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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIELA - 097.980.346-27, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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SEE-MG
Secretaria de Educação de Minas Gerais

Professor de Educação Básica - PEB -


Comum a Todos os Cargos
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Língua Portuguesa
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PIRATARIA
É CRIME!
Todos os direitos autorais deste material são reservados e
protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por
escrito da Nova Concursos.

Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


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com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento


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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


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sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA.......................................................................................................6
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO................................................................................ 6

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS TEXTOS................................................................................... 11

MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA E INTERTEXTUALIDADE........................... 12

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA: CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS


DE CADA MODO................................................................................................................................... 24

DESCRIÇÃO........................................................................................................................................................24

NARRAÇÃO........................................................................................................................................................26

EXPOSIÇÃO........................................................................................................................................................28

ARGUMENTAÇÃO..............................................................................................................................................29

INJUNÇÃO..........................................................................................................................................................30

TIPOS TEXTUAIS: CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA TIPO.......................................... 31

INFORMATIVO...................................................................................................................................................31

PUBLICITÁRIO E PROPAGANDÍSTICO.............................................................................................................31

NORMATIVO.......................................................................................................................................................32
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DIDÁTICO............................................................................................................................................................32
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DIVINATÓRIO.....................................................................................................................................................32
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TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS........................................................................................ 32


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TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA............................................................................................... 35


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ESTRUTURA DA FRASE PORTUGUESA............................................................................................ 36


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OPERAÇÕES DE DESLOCAMENTO, SUBSTITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E CORREÇÃO, PROBLEMAS


ESTRUTURAIS DAS FRASES.............................................................................................................................36

PONTUAÇÃO E SINAIS GRÁFICOS.................................................................................................... 40

ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DAS FRASES: TERMOS E ORAÇÕES.................................................. 46

ORDEM DIRETA E INVERSA................................................................................................................ 66

TIPOS DE DISCURSO.......................................................................................................................... 67

REGISTROS DE LINGUAGEM.............................................................................................................. 70

NORMA CULTA...................................................................................................................................................70
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................................. 72

ELEMENTOS DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO................................................................................... 73

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS...................................................................................... 74

FORMAS DE ABREVIAÇÃO................................................................................................................. 83

CLASSES DE PALAVRAS; OS ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS, SEMÂNTICOS E


TEXTUAIS............................................................................................................................................. 89

SUBSTANTIVOS.................................................................................................................................................89

ADJETIVOS........................................................................................................................................................93

ARTIGOS.............................................................................................................................................................96

NUMERAIS.........................................................................................................................................................97

PRONOMES........................................................................................................................................................98

VERBOS............................................................................................................................................................105

ADVÉRBIOS......................................................................................................................................................116

CONJUNÇÕES..................................................................................................................................................120

INTERJEIÇÕES.................................................................................................................................................122

OS MODALIZADORES......................................................................................................................................123

SEMÂNTICA.......................................................................................................................................124
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SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO....................................................................................................................124


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ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, PARÔNIMOS E HIPERÔNIMOS.........................................................................124


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POLISSEMIA E AMBIGUIDADE.......................................................................................................................127
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OS DICIONÁRIOS: TIPOS; A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES.........................................................128


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VOCABULÁRIO: NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS, ESTRANGEIRISMOS; LATINISMOS.................128


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ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO GRÁFICA.......................................................................................129


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A CRASE.............................................................................................................................................131

PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA; ESTUDO DOS PRINCIPAIS AUTORES DOS


ESTILOS DE ÉPOCA...........................................................................................................................135

REDAÇÃO DISCURSIVA....................................................................................................................158

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LÍNGUA PORTUGUESA

INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO

A interpretação e a compreensão textual são aspectos essenciais a serem dominados por


aqueles candidatos que buscam a aprovação em seleções e concursos públicos. Trata-se de um
assunto que abrange questões específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer e dominar
estratégias que facilitem a apreensão desse assunto pode ser o grande diferencial entre o quase
e a aprovação.
Além disso, seja a compreensão textual, seja a interpretação textual, ambas guardam uma
relação de proximidade com um assunto pouco explorado pelos cursos de português: a semân-
tica, que incide suas relações de estudo sobre as relações de sentido que a forma linguística
pode assumir.
Portanto, neste material você encontrará recursos para solidificar seus conhecimentos em
interpretação e compreensão textual, associando a essas temáticas as relações semânticas
que permeiam o sentido de todo amontoado de palavras, tendo em vista que qualquer aglo-
meração textual é, atualmente, considerada texto e, dessa forma, deve ter um sentido que
precisa ser reconhecido por quem o lê.
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma breve diferença entre os termos com-
preensão e interpretação textual.
Para muitos, essas palavras expressam o mesmo sentido, mas, como pretendemos deixar
claro neste material, ainda que existam relações de sinonímia entre palavras do nosso voca-
bulário, a opção do autor por um termo ao invés de outro reflete um sentido que deve ser
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interpretado no texto, uma vez que a interpretação realiza ligações com o texto a partir das
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ideias que o leitor pode concluir com a leitura.


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Já a compreensão busca a análise de algo exposto no texto, e, geralmente, é marcada por uma
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palavra ou uma expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáticas. A compreensão tex-
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tual estipula aspectos linguísticos essencialmente relacionados à significação das palavras e, por
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isso, envolve uma forte ligação com a semântica.


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Sabendo disso, é importante separarmos os conteúdos que tenham mais apelo interpre-
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tativo ou compreensivo.
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Esses assuntos completam o estudo basilar de semântica com foco em provas e concursos,
sempre de olho na sua aprovação.

INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as
teorias sobre interpretação de texto.

Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do texto nas linhas apresentadas.
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Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras” para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a orientação do pensamento do autor
do texto, que fica perceptível quando identificamos como o raciocínio dele foi exposto, se de
maneira mais racional, a partir da análise de dados, informações com fontes confiáveis ou se
de maneira mais empirista, partindo dos efeitos, das consequências, a fim de se identificar as
causas.
Por isso, é preciso compreender como podemos interpretar um texto mediante estratégias
de leitura. Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema, que é intrigante e de grande
profundidade acadêmica; neste material, selecionamos as estratégias mais eficazes que podem
contribuir para sua aprovação em seleções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
A partir disso, apresentamos estratégias de leitura que focam nas formas de inferência
sobre um texto. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre o processo de infe-
rência, que se dá por dedução ou por indução. Para entender melhor, veja esse exemplo:
O marido da minha chefe parou de beber.
Observe que é possível inferir várias informações a partir dessa frase. A primeira é que a
chefe do enunciador é casada (informação comprovada pela expressão “marido”), a segunda
é que o enunciador está trabalhando (informação comprovada pela expressão “minha che-
fe”) e a terceira é que o marido da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada pela
expressão “parou de beber”). Note que há pistas contextuais do próprio texto que induzem o
leitor a interpretar essas informações.
Tratando-se de interpretação textual, os processos de inferência, sejam por dedução ou
por indução, partem de uma certeza prévia para a concepção de uma interpretação, construí-
da pelas pistas oferecidas no texto junto da articulação com as informações acessadas pelo
leitor do texto.
A seguir, apresentamos um fluxograma que representa como ocorre a relação desses
processos:
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DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR


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INFERÊNCIA
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INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA


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A partir desse esquema, conseguimos visualizar melhor como o processo de interpretação ocor-
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re. Agora, iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estratégias que compõem cada maneira
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de inferir informações de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como usar
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estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento de
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mundo na interpretação de textos.


LÍNGUA PORTUGUESA

A INDUÇÃO

As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas” que


o texto oferece e, posteriormente, reconhecem alguma certeza na interpretação. Dessa for-
ma, é fundamental buscar uma ordem de eventos ou processos ocorridos no texto e que
variam conforme o tipo textual.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológi-
ca e espacial no desenvolvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito
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imperfeito; na descrição, podemos organizar as ideias do texto a partir da marcação de adje-
tivos e demais sintagmas nominais; na argumentação, esse encadeamento de ideias fica mar-
cado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especifica-
ção para uma generalização. Vejamos um exemplo:

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no
tempo em que estive na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar.
São em geral de uma lastimável limitação de ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capa-
zes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar, curvados aos fortes e às
ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por concei-
tos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)

O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do


escrivão Isaías Caminha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a inter-
pretação e decodificação de um texto. Para deixar ainda mais evidentes as estratégias usadas
para identificar essa forma de interpretar, deixamos a seguir dicas de como buscar a organi-
zação cronológica de um texto.

A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar


PROCURE SINÔNIMOS as palavras que têm maior associação com o tema
do texto
Os conectivos (conjunções, preposições, prono-
ATENÇÃO AOS CONECTIVOS mes) são marcadores claros de opiniões, espaços
físicos e localizadores textuais

A DEDUÇÃO
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A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicita-
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mente ou de maneira implícita no enunciado.


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Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do


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texto aspectos para abordar em suas provas.


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No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma
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informação que julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpre-
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tação por dedução. Conforme Kleiman (2016, p. 47):


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Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo
o tema; ele estará também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará
ativando seu conhecimento prévio, e na testagem ele estará enriquecendo, refinando, checan-
do esse conhecimento.

Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma
boa interpretação textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja,
antes da leitura inicial, o leitor deve buscar identificar o gênero textual ao qual o texto per-
tence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações que podem vir como “acessórios”
do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma outra dica
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importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já esta-
rão agindo conforme um objetivo mais definido.
O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos de
conhecimento:

z Conhecimento Linguístico;
z Conhecimento Textual;
z Conhecimento de Mundo.

O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais
adiante. Os demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.

Conhecimento Linguístico

Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reco-


nhecimento das formas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguís-
tica, ou seja, envolve o reconhecimento das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhecimento sobre o funcionamento da língua
não são, necessariamente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exem-
plo, no caso da língua portuguesa, que o feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem
de escrita respeita o sistema sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento linguístico é aquele que “abrange desde
o conhecimento sobre como pronunciar português, passando pelo conhecimento de vocabulário e
regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, p. 15).
Um exemplo em que a interpretação textual é prejudicada pelo conhecimento linguístico é
o texto a seguir:
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LÍNGUA PORTUGUESA

Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22/09/2020. 9


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Como é possível notar, o texto é uma peça publicitária escrita em inglês, portanto, somente
os leitores proficientes nessa língua serão capazes de decodificar e entender o que está escri-
to; assim, o conhecimento linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas são algumas
estratégias de interpretação em que podemos usar métodos dedutivos.

Conhecimento Textual

Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conhecimento linguístico e se desenvolve pela


experiência leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de textos, melhor se dá a sua
compreensão. Nesse conhecimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque prepara sua
leitura de acordo com o tipo de texto que está lendo. Não se lê uma bula de remédio como
se lê uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma reportagem como se lê um poema.
Em outras palavras, esse conhecimento relaciona-se com a habilidade de reconhecer dife-
rentes tipos de discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais.

Conhecimento de Mundo

O uso dos conhecimentos prévios é fundamental para a boa interpretação textual, por
isso, é sempre importante que o candidato a cargos públicos reserve um tempo para ampliar
sua biblioteca e buscar fontes de informações fidedignas, para, dessa forma, aumentar seu
conhecimento de mundo.
Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso conhecimento de mundo que é rele-
vante para a compreensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso cérebro associar
informações, a fim de compreender o novo texto que está em processo de interpretação.
A esse respeito, a autora propõe o seguinte exercício para atestarmos a importância da
ativação do conhecimento de mundo em um processo de interpretação. Leia o texto a seguir
e faça o que se pede:
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Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os risos desdenhosos
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que tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enganam” disse ele, “um ovo e não uma
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mesa tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” Então as três irmãs fortes e resolutas
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saíram à procura de provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas
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amiúde através de picos e vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)


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Agora tente responder as seguintes perguntas sobre o texto:


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Quem é o herói de que trata o texto?


Quem são as três irmãs?
Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhuma dessas questões, porém, ao desco-
brir o título desse texto, sua compreensão sobre essas perguntas será afetada. O texto se
chama “A descoberta da América por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque res-
ponder às questões; certamente você não terá mais as mesmas dificuldades.
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar seus olhos por uma segunda vez a ele,
já sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento prévio que é essencial para a
10 interpretação de questões.
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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS TEXTOS

ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS

Ideia Principal e Ideias Secundárias

Em se tratando da organização das ideias em um texto, podemos seguir por duas linhas de
pensamento e estudo: a primeira refere-se ao produtor de um texto, a como o emissor deve
organizar suas ideias, estabelecer uma hierarquia e uma conexão entre o que deseja emitir.
A segunda diz respeito ao intérprete do texto, como interpretar, compreender e responder
corretamente às questões de interpretação textual.
Para compreender bem um texto, é necessário conseguir interpretar a articulação entre
as ideias dele. Uma leitura eficiente compreende a ideia geral que o texto deseja transmitir, e
não somente decodifica os signos (letras) a fim de formar palavras e frases.
Cada texto apresenta uma intenção e, por trás dela, uma ideia principal – que pode estar
implícita ou explícita – e algumas ideias secundárias, que dão suporte à ideia principal.
Além disso, é necessário identificar a progressão das ideias ao longo do texto e como elas se
conectam.

z Ideias Principais: apresentam o núcleo do texto, a mensagem primordial que o reme-


tente/emissor deseja transmitir. Não há nenhum texto sem uma ideia principal, ou seja,
um núcleo que norteia todo o restante da mensagem. Sem uma ideia principal, o texto
não terá sentido e será incoerente. A ideia principal não precisa estar explícita no texto,
e necessariamente não é a primeira a ser exposta, mas ela é compreendida ao longo da
leitura através de recursos linguísticos e dos sinais que o emissor coloca no texto. Ela dá
lógica ao texto e permite a construção deste;
z Ideias Secundárias: ao longo do discurso, o emissor utiliza recursos e argumentos para
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apresentar a ideia principal; esses recursos são as ideias secundárias. Elas são ligadas
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por conectores, como advérbios e conjunções, e seguem uma ideia lógica e sequencial
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ao longo do texto. Quanto mais ideias secundárias são apresentadas, mais fácil torna-se
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compreender a ideia principal e a intencionalidade do discurso, pois as ideias secundárias


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levam o leitor à ideia principal.


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As ideias secundárias podem ser apresentadas por alguns meios. Entre eles, temos:
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LÍNGUA PORTUGUESA

„ Apresentação de sinônimos ou ideias sinônimas: por meio de ideias ou palavras cor-


relacionadas, é possível reforçar a ideia principal;
„ Antônimos: a apresentação de antônimos ou ideias contrárias reforça no entendimen-
to do leitor o que não é a ideia principal e no que ela consiste;
„ Exemplificação: por meio de exemplos, casos reais ou dados estatísticos, o leitor pode
compreender melhor do que se trata a ideia principal.

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MARCAS DE TEXTUALIDADE: COESÃO, COERÊNCIA E
INTERTEXTUALIDADE

COERÊNCIA E COESÃO

Ao elaborarmos um texto, devemos buscar organizar as ideias apresentadas de modo


a torná-lo coeso e coerente. Porém, como fazer para que essa organização mantenha esse
padrão? Para descobrir, primeiro é preciso esclarecer o que é coesão e o que é coerência e
por que buscar esse padrão é importante.
Os textos não são somente um aglomerado de palavras e frases escritas. Suas partes devem
ser articuladas e organizadas harmoniosamente de maneira que o texto faça sentido como
um todo. A ligação, a relação, os nexos entre essas partes estabelecem o que se chama de
coesão textual. Os articuladores responsáveis por essa “costura” do tecido (tessitura) do texto
são conhecidos como recursos coesivos que devem ser articulados de forma que garanta uma
relação lógica entre as ideias, fazendo com que o texto seja inteligível e faça sentido em deter-
minado contexto. A respeito disso, temos a coerência textual, que está ligada diretamente à
significação do texto, aos sentidos que ele produz para o leitor.

COESÃO COERÊNCIA
Utiliza-se de elementos superficiais, dando-se ên- Subjacente ao texto, enfatiza-se o conteúdo e a
fase na forma e na articulação entre as ideias produção de sentido/relação lógica

Podemos usar uma metáfora muito interessante quando se trata de compreender os pro-
cessos de coesão e coerência.
Essa metáfora nos leva a comparar um texto com um prédio. Tal qual uma boa construção pre-
cisa de um bom alicerce para manter-se em pé, um texto bem construído depende da organização
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das nossas ideias, da forma como elas estão dispostas no texto. Isso significa que precisamos utili-
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zar adequadamente os processos coesivos, a fim de defendermos nossas ideias adequadamente.


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Por isso, neste capítulo, iremos apresentar as principais formas de marcação, em um texto,
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de processos que buscam organizar as ideias em um texto, principalmente, os processos de


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coesão que, como dissemos, apresentam um apelo mais forte às formas linguísticas que os
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processos envolvendo a coerência.


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Antes, porém, faz-se mister indicar mais algumas características da coerência em um texto
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e como esse processo liga-se não apenas às formas gramaticais, mas, sobretudo, ao forte teor
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cognitivo. Tendo em vista que a coerência é construída, tal qual o sentido, coletivamente,
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não por acaso, o grande linguista e estudioso da língua portuguesa, Luis Antonio Marcuschi
(2007) afirmou que a coerência é “algo dinâmico que se encontra mais na mente que no texto”.
Dito isso, usamos as palavras de Cavalcante (2013) para esclarecer ainda mais o conceito
de coerência e passarmos ao estudo detalhado dos processos de coesão. A autora afirma que
a coerência:

[...] Não está no texto em si; não nos é possível apontá-la, destacá-la ou sublinha-la. Ela se
constrói [...] numa dada situação comunicativa, na qual o leitor, com base em seus conheci-
mentos sociocognitivos e interacionais e na materialidade linguística, confere sentido ao que
12 lê (CAVALCENTE, 2013, p. 31).
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A seguir iremos nos deter aos processos de coesão importantes para uma boa compreen-
são e elaboração textual. É importante destacar que esses processos de coesão não podem ser
dissociados da construção de sentidos implícita no processo de organização da coerência. No
entanto, como nossa finalidade é tornar seu aprendizado mais fácil, separamos esses concei-
tos com fins estritamente didáticos.

COESÃO REFERENCIAL

A coesão é marcada por processos referenciais relaciona termos e ideias a partir de meca-
nismos que inserem ou retomam uma porção textual. Os processos marcados pela referen-
ciação caracterizam-se pela construção de referentes em um texto, os quais se relacionam
com as ideias defendidas no texto. Esse processo é marcado por vocábulos gramaticais e pode
ser reconhecido pelo uso de algumas classes de palavras, das quais falaremos a seguir.
Antes, porém, faz-se mister reconhecer os processos referenciais que envolvem o uso de
expressões anafóricas e catafóricas. Conforme Cavalcante (2013), “as expressões que reto-
mam referentes já apresentados no texto por outras expressões são chamadas de anáforas”.
Vejamos o exemplo a seguir:

O Rocky Balboa era um humilde lutador de


bairro, que vivia de suas discretas lutas, no
início de sua carreira. Segundo seu treinador
Mickey, Rocky era um jovem promissor, mas
nunca se interessou realmente em evoluir, pre-
feriu trabalhar para um agiota italiano chama-
do Tony Gazzo, com quem manteve uma certa
amizade. Gazzo gostava de Rocky por ele ser
descendente de italiano e o ajudou dando US$
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500,00 para o seu treinamento, na primeira luta


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que fez com Apollo Creed.


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Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rocky_Balboa. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.


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A partir da leitura, podemos perceber que todos os termos destacados fazem referência a um
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mesmo referente: Rocky Balboa. O processo de referenciação utilizado foi o uso de anáforas que
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assumem variadas formas gramaticais e buscam conectar as ideias do texto.


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Já os processos referenciais catafóricos apontam para porções textuais que ainda não foram
LÍNGUA PORTUGUESA

mencionadas anteriormente no texto, conforme o exemplo a seguir: “Os documentos requeri-


dos para os candidatos são estes: Identidade, CPF, Título de eleitor e reservista”

Dica
Em provas de concursos e seleções, ainda se encontra a terminologia “expressões refe-
renciais catafóricas”, remetendo ao uso já indicado no material. No entanto, é importante
salientar que, para linguistas e estudiosos, as anáforas são os processos referenciais que
recuperam e/ou apontam para porções textuais.

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Uso de Pronomes ou Pronominalização

Utilizar pronomes para manter a coesão de um texto é essencial, evitando-se repetições


desnecessárias que tornam o texto cansativo para o leitor. Como a classe de pronomes é vas-
ta, vamos enfatizar neste estudo os principais pronomes utilizados em recursos textuais para
manter a coesão.
A pronominalização é a base de recursos anafóricos que recuperam porções textuais ou
ainda um nome específico a que o autor faz referência no texto. Vejamos dois exemplos:

O primeiro debate entre Donald Trump e


Joe Biden foi quente, com diversas interrup-
ções e acusações pesadas. […] O primeiro
ponto discutido foi a indicação de Trump da
juíza conservadora Amy Barrett para a Supre-
ma Corte, depois da morte de Ruth Bader
Ginsburg. O presidente defendeu que tem
esse direito, pois os republicanos têm maio-
ria no Senado [Casa que ratifica essa escolha]
e criticou os democratas, dizendo “que eles
ainda não aceitaram que perderam a eleição”.
[…].
O segundo ponto discutido foi a covid-19.
Os EUA são o país mais atingido pela pande-
mia - são 7 milhões de casos e mais de 200
mil mortos. O âncora Chris Wallace perguntou
aos dois o que eles fariam até que uma vaci-
na aparecesse. Biden atacou o republicano
7

dizendo que Trump “não tem um plano para


-2
46

essa tragédia”. Já Trump começou sua res-


.3

posta atacando a China - “deveriam ter fecha-


80
.9

do suas fronteiras no começo” -, colocou em


97

dúvida as estatísticas da Rússia e da própria


-0

China e, com pouca modéstia, disse que fez


LA
IE

um “excelente trabalho” nesse momento dos


R

EUA.
B
A
G

Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/eleicoes-eua-debate-025314998.html. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.

Após a leitura do texto, é possível notar que a recuperação da informação apresentada é


feita a partir de muitos processos de coesão, porém, o uso dos pronomes destacados recupera
o assunto informado e ajuda o leitor a construir seu posicionamento. É importante buscar
sempre o elemento a que o pronome faz referência; por exemplo, o primeiro pronome pes-
soal destacado no texto refere-se ao termo “democratas”, já o segundo, faz referência aos
presidenciáveis que participavam do debate. Nota-se, com isso, que esses pronomes apontam
para uma parcela objetiva do texto, diferente do pronome “essa”, associado ao substantivo
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“tragédia”, que recupera uma parcela textual maior, fazendo referência ao momento de pan-
demia pelo qual o mundo passa.
O uso de pronomes pode ser um aliado na construção da coesão, porém, o uso inadequado
pode gerar ambiguidades, ocasionando o efeito oposto e prejudicando a coesão. Ex.: Encontrei
Matheus, Pedro e sua mulher.
Não é possível saber qual dos homens estava acompanhado.
Por fim, destacamos que as classes de palavras relacionadas neste capítulo com os pro-
cessos de coesão não podem ser vistas apenas sob a ótica descritiva-normativa, amplamente
estudada nas gramáticas escolares. O interesse das principais bancas de concursos públicos
é avaliar a capacidade interpretativa e racional dos candidatos, dessa feita, a análise de pro-
cessos coesivos visa analisar a capacidade do candidato de reconhecer a que e qual elemento
está construindo as referências textuais.

Uso de Numerais

Conforme mencionamos anteriormente, o uso de categorias gramaticais concorre para a


progressão textual; uma das classes gramaticais que auxilia esse processo é o uso de numerais.
Neste subtópico, iremos focar no valor coesivo que essa classe promove, auxiliando na
ligação de ideias em um texto. Dessa forma, as expressões quantitativas, em algumas circuns-
tâncias, retomam dados anteriores numa relação de coesão.
Ex.: Foram deixados dois avisos sobre a mesa: o primeiro era para os professores, o segundo
para os alunos.
As formas destacadas são numerais ordinais que recuperam informação no texto, evitan-
do a repetição de termos e auxiliando no desenvolvimento textual.

Uso de Advérbios
7

Muitos advérbios auxiliam no processo de recuperação e instauração de ideias no texto,


-2
46

auxiliando o processo de coesão. As formas adverbias que marcam tempo e espaço podem
.3

também ser denominadas de marcadores dêiticos, caso dos seguintes elementos:


80
.9

Hoje, aqui, acolá, amanhã, ontem...


97

Perceba que esses advérbios só podem ser associados a um referente se forem instaurados
-0

no discurso, isto é, se mantiverem associação com as pessoas que produzem as falas. Assim,
LA
IE

uma pessoa que lê “hoje não haverá aula” em um cartaz na porta de uma sala compreenderá
R

que a marcação temporal refere-se ao momento em que a leitura foi realizada. Por isso, esses
B
A
G

elementos são conhecidos como dêiticos.


LÍNGUA PORTUGUESA

Independentemente de como são chamados, esses elementos colaboram para a ligação de


ideias no texto, auxiliando também a construção da coesão textual.

Uso de Nominalização

As expressões que retomam ideias e nomes, já apresentados no texto, mediante outras formas
de expressão, podem ser analisadas como processos nominalizadores, incluindo substantivos,
adjetivos e outras classes nominais.
Essas expressões recuperam informações mediante novos nomes inseridos no texto, ou
ainda, com o uso de pronomes, conforme vimos anteriormente. Vejamos um exemplo: 15
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Antonio Carlos Belchior, mais conhecido
como Belchior foi um cantor, compositor, músi-
co, produtor, artista plástico e professor brasi-
leiro. Um dos membros do chamado Pessoal
do Ceará, que inclui Fagner, Ednardo, Amelinha
e outros. Bel foi um dos primeiros cantores de
MPB do nordeste brasileiro a fazer sucesso inter-
nacional, em meados da década de 1970.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Belchior. Acessado em: 30/09/2020. Adaptado.

Todas as marcações em negrito fazem referência ao nome inicial Antônio Carlos Belchior;
os termos que se referem a esse nome inicial são expressões nominalizadoras que servem para
ligar ideias e construir o texto.

Uso de Adjetivos

Os adjetivos também são considerados expressões nominalizadoras que fazem referência a


uma porção textual ou a uma ideia referida no texto. No exemplo acima, a oração “Belchior
foi um cantor, compositor, músico, produtor, artista plástico e professor” apresenta seis
nomes que funcionam como adjetivos de Belchior e, ao mesmo tempo, acrescentam informa-
ções sobre essa personalidade, referida anteriormente.
É importante recordar que não podemos identificar uma classe de palavra sem avaliar o
contexto em que ela está inserida. No exemplo mencionado, as palavras cantor, compositor,
músico, produtor, artista, professor são substantivos que funcionam como adjetivos e cola-
boram na construção textual.
7
-2

Uso de Verbos Vicários


46
.3
80

O vocábulo vicário é oriundo do latim vicarius e significa “fazer as vezes”; assim, os verbos
.9
97

vicários são verbos usados em substituição de outros que já foram muito utilizados no texto.
-0

Ex.: A disputa aconteceu, mas não foi como nós esperávamos.


LA

O verbo “acontecer” foi substituído na segunda oração pelo verbo “foi”.


IE
R
B
A

ALGUNS VERBOS VICÁRIOS IMPORTANTES


G

Ser: “Ele trabalha, porém não é tanto assim”


Fazer: “Poderíamos concordar plenamente, mas não o fizemos”
Aceitar: “Se ele não acatar a promoção não aceita por falta de interesse”
Foi: “Se desistiu da vaga, foi por motivos pessoais”

Uso de Elipse

A elipse é uma forma de omissão de uma informação já mencionada no texto. Geralmente,


estudamos a elipse mais detalhadamente na seção de figuras de linguagem de uma gramáti-
ca. Neste material, iremos nos deter a maiores aspectos da elipse também nessa seção. Aqui
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é importante salientar as propriedades recategorizadoras e referenciais da elipse, com o pro-
pósito de manter a coesão textual.
Conforme Antunes (2005, p. 118), a elipse como recurso coesivo “corresponde à estratégia
de se omitir um termo, uma expressão ou até mesmo uma sequência maior (uma frase intei-
ra, por exemplo) já introduzidos anteriormente em outro segmento do texto, mas recuperável
por marcas do próprio contexto verbal”. Vejamos como ocorre, a partir do segmento abaixo:

“O Brasil evoluiu bastante desde o


início do século XXI. O país propor-
cionou a inclusão social de muitas
Sem
pessoas. A nação obteve notorieda-
Elipse
de internacional por causa disso. A
pátria, porém, ainda enfrenta certas
adversidades...”
“O Brasil evoluiu bastante desde o iní-
cio do século XXI e proporcionou a in-
clusão social de muitas pessoas, por Com
causa disso obteve notoriedade inter- Elipse
nacional, porém ainda enfrenta certas
adversidades...”

COESÃO SEQUENCIAL

A coesão sequencial é responsável por organizar a progressão temática do texto, isto é,


garantir a manutenção do tema tratado pelo texto de maneira a promover a evolução do
debate assumido pelo autor.
Essa coesão pode ser garantida, em um texto, a partir de locuções que marcam tempo,
conjunções, desinências e modos verbais. Neste material, iremos nos deter, sobretudo, aos
processos de conjunções que são utilizadas para garantir a progressão textual.
7
-2
46

Conjunções Coordenativas
.3
80
.9

As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
97
-0

de valor semântico independente. Na construção textual, elas são importantes, pois, com
LA

seus valores, adicionam informações relevantes ao texto.


IE

Exemplos de conjunções coordenativas atuando na coesão:


R
B
A
G

Não apenas conversava com os demais alunos


ADITIVA
LÍNGUA PORTUGUESA

como também atrapalhava o professor


Eram ideias interessantes, porém ninguém con-
ADVERSATIVA
cordou com elas
Superou o estigma que pregava “ou estuda, ou tra-
ALTERNATIVAS
balha” e conseguiu ser aprovada
Ao final, faça os exercícios, pois é uma forma de
EXPLICATIVA
praticar o que aprendeu
O candidato não cumpriu sua promessa. Fica-
CONCLUSIVA
mos, portanto, desapontados com ele

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Perceba que as ideias ligadas pelas conjunções precisam manter uma relação contextual,
estabelecida pela coerência e demonstrada pela coesão. Por isso, orações como esta: “Não
gosto de festas de aniversário, mas não vou à sua” estão equivocadas, pois as ideias ligadas
não estabelecem uma relação de adversidade, como demonstra a conjunção “mas”.

Conjunções Subordinativas

Tais quais as conjunções coordenativas, as subordinativas estabelecem uma ligação entre


as ideias apresentadas num texto, porém, diferentemente daquelas, estas ligam ideias apre-
sentadas em orações subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra para terem o
sentido apreendido.
Exemplos de conjunções subordinativas atuando na coesão:

Como não havia estudado suficiente, resolvi não


CAUSAL
fazer essa prova
Falaram tão mal do filme que ele nem entrou
CONSECUTIVA
em cartaz
COMPARATIVA Trabalhou como um escravo
Conforme o Ministro da Economia, os concur-
CONFORMATIVA
sos não irão acabar
Ainda que vivamos um período de poucos con-
CONCESSIVA
cursos, não podemos desanimar
CONDICIONAL Se estudarmos, conseguiremos ser aprovados!
À proporção que aumentava seus horários de
PROPORCIONAL
estudo, mais forte o candidato se tornava
Estudava sempre com afinco, a fim de ser
FINAL
aprovado
7
-2
46

Quando o edital for publicado, já estarei adian-


TEMPORAL
.3

tado nos estudos


80
.9
97
-0

Importante!
LA
IE

Não confundir:
R
B
A

Afim de – Relativo à afinidade, semelhança: “Física e Química são disciplinas afins”.


G

A fim de – Relativo a ter finalidade, ter como objetivo, com desejo de: “Estou a fim de comer
pastel”.

Conjunções Integrantes

As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas, na realidade, elas ape-
nas integram, ligam uma oração principal a outra, subordinada. Como podemos notar, o
papel dessas conjunções é essencialmente coesivo, tendo em vista que elas são “peças” que
unem as orações. Existem apenas dois tipos de conjunções integrantes: que e se.

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Quando é possível Quero que a prova
substituir o que pelo esteja fácil.
pronome isso, esta-
Quero. O quê?
mos diante de uma
conjunção integrante Isso

Sempre haverá con-


junção integrante Perguntei se ele es-
em orações subs- tava em casa.
tantivas e, conse- Perguntei. O quê?
quentemente, em Isso
períodos compostos

COESÃO RECORRENCIAL

Uso de Repetições

As recorrências de repetições em textos são comumente recusadas pelos mestres da língua


portuguesa. Sobretudo, quando o assunto é redação, muitos professores recomendam em
uníssono: evite repetir palavras e expressões!
No entanto, a repetição é um recurso coesivo essencial para manter a progressão temática
do texto, isto é, para que o tema debatido no texto não seja perdido, levando o escritor a fugir
da temática.
Embora também não recomendemos as repetições exageradas no texto, sabemos valori-
zar seu uso adequado em um texto; por isso, apresentamos, a seguir, alguns usos comuns
dessa estratégia coesiva.

CONTEXTOS DE USO ADEQUADO DE REPETIÇÕES


O candidato foi encontrado com duzentos mi-
Marcar ênfase
7

lhões de reais na mala, duzentos milhões!


-2
46

Marcar contraste Existem Políticos e políticos


.3
80

“Agora que sentei na minha cadeira de madeira,


.9

junto à minha mesa de madeira, colocada em


97
-0

cima deste assoalho de madeira, olho minhas es-


Marcar a continuidade temática
tantes de madeira e procuro um livro feito de pol-
LA

pa de madeira para escrever um artigo contra o


IE
R

desmatamento florestal” Millôr Fernandes


B
A
G

Uso de Paráfrase
LÍNGUA PORTUGUESA

A paráfrase é um recurso de reiteração que proporciona maior esclarecimento sobre o


assunto tratado no texto. A paráfrase é utilizada para voltar a falar sobre algo utilizando-se de
outras palavras. Conforme Antunes (2005, p. 63), “alguma coisa é dita outra vez, em outro ponto
do texto, embora com palavras diferentes”.
Vejamos o seguinte exemplo:

Ceará goleia Fortaleza no Castelão. Fortaleza é goleado pelo Ceará no Castelão.


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Os textos acima poderiam ser manchetes de jornais da capital cearense. A forma como o
texto se apresenta indica que a ênfase dada ao nome dos times, em posições diferentes, cum-
pre um papel importante na progressão temática do texto.
Além dessa função, a paráfrase pode ser marcada pelo uso de expressões textuais bem caracte-
rísticas, como: em outras palavras, em outros termos, isto é, quer dizer, em resumo, em suma, em
síntese etc. Essas expressões indicam que algo foi dito e passará a ser ressignificado, garantindo a
informatividade do texto.

Uso de Paralelismo

As ideias similares devem fazer a correspondência entre si; a essa organização de ideias
no texto, dá-se o nome de paralelismo. Quando as construções de frases e orações são seme-
lhantes, ocorre o paralelismo sintático. Quando há sequência de expressões simétricas no
plano das ideias e coerência entre as informações, ocorre o paralelismo semântico ou para-
lelismo de sentido.

ESTRUTURAS QUE SEMPRE DEVEM SER USADAS JUNTAS


Não só..., mas também; não apenas..., mas ainda; não tanto...quanto; ora...ora; seja...seja etc.

Além disso, é preciso respeitar a estrutura sintática a qual a frase está inserida; vejamos
um exemplo em que houve quebra de paralelismo:
“É necessário estudar e que vocês se ajudem” — Errado.
“É necessário que vocês se ajudem e que estudem” — Correto.
Devemos manter a organização das orações, pois não podemos coordenar orações redu-
zidas com orações desenvolvidas, é preciso manter o paralelismo e deixá-las ou somente
desenvolvida ou somente reduzidas.
No tocante ao paralelismo semântico, a ideia é a mesma, porém deixamos de analisar os
7

pares no âmbito sintático e passamos ao plano das ideias. Vejamos o seguinte exemplo:
-2
46

“Por um lado, os manifestantes agiram corretamente, por outro podem não ter agido erra-
.3
80

do” — Incorreto.
.9

“Por um lado, os manifestantes agiram corretamente, por outro podem ter causado pre-
97
-0

juízo à população” — Correto.


LA

“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra estava bem”
IE

— Incorreto.
R
B

“Encontrei duas pessoas conhecidas na rua: uma foi sua irmã e a outra foi minha prima”
A
G

— Correto.

INTERTEXTUALIDADE

Existem diversos mecanismos que são meios importantes e, muitas vezes, imprescindíveis
à construção de sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextualidade. Ao nos refe-
rirmos à ideia de construção dos sentidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos a
estrutura, o propósito comunicativo e a função dos gêneros. Um outro elemento importante
para a compreensão textual é a intertextualidade, que diz respeito à propriedade de um texto
se relacionar com outros.
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Para se entender melhor a estrutura e a função do termo intertextualidade, pode-se sepa-
rar a palavra em partes: “inter” é de origem latina e refere-se à noção de dentro, ou seja, o
que está dentro do texto, e “textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras. Unindo as duas,
forma-se a intertextualidade, a partir da qual podemos dar origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia a dia, sendo muito comum em gêneros
oriundos da internet e também da publicidade. A seguir, apresentamos esse exemplo que
resume a ideia de intertextualidade que iremos trabalhar neste material:

Fonte: COLARES, 2020, informação verbal.

Compreendida a ideia de intertextualidade e apresentada sua importância para a análi-


se textual em provas, questões e textos, faz-se necessário conhecer algumas das principais
formas de realização da intertextualidade em textos e em gêneros utilizados por bancas de
concurso.
Antes, porém, é necessário apontar que, conforme Koch e Elias (2015), todos os textos são,
em alguma medida, recuperadores de outros. Quando o leitor acessa as ideias e reconhece
7
-2

essa intertextualidade, estamos diante de um processo de intertextualidade stricto sensu.


46
.3

Quando não é possível acessar esse teor intertextual, trata-se de uma intertextualidade lato
80

sensu. Desenvolvemos o quadro abaixo para tornar essa divisão mais didática:
.9
97
-0

INTERTEXTUALIDADE
LA
IE
R

STRICTO SENSU LATO SENSU


B
A
G

TEMÁTICA
LÍNGUA PORTUGUESA

ESTILÍSTICA
EXPLÍCITA
IMPLÍCITA

PARÓDIA

A paródia é um tipo de intertextualidade estilística em que o autor recupera o estilo de


outro texto, seja verbal ou não verbal. É muito comum tanto em textos musicais, nos quais
são recuperados a melodia e o estilo do intérprete original, quanto em textos visuais, como
no exemplo a seguir:
21
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Fonte: https://bit.ly/3mx0k7X. Acessado em: 12/10/2020.

Uma das caraterísticas da paródia é o tom irônico e humorístico que pode variar, depen-
dendo da sua finalidade textual.

PARÁFRASE

A paráfrase é uma estratégia intertextual que consiste em recuperar aspectos do tema do


texto-fonte, o qual baseia a paráfrase. Dessa forma, é considerada um tipo de intertextuali-
dade temática.
Um bom exemplo desse tipo de intertextualidade é a música Monte Castelo, do grupo
Legião Urbana, que versa sobre o mesmo tema que a passagem bíblica “I carta de São Paulo
aos Coríntios” e também dos versos de Luís Vaz de Camões.

Monte Castelo – Legião Urbana

Ainda que eu falasse a língua dos homens


E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria. É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
7

O amor é bom, não quer o mal


-2
46

Não sente inveja ou se envaidece


.3

O amor é o fogo que arde sem se ver


80
.9

É ferida que dói e não se sente


97

É um contentamento descontente
-0
LA

É dor que desatina sem doer [...]


IE
R
B

I Carta de São Paulo aos Coríntios


A
G

1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine. 2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhe-
cesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria [...]

11 Soneto – Luis Vaz de Camões

Amor é um fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
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é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;


é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade [...]

REFERÊNCIA

A referência é um tipo de intertextualidade explícita, muito comum e necessária em tra-


balhos acadêmicos, pois ao mencionar uma obra ou autor e suas ideias, o pesquisador deve-
rá realizar as devidas referências, indicando os nomes dos títulos mencionados ao final do
trabalho.
Para realizar esse tipo de intertextualidade, devemos seguir as regras da Associação Brasi-
leira de Normas Técnicas – ABNT. A seguir, disponibilizamos um exemplo de referência com
a indicação de uma das obras citadas neste material:

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça; ELIAS,


Vanda Maria. Ler e compreender: os sen-
tidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto,
2015.

As referências também são muito comuns em textos jurídicos, nos quais é praxe citar leis,
7
-2

decretos e demais documentos que sirvam de embasamento teórico.


46
.3
80

CITAÇÃO
.9
97
-0

A citação também é um tipo de intertextualidade explícita e diz respeito às formas de cita-


LA

ção de uma obra. Em um trabalho acadêmico, por exemplo, quando utilizamos as palavras de
IE
R

outros autores, devemos mencioná-los direta ou indiretamente. A transcrição fiel das pala-
B
A

vras do autor do texto-fonte é chamada de citação direta. Quando nos baseamos na ideia do
G

autor e escrevemos de outra forma suas palavras, a citação passa a ser indireta.
LÍNGUA PORTUGUESA

Independentemente da maneira como citamos em um texto, é imprescindível dar os cré-


ditos aos autores das obras citadas, por isso, devemos mencioná-los nas citações que também
seguem o padrão estabelecido pela ABNT.

z Citação direta:

“A confiabilidade das fontes citadas confere relevância ao trabalho acadêmico, cabendo, por-
tanto, ao produtor do texto, selecioná-las com rigor” (BOAVENTURA, 2004, p. 81).

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z Citação indireta:

Segundo Boaventura (2004, p. 81), o respeito ao trabalho acadêmico é diretamente propor-


cional à credibilidade das fontes utilizadas, por isso é necessário atentar-se para os diversos
tipos de citação aqui mencionados.

Dica
A citação indireta é um tipo de paráfrase.

ALUSÃO

A alusão é um intertexto que faz referência a uma obra de arte, a um fato histórico, a textos de conhecimento
comum. A alusão pode ocorrer de forma explícita ou implícita.

Ex.: Ganhei um jogo de aniversário que foi um verdadeiro presente de grego.

A expressão “presente de grego” faz alusão aos fatos da Guerra de Troia, em que os gregos
fingiram presentear os troianos com um cavalo de madeira que fazia parte da estratégia gre-
ga para conseguirem invadir a cidade de Troia e destruí-la por dentro.

EPÍGRAFE

A epígrafe é uma pequena citação colocada no início de capítulos de livros, seções de tra-
balhos acadêmicos ou de outros gêneros para manter uma relação dessa citação com o assun-
to abordado na obra.

Ex.: No início deste capítulo, poderíamos ter colocado a epígrafe: “Sei que às vezes uso
7

palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas” (trecho da música Quase
-2
46

sem querer da banda Legião Urbana), para iniciar nosso debate sobre intertextualidade e as
.3

possibilidades de escrevermos algo completamente inédito em nosso contexto atual.


80
.9
97
-0
LA

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DISCURSIVA: CARACTERÍSTICAS


IE

ESPECÍFICAS DE CADA MODO


R
B
A
G

DESCRIÇÃO

O tipo textual descritivo é marcado pelas formas nominais que dominam o texto. Os gêne-
ros que utilizam esse tipo textual geralmente utilizam a sequência descritiva como suporte
para um propósito maior. São exemplos de textos cujo tipo textual predominante é a descri-
ção: relato de viagem, currículo, anúncio, classificados, lista de compras.

Veja um trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha, que relata, no ano de 1500, suas impres-
sões a respeito de alguns aspectos do território que viria a ser chamado de Brasil.

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Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como
pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco
mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa,
do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua
cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso
desvergonha nenhuma.

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que apesar da presença pontual da sequência narrativa, há predominância da des-


crição do cenário e dos personagens, evidenciada pela presença de adjetivos (galantes, preto,
vermelho, nuas, tingida, descobertas etc.). A carta de Pero Vaz constitui uma espécie de relato
descritivo utilizado para manter a comunicação entre a Corte Portuguesa e os navegadores.
Considerando as emergências comunicativas do mundo moderno, a carta tornou-se um
gênero menos usual e, aos poucos, substituído por outros gêneros, como, por exemplo, o
e-mail.

A sequência descritiva também pode se apresentar de forma esquemática em alguns gêne-


ros, como podemos ver no cardápio a seguir:

7
-2
46
.3
80
.9
97
-0
LA
IE
R
B
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-


desenhos-para-divulgar-cardapio-e-ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 30 ago. 2021.

Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o
leitor a imaginar o objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições 25
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(pão, croissant, feijão, carne etc.) com uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce,
salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está organizado de forma esquematizada em seções
(salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a leitura (o pedido, no caso) do
cliente.

NARRAÇÃO

Os textos compostos predominantemente por sequências narrativas cumprem o objetivo de


contar uma história, narrar um fato. Por isso, precisam manter a atenção do leitor/ouvinte e,
para tal, lançam mão de algumas estratégias, como a organização dos fatos a partir de marca-
dores temporais e espaciais, a inclusão de um momento de tensão (chamado de clímax) e um
desfecho que poderá ou não apresentar uma moral.
Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrativo pode ser caracterizado por sete
aspectos. São eles:

z Situação inicial: envolve a “quebra” de um equilíbrio, o que demanda uma situação


conflituosa;
z Complicação: desenvolvimento da tensão apresentada inicialmente;
z Ações (para o clímax): acontecimentos que ampliam a tensão;
z Resolução: momento de solução da tensão;
z Situação final: retorno da situação equilibrada;
z Avaliação: apresentação de uma “opinião” sobre a resolução;
z Moral: apresentação de valores morais que a história possa ter apresentado.

Esses sete passos podem ser encontrados no seguinte exemplo, a canção “Era um garoto
que como eu...” Vamos lê-la e identificar essas características, bem como aprender a identifi-
car outros pontos do tipo textual narrativo.
7
-2
46

Era um garoto que como eu Amava os Beatles e


.3

os Rolling Stones
80

Girava o mundo sempre a cantar


.9

As coisas lindas da América


97
-0

Não era belo, mas mesmo assim Situação inicial: predomínio de equilíbrio
Havia mil garotas a fim
LA

Cantava Help and Ticket to Ride


IE
R

Oh Lady Jane e Yesterday


B

Cantava viva à liberdade


A
G

Mas uma carta sem esperar


Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América Complicação: início da tensão
Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã
Clímax
Lutar com vietcongs
Era um garoto que como eu
Amava os Beatles e os Rolling Stones
Resolução
Girava o mundo, mas acabou
Fazendo a guerra no Vietnã
26
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Cabelos longos não usa mais
Não toca a sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá
A mesma nota,
ra-tá-tá-tá Situação final / Avaliação
Não tem amigos, não vê garotas
Só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará
Pois está morto no Vietnã [...]
No peito, um coração não há
Moral
Mas duas medalhas sim

Disponível em: https://www.letras.mus.br/engenheiros-do-hawaii/12886/. Acesso em: 30 ago. 2021.

Essas sete marcas que definem o tipo textual narrativo podem ser resumidas em marcas
de organização linguística que são caracterizadas por:

z presença de marcadores temporais e espaciais;


z verbos, predominantemente, utilizados no passado;
z presença de narrador e personagens.

Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemente narrativos apresentam outras tipologias
textuais em sua composição, tendo em vista que nenhum texto é composto exclusivamente
por uma sequência textual. Por isso, devemos sempre identificar as marcas linguísticas que
são predominantes em um texto, a fim de classificá-lo.

Para sua compreensão, também é necessário saber o que são marcadores temporais e
7
-2
46

espaciais. São formas linguísticas como advérbios, pronomes, locuções etc. utilizadas para
.3

demarcar um espaço físico ou temporal em textos. Nos tipos textuais narrativos, esses ele-
80
.9

mentos são essenciais para marcar o equilíbrio e a tensão da história, além de garantirem
97

a coesão do texto. Exemplos de marcadores temporais e espaciais: atualmente, naquele dia,


-0

nesse momento, aqui, ali, então...


LA

Outro indicador do texto narrativo é a presença do narrador da história. Por isso, é impor-
IE
R

tante aprendermos a identificar os principais tipos de narrador de um texto:


B
A
G

Narrador: também conhecido como foco narrativo, é o responsável por contar os fatos que com-
LÍNGUA PORTUGUESA

põem o texto
Narrador personagem: verbos flexionados em 1ª pessoa. O narrador participa dos fatos
Narrador observador: verbos flexionados em 3ª pessoa. O narrador tem propriedade dos fatos
contados, porém, não participa das ações
Narrador onisciente: os fatos podem ser contados na 3ª ou 1ª pessoa verbal. O narrador conhece os
fatos e não participa das ações, porém, o fluxo de consciência do narrador pode ser exposto, levando
o texto para a 1ª pessoa

27
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Alguns gêneros conhecidos por suas marcas predominantemente narrativas são notícia,
diário, conto, fábula, entre outros. É importante reafirmar que o fato de esses gêneros serem
essencialmente narrativos não significa que não possam apresentar outras sequências em
sua composição.
Para diferenciar os tipos textuais e proceder na classificação correta, é sempre essencial
atentar-se às marcas que predominam no texto.

EXPOSIÇÃO

O texto expositivo visa apresentar fatos e ideias a fim de deixar claro o tema principal do
texto. Nesse tipo textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas, citações
diretas e indiretas, que servem para embasar o assunto do qual o texto trata. Para ilustrar essa
explicação, veja o exemplo a seguir:

7
-2
46

Fonte: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-
.3

agua
80
.9
97

O infográfico acima apresenta as informações pertinentes sobre o panorama mundial da


-0

situação da água no ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor
LA

informado a respeito do tema tratado, e para isso, o autor dispõe, além da linguagem clara e
IE
R

objetiva, de recursos visuais para atingir esse objetivo.


B
A

Assim como os tipos textuais apresentados anteriormente, os textos expositivos também


G

apresentam uma estrutura que mistura elementos tipológicos de outras sequências textuais,
tendo em vista que, para apresentar fatos e ideias, utilizamos aspectos descritivos, narrativos
e, por vezes, injuntivos.
É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, serem confundidos
com textos argumentativos, uma vez que existem textos argumentativos que são classifica-
dos como expositivos, pois utilizam exemplos e fatos para fundamentar uma argumentação.
Outra importante diferença entre a sequência expositiva e a argumentativa é que esta
apresenta uma opinião pessoal, enquanto aquela não abre margem para a argumentação,
uma vez que o fato exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre
uma questão não é posto em debate.
28
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Apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para
opiniões.
Marcas linguísticas do texto expositivo:

z Apresenta informações sobre algo ou alguém, presença de verbos de estado;


z Presença de adjetivos, locuções e substantivos que organizam a informação;
z Desenvolve-se mediante uso de recursos enumerativos;
z Presença de figuras de linguagem como metáfora e comparação;
z Pode apresentar um pensamento contrastivo ao final do texto.

Os textos expositivos são comuns em gêneros científicos ou que desencadeiam algum


aspecto de curiosidade nos leitores, como o exemplo a seguir:

VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIO-


NARAM O MUNDO
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43

Hedy Lamarr - conexão wireless

Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy”


(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy
Lamarr foi a inventora de uma tecnologia que permitia
controlar torpedos à distância, durante a Segunda Guer-
ra Mundial, alterando rapidamente os canais de frequên-
cia de rádio para que não fossem interceptados pelo ini-
migo. Esse conceito de transmissão acabou, mais tarde,
permitindo o desenvolvimento de tecnologias como o
Wi-Fi e o Bluetooth.

Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj. Acesso em: 07 set. 2020. Adaptado.

ARGUMENTAÇÃO
7

O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o mais complexo e, por vezes, pode apresentar
-2
46

maior dificuldade na identificação, bem como em sua análise.


.3

O texto argumentativo tem por objetivo a defesa de um ponto de vista, portanto, envol-
80
.9

ve a defesa de uma tese e a apresentação de argumentos que visam sustentar essa tese.
97

Alguns exemplos de textos argumentativos são artigos, monografias, ensaios científicos e filo-
-0

sóficos, dentre outros.


LA
IE

Outro aspecto importante dos textos argumentativos é que eles são compostos por estru-
R

turas linguísticas conhecidas como operadores argumentativos, que organizam as orações


B
A

subordinadas, estruturas mais comuns nesse tipo textual.


G

LÍNGUA PORTUGUESA

A seguir, apresentamos um quadro sintético com algumas estruturas linguísticas que


funcionam como operadores argumentativos e que facilitam a escrita e a leitura de textos
argumentativos:

OPERADORES ARGUMENTATIVOS
É incontestável que...
Tal atitude é louvável / repudiável / notável...
É mister / é fundamental / é essencial...

29
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Observe o exemplo a seguir:

“O governo gasta, todos os anos, bilhões de reais no tratamento das mais diversas doenças
relacionadas ao tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe compensam o dinheiro
gasto com essas doenças. Além disso, as empresas têm grandes prejuízos por causa de afas-
tamentos de trabalhadores devido aos males causados pelo fumo. Portanto, é mister que
sejam proibidas quaisquer propagandas de cigarros em todos os meios de comunicação.”

Disponível em: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/texto-argumentativo/argumentacao.html. Acesso


em: 30 ago. 2021. Adaptado.

Essas estruturas, quando utilizadas adequadamente no texto argumentativo, expõem a


opinião do autor, ajudando na defesa de seu ponto de vista e construindo a estrutura argu-
mentativa desse tipo textual.

INJUNÇÃO

O tipo textual instrucional, ou injuntivo, é caracterizado por estabelecer um “propósito


autônomo” (CAVALCANTE, 2013, p. 73) que busca convencer o leitor a realizar alguma tarefa.
Esse tipo textual é predominante em gêneros como: bula de remédio, tutoriais na internet,
horóscopos e também nos manuais de instrução.
A principal marca linguística dessa tipologia é a presença de verbos conjugados no modo
imperativo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve ao fato de essa tipologia buscar
persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.

Para que possamos identificar corretamente essa tipologia textual, faz-se necessário obser-
var um gênero textual que apresente esse tipo de texto, como o exemplo a seguir:
7
-2
46

Como faço para criar uma conta do Instagram?


.3

Para criar uma conta do Instagram pelo aplicativo:


80

1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou Google Play


.9

Store (Android).
97

2. Depois de instalar o aplicativo, toque no ícone para abri-lo.


-0

3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone (Android) ou


LA

Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço de e-mail ou número de


telefone (que exigirá um código de confirmação), toque em Avançar. Tam-
IE

bém é possível tocar em Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua
R
B

conta do Facebook.
A

4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone, crie um nome


G

de usuário e uma senha, preencha as informações do perfil e toque em


Avançar. Se você se cadastrar com o Facebook, será necessário entrar na
conta do Facebook, caso tenha saído dela.

Fonte: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acessado em: 07/09/2020.

No exemplo acima, podemos destacar a presença de verbos conjugados no modo impera-


tivo, como: baixe, toque, crie, além de muitos verbos no infinitivo, como: instalar, cadas-
trar, avançar. Outra característica dos textos injuntivos é a enumeração de passos a serem
cumpridos para a realização correta da tarefa ensinada e também a fim de tornar a leitura
mais didática.
30
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É importante lembrar que a principal marca linguística dessa tipologia é a presença de
verbos conjugados no modo imperativo e em sua forma infinitiva. Isso se deve ao fato de
essa tipologia buscar persuadir o leitor e levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero.

TIPOS TEXTUAIS: CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DE CADA TIPO

INFORMATIVO

São textos que têm o objetivo de informar o leitor, expor fatos e esclarecer dúvidas sobre
diversos temas. A linguagem deve ser de fácil entendimento. Costumam utilizar a 3ª pessoa
e vir em prosa.
Exemplos: notícias de jornais, blogs, sites e verbetes de dicionários.
Veja o exemplo a seguir, que utiliza dados e citações para tratar sobre a dengue:

Vacina contra a dengue está em fase final de produção


Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 40% da população mundial está em risco
de contrair o vírus da dengue: são cerca de 390 milhões de infecções por ano. Em 2019, foram
registrados 1.281.759 casos prováveis de dengue no país.
A forma mais eficaz de evitar doenças infecciosas é a vacina. Por isso, o Ministério da Saúde
apoia o Instituto Butantan no desenvolvimento de uma vacina contra a dengue, transmitida
pelo mosquito Aedes aegypti.
“A vacina terá o potencial de proteger uma quantidade cada vez maior de pessoas com apenas
uma dose”, explica o diretor da Divisão de Ensaios Clínicos e Farmacovigilância do Instituto
Butantan, Alexander Precioso.
Fonte: Ministério da Saúde.1
7
-2

PUBLICITÁRIO E PROPAGANDÍSTICO
46
.3
80

Esses textos têm como objetivo promover um produto ou uma ideia, utilizando linguagem
.9
97

persuasiva e sendo vinculados em meios de comunicação de massa e nas ruas, em outdoors


-0

e panfletos, por exemplo.


LA

Costumam utilizar linguagem verbal e não verbal, com textos simples e facilmente compreen-
IE

síveis pelo público que jogam com o criativo, irônico e humorístico.


R
B

Acompanhe o exemplo a seguir, que utiliza o humor e a polissemia da palavra “gato”:


A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

BANHO E TOSA

Aqui o seu cão sai um gato!2

1 SOARES, R. Texto Informativo – O que é, características, estrutura, exemplos e modelos. Escola Educação, 2019.
Disponível em: https://escolaeducacao.com.br/texto-informativo/. Acesso em: 15 dez. 2022.
2 CARVALHO, P. 6 imagens que mostram que a propaganda é a alma de qualquer negócio. Quero Bolsa, 2022.Dis-
ponível em: https://querobolsa.com.br/revista/6-imagens-que-mostram-que-a-propaganda-e-a-alma-de-qualquer-
-negocio. Acesso em: 15 dez. 2022. 31
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NORMATIVO

São textos que trazem regras, normas, para reger uma atividade ou um grupo. Devem
possuir linguagem direta e impessoal. Exemplos: leis, regimentos internos, decretos. Veja o
exemplo a seguir, retirado da Constituição Federal de 1988:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos
ou diretamente, nos termos desta Constituição.

DIDÁTICO

São textos que têm objetivos pedagógicos, com as seguintes características: deve ser objeti-
vo, coeso, impessoal, ter uma linguagem compatível com o nível de conhecimento dos recep-
tores sobre o assunto, permitir uma interpretação direta do conteúdo. Esta apostila é um
exemplo de texto didático.

DIVINATÓRIO

Os textos de caráter divinatório têm a função de fazer previsões. Alguns exemplos são o
oráculo e o horóscopo. Acompanhe a seguir o exemplo retirado de um horóscopo:
7
-2

Horóscopo do dia de hoje para Capricórnio


46
.3

Confira a previsão para 14 de dezembro


80

O dia pode trazer boas notícias relacionadas a um projeto de publicação na internet que você
.9
97

está envolvido. Outra possibilidade é de você receber uma boa notícia relacionada a uma via-
-0

gem internacional ou sobre um exame ou concurso público realizado. Dia de alegrias e fé


LA

renovada.3
IE
R
B
A
G

TEXTOS LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS

A Literatura está ligada à escrita e sua origem perde-se nos tempos. Não há um único marco
histórico do surgimento da escrita, tendo em vista que os desenhos das cavernas são considera-
dos escritos antigos. Nesse viés, a Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em prosa ou
em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos, é o exercício dessa arte ou da eloquência
e poesia.

3 FERRARI, E. Previsões do signo de Capricórnio. Terra, 2022. Disponível em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/horoscopo/signos/capricor-


32 nio/. Acesso em: 14 dez. 2022.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Sabe-se que a “Literatura” vem do latim “litteris”, em tradução “Letras”, e possivelmente,
uma tradução do grego “grammatikee”. Na Roma antiga, literatura significava uma instrução
ou um conjunto de saberes ou habilidades para escrever e ler bem.
O escrever e o ler bem, por sua vez, relacionam-se com as artes da gramática, da retórica
e da poética. Por extensão, referem-se especificamente à arte ou ao ofício de escrever de for-
ma artística. Nos dias atuais, o termo “Literatura” também é utilizado como referência a um
corpo ou conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura inglesa, a literatura
médica, a literatura portuguesa, a literatura japonesa etc.
Mais profícuo do que tentar definir a Literatura é encontrar um caminho para decidir o
que torna um texto, em sentido lato, literário. A literatura está geralmente associada à ideia
de estética, ou melhor, à ideia de ocorrência de algum procedimento que seja estético. Segun-
do Aristóteles, um texto é literário, portanto, quando consegue produzir um efeito estético no
leitor e quando provoca catarse no receptor.
Uma estratégia para entender o fenômeno literário é a oposição. Por exemplo, ao opor o
texto científico ao texto artístico, tem-se que: enquanto o texto científico emprega as palavras
sem preocupação com a beleza, o texto artístico, ao contrário, possui essa preocupação. Outra
comparação é em relação ao emprego e o sentido das palavras. Sabe-se que no texto científi-
co as palavras são empregadas no seu sentido dicionarizado, denotativo, enquanto no texto
artístico busca-se empregá-las com mais autonomia, atribuindo preferência ao seu sentido
conotativo.

PROSA E POESIA

Os textos literários se dividem em duas partes: prosa e poesia. Para tanto, nesse tópico
serão apresentadas as definições de cada uma delas.
Comecemos pela poesia: a poesia é a linguagem subjetiva, metafísica e vaga com o mundo
interior do poeta. Quanto a sua forma, estrutura-se perante um texto curto, com orações e
7

períodos curtos, em que sobressaem a estética, a harmonia e o ritmo. Trata-se da mais antiga
-2
46

composição do mundo.
.3

A Prosa, por sua vez, é consolidada por uma linguagem objetiva e usual e diz-se de um
80
.9

veículo natural do pensamento humano. Outrossim, a prosa possui diversas formas, chama-
97

das de subgêneros literários, bem como: romances, críticas, novelas, contos etc. Vejamos as
-0

diferenças entre um texto em forma de poesia e outro em forma de prosa:


LA
IE
R

z Poema
B
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

„ frases curtas;
„ destaque para a beleza dos versos;
„ uso de rimas: porta/importa, minha/vizinha;
„ uso de métrica: contagem de sílabas poéticas;
„ texto escrito em forma de versos.

z Prosa

„ frases longas, em só período;


„ não há beleza no texto, somente a informação; 33
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„ texto objetivo: transmitir uma mensagem;
„ não há métrica, nem rima, nem ritmo;
„ texto escrito em forma de parágrafos.

Dica
Embora os nomes sejam parecidos, é importante se atentar ao fato de que os termos “poe-
ma” e “poesia” não significam a mesma coisa. Poema é um texto literário composto de
versos, estrofes e, às vezes, rima. Já a poesia é a própria manifestação artística, baseada
na linguagem subjetiva e estética.

A LINGUAGEM LITERÁRIA E A NÃO LITERÁRIA

Antes de mais nada, é necessário entender que existem as linguagens literária e a não lite-
rária, que são bem diferentes entre si. Seguindo o conceito, a linguagem literária é emotiva,
sentimental e abarca as figuras de linguagem e o sentido conotativo das palavras. Ou seja,
apresenta o fantástico que precisa ser descoberto através de uma leitura atenta. Já a linguagem
não literária se refere à transmissão de saberes e da informação no âmbito das necessidades
da comunicação social. Você pode encontrá-la na ciência, na técnica, no jornalismo e na con-
versação entre os falantes.
Podemos estabelecer o seguinte confronto entre as duas formas:

LINGUAGEM LITERÁRIA LINGUAGEM NÃO LITERÁRIA


Intralinguística Extralinguística
Ambígua Clara/exata
Conotação Denotação
Sugestão Precisão
7
-2

Transfiguração da realidade Realidade


46
.3

Subjetiva Objetiva
80
.9

Ordem inversa Ordem direta


97
-0
LA

O TEXTO LITERÁRIO
IE
R
B

Entendemos como texto não literário aqueles textos que não pertencem ao gênero da lite-
A
G

ratura, ou seja, não se trata de uma obra de ficção ou de criação artística. Esse tipo de texto é
caracterizado, principalmente, pela sua função comunicativa, informativa ou persuasiva, e
geralmente tem o objetivo de transmitir informações de maneira objetiva, utilizando princi-
palmente da linguagem denotativa.
Os textos não literários são encontrados em diversos contextos, como jornais, revistas,
artigos científicos, manuais, relatórios, textos acadêmicos, documentos legais, verbetes de
dicionário, propagandas publicitárias, entre outros. Eles têm uma estrutura mais formal e
direta, com também uma linguagem específica e uso de termos técnicos, a fim de transmitir
conhecimentos ou comunicar fatos de maneira precisa.

34
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Diferentemente dos textos literários, que frequentemente possuem elementos estéticos,
figuras de linguagem e/ou narrativas fictícias, os textos não literários são predominantemen-
te informativos e buscam apresentar a realidade de forma clara e direta, sem focar em aspec-
tos subjetivos ou poéticos.

Veja um exemplo de um texto não literário:

Concurso: Coincidência, conjuntura: concurso de circunstâncias. Ação de cooperar, de ajudar:


oferecer seu concurso. Ação de entrar em concorrência com outros por pretender alguma coi-
sa; exame, prova: apresentar-se a um concurso.

REFERÊNCIAS

CONCURSO. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível
em: https://www.dicio.com.br/concurso/. Acesso em: 02 jun. 2023.

TIPOLOGIA DA FRASE PORTUGUESA

Neste tópico, comentaremos os cinco tipos de frases a seguir: exclamativas, declarativas,


imperativas, interrogativas e optativas. Acompanhe.

EXCLAMATIVAS

Finalizadas com ponto de exclamação, expressam emoções intensas, de diversos tipos.


Exemplos:
Que lindo!
7
-2

Não acredito!
46
.3

Que horror!
80
.9
97

DECLARATIVAS
-0
LA

Encerradas com ponto-final, declaram alguma coisas, afirmativa ou negativamente.


IE
R

Exemplos:
B
A

Ela saiu de casa.


G

Ela não saiu de casa.


LÍNGUA PORTUGUESA

Estou indo para a aula.

IMPERATIVAS

Expressam ordem, pedido ou conselho. Utilizam verbos no imperativo e também podem


ser afirmativas ou negativas. Exemplos:
Fique aqui.
Não fique aqui.
Entregue isso. 35
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INTERROGATIVAS

Expressam uma pergunta e podem ser direta (com interrogação no final) ou indireta (sem
interrogação). Exemplos:
Você achou legal?
Queria saber se você achou legal.
Vamos?

OPTATIVAS

Expressam um desejo do emissor. Exemplos:


Vá com Deus!
Muita sorte para você!
Bem-vinda!

ESTRUTURA DA FRASE PORTUGUESA

OPERAÇÕES DE DESLOCAMENTO, SUBSTITUIÇÃO, MODIFICAÇÃO E CORREÇÃO,


PROBLEMAS ESTRUTURAIS DAS FRASES

A reescrita de textos é essencial em vários aspectos, como para corrigir erros e escrever
mais claramente. No contexto dos concursos públicos, para responder às questões apresenta-
das, é necessário identificar qual é a opção cuja reescrita mantém o sentido do texto original,
sem que haja mudança de compreensão, baseada na intenção do emissor da mensagem.
A coesão é um dos principais pontos a se observar na produção de um texto e, consequen-
temente, na reescritura, para manter a coesão e a harmonia do texto. Conjunções, advérbios,
7
-2

preposições e pronomes, principalmente, apresentam aspectos que podem transformar com-


46
.3

pletamente o sentido de um enunciado. Portanto, eles merecem especial atenção. Além disso,
80

até mesmo uma vírgula pode mudar o sentido de um enunciado, assim, elas também devem
.9
97

ser observadas.
-0

As frases reescritas precisam manter a essência do texto base, ou seja, a informação prin-
LA

cipal. É importante observar os tempos verbais empregados e a ordem das palavras também.
IE
R

Após a reescrita, as frases precisam:


B
A
G

z Manter o significado original;


z Manter a coesão;
z Não expressar opinião que não esteja na frase original;
z Respeitar a sequência das ideias apresentadas no texto original.

Há algumas maneiras de rescrever um texto. Destacaremos aqui o deslocamento dos enun-


ciados e a substituição de palavras ou trechos.

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SUBSTITUIÇÃO

A substituição pode ser realizada por meio de recursos como sinônimos, antônimos, locu-
ção verbal, verbos por substantivos e vice-versa, voz verbal, conectivos, dentre outros.

Sinônimos

Palavras ou expressões que possuem significados iguais ou semelhantes.


Ex.:

z O carro está com algum problema / O automóvel apresentou defeitos.

Antônimos

Palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significados opostos que podem ser
usados para substituir a palavra anterior.
Ex.:

z O homem estava nervoso e inquieto / O senhor não estava calmo.

Locução Verbal

Ao invés de usar a forma única do verbo, é possível substituir o verbo por uma locução
verbal e vice-versa.
Exs.:

z Vou solicitar os documentos amanhã / Solicitarei os documentos amanhã.


7
-2
46

Verbo por Substantivo e Vice versa


.3
80
.9
97

Pode-se usar um substantivo correspondente no lugar de um verbo ou vice-versa, desde


-0

que isso faça sentido dentro do contexto.


LA

Exs.:
IE
R
B
A

z Caminhar: caminho;
G

z Resolver: resolução;
LÍNGUA PORTUGUESA

z Trabalhar: trabalho;
z Necessitar: necessidade;
z Estudar: estudos;
z Beijar: beijo;
z O trabalho enobrece o homem / Trabalhar enobrece o homem.

Voz Verbal

É possível mudar a voz verbal sem mudar a mensagem do enunciado.


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Exs.:

z Eu fiz todo o trabalho / Todo o trabalho foi feito por mim.

Palavra por Locução Correspondente

Pode-se, na reescrita, trocar uma palavra por locução que corresponda a ela, ou vice-versa.

Ex.:

z O amor materno é singular / O amor de mãe é singular.

Conectivos com Mesmo Valor Semântico

Os conectivos são palavras ou expressões que têm a função de ligar os períodos e pará-
grafos do texto. Os conectores ou conectivos podem ser conjunções ou advérbios/locuções
adverbiais e sempre promovem uma relação entre os termos conectados.
Por meio da substituição de conectivos, é possível modificar e reescrever um trecho sem
que haja mudança de sentido.

Importante!

Identifique a relação que cada conector indica, pois, ao substituir um conector por outro
que não possui relação semântica, pode ocorrer mudança no sentido do texto.
Ao usar um conectivo para substituir outro, é necessário que ambos estabeleçam o mes-
mo tipo de relação.
7
-2
46

A seguir, relembraremos algumas das principais relações que os conectores expressam:


.3
80
.9

z Adição: e, também, além disso, mas também;


97

Oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto;


-0

z
LA

z Causa: por isso, portanto, certamente;


IE

z Tempo: atualmente, nos dias de hoje, na sociedade atual, depois, antes disso, em seguida,
R
B

logo, até que;


A
G

z Consequência: logo, consequentemente, por consequência;


z Confirmação / Reafirmação: ou seja, nesse sentido, nessa perspectiva, em suma, em
outras palavras, dessa forma;
z Hipótese / Probabilidade: a menos que, mesmo que, supondo que;
z Semelhança: do mesmo modo, assim como, bem como;
z Finalidade: a fim de, para, para que, com a finalidade de, com o objetivo de;
z Exemplificação: por exemplo, a exemplo de, isto é;
z Ênfase: na verdade, efetivamente, certamente, com efeito;
z Dúvida: talvez, por ventura, provavelmente, possivelmente;
z Conclusão: portanto, logo, enfim, em suma.
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Dentro de cada um dos grupos de conjunções acima citados é possível haver substituição
entre as conjunções sem que haja prejuízo no entendimento final do trecho reescrito.

DESLOCAMENTO

Deslocamento é o recurso utilizado para reescrever determinado trecho, que se baseia em


modificar de lugar determinados termos. Ou seja: um termo que estava no início pode ir para
o final do texto e vice-versa.
Podemos citar como exemplo os períodos a seguir:

z Faleceu, em São Paulo, o jornalista Ricardo Boechat;


z O jornalista Ricardo Boechat faleceu em São Paulo.

Para reescrever frases utilizando o deslocamento, é necessário observar se há mudan-


ça de sentido e se a correção gramatical foi mantida. Do mesmo modo, para analisar uma
questão de reescritura, é necessário observar qual elemento foi deslocado e se esse deslo-
camento provocou mudança de sentido ou inadequação gramatical.
É possível deslocar os seguintes termos em uma oração:

Adjunto Adverbial

Ex.: Na semana passada, participei de todas as aulas da faculdade. Participei de todas as


aulas da faculdade na semana passada.
Observando os pontos anteriormente mencionados, é possível perceber que neste caso
não há mudança de sentido, e que a correção gramatical foi mantida, já que o adjunto adver-
bial de tempo no final da oração não precisa de vírgula.
7

Adjetivo
-2
46
.3
80

Ex.: Meu novo namorado trabalha com vendas;


.9

Meu namorado novo trabalha com vendas.


97
-0

Na frase original, o adjetivo “novo” está antes do substantivo, e na segunda frase, aparece
LA

depois. No entanto, é possível perceber não há mudança de sentido e que a correção grama-
IE

tical foi mantida, já que essa mudança não implica necessidade de vírgula nem provoca erro
R
B

gramatical.
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Pronome Indefinido

Ex.: Não quero que alguma situação tire nossa paz;


Não quero que situação alguma tire nossa paz.
Neste caso, não há mudança de sentido e a correção gramatical foi mantida, pois essa
mudança não implica necessidade de vírgula nem provoca erro gramatical.
Observe o quadro a seguir para sanar suas dúvidas sobre as diferenças entre os recursos:

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DIFERENÇAS ENTRE OS RECURSOS
Deslocamento Substituição
Muda um termo de lugar dentro do próprio Substitui determinado termo do trecho, manten-
enunciado do o mesmo sentido
Antes Antes
Ex.: Dessa forma, todos poderemos ir juntos ao Ex.: Dessa forma, todos poderemos ir juntos ao
local do evento local do evento
Depois Depois
Ex.: Todos poderemos, dessa forma, ir juntos ao Ex.: Assim, todos poderemos ir juntos ao local
local do evento do evento

Este tema da reescrita de textos pode ser aplicado tanto a questões de concursos quanto
à produção de redações e textos diversos.
Nas questões, é necessário analisar as opções dadas para encontrar aquela na qual a
escrita esteja gramaticalmente correta e o sentido original do texto esteja presente, sem
mudanças na compreensão.
Já nas redações, a reescrita é essencial para corrigir erros e escrever de forma mais
clara. Ela auxilia, também, para poder utilizar o texto-base como subsídio para a escrita,
fazendo modificações de alguns trechos e adaptando-os para a sua escrita.

PONTUAÇÃO E SINAIS GRÁFICOS

USO DE VÍRGULA

A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três funções básicas: marcar as pausas e as
inflexões da voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e orações; e esclarecer o signi-
7
-2

ficado da frase, afastando qualquer ambiguidade.


46

Quando se trata de separar termos de uma mesma oração, deve-se usar a vírgula nos
.3
80

seguintes casos:
.9
97
-0

� Para separar os termos de mesma função:


LA

Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta;


IE

z Usa-se a vírgula para separar os elementos de enumeração:


R
B

Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi arrastado pelo tsunami;
A
G

� Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que já apareceu na frase) do verbo:
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado, filmes de terror;
� Para separar palavras ou locuções explicativas, retificativas:
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15 anos;
� Para separar datas e nomes de lugar:
Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;
� Para separar as conjunções coordenativas, exceto e, nem, ou:
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.

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A vírgula também é facultativa quando o termo que exprime ideia de tempo, modo e lugar
não for uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.
Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço em casa.
Ontem choveu o esperado para o mês todo. / Ontem, choveu o esperado para o mês todo.

Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações

� Entre o sujeito e o verbo:


Ex.: Todos os alunos daquele professor, entenderam a explicação. (errado)
Muitas coisas que quebraram meu coração, consertaram minha visão. (errado);
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo predicativo do sujeito:
Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explicação. (errado)
Os alunos precisam de, que os professores os ajudem. (errado)
Os alunos entenderam, toda aquela explicação. (errado);
� Entre um substantivo e seu complemento nominal ou adjunto adnominal:
Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida pelos alunos. (errado);
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da passiva:
Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele professor para a feira. (errado);
� Entre o objeto e o predicativo do objeto:
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado)
Considero interessantes, as suas aulas. (errado).

USO DE PONTO E VÍRGULA

É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto e vírgula (;):


7

� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:


-2
46

Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, ficou triste;
.3
80

� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas:


.9

Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portanto, exausto;


97

� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= zeugma):


-0
LA

Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o ouvinte.


IE

Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai, sorvete;


R
B

� Em enumerações, portarias, sequências:


A
G

Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal:


LÍNGUA PORTUGUESA

O Procurador-Geral da República;
O Colégio de Procuradores da República;
O Conselho Superior do Ministério Público Federal.

DOIS-PONTOS

Marcam uma supressão de voz em frase que ainda não foi concluída. Servem para:

� Introduzir uma citação (discurso direto):


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Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um homem mais pelas suas perguntas que pelas
suas respostas”;
� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo, distributivo ou uma oração subordinada
substantiva apositiva:
Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: professores, jornalistas, médicos;
� Introduzir uma explicação ou enumeração após expressões como por exemplo, isto é, ou
seja, a saber, como:
Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Filosofia, Ciências...;
z Marcar uma pausa entre orações coordenadas (relação semântica de oposição, explicação/
causa ou consequência):
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um homem culto.
Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com cautela;
� Marcar invocação em correspondências:
Ex.: Prezados senhores:
Comunico, por meio deste, que...

TRAVESSÃO

� Usado em discursos diretos, indica a mudança de discurso de interlocutor: Ex.:


— Bom dia, Maria!
— Bom dia, Pedro!;
� Serve também para colocar em relevo certas expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou colchetes:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso carioca ― vão fazer videoaulas. (aposto
explicativo)
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina de fazer versos ― já havia o poeta
7

parnasiano”.
-2
46
.3

PARÊNTESES
80
.9
97

Têm função semelhante à dos travessões e das vírgulas no sentido que colocam em relevo
-0

certos termos, expressões ou orações.


LA
IE

Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca) vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
R

Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos jantar. (oração intercalada)
B
A
G

PONTO-FINAL

É o sinal que denota maior pausa. Usa-se:

� Para indicar o fim de oração absoluta ou de período.


Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.” Carlos Drummond de Andrade;
� Nas abreviaturas
Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
sec. = secretário.
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a.C. = antes de Cristo.

Dica
Símbolos do sistema métrico decimal e elementos químicos não vêm com ponto final:
Exemplos: km, m, cm, He, K, C.

PONTO DE INTERROGAÇÃO

Marca uma entonação ascendente (elevação da voz) em tom questionador. Usa-se:

� Em frase interrogativa direta:


Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?;
� Entre parênteses para indicar incerteza:
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho que havia palavra melhor no contexto;
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar surpresa:
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou !?);
� E interrogações retóricas:
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro que não jogaremos comida fora à toa”).

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

� É empregado para marcar o fim de uma frase com entonação exclamativa:


Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança!;
� Aparece após uma interjeição:
Ex.: Nossa! Isso é fantástico;
� Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
7
-2

Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”;


46
.3

� É repetido duas ou mais vezes quando se quer marcar uma ênfase:


80

Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 metros em 20 segundos!!!


.9
97
-0

RETICÊNCIAS
LA
IE
R

São usadas para:


B
A
G

� Assinalar interrupção do pensamento:


LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: ― Estou ciente de que...


― Pode dizer...;
� Indicar partes suprimidas de um texto:
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois desceu as escadas apressadamente. (Tam-
bém pode ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois desceu as escadas
apressadamente.);
� Para sugerir prolongamento da fala:
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias?
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...;
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� Para indicar hesitação:
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha vergonha;
� Para realçar uma palavra ou expressão, normalmente com outras intenções:
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...!

USO DAS ASPAS

São usadas em citações ou em algum termo que precisa ser destacado no texto. Podem ser
substituídas por itálico ou negrito, que têm a mesma função de destaque.
Usam-se nos seguintes casos:

� Antes e depois de citações:


Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”, afirma Dad Squarisi, 64;
� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaísmos, gírias e expressões populares ou
vulgares, conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna que desejava.
Não gosto de “pavonismos”.
Dê um “up” no seu visual;
� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, às vezes com ironia ou malícia:
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro;
� Para citar nomes de mídias, livros etc.:
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.

COLCHETES

Representam uma variante dos parênteses, porém têm uso mais restrito.
7

Usam-se nos seguintes casos:


-2
46
.3
80

� Para incluir num texto uma observação de natureza elucidativa:


.9

Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os


97

outros”;
-0
LA

� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), a fim de indicar que, por mais estra-
IE

nho ou errado que pareça, o texto original é assim mesmo:


R
B

Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro alugado.” (Machado de Assis);
A
G

� Para indicar os sons da fala, quando se estuda Fonologia:


Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
� Para suprimir parte de um texto (assim como parênteses):
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois desceu as escadas apressadamente.
ou
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois desceu as escadas apressadamente (caso
não preferível segundo as normas da ABNT).

ASTERISCO

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� É colocado à direita e no canto superior de uma palavra do trecho para se fazer uma cita-
ção ou comentário qualquer sobre o termo em uma nota de rodapé:
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo triste acrescido do sufixo -eza*.
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjetivo, o que origina um novo substantivo;
� Quando repetido três vezes, indica uma omissão ou lacuna em um texto, principalmente
em substituição a um substantivo próprio:
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encaminhado aos responsáveis;
� Quando colocado antes e no alto da palavra, representa o vocábulo como uma forma hipo-
tética, isto é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
Ex.: Parecer, do latim *parescere;
� Antes de uma frase para indicar que ela é agramatical, ou seja, uma frase que não respeita
as regras da gramática.
* Edifício elaborou projeto o engenheiro.

USO DA BARRA

A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:

� Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser substituída pela conjunção “ou”:
Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;
� Para indicar inclusão, quando utilizada na separação das conjunções e/ou:
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais e/ou escritos;
� Para indicar itens que possuem algum tipo de relação entre si:
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número (plural/singular).
O carro atingiu os 220 km/h;
� Para separar os versos de poesias, quando escritos seguidamente na mesma linha. São
7

utilizadas duas barras para indicar a separação das estrofes:


-2
46

Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que passa perto,/meu peito é puro deserto./
.3

Subo monte, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noite./Mas a estrela é minha.”
80
.9

Cecília Meireles;
97

� Na escrita abreviada, para indicar que a palavra não foi escrita na sua totalidade:
-0

Ex.: a/c = aos cuidados de;


LA

s/ = sem;
IE
R

� Para separar o numerador do denominador nos números fracionários, substituindo a bar-


B
A

ra da fração:
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: 1/3 = um terço;


� Nas datas:
Ex.: 31/03/1983
� Nos números de telefone:
Ex.: 225 03 50/51/52;
� Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232;
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso;
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua: 45
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Ex.: /s/.

Embora não existam regras muito definidas sobre a existência de espaços antes e depois
da barra oblíqua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singular, masculino/feminino,
sinônimo/antônimo.

ORGANIZAÇÃO SINTÁTICA DAS FRASES: TERMOS E ORAÇÕES

CONCEITOS BÁSICOS DA SINTAXE

Ao selecionar palavras, nós as escolhemos entre os grandes grupos de palavras existentes


na língua, como verbos, substantivos ou adjetivos. Esses são grupos morfológicos. Ao combi-
nar as palavras em frases, nós construímos um painel morfológico.
As palavras normalmente recebem uma dupla classificação: a morfológica, que está rela-
cionada à classe gramatical a que pertence, e a sintática, relacionada à função específica que
assumem em determinada frase.

Frase

Frase é todo enunciado com sentido completo. Pode ser formada por apenas uma palavra
ou por um conjunto de palavras.
Ex.: Fogo!
Silêncio!
“A igreja, com este calor, é fornalha...” (Graciliano Ramos).

Oração
7
-2
46
.3

Enunciado que se estrutura em torno de um verbo (explícito, implícito ou subentendi-


80

do) ou de uma locução verbal. Quanto ao sentido, a oração pode apresentá-lo completo ou
.9
97

incompleto.
-0

Ex.: Você é um dos que se preocupam com a poluição.


LA

“A roda de samba acabou” (Chico Buarque).


IE
R
B
A

Período
G

Período é o enunciado constituído de uma ou mais orações.


Classifica-se em:

� Simples: possui apenas uma oração.


Ex.: O sol surgiu radiante.
Ninguém viu o acidente.
� Composto: possui duas ou mais orações.
Ex.: “Amou daquela vez como se fosse a última.” (Chico Buarque)
46 Chegou em casa e tomou banho.
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PERÍODO SIMPLES – TERMOS DA ORAÇÃO

Os termos que formam o período simples são distribuídos em: essenciais (Sujeito e Predi-
cado), integrantes (complemento verbal, complemento nominal e agente da passiva) e aces-
sórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto).

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

São aqueles indispensáveis para a estrutura básica da oração. Costuma-se associar esses
termos a situações analógicas, como um almoço tradicional brasileiro constituído basica-
mente de arroz e feijão, por exemplo. São eles: sujeito e predicado. Veremos a seguir cada
um deles.

Sujeito

É o elemento que faz ou sofre a ação determinada pelo verbo.


O sujeito pode ser:

� o termo sobre o qual o restante da oração diz algo;


� o elemento que pratica ou recebe a ação expressa pelo verbo;
� o termo que pode ser substituído por um pronome do caso reto;
� o termo com o qual o verbo concorda.
Ex.: A população implorou pela compra da vacina da covid-19.

No exemplo anterior a população é:

z o elemento sobre o qual se declarou algo (implorou pela compra da vacina);


7
-2

z o elemento que pratica a ação de implorar;


46

z o termo com o qual o verbo concorda (o verbo implorar está flexionado na 3ª pessoa do
.3
80

singular);
.9

z o termo que pode ser substituído por um pronome do caso reto.


97
-0

(Ela implorou pela compra da vacina da covid-19.)


LA
IE

Núcleo do Sujeito
R
B
A
G

O núcleo é a palavra base do sujeito. É a principal porque é a respeito dela que o predicado
LÍNGUA PORTUGUESA

diz algo. O núcleo indica a palavra que realmente está exercendo determinada função sintáti-
ca, que atua ou sofre a ação. O núcleo do sujeito apresentará um substantivo, ou uma palavra
com valor de substantivo, ou pronome.

z O sujeito simples contém apenas um núcleo.

Ex.: O povo pediu providências ao governador.


Sujeito: O povo
Núcleo do sujeito: povo
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z Já no sujeito composto, o núcleo será constituído de dois ou mais termos.

As luzes e as cores são bem visíveis.


Sujeito: As luzes e as cores
Núcleo do sujeito: luzes/cores

Dica
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se as expressões interrogativas quem? ou o
quê? antes do verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o outro.
O que iria de um lado para o outro?
Resposta: O pêndulo do relógio (sujeito).

Tipos de Sujeito

Quanto à função na oração, o sujeito classifica-se em:

Simples
DETERMINA-
Composto
DO
Elíptico
Com verbos flexionados na
3ª pessoa do plural
INDETERMI-
NADO Com verbos acompanha-
dos do se (índice de inde-
7

terminação do sujeito)
-2
46

Usado para fenômenos da


.3

INEXISTENTE natureza ou com verbos


80

impessoais
.9
97
-0

z Determinado: quando se identifica a pessoa, o lugar ou o objeto na oração. Classifica-se


LA

em:
IE
R
B
A

„ Simples: quando há apenas um núcleo.


G

Ex.: O [aluguel] da casa é caro.


Núcleo: aluguel
Sujeito simples: O aluguel da casa;
„ Composto: quando há dois núcleos ou mais.
Ex.: Os [sons] e as [cores] ficaram perfeitos.
Núcleos: sons, cores.
Sujeito composto: Os sons e as cores;
„ Elíptico, oculto ou desinencial: quando não aparece na oração, mas é possível de ser
identificado devido à flexão do verbo ao qual se refere.Ex.: Vi o noticiário hoje de manhã.
48 Sujeito: (Eu)
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z Indeterminado: quando não é possível identificar o sujeito na oração, mas ainda sim está pre-
sente. Encontra-se na 3ª pessoa do plural ou representado por um índice de indeterminação do
sujeito, a partícula “se”.

„ Colocando-se o verbo na 3ª pessoa do plural, não se referindo a nenhuma palavra deter-


minada no contexto.

Ex.: Passaram cedo por aqui, hoje.


Entende-se que alguém passou cedo;

„ Colocando-se verbos (intransitivos, transitivos diretos ou de ligação) sem complemento


direto na 3ª pessoa do singular acompanhados do pronome se, pronome que atua como
índice de indeterminação do sujeito.

Ex.: Não se vê com a neblina.


Entende-se que ninguém consegue ver nessa condição.

Sujeito Inexistente ou Oração sem Sujeito

Esse tipo de situação ocorre quando uma oração não tem sujeito mas tem sentido com-
pleto. Os verbos são impessoais e normalmente representam fenômenos da natureza. Pode
ocorrer também o verbo fazer ou haver no sentido de existir.
Geia no Paraná.
Fazia um mês que tinha sumido.
Basta de confusão.
Há dois anos esse restaurante abriu.
7

Classificação do Sujeito Quanto à Voz


-2
46
.3
80

z Voz ativa (sujeito agente)


.9
97
-0

Ex.: Cláudia corta cabelos de terça a sábado.


LA

Nesse caso, o termo “Cláudia” é a pessoa que exerce a ação na frase;


IE
R
B

z Voz passiva sintética (sujeito paciente)


A
G

Ex.: Corta-se cabelo.


LÍNGUA PORTUGUESA

Pode-se ler “Cabelo é cortado”, ou seja, o sujeito “cabelo” sofre uma ação, diferente do
exemplo do item anterior. O “-se” é a partícula apassivadora da oração.

Importante notar que não há preposição entre o verbo e o substantivo. Se houvesse, por
exemplo, “de” no meio da frase, o termo “cabelo” não seria mais sujeito, seria objeto indireto,
um complemento verbal.
Precisa-se de cabelo.
Assim, “de cabelo” seria um complemento verbal, e não um sujeito da oração. Nesse caso,
o sujeito é indeterminado, marcado pelo índice de indeterminação “-se”.
49
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z Voz passiva analítica (sujeito paciente)
Ex.: A minha saia azul está rasgada.
O sujeito está sofrendo uma ação, e não há presença da partícula -se.

Predicado

É o termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito. Apesar de o sujeito e o pre-
dicado serem termos essenciais na oração, há casos em que a oração não possui sujeito. Mas,
se a oração é estruturada em torno de um verbo e ele está contido no predicado, é impossível
existir uma oração sem sujeito.
O predicado pode ser:

z Aquilo que se declara a respeito do sujeito.


Ex.: “A esposa e o amigo seguem sua marcha.” (José de Alencar);
Predicado: seguem sua marcha;
z Uma declaração que não se refere a nenhum sujeito (oração sem sujeito):
Ex.: Chove pouco nesta época do ano;
Predicado: Chove pouco nesta época do ano.

Para determinar o predicado, basta separar o sujeito. Ocorrendo uma oração sem sujeito,
o predicado abrangerá toda a declaração. A presença do verbo é obrigatória, seja de forma
explícita ou implícita:
Ex.: “Nossos bosques têm mais vidas.” (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossos bosques. Predicado: têm mais vida.
Ex.: “Nossa vida mais amores”. (Gonçalves Dias)
Sujeito: Nossa vida. Predicado: mais amores.
7

Classificação do Predicado
-2
46
.3
80

A classificação do predicado depende do significado e do tipo de verbo que apresenta.


.9
97
-0

z Predicado nominal: ocorre quando o núcleo significativo se concentra em um nome (cor-


LA

responde a um predicativo do sujeito).


IE

O verbo deste tipo de oração é sempre de ligação. O predicado nominal tem por núcleo um
R
B

nome (substantivo, adjetivo ou pronome).


A
G

Ex.: “Nossas flores são mais bonitas.” (Murilo Mendes)


Predicado: são mais bonitas.
Ex.: “As estrelas estão cheias de calafrios.” (Olavo Bilac)
Predicado: estão cheias de calafrios.

É importante não confundir:

z Verbo de ligação: quando não exprime uma ação, mas um estado momentâneo ou per-
manente que relaciona o sujeito ao restante do predicado, que é o predicativo do sujeito;

50
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z Predicativo do sujeito: função exercida por substantivo, adjetivo, pronomes e locuções
que atribuem uma condição ou qualidade ao sujeito.

Ex.: O garoto está bastante feliz.

Verbo de ligação: está.

Predicativo do sujeito: bastante feliz.

Ex.: Seu batom é muito forte.

Verbo de ligação: é.

Predicativo do sujeito: muito forte.

Predicado Verbal

Ocorre quando há dois núcleos significativos: um verbo (transitivo ou intransitivo) e um


nome (predicativo do sujeito ou, em caso transitivo, predicativo do objeto). Da natureza des-
se verbo é que decorrem os demais termos do predicado.
O verbo do predicado pode ser classificado em transitivo direto, transitivo indireto,
verbo transitivo direto e indireto ou verbo intransitivo.

z Verbo transitivo direto (VTD): é o verbo que exige um complemento não preposicionado,
o objeto direto.

Ex.: “Fazer sambas lá na vila é um brinquedo.” Noel Rosa


Verbo Transitivo Direto: Fazer.
Ex.: Ele trouxe os livros ontem.
Verbo Transitivo Direto: trouxe;
7
-2
46

z Verbo transitivo indireto (VTI): o verbo transitivo indireto tem como necessidade o com-
.3
80

plemento acompanhado de uma preposição para fazer sentido.


.9
97
-0

Ex.: Nós acreditamos em você.


LA

Verbo transitivo indireto: acreditamos


IE

Preposição: em
R
B
A

Ex.: Frida obedeceu aos seus pais.


G

Verbo transitivo indireto: obedeceu


LÍNGUA PORTUGUESA

Preposição: a (a + os)
Ex.: Os professores concordaram com isso.
Verbo transitivo indireto: concordaram
Preposição: com;

z Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): é o verbo de sentido incompleto que exige dois
complementos: objeto direto (sem preposição) e objeto indireto (com preposição).

Ex.: “Ela contava-lhe anedotas, e pedia-lhe outras.” (Machado de Assis)


Verbo transitivo direto e indireto 1: contava 51
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Objeto direto 1: anedotas
Objeto indireto 1: lhe
Verbo transitivo direto e indireto 2: pedia
Objeto direto 2: outras
Objeto indireto 2: lhe;

z Verbo intransitivo (VI): é aquele capaz de construir sozinho o predicado, que não precisa de
complementos verbais, sem prejudicar o sentido da oração.

Ex.: Escrevia tanto que os dedos adormeciam.

Verbo intransitivo: adormeciam.

Predicado Verbo-Nominal

Ocorre quando há dois núcleos significativos: um verbo nocional (intransitivo ou tran-


sitivo) e um nome (predicativo do sujeito ou, em caso de verbo transitivo, predicativo do
objeto).
Ex.: “O homem parou atento.” (Murilo Mendes)
Verbo intransitivo: parou
Predicativo do sujeito: atento
Repare que no primeiro exemplo o termo “atento” está caracterizando o sujeito “O homem”
e, por isso, é considerado predicativo do sujeito.
Ex.: “Fabiano marchou desorientado.” (Olavo Bilac)
Verbo intransitivo: marchou
Predicativo do sujeito: desorientado
No segundo exemplo, o termo “desorientado” indica um estado do termo “Fabiano”, que
também é sujeito. Temos mais um caso de predicativo do sujeito.
Ex.: “Ptolomeu achou o raciocínio exato.” (Machado de Assis)
7
-2

Verbo transitivo direto: achou


46

Objeto direto: o raciocínio


.3
80

Predicativo do objeto: exato


.9

No terceiro exemplo, o termo “exato” caracteriza um julgamento relacionado ao termo “o


97
-0

raciocínio”, que é o objeto direto dessa oração. Com isso, podemos concluir que temos um caso de
LA

predicativo do objeto, visto que “exato” não se liga a “Ptolomeu”, que é o sujeito.
IE

O que é o predicativo do objeto?


R
B

É o termo que confere uma característica, uma qualidade, ao que se refere.


A
G

A formação do predicativo do objeto se dá por um adjetivo ou por um substantivo.


Ex.: Consideramos o filme proveitoso.
Predicativo do objeto: proveitoso
Ex.: Chamavam-lhe vitoriosa, pelas conquistas.
Predicativo do objeto: vitoriosa
Para facilitar a identificação do predicativo do objeto, o recomendável é desdobrar a ora-
ção, acrescentando-lhe um verbo de ligação, cuja função específica é relacionar o predicativo
ao nome.
O filme foi proveitoso.
Ela era vitoriosa.
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Nessas duas últimas formas, os termos seriam predicativos do sujeito, pois são precedidos
de verbos de ligação (foi e era, respectivamente).

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

São vocábulos que se agregam a determinadas estruturas para torná-las completas. De


acordo com a gramática da língua portuguesa, esses termos são divididos em:

Complementos Verbais

São termos que completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos.

z Objeto direto: revela o alvo da ação. Não é acompanhado de preposição.


Ex.: Examinei o relógio de pulso.
Gostaria de vê-lo no topo do mundo.
O técnico convocou somente os do Brasil. (os = aqueles).

Pronomes e sua Relação com o Objeto Direto

Além dos pronomes oblíquos o(s), a(s) e suas variações lo(s), la(s), no(s), na(s), que quase
sempre exercem função de objeto direto, os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos também
podem exercer essa função sintática.
Ex.: Levou-me à sabedoria esta aula. (= “Levaram quem? A minha pessoa”)
Nunca vos tomeis como grandes personalidades. (= “Nunca tomeis quem? Vós”)
Convidaram-na para o almoço de despedida. (= “Convidaram quem? Ela”)
Depois de terem nos recebido, abriram a caixa. (= “Receberam quem? Nós”)
Os pronomes demonstrativos o, a, os, as podem ser objetos diretos. Normalmente, apare-
7

cem antes do pronome relativo que.


-2
46

Ex.: Escuta o que eu tenho a dizer. (Escuta algo: esse algo é o objeto direto)
.3
80

Observe bem a que ele mostrar. (a = pronome feminino definido)


.9
97
-0

z Objeto direto preposicionado


LA
IE

Mesmo que o verbo transitivo direto não exija preposição no seu complemento, algumas
R
B

palavras requerem o uso da preposição para não perder o sentido de “alvo” do sujeito.
A
G

Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros facultativos.


LÍNGUA PORTUGUESA

Exemplos com Ocorrência Obrigatória de Preposição:

Não entendo nem a ele nem a ti.


Respeitava-se aos mais antigos.
Ali estava o artista a quem nosso amigo idolatrava.
Amavam-se um ao outro.
“Olho Gabriela como a uma criança, e não mulher feita.” (Ciro dos Anjos).

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Exemplos com Ocorrência Facultativa de Preposição:

Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daquele templo.


A escultura atrai a todos os visitantes.
Não admito que coloquem a Sua Excelência num pedestal.
Ao povo ninguém engana.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles.
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “dessa” (preposição de + pronome essa) pre-
cisa estar presente para indicar parte de um todo, quando assim for o contexto de uso. Logo,
a pergunta é se a pessoa bebeu uma porção da água, e não ela toda.

z Objeto direto pleonástico: é a dupla ocorrência dessa função sintática na mesma oração,
a fim de enfatizar um único significado.
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond de Andrade)
z Objeto direto interno: representado por palavra que tem o mesmo radical do verbo ou
apresenta mesmo significado.

Ex.: Riu um riso aterrador.

Dormiu o sono dos justos.

Como diferenciar objeto direto de sujeito?


Já começaram os jogos da seleção. (sujeito)
Ignoraram os jogos da seleção. (objeto direto)
O objeto direto pode ser passado para a voz passiva analítica e se transforma em sujeito.
Os jogos da seleção foram ignorados.
7

z Objeto indireto: É complemento verbal regido de preposição obrigatória, que se liga dire-
-2
46

tamente a verbos transitivos indiretos e diretos. Representa o ser beneficiado ou o alvo de


.3
80

uma ação.
.9
97
-0

Ex.: Por favor, entregue a carta ao proprietário da casa 260.


LA

Gosto de ti, meu nobre.


IE

Não troque o certo pelo duvidoso.


R
B

Vamos insistir em promover o novo romance de ficção.


A
G

z Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais

Pode ser representado pelos seguintes pronomes oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe,
lhes. Os pronomes o, a, os, as não exercerão essa função.
Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim, comigo, te, ti, contigo) podem funcionar
como objeto indireto, já que sempre ocorrem com preposição.
Ex.: Você escreveu esta carta para mim?

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z Objeto indireto pleonástico: Ocorrência repetida dessa função sintática com o objetivo
de enfatizar uma mensagem.

Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.

Complemento Nominal

Completa o sentido de substantivos, adjetivos e advérbios. É uma função sintática regida


de preposição e com objetivo de completar o sentido de nomes. A presença de um comple-
mento nominal nos contextos de uso é fundamental para o esclarecimento do sentido do
nome.
Ex.: Tenho certeza de que tu serás aprovado.
Estou longe de casa e tão perto do paraíso.
Para melhor identificar um complemento nominal, siga a instrução:
Nome + preposição + quem ou quê
Como diferenciar complemento nominal de complemento verbal?
Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração. (complemento verbal, pois “ao meu cora-
ção” liga-se diretamente ao verbo “obedecia”)
Naquela época, a obediência ao meu coração prevalecia. (complemento nominal, pois “ao
meu coração” liga-se diretamente ao nome “obediência”).

Agente da Passiva

É o complemento de um verbo na voz passiva analítica. Sempre é precedido da preposição


por, e, mais raramente, da preposição de.
Forma-se essencialmente pelos verbos auxiliares ser, estar, viver, andar, ficar.
7

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO


-2
46
.3
80

Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes


.9

para compreensão do enunciado porque trazem informações novas. Esses termos são cha-
97
-0

mados acessórios da oração.


LA
IE

Adjunto Adnominal
R
B
A
G

São termos que acompanham o substantivo, núcleo de outra função, para qualificar, quan-
LÍNGUA PORTUGUESA

tificar, especificar o elemento representado pelo substantivo.


Categorias morfológicas que podem funcionar como adjunto adnominal:

z artigos;
z adjetivos;
z numerais;
z pronomes;
z locuções adjetivas.

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Ex.: Aqueles dois antigos soldadinhos de chumbo ficaram esquecidos no quarto.
Iam cheios de si.
Estava conquistando o respeito dos seus.
O novo regulamento originou a revolta dos funcionários.
O doutor possuía mil lembranças de suas viagens.

z Pronomes oblíquos átonos e a função de ajunto adnominal: os pronomes me, te, lhe, nos,
vos, lhes exercem essa função sintática quando assumem valor de pronomes possessivos.

Ex.: Puxaram-me o cabelo (Puxam meu cabelo).

z Como diferenciar adjunto adnominal de complemento nominal?

Quando o adjunto adnominal for representado por uma locução adjetiva, ele pode ser con-
fundido com complemento nominal. Para diferenciá-los, siga a dica:

„ Será adjunto adnominal: se o substantivo ao qual se liga for concreto.


Ex.: A casa da idosa desapareceu.
Se indicar posse ou o agente daquilo que expressa o substantivo abstrato.
Ex.: A preferência do grupo não foi respeitada;
„ Será complemento nominal: se indicar o alvo daquilo que expressa o substantivo.
Ex.: A preferência pelos novos alojamentos não foi respeitada.
Notava-se o amor pelo seu trabalho.
Se vier ligado a um adjetivo ou a um advérbio:
Ex.: Manteve-se firme em seus objetivos.

Adjunto Adverbial
7
-2
46

Termo representado por advérbios, locuções adverbiais ou adjetivos com valor adverbial.
.3
80

Relaciona-se ao verbo ou a toda oração para indicar variadas circunstâncias.


.9
97
-0

z Tempo: Quero que ele venha logo;


LA

z Lugar: A dança alegre se espalhou na avenida;


IE

z Modo: O dia começou alegremente;


R
B

z Intensidade: Almoçou pouco;


A
G

z Causa: Ela tremia de frio;


z Companhia: Venha jantar comigo;
z Instrumento: Com a máquina, conseguiu lavar as roupas;
z Dúvida: Talvez ele chegue mais cedo;
z Finalidade: Vivia para o trabalho;
z Meio: Viajou de avião devido à rapidez;
z Assunto: Falávamos sobre o aluguel;
z Negação: Não permitirei que permaneça aqui;
z Afirmação: Sairia sim naquela manhã;
z Origem: Descendia de nobres.
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Não confunda!
Para conseguir distinguir adjunto adverbial de adjunto adnominal, basta saber se o ter-
mo relacionado ao adjunto é um verbo ou um nome, mesmo que o sentido seja parecido.
Ex.: Descendência de nobres. (O “de nobres” aqui é um adjunto adnominal)
Descendia de nobres. (O “de nobres” aqui é um adjunto adverbial)

Aposto

Estruturas relacionadas a substantivos, pronomes ou orações. O aposto tem como propósi-


to explicar, identificar, esclarecer, especificar, comentar ou apontar algo, alguém ou um fato.
Ex.: Renata, filha de D. Raimunda, comprou uma bicicleta.
Aposto: filha de D. Raimunda
Ex.: O escritor Machado de Assis escreveu grandes obras.
Aposto: Machado de Assis.
Classifica-se nas seguintes categorias:

z Explicativo: usado para explicar o termo anterior. Separa-se do substantivo a que se refe-
re por uma pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou dois-pontos.
Ex.: As filhas gêmeas de Ana, que aniversariaram ontem, acabaram de voltar de férias.
Jéssica, uma ótima pessoa, conseguiu apoio de todos;
� Enumerativo: usado para desenvolver ideias que foram resumidas ou abreviadas em um
termo anterior. Mostra os elementos contidos em um só termo.
Ex.: Víamos somente isto: vales, montanhas e riachos.
Apenas três coisas me tiravam do sério, a saber, preconceito, antipatia e arrogância;
z Recapitulativo ou resumidor: é o termo usado para resumir termos anteriores. É expres-
so, normalmente, por um pronome indefinido.
7

Ex.: Os professores, coordenadores, alunos, todos estavam empolgados com a feira.


-2
46

Irei a Moçambique, Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, países africanos onde se fala
.3

português;
80
.9
97

� Comparativo: estabelece uma comparação implícita.


-0
LA

Ex.: Meu coração, uma nau ao vento, está sem rumo;


IE
R
B

� Circunstancial: exprime uma característica circunstancial.


A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: No inverno, busquemos sair com roupas apropriadas;

� Especificativo: é o aposto que aparece junto a um substantivo de sentido genérico, sem


pausa, para especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por substantivos próprios.

Exs.: O mês de abril.

O rio Amazonas.

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Meu primo José;
z Aposto da oração: é um comentário sobre o fato expresso pela oração, ou uma palavra que
condensa.

Ex.: Após a notícia, ficou calado, sinal de sua preocupação.


O noticiário disse que amanhã fará muito calor – ideia que não me agrada;

� Distributivo: dispõe os elementos equitativamente.

Ex.: Separe duas folhas: uma para o texto e outra para as perguntas.
Sua presença era inesperada, o que causou surpresa.

Dica
�O aposto pode aparecer antes do termo a que se refere, normalmente antes do sujeito.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Senna marcou uma geração.
� Segundo o gramático Cegalla, quando o aposto se refere a um termo preposicionado,
pode ele vir igualmente preposicionado.
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de tudo ele tinha medo.
� O aposto pode ter núcleo adjetivo ou adverbial.
Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias e curvas. (adjetivos, apostos do predicativo do sujeito)
Falou comigo deste modo: calma e maliciosamente. (advérbios, aposto do adjunto adver-
bial de modo).

z Diferença de aposto especificativo e adjunto adnominal: normalmente, é possível reti-


rar a preposição que precede o aposto. Caso seja um adjunto, se for retirada a preposição,
a estrutura fica prejudicada.
7
-2

Ex.: A cidade Fortaleza é quente.


46

(aposto especificativo / Fortaleza é uma cidade)


.3

O clima de Fortaleza é quente.


80

(adjunto adnominal / Fortaleza é um clima?);


.9
97
-0

z Diferença de aposto e predicativo do sujeito: o aposto não pode ser um adjetivo nem ter
LA

núcleo adjetivo.
IE
R
B

Ex.: Muito desesperado, João perdeu o controle.


A

(predicativo do sujeito; núcleo: desesperado – adjetivo)


G

Homem desesperado, João sempre perde o controle.

(aposto; núcleo: homem – substantivo).

Vocativo

O vocativo é um termo que não mantém relação sintática com outro termo dentro da
oração. Não pertence nem ao sujeito, nem ao predicado. É usado para chamar ou interpelar
a pessoa que o enunciador deseja se comunicar. É um termo independente, pois não faz
parte da estrutura da oração.
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Ex.: Recepcionista, por favor, agende minha consulta.
Ela te diz isso desde ontem, Fábio.

z Para distinguir vocativo de aposto: o vocativo não se relaciona sintaticamente com


nenhum outro termo da oração.

Ex.: Lufe, faz um almoço gostoso para as crianças.


O aposto se relaciona sintaticamente com outro termo da oração.
A cozinha de Lufe, cozinheiro da família, é impecável.
Sujeito: a cozinha de Lufe.

Aposto: cozinheiro da família (relaciona-se ao sujeito).

PERÍODO COMPOSTO

Observe os exemplos a seguir:


A apostila de Português está completa.
Um verbo: Uma oração = período simples
Português e Matemática são disciplinas essenciais para ser aprovado em concursos.
Dois verbos: duas orações = período composto

O período composto é formado por duas ou mais orações. Num parágrafo, podem aparecer
misturado períodos simples e período compostos.

PERÍODO SIMPLES PERÍODO COMPOSTO


Era dia de eleição O povo levantou-se cedo para evitar aglomeração

Para não esquecer:


Período simples é aquele formado por uma só oração.
Período composto é aquele formado por duas ou mais orações.
7
-2

Classifica-se nas seguintes categorias:


46
.3
80

z Por coordenação: orações coordenadas assindéticas;


.9
97
-0

„ Orações coordenadas sindéticas: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas,


LA

explicativas.
IE
R
B
A

z Por subordinação:
G

LÍNGUA PORTUGUESA

„ Orações subordinadas substantivas: subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas,


completivas nominais, predicativas, apositivas;
„ Orações subordinadas adjetivas: restritivas, explicativas;
„ Orações subordinadas adverbiais: causais, comparativas, concessivas, condicionais, con-
formativas, consecutivas, finais, proporcionais, temporais.

z Por coordenação e subordinação: orações formadas por períodos mistos;


z Orações reduzidas: de gerúndio e de infinitivo.

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PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

As orações são sintaticamente independentes. Isso significa que uma não possui relação
sintática com verbos, nomes ou pronomes das demais orações no período.
Ex.: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” (Fernando Pessoa)
Oração coordenada 1: Deus quer
Oração coordenada 2: o homem sonha
Oração coordenada 3: a obra nasce.
Ex.: “Subi devagarinho, colei o ouvido à porta da sala de Damasceno, mas nada ouvi.” (M.
de Assis)
Oração coordenada assindética: Subi devagarinho
Oração coordenada assindética: colei o ouvido à porta da sala de Damasceno
Oração coordenada sindética: mas nada ouvi
Conjunção adversativa: mas nada

Orações Coordenadas Sindéticas

As orações coordenadas podem aparecer ligadas às outras através de um conectivo (elo),


ou seja, através de um síndeto, de uma conjunção, por isso o nome sindética. Veremos agora
cada uma delas:

z Aditivas: exprimem ideia de sucessibilidade ou simultaneidade.

Conjunções constitutivas: e, nem, mas, mas também, mas ainda, bem como, como também, senão também,
que (= e).
Ex.: Pedro casou-se e teve quatro filhos.
Os convidados não compareceram nem explicaram o motivo;

z Adversativas: exprimem ideia de oposição, contraste ou ressalva em relação ao fato


7
-2
46

anterior.
.3
80

Conjunções constitutivas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, não obstante, ao
.9

passo que, apesar disso, em todo caso.


97

Ex.: Ele é rico, mas não paga as dívidas.


-0

“A morte é dura, porém longe da pátria é dupla a morte.” (Laurindo Rabelo);


LA
IE
R

z Alternativas: exprimem fatos que se alternam ou se excluem.


B
A
G

Conjunções constitutivas: (ou), (ou ... ou), (ora ... ora), (que ... quer), (seja ... seja), (já ... já), (talvez ... talvez).
Ex.: Ora responde, ora fica calado.
Você quer suco de laranja ou refrigerante?

z Conclusivas: exprimem uma conclusão lógica sobre um raciocínio.

Conjunções constitutivas: logo, portanto, por conseguinte, pois isso, pois (o “pois” sem ser no início de frase).
Ex.: Estou recuperada, portanto viajarei próxima semana.
“Era domingo; eu nada tinha, pois, a fazer.” (Paulo Mendes Campos);

z Explicativas: justificam uma opinião ou ordem expressa. Conjunções constitutivas: que,


60 porque, porquanto, pois.
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Ex.: Vamos dormir, que é tarde. (o “que” equivale a “pois”)

Vamos almoçar de novo porque ainda estamos com fome.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Formado por orações sintaticamente dependentes, considerando a função sintática em


relação a um verbo, nome ou pronome de outra oração.
Tipos de orações subordinadas:

z substantivas;
z adjetivas;
z adverbiais.

Orações Subordinadas Substantivas

São classificadas nas seguintes categorias:

z Orações subordinadas substantivas conectivas: são introduzidas pelas conjunções


subordinativas integrantes que e se.

Ex.: Dizem que haverá novos aumentos de impostos.


Não sei se poderei sair hoje à noite;

z Orações subordinadas substantivas justapostas: introduzidas por advérbios ou prono-


mes interrogativos (onde, como, quando, quanto, quem etc.);
z Ex.: Ignora-se onde eles esconderam as joias roubadas.
7
-2

Não sei quem lhe disse tamanha mentira;


46
.3
80

z Orações subordinadas substantivas reduzidas: não são introduzidas por conectivo, e o


.9
97

verbo fica no infinitivo.


-0
LA

Ex.: Ele afirmou desconhecer estas regras;


IE
R
B

z Orações subordinadas substantivas subjetivas: exercem a função de sujeito. O verbo


A
G

da oração principal deve vir na voz ativa, passiva analítica ou sintética. Em 3ª pessoa do
LÍNGUA PORTUGUESA

singular, sem se referir a nenhum termo na oração.

Ex.: Foi importante o seu regresso. (sujeito)


Foi importante que você regressasse. (sujeito oracional) (or. sub. subst. subje.);

z Orações subordinadas substantivas objetivas diretas: exercem a função de objeto


direto de um verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto da oração principal.

Ex.: Desejo o seu regresso. (OD)


Desejo que você regresse. (OD oracional) (or. sub. subst. obj. dir.);
61
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z Orações subordinadas substantivas completivas nominais: exercem a função de com-
plemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal.

Ex.: Tenho necessidade de seu apoio. (complemento nominal)


Tenho necessidade de que você me apoie. (complemento nominal oracional) (or. sub. subst. compl. nom.);

z Orações subordinadas substantivas predicativas: funcionam como predicativos do


sujeito da oração principal. Sempre figuram após o verbo de ligação ser.

Ex.: Meu desejo é a sua felicidade. (predicativo do sujeito)


Meu desejo é que você seja feliz. (predicativo do sujeito oracional) (or. sub. subst. predic.);

z Orações subordinadas substantivas apositivas: funcionam como aposto. Geralmente


vêm depois de dois-pontos ou entre vírgulas.

Ex.: Só quero uma coisa: a sua volta imediata. (aposto)


Só quero uma coisa: que você volte imediatamente. (aposto oracional) (or. sub. aposi.);

Orações Subordinadas Adjetivas

Desempenham função de adjetivo (adjunto adnominal ou, mais raramente, aposto expli-
cativo). São introduzidas por pronomes relativos (que, o qual, a qual, os quais, as quais,
cujo, cuja, cujos, cujas etc.) As orações subordinadas adjetivas classificam-se em: explicati-
vas e restritivas.

z Orações subordinadas adjetivas explicativas: não limitam o termo antecedente, e sim


acrescentam uma explicação sobre o termo antecedente. São consideradas termo acessó-
rio no período, podendo ser suprimidas. Sempre aparecem isoladas por vírgulas.
7

Ex.: Minha mãe, que é apaixonada por bichos, cria trinta gatos;
-2
46
.3
80

z Orações subordinadas adjetivas restritivas: especificam ou limitam a significação do


.9

termo antecedente, acrescentando-lhe um elemento indispensável ao sentido. Não são iso-


97

ladas por vírgulas.


-0
LA
IE

Ex.: A doença que surgiu recentemente ainda é incurável;


R
B
A

Dica
G

Como diferenciar as orações subordinadas adjetivas restritivas das orações subordinadas


adjetivas explicativas?
Ele visitará o irmão que mora em Recife.
(restritiva, pois ele tem mais de um irmão e vai visitar apenas o que mora em Recife)
Ele visitará o irmão, que mora em Recife.
(explicativa, pois ele tem apenas um irmão que mora em Recife)

Orações Subordinadas Adverbiais

62
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Exprimem uma circunstância relativa a um fato expresso em outra oração. Têm função de
adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes)
e se enquadram nos seguintes grupos:

� Orações subordinadas adverbiais causais: são introduzidas por: como, já que, uma vez
que, porque, visto que etc.
Ex.: Caminhamos o restante do caminho a pé porque ficamos sem gasolina;
� Orações subordinadas adverbiais comparativas: são introduzidas por: como, assim
como, tal qual, como, mais etc.
Ex.: A cerveja nacional é menos concentrada (do) que a importada;
� Orações subordinadas adverbiais concessivas: indica certo obstáculo em relação ao
fato expresso na outra oração, sem, contudo, impedi-lo. São introduzidas por: embora,
ainda que, mesmo que, por mais que, se bem que etc.
Ex.: Mesmo que chova, iremos à praia amanhã;
� Orações subordinadas adverbiais condicionais: são introduzidas por: se, caso, desde
que, salvo se, contanto que, a menos que etc.
Ex.: Você terá sucesso desde que se esforce para tal;
� Orações subordinadas adverbiais conformativas: são introduzidas por: como, confor-
me, segundo, consoante.
Ex.: Ele deverá agir conforme combinamos;
� Orações subordinadas adverbiais consecutivas: são introduzidas por: que (precedido
na oração anterior de termos intensivos como tão, tanto, tamanho etc.) de sorte que, de
modo que, de forma que, sem que.
Ex.: A garota riu tanto, que se engasgou;
“Achei as rosas mais belas do que nunca, e tão perfumadas que me estontearam.” (Cecília
Meireles);
� Orações subordinadas adverbiais finais: indicam um objetivo a ser alcançado. São intro-
7

duzidas por: para que, a fim de que, porque e que (= para que)
-2
46

Ex.: O pai sempre trabalhou para que os filhos tivessem bom estudo;
.3

� Orações subordinadas adverbiais proporcionais: são introduzidas por: à medida que, à


80
.9

proporção que, quanto mais, quanto menos etc.


97

Ex.: Quanto mais ouço essa música, mas a aprecio;


-0

� Orações subordinadas adverbiais temporais: são introduzidas por: quando, enquanto,


LA

logo que, depois que, assim que, sempre que, cada vez que, agora que etc.
IE
R

Ex.: Assim que você sair, feche a porta, por favor.


B
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Para separar as orações de um período composto, é necessário atentar-se para dois ele-
mentos fundamentais: os verbos (ou locuções verbais) e os conectivos (conjunções ou
pronomes relativos). Após assinalar esses elementos, deve-se contar quantas orações ele
representa, a partir da quantidade de verbos ou locuções verbais. Exs.:
[“A recordação de uns simples olhos basta] – 1ª oração
[para fixar outros] – 2ª oração
[que os rodeiam] – 3ª oração
[e se deleitem com a imaginação deles]. – 4ª oração (M. de Assis)
Nesse período, a 2ª oração subordina-se ao verbo basta, pertencente à 1ª (oração principal).
63
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A 3ª e a 4ª são orações coordenadas entre si, porém ambas dependentes do pronome
outros, da 2ª oração.

Orações Reduzidas

z Apresentam o mesmo verbo em uma das formas nominais (gerúndio, particípio e infinitivo);
z As que são substantivas e adverbiais: nunca são iniciadas por conjunções;
z As que são adjetivas: nunca podem ser iniciadas por pronomes relativos;
z Podem ser reescritas (desenvolvidas) com esses conectivos;
z Podem ser iniciadas por preposição ou locução prepositiva.
Ex.: Terminada a prova, fomos ao restaurante.
O. S. Adv. reduzida de particípio: não começa com conjunção.
Ex.: Quando terminou a prova, fomos ao restaurante. (desenvolvida).
O. S. Adv. Desenvolvida: começa com conjunção.

Orações Reduzidas de Infinitivo

Podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. Se o infinitivo for pessoal, irá flexionar
normalmente.

z Substantivas: Ex.: É preciso trabalhar muito. (O. S. substantiva subjetiva reduzida de


infinitivo)

Deixe o aluno pensar. (O. S. substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo)


A melhor política é ser honesto. (O. S. substantiva predicativa reduzida de infinitivo)
Este é um difícil livro de se ler. (O. S. substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo)
Temos uma missão: subir aquela escada. (O. S. substantiva apositiva reduzida de infinitivo);
7

z Adjetivas: Ex.: João não é homem de meter os pés pelas mãos.


-2
46
.3

O meu manual para fazer bolos certamente vai agradar a todos;


80
.9
97

z Adverbiais: Ex.: Apesar de estar machucado, continua jogando bola.


-0
LA

Sem estudar, não passarão.


IE

Ele passou mal, de tanto comer doces.


R
B
A
G

Orações Reduzidas de Gerúndio

Podem ser coordenadas aditivas, substantivas apositivas, adjetivas, adverbiais.

z Coordenada aditiva: Ex.: Pagou a conta, ficando livre dos juros;


z Substantiva apositiva: Ex.: Não mais se vê amigo ajudando um ao outro. (subjetiva)
z Agora ouvimos artistas cantando no shopping. (objetiva direta);
z Adjetiva: Ex.: Criança pedindo esmola dói o coração;
z Adverbial: Ex.: Temendo a reação do pai, não contou a verdade.

64
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Orações Reduzidas de Particípio

Podem ser adjetivas ou adverbiais.

� Adjetiva: Ex.: A notícia divulgada pela mídia era falsa.


Nosso planeta, ameaçado constantemente por nós mesmos, ainda resiste;
� Adverbiais: Ex.: Aceitas as condições, não haveria problemas. (condicional)
Dada a notícia da herança, as brigas começaram. (causal/temporal)
Comprada a casa, a família se mudou logo. (temporal).

O particípio concorda em gênero e número com os termos referentes.


Essas orações reduzidas adverbiais são bem frequentes em provas de concurso.

Períodos Mistos

São períodos que apresentam estruturas oracionais de coordenação e subordinação.


Assim, às vezes aparecem orações coordenadas dentro de um conjunto de orações que são
subordinadas a uma oração principal.

1ª oração 2ª oração 3ª oração


O homem entrou na sala e pediu que todos calassem.
verbo verbo verbo

1ª oração: oração coordenada assindética.


2ª oração: oração coordenada sindética aditiva em relação à 1ª oração e principal em relação à
3ª oração.
7

3ª oração: coordenada substantiva objetiva direta em relação à 2ª oração.


-2
46

Resumindo: período composto por coordenação e subordinação.


.3

As orações subordinadas são coordenadas entre si, ligadas ou não por conjunção.
80
.9
97

z Orações subordinadas substantivas coordenadas entre si


-0

Ex.: Espero que você não me culpe, que não culpe meus pais, nem que culpe meus parentes.
LA
IE

Oração principal: Espero.


R

Oração coordenada 1: que você não me culpe.


B
A

Oração coordenada 2: que não culpe meus pais.


G

LÍNGUA PORTUGUESA

Oração coordenada 3: nem que culpe meus parentes.

Importante!
O segredo para classificar as orações é perceber os conectivos (conjunções e pronomes
relativos).

� Orações subordinadas adjetivas coordenadas entre si


Ex.: A mulher que é compreensiva, mas que é cautelosa, não faz tudo sozinha.
Oração subordinada adjetiva 1: que é compreensiva 65
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Oração subordinada adjetiva 2: mas que é cautelosa;
� Orações subordinadas adverbiais coordenadas entre si
Ex.: Não só quando estou presente, mas também quando não estou, sou discriminado.
Oração subordinada adverbial 1: quando estou presente
Oração subordinada adverbial 2: quando não estou;
� Orações coordenadas ou subordinadas no mesmo período
Ex.: Presume-se que as penitenciárias cumpram seu papel, no entanto a realidade não é
assim.
Oração principal: Presume-se
Oração subordinada subjetiva da principal: as penitenciárias cumpram seu papel
Oração coordenada sindética adversativa da anterior: no entanto a realidade não é assim.

ORDEM DIRETA E INVERSA

Compreender as propriedades de organização sintática de determinada língua é essencial


para que seus usuários possam estabelecer uma comunicação efetiva. No caso da língua por-
tuguesa, tal organização se dá de maneira direta ou inversa.
Neste tópico, trataremos sobre esses dois formatos de organização de sentenças, visando
compreender os efeitos de sentido produzidos em cada um.

ORDEM DIRETA

Um dos formatos de organização sintática possíveis na nossa língua é conhecido por ordem
direta. Tal ordenação foi descrita a seguir:
7

Sujeito — Verbo — Complementos — Adjunto Adverbial


-2
46
.3
80

z Exemplo:
.9
97
-0

Verbo Adj. Adverbial


LA

A chuva provocou enchentes hoje.


IE

Sujeito Complemento (Objeto Direto)


R
B
A
G

Em geral, os usuários elaboram seus enunciados, seguindo esse parâmetro de ordem voca-
bular, de modo involuntário e natural.

ORDEM INVERSA

Embora a ordem direta seja considerada padrão e, portanto, “mais correta”, elaborar
enunciados que apresentam os termos em ordem diferente constitui um recurso bastante
eficaz da língua. Ao modificar a estrutura “Sujeito — Verbo — Complementos — Adj. Adver-
bial”, apresentando, pois, uma sentença em ordem inversa, enfatiza-se determinado termo.
Vejamos os exemplos a seguir:
66
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z Ordem Direta

Verbo
O jornalista faleceu em São Paulo.
Sujeito Adj. Adverbial

z Ordem Inversa

Adj. Adverbial
Faleceu, em São Paulo, o jornalista.
Verbo Sujeito

Note que o verbo foi colocado na primeira posição, para receber destaque, ou seja, a ênfa-
se está no verbo falecer.
A ordem inversa pode ser usada para:

z Mudar a intenção do discurso. Ex.:

„ “Certo homem” = um homem qualquer;


„ “Homem certo” = um homem específico e certo dentro de um contexto.

z Enfatizar uma característica:

„ “A bela mulher” = ressalta-se a beleza da mulher;


„ “Uma mulher bela” = o adjetivo bela caracteriza o substantivo mulher, mas não possui
tanto enfoque quanto no exemplo anterior.

z Enfatizar um termo:
7
-2
46

„ “Iremos à praia amanhã”. = o destaque está no verbo iremos.


.3

„ “Amanhã, iremos à praia.” = ressalta-se o adj. adverbial de tempo amanhã.


80
.9
97
-0
LA

TIPOS DE DISCURSO
IE
R
B
A

Nos textos narrativos, existem dois tipos de discurso que podem ser utilizados ao tratar de
G

diálogos ou “falas” dos personagens. São eles o discurso direto e o discurso indireto, explica-
LÍNGUA PORTUGUESA

remos as características de cada um a seguir.

DISCURSO DIRETO

É a reprodução exata ou literal da fala das personagens, sem participação do narrador. Ele
é bastante comum em muitos textos exatamente por transcrever literalmente as palavras do
outro, além disso, aproxima o leitor da história.
Características:

67
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z Introduzido por um verbo de elocução;
z Usa dois-pontos;
z Há mudança de linha para um novo parágrafo;
z É iniciado por um travessão, que indica a mudança da voz do narrador para a voz da
personagem;
z O discurso em si está na primeira pessoa do discurso (eu/nós).

Importante!

Cabe relembrar aqui o que são e quais são os verbos de elocução.


Os verbos de elocução são aqueles que introduzem as falas dos personagens.
Os principais são:
Falar, contar, destacar, ressaltar, dizer, afirmar, perguntar, declarar, indagar e questionar.

DISCURSO INDIRETO

Neste discurso, o narrador traz, em suas palavras, as falas das personagens.


Características:

z É introduzido por um verbo de elocução;


z Logo após há um termo (geralmente “que”), que mostra a mudança da voz do narrador
para a mensagem da personagem;
z Não há mudança de linha ou de parágrafo, o texto corrido;
z O discurso em si está na terceira pessoa do discurso (ele, ela, eles, elas).

MUDANÇA ENTRE OS DISCURSOS

Em questões de concurso, geralmente é abordada a mudança de um discurso para o outro.


7
-2

Seja do direto para o indireto ou do indireto para o direto, há mudanças principalmente nos
46
.3

verbos, e elas devem ser observadas para manter a correção gramatical.


80
.9
97

Passagem de Discurso Direto para Discurso Indireto


-0
LA

No caso da passagem do discurso direto para o discurso indireto, é necessário acrescentar


IE

informações como um pronome ou o nome do autor da mensagem e mudar o tempo verbal.


R
B

Além disso, são eliminadas as pontuações como travessão e dois-pontos, já que o texto é
A
G

corrido.
Por exemplo:
Discurso direto: João afirmou:
— Comecei minha faculdade na semana passada.
Discurso indireto: João afirmou que começou sua faculdade na semana anterior.
Discurso direto: Luna e Ana disseram:
— Nós viajaremos amanhã.
Discurso indireto: Elas disseram que viajariam no dia seguinte.

68
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As mudanças ocorrem em diversos aspectos, como destacaremos a seguir:4

z Mudança das pessoas do discurso

DISCURSO DIRETO MUDANÇA DISCURSO INDIRETO


1ª pessoa passa para 3ª pessoa
pronomes (eu, nós) passam para pronomes (ele, ela, eles, elas)
pronomes (ele, ela, eles, elas,
pronomes (me, mim, comigo,
passam para lhe, lhes, se, si, consigo, o, os,
nos, conosco)
a, as)
pronomes (meu, meus, minha,
pronomes (seu, seus, sua e
minhas, nosso, nossos, nossa, passam para
suas)
nossas)

z Mudança nos tempos verbais

DISCURSO DIRETO MUDANÇA DISCURSO INDIRETO


pretérito imperfeito do
presente do indicativo passa para
indicativo
pretérito mais-que-perfeito do
pretérito perfeito do indicativo passa para
indicativo
futuro do presente do futuro do pretérito do
passa para
indicativo indicativo
pretérito imperfeito do
presente do subjuntivo passa para
subjuntivo
pretérito imperfeito do
futuro do subjuntivo passa para
subjuntivo
pretérito imperfeito do
imperativo passa para
subjuntivo
7
-2

z Mudança na pontuação das frases


46
.3
80

DISCURSO DIRETO MUDANÇA DISCURSO INDIRETO


.9
97

frases interrogativas (?) passam para frases declarativas (.)


-0

frases exclamativas (!) passam para frases declarativas (.)


LA

frases imperativas (! ou .) passam para frases declarativas (.)


IE
R
B
A

z Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais


G

LÍNGUA PORTUGUESA

DISCURSO DIRETO MUDANÇA DISCURSO INDIRETO


ontem passa para no dia anterior
hoje passa para naquele dia
agora passa para naquele momento
amanhã passa para no dia seguinte
aqui, aí, cá passam para ali, lá
este, esta, isto passam para aquele, aquela, aquilo

4 NEVES, F. Discurso direto e indireto. Norma Culta, 2022. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/discurso-
-direto-e-indireto/. Acesso em: 28 mar. 2022. 69
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DISCURSO INDIRETO LIVRE

Para finalizar, é importante mencionar o discurso indireto livre, que é mais dinâmico.
Nele, as falas das personagens (na 1ª pessoa) estão inseridas dentro do discurso do narrador
(na 3ª pessoa). Ou seja, há uma mistura dos dois tipos anteriores. Neste tipo, nem sempre há
o uso dos verbos de elocução.
Esse tipo de discurso não apresenta uma estrutura fixa, mas também não há indício da
introdução das falas das personagens no texto.
Não é muito indicado porque as duas vozes são confundidas dentro da narração, já que
ele funciona como se o narrador assumisse o papel do personagem, mostrando o seu ponto
de vista.

Exemplo de Discurso Indireto Livre

Juliana estava revoltada com o namorado e com a briga que tiveram. Como Paulo foi capaz
de falar aquelas coisas? Quem é que ele pensa que é?

REGISTROS DE LINGUAGEM

A língua não é uma, ou seja, não é indivisível; ela pode ser considerada um conjunto de dia-
letos. Alguém já disse que em país algum se fala uma língua só, há várias línguas dentro da lín-
gua oficial. E no Brasil não é diferente: pode-se até afirmar que cada cidadão tem a sua. A essa
característica da língua damos o nome de variação linguística. De forma sintética, podemos
dividir de duas formas a língua “brasileira”: padrão formal e padrão informal; cada um desses
tipos apresenta suas peculiaridades e espécies derivadas. Vejamos:

NORMA CULTA
7
-2
46

A norma culta da língua portuguesa é estabelecida pelos padrões definidos conforme a


.3
80

classe social mais abastada, detentora de poder político e cultural. As pessoas cujo padrão
.9
97

social lhe permite gozar de privilégios na sociedade têm o poder de ditar, inclusive, as regras
-0

da língua, direcionando o que é considerado permitido e aquilo que não é.


LA
IE

NORMA PADRÃO
R
B
A
G

A norma padrão diz respeito às regras organizadas nas gramáticas, estabelecendo um con-
junto de regras e preceitos que devem ser respeitados na utilização da língua. Essa norma
apresenta um caráter mais abstrato, tendo em vista que também considera fatores sociais,
como a norma culta.

LÍNGUA FORMAL

A língua formal não está, diretamente, associada a padrões sociais; embora saibamos que
a influência social exerce grande poder na língua, a língua formal busca formalizar em regras
e padrões as suas normas a fim de estabelecer um preceito mais concreto sobre a linguagem.
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PADRÃO INFORMAL

Coloquialismo

Diz respeito a qualquer traço de linguagem (fonético, lexical, morfológico, sintático ou


semântico) que apresenta formas informais no falar e/ou escrever.

Oralidade

A oralidade marca as maneiras informais de se comunicar. Tais formas não são reconhe-
cidas pela norma formal, e, por isso, são chamadas de registros orais ou coloquiais, embora
nem sempre sejam realizados apenas pela linguagem oral.

Linguagem Coloquial

A linguagem coloquial marca formas fora do padrão estabelecido pela gramática. Como
sabemos, existem alguns tipos de variação linguística; dentre elas, as mais comuns em provas
de concurso são:

z Variação diatópica ou geográfica

A variação diatópica pode ocorrer com sons diferentes. Quando isso acontece, dizemos que
ocorreu uma variação diatópica fonética, já que fonética significa aquilo que diz respeito aos
sons da fala. Temos também o exemplo das variações que ocorrem em diversas partes do país.
Em Curitiba, PR, os jovens chamam de penal o estojo escolar para guardar canetas e lápis; no
Nordeste, é comum usarem a palavra cheiro para representar um carinho feito em alguém. O
que em outras regiões se chamaria de beijinho. Macaxeira, no Norte e no Nordeste, é a man-
7
-2

dioca ou o aipim. Essa variação denominamos diatópica lexical, já que lexical significa algo
46

relativo ao vocabulário.
.3
80
.9

z Variação diastrática ou sociocultural


97
-0
LA

A variação diastrática, como também ocorre com a diatópica, pode ser fonética, lexical
IE

e sintática, dependendo do que seja modificado pelo falar do indivíduo: falar adevogado,
R
B

pineu, bicicreta, é exemplo de variação diastrática fonética. Usar “presunto” no lugar de


A
G

corpo de pessoa assassinada é variação diastrática lexical. E falar “Houveram menas per-
LÍNGUA PORTUGUESA

cas” no lugar de “Houve menos perdas” é variação diastrática sintática.

z Variação diafásica ou estilística

A variação diafásica, como ocorreu com a diatópica e com a diastrática, pode ser também
fonética, lexical e sintática. Dizer “veio”, com o e aberto, não por morar em determinado
lugar nem porque todos de sua camada social usem, é usar a variação diafásica fonética.
Um padre, em um momento de descontração, brincando com alguém, dizer “presunto” para
representar o “corpo de pessoa assassinada”, usa a variação diafásica lexical. E, finalmente,
71
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um advogado dizer “Encontrei ele”, também em momento de descontração, no lugar de
“Encontrei-o” é usar a variação diafásica sintática.

VARIAÇÃO DIAFÁSICA
Mudança no som, como veio (pronúncia com E
Diafásica fonética aberto) e more (pronúncia com E fechado, asse-
melhando-se quase a pronúncia de i)
Ocorre em contextos de informalidade, em que há
Diafásica lexical mais liberdade para usar gírias e expressões lexi-
cais diferentes
Ocorre com a alteração dos elementos sintáti-
Diafásica sintática
cos, ocasionando erros

z Variação diacrônica

Diz respeito à mudança de forma e/ou sentido estabelecido em algumas palavras ao longo
dos anos. Podemos citar alguns exemplos comuns, como as palavras Pharmácia – Farmácia;
Vossa Mercê – Você. Além dessas, a variação diacrônica também marca a presença de gírias
comuns em determinadas épocas, como broto, chocante, carango etc.

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA

Tem como objetivo transmitir sentimentos, emoções e objetividades do emissor. O uso de


verbos na primeira pessoa do singular evidencia seu mundo interior; também é comum o
uso de interjeições, reticências, ponto de exclamação e interrogação para reforçar a expres-
7
-2
46

sividade do emissor. Essa função é comum em poemas, diários, conversas cotidianas e narra-
.3

tivas de teor romântico ou dramático.


80
.9
97

FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA


-0
LA
IE

Tem como objetivo convencer e influenciar o comportamento do receptor da mensagem.


R

Essa função caracteriza-se pela presença das formas tu, você, vocês (explícitas ou subtendidas
B
A

no texto), de vocativos e de formas verbais no imperativo que expressam ordem, sugestão, apelo
G

etc. Essa função é predominante em textos publicitários, propagandas, horóscopos, manuais de


advertências, tutoriais etc.

FUNÇÃO REFERENCIAL

Objetiva informar, referenciar algo. O foco é o próprio assunto, o que faz dela uma função
predominante nos noticiários, jornais, artigos, nas revistas, nos livros instrucionais, contra-
tos etc. A linguagem, nesse caso, transmite uma mensagem direta, objetiva e impessoal, que
pode ser entendida pelo leitor em um sentindo específico.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
FUNÇÃO FÁTICA

Essa função serve para estabelecer ou interromper a comunicação com o interlocutor. Pode ser
encontrada em expressões de cumprimento, saudações, discursos etc.

FUNÇÃO METALINGUÍSTICA OU METALINGUAGEM

Acontece quando a linguagem é usada para explicar a própria linguagem. Dessa maneira,
o emissor explica o código utilizando o próprio código. Na categoria de textos, merecem des-
taque as gramáticas e os dicionários.

FUNÇÃO POÉTICA

Preocupa-se com a maneira como a mensagem será transmitida. Essa função, embora seja
comum em poesias, também pode ser encontrada em slogans publicitários, piadas, músicas,
conversas cotidianas etc. O uso de figuras de linguagem para explorar o ritmo, a sonoridade,
a forma das palavras realçam o sentido da mensagem que se quer passar ao receptor, que a
interpreta de maneira subjetiva.

Importante!
Observe que, quando se trata de identificar uma determinada função em um texto, dizemos
que ela predomina naquele texto (ou em grande parte dele). Isso porque dificilmente uma
função ocorre isoladamente: o mais comum é que em um texto se combinem duas ou mais
funções de linguagem.
7
-2

ELEMENTOS DOS ATOS DE COMUNICAÇÃO


46
.3
80

O processo de comunicação é composto por vários elementos. O linguista Jakobson estu-


.9
97

dou esse processo e entendeu que, para que a comunicação ocorra, são necessários alguns
-0

elementos que compõem este processo. A partir dessa teoria, cada elemento está associado
LA

a uma função da linguagem.


IE
R

O esquema a seguir mostra a relação que cada um desses elementos exerce dentro do con-
B
A

texto da emissão de uma mensagem. Após uma visualização atenta, conheceremos, de modo
G

mais detalhado, cada um desses elementos, a fim de compreender suas funções dentro do
LÍNGUA PORTUGUESA

processo comunicativo.

CONTEXTO/REFERENTE

Emissor Mensagem Receptor

Canal

Código

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ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

z Emissor: quem formula a mensagem para enviar. O emissor pode ser uma “pessoa”
ou o eu-lírico, uma empresa, uma instituição; é quem estabelece a intencionalidade da
mensagem;
z Receptor: recebe a mensagem do emissor;
z Mensagem: trata-se da mensagem propriamente dita, o que foi comunicado;
z Canal: é o meio através do qual a mensagem é transmitida;
z Referente: trata-se do contexto e do assunto sobre o qual trata a mensagem;
z Código: é o sistema linguístico utilizado para produzir a mensagem. No caso das mensa-
gens em língua portuguesa, o código é a própria língua.

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS

No dia a dia, usamos unidades comunicativas para estabelecer diálogos e contatos, for-
mando enunciados. Essas unidades comunicativas chamamos de palavras. Elas surgem da
necessidade de comunicação e os processos de formação para sua construção são conhecidos
da nossa competência linguística, pois como falantes da língua, ainda que não saibamos o
significado de antever, podemos inferir que esse termo tem relação com o ato de ver anteci-
padamente, dado o uso do prefixo diante do verbo ver.
Reconhecer os processos que auxiliam na formação de novas palavras é essencial para o
estudante da língua. Esse assunto, como dissemos, já é reconhecido pelo nosso cérebro, que
identifica os prefixos, sufixos e palavras novas que podem ser criadas a partir da estrutura da
língua; não é à toa que, muitas vezes, somos surpreendidos com o uso inédito de algum termo.
Porém, precisamos ter consciência de que nem todo contexto é apropriado para o uso de
novas estruturas vocabulares; por isso, neste capítulo, iremos estudar os processos de forma-
7
-2

ção de palavras e as consequências dessas novas constituições, focando nesse conteúdo; sem-
46

pre cobrado pelas bancas mais exigentes.


.3
80
.9
97

ESTRUTURA DAS PALAVRAS


-0
LA

Radical e Morfema Lexical


IE
R
B
A

As palavras são formadas por estruturas que, unidas, podem se modificar e criar novos
G

sentidos em contextos diversos. Os morfemas são as menores unidades gramaticais com sen-
tido da língua. Para identificá-los é preciso notar que uma palavra é formada por pequenas
estruturas. Para isso, podemos imaginar que uma palavra é uma peça de um quebra-cabeça
no qual podemos juntar outra peça para formar uma estrutura maior; porém, se você já mon-
tou um quebra-cabeça, deve se lembrar que não podemos unir as peças arbitrariamente, é
preciso buscar aquelas que se encaixam.
Assim, como falantes da língua, reconhecemos essas estruturas morfológicas e os seus
sentidos, pois, a todo momento estamos aptos a criar novas palavras a partir das regras que
o sistema linguístico nos oferece.

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Tornou-se comum, sobretudo nas redes sociais, o surgimento de novos vocábulos a partir
de “peças” existentes na língua, algumas misturando termos de outras línguas com morfemas
da língua portuguesa para a formação de novas palavras, como: blogueiro (blogger), deletar
(delete); já algumas palavras ganham novos morfemas e, consequentemente, novas acepções
nas redes sociais como, por exemplo, biscoiteiro, termo usado para se referir a pessoas que
buscam receber elogios nesse ambiente.
As peças do quebra-cabeças que formam as palavras da língua portuguesa possuem os
seguintes nomes:

Radical, Desinência, Vogal Temática, Afixos, Consoantes e Vogais de Ligação

O radical, também chamado de semantema, é o núcleo da palavra, pois é o detentor do


sentido ao qual se anexam os demais morfemas, criando as palavras derivadas. Devido a
essa importante característica, o radical é também conhecido como morfema lexical, pois
se trata da significação própria dos vocábulos, designando a sua natureza lexical, ou seja, o
seu sentido propriamente dito.
Alguns exemplos de radicais:
Ex.: pastel — pastelaria — pasteleiro;
pedra — pedreiro — pedregulho;
Terra — aterrado — enterrado — terreiro.

Importante!

Palavras da mesma família etimológica, ou seja, que apresentam o mesmo radical e guar-
dam o mesmo valor semântico no radical, são conhecidas como cognatas.

Afixos ou Morfemas Derivacionais


7
-2
46
.3

A partir dos morfemas lexicais, a língua ganha outras formas e sentidos pelos morfemas
80
.9

derivacionais, que são assim chamados pois auxiliam no processo de criação de palavras a
97

partir da derivação, ou seja, a inclusão de prefixos e sufixos no radical dos vocábulos.


-0

Vale notar que algumas bancas denominam os afixos de infixos.


LA

São morfemas derivacionais os afixos, estruturas morfológicas que se anexam ao radical


IE
R

das palavras e auxiliam o processo de formação de novos vocábulos. Os afixos da língua por-
B
A

tuguesa são de duas categorias:


G

LÍNGUA PORTUGUESA

z Prefixos: afixos que são anexados na parte anterior do radical.


Exs.:
In: infeliz.
Anti: antipatia.
Pós: posterior.
Bi: bisavô.
Contra: contradizer.
z Sufixos: afixos que são anexados na parte posterior do radical.
Exs.: 75
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mente: felizmente.
dade: lealdade.
eiro: blogueiro.
ista: dentista.
gudo: narigudo.

É importante destacar que essa pequena amostra, listando alguns sufixos e prefixos da
língua portuguesa, é meramente ilustrativa e serve apenas para que você tenha consciência
do quão rico é o processo de formação de palavras por afixos.
Além disso, não é interessante que você decore esses morfemas derivacionais, mas que você
compreenda o valor semântico que cada um deles estabelece na língua, como os sufixos -eiro e
-ista que são usados, comumente, para criar uma relação com o ambiente profissional de algu-
ma área, como: padeiro, costureiro, blogueiro, dentista, escafandrista, equilibrista etc.
Os sufixos costumam mudar mais a classes das palavras. Já os prefixos modificam mais o
sentido dos vocábulos.

Desinências ou Morfemas Flexionais

Os morfemas flexionais, mais conhecidos como desinências, são os mais estudados na


língua portuguesa, pois são esses os morfemas que organizam as estruturas no singular e no
plural, os verbos em tempos e conjugações e as relações de gênero em feminino e masculino.
Para facilitar a compreensão, podemos dividir os morfemas flexionais em:

z Aditivos: adiciona-se ao morfema lexical. Ex.: professor/professora; livro/livros;


z Subtrativos: elimina-se um elemento do morfema lexical. Ex.: irmão/irmã; orfão/órfã;
z Nulos: quando a ausência de uma letra indica uma flexão. Ex.: o singular dos substantivos
é marcado por essa ausência, como em: mesa (0)5 /mesas.
7
-2
46

Não confunda:
.3
80

Morfema derivacional: afixos (prefixos e sufixos);


.9

Morfema flexional: aditivos, subtrativos, nulos;


97

Morfema lexical: radical.


-0
LA

Morfema gramatical: significado interno à estrutura gramatical, como artigos, preposições,


IE

conjunções etc.
R
B
A
G

Vogais Temáticas

A vogal temática liga o radical a uma desinência, que estabelece o modo e o tempo da
conjugação verbal, no caso de verbos, e, nos substantivos, junta-se ao radical para a união de
outras desinências.
Ex.: Amar e Amor.
Nos verbos, a vogal temática marca ainda a conjugação verbal, indicando se o verbo per-
tence à 1º, 2º ou 3º conjugação:

5 O morfema flexional nulo é mais conhecido como morfema zero nas gramáticas; sua marcação é feita com a
76 presença do numeral 0 (zero).
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Exs.:
Amar — 1ª conjugação;
Comer — 2ª conjugação;
Partir — 3ª conjugação.
É importante não se confundir: a vogal temática não existe em palavras que apresen-
tam flexão de gênero. Logo, as palavras gato/gata possuem uma desinência e não uma vogal
temática!
Caso a dúvida persista, faça esse exercício: Igreja (essa palavra existe); “Igrejo” (essa pala-
vra não existe), então o -a de igreja é uma vogal temática que irá ligar o vocábulo a desinên-
cias, como -inha, -s.
Note que as palavras terminadas em vogais tônicas não apresentam vogais temática: Ex.:
cajá, Pelé, bobó.

Tema

O tema é a união do radical com a vogal temática.


A partir do exposto no tópico sobre vogal temática, esperamos ter deixado claro que nem
toda palavra irá apresentar vogal temática; dessa forma, as palavras que não apresentem
vogal temática também não irão possuir tema.
Exs.:
Vendesse — tema: vende;
Mares — tema: mare.

Vogais e Consoantes de Ligação

As consoantes e vogais de ligação têm uma função eufônica, ou seja, servem para facilitar
a pronúncia de palavras. Essa é a principal diferença entre as vogais de ligação e as vogais
7

temáticas, estas unem desinências, aquelas facilitam a pronúncia.


-2
46

Exs.:
.3

Gas - ô - metro;
80
.9

Alv - i - negro;
97

Tecn - o - cracia;
-0

Pe - z - inho;
LA
IE

Cafe - t- eira;
R

Pau - l - ada;
B
A
G

Cha - l - eira;
LÍNGUA PORTUGUESA

Inset - i - cida;
Pobre - t- ão;
Paris - i - ense;
Gira - s - sol;
Legal - i - dade.

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PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

A partir do conhecimento dos morfemas que auxiliam o processo de ampliação das pala-
vras da língua, podemos iniciar o estudo sobre os processos de formação de palavras.
As palavras na língua portuguesa são criadas a partir de dois processos básicos que apre-
sentam classes específicas. O quadro a seguir organiza bem os processos de formação de
palavras:

FORMAÇÃO DE PALAVRAS
DERIVAÇÃO COMPOSIÇÃO
� Prefixal � Justaposição
� Sufixal � Aglutinação
� Prefixal e sufixal
� Parassintética
� Regressiva
� Imprópria ou conversão

Como é possível notar, os dois processos de formação de palavras são a derivação e a


composição. As palavras formadas por processos derivativos apresentam mais classes a
serem estudas. Vamos conhecê-las agora!

PROCESSOS DE DERIVAÇÃO

As palavras formadas por processos de derivação são classificadas a partir de seis


categorias:

z prefixal ou prefixação;
z sufixal ou sufixação;
7
-2

z prefixal e sufixal;
46

parassintética ou parassíntese;
.3

z
80

z regressiva;
.9
97

z imprópria ou conversão.
-0
LA

A seguir, iremos estudar a diferença entre cada uma dessas classes e identificar as pecu-
IE

liaridades de cada uma.


R
B
A
G

Derivação Prefixal

Como o próprio nome indica, as palavras formadas por derivação prefixal são formadas
pelo acréscimo de um prefixo à estrutura primitiva, como:
Pré-vestibular; disposição; deslealdade; super-homem; infeliz; refazer.
Pré-vestibular: prefixo pré-;
Disposição: prefixo dis-;
Deslealdade: prefixo des-;
Super-homem: prefixo super;
Infeliz: prefixo in-;
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Refazer: prefixo re-.

Derivação Sufixal

De maneira comparativa, podemos afirmar que a formação de palavras por derivação


sufixal refere-se ao acréscimo de um sufixo à estrutura primitiva, como em:
Lealdade; francesa; belíssimo; inquietude; sofrimento; harmonizar; gentileza; lotação;
assessoria.
Lealdade: sufixo -dade;
Francesa: sufixo -esa;
Belíssimo: sufixo -íssimo;
Inquietude: sufixo -tude;
Sofrimento: sufixo -mento;
Harmonizar: sufixo -izar;
Gentileza: sufixo -eza;
Lotação: sufixo -ção;
Assessoria: sufixo -ria.

Derivação Prefixal e Sufixal

Nesse caso, juntam-se à palavra primitiva tanto um sufixo quanto um prefixo; vejamos
alguns casos:
Inquietude (prefiro in- com sufixo -tude); infelizmente (prefixo in- com sufixo -mente);
ultrapassagem (prefixo ultra- com sufixo -agem); reconsideração (prefixo -re com sufixo
-ção).

Derivação Parassintética
7
-2
46

Na derivação parassintética, um acréscimo simultâneo de afixos, prefixos e sufixos é rea-


.3
80

lizado a uma estrutura primitiva. É importante não confundir, contudo, com o processo de
.9

derivação por sufixação e prefixação. Veja:


97
-0

Se, ao retirar os afixos, a palavra perder o sentido, como em “emagrecer” (sem um dos afi-
LA

xos: “emagro-” não existe), basta fazer o seguinte exercício para estabelecer por qual proces-
IE

so a palavra foi formada: retirar o prefixo ou o sufixo da palavra em que paira dúvida. Caso a
R
B

palavra que restou exista, estaremos diante de um processo por derivação sufixal e prefixal;
A
G

caso contrário, a palavra terá sido formada por derivação parassintética.


LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: entristecer, desalmado, espairecer, desgelar, entediar etc.

Derivação Regressiva

Já na derivação regressiva, a nova palavra será formada pela subtração de um elemento


da estrutura primitiva da palavra. Vejamos alguns exemplos:
Almoço (almoçar);
Ataque (atacar);
Amasso (amassar).
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A derivação regressiva, geralmente, forma substantivos abstratos derivados de verbos. É
possível que alguns autores reconheçam esse processo como redução.

Derivação Imprópria

A derivação imprópria, a partir de seu processo de formação de palavras, provoca a con-


versão de uma classe gramatical, que pode passar de verbo a substantivo, por exemplo.
A seguir, apresentamos alguns processos de conversão das palavras por derivação
imprópria:

z Particípio do verbo — substantivo: teria passado — o passado;


z Verbos — substantivos: almoçar — o almoço;
z Substantivos — adjetivos: o gato - mulher gato;
z Substantivos comuns — substantivos próprios: leão — Nara Leão;
z Substantivos próprios — comuns: Gillete — gilete; Judas — ele é o judas do programa.

Sufixos e formação de palavras: alguns sufixos são mais comuns no processo de forma-
ção de determinadas classes gramaticais, vejamos:

z Sufixos nominais: originam substantivos, adjetivos. Ex.: -dor, -ada, -eiro, -oso, -ão, -aço;
z Sufixos verbais: originam verbos. Ex.: -ear, -ecer, -izar, -ar;
z Sufixos adverbiais: originam advérbios. Ex.: -mente.

LISTA DE RADICAIS E PREFIXOS

Apresentamos alguns radicais e prefixos na lista a seguir que podem auxiliar na com-
preensão do processo de formação de palavras. Novamente, alertamos que essa lista não
7
-2

deve ser encarada como uma “tabuada” a ser decorada, mas como um método para apreen-
46

der o sentido de alguns desses radicais e prefixos.


.3
80
.9

RADICAIS E PREFIXOS GREGOS


97
-0

RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO


LA

Acro Alto Acrofobia/acrobata


IE

Agro Campo Agropecuária


R
B

Algia Dor Nevralgia


A
G

Bio Vida Biologia


Biblio Livro Biblioteca
Crono Tempo Cronologia
Caco Mau cacofonia
Cali Belo Caligrafia
Dromo Local Autódromo

Além dos radicais e prefixos gregos, as palavras da língua portuguesa também se agluti-
nam a radicais e prefixos latinos.

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RADICAIS E PREFIXO LATINOS
RADICAL/PREFIXO SENTIDO EXEMPLO
Arbori Árvore Arborizar
Beli Guerra Belicoso
Cida Que mata Homicida
Des- dis Separação Discordar
Equi Igual Equivalente
Ex- Para fora Exonerar
Fide Fé Fidelidade
Mater Mãe Materno

Processos de Composição

As palavras formadas por processos de composição podem ser classificadas em duas cate-
gorias: justaposição e aglutinação.
As palavras formadas por qualquer um desses processos estabelecem um sentido novo
na língua, uma vez que nesse processo há a junção de duas palavras que já existem para a
formação de um novo termo, com um novo sentido.

z Composição por justaposição: nesse processo, as palavras envolvidas conservam sua


autonomia morfológica, permanecendo a tonicidade original de cada palavra. Ex.: pé de
moleque, dia a dia, faz de conta, navio-escola, malmequer;
z Composição por aglutinação: na formação de palavras por aglutinação, há mudanças na
tonicidade dos termos envolvidos, que passam a ser subordinados a uma única tonicida-
de. Ex.: petróleo (petra + óleo); aguardente (água + ardente); vinagre (vinho + agre); você
(vossa + mercê).
7
-2

Palavras Compostas e Derivadas


46
.3
80

Agora que já conhecemos os processos de formação de palavras, precisamos identificar as


.9
97

palavras que são compostas e as palavras que são derivadas.


-0
LA

z São compostas: planalto, couve-flor, aguardente etc.;


IE
R

z São derivadas: pedreiro, floricultura, pedal etc.


B
A
G

Palavras derivadas são aquelas formadas a partir de palavras primitivas, ou seja, a partir
LÍNGUA PORTUGUESA

de palavras que detêm a raiz com sentido lexical independente. São palavras primitivas: por-
ta, livro, pedra etc.
A partir das palavras primitivas, o falante pode anexar afixos (sufixos e prefixos), formando
as palavras derivadas, assim chamadas pois derivam de um dos seis processos derivacionais.
Já as palavras compostas guardam a independência semântica e ortográfica, unindo-se a
outras palavras para a formação de um novo sentido.

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USO DO HÍFEN CONFORME O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

O hífen é um sinal diacrítico cujo uso foi reformulado com a reforma ortográfica da língua
que entrou em vigor em 2009 no Brasil.
A reforma uniformizou o uso do hífen em muitos contextos, o que podemos ver como uma
facilitação do aprendizado de quando usá-lo ou não.
A regra básica para o aprendizado do uso do hífen, conforme o novo acordo ortográfico,
é esta:

z Palavras com final em vogais iguais: usa-se hífen. Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório.

Porém, é preciso ficar atento às exceções a essa regra geral. Por isso, iremos apresentar
alguns exemplos para organizar o uso desse diacrítico e facilitar seu aprendizado.

z Exceções: os prefixos Pre, Pro, Co, Re não serão unidos por hífen quando o segundo ter-
mo apresentar vogal, seja igual seja diferente. Ex.: coorientador, coautor, preenchimento,
reeleição, reeducação, preestabelecer;
z Nos prefixos Sub, Hiper, Inter, Super, o hífen deve permanecer caso a palavra seguinte
seja iniciada pelas consoantes H ou R. Ex.: sub-hepático, hiper-requintado, inter-racial,
super-racional;
z Hífen com os dígrafos RR e SS: o hífen não é mais utilizado em palavras formadas de
prefixo terminado em vogal seguido de palavra iniciada por R ou S. Ex.: antessala, autor-
retrato, contrarregra, antirrugas etc.;
z É importante esclarecer que em prefixos terminados em vogais, aplicados a palavras cuja
primeira letra seja H, o hífen permanece. Ex.: anti-herói; anti-higiênico; extra-humano;
semi-herbáceo;
z Já os prefixos Pré, Pró, Pós (quando acentuados), Ex, Vice, Soto, Além, Aquém, Recém,
7

Sem devem ser empregados sempre com hífen. Ex.: pré-natal; pró-democrata; pós-gradua-
-2
46

ção; ex-prefeito; vice-governador; soto-mestre; além-mar; aquém-oceano; recém-nascido;


.3

sem-teto;
80
.9

z Palavras formadas por Circum e Pan, adicionadas a palavras iniciadas por vogal, H, M ou
97

N, usam hífen. Ex.: circum-navegação; pan-americano;


-0

z Também devemos empregar hífen em palavras formadas pelos sufixos de origem tupi-
LA
IE

-guarani, como Açu, Guaçu, Mirim. Ex.: amoré-guaçu; capim-açu.


R
B
A
G

Importante!
A reforma ortográfica de 2009 eliminou o hífen das palavras compostas por justaposição
com um termo de ligação. Assim, palavras como Pé de moleque, que antes contavam com
o hífen, agora já não utilizam mais. Porém, não foram todas as palavras justapostas que
foram atingidas pela reforma; palavras justapostas que designam plantas ou bichos ainda
são escritas com hífen. Ex.: Cana-de-açúcar; pimenta-do-reino; castanha-do-Pará; João-de-
-barro; bem-te-vi; porco-da-Índia.

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FORMAS DE ABREVIAÇÃO

ABREVIATURAS, ABREVIAÇÕES E SIGLAS

À primeira vista, abreviaturas, siglas e abreviações parecem ser elementos semelhantes,


no entanto possuem características únicas que devem ser consideradas.
A abreviatura refere-se à redução de palavras a algumas letras ou sílabas. Ela representa
parte da palavra como um todo, e são reduções tradicionais, fixas de certa forma.
A forma correta de abreviar uma palavra deve seguir algumas regras: escreva a primeira
sílaba seguida de ponto final abreviativo; caso a palavra tenha acento gráfico na primeira
sílaba, ele será mantido. Se a primeira letra da segunda sílaba for uma vogal, a abreviação
irá até a consoante; se a segunda sílaba se iniciar por duas consoantes, serão mantidas na
abreviatura. Alguns exemplos são:

z Of.: Ofício;
z Ed.: Edição;
z V. Exa.: Vossa Excelência;
z Cód.: Código;
z Set.: Setembro;
z Out.: Outubro;
z Nov.: Novembro.

Já a abreviação reduz foneticamente a palavra, de forma a não causar dificuldade na


compreensão. Como exemplos, podemos citar:

z Moto: motocicleta;
Fone: telefone;
7

z
-2
46

z Foto: fotografia;
.3

z Pneu: pneumático.
80
.9
97

A sigla é um tipo de abreviatura formada pelas letras iniciais das palavras, principalmente
-0

títulos de determinada instituição. São exemplos de siglas no Brasil:


LA
IE
R

z ONU: Organização das Nações Unidas;


B
A

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas;


G

z
LÍNGUA PORTUGUESA

z CNPq: Conselho Nacional de Pesquisa;


z FMI: Fundo Monetário Internacional;
z UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro;
z STF: Supremo Tribunal Federal;
z ABL: Academia Brasileira de Letras;
z CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura;
z IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Algumas são originárias de outras línguas, principalmente do inglês, e, quando utilizadas
com frequência, acabam substituindo a própria palavra da qual são originadas, como, por
exemplo:

z LASER: Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (Amplificação da Luz por


Emissão Estimulada de Radiação);
z Unesco: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura);
z W.C.: water-closet (banheiro, sanitário).

Se a sigla tiver mais de três letras e puder ser pronunciada como uma palavra, apenas a
inicial será escrita em letra maiúscula:

z Detran: Departamento Estadual de trânsito;


z Embrapa: Empresa Brasileira de pesquisa agropecuária;
z Bovespa: Bolsa de Valores do Estado de São Paulo;
z Embraer: Empresa Brasileira de Aeronáutica;
z Embratel: Empresa Brasileira de Telecomunicações.

Glossário de Abreviaturas, Abreviações e Siglas

z A

„ ABI: Associação Brasileira de Imprensa;


„ ABL: Academia Brasileira de Letras;
„ a.C. ou A.C.: antes de Cristo;
„ AC: Acre (Estado do);
„ A/C: ao(s) cuidado(s);
„ Ago.: agosto;
7

„ AL: Alagoas (Estado de);


-2
46

„ AM: Amazonas (Estado do);


.3

„ Apart. ou ap.: apartamento;


80
.9

„ AP: Amapá (Estado do);


97

„ Av.: Avenida.
-0
LA

z B
IE
R
B

BA: Bahia (Estado da);


A

„
G

„ BCG: Bacilo de Calmette e Guérin (vacinação contra a tuberculose);


„ BNH: Banco Nacional de Habitação;
„ Bibl.: Bibliografia, bibliográfico ou biblioteca;
„ BR: Brasil.

z C

„ Cap.:capítulo; caps. = capítulos;


„ CBF: Confederação Brasileira de Futebol;
„ c/c: onta corrente;
„ CE: Ceará (Estado do);
84
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„ Cent.: centavo;
„ CEP: Código de Endereçamento Postal;
„ Cf. ou cfr.: confira, confronte, compare;
„ Cia.: Companhia;
„ Cit.: citação, citado(s), citada(s);
„ Cm: centímetro(s);
„ CNP: Conselho Nacional de Petróleo;
„ Cód.: código;
„ CPF: Cadastro de Pessoa Física;
„ Créd.: crédito;
„ Cx.: Caixa.

z D

„ D.: Dom, Dona;


„ D.ª: Dona;
„ d.C.: depois de Cristo;
„ DDD: Discagem Direta à Distância;
„ DD.: digníssimo;
„ DF: Distrito Federal;
„ Dm: decímetro(s);
„ DNER: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem;
„ Dr.: Doutor;
„ Dr.ª: Doutora;
„ Dz.: dúzia (s).

z E

„ Ed.: edição;
7

E.D.: espera deferimento;


-2

„
46

„ Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica;


.3

Embratel: Empresa Brasileira de Telecomunicações;


80

„
.9

„ ES: Espírito Santo (Estado do);


97

„ Etc.: et cetera (e outras coisas);


-0

„ EUA: Estados Unidos da América;


LA

Ex.: exemplo;
IE

„
R

„ Exmo.: Excelentíssimo;
B
A

„ Ex.ª: Excelência.
G

LÍNGUA PORTUGUESA

z F

„ FAB: Força Aérea Brasileira;


„ Fev.: fevereiro;
„ FGTS: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
„ Fifa: Federação Internacional das Associações de Futebol;
„ fl.: folha; fls. = folhas;
„ FN; Fernando de Noronha;
„ FUNAI: Fundação Nacional do Índio.
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z G

„ g: grama(s);
„ Gen.: general;
„ GO: Goiás (Estado de).

z H

„ h: hora(s);
„ ha: hectare (s);
„ Hab.: habitante.

z I

„ IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;


„ id.: idem (o mesmo);
„ Ilma.: Ilustríssima;
„ Ilmo.: Ilustríssimo;
„ I.N.R.I.: Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus);
„ INSS: Instituto Nacional de Seguro Social;
„ Ir.: Irmão, Irmã.

z J

„ Jan.: janeiro;
„ Jul.: julho;
„ Jun.: junho.
7
-2
46

z K
.3
80
.9

K: Kallium (potássio, elemento da tabela periódica);


97

„
-0

„ Kg: quilograma(s);
LA

„ Km: quilômetro(s);
IE

„ Km²: quilômetro(s) quadrado(s);


R
B

„ Kw: quilowatt.
A
G

z L

„ l: litro (s);
„ L: Leste;
„ lat.: latitude/latim;
„ lb.: libra(s);
„ long.: longitude;
„ Ltda., Lt.da: limitada (comercialmente).

86
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z M

„ m: metro(s);
„ m²: metro(s) quadrado(s);
„ m³: metro(s) cúbico(s);
„ m ou min: minuto(s);
„ MM.: Meritíssimo;
„ MA: Maranhão (Estado do);
„ MW: megawatt(s);
„ MG: Minas Gerais (Estado de);
„ mg: miligrama;
„ ml: mililitro(s);
„ MS: Mato Grosso do Sul (Estado de);
„ MT: Mato Grosso (Estado de).

z N

nº.: número;
N.: Norte;
Nac.: nacional;
N.E.: Nordeste;
N.O.: Noroeste;
Nov.: novembro;
N. Sr.ª: Nossa Senhora;
N. da E.: Nota da Editora;
N. do T.: Nota do Tradutor.
7

z O
-2
46
.3
80

„ O.: Oeste;
.9

„ obs.: observação, observações;


97

OEA: Organização dos Estados Americanos;


-0

„
LA

„ O.K.: all correct (está tudo bem);


IE

„ ONU: Organização das nações Unidas;


R
B

„ op. cit.: opus citatum (obra citada).


A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

z P

„ pág.: página;
„ págs.: páginas;
„ PA: Pará (Estado do);
„ pal.: palavra(s);
„ PB: Paraíba (Estado da);
„ P.D.: pede deferimento;
„ p.ex.: por exemplo;
87
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„ PE: Pernambuco (Estado de);
„ Pe.: padre;
„ P.F.: por favor;
„ pg.: pago;
„ PI: Piauí (Estado do);
„ PIS: Programa de Integração Social;
„ pl.: plural;
„ p.p.: por procuração; próximo passado;
„ PR: Paraná (Estado do);
„ Prof.: professor;
„ Prof.ª: professora;
„ P. S.: post scriptum (depois do escrito).

z Q

„ ql.: quilate(s).

z R

„ R.: rua;
„ Rem.te: remetente;
„ Rev.mo: Reverendíssimo;
„ RJ: Rio de Janeiro (Estado do);
„ RN: Rio Grande do Norte (Estado do);
„ RO: Rondônia (Estado de);
„ RR: Roraima (Estado de);
„ RS: Rio Grande do Sul (Estado do).
7
-2
46

z S
.3
80
.9

„ S.: São, Santo (a), Sul;


97
-0

„ S.A.: Sociedade Anônima;


LA

„ SC: Santa Catarina (Estado de);


IE

„ s.d.: sem data;


R
B

„ SE: Sergipe (Estado de);


A
G

„ séc.: século;
„ Senac: Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial;
„ S.O.: Sudoeste;
„ S.O.S.: save our souls (literalmente: “salvai nossas almas”, pedido de socorro enviado
por navios e aviões);
„ SP: São Paulo (Estado de);
„ Sr.: Senhor;
„ Srs.: Senhores;
„ Sr.ª: Senhora;
„ Sr.ªs: Senhoras;
88 „ Srta: Senhorita.
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z T

„ Tel.: telefone, telegrama;


„ TO: Tocantins (Estado do);
„ TV: televisão.

z U

„ Unesco: United Nations Educational Scientific and Cultural Organization (Organização


Educacional Científica e Cultural das Nações Unidas);
„ USA: Estados Unidos da América.

z V

„ V: volt;
„ V.: você;
„ V.S.ª: Vossa Senhoria;
„ V.S.ªs: Vossas Senhorias;
„ V. Ex.ª: Vossa Excelência.

z W

„ W: watt (uote);
„ W.C.: water-closet (banheiro, sanitário).

CLASSES DE PALAVRAS; OS ASPECTOS MORFOLÓGICOS, SINTÁTICOS,


7
-2

SEMÂNTICOS E TEXTUAIS
46
.3
80
.9

SUBSTANTIVOS
97
-0

Os substantivos classificam os seres em geral. Uma característica básica dessa classe é


LA

admitir um determinante — artigo, pronome etc. Os substantivos flexionam-se em gênero,


IE
R

número e grau.
B
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Tipos de Substantivos

A classificação dos substantivos admite nove tipos diferentes. São eles:

z Simples: formados a partir de um único radical. Ex.: vento, escola;


z Compostos: formados pelo processo de justaposição. Ex.: couve-flor, aguardente;
z Primitivos: possibilitam a formação de um novo substantivo. Ex.: pedra, dente;
z Derivados: são formados a partir de substantivos primitivos. Ex.: pedreiro (pedra), den-
tista (dente), florista (flor);
89
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z Concretos: designam seres com independência ontológica, ou seja, um ser que existe por
si, independentemente de sua conotação espiritual ou real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada,
carro;
z Abstratos: indicam estado, sentimento, ação, qualidade. Os substantivos abstratos exis-
tem apenas em função de outros seres. A feiura, por exemplo, depende de uma pessoa,
um substantivo concreto a quem esteja associada. Ex.: chute, amor, coragem, liberalismo,
feiura;
z Comuns: designam todos os seres de uma espécie. Ex.: homem, cidade;
z Próprios: designam uma determinada espécie. Ex.: Pedro, Fortaleza;
z Coletivos: usados no singular, designam um conjunto de uma mesma espécie. Ex.: pinacoteca,
manada.

É importante destacar que a classificação de um substantivo depende do contexto em que


ele está inserido. Vejamos:
Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma pessoa = Próprio);
O amigo mostrou-se um judas (judas significando traidor = comum).

Flexão de Gênero

Os gêneros do substantivo são masculino e feminino.


Porém, alguns deles admitem apenas uma forma para os dois gêneros. São, por isso, cha-
mados de uniformes. Os substantivos uniformes podem ser:

z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres humanos e sua diferença é marcada pelo arti-


go. Ex.: o pianista / a pianista; o gerente / a gerente; o cliente / a cliente; o líder / a líder;
z Epicenos: designam geralmente animais que apresentam distinção entre masculino e
feminino, mas a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho ou fêmea. Ex.: cobra
macho / cobra fêmea; onça macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; girafa
macho / girafa fêmea;
z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e não são distinguidos por artigo ou adje-
7
-2

tivo; o gênero pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.: a criança; o monstro; a
46
.3

testemunha; o indivíduo.
80
.9

Já os substantivos biformes designam os substantivos que apresentam duas formas para


97
-0

os gêneros masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.


LA

Destacamos que alguns substantivos apresentam formas diferentes nas terminações para
IE

designar formas diferentes no masculino e no feminino:


R
B

Ex.: ator/atriz; ateu/ ateia; réu/ré.


A
G

Outros substantivos modificam o radical para designar formas diferentes no masculino e


no feminino. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
Ex.: pai/mãe; boi/vaca; genro/nora.

Gênero e Significação

Alguns substantivos uniformes podem aparecer com marcação de gênero diferente, oca-
sionando uma modificação no sentido. Veja, por exemplo:

z A testemunha: pessoa que presenciou um crime;


z O testemunho: relato de experiência, associado a religiões.
90
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Algumas formas substantivas mantêm o radical e a pequena alteração no gênero do artigo
interfere no significado:

z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;


z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.

Além disso, algumas palavras na língua causam dificuldade na identificação do gênero,


pois são usadas em contextos informais com gêneros diferentes. Alguns exemplos são: a alfa-
ce; a cal; a derme; a libido; a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o telefonema; o
trema.
Algumas formas que não apresentam, necessariamente, relação com o gênero, são admi-
tidas tanto no masculino quanto no feminino: o personagem / a personagem; o laringe / a
laringe; o xerox / a xerox.

Flexão de Número

Os substantivos flexionam-se em número, de maneira geral, pelo acréscimo do morfema


-s. Ex.: casa / casas.
Porém, podem apresentar outras terminações: males, reais, animais, projéteis etc.
Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular das formas terminadas em R ou Z, como:
flor / flores; paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal, terminada em L e que tem
como plural “males”.
Já os substantivos terminados em al, el, ol, ul fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.:
coral / corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma mel apresenta duas formas de plural acei-
tas: meles e méis.
Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem plural com o acréscimo do -s ou pelo
acréscimo de -es. Ex.: capelães, capitães, escrivães.
Contudo, há substantivos que admitem até três formas de plural, como os seguintes:
7
-2
46

z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães;


.3
80

z Ancião: anciãos, anciões, anciães;


.9

z Vilão: vilãos, vilões, vilães.


97
-0
LA

Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas que terminam em -ão o acréscimo do -s.
IE

Ex.: órgão / órgãos; órfão / órfãos.


R
B
A

Plural dos Substantivos Compostos


G

LÍNGUA PORTUGUESA

Os substantivos compostos são aqueles formados por justaposição. O plural dessas formas
obedece às seguintes regras:

z Variam os dois elementos:

Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mestres -salas;


Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guardas -noturnos;
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas;
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças -feiras. 91
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z Varia apenas um elemento:

Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: canas-de-açúcar;


Substantivo + substantivo com função adjetiva. Ex.: navios-escola.
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: abaixo-assinados.
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas.
Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres.
Destacamos, ainda, que os substantivos compostos formados por
verbo + advérbio
verbo + substantivo plural
ficam invariáveis. Ex.: os bota-fora; os saca-rolha.

Variação de Grau

A flexão de grau dos substantivos exprime a variação de tamanho dos seres, indicando um
aumento ou uma diminuição.

z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos aos substantivos indicar um aumento


de tamanho.
Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, fogaréu, boqueirão, poetastro;
z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do aumentativo, a diminuição do tamanho/propor-
ção do ser.
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta, pequenina, papelucho.

Dica
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo dos substantivos pode alterar o sentido das
palavras, podendo assumir um valor:
7
-2

Afetivo: filhinha / mãezona;


46
.3

Pejorativo: mulherzinha / porcalhão.


80
.9
97

O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas


-0
LA

O novo acordo ortográfico estabelece novas regras para o uso de substantivos próprios,
IE
R

exigindo o uso da inicial maiúscula.


B
A

Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as inicias das palavras que designam:
G

z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
z Nomes de cidades, países, estados, continentes etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo
Horizonte, Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia das Crianças;
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embaixada do Brasil, Ministério das Relações
Exteriores, Gabinete da Vice-Presidência, Organização das Nações Unidas;

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás Cubas. Caso a obra apresente em seu
título um nome próprio, como no exemplo dado, este também deverá ser escrito com ini-
cial maiúscula;
z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra
Mundial;
z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.: Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudes-
te, Oriente, Ocidente. Importante: os pontos cardeais são grafados com maiúsculas apenas
quando utilizados indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer o Sul (O Sul do Brasil);
quando utilizados indicando uma direção, devem ser escritos com minúsculas. Ex.: Correu
a América de norte a sul;
z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS, Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).

Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar pelo uso de maiúsculas ou minúsculas.
Portanto, são aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e vice-presidente; porém,
é preciso manter a mesma forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos por hífen
devem ser escritos com as iniciais maiúsculas, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.

ADJETIVOS

Os adjetivos associam-se aos substantivos, garantindo a estes um significado mais preciso.


Os adjetivos podem indicar:

z Qualidade: professor chato;


z Estado: aluno triste;
z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
7

Locuções Adjetivas
-2
46
.3
80

As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor dos adjetivos, indicando as mesmas caracte-
.9

rísticas deles.
97
-0

Elas são formadas por preposição + substantivo, referindo-se a outro substantivo ou


LA

expressão substantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.


IE

A seguir, colocamos diferentes locuções adjetivas ao lado da forma adjetiva, importantes


R
B

para seu estudo:


A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

z voo de águia / aquilino;


z poder de aluno / discente;
z conselho de professores / docente;
z cor de chumbo / plúmbea;
z luz da lua / lunar;
z sangue de baço / esplênico;
z nervo do intestino / celíaco ou entérico;
z noite de inverno / hibernal ou invernal.

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É importante destacar que, mais do que “decorar” formas adjetivas e suas respectivas
locuções, é fundamental reconhecer as principais características de uma locução adjetiva:
caracterizar o substantivo e apresentar valor de posse.
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Quando a locução adjetiva é composta pela preposição “de”, pode ser confundida com a
locução adverbial. Nesse caso, para diferenciá-las, é importante perceber que a locução adje-
tiva apresenta valor de posse, pois, nesse caso, o meio usado pelo sujeito para ver “o crime”,
indicado na frase, foi pela abertura da porta. Além disso, a locução destacada está caracteri-
zando o substantivo “abertura”.
Já na segunda frase, a locução destacada é adverbial, pois quem sofre a “ação” de ser
aberta é a “conta”, o que indica o valor de passividade da locução, demonstrando seu caráter
adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham função de adjetivo e modificam substanti-
vos, pronomes, numerais e orações substantivas.
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar.
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
Já as locuções adverbiais desempenham função de advérbio. Modificam advérbios, ver-
bos, adjetivos e orações adjetivas com esses valores.
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez.
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.

Adjetivo de Relação

No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer o aspecto morfológico designado como


“adjetivo de relação”, muito cobrado por bancas de concursos.
Para identificar um adjetivo de relação, observe as seguintes características:
7
-2
46

z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apresentar meios de subjetividade. Ex.: Em
.3

“Menino bonito”, o adjetivo não é de relação, já que é subjetivo, pois a beleza do menino
80
.9

depende dos olhos de quem o descreve;


97

z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de relação sempre são posicionados após


-0

o substantivo. Ex.: Casa paterna, mapa mundial;


LA
IE

z Derivado do substantivo: derivam-se do substantivo por derivação prefixal ou sufixal.


R

Ex.: paternal — pai; mundial — mundo;


B
A

z Não admitem variação de grau: os graus comparativo e superlativo não são admitidos.
G

Ex.: Não pode ser mapa “mundialíssimo” ou “pouco mundial”.

Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presidente americano (não é subjetivo; posiciona-


do após o substantivo; derivado de substantivo; não existe a forma variada em grau “america-
níssimo”); plataforma petrolífera; economia mundial; vinho francês; roteiro carnavalesco.

Variação de Grau

O adjetivo pode variar em dois graus: comparativo ou superlativo. Cada um deles apre-
94 senta suas respectivas categorias.
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z Grau comparativo: exprime a característica de um ser, comparando-o com outro da mes-
ma classe nos seguintes sentidos:

„ Igualdade: compara elementos colocando-os em um mesmo patamar. Igual a, como,


tanto quanto, tão quanto. Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios;
„ Superioridade: compara, evidenciando um elemento como superior ao outro. Mais do
que, melhor do que. Ex.: O amor é mais suficiente do que o dinheiro;
„ Inferioridade: compara, evidenciando um elemento como inferior ao outro. Menos do
que, pior do que. Ex.: Homens são menos engajados do que mulheres.

z Grau superlativo: em relação ao grau superlativo, é importante considerar que o valor


semântico desse grau apresenta variações, podendo indicar:

„ Característica de um ser elevada ao último grau: superlativo absoluto, que pode


ser analítico (associado ao advérbio) ou sintético (associação de prefixo ou sufixo ao
adjetivo).

Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo absoluto analítico).


O candidato é humílimo (Superlativo absoluto sintético);

„ Característica de um ser relacionada com outros indivíduos da mesma classe:


superlativo relativo, que pode ser de superioridade (o mais) ou de inferioridade (o
menos).

Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorrentes? (Superlativo relativo de


superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os concorrentes à prefeitura (Superlativo rela-
7

tivo de inferioridade).
-2
46
.3
80

Importante! Ao compararmos duas qualidades de um mesmo ser, devemos empregar a


.9

forma analítica (mais alta, mais magra, mais bonito etc.).


97
-0
LA

Ex.: A modelo é mais alta que magra.


IE
R
B

Porém, se uma mesma característica referir-se a seres diferentes, empregamos a forma


A
G

sintética (melhor, pior, menor etc.).


LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.

Formação dos Adjetivos

Os adjetivos podem ser primitivos, derivados, simples ou compostos.

z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível for-
mar novos termos. Ex.: útil, forte, bom, triste, mau etc.;
95
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z Derivados: são palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: bondade, lealdade,
mulherengo etc.;
z Simples: apresentam um único radical. Ex.: português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: verde-escuro, luso-
-brasileiro, amarelo-ouro etc.

Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.

Plural dos Adjetivos Compostos

O plural dos adjetivos compostos segue as seguintes regras:

z Invariável:

„ os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete;


„ locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui;
„ adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.

z Varia o último elemento:

„ primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;


„ adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.

Adjetivos Pátrios

Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou


7
-2
46

nacionalidade de seres e objetos.


.3

O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasilei-


80
.9

ro. Ex.: amazonense, fluminense, cearense.


97
-0

z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumei-
LA

ramente usado para designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve
IE
R

origem com as pessoas que comercializavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha
B
A

de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos em nosso país.


G

ARTIGOS

Os artigos devem concordar em gênero e número com os substantivos. São, por isso, con-
siderados determinantes dos substantivos.
Essa classe está dividida em artigos definidos e artigos indefinidos. Os definidos funcionam
como determinantes objetivos, individualizando a palavra, já os indefinidos funcionam como
determinantes imprecisos.
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — um — variam em gênero e número, tor-
96 nando-se “os, a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os indefinidos. Assim, temos:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Artigos definidos: o, os; a, as;
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas.

Os artigos podem ser combinados às preposições. São as chamadas contrações. Algumas


contrações comuns na língua são:

z em + a = na;
z a + o = ao;
z a + a = à;
z de + a = da.

Dica
Toda palavra determinada por um artigo torna-se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o
cuidar etc.

NUMERAIS

São palavras que se relacionam diretamente ao substantivo, inferindo ideia de quantidade


ou posição. Os numerais podem ser:

z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois potes de sorvete; zero coisas a comprar;
ambos os meninos eram bons em português;
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma série. Ex.: Foi o segundo colocado do con-
curso; chegou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual determinada quantidade é multi-
plicada. Ex.: Ele ganha o triplo no novo emprego;
z Fracionários: indicam frações, divisões ou diminuições proporcionais em quantidade. Ex.:
7
-2

Tomou um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele recebeu metade do pagamento.
46
.3
80

Podemos encontrar ainda os numerais coletivos, isto é, designam um conjunto, porém


.9
97

expressam uma quantidade exata de seres/conceitos. Veja:


-0

Dúzia: conjunto de doze unidades;


LA

Novena: período de nove dias;


IE
R

Década: período de dez anos;


B
A

Século: período de cem anos;


G

Bimestre: período de dois meses.


LÍNGUA PORTUGUESA

Um: Numeral ou Artigo?

A forma um pode assumir na língua a função de artigo indefinido ou de numeral cardi-


nal; então, como podemos reconhecer cada função? É preciso observar o contexto em uso.
Observe:

z Durante a votação, houve um deputado que se posicionou contra o projeto;


z Durante a votação, apenas um deputado se posicionou contra o projeto. 97
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Na primeira frase, podemos substituir o termo um por uma, realizando as devidas alte-
rações sintáticas, e o sentido será mantido, pois o que se pretende defender é que a espécie
do indivíduo que se posicionou contra o projeto é um deputado e não uma deputada, por
exemplo.
Já na segunda oração, a alteração do gênero não implicaria em mudanças no sentido,
pois o que se pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por um deputado, marcando a
quantidade.
Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos atentos com a aparição das expressões
adverbiais, o que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a seguir:

z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante destacar que sua forma é masculina.


Logo, a concordância com palavras femininas é inaceitável pela gramática.

Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.


Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje.

z A forma 14 por extenso apresenta duas formas aceitas pela norma gramatical: catorze e
quatorze.

PRONOMES

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa


forma, a função dos pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas,
relações de posse, indefinição, quantidade, localização no tempo, no espaço e no meio tex-
tual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação
7

textual, pois colaboram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração,


-2
46

além de estruturar a organização textual, contribuindo para a coesão e também para a coe-
.3
80

rência de um texto.
.9
97
-0

Pronomes Pessoais
LA
IE

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com


R
B

mais informações sobre eles:


A
G

PRONOMES DO CASO
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO
OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes
98
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Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.
Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou
adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
Ex.: Informei-o sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos — com-
plementados por preposição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e
que os pronomes “ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da
função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de
complemento:

z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em
“mate ele”. Contudo, o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do
caso reto como complemento verbal, desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”,
“apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
7

Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes


-2
46

oblíquos tônicos.
.3

Ex.: Entre mim e ele não há segredos.


80
.9
97

Pronomes de Tratamento
-0
LA
IE

Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucio-
R
B

nalizada linguisticamente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas pecu-


A
G

liaridades importantes:
LÍNGUA PORTUGUESA

z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos rela-
cionados a esse pronome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;
z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).
Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à
noite.

99
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Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a
partir das formas usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituí-
dos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos inter-
locutores sejam reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre
outras.
Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura
e das funções sociais que designam:

z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do
alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel,
tratamento cerimonioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos.

Os exemplos apresentados fazem referência a pronomes de tratamento e suas respectivas


designações sociais conforme indica o Manual de Redação oficial da Presidência da República.
Portanto, essas designações devem ser seguidas com atenção quando o gênero textual abor-
dado for um gênero oficial.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:

z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tratamento é importante destacar que o plural
7

de algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA.
-2
46

Porém, na maioria das abreviaturas terminadas com a letra a, o plural é feito com o acrés-
.3

cimo do s: V. Exa. / V. Exas.; V. Ema. / V.Emas.;


80
.9

z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meritíssimo Juiz;


97

z O tratamento dispensado ao Presidente da República nunca deve ser abreviado.


-0
LA
IE

Pronomes Indefinidos
R
B
A
G

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utiliza-
dos na 3ª pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariáveis.
Observe a seguinte tabela:

PRONOMES INDEFINIDOS6
Variáveis Invariáveis
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Ninguém

6 Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-


100 nenhum-outro-qualquer-quem-quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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Todo, toda, todos, todas Quem
Outro, outra, outros, outras Outrem
Muito, muita, muitos, muitas Algo
Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo
Certo, certa, certos, certas Nada
Vários, várias Cada
Quanto, quanta, quantos, quantas Que
Tanto, tanta, tantos, tantas -
Qualquer, quaisquer -
Qual, quais -
Um, uma, uns, umas -

As palavras certo e bastante serão pronomes indefinidos quando vierem antes do subs-
tantivo, e serão adjetivos quando vierem depois.
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
A palavra bastante frequentemente gera dúvida quanto a ser advérbio, adjetivo ou pro-
nome indefinido. Por isso, atente-se ao seguinte:

z Bastante (advérbio): será invariável e equivalente ao termo “muito”.


Ex.: Elas são bastante famosas;
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente ao termo “suficiente”.
Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para a festa;
z Bastante (pronome indefinido): concorda com o substantivo, indicando grande, porém
incerta, quantidade de algo.
Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
7
-2

Pronomes Demonstrativos
46
.3
80

Os pronomes demonstrativos indicam a posição e apontam elementos a que se referem as


.9
97

pessoas do discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designada por eles no tempo, no espaço
-0

físico ou no espaço textual.


LA
IE
R

z 1ª pessoa: este, estes / esta, estas;


B
A

z 2ª pessoa: esse, esses / essa, essas;


G

3ª pessoa: aquele, aqueles / aquela, aquelas;


LÍNGUA PORTUGUESA

z
z Invariáveis: isto, isso, aquilo.

Usamos este, esta, isto para indicar:

� Referência ao espaço físico, indicando a proximidade de algo ao falante.


Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto como prova;
� Referência ao tempo presente.
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, pagarei a última prestação da casa;
� Referência ao espaço textual. 101
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Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta procurava um presente para o marido (o
pronome refere-se ao último termo mencionado).

Este artigo científico pretende analisar... (o pronome “este” refere-se ao próprio texto).
Usamos esse, essa, isso para indicar:

z Referência ao espaço físico, indicando o afastamento de algo de quem fala.


Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você;
z Indicar distância que se deseja manter.
Ex.: Não me fale mais nisso. A população não confia nesses políticos;
z Referência ao tempo passado.
Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias estive em São Paulo;
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter falado sobre isso. Sinto uma energia
negativa nessa expressão utilizada.

Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:

� Referência ao espaço físico, indicando afastamento de quem fala e de quem ouve.


Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
� Referência a um tempo muito remoto, um passado muito distante.
Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as portas abertas. Bons tempos aqueles!
� Referência a um afastamento afetivo.
Ex.: Não conheço mais aquela mulher;
� Referência ao espaço textual, indicando o primeiro termo de uma relação expositiva.
Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta preferiu beber chá; aquela, refrigerante.
7

Dica
-2
46
.3

O pronome “mesmo” não pode ser usado em função demonstrativa referencial. Veja:
80

Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo esqueceu de preencher o gabarito.


.9
97

Correto: O candidato fez a prova, porém esqueceu de preencher o gabarito.


-0
LA

Pronomes Relativos
IE
R
B
A

Uma das classes de pronomes mais complexas, os pronomes relativos têm função muito
G

importante na língua, refletida em assuntos de grande relevância em concursos, como a aná-


lise sintática. Dessa forma, é essencial conhecer adequadamente a função desses elementos,
a fim de saber utilizá-los corretamente.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo ou a um pronome substantivo men-
cionado anteriormente. A esse nome (substantivo ou pronome mencionado anteriormente)
chamamos de antecedente.
São pronomes relativos:

z Variáveis: o qual, os quais, cujo, cujos, quanto, quantos / a qual, as quais, cuja, cujas, quan-
ta, quantas;
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z Invariáveis: que, quem, onde, como;
z Emprego do pronome relativo que: pode ser associado a pessoas, coisas ou objetos.
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O cachorro que estava doente morreu. A caneta
que emprestei nunca recebi de volta.
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do relativo “que”.
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer).
� Emprego do relativo quem: seu antecedente deve ser uma pessoa ou objeto personificado.
Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo.
� O pronome relativo quem pode fazer referência a algo subentendido: quem cala consente
(aquele que cala).
� Emprego do relativo quanto: seu antecedente deve ser um pronome indefinido ou demons-
trativo; pode sofrer flexões.
Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado. Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado para indicar posse e aparecer relacionan-
do dois termos que devem ser um possuidor e uma coisa possuída.
Ex.: A matéria cuja aula faltei foi língua portuguesa — o relativo cuja está ligando aula
(possuidor) à matéria (coisa possuída).

O relativo cujo deve concordar em gênero e número com a coisa possuída.


Jamais devemos inserir um artigo após o pronome cujo: Cujo o, cuja a
Não podemos substituir cujo por outro pronome relativo.
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri.
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte pergunta: “de quem/do que?”
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor do que? Do filme).
Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de quem? Do rapaz).
7

� Emprego do pronome relativo onde: empregado para indicar locais físicos.


-2
46

Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.


.3

� Em alguns casos, pode ser preposicionado, assumindo as formas aonde e donde.


80
.9

Ex.: Irei aonde você for.


97

� O relativo “onde” pode ser empregado sem antecedente.


-0

Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.


LA

� Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual” e suas variações (os quais, a qual, as
IE
R

quais) é usado em substituição a outros pronomes relativos, sobretudo o “que”, a fim de


B
A

evitar fenômenos linguísticos, como o “queísmo”.


G

LÍNGUA PORTUGUESA

Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) ninguém se lembra.

O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão textual, desfazendo estruturas


ambíguas.

Pronomes Interrogativos

São utilizados para introduzir uma pergunta ao texto.


Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais? Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que?
Quem?). 103
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Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade? Quantos anos tem seu pai?
O ponto de interrogação só é usado nas interrogativas diretas. Nas indiretas, aparece ape-
nas a intenção interrogativa, indicada por verbos como perguntar, indagar etc. Ex.: Indaguei
quem era ela.
Atenção: Os pronomes interrogativos que e quem são pronomes substantivos, pois subs-
tituem os substantivos, dando fluidez à leitura.
Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a realização da atividade (O tempo não
permitiu a realização da atividade. O tempo estava instável)7.

Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso e indicam posse. Observe a


tabela a seguir:

1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas


SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas
3ª pessoa Seu, sua / seus, suas

Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos) também podem atribuir
valor possessivo a uma coisa.
Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o pronome esteja ligado ao verbo pelo
hífen, a relação do pronome é com o objeto da posse.
Outras funções dos pronomes possessivos:

z delimitam o substantivo a que se referem;


7
-2

z concordam com o substantivo que vem depois dele;


46

não concordam com o referente;


.3

z
80

z o pronome possessivo que acompanha o substantivo exerce função sintática de adjunto


.9
97

adnominal.
-0
LA

Colocação Pronominal
IE
R
B
A

Estudo da posição dos pronomes na oração.


G

z Próclise: pronome posicionado antes do verbo. Casos que atraem o pronome para próclise:

„ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.: Não me submeto a essas condições.
„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, relativos. Ex.: Foi ela que me colocou nesse
papel.
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se apresente como um rico investidor, ele nada
tem.

104 7 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30. jul. 2021.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex.: Em se tratando de futebol, Maradona foi
um ídolo.
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na esperança de sermos ouvidos, muito lhe
agradecemos.
„ Orações interrogativas, exclamativas, optativas (exprimem desejo). Ex.: Como te
iludes!

z Mesóclise: pronome posicionado no meio do verbo. Casos que atraem o pronome para
mesóclise:

„ os pronomes devem ficar no meio dos verbos que estejam conjugados no futuro, caso
não haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.: Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgu-
lhar-me-ei dos nossos estudantes.

z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos que atraem o pronome para ênclise:

„ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
„ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
„ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante.

Casos proibidos:

„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) / Dá-me esse caderno! (certo).


„ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lembrou de nada (errado) / Falou pouco;
lembrou-se de nada (correto).
„ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato (errado) / Tinha se lembrado do fato
(correto).
7
-2
46

VERBOS
.3
80
.9

Certamente, a classe de palavras mais complexa e importante dentre as palavras da lín-


97
-0

gua portuguesa é o verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações e os agentes desses
LA

atos, além de ser uma importante classe sempre abordada nos editais de concursos; por isso,
IE

atente-se às nossas dicas.


R
B

Os verbos são palavras variáveis que se flexionam em número, pessoa, modo e tempo, além
A
G

da designação da voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.


LÍNGUA PORTUGUESA

As flexões verbais são marcadas por desinências, que podem ser:

z Número-pessoal: indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pes-
soa verbal foi flexionado (1ª, 2ª ou 3ª);
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.

Iremos apresentar essas desinências a seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinên-


cias modo-temporais, precisamos explicar o que são modo e tempo verbais.

105
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Modos

Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.

z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de certeza.

Ex.: Estudei muito para ser aprovado.

z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude de dúvida, desejo ou possibilidade.

Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.

z Imperativo: o modo imperativo designa ordem, convite, conselho, súplica ou pedido.

Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.

Tempos

O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente,
podemos indicar o tempo dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto,
ramificações específicas. Observe a seguir:

z Presente:

Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo
todos os dias no mesmo horário.
Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
7
-2

Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).


46
.3
80

z Passado:
.9
97
-0

„ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no passado.


LA
IE
R

Ex.: Estudei até ser aprovado.


B
A
G

„ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga
ou durativa.

Ex.: Estudava todos os dias.

„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à outra mais antiga.

Ex.: Quando notei (passado), a água já transbordara (ação anterior) da banheira.

106 z Futuro:
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„ Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.

Ex.: Estudarei bastante ano que vem.

„ Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.

Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tem-
pos simples e nos tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma úni-
ca palavra, ou verbo, conjugado no presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse
caso, o verbo auxiliar é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, res-
pectivamente:

Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples

TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO


Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª
conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª -sse
conjugações)
P r e t é r i t o -ra *
mais-que-perfeito
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *
7
-2
46

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.


.3
80
.9
97

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)


-0
LA

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do indicativo) + verbo princi-
IE
R

pal particípio.
B
A

Ex.: Tenho estudado.


G

� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do indi-


LÍNGUA PORTUGUESA

cativo) + verbo principal no particípio.


Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: ter (futuro do pretérito simples) + verbo
principal no particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)


107
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� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: ter (presente do subjuntivo) + verbo princi-
pal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: ter (pretérito imperfeito do sub-
juntivo) + verbo principal no particípio.
Ex.: (se eu) Tivesse estudado
� Futuro composto: verbo auxiliar: ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no
particípio.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.

Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais

As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles
assumem em determinados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como subs-
tantivos, adjetivo ou advérbios.

z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por
vezes, pode funcionar como um advérbio ou um adjetivo.
Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.
z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar tam-
bém em -do, -to, -go, -so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se,
em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
Quando cheguei, ela já tinha partido.
Ele tinha aberto a janela.
Ela tinha pago a conta.
z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenô-
7

meno designado. Pode ser pessoal ou impessoal:


-2
46
.3

„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do dis-
80
.9

curso. É usado na formação de orações reduzidas. Ex.: comer eu. Comermos nós. É para
97

aprenderem que ele ensina;


-0

„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar ape-
LA
IE

nas a conjugação. Ex.: estudar — 1ª conjugação; comer — 2ª conjugação; partir — 3ª


R

conjugação.
B
A
G

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.


Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.

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Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo
composto na voz ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.

Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em:
regulares, irregulares, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impes-
soais e auxiliares, além das formas nominais. Vamos conhecer as particularidades de cada
um a seguir:

z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regu-
laridade no uso das desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os
verbos regulares mantêm o paradigma morfológico com o radical, que permanece inalte-
rado. Ex.: verbo cantar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu canto Cantei
Tu cantas Cantaste
Ele/ você canta Cantou
Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes
Eles/ vocês cantam Cantaram

z Irregulares: os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências ver-


bais. Por isso, recebem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo
um paradigma próprio para cada grupo verbal.
7
-2
46
.3

Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utiliza-
80

mos como exemplo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos
.9
97

anômalos. Ex.: verbo estar:


-0
LA

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


IE
R

Eu estou Estive
B
A

Tu estás Estiveste
G

Ele/ você está Esteve


LÍNGUA PORTUGUESA

Nós estamos Estivemos


Vós estais Estivestes
Eles/ vocês estão Estiveram

z Anômalos: esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências


verbais, consideradas anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um
exemplo bem usual de verbo dessa categoria é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas
dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.
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Vejamos a conjugação o verbo “ser”:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu sou Fui
Tu és Foste
Ele / você é Foi
Nós somos Fomos
Vós sois Fostes
Eles / vocês são Foram

Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregu-
laridade que ocasiona uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como
anômalos.

z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma
de particípio aceitas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de par-
ticípio regular e outra irregular. Vejamos alguns verbos abundantes:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
7

Despertar Despertado Desperto


-2
46

Dispersar Dispersado Disperso


.3
80

Eleger Elegido Eleito


.9

Encher Enchido Cheio


97
-0

Entregar Entregado Entregue


LA

Morrer Morrido Morto


IE

Expelir Expelido Expulso


R
B

Enxugar Enxugado Enxuto


A
G

Findar Findado Findo


Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Isentar Isentado Isento
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago
Prender Prendido Preso
Romper Rompido Roto
Salvar Salvado Salvo
Secar Secado Seco
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Torcer Torcido Torto

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Aceitar Eu já tinha aceitado o convite O convite foi aceito
Aviso quando tiver entregado a
Entregar Está entregue!
encomenda
Quando chegou, encontrou o
Morrer Havia morrido há dias
animal morto
A bala foi expelida por aquela
Expelir Esta é a bala expulsa
arma
Tinha enxugado a louça quan-
Enxugar A roupa está enxuta
do o programa começou
Depois de ter findado o traba-
Findar Trabalho findo!
lho, descansou
Se tivesse imprimido tínhamos Onde está o documento
Imprimir
como provar impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!
Dados importantes tinham
Omitir Informações estavam omissas
7

sido omitidos por ela


-2
46

Após ter submergido os legu- Deixe os legumes submersos


.3

Submergir
mes, reparou no amigo por alguns minutos
80
.9

Nunca tinha suspendido


97

Suspender Você está suspenso!


ninguém
-0
LA
IE

z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas,
R
B

gerando um “defeito” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são
A
G

os verbos colorir, precaver, reaver etc.


LÍNGUA PORTUGUESA

Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo,
bem como: aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir,
puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir, brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa
característica, como latir, bramir, chover.

z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua for-
ma verbal. É importante lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática.
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Predominantemente, os verbos pronominas apresentam transitividade indireta, ou seja,
são VTI. Ex.: Sentar-se.

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu me sento Sentei-me
Tu te sentas Sentaste-te
Ele/ você se senta Sentou-se
Nós nos sentamos Sentamo-nos
Vós vos sentais Sentastes-vos
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se

z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sinta-
ticamente como objeto direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação
verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar
etc.

„ O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será
impessoal. Ex.: Havia muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em
concurso público;
„ Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno cli-
mático ou tempo. Ex.: Está muito quente! / Era tarde quando chegamos;
„ O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos;
„ O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tem-
po climático. Ex.: Faz anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor;
„ Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujei-
to inexistente;
7

„ O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver
-2
46

preenchido: “Já é natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impes-
.3
80

soal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos que não vejo Mariana”.
.9
97
-0

z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e tam-
LA

bém nas locuções verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter
IE

e haver.
R
B
A
G

Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo


principal determina a regência estabelecida na oração.
Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes
na formação da voz passiva analítica.

z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:

„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advér-


bio ou adjetivo. Ex.: Minha mãe está rezando;

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„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser
classificado em particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em
-ado e -ido.

A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e
“haver”. Já com os verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos
policiais.

„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.

AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (amar, passear);


ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (comer, pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (partir, sair).

Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjugação, pois origina-se do verbo “poer”.
O mesmo acontece com verbos que deste derivam.

Vozes Verbais

As vozes verbais definem o papel do sujeito na oração, demonstrando se o sujeito é o agen-


te da ação verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em:

� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação verbal.


Ex.: O policial deteve os bandidos;
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal.
7
-2

Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — passiva analítica;


46
.3

� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética.


80

� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, pois pratica e recebe a ação
.9
97

verbal.
-0

Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O menino se agrediu;


LA

� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, porém há uma ação comparti-
IE
R

lhada entre dois indivíduos. A ação pode ser compartilhada entre dois ou mais indivíduos
B
A

que praticam e sofrem a ação.


G

Ex.: Os bandidos se olharam antes do julgamento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos


LÍNGUA PORTUGUESA

se cumprimentaram.

A voz passiva é realizada a partir da troca de funções entre sujeito e objeto da voz ativa.
Só podemos transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva se o verbo for transitivo
direto ou transitivo direto e indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do objeto direto.
Importante! Não confunda os verbos pronominais com as vozes verbais. Os verbos pro-
nominais que indicam sentimentos, como arrepender-se, queixar-se, dignar-se, entre outros,
acompanham um pronome que faz parte integrante do seu significado, diferentemente das
vozes verbais, que acompanham o pronome “se” com função sintática própria.
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Outras Funções do “Se”

Como vimos, o “se” pode funcionar como item essencial na voz passiva. Além dessa fun-
ção, esse elemento também acumula outras atribuições:

z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética é feita com verbos transitivos direto (TD)
ou transitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos o “se” junto ao verbo, por isso, o
elemento “se” é designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — “Se” (partícula apassivadora).

O “se” exercerá essa função apenas:

„ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;


„ com verbos que concordam com o sujeito;
„ com a voz passiva sintética.

Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto direto (OD), pois ele se transforma em sujei-
to paciente.

z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” funcionará nessa condição quando não for
possível identificar o sujeito explícito ou subentendido. Além disso, não podemos confun-
dir essa função do “se” com a de apassivador, já que, para ser índice de indeterminação do
sujeito, a oração precisa estar na voz ativa.

Outra importante característica do “se” como índice de indeterminação do sujeito é que


isso ocorre em verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou verbos de ligação. Além
disso, o verbo sempre deverá estar na 3ª pessoa do singular.
7

Ex.: Acredita-se em Deus.


-2
46
.3
80

z Pronome reflexivo: na função de pronome reflexivo, a partícula “se” indicará reflexão


.9

ou reciprocidade, auxiliando a construção dessas vozes verbais, respectivamente. Nessa


97
-0

função, suas principais características são:


LA
IE

„ sujeito recebe e pratica a ação;


R
B

„ funcionará, sintaticamente, como objeto direto ou indireto;


A
G

„ o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.

Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um presente de aniversário (implícito).

z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se” será parte integrante dos verbos pronomi-
nais, acompanhando-o em todas as suas flexões. Quando o “se” exerce essa função, jamais
terá uma função sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a filha;

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z Partícula de realce: será partícula de realce o “se” que puder ser retirado do contexto sem
prejuízo no sentido e na compreensão global do texto. A partícula de realce não exerce
função sintática, pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos;
z Conjunção: o “se” será conjunção condicional quando sugerir a ideia de condição. A con-
junção “se” exerce função de conjunção integrante, apenas ligando as orações, e poderá
ser substituído pela conjunção “caso”.
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estudar, será aprovado).

Conjugação de Verbos Derivados

Verbo derivado é aquele que deriva de um verbo primitivo; para trabalhar a conjugação
desses verbos, é importante ter clara a conjugação de seus “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algumas de suas derivações a seguir, pois são
assuntos relevantes em provas diversas:

z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;


z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
z Ver: antever, rever, prever;
z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir.

Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjugação apresenta paradigma derivado,
auxiliando a compreensão dessas conjugações verbais.
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e
todos os demais que terminam em -iar. Os verbos com essa terminação são, predominante-
mente, regulares.
7

PRESENTE — INDICATIVO
-2
46

Eu Crio
.3

Tu Crias
80
.9

Ele/Você Cria
97

Nós Criamos
-0

Vós Criais
LA
IE

Eles/Vocês Criam
R
B
A
G

Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geralmente são irregulares e apresentam algu-
LÍNGUA PORTUGUESA

ma modificação no radical ou nas desinências. Acompanhe a conjugação do verbo “passear”:

PRESENTE — INDICATIVO
Eu Passeio
Tu Passeias
Ele/Você Passeia
Nós Passeamos
Vós Passeais
Eles/Vocês Passeiam
115
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Conjugação de Alguns Verbos

Vamos agora conhecer algumas conjugações de verbos irregulares importantes, que sem-
pre são objeto de questões em concursos.
Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo:

PRESENTE — INDICATIVO
Eu Adiro
Tu Aderes
Ele/Você Adere
Nós Aderimos
Vós Aderis
Eles/Vocês Aderem

A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”. São conjugados da mesma forma os


verbos dispor, interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor, entrepor, supor.

PRESENTE — INDICATIVO
Eu Ponho
Tu Pões
Ele/Você Põe
Nós Pomos
Vós Pondes
Eles/Vocês Põem

ADVÉRBIOS
7
-2

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advér-
46

bio. Em alguns casos, os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando
.3
80

circunstância.
.9
97

As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios.
-0

Porém, decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado
LA

na resolução de questões de concurso.


IE

Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advér-
R
B

bios para, a partir delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das ques-
A
G

tões que tratem dessa classe de palavras.


Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo
advérbio:

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.

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Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração.
Como dissemos, essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por
isso, para identificar com mais propriedade a função denotada pelos advérbios, é preciso
perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locu-
ções adverbiais ou orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) enver-
gonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento)
às claras (modo).

Locuções Adverbiais

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alteran-
do o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há
também as que são formadas por preposição + adjetivos ou advérbios.
Veja alguns exemplos:

z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo =
novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve =
brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
7

As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que
-2
46

as locuções adverbiais apresentam um valor passivo.


.3

Ex.: Ameaça de colapso.


80
.9

Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passivida-
97

de, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá
-0
LA

seu sentido. Veja:


IE

Ex.: Colapso foi ameaçado.


R
B

Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada ante-
A
G

riormente é adverbial.
LÍNGUA PORTUGUESA

Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”,
o termo destacado não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo
com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portugue-
sa, que não admite voz passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjeti-
vas). Isso torna tal estrutura agramatical; por isso, inserimos um asterisco para indicar essa
característica.

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Dica

Locuções adverbiais apresentam valor passivo.


Locuções adjetivas apresentam valor de posse.

Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em ques-
tões. Buscamos desenvolver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo
decorando listas de locuções adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.

Advérbios Interrogativos

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos.


Para evitar essa confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma
pergunta, exprimindo ideia de tempo, modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interroga-
tivos, pois não substituem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar,
tempo e causa.

Grau do Advérbio

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e
superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais - Tão bem
7
-2

GRAU bem*)
46

Mal Pior (mais mal*) - Tão mal


.3

COMPARATIVO
80

Muito Mais - -
.9
97

Pouco Menos - -
-0
LA
IE

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio
R

verbal.
B
A
G

ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
-
GRAU Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
SUPERLATIVO -
Superioridade: o
Muito Muitíssimo -
mais
Superioridade: o
Pouco Pouquíssimo -
menos
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Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica
invariável, confundindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no femi-
nino ou no plural; caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até clas-
sificados como tal, mas não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído,
pois, geralmente, é isso que as bancas de concurso cobram.

z Eis: sentido de designação;


z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação;
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;
z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.
7

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente for-
-2
46

madas pela forma ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas
.3
80

podem ser retiradas sem causar prejuízo sintático ou semântico à frase.


.9

Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.


97

Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
-0
LA
IE

Algumas Observações Interessantes


R
B
A
G

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal.
LÍNGUA PORTUGUESA

Caso venha deslocado, em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o
pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado na reunião de ontem);
z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último ele-
mento recebe a terminação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e
socialmente.

119
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CONJUNÇÕES

Assim como as preposições, as conjunções também são invariáveis e também auxiliam na


organização das orações, ligando termos e, em alguns casos, orações. Por manterem relação
direta com a organização das orações nas sentenças, as conjunções podem ser coordenati-
vas ou subordinativas.

Conjunções Coordenativas

As conjunções coordenativas são aquelas que ligam orações coordenadas, ou seja, orações
que não fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, essas conjunções ligam núcleos
de um mesmo termo da oração. As conjunções coordenadas podem ser:

z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, não só, mas também, não apenas, como
ainda, senão (após não só).
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei.
O gato era o preferido, não só da filha, senão de toda família.
z Adversativas: colocam informações em oposição, contradição. Mas, porém, contudo,
todavia, entretanto, não obstante, senão (equivalente a mas).
Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores (equivale a “mas sim”).

Importante! A conjunção “e” pode apresentar valor adversativo, principalmente quando


é antecedida por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho não deixava.

z Alternativas: ligam orações com ideias que não acontecem simultaneamente, que se
excluem. Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
7

Ex.: Estude ou vá para a festa.


-2
46

Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.


.3
80
.9

Importante! A palavra “senão” pode funcionar como conjunção alternativa: Saia agora,
97
-0

senão chamarei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”).


LA
IE

z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma delas explica-se o que a outra afirma.
R
B

Que, porque, pois, (se vier no início da oração), porquanto.


A
G

Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a enxada!


Viva bem, pois isso é o mais importante.

Importante! “Pois” com sentido explicativo inicia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte,
pois sinto saudades.
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar
voltará, pois, a subir.

z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a segunda conclui o que foi dito na primeira.
Logo, portanto, então, por isso, assim, por conseguinte, destarte, pois (deslocado na frase).
120
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Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui aprovado.
Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-se.

Dica
As conjunções “e”, “nem” não devem ser empregadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso concomitante acarreta em redundância.

Conjunções Subordinativas

Tais quais as conjunções coordenativas, as subordinativas estabelecem uma ligação entre


as ideias apresentadas em um texto. Porém, diferentemente daquelas, estas ligam ideias
apresentadas em orações subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra para terem
o sentido apreendido.

� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa. Haja vista, que, porque, pois, porquanto,
visto que, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
� Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia de consequência. Que (depois de tal,
tanto, tão), de modo que, de forma que, de sorte que etc.
Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
� Comparativa: iniciam orações comparando ações e, em geral, o verbo fica subtendido.
Como, que nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, maior), tanto... quanto etc.
Ex.: Corria como um touro.
Ela dança tanto quanto Carlos.
� Conformativa: expressam a conformidade de uma ideia com a da oração principal. Con-
forme, como, segundo, de acordo com, consoante etc.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
7
-2

Amanhã chove, segundo informa a previsão do tempo.


46

� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia contrária à da oração principal. Embora,
.3
80

conquanto, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que etc.
.9
97

Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não tivesse gostado.


-0

Trabalhava, por mais que a perna doesse.


LA

� Condicional: iniciam uma oração com ideia de hipótese, condição. Se, caso, desde que,
IE

contanto que, a menos que, somente se etc.


R
B

Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondido sua mensagem.


A
G

Posso lhe ajudar, caso necessite.


LÍNGUA PORTUGUESA

� Proporcional: ideia de proporcionalidade. À proporção que, à medida que, quanto mais...


mais, quanto menos...menos etc.
Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de ser aprovado.
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela.
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para que, a fim de que etc.
Ex.: A professora dá exemplos para que você aprenda!
Comprou um computador a fim de que pudesse trabalhar tranquilamente.
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de tempo. Quando, enquanto, assim que,
até que, mal, logo que, desde que etc.
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Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia do Futuro.
Mal cheguei à cidade, fui assaltado.

Importante!

Os valores semânticos das conjunções não se prendem às formas morfológicas desses


elementos. O valor das conjunções é construído contextualmente, por isso, é fundamental
estar atento aos sentidos estabelecidos no texto.
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a procura? (Se = causal = já que)
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar puro no campo? (Quando = causal = já
que).

Conjunções Integrantes

As conjunções integrantes fazem parte das orações subordinadas; na realidade, elas apenas
integram uma oração principal à outra, subordinada. Existem apenas dois tipos de conjunções
integrantes: “que” e “se”.

� Quando é possível substituir o “que” pelo pronome “isso”, estamos diante de uma conjun-
ção integrante.
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Isso).
� Sempre haverá conjunção integrante em orações substantivas e, consequentemente, em
períodos compostos.
Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O quê? Isso).
� Nunca devemos inserir uma vírgula entre um verbo e uma conjunção integrante.
Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual (errado).
Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).

INTERJEIÇÕES
7
-2
46

As interjeições também fazem parte do grupo de palavras invariáveis, tal como as prepo-
.3

sições e as conjunções. Sua função é expressar estado de espírito e emoções; por isso, apre-
80
.9

sentam forte conotação semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a uma frase. Ex.:
97

Tchau!
-0

As interjeições indicam relações de sentido diversas. A seguir, apresentamos um quadro


LA

com os sentimentos e sensações mais expressos pelo uso de interjeições:


IE
R
B

VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO


A
G

Advertência Cuidado! Devagar! Calma!


Alívio Arre! Ufa! Ah!
Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!
Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!

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É salutar lembrar que o sentido exato de cada interjeição só poderá ser apreendido diante
do contexto. Por isso, em questões que abordem essa classe de palavras, o candidato deve
reler o trecho em que a interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido expresso no texto.
Isso acontece pois qualquer expressão exclamativa que expresse sentimento ou emoção
pode funcionar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões, por exemplo, que são inter-
jeições por excelência, mas que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido alterado.
Antes de concluirmos, é importante ressaltar o papel das locuções interjetivas, conjunto
de palavras que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus! Ora bolas! Valha-me Deus!

OS MODALIZADORES

Os modalizadores são elementos que auxiliam o emissor a demonstrar seu ponto de vista,
sua intenção, como, por exemplo: expressar dúvida, certeza, afetividade etc. Observe a seguir
alguns exemplos de modalizadores:

Asseverativos

z Afirmativos: evidentemente, claro, lógico, sem dúvida;


z Negativos: de forma alguma, de jeito nenhum.

Quase Asseverativos/Dubtáveis

Talvez, provavelmente, possivelmente.

Delimitadores

Quase, uma espécie de, geograficamente, biologicamente.

Deontológicos
7
-2
46
.3

Exprimem proibições, permissões e obrigatoriedades. Exemplos: necessariamente,


80

obrigatoriamente.
.9
97
-0

Afetivos
LA
IE

z Subjetivos (trazem a reação do emissor ao que é exposto): espantosamente, felizmente,


R
B

infelizmente;
A
G

z Intersubjetivos (trazem a relação com o coenunciador): sinceramente, francamente,


LÍNGUA PORTUGUESA

estranhamente.

123
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SEMÂNTICA

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO

Denotação

O sentido denotativo da linguagem compreende o significado literal da palavra indepen-


dente do seu contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais objetivo e literal associado
ao significado que aparece nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar ênfase à
informação que se quer passar para o receptor de forma mais objetiva, imparcial e prática.
Por isso, é muito utilizada em textos informativos, como notícias, reportagens, jornais, arti-
gos, manuais didáticos, entre outros.
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: chamas)
O coração é um músculo que bombeia sangue para o corpo. (coração: parte do corpo)

Conotação

O sentido conotativo compreende o significado figurado e depende do contexto em que


está inserido. A conotação põe em evidência os recursos estilísticos dos quais a língua dispõe
para expressar diferentes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e poética. A conota-
ção tem como finalidade dar ênfase à expressividade da mensagem de maneira que ela possa
provocar sentimentos ou diferentes sensações no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada
em poesias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios publicitários e outros.
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”.
Você mora no meu coração.

ANTÔNIMOS, SINÔNIMOS, PARÔNIMOS E HIPERÔNIMOS


7
-2

Sinonímia
46
.3
80

São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm signifi-


.9
97

cados semelhantes. É importante entender que a identidade dos sinônimos é ocasional, ou


-0

seja, em alguns contextos uma palavra pode ser empregada no lugar de outra, o que pode
LA

não acontecer em outras situações. O uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
IE
R

exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se utilizadas como sinônimos, uma vez que a
B
A

intensidade de suas significações é diferente.


G

O emprego dos sinônimos é um importante recurso para a coesão textual, uma vez que
essa estratégia revela, além do domínio do vocabulário do falante, a capacidade que ele tem
de realizar retomadas coesivas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura do texto.

Antonímia

São palavras ou expressões que, empregadas em um determinado contexto, têm significa-


dos opostos. As relações de antonímia podem ser estabelecidas em gradações (grande/peque-
no; velho/jovem); reciprocidade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é casado/ele é
124
solteiro). Vejamos o exemplo a seguir:
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Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16/10/2020.

A relação de sentido estabelecida na tirinha é construída a partir dos sentidos opostos das
palavras “prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nesse contexto.

Homonímia

Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia ou grafia, porém apresentam sig-
nificados diferentes. É importante estar atento a essas palavras e a seus dois significados. A
seguir, listamos alguns homônimos importantes:

acender (colocar fogo) ascender (subir)


acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
7

caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)


-2
46

cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)


.3

cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)


80
.9

censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)


97

céptico (descrente) séptico (que causa infecção)


-0

cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)


LA

cerrar (fechar) serrar (cortar)


IE

cervo (veado) servo (criado)


R
B

chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)


A
G

cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)


LÍNGUA PORTUGUESA

círio (vela) sírio (natural da Síria)


cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
expectador (aquele que tem esperança, que
espectador (aquele que assiste)
espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) 125
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estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman6.php. Acessado em: 17/10/2020.

Parônimos

Parônimos são palavras que apresentam sentido diferente e forma semelhante, conforme
demonstramos nos exemplos a seguir:

z Absorver/absolver

„ Tentaremos absorver toda esta água com esponjas. (sorver)


„ Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis de seus pecados (inocentar).

z Aferir/auferir

„ Realizaremos uma prova para aferir seus conhecimentos (avaliar, cotejar).


„ O empresário consegue sempre auferir lucros em seus investimentos (obter).

z Cavaleiro/cavalheiro
7
-2
46

„ Todos os cavaleiros que integravam a cavalaria do rei participaram na batalha (homem


.3

que anda de cavalo).


80
.9

„ Meu marido é um verdadeiro cavalheiro, abre sempre as portas para eu passar (homem
97

educado e cortês).
-0
LA

z Cumprimento/comprimento
IE
R
B
A

„ O comprimento do tecido que eu comprei é de 3,50 metros (tamanho, grandeza).


G

„ Dê meus cumprimentos a seu avô (saudação).

z Delatar/dilatar

„ Um dos alunos da turma delatou o colega que chutou a porta e partiu o vidro (denunciar).
„ Comendo tanto assim, você vai acabar dilatando seu estômago (alargar, estender).

z Dirigente/diligente

„ O dirigente da empresa não quis prestar declarações sobre o funcionamento da mesma


126 (pessoa que dirige, gere).
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„ Minha funcionária é diligente na realização de suas funções (expedito, aplicado).

z Discriminar/descriminar

„ Ela se sentiu discriminada por não poder entrar naquele clube (diferenciar, segregar).
„ Em muitos países se discute sobre descriminar o uso de algumas drogas (descrimina-
lizar, inocentar).

Fonte: https://www.normaculta.com.br/palavras-paronimas/. Acessado em 17/10/2020.

Hipônimo e Hiperônimo

Relação estabelecida entre termos que guardam relação de sentido entre si e mantém
uma ordem gradativa. Exemplo: Hiperônimo – veículo; Hipônimos – carro, automóvel, moto,
bicicleta, ônibus...

POLISSEMIA E AMBIGUIDADE

Polissemia (Plurissignificação)

Multiplicidade de sentidos encontradas em algumas palavras, dependendo do contexto. As


palavras polissêmicas guardam uma relação de sentido entre si, diferenciando-as das pala-
vras homônimas. A polissemia é encontrada no exemplo a seguir: -2
7

Fonte: https://bit.ly/3jynvgs. Acessado em: 17/10/2020.


46
.3
80

Ambiguidade
.9
97

A ambiguidade é o fato de determinado enunciado apresentar mais de uma interpretação


-0
LA

possível, por conta da sua construção. Em alguns casos, a ambiguidade é intencional, usada
IE

como recurso discursivo; em outros, é um problema de construção que causa dificuldade na


R
B

comunicação.
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

z Exemplo: A menina discutiu com a mãe, porque bateu seu carro.

Neste caso, a ambiguidade instala-se no pronome possessivo “seu”, cabendo ao interlo-


cutor os seguintes questionamentos: de quem era o carro? Da filha ou da mãe? Neste caso,
faz-se necessária a reescrita, a fim de marcar a posse do carro para uma das partes.

z Exemplo: A menina bateu o carro da mãe e as duas discutiram.

127
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OS DICIONÁRIOS: TIPOS; A ORGANIZAÇÃO DE VERBETES

Os dicionários são livros que trazem explicações acerca do significado das palavras, que
são apresentadas em ordem alfabética. Alguns tipos são: dicionários bilíngues (exemplo: Por-
tuguês-Inglês/Inglês-Português); dicionário de sinônimos; dicionário de termos de uma área
específica, como medicina ou informática; dicionário de gírias.
Os verbetes costumam trazer a classificação da palavra (substantivo masculino, adjetivo),
separação silábica, origem e seus diversos significados. Veja a seguir um exemplo de verbete
retirado do dicionário Priberam online8:

7
-2
46
.3
80
.9
97
-0

VOCABULÁRIO: NEOLOGISMOS, ARCAÍSMOS, ESTRANGEIRISMOS;


LA

LATINISMOS
IE
R
B
A
G

NEOLOGISMOS

Consiste na criação e introdução de novas palavras em nosso vocabulário. Podem ser clas-
sificados em literário, científico, popular ou estrangeiro.
Ex.: Inventei o verbo teadorar. Intransitivo. Teadoro, Teodora.

128 8 Disponível em: https://dicionario.priberam.org/concurso. Acesso em: 15 dez. 2022.


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ARCAÍSMOS

São expressões antigas que com o passar do tempo entram em desuso em determinada
língua.
Ex.: “Vosmecê” = por você
“Físico” = médico
Magote = grande quantidade.

ESTRANGEIRISMOS

Considera-se também barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras, ou


seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua.
Ex.: Minha prima pegou o bouquet no meu casamento. (buquê)
Vamos tomar um drink? (drinque)

LATINISMOS

Uso de expressões em latim.


Ex.: Esta é uma situação sui generis (única).
Aquela é uma ação sine qua non (indispensável).

ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ORTOGRAFIA

As regras de ortografia são muitas e, na maioria dos casos, contraproducentes, tendo em


vista que a lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas vezes, é derivada de processos
históricos de evolução da língua.
7

Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno craque em ortografia: leia sempre! Somen-
-2
46

te a prática de leitura irá lhe garantir segurança no processo de grafia das palavras.
.3

Em relação à acentuação, por outro lado, a maior parte das regras não são efêmeras,
80

porém, são em grande número.


.9
97

Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portuguesa, é importante estarmos atentos


-0

ao uso de letras cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto à escrita correta. Veja:
LA
IE

z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos. Ex.: ameixa, frouxo, trouxe.


R
B
A
G

USAMOS X: USAMOS CH:


LÍNGUA PORTUGUESA

�Depois da sílaba en, se a palavra não for de- �Depois da sílaba en, se a palavra for deri-
rivada de palavras iniciadas por CH: enxerido, vada de palavras iniciadas por CH: encher,
enxada encharcar
�Depois de ditongo: caixa, faixa �Em palavras derivadas de vocábulos que são
�Depois da sílaba inicial me, se a palavra não grafados com CH: recauchutar, fechadura
for derivada de vocábulo iniciado por CH: me-
xer, mexilhão

Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.

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z É com G ou com J?

Usamos G em:

„ Substantivos terminados em: -agem; -igem; -ugem. Ex.: viagem, ferrugem;


„ Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio. Ex.: sacrilégio; pedágio;
„ Verbos terminados em: -ger e -gir. Ex.: proteger; fugir.

Usamos J em:

„ Formas verbais terminadas: em -jar ou -jer. Ex.: viajar; lisonjear;


„ Termos derivados do latim escritos com j. Ex.: majestade; jejum.

z É com Ç ou S?

„ Após ditongos, usamos, geralmente, Ç quando houver som de S. Ex.: eleição;


„ Escrevemos S quando houver som de Z. Ex.: Neusa; coisa.

z É com S ou com Z?

„ Palavras que designam nacionalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês e -esa


devem ser grafadas com S. Ex.: norueguesa; inglês; marquesa; duquesa;
„ Palavras que designam qualidade, cuja terminação seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
embriaguez; lucidez; acidez.

Essas regras para correção ortográfica das palavras, em geral, apresentam muitas exce-
ções; por isso é importante ficar atento e manter uma rotina de leitura, pois esse aprendizado
7
-2

é consolidado com a prática.


46

Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da leitura e da escrita de textos, por
.3
80

isso, recomendamos que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de informação, pois,
.9

além de contribuir para seu conhecimento geral, sua habilidade em língua portuguesa tam-
97
-0

bém aumentará.
LA
IE

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
R
B
A
G

Muitas são as regras de acentuação das palavras da língua portuguesa; para compreender
essas regras, faz-se necessário entender a tonicidade das sílabas e respeitar a sua divisão.

Regras de Acentuação

z Palavras monossílabas: acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em: A, E, O.


Ex.: pá, vá, chá; pé, fé, mês; nó, pó, só;
z Palavras oxítonas: acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O, EM/ENS.
Ex.: cajá, guaraná; Pelé, você; cipó, mocotó; também, parabéns;

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z Palavras paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas que não terminam em: A, E, O, EM/
ENS. Ex.: bíceps, fórceps; júri, táxis, lápis; vírus, úteis, lótus; abdômen, hímen.

Importante!
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongo.
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.

z Palavras proparoxítonas: a regra mais simples e fácil de lembrar — todas as proparoxí-


tonas devem ser acentuadas!

Porém, esse grupo de palavras divide uma polêmica com as palavras paroxítonas, pois, em
alguns vocábulos, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) aceita a classifica-
ção em paroxítona ou proparoxítona.
São as chamadas proparoxítonas aparentes. Essas palavras apresentam um ditongo cres-
cente no final de suas sílabas; esse ditongo pode ser aceito ou pode ser considerado hiato. É o
que ocorre com as palavras:

z his-tó-ria/ his-tó-ri-a;
z vá-cuo/ vá-cu-o;
z pá-tio/ pá-ti-o.

Antes de concluir, é importante mencionar o uso do acento nas formas verbais ter e vir:

z Ele tem / Eles têm;


z Ele vem / Eles vêm.
7
-2

Perceba que, no plural, essas formas admitem o uso de um acento (^); portanto, atente-se
46

à concordância verbal quando usar esses verbos.


.3
80
.9
97
-0

A CRASE
LA
IE
R

Um assunto que causa grande dúvida é o uso da crase, fenômeno gramatical que corres-
B
A

ponde à junção da preposição a + artigo feminino definido a, ou da junção da preposição a +


G

os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela marcação


LÍNGUA PORTUGUESA

(`) + (a) = (à).


Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.
Regra geral: haverá crase sempre que o termo antecedente exija a preposição a e o termo
consequente aceite o artigo a.
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exige preposição).
Vou a Brasília (verbo que exige preposição a + palavra que não aceita artigo).

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Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação no uso da crase, mas existem especifici-
dades que ajudam no momento de identificação:

CASOS CONVENCIONADOS

z Locuções adverbiais formadas por palavras femininas:


Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
Espero vocês à noite na estação de metrô.
Estou à beira-mar desde cedo;
z Locuções prepositivas formadas por palavras femininas:
Ex.: Ficaram à frente do projeto;
z Locuções conjuntivas formadas por palavras femininas:
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão aumentando;
� Quando indicar marcação de horário, no plural
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas.
Fique atento ao seguinte: entre números teremos que de = a / da = à, portanto:
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase)
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase);
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo:
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada àquele outono.
Por favor, entregue as flores àquela moça que está sentada.
Dedique-se àquilo que lhe faz bem;
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou de:
Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
Referimo-nos à de preto;
� Com o pronome relativo a qual, as quais:
7
-2

Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou de sair.


46

As alunas às quais atribuí tais atividades estão de férias.


.3
80
.9

CASOS PROIBITIVOS
97
-0
LA

Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor orientação de quando não usar a crase.
IE
R
B

� Antes de nomes masculinos


A
G

Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o material agrada a todos.” (MM)


O carro é movido a álcool.
Venda a prazo;
� Antes de palavras femininas que não aceitam artigos
Ex.: Iremos a Fortaleza.

Macete de crase:
Se vou a; Volto da = Crase há!
Se vou a; Volto de = Crase pra quê?
Ex.: Vou à escola / Volto da escola.
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Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;

� Antes de forma verbal infinitiva


Ex.: Os produtos começaram a chegar.
“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar com franqueza, parecem dar a enten-
der que o fazem por exceção de regra.” (MM);
� Antes de expressão de tratamento
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa Excelência;
� No a (singular) antes de palavra no plural, quando a regência do verbo exigir preposição
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;
� Antes dos pronomes relativos quem e cuja
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos o pacote.
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio;
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhuma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do contrato.
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação suspeita de fraude.
Eles estavam conservando a certa altura.
Faremos a obra a qualquer custo.
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade;
� Antes de demonstrativos
Ex.: Não te dirijas a essa pessoa;
� Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de personalidades históricas
Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin;
� Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
O pacote foi entregue a ti ontem;
� Nas expressões tautológicas (face a face, lado a lado)
7

Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal de justiça;


-2
46

� Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância sem determinante


.3

Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.


80
.9

Astronauta volta a Terra em dois meses.


97

Os pesquisadores chegaram a terra depois da expedição marinha.


-0

Vocês o observaram a distância.


LA
IE
R

CRASE FACULTATIVA
B
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Nestes casos, podemos escrever as palavras das duas formas: utilizando ou não a crase.
Para entender detalhadamente, observe as seguintes dicas:

� Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem se tem proximidade


Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
� Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: Iremos a/à sua residência;
� Após preposição até, com ideia de limite
Ex.: Dirija-se até a/à portaria.
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“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui
estranho afeto.” (CBr. 1, 67)

CASOS ESPECIAIS

Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.


Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes forem femininos, normalmente a crase
não será utilizada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para evitar ambiguidades.
Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de instrumento).
Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de instrumento).

QUANDO USAR OU NÃO A CRASE EM SENTENÇAS COM NOMES DE LUGARES

z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase


Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana, moro em Copacabana, passo por
Copacabana);
� Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia, passo pela Bahia).

MACETES

z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre
a, contra a, com a, à moda de, durante a;
z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase. Quando o da ocorre paralelo ao à, há
crase;
7

z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder ser substituído por às duas, há crase.
-2
46

Quando o a uma equivaler a a duas, não ocorre crase;


.3
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z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àquilo quando tais pronomes puderem ser
.9

substituídos por a este, a esta e a isto;


97
-0

z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e nomes de cidades quando esses termos esti-
LA

verem acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à distância de 200 metros do pico da


IE

montanha.
R
B
A
G

A compreensão da crase vai muito além da estética gramatical, pois serve também para
evitar ambiguidades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”, pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto,
não exige preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações como “Pintura feita à mão”, já que
“à mão” seria o advérbio de instrumento da ação de pintar.

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PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA BRASILEIRA; ESTUDO DOS PRINCIPAIS
AUTORES DOS ESTILOS DE ÉPOCA

CONTEXTO HISTÓRICO

O marco inicial da Literatura Brasileira coincide com o período histórico chamado Renas-
cimento. Especialmente em Portugal, este período coincide com o esplendor das conquistas
ultramarinas, grandes navegações, continentes recém-descobertos e a fase de colonização de
povos.
Após o duro golpe da Reforma Protestante de Martinho Lutero, no fim do século XV, Portu-
gal recuperava o seu prestígio com a descoberta feita por Vasco da Gama de um novo cami-
nho para as Índias. Esse espírito de ufania gerou a maior epopeia da Língua Portuguesa: Os
Lusíadas, escrito por Luís Vaz de Camões, que ficou compreendido como a mais alta expres-
são de amor à pátria.
Enquanto isso, no Brasil de 1500, as primeiras produções possuíam mais caráter documen-
tal do que literário. Desde então, a forma como foi escrita a história de nosso país, tem refle-
tido até hoje nas produções artísticas e, consequentemente, nas literárias. Se observarmos,
desde o período Colonial (do Descobrimento à chegada da Família Real ao Brasil), passando
pelo Período Imperial, além de diversas revoltas internas em prol da Independência e da
abolição da escravatura, do Período Regencial, da Proclamação da República, em 1889, do
Período Republicano, marcado pelos governos militares, ditaduras e a reconquista da demo-
cracia, todos esses acontecimentos permeiam a nossa Literatura.
Além disso, diversas transformações de âmbito político e social decorreram das duas
Grandes Guerras, que refletiram no mundo e, consequentemente, no Brasil, ideológica e poli-
ticamente. Políticas mundiais de combate ao comunismo influenciaram líderes e momentos,
a liberdade de expressão foi cerceada e um período sombrio foi instaurado em nossa história
até 1985, quando o direito à democracia foi restabelecido, além da globalização, a internet
7
-2

e as mídias sociais, tudo isso reflete no pensamento, no sentimento e na expressão artística,


46
.3

como poderemos acompanhar nas Escolas Literárias.


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CARACTERÍSTICAS, PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS DO QUINHENTISMO


-0
LA

O Quinhentismo corresponde às manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o


IE
R

século XVI, momento de descobrimento, exploração e colonização.


B
A

Durante esse período, uma literatura genuinamente brasileira, a qual mostra a visão do
G

homem brasileiro, ainda não era possível. O que temos é um ponto de vista do viajante colo-
LÍNGUA PORTUGUESA

nizador acerca do Novo Mundo, além de uma preocupação em documentar e descrever a


viagem para o Rei de Portugal, cujas pretensões eram mercantilistas: novas terras e riquezas
para Portugal.

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Contexto Histórico

O Quinhentismo foi um período da literatura brasileira datado de 1500 a 1601. Assim, inse-
re-se nos cenários das Grandes Navegações e da Contrarreforma Católica. Nesse viés, durante
os séculos XV e XVI, Portugal buscava expandir suas terras e, para isso, realizou expedições
que encaminhavam os navegantes para a África, a Ásia e a América.
Em consequência, houve a descoberta da América por Cristóvão Colombo (1451 — 1506),
em 12 de outubro de 1492, responsável por fazer com que os espanhóis e os portugueses assi-
nassem o Tratado de Tordesilhas, no ano de 1494, respaldando a divisão do novo continente
entre ambas as nações. Por conseguinte, em 22 de abril de 1500, os portugueses chegaram ao
Brasil.
Outro fator histórico importante a ser citado é a chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil,
em 29 de março de 1549, sob o comando de Manuel de Nóbrega, que deu início à missão de
catequização dos indígenas da América, em nome da Companhia de Jesus. Nesse âmbito, a
Coroa portuguesa detinha o apoio da Igreja, assim como a Igreja detinha o apoio da Coroa
Portuguesa, para converter os nativos ao catolicismo e combater a ameaça protestante.
Assim, os principais momentos desse período histórico são, em resumo:

z 1500 — 1601: Quinhentismo — Grandes Navegações e Contrarreforma Católica;


z 1492: descoberta da América por Cristóvão Colombo;
z 1500: chegada dos portugueses ao Brasil;
z 1549: chegada dos primeiros jesuítas ao Brasil.

Características

A literatura quinhentista pode ser dividida em dois grupos, sendo eles: a literatura de
informação e a literatura de formação ou catequese.
7
-2
46

z Literatura de Informação
.3
80
.9

Documentação do processo colonizador: registros descritivos/ informações que os viajan-


97
-0

tes e missionários europeus anotaram sobre o homem e a natureza que viviam naquela épo-
LA

ca e contexto. Sem preocupação estética.


IE
R
B

z Literatura de Formação
A
G

Obras de cunho pedagógico e moral: produzidas pelos missionários jesuítas que buscavam
catequizar os indígenas. Deixaram cartas, tratados, crônicas e poemas, registros de prática
religiosa com certo refinamento estético.
Assim, as características do Quinhentismo consolidam uma literatura documental, histórica e
de caráter informativo. Como segue:

„ textos informativos e descritivos;


„ utilização de adjetivos;
„ linguagem simples;
136 „ crônicas de viagens;
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ destaque para a conquista material e espiritual.

Autores e Obras

z Pero Vaz de Caminha (1450 — 1500)

Conhecido como autor da famosa “Carta de Pero Vaz de Caminha”, ao rei D. Manuel I, que é
considerada o primeiro documento escrito sobre o Brasil e relata o descobrimento das terras
do país. Ficou conhecida como sendo o marco inicial da literatura de informação do Brasil.

z Padre José de Anchieta (1534 — 1597)

Um dos primeiros autores da literatura brasileira, escreveu “Na festa de São Lourenço” (1583) e
“Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil” (1595).
É também conhecido como o Apóstolo do Brasil, embora seja espanhol, por ter sido um dos
responsáveis por trazer o Cristianismo para o país, sendo também um dos fundadores da
cidade de São Paulo.

z Padre Manuel de Nóbrega (1517 — 1570)

Suas obras são consideradas documentos históricos sobre a colônia e a ação jesuítica no
Brasil do século XVI. Entre elas, podemos destacar “Cartas do Brasil” (1886) e um “Diálogo
sobre a Conversão dos Gentios” (1557).

BARROCO

No período entre 1601 e 1768, enquanto o mundo Ocidental vivia uma atormentada crise
7
-2

entre homem e igreja, percebemos uma intenção na arte de reconciliar o homem com a fé,
46

porém de uma forma mais subjetiva e conflituosa.


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80

Para diversos pesquisadores, o Barroco constitui não apenas um estilo artístico, mas todo
.9

um período histórico e um movimento sociocultural em que se formularam novos modos de


97
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entender o mundo, o Homem e Deus.


LA
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B
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

“A Coroação da Virgem”, de Carraci (depois de 1595)

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A arte barroca é então caracterizada pelos detalhes, pelo exagero e pelo rebuscamento. É
comum encontrar o uso de imagens contrastantes como o crepúsculo (dia/noite) e a aurora
(noite/dia), além de textos repletos de antíteses e inversões sintáticas.
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publicação da obra “Prosopopeia” (1601),
de Bento Teixeira, e terminou em 1768 com a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa.
Na escultura e arquitetura do Barroco, Aleijadinho foi, sem dúvidas, um dos maiores
nomes.

Contexto Histórico

O Barroco surgiu pelas oposições e pelos conflitos religiosos. Esse contexto histórico aca-
bou influenciando na produção artística, gerando o fenômeno do Barroco. As obras são mar-
cadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.
Quanto às características do estilo, podemos encontrar metáforas, antíteses e hipérboles.
Outros acontecimentos históricos importantes deste período foram:

z 1630 a 1654: as invasões holandesas no Brasil;


z Os bandeirantes: indivíduos que iam aos sertões coloniais com a intenção de capturar
indígenas para uso como mão de obra escrava.

Características na Arte

z Contrastes: luz/sombra, bem/mal, divino/humano;


z Riqueza de detalhes, preferência pelas curvas e contornos e ausência de simetrias;
z Temas religiosos;
z Personagens retratadas com expressões dramáticas, cenas conflituosas;
7

z Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e essência íntima;


-2
46

z Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e incerteza da vida.


.3
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.9

Características na Literatura
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LA

z Rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias,


IE

ousadia de metáforas e associações;


R
B

z Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e antíteses;


A
G

z Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras.

Autores e Obras

z Padre Antônio Vieira (1608 — 1697)

Foi um religioso, filósofo, escritor e maior orador sacro da Língua Portuguesa. As suas
principais obras são “Sermão da Sexagésima”, que retrata sobre a arte de pregar, além do
“Sermão de Santo Antônio”, que tem como tema a escravidão indígena.

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z Bento Teixeira (1561 — 1600)

Foi um poeta luso-brasileiro, cuja principal obra é denominada “Prosopopeia”, considerada


o marco inicial do Barroco na Literatura Brasileira. Trata-se de um poema escrito semelhan-
temente a “Os Lusíadas”, sobre os feitos dos heróis portugueses em terras brasileiras e africa-
nas, com o objetivo de louvar o donatário da capitania de Pernambuco, Jorge de Albuquerque
Coelho.

z Gregório de Matos (1636 — 1696)

Conhecido como “Boca do Inferno”, foi um advogado e poeta do Brasil colônia, sendo con-
siderado um dos maiores poetas do barroco em Portugal e no Brasil. Produziu diversas sáti-
ras desumanas, além de poesias religiosas, líricas e satíricas.

ARCADISMO

No período entre 1768 e 1836, o Arcadismo coincide com a expulsão dos jesuítas do Brasil,
a vinda da corte portuguesa, a descoberta de ouro em Minas Gerais e a Proclamação da Inde-
pendência. Artisticamente, é um período marcado pela recuperação da cultura greco-latina,
a apreciação da natureza e da simplicidade.

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“O Senhor e a Senhora Andrews”, de Thomas Gainsborough


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O marco inicial do Arcadismo no Brasil foi a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio


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Manuel da Costa, em 1768, e, também, a partir da fundação da “Arcádia Ultramarina”, em


IE

Vila Rica. Vale lembrar que o nome dessa escola literária provém das Arcádias, ou seja, das
R
B

sociedades literárias da época.


A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Contexto Histórico

z 1780: Inconfidência Mineira;


z 1835: Revolução Farroupilha — uma das revoltas provinciais que aconteceram no terri-
tório brasileiro durante o Período Regencial. Ganha notoriedade por sua duração de dez
anos;
z 1808: a vinda da Família Real para o Brasil.

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Características na Arte e na Literatura

z Rompimento com a estética barroca, opondo-se aos exageros e rebuscamentos;


z Influência do movimento iluminista;
z Equilíbrio e busca pela perfeição na tentativa de resgatar as tradições clássicas, a estética
greco-romana e as figuras mitológicas;
z Preferência por sonetos;
z Racionalismo: a razão era constantemente valorizada;
z Bucolismo e pastoralismo: retratam uma natureza tranquila e serena, um refúgio calmo
do campo, os costumes rurais, que se contrastavam com os centros urbanos monárquicos;
z Idealização da mulher amada, assim como a valorização da pureza e ingenuidade humana;
z Uso de pseudônimos, geralmente nomes de pastores;
z Apreço por filosofias como inutilia truncat (“tirar o inútil” da poesia, entendendo-se o inú-
til como sendo o excesso de rebuscamento formal); fugere urbem (“fuga da urbanidade”
e preferência pela vida campestre); locus amoenus (preceito de que o campo, o ambiente
bucólico, é o ideal para o homem); carpe diem (“aproveitar o presente” para contemplar
a realidade, sem se preocupar com o futuro) e aurea mediocritas (o “homem mediano” é
aquele que alcança a felicidade, não devendo, assim, procurar riquezas e posses em vida).

Autores e Obras

z Cláudio Manuel da Costa (1729 — 1789)

Poeta, advogado e jurista brasileiro, é considerado o precursor do Arcadismo no Brasil e se


destacou por sua obra literária, mais precisamente a poesia. O poeta mineiro, em seus textos,
aborda elementos locais, descrevendo paisagens, temática pastoril e expressando um forte
sentimento nacionalista.
7
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46

z José de Santa Rita Durão (1722 — 1784)


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Autor do poema épico Caramuru (1781), Freire Santa Rita Durão foi poeta e orador, consi-
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derado um dos precursores do indianismo no Brasil.


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z José Basílio da Gama (1741 — 1795)


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G

Poeta mineiro e autor do poema épico “O Uraguai” (1769), um marco na literatura brasileira,
que aborda as disputas entre os europeus, os jesuítas e os indígenas.

z Tomás Antônio Gonzaga (1744 — 1810)

Um dos grandes poetas árcades, de pseudônimo Dirceu. Sua obra que merece destaque é
Marília de Dirceu (1792), que é carregada de lirismo e baseada no seu romance com a brasi-
leira Maria Doroteia Joaquina de Seixas.

ROMANTISMO
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O Romantismo corresponde ao período aproximado entre 1774 e 1849, embora influen-
cie a arte até hoje. Marcou a Era das Revoluções, quando diversas transformações políticas,
sociais e econômicas ocorreram no Ocidente, como a Revolução Industrial e a Revolução
Francesa. Os artistas românticos, movidos por esse ideal de mudanças, começaram a mudar
a teoria e a prática de suas artes. Além do campo artístico, observamos uma visão transfor-
madora também na filosofia e em toda a cultura ocidental, que passou a aceitar a emoção e
os sentidos como uma forma válida de experimentar a vida.
O idealismo e rebeldia, somados ao escapismo e ao subjetivismo, foram marcantes nas
obras produzidas no período. Na Europa, obras com temáticas medievais eram bastante
comuns, já que esse era o passado histórico europeu.
No Brasil, o Romantismo predominou entre 1835 e 1880, período da consolidação da inde-
pendência. Seu marco inicial foi a publicação do livro “Suspiros poéticos e saudades”, de
Gonçalves de Magalhães, em 1836. Porém, o Romantismo brasileiro buscava resgatar os
nossos ancestrais que já viviam aqui: os indígenas. A literatura desse período também retra-
tava as lutas políticas e sociais existentes em nosso país, como o movimento abolicionista.
Também não podemos nos esquecer que, devido à época, começavam a surgir problemas
urbanos relacionados à relação delicada entre indústrias e operários, assim como a corrup-
ção e o materialismo.

Contexto Histórico

z 1808: Imprensa no Brasil;


z 1840 — 1889: crise do 2º reinado;
z 1888: abolição da escravidão.

Características
7

z Liberdade de expressão e de criação, retrato e valorização do “eu”;


-2
46

z Rebeldia e idealismo, preocupação em retratar o mundo não como ele é, mas como ele
.3

poderia ser, uma vez que a realidade para esses autores era considerada desesperadora,
80
.9

repleta de limitações ao crescimento pessoal, político e artístico;


97

z Exaltação da pátria, da mulher e do amor;


-0

z Indianismo e culto à nossa fauna e flora, além de estar presente o nacionalismo, o


LA
IE

regionalismo ou o sertanismo;
R

z Individualismo e sentimentalismo, considerando que seus desejos, paixões e frustrações pes-


B
A
G

soais são mais importantes do que os acontecimentos externos;


LÍNGUA PORTUGUESA

z A natureza como força incontrolável e transcendental, uma personagem que reflete o “eu”,
assumindo emoções, como tristeza, e esbanjando exuberância diante da alegria e das conquis-
tas do indivíduo;
z Pessimismo da realidade e escapismo, expressões de angústia, frustração, desespero, tris-
teza, entre outras emoções que acabam caracterizando esse estado de espírito como o
“mal do século”;
z Temas como morte, suicídio, fuga para a natureza ou a pátria são os escapes possíveis para
esse mal.

Primeira Geração — Nacionalista 141


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As obras desse período abordam a natureza, o país e idealizam tudo. Em Portugal, os temas
mais frequentes eram o nacionalismo, o romance histórico e o medievalismo. No Brasil, esse
apego ao passado era visto no indianismo.

Segunda Geração — Ultrarromântica

O mal do século tem papel de destaque e as obras acabam sendo caracterizadas pelo exa-
gero no subjetivismo e emocionalismo. As menções ao tédio e desejo de morte são frequentes.

Terceira Geração — Romântica

Há a quebra das regras da literatura. Os poemas começaram a ser escritos de maneira


diferente e, na prosa, começam a aparecer palavras que antes não eram da literatura, ou
seja, palavras mais usadas pelo povo. Nessa geração os autores também começaram a falar
de questões sociais. Foi o primeiro passo para o realismo, próximo movimento literário.

Autores e Obras

z Primeira Geração

„ Poesia:

Gonçalves Dias: “Segundos Cantos” (1848), “Últimos Cantos” (1851), “Os Timbiras” (1857),
“Cantos” (1857);
Casimiro de Abreu: “As Primaveras” (1859).

„ Prosa
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José de Alencar: “O guarani” (1857), “Iracema” (1865).


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z Segunda Geração
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„ Álvares de Azevedo: “Lira dos vinte anos”; “Noite na Taverna” e “Macário”;


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„ Fagundes Varela: “Noturnas”; “Cantos e Fantasias” e “Anchieta ou O Evangelho nas


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Selvas”;
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„ Casimiro de Abreu: “As Primaveras” (1859), “Saudades” (1856) e “Suspiros” (1856);


„ Junqueira Freire: “Inspirações do Claustro” e “Contradições poéticas”.

z Terceira Geração

„ Castro Alves: “Espumas Flutuantes” (1870), “Os Escravos” (1883).

Modalidades do Romantismo

z Romance de folhetim — Teixeira e Sousa: “O filho do pescador”;


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z Romance urbano — Joaquim Manuel de Macedo: “A Moreninha”;
z Romance regionalista — Bernardo Guimarães: “O ermitão de Muquém” e “Escrava
Isaura”;
z Romance indianista e histórico — José de Alencar: “O Guarani”.

REALISMO

O Realismo é um movimento cultural e literário que surgiu em oposição ao Romantismo,


no século XIX. Sua temática principal foca nos problemas sociais da época, usando de lingua-
gem clara e objetiva. A Revolução Francesa e a Revolução Industrial trouxeram o crescimen-
to do poder da burguesia na sociedade, portanto, as pessoas nas cidades estavam em busca
de melhores condições de vida por meio do trabalho nas fábricas. Assim, os comércios e a
vida burguesa passaram a estar mais presentes nas narrativas.
Em certas obras, percebe-se um forte tom de ironia e crítica social. Os integrantes desse
movimento repudiavam a artificialidade do Arcadismo e do Romantismo, pois sentiam a
necessidade de retratar a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa sem haver
a necessidade de se inspirar em modelos do passado. O movimento manifestou-se também
na escultura, na pintura e em alguns aspectos sociais.
O marco do Realismo foi a publicação do romance “Madame Bovary”, de Gustave Flaubert,
em 1857. No Brasil, foi a publicação do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Macha-
do de Assis.

Contexto Histórico

z 1889: Proclamação da República;


z 1889 até a Revolução de 1930: Primeira República.
7

Características
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z Objetividade como forma de opor ao excesso de subjetividade e idealizações existentes no


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Romantismo;
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z Correção e clareza de linguagem para manter o ideal de representar a realidade


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verdadeiramente;
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z Contenção das emoções, focando-se em análises mais objetivas;


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z Análise psicológica dos personagens;


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z Narrativa lenta, buscavam construir análises, muitas vezes, inclusive, utilizando métodos
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científicos, da sociedade contada nas histórias;


z Impessoalidade do Narrador, em terceira pessoa, sugerindo-se certo grau de impessoalidade;
z A filosofia positivista de Auguste Comte, olhar científico para analisar comportamentos sociais,
o Cientificismo, o Darwinismo, o Empirismo, o Determinismo;
z Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao clero.

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Autores e Obras

z Machado de Assis (1839 — 1908): “Ressurreição” (1872), “A mão e a luva” (1874), “Helena”
(1876), “Iaiá Garcia” (1878), “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), “Quincas Borba”
(1886), “Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó” (1904), “Memorial de Aires” (1908);
z Raul d’Ávila Pompeia (1863 — 1895): “O Ateneu”.

NATURALISMO

Surgido no século XIX, é considerado uma ramificação do Realismo, pois ambos traçam
o mesmo objetivo: retratar a realidade como ela é, porém, usando de métodos um pouco
distintos.
Uma das grandes preocupações das obras naturalistas é a relação entre o homem e as
“forças da natureza”, voltando-se às descobertas relacionadas à biologia e à sociologia, espe-
cialmente considerando comportamentos patológicos, os desejos e as taras, com destaque
para as tendências animalescas dos homens. Isso ocorre devido ao fato de esse movimento
ter grande influência da Teoria da Evolução de Charles Darwin e de outras correntes de pen-
samento científico que predominavam na Europa da época.
O Naturalismo surgiu na França, tendo como principal representante o escritor francês
Émile Zola, que ficou famoso com a publicação de “Germinal”, em 1881, que marcou o início
deste movimento artístico na Europa. Esse texto denunciava as péssimas condições de vida
dos trabalhadores das minas de carvão no interior da França no século XIX.
Os escritores naturalistas do Brasil se ocuparam, principalmente, com os temas mais obs-
curos da alma humana e, por isso, outros fatos importantes da história do país acabaram
sendo deixados de lado, como a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República.

Características
7
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z Desdobramento do Realismo;
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z Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas pela sociedade;


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z As personagens são comparadas aos animais (zoomorfismo);


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Análise biológica e patológica das personagens;


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z Abordagem de temas polêmicos como miséria, adultério, crimes e sexualidade desvelada;


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z Forte influência Darwinista, na qual o homem não possui livre arbítrio, sendo guiado pela
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hereditariedade e pelo meio social em que vive;


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z Cientificismo exagerado, apontando para as relações e fenômenos sociais como se obser-


vasse uma experiência científica;
z A realidade é abordada a partir do pensamento científico, sob influência do positivismo;
z Linguagem simples e objetiva;
z Os pintores recriavam paisagens naturais, ou seja, pintavam aquilo que observavam;
z Grande desejo de reformar a sociedade.

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Autores e Obras

z Aluísio de Azevedo (1857 — 1913): “O Mulato” (1881), “Casa de Pensão” (1884) e “O Cortiço”
(1890);
z Adolfo Caminha (1867 — 1897): “A Normalista” (1893) e “Bom Crioulo” (1895);
z Raul Pompeia: “O Ateneu”.

IMPRESSIONISMO

O Impressionismo não chegou a configurar, na Literatura, uma escola, corrente ou movi-


mento artístico, mas a teorização da atitude artística impressionista deve muito à pintura
(Monet, Degas, Cézanne, Pissaro, Sisley, Renoir) e à música (Debussy e Ravel).

“Le Déjeuner des canotiers” (1881), de Pierre-Auguste Renoir

Aos impressionistas não interessa a fixação “fotográfica” das formas e das imagens. Valo-
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rizando a cor e os efeitos tonais, pretendem reproduzir a “percepção visual do instante”, as


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“impressões” provocadas pelo objeto no sujeito. O romance psicológico de tipo moderno, de


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estrutura não linear, em que a história é narrada do ponto de vista do herói-autor, ou do pon-
.9

to de vista plurifocal, ou seja, a partir da perspectiva de várias personagens, surge no bojo


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do Impressionismo, com Henry James (Os Embaixadores — 1903); Joseph Conrad (LordJim
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— 1900); Ítalo Svevo (A Consciência do Zeno — 1923) e Marcel Proust (Em Busca do Tempo
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Perdido 1913 — 1927).


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Esse movimento é perfeitamente identificável em autores como Machado de Assis, Raul


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Pompeia e Coelho Neto, dentre os brasileiros, e Eça de Queirós e Cesário Verde, dentre os
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portugueses. As obras buscam grafar a aparência vivida da realidade humana, com exatidão
e esmero científico, mas voltados para a pintura refinada das impressões subjetivas, dos esta-
dos da alma das personagens.

Características

z Descrição de impressões e aspectos psicológicos das personagens com detalhes para cons-
tituir as impressões sensoriais de um incidente ou cena;
z Caráter “hermético” (difícil), exigindo leitores intelectualmente sofisticados;
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z Pesquisas sobre óptica e seus efeitos, a presença dos contrastes e de transparências lumi-
nosas, auxiliam no desvanecimento da forma, percebida, agora, sem contornos;
z União entre o concreto e o abstrato;
z A percepção do tempo e o fluxo da memória, a lembrança crítica e a compreensão do sen-
tido da experiência passada e a “procura do tempo perdido”;
z A fixação do instante, momentos cotidianos fugazes, as impressões da realidade em detri-
mento da razão e da emoção.

Autores e Obras

z Graça Aranha (1868 — 1931): “Espírito Moderno” (1925);


z Raul Pompeia (1863 — 1985): “O Ateneu”.

PARNASIANISMO

O Parnasianismo localiza-se entre o final do século XIX e o início do século XX, foi contem-
porâneo do Realismo e do Naturalismo. O nome Parnasianismo remonta à denominação de
um monte da Grécia Antiga (Monte Parnaso), onde, segundo a mitologia, os poetas se isola-
vam do mundo para maior integração com os deuses, por meio de sua poesia, considerada
por eles a mais alta expressão artística humana.

Contexto Histórico

z Contemporâneo do Realismo e do Naturalismo;


z Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto com o Realismo e com o Naturalismo;
z A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer poético.
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“O espelho de Vênus”, de Edward Coley Burne-Jones (1833 — 1898)

Os únicos países em que ele floresceu de forma expressiva foram a França e o Brasil. Na
França, o movimento surgiu em 1866, com a publicação da revista “Le Parnasse Contempo-
rain”, que congregava poetas defensores de uma poesia antirromântica, descritivista, mimé-
tica e formalista. Entre esses poetas, destacaram-se Théophile Gautier e Leconte de Lisle.
No Brasil, o movimento por uma poesia de reação contrária ao Romantismo teve lugar no
início da década de 1880, com a publicação do livro Fanfarras (1882), de Teófilo Dias, obra

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inaugural da estética no país. Três grandes autores se destacam: Olavo Bilac (“o príncipe dos
poetas”), Raimundo Correia e Alberto de Oliveira.

Características

z Estilo majoritariamente poético, não produzindo grandes manifestações em prosa;


z A “arte pela arte” como um movimento para rebater o excesso de sentimentalismo trazido
pelo Romantismo;
z Aproximação entre a literatura e as artes plásticas: tinha apreço pelas métricas, geralmen-
te caracterizadas por versos decassílabos; apresentava cunho descritivo, temas clássicos,
objetividade, impessoalidade e temas universais, como poesia, vaidade e beleza;
z O racionalismo da poesia como fruto do trabalho do poeta — um trabalho árduo, difícil,
que dependia de fatores como o conhecimento técnico, aplicado com esmero na produção
poética;
z Rigidez formal no tocante ao vocabulário (refinado e erudito), à sintaxe, à rima e à métrica
utilizados pelo poeta.

Autores e Obras

z Olavo Bilac: “Via Láctea”;


z Raimundo Correia: “Sinfonias” (1883).

SIMBOLISMO

Apesar de ter sido uma reação ao Parnasianismo, em alguns aspectos, o Simbolismo divi-
diu com aquele estilo o espaço cultural europeu entre o final do século XIX e o início do século
XX.
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“A Noite Estrelada”, de Van Gogh (1889)

Se, no Brasil esse movimento foi superado pela escola parnasiana, que dominou a cena
artística do período, na Europa, ele representou considerável avanço em direção à arte
moderna que dominaria o século XX.

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Contexto Histórico

z Fundação da Academia Brasileira de Letras;


z Origem: a poesia de Baudelaire;
z Características: desmistificação da poesia, sin
z estesia, musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor e revolta.

Características

z Formação das bases intelectuais de filósofos como Henri Bergson, Arthur Schopenhauer e
Soren Kierkegaard;
z Decadentismo, marcado pela agonia, pela melancolia e pelo pessimismo, descrença nos
atributos racionais e a saturação das conquistas científicas conduziram à crença em uma
decadência da civilização;
z A arte da sugestão;
z A sinestesia e a musicalidade.

Autores e Obras

z Cruz e Souza (poeta representante): “Missal” e “Broquéis”.

PRÉ-MODERNISMO

É o período de transição entre as tendências do final do Simbolismo e do Parnasianismo, no


século XIX, e o Modernismo, no século XX. O Pré-Modernismo acontece anos antes da Semana da
Arte Moderna, em 1922.
Alguns anos após a abolição da escravatura, muitos imigrantes — a maioria italianos —
7

vêm ao Brasil com o intuito de substituir a mão de obra rural e escrava. Enquanto os ex-es-
-2
46

cravos são marginalizados nos centros urbanos, a urbanização de São Paulo faz surgir uma
.3
80

nova classe social: a operária.


.9

Nessa época, acontecem algumas mudanças nos estados brasileiros, como a ascensão do
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café no Sul e Sudeste e o declínio da cana-de-açúcar no Nordeste. Em termos de regência


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administrativa, o governo republicano não promovia as esperadas mudanças sociais, pois


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a sociedade se encontrava dividida entre a elite detentora de dinheiro, respeito e poder das
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oligarquias rurais, a classe trabalhadora rural e os marginalizados nos centros urbanos.


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Eclodiram diversos movimentos sociais pelo Brasil em virtude da desigualdade social, como a
Revolta de Canudos, ocorrida no final do século XIX, no sertão da Bahia, sob liderança de Antônio
Conselheiro. Além desse, surgiram os movimentos protestantes no meio urbano, como a Revolta
da Chibata, em 1910, contra o maltrato da Marinha à corporação, e as greves de operários.
No começo do século XX, apareceram os primeiros indícios da crise cafeeira com a super-
produção de café, a chamada crise da “República Café com Leite”.
É em meio a esse quadro na sociedade que começa, no Brasil, uma nova produção literária,
intitulada de Pré-Modernismo pelo crítico literário Tristão de Ataíde. Destacam-se, neste período,
as obras Os sertões (Euclides da Cunha) e Canaã (Graça Aranha). Contudo, o Pré-Modernismo não
é tido como uma “escola literária”, pois apresenta características individuais muito marcantes.
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No entanto, há características comuns às obras desse período: a ruptura com a linguagem
pomposa parnasiana, a exposição da realidade social brasileira, o regionalismo, a marginalidade
exposta nas personagens e a associação aos fatos políticos, econômicos e sociais.
Caracteriza-se pelas produções do início do século XX até a Semana de Arte Moderna, em
1922. Foi um período de intensa movimentação literária que marcou a transição entre o Sim-
bolismo e o Modernismo.
Apesar disso, para muitos estudiosos deve ser considerado uma escola literária, uma vez
que o período apresenta inúmeras produções artísticas e literárias distintas. Em outras pala-
vras, ele reúne um sincretismo estético, com presença de características neorrealistas, neo-
parnasianas e neossimbolistas.
Os principais autores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos, Lima
Barreto, Graça Aranha e Monteiro Lobato.

VANGUARDAS EUROPEIAS

Tendo início nas duas primeiras décadas do Século XX, as vanguardas foram manifestações
artístico-literárias, surgidas na Europa, que vieram provocar uma ruptura da arte moderna
com a tradição cultural do século anterior.
Em relação ao contexto histórico, houve o advento da tecnologia, as consequências da Revolu-
ção Industrial, a Primeira Guerra Mundial e a atmosfera política que resultou desses grandes acon-
tecimentos, o que proporcionou um sentimento nacionalista, um progresso espantoso das grandes
potências mundiais e uma disputa pelo poder. Nesse cenário, várias correntes ideológicas foram
criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo.
No âmbito das artes, alguns movimentos surgiram, com a mesma terminação “ismo”, as
correntes artísticas que chamamos de vanguardas.
É importante conhecer alguns dos objetivos das vanguardas: o questionamento, a quebra
dos padrões, o protesto contra a arte conservadora e a criação de novos padrões estéticos que
7

fossem mais coerentes com a realidade histórica e social do século que surgia. Essas manifes-
-2
46

tações se destacaram por sua radicalidade, que influenciou a arte em todo o mundo.
.3

Os movimentos e as tendências artísticas, tais como o Expressionismo, o Fauvismo, o


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.9

Cubismo, o Futurismo, o Abstracionismo, o Dadaísmo, o Surrealismo, a Op art e a Pop art


97

expressam a perplexidade do homem contemporâneo.


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Como uma reação ao Impressionismo, o Expressionismo surge. Subjaz ao Expressionis-


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mo a preocupação em expressar as emoções humanas, transparecendo em linhas e cores


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vibrantes os sentimentos e angústias do homem moderno. No Impressionismo, o enfoque se


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resumia na busca pela sensação de luz e sombra.


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LÍNGUA PORTUGUESA

Sobre o Fauvismo, trata-se de um movimento que teve basicamente dois princípios: a simplifi-
cação das figuras e o emprego das cores puras, sem mistura. As figuras não são representadas tal
qual a forma real, ao passo que as cores são usadas de maneira organizada, como saem do tubo de
tinta. O nome deriva de “fauves” (feras, no francês), devido à agressividade no emprego das cores.
No Cubismo também não há a preocupação de representar realisticamente as formas de
um objeto, porém a intenção do movimento artístico era representá-lo de vários ângulos,
em um único plano. O Cubismo, com passar do tempo, evoluiu em duas grandes tendências:
Cubismo Analítico e Cubismo Sintético. O movimento teve o seu melhor momento entre
1907 e 1914, e mudou para sempre a forma de ver a realidade. Foi um movimento que se
desenvolveu em todas as artes e exerceu influência sobre vários artistas. 149
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O Futurismo abrange sua criação em expressar o real, assinalando a velocidade exposta
pelas figuras em movimento no espaço. Posteriormente, foram criados outros movimentos
de arte moderna. Repercutiu principalmente na França e na Itália.
O movimento Abstracionista surgiu em oposição à arte figurativa ou objetiva. São formas de
arte que não são regidas pela exata cópia dos objetos do mundo.
O Dadaísmo é um movimento que abrange a arte em todos os seus campos, pois não foi
apenas uma corrente artística, mas um verdadeiro movimento literário, musical, filosófico
e até mesmo político. A palavra dada em francês significa cavalo de madeira, mas sua uti-
lização marca o nonsense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um
bebê). À princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas provavelmen-
te as principais expressões do Dadaísmo tenham sido o poema aleatório e o ready made. O
intuito deste movimento era protestar contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de
forma irônica toda aquela loucura que estava acontecendo. Como negação total da cultura, o
Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos.
Sobre o Surrealismo, trata-se de um movimento artístico e literário surgido em Paris por
volta dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo
no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais.
A expressão Op Art deriva do inglês Optical Art, significando Arte Óptica. A Op Art pas-
sou por um desenvolvimento relativamente lento, apesar de ter ganhado força na metade
da década de 1950. Trata-se de um movimento excessivamente cerebral e sistemático, mais
próximo das ciências do que das humanidades, sem o ímpeto atual e o apelo emocional da
Pop Art. Por outro lado, suas possibilidades parecem ser tão ilimitadas quanto as da ciência
e da tecnologia.
A razão da Op Art é a representação do movimento através da pintura apenas com a utili-
zação de elementos gráficos. Outro fator fundamental para a criação da Op Art foi a evolução
da ciência, que está presente em praticamente todos os trabalhos, baseando-se principal-
mente nos estudos psicológicos, sobre a vida moderna, e da Física, sobre a Óptica. Também
havia a manifestação das mudanças nas cidades modernas e o sofrimento do homem com a
7
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alteração constante em seus ritmos de vida.


.3

As principais características da Op Art são:


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z Explorar a falibilidade do olho pelo uso de ilusões de óticas;


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z Defender a arte de “menos expressão e mais visualização”;


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z Quando as obras são observadas, dão a impressão de movimento, clarões ou vibração, ou


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por vezes parecem inchar ou deformar;


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z Oposição de estruturas idênticas que interagem umas com as outras, produzindo o efeito
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ótico;
z Observador participante;
z Busca nos efeitos ópticos sua constante alteração;
z As cores têm a finalidade de passar ilusões ópticas ao observador.

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“Moviment in squares”, de Bridget Riley (1961).

O termo Pop Art (abreviação das palavras em inglês Popular Art) foi utilizado pela pri-
meira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway, para denominar a arte popular
que estava sendo criada em publicidade, no desenho industrial, nos cartazes e nas revistas
ilustradas. Representava os componentes mais ostensivos da cultura popular, de poderosa
influência na vida cotidiana na segunda metade do século XX. Era a volta a uma arte figura-
tiva, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da
Segunda Guerra Mundial. Sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos,
do cinema e da publicidade.
A Pop Art proporcionou a transformação do que era considerado vulgar em refinado, e
aproximou a arte das massas, desmitificando-a, pois se utilizava de objetos próprios e popu-
lares. Com o objetivo da crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de
consumo, operava com signos estéticos massificados da publicidade, quadrinhos e ilustra-
ções. Assim, muito do que era considerado “brega”, virou moda.
Suas principais características são:

z Linguagem figurativa e realista, referindo-se aos costumes, ideias e aparências do mundo


contemporâneo;
7

z Temática extraída do ambiente urbano das grandes cidades, de seus aspectos sociais e culturais:
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história em quadrinhos, revistas, jornais sensacionalistas, fotografias, anúncios publicitários, cine-


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ma, rádio, televisão, música, espetáculos populares, elementos da sociedade de consumo e de con-
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veniências (alimentos enlatados, geladeiras, carros, estradas, postos de gasolina etc.);


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z Ausência de planejamento crítico: os temas são concebidos como simples motivos que jus-
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tificam a realização da pintura;


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z Representação de caráter inexpressivo, preferencialmente frontal e repetitiva;


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z Combinação da pintura com objetos reais integrados na composição da obra como flores
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de plástico, garrafas, entre outros, buscando apresentar uma nova forma dadaísta em con-
LÍNGUA PORTUGUESA

sonância aos novos tempos;


z Formas e figuras em escala natural e ampliada;
z Preferência por referências ao status social, fama, violência e desastres, a sensualidade e o ero-
tismo, aos símbolos da tecnologia industrial e a sociedade de consumo;
z Uso de matérias como tinta acrílica, poliéster e látex, produzindo cores puras, brilhantes e fosfo-
rescentes inspiradas na indústria e nos objetos de consumo;
z Reprodução de objetos do cotidiano em tamanho maior, transformando o real em
hiper-real.

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Arte da Coca-Cola inspirada na Pop Art (1960)

Características

z Ruptura com o academicismo;


z Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana;
z Linguagem coloquial, simples;
z Exposição da realidade social brasileira;
z Regionalismo e nacionalismo;
z Marginalidade das personagens: o sertanejo, o caipira e o mulato;
z Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais.

Autores e Obras

z Euclides da Cunha (1866 — 1909): “Os Sertões: Campanha de Canudos”;


z Graça Aranha (1868 — 1931): “Canaã”;
z Monteiro Lobato (1882 — 1948): série de livros do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
7

MODERNISMO
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O Modernismo é o principal movimento literário do século XX, que foi fortemente influen-
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ciado pelos movimentos de vanguarda que ocorreram na Europa no início dos anos 1900,
97

esse estilo literário foi revolucionário em diversos níveis.


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No Brasil, o marco inicial do Modernismo foi a Semana de Arte Moderna de 1922, momen-
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to marcado pela fervura de novas ideias e modelos. O Modernismo surge em um momento de


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insatisfação política no Brasil, causada também em decorrência da Primeira Guerra Mundial


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(1914 — 1918), que trouxe reflexos para a sociedade brasileira. Assim, numa tentativa de
reestruturar o país politicamente, também no campo das artes — estimulado pelas Vanguar-
das Europeias —, encontra-se a motivação para romper com o tradicionalismo.

Primeira Fase do Modernismo (1922 — 1930): “Fase Heroica”

Os artistas buscam a renovação estética inspirada nas vanguardas europeias (Cubismo,


Futurismo, Surrealismo).
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924), Manifesto Antropófago (1928), Manifesto Regiona-
lista (1926) e Manifesto Nhenguaçu Verde-Amarelo (1929).
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Segunda Fase do Modernismo (1930 — 1945): “Fase de Consolidação”

As temáticas nacionalistas e regionalistas com predomínio da prosa de ficção caracteri-


zam esse momento de amadurecimento. Na década de 30, a poesia brasileira se consolida, o
que significa o maior êxito para os modernistas.

Terceira Fase do Modernismo (1945 — 1980): “Pós-Modernista”

Muitos estudiosos afirmam que essa fase termina em 1960, enquanto outros, definem o
fim dessa fase nos anos 80. Há ainda os que ponderam que a terceira fase modernista prolon-
ga-se até os dias atuais, não havendo, pois, um consenso.
Nesse momento, tem-se um predomínio e diversidade da prosa, com a prosa urbana, a
prosa intimista e a prosa regionalista. Além disso, surge um grupo de escritores denominado
“Geração de 45”, muitas vezes chamados de neoparnasianos, pois eles buscavam uma poesia
mais equilibrada.

Características

z Libertação estética;
z Ruptura com o tradicionalismo;
z Experimentações artísticas;
z Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação);
z Linguagem com humor;
z Valorização do cotidiano.

Alguns Autores e Principais Obras


7

z Oswald de Andrade (1890 — 1954): “Memórias Sentimentais de João Miramar”, “Serafim


-2
46

Ponte Grande”, “Marco Zero I — A Revolução Melancólica”, “Marco Zero II — Chão”;


.3
80

z Mário de Andrade (1893 — 1945): “Amar, verbo intransitivo “(1927) e “Macunaíma”


.9

(1928);
97
-0

z Manuel Bandeira (1886 — 1968): “Libertinagem” (1930), “Estrela da Manhã” (1936);


LA

z Carlos Drummond de Andrade (1902 — 1987): “A Rosa do Povo” (1945);


IE

z Rachel de Queiroz (1902-2003): “O quinze” (1930);


R
B

z Graciliano Ramos (1892 — 1953): “Angústia” (1936), “Vidas Secas” (1938), “Memórias do
A
G

Cárcere” (1953 — obra póstuma);


LÍNGUA PORTUGUESA

z João Cabral de Melo Neto (1920 — 1999): “Morte e vida Severina”;


z Clarice Lispector (1920 — 1977): “A Hora da Estrela”, “A Paixão segundo G. H.”, “Laços de
Família” e “Perto do Coração Selvagem”;
z Guimarães Rosa (1908 — 1967): “Corpo de Baile: Noites do Sertão” (1956), “Grande Ser-
tão: Veredas” (1956), “Primeiras Estórias” (1962) e “Campo Geral” (1964).

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PÓS-MODERNISMO

Trata-se de um dos conceitos mais discutidos nas questões relativas à arte, à literatura ou à
teoria social, mas a noção de pós-modernidade reúne uma série de conceitos e modelos de pen-
samento em “pós”, dentre os quais: sociedade pós-industrial, pós-estruturalismo, pós-fordismo,
pós-comunismo, pós-marxismo, pós-hierárquico, pós-liberalismo, pós-imperialismo, pós-urbano,
pós-capitalismo. A pós-modernidade se coloca também em relação com o feminismo, a ecologia,
o ambiente, a religião, a planificação, o espaço, o marketing, a administração. O geógrafo Georges
Benko afirma que o “pós” é incontornável, o fim do século XX se conjuga em “pós”.
Resumiremos algumas das características da pós-modernidade:

z propensão a se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas;


z colonização do seu universo pelos mercados (econômico, político, cultural e social);
z celebração do consumo como expressão pessoal;
z pluralidade cultural;
z polarização social devido aos distanciamentos acrescidos pelos rendimentos;
z falências das metanarrativas emancipadoras como aquelas propostas pela Revolução
Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

A pós-modernidade recobre todos esses fenômenos, de modo que conduz em um único e


mesmo movimento, a uma lógica cultural que valoriza o relativismo e a (in)diferença, a um
conjunto de processos intelectuais flutuantes e indeterminados, a uma configuração de traços
sociais que significaria a erupção de um movimento de descontinuidade da condição moderna:
mudanças dos sistemas produtivos e crise do trabalho, eclipse da historicidade, crise do indi-
vidualismo e onipresença da cultura narcisista de massa. A pós-modernidade tem predomínio
do instantâneo, da perda de fronteiras, gerando a ideia de que o mundo está cada vez menor
através do avanço da tecnologia.
7

No campo urbano, a cidade está em pedaços, porque nela há caos, (des)ordem: padrões de diferen-
-2
46

tes graus de complexidade: o efêmero, o fragmentário, o descontínuo, o caótico predomina. Mudam-se


.3

valores: é o novo, o fugidio, o efêmero, o fugaz e o individualismo que valem. A aceleração transforma
80
.9

o consumo numa rapidez nunca vivenciada: tudo é descartável (desde copos a maridos/ou esposas).
97

A publicidade manipula desejos, promove a sedução, cria imagens e signos, eventos como espetácu-
-0

los, valorizando o que a mídia dá ao transitório da vida. As telecomunicações possibilitam imagens


LA
IE

vistas em todas as partes do planeta, facilitando a mercadificação de coisas e gostos. A informati-


R

zação, o computador, o caixa 24 horas e a telemática são compulsivamente disseminados. As lutas


B
A

mudam: agora não é contra o patrão, mas contra a falta deles. Os pobres só se dizem presentes nos
G

acontecimentos de massa, lugares de deslocamento das energias de revolta.


Nesse sentido, o pós-modernismo invade o cotidiano com a tecnologia eletrônica em massa e
individual, em que a saturação de informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós-mo-
derno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia a dia dos indivíduos.
O pós-modernismo também teve uma expressividade na economia. Seu papel foi mostrar aos
indivíduos a capacidade de consumo, a adotarem estilos de vida e de filosofias, o consumo perso-
nalizado, usar bens e serviços e se entregarem ao presente e ao prazer.
O ambiente pós-moderno significa simulação, ele não nos informa sobre o mundo, ele
o refaz à sua maneira, hiper-realiza o mundo, transformando-o em um espetáculo. Os
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pós-modernistas querem rir levianamente de tudo, encaram uma ideia de ausência de valo-
res, de vazio, do nada, e do sentido para a vida.
No pós-modernismo, o homem vive imerso em um rio de testes permanentes, em que a informa-
ção e a comunicação transportam a impulsividade para o consumo.
Simbolicamente, o pós-modernismo nasceu em 1945. Nos anos 60 foi a época de grandes mudan-
ças e descobertas tecnológicas, sociais, artísticas, científicas e arquitetônicas.
Completando o cenário moderno às metrópoles industriais, as classes médias consumido-
ras de moda e de lazer, surgiram as famílias nucleares — pessoas isoladas em apartamentos
— e a cultura de massa (revistas, filmes, novelas). Dessa forma, dando vitória à razão téc-
nico-científica, inspirada no Iluminismo, a máquina fez a humanidade recuar seus hábitos
religiosos, morais e foi ditando novos valores, mais livres, urbanos, mas sempre atrelados no
progresso social.
As multinacionais trouxeram os serviços de tecnologia em geral, como informações e comunica-
ções em tempo real, o que garante uma economia pela informação.
Nas chamadas sociedades programadas, codificar e manipular o conhecimento e a infor-
mação é vital, onde a programação da produção do consumo e da vida social significa proje-
tar o comportamento.
O ambiente pós-moderno é povoado pela cibernética, a robótica industrial, a biologia
molecular, a medicina nuclear, a tecnologia dos alimentos, as terapias psicológicas, a clima-
tização, as técnicas de embelezamento, o trânsito computadorizado e os eletroeletrônicos.
Em resumo, o pós-modernismo pode ser caracterizado como as definições de natureza
sociocultural e estética que marcam o capitalismo da era contemporânea. Este movimento,
que também pode ser chamado de pós-industrial ou financeiro, predomina mundialmente
desde o fim do Modernismo. Ele é caracterizado pela avalanche recente de inovações tecnoló-
gicas, pela subversão dos meios de comunicação e da informática, com a crescente influência
do universo virtual, e pelo desmedido apelo consumista que seduz o homem pós-moderno.
Nada mais é realmente concreto na era atual, tudo é fluído na pós-modernidade. Dessa
afirmação, podemos retirar o termo proferido pelo polonês Zygmunt Bauman “modernidade
7
-2
46

líquida”, que se tornou popular. Tempo e espaço são reduzidos a fragmentos; a individualida-
.3

de predomina sobre o coletivo e o ser humano é guiado pela ética do prazer imediato como
80

objetivo prioritário, denominado hedonismo.


.9
97

A humanidade é induzida a levar sua liberdade ao extremo, colocada diante de uma opção
-0

infinita de probabilidades, desde que sua escolha recaia sempre no circuito perverso do con-
LA

sumismo. Daí a subjetividade também ser incessantemente fracionada.


IE
R
B
A

Épocas Literárias
G

LÍNGUA PORTUGUESA

A literatura, assim como as outras artes, é o produto do trabalho de um artista que vive as
consequências da história. Desse modo, a criação literária está diretamente relacionada ao
momento histórico no qual se insere.
As idades literárias recebem denominações variadas: escolas literárias, períodos, estilos e
movimentos.
Os estilos de época do Ocidente, desde a Idade Média, podem ser classificados da seguinte
forma:

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ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Poemas de amor,
Teocentrismo, grande
cavalheirescos, can-
Medievalismo/ Séculos XII a XV, na temor a Deus,
tigas, novelas de ca-
Trovadorismo Europa Feudal grande domínio da
valaria, exaltação do
Igreja, feudalismo
guerreiro cristão

ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Antropocentrismo, Ordem, regularidade,
volta aos padrões precisão formal, pre-
Renascimento Séculos XV ao XVI, clássicos (greco- domínio das epopeias
/Quinhentismo/ na Europa de Estados -latinos) da cultura, para enfatizar a força
Classicismo Nacionais grandes descobertas do Homem, predomí-
(América, caminho nio de formas fixas na
para as Índias) poesia lírica

ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Irregularidade, rebus-
Séculos XVI e XVII, Volta ao conservado-
camento formal, o
na Europa de Estados rismo da Igreja, forte
homem dividido entre
absolutistas. Século presença da Com-
Barroco o céu e a terra, dualis-
XVII e meados do panhia de Jesus na
mos, predominância
séc. XVIII na América União Ibérica (domí-
da poesia lírica e da
luso-espanhola nio espanhol)
oratória sacra

ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Iluminismo, ideais
Volta à regularidade
liberais principiantes,
Arcadismo/ clássica, neoclassi-
Século XVIII grande crise das so-
Neoclassicismo cismo, predominância
ciedades coloniais,
7

da poesia pastoril
-2

ideologias burguesas
46
.3

ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
80

ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS


ÉPOCA HISTÓRICOS
.9
97

Ênfase sobre a indivi-


-0

Identificações com dualidade, desprezo


LA

ideais da França (Re- aos padrões rígidos


IE

Romantismo Século XIX volução Francesa), dos clássicos, nacio-


R
B

Independência do nalismo, predominân-


A
G

Brasil cia do romance e da


poesia lírica

ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Ênfase na sensibilida-
Transição para o sé-
de, utilização da força
Século XIX (última culo XX, tendências
Simbolismo sonora da palavra,
década) decadentistas em ge-
predominância da
ral, Belle époque
poesia lírica

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ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Ruptura com os
parnasianos, força
Modernismo — No
Semana de Arte Mo- para as vanguardas,
Brasil, a comemora-
Século XX (1ª derna em 1922, gran- desdobramentos
ção dos 100 anos da
metade) des rupturas com a múltiplos: Movimento
Independência é deci-
arte tradicional Antropófago, Movi-
siva para “Reformas”
mento Pau-Brasil, Ver-
de-Amarelo etc.

ABRANGÊNCIA DA ASPECTOS
ESTILO/MOVIMENTO PRINCIPAIS LINHAS
ÉPOCA HISTÓRICOS
Pós-guerra, Guerra Convivência de
Fria, mundo dividido muitas tendências
em blocos de direi- discrepantes, maior
ta e de esquerda, aceitação de todas
Século XX (anos 50: acentuação das dife- as vanguardas, movi-
Pós-modernismo
contemporaneidade) renças entre mundo mentos de rupturas e
desenvolvido e sub- retomadas, arte feita
desenvolvido, muitos de bricolagens (apro-
movimentos jovens veitamento de restos),
de rebelião incertezas

CARACTERIZAÇÃO DE ESTILOS DE ÉPOCA E ESTILOS AUTORAIS

Algumas formas de crítica literária baseiam-se nos estudos dos estilos de época e dos estilos
autorais. É importante entender as diferenças entre eles para uma análise mais aprofundada do
texto literário e para compreender as influências e inspirações dos escritores.
Os estilos de época são os traços distintivos que caracterizam a literatura de um período
histórico. Eles são influenciados por vários fatores, como a cultura, a política, a economia, e a
7
-2
46

sociedade em que se encontra o autor, o que, consequentemente transformam as tendências


.3

artísticas do momento e do local. Alguns exemplos de estilos de época incluem:


80
.9
97

z Romantismo: caracterizado por uma valorização dos sentimentos, da natureza e da ima-


-0

ginação. Alguns escritores românticos incluem Gonçalves Dias e José de Alencar.


LA

z Realismo: caracterizado pela representação da realidade de forma objetiva e fiel, com


IE
R

uma ênfase na descrição detalhada e na crítica social. Alguns exemplos de escritores rea-
B
A

listas incluem Machado de Assis e Aluísio de Azevedo.


G

LÍNGUA PORTUGUESA

z Modernismo: caracterizado pela experimentação formal, pela subjetividade e pela bus-


ca por novas formas de expressão artística em rompimento com as tradições anteriores.
Alguns exemplos de escritores modernistas incluem Oswald de Andrade e Clarice Lispector.

Já os “estilos autorais” são as características distintivas que diferenciam a obra de um


autor das obras de outros autores e do estilo predominante de sua época. Esses estilos são
influenciados por várias coisas, como a personalidade do escritor, suas experiências de vida
e suas influências literárias. Alguns exemplos de estilos autorais incluem:

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z Estilo descritivo: caracterizado por uma ênfase na descrição detalhada e sensorial. Exem-
plos de escritores com um estilo descritivo incluem Euclides da Cunha e Graciliano Ramos.
z Estilo irônico: caracterizado por um tom de humor e sarcasmo. Alguns exemplos de escri-
tores com um estilo irônico incluem Lima Barreto e Nelson Rodrigues.
z Estilo experimental: caracterizado por uma busca por novas formas de expressão artís-
tica, incluindo o uso de técnicas como o fluxo de consciência e a montagem. Exemplos de
escritores com um estilo experimental incluem Clarice Lispector e Guimarães Rosa.

Os estilos de época e estilos autorais são elementos importantes na análise literária. Os estilos
de época refletem as tendências artísticas e culturais de um período histórico, enquanto os estilos
autorais são influenciados pelas experiências individuais e todos os elementos intrínsecos que
formaram o escritor. É importante entender as diferenças entre esses estilos para uma análise
mais aprofundada da literatura e para apreciar as obras dos escritores de forma mais completa.

REDAÇÃO DISCURSIVA

Neste material, vamos trabalhar a redação discursiva. Você estudará algumas característi-
cas inovadoras no conceito de produção de textos para quem quer atingir um melhor resul-
tado em provas que exijam do candidato a habilidade de produzir um texto.
Aqui, serão apresentados os aspectos gerais da redação discursiva em sua estrutura textual, bem
como todos os passos para a sua produção com eficiência. Porém, antes de iniciarmos, é importante
dar atenção às dúvidas que geralmente são apresentadas pelos alunos para que se possa dar solu-
ção aos principais problemas que eles relatam.

DÚVIDAS FREQUENTES QUANTO À REDAÇÃO PARA CONCURSOS PÚBLICOS


7
-2

Por que é tão difícil produzir um texto eficiente?


46
.3
80

Sempre se ouvem os temores de alunos quanto às provas que cobram dos candidatos habilida-
.9
97

des na produção de questões discursivas. Alguns dizem se sentirem tão despreparados que termi-
-0

nam por desistir dos concursos que trazem a redação como critério de classificação.
LA

Tem de se reconhecer que o hábito de escrever não está na prática do cotidiano da maioria
IE
R

das pessoas e que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exercitam essa habilidade nor-
B
A

malmente em ambientes virtuais, como sites de comunicação e elaboração de e-mails. Nesses


G

expedientes, ocorre o que chamam de “pacto da mediocridade” (sem intenção ofensiva), que
caracteriza a postura displicente de como se escreve e a aceitação mútua de erros e desvios
da norma culta escrita: “ele escreve errado, mas eu aceito para não ser cobrado por ele da
mesma forma quando errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abreviações que mais se
assemelham a códigos criptografados do que à própria língua portuguesa.
O maior problema é que isso gera um reforço negativo: treina-se uma escrita que não
promove a prática ideal da comunicação verbal normatizada. O resultado é que, quando
ocorre a exigência da produção escrita, a prática que se tem não promove a eficiência nessa
categoria de comunicação.

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Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da escrita em quem tem dificuldade de
passar para o papel o que tem na sua cabeça?

Inicialmente, em um procedimento tradicional de produção de textos, começa-se pela


apresentação de exemplos de textos bem escritos, mostra-se sua estrutura, apresentam-se as
partes que o compõem.
Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e de como elaborá-las separadamente:
como se constrói um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração; quais são os diferentes
tipos de parágrafos.
Também é mostrado como podem ser os parágrafos que introduzem, desenvolvem e concluem
um texto dissertativo. E só depois de exercitar esses primeiros procedimentos é que se passa à
produção de um trabalho completo, buscando a eficiência do todo por intermédio do agrupa-
mento de cada uma das partes estudadas até a formação de um bloco contínuo e completo.
O truncamento desse trabalho ocorrerá certamente se o aprendiz não se dispuser a prati-
car esses conceitos. É aí que começa a frustração dos potenciais autores, pois muitas vezes só
vão tentar praticar a escritura da sua redação após terem terminado o estudo do livro didá-
tico e sentem muita dificuldade no momento do agrupamento, isto é, de fazer virar o todo
aquilo que aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não for satisfatório, eles simplesmente
assumirão a dificuldade como uma inabilidade pessoal.
Como proposta de solução para essa dificuldade, vamos partir de um princípio inverso
em que se começa da materialização do texto eficiente, satisfazendo os anseios dos nossos
alunos: começamos pelo todo para depois estudarmos as partes.
Esse trabalho consiste na elaboração de máscaras de redação, o que proporciona um pon-
to de partida concreto na produção de redações eficientes a partir de modelos prontos e que
poderão ser reproduzidos e adaptados para qualquer tema proposto pela banca organizado-
ra do concurso, respeitando ainda o caráter da originalidade e da criatividade de cada autor.
As máscaras de redação garantem a eficácia sobre os principais quesitos exigidos pelas
7

bancas organizadoras dos critérios de correção dos textos, tais como progressão textual e
-2
46

sequencialização, coesão e, consequentemente, coerência, além de atender naturalmente à


.3

estrutura própria dos textos dissertativos.


80
.9

Outro ponto importante é o de permitir ao candidato uma projeção bem aproximada da


97

extensão do seu texto em número de linhas.


-0

Essa proposta também tem a finalidade de desenvolver uma maior agilidade na projeção
LA

e na construção da redação, otimizando o tempo de sua elaboração durante a prova.


IE
R
B
A

Qual o peso ou a importância da redação em um concurso público?


G

LÍNGUA PORTUGUESA

O peso da redação é muito grande, por isso, ela faz a diferença na aprovação. Nos concur-
sos atuais, a redação tornou-se o passaporte para o ingresso em grande parte das carreiras
públicas, pois de nada vale um resultado positivo na prova objetiva se não obtiver sucesso
em sua redação.
Os candidatos costumam dedicar seu tempo de estudos à prova objetiva e deixar a redação por
último. Na maioria das vezes, passam naquela e reprovam nesta. Não dá para subestimar a redação,
é preciso exercitar sempre.

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O que conta mais para um bom resultado: ter bons conhecimentos sobre o assunto
apresentado na proposta ou ter bons conhecimentos em língua portuguesa?

Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em importância. No que diz respeito aos
conhecimentos de língua portuguesa, estamos referindo-nos à estrutura e à linguagem do
texto dissertativo. Subentende-se que quem domina esses dois aspectos não tenha dificulda-
des com a ortografia e outros aspectos gramaticais que, em prova, inclusive, pouco peso têm.

Qual é a diferença entre tema e título?

z Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem caráter geral e abrangente e propõe questões que
devem ser abordadas obrigatoriamente com objetividade pelo candidato. Essa objetividade é um
fator determinante para que sua composição fique delimitada àquilo que é possível desenvolver
em sua redação.

E o que é a delimitação do tema? É simples. É a elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posi-
cionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o número de linhas que é proposto para se desen-
volver o tema é limitado. Geralmente, não passa de 30 linhas, por isso, é preciso ser claro e direto no
desenvolvimento da argumentação;

z Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem a função de apresentar e chamar a
atenção sobre o assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar que são poucas as
instituições que solicitam que o candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido, não
é para colocá-lo.

Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr em maiúscula?

Há duas possibilidades:
7
-2
46

z A primeira forma convencionada diz que só a primeira palavra do título deve ser iniciada
.3

por letra maiúscula, como em:


80
.9
97

É bom fazer redação com o Nélson!


-0
LA

z A segunda forma permite que você coloque todas as palavras com iniciais maiúsculas,
IE
R

com exceção dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem sentido próprio), como preposi-
B
A

ções e artigos:
G

É Bom Fazer Redação com o Nélson!

Importante!
Nomes próprios são sempre com iniciais maiúsculas.
Use pontuação significativa se for necessário, como interrogação e exclamação. O ponto
final é dispensável.

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É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma?

A letra cursiva (letra de mão) só será necessária se for uma exigência do edital. De uma
maneira geral, o que se pede é a legibilidade.
É importante sempre se lembrar de respeitar as regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja,
maiúscula e minúscula devem ser diferenciadas:
Caixa alta <CALIGRAFIA>, caixa baixa <caligrafia>.

O que é texto em prosa?

Texto em prosa é aquele que naturalmente usamos para escrever um bilhete, uma carta,
nos comunicarmos em e-mail etc. Ele se constrói em estrutura linear (linha cheia) por meio
de parágrafos. É a forma comum de escrever.
É contrária ao verso, que exige uma elaboração estrutural e demonstra preocupação com rimas e
arranjos vocabulares alheios à sintaxe. Veja um exemplo de texto em verso:

A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças


Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
7
-2

Da rosa de Hiroxima
46
.3

A rosa hereditária
80

A rosa radioativa
.9
97

Estúpida e inválida
-0

A rosa com cirrose


LA

A anti-rosa atômica
IE
R

Sem cor sem perfume


B
A

Sem rosa sem nada. 9


G

LÍNGUA PORTUGUESA

Agora um exemplo de texto em prosa:

Hiroshima ou Hiroxima (広島市 ‘Hiroshima-shi’) é a capital da prefeitura de Hiroshima, no


Japão. É cortada pelo rio Ota (Ota-gawa), cujos seis canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu
em torno de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o estatuto de cidade em 1589. Serviu de
quartel-general durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894–95).

9 Disponível em: https://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/rosa-de-hiroxima. Acesso:


21 jun. 2022. 161
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Em 6 de agosto de 1945, foi a primeira cidade do mundo arrasada pela bomba atômica de fissão
denominada Little Boy, lançada pelo governo dos Estados Unidos, resultando em 250 000 mor-
tos e feridos.10

É importante notar que redação para concurso é em prosa.

O que eu faço se errar uma palavra quando estiver passando a limpo minha redação?

Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Porém, muitas instituições orientam os candidatos a
passar um traço simples sobre a palavra e continuar escrevendo como se nada houvesse aconte-
cido. Geralmente, nesses casos, o erro não é considerado. Sendo assim, não perca tempo sofrendo
e faça como no exemplo a seguir:
Vamos começar nossa redassão redação agora. Entendeu?

TIPOLOGIA TEXTUAL

Em geral, os textos são classificados em três modalidades distintas quanto à tipologia


textual. Dessa forma, o texto pode ser descritivo, narrativo ou dissertativo. É comum que um
texto se apresente com tipos mistos de modalidades, mas a intencionalidade estrutural do
texto deve ser preservada para garantir uma tipologia predominante, isto é, o que importa é
qual a intenção do autor que predomina no todo do texto.
Podemos, então, pensar o seguinte:
Se na leitura do texto predomina a imagem de alguém ou de algo, assim como acontece
quando olhamos uma foto, é porque o texto é descritivo.
Se predomina a revelação de um fato, o autor conta uma história, como uma fofoca, por
exemplo, é porque esse texto é narrativo.
7

Se, na leitura, predomina o desenvolvimento de uma ideia, principalmente se autor quiser


-2
46

convencer-nos de algo, como uma propaganda, o texto é dissertativo. Para simplificar


.3
80
.9

Descrição  imagem
97
-0

Narração  fato
LA

Dissertação  ideia
IE
R
B
A

Vamos aprofundar o reconhecimento de cada tipo. Para isso, vamos ver quais são as carac-
G

terísticas de cada modalidade para que você saiba diferenciá-los.

Descrição

Podemos ilustrar essa modalidade como uma espécie de fotografia textual, em que o
observador absorve as informações por intermédio dos sentidos. Esse desenho feito com
as palavras representa o que o observador vê paralisado no tempo, por isso, nada muda no
desenvolvimento do texto.

162 10 Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hiroshima. Acesso em: 21 jun. 2022. Adaptado.


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dessa forma, não ocorre na representação do cenário (ou objeto) progressão temporal
(sucessão de fatos), portanto, não há passagem do tempo.
Na descrição, as principais informações são passadas por intermédio de palavras adjeti-
vas, sempre submissas a palavras substantivas.
Ex.: Na mistura do sangue com o leite das garrafas quebradas, viam-se os fios castanhos
do cabelo do jovem embebidos naquele grosso líquido. Não devia ter mais de 20 anos, mas
mostrava nas mãos calos que foram cultivados parece que há muito mais tempo.
O que vemos nesse texto? Observe:

z Sangue e leite estão misturados;


z As garrafas estão quebradas;
z Os cabelos são castanhos;
z O jovem tem aproximadamente 20 anos;
z Os cabelos estão embebidos;
z O líquido é grosso;
z As mãos eram calejadas;
z Os calos foram cultivados.

Por causa desses elementos descritivos, somos levados a imaginar o cenário estático. Observe
que o todo do texto compõe uma imagem que nós, leitores, conseguimos criar em nosso raciocí-
nio, como se fosse uma foto.
Note ainda que isso ocorre porque não há passagem do tempo, isto é, não houve sucessão de
fatos, tanto que o cenário é único e nada se altera, nada muda do começo ao fim, logo, é um texto
que não apresenta progressão temporal. Por isso, o que predomina na leitura desse texto realmen-
te é a imagem; trata-se, então, de uma descrição.

Narração
7
-2
46

Vamos agora à narração. Assim como fizemos com a descrição, podemos também ilustrar
.3

como um filme a elaboração do texto narrativo, pois aqui ocorre a passagem do tempo regis-
80
.9

trando a ação apresentada no texto, por isso, sempre apresentará progressão temporal, pois
97

sempre haverá uma mudança, uma transformação do fato apresentado inicialmente.


-0

A progressão temporal, como já vimos, trata-se de uma sucessão de fatos, e é essa sucessão
LA
IE

que nos revela o fato principal, ao que damos o nome de ação.


R

Por essa razão é que dissemos, também, que a narração apresenta a revelação de um fato,
B
A
G

nesse caso, o fato principal, que, para acontecer, depende de fatos de menor importância que
LÍNGUA PORTUGUESA

ele.
Na narração, as informações importantes, portanto, estão associadas aos verbos, sempre
submissos a palavras substantivas.
É bom lembrar ainda que a narração apresenta também elementos que a diferenciam dos
demais tipos de texto. Esses elementos são:

z Personagem ou personagens: com quem acontece algo, um fato;


z Narrador: aquele que conta o que aconteceu, narra o fato;
z Tempo: quando aconteceu o fato;
z Lugar: cenário, onde o fato aconteceu; 163
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z Ação: o que aconteceu.

Note que nem todos aparecem obrigatoriamente em um único texto, mas o que nunca
falta à narração é o personagem.
Ex.: Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante e morto nesta madrugada com
um tiro no coração. Um morador de nossa cidade, assustado com o barulho feito pelo traba-
lhador da madrugada, eliminou o suposto marginal em nome da segurança dos que dormiam
inocentes.
Vejamos como fica nosso esquema narrativo:

z Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante;


z Um jovem leiteiro foi morto com um tiro no coração;
z Um morador eliminou o suposto marginal;
z Os inocentes dormiam.

Os verbos garantem o dinamismo do texto, registrando o agente da ocorrência. Assim, entende-


mos bem a diferença entre a descrição, que não apresenta movimento, pois nela não há sucessão
de fatos, e, por isso, o tempo não passa: sem progressão temporal; e a narração, que apresenta
sucessão de fatos: com progressão temporal.
Importante é perceber que o traço de diferença marcante entre os dois tipos de texto é a
progressão do tempo. Para confirmar a progressão nesse texto, basta percebermos a mudança
apresentada no contexto: o leiteiro estava vivo, trabalhando, e agora está morto.
Para completar a análise desse texto, a partir do levantamento das características da nar-
ração, vamos reconhecer seus elementos:

z Personagens: o leiteiro e o morador da cidade;


z Narrador: aquele que nos conta o fato;
7

z Tempo: nesta madrugada;


-2
46

z Lugar: nossa cidade;


.3

Ação: assassinato.
80

z
.9
97

Atenção: o que realmente diferencia a narração dos outros tipos de texto é a progressão
-0
LA

temporal.
IE
R
B

Dissertação
A
G

A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser cobrado em provas de concurso, tanto na
argumentação geral sobre temas diversos, quanto na exposição de seus conhecimentos em
questões discursivas.
Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma suposta verdade. Tal verdade deve ter existência
substancial, por isso, é representada por uma palavra substantiva. A sustentação dessa verdade,
por sua vez, pode ser ilustrada por outras palavras substantivas. Veja o texto a seguir:

Dissertação é um trabalho baseado em estudo teórico de natureza reflexiva, que consiste na


ordenação de ideias sobre um determinado tema. A característica básica da dissertação é o cunho
164
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reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que
seja. É desenvolver um raciocínio, desenvolver argumentos que fundamentem posições. É polemi-
zar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer relações de
causa e consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões, é apresentar um texto com organização
lógica das ideias. Basicamente um texto em que o autor mostra as suas ideias.

Assim, podemos entender a dissertação, diferenciando-a dos dois tipos anteriores, como um
texto que apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um entendimento lógico sobre o
assunto que ele analisou. Por isso, dissemos inicialmente que é um texto que apresenta uma ideia,
ao que chamamos de tese, isto é, esse tipo de texto revela a ideia que o autor desenvolveu sobre
um determinado assunto.
Além disso, todas as informações que forem apresentadas sobre o assunto analisado serão os
argumentos que representarão a análise feita pelo autor. Note que os argumentos são os motivos
que levaram o autor a ter um posicionamento, uma ideia, uma tese sobre o assunto.
Ex.: Não se pode mais tratar a vida humana como um simples exemplo de existência bioló-
gica. Já está na hora de se entender que é preciso ter respeito à vida como uma atitude exis-
tencial que deve ser encarada como essência de nossa natureza, o que vai além das próprias
leis de um país.
Atente-se para o que se pode destacar agora:

z A verdade geral defendida, o nome do assunto = vida, especificamente a humana;


z Argumentos que sustentam essa verdade: respeito e essência.

O substantivo vida representa a palavra-chave quanto à verdade defendida na tese do


autor de que “Não se pode mais tratar a vida humana como um simples exemplo de existên-
cia biológica”. Essa verdade é sustentada por dois argumentos positivos na defesa dessa tese:
o respeito à vida e a vida como essência de nossa natureza.
7

Observe que, nesse texto, não há progressão temporal, pois não há mudança alguma, já que não
-2
46

existe uma sequência de fatos; não há também a criação de uma imagem de alguém ou de algo;
.3

mas há uma evolução, um desenvolvimento da ideia apresentada no início do texto em relação à


80
.9

vida humana, ao que chamamos de progressão dissertativa, afinal, a ideia “progrediu”, a ideia ini-
97

cial foi ficando sólida à medida que o texto se desenrolou.


-0

O que caracteriza definitivamente o texto dissertativo, então, é a existência de uma ideia


LA

base apresentada, a tese e o seu desenvolvimento, culminando em seu fortalecimento


IE
R

por meio dos argumentos. Esse fortalecimento chama-se fundamentação.


B
A

No texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela fundamentação, portanto, pode-
G

LÍNGUA PORTUGUESA

mos reconhecer nele a progressão discursiva.

Por ora, vamos retomar o esquema anterior e aprofundá-lo para que não se esqueça de
como diferenciar os três tipos de texto:

descrição  imagem — não há progressão temporal


narração  fato — há progressão temporal
dissertação  ideia — progressão discursiva

ESTRUTURA DISSERTATIVA E PROGRESSÃO DISCURSIVA 165


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Neste assunto, trabalharemos alguns elementos importantes para iniciarmos nossa produção
de textos.
A dissertação é um tipo de texto que se caracteriza pela exposição e defesa de uma ideia
que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa, o autor do texto
dissertativo trabalha com argumentos, fatos, dados, os quais utiliza para reforçar ou justifi-
car o desenvolvimento de suas ideias.
Para atender a esse propósito, a dissertação deve apresentar uma organização estrutural
que conduza as informações ao leitor de forma a seduzi-lo quanto ao reconhecimento da
verdade proposta como tese.
Compreende-se como estrutura básica de uma dissertação a divisão da exposição da argumen-
tação em três partes distintas: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Acompanhe cada
uma dessas partes a seguir.

Introdução

A introdução do texto dissertativo é a apresentação de seu projeto. Ela deve conter a tese
de sua dissertação, ou seja, deve apresentar seu posicionamento sobre o tema proposto pela
banca.
Esse momento é muito importante para o leitor, pois é aí que será mostrada a identificação
de suas ideias com o tema. É um bom momento para apresentá-lo aos argumentos sequen-
cialmente ordenados de acordo com a progressão que você dará à sua redação (progressão
textual).
A introdução deve ser clara e chamar a atenção para dois itens básicos: os objetivos do texto e
o plano do desenvolvimento. Sem ter medo de apresentar alguma previsibilidade de seu projeto,
você, autor, deve expor os caminhos por que percorrerá em sua explanação.
Lembre-se de que o leitor, corretor de seu trabalho, é um professor experiente e é a orga-
nização que mais o impressionará nesse momento. Por isso, não tenha medo de ser objetivo
7

e previamente ilustrativo quanto aos seus propósitos de trabalho.


-2
46

Ex.: Parágrafo de introdução


.3

Todos sabem o quanto a tecnologia vem implementando novos valores à vida do


80
.9

homem moderno principalmente no que diz respeito a sua vida em sociedade (1). É
97

notório o desenvolvimento da tecnologia em campos como o da educação (2) e o dos


-0

serviços sociais (3). Essas inovações vão ainda muito além disso, atingindo vários outros
LA

espaços do cotidiano (4) da maioria das pessoas.


IE
R
B
A

z (1) A tese: a tecnologia vem implementando novos valores à vida do homem moderno
G

principalmente no que diz respeito a sua vida em sociedade;


z (2), (3), (4) Argumentos levantados a fim de sustentar a tese: o desenvolvimento da tec-
nologia em campos como o da educação (2) / o dos serviços sociais (3) / inovações atingindo
vários outros espaços do cotidiano (4).

Desenvolvimento

O desenvolvimento é a parte em que você deve expor os elementos que vão fundamentar sua
tese, que pode vir especificada por intermédio de argumentos, pormenores, exemplos, citações,
166 dados estatísticos, explicações, definições, confrontos de ideias e contra-argumentações.
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Você poderá usar tantos parágrafos quanto achar necessário para desenvolver suas teorias;
porém, em redações de curta extensão, o ideal é que cada parágrafo apresente objetivamente ape-
nas um dos argumentos a serem desenvolvidos ou, ainda, que esses argumentos sejam agrupados
caso vários deles devam ser apresentados para sustentar sua tese.
Ex.: apresentação do primeiro argumento sobre “o desenvolvimento da tecnologia em cam-
pos como o da educação”:
Alguns argumentam que é importante reconhecer o papel das redes mundiais de informa-
ção para o favorecimento da construção do conhecimento. Hoje é possível visitar um museu,
consultar uma biblioteca e até mesmo estudar sem sair de casa. Por meio da internet, saberes de
nível mundial podem ser alcançados por qualquer pessoa que os deseje. Basta estar diante de um
computador, ou de posse de um desses modernos aparelhos celulares, para se ligar a qualquer
momento ao universo virtual. Hoje é possível ler qualquer livro a qualquer momento em um
desses dispositivos.
Ex.: apresentação do segundo argumento sobre “o desenvolvimento da tecnologia em cam-
pos como o dos serviços sociais”:
Outro aspecto que merece destaque especial é quanto ao atendimento oferecido ao cidadão
pelos órgãos do serviço público. Já é possível registrar um boletim de ocorrência via computa-
dor ou ainda agendar a emissão de passaportes junto às agencias da Polícia Federal em qualquer
lugar do Brasil. Consultas médicas podem ser marcadas em hospitais públicos ou privados e os
exames realizados podem ser consultados diretamente do banco de dados dessas entidades.
Ex.: apresentação do terceiro argumento sobre “as inovações em vários outros espaços do
cotidiano”:
E isso não para por aí. Ainda convém lembrar que de muitas outras formas a tecnologia
interfere positivamente em nossas vidas. As relações sociais intensificaram-se depois do sur-
gimento das várias redes de relacionamento, tendo início com o Orkut e o Facebook, permitin-
do que as pessoas se reencontrem em ambientes virtuais, o que antigamente exigiria muito
esforço coletivo para tais eventos. Programas como o Zoom e o Google Meet possibilitam que
as pessoas conversem e interajam em diferentes partes do mundo sem nenhum custo além dos
7
-2
46

já dispensados com seus provedores residenciais. Uma mãe que mora longe dos filhos já pode
.3

vê-los, ou aos netos, pela tela de um notebook ou celular, sempre que sentir saudade.
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.9
97

Conclusão
-0
LA

A conclusão é a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer de forma muito
IE
R

mais convincente, uma vez que já foi fundamentada durante o desenvolvimento da disser-
B
A

tação. Deve, pois, conter, de forma sintética, o objetivo proposto na instrução, a confirmação
G

LÍNGUA PORTUGUESA

da hipótese ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no desenvolvimento.


Ex.: considerações finais:
Tendo em vista os aspectos observados sobre esse admirável mundo de facilidades técnicas, só
nos resta comentar que não foi só o computador que tornou a vida do cidadão mais simples
e confortável, mas outros campos da tecnologia também contribuíram para isso. Os apare-
lhos de GPS, que nos orientam a qualquer direção, ou ainda diversos dispositivos médicos
portáteis, garantem a melhora da qualidade de vida de todos os homens do nosso tempo.

ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
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Coesão

Coesão pode ser considerada a “costura” textual, a “amarração” na estrutura das frases,
dos períodos e dos parágrafos que fazemos com palavras. Para garantir uma boa coesão no
seu texto, você deve prestar atenção a alguns mecanismos.
A seguir, em negrito, há exemplos de períodos que podem ser melhorados utilizando os
mecanismos de coesão:

z Elementos anafóricos: esse, essa, isso, aquilo, ele...

São palavras referentes a outras que apareceram no texto, a fim de retomá-las.

Ela = Dolores seu = Ela

Ex.: Dolores era beleza única. Ela sabia do seu


poder de seduzir e o usava

o = poder

z Elementos catafóricos: este, esta, isto, tal como, a saber...

São palavras referentes a outras que irão aparecer no texto:

Ex.: Este novo produto a deixará maravilhosa, é o


xampu Ela. Use-o e você não vai se arrepender!
7
-2

O pronome demonstrativo este apresenta um elemento do qual ainda não se falou = o


46

xampu.
.3
80
.9
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z Coesão Lexical
-0
LA

São palavras ou expressões equivalentes. A repetição de palavras compromete a qualida-


IE
R

de do texto, mostrando falta de vocabulário do redator. Assim, é aconselhável a utilização de


B
A

sinônimos:
G

Ex.: Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase — êxtase tão grande que sacrificaria o
resto de minha vida por umas poucas horas dessa alegria.
Nesse caso, a palavra alegria aparece como sinônimo semântico da palavra amor,
representando-a.

z Coesão por Elipse ou Zeugma (Omissão)

É a omissão de um termo facilmente identificável. Podemos ocultar o sujeito da frase e


fazer o leitor procurar no contexto quem é o agente, fazendo correlações entre as partes.

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Ex.: O marechal marchava rumo ao leste. Não tinha medo, (?) sabia que ao seu lado a sorte
também galopava.
A interrogação representa a omissão do sujeito marechal que fica subentendido na oração.

z Conectivos Principais

„ Preposições e suas locuções: em, para, de, por, sem, com...


„ Conjunções e suas locuções: e, que, quando, para que, mas...
„ Pronomes relativos, demonstrativos, possessivos, pessoais: onde, que, cujo, seu,
este, esse, ele...

Ex.: Os programas de TV, em que nós podemos ver muitas mulheres nuas, são imorais.
Desde seu início, a televisão foi usada para facilitar o domínio da sociedade. Como exemplo,
podemos citar a chegada do homem à Lua, quando os EUA conseguiram, com sua propagan-
da capitalista frente a uma Guerra Fria, a simpatia de grande parte da população do planeta.

Coerência

Coerência textual é uma relação harmônica que se estabelece entre as partes de um texto,
em um contexto específico, e que é responsável pela percepção de uma unidade de sentido.
Sendo assim, os principais aspectos envolvidos nessa questão são:

z Coerência Semântica

Refere-se à relação entre significados dos elementos da frase (local) ou entre os elementos do
texto como um todo:
Ex.: Paulo e Maria queriam chegar ao centro da questão.
7

Não caberia aqui pensar em centro como bairro de uma cidade. É nesse caso que entra
-2
46

o estudo da coesão por meio do vocabulário.


.3
80
.9

z Coerência Sintática
97
-0
LA

Refere-se aos meios sintáticos que o autor utiliza para expressar a coerência semântica:
IE

“A felicidade, para cuja obtenção não existem técnicas científicas, faz-se de pequenos
R
B

fragmentos...”
A
G

Como leitor do texto, você deve entender que o pronome cuja foi empregado para estabe-
LÍNGUA PORTUGUESA

lecer posse entre obtenção e felicidade.


É nesse caso que entra o estudo da coesão com o emprego dos conectivos.

z Coerência Estilística

Refere-se ao estilo do autor, à linguagem que ele emprega para redigir. O leitor atento
a isso consegue facilmente entender a estrutura do texto e relacionar bem as informações
textuais.

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Além disso, percebendo se a linguagem do texto é figurada ou não, seu raciocínio interpreta-
tivo deverá funcionar de uma determinada maneira, como podemos ver neste texto de Ricardo
Reis, heterônimo de Fernando Pessoa:

Já sobre a fronte vã se me acinzenta


O cabelo do jovem que perdi.
Meus olhos brilham menos.
Já não tem jus a beijos minha boca.
Se me ainda amas por amor, não ames:
Traíras-me comigo.
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa)

Elementos Importantes de Coesão e Coerência

Para continuarmos o estudo de coesão e coerência, devemos relembrar alguns elementos


gramaticais importantes. Acompanhe a seguir.

z Pronomes Demonstrativos

Indicam posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e/ou
no espaço (função dêitica destes pronomes). Podem também ser empregados fazendo refe-
rência aos elementos do texto (função anafórica ou catafórica). São eles:

ESTE (A/S), ESSE (A/S), AQUELE (A/S) Têm função de pronome adjetivo
ISSO, ISTO, AQUILO, O (A/S) Têm função de pronome substantivo
MESMO, PRÓPRIO, SEMELHANTE, TAL (E Quando são demonstrativos, são pronomes
FLEXÕES) adjetivos
7
-2
46

Empregos do pronome demonstrativo:


.3
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.9

„ Indicando localização no espaço:


97
-0
LA

Este (aqui): pronome de 1ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto
IE

dele. Ex.: Este é meu casaco! — a moça avisou, enquanto o segurava.


R
B

Esse (aí): pronome de 2ª pessoa: o falante o emprega para referir-se ao ser que está junto
A
G

do seu ouvinte. Ex.: Passe-me essa jarra de suco, por favor. — pediu ela ao rapaz que sentara
à sua frente.
Aquele (lá): pronome de 3ª pessoa: a referência será ao ser que está distante do falante e
do ouvinte. Ex.: As duas no portão não aguentavam de curiosidade, quem seria aquele moço
na esquina?

„ Indicando localização temporal:

Este (presente): Neste ano, haverá Copa do Mundo.


Esse (passado próximo): Nesse ano que passou, não tivemos Copa do Mundo.
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Esse (passado futuro): A próxima copa será em 2014. Nesse ano, poderemos ver todos os
jogos acontecerem aqui em nosso país.
Aquele (passado distante ou bastante vago): Naquela época, não havia iluminação elétrica.

„ Fazendo referências contextuais (funções anafórica e catafórica):

Este: refere-se a um elemento sobre o qual ainda se vai falar no texto (referência catafórica).
Ex.: Este é o problema: estou dura. Pode também fazer uma referência de especificação a um
elemento já expresso (referência anafórica). Ex.: Ana e Bia saíram, esta foi ao cinema.
Esse: refere-se a um elemento já mencionado no texto (referência anafórica). Ex.: Comprei
aspirina. Esse remédio é ótimo.
Este: refere-se à última informação antecedente a ele no texto;
Aquele: refere-se à informação mais distante dele no texto. Ex.: Ana, João e Cris são
irmãos; esta é quieta, esse fala pouco e aquela fala muito.

z Período Composto

„ Que, o/a (s) qual (s): referem-se à coisa ou pessoa. Ex.: O livro que li é ótimo. / O livro o qual li
é ótimo;
„ Quem: refere-se à pessoa, sempre preposicionado. Ex.: Esta é a aluna de quem falei;
„ Cujo (parecido com o possessivo): estabelece posse. Ex.: Este é o autor com cujas ideias
concordo;
„ Onde (= em que): refere-se a lugar. Ex.: A rua onde (em que) moro é movimentada.

Atenção!

„ Observar a palavra a que se refere o pronome relativo para evitar erros de concordân-
7

cia verbal. Ex.: Lemos os livros que foram indicados pelo professor (que = os quais →
-2
46

livros);
.3
80

„ Respeitar a regência do verbo ou do nome, usando a preposição exigida quando neces-


.9

sário. Ex.: Este é o livro a que me refiro.


97
-0
LA

O verbo “referir-se” pede a preposição “a”; por isso, ela aparece antes do “que”. Ex.: Esta é a
IE

obra por que tenho admiração. A preposição “por” foi exigida pelo substantivo “admiração”;
R
B
A
G

„ Os pronomes como, quando e quanto também podem ser relativos;


LÍNGUA PORTUGUESA

„ Os relativos compõem as orações subordinadas adjetivas;


„ As orações adjetivas podem ser explicativas (cujo conteúdo é explicativo, genérico,
uma informação a mais) ou restritivas (cujo conteúdo é de restrição, especificação,
informação importante no contexto).

z As Orações Subordinadas Adjetivas e a Semântica

As orações adjetivas são iniciadas sempre por pronomes relativos e podem ser de dois
tipos:
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„ Explicativa: O homem, que é racional, mata.  A oração adjetiva deste caso não tem
sentido restritivo, pois todos os homens são racionais;
„ estritiva: O homem que fuma morre mais cedo.  A oração adjetiva deste caso repor-
ta-se apenas ao homem fumante.

z Emprego de Cujo e Onde

Este é o prédio onde fica o 1º


ONDE Lugares.
cartório.

Esta é a jovem de
CUJO Concorda com o substantivo posterior cujo pai eu lhe falei.

SUBS . CUJO SUBS.


e indica que esse substantivo pertence
a outro termo substantivo anterior ao Este é o pai de cuja
POSSE cujo. jovem eu lhe falei.

Conjunções Coordenativas, Locuções Conjuntivas, Preposições e Locuções Prepositivas

„ Adição: e, nem, (não só...) mas também, mas ainda, tampouco, (não só...) como também.
Ex.: A água cristalina brota da terra e busca seu caminho por entre as pedras;
„ Adversidade/oposição: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obs-
tante. Ex.: Este candidato não estudou muito, mas foi aprovado;
„ Alternância: ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja. Ex.: Ou estude, ou aguente a
reprova;
„ Conclusão: logo, portanto, pois (depois de verbo), por isso, então. Ex.: Bebida alcoólica
pode causar vício, portanto sua venda deve ser considerada ilícita;
„ Explicação: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Ex.: Não se preocupe, que
7

eu arrumarei toda esta bagunça.


-2
46
.3

z Conjunções Subordinativas Adverbiais


80
.9
97

„ Causa: porque, como (somente no início do período), que, já que, visto que, por (+ infiniti-
-0

vo), graças a, na medida em que, em virtude de (+ infinitivo), em face de, desde que, uma
LA
IE

vez que. Ex.: Como estava muito doente, foi ao médico;


R

„ Comparação: mais... que, menos... que, tão/tanto... como, assim como, como. Ex.: Ele
B
A
G

sempre se posicionou como um líder;


„ Concessão: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de (+ infi-
nitivo), em que pese a (+ infinitivo), posto que, malgrado. Ex.: Embora não esteja me
sentindo bem, assistirei à aula até o final;
„ Condição: se (às vezes prevalece a ideia de causa, outras vezes, de tempo, ou, ainda, de
oposição), caso, desde que, a não ser que, a menos que (a ideia pode ser desdobrada em
de concessão), contanto que, uma vez que. Ex.: Eles não conseguirão vaga para este ano
letivo, a menos que haja alguma desistência;
„ Conformidade: conforme, como, segundo, consoante. Ex.: Tudo aconteceu como eles
imaginaram;
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„ Consequência: (tão/tanto...) que, de modo que, de maneira que, de sorte que. Ex.: Tanto
lutou, que progrediu muito na vida;
„ Finalidade: a fim de que, a fim de (+ infinitivo), que, porque, para que, para (+ infiniti-
vo). Ex.: Faça bem a sua parte do projeto para que não haja reclamações;
„ Proporcionalidade: à proporção que, à medida que, na medida em que, quanto mais,
quanto menos, conforme. Ex.: À medida que o progresso avança, o romantismo diminui;
„ Tempo: quando (a ideia pode ser desdobrada em ideia de condição), enquanto, mal,
logo que, assim que, sempre que, desde que, conforme. Ex.: Mal ele chegou, todas o
rodearam.

Paralelismo

Paralelismo pode ser entendido como equilíbrio da organização textual, promovendo no


texto coerência em sua elaboração e, portanto, em seu sentido. Esse mesmo equilíbrio deve
assim ser entendido nos períodos, pois sua redação também deve apresentar uma sequên-
cia lógica para que ele tenha sentido claro e realmente dê a informação pretendida pelo seu
autor.
Veja, como exemplo, o que diz o professor Othon Marques Garcia em seu livro Comunica-
ção em Prosa Moderna:

Se coordenação é, como vimos, um processo de encadeamento de valores sintáticos idênticos,


é justo presumir que quaisquer elementos da frase — sejam orações, sejam termos dela —,
coordenados entre si, devam — em princípio, pelo menos — apresentar estrutura gramatical
idêntica, pois — como, aliás, ensina a gramática de Chomsky — não se podem coordenar fra-
ses que não comportem constituintes do mesmo tipo. Em outras palavras: as ideias similares
devem corresponder forma verbal similar. Isso é o que se costuma chamar paralelismo ou
simetria de construção11A
7
-2
46

Vejamos agora alguns exemplos de construções que apresentam erros de paralelismo:


.3
80
.9

„ Paralelismo semântico: Em sua última viagem pela América Latina como represen-
97

tante do governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a República Dominicana,


-0

Washington e o Presidente Barack Obama.


LA
IE
R
B

Observe que nesse caso o verbo “visitou” está sendo empregado de maneira a sugerir que se
A
G

pode visitar uma cidade da mesma forma como se visita uma pessoa, ou seja, está empregado de
LÍNGUA PORTUGUESA

forma errada, já que ocorre um duplo sentido a esse verbo com essa construção.
Uma forma correta de representar a ideia pretendida pelo texto é: Em sua última viagem pela
América Latina como representante do governo brasileiro, o presidente visitou Havana, a Repúbli-
ca Dominicana, Washington e nesta última cidade foi ver o Presidente Barack Obama.

„ Paralelismo sintático: Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos, mas conse-
guiram se tornar os campeões este ano.

11 GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro, Editora FGV: 2010, p. 52-53. 173
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Veja como a conjunção adversativa “mas” foi indevidamente empregada, dando uma ideia
de que ser campeão é oposto ao fato de se esforçar para vencer. O correto nesse caso seria
empregar uma conjunção que conduzisse logicamente a primeira oração à ideia da vitória
apresentada na segunda oração, como em: Nosso time se esforçou bastante em todos os jogos,
por isso (e, dessa forma, logo, consequentemente...) conseguiu se tornar o campeão este ano.

Progressão Textual

A progressão textual é o processo pelo qual o texto se constrói a partir de elementos


semânticos e gramaticais. Novas informações devem ser somadas e ligadas às informações
anteriores e não apenas repetidas. Deve haver a continuidade e a evolução dos conceitos já
apresentados que podem ser conquistadas por intermédio dos elementos de coesão.
Veja uma simulação do projeto de máscaras de redação e observe na prática como a pro-
gressão textual ocorre:
Muito se tem discutido ultimamente sobre (blá, blá, blá) por causa de (blá, blá, blá). Sabe-
-se que alguns fatores como (blá, blá, blá), (blá, blá, blá) e (blá, blá, blá) são a base do desen-
volvimento desse problema. As consequências imediatas de (blá, blá, blá) só poderão ser
avaliadas quando (blá, blá, blá).
O primeiro passo a se tomar é o de (blá, blá, blá).
Além de (blá, blá, blá), também se pode especular que (blá, blá, blá).
Ainda convém chamar a atenção para mais um ponto determinante sobre (blá, blá,
blá), que é (blá, blá, blá).
O resultado de todo esse esforço é (blá, blá, blá) e é em busca de (blá, blá, blá) que se
deve (blá, blá, blá). Sendo assim, (blá, blá, blá).
Você pode perceber que, mesmo não abordando assunto algum, há um encadeamento
lógico da estrutura do texto que conduz a uma eficiência argumentativa que admite a ideali-
zação de uma vasta margem de desenvolvimentos sobre variados temas.
7
-2
46

TEORIA DAS MÁSCARAS


.3
80
.9

Depois de observar as dificuldades que as pessoas têm de se expressarem por meio da


97

escrita, colocamos aqui soluções definitivas para esses problemas, sem a pretensão de criar
-0

fórmulas mágicas, mas sim de criar um referencial mais concreto e imediato.


LA

Leia inicialmente o texto piloto de nosso projeto:


IE
R
B
A

z Projeto de dissertação: Exemplos arroz com feijão;


G

z Tema: A alimentação do brasileiro;


z Tese: A comida dos brasileiros é muito saudável e tem tudo de que ele necessita para seu
longo dia de trabalho;
z Argumentos: carboidratos no arroz com feijão; proteínas no bife com salada; glicose e
cafeína do cafezinho preto com açúcar.

1° Parágrafo

Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é saudável e tem tudo de que os brasi-
174 leiros necessitam para seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos no arroz
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
com feijão, as proteínas no bife com salada, além da glicose no cafezinho preto com açúcar,
fornecem um completo abastecimento de energia somada ao prazer.

2° Parágrafo

É de fundamental importância o consumo de alimentos ricos no fornecimento de ener-


gia para a movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por exemplo, o arroz com
feijão que diariamente abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidratos.
Esse complexo alimentar nos recompõe da energia própria consumida durante o dia.

3° Parágrafo

Além disso, as proteínas da carne no bife que comemos servem para repor a massa mus-
cular perdida durante o trabalho. E, somando-se a isso, há as fibras das verduras e folhas,
que ajudam no processamento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de
reafirmarmos o valor nutricional do conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional e
de justificarmos os hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.

4° Parágrafo

Ainda convém lembrarmos outro hábito que contribui para o sucesso do nosso bem ela-
borado cardápio (que é): o de tomarmos um cafezinho após as refeições. Esse conjunto da
cafeína mais o açúcar reabastece nosso cérebro de energia desviada para os órgãos processa-
dores da digestão no momento em que comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
típica da hora do almoço, mantendo-nos despertos.

5° Parágrafo
7
-2
46

Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro, somos leva-


.3
80

dos a acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária,
.9

mas também por tudo o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim,
97
-0

a falta de qualquer um desses ingredientes nos causará debilidade, além de insatisfação.


LA

Observe o texto apresentado e sua estrutura. Imaginemos que o tema proposto a nós fosse
IE

“A alimentação do brasileiro” e que, a partir desse tema, tivéssemos que produzir uma dis-
R
B

sertação sobre ele.


A
G

A primeira coisa a fazer seria a delimitação do tema, ou seja, deveríamos buscar com obje-
LÍNGUA PORTUGUESA

tividade uma tese, dentro desse tema, sobre a qual fôssemos capazes de argumentar, como
esta:
“A comida dos brasileiros é muito saudável e tem tudo de que ele necessita para seu longo dia
de trabalho”.
O próximo passo seria o de levantar alguns argumentos que sustentassem a tese proposta
com valor de verdade. Veja como fizemos:
Já que estávamos falando da alimentação dos brasileiros, nada melhor do que falarmos
sobre seus pontos positivos, pontos estes reconhecidos até por especialistas em alimenta-
ção mundial: o valor nutricional que compõe o nosso prato mais popular — isso mesmo, o
“PF”, “prato feito”, que encontramos em bares, pequenos restaurantes e, principalmente, na 175
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maioria das mesas do povo brasileiro: o arroz com feijão, bife e salada, finalizado com um
cafezinho preto.
Decompomos esse prato e identificamos seus principais ingredientes, aqueles merecedores de
destaque como boa argumentação a favor de nossa tese. Marcamos o “carboidrato”, presente no
arroz e no feijão, como nosso primeiro ponto positivo. Depois foi a vez das “proteínas” presentes no
bife com salada e chegamos, finalmente, à “cafeína” e ao “açúcar” presentes no cafezinho. Pronto,
já temos a primeira parte de nosso projeto organizado.
O próximo passo é juntar tudo no primeiro parágrafo, de maneira organizada, de forma
que as ideias sejam apresentadas em uma sequência que deixe claro ao leitor sobre o que
será falado e também qual será a sequência de argumentos que será apresentada para dar
credibilidade a nossa tese.
Veja o modelo do primeiro parágrafo:

Todos sabem o quanto, em nosso país,


_________________________________________
. Verifica-se que ________________________,
__________________________, além de
______________________, fornecem (ou: resul-
tam, culminam, têm como consequência...)
________.

Compare agora com o parágrafo preenchido com a tese e com os argumentos e veja a
amarração que conseguimos:
Todos sabem o quanto, em nosso país, a comida é saudável e tem tudo de que os brasi-
leiros necessitam para o seu longo dia de trabalho. Verifica-se que os carboidratos no arroz
com feijão, as proteínas no bife com salada, além da glicose no cafezinho preto com açúcar,
fornecem um completo abastecimento de energia somada ao prazer.
7
-2

A partir daí, fizemos o mesmo para os parágrafos seguintes, impondo a eles estruturas
46

programadas com relação lógica de coerência e coesão. Você perceberá que a continuidade e
.3
80

a progressão textual foram sendo procuradas e construídas para dar evolução ao texto e aos
.9

argumentos.
97
-0

No segundo parágrafo, iniciamos com uma frase de apresentação que valoriza o primeiro
LA

argumento, depois fomos completando os espaços em branco que ligavam os argumentos


IE

entre si com relações preestabelecidas de: finalidade ― com a conjunção “para” ―; explica-
R
B

ção ― com o “que” ― causa ― com a locução “por causa de”.


A
G

Veja que, para manter a continuidade textual recuperando sempre a ideia central do pará-
grafo, preocupamo-nos em acrescentar o pronome demonstrativo “Esse”, fechando com uma
conclusão sobre esse argumento.

É de fundamental importância o _________________________________ para _______________. Podemos mencionar, por exemplo,


___________ que _______________, por causa de ____________. Esse _________________________________________________________.

Observe como ficou a sequência completa do segundo parágrafo:


É de fundamental importância o consumo de alimentos ricos no fornecimento de ener-
gia para a movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por exemplo, o arroz com
176
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
feijão que diariamente abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidratos.
Esse complexo alimentar nos recompõe da energia própria consumida durante o dia.
Veja agora uma coletânea de frases que podem auxiliá-lo na introdução de seus parágrafos
iniciais:

z É de conhecimento geral que...


z Todos sabem que, em nosso país, há tempos, observa-se...
z Cogita-se, com muita frequência, que...
z Muito se tem discutido, recentemente, acerca de...
z É de fundamental importância o (a)....
z Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas de....
z Talvez seja difícil dizer o motivo pelo qual...

Assim como no segundo parágrafo, o terceiro e o quarto também seguiram o mesmo prin-
cípio quanto às relações de coesão. As conjunções foram posicionadas para dar coerência a
quase qualquer tipo de argumentação.
Veja as estruturas vazias e seus respectivos parágrafos completos:

3º Parágrafo

Além disso, ______________________________________________. E, somando-se a isso, ________________ que ______________________


___________________________. Daí _______________________ e de ______________________________________.

Além disso, as proteínas da carne no bife que comemos servem para repor a massa muscular
perdida durante o trabalho. E, somando-se a isso, há as fibras das verduras e folhas que ajudam
no processamento dos alimentos pelos órgãos digestivos. Daí a possibilidade de reafirmarmos o
valor nutricional do conjunto de alimentos de nosso prato mais tradicional e de justificarmos os
7

hábitos desenvolvidos em nossa cultura culinária.


-2
46
.3
80

4º Parágrafo
.9
97
-0

Ainda convém lembrarmos _______________________________, (que é): _______________. Esse __________________________________


__ para ____________________________. Essa(s) __________________________________________.
LA
IE
R
B

Ainda convém lembrarmos outro hábito que contribui para o sucesso do nosso bem ela-
A
G

borado cardápio, que é o de tomarmos um cafezinho após as refeições. Esse conjunto da


LÍNGUA PORTUGUESA

cafeína mais o açúcar reabastece nosso cérebro de energia desviada para os órgãos processa-
dores da digestão no momento em que comemos. Essas substâncias reprimem a sonolência
típica da hora do almoço, mantendo-nos despertos.
Para os parágrafos de desenvolvimento, também podemos relacionar frases que você
poderá escolher para dar originalidade ao seu texto:

z Ao se examinarem alguns..., verifica-se que...


z Pode-se mencionar, por exemplo, ...
z Em consequência disso, vê-se, a todo instante, ...
177
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Alguns argumentam que...
z Além disso...
z Outro fator existente...
z Outra preocupação constante...
z Ainda convém lembrar...
z Por outro lado...
z Porém, mas, contudo, todavia, no entanto, entretanto...

Lembramos que esses exemplos são apenas sugestões e que você poderá desenvolver
construções que atendam sua necessidade a partir de quando for adquirindo experiência
com a produção de textos.
Tanto quanto podemos criar padrões para a introdução e para o desenvolvimento de nossas reda-
ções, também podemos criá-los para a conclusão de nossa dissertação.
Acompanhe a organização de nosso último parágrafo:

Levando-se em consideração esses aspectos _________________, somos levados a acreditar que _________________, mas tam-
bém _____________________. Sendo assim, _________________________________.

Teremos, após preencher o modelo:

Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro, somos levados


a acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas
também por tudo o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim, a falta
de qualquer um desses ingredientes nos causará debilidade além de insatisfação.
Os aspectos conclusivos presentes nesse último parágrafo garantem ao leitor a clareza de
que se chegou ao final do desenvolvimento da tese inicial.
As frases em destaque dão força conclusiva ao parágrafo, conduzindo a sequência textual a
7

uma possível solução para os problemas propostos, ou, ainda, podem gerar simples constata-
-2
46

ções das verdades idealizadas.


.3

Você também pode contar com uma pequena lista de frases que podem auxiliá-lo nessa
80
.9

tarefa:
97
-0

Em virtude dos fatos mencionados...


LA

z
IE

z Por isso tudo...


R

Levando-se em consideração esses aspectos...


B

z
A
G

z Dessa forma...
z Em vista dos argumentos apresentados...
z Dado o exposto...
z Por todos esses aspectos...
z Pela observação dos aspectos analisados...
z Portanto... / logo... / então...

Após a frase inicial, pode-se continuar a conclusão com as seguintes frases:

z ...somos levados a acreditar que...


178 z ...é-se levado a acreditar que...
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z ...entendemos que...
z ...entende-se que...
z ...concluímos que...
z ...conclui-se que...
z ...é necessário que...
z ...faz-se necessário que...

Observe como fica, então, a soma dos parágrafos e como se deu a criação da primeira
máscara:

MÁSCARA 1

1º Parágrafo

Todos sabem o quanto, em nosso país, _____________________________. Verifica-se que _____________________,


_____________________________ além de ______________________________ fornecem (ou: resultam, culminam, têm como conse-
quência...) _______________________.

2º Parágrafo

É de fundamental importância o ____________________________________ para ____________________. Podemos mencionar, por


exemplo, ________________ que ___________________, por causa de ___________. Esse ____________________.

3º Parágrafo

Além disso, _________________________________________. E, somando-se a isso, __________________ que _________________________


_______________. Daí ________________________ e de ______________________.

4º Parágrafo

Ainda convém lembrarmos ____________ (que é): _______________. Esse ________________ para __________________. Essa(s)
__________________________.

5o Parágrafo
7
-2
46

Levando-se em consideração esses aspectos ________________, somos levados a acreditar que _____________, mas também
.3

_______________. Sendo assim, ___________________.


80
.9
97

Agora que vimos o processo de criação das máscaras, você poderá começar também seu
-0

trabalho de produção. Antes, porém, vamos apresentar mais dois outros modelos de másca-
LA

ras de redação que você poderá usar como base para suas próprias criações.
IE

Observe como as máscaras garantem o encadeamento das ideias, a coesão entre as ora-
R
B

ções e a coerência com as várias possibilidades argumentativas. A seguir, temos mais um


A
G

exemplo de máscara:
LÍNGUA PORTUGUESA

179
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MÁSCARA 2
1º Parágrafo

Entre os aspectos referentes a _________________, três pontos merecem destaque especial. O


primeiro é _____________________; o segundo ________________ e, por fim, ______________.

2º Parágrafo

Alguns argumentam que ______________ para _________________. Isso porque


_____________________. Dessa forma, _______________.

3º Parágrafo

Outra preocupação constante é _______________, pois _______________. Como se isso não


bastasse, ____________ que ________________. Daí ______________ que _____________ e que
________________________.

4º Parágrafo

Também merece destaque __________ o (a) qual _____________________. Diante disso,


________________ para que __________________________.

5º Parágrafo

Tendo em vista os aspectos observados _________, só nos resta esperar que


__________________, ou quem saiba _________________. Consequentemente, _____________.

Sugerimos a você que faça suas primeiras redações com base em uma das máscaras pron-
tas. Conforme for avançando nos estudos, você poderá construir suas próprias máscaras
personalizadas.
Por fim, preparamos uma máscara de organização sequencial para seu projeto de redação.
7
-2

Use-a para se organizar.


46
.3
80
.9

PROJETO DE TEXTO (monte sua dissertação)


97
-0

1º TEMA: ________________________________________________.
LA

2º TESE: _________________________________________________.
IE

3º ARGUMENTOS a) ______________________________.
R
B
A

b) ______________________________.
G

c) ________________________________.

(1º parágrafo) Tese + argumentos

__________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________.

(2º parágrafo) Justificativas (por que isso ocorre?): argumento “a” + provas e exemplos (mostre casos conhe-
cidos ou dê exemplos semelhantes ao seu argumento)

Construa o parágrafo unindo as informações anteriores ao argumento “a” .

__________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________.

180
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Faça o mesmo esquema no 3º e 4º parágrafos
para os argumentos “b” e “c”

____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.

____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.

Elabore sua conclusão: (confirme sua tese dizen-


do que, se algum dos argumentos não for conside-
rado, a ideia inicial não poderá ser sustentada, ou
que os resultados propostos não serão atingidos)

____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_______________________________________________.

APROFUNDAMENTO DA ELABORAÇÃO DO PARÁGRAFO DISSERTATIVO

Vamos agora aprofundar o nosso trabalho com a estrutura dos textos dissertativos. Para isso,
trabalharemos as várias modalidades de parágrafos que podem ser utilizados para a elaboração de
uma boa dissertação. Mostraremos aqui a continuidade de nosso projeto de máscaras e os vários
arranjos que são possíveis ao construí-las.

Parágrafo de Introdução
7
-2

O parágrafo de introdução tem como uma de suas funções mais importantes a de apre-
46

sentar a tese que será defendida no decorrer da redação.É também possível e bastante didá-
.3
80

tico que você faça uma prévia dos argumentos que serão trabalhados na sustentação dessa tese.
.9

Assim, o leitor poderá ser orientado, logo de saída, a acompanhar o ritmo do seu pensamento e a
97
-0

sequência das suas argumentações.


LA
IE

z Tipos Diferentes de Parágrafos de Introdução


R
B
A
G

„ Declaração Inicial
LÍNGUA PORTUGUESA

Na declaração, afirma-se ou nega-se algo de início para, em seguida, justificar-se e compro-


var-se a assertiva com exemplos, comparações, testemunhos de autores etc.
Vejamos um exemplo desse tipo de parágrafo aplicado à nossa proposta básica, que é o
projeto arroz com feijão. Mais uma vez, colocamos a disposição vazia do parágrafo, que pode-
rá ser utilizada por você sempre que desejar, seguida de um exemplo.

181
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Modelo nº 1:

É fato notório que


______________________________. Sabe-se que
________________________, além da ________
___________________________________________
_____.

Preenchendo o modelo, teremos:

É fato notório que a alimentação do brasileiro é boa e tem tudo de que necessitamos para
suprir os desgastes de um dia de trabalho. Sabe-se que os carboidratos do arroz e do feijão,
as proteínas do bife e da salada, além da glicose do cafezinho preto com açúcar fornecem um
completo abastecimento de energia somada ao prazer.

„ Definição

O parágrafo por definição é entendido como um método preferencialmente didático, pois busca,
por intermédio de uma explicação clara e breve, a exposição do significado de uma ideia, palavra
ou de uma expressão.
É a forma de exposição dos diversos lados pelos quais se pode encarar um assunto. Pode
apresentar tanto o significado que o termo carrega no uso geral quanto aquele que o falante
pretende determinar para o propósito do seu discurso.
Uma definição é um enunciado que descreve um conceito, permitindo diferenciá-lo de
outros conceitos associados.
Veja como, em nosso parágrafo de exemplo, exploramos o conceito global e generaliza-
do sobre o assunto. Você perceberá como o modelo vazio traz a indução do assunto a ser
7
-2

definido.
46
.3

Vale lembrar que, como se trata de uma definição, a base dessa informação deve susten-
80

tar-se em uma verdade consagrada, diferentemente do que vimos no exemplo anterior, já


.9
97

que a declaração inicial pode basear-se em uma posição pessoal a ser defendida.
-0
LA

Modelo nº 2:
IE
R
B
A

___________ é a denominação dada a


G

_____________. Essa _____________________,


mas a hipótese mais aceita é a de que
_______________________. Outra versão afir-
ma que esse ___________________, que tem
origem ________________. O que se sabe é
que _________________.

Preenchendo o modelo, teremos:

182
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Arroz com feijão é a denominação dada a um prato típico da América Latina. Essa receita não
tem uma origem certa, mas a hipótese mais aceita é a de que seria fruto de uma combinação
do arroz (de origem oriental) trazido pelos portugueses ao Brasil com o feijão, que já seria consu-
mido no Brasil pelos indígenas. Outra versão afirma que esse prato foi a união do arroz com a
feijoada, que tem origem africana ou portuguesa. O que se sabe é que, ao longo dos séculos, esse
prato foi se popularizando por todo o país, passando a ser uma parte quase que indispensável da
refeição dos brasileiros.

„ Divisão

O parágrafo de divisão, processo também quase que exclusivamente didático, por cau-
sa das suas características de objetividade e clareza, consiste em apresentar o tópico frasal
(frase que introduz o parágrafo) sob a forma de divisão ou discriminação das ideias a serem
desenvolvidas (normalmente, a divisão vem precedida por uma definição, ambas no mesmo
parágrafo ou em parágrafos distintos).
Usamos aqui como representação desse modelo o conceito de silogismo. Silogismo é um
termo filosófico com o qual Aristóteles designou a argumentação lógica perfeita, constituí-
da de três proposições declarativas que se conectam de tal modo que, a partir das primei-
ras duas, chamadas premissas, é possível deduzir uma conclusão. A teoria do silogismo foi
exposta por Aristóteles em sua obra Analíticos anteriores.

Modelo nº 3:

_________ pode ser representado de


duas maneiras diferentes: ________,
que é ___________, e _____________, que
é _______________. Enquanto a primeira
7

______ se apresenta ____________________,


-2
46

esta, por sua vez, realiza-se por intermédio


.3
80

de _____________________.
.9
97
-0

Preenchendo o modelo, teremos:


LA
IE
R

O silogismo pode ser representado de duas maneiras diferentes: silogismo simples, que é
B
A

formado por um único núcleo argumentativo, e silogismo composto, que é formado por diver-
G

sos núcleos argumentativos de elaboração complexa. Enquanto a primeira teoria se apresenta


LÍNGUA PORTUGUESA

pela estrutura filosófica básica consagrada pela antiguidade, esta, por sua vez, realiza-se por
intermédio de vários silogismos desenvolvidos para atender às novas perspectivas de sedução e
convencimento.

„ Alusão Histórica

A elaboração de um parágrafo por alusão histórica é um recurso que desperta sempre a curiosida-
de do leitor por meio de fatos históricos, lendas, tradições, crendices, anedotas ou acontecimentos de

183
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
que o autor tenha sido participante ou testemunha (desenvolve-se geralmente por meio da compara-
ção com o presente ou retorno a ele).
A vantagem desse método é o de podermos mostrar o desenvolvimento cronológico de um
assunto, expondo sua evolução no tempo.
Ao utilizar um fato histórico para sustentar uma tese, lembre-se de que a história é a ciên-
cia que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitantemente à análise de
processos e eventos ocorridos no passado, e, como ela é uma ciência, tem, por conseguinte,
um grande valor argumentativo.
Observe como é simples:

Modelo nº 4:

Desde a época da _______, sabe-se que


____________ para _______________. Princi-
palmente hoje em dia, reconhece-se que
___________________________.

Preenchendo o modelo, temos:

Desde a época da escravidão no Brasil, sabia-se que a alimentação dada a esses novos bra-
sileiros era boa e tinha tudo de que eles necessitavam para suprir os desgastes de um longo dia
de trabalho. Hoje em dia, principalmente, já se reconhece que os carboidratos do arroz e do
feijão, as proteínas da carne e das verduras fornecem um completo abastecimento de energia
somada ao prazer, justificando os hábitos do passado como responsáveis pela tradição alimentar
que preservamos.

„ Interrogação
7
-2
46
.3

A ideia núcleo do parágrafo por interrogação é colocada por intermédio de uma pergunta
80

a qual serve mais como recurso retórico, uma vez que a questão levantada deve ser respon-
.9
97

dida pelo próprio autor.


-0

Seu desenvolvimento é feito por intermédio da confecção de uma resposta à pergunta.


LA
IE
R

Modelo nº 5:
B
A
G

Será possível determinar qual é


_________________ para ___________________?
(Resposta) ________________________________
___________________________________________
______.

Preenchendo o modelo, teremos:

Será possível determinar qual é a melhor combinação de alimentos para atender às


necessidades diárias de nossa população? Qualquer nutricionista dirá que sim, pois alimen-
tos ricos em carboidratos e proteínas devem compor essa alimentação e não há quase nada
184
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mais apropriado do que nosso tradicional prato de todos os dias. O arroz com feijão tem as
proporções perfeitas para satisfazer essa necessidade que todos têm de recomposição de for-
ça e de energia.

Parágrafos de Desenvolvimento

Após o primeiro parágrafo, que, como já vimos, pode apresentar a tese e também os
argumentos principais que serão desenvolvidos, chega a hora de abordar os elementos que
sustentarão essas afirmações iniciais. Os parágrafos seguintes deverão conter os recursos
argumentativos que articularão o convencimento do leitor quanto à tese apresentada.

z Tipos Diferentes de Parágrafos de Desenvolvimento

As possibilidades de ordenação do parágrafo são várias: exploração de aspectos espaciais


e temporais, enumeração de pormenores, apresentação de analogia ou contraste, citação de
exemplos e apresentação de causas e consequências. Acompanhe a seguir.

„ Desenvolvimento por Exploração Espacial

Ao argumentar, você pode se servir da exposição de informações relativas ao lugar em que os


fatos ocorreram.

Modelo nº 1:

A cidade (ou região) em destaque é ______,


que fica localizada em _________________,
região ______ de _________. É aí onde se locali-
7
-2

za ________________________ dessa região. Cer-


46

cada por ________________________, foi bem no


.3
80

centro desse ________________________________


.9
97

_______________.
-0
LA

Preenchendo o modelo, teremos:


IE
R
B
A

A cidade em destaque é Pindaíba da Serra, que fica localizada em Monte Mole, região nobre
G

LÍNGUA PORTUGUESA

de Pindorama. É aí onde se localiza uma das mais belas reservas naturais de paioca-rija, um cipó
medicinal e afrodisíaco muito cobiçado pelos moradores dessa região. Cercada por uma densa
floresta de mambutis gigantes, foi bem no centro desse santuário tropical que a próspera cida-
dezinha se tornou uma espécie de centro cultural da região por preservar até hoje um dos mais
tradicionais rituais de nossa história: a sagração da taioba-plus, entidade sagrada e reverenciada
pelos devotos naobilicos.

185
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Desenvolvimento por Exploração Temporal

Nesse modelo, o leitor é informado do momento em que os fatos ocorreram com a indi-
cação de datas e outros aspectos temporais. Pode-se recorrer nesse momento aos artifícios
empregados no próprio parágrafo de alusão histórica, já que este também se serve de refe-
rências cronológicas.

Modelo nº 2:

No passado, quando pensávamos em


__________, notávamos que ______________
era ______________ comparada à que
vemos recentemente. Hoje, por outro lado,
_____________________________ tornaram-
-se _______________. O resultado disso é
que _____________, na atualidade, tornou-se
_______________.

Preenchendo o modelo, teremos:

No passado, quando pensávamos em alimentação, notávamos que sua relação com a sobre-
vivência era muito maior comparada à que vemos nos nossos atuais. Hoje, por outro lado, a
qualidade desses alimentos e a qualidade da saúde que eles proporcionam tornaram-se o foco desse
pensamento. O resultado disso é que comer, na atualidade, tornou-se um ritual de bem viver.

„ Desenvolvimento por Exploração de Pormenores ou de Enumerações


7
-2

Nesse modelo de parágrafo, tem-se por objetivo enumerar características, relacionar aspectos
46
.3

importantes sobre algum assunto. A apresentação das ideias pode ser ou não ordenada segundo
80

uma ordem de importância. A ordem depende do que se pretende enfatizar.


.9
97
-0

Modelo nº 3:
LA
IE
R

Entre os aspectos referentes a


B
A

_________________, três pontos merecem


G

destaque especial. O primeiro é __________


_____________________; o segundo diz respei-
to __________________ e, por fim, ___________
______________________.

Ao preenchermos o modelo, teremos:

Entre os aspectos referentes à alimentação dos brasileiros, três pontos merecem destaque
especial. O primeiro é quanto aos carboidratos presentes no arroz com feijão; o segundo diz
186
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respeito às proteínas presentes no bife com salada e, por fim, a glicose somada à cafeína no cafe-
zinho preto com açúcar, que fornecem um completo abastecimento de energia somada ao prazer.

„ Desenvolvimento por exploração de contraste de ideias

Na ordenação do parágrafo por exposição de contrastes entre si, você pode se servir de
comparações, ideias paralelas, ideias diferentes e ideias opostas.

Modelo nº 4:

Muitos acreditam que


_________________________, por causa da
_____________________. Por outro lado, sabe-se
também que __________________________________
____, quando muitas vezes ____________________
_____________.

Ao preenchermos o modelo, teremos:

Muitos acreditam que o cafezinho preto com açúcar pode causar excitação e ansiedade quando
consumido em excesso, por causa da cafeína e da glicose presentes nele. Por outro lado, sabe-se
também que essas substâncias fornecem uma carga suplementar de energia nos deixando despertos
logo após o almoço, quando muitas vezes somos acometidos por uma sonolência indesejada.

„ Desenvolvimento por Exploração de Ideias Analógicas e Comparação

Para organização das ideias, nossos redatores utilizam expressões que indicam confronto,
7
-2

valendo-se do artifício de contrapor ideias, seres, coisas, fatos ou fenômenos.


46

Tal confronto tanto pode ser tanto de contrastes como de semelhanças. Analogia e com-
.3
80

paração são também espécies de confronto:


.9
97
-0

A analogia é uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais completa. Na
LA

comparação, as semelhanças são reais, sensíveis numa forma verbal própria, em que entram
IE

normalmente os chamados conectivos de comparação (quanto, como, do que, tal qual) [...]12.
R
B
A

Por exemplo:
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Modelo nº 5:

No caso das _______________, por-


que cada qual tem seus próprios valo-
res ________________. Enquanto a
_________________, as ________, por sua vez,
_____________________.

12 Ibidem, p. 232. 187


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Ao preenchermos o modelo, teremos:

No caso das proteínas do bife e da salada que comemos, seria melhor não generalizar,
porque cada qual tem seus próprios valores para a alimentação. Enquanto a carne é rica
em proteínas que repõem as perdas musculares pelo desgaste do dia a dia, as verduras, por
sua vez, oferecem as fibras que nos auxiliam no processamento dos alimentos pelo nosso
organismo ajudando na absorção dos nutrientes.

„ Desenvolvimento por Exploração de Causa e Consequência

Dentro de uma perspectiva lógica e simples, devemos compreender causa como um fator
gerador de problemas e consequência como os problemas gerados pela causa. Trabalhar com
causas e consequências é apresentar os aspectos que levaram ao problema discutido e às
suas decorrências.

Modelo nº 6:

É de fundamental importância o
__________________ para ___________________.
Podemos mencionar, por exemplo,
________________ que ________________, por
causa _____________.

Ao preenchermos o modelo, teremos:

É de fundamental importância o consumo de alimentos ricos no fornecimento de ener-


7

gia para a movimentação do nosso corpo. Podemos mencionar, por exemplo, o arroz com
-2
46

feijão que diariamente abastece a nossa mesa, por causa de sua riqueza em carboidratos.
.3
80

Esse complexo alimentar nos recompõe da energia própria consumida durante o dia.
.9
97
-0

Parágrafo de Conclusão
LA
IE

A conclusão de uma dissertação é o momento de se mostrar que o objetivo proposto na


R
B

introdução foi atingido. É de fundamental importância que não ocorra contradição com a
A
G

tese proposta no início de sua redação, o que descaracterizaria toda a argumentação.


Nesse momento, deve-se fazer uma síntese geral ou retomar a ideia inicial, reforçando os
pontos de partida do raciocínio. Pode-se também demonstrar que uma solução a um proble-
ma foi encontrada ou que uma proposta de solução pode ser alcançada, ou, ainda, que uma
resposta a uma pergunta foi encontrada.
Esse momento pode também gerar um questionamento final, desde que não concorra com
suas exposições anteriores. A satisfação do leitor deve ser contemplada na conclusão para
que ele não se sinta frustrado pela expectativa criada quanto ao tema.
A volta ao início do texto que a conclusão faz é algo que chamamos de circularidade. Esse
caráter finalizador da conclusão também colabora para a progressão e continuidade textual.
188
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Tipos Diferentes de Parágrafos de Conclusão

Podemos enumerar alguns exemplos de conclusões satisfatórias que todos poderão usar
em seus textos dissertativos.

„ Conclusão por Síntese ou Resumo

O primeiro recurso com que trabalharemos será o do resumo ou da síntese geral. Nesse caso,
retoma-se, resumidamente, aquilo que se explorou durante o texto:

Modelo nº 1:

Levando-se em consideração esses


aspectos __________ somos levados a acre-
ditar que não é apenas por _______________,
mas também ________________. Sendo assim,
______________.

Ao preenchermos o modelo, teremos:

Levando-se em consideração esses aspectos práticos do prato do brasileiro, somos leva-


dos a acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa culinária, mas
também por tudo o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. Sendo assim, a
falta de qualquer um desses ingredientes nos causará debilidade, além de insatisfação.

„ Conclusão por Questionamento


7
-2
46

Nesse modelo, parte-se de um questionamento para encerrar seu raciocínio. Mas não
.3

se esqueça de que você não deve colocar em dúvida os argumentos desenvolvidos em sua
80
.9

redação.
97
-0

Modelo nº 2:
LA
IE
R
B

O que mais há para ser tomado como


A
G

____________ (?) ___________ acreditar que


LÍNGUA PORTUGUESA

____________, mas também ___________ (?).


Certamente que sim, pois _________________.

Preenchendo o modelo, teremos:

O que mais há para ser tomado como positivo e prático no prato dos brasileiros? O que
sabemos nos leva a acreditar que não é apenas por prazer que somos seduzidos pela nossa
culinária, mas também por tudo o que ela nos oferece para a manutenção de nossa saúde. E

189
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a falta desses ingredientes mudará a saúde de nossa população? Certamente que sim, pois
a carência de tais ingredientes nos causará debilidade, além de insatisfação.

„ Conclusão por Resposta, Solução ou Proposta

Levanta-se uma (ou mais) hipóteses ou sugestões do que se deve fazer para transformar a
história mostrada durante o desenrolar do texto.

Modelo nº 3:

Tendo em vista os aspectos obser-


vados sobre ______________, só nos res-
ta esperar que ___________. Ou quem
saiba ainda que _______________ para que
______________________. Consequentemente,
___________________________.

Preenchendo o modelo, teremos:

Tendo em vista os aspectos observados sobre nossa alimentação, só nos resta esperar
que se garanta a todo brasileiro o acesso a esse rico cardápio. Ou quem saiba ainda que se
divulgue o sucesso de nossa combinação alimentar para que o mundo saiba que no Brasil se
come bem. Consequentemente, será possível a qualquer um balancear com eficiência e baixo
custo do que se põe na mesa de sua casa.
Agora, comece a criar seus próprios arranjos e utilizar essas técnicas para compor reda-
ções eficientes que garantam seu sucesso em qualquer tipo de concurso que peça a você um
posicionamento específico sobre qualquer tema.
7
-2
46
.3

CONSTRUINDO AS MÁSCARAS DE REDAÇÃO


80
.9
97

Vamos agora montar nosso quebra-cabeças? Veja como arranjamos os modelos de manei-
-0

ras diferentes.
LA
IE
R

Modelo nº 1 — Introdução (Declaração Inicial)


B
A
G

É fato notório que __________________________. Sabe-se que ______________________, além da


______________________________________.

Modelo nº 2 — Desenvolvimento (Pormenores ou de Enumerações)

Entre os aspectos referentes a __________________, três pontos merecem destaque


especial. O primeiro é _____________________; o segundo _____________________ e por fim
_________________________.

190
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Modelo nº 3 — Desenvolvimento (Temporal)

No passado, quando pensávamos em ____________, notávamos que ________________


era _________________ comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado,
_____________________________ tornaram-se ____________. O resultado disso é que __________,
na atualidade, tornou-se _____________________.

Modelo nº 4 — Desenvolvimento (Contraste de Ideias)

Muitos acreditam que _____________________, por causa da _________________. Por outro


lado, sabe-se também que ________________, quando muitas vezes _______________.

Modelo nº 5 — Conclusão (Síntese ou Resumo)

Levando-se em consideração esses aspectos _______________, somos levados a acre-


ditar que não é apenas por _____________________, mas também __________. Sendo assim,
_________________.

Nova máscara

É fato notório que ______________________________. Sabe-se que ____________________________,


além da __________________.
Entre os aspectos referentes a _____________________________, três pontos merecem destaque
especial. O primeiro é _______________________________; o segundo __________________________
e, por fim, _____________________________________.
No passado, quando pensávamos em _____________, notávamos que ___________________
7
-2
46

era ________________ comparada à que vemos recentemente. Hoje, por outro lado,
.3

__________________________ tornaram-se _________________. O resultado disso é que _________,


80
.9

na atualidade, tornou-se _________________.


97

Muitos acreditam que __________________________, por causa da ______________________. Por


-0

outro lado, sabe-se também que ___________________, quando muitas vezes ______________.
LA

Levando-se em consideração esses aspectos _____________________, somos levados a acre-


IE
R

ditar que não é apenas por ________________________, mas também ______________________. Sen-
B
A

do assim, ________________________.
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Observe que fizemos a opção por abrir nossa redação com uma declaração inicial. Como
abordamos um tema geral, sem uma relevância científica notória e que representa na verda-
de um conhecimento cultural somado às observações de médicos e nutricionistas, a declara-
ção foi a melhor alternativa, já que não se compromete com a obrigatoriedade de recorrência
a uma fonte de conhecimento referencial.
Em seguida, arranjamos os parágrafos de desenvolvimento mesclando os vários modelos
apresentados anteriormente.

191
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao mesmo tempo em que eles nos ofereciam diversas alternativas para a estruturação de
nosso projeto, também nos orientavam dando caminhos a seguir na argumentação. É como
se montássemos realmente um quebra-cabeça.
Escolhemos três modelos diferentes de parágrafos de desenvolvimento para esse projeto:
por enumerações, o temporal e o por contraste. Forçamos um pouco a barra, primeiro crian-
do a máscara para, só depois, completar nossa redação. Afinal de contas, essa é a vantagem
do projeto de máscaras. Veja como ficou:

É fato notório que a comida dos bra-


sileiros é muito boa e tem tudo de que eles
necessitam para o seu longo dia de traba-
lho. Sabe-se que o arroz com feijão nos
fornece um completo abastecimento de
energia somado ao prazer.
Entre os aspectos referentes a esse
par considerado completo que é o arroz
com feijão, três pontos merecem desta-
que especial. O primeiro está na riqueza
de carboidratos presentes nele e que nos
reabastece repondo a energia consumida
durante o dia; o segundo nos reporta ao
sabor exótico e marcante que o alimen-
to oferece, tornando-o sempre uma esco-
lha positiva quanto ao prazer e, por fim,
deve-se levar em conta a vantagem do bai-
xo custo dessa combinação se comparado
a outros alimentos também computados
7

como importantes para a composição de


-2
46

uma alimentação rica.


.3

No passado, quando pensávamos em


80
.9

alimentação, notávamos que sua relação


97

com sobrevivência era muito maior com-


-0

parada à que vemos recentemente.


LA
IE

Hoje, por outro lado, a qualidade des-


R

ses alimentos e a qualidade da saúde que


B
A

eles proporcionam tornaram-se o foco


G

desse pensamento. O resultado disso é


que comer, na atualidade, tornou-se um
ritual de bem viver.
Muitos acreditam que a comida pre-
sente em nossas mesas é uma das mais
saudáveis do mundo, por causa da sua
variedade e equilíbrio. Por outro lado,
sabe-se também que poderá engordar,

192
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Com esses modelos apresentados, desejamos mostrar como é possível programar e treinar
nossos trabalhos de redação se exercitarmos essas habilidades. Porém, é de fundamental
importância que você busque ou crie um modelo de máscara com o qual você mais se iden-
tifique. Isso para que, no momento de produção de sua redação, principalmente se ocorrer
durante uma prova de concurso, você já esteja organizado.
Com isso, espera-se que você tenha a vantagem de partir direto para a elaboração de seu
texto sem ter de ficar parado buscando inspiração em um momento em que todo segundo é
importante.

PROJETO DE TEXTO — ANÁLISE DE PROPOSTAS E RESPECTIVOS PROJETOS POSSÍVEIS

Neste tópico, trabalharemos com a análise de uma proposta de redação para observar
como vêm sendo apresentados os temas e como agir diante das diferentes exigências feitas
em provas de concursos.
Depois passaremos ao trabalho de orientação de como evitar erros comuns e como buscar
soluções para alguns problemas que venhamos a enfrentar quando estivermos escrevendo a
nossa redação durante a prova.
Veja a proposta a seguir:

PROVA DISCURSIVA
� Nesta folha, faça o que se pede, usando, caso deseje, o espaço para rascunho indicado no pre-
sente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a folha de texto definitivo da prova discursiva,
no local apropriado, pois não será avaliado fragmento de texto escrito em local indevido
� Qualquer fragmento de texto além da extensão máxima de linhas disponibilizadas será
desconsiderado
� Na Folha de Texto Definitivo, a presença de qualquer marca identificadora no espaço destinado
à transição do texto definitivo acarretará a anulação da sua prova discursiva
� Ao domínio do conteúdo serão atribuídos até 13,00 pontos, dos quais até 0,60 ponto será atri-
buído ao quesito apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e
7
-2

estrutura textual (organização das ideias em texto estruturado)


46
.3
80

Inicialmente, o candidato é orientado a usar a folha de rascunho e depois transcrevê-la


.9
97

para a folha definitiva. Por quê? Porque muitos candidatos deixam para fazer suas redações
-0

ao término da prova objetiva, quando a prova discursiva ocorre concomitantemente a esta,


LA

e acabam administrando mal o tempo. Quando isso ocorre, acabam fazendo suas redações
IE
R

diretamente na folha definitiva e têm de assumir os riscos de cometer erros que não podem
B
A

ser revertidos. Ou, ainda, não conseguem passar o texto “a limpo” e esperam que seja corri-
G

gido assim mesmo.


LÍNGUA PORTUGUESA

Importante!
Por determinação apresentada geralmente nos editais, os rascunhos não serão lidos.

Dessa forma, os candidatos perdem a oportunidade de disputar a vaga para esse concurso,
pois são desclassificados como se não houvessem feito sua redação.
Como falam sobre um lugar apropriado para a transcrição do texto e declaram que não con-
siderarão fragmentos de textos escritos em lugar indevido, os candidatos deverão ficar atentos 193
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às margens e ao número de linhas disponibilizado. Ou seja, se ultrapassadas as trinta linhas da
folha, certamente a conclusão ficará fragmentada. Se a margem for ultrapassada, aquela parte
da palavra não será lida. O resultado dessas desatenções prejudicará toda a coerência do texto,
além de comprometer a estrutura dissertativa.
Por fim, vêm as orientações quanto ao erro de grafia, que nem sempre aparecem nesse
quadro inicial, mas que sempre servem como referência para todas as provas. Lembre-se
sempre de que o corretor não é um perito do serviço de inteligência nacional, que busca
meios científicos e investigativos para decodificar informações relevantes de uma mensagem
secreta. Por isso, se seu texto tiver problemas quanto à legibilidade, mais pontos serão perdi-
dos, ou pior, será desclassificado caso não se possa ler o que foi escrito.
Veja como as bancas costumam trabalhar com o possível erro na transcrição de uma pala-
vra. Você deve apenas passar um traço sobre a palavra, a frase, o trecho ou o sinal gráfico e
escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo:

Errou?
Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito
felizes.
Corrigiu!

Como informação extra, eles alertam para que não se usem parênteses com essa finalida-
de. Os parênteses são elementos gramaticais de pontuação e, como tais, devem ser usados
em sua indicação correta, isolando termos pertinentes ao texto, e é dessa forma que será
avaliado seu uso.
Observe agora os seguintes textos motivadores e o tema que deve ser abordado
obrigatoriamente:
7
-2

Direito à Saúde
46

O direito à saúde é parte do conjunto de direitos chamados de direitos sociais, que têm como inspira-
.3
80

ção o valor da igualdade entre as pessoas. No Brasil, esse direito apenas foi reconhecido na CF; antes
.9

disso, o Estado apenas oferecia atendimento à saúde para trabalhadores com carteira assinada e suas
97
-0

famílias; as outras pessoas tinham acesso a esses serviços como um favor e não como um direito. Na
LA

Constituinte de 1988, as responsabilidades do Estado foram repensadas, e promover a saúde de todos


IE

passou a ser seu dever: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
R
B

sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal
A
G

e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação” (CF, art. 196).
A saúde é um direito de todos porque sem ela não há condições de uma vida digna, e é um dever do
Estado porque é financiada pelos impostos que são pagos pela população. Dessa forma, para que o
direito à saúde seja uma realidade, é preciso que o Estado crie condições de atendimento em postos
de saúde, hospitais, programas de prevenção, medicamentos etc., e, além disso, é preciso que esse aten-
dimento seja universal (atingindo a todos os que precisam) e integral (garantindo tudo de que a pessoa
precise).
A criação do SUS está diretamente relacionada à tomada de responsabilidade por parte
do Estado. Organizado com o objetivo de proteger, o SUS deve promover e recuperar a
saúde de todos os brasileiros, independentemente de onde morem, de trabalharem ou não
194 e de quais sintomas apresentem. Infelizmente, esse sistema ainda não está completamente
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organizado e ainda existem muitas falhas, no entanto seus direitos estão garantidos e devem
ser cobrados para que sejam cumpridos.

Internet: nev.incubadora.fapesp.br (com adaptações).

A humanização é um movimento com crescente e disseminada presença, assumindo diferentes sen-


tidos segundo a proposta de intervenção eleita. Aparece, à primeira vista, como a busca de um ideal,
pois, surgindo em distintas frentes de atividades e com significados variados, segundo os seus propo-
nentes, tem representado uma síntese de aspirações genéricas por uma perfeição moral das ações e
relações entre os sujeitos humanos envolvidos. Cada uma dessas frentes arrola e classifica um conjunto
de questões práticas, teóricas, comportamentais e afetivas que teriam uma resultante humanizadora.
Nos serviços de saúde, essa intenção humanizadora se traduz em diferentes proposições: melhorar
a relação médico-paciente; organizar atividades de convívio, amenizadas e lúdicas, como as
brinquedotecas e outras ligadas às artes plásticas, à música e ao teatro; garantir acompanhante na
internação da criança; implementar novos procedimentos na atenção psiquiátrica, na realização do
parto — parto humanizado — e na atenção ao recém-nascido de baixo peso — programa da mãe-can-
guru —; amenizar as condições do atendimento aos pacientes em regime de terapia intensiva;
denunciar a “mercantilização” da medicina; criticar a “instituição total” e tantas outras proposições.

Internet: www.scielo.br

A Necessidade de Humanização dos Serviços Públicos de Saúde

z Compreendendo a Proposta

O primeiro passo, ao analisar os textos propostos, é buscar os principais pontos de maior


destaque por eles abordados. Destacamos as palavras-chave de cada parágrafo para construir
uma síntese sobre as principais ideias. Essa é uma atitude que também pode ser tomada duran-
7
-2

te a análise das propostas, pois é assim que poderá se construir a tese em sintonia com o tema.
46

O próximo passo é organizar essas informações, relacionando-as ao tema, como se elas pudes-
.3
80

sem responder a uma pergunta feita a partir dele. Veja uma possibilidade:
.9
97
-0

z Como Humanizar os Serviços Públicos de Saúde?


LA
IE

Vamos agora produzir algumas possíveis respostas com as palavras que destacamos no
R
B

texto:
A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

„ Cobrar dos governantes condições dignas de atendimento por se tratar de um dever do


Estado reverter em benefícios à população os valores arrecadados em impostos;
„ Responsabilizar o governo pela proteção e recuperação da saúde de todos.

z Por que é Necessário Humanizar os Serviços Públicos?

„ Para garantir a todos o direito à saúde, já que se trata de uma determinação de nossa Consti-
tuição, prestando serviços de atendimento ao público;

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Para destacar que a humanização dos serviços públicos não é apenas uma aspiração de per-
feição moral, mas, antes de tudo, um programa de melhoria nas relações de convívio com os
agentes de saúde, promovendo o desenvolvimento de novos procedimentos de atendimento
aos pacientes;
„ Para poder denunciar as especulações e a mercantilização dos serviços médicos e cri-
ticar a instituição em sua totalidade e rejeitar proposições que não atendam às aspira-
ções populares.

Agora, vamos criar uma tese que se encaixe com essas respostas, como, por exemplo:
Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro o valor de homem vivente e não ape-
nas de ver esse povo como se fosse um coletivo impessoal; como se não respirassem, nem
pensassem; como se fossem um número em um gráfico de estatística e não existissem.
Em seguida, vamos buscar, nas respostas que elaboramos, ações que promovam essa pro-
posta de humanização, como, por exemplo:

„ Treinar os profissionais de saúde para que recepcionem os pacientes com um atendi-


mento mais atencioso nesse momento de carência;
„ Unificar as informações sobre o oferecimento de serviços apropriados aos pacien-
tes, bem como oferecer meios de locomoção contínua aos que necessitam buscar outras
unidades que possam atendê-los;
„ Fiscalizar e avaliar continuamente a qualidade dos serviços oferecidos, expondo
os resultados à população, além de apresentar cronogramas dos projetos de evolução
de desenvolvimento científico e tecnológico a serem implementados em prol da saúde.

Feito isso, vamos usar o processo inverso com as palavras-chave e organizar nosso projeto
de texto. Observe:
Já passou da hora de reconhecer no povo brasileiro o valor de homem vivente e não ape-
7

nas de ver esse povo como se fosse um coletivo impessoal; como se não respirassem, nem
-2
46

pensassem; como se fossem um número em um gráfico de estatística e não existissem. Para


.3

que o homem prevaleça com sua dignidade, deve-se procurar treinar melhor os profissio-
80
.9

nais de saúde, unificar as informações sobre o oferecimento de serviços, além de fiscali-


97

zar e avaliar continuamente a qualidade dos serviços oferecidos.


-0

Daqui para frente, você já sabe: é o arroz com feijão, ou seja, os modelos que apresentamos
LA
IE

extensamente ao longo do material.


R

Demonstramos aqui algumas formas diferentes de análise de propostas, mas que com-
B
A

preendem praticamente a forma básica de trabalho com todas as diferentes instituições e


G

diferentes propostas, assim como dissemos que faríamos.

TEMAS GERAIS DE REDAÇÃO

Tema 1: PRF (CEBRASPE-CESPE — 2019)

A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, por reduzir a tolerância com motoristas
que dirigem embriagados, colocou o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre
o tema. No entanto, a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos. Um levantamen-
196 to, por meio da Lei de Acesso à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
crescimento contínuo desde 2008. O avanço das infrações nos últimos cinco anos ficou acima
do aumento da frota de veículos e de pessoas habilitadas: o número de motoristas flagrados
bêbados continua crescendo, em vez de diminuir com o endurecimento das punições ao longo
desses anos.

Internet: g1.globo.com (com adaptações).

Nas estradas federais que cortam o estado de Pernambuco, durante o feriadão de Natal, a
PRF registrou cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois feridos e sete mortos.
Segundo a corporação, seis motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta e sete
autuações pela Lei Seca. Os números são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada
pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano passado, a ação da polícia
teve um dia a menos.

Internet: g1.globo.com (com adaptações).

Considerando que os fragmentos de texto acima têm caráter unicamente motivador, redi-
ja um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
O combate às infrações de trânsito nas rodovias federais brasileiras

Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:

z Medidas adotadas pela PRF no combate às infrações; [valor: 7,00 pontos]


z Ações da sociedade que auxiliem no combate às infrações; [valor: 6,00 pontos]
z Atitudes individuais para a diminuição das infrações. [valor: 6,00 pontos]

Tema 2: PF — Agente (CEBRASPE-CESPE — 2018)


7
-2

O Preâmbulo da Constituição Federal de 1988 (CF) dispõe que o Estado democrático se destina
46

a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-es-


.3
80

tar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fra-
.9
97

terna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem


-0

interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias.


LA

A missão das forças policiais é garantir ao cidadão o exercício dos direitos e das garantias
IE

fundamentais previstos na CF e nos instrumentos internacionais subscritos pelo Brasil (art.


R
B

5.º, § 2.º, da CF). O cumprimento dessa missão exige preparo dos integrantes das corporações
A
G

policiais, que devem perseguir incansavelmente a verdade dos fatos sem se afastar da estrita
LÍNGUA PORTUGUESA

observância ao ordenamento jurídico vigente, que deve ser observado por todos, em respeito
ao Estado democrático de direito.

Wlamir Leandro Motta Campos. Polícia Federal e o Estado democrático. Internet: www.direitonet.com.br (com
adaptações).

O Brasil se efetivou como um país democrático de direito após a promulgação da CF — tam-


bém chamada de Constituição Cidadã, por contar com garantias e direitos fundamentais que
reforçam a ideia de um país livre e pautado na valorização do ser humano. Com a ruptura do
antigo sistema ditatorial, o Estado tinha a necessidade de resgatar a importância dos direitos
197
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
humanos, negligenciados até então, porquanto, desde 1948, havia-se erigido a Declaração
Internacional dos Direitos Humanos no mundo.
Já no art. 1.º da CF, afirma-se a condição de Estado democrático de direito fundamentado em
cidadania e dignidade da pessoa humana. O Brasil, por ser signatário de tratados internacio-
nais de direitos humanos, tem como princípio, em suas relações internacionais, a prevalência
dos direitos humanos.

Yara Gonçalves Emerik Borges. A atividade policial e os direitos humanos. Internet: www.ambitojuridico.com.br
(com adaptações).

A partir das ideias dos textos precedentes, que têm caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
O papel da Polícia Federal no aprimoramento da democracia brasileira

Em seu texto:

z Discorra sobre o papel constitucional e social da Polícia Federal e sua relação com os direi-
tos humanos; [valor: 4,00 pontos]
z Cite contribuições da Polícia Federal relevantes para a manutenção do Estado democrático
de direito, especialmente relacionadas aos direitos humanos; [valor: 4,00 pontos]
z Apresente sugestões de implantação de ações e(ou) projetos que possam contribuir futura-
mente para o aprimoramento da democracia brasileira. [valor: 4,40 pontos]

Tema 3: PF — Papiloscopista (CEBRASPE-CESPE — 2018)

Sem abrigos, grupos de imigrantes venezuelanos voltaram a acampar na rodoviária e a ficar


nas ruas de Manaus. A crise política, econômica e social na Venezuela, que desencadeou um
fluxo migratório para o Brasil, continua atraindo milhares de imigrantes para o país.
7
-2

Em busca de sobrevivência, indígenas venezuelanos da etnia Warao começaram a migrar


46

para Manaus desde o início de 2017. Adultos, idosos e crianças se abrigaram na rodoviária de
.3
80

Manaus e debaixo de um viaduto na Zona Centro-Sul. Enquanto o maior abrigo foi desativado
.9

no Amazonas, a chegada dos venezuelanos não indígenas só aumentou.


97
-0

As condições precárias de vida em solo brasileiro podem favorecer a ocorrência de situações


LA

degradantes. Órgãos federais e entidades religiosas anunciaram medidas para cobrar ações con-
IE

cretas da prefeitura da cidade e dos governos federal e estadual.


R
B
A
G

Internet: https://g1.globo.com/ (com adaptações).

Lei nº 13.445/2017
Art. 3º A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes:
I - universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos;
II - repúdio e prevenção à xenofobia, ao racismo e a quaisquer formas de discriminação;
III - não criminalização da migração; […]
VI - acolhida humanitária; […]
IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares;
X - inclusão social, laboral e produtiva do migrante por meio de políticas públicas;
198
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XI - acesso igualitário e livre do migrante a serviços, programas e benefícios sociais, bens públi-
cos, educação, assistência jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e segu-
ridade social;
XII - promoção e difusão de direitos, liberdades, garantias e obrigações do migrante;
XVII - proteção integral e atenção ao superior interesse da criança e do adolescente migrante;

(Internet – www.planalto.gov.br)

Considerando que os fragmentos de texto apresentados têm caráter unicamente moti-


vador, redija um texto dissertativo acerca da entrada de imigrantes no Brasil, discutindo
estratégias para a prevenção de crimes e de violências envolvendo imigrantes no país, tanto
na condição de agentes quanto na de vítimas.

Tema 4: ABIN — Agente de Inteligência (CEBRASPE-CESPE — 2018)

Denominamos “cooperação descentralizada” as iniciativas de cooperação protagonizadas


pelas administrações locais e regionais, especialmente governos municipais e estaduais. Essa
cooperação descentralizada expressa o surgimento, na América, de uma nova forma de coo-
peração, a partir do envolvimento da sociedade fronteiriça e de atores políticos locais. Nesse
tipo de cooperação, vê-se alto nível de articulação da comunidade fronteiriça em detrimento
do governo central.

Renata Furtado. 35 anos da lei da faixa de fronteira: avanços e desafios à integração sul-americana. In: Revista
Brasileira de Inteligência, n.º 9. ABIN, 2015 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto apresentado como referência inicial, redija um texto disserta-
tivo a respeito do papel dos governos municipal, estadual e federal nas relações políticas
e sociais nas áreas de fronteira do Brasil.
7

Em seu texto, aborde os seguintes tópicos:


-2
46
.3
80

z A fronteira como espaço geopolítico e espaço de relações sociais; [valor: 10,00 pontos]
.9

z Distintas relações do Brasil com os países vizinhos e principais problemas presentes nas
97
-0

regiões fronteiriças; [valor: 18,00 pontos]


LA

z Papel da área de inteligência na análise das questões relacionadas às fronteiras. [valor:


IE

10,00 pontos]
R
B
A
G

Tema 5: ANVISA — Técnico Administrativo (CEBRASPE-CESPE — 2016)


LÍNGUA PORTUGUESA

Historicamente, instruir os que não sabem, alimentar os famintos e cuidar dos doentes têm
sido algumas das missões diárias indicadas aos devotos de diferentes religiões. Em tempos
modernos, a essas missões foi acrescentado um novo item: zelar pelo meio ambiente, como
revela, por exemplo, uma mensagem escrita pelo Papa Francisco, exortando as sociedades,
independentemente de suas crenças, a tomar medidas urgentes para frear as mudanças climá-
ticas. Para o representante máximo do catolicismo, “o cuidado da casa comum requer simples
gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo, e
manifestamos o amor em todas as ações que procuram construir um mundo melhor”.
199
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Globo, 2/9/2016, p. 29 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
Preservação do ecossistema: responsabilidade do estado, da sociedade e de cada
cidadão
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:

z Relação entre os cuidados com o meio ambiente e a preservação das condições sanitárias;
[valor: 12,00 pontos]
z Atitudes individuais que podem reduzir os efeitos da ação humana sobre o planeta; [valor:
13,00 pontos]
z Formas de atuação da sociedade para que os governos cumpram compromissos relaciona-
dos à preservação ambiental. [valor: 13,00 pontos]

Tema 6: Polícia Civil do Maranhão — Escrivão (CEBRASPE-CESPE — 2018)

Discorra sobre os princípios penais da reserva legal; da anterioridade da lei penal e da


intranscendência da pena, abordando o conceito de cada um, sua natureza jurídica e seus
objetivos.

Tema 7: Superior Tribunal de Justiça — Técnico Administrativo (CEBRASPE-CESPE — 2018)

Declaração Universal dos Direitos Humanos


(…)
Art. 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e
7

ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.


-2
46
.3

Internet: www.unicef.org
80
.9
97

Código Civil
-0

(…)
LA

Art. 187 Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede mani-
IE
R

festamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
B
A

costumes.
G

Internet: www.planalto.gov.br

“Não podemos confundir liberdade de expressão nas redes sociais com irresponsabilidade,
senão o exercício dessa liberdade torna-se abuso de direito”, alerta a advogada Patrícia Peck
Pinheiro, especialista em direito digital. “O que mais prejudica a liberdade de todos é o abuso
de alguns, a ofensa covarde e anônima, isso não é democracia”.
Os chamados crimes contra a honra na Internet — que envolvem ameaça, calúnia, difamação, injú-
ria e falsa identidade — têm gerado cada vez mais processos judiciais. Um levantamento divulgado
pelo Superior Tribunal de Justiça lista sessenta e cinco julgamentos recentes que resultaram em

200
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pagamento de indenizações, retirada de páginas do ar, responsabilização de agressores e outras
condenações em favor das vítimas.
Na opinião de Patrícia Peck, a falta de educação e a impunidade contribuem para os excessos
na Internet. Segundo ela, “Sem educação em ética e leis, corremos o risco de a liberdade de
expressão e o anonimato digital se converterem em verdadeiros entraves à evolução da socie-
dade digital, pois tornarão o ambiente da Internet selvagem e inseguro”.

Internet: www.cartacapital.com.br (com adaptações)

Considerando as ideias precedentes nos fragmentos textuais apresentados anteriormente,


redija um texto dissertativo a respeito do seguinte tema:
O anonimato digital e o abuso do direito à liberdade de expressão
Ao construir seu texto, apresente um exemplo de situação em que emissão de opinião no
meio digital pode significar abuso de direito e discuta maneiras de prevenir ou coibir esse
tipo de comportamento.

Tema 8: Tribunal Regional do Trabalho (8ª Região) — Técnico Judiciário — Área Administrativa
(CEBRASPE-CESPE — 2016)

Considerando a integração da gestão da qualidade no cotidiano das organizações, redija


um texto dissertativo acerca do seguinte tema:

CICLO PDCA

Ao elaborar seu texto, faça o que se pede a seguir:

z Conceitue o ciclo PDCA; [valor: 10,00 pontos]


z Cite e defina as quatro fases do ciclo PDCA; [valor: 15,00 pontos]
7
-2
46

z Apresente o detalhamento das etapas da primeira fase do ciclo PDCA. [valor: 13,00 pontos]
.3
80
.9

Tema 9: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDF) — Analista Judiciário —
97

Área Judiciária (CEBRASPE-CESPE — 2015)


-0
LA

Toda conduta dolosa ou culposa pressupõe uma finalidade. A diferença entre elas reside no
IE
R

fato de que, em se tratando de conduta dolosa, como regra, existe uma finalidade ilícita, ao
B
A

passo que, tratando-se de conduta culposa, a finalidade é quase sempre lícita. Nesse caso, os
G

LÍNGUA PORTUGUESA

meios escolhidos e empregados pelo agente para atingir a finalidade lícita é que são inadequa-
dos ou mal utilizados.

Rogério Greco. Curso de direito penal – parte geral. p. 196 (com adaptações).

Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija
um texto dissertativo acerca dos crimes culposos.
Seu texto deve conter, necessariamente:

201
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os elementos do crime culposo e a descrição de pelo menos dois desses elementos; [valor:
12,00 pontos]
z Os conceitos de culpa inconsciente, culpa consciente e dolo eventual e suas diferenças;
[valor: 12,00 pontos]
z Os conceitos de culpa imprópria e tentativa. [valor: 14,00 pontos]

Tema 10: STM — Analista Judiciário — Área Administrativa (CEBRASPE-CESPE — 2018)

Na trajetória da administração pública brasileira, destacam-se o modelo burocrático, asso-


ciado ao poder racional-legal, e o modelo gerencialista, representado pela nova administra-
ção pública. Discorra sobre os seguintes tópicos, relacionados a esses dois modelos:

z Contextos em que esses modelos surgiram; [valor: 9,00 pontos]


z Propósito de cada um desses modelos; [valor: 9,00 pontos]
z Princípios e práticas norteadores (apresente, ao menos, três para cada modelo). [valor: 20,00
pontos]

Tema 11: Tribunal Regional Eleitoral Piauí – Analista Judiciário – Área Judiciária (CEBRASPE-
CESPE — 2016)

No Brasil, a legislação sobre compras públicas foi inovada com a introdução da Lei n.º
12.462/2011, conhecida como Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC),
que foi regulamentada pelo Decreto n.º 7.581/2011.
Considerando essas informações, redija um texto dissertativo sobre a introdução do RDC
no ordenamento jurídico brasileiro, abordando, fundamentadamente, os seguintes aspectos:
1. A motivação para sua criação; [valor: 2,00 pontos]
2. Exigências aplicáveis ao objeto da licitação; [valor: 2,00 pontos]
7

3. Objetivos expressos na Lei do RDC; [valor: 2,50 pontos]


-2
46

4. Diretrizes relativas às licitações e aos contratos administrativos. [valor: 3,00 pontos]


.3
80
.9

Tema 12: Câmara de Vereadores de Piracicaba/SP — Técnico em Contabilidade (VUNESP


97
-0

— 2021)
LA
IE

Texto 1
R
B

Quem viaja para os Estados Unidos ou Europa e aluga um carro geralmente não sabe muito
A
G

o que fazer ao parar para reabastecer pela primeira vez. Sem a figura dos frentistas, o pró-
prio motorista manuseia a bomba e realiza o pagamento pelo cartão, diferentemente do que
ocorre no Brasil, onde a profissão de frentista é protegida pela Lei nº 9.956/00, que proíbe o
funcionamento de bombas de autosserviço em todo território nacional e aplica multas caso
seja descumprida.
“Pensando só em números, o preço do combustível poderia baixar com a automação, mas não
é possível avaliar quanto”, diz o tributarista João Paulo Muntada, que afirma que a mão de
obra e os encargos relacionados representam o segundo custo que mais onera a operação de
empreendimentos em geral no país, atrás apenas do produto em si e dos impostos que incidem
sobre ele.
202
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
(Isadora Carvalho e Leo Nishihata. “Todo posto de combustível é obrigado a ter frentistas no Brasil”. https://
quatrorodas.abril.com.br, 14.09.2018. Adaptado)

Texto 2
O Projeto de Lei nº 2.302/19 permite o funcionamento de bombas de autosserviço – operadas
pelo próprio consumidor – nos postos de abastecimento de combustíveis. Em análise na Câma-
ra dos Deputados, o projeto revoga a Lei nº 9.956/00, que hoje proíbe essas bombas. O deputa-
do Vinicius Poit, autor da proposta, diz que a permissão de postos com autosserviço é uma das
sugestões constantes em estudo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de
2018 para aumentar a concorrência no setor de combustíveis e reduzir os preços dos combus-
tíveis. O parlamentar ressalta que o modelo existe nos Estados Unidos desde a década de 50
e permite a venda por um preço mais barato, já que reduz o custo trabalhista do empresário.

(Lara Haje. “Projeto permite bombas de autosserviço em postos de combustíveis”. www2.camara.leg.br,


06.06.2019. Adaptado)

Texto 3
Em 2014, o senador Blairo Maggi apresentou Projeto de Lei do Senado nº 407/14, que previa a ins-
talação de bombas de autosserviço nos postos de abastecimento de combustíveis. Representantes
dos frentistas, à época, estimaram que cerca de 500 mil frentistas seriam demitidos caso a proposta
se tornasse lei.
O presidente da Federação dos Empregados em Postos de Combustíveis do Estado de São Pau-
lo (Fepospetro), Luiz de Souza Arraes, afirmou que a medida visava “única e exclusivamente
aumentar o lucro de quem já lucra muito”. O secretário de Relações Institucionais da União
Geral dos Trabalhadores (UGT), Miguel Salaberry Filho, pediu a imediata retirada do projeto.
“Para que mudar uma lei e desempregar 500 mil trabalhadores?”, questionou.

(Rodrigo Baptista. “Frentistas pedem arquivamento de projeto que libera bombas de autosserviço nos postos”.
www12.senado.leg.br, 07.12.2015. Adaptado)
7
-2
46

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um tex-
.3
80

to dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o


.9

tema:
97
-0

Bombas de autosserviço: entre a redução do preço do combustível e o risco de desem-


LA

pregar frentistas.
IE
R
B

Tema 13: PM-SP — Soldado PM de 2ª Classe (VUNESP — 2019)


A
G

LÍNGUA PORTUGUESA

Texto 01
Pela primeira vez, a população deve consumir mais conteúdo midiático na internet do que pela TV,
de acordo com relatório da agência de mídia Zenith. Conforme a previsão, já em 2019 as pessoas
devem passar mais horas navegando pela internet, fazendo compras, assistindo a filmes, séries e
vídeos, conversando ou ouvindo música, do que assistindo à televisão.

(“Internet irá ultrapassar TV já em 2019, indica relatório”, 18.06.2018. https://epocanegocios.globo.com.


Adaptado)

203
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Texto 02
De acordo com estudo divulgado pela empresa Morrison Foster, as pessoas passam, em média,
sete horas por dia nas redes sociais. E é exatamente esse o local ocupado pelos influenciado-
res, que também estão conectados e produzindo conteúdos para seus seguidores a todo tem-
po. Segundo uma outra pesquisa, publicada pela Sprout Social, 74% dos consumidores guiam
suas decisões de compra com base nas redes sociais. Ou seja, o público está atento às opiniões
da internet e, principalmente, aos depoimentos de canais influentes e de credibilidade.

(“A contribuição dos influenciadores digitais para a decisão de compra”. 02.02.2018. https://franpress.com.br.
Adaptado)

Texto 03
Nos últimos 10 anos, o tempo médio de consumo domiciliar de televisão passou de 8h18 para
9h17. Um crescimento de 12%. Vale ressaltar que esse foi um período de forte ascensão da
internet como plataforma de distribuição de conteúdo. Os conteúdos da TV, além de entreter e
informar, também exercem um papel importante na dinâmica social.
Eles influenciam a pauta de conversas tanto com material que gera engajamento entre os
telespectadores, como com publicidades criativas. O levantamento da Kantar IBOPE Media
aponta que 51% das pessoas acham que a propaganda na TV é interessante e proporciona
assunto para conversar. E, entre os que acessam a internet enquanto veem TV, 23% comentam
nas redes sociais o que assistem – mostrando que a televisão segue marcando presença no dia
a dia do brasileiro.

(João Paulo Reis. “Televisão: a abrangência e a influência do meio mais presente na vida dos brasileiros”,
24.12.2018. https://observatoriodatelevisao.bol.uol.com.br. Adaptado)

Com base nas informações dos textos e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto
dissertativo, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A popularização da internet ameaça o poder de influência da televisão?
7
-2
46
.3

Tema 14: PRF — Policial Rodoviário Federal (CEBRASPE-CESPE — 2019)


80
.9
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A Lei n.º 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, por reduzir a tolerância com motoristas que dirigem
-0

embriagados, colocou o Brasil entre os países com legislação mais severa sobre o tema. No entanto,
LA

a atitude dos motoristas pouco mudou nesses dez anos. Um levantamento, por meio da Lei de Aces-
IE
R

so à Informação, indicou mais de 1,7 milhão de autuações, com crescimento contínuo desde 2008. O
B
A

avanço das infrações nos últimos cinco anos ficou acima do aumento da frota de veículos e de pessoas
G

habilitadas: o número de motoristas flagrados bêbados continua crescendo, em vez de diminuir com o
endurecimento das punições ao longo desses anos.

Internet: (com adaptações).

Nas estradas federais que cortam o estado de Pernambuco, durante o feriadão de Natal, a
PRF registrou cento e três acidentes de trânsito, com cinquenta e dois feridos e sete mortos.
Segundo a corporação, seis motoristas foram presos por dirigir bêbados e houve oitenta e sete
autuações pela Lei Seca. Os números são parte da Operação Integrada Rodovia, deflagrada

204
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para GABRIELA - 097.980.346-27, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
pela PRF. Em 2017, foram registrados noventa acidentes. No ano passado, a ação da polícia
teve um dia a menos.

Internet: (com adaptações).

Considerando que os fragmentos de texto acima têm caráter unicamente motivador, redi-
ja um texto dissertativo acerca do seguinte tema:
O combate às infrações de trânsito nas rodovias federais brasileiras.
Ao elaborar seu texto, aborde os seguintes aspectos:

z Medidas adotadas pela PRF no combate às infrações; [valor: 7,00 pontos]


z Ações da sociedade que auxiliem no combate às infrações; [valor: 6,00 pontos]
z Atitudes individuais para a diminuição das infrações. [valor: 6,00 pontos]

Tema 15: DETRAN/SP — Agente Estadual de Trânsito (FCC — 2019)

1
Cidades ativas são aquelas em que a população pode fazer escolhas mais saudáveis e susten-
táveis. Para que isso seja possível, as cidades devem proporcionar acesso a espaços públicos e
ser viços de qualidade a todas as pessoas, garantindo que possam passear, descansar, brincar
e se exercitar em praças, parques e equipamentos.

(Disponível em: www.archdaily.com.br)

2
O planejamento da rede de mobilidade não apenas enfrenta desafios, como, por exemplo, a conexão
entre espaços públicos e principais destinos, mas também questões como a integração social de uma
comunidade.
7
-2
46

Considerando as ideias expostas em 1 e 2, redija um texto dissertativo-argumentativo a res-


.3
80

peito do tema:
.9
97

Espaço urbano e qualidade de vida.


-0
LA

Tema 16: SPPREV — Analista em Gestão Previdenciária (FCC — 2019)


IE
R
B
A

I
G

Em visita aos Estados Unidos, em 1970, Margaret Thatcher fez o seguinte pronunciamento:
LÍNGUA PORTUGUESA

“Uma das razões por que valorizamos indivíduos não é porque sejam todos iguais, mas porque são
todos diferentes. Permitamos que nossos filhos cresçam, alguns mais altos que outros, se tiverem
neles a capacidade de fazê-lo. Pois devemos construir uma sociedade na qual cada cidadão possa
desenvolver plenamente seu potencial, tanto para seu próprio benefício quanto para o da comuni-
dade como um todo.”
A premissa crucial que leva a afirmação de Thatcher a parecer quase evidente em si mesma — a
suposição de que a “comunidade como um todo” seria adequadamente servida por todo cidadão
dedicado a seu “próprio benefício” — acabou por ser admitida como ponto pacífico. Assim, no fim do

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
século passado, tornou-se aceita a noção de que, ao agir egoisticamente, de algum modo as pessoas
beneficiariam as outras.

(Adaptado de: ZYGMUNT, Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós? Rio de Janeiro: Zahar, 2015, p. 30)

II
Segundo a ortodoxia econômica, uma boa dose de desigualdade leva a economias mais eficien-
tes e crescimento mais rápido. Isso se dá porque retornos mais altos e impostos menores no topo
da escala — segundo afirmam — fomentariam o empreendedorismo e engendrariam um bolo
econômico maior.
Assim, terá dado certo a experiência de fomento da desigualdade? Os indícios sugerem que
não. A disparidade de riqueza atingiu dimensões extraordinárias, mas sem o progresso eco-
nômico prometido.

(Adaptado de: LANSEY, Stewart apud ZYGMUNT, Bauman. A riqueza de poucos beneficia todos nós? Rio de
Janeiro: Zahar, 2015, p. 24-25)

Considerando os textos acima, escreva uma dissertação argumentativa em que você discuta a
seguinte questão:

A realização individual fomentaria maior igualdade social?

Tema 17: DETRAN/SP — Oficial Estadual de Trânsito (FCC — 2019)

1
O trânsito é um local onde a educação precisa estar presente o tempo todo, inclusive, pensando na
manutenção da segurança das vidas que estão envolvidas nele. Portanto, a educação destinada ao
trânsito é o desenvolvimento das capacidades intelectuais, morais e físicas das pessoas [...]. Não se
7

trata apenas de circulação de pessoas e veículos, mas de questões de cidadania, meio ambiente e
-2
46

cultura de maneira geral.


.3
80
.9

(Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br. Adaptado)


97
-0

2
LA

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define os direitos e deveres de toda a população nas vias
IE
R

de circulação e estradas. A regra geral é sempre a mesma: o maior cuida do menor.


B
A
G

(Disponível em: www.brasil.gov.br)

Considerando as ideias expostas em 1 e 2, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito


do tema: Educação para o trânsito — fortalecimento da cidadania.

Tema 18: TRF 3ª — Técnico Judiciário — Área Administrativa (FCC — 2019)

Foi recentemente publicado no American Journal of Preventive Medicine um estudo com adultos
jovens, de 19 a 32 anos de idade, apontando que quanto maior o tempo dispendido em mídias sociais

206
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de relacionamento, maior a sensação de solidão das pessoas. Além disso, esse estudo demonstrou tam-
bém que quanto maior a frequência de uso, maior a sensação de isolamento social.

(Adaptado de: ESCOBAR, Ana. Disponível em: http://g1.globo.com)

Com base nas ideias do texto acima, redija uma dissertação de caráter argumentativo
sobre o tema: Isolamento social na era da comunicação virtual.

Tema 19: Banco do Brasil S/A — Escriturário — Agente de Tecnologia (CESGRANRIO — 2021)

Utilize o texto a seguir apenas como motivador para a produção de sua redação. Nenhum
texto desta prova poderá ser copiado.

O grave efeito colateral da Covid na educação

Há um ano e meio, a pandemia do novo coronavírus deixa seu rastro na vida de todos nós.
Também nos rouba o futuro, ao empurrar milhões de crianças e jovens para um prolongado
compasso de espera. Esse é o efeito mais perverso de longo prazo da Covid-19, que ceifa o
direito ao desenvolvimento pleno e à educação de uma geração inteira.
O retorno das atividades presenciais tem se dado de forma arrastada e desigual. Nesse cenário,
o ensino remoto ainda é a única chance para que muitos alunos continuem estudando. No entan-
to, é preciso avançar em ritmo acelerado para garantir às escolas a conectividade que permita
o acesso de qualidade às atividades. Sem aulas presenciais e sem conexão adequada, a aprendi-
zagem dos estudantes poderá retroceder até quatro anos, segundo pesquisa.
As nossas crianças e jovens não podem esperar mais. É o futuro de cada um deles que está em
risco. É o futuro do país que está em jogo.

MIZNE, Denis e SAAD, David. O grave efeito colateral da Covid na educação. Disponível em: https://www.cpp.org.
7

br/informacao/ponto-vista/item/17096-o-grave-efeito-colateral-da-covid-naeducacao. Acesso em: 20 jul. 2021.


-2
46

Adaptado.
.3
80
.9

No texto, discutem-se as dificuldades do ensino remoto no Brasil e a sua relação com a pan-
97

demia de Covid-19, pontuando que há um “efeito perverso de longo prazo da Covid-19, que
-0

ceifa o direito ao desenvolvimento pleno e à educação de uma geração inteira.”


LA

Considerando as informações veiculadas no texto motivador, elabore um texto dissertati-


IE
R

vo-argumentativo em que você discuta o seguinte tema:


B
A

Efeitos negativos da pandemia no futuro da educação no Brasil.


G

LÍNGUA PORTUGUESA

Tema 20: IMBEL — Analista Especializado — Analista Administrativo (FGV — 2021)

Leia os textos motivadores a seguir, que exploram a existência e a aplicação de leis no


Brasil.

Texto I — Lei mais que seca


Um cidadão honesto e decente, que não mete a mão no dinheiro alheio, não bate na mulher
nem cospe no chão, pode, de repente, transformar-se num perigo para a comunidade e para si
207
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mesmo? Todo mundo sabe a resposta: pode sim, quando enche a cara e se arrisca a voltar para
casa pilotando um automóvel.
No Brasil, dirigir embriagado é crime, mas há um problema que reduz consideravelmente a efi-
cácia da legislação: a prova do pileque é atestada pelo bafômetro. E ninguém pode ser obrigado a
produzir prova contra si mesmo. O que é compreensível em muitos outros casos, mas complica um
bocado a eficácia da legislação que visa a impedir acidentes nas estradas.
O problema é sério, como mostram os números sobre a situação nas estradas do Estado do Rio.
Nos últimos três anos, mais de 600 mil motoristas foram abordados em blitzes da polícia e 47 mil
deles se recusaram a passar pelo bafômetro – e não há punição para isso.
A situação pode melhorar com um projeto que está sendo discutido pelo governo e o Congres-
so. A ideia é não limitar a prova do pileque ao teste do bafômetro: o estado do motorista seria
atestado por filmagens, fotos ou depoimentos de testemunhas. Nada demais: é o que acontece
com muitos outros crimes. E o castigo será consideravelmente mais pesado, com multa maior,
mais tempo com a carteira suspensa e até três anos de cadeia. Em suma, é uma lei considera-
velmente muito mais seca.

Luiz Garcia, O Globo, 03/02/2013.

Texto II
Quinze minutos para ser atendido no banco e um para cancelar o contrato com a operadora
de telefone. Não ter que ligar para reclamar daquele seguro de perda e roubo do cartão de
crédito que você nunca pediu e completar 65 anos com a tranquilidade de ser atendido pre-
ferencialmente no caixa do supermercado. O cenário parece impossível, mas cada uma das
situações acima é amparada por uma lei específica no país. O que não acontece por aqui é o
cumprimento da legislação. Vezes porque não há fiscalização e outras por desconhecimento
do brasileiro, que sem saber dos seus direitos, não exerce a devida cobrança e, quando lesado,
não sabe a quem recorrer.
7

O Estado de Minas, 20/01/2015.


-2
46
.3

Texto III
80
.9

Contrariando a consagrada frase “faça uma lei apenas se estiver disposto a morrer por ela”, o
97

Brasil tem incríveis mais de 200 mil leis. No entanto, a aplicabilidade delas é reduzida, estimu-
-0

lando a criação de novas legislações: um levantamento apontou que, em média, são criadas 18
LA

novas leis por dia no país. Muitas são inconstitucionais, outras “não pegam” e parcela consi-
IE
R

derável gera consequências perversas e destoantes das intenções iniciais. Mas, afinal, por que
B
A

tantas leis e por que elas são tão ruins e “doidas”?


G

Instituto Mercado Popular, 22/08/2016.

Produza um texto argumentativo, sobre o tema:


O que fazer para as leis funcionarem?

Com base em argumentos convincentes, seu texto deve ser formulado em língua culta e
ter entre 20 e 30 linhas.

20 DICAS COM SÍNTESE DE ALGUNS ASPECTOS DE GRANDE RELEVÂNCIA


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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vamos passar agora para o acabamento de nossa redação, pois alguns aspectos devem ser
observados antes que fechemos a nossa redação.
Reunimos aqui algumas informações importantes para a organização e revisão de seu tra-
balho. Algumas já foram trabalhadas anteriormente, mas as retomaremos para criar um pro-
cedimento de observação geral.

1º Estética: Grafia / Alinhamento / Paragrafação / Respeito às Margens

Essa serve para qualquer prova de concurso. A maioria das bancas exige que os candida-
tos apresentem uma escrita que permita a leitura clara do texto sem a preocupação com o
tipo de letra, respeitando apenas questões de caixa alta (letra grande marcando o início de
frases e nomes próprios) e caixa baixa (letra pequena compondo o restante da palavra).
A segunda parte deste item aborda o respeito às margens. É de fundamental importância
a disposição do texto na folha definitiva. O texto deverá respeitar os limites impostos pelas
margens direita e esquerda, nunca ultrapassando seus limites nem se distanciando demasia-
damente delas:

margens

Na margem esquerda da folha definitiva de redação, deve-se iniciar a escrita imediata-


mente ao lado da linha, sem deixar folga alguma entre a primeira letra e a demarcação da
margem.

margens

Na margem direita, a preocupação do candidato aumenta, pois além de se preocupar com


7
-2

as questões de divisão silábica e o correto emprego do hífen para essa função, ele também
46

deverá se preocupar em não ultrapassar a linha demarcatória da margem.


.3
80
.9

2 cm Parágrafo
97
-0

margens
LA
IE
R
B

O último item deste quesito trata da paragrafação, ou seja, a disposição dos parágrafos
A
G

dentro da redação. O candidato deverá deixar bem clara a distância em que se iniciará a
LÍNGUA PORTUGUESA

escritura do parágrafo para que se faça a diferença com a escrita iniciada junto à margem.
Um afastamento de aproximadamente 2 cm já é suficiente.

Dica
Para marcar o recuo de parágrafo, recorra à velha dica da escola e deixe o espaço de dois
dedos antes de começar a escrever.

2º O Erro

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Insira apenas uma linha sobre as palavras erradas. Você deve apenas passar um traço sobre
a palavra, a frase, o trecho ou o sinal gráfico e escrever em seguida o respectivo substituto.
Exemplo: Depois de hoje, iremos para nossas caz casas muito felizes.

3º Faça Períodos Curtos

Componha parágrafos de aproximadamente três períodos cada.


Com os modelos que apresentamos, foi possível observar que, para cada parágrafo de
aproximadamente 5 linhas, usamos pelo menos 3 períodos. Com isso, conseguimos algumas
vantagens, como a de ser mais objetivos e diretos ao abordar uma ideia e a de isolar um pos-
sível erro dentro de um período sem projetá-lo para o resto do parágrafo.

(1) É de fundamental importân-


cia o ___________ para_____________.
/ (2) Podemos mencionar, por exem-
plo, _______________________ que
____________________, por cau-
sa ______________________. / (3)
Esse __________________ do que
_______________________.

4º A Ordem Direta Facilita na Correta Pontuação

Uma das importantes regras de pontuação que determina o correto emprego da vírgula
orienta que, se a oração estiver em ordem direta (sujeito + verbo + complementos), não se
deve usar vírgula para separar termos que se complementam sintaticamente.
Ou seja, se estiver com alguma dúvida quanto ao uso de vírgula, reorganize a oração para
7
-2

ver se fica mais fácil a compreensão da estrutura. Exemplo:


46
.3
80

z Ordem com termo deslocado:


.9
97
-0
LA

Termo deslocado
IE

(Complemento
R
B

adverbial)
A
G

Sujeito Complemento verbal

Hoje pela manhã, eu comprei um belo carro novo.

Verbo

z Ordem direta:

Eu comprei um belo carro novo hoje pela manhã.


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5º Colocação Pronominal

Os pronomes pessoais oblíquos átonos podem ocupar três posições distintas na oração: ante-
posto ao verbo (próclise), posposto ao verbo (ênclise) e entremeio ao verbo (mesóclise). Em regra,
a posição que esses pronomes vão ocupar em determinada oração é estabelecida perante a pre-
sença ou ausência de palavras atrativas.

Advérbios, conjunções subordinativas, termos que exprimem sentido negativo, pronomes


relativos, indefinidos e demonstrativos são exemplos de palavras capazes de atrair o prono-
me pessoal oblíquo átono para antes do verbo. Assim, não havendo nenhuma palavra atrati-
va antes do verbo da oração, subentende-se que a colocação pronominal dar-se-á pela ênclise
ou mesóclise, a depender da construção sintática.

Falaria-se muito sobre este assunto naquele dia. (errado)


Falar-se-ia muito sobre este assunto naquele dia. (certo)
Ou

6º Impessoalidade

As verdades gerais sempre têm maior valor. As opiniões pessoais pouco contribuem para a sus-
tentação de uma ideia. Por isso, as afirmações apresentadas terão melhor aceitação se trouxerem
representações gerais de valor coletivo:
Acredita-se em vez de Acredito
Sabe-se em vez de Sei
E outras expressões generalizantes como:
É de conhecimento geral... / Muitos entendem que... / Muito se tem discutido sobre...
7

7º Tese
-2
46
.3
80

É importante que seja bem fundamentada, pois é quando você apresenta seu ponto de
.9

vista, seu posicionamento diante do tema.


97
-0
LA

8º Argumentos para seu Texto


IE
R
B

É comum a cobrança de temas próprios às funções dos cargos disputados, por isso, preste
A
G

sempre atenção nos assuntos recorrentes dos textos da prova.


LÍNGUA PORTUGUESA

9º Título

Não se põe título nas redações para concursos, a menos que isso seja uma exigência do
edital.

10º Evite a repetição das palavras

Use sinônimos e outros termos de recuperação.


211
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z que = o qual / a qual;
z onde= em que, no qual / na qual.

11º Vocabulário

Procure sempre a clareza na apropriação vocabular. A linguagem simples torna o texto


mais fluente: pense em explicar seus argumentos como se falasse a uma criança de 10 anos.
Não use erudições do tipo “hodiernamente”; diga: atualmente ou hoje em dia.

12º Interferência Positiva

Se possível, apresente propostas que deem solução aos problemas levantados na redação.
Não fique apenas fazendo constatações óbvias.

13º Não Faça Críticas ao Governo

Essa postura é pobre e pouco criativa — é o que se chama de lugar comum. É como pedir
emprego em uma empresa e criticar o patrão durante a entrevista. Isso é ser muito ingênuo.

14º O Rascunho é Importante

É a sua garantia de poder fazer uma revisão eliminando erros. Vale sempre a pena caprichar.
Lembre-se de que é função de quem escreve seduzir o leitor e o estímulo visual contribui para
que haja uma boa impressão.

15º Evite Expressões Vagas


7
-2

Atente-se para as expressões vagas ou de significado amplo e sua adequada contextualiza-


46

ção. Exemplos: conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, “justiça”, “liberdade”, “felici-
.3
80

dade” etc.
.9
97
-0

16º Atenção aos Adjetivos


LA
IE

Evite expressões como “belo”, “bom”, “mau”, “incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc.,
R
B

pois são juízos de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos.


A
G

17º Evite o Senso Comum

Fuja do lugar-comum, de frases feitas e expressões cristalizadas, como “a pureza das crian-
ças”, “a sabedoria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios da linguagem oral devem ser
evitados, bem como o uso de “etc.” e as abreviações.

18º Uso de Aspas

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Não se usam entre aspas palavras estrangeiras sem correspondência na língua portugue-
sa: hippie, status, dark, punk, chips etc.

19º Atenção às Repetições e Fugas ao Tema

Observe se não há repetição de ideias, falta de clareza, construções sem nexo (conjunções
mal-empregadas), falta de concatenação (coesão) de ideias nas frases e nos parágrafos entre
si, divagação ou fuga ao tema proposto.

20º Cumpra o Proposto no Texto

Caso você tenha feito uma pergunta na tese ou no corpo do texto, verifique se a argumentação
responde à pergunta. Se você eventualmente encerrar o texto com uma interrogação, esta pode
estar corretamente empregada desde que a argumentação responda à questão. Se o texto for
vago, a interrogação será retórica e vazia.

Apresentamos a seguir um exercício comentado de reconhecimento de tipologia textual.

1. (NOVA CONCURSOS — 2021) Classifique os textos quanto à sua tipologia:


( 1 ) Descrição ( 2 ) Narração ( 3 ) Dissertação.

a) Era uma noite muito bonita: parecia com o mundo. O espaço escuro estava todo estrelado, o céu
em eterna e muda vigília. E a terra embaixo com suas montanhas e seus mares. ( )
b) No esforço de se ajustarem ao novo perfil de mulher que emerge da ruptura de sua antiga identi-
dade, as mulheres se veem obrigadas a compatibilizar dois estilos de vida, dois registros intelec-
tuais e afetivos, dois modelos de conduta cotidiana. ( )
c) “Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se para a Esplanada dos Ministérios. No per-
7

curso, parou para cumprimentar algumas pessoas que lhe acenavam. Neste momento, escorre-
-2
46

gou e foi auxiliado por alguns seguranças da comitiva.” ( )


.3
80

d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapéu de feltro manchado, aquelas lar-
.9

gas calças de brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos punhos de camisas já sem
97
-0

cor tudo combina admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira da
LA

praça, com as teias do campanário da igreja. ( )


IE

e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua México. Já distraído de seus passados trope-
R
B

ços, mas, tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam - quando vê do outro lado
A
G

da rua um preto agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( )
LÍNGUA PORTUGUESA

f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não se pode admitir a existência de uma Asso-
ciação Brasileira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo capítulo da Constituição Brasi-
leira proíbe essas atividades”. ( )

a) 1 — Descrição. Nesse fragmento, não há progressão temporal; note que, ao final da leitura
do texto, temos a formação da imagem da paisagem.
b) 3 — Dissertação. Nesse fragmento, não há progressão temporal, tanto que não há fatos
que se sucedem, tampouco a elaboração de uma imagem. O que percebemos pela leitura é a

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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
análise do comportamento da mulher diante de um novo perfil seu “que emerge da ruptura
de sua antiga identidade”.
c) 2 — Narração. A leitura desse trecho revela uma sucessão de fatos do Presidente da Repú-
blica. Esse fragmento mostra bem o que se diz sobre a narração ser uma “fofoca”.
d) 1 — Descrição. Sem progressão discursiva ou temporal, o trecho revela a criação da ima-
gem das roupas dos velhinhos interioranos; note como os adjetivos se destacam.
e) 2 — Narração. Novamente, temos um trecho que mostra uma sucessão de fatos que nada
mais são do que as ações de um homem que caminha pela rua com seu chefe e vê um amigo
seu do outro lado da rua, “uma fofoca”.
f) 3 — Dissertação. Encontramos outra vez um exemplo de fragmento dissertativo, pois apre-
senta progressão discursiva em relação à proibição da caça no Brasil. Note que o argumento
que se destaca nessa passagem para o fortalecimento da ideia é a citação da Constituição
Brasileira. Resposta: 1-3-2-1-2-3.

HORA DE PRATICAR!
1. (FGV — 2022) Entre as opções abaixo, aquela que mostra todos os verbos em isar/izar grafados
de forma correta, é:

a) pesquizar / agonizar / civilizar.


b) batizar / democratizar / catequizar.
c) paralizar / deslizar / analisar.
d) improvizar / amenizar / atualizar.
e) avizar / alizar / realizar.

2. (FGV — 2022) Entre as opções abaixo, assinale aquela em que todos os vocábulos são proparo-
7

xítonos, com acentos gráficos corretos.


-2
46
.3
80

a) aeródromo / protótipo / alcoólatra.


.9

b) ínterim / bígamo / pégada.


97
-0

c) ávaro / êxodo / idólatra.


LA

d) misântropo / édito / invólucro.


IE

e) leucócito / âmago / aziago.


R
B
A
G

3. (FGV — 2023) Entre as opções a seguir, assinale aquela em que o aumentativo sublinhado perdeu
o valor de aumentativo, designando uma outra realidade.

a) O entregador tocou a campainha e esperou no portão.


b) O fazendeiro tinha um cachorrão para vigiar a plantação.
c) O panelão da feijoada já estava sobre o fogão.
d) O apartamento tinha um varandão na frente.
e) Na parte de trás, havia um terrenão para o plantio de frutas.

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4. (FGV — 2022) O ato de descrever corresponde a atribuir ao objeto da descrição informações,
qualificações, estados, caracterizações ou relações.
A opção abaixo em que o adjetivo indica uma caracterização, é:

a) relógio importado;
b) roupa elegante;
c) vestido curto;
d) restaurante modesto;
e) local fúnebre.

5. (FGV — 2022) A frase abaixo em que o emprego do gerúndio mostra adequação, é:

a) Seu pai ficou doente na terça, morrendo no domingo;


b) Caiu um raio na mata, incendiando muitas árvores;
c) Dormiu um pouco, levantando-se depois;
d) Entrou na sala, deitando-se logo no sofá;
e) Subiu as escadas cantando sambas.

6. (FGV — 2022) Assinale a opção em que a substituição de uma locução adverbial por um advér-
bio, é feita de forma adequada.

a) Os presentes para o Dia das Mães devem ser comprados com antecedência / anteriormente.
b) De acordo com os jornais, choverá com certeza durante o carnaval / certificadamente.
c) Tanto se adoece por trabalhar em excesso, como por não fazer nada / excessivamente.
d) Disse que moraria na Europa para sempre / duradouramente.
e) Devemos fazer as coisas sem pressa / apressuradamente.

7. (FGV — 2023) A maioria das palavras mostra vários significados (polissemia), o que também
ocorre com as preposições.
Assinale a opção que indica a frase em que a preposição com tem o significado de acordo.
7
-2
46

a) Gosto muito da paisagem dos velhos portos com seus barcos.


.3
80

b) Os turistas passeiam pela praia com seus cães.


.9

c) Com o retorno das aulas, o trânsito piora.


97
-0

d) Vamos terminar tudo, com calma.


LA

e) Penso que todos os sindicatos estarão com a nossa proposta.


IE
R

Leia o texto a seguir para responder às questões 8 e 9.


B
A
G

“A segurança pública, de forma conceitual, é uma atividade que deve ser prestada pelos órgãos
LÍNGUA PORTUGUESA

estatais e pela comunidade como um todo que visa proteger a cidadania, de forma a prevenir e
controlar atos de criminalidade. Sendo que essa prestação efetiva garante o exercício pleno da
cidadania nos limites da lei. Dada a importância constitucional desse serviço é que se conclui
que o mesmo não pode ser executado de qualquer forma e sim de modo satisfatório, pois, quan-
do não o é, a sociedade fica sujeita a diversos tipos de violência em diversas proporções, em que
bens jurídicos como o patrimônio e a vida são gravemente violados. Por conseguinte, instituin-
do-se um caos de agressividade.”

(Jus.com.br / 28-07-2015)
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8. (FGV — 2023) Algumas palavras presentes no texto foram selecionadas abaixo.

Assinale a opção que mostra um sinônimo adequado para a palavra selecionada.

a) atividade / profissão.
b) comunidade / vizinhança.
c) sociedade / população.
d) agressividade / marginalidade.

9. (FGV — 2022) “Apesar da distância, podia vislumbrar a presença de um rio que cruzava transver-
salmente a planície...”. Esse é o último período do texto anterior; sobre o vocabulário nele empre-
gado, a afirmação adequada é:

a) o termo “apesar da distância” traz a ideia de causa;


b) o segmento mistura linguagem culta e popular;
c) o verbo “vislumbrar” mostra dificuldades na visão da cena;
d) a forma verbal “cruzava” indica a forma do rio “em cruz”;
e) o advérbio “transversalmente” mostra a passagem do rio da esquerda para a direita.

10. (FGV — 2022) A frase abaixo em que a oração adjetiva destacada foi substituída adequadamen-
te por um adjetivo é:

a) O crítico de rock é alguém que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar, para
gente que não sabe ler / muda;
b) Sucesso é conseguir o que você quer. Felicidade é gostar do que você conseguiu / bem-aceito;
c) Você não será feliz com mais até ser feliz com o que você já tem / comprado;
d) Felicidade é como uma flor que não se deve colher / acolhedora;
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e) A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido / multiplicado.


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11. (FGV — 2022)


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Texto 1
LA
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Vejamos, agora, o que nos diz Machado de Assis sobre a autópsia: “Li um termo de autópsia.
R
B

Nunca deixo de ler esses documentos, não para aprender anatomia, mas para verificar ainda uma
A
G

vez como a língua científica é diferente da literária. Nesta, a imaginação vai levando as palavras
belas e brilhantes, faz imagens sobre imagens, adjetiva tudo, usa e abusa de reticências, se o
autor gosta delas. Naquela, tudo é seco, exato e preciso. O hábito externo é externo, o interno é
interno; cada fenômeno, cada osso, é designado por um vocábulo único. A cavidade torácica, a
cavidade abdominal, a hipóstase cadavérica, a tetania, cada um desses lugares e fenômenos não
pode receber duas apelações, sob pena de não ser ciência.”

(Adaptado. A Semana, 1830)

No texto 1, Machado de Assis fala das reticências e do seu uso por parte dos autores que gostam
216 delas. A frase abaixo em que o emprego das reticências expressa uma emoção intensa é:
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a) Isso não é... um pouco... como dizer?... estranho?
b) Mas... a barata... a barata... você conseguiu pegá-la?
c) Como sua vida está em perigo, ele vive agora em X..., pequena cidade europeia;
d) Júlio casou ontem e, salvo um milagre (ou de... você sabe do que estou falando...), vai poder
aproveitar o verão antes de nascer o primeiro bebê;
e) Os vândalos estão de volta para fazer m... nas passeatas.

12. (FGV — 2022) “Essa constante reclamação dos consumidores impede que haja produtos semelhan-
tes no mercado”; a forma verbal sublinhada poderia ser substituída, mantendo-se a correção e o signi-
ficado original, por

a) possam existirem.
b) possa existir.
c) possam haver.
d) possa haverem.
e) possam existir.

13. (FGV — 2022) Nas opções abaixo, com frases de Machado de Assis, assinale aquela em que a
modificação da frase para a passiva com auxiliar foi feita de forma adequada, com as adapta-
ções necessárias.

a) Na abastança é impossível compreender as lutas da miséria / Na abastança é impossível que


sejam compreendidas as lutas da miséria.
b) O dinheiro que compra o pão dos pobres comprou antes o divertimento dos abastados / O dinhei-
ro com que é comprado o pão dos pobres é o mesmo com que foi comprado antes o divertimento
dos abastados.
c) Não se deliberam sentimentos; ama-se ou aborrece-se, conforme o coração quer / Os sentimentos
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não foram deliberados; ama-se ou aborrece-se, conforme o coração quer.


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d) Longe de educar o gosto, o teatro serve apenas para desfantasiar o espírito, nos dias de maior abor-
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recimento / Longe de educar o gosto, o teatro serve apenas para que desfantasie o espírito, nos dias
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de maior aborrecimento.
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e) Nunca me debruçara sobre o abismo do inexplicável / Nunca me debruçara sobre o abismo do que
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não pode ser explicado.


LA
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B

14. (FGV — 2022) Um dos pontos mais importantes de um texto é a coerência; a frase abaixo que se
A
G

mostra inaceitável quanto à coerência é:


LÍNGUA PORTUGUESA

a) O porteiro nos impediu de entrar, mas não o levamos em conta e entramos;


b) O crítico de futebol está sempre com a razão porque só começa a falar quando o jogo termina;
c) A grama no jardim do vizinho está sempre mais verde;
d) As fechaduras atraem os ladrões. O arrombador não entra em casa aberta;
e) Sempre estou disposto a novos desafios, pois estou preparado para tudo.

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15. (FGV — 2022) Atenção: o texto a seguir refere-se à questão.

“Dicas para deixar sua vida mais divertida: escreva diariamente seu próprio horóscopo; pare de se levar
tão a sério, principalmente porque quando você morrer, o tamanho do seu funeral vai depender do tem-
po que estiver fazendo. Diariamente, sorria e diga olá para cinco estranhos na rua.”

O que há de inesperado na estruturação do texto é a recomendação de que o leitor

a) escreva seu próprio horóscopo e cumprimente estranhos na rua.


b) cumprimente estranhos na rua e deixe de levar-se a sério.
c) deixe de levar-se a sério e não conte com muita gente em seu funeral.
d) não conte com muita gente em seu funeral e sorria sempre.
e) sorria sempre e escreva seu próprio horóscopo.

16. (FGV — 2022)

“Parabéns pra você


Nesta data querida
Muitas felicidades
Muitos anos de vida!”

Sobre essa cantiga de aniversário, assinale a afirmação incorreta.

a) “pra você” fala do aniversariante.


b) a “data querida” é a data do aniversário.
c) “muitas felicidades” é desejo para o aniversariante.
d) “muitos anos de vida” é o desejo de uma vida longa.
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e) “você” se refere a quem está presente na festa.


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17. (FGV — 2021) “Os olhos de um escritor, para serem transparentes, devem estar secos.”
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Para o autor dessa frase, uma obra literária deve estar isenta de:
LA
IE

a) hipocrisia;
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B

b) erudição;
A
G

c) sentimentalismo;
d) observação;
e) religiosidade.

18. (FGV — 2021) Acima de um assento de ônibus urbano havia um cartaz que dizia:

“Assento reservado para idosos, deficientes físicos, grávidas e senhoras com crianças de colo.”

Assinale a opção que indica o que todas as pessoas indicadas no cartaz têm em comum.

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a) A idade avançada.
b) O grande peso corporal.
c) Uma enfermidade grave.
d) A dificuldade de locomoção.
e) O transporte difícil de algo pesado.

19. (FGV — 2023) Analise o texto a seguir:

“A rua estava cheia de gente, pois havia um festival de cinema na pequena cidade. Via-se logo
que se tratava de pessoas que não conheciam o local. Entre esses visitantes, um estacionou o
seu carro diante da porta da minha garagem. Tentei chamá-lo, mas o perdi no meio da aglome-
ração. Telefonei para a polícia local, mas não havia viatura disponível. Perdoei o transgressor
mentalmente e fui dormir”.

O segmento que serve de marco inicial da narrativa é:

a) A rua estava cheia de gente.


b) havia um festival de cinema na pequena cidade.
c) se tratava de pessoas que não conheciam o local.
d) um estacionou o seu carro diante da porta da minha garagem.
e) Tentei chamá-lo.

20. (FGV — 2022) Todas as frases abaixo são construídas por dois segmentos; a frase em que a
troca de posição dos segmentos mostra inadequação é:

a) O primeiro passo para conhecer-se é desconfiar de si mesmo;


b) Somos o que não parecemos e parecemos o que não somos;
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c) O que sabemos fazer aprendemos fazendo;


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d) O ignorante afirma, o sábio duvida e reflete;


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e) A rotina é sempre a mesma: tomo café e lavo a louça.


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9 GABARITO
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1 B
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2 A
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3 A
LÍNGUA PORTUGUESA

4 C

5 E

6 C

7 E

8 C

9 C

10 E

11 B
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12 B

13 B

14 A

15 A

16 E

17 C

18 D

19 D

20 E

ANOTAÇÕES

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