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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luan silva guedes - 463.287.368-35, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra Produção Editorial
Organização
Análise de Conteúdo
Diagramação
Claudinei Pitta
Dayverson Ramon
5
-3
Higor Moreira
68
Lucas Gomes
.3
87
Willian Lopes
.2
63
-4
Capa
es
Projeto Gráfico
lv
si
Edição:
Março/2021
LEGISLAÇÃO ESPECIAL.....................................................................................................5
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, esti-
ver conduzindo veículo de transporte de passagei-
ros. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014)
V -(Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008)
integral socorro. Isso porque, se for homicídio doloso, dio culposo na detenção
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com dolo eventual, não se aplica o Código de Trânsito. direção de veícu- Suspensão ou
Homicídio
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Portanto, não se aplica o art. 301, mas o Código Penal. lo automotor proibição de
Culposo
-4
missão ou a
ed
habilitação
Dos Crimes em Espécie
gu
a
também muito importante dentro do assunto de cri- ESPECIAL CRIMINAL? DE PENA (1/3 A ½)
si
A lesão corporal no trânsito deve ser culposa para que o condutor responda por este artigo. Se houver dolo
(vontade de praticar a conduta), ou seja, se a lesão for dolosa, o criminoso responderá pelo crime de lesão corporal
do Código Penal.
06 m a 02 anos de detenção
Praticar lesão corporal culposa na
Lesão corporal culposa Suspensão ou proibição de se obter
direção de veículo automotor
a permissão ou a habilitação
*o crime de lesão corporal culposa não será regido pela lei n° 9.099/95 se o condutor causar lesão corporal culposa
nas hipóteses do artigo 303 § único do CTB.
LEI DO JUIZADO
CAUSAS AUMENTATIVAS DE PENA (1/3 A ½)
ESPECIAL CRIMINAL?
Sem CNH
Faixa de pedestre ou calçada
Aplicável* Omissão de socorro
Transporte de passageiro (profissão)
*o crime de lesão corporal culposa não será regido pela lei n° 9.099/95 se o condutor causar lesão corporal culposa nas
hipóteses do artigo 303 § único do CTB.
§ 2° A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste
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artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
-3
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outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou
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A lesão corporal culposa qualificada (a Lesão corporal culposa de natureza grave ou gravíssima + Embriaguez)
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-4
também conta com punição bem dura para motoristas que causem lesão corporal de natureza grave ou gravíssi-
ma a alguém, estando sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa. A privativa de liberdade
es
ed
passa a ser de reclusão e o quantum de pena para 2 a 5 anos. Essa definição de lesão grave ou gravíssima deve ser
gu
Art. 304 Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo
si
fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
an
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.
Lu
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida
por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Para configuração desse crime, é preciso dolo do condutor, ou seja, exige o conhecimento da necessidade do
socorro. Ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou
com ferimentos leves, incide a aplicação das penas tipificadas no artigo acima. Entenda que para configuração
deste crime é preciso que o condutor esteja envolvido e não seja o causador do acidente, já que se ele for o causa-
dor do acidente, o condutor responderá por Homicídio Culposo ou Lesão Corporal Culposa com aumentativo de
pena pela omissão de socorro (art. 302, § 1o, II / art. 303 Parágrafo único). Já se o condutor não estiver envolvido a
omissão de socorro é crime do artigo 135 do Código Penal.
Lembre-se também: a pena pode ser a detenção ou a multa. A multa, nesse caso, não será cumulativa. Devi-
do a sua pena, este crime do art. 304 é de menor potencial ofensivo, ou seja, aplicar-se à Lei de Juizados Especiais
6 Criminais (JECRIM).
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ENVOLVIDO? CAUSADOR? CRIME PENA JECRIM
Sim Não Art. 304 CTB 6 m a 1 ano ou multa Sim
Art.302, § 1º, II (ou) 2 a 4 anos
1/3 a ½ de aumento
CONDUTOR Sim Sim Art. 303 parágrafo 6 meses a Não
nas penas
único do CTB 2 anos
Art. 305 Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe
possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Veja que a pena máxima é de 1 (um) ano, isto é, temos aqui um crime de menor potencial ofensivo. A conduta
precisa ser dolosa. Interessante salientar que a fuga deve ser para escapar de possível responsabilização penal ou
civil. Assim, vemos que há um crime contra a Administração da Justiça com a finalidade específica de não ser iden-
tificado. Entenda que é possível fugir do local do acidente e prestar socorro. Exemplo: condutor liga para o Corpo
de Bombeiros solicitando socorro para vítima e depois desaparece do local do acidente para não ser identificado.
Interessante lembrar que havia dúvidas sobre a constitucionalidade desta norma, tendo em vista os casos julgados
pelo país. Entretanto, em 14 de novembro de 2018, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deu provimento ao
Recurso Extraordinário (RE) 971959, com repercussão geral reconhecida, e considerou constitucional o artigo 305 do
Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que tipifica como crime a fuga do local de acidente. A maioria dos ministros entendeu
que a norma não viola a garantia de não autoincriminação, prevista no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal.
Art. 306 Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de
outra substância psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor.
§ 1° As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama
de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo CONTRAN, alteração da capacidade psicomotora. (Incluído pela
Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2° A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame
clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à con-
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traprova. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
-3
§ 3° O CONTRAN disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de
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caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014)
.3
87
Nós estamos diante de um dos principais, senão o principal, crime de trânsito para as bancas organizadoras de
.2
provas. Com o advento da Lei nº 11.705/08, o crime de embriaguez ao volante deixou de ser um crime de perigo
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Antes, para que ocorresse consumação do delito, era necessário que o condutor gerasse risco para o trânsito. Hoje,
es
ainda que um condutor esteja conduzindo adequadamente, se tiver acima dos índices permitidos para embriaguez,
ed
será enquadrado no crime acima tipificado. Mas como é configurado esse crime? Bem, temos alguns instrumentos
capazes de constatar a embriaguez: Etilômetro (Bafômetro), Exame de Sangue, Testemunhas, Vídeos, Exames clínicos
gu
e outros meios de prova em direito admitidos. Quanto ao Etilômetro e Exame de sangue temos os seguintes limites:
a
lv
si
LIMITES PREVISTOS
INSTRUMENTO
an
ETILÔMETRO 0,00 mg/L 0,04 mg/L ATÉ0,299 mg/L ATÉ 0,33mg/L 0,3 mg/L ou mais 0,34 mg/L ou mais
EXAME
0,00 dg/L 0,00 dg/L ATÉ 5,9 dg/L 6 dg/L ou mais.
DE SANGUE
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Perceba que o CTB estabelece um limite para o bafômetro e a Resolução estabelece outro. Na verdade, a Resolu-
ção n° 432/2013 tem como referência o limite do CTB, entretanto ela dá uma aparente “colher de chá” para o con-
dutor quando se trata de etilômetro porque o aparelho também pode não ser preciso, tornando-se esse limite uma
margem de erro do aparelho. No dia a dia, as fiscalizações utilizam a Resolução 432/13.
Para sua prova, você deve estar pensando: preciso memorizar qual limite? O do CTB ou limite da Resolução?
Simples, se sua prova colocar no edital a Resolução 432/13, você estuda os dois limites, caso contrário, estude
apenas o limite do CTB.
Agora, e se o condutor se recusar a realizar estes exames? Bem, se o condutor não quiser fazer nenhum desses
exames, ele será autuado pelo Artigo 165- A do CTB, podendo, inclusive, ser preso caso apresente sinais visíveis de
embriaguez (sonolência, agressividade, fala enrolada). Tal procedimento pode ser provado por meio de vídeos, 7
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testemunhas, exames clínicos e outros meios de prova outras penas previstas neste artigo. (Incluído pela
em direito admitidos. Mesmo se recusando a realizar o Lei nº 12.971, de 2014)
bafômetro ou exame de sangue, pode-se dar voz de pri-
são a um condutor visivelmente embriagado ou entor- Este é o famoso crime de “racha”, e foi recentemen-
pecido por outras drogas. te modificado para endurecer a pena para os pratican-
tes de competições não autorizadas em via pública. O
Art. 307 Violar a suspensão ou a proibição de se “racha” não é apenas corrida, mas também disputa ou
obter a permissão ou a habilitação para dirigir competição. Por isso, fique atento: o tipo penal não pune
veículo automotor imposta com fundamento neste se houver somente a corrida, é necessário que exista
Código: elementos de competição no ato, como, por exemplo, a
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, tomada de tempo, a organização em posições etc.
com nova imposição adicional de idêntico prazo de
suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o con- Importante!
denado que deixa de entregar, no prazo estabeleci-
do no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou Cuidado! O art. 308 está punindo mais do que
a Carteira de Habilitação. uma simples corrida. Está punindo, além disso,
qualquer forma de disputa ou competição.
Este dispositivo menciona que dirigir suspenso é
crime. A maior parte da doutrina entende que a viola-
ção a este crime seria referente à suspensão imposta Neste delito, os promotores do evento não são
pelo magistrado, ou seja, a suspensão penal. punidos, apenas os participantes. Não esqueça que é
Arnaldo Rizardo e Guilherme de Souza Nucci, por necessário estarmos em via pública, em veículo auto-
exemplo, eminentes doutrinadores penais, entendem motor e gerando perigo de risco à segurança viária.
que tal suspensão é penal, ou seja, apenas será crime Assim, é um crime de perigo concreto, ou seja, exige
se houver desobediência a uma decisão judicial. Uma que o risco de dano aconteça para sua caracteriza-
forte defesa da doutrina é que como pode dirigir sus- ção. Vejamos as novas penas:
penso ser crime e dirigir cassado só configurar crime
se gerar perigo de dano? Dirigir cassado é um ato de CRIME PENA
desvalor maior que dirigir suspenso.
Porém, alguns tribunais têm aceitado e julgado pes- Detenção de 06 m a 03 anos + sus-
soas nesse crime baseado apenas em violação à sus- pensão ou proibição de obter a per-
pensão imposta pela autoridade de trânsito. Segundo Racha (caput)
missão ou a habilitação para dirigir
entendimento dado pelo Manual Brasileiro de Fisca- veículo automotor+ multa
lização de Trânsito, somente as suspensões judiciais,
e não as administrativas, seriam consideradas como Reclusão de 03 anos a 06 anos + sus-
crime. Entretanto, esse entendimento não é aceito uni- Racha + lesão pensão ou proibição de obter a per-
formemente pelos diversos órgãos que compõem o grave missão ou a habilitação para dirigir
caminho que percorre o processo (fiscalização, polícia veículo automotor+ multa
5
judiciária, MP e judiciário), haja vista a alegada incom-
-3
petência do CONTRAN para tratar de matéria criminal. Reclusão de 05 anos a 10 anos + sus-
68
Observe que este crime é de menor potencial ofen- pensão ou proibição de obter a per-
.3
Racha + morte
sivo e possui a pena de detenção, multa (multa não missão ou a habilitação para dirigir
87
motorista suspenso configurará o crime, independen- Art. 309 Dirigir veículo automotor, em via pública,
es
do situação de risco à incolumidade pública ou pri- dirigir com CNH cassada só é crime se gerar perigo
Lu
vada: (Redação dada pela Lei nº 13.546, de 2017) de dano. Já dirigir suspenso é crime de perigo abstra-
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, to. O crime só existe se for praticado na direção de
multa e suspensão ou proibição de se obter a per- veículo automotor e em via pública. Se alguém dirige
missão ou a habilitação para dirigir veículo auto- um automóvel sem habilitação dentro da sua fazenda
motor. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) particular, o fato é atípico.
§ 1° Se da prática do crime previsto no caput resul- E quando a situação for de CNH de categoria dife-
tar lesão corporal de natureza grave, e as circuns- rente causando perigo? Bom, se o indivíduo estiver
tâncias demonstrarem que o agente não quis o dirigindo o veículo com habilitação de categoria dife-
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena rente, que não seja própria para aquele veículo que
privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 ele está dirigindo, há o crime do art. 309, uma vez que
(seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas o tipo penal fala em “sem a devida permissão ou habi-
neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.971, de 2014) litação.” A palavra “devida” não é insignificante, pois
§ 2° Se da prática do crime previsto no caput resul- o condutor deve ser habilitado para aquele veículo
tar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o que ele está conduzindo. Não se pode dirigir automó-
agente não quis o resultado nem assumiu o risco de vel com habilitação para motocicleta, por exemplo.
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclu- Conforme entendimento dado pelo MBFT, o ato
8 são de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das de conduzir o veículo com a habilitação de categoria
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diferente, gerando perigo de dano, configura o crime de Contravenção penal de direção perigosa, conforme
do art. 309 do CTB. No entanto, há tribunais que já jul- art. 34 do Decreto-Lei nº3688/194.
garam de forma diferente, não caracterizando a situa-
ção como crime. Art. 312 Inovar artificiosamente, em caso de aci-
Outra situação: o indivíduo está com a habilita- dente automobilístico com vítima, na pendência
ção vencida há mais de trinta dias gerando perigo de do respectivo procedimento policial preparatório,
dano, configura o crime? O STF decidiu o seguinte: inquérito policial ou processo penal, o estado de
configura infração administrativa, mas não configu- lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro
ra o crime do art. 309. Mesmo que o condutor esteja o agente policial, o perito, ou juiz:
gerando perigo de dano, uma vez que habilitação ven- Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
cida não significa falta de habilitação. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo,
ainda que não iniciados, quando da inovação, o
Art. 310 Permitir, confiar ou entregar a direção de procedimento preparatório, o inquérito ou o pro-
veículo automotor a pessoa não habilitada, com
cesso aos quais se refere.
habilitação cassada ou com o direito de dirigir sus-
penso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde,
Esse é um crime de fraude processual, pois pune
física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em
condições de conduzi-lo com segurança:
aquele que modifica o local do acidente para induzir
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. as autoridades a erro. Não é incomum em acidentes
de trânsito com vítimas, envolvidos mudarem local
Interessante é o caso da pessoa que permite, con- dos veículos, apagar local de frenagem, mudar local
fia ou entrega veículo a condutor inabilitado, cassado, do corpo da vítima, retirar a sinalização, alterar local
suspenso, embriagado ou sem condições de saúde físi- de colisão e até indicar um falso condutor. De qual-
ca ou mental para dirigir. Crime de perigo abstrato e quer forma é um crime de menor potencial ofensivo.
de menor potencial ofensivo. Para evitar celeumas e O crime de inovação artificiosa do local de acidente
debates ineficazes, o STJ ratificou o que o CTB já nos de trânsito, previsto no art. 312, do CTB, é formal e
informa: tal crime é mesmo de perigo abstrato por se consuma quando o agente inova o local do crime,
mais estranho que possa parecer. visando enganar o agente policial, o perito, ou o juiz,
ainda que não alcance a finalidade pretendida.
Art. 310-A (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.619, II - trabalho em unidades de pronto-socorro de
.2
Novo dispositivo: os crimes de lesão corporal e homicídio culposo qualificados (crimes que envolvem ingestão
de substância psicoativa) do CTB não caberão mais a possibilidade de substituição por penas restritivas de direi-
to. Essa nova normativa contraria o CTB que faz previsão de possibilidade de aplicação das penas restritivas de
direitos para crimes culposos.
Diante da base constitucional, podemos adentrar na Lei em estudo, partindo do artigo 1º:
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua
competência.
Com isso, orientar-se-á os processos pelos critérios da simplicidade, oralidade, economia processual, informa-
lidade e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação. Para que você assimile bem tais
critérios, observe o fluxograma, de acordo com artigo 62:
5
-3
Critérios
68
.3
87
.2
Informalidade Simplicidade
63
-4
es
ed
gu
a
Economia
lv
Oralidade
si
Processual
an
Lu
Celebridade
O critério da simplicidade reflete, dentre outras características, a desnecessidade de expedição de cartas pre-
catórias para realizar diligências em localidades distintas. Outro ponto importante é que o procedimento dos
juizados especiais dispensa a citação por edital, ou seja, a citação será sempre pessoal.
O Juizado Especial Criminal será composto por juízes leigos ou togados, que possuem competência para julga-
mento, conciliação e execução das infrações penais, possuindo menor potencial ofensivo, respeitadas as regras
de conexão e continência.
Juiz Togado: é um magistrado de carreira, lotado no Juizado Especial.
Juiz Leigo: é um auxiliar da justiça recrutado, sendo advogados com mais de cinco anos de experiência, em
10 regra.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Na reunião de processos, perante o juízo comum superior a dois anos, desde que não cumulada com
ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das multa, são considerados infrações penais de menor
regras de conexão e continência, observar-se-ão os potencial ofensivo, para fins de aplicação da lei de
institutos da transação penal e da composição dos regência.
danos civis, conforme o artigo 60, parágrafo único.
Portanto, qual a composição do Juizado Especial ( ) CERTO ( ) ERRADO
Criminal? Lembrem-se: é composto por juízes leigos
ou togados. Conforme artigo 61, consideram-se infrações penais
de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta
Competência do Juizado Especial Criminal Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei
comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos,
Com relação à competência do Juizado Especial cumulada ou não com multa. Resposta: Errado.
Criminal, trata-se de uma atribuição, visando o jul-
gamento, a execução e a conciliação das infrações Competência Territorial do Juizado Especial Criminal
penais que possuam o menor potencial ofensivo,
respeitadas as regras de conexão e continência.
A competência do Juizado deverá ser determinada
De acordo com art. 61, consideram-se infrações
pelo lugar em que foi praticada a infração penal, con-
penais de menor potencial ofensivo os crimes em que
a Lei apresente pena máxima não superior a 2 anos, forme o artigo 63. Portanto, a teoria adotada para a fixa-
cumulada ou não com multa. Além disso, há, também, ção da competência dos Juizados Especiais Criminais é
contravenções penais. a teoria da atividade, a qual leva em conta o lugar em
Para te ajudar na assimilação do conteúdo, obser- que foi praticada a ação e não a ocorrência do resultado.
ve a tabela a seguir: Como exemplo, imagine que Pedregundo, imputá-
vel, escreve uma carta, em Cascavel/PR, contendo pala-
vras injuriosas contra Frenesvalda, que mora em Foz
INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO
de Iguaçu/PR. Em ato contínuo, o sujeito ativo (Pedre-
Crimes com pena máxima gundo) remete a carta ao destinatário, Frenesvalda, a
até 2 (dois) anos qual é sujeito passivo do crime de injúria. Verifica-se,
Exemplo: Desacato - Art. portanto, que Pedregundo praticou a ação em Casca-
As Contravenções Penais 331 - Desacatar funcioná- vel/PR, então a justiça competente é o Juizado Especial
Exemplo: Jogo do bicho. rio público no exercício da Criminal de Cascavel/PR, tendo em vista que o crime
função ou em razão dela: de injúria é uma infração de menor potencial ofensivo,
Pena - detenção, de seis me- por ter uma pena de detenção de um a seis meses.
ses a dois anos, ou multa.
Vejamos o artigo 64 in verbis:
Ademais, é de suma importância ver os critérios
5
orientadores do Juizado Especial Criminal, que será Art. 64º Os atos processuais serão públicos e pode-
-3
organização judiciária.
que foram sofridos pelas vítimas e, como consequên-
.2
Artigo 65 [...]
Lu
Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Cri- § 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
minal processar e julgar os feitos de competência tenha havido prejuízo. Poderá ser solicitado por
da Justiça Federal relativos às infrações de menor qualquer meio hábil de comunicação, a prática de
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
potencial ofensivo, respeitadas as regras de cone- atos processuais, como por exemplo, correios.
xão e continência
Parágrafo único. Na reunião de processos, peran- Ademais, em regra, será objeto de registro escri-
te o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente to, exclusivamente, os atos havidos por essenciais. No
da aplicação das regras de conexão e continência,
entanto, possuímos uma exceção que corresponde à
observar-se-ão os institutos da transação penal e
da composição dos danos civis. audiência de instrução e julgamento, que autoriza
que o ato seja gravado em fita magnética ou equi-
valente (§ 3º).
Com relação à citação do acusado, ela se dará de
EXERCÍCIO COMENTADO forma pessoal e far-se-á no próprio Juizado quando
existir a possibilidade de sua realização em cartório.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2011) As contravenções penais Mas, quando não for possível, será realizada por meio
e os crimes a que a lei comine pena máxima não de oficial de justiça. 11
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Art. 65 [...] Art. 70 Comparecendo o autor do fato e a vítima,
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para e não sendo possível a realização imediata da
ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes audiência preliminar, será designada data próxi-
ao Juízo comum para adoção do procedimento pre- ma, da qual ambos sairão cientes.
visto em lei.
Caso ocorra a ausência do comparecimento de qual-
quer dos envolvidos, será providenciado, pela Secretaria,
Vejamos o artigo 66 in verbis:
a intimação e, se for o caso, a do responsável civil (Art.71).
Art. 66 A citação será pessoal e far-se-á no próprio
Ademais, na audiência preliminar, quando esti-
Juizado, sempre que possível, ou por mandado. ver presente o representante do Ministério Público, a
vítima e o autor do fato e, se possível, o responsável
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para civil, serão acompanhados por seus advogados. O Juiz
ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes realizará o esclarecimento sobre a possibilidade da
ao Juízo comum para adoção do procedimento pre- autocomposição, referente aos danos e da aceitação
visto em lei. da proposta de aplicação imediata de pena não priva-
tiva de liberdade, vide art. 72.
A intimação será expedida na forma de corres-
pondência, devendo conter o aviso de recebimento Art. 73 A conciliação será conduzida pelo Juiz ou
pessoal ou, no caso de pessoa jurídica ou firma indi- por conciliador sob sua orientação.
vidual, será efetuado mediante entrega ao encarrega- Parágrafo único: Os conciliadores são auxiliares da
do da recepção, que deverá, de forma obrigatória, ser Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferente-
identificado ou, sendo necessário, por oficial de jus-
mente entre bacharéis em Direito, excluídos os que
tiça, no entanto, independentemente de mandado ou
exerçam funções na administração da Justiça Criminal.
carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo
de comunicação, conforme dispõe o art. 67. Os atos
praticados em audiência considerar-se-ão desde logo Auxiliares da justiça
cientes as partes, os interessados e defensores. Recrutados na forma de lei local
Conciliadores
Art. 68 A de intimação do autor do fato e do man- Preferencialmente bacharéis em
dado de citação do acusado, deverá ser constado direito
a necessidade do comparecimento, além de uma Excluídos os que exerçam fun-
informação referente a conduta de levar advogado, ções na admnistração da Justiça
com a finalidade de ser acompanhado, tendo como Criminal
a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á desig-
nado defensor público.
A composição civil dos danos é a proposta reali-
zada pelo autor do fato à vítima, a fim de promover
5
Termo Circunstanciado
-3
O termo circunstanciado (TCO) é um procedimen- aceitar, após a homologação pelo juiz, haverá renún-
.3
to administrativo inquisitivo que deverá ser lavrado cia do direito à queixa, extinguindo-se a punibilidade
87
na apuração das infrações penais de menor potencial nos crimes de ação privada pública condicionada a
.2
Art. 69 A autoridade policial ao tomar conheci- a escrito e, homologada pelo Juiz mediante senten-
ed
mento da ocorrência, deverá lavrar o termo cir- ça irrecorrível, terá eficácia de título a ser executa-
gu
Tendo em vista o disposto no final do parágrafo No caso de não ocorrer a composição dos danos
único, cabe ressaltar, que não é possível aplicar a Lei civis, será concedida, de forma imediata, ao ofendido,
nº 9.099 nos crimes e contravenções praticados em a oportunidade de exercer o direito de representação
situação de violência doméstica, uma vez que estes verbal, que deverá ser reduzida a termo (art. 75).
somente se procedem por inquérito policial. Esse é o
entendimento jurisprudencial do STF e STJ. Art. 75 [...]
Caso o suposto autor do fato não queira assinar o Parágrafo único. O não oferecimento da represen-
termo circunstanciado de ocorrência, será lavrado o tação na audiência preliminar não implica deca-
auto de prisão em flagrante e será arbitrada fiança dência do direito, que poderá ser exercido no prazo
12 caso necessário. previsto em lei.
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EXERCÍCIO COMENTADO Importante!
1. (CESPE-CEBRASPE – 2015) No que concerne ao direi- A imposição da sanção, não constará de certidão
to penal, julgue o próximo item. de antecedentes criminais, salvo para os fins pre-
É vedada a prisão em flagrante do autor de contraven- vistos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
ção penal de menor potencial ofensivo, cujo procedi- civis, cabendo aos interessados propor ação cabí-
mento apuratório é inaugurado mediante a lavratura vel no juízo cível, de acordo com o art. 76, § 6º.
de termo circunstanciado.
não faz coisa julgada material e, descumpridas suas à Lei nº 9.099/1995 e o entendimento dos tribunais
68
do-se ao Ministério Público a continuidade da perse- A homologação de transação penal faz coisa julgada
87
cução penal mediante oferecimento de denúncia ou material e, dessa forma, mesmo que cláusulas acor-
.2
Vale destacar que o Juiz poderá reduzir, até a posterior requisição de inquérito policial.
-4
Ademais, para que o autor faça jus ao instituto da ( ) CERTO ( ) ERRADO
ed
do § 2º do artigo 76, não sendo admitida a proposta se Com base na súmula vinculante 35 do STF, a homo-
ficar comprovado: logação da transação penal, prevista no artigo 76
a
lv
I - ter sido o autor da infração condenado, pela e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situa-
an
prática de crime, à pena privativa de liberdade, por ção anterior, possibilitando, ao Ministério Público,
sentença definitiva; a continuidade da persecução penal, mediante ofe-
Lu
pode ser feita em audiência especialmente desig- das neste artigo independem de orientação
87
sexual.
nada para tal finalidade (art. 16).
.2
a possibilidade da substituição da pena pelo paga- tica, no âmbito da família, ou ainda em qualquer
ed
z Garantiu às mulheres em situação de violência É importante saber que, para que haja a aplica-
a
doméstica e familiar o acesso à Defensoria Pública ção da Lei Maria da Penha, você deve observar se a
lv
ou à Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da situação se configura em violência doméstica ocor-
si
lei, tanto em sede policial quanto judicial, devendo rida nos termos do art. 5º da lei. Assim, no caso de
an
o tratamento ser específico e humanizado (art. 28). ex namorado que agride a mulher por causa do fim do
Lu
z Possibilitou ao juiz o decreto de prisão preventiva namoro incide a Lei Maria da Penha.
do agressor quando houver riscos à integridade Entretanto, se a violência ocorreu por motivo que
física ou psicológica da vítima (art. 20). não envolva o término do relacionamento não inci-
z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de dem os dispositivos da Lei Maria da Penha. Ou seja,
para que se dê a aplicação da Lei nº 11.340/06 devem
urgência que obrigam o agressor (art. 22), dentre
estar presentes os seguintes pressupostos de forma
elas a suspensão da posse ou restrição do porte de
cumulativa:
armas do agressor, assim como seu afastamento
do lar e a proibição da aproximação e do contato. z vítima mulher; e
z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de z violência praticada nos termos do art. 5º da Lei nº
urgência à ofendida (art. 23), dentre as quais o enca- 11.340/06.
minhamento para programa de proteção; a recondu-
ção ao domicílio após o afastamento do agressor etc. Veja que a incidência da Lei Maria da Penha inde-
pende da orientação sexual dos envolvidos, ou seja,
Vamos então analisar os pontos mais relevantes da numa relação homoafetiva feminina haverá a aplica-
14 Lei Maria da Penha. ção dos dispositivos da Lei nº 11.340/06. Em relações
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homoafetivas masculinas não há previsão de incidên- z Violência psicológica
cia da Lei Maria da Penha.
Vale ressaltar que o homem pode ser vítima de vio- Qualquer conduta que cause dano emocional e
lência doméstica e familiar porém, não será aplicado a diminuição da autoestima, entre outras formas
lei Maria da Penha e sim, responderá por outros crimes. de prejuízo à saúde psicológica
Conforme o art. 6º, a violência doméstica e fami- Exemplos: ameaças, perseguição, constrangi-
liar contra a mulher constitui uma das formas de vio- mento, humilhação, manipulação, isolamento
lação dos direitos humanos: (proibir de sair de casa ou de falar com outras
pessoas ou parentes), vigilância constante
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a
mulher constitui uma das formas de violação dos z Violência Sexual
direitos humanos.
Qualquer conduta que atinja os direitos sexuais
As formas de violência doméstica e familiar contra
e reprodutivos
a mulher encontram-se dispostas no art. 7º da Lei nº
Exemplos: estupro (inclusive entre marido e
11.340/06:
mulher), impedir o uso de anticoncepcionais,
forçar a abortar, obrigar a se prostituir
I - a violência física, entendida como qualquer
conduta que ofenda sua integridade ou saúde
corporal; z Violência patrimonial
II - a violência psicológica, entendida como
qualquer conduta que lhe cause dano emocional e Qualquer qualquer conduta que configure
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique retenção, subtração, destruição parcial ou
e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
degradar ou controlar suas ações, comportamen- documentos pessoais, bens, valores e direitos
tos, crenças e decisões, mediante ameaça, constran- ou recursos econômicos
gimento, humilhação, manipulação, isolamento, Exemplos: apropriar-se do salário, controlar o
vigilância constante, perseguição contumaz, insul- dinheiro, destruir documentos pessoais, causar
to, chantagem, violação de sua intimidade, ridicu- danos a objetos dos quais a vítima goste.
larização, exploração e limitação do direito de ir e
vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;
z Violência moral
III - a violência sexual, entendida como qualquer
conduta que a constranja a presenciar, a manter Qualquer conduta que configure calúnia, difa-
ou a participar de relação sexual não desejada, mação ou injúria
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da Exemplos: rebaixar a vítima por meio de xin-
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de gamentos que atingem sua índole, tentar man-
qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de char a reputação, expor a vida íntima
5
usar qualquer método contraceptivo ou que a force
-3
qualquer conduta que configure retenção, subtra- Art. 8º A política pública que visa coibir a violência
-4
ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins- doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por
meio de um conjunto articulado de ações da União,
es
conduta que configure calúnia, difamação ou Ministério Público e da Defensoria Pública com as
lv
Segurança Pública, entre outras normas e políticas Os artigos 10 ao 12-C trazem as principais condu-
.3
públicas de proteção, e emergencialmente quando tas que devem ser tomadas pelas autoridades policiais
87
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclu- a mulher, entre elas a proteção policial; encaminha-
63
são da mulher em situação de violência doméstica e mento ao hospital/IML; encaminhamento para assis-
-4
familiar no cadastro de programas assistenciais do tência jurídica; acompanhamento até o domicílio para
governo federal, estadual e municipal.
es
violência doméstica e familiar, para preservar sua domicílio ou local de convivência com a vítima, incluí-
gu
ra pública, integrante da administração direta ou Art. 10-A É direito da mulher em situação de vio-
si
para assegurar a retirada de seus pertences z Tem o prazo de até 48 horas após o recebimento
.3
do local da ocorrência ou do domicílio familiar; pelo juiz para serem concedidas, mas podem ser
87
ridos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclu- z Podem ser aplicadas de forma isolada ou cumulati-
63
sive os de assistência judiciária para o eventual va, podendo ser substituídas, caso necessário;
-4
ajuizamento perante o juízo competente da ação z A intimação ou notificação ao agressor não pode
de separação judicial, de divórcio, de anulação de
es
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida ser afiançável pelo juiz, afastando a hipótese de fiança
.2
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, contra a mulher nas situações da Lei Maria da Penha,
Lu
sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda o legislador optou por afastar a incidência da Lei nº
dos filhos e alimentos; 9.099/95, Lei dos Juizados Especiais, que beneficiaria
IV - determinar a separação de corpos. o agressor em vários aspectos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofen-
dida em instituição de educação básica mais próxi-
ma do seu domicílio, ou a transferência deles para
essa instituição, independentemente da existência de
EXERCÍCIOS COMENTADOS
vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
Art. 24 Para a proteção patrimonial dos bens da 1. (VUNESP — 2018) Nos termos da Lei no 11.340/2006
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade (Lei Maria da Penha), é correto afirmar que
particular da mulher, o juiz poderá determinar,
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: a) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica
I - restituição de bens indevidamente subtraídos e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou
pelo agressor à ofendida; outras de prestação pecuniária, bem como a substitui-
II - proibição temporária para a celebração de atos e ção de pena que implique o pagamento isolado de multa.
contratos de compra, venda e locação de proprieda- b) em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução cri-
18 de em comum, salvo expressa autorização judicial; minal, caberá a prisão temporária do agressor, decretada
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pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público a) a violência doméstica e familiar contra a mulher consti-
ou mediante representação da autoridade policial. tui uma das formas de violação dos direitos humanos.
c) a ofendida deverá ser notificada dos atos processuais b) tal norma não é aplicável aos crimes praticados com
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao violência doméstica e familiar contra crianças e ado-
ingresso e à saída da prisão, sendo desnecessária a inti- lescentes de sexo feminino.
mação do advogado constituído ou do defensor público. c) não caracteriza violência moral a conduta que configu-
d) é direito da mulher em situação de violência doméstica re calúnia, difamação ou injúria contra a mulher.
e familiar o atendimento policial e pericial especializa- d) é permitida a aplicação, nos casos de violência
do, ininterrupto e prestado por servidores – exclusiva- doméstica e familiar contra a mulher, de penas de
mente do sexo feminino. cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem
e) as medidas protetivas de urgência somente poderão como a substituição de pena que implique o pagamen-
ser concedidas pelo juiz, após representação do Dele- to isolado de multa.
gado de Polícia ou a requerimento do Ministério Públi- e) aplica-se a Lei n.º 9.099/1995 – Juizados Especiais
co, desde que com anuência da ofendida. Cíveis e Criminais – aos crimes praticados com violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher.
A alternativa A está correta pois apresenta correta-
mente o texto do art. 17 da Lei nº 11.340/06 segundo Conforme vimos, de acordo com o art. 6º da Lei nº
o qual “é vedada a aplicação, nos casos de violência 11.340/06 a violência doméstica e familiar contra a
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de mulher constitui uma das formas de violação dos
cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem direitos humanos. A alternativa B está incorreta
como a substituição de pena que implique o pagamen- porque a lei não faz qualquer ressalva, sendo apli-
to isolado de multa.” A letra B está incorreta pois tro- cada nos crimes cometidos contra mulheres sejam
ca prisão “provisória”, prevista na lei, pela expressão elas crianças, adolescentes ou idosas. A letra C está
“temporária”. A alternativa C está errada, pois altera incorreta, pois o conceito de violência moral engloba
qualquer conduta que configure calúnia, difamação
a redação do art. 21 ao afirmar “sendo desnecessária
ou injúria. A alternativa D está errada, pois a lei proí-
a intimação do advogado constituído ou do defensor
be a aplicação de tais penas, conforme dispõe o art.
público”. A alternativa D está incorreta por afirmar
17. Por fim, a alternativa E está incorreta pois a Lei
que o atendimento policial e pericial é feito por servi-
Maria da Penha, em seu art. 41 veda expressamente
dores “exclusivamente” do sexo feminio; a lei fala em
a aplicação da Lei nº 9.099/95. Resposta: Letra A.
“preferencialmente”. Por fim, a letra E está errada por
afirmar que as medidas protetivas somente serão con-
4. (VUNESP — 2019) Nos termos do que reza a Lei Maria
cedidas com a “anuência da ofendida”, o que é desne-
da Penha, nos casos de violência doméstica e familiar
cessário nos termos da lei. Resposta: Letra A.
contra a mulher, é vedada, expressamente, a aplica-
ção, entre outras, de penas
2. (VUNESP — 2018) Nos termos da Lei no 11.340/2006
(Lei Maria da Penha):
a) de cesta básica.
b) de privação de liberdade
5
-3
a) a mulher vítima será inquirida sempre com interme- c) de prestação de serviços à comunidade.
68
b) é direito da mulher em situação de violência domés- A alternativa A apresenta corretamente a única veda-
63
tica e familiar o atendimento pericial especializado, ção relacionada à pena, constante no art. 17 da Lei nº
-4
ininterrupto e prestado por servidores exclusivamente 11.340/06: “Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos
do sexo feminino.
es
do, ininterrupto e prestado por servidores, preferencial- pagamento isolado de multa.” Resposta: Letra A.
a
Podemos destacar que a Lei de Drogas é uma nor- Consideram-se como drogas as substâncias ou os
ma penal em branco, ou seja, ela necessita de um produtos capazes de causar dependência, assim
complemento que traga a definição do que são drogas. especificados em lei ou relacionados em listas atua-
Essa complementação adveio por meio da portaria1 lizadas periodicamente pelo Poder Executivo da
SVS/MS de nº 344, de 12 de maio de 1998, que traz os prin- União (art. 1º, parágrafo único). Resposta: Errado.
cípios ativos das substâncias que poderão ser enquadra-
das como drogas e, consequentemente, a tipificação da SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS
conduta do agente nos crimes elencados nesta Lei. SOBRE DROGAS
A previsão legal de que a referida Lei é uma norma
penal em branco heterogênea provem do art. 1º, pará- O SISNAD é o conjunto ordenado de princípios,
grafo único, combinado com o art. 66. regras, critérios e recursos materiais e humanos que
envolvem as políticas, planos, programas, ações e pro-
Art. 66 Para fins do disposto no parágrafo único jetos sobre drogas, incluindo-se nele, por adesão, o
do art. 1o desta Lei, até que seja atualizada a Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos Esta-
terminologia da lista mencionada no precei-
5
dos, Distrito Federal e Municípios (§ 1º do art. 3º)
-3
de usuários e dependentes de
ce normas para repressão à produção não autorizada drogas
ed
Consoante ao artigo 2º da Lei nº 11.343/2006, é per- § 2° O Sisnad atuará em articulação com o Siste-
mitido o uso de substâncias psicotrópicas derivadas ma Único de Saúde - SUS, e com o Sistema Único de
das plantas de uso estritamente ritualístico-religioso Assistência Social - SUAS.
quando for utilizada para essa finalidade. Um exem-
plo de planta, com substâncias psicotrópicas, usada
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SISNAD
para ritual religioso é a Ayahuasca (sando – daime).
O art. 4º estabelece os princípios do SISNAD.
Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacio-
nal, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a
colheita e a exploração de vegetais e substratos dos I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa
quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, humana, especialmente quanto à sua autonomia e
ressalvada a hipótese de autorização legal ou regu- à sua liberdade;
lamentar, bem como o que estabelece a Convenção II - o respeito à diversidade e às especificidades
de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias populacionais existentes;
1 Você pode encontrar a lista das substâncias previstas na portaria no link a seguir: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/
20 prt0344_12_05_1998_rep.html
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III - a promoção dos valores éticos, culturais e de I - formular e coordenar a execução da Política
cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os Nacional sobre Drogas;
como fatores de proteção para o uso indevido de II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre
drogas e outros comportamentos correlacionados; Drogas, em parceria com Estados, Distrito Federal,
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla Municípios e a sociedade;
participação social, para o estabelecimento dos III - coordenar o Sisnad;
fundamentos e estratégias do Sisnad; IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e fun-
V - a promoção da responsabilidade compartilhada cionamento do Sisnad e suas normas de referência;
entre Estado e Sociedade, reconhecendo a impor- V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas,
tância da participação social nas atividades do prioridades, indicadores e definir formas de finan-
Sisnad; ciamento e gestão das políticas sobre drogas;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos VIII - promover a integração das políticas sobre dro-
fatores correlacionados com o uso indevido de dro- gas com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
gas, com a sua produção não autorizada e o seu IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Muni-
tráfico ilícito; cípios, a execução das políticas sobre drogas, obser-
VII - a integração das estratégias nacionais e inter- vadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;
nacionais de prevenção do uso indevido, atenção e X - estabelecer formas de colaboração com Estados,
reinserção social de usuários e dependentes de dro- Distrito Federal e Municípios para a execução das
gas e de repressão à sua produção não autorizada políticas sobre drogas;
e ao seu tráfico ilícito; XI - garantir publicidade de dados e informações
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério sobre repasses de recursos para financiamento das
Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário visan- políticas sobre drogas;
do à cooperação mútua nas atividades do Sisnad; XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que nacionais de prevenção, tratamento, acolhimento,
reconheça a interdependência e a natureza com- reinserção social e econômica e repressão ao tráfi-
co ilícito de drogas;
plementar das atividades de prevenção do uso
XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes
indevido, atenção e reinserção social de usuários e
transfronteiriços;
dependentes de drogas, repressão da produção não
XIV - estabelecer uma política nacional de controle
autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
de fronteiras, visando a coibir o ingresso de drogas
X - a observância do equilíbrio entre as atividades
no País.
de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas e de
ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,
repressão à sua produção não autorizada e ao seu
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E
tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o
DEPENDENTES DE DROGAS
bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emana-
Da Prevenção
das do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
5
O art. 5º, por sua vez, estabelece os objetivos
-3
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas
.3
Executivo da União, Distrito Federal, Estados e dos serviços públicos comunitários e privados e de
Municípios;
Lu
Criou-se a Semana Nacional de Políticas sobre Dro- sível, de forma multidisciplinar e por equipes
.2
junho, data em que visa a intensificação de ações de: V - observância das orientações e normas emana-
das do Conad;
-4
II - promoção de eventos para o debate público (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
sobre as políticas sobre drogas; VIII - efetivação de políticas de reinserção social
a
mento, acolhimento e reinserção social e econômi- (Incluído pela Lei nº 13.840, de 2019)
IX - observância do plano individual de atendimen-
an
ca de usuários de drogas;
to na forma do art. 23-B desta Lei; (Incluído pela Lei
Lu
rio, por livre manifestação de vontade, consen- saúde física e mental do usuário.
68
te com a internação. A manifestação de vontade Já o PIA deverá contemplar a participação dos fami-
.3
z Internação involuntária – aquela que se dá sem ou dependente de drogas e será atualizado ao longo
gu
to, transportar ou trouxer consigo, para consumo I - advertência sobre os efeitos das drogas;
68
com determinação legal ou regulamentar será sub- III - medida educativa de comparecimento à pro-
87
seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plan- § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput
a
5 (cinco) meses.
si
dependência física ou psíquica. incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas
A título de exemplo, podemos citar o agente que
Lu
A previsão legal da destruição das plantações ilíci- pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e qui-
.3
da data da apreensão, guardando-se amostra neces- condutas previstas ainda que de forma gratuita.
ed
tórios razoáveis de conduta criminal preexistente. a 2/3 (dois terços), desde que o agente seja primário,
.2
Para o enquadramento nos crimes equiparados, criminosas nem integre organização criminosa.
-4
tério Público concluam que a substância se destina ao te artigo, as penas poderão ser reduzidas de um
ed
Em contrapartida a este entendimento, há decisão restritivas de direitos , desde que o agente seja primá-
a
do STF acerca do não enquadramento em conduta rio, de bons antecedentes, não se dedique às ativida-
lv
equiparada no caso de posse de sementes da planta des criminosas nem integre organização criminosa
si
Tráfico privilegia-
Lu
Dica!
Agente Não se dedique às
De acordo com o entendimento do STJ, não é primário atividades criminosas
possível a aplicação do princípio da insignificân- nem integre organização
cia nos delitos de tráfico de drogas e porte de criminosa
substâncias entorpecentes para consumo, pois Bons
26 se tratam de crimes de perigo abstrato. antecedentes
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gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento
Importante! ou qualquer objeto destinado à fabricação, prepa-
As atividades criminosas mencionadas não pre- ração, produção ou transformação de drogas, sem
autorização ou em desacordo com determinação
cisam, necessariamente, ter relação com o tráfi- legal ou regulamentar terá uma pena de reclusão,
co de drogas. de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200
(mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa
Os requisitos descritos devem estar presentes
Em regra geral, o crime do art. 33 absorve o do art.
cumulativamente, para que seja concedida a redu-
34, mas há entendimentos divergentes do STJ neste
ção da pena.
sentido, considerando a quantidade e situações de
Ao contrário do que defende o STJ, o STF possui o
maquinários e drogas sob a custódia do agente.
entendimento de que a quantidade de drogas, por si
só, não é motivo para afastamento da minorante pre-
vista para o tráfico privilegiado. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO
Outro importante entendimento jurisprudencial a
ser considerado é a da possibilidade de serem con- O crime de Associação para o Tráfico está previsto
siderados inquéritos policiais ou investigações cri- no art. 35 e consiste na conduta de associarem-se 2
minais em andamento, a fim de afastar a aplicação (duas) ou mais pessoas para o fim de praticar, rei-
do § 4º ao agente. Tal entendimento colide com o pre- teradamente ou não, quaisquer dos crimes previstos
visto na Súmula nº 444 do STJ, que veda a utilização no art. 33, caput e § 1º e no art. 34.
de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena base. Art. 35 Associarem-se duas ou mais pessoas para
Portanto, a regra geral é que não se pode utilizar o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer
inquéritos policiais e ações penais em curso para agra- dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34
desta Lei:
var a pena base. Contudo, quanto ao crime de tráfico
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e paga-
de drogas, isto é possível, a fim de afastar a aplicação
mento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos)
do privilégio no tráfico de drogas, conforme posicio-
dias-multa.
namento do STJ.
A vedação da substituição da pena privativa de
O art. 288 do Código Penal prevê o crime de Asso-
liberdade por pena restritiva de direitos for declarada
ciação Criminosa. Então, a seguir, disponibilizamos
inconstitucional pelo STF. A parte do artigo que esta-
um quadro comparativo, a fim de que você não con-
belece a vedação teve sua eficácia suspensa pela Reso-
funda esses institutos:
lução nº 5/2012 do Senado Federal.
Vale notar também que o STF não reconhece a
natureza hedionda do tráfico de drogas privilegiado. ART. 288 (ASSOCIAÇÃO ART. 35 (ASSOCIAÇÃO
CRIMINOSA) DO PARA O TRÁFICO) DA
CÓDIGO PENAL LEI 11.343/2006
5
EXERCÍCIO COMENTADO
-3
Requisitos: Requisitos:
68
permanente; permanente;
é um tipo de conteúdo variado porque contém vários
63
caput, § 1º e 34 da lei
ed
tas, sendo considerado pela doutrina como crime Caso os agentes pratiquem o crime de Associação
si
de ação múltipla ou conteúdo variado e, também, para o Tráfico, responderão, também, pelo crime de
an
Importante: Mesmo que o agente pratique, no mes- não é necessária a consumação do crime de Tráfico de
mo contexto fático e sucessivamente, mais de uma Drogas para que os agentes respondam pela associação.
ação típica (ex.: importa, guarda e vende), por força Nas mesmas penas, incorre quem se associa para
do princípio da alternatividade, responderá por cri-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 34 Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, O STF posiciona-se no sentido de que a Associa-
oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer ção para o Tráfico não apresenta natureza de crime
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que hediondo. 27
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COLABORAÇÃO COMO INFORMANTE CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB
O EFEITO DE DROGAS
O art. 37 criminaliza a conduta de colaborar, como
informante, com grupo, organização ou associação O art. 39 estabelece como crime o ato de condu-
destinados para com a prática de qualquer dos crimes zir embarcação ou aeronave após o consumo de dro-
previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34. Aqui, crimina- gas, expondo a dano potencial a incolumidade de
liza-se a conduta da famigerada “mula”. outrem.
Art. 37 Colaborar, como informante, com grupo, Art. 39 Conduzir embarcação ou aeronave após
organização ou associação destinados à prática de o consumo de drogas, expondo a dano potencial a
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e incolumidade de outrem:
§ 1º, e 34 desta Lei: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e além da apreensão do veículo, cassação da habilita-
pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) ção respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo
dias-multa. prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e
pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos)
Este delito comporta um caráter subsidiário, uma vez dias-multa.
que se refere aquele agente que praticou uma conduta Parágrafo único. As penas de prisão e multa, apli-
eventual de auxílio a uma conduta de tráfico de droga. cadas cumulativamente com as demais, serão de
4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos)
a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido
z Exemplo: João está desempregado e seu primo lhe
no caput deste artigo for de transporte coletivo de
oferece uma quantia para que ele informe sobre passageiros.
a movimentação quanto ao tráfico de drogas local
durante um dia inteiro. João, nesse contexto, pode Este tipo penal não engloba a condução de veículos
ser considerado como “mula”, “olheiro”, “infor- automotores. Esta conduta possui previsão própria no
mante” etc. art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro.
Se o agente estiver sob efeito de álcool, não há
Nesta pena incorre, ainda, o policial que sabe de enquadramento no tipo previsto no art. 39.
ações de repressões contra o tráfico de drogas e infor-
ma aos criminosos. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
lamentar, tendo, como pena, a detenção, de 6 (seis) ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de
ed
meses a 2 (dois) anos e pagamento de 50 (cinquenta) a recintos onde se realizem espetáculos ou diversões
gu
ral da categoria profissional a que pertença o agente. unidades militares ou policiais ou em transportes
si
públicos;
an
Art. 38 Prescrever ou ministrar, culposamente, dro- IV - o crime tiver sido praticado com violência, gra-
Lu
gas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo ve ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
em doses excessivas ou em desacordo com determi- processo de intimidação difusa ou coletiva;
nação legal ou regulamentar: V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federa-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ção ou entre estes e o Distrito Federal;
e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) VI - sua prática envolver ou visar a atingir crian-
dias-multa. ça ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de
ao Conselho Federal da categoria profissional a que entendimento e determinação;
pertença o agente. VII - o agente financiar ou custear a prática do
crime.
Trata-se da única modalidade culposa prevista
na Lei de Drogas. Caso a conduta seja praticada na Para ocorrer a incidência da causa de aumento
modalidade dolosa, o agente incorrerá no crime de de pena no que diz respeito aos transportes públi-
Tráfico ilícito de Drogas. cos (III), o sujeito ativo deverá comercializar a droga
O art. 38 consiste em crime próprio, uma vez que ilícita dentro do transporte; caso ele utilize o meio
só poderá ser cometido por agentes credenciados em de deslocamento apenas para ir ao local de destino da
28 determinadas profissões (ex.: médico). comercialização, não é aplicada a causa de aumento
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de pena, conforme o entendimento pacífico do STF Entre as circunstâncias que geram o aumento de pena
(Supremo Tribunal Federal) e STJ (Superior Tribunal para o tráfico de drogas, são de constatação comum no
de Justiça). cotidiano operacional da PRF aquelas que evidenciam
Em contrapartida, em relação aos estabelecimen- a transnacionalidade do delito e o tráfico entre estados
tos prisionais, o STJ já decidiu que basta o delito ser da Federação ou entre estes e o Distrito Federal.
realizado nas imediações, não sendo necessário o
envolvimento de detento ou de pessoas que se dirigis- ( ) CERTO ( ) ERRADO
sem ao estabelecimento prisional.
Caracterizado o tráfico entre Estados da Federação A resposta está correta e encontra embasamento
ou entre estes e o Distrito Federal, para que ocorra a legal no artigo 40, incisos I e V da Lei nº 11.343/2006.
aplicação dessa causa de aumento de pena, não pre- Resposta: Certo.
cisa ocorrer a efetiva transposição da fronteira, de
acordo com o HC 122791/MS, REL.MIN DIAS TOFFOLI, 2. (CESPE-CEBRASPE — 2015) De acordo com o que
17/11/2015. STF, transcrito a seguir: dispõem os artigos da Lei n.º 11.343/2006, definidora
de crimes e medidas para a prevenção do uso indevido
A incidência da causa de aumento de pena prevista de drogas, julgue o item subsequente.
na Lei 11.343/2006 [“Art. 40 As penas previstas nos A transnacionalidade do delito, a prática da conduta
artigos 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto delituosa pelo agente do crime prevalecendo-se de
a dois terços, se: (...) V - caracterizado o tráfico entre função pública e o cometimento do crime nas depen-
Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Fede- dências ou imediações de estabelecimentos prisio-
ral”] não demanda a efetiva transposição da fronteira nais ou em transportes públicos são, entre outras,
da unidade da Federação. Seria suficiente a reunião circunstâncias que resultam no aumento de um sexto
dos elementos que identificassem o tráfico interes- a dois terços da pena do crime de tráfico de drogas.
tadual, que se consumaria instantaneamente, sem
depender de um resultado externo naturalístico. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Veja, ainda, a Súmula 587 do STJ: A resposta está correta e encontra embasamento
legal no artigo 40, incisos II e III da Lei 11.343/2006.
Súmula 587: Para a incidência ad majorante pre- Resposta: Certo.
vista no art. 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária
a efetiva transposição de fronteiras entre estados da OUTRAS INFORMAÇÕES
federação, sendo suficiente a demonstração inequí-
voca da intenção de realizar o tráfico interestadual. Delação Premiada
A respeito do tráfico internacional de drogas, O art. 41 prevê a delação premiada a fim de esti-
importa conhecer o conteúdo da Súmula 528 do STJ, o mular o acusado a fornecer informações aptas a auxi-
qual estabelece que, nos casos de apreensão de dro- liarem nas investigações realizadas.
ga a ser remetida ao exterior, a competência para
5
-3
o julgamento do réu será do juiz federal do local Art. 41 O indiciado ou acusado que colaborar volun-
68
internacional.
Portanto, caso as informações do acusado sejam
es
Recuperação
EXERCÍCIOS COMENTADOS Voluntária total ou parcial
do produto do
1. (CESPE-CEBRASPE — 2016) Acerca das organizações Identificação dos crime
criminosas e do disposto em legislação vigente aplicá- demais autores
vel no combate e na repressão ao tráfico de drogas e da infração
de armas de fogo no Brasil, julgue o item a seguir. 29
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Outras Considerações Art. 45 É isento de pena o agente que, em razão da
dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso
O juiz, no momento da fixação das penas, conside- fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
rará, com preponderância sobre a aplicação da pena, da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a
a natureza e a quantidade da substância ou do pro- infração penal praticada, inteiramente incapaz de
duto, a personalidade e a conduta social do agente. entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.
Art. 42 O juiz, na fixação das penas, considerará, Parágrafo único: Quando absolver o agente, reco-
com preponderância sobre o previsto no art. 59 do nhecendo, por força pericial, que este apresentava,
Código Penal, a natureza e a quantidade da subs- à época do fato previsto neste artigo, as condições
tância ou do produto, a personalidade e a conduta referidas no caput deste artigo, poderá determinar
social do agente. o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para
Art. 43 Na fixação da multa a que se referem os tratamento médico adequado.
arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dis-
põe o art. 42 desta Lei, determinará o número de Exemplo: uma pessoa é forçada a ingerir drogas
dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as con- e comete um crime, estando totalmente inconsciente
dições econômicas dos acusados, valor não inferior do ato que praticou. O fato a isenta, pois não coope-
a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o rou para o estado de inconsciência o qual acarretou
maior salário-mínimo. a ilicitude.
Parágrafo único. As multas, que em caso de con- Para que seja aplicada a isenção de pena prevista
curso de crimes serão impostas sempre cumulati- neste dispositivo, é necessária a produção de prova
vamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,
pericial.
em virtude da situação econômica do acusado, con-
Já as penas podem ser reduzidas de um terço a
siderá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no
máximo. dois terços se o agente não possuir, ao tempo da ação
ou da omissão, a plena capacidade de entender o cará-
ter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
Já na fixação da multa, o juiz, determinará o núme- esse entendimento.
ro de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as
condições econômicas dos acusados, valor não infe- Art. 46 As penas podem ser reduzidas de um terço
rior a 1/30 (um trinta avos) nem superior a 5 (cin- a dois terços se, por força das circunstâncias pre-
vistas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao
co) vezes o maior salário-mínimo. tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade
de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento.
Importante! Art. 47 Na sentença condenatória, o juiz, com base
em avaliação que ateste a necessidade de encami-
As multas que, em caso de concurso de cri-
nhamento do agente para tratamento, realizada
mes, serão impostas, sempre cumulativamente,
5
por profissional de saúde com competência especí-
-3
podem ser aumentadas até o décuplo se, em vir- fica na forma da lei, determinará que a tal se proce-
68
tude da situação econômica do acusado, consi- da, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
.3
reincidente específico.
lv
Execução Penal.
na Lei de Drogas.
Lu
auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do II - requererá sua devolução para a realização de
68
§ 1º Para os efeitos da lavratura do auto de prisão Parágrafo único: A remessa dos autos far-se-á sem
87
reza e quantidade da droga, firmado por perito ofi- I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato,
-4
cial ou, na falta deste, por pessoa idônea. cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de
es
tatação da natureza e quantidade da droga, não fica- II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direi-
gu
rá impedido de participar da elaboração do laudo tos e valores de que seja titular o agente, ou que
a
Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, Já nos crimes previstos nos art. 33, caput e § 1º, e
de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de nos arts. 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar
informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de
no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma as providên- bons antecedentes, assim reconhecido na sentença
cias abaixo apontadas, na forma do art. 54: condenatória (art. 59).
Já se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz § 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da
es
nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, comunicação, determinará a alienação dos bens
ed
concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. apreendidos, excetuadas as armas, que serão reco-
lhidas na forma da legislação específica.
gu
§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cin- O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimen-
a
fiscados (§ 9º).
si
deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qual- dada pelo sistema substituirá a publicação em diá-
68
quer momento quando por este solicitado, informa- rio oficial e em jornais de grande circulação;
.3
antigo proprietário.
Importante!
-4
tor ou proprietário dos bens (§ 6º). O governo brasileiro prestará, quando solicita-
gu
apreendidos ou, ainda, que tenham sido convertidos, Art. 65 De conformidade com os princípios da não-
Lu
deve ser efetuado na Caixa Econômica Federal, por -intervenção em assuntos internos, da igualdade
meio de documento de arrecadação destinado a essa jurídica e do respeito à integridade territorial dos
finalidade (Art. 62-A). Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Já os depósitos devem ser transferidos pela Caixa vigor, e observado o espírito das Convenções das
Econômica Federal, para a conta única do Tesouro Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
Nacional, independentemente de qualquer formalida- internacionais relacionados à questão das drogas,
de, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do de que o Brasil é parte, o governo brasileiro presta-
momento da realização do depósito, os quais ficarão à rá, quando solicitado, cooperação a outros países
disposição do Funad (§ 1º). e organismos internacionais e, quando necessário,
Na hipótese de absolvição do acusado em decisão deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
judicial, o valor do depósito será devolvido a ele pela I - intercâmbio de informações sobre legislações,
Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias experiências, projetos e programas voltados para
úteis, acrescido de juros (§ 2º). atividades de prevenção do uso indevido, de aten-
Com relação à decretação do seu perdimento em ção e de reinserção social de usuários e dependen-
favor da União, o valor do depósito será transformado tes de drogas;
em pagamento definitivo, respeitados os direitos de II - intercâmbio de inteligência policial sobre pro-
eventuais lesados e de terceiros de boa-fé (§ 3º). dução e tráfico de drogas e delitos conexos, em 33
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especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e Federal. Com relação aos crimes praticados nos Muni-
o desvio de precursores químicos; cípios que não sejam sede de vara federal serão pro-
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais cessados e julgados na vara federal da circunscrição
sobre produtores e traficantes de drogas e seus pre- respectiva (Art. 70).
cursores químico. Ademais, encerrado o processo criminal ou arqui-
vado o inquérito policial, o juiz, de ofício, mediante
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS representação da autoridade de polícia judiciária, ou
a requerimento do Ministério Público, determinará a
Art. 66 Para fins desta Lei, consideram-se como dro- destruição das amostras guardadas para contraprova,
gas as substâncias ou os produtos capazes de causar certificando nos autos (art. 72).
dependência, assim especificados em lei ou relaciona- E, por fim, a União poderá estabelecer convênios
dos em listas atualizadas periodicamente pelo Poder com os Estados e com o Distrito Federal, visando à pre-
Executivo da União, até que seja atualizada a termi-
venção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido
nologia da lista mencionada no preceito, denominam-
de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de pre-
-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas,
precursoras e outras sob controle especial, da Porta- venir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e
ria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. reinserção social de usuários e dependentes de drogas
Art. 67 A liberação dos recursos, em favor de Esta- (Art. 73).
dos e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão
e respeito às diretrizes básicas contidas nos convê-
nios firmados e do fornecimento de dados neces-
sários à atualização do sistema, pelas respectivas LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA DO ESTADO
polícias judiciárias. DE SÃO PAULO (LEI COMPLEMENTAR
Art. 67-A Os gestores e entidades que recebam recur-
sos públicos para execução das políticas sobre dro-
Nº207/1979
gas deverão garantir o acesso às suas instalações, à
documentação e a todos os elementos necessários à Os policiais civis de São Paulo são considerados,
efetiva fiscalização pelos órgãos competentes. para todos efeitos, uma forma especial de servidor
Art. 68 A União, os Estados, o Distrito Federal e os público. São especiais no sentido de que eles são
Municípios poderão criar estímulos fiscais e outros, regidos por uma Lei Orgânica própria, ao contrário de
destinados às pessoas físicas e jurídicas que colabo- outros servidores, que são regidos pelo Estatuto dos
rem na prevenção do uso indevido de drogas, aten- Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo. Por
ção e reinserção social de usuários e dependentes isso, vamos analisar, em maiores detalhes, o conteúdo
e na repressão da produção não autorizada e do dessa lei orgânica, que é a Lei Complementar nº 207,
tráfico ilícito de drogas. de 05 de janeiro de 1979.
Art. 69 No caso de falência ou liquidação extrajudi- Os dispositivos trazidos neste material dizem res-
cial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, peito, grosso modo, à estrutura da Polícia Civil, o regi-
de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como
me de cargos públicos e a sua forma de provimento
nos serviços de saúde que produzirem, venderem,
5
e vacância, os direitos e garantias gerais, os deveres,
-3
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, Dada a multiplicidade de leis, em âmbitos dife-
rentes da Federação, é comum ao candidato
gu
Com relação à licitação para alienação de subs- der questões de provas. Primeiramente, é impor-
si
tâncias ou produtos não proscritos, somente podem tante ressaltar que lei federal não se sobrepõe a
an
Da Polícia Civil: Disposições Preliminares e Estrutura Os cargos da Polícia Civil, como podemos analisar,
da Carreira
são diversos, podendo ser de provimento efetivo, ou
em comissão. Os cargos de caráter efetivo têm o seu
5
Finalmente, vamos adentrar ao estudo do regime
-3
jurídico dos policiais civis do Estado de São Paulo. provimento condicionado a uma prévia aprovação
68
Segundo o disposto no art. 9º, a Lei Complementar nº em concurso público de provas ou de provas e títulos.
.3
87
207, de 05 de janeiro de 1979, é a lei que estabelece Segundo o art. 16, o concurso público possui três
.2
O art. 10 trata de alguns conceitos iniciais impor- I - a de prova escrita ou, quando se tratar de pro-
tantes para uma melhor compreensão da matéria.
es
títulos;
z Classe: Conjunto de cargos públicos de natureza
a
II - a de prova oral;
policial da mesma denominação e amplitude de
lv
vencimentos;
de formação técnico-profissional na Academia de
an
z Carreira policial: Conjunto de cargos de nature- concurso público. É preciso que o candidato, quando
za policial civil, de provimento efetivo. A carreira se inscrever, preencha os seguintes requisitos básicos,
policial é o grupo maior, dividindo-se nas diversas todos eles dispostos no art. 18:
séries de classes, que representam o conjunto de
cargos que o agente policial ocupa.
I - ser brasileiro;
II - ter no mínimo 18 (dezoito) anos, e no máximo
As classes e as séries de classes policiais civis que
45 (quarenta e cinco) anos incompletos, à data do
integram o Quadro da Secretaria da Segurança Públi-
ca estão estruturadas da seguinte maneira, nos termos encerramento das inscrições;
do art. 12. Para facilitar os seus estudos, segue uma III - não registrar antecedentes criminais;
tabela contendo os principais títulos de cargos poli- IV - estar em gozo dos direitos políticos;
ciais dentro de cada série de classes, começando com V - estar quite com o serviço militar;
a série da Tabela I (SQC-I), até a Tabela III (ou SQC-III). VI – (REVOGADO). 35
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prorrogado por mais quinze dias, a requerimento do
Importante! interessado (§ 1º do art. 28).
O texto do inciso VI tratava como requisito Uma vez tomado posse, deve o policial civil entrar
essencial que o candidato tivesse altura míni- em efetivo exercício, passando a exercer as atribui-
ções impostas a ele pelo cargo que passou a ocupar.
ma de 1,60 m para os candidatos aos cargos
Nos termos do art. 30, o exercício terá início dentro de
de Delegado de Polícia, Investigador de Polícia,
quinze dias, contados da data da posse, ou da data da
Carcereiro e Motorista Policial. Atualmente, esse publicação do ato no caso de remoção.
requisito referente à altura não é mais exigido. É interessante o conteúdo do § 2º do art. 30:
I - não atingir o mínimo de frequência estabelecida por uma das seguintes formas:
es
para o curso;
ed
no concurso (art. 23). Uma vez terminada toda a fase Para os demais integrantes das demais séries de
Lu
do concurso, e sendo o candidato aprovado, ele deve classes e cargos de polícia civil, a remoção será feita:
seguir o mesmo caminho que os demais servidores
Art. 37 [...]
públicos: assinar termo de posse e entrar em efetivo
I - a pedido;
exercício.
II - por permuta ou ainda;
A posse é o ato que investe o cidadão, é o ato que III - no interesse do serviço policial.
formaliza a investidura do cargo de policial civil. Art. 38 A remoção só poderá ser feita, respeitada a
Segundo o art. 25, são competentes para dar posse: o lotação cada unidade policial.
Secretário da Segurança Pública, o Delegado Geral de
Polícia; o Delegado Geral de Polícia, os Delegados de O art. 39 trata de uma vedação importante para a
Polícia; e o Diretor do Departamento de Administra- remoção, vejamos:
ção da Polícia Civil, nos demais casos.
O que difere o regime dos policiais civis dos Art. 39 O policial civil não poderá, ser removido
demais servidores estaduais diz respeito ao prazo no interesse serviço, para município diverso do
para assinar termo de posse. A posse, nesse caso, será de sua sede de exercício, no período de 6 (seis)
feita no prazo de quinze dias, contados da publicação meses antes e até 3 (três) meses após a data
36 do ato de provimento, no órgão oficial, podendo ser das eleições.
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Parágrafo único: Esta proibição vigorará no caso gratificações, os adicionais, a ajuda de custo e o trans-
de eleições federal estaduais ou municipais, realiza- porte são as vantagens às quais o agente policial tem
das de forma isolada ou simultaneamente. direito.
Além do valor do padrão do cargo e sem prejuízo
A intenção dessa vedação é justamente não impe- das vantagens previstas no Estatuto dos Servidores
dir que o servidor policial civil não possa exercer o Estaduais (Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1978), e
seu direito de voto. demais benefícios previstos em legislação pertinente,
o policial civil fará jus as seguintes vantagens pecu-
DOS DIREITOS, GARANTIAS E VANTAGENS niárias, de acordo com o art. 43:
Da remuneração do agente policial: estrutura básica I - gratificação por regime especial de trabalho policial;
II - ajuda de custo, sendo devido nos casos de remoção
O principal motivo pelo qual as pessoas desejam
ingressar em cargos públicos é pelo regime estatutá- A gratificação por regime especial de trabalho
rio apresentar uma série de direitos, benefícios, prer- policial é um benefício bastante característico dos
rogativas, enfim, diversas vantagens que geralmente policiais civis, pois o trabalho de um agente da Polícia
não se adquire tão facilmente na vida privada, traba-
Civil apresenta diversas situações que põem em risco
lhando como empregado.
a vida do agente. Sobre o tema, o art. 44 salienta que
Para os agentes policiais, no caso, eles também
o exercício dos cargos policiais civis dar-se-á, necessa-
gozam de diversos benefícios que veremos em maio-
riamente, em Regime Especial de Trabalho Policial
res detalhes. Os direitos, benefícios e vantagens dos
(RETP), que é caracterizado:
policiais civis são divididos em dois grandes grupos:
o primeiro é o grupo dos benefícios de natureza
I) pela prestação de serviços em condições precá-
pecuniária (que incidem sobre a sua remuneração).
rias de segurança, cumprimento de horário irre-
O segundo grupo são os benefícios de natureza não
gular, sujeito a plantões noturnos e a chamadas a
pecuniária.
qualquer hora;
Sobre os direitos e benefícios pecuniários, é impor- II) pela proibição do exercício de atividade remune-
tante, primeiro, determinar como funciona a remune- rada, exceto aquelas: a) relativas ao ensino e à difu-
ração do policial civil. são cultural; e b) aquelas decorrentes de convênio
O vencimento é a retribuição pecuniária mensal firmado entre Estado e municípios ou com associa-
devida ao servidor, correspondente ao padrão fixado ções e entidades privadas para gestão associada de
em lei. A remuneração, por sua vez, é o vencimento serviços públicos, cuja execução possa ser atribuí-
do cargo acrescido das vantagens pecuniárias perma- da à Polícia Civil;
nentes ou temporárias, estabelecidas em lei. O venci- III) pelo risco de o policial tornar-se vítima de crime
mento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de no exercício ou em razão de suas atribuições.
caráter permanente, são irredutíveis, não podem ter
5
-3
seu valor menor do que o mínimo. É uma garantia Como podemos ver, o regime especial de trabalho
68
Adicionais
si
porte do agente ao hospital, bem como para o trans- ele pode receber um elogio. O elogio será utilizado
.3
porte da família até o local do domicílio ao óbito, na como critério na sua avaliação de desempenho, que
87
hipótese de o agente viver em localidade diversa da influencia diretamente em o quanto ele ganha a título
.2
O auxílio-funeral é tratado pelo art. 51: para elogio o cumprimento dos deveres impostos ao
-4
policial civil.
Por fim, a lei também faz menção ao direito de
es
inativo, será concedido auxílio-funeral, a título de É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídi-
a
(um) mês da respectiva remuneração. petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para
si
defesa de direitos
an
nefícios previstos no art. 48 é que este é apenas devi- A Administração Pública obrigada é a respon-
do para o policial que tenha se acidentado ou falecido der todos os requerimentos encaminhados a ela. Em
dentro do serviço. O auxílio-funeral é devido indepen- nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-
dentemente se o falecimento se der a serviço ou não. -se a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição,
No caso de ficar comprovado, por meio de compe- sob pena de responsabilidade do agente (parágrafo
tente apuração, que o óbito do policial civil decorreu único do art. 55).
de lesões recebidas no exercício de suas funções ou O direito de petição é uma garantia constitucio-
doenças delas decorrentes, o benefício será acrescido nal, sendo aplicável tanto no processo administrativo
do valor correspondente a mais um mês da respectiva como no processo judicial. É absolutamente vedado
remuneração, cujo pagamento será efetivado mediante exigir uma contraprestação quando um cidadão resol-
apresentação de alvará judicial (§ 2º do art. 51). ve peticionar contra o Estado, exigindo que ele apre-
Os art. 52 e 53 tratam sobre alguns benefícios de sente uma resposta ao seu requerimento.
natureza não pecuniária. Vejamos: Tratando mais especificamente do servidor poli-
O policial civil que sofrer lesões no exercício de cial, a ele é assegurado o direito de requerer ou repre-
suas funções deverá ser encaminhado a qualquer sentar, bem como, nos termos desta lei complementar,
38 hospital, público ou particular, às expensas do Estado. pedir reconsideração e recorrer de decisões (art. 57).
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Apesar da Lei Complementar somente fazer men- X - residir na sede do município onde exerça o cargo
ção aos recursos mais adiante, é importante conhecer ou função, ou onde autorizado;
as principais peças que são utilizadas dentro do pro- XI - frequentar, com assiduidade, para fins de aper-
cesso administrativo: feiçoamento e atualização de conhecimentos pro-
fissionais, cursos instituídos periodicamente pela
Academia de Polícia;
z O direito de peticionar abrange o requerimento, a
XII - portar a carteira funcional;
reconsideração e o recurso;
XIII - promover as comemorações do “Dia da Polí-
z O requerimento será dirigido à autoridade compe-
cia” a 21 de abril, ou delas participar, exaltando o
tente para decidir sobre ele e encaminhá-lo à que vulto de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes,
estiver imediatamente subordinado o requerente; Patrono da Polícia;
z O direito de pedir reconsideração será exercido XIV - ser leal para com os companheiros de tra-
perante a autoridade que houver expedido o ato, balho e com eles cooperar e manter espírito de
ou proferido a primeira decisão; solidariedade;
z Caberá recurso, quando do indeferimento do XV - estar em dia com as normas de interesse
pedido de reconsideração, bem como das decisões policial;
sobre os recursos sucessivamente interpostos. XVI - divulgar para conhecimento dos subordina-
dos as normas referidas no inciso anterior;
DOS DEVERES, DAS TRANSGRESSÕES XVII - manter discrição sobre os assuntos da repar-
DISCIPLINARES E DAS RESPONSABILIDADES tição e, especialmente, sobre despachos, decisões e
providências.
Se os servidores públicos, em geral, possuem uma
gama de direitos e benefícios, por outro lado, a eles Por outro lado, temos as transgressões discipli-
se aplica um rigoroso regime disciplinar, que apu- nares, previstas no art. 63. São condutas tipificadas
ra quais são os deveres principais que todo servidor pela Lei Complementar que o policial deve se abs-
tem, e também tipifica condutas que o servidor deve ter de fazer (por isso, são vedações). Novamente, é
se abster de praticar, porque são incompatíveis com importante a leitura da Lei seca:
o exercício do funcionalismo público e mancham a
Art. 63 São transgressões disciplinares:
reputação da Administração Pública. Se um servidor
I - manter relações de amizade ou exibir-se em públi-
pratica uma dessas condutas proibidas, será severa-
co com pessoas de notórios e desabonadores antece-
mente punido. dentes criminais, salvo por motivo de serviço;
Os servidores policiais civis, dada a sua grande II - constituir-se procurador de partes ou servir de
importância para as funções estatais, também pos- intermediário, perante qualquer repartição públi-
suem uma grande gama de deveres e de vedações, ca, salvo quando se tratar de interesse de cônjuge
isso é, de condutas que ele deve fazer, e de condutas ou parente até segundo grau;
que ele está proibido de fazer. III - descumprir ordem superior, salvo quando
manifestamente ilegal, representando neste caso;
5
Dica IV - não tomar as providências necessárias ou dei-
-3
O que fundamenta esse regime de deveres e competente, faltas ou irregularidades de que tenha
.3
mento de obrigação;
art. 62. A melhor forma de memorizá-los é pela leitura IX - faltar, chegar atrasado ou abandonar escala de
gu
III - cumprir as normas legais e regulamentares; tarefa sem expressa permissão da autoridade
IV - zelar pela economia e conservação dos bens do competente;
Estado, especialmente daqueles cuja guarda ou uti- XI - usar vestuário incompatível com o decoro da
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
terceiro;
XXXI - maltratar ou permitir maltrato físico ou segundo grau, salvo quando se tratar de função de
.3
XXXIV - tratar o superior hierárquico, subordinado do policial civil. É algo bastante similar à responsa-
es
ou colega sem o devido respeito ou deferência; bilidade do servidor público em geral. O policial civil
ed
XXXV - faltar à verdade no exercício de suas apresenta tríplice responsabilidade, uma vez que ele
gu
funções;
XXXVI - deixar de comunicar incontinente à auto- Art. 65 responde civil, penal e administrativamen-
a
turbação da ordem pública ou qualquer fato que ficando sujeito, cumulativamente, às respectivas
exija intervenção policial;
an
cominações.
XXXVII - dificultar ou deixar de encaminhar expe- Art. 66 A responsabilidade civil decorre de conduta
Lu
diente à autoridade competente, se não estiver na funcional, comissiva ou omissiva, dolosa ou cul-
sua alçada resolvê-lo; posa, que acarrete prejuízo para o patrimônio da
XXXVIII - concorrer para o não cumprimento ou Fazenda Pública ou de terceiros.
retardamento de ordem de autoridade competente;
XXXIX - deixar, sem justa causa, de submeter-se a A responsabilidade penal abrange os crimes e con-
inspeção médica determinada por lei ou pela auto- travenções imputados, por lei, ao policial civil, nesta
ridade competente;
qualidade. A responsabilidade administrativa, por outro
XL - deixar de concluir nos prazos legais, sem moti-
lado, consiste na instauração de processo disciplinar
vo justo, procedimento de polícia judiciária, admi-
pelo qual haverá a verificação da conduta delituosa do
nistrativos ou disciplinares;
XLI - cobrar taxas ou emolumentos não previstos agente, bem como a aplicação da pena mais adequada.
em lei; É imprescindível reforçar que a aplicação de qual-
XLII - expedir identidade funcional ou qualquer tipo quer pena ao servidor público pressupõe um processo
de credencial a quem não exerça cargo ou função administrativo, sendo assegurado ao acusado direito
policial civil; ao contraditório e à ampla defesa, sendo obrigatória,
XLIII - deixar de encaminhar ao órgão competente, inclusive, a presença do advogado em todas as fases
40 para tratamento ou inspeção médica, subordinado do referido processo (Súmula nº 343 do STJ). Todavia,
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tal entendimento vem sofrendo alteração, pois o STF Compete exclusivamente ao Governador do Esta-
já reconheceu em Súmula Vinculante nº 5 entendi- do a aplicação das penas de demissão, demissão a
mento de que a falta de defesa técnica no processo bem do serviço público e cassação de aposentadoria
administrativo disciplinar não é inconstitucional. ou disponibilidade a Delegado de Polícia. Compete ao
Segundo o § 1º do art. 65, a responsabilidade admi- Governador, ao Secretário da Segurança Pública e ao
nistrativa é independente da civil e da criminal. Essas Delegado Geral de Polícia, a aplicação de pena a Dele-
três esferas de responsabilidade são independentes e gado de Polícia.
não se comunicam entre si. Contudo, essa regra apre- A pena de advertência é uma das mais brandas,
senta uma importante exceção: a responsabilidade sendo aplicada verbalmente, no caso de falta de cum-
patrimonial e administrativa do servidor será afasta- primento dos deveres, ao infrator primário. Impor-
da no caso de absolvição criminal que dê como prova- tante o texto do parágrafo único do art. 71:
da a inexistência do fato ou que negue a sua autoria.
Esquematicamente, podemos dividir as três esferas a pena de advertência não acarreta perda de venci-
de responsabilidade, destacando-se a sua natureza, os mentos ou de qualquer vantagem de ordem funcio-
tipos de sanções que são impostas, e da possibilidade nal, mas contará pontos negativos na avaliação de
delas comunicarem-se entre si: desempenho.
Sanção: restitui- Sanção: advertên- Sanção: decreta- Segundo o Parágrafo único do art. 72,
ção de valores ao cia, repreensão, ção de prisão, res-
erário suspensão, demis- trição de direitos a pena de repreensão poderá ser transformada em
são, cassação de advertência, aplicada por escrito e sem publicidade.
aposentadoria
A pena de suspensão, prevista no art. 73, será apli-
Não se comunica Não se comunica Não se comunica,
cada nos casos de:
exceto quando
não se configura
crime, ou seja I - descumprimento dos deveres e transgressão dis-
negada autoria do ciplinar, ocorrendo dolo ou má fé;
agente II - reincidência em falta já punida com repreensão.
5
-3
Na hipótese de o policial civil ter cometido umas ser convertida em multa, na base de 50% por dia, do
das referidas transgressões mencionadas, ele estará
.3
sujeito a uma das seguintes sanções disciplinares, fica obrigado a permanecer em serviço.
.2
todas elas dispostas no art. 67: Será aplicada a pena de demissão, de acordo com
63
I - advertência;
II - repreensão; I - abandono de cargo;
es
V - insubordinação grave;
lv
VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. VI - ausência ao serviço, sem causa justificável, por
si
em razão da falta cometida houver conveniência nes- Um pequeno macete para decorar as hipóteses
se afastamento para o serviço policial. de demissão simples: ao pegar a primeira letra
O art. 70 trata das pessoas competentes para de cada inciso, forma-se a expressão “A PIA IA”
aplicar as respectivas sanções disciplinares. São os Abandono de cargo;
seguintes: Procedimento irregular;
Ineficiência intencional e reiterada no serviço;
I - o Governador;
Aplicação indevida de dinheiros públicos;
II - o Secretário da Segurança Pública;
III - o Delegado Geral de Polícia, até a de suspensão;
Insubordinação Grave;
IV - o Delegado de Polícia Diretor da Corregedoria, Ausência ao serviço.
até a sanção de suspensão limitada a 60 (sessenta)
dias; O art. 75 trata dos casos de demissão a bem do
V - os Delegados de Polícia Corregedores Auxilia- serviço público. Não se confunde com a demis-
res, até a sanção de repreensão. são simples, porque aqui o policial civil não precisa 41
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necessariamente causar algum prejuízo para a Admi- z pelo prazo de prescrição em abstrato da pena cri-
nistração Pública: a sua conduta, mesmo que não minal, a falta prevista em lei como infração penal.
possua relação com o exercício da função pública, é
causa para que ocorra o seu desligamento forçado. A prescrição começa a correr do dia em que a falta
Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço for cometida; ou do dia em que tenha cessado a conti-
público, nos casos de: nuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou
permanentes. A prescrição será interrompida quando
I - conduzir-se com incontinência pública e escan- houver portaria que instaura sindicância e/ou do pro-
dalosa e praticar jogos proibidos; cesso administrativo.
II - praticar ato definido como crime contra a Admi-
nistração Pública, a Fé Pública e a Fazenda Pública Do processo administrativo disciplinar: da
ou previsto na Lei de Segurança Nacional; sindicância e do procedimento ordinário
III - revelar dolosamente segredos de que tenha
conhecimento em razão do cargo ou função, com Já vimos que o agente policial está sujeito à aplica-
prejuízo para o Estado ou particulares; ção de diversas penas, devido ao seu rigoroso regime
IV - praticar ofensas físicas contra funcionários, disciplinar. Resta-nos ver agora como essa sanção é
servidores ou particulares, salvo em legítima imposta. Para isso, temos o Processo Administrativo
defesa; Disciplinar (ou PAD).
V - causar lesão dolosa ao patrimônio ou aos cofres O Processo Administrativo Disciplinar é o meio
públicos; perante o qual a autoridade competente apura as
VI - exigir, receber ou solicitar vantagem indevida, transgressões cometidas pelos agentes públicos, apli-
diretamente ou por intermédio de outrem, ainda cando a eles as respectivas sanções. É garantido a
que fora de suas funções, mas em razão destas; todos os servidores públicos, inclusive para os poli-
VII - provocar movimento de paralisação total ou ciais civis do Estado de São Paulo.
parcial do serviço policial ou outro qualquer servi- A autoridade que tiver ciência de irregularidade
ço, ou dele participar; no serviço público é obrigada a promover a sua apu-
VIII - pedir ou aceitar empréstimo de dinheiro ou ração imediata, mediante sindicância ou processo
valor de pessoas que tratem de interesses ou os administrativo disciplinar, assegurada ao acusado
tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua ampla defesa (art. 87).
fiscalização; Segue um fluxograma sobre o funcionamento do
IX - exercer advocacia administrativa; Processo Administrativo Disciplinar:
X - praticar ato definido como crime hediondo, tor-
tura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins
e terrorismo; Procedimento
XI - praticar ato definido como crime contra o Sis- Sindicância Administrativo Recursos
tema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de Ordinário
bens, direitos ou valores;
XII - praticar ato definido em lei como de improbidade.
5
Da sindicância
-3
77. É a sanção aplicável ao policial civil que não está A sindicância é o procedimento instaurado quan-
.3
trabalha mais).
63
I - praticou, quando em atividade, falta para a qual mar que a sindicância é como se fosse a “fase investi-
é cominada nesta lei a pena de demissão ou de gativa”, pois o fim dela não resulta em uma sentença
a
lv
demissão a bem do serviço público; ou decisão: ela serve primordialmente para apurar o
si
II - aceitou ilegalmente cargo ou função pública; que ocorreu, e se é necessário instaurar o processo
an
III - aceitou representação de Estado estrangeiro posteriormente. Apesar disso, é possível que a sindi-
sem prévia autorização do Presidente da República. cância resulte na aplicação de pena de repreensão ou
Lu
O processo disciplinar é dividido em três fases: I) integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias
63
tituir a comissão; II) instrução, em que temos o Em qualquer fase do processo, poderá o presiden-
te, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar
es
so administrativo
previstos no art. 105.
an
Art. 98 Autuada a portaria e demais peças pree- Art. 115 Terão forma processual resumida, quan-
xistentes, o presidente deve designar dia e hora do possível, todos os termos lavrados pelo secre-
para audiência de interrogatório, determinando a tário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, 43
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intimação, data de recebimento, bem como certi- requerente para, no prazo de oito dias, oferecer rol
dões e compromissos. de testemunhas, ou requerer outras provas que pre-
tenda produzir. No processamento da revisão, serão
O art. 118 traz um conteúdo muito importante observadas as normas previstas nessa lei complemen-
em relação à prescrição da reincidência. Decorridos tar para o processo administrativo (art. 127, parágrafo
cinco anos de efetivo exercício, contados do cumpri- único).
mento da sanção disciplinar, sem cometimento de A decisão que julgar procedente a revisão poderá
nova infração, não mais poderá aquela ser conside- alterar a classificação da infração, absolver o punido,
rada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de modificar a pena ou anular o processo, restabelecen-
reincidência. do os direitos atingidos pela decisão reformada (art.
128).
Dos recursos e da revisão no processo Da revisão não pode resultar agravamento da
administrativo pena, algo que a doutrina costuma denominar de
vedação à reformatio in pejus. Se a revisão foi reque-
O processo não precisa se encerrar com apenas rida pelo próprio agente policial, ele não pode sair
uma decisão: é admitido interpor recurso ou pedido prejudicado com, por exemplo, aumento da pena da
de reconsideração. O recurso poderá ser interposto, decisão administrativa.
por uma única vez, contra decisão que aplicar penali-
dade, nos termos do artigo 119. O prazo para recorrer DECRETO ESTADUAL Nº 60.449/2014 – DO
é de trinta dias, contados da publicação da decisão PROCEDIMENTO RELATIVO À REALIZAÇÃO
impugnada no Diário Oficial do Estado. DE CONCURSOS PÚBLICOS NO ÂMBITO DA
Uma vez interposto, o recurso será apresentado à ADMINISTRAÇÃO DIRETA E AUTÁRQUICA DO
autoridade que aplicou a pena, que terá o prazo de ESTADO E DÁ PROVIDÊNCIAS CORRELATAS.
dez dias para, motivadamente, manter sua decisão ou
reformá-la. Mantida a decisão, ou reformada parcial- O Decreto Estadual nº 60.449, de 15 de maio de
mente, será imediatamente encaminhada a reexame 2014, regulamenta os procedimentos relativos à rea-
pelo superior hierárquico (art. 119, parágrafos). Já o lização de concursos públicos, no âmbito da Adminis-
pedido de reconsideração, nos termos do art. 120, será tração direta e autárquica do Estado de São Paulo.
interposto contra decisão tomada pelo Governador do É uma norma muito importante para a
Estado em única instância, no prazo de trinta dias. Administração Pública Estadual, uma vez que a grande
Segundo o texto do art. 121, maioria de seus agentes, servidores e/ou empregados
são admitidos dentro de seus órgãos e repartições
os recursos não têm efeito suspensivo; os que forem mediante aprovação em concurso público. Consideran-
providos darão lugar às retificações necessárias, do também que é um decreto relativamente pequeno,
retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. é imprescindível conhecer e analisar os seus principais
dispositivos.
Todavia, o texto desse dispositivo não é totalmen-
5
-3
te verdadeiro: pode o recorrente, desde que esteja Da autorização para abertura do concurso público
68
corretamente (tempestivo), requerer a suspensão da O Decreto trata, de modo geral, de todo o proces-
87
decisão que corre contra ele. so em que deve ser feito para a abertura do concurso
.2
O que o texto do dispositivo expõe é que os recur- público dentro da Polícia Civil de São Paulo. O concur-
63
sos não têm efeito suspensivo de ofício. O efeito sus- so público é um ato administrativo e, assim como todo
-4
pensivo deve ser concedido toda vez que houver justo ato, tem prazo para começar a surtir efeitos, e depois
receio de prejuízo, de reparação difícil ou incerta.
es
dos, ou vícios insanáveis de procedimento, que pos- emprego público de caráter permanente, norteado
Lu
sam justificar redução ou anulação da pena aplicada. pelos princípios da: I - legalidade; II - impessoalida-
Na revisão, o ônus da prova cabe ao requerente. de; III - moralidade; IV - publicidade, e V - eficiência.
O art. 123 apresenta um conteúdo importante: a
pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. É Não há nenhuma grande novidade no texto do
o que se costuma chamar de proibição da reformatio artigo 2º, ainda mais para quem já estudou a maté-
in pejus, pois, se a revisão foi solicitada pelo próprio ria de Direito Administrativo. Os princípios elencados
servidor transgressor, seria injusto que da revisão pelo dispositivo são, praticamente, os mesmos princí-
resultasse um agravamento de sua pena. pios constitucionais e fundamentais da Administra-
A revisão não precisa ser requerida pessoalmente ção Pública Federal, previstos no caput do artigo 37 da
pelo funcionário. Segundo o art. 124, quando o inte- CF/1988. Para relembrar:
ressado for falecido ou incapaz, a revisão poderá ser
requerida por seu curador, cônjuge, companheiro, z Princípio da Legalidade: Fruto da própria noção
ascendente, descendente ou irmão, sempre por inter- de Estado de Direito, as atividades do gestor
médio de advogado. público estão submissas à forma da lei. A legali-
Recebido o pedido, o presidente providencia- dade promove maior segurança jurídica para os
44 rá o apensamento dos autos originais e notificará o administrados, na medida em que proíbe que a
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Administração Pública pratique atos abusivos. Ao b) a pretendida alocação da força de trabalho, espe-
contrário dos particulares, que podem fazer tudo cificando as unidades de lotação; e
aquilo que a lei não proíbe, a Administração só c) as necessidades das áreas que buscam suprir
pode realizar o que lhe é expressamente autoriza- com a medida;
do por lei; II - denominação e quantidade de cargos ou empre-
z Princípio da Impessoalidade: A atividade da gos públicos a serem providos ou preenchidos, com
Administração Pública deve ser imparcial, de a indicação dos respectivos vencimentos ou salá-
rios, e a jornada de trabalho;
modo que é vedado haver qualquer forma de
III - cálculo do acréscimo da despesa mensal e
tratamento diferenciado entre os administrados.
anual que a medida acarretará;
Há uma forte relação entre a impessoalidade e a
IV - estimativa do impacto orçamentário-financeiro
finalidade pública, pois quem age por interesse no ano em que os aprovados devem entrar em exer-
próprio não condiz com a finalidade do interesse cício e nos 2 (dois) anos subsequentes;
público. A própria razão de ser da abertura de con- V - indicação da origem das vagas oferecidas no
curso público é, justamente, para tratar os candi- certame, com respectivas datas de criação ou de
datos em condições iguais e objetivas; vacância, e motivo da vacância;
z Princípio da Moralidade: A Administração impõe VI - reserva das vagas devidamente realizada no
a seus agentes o dever de zelar por uma “boa-ad- Sistema Único de Cadastro de Cargos e Funções-A-
ministração”, buscando atuar com base nos valo- tividades - SICAD, instituído pelo Decreto nº 50.881,
res da moral comum, isso é, pela ética, decoro, de 14 de junho de 2006; e
boa-fé e lealdade. A moralidade não é somente um VII - cópia da previsão de pedidos de abertura de
princípio, mas também requisito de validade dos concurso público ou aproveitamento de remanes-
atos administrativos; centes, a que se refere o artigo 47 deste decreto.
z Princípio da Publicidade: A publicação dos atos
da Administração promove maior transparência Essa solicitação será enviada à Secretaria de Ges-
e garante eficácia erga omnes. Além disso, tam- tão Pública, por intermédio dos Secretários de Estado
bém diz respeito ao direito fundamental que toda ou do Procurador Geral do Estado, para análise téc-
pessoa tem de obter acesso às informações de seu nica da Unidade Central de Recursos Humanos. Após
interesse pelos órgãos estatais, salvo as hipóteses essas análises técnicas, o pedido de autorização para
em que esse direito ponha em risco a vida dos par- abertura de concurso público será submetido à apre-
ticulares ou o próprio Estado, ou ainda que ponha ciação governamental, por intermédio da Casa Civil,
em risco a vida íntima dos envolvidos; possuindo prazo de um ano, contado da data de sua
z Princípio da Eficiência: Implementado pela publicação (art. 5º, 7º e 8º).
reforma administrativa promovida pela Emenda
Constitucional nº 19 de 1988, a eficiência se tra- Do concurso público: edital, provas, aprovação,
duz na tarefa da Administração de alcançar os recursos e homologação
seus resultados de uma forma célere, promovendo
5
melhor produtividade e rendimento, evitando gas- O art. 9º trata da abertura do concurso público,
-3
tos desnecessários no exercício de suas funções. A que se dá por meio de publicação de edital contendo
68
eficiência fez com que a Administração brasileira instruções especiais disciplinando o certame.
.3
adquirisse caráter gerencial, tendo maior preocu- O concurso público possui prazo de validade, entre
87
pação na execução de serviços com perfeição ao seis meses até o máximo de dois anos, contados a partir
.2
63
invés de se preocupar com procedimentos e outras da data de homologação do certame, e poderá ser pror-
rogado uma única vez por igual período. A prorrogação
-4
não se sobrepõe ao princípio da legalidade. lar do órgão ou entidade, com pelo menos um mês de
ed
Um método que facilita a memorização desses uma Comissão Especial de Concurso Público, res-
si
princípios é a palavra “limpe”, que engloba os ponsável por orientar e acompanhar o planejamento,
an
idoneidade.
ed
provas objetivas poderão ser de dois tipos: § 1º Os candidatos deverão apresentar, no momen-
an
sível de recurso. Nos termos do art. 34, a instituição [...] têm prioridade sobre candidatos de concursos
promotora do concurso público deverá disponibilizar,
ed
enviar seu recurso, com a funcionalidade de anexar no edital de abertura do concurso público.
arquivos magnéticos de texto ou figuras.
an
Lembre-se do direito de petição: para todo reque- Fica autorizado o aproveitamento de remanes-
Lu
rimento dirigido a uma autoridade pública, ela não centes de concursos públicos, com prazo de validade
pode se escusar em responder tal requerimento. em vigor, para provimento de cargos entre órgãos
Sobre o tema, dispõe o art. 35 que a resposta ao recur- da Administração Direta. O aproveitamento deverá
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
justificativa clara e objetiva, em relação aos prin- z m aior tempo da homologação do concurso público;
cipais argumentos utilizados pelo candidato recor- z aderência das especificidades requeridas no edital
rente, com fundamentação técnica da razão de de abertura do concurso público;
provimento ou rejeição dos recursos. z autorização do órgão detentor do concurso públi-
co para a convocação dos candidatos.
O resultado do julgamento do recurso pode acar-
retar em anulação de questão, caso em que será pro- Do Portal de Concursos Públicos do Estado
movido novo cálculo da nota de todos os candidatos
que realizaram a prova, independentemente de terem Os arts. 44 e 45 tratam do denominado Portal
recorrido da questão. de Concursos Públicos do Estado de São Paulo. É
Segundo o art. 37, um portal disponibilizado na internet, mantido pela 47
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luan silva guedes - 463.287.368-35, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
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Unidade Central de Recursos Humanos, da Secretaria Já aos Corpos de Bombeiros Militares compete a
de Gestão Pública. execução de atividades de defesa civil e a Polícia
A utilização de meios eletrônicos para divulgar de Penal incumbe à segurança dos estabelecimentos
uma forma mais ampla os concursos públicos realiza- penais2.
dos pela Administração Estadual condiz com o seu atual Para traçar as regras mais importantes e a estrutu-
modelo de Administração Gerencial, que tem por base ra funcional das Polícias Civil e Militar foi elaborada
a celeridade, a eficiência, e menos gastos com matéria a Lei Complementar nº 207, de 5 de janeiro de 1979,
prima. O meio eletrônico é muito importante não ape- denominada de “Lei Orgânica da Polícia do Estado de
nas pelo fato de que todo brasileiro pode acessar esses
São Paulo”, ficando a cargo da Secretaria de Estado
dados rapidamente, mas também porque é um meio
dos Negócios da Segurança Pública a responsabilida-
muito mais ecológico do que a publicação em papel.
de pela manutenção interna da ordem e da segurança.
A leitura do art. 45, que trata sobre o conteúdo dis-
ponibilizado no Portal de Concursos Públicos, é bas- Além disso, as Polícias Civil e Militar passaram a ser
tante recomendada: subordinadas hierárquica, administrativa e funcio-
nalmente ao Secretário da Segurança Pública.
Art. 45 O Portal de Concursos Públicos do Estado Importante mencionar que como a Lei Orgânica é
deverá contar com a relação de todos os concur- anterior a Constituição Federal de 1988, ela precisou
sos públicos, no âmbito da Administração Direta e passar por um processo de atualização por meio de
Autárquica, disponibilizando: outras leis complementares, entre as quais se destaca
I - a relação dos concursos públicos com prazo de a Lei Complementar nº 922, de 2 de julho de 2002.
validade em vigor; Antes de iniciar o estudo da Lei Complementar
II - os editais referentes aos concursos públicos; nº 922/02, é preciso ter em mente que, para melhor
III - informações detalhadas de prazos e etapas dos compreendê-la, é primordial entender sua estrutura
concursos públicos; e identificar as ideias mais importantes da legisla-
IV - outras informações relevantes que forneçam ção, uma vez que as bancas tendem a cobrar o que se
total transparência e facilidade de acesso aos
denomina “literalidade das ideias”, ou seja, os pontos
dados aos cidadãos interessados em ingressar na
principais de cada artigo com base em sua estrutura,
Administração Pública Estadual.
Parágrafo única. A Unidade Central de Recursos não havendo, para tanto, a necessidade de decorá-los.
Humanos expedirá instruções para orientar sobre O primeiro ponto a ser entendido é que o objetivo
os procedimentos necessários para a implantação da Lei Complementar nº 922/02 foi alterar parte da
e manutenção do Portal de Concursos Públicos do Lei Orgânica (LC nº 207/79), ou seja, de realizar uma
Estado. modificação parcial e pontual na norma.
Por esta razão, a Lei Complementar nº 922/02 não é
norma autônoma. Ela faz parte da Lei Orgânica e deve
assim ser mencionada.
Outro ponto a ser compreendido é o conteúdo
LEI COMPLEMENTAR Nº 922/2002
modificado. A Lei Complementar nº 922/02 modificou
5
-3
z Providências preliminares;
es
z Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares; nº 922/02 acrescentou conteúdo a norma por meio dos
si
z Polícias Penais federal, estaduais e distrital. parágrafos 1º, 2º e 3º ao artigo 65; do inciso VI ao arti-
an
Cumpre esclarecer, que as atribuições de cada um sendo, acrescentou novas hipóteses relativas à res-
destes órgãos são distintas e que dentro do âmbito do ponsabilidade; competência; pena de demissão; pena
Estado de São Paulo fazem parte as Polícias Civil, Mili- de demissão a bem do serviço público;
tar e Penal. Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!
Enquanto compete a Polícia Civil as funções de
polícia judiciária e apuração de infrações penais, DIREITO DE PETIÇÃO
exceto as infrações militares, ou seja, investigar as
infrações penais (crime e contravenções) após A primeira alteração feita pela a Lei Complemen-
a sua ocorrência, cabe a Polícia Militar a polícia tar nº 922/02 na Lei Orgânica da Polícia do Estado de
ostensiva e a preservação da ordem pública, isto é, São Paulo diz respeito ao direito de petição e encontra-
atuar preventivamente (por isso ostensivo) para -se previso no artigo 1º. Trata-se da garantia que dis-
que as infrações penais não ocorram. põe qualquer pessoa, física ou jurídica3, de peticionar
2 A Polícia Penal é uma criação legislativa recente. Ela foi introduzida pela Emenda Constitucional nº 104/2019 para atuar nos estabelecimentos
penais em funções antes executadas pelas Polícias Civil e Militar, como, por exemplo, a condução do preso à audiência.
3 Pessoa física é a pessoa natural, ou seja, todo ser humano que nasce com vida. Por outro lado, pessoa jurídica são aquelas criadas pelas
48 pessoas físicas, como por exemplo, os entes da Federação (União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal), as empresas, públicas ou
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contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de disciplinares. Neste sentido dispõe o artigo 63 da Lei
direitos, independentemente de qualquer pagamento. Orgânica:
É importante saber que o direito de petição faz
parte do rol dos direitos e garantias individuais e Art. 63 São transgressões disciplinares:
coletivos, estando previsto no artigo 5°, XXXIV, a, I - manter relações de amizade ou exibir-se em
da CF: público com pessoas de notórios e desabonado-
res antecedentes criminais, salvo por motivo de
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção serviço;
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- II - constituir-se procurador de partes ou servir de
ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- intermediário, perante qualquer repartição públi-
bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, ca, salvo quando se tratar de interesse de cônjuge
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ou parente até segundo grau;
(...) III - descumprir ordem superior salvo quando
XXXIV - são a todos assegurados, independente- manifestamente ilegal, representando neste caso;
mente do pagamento de taxas: IV – não tomar as providências necessárias ou dei-
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em xar de comunicar, imediatamente, à autoridade
defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso competente, faltas ou irregularidades de que tenha
de poder; conhecimento;
V – deixar de oficiar tempestivamente nos expe-
Importante consignar que, a Lei Orgânica esta- dientes que lhe forem encaminhados;
belece que a Administração Pública4 não poderá, em VI – negligenciar na execução de ordem
nenhuma hipótese, recusar-se a protocolar, encami- legítima;
nhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabili- VII – interceder maliciosamente em favor de parte;
dade do agente. VIII – simular doença para esquivar-se ao cumpri-
O direito de petição abrange, ainda, a possibilidade mento de obrigação;
que qualquer pessoa, física ou jurídica, tem de recla- IX – faltar, chegar atrasado ou abandonar
mar sobre abuso, erro, omissão ou conduta incompa- escala de serviço ou plantões, ou deixar de comu-
tível no serviço policial. nicar, com antecedência, à autoridade a que estiver
Com relação aos policiais civis, a eles também é subordinado, a impossibilidade de comparecer à
assegurado o direito de petição na modalidade reque- repartição, salvo por motivo justo;
rimento ou representação. Também lhes é assegura- X – permutar horário de serviço ou execução de
tarefa sem expressa permissão da autoridade
do o direito de pedir reconsideração e recorrer de
competente;
decisões.
XI – usar vestuário incompatível com o decoro da
função;
Dica XII – descurar de sua aparência física ou do asseio;
Pedido de reconsideração e recurso são modali- XIII – apresentar-se ao trabalho alcoolizado ou
5
sob efeito de substância que determine dependência
dades de pedido de reexame em razão de legali-
-3
física ou psíquica;
68
dade (discutir se a lei foi aplicada corretamente XIV – lançar intencionalmente, em registros
.3
a decisão). No pedido de reconsideração, o pedi- dados errôneos, incompletos ou que possam induzir
.2
do de anulação ou modificação é direcionado à a erro, bem como inserir neles anotações indevidas;
63
mesma autoridade que produziu o ato/fato. Já XV – faltar, salvo motivo relevante a ser comunica-
-4
no recurso, o pedido de reexame é direcionado do por escrito no primeiro dia em que comparecer
es
à autoridade superior àquela que produziu o ato/ à sua sede de exercício, a ato processual, judiciário
ed
fato que se tenta modificar ou anular. Aqui há ou administrativo, do qual tenha sido previamente
cientificado;
gu
Estado;
si
funções;
68
ridade competente informação que tiver sobre per- A título de conhecimento, é proibido ao policial
87
turbação da ordem pública ou qualquer fato que civil trabalhar sob as ordens imediatas de parentes,
.2
exija intervenção policial; até segundo grau (pai, mãe, padrasto, madrasta, sogro,
63
XXXVII – dificultar ou deixar de encaminhar expe- sogra, filho, filha, enteado e enteada), salvo quando
-4
diente à autoridade competente, se não estiver na se tratar de função de confiança e livre escolha, não
podendo exceder de 2 (dois) o número de auxiliares
es
XXXIX – deixar, sem justa causa, de submeter-se a tos em outras esferas, ou seja, na esfera penal e civil.
lv
inspeção médica determinada por lei ou pela auto- Por esta razão, é importante ter em mente que o fato
si
XL – deixar de concluir nos prazos legais, sem moti- nar não impede, por exemplo, de gerar a obrigação
Lu
vo justo, procedimento de polícia judiciária, admi- do agente de indenizar civilmente no caso de dano ou
nistrativos ou disciplinares; de responder criminalmente no caso da prática de um
XLI – cobrar taxas ou emolumentos não previstos crime. Exemplo: uma pessoa que dirige em alta velo-
em lei; cidade e acaba batendo o veículo, causando dano e a
XLII – expedir identidade funcional ou qual- morte do outro condutor, pode ser responsabilizada
quer tipo de credencial a quem não exerça car- administrativamente (infração de trânsito), responsa-
go ou função policial civil; bilizada civilmente (reparação do dano) e responsabi-
XLIII – deixar de encaminhar ao órgão competente, lizada penalmente (crime de homicídio).
para tratamento ou inspeção médica, subordinado Isto significa dizer que o policial pode ser respon-
que apresentar sintomas de intoxicação habitual sabilizado concomitantemente nas esferas civil, penal
por álcool, entorpecente ou outra substância que e administrativa.
determine dependência física ou psíquica, ou de Em regra, uma esfera não influencia a outra, o
comunicar tal fato, se incompetente, à autoridade que significa dizer que uma condenação na esfera
que o for; administrativa não gera necessariamente condena-
XLIV – dirigir viatura policial com imprudência, ção na esfera civil ou penal. No entanto, existe exce-
50 imperícia, negligência ou sem habilitação; ção: quando o agente é absolvido criminalmente por
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inexistência do fato ou de sua autoria. Neste caso, vinculam-se as esferas, de modo a excluir a responsabilidade
administrativa e civil.
Praticada a transgressão disciplinar, gera para a Administração Pública o dever de apurar e punir a conduta.
Por esta razão, a Lei Orgânica estabelece as penas aplicáveis. De acordo com o art. 67, as penas disciplinares prin-
cipais são:
z Advertência;
z Repreensão;
z Multa;
z Suspensão;
z Demissão;
z Demissão a bem do serviço público;
z Cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
O art. 68 traz, ainda, a pena de remoção5 compulsória, quando houver a necessidade/conveniência de afastar
o policial do seu local de trabalho, que poderá ser aplicada conjuntamente com as penas de repreensão, multa e
suspensão.
Importante mencionar que a Lei Complementar 922/02 acrescentou à Lei Orgânica uma nova hipótese de
demissão e outra de demissão a bem do serviço público. Assim, além das hipóteses de abandono de cargo, proce-
dimento irregular de natureza grave, ineficiência intencional e reiterada no serviço, aplicação indevida de dinhei-
ros públicos e insubordinação grave, também é causa de demissão a ausência ao serviço, sem causa justificável,
por mais de 45 (quarenta e cinco) dias, interpoladamente (intercalado), durante um ano.
Já a prática de ato definido em lei como de improbidade (Lei nº 8.429/92) passa a gerar demissão a bem do
serviço público, juntamente com as seguintes condutas:
Agora, para saber qual a punição a ser aplicada, deve-se considerar a natureza, a gravidade, o motivo determi-
.2
nante, a repercussão da infração, os danos causados à personalidade, os antecedentes de quem praticou a conduta
63
e a intensidade do dolo ou culpa. Assim sendo, a punição pode variar da simples admoestação (advertência) à
-4
para a aplicação da autoridade. São competentes para a aplicação de todas as penalidades principais, ouvido o
ed
O Secretário de Segurança Pública e o Delegado Geral de Polícia poderão aplicar as penalidades de adver-
a
tência, repreensão, multa e suspensão, inclusive para os Delegados de Polícia. O Delegado de Polícia Diretor da
lv
Corregedoria poderá aplicar as penalidade de advertência, repreensão, multa e suspensão, limitada esta a 60
si
(sessenta) dias. Já os Delegados de Polícia Corregedores Auxiliares poderão aplicar as penalidades de adver-
an
Em síntese:
PENALIDADES COMPETÊNCIA
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
5 Remoção é movimentar o policial da repartição pública em que ele atua para outra localidade/repartição. É conhecida popularmente como
“transferência” (popularmente porque para o Direito Administrativo a palavra transferência possui outro significado). 51
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PENALIDADES COMPETÊNCIA
Sim
Demissão Inclusive Não Não Não Não Não
Delegado
Sim
Demissão a bem do
Inclusive Não Não Não Não Não
serviço
Delegado
Cassação da Sim
aposentadoria ou Inclusive Não Não Não Não Não
disponibilidade Delegado
Remoção
Não Não Não Não Não Sim
compulsória
Para aplicação destas penalidades, a Administração Pública não dispõe de tempo ilimitado. Após a prática
da transgressão disciplinar, a autoridade possui um lapso temporal determinado para apurar e punir a conduta
praticada pelo agente. Caso isso não ocorra, incidirá a conduta a chamada prescrição (perda do direito de punir).
Como o agente não poderá mais ser punido devido à inercia da Administração, a sua punibilidade será extinta.
Cada prazo é estabelecido em conformidade com a infração praticada. Assim:
Advertência 2 anos
Repreensão 2 anos
Multa 2 anos
5
-3
Suspensão 2 anos
68
.3
Demissão 5 anos
87
.2
Uma questão importante: a partir de que momento se inicia o prazo prescricional? A regra para contagem
ed
do prazo é do dia em que a conduta for cometida. No entanto, no caso das datas continuadas ou permanentes,
gu
isto é, aquelas que se prolongam no tempo, a prescrição começa a correr no dia em que cessou a continuação
a
ou permanência.
lv
si
Iniciada a prescrição, este prazo é interrompido com a portaria que instaura a sindicância ou o processo
an
administrativo.
Lu
Importante!
A portaria que instaura a sindicância e a que instaura o processo administrativo interrompem a prescrição.
Interromper significa parar o prazo e iniciar novamente a contagem a partir da data da portaria. Cuidado para
não confundir com suspensão. Na suspensão o prazo para com a causa suspensiva, porém volta a contar de
onde parou.
Cumpre esclarecer que, na hipótese de desclassificação da infração (novo enquadramento), o prazo prescricio-
nal corresponderá ao da pena efetivamente aplicada e não da pena em tese cabível. Em contrapartida, ocorrendo
mitigação ou atenuação o lapso prescricional será o da pena em tese cabível.
É importante mencionar que a prescrição não correrá em duas hipóteses:
Diretor da Corregedoria, bem como definir o tempo do é mais simples (sumário) por existir prova docu-
68
que será necessário para o término dos trabalhos. mental pré-constituída. Nestes casos, o processo será
.3
administrativo.
No caso de instauração de procedimento admi- Demissão e exoneração não se confundem.
es
poderá o Delegado de Polícia determinar (de forma não constitui pena. Ela pode se dar a pedido do
gu
fundamentada) as seguintes providências de acordo próprio agente ou nos casos em que a legislação
estabelece, como, por exemplo, daquele servidor
a
z Afastamento preventivo do policial civil, quan- rio. Além disso, se a demissão é a bem do serviço
an
repercussão do fato, sem prejuízo de vencimentos ve do que a demissão comum, pois impede, em
ou vantagens (continua recebendo). O afastamento regra, o reingresso do servidor ao serviço público.
será de até 180 (cento e oitenta) dias, prorrogáveis
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
cância, mas não o Processo Administrativo. acusado poderá acompanhar a oitiva do denunciante,
68
Instaurado o processo administrativo, ele passa a ao contrário do acusado que não pode assisti-la. Obser-
.3
ser presidido por Delegado de Polícia, auxiliado por va-se, entretanto, que o acusado pode ter declarações
87
um Escrivão de Polícia, que atuará como secretário. prestadas pelo denunciante antes de seu interrogatório.
.2
No caso de o agente transgressor ser Delegado de Polí- Não comparecendo o acusado (citado pessoal-
63
cia, a autoridade que irá presidi-lo deve ser de classe mente ou por edital), será decretada (por despacho
-4
do processo, o encarregado da apuração assim como acusado revel será nomeado advogado dativo. Com-
ed
o secretário não poderão ser: amigo íntimo ou inimi- parecendo ao interrogatório, o acusado poderá cons-
gu
go, parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou tituir advogado para representá-lo em todos os atos e
colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, com- termos do processo. Caso não possua recursos finan-
a
lv
panheiro ou qualquer integrante do núcleo familiar ceiros ou se negue a constituir advogado, a autorida-
si
do denunciante ou do acusado ou subordinado des- de que preside o processo nomeará advogado dativo,
an
te. Se houver um destes impedimentos, a autoridade podendo o acusado, no entanto, constituir a qualquer
Lu
responsável por presidi-la ou o secretário designado tempo advogado para prosseguir na sua defesa. O
deverão comunicar desde logo. advogado constituído será intimado por publicação
O Processo Administrativo é iniciado mediante no Diário Oficial do Estado. É faculdade do acusado
Portaria no prazo improrrogável de 8 (oito) dias con- tomar ciência ou assistir aos atos e termos do proces-
tados do recebimento da determinação. O prazo para so, não sendo obrigatória qualquer notificação.
conclusão do procedimento é de 90 (noventa) dias Comparecendo ou não o acusado ao interrogató-
após a citação do acusado. rio, tem-se início ao prazo de 3 (três) dias para reque-
Devem constar na Portaria de instauração o nome rer a produção de provas, ou apresentá-las. É possível,
e a identificação do acusado, bem como a infração que também, que o acusado arrole (indique) até 5 (cinco)
lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos e indi- testemunhas, que deverão comparecer independente
cação das normas violadas. de notificação. Com relação as prova de antecedentes
Finalizado o prazo sem que a investigação tenha do acusado, está será feita exclusivamente por docu-
sido concluída, a autoridade deverá encaminhar mentos e até a apresentação das alegações finais.
imediatamente ao Delegado de Polícia Diretor da Até a data do interrogatório, deverá ser designada
Corregedoria relatório indicando as providências a audiência de instrução para a oitiva das testemunhas
não realizadas e o tempo necessário para o seu tér- arroladas pelo presidente, em número não superior a 5
54 mino. Caso ocorra a prorrogação, porém o processo (cinco), assim como aquelas arroladas pelo acusado. Caso
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a testemunha seja servidor público, seu comparecimen- Os requerimentos tidos como irrelevantes para o
to poderá ser solicitado ao respectivo superior imediato processo, assim como as provas ilícitas, impertinentes,
com as indicações necessárias ao seu comparecimento. desnecessárias ou protelatórias poderão ser indeferi-
Todas as testemunhas são obrigadas a depor,
não podendo se eximir desta obrigação, exceto no dos pelo presidente, mediante decisão fundamentada.
caso de ascendente, descendente, cônjuge, ainda Caso surgirem no curso do processo novos fatos
que legalmente separado, companheiro, irmão, imputáveis ao acusado, o presidente poderá promo-
sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acu- ver a instauração de novo procedimento para sua
sado ou do denunciante. O depoimento deverá ser apuração ou aditada à portaria, se entender conve-
realizado, no entanto, quando não for possível, por
niente, reabrindo neste caso a oportunidade de defesa.
outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato
e de suas circunstâncias. No caso do policial civil que Finalizada a fase probatória, será concedido vista
se recuse, sem justa causa, a depor, ele terá suspenso dos autos à defesa para apresentação das alegações
o pagamento de seu vencimento ou remuneração até finais, no prazo de 7 (sete) dias. Se esta não for apre-
que satisfaça essa exigência. sentada no prazo, o presidente designará advogado
São proibidas de depor as pessoas que devam
dativo, concedendo-lhe novo prazo.
guardar segredo em razão de função, ministério, ofí-
cio ou profissão, salvo se, desobrigadas pela parte Apresentada as alegações finais, o presidente deve-
interessada e quiserem dar o seu testemunho. rá elaborar relatório no prazo de 10 (dez) dias a con-
No caso de a testemunha residir em local diverso tar da sua apresentação. O relatório deverá descrever
daquele em que o ocorre o processo administrativo, ela as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as
poderá ser inquirida por autoridade do lugar de sua
razões de defesa, em relação a cada acusado, separada-
residência, por meio de Carta Precatória com prazo
razoável, devendo intimar a defesa do depoimento a mente. Por fim, ela deverá propor a absolvição ou puni-
ser prestado fora da sede de seu exercício. No caso do ção, indicando, nesse caso, a pena que entender cabível.
policial civil que exerce funções em localidade diversa, O relatório poderá conter sugestão de quaisquer outras
ele também poderá ser ouvido por Carta Precatória ou, providências de interesse do serviço público.
no caso de ter que se deslocar a outra sede, fará jus ao
O processo será encaminhado ao Delegado Geral de
transporte e diárias na forma da legislação em vigor.
Polícia, que o submeterá no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas ao Conselho da Polícia Civil. Caso entenda necessá-
Importante! rio, o Presidente do Conselho da Polícia Civil poderá deter-
A precatória deve constar a síntese da imputa- minar a realização de diligência, sempre que necessário ao
ção e os esclarecimentos pretendidos e a sua esclarecimento dos fatos no prazo de 20 (vinte) dias.
expedição não suspenderá a instrução do proce- Determinada a diligência, a autoridade encarre-
dimento, ou seja, o prazo e o procedimento con- gada do processo administrativo terá que cumpri-la
tinuam correndo normalmente.
no prazo de 15 (quinze) dias, abrindo-se vista à defesa
5
-3
A testemunha que não comparecer espontanea- Cumpridas todas as diligências, o Conselho da Polícia
.3
mente ou cujo depoimento for relevante deverá ser Civil emitirá parecer conclusivo no prazo de 20 (vinte)
87
nada para a audiência independente de notificação. cia, que, no prazo de 10 (dez) dias, emitirá manifesta-
-4
É possível em qualquer fase do processo, que a ção conclusiva e encaminhará o processo administrativo
autoridade que preside o processo, de ofício ou a à autoridade competente para decisão. A autoridade que
es
requerimento da defesa, ordene outras diligências que proferir a decisão determinará os atos dela decorrentes e
ed
mais poderá mais ser considerada em prejuízo do so da revisão serão observadas as normas previstas
68
infrator, inclusive para efeito de reincidência. para o processo administrativo. Caso o processo seja
.3
Da decisão que aplicar a penalidade será cabível, atingidos pela decisão reformada.
-4
II- 2º Classe
87
a 60 (sessenta) dias; V – os Delegados de Polícia Corre- em carreira pública, somado ao conteúdo do artigo 3º,
ed
gedores Auxiliares, até a de repreensão. § 1º Compete podemos concluir que o servidor policial civil ingres-
gu
exclusivamente ao Governador do Estado, a aplicação sa na carreira pela 3ª Classe, após a sua aprovação
das penas de demissão comum, demissão a bem do em concurso público, evidentemente. A nomeação
a
lv
serviço público e cassação de aposentadoria ou dis- para ocupar a 3ª Classe se dá em caráter de estágio
si
ponibilidade a Delegado de Polícia. Resposta: Letra C. probatório, pelo período de 3 (três) anos de efetivo
an
4. (VUNESP — 2013) Conforme o disposto na Lei Orgâni- unidade territorial de polícia judiciária e da polícia
ca da Polícia do Estado de São Paulo, se um servidor técnico-científica.
público pedir ou aceitar empréstimo de dinheiro ou O artigo 5º, por sua vez, trata do exame do concur-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
valor de pessoas que tratem de interesses na reparti- so público. Segundo tal dispositivo, o concurso será
ção pública, ficará sujeito à pena de: realizado em 5 (cinco) fases, a saber:
policial;
artigo 6º, o cargo, de provimento em comissão,
.2
inicial do estágio probatório, a que se refere o item 3 (três) anos de efetivo exercício na 3ª Classe; ou
1 do § 1º deste artigo, terá a duração mínima 3
a
(três) meses.
Classe.
si
Uma vez cumpridos os requisitos para fins de Observe que o critério da idade, pelo qual é o mais
estágio probatório o servidor policial civil obterá característico da promoção por antiguidade, somente
estabilidade, mantido o nível de ingresso na respec- será utilizado como último critério de desempate.
tiva carreira (art. 7º, § 6º). Uma coisa é ser aprovado Os requisitos para a promoção por merecimento
58 em estágio probatório, outra é ter direito a ascensão estão dispostos no § 1º do artigo 15. São os seguintes:
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
1 - estar na primeira metade da lista de classifica- Por fim, o artigo 22 trata de uma forma de promo-
ção em sua respectiva classe; ção para a Classe Superior, sem a presença do limite
2 - estar em efetivo exercício na Secretaria da Segu- estabelecido no inciso II do art. 11. Além da promoção
rança Pública, ou regularmente afastado para prevista no artigo 10 desta lei complementar, o poli-
exercer cargo ou função de interesse estritamente cial civil será promovido à classe superior, indepen-
policial; dente de limite, observados os seguintes critérios:
3 - não ter sofrido punição disciplinar na qual tenha
sido imposta pena de:
I - para a 2ª Classe da respectiva carreira, contar
a) advertência ou de repreensão, nos 12 (doze)
com 15 (quinze) anos de efetivo exercício na car-
meses anteriores;
reira, considerado o tempo de estágio probatório;
b) multa ou de suspensão, nos 24 (vinte e quatro)
II - para a 1ª Classe, se contar com 25 (vinte e cin-
meses anteriores.
co) anos de efetivo exercício na carreira.
4 - haver concluído, com aproveitamento, curso
específico ministrado pela Academia de Polícia “Dr.
Coriolano Nogueira Cobra. A referida promoção será realizada semestral-
mente, nos meses de março e setembro de cada ano,
A promoção do policial civil da 1ª Classe para a e produzirá efeitos a partir da data subsequente ao
Classe Especial deverá observar os seguintes requisi- implemento dos critérios estabelecidos nos incisos I
tos, além daqueles previstos no artigo 15: e II. Caberá ao órgão setorial de recursos humanos
apresentar a lista dos policiais civis com direito à
1 - o interstício de 20 (vinte) anos na respectiva promoção de que trata este artigo, para homologação
carreira; pelo Conselho da Polícia Civil (art. 22, § 2º).
2 - encontrar-se, no mínimo, dentre os dois terços
mais antigos dos classificados na 1ª Classe (art. 16).
• Promoção antiguidade ou
2ª Classe merecimento + interstício
público. A letra D está errada, pois, novamente, a
63
de 2 anos
hipótese de aproveitamento, e não de reintegração.
ed
Classe
• Interstício 20 anos + Resposta: Letra C.
gu
de Promoção.
As reclamações serão distribuídas mediante rotati- b) um cargo de defensor público e um de advogado
vidade entre os membros do Conselho da Polícia Civil, público.
que deverão emitir parecer no prazo improrrogável c) um cargo de médico e um de advogado público.
de 3 (três) dias úteis. Esgotado o prazo, as reclamações d) um cargo de juiz e um de advogado público.
serão submetidas à deliberação do Conselho da Polí- e) um cargo de juiz e um de promotor público.
cia Civil, que as decidirá no prazo improrrogável de 3
(três) dias úteis (art. 19, § 3º). A questão faz menção a acumulação de cargo,
emprego ou função pública dentro da Administra-
Art. 20 O Presidente do Conselho da Polícia Civil ção Pública. As hipóteses em que se é permitida a
encaminhará as listas de promoção ao Secretário acumulação de cargo público estão previstas no
da Segurança Pública, que as transmitirá ao Gover- artigo 171 da Lei Estadual nº 10.261/1968. São elas:
nador, para efetivação da promoção dos classifica- I - a de um juiz e um cargo de professor;
dos por antiguidade e por merecimento. II - a de dois cargos de professor; 59
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III - a de um cargo de professor e outro técnico ou 4. (VUNESP — 2018) Consoante o Estatuto dos Funcio-
científico; e nários Públicos Civis do Estado de São Paulo, será
IV - a de dois cargos privativos de médico. aplicada a pena de demissão nos casos de
Observe que em nenhuma das hipóteses há a men-
ção de cargos de defensoria e de advocacia pública, a) aplicação indevida de dinheiros públicos.
somente há a menção para o cargo de juiz. Respos- b) prática de insubordinação grave.
ta: Letra A. c) exercício de advocacia administrativa.
d) pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores
3. (VUNESP — 2018) Arceus Cipriano foi processado cri- a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na
minalmente sob a acusação de cometimento de crime repartição, ou estejam sujeitos à sua fiscalização.
contra a administração pública e pelos mesmos fatos e) prática, em serviço, de ofensas físicas contra funcio-
também foi demitido do cargo público que ocupava. nários ou particulares.
Contudo, na seara criminal, logrou êxito em comprovar
que não foi o autor dos fatos, tendo sido absolvido por A letra B está errada, a prática de insubordinação
esse fundamento, na instância criminal. Diante disso, grave é punida com a demissão a bem do serviço
assinale a alternativa correta, nos termos do Estatu- público (que não é igual a demissão). A letra C está
to dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São errada, ela trata também trata de hipótese punível
Paulo.
com demissão a bem do serviço público. A letra D
está errada, pois o ato de pedir dinheiro ou valores
a) A demissão é nula porque a Administração Pública não
a pessoas que tratem de interesses é punível também
deveria ter processado administrativamente Arceus e
proferido decisão demissória antes do trânsito em jul- com demissão a bem do serviço público. A letra E está
gado da sentença no processo criminal. errada, a prática de ofensas físicas contra funcioná-
b) Arceus poderá pedir o desarquivamento e a revisão da rios ou particulares é também punível com demissão
decisão administrativa que o demitiu, utilizando como a bem do serviço público. Resposta: Letra A.
documento novo a sentença absolutória proferida no
processo criminal. 5. (VUNESP — 2018) Nos termos da Lei n° 10.261/1968,
c) Arceus terá direito à reintegração ao serviço público, quanto ao procedimento disciplinar, assinale a alterna-
no cargo que ocupava e com todos os direitos e van- tiva correta.
tagens devidas, mediante simples comprovação do
trânsito em julgado da decisão absolutória no juízo a) Se a testemunha não for localizada, a defesa poderá
criminal. substituí-la, se quiser, levando, na mesma data desig-
d) Se a absolvição criminal ocorreu depois do prazo de
nada para a audiência, outra testemunha, independen-
interposição do recurso da decisão demissória pro-
temente de notificação.
ferida no processo administrativo, não será possível
Arceus valer-se da sentença criminal para buscar a b) A demissão a bem do serviço público acarreta a
anulação da demissão. incompatibilidade permanente para nova investidura
5
e) Como a responsabilidade administrativa é indepen- em cargo, função ou emprego público.
-3
Cipriano na justiça criminal em nada altera decisão este deverá prestar declarações depois do interroga-
.3
proferida na esfera administrativa. tório do acusado, devendo ser notificado para tal fim.
87
A letra A está errada, é certo que a demissão deve por todos os meios de prova em direito admitidos, tais
ser anulada, mas não pela justificativa apresen-
-4
produzir decisões e punir os seus próprios agentes, nar, por sua natureza, possa determinar as penas de
ed
sentença transitada em julgado decretando a sua são a bem do serviço público tornam o servidor
incompatível para o serviço público, mas não per-
an
7. (VUNESP — 2013) Nos termos da Lei Complementar pectiva carreira; III – maior tempo de serviço público
.3
idade.
a) por integrante da carreira de Delegado de Polícia, nos e) I – maior tempo de serviço público estadual; II – maior
es
termos da lei.
14 da Lei Complementar nº 1.151/2011. O primeiro
an
e) por integrante da carreira de Médico Legista, nos ter- viço na sua respectiva carreira. O segundo critério
mos da lei. é por maior tempo que o servidor possui dentro da
Administração Pública, exercendo serviço público
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
A questão trata do cargo de Superintendente da estadual. A idade somente será usada como critério
Polícia Técnico-Científica. Esse cargo está previsto de desempate por último. Resposta: Letra A.
no artigo 6º da referida Lei Complementar, sendo de
provimento em comissão. Segundo tal dispositivo, o
cargo em comissão será ocupado por um integrante
das carreiras de Médico Legista e um de Perito Cri-
LEI FEDERAL Nº 12.527/2011 (LEI DE
minal, alternadamente. Resposta: Letra B. ACESSO À INFORMAÇÃO)
8. (VUNESP — 2014) A Lei Complementar n.º 1.151/2011- Aqui, daremos início ao estudo da Lei nº
SP dispõe que o ingresso nas carreiras policiais civis, 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) que regula o
precedido de aprovação em concurso público de pro- acesso às informações. O direito do acesso à informa-
vas e títulos, dar-se-á em________, mediante nomea- ção possui guarida constitucional conforme estabele-
ção em caráter de estágio probatório, pelo período de ce o inciso XXXIII do art. 5º, o inciso II do § 3º do art. 61
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
37 e o § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Observe O art. 2º estabelece, ainda, a aplicação da Lei, no
os dispositivos abaixo: que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos
que recebam, para realização de ações de interesse
Art. 5º [...] público, recursos públicos diretamente do orçamen-
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos to ou mediante subvenções sociais, contrato de ges-
públicos informações de seu interesse particular, tão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou
ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta- outros instrumentos congêneres.
das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
A publicidade a que estão submetidas as entidades
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível
citadas refere-se à parcela dos recursos públicos
à segurança da sociedade e do Estado;
Art. 37º [...] recebidos e a sua destinação, sem prejuízo das pres-
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do tações de contas a que estejam legalmente obrigadas.
usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente: (...) Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que
Inciso II. O acesso dos usuários a registros admi- couber, às entidades privadas sem fins lucrativos
nistrativos e a informações sobre atos de governo, que recebam, para realização de ações de interes-
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; se público, recursos públicos diretamente do orça-
Art. 216 [...] mento ou mediante subvenções sociais, contrato de
§ 2º Cabem à administração pública, na forma da gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajus-
lei, a gestão da documentação governamental e as tes ou outros instrumentos congêneres.
providências para franquear sua consulta a quan- Parágrafo único. A publicidade a que estão sub-
tos dela necessitem. metidas as entidades citadas no caput refere-se
à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua
Com base, portanto, nas previsões constitucionais, destinação, sem prejuízo das prestações de contas
foi necessária uma lei que regulamentasse o acesso à a que estejam legalmente obrigadas.
informação, protegendo os direitos fundamentais.
A Administração Pública Direta (União, Estados, Portanto, a Lei abrangeu um rol bem extenso,
Distrito Federal e Municípios) será responsável por visando a garantia e a proteção ao acesso à informação.
garantir o acesso à informação, estando, também, Como dito, o ponto basilar da Lei é a proteção dos
subordinada a essas regras. direitos fundamentais do acesso às informações,
A subordinação se dará aos Órgãos Públicos que inte- levando em consideração formas de execução em
gram os três Poderes, quais sejam: Legislativo, Judiciário conformidade com os princípios básicos da Adminis-
e Executivo. Entretanto, não somente esses, estendendo- tração Pública, além de algumas diretrizes. A seguir,
-se o alcance à Corte de Contas e ao Ministério Público. em conformidade com o estabelecido no art. 3º, foram
listadas tais diretrizes:
sileiros, sendo órgãos independentes e técnicos Observância da publicidade como preceito geral e
I
.3
independentemente de solicitações;
-4
III
Direta, teremos a da Administração Pública Indireta, pela tecnologia da informação;
ed
direta ou indiretamente, pela União, Estados, Dis- Desenvolvimento do controle social da Administração
si
V
trito Federal e Municípios. Pública.
an
Lu
o direito fundamental de acesso à informação. Eles Além dos direitos já mencionados, o art. 7º da Lei
68
devem ser executados em conformidade com os prin- elenca um rol de direitos que devem ser observados,
.3
cípios básicos da administração pública e com, dentre conforme estabelece a Lei de Acesso à Informação:
87
a) Divulgação de informações de interesse público, secução de acesso, bem como sobre o local onde
-4
c) Fomento ao desenvolvimento da cultura de sigilo na tos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou
gu
d) Observância do sigilo como preceito geral e da publici- III - informação produzida ou custodiada por pes-
lv
De acordo com a Lei 12.524/2011, vamos analisar: que esse vínculo já tenha cessado;
Lu
Segundo o artigo 3º, inciso V, há como diretriz o IV - informação primária, íntegra, autêntica e
desenvolvimento do controle social da administra- atualizada;
V - informação sobre atividades exercidas pelos
ção pública. Resposta: Letra B.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
caráter pessoal, a parte poderá impetrar habeas licitatórios, inclusive os respectivos editais e resul-
68
rança para proteger direito líquido e certo, não VI - respostas a perguntas mais frequentes da
-4
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica Os órgãos e entidades deverão utilizar todos os meios
no exercício de atribuições do Poder Público;
gu
e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. A identificação do solicitante não poderá repri-
87
73-B da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de mir as exigências que inviabilizem a solicitação
.2
mação disponível.
Não sendo possível conceder o acesso imediato, o
Lu
Art. 9º O acesso a informações públicas será asse- órgão ou entidade que receber o pedido deverá em
gurado mediante: prazo não superior a 20 (vinte) dias. Vejamos o § 1º:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
custos previstos no caput todo aquele cuja situação dirigido pedido de acesso ou desclassificação;
.3
sustento próprio ou da família, declarada nos ter- Quando não forem observados os procedimentos
.2
mos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983. III de classificação de informação sigilosa estabele-
63
cidos na Lei;
-4
Importante! IV
outros procedimentos previstos nesta Lei.
ed
do pagamento das custas, pois as custas pode- O recurso será dirigido à Controladoria-Geral da
a
lv
rão acarretar prejuízo ao seu sustento e de toda União, desde que, previamente, seja submetido a exa-
si
família, devendo, contudo, ser declarado pelo me de admissibilidade por, pelo menos, uma autori-
an
Art. 21 Não poderá ser negado acesso à informa- dades públicas, observado o seu teor e em razão de
.2
pela satisfação de violação a direitos fundamentais e É de suma importância que você tenha em mente
a direitos humanos. todos os prazos, pois as bancas adoram cobrar esse
ponto:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
mação (LAI), marque a alternativa que descreve cor- da aplicação desta Lei.
retamente a classificação e os prazos máximos de
.3
87
Desclassificação
63
c) ultra ultrassecreta_: 20 (vinte) anos; secreta: 15 (quin- Art. 27 A classificação do sigilo de informações
gu
(quinze) anos; e reservada: 5 (cinco) anos. I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
si
a) Presidente da República;
an
Segundo o artigo 24, § 1º, inciso I, ultrassecreta: 25 c) Ministros de Estado e autoridades com as mes-
(vinte e cinco) anos. Resposta: Letra D. mas prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas náutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares
permanentes no exterior;
A lei estabelece, ainda, algumas regras quanto à
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no
proteção e controle de informações sob sigilo. Neste
inciso I, dos titulares de autarquias, fundações ou
sentido, o art. 25 impõe ao Estado o dever de contro-
empresas públicas e sociedades de economia mista;
lar o acesso e a divulgação de informações sigilosas e
produzidas por seus órgãos e entidades, assegurando III - no grau de reservado, das autoridades refe-
a sua proteção. ridas nos incisos I e II e das que exerçam funções
de direção, comando ou chefia, nível DAS 101.5,
Art. 25 É dever do Estado controlar o acesso e a ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
divulgação de informações sigilosas produzidas Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo
por seus órgãos e entidades, assegurando a sua com regulamentação específica de cada órgão ou
68 proteção. entidade, observado o disposto nesta Lei.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com relação ao Grau ultrassecreto e secreto, pode- à classificação) e possibilidade de danos decorrentes do
rá ser delegada pela autoridade responsável para acesso ou da divulgação da informação.
um agente público, vedada a subdelegação. Ou seja, Todavia, caso se entender necessária a redução do
uma vez delegada a competência, não poderá ser dele- prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição
gada novamente. manterá, como termo inicial, a data da sua produção (§ 3º).
Exemplo: O Presidente da República realiza a dele-
gação de seu poder para um agente público, tornando Art. 30 A autoridade máxima de cada órgão ou
esse agente público responsável, não podendo, por- entidade publicará, anualmente, em sítio à disposi-
tanto, transferir tal poder para outro agente público, ção na internet e destinado à veiculação de dados
pois é vedada a subdelegação. e informações administrativas, nos termos de
Ademais, é importante que você saiba que, quan- regulamento:
do se tratar de Comandantes da Marinha, do Exército
I - rol das informações que tenham sido desclassifi-
e da Aeronáutica e Chefes de Missões Diplomáticas
cadas nos últimos 12 (doze) meses;
e Consulares permanentes no exterior, responsáveis
II - rol de documentos classificados em cada grau
pela classificação de informação no grau ultrasse-
de sigilo, com identificação para referência futura;
creto, esta deverá ser ratificada pelos respectivos
III - relatório estatístico contendo a quantidade de
Ministros de Estado em prazo devidamente regula-
pedidos de informação recebidos, atendidos e inde-
mentado (§ 2º).
feridos, bem como informações genéricas sobre os
solicitantes.
Art. 27 [...]
[...]
§ 3°A autoridade ou outro agente público que clas-
sificar informação como ultrassecreta deverá enca- § 2° Os órgãos e entidades manterão extrato com a
minhar a decisão de que trata o art. 28 à Comissão lista de informações classificadas, acompanhadas
Mista de Reavaliação de Informações, a que se refe- da data, do grau de sigilo e dos fundamentos da
re o art. 35, no prazo previsto em regulamento. classificação.
Conforme dispõe o artigo 28, para ocorrer a classi- Das Informações Pessoais
ficação de informações, seja qual o for o grau de sigi-
lo, deverá ser formalizada em decisão, contendo os De acordo com o art. 31, o tratamento das informa-
seguintes elementos: ções pessoais deve ser feito de forma transparente e
com respeito à intimidade, à vida privada, à honra
z Assunto sobre o qual versa a informação; e à imagem das pessoas, bem como às liberdades e
z Fundamento da Classificação; garantias individuais, direitos estes resguardados pela
z Indicação do prazo de sigilo, contado em anos, Constituição Federal de 1988, conforme dispõe o art. 5°:
meses ou dias ou do evento que defina o seu termo
final;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção
z Identificação da autoridade que a classificou.
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei-
5
-3
Vale ressaltar que a decisão será abarcada à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
87
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá I - terão seu acesso restrito, independentemente
Lu
considerar as peculiaridades das informações produ- de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de
zidas no exterior por autoridades ou agentes públicos. 100 (cem) anos a contar da sua data de produção,
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deve- a agentes públicos legalmente autorizados e à pes-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
rão ser examinadas a permanência dos motivos soa a que elas se referirem; e
do sigilo e a possibilidade de danos decorrentes do
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou
acesso ou da divulgação da informação.
acesso por terceiros diante de previsão legal
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da
ou consentimento expresso da pessoa a que elas
informação, o novo prazo de restrição manterá
como termo inicial a data da sua produção. se referirem.
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de
A reavaliação, realizada pela autoridade classifi- que trata este artigo será responsabilizado por seu
cadora ou superior hierárquico, consiste no exame da uso indevido.
classificação das informações quanto à sua desclassifi-
cação ou redução do prazo de sigilo estabelecido. Para O consentimento para a autorização e divulgação
que ocorra a reavaliação, é necessário o exame de duas de informações pessoais não será exigido quando as
peculiaridades: permanência dos motivos do sigilo (con- informações forem necessárias para os casos previstos
tinuidade dos motivos e fatos que, inicialmente, levaram nos incisos do § 3º. Vejamos quais são essas hipóteses: 69
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DISPENSA DE COSENTIMENTO PARA Art. 32 [...]
DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES PESSOAIS § 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla
defesa e do devido processo legal, as condutas
Prevenção e diagnóstico médico para quando a descritas no caput serão consideradas:
pessoa estiver, física ou legalmente, incapaz e I - para fins dos regulamentos disciplinares das
I Forças Armadas, transgressões militares médias
para utilização, única e exclusivamente, para o
tratamento médico; ou graves, segundo os critérios neles estabelecidos,
desde que não tipificadas em lei como crime ou con-
Realização de estatísticas e pesquisas científicas travenção penal; ou
de evidente interesse público ou geral, previstos II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de
II dezembro de 1990, e suas alterações, infrações
em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a
que as informações se referirem; administrativas, que deverão ser apenadas, no
mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela
III Cumprimento de ordem judicial; estabelecidos.
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, des- dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo
.2
truir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total da sanção aplicada (2 anos) com base no inciso IV (§ 2º).
63
ou parcialmente, informação que se encontre sob A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar
-4
sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimen- com a administração pública é de competência exclusi-
to em razão do exercício das atribuições de cargo, va da autoridade máxima do órgão ou entidade pública,
es
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicita- no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista (§ 3º).
gu
ou informação pessoal;
II, assegurado o direito de defesa do interessado, no
V - impor sigilo à informação para obter proveito
Lu
tas ou secretas, de ofício ou mediante provocação E, por fim, temos os artigos 40 e 41, dispondo sobre:
.3
ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a Art. 40 No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar
.2
reavaliação prevista no art. 39, quando se tratar de da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada
63
Portanto, a não deliberação sobre a revisão pela seja diretamente subordinada para, no âmbito do
respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes
ed
z Prorrogar o prazo de sigilo de informação clas- ao acesso a informação, de forma eficiente e ade-
lv
cumprimento;
nacional ou à integridade do território nacional
III - recomendar as medidas indispensáveis à imple-
ou grave risco às relações internacionais do país, mentação e ao aperfeiçoamento das normas e pro-
sendo esse prazo limitado à uma única renovação.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Direitos de solicitações;
z Informação: dados, processados ou não, que
ed
Fundamentais
Utilização de meios de
podem ser utilizados para produção e transmis-
gu
da cultura de transparência na
z Informação Pessoal: aquela relacionada à pessoa
an
Administração Pública;
natural identificada ou identificável;
Lu
Desenvolvimento do controle
social da Administração Pública. z Informação sigilosa: aquela submetida tempora-
riamente à restrição de acesso público em razão
de sua imprescindibilidade para a segurança da
O Decreto compreende, também, alguns conceitos
sociedade e do Estado;
e definições importantes ao seu estudo. Vejamos:
z Integridade: qualidade da informação não modifi-
z Arquivos Públicos: conjuntos de documentos pro- cada, inclusive quanto à origem, trânsito e destino;
duzidos, recebidos e acumulados por órgãos públi- z Marcação: aposição de marca assinalando o grau
cos, autarquias, fundações instituídas ou mantidas de sigilo de documentos, dados ou informações,
pelo Poder Público, empresas públicas, sociedades ou sua condição de acesso irrestrito, após sua
de economia mista, entidades privadas encarrega- desclassificação;
das da gestão de serviços públicos e organizações
z Metadados: são informações estruturadas e
sociais, no exercício de suas funções e atividades;
z Autenticidade: qualidade da informação que tenha codificadas que descrevem e permitem gerenciar,
sido produzida, expedida, recebida ou modificada por compreender, preservar e acessar os documentos
72 determinado indivíduo, equipamento ou sistema; digitais ao longo do tempo e referem-se a:
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identificação e contexto documental (identi-
Deveres da Administração Pública
ficador único, instituição produtora, nomes,
Estadual
assunto, datas, local, código de classificação,
tipologia documental, temporalidade, destina- Promover a gestão transparente de
ção, versão, documentos relacionados, idioma documentos, dados e informações, assegurando
e indexação); sua disponibilidade, autenticidade, e integridade,
segurança (grau de sigilo, informações sobre para garantir o pleno direito de acesso
sigilosas e pessoais: relação exaustiva de documen- utilização, acesso, reprodução, transporte, trans-
.3
tos, dados e informações com quaisquer restrições de missão, distribuição, arquivamento, armazena-
87
acesso, com a indicação do grau de sigilo, decorrente mento, eliminação, avaliação, destinação ou
.2
controle da informação.
Avaliação de Documentos e Acesso - CADA, e publica-
-4
da pelas autoridades máximas dos órgãos e entidades; Ademais, é necessário destacar que integram a
es
entidades da Administração Pública Estadual deverão I - Orientação sobre os procedimentos para a conse-
Lu
designar, no prazo de 30 dias, os responsáveis pelos cução de acesso, bem como sobre o local onde pode-
Serviços de Informações ao Cidadão - SIC. rá ser encontrado ou obtido o documento, dado ou
O Serviço de Informações ao Cidadão – SIC, por- informação almejada;
tanto, é um serviço independe do meio de utilização, II - Dado ou informação contida em registros ou
mas deverá apresentar a identificação com ampla documentos, produzidos ou acumulados por seus
órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos
visibilidade. públicos;
Já na conduta de visar a grande eficácia e garantia, III - Documento, dado ou informação produzida ou
deverá: custodiada por pessoa física ou entidade privada
decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos
z Manter intercâmbio permanente com os serviços ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha
de protocolo e arquivo; cessado;
IV - Dado ou informação primária, íntegra, autên-
z Buscar informações junto aos gestores de sistemas
tica e atualizada;
informatizados e bases de dados, inclusive de por- V - Documento, dado ou informação sobre ativida-
tais e sítios institucionais; des exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as
74 z Atuar de forma integrada com as Ouvidorias. relativas à sua política, organização e serviços;
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VI - Documento, dado ou informação pertinen- e) constitui-se atribuição do setor de inteligência do
te à administração do patrimônio público, utili- Governo do Estado de São Paulo.
zação de recursos públicos, licitação, contratos
administrativos; De acordo com o Decreto nº 58.052/2012, vamos
VII - Documento, dado ou informação relativa: analisar: segundo o art. 4, inciso II do Decreto nº
a - à implementação, acompanhamento e resulta- 58.052/2012, é dever dos órgãos e entidades da
dos dos programas, projetos e ações dos órgãos e Administração Pública Estadual, divulgar docu-
entidades públicas, bem como metas e indicadores mentos, dados e informações de interesse coletivo
propostos;
ou geral, sob sua custódia, independentemente de
b - ao resultado de inspeções, auditorias, presta-
ções e tomadas de contas realizadas pelos órgãos solicitações. Resposta: Letra A.
de controle interno e externo, incluindo prestações
Das Comissões de Avaliação de Documentos e
de contas relativas a exercícios anteriores.
Acesso
Quanto ao acesso aos dados, informações e docu-
mentos, não estão abrangidas as informações refe- Aqui há uma curiosidade, pois, as Comissões de
rentes a projetos de pesquisa e desenvolvimento Avaliação de Documentos de Arquivo passaram a ser
científicos ou tecnológicos, cujo sigilo seja impres- denominadas como Comissões de Avaliação de Docu-
cindível à segurança da sociedade e do Estado. mentos e Acesso (CADA), com isso, verifica-se a movi-
No entanto, existem algumas informações que pos- mentação da Administração Pública Estadual.
suem uma característica mista ou parcial, como, por Diante dessa alteração, nasce um questionamento,
exemplo, uma informação com uma certa quantida- a quem a Comissões de Avaliação de Documentos e
de sigilosa e a outra parte, livre de acesso. Portanto, Acesso (CADA) será vinculada?
quando estivermos diante de uma informação par- Com a finalidade da fiscalização e controle, atri-
cial ou mista, não será autorizado o acesso integral à bui-se essa vinculação ao Gabinete da autoridade
informação por ser ela parcialmente sigilosa. É asse- máxima do órgão ou entidade, sendo as Comissões
gurado o acesso à parte não sigilosa por meio de integradas por servidores de nível superior das áreas
certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte jurídica, de administração geral, de administração
sob sigilo. financeira, de arquivo e protocolo, de tecnologia da
Já o direito de acesso aos documentos, aos dados informação e por representantes das áreas específicas
ou às informações neles contidas, utilizados como da documentação a ser analisada, devendo ser com-
fundamento da tomada de decisão e do ato adminis- postas sempre em número ímpar, englobando apenas
trativo, será assegurado com a edição do ato decisório 5, 7 ou 9 membros.
respectivo. Ademais, a Lei estabeleceu algumas atribuições
No que tange a negativa de acesso às informações, à Comissões de Avaliação de Documentos e Acesso –
objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades CADA, sendo, em especial, apresentada pelo art. 12:
da Administração Pública direta ou indireta, quando
5
não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas
-3
poderá o interessado requerer à autoridade compe- II - Realizar estudos, sob a orientação técnica da
.2
tente a imediata abertura de sindicância para apurar Unidade do Arquivo Público do Estado, órgão cen-
63
caso em que seja identificado o extravio, o responsá- lo - SAESP, visando à identificação e elaboração de
vel pela guarda da informação extraviada deverá, no tabela de documentos, dados e informações sigilo-
es
prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar teste- sas e pessoais, de seu órgão ou entidade;
ed
munhas que comprovem sua alegação. III - Encaminhar à autoridade máxima do órgão
gu
publicação;
Lu
Ademais, ocorrerão casos em que não será possí- ato normativo pelo Chefe do Executivo, obser-
87
vel a prestação das informações de maneira imediata. vando as condições do indivíduo hipossuficien-
.2
deverá:
si
1 - comunicar a data, local e modo para se reali- Quando se tratar de acesso à informação contida
an
zar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a em documento cuja manipulação possa prejudicar
certidão;
Lu
manifestar, após eventual consulta à Comissão de VII - Respostas a perguntas mais frequentes da
68
dias se:
alguns requisitos, sendo eles:
a
lv
São Paulo - CSBD». que tenha qualquer vínculo com o Poder Público.
es
Por fim, o “Catálogo de Sistemas e Bases de Dados 58.052/2012, do Estado de São Paulo, são conside-
Lu
da Administração Pública do Estado de São Paulo – radas passíveis de restrição de acesso, no âmbito da
CSBD”, bem como as bases de dados da Administração Administração Pública Estadual, duas categorias de
Pública Estadual deverão estar disponíveis no Portal documentos, dados e informações, quais sejam:
Governo Aberto SP e no Portal da Transparência Esta-
dual, nos termos da legislação pertinente, com todos a) médicos e militares.
os elementos necessários para permitir sua utilização b) disponíveis e privados.
por terceiros, como a arquitetura da base e o dicioná- c) sigilosos e pessoais.
rio de dados, tendo como base legal o art. 26, § 3º. d) particulares e privados.
e) ilegais e secretos.
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO A DOCUMENTOS,
DADOS E INFORMAÇÕES
Segundo o art. 27 do Decreto nº 58.052/2012, são
Com relação às restrições, o Decreto dispôs sobre consideradas passíveis de restrição de acesso, no
as passíveis de restrição de acesso, no âmbito da âmbito da Administração Pública Estadual, duas
Administração Pública Estadual, duas categorias de categorias de documentos, dados e informações os
78 documentos, dados e informações: sigilosos e pessoais. Resposta: Letra C.
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DA CLASSIFICAÇÃO, RECLASSIFICAÇÃO E § 5º - Para a classificação do documento, dado ou
DESCLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS, DADOS E informação em determinado grau de sigilo, deverá
INFORMAÇÕES SIGILOSAS ser observado o interesse público da informação,
e utilizado o critério menos restritivo possível,
O art. 30 estabelece as situações imprescindíveis à considerados:
segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, pas- 1 - a gravidade do risco ou dano à segurança da
síveis de classificação de sigilo. sociedade e do Estado;
2 - o prazo máximo de restrição de acesso ou o
evento que defina seu termo final.
I - Pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou
a integridade do território nacional;
II - Prejudicar ou pôr em risco a condução de nego- No art. 32 e seus respectivos incisos, notamos que
ciações ou as relações internacionais do País, ou as a informação da classificação de sigilo de documen-
que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por tos, dados e informações no âmbito da Administração
outros Estados e organismos internacionais; Pública Estadual deverá ser realizada através de dois
III - Pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da meios. São eles:
população;
IV - Oferecer elevado risco à estabilidade financei- I - publicação oficial, pela autoridade máxima do
ra, econômica ou monetária do País; órgão ou entidade, de tabela de documentos, dados
V - Prejudicar ou causar risco a planos ou opera- e informações sigilosas e pessoais, que em razão de
ções estratégicos das Forças Armadas; seu teor e de sua imprescindibilidade à segurança
VI - Prejudicar ou causar risco a projetos de pes- da sociedade e do Estado ou à proteção da inti-
quisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, midade, da vida privada, da honra e imagem das
assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas pessoas, sejam passíveis de restrição de acesso, a
de interesse estratégico nacional; partir do momento de sua produção.
II - análise do caso concreto pela autoridade res-
VII - Pôr em risco a segurança de instituições ou de
ponsável ou agente público competente, e formali-
altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus
zação da decisão de classificação, reclassificação
familiares;
ou desclassificação de sigilo, bem como de restri-
VIII - Comprometer atividades de inteligência, bem
ção de acesso à informação pessoal, que conterá,
como de investigação ou fiscalização em andamen-
no mínimo, os seguintes elementos:
to, relacionadas com a prevenção ou repressão de
a - assunto sobre o qual versa a informação;
infrações. b - fundamento da classificação, reclassificação ou
desclassificação de sigilo, observados os critérios
É de suma importância que você tenha em mente estabelecidos no artigo 31 deste decreto, bem como
todos os prazos, pois as bancas adoram cobrar esse da restrição de acesso à informação pessoal;
ponto. Para te ajudar, montei uma tabela bem espe- c - indicação do prazo de sigilo, contado em anos,
meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo
cial e recomendo a sua memorização, de acordo com
final, conforme limites previstos no artigo 31 deste
5
o art. 31: decreto, bem como a indicação do prazo mínimo de
-3
CATEGORIA PRAZO
87
reclassificou ou desclassificou.
.2
Ultrassecreta 25 anos
63
Reservada 05 anos
A partir daqui, surge-nos um questionamento
ed
interessado.
e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da
63
graus:
ed
necessariamente, remetente, destinatário, número grau ultrassecreto e outra folha de nível secreto ou
68
de registro e o grau de sigilo do documento; reservado. Nesses tipos de casos, o documento será
.3
V - para os documentos sigilosos digitais deverão ser tratado nos termos de seu grau de sigilo mais elevado.
87
observadas as prescrições referentes à criptografia. Com relação à marcação, o documento deverá ser
.2
Com isso, o Decreto, visando à proteção dos dados cópias do documento, devendo ser numeradas todas
-4
e a segurança dos usuários, estipulou que a expedi- as folhas, devendo a juntada ser precedida de termo
es
ção, tramitação e entrega de documento ultrassecreto próprio, consignando o número total de folhas acres-
deverá ser realizada por agente público credenciado,
ed
cidas ao documento.
sendo entregue pessoalmente.
gu
armazenamento.
dos do material de criptografia existente;
-4
relativa ao sigilo, à inviolabilidade, à integridade, documentos, dados e informações sigilosos poderá ser
a
V - identificação e registro de indícios de violação número, ao ano de edição e à sua ementa, redigidos
Lu
ou interceptação ou de irregularidades na trans- por agente público credenciado, de modo a não com-
missão ou recebimento de documentos, dados e prometer o sigilo, conforme art. 61.
informações criptografados. E, por fim, dependerá de autorização da autoridade
classificadora ou autoridade competente hierarquica-
Conforme art. 54, § 1º a autoridade máxima do mente superior, a publicação de atos administrativos
órgão ou entidade da Administração Pública Estadual que trate de documentos, dados e informações sigilo-
responsável pela custódia de documentos, dados e sos para sua divulgação ou execução.
informações sigilosos e detentor de material cripto-
gráfico designará um agente público responsável Da Reprodução e Autenticação
pela segurança criptográfica, devidamente creden-
ciado, incumbindo ao agente providenciar as condi- De acordo com o Os Serviços de Informações ao
ções de segurança necessárias ao resguardo do sigilo Cidadão – SIC dos órgãos e entidades da Administração
de documentos, dados e informações durante sua pro- Pública Estadual serão responsáveis pela reprodução
dução, tramitação e guarda, em suporte magnético ou total ou parcial de documentos, dados e informações
óptico, bem como a segurança dos equipamentos e sigilosos. Entretanto, para isso, deverá obter autoriza-
82 sistemas utilizados. ção expressa, conforme art. 66.
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§ 1º - A reprodução do todo ou de parte de documen- ou parcialmente, documento, dado ou informação
tos, dados e informações sigilosos terá o mesmo que se encontre sob sua guarda ou a que tenha
grau de sigilo dos documentos, dados e informa- acesso ou conhecimento em razão do exercício das
ções originais atribuições de cargo, emprego ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solici-
É importante destacar que compete aos agentes tações de acesso a documento, dado e informação;
públicos credenciados a realização da reprodução e IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar
autenticação de cópias de documentos, dados e infor- ou permitir acesso indevido ao documento, dado e
mações sigilosos. Ademais, serão autorizadas e forne- informação sigilosos ou pessoal;
cidas as certidões de documentos sigilosos que não V - impor sigilo a documento, dado e informação
puderem ser reproduzidos, integralmente, em razão para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para
das restrições legais ou do seu estado de conservação. fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
Vale ressaltar, que deverá ser providenciada a eli- por outrem;
minação de provas ou qualquer outro recurso que VI - ocultar da revisão de autoridade superior com-
possam dar origem à cópia não autorizada, do todo petente documento, dado ou informação sigilosos
ou parte, o responsável pela preparação ou repro- para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de
dução de documentos sigilosos. terceiros;
Ademais, sempre que a preparação, impressão ou, VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, docu-
se for o caso, a reprodução de documentos, dados e mentos concernentes a possíveis violações de direi-
informações sigilosos forem efetuadas em tipografias, tos humanos por parte de agentes do Estado.
impressoras, oficinas gráficas, ou similares, essa ope-
ração deverá ser acompanhada por agente público Portanto, o agente público que tiver acesso a docu-
credenciado, que será responsável pela garantia do mentos, dados ou informações sigilosas, nos termos
sigilo durante a confecção do documento, conforme deste Decreto, é responsável pela preservação de seu
artigo 68. sigilo, ficando sujeito às sanções administrativas,
O art. 69 do Decreto prevê disposições inerentes à civis e penais, em caso de eventual divulgação não
gestão de contratos: autorizada, tendo como relação o art. 72.
Art. 69 O contrato cuja execução implique o aces-
Art. 73 Os agentes responsáveis pela custódia de
so por parte da contratada a documentos, dados
documentos e informações sigilosos sujeitam-se às
ou informações sigilosas, obedecerá aos seguintes
normas referentes ao sigilo profissional, em razão
requisitos:
I - Assinatura de termo de compromisso de manu- do ofício, e ao seu código de ética específico, sem
tenção de sigilo; prejuízo das sanções legais.
II - O contrato conterá cláusulas prevendo:
a - obrigação de o contratado manter o sigilo relati- Possuindo o entendimento das condutas ilícitas, pode-
vo ao objeto contratado, bem como à sua execução; mos avançar nas sanções que o Decreto nº 58.052/2012,
5
-3
I - advertência;
Para que isso ocorra, os órgãos contratantes da
gu
II - multa;
Administração Pública Estadual fiscalizarão o cum-
III - rescisão do vínculo com o poder público;
a
(dois) anos;
V - declaração de inidoneidade para licitar ou con-
DAS RESPONSABILIDADES tratar com a Administração Pública Estadual, até
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
ao acesso.
cada órgão ou entidade da Administração Pública
.3
87
Art. 78 Cabe à Secretaria de Gestão Pública: Estadual designará subordinado para, no âmbito
.2
ção Pública Estadual e conscientização do direito I - planejar e propor, no prazo de 90 (noventa) dias,
fundamental de acesso à informação;
es
política estadual de arquivos e gestão de documentos; II - assegurar o cumprimento das normas relativas
an
denciamento de segurança de pessoas físicas, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei
empresas, órgãos e entidades da Administração federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e des-
Pública Estadual para tratamento de informações te decreto;
sigilosas e pessoais. III - orientar e monitorar a implementação do dis-
posto na Lei federal nº 12.527, de 18 de novembro
E, por fim, a Ouvidoria Geral do Estado será res-
de 2011, e neste decreto, e apresentar relatórios
ponsável pela fiscalização da aplicação da Lei Federal
periódicos sobre o seu cumprimento;
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e deste Decre-
to no âmbito da Administração Pública Estadual, sem IV - recomendar as medidas indispensáveis à imple-
mentação e ao aperfeiçoamento das normas e pro-
prejuízo da atuação dos órgãos de controle interno.
cedimentos necessários ao correto cumprimento do
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS disposto neste decreto;
V - promover a capacitação, o aperfeiçoamento e a
Com relação às disposições transitórias, o Decre- atualização de pessoal que desempenhe atividades
to, em sua atribuição, instituiu o Grupo Técnico, jun- inerentes à salvaguarda de documentos, dados e
84 to ao Comitê de Qualidade da Gestão Pública – CQGP, informações sigilosos e pessoais.
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Como consequência do desempenho de suas fun-
LEI FEDERAL Nº 12.830/2013 ções, caberá, ao delegado de polícia, a função de
(INVESTIGAÇÃO CRIMINAL requisitar a perícia, as informações, os documentos
e os dados que interessem à apuração dos fatos no
CONDUZIDA PELO DELEGADO)
decorrer da investigação criminal, conforme o dis-
posto no parágrafo 2º.
A Lei nº 12.830, de 2013, visa estabelecer disposi-
ções acerca do exercício da atividade de delegado de § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao
polícia nos procedimentos de investigação criminal. delegado de polícia a requisição de perícia, infor-
mações, documentos e dados que interessem à apu-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação crimi- ração dos fatos.
nal conduzida pelo delegado de polícia.
Com base no artigo 2º, parágrafo 4º, vemos que
Observe o fluxograma a seguir: a avocação e redistribuição de inquérito policial ou
outro procedimento em curso pode ocorrer:
12.830/2016
z somente por superior hierárquico;
z mediante despacho fundamentado;
z por motivo de interesse público;
z nas hipóteses de inobservância dos procedimen-
tos previstos em regulamento da corporação que
prejudiquem a eficácia da investigação.
Conduzida pelo Investigação
delegado de polícia criminal
Importante!
circunstâncias.
68
sivas de Estado.
a
lv
si
jurídica do fato
do ser definido em Lei, quando se tratar de atividade
específica, que tenha, como objetivo, a apuração Indicação da autoria, materialidade e
das circunstâncias, da materialidade e da autoria circunstâncias
das infrações penais.
DO CARGO DE DELEGADO
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de auto-
ridade policial, cabe a condução da investigação O cargo de delegado de polícia é privativo de
criminal por meio de inquérito policial ou outro bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado
procedimento previsto em lei, que tem como objeti- o mesmo tratamento protocolar que recebem os
vo a apuração das circunstâncias, da materialida- magistrados, os membros da Defensoria Pública e
de e da autoria das infrações penais. do Ministério Público e advogados (art. 3º). 85
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Atente-se a esse conceito: servidor público é o
LEI ESTADUAL Nº 10.261/1968 agente contratado pela Administração Pública, direta
(ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio-
nado mediante concurso público para ocupar cargos
PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE SÃO públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu-
PAULO) reza estatutária e não-contratual. O regime dos cargos
públicos é disciplinado pela Lei Federal nº 8.112/1990,
AGENTES PÚBLICOS: NOÇÕES GERAIS E também conhecida como Estatuto do Servidor Público.
DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS APLICÁVEIS Frente a isso, um ponto relevante a ser ressaltado
desse regime é o alcance da estabilidade mediante o
Para compreender corretamente o regime jurídico fim do período de estágio probatório. Tal alcance per-
dos policiais civis do Estado de São Paulo, é importan- mite que o servidor não seja desligado de suas funções,
te, antes, estabelecer alguns conceitos iniciais, para salvo pelas hipóteses previstas em lei, como a sentença
que não haja confusão entre alguns pontos. Os servi- judicial transitada em julgado, processo administrativo
dores policiais civis de São Paulo estão inseridos em disciplinar, ou a não aprovação em avaliação periódica
um grupo muito grande de pessoas que atuam dentro de desempenho (artigo 41, § 1º, da CF/1988).
do Estado, denominados agentes públicos, ou funcio- Dentre os cargos públicos, há aqueles que são vitalí-
nários públicos. cios, que se apresentam de forma mais vantajosa, uma
vez que o estágio probatório possui um tempo menor
Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,
(2 anos, sendo de 3 anos para os cargos não-vitalícios);
são agentes públicos as pessoas que exercem uma
o desligamento ocorre apenas mediante sentença con-
função pública, ainda que em caráter temporário ou
denatória transitada em julgado. São vitalícios os car-
sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
gos de: Magistratura, do Tribunal de Contas, e os cargos
e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que, dos membros do Ministério Público.
dentro da organização da Administração Pública, Além da estabilidade, é também assegurado aos
exercem determinada função pública. servidores estatutários alguns direitos trabalhistas,
Assim, podemos dizer que agente público é o como se depreende da leitura do § 3º do artigo 39
gênero que comporta diversas espécies, como agen- da CF/1988. Como exemplo, temos: salário mínimo,
tes políticos, agentes militares, servidores públicos remuneração de trabalho noturno superior ao diurno,
estatutários, empregados públicos, agentes honorí- repouso semanal remunerado, férias remuneradas,
ficos, entre outros. licença à gestante etc.
Os agentes políticos possuem como característica Diferentemente do que ocorre na contratação dos
principal o fato de exercerem uma função pública de servidores, os empregados públicos são contratados
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante mediante regime celetista, isto é, com aplicação das
eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o regras previstas na Consolidação das Leis do Trabalho
condão de extinguir a relação destes com o Estado de (CLT). Trata-se de uma vinculação contratual. A con-
modo automático pelo simples decurso do tempo. Per- tratação desse grupo de funcionários se dá, em regra,
5
cebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o Esta- pelas pessoas jurídicas de direito privado integrantes
-3
do não é profissional, mas institucional. São agentes da Administração Indireta (empresas públicas, socie-
68
políticos os parlamentares, o Presidente da República, dades de economia mista, consórcios etc.). Além dis-
.3
os prefeitos, os governadores, bem como seus respec- so, o ingresso de tais pessoas também depende da sua
87
as instituições militares possuem fortes bases funda- que os empregados públicos não gozam da estabilida-
es
também apresentarem vinculação estatutária, igual os empregados passam por um período de experiên-
cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
gu
tares dos Estados, Distrito Federal e Territórios, bem traditório e a ampla defesa.
Lu
como os demais militares ligados ao Exército, Mari- É importante lembrar que, para a Administração
nha e Aeronáutica. Algumas características que mere- Pública, a motivação de seus atos, bem como o trata-
cem destaque são: a proibição de sindicalização dos mento impessoal, e a finalidade pública, são princípios
militares, a proibição do direito de greve, e a proibi- norteadores de sua atuação. A demissão imotivada de
ção à filiação partidária. um empregado público seria absolutamente inadmis-
O grupo de agentes públicos mais importante para sível nessas condições.
os seus estudos é definitivamente o dos servidores E por fim, temos os denominados trabalhado-
públicos civis. De modo geral, podemos dizer que a res temporários. Estão previstos no artigo 37, IX, da
Constituição Federal de 1988 apresenta dois tipos de Constituição Federal. Pela nomenclatura, pode-se já
regimes para os agentes estatais: o regime estatutário concluir que eles são uma forma de empregados, e
(ou de cargos públicos), e o regime celetista (ou de não servidores. Porém, apresentam um aspecto espe-
empregos) públicos. cial: seu vínculo é contratual, porém temporário, o
Os servidores públicos são contratados pelo regi- que significa que essas pessoas somente são contra-
me estatutário, enquanto os empregados públicos são tadas para satisfazer uma necessidade temporária do
contratados pelo regime celetista, que muito se asse- Estado. Uma vez satisfeita essa necessidade, o seu vín-
86 melha com as regras contidas na CLT. culo é desfeito automaticamente.
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Por causa dessa necessidade temporária, os traba- Os artigos 3º a 10 apresentam algumas definições
lhadores temporários são os únicos agentes públicos básicas que ajudam a melhor compreender a matéria:
que são contratados sem a necessidade de prévia apro-
vação em concurso público. Essa é a única exceção. z Funcionário público: Pessoa legalmente investi-
A regra geral é que os agentes públicos, de modo da em cargo público;
geral, para ingressar em cargo ou emprego de provi- z Cargo público: Conjunto de atribuições e respon-
mento efetivo precisam ser antes aprovados em con- sabilidades cometidas a um funcionário, podendo
curso público. se apresentar de forma isolada, ou em carreira;
z Classe: Conjunto de cargos da mesma denominação;
Dica z Carreira: Conjunto de classes da mesma natureza
de trabalho, escalonadas segundo o nível de com-
Os policiais civis são considerados, para todos
plexidade e o grau de responsabilidade;
efeitos, servidores públicos, e não agentes
z Quadro: Conjunto de carreiras e de cargos isolados.
militares. Possuem um regime jurídico pró-
prio estatutário, disposto em uma lei especial,
CARGOS PÚBLICOS: FORMAS DE PROVIMENTO E
que mencionaremos mais adiante. Somente os
VACÂNCIA
membros da Polícia Militar são considerados
agentes militares.
Prover significa “criar”. Logo, quando o Estatuto
dispõe sobre normas de provimento e vacância de
LEI Nº 10.261/1968 - (ESTATUTO DOS
cargos públicos, significa que a Administração Pública
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE
SÃO PAULO) é competente tanto para criar como para extinguir
seus cargos públicos.
Uma vez analisados os aspectos gerais referentes As formas de provimento de cargos públicos estão
aos agentes públicos, podemos finalmente adentrar dispostas nos incisos do artigo 11. São:
na legislação estadual pertinente para os cargos da
Polícia Civil de São Paulo. I - nomeação;
A Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, é a Lei II - transferência;
Estadual que dispõe sobre o Regime Jurídico dos Ser- III - reintegração;
vidores Públicos Civis do referido Estado. Os dispositi- IV - acesso;
vos trazidos neste material dizem respeito aos cargos V - reversão;
públicos, forma de provimento e vacância, os direitos VI - aproveitamento; e
e garantias gerais, os deveres, responsabilidades e o VII - readmissão.
direito de petição conferido a todos esses servidores
estaduais. A nomeação é a forma mais comum de provimen-
É verdade que os policiais civis são uma espécie to de cargo público. Poderá ocorrer de três formas:
de funcionário público, mas eles também apresentam nomeação para cargo de provimento efetivo, nomea-
uma Lei Orgânica especial, que disciplina em maiores ção para cargos em comissão, e nomeação para cargos
5
-3
detalhes sobre o seu regime jurídico. Veremos essa vitalícios previstos na “Constituição do Brasil”.
68
Legislação Especial em momento posterior. Por ora, é Os cargos em comissão serão providos por livre
.3
importante saber as regras que se aplicam a todos os nomeação da autoridade competente, dentre pessoas
87
servidores estaduais, de modo amplo e geral. que possuam aptidão profissional e reúnam as condi-
.2
Dada a multiplicidade de leis, em âmbitos diferen- ções necessárias à sua investidura, conforme se dispu-
63
qual lei deve utilizar para responder questões de pro- A investidura em cargo público de provimento
vas. Primeiramente, é importante ressaltar que lei efetivo depende de aprovação prévia em concurso
es
federal não se sobrepõe a lei estadual e vice-versa. público de provas ou de provas e títulos, de acordo
ed
Durante a prova, o candidato deve se ater ao que com a natureza e a complexidade do cargo. As pro-
gu
a pergunta diz. A grande maioria das questões de pro- vas serão avaliadas na escala de 0 a 100 pontos e aos
vas delineia a legislação que deve ser utilizada para
a
responder à questão. Procure por expressões como 14, parágrafo único). O concurso público terá validade
si
“nos termos da Constituição Federal”, “segundo a Lei de até 2 anos, sendo prorrogável, uma vez, por igual
an
to legal ou afastamento de titular de cargo em comis- tante intrínseca. Ocorrendo a extinção ou declaração
são (artigo 23). Ocorrendo a vacância, o substituto da desnecessidade do cargo, o servidor efetivo estável
passará a responder pelo expediente da unidade ou ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
órgão correspondente até o provimento do cargo. cional ao tempo de serviço, até o seu adequado e obri-
A substituição poderá ser automática, ou depen- gatório aproveitamento em outro cargo (artigo 219, I
dente de auto expedido pela autoridade competente, e II). Não será aberto concurso para o preenchimento
ou ainda para atender a necessidade do serviço, nos de cargo público enquanto estiver em disponibilidade
termos do artigo 25. É o caso dos tesoureiros, caixas e servidor originário do cargo a ser provido. O provento
outros funcionários que tenham valores sob sua guar- da disponibilidade não poderá ser superior ao venci-
da, que serão substituídos por funcionários indicados mento ou remuneração e vantagens percebidos pelo
por eles mesmos, de sua confiança, respondendo a sua funcionário (artigo 220).
fiança pela gestão do substituto. Aproveitamento, segundo o artigo 37, é o rein-
Os parágrafos 1º e 2º do artigo 24 tratam da pessoa gresso no serviço público do funcionário em dispo-
do servidor substituto. É direito do servidor substitu- nibilidade. O aproveitamento se dará, tanto quanto
to exercer o cargo enquanto durar o impedimento do possível, em cargo de natureza e padrão de vencimen-
88 respectivo ocupante. Durante todo o tempo em que tos correspondentes ao que ocupava, não podendo ser
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feito em cargo de padrão superior (§ 1º do artigo 38). c) o tempo de serviço público;
Porém, caso não seja possível e o aproveitamento se d) os encargos de família; e
der em cargo de padrão inferior ao provento da dispo- e) a idade.
nibilidade, terá o funcionário direito à diferença dos
vencimentos. Os artigos 102 e seguintes dispõem sobre o proce-
A possibilidade de aproveitamento em cargo com- dimento da apuração da promoção de cada servidor
patível deve sempre preceder de inspeção médica, fei- público.
ta para comprovar a sua capacidade para o exercício Incumbe a cada Secretaria de Estado criar uma
do referido cargo. Se for julgado incapaz para o servi- Comissão de Promoção, que possui um rol de atri-
ço, o servidor será aposentado (§§ 3º e 5º do artigo 38). buições previstos nos incisos do artigo 105. Entre
A readmissão, por sua vez, encontra-se expressa essas atribuições, destacamos: decidir as reclamações
no artigo 39. É o ato pelo qual o ex-funcionário demiti- contra a avaliação do mérito, podendo alterar, fun-
do ou exonerado também reingressa no serviço públi-
damentalmente, os pontos atribuídos ao reclamante
co sem, porém, direito a ressarcimento de prejuízos,
ou a outros funcionários; avaliar o mérito do funcio-
assegurada apenas a contagem de tempo de serviço
nário quando houver divergência igual ou superior a
em cargos anteriores, para efeito de aposentadoria
20 (vinte) pontos entre os totais atribuídos pelas auto-
e disponibilidade. Observe que esse reingresso não
advém de uma “reparação de uma injustiça”, motivo ridades avaliadoras; avaliar os títulos e os certifica-
pelo qual ele não tem direito ao ressarcimento. dos de cursos apresentados pelos funcionários; e dar
A readmissão do ex-funcionário demitido será conhecimento aos interessados mediante afixação na
obrigatoriamente precedida de reexame do respecti- repartição das alterações de pontos feitos nos Boletins
vo processo administrativo, em que fique demonstra- de Promoção, e dos pontos atribuídos pelos títulos e
do não haver inconveniente para o serviço público, na certificados de cursos.
decretação da medida (§ 1º do artigo 39). A readmis- No processamento das promoções cabem as
são será feita no cargo anteriormente exercido pelo seguintes reclamações sobre a avaliação do mérito, e
ex-funcionário ou, se transformado, no cargo resul- sobre a classificação final. Reclamações sobre a ava-
tante da transformação (artigo 40). liação do mérito são o pedido de reconsideração e os
recursos. Já a reclamação sobre a classificação final é
Art. 41 Readaptação é a investidura em cargo apenas o recurso (artigo 106).
mais compatível com a capacidade do funcionário Para facilitar a memorização, segue uma tabe-
e dependerá sempre de inspeção médica.
la demonstrando todas as formas de provimento de
Art. 42 A readaptação não acarretará diminuição,
cargos públicos, tanto daqueles dispostos no artigo 11
nem aumento de vencimento ou remuneração.
como as outras formas que não estão dentro do rol
A remoção pode ser feita de ofício ou a pedido do desse dispositivo.
servidor. Será feita de uma para outra repartição, da
mesma Secretaria; ou ainda de um para outro órgão FORMAS DE PROVIMENTO DE CARGOS NA
5
da mesma repartição (artigo 43). A remoção também ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTADUAL DE SÃO
-3
PAULO
68
Aproveitamento
cidos, alternadamente, os critérios de merecimento e
ed
Remoção
no cargo e ao aperfeiçoamento funcional resultante do
an
As hipóteses referentes à demissão serão melhor essa última hipótese encontra-se disposta no inciso II,
.3
analisados quando tratarmos do regime disciplinar. § 3º do artigo 169 da CF/1988. Sob o aspecto orçamen-
87
Por ora, é importante saber que a demissão se difere tário e financeiro, não pode a Administração Pública
.2
contas públicas.
existe hipótese de o servidor pedir demissão para si
gu
desde que não a execute dentro do período normal que indevidamente receber diária, será obrigado a res-
68
ou extraordinário de trabalho a que estiver sujeito tituí-la de uma só vez, ficando ainda sujeito à punição
e sejam respeitadas as restrições estabelecidas em
.3
disciplinar.
87
O adicional por tempo de serviço é devido para vidor pelas despesas realizadas com seu transporte e
ed
o servidor que completar 5 anos de efetivo exercício, de sua família, compreendendo passagem, bagagem e
gu
go 127). A apuração do quinquênio será feita em dias e será arbitrada pelos Secretários de Estado, não poden-
si
o total convertido em anos, considerados estes sempre do exceder importância correspondente a três vezes
an
Salário-Família
Salário-esposa Já o artigo 181 trata das licenças. O funcionário
.2
63
legislação estadual
I - para tratamento de saúde;
es
O artigo 163 e seguintes trata de outras concessões ções ou acometido por doença profissional;
gu
execução de trabalho especial, com risco de vida VII - no caso previsto no artigo 205;
ou saúde; VIII - compulsoriamente, como medida profilática;
z Transporte para o servidor licenciado para trata- IX - como prêmio de assiduidade.
mento de saúde, incluindo pessoas de sua família;
z Transporte devido à família do funcionário fale- Art. 191 Ao funcionário que, por motivo de saúde,
cido quando este falecer fora da sede de exercício, estiver impossibilitado para o exercício do cargo,
no desempenho de serviço. será concedida licença até o máximo de 4 (quatro)
anos, com vencimento ou remuneração.
O artigo 171, por sua vez, trata da acumulação de
cargo, emprego e função pública. Em regra, a acumu- Finalizado o prazo, o funcionário será submetido
lação é vedada. Contudo, de forma excepcional, o referi- à inspeção médica e aposentado, desde que verificada
do dispositivo trata de algumas hipóteses que o servidor a sua invalidez, permitindo-se o licenciamento além
pode, sim, acumular cargo. São os seguintes casos: desse prazo, quando não se justificar a aposentadoria.
A licença para tratamento de saúde dependerá de ins-
I - a de um juiz e um cargo de professor; peção médica oficial, que pode ser concedida de ofí-
92 II - a de dois cargos de professor; cio, ou a pedido do próprio servidor (artigo 193).
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O funcionário acidentado no exercício de suas vencimento ou remuneração, durante os estágios
atribuições ou que tenha adquirido doença profissio- prescritos pelos regulamentos militares.
nal terá direito à licença com vencimento ou remune-
ração. O parágrafo único do artigo 194 define o que é De acordo com o artigo 202, depois de 5 anos de
considerado acidente em serviço: exercício, o funcionário poderá obter licença para
tratar de interesses particulares, sem vencimento
1 - a agressão sofrida e não provocada pelo funcio- ou remuneração, pelo prazo máximo de 2 anos. Por
nário, no exercício de suas funções; ser uma licença que não depende de inspeção médica
2 - a lesão sofrida pelo funcionário, quando em (já que não há uma enfermidade), ela pode não ser
trânsito, no percurso usual para o trabalho. concedida se a Administração decidir que ela seria
inconveniente para o serviço público.
O artigo 195 prevê um prazo máximo para a licen-
ça por acidente em serviço, que não pode ser superior Art. 204 Só poderá ser concedida nova licença
a 4 anos. depois de decorridos 5 (cinco) anos do término da
anterior.
Art. 196 A comprovação do acidente, indispensável Art. 205 A funcionária casada com funcioná-
para a concessão da licença, será feita em procedi- rio estadual ou com militar terá direito à licen-
mento próprio, que deverá iniciar-se no prazo de 10 ça, sem vencimento ou remuneração, quando o
(dez) dias, contados da data do acidente. marido for mandado servir, independentemente de
solicitação, em outro ponto do Estado ou do territó-
Para tanto, o funcionário deve requerer a licença rio nacional ou no estrangeiro.
junto ao órgão de origem. Uma vez encerrado os tra-
balhos do procedimento próprio, o órgão médico ofi- O artigo 206, por sua vez, trata da licença
cial deve emitir uma decisão. compulsória.
Sobre a licença à gestante, dispõe o artigo 198 que
à funcionária gestante será concedida licença de 180 Art. 206 O funcionário, ao qual se possa atribuir a
dias com vencimento ou remuneração, observado o condição de fonte de infecção de doença transmis-
sível, poderá ser licenciado, enquanto durar essa
seguinte:
condição, a juízo de autoridade sanitária compe-
tente, e na forma prevista no regulamento.
a) a licença poderá ser concedida a partir da 32ª
(trigésima segunda) semana de gestação, mediante
documentação médica que comprove a gravidez e a De acordo com o artigo 209, o funcionário terá
respectiva idade gestacional; direito, como prêmio de assiduidade, à licença de 90
b) no caso da ocorrência do parto, sem a solicitação dias em cada período de 5 anos de exercício ininter-
de licença, será esta concedida mediante a apresen- rupto, em que não haja sofrido qualquer penalidade
tação da certidão de nascimento e vigorará a partir administrativa. O período da licença será considera-
da data do evento, podendo retroagir até 15 (quin- do de efetivo exercício para todos os efeitos legais,
5
-3
dora que exercer qualquer atividade remunerada O artigo 210 salienta que, para fins da licença-prê-
87
similar.
63
O artigo 199 trata da licença por motivo de doen- do o previsto no item X (são as faltas abonadas); e
es
tes até segundo grau (são os avôs/avós e netos/as, desde que o total de todas essas ausências não
gu
na linha vertical, e os irmãos/ãs, na linha colateral). exceda o limite máximo de 30 (trinta) dias, no
a
Art. 200 Ao funcionário que for convocado para ou em parcelas não inferiores a 15 dias, ou até o imple-
Lu
o serviço militar e outros encargos da segurança mento das condições para a aposentadoria voluntária
nacional, será concedida licença sem vencimento (artigo 213).
ou remuneração.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
§1º A licença será concedida mediante comunica- Art. 214 O funcionário deverá aguardar em exer-
ção do funcionário ao chefe da repartição ou do cício a apreciação do requerimento de gozo da
serviço, acompanhada de documentação oficial que licença-prêmio.
prove a incorporação. Parágrafo Único: O gozo da licença-prêmio depen-
derá de novo requerimento, caso não se inicie em
Uma vez desincorporado ao serviço militar, o fun- até 30 (trinta) dias contados da publicação do ato
cionário deverá reassumir imediatamente o exercí- que o houver autorizado.
cio, sob pena de demissão por abandono do cargo, se
a ausência exceder a 30 dias (artigo 200, parágrafos). É importante memorizar que as licenças são con-
cedidas a interesse exclusivo do próprio servidor, ao
Art. 201 Ao funcionário que houver feito curso contrário dos afastamentos em geral, concedidos em
para ser admitido como oficial da reserva das For- interesse comum tanto do servidor como da própria
ças Armadas, será também concedida licença sem Administração Pública. 93
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Além disso, os prazos das licenças são geralmente mais curtos, de dias, semanas ou meses. Já as autorizações
costumam ter prazos mais longos, em anos.
O Estatuto apresenta poucas hipóteses de afastamentos, como a hipótese do artigo 69, que trata dos afasta-
mentos de funcionários para participação em congressos e outros certames culturais, técnicos ou científicos. Mas,
de modo geral, os afastamentos previstos em legislação federal também podem ser concedidos aos servidores
estaduais.
Para compreender melhor a diferença entre licenças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.
LICENÇA AFASTAMENTO
Exemplo: doença do cônjuge/membro da família; exercer Exemplo: realização de especialização; missão no exte-
atividade política; tratar de interesses particulares. rior; servir a outro órgão/entidade.
Prazos mais curtos (dias, semanas). Prazos mais longos (meses, anos).
Uma questão que costuma cair com bastante frequência nas provas de concurso público é sobre a remunera-
ção de servidor afastado para exercício de mandato eletivo (artigo 94, Lei nº 8.112/1990). A regra geral é que, para
exercer um mandato eletivo, o servidor deve se afastar do cargo, e deixa de receber a remuneração do mesmo.
Porém, tratando-se de exercício de mandato de Prefeito, o servidor afastado poderá optar, dentre as duas remu-
nerações, àquela que lhe for mais vantajosa, (valores maiores, mais benefícios etc.).
Outro aspecto importante: no caso de exercício de mandato de Vereador, o servidor poderá exercer os dois
cargos e receber ambas as remunerações, desde que comprovada a compatibilidade de horários (atua como
Vereador de dia, e como agente público de noite, e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos dois cargos, o
Vereador pode optar pela remuneração mais vantajosa, igual ao Prefeito.
Isso é assim porque, muitas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereadores de pequenos municípios costuma
ser menor do que a remuneração do cargo público anterior, e ele pode facilmente se locomover de um ambiente
de trabalho para outro nesses municípios de porte menor.
Como forma de facilitar os seus estudos, trazemos uma tabela destacando as principais diferenças entre os
diferentes tipos de licenças:
PRAZO /
NOME DA LICENÇA REQUISITOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS
COM OU SEM VENCIMENTOS
Licença para tratamento de Servidor deve adoecer, por Depende de inspeção médica.
5
Até 4 anos, com vencimentos
-3
serviço
87
Licença à gestante Servidora deve ser gestante Depende de inspeção médica Até 180 dias, com vencimentos
.2
63
mês
b) 2/3 do vencimento, de 1 a 3
es
d) sem vencimentos, de 7 a 20
a
meses.
lv
si
Licença para tratar de interesses Servidor possui problema Deve ter completado 5 anos de Até 2 anos ou até 3 anos, quan-
particulares particular para tratar efetivo exercício do parcelada. Sem vencimentos
Ser casada com um funcio- Pelo tempo que durar a nova
Licença para funcionária casada
nário ou militar que deve Apenas um pedido simples missão do servidor ou militar.
com funcionário ou militar
servir em outro Estado Sem vencimentos
Servidor contrair doen-
Conversão para licença para tra-
Licença compulsória ça ou infecção altamente Depende de inspeção médica
tamento de saúde
contagiosa
Até 90 dias, ou em parcelas não
Depende de certidão de tempo inferiores a 15 (quinze) dias, ou
Licença-prêmio
de serviço (5 anos ininterruptos) até implemento de condição
para aposentadoria
A aposentadoria possui previsão tanto na Constituição Federal quanto na Lei nº 8.112/1990. O Regime Próprio
de Previdência dos Servidores (RPPS) também sofreu alterações na chamada “reforma da previdência”, promul-
gada pela Emenda Constitucional nº 103/2019. Com isso, temos dois textos normativos que, até o presente momen-
94 to, dispõem sobre a aposentadoria.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
À luz da Constituição Federal (artigo 40), o servi- O direito de petição é uma garantia constitucio-
dor será aposentado: nal, sendo aplicável tanto no processo administrativo
como no processo judicial. É absolutamente vedado
I - por incapacidade permanente para o tra- exigir uma contraprestação quando um cidadão resol-
balho, no cargo em que estiver investido, quando ve peticionar contra o Estado, exigindo que ele apre-
insuscetível de readaptação. O Texto Constitucio- sente uma resposta ao seu requerimento. As regras
nal explicita que será obrigatória a realização de específicas a respeito do processo disciplinar serão
avaliações periódicas para verificação da continui- vistas posteriormente.
dade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
DO REGIME DISCIPLINAR: DEVERES, VEDAÇÕES,
federativo.
II - compulsoriamente, com proventos propor- RESPONSABILIDADES E SANÇÕES APLICÁVEIS
cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de A matéria referente ao regime disciplinar aparece
idade, na forma de lei complementar nº 152/2015. em destaque no edital. É muito provável que apareça
Essa Lei complementar dispõe sobre a aposenta- alguma questão sobre esse tópico em sua prova. Por
doria compulsória com proventos proporcionais, isso, vamos analisar mais atentamente os dispositi-
sendo aplicável aos servidores ocupantes de cargos vos sobre o regime disciplinar, bem como o processo
públicos da União, Estados, Municípios, Distrito administrativo disciplinar.
Federal e suas autarquias e fundações, aos mem- Os servidores públicos, dada a sua grande impor-
bros do Poder Judiciário, aos membros do Ministé- tância para as funções estatais, possuem uma grande
rio Público e aos membros da Defensoria Pública.
gama de deveres e de vedações, isso é, de condutas
III - voluntariamente, no âmbito da União, aos
que deve fazer, e de condutas que está proibido de
62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos
65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, fazer.
no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos O artigo 241 trata do rol de deveres dos funcioná-
Municípios, na idade mínima estabelecida median- rios públicos. A melhor forma de ver e memorizar os
te emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ- referidos deveres é pela leitura da Lei seca, in verbis:
nicas, observados o tempo de contribuição e os
demais requisitos estabelecidos em lei complemen- Art. 241 São deveres do funcionário:
tar do respectivo ente federativo. I - ser assíduo e pontual;
II - cumprir as ordens superiores, representando
Com base no Estatuto da Polícia Civil do Esta- quando forem manifestamente ilegais;
do de São Paulo (artigo 222), o funcionário será III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos
aposentado: de que for incumbido;
IV - guardar sigilo sobre os assuntos da reparti-
I - por invalidez; ção e, especialmente, sobre despachos, decisões ou
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos; e providências;
V - representar aos superiores sobre todas as irre-
5
III - voluntariamente, após 35 (trinta e cinco) anos
-3
de serviço, sendo de 30 (trinta) anos de serviço para gularidades de que tiver conhecimento no exercício
68
O provento da aposentadoria será (artigo 226): VII - residir no local onde exerce o cargo ou, onde
.2
autorizado;
63
efeito:
IX - zelar pela economia do material do Estado e
ed
invalidez;
lv
II - proporcional ao tempo de serviço, nos demais serviço ou com uniforme determinado, quando for
si
casos. o caso;
an
Art. 229 O pagamento dos proventos a que tiver qualquer outro serviço, às requisições de papéis,
direito o aposentado deverá iniciar-se no mês documentos, informações ou providências que lhe
seguinte ao em que cessar a percepção do venci- forem feitas pelas autoridades judiciárias ou admi-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou As proibições ou vedações, por sua vez, estão dis-
representar, bem como, nos termos desta lei com- postas nos artigos 242 e 243, in verbis:
plementar, pedir reconsideração e recorrer de deci-
sões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo previsão Art. 242 Ao funcionário é proibido:
legal específica. I – (Revogado). 95
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - retirar, sem prévia permissão da autoridade O funcionário é responsável por todos os prejuízos
competente, qualquer documento ou objeto existen- que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por
te na repartição; dolo ou culpa, devidamente apurados.
III - entreter-se, durante as horas de trabalho, em A responsabilidade civil é caracterizada especial-
palestras, leituras ou outras atividades estranhas mente no parágrafo único do artigo 245:
ao serviço;
IV - deixar de comparecer ao serviço sem causa I - pela sonegação de valores e objetos confiados à
justificada; sua guarda ou responsabilidade, ou por não prestar
V - tratar de interesses particulares na repartição; contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo
VI - promover manifestações de apreço ou desapre- estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos,
ço dentro da repartição, ou tornar-se solidário com instruções e ordens de serviço;
elas; II - pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros
VII - exercer comércio entre os companheiros de prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob
serviço, promover ou subscrever listas de donati- sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou fiscalização;
vos dentro da repartição; e III - pela falta ou inexatidão das necessárias aver-
VIII - empregar material do serviço público em ser- bações nas notas de despacho, guias e outros docu-
viço particular. mentos da receita, ou que tenham com eles relação; e
Art. 243 - É proibido ainda, ao funcionário: IV - por qualquer erro de cálculo ou redução contra
I - fazer contratos de natureza comercial e indus- a Fazenda Estadual
trial com o Governo, por si, ou como representante
de outrem; A responsabilidade administrativa não exime o
II - participar da gerência ou administração de funcionário da responsabilidade civil ou criminal que
empresas bancárias ou industriais, ou de socieda- no caso couber, nem do pagamento da indenização a
des comerciais, que mantenham relações comer- que ficar obrigado, na forma dos artigos 247 e 248, nem
ciais ou administrativas com o Governo do Estado, do exame da pena disciplinar em que incorrer (artigo
sejam por este subvencionadas ou estejam direta- 250). A responsabilidade administrativa é indepen-
mente relacionadas com a finalidade da repartição dente da civil e da criminal, e não se comunicam.
ou serviço em que esteja lotado; Há, contudo, uma importante exceção a essa
III - requerer ou promover a concessão de privilé- regra: o servidor não pode se responsabilizar na esfe-
gios, garantias de juros ou outros favores seme- ra administrativa ou civil quando restar comprovado
lhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto que não praticou um crime, ou que tenha sido negada
privilégio de invenção própria; a sua autoria em matéria penal.
IV - exercer, mesmo fora das horas de trabalho, Assim, podemos dividir as três esferas de respon-
emprego ou função em empresas, estabelecimentos sabilidade, destacando-se sua natureza, os tipos de
ou instituições que tenham relações com o Gover- sanções que são impostas e a possibilidade delas se
no, em matéria que se relacione com a finalidade da comunicarem entre si:
repartição ou serviço em que esteja lotado;
V - aceitar representação de Estado estrangeiro,
5
z Responsabilidade Civil
-3
Não se comunica
artigo, podendo, em qualquer caso, ser acionista,
.2
quotista ou comanditário;
63
I - o Governador;
Aplicação indevida de dinheiros públicos
68
Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço V - os Diretores de Departamento e Divisão, até a de
público ao funcionário que: suspensão limitada a 30 (trinta) dias.
es
ed
I - for convencido de incontinência pública e escan- O artigo 261 trata de algo também bastante
gu
II - praticar ato definido como crime contra a admi- prescrição do direito de exercer o poder disciplinar.
lv
o subordinado deste.
63
Apesar disso, é possível que a sindicância resulte na e concluído no de 90 (noventa) dias da citação do
gu
O artigo 273 apresenta algumas regras especiais ções imprescindíveis, tais como o nome e a identi-
si
sobre a sindicância. No mais, aplicam-se as mesmas ficação do acusado, a infração que lhe é atribuída,
an
regras do procedimento administrativo ordinário. com descrição sucinta dos fatos, a indicação das
normas infringidas e a penalidade mais elevada em
Lu
(artigo 315).
A diligência referida no artigo deverá ser cumpri-
.3
prazo de 8 dias, bem como averbadas no registro fun- da prova cabe sempre ao requerente da revisão. Não
63
cional do servidor (artigo 299). será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fun-
-4
Por fim, o artigo 307 trata do prazo prescricional damento (§§§1°, 2° e 4° do artigo 315).
es
após a decretação da sanção disciplinar, para fins de O artigo 316 apresenta um conteúdo importante: a
ed
computação de reincidência. Não pode ser decreta- pena imposta não poderá ser agravada pela revisão. É
gu
da reincidência quando, dentre uma transgressão o que se costuma chamar de proibição da reformatio
e outra, decorreram 5 anos de efetivo exercício con- in pejus, pois, se a revisão foi solicitada pelo próprio
a
lv
tados da data da publicação da sanção disciplinar. servidor transgressor, seria injusto que da revisão
si
primeira infração for punível ou com repreensão ou A revisão não precisa ser requerida pessoalmente
Lu
sam a incompatibilidade para nova investidura em ge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão,
cargo, função ou emprego público, pelo prazo de 5 e
sempre por intermédio de advogado.
10 anos, respectivamente.
A autoridade que aplicou a penalidade, ou que a
Se, por exemplo, um funcionário do Estado de São
tiver confirmado em grau de recurso, será competen-
Paulo for condenado a pena de demissão (por qual-
quer motivo), no ano de 2021, ele somente poderá a te para o exame da admissibilidade do pedido de revi-
voltar a ter alguma chance de ingressar em outro car- são, bem como, caso deferido o processamento, para a
go público ou em 2026, se a pena for de demissão sim- sua decisão final (artigo 318).
ples, ou em 2031, se a pena for de demissão a bem do O artigo 321 dispõe sobre os poderes da decisão
serviço público. Não poderá, também, tentar ingres- que julgar procedente a revisão. Ela poderá alterar
sar em um cargo público fora do Estado de São Pau- a classificação da infração, absolver o punido, modi-
lo, pois a incompatibilidade abrange a Administração ficar a pena ou anular o processo, restabelecendo os
Pública como um todo. direitos atingidos pela decisão reformada. 99
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luan silva guedes - 463.287.368-35, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Disposições Preliminares
LEI FEDERAL Nº 8.069/1990
(ESTATUTO DA CRIANÇA E DO As disposições preliminares do ECA estão contidas do
artigo 1º ao 6º e, já no artigo 1º, há a descrição do maior
ADOLESCENTE) objetivo da Lei: a proteção integral à criança e ao adolescente.
Essa proteção é uma doutrina, inclusive, constitucio-
O Estatuto da Criança e do Adolescente é o texto nalmente estabelecida, tal a importância do instituto.
legal que busca garantir os direitos das crianças e dos
adolescentes. Art. 227 É dever da família, da sociedade e do
Um dos princípios mais importantes do ECA con- Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
siste na absoluta e integral proteção à criança e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
adolescente. Na prática, como na maior parte das saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à pro-
legislações existentes, há uma distância considerável fissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,
entre o que a lei determina como proteção e o que efe- à liberdade e à convivência familiar e comunitá-
tivamente ocorre. Contudo, o que nos interessa, nesse ria, além de colocá-los a salvo de toda forma de
momento, é dominar os principais aspectos proces- negligência, discriminação, exploração, violência,
suais da Lei nº 8.069/1990. crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010).
Na maioria das vezes, a cobrança em provas de
legislação limita-se ao texto de lei, suas interpretações
Portanto, a proteção integral é dever da família,
e alterações, não excluindo a possibilidade de desta-
da sociedade e do Estado e indica que nada deve fal-
ques jurisprudenciais pertinentes.
tar à criança e ao adolescente em todas suas necessi-
No presente material, nos atentaremos aos aspec-
dades essenciais.
tos objetivos e mais recorrentes da lei, bem como
Na interpretação dos dispositivos do ECA, é necessário
ao conhecimento adicional necessário comumente
levar em conta os fins sociais a que ela se dirige, as
cobrado nas provas.
exigências do bem comum, os direitos e deveres indivi-
Abrangeremos, de modo aprofundado, os aspec-
duais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do
tos mais relevantes de cada tópico do conteúdo exi-
adolescente como pessoas em desenvolvimento.
gido, evitando-se, porém, discussões doutrinárias Importante esclarecer a quem o texto legal ora
desnecessárias. estudado protege. Como você já sabe até aqui, são as
O conhecimento sobre as Normas Básicas do ECA crianças e os adolescentes. O critério que define quem
está diretamente relacionado com a práxis do Agente são esses sujeitos é, como você pode imaginar, a idade.
de Segurança Pública e, por isso, está presente no seu O ECA, portanto, estabelece, em seu artigo 2º, que
edital. são crianças aqueles que possuírem até 12 anos
incompletos (11 anos e alguns meses) e adolescentes
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ACERCA DO ESTATUTO aqueles com idade de 12 a 18 anos.
DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE O parágrafo único, no entanto, afirma que o ECA,
5
excepcionalmente, poderá ser aplicado a pessoas
-3
tantíssimas, bem como termos comuns da Lei, devem Vejamos, portanto, que a regra é que o ECA seja
.3
ser dominadas por você. aplicado àqueles que possuírem até 18 anos comple-
87
Crianças e adolescentes não comentem crimes: tos. Contudo, a exceção ocorre em virtude da previsão
.2
cometem atos infracionais. O ato infracional consiste do §5º do artigo121 do ECA, que prevê a possibilidade,
63
penal, conforme estabelece o art. 103 do ECA. manutenção do jovem sob a custódia do Estado até os
es
estritamente previstas no ECA, poderá ser apreendido. Art. 121 [...] §5º A liberação será compulsória aos
E, finalmente, o menor sob a proteção do referido vinte e um anos de idade.
a
lv
socioeducativas (aplicáveis somente a adolescentes) Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STF)
an
e medidas de proteção (crianças e adolescentes). adota a corrente que entende que há uma distin-
Lu
gozam de todos os direitos fundamentais ineren- será realizado o parto, garantido o direito de
68
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, § 3° Os serviços de saúde onde o parto for reali-
87
por lei ou por outros meios, todas as oportunida- zado assegurarão às mulheres e aos seus filhos
.2
des e facilidades, a fim de lhes facultar o desen- recém-nascidos alta hospitalar responsável e con-
63
amamentação.
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assis-
ed
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será obje- tência psicológica à gestante e à mãe, no período
gu
to de qualquer forma de negligência, discrimina- pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir
a
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação § 5° A assistência referida no § 4º deste artigo deve-
si
ou omissão, aos seus direitos fundamentais. rá ser prestada também a gestantes e mães que
an
z Princípio da não discriminação: os direitos enun- adoção, bem como a gestantes e mães que se encon-
trem em situação de privação de liberdade.
ciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e
§ 6° A gestante e a parturiente têm direito a 1
adolescentes, sem discriminação de nascimento,
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
tação e à avaliação de ações de promoção, proteção detecção de sinais de risco para o desenvolvimento
.3
e apoio ao aleitamento materno e à alimentação psíquico, bem como para o acompanhamento que
87
complementar saudável, de forma contínua. se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
.2
O caráter tutelar do ECA garante os direitos da criança casos de internação de criança ou adolescente
a
se encontra sua genitora, como consequência da pro- Os estabelecimentos que atendam as gestantes
an
do, trouxe uma série de regras aos estabelecimentos nos casos de internação de criança ou adolescente. Os
de saúde que atendem gestantes. pais ou responsável poderão fiscalizar o atendimento
De acordo com o que estabelece o artigo 10, os hos- que está sendo dispensado ao seu filho e esse, por sua
pitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde vez, se sentirá seguro, facilitando sua recuperação.
de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: O artigo 13 estabelece que qualquer suspeita ou
confirmação de crianças ou adolescentes submetidos
I – manter registro das atividades desenvolvi- a castigo físico, tratamento cruel, degradante ou
das, através de prontuários individuais, pelo prazo maus tratos deverão ser, obrigatoriamente, comuni-
de dezoito anos; cadas ao Conselho Tutelar da respectiva localidade.
II – identificar o recém-nascido mediante o regis-
tro de sua impressão plantar e digital e da impres- Art. 13 Os casos de suspeita ou confirmação de cas-
são digital da mãe, sem prejuízo de outras formas tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de
normatizadas pela autoridade administrativa maus-tratos contra criança ou adolescente serão
competente; obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tute-
III – proceder a exames visando ao diag- lar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
102 nóstico e terapêutica de anormalidades no providências legais.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1° As gestantes ou mães que manifestem interesse O §1º do artigo 13 visa, dentre outras finalidades,
em entregar seus filhos para adoção serão obri- ao encaminhar à mãe que deseja encaminhar o filho
gatoriamente encaminhadas, sem constrangi- pra adoção à Justiça, coibir práticas ilegais, abusivas
mento, à Justiça da Infância e da Juventude. e mesmo criminosas como a “adoção à brasileira” e a
§ 2° Os serviços de saúde em suas diferentes portas entrega de filho com vista à adoção mediante paga ou
de entrada, os serviços de assistência social em seu promessa de recompensa.
componente especializado, o Centro de Referência O artigo 14, por sua vez, estabelece que o Sistema
Especializado de Assistência Social (Creas) e os Único de Saúde promoverá programas de assistên-
demais órgãos do Sistema de Garantia de Direi-
cia odontológica para a prevenção das enfermidades
tos da Criança e do Adolescente deverão conferir
que ordinariamente afetam a população infantil, e
máxima prioridade ao atendimento das crianças
campanhas de educação sanitária para pais, educado-
na faixa etária da primeira infância com suspeita
ou confirmação de violência de qualquer natureza, res e alunos.
formulando projeto terapêutico singular que inclua Dispõe ainda, em seus respectivos parágrafos:
intervenção em rede e, se necessário, acompanha-
mento domiciliar. Art. 14 [...]
§1° É obrigatória a vacinação das crianças nos
casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
Não incumbe ao Conselho Tutelar a investigação
§2° O Sistema Único de Saúde promoverá a aten-
criminal acerca da efetiva ocorrência de maus-tratos.
ção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de
A notícia deve ser encaminhada ao Ministério Público forma transversal, integral e intersetorial com as
que decidirá ou não pela propositura de ação judicial. demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e
O ECA, no art. 18-A, cuidou em estabelecer a dife- à criança.
rença entre castigo físico e tratamento cruel ou degra- §3° A atenção odontológica à criança terá função edu-
dante e, no art. 18-B, estabeleceu medidas aplicáveis cativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de
nas referidas situações. o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal,
e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos
Art. 18-A A criança e o adolescente têm o direito de vida, com orientações sobre saúde bucal.
de ser educados e cuidados sem o uso de cas- §4° A criança com necessidade de cuidados odonto-
tigo físico ou de tratamento cruel ou degra- lógicos especiais será atendida pelo Sistema Único
dante, como formas de correção, disciplina, de Saúde.
educação ou qualquer outro pretexto, pelos §5° É obrigatória a aplicação a todas as crianças,
pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos nos seus primeiros dezoito meses de vida, de
responsáveis, pelos agentes públicos executores de protocolo ou outro instrumento construído com
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa a finalidade de facilitar a detecção, em consulta
encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou pediátrica de acompanhamento da criança, de
protegê-los. risco para o seu desenvolvimento psíquico.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
5
ou punitiva aplicada com o uso da força física
-3
b) lesão;
87
adolescente.
forma cruel de tratamento em relação à criança ou
63
ao adolescente que:
-4
b) ameace gravemente; ou
soas humanas em processo de desenvolvimento e
ed
centes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que uti- to à liberdade, que compreende os seguintes aspectos:
an
degradante como formas de correção, disci- Art. 16 O direito à liberdade compreende os seguin-
plina, educação ou qualquer outro pretexto tes aspectos:
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas comunitários, ressalvadas as restrições legais;
de acordo com a gravidade do caso: II - opinião e expressão;
I - encaminhamento a programa oficial ou comuni- III - crença e culto religioso;
tário de proteção à família; IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou V - participar da vida familiar e comunitária, sem
psiquiátrico; discriminação;
III - encaminhamento a cursos ou programas de VI - participar da vida política, na forma da lei;
orientação; VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamen-
to especializado; O art. 17 trata do direito ao respeito que consiste
V - advertência. em três pilares:
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo
serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuí- z Inviolabilidade da Integridade Física;
zo de outras providências legais. z Inviolabilidade Psíquica; 103
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z Integridade Moral. O menor colocado em programa de acolhimento
familiar ou institucional terá os seguintes direitos:
Esses valores abrangem a preservação da ima-
gem, da identidade, da autonomia, dos valores, § 1° Toda criança ou adolescente que estiver inseri-
ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. do em programa de acolhimento familiar ou institu-
Já o princípio da dignidade da pessoa humana cional terá sua situação reavaliada, no máximo,
é universalmente consagrado, sendo inerente a todo a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judi-
ciária competente, com base em relatório elabora-
ser humano, independentemente da idade, sexo, cor,
do por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
raça, etnia.
decidir de forma fundamentada pela possibilidade
de reintegração familiar ou pela colocação em
Art. 18 É dever de todos velar pela dignidade da família substituta, em quaisquer das modalida-
criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qual- des previstas no art. 28 desta Lei.
quer tratamento desumano, violento, aterrorizan- § 2° A permanência da criança e do adolescente
te, vexatório ou constrangedor. em programa de acolhimento institucional não
se prolongará por mais de 18 (dezoito meses),
Todo cidadão tem o dever de agir em sua defesa, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
diante de qualquer ameaça ou violação. A inércia, superior interesse, devidamente fundamentada
em tais casos, pode mesmo levar à responsabilização pela autoridade judiciária.
daquele que se omitiu. § 3° A manutenção ou a reintegração de criança ou
Quanto ao direito à preservação da imagem, deve adolescente à sua família terá preferência em rela-
ser esclarecido que este se reveste de duplo conteúdo: ção a qualquer outra providência, caso em que será
está incluída em serviços e programas de proteção,
moral, porque direito de personalidade, e patrimo-
apoio e promoção, nos termos do § 1° do art. 23,
nial, uma vez que a ninguém é lícito locupletar-se à
dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos
custa alheia. I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
Em se tratando de direito à imagem, a obrigação § 4° Será garantida a convivência da criança e
da reparação decorre do próprio uso indevido do do adolescente com a mãe ou o pai privado de
direito personalíssimo, não havendo de cogitar-se liberdade, por meio de visitas periódicas promo-
da prova da existência de prejuízo ou dano, nem a vidas pelo responsável ou, nas hipóteses de aco-
consequência do uso, se ofensivo ou não. Independe de lhimento institucional, pela entidade responsável,
prova do prejuízo a indenização pela publicação não independentemente de autorização judicial.
autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos § 5° Será garantida a convivência integral da crian-
ou comerciais. ça com a mãe adolescente que estiver em acolhi-
É considerada infração administrativa o ato de mento institucional.
§ 6° A mãe adolescente será assistida por equipe
divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devi-
especializada multidisciplinar.
da, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
documento de procedimento policial, administrativo
Cuidado para não confundir os prazos de reavalia-
5
ou judicial relativo à criança ou adolescente a que se
-3
interesse, devidamente
lv
A partir do art. 23 do ECA, são estabelecidas algu- ainda que incidentalmente manifestado e por mani-
gu
mas regras acerca da perda e da suspensão do poder festação direta e expressa perante o juiz, mesmo que
familiar. Esses institutos poderão ser decretados o reconhecimento não haja sido o objeto único e prin-
a
lv
e das obrigações:
A colocação em família substituta far-se-á median-
Art. 23 A falta ou a carência de recursos mate- te guarda, tutela ou adoção, independentemente da
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
riais não constitui motivo suficiente para a situação jurídica da criança ou adolescente (artigo 28).
perda ou a suspensão do poder familiar.
§1º Não existindo outro motivo que por si só Art. 28 [...]
autorize a decretação da medida, a criança ou o §1° Sempre que possível, a criança ou o adolescente
adolescente será mantido em sua família de origem, será previamente ouvido por equipe interpro-
a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em fissional, respeitado seu estágio de desenvolvi-
serviços e programas oficiais de proteção, apoio e mento e grau de compreensão sobre as implicações
promoção. da medida, e terá sua opinião devidamente consi-
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não derada (§1º).
implicará a destituição do poder familiar, exceto §2° Tratando-se de maior de 12 anos de idade,
na hipótese de condenação por crime dolo- será necessário seu consentimento, colhido em
so sujeito à pena de reclusão contra outrem audiência.
igualmente titular do mesmo poder familiar §3° Na apreciação do pedido levar-se-á em conta
ou contra filho, filha ou outro descendente. o grau de parentesco e a relação de afinidade 105
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ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
consequências decorrentes da medida. podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente,
§4° Os grupos de irmãos serão colocados sob ado- nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de
ção, tutela ou guarda da mesma família substitu- adoção por estrangeiros.
ta, ressalvada a comprovada existência de risco de § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda,
abuso ou outra situação que justifique plenamente fora dos casos de tutela e adoção, para atender
a excepcionalidade de solução diversa, procuran- a situações peculiares ou suprir a falta eventual
do-se, em qualquer caso, evitar o rompimento dos pais ou responsável, podendo ser deferido o
definitivo dos vínculos fraternais.
direito de representação para a prática de atos
§5° A colocação da criança ou adolescente em famí-
determinados.
lia substituta será precedida de sua preparação
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a
gradativa e acompanhamento posterior, realizados
condição de dependente, para todos os fins e efeitos
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com o de direito, inclusive previdenciários.
apoio dos técnicos responsáveis pela execução da § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação
política municipal de garantia do direito à convi- em contrário, da autoridade judiciária competente,
vência familiar. ou quando a medida for aplicada em preparação
para adoção, o deferimento da guarda de criança
O ambiente familiar é de suma importância para ou adolescente a terceiros não impede o exercício
boa formação do menor. É nesse ambiente que a do direito de visitas pelos pais, assim como o dever
criança e o adolescente vão moldar sua personali- de prestar alimentos, que serão objeto de regula-
dade e tornar-se aptos para o convívio social. Para mentação específica, a pedido do interessado ou do
que isso ocorra, não se deferirá colocação em família Ministério Público.
substituta a pessoa que revele, por qualquer modo,
incompatibilidade com a natureza da medida ou não
ofereça ambiente familiar adequado.
Uma decisão judicial colocará o menor em deter- Guarda
minada família substituta e somente outra decisão
judicial poderá tirá-lo dessa família. Assim, a coloca-
ção em família substituta não admitirá transferência
da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades
Assistência
governamentais ou não-governamentais, sem autori-
zação judicial.
Além disso, importa saber que a colocação em famí-
lia substituta estrangeira constitui medida excepcio-
nal, somente admissível na modalidade de adoção. 5 Material
-3
68
b) guarda e adoção, exclusivamente. inseridos em uma família substituta e não tenham que
a
Da Guarda Da Tutela
A partir do artigo 33, o ECA estabelece disposições A tutela possui o objetivo precípuo de conferir
acerca da guarda da criança e do adolescente. Confere poderes necessários a um representante legal à crian-
à criança ou adolescente a condição de dependente, ça ou adolescente para que possa protegê-lo.
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previ-
denciários (§3º). Art. 36 A tutela será deferida, nos termos da lei
civil, a pessoa de até 18 anos incompletos.
Art. 33 A guarda obriga a prestação de assistência Parágrafo único: O deferimento da tutela pressu-
material, moral e educacional à criança ou adoles- põe a prévia decretação da perda ou suspensão do
cente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se poder familiar e implica necessariamente o dever
106 a terceiros, inclusive aos pais. de guarda.
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A destituição da tutela será decretada quando de doze anos de idade, será também necessário o seu
o tutor for negligente, prevaricador ou incurso em consentimento.
incapacidade, ou quando deixar de cumprir injustifi- No caso de tutor ou curador, se houver interesse
cadamente os deveres de prestar total assistência ao em adotar seu pupilo ou curatelado, é necessário pri-
menor (artigo 38). meiro prestar contas do seu exercício como tutor ou
curador, saldar eventuais débitos do patrimônio do
Da Adoção mesmo, a fim de que possa adotá-los. Intenciona a lei
que os objetivos da adoção não sejam desvirtuados
De acordo com o artigo 39 do ECA, a adoção é pela ganância do homem.
medida excepcional e irrevogável, à qual se deve
A adoção será precedida de estágio de convivên-
recorrer apenas quando esgotados os recursos de
cia com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo
manutenção da criança ou adolescente na família
de 90 dias, observadas a idade da criança ou adoles-
natural ou extensa. A adoção não poderá ser feita por
procuração (§2º). cente e as peculiaridades do caso.
O vínculo da adoção constitui-se por sentença
judicial, que será inscrita no registro civil mediante
Importante! mandado do qual não se fornecerá certidão, conforme
é disposto no artigo 47:
Em caso de conflito entre direitos e interesses
do adotando e de outras pessoas, inclusive seus § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes
pais biológicos, devem prevalecer os direitos e como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
os interesses do adotando. § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cance-
lará o registro original do adotado.
§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá
ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Muni-
Art. 40 O adotando deve contar com, no máximo, cípio de sua residência.
dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato
sob a guarda ou tutela dos adotantes.
poderá constar nas certidões do registro.
Art. 41 A adoção atribuiu a condição de filho ao
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do
adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclu-
sive sucessórios, desligando-o de qualquer vín- adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá
culo com pais e parentes, salvo os impedimentos determinar a modificação do prenome.
matrimoniais. §6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
Podem adotar os maiores de 18 anos, independen- adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observa-
temente do estado civil. do o disposto nos §§ 1° e 2° do art. 28 desta Lei.
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os § 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trân-
irmãos do adotando. sito em julgado da sentença constitutiva, exceto na
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que hipótese prevista no § 6° do art. 42 desta Lei, caso
5
-3
os adotantes sejam casados civilmente ou mante- em que terá força retroativa à data do óbito.
68
nham união estável, comprovada a estabilidade da § 8º O processo relativo à adoção assim como outros
.3
anos mais velho do que o adotando. ou por outros meios, garantida a sua conservação
63
sido iniciado na constância do período de convivên- cente com deficiência ou com doença crônica
gu
cia e que seja comprovada a existência de vínculos § 10º O prazo máximo para conclusão da ação de
de afinidade e afetividade com aquele não detentor adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável
a
lv
da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da uma única vez por igual período, mediante decisão
si
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será Ademais, podemos verificar o disposto no artigo 48:
assegurada a guarda compartilhada, conforme pre-
visto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro Art. 48 O adotado tem direito de conhecer sua ori-
de 2002 - Código Civil.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Em regra, a adoção será deferida quando apre- Os interessados em adotar deverão preencher
sentar reais vantagens para o adotando e fundar-se alguns requisitos intrínsecos e extrínsecos, entabula-
em motivos legítimos, e dependerá do consentimento dos na lei, como os que constam nos artigos 165 e 174-
dos pais ou do representante legal do adotando, salvo A do ECA. Preenchidos os requisitos, serão submetidos
nos casos cujos pais sejam desconhecidos ou tenham a entrevistas pela equipe interprofissional dos órgãos
sido destituídos do poder familiar. O consentimento técnicos do juizado, com a apreciação pelo Ministério
será expresso, colhido em audiência e perante a auto- Público, que são geralmente realizadas por equipe de
ridade judiciária. Em se tratando de adotando maior psicólogos. 107
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Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Os pais ou responsável têm a obrigação de matri-
Lazer cular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino
(artigo 55).
Os arts. 205 e 206 da Constituição Federal de 1988 Conforme estabelece o art. 56, os dirigentes de
(CF/88) estabelecem que a educação, direito de todos e estabelecimentos de ensino fundamental comuni-
dever do Estado e da família, será promovida e incen- carão ao Conselho Tutelar ao tomarem ciência de
tivada com a colaboração da sociedade, visando ao maus-tratos envolvendo seus alunos; reiteração de
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados
o exercício da cidadania e sua qualificação para o os recursos escolares; elevados níveis de repetência.
trabalho.
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no
Art. 53 A criança e o adolescente têm direito à edu- Trabalho
cação, visando ao pleno desenvolvimento de sua
pessoa, preparo para o exercício da cidadania e A partir do artigo 60, o ECA estabelece regras ati-
qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: nentes ao Direito à Profissionalização e à Proteção no
I - igualdade de condições para o acesso e perma- Trabalho aos menores sob a proteção do referido ins-
nência na escola; trumento de proteção.
II - direito de ser respeitado por seus educadores; Em primeiro lugar, e de suma importância, é a
III - direito de contestar critérios avaliativos, poden-
regra que proíbe qualquer trabalho a menores de
do recorrer às instâncias escolares superiores;
14 (quatorze) anos de idade, salvo na condição de
IV - direito de organização e participação em enti-
aprendizes.
dades estudantis;
O artigo 62 do ECA define como aprendizagem a
V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de
formação técnico-profissional ministrada segundo as
sua residência, garantindo-se vagas no mesmo
estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
etapa ou ciclo de ensino da educação básica. Os adolescentes empregados, aprendizes, em regi-
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis me familiar de trabalho, alunos de escola técnica ou
ter ciência do processo pedagógico, bem como par- aqueles assistidos em entidade governamental ou não
ticipar da definição das propostas educacionais. governamental, estão sujeitos às seguintes vedações
Art. 53-A É dever da instituição de ensino, clubes relacionadas ao trabalho, que não pode ser:
e agremiações recreativas e de estabelecimentos
congêneres assegurar medidas de conscientização, Art. 67 [...]
prevenção e enfrentamento ao uso ou dependência I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas
de drogas ilícitas. de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
Com relação a esses direitos, cabe ao Estado asse- III - realizado em locais prejudiciais à sua for-
mação e ao seu desenvolvimento físico, psíqui-
gurar à criança e ao adolescente, de acordo com o arti-
5
co, moral e social;
-3
go 54 do ECA:
IV - realizado em horários e locais que não per-
68
idade própria;
nalização e à proteção no trabalho por meio do respei-
63
rede regular de ensino; O programa social que tenha por base o trabalho
gu
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da deverá assegurar ao adolescente que dele participe
si
pesquisa e da criação artística, segundo a capa- condições de capacitação para o exercício de ativida-
an
A partir do artigo 83, o ECA estabelece regras para culos familiares e comunitários.
63
o caso em que crianças ou adolescentes precisarem A aplicação das medidas deve observar uma série
-4
viajar desacompanhados dos pais ou responsáveis. de princípios previstos no artigo 100 e dispostos
Em regra, nenhuma criança poderá viajar para abaixo:
es
fora da comarca onde reside, desacompanhada dos I - condição da criança e do adolescente como
ed
pais ou responsáveis, sem a devida autorização judi- sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são
gu
cial. Entretanto, o Estatuto da Criança e do Adolescen- os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
a
§ 1º A autorização não será exigida quando: da nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e
Lu
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da prioritária dos direitos de que crianças e adolescen-
criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) tes são titulares;
anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluí- III - responsabilidade primária e solidária do
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição Art. 104 São penalmente inimputáveis os menores de
87
da medida de promoção dos direitos e de proteção, dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
.2
autoridade judiciária competente, observado o dis- Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser
-4
posto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. considerada a idade do adolescente à data do fato.
es
Verificada qualquer das hipóteses previstas no Art. 105 Ao ato infracional praticado por criança cor-
ed
artigo 98 (ação ou omissão da sociedade ou do Esta- responderão as medidas previstas no art. 101.
gu
as medidas descritas abaixo e previstas no artigo 101. De acordo com a previsão do art. 106, nenhum
an
Medida cabíveis no caso das hipóteses previstas no adolescente será privado de sua liberdade senão em
Lu
processo legal. Não há privação de liberdade para crian- sário, terá direito à assistência judiciária gratuita
-4
ças. Estas, quando acusadas da prática de ato infracio- na forma da lei (incisos III e IV do artigo 111). Res-
posta: Letra A.
es
I de ato infracional, mediante citação ou meio sentam caráter predominantemente educativo, e não
equivalente; punitivo.
As medidas são aplicadas por um Juiz da Infân-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Advertência Dica
Prestação de Serviços à Comunidade: período
A primeira medida socioeducativa e uma das mais máximo de 6 meses;
brandas é a advertência. Ela poderá ser aplicada sem-
Liberdade Assistida: período mínimo de 6 meses.
pre que houver prova da materialidade e indícios
suficientes da autoria; consiste em uma admoesta-
Art. 118 A liberdade assistida será adotada sem-
ção verbal, que será reduzida a termo e assinada pre que se afigurar a medida mais adequada para
(artigo 115). o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o
adolescente.
Obrigação de Reparar o Dano §1º A autoridade designará pessoa capacitada para
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomenda-
O artigo 116, por sua vez, prevê a obrigação de da por entidade ou programa de atendimento.
reparar o dano: §2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo
mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo
Art. 116 Em se tratando de ato infracional com ser prorrogada, revogada ou substituída por
reflexos patrimoniais, a autoridade poderá deter- outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
5
-3
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por Art. 119 Incumbe ao orientador, com o apoio e a
.3
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibili- dos seguintes encargos, entre outros:
.2
dade, a medida poderá ser substituída por outra I - promover socialmente o adolescente e sua
63
moniais. Ao adolescente poderá ser determinada a mento escolar do adolescente, promovendo, inclu-
gu
caso haja impossibilidade de impor as obrigações aci- do adolescente e de sua inserção no mercado de
si
Essa medida socioeducativa é prevista pelo arti- É a vinculação do adolescente a unidades especia-
go 117, e consiste na realização de tarefas gratuitas lizadas, com restrição da sua liberdade, possibilitada
de interesse geral, junto a entidades assistenciais, a realização de atividades externas, sendo obrigató-
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congê- rias a escolarização e a profissionalização.
neres, bem como em programas comunitários ou
governamentais. Art. 120 O regime de semiliberdade pode ser deter-
A prestação de serviços à comunidade não poderá minado desde o início, ou como forma de transição
exceder 6 (seis) meses. para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de autori-
Art. 117 A prestação de serviços comunitários con- zação judicial.
siste na realização de tarefas gratuitas de interesse I - São obrigatórias a escolarização e a profissiona-
geral, por período não excedente a seis meses, lização, devendo, sempre que possível, ser utiliza-
112 junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e dos os recursos existentes na comunidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luan silva guedes - 463.287.368-35, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - A medida não comporta prazo determinado IV - ser informado de sua situação processual,
aplicando-se, no que couber, as disposições relati- sempre que solicitada;
vas à internação. V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou
Internação: naquela mais próxima ao domicílio de seus pais
ou responsável;
É a mais grave dentre as medidas socioeducativas, VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
pois é uma medida privativa da liberdade. Trata-se, VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
portanto, de medida excepcionalmente aplicada que IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e
será adotada pela autoridade judiciária quando o ato asseio pessoal;
infracional praticado pelo adolescente se enquadrar X - habitar alojamento em condições adequadas
nas situações previstas nos incisos I, II e III do artigo de higiene e salubridade;
122 do ECA. XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
Art. 121 A internação constitui medida privativa XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua
excepcionalidade e respeito à condição peculiar crença, e desde que assim o deseje;
de pessoa em desenvolvimento. A internação
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e
pode ocorrer em caráter provisório ou estrito.
dispor de local seguro para guardá-los, recebendo
§ 1º Será permitida a realização de atividades
comprovante daqueles porventura depositados em
externas, a critério da equipe técnica da entidade,
salvo expressa determinação judicial em contrário. poder da entidade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, XVI - receber, quando de sua desinternação, os
devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante documentos pessoais indispensáveis à vida em
decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. sociedade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de
internação excederá a três anos. Os parágrafos §1º e §2º do artigo 124 estabelecem
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo ante- regras quanto à incomunicabilidade do menor apreen-
rior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em dido. A regra geral é, portanto, a vedação da incomu-
regime de semiliberdade ou de liberdade assistida.
nicabilidade. Entretanto, excepcionalmente, o juiz
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um
anos de idade.
poderá suspender as visitas ao adolescente, inclusive
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será de seus pais, caso considere que as visitas o prejudicam.
precedida de autorização judicial, ouvido o Minis-
tério Público, § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender tem-
Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, porariamente a visita, inclusive de pais ou respon-
5
havendo outra medida adequada. A medida de inter- sável, se existirem motivos sérios e fundados de sua
-3
nação só poderá ser aplica nos casos abaixo: prejudicialidade aos interesses do adolescente.
68
te grave ameça ou violência a pessoa; Por fim, o artigo 125 contempla a responsabili-
II - por reiteração no cometimento de outras dade do Estado em zelar pela integridade física e
es
Remissão
lv
Das medidas pertinentes aos pais ou responsáveis O artigo 136 do ECA apresenta o rol taxativo de
atribuições do Conselho Tutelar no desempenho de
Os pais ou responsáveis podem ser responsabilizados suas funções administrativas e assistenciais. As deci-
sempre que os direitos reconhecidos da criança e do ado- sões do Conselho Tutelar somente poderão ser revis-
lescente forem ameaçados ou violados. A aplicação des- tas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha
tas medidas é de competência do Conselho Tutelar. legítimo interesse.
O artigo 129 prevê o rol de medidas que poderão
ser aplicadas aos pais ou responsáveis em situação de Art. 140 São impedidos de servir no mesmo Conse-
violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. lho marido e mulher, ascendentes e descendentes,
sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante
o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta
MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU e enteado.
RESPONSÁVEIS Parágrafo único. Estende-se o impedimento do
I Encaminhamento a serviços e programas ofi- conselheiro, na forma deste artigo, em relação à
ciais ou comunitários de proteção, apoio e autoridade judiciária e ao representante do Minis-
tério Público com atuação na Justiça da Infância e
5
promoção da família;
-3
orientação;
de seus órgãos.
gu
acompanhar sua frequência e aproveitamento Art. 141 É garantido o acesso de toda criança ou
lv
escolar;
si
ças e adolescentes aos quais se atribua a autoria de Por sua vez, o artigo 172 descreve que o adoles-
-4
ato infracional alcança atos judiciais, policiais e cente apreendido em flagrante de ato infracional
es
ficarão o menor, vedando-se fotografia, referência O policial que descumprir a regra incide na condu-
a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, ta criminosa prevista no artigo 231 do ECA:
a
lv
Caso a autoridade policial entender ser necessária O artigo 183 determina que o prazo máximo e
a não liberação do menor, este deverá ser imediata- improrrogável para a conclusão do procedimento,
mente encaminhado ao Ministério Público. Não sendo estando o adolescente internado provisoriamente,
possível o encaminhamento imediato, o prazo é de 24 será de 45 dias.
horas.
Art. 184 Oferecida a representação, a autoridade
Art. 176 Sendo o adolescente liberado, a autorida- judiciária designará audiência de apresentação do
de policial encaminhará imediatamente ao repre- adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decre-
sentante do Ministério Público cópia do auto de tação ou manutenção da internação, observado o
5
-3
de ato infracional, a autoridade policial encami- te, deverá ser designada audiência de apresentação,
.2
nhará ao representante do Ministério Público rela- na qual se decidirá pela decretação ou manutenção
63
Art. 178 O adolescente a quem se atribua autoria De acordo com o §1° do artigo 184, o adolescen-
de ato infracional não poderá ser conduzido ou
es
te do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do ciária ao adolescente. E, caso, não seja localizado
o adolescente, será expedido mandado de busca e
an
do CP).
quando não for encontrado o adolescente, a seus pais
.2
feita:
218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
gu
pais ou responsável, sem prejuízo do defensor. (Incluído pela Lei nº 13.441, de 2017)
lv
te, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer prova, ouvido o Ministério Público; (Incluído pela
da sentença. Lei nº 13.441, de 2017)
II - dar-se-á mediante requerimento do Ministério
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Atenção para o artigo 227-A que foi incluído pela o exterior com inobservância das formalidades
Lei 18.869/2019:
.2
Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave
inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº ameaça ou fraude:
es
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da
ed
para os crimes previstos nesta Lei, praticados por pena correspondente à violência.
gu
da na reincidência.
ou adolescente.
Lu
§ 1° A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
.3
terços) se de pequena quantidade o material a Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
87
que se refere o caput deste artigo I – facilita ou induz o acesso à criança de material
.2
nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando forma pornográfica ou sexualmente explícita.
ed
a comunicação for feita por: Art. 241-E Para efeito dos crimes previstos nesta
gu
I – agente público no exercício de suas funções; Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou porno-
II – membro de entidade, legalmente constituída, gráfica” compreende qualquer situação que envol-
a
lv
que inclua, entre suas finalidades institucionais, o va criança ou adolescente em atividades sexuais
si
to de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; para fins primordialmente sexuais.
Lu
III – representante legal e funcionários res- Art. 242 Vender, fornecer ainda que gratuitamente
ponsáveis de provedor de acesso ou serviço ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-
prestado por meio de rede de computadores, até lescente arma, munição ou explosivo:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
o recebimento do material relativo à notícia feita Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Art. 243 Vender, fornecer, servir, ministrar ou
entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer for-
Poder Judiciário.
ma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
§ 3° As pessoas referidas no § 2° deste artigo deve-
sem justa causa, outros produtos cujos componen-
rão manter sob sigilo o material ilícito referido. tes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e mul-
Quanto ao crime previsto no artigo 241-A (divulga- ta, se o fato não constitui crime mais grave.
ção de imagem pornográfica de adolescente via What- Art. 244 Vender, fornecer, ainda que gratuitamente,
sApp e Facebook), a competência para julgamento, em ou entregar, de qualquer forma, a criança ou ado-
lescente fogos de estampido ou de artifício, exceto
regra, é da justiça estadual. Todavia, será da Justiça aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
Federal nas hipóteses em que estiver evidenciada a incapazes de provocar qualquer dano físico em
internacionalidade da conduta. caso de utilização indevida: 119
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa. é primordial entender sua estrutura e identificar as
Art. 244-A Submeter criança ou adolescente, como ideias mais importantes da legislação, uma vez que
tais definidos no caput do art. 2 desta Lei, à prosti- as bancas tendem a cobrar o que se denomina “lite-
tuição ou à exploração sexual: ralidade das ideias”, ou seja, os pontos principais de
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além cada artigo com base em sua estrutura, não havendo,
da perda de bens e valores utilizados na prática cri- para tanto, a necessidade de decorá-los. Consideran-
minosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança do as peculiaridades envolvendo o concurso e o cargo
e do Adolescente da unidade da Federação (Estado almejado, o estudo deve ter especial atenção à parte
ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, relativa aos crimes (artigos 93 a 108).
ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
§ 1 o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o
NOÇÕES GERAIS DO DIREITO DO IDOSO
gerente ou o responsável pelo local em que se veri-
fique a submissão de criança ou adolescente às prá-
ticas referidas no caput deste artigo. O Estatuto do Idoso é dividido em 7 (sete) partes:
§ 2 o Constitui efeito obrigatório da condenação a
cassação da licença de localização e de funciona- 1. Disposições Preliminares: estabelece os concei-
mento do estabelecimento. tos iniciais e as regras de interpretação.
Art. 244-B Corromper ou facilitar a corrupção de 2. Direitos Fundamentais: elenca e disciplina os
menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando direitos à vida; à liberdade; ao respeito e à digni-
infração penal ou induzindo-o a praticá-la: dade; aos alimentos; à saúde; à educação, a cul-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. tura, ao esporte e lazer; à profissionalização e ao
§ 1° Incorre nas penas previstas no caput deste trabalho; à previdência social; à assistência social;
artigo quem pratica as condutas ali tipificadas uti- à habitação e ao transporte.
lizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive 3. Medidas de Proteção: cuida dos meios de prote-
salas de bate-papo da internet. ção sempre que os direitos fundamentais dos ido-
§ 2° As penas previstas no caput deste artigo são sos forem ameaçados ou violados.
aumentadas de um terço no caso de a infração 4. Política de Atendimento ao Idoso: disciplina
cometida ou induzida estar incluída no rol do art. as linhas de ação da política de atendimento; as
1º da Lei n 8.072, de 25 de julho de 1990 . entidades de atendimento ao idoso; os meios de
fiscalização dessas entidades; as infrações admi-
Segundo a Súmula nº 500 do STJ, a configuração do nistrativas; a apuração administrativa de infração
crime previsto no artigo 244-B (corrupção de meno- às normas de proteção ao idoso e a apuração judi-
res) do Estatuto da Criança e do Adolescente indepen- cial de irregularidades das entidades.
de da prova da efetiva corrupção do menor, por se
5. Acesso à Justiça: estabelecem desde a tramitação
tratar de delito formal.
prioritária às regras de proteção e órgão compe-
tente por sua promoção.
6. Crimes: tipifica os crimes praticados contra as pes-
soas idosas.
LEI FEDERAL Nº 10.741/2003
5
-3
de alcance especial, levando em conta as peculiarida- 1º do Estatuto. Considera-se idoso a pessoa com ida-
-4
des de determinados grupos, como o das mulheres, o de igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Trata-se,
portanto, de um critério cronológico por levar em
es
humanos em razão das particularidades existentes. Embora o Estatuto fixe a idade de 60 anos ou
Nesta ótica, a Constituição Federal de 1988 deu mais, isso não impede que outras leis fixem ida-
amparo aos direitos da pessoa idosa, ao estabelecer des distintas, desde que estas não se refiram,
que compete aos filhos o dever de prestar auxílio e exatamente, à pessoa idosa, ou seja, tenham
amparo aos pais na velhice, carência e enfermidade relação apenas com a idade e não com o fato de
(artigo 229), bem como é dever da família, da socieda-
de e do Estado prestar assistência ao idoso, de modo a a pessoa ser idosa. São exemplos importantes:
garantir sua participação na comunidade, garantindo- � 65 (sessenta e cinco) anos para ter direito ao
-lhe o direito à vida, a dignidade e o bem estar. benefício do transporte coletivo público gratuito,
Em razão desta proteção constitucional, foi elabo- conforme a Constituição;
rada a Política Nacional do Idoso por meio da Lei nº � 65 (sessenta e cinco) anos para ter direito ao
8.842/1994. No entanto, o sistema de proteção da pes- Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei
soa idosa, no Brasil, somente foi aperfeiçoado com a
Orgânica da Assistência Social;
Lei nº 10.741/2003, também denominada de “Estatuto
do Idoso”. � 70 (setenta) anos, na data da sentença, para
Antes de iniciarmos o estudo desse Estatuto, é pre- reduzir pela metade o prazo prescricional, con-
120 ciso ter em mente que, para melhor compreendê-lo, forme o Código Penal.
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O artigo 2° é uma regra de interpretação extre-
mamente importante, pois, mesmo tendo o Esta-
tuto o objetivo de trazer um sistema de proteção
Maior Prioridade
específica para o idoso, ele não exclui a aplicação de
prioridade
outras regras inerentes a todas as pessoas. Explican-
do melhor: os sistemas de proteção geral (aplicável 80 anos ou 60 anos ou
a todas as pessoas) e o especial (aplicável a pessoas mais mais
determinadas em razão de peculiaridades) não são
dicotômicos. Na realidade, eles se complementam.
Com relação aos artigos 4º e 5º do Estatuto, eles
Como consequência, não é porque existe um sistema
prosseguem, trazendo direitos protetivos ao idoso,
de proteção próprio ao idoso que este será excluído da
afirmando que estas pessoas não poderão sofrer qual-
proteção trazida pela Constituição Federal, por exem-
quer tipo de negligência, discriminação ou violência
plo, no que tange aos direitos e garantias individuais e que a inobservância das normas de prevenção terá,
e coletivos. Portanto, as pessoas idosas possuem todos como consequência, a responsabilização da pessoa
os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, física ou jurídica em conformidade com o estabeleci-
sem prejuízo, porém, da proteção integral do Estatuto, do em lei.
que é mais específica e leva em consideração as pró- O artigo 6º do Estatuto, por sua vez, apresenta o
prias peculiaridades. instituto da delatio criminis (comunicação do crime).
Neste mesmo sentido, está o artigo 3º do Estatuto, Trata-se da possibilidade de qualquer pessoa levar ao
deixando claro o caráter complementar do sistema de conhecimento das autoridades públicas qualquer for-
proteção ao reafirmar que o idoso possui, além dos ma de violação ao Estatuto.
direitos intrínsecos a todas as pessoas, um sistema Já o artigo 7° remete à Lei nº 8.842/1994, que trata
próprio de proteção. O parágrafo primeiro apresenta sobre a Política Nacional do Idoso, cuja responsabili-
as diversas garantias deste sistema especial de prote- dade por zelar pelo cumprimento dos direitos dos ido-
ção. São elas: sos cabe aos Conselhos Nacionais, Estaduais, Distritais
e Municipais do Idoso.
z Atendimento preferencial, imediato e indivi- Com relação aos Direitos Fundamentais, estes
dualizado, junto aos órgãos públicos e privados estão elencados nos artigos 8º ao 42 do Estatuto, de
modo a estabelecer as diretrizes a respeito dos direi-
prestadores de serviços à população;
tos à vida; à liberdade; ao respeito e à dignidade;
z Preferência na formulação e na execução de polí-
aos alimentos; à saúde; à educação, cultura, espor-
ticas sociais públicas específicas;
te e lazer; à profissionalização e ao trabalho; à pre-
z Destinação privilegiada de recursos públicos
vidência social; à assistência social; à habitação e
nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso; ao transporte.
z Viabilização de formas alternativas de par- O direito à vida encontra-se previsto nos artigos
5
-3
ticipação, ocupação e convívio do idoso com as 8º e 9º. Trata-se do direito de maior importância, pois
68
z Priorização do atendimento do idoso por sua pró- é inviolável, envelhecer de forma digna é uma conse-
87
pria família, em detrimento do atendimento asilar, quência e um direito personalíssimo, cuja proteção é
.2
exceto dos que não a possuam ou careçam de con- um direito social. Além disso, é dever do Estado garan-
63
dições de manutenção da própria sobrevivência; tir aos idosos a proteção não só à vida, como também
-4
z Capacitação e reciclagem dos recursos humanos à saúde, por meio de efetivações de políticas sociais
es
nas áreas de geriatria e gerontologia e na presta- públicas que possam permitir o envelhecimento sau-
ed
constrangedor.
No que se refere ao direito de liberdade, este
Dica compreende os seguintes aspectos:
O sistema especial de proteção dos direitos não
z faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públi-
exclui o sistema geral de proteção, uma vez que cos e espaços comunitários, ressalvadas as restri-
ambos se complementam. ções legais;
z opinião e expressão;
Outra regra importante é a trazida pelo parágrafo z crença e culto religioso;
segundo do artigo 3º, prevendo que o idoso com mais z prática de esportes e de diversões;
de 80 (oitenta) anos deve gozar de prioridade espe- z participação na vida familiar e comunitária;
cial, de modo a atender suas necessidades de forma z participação na vida política, na forma da lei;
preferencial em relação ao demais. z faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação. 121
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com relação ao direito ao respeito, ele versa Vale frisar que o idoso tem o direito de optar pelo
sobre a inviolabilidade da integridade física, psíquica tratamento de saúde que considere mais favorável.
e moral do idoso, de modo a englobar a preservação
de sua imagem, identidade, autonomia, valores, ideias z Quando o idoso não puder optar pelo tratamento
e crenças, espaços e objetos pessoais. que lhe seja mais favorável, isso será feito:
Nos artigos 11 ao 14, estão disciplinados o direito
aos alimentos. Por estes dispositivos, são assegura- pelo curador: quando o idoso for interditado;
dos aos idosos à prestação de alimentos quando deles pelos familiares: quando o idoso não tiver
necessitar, na forma estabelecida pelo Código Civil. curador ou este não puder ser contactado em
Trata-se de uma obrigação solidária, podendo a pes- tempo hábil;
soa idosa optar entre os prestadores e, no caso destes pelo médico: quando ocorrer iminente risco de
familiares não possuírem condições econômicas de vida e não houver tempo hábil para consulta a
proverem o sustento dela, compete ao Poder Público curador ou familiar;
esse provimento (âmbito da Assistência Social). pelo próprio médico: quando não houver
O direito à saúde está previsto nos artigos 15 curador ou familiar conhecido, fato que deve
ao 19 do Estatuto. Trata-se de um direito universal, ser comunicado ao Ministério Público.
pois são garantidas às pessoas de modo geral, estan-
do, também, arrolado na Constituição Federal como Ademais, o Estatuto determina que, em casos de
um direito social. Aos idosos é garantida por meio do violência praticada contra o idoso (suspeita ou con-
Sistema Único de Saúde (SUS) a atenção integral da firmação), os serviços de saúde públicos e privados
saúde, sendo-lhes assegurados o acesso universal e deverão notificar compulsoriamente à autoridade
igualitário, as ações e serviços para prevenção, pro- sanitária e comunicar qualquer um dos seguintes
moção, proteção e recuperação à saúde, com atenção órgãos: autoridade policial, Ministério Público, Conse-
especial às doenças que afetam preferencialmente os lho Municipal do Idoso, Conselho Estadual do Idoso ou
idosos. Conselho Nacional do Idoso.
Para a prevenção e manutenção da saúde, o Esta-
tuto estabelece as seguintes medidas: z Violência contra o idoso:
Conselho Nacional
impossibilitada de se locomover, inclusive para
68
do Idoso.
idosos abrigados e acolhidos por instituições
.3
z reabilitação orientada pela geriatria e geronto- Público criar as oportunidades de acesso, adequando
logia, para redução das sequelas decorrentes do
es
Poder Público em fornecer gratuitamente aos idosos descontos de, pelo menos, 50% (cinquenta por cento)
lv
medicamentos (como os de uso continuado), próte- nos ingressos para eventos artísticos, culturais, espor-
si
ses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, tivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos
an
maiores de 65 (sessenta e cinco) anos, bastando apre- z encaminhamento à família ou curador, mediante
68
idosos). Aos idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e z inclusão em programa oficial ou comunitário
cinco) incompletos, ficará a critério da legislação local de auxílio, orientação e tratamento de usuários
es
No caso de transporte coletivo interestadual, este prio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe
gu
z abrigo em entidade;
lv
z abrigo temporário.
-mínimos. Ademais, desconto de 50% (cinquenta por
an
5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos que se destinam e o fortalecimento dos vínculos fami-
públicos e privados, posicionadas de forma a garantir liares e comunitários.
a melhor comodidade ao idoso, nos termos de legisla- No que se refere à política de atendimento ao
ção local, além de prioridade à segurança nos procedi- idoso, esta será feita por meio do conjunto articula-
mentos de embarque e desembarque nos veículos do do de ações governamentais e não governamentais
sistema de transporte coletivo. dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal
Para te ajudar a assimilar, organizamos essa parte e Municípios), tendo em vista as seguintes linhas de
do conteúdo em tópicos: atendimento:
com o idoso, especificando o tipo de atendimento, as O artigo 58 do Estatuto traz a terceira e última
87
obrigações da entidade e prestações decorrentes do infração, que ocorre quando se deixa de cumprir
.2
z fornecer vestuário adequado (se for pública) e ali- multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano
mentação suficiente;
ed
z diligenciar no sentido da preservação dos vínculos ciplinadas nos artigos 59 a 63 do Estatuto. Nesta parte,
si
� Apresentação de
defesa
outras provas. As alegações finais deverão ser presta- de determinada medida alternativa, com o objetivo
.2
das pelas partes e pelo Ministério Público em 5 (cinco) de evitar a instauração de um processo, sem, contudo,
63
afastamento provisório ou definitivo de dirigente de Os artigos 181 e 182 tratam de hipóteses de imuni-
dade absoluta (art. 181) e relativa (art. 182). Vejamos:
es
de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos ção, se o crime previsto neste título é cometido em
previstos no Estatuto. Assegura, ainda, prioridade na prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou judicialmente
tramitação dos processos e procedimentos e na exe- separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III -
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
cução dos atos e diligências judiciais em que figure de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
como parte ou interveniente pessoa com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instân- Portanto, qualquer crime praticado contra o idoso
cia. Caso o idoso possua mais de oitenta anos, a ele (de caráter patrimonial ou não, com ou sem violência
será dado prioridade especial. ou grave ameaça), é de ação pública incondicionada.
Salienta-se, por necessário, que o próprio artigo
Dica 183 do Código Penal já trazia essa previsão do artigo
95 do Estatuto de forma expressa, ou seja, vedava a
A prioridade de tramitação não encerra com a aplicação da imunidade trazida pelos artigos 181 e
morte do idoso, estendendo-se em favor do côn- 182 do Código Penal quando o crime é praticado con-
juge ou companheiro (a) maior de 60 (sessenta) tra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos. anos. 125
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Luan silva guedes - 463.287.368-35, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua
reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Vamos, agora, ao estudo dos crimes em espécie: Os artigos 97, 98 e 99 do Estatuto tratam, em sín-
tese, da proteção à saúde física e psíquica do idoso.
Art. 96 Discriminar pessoa idosa, impedindo ou Compete a eles disciplinar as formas de violência que
dificultando seu acesso a operações bancárias, atente contra a saúde do idoso, ou seja, aquelas que,
aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por ação ou omissão, lhes cause morte, dano ou sofri-
por qualquer outro meio ou instrumento necessá- mento físico ou psicológico.
rio ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e Art. 97 Deixar de prestar assistência ao idoso,
multa. quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situa-
ção de iminente perigo, ou recusar, retardar ou difi-
Um ponto importante, nesse dispositivo, é relativo cultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou
ao conceito de discriminar. Entende-se como discri- não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade
minação toda distinção, exclusão ou restrição basea- pública:
da na idade da vítima do delito. Aqui, o agente (autor Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
do fato) cria empecílios (dificulta ou impede) seu aces- multa.
so a operações bancárias, aos meios de transporte, ao
direito de contratar ou ao exercício de sua cidadania. O crime do artigo 97 do Estatuto é um crime prati-
Cumpre esclarecer que a expressão “meios de cado por omissão (deixar de prestar assistência) quan-
transporte”, trazida pelo Estatuto, é bem ampla, por do se tem a possiblidade de fazê-lo sem qualquer risco
envolver todos os meios de transporte aéreos, terres- pessoal, podendo ser cometido de três formas distin-
tres, marítimos, sejam eles individuais ou coletivos, tas. A primeira refere-se à conduta omissa quando o
públicos ou privados. idoso está em iminente perigo, isto é, o perigo que
Quanto à definição do “direito de contratar”, trata- está prestes a ocorrer. A segunda forma ocorre quan-
-se da faculdade legal de celebração dos negócios jurí- do o agente recusa, retarda ou dificulta, sem justa
dicos. Já a expressão “exercício da cidadania”, guarda causa, a assistência à saúde do idoso, sem que exista
relação a tudo aquilo ligado ao status de indivíduo, ou qualquer tipo de impedimento. A terceira forma de
seja, ao pleno gozo dos direitos políticos e civis. incriminação é a conduta de não pedir socorro à auto-
O crime tipificado no artigo 96 do Estatuto é um ridade pública.
crime comum, isto é, que pode ser praticado por O fato de o agente não prestar assistência ao ido-
qualquer pessoa, não exigindo qualidade especial do so devido ao risco a sua integridade não o exime de
autor do delito. Porém, exige-se que a prática do cri- pedir socorro a uma autoridade competente.
me tenha um especial fim: que intenção seja motivada Cabe mencionar que, considerando a pena máxima
pela idade (dolo em razão da idade). cabível, trata-se de uma infração de menor potencial
ofensivo e, portanto, sujeita às medidas despenaliza-
§ 1° Na mesma pena incorre quem desdenhar, humi- doras da Lei nº 9.099/95.
lhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por
5
qualquer motivo. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade,
-3
O parágrafo primeiro trouxe uma conduta equi- grave, e triplicada, se resulta a morte.
.3
desdém, menosprezo ou humilhação contra a pes- O parágrafo único traz uma hipótese de causa de
.2
soa idosa por quaisquer outros motivos que não os aumento de pena devido ao resultado. No caso de a
63
disciplinados no caput (quais sejam: acesso a opera- omissão resultar lesão corporal grave, a pena será
-4
ções bancárias, aos meios de transporte aos meios, ao aumentada de metade. Caso resulte em morte, ela
es
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a do Código Penal, a lesão corporal de natureza grave
vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabi- (sentido amplo):
a
lv
lidade do agente.
si
de aumento de pena. Trata-se do fato de o agente que I - Incapacidade para as ocupações habituais, por
pratica uma das condutas elencadas ser o responsável mais de trinta dias;
(legal ou não) por aquele que sofreu a discriminação II - perigo de vida;
(idoso). O aumento de 1/3 da pena decorre da proxi- III - debilidade permanente de membro, sentido ou
midade e do dever de cuidado para com a pessoa ido- função;
sa. São exemplos: filhos, netos, curadores, cuidadores, IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
entre outros.
§ 2° Se resulta: (lesão corporal gravíssima)
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
Dica II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou
Embora a conduta do parágrafo segundo seja
função;
mais reprovável que as anteriores, a ele também
IV - deformidade permanente;
são aplicadas as medidas despenalizadoras da V - aborto:
Lei nº 9.099/95, por se tratar de uma infração de Pena - reclusão, de dois a oito anos.
menor potencial ofensivo (pena máxima inferior Art. 98 Abandonar o idoso em hospitais, casas
126 a dois anos). de saúde, entidades de longa permanência, ou
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
congêneres, ou não prover suas necessidades bási- O crime do artigo 100 traz várias formas de come-
cas, quando obrigado por lei ou mandado: timento. Com exceção do inciso III, que pode ser pra-
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e ticado por qualquer pessoa (crime comum), os demais
multa. incisos são hipóteses de crime próprio (I e II pela pes-
soa responsável pela admissão; IV e V pelas pessoas
O artigo 98 traz uma modalidade de crime próprio, que obstarem ordem judicial ou requisição do Minis-
ou seja, aquele que somente será cometido por aque- tério Público). Para todos os delitos previstos nesse
le que possui dever de cuidado (obrigação legal ou artigo, cabem as medidas despenalizadoras, por se
convencional), como no caso de filho que abandona tratar de infrações de menor potencial ofensivo.
a mãe, privando-a do convívio familiar, de carinho ou
de afeto. Como a pena máxima excede dois anos, não Art. 101 Deixar de cumprir, retardar ou frus-
caberá transação penal, mas é cabível a suspensão trar, sem justo motivo, a execução de ordem
condicional do processo6, já que a pena mínima não judicial expedida nas ações em que for parte ou
ultrapassa 1 (um) ano. interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
Art. 99 Expor a perigo a integridade e a saúde, multa.
física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condi-
ções desumanas ou degradantes ou privando-o de
O crime do artigo 101 refere-se ao descumprimen-
alimentos e cuidados indispensáveis, quando obri-
to na execução de ordem judicial expedida nas ações
gado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo
ou inadequado: em que for parte ou interveniente o idoso, ou seja,
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e qualquer tipo de ação que tenha como parte ou inter-
multa. veniente a pessoa idosa. Também é crime próprio e
sujeito às medidas despenalizadoras, por ser uma
O crime do artigo 99 também é próprio, de modo infração de menor potencial ofensivo.
que o acusado necessita ter um vínculo de cuidado
com o idoso. A exposição a perigo deve ser concre- Art. 102 Apropriar-se de ou desviar bens, proven-
ta, ou seja, é preciso provar que o idoso ficou, efeti- tos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso,
vamente, exposto a uma situação de perigo. Trata-se, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
também, de infração de menor potencial ofensivo, Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
sendo cabível aplicação das medidas despenalizado-
ras previstas na Lei nº 9.099/1995. O crime tipificado no artigo 102 pode ser pratica-
do de dois modos: apropriação ou desvio. Entende-se
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza por apropriação quando o agente faz da coisa alheia
grave: como se fosse sua, ou seja, apodera-se de bem, pro-
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. ventos, pensões, benefícios ou qualquer outro rendi-
mento do idoso. Já no desvio, o agente dá um destino
5
O parágrafo primeiro traz uma hipótese de crime diferente ao bem, proventos, pensões, benefícios ou
-3
qualificado pelo resultado, de modo a alterar o pata- qualquer outro rendimento da pessoa idosa. As duas
68
mar da pena. No caso de o fato resultar lesão corpo- condutas são punidas com pena de reclusão de 1 (um)
.3
do processo.
§ 2o Se resulta a morte:
-4
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. Art. 103 Negar o acolhimento ou a permanên-
es
ra pelo resultado. No caso de o fato resultar morte, a Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e
pena será reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. multa.
a
lv
si
Art. 100 Constitui crime punível com reclusão de 6 O artigo 103 traz o crime de negar a estadia de pes-
an
(seis) meses a 1 (um) ano e multa: soa idosa com base no fato de ter o idoso se recusado a
Lu
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo outorgar procuração para que a entidade administre
público por motivo de idade;
seus bens ou valores, com a finalidade de custear a
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego
estadia do idoso no local. Trata-se de crime comum e
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimen- infração de menor potencial ofensivo, sujeito, portan-
to ou deixar de prestar assistência à saúde, sem to, as medidas despenalizadoras.
justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, Art. 104 Reter o cartão magnético de conta ban-
sem justo motivo, a execução de ordem judicial cária relativa a benefícios, proventos ou pensão do
expedida na ação civil a que alude esta Lei; idoso, bem como qualquer outro documento com
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimen-
indispensáveis à propositura da ação civil obje- to de dívida:
to desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e
Público. multa.
6 Devido a pena da infração penal, ao oferecer a denúncia poderá o Ministério Público propor a suspensão do processo por até 4 (quatro)
anos, no caso do acusado não possuir outro processo criminal ou não tenha sido condenado por outros crimes, propondo o cumprimento de
determinadas condições em troca do benefício. 127
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O artigo 104 traz hipótese de o credor, com o obje- a) 50 anos.
tivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de b) 55 anos.
dívida, reter o cartão magnético do idoso. Trata-se de c) 60 anos.
um crime próprio (credor do idoso) e sujeito à aplica- d) 70 anos.
e) 75 anos.
ção das medidas despenalizadoras da Lei nº 9.099/95,
por se tratar de infração de menor potencial ofensivo.
No Artigo 1º, é instituído o Estatuto do Idoso, desti-
nado a regular os direitos assegurados às pessoas
Art. 105 Exibir ou veicular, por qualquer meio de
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
comunicação, informações ou imagens depre-
Resposta: Letra C.
ciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
2. (VUNESP — 2019) Com relação aos crimes previstos
na Lei no 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), é correto
O crime do artigo 105 atinge a honra do idoso, inde-
afirmar que:
pendentemente de este se sentir ofendido ou violado.
Trata-se de crime comum que, devido à pena mínima,
a) são todos apenados com detenção.
caberá suspensão condicional do processo. b) não existem crimes, apenas contravenções penais.
c) alguns são apenados com prisão simples e multa.
Art. 106 Induzir pessoa idosa sem discernimen- d) são de ação penal pública incondicionada.
to de seus atos a outorgar procuração para fins de e) são todos apenados com reclusão.
administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Artigo 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação
penal pública incondicionada, não se lhes aplicando
O crime do artigo 106 do Estatuto exige um espe- os arts. 181 e182 do Código Penal. Resposta: Letra D.
cial fim de agir, ou seja, o agente tem a finalidade
administrar ou dispor livremente os bens do idoso. 3. (VUNESP — 2019) Nos termos da Lei no 10.741/2003
(Estatuto do Idoso), a conduta de obstar o acesso de
Art. 107 Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, alguém a qualquer cargo público por motivo de idade:
contratar, testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. a) é considerado um crime punido com reclusão e multa.
b) não está prevista em qualquer legislação, afrontando
O artigo 107 tipifica a conduta de coação em que a apenas os Códigos de Ética.
vítima é pessoa idosa e o agente a coage a doar, con- c) é considerada crime, mas não está prevista na referida
tratar, testar ou outorgar procuração. Trata-se de cri- lei.
me comum. d) é considerada uma contravenção penal.
e) não é considerado um crime.
Art. 108 Lavrar ato notarial que envolva pessoa
5
-3
idosa sem discernimento de seus atos, sem a Artigo 100. Constitui crime punível com reclusão de
68
devida representação legal: 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa: I – obstar o aces-
.3
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. so de alguém a qualquer cargo público por motivo
87
discernimento para a prática de seus atos, cuja condu- 4. (VUNESP — 2019) Nos termos do Estatuto do Idoso,
-4
ta (lavratura de ato notarial) é realizada sem o repre- deixar de prestar assistência ao idoso, quando possí-
vel fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente
es
antes de adentrarmos ao disposto na Lei, é necessário Portanto, crimes de tortura são inafiançáveis,
entender seu surgimento. insuscetíveis de Graça e insuscetíveis de anistia.
.3
87
Vamos discorrer sobre a Lei, mas para você ter Vejamos essas terminologias:
.2
Art. 1º Constitui crime de tortura: z Graça: para Cleber Masson, na página 897 da obra
I - constranger alguém com emprego de violência
es
b) para provocar ação ou omissão de natureza após o trânsito em julgado da sentença condena-
si
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou z Anistia: para Cleber Masson, na página 897 da
autoridade, com emprego de violência ou grave obra Direito Penal [itálico] (2013), competência é
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
do Presidente da República por meio de Decreto,
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Existe também a tortura racismo, que é constituí- físico e a segunda com o sofrimento físico e mental.
68
E, por fim, a tortura crime, prevista no inciso II, Art. 1º Constitui crime de tortura: [...]
87
alínea b, com o intuito de provocar ação ou omissão II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
.2
de natureza criminosa.
63
com emprego de violência ou grave ameaça, como § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimen-
a
lv
Ex.: pais, curadores, tutores professores etc. ato não previsto em lei ou não resultante de medida
an
legal. [...]
Lu
Veja na tabela o resumo dos prazos de acordo com me de tortura, (salvo a hipótese de que se omite em
.2
medida de segurança
tortura inicie o cumprimento da pena no regime
Lu
previsto em lei ou não crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
resultante de medida iniciará o cumprimento da pena em regime fecha-
legal do”. Entretanto, cumpre ressaltar que o Plenário
do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe 17.12.2013),
Aquele que se omite em afastou a obrigatoriedade do regime inicial fechado
face dessas condutas, para os condenados por crimes hediondos e equi-
01 a 04 anos.
quando tinha o dever de parados, devendo-se observar, para a fixação do
evitá-las ou apurá-las regime inicial de cumprimento de pena, o disposto
no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP. Assim, por ser
Se resulta lesão corporal
equiparado a crime hediondo, nos termos do art.
de natureza grave ou 04 a 10 anos. 2º, caput e § 1º, da Lei 8.072/1990, é evidente que
gravíssima essa interpretação também deve ser aplicada ao
Se resulta morte 08 a 16 anos. crime de tortura, sendo o caso de se desconsiderar
a regra disposta no art. 1º, § 7º, da Lei 9.455/1997, 131
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que possui a mesma disposição da norma declara- inicial fechado, bem como em quinze (15) dias-mul-
da inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar ta. Ante o exposto, com fundamento no art. 21, §
essa posição, não se está a violar a Súmula Vincu- 1º, do RISTF, nego seguimento ao pedido, por ser
lante n.º 10, do STF, que assim dispõe: “Viola a cláu- flagrantemente inadmissível. Publique-se. Arquive-
sula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão -se. Brasília, 21 de fevereiro de 2013. Ministro Dias
de órgão fracionário de tribunal que, embora não Toffoli Relator Documento assinado digitalmente
declare expressamente a inconstitucionalidade de (STF - HC: 111840 ES, Relator: Min. DIAS TOFFOLI,
lei ou ato normativo do poder público, afasta sua Data de Julgamento: 21/02/2013, Data de Publicação:
incidência, no todo ou em parte”. De fato, o enten- DJe-037 DIVULG 25/02/2013 PUBLIC 26/02/2013)
dimento adotado vai ao encontro daquele proferido
pelo Plenário do STF, tornando-se desnecessário Territorialidade
submeter tal questão ao Órgão Especial desta Cor-
te, nos termos do art. 481, parágrafo único, do CPC: O disposto na Lei 9.455/1997, aplica-se ainda quando
“Os órgãos fracionários dos tribunais não submete- o crime não tenha sido cometido em território nacional,
rão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de
sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente
inconstitucionalidade, quando já houver pronun-
em local sob jurisdição brasileira. Apresentado na dou-
ciamento destes ou do plenário do Supremo Tribu-
nal Federal sobre a questão”. Portanto, seguindo a
trina como extraterritorialidade incondicionada.
orientação adotada pela Suprema Corte, deve-se
utilizar, para a fixação do regime inicial de cumpri-
mento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, EXERCÍCIOS COMENTADOS
ambos do CP e as Súmulas 440 do STJ e 719 do STF.
Confiram-se, a propósito, os mencionados verbetes 1. (CESPE-CEBRASPE - 2020) No que se refere ao uso
sumulares: “Fixada a pena-base no mínimo legal, diferenciado da força, julgue o item a seguir.
é vedado o estabelecimento de regime prisional Se um policial rodoviário federal, com o objetivo de
mais gravoso do que o cabível em razão da sanção obter confissão de uma pessoa que tenha sido flagrada
imposta, com base apenas na gravidade abstrata cometendo infração, praticar intencionalmente algum
do delito.” (Súmula 440 do STJ) e “A imposição do ato para causar sofrimento mental a essa pessoa, essa
regime de cumprimento mais severo do que a pena conduta poderá ser caracterizada como tortura.
aplicada permitir exige motivação idônea.” (Súmu-
la 719 do STF). Precedente citado: REsp 1.299.787- ( ) CERTO ( ) ERRADO
PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-RR,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014. Com base no artigo 1º, inciso I, alínea a da Lei
(STJ - HC: 286925 RR 2014/0010114-2, Relator:
9.455/1997, constitui crime de tortura a conduta de
Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento:
constranger alguém com emprego de violência ou gra-
13/05/2014, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publica-
ve ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental
ção: DJe 21/05/2014)
com o fim de obter informação, declaração ou confis-
são da vítima ou de terceira pessoa. Resposta: Certo.
Temos outro julgado:
5
-3
pena de um (1) ano e oito (8) meses de reclusão, em ( ) CERTO ( ) ERRADO
gu
cumprimento inicial em regime semiaberto. Exami- do o crime não tenha sido cometido em território
si
nado os autos, decido. O pedido de extensão é mani- nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-
festamente incabível. Observo, de início, que não se
an
examinadoras.
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen-
68
resultado da forma como essas pessoas passaram a NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM
.2
soas com deficiência foram encaradas de quatro modos A Lei nº 13.146/2015 é dividida em duas partes:
es
diferentes, conforme cada período temporal. A primeira geral e especial. A parte geral tem, como base, os
princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes-
ed
estruturas do corpo; os fatores socioambientais, psi- ção com segurança, entre outros, classificadas em:
.2
atividades e a restrição de participação. O parágrafo a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos
-4
segundo, por sua vez, estabelece que compete ao Poder espaços públicos e privados abertos ao público ou
Executivo a criação dos instrumentos normativos para a de uso coletivo;
es
Poder Legislativo.
tamento que dificulte ou impossibilite a expressão
Lu
z Acessibilidade: possibilidade e condição de alcan- Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que
ce para utilização, com segurança e autonomia, de impeça ou limite a participação social da pessoa com
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edi- deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
ficações, transportes, informação e comunicação, públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
134 inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
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comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul- Diferentemente da residência inclusiva, a mora-
dade de acesso às tecnologias (tecnológicas). dia proporciona serviços de apoio ao deficiente que
ampliarão o seu grau de autonomia.
z Comunicação: forma de interação dos cidadãos
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu- z Atendente pessoal: pessoa, membro ou não da
sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visua- família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
lização de textos, o Braille, o sistema de sinalização presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, deficiência no exercício de suas atividades diárias,
os dispositivos multimídia, assim como a lingua- excluídas as técnicas ou os procedimentos identifi-
gem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e cados com profissões legalmente estabelecidas.
os meios de voz digitalizados e os modos, meios e z Profissional de apoio escolar: pessoa que exerce
formatos aumentativos e alternativos de comunica- atividades de alimentação, higiene e locomoção do
ção, incluindo as tecnologias da informação e das estudante com deficiência e atua em todas as ativi-
comunicações. dades escolares nas quais se fizer necessária, em
z Adaptações razoáveis: adaptações, modificações e todos os níveis e modalidades de ensino, em insti-
ajustes necessários e adequados que não acarretem tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas
ônus desproporcional e indevido, quando requeri- ou os procedimentos identificados com profissões
dos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa legalmente estabelecidas.
com deficiência possa gozar ou exercer, em igualda- z Acompanhante: aquele que acompanha a pessoa
de de condições e oportunidades com as demais pes- com deficiência, podendo ou não desempenhar as
soas, todos os direitos e liberdades fundamentais. funções de atendente pessoal.
z Elemento de urbanização: quaisquer componen-
tes de obras de urbanização, tais como os referen- Os artigos 4º a 9º tratam do tema igualdade e não
tes a pavimentação, saneamento, encanamento discriminação, consubstanciados no princípio da
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de promoção da igualdade presente na Convenção sobre
gás, iluminação pública, serviços de comunicação, Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o §
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e 1º do artigo 4º preocupou-se em definir discrimina-
os que materializam as indicações do planejamento ção em razão da deficiência como toda forma de
urbanístico. distinção, restrição ou exclusão, quer por ação quer
z Mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes por omissão, com o objetivo de impedir, prejudicar ou
nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adi- anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e
cionados aos elementos de urbanização ou de edifi- das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência.
cação, de forma que sua modificação ou seu traslado Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a recu-
não provoque alterações substanciais nesses ele- sa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tec-
mentos, tais como semáforos, postes de sinalização nologias assistivas, tanto pelo próprio Estado, como
e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às pelo particular.
telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, Para facilitar na fixação desse conceito, vamos
5
-3
natureza análoga.
.3
Distinção
colo e obeso.
ed
Restrição
z Residências inclusivas: unidades de oferta do
gu
Exclusão
Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assis-
a
vontade.
63
Previdência Social
-4
Mobilidade
lv
as providências para o devido cumprimento da Lei, O direito à vida encontra-se previsto nos arti-
Lu
objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação bilidade à informação, de maneira a contemplar qual-
-4
É a escola que deve se adaptar ao aluno, buscan- co de medidas, a ser renovado no período de quatro
si
do compreender suas necessidades e caracterí- anos, para facilitar a criação e promoção dessas tec-
an
sitcas e não o contrário. nologias. Além disso, tais procedimentos deverão ser
Lu
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi- cício da cidadania das pessoas com deficiência. A elas
ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla- são garantidos os direitos inerentes a sua capacida-
ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao de eleitoral ativa e passiva. Para a promoção de tais
Poder Público sua promoção e efetiva concretização. medidas de acessibilidade, a competência cabe aos
O direito ao trabalho, disciplinado nos artigos 34 Tribunais Regionais Eleitorais.
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso. Por último, também é estabelecido, na Lei nº
Como consequência, permite-se que a pessoa com 13.146/2015, o direito à ciência e tecnologia. Ele está
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto previsto nos artigos 77 e 78 e tem, como escopo, esti-
à profissão ou ao trabalho que deseje desempenhar. mular a criação de cursos de pós-graduação na área
O direito à assistência social encontra-se con- de tecnologia assistiva, bem como o desenvolvimen-
templado nos artigos 39 ao 40, além de fazer parte to de outras ações com o objetivo de formar recursos
do rol dos direitos sociais previstos no artigo 6º da humanos qualificados e estruturar as diretrizes dessa
Constituição Federal de 1988. A assistência social faz área de conhecimento. 137
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A partir do artigo 78, inicia-se a parte especial. Direta - praticar
Nela, constam disposições acerca do direito de acesso
Art. 88 - Condutas
à Justiça, o reconhecimento igualitário perante a lei e
a tipificação de determinadas condutas, como crimes
Indireta - induzir
ou infrações. No que tange ao acesso à Justiça, compe-
te ao Poder Público realizar as adaptações e propor-
cionar os recursos de tecnologia assistiva necessários
para a plena participação da pessoa com deficiência Indireta - instigar
no âmbito do Poder Judiciário.
Quanto ao reconhecimento igualitário peran- Outro ponto importante neste dispositivo é rela-
te a lei, é reflexo do que já encontra disciplinado tivo ao conceito de discriminar. Entende-se como
na Constituição Federal. Por conseguinte, a Lei nº discriminação toda distinção, exclusão ou restrição
13.146/2015 visa garantir à pessoa com deficiência o baseada na deficiência, objetivando impedir ou obs-
tar o exercício pleno de direitos.
pleno exercício de suas capacidades.
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a víti-
CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS ma encontrar-se sob cuidado e responsabilidade
do agente.
Os crimes e as infrações administrativas estão dis-
postos nos artigo 88 a 91. Dos crimes elencados, ape- O parágrafo primeiro traz uma hipótese de cau-
nas o do artigo 91 tem, como pena, a detenção. Todos sa de aumento de pena. Trata-se do fato de o agen-
te, que praticou uma das condutas elencadas, ser o
os demais apresentam pena de reclusão.
responsável (legal ou não) por aquele que sofreu a
Detenção e reclusão são modalidades de penas pri-
discriminação. O aumento de 1/3 da pena decorre da
vativas de liberdade. proximidade e do dever de cuidado para com a pes-
A pena de reclusão é aplicada a condenações mais soa com deficiência. São exemplos: pais, tutores, cura-
severas, por ser a única a admitir o regime inicial de dores, guardiões, professores, médicos, cuidadores,
cumprimento fechado. Essa modalidade admite os entre outros.
três regimes de cumprimento: fechado, semiaberto e
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput des-
aberto. te artigo é cometido por intermédio de meios de
Já a pena de detenção é aplicada a condenações comunicação social ou de publicação de qual-
mais leves, uma vez que o regime inicial de cum- quer natureza:
primento será o semiaberto. A detenção admite os Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
regimes de cumprimento semiaberto e aberto, não
5
O parágrafo segundo é uma qualificadora do cri-
-3
admitindo o fechado.
me. Ela diz respeito ao meio utilizado para a prática
68
Vamos ao estudo dos crimes: da conduta, pois, ao ser cometido por intermédio de
.3
Art. 88 Praticar, induzir ou incitar discrimina- qualquer natureza, a conduta atinge mais visibilida-
.2
63
ção de pessoa em razão de sua deficiência: de, chegando ao conhecimento de um número maior
de pessoas.
-4
modos: Importante
gu
I. Participação direta do agente na conduta deli- mínima e máxima constantes do tipo penal —
lv
si
tuosa: Aqui, o agende age de modo a discriminar a preceito secundário) em razão de novas elemen-
an
pessoa em razão de sua deficiência. A conduta está tares acrescentadas, o que faz com que ele seja
Lu
sa de aumento de pena de 1/3 no caso de o agente que deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a pena é
ed
praticou a conduta ser o responsável (legal) da pessoa agravada em 1/3 (um terço).
gu
com deficiência ou ter se aproveitado de ofício ou pro- § 2º A pena pela adoção deliberada de critérios
fissão para o cometimento do crime. subjetivos para indeferimento de inscrição, de
a
lv
Art. 90 Abandonar pessoa com deficiência em em concursos públicos não exclui a responsabilida-
an
prover as necessidades básicas de pessoa com defi- com cobrança de valores diferenciados.
ciência quando obrigado por lei ou mandado. § 4º Se o crime for praticado em atendimento de
urgência e emergência, a pena é agravada em 1/3
O artigo 90 tipifica o crime de abandono de pes- (um terço).
soa com deficiência, de modo a dar amparo e pro-
teção a essas pessoas, por vezes incapazes de zelar A nova redação dada ao artigo acrescentou ao inci-
por sua vida. Refere-se ao fato de o agente deixar de so I a conduta de cobrar valores adicionais por parte
prestar assistência, mesmo quando possui o dever de da instituição de ensino. Exemplos clássicos são as
cuidado e proteção. mensalidades diferenciadas para alunos autistas
(com valores a mais). O inciso II refere-se à discrimi-
Art. 91 Reter ou utilizar cartão magnético, qual- nação com relação a emprego, trabalho ou promoção.
quer meio eletrônico ou documento de pessoa com O inciso III ao atendimento médico e ambulatorial.
deficiência destinados ao recebimento de benefícios, O inciso IV à omissão de dados quando estes são 139
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essenciais à propositura de ação civil pública ou quan- financeiras, com o fim de obter vantagem indevida
do houver requisição. para si ou para outrem”. Todas as alternativas refe-
A Lei nº 13.146/2015 acrescentou parágrafos ao rem-se a crimes punidos com reclusão. Resposta:
artigo 8º da Lei nº 7.853/89, estabelecendo causas de Letra C.
aumento de pena ao crime.
Por fim, importante mencionar que todos os cri- 3. (VUNESP — 2020) Em 2015, foi instituída a LBI – Lei
mes disciplinados pela mencionada Lei são crimes de Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,
Ação Penal Pública Incondicionada, ou seja, compete também denominada “Estatuto da Pessoa com Defi-
ao Ministério Público promover a ação independente- ciência”, destinada a assegurar e a promover em con-
mente da vontade da vítima. dições de igualdade o que segue:
- exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à c) da não aplicação da causa de aumento de pena e da
-4
Letra D. legal.
ed
a) o desvio de seus bens com o propósito de alcançar disso, o juiz também deixou de aplicar a pena de mul-
Lu
vantagem indevida para si. ta, que é cabível nesse crime. Resposta: Letra C.
b) o seu abandono em hospitais ou entidades de
abrigamento. 5. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Com relação aos crimes,
c) a utilização, para obtenção de vantagem indevida, de às infrações administrativas e às disposições finais e
seu cartão magnético destinado ao recebimento de transitórias previstos no Estatuto da Pessoa com Defi-
pensão. ciência (EPD), assinale a opção correta.
d) a apropriação de seus bens patrimoniais para a conse-
cução de vantagem indevida para terceiros. e. a incita- a) Constitui crime a conduta de obstar o acesso da
ção de discriminação em razão de sua deficiência. pessoa com deficiência a cargo ou emprego público,
ainda que com base em critério restritivo e objetivo
No âmbito da Lei nº 13.146/2015, apenas um crime é previamente definido em lei.
punível com detenção. Trata-se do art. 91: “reter ou b) Na tipificação da conduta de praticar, induzir ou incitar
utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico discriminação de pessoa em razão da deficiência, é
ou documento de pessoa com deficiência destina- admitida a tentativa.
dos ao recebimento de benefícios, proventos, pen- c) O sujeito passivo dos crimes previstos no EPD é sem-
140 sões ou remuneração ou à realização de operações pre a pessoa com deficiência.
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d) Para a consumação do crime de desviar bens da Tendo como base os 11 “considerandos” integrantes
pessoa com deficiência, exige-se o efetivo lucro do da parte inicial do texto normativo, destaca-se que o
agente. imperativo da apresentação do custodiado à autorida-
e) Admitem-se tanto a modalidade dolosa quanto a cul- de judicial competente dentro do prazo de até 24 horas,
posa no caso do delito de abandono da pessoa com encontrando previsão expressa em documentos inter-
deficiência, que é crime permanente. nacionais, tanto no âmbito da Organização das Nações
Unidas (ONU) quanto no sistema interamericano de
A alternativa A está incorreta, pois fala de crité- proteção de direitos humanos, assim como no âmbito
rio objetivo. Como o crime guarda relação com o nacional de proteção, ratificados pela República Federa-
sujeito, o critério é subjetivo. A alternativa B está
tiva do Brasil, além de outros atos normativos oriundos
incorreta, porque não admite a modalidade tenta-
de demais órgãos e entidades brasileiras, por exemplo,
da, ou seja, não cabe tentativa. A alternativa C está
do próprio Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
correta, porque o sujeito passivo dos crimes da Lei
nº 13.146/2015 é sempre a pessoa com deficiência.
A letra D está incorreta, pois o desvio também pode
ocorrer para terceiros. Por fim, a letra E está incor-
Importante!
reta porque o abandono não é crime cuja conduta Observe a seguir o quadro resumo com os fun-
se prolonga no tempo, ou seja, crime permanente. damentos legais citados. Não há necessidade
Resposta: Letra C. de decorar todos, mas é importante ter em men-
te que a criação do procedimento da audiên-
cia de custódia detém contexto internacional e
constitucional.
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA (RESOLUÇÃO
Nº 213, DE 15/12/2015 – CNJ
FUNDAMENTOS LEGAIS
Começamos agora o estudo da Resolução nº 213,
de 15 de dezembro de 2015 (com entrada em vigor em Pacto Internacional dos Direitos
fevereiro de 2016) e suas respectivas alterações. Civis e Políticos de 1966 (âmbito
Já fique atento à importância de ter um material da Organização das Nações Uni-
atualizado, uma vez que tal dispositivo legal passou das – ONU).
por atualizações no ano de 2018 pelas resoluções nº Documentos Convenção Americana de Direi-
254 e 268. Assim, tomaremos o cuidado de sempre Internacionais tos Humanos de 1969 (também
destacar tais alterações. conhecida por Pacto de São José
Analisando a estrutura da Resolução 213, temos da Costa Rica) feita no âmbito da
sua divisão em três partes, a saber: Organização dos Estado Ameri-
canos – OEA.
5
z Texto Básico (composto por 17 artigos), que traz
-3
z Protocolo referente à aplicação de medidas caute- seu artigo 5º que a prisão detém
caráter de medida extrema, só
.2
z Protocolo relativo a procedimentos para oitiva, regis- constantes em lei (relação com o
tro e encaminhamento de denúncias de tortura e princípio da legalidade penal).
es
de Descumprimento de Preceito
Na realização de provas objetivas, vê-se a concen- Documentos e Fundamental – ADPF e Ações
a
tração das questões dentro do texto básico (17 arti- Atos no Cenário
lv
Diretas de Inconstitucionalidade
gos), por isso, ele será nosso foco.
si
aquela assim disposta pelas leis de organização cumprimento desta Resolução, levando-se em consi-
68
que instituir as audiências de apresentação, nais de Justiça e os Tribunais Regionais Federais, no pra-
-4
incluído o juiz plantonista. (Redação dada pela zo de até 90 dias contados a partir da entrada em vigor
Resolução nº 268, de 21.11.18) desta Resolução, implementem a audiência de custódia
es
APRESENTAÇÃO – ARTIGOS 1º AO 6º Por fim, no mesmo prazo (até 90 dias), será assegura-
gu
nicação do flagrante, precedi- da audiência de custódia, que não tenham sido apre-
si
Custodiado; Autoridade Judi- termos desta Resolução (Parágrafo único, art. 15).
Pessoas Presentes cial; Ministério Público e De-
na Audiência fensoria Pública (quando não
SISTEMA DE AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA – SISTAC
tiver advogado).
(ARTIGO 7º)
Direito ao atendimento prévio
Advogado
e reservado com o custodiado. Trazendo conceitos básicos e necessários, temos
um Sistema de amplitude nacional, disponibilizado
Policial responsá- gratuitamente pelo CNJ, com a finalidade de facili-
Vedada a sua presença na
vel pela Prisão ou tar a coleta dos dados produzidos na audiência e que
audiência.
Investigação decorram da apresentação de pessoas presa em fla-
grante delito a um juiz.
Responsabilidade da Secre- Nesse sentido, o auto de prisão em flagrante subsi-
Deslocamento do taria de Administração Peni- diará as informações a serem registradas no SISTAC,
Custodiado tenciária ou da Secretaria de
conjuntamente com aquelas obtidas a partir do relato
Segurança Pública.
142 do próprio autuado.
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ENTREVISTA À PESSOA PRESA EM FLAGRANTE –
Importante! ARTIGO 8º
Os objetivos de tal sistema são frequentemente Condutas da Autoridade Judicial e Direitos do
cobrados em provas. Sendo assim, deixaremos Custodiado
a redação original da resolução em seu artigo 7º,
z Esclarecimento do que venha a ser a Audiência
que traz a relação de objetivos do SISTAC:
de Custódia.
z O Custodiado não deve estar algemado, salvo
Art. 7º [...]
em casos excepcionais (resistência, receio de
fuga ou perigo à integridade física própria ou
§ 1º O SISTAC, sistema eletrônico de amplitude
alheia) devidamente fundamentados por escri-
nacional, disponibilizado pelo CNJ, gratuitamente, to (vide Súmula Vinculante 11).
para todas as unidades judiciais responsáveis pela z Direito constitucional de permanecer em silêncio.
realização da audiência de custódia, é destinado a z Consultar-se com Advogado ou Defensor Públi-
facilitar a coleta dos dados produzidos na audiên- co; ser atendido por médico e o de comunicar-se
cia e que decorram da apresentação de pessoa pre- com a família
sa em flagrante delito a um juiz e tem por objetivos: z Ser indagado sobre as circunstâncias de sua pri-
I – registrar formalmente o fluxo das audiências de
são, do tratamento recebido em todos os locais
onde passou antes da audiência, assim como a
custódia nos tribunais;
ocorrência de tortura ou maus tratos durante os
II – sistematizar os dados coletados durante a procedimentos de prisão e condução.
audiência de custódia, de forma a viabilizar o z Verificar se houve a realização de exame de cor-
controle das informações produzidas, relativas po de delito e determinar a sua realização em
às prisões em flagrante, às decisões judiciais e ao casos específicos.
ingresso no sistema prisional; z Abster de formular perguntas com finalidade de
III – produzir estatísticas sobre o número de pes- produzir provas para a investigação ou ação penal
soas presas em flagrante delito, de pessoas a quem
z Averiguar, por perguntas e visualmente, hipóteses
de gravidez, existência de filhos ou dependentes
foi concedida liberdade provisória, de medidas
sob cuidados da pessoa presa, além de histórico
cautelares aplicadas com a indicação da respecti- de doenças graves, incluídos os transtornos men-
va modalidade, de denúncias relativas a tortura e tais e a dependência química, para analisar o
maus tratos, entre outras; cabimento de encaminhamento assistencial e da
IV – elaborar ata padronizada da audiência de custódia; concessão da liberdade provisória, sem ou com a
V – facilitar a consulta a assentamentos anteriores, imposição de medida cautelar.
com o objetivo de permitir a atualização do perfil
das pessoas presas em flagrante delito a qualquer
5
Houve atualização em setembro de 2018 no tocan-
-3
momento e a vinculação do cadastro de seus dados te aos direitos das mulheres vítimas de violência
68
pessoais a novos atos processuais; doméstica e familiar, que deverão ser informadas da
.3
de exame de corpo de delito, solicitados pelo juiz; quando determinado o imediato arquivamento do
VIII – analisar os efeitos, impactos e resultados da inquérito, a pessoa presa em flagrante delito será
a
lv
ENTREVISTA DO CUSTODIADO DURANTE A sobre seus direitos e obrigações, salvo se por outro
Lu
sem cautela ou de aplicação de outra medida cautelar do o registro das informações, adotadas as provi-
68
Ela estará sujeita à reavaliação periódica para ana- e preservação da segurança física e psicológica da
87
lisar a necessidade e adequação de sua manutenção; vítima, a qual será encaminhada para atendimento
.2
privativa de liberdade máxima superior a 4 anos ou Acrescenta-se que, para a apuração de indícios de
es
condenadas por outro crime doloso, em sentença práticas de tortura, declarados pela pessoa presa ou
ed
É necessário ressalvar o disposto no inciso I do das lesões poderão ser feitos em modo fotográfico ou
caput do art. 64 do Código Penal, bem como: pessoas audiovisual, respeitando a intimidade e consignando
a
lv
acusadas por crimes que envolvam violência domés- Há previsão de procedimento a ser adotado pelo
an
tica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, funcionário responsável pela coleta de dados da
Lu
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, quando pessoa presa em flagrante quando da prática de
não couber outra medida menos gravosa. tortura ou maus tratos:
de saúde ou de apresentação.
68
as providências tomadas em caso da constatação de liberdade provisória sem ou com a imposição de medi-
ed
Letra A: Errada: “Art. 4º A audiência de custódia tomadas, em caso da constatação de indícios de tor-
lv
sua defensor constituído no momento da lavratura Como só pediu a incorreta, vamos justificar somen-
Lu
do flagrante. Parágrafo único. É vedada a presença te a errada, uma vez que as demais serão cópias da
dos agentes policiais responsáveis pela prisão ou disposição na resolução.
pela investigação durante a audiência de custódia.” Letra D: “Art. 4º A audiência de custódia será reali-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Letra B: Correta: “Art. 8º Na audiência de custódia, zada na presença do Ministério Público e da Defen-
a autoridade judicial entrevistará a pessoa presa
soria Pública, caso a pessoa detida não possua
em flagrante, devendo: X – averiguar, por perguntas
defensor constituído no momento da lavratura do
e visualmente, hipóteses de gravidez, existência de
flagrante. Parágrafo único. É vedada a presença dos
filhos ou dependentes sob cuidados da pessoa presa
em flagrante delito, histórico de doença grave, incluí- agentes policiais responsáveis pela prisão ou pela
dos os transtornos mentais e a dependência quími- investigação durante a audiência de custódia.” Res-
ca, para analisar o cabimento de encaminhamento posta: Letra D.
assistencial e da concessão da liberdade provisória,
sem ou com a imposição de medida cautelar.” Julgue os itens das questões 3, 4, 5 e 6 tendo como refe-
Letra C: Errada: “Art. 8º, § 2º A oitiva da pes- rência a Resolução 213 do Conselho Nacional de Justiça
soa presa será registrada, preferencialmente, em – CNJ, que dispõe sobre a apresentação de toda pessoa
mídia, dispensando-se a formalização de termo de presa à autoridade judicial no prazo de 24 horas. 145
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3. (NOVA CONCURSOS – 2021) Para efeitos da presente “Art. 15 Os Tribunais de Justiça e os Tribunais
resolução, somente será obrigatória a apresentação Regionais Federais terão o prazo de 90 dias, conta-
em até 24 horas do custodiado preso em flagrante dos a partir da entrada em vigor desta Resolução,
delito. para implantar a audiência de custódia no âmbito
de suas respectivas jurisdições. Parágrafo único.
( ) CERTO ( ) ERRADO No mesmo prazo será assegurado, às pessoas pre-
sas em flagrante antes da implantação da audiência
“Art. 13. A apresentação à autoridade judicial no pra- de custódia que não tenham sido apresentadas em
zo de 24 horas também será assegurada às pessoas outra audiência no curso do processo de conheci-
presas em decorrência de cumprimento de manda- mento, a apresentação à autoridade judicial, nos
dos de prisão cautelar ou definitiva, aplicando-se, no
termos desta Resolução.” Resposta: Errado.
que couber, os procedimentos previstos nesta Reso-
lução. Parágrafo único. Todos os mandados de pri-
são deverão conter, expressamente, a determinação
para que, no momento de seu cumprimento, a pessoa
presa seja imediatamente apresentada à autoridade RESOLUÇÃO Nº 740, 28/2016 – TJSP
judicial que determinou a expedição da ordem de cus-
tódia ou, nos casos em que forem cumpridos fora da Iniciaremos o estudo da Resolução nº 740, de 27 de
jurisdição do juiz processante, à autoridade judicial abril de 2016, que dispõe sobre a implantação grada-
competente, conforme lei de organização judiciária tiva, mais especificamente, a partir do dia 02 de maio
local.” Resposta: Errado. de 2016, da audiência de custódia no Estado de São
Paulo, realizada nos autos de prisão em flagrante, dis-
4. (NOVA CONCURSOS – 2021) As mulheres vítimas de tribuídos com presos.
violência doméstica e familiar deverão ser informadas De início, é importante entender que a necessida-
da soltura do seu agressor. de da audiência de custodia, isto é, da apresentação da
pessoa presa à autoridade judicial dentro do prazo de
( ) CERTO ( ) ERRADO até 24 horas foi implementada por meio da Resolução
nº 213, de 15 de dezembro de 2015, editada pelo Con-
“Art. 8º [...] § 5º Proferida a decisão que resultar no selho Nacional de Justiça – CNJ, para ter vigor em todo
relaxamento da prisão em flagrante, na concessão território nacional.
da liberdade provisória sem ou com a imposição de Tendo como referência a Resolução nº 213 do CNJ,
medida cautelar alternativa à prisão, ou quando há previsão expressa em seu texto para que os Estados
determinado o imediato arquivamento do inquérito, regulamentem a audiência de custódia dentro do seu
a pessoa presa em flagrante delito será prontamente território no prazo de até 90 dias, contados da publi-
colocada em liberdade, mediante a expedição de cação da Resolução na área federal. Neste sentido,
alvará de soltura, e será informada sobre seus a Resolução nº 740/2016 tem o objetivo de regular o
5
direitos e obrigações, salvo se por outro motivo tema no âmbito do Estado de São Paulo.
-3
5. (NOVA CONCURSOS – 2021) Durante a audiência de tópicos com maior possibilidade de cobrança
custodia, para efeito de segurança das pessoas pre- em provas objetivas e, depois, uma leitura geral
a
lv
o) 36ª - CJ - Araçatuba
es
u) 48ª - CJ - Guaratinguetá
si
ao CNJ.
§ 1º. As audiências deverão ser realizadas entre as
Lu
9h e 13h.
Feitas tais considerações, deixo o texto integral da
§ 2º. A pessoa detida deverá ser apresentada em juí-
Resolução para leitura. zo até às 10h, distribuindo-se o respectivo flagrante.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
h) 15ª - CJ - Catanduva
prisão cautelar ou definitiva, conforme preceitua o
i) 17ª - CJ - Votuporanga
-4
l) 21ª - CJ - Registro
rão ser excedidos os horários estipulados nos arts.
gu
m) 23ª - CJ - Botucatu
n) 24ª - CJ - Avaré 3º, § 1º e 6º, § 2º desta Resolução.
a
Os servidores públicos deverão tratar a pessoa procedimentos escolares (lista de chamada, histórico
.3
pelo prenome indicado, que constará dos atos escolar, entre outros). O diretor da escola, ao tomar
87
escritos.
conhecimento da solicitação e no uso de suas atribui-
.2
Os documentos obrigatórios de identificação e ção e decisão do conselho de escola que, após aná-
ed
de registro civil serão emitidos nos termos da lise criteriosa, deliberará pelo deferimento ou não da
gu
des da Administração indireta deverão capaci- em sua apreciação deixará lavrado ser competência do
si
tar seus servidores para o cumprimento deste diretor o deferimento ou indeferimento da solicitação.
an
z Conceitos:
DECRETO FEDERAL Nº 8.727/2016)
Nome Social: designação pela qual a pessoa
Temos, no decreto n° 8.727, uma disposição bem travesti ou transexual se identifica e é social-
curta e rápida que trata sobre o uso do nome social e mente reconhecida.
o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas Identidade de Gênero: dimensão da identidade
travestis e transexuais, no âmbito da Administração de uma pessoa que diz respeito à forma como
pública Direta Federal, Autárquica e Fundacional. se relaciona com as representações de masculi-
De tal informação já é possível extrair um ques- nidade e feminilidade e como isso se traduz em
sua prática social, sem guardar relação necessá-
tionamento de prova: o decreto não será aplicado em
ria com o sexo atribuído no nascimento.
toda a Administração Pública, mas apenas no âmbi-
to federal, excluindo-se os demais entes federados
(estados, Distrito Federal e municípios) e, mesmo den- z Âmbito de aplicação do decreto: administração
tro da Administração Pública Federal, não haverá a pública federal direta, autárquica e fundacional.
incidência em relação às Empresas Estatais (empresa
pública e sociedade de economia mista). z Ações:
Para acrescentar aos seus estudos, trago a defini-
ção de Transexual e Travesti, conceitos extraídos da É vedado o uso de expressões pejorativas e
publicação do Correio Braziliense, com a ajuda da psi- discriminatórias para referir-se a pessoas
travestis ou transexuais.
cóloga Isabel Amora, que atende pessoas transgênero
Os registros dos sistemas de informação, de
no Hospital Universitário de Brasília (HUB).
cadastros, de programas, de serviços, de fichas,
de formulários, de prontuários e congêneres dos
5
z Transexual: esse termo deriva da classificação
-3
Segundo a OMS, a transexualidade é “um desejo nome social em documentos oficiais e nos registros
si
de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. dos sistemas de informação, de cadastros, de pro-
an
de mal-estar ou de inadaptação por referência a seu prontuários e congêneres dos órgãos e das entida-
próprio sexo anatômico e do desejo de submeter- des da administração pública federal direta, autár-
se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento quica e fundacional.
hormonal a fim de tornar seu corpo tão conforme
quanto possível ao sexo desejado.”
mento de saúde. Ela reúne os seis princípios básicos dades que exerçam funções de direção, comando ou
68
direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter Federal n.º 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação),
quando se tratar de acesso à informação contida em
-4
nome civil e nome social, desde que isso esteja dis- integridade,
ed
determina o Decreto n.º 8.727/2016. a) o interessado deverá obter decisão judicial que lhe
autorize o acesso.
a
lv
Art. 6º A pessoa travesti ou transexual poderá reque- bilidade, devendo assinar declaração de que restituirá
Lu
rer, a qualquer tempo, a inclusão de seu nome social o documento em perfeitas condições.
em documentos oficiais e nos registros dos sistemas de c) deverá ser negado o acesso ao interessado.
informação, de cadastros, de programas, de serviços, de d) deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certifi-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
fichas, de formulários, de prontuários e congêneres dos cação de que esta confere com o original.
órgãos e das entidades da administração pública fede- e) o interessado poderá ter acesso direto ao documen-
ral direta, autárquica e fundacional. Resposta: Errado. to que contém a informação, sem qualquer restrição,
mas não poderá obter cópia.
nados os dispositivos sonoro e de iluminação, os veí- 11. (VUNESP – 2013) O condutor de veículo motorizado
87
culos de polícia têm prioridade absoluta sobre todos de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral, e o
.2
63
os outros veículos e em relação aos pedestres, não condutor de veículo motorizado utilizado no transpor-
sendo necessário obedecer às regras do Código de te de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares,
-4
b) quando os dispositivos estiverem acionados, indican- para conduzir veículo automotor, respectivamente, nas
ed
marido. 9 GABARITO
68
.3
11.340/2006).
2 E
63
-4
5 B
aplicação.
a
8 A
ção de multa.
c) Constatada a prática de violência doméstica e familiar 9 E
contra a mulher, poderá ser aplicada ao agressor, entre
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
5
-3
68
.3
87
.2
63
-4
es
ed
gu
a
lv
si
an
Lu
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reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.