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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIELA - 097.980.346-27, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
SEE-MG
Secretaria de Educação de Minas Gerais
Língua Portuguesa
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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.
com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................6
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO................................................................................ 6
DESCRIÇÃO........................................................................................................................................................24
NARRAÇÃO........................................................................................................................................................26
EXPOSIÇÃO........................................................................................................................................................28
ARGUMENTAÇÃO..............................................................................................................................................29
INJUNÇÃO..........................................................................................................................................................30
INFORMATIVO...................................................................................................................................................31
PUBLICITÁRIO E PROPAGANDÍSTICO.............................................................................................................31
NORMATIVO.......................................................................................................................................................32
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DIDÁTICO............................................................................................................................................................32
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DIVINATÓRIO.....................................................................................................................................................32
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TIPOS DE DISCURSO.......................................................................................................................... 67
REGISTROS DE LINGUAGEM.............................................................................................................. 70
NORMA CULTA...................................................................................................................................................70
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................. 72
FORMAS DE ABREVIAÇÃO................................................................................................................. 83
SUBSTANTIVOS.................................................................................................................................................89
ADJETIVOS........................................................................................................................................................93
ARTIGOS.............................................................................................................................................................96
NUMERAIS.........................................................................................................................................................97
PRONOMES........................................................................................................................................................98
VERBOS............................................................................................................................................................105
ADVÉRBIOS......................................................................................................................................................116
CONJUNÇÕES..................................................................................................................................................120
INTERJEIÇÕES.................................................................................................................................................122
OS MODALIZADORES......................................................................................................................................123
SEMÂNTICA.......................................................................................................................................124
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POLISSEMIA E AMBIGUIDADE.......................................................................................................................127
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A CRASE.............................................................................................................................................131
REDAÇÃO DISCURSIVA....................................................................................................................158
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LÍNGUA PORTUGUESA
interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das
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Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma
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palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão tex-
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tual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por
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Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpre-
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tativo ou compreensivo.
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Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos,
sempre de olho na sua aprovação.
A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as
teorias sobre interpretação de texto.
Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas.
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Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor
do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de
maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se
de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as
causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias
de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande
profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem
contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência
sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de infe-
rência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber.
Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a
chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda
é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha che-
fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela
expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o
leitor a interpretar essas informações.
Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou
por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construí-
da pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo
leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que representa como ocorre a relação desses
processos:
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INFERÊNCIA
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A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocor-
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re. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estratégias que compõem cada maneira
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de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar
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estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de
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A INDUÇÃO
Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no
tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar.
São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capa-
zes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às
ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por concei-
tos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)
A DEDUÇÃO
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A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicita-
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No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma
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informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpre-
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Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo
o tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará
ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checan-
do esse conhecimento.
Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma
boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja,
antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto per-
tence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessórios”
do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica
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importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já esta-
rão agindo conforme um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos de
conhecimento:
z Conhecimento Linguístico;
z Conhecimento Textual;
z Conhecimento de Mundo.
O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais
adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.
Conhecimento Linguístico
LÍNGUA PORTUGUESA
Conhecimento Textual
Conhecimento de Mundo
O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por
isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar
sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu
conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é rele-
vante para a compreensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar
informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da
ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir
e faça o que se pede:
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Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos
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que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma
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mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas
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saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas
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Em se tratando da organização das ideias em um texto, podemos seguir por duas linhas de
pensamento e estudo: a primeira refere-se ao produtor de um texto, a como o emissor deve
organizar suas ideias, estabelecer uma hierarquia e uma conexão entre o que deseja emitir.
A segunda diz respeito ao intérprete do texto, como interpretar, compreender e responder
corretamente às questões de interpretação textual.
Para compreender bem um texto, é necessário conseguir interpretar a articulação entre
as ideias dele. Uma leitura eficiente compreende a ideia geral que o texto deseja transmitir, e
não somente decodifica os signos (letras) a fim de formar palavras e frases.
Cada texto apresenta uma intenção e, por trás dela, uma ideia principal – que pode estar
implícita ou explícita – e algumas ideias secundárias, que dão suporte à ideia principal.
Além disso, é necessário identificar a progressão das ideias ao longo do texto e como elas se
conectam.
apresentar a ideia principal; esses recursos são as ideias secundárias. Elas são ligadas
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por conectores, como advérbios e conjunções, e seguem uma ideia lógica e sequencial
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ao longo do texto. Quanto mais ideias secundárias são apresentadas, mais fácil torna-se
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As ideias secundárias podem ser apresentadas por alguns meios. Entre eles, temos:
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MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA E
INTERTEXTUALIDADE
COERÊNCIA E COESÃO
COESÃO COERÊNCIA
Utiliza-se de elementos superficiais, dando-se ên- Subjacente ao texto, enfatiza-se o conteúdo e a
fase na forma e na articulação entre as ideias produção de sentido/relação lógica
Podemos usar uma metáfora muito interessante quando se trata de compreender os pro-
cessos de coesão e coerência.
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um prédio. Tal qual uma boa construção pre-
cisa de um bom alicerce para manter-se em pé, um texto bem construído depende da organização
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das nossas ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. Isso significa que precisamos utili-
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Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as principais formas de marcação, em um texto,
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coesão que, como dissemos, apresentam um apelo mais forte às formas linguísticas que os
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Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas características da coerência em um texto
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e como esse processo liga-se não apenas às formas gramaticais, mas, sobretudo, ao forte teor
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cognitivo. Tendo em vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, coletivamente,
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não por acaso, o grande linguista e estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcuschi
(2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) para esclarecer ainda mais o conceito
de coerência e passarmos ao estudo detalhado dos processos de coesão. A autora afirma que
a coerência:
[...] Não está no texto em si; não nos é possível apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se
constrói [...] numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, com base em seus conheci-
mentos sociocognitivos e interacionais e na materialidade linguística, confere sentido ao que
12 lê (CAVALCENTE, 2013, p. 31).
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A seguir iremos nos deter aos processos de coesão importantes para uma boa compreen-
são e elaboração textual. É importante destacar que esses processos de coesão não podem ser
dissociados da construção de sentidos implícita no processo de organização da coerência. No
entanto, como nossa finalidade é tornar seu aprendizado mais fácil, separamos esses concei-
tos com fins estritamente didáticos.
COESÃO REFERENCIAL
A coesão é marcada por processos referenciais relaciona termos e ideias a partir de meca-
nismos que inserem ou retomam uma porção textual. Os processos marcados pela referen-
ciação caracterizam-se pela construção de referentes em um texto, os quais se relacionam
com as ideias defendidas no texto. Esse processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das quais falaremos a seguir.
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os processos referenciais que envolvem o uso de
expressões anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), “as expressões que reto-
mam referentes já apresentados no texto por outras expressões são chamadas de anáforas”.
Vejamos o exemplo a seguir:
A partir da leitura, podemos perceber que todos os termos destacados fazem referência a um
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mesmo referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utilizado foi o uso de anáforas que
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Já os processos referenciais catafóricos apontam para porções textuais que ainda não foram
LÍNGUA PORTUGUESA
Dica
Em provas de concursos e seleções, ainda se encontra a terminologia “expressões refe-
renciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no material. No entanto, é importante
salientar que, para linguistas e estudiosos, as anáforas são os processos referenciais que
recuperam e/ou apontam para porções textuais.
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Uso de Pronomes ou Pronominalização
EUA.
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Uso de Numerais
Uso de Advérbios
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auxiliando o processo de coesão. As formas adverbias que marcam tempo e espaço podem
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Perceba que esses advérbios só podem ser associados a um referente se forem instaurados
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no discurso, isto é, se mantiverem associação com as pessoas que produzem as falas. Assim,
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uma pessoa que lê “hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala compreenderá
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que a marcação temporal refere-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso, esses
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Uso de Nominalização
As expressões que retomam ideias e nomes, já apresentados no texto, mediante outras formas
de expressão, podem ser analisadas como processos nominalizadores, incluindo substantivos,
adjetivos e outras classes nominais.
Essas expressões recuperam informações mediante novos nomes inseridos no texto, ou
ainda, com o uso de pronomes, conforme vimos anteriormente. Vejamos um exemplo: 15
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Antonio Carlos Belchior, mais conhecido
como Belchior foi um cantor, compositor, músi-
co, produtor, artista plástico e professor brasi-
leiro. Um dos membros do chamado Pessoal
do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha
e outros. Bel foi um dos primeiros cantores de
MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso inter-
nacional, em meados da década de 1970.
Todas as marcações em negrito fazem referência ao nome inicial Antônio Carlos Belchior;
os termos que se referem a esse nome inicial são expressões nominalizadoras que servem para
ligar ideias e construir o texto.
Uso de Adjetivos
O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e significa “fazer as vezes”; assim, os verbos
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vicários são verbos usados em substituição de outros que já foram muito utilizados no texto.
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Uso de Elipse
COESÃO SEQUENCIAL
Conjunções Coordenativas
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As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
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de valor semântico independente. Na construção textual, elas são importantes, pois, com
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Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções precisam manter uma relação contextual,
estabelecida pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, orações como esta: “Não
gosto de festas de aniversário, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as ideias ligadas
não estabelecem uma relação de adversidade, como demonstra a conjunção “mas”.
Conjunções Subordinativas
Importante!
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Não confundir:
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A
A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como objetivo, com desejo de: “Estou a fim de comer
pastel”.
Conjunções Integrantes
As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas, na realidade, elas ape-
nas integram, ligam uma oração principal a outra, subordinada. Como podemos notar, o
papel dessas conjunções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são “peças” que
unem as orações. Existem apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se.
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Quando é possível Quero que a prova
substituir o que pelo esteja fácil.
pronome isso, esta-
Quero. O quê?
mos diante de uma
conjunção integrante Isso
COESÃO RECORRENCIAL
Uso de Repetições
Uso de Paráfrase
LÍNGUA PORTUGUESA
Uso de Paralelismo
As ideias similares devem fazer a correspondência entre si; a essa organização de ideias
no texto, dá-se o nome de paralelismo. Quando as construções de frases e orações são seme-
lhantes, ocorre o paralelismo sintático. Quando há sequência de expressões simétricas no
plano das ideias e coerência entre as informações, ocorre o paralelismo semântico ou para-
lelismo de sentido.
Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintática a qual a frase está inserida; vejamos
um exemplo em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” — Errado.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem” — Correto.
Devemos manter a organização das orações, pois não podemos coordenar orações redu-
zidas com orações desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-las ou somente
desenvolvida ou somente reduzidas.
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é a mesma, porém deixamos de analisar os
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pares no âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Vejamos o seguinte exemplo:
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“Por um lado, os manifestantes agiram corretamente, por outro podem não ter agido erra-
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do” — Incorreto.
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“Por um lado, os manifestantes agiram corretamente, por outro podem ter causado pre-
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“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra estava bem”
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— Incorreto.
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“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra foi minha prima”
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— Correto.
INTERTEXTUALIDADE
Existem diversos mecanismos que são meios importantes e, muitas vezes, imprescindíveis
à construção de sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextualidade. Ao nos refe-
rirmos à ideia de construção dos sentidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos a
estrutura, o propósito comunicativo e a função dos gêneros. Um outro elemento importante
para a compreensão textual é a intertextualidade, que diz respeito à propriedade de um texto
se relacionar com outros.
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Para se entender melhor a estrutura e a função do termo intertextualidade, pode-se sepa-
rar a palavra em partes: “inter” é de origem latina e refere-se à noção de dentro, ou seja, o
que está dentro do texto, e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras. Unindo as duas,
forma-se a intertextualidade, a partir da qual podemos dar origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia a dia, sendo muito comum em gêneros
oriundos da internet e também da publicidade. A seguir, apresentamos esse exemplo que
resume a ideia de intertextualidade que iremos trabalhar neste material:
Quando não é possível acessar esse teor intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato
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sensu. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar essa divisão mais didática:
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INTERTEXTUALIDADE
LA
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TEMÁTICA
LÍNGUA PORTUGUESA
ESTILÍSTICA
EXPLÍCITA
IMPLÍCITA
PARÓDIA
Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e humorístico que pode variar, depen-
dendo da sua finalidade textual.
PARÁFRASE
É um contentamento descontente
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LA
1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhe-
cesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria [...]
REFERÊNCIA
As referências também são muito comuns em textos jurídicos, nos quais é praxe citar leis,
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CITAÇÃO
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ção de uma obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quando utilizamos as palavras de
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outros autores, devemos mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição fiel das pala-
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A
vras do autor do texto-fonte é chamada de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do
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autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a citação passa a ser indireta.
LÍNGUA PORTUGUESA
z Citação direta:
“A confiabilidade das fontes citadas confere relevância ao trabalho acadêmico, cabendo, por-
tanto, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” (BOAVENTURA, 2004, p. 81).
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z Citação indireta:
Dica
A citação indireta é um tipo de paráfrase.
ALUSÃO
A alusão é um intertexto que faz referência a uma obra de arte, a um fato histórico, a textos de conhecimento
comum. A alusão pode ocorrer de forma explícita ou implícita.
A expressão “presente de grego” faz alusão aos fatos da Guerra de Troia, em que os gregos
fingiram presentear os troianos com um cavalo de madeira que fazia parte da estratégia gre-
ga para conseguirem invadir a cidade de Troia e destruí-la por dentro.
EPÍGRAFE
A epígrafe é uma pequena citação colocada no início de capítulos de livros, seções de tra-
balhos acadêmicos ou de outros gêneros para manter uma relação dessa citação com o assun-
to abordado na obra.
Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colocado a epígrafe: “Sei que às vezes uso
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palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas” (trecho da música Quase
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sem querer da banda Legião Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextualidade e as
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DESCRIÇÃO
O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêne-
ros que utilizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte
para um propósito maior. São exemplos de textos cujo tipo textual predominante é a descri-
ção: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de compras.
Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impres-
sões a respeito de alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.
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Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como
pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco
mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa,
do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua
cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso
desvergonha nenhuma.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o
leitor a imaginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições 25
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(pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce,
salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de forma esquematizada em seções
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido, no caso) do
cliente.
NARRAÇÃO
Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto
que como eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identifi-
car outros pontos do tipo textual narrativo.
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os Rolling Stones
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Não era belo, mas mesmo assim Situação inicial: predomínio de equilíbrio
Havia mil garotas a fim
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Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas
de organização linguística que são caracterizadas por:
Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias
textuais em sua composição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente
por uma sequência textual. Por isso, devemos sempre identificar as marcas linguísticas que
são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.
Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e
7
-2
46
espaciais. São formas linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizadas para
.3
demarcar um espaço físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses ele-
80
.9
mentos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da história, além de garantirem
97
Outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é impor-
IE
R
Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que com-
LÍNGUA PORTUGUESA
põem o texto
Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos
Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos
contados, porém, não participa das ações
Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os
fatos e não participa das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando
o texto para a 1ª pessoa
27
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Alguns gêneros conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas são notícia,
diário, conto, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem
essencialmente narrativos não significa que não possam apresentar outras sequências em
sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial
atentar-se às marcas que predominam no texto.
EXPOSIÇÃO
O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal do
texto. Nesse tipo textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas, citações
diretas e indiretas, que servem para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilustrar essa
explicação, veja o exemplo a seguir:
7
-2
46
Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-
.3
agua
80
.9
97
situação da água no ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor
LA
informado a respeito do tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e
IE
R
apresentam uma estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais,
tendo em vista que, para apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos
e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos
com textos argumentativos, uma vez que existem textos argumentativos que são classifica-
dos como expositivos, pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência expositiva e a argumentativa é que esta
apresenta uma opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem para a argumentação,
uma vez que o fato exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre
uma questão não é posto em debate.
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Apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para
opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo:
ARGUMENTAÇÃO
7
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais complexo e, por vezes, pode apresentar
-2
46
O texto argumentativo tem por objetivo a defesa de um ponto de vista, portanto, envol-
80
.9
ve a defesa de uma tese e a apresentação de argumentos que visam sustentar essa tese.
97
Alguns exemplos de textos argumentativos são artigos, monografias, ensaios científicos e filo-
-0
Outro aspecto importante dos textos argumentativos é que eles são compostos por estru-
R
LÍNGUA PORTUGUESA
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...
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Observe o exemplo a seguir:
“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças
relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro
gasto com essas doenças. Além disso, as empresas têm grandes prejuízos por causa de afas-
tamentos de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto, é mister que
sejam proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”
INJUNÇÃO
Para que possamos identificar corretamente essa tipologia textual, faz-se necessário obser-
var um gênero textual que apresente esse tipo de texto, como o exemplo a seguir:
7
-2
46
Store (Android).
97
bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua
R
B
conta do Facebook.
A
INFORMATIVO
São textos que têm o objetivo de informar o leitor, expor fatos e esclarecer dúvidas sobre
diversos temas. A linguagem deve ser de fácil entendimento. Costumam utilizar a 3ª pessoa
e vir em prosa.
Exemplos: notícias de jornais, blogs, sites e verbetes de dicionários.
Veja o exemplo a seguir, que utiliza dados e citações para tratar sobre a dengue:
PUBLICITÁRIO E PROPAGANDÍSTICO
46
.3
80
Esses textos têm como objetivo promover um produto ou uma ideia, utilizando linguagem
.9
97
Costumam utilizar linguagem verbal e não verbal, com textos simples e facilmente compreen-
IE
LÍNGUA PORTUGUESA
BANHO E TOSA
1 SOARES, R. Texto Informativo – O que é, características, estrutura, exemplos e modelos. Escola Educação, 2019.
Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/texto-informativo/. Acesso em: 15 dez. 2022.
2 CARVALHO, P. 6 imagens que mostram que a propaganda é a alma de qualquer negócio. Quero Bolsa, 2022.Dis-
ponível em: https://querobolsa.com.br/revista/6-imagens-que-mostram-que-a-propaganda-e-a-alma-de-qualquer-
-negocio. Acesso em: 15 dez. 2022. 31
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NORMATIVO
São textos que trazem regras, normas, para reger uma atividade ou um grupo. Devem
possuir linguagem direta e impessoal. Exemplos: leis, regimentos internos, decretos. Veja o
exemplo a seguir, retirado da Constituição Federal de 1988:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.
DIDÁTICO
São textos que têm objetivos pedagógicos, com as seguintes características: deve ser objeti-
vo, coeso, impessoal, ter uma linguagem compatível com o nível de conhecimento dos recep-
tores sobre o assunto, permitir uma interpretação direta do conteúdo. Esta apostila é um
exemplo de texto didático.
DIVINATÓRIO
Os textos de caráter divinatório têm a função de fazer previsões. Alguns exemplos são o
oráculo e o horóscopo. Acompanhe a seguir o exemplo retirado de um horóscopo:
7
-2
O dia pode trazer boas notícias relacionadas a um projeto de publicação na internet que você
.9
97
está envolvido. Outra possibilidade é de você receber uma boa notícia relacionada a uma via-
-0
renovada.3
IE
R
B
A
G
A Literatura está ligada à escrita e sua origem perde-se nos tempos. Não há um único marco
histórico do surgimento da escrita, tendo em vista que os desenhos das cavernas são considera-
dos escritos antigos. Nesse viés, a Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em prosa ou
em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos, é o exercício dessa arte ou da eloquência
e poesia.
PROSA E POESIA
Os textos literários se dividem em duas partes: prosa e poesia. Para tanto, nesse tópico
serão apresentadas as definições de cada uma delas.
Comecemos pela poesia: a poesia é a linguagem subjetiva, metafísica e vaga com o mundo
interior do poeta. Quanto a sua forma, estrutura-se perante um texto curto, com orações e
7
períodos curtos, em que sobressaem a estética, a harmonia e o ritmo. Trata-se da mais antiga
-2
46
composição do mundo.
.3
A Prosa, por sua vez, é consolidada por uma linguagem objetiva e usual e diz-se de um
80
.9
veículo natural do pensamento humano. Outrossim, a prosa possui diversas formas, chama-
97
das de subgêneros literários, bem como: romances, críticas, novelas, contos etc. Vejamos as
-0
z Poema
B
A
G
LÍNGUA PORTUGUESA
frases curtas;
destaque para a beleza dos versos;
uso de rimas: porta/importa, minha/vizinha;
uso de métrica: contagem de sílabas poéticas;
texto escrito em forma de versos.
z Prosa
Dica
Embora os nomes sejam parecidos, é importante se atentar ao fato de que os termos “poe-
ma” e “poesia” não significam a mesma coisa. Poema é um texto literário composto de
versos, estrofes e, às vezes, rima. Já a poesia é a própria manifestação artística, baseada
na linguagem subjetiva e estética.
Antes de mais nada, é necessário entender que existem as linguagens literária e a não lite-
rária, que são bem diferentes entre si. Seguindo o conceito, a linguagem literária é emotiva,
sentimental e abarca as figuras de linguagem e o sentido conotativo das palavras. Ou seja,
apresenta o fantástico que precisa ser descoberto através de uma leitura atenta. Já a linguagem
não literária se refere à transmissão de saberes e da informação no âmbito das necessidades
da comunicação social. Você pode encontrá-la na ciência, na técnica, no jornalismo e na con-
versação entre os falantes.
Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as duas formas:
Subjetiva Objetiva
80
.9
O TEXTO LITERÁRIO
IE
R
B
Entendemos como texto não literário aqueles textos que não pertencem ao gênero da lite-
A
G
ratura, ou seja, não se trata de uma obra de ficção ou de criação artística. Esse tipo de texto é
caracterizado, principalmente, pela sua função comunicativa, informativa ou persuasiva, e
geralmente tem o objetivo de transmitir informações de maneira objetiva, utilizando princi-
palmente da linguagem denotativa.
Os textos não literários são encontrados em diversos contextos, como jornais, revistas,
artigos científicos, manuais, relatórios, textos acadêmicos, documentos legais, verbetes de
dicionário, propagandas publicitárias, entre outros. Eles têm uma estrutura mais formal e
direta, com também uma linguagem específica e uso de termos técnicos, a fim de transmitir
conhecimentos ou comunicar fatos de maneira precisa.
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Diferentemente dos textos literários, que frequentemente possuem elementos estéticos,
figuras de linguagem e/ou narrativas fictícias, os textos não literários são predominantemen-
te informativos e buscam apresentar a realidade de forma clara e direta, sem focar em aspec-
tos subjetivos ou poéticos.
REFERÊNCIAS
CONCURSO. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/concurso/. Acesso em: 02 jun. 2023.
EXCLAMATIVAS
Não acredito!
46
.3
Que horror!
80
.9
97
DECLARATIVAS
-0
LA
Exemplos:
B
A
IMPERATIVAS
Expressam uma pergunta e podem ser direta (com interrogação no final) ou indireta (sem
interrogação). Exemplos:
Você achou legal?
Queria saber se você achou legal.
Vamos?
OPTATIVAS
A reescrita de textos é essencial em vários aspectos, como para corrigir erros e escrever
mais claramente. No contexto dos concursos públicos, para responder às questões apresenta-
das, é necessário identificar qual é a opção cuja reescrita mantém o sentido do texto original,
sem que haja mudança de compreensão, baseada na intenção do emissor da mensagem.
A coesão é um dos principais pontos a se observar na produção de um texto e, consequen-
temente, na reescritura, para manter a coesão e a harmonia do texto. Conjunções, advérbios,
7
-2
pletamente o sentido de um enunciado. Portanto, eles merecem especial atenção. Além disso,
80
até mesmo uma vírgula pode mudar o sentido de um enunciado, assim, elas também devem
.9
97
ser observadas.
-0
As frases reescritas precisam manter a essência do texto base, ou seja, a informação prin-
LA
cipal. É importante observar os tempos verbais empregados e a ordem das palavras também.
IE
R
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SUBSTITUIÇÃO
A substituição pode ser realizada por meio de recursos como sinônimos, antônimos, locu-
ção verbal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, conectivos, dentre outros.
Sinônimos
Antônimos
Palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significados opostos que podem ser
usados para substituir a palavra anterior.
Ex.:
Locução Verbal
Ao invés de usar a forma única do verbo, é possível substituir o verbo por uma locução
verbal e vice-versa.
Exs.:
Exs.:
IE
R
B
A
z Caminhar: caminho;
G
z Resolver: resolução;
LÍNGUA PORTUGUESA
z Trabalhar: trabalho;
z Necessitar: necessidade;
z Estudar: estudos;
z Beijar: beijo;
z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar enobrece o homem.
Voz Verbal
Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locução que corresponda a ela, ou vice-versa.
Ex.:
Os conectivos são palavras ou expressões que têm a função de ligar os períodos e pará-
grafos do texto. Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou advérbios/locuções
adverbiais e sempre promovem uma relação entre os termos conectados.
Por meio da substituição de conectivos, é possível modificar e reescrever um trecho sem
que haja mudança de sentido.
Importante!
Identifique a relação que cada conector indica, pois, ao substituir um conector por outro
que não possui relação semântica, pode ocorrer mudança no sentido do texto.
Ao usar um conectivo para substituir outro, é necessário que ambos estabeleçam o mes-
mo tipo de relação.
7
-2
46
z
LA
z Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na sociedade atual, depois, antes disso, em seguida,
R
B
DESLOCAMENTO
Adjunto Adverbial
Adjetivo
-2
46
.3
80
Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do substantivo, e na segunda frase, aparece
LA
depois. No entanto, é possível perceber não há mudança de sentido e que a correção grama-
IE
tical foi mantida, já que essa mudança não implica necessidade de vírgula nem provoca erro
R
B
gramatical.
A
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronome Indefinido
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DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS
Deslocamento Substituição
Muda um termo de lugar dentro do próprio Substitui determinado termo do trecho, manten-
enunciado do o mesmo sentido
Antes Antes
Ex.: Dessa forma, todos poderemos ir juntos ao Ex.: Dessa forma, todos poderemos ir juntos ao
local do evento local do evento
Depois Depois
Ex.: Todos poderemos, dessa forma, ir juntos ao Ex.: Assim, todos poderemos ir juntos ao local
local do evento do evento
Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado tanto a questões de concursos quanto
à produção de redações e textos diversos.
Nas questões, é necessário analisar as opções dadas para encontrar aquela na qual a
escrita esteja gramaticalmente correta e o sentido original do texto esteja presente, sem
mudanças na compreensão.
Já nas redações, a reescrita é essencial para corrigir erros e escrever de forma mais
clara. Ela auxilia, também, para poder utilizar o texto-base como subsídio para a escrita,
fazendo modificações de alguns trechos e adaptando-os para a sua escrita.
USO DE VÍRGULA
A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três funções básicas: marcar as pausas e as
inflexões da voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e orações; e esclarecer o signi-
7
-2
Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a vírgula nos
.3
80
seguintes casos:
.9
97
-0
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi arrastado pelo tsunami;
A
G
� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que já apareceu na frase) do verbo:
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, filmes de terror;
� Para separar palavras ou locuções explicativas, retificativas:
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 anos;
� Para separar datas e nomes de lugar:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto e, nem, ou:
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
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A vírgula também é facultativa quando o termo que exprime ideia de tempo, modo e lugar
não for uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço em casa.
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem, choveu o esperado para o mês todo.
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, ficou triste;
.3
80
O Procurador-Geral da República;
O Colégio de Procuradores da República;
O Conselho Superior do Ministério Público Federal.
DOIS-PONTOS
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda não foi concluída. Servem para:
TRAVESSÃO
parnasiano”.
-2
46
.3
PARÊNTESES
80
.9
97
Têm função semelhante à dos travessões e das vírgulas no sentido que colocam em relevo
-0
Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
R
Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)
B
A
G
PONTO-FINAL
Dica
Símbolos do sistema métrico decimal e elementos químicos não vêm com ponto final:
Exemplos: km, m, cm, He, K, C.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
RETICÊNCIAS
LA
IE
R
São usadas em citações ou em algum termo que precisa ser destacado no texto. Podem ser
substituídas por itálico ou negrito, que têm a mesma função de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:
COLCHETES
Representam uma variante dos parênteses, porém têm uso mais restrito.
7
outros”;
-0
LA
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), a fim de indicar que, por mais estra-
IE
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro alugado.” (Machado de Assis);
A
G
ASTERISCO
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� É colocado à direita e no canto superior de uma palavra do trecho para se fazer uma cita-
ção ou comentário qualquer sobre o termo em uma nota de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo triste acrescido do sufixo -eza*.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjetivo, o que origina um novo substantivo;
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão ou lacuna em um texto, principalmente
em substituição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encaminhado aos responsáveis;
� Quando colocado antes e no alto da palavra, representa o vocábulo como uma forma hipo-
tética, isto é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere;
� Antes de uma frase para indicar que ela é agramatical, ou seja, uma frase que não respeita
as regras da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.
USO DA BARRA
� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser substituída pela conjunção “ou”:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separação das conjunções e/ou:
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais e/ou escritos;
� Para indicar itens que possuem algum tipo de relação entre si:
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número (plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h;
� Para separar os versos de poesias, quando escritos seguidamente na mesma linha. São
7
Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que passa perto,/meu peito é puro deserto./
.3
Subo monte, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noite./Mas a estrela é minha.”
80
.9
Cecília Meireles;
97
� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra não foi escrita na sua totalidade:
-0
s/ = sem;
IE
R
ra da fração:
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Embora não existam regras muito definidas sobre a existência de espaços antes e depois
da barra oblíqua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singular, masculino/feminino,
sinônimo/antônimo.
Frase
Frase é todo enunciado com sentido completo. Pode ser formada por apenas uma palavra
ou por um conjunto de palavras.
Ex.: Fogo!
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano Ramos).
Oração
7
-2
46
.3
do) ou de uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresentá-lo completo ou
.9
97
incompleto.
-0
Período
G
Os termos que formam o período simples são distribuídos em: essenciais (Sujeito e Predi-
cado), integrantes (complemento verbal, complemento nominal e agente da passiva) e aces-
sórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto).
São aqueles indispensáveis para a estrutura básica da oração. Costuma-se associar esses
termos a situações analógicas, como um almoço tradicional brasileiro constituído basica-
mente de arroz e feijão, por exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a seguir cada
um deles.
Sujeito
z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo implorar está flexionado na 3ª pessoa do
.3
80
singular);
.9
Núcleo do Sujeito
R
B
A
G
O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal porque é a respeito dela que o predicado
LÍNGUA PORTUGUESA
diz algo. O núcleo indica a palavra que realmente está exercendo determinada função sintáti-
ca, que atua ou sofre a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo, ou uma palavra
com valor de substantivo, ou pronome.
Dica
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se as expressões interrogativas quem? ou o
quê? antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o outro.
O que iria de um lado para o outro?
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).
Tipos de Sujeito
Simples
DETERMINA-
Composto
DO
Elíptico
Com verbos flexionados na
3ª pessoa do plural
INDETERMI-
NADO Com verbos acompanha-
dos do se (índice de inde-
7
terminação do sujeito)
-2
46
impessoais
.9
97
-0
em:
IE
R
B
A
Esse tipo de situação ocorre quando uma oração não tem sujeito mas tem sentido com-
pleto. Os verbos são impessoais e normalmente representam fenômenos da natureza. Pode
ocorrer também o verbo fazer ou haver no sentido de existir.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
Basta de confusão.
Há dois anos esse restaurante abriu.
7
Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito “cabelo” sofre uma ação, diferente do
exemplo do item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da oração.
Importante notar que não há preposição entre o verbo e o substantivo. Se houvesse, por
exemplo, “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais sujeito, seria objeto indireto,
um complemento verbal.
Precisa-se de cabelo.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e não um sujeito da oração. Nesse caso,
o sujeito é indeterminado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Ex.: A minha saia azul está rasgada.
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presença da partícula -se.
Predicado
É o termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Apesar de o sujeito e o pre-
dicado serem termos essenciais na oração, há casos em que a oração não possui sujeito. Mas,
se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, é impossível
existir uma oração sem sujeito.
O predicado pode ser:
Para determinar o predicado, basta separar o sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito,
o predicado abrangerá toda a declaração. A presença do verbo é obrigatória, seja de forma
explícita ou implícita:
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
7
Classificação do Predicado
-2
46
.3
80
O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação. O predicado nominal tem por núcleo um
R
B
z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, mas um estado momentâneo ou per-
manente que relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é o predicativo do sujeito;
50
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Predicativo do sujeito: função exercida por substantivo, adjetivo, pronomes e locuções
que atribuem uma condição ou qualidade ao sujeito.
Verbo de ligação: é.
Predicado Verbal
z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exige um complemento não preposicionado,
o objeto direto.
z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transitivo indireto tem como necessidade o com-
.3
80
Preposição: em
R
B
A
Preposição: a (a + os)
Ex.: Os professores concordaram com isso.
Verbo transitivo indireto: concordaram
Preposição: com;
z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o verbo de sentido incompleto que exige dois
complementos: objeto direto (sem preposição) e objeto indireto (com preposição).
z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de construir sozinho o predicado, que não precisa de
complementos verbais, sem prejudicar o sentido da oração.
Predicado Verbo-Nominal
raciocínio”, que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir que temos um caso de
LA
predicativo do objeto, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
IE
Complementos Verbais
São termos que completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos.
Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase
sempre exercem função de objeto direto, os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos também
podem exercer essa função sintática.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram quem? A minha pessoa”)
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. (= “Nunca tomeis quem? Vós”)
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= “Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem ser objetos diretos. Normalmente, apare-
7
Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: esse algo é o objeto direto)
.3
80
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija preposição no seu complemento, algumas
R
B
palavras requerem o uso da preposição para não perder o sentido de “alvo” do sujeito.
A
G
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Exemplos com Ocorrência Facultativa de Preposição:
z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração,
a fim de enfatizar um único significado.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Andrade)
z Objeto direto interno: representado por palavra que tem o mesmo radical do verbo ou
apresenta mesmo significado.
z Objeto indireto: É complemento verbal regido de preposição obrigatória, que se liga dire-
-2
46
uma ação.
.9
97
-0
Pode ser representado pelos seguintes pronomes oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe,
lhes. Os pronomes o, a, os, as não exercerão essa função.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, comigo, te, ti, contigo) podem funcionar
como objeto indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
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z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida dessa função sintática com o objetivo
de enfatizar uma mensagem.
Complemento Nominal
Agente da Passiva
para compreensão do enunciado porque trazem informações novas. Esses termos são cha-
97
-0
Adjunto Adnominal
R
B
A
G
São termos que acompanham o substantivo, núcleo de outra função, para qualificar, quan-
LÍNGUA PORTUGUESA
z artigos;
z adjetivos;
z numerais;
z pronomes;
z locuções adjetivas.
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Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus.
O novo regulamento originou a revolta dos funcionários.
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.
z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos,
vos, lhes exercem essa função sintática quando assumem valor de pronomes possessivos.
Quando o adjunto adnominal for representado por uma locução adjetiva, ele pode ser con-
fundido com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:
Adjunto Adverbial
7
-2
46
Termo representado por advérbios, locuções adverbiais ou adjetivos com valor adverbial.
.3
80
Aposto
z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. Separa-se do substantivo a que se refe-
re por uma pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que foram resumidas ou abreviadas em um
termo anterior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, preconceito, antipatia e arrogância;
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado para resumir termos anteriores. É expres-
so, normalmente, por um pronome indefinido.
7
Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, países africanos onde se fala
.3
português;
80
.9
97
LÍNGUA PORTUGUESA
O rio Amazonas.
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Meu primo José;
z Aposto da oração: é um comentário sobre o fato expresso pela oração, ou uma palavra que
condensa.
Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra para as perguntas.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.
Dica
�O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere, normalmente antes do sujeito.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Senna marcou uma geração.
� Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto se refere a um termo preposicionado,
pode ele vir igualmente preposicionado.
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo ele tinha medo.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente. (advérbios, aposto do adjunto adver-
bial de modo).
z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o aposto não pode ser um adjetivo nem ter
LA
núcleo adjetivo.
IE
R
B
Vocativo
O vocativo é um termo que não mantém relação sintática com outro termo dentro da
oração. Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para chamar ou interpelar
a pessoa que o enunciador deseja se comunicar. É um termo independente, pois não faz
parte da estrutura da oração.
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Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha consulta.
Ela te diz isso desde ontem, Fábio.
PERÍODO COMPOSTO
O período composto é formado por duas ou mais orações. Num parágrafo, podem aparecer
misturado períodos simples e período compostos.
explicativas.
IE
R
B
A
z Por subordinação:
G
LÍNGUA PORTUGUESA
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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
As orações são sintaticamente independentes. Isso significa que uma não possui relação
sintática com verbos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” (Fernando Pessoa)
Oração coordenada 1: Deus quer
Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M.
de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
Conjunção adversativa: mas nada
Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas também, mas ainda, bem como, como também, senão também,
que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
Os convidados não compareceram nem explicaram o motivo;
anterior.
.3
80
Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, não obstante, ao
.9
Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez ... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
Você quer suco de laranja ou refrigerante?
Conjunções constitutivas: logo, portanto, por conseguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início de frase).
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima semana.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Mendes Campos);
z substantivas;
z adjetivas;
z adverbiais.
da oração principal deve vir na voz ativa, passiva analítica ou sintética. Em 3ª pessoa do
LÍNGUA PORTUGUESA
Desempenham função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais raramente, aposto expli-
cativo). São introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os quais, as quais,
cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicati-
vas e restritivas.
Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, cria trinta gatos;
-2
46
.3
80
Dica
G
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Exprimem uma circunstância relativa a um fato expresso em outra oração. Têm função de
adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes)
e se enquadram nos seguintes grupos:
� Orações subordinadas adverbiais causais: são introduzidas por: como, já que, uma vez
que, porque, visto que etc.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé porque ficamos sem gasolina;
� Orações subordinadas adverbiais comparativas: são introduzidas por: como, assim
como, tal qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) que a importada;
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: indica certo obstáculo em relação ao
fato expresso na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São introduzidas por: embora,
ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: são introduzidas por: se, caso, desde
que, salvo se, contanto que, a menos que etc.
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal;
� Orações subordinadas adverbiais conformativas: são introduzidas por: como, confor-
me, segundo, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: são introduzidas por: que (precedido
na oração anterior de termos intensivos como tão, tanto, tamanho etc.) de sorte que, de
modo que, de forma que, sem que.
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão perfumadas que me estontearam.” (Cecília
Meireles);
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam um objetivo a ser alcançado. São intro-
7
duzidas por: para que, a fim de que, porque e que (= para que)
-2
46
Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos tivessem bom estudo;
.3
logo que, depois que, assim que, sempre que, cada vez que, agora que etc.
IE
R
LÍNGUA PORTUGUESA
Para separar as orações de um período composto, é necessário atentar-se para dois ele-
mentos fundamentais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos (conjunções ou
pronomes relativos). Após assinalar esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
representa, a partir da quantidade de verbos ou locuções verbais. Exs.:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
[para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª oração (M. de Assis)
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo basta, pertencente à 1ª (oração principal).
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A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém ambas dependentes do pronome
outros, da 2ª oração.
Orações Reduzidas
z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são iniciadas por conjunções;
z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas por pronomes relativos;
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses conectivos;
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução prepositiva.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com conjunção.
Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. (desenvolvida).
O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.
Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar
normalmente.
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Orações Reduzidas de Particípio
Períodos Mistos
As orações subordinadas são coordenadas entre si, ligadas ou não por conjunção.
80
.9
97
Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe meus pais, nem que culpe meus parentes.
LA
IE
LÍNGUA PORTUGUESA
Importante!
O segredo para classificar as orações é perceber os conectivos (conjunções e pronomes
relativos).
ORDEM DIRETA
Um dos formatos de organização sintática possíveis na nossa língua é conhecido por ordem
direta. Tal ordenação foi descrita a seguir:
7
z Exemplo:
.9
97
-0
Em geral, os usuários elaboram seus enunciados, seguindo esse parâmetro de ordem voca-
bular, de modo involuntário e natural.
ORDEM INVERSA
Embora a ordem direta seja considerada padrão e, portanto, “mais correta”, elaborar
enunciados que apresentam os termos em ordem diferente constitui um recurso bastante
eficaz da língua. Ao modificar a estrutura “Sujeito — Verbo — Complementos — Adj. Adver-
bial”, apresentando, pois, uma sentença em ordem inversa, enfatiza-se determinado termo.
Vejamos os exemplos a seguir:
66
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z Ordem Direta
Verbo
O jornalista faleceu em São Paulo.
Sujeito Adj. Adverbial
z Ordem Inversa
Adj. Adverbial
Faleceu, em São Paulo, o jornalista.
Verbo Sujeito
Note que o verbo foi colocado na primeira posição, para receber destaque, ou seja, a ênfa-
se está no verbo falecer.
A ordem inversa pode ser usada para:
z Enfatizar um termo:
7
-2
46
TIPOS DE DISCURSO
IE
R
B
A
Nos textos narrativos, existem dois tipos de discurso que podem ser utilizados ao tratar de
G
diálogos ou “falas” dos personagens. São eles o discurso direto e o discurso indireto, explica-
LÍNGUA PORTUGUESA
DISCURSO DIRETO
É a reprodução exata ou literal da fala das personagens, sem participação do narrador. Ele
é bastante comum em muitos textos exatamente por transcrever literalmente as palavras do
outro, além disso, aproxima o leitor da história.
Características:
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z Introduzido por um verbo de elocução;
z Usa dois-pontos;
z Há mudança de linha para um novo parágrafo;
z É iniciado por um travessão, que indica a mudança da voz do narrador para a voz da
personagem;
z O discurso em si está na primeira pessoa do discurso (eu/nós).
Importante!
DISCURSO INDIRETO
Seja do direto para o indireto ou do indireto para o direto, há mudanças principalmente nos
46
.3
Além disso, são eliminadas as pontuações como travessão e dois-pontos, já que o texto é
A
G
corrido.
Por exemplo:
Discurso direto: João afirmou:
— Comecei minha faculdade na semana passada.
Discurso indireto: João afirmou que começou sua faculdade na semana anterior.
Discurso direto: Luna e Ana disseram:
— Nós viajaremos amanhã.
Discurso indireto: Elas disseram que viajariam no dia seguinte.
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As mudanças ocorrem em diversos aspectos, como destacaremos a seguir:4
LÍNGUA PORTUGUESA
4 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/discurso-
-direto-e-indireto/. Acesso em: 28 mar. 2022. 69
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DISCURSO INDIRETO LIVRE
Para finalizar, é importante mencionar o discurso indireto livre, que é mais dinâmico.
Nele, as falas das personagens (na 1ª pessoa) estão inseridas dentro do discurso do narrador
(na 3ª pessoa). Ou seja, há uma mistura dos dois tipos anteriores. Neste tipo, nem sempre há
o uso dos verbos de elocução.
Esse tipo de discurso não apresenta uma estrutura fixa, mas também não há indício da
introdução das falas das personagens no texto.
Não é muito indicado porque as duas vozes são confundidas dentro da narração, já que
ele funciona como se o narrador assumisse o papel do personagem, mostrando o seu ponto
de vista.
Juliana estava revoltada com o namorado e com a briga que tiveram. Como Paulo foi capaz
de falar aquelas coisas? Quem é que ele pensa que é?
REGISTROS DE LINGUAGEM
A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela pode ser considerada um conjunto de dia-
letos. Alguém já disse que em país algum se fala uma língua só, há várias línguas dentro da lín-
gua oficial. E no Brasil não é diferente: pode-se até afirmar que cada cidadão tem a sua. A essa
característica da língua damos o nome de variação linguística. De forma sintética, podemos
dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão formal e padrão informal; cada um desses
tipos apresenta suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:
NORMA CULTA
7
-2
46
classe social mais abastada, detentora de poder político e cultural. As pessoas cujo padrão
.9
97
social lhe permite gozar de privilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive, as regras
-0
NORMA PADRÃO
R
B
A
G
A norma padrão diz respeito às regras organizadas nas gramáticas, estabelecendo um con-
junto de regras e preceitos que devem ser respeitados na utilização da língua. Essa norma
apresenta um caráter mais abstrato, tendo em vista que também considera fatores sociais,
como a norma culta.
LÍNGUA FORMAL
A língua formal não está, diretamente, associada a padrões sociais; embora saibamos que
a influência social exerce grande poder na língua, a língua formal busca formalizar em regras
e padrões as suas normas a fim de estabelecer um preceito mais concreto sobre a linguagem.
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PADRÃO INFORMAL
Coloquialismo
Oralidade
A oralidade marca as maneiras informais de se comunicar. Tais formas não são reconhe-
cidas pela norma formal, e, por isso, são chamadas de registros orais ou coloquiais, embora
nem sempre sejam realizados apenas pela linguagem oral.
Linguagem Coloquial
A linguagem coloquial marca formas fora do padrão estabelecido pela gramática. Como
sabemos, existem alguns tipos de variação linguística; dentre elas, as mais comuns em provas
de concurso são:
A variação diatópica pode ocorrer com sons diferentes. Quando isso acontece, dizemos que
ocorreu uma variação diatópica fonética, já que fonética significa aquilo que diz respeito aos
sons da fala. Temos também o exemplo das variações que ocorrem em diversas partes do país.
Em Curitiba, PR, os jovens chamam de penal o estojo escolar para guardar canetas e lápis; no
Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro para representar um carinho feito em alguém. O
que em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, no Norte e no Nordeste, é a man-
7
-2
dioca ou o aipim. Essa variação denominamos diatópica lexical, já que lexical significa algo
46
relativo ao vocabulário.
.3
80
.9
A variação diastrática, como também ocorre com a diatópica, pode ser fonética, lexical
IE
e sintática, dependendo do que seja modificado pelo falar do indivíduo: falar adevogado,
R
B
corpo de pessoa assassinada é variação diastrática lexical. E falar “Houveram menas per-
LÍNGUA PORTUGUESA
A variação diafásica, como ocorreu com a diatópica e com a diastrática, pode ser também
fonética, lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não por morar em determinado
lugar nem porque todos de sua camada social usem, é usar a variação diafásica fonética.
Um padre, em um momento de descontração, brincando com alguém, dizer “presunto” para
representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a variação diafásica lexical. E, finalmente,
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um advogado dizer “Encontrei ele”, também em momento de descontração, no lugar de
“Encontrei-o” é usar a variação diafásica sintática.
VARIAÇÃO DIAFÁSICA
Mudança no som, como veio (pronúncia com E
Diafásica fonética aberto) e more (pronúncia com E fechado, asse-
melhando-se quase a pronúncia de i)
Ocorre em contextos de informalidade, em que há
Diafásica lexical mais liberdade para usar gírias e expressões lexi-
cais diferentes
Ocorre com a alteração dos elementos sintáti-
Diafásica sintática
cos, ocasionando erros
z Variação diacrônica
Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido estabelecido em algumas palavras ao longo
dos anos. Podemos citar alguns exemplos comuns, como as palavras Pharmácia – Farmácia;
Vossa Mercê – Você. Além dessas, a variação diacrônica também marca a presença de gírias
comuns em determinadas épocas, como broto, chocante, carango etc.
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
sividade do emissor. Essa função é comum em poemas, diários, conversas cotidianas e narra-
.3
Essa função caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês (explícitas ou subtendidas
B
A
no texto), de vocativos e de formas verbais no imperativo que expressam ordem, sugestão, apelo
G
FUNÇÃO REFERENCIAL
Objetiva informar, referenciar algo. O foco é o próprio assunto, o que faz dela uma função
predominante nos noticiários, jornais, artigos, nas revistas, nos livros instrucionais, contra-
tos etc. A linguagem, nesse caso, transmite uma mensagem direta, objetiva e impessoal, que
pode ser entendida pelo leitor em um sentindo específico.
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FUNÇÃO FÁTICA
Essa função serve para estabelecer ou interromper a comunicação com o interlocutor. Pode ser
encontrada em expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.
Acontece quando a linguagem é usada para explicar a própria linguagem. Dessa maneira,
o emissor explica o código utilizando o próprio código. Na categoria de textos, merecem des-
taque as gramáticas e os dicionários.
FUNÇÃO POÉTICA
Preocupa-se com a maneira como a mensagem será transmitida. Essa função, embora seja
comum em poesias, também pode ser encontrada em slogans publicitários, piadas, músicas,
conversas cotidianas etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o ritmo, a sonoridade,
a forma das palavras realçam o sentido da mensagem que se quer passar ao receptor, que a
interpreta de maneira subjetiva.
Importante!
Observe que, quando se trata de identificar uma determinada função em um texto, dizemos
que ela predomina naquele texto (ou em grande parte dele). Isso porque dificilmente uma
função ocorre isoladamente: o mais comum é que em um texto se combinem duas ou mais
funções de linguagem.
7
-2
dou esse processo e entendeu que, para que a comunicação ocorra, são necessários alguns
-0
elementos que compõem este processo. A partir dessa teoria, cada elemento está associado
LA
O esquema a seguir mostra a relação que cada um desses elementos exerce dentro do con-
B
A
texto da emissão de uma mensagem. Após uma visualização atenta, conheceremos, de modo
G
mais detalhado, cada um desses elementos, a fim de compreender suas funções dentro do
LÍNGUA PORTUGUESA
processo comunicativo.
CONTEXTO/REFERENTE
Canal
Código
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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
z Emissor: quem formula a mensagem para enviar. O emissor pode ser uma “pessoa”
ou o eu-lírico, uma empresa, uma instituição; é quem estabelece a intencionalidade da
mensagem;
z Receptor: recebe a mensagem do emissor;
z Mensagem: trata-se da mensagem propriamente dita, o que foi comunicado;
z Canal: é o meio através do qual a mensagem é transmitida;
z Referente: trata-se do contexto e do assunto sobre o qual trata a mensagem;
z Código: é o sistema linguístico utilizado para produzir a mensagem. No caso das mensa-
gens em língua portuguesa, o código é a própria língua.
No dia a dia, usamos unidades comunicativas para estabelecer diálogos e contatos, for-
mando enunciados. Essas unidades comunicativas chamamos de palavras. Elas surgem da
necessidade de comunicação e os processos de formação para sua construção são conhecidos
da nossa competência linguística, pois como falantes da língua, ainda que não saibamos o
significado de antever, podemos inferir que esse termo tem relação com o ato de ver anteci-
padamente, dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Reconhecer os processos que auxiliam na formação de novas palavras é essencial para o
estudante da língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nosso cérebro, que
identifica os prefixos, sufixos e palavras novas que podem ser criadas a partir da estrutura da
língua; não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendidos com o uso inédito de algum termo.
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo contexto é apropriado para o uso de
novas estruturas vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os processos de forma-
7
-2
ção de palavras e as consequências dessas novas constituições, focando nesse conteúdo; sem-
46
As palavras são formadas por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar novos
G
sentidos em contextos diversos. Os morfemas são as menores unidades gramaticais com sen-
tido da língua. Para identificá-los é preciso notar que uma palavra é formada por pequenas
estruturas. Para isso, podemos imaginar que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça
no qual podemos juntar outra peça para formar uma estrutura maior; porém, se você já mon-
tou um quebra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as peças arbitrariamente, é
preciso buscar aquelas que se encaixam.
Assim, como falantes da língua, reconhecemos essas estruturas morfológicas e os seus
sentidos, pois, a todo momento estamos aptos a criar novas palavras a partir das regras que
o sistema linguístico nos oferece.
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Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir
de “peças” existentes na língua, algumas misturando termos de outras línguas com morfemas
da língua portuguesa para a formação de novas palavras, como: blogueiro (blogger), deletar
(delete); já algumas palavras ganham novos morfemas e, consequentemente, novas acepções
nas redes sociais como, por exemplo, biscoiteiro, termo usado para se referir a pessoas que
buscam receber elogios nesse ambiente.
As peças do quebra-cabeças que formam as palavras da língua portuguesa possuem os
seguintes nomes:
Importante!
Palavras da mesma família etimológica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e guar-
dam o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas como cognatas.
A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras formas e sentidos pelos morfemas
80
.9
derivacionais, que são assim chamados pois auxiliam no processo de criação de palavras a
97
das palavras e auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Os afixos da língua por-
B
A
LÍNGUA PORTUGUESA
É importante destacar que essa pequena amostra, listando alguns sufixos e prefixos da
língua portuguesa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que você tenha consciência
do quão rico é o processo de formação de palavras por afixos.
Além disso, não é interessante que você decore esses morfemas derivacionais, mas que você
compreenda o valor semântico que cada um deles estabelece na língua, como os sufixos -eiro e
-ista que são usados, comumente, para criar uma relação com o ambiente profissional de algu-
ma área, como: padeiro, costureiro, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Os sufixos costumam mudar mais a classes das palavras. Já os prefixos modificam mais o
sentido dos vocábulos.
Não confunda:
.3
80
conjunções etc.
R
B
A
G
Vogais Temáticas
A vogal temática liga o radical a uma desinência, que estabelece o modo e o tempo da
conjugação verbal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao radical para a união de
outras desinências.
Ex.: Amar e Amor.
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conjugação verbal, indicando se o verbo per-
tence à 1º, 2º ou 3º conjugação:
5 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a
76 presença do numeral 0 (zero).
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Exs.:
Amar — 1ª conjugação;
Comer — 2ª conjugação;
Partir — 3ª conjugação.
É importante não se confundir: a vogal temática não existe em palavras que apresen-
tam flexão de gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma desinência e não uma vogal
temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja (essa palavra existe); “Igrejo” (essa pala-
vra não existe), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá ligar o vocábulo a desinên-
cias, como -inha, -s.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogais temática: Ex.:
cajá, Pelé, bobó.
Tema
As consoantes e vogais de ligação têm uma função eufônica, ou seja, servem para facilitar
a pronúncia de palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais de ligação e as vogais
7
Exs.:
.3
Gas - ô - metro;
80
.9
Alv - i - negro;
97
Tecn - o - cracia;
-0
Pe - z - inho;
LA
IE
Cafe - t- eira;
R
Pau - l - ada;
B
A
G
Cha - l - eira;
LÍNGUA PORTUGUESA
Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
Paris - i - ense;
Gira - s - sol;
Legal - i - dade.
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PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
A partir do conhecimento dos morfemas que auxiliam o processo de ampliação das pala-
vras da língua, podemos iniciar o estudo sobre os processos de formação de palavras.
As palavras na língua portuguesa são criadas a partir de dois processos básicos que apre-
sentam classes específicas. O quadro a seguir organiza bem os processos de formação de
palavras:
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
� Prefixal � Justaposição
� Sufixal � Aglutinação
� Prefixal e sufixal
� Parassintética
� Regressiva
� Imprópria ou conversão
PROCESSOS DE DERIVAÇÃO
z prefixal ou prefixação;
z sufixal ou sufixação;
7
-2
z prefixal e sufixal;
46
parassintética ou parassíntese;
.3
z
80
z regressiva;
.9
97
z imprópria ou conversão.
-0
LA
A seguir, iremos estudar a diferença entre cada uma dessas classes e identificar as pecu-
IE
Derivação Prefixal
Como o próprio nome indica, as palavras formadas por derivação prefixal são formadas
pelo acréscimo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-homem; infeliz; refazer.
Pré-vestibular: prefixo pré-;
Disposição: prefixo dis-;
Deslealdade: prefixo des-;
Super-homem: prefixo super;
Infeliz: prefixo in-;
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Refazer: prefixo re-.
Derivação Sufixal
Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto um sufixo quanto um prefixo; vejamos
alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente);
ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração (prefixo -re com sufixo
-ção).
Derivação Parassintética
7
-2
46
lizado a uma estrutura primitiva. É importante não confundir, contudo, com o processo de
.9
Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o sentido, como em “emagrecer” (sem um dos afi-
LA
xos: “emagro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para estabelecer por qual proces-
IE
so a palavra foi formada: retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira dúvida. Caso a
R
B
palavra que restou exista, estaremos diante de um processo por derivação sufixal e prefixal;
A
G
Derivação Regressiva
Derivação Imprópria
Sufixos e formação de palavras: alguns sufixos são mais comuns no processo de forma-
ção de determinadas classes gramaticais, vejamos:
z Sufixos nominais: originam substantivos, adjetivos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, -izar, -ar;
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: -mente.
Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a seguir que podem auxiliar na com-
preensão do processo de formação de palavras. Novamente, alertamos que essa lista não
7
-2
deve ser encarada como uma “tabuada” a ser decorada, mas como um método para apreen-
46
Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da língua portuguesa também se agluti-
nam a radicais e prefixos latinos.
80
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RADICAIS E PREFIXO LATINOS
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Arbori Árvore Arborizar
Beli Guerra Belicoso
Cida Que mata Homicida
Des- dis Separação Discordar
Equi Igual Equivalente
Ex- Para fora Exonerar
Fide Fé Fidelidade
Mater Mãe Materno
Processos de Composição
As palavras formadas por processos de composição podem ser classificadas em duas cate-
gorias: justaposição e aglutinação.
As palavras formadas por qualquer um desses processos estabelecem um sentido novo
na língua, uma vez que nesse processo há a junção de duas palavras que já existem para a
formação de um novo termo, com um novo sentido.
Palavras derivadas são aquelas formadas a partir de palavras primitivas, ou seja, a partir
LÍNGUA PORTUGUESA
de palavras que detêm a raiz com sentido lexical independente. São palavras primitivas: por-
ta, livro, pedra etc.
A partir das palavras primitivas, o falante pode anexar afixos (sufixos e prefixos), formando
as palavras derivadas, assim chamadas pois derivam de um dos seis processos derivacionais.
Já as palavras compostas guardam a independência semântica e ortográfica, unindo-se a
outras palavras para a formação de um novo sentido.
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USO DO HÍFEN CONFORME O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
O hífen é um sinal diacrítico cujo uso foi reformulado com a reforma ortográfica da língua
que entrou em vigor em 2009 no Brasil.
A reforma uniformizou o uso do hífen em muitos contextos, o que podemos ver como uma
facilitação do aprendizado de quando usá-lo ou não.
A regra básica para o aprendizado do uso do hífen, conforme o novo acordo ortográfico,
é esta:
z Palavras com final em vogais iguais: usa-se hífen. Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório.
Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa regra geral. Por isso, iremos apresentar
alguns exemplos para organizar o uso desse diacrítico e facilitar seu aprendizado.
z Exceções: os prefixos Pre, Pro, Co, Re não serão unidos por hífen quando o segundo ter-
mo apresentar vogal, seja igual seja diferente. Ex.: coorientador, coautor, preenchimento,
reeleição, reeducação, preestabelecer;
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen deve permanecer caso a palavra seguinte
seja iniciada pelas consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático, hiper-requintado, inter-racial,
super-racional;
z Hífen com os dígrafos RR e SS: o hífen não é mais utilizado em palavras formadas de
prefixo terminado em vogal seguido de palavra iniciada por R ou S. Ex.: antessala, autor-
retrato, contrarregra, antirrugas etc.;
z É importante esclarecer que em prefixos terminados em vogais, aplicados a palavras cuja
primeira letra seja H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói; anti-higiênico; extra-humano;
semi-herbáceo;
z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados), Ex, Vice, Soto, Além, Aquém, Recém,
7
Sem devem ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal; pró-democrata; pós-gradua-
-2
46
sem-teto;
80
.9
z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas a palavras iniciadas por vogal, H, M ou
97
z Também devemos empregar hífen em palavras formadas pelos sufixos de origem tupi-
LA
IE
Importante!
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen das palavras compostas por justaposição
com um termo de ligação. Assim, palavras como Pé de moleque, que antes contavam com
o hífen, agora já não utilizam mais. Porém, não foram todas as palavras justapostas que
foram atingidas pela reforma; palavras justapostas que designam plantas ou bichos ainda
são escritas com hífen. Ex.: Cana-de-açúcar; pimenta-do-reino; castanha-do-Pará; João-de-
-barro; bem-te-vi; porco-da-Índia.
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FORMAS DE ABREVIAÇÃO
z Of.: Ofício;
z Ed.: Edição;
z V. Exa.: Vossa Excelência;
z Cód.: Código;
z Set.: Setembro;
z Out.: Outubro;
z Nov.: Novembro.
z Moto: motocicleta;
Fone: telefone;
7
z
-2
46
z Foto: fotografia;
.3
z Pneu: pneumático.
80
.9
97
A sigla é um tipo de abreviatura formada pelas letras iniciais das palavras, principalmente
-0
z
LÍNGUA PORTUGUESA
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Algumas são originárias de outras línguas, principalmente do inglês, e, quando utilizadas
com frequência, acabam substituindo a própria palavra da qual são originadas, como, por
exemplo:
Se a sigla tiver mais de três letras e puder ser pronunciada como uma palavra, apenas a
inicial será escrita em letra maiúscula:
z A
Av.: Avenida.
-0
LA
z B
IE
R
B
G
z C
z D
z E
Ed.: edição;
7
46
.9
Ex.: exemplo;
IE
R
Exmo.: Excelentíssimo;
B
A
Ex.ª: Excelência.
G
LÍNGUA PORTUGUESA
z F
g: grama(s);
Gen.: general;
GO: Goiás (Estado de).
z H
h: hora(s);
ha: hectare (s);
Hab.: habitante.
z I
z J
Jan.: janeiro;
Jul.: julho;
Jun.: junho.
7
-2
46
z K
.3
80
.9
-0
Kg: quilograma(s);
LA
Km: quilômetro(s);
IE
Kw: quilowatt.
A
G
z L
l: litro (s);
L: Leste;
lat.: latitude/latim;
lb.: libra(s);
long.: longitude;
Ltda., Lt.da: limitada (comercialmente).
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z M
m: metro(s);
m²: metro(s) quadrado(s);
m³: metro(s) cúbico(s);
m ou min: minuto(s);
MM.: Meritíssimo;
MA: Maranhão (Estado do);
MW: megawatt(s);
MG: Minas Gerais (Estado de);
mg: miligrama;
ml: mililitro(s);
MS: Mato Grosso do Sul (Estado de);
MT: Mato Grosso (Estado de).
z N
nº.: número;
N.: Norte;
Nac.: nacional;
N.E.: Nordeste;
N.O.: Noroeste;
Nov.: novembro;
N. Sr.ª: Nossa Senhora;
N. da E.: Nota da Editora;
N. do T.: Nota do Tradutor.
7
z O
-2
46
.3
80
O.: Oeste;
.9
LA
LÍNGUA PORTUGUESA
z P
pág.: página;
págs.: páginas;
PA: Pará (Estado do);
pal.: palavra(s);
PB: Paraíba (Estado da);
P.D.: pede deferimento;
p.ex.: por exemplo;
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PE: Pernambuco (Estado de);
Pe.: padre;
P.F.: por favor;
pg.: pago;
PI: Piauí (Estado do);
PIS: Programa de Integração Social;
pl.: plural;
p.p.: por procuração; próximo passado;
PR: Paraná (Estado do);
Prof.: professor;
Prof.ª: professora;
P. S.: post scriptum (depois do escrito).
z Q
ql.: quilate(s).
z R
R.: rua;
Rem.te: remetente;
Rev.mo: Reverendíssimo;
RJ: Rio de Janeiro (Estado do);
RN: Rio Grande do Norte (Estado do);
RO: Rondônia (Estado de);
RR: Roraima (Estado de);
RS: Rio Grande do Sul (Estado do).
7
-2
46
z S
.3
80
.9
séc.: século;
Senac: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial;
S.O.: Sudoeste;
S.O.S.: save our souls (literalmente: “salvai nossas almas”, pedido de socorro enviado
por navios e aviões);
SP: São Paulo (Estado de);
Sr.: Senhor;
Srs.: Senhores;
Sr.ª: Senhora;
Sr.ªs: Senhoras;
88 Srta: Senhorita.
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z T
z U
z V
V: volt;
V.: você;
V.S.ª: Vossa Senhoria;
V.S.ªs: Vossas Senhorias;
V. Ex.ª: Vossa Excelência.
z W
W: watt (uote);
W.C.: water-closet (banheiro, sanitário).
SEMÂNTICOS E TEXTUAIS
46
.3
80
.9
SUBSTANTIVOS
97
-0
número e grau.
B
A
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Tipos de Substantivos
Flexão de Gênero
tivo; o gênero pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: a criança; o monstro; a
46
.3
testemunha; o indivíduo.
80
.9
Destacamos que alguns substantivos apresentam formas diferentes nas terminações para
IE
Gênero e Significação
Alguns substantivos uniformes podem aparecer com marcação de gênero diferente, oca-
sionando uma modificação no sentido. Veja, por exemplo:
Flexão de Número
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas que terminam em -ão o acréscimo do -s.
IE
LÍNGUA PORTUGUESA
Os substantivos compostos são aqueles formados por justaposição. O plural dessas formas
obedece às seguintes regras:
Variação de Grau
A flexão de grau dos substantivos exprime a variação de tamanho dos seres, indicando um
aumento ou uma diminuição.
Dica
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo dos substantivos pode alterar o sentido das
palavras, podendo assumir um valor:
7
-2
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras para o uso de substantivos próprios,
IE
R
Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as inicias das palavras que designam:
G
z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
z Nomes de cidades, países, estados, continentes etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo
Horizonte, Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embaixada do Brasil, Ministério das Relações
Exteriores, Gabinete da Vice-Presidência, Organização das Nações Unidas;
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z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás Cubas. Caso a obra apresente em seu
título um nome próprio, como no exemplo dado, este também deverá ser escrito com ini-
cial maiúscula;
z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra
Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudes-
te, Oriente, Ocidente. Importante: os pontos cardeais são grafados com maiúsculas apenas
quando utilizados indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer o Sul (O Sul do Brasil);
quando utilizados indicando uma direção, devem ser escritos com minúsculas. Ex.: Correu
a América de norte a sul;
z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS, Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).
Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
Portanto, são aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e vice-presidente; porém,
é preciso manter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
ADJETIVOS
Locuções Adjetivas
-2
46
.3
80
As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos adjetivos, indicando as mesmas caracte-
.9
rísticas deles.
97
-0
LÍNGUA PORTUGUESA
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É importante destacar que, mais do que “decorar” formas adjetivas e suas respectivas
locuções, é fundamental reconhecer as principais características de uma locução adjetiva:
caracterizar o substantivo e apresentar valor de posse.
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Quando a locução adjetiva é composta pela preposição “de”, pode ser confundida com a
locução adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante perceber que a locução adje-
tiva apresenta valor de posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para ver “o crime”,
indicado na frase, foi pela abertura da porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
zando o substantivo “abertura”.
Já na segunda frase, a locução destacada é adverbial, pois quem sofre a “ação” de ser
aberta é a “conta”, o que indica o valor de passividade da locução, demonstrando seu caráter
adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham função de adjetivo e modificam substanti-
vos, pronomes, numerais e orações substantivas.
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar.
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
Já as locuções adverbiais desempenham função de advérbio. Modificam advérbios, ver-
bos, adjetivos e orações adjetivas com esses valores.
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez.
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.
Adjetivo de Relação
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apresentar meios de subjetividade. Ex.: Em
.3
“Menino bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é subjetivo, pois a beleza do menino
80
.9
z Não admitem variação de grau: os graus comparativo e superlativo não são admitidos.
G
Variação de Grau
O adjetivo pode variar em dois graus: comparativo ou superlativo. Cada um deles apre-
94 senta suas respectivas categorias.
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z Grau comparativo: exprime a característica de um ser, comparando-o com outro da mes-
ma classe nos seguintes sentidos:
tivo de inferioridade).
-2
46
.3
80
z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível for-
mar novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;
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z Derivados: são palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade,
mulherengo etc.;
z Simples: apresentam um único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-
-brasileiro, amarelo-ouro etc.
Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.
z Invariável:
Adjetivos Pátrios
z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumei-
LA
ramente usado para designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
IE
R
origem com as pessoas que comercializavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha
B
A
ARTIGOS
Os artigos devem concordar em gênero e número com os substantivos. São, por isso, con-
siderados determinantes dos substantivos.
Essa classe está dividida em artigos definidos e artigos indefinidos. Os definidos funcionam
como determinantes objetivos, individualizando a palavra, já os indefinidos funcionam como
determinantes imprecisos.
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — um — variam em gênero e número, tor-
96 nando-se “os, a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os indefinidos. Assim, temos:
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z Artigos definidos: o, os; a, as;
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.
z em + a = na;
z a + o = ao;
z a + a = à;
z de + a = da.
Dica
Toda palavra determinada por um artigo torna-se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o
cuidar etc.
NUMERAIS
z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois potes de sorvete; zero coisas a comprar;
ambos os meninos eram bons em português;
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma série. Ex.: Foi o segundo colocado do con-
curso; chegou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual determinada quantidade é multi-
plicada. Ex.: Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: indicam frações, divisões ou diminuições proporcionais em quantidade. Ex.:
7
-2
Tomou um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu metade do pagamento.
46
.3
80
z A forma 14 por extenso apresenta duas formas aceitas pela norma gramatical: catorze e
quatorze.
PRONOMES
além de estruturar a organização textual, contribuindo para a coesão e também para a coe-
.3
80
rência de um texto.
.9
97
-0
Pronomes Pessoais
LA
IE
PRONOMES DO CASO
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO
OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes
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Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou
adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.
z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Ex.: Informei-o sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos — com-
plementados por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em
“mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
caso reto como complemento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”,
“apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
7
oblíquos tônicos.
.3
Pronomes de Tratamento
-0
LA
IE
Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucio-
R
B
liaridades importantes:
LÍNGUA PORTUGUESA
z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos rela-
cionados a esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à
noite.
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Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a
partir das formas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituí-
dos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos inter-
locutores sejam reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura
e das funções sociais que designam:
z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do
alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel,
tratamento cerimonioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos.
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tratamento é importante destacar que o plural
7
de algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
-2
46
Porém, na maioria das abreviaturas terminadas com a letra a, o plural é feito com o acrés-
.3
Pronomes Indefinidos
R
B
A
G
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utiliza-
dos na 3ª pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariáveis.
Observe a seguinte tabela:
PRONOMES INDEFINIDOS6
Variáveis Invariáveis
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Ninguém
As palavras certo e bastante serão pronomes indefinidos quando vierem antes do subs-
tantivo, e serão adjetivos quando vierem depois.
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
A palavra bastante frequentemente gera dúvida quanto a ser advérbio, adjetivo ou pro-
nome indefinido. Por isso, atente-se ao seguinte:
Pronomes Demonstrativos
46
.3
80
pessoas do discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por eles no tempo, no espaço
-0
z
z Invariáveis: isto, isso, aquilo.
Este artigo científico pretende analisar... (o pronome “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:
Dica
-2
46
.3
O pronome “mesmo” não pode ser usado em função demonstrativa referencial. Veja:
80
Pronomes Relativos
IE
R
B
A
Uma das classes de pronomes mais complexas, os pronomes relativos têm função muito
G
z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos / a qual, as quais, cuja, cujas, quan-
ta, quantas;
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z Invariáveis: que, quem, onde, como;
z Emprego do pronome relativo que: pode ser associado a pessoas, coisas ou objetos.
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O cachorro que estava doente morreu. A caneta
que emprestei nunca recebi de volta.
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
� Emprego do relativo quem: seu antecedente deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
� O pronome relativo quem pode fazer referência a algo subentendido: quem cala consente
(aquele que cala).
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente deve ser um pronome indefinido ou demons-
trativo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para indicar posse e aparecer relacionan-
do dois termos que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi língua portuguesa — o relativo cuja está ligando aula
(possuidor) à matéria (coisa possuída).
� Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual” e suas variações (os quais, a qual, as
IE
R
LÍNGUA PORTUGUESA
Pronomes Interrogativos
Pronomes Possessivos
Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também podem atribuir
valor possessivo a uma coisa.
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o pronome esteja ligado ao verbo pelo
hífen, a relação do pronome é com o objeto da posse.
Outras funções dos pronomes possessivos:
z
80
adnominal.
-0
LA
Colocação Pronominal
IE
R
B
A
z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Casos que atraem o pronome para próclise:
Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não me submeto a essas condições.
Pronomes indefinidos, demonstrativos, relativos. Ex.: Foi ela que me colocou nesse
papel.
Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente como um rico investidor, ele nada
tem.
104 7 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021.
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Gerúndio, precedido da preposição em. Ex.: Em se tratando de futebol, Maradona foi
um ídolo.
Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos.
Orações interrogativas, exclamativas, optativas (exprimem desejo). Ex.: Como te
iludes!
z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo. Casos que atraem o pronome para
mesóclise:
os pronomes devem ficar no meio dos verbos que estejam conjugados no futuro, caso
não haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgu-
lhar-me-ei dos nossos estudantes.
z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos que atraem o pronome para ênclise:
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante.
Casos proibidos:
VERBOS
.3
80
.9
gua portuguesa é o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações e os agentes desses
LA
atos, além de ser uma importante classe sempre abordada nos editais de concursos; por isso,
IE
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam em número, pessoa, modo e tempo, além
A
G
z Número-pessoal: indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pes-
soa verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.
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Modos
Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.
Tempos
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente,
podemos indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto,
ramificações específicas. Observe a seguir:
z Presente:
Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo
todos os dias no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
7
-2
z Passado:
.9
97
-0
Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga
ou durativa.
106 z Futuro:
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Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tem-
pos simples e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma úni-
ca palavra, ou verbo, conjugado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse
caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, res-
pectivamente:
z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do indicativo) + verbo princi-
IE
R
pal particípio.
B
A
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles
assumem em determinados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como subs-
tantivos, adjetivo ou advérbios.
z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por
vezes, pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar tam-
bém em -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se,
em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenô-
7
Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do dis-
80
.9
curso. É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: comer eu. Comermos nós. É para
97
Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar ape-
LA
IE
conjugação.
B
A
G
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Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em:
regulares, irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impes-
soais e auxiliares, além das formas nominais. Vamos conhecer as particularidades de cada
um a seguir:
z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regu-
laridade no uso das desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os
verbos regulares mantêm o paradigma morfológico com o radical, que permanece inalte-
rado. Ex.: verbo cantar:
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utiliza-
80
mos como exemplo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos
.9
97
Eu estou Estive
B
A
Tu estás Estiveste
G
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregu-
laridade que ocasiona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como
anômalos.
z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma
de particípio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de par-
ticípio regular e outra irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:
Submergir
mes, reparou no amigo por alguns minutos
80
.9
z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas,
R
B
gerando um “defeito” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são
A
G
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo,
bem como: aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir,
puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa
característica, como latir, bramir, chover.
z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua for-
ma verbal. É importante lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática.
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Predominantemente, os verbos pronominas apresentam transitividade indireta, ou seja,
são VTI. Ex.: Sentar-se.
z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta-
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação
verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar
etc.
O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será
impessoal. Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em
concurso público;
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno cli-
mático ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando chegamos;
O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos;
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tem-
po climático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor;
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujei-
to inexistente;
7
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver
-2
46
preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impes-
.3
80
soal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que não vejo Mariana”.
.9
97
-0
z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e tam-
LA
bém nas locuções verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter
IE
e haver.
R
B
A
G
z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
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Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser
classificado em particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em
-ado e -ido.
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e
“haver”. Já com os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos
policiais.
Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjugação, pois origina-se do verbo “poer”.
O mesmo acontece com verbos que deste derivam.
Vozes Verbais
� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, pois pratica e recebe a ação
.9
97
verbal.
-0
� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, porém há uma ação comparti-
IE
R
lhada entre dois indivíduos. A ação pode ser compartilhada entre dois ou mais indivíduos
B
A
se cumprimentaram.
A voz passiva é realizada a partir da troca de funções entre sujeito e objeto da voz ativa.
Só podemos transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva se o verbo for transitivo
direto ou transitivo direto e indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do objeto direto.
Importante! Não confunda os verbos pronominais com as vozes verbais. Os verbos pro-
nominais que indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-se, entre outros,
acompanham um pronome que faz parte integrante do seu significado, diferentemente das
vozes verbais, que acompanham o pronome “se” com função sintática própria.
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Outras Funções do “Se”
Como vimos, o “se” pode funcionar como item essencial na voz passiva. Além dessa fun-
ção, esse elemento também acumula outras atribuições:
z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é feita com verbos transitivos direto (TD)
ou transitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o “se” junto ao verbo, por isso, o
elemento “se” é designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — “Se” (partícula apassivadora).
Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
to paciente.
z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” funcionará nessa condição quando não for
possível identificar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso, não podemos confun-
dir essa função do “se” com a de apassivador, já que, para ser índice de indeterminação do
sujeito, a oração precisa estar na voz ativa.
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” será parte integrante dos verbos pronomi-
nais, acompanhando-o em todas as suas flexões. Quando o “se” exerce essa função, jamais
terá uma função sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha;
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z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” que puder ser retirado do contexto sem
prejuízo no sentido e na compreensão global do texto. A partícula de realce não exerce
função sintática, pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos;
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional quando sugerir a ideia de condição. A con-
junção “se” exerce função de conjunção integrante, apenas ligando as orações, e poderá
ser substituído pela conjunção “caso”.
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estudar, será aprovado).
Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo primitivo; para trabalhar a conjugação
desses verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algumas de suas derivações a seguir, pois são
assuntos relevantes em provas diversas:
Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjugação apresenta paradigma derivado,
auxiliando a compreensão dessas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e
todos os demais que terminam em -iar. Os verbos com essa terminação são, predominante-
mente, regulares.
7
PRESENTE — INDICATIVO
-2
46
Eu Crio
.3
Tu Crias
80
.9
Ele/Você Cria
97
Nós Criamos
-0
Vós Criais
LA
IE
Eles/Vocês Criam
R
B
A
G
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geralmente são irregulares e apresentam algu-
LÍNGUA PORTUGUESA
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Passeio
Tu Passeias
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
Vós Passeais
Eles/Vocês Passeiam
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Conjugação de Alguns Verbos
Vamos agora conhecer algumas conjugações de verbos irregulares importantes, que sem-
pre são objeto de questões em concursos.
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Adiro
Tu Aderes
Ele/Você Adere
Nós Aderimos
Vós Aderis
Eles/Vocês Aderem
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Ponho
Tu Pões
Ele/Você Põe
Nós Pomos
Vós Pondes
Eles/Vocês Põem
ADVÉRBIOS
7
-2
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advér-
46
bio. Em alguns casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando
.3
80
circunstância.
.9
97
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios.
-0
Porém, decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado
LA
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advér-
R
B
bios para, a partir delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das ques-
A
G
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Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração.
Como dissemos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por
isso, para identificar com mais propriedade a função denotada pelos advérbios, é preciso
perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locu-
ções adverbiais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) enver-
gonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento)
às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alteran-
do o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há
também as que são formadas por preposição + adjetivos ou advérbios.
Veja alguns exemplos:
z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo =
novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve =
brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
7
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que
-2
46
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passivida-
97
de, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá
-0
LA
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada ante-
A
G
riormente é adverbial.
LÍNGUA PORTUGUESA
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”,
o termo destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo
com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portugue-
sa, que não admite voz passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjeti-
vas). Isso torna tal estrutura agramatical; por isso, inserimos um asterisco para indicar essa
característica.
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Dica
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em ques-
tões. Buscamos desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo
decorando listas de locuções adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e
superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:
GRAU bem*)
46
COMPARATIVO
80
Muito Mais - -
.9
97
Pouco Menos - -
-0
LA
IE
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio
R
verbal.
B
A
G
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
SUPERLATIVO -
Superioridade: o
Muito Muitíssimo -
mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos
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Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica
invariável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no femi-
nino ou no plural; caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até clas-
sificados como tal, mas não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído,
pois, geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente for-
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madas pela forma ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas
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Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
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LA
IE
z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal.
LÍNGUA PORTUGUESA
Caso venha deslocado, em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o
pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último ele-
mento recebe a terminação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e
socialmente.
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CONJUNÇÕES
Conjunções Coordenativas
As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
que não fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, essas conjunções ligam núcleos
de um mesmo termo da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, não só, mas também, não apenas, como
ainda, senão (após não só).
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativas: colocam informações em oposição, contradição. Mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”).
z Alternativas: ligam orações com ideias que não acontecem simultaneamente, que se
excluem. Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
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Importante! A palavra “senão” pode funcionar como conjunção alternativa: Saia agora,
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z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma delas explica-se o que a outra afirma.
R
B
Importante! “Pois” com sentido explicativo inicia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte,
pois sinto saudades.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar
voltará, pois, a subir.
z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a segunda conclui o que foi dito na primeira.
Logo, portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).
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Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.
Dica
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empregadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante acarreta em redundância.
Conjunções Subordinativas
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa. Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
visto que, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia de consequência. Que (depois de tal,
tanto, tão), de modo que, de forma que, de sorte que etc.
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações e, em geral, o verbo fica subtendido.
Como, que nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, maior), tanto... quanto etc.
Ex.: Corria como um touro.
Ela dança tanto quanto Carlos.
� Conformativa: expressam a conformidade de uma ideia com a da oração principal. Con-
forme, como, segundo, de acordo com, consoante etc.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
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� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia contrária à da oração principal. Embora,
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conquanto, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
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� Condicional: iniciam uma oração com ideia de hipótese, condição. Se, caso, desde que,
IE
Importante!
Conjunções Integrantes
As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas; na realidade, elas apenas
integram uma oração principal à outra, subordinada. Existem apenas dois tipos de conjunções
integrantes: “que” e “se”.
� Quando é possível substituir o “que” pelo pronome “isso”, estamos diante de uma conjun-
ção integrante.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Isso).
� Sempre haverá conjunção integrante em orações substantivas e, consequentemente, em
períodos compostos.
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo e uma conjunção integrante.
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
INTERJEIÇÕES
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As interjeições também fazem parte do grupo de palavras invariáveis, tal como as prepo-
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sições e as conjunções. Sua função é expressar estado de espírito e emoções; por isso, apre-
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sentam forte conotação semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a uma frase. Ex.:
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Tchau!
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É salutar lembrar que o sentido exato de cada interjeição só poderá ser apreendido diante
do contexto. Por isso, em questões que abordem essa classe de palavras, o candidato deve
reler o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido expresso no texto.
Isso acontece pois qualquer expressão exclamativa que expresse sentimento ou emoção
pode funcionar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por exemplo, que são inter-
jeições por excelência, mas que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o papel das locuções interjetivas, conjunto
de palavras que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! Ora bolas! Valha-me Deus!
OS MODALIZADORES
Os modalizadores são elementos que auxiliam o emissor a demonstrar seu ponto de vista,
sua intenção, como, por exemplo: expressar dúvida, certeza, afetividade etc. Observe a seguir
alguns exemplos de modalizadores:
Asseverativos
Quase Asseverativos/Dubtáveis
Delimitadores
Deontológicos
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obrigatoriamente.
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Afetivos
LA
IE
infelizmente;
A
G
estranhamente.
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SEMÂNTICA
Denotação
Conotação
Sinonímia
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seja, em alguns contextos uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, o que pode
LA
não acontecer em outras situações. O uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
IE
R
exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se utilizadas como sinônimos, uma vez que a
B
A
O emprego dos sinônimos é um importante recurso para a coesão textual, uma vez que
essa estratégia revela, além do domínio do vocabulário do falante, a capacidade que ele tem
de realizar retomadas coesivas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto.
Antonímia
A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das
palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto.
Homonímia
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia ou grafia, porém apresentam sig-
nificados diferentes. É importante estar atento a essas palavras e a seus dois significados. A
seguir, listamos alguns homônimos importantes:
Parônimos
Parônimos são palavras que apresentam sentido diferente e forma semelhante, conforme
demonstramos nos exemplos a seguir:
z Absorver/absolver
z Aferir/auferir
z Cavaleiro/cavalheiro
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Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar (homem
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educado e cortês).
-0
LA
z Cumprimento/comprimento
IE
R
B
A
z Delatar/dilatar
Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro (denunciar).
Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando seu estômago (alargar, estender).
z Dirigente/diligente
z Discriminar/descriminar
Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descrimina-
lizar, inocentar).
Hipônimo e Hiperônimo
Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém
uma ordem gradativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto,
bicicleta, ônibus...
POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
Polissemia (Plurissignificação)
Ambiguidade
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possível, por conta da sua construção. Em alguns casos, a ambiguidade é intencional, usada
IE
comunicação.
A
G
LÍNGUA PORTUGUESA
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OS DICIONÁRIOS: TIPOS; A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES
Os dicionários são livros que trazem explicações acerca do significado das palavras, que
são apresentadas em ordem alfabética. Alguns tipos são: dicionários bilíngues (exemplo: Por-
tuguês-Inglês/Inglês-Português); dicionário de sinônimos; dicionário de termos de uma área
específica, como medicina ou informática; dicionário de gírias.
Os verbetes costumam trazer a classificação da palavra (substantivo masculino, adjetivo),
separação silábica, origem e seus diversos significados. Veja a seguir um exemplo de verbete
retirado do dicionário Priberam online8:
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-0
LATINISMOS
IE
R
B
A
G
NEOLOGISMOS
Consiste na criação e introdução de novas palavras em nosso vocabulário. Podem ser clas-
sificados em literário, científico, popular ou estrangeiro.
Ex.: Inventei o verbo teadorar. Intransitivo. Teadoro, Teodora.
São expressões antigas que com o passar do tempo entram em desuso em determinada
língua.
Ex.: “Vosmecê” = por você
“Físico” = médico
Magote = grande quantidade.
ESTRANGEIRISMOS
LATINISMOS
ORTOGRAFIA
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno craque em ortografia: leia sempre! Somen-
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te a prática de leitura irá lhe garantir segurança no processo de grafia das palavras.
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Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras,
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ao uso de letras cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja:
LA
IE
�Depois da sílaba en, se a palavra não for de- �Depois da sílaba en, se a palavra for deri-
rivada de palavras iniciadas por CH: enxerido, vada de palavras iniciadas por CH: encher,
enxada encharcar
�Depois de ditongo: caixa, faixa �Em palavras derivadas de vocábulos que são
�Depois da sílaba inicial me, se a palavra não grafados com CH: recauchutar, fechadura
for derivada de vocábulo iniciado por CH: me-
xer, mexilhão
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z É com G ou com J?
Usamos G em:
Usamos J em:
z É com Ç ou S?
z É com S ou com Z?
Essas regras para correção ortográfica das palavras, em geral, apresentam muitas exce-
ções; por isso é importante ficar atento e manter uma rotina de leitura, pois esse aprendizado
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-2
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da escrita de textos, por
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isso, recomendamos que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de informação, pois,
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além de contribuir para seu conhecimento geral, sua habilidade em língua portuguesa tam-
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-0
bém aumentará.
LA
IE
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
R
B
A
G
Muitas são as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa; para compreender
essas regras, faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e respeitar a sua divisão.
Regras de Acentuação
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z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas que não terminam em: A, E, O, EM/
ENS. Ex.: bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen.
Importante!
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.
Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em
alguns vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) aceita a classifica-
ção em paroxítona ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo cres-
cente no final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato. É o
que ocorre com as palavras:
z his-tó-ria/ his-tó-ri-a;
z vá-cuo/ vá-cu-o;
z pá-tio/ pá-ti-o.
Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais ter e vir:
Perceba que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se
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A CRASE
LA
IE
R
Um assunto que causa grande dúvida é o uso da crase, fenômeno gramatical que corres-
B
A
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Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação no uso da crase, mas existem especifici-
dades que ajudam no momento de identificação:
CASOS CONVENCIONADOS
CASOS PROIBITIVOS
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LA
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor orientação de quando não usar a crase.
IE
R
B
Macete de crase:
Se vou a; Volto da = Crase há!
Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
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Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;
CRASE FACULTATIVA
B
A
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Nestes casos, podemos escrever as palavras das duas formas: utilizando ou não a crase.
Para entender detalhadamente, observe as seguintes dicas:
CASOS ESPECIAIS
MACETES
z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre
a, contra a, com a, à moda de, durante a;
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. Quando o da ocorre paralelo ao à, há
crase;
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z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder ser substituído por às duas, há crase.
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z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àquilo quando tais pronomes puderem ser
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z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e nomes de cidades quando esses termos esti-
LA
montanha.
R
B
A
G
A compreensão da crase vai muito além da estética gramatical, pois serve também para
evitar ambiguidades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto,
não exige preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações como “Pintura feita à mão”, já que
“à mão” seria o advérbio de instrumento da ação de pintar.
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PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA; ESTUDO DOS PRINCIPAIS
AUTORES DOS ESTILOS DE ÉPOCA
CONTEXTO HISTÓRICO
O marco inicial da Literatura Brasileira coincide com o período histórico chamado Renas-
cimento. Especialmente em Portugal, este período coincide com o esplendor das conquistas
ultramarinas, grandes navegações, continentes recém-descobertos e a fase de colonização de
povos.
Após o duro golpe da Reforma Protestante de Martinho Lutero, no fim do século XV, Portu-
gal recuperava o seu prestígio com a descoberta feita por Vasco da Gama de um novo cami-
nho para as Índias. Esse espírito de ufania gerou a maior epopeia da Língua Portuguesa: Os
Lusíadas, escrito por Luís Vaz de Camões, que ficou compreendido como a mais alta expres-
são de amor à pátria.
Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras produções possuíam mais caráter documen-
tal do que literário. Desde então, a forma como foi escrita a história de nosso país, tem refle-
tido até hoje nas produções artísticas e, consequentemente, nas literárias. Se observarmos,
desde o período Colonial (do Descobrimento à chegada da Família Real ao Brasil), passando
pelo Período Imperial, além de diversas revoltas internas em prol da Independência e da
abolição da escravatura, do Período Regencial, da Proclamação da República, em 1889, do
Período Republicano, marcado pelos governos militares, ditaduras e a reconquista da demo-
cracia, todos esses acontecimentos permeiam a nossa Literatura.
Além disso, diversas transformações de âmbito político e social decorreram das duas
Grandes Guerras, que refletiram no mundo e, consequentemente, no Brasil, ideológica e poli-
ticamente. Políticas mundiais de combate ao comunismo influenciaram líderes e momentos,
a liberdade de expressão foi cerceada e um período sombrio foi instaurado em nossa história
até 1985, quando o direito à democracia foi restabelecido, além da globalização, a internet
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Durante esse período, uma literatura genuinamente brasileira, a qual mostra a visão do
G
homem brasileiro, ainda não era possível. O que temos é um ponto de vista do viajante colo-
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Contexto Histórico
O Quinhentismo foi um período da literatura brasileira datado de 1500 a 1601. Assim, inse-
re-se nos cenários das Grandes Navegações e da Contrarreforma Católica. Nesse viés, durante
os séculos XV e XVI, Portugal buscava expandir suas terras e, para isso, realizou expedições
que encaminhavam os navegantes para a África, a Ásia e a América.
Em consequência, houve a descoberta da América por Cristóvão Colombo (1451 — 1506),
em 12 de outubro de 1492, responsável por fazer com que os espanhóis e os portugueses assi-
nassem o Tratado de Tordesilhas, no ano de 1494, respaldando a divisão do novo continente
entre ambas as nações. Por conseguinte, em 22 de abril de 1500, os portugueses chegaram ao
Brasil.
Outro fator histórico importante a ser citado é a chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil,
em 29 de março de 1549, sob o comando de Manuel de Nóbrega, que deu início à missão de
catequização dos indígenas da América, em nome da Companhia de Jesus. Nesse âmbito, a
Coroa portuguesa detinha o apoio da Igreja, assim como a Igreja detinha o apoio da Coroa
Portuguesa, para converter os nativos ao catolicismo e combater a ameaça protestante.
Assim, os principais momentos desse período histórico são, em resumo:
Características
A literatura quinhentista pode ser dividida em dois grupos, sendo eles: a literatura de
informação e a literatura de formação ou catequese.
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z Literatura de Informação
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tes e missionários europeus anotaram sobre o homem e a natureza que viviam naquela épo-
LA
z Literatura de Formação
A
G
Obras de cunho pedagógico e moral: produzidas pelos missionários jesuítas que buscavam
catequizar os indígenas. Deixaram cartas, tratados, crônicas e poemas, registros de prática
religiosa com certo refinamento estético.
Assim, as características do Quinhentismo consolidam uma literatura documental, histórica e
de caráter informativo. Como segue:
Autores e Obras
Conhecido como autor da famosa “Carta de Pero Vaz de Caminha”, ao rei D. Manuel I, que é
considerada o primeiro documento escrito sobre o Brasil e relata o descobrimento das terras
do país. Ficou conhecida como sendo o marco inicial da literatura de informação do Brasil.
Um dos primeiros autores da literatura brasileira, escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e
“Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil” (1595).
É também conhecido como o Apóstolo do Brasil, embora seja espanhol, por ter sido um dos
responsáveis por trazer o Cristianismo para o país, sendo também um dos fundadores da
cidade de São Paulo.
Suas obras são consideradas documentos históricos sobre a colônia e a ação jesuítica no
Brasil do século XVI. Entre elas, podemos destacar “Cartas do Brasil” (1886) e um “Diálogo
sobre a Conversão dos Gentios” (1557).
BARROCO
No período entre 1601 e 1768, enquanto o mundo Ocidental vivia uma atormentada crise
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entre homem e igreja, percebemos uma intenção na arte de reconciliar o homem com a fé,
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Para diversos pesquisadores, o Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas todo
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A arte barroca é então caracterizada pelos detalhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É
comum encontrar o uso de imagens contrastantes como o crepúsculo (dia/noite) e a aurora
(noite/dia), além de textos repletos de antíteses e inversões sintáticas.
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publicação da obra “Prosopopeia” (1601),
de Bento Teixeira, e terminou em 1768 com a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa.
Na escultura e arquitetura do Barroco, Aleijadinho foi, sem dúvidas, um dos maiores
nomes.
Contexto Histórico
O Barroco surgiu pelas oposições e pelos conflitos religiosos. Esse contexto histórico aca-
bou influenciando na produção artística, gerando o fenômeno do Barroco. As obras são mar-
cadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.
Quanto às características do estilo, podemos encontrar metáforas, antíteses e hipérboles.
Outros acontecimentos históricos importantes deste período foram:
Características na Arte
Características na Literatura
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-0
LA
Autores e Obras
Foi um religioso, filósofo, escritor e maior orador sacro da Língua Portuguesa. As suas
principais obras são “Sermão da Sexagésima”, que retrata sobre a arte de pregar, além do
“Sermão de Santo Antônio”, que tem como tema a escravidão indígena.
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z Bento Teixeira (1561 — 1600)
Conhecido como “Boca do Inferno”, foi um advogado e poeta do Brasil colônia, sendo con-
siderado um dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Brasil. Produziu diversas sáti-
ras desumanas, além de poesias religiosas, líricas e satíricas.
ARCADISMO
No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coincide com a expulsão dos jesuítas do Brasil,
a vinda da corte portuguesa, a descoberta de ouro em Minas Gerais e a Proclamação da Inde-
pendência. Artisticamente, é um período marcado pela recuperação da cultura greco-latina,
a apreciação da natureza e da simplicidade.
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Vila Rica. Vale lembrar que o nome dessa escola literária provém das Arcádias, ou seja, das
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Contexto Histórico
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Características na Arte e na Literatura
Autores e Obras
Autor do poema épico Caramuru (1781), Freire Santa Rita Durão foi poeta e orador, consi-
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Poeta mineiro e autor do poema épico “O Uraguai” (1769), um marco na literatura brasileira,
que aborda as disputas entre os europeus, os jesuítas e os indígenas.
Um dos grandes poetas árcades, de pseudônimo Dirceu. Sua obra que merece destaque é
Marília de Dirceu (1792), que é carregada de lirismo e baseada no seu romance com a brasi-
leira Maria Doroteia Joaquina de Seixas.
ROMANTISMO
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O Romantismo corresponde ao período aproximado entre 1774 e 1849, embora influen-
cie a arte até hoje. Marcou a Era das Revoluções, quando diversas transformações políticas,
sociais e econômicas ocorreram no Ocidente, como a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa. Os artistas românticos, movidos por esse ideal de mudanças, começaram a mudar
a teoria e a prática de suas artes. Além do campo artístico, observamos uma visão transfor-
madora também na filosofia e em toda a cultura ocidental, que passou a aceitar a emoção e
os sentidos como uma forma válida de experimentar a vida.
O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e ao subjetivismo, foram marcantes nas
obras produzidas no período. Na Europa, obras com temáticas medievais eram bastante
comuns, já que esse era o passado histórico europeu.
No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835 e 1880, período da consolidação da inde-
pendência. Seu marco inicial foi a publicação do livro “Suspiros poéticos e saudades”, de
Gonçalves de Magalhães, em 1836. Porém, o Romantismo brasileiro buscava resgatar os
nossos ancestrais que já viviam aqui: os indígenas. A literatura desse período também retra-
tava as lutas políticas e sociais existentes em nosso país, como o movimento abolicionista.
Também não podemos nos esquecer que, devido à época, começavam a surgir problemas
urbanos relacionados à relação delicada entre indústrias e operários, assim como a corrup-
ção e o materialismo.
Contexto Histórico
Características
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z Rebeldia e idealismo, preocupação em retratar o mundo não como ele é, mas como ele
.3
poderia ser, uma vez que a realidade para esses autores era considerada desesperadora,
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regionalismo ou o sertanismo;
R
z A natureza como força incontrolável e transcendental, uma personagem que reflete o “eu”,
assumindo emoções, como tristeza, e esbanjando exuberância diante da alegria e das conquis-
tas do indivíduo;
z Pessimismo da realidade e escapismo, expressões de angústia, frustração, desespero, tris-
teza, entre outras emoções que acabam caracterizando esse estado de espírito como o
“mal do século”;
z Temas como morte, suicídio, fuga para a natureza ou a pátria são os escapes possíveis para
esse mal.
O mal do século tem papel de destaque e as obras acabam sendo caracterizadas pelo exa-
gero no subjetivismo e emocionalismo. As menções ao tédio e desejo de morte são frequentes.
Autores e Obras
z Primeira Geração
Poesia:
Gonçalves Dias: “Segundos Cantos” (1848), “Últimos Cantos” (1851), “Os Timbiras” (1857),
“Cantos” (1857);
Casimiro de Abreu: “As Primaveras” (1859).
Prosa
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-2
46
z Segunda Geração
-0
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Selvas”;
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z Terceira Geração
Modalidades do Romantismo
REALISMO
Contexto Histórico
Características
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Romantismo;
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verdadeiramente;
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z Narrativa lenta, buscavam construir análises, muitas vezes, inclusive, utilizando métodos
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Autores e Obras
z Machado de Assis (1839 — 1908): “Ressurreição” (1872), “A mão e a luva” (1874), “Helena”
(1876), “Iaiá Garcia” (1878), “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), “Quincas Borba”
(1886), “Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó” (1904), “Memorial de Aires” (1908);
z Raul d’Ávila Pompeia (1863 — 1895): “O Ateneu”.
NATURALISMO
Surgido no século XIX, é considerado uma ramificação do Realismo, pois ambos traçam
o mesmo objetivo: retratar a realidade como ela é, porém, usando de métodos um pouco
distintos.
Uma das grandes preocupações das obras naturalistas é a relação entre o homem e as
“forças da natureza”, voltando-se às descobertas relacionadas à biologia e à sociologia, espe-
cialmente considerando comportamentos patológicos, os desejos e as taras, com destaque
para as tendências animalescas dos homens. Isso ocorre devido ao fato de esse movimento
ter grande influência da Teoria da Evolução de Charles Darwin e de outras correntes de pen-
samento científico que predominavam na Europa da época.
O Naturalismo surgiu na França, tendo como principal representante o escritor francês
Émile Zola, que ficou famoso com a publicação de “Germinal”, em 1881, que marcou o início
deste movimento artístico na Europa. Esse texto denunciava as péssimas condições de vida
dos trabalhadores das minas de carvão no interior da França no século XIX.
Os escritores naturalistas do Brasil se ocuparam, principalmente, com os temas mais obs-
curos da alma humana e, por isso, outros fatos importantes da história do país acabaram
sendo deixados de lado, como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.
Características
7
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z Desdobramento do Realismo;
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z
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z Forte influência Darwinista, na qual o homem não possui livre arbítrio, sendo guiado pela
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Autores e Obras
z Aluísio de Azevedo (1857 — 1913): “O Mulato” (1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço”
(1890);
z Adolfo Caminha (1867 — 1897): “A Normalista” (1893) e “Bom Crioulo” (1895);
z Raul Pompeia: “O Ateneu”.
IMPRESSIONISMO
Aos impressionistas não interessa a fixação “fotográfica” das formas e das imagens. Valo-
7
-2
estrutura não linear, em que a história é narrada do ponto de vista do herói-autor, ou do pon-
.9
do Impressionismo, com Henry James (Os Embaixadores — 1903); Joseph Conrad (LordJim
LA
— 1900); Ítalo Svevo (A Consciência do Zeno — 1923) e Marcel Proust (Em Busca do Tempo
IE
Pompeia e Coelho Neto, dentre os brasileiros, e Eça de Queirós e Cesário Verde, dentre os
LÍNGUA PORTUGUESA
portugueses. As obras buscam grafar a aparência vivida da realidade humana, com exatidão
e esmero científico, mas voltados para a pintura refinada das impressões subjetivas, dos esta-
dos da alma das personagens.
Características
z Descrição de impressões e aspectos psicológicos das personagens com detalhes para cons-
tituir as impressões sensoriais de um incidente ou cena;
z Caráter “hermético” (difícil), exigindo leitores intelectualmente sofisticados;
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z Pesquisas sobre óptica e seus efeitos, a presença dos contrastes e de transparências lumi-
nosas, auxiliam no desvanecimento da forma, percebida, agora, sem contornos;
z União entre o concreto e o abstrato;
z A percepção do tempo e o fluxo da memória, a lembrança crítica e a compreensão do sen-
tido da experiência passada e a “procura do tempo perdido”;
z A fixação do instante, momentos cotidianos fugazes, as impressões da realidade em detri-
mento da razão e da emoção.
Autores e Obras
PARNASIANISMO
O Parnasianismo localiza-se entre o final do século XIX e o início do século XX, foi contem-
porâneo do Realismo e do Naturalismo. O nome Parnasianismo remonta à denominação de
um monte da Grécia Antiga (Monte Parnaso), onde, segundo a mitologia, os poetas se isola-
vam do mundo para maior integração com os deuses, por meio de sua poesia, considerada
por eles a mais alta expressão artística humana.
Contexto Histórico
Os únicos países em que ele floresceu de forma expressiva foram a França e o Brasil. Na
França, o movimento surgiu em 1866, com a publicação da revista “Le Parnasse Contempo-
rain”, que congregava poetas defensores de uma poesia antirromântica, descritivista, mimé-
tica e formalista. Entre esses poetas, destacaram-se Théophile Gautier e Leconte de Lisle.
No Brasil, o movimento por uma poesia de reação contrária ao Romantismo teve lugar no
início da década de 1880, com a publicação do livro Fanfarras (1882), de Teófilo Dias, obra
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inaugural da estética no país. Três grandes autores se destacam: Olavo Bilac (“o príncipe dos
poetas”), Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.
Características
Autores e Obras
SIMBOLISMO
Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo, em alguns aspectos, o Simbolismo divi-
diu com aquele estilo o espaço cultural europeu entre o final do século XIX e o início do século
XX.
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.9
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Se, no Brasil esse movimento foi superado pela escola parnasiana, que dominou a cena
artística do período, na Europa, ele representou considerável avanço em direção à arte
moderna que dominaria o século XX.
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Contexto Histórico
Características
z Formação das bases intelectuais de filósofos como Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e
Soren Kierkegaard;
z Decadentismo, marcado pela agonia, pela melancolia e pelo pessimismo, descrença nos
atributos racionais e a saturação das conquistas científicas conduziram à crença em uma
decadência da civilização;
z A arte da sugestão;
z A sinestesia e a musicalidade.
Autores e Obras
PRÉ-MODERNISMO
vêm ao Brasil com o intuito de substituir a mão de obra rural e escrava. Enquanto os ex-es-
-2
46
cravos são marginalizados nos centros urbanos, a urbanização de São Paulo faz surgir uma
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80
Nessa época, acontecem algumas mudanças nos estados brasileiros, como a ascensão do
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-0
a sociedade se encontrava dividida entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das
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Eclodiram diversos movimentos sociais pelo Brasil em virtude da desigualdade social, como a
Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX, no sertão da Bahia, sob liderança de Antônio
Conselheiro. Além desse, surgiram os movimentos protestantes no meio urbano, como a Revolta
da Chibata, em 1910, contra o maltrato da Marinha à corporação, e as greves de operários.
No começo do século XX, apareceram os primeiros indícios da crise cafeeira com a super-
produção de café, a chamada crise da “República Café com Leite”.
É em meio a esse quadro na sociedade que começa, no Brasil, uma nova produção literária,
intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. Destacam-se, neste período,
as obras Os sertões (Euclides da Cunha) e Canaã (Graça Aranha). Contudo, o Pré-Modernismo não
é tido como uma “escola literária”, pois apresenta características individuais muito marcantes.
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No entanto, há características comuns às obras desse período: a ruptura com a linguagem
pomposa parnasiana, a exposição da realidade social brasileira, o regionalismo, a marginalidade
exposta nas personagens e a associação aos fatos políticos, econômicos e sociais.
Caracteriza-se pelas produções do início do século XX até a Semana de Arte Moderna, em
1922. Foi um período de intensa movimentação literária que marcou a transição entre o Sim-
bolismo e o Modernismo.
Apesar disso, para muitos estudiosos deve ser considerado uma escola literária, uma vez
que o período apresenta inúmeras produções artísticas e literárias distintas. Em outras pala-
vras, ele reúne um sincretismo estético, com presença de características neorrealistas, neo-
parnasianas e neossimbolistas.
Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima
Barreto, Graça Aranha e Monteiro Lobato.
VANGUARDAS EUROPEIAS
Tendo início nas duas primeiras décadas do Século XX, as vanguardas foram manifestações
artístico-literárias, surgidas na Europa, que vieram provocar uma ruptura da arte moderna
com a tradição cultural do século anterior.
Em relação ao contexto histórico, houve o advento da tecnologia, as consequências da Revolu-
ção Industrial, a Primeira Guerra Mundial e a atmosfera política que resultou desses grandes acon-
tecimentos, o que proporcionou um sentimento nacionalista, um progresso espantoso das grandes
potências mundiais e uma disputa pelo poder. Nesse cenário, várias correntes ideológicas foram
criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo.
No âmbito das artes, alguns movimentos surgiram, com a mesma terminação “ismo”, as
correntes artísticas que chamamos de vanguardas.
É importante conhecer alguns dos objetivos das vanguardas: o questionamento, a quebra
dos padrões, o protesto contra a arte conservadora e a criação de novos padrões estéticos que
7
fossem mais coerentes com a realidade histórica e social do século que surgia. Essas manifes-
-2
46
tações se destacaram por sua radicalidade, que influenciou a arte em todo o mundo.
.3
LÍNGUA PORTUGUESA
Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que teve basicamente dois princípios: a simplifi-
cação das figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As figuras não são representadas tal
qual a forma real, ao passo que as cores são usadas de maneira organizada, como saem do tubo de
tinta. O nome deriva de “fauves” (feras, no francês), devido à agressividade no emprego das cores.
No Cubismo também não há a preocupação de representar realisticamente as formas de
um objeto, porém a intenção do movimento artístico era representá-lo de vários ângulos,
em um único plano. O Cubismo, com passar do tempo, evoluiu em duas grandes tendências:
Cubismo Analítico e Cubismo Sintético. O movimento teve o seu melhor momento entre
1907 e 1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade. Foi um movimento que se
desenvolveu em todas as artes e exerceu influência sobre vários artistas. 149
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O Futurismo abrange sua criação em expressar o real, assinalando a velocidade exposta
pelas figuras em movimento no espaço. Posteriormente, foram criados outros movimentos
de arte moderna. Repercutiu principalmente na França e na Itália.
O movimento Abstracionista surgiu em oposição à arte figurativa ou objetiva. São formas de
arte que não são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo.
O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte em todos os seus campos, pois não foi
apenas uma corrente artística, mas um verdadeiro movimento literário, musical, filosófico
e até mesmo político. A palavra dada em francês significa cavalo de madeira, mas sua uti-
lização marca o nonsense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um
bebê). À princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas provavelmen-
te as principais expressões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o ready made. O
intuito deste movimento era protestar contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de
forma irônica toda aquela loucura que estava acontecendo. Como negação total da cultura, o
Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos.
Sobre o Surrealismo, trata-se de um movimento artístico e literário surgido em Paris por
volta dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo
no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais.
A expressão Op Art deriva do inglês Optical Art, significando Arte Óptica. A Op Art pas-
sou por um desenvolvimento relativamente lento, apesar de ter ganhado força na metade
da década de 1950. Trata-se de um movimento excessivamente cerebral e sistemático, mais
próximo das ciências do que das humanidades, sem o ímpeto atual e o apelo emocional da
Pop Art. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as da ciência
e da tecnologia.
A razão da Op Art é a representação do movimento através da pintura apenas com a utili-
zação de elementos gráficos. Outro fator fundamental para a criação da Op Art foi a evolução
da ciência, que está presente em praticamente todos os trabalhos, baseando-se principal-
mente nos estudos psicológicos, sobre a vida moderna, e da Física, sobre a Óptica. Também
havia a manifestação das mudanças nas cidades modernas e o sofrimento do homem com a
7
-2
46
z Oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as outras, produzindo o efeito
G
ótico;
z Observador participante;
z Busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
z As cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas ao observador.
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“Moviment in squares”, de Bridget Riley (1961).
O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês Popular Art) foi utilizado pela pri-
meira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a arte popular
que estava sendo criada em publicidade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas
ilustradas. Representava os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa
influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figura-
tiva, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da
Segunda Guerra Mundial. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos,
do cinema e da publicidade.
A Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar em refinado, e
aproximou a arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava de objetos próprios e popu-
lares. Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de
consumo, operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos e ilustra-
ções. Assim, muito do que era considerado “brega”, virou moda.
Suas principais características são:
z Temática extraída do ambiente urbano das grandes cidades, de seus aspectos sociais e culturais:
-2
46
ma, rádio, televisão, música, espetáculos populares, elementos da sociedade de consumo e de con-
.9
z Ausência de planejamento crítico: os temas são concebidos como simples motivos que jus-
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z Combinação da pintura com objetos reais integrados na composição da obra como flores
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de plástico, garrafas, entre outros, buscando apresentar uma nova forma dadaísta em con-
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Arte da Coca-Cola inspirada na Pop Art (1960)
Características
Autores e Obras
MODERNISMO
-2
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.3
O Modernismo é o principal movimento literário do século XX, que foi fortemente influen-
80
.9
ciado pelos movimentos de vanguarda que ocorreram na Europa no início dos anos 1900,
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No Brasil, o marco inicial do Modernismo foi a Semana de Arte Moderna de 1922, momen-
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(1914 — 1918), que trouxe reflexos para a sociedade brasileira. Assim, numa tentativa de
reestruturar o país politicamente, também no campo das artes — estimulado pelas Vanguar-
das Europeias —, encontra-se a motivação para romper com o tradicionalismo.
Muitos estudiosos afirmam que essa fase termina em 1960, enquanto outros, definem o
fim dessa fase nos anos 80. Há ainda os que ponderam que a terceira fase modernista prolon-
ga-se até os dias atuais, não havendo, pois, um consenso.
Nesse momento, tem-se um predomínio e diversidade da prosa, com a prosa urbana, a
prosa intimista e a prosa regionalista. Além disso, surge um grupo de escritores denominado
“Geração de 45”, muitas vezes chamados de neoparnasianos, pois eles buscavam uma poesia
mais equilibrada.
Características
z Libertação estética;
z Ruptura com o tradicionalismo;
z Experimentações artísticas;
z Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação);
z Linguagem com humor;
z Valorização do cotidiano.
(1928);
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-0
z Graciliano Ramos (1892 — 1953): “Angústia” (1936), “Vidas Secas” (1938), “Memórias do
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PÓS-MODERNISMO
Trata-se de um dos conceitos mais discutidos nas questões relativas à arte, à literatura ou à
teoria social, mas a noção de pós-modernidade reúne uma série de conceitos e modelos de pen-
samento em “pós”, dentre os quais: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo, pós-fordismo,
pós-comunismo, pós-marxismo, pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, pós-urbano,
pós-capitalismo. A pós-modernidade se coloca também em relação com o feminismo, a ecologia,
o ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing, a administração. O geógrafo Georges
Benko afirma que o “pós” é incontornável, o fim do século XX se conjuga em “pós”.
Resumiremos algumas das características da pós-modernidade:
No campo urbano, a cidade está em pedaços, porque nela há caos, (des)ordem: padrões de diferen-
-2
46
valores: é o novo, o fugidio, o efêmero, o fugaz e o individualismo que valem. A aceleração transforma
80
.9
o consumo numa rapidez nunca vivenciada: tudo é descartável (desde copos a maridos/ou esposas).
97
A publicidade manipula desejos, promove a sedução, cria imagens e signos, eventos como espetácu-
-0
mudam: agora não é contra o patrão, mas contra a falta deles. Os pobres só se dizem presentes nos
G
líquida”, que se tornou popular. Tempo e espaço são reduzidos a fragmentos; a individualida-
.3
de predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado pela ética do prazer imediato como
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A humanidade é induzida a levar sua liberdade ao extremo, colocada diante de uma opção
-0
infinita de probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre no circuito perverso do con-
LA
Épocas Literárias
G
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A literatura, assim como as outras artes, é o produto do trabalho de um artista que vive as
consequências da história. Desse modo, a criação literária está diretamente relacionada ao
momento histórico no qual se insere.
As idades literárias recebem denominações variadas: escolas literárias, períodos, estilos e
movimentos.
Os estilos de época do Ocidente, desde a Idade Média, podem ser classificados da seguinte
forma:
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ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Poemas de amor,
Teocentrismo, grande
cavalheirescos, can-
Medievalismo/ Séculos XII a XV, na temor a Deus,
tigas, novelas de ca-
Trovadorismo Europa Feudal grande domínio da
valaria, exaltação do
Igreja, feudalismo
guerreiro cristão
ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Antropocentrismo, Ordem, regularidade,
volta aos padrões precisão formal, pre-
Renascimento Séculos XV ao XVI, clássicos (greco- domínio das epopeias
/Quinhentismo/ na Europa de Estados -latinos) da cultura, para enfatizar a força
Classicismo Nacionais grandes descobertas do Homem, predomí-
(América, caminho nio de formas fixas na
para as Índias) poesia lírica
ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Irregularidade, rebus-
Séculos XVI e XVII, Volta ao conservado-
camento formal, o
na Europa de Estados rismo da Igreja, forte
homem dividido entre
absolutistas. Século presença da Com-
Barroco o céu e a terra, dualis-
XVII e meados do panhia de Jesus na
mos, predominância
séc. XVIII na América União Ibérica (domí-
da poesia lírica e da
luso-espanhola nio espanhol)
oratória sacra
ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Iluminismo, ideais
Volta à regularidade
liberais principiantes,
Arcadismo/ clássica, neoclassi-
Século XVIII grande crise das so-
Neoclassicismo cismo, predominância
ciedades coloniais,
7
da poesia pastoril
-2
ideologias burguesas
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.3
ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
80
ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Ênfase na sensibilida-
Transição para o sé-
de, utilização da força
Século XIX (última culo XX, tendências
Simbolismo sonora da palavra,
década) decadentistas em ge-
predominância da
ral, Belle époque
poesia lírica
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ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Ruptura com os
parnasianos, força
Modernismo — No
Semana de Arte Mo- para as vanguardas,
Brasil, a comemora-
Século XX (1ª derna em 1922, gran- desdobramentos
ção dos 100 anos da
metade) des rupturas com a múltiplos: Movimento
Independência é deci-
arte tradicional Antropófago, Movi-
siva para “Reformas”
mento Pau-Brasil, Ver-
de-Amarelo etc.
ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Pós-guerra, Guerra Convivência de
Fria, mundo dividido muitas tendências
em blocos de direi- discrepantes, maior
ta e de esquerda, aceitação de todas
Século XX (anos 50: acentuação das dife- as vanguardas, movi-
Pós-modernismo
contemporaneidade) renças entre mundo mentos de rupturas e
desenvolvido e sub- retomadas, arte feita
desenvolvido, muitos de bricolagens (apro-
movimentos jovens veitamento de restos),
de rebelião incertezas
Algumas formas de crítica literária baseiam-se nos estudos dos estilos de época e dos estilos
autorais. É importante entender as diferenças entre eles para uma análise mais aprofundada do
texto literário e para compreender as influências e inspirações dos escritores.
Os estilos de época são os traços distintivos que caracterizam a literatura de um período
histórico. Eles são influenciados por vários fatores, como a cultura, a política, a economia, e a
7
-2
46
uma ênfase na descrição detalhada e na crítica social. Alguns exemplos de escritores rea-
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z Estilo descritivo: caracterizado por uma ênfase na descrição detalhada e sensorial. Exem-
plos de escritores com um estilo descritivo incluem Euclides da Cunha e Graciliano Ramos.
z Estilo irônico: caracterizado por um tom de humor e sarcasmo. Alguns exemplos de escri-
tores com um estilo irônico incluem Lima Barreto e Nelson Rodrigues.
z Estilo experimental: caracterizado por uma busca por novas formas de expressão artís-
tica, incluindo o uso de técnicas como o fluxo de consciência e a montagem. Exemplos de
escritores com um estilo experimental incluem Clarice Lispector e Guimarães Rosa.
Os estilos de época e estilos autorais são elementos importantes na análise literária. Os estilos
de época refletem as tendências artísticas e culturais de um período histórico, enquanto os estilos
autorais são influenciados pelas experiências individuais e todos os elementos intrínsecos que
formaram o escritor. É importante entender as diferenças entre esses estilos para uma análise
mais aprofundada da literatura e para apreciar as obras dos escritores de forma mais completa.
REDAÇÃO DISCURSIVA
Neste material, vamos trabalhar a redação discursiva. Você estudará algumas característi-
cas inovadoras no conceito de produção de textos para quem quer atingir um melhor resul-
tado em provas que exijam do candidato a habilidade de produzir um texto.
Aqui, serão apresentados os aspectos gerais da redação discursiva em sua estrutura textual, bem
como todos os passos para a sua produção com eficiência. Porém, antes de iniciarmos, é importante
dar atenção às dúvidas que geralmente são apresentadas pelos alunos para que se possa dar solu-
ção aos principais problemas que eles relatam.
Sempre se ouvem os temores de alunos quanto às provas que cobram dos candidatos habilida-
.9
97
des na produção de questões discursivas. Alguns dizem se sentirem tão despreparados que termi-
-0
nam por desistir dos concursos que trazem a redação como critério de classificação.
LA
Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não está na prática do cotidiano da maioria
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das pessoas e que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exercitam essa habilidade nor-
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A
expedientes, ocorre o que chamam de “pacto da mediocridade” (sem intenção ofensiva), que
caracteriza a postura displicente de como se escreve e a aceitação mútua de erros e desvios
da norma culta escrita: “ele escreve errado, mas eu aceito para não ser cobrado por ele da
mesma forma quando errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abreviações que mais se
assemelham a códigos criptografados do que à própria língua portuguesa.
O maior problema é que isso gera um reforço negativo: treina-se uma escrita que não
promove a prática ideal da comunicação verbal normatizada. O resultado é que, quando
ocorre a exigência da produção escrita, a prática que se tem não promove a eficiência nessa
categoria de comunicação.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da escrita em quem tem dificuldade de
passar para o papel o que tem na sua cabeça?
bancas organizadoras dos critérios de correção dos textos, tais como progressão textual e
-2
46
Essa proposta também tem a finalidade de desenvolver uma maior agilidade na projeção
LA
LÍNGUA PORTUGUESA
O peso da redação é muito grande, por isso, ela faz a diferença na aprovação. Nos concur-
sos atuais, a redação tornou-se o passaporte para o ingresso em grande parte das carreiras
públicas, pois de nada vale um resultado positivo na prova objetiva se não obtiver sucesso
em sua redação.
Os candidatos costumam dedicar seu tempo de estudos à prova objetiva e deixar a redação por
último. Na maioria das vezes, passam naquela e reprovam nesta. Não dá para subestimar a redação,
é preciso exercitar sempre.
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O que conta mais para um bom resultado: ter bons conhecimentos sobre o assunto
apresentado na proposta ou ter bons conhecimentos em língua portuguesa?
Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em importância. No que diz respeito aos
conhecimentos de língua portuguesa, estamos referindo-nos à estrutura e à linguagem do
texto dissertativo. Subentende-se que quem domina esses dois aspectos não tenha dificulda-
des com a ortografia e outros aspectos gramaticais que, em prova, inclusive, pouco peso têm.
z Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem caráter geral e abrangente e propõe questões que
devem ser abordadas obrigatoriamente com objetividade pelo candidato. Essa objetividade é um
fator determinante para que sua composição fique delimitada àquilo que é possível desenvolver
em sua redação.
E o que é a delimitação do tema? É simples. É a elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi-
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o número de linhas que é proposto para se desen-
volver o tema é limitado. Geralmente, não passa de 30 linhas, por isso, é preciso ser claro e direto no
desenvolvimento da argumentação;
z Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem a função de apresentar e chamar a
atenção sobre o assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar que são poucas as
instituições que solicitam que o candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido, não
é para colocá-lo.
Há duas possibilidades:
7
-2
46
z A primeira forma convencionada diz que só a primeira palavra do título deve ser iniciada
.3
z A segunda forma permite que você coloque todas as palavras com iniciais maiúsculas,
IE
R
com exceção dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem sentido próprio), como preposi-
B
A
ções e artigos:
G
Importante!
Nomes próprios são sempre com iniciais maiúsculas.
Use pontuação significativa se for necessário, como interrogação e exclamação. O ponto
final é dispensável.
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É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma?
A letra cursiva (letra de mão) só será necessária se for uma exigência do edital. De uma
maneira geral, o que se pede é a legibilidade.
É importante sempre se lembrar de respeitar as regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja,
maiúscula e minúscula devem ser diferenciadas:
Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>.
Texto em prosa é aquele que naturalmente usamos para escrever um bilhete, uma carta,
nos comunicarmos em e-mail etc. Ele se constrói em estrutura linear (linha cheia) por meio
de parágrafos. É a forma comum de escrever.
É contrária ao verso, que exige uma elaboração estrutural e demonstra preocupação com rimas e
arranjos vocabulares alheios à sintaxe. Veja um exemplo de texto em verso:
A rosa de Hiroxima
Da rosa de Hiroxima
46
.3
A rosa hereditária
80
A rosa radioativa
.9
97
Estúpida e inválida
-0
A anti-rosa atômica
IE
R
LÍNGUA PORTUGUESA
O que eu faço se errar uma palavra quando estiver passando a limpo minha redação?
Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Porém, muitas instituições orientam os candidatos a
passar um traço simples sobre a palavra e continuar escrevendo como se nada houvesse aconte-
cido. Geralmente, nesses casos, o erro não é considerado. Sendo assim, não perca tempo sofrendo
e faça como no exemplo a seguir:
Vamos começar nossa redassão redação agora. Entendeu?
TIPOLOGIA TEXTUAL
Descrição imagem
97
-0
Narração fato
LA
Dissertação ideia
IE
R
B
A
Vamos aprofundar o reconhecimento de cada tipo. Para isso, vamos ver quais são as carac-
G
Descrição
Podemos ilustrar essa modalidade como uma espécie de fotografia textual, em que o
observador absorve as informações por intermédio dos sentidos. Esse desenho feito com
as palavras representa o que o observador vê paralisado no tempo, por isso, nada muda no
desenvolvimento do texto.
Por causa desses elementos descritivos, somos levados a imaginar o cenário estático. Observe
que o todo do texto compõe uma imagem que nós, leitores, conseguimos criar em nosso raciocí-
nio, como se fosse uma foto.
Note ainda que isso ocorre porque não há passagem do tempo, isto é, não houve sucessão de
fatos, tanto que o cenário é único e nada se altera, nada muda do começo ao fim, logo, é um texto
que não apresenta progressão temporal. Por isso, o que predomina na leitura desse texto realmen-
te é a imagem; trata-se, então, de uma descrição.
Narração
7
-2
46
Vamos agora à narração. Assim como fizemos com a descrição, podemos também ilustrar
.3
como um filme a elaboração do texto narrativo, pois aqui ocorre a passagem do tempo regis-
80
.9
trando a ação apresentada no texto, por isso, sempre apresentará progressão temporal, pois
97
A progressão temporal, como já vimos, trata-se de uma sucessão de fatos, e é essa sucessão
LA
IE
Por essa razão é que dissemos, também, que a narração apresenta a revelação de um fato,
B
A
G
nesse caso, o fato principal, que, para acontecer, depende de fatos de menor importância que
LÍNGUA PORTUGUESA
ele.
Na narração, as informações importantes, portanto, estão associadas aos verbos, sempre
submissos a palavras substantivas.
É bom lembrar ainda que a narração apresenta também elementos que a diferenciam dos
demais tipos de texto. Esses elementos são:
Note que nem todos aparecem obrigatoriamente em um único texto, mas o que nunca
falta à narração é o personagem.
Ex.: Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante e morto nesta madrugada com
um tiro no coração. Um morador de nossa cidade, assustado com o barulho feito pelo traba-
lhador da madrugada, eliminou o suposto marginal em nome da segurança dos que dormiam
inocentes.
Vejamos como fica nosso esquema narrativo:
Ação: assassinato.
80
z
.9
97
Atenção: o que realmente diferencia a narração dos outros tipos de texto é a progressão
-0
LA
temporal.
IE
R
B
Dissertação
A
G
A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser cobrado em provas de concurso, tanto na
argumentação geral sobre temas diversos, quanto na exposição de seus conhecimentos em
questões discursivas.
Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma suposta verdade. Tal verdade deve ter existência
substancial, por isso, é representada por uma palavra substantiva. A sustentação dessa verdade,
por sua vez, pode ser ilustrada por outras palavras substantivas. Veja o texto a seguir:
Assim, podemos entender a dissertação, diferenciando-a dos dois tipos anteriores, como um
texto que apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um entendimento lógico sobre o
assunto que ele analisou. Por isso, dissemos inicialmente que é um texto que apresenta uma ideia,
ao que chamamos de tese, isto é, esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvolveu sobre
um determinado assunto.
Além disso, todas as informações que forem apresentadas sobre o assunto analisado serão os
argumentos que representarão a análise feita pelo autor. Note que os argumentos são os motivos
que levaram o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese sobre o assunto.
Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como um simples exemplo de existência bioló-
gica. Já está na hora de se entender que é preciso ter respeito à vida como uma atitude exis-
tencial que deve ser encarada como essência de nossa natureza, o que vai além das próprias
leis de um país.
Atente-se para o que se pode destacar agora:
Observe que, nesse texto, não há progressão temporal, pois não há mudança alguma, já que não
-2
46
existe uma sequência de fatos; não há também a criação de uma imagem de alguém ou de algo;
.3
vida humana, ao que chamamos de progressão dissertativa, afinal, a ideia “progrediu”, a ideia ini-
97
No texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela fundamentação, portanto, pode-
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Por ora, vamos retomar o esquema anterior e aprofundá-lo para que não se esqueça de
como diferenciar os três tipos de texto:
Introdução
A introdução do texto dissertativo é a apresentação de seu projeto. Ela deve conter a tese
de sua dissertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento sobre o tema proposto pela
banca.
Esse momento é muito importante para o leitor, pois é aí que será mostrada a identificação
de suas ideias com o tema. É um bom momento para apresentá-lo aos argumentos sequen-
cialmente ordenados de acordo com a progressão que você dará à sua redação (progressão
textual).
A introdução deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e
o plano do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar alguma previsibilidade de seu projeto,
você, autor, deve expor os caminhos por que percorrerá em sua explanação.
Lembre-se de que o leitor, corretor de seu trabalho, é um professor experiente e é a orga-
nização que mais o impressionará nesse momento. Por isso, não tenha medo de ser objetivo
7
homem moderno principalmente no que diz respeito a sua vida em sociedade (1). É
97
serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda muito além disso, atingindo vários outros
LA
z (1) A tese: a tecnologia vem implementando novos valores à vida do homem moderno
G
Desenvolvimento
O desenvolvimento é a parte em que você deve expor os elementos que vão fundamentar sua
tese, que pode vir especificada por intermédio de argumentos, pormenores, exemplos, citações,
166 dados estatísticos, explicações, definições, confrontos de ideias e contra-argumentações.
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Você poderá usar tantos parágrafos quanto achar necessário para desenvolver suas teorias;
porém, em redações de curta extensão, o ideal é que cada parágrafo apresente objetivamente ape-
nas um dos argumentos a serem desenvolvidos ou, ainda, que esses argumentos sejam agrupados
caso vários deles devam ser apresentados para sustentar sua tese.
Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o desenvolvimento da tecnologia em cam-
pos como o da educação”:
Alguns argumentam que é importante reconhecer o papel das redes mundiais de informa-
ção para o favorecimento da construção do conhecimento. Hoje é possível visitar um museu,
consultar uma biblioteca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da internet, saberes de
nível mundial podem ser alcançados por qualquer pessoa que os deseje. Basta estar diante de um
computador, ou de posse de um desses modernos aparelhos celulares, para se ligar a qualquer
momento ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a qualquer momento em um
desses dispositivos.
Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o desenvolvimento da tecnologia em cam-
pos como o dos serviços sociais”:
Outro aspecto que merece destaque especial é quanto ao atendimento oferecido ao cidadão
pelos órgãos do serviço público. Já é possível registrar um boletim de ocorrência via computa-
dor ou ainda agendar a emissão de passaportes junto às agencias da Polícia Federal em qualquer
lugar do Brasil. Consultas médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou privados e os
exames realizados podem ser consultados diretamente do banco de dados dessas entidades.
Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as inovações em vários outros espaços do
cotidiano”:
E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que de muitas outras formas a tecnologia
interfere positivamente em nossas vidas. As relações sociais intensificaram-se depois do sur-
gimento das várias redes de relacionamento, tendo início com o Orkut e o Facebook, permitin-
do que as pessoas se reencontrem em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria muito
esforço coletivo para tais eventos. Programas como o Zoom e o Google Meet possibilitam que
as pessoas conversem e interajam em diferentes partes do mundo sem nenhum custo além dos
7
-2
46
já dispensados com seus provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos filhos já pode
.3
vê-los, ou aos netos, pela tela de um notebook ou celular, sempre que sentir saudade.
80
.9
97
Conclusão
-0
LA
A conclusão é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito
IE
R
mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da disser-
B
A
tação. Deve, pois, conter, de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação
G
LÍNGUA PORTUGUESA
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
167
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Coesão
Coesão pode ser considerada a “costura” textual, a “amarração” na estrutura das frases,
dos períodos e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para garantir uma boa coesão no
seu texto, você deve prestar atenção a alguns mecanismos.
A seguir, em negrito, há exemplos de períodos que podem ser melhorados utilizando os
mecanismos de coesão:
o = poder
xampu.
.3
80
.9
97
z Coesão Lexical
-0
LA
sinônimos:
G
Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase — êxtase tão grande que sacrificaria o
resto de minha vida por umas poucas horas dessa alegria.
Nesse caso, a palavra alegria aparece como sinônimo semântico da palavra amor,
representando-a.
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Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte
também galopava.
A interrogação representa a omissão do sujeito marechal que fica subentendido na oração.
z Conectivos Principais
Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver muitas mulheres nuas, são imorais.
Desde seu início, a televisão foi usada para facilitar o domínio da sociedade. Como exemplo,
podemos citar a chegada do homem à Lua, quando os EUA conseguiram, com sua propagan-
da capitalista frente a uma Guerra Fria, a simpatia de grande parte da população do planeta.
Coerência
Coerência textual é uma relação harmônica que se estabelece entre as partes de um texto,
em um contexto específico, e que é responsável pela percepção de uma unidade de sentido.
Sendo assim, os principais aspectos envolvidos nessa questão são:
z Coerência Semântica
Refere-se à relação entre significados dos elementos da frase (local) ou entre os elementos do
texto como um todo:
Ex.: Paulo e Maria queriam chegar ao centro da questão.
7
Não caberia aqui pensar em centro como bairro de uma cidade. É nesse caso que entra
-2
46
z Coerência Sintática
97
-0
LA
Refere-se aos meios sintáticos que o autor utiliza para expressar a coerência semântica:
IE
“A felicidade, para cuja obtenção não existem técnicas científicas, faz-se de pequenos
R
B
fragmentos...”
A
G
Como leitor do texto, você deve entender que o pronome cuja foi empregado para estabe-
LÍNGUA PORTUGUESA
z Coerência Estilística
Refere-se ao estilo do autor, à linguagem que ele emprega para redigir. O leitor atento
a isso consegue facilmente entender a estrutura do texto e relacionar bem as informações
textuais.
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Além disso, percebendo se a linguagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio interpreta-
tivo deverá funcionar de uma determinada maneira, como podemos ver neste texto de Ricardo
Reis, heterônimo de Fernando Pessoa:
z Pronomes Demonstrativos
Indicam posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e/ou
no espaço (função dêitica destes pronomes). Podem também ser empregados fazendo refe-
rência aos elementos do texto (função anafórica ou catafórica). São eles:
ESTE (A/S), ESSE (A/S), AQUELE (A/S) Têm função de pronome adjetivo
ISSO, ISTO, AQUILO, O (A/S) Têm função de pronome substantivo
MESMO, PRÓPRIO, SEMELHANTE, TAL (E Quando são demonstrativos, são pronomes
FLEXÕES) adjetivos
7
-2
46
Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto
IE
Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto
A
G
do seu ouvinte. Ex.: Passe-me essa jarra de suco, por favor. — pediu ela ao rapaz que sentara
à sua frente.
Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência será ao ser que está distante do falante e
do ouvinte. Ex.: As duas no portão não aguentavam de curiosidade, quem seria aquele moço
na esquina?
Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda se vai falar no texto (referência catafórica).
Ex.: Este é o problema: estou dura. Pode também fazer uma referência de especificação a um
elemento já expresso (referência anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao cinema.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no texto (referência anafórica). Ex.: Comprei
aspirina. Esse remédio é ótimo.
Este: refere-se à última informação antecedente a ele no texto;
Aquele: refere-se à informação mais distante dele no texto. Ex.: Ana, João e Cris são
irmãos; esta é quieta, esse fala pouco e aquela fala muito.
z Período Composto
Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li
é ótimo;
Quem: refere-se à pessoa, sempre preposicionado. Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
Cujo (parecido com o possessivo): estabelece posse. Ex.: Este é o autor com cujas ideias
concordo;
Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde (em que) moro é movimentada.
Atenção!
Observar a palavra a que se refere o pronome relativo para evitar erros de concordân-
7
cia verbal. Ex.: Lemos os livros que foram indicados pelo professor (que = os quais →
-2
46
livros);
.3
80
O verbo “referir-se” pede a preposição “a”; por isso, ela aparece antes do “que”. Ex.: Esta é a
IE
obra por que tenho admiração. A preposição “por” foi exigida pelo substantivo “admiração”;
R
B
A
G
As orações adjetivas são iniciadas sempre por pronomes relativos e podem ser de dois
tipos:
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Explicativa: O homem, que é racional, mata. A oração adjetiva deste caso não tem
sentido restritivo, pois todos os homens são racionais;
estritiva: O homem que fuma morre mais cedo. A oração adjetiva deste caso repor-
ta-se apenas ao homem fumante.
Esta é a jovem de
CUJO Concorda com o substantivo posterior cujo pai eu lhe falei.
Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ainda, tampouco, (não só...) como também.
Ex.: A água cristalina brota da terra e busca seu caminho por entre as pedras;
Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obs-
tante. Ex.: Este candidato não estudou muito, mas foi aprovado;
Alternância: ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a
reprova;
Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica
pode causar vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita;
Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Ex.: Não se preocupe, que
7
Causa: porque, como (somente no início do período), que, já que, visto que, por (+ infiniti-
-0
vo), graças a, na medida em que, em virtude de (+ infinitivo), em face de, desde que, uma
LA
IE
Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto... como, assim como, como. Ex.: Ele
B
A
G
Paralelismo
Paralelismo semântico: Em sua última viagem pela América Latina como represen-
97
Observe que nesse caso o verbo “visitou” está sendo empregado de maneira a sugerir que se
A
G
pode visitar uma cidade da mesma forma como se visita uma pessoa, ou seja, está empregado de
LÍNGUA PORTUGUESA
forma errada, já que ocorre um duplo sentido a esse verbo com essa construção.
Uma forma correta de representar a ideia pretendida pelo texto é: Em sua última viagem pela
América Latina como representante do governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a Repúbli-
ca Dominicana, Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente Barack Obama.
Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, mas conse-
guiram se tornar os campeões este ano.
11 GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Editora FGV: 2010, p. 52-53. 173
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Veja como a conjunção adversativa “mas” foi indevidamente empregada, dando uma ideia
de que ser campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. O correto nesse caso seria
empregar uma conjunção que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia da vitória
apresentada na segunda oração, como em: Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos,
por isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conseguiu se tornar o campeão este ano.
Progressão Textual
escrita, colocamos aqui soluções definitivas para esses problemas, sem a pretensão de criar
-0
1° Parágrafo
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é saudável e tem tudo de que os brasi-
174 leiros necessitam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos no arroz
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com feijão, as proteínas no bife com salada, além da glicose no cafezinho preto com açúcar,
fornecem um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
2° Parágrafo
3° Parágrafo
Além disso, as proteínas da carne no bife que comemos servem para repor a massa mus-
cular perdida durante o trabalho. E, somando-se a isso, há as fibras das verduras e folhas,
que ajudam no processamento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional e
de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.
4° Parágrafo
Ainda convém lembrarmos outro hábito que contribui para o sucesso do nosso bem ela-
borado cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após as refeições. Esse conjunto da
cafeína mais o açúcar reabastece nosso cérebro de energia desviada para os órgãos processa-
dores da digestão no momento em que comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
típica da hora do almoço, mantendo-nos despertos.
5° Parágrafo
7
-2
46
dos a acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária,
.9
mas também por tudo o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim,
97
-0
Observe o texto apresentado e sua estrutura. Imaginemos que o tema proposto a nós fosse
IE
“A alimentação do brasileiro” e que, a partir desse tema, tivéssemos que produzir uma dis-
R
B
A primeira coisa a fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos buscar com obje-
LÍNGUA PORTUGUESA
tividade uma tese, dentro desse tema, sobre a qual fôssemos capazes de argumentar, como
esta:
“A comida dos brasileiros é muito saudável e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia
de trabalho”.
O próximo passo seria o de levantar alguns argumentos que sustentassem a tese proposta
com valor de verdade. Veja como fizemos:
Já que estávamos falando da alimentação dos brasileiros, nada melhor do que falarmos
sobre seus pontos positivos, pontos estes reconhecidos até por especialistas em alimenta-
ção mundial: o valor nutricional que compõe o nosso prato mais popular — isso mesmo, o
“PF”, “prato feito”, que encontramos em bares, pequenos restaurantes e, principalmente, na 175
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maioria das mesas do povo brasileiro: o arroz com feijão, bife e salada, finalizado com um
cafezinho preto.
Decompomos esse prato e identificamos seus principais ingredientes, aqueles merecedores de
destaque como boa argumentação a favor de nossa tese. Marcamos o “carboidrato”, presente no
arroz e no feijão, como nosso primeiro ponto positivo. Depois foi a vez das “proteínas” presentes no
bife com salada e chegamos, finalmente, à “cafeína” e ao “açúcar” presentes no cafezinho. Pronto,
já temos a primeira parte de nosso projeto organizado.
O próximo passo é juntar tudo no primeiro parágrafo, de maneira organizada, de forma
que as ideias sejam apresentadas em uma sequência que deixe claro ao leitor sobre o que
será falado e também qual será a sequência de argumentos que será apresentada para dar
credibilidade a nossa tese.
Veja o modelo do primeiro parágrafo:
Compare agora com o parágrafo preenchido com a tese e com os argumentos e veja a
amarração que conseguimos:
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é saudável e tem tudo de que os brasi-
leiros necessitam para o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos no arroz
com feijão, as proteínas no bife com salada, além da glicose no cafezinho preto com açúcar,
fornecem um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
7
-2
A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos seguintes, impondo a eles estruturas
46
programadas com relação lógica de coerência e coesão. Você perceberá que a continuidade e
.3
80
a progressão textual foram sendo procuradas e construídas para dar evolução ao texto e aos
.9
argumentos.
97
-0
No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de apresentação que valoriza o primeiro
LA
entre si com relações preestabelecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explica-
R
B
Veja que, para manter a continuidade textual recuperando sempre a ideia central do pará-
grafo, preocupamo-nos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”, fechando com uma
conclusão sobre esse argumento.
Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o quarto também seguiram o mesmo prin-
cípio quanto às relações de coesão. As conjunções foram posicionadas para dar coerência a
quase qualquer tipo de argumentação.
Veja as estruturas vazias e seus respectivos parágrafos completos:
3º Parágrafo
Além disso, as proteínas da carne no bife que comemos servem para repor a massa muscular
perdida durante o trabalho. E, somando-se a isso, há as fibras das verduras e folhas que ajudam
no processamento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de reafirmarmos o
valor nutricional do conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
7
4º Parágrafo
.9
97
-0
Ainda convém lembrarmos outro hábito que contribui para o sucesso do nosso bem ela-
A
G
cafeína mais o açúcar reabastece nosso cérebro de energia desviada para os órgãos processa-
dores da digestão no momento em que comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
típica da hora do almoço, mantendo-nos despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também podemos relacionar frases que você
poderá escolher para dar originalidade ao seu texto:
Lembramos que esses exemplos são apenas sugestões e que você poderá desenvolver
construções que atendam sua necessidade a partir de quando for adquirindo experiência
com a produção de textos.
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdução e para o desenvolvimento de nossas reda-
ções, também podemos criá-los para a conclusão de nossa dissertação.
Acompanhe a organização de nosso último parágrafo:
Levando-se em consideração esses aspectos _________________, somos levados a acreditar que _________________, mas tam-
bém _____________________. Sendo assim, _________________________________.
uma possível solução para os problemas propostos, ou, ainda, podem gerar simples constata-
-2
46
Você também pode contar com uma pequena lista de frases que podem auxiliá-lo nessa
80
.9
tarefa:
97
-0
z
IE
z
A
G
z Dessa forma...
z Em vista dos argumentos apresentados...
z Dado o exposto...
z Por todos esses aspectos...
z Pela observação dos aspectos analisados...
z Portanto... / logo... / então...
Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e como se deu a criação da primeira
máscara:
MÁSCARA 1
1º Parágrafo
2º Parágrafo
3º Parágrafo
4º Parágrafo
Ainda convém lembrarmos ____________ (que é): _______________. Esse ________________ para __________________. Essa(s)
__________________________.
5o Parágrafo
7
-2
46
Levando-se em consideração esses aspectos ________________, somos levados a acreditar que _____________, mas também
.3
Agora que vimos o processo de criação das máscaras, você poderá começar também seu
-0
trabalho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais dois outros modelos de másca-
LA
ras de redação que você poderá usar como base para suas próprias criações.
IE
Observe como as máscaras garantem o encadeamento das ideias, a coesão entre as ora-
R
B
exemplo de máscara:
LÍNGUA PORTUGUESA
179
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MÁSCARA 2
1º Parágrafo
2º Parágrafo
3º Parágrafo
4º Parágrafo
5º Parágrafo
Sugerimos a você que faça suas primeiras redações com base em uma das máscaras pron-
tas. Conforme for avançando nos estudos, você poderá construir suas próprias máscaras
personalizadas.
Por fim, preparamos uma máscara de organização sequencial para seu projeto de redação.
7
-2
1º TEMA: ________________________________________________.
LA
2º TESE: _________________________________________________.
IE
3º ARGUMENTOS a) ______________________________.
R
B
A
b) ______________________________.
G
c) ________________________________.
__________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________.
(2º parágrafo) Justificativas (por que isso ocorre?): argumento “a” + provas e exemplos (mostre casos conhe-
cidos ou dê exemplos semelhantes ao seu argumento)
__________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________.
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Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágrafos
para os argumentos “b” e “c”
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_______________________________________________.
Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com a estrutura dos textos dissertativos. Para isso,
trabalharemos as várias modalidades de parágrafos que podem ser utilizados para a elaboração de
uma boa dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nosso projeto de máscaras e os vários
arranjos que são possíveis ao construí-las.
Parágrafo de Introdução
7
-2
O parágrafo de introdução tem como uma de suas funções mais importantes a de apre-
46
sentar a tese que será defendida no decorrer da redação.É também possível e bastante didá-
.3
80
tico que você faça uma prévia dos argumentos que serão trabalhados na sustentação dessa tese.
.9
Assim, o leitor poderá ser orientado, logo de saída, a acompanhar o ritmo do seu pensamento e a
97
-0
Declaração Inicial
LÍNGUA PORTUGUESA
181
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Modelo nº 1:
É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa e tem tudo de que necessitamos para
suprir os desgastes de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do arroz e do feijão,
as proteínas do bife e da salada, além da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um
completo abastecimento de energia somada ao prazer.
Definição
O parágrafo por definição é entendido como um método preferencialmente didático, pois busca,
por intermédio de uma explicação clara e breve, a exposição do significado de uma ideia, palavra
ou de uma expressão.
É a forma de exposição dos diversos lados pelos quais se pode encarar um assunto. Pode
apresentar tanto o significado que o termo carrega no uso geral quanto aquele que o falante
pretende determinar para o propósito do seu discurso.
Uma definição é um enunciado que descreve um conceito, permitindo diferenciá-lo de
outros conceitos associados.
Veja como, em nosso parágrafo de exemplo, exploramos o conceito global e generaliza-
do sobre o assunto. Você perceberá como o modelo vazio traz a indução do assunto a ser
7
-2
definido.
46
.3
Vale lembrar que, como se trata de uma definição, a base dessa informação deve susten-
80
que a declaração inicial pode basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
-0
LA
Modelo nº 2:
IE
R
B
A
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Arroz com feijão é a denominação dada a um prato típico da América Latina. Essa receita não
tem uma origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que seria fruto de uma combinação
do arroz (de origem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com o feijão, que já seria consu-
mido no Brasil pelos indígenas. Outra versão afirma que esse prato foi a união do arroz com a
feijoada, que tem origem africana ou portuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos, esse
prato foi se popularizando por todo o país, passando a ser uma parte quase que indispensável da
refeição dos brasileiros.
Divisão
O parágrafo de divisão, processo também quase que exclusivamente didático, por cau-
sa das suas características de objetividade e clareza, consiste em apresentar o tópico frasal
(frase que introduz o parágrafo) sob a forma de divisão ou discriminação das ideias a serem
desenvolvidas (normalmente, a divisão vem precedida por uma definição, ambas no mesmo
parágrafo ou em parágrafos distintos).
Usamos aqui como representação desse modelo o conceito de silogismo. Silogismo é um
termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita, constituí-
da de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que, a partir das primei-
ras duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi
exposta por Aristóteles em sua obra Analíticos anteriores.
Modelo nº 3:
de _____________________.
.9
97
-0
O silogismo pode ser representado de duas maneiras diferentes: silogismo simples, que é
B
A
formado por um único núcleo argumentativo, e silogismo composto, que é formado por diver-
G
pela estrutura filosófica básica consagrada pela antiguidade, esta, por sua vez, realiza-se por
intermédio de vários silogismos desenvolvidos para atender às novas perspectivas de sedução e
convencimento.
Alusão Histórica
A elaboração de um parágrafo por alusão histórica é um recurso que desperta sempre a curiosida-
de do leitor por meio de fatos históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas ou acontecimentos de
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que o autor tenha sido participante ou testemunha (desenvolve-se geralmente por meio da compara-
ção com o presente ou retorno a ele).
A vantagem desse método é o de podermos mostrar o desenvolvimento cronológico de um
assunto, expondo sua evolução no tempo.
Ao utilizar um fato histórico para sustentar uma tese, lembre-se de que a história é a ciên-
cia que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitantemente à análise de
processos e eventos ocorridos no passado, e, como ela é uma ciência, tem, por conseguinte,
um grande valor argumentativo.
Observe como é simples:
Modelo nº 4:
Desde a época da escravidão no Brasil, sabia-se que a alimentação dada a esses novos bra-
sileiros era boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir os desgastes de um longo dia
de trabalho. Hoje em dia, principalmente, já se reconhece que os carboidratos do arroz e do
feijão, as proteínas da carne e das verduras fornecem um completo abastecimento de energia
somada ao prazer, justificando os hábitos do passado como responsáveis pela tradição alimentar
que preservamos.
Interrogação
7
-2
46
.3
A ideia núcleo do parágrafo por interrogação é colocada por intermédio de uma pergunta
80
a qual serve mais como recurso retórico, uma vez que a questão levantada deve ser respon-
.9
97
Modelo nº 5:
B
A
G
Parágrafos de Desenvolvimento
Após o primeiro parágrafo, que, como já vimos, pode apresentar a tese e também os
argumentos principais que serão desenvolvidos, chega a hora de abordar os elementos que
sustentarão essas afirmações iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os recursos
argumentativos que articularão o convencimento do leitor quanto à tese apresentada.
Modelo nº 1:
_______________.
-0
LA
A cidade em destaque é Pindaíba da Serra, que fica localizada em Monte Mole, região nobre
G
LÍNGUA PORTUGUESA
de Pindorama. É aí onde se localiza uma das mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos moradores dessa região. Cercada por uma densa
floresta de mambutis gigantes, foi bem no centro desse santuário tropical que a próspera cida-
dezinha se tornou uma espécie de centro cultural da região por preservar até hoje um dos mais
tradicionais rituais de nossa história: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e reverenciada
pelos devotos naobilicos.
185
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Desenvolvimento por Exploração Temporal
Nesse modelo, o leitor é informado do momento em que os fatos ocorreram com a indi-
cação de datas e outros aspectos temporais. Pode-se recorrer nesse momento aos artifícios
empregados no próprio parágrafo de alusão histórica, já que este também se serve de refe-
rências cronológicas.
Modelo nº 2:
No passado, quando pensávamos em alimentação, notávamos que sua relação com a sobre-
vivência era muito maior comparada à que vemos nos nossos atuais. Hoje, por outro lado, a
qualidade desses alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcionam tornaram-se o foco desse
pensamento. O resultado disso é que comer, na atualidade, tornou-se um ritual de bem viver.
Nesse modelo de parágrafo, tem-se por objetivo enumerar características, relacionar aspectos
46
.3
importantes sobre algum assunto. A apresentação das ideias pode ser ou não ordenada segundo
80
Modelo nº 3:
LA
IE
R
Entre os aspectos referentes à alimentação dos brasileiros, três pontos merecem destaque
especial. O primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz com feijão; o segundo diz
186
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respeito às proteínas presentes no bife com salada e, por fim, a glicose somada à cafeína no cafe-
zinho preto com açúcar, que fornecem um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
Na ordenação do parágrafo por exposição de contrastes entre si, você pode se servir de
comparações, ideias paralelas, ideias diferentes e ideias opostas.
Modelo nº 4:
Muitos acreditam que o cafezinho preto com açúcar pode causar excitação e ansiedade quando
consumido em excesso, por causa da cafeína e da glicose presentes nele. Por outro lado, sabe-se
também que essas substâncias fornecem uma carga suplementar de energia nos deixando despertos
logo após o almoço, quando muitas vezes somos acometidos por uma sonolência indesejada.
Para organização das ideias, nossos redatores utilizam expressões que indicam confronto,
7
-2
Tal confronto tanto pode ser tanto de contrastes como de semelhanças. Analogia e com-
.3
80
A analogia é uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais completa. Na
LA
comparação, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma verbal própria, em que entram
IE
normalmente os chamados conectivos de comparação (quanto, como, do que, tal qual) [...]12.
R
B
A
Por exemplo:
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Modelo nº 5:
No caso das proteínas do bife e da salada que comemos, seria melhor não generalizar,
porque cada qual tem seus próprios valores para a alimentação. Enquanto a carne é rica
em proteínas que repõem as perdas musculares pelo desgaste do dia a dia, as verduras, por
sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam no processamento dos alimentos pelo nosso
organismo ajudando na absorção dos nutrientes.
Dentro de uma perspectiva lógica e simples, devemos compreender causa como um fator
gerador de problemas e consequência como os problemas gerados pela causa. Trabalhar com
causas e consequências é apresentar os aspectos que levaram ao problema discutido e às
suas decorrências.
Modelo nº 6:
É de fundamental importância o
__________________ para ___________________.
Podemos mencionar, por exemplo,
________________ que ________________, por
causa _____________.
gia para a movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por exemplo, o arroz com
-2
46
feijão que diariamente abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidratos.
.3
80
Esse complexo alimentar nos recompõe da energia própria consumida durante o dia.
.9
97
-0
Parágrafo de Conclusão
LA
IE
introdução foi atingido. É de fundamental importância que não ocorra contradição com a
A
G
Podemos enumerar alguns exemplos de conclusões satisfatórias que todos poderão usar
em seus textos dissertativos.
O primeiro recurso com que trabalharemos será o do resumo ou da síntese geral. Nesse caso,
retoma-se, resumidamente, aquilo que se explorou durante o texto:
Modelo nº 1:
Nesse modelo, parte-se de um questionamento para encerrar seu raciocínio. Mas não
.3
se esqueça de que você não deve colocar em dúvida os argumentos desenvolvidos em sua
80
.9
redação.
97
-0
Modelo nº 2:
LA
IE
R
B
O que mais há para ser tomado como positivo e prático no prato dos brasileiros? O que
sabemos nos leva a acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa
culinária, mas também por tudo o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. E
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a falta desses ingredientes mudará a saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade, além de insatisfação.
Levanta-se uma (ou mais) hipóteses ou sugestões do que se deve fazer para transformar a
história mostrada durante o desenrolar do texto.
Modelo nº 3:
Tendo em vista os aspectos observados sobre nossa alimentação, só nos resta esperar
que se garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio. Ou quem saiba ainda que se
divulgue o sucesso de nossa combinação alimentar para que o mundo saiba que no Brasil se
come bem. Consequentemente, será possível a qualquer um balancear com eficiência e baixo
custo do que se põe na mesa de sua casa.
Agora, comece a criar seus próprios arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda-
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer tipo de concurso que peça a você um
posicionamento específico sobre qualquer tema.
7
-2
46
.3
Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja como arranjamos os modelos de manei-
-0
ras diferentes.
LA
IE
R
190
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Modelo nº 3 — Desenvolvimento (Temporal)
Nova máscara
era ________________ comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado,
.3
outro lado, sabe-se também que ___________________, quando muitas vezes ______________.
LA
ditar que não é apenas por ________________________, mas também ______________________. Sen-
B
A
do assim, ________________________.
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe que fizemos a opção por abrir nossa redação com uma declaração inicial. Como
abordamos um tema geral, sem uma relevância científica notória e que representa na verda-
de um conhecimento cultural somado às observações de médicos e nutricionistas, a declara-
ção foi a melhor alternativa, já que não se compromete com a obrigatoriedade de recorrência
a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desenvolvimento mesclando os vários modelos
apresentados anteriormente.
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Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diversas alternativas para a estruturação de
nosso projeto, também nos orientavam dando caminhos a seguir na argumentação. É como
se montássemos realmente um quebra-cabeça.
Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos de desenvolvimento para esse projeto:
por enumerações, o temporal e o por contraste. Forçamos um pouco a barra, primeiro crian-
do a máscara para, só depois, completar nossa redação. Afinal de contas, essa é a vantagem
do projeto de máscaras. Veja como ficou:
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Com esses modelos apresentados, desejamos mostrar como é possível programar e treinar
nossos trabalhos de redação se exercitarmos essas habilidades. Porém, é de fundamental
importância que você busque ou crie um modelo de máscara com o qual você mais se iden-
tifique. Isso para que, no momento de produção de sua redação, principalmente se ocorrer
durante uma prova de concurso, você já esteja organizado.
Com isso, espera-se que você tenha a vantagem de partir direto para a elaboração de seu
texto sem ter de ficar parado buscando inspiração em um momento em que todo segundo é
importante.
Neste tópico, trabalharemos com a análise de uma proposta de redação para observar
como vêm sendo apresentados os temas e como agir diante das diferentes exigências feitas
em provas de concursos.
Depois passaremos ao trabalho de orientação de como evitar erros comuns e como buscar
soluções para alguns problemas que venhamos a enfrentar quando estivermos escrevendo a
nossa redação durante a prova.
Veja a proposta a seguir:
PROVA DISCURSIVA
� Nesta folha, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no pre-
sente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a folha de texto definitivo da prova discursiva,
no local apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido
� Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será
desconsiderado
� Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qualquer marca identificadora no espaço destinado
à transição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva
� Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00 pontos, dos quais até 0,60 ponto será atri-
buído ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e
7
-2
para a folha definitiva. Por quê? Porque muitos candidatos deixam para fazer suas redações
-0
e acabam administrando mal o tempo. Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
IE
R
diretamente na folha definitiva e têm de assumir os riscos de cometer erros que não podem
B
A
ser revertidos. Ou, ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e esperam que seja corri-
G
Importante!
Por determinação apresentada geralmente nos editais, os rascunhos não serão lidos.
Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade de disputar a vaga para esse concurso,
pois são desclassificados como se não houvessem feito sua redação.
Como falam sobre um lugar apropriado para a transcrição do texto e declaram que não con-
siderarão fragmentos de textos escritos em lugar indevido, os candidatos deverão ficar atentos 193
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às margens e ao número de linhas disponibilizado. Ou seja, se ultrapassadas as trinta linhas da
folha, certamente a conclusão ficará fragmentada. Se a margem for ultrapassada, aquela parte
da palavra não será lida. O resultado dessas desatenções prejudicará toda a coerência do texto,
além de comprometer a estrutura dissertativa.
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de grafia, que nem sempre aparecem nesse
quadro inicial, mas que sempre servem como referência para todas as provas. Lembre-se
sempre de que o corretor não é um perito do serviço de inteligência nacional, que busca
meios científicos e investigativos para decodificar informações relevantes de uma mensagem
secreta. Por isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, mais pontos serão perdi-
dos, ou pior, será desclassificado caso não se possa ler o que foi escrito.
Veja como as bancas costumam trabalhar com o possível erro na transcrição de uma pala-
vra. Você deve apenas passar um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o sinal gráfico e
escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo:
Errou?
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito
felizes.
Corrigiu!
Como informação extra, eles alertam para que não se usem parênteses com essa finalida-
de. Os parênteses são elementos gramaticais de pontuação e, como tais, devem ser usados
em sua indicação correta, isolando termos pertinentes ao texto, e é dessa forma que será
avaliado seu uso.
Observe agora os seguintes textos motivadores e o tema que deve ser abordado
obrigatoriamente:
7
-2
Direito à Saúde
46
O direito à saúde é parte do conjunto de direitos chamados de direitos sociais, que têm como inspira-
.3
80
ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil, esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes
.9
disso, o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para trabalhadores com carteira assinada e suas
97
-0
famílias; as outras pessoas tinham acesso a esses serviços como um favor e não como um direito. Na
LA
passou a ser seu dever: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
R
B
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
A
G
e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação” (CF, art. 196).
A saúde é um direito de todos porque sem ela não há condições de uma vida digna, e é um dever do
Estado porque é financiada pelos impostos que são pagos pela população. Dessa forma, para que o
direito à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado crie condições de atendimento em postos
de saúde, hospitais, programas de prevenção, medicamentos etc., e, além disso, é preciso que esse aten-
dimento seja universal (atingindo a todos os que precisam) e integral (garantindo tudo de que a pessoa
precise).
A criação do SUS está diretamente relacionada à tomada de responsabilidade por parte
do Estado. Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve promover e recuperar a
saúde de todos os brasileiros, independentemente de onde morem, de trabalharem ou não
194 e de quais sintomas apresentem. Infelizmente, esse sistema ainda não está completamente
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organizado e ainda existem muitas falhas, no entanto seus direitos estão garantidos e devem
ser cobrados para que sejam cumpridos.
Internet: www.scielo.br
z Compreendendo a Proposta
te a análise das propostas, pois é assim que poderá se construir a tese em sintonia com o tema.
46
O próximo passo é organizar essas informações, relacionando-as ao tema, como se elas pudes-
.3
80
sem responder a uma pergunta feita a partir dele. Veja uma possibilidade:
.9
97
-0
Vamos agora produzir algumas possíveis respostas com as palavras que destacamos no
R
B
texto:
A
G
LÍNGUA PORTUGUESA
Para garantir a todos o direito à saúde, já que se trata de uma determinação de nossa Consti-
tuição, prestando serviços de atendimento ao público;
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Para destacar que a humanização dos serviços públicos não é apenas uma aspiração de per-
feição moral, mas, antes de tudo, um programa de melhoria nas relações de convívio com os
agentes de saúde, promovendo o desenvolvimento de novos procedimentos de atendimento
aos pacientes;
Para poder denunciar as especulações e a mercantilização dos serviços médicos e cri-
ticar a instituição em sua totalidade e rejeitar proposições que não atendam às aspira-
ções populares.
Agora, vamos criar uma tese que se encaixe com essas respostas, como, por exemplo:
Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro o valor de homem vivente e não ape-
nas de ver esse povo como se fosse um coletivo impessoal; como se não respirassem, nem
pensassem; como se fossem um número em um gráfico de estatística e não existissem.
Em seguida, vamos buscar, nas respostas que elaboramos, ações que promovam essa pro-
posta de humanização, como, por exemplo:
Feito isso, vamos usar o processo inverso com as palavras-chave e organizar nosso projeto
de texto. Observe:
Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro o valor de homem vivente e não ape-
7
nas de ver esse povo como se fosse um coletivo impessoal; como se não respirassem, nem
-2
46
que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se procurar treinar melhor os profissio-
80
.9
Daqui para frente, você já sabe: é o arroz com feijão, ou seja, os modelos que apresentamos
LA
IE
Demonstramos aqui algumas formas diferentes de análise de propostas, mas que com-
B
A
A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, por reduzir a tolerância com motoristas
que dirigem embriagados, colocou o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre
o tema. No entanto, a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos. Um levantamen-
196 to, por meio da Lei de Acesso à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com
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crescimento contínuo desde 2008. O avanço das infrações nos últimos cinco anos ficou acima
do aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas: o número de motoristas flagrados
bêbados continua crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento das punições ao longo
desses anos.
Nas estradas federais que cortam o estado de Pernambuco, durante o feriadão de Natal, a
PRF registrou cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois feridos e sete mortos.
Segundo a corporação, seis motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta e sete
autuações pela Lei Seca. Os números são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano passado, a ação da polícia
teve um dia a menos.
Considerando que os fragmentos de texto acima têm caráter unicamente motivador, redi-
ja um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
O combate às infrações de trânsito nas rodovias federais brasileiras
O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF) dispõe que o Estado democrático se destina
46
tar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fra-
.9
97
A missão das forças policiais é garantir ao cidadão o exercício dos direitos e das garantias
IE
5.º, § 2.º, da CF). O cumprimento dessa missão exige preparo dos integrantes das corporações
A
G
policiais, que devem perseguir incansavelmente a verdade dos fatos sem se afastar da estrita
LÍNGUA PORTUGUESA
observância ao ordenamento jurídico vigente, que deve ser observado por todos, em respeito
ao Estado democrático de direito.
Wlamir Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado democrático. Internet: www.direitonet.com.br (com
adaptações).
Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial e os direitos humanos. Internet: www.ambitojuridico.com.br
(com adaptações).
A partir das ideias dos textos precedentes, que têm caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
O papel da Polícia Federal no aprimoramento da democracia brasileira
Em seu texto:
z Discorra sobre o papel constitucional e social da Polícia Federal e sua relação com os direi-
tos humanos; [valor: 4,00 pontos]
z Cite contribuições da Polícia Federal relevantes para a manutenção do Estado democrático
de direito, especialmente relacionadas aos direitos humanos; [valor: 4,00 pontos]
z Apresente sugestões de implantação de ações e(ou) projetos que possam contribuir futura-
mente para o aprimoramento da democracia brasileira. [valor: 4,40 pontos]
para Manaus desde o início de 2017. Adultos, idosos e crianças se abrigaram na rodoviária de
.3
80
Manaus e debaixo de um viaduto na Zona Centro-Sul. Enquanto o maior abrigo foi desativado
.9
degradantes. Órgãos federais e entidades religiosas anunciaram medidas para cobrar ações con-
IE
Lei nº 13.445/2017
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes:
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos;
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação;
III - não criminalização da migração; […]
VI - acolhida humanitária; […]
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares;
X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públi-
cos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e segu-
ridade social;
XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, garantias e obrigações do migrante;
XVII - proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente migrante;
(Internet – www.planalto.gov.br)
Renata Furtado. 35 anos da lei da faixa de fronteira: avanços e desafios à integração sul-americana. In: Revista
Brasileira de Inteligência, n.º 9. ABIN, 2015 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto apresentado como referência inicial, redija um texto disserta-
tivo a respeito do papel dos governos municipal, estadual e federal nas relações políticas
e sociais nas áreas de fronteira do Brasil.
7
z A fronteira como espaço geopolítico e espaço de relações sociais; [valor: 10,00 pontos]
.9
z Distintas relações do Brasil com os países vizinhos e principais problemas presentes nas
97
-0
10,00 pontos]
R
B
A
G
Historicamente, instruir os que não sabem, alimentar os famintos e cuidar dos doentes têm
sido algumas das missões diárias indicadas aos devotos de diferentes religiões. Em tempos
modernos, a essas missões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio ambiente, como
revela, por exemplo, uma mensagem escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades,
independentemente de suas crenças, a tomar medidas urgentes para frear as mudanças climá-
ticas. Para o representante máximo do catolicismo, “o cuidado da casa comum requer simples
gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo, e
manifestamos o amor em todas as ações que procuram construir um mundo melhor”.
199
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
Preservação do ecossistema: responsabilidade do estado, da sociedade e de cada
cidadão
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
z Relação entre os cuidados com o meio ambiente e a preservação das condições sanitárias;
[valor: 12,00 pontos]
z Atitudes individuais que podem reduzir os efeitos da ação humana sobre o planeta; [valor:
13,00 pontos]
z Formas de atuação da sociedade para que os governos cumpram compromissos relaciona-
dos à preservação ambiental. [valor: 13,00 pontos]
Internet: www.unicef.org
80
.9
97
Código Civil
-0
(…)
LA
Art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede mani-
IE
R
festamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
B
A
costumes.
G
Internet: www.planalto.gov.br
“Não podemos confundir liberdade de expressão nas redes sociais com irresponsabilidade,
senão o exercício dessa liberdade torna-se abuso de direito”, alerta a advogada Patrícia Peck
Pinheiro, especialista em direito digital. “O que mais prejudica a liberdade de todos é o abuso
de alguns, a ofensa covarde e anônima, isso não é democracia”.
Os chamados crimes contra a honra na Internet — que envolvem ameaça, calúnia, difamação, injú-
ria e falsa identidade — têm gerado cada vez mais processos judiciais. Um levantamento divulgado
pelo Superior Tribunal de Justiça lista sessenta e cinco julgamentos recentes que resultaram em
200
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pagamento de indenizações, retirada de páginas do ar, responsabilização de agressores e outras
condenações em favor das vítimas.
Na opinião de Patrícia Peck, a falta de educação e a impunidade contribuem para os excessos
na Internet. Segundo ela, “Sem educação em ética e leis, corremos o risco de a liberdade de
expressão e o anonimato digital se converterem em verdadeiros entraves à evolução da socie-
dade digital, pois tornarão o ambiente da Internet selvagem e inseguro”.
Tema 8: Tribunal Regional do Trabalho (8ª Região) — Técnico Judiciário — Área Administrativa
(CEBRASPE-CESPE — 2016)
CICLO PDCA
z Apresente o detalhamento das etapas da primeira fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
.3
80
.9
Tema 9: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDF) — Analista Judiciário —
97
Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no
IE
R
fato de que, em se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao
B
A
passo que, tratando-se de conduta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os
G
LÍNGUA PORTUGUESA
meios escolhidos e empregados pelo agente para atingir a finalidade lícita é que são inadequa-
dos ou mal utilizados.
Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).
Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca dos crimes culposos.
Seu texto deve conter, necessariamente:
201
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos; [valor:
12,00 pontos]
z Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças;
[valor: 12,00 pontos]
z Os conceitos de culpa imprópria e tentativa. [valor: 14,00 pontos]
Tema 11: Tribunal Regional Eleitoral Piauí – Analista Judiciário – Área Judiciária (CEBRASPE-
CESPE — 2016)
No Brasil, a legislação sobre compras públicas foi inovada com a introdução da Lei n.º
12.462/2011, conhecida como Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC),
que foi regulamentada pelo Decreto n.º 7.581/2011.
Considerando essas informações, redija um texto dissertativo sobre a introdução do RDC
no ordenamento jurídico brasileiro, abordando, fundamentadamente, os seguintes aspectos:
1. A motivação para sua criação; [valor: 2,00 pontos]
2. Exigências aplicáveis ao objeto da licitação; [valor: 2,00 pontos]
7
— 2021)
LA
IE
Texto 1
R
B
Quem viaja para os Estados Unidos ou Europa e aluga um carro geralmente não sabe muito
A
G
o que fazer ao parar para reabastecer pela primeira vez. Sem a figura dos frentistas, o pró-
prio motorista manuseia a bomba e realiza o pagamento pelo cartão, diferentemente do que
ocorre no Brasil, onde a profissão de frentista é protegida pela Lei nº 9.956/00, que proíbe o
funcionamento de bombas de autosserviço em todo território nacional e aplica multas caso
seja descumprida.
“Pensando só em números, o preço do combustível poderia baixar com a automação, mas não
é possível avaliar quanto”, diz o tributarista João Paulo Muntada, que afirma que a mão de
obra e os encargos relacionados representam o segundo custo que mais onera a operação de
empreendimentos em geral no país, atrás apenas do produto em si e dos impostos que incidem
sobre ele.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
(Isadora Carvalho e Leo Nishihata. “Todo posto de combustível é obrigado a ter frentistas no Brasil”. https://
quatrorodas.abril.com.br, 14.09.2018. Adaptado)
Texto 2
O Projeto de Lei nº 2.302/19 permite o funcionamento de bombas de autosserviço – operadas
pelo próprio consumidor – nos postos de abastecimento de combustíveis. Em análise na Câma-
ra dos Deputados, o projeto revoga a Lei nº 9.956/00, que hoje proíbe essas bombas. O deputa-
do Vinicius Poit, autor da proposta, diz que a permissão de postos com autosserviço é uma das
sugestões constantes em estudo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de
2018 para aumentar a concorrência no setor de combustíveis e reduzir os preços dos combus-
tíveis. O parlamentar ressalta que o modelo existe nos Estados Unidos desde a década de 50
e permite a venda por um preço mais barato, já que reduz o custo trabalhista do empresário.
Texto 3
Em 2014, o senador Blairo Maggi apresentou Projeto de Lei do Senado nº 407/14, que previa a ins-
talação de bombas de autosserviço nos postos de abastecimento de combustíveis. Representantes
dos frentistas, à época, estimaram que cerca de 500 mil frentistas seriam demitidos caso a proposta
se tornasse lei.
O presidente da Federação dos Empregados em Postos de Combustíveis do Estado de São Pau-
lo (Fepospetro), Luiz de Souza Arraes, afirmou que a medida visava “única e exclusivamente
aumentar o lucro de quem já lucra muito”. O secretário de Relações Institucionais da União
Geral dos Trabalhadores (UGT), Miguel Salaberry Filho, pediu a imediata retirada do projeto.
“Para que mudar uma lei e desempregar 500 mil trabalhadores?”, questionou.
(Rodrigo Baptista. “Frentistas pedem arquivamento de projeto que libera bombas de autosserviço nos postos”.
www12.senado.leg.br, 07.12.2015. Adaptado)
7
-2
46
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um tex-
.3
80
tema:
97
-0
pregar frentistas.
IE
R
B
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto 01
Pela primeira vez, a população deve consumir mais conteúdo midiático na internet do que pela TV,
de acordo com relatório da agência de mídia Zenith. Conforme a previsão, já em 2019 as pessoas
devem passar mais horas navegando pela internet, fazendo compras, assistindo a filmes, séries e
vídeos, conversando ou ouvindo música, do que assistindo à televisão.
203
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Texto 02
De acordo com estudo divulgado pela empresa Morrison Foster, as pessoas passam, em média,
sete horas por dia nas redes sociais. E é exatamente esse o local ocupado pelos influenciado-
res, que também estão conectados e produzindo conteúdos para seus seguidores a todo tem-
po. Segundo uma outra pesquisa, publicada pela Sprout Social, 74% dos consumidores guiam
suas decisões de compra com base nas redes sociais. Ou seja, o público está atento às opiniões
da internet e, principalmente, aos depoimentos de canais influentes e de credibilidade.
(“A contribuição dos influenciadores digitais para a decisão de compra”. 02.02.2018. https://franpress.com.br.
Adaptado)
Texto 03
Nos últimos 10 anos, o tempo médio de consumo domiciliar de televisão passou de 8h18 para
9h17. Um crescimento de 12%. Vale ressaltar que esse foi um período de forte ascensão da
internet como plataforma de distribuição de conteúdo. Os conteúdos da TV, além de entreter e
informar, também exercem um papel importante na dinâmica social.
Eles influenciam a pauta de conversas tanto com material que gera engajamento entre os
telespectadores, como com publicidades criativas. O levantamento da Kantar IBOPE Media
aponta que 51% das pessoas acham que a propaganda na TV é interessante e proporciona
assunto para conversar. E, entre os que acessam a internet enquanto veem TV, 23% comentam
nas redes sociais o que assistem – mostrando que a televisão segue marcando presença no dia
a dia do brasileiro.
(João Paulo Reis. “Televisão: a abrangência e a influência do meio mais presente na vida dos brasileiros”,
24.12.2018. https://observatoriodatelevisao.bol.uol.com.br. Adaptado)
Com base nas informações dos textos e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto
dissertativo, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A popularização da internet ameaça o poder de influência da televisão?
7
-2
46
.3
A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, por reduzir a tolerância com motoristas que dirigem
-0
embriagados, colocou o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre o tema. No entanto,
LA
a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos. Um levantamento, por meio da Lei de Aces-
IE
R
so à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com crescimento contínuo desde 2008. O
B
A
avanço das infrações nos últimos cinco anos ficou acima do aumento da frota de veículos e de pessoas
G
habilitadas: o número de motoristas flagrados bêbados continua crescendo, em vez de diminuir com o
endurecimento das punições ao longo desses anos.
Nas estradas federais que cortam o estado de Pernambuco, durante o feriadão de Natal, a
PRF registrou cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois feridos e sete mortos.
Segundo a corporação, seis motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta e sete
autuações pela Lei Seca. Os números são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
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pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano passado, a ação da polícia
teve um dia a menos.
Considerando que os fragmentos de texto acima têm caráter unicamente motivador, redi-
ja um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
O combate às infrações de trânsito nas rodovias federais brasileiras.
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:
1
Cidades ativas são aquelas em que a população pode fazer escolhas mais saudáveis e susten-
táveis. Para que isso seja possível, as cidades devem proporcionar acesso a espaços públicos e
ser viços de qualidade a todas as pessoas, garantindo que possam passear, descansar, brincar
e se exercitar em praças, parques e equipamentos.
2
O planejamento da rede de mobilidade não apenas enfrenta desafios, como, por exemplo, a conexão
entre espaços públicos e principais destinos, mas também questões como a integração social de uma
comunidade.
7
-2
46
peito do tema:
.9
97
I
G
Em visita aos Estados Unidos, em 1970, Margaret Thatcher fez o seguinte pronunciamento:
LÍNGUA PORTUGUESA
“Uma das razões por que valorizamos indivíduos não é porque sejam todos iguais, mas porque são
todos diferentes. Permitamos que nossos filhos cresçam, alguns mais altos que outros, se tiverem
neles a capacidade de fazê-lo. Pois devemos construir uma sociedade na qual cada cidadão possa
desenvolver plenamente seu potencial, tanto para seu próprio benefício quanto para o da comuni-
dade como um todo.”
A premissa crucial que leva a afirmação de Thatcher a parecer quase evidente em si mesma — a
suposição de que a “comunidade como um todo” seria adequadamente servida por todo cidadão
dedicado a seu “próprio benefício” — acabou por ser admitida como ponto pacífico. Assim, no fim do
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
século passado, tornou-se aceita a noção de que, ao agir egoisticamente, de algum modo as pessoas
beneficiariam as outras.
(Adaptado de: ZYGMUNT, Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós? Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 30)
II
Segundo a ortodoxia econômica, uma boa dose de desigualdade leva a economias mais eficien-
tes e crescimento mais rápido. Isso se dá porque retornos mais altos e impostos menores no topo
da escala — segundo afirmam — fomentariam o empreendedorismo e engendrariam um bolo
econômico maior.
Assim, terá dado certo a experiência de fomento da desigualdade? Os indícios sugerem que
não. A disparidade de riqueza atingiu dimensões extraordinárias, mas sem o progresso eco-
nômico prometido.
(Adaptado de: LANSEY, Stewart apud ZYGMUNT, Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós? Rio de
Janeiro: Zahar, 2015, p. 24-25)
Considerando os textos acima, escreva uma dissertação argumentativa em que você discuta a
seguinte questão:
1
O trânsito é um local onde a educação precisa estar presente o tempo todo, inclusive, pensando na
manutenção da segurança das vidas que estão envolvidas nele. Portanto, a educação destinada ao
trânsito é o desenvolvimento das capacidades intelectuais, morais e físicas das pessoas [...]. Não se
7
trata apenas de circulação de pessoas e veículos, mas de questões de cidadania, meio ambiente e
-2
46
2
LA
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define os direitos e deveres de toda a população nas vias
IE
R
Foi recentemente publicado no American Journal of Preventive Medicine um estudo com adultos
jovens, de 19 a 32 anos de idade, apontando que quanto maior o tempo dispendido em mídias sociais
206
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de relacionamento, maior a sensação de solidão das pessoas. Além disso, esse estudo demonstrou tam-
bém que quanto maior a frequência de uso, maior a sensação de isolamento social.
Com base nas ideias do texto acima, redija uma dissertação de caráter argumentativo
sobre o tema: Isolamento social na era da comunicação virtual.
Tema 19: Banco do Brasil S/A — Escriturário — Agente de Tecnologia (CESGRANRIO — 2021)
Utilize o texto a seguir apenas como motivador para a produção de sua redação. Nenhum
texto desta prova poderá ser copiado.
Há um ano e meio, a pandemia do novo coronavírus deixa seu rastro na vida de todos nós.
Também nos rouba o futuro, ao empurrar milhões de crianças e jovens para um prolongado
compasso de espera. Esse é o efeito mais perverso de longo prazo da Covid-19, que ceifa o
direito ao desenvolvimento pleno e à educação de uma geração inteira.
O retorno das atividades presenciais tem se dado de forma arrastada e desigual. Nesse cenário,
o ensino remoto ainda é a única chance para que muitos alunos continuem estudando. No entan-
to, é preciso avançar em ritmo acelerado para garantir às escolas a conectividade que permita
o acesso de qualidade às atividades. Sem aulas presenciais e sem conexão adequada, a aprendi-
zagem dos estudantes poderá retroceder até quatro anos, segundo pesquisa.
As nossas crianças e jovens não podem esperar mais. É o futuro de cada um deles que está em
risco. É o futuro do país que está em jogo.
MIZNE, Denis e SAAD, David. O grave efeito colateral da Covid na educação. Disponível em: https://www.cpp.org.
7
Adaptado.
.3
80
.9
No texto, discutem-se as dificuldades do ensino remoto no Brasil e a sua relação com a pan-
97
demia de Covid-19, pontuando que há um “efeito perverso de longo prazo da Covid-19, que
-0
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto II
Quinze minutos para ser atendido no banco e um para cancelar o contrato com a operadora
de telefone. Não ter que ligar para reclamar daquele seguro de perda e roubo do cartão de
crédito que você nunca pediu e completar 65 anos com a tranquilidade de ser atendido pre-
ferencialmente no caixa do supermercado. O cenário parece impossível, mas cada uma das
situações acima é amparada por uma lei específica no país. O que não acontece por aqui é o
cumprimento da legislação. Vezes porque não há fiscalização e outras por desconhecimento
do brasileiro, que sem saber dos seus direitos, não exerce a devida cobrança e, quando lesado,
não sabe a quem recorrer.
7
Texto III
80
.9
Contrariando a consagrada frase “faça uma lei apenas se estiver disposto a morrer por ela”, o
97
Brasil tem incríveis mais de 200 mil leis. No entanto, a aplicabilidade delas é reduzida, estimu-
-0
lando a criação de novas legislações: um levantamento apontou que, em média, são criadas 18
LA
novas leis por dia no país. Muitas são inconstitucionais, outras “não pegam” e parcela consi-
IE
R
derável gera consequências perversas e destoantes das intenções iniciais. Mas, afinal, por que
B
A
Com base em argumentos convincentes, seu texto deve ser formulado em língua culta e
ter entre 20 e 30 linhas.
Essa serve para qualquer prova de concurso. A maioria das bancas exige que os candida-
tos apresentem uma escrita que permita a leitura clara do texto sem a preocupação com o
tipo de letra, respeitando apenas questões de caixa alta (letra grande marcando o início de
frases e nomes próprios) e caixa baixa (letra pequena compondo o restante da palavra).
A segunda parte deste item aborda o respeito às margens. É de fundamental importância
a disposição do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar os limites impostos pelas
margens direita e esquerda, nunca ultrapassando seus limites nem se distanciando demasia-
damente delas:
margens
margens
as questões de divisão silábica e o correto emprego do hífen para essa função, ele também
46
2 cm Parágrafo
97
-0
margens
LA
IE
R
B
O último item deste quesito trata da paragrafação, ou seja, a disposição dos parágrafos
A
G
dentro da redação. O candidato deverá deixar bem clara a distância em que se iniciará a
LÍNGUA PORTUGUESA
escritura do parágrafo para que se faça a diferença com a escrita iniciada junto à margem.
Um afastamento de aproximadamente 2 cm já é suficiente.
Dica
Para marcar o recuo de parágrafo, recorra à velha dica da escola e deixe o espaço de dois
dedos antes de começar a escrever.
2º O Erro
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Insira apenas uma linha sobre as palavras erradas. Você deve apenas passar um traço sobre
a palavra, a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo: Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito felizes.
Uma das importantes regras de pontuação que determina o correto emprego da vírgula
orienta que, se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo + complementos), não se
deve usar vírgula para separar termos que se complementam sintaticamente.
Ou seja, se estiver com alguma dúvida quanto ao uso de vírgula, reorganize a oração para
7
-2
Termo deslocado
IE
(Complemento
R
B
adverbial)
A
G
Verbo
z Ordem direta:
Os pronomes pessoais oblíquos átonos podem ocupar três posições distintas na oração: ante-
posto ao verbo (próclise), posposto ao verbo (ênclise) e entremeio ao verbo (mesóclise). Em regra,
a posição que esses pronomes vão ocupar em determinada oração é estabelecida perante a pre-
sença ou ausência de palavras atrativas.
6º Impessoalidade
As verdades gerais sempre têm maior valor. As opiniões pessoais pouco contribuem para a sus-
tentação de uma ideia. Por isso, as afirmações apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem
representações gerais de valor coletivo:
Acredita-se em vez de Acredito
Sabe-se em vez de Sei
E outras expressões generalizantes como:
É de conhecimento geral... / Muitos entendem que... / Muito se tem discutido sobre...
7
7º Tese
-2
46
.3
80
É importante que seja bem fundamentada, pois é quando você apresenta seu ponto de
.9
É comum a cobrança de temas próprios às funções dos cargos disputados, por isso, preste
A
G
9º Título
Não se põe título nas redações para concursos, a menos que isso seja uma exigência do
edital.
11º Vocabulário
Se possível, apresente propostas que deem solução aos problemas levantados na redação.
Não fique apenas fazendo constatações óbvias.
Essa postura é pobre e pouco criativa — é o que se chama de lugar comum. É como pedir
emprego em uma empresa e criticar o patrão durante a entrevista. Isso é ser muito ingênuo.
É a sua garantia de poder fazer uma revisão eliminando erros. Vale sempre a pena caprichar.
Lembre-se de que é função de quem escreve seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para
que haja uma boa impressão.
ção. Exemplos: conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, “justiça”, “liberdade”, “felici-
.3
80
dade” etc.
.9
97
-0
Evite expressões como “belo”, “bom”, “mau”, “incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc.,
R
B
Fuja do lugar-comum, de frases feitas e expressões cristalizadas, como “a pureza das crian-
ças”, “a sabedoria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios da linguagem oral devem ser
evitados, bem como o uso de “etc.” e as abreviações.
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Não se usam entre aspas palavras estrangeiras sem correspondência na língua portugue-
sa: hippie, status, dark, punk, chips etc.
Observe se não há repetição de ideias, falta de clareza, construções sem nexo (conjunções
mal-empregadas), falta de concatenação (coesão) de ideias nas frases e nos parágrafos entre
si, divagação ou fuga ao tema proposto.
Caso você tenha feito uma pergunta na tese ou no corpo do texto, verifique se a argumentação
responde à pergunta. Se você eventualmente encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
estar corretamente empregada desde que a argumentação responda à questão. Se o texto for
vago, a interrogação será retórica e vazia.
a) Era uma noite muito bonita: parecia com o mundo. O espaço escuro estava todo estrelado, o céu
em eterna e muda vigília. E a terra embaixo com suas montanhas e seus mares. ( )
b) No esforço de se ajustarem ao novo perfil de mulher que emerge da ruptura de sua antiga identi-
dade, as mulheres se veem obrigadas a compatibilizar dois estilos de vida, dois registros intelec-
tuais e afetivos, dois modelos de conduta cotidiana. ( )
c) “Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se para a Esplanada dos Ministérios. No per-
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curso, parou para cumprimentar algumas pessoas que lhe acenavam. Neste momento, escorre-
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d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapéu de feltro manchado, aquelas lar-
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gas calças de brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos punhos de camisas já sem
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cor tudo combina admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira da
LA
e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua México. Já distraído de seus passados trope-
R
B
ços, mas, tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam - quando vê do outro lado
A
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da rua um preto agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( )
LÍNGUA PORTUGUESA
f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não se pode admitir a existência de uma Asso-
ciação Brasileira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo capítulo da Constituição Brasi-
leira proíbe essas atividades”. ( )
a) 1 — Descrição. Nesse fragmento, não há progressão temporal; note que, ao final da leitura
do texto, temos a formação da imagem da paisagem.
b) 3 — Dissertação. Nesse fragmento, não há progressão temporal, tanto que não há fatos
que se sucedem, tampouco a elaboração de uma imagem. O que percebemos pela leitura é a
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análise do comportamento da mulher diante de um novo perfil seu “que emerge da ruptura
de sua antiga identidade”.
c) 2 — Narração. A leitura desse trecho revela uma sucessão de fatos do Presidente da Repú-
blica. Esse fragmento mostra bem o que se diz sobre a narração ser uma “fofoca”.
d) 1 — Descrição. Sem progressão discursiva ou temporal, o trecho revela a criação da ima-
gem das roupas dos velhinhos interioranos; note como os adjetivos se destacam.
e) 2 — Narração. Novamente, temos um trecho que mostra uma sucessão de fatos que nada
mais são do que as ações de um homem que caminha pela rua com seu chefe e vê um amigo
seu do outro lado da rua, “uma fofoca”.
f) 3 — Dissertação. Encontramos outra vez um exemplo de fragmento dissertativo, pois apre-
senta progressão discursiva em relação à proibição da caça no Brasil. Note que o argumento
que se destaca nessa passagem para o fortalecimento da ideia é a citação da Constituição
Brasileira. Resposta: 1-3-2-1-2-3.
HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2022) Entre as opções abaixo, aquela que mostra todos os verbos em isar/izar grafados
de forma correta, é:
2. (FGV — 2022) Entre as opções abaixo, assinale aquela em que todos os vocábulos são proparo-
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3. (FGV — 2023) Entre as opções a seguir, assinale aquela em que o aumentativo sublinhado perdeu
o valor de aumentativo, designando uma outra realidade.
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4. (FGV — 2022) O ato de descrever corresponde a atribuir ao objeto da descrição informações,
qualificações, estados, caracterizações ou relações.
A opção abaixo em que o adjetivo indica uma caracterização, é:
a) relógio importado;
b) roupa elegante;
c) vestido curto;
d) restaurante modesto;
e) local fúnebre.
6. (FGV — 2022) Assinale a opção em que a substituição de uma locução adverbial por um advér-
bio, é feita de forma adequada.
a) Os presentes para o Dia das Mães devem ser comprados com antecedência / anteriormente.
b) De acordo com os jornais, choverá com certeza durante o carnaval / certificadamente.
c) Tanto se adoece por trabalhar em excesso, como por não fazer nada / excessivamente.
d) Disse que moraria na Europa para sempre / duradouramente.
e) Devemos fazer as coisas sem pressa / apressuradamente.
7. (FGV — 2023) A maioria das palavras mostra vários significados (polissemia), o que também
ocorre com as preposições.
Assinale a opção que indica a frase em que a preposição com tem o significado de acordo.
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“A segurança pública, de forma conceitual, é uma atividade que deve ser prestada pelos órgãos
LÍNGUA PORTUGUESA
estatais e pela comunidade como um todo que visa proteger a cidadania, de forma a prevenir e
controlar atos de criminalidade. Sendo que essa prestação efetiva garante o exercício pleno da
cidadania nos limites da lei. Dada a importância constitucional desse serviço é que se conclui
que o mesmo não pode ser executado de qualquer forma e sim de modo satisfatório, pois, quan-
do não o é, a sociedade fica sujeita a diversos tipos de violência em diversas proporções, em que
bens jurídicos como o patrimônio e a vida são gravemente violados. Por conseguinte, instituin-
do-se um caos de agressividade.”
(Jus.com.br / 28-07-2015)
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8. (FGV — 2023) Algumas palavras presentes no texto foram selecionadas abaixo.
a) atividade / profissão.
b) comunidade / vizinhança.
c) sociedade / população.
d) agressividade / marginalidade.
9. (FGV — 2022) “Apesar da distância, podia vislumbrar a presença de um rio que cruzava transver-
salmente a planície...”. Esse é o último período do texto anterior; sobre o vocabulário nele empre-
gado, a afirmação adequada é:
10. (FGV — 2022) A frase abaixo em que a oração adjetiva destacada foi substituída adequadamen-
te por um adjetivo é:
a) O crítico de rock é alguém que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para
gente que não sabe ler / muda;
b) Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar do que você conseguiu / bem-aceito;
c) Você não será feliz com mais até ser feliz com o que você já tem / comprado;
d) Felicidade é como uma flor que não se deve colher / acolhedora;
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Texto 1
LA
IE
Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia.
R
B
Nunca deixo de ler esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma
A
G
vez como a língua científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras
belas e brilhantes, faz imagens sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o
autor gosta delas. Naquela, tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é externo, o interno é
interno; cada fenômeno, cada osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a
cavidade abdominal, a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não
pode receber duas apelações, sob pena de não ser ciência.”
No texto 1, Machado de Assis fala das reticências e do seu uso por parte dos autores que gostam
216 delas. A frase abaixo em que o emprego das reticências expressa uma emoção intensa é:
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a) Isso não é... um pouco... como dizer?... estranho?
b) Mas... a barata... a barata... você conseguiu pegá-la?
c) Como sua vida está em perigo, ele vive agora em X..., pequena cidade europeia;
d) Júlio casou ontem e, salvo um milagre (ou de... você sabe do que estou falando...), vai poder
aproveitar o verão antes de nascer o primeiro bebê;
e) Os vândalos estão de volta para fazer m... nas passeatas.
12. (FGV — 2022) “Essa constante reclamação dos consumidores impede que haja produtos semelhan-
tes no mercado”; a forma verbal sublinhada poderia ser substituída, mantendo-se a correção e o signi-
ficado original, por
a) possam existirem.
b) possa existir.
c) possam haver.
d) possa haverem.
e) possam existir.
13. (FGV — 2022) Nas opções abaixo, com frases de Machado de Assis, assinale aquela em que a
modificação da frase para a passiva com auxiliar foi feita de forma adequada, com as adapta-
ções necessárias.
d) Longe de educar o gosto, o teatro serve apenas para desfantasiar o espírito, nos dias de maior abor-
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recimento / Longe de educar o gosto, o teatro serve apenas para que desfantasie o espírito, nos dias
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de maior aborrecimento.
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e) Nunca me debruçara sobre o abismo do inexplicável / Nunca me debruçara sobre o abismo do que
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14. (FGV — 2022) Um dos pontos mais importantes de um texto é a coerência; a frase abaixo que se
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15. (FGV — 2022) Atenção: o texto a seguir refere-se à questão.
“Dicas para deixar sua vida mais divertida: escreva diariamente seu próprio horóscopo; pare de se levar
tão a sério, principalmente porque quando você morrer, o tamanho do seu funeral vai depender do tem-
po que estiver fazendo. Diariamente, sorria e diga olá para cinco estranhos na rua.”
17. (FGV — 2021) “Os olhos de um escritor, para serem transparentes, devem estar secos.”
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Para o autor dessa frase, uma obra literária deve estar isenta de:
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a) hipocrisia;
R
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b) erudição;
A
G
c) sentimentalismo;
d) observação;
e) religiosidade.
18. (FGV — 2021) Acima de um assento de ônibus urbano havia um cartaz que dizia:
“Assento reservado para idosos, deficientes físicos, grávidas e senhoras com crianças de colo.”
Assinale a opção que indica o que todas as pessoas indicadas no cartaz têm em comum.
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a) A idade avançada.
b) O grande peso corporal.
c) Uma enfermidade grave.
d) A dificuldade de locomoção.
e) O transporte difícil de algo pesado.
“A rua estava cheia de gente, pois havia um festival de cinema na pequena cidade. Via-se logo
que se tratava de pessoas que não conheciam o local. Entre esses visitantes, um estacionou o
seu carro diante da porta da minha garagem. Tentei chamá-lo, mas o perdi no meio da aglome-
ração. Telefonei para a polícia local, mas não havia viatura disponível. Perdoei o transgressor
mentalmente e fui dormir”.
20. (FGV — 2022) Todas as frases abaixo são construídas por dois segmentos; a frase em que a
troca de posição dos segmentos mostra inadequação é:
9 GABARITO
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LA
IE
1 B
R
B
2 A
A
G
3 A
LÍNGUA PORTUGUESA
4 C
5 E
6 C
7 E
8 C
9 C
10 E
11 B
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12 B
13 B
14 A
15 A
16 E
17 C
18 D
19 D
20 E
ANOTAÇÕES
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