabelecimentos deve haver um funcionário sejam administrados de acordo com as leis,
responsável. regulamentos, políticas e procedimentos vigentes, para
REGRA 80 prossecução dos objetivos dos serviços prisionais e
1. O diretor, o seu adjunto e a maioria dos outros correcionais e para a proteção dos direitos dos reclusos.
membros do pessoal do estabelecimento prisional REGRA 84
devem falar a língua da maior parte dos reclusos ou uma 1. Os inspetores devem ter a autoridade para:
língua entendida pela maioria deles. (a) Aceder a todas as informações sobre o número de
2. Deve recorrer-se aos serviços de um intérprete reclusos e dos locais de detenção, bem como a toda a
sempre que seja informação relevante ao tratamento dos reclusos,
necessário. incluindo os seus registos e as condições de detenção;
REGRA 81 (b) Escolher livremente qual o estabelecimento prisional
1. Nos estabelecimentos prisionais destinados a que querem inspecionar, inclusive fazendo visitas por
homens e mulheres, a secção das mulheres deve ser iniciativa própria sem aviso prévio e quais os reclusos
colocada sob a direção de um funcionário do sexo que pretendem entrevistar;
feminino responsável que terá à sua guarda todas as (c) Conduzir entrevistas com os reclusos e com os
chaves dessa secção. funcionários prisionais, em total privacidade e
2. Nenhum funcionário do sexo masculino pode entrar confidencialidade, durante as suas visitas;
na parte do estabelecimento destinada às mulheres (d) Fazer recomendações à administração prisional e a
sem ser acompanhado por um funcionário do sexo outras autoridades competentes.
feminino. 2. As equipas de inspeção externa devem ser compostas
3. A vigilância das reclusas deve ser assegurada por inspetores qualificados e experientes, indicados por
exclusivamente por funcionários do sexo feminino. Não uma autoridade competente, e devem contar com
obstante, isso não impede que funcionários do sexo profissionais de saúde. Deve-se procurar ter uma
masculino, especialmente médicos e professores, representação equilibrada de género.
desempenhem as suas funções profissionais em REGRA 85
estabelecimentos prisionais ou secções do 1. Depois de uma inspeção, deve ser submetido à
estabelecimento prisional destinados a mulheres. autoridade competente um relatório escrito. Esforços
REGRA 82 devem ser empreendidos para tornar público os
1. Os funcionários dos estabelecimentos prisionais não relatórios das inspeções externas, excluindo-se
devem, nas suas relações com os reclusos, usar de força, qualquer dado pessoal dos reclusos, a menos que estes
exceto em legítima defesa ou em casos de tentativa de tenham dado explicitamente o seu acordo.
fuga ou de resistência física ativa ou passiva a uma 2. A administração prisional ou qualquer outra
ordem baseada na lei ou nos regulamentos. Os autoridade competente, conforme apropriado, deve
funcionários que tenham de recorrer à força não devem indicar, num prazo razoável, se as recomendações
usar senão a estritamente necessária e devem provindas das inspeções externas serão
comunicar imediatamente o incidente ao diretor do implementadas.
estabelecimento prisional. II. REGRAS APLICÁVEIS A CATEGORIAS
2. Os membros do pessoal prisional devem receber ESPECIAIS
formação técnica especial que lhes permita dominar os A. Reclusos condenados
reclusos violentos. Princípios gerais
3. Salvo circunstâncias especiais, os agentes que REGRA 86
assegurem serviços que os ponham em contacto direto
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Os princípios gerais a seguir enunciados têm por 4. Por outro lado, não é recomendável manter
finalidade a definição do espírito dentro do qual os estabelecimentos demasiado pequenos que possam
sistemas prisionais devem ser administrados e os impedir que instalações adequadas sejam facultadas.
objetivos a que devem tender, de acordo com a REGRA 90
declaração feita na observação preliminar 1 destas O dever da sociedade não cessa com a libertação de um
Regras. recluso. Seria por isso necessário dispor de organismos
REGRA 87 governamentais ou privados capazes de trazer ao
Antes do termo da execução de uma pena ou de uma recluso colocado em liberdade um auxílio pós-
medida é desejável que sejam adotadas as medidas penitenciário eficaz, tendente a diminuir os
necessárias para assegurar ao recluso um regresso preconceitos a seu respeito e a permitir-lhe a sua
progressivo à vida na sociedade. Este objetivo poderá reinserção na sociedade.
ser alcançado, consoante os casos, através de um Tratamento
regime preparatório da libertação, organizado no REGRA 91
próprio estabelecimento ou em outro estabelecimento O tratamento das pessoas condenadas a uma pena ou
adequado, ou mediante uma libertação condicional medida privativa de liberdade deve ter por objetivo, na
sujeita a controlo, que não deve caber à polícia, mas que medida em que o permitir a duração da condenação,
deve comportar uma assistência social eficaz. criar nelas a vontade e as aptidões que as tornem
REGRA 88 capazes, após a sua libertação, de viver no respeito pela
1. O tratamento não deve acentuar a exclusão dos lei e de prover às suas necessidades. Este tratamento
reclusos da sociedade, mas sim fazê-los compreender deve incentivar o respeito por si próprias e desenvolver
que continuam a fazer parte dela. Para este fim, há que o seu sentido da responsabilidade.
recorrer, sempre que possível, à cooperação de REGRA 92
organismos da comunidade destinados a auxiliar o 1. Para este fim, há que recorrer a todos os meios
pessoal do estabelecimento prisional na reabilitação apropriados, nomeadamente à assistência religiosa nos
social dos reclusos. países em que seja possível, à instrução, à orientação e
2. Assistentes sociais, colaborando com cada à formação profissionais, à assistência social
estabelecimento, devem ter por missão a manutenção direcionada, ao aconselhamento profissional, ao
e a melhoria das relações do recluso com a sua família e desenvolvimento físico e à educação moral, de acordo
com os organismos sociais que podem ser-lhe úteis. com as necessidades de cada recluso. Há que ter em
Devem adotar-se medidas tendo em vista a conta o passado social e criminal do condenado, as suas
salvaguarda, de acordo com a lei e a pena imposta, dos capacidades e aptidões físicas e mentais, a sua
direitos civis, dos direitos em matéria de segurança personalidade, a duração da condenação e
social e de outros benefícios sociais dos reclusos. as perspetivas da sua reabilitação.
REGRA 89 2. Para cada recluso condenado a uma pena ou a uma
1. A realização destes princípios exige a individualização medida de certa duração, o diretor do estabelecimento
do tratamento e, para este fim, um sistema flexível de prisional deve receber, no mais breve trecho após a
classificação dos reclusos por grupos; é por isso admissão do recluso, relatórios completos sobre os
desejável que esses grupos sejam colocados em diferentes aspetos referidos no parágrafo 1 desta Regra.
estabelecimentos prisionais separados, adequados ao Estes relatórios devem sempre compreender um
tratamento de cada um deles. relatório de um médico, se possível especializado
2. Estes estabelecimentos não devem possuir o mesmo em psiquiatria, sobre a condição física e mental do
grau de segurança para cada grupo. É desejável prever recluso.
graus de segurança consoante as necessidades dos 3. Os relatórios e outros elementos pertinentes devem
diferentes grupos. Os estabelecimentos abertos, pelo ser colocados num arquivo individual. Este arquivo deve
próprio facto de não preverem medidas de segurança ser atualizado e classificado de modo a poder ser
física contra as evasões, mas remeterem neste domínio consultado pelo pessoal responsável sempre que
à autodisciplina dos reclusos, proporcionam aos necessário.
reclusos cuidadosamente escolhidos as condições mais Classificação e individualização
favoráveis à sua reabilitação. REGRA 93
3. É desejável que nos estabelecimentos prisionais 1. As finalidades da classificação devem ser:
fechados a individualização do tratamento não seja (a) De separar os reclusos que, pelo seu passado
prejudicada por um número demasiado elevado de criminal ou pela sua personalidade, possam vir a exercer
reclusos. Nalguns países entende-se que a população uma influência negativa sobre os outros reclusos;
destes estabelecimentos não deve ultrapassar os (b) De repartir os reclusos por grupos tendo em vista
quinhentos. Nos estabelecimentos abertos, a população facilitar o seu tratamento para a sua reinserção social.
deve ser tão reduzida quanto possível.
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possível. A educação de analfabetos e jovens reclusos 2. Se necessário, os demais reclusos que sofrem de
será obrigatória, prestando-lhe a administração outras doenças ou anomalias mentais devem ser
prisional especial atenção. examinados e tratados em instituições especializadas,
2. Tanto quanto for possível, a educação dos reclusos sob vigilância médica.
deve estar integrada no sistema educacional do país, 3. O serviço médico ou psiquiátrico dos
para que depois da sua libertação possam continuar, estabelecimentos prisionais deve proporcionar
sem dificuldades, os seus estudos. tratamento psiquiátrico a todos os reclusos que o
REGRA 105 necessitem.
Devem ser proporcionadas atividades recreativas e REGRA 110
culturais em todos os estabelecimentos prisionais em É desejável que sejam adotadas medidas, de acordo
benefício da saúde mental e física dos reclusos. com os organismos competentes, para que o
Relações sociais e assistência pós-prisional tratamento psiquiátrico seja mantido, se necessário,
REGRA 106 depois da colocação em liberdade e que uma assistência
Deve ser prestada atenção especial à manutenção e social pós-prisional de natureza psiquiátrica seja
melhoramento das relações entre o recluso e a sua assegurada.
família que se mostrem de maior vantagem para ambos. C. Reclusos detidos ou a aguardar julgamento
REGRA 107 REGRA 111
Desde o início do cumprimento da pena de um recluso, 1. Os detidos ou presos em virtude de lhes ser imputada
deve ter-se em consideração o seu futuro depois de a prática de uma infração penal, quer estejam detidos
libertado, devendo este ser estimulado e ajudado a sob custódia da polícia, quer num estabelecimento
manter ou estabelecer relações com pessoas ou prisional, mas que ainda não foram julgados e
organizações externas, aptas a promover os melhores condenados, são doravante designados nestas Regras
interesses da sua família e da sua própria reabilitação por “detidos preventivamente”.
social. 2. As pessoas detidas preventivamente presumem-se
REGRA 108 inocentes e como tal devem ser tratadas.
1. Os serviços ou organizações governamentais ou 3. Estes detidos devem beneficiar de um regime especial
outras, que prestam assistência a reclusos colocados em cujos elementos essenciais se discriminam nestas
liberdade para se reestabelecerem na sociedade, Regras, sem prejuízo das disposições legais sobre a
devem assegurar, na medida do possível e do proteção da liberdade individual ou que estabelecem os
necessário, que sejam facultados aos reclusos trâmites a ser observados em relação a pessoas detidas
libertados documentos de identificação apropriados, preventivamente.
que lhes sejam garantidas casas adequadas e trabalho, REGRA 112
vestuário apropriado ao clima e à estação do ano e 1. As pessoas detidas preventivamente devem ser
recursos suficientes para chegarem ao seu destino e mantidas separadas dos reclusos condenados.
para subsistirem no período imediatamente seguinte à 2. Os jovens detidos preventivamente devem ser
sua libertação. mantidos separados dos adultos e ser, em princípio,
2. Os representantes oficiais dessas organizações detidos em estabelecimentos prisionais separados.
devem ter o acesso necessário ao estabelecimento REGRA 113
prisional e aos reclusos, sendo consultados sobre o As pessoas detidas preventivamente devem dormir
futuro do recluso desde o início do cumprimento da sozinhas em quartos separados, sob reserva de
pena. diferente costume local relativo ao clima.
3. É recomendável que as atividades destas REGRA 114
organizações estejam centralizadas ou sejam Dentro dos limites compatíveis com a boa ordem do
coordenadas, tanto quanto possível, a fim de garantir a estabelecimento prisional, as pessoas detidas
melhor utilização dos seus esforços. preventivamente podem, se o desejarem, mandar vir
B. Reclusos com transtornos mentais e/ou com alimentação do exterior a expensas próprias, quer
problemas de saúde através da administração, quer através da sua família ou
REGRA 109 amigos. Caso contrário a administração deve fornecer-
1. As pessoas consideradas inimputáveis, ou a quem, lhes a alimentação.
posteriormente, foi diagnosticado uma deficiência REGRA 115
mental e/ou um problema de saúde grave, em relação A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a
aos quais a detenção poderia agravar a sua condição, usar a sua própria roupa se estiver limpa e for
não devem ser detidas em prisões. Devem ser tomadas adequada. Se usar roupa do estabelecimento prisional,
medidas para as transferir para um estabelecimento esta será diferente da fornecida aos condenados.
para doentes mentais o mais depressa possível. REGRA 116
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Será sempre dada à pessoa detida preventivamente a Partes I e II desta Regra. As disposições relevantes da
oportunidade de trabalhar, mas esta não será obrigada secção A da Parte II, desta Regra, serão igualmente
a fazê-lo. Se optar por trabalhar, será remunerada. aplicáveis sempre que a sua aplicação possa beneficiar
REGRA 117 esta categoria especial de reclusos, desde que não seja
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a tomada nenhuma medida que implique a reeducação
obter, a expensas próprias ou a expensas de terceiros, ou a reabilitação de pessoas não condenadas por uma
livros, jornais, material para escrever e outros meios de infração penal.
ocupação compatíveis com os interesses da
administração da justiça e com a segurança e boa ordem
do estabelecimento prisional.
REGRA 118
A pessoa detida preventivamente deve ser autorizada a
ser visitada e a ser tratada pelo seu médico pessoal ou
dentista se existir motivo razoável para o seu pedido e
puder pagar quaisquer despesas em que incorrer.
REGRA 119
1. Todo o recluso tem o direito a ser imediatamente
informado das razões de sua detenção e sobre
quaisquer acusações apresentadas contra si.
2. Se uma pessoa detida preventivamente não tiver um
advogado da sua escolha, ser-lhe-á designado um
defensor oficioso pela autoridade judicial, ou outra
autoridade, em todos os casos em que os interesses da
justiça o exigirem e sem custos para a pessoa detida
preventivamente, caso esta não possua recursos
suficientes para pagar. A possibilidade de se recusar o
acesso a um advogado deve ser sujeita a uma revisão
independente, sem demora.
REGRA 120
1. Os direitos e as modalidades que regem o acesso de
uma pessoa detida preventivamente ao seu advogado
ou defensor oficioso, com vista à sua defesa, devem ser
regulados pelos mesmos princípios estabelecidos na
regra 61.
2. A pessoa detida preventivamente deve ter à sua
disposição, se assim o desejar, material de escrita a fim
de preparar os documentos relacionados com a sua
defesa e entregar instruções confidenciais ao seu
advogado ou defensor oficioso.
D. Presos civis
REGRA 121
Nos países cuja legislação prevê a prisão por dívidas ou
outras formas de prisão proferidas por decisão judicial
na sequência de processos que não tenham natureza
penal, os reclusos não devem ser submetidos a maiores
restrições nem ser tratados com maior severidade do
que for necessário para manter a segurança e a ordem.
O seu tratamento não deve ser menos favorável do que
o dos detidos preventivamente, sob reserva, porém, da
eventual obrigação de trabalhar.
E. Pessoas presas ou detidas sem acusação
REGRA 122
Sem prejuízo das disposições contidas no artigo 9.º do
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos,
deve ser concedida às pessoas presas ou detidas sem
acusação a proteção conferida nos termos da secção C,
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a) Prevenir e combater o tráfico de pessoas, a) Sem prejuízo dos conceitos fundamentais do seu
prestando uma atenção especial às mulheres e às sistema jurídico, a tentativa de cometer uma
crianças; infração estabelecida em conformidade com o
b) Proteger e ajudar as vítimas desse tráfico, parágrafo 1 do presente Artigo;
respeitando plenamente os seus direitos humanos; e b) A participação como cúmplice numa infração
c) Promover a cooperação entre os Estados Partes de estabelecida em conformidade com o parágrafo 1 do
forma a atingir esses objetivos. presente Artigo; e
Artigo 3 c) Organizar a prática de uma infração estabelecida
Definições em conformidade com o parágrafo 1 do presente
Para efeitos do presente Protocolo: Artigo ou dar instruções a outras pessoas para que a
a) A expressão "tráfico de pessoas" significa o pratiquem.
recrutamento, o transporte, a transferência, o II. Proteção de vítimas de tráfico de pessoas
alojamento ou o acolhimento de pessoas, Artigo 6
recorrendo à ameaça ou uso da força ou a outras Assistência e proteção às vítimas de tráfico de
formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao pessoas
abuso de autoridade ou à situação de 1. Nos casos em que se considere apropriado e na
vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de medida em que seja permitido pelo seu direito
pagamentos ou benefícios para obter o interno, cada Estado Parte protegerá a privacidade e
consentimento de uma pessoa que tenha autoridade a identidade das vítimas de tráfico de pessoas,
sobre outra para fins de exploração. A exploração incluindo, entre outras (ou inter alia), a
incluirá, no mínimo, a exploração da prostituição de confidencialidade dos procedimentos judiciais
outrem ou outras formas de exploração sexual, o relativos a esse tráfico.
trabalho ou serviços forçados, escravatura ou 2. Cada Estado Parte assegurará que o seu sistema
práticas similares à escravatura, a servidão ou a jurídico ou administrativo contenha medidas que
remoção de órgãos; forneçam às vítimas de tráfico de pessoas, quando
b) O consentimento dado pela vítima de tráfico de necessário:
pessoas tendo em vista qualquer tipo de exploração a) Informação sobre procedimentos judiciais e
descrito na alínea a) do presente Artigo será administrativos aplicáveis;
considerado irrelevante se tiver sido utilizado b) Assistência para permitir que as suas opiniões e
qualquer um dos meios referidos na alínea a); preocupações sejam apresentadas e tomadas em
c) O recrutamento, o transporte, a transferência, o conta em fases adequadas do processo penal
alojamento ou o acolhimento de uma criança para instaurado contra os autores das infrações, sem
fins de exploração serão considerados "tráfico de prejuízo dos direitos da defesa.
pessoas" mesmo que não envolvam nenhum dos 3. Cada Estado Parte terá em consideração a
meios referidos da alínea a) do presente Artigo; aplicação de medidas que permitam a recuperação
d) O termo "criança" significa qualquer pessoa com física, psicológica e social das vítimas de tráfico de
idade inferior a dezoito anos. pessoas, incluindo, se for caso disso, em cooperação
Artigo 4 com organizações não-governamentais, outras
Âmbito de aplicação organizações competentes e outros elementos de
O presente Protocolo aplicar-se-á, salvo disposição sociedade civil e, em especial, o fornecimento de:
em contrário, à prevenção, investigação e repressão a) Alojamento adequado;
das infrações estabelecidas em conformidade com o b) Aconselhamento e informação, especialmente
Artigo 5 do presente Protocolo, quando essas quanto aos direitos que a lei lhes reconhece, numa
infrações forem de natureza transnacional e língua que compreendam;
envolverem grupo criminoso organizado, bem como c) Assistência médica, psicológica e material; e
à proteção das vítimas dessas infrações. d) Oportunidades de emprego, educação e
Artigo5 formação.
Criminalização 4. Cada Estado Parte terá em conta, ao aplicar as
1. Cada Estado Parte adotará as medidas legislativas disposições do presente Artigo, a idade, o sexo e as
e outras que considere necessárias de forma a necessidades específicas das vítimas de tráfico de
estabelecer como infrações penais os atos descritos pessoas, designadamente as necessidades
no Artigo 3 do presente Protocolo, quando tenham específicas das crianças, incluindo o alojamento, a
sido praticados intencionalmente. educação e cuidados adequados.
2. Cada Estado Parte adotará igualmente as medidas 5. Cada Estado Parte envidará esforços para garantir
legislativas e outras que considere necessárias para a segurança física das vítimas de tráfico de pessoas
estabelecer como infrações penais: enquanto estas se encontrarem no seu território.
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6. Cada Estado Parte assegurará que o seu sistema força de qualquer disposição do direito interno do
jurídico contenha medidas que ofereçam às vítimas Estado Parte de acolhimento.
de tráfico de pessoas a possibilidade de obterem 6.O presente Artigo não prejudica qualquer acordo
indenização pelos danos sofridos. ou compromisso bilateral ou multilateral aplicável
Artigo 7 que regule, no todo ou em parte, o regresso de
Estatuto das vítimas de tráfico de pessoas nos vítimas de tráfico de pessoas.
Estados de acolhimento III. Prevenção, cooperação e outras medidas
1. Além de adotar as medidas em conformidade com Artigo 9
o Artigo 6 do presente Protocolo, cada Estado Parte Prevenção do tráfico de pessoas
considerará a possibilidade de adotar medidas 1. Os Estados Partes estabelecerão políticas
legislativas ou outras medidas adequadas que abrangentes, programas e outras medidas para:
permitam às vítimas de tráfico de pessoas a) Prevenir e combater o tráfico de pessoas; e
permanecerem no seu território a título temporário b) Proteger as vítimas de tráfico de pessoas,
ou permanente, se for caso disso. especialmente as mulheres e as crianças, de nova
2. Ao executar o disposto no parágrafo 1 do presente vitimação.
Artigo, cada Estado Parte terá devidamente em 2. Os Estados Partes envidarão esforços para
conta fatores humanitários e pessoais. tomarem medidas tais como pesquisas, campanhas
Artigo 8 de informação e de difusão através dos órgãos de
Repatriamento das vítimas de tráfico de pessoas comunicação, bem como iniciativas sociais e
1. O Estado Parte do qual a vítima de tráfico de econômicas de forma a prevenir e combater o tráfico
pessoas é nacional ou no qual a pessoa tinha direito de pessoas.
de residência permanente, no momento de entrada 3. As políticas, programas e outras medidas
no território do Estado Parte de acolhimento, estabelecidas em conformidade com o presente
facilitará e aceitará, sem demora indevida ou Artigo incluirão, se necessário, a cooperação com
injustificada, o regresso dessa pessoa, tendo organizações não-governamentais, outras
devidamente em conta a segurança da mesma. organizações relevantes e outros elementos da
2. Quando um Estado Parte retornar uma vítima de sociedade civil.
tráfico de pessoas a um Estado Parte do qual essa 4. Os Estados Partes tomarão ou reforçarão as
pessoa seja nacional ou no qual tinha direito de medidas, inclusive mediante a cooperação bilateral
residência permanente no momento de entrada no ou multilateral, para reduzir os fatores como a
território do Estado Parte de acolhimento, esse pobreza, o subdesenvolvimento e a desigualdade de
regresso levará devidamente em conta a segurança oportunidades que tornam as pessoas,
da pessoa bem como a situação de qualquer especialmente as mulheres e as crianças, vulneráveis
processo judicial relacionado ao fato de tal pessoa ao tráfico.
ser uma vítima de tráfico, preferencialmente de 5. Os Estados Partes adotarão ou reforçarão as
forma voluntária. medidas legislativas ou outras, tais como medidas
3. A pedido do Estado Parte de acolhimento, um educacionais, sociais ou culturais, inclusive mediante
Estado Parte requerido verificará, sem demora a cooperação bilateral ou multilateral, a fim de
indevida ou injustificada, se uma vítima de tráfico de desencorajar a procura que fomenta todo o tipo de
pessoas é sua nacional ou se tinha direito de exploração de pessoas, especialmente de mulheres
residência permanente no seu território no e crianças, conducentes ao tráfico.
momento de entrada no território do Estado Parte Artigo 10
de acolhimento. Intercâmbio de informações e formação
4. De forma a facilitar o regresso de uma vítima de 1. As autoridades competentes para a aplicação da
tráfico de pessoas que não possua os documentos lei, os serviços de imigração ou outros serviços
devidos, o Estado Parte do qual essa pessoa é competentes dos Estados Partes, cooperarão entre
nacional ou no qual tinha direito de residência si, na medida do possível, mediante troca de
permanente no momento de entrada no território informações em conformidade com o respectivo
do Estado Parte de acolhimento aceitará emitir, a direito interno, com vistas a determinar:
pedido do Estado Parte de acolhimento, os a) Se as pessoas que atravessam ou tentam
documentos de viagem ou outro tipo de autorização atravessar uma fronteira internacional com
necessária que permita à pessoa viajar e ser documentos de viagem pertencentes a terceiros ou
readmitida no seu território. sem documentos de viagem são autores ou vítimas
5. O presente Artigo não prejudica os direitos de tráfico de pessoas;
reconhecidos às vítimas de tráfico de pessoas por b) Os tipos de documentos de viagem que as pessoas
têm utilizado ou tentado utilizar para atravessar uma
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fronteira internacional com o objetivo de tráfico de vistos de pessoas envolvidas na prática de infrações
pessoas; e estabelecidas em conformidade com o presente
c) Os meios e métodos utilizados por grupos Protocolo.
criminosos organizados com o objetivo de tráfico de 6. Sem prejuízo do disposto no Artigo 27 da
pessoas, incluindo o recrutamento e o transporte de Convenção, os Estados Partes procurarão intensificar
vítimas, os itinerários e as ligações entre as pessoas a cooperação entre os serviços de controle de
e os grupos envolvidos no referido tráfico, bem como fronteiras, mediante, entre outros, o
as medidas adequadas à sua detecção. estabelecimento e a manutenção de canais de
2. Os Estados Partes assegurarão ou reforçarão a comunicação diretos.
formação dos agentes dos serviços competentes Artigo 12
para a aplicação da lei, dos serviços de imigração ou Segurança e controle dos documentos
de outros serviços competentes na prevenção do Cada Estado Parte adotará as medidas necessárias,
tráfico de pessoas. A formação deve incidir sobre os de acordo com os meios disponíveis para:
métodos utilizados na prevenção do referido tráfico, a) Assegurar a qualidade dos documentos de viagem
na ação penal contra os traficantes e na proteção das ou de identidade que emitir, para que não sejam
vítimas, inclusive protegendo-as dos traficantes. A indevidamente utilizados nem facilmente
formação deverá também ter em conta a falsificados ou modificados, reproduzidos ou
necessidade de considerar os direitos humanos e os emitidos de forma ilícita; e
problemas específicos das mulheres e das crianças b) Assegurar a integridade e a segurança dos
bem como encorajar a cooperação com organizações documentos de viagem ou de identidade por si ou
não-governamentais, outras organizações em seu nome emitidos e impedir a sua criação,
relevantes e outros elementos da sociedade civil. emissão e utilização ilícitas.
3. Um Estado Parte que receba informações Artigo 13
respeitará qualquer pedido do Estado Parte que Legitimidade e validade dos documentos
transmitiu essas informações, no sentido de A pedido de outro Estado Parte, um Estado Parte
restringir sua utilização. verificará, em conformidade com o seu direito
Artigo 11 interno e dentro de um prazo razoável, a
Medidas nas fronteiras legitimidade e validade dos documentos de viagem
1. Sem prejuízo dos compromissos internacionais ou de identidade emitidos ou supostamente
relativos à livre circulação de pessoas, os Estados emitidos em seu nome e de que se suspeita terem
Partes reforçarão, na medida do possível, os sido utilizados para o tráfico de pessoas.
controles fronteiriços necessários para prevenir e IV. Disposições finais
detectar o tráfico de pessoas. Artigo 14
2. Cada Estado Parte adotará medidas legislativas ou Cláusula de salvaguarda
outras medidas apropriadas para prevenir, na 1. Nenhuma disposição do presente Protocolo
medida do possível, a utilização de meios de prejudicará os direitos, obrigações e
transporte explorados por transportadores responsabilidades dos Estados e das pessoas por
comerciais na prática de infrações estabelecidas em força do direito internacional, incluindo o direito
conformidade com o Artigo 5 do presente Protocolo. internacional humanitário e o direito internacional
3. Quando se considere apropriado, e sem prejuízo relativo aos direitos humanos e, especificamente, na
das convenções internacionais aplicáveis, tais medida em que sejam aplicáveis, a Convenção de
medidas incluirão o estabelecimento da obrigação 1951 e o Protocolo de 1967 relativos ao Estatuto dos
para os transportadores comerciais, incluindo Refugiados e ao princípio do non-refoulement neles
qualquer empresa de transporte, proprietário ou enunciado.
operador de qualquer meio de transporte, de 2. As medidas constantes do presente Protocolo
certificar-se de que todos os passageiros sejam serão interpretadas e aplicadas de forma a que as
portadores dos documentos de viagem exigidos para pessoas que foram vítimas de tráfico não sejam
a entrada no Estado de acolhimento. discriminadas. A interpretação e aplicação das
4. Cada Estado Parte tomará as medidas necessárias, referidas medidas estarão em conformidade com os
em conformidade com o seu direito interno, para princípios de não-discriminação internacionalmente
aplicar sanções em caso de descumprimento da reconhecidos.
obrigação constante do parágrafo 3 do presente Artigo 15
Artigo. Solução de controvérsias
5. Cada Estado Parte considerará a possibilidade de 1. Os Estados Partes envidarão esforços para
tomar medidas que permitam, em conformidade resolver as controvérsias relativas à interpretação ou
com o direito interno, recusar a entrada ou anular os
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aplicação do presente Protocolo por negociação 4. O presente Protocolo está aberto à adesão de
direta. qualquer Estado ou de qualquer organização
2. As controvérsias entre dois ou mais Estados Partes regional de integração econômica da qual pelo
com respeito à aplicação ou à interpretação do menos um Estado membro seja Parte do presente
presente Protocolo que não possam ser resolvidas Protocolo. Os instrumentos de adesão serão
por negociação, dentro de um prazo razoável, serão depositados junto do Secretário-Geral das Nações
submetidas, a pedido de um desses Estados Partes, Unidas. No momento da sua adesão, uma
a arbitragem. Se, no prazo de seis meses após a data organização regional de integração econômica
do pedido de arbitragem, esses Estados Partes não declarará o âmbito da sua competência
chegarem a um acordo sobre a organização da relativamente às matérias reguladas pelo presente
arbitragem, qualquer desses Estados Partes poderá Protocolo. Informará igualmente o depositário de
submeter o diferendo ao Tribunal Internacional de qualquer modificação relevante do âmbito da sua
Justiça mediante requerimento, em conformidade competência.
com o Estatuto do Tribunal. Artigo 17
3. Cada Estado Parte pode, no momento da Entrada em vigor
assinatura, da ratificação, da aceitação ou da 1. O presente Protocolo entrará em vigor no
aprovação do presente Protocolo ou da adesão ao nonagésimo dia seguinte à data do depósito do
mesmo, declarar que não se considera vinculado ao quadragésimo instrumento de ratificação, de
parágrafo 2 do presente Artigo. Os demais Estados aceitação, de aprovação ou de adesão mas não antes
Partes não ficarão vinculados ao parágrafo 2 do da entrada em vigor da Convenção. Para efeitos do
presente Artigo em relação a qualquer outro Estado presente número, nenhum instrumento depositado
Parte que tenha feito essa reserva. por uma organização regional de integração
4. Qualquer Estado Parte que tenha feito uma econômica será somado aos instrumentos
reserva em conformidade com o parágrafo 3 do depositados por Estados membros dessa
presente Artigo pode, a qualquer momento, retirar organização.
essa reserva através de notificação ao Secretário- 2. Para cada Estado ou organização regional de
Geral das Nações Unidas. integração econômica que ratifique, aceite, aprove
Artigo 16 ou adira ao presente Protocolo após o depósito do
Assinatura, ratificação, aceitação, aprovação e quadragésimo instrumento pertinente, o presente
adesão Protocolo entrará em vigor no trigésimo dia seguinte
1. O presente Protocolo será aberto à assinatura de à data de depósito desse instrumento por parte do
todos os Estados de 12 a 15 de Dezembro de 2000 Estado ou organização ou na data de entrada em
em Palermo, Itália, e, em seguida, na sede da vigor do presente Protocolo, em conformidade com
Organização das Nações Unidas em Nova Iorque até o parágrafo 1 do presente Artigo, se esta for
12 de Dezembro de 2002. posterior.
2. O presente Protocolo será igualmente aberto à Artigo 18
assinatura de organizações regionais de integração Emendas
econômica na condição de que pelo menos um 1. Cinco anos após a entrada em vigor do presente
Estado membro dessa organização tenha assinado o Protocolo, um Estado Parte no Protocolo pode
presente Protocolo em conformidade com o propor emenda e depositar o texto junto do
parágrafo 1 do presente Artigo. Secretário-Geral das Nações Unidas, que em seguida
3. O presente Protocolo está sujeito a ratificação, comunicará a proposta de emenda aos Estados
aceitação ou aprovação. Os instrumentos de Partes e à Conferência das Partes na Convenção para
ratificação, de aceitação ou de aprovação serão analisar a proposta e tomar uma decisão. Os Estados
depositados junto ao Secretário-Geral da Partes no presente Protocolo reunidos na
Organização das Nações Unidas. Uma organização Conferência das Partes farão todos os esforços para
regional de integração econômica pode depositar o chegar a um consenso sobre qualquer emenda. Se
seu instrumento de ratificação, de aceitação ou de todos os esforços para chegar a um consenso forem
aprovação se pelo menos um dos seus Estados esgotados e não se chegar a um acordo, será
membros o tiver feito. Nesse instrumento de necessário, em último caso, para que a alteração seja
ratificação, de aceitação e de aprovação essa aprovada, uma maioria de dois terços dos Estados
organização declarará o âmbito da sua competência Partes no presente Protocolo, que estejam presentes
relativamente às matérias reguladas pelo presente e expressem o seu voto na Conferência das Partes.
Protocolo. Informará igualmente o depositário de 2. As organizações regionais de integração
qualquer modificação relevante do âmbito da sua econômica, em matérias da sua competência,
competência. exercerão o seu direito de voto nos termos do
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§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de estabelecimentos penais. (Redação dada pela
2019) Lei nº 12.313, de 2010).
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em § 1o As Unidades da Federação deverão prestar
submeter-se ao procedimento de identificação do auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria
perfil genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
2019) dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei
CAPÍTULO II nº 12.313, de 2010).
Da Assistência § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá
SEÇÃO I local apropriado destinado ao atendimento pelo
Disposições Gerais Defensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313,
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever de 2010).
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão
retorno à convivência em sociedade. implementados Núcleos Especializados da
Parágrafo único. A assistência estende-se ao Defensoria Pública para a prestação de assistência
egresso. jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em
Art. 11. A assistência será: liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos
I - material; financeiros para constituir advogado. (Incluído
II - à saúde; pela Lei nº 12.313, de 2010).
III -jurídica; SEÇÃO V
IV - educacional; Da Assistência Educacional
V - social; Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
VI - religiosa. instrução escolar e a formação profissional do preso
SEÇÃO II e do internado.
Da Assistência Material Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,
Art. 12. A assistência material ao preso e ao integrando-se no sistema escolar da Unidade
internado consistirá no fornecimento de Federativa.
alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e formação geral ou educação profissional de nível
serviços que atendam aos presos nas suas médio, será implantado nos presídios, em
necessidades pessoais, além de locais destinados à obediência ao preceito constitucional de sua
venda de produtos e objetos permitidos e não universalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de
fornecidos pela Administração. 2015)
SEÇÃO III § 1o O ensino ministrado aos presos e presas
Da Assistência à Saúde integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do ensino e será mantido, administrativa e
internado de caráter preventivo e curativo, financeiramente, com o apoio da União, não só com
compreenderá atendimento médico, farmacêutico e os recursos destinados à educação, mas pelo sistema
odontológico. estadual de justiça ou administração penitenciária.
§ 1º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver § 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e
aparelhado para prover a assistência médica às presas cursos supletivos de educação de jovens e
necessária, esta será prestada em outro local, adultos. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
mediante autorização da direção do § 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito
estabelecimento. Federal incluirão em seus programas de educação à
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à distância e de utilização de novas tecnologias de
mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, ensino, o atendimento aos presos e às presas.
extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
nº 11.942, de 2009) Art. 19. O ensino profissional será ministrado em
SEÇÃO IV nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Da Assistência Jurídica Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos profissional adequado à sua condição.
e aos internados sem recursos financeiros para Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto
constituir advogado. de convênio com entidades públicas ou particulares,
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter que instalem escolas ou ofereçam cursos
serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, especializados.
pela Defensoria Pública, dentro e fora dos
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Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar- Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
uso de todas as categorias de reclusos, provida de liberdade;
livros instrutivos, recreativos e didáticos. II - na concessão, se necessário, de alojamento e
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: alimentação, em estabelecimento adequado, pelo
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) prazo de 2 (dois) meses.
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado,
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e por declaração do assistente social, o empenho na
médio e o número de presos e presas atendidos; obtenção de emprego.
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta
III - a implementação de cursos profissionais em nível Lei:
de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a
de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei contar da saída do estabelecimento;
nº 13.163, de 2015) II - o liberado condicional, durante o período de
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu prova.
acervo; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) Art. 27.O serviço de assistência social colaborará
V - outros dados relevantes para o aprimoramento com o egresso para a obtenção de trabalho.
educacional de presos e presas. (Incluído pela CAPÍTULO III
Lei nº 13.163, de 2015) Do Trabalho
SEÇÃO VI SEÇÃO I
Da Assistência Social Disposições Gerais
Art. 22. A assistência social tem por finalidade Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social
amparar o preso e o internado e prepará-los para o e condição de dignidade humana, terá finalidade
retorno à liberdade. educativa e produtiva.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou trabalho as precauções relativas à segurança e à
exames; higiene.
II - relatar, por escrito, ao Diretor do § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime
estabelecimento, os problemas e as dificuldades da Consolidação das Leis do Trabalho.
enfrentadas pelo assistido; Art. 29. O trabalho do preso será remunerado,
III - acompanhar o resultado das permissões de mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a
saídas e das saídas temporárias; 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
disponíveis, a recreação; atender:
V - promover a orientação do assistido, na fase final a) à indenização dos danos causados pelo crime,
do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a desde que determinados judicialmente e não
facilitar o seu retorno à liberdade; reparados por outros meios;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos b) à assistência à família;
benefícios da Previdência Social e do seguro por c) a pequenas despesas pessoais;
acidente no trabalho; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família realizadas com a manutenção do condenado, em
do preso, do internado e da vítima. proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação
SEÇÃO VII prevista nas letras anteriores.
Da Assistência Religiosa § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de depositada a parte restante para constituição do
culto, será prestada aos presos e aos internados, pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será
permitindo-se-lhes a participação nos serviços entregue ao condenado quando posto em liberdade.
organizados no estabelecimento penal, bem como a Art. 30. As tarefas executadas como prestação de
posse de livros de instrução religiosa. serviço à comunidade não serão remuneradas.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado SEÇÃO II
para os cultos religiosos. Do Trabalho Interno
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade
obrigado a participar de atividade religiosa. está obrigado ao trabalho na medida de suas
SEÇÃO VIII aptidões e capacidade.
Da Assistência ao Egresso
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Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho § 1º O limite máximo do número de presos será de
não é obrigatório e só poderá ser executado no 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
interior do estabelecimento. § 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser ou à empresa empreiteira a remuneração desse
levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e trabalho.
as necessidades futuras do preso, bem como as § 3º A prestação de trabalho à entidade privada
oportunidades oferecidas pelo mercado. depende do consentimento expresso do preso.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
artesanato sem expressão econômica, salvo nas autorizada pela direção do estabelecimento,
regiões de turismo. dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade,
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da
solicitar ocupação adequada à sua idade. pena.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de
exercerão atividades apropriadas ao seu estado. trabalho externo ao preso que vier a praticar fato
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será definido como crime, for punido por falta grave, ou
inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com tiver comportamento contrário aos requisitos
descanso nos domingos e feriados. estabelecidos neste artigo.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário CAPÍTULO IV
especial de trabalho aos presos designados para os Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
serviços de conservação e manutenção do SEÇÃO I
estabelecimento penal. Dos Deveres
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações
fundação, ou empresa pública, com autonomia legais inerentes ao seu estado, submeter-se às
administrativa, e terá por objetivo a formação normas de execução da pena.
profissional do condenado. Art. 39. Constituem deveres do condenado:
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel
gerenciadora promover e supervisionar a produção, da sentença;
com critérios e métodos empresariais, encarregar-se II - obediência ao servidor e respeito a qualquer
de sua comercialização, bem como suportar pessoa com quem deva relacionar-se;
despesas, inclusive pagamento de remuneração III - urbanidade e respeito no trato com os demais
adequada. (Renumerado pela Lei nº 10.792, de condenados;
2003) IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à
poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, disciplina;
para implantação de oficinas de trabalho referentes V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela recebidas;
Lei nº 10.792, de 2003) VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito VIII - indenização ao Estado, quando possível, das
Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa despesas realizadas com a sua manutenção,
de concorrência pública, os bens ou produtos do mediante desconto proporcional da remuneração do
trabalho prisional, sempre que não for possível ou trabalho;
recomendável realizar-se a venda a particulares. IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas X - conservação dos objetos de uso pessoal.
com as vendas reverterão em favor da fundação ou Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no
empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na que couber, o disposto neste artigo.
sua falta, do estabelecimento penal. SEÇÃO II
SEÇÃO III Dos Direitos
Do Trabalho Externo Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os à integridade física e moral dos condenados e dos
presos em regime fechado somente em serviço ou presos provisórios.
obras públicas realizadas por órgãos da Art. 41 - Constituem direitos do preso:
Administração Direta ou Indireta, ou entidades I - alimentação suficiente e vestuário;
privadas, desde que tomadas as cautelas contra a II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
fuga e em favor da disciplina. III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
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Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso prisional federal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
constitui falta grave e, quando ocasionar subversão 2019)
da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso § 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime
provisório, ou condenado, nacional ou estrangeiro, disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano,
diferenciado, com as seguintes características: existindo indícios de que o preso: (Incluído pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) nº 13.964, de 2019)
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo I - continua apresentando alto risco para a ordem e
de repetição da sanção por nova falta grave de a segurança do estabelecimento penal de origem ou
mesma espécie; (Redação dada pela Lei nº 13.964, da sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 2019) II - mantém os vínculos com organização criminosa,
II - recolhimento em cela individual; (Redação associação criminosa ou milícia privada,
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) considerados também o perfil criminal e a função
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a desempenhada por ele no grupo criminoso, a
serem realizadas em instalações equipadas para operação duradoura do grupo, a superveniência de
impedir o contato físico e a passagem de objetos, por novos processos criminais e os resultados do
pessoa da família ou, no caso de terceiro, autorizado tratamento penitenciário. (Incluído pela Lei nº
judicialmente, com duração de 2 (duas) horas; 13.964, de 2019)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) § 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas regime disciplinar diferenciado deverá contar com
diárias para banho de sol, em grupos de até 4 alta segurança interna e externa, principalmente no
(quatro) presos, desde que não haja contato com que diz respeito à necessidade de se evitar contato
presos do mesmo grupo criminoso; (Redação dada do preso com membros de sua organização
pela Lei nº 13.964, de 2019) criminosa, associação criminosa ou milícia privada,
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas ou de grupos rivais. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
com seu defensor, em instalações equipadas para 2019)
impedir o contato físico e a passagem de objetos, § 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste
salvo expressa autorização judicial em contrário; artigo será gravada em sistema de áudio ou de áudio
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por
VI - fiscalização do conteúdo da correspondência; agente penitenciário. (Incluído pela Lei nº 13.964,
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) de 2019)
VII - participação em audiências judiciais § 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime
preferencialmente por videoconferência, disciplinar diferenciado, o preso que não receber a
garantindo-se a participação do defensor no mesmo visita de que trata o inciso III do caput deste artigo
ambiente do preso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de poderá, após prévio agendamento, ter contato
2019) telefônico, que será gravado, com uma pessoa da
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
aplicado aos presos provisórios ou condenados, minutos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
nacionais ou estrangeiros: (Redação dada pela Lei SUBSEÇÃO III
nº 13.964, de 2019) Das Sanções e das Recompensas
I - que apresentem alto risco para a ordem e a Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
segurança do estabelecimento penal ou da I - advertência verbal;
sociedade; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) II - repreensão;
II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41,
envolvimento ou participação, a qualquer título, em Parágrafo único);
organização criminosa, associação criminosa ou IV - isolamento na própria cela, ou em local
milícia privada, independentemente da prática de adequado, nos estabelecimentos que possuam
falta grave. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) alojamento coletivo, observado o disposto no artigo
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.964, 88 desta Lei.
de 2019) V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
liderança em organização criminosa, associação Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão
criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação aplicadas por ato motivado do diretor do
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da Federação, estabelecimento e a do inciso V, por prévio e
o regime disciplinar diferenciado será fundamentado despacho do juiz competente.
obrigatoriamente cumprido em estabelecimento (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
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§ 1o A autorização para a inclusão do preso em disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 10.792,
regime disciplinar dependerá de requerimento de 2003)
circunstanciado elaborado pelo diretor do
estabelecimento ou outra autoridade TÍTULO III
administrativa. (Incluído pela Lei nº 10.792, de Dos Órgãos da Execução Penal
2003) CAPÍTULO I
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em Disposições Gerais
regime disciplinar será precedida de manifestação Art. 61. São órgãos da execução penal:
do Ministério Público e da defesa e prolatada no I - o Conselho Nacional de Política Criminal e
prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei Penitenciária;
nº 10.792, de 2003) II - o Juízo da Execução;
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom III - o Ministério Público;
comportamento reconhecido em favor do IV - o Conselho Penitenciário;
condenado, de sua colaboração com a disciplina e de V - os Departamentos Penitenciários;
sua dedicação ao trabalho. VI - o Patronato;
Art. 56. São recompensas: VII - o Conselho da Comunidade.
I - o elogio; VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº
II - a concessão de regalias. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos CAPÍTULO II
estabelecerão a natureza e a forma de concessão de Do Conselho Nacional de Política Criminal e
regalias. Penitenciária
SUBSEÇÃO IV Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Da Aplicação das Sanções Penitenciária, com sede na Capital da República, é
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar- subordinado ao Ministério da Justiça.
se-ão em conta a natureza, os motivos, as Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
circunstâncias e as conseqüências do fato, bem Penitenciária será integrado por 13 (treze) membros
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. designados através de ato do Ministério da Justiça,
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) dentre professores e profissionais da área do Direito
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
sanções previstas nos incisos III a V do art. 53 desta correlatas, bem como por representantes da
Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) comunidade e dos Ministérios da área social.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de Parágrafo único. O mandato dos membros do
direitos não poderão exceder a trinta dias, Conselho terá duração de 2 (dois) anos, renovado
ressalvada a hipótese do regime disciplinar 1/3 (um terço) em cada ano.
diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
de 2003) Penitenciária, no exercício de suas atividades, em
Parágrafo único. O isolamento será sempre âmbito federal ou estadual, incumbe:
comunicado ao Juiz da execução. I - propor diretrizes da política criminal quanto à
SUBSEÇÃO V prevenção do delito, administração da Justiça
Do Procedimento Disciplinar Criminal e execução das penas e das medidas de
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser segurança;
instaurado o procedimento para sua apuração, II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
conforme regulamento, assegurado o direito de desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades
defesa. da política criminal e penitenciária;
Parágrafo único. A decisão será motivada. III - promover a avaliação periódica do sistema
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar criminal para a sua adequação às necessidades do
o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até País;
dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
diferenciado, no interesse da disciplina e da V - elaborar programa nacional penitenciário de
averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz formação e aperfeiçoamento do servidor;
competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e
de 2003) construção de estabelecimentos penais e casas de
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão albergados;
preventiva no regime disciplinar diferenciado será VII - estabelecer os critérios para a elaboração da
computado no período de cumprimento da sanção estatística criminal;
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Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no cometidos sem violência ou grave ameaça.
exercício anterior; (Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018)
IV - supervisionar os patronatos, bem como a SEÇÃO II
assistência aos egressos. Do Departamento Penitenciário Local
CAPÍTULO VI Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
Dos Departamentos Penitenciários Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições
SEÇÃO I que estabelecer.
Do Departamento Penitenciário Nacional Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, órgão similar, tem por finalidade supervisionar e
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão coordenar os estabelecimentos penais da Unidade
executivo da Política Penitenciária Nacional e de da Federação a que pertencer.
apoio administrativo e financeiro do Conselho Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste
Nacional de Política Criminal e Penitenciária. artigo realizarão o acompanhamento de que trata o
Art. 72. São atribuições do Departamento inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e
Penitenciário Nacional: encaminharão ao Departamento Penitenciário
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de Nacional os resultados obtidos. (Incluído pela
execução penal em todo o Território Nacional; Lei nº 13.769, de 2018)
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os SEÇÃO III
estabelecimentos e serviços penais; Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na Penais
implementação dos princípios e regras estabelecidos Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
nesta Lei; estabelecimento deverá satisfazer os seguintes
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante requisitos:
convênios, na implantação de estabelecimentos e I - ser portador de diploma de nível superior de
serviços penais; Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou
V - colaborar com as Unidades Federativas para a Pedagogia, ou Serviços Sociais;
realização de cursos de formação de pessoal II - possuir experiência administrativa na área;
penitenciário e de ensino profissionalizante do III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para
condenado e do internado. o desempenho da função.
VI – estabelecer, mediante convênios com as Parágrafo único. O diretor deverá residir no
unidades federativas, o cadastro nacional das vagas estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará
existentes em estabelecimentos locais destinadas ao tempo integral à sua função.
cumprimento de penas privativas de liberdade Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será
aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, organizado em diferentes categorias funcionais,
em especial para presos sujeitos a regime disciplinar. segundo as necessidades do serviço, com
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) especificação de atribuições relativas às funções de
VII - acompanhar a execução da pena das mulheres direção, chefia e assessoramento do
beneficiadas pela progressão especial de que trata o estabelecimento e às demais funções.
§ 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,
integração social e a ocorrência de reincidência, especializado, de instrução técnica e de vigilância
específica ou não, mediante a realização de atenderá a vocação, preparação profissional e
avaliações periódicas e de estatísticas criminais. antecedentes pessoais do candidato.
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) § 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como
§ 1º Incumbem também ao Departamento a a progressão ou a ascensão funcional dependerão de
coordenação e supervisão dos estabelecimentos cursos específicos de formação, procedendo-se à
penais e de internamento federais. (Redação reciclagem periódica dos servidores em exercício.
dada pela Lei nº 13.769, de 2018) § 2º No estabelecimento para mulheres somente se
§ 2º Os resultados obtidos por meio do permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino,
monitoramento e das avaliações periódicas previstas salvo quando se tratar de pessoal técnico
no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados especializado.
para, em função da efetividade da progressão CAPÍTULO VII
especial para a ressocialização das mulheres de que Do Patronato
trata o § 3º do art. 112 desta Lei, avaliar eventual Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se
desnecessidade do regime fechado de cumprimento a prestar assistência aos albergados e aos egressos
de pena para essas mulheres nos casos de crimes (artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
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§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele Art. 92. O condenado poderá ser alojado em
poderão trabalhar os liberados ou egressos que se compartimento coletivo, observados os requisitos da
dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de letra a, do Parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
terras ociosas. Parágrafo único. São também requisitos básicos das
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da dependências coletivas:
autoridade administrativa definir o estabelecimento a) a seleção adequada dos presos;
prisional adequado para abrigar o preso provisório b) o limite de capacidade máxima que atenda os
ou condenado, em atenção ao regime e aos objetivos de individualização da pena.
requisitos estabelecidos. (Incluído pela Lei nº CAPÍTULO IV
10.792, de 2003) Da Casa do Albergado
CAPÍTULO II Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao
Da Penitenciária cumprimento de pena privativa de liberdade, em
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à regime aberto, e da pena de limitação de fim de
pena de reclusão, em regime fechado. semana.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
Distrito Federal e os Territórios poderão construir separado dos demais estabelecimentos, e
Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
presos provisórios e condenados que estejam em contra a fuga.
regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma
diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. Casa do Albergado, a qual deverá conter, além dos
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) aposentos para acomodar os presos, local adequado
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual para cursos e palestras.
que conterá dormitório, aparelho sanitário e Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações
lavatório. para os serviços de fiscalização e orientação dos
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade condenados.
celular: CAPÍTULO V
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos Do Centro de Observação
fatores de aeração, insolação e condicionamento Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
térmico adequado à existência humana; exames gerais e o criminológico, cujos resultados
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). serão encaminhados à Comissão Técnica de
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a Classificação.
penitenciária de mulheres será dotada de seção para Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas
gestante e parturiente e de creche para abrigar pesquisas criminológicas.
crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 Art. 97. O Centro de Observação será instalado em
(sete) anos, com a finalidade de assistir a criança unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento
desamparada cuja responsável estiver presa. penal.
(Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009) Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro
da creche referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº de Observação.
11.942, de 2009) CAPÍTULO VI
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
com as diretrizes adotadas pela legislação Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
educacional e em unidades autônomas; e Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-
(Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) imputáveis referidos no artigo 26 e seu Parágrafo
II – horário de funcionamento que garanta a melhor único do Código Penal.
assistência à criança e à sua responsável. Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que
(Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) couber, o disposto no Parágrafo único, do artigo 88,
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, desta Lei.
em local afastado do centro urbano, à distância que Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
não restrinja a visitação. necessários ao tratamento são obrigatórios para
CAPÍTULO III todos os internados.
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar artigo 97, segunda parte, do Código Penal, será
destina-se ao cumprimento da pena em regime realizado no Hospital de Custódia e Tratamento
semi-aberto. Psiquiátrico ou em outro local com dependência
médica adequada.
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vedado o livramento condicional; (Incluído pela Lei previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de
nº 13.964, de 2019) agosto de 2006. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
b) condenado por exercer o comando, individual ou 2019)
coletivo, de organização criminosa estruturada para § 6º O cometimento de falta grave durante a
a prática de crime hediondo ou equiparado; ou execução da pena privativa de liberdade interrompe
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) o prazo para a obtenção da progressão no regime de
c) condenado pela prática do crime de constituição cumprimento da pena, caso em que o reinício da
de milícia privada; (Incluído pela Lei nº 13.964, de contagem do requisito objetivo terá como base a
2019) pena remanescente. (Incluído pela Lei nº 13.964,
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado de 2019)
for reincidente na prática de crime hediondo ou § 7º O bom comportamento é readquirido após 1
equiparado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado cumprimento do requisito temporal exigível para a
for reincidente em crime hediondo ou equiparado obtenção do direito. (Incluído pela Lei nº 13.964,
com resultado morte, vedado o livramento de 2019) (Vigência).
condicional. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à supõe a aceitação de seu programa e das condições
progressão de regime se ostentar boa conduta impostas pelo Juiz.
carcerária, comprovada pelo diretor do Art. 114. Somente poderá ingressar no regime
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam aberto o condenado que:
a progressão. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade
2019) de fazê-lo imediatamente;
§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo
de regime será sempre motivada e precedida de resultado dos exames a que foi submetido, fundados
manifestação do Ministério Público e do defensor, indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e
procedimento que também será adotado na senso de responsabilidade, ao novo regime.
concessão de livramento condicional, indulto e Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do
comutação de penas, respeitados os prazos previstos trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
nas normas vigentes. (Redação dada pela Lei nº Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições
13.964, de 2019) especiais para a concessão de regime aberto, sem
§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou prejuízo das seguintes condições gerais e
responsável por crianças ou pessoas com deficiência, obrigatórias:
os requisitos para progressão de regime são, I - permanecer no local que for designado, durante o
cumulativamente: (Incluído pela Lei nº repouso e nos dias de folga;
13.769, de 2018) II - sair para o trabalho e retornar, nos horários
I - não ter cometido crime com violência ou grave fixados;
ameaça a pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.769, III - não se ausentar da cidade onde reside, sem
de 2018) autorização judicial;
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as
dependente; (Incluído pela Lei nº 13.769, de suas atividades, quando for determinado.
2018) Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena estabelecidas, de ofício, a requerimento do
no regime anterior; (Incluído pela Lei nº Ministério Público, da autoridade administrativa ou
13.769, de 2018) do condenado, desde que as circunstâncias assim o
IV - ser primária e ter bom comportamento recomendem.
carcerário, comprovado pelo diretor do Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do
estabelecimento; (Incluído pela Lei nº 13.769, beneficiário de regime aberto em residência
de 2018) particular quando se tratar de:
V - não ter integrado organização criminosa. I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) II - condenado acometido de doença grave;
§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta III - condenada com filho menor ou deficiente físico
grave implicará a revogação do benefício previsto no ou mental;
§ 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.769, de IV - condenada gestante.
2018) Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência
os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas
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para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o pena por praticar crime hediondo com resultado
condenado: morte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta Art. 123. A autorização será concedida por ato
grave; motivado do Juiz da execução, ouvidos o Ministério
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, Público e a administração penitenciária e dependerá
somada ao restante da pena em execução, torne da satisfação dos seguintes requisitos:
incabível o regime (artigo 111). I - comportamento adequado;
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena,
se, além das hipóteses referidas nos incisos se o condenado for primário, e 1/4 (um quarto), se
anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, reincidente;
podendo, a multa cumulativamente imposta. III - compatibilidade do benefício com os objetivos da
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, pena.
deverá ser ouvido previamente o condenado. Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer superior a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por
normas complementares para o cumprimento da mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo § 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá
36, § 1º, do Código Penal). ao beneficiário as seguintes condições, entre outras
SEÇÃO III que entender compatíveis com as circunstâncias do
Das Autorizações de Saída caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído
SUBSEÇÃO I pela Lei nº 12.258, de 2010)
Da Permissão de Saída I - fornecimento do endereço onde reside a família a
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante
regime fechado ou semi-aberto e os presos o gozo do benefício; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
provisórios poderão obter permissão para sair do 2010)
estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer II - recolhimento à residência visitada, no período
um dos seguintes fatos: noturno; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
I - falecimento ou doença grave do cônjuge, III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
companheira, ascendente, descendente ou irmão; estabelecimentos congêneres. (Incluído pela Lei nº
II - necessidade de tratamento médico (Parágrafo 12.258, de 2010)
único do artigo 14). § 2o Quando se tratar de frequência a curso
Parágrafo único. A permissão de saída será profissionalizante, de instrução de ensino médio ou
concedida pelo diretor do estabelecimento onde se superior, o tempo de saída será o necessário para o
encontra o preso. cumprimento das atividades discentes.
Art. 121. A permanência do preso fora do (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 12.258,
estabelecimento terá a duração necessária à de 2010)
finalidade da saída. § 3o Nos demais casos, as autorizações de saída
SUBSEÇÃO II somente poderão ser concedidas com prazo mínimo
Da Saída Temporária de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em e outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
regime semi-aberto poderão obter autorização para Art. 125. O benefício será automaticamente
saída temporária do estabelecimento, sem vigilância revogado quando o condenado praticar fato definido
direta, nos seguintes casos: como crime doloso, for punido por falta grave,
I - visita à família; desatender as condições impostas na autorização ou
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
bem como de instrução do 2º grau ou superior, na Parágrafo único. A recuperação do direito à saída
Comarca do Juízo da Execução; temporária dependerá da absolvição no processo
III - participação em atividades que concorram para penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da
o retorno ao convívio social. demonstração do merecimento do condenado.
§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a SEÇÃO IV
utilização de equipamento de monitoração Da Remição
eletrônica pelo condenado, quando assim Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
determinar o juiz da execução. (Redação dada pela regime fechado ou semiaberto poderá remir, por
Lei nº 13.964, de 2019) trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011).
refere o caput deste artigo o condenado que cumpre
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§ 1o A contagem de tempo referida no caput será das horas de frequência escolar ou de atividades de
feita à razão de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº
de 2011) 12.433, de 2011)
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de § 1o O condenado autorizado a estudar fora do
frequência escolar - atividade de ensino estabelecimento penal deverá comprovar
fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou mensalmente, por meio de declaração da respectiva
superior, ou ainda de requalificação profissional - unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento
divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela escolar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Lei nº 12.433, de 2011) § 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. remidos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código
§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o Penal declarar ou atestar falsamente prestação de
deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma serviço para fim de instruir pedido de remição.
presencial ou por metodologia de ensino a distância SEÇÃO V
e deverão ser certificadas pelas autoridades Do Livramento Condicional
educacionais competentes dos cursos frequentados. Art. 131. O livramento condicional poderá ser
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) concedido pelo Juiz da execução, presentes os
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, requisitos do artigo 83, incisos e Parágrafo único, do
as horas diárias de trabalho e de estudo serão Código Penal, ouvidos o Ministério Público e
definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação Conselho Penitenciário.
dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de condições a que fica subordinado o livramento.
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a § 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional
beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei nº as obrigações seguintes:
12.433, de 2011) a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo for apto para o trabalho;
será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
conclusão do ensino fundamental, médio ou c) não mudar do território da comarca do Juízo da
superior durante o cumprimento da pena, desde que execução, sem prévia autorização deste.
certificada pelo órgão competente do sistema de § 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado
educação.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz
aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade e à autoridade incumbida da observação cautelar e
condicional poderão remir, pela frequência a curso de proteção;
de ensino regular ou de educação profissional, parte b) recolher-se à habitação em hora fixada;
do tempo de execução da pena ou do período de c) não freqüentar determinados lugares.
prova, observado o disposto no inciso I do § 1o deste d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
artigo.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia
de prisão cautelar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de da sentença do livramento ao Juízo do lugar para
2011) onde ele se houver transferido e à autoridade
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, incumbida da observação cautelar e de proteção.
ouvidos o Ministério Público e a defesa. (Incluído Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
pela Lei nº 12.433, de 2011) apresentar-se imediatamente às autoridades
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá referidas no artigo anterior.
revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
observado o disposto no art. 57, recomeçando a livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução,
contagem a partir da data da infração disciplinar. para as providências cabíveis.
(Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011) Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a
Art. 128. O tempo remido será computado como carta de livramento com a cópia integral da sentença
pena cumprida, para todos os efeitos.(Redação dada em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade
pela Lei nº 12.433, de 2011) administrativa incumbida da execução e outra ao
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará Conselho Penitenciário.
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
de todos os condenados que estejam trabalhando ou realizada solenemente no dia marcado pelo
estudando, com informação dos dias de trabalho ou Presidente do Conselho Penitenciário, no
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estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas)
observando-se o seguinte: penas.
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos Art. 142. No caso de revogação por outro motivo,
demais condenados, pelo Presidente do Conselho não se computará na pena o tempo em que esteve
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na solto o liberado, e tampouco se concederá, em
falta, pelo Juiz; relação à mesma pena, novo livramento.
II - a autoridade administrativa chamará a atenção Art. 143. A revogação será decretada a
do liberando para as condições impostas na sentença requerimento do Ministério Público, mediante
de livramento; representação do Conselho Penitenciário, ou, de
III - o liberando declarará se aceita as condições. ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo Ministério Público, da Defensoria Pública ou
liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou mediante representação do Conselho Penitenciário,
não puder escrever. e ouvido o liberado, poderá modificar as condições
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz especificadas na sentença, devendo o respectivo ato
da execução. decisório ser lido ao liberado por uma das
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento autoridades ou funcionários indicados no inciso I do
penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos
pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
sempre que lhe for exigida. Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração
§ 1º A caderneta conterá: penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o
a) a identificação do liberado; Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
b) o texto impresso do presente Capítulo; suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
c) as condições impostas. revogação, entretanto, ficará dependendo da
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado decisão final.
um salvo-conduto, em que constem as condições do Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do
livramento, podendo substituir-se a ficha de interessado, do Ministério Público ou mediante
identificação ou o seu retrato pela descrição dos representação do Conselho Penitenciário, julgará
sinais que possam identificá-lo. extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver prazo do livramento sem revogação.
espaço para consignar-se o cumprimento das Seção VI
condições referidas no artigo 132 desta Lei. Da Monitoração Eletrônica
Art. 139. A observação cautelar e a proteção (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
realizadas por serviço social penitenciário, Patronato Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei nº
ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de: 12.258, de 2010)
I - fazer observar o cumprimento das condições Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
especificadas na sentença concessiva do benefício; meio da monitoração eletrônica quando:
II - proteger o beneficiário, orientando-o na (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
execução de suas obrigações e auxiliando-o na I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de
obtenção de atividade laborativa. 2010)
Parágrafo único. A entidade encarregada da II - autorizar a saída temporária no regime
observação cautelar e da proteção do liberado semiaberto; (Incluído pela Lei nº 12.258, de
apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, 2010)
para efeito da representação prevista nos artigos III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
143 e 144 desta Lei. de 2010)
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar- IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído
se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do pela Lei nº 12.258, de 2010)
Código Penal. V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258,
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, de 2010)
na hipótese da revogação facultativa, o Juiz deverá Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei
advertir o liberado ou agravar as condições. nº 12.258, de 2010)
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
penal anterior à vigência do livramento, computar- cuidados que deverá adotar com o equipamento
se-á como tempo de cumprimento da pena o eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído
período de prova, sendo permitida, para a concessão pela Lei nº 12.258, de 2010)
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§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do do local da nova residência, aos quais o primeiro
Código Penal, o Juízo da execução determinará a deverá apresentar-se imediatamente.
apreensão dos documentos, que autorizam o Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena
exercício do direito interditado. for concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer
Art. 155. A autoridade deverá comunicar as condições do benefício.
imediatamente ao Juiz da execução o § 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal
descumprimento da pena. modificar as condições estabelecidas na sentença
Parágrafo único. A comunicação prevista neste recorrida.
artigo poderá ser feita por qualquer prejudicado. § 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional
CAPÍTULO III da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da
Da Suspensão Condicional execução a incumbência de estabelecer as condições
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a
(dois) a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa audiência admonitória.
de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma Art. 160. Transitada em julgado a sentença
prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal. condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar audiência, advertindo-o das conseqüências de nova
pena privativa de liberdade, na situação infração penal e do descumprimento das condições
determinada no artigo anterior, deverá pronunciar- impostas.
se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital
quer a conceda, quer a denegue. com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará injustificadamente à audiência admonitória, a
as condições a que fica sujeito o condenado, pelo suspensão ficará sem efeito e será executada
prazo fixado, começando este a correr da audiência imediatamente a pena.
prevista no artigo 160 desta Lei. Art. 162. A revogação da suspensão condicional da
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão
situação pessoal do condenado, devendo ser na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do
incluída entre as mesmas a de prestar serviços à Código Penal.
comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo Art. 163. A sentença condenatória será registrada,
hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal. com a nota de suspensão em livro especial do Juízo
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a a que couber a execução da pena.
requerimento do Ministério Público ou mediante § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o
proposta do Conselho Penitenciário, modificar as fato averbado à margem do registro.
condições e regras estabelecidas na sentença, § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo
ouvido o condenado. para efeito de informações requisitadas por órgão
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal processo penal.
por normas supletivas, será atribuída a serviço social CAPÍTULO IV
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade Da Pena de Multa
ou instituição beneficiada com a prestação de Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória
serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, com trânsito em julgado, que valerá como título
pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da executivo judicial, o Ministério Público requererá,
execução suprir, por ato, a falta das normas em autos apartados, a citação do condenado para,
supletivas. no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente nomear bens à penhora.
à entidade fiscalizadora, para comprovar a § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa,
observância das condições a que está sujeito, ou o depósito da respectiva importância, proceder-
comunicará, também, a sua ocupação e os salários se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para
ou proventos de que vive. garantir a execução.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins execução seguirão o que dispuser a lei processual
legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação civil.
do benefício, a prorrogação do prazo ou a Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os
modificação das condições. autos apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será prosseguimento.
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora
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Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar- medida de segurança, sem a guia expedida pela
se-á prosseguimento nos termos do § 2º do artigo autoridade judiciária.
164, desta Lei. Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará
quando sobrevier ao condenado doença mental em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será
(artigo 52 do Código Penal). remetida à autoridade administrativa incumbida da
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança execução e conterá:
da multa se efetue mediante desconto no I - a qualificação do agente e o número do registro
vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses geral do órgão oficial de identificação;
do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver
seguinte: aplicado a medida de segurança, bem como a
I - o limite máximo do desconto mensal será o da certidão do trânsito em julgado;
quarta parte da remuneração e o mínimo o de um III - a data em que terminará o prazo mínimo de
décimo; internação, ou do tratamento ambulatorial;
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a IV - outras peças do processo reputadas
quem de direito; indispensáveis ao adequado tratamento ou
III - o responsável pelo desconto será intimado a internamento.
recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a § 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia
importância determinada. de recolhimento e de sujeição a tratamento.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o § 2° A guia será retificada sempre que sobrevier
artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer modificações quanto ao prazo de execução.
ao Juiz o pagamento da multa em prestações Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de
mensais, iguais e sucessivas. segurança, naquilo que couber, o disposto nos
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar artigos 8° e 9° desta Lei.
diligências para verificar a real situação econômica CAPÍTULO II
do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará Da Cessação da Periculosidade
o número de prestações. Art. 175. A cessação da periculosidade será
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar averiguada no fim do prazo mínimo de duração da
de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a medida de segurança, pelo exame das condições
requerimento do Ministério Público, revogará o pessoais do agente, observando-se o seguinte:
benefício executando-se a multa, na forma prevista I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes
neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já de expirar o prazo de duração mínima da medida,
iniciada. remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada resolver sobre a revogação ou permanência da
cumulativamente com pena privativa da liberdade, medida;
enquanto esta estiver sendo executada, poderá II - o relatório será instruído com o laudo
aquela ser cobrada mediante desconto na psiquiátrico;
remuneração do condenado (artigo 168). III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o
liberdade ou obtiver livramento condicional, sem Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo
haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos de 3 (três) dias para cada um;
termos deste Capítulo. IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior agente que não o tiver;
aos casos em que for concedida a suspensão V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer
condicional da pena. das partes, poderá determinar novas diligências,
TÍTULO VI ainda que expirado o prazo de duração mínima da
Da Execução das Medidas de Segurança medida de segurança;
CAPÍTULO I VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a
Disposições Gerais que se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.
aplicar medida de segurança, será ordenada a Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
expedição de guia para a execução. prazo mínimo de duração da medida de segurança,
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de poderá o Juiz da execução, diante de requerimento
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a fundamentado do Ministério Público ou do
tratamento ambulatorial, para cumprimento de interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o
exame para que se verifique a cessação da
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periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo segurança. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de
anterior. 2010).
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
cessação da periculosidade, observar-se-á, no que convertido em internação se o agente revelar
lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior. incompatibilidade com a medida.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de
liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar- internação será de 1 (um) ano.
se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei. CAPÍTULO II
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz Do Excesso ou Desvio
expedirá ordem para a desinternação ou a liberação. Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução
TÍTULO VII sempre que algum ato for praticado além dos limites
Dos Incidentes de Execução fixados na sentença, em normas legais ou
CAPÍTULO I regulamentares.
Das Conversões Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior desvio de execução:
a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva I - o Ministério Público;
de direitos, desde que: II - o Conselho Penitenciário;
I - o condenado a esteja cumprindo em regime III - o sentenciado;
aberto; IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) CAPÍTULO III
da pena; Da Anistia e do Indulto
III - os antecedentes e a personalidade do condenado Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a
indiquem ser a conversão recomendável. requerimento do interessado ou do Ministério
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida Público, por proposta da autoridade administrativa
em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta a
do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. punibilidade.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado
será convertida quando o condenado: por petição do condenado, por iniciativa do
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da
não sabido, ou desatender a intimação por edital; autoridade administrativa.
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos
ou programa em que deva prestar serviço; documentos que a instruírem, será entregue ao
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço Conselho Penitenciário, para a elaboração de
que lhe foi imposto; parecer e posterior encaminhamento ao Ministério
d) praticar falta grave; da Justiça.
e) sofrer condenação por outro crime à pena Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos
privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido do processo e do prontuário, promoverá as
suspensa. diligências que entender necessárias e fará, em
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será relatório, a narração do ilícito penal e dos
convertida quando o condenado não comparecer ao fundamentos da sentença condenatória, a exposição
estabelecimento designado para o cumprimento da dos antecedentes do condenado e do procedimento
pena, recusar-se a exercer a atividade determinada deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o
pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das mérito do pedido e esclarecendo qualquer
letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
convertida quando o condenado exercer, documentos e o relatório do Conselho Penitenciário,
injustificadamente, o direito interditado ou se a petição será submetida a despacho do Presidente
ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", da República, a quem serão presentes os autos do
do § 1º, deste artigo. processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se
Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996) ele o determinar.
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a ajustará a execução aos termos do decreto, no caso
requerimento do Ministério Público, da Defensoria de comutação.
Pública ou da autoridade administrativa, poderá Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por
determinar a substituição da pena por medida de indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do
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§ 4º – Para fins do disposto no § 3º deste artigo, será Art. 49 – Deverá ser imediatamente comunicada à
dada preferência aos sentenciados: penitenciária a ocorrência de acidente, falta grave ou
I – que cumpram pena na localidade em que se evasão, perdendo o sentenciado, nas duas últimas
desenvolva a atividade contratada; hipóteses, o direito à prestação de trabalho externo.
II – que apresentem melhores indicadores com Art. 50 – É obrigatório o seguro contra acidentes nos
relação à aptidão, à habilitação, à experiência, à trabalhos interno e externo.
disciplina, à responsabilidade e ao grau de Art. 51 – A remuneração do trabalho do sentenciado,
periculosidade, apurados pelo poder público e quando não for fixada pelo órgão competente, será
registrados em cadastro próprio. estabelecida pela Comissão Técnica de Classificação.
(Parágrafo acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº § 1º – A remuneração será fixada, para o trabalho
16.940, de 16/8/2007.) interno, em quantia não inferior a 3/4 (três quartos)
Art. 40 – A jornada diária de trabalho do sentenciado do salário mínimo.
não excederá 8 (oito) horas. § 2º – A remuneração do sentenciado que tiver
Art. 41 – A resistência ao trabalho ou a falta concluído curso de formação profissional, bem como
voluntária em sua execução constituem infração a do que tiver bom comportamento e progresso na
disciplinar, cuja punição será anotada no prontuário sua recuperação, será acrescida de 1/4 (um quarto)
do sentenciado. do seu valor.
Art. 42 – A classificação para o trabalho atenderá às Art. 52 – A prestação de serviço pelo sentenciado
capacidades física e intelectual e à aptidão será de cunho exclusivamente pedagógico, com
profissional do sentenciado, com vistas à sua vistas a sua reintegração na sociedade, não
ressocialização e formação profissional. implicando vínculo empregatício, ressalvado o
Art. 43 – Aplica-se no estabelecimento penitenciário trabalho industrial exercido em fundação, empresa
a legislação relativa à higiene e à segurança do pública com autonomia administrativa ou entidade
trabalhador. privada, o qual terá remuneração igual à do
Art. 44 – Para a prestação do trabalho externo, serão trabalhador livre.
considerados, segundo parecer da Comissão Técnica (Vide Art. 4º da Lei nº 15.457, de 12/1/2005.)
de Classificação, a personalidade, os antecedentes e Art. 53 – O contrato de prestação de serviços para o
o grau de recuperação do sentenciado que trabalho externo do sentenciado será celebrado
assegurem sua regular e efetiva aplicação ao entre o Diretor do estabelecimento penitenciário,
trabalho, bem como o respeito à ordem pública. ouvida a Comissão Técnica de Classificação, e o
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.) estabelecimento tomador do serviço, dependendo
Art. 45 – O sentenciado em regime semiaberto do consentimento expresso do sentenciado, nos
poderá, com autorização judicial, frequentar, na termos do § 3º do Art. 36 da Lei Federal nº 7.210, de
comunidade, estabelecimento de ensino ou de 11 de junho de 1984.
formação profissional, ouvida a Comissão Técnica de Parágrafo único – Nas licitações para obras de
Classificação, observado o disposto nos arts. 122 a construção, reforma, ampliação e manutenção de
125 da Lei Federal nº 7.210, de 11 de julho de 1984. estabelecimento prisional, a proposta de
(Artigo com redação dada pelo Art. 3º da Lei nº aproveitamento, mediante contrato, de mão-de-
19.478, de 12/1/2011.) obra de presos, nos termos deste artigo, poderá ser
Art. 46 – O trabalho externo será supervisionado considerada como fator de pontuação, a critério da
pelo serviço social penitenciário mediante visita de administração.
inspeção ao local de trabalho. (Parágrafo único acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº
(Vide Lei nº 18401, de 28/9/2009.) 12.921, de 29/6/1998.)
Art. 47 – O trabalho externo pode ser prestado nos (Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.)
termos da Lei Federal nº 7.210, de 11 de junho de Art. 54 – A remuneração auferida pelo sentenciado
1984. no trabalho externo será empregada:
(Vide Lei nº 18.401, de 28/9/2009.) I – na indenização dos danos causados pelo delito,
Art. 48 – É obrigatório o regresso do sentenciado ao desde que determinados judicialmente e não
estabelecimento penitenciário, no regime semi- reparados por outro meio;
aberto, quando em serviço particular, finda a II – na assistência à família do sentenciado, segundo
jornada de trabalho, sendo-lhe permitido, quando a lei civil;
em trabalho em obra pública, pernoitar em III – cumprido o disposto nos incisos anteriores e
dependência da obra, sob custódia e vigilância da ressalvadas outras aplicações legais, na constituição
direção da entidade, que mensalmente enviará à de pecúlio, na forma de depósito em caderneta de
penitenciária relatório sobre o seu comportamento. poupança mantida por estabelecimento oficial, o
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qual será entregue ao sentenciado no ato de sua órgãos da comunidade, a colaboração em seu
libertação. desenvolvimento.
Art. 55 – A contabilidade do estabelecimento Art. 64 – O professor de Educação Física e o
penitenciário manterá registro da conta individual recreacionista organizarão sessões de educação
do sentenciado. física e atividades dirigidas para grupos de
Art. 56 – As despesas de manutenção e as custas condenados, devendo observar-lhes o
processuais não poderão ser deduzidas da comportamento, para fins de anotação.
remuneração do sentenciado que se distinguir por SEÇÃO V
sua conduta exemplar. Do Contato com o Exterior e da Relação com a
Parágrafo único – A conduta é considerada exemplar Família
quando o sentenciado manifesta, durante a Art. 65 – Será estimulado o contato do sentenciado
execução da pena, constante empenho no trabalho com o mundo exterior pela prática das medidas de
e na aprendizagem escolar e profissional, bem como semiliberdade e pelo trabalho com pessoas da
senso de responsabilidade em seu comportamento sociedade, com o objetivo de conscientizá-lo de sua
pessoal. cidadania e de sua condição de parte da comunidade
Art. 57 – Excetuam-se da obrigação de trabalhar os livre.
maiores de 70 (setenta) anos, os que sofram Parágrafo único – O contato com o meio exterior
enfermidade que os impossibilite para o trabalho e a será programado pelo serviço social, ouvida a
mulher antes e após o parto, nos termos da Comissão Técnica de Classificação.
legislação trabalhista. (Parágrafo acrescentado pelo Art. 4º da Lei nº
Art. 58 – O sentenciado fará jus ao repouso semanal, 19.478, de 12/1/2011.)
de preferência no domingo. Art. 66 – O sentenciado tem direito a manter
Art. 59 – Será concedido descanso de até 1 (um) mês relações familiares, incluindo visitas periódicas da
ao sentenciado não perigoso, de bom família.
comportamento, após 12 (doze) meses contínuos de § 1º – Compete ao serviço social assistir e orientar o
trabalho, dedicação e produtividade. sentenciado em suas relações familiares.
SEÇÃO III § 2º – O direito estabelecido no caput abrange
Da Religião relações oriundas de casamento, união estável,
Art. 60 – O sentenciado tem direito à liberdade de união homoafetiva e parentesco.
crença e culto, permitida a manifestação religiosa (Artigo com redação dada pelo Art. 5º da Lei nº
pelo aprendizado e pelo exercício do culto, bem 19.478, de 12/1/2011.)
como a participação nos serviços organizados no Art. 67 – O sentenciado e o preso provisório têm
estabelecimento penitenciário, a posse de livro de direito a visita íntima, com periodicidade duração,
instrução religiosa e a prática da confissão, sem horários e procedimentos definidos pela autoridade
prejuízo da ordem e da disciplina. competente.
Parágrafo único – A manifestação religiosa se dará § 1º – A visita ocorrerá em local específico, adequado
sem prejuízo da ordem e da disciplina exigidas no à sua finalidade e compatível com a dignidade
estabelecimento. humana.
Art. 61 – (Revogado pelo Art. 4º da Lei nº 14.505, de § 2º – O sentenciado indicará cônjuge ou
20/12/2002.) companheiro, para fins de registro e controle pelo
Dispositivo revogado: estabelecimento prisional, e fornecerá a devida
“Art. 61 – É permitida, nas penitenciárias, nos documentação comprobatória do casamento, união
termos do regulamento desta lei, a presença de estável ou união homoafetiva.
representante religioso, com autorização para § 3º – A indicação realizada nos termos do § 2º
organizar serviços litúrgicos e fazer visita pastoral poderá ser cancelada a qualquer tempo, mediante
aos adeptos de sua religião.” comprovação de rompimento do vínculo.
SEÇÃO IV § 4º – Na hipótese do § 3º, somente seis meses após
Das Atividades Culturais, Recreativas e Esportivas o cancelamento poderá ocorrer nova indicação de
Art. 62 – Para os bem-estares físico e mental do cônjuge ou companheiro para fins de visita íntima.
sentenciado, serão organizadas, nos § 5º – Poderá ser atribuído ao visitante documento
estabelecimentos penitenciários, atividades de identificação específico, exigível para a realização
culturais, recreativas e esportivas. da visita íntima.
Art. 63 – Os programas de atividades esportivas § 6º – Somente se admitirá visitante menor de
destinam-se em particular ao jovem adulto, podendo dezoito anos quando legalmente casado e, nos
ser solicitada, à Diretoria de Esportes e a outros demais casos, quando devidamente autorizado pelo
juízo competente.
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Art. 75 – Devem ser previstas seções independentes, sedes de comarca com fácil acesso ao fórum local ou
de segurança reforçada, para internamento de a varas criminais.
condenado que tenha exercido função policial, de CAPÍTULO II
bombeiro militar, de agente de segurança Do Presídio e da Cadeia Pública
penitenciário ou de agente de segurança Art. 80 – O presídio e a cadeia pública,
socioeducativo e que, por essa condição, esteja ou estabelecimentos de regime fechado, destinam-se à
possa vir a estar ameaçado em sua integridade física, custódia do preso provisório e à execução da pena
bem como para internamento de condenado por privativa de liberdade para o preso residente e
crime hediondo e de rebelde ou opositor ao regime domiciliado na comarca.
do estabelecimento. Art. 81 – No presídio e na cadeia pública, haverá
(Caput com redação dada pelo Art. 2º da Lei nº unidades independentes para a mulher, para o
22.865, de 8/1/2018.) jovem adulto, para o preso que tenha exercido
§ 1º – Será obrigatória a existência das seções função policial, de bombeiro militar, de agente de
previstas no "caput" para a guarda de condenados segurança penitenciário ou de agente de segurança
que forem considerados de alta periculosidade e de socioeducativo e para o cumprimento de pena
difícil recuperação. privativa de liberdade e de limitação de fim de
§ 2º – Haverá seção aberta, independente, no semana.
estabelecimento de regime fechado ou semi-aberto, (Caput com redação dada pelo Art. 3º da Lei nº
para atividades de reintegração na sociedade. 22.865, de 8/1/2018.)
Art. 76 – O complexo penitenciário será constituído § 1º – O sentenciado poderá cumprir, na cadeia local,
de pavilhões separados, para a execução progressiva pena em regime fechado ou semi-aberto, caso a
dos regimes fechado, semi-aberto e aberto. penitenciária se localize em área distante da
Art. 77 – A Comissão Técnica de Classificação do residência de sua família.
estabelecimento penitenciário formará grupos de § 2º – Às presidiárias serão asseguradas condições
sentenciados segundo as necessidades de para permanecer com os filhos durante o período de
tratamento, a progressão dos regimes, a concessão amamentação.
ou a revogação de benefícios, a autorização de saída, Art. 82 – O presídio e a cadeia pública, além do
a remição da pena, o pedido de livramento pessoal de vigilância e segurança e do pessoal
condicional e a aplicação de sanção disciplinar. administrativo, contarão com equipe interdisciplinar
(Artigo com redação dada pelo Art. 6º da Lei nº de observação.
19.478, de 12/1/2011.) Art. 83 – Aplica-se ao estabelecimento destinado ao
Art. 78 – Os estabelecimentos de regime fechado preso provisório o disposto no Art. 83 da Lei Federal
terão a lotação máxima de 500 (quinhentos) nº 7.210, de 11 de junho de 1984, com a adequada
sentenciados; os de regime semi-aberto, de 300 adaptação ao regime do estabelecimento.
(trezentos); os de regime aberto, de 50 (cinquenta) CAPÍTULO III
semilivres; o presídio, de 400 (quatrocentos) Da Penitenciária
acusados e a cadeia pública, de 50 (cinquenta) Art. 84 – A penitenciária destina-se à execução da
presos. pena privativa de liberdade em regime fechado.
(Vide § 1º do Art. 1º da Lei nº 12.985, de 30/7/1998.) Art. 85 – O sentenciado será alojado em quarto
Art. 79 – Para a localização do estabelecimento de individual, provido de cama, lavatório, chuveiro e
regime fechado, levar-se-ão em conta as facilidades aparelho sanitário.
de acesso e comunicação, a viabilidade do Art. 86 – São requisitos básicos da unidade celular:
aproveitamento de serviços básicos existentes, as I – salubridade do ambiente pela concorrência dos
condições necessárias ao adequado internamento, fatores de aeração, insolação e condicionamento
além da existência de áreas destinadas a instalações térmico adequados à existência humana;
de aprendizagem profissional, à prática de esportes II – área mínima de 6m2 (seis metros quadrados).
e recreação, a visitas, ao ensino e à assistência Art. 87 – A penitenciária para mulheres será dotada,
especializada. ainda, de dependência para atendimento da
§ 1º – Para o estabelecimento de regimes aberto e gestante e da parturiente, de creche e de unidade de
semi-aberto, será considerada ainda a proximidade educação pré-escolar.
de locais de trabalho, de cursos de instrução primária Art. 88 – O alojamento coletivo terá suas instalações
e formação profissional e de assistências hospitalar sanitárias localizadas em área separada e somente
e religiosa. será ocupado por sentenciados que preencham as
§ 2º – O presídio e a cadeia pública se localizarão no necessárias condições para a sua utilização.
meio urbano, respectivamente, na Capital e em Art. 89 – No regime fechado, predominam as normas
de segurança e disciplina, que cobrirão, durante 24
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(vinte e quatro) horas, a vida diária dos reclusos, que ausência de precauções de ordem material ou física,
serão classificados em grupos, segundo as em razão da aceitação voluntária da disciplina e do
necessidades de tratamento, submetendo-se às senso de responsabilidade do sentenciado.
diferentes atividades do processo de ressocialização: § 1º – No regime aberto, é permitido ao sentenciado
trabalho, instrução, religião, recreação e esporte. mover-se sem vigilância tanto no interior do
CAPÍTULO IV estabelecimento como nas saídas para trabalho
Das Colônias Agrícola e Industrial externo, para frequência a curso e para atividades de
Art. 90 – A colônia agrícola e a industrial destinam- pré-liberdade.
se à execução da pena privativa de liberdade em § 2º – O regime aberto compõe-se das seguintes
regime semi-aberto. fases:
Art. 91 – Os sentenciados poderão ser alojados em I – iniciação, em que o sentenciado será informado
dormitório coletivo, observados os requisitos do Art. sobre o programa do estabelecimento e seu
88. regimento interno;
Art. 92 – No regime semi-aberto, serão observadas II – aceitação do programa, em que será permitido
as normas de segurança, ordem e disciplina ao sentenciado sair para o trabalho;
necessárias à convivência normal dentro do III – confiança em que o sentenciado gozará das
estabelecimento e à adaptação às peculiaridades do vantagens inerentes ao exercício de sua
tratamento reeducativo. responsabilidade e de autorização de saída.
Parágrafo único – No regime semi-aberto, a agenda (Inciso com redação dada pelo Art. 7º da Lei nº
diária elaborada pela Comissão Técnica de 19.478, de 12/1/2011.)
Classificação disporá sobre as atividades preceptivas, CAPÍTULO VI
recreativas e esportivas para o sentenciado, que Do Centro de Reeducação do Jovem Adulto
manterá contato com a sociedade para o trabalho Art. 98 – O centro de reeducação do jovem adulto
externo, frequentará cursos de instrução escolar e destina-se aos sentenciados de 18 (dezoito) a 21
profissional e desenvolverá outras atividades de (vinte e um) anos de idade, em regime aberto e semi-
reintegração na sociedade, sob a assistência e a aberto.
orientação do pessoal penitenciário ou do serviço Parágrafo único – O centro contará com seção
social. independente para os menores infratores que
CAPÍTULO V tiverem atingido 18 (dezoito) anos sem conclusão do
Da Casa do Albergado processo reeducativo.
Art. 93 – A casa do albergado destina-se à execução Art. 99 – No centro de reeducação do jovem adulto,
da pena privativa de liberdade em regime aberto. será intensiva a ação educativa, com a adoção de
Art. 94 – Haverá casa de albergado na Capital e nas métodos pedagógicos e psicopedagógicos.
sedes de comarca. Art. 100 – Para individualização do tratamento, as
Parágrafo único – Onde não houver casa do seções separadas conterão de 20 (vinte) a 30 (trinta)
albergado, o regime aberto poderá ser cumprido em sentenciados.
seção independente, separada do estabelecimento Art. 101 – O pessoal do centro terá especialização
de regime fechado ou semi-aberto. profissional, com atualização em cursos especiais
Art. 95 – A casa do albergado deverá preencher os promovidos pela administração penitenciária.
seguintes requisitos: CAPÍTULO VII
I – localização em meio urbano com autonomia Do Centro de Observação
administrativa; Art. 102 – O centro de observação, estabelecimento
II – ocupação por número reduzido de candidatos, de regime fechado, tem por objetivo estudar a
selecionados segundo sua aptidão para o regime personalidade do delinquente nos planos físico,
aberto. psíquico e social, para sua afetação ao
Art. 96 – São condições para o cumprimento da pena estabelecimento adequado ao regime penitenciário,
na casa do albergado: indicando as medidas de ordem escolar, profissional,
I – aceitação, pelo candidato, do programa de terapêutica e moral que fundamentarão a
tratamento; elaboração do programa de tratamento reeducativo.
II – afetação do semilivre ao trabalho, com Art. 103 – O centro de observação, além do pessoal
preparação profissional para a reintegração na de segurança, vigilância e administração, contará
sociedade; com equipe interdisciplinar de observação,
III – colaboração da comunidade. constituída de psicólogo, psiquiatra, clínico geral,
Art. 97 – No regime aberto, serão observadas as assistente social, educador e criminólogo.
normas de ordem e disciplina necessárias à CAPÍTULO VIII
convivência normal na comunidade civil, com Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
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Art. 104 – O hospital de custódia e tratamento Parágrafo único – O prontuário conterá uma parte
psiquiátrico, de regime semi-aberto, destina-se aos judiciária, uma parte penitenciária e uma parte
inimputáveis e semi-imputáveis indicados no Art. 26 social.
e seu Parágrafo único do Código Penal. Art. 113 – O sentenciado será informado sobre a
§ 1º – Haverá seções independentes de regime legislação pertinente e sobre o regime interno do
fechado, segundo as exigências do tratamento estabelecimento.
psiquiátrico, no caso de extrema periculosidade do Art. 114 – O sentenciado tem o direito de informar
sentenciado. sua situação ao Juiz e ao seu advogado ou à pessoa
§ 2º – As seções de regime aberto destinam-se ao por ele indicada.
tratamento ambulatorial e à preparação para o Art. 115 – O preso provisório será informado de seus
reingresso na sociedade. direitos, assegurada a comunicação com a família e
Art. 105 – No estabelecimento psiquiátrico, haverá, com seu defensor e o respeito ao princípio da
além das dependências da administração, segurança presunção de inocência.
e vigilância, seções de observação normal, de Art. 116 – Efetuada a admissão, proceder-se-á à
praxiterapia, esporte e recreação, observando-se, no separação do sentenciado segundo o sexo, a idade,
que for aplicável, o Art. 83 da Lei Federal nº 7.210, os antecedentes, o estado físico e mental e a
de 11 de junho de 1984. necessidade de tratamento reeducativo ou
Art. 106 – No hospital, além do exame psiquiátrico, psiquiátrico.
serão realizados o exame criminológico e os exames Art. 117 – A agenda diária das atividades da vida em
necessários aos tratamentos terapêutico e comum dos sentenciados será elaborada pela
reeducativo, com respeito e proteção aos direitos da Comissão Técnica de Classificação.
pessoa do sentenciado. CAPÍTULO II
Art. 107 – O pessoal profissional e não profissional Do Alojamento
do estabelecimento psiquiátrico deverá ser Art. 118 – Aos sentenciados serão destinadas celas
selecionado e qualificado, com especial atenção às individuais.
exigências peculiares ao tratamento dos Parágrafo único – Em caso de necessidade, a
sentenciados. administração da penitenciária poderá autorizar a
Art. 108 – A direção do hospital deverá informar colocação de mais de um sentenciado na cela ou no
mensalmente à autoridade judiciária sobre as quarto individual, adequadamente selecionado,
condições psíquicas do sentenciado recuperado. vedada, nesse caso, a ocupação apenas por dois
Art. 109 – A administração penitenciária poderá sentenciados.
firmar convênio com hospital psiquiátrico da Art. 119 – Os locais destinados ao dormitório e à vida
comunidade para o tratamento de sentenciado em comum devem atender às exigências da higiene,
destinado ao hospital de custódia e tratamento levando-se em conta espaço, ventilação, água, luz e
psiquiátrico. calefação.
TÍTULO IV Art. 120 – É permitido o alojamento em comum no
Do Regime Penitenciário estabelecimento aberto, com o consentimento do
CAPÍTULO I sentenciado.
Da Admissão e do Registro Art. 121 – Haverá alojamento coletivo, de uso
Art. 110 – A admissão do sentenciado ou do preso temporário, para atender a necessidade urgente.
provisório se fará à vista de ordem da autoridade CAPÍTULO III
competente. Do Vestuário e da Higiene Pessoal
Art. 111 – O registro de detenção ou internação será Art. 122 – O sentenciado poderá usar o vestuário
feito em livro próprio ou em meio eletrônico, e nele próprio ou o fornecido pela administração, adaptado
constarão: às condições climáticas e que não afete sua
(Caput com redação dada pelo Art. 7º da Lei nº dignidade.
19.478, de 12/1/2011.) Art. 123 – O sentenciado disporá de roupa
I – a identidade do sentenciado ou do preso necessária para a sua cama e de móvel para guardar
provisório; seus pertences.
II – os motivos da detenção ou da internação e a Art. 124 – A higiene pessoal é exigida de todos os
autoridade que a determinou; sentenciados.
III – o dia e a hora da admissão e da saída. Parágrafo único – A administração do
Art. 112 – Inicia-se, no ato do registro, o prontuário estabelecimento fixará horário para os cuidados de
pessoal do sentenciado, que o seguirá nas higiene pessoal dos sentenciados e colocará à sua
transferências. disposição o material necessário.
CAPÍTULO IV
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Parágrafo único – A cela disciplinar terá as mesmas I – para impedir ato de evasão ou violência de
características da cela individual e possuirá sentenciado contra si mesmo ou contra terceiros ou
mobiliário análogo. coisas;
Art. 145 – O isolamento do sentenciado se cumprirá II – para vencer a resistência ativa ou passiva de
com o controle do médico do estabelecimento, que sentenciado às ordens de funcionário no exercício do
o visitará diariamente, informando o Diretor sobre cargo.
seu estado de saúde física e mental. Parágrafo único – O Diretor será avisado de situação
Art. 146 – O isolamento poderá ser suspenso pelo grave, da qual dará ciência ao Juiz da Execução.
Juiz da Execução Penal, ouvida a Comissão Técnica CAPÍTULO VI
de Classificação. Das Recompensas
Art. 147 – Não se aplicará o isolamento à Art. 156 – As recompensas são concedidas pelo
sentenciada gestante, até 6 (seis) meses após o Diretor do estabelecimento, ouvida a Comissão
parto, e à sentenciada que trouxer filho consigo. Técnica de Classificação, ao sentenciado que se
Art. 148 – Nenhum sentenciado será punido distinguir por:
disciplinarmente sem ser ouvido e sem que haja I – particular desempenho em seu trabalho;
apresentado defesa verbal ou escrita. II – especial proveito na instrução escolar ou na
Art. 149 – A interposição de recurso suspenderá os formação profissional;
efeitos da decisão, salvo quando se tratar de ato de III – colaboração ativa na organização e na
grave indisciplina. participação das atividades culturais, desportivas e
Parágrafo único – A tramitação do recurso de que recreativas;
trata o artigo será urgente e preferencial. IV – comportamento responsável em caso de
CAPÍTULO V perturbação da ordem, para despertar conduta
Dos Meios de Correção coletiva racional.
Art. 150 – O uso de algemas se limitará aos seguintes Parágrafo único – As recompensas de que trata este
casos: artigo são as seguintes:
I – como medida de precaução contra fuga, durante I – elogio;
a transferência do sentenciado, devendo ser II – proposta de concessão de benefício, como a
retiradas imediatamente quando do prioridade na escolha de trabalho, recebimento de
comparecimento em audiência perante a autoridade parte do pecúlio disponível, participação em
judiciária ou administrativa; atividade cultural, esportiva ou recreativa.
II – por motivo de saúde, segundo recomendação CAPÍTULO VII
médica; Do Monitoramento Eletrônico
III – em circunstâncias excepcionais, quando for (Capítulo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº
indispensável utilizá-las em razão de perigo iminente 19.478, de 12/1/2011.)
para a vida do funcionário, do sentenciado ou de Art. 156-A – O Juiz poderá determinar o
terceiros. monitoramento eletrônico, por ato motivado, nos
Art. 151 – O sentenciado será transferido para casos de autorização de saída temporária no regime
estabelecimento próximo da residência de sua semiaberto e de prisão domiciliar, e quando julgar
família. necessário.
Parágrafo único – A transferência do sentenciado Parágrafo único – O usuário do monitoramento
será precedida de busca pessoal e exame médico, eletrônico que estiver cumprindo pena em regime
que informará sobre seu estado físico e psíquico, aberto, quando determinar o Juiz da execução,
bem como sobre suas condições de viajar. deverá recolher-se ao local estabelecido na decisão
Art. 152 – É proibido o transporte de sentenciado em durante o período noturno e nos dias de folga.
más condições de iluminação, ventilação ou em (Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478,
qualquer situação que lhe imponha sofrimento de 12/1/2011.)
físico. Art. 156-B – São deveres do sentenciado submetido
Art. 153 – Na transferência de sentenciado do sexo ao monitoramento eletrônico, além dos cuidados a
feminino, a escolta será integrada por policial serem adotados com o equipamento:
feminino. I – receber visitas do servidor responsável pelo
Art. 154 – As medidas coercitivas serão aplicadas monitoramento eletrônico, responder aos seus
exclusivamente para o restabelecimento da contatos e cumprir as suas orientações;
normalidade e cessarão imediatamente após II – abster-se de remover, violar, modificar ou
atingida sua finalidade. danificar o equipamento de monitoramento
Art. 155 – As medidas de coerção aplicam-se nas eletrônico ou de permitir que outrem o faça;
seguintes hipóteses:
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III – informar, de imediato, as falhas no equipamento escolhidos entre professores e profissionais das
ao órgão ou à entidade responsável pelo áreas de Direito Penal, Processual Penal e
monitoramento eletrônico. Penitenciário, de Criminologia e de Ciências Sociais,
(Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478, bem como entre representantes de organismos da
de 12/1/2011.) área social.
Art. 156-C – O descumprimento dos deveres de que Parágrafo único – O mandato dos membros do
trata o Art. 156-B poderá acarretar, a critério do Juiz Conselho terá duração de 4 (quatro) anos.
da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa: Art. 160 – Ao Conselho de Criminologia e Política
I – a regressão do regime; Criminal incumbe:
II – a revogação da autorização de saída, da I – formular a política penitenciária do Estado,
permissão de saída ou da saída temporária; observadas as diretrizes da política penitenciária
III – a revogação da suspensão condicional da pena; nacional;
IV – a revogação do livramento condicional; II – colaborar na elaboração de plano de
V – a conversão da pena restritiva de direitos em desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades
pena privativa de liberdade; das políticas criminal e penitenciária;
VI – a revogação da prisão domiciliar; III – promover a avaliação periódica do sistema penal
VII – a advertência escrita. para sua adequação às necessidades do Estado;
(Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478, IV – opinar sobre a repartição de créditos na área da
de 12/1/2011.) política penitenciária;
Art. 156-D – O monitoramento eletrônico poderá ser V – estimular e desenvolver projeto que vise à
revogado pelo Juiz competente, em ato motivado, participação da comunidade na execução da política
quando o sentenciado descumprir os deveres a que criminal;
estiver sujeito durante a sua vigência ou quando se VI – representar à autoridade competente, para
tornar desnecessário ou inadequado, a critério do instauração de sindicância ou procedimento
Juiz. administrativo, visando à apuração de violação da lei
(Artigo acrescentado pelo Art. 11 da Lei nº 19.478, penitenciária e à interdição de estabelecimento
de 12/1/2011.) penal;
TÍTULO VI VII – fiscalizar os estabelecimentos e serviços
Dos Órgãos da Execução Penal penitenciários para verificação do fiel cumprimento
CAPÍTULO I desta lei e da implantação da reforma penitenciária;
Disposições Gerais VIII – elaborar o plano de ação do Conselho e o
Art. 157 – São órgãos da execução penal: programa penitenciário estadual.
I – o Conselho de Criminologia e Política Criminal; CAPÍTULO III
II – o Juízo da Execução; Do Juízo da Execução
III – o Conselho Penitenciário; Art. 161 – O Juízo da Execução, localizado na
IV – a Superintendência de Organização comarca da Capital e em comarca sede da região
Penitenciária; onde houver estabelecimento penitenciário,
V – a Direção do Estabelecimento; compreende o Juiz da Execução, o representante do
VI – o Patronato; Ministério Público, a Defensoria Pública e o Serviço
VII – o Conselho da Comunidade. Social Penitenciário.
VIII – as entidades civis de direito privado sem fins SEÇÃO I
lucrativos que tenham firmado convênio com o Do Juiz da Execução
Estado para a administração de unidades prisionais Art. 162 – Compete ao Juiz da Execução:
destinadas ao cumprimento de pena privativa de I – aprovar o plano de tratamento reeducativo
liberdade. apresentado pela Comissão Técnica de Classificação;
(Inciso acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº 15.299, de II – presidir as reuniões da Comissão Técnica de
9/8/2004.) Classificação destinadas a tratar de progressão ou
(Vide Art. 3º da Lei nº 15.299, de 9/8/2004.) regressão do regime;
CAPÍTULO II III – conceder remição da pena, ouvida a Comissão
Do Conselho de Criminologia e Política Criminal Técnica de Classificação, e autorização de saída
Art. 158 – O Conselho de Criminologia e Política prevista nos arts. 137 e 138 desta lei;
Criminal, com sede nesta Capital, é subordinado à (Inciso com redação dada pelo Art. 12 da Lei nº
Secretaria de Estado da Justiça. 19.478, de 12/1/2011.)
Art. 159 – O Conselho de Criminologia e Política IV – conceder ou revogar as medidas de
Criminal será integrado por 13 (treze) membros semiliberdade no regime de confiança para
designados pelo Secretário de Estado da Justiça e preparação da reintegração na sociedade;
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VI – elaborar projeto para a construção dos novos III – colaborar na fiscalização e na assistência no
estabelecimentos previstos na lei penitenciária; período do liberando e do sursitário;
VII – autorizar a internação e a desinternação nos IV – visitar o liberando e o sentenciado para facilitar
estabelecimentos penitenciários. sua reinserção na família e na profissão;
CAPÍTULO VI V – assistir o sentenciado nas suas relações com a
Da Direção do Estabelecimento Penitenciário família;
Art. 172 – Incumbe à direção do estabelecimento VI – colaborar na obtenção de emprego para o
penitenciário: sentenciado;
I – cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos e VII – fiscalizar a execução da medida de segurança
as instruções relativas à ordem e à disciplina do em meio fechado e em semiliberdade para proteção
estabelecimento; dos direitos do sentenciado;
II – dirigir as atividades do estabelecimento; VIII – zelar pela prática do tratamento reeducativo e
III – submeter à Superintendência de Organização pela sua progressão nos termos do Art. 112,
Penitenciária o plano de atividades da unidade; Parágrafo único, da Lei Federal nº 7.210, de 11 de
IV – orientar a elaboração da proposta orçamentária junho de 1984;
do estabelecimento; IX – incentivar a seleção e a formação contínua do
V – presidir a Comissão Técnica de Classificação; pessoal penitenciário;
VI – supervisionar os cursos de instrução escolar e de X – orientar a família do sentenciado e a da vítima
formação profissional do sentenciado; através de contato com os centros comunitários e
VII – percorrer as dependências do estabelecimento associações de assistência socioeducativa às
para verificação da ordem e disciplina; famílias;
VIII – comparecer, ou fazer-se representar, às XI – assistir a vítima do delito e seus dependentes;
sessões do Conselho Penitenciário; XII – assistir o egresso indigente com problema de
IX – promover ou requisitar o exame criminológico, reintegração na sociedade;
a classificação e o tratamento reeducativo dos XIII – designar pessoa idônea para assistir e orientar
sentenciados; o sursitário, o liberando e o egresso, na falta do
X – propor a realização de curso de formação orientador social;
contínua do pessoal penitenciário; XIV – informar periodicamente o Juiz da Execução
XI – promover a contratação de pessoal sobre a assistência ao probacionário e sobre a
especializado para integrar as equipes evolução de sua reintegração na sociedade.
interprofissionais de sua unidade; CAPÍTULO VIII
XII – classificar os estabelecimentos penitenciários Do Conselho da Comunidade
de acordo com as fases do regime progressivo; Art. 175 – Cada comarca disporá de um Conselho da
XIII – apresentar à Superintendência de Organização Comunidade composto, no mínimo, por 1 (um)
Penitenciária o plano anual de atividades do representante da associação comercial ou industrial,
estabelecimento penitenciário; 1 (um) advogado indicado pela Ordem dos
XIV – participar da elaboração da proposta anual do Advogados do Brasil – OAB -, 1 (um) assistente social
orçamento; escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho
XV – promover a participação da comunidade na Nacional de Assistentes Sociais e por representantes
execução penal; de obras sociais e de clubes de serviço.
XVI – colaborar na implantação do Patronato e do (Vide Art. 7º da Lei nº 12.936, de 8/7/1998.)
Conselho da Comunidade. Art. 176 – Ao Conselho da Comunidade incumbe:
CAPÍTULO VII I – visitar mensalmente os estabelecimentos e
Do Patronato serviços penais da comarca;
Art. 173 – É instituído em cada comarca, por decreto II – incentivar a prática do tratamento não
do Governador do Estado, o Patronato, integrado institucional, como o dos regimes semilivre e em
pelo Juiz da Execução Penal, que o presidirá, pelo meio livre;
Promotor de Justiça da Execução, por III – promover a participação ativa da comunidade na
representantes da administração penitenciária, da reintegração do sentenciado e do egresso na família,
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB -, de na profissão e na sociedade;
confissões religiosas, de clubes de serviço e de obras IV – colaborar com o poder público e a comunidade
sociais. na implantação da Lei Federal nº 7.210, de 11 junho
Art. 174 – Ao Patronato incumbe: de 1984;
I – orientar e assistir o semilivre e o egresso; V – pugnar pela colocação, no mercado profissional,
II – acompanhar a execução das medidas restritivas do sentenciado com índice positivo de
de direito; emendabilidade e segurança para a comunidade;
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VI – acompanhar a supervisão do período de prova Art. 178 – O quadro do pessoal penitenciário será
do liberando e do sursitário, bem como da execução organizado em diferentes categorias funcionais,
das medidas alternativas à prisão; segundo as necessidades do serviço, com
VII – entrosar-se com os serviços médicos e especificação de atribuições relativas às funções de
psicológicos e com as entidades de assistência direção, chefia e assessoramento e às demais
socioeducativa para o probacionário com problema; funções.
VIII – cooperar com a comunidade na conservação e Art. 179 – A escolha do pessoal especializado,
na manutenção da cadeia pública local. administrativo, de instrução técnica e de vigilância
Parágrafo único – O Conselho poderá providenciar a atenderá à vocação, à preparação profissional e aos
celebração de convênio com o município para a antecedentes pessoais do candidato.
prestação de trabalho pelo sentenciado. Art. 180 – O ingresso do pessoal penitenciário e sua
CAPÍTULO IX ascensão funcional dependerão de curso específico
Das Entidades Civis de Direito Privado sem Fins de formação, procedendo-se à reciclagem dos
Lucrativos servidores em exercício.
(Capítulo acrescentado pelo Art. 2º da Lei nº 15.299, Art. 181 – Sem prejuízo do concurso de admissão
de 9/8/2004.) promovido pela Escola Penitenciária, os candidatos a
Art. 176-A – Compete às entidades civis de direito cargos estão sujeitos a testes científicos para
privado sem fins lucrativos que tenham firmado avaliação de sua capacidade intelectual e
convênio com o Estado para a administração de profissional e de sua aptidão física.
unidades prisionais destinadas ao cumprimento de Art. 182 – É obrigatório o estágio do candidato em
pena privativa de liberdade, nos termos do inciso VIII estabelecimento penitenciário para se formar
do Art. 157: opinião sobre sua personalidade e suas aptidões.
I – gerenciar os regimes de cumprimento de pena das Art. 183 – Os cursos de formação profissional
unidades que administrarem, nos termos definidos intensiva destinados ao pessoal da vigilância
em convênio; compreendem três estágios: o primeiro se processa
II – responsabilizar-se pelo controle, pela vigilância e no estabelecimento penitenciário e se destina a
pela conservação do imóvel, dos equipamentos e do familiarizar o candidato com os problemas
mobiliário da unidade; profissionais; o segundo se desenvolve na Escola
III – solicitar apoio policial para a segurança externa Penitenciária, ou em curso organizado pela
da unidade, quando necessário; administração, e se destina à formação técnica e
IV – apresentar aos Poderes Executivo e Judiciário prática do funcionário; o terceiro, aberto a candidato
relatórios mensais sobre o movimento de que não for eliminado nas fases anteriores, consiste
condenados e informar-lhes, de imediato, a chegada na colocação efetiva do candidato em serviço.
de novos internos e a ocorrência de liberações; Art. 184 – É vedado o porte de arma ao funcionário
V – prestar contas mensalmente dos recursos em serviço.
recebidos; Art. 185 – Em caso de legítima defesa, tentativa de
VI – acatar a supervisão do Poder Executivo, fuga e resistência à ordem fundada em lei, será
proporcionando-lhe todos os meios para o permitido o uso da força pelo funcionário, que do
acompanhamento e a avaliação da execução do fato dará imediata ciência ao Diretor.
convênio. Art. 186 – O pessoal administrativo e o especializado
(Artigo acrescentado pelo Art. 2º da Lei nº 15.299, devem ter aptidão profissional e técnica necessária
de 9/8/2004.) ao exercício das respectivas funções.
Art. 176-B – Incumbem à diretoria da unidade de Art. 187 – No recrutamento de pessoal
cumprimento de pena privativa de liberdade especializado, exigir-se-á diploma de aptidão
administrada por entidade civil de direito privado profissional e título universitário que comprove a
sem fins lucrativos conveniada com o Estado as formação especializada.
atribuições previstas no Art. 172 desta lei. Art. 188 – O médico visitará diariamente o
(Artigo acrescentado pelo Art. 2º da Lei nº 15.299, estabelecimento.
de 9/8/2004.) Art. 189 – No estabelecimento para mulheres,
TÍTULO VII somente se permitirá trabalho de pessoal do sexo
Do Pessoal Penitenciário feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico
CAPÍTULO I especializado e houver comprovada carência de
Do Estatuto Jurídico do Pessoal pessoal do sexo feminino com as qualificações
Art. 177 – O pessoal penitenciário terá estatuto necessárias para o exercício do cargo.
próprio, que fixará seus direitos e deveres.
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Parágrafo único – O pessoal do sexo feminino deverá (Inciso com redação dada pelo Art. 2º da Lei nº
possuir as mesmas qualificações exigidas para o 14.390, de 31/10;2002.)
pessoal do sexo masculino. III – à profissionalização;
CAPÍTULO II IV – ao trabalho, à sua remuneração e à seguridade
Do Diretor de Estabelecimento social;
Art. 190 – O ocupante do cargo de Diretor de V – à assistência material e à saúde, em especial o
Estabelecimento deverá satisfazer os seguintes tratamento clínico e a assistência psicossocial ao
requisitos: portador de AIDS;
I – ter diploma de nível superior de Direito, VI – à assistência social, nomeadamente ao
Psicologia, Pedagogia ou Ciências Sociais; probacionário e ao egresso;
II – ter capacidade administrativa e vocação para a VII – à assistência jurídica;
função; VIII – à assistência religiosa;
III – ter idoneidade moral, boa cultura geral, IX – ao esporte e à recreação;
formação especializada e preparação adequada ao X – à comunicação com o mundo exterior como
serviço penitenciário. preparação para sua reinserção na sociedade;
§ 1º – O Diretor de Estabelecimento deverá residir XI – à visita de advogado, familiar e cônjuge ou
no estabelecimento ou em suas proximidades. companheiro;
§ 2º – O Diretor de Estabelecimento dedicará tempo XII – ao acesso aos meios de comunicação social;
integral à sua função e não poderá exercer advocacia XIII – de petição e representação a qualquer
nem outra atividade, exceto a de professor autoridade, para defesa de direito;
universitário. XIV – de entrevista regular com o Diretor;
§ 3º – O Diretor de Estabelecimento que não for XV – ao recebimento de atestado de pena a cumprir,
recrutado entre os membros do pessoal emitido semestralmente, sob pena de
penitenciário deve, antes de entrar em função, responsabilização da autoridade judiciária
receber formação técnica e prática sobre o trabalho competente.
de direção, salvo se for diplomado em escola (Inciso acrescentado pelo Art. 13 da Lei nº 19.478, de
profissional ou tiver título universitário em matéria 12/1/2011.)
pertinente. TÍTULO IX
(Vide Art. 6º da Lei nº 12.967, de 27/7/1998.) Dos Deveres do Sentenciado
TÍTULO VIII Art. 196 – São deveres do sentenciado:
Dos Direitos do Sentenciado e do Preso Provisório I – submeter-se ao cumprimento da pena ou à
Art. 191 – São direitos do preso os direitos civis, os medida de segurança;
políticos, os sociais e os especificamente II – permanecer no estabelecimento até a sua
penitenciários. libertação;
Art. 192 – Os direitos civis, sociais e políticos, III – respeitar as normas do regime penitenciário;
inclusive o de sufrágio, permanecem com o preso, IV – manter atitude de respeito e consideração com
quando não forem retirados expressa e os funcionários do estabelecimento e com as
necessariamente pela lei ou pela sentença. autoridades;
Art. 193 – Os direitos penitenciários derivam da V – observar conduta correta com seus
relação jurídica constituída entre o sentenciado e a companheiros;
administração penitenciária. VI – indenizar os danos causados à administração do
Art. 194 – Enumeram-se, antes da sentença, os estabelecimento;
direitos à presunção de inocência, ao contraditório, VII – indenizar as despesas de sua manutenção;
à igualdade entre os sujeitos processuais, à ampla VIII – cumprir as prestações alimentícias devidas à
defesa, à assistência judiciária gratuita, nos termos família;
da lei, o de ser ouvido pessoalmente pela autoridade IX – assistir o cônjuge ou o companheiro na
competente, o de receber visitas, o de comunicar-se manutenção e na educação dos filhos.
com advogado e familiares e o de permanecer no Art. 197 – Esta lei entra em vigor na data de sua
estabelecimento da localidade ou naquele mais publicação.
próximo de seu domicílio. Art. 198 – Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 195 – São especificamente penitenciários os Dada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte,
direitos: aos 25 de janeiro de 1994.
I – ao tratamento reeducativo; HÉLIO GARCIA
II – à instrução, priorizada a escolarização de nível Evandro de Pádua Abreu
fundamental; Mário Assad
Kildare Gonçalves Carvalho
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Data da última atualização: 19/1/2018.
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Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e
civil ou administrativa sem justa causa multa.
fundamentada ou contra quem sabe inocente: CAPÍTULO VII
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e DO PROCEDIMENTO
multa. Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos
Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, delitos previstos nesta Lei, no que couber, as
procrastinando-a em prejuízo do investigado ou disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro
fiscalizado: (Vide ADIN 6234) (Vide ADIN 6240) de 1941 (Código de Processo Penal), e da Lei nº
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e 9.099, de 26 de setembro de 1995.
multa. CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, DISPOSIÇÕES FINAIS
inexistindo prazo para execução ou conclusão de Art. 40. O Art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro
procedimento, o estende de forma imotivada, de 1989, passa a vigorar com a seguinte redação:
procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do “Art.2º
fiscalizado. ....................................................................................
Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou ...................
advogado acesso aos autos de investigação ....................................................................................
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ....................................
ou a qualquer outro procedimento investigatório de § 4º-A O mandado de prisão conterá
infração penal, civil ou administrativa, assim como necessariamente o período de duração da prisão
impedir a obtenção de cópias, ressalvado o acesso a temporária estabelecido no caput deste artigo, bem
peças relativas a diligências em curso, ou que como o dia em que o preso deverá ser libertado.
indiquem a realização de diligências futuras, cujo ....................................................................................
sigilo seja imprescindível: .....................................
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e § 7º Decorrido o prazo contido no mandado de
multa. prisão, a autoridade responsável pela custódia
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de deverá, independentemente de nova ordem da
obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em
sem expresso amparo legal: liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e prorrogação da prisão temporária ou da decretação
multa. da prisão preventiva.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se § 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de
utiliza de cargo ou função pública ou invoca a prisão no cômputo do prazo de prisão temporária.”
condição de agente público para se eximir de (NR)
obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio Art. 41. O Art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de
indevido. 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 34. (VETADO). “Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de
Art. 35. (VETADO). comunicações telefônicas, de informática ou
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a telemática, promover escuta ambiental ou quebrar
indisponibilidade de ativos financeiros em quantia segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com
que extrapole exacerbadamente o valor estimado objetivos não autorizados em lei:
para a satisfação da dívida da parte e, ante a Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
demonstração, pela parte, da excessividade da multa.
medida, deixar de corrigi-la: Parágrafo único. Incorre na mesma pena a
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e autoridade judicial que determina a execução de
multa. conduta prevista no caput deste artigo com objetivo
Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no não autorizado em lei.” (NR)
exame de processo de que tenha requerido vista em Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a
andamento ou retardar o julgamento: vigorar acrescida do seguinte Art. 227-A:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e “Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no
multa. inciso I do caput do Art. 92 do Decreto-Lei nº 2.848,
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os
por meio de comunicação, inclusive rede social, crimes previstos nesta Lei, praticados por servidores
atribuição de culpa, antes de concluídas as públicos com abuso de autoridade, são
apurações e formalizada a acusação: condicionados à ocorrência de reincidência.
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fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a para a emissão definitiva do certificado de registro
contar da data do requerimento do interessado. de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o 2008)
prescinde do cumprimento dos requisitos dos incisos § 5º Aos residentes em área rural, para os fins do
I, II e III deste artigo. disposto no caput deste artigo, considera-se
§ 8o Estará dispensado das exigências residência ou domicílio toda a extensão do
constantes do inciso III do caput deste artigo, na respectivo imóvel rural. (Incluído pela Lei nº
forma do regulamento, o interessado em adquirir 13.870, de 2019)
arma de fogo de uso permitido que comprove estar CAPÍTULO III
autorizado a portar arma com as mesmas DO PORTE
características daquela a ser adquirida. (Incluído Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em
pela Lei nº 11.706, de 2008) todo o território nacional, salvo para os casos
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de previstos em legislação própria e para:
Fogo, com validade em todo o território nacional, I – os integrantes das Forças Armadas;
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos
exclusivamente no interior de sua residência ou I, II, III, IV e V do caput do Art. 144 da Constituição
domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública
local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o (FNSP); (Redação dada pela Lei nº 13.500, de
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. 2017)
(Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004) III – os integrantes das guardas municipais das
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo capitais dos Estados e dos Municípios com mais de
será expedido pela Polícia Federal e será precedido 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
de autorização do Sinarm. estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
III do Art. 4o deverão ser comprovados IV - os integrantes das guardas municipais dos
periodicamente, em período não inferior a 3 (três) Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil) e
anos, na conformidade do estabelecido no menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
regulamento desta Lei, para a renovação do quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº
Certificado de Registro de Arma de Fogo. 10.867, de 2004) (Vide ADIN 5538) (Vide
§ 3o O proprietário de arma de fogo com ADIN 5948)
certificados de registro de propriedade expedido por V – os agentes operacionais da Agência
órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da Brasileira de Inteligência e os agentes do
publicação desta Lei que não optar pela entrega Departamento de Segurança do Gabinete de
espontânea prevista no Art. 32 desta Lei deverá Segurança Institucional da Presidência da República;
renová-lo mediante o pertinente registro federal, até (Vide Decreto nº 9.685, de 2019)
o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos
de documento de identificação pessoal e no Art. 51, IV, e no Art. 52, XIII, da Constituição
comprovante de residência fixa, ficando dispensado Federal;
do pagamento de taxas e do cumprimento das VII – os integrantes do quadro efetivo dos
demais exigências constantes dos incisos I a III do agentes e guardas prisionais, os integrantes das
caput do Art. 4o desta Lei. (Redação dada pela escoltas de presos e as guardas portuárias;
Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) VIII – as empresas de segurança privada e de
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no transporte de valores constituídas, nos termos desta
§ 3o deste artigo, o proprietário de arma de fogo Lei;
poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, IX – para os integrantes das entidades de
certificado de registro provisório, expedido na rede desporto legalmente constituídas, cujas atividades
mundial de computadores - internet, na forma do esportivas demandem o uso de armas de fogo, na
regulamento e obedecidos os procedimentos a forma do regulamento desta Lei, observando-se, no
seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de que couber, a legislação ambiental.
2008) X - integrantes das Carreiras de Auditoria da
I - emissão de certificado de registro provisório Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do
pela internet, com validade inicial de 90 (noventa) Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista
dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de
II - revalidação pela unidade do Departamento 2007)
de Polícia Federal do certificado de registro XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no Art.
provisório pelo prazo que estimar como necessário 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos
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da União e dos Estados, para uso exclusivo de § 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de
servidores de seus quadros pessoais que 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender do
efetivamente estejam no exercício de funções de emprego de arma de fogo para prover sua
segurança, na forma de regulamento a ser emitido subsistência alimentar familiar será concedido pela
pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria
Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP. caçador para subsistência, de uma arma de uso
(Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16
VI do caput deste artigo terão direito de portar arma (dezesseis), desde que o interessado comprove a
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela efetiva necessidade em requerimento ao qual
respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de deverão ser anexados os seguintes documentos:
serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
validade em âmbito nacional para aquelas I - documento de identificação pessoal;
constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
pela Lei nº 11.706, de 2008) II - comprovante de residência em área rural; e
§ 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
2008) III - atestado de bons antecedentes. (Incluído
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes pela Lei nº 11.706, de 2008)
e guardas prisionais poderão portar arma de fogo de § 6o O caçador para subsistência que der outro
propriedade particular ou fornecida pela respectiva uso à sua arma de fogo, independentemente de
corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, outras tipificações penais, responderá, conforme o
desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo
de 2014) de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; 11.706, de 2008)
(Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014) § 7o Aos integrantes das guardas municipais dos
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do Municípios que integram regiões metropolitanas
regulamento; e (Incluído pela Lei nº 12.993, de será autorizado porte de arma de fogo, quando em
2014) serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos
controle interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de empregados das empresas de segurança privada e
2014) de transporte de valores, constituídas na forma da
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de lei, serão de propriedade, responsabilidade e guarda
2014) das respectivas empresas, somente podendo ser
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo utilizadas quando em serviço, devendo essas
aos integrantes das instituições descritas nos incisos observar as condições de uso e de armazenagem
V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada estabelecidas pelo órgão competente, sendo o
à comprovação do requisito a que se refere o inciso certificado de registro e a autorização de porte
III do caput do Art. 4o desta Lei nas condições expedidos pela Polícia Federal em nome da empresa.
estabelecidas no regulamento desta Lei. § 1o O proprietário ou diretor responsável de
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) empresa de segurança privada e de transporte de
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo valores responderá pelo crime previsto no Parágrafo
das guardas municipais está condicionada à único do Art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais
formação funcional de seus integrantes em sanções administrativas e civis, se deixar de registrar
estabelecimentos de ensino de atividade policial, à ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
existência de mecanismos de fiscalização e de perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
controle interno, nas condições estabelecidas no armas de fogo, acessórios e munições que estejam
regulamento desta Lei, observada a supervisão do sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
Ministério da Justiça. (Redação dada pela Lei nº horas depois de ocorrido o fato.
10.884, de 2004) § 2o A empresa de segurança e de transporte de
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das valores deverá apresentar documentação
polícias federais e estaduais e do Distrito Federal, comprobatória do preenchimento dos requisitos
bem como os militares dos Estados e do Distrito constantes do Art. 4o desta Lei quanto aos
Federal, ao exercerem o direito descrito no Art. 4o, empregados que portarão arma de fogo.
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos § 3o A listagem dos empregados das empresas
incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do referidas neste artigo deverá ser atualizada
regulamento desta Lei. semestralmente junto ao Sinarm.
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item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar
Psicologia. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) munição em lugar habitado ou em suas adjacências,
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o em via pública ou em direção a ela, desde que essa
valor cobrado pelo instrutor de armamento e tiro conduta não tenha como finalidade a prática de
não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), outro crime:
acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
nº 11.706, de 2008) multa.
§ 3o A cobrança de valores superiores aos Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é
previstos nos §§ 1o e 2o deste artigo implicará o inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
descredenciamento do profissional pela Polícia Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) restrito
CAPÍTULO IV Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir,
DOS CRIMES E DAS PENAS fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
Posse irregular de arma de fogo de uso ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
permitido remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em restrito, sem autorização e em desacordo com
desacordo com determinação legal ou regulamentar, determinação legal ou regulamentar: (Redação
no interior de sua residência ou dependência desta, dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou multa.
empresa: § 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
multa. I – suprimir ou alterar marca, numeração ou
Omissão de cautela qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
Art. 13. Deixar de observar as cautelas artefato;
necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) II – modificar as características de arma de fogo,
anos ou pessoa portadora de deficiência mental se de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de
apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
ou que seja de sua propriedade: de qualquer modo induzir a erro autoridade policial,
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e perito ou juiz;
multa. III – possuir, detiver, fabricar ou empregar
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o artefato explosivo ou incendiário, sem autorização
proprietário ou diretor responsável de empresa de ou em desacordo com determinação legal ou
segurança e transporte de valores que deixarem de regulamentar;
registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou
Federal perda, furto, roubo ou outras formas de fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que qualquer outro sinal de identificação raspado,
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte suprimido ou adulterado;
quatro) horas depois de ocorrido o fato. V – vender, entregar ou fornecer, ainda que
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, explosivo a criança ou adolescente; e
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, munição ou explosivo.
acessório ou munição, de uso permitido, sem § 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste
autorização e em desacordo com determinação legal artigo envolverem arma de fogo de uso proibido, a
ou regulamentar: pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
multa. Comércio ilegal de arma de fogo
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar,
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112- montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda,
1) ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio
Disparo de arma de fogo ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
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manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. O detentor de autorização com
11.706, de 2008) prazo de validade superior a 90 (noventa) dias
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas
decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no prazo de
qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus
produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, para o requerente.
ainda, que tenham sido adquiridas com recursos Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma
provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas de fogo de uso permitido ainda não registrada
em favor da União e encaminhadas para o Comando deverão solicitar seu registro até o dia 31 de
do Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que dezembro de 2008, mediante apresentação de
atestem seu bom estado, destinadas com prioridade documento de identificação pessoal e comprovante
para os órgãos de segurança pública e do sistema de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de
penitenciário da unidade da federação responsável compra ou comprovação da origem lícita da posse,
pela apreensão. (Incluído pela Lei nº 13.886, de pelos meios de prova admitidos em direito, ou
2019) declaração firmada na qual constem as
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a características da arma e a sua condição de
relação das armas a serem doadas ao juiz proprietário, ficando este dispensado do pagamento
competente, que determinará o seu perdimento em de taxas e do cumprimento das demais exigências
favor da instituição beneficiada. (Incluído pela constantes dos incisos I a III do caput do Art. 4o desta
Lei nº 11.706, de 2008) Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas (Prorrogação de prazo)
será de responsabilidade da instituição beneficiada, Parágrafo único. Para fins do cumprimento do
que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou disposto no caput deste artigo, o proprietário de
no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) arma de fogo poderá obter, no Departamento de
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
2008) expedido na forma do § 4o do Art. 5o desta Lei.
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas
conforme se trate de arma de uso permitido ou de de fogo adquiridas regularmente poderão, a
uso restrito, semestralmente, da relação de armas qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal,
acauteladas em juízo, mencionando suas mediante recibo e indenização, nos termos do
características e o local onde se encontram. regulamento desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a de fogo poderão entregá-la, espontaneamente,
comercialização e a importação de brinquedos, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com indenizados, na forma do regulamento, ficando
estas se possam confundir. extinta a punibilidade de eventual posse irregular da
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706,
réplicas e os simulacros destinados à instrução, ao de 2008)
adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército. de 2008)
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00
autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais),
de fogo de uso restrito. conforme especificar o regulamento desta Lei:
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário,
aplica às aquisições dos Comandos Militares. ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) deliberadamente, por qualquer meio, faça,
anos adquirir arma de fogo, ressalvados os promova, facilite ou permita o transporte de arma
integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, ou munição sem a devida autorização ou com
III, V, VI, VII e X do caput do Art. 6o desta Lei. inobservância das normas de segurança;
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) II – à empresa de produção ou comércio de
Art. 29. As autorizações de porte de armas de armamentos que realize publicidade para venda,
fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, exceto nas publicações especializadas.
de 2004) Art. 34. Os promotores de eventos em locais
fechados, com aglomeração superior a 1000 (um mil)
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pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua
providências necessárias para evitar o ingresso de publicação.
pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da
pelo inciso VI do Art. 5o da Constituição Federal. Independência e 115o da República.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
prestação dos serviços de transporte internacional e Márcio Thomaz Bastos
interestadual de passageiros adotarão as José Viegas Filho
providências necessárias para evitar o embarque de Marina Silva
passageiros armados. Este texto não substitui o publicado no DOU de
Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de 23.12.2003
registros balísticos serão armazenados no Banco
Nacional de Perfis Balísticos. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como
objetivo cadastrar armas de fogo e armazenar
características de classe e individualizadoras de
projéteis e de estojos de munição deflagrados por
arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será
constituído pelos registros de elementos de munição
deflagrados por armas de fogo relacionados a
crimes, para subsidiar ações destinadas às apurações
criminais federais, estaduais e distritais. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido
pela unidade oficial de perícia criminal. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de
Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele que
permitir ou promover sua utilização para fins
diversos dos previstos nesta Lei ou em decisão
judicial responderá civil, penal e
administrativamente. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da
base de dados do Banco Nacional de Perfis Balísticos.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco
Nacional de Perfis Balísticos serão regulamentados
em ato do Poder Executivo federal. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de
fogo e munição em todo o território nacional, salvo
para as entidades previstas no Art. 6o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor,
dependerá de aprovação mediante referendo
popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo
popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na
data de publicação de seu resultado pelo Tribunal
Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de
fevereiro de 1997.
Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão § 2º Caso não haja indeferimento sumário, as partes
permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em deverão firmar Termo de Confidencialidade para
lei, os seguintes meios de obtenção da prova: prosseguimento das tratativas, o que vinculará os
I - colaboração premiada; órgãos envolvidos na negociação e impedirá o
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, indeferimento posterior sem justa causa. (Incluído
ópticos ou acústicos; pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - ação controlada; § 3º O recebimento de proposta de colaboração para
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e análise ou o Termo de Confidencialidade não
telemáticas, a dados cadastrais constantes de implica, por si só, a suspensão da investigação,
bancos de dados públicos ou privados e a ressalvado acordo em contrário quanto à
informações eleitorais ou comerciais; propositura de medidas processuais penais
V - interceptação de comunicações telefônicas e cautelares e assecuratórias, bem como medidas
telemáticas, nos termos da legislação específica; processuais cíveis admitidas pela legislação
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e processual civil em vigor. (Incluído pela Lei nº
fiscal, nos termos da legislação específica; 13.964, de 2019)
VII - infiltração, por policiais, em atividade de § 4º O acordo de colaboração premiada poderá ser
investigação, na forma do Art. 11; precedido de instrução, quando houver necessidade
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, de identificação ou complementação de seu objeto,
distritais, estaduais e municipais na busca de provas dos fatos narrados, sua definição jurídica, relevância,
e informações de interesse da investigação ou da utilidade e interesse público. (Incluído pela Lei nº
instrução criminal. 13.964, de 2019)
§ 1º Havendo necessidade justificada de manter § 5º Os termos de recebimento de proposta de
sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser colaboração e de confidencialidade serão
dispensada licitação para contratação de serviços elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo
técnicos especializados, aquisição ou locação de colaborador e pelo advogado ou defensor público
equipamentos destinados à polícia judiciária para o com poderes específicos. (Incluído pela Lei nº
rastreamento e obtenção de provas previstas nos 13.964, de 2019)
incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015) § 6º Na hipótese de não ser celebrado o acordo por
§ 2º No caso do § 1º , fica dispensada a publicação iniciativa do celebrante, esse não poderá se valer de
de que trata o Parágrafo único do Art. 61 da Lei nº nenhuma das informações ou provas apresentadas
8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra
comunicado o órgão de controle interno da finalidade. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
realização da contratação. (Incluído pela Lei nº Art. 3º-C. A proposta de colaboração premiada deve
13.097, de 2015) estar instruída com procuração do interessado com
Seção I poderes específicos para iniciar o procedimento de
Da Colaboração Premiada colaboração e suas tratativas, ou firmada
Seção I pessoalmente pela parte que pretende a
Da Colaboração Premiada colaboração e seu advogado ou defensor público.
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-A. O acordo de colaboração premiada é § 1º Nenhuma tratativa sobre colaboração premiada
negócio jurídico processual e meio de obtenção de deve ser realizada sem a presença de advogado
prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos. constituído ou defensor público. (Incluído pela Lei
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-B. O recebimento da proposta para § 2º Em caso de eventual conflito de interesses, ou
formalização de acordo de colaboração demarca o de colaborador hipossuficiente, o celebrante deverá
início das negociações e constitui também marco de solicitar a presença de outro advogado ou a
confidencialidade, configurando violação de sigilo e participação de defensor público. (Incluído pela Lei
quebra da confiança e da boa-fé a divulgação de tais nº 13.964, de 2019)
tratativas iniciais ou de documento que as formalize, § 3º No acordo de colaboração premiada, o
até o levantamento de sigilo por decisão judicial. colaborador deve narrar todos os fatos ilícitos para
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) os quais concorreu e que tenham relação direta com
§ 1º A proposta de acordo de colaboração premiada os fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964,
poderá ser sumariamente indeferida, com a devida de 2019)
justificativa, cientificando-se o interessado. § 4º Incumbe à defesa instruir a proposta de
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) colaboração e os anexos com os fatos
adequadamente descritos, com todas as suas
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judicial e das primeiras etapas de aplicação da pena, ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de
nos termos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dizer a verdade.
dezembro de 1940 (Código Penal) e do Decreto-Lei § 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de execução da colaboração, o colaborador deverá
Processo Penal), antes de conceder os benefícios estar assistido por defensor.
pactuados, exceto quando o acordo prever o não § 16. Nenhuma sentença condenatória será
oferecimento da denúncia na forma dos §§ 4º e 4º-A proferida com fundamento apenas nas declarações
deste artigo ou já tiver sido proferida sentença. de agente colaborador.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) § 16. Nenhuma das seguintes medidas será
§ 7º-B. São nulas de pleno direito as previsões de decretada ou proferida com fundamento apenas nas
renúncia ao direito de impugnar a decisão declarações do colaborador: (Redação dada pela
homologatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de Lei nº 13.964, de 2019)
2019) I - medidas cautelares reais ou pessoais; (Incluído
§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta pela Lei nº 13.964, de 2019)
que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la II - recebimento de denúncia ou queixa-crime;
ao caso concreto. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº
proposta que não atender aos requisitos legais, 13.964, de 2019)
devolvendo-a às partes para as adequações § 17. O acordo homologado poderá ser rescindido
necessárias. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de em caso de omissão dolosa sobre os fatos objeto da
2019) colaboração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador § 18. O acordo de colaboração premiada pressupõe
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, que o colaborador cesse o envolvimento em conduta
ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou ilícita relacionada ao objeto da colaboração, sob
pelo delegado de polícia responsável pelas pena de rescisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
investigações. 2019)
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso Art. 5º São direitos do colaborador:
em que as provas autoincriminatórias produzidas I - usufruir das medidas de proteção previstas na
pelo colaborador não poderão ser utilizadas legislação específica;
exclusivamente em seu desfavor. II - ter nome, qualificação, imagem e demais
§ 10-A Em todas as fases do processo, deve-se informações pessoais preservados;
garantir ao réu delatado a oportunidade de III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos
manifestar-se após o decurso do prazo concedido ao demais coautores e partícipes;
réu que o delatou. (Incluído pela Lei nº 13.964, de IV - participar das audiências sem contato visual com
2019) os outros acusados;
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo V - não ter sua identidade revelada pelos meios de
homologado e sua eficácia. comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou sua prévia autorização por escrito;
não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso
em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa dos demais corréus ou condenados.
da autoridade judicial. VI - cumprir pena ou prisão cautelar em
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de estabelecimento penal diverso dos demais corréus
colaboração será feito pelos meios ou recursos de ou condenados. (Redação dada pela Lei nº 13.964,
gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica de 2019)
similar, inclusive audiovisual, destinados a obter Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada
maior fidelidade das informações. deverá ser feito por escrito e conter:
§ 13. O registro das tratativas e dos atos de I - o relato da colaboração e seus possíveis
colaboração deverá ser feito pelos meios ou recursos resultados;
de gravação magnética, estenotipia, digital ou II - as condições da proposta do Ministério Público ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a do delegado de polícia;
obter maior fidelidade das informações, garantindo- III - a declaração de aceitação do colaborador e de
se a disponibilização de cópia do material ao seu defensor;
colaborador. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de IV - as assinaturas do representante do Ministério
2019) Público ou do delegado de polícia, do colaborador e
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador de seu defensor;
renunciará, na presença de seu defensor, ao direito
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§ 3º Será admitida a infiltração se houver indícios de infiltrado e a intimidade dos envolvidos. (Incluído
infração penal de que trata o Art. 1º desta Lei e se as pela Lei nº 13.964, de 2019)
provas não puderem ser produzidas por outros Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a
meios disponíveis. (Incluído pela Lei nº 13.964, de representação do delegado de polícia para a
2019) infiltração de agentes conterão a demonstração da
§ 4º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 necessidade da medida, o alcance das tarefas dos
(seis) meses, sem prejuízo de eventuais renovações, agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos
mediante ordem judicial fundamentada e desde que das pessoas investigadas e o local da infiltração.
o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e Parágrafo único. Os órgãos de registro e cadastro
seja comprovada sua necessidade. (Incluído pela público poderão incluir nos bancos de dados
Lei nº 13.964, de 2019) próprios, mediante procedimento sigiloso e
§ 5º Findo o prazo previsto no § 4º deste artigo, o requisição da autoridade judicial, as informações
relatório circunstanciado, juntamente com todos os necessárias à efetividade da identidade fictícia
atos eletrônicos praticados durante a operação, criada, nos casos de infiltração de agentes na
deverão ser registrados, gravados, armazenados e internet. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
apresentados ao juiz competente, que Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente
imediatamente cientificará o Ministério Público. distribuído, de forma a não conter informações que
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) possam indicar a operação a ser efetivada ou
§ 6º No curso do inquérito policial, o delegado de identificar o agente que será infiltrado.
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o § 1º As informações quanto à necessidade da
Ministério Público e o juiz competente poderão operação de infiltração serão dirigidas diretamente
requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24
de infiltração. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (vinte e quatro) horas, após manifestação do
§ 7º É nula a prova obtida sem a observância do Ministério Público na hipótese de representação do
disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas
de 2019) necessárias para o êxito das investigações e a
Art. 10-B. As informações da operação de infiltração segurança do agente infiltrado.
serão encaminhadas diretamente ao juiz § 2º Os autos contendo as informações da operação
responsável pela autorização da medida, que zelará de infiltração acompanharão a denúncia do
por seu sigilo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Ministério Público, quando serão disponibilizados à
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o defesa, assegurando-se a preservação da identidade
acesso aos autos será reservado ao juiz, ao do agente.
Ministério Público e ao delegado de polícia § 3º Havendo indícios seguros de que o agente
responsável pela operação, com o objetivo de infiltrado sofre risco iminente, a operação será
garantir o sigilo das investigações. (Incluído pela sustada mediante requisição do Ministério Público
Lei nº 13.964, de 2019) ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata
Art. 10-C. Não comete crime o policial que oculta a ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial.
sua identidade para, por meio da internet, colher Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação,
indícios de autoria e materialidade dos crimes a devida proporcionalidade com a finalidade da
previstos no Art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº investigação, responderá pelos excessos praticados.
13.964, de 2019) Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado
deixar de observar a estrita finalidade da no curso da investigação, quando inexigível conduta
investigação responderá pelos excessos praticados. diversa.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 14. São direitos do agente:
Art. 10-D. Concluída a investigação, todos os atos I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
eletrônicos praticados durante a operação deverão II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que
ser registrados, gravados, armazenados e couber, o disposto no Art. 9º da Lei nº 9.807, de 13
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, de julho de 1999, bem como usufruir das medidas de
juntamente com relatório circunstanciado. proteção a testemunhas;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados voz e demais informações pessoais preservadas
citados no caput deste artigo serão reunidos em durante a investigação e o processo criminal, salvo
autos apartados e apensados ao processo criminal se houver decisão judicial em contrário;
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se
a preservação da identidade do agente policial
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IV - não ter sua identidade revelada, nem ser Penal), observado o disposto no Parágrafo único
fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, deste artigo.
sem sua prévia autorização por escrito. Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser
Seção IV encerrada em prazo razoável, o qual não poderá
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu
Documentos e Informações estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público decisão fundamentada, devidamente motivada pela
terão acesso, independentemente de autorização complexidade da causa ou por fato procrastinatório
judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado atribuível ao réu.
que informem exclusivamente a qualificação Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser
pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça decretado pela autoridade judicial competente, para
Eleitoral, empresas telefônicas, instituições garantia da celeridade e da eficácia das diligências
financeiras, provedores de internet e investigatórias, assegurando-se ao defensor, no
administradoras de cartão de crédito. interesse do representado, amplo acesso aos
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, elementos de prova que digam respeito ao exercício
pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e do direito de defesa, devidamente precedido de
permanente do juiz, do Ministério Público ou do autorização judicial, ressalvados os referentes às
delegado de polícia aos bancos de dados de reservas diligências em andamento.
e registro de viagens. Parágrafo único. Determinado o depoimento do
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel investigado, seu defensor terá assegurada a prévia
manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição vista dos autos, ainda que classificados como
das autoridades mencionadas no Art. 15, registros sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que
de identificação dos números dos terminais de antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério
origem e de destino das ligações telefônicas da autoridade responsável pela investigação.
internacionais, interurbanas e locais. Art. 24. O Art. 288 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
Seção V dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na com a seguinte redação:
Obtenção da Prova “ Associação Criminosa
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas,
colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: para o fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se
colaboração com a Justiça, a prática de infração a associação é armada ou se houver a participação
penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar de criança ou adolescente.” (NR)
informações sobre a estrutura de organização Art. 25. O Art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
criminosa que sabe inverídicas: dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. com a seguinte redação:
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das “Art. 342.
investigações que envolvam a ação controlada e a ...................................................................................
infiltração de agentes: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. multa.
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, ....................................................................................
registros, documentos e informações requisitadas ..............” (NR)
pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, Art. 26. Revoga-se a Lei nº 9.034, de 3 de maio de
no curso de investigação ou do processo: 1995.
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45
multa. (quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de Brasília, 2 de agosto de 2013; 192º da Independência
forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz e 125º da República.
uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei. DILMA ROUSSEFF
CAPÍTULO III José Eduardo Cardozo
DISPOSIÇÕES FINAIS Este texto não substitui o publicado no DOU de
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações 5.8.2013 - Edição extra
penais conexas serão apurados mediante
procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº
3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo
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com o Gabinete Integrado de Segurança Pública da operacional e avaliação de riscos, podendo ser
PMMG; incluídas no planejamento anual de atividades;
III – encarregar-se e promover permanente VI – notificar a Sejusp e a CGE, sob pena de
integração no relacionamento da Sejusp com a responsabilidade solidária, sobre irregularidade ou
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais – ilegalidade de que tomar conhecimento e cuja
ALMG e com os demais órgãos e entidades da providência não foi adotada no âmbito da Sejusp;
Administração Pública federal, estadual e municipal; VII – comunicar ao Secretário da Sejusp e ao
IV – coordenar e executar atividades de atendimento Controlador- Geral do Estado a sonegação de
ao público e às autoridades; informações ou a ocorrência de situação que limite
V – providenciar o suporte imediato na organização ou impeça a execução das atividades sob sua
das atividades administrativas no seu âmbito de responsabilidade;
competências; VIII – assessorar o Secretário da Sejusp nas matérias
VI – identificar e divulgar oportunidades de captação de auditoria, correição administrativa, transparência
de recursos, de acordo com o rol de projetos e promoção da integridade;
mantidos pela Assessoria Estratégica; IX – executar as atividades de auditoria, com vistas a
VII – promover relação institucional para atração dos agregar valor à gestão e otimizar a eficácia dos
recursos financeiros provenientes de emendas processos de gerenciamento de riscos, controle
federais ou estaduais; interno e governança e acompanhar a gestão
VIII – realizar a validação e monitorar a execução das contábil, financeira, orçamentária, operacional e
emendas referentes ao inciso anterior, de forma patrimonial da entidade;
integrada com as áreas da Sejusp; X – elaborar relatório de avaliação das contas anuais
IX – autorizar a utilização de veículos oficiais, de exercício financeiro das unidades orçamentárias
alocados no âmbito da Sejusp, com a finalidade de sob a gestão do órgão, assim como relatório e
deslocamento em trajeto pré-definido; certificado conclusivos das apurações realizadas em
X – acompanhar o desenvolvimento das atividades autos de tomada de contas especial, observadas as
de comunicação social da Sejusp. exigências e normas expedidas pelo Tribunal de
Parágrafo único – A autorização a que se refere o Contas do Estado de Minas Gerais – TCEMG;
inciso IX deverá observar, concomitantemente, o ato XI – executar atividades de fiscalização, em apoio à
normativo regulamentar emanado pelo Secretário, a CGE, para suprir omissões ou lacunas de informações
necessidade de motivação expressa, prévia e e apurar a legalidade, a legitimidade e a
excepcional, a comprovação da necessidade economicidade de programas públicos, objetivos e
relacionada ao serviço público e por período de metas previstos nos instrumentos de planejamento;
tempo determinado. XII – avaliar a adequação de procedimentos
Art. 6º – A Controladoria Setorial, unidade de licitatórios, de contratos e a aplicação de recursos
execução da Controladoria-Geral do Estado – CGE, à públicos às normas legais e regulamentares, com
qual se subordina tecnicamente, tem como base em critérios de materialidade, risco e
competência promover, no âmbito da Sejusp, as relevância;
atividades relativas à defesa do patrimônio público, XIII – expedir recomendações para prevenir a
ao controle interno, à auditoria, à correição ocorrência ou sanar irregularidades apuradas em
administrativa, ao incremento da transparência, do atividades de auditoria e fiscalização, bem como
acesso à informação e ao fortalecimento da monitorá-las;
integridade e da democracia participativa, com XIV – sugerir a instauração de sindicâncias e
atribuições de: processos administrativos disciplinares para
I – exercer, em caráter permanente, as funções apuração de responsabilidade;
estabelecidas no caput, mediante diretrizes, XV – coordenar, gerenciar e acompanhar a instrução
parâmetros, normas e técnicas estabelecidos pela de sindicâncias administrativas e processos
CGE; administrativos disciplinares;
II – elaborar e executar o planejamento anual de suas XVI – solicitar servidores para participarem de
atividades; comissões sindicantes e processantes;
III – fornecer subsídios para o aperfeiçoamento de XVII – acompanhar, avaliar e fazer cumprir as
normas e procedimentos que visem a garantir a diretrizes das políticas públicas de transparência e de
efetividade do controle interno; integridade;
IV – consolidar dados, subsidiar o acesso, produzir e XVIII – disseminar e implementar as normas e
prestar todas as informações solicitadas pela CGE; diretrizes de prevenção à corrupção desenvolvidas
V – apurar denúncias, de acordo com suas pela CGE.
competências institucionais, capacidade técnica
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incidência de crimes, contravenções, atos métodos no âmbito das temáticas referentes à área
infracionais e demais eventos de interesse de de justiça, segurança pública e defesa social são
segurança pública e defesa social, das políticas de objetivos a serem observados.
prevenção social à criminalidade, dos sistemas Art. 12 – A Diretoria de Informações de Segurança
prisional e socioeducativo da Sejusp e dos demais Pública tem como competência produzir, gerenciar
órgãos de segurança pública e estruturas de defesa informações e promover a análise de dados
social; referentes à segurança pública, com atribuições de:
II – coordenar a gestão colegiada das bases de dados I – produzir informações gerenciais e monitorar
oficiais do Sistema Integrado de Defesa Social e da indicadores e tendências sobre a incidência de
Sejusp, atuando de forma articulada com a crimes, contravenções, atos infracionais e demais
Superintendência de Tecnologia da Informação e eventos de interesse da segurança pública por meio
Comunicação em relação ao conteúdo, a de estudos e relatórios estatísticos e analíticos;
implantação, a manutenção, o desempenho e o II – atuar para a melhoria contínua da qualidade,
desenvolvimento de sistemas de informação; confiabilidade, precisão, objetividade e utilidade das
III – gerenciar a produção e a publicação das informações contidas nas bases de dados de
informações oficiais da Sejusp, de maneira integrada segurança pública;
com a Assessoria de Comunicação Social, visando III – realizar auditorias, emitir diretrizes e
aumentar a transparência e instrumentalização do orientações para o aperfeiçoamento de processos,
controle social, observados os princípios e restrições formulários e bases de dados de segurança pública.
estabelecidos pela Lei Federal nº 12.527, de 18 de Art. 13 – A Diretoria de Informações de Justiça tem
novembro de 2011, pelo Decreto nº 45.969, de 24 de como competência produzir, gerenciar informações
maio de 2012, e pela Lei Federal nº 13.709, de 14 de e promover a análise de dados referentes aos
agosto de 2018; sistemas prisional e socioeducativo, com atribuições
IV – gerenciar, conforme resolução específica da de:
Sejusp, o atendimento dos pedidos de pesquisas I – produzir informações gerenciais e monitorar
acadêmicas destinados a Sejusp, observados os indicadores e tendências sobre os sistemas prisional
princípios e restrições estabelecidos pela Lei Federal e socioeducativo por meio de estudos e relatórios
nº 12.527, de 2011, pelo Decreto nº 45.969, de 2012, estatísticos e analíticos;
e pela Lei Federal nº 13.709, de 2018, bem como II – atuar para a melhoria contínua da qualidade,
orientar quanto à qualidade deste atendimento confiabilidade, precisão, objetividade e utilidade das
mediante fomento de cursos, disponibilização de informações contidas nas bases de dados dos
manuais e definição de fluxos internos; sistemas prisional e socioeducativo;
V – coordenar uma rede de conhecimento na área de III – realizar auditorias e emitir diretrizes e
justiça, segurança pública e defesa social por meio da orientações para o aperfeiçoamento de processos,
construção de parcerias com órgãos da formulários e base de dados dos sistemas prisional e
Administração Pública, instituições de ensino socioeducativo.
superior, entidades da sociedade civil e organizações Art. 14 – A Superintendência de Inteligência e
privadas para produção e compartilhamento de Integração da Informação tem como competência
informações, observados os princípios e restrições promover a integração das atividades de inteligência
estabelecidos pela Lei Federal nº 12.527, de 2011, de segurança pública e viabilizar a estruturação de
pelo Decreto nº 45.969, de 2012, e pela Lei Federal um sistema estadual de inteligência de segurança
nº 13.709, de 2018; pública em consonância com a legislação aplicável ao
VI – gerenciar, conforme resolução específica da Sistema Brasileiro de Inteligência – Sisbin, ao
Sejusp, o atendimento dos pedidos oriundos do Subsistema de Inteligência de Segurança Pública –
portal da transparência do Estado e destinados a Sisp e ao Susp.
esse órgão por meio do sistema e-Sic, junto à CGE, Art. 15 – A Diretoria de Inteligência tem como
bem como orientar quanto a qualidade deste competência realizar ações especializadas para a
atendimento; produção de conhecimentos necessários para
VII – coordenar o Centro Integrado de Informações prever, prevenir e reprimir atos delituosos de
de Defesa Social ou equivalente, presidindo o qualquer natureza ou relativos a outros temas de
Colegiado Técnico Operativo, operacionalizando sua interesse da segurança pública e da defesa social.
seção administrativa. Art. 16 – A Diretoria de Contrainteligência tem como
Parágrafo único – Para efeito do disposto no inciso V competência prevenir, detectar, obstruir e
deste artigo, o compartilhamento de bases de dados, neutralizar atividades adversas, com vistas a
a colaboração na realização de estudos e pesquisas e salvaguardar dados, informações e conhecimentos
a disseminação de conhecimentos, experiências e
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VI – solicitar diagnósticos sobre a alocação dos foros de diálogo entre a sociedade civil e os setores
recursos financeiros, logísticos, humanos e de de segurança pública, com o objetivo de reduzir os
infraestrutura das estruturas integradas com o índices de criminalidade, contravenções, atos
objetivo de otimizar e elevar a eficiência e a infracionais e demais eventos de interesse de
qualidade do gasto público; segurança pública e defesa social, com atribuições
VII – solicitar dados relativos às atividades de:
operacionais das instituições que compõem o I – promover a implantação e o funcionamento dos
sistema de segurança pública e estruturas de defesa Conselhos Regionais e Municipais de segurança
social para a realização de diagnósticos com o pública e defesa social com o objetivo de promover
objetivo de fortalecer a atuação operacional a efetividade das ações de base local;
integrada dos órgãos; II – prover apoio técnico à formulação,
VIII – propor e solicitar a alocação e a realocação de implementação e avaliação dos planos regionais e
recursos financeiros, de infraestrutura, logísticos e municipais de segurança pública e defesa social, de
humanos das estruturas integradas com vistas ao acordo com a política estadual, de maneira integrada
alcance da estratégia governamental e observando o com a Superintendência do Observatório de
papel de coordenação e controle atinentes à Sejusp; Segurança Pública;
IX – coordenar ações visando garantir as diretrizes de III – fomentar e dinamizar o planejamento integrado
integração, assegurando o planejamento e a de ações operacionais com foco na obtenção de
implementação das estratégias pautadas pela resultados otimizados em segurança pública;
integração geográfica coincidente, gestão das IV – propor e apoiar a abertura de canais
estruturas integradas; permanentes de diálogo entre os órgãos estratégicos
X – coordenar e supervisionar a seção de suporte, e operacionais do Susp, o sistema de justiça criminal
provendo a infraestrutura e os serviços de suporte nas esferas municipal, estadual e federal e de outros
aos usuários no Centro Integrado de Comando e atores que possam contribuir com a solução de
Controle – CICC, Disque Denúncia Unificado – DDU, problemas de incidência de crimes, violências e
no Centro Integrado de Atendimento e Despacho – acidentes, de maneira integrada com as diretorias da
Ciad e no Central de Bloqueio de Celulares – CBLOC Superintendência do Observatório de Segurança
do Estado de Minas Gerais, de maneira integrada à Pública;
Superintendência de Tecnologia da Informação e V – propor e apoiar ações de capacitação para órgãos
Comunicação; estratégicos e operacionais do Susp e o sistema de
XI – presidir e coordenar o Colegiado Técnico- justiça criminal nas esferas municipal, estadual e
Operativo do Ciad, do DDU e do CICC. federal, além de outros atores que possam contribuir
Art. 22 – A Diretoria de Gestão de Processos tem com a solução de problemas de incidência de crimes,
como competência coordenar, orientar e fiscalizar a contravenções, atos infracionais e demais eventos
gestão administrativa visando garantir a eficiência de interesse de segurança pública e defesa social, de
dos processos relacionados ao funcionamento da maneira integrada com as respectivas diretorias da
integração, com atribuições de: Superintendência Educacional de Segurança Pública;
I – indicar e acompanhar a manutenção e a VI – apoiar as instituições policiais no que tange às
modernização da estrutura física e do políticas de policiamento comunitário no Estado,
funcionamento operacional e administrativo das zelando pela atuação integrada dos órgãos
estruturas integradas, sendo o representante da operacionais do Susp;
Sejusp na comissão de gestão desses espaços; VII – propor ações operacionais integradas com os
II – gerir e fiscalizar as transferências voluntárias de órgãos de segurança pública e demais instituições,
recursos, convênios, emendas parlamentares e com o objetivo de combater as modalidades
instrumentos congêneres relacionados à temática de específicas de criminalidade e violências priorizadas
integração na segurança pública; pela política estadual de segurança pública e defesa
III – emitir parecer técnico quanto às emendas social;
parlamentares relacionadas à temática de VIII – coordenar e elaborar as ações, protocolos e
integração na segurança pública no Estado; acordos de cooperações integrados, com o objetivo
IV – acompanhar a gestão e fiscalização de contratos de melhorar as ações operacionais dos órgãos de
específicos que tenham como órgão beneficiário as segurança pública e estruturas de defesa social;
estruturas integradas. IX – coordenar a câmara permanente de atualização
Art. 23 – A Diretoria de Planejamento Integrado tem e revisão das Diretrizes Integradas de Ações e
como competência promover, apoiar e articular, de Operações;
forma integrada, os planos de ações operacionais X – coordenar a comissão de articulação territorial
entre os órgãos de segurança pública, promover analisando e propondo alterações nas delimitações
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das áreas integradas de segurança pública com a aos participantes, espectadores e demais partes
finalidade de melhorar os resultados de combate à interessadas;
criminalidade, garantindo a integração geográfica V – coordenar e apoiar ações integradas
coincidente entre os órgãos de segurança pública, da operacionais complexas de segurança pública e
defesa social e do sistema de justiça criminal, de defesa social, mobilidade e defesa civil em casos de
forma integrada com as respectivas diretorias da crises e catástrofes, com ênfase no pronto
Superintendência do Observatório de Segurança atendimento às vítimas e à redução das perdas e
Pública; danos, de acordo com orientações do Gabinete de
XI – coordenar e articular, junto aos órgãos de Gerenciamento de Crises;
segurança pública, a integração de ações preventivas VI – coordenar a execução das ações em operações
e repressivas no trânsito, referentes às ações de integradas, planejadas no âmbito do sistema
combate à alcoolemia, com objetivo de promover e integrado de comando e controle;
fortalecer a campanha Sou Pela Vida, Dirijo Sem VII – promover respostas às crises nos casos de grave
Bebida reduzindo a violência; perturbação da ordem pública, desastres e outros
XII – coordenar a articulação operacional dos órgãos eventos extraordinários que exijam decisões
responsáveis no âmbito da Comissão de coordenadas dos órgãos de segurança pública e
Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos defesa social, observadas as determinações do
e Culturais – Comoveec e em eventos de impacto Gabinete de Gerenciamento de Crises;
relevantes; VIII – monitorar a execução das ações operacionais
XIII – coordenar, como representante da Sejusp, o no âmbito das unidades que compõe o sistema
funcionamento dos Centros Integrados de Segurança integrado de segurança pública e defesa social, com
Pública. objetivo de integrar, promover, otimizar os esforços
Art. 24 – A Diretoria do Centro Integrado de e a qualidade dos serviços prestados;
Comando e Controle tem como competência IX – monitorar a alocação dos recursos voltados para
coordenar, monitorar e apoiar, de forma integrada, o atendimento de emergência e propor melhorias
as ações de segurança pública e defesa social, com o objetivo de aperfeiçoar o serviço prestado à
mobilidade, defesa civil, gestão de crises e grandes população;
eventos, em parceria com demais centros de X – solicitar informações das estruturas integradas,
operação, centros de atendimento e despacho, táticas e estratégicas com objetivo de avaliar seu
atendimento de denúncias anônimas, centros de desempenho e alinhamento com a estratégia
informações, centros de inteligência e demais órgãos governamental;
e instituições interessadas, com atribuições de: XI – desenvolver e implementar a metodologia de
I – articular parcerias com órgãos de segurança avaliação do desempenho das estruturas integradas
pública e defesa social, mobilidade, defesa civil e com o objetivo de otimizar e elevar a eficiência, em
outros que forem identificados como relevantes, conjunto com os órgãos de segurança pública e
com objetivo de executar programas, projetos e defesa social;
ações de integração operacional de comando e XII – monitorar a metodologia de gestão operacional
controle; integrada dos órgãos de segurança pública e defesa
II – fomentar a integração de sistemas de dados, voz social, com objetivo de solucionar problemas de
e imagens com os demais centros de operação, criminalidade, contravenções, atos infracionais e
centros de atendimento e despacho, centros de demais eventos de interesse de segurança pública e
informações e centros de inteligência e outras defesa social;
instituições interessadas com objetivo de ampliar as XIII – propor, desenvolver e implementar relatórios,
informações para a tomada de decisões, geração de diagnósticos e indicadores, de maneira integrada
conhecimento e comando e controle, de forma com a Superintendência do Observatório de
integrada com as diretorias da Superintendência de Segurança Pública e Assessoria Estratégica, voltados
Tecnologia da Informação e Comunicação; para monitorar as atividades operacionais e
III – executar protocolos de integração operacional promover a melhoria de sua qualidade, eficiência e
com órgãos e instituições, com objetivo de efetividade;
padronizar as ações em operações integradas, com XIV – articular a integração entre as instituições que
envolvimento de agências de segurança pública, compõem o Ciad e o DDU;
mobilidade e defesa civil, de forma composta com a Art. 25 – As Unidades Prediais Integradas de Região
Diretoria Planejamento Integrado; Integrada de Segurança Pública e Área Integrada de
IV – monitorar as ações de segurança pública e Segurança Pública são classificadas da seguinte
defesa social, mobilidade e defesa civil dos grandes forma:
eventos, com objetivo de promover maior segurança I – Unidades Prediais Integradas:
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Art. 59 – A Diretoria de Atenção à Saúde do Servidor construção, manutenção e melhoria das unidades da
tem como competência atender às demandas dos rede física da Sejusp, com atribuições de:
servidores da Sejusp, por meio da promoção, I – prestar assistência técnica na área de
proteção, vigilância, prevenção e redução de planejamento e manutenção das unidades da
agravos, com atribuições de: Sejusp;
I – atuar na assistência à saúde do servidor, II – proceder à vistoria técnica para recebimento
buscando parcerias para ampliação da rede de provisório ou definitivo de imóvel destinado à
cuidados e tratamentos; execução das políticas da Sejusp;
II – desenvolver e monitorar projetos, intervenções III – vistoriar e avaliar tecnicamente imóveis
e campanhas de promoção da saúde e qualidade de destinados à implantação de novas unidades físicas;
vida no trabalho; IV – elaborar, coordenar e acompanhar projetos e
III – acolher e orientar servidores envolvidos em layouts, direta ou indiretamente, para a construção,
eventos biopsicossociais, bem como seus familiares reforma, ampliação e melhoria das unidades da
quando couber; Sejusp, com o objetivo de garantir as características
IV – acompanhar e auxiliar o planejamento e construtivas e de segurança estabelecidas em
implementação das ações de segurança e saúde legislação específica;
ocupacional, em conjunto com a Seplag; V – definir diretrizes para elaboração dos projetos-
V – orientar e acompanhar os servidores ocupantes padrão, bem como desenvolver estudos e efetuar os
de vagas reservadas a pessoas com deficiência, bem ajustes necessários;
como seus gestores; VI – analisar, propor alterações e aprovar os projetos
VI – prevenir e enfrentar o assédio moral, conforme básicos, incluindo os projetos arquitetônicos das
legislação vigente; unidades a serem construídas em parceria, mediante
VII – atuar no processo de preparação para a convênio ou acordo de cooperação técnica, com
aposentadoria. instituições públicas ou privadas;
Art. 60 – A Superintendência de Infraestrutura e VII – avaliar, acompanhar e fiscalizar a execução
Logística tem como competência propiciar o apoio física e financeira das obras e serviços contratados
administrativo e logístico às unidades da Sejusp, com por esta Diretoria, ou por meio de convênios e
ações voltadas à infraestrutura predial, frota, acordo de cooperação técnica, celebrados por esta
transporte, serviços gerais, compras públicas, Secretaria com terceiro;
material e patrimônio, com atribuições de: VIII – analisar a viabilidade de execução de projetos
I – coordenar e orientar a execução direta ou indireta básicos, relativos à utilização de verbas de penas
dos projetos de infraestrutura, bem como das obras pecuniárias;
de construção, reforma, ampliação, manutenção e IX – supervisionar, acompanhar e fiscalizar as obras
melhorias das edificações da rede física da Sejusp; e os serviços sob a responsabilidade do
II – coordenar o planejamento e a execução das Departamento de Edificações e Estradas de
atividades direcionadas à frota da Sejusp, com ações Rodagem de Minas Gerais e a execução dos
voltadas a conservação, guarda, abastecimento e contratos de obras;
manutenção de veículos; X – instruir os procedimentos de compra,
III – coordenar os procedimentos referentes à gestão prorrogações, acréscimos e supressões contratuais,
de material e patrimônio; concernentes a infraestrutura.
IV – coordenar os procedimentos de compras de Art. 62 – A Diretoria de Transportes e Serviços Gerais
materiais, insumos e contratação de serviços; tem como competência gerenciar as atividades
V – planejar, coordenar, orientar e executar as relativas às ações de transportes e serviços gerais,
atividades de gestão de compras públicas, gestão com atribuições de:
logística e patrimonial; I – planejar, orientar e supervisionar as atividades de
VI – promover a gestão de documentos de projetos frota e transporte, com ações relativas à aquisição,
e obras, logística, serviços gerais, compras públicas, distribuição, remanejamento, locação, conservação,
material e patrimônio afetos a esta guarda, abastecimento e manutenção de veículos;
superintendência. II – planejar, orientar e executar as atividades de
Parágrafo único – As atribuições conferidas à serviços gerais, com vistas à execução de serviços
Superintendência de Infraestrutura e Logística serão comuns da Sejusp, ressalvadas os serviços
subsidiadas, no que couber, por informações específicos de cada área;
advindas de área demandante externa à Sulot. III – apoiar e orientar a elaboração de termos de
Art. 61 – A Diretoria de Infraestrutura tem como referência para a contratação de serviços, junto às
competência coordenar, controlar e executar, direta áreas correlatas.
ou indiretamente, as atividades de reforma,
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XVII – participar das atividades necessárias à V – prevenir, por meio de protocolos e capacitação
integração dos órgãos afetos às temáticas de dos servidores, a ocorrência de fatos que interfiram
Segurança Pública; na rotina das unidades administrativas e
XVIII – participar da Câmara de Diretriz Integrada de operacionais do Depen-MG;
Ação e Operação e comissões de modernização VI – estabelecer diretrizes de treinamento das
operacional do Sistema Integrado de Defesa Social; atividades operacionais nas Unidades Prisionais;
XIX – integrar o CICC, visando o compartilhamento VII – propor diretrizes para utilização de mecanismos
de informações, acesso aos diferentes sistemas de envolvendo logística e tecnologia para a área de
segurança e auxílio mútuo às intervenções segurança do Depen-MG;
qualificadas em relação ao Sistema Estadual de VIII – planejar, definir e emanar diretrizes de maneira
Defesa Social e Segurança Pública; integrada e sob orientação da Sulot, quanto à
XX – regular a utilização de veículos oficiais, alocados aquisição e distribuição dos materiais bélicos,
no âmbito do Depen-MG, observados os requisitos equipamentos de segurança e veículos operacionais;
contidos no inciso IX e no Parágrafo único do Art. 5º; IX – coordenar o processo de definição de
XXI – realizar ações preventivas, escolta e segurança quantitativo e distribuição dos agentes do Depen-
de autoridades do sistema prisional, quando MG para a realização das atividades de segurança
comprovadamente necessárias, de forma a prevenir interna e externa das Unidades Prisionais e a escolta
e inibir atos que atentem contra o sistema prisional dos IPL;
e os seus integrantes; X – gerenciar o emprego dos recursos materiais e
XXII – cooperar com os órgãos de segurança pública humanos e a movimentação das equipes do Depen-
na recaptura de IPL, com recursos humanos, MG;
materiais e tecnológicos; XI – manter articulação com a Suint, visando o
XXIII – promover em conjunto com a Sulot medidas, intercâmbio de informações e a realização de ações
programas e ações de prevenção e preservação da integradas na área de segurança prisional, com os
higidez física e psicológica dos servidores do Depen- demais órgãos e entidades do Poder Executivo
MG; afetos à Segurança Pública;
XXIV – promover medidas de prevenção e realizar XII – planejar e coordenar as intervenções de
apoio operacional às unidades do Depen-MG em segurança nas Unidades Prisionais;
caso de desvios de condutas de servidores; XIII – fiscalizar, acompanhar e gerenciar as atividades
XXV – realizar levantamentos, elaborar estudos e das unidades administrativas e operacionais, no
propor protocolos ou diretrizes em relação ao âmbito desta superintendência;
Depen-MG; XIV – gerenciar e supervisionar o cumprimento das
XXVI – homologar os planejamentos operacionais medidas de coordenação e controle das Unidades
regionais. Prisionais;
§ 1º – A custódia dos presos militares e policiais civis XV – coordenar e supervisionar a atuação das
do Estado, obedecerá à normatização específica. equipes da superintendência que atuam de maneira
§ 2º – As vagas das unidades de custódia dos presos integrada com outros órgãos do Sistema de
militares e policiais civis do Estado, devem ser Segurança Pública e Justiça;
informadas e geridas no sistema informatizado de XVI – propor normas, diretrizes e mecanismos de
gestão prisional do Estado. controle das atividades de segurança interna e
Art. 66 – A Superintendência de Segurança Prisional externa das Unidades Prisionais.
tem como competência gerir a segurança interna e Art. 67 – A Diretoria de Segurança Interna tem como
externa nas Unidades Prisionais e a escolta dos IPL, competência coordenar, orientar, fiscalizar os
com atribuições de: procedimentos de segurança interna das unidades
I – proporcionar as condições de segurança para a administrativas e operacionais, com atribuições de:
aplicação da legislação e das diretrizes vigentes I – coletar, processar e qualificar as informações dos
referentes à administração da execução penal e ao eventos de segurança ocorridos em atividades
atendimento dos IPL; internas às Unidades Prisionais;
II – propor, em conjunto com a Sulot, as diretrizes II – monitorar os eventos de segurança ocorridos nas
para a construção, ampliação e manutenção das Unidades Prisionais e promover ações preventivas;
Unidades Prisionais; III – coordenar e fiscalizar as atividades dos canis das
III – propor as atividades de movimentação dos Unidades Prisionais e do canil central;
agentes do Depen-MG nas unidades administrativas IV – coordenar e fiscalizar as atividades de
e operacionais do sistema prisional; intervenção e atuação dos Grupos de Intervenção
IV – promover a manutenção da ordem nas Unidades Rápida;
Prisionais gerenciadas pelo Depen-MG;
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Art. 75 – A Diretoria de Saúde e Psicossocial tem VIII – orientar as Unidades Prisionais quanto às
como competência coordenar, orientar e fiscalizar as rotinas de trabalho na área de assistência jurídica,
atividades relativas à assistência à saúde dos IPL bem como quanto à classificação jurídica dos IPL a
reclusos nas Unidades Prisionais, com atribuições de: ser lançada nos sistemas de informação pertinentes;
I – orientar e fiscalizar as Unidades Prisionais quanto IX – orientar e assessorar as Unidades Prisionais em
as ações de assistência à saúde dos IPL; relação às pesquisas sobre impedimento e benefícios
II – articular com os demais órgãos públicos a na execução penal dos IPL.
regularização e obtenção de documentação civil dos Art. 77 – A Diretoria de Classificação Técnica tem
IPL; como competência coordenar, orientar e fiscalizar as
III – propor ações de atenção básica em saúde, no atividades das Comissões Técnicas de Classificação,
âmbito individual e coletivo, que contemplem a com atribuições de:
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de I – implantar a Comissão Técnica de Classificação em
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação todas as Unidades Prisionais que disponham dos
e a redução de danos, buscando o cumprimento das profissionais previstos em normas e legislações
programações individualizadas para cada IPL vigentes;
sugeridas nos exames classificatórios e II – definir os critérios para a elaboração do Plano
criminológicos; Individualizado de Ressocialização –PIR e fiscalizar a
IV – articular com órgãos e entidades da sua execução nas Unidades Prisionais;
Administração Pública, instituições privadas e do III – orientar as Unidades Prisionais quanto às rotinas
terceiro setor, visando o estabelecimento de de trabalho referentes as Comissões Técnicas de
parcerias para a promoção da saúdes dos IPL; Classificação e respectivo lançamento de dados nos
V – coletar, processar e qualificar as informações sistemas de informação pertinentes;
relativas as atividades de assistência à saúde dos IPL IV – articular junto ao Poder Judiciário a emissão do
reclusos nas Unidades Prisionais; PIR, em substituição ao exame criminológico,
VI – orientar e fiscalizar as Unidades Prisionais quando couber;
quanto aos procedimentos relativos ao V – coletar, processar e qualificar as informações
acompanhamento social, atendimento clínico e relativas às atividades das Comissões Técnicas de
terapêutico dos IPL; Classificação;
VII – orientar e fiscalizar as Unidades Prisionais VI – garantir a avaliação dos IPL e a emissão do PIR
quanto à alimentação de sistemas de informação nas Unidades Prisionais que não dispuserem de
com dados das atividades de acompanhamento Comissão Técnica de Classificação implantada.
social e atendimento clínico, terapêutico e hospitalar Art. 78 – A Diretoria de Assistência à Família tem
dos IPL, no âmbito do Depen-MG ou de sistemas de como competência executar, coordenar, orientar e
informação de outros órgãos. fiscalizar as atividades de assistência à família dos
Art. 76 – A Diretoria de Articulação e Atendimento IPL, com atribuições de:
Jurídico tem como competência coordenar, orientar I – orientar e fiscalizar as Unidades Prisionais quanto
e fiscalizar as atividades relativas à assistência à realização do credenciamento e cadastramento
jurídica prestada aos IPL, com atribuições de: dos agendamentos para visita social, visita social
I – auxiliar e orientar as Unidades Prisionais quanto assistida e visita íntima aos IPL;
ao atendimento e acompanhamento jurídico dos IPL; II – orientar e fiscalizar as Unidades Prisionais quanto
II – coordenar os trabalhos de assistência jurídica aos ao fornecimento dos atestados carcerários para fins
IPL, através das estruturas de pessoal do Depen-MG; de remição e de auxílio reclusão;
III – articular junto às entidades da Administração III – executar ações de assistência à família dos IPL;
Pública, instituições privadas ou sociedade civil IV – propor a elaboração de parcerias com órgãos e
organizada a assistência jurídica aos IPL; entidades da Administração Pública e com
IV – propor o desenvolvimento de ações que instituições privadas, visando à expansão e melhoria
propiciem a melhoria dos atendimentos jurídicos aos das atividades de atendimento e assistência à família
IPL; dos IPL;
V – coletar, processar e qualificar as informações V – atuar, de maneira integrada com a
relativas as atividades de assistência jurídica Superintendência de Segurança Prisional, buscando
prestada aos IPL; que a visitação aos IPL ocorra em ambiente seguro,
VI – coordenar as atividades dos conselhos salubre e digno;
disciplinares das Unidades Prisionais; VI – coletar, processar e qualificar as informações
VII – julgar em grau de recurso as decisões proferidas relativas as atividades de assistência à família dos
nos procedimentos administrativos disciplinares dos IPL.
IPL;
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I – realizar a intervenção tática nas Unidades XII – articular e de maneira integrada com a
Prisionais nos casos de crises ou eventos que Superintendências Regionais de Educação,
ameacem a ordem no sistema prisional; Instituições de Ensino públicas e privadas e
II – realizar as operações de escolta de IPL locais, entidades do terceiro setor parcerias para
intermunicipais e interestaduais; desenvolvimento de projetos de ensino,
III – apoiar as inspeções nas Unidades Prisionais; profissionalização, certificação, culturais e
IV – realizar a segurança de servidores do sistema esportivos no âmbito de sua região;
prisional e das respectivas instalações; XIII – supervisionar no âmbito de sua região os
V – realizar atividades de prevenção em relação aos trabalhos de inteligência prisional, conforme
atos que atentem contra o sistema prisional e seus diretrizes da Assessoria de Informação e Inteligência
integrantes, priorizando operações preventivas de e em articulação com os setores de inteligência dos
patrulhamento nas Unidades Prisionais e seu órgãos de segurança pública e justiça criminal;
entorno imediato; XIV – articular, fomentar e propor parcerias de
VI – coletar, processar e qualificar as informações trabalho para a absorção da mão de obra dos IPL,
relativas aos eventos de grande complexidade ou junto às instituições públicas e privadas e entidades
alto risco. do terceiro setor;
Art. 82 – As Diretorias Regionais têm como XV – coletar, processar e qualificar as informações
competência gerir em nível estratégico relativas ao relativas ao sistema prisional no âmbito de sua
sistema prisional no âmbito das áreas territoriais de região;
sua responsabilidade, com atribuições de: XVI – supervisionar e atuar de forma integrada e sob
I – elaborar o planejamento regional para emprego as diretrizes da Controladoria Setorial nas ações
operacional no âmbito de sua região; correcionais no âmbito de sua região;
II – elaborar, acompanhar, avaliar e fiscalizar o XVII – prestar apoio logístico e operacional as demais
desenvolvimento de todos os programas e projetos regiões;
relativos à custódia e ressocialização dos IPL no XVIII – intervir operacionalmente nas Unidades
âmbito de sua região; Prisionais no âmbito de sua região ou,
III – coletar, processar e qualificar as informações excepcionalmente, nas demais regiões;
gerenciais de sua região para subsidiar as tomadas XIV – propor normas e diretrizes de nível estratégico
de decisões; relativas ao sistema prisional no âmbito das áreas
IV – auxiliar, orientar e fiscalizar as Unidades territoriais de sua responsabilidade.
Prisionais no âmbito de sua região; § 1º – A equipe responsável pela atribuição prevista
V – auxiliar, orientar e fiscalizar as atividades pelo inciso XIII estará hierarquicamente subordinada
decorrentes de convênios, contratos, acordos e à Assessoria de Informação e Inteligência do Depen-
ajustes no âmbito de sua região, de maneira MG.
integrada com a Sulot; § 2º – O quantitativo de Diretorias Regionais é
VI – auxiliar, orientar e fiscalizar a implementação do definido conforme as Regiões Integradas de
planejamento regional para o emprego operacional Segurança Pública – Risp.
no âmbito de sua região; Art. 83. – As Unidades Prisionais são classificadas da
VII – planejar, supervisionar e acompanhar a seguinte forma:
distribuição de recursos humanos, logísticos e I – Unidades Prisionais Convencionais e Operadas
materiais nas Unidades Prisionais no âmbito de sua por Parceiro Privado:
região; a) Presídios;
VIII – propor, observados os critérios estabelecidos b) Penitenciárias;
pela Superintendência de Gestão de Vagas, a c) Complexos Penitenciários;
movimentação de IPL entre as Unidades Prisionais d) Centros de Remanejamento Provisórios;
no âmbito de sua região; e) Casas de Albergados;
IX – propor, observados os critérios estabelecidos f) Penitenciárias de Segurança Máxima;
pelo Depen-MG e pela Sulot, a movimentação de g) Centros de Ressocialização e Pré-Soltura;
servidores entre as Unidades Prisionais no âmbito de II – Unidades Prisionais de Custódias Alternativas:
sua região; a) Unidades Gestoras de Monitoração Eletrônica;
X – propor a implementação e a disseminação de b) CRS da Apac;
novos métodos de custódias alternativas, no âmbito III – Unidades Prisionais Transitórias:
de sua região; a) Carceragens dos Fóruns;
XI – articular com os demais órgãos de segurança b) Centrais Integradas de Escolta e Apoio
pública e órgãos de Execução Penal no âmbito de sua Operacional;
região;
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c) Centrais Integradas de Atendimento das Medidas III – apoiar a política de atendimento a egressos do
Extra Custódia; sistema socioeducativo;
IV – Unidades Prisionais Médico Penais: IV – promover e coordenar o desenvolvimento de
a) Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico; ações nos eixos saúde, educação, profissionalização,
b) Centros de Apoio Médico Pericial; família, esporte, cultura, lazer e assistência religiosa,
c) Centros de Referência à Gestante Privada de de acordo com as diretrizes estabelecidas no Sistema
Liberdade. Nacional de Atendimento Socioeducativo – Sinase;
§ 1º – As Unidades Prisionais para cumprimento de V – realizar o monitoramento, a avaliação e a
suas competências e atribuições, poderão se fiscalização do atendimento nas Unidades
organizar por meio de ato normativo do Secretário. Socioeducativas a fim de verificar a efetividade e a
§ 2º – Em relação aos portes, as Unidades Prisionais qualidade da medida socioeducativa de internação e
se classificam como: semiliberdade;
I – pequeno porte: Unidades Prisionais VI – articular parcerias, convênios, termos de
Convencionais e Operadas por Parceiro Privado cooperação, colaboração e instrumentos
existentes, ou as que vierem a ser criadas, com congêneres com órgãos, empresas, instituições
capacidade para receber até cento e noventa e nove públicas, privadas e do terceiro setor, nacionais e
presos; Unidades Prisionais de Custódias internacionais para fortalecer a rede socioeducativa,
Alternativas – Unidades Gestoras de Monitoração observadas as necessidades prioritárias para o
Eletrônica e Centros de Reintegração Social – Apac; atendimento ao adolescente e as diretrizes
Unidades Prisionais Transitórias – Carceragens dos estratégicas governamentais;
Fóruns, Centrais Integradas de Escolta e Apoio VII – implementar, coordenar, salvaguardar e
Operacional e Centrais Integradas de Atendimento compartilhar a produção de informações de
das Medidas Extra Custódia; Unidades Prisionais inteligência no âmbito da Suase, de forma integrada
Médico Penais Centros de Referência à Gestante e observando as diretrizes da Suint;
Privada de Liberdade; VIII – participar do CICC com o objetivo de
II – médio porte: Unidades Prisionais Convencionais compartilharas informações e o acesso aos
e Operadas por Parceiro Privado existentes, ou as diferentes sistemas de segurança, além de auxiliar
que vierem a ser criadas, com capacidade para mutuamente as intervenções qualificadas em
receber de duzentos até setecentos e noventa e relação ao sistema estadual de defesa social e
nove presos; Unidades Prisionais Médico Penais – segurança pública;
Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico e IX – propor a padronização das normas e diretrizes
Centros de Apoio Médico Pericial; de funcionamento administrativo das Unidades
III – grande porte: Unidades Prisionais Convencionais Socioeducativas, bem como definir métodos,
e Operadas por Parceiro Privado existentes, ou as técnicas e procedimentos de gestão para a Suase;
que vierem a ser criadas, com capacidade para X – manter a interlocução permanente com os
receber a partir de oitocentos presos, Penitenciárias órgãos que compõem o sistema de justiça e
de Segurança Máxima e Complexos Penitenciários. segurança pública, observada as diretrizes da Suint;
§ 3º – A classificação das Unidades Prisionais por XI – manter representação em conselhos,
porte e nível de segurança será definida em ato colegiados, fóruns e demais espaços de discussão,
normativo do Secretário a ser revisto anualmente. proposição e deliberação em relação à política
Art. 84 – A Suase tem como competência planejar, socioeducativa, de acordo com a necessidade,
disciplinar, organizar, coordenar, gerir, supervisionar conveniência e oportunidade;
e executar a política de atendimento socioeducativo, XII – planejar a gestão dos recursos humanos no
com vistas a promover a integração social e a sistema socioeducativo, de forma integrada com a
interrupção da trajetória infracional do adolescente Sulot, bem como propor diretrizes de alocação de
em cumprimento de medida socioeducativa, com pessoal;
atribuições de: XIII – apoiar ações de aperfeiçoamento de pessoal,
I – planejar, coordenar, supervisionar e executar a promovendo o desenvolvimento dos servidores do
política de atendimento ao adolescente em sistema socioeducativo, de forma integrada com a
cumprimento das medidas de internação e Suint;
semiliberdade em consonância com as diretrizes da XIV – demandar à Sulot a aquisição de recursos
Sejusp e legislação aplicável; materiais e patrimoniais específicos do sistema
II – planejar, coordenar, supervisionar e monitorar os socioeducativo;
programas, projetos e ações desenvolvidos no XV – zelar pela racionalização e otimização do uso de
âmbito do sistema socioeducativo; recursos públicos no âmbito da política de
atendimento socioeducativo;
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XVI – regular a utilização de veículos oficiais, contribuir para o alcance dos objetivos da política
alocados no âmbito da subsecretaria, observados os socioeducativa;
requisitos contidos no inciso IX e no Parágrafo único V – fomentar a convivência familiar de modo a
do Art. 5º; facilitar o fortalecimento dos vínculos familiares e
XVII – acompanhar as solicitações de pesquisas comunitários dos adolescentes em cumprimento de
referentes à política de atendimento socioeducativo, medida socioeducativa de internação e
de forma integrada com a Suint; semiliberdade;
XVIII – cooperar com recursos humanos, materiais e VI – coordenar as ações de justiça restaurativa no
tecnológicos os órgãos de segurança pública na âmbito das Unidades Socioeducativas;
recaptura de adolescentes em fuga; VII – fomentar o desenvolvimento das políticas de
XIX – promover em conjunto com a Sulot medidas, formação e aperfeiçoamento dos profissionais do
programas e ações de prevenção e preservação da sistema estadual de atendimento socioeducativo,
higidez física e psicológica dos servidores do sistema em parceria com a Superintendência Educacional de
socioeducativo; Segurança Pública;
XX – promover medidas de prevenção e realizar VIII – processar e qualificar as informações relativas
apoio operacional às unidades da Suase em caso de às atividades de atendimento qualificado dos
desvios de condutas de servidores; adolescentes em cumprimento de medida
XXI – realizar levantamentos, elaborar estudos e socioeducativa de internação e semiliberdade;
propor protocolos ou diretrizes em relação ao IX – subsidiar o Poder Judiciário com informações
sistema socioeducativo; acuradas e recomendações em relação ao
XXII – coletar, processar e qualificar as informações acautelamento e ressocialização do adolescente em
relativas ao gerenciamento e operação do sistema cumprimento de medida socioeducativa de
socioeducativo; semiliberdade e internação;
XXIII – subsidiar o Poder Judiciário com informações X – propor normas e diretrizes relativas ao
acuradas e recomendações em relação ao atendimento qualificado dos adolescentes em
acautelamento e ressocialização do adolescente em cumprimento de medida socioeducativa de
cumprimento de medida socioeducativa de internação e semiliberdade.
semiliberdade e internação; Art. 86 – A Diretoria de Formação Educacional,
XXIV – orientar e supervisionar as ações de justiça Profissional, Esporte, Cultura e Lazer tem como
restaurativa. competência planejar, coordenar, orientar e
Art. 85 – A Superintendência de Atendimento ao fiscalizar as atividades relativas à execução dos eixos
Adolescente tem como competência gerir o educação, formação profissional, esporte, cultura e
atendimento qualificado dos adolescentes em lazer destinados ao adolescente em cumprimento de
cumprimento de medida socioeducativa de medidas socioeducativas de internação e
internação e semiliberdade, em conformidade com semiliberdade, com atribuições de:
as normas de referência, com atribuições de: I – planejar e articular a execução de programas e
I – propor as diretrizes e metodologias para projetos com entidades públicas, privadas e do
atendimento socioeducativo, bem como terceiro setor, com o objetivo de contribuir com a
supervisioná-las, com vistas a promover a política de atendimento socioeducativo nas áreas
reintegração social e interromper a trajetória atinentes ao ensino, profissionalização, esporte,
infracional do adolescente em cumprimento de cultura e lazer;
medida socioeducativa; II – fiscalizar e articular com as secretarias municipais
II – colaborar com a política de atendimento dos e estadual de educação a formação educacional do
egressos do sistema socioeducativo, de forma adolescente em consonância às políticas públicas de
integrada com a Superintendência de Políticas de ensino regular;
Prevenção à Criminalidade; III – definir e orientar os tipos e quantidades de
III – promover a articulação técnica e intersetorial insumos necessários para a formação educacional,
com as redes de atendimento vinculadas às demais profissional, esporte, cultura e lazer destinados ao
políticas públicas, em relação ao acesso à saúde, adolescente em cumprimento de medida
educação, profissionalização, esporte, cultura, lazer socioeducativa de internação e semiliberdade, de
e assistência religiosa ao adolescente em forma integrada com a Sulot;
cumprimento de medida socioeducativa de IV – acompanhar junto à Secretaria de Estado de
internação e semiliberdade; Educação – SEE os procedimentos técnicos e
IV – promover a articulação técnica com instituições operacionais necessários à execução do
públicas, privadas e do terceiro setor que possam planejamento educacional nas escolas das Unidades
Socioeducativas, bem como os processos avaliativos
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equipes de saúde das Unidades Socioeducativas, de VII – promover a articulação técnica com órgãos
forma integrada com as respectivas diretorias da públicos, entidades privadas e do terceiro setor para
Sulot; execução de ações de qualificação e fortalecimento
X – gerenciar, acompanhar, monitorar e fiscalizar a das estratégias de proteção à integridade física e
execução dos convênios, dos termos de cooperação psicológica, bem como encaminhamentos para
e colaboração técnica, bem como os instrumentos programas específicos, dos adolescentes em
congêneres quanto à execução do objeto, atinentes cumprimento de medida socioeducativa de
ao eixo saúde destinado ao adolescente em internação e semiliberdade sob situação de risco ou
cumprimento de medidas socioeducativas de ameaça;
internação e semiliberdade; VIII – fomentar, orientar, monitorar e fiscalizar o
XI – coletar, processar e qualificar as informações trabalho integrado entre as equipes técnicas e de
relativas à execução do eixo saúde destinado ao segurança nas unidades socioeducativas, garantindo
adolescente em cumprimento de medidas o pleno desenvolvimento de atividades preconizadas
socioeducativas de internação e semiliberdade; nos eixos do Sinase;
XII – subsidiar o Poder Judiciário com informações IX – orientar, monitorar e fiscalizar as ações que
acuradas e recomendações em relação ao eixo saúde visem à regularização da documentação dos
destinado ao adolescente em cumprimento de adolescentes, garantindo pleno acesso ao exercício
medidas socioeducativas de internação e da cidadania;
semiliberdade; X – gerenciar, acompanhar, monitorar e fiscalizar a
XIII – alimentar os sistemas de informação com todos execução dos convênios, termos de cooperação e
os dados relativos ao eixo saúde destinado ao colaboração técnica e instrumentos congêneres
adolescente em cumprimento de medidas quanto à execução do objeto, atinentes a orientação
socioeducativas de internação e semiliberdade, no socioeducativa;
âmbito da Suase ou de sistemas de informação de XI – coletar, processar e qualificar as informações
outros órgãos. relativas à orientação socioeducativa;
Art. 88 – A Diretoria de Orientação Socioeducativa XII – subsidiar o Poder Judiciário com informações
tem como competência planejar, coordenar, acuradas e recomendações em relação à orientação
orientar e fiscalizar a execução da metodologia de socioeducativa;
atendimento socioeducativo das medidas XIII – alimentar os sistemas de informação com todos
socioeducativas de internação e semiliberdade, com os dados relativos à orientação socioeducativa, no
atribuições de: âmbito da Suase ou de sistemas de informação de
I – definir, orientar, monitorar e fiscalizar a outros órgãos.
implementação e execução da metodologia e das Art. 89 – A Diretoria de Segurança Socioeducativa
diretrizes da política de atendimento tem como competência planejar, coordenar,
socioeducativo, de forma integrada com as demais orientar e fiscalizar as atividades de escolta e
diretorias da Suase, nas unidades socioeducativas; segurança no sistema socioeducativo, com
II – promover a articulação técnica intersetorial das atribuições de:
equipes das unidades socioeducativas com I – orientar, monitorar e fiscalizar as diretrizes e
programas e projetos desenvolvidos junto com procedimentos para atuação da segurança
instituições públicas, privadas e entidades do socioeducativa, de acordo com as orientações
terceiro setor; definidas pela Suase;
III – orientar, monitorar e fiscalizar a realização de II – coordenar a execução das ações de justiça
atividades de assistência religiosa nas unidades restaurativa e mediação de conflitos no âmbito da
socioeducativas; Suase, de forma integrada com as diretorias da
IV – orientar, monitorar e fiscalizar os processos de Superintendência de Atendimento ao Adolescente;
reavaliação da execução da política de atendimento III – orientar, monitorar e fiscalizar os procedimentos
aos adolescentes em cumprimento de medidas operacionais de segurança interna e externa das
socioeducativas de internação e semiliberdade; Unidades Socioeducativas;
V – orientar, monitorar e fiscalizar as ações de IV – propor, orientar, monitorar e fiscalizar a
inclusão e integração à convivência familiar e implementação e uso de equipamentos de proteção
comunitária ao adolescente; individual e armamentos menos letais;
VI – promover a articulação técnica intersetorial das V – avaliar e propor adequações físicas, materiais e
equipes das unidades socioeducativas com as redes tecnológicas nas Unidades Socioeducativas, visando
de atendimento social, público e comunitário, para a otimização dos processos e melhoria da segurança
execução dos eixos da medidas socioeducativas; interna e externa, de forma integrada com as
respectivas diretorias da Sulot;
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VI – subsidiar a Suase com a análise de informações Art. 93 – A Diretoria de Apoio à Gestão de Parcerias
e recomendações para o aprimoramento e tem como competência planejar, coordenar,
planejamento qualitativo do sistema socioeducativo; orientar e fiscalizar as atividades relativas à
VII – planejar, orientar e acompanhar o elaboração, consolidação e manutenção de parcerias
desenvolvimento, a implantação, a operação e a destinadas à execução das medidas socioeducativas
manutenção evolutiva dos sistemas informatizados de internação e semiliberdade, com atribuições de:
da política de atendimento socioeducativo, de forma I – colaborar, coordenar e fiscalizar a gestão dos
integrada com a Diretoria de Sistemas de convênios, termos de parcerias, termos de
Informação. colaboração e cooperação relacionados com sistema
Art. 92 – A Diretoria de Gestão de Vagas e socioeducativo, no âmbito da Suase;
Atendimento Jurídico tem como competência II – orientar e auxiliar os gestores dos convênios,
planejar, coordenar e executar as atividades termos de parcerias, termos de colaboração e
relativas à gestão de vagas referentes ao cooperação;
cumprimento das medidas socioeducativas de III – acompanhar e monitorar os sistemas de gestão
internação e semiliberdade e planejar, coordenar, de parcerias e convênios, no que compete às
orientar e fiscalizar o atendimento jurídico ao atribuições da área finalística;
adolescente autor de ato infracional, com IV – orientar e promover capacitação para as
atribuições de: instituições parceiras em relação à celebração e
I – autorizar e ou determinar a admissão e a execução dos termos de cooperação e instrumentos
movimentação dos adolescentes em cumprimento congêneres, de forma integrada com a
das medidas socioeducativas de internação e Superintendência Educacional de Segurança Pública;
semiliberdade entre as unidades socioeducativas; V – formalizar e acompanhar a execução e a
II – coordenar as movimentações dos adolescentes prestação de contas acerca do cumprimento do
em cumprimento das medidas socioeducativas de objeto de convênios e termos de cooperação;
internação e semiliberdade em níveis interestaduais VI – coletar, processar e qualificar as informações
e internacionais em comprimento de ordens e relativas às atividades de elaboração, consolidação e
demandas judiciais; manutenção das parcerias destinadas à execução
III – coordenar a admissão temporária dos das medidas socioeducativas de internação e
adolescentes em cumprimento das medidas semiliberdade;
socioeducativas de internação e semiliberdade em VII – subsidiar o Poder Judiciário com informações
trânsito entre as unidades socioeducativas; acuradas e recomendações em relação às atividades
IV – monitorar e controlar a ocupação de vagas nas de elaboração, consolidação e manutenção de
unidades socioeducativas; parcerias destinadas à execução das medidas
V – planejar, orientar, monitorar e fiscalizar a socioeducativas de internação e semiliberdade;
execução do atendimento jurídico prestado nas VIII – alimentar os sistemas de informação com todos
unidades socioeducativas; os dados relativos as atividades de elaboração,
VI – articular com o Poder Judiciário, o Ministério consolidação e manutenção de parcerias destinadas
Público e a Defensoria Pública, bem como outros à execução das medidas socioeducativas de
órgãos e serviços públicos, o encaminhamento internação e semiliberdade, no âmbito da Suase ou
adequado do adolescente para o cumprimento de de sistemas de informação de outros órgãos.
medida socioeducativa de internação e Art. 94 – As Unidades Socioeducativas de Privação e
semiliberdade; Restrição de Liberdade são classificadas da seguinte
VII – coletar, processar e qualificar as informações forma:
relativas às atividades de gestão de vagas e de I – Unidades Socioeducativas de Internação;
atendimento jurídico ao adolescente em II – Unidades Socioeducativas de Semiliberdade;
cumprimento de medida socioeducativa de III – Centros Integrados de Atendimento
internação e semiliberdade; Socioeducativo.
VIII – subsidiar o Poder Judiciário com informações § 1º – As unidades socioeducativas para
acuradas e recomendações em relação a gestão de cumprimento de suas competências e atribuições,
vagas e de atendimento jurídico ao adolescente em poderão se organizar por meio de ato normativo do
cumprimento de medida socioeducativa de Secretário.
internação e semiliberdade; § 2º – As unidades socioeducativas compõem a
IX – acompanhar a execução e emitir pareceres estrutura orgânica da Suase e são hierarquicamente
técnicos acerca do cumprimento do objeto de subordinadas à Subsecretaria, às Superintendências
convênios e termos de cooperação. e às Diretorias.
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de
pela Lei nº 7.209, de 1984) dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.
d) não ter sido o agente absolvido no (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209,
pela Lei nº 7.209, de 1984) de 11.7.1984)
e) não ter sido o agente perdoado no Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não
punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 7.209, de 1984) 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime TÍTULO II
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do DO CRIME
Brasil, se, reunidas as condições previstas no Relação de causalidade (Redação dada pela Lei
parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de nº 7.209, de 11.7.1984)
1984) Art. 13 - O resultado, de que depende a
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; existência do crime, somente é imputável a quem lhe
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
b) houve requisição do Ministro da Justiça. sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada Superveniência de causa independente
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua § 1º - A superveniência de causa relativamente
a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando independente exclui a imputação quando, por si só,
diversas, ou nela é computada, quando idênticas. produziu o resultado; os fatos anteriores,
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) entretanto, imputam-se a quem os praticou.
Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a 7.209, de 11.7.1984)
aplicação da lei brasileira produz na espécie as § 2º - A omissão é penalmente relevante quando
mesmas conseqüências, pode ser homologada no o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº
11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado à reparação do dano, a a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção
restituições e a outros efeitos civis; (Incluído pela ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209,
Parágrafo único - A homologação depende: de 11.7.1984)
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) c) com seu comportamento anterior, criou o
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela Lei nº
da parte interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei
b) para os outros efeitos, da existência de nº 7.209, de 11.7.1984)
tratado de extradição com o país de cuja autoridade Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de
judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, 11.7.1984)
de requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela I - consumado, quando nele se reúnem todos os
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei
Contagem de prazo (Redação dada pela Lei nº nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo 11.7.1984)
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo II - tentado, quando, iniciada a execução, não se
calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, consuma por circunstâncias alheias à vontade do
de 11.7.1984) agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Frações não computáveis da pena (Redação Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, § 1º - É isento de pena quem, por erro
pune-se a tentativa com a pena correspondente ao plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe
crime consumado, diminuída de um a dois situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) legítima. Não há isenção de pena quando o erro
Desistência voluntária e arrependimento eficaz deriva de culpa e o fato é punível como crime
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste 11.7.1984)
de prosseguir na execução ou impede que o Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei
resultado se produza, só responde pelos atos já nº 7.209, de 11.7.1984)
praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de § 2º - Responde pelo crime o terceiro que
11.7.1984) determina o erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Arrependimento posterior (Redação dada pela de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209,
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou de 11.7.1984)
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o
restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou crime é praticado não isenta de pena. Não se
da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será consideram, neste caso, as condições ou qualidades
reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
nº 7.209, de 11.7.1984) queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209,
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato (Redação dada pela Lei
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por nº 7.209, de 11.7.1984)
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta Art. 21 - O desconhecimento da lei é
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
11.7.1984) diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de o agente atua ou se omite sem a consciência da
11.7.1984) ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) Coação irresistível e obediência hierárquica
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
II - culposo, quando o agente deu causa ao irresistível ou em estrita obediência a ordem, não
resultado por imprudência, negligência ou imperícia. manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) punível o autor da coação ou da ordem. (Redação
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como Exclusão de ilicitude (Redação dada pela
crime, senão quando o pratica dolosamente. Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica
Agravação pelo resultado (Redação dada pela o fato: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava I - em estado de necessidade; (Incluído pela
especialmente a pena, só responde o agente que o Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
houver causado ao menos culposamente.(Redação II - em legítima defesa; (Incluído pela Lei nº
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada III - em estrito cumprimento de dever legal ou
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) no exercício regular de direito. (Incluído pela Lei
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do nº 7.209, de 11.7.1984)
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209,
punição por crime culposo, se previsto em lei. de 11.7.1984)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - O agente, em qualquer das
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso
7.209, de 11.7.1984)
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doloso ou culposo. (Incluído pela Lei nº 7.209, de I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela
11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Estado de necessidade Embriaguez
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que álcool ou substância de efeitos análogos.
não provocou por sua vontade, nem podia de outro (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, § 1º - É isento de pena o agente que, por
nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ou força maior, era, ao tempo da ação ou da
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício 7.209, de 11.7.1984)
do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois
um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de
7.209, de 11.7.1984) caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
Legítima defesa da ação ou da omissão, a plena capacidade de
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
usando moderadamente dos meios necessários, se de acordo com esse entendimento. (Redação
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
seu ou de outrem. (Redação dada pela Lei nº TÍTULO IV
7.209, de 11.7.1984) DO CONCURSO DE PESSOAS
Parágrafo único. Observados os requisitos Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre
previstos no caput deste artigo, considera-se para o crime incide nas penas a este cominadas, na
também em legítima defesa o agente de segurança medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei
pública que repele agressão ou risco de agressão a nº 7.209, de 11.7.1984)
vítima mantida refém durante a prática de crimes. § 1º - Se a participação for de menor
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) importância, a pena pode ser diminuída de um sexto
TÍTULO III a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
DA IMPUTABILIDADE PENAL 11.7.1984)
Inimputáveis § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
doença mental ou desenvolvimento mental deste; essa pena será aumentada até metade, na
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou hipótese de ter sido previsível o resultado mais
da omissão, inteiramente incapaz de entender o grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 11.7.1984)
com esse entendimento. (Redação dada pela Lei Circunstâncias incomunicáveis
nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e
Redução de pena as condições de caráter pessoal, salvo quando
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº
um a dois terços, se o agente, em virtude de 7.209, de 11.7.1984)
perturbação de saúde mental ou por Casos de impunibilidade
desenvolvimento mental incompleto ou retardado Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação
não era inteiramente capaz de entender o caráter e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário,
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos,
esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº a ser tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
Menores de dezoito anos TÍTULO V
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são DAS PENAS
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às CAPÍTULO I
normas estabelecidas na legislação especial. DAS ESPÉCIES DE PENA
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº
Emoção e paixão 7.209, de 11.7.1984)
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - privativas de liberdade;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - restritivas de direitos;
III - de multa.
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Art. 39 - O trabalho do preso será sempre Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Inserção de dados falsos em sistema de
Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
de 11.7.1984) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário
Legislação especial autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem como informatizados ou bancos de dados da
especificará os deveres e direitos do preso, os Administração Pública com o fim de obter vantagem
critérios para revogação e transferência dos regimes indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
e estabelecerá as infrações disciplinares e (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000))
correspondentes sanções. (Redação dada pela Lei nº Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
7.209, de 11.7.1984) multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Superveniência de doença mental Modificação ou alteração não autorizada de
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983,
mental deve ser recolhido a hospital de custódia e de 2000)
tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei sistema de informações ou programa de informática
nº 7.209, de 11.7.1984) sem autorização ou solicitação de autoridade
Detração competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois)
liberdade e na medida de segurança, o tempo de anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de Parágrafo único. As penas são aumentadas de
prisão administrativa e o de internação em qualquer um terço até a metade se da modificação ou
dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. alteração resulta dano para a Administração Pública
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983,
TÍTULO XI de 2000)
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou
CAPÍTULO I documento
DOS CRIMES PRATICADOS Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Peculato Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de não constitui crime mais grave.
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
público ou particular, de que tem a posse em razão Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou aplicação diversa da estabelecida em lei:
alheio: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Concussão
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta
público, embora não tendo a posse do dinheiro, ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
de facilidade que lhe proporciona a qualidade de multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de
funcionário. 2019)
Peculato culposo Excesso de exação
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente § 1º - Se o funcionário exige tributo ou
para o crime de outrem: contribuição social que sabe ou deveria saber
Pena - detenção, de três meses a um ano. indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
pena imposta. multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
Peculato mediante erro de outrem 27.12.1990)
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente
erro de outrem: para recolher aos cofres públicos:
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Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, além
Corrupção passiva da multa.
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para Violência arbitrária
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da Art. 322 - Praticar violência, no exercício de
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, função ou a pretexto de exercê-la:
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal Pena - detenção, de seis meses a três anos, além
vantagem: da pena correspondente à violência.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e Abandono de função
multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos
12.11.2003) casos permitidos em lei:
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
conseqüência da vantagem ou promessa, o multa.
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. Pena - detenção, de três meses a um ano, e
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar multa.
ou retarda ato de ofício, com infração de dever § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido
funcional, cedendo a pedido ou influência de na faixa de fronteira:
outrem: Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou Exercício funcional ilegalmente antecipado ou
multa. prolongado
Facilitação de contrabando ou descaminho Art. 324 - Entrar no exercício de função pública
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar
funcional, a prática de contrabando ou descaminho a exercê-la, sem autorização, depois de saber
(Art. 334): oficialmente que foi exonerado, removido,
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e substituído ou suspenso:
multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
27.12.1990) multa.
Prevaricação Violação de sigilo funcional
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou facilitar-lhe a revelação:
ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
multa. § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar I – permite ou facilita, mediante atribuição,
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer
similar, que permita a comunicação com outros outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a
presos ou com o ambiente externo: (Incluído sistemas de informações ou banco de dados da
pela Lei nº 11.466, de 2007). Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 2000)
Condescendência criminosa II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
de responsabilizar subordinado que cometeu § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à
infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei
competência, não levar o fato ao conhecimento da nº 9.983, de 2000)
autoridade competente: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
multa. Violação do sigilo de proposta de concorrência
Advocacia administrativa Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o
interesse privado perante a administração pública, ensejo de devassá-lo:
valendo-se da qualidade de funcionário: Pena - Detenção, de três meses a um ano, e
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Funcionário público
V – realizar cursos de capacitação em conciliação Parágrafo único – Nos órgãos e entidades que
para os agentes públicos que atuam nas unidades tiverem unidades periciais próprias, estas serão
setoriais de recursos humanos e para os responsáveis pelas ações previstas no caput.
representantes de entidades sindicais ou Art.7º – A Superintendência Central de Saúde do
associativas, visando à difusão da cultura do diálogo Servidor e Perícia Médica da Seplag definirá
na administração pública; diretrizes para acompanhamento dos agentes
VI – efetuar contínuo processo educacional de públicos envolvidos em episódios de assédio moral,
prevenção à prática de assédio moral por meio da bem como para orientação às unidades setoriais
promoção de debates e palestras, produção de responsáveis pelo atendimento biopsicossocial e
cartilhas e material gráfico informativo, interdisciplinar nos órgãos e entidades do Poder
videoconferência e fóruns; Executivo.
VII – realizar debates, palestras, seminários, ações Parágrafo único – Para os fins do disposto no caput,
itinerantes e outros eventos, por ocasião da Semana poderão ser adotadas, dentre outras, as seguintes
Estadual de Conscientização, Prevenção e Combate medidas:
à Prática de Assédio Moral no Âmbito da I – recomendação de acompanhamento psicológico
Administração Direta e Indireta dos Poderes do aos agentes públicos envolvidos em episódios de
Estado; assédio moral;
VIII – executar ações de prevenção, considerando a II – proposição de medidas ao órgão ou entidade de
análise das informações produzidas a partir do banco lotação do agente, com o objetivo de apoiar sua
de dados do sistema de registro das reclamações de reinserção no trabalho;
assédio moral. III – registro e consolidação de informações sobre
§ 1º – As ações a que se refere este artigo serão licenças e afastamentos de agentes em decorrência
orientadas pela Secretaria de Estado de de patologias associadas ao assédio moral, mediante
Planejamento e Gestão – Seplag. estudos que confirmem a existência de nexo causal
§ 2º – Participarão das ações de que tratam os incisos entre o adoecimento físico ou psíquico e a situação
II a V, preferencialmente, os agentes públicos de assédio.
indicados para compor as comissões de conciliação e CAPÍTULO IV
aqueles que estiverem envolvidos, direta ou DO ACOLHIMENTO DO RECLAMANTE, DO
indiretamente, em ações voltadas à promoção da REGISTRO E DA CONCILIAÇÃO DA RECLAMAÇÃO
qualidade de vida e à atenção à saúde do servidor. DE ASSÉDIO MORAL
Art. 5º – O agente público poderá informar à Seção I
Ouvidoria-Geral do Estado – OGE –, anonimamente Do Acolhimento do Reclamante e do Registro da
ou não, por meio de sistema eletrônico, sobre Reclamação
indícios de práticas em seu ambiente de trabalho Art. 8º – O acolhimento do reclamante será realizado
que possam ser configurados como assédio moral de pela unidade setorial de recursos humanos do órgão
acordo com o definido neste decreto. ou entidade de lotação ou de exercício do agente
§ 1º – A OGE encaminhará as informações de que público identificado como parte ofendida ou pela
trata o caput para a Seplag com o objetivo de que OGE, aos quais caberá:
sejam aplicadas medidas da política de prevenção ao I – realizar a escuta de modo a garantir a
assédio moral na unidade de trabalho de onde partiu confidencialidade das informações apresentadas;
a informação. II – informar ao reclamante sobre noções gerais
§ 2º – As medidas de que trata o § 1º serão definidas acerca da prática de assédio moral e os respectivos
pela Seplag por meio de resolução. procedimentos de prevenção e enfrentamento;
§ 3º – As informações de que trata o caput servirão III – orientar a respeito dos elementos relevantes a
exclusivamente para o aprimoramento de atividades serem registrados na manifestação.
preventivas de sensibilização e de treinamento. Parágrafo único – O responsável pelo acolhimento
CAPÍTULO III não se pronunciará sobre a caracterização ou não de
DA SAÚDE DO TRABALHADOR assédio moral no caso concreto apresentado pelo
Art. 6º – Mediante solicitação da Comissão de reclamante.
Conciliação, da Controladoria-Geral do Estado – CGE Art. 9º – O procedimento para o registro da
– ou de agente público envolvido em episódio de reclamação de assédio moral será iniciado:
assédio moral, a Superintendência Central de Saúde I – por provocação da parte ofendida ou, mediante
do Servidor e Perícia Médica da Seplag realizará sua autorização, por entidade sindical ou associação
avaliação da capacidade laborativa do agente representativa da categoria dos agentes públicos
público envolvido e estudo de nexo causal para envolvidos;
caracterização de doença ocupacional.
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CAPÍTULO II
Lei Estadual nº 869/1952 e suas alterações posteriores Da nomeação
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de SEÇÃO I
Minas Gerais) Disposições Gerais
Art. 14 - As nomeações serão feitas:
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de
carreira ou isolado que, por lei, assim deva ser
provido;
II - em comissão, quando se tratar de cargo isolado
TÍTULO I que, em virtude de lei, assim deva ser provido;
Do Provimento III - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
CAPÍTULO I 16/10/1964.)
Disposições Gerais Dispositivo revogado:
Art. 10 - Os cargos públicos são acessíveis a todos os “III - interinamente em cargo vago de classe inicial de
brasileiros, observados os requisitos que a lei carreira, ou em cargo isolado de provimento efetivo,
estabelecer. para o qual não haja candidato legalmente
Parágrafo único. - Os cargos de carreira serão de habilitado;”
provimento efetivo; os isolados, de provimento IV - em substituição no impedimento legal ou
efetivo ou em comissão, segundo a lei que os criar. temporário de ocupante de cargo isolado de
(Vide Lei nº 10.961, de 14/12/1992.) provimento efetivo ou em comissão.
Art. 11 - Compete ao Governador do Estado prover, Parágrafo único - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº
na forma da lei e com as ressalvas estatuídas na 3.214, de 16/10/1964.)
Constituição, os cargos públicos estaduais. Dispositivo revogado:
Art. 12 - Os cargos públicos são providos por: “Parágrafo único - O funcionário efetivo poderá, no
I - Nomeação; interesse da administração, ser comissionado em
II - Promoção; outro cargo, sem perda daquele de que é titular,
III - Transferência; desde que não se trate de cargo intermediário ou
IV - Reintegração; final de carreira.”
V - Readmissão; (Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide Art. 35 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) Art. 15 - É vedada a nomeação de candidato
(Vide Art. 40 da Lei nº 10.961, de 14/12/1992.) habilitado em concurso após a expiração do prazo de
VI - Reversão; sua validade.
VII - Aproveitamento. (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
Art. 13 - Só poderá ser provido em cargo público Gerais.)
quem satisfizer os seguintes requisitos: SEÇÃO II
I - ser brasileiro; Dos Concursos
II - ter completado dezoito anos de idade; Art. 16 - A primeira investidura em cargo de carreira
III - haver cumprido as obrigações militares fixadas e em outros que a lei determinar efetuar-se-á
em lei; mediante concurso, precedida de inspeção de saúde.
IV - estar em gozo dos direitos políticos; Parágrafo único - Os concursos serão de provas e,
V - ter boa conduta; subsidiariamente, de títulos.
VI - gozar de boa saúde, comprovada em inspeção (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
médica; Gerais.)
VII - ter-se habilitado previamente em concurso, (Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
salvo quando se tratar de cargos isolados para os (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)
quais não haja essa exigência; Art. 17 - Os limites de idade para a inscrição em
VIII - ter atendido às condições especiais, inclusive concurso e o prazo de validade deste serão fixados,
quanto à idade, prescrita no respectivo edital de de acordo com a natureza das atribuições da carreira
concurso. ou cargo, na conformidade das leis e regulamentos e
(Inciso com redação dada pelo Art. 1º da Lei nº 6.871, das instruções respectivas, quando for o caso.
de 17/9/1976.) (Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas
Parágrafo único. - (Revogado pelo Art. 2º da Lei nº Gerais.)
6.871, de 17/9/1976.) (Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.)
Dispositivo revogado: “Parágrafo único. - Não (Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.)
poderá ser investido em cargo inicial de carreira a
pessoa que contar mais de 40 anos de idade.”
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Art. 18 - Não ficarão sujeitos a limites de idade, para exoneração do funcionário possa ser feita antes de
inscrição em concurso e nomeação, os ocupantes de findo o período de estágio.
cargos efetivos ou funções públicas estaduais. (Vide art. 33 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 104 do Ato das Disposições Constitucionais
Gerais.) Transitórias.)
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) (Vide art. 10 da Emenda à Constituição n° 49, de
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) 13/6/2001.)
Art. 19 - Os concursos deverão realizar-se dentro dos SEÇÃO V
seis meses seguintes ao encerramento das Da Substituição
respectivas inscrições. Art. 24 - Haverá substituição no impedimento do
Parágrafo único - Realizado o concurso será ocupante de cargo isolado, de provimento efetivo ou
expedido, pelo órgão competente, o certificado de em comissão, e de função gratificada.
habilitação. (Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas
(Vide art. 21 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Gerais.) Art. 25 - A substituição será automática ou
(Vide Lei nº 11.867, de 28/7/1995.) dependerá de ato da administração.
(Vide Lei Complementar nº 73, de 30/7/2003.) § 1º - A substituição não automática, por período
SEÇÃO IV igual ou inferior a 180 (cento e oitenta) dias, far-se-á
Do Estágio Probatório por ato do Secretário ou Diretor do Departamento
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas em que estiver lotado o cargo ou se exercer a função
Gerais.) gratificada.
Art. 23 - Estágio probatório é o período de dois anos (Parágrafo com redação dada pelo art. 21 da Lei nº
de efetivo exercício do funcionário nomeado em 4185, de 30/5/1966.)
virtude de concurso, e de cinco anos para os demais § 2º - (Revogado pelo art. 21 da Lei nº 4.185, de
casos. 30/5/1966.)
(Vide art. 14 do Decreto nº 43.764, de 16/3/2004.) Dispositivo revogado:
§ 1º - No período de estágio apurar-se-ão os “§ 2º - A substituição remunerada dependerá de ato
seguintes requisitos: da autoridade competente para nomear ou
I - idoneidade moral; designar.”
II - assiduidade; § 2º - O substituto perderá, durante o tempo da
III - disciplina; substituição, o vencimento ou remuneração do
IV - eficiência. cargo de que for ocupante efetivo, salvo no caso de
§ 2º - Não ficará sujeito a novo estágio probatório o função gratificada e opção.
funcionário que, nomeado para outro cargo público, (O Parágrafo 2º foi revogado pelo art. 21 da Lei nº
já houver adquirido estabilidade em virtude de 4.185, de 30/5/1966, sendo o Parágrafo 3º
qualquer prescrição legal. renumerado para Parágrafo 2º pelo mesmo artigo da
§ 3º - Sem prejuízo da remessa periódica do boletim Lei.)
de merecimento ao Serviço de Pessoal, o diretor da (Vide art. 289 da Constituição do Estado de Minas
repartição ou serviço em que sirva o funcionário, Gerais.)
sujeito ao estágio probatório, quatro meses antes da CAPÍTULO III
terminação deste, informará reservadamente ao Da Promoção
Órgão de Pessoal sobre o funcionário, tendo em vista Art. 26 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
os requisitos enumerados nos itens I a IV deste 16/10/1994.)
artigo. Dispositivo revogado:
§ 4º - Em seguida, o Órgão de Pessoal formulará “Art. 26 - As promoções obedecerão ao critério de
parecer escrito, opinando sobre o merecimento do antigüidade de classe e ao de merecimento
estagiário em relação a cada um dos requisitos e alternadamente, sendo a primeira sempre pelo
concluindo a favor ou contra a confirmação. critério de antigüidade.
§ 5º - Desse parecer, se contrário à confirmação, será § 1º - O critério a que obedecer a promoção deverá
dada vista ao estagiário pelo prazo de cinco dias. vir expresso no decreto respectivo.
§ 6º - Se o despacho do Governador do Estado for § 2º - Somente se dará promoção de uma classe à
favorável à permanência do funcionário, a imediatamente superior.”
confirmação não dependerá de qualquer novo ato. (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
§ 7º - A apuração dos requisitos de que trata este Gerais.)
artigo deverá processar-se de modo que a Art. 27 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
16/10/1964.)
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“Art. 35 - Não serão considerados, para efeito dos “Art. 40 - Os funcionários que demonstrarem
arts. 33 e 34, os filhos maiores e os que exerçam parcialidade no julgamento do merecimento serão
qualquer atividade remunerada pública ou privada. punidos disciplinarmente pela autoridade a que
Parágrafo único - Também não será considerado estiverem subordinados.”
para o mesmo efeito o estado de casado, desde que (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
ambos os cônjuges sejam servidores públicos.” Gerais.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Art. 41 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Gerais.) 16/10/1964.)
Art. 36 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de Dispositivo revogado:
16/10/1964.) “Art. 41 - A promoção de funcionário em exercício de
Dispositivo revogado: mandato legislativo só se poderá fazer por
“Art. 36 - O tempo de exercício para verificação de antigüidade.”
antigüidade de classe será apurado somente em (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
dias.” Gerais.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Art. 42 - (Vetado).
Gerais.) (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
Art. 37 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de 16/10/1964).
16/10/1964.) (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
Dispositivo revogado: Gerais.)
“Art. 37 - As promoções serão processadas e Art. 43 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
realizadas em época fixada em regulamento.” 16/10/1964.)
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Dispositivo revogado:
Gerais.) “Art. 43 - Na apuração de antigüidade e
Art. 38 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de merecimento, só serão observados os critérios
16/10/1964) estabelecidos nesta lei e no regulamento de
Dispositivo revogado: promoções, não devendo ser considerados, em
“Art. 38 - O funcionário suspenso poderá ser hipótese alguma, os pedidos de promoções feito pelo
promovido, mas a promoção ficará sem efeito, se funcionário ou por alguém a seu rogo.
verificada a procedência da penalidade aplicada. Parágrafo único - Não se compreendem neste artigo
Parágrafo único - Na hipótese deste artigo, o os recursos interpostos pelo funcionário
funcionário só perceberá o vencimento relativamente a apuração de antigüidade ou
correspondente à nova classe quando tornada sem merecimento.”
efeito a penalidade aplicada, caso em que a (Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas
promoção surtirá efeito a partir da data de sua Gerais.)
publicação.” CAPÍTULO IV
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas Da Transferência
Gerais.) Art. 44 - O funcionário poderá ser transferido:
Art. 39 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de I - de uma para outra carreira;
16/10/1964.) II - de um cargo isolado, de provimento efetivo e que
Dispositivo revogado: exija concurso, para outro de carreira;
“Art. 39 - Será declarado sem efeito em benefício III - de um cargo de carreira para outro isolado, de
daquele a quem cabia de direito a promoção, o provimento efetivo;
decreto que promover indevidamente o funcionário. IV - de um cargo isolado, de provimento efetivo, para
§ 1º - O funcionário promovido indevidamente não outro da mesma natureza.
ficará obrigado a restituir o que a mais houver Art. 45 - As transferências, de qualquer natureza,
recebido. serão feitas a pedido do funcionário, atendida a
§ 2º - O funcionário, a quem cabia a promoção, será conveniência do serviço ou "ex-officio" respeitada
indenizado da diferença de vencimento ou sempre a habilitação profissional.
remuneração a que tiver direito, ficando essa § 1º - A transferência a pedido para o cargo de
indenização a cargo de quem, comprovadamente, carreira só poderá ser feita para vaga que tenha de
tenha ocasionado a indevida promoção.” ser provida mediante promoção por merecimento.
(Vide art. 31 da Constituição do Estado de Minas § 2º - As transferências para cargos de carreira não
Gerais.) poderão exceder de um terço dos cargos de cada
Art. 40 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de classe e só poderão ser efetuadas no mês seguinte
16/10/1964.) ao fixado para as promoções.
Dispositivo revogado:
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(Vide § 13 do art. 14 da Constituição do Estado de “Art. 51 - Readmissão é o ato pelo qual o funcionário
Minas Gerais.) demitido ou exonerado reingressa no serviço público
Art. 46 - A transferência só poderá ser feita para sem direito a ressarcimento de prejuízos,
cargo do mesmo padrão de vencimento ou igual assegurada, apenas, a contagem de tempo de
remuneração, salvo nos casos dos itens III e IV do art. serviço em cargos anteriores, para efeito de
44, quando a transferência a pedido poderá dar-se aposentadoria e disponibilidade.
para cargo de padrão de vencimento inferior. Parágrafo único - Em nenhum caso poderá efetuar-
Art. 47 - A transferência "ex-officio", no interesse da se readmissão sem que mediante inspeção médica,
administração, será feita mediante proposta do fique provada a capacidade para o exercício da
Secretário de Estado ou Chefe do departamento função.”
autônomo. (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições
Art. 48 - O interstício para a transferência será de Constitucionais Transitórias.)
365 dias na classe e no cargo isolado. Art. 52 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
CAPÍTULO V 11/7/1972.)
Da Permuta Dispositivo revogado:
Art. 49 - A transferência e a remoção por permuta “Art. 52 - O ex-funcionário poderá ser readmitido,
serão processadas a pedido escrito de ambos os quando ficar apurado, em processo, que não mais
interessados e de acordo com o prescrito no Capítulo subsistem os motivos determinantes de sua
IV desse Título e no Título II. demissão ou verificado que não há inconveniência
Parágrafo único - Tratando-se de permuta entre para o serviço público, quando a exoneração se
titulares de cargos isolados, não será obrigatória a tenha processado a pedido.”
regra instituída no artigo 46. (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições
(Vide art. 70 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.) Constitucionais Transitórias.)
(Vide art. 40 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.) Art. 53 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de
(Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.) 11/7/1972.)
(Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.) Dispositivo revogado :
CAPÍTULO VI “Art. 53 - A readmissão, que se entenderá como
Da Reintegração nova admissão, far-se-á de preferência no cargo
Art. 50 - A reintegração, que decorrerá de decisão anteriormente exercido pelo ex-funcionário ou em
administrativa ou sentença judiciária passada em outro equivalente, respeitada a habilitação
julgado, é o ato pelo qual o funcionário demitido profissional e as condições que a lei fixar para o
reingressa no serviço público, com ressarcimento provimento.
dos prejuízos decorrentes do afastamento. Parágrafo único - A readmissão em cargo de carreira
§ 1º - A reintegração será feita no cargo dependerá da existência de vaga que deva ser
anteriormente ocupado se esse houver sido preenchida mediante promoção por merecimento.”
transformado, no cargo resultante da (Vide arts. 28 e 107 do Ato das Disposições
transformação; e, se provido ou extinto, em cargo de Constitucionais Transitórias.)
natureza, vencimento ou remuneração CAPÍTULO VIII
equivalentes, respeitada a habilitação profissional. Da Reversão
§ 2º - Não sendo possível fazer a reintegração pela Art. 54 - Reversão é o ato pelo qual o aposentado
forma prescrita no parágrafo anterior, será o ex- reingresse no serviço público, após verificação, em
funcionário posto em disponibilidade no cargo que processo, de que não subsistem os motivos
exercia, com provento igual ao vencimento ou determinantes da aposentadoria.
remuneração. § 1º - A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio".
§ 3º - O funcionário reintegrado será submetido a § 2º - O aposentado não poderá reverter à atividade
inspeção médica; verificada a incapacidade será se contar mais de cinqüenta e cinco anos de idade.
aposentado no cargo em que houver sido § 3º - Em nenhum caso poderá efetuar-se a reversão,
reintegrado. sem que mediante inspeção médica fique provada a
(Vide § 2º do inciso III do art. 35 da Constituição do capacidade para o exercício da função.
Estado de Minas Gerais.) § 4º - Será cassada a aposentadoria do funcionário
CAPÍTULO VII que reverter e não tomar posse e entrar em exercício
Da Readmissão dentro dos prazos legais.
Art. 51 - (Revogado pelo art. 42 da Lei nº 5.945, de (Vide art. 28 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
11/7/1972.) (Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas
Dispositivo revogado: Gerais.)
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais III - os Diretores de Departamentos diretamente
Transitórias.) subordinados ao Governador;
Art. 55 - A reversão far-se-á de preferência no IV - as demais autoridades designadas em
mesmo cargo. regulamentos.
§ 1º - A reversão "ex-officio" não poderá verificar-se Art. 63 - A posse verificar-se-á mediante a lavratura
em cargo de vencimento ou remuneração inferior ao de um termo que, assinado pela autoridade que a
provento da inatividade. der e pelo funcionário, será arquivado no órgão de
§ 2º - A reversão ao cargo de carreira dependerá da pessoal da respectiva Repartição, depois dos
existência da vaga que deva ser preenchida competentes registros.
mediante promoção por merecimento. Parágrafo único - O funcionário prestará, no ato da
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas posse, o compromisso de cumprir fielmente os
Gerais.) deveres do cargo ou da função.
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais Art. 64 - A posse poderá ser tomada por procuração,
Transitórias.) quando se tratar de funcionário ausente do Estado,
Art. 56 - A reversão dará direito para nova em missão do Governo, ou em casos especiais, a
aposentadoria, à contagem de tempo em que o critério da autoridade competente.
funcionário esteve aposentado. Art. 65 - A autoridade que der posse deverá verificar,
(Vide art. 37 da Constituição do Estado de Minas sob pena de ser pessoalmente responsabilizada, se
Gerais.) forem satisfeitas as condições estabelecidas no art.
(Vide art. 47 do Ato das Disposições Constitucionais 13 e as especiais fixadas em lei ou regulamento, para
Transitórias.) a investidura no cargo ou na função.
CAPÍTULO IX Art. 66 - A posse deverá verificar-se no prazo de
Do Aproveitamento trinta dias, contados da data da publicação do
Art. 57 - Aproveitamento é o reingresso no serviço decreto no órgão oficial.
público do funcionário em disponibilidade. § 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado, por outros
Art. 58 - Será obrigatório o aproveitamento do trinta dias, mediante solicitação escrita e
funcionário estável em cargo, de natureza e fundamentada do interessado e despacho da
vencimentos ou remuneração compatíveis com o autoridade competente para dar posse.
anteriormente ocupado. § 2º - Se a posse não se der dentro do prazo inicial e
Parágrafo único - O aproveitamento dependerá de no da prorrogação, será tornada sem efeito, por
prova de capacidade mediante inspeção médica. decreto, a nomeação.
Art. 59 - Havendo mais de um concorrente à mesma SEÇÃO II
vaga terá preferência o de maior tempo de Da Fiança
disponibilidade e, no caso de empate, o de maior Art. 67 - O exercício do cargo cujo provimento, por
tempo de serviço público. prescrição legal ou regulamentar, exija fiança,
Art. 60 - Será tornado sem efeito o aproveitamento dependerá da prévia prestação desta.
e cassada a disponibilidade se o funcionário não § 1º - A fiança poderá ser prestada:
tomar posse no prazo legal, salvo caso de doença I - em dinheiro;
comprovada em inspeção médica. II - em títulos da dívida pública;
Parágrafo único - Provada a incapacidade definitiva III - em apólices de seguro de fidelidade funcional,
em inspeção médica, será decretada a emitidas por institutos oficiais ou companhias
aposentadoria. legalmente autorizadas.
CAPÍTULO X § 2º - Não poderá ser autorizado o levantamento da
Dos Atos Complementares fiança antes de tomadas as contas do funcionário.
SEÇÃO I SEÇÃO III
Da Posse Do Exercício
Art. 61 - Posse é o ato que investe o cidadão em Art. 68 - O início, a interrupção e o reinicio do
cargo ou em função gratificada. exercício serão registrados no assentamento
Parágrafo único - Não haverá posse nos casos de individual do funcionário.
promoção, remoção, designação para o Parágrafo único - O início do exercício e as alterações
desempenho de função não gratificada e que neste ocorrerem serão comunicados, pelo chefe
reintegração. da repartição ou serviço em que estiver lotado o
Art. 62 - São competentes para dar posse: funcionário, ao respectivo serviço de pessoal e às
I - o Governador do Estado; autoridades, a quem caiba tomar conhecimento.
II - os Secretários de Estado;
Art. 69 - O chefe da repartição ou do serviço para que despendida pelo Estado com o custeio da viagem de
for designado o funcionário é a autoridade estudo ou aperfeiçoamento.
competente para dar-lhe exercício. Art. 78 - Salvo casos de absoluta conveniência, a
Art. 70 - O exercício do cargo ou da função terá início juízo do Governador do Estado, nenhum funcionário
dentro do prazo de trinta dias, contados: poderá permanecer por mais de quatro anos em
I - da data da publicação oficial do ato, nos casos de missão fora do Estado, nem exercer outra senão
promoção, remoção, reintegração e designação para depois de corridos quatro anos de serviço efetivo no
função gratificada; Estado, contados da data do regresso.
II - da data da posse, nos demais casos. Art. 79 - O funcionário preso por crime comum ou
§ 1º - Os prazos previstos neste artigo poderão ser denunciado por crime funcional ou, ainda,
prorrogados, por solicitação do interessado e a juízo condenado por crime inafiançável em processo no
da autoridade competente, desde que a prorrogação qual não haja pronúncia será afastado do exercício
não exceda a trinta dias. até decisão final passada em julgado.
§ 2º - No caso de remoção e transferência, o prazo § 1º - Nos casos previstos neste artigo, o funcionário
inicial para o funcionário em férias ou licenciado, perderá, durante o tempo do afastamento, um terço
exceto no caso de licença para tratar de interesses do vencimento ou remuneração, com direito à
particulares, será contado da data em que voltar ao diferença, se absolvido.
serviço. § 2º - No caso de condenação, e se esta não for de
Art. 71 - O funcionário nomeado deverá ter exercício natureza que determine a demissão, será o
na repartição cuja lotação houver vaga. funcionário afastado, na forma deste artigo, a partir
Parágrafo único - O funcionário promovido poderá da decisão definitiva, até o cumprimento total da
continuar em exercício na repartição em que estiver pena, com direito, apenas, a um terço do
servindo. vencimento ou remuneração.
Art. 72 - Nenhum funcionário poderá ter exercício (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº
em serviço ou repartição diferente daquele em que 2.364, de 13/1/1961.)
estiver lotado, salvo os casos previstos neste TÍTULO II
Estatuto ou prévia autorização do Governador do Da Remoção
Estado. Art. 80 - A remoção, que se processará a pedido do
Parágrafo único - Nesta última hipótese, o funcionário ou "ex-officio", dar-se-á:
afastamento do funcionário só será permitido para I - de uma para outra repartição ou serviço;
fim determinado e por prazo certo. II - de um para outro órgão de repartição, ou serviço.
Art. 73 - Entende-se por lotação o número de § 1º - A remoção só poderá ser feita respeitada a
funcionários de cada carreira e de cargos isolados lotação de cada repartição ou serviço.
que devam ter exercício em cada repartição ou § 2º - A autoridade competente para ordenar a
serviço. remoção será aquela a quem estiverem
Art. 74 - O funcionário deverá apresentar ao órgão subordinados os órgãos, ou as repartições ou
competente, após ter tomado posse e antes de serviços entre os quais ela se faz.
entrar em exercício, os elementos necessários a § 3º - Ficam asseguradas à professora primária
abertura do assentamento individual. casada com servidor federal, estadual e militar as
Art. 75 - O número de dias que o funcionário gastar garantias previstas pela Lei nº 814, de 14/12/51.
em viagem para entrar em exercício será (Vide arts. 70 e 93 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
considerado, para todos os efeitos, como de efetivo (Vide Lei nº 8.193, de 13/5/1982.)
exercício. (Vide art. 8° da Lei nº 9.347, de 5/12/1986.)
Parágrafo único - Esse período de trânsito será (Vide art. 56 da Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
contado da data do desligamento do funcionário. (Vide art. 1° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.)
Art. 76 - Nenhum funcionário poderá ausentar-se do (Vide art. 65 da Lei nº 11.050, de 19/1/1993.)
Estado, para estudo ou missão de qualquer natureza, TÍTULO III
com ou sem ônus para os cofres públicos, sem Da Readaptação
autorização ou designação expressa do Governador Art. 81 - Dar-se-á readaptação:
do Estado. a) nos casos de perda da capacidade funcional
Art. 77 - O funcionário designado para estudo ou decorrente da modificação do estado físico ou das
aperfeiçoamento fora do Estado, com ônus para os condições de saúde do funcionário, que não
cofres deste, ficará obrigado a prestar serviços pelo justifiquem a aposentadoria;
menos por mais três anos. b) nos casos de desajustamento funcional no
Parágrafo único - Não cumprida essa obrigação exercício das atribuições do cargo isolado de que for
indenizará os cofres públicos da importância titular o funcionário ou da carreira a que pertencer.
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(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
Gerais.) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) 25/3/2002.)
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de Art. 91 - Para nenhum efeito será computado o
25/3/2002.) tempo de serviço gratuito, salvo o prestado a título
Art. 89 - Na contagem de tempo para os efeitos de de aprendizado em serviço público.
aposentadoria, computar-se-á integralmente: (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
a) o tempo de serviço público prestado à União, aos Gerais.)
Municípios do Estado, às entidades autárquicas e (Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do
paraestatais da União e do Estado; Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.)
b) o período de serviço ativo no Exército, na Armada, (Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de
nas Forças Aéreas e nas Auxiliares, prestado durante 25/3/2002.)
a paz, computando-se pelo dobro o tempo em
operações de guerra; TÍTULO V
c) o número de dias em que o funcionário houver Da Freqüência e do Horário
trabalhado como extranumerário ou sob outra Art. 92 - O expediente normal das repartições
qualquer forma de admissão, desde que públicas será estabelecido pelo Governo, em
remunerado pelos cofres públicos; decreto, no qual a determinará o número de horas
d) o período em que o funcionário esteve afastado de trabalho normal para os diversos cargos e
para tratamento de saúde; funções.
e) o período em que o funcionário tiver (Vide Lei nº 9.381, de 18/12/1986.)
desempenhado, mediante autorização do Governo Art. 93 - O funcionário deverá permanecer na
do Estado, cargos ou funções federais, estaduais ou repartição durante as horas do trabalho ordinário e
municipais; as do expediente.
f) o tempo de serviço prestado, pelo funcionário, Parágrafo único - O disposto no presente artigo
mediante a autorização do Governo do Estado, às aplica-se, igualmente, aos funcionários investidos
organizações autárquicas e paraestatais; em cargo ou função de chefia.
g) o período relativo à disponibilidade remunerada; (Vide art. 288 da Constituição do Estado de Minas
h) o período em que o funcionário tiver Gerais.)
desempenhado mandato eletivo federal, estadual ou (Vide art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais
municipal, antes de haver ingressado ou de haver Transitórias.)
sido readmitido nos quadros do funcionalismo Art. 94 - A freqüência será apurada por meio do
estadual. ponto.
(Alínea acrescentada pelo art. 37 da Lei nº 2.001, de Art. 95 - Ponto é o registro pelo qual se verificarão,
17/11/1959) diariamente, as entradas e saídas dos funcionários
(Alínea com redação dada pelo art. 3º da Lei nº em serviço.
2.327, de 07/01/1961.) § 1º - Nos registros de ponto deverão ser lançados
Parágrafo único - O tempo de serviço, a que se todos os elementos necessários à apuração da
referem as alíneas "e" e "f" será computado à vista freqüência.
de certidão passada pela autoridade competente. § 2º - Salvo nos casos expressamente previstos em
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 937, lei ou regulamento é vedado dispensar o funcionário
de 18/6/1953.) de registro de ponto e abonar faltas ao serviço.
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas Art. 96 - O período de trabalho poderá ser
Gerais.) antecipado ou prorrogado para toda repartição ou
(Vide art. 43, inciso II do art. 114 e arts. 115 e 116 do partes, conforme a necessidade do serviço.
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.) Parágrafo único - No caso de antecipação ou
(Vide art. 76 da Lei Complementar nº 64, de prorrogação desse período, será remunerado o
25/3/2002.) trabalho extraordinário, na forma estabelecida no
Art. 90 - É vedado a acumulação de tempo de serviço Capítulo VII do Título VII.
simultaneamente prestado, em dois ou mais cargos Art. 97 - Nos dias úteis, só por determinação do
ou funções, à União, ao Estado, aos Municípios e às Governador do Estado poderão deixar de funcionar
autarquias. as repartições públicas, ou ser suspensos os seus
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas trabalhos, em todo ou em parte.
Gerais.) Art. 98 - Para efeito de pagamento, apurar-se-á a
freqüência do seguinte modo:
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(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
Gerais.) Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais Art. 114 - (Vetado).
Transitórias.) (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei Gerais.)
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Art. 111 - (Revogado pelo art. 18 da Lei nº 1.435, de Transitórias.)
30/1/1956.) (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
Dispositivo revogado: Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
“Art. 111 - O funcionário que contar 30 anos de Art. 115 - Os vencimentos da aposentadoria não
serviço público será aposentado desde que o poderão ser superiores ao vencimento ou
requeira: remuneração da atividade, nem inferiores a um
a) com as vantagens da comissão ou função terço.
gratificada em cujo exercício se achar, desde que o (Vide § 4º da alínea “d” do inciso III do art. 36 da
exercício abranja, sem interrupção, os seis anos Constituição do Estado de Minas Gerais.)
anteriores; (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
b) com idênticas vantagens, desde que o exercício do Gerais.)
cargo em comissão ou da função gratificada tenha (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
compreendido um período de dez anos, Transitórias.)
consecutivos ou não, mesmo que, ao aposentar-se, (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
o funcionário já esteja fora daquele exercício. Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
§ 1º - No caso da letra "b" deste artigo, quando mais Art. 116 - Serão incorporados aos vencimentos, para
de um cargo ou função tenha sido exercido, serão efeito de aposentadoria:
atribuídas as vantagens de maior padrão desde que a) os adicionais por tempo de serviço;
lhe corresponda um exercício mínimo de dois anos; b) adicional de família extinguindo-se à medida que
fora dessa hipótese, atribuir-se-ão as vantagens do os filhos, existentes ao tempo da aposentadoria,
cargo ou função de remuneração imediatamente forem atingindo o limite de idade estabelecida no
inferior. art. 126, nº II;
§ 2º - A aplicação do regime estabelecido neste c) (Revogada pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
artigo exclui as vantagens instituídas no art. 117, 16/10/1964.)
salvo o direito de opção.” Dispositivo revogado:
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) “c) a gratificação de função, nos termos do art. 143,
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas letra "g".”
Gerais.) d) (Vetado).
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais (Vide arts. 7° e 36 da Constituição do Estado de
Transitórias.) Minas Gerais.)
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) Transitórias.)
Art. 112 - O funcionário interino não poderá ser (Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei
aposentado, exceto no caso previsto no art. 108, Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
alíneas "d" e "e". Art. 117 - (Revogado pelo art. 129 da Lei nº 3.214, de
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas 16/10/1964.)
Gerais.) Dispositivo revogado:
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais “Art. 117 - O funcionário que contar 30 (trinta) anos
Transitórias.) de exercício no serviço público será aposentado com
(Vide arts. 7º ao 15 e arts. 47, 74, 75 e 76 da Lei os proventos acrescidos de 15% (quinze por cento),
Complementar nº 64, de 25/3/2002.) não podendo este aumento, no entanto, exceder de
Art. 113 - Os proventos da inatividade serão revistos Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) mensais.”
sempre que, por motivo de alteração de poder (Artigo com redação dada pelo art. 2º da Lei nº 937,
aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos de 18/6/1953.)
dos funcionários em atividade. (Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) Gerais.)
(Vide art. 36 da Constituição do Estado de Minas (Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais
Gerais.) Transitórias.)
(Vide art. 39 do Ato das Disposições Constitucionais (Vide art. 7º ao 15, 47, 74, 75 e 76 da Lei
Transitórias.) Complementar nº 64, de 25/3/2002.)
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“Art. 128 - Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, § 3º - Será a ajuda de custo calculada, nos casos de
a madrasta e, na falta destes, os representantes promoção, na base do vencimento ou remuneração
legais dos incapazes.” do novo cargo a ser exercido.
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de Art. 134 - A ajuda de custo será paga ao funcionário
25/3/2002.) diantadamente no local da repartição ou do serviço
Art. 129 - O abono de família será pago, ainda nos do que foi desligado.
casos em que o funcionário ativo ou inativo deixar de Parágrafo único - O funcionário sempre que o
perceber vencimento, remuneração ou provento. preferir, poderá receber, integralmente, a ajuda de
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de custo, na sede da nova repartição ou serviço.
25/3/2002.) Art. 135 - Não será concedida a ajuda de custo:
Art. 130 - O abono de família não está sujeito a I - quando o funcionário se afastar da sede, ou a ela
qualquer imposto ou taxa, mas servirá de base para voltar, em virtude de mandato eletivo;
qualquer contribuição ou consignação em folha, II quando for posto à disposição do Governo Federal,
inclusive para fins de previdência social. municipal e de outro Estado;
(Artigo com redação dada pelo art. 5º da Lei nº 937, III - quando for transferido ou removido a pedido ou
de 18/6/1953.) permuta, inclusive.
(Vide arts. 6º e 18 da Lei Complementar nº 64, de Art. 136 - Restituirá a ajuda de custo que tiver
25/3/2002.) recebido:
CAPÍTULO IV I - o funcionário que não seguir para a nova sede
Do Auxílio para Diferença de Caixa dentro dos prazos determinados;
Art. 131 - Ao funcionário que, no desempenho de II - o funcionário que, antes de terminado o
suas atribuições comuns, pagar ou receber, em desempenho da incumbência que lhe foi cometida,
moeda corrente, poderá ser concedido um auxílio, regressar da nova sede, pedir exoneração ou
fixado em lei, para compensar as diferenças de caixa. abandonar o serviço.
Parágrafo único - O auxílio não poderá exceder a § 1º - A restituição será feita parceladamente, salvo
cinco por cento do padrão de vencimento e só será no caso de recebimento indevido, em que a
concedido dentro dos limites da dotação importância correspondente será descontada
orçamentária. integralmente do vencimento ou remuneração, sem
CAPÍTULO V prejuízo da aplicação da pena disciplinar cabível na
Da Ajuda de Custo espécie.
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) § 2º - A responsabilidade pela restituição de que
Art. 132 - Será concedida ajuda de custo ao trata este artigo atinge exclusivamente a pessoa do
funcionário que, em virtude de transferência, funcionário.
remoção, designação para função gratificada, passar § 3º - Se o regresso do funcionário for determinado
a ter exercício em nova sede, ou quando designado pela autoridade competente, ou, em caso de pedido
para serviço ou estudo fora do Estado. de exoneração, apresentado pelo menos noventa
§ 1º - A ajuda de custo destina-se a indenizar o dias após seus exercício na nova sede, ou doença
funcionário das despesas de viagem e de nova comprovada, não ficará ele obrigado a restituir a
instalação. ajuda de custo.
§ 2º - O transporte do funcionário e de sua família Art. 137 - O transporte do funcionário e de sua
correrá por conta do Estado. família compreende passagens e bagagens,
Art. 133 - A ajuda de custo será arbitrada pelos observado, quanto a estas, o limite estabelecido no
Secretários do Estado e Diretores de Departamento regulamento próprio.
diretamente subordinados ao Governador do § 1º - Poderá ainda ser fornecida passagem a um
Estado, tendo em vista cada caso, as condições de serviçal que acompanhe o funcionário.
vida na nova sede, a distância que deverá ser § 2º - O funcionário será obrigado a repor a
percorrida, o tempo de viagem e os recursos importância correspondente ao transporte
orçamentários disponíveis. irregularmente requisitado, além de sofrer a pena
§ 1º - A ajuda de custo não poderá ser inferior à disciplinar que for aplicável.
importância correspondente a um mês de Art. 138 - Compete ao Governador do Estado arbitrar
vencimento e nem superior a três, salvo quando se a ajuda de custo que será paga ao funcionário
tratar do funcionário designado para serviço ou designado para serviço ou estudo fora do Estado.
estudo no estrangeiro. Parágrafo único - A ajuda de custo, de que trata este
§ 2º - No caso de remuneração, calcular-se-á sobre a artigo, não poderá ser inferior a um mês de
média mensal da mesma no último exercício vencimento ou remuneração do funcionário.
financeiro. CAPÍTULO VI
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Art. 149 - O funcionário perceberá honorário quando cargos estaduais na base de quatro meses por
designado para exercer, fora do período normal ou decênio.
extraordinário de trabalho, as funções de auxiliar ou § 1º - As férias-prêmio serão concedidas com o
membro de bancas e comissões de concursos ou vencimento ou remuneração e todas as demais
provas, de professor ou auxiliar de cursos legalmente vantagens do cargo, excetuadas somente as
instituídos. gratificações por serviços extraordinários, e sem
CAPÍTULO VIII perda da contagem de tempo para todos os efeitos,
Da Função Gratificada como se estivesse em exercício.
Art. 150 - Função gratificada é a instituída em lei para § 2º - Para tal fim, não se computará o afastamento
atender os encargos de chefia e outros que a lei do exercício das funções, por motivo de:
determinar. a) gala ou nojo, até 8 dias cada afastamento;
(Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do b) férias anuais;
Estado de Minas Gerais.) c) requisição de outras entidades públicas, com
Art. 151 - Não perderá a gratificação o funcionário afastamento autorizado pelo Governo do Estado;
que deixar de comparecer ao serviço em virtude de d) viagem de estudo, aperfeiçoamento ou
férias, luto, casamento, doença comprovada, representação fora da sede, autorizada pelo
serviços obrigatórios por lei. Governo do Estado;
(Vide inciso V do § 11 do art. 14 da Constituição do e) licença para tratamento de saúde até 180 dias;
Estado de Minas Gerais.) f) júri e outros serviços obrigatórios por lei;
CAPÍTULO IX g) exercício de funções de governo ou administração
Das Férias em qualquer parte do território estadual, por
(Vide art. 12 da Lei nº 18185, de 4/6/2009.) nomeação do Governo do Estado.
Art. 152 - O funcionário gozará, obrigatoriamente, § 3º - O servidor público terá, automaticamente,
por ano vinte e cinco dias úteis de férias, observada contado em dobro, para fins de aposentadoria e
a escala que for organizada de acordo com vantagens dela decorrentes, o tempo de férias-
conveniência do serviço, não sendo permitida a prêmio não gozadas.
acumulação de férias. (Parágrafo acrescentado pelo art. 1º da Lei nº 3.579,
§ 1º - Na elaboração da escala, não será permitido de 19/11/1965.)
que entrem em gozo de férias, em um só mês, mais (Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de
de um terço de funcionários de uma seção ou Minas Gerais.)
serviço. Art. 157 - O pedido de concessão de férias-prêmio
§ 2º - É proibido levar à conta de férias qualquer falta deverá ser instruído com certidão de contagem de
ao trabalho. tempo fornecida pela repartição competente.
§ 3º - Ingressando no serviço público estadual, Parágrafo único - Considera-se repartição
somente depois do 11º mês de exercício poderá o competente para tal fim aquela que dispuser de
funcionário gozar férias. elementos para certificar o tempo de serviço
(Vide Lei n° 1.282, de 27/8/1955.) mediante fichas oficiais cópias de folhas de
(Vide art. 17 da Lei Complementar nº 102, de pagamento ou registro de ponto.
17/1/2008.) (Vide § 4º do art. 31 da Constituição do Estado de
Art. 153 - Durante as férias, o funcionário terá direito Minas Gerais.)
ao vencimento ou remuneração e a todas as CAPÍTULO XI
vantagens, como se estivesse em exercício exceto a Das Licenças
gratificação por serviço extraordinário. SEÇÃO I
Art. 154 - O funcionário promovido, transferido ou Disposições Gerais
removido, quando em gozo de férias, não será Art. 158 - O funcionário poderá ser licenciado:
obrigado a apresentar-se antes de terminá-las. I - para tratamento de saúde;
Art. 155 - É facultado ao funcionário gozar férias II - quando acidentado no exercício de suas
onde lhe convier, cumprindo-lhe, entretanto, antes atribuições ou atacado de doença profissional;
do seu início, comunicar o seu endereço eventual ao III - por motivo de doença em pessoa de sua família;
chefe da repartição ou serviço a que estiver IV - no caso previsto no art. 175;
subordinado. V - quando convocado para serviço militar;
CAPÍTULO X VI - para tratar de interesses particulares;
Das Férias-Prêmio VII - no caso previsto no art. 186.
Art. 156 - O funcionário gozará férias-prêmio (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
correspondente a decênio de efetivo exercício em 25/3/2002.)
Art. 159 - Aos funcionários interinos e aos em farmacêutica dada a custa do Instituto de
comissão não será concedida licença para tratar de Previdência dos Servidores do Estado de Minas
interesses particulares. Gerais.
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de (Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de
25/3/2002.) 25/3/2002.)
Art. 160 - A competência para a concessão de licença SEÇÃO II
para tratamento de saúde será definida em Licença para Tratamento de Saúde
regulamento próprio. Art. 168 - A licença para tratamento de saúde será
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de concedida a pedido do funcionário ou "ex-officio".
25/3/2002.) Parágrafo único - Num e noutro caso de que cogita
Art. 161 - A licença dependente de inspeção médica este artigo é indispensável a inspeção médica, que
será concedida pelo prazo indicado no respectivo deverá realizar-se, sempre que necessária, na
laudo. residência do funcionário.
Parágrafo único - Antes de findo esse prazo o (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
funcionário será submetido a nova inspeção e o 25/3/2002.)
laudo médico concluirá pela sua volta ao serviço, Art. 169 - O funcionário licenciado para tratamento
pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria. de saúde não poderá dedicar-se a qualquer atividade
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de remunerada.
25/3/2002.) (Artigo com redação dada pelo art. 7º da Lei nº 937,
Art. 162 - Finda a licença, o funcionário deverá de 18/6/1953.)
reassumir, imediatamente, o exercício do cargo, se (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
assim concluir o laudo de inspeção médica, salvo 25/3/2002.)
caso de prorrogação, mesmo sem o despacho final Art. 170 - Quando licenciado para tratamento de
desta. saúde, acidente no serviço de suas atribuições, ou
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de doença profissional, o funcionário receberá
25/3/2002.) integralmente o vencimento ou a remuneração e
Art. 163 - As licenças concedidas dentro de sessenta demais vantagens.
dias contados da terminação da anterior serão (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
consideradas como prorrogação. 25/3/2002.)
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de Art. 171 - O funcionário licenciado para tratamento
25/3/2002.) de saúde é obrigado a reassumir o exercício, se for
Art. 164 - O funcionário não poderá permanecer em considerado apto em inspeção médica "ex-officio".
licença por prazo superior a 24 meses salvo o Parágrafo único - O funcionário poderá desistir da
portador de tuberculose, lepra ou pênfigo foliáceo, licença desde que, mediante inspeção médica, seja
que poderá ter mais três prorrogações de 12 meses julgado apto para o exercício.
cada uma, desde que, em exames periódicos anuais, (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
não se tenha verificado a cura. 25/3/2002.)
(Artigo com redação dada pelo art. 6º da Lei nº 937, Art. 172 - O funcionário atacado de tuberculose
de 18/6/1953.) ativa, cardiopatia descompensada, alienação
(Vide arts. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de mental, neoplasia maligna, leucemia, cegueira,
25/3/2002.) lepra, pênfigo foliáceo ou paralisia que o impeça de
Art. 165 - Decorrido o prazo estabelecido no artigo locomover-se, será compulsoriamente licenciado,
anterior, o funcionário será submetido a inspeção com vencimento ou remuneração integral e demais
médica e aposentado, se for considerado vantagens.
definitivamente inválido para o serviço público em Parágrafo único - Para verificação das moléstias
geral. referidas neste artigo, a inspeção médica será feita
(Vide art. 6º e 13 da Lei Complementar nº 64, de obrigatoriamente por uma junta médica oficial, de
25/3/2002.) três membros, todos presentes.
Art. 166 - O funcionário poderá gozar licença onde (Vide art. 16 da Lei Complementar nº 64, de
lhe convier, ficando obrigado a comunicar, por 25/3/2002.)
escrito, o seu endereço ao chefe a que estiver Art. 173 - O funcionário, durante a licença, ficar
imediatamente subordinado. obrigado a seguir rigorosamente o tratamento
(Vide art. 6º da Lei Complementar nº 64, de médico adequado à doença, sob pena de lhe ser
25/3/2002.) suspenso o pagamento de vencimento ou
Art. 167 - O funcionário acidentado no exercício de remuneração.
suas atribuições terá assistência hospitalar, médica e
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(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
25/3/2002.) Constitucionais Transitórias.)
Art. 183 - O funcionário poderá, a qualquer tempo, Art. 189 - Os funcionários públicos perderão o cargo:
reassumir o exercício desistindo da licença. I - quando vitalícios, somente em virtude de
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de sentença judiciária;
25/3/2002.) II - quando estáveis, no caso do número anterior, no
Art. 184 - A autoridade que houver concedido a de extinguir o cargo ou no de serem demitidos
licença poderá, a todo tempo, desde que o exija o mediante processo administrativo em que se lhes
interesse do serviço público, cassá-la, marcando tenha assegurada ampla defesa.
razoável prazo para que o funcionário licenciado Parágrafo único - A estabilidade não diz respeito ao
reassuma o exercício. cargo, ressalvando-se à administração o direito de
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de readaptar o funcionário em outro cargo, removê-lo,
25/3/2002.) transferi-lo ou transformar o cargo, no interesse do
Art. 185 - (Vetado). serviço.
(Vide § 4º do art. 26 da Lei Complementar nº 64, de (Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas
25/3/2002.) Gerais.)
SEÇÃO VII (Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições
Licença à Funcionária Casada com Funcionário Constitucionais Transitórias.)
Art. 186 - A funcionária casada com funcionário CAPÍTULO XIII
estadual, federal ou militar, terá direito a licença, Da Disponibilidade
sem vencimento ou remuneração, quando o marido Art. 190 - Quando se extinguir o cargo, o funcionário
for mandado servir, independentemente de estável ficará em disponibilidade remunerada, com
solicitação, em outro ponto do Estado ou do vencimento ou remuneração integrais e demais
território nacional ou no estrangeiro. vantagens, até o seu obrigatório aproveitamento em
Parágrafo único - A licença será concedida mediante outro cargo de natureza, vencimentos ou
pedido, devidamente instruído, e vigorará pelo remuneração compatíveis com o que ocupava.
tempo que durar a comissão ou nova função do (Vide § 3º do inciso III do art. 35 da Constituição do
marido. Estado de Minas Gerais.)
CAPÍTULO XII CAPÍTULO XIV
Da Estabilidade Do Direito de Petição
Art. 187 - O funcionário adquirirá estabilidade depois (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
de: Art. 191 - É assegurado ao funcionário o direito de
I - dois anos de exercício, quando nomeado em requerer ou representar.
virtude de concurso; Art. 192 - O requerimento será dirigido à autoridade
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas competente para decidi-lo e encaminhado por
Gerais.) intermédio daquela a que estiver imediatamente
II - cinco anos de exercício, o efetivo nomeado sem subordinado o requerente.
concurso. Art. 193 - O pedido de reconsideração será dirigido à
Parágrafo único - Não adquirirão estabilidade, autoridade que houver expedido o ato ou proferido
qualquer que seja o tempo de serviço o funcionário a primeira decisão, não podendo ser renovado.
interino e no cargo em que estiver substituindo ou Parágrafo único - O requerimento e o pedido de
comissionado, o nomeado em comissão ou em reconsideração de que tratam os artigos anteriores
substituição. deverão ser despachados no prazo de cinco dias e
(Vide art. 5° da Lei nº 9.938, de 26/7/1989.) decididos dentro de trinta, improrrogáveis.
(Vide arts. 104 e 105 do Ato das Disposições Art. 194 - Caberá recurso:
Constitucionais Transitórias.) I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
Art. 188 - Para fins de aquisição de estabilidade, só II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
será contado o tempo de serviço efetivo, prestado interpostos.
em cargos estaduais. § 1º - O recurso será dirigido à autoridade
Parágrafo único - Desligando-se do serviço público imediatamente superior à que tiver expedido o ato
estadual e sendo readmitido ou nomeado para outro ou proferido a decisão e, sucessivamente, em escala
cargo estadual, a contagem de tempo será feita, para ascendente, às demais autoridades.
fim de estabilidade, na data da nova posse. § 2º - No encaminhamento do recurso observar-se-á
(Vide art. 35 da Constituição do Estado de Minas o disposto na parte final do art. 192.
Gerais.) Art. 195 - Os pedidos de reconsideração e os
recursos que não têm efeito suspensivo; os que
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forem providos, porém, darão lugar às retificações Art. 203 - Poderá ser concedido transporte à família
necessárias, retroagindo os seus efeitos à data do do funcionário, quando este falecer fora da sede de
ato impugnado, desde que outra solução jurídica não seus trabalhos, no desempenho de serviço.
determine a autoridade, quanto aos efeitos relativos Art. 204 - (Revogado pelo art. 6º da Lei
ao passado. Complementar nº 70, de 30/7/2003.)
Art. 196 - O direito de pleitear na esfera Dispositivo revogado:
administrativa prescreverá, em geral, nos mesmos “Art. 204 - Ao cônjuge, ou, na falta deste, à pessoa
prazos fixados para as ações próprias cabíveis no que provar ter feito despesas em virtude do
judiciário, quanto à espécie. falecimento do funcionário na ativa ou em
Parágrafo único - Se não for o caso de direito que dê disponibilidade, será concedida, a título de funeral,
oportunidade à ação judicial, prescreverá a importância correspondente a um mês de
faculdade de pleitear na esfera administrativa, vencimento ou remuneração.
dentro de 120 dias a contar da data da publicação § 1º - A despesa correrá pela dotação própria do
oficial do ato impugnado ou, quando este for da cargo, não podendo, por esse motivo, o nomeado,
natureza reservada, da data da ciência do para preenchê-lo, entrar em exercício antes de
interessado. decorridos trinta dias do falecimento do seu
Art. 197 - O funcionário que se dirigir ao Poder antecessor.
Judiciário ficará obrigado a comunicar essa iniciativa § 2º - O pagamento será efetuado, pela respectiva
a seu chefe imediato para que este providencie a repartição pagadora, no dia em que lhe forem
remessa do processo, se houver, ao juiz competente, apresentados o atestado de óbito, se houver
como peça instrutiva da ação judicial. cônjuge, ou os comprovantes das despesas, em se
Art. 198 - São fatais e improrrogáveis os prazos tratando de outra pessoa.”
estabelecidos neste capítulo. (Artigo com redação dada pelo art. 27 da Lei n°
CAPÍTULO XV 3.422, de 8/10/1965.)
Da Acumulação (Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.)
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) (Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de
Art. 199 - É vedada a acumulação de cargo, exceto as 25/3/2002.)
previstas nos artigos 61, número I e 137, da Art. 205 - O vencimento ou a remuneração do
Constituição Estadual. funcionário em atividade ou em disponibilidade e o
(Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas provento atribuído ao que estiver aposentado não
Gerais.) poderão sofrer outros descontos que não sejam
Art. 200 - É vedada, ainda, a acumulação de funções previstos em lei.
ou de cargos e funções do Estado, ou do Estado com Art. 206 - A administração, em igualdade de
os da União ou Município e com os das entidades condições, preferirá para transferência ou remoção
autárquicas. da localidade onde trabalha, o funcionário que não
Parágrafo único - Não se compreende na proibição seja estudante.
deste artigo a acumulação de cargo ou função com a Art. 207 - Ao funcionário estudante matriculado em
gratificação de função. estabelecimento de ensino será concedido, sempre
(Vide art. 25 da Constituição do Estado de Minas que possível, horário especial de trabalho que
Gerais.) possibilite a freqüência regular às aulas.
CAPÍTULO XVI Parágrafo único - Ao funcionário estudante será
Das Concessões permitido faltar ao serviço, sem prejuízo do
(Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.) vencimento, remuneração ou vantagens
Art. 201 - Sem prejuízo do vencimento, remuneração decorrentes do exercício, nos dias de prova ou de
ou qualquer outro direito ou vantagem legal, o exame.
funcionário poderá faltar ao serviço até oito dias TÍTULO VIII
consecutivos por motivo de: Dos Deveres e da Ação Disciplinar
a) casamento; CAPÍTULO I
b) falecimento do cônjuge, filhos, pais ou irmãos. Das Responsabilidades
Art. 202 - Ao funcionário licenciado para tratamento (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
de saúde poderá ser concedido transporte, inclusive Art. 208 - Pelo exercício irregular de suas atribuições,
para as pessoas de sua família, por conta do Estado, o funcionário responde civil, penal e
fora da sede de serviço, se assim o exigir o laudo administrativamente.
médico oficial. (Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de
Minas Gerais.)
Art. 209 - A responsabilidade civil decorre de funcionário, até trinta dias, desde que seu
procedimento doloso ou culposo, que importe em afastamento seja necessário para a averiguação de
prejuízo da Fazenda Estadual, ou de terceiro. faltas cometidas, podendo ser prorrogada até
§ 1º - A indenização de prejuízo causado à Fazenda noventa dias, findos os quais cessarão os efeitos da
Estadual no que exceder as forças da fiança, poderá suspensão, ainda que o processo administrativo não
ser liquidada mediante o desconto em prestações esteja concluído.
mensais não excedentes da décima parte do Art. 215 - O funcionário terá direito:
vencimento ou remuneração, à míngua de outros I - à contagem de tempo de serviço relativo ao
bens que respondam pela indenização. período da prisão ou da suspensão, quando do
§ 2º - Tratando-se de dano causado a terceiro, processo não resultar punição, ou esta se limitar às
responderá o funcionário perante a Fazenda penas de advertências, multa ou repreensão;
Estadual, em ação regressiva, proposta depois de II - à diferença de vencimento ou remuneração e à
transitar em julgado a decisão de última instância contagem de tempo de serviço correspondente ao
que houver condenado a Fazenda a indenizar o período de afastamento excedente do prazo de
terceiro prejudicado. suspensão efetivamente aplicada.
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de CAPÍTULO III
Minas Gerais.) Dos Deveres e Proibições
Art. 210 - A responsabilidade penal abrange os Art. 216 - São deveres do funcionário:
crimes e contravenções imputados ao funcionário, I - assiduidade;
nessa qualidade. II - pontualidade;
(Vide art. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de III - discrição;
Minas Gerais.) IV - urbanidade;
Art. 211 - A responsabilidade administrativa resulta V - lealdade às instituições constitucionais e
de atos ou omissões praticados no desempenho do administrativas a que servir;
cargo ou função. VI - observância das normas legais e regulamentares;
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de VII - obediência às ordens superiores, exceto quando
Minas Gerais.) manifestamente ilegais;
Art. 212 - As cominações civis, penais e disciplinares VIII - levar ao conhecimento da autoridade superior
poderão cumular-se, sendo umas e outras irregularidade de que tiver ciência em razão do
independentes entre si, bem assim as instâncias civil, cargo;
penal e administrativa. IX - zelar pela economia e conservação do material
(Vide arts. 4º, 16 e 29 da Constituição do Estado de que lhe for confiado;
Minas Gerais.) X - providenciar para que esteja sempre em ordem
CAPÍTULO II no assentamento individual a sua declaração de
Da Prisão Preventiva e da Suspensão Preventiva família;
Art. 213 - Cabe, dentro das respectivas XI - atender prontamente:
competências, aos Secretários de Estado e aos a) às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
Diretores de Departamentos diretamente b) à expedição das certidões requeridas para a
subordinados ao Governador do Estado, ordenar a defesa de direito.
prisão administrativa de todo ou qualquer (Vide art. 172 da Lei nº 7.109, de 13/10/1977.)
responsável pelos dinheiros e valores pertencentes à Art. 217 - Ao funcionário é proibido:
Fazenda Estadual ou que se acharem sob a guarda I - referir-se de modo depreciativo, em informação,
desta, nos casos de alcance ou omissão em efetuar parecer ou despacho, às autoridades e atos da
as entradas nos devidos prazos. administração pública, podendo, porém, em
§ 1º - A autoridade que ordenar a prisão comunicará trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista
o fato imediatamente à autoridade judiciária doutrinário ou da organização do serviço;
competente, para os devidos efeitos. II - retirar sem prévia autorização da autoridade
§ 2º - Providenciará, ainda, no sentido de ser iniciado competente qualquer documento ou objeto da
com urgência e imediatamente concluído o processo repartição;
de tomada de contas. III - promover manifestações de apreço ou desapreço
§ 3º - A prisão administrativa não poderá exceder a e fazer circular ou subscrever lista de donativos no
noventa dias. recinto da repartição;
Art. 214 - Poderá ser ordenada, pelo Secretário de IV - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal em
Estado e Diretores de Departamentos diretamente detrimento da dignidade da função;
subordinados ao Governador do Estado, dentro da V - coagir ou aliciar subordinados com objetivos de
respectiva competência, a suspensão preventiva do natureza partidária;
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Art. 224 - A comissão procederá a todas as Parágrafo único - Se o processo não for julgado no
diligências que julgar convenientes, ouvindo, prazo indicado neste artigo, o indiciado reassumirá,
quando necessário, a opinião de técnicos ou peritos. automaticamente, o exercício de seu cargo ou
Parágrafo único - Terá o funcionário indiciado o função, e aguardará em exercício o julgamento, salvo
direito de, pessoalmente ou por procurador, o caso de prisão administrativa que ainda perdure.
acompanhar todo o desenvolver do processo, (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
podendo, através do seu defensor, indicar e inquirir Minas Gerais.)
testemunhas, requerer juntada de documentos, Art. 230 - Quando escaparem à sua alçada as
vista do processo em mãos da comissão e o mais que penalidades e providências que lhe parecerem
for necessário a bem de seu interesse, sem prejuízo cabíveis, a autoridade que determinou a instauração
para o andamento normal do trabalho. do processo administrativo, propô-las-á dentro do
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de prazo marcado para julgamento, à autoridade
Minas Gerais.) competente.
Art. 225 - Ultimado o processo, a comissão mandará, § 1º - Na hipótese deste artigo, o prazo para
dentro de quarenta e oito horas, citar o acusado julgamento final será de quinze dias, improrrogável.
para, no prazo de dez dias, apresentar defesa. § 2º - A autoridade julgadora promoverá as
Parágrafo único - Achando-se o acusado em lugar providências necessárias à sua execução.
incerto, a citação será feita por edital publicado no (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
órgão oficial, durante oito dias consecutivos. Neste Minas Gerais.)
caso, o prazo de dez dias para apresentação da Art. 231 - As decisões serão sempre publicadas no
defesa será contado da data da última publicação do órgão oficial, dentro do prazo de oito dias.
edital. (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Minas Gerais.) Art. 232 - Quando ao funcionário se imputar crime
Art. 226 - No caso de revelia, será designado, "ex- praticado na esfera administrativa, a autoridade que
officio", pelo presidente da comissão, um determinar a instauração do processo administrativo
funcionário para se incumbir da defesa. providenciará para que se instaure simultaneamente
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de o inquérito policial.
Minas Gerais.) (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
Art. 227 - Esgotado o prazo referido no art. 225, a Minas Gerais.)
comissão apreciará a defesa produzida e, então, Art. 233 - Quando a infração estiver capitulada na lei
apresentará o seu relatório, dentro do prazo de dez penal, será remetido o processo à autoridade
dias. competente, ficando traslado na repartição.
§ 1º - Neste relatório, a comissão apreciará em (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
relação a cada indiciado, separadamente, as Minas Gerais.)
irregularidades de que forem acusados, as provas Art. 234 - No caso de abandono do cargo ou função,
colhidas no processo, as razões de defesa, propondo, de que cogita o art. 249, II, deste Estatuto, o
então, justificadamente, a absolvição ou a punição, e presidente da comissão de processo promoverá a
indicando, neste caso, a pena que couber. publicação, no órgão oficial, de editais de
§ 2º - Deverá, também, a comissão em seu relatório, chamamento, pelo prazo de vinte dias, se o
sugerir quaisquer outras providências que lhe funcionário estiver ausente do serviço, em edital de
pareçam de interesse do serviço público. citação, pelo mesmo prazo, se já tiver reassumido o
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de exercício.
Minas Gerais.) Parágrafo único - Findo o prazo fixado neste artigo,
Art. 228 - Apresentado o relatório, os componentes será dado início ao processo normal, com a
da comissão assumirão o exercício de seus cargos, designação de defensor "ex-officio", se não
mas ficarão à disposição da autoridade que houver comparecer o funcionário, e, não tendo sido feita a
mandado instaurar o processo para a prestação de prova da existência de força-maior ou de coação
qualquer esclarecimento julgado necessário. ilegal, a comissão proporá a expedição do decreto de
(Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de demissão, na conformidade do art. 249, item II.
Minas Gerais.) (Vide § 4º do art. 4º da Constituição do Estado de
Art. 229 - Entregue o relatório da comissão, Minas Gerais.)
acompanhado do processo, à autoridade que houver SEÇÃO II
determinado à sua instauração, essa autoridade Revisão do Processo Administrativo
deverá proferir o julgamento dentro do prazo (Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de
improrrogável de sessenta dias. 30/7/2003.)
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Art. 235 - A qualquer tempo pode ser requerida a direitos perdidos em conseqüência da penalidade
revisão de processo administrativo, em que se impôs aplicada.
a pena de suspensão, multa, destituição de função, Art. 243 - Quando o acusado pertencer ou houver
demissão a bem do serviço público, desde que se pertencido a órgão diretamente subordinado ao
aduzam fatos ou circunstâncias susceptíveis de Governador do Estado, ao Secretário de Estado dos
justificar a inocência do acusado. Negócios do Interior, competirá despachar o
Parágrafo único - Tratando-se de funcionário requerimento de revisão e julgá-lo, afinal.
falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser CAPÍTULO V
requerida por qualquer pessoa relacionada no Das Penalidades
assentamento individual. (Vide art. 12 da Lei nº 18.185, de 4/6/2009.)
(Vide Lei nº 14.184, de 31/1/2002. Art. 244 - São penas disciplinares:
Art. 236 - Além das peças necessárias à comprovação I - Repreensão;
dos fatos argüidos, o requerimento será II - Multa;
obrigatoriamente instruído com certidão do III - Suspensão;
despacho que impôs a penalidade. IV - Destituição de função;
Parágrafo único - Não constitui fundamento para V - Demissão;
revisão a simples alegação de injustiça da VI - Demissão a bem do serviço público.
penalidade. Parágrafo único - A aplicação das penas disciplinares
Art. 237 - O requerimento será dirigido ao não se sujeita à seqüência estabelecida neste artigo,
Governador do Estado, que o despachará à mas é autônoma, segundo cada caso e consideradas
repartição onde se originou o processo. a natureza e a gravidade da infração e os danos que
Parágrafo único - Se o Governador do Estado julgar dela provierem para o serviço público.
insuficientemente instruído o pedido de revisão, (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
indeferi-lo-á "in limine". Estado de Minas Gerais.)
Art. 238 - Recebido o requerimento despachado pelo Art. 245 - A pena de repreensão será aplicada por
Governador do Estado, o chefe da repartição o escrito em caso de desobediência ou falta de
distribuirá a uma comissão composta de três cumprimento de deveres.
funcionários de categoria igual ou superior à do Parágrafo único - Havendo dolo ou má-fé, a falta de
acusado, indicando o que deve servir de presidente, cumprimento de deveres, será punida com a pena de
para processar a revisão. suspensão.
Art. 239 - O requerimento será apenso ao processo (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
ou à sua cópia (art. 233) marcando-se ao interessado Estado de Minas Gerais.)
o prazo de dez dias para contestar os fundamentos Art. 246 - A pena de suspensão será aplicada em
da acusação constantes do mesmo processo. casos de:
§ 1º - É impedido de funcionar na revisão quem I - Falta grave;
compôs a comissão do processo administrativo. II - Recusa do funcionário em submeter-se à inspeção
§ 2º - Se o acusado pretender apresentar prova médica quando necessária;
testemunhal deverá arrolar os nomes no III - Desrespeito às proibições consignadas neste
requerimento de revisão. Estatuto;
§ 3º - O presidente da comissão de revisão designará IV - Reincidência em falta já punida com repreensão;
um de seus membros para secretariá-la. V - Recebimento doloso e indevido de vencimento,
(Vide art. 10 da Lei Complementar nº 71, de ou remuneração ou vantagens;
30/7/2003.) VI - Requisição irregular de transporte;
Art. 240 - Concluída a instrução do processo, será VII - Concessão de laudo médico gracioso.
ele, dentro de dez dias, encaminhado com relatório § 1º - A pena de suspensão não poderá exceder de
da comissão ao Governador do Estado, que o julgará. noventa dias.
Parágrafo único - Para esse julgamento, o § 2º - O funcionário suspenso perderá todas as
Governador do Estado terá o prazo de vinte dias, vantagens e direitos decorrentes do exercício do
podendo antes determinar diligências que entenda cargo.
necessárias ao melhor esclarecimento do processo. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 241 - Julgando procedente a revisão, o Estado de Minas Gerais.)
Governador do Estado tornará sem efeito as Art. 247 - A pena de multa será aplicada na forma e
penalidades aplicadas ao acusado. nos casos expressamente previstos em lei ou
Art. 242 - O julgamento favorável do processo regulamento.
implicará também o restabelecimento de todos os (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Estado de Minas Gerais.)
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§ 6º - A reabilitação será concedida uma única vez. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
§ 7º - Os procedimentos para o instituto da Estado de Minas Gerais.)
reabilitação serão definidos em decreto. Art. 259 - No caso do art. 249, item I, provada a boa-
§ 8º - É da competência do Secretário de fé, poderá o servidor optar, obedecidas as seguintes
Administração decidir sobre a reabilitação, ouvido, normas:
previamente, o titular da repartição de exercício do a) tratando-se do exercício acumulado de cargo,
funcionário. funções ou cargos e funções do Estado, mediante
(Artigo com redação dada pelo art. 1º da Lei nº simples requerimento, de próprio punho e firma
9.442, de 22/10/1987.) reconhecida, dirigido ao Governador do Estado;
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do b) quando forem os cargos ou funções acumulados
Estado de Minas Gerais.) de esferas diversas da Administração - União,
Art. 254 - Verificado, em qualquer tempo, ter sido Estado, Município ou entidade autárquica, mediante
gracioso o laudo da junta médica, o órgão requerimento, na forma da alínea anterior, e dada
competente promoverá a punição dos responsáveis, ciência imediata do fato à outra entidade
incorrendo o funcionário, a que aproveitar a fraude, interessada.
na pena de suspensão, e, na reincidência, na de Parágrafo único - Se não for provada em processo
demissão, e os médicos em igual pena, se forem administrativo a boa-fé, o servidor será demitido do
funcionários sem prejuízo da ação penal que couber. cargo ou destituído da função estadual, sendo
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do cientificado também, neste caso, a outra entidade
Estado de Minas Gerais.) interessada e ficando o servidor ainda inabilitado,
Art. 255 - O funcionário que não entrar em exercício pelo prazo de 5 anos, para o exercício de cargos ou
dentro do prazo será demitido do cargo ou funções do Estado.
destituído da função. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Estado de Minas Gerais.) Art. 260 - O funcionário que indevidamente receber
Art. 256 - Terá cassada a licença e será demitido do diária será obrigado a restituir, de uma só vez, a
cargo o funcionário licenciado para tratamento de importância recebida, ficando ainda sujeito a
saúde que se dedicar a qualquer atividade punição disciplinar a que se refere o art. 246, item V.
remunerada. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
(Artigo com redação dada pelo art. 10 da Lei nº 937, Estado de Minas Gerais.)
de 18/6/1953.) Art. 261 - Será punido com a pena de suspensão, e,
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do na reincidência, com a de demissão, o funcionário
Estado de Minas Gerais.) que, indevidamente, conceder diárias, com o
Art. 257 - Será cassada, por decreto do Governador objetivo de remunerar outros serviços ou encargos,
do Estado, a aposentadoria ou disponibilidade, se ficando ainda obrigado à reposição da importância
ficar provado, em processo, que o aposentado ou correspondente.
funcionário em disponibilidade: (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
I - praticou, quando em atividade, qualquer dos atos Estado de Minas Gerais.)
para os quais é cominada neste Estatuto a pena de Art. 262 - Será responsabilizado pecuniariamente,
demissão, ou de demissão a bem do serviço público; sem prejuízo da sanção disciplinar que couber, o
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; chefe de repartição que ordenar a prestação de
III - aceitou representação de Estado estrangeiro, serviço extraordinário, sem que disponha do
sem prévia autorização do Governador do Estado; necessário crédito.
IV - praticou a usura, em qualquer de suas formas. (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Parágrafo único - Será igualmente cassada a Estado de Minas Gerais.)
disponibilidade do servidor que não assumir, no Art. 263 - O funcionário que processar o pagamento
prazo legal, o cargo ou função em que for de serviço extraordinário, sem observância do
aproveitado. disposto nesta lei, ficará obrigado a recolher aos
(Artigo com redação dada pelo art. 4º da Lei nº cofres do Estado a importância respectiva.
2.364, de 13/1/1961.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Estado de Minas Gerais.)
Estado de Minas Gerais.) Art. 264 - Será punido com a pena de suspensão e,
Art. 258 - As penas de repreensão, multa e na reincidência, com a de demissão a bem do serviço
suspensão prescrevem no prazo de dois anos e a de público, o funcionário que atestar falsamente a
demissão, por abandono do cargo, no prazo de prestação de serviço extraordinário.
quatro anos.
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Parágrafo único - O funcionário que se recusar, sem Art. 272 - A infração do disposto no art. 162
justo motivo, à prestação de serviço extraordinário importará a perda total do vencimento ou
será punido com a pena de suspensão. remuneração e, se a ausência exceder a trinta dias, a
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do demissão por abandono do cargo.
Estado de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 265 - Comprovada a flagrante desnecessidade Estado de Minas Gerais.)
da antecipação ou prorrogação do período de Art. 273 - A responsabilidade administrativa não
trabalho, o chefe da repartição que o tiver ordenado exime o funcionário da responsabilidade civil ou
responderá pecuniariamente pelo serviço criminal que no caso couber, nem o pagamento da
extraordinário. indenização a que ficar obrigado o exime da pena
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do disciplinar em que incorrer.
Estado de Minas Gerais.) (Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do
Art. 266 - Da infração do disposto no art. 119 Estado de Minas Gerais.)
resultará demissão do funcionário por procedimento Art. 274 - A autoridade que deixar de proferir o
irregular, e imediata reposição aos cofres públicos da julgamento em processo administrativo no prazo
importância recebida, pela autoridade ordenadora marcado no art. 229, será responsabilizada pelos
do pagamento. prejuízos que advierem do retardamento da decisão.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do (Vide §§ 1º e 4º do art. 4º e art. 29 da Constituição
Estado de Minas Gerais.) do Estado de Minas Gerais.)
Art. 267 - Serão considerados como falta os dias em TÍTULO IX
que o funcionário licenciado para tratamento de Das Disposições Finais e Transitórias
saúde, considerado apto em inspeção médica "ex- Art. 275 - A nomeação de funcionário obedecerá a
officio", deixar de comparecer ao serviço. ordem de classificação dos candidatos habilitados
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do em concurso.
Estado de Minas Gerais.) Art. 276 - É vedado ao funcionário trabalhar sob as
Art. 268 - O responsável por alcance ou desvio de ordens de parentes até segundo grau, salvo quando
material não ficará isento da ação administrativa e se tratar de função de imediata confiança e de livre
criminal que couber, ainda que o valor da fiança seja escolha, não podendo exceder a dois o número de
superior ao prejuízo verificado. auxiliares nessas condições.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Art. 277 - Poderá ser estabelecido o regime do
Estado de Minas Gerais.) tempo integral para os cargos ou funções que a lei
Art. 269 - Nos casos de indenização à Fazenda determinar.
Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de (Vide art. 22 da Lei n° 3.422, de 8/10/1965.)
uma só vez, a importância do prejuízo causado em Art. 278 - O órgão competente fornecerá ao
virtude de alcance, desfalque ou omissão em efetuar funcionário uma caderneta de que constarão os
recolhimento ou entradas nos prazos legais. elementos de sua identificação e onde se registrarão
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do os atos e fatos de sua vida funcional, essa caderneta
Estado de Minas Gerais.) valerá como prova de identidade, para todos os
Art. 270 - Fora dos casos incluídos no artigo anterior, efeitos, e será gratuita.
a importância da indenização poderá ser descontada Art. 279 - Considerar-se-ão da família do funcionário,
do vencimento ou remuneração, não excedendo o desde que vivam às suas expensas e constem do seu
desconto à quinta parte de sua importância líquida. assentamento individual:
Parágrafo único - O desconto poderá ser integral, I - o cônjuge;
quando o funcionário, para se esquivar ao II - as filhas, enteadas, sobrinhas e irmãs solteiras e
ressarcimento devido, solicitar exoneração ou viúvas;
abandonar o cargo. III - os filhos, enteados, sobrinhos e irmãos menores
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do de 18 anos ou incapazes;
Estado de Minas Gerais.) IV - os pais;
Art. 271 - Será suspenso por noventa dias, e, na V - os netos;
reincidência demitido o funcionário que fora dos VI - os avós;
casos expressamente previstos em lei, regulamentos VII - os amparados pela delegação do pátrio poder.
ou regimentos, cometer à pessoas estranhas às Art. 280 - Os prazos previstos neste Estatuto serão,
repartições, o desempenho de encargos que lhe todos, contados por dias corridos, salvo as exceções
competirem ou aos seus subordinados. previstas em lei.
(Vide § 1º do art. 4º e art. 29 da Constituição do Art. 281 - O provimento nos cargos e transferências,
Estado de Minas Gerais.) a substituição e as férias, bem como o vencimento e
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as demais vantagens dos cargos de Magistério e do policial, terão direito à aposentadoria com o
Ministério Público continuam a ser reguladas pelas vencimento integral e a incorporação das vantagens
respectivas leis especiais, aplicadas a que se refere o art. 116 desta lei, quando
subsidiariamente às disposições deste Estatuto. completarem 25 anos de serviço dedicado
Art. 282 - Nenhum imposto ou taxa estadual gravará exclusivamente às aludidas atividades policiais.
vencimento, remuneração ou gratificação do Parágrafo único - Consideram-se atividades policiais,
funcionário, o ato de sua nomeação, bem como os para os fins deste artigo, as exercidas por:
demais atos, requerimentos, recursos ou títulos a) Delegados de polícia;
referentes à sua vida funcional. b) médicos legistas;
Parágrafo único - O vencimento da disponibilidade e c) investigadores;
o provento da aposentadoria não poderão, d) guardas civis;
igualmente, sofrer qualquer desconto por cobrança e) fiscais e inspetores de trânsito;
de impostos ou taxas estaduais. f) escrivães e escreventes da polícia;
Art. 283 - Para os efeitos do art. 111, será contado o g) peritos do Departamento da Polícia Técnica.
tempo de efetivo exercício prestado pelo servidor Art. 289 - Tem direito à aposentadoria com 25 anos
em cargo ou função de chefia anteriormente à de trabalho o funcionário que, durante este período,
vigência da Lei 858, de 29 de dezembro de 1951. trabalhou 12 anos e seis meses, pelo menos, com
Art. 284 - Nas primeiras promoções que se Raio X, substâncias radioativas ou substâncias
verificarem após a vigência desta lei, será observado químicas de emanações corrosivas.
o disposto no art. 46 da Lei 858, de 29 de dezembro Art. 290 - As professoras e diretoras do ensino
de 1951. primário que por qualquer circunstância tenham
Art. 285 - Os decretos de provimento de cargos prestado ou estejam prestando serviços aos
públicos, as designações para função gratificada, Departamentos Administrativos das Secretarias do
bem como todos os atos ou portarias relativas a Estado, terão direito à contagem do tempo de
direitos, vantagens, concessões e licenças só serviço, para efeito do pagamento de seus
produzirão efeito depois de publicados no órgão quinquênios e aposentadoria no quadro a que
oficial. pertencem, conforme prevê a Constituição do
Art. 286 - (Revogado pelo art. 6º da Lei Estado.
Complementar nº 70,de 30/7/2003.) Art. 291 - O funcionário, que, não obstante
Dispositivo revogado: aposentado, tenha permanecido, a qualquer título,
“Art. 286 - Ao funcionário licenciado há mais de dez por exigência do serviço, sem solução de
meses para tratamento de saúde, é assegurado o continuidade, a serviço do Estado, e ainda
direito, a título de auxílio-doença, à percepção de um permaneça na data desta lei, terá sua aposentadoria
mês de vencimento. revista, sendo-lhe atribuídos proventos
Parágrafo único - Quando se tratar de moléstia correspondentes aos vencimentos da situação nova,
profissional ou de acidente, nos termos do artigo do cargo em que aposentou nos termos da Lei 858,
170, o auxílio-doença será devido após três meses de de 29 de dezembro de 1951, e as vantagens da
licenciamento, sendo repetido quando este atingir presente lei, relativas à inatividade.
um ano.” Parágrafo único - A prova dos requisitos
(Vide art. 24 da Lei nº 8.798, de 30/4/1985.) relacionados neste artigo será feita por certidão
(Vide art. 68 da Lei Complementar nº 64, de visada pelo chefe da repartição onde trabalhe o
25/3/2002.) aposentado beneficiário, da qual constem
Art. 287 - Aos funcionários que trabalham ou tenham elementos objetivos que atestem a permanência no
trabalhado pelo menos cinco anos nas oficinas do serviço e o efetivo exercício, sendo o respectivo
"Minas Gerais", em serviço noturno, abonar-se-ão título apostilado pela mesma autoridade.
setenta e dois dias, para efeito de aposentadoria, em Art. 292 - Ficam derrogados os artigos 5º da Lei 346,
cada ano que for apurado. de 30 de dezembro de 1948, e 25, I, "a", da Lei 347,
Parágrafo único - Consideram-se funcionários das da mesma data, no que se referem ao limite máximo
oficinas do "Minas Gerais", para os fins deste artigo, de idade para a admissão de extranumerários.
os pertencentes à: Art. 293 - A concessão de diária ao funcionário nos
a) revisão; termos dos artigos 139 e seguintes, desta lei, fica
b) composição; condicionada a regulamento.
c) impressão; Parágrafo único - Enquanto não for baixado o
d) expedição. regulamento de que trata este artigo, as diárias
Art. 288 - Os funcionários da Polícia Civil, que serão concedidas nos termos da legislação anterior.
trabalhem em serviço de natureza estritamente
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Art. 12 – O agente público que fizer denúncia § 2º – Cabe ao Governador do Estado escolher o
infundada estará sujeito às sanções deste Código. Presidente do Conselho, entre seus membros.
TÍTULO III § 3º – Os membros do Conset cumprirão mandato de
DO CONSELHO E DA COMISSÃO DE ÉTICA três anos, admitida uma recondução.
CAPÍTULO I § 4º – O voto de desempate compete ao Presidente.
DO CONSELHO DE ÉTICA PÚBLICA – CONSET Art. 15 – A Secretaria Executiva do Conselho de Ética
Art. 13 – O Conselho de Ética Pública – Conset, criado Pública tem por finalidade o apoio técnico e
pelo Decreto nº 43.673, de 4 de dezembro de 2003, administrativo às ações de competência do Conset.
passa a reger-se pelas normas estabelecidas neste Art. 16 – Normas complementares ao
Decreto, competindo-lhe: funcionamento do Conset serão estabelecidas em
I – assessorar o Governador e os Secretários de Deliberação.
Estado em questões que envolvam normas deste CAPÍTULO II
Código de Ética; DAS COMISSÕES DE ÉTICA
II – receber denúncias sobre atos de autoridade Art. 17 – Em todos os órgãos e entidades da
praticados em contrariedade às normas deste Administração Pública Direta e Indireta do Poder
Código de Ética e proceder à apuração de sua Executivo Estadual haverá uma Comissão de Ética
veracidade, desde que devidamente instruídas e com a finalidade de divulgar as normas deste Código
fundamentadas; de Ética e atuar na prevenção e na apuração de falta
III – instaurar, após as apurações pertinentes, ética no âmbito da respectiva instituição.
processo ético que envolva conduta de integrante da Art. 18 – Compete à Comissão de Ética:
Alta Administração Estadual, assim como decidir I – orientar e aconselhar o agente público sobre ética
sobre recursos contra decisão sua ou proferida em profissional no respectivo órgão ou entidade;
processos instaurados pelas Comissões de Ética do II – alertar agentes públicos quanto à conduta no
Poder Executivo; ambiente de trabalho, especialmente no tratamento
IV – submeter ao Governador do Estado sugestões com as pessoas e com o patrimônio público;
de aprimoramento deste Código de Ética; III – adotar formas de divulgação das normas éticas e
V – dirimir dúvidas a respeito da interpretação das de prevenção de falta ética;
normas deste Código de Ética e deliberar sobre os IV – registrar condutas éticas relevantes;
casos omissos; V – decidir pela instauração e conduzir processo
VI – promover ampla divulgação deste Código de ético, observadas as normas estabelecidas no Título
Ética; V deste Decreto e em Deliberações do Conset;
VII – convocar qualquer autoridade ou agente VI – elaborar seu regimento interno, observadas
público do Poder Executivo para prestar normas e diretrizes expedidas pelo Conset; e
esclarecimento sobre denúncias em desfavor da VII – exercer outras atividades que lhe forem
respectiva instituição ou de seus dirigentes; atribuídas ou delegadas pelo Conset.
VIII – responder consultas de autoridades e de Art. 19 – A Comissão de Ética é composta por três
agentes públicos em matéria regulada por este titulares e dois suplentes escolhidos pelo dirigente
Código de Ética; máximo entre os agentes públicos em exercício no
IX – emitir parecer acerca de enquadramento em órgão ou entidade e com mandatos de três anos,
hipóteses de impedimento para fins de nomeação, sendo facultada uma recondução por igual período.
designação ou contratação, a título comissionado, de § 1º – Exceções ao disposto no caput deste artigo
pessoas para o exercício de funções, cargos e serão analisadas pelo Conset e deliberadas em
empregos no Poder Executivo Estadual; e reunião plenária.
X – elaborar o seu regimento interno. § 2º – A atuação em Comissão de Ética não enseja
Art. 14 – O Conset é composto por sete membros, remuneração e os trabalhos nela desenvolvidos são
escolhidos e designados pelo Governador do Estado considerados prestação de relevante serviço público.
entre brasileiros de reconhecida idoneidade moral, § 3º – Os órgãos e entidades regionalmente
reputação ilibada e dotados de notórios estruturados podem instituir Comissões de Ética
conhecimentos de Administração Pública. Regionais, que receberão normas e diretrizes
§ 1º – O exercício da função de conselheiro, no expedidas pelo Conset, por meio da respectiva
âmbito do Conset, é considerado de relevante Comissão de Ética Central.
interesse público, não enseja qualquer espécie de TÍTULO IV
remuneração, sendo permitido o pagamento de DA CONDUTA ÉTICA DO GESTOR PÚBLICO
verbas indenizatórias para despesas com CAPÍTULO I
deslocamento, hospedagem e alimentação. DAS NORMAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
Art. 20 – Para fins deste Código de Ética considera- II – Secretários de Estado, Secretários-Adjuntos,
se gestor público, o agente público que por força do Subsecretários, Chefes de Gabinete e equivalentes
cargo, emprego ou função recebe poder público para hierárquicos de órgãos da Administração Direta do
coordenar e dirigir pessoas e trabalhos. Poder Executivo Estadual, bem como titulares de
Art. 21 – A atuação do gestor público deve pautar-se unidades administrativas ligadas diretamente ao
especialmente nas seguintes condutas: dirigente máximo ou ao subsecretário e equivalentes
I – adotar medidas para evitar conflitos de interesse hierárquicos;
privado com o interesse público; III – Dirigentes e Vice-Dirigentes de entidades da
II – tratar respeitosamente subordinados e demais Administração Indireta do Poder Executivo Estadual,
colegas de trabalho; seus Chefes de Gabinete e titulares de unidades
III – combater práticas que possam suscitar qualquer administrativas ligadas diretamente ao dirigente
forma de abuso de poder; máximo;
IV – utilizar, exclusivamente, o poder institucional IV – ocupantes de cargo de direção e assessoria
que lhe é atribuído por meio do cargo, função ou direta ao Governador, Vice-Governador e dirigente
emprego público que ocupa, para viabilizar o máximo de órgão ou entidade da Administração
atendimento ao interesse público; Pública Direta e Indireta do Poder Executivo
V – buscar a excelência na qualidade do trabalho, Estadual;
utilizando a crítica, quando necessária, de forma V – Presidentes de órgãos colegiados deliberativos
construtiva e em caráter reservado, focando o ato ou de empresas públicas e sociedades de economia
fato e não a pessoa; e mista do Poder Executivo;
VI – apoiar a divulgação e adoção de condutas éticas VI – Presidentes de Conselhos Estaduais; e
no ambiente de trabalho. VII – outros agentes públicos, conforme deliberado
Art. 22 – É vedado ao gestor público receber auxílio- pelo Conset.
transporte, hospedagem e demais recursos Parágrafo único – Para efeito deste Código de Ética,
financeiros ou favores de particulares que possam o termo “autoridade pública” equivale aos gestores
gerar dúvidas quanto a sua probidade ou públicos da Alta Administração.
imparcialidade. Art. 27 – A autoridade pública deve possibilitar à
Parágrafo único – É permitida a participação em sociedade aferir a lisura de processo decisório
eventos, desde que tornada pública qualquer governamental e adotar mecanismos de consulta,
remuneração, bem como pagamento de despesas de visando à transparência de sua gestão.
viagem pelo promotor do evento, que não poderá Art. 28 – A autoridade pública contribuirá para o
ter interesse em decisão a ser proferida pelo gestor. fortalecimento da conduta ética na instituição,
Art. 23 – É permitido ao gestor público o exercício apoiando as ações da Comissão de Ética.
não remunerado de encargo de mandatário, desde Art. 29 – A autoridade pública enviará ao Conset, no
que não implique a prática de atos de comércio ou prazo de dez dias contados do início do exercício no
quaisquer outros incompatíveis com o exercício do cargo, emprego ou função, declaração de
seu cargo, emprego ou função, nos termos da lei. informações sobre sua situação patrimonial e de
Art. 24 – O gestor público deverá informar a trabalhos exercidos anteriormente.
existência de eventual conflito de interesses, bem Parágrafo único – Compete ao Conset, por meio de
como comunicar qualquer circunstância ou fato Deliberação, a regulamentação da forma de
impeditivo de sua participação em decisão coletiva encaminhamento da declaração, os critérios de
ou em órgão colegiado. atualização das informações, a documentação a ser
Art. 25 – É vedado ao gestor público opinar anexada, as medidas em razão do descumprimento
publicamente sobre: do envio e demais questões pertinentes ao
I – honorabilidade e desempenho funcional de outro cumprimento do disposto neste artigo.
gestor público estadual; Art. 30 – A autoridade pública que mantiver
II – mérito de questão a ele submetida, para decisão participação superior a cinco por cento do capital
individual ou em órgão colegiado; e social ou votante de sociedade de economia mista,
III – matérias não atinentes a sua área de instituição financeira ou empresa que negocie com o
competência. Poder Público deverá comunicar esse fato ao Conset.
CAPÍTULO II Art. 31 – Informações pertinentes à situação
DA ALTA ADMINISTRAÇÃO patrimonial da autoridade pública serão analisadas
Art. 26 – A Alta Administração do Poder Executivo pelo Conset e arquivadas em envelope lacrado, que
Estadual compõe-se dos seguintes gestores públicos: poderá ser reaberto para efeito de reexame ou
I – Governador e Vice-Governador; atualização de informações.