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Defensoria Pública do Estado de São Paulo

DPE-SP
Oficial de Defensoria Pública

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NV-006DZ-22
Cód.: 7908428803889
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Obra

DPE-SP — Defensoria Pública do Estado de São Paulo


Oficial de Defensoria Pública

Autores

LÍNGUA PORTUGUESA • Ana Cátia Collares, Giselli Neves e Monalisa Costa

RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO • Kairton Batista (Prof. Kaká) e Sérgio Mendes

NOÇÕES DE INFORMÁTICA • Fernando Nishimura

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO • Maríllia Cunha, Rafael Leandro e Ricardo Reis

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL • Ana Philippini e Samara Kich

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO • Aline Costa, Ana Phillipini, Fernando Paternostro Zantedeschi
Jonatas Albino, Renato Phillipini e Xico Kraemer

LEGISLAÇÃO ESPECIAL • Ana Philippini, Fernando Paternostro Zantedeschi, Marcio Ferreira Neves e
Renato Philippini

REDAÇÃO OFICIAL • Nelson Sartori

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ISBN: 978-65-5451-015-8
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Edição: Dezembro/2022

Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos


pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,
por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da
editora Nova Concursos.

Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso Dúvidas


de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site
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PIRATARIA
É CRIME!
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protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial
ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por

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escrito da Nova Concursos.
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Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,


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com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento


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de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado


de

sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido


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com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).
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Não seja prejudicado com essa prática.


Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br
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APRESENTAÇÃO
Um bom planejamento é determinante para a sua preparação
de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-
sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro
foi organizado de acordo com o Edital de Concurso público nº
01/2022, para o cargo Oficial da Defensoria Pública do Estado de
São Paulo – DPE -SP.

O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,


facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-
pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em
uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-
dando os principais itens do último edital e reorganizando-os
quando necessário, de uma maneira didática para que você
realmente consiga aprender e otimizar os seus estudos.

Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica


– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados

60
nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-

8-
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ritados da banca Fundação para o Vestibular da Universidade

6.
Estadual Paulista - VUNESP, organizadora do certame.
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20

A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência


-4

de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-


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sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas


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aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será


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de

um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-


os

do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público. Ago-


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ra é com você!
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Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os conteú-


er

dos complementares disponíveis on-line para este livro em nos-


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sa plataforma: Curso bônus com 09h disponível em videoaulas.


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CONTEÚDO ON-LINE

Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-
line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta
deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.

BÔNUS:

• Curso On-line.

à Língua Portuguesa: Leitura e Interpretação de Diversos Tipos de Textos;



à Raciocínio Lógico e Matemático: Porcentagem;

à Informática: Conceitos de Pastas, Diretórios e Manipulação de Arquivos;

à Noções de Administração: Organização de Arquivos;

Noções de Direito Administrativo: Atos de Improbidade Administrativa.
à

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO
LITERÁRIOS)........................................................................................................................................ 13

SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS............................................................................................................... 15

SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS PALAVRAS.......................................................................... 16

PONTUAÇÃO....................................................................................................................................... 16

CLASSES DE PALAVRAS.................................................................................................................... 19

SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, ARTIGO, PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E


CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM.......................19

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL............................................................................................ 40

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL........................................................................................................ 45

60
COLOCAÇÃO PRONOMINAL.............................................................................................................. 47

8-
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6.
CRASE.................................................................................................................................................. 47
. 15
20

ORTOGRAFIA OFICIAL........................................................................................................................ 49
-4
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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO......................................................................59


liv
O

RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA, ENVOLVENDO: ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO,


de

MULTIPLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIAÇÃO OU RADICIAÇÃO COM NÚMEROS


os

RACIONAIS, NAS SUAS REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU DECIMAL................................... 59


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MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM.............................................................................................................. 62


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MÁXIMO DIVISOR COMUM................................................................................................................ 62


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RAZÃO E PROPORÇÃO....................................................................................................................... 62

PORCENTAGEM.................................................................................................................................................64

REGRA DE TRÊS SIMPLES OU COMPOSTA.....................................................................................................65

EQUAÇÕES DO 1º OU DO 2º GRAUS.................................................................................................. 67

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU.............................................................................................. 68

GRANDEZAS E MEDIDAS – QUANTIDADE........................................................................................ 69

MASSA...............................................................................................................................................................70

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COMPRIMENTO.................................................................................................................................................70

SUPERFÍCIE........................................................................................................................................................70

CAPACIDADE......................................................................................................................................................70

TEMPO................................................................................................................................................................70

RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS – TABELA OU GRÁFICO................................................................................71

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO – MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES............................................. 72

NOÇÕES DE GEOMETRIA................................................................................................................... 73

FORMA...............................................................................................................................................................73

ÂNGULOS...........................................................................................................................................................75

ÁREA...................................................................................................................................................................76

PERÍMETRO........................................................................................................................................................78

TEOREMA DE PITÁGORAS................................................................................................................. 78

TEOREMA DE TALES........................................................................................................................... 78

60
GEOMETRIA ESPACIAL...................................................................................................................... 78

8-
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6.
RACIOCÍNIO LÓGICO........................................................................................................................... 85
. 15
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ESTRUTURAS LÓGICAS, LÓGICAS DE ARGUMENTAÇÃO..............................................................................85


-4

DIAGRAMAS LÓGICOS......................................................................................................................................85
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SEQUÊNCIAS......................................................................................................................................................86
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de

NOÇÕES DE INFORMÁTICA...........................................................................................93
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CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E ATALHOS, MANIPULAÇÃO DE


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ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, INTERAÇÃO


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er

COM O CONJUNTO DE APLICATIVOS............................................................................................... 93


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ÁREA DE TRABALHO.........................................................................................................................................96
G

ÁREA DE TRANSFERÊNCIA...............................................................................................................................97

MS-OFFICE 2016................................................................................................................................. 98

MS-WORD 2016.................................................................................................................................................98

Estrutura Básica dos Documentos................................................................................................................98


Edição e Formatação de Textos..................................................................................................................100
Cabeçalhos...................................................................................................................................................100
Parágrafos....................................................................................................................................................101
Fontes...........................................................................................................................................................102

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Colunas.........................................................................................................................................................103
Marcadores Simbólicos e Numéricos.........................................................................................................103
Tabelas..........................................................................................................................................................104
Impressão.....................................................................................................................................................105
Controle de Quebras e Numeração de Páginas..........................................................................................106
Legendas......................................................................................................................................................106
Índices...........................................................................................................................................................106
Inserção de Objetos.....................................................................................................................................107
Campos Predefinidos...................................................................................................................................108
Caixas de Texto............................................................................................................................................108

MS-EXCEL 2016...............................................................................................................................................108

Estrutura Básica das Planilhas....................................................................................................................108


Conceitos de Células, Linhas, Colunas, Pastas e Gráficos........................................................................108
Elaboração de Tabelas e Gráficos, Uso de Fórmulas, Funções e Macros.................................................109
Impressão.....................................................................................................................................................117
Inserção de Objetos.....................................................................................................................................117
Campos Predefinidos...................................................................................................................................120

60
Controle de Quebras e Numeração de Páginas..........................................................................................121

8-
48
Obtenção de Dados Externos......................................................................................................................121

6.
15
Classificação de Dados................................................................................................................................123
.
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MS-POWERPOINT 2016..................................................................................................................................124
-4
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Estrutura Básica das Apresentações..........................................................................................................124


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liv

Conceitos de Slides......................................................................................................................................126
O

Noções de Edição e Formatação de Apresentações..................................................................................127


de

Anotações.....................................................................................................................................................128
os
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Régua, Guias.................................................................................................................................................128
R

Cabeçalhos e Rodapés.................................................................................................................................129
e
m

Inserção de Objetos.....................................................................................................................................129
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Numeração de Páginas................................................................................................................................130
ui
G

Botões de Ação.............................................................................................................................................131
Animação......................................................................................................................................................131
Transição entre Slides..................................................................................................................................133

CORREIO ELETRÔNICO....................................................................................................................134

USO DE CORREIO ELETRÔNICO......................................................................................................................134

PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS..............................................................................................................135

ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS..............................................................................................................................136

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INTERNET..........................................................................................................................................136

NAVEGAÇÃO NA INTERNET...........................................................................................................................136

CONCEITOS DE URL.........................................................................................................................................139

LINKS................................................................................................................................................................140

SITES................................................................................................................................................................141

BUSCA..............................................................................................................................................................142

IMPRESSÃO DE PÁGINAS...............................................................................................................................143

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO................................................................................. 147


ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS: CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA ARQUIVOLOGIA.................147

TIPOS DE ARQUIVO.........................................................................................................................................150

GESTÃO DE DOCUMENTOS..............................................................................................................155

ROTINA DE TRABALHO E EFICÁCIA PROFISSIONAL....................................................................156

60
ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO..........................................................................................................157

8-
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AMBIENTE E PARTICULARIDADES DO TRABALHO.......................................................................158

6.
. 15
ORGANIZAÇÃO DE AGENDA/CALENDÁRIO...................................................................................................159
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-4

FOLLOW-UP / FOLLOW-THROUGH.................................................................................................................160
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EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO AO CIDADÃO; O ENFOQUE NA QUALIDADE;


liv

O ATENDIMENTO PRESENCIAL E POR TELEFONE........................................................................160


O
de

RELACIONAMENTO COM CHEFIA, VISITANTES E COLEGAS DA REPARTIÇÃO.........................162


os
am

COMUNICAÇÃO PESSOAL, COMUNICAÇÃO IMPESSOAL E COMUNICAÇÃO VERBAL.............163


R
e
m

PRODUÇÃO DE MALA-DIRETA, ÍNDICES ANALÍTICOS.................................................................163


er
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INTERPRETAÇÃO E ELABORAÇÃO DE ORGANOGRAMAS E FLUXOGRAMAS,


ui
G

CONSIDERANDO SEUS NÍVEIS HIERÁRQUICOS............................................................................164

ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMAS...............................................................................................................165

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS...................................................................................................166

ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS.....................................................................................................170

OPERAÇÕES COM ALMOXARIFADO...............................................................................................175

ORGANIZAÇÃO DE MATERIAL NO AMBIENTE DE TRABALHO....................................................183

REUNIÕES: TIPOS, OBJETIVOS E TÉCNICAS; PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO;


AGENDAMENTO; TIPOS DE CONVOCAÇÃO; PREPARO DE AMBIENTE E EQUIPAMENTOS......183
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NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................. 189
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS............................................................................189

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS...............................................................................189

DOS DIREITOS SOCIAIS..................................................................................................................................203

DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS................................210

MUNICÍPIOS – LEI ORGÂNICA........................................................................................................................221

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA............................................................................................................................221

Princípios Constitucionais...........................................................................................................................221
Servidores Públicos.....................................................................................................................................222

FINANÇAS PÚBLICAS.....................................................................................................................................224

Normas Gerais..............................................................................................................................................224
Orçamentos..................................................................................................................................................225

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO.............................................................. 231

60
8-
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.............231

48
6.
DIFERENÇAS ENTRE GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO...................................................................................231
. 15
20

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO........................................................................................................231


-4
ra

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA................................................................232


ei
liv

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E DOS DEMAIS PRINCÍPIOS NORTEADORES


O

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA......................................................................................................................232
de
os

Legalidade....................................................................................................................................................232
am

Impessoalidade............................................................................................................................................233
R

Moralidade....................................................................................................................................................233
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Publicidade e Eficiência...............................................................................................................................233
lh
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PODER DE POLÍCIA...........................................................................................................................236
G

ATOS ADMINISTRATIVOS................................................................................................................237

CONCEITO........................................................................................................................................................237

REQUISITOS.....................................................................................................................................................237

ATRIBUTOS......................................................................................................................................................239

DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO.........................................................................................................240

CLASSIFICAÇÃO..............................................................................................................................................240

ESPÉCIES.........................................................................................................................................................241

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MOTIVAÇÃO.....................................................................................................................................................241

ANULAÇÃO.......................................................................................................................................................242

REVOGAÇÃO....................................................................................................................................................242

EXTINÇÃO........................................................................................................................................................242

AGENTES PÚBLICOS........................................................................................................................243

REGIME JURÍDICO-CONSTITUCIONAL, ART. 37 A 41 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL................256

PROCESSO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, REQUISITOS, OBJETIVOS, FASES,


ESPÉCIES, PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.........................................................269

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – LEI FEDERAL Nº 8.429, DE 1992, ATUALIZADA ATÉ


A LEI Nº 14.230, DE 2021.................................................................................................................277

SANÇÕES APLICÁVEIS EM VIRTUDE DA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA...........................................................................................................................................291

CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A ADMINISTRAÇÃO


EM GERAL: CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 1940, E SUAS ALTERAÇÕES
POSTERIORES) – ARTS. 312 A 327.................................................................................................294

60
8-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL............................................................................................... 309

48
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15
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 988, DE 2006, E SUAS ALTERAÇÕES
.
20

POSTERIORES...................................................................................................................................309
-4
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LEI COMPLEMENTAR FEDERAL Nº 80, DE 1994, E ALTERAÇÕES POSTERIORES,


ei

EM ESPECIAL A LEI COMPLEMENTAR Nº 132, DE 2009..............................................................324


liv
O

LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 1.050, DE 2008....................................................................333


de
os

DELIBERAÇÃO CSDP Nº 111, DE 9 DE JANEIRO DE 2009, E ALTERAÇÕES................................335


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ATO NORMATIVO DPG Nº 55, DE 20 DE OUTUBRO DE 2011........................................................350


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er

ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL (LEI Nº 12.288, DE 2010): DISPOSIÇÕES


lh

PRELIMINARES E DIREITOS FUNDAMENTAIS — TÍTULOS I E II...................................................353


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ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (LEI Nº 13.146, DE 2015): DISPOSIÇÕES


PRELIMINARES E DIREITOS FUNDAMENTAIS — TÍTULOS I E II...................................................357

LEI MARIA DA PENHA (LEI Nº 11.340, DE 2006): DISPOSIÇÕES PRELIMINARES,


DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER E DA ASSISTÊNCIA
À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR (TÍTULOS I E II;
CAPÍTULOS I E II, DO TÍTULO III)......................................................................................................366

DECRETO ESTADUAL Nº 55.588, DE 2010.....................................................................................369

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
REDAÇÃO OFICIAL.......................................................................................................... 375
REDAÇÃO OFICIAL............................................................................................................................375

DOCUMENTOS OFICIAIS, TIPOS, COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO


OFICIAL. CORRESPONDÊNCIA OFICIAL: DEFINIÇÃO, FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO;
IMPESSOALIDADE, LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS (OFÍCIO, E-MAIL,
MENSAGEM), CONCISÃO E CLAREZA, EDITORAÇÃO DE TEXTOS..............................................................375

Manual de Redação da Presidência da República – 3ª Edição, Revista, Atualizada e Ampliada............375

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INFERÊNCIA – ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO

A inferência é uma relação de sentido conhecida


desde a Grécia Antiga e que embasa as teorias sobre

LÍNGUA PORTUGUESA
interpretação de texto.

Dica
Interpretar é buscar ideias e pistas do autor do
texto nas linhas apresentadas.
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE
DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS Apesar de parecer algo subjetivo, existem “regras”
(LITERÁRIOS E NÃO LITERÁRIOS) para se buscar essas pistas.
A primeira e mais importante delas é identificar a
INTRODUÇÃO orientação do pensamento do autor do texto, que fica
perceptível quando identificamos como o raciocínio
A interpretação e a compreensão textual são aspec- dele foi exposto, se de maneira mais racional, a partir
tos essenciais a serem dominados por aqueles candida- da análise de dados, informações com fontes confiáveis
tos que buscam a aprovação em seleções e concursos ou se de maneira mais empirista, partindo dos efeitos,
públicos. Trata-se de um assunto que abrange questões das consequências, a fim de se identificar as causas.
específicas e de conteúdo geral nas provas; conhecer Por isso, é preciso compreender como podemos
e dominar estratégias que facilitem a apreensão desse interpretar um texto mediante estratégias de leitura.
assunto pode ser o grande diferencial entre o quase e Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o tema,
a aprovação. que é intrigante e de grande profundidade acadêmica;
Além disso, seja a compreensão textual, seja a neste material, selecionamos as estratégias mais efica-
interpretação textual, ambas guardam uma relação de zes que podem contribuir para sua aprovação em sele-
proximidade com um assunto pouco explorado pelos ções que avaliam a competência leitora dos candidatos.
cursos de português: a semântica, que incide suas rela- A partir disso, apresentamos estratégias de leitura
ções de estudo sobre as relações de sentido que a forma que focam nas formas de inferência sobre um texto.
linguística pode assumir. Dessa forma, é fundamental identificar como ocorre
Portanto, neste material você encontrará recursos o processo de inferência, que se dá por dedução

60
para solidificar seus conhecimentos em interpretação ou por indução. Para entender melhor, veja esse

8-
e compreensão textual, associando a essas temáticas exemplo:

48
as relações semânticas que permeiam o sentido de O marido da minha chefe parou de beber.

6.
todo amontoado de palavras, tendo em vista que qual- Observe que é possível inferir várias informa-
quer aglomeração textual é, atualmente, considerada 15
ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do
.
20
texto e, dessa forma, deve ter um sentido que precisa enunciador é casada (informação comprovada pela
-4

ser reconhecido por quem o lê. expressão “marido”), a segunda é que o enuncia-
Assim, vamos começar nosso estudo fazendo uma dor está trabalhando (informação comprovada pela
ra

breve diferença entre os termos compreensão e expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido
ei

interpretação textual. da chefe do enunciador bebia (expressão comprovada


liv

Para muitos, essas palavras expressam o mesmo pela expressão “parou de beber”). Note que há pistas
O

sentido, mas, como pretendemos deixar claro neste contextuais do próprio texto que induzem o leitor a
de

material, ainda que existam relações de sinonímia interpretar essas informações.


os

entre palavras do nosso vocabulário, a opção do autor Tratando-se de interpretação textual, os processos
am

por um termo ao invés de outro reflete um sentido de inferência, sejam por dedução ou por indução, par-
que deve ser interpretado no texto, uma vez que a
R

tem de uma certeza prévia para a concepção de uma


interpretação realiza ligações com o texto a partir
e

interpretação, construída pelas pistas oferecidas no


m

das ideias que o leitor pode concluir com a leitura. texto junto da articulação com as informações acessa-
er

Já a compreensão busca a análise de algo exposto no das pelo leitor do texto.


lh

texto, e, geralmente, é marcada por uma palavra ou uma A seguir, apresentamos um fluxograma que repre-
ui

expressão, e apresenta mais relações semânticas e sintáti-


G

senta como ocorre a relação desses processos:


cas. A compreensão textual estipula aspectos linguísticos
essencialmente relacionados à significação das palavras
DEDUÇÃO → CERTEZA → INTERPRETAR
e, por isso, envolve uma forte ligação com a semântica.
LÍNGUA PORTUGUESA

Sabendo disso, é importante separarmos os con- INFERÊNCIA


teúdos que tenham mais apelo interpretativo ou
INDUÇÃO → INTERPRETAR → CERTEZA
compreensivo.
Esses assuntos completam o estudo basilar de
semântica com foco em provas e concursos, sempre A partir desse esquema, conseguimos visualizar
de olho na sua aprovação. Por isso, convidamos você melhor como o processo de interpretação ocorre. Agora,
a estudar com afinco e dedicação, sem esquecer de iremos detalhar esse processo, reconhecendo as estra-
praticar seus conhecimentos realizando a seleção de tégias que compõem cada maneira de inferir informa-
exercícios finais, selecionados especialmente para ções de um texto. Por isso, vamos apresentar nos tópicos
que este material cumpra o propósito de alcançar sua seguintes como usar estratégias de cunho dedutivo, indu-
aprovação. tivo e, ainda, como articular a isso o nosso conhecimento
de mundo na interpretação de textos. 13
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A INDUÇÃO

As estratégias de interpretação que observam métodos indutivos analisam as “pistas” que o texto oferece e,
posteriormente, reconhecem alguma certeza na interpretação. Dessa forma, é fundamental buscar uma ordem de
eventos ou processos ocorridos no texto e que variam conforme o tipo textual.
Sendo assim, no tipo textual narrativo, podemos identificar uma organização cronológica e espacial no desen-
volvimento das ações marcadas, por exemplo, pelo uso do pretérito imperfeito; na descrição, podemos organizar
as ideias do texto a partir da marcação de adjetivos e demais sintagmas nominais; na argumentação, esse enca-
deamento de ideias fica marcado pelo uso de conjunções e elementos que expõem uma ideia/ponto de vista.
No processo interpretativo indutivo, as ideias são organizadas a partir de uma especificação para uma gene-
ralização. Vejamos um exemplo:

Eu não sou literato, detesto com toda a paixão essa espécie de animal. O que observei neles, no tempo em que estive
na redação do O Globo, foi o bastante para não os amar, nem os imitar. São em geral de uma lastimável limitação de
ideias, cheios de fórmulas, de receitas, só capazes de colher fatos detalhados e impotentes para generalizar,
curvados aos fortes e às ideias vencedoras, e antigas, adstritos a um infantil fetichismo do estilo e guiados por con-
ceitos obsoletos e um pueril e errôneo critério de beleza. (BARRETO, 2010, p. 21)

O trecho em destaque na citação do escritor Lima Barreto, em sua obra “Recordações do escrivão Isaías Cami-
nha” (1917), identifica bem como o pensamento indutivo compõe a interpretação e decodificação de um texto.
Para deixar ainda mais evidentes as estratégias usadas para identificar essa forma de interpretar, deixamos a
seguir dicas de como buscar a organização cronológica de um texto.

PROCURE A propriedade vocabular leva o cérebro a aproximar as palavras que têm maior associação com o
SINÔNIMOS tema do texto
ATENÇÃO AOS Os conectivos (conjunções, preposições, pronomes) são marcadores claros de opiniões, espaços
CONECTIVOS físicos e localizadores textuais

A DEDUÇÃO

60
A leitura de um texto envolve a análise de diversos aspectos que o autor pode colocar explicitamente ou de

8-
maneira implícita no enunciado.

48
Em questões de concurso, as bancas costumam procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos para

6.
abordar em suas provas.
15
No momento de ler um texto, o leitor articula seus conhecimentos prévios a partir de uma informação que
.
20

julga certa, buscando uma interpretação; assim, ocorre o processo de interpretação por dedução. Conforme Klei-
-4

man (2016):
ra
ei

Ao formular hipóteses o leitor estará predizendo temas, e ao testá-las ele estará depreendendo o tema; ele estará
liv

também postulando uma possível estrutura textual; na predição ele estará ativando seu conhecimento prévio, e na
O

testagem ele estará enriquecendo, refinando, checando esse conhecimento. (KLEIMAN, 2016, p. 47)
de

Fique atento a essa informação, pois é uma das primeiras estratégias de leitura para uma boa interpretação
os

textual: formular hipóteses, a partir da macroestrutura textual; ou seja, antes da leitura inicial, o leitor deve
am

buscar identificar o gênero textual ao qual o texto pertence, a fonte da leitura, o ano, entre outras informações
R

que podem vir como “acessórios” do texto e, então, formular hipóteses sobre a leitura que deverá se seguir. Uma
e

outra dica importante é ler as questões da prova antes de ler o texto, pois, assim, suas hipóteses já estarão agindo
m
er

conforme um objetivo mais definido.


lh

O processo de interpretação por estratégias de dedução envolve a articulação de três tipos de conhecimento:
ui
G

z Conhecimento Linguístico;
z Conhecimento Textual;
z Conhecimento de Mundo.

O conhecimento de mundo, por tratar-se de um assunto mais abrangente, será abordado mais adiante. Os
demais, iremos abordar detalhadamente a seguir.

Conhecimento Linguístico

Esse é o conhecimento basilar para compreensão e decodificação do texto, envolve o reconhecimento das for-
mas linguísticas estabelecidas socialmente por uma comunidade linguística, ou seja, envolve o reconhecimento
das regras de uma língua.
É importante salientar que as regras de reconhecimento sobre o funcionamento da língua não são, necessaria-
mente, as regras gramaticais, mas as regras que estabelecem, por exemplo, no caso da língua portuguesa, que o
14 feminino é marcado pela desinência -a, que a ordem de escrita respeita o sistema sujeito-verbo-objeto (SVO) etc.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ângela Kleiman (2016) afirma que o conhecimento Conforme Kleiman (2016), durante a leitura, nosso
linguístico é aquele que “abrange desde o conhecimen- conhecimento de mundo que é relevante para a com-
to sobre como pronunciar português, passando pelo preensão textual é ativado; por isso, é natural ao nosso
conhecimento de vocabulário e regras da língua, che- cérebro associar informações, a fim de compreender
gando até o conhecimento sobre o uso da língua” (2016, o novo texto que está em processo de interpretação.
p. 15). A esse respeito, a autora propõe o seguinte exer-
Um exemplo em que a interpretação textual é pre- cício para atestarmos a importância da ativação do
judicada pelo conhecimento linguístico é o texto a conhecimento de mundo em um processo de interpre-
seguir: tação. Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-


fiou valentemente todos os risos desdenhosos que
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos enga-
nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa tipificam
corretamente esse planeta inexplorado.” Então as
três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imen-
sidões tranquilas, mas amiúde através de picos e
vales turbulentos. (KLEIMAN, 2016, p. 24)

Agora tente responder as seguintes perguntas


sobre o texto:
Quem é o herói de que trata o texto?
Quem são as três irmãs?
Qual é o planeta inexplorado?
Certamente, você não conseguiu responder nenhu-
ma dessas questões, porém, ao descobrir o título des-
se texto, sua compreensão sobre essas perguntas será
afetada. O texto se chama “A descoberta da América
por Colombo”. Agora, volte ao texto, releia-o e busque
responder às questões; certamente você não terá mais
as mesmas dificuldades.

60
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao voltar

8-
seus olhos por uma segunda vez a ele, já sabendo do

48
Fonte: https://bit.ly/3kCyWoI. Acesso em: 22 set. 2020. que se trata, seu cérebro ativou um conhecimento pré-

6.
vio que é essencial para a interpretação de questões.
Como é possível notar, o texto é uma peça publici-
.15
20

tária escrita em inglês, portanto, somente os leitores


-4

proficientes nessa língua serão capazes de decodificar


e entender o que está escrito; assim, o conhecimento SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
ra
ei

linguístico torna-se crucial para a interpretação. Essas


liv

são algumas estratégias de interpretação em que SINONÍMIA


O

podemos usar métodos dedutivos.


de

São palavras ou expressões que, empregadas em


Conhecimento Textual um determinado contexto, têm significados seme-
os

lhantes. É importante entender que a identidade dos


am

Esse tipo de conhecimento atrela-se ao conheci- sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
R

mento linguístico e se desenvolve pela experiência uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
e

leitora. Quanto maior exposição a diferentes tipos de o que pode não acontecer em outras situações. O
m

uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por


er

textos, melhor se dá a sua compreensão. Nesse conhe-


exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
lh

cimento, o leitor desenvolve sua habilidade porque


lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
ui

prepara sua leitura de acordo com o tipo de texto que


G

de suas significações é diferente.


está lendo. Não se lê uma bula de remédio como se lê
O emprego dos sinônimos é um importante recur-
uma receita de bolo ou um romance. Não se lê uma
so para a coesão textual, uma vez que essa estratégia
reportagem como se lê um poema.
revela, além do domínio do vocabulário do falante, a
LÍNGUA PORTUGUESA

Em outras palavras, esse conhecimento relaciona- capacidade que ele tem de realizar retomadas coesi-
-se com a habilidade de reconhecer diferentes tipos de vas, o que contribuiu para melhor fluidez na leitura
discursos, estruturas, tipos e gêneros textuais. do texto.

Conhecimento de Mundo ANTONÍMIA

O uso dos conhecimentos prévios é fundamental São palavras ou expressões que, empregadas em
para a boa interpretação textual, por isso, é sempre um determinado contexto, têm significados opostos.
importante que o candidato a cargos públicos reserve As relações de antonímia podem ser estabelecidas em
um tempo para ampliar sua biblioteca e buscar fontes gradações (grande/pequeno; velho/jovem); reciproci-
de informações fidedignas, para, dessa forma, aumen- dade (comprar/vender) ou complementaridade (ele é
tar seu conhecimento de mundo. casado/ele é solteiro). Vejamos o exemplo a seguir: 15
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PONTUAÇÃO
Um tópico que gera dúvidas é a pontuação. Vere-
mos a seguir as regras sobre seus usos.

USO DE VÍRGULA

A vírgula é um sinal de pontuação que exerce três


funções básicas: marcar as pausas e as inflexões da
voz na leitura; enfatizar e/ou separar expressões e
orações; e esclarecer o significado da frase, afastando
qualquer ambiguidade.
Quando se trata de separar termos de uma mesma
oração, deve-se usar a vírgula nos seguintes casos:

Fonte: https://bit.ly/3kETkpl. Acesso em: 16 out. 2020. � Para separar os termos de mesma função:
Ex.: Comprei livro, caderno, lápis, caneta;
A relação de sentido estabelecida na tirinha é z Usa-se a vírgula para separar os elementos de
enumeração:
construída a partir dos sentidos opostos das palavras
Ex.: Pontes, edifícios, caminhões, árvores... tudo foi
“prende” e “solta”, marcando o uso de antônimos, nes-
arrastado pelo tsunami;
se contexto. � Para indicar a elipse (omissão de uma palavra que
já apareceu na frase) do verbo:
Ex.: Comprei melancia na feira; ele, abacate.
Ela prefere filmes de ficção científica; o namorado,
SENTIDO PRÓPRIO E FIGURADO DAS filmes de terror;
� Para separar palavras ou locuções explicativas,
PALAVRAS retificativas:
Ex.: Ela completou quinze primaveras, ou seja, 15
DENOTAÇÃO anos;
� Para separar datas e nomes de lugar:

60
O sentido denotativo da linguagem compreende Ex.: Belo Horizonte, 15 de abril de 1985;

8-
48
o significado literal da palavra independente do seu � Para separar as conjunções coordenativas, exceto

6.
contexto de uso. Preocupa-se com o significado mais e, nem, ou:
objetivo e literal associado ao significado que aparece
15
Ex.: Treinou muito, portanto se saiu bem.
.
20

nos dicionários. A denotação tem como finalidade dar


-4

ênfase à informação que se quer passar para o recep- A vírgula também é facultativa quando o termo
que exprime ideia de tempo, modo e lugar não for
ra

tor de forma mais objetiva, imparcial e prática. Por


uma locução adverbial, mas um advérbio. Exemplos:
ei

isso, é muito utilizada em textos informativos, como


liv

Antes vamos conversar. / Antes, vamos conversar.


notícias, reportagens, jornais, artigos, manuais didá-
O

Geralmente almoço em casa. / Geralmente, almoço


ticos, entre outros.
de

em casa.
Ex.: O fogo se alastrou por todo o prédio. (fogo: Ontem choveu o esperado para o mês todo. /
os

chamas) Ontem, choveu o esperado para o mês todo.


am

O coração é um músculo que bombeia sangue para


R

o corpo. (coração: parte do corpo) Não se Usa Vírgula nas Seguintes Situações
e
m

CONOTAÇÃO � Entre o sujeito e o verbo:


er

Ex.: Todos os alunos daquele professor, entende-


lh
ui

O sentido conotativo compreende o significado ram a explicação. (errado)


G

Muitas coisas que quebraram meu coração, con-


figurado e depende do contexto em que está inserido.
sertaram minha visão. (errado);
A conotação põe em evidência os recursos estilísticos
� Entre o verbo e seu complemento, ou mesmo pre-
dos quais a língua dispõe para expressar diferen- dicativo do sujeito:
tes sentidos ao texto de maneira subjetiva, afetiva e Ex.: Os alunos ficaram, satisfeitos com a explica-
poética. A conotação tem como finalidade dar ênfase ção. (errado)
à expressividade da mensagem de maneira que ela Os alunos precisam de, que os professores os aju-
possa provocar sentimentos ou diferentes sensações dem. (errado)
no leitor. Por esse motivo, é muito utilizada em poe- Os alunos entenderam, toda aquela explicação.
sias, conversas cotidianas, letras de músicas, anúncios (errado);
� Entre um substantivo e seu complemento nominal
publicitários e outros.
ou adjunto adnominal:
Ex.: “Amor é fogo que arde sem se ver”. Ex.: A manutenção, daquele professor foi exigida
Você mora no meu coração. pelos alunos. (errado);
� Entre locução verbal de voz passiva e agente da
16 passiva:
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Ex.: Todos os alunos foram convidados, por aquele � Serve também para colocar em relevo certas
professor para a feira. (errado); expressões, orações ou termos. Pode ser subs-
� Entre o objeto e o predicativo do objeto: tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou
Ex.: Considero suas aulas, interessantes. (errado) colchetes:
Considero interessantes, as suas aulas. (errado). Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario-
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
USO DE PONTO E VÍRGULA Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que
vamos jantar. (oração intercalada)
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máqui-
É empregado nos seguintes casos o sinal de ponto
na de fazer versos ― já havia o poeta parnasiano”.
e vírgula (;):
PARÊNTESES
� Nos contrastes, nas oposições, nas ressalvas:
Ex.: Ela, quando viu, ficou feliz; ele, quando a viu, Têm função semelhante à dos travessões e das
ficou triste; vírgulas no sentido que colocam em relevo certos ter-
� No lugar das conjunções coordenativas deslocadas: mos, expressões ou orações.
Ex.: O maratonista correu bastante; ficou, portan- Ex.: Os professores (amigos meus do curso carioca)
to, exausto; vão fazer videoaulas. (aposto explicativo)
� No lugar do e seguido de elipse do verbo (= Meninos (pediu ela), vão lavar as mãos, que vamos
zeugma): jantar. (oração intercalada)
Ex.: Na linguagem escrita é o leitor; na fala, o
ouvinte. PONTO-FINAL
Prefiro brigadeiros; minha mãe, pudim; meu pai,
sorvete; É o sinal que denota maior pausa. Usa-se:
� Em enumerações, portarias, sequências:
Ex.: São órgãos do Ministério Público Federal: � Para indicar o fim de oração absoluta ou de
O Procurador-Geral da República; período.
O Colégio de Procuradores da República; Ex.: “Itabira é apenas uma fotografia na parede.”
O Conselho Superior do Ministério Público Federal. Carlos Drummond de Andrade;
� Nas abreviaturas
DOIS-PONTOS Ex.: apart. ou apto. = apartamento.
sec. = secretário.

60
a.C. = antes de Cristo.

8-
Marcam uma supressão de voz em frase que ainda

48
não foi concluída. Servem para:
Dica

6.
� Introduzir uma citação (discurso direto): 15
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen-
.
20
Ex.: Assim disse Voltaire: “Devemos julgar um tos químicos não vêm com ponto final:
-4

homem mais pelas suas perguntas que pelas suas Exemplos: km, m, cm, He, K, C
respostas”;
ra

� Introduzir um aposto explicativo, enumerativo,


ei

PONTO DE INTERROGAÇÃO
liv

distributivo ou uma oração subordinada substan-


O

tiva apositiva: Marca uma entonação ascendente (elevação da


de

Ex.: Em nosso meio, há bons profissionais: profes- voz) em tom questionador. Usa-se:
sores, jornalistas, médicos;
os

� Introduzir uma explicação ou enumeração após � Em frase interrogativa direta:


am

expressões como por exemplo, isto é, ou seja, a Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia?;
R

saber, como: � Entre parênteses para indicar incerteza:


e

Ex.: Adquirimos vários saberes, como: Linguagens, Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
m

que havia palavra melhor no contexto;


er

Filosofia, Ciências...;
� Junto com o ponto de exclamação, para denotar
lh

z Marcar uma pausa entre orações coordenadas


ui

(relação semântica de oposição, explicação/causa surpresa:


G

ou consequência): Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou


!?);
Ex.: Já leu muitos livros: pode-se dizer que é um
� E interrogações retóricas:
homem culto.
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
LÍNGUA PORTUGUESA

Precisamos ousar na vida: devemos fazê-lo com


que não jogaremos comida fora à toa”).
cautela;
� Marcar invocação em correspondências: PONTO DE EXCLAMAÇÃO
Ex.: Prezados senhores:
Comunico, por meio deste, que... � É empregado para marcar o fim de uma frase com
entonação exclamativa:
TRAVESSÃO Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança!;
� Usado em discursos diretos, indica a mudança de � Aparece após uma interjeição:
discurso de interlocutor: Ex.: Ex.: Nossa! Isso é fantástico;
— Bom dia, Maria! � Usado para substituir vírgulas em vocativos enfáticos:
— Bom dia, Pedro!; Ex.: “Fernando José! Onde estava até esta hora?”; 17
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� É repetido duas ou mais vezes quando se quer � Para indicar os sons da fala, quando se estuda
marcar uma ênfase: Fonologia:
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50 Ex.: Mel: [mɛw]; bem: [bẽy];
metros em 20 segundos!!! � Para suprimir parte de um texto (assim como
parênteses):
RETICÊNCIAS Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois
desceu as escadas apressadamente.
São usadas para: Na hora em que entrou no quarto [...] e depois des-
ceu as escadas apressadamente (caso não preferí-
� Assinalar interrupção do pensamento: vel segundo as normas da ABNT).
Ex.: ― Estou ciente de que...
― Pode dizer...; ASTERISCO
� Indicar partes suprimidas de um texto:
Ex.: Na hora em que entrou no quarto ... e depois � É colocado à direita e no canto superior de uma
desceu as escadas apressadamente. (Também pode palavra do trecho para se fazer uma citação ou
ser usado: Na hora em que entrou no quarto [...] e comentário qualquer sobre o termo em uma nota
depois desceu as escadas apressadamente.); de rodapé:
� Para sugerir prolongamento da fala: Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
Ex.: ― O que vocês vão fazer nas férias? triste acrescido do sufixo -eza*.
― Ah, muitas coisas: dormir, nadar, pedalar...; *-eza é um sufixo nominal justaposto a um adjeti-
� Para indicar hesitação: vo, o que origina um novo substantivo;
Ex.: ― Eu não a beijava porque... porque... tinha � Quando repetido três vezes, indica uma omissão
vergonha; ou lacuna em um texto, principalmente em substi-
� Para realçar uma palavra ou expressão, normal- tuição a um substantivo próprio:
mente com outras intenções: Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami-
Ex.: ― Ela é linda...! Você nem sabe como...! nhado aos responsáveis;
� Quando colocado antes e no alto da palavra, repre-
USO DAS ASPAS senta o vocábulo como uma forma hipotética, isto
é, cuja existência é provável, mas não comprovada:
São usadas em citações ou em algum termo que Ex.: Parecer, do latim *parescere;
precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí- � Antes de uma frase para indicar que ela é agrama-
das por itálico ou negrito, que têm a mesma função tical, ou seja, uma frase que não respeita as regras

60
de destaque. da gramática.

8-
Usam-se nos seguintes casos: * Edifício elaborou projeto o engenheiro.

48
6.
� Antes e depois de citações: USO DA BARRA 15
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
.
20

afirma Dad Squarisi, 64; A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado:


-4

� Para marcar estrangeirismos, neologismos, arcaís-


ra

mos, gírias e expressões populares ou vulgares, � Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser
ei

conotativas: substituída pela conjunção “ou”:


liv

Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna Ex.: Poderemos optar por: carne/peixe/dieta.
O

que desejava. Poderemos optar por: carne, peixe ou dieta;


de

Não gosto de “pavonismos”. � Para indicar inclusão, quando utilizada na separa-


Dê um “up” no seu visual; ção das conjunções e/ou:
os

� Para realçar uma palavra ou expressão imprópria, Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais
am

às vezes com ironia ou malícia: e/ou escritos;


R

Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão. � Para indicar itens que possuem algum tipo de rela-
e

Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” ção entre si:


m

sonoro; Ex.: A palavra será classificada quanto ao número


er

� Para citar nomes de mídias, livros etc.: (plural/singular).


lh
ui

Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”. O carro atingiu os 220 km/h;


G

� Para separar os versos de poesias, quando escritos


COLCHETES seguidamente na mesma linha. São utilizadas duas
barras para indicar a separação das estrofes:
Representam uma variante dos parênteses, porém Ex.: “[…] De tanto olhar para longe,/não vejo o que
têm uso mais restrito. passa perto,/meu peito é puro deserto./Subo mon-
Usam-se nos seguintes casos: te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo da noi-
te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles;
� Para incluir num texto uma observação de nature- � Na escrita abreviada, para indicar que a palavra
za elucidativa: não foi escrita na sua totalidade:
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de Ex.: a/c = aos cuidados de;
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”; s/ = sem;
� Para isolar o termo latino sic (que significa “assim”), � Para separar o numerador do denominador nos
a fim de indicar que, por mais estranho ou errado números fracionários, substituindo a barra da
que pareça, o texto original é assim mesmo: fração:
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- Ex.: 1/3 = um terço;
18 do.” (Machado de Assis); � Nas datas:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ex.: 31/03/1983 Dica
� Nos números de telefone:
Ex.: 225 03 50/51/52; Toda palavra determinada por um artigo torna-
� Nos endereços: -se um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232; etc.
� Na indicação de dois anos consecutivos:
Ex.: O evento de 2012/2013 foi um sucesso; NUMERAIS
� Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
Ex.: /s/. São palavras que se relacionam diretamente ao
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi-
Embora não existam regras muito definidas sobre ção. Os numerais podem ser:
a existência de espaços antes e depois da barra oblí-
qua, privilegia-se o seu uso sem espaços: plural/singu- z Cardinais: indicam quantidade em si. Ex.: Dois
lar, masculino/feminino, sinônimo/antônimo. potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os
meninos eram bons em português;
z Ordinais: indicam a ordem de sucessão de uma
série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
CLASSES DE PALAVRAS gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
z Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo
SUBSTANTIVO, ADJETIVO, NUMERAL, ARTIGO, qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.:
PRONOME, VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO Ele ganha o triplo no novo emprego;
E CONJUNÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE z Fracionários: indicam frações, divisões ou dimi-
IMPRIMEM ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele
Introdução recebeu metade do pagamento.

A palavra morfologia refere-se ao estudo das for- Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
mas. Por isso, o termo é utilizado por linguistas e tam- isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
bém por médicos, que estudam as formas dos órgãos quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
e suas funções. Dúzia: conjunto de doze unidades;
Analogamente, para compreender bem as funções Novena: período de nove dias;
de uma forma, seja ela uma palavra, seja um órgão, Década: período de dez anos;

60
precisamos conhecer como essa forma se classifica e Século: período de cem anos;

8-
como se organiza. Bimestre: período de dois meses.

48
Por isso, em língua portuguesa, estudamos as

6.
formas das palavras na morfologia, que organiza as Um: Numeral ou Artigo? 15
classes das palavras em dez categorias. A seguir, estu-
.
20

daremos detalhadamente cada uma delas e também A forma um pode assumir na língua a função de
-4

veremos um “bônus” para seus estudos: as palavras artigo indefinido ou de numeral cardinal; então, como
denotativas, atualmente, muito cobradas por bancas podemos reconhecer cada função? É preciso observar
ra
ei

exigentes. o contexto em uso. Observe:


liv
O

ARTIGOS z Durante a votação, houve um deputado que se


de

posicionou contra o projeto;


Os artigos devem concordar em gênero e número z Durante a votação, apenas um deputado se posi-
os

com os substantivos. São, por isso, considerados deter- cionou contra o projeto.
am

minantes dos substantivos.


R

Essa classe está dividida em artigos definidos e Na primeira frase, podemos substituir o termo um
e

artigos indefinidos. Os definidos funcionam como por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, e
m

determinantes objetivos, individualizando a palavra, o sentido será mantido, pois o que se pretende defen-
er

já os indefinidos funcionam como determinantes der é que a espécie do indivíduo que se posicionou
lh
ui

imprecisos. contra o projeto é um deputado e não uma deputada,


G

O artigo definido — o — e o artigo indefinido — por exemplo.


um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero não
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os implicaria em mudanças no sentido, pois o que se
indefinidos. Assim, temos:
LÍNGUA PORTUGUESA

pretende indicar é que o projeto foi rejeitado por UM


deputado, marcando a quantidade.
z Artigos definidos: o, os; a, as; Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos
z Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o
que sempre fará com que a palavra “um” seja numeral.
Os artigos podem ser combinados às preposições. Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a seguir:
São as chamadas contrações. Algumas contrações
comuns na língua são: z Sobre o numeral milhão/milhares, é importante
destacar que sua forma é masculina. Logo, a con-
z em + a = na; cordância com palavras femininas é inaceitável
z a + o = ao; pela gramática.
z a + a = à; Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje.
z de + a = da. Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje. 19
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z A forma 14 por extenso apresenta duas formas z Sobrecomuns: designam seres de forma geral e
aceitas pela norma gramatical: catorze e quatorze. não são distinguidos por artigo ou adjetivo; o gêne-
ro pode ser reconhecido apenas pelo contexto. Ex.:
SUBSTANTIVOS A criança; O monstro; A testemunha; O indivíduo.

Os substantivos classificam os seres em geral. Uma Já os substantivos biformes designam os substan-


característica básica dessa classe é admitir um deter- tivos que apresentam duas formas para os gêneros
minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle- masculino ou feminino. Ex.: professor/professora.
xionam-se em gênero, número e grau. Destacamos que alguns substantivos apresentam
formas diferentes nas terminações para designar for-
Tipos de Substantivos mas diferentes no masculino e no feminino:
Ex.: Ator/atriz; Ateu/ ateia; Réu/ré.
A classificação dos substantivos admite nove tipos Outros substantivos modificam o radical para
diferentes. São eles: designar formas diferentes no masculino e no femini-
no. Estes são chamados de substantivos heteroformes:
z Simples: formados a partir de um único radical. Ex.: Pai/mãe; Boi/vaca; Genro/nora.
Ex.: Vento, escola;
z Composto: formados pelo processo de justaposi- Gênero e Significação
ção. Ex.: Couve-flor, aguardente;
z Primitivo: possibilitam a formação de um novo Alguns substantivos uniformes podem aparecer
substantivo. Ex.: Pedra, dente; com marcação de gênero diferente, ocasionando uma
z Derivado: formados a partir dos derivados. Ex.: modificação no sentido. Veja, por exemplo:
Pedreiro, dentista;
z Concreto: designam seres com independência z A testemunha: Pessoa que presenciou um crime;
ontológica, ou seja, um ser que existe por si, inde- z O testemunho: Relato de experiência, associado a
pendentemente de sua conotação espiritual ou religiões.
real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro;
z Abstrato: indicam estado, sentimento, ação, qua- Algumas formas substantivas mantêm o radical e
a pequena alteração no gênero do artigo interfere no
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
significado:
em função de outros seres. A feiura, por exemplo,
depende de uma pessoa, um substantivo concreto

60
z O cabeça: chefe / a cabeça: membro o corpo;
a quem esteja associada. Ex.: Chute, amor, cora-

8-
z O moral: ânimo / a moral: costumes sociais;
gem, liberalismo, feiura;

48
z O rádio: aparelho / a rádio: estação de transmissão.
z Comum: designam todos os seres de uma espécie.

6.
Ex.: Homem, cidade; 15
Além disso, algumas palavras na língua causam
z Próprio: designam uma determinada espécie. Ex.:
.
20
dificuldade na identificação do gênero, pois são usa-
Pedro, Fortaleza;
-4

das em contextos informais com gêneros diferentes.


z Coletivo: usados no singular, designam um conjun-
Alguns exemplos são: a alface; a cal; a derme; a libido;
ra

to de uma mesma espécie. Ex: Pinacoteca, manada.


a gênese; a omoplata / o guaraná; o formicida; o tele-
ei

fonema; o trema.
liv

É importante destacar que a classificação de um


Algumas formas que não apresentam, necessaria-
O

substantivo depende do contexto em que ele está inse- mente, relação com o gênero, são admitidas tanto no
de

rido. Vejamos: masculino quanto no feminino: O personagem / a per-


os

Judas foi um apóstolo. (Judas como nome de uma sonagem; O laringe / a laringe; O xerox / a xerox.
am

pessoa = Próprio);
O amigo mostrou-se um judas (judas significando Flexão de Número
R

traidor = comum).
e
m

Os substantivos flexionam-se em número, de


er

Flexão de Gênero maneira geral, pelo acréscimo do morfema -s. Ex.:


lh

Casa / casas.
ui

Os gêneros do substantivo são masculino e


G

Porém, podem apresentar outras terminações:


feminino. males, reais, animais, projéteis etc.
Porém, alguns deles admitem apenas uma forma Geralmente, devemos acrescentar -es ao singular
para os dois gêneros. São, por isso, chamados de uni- das formas terminadas em R ou Z, como: flor / flores;
formes. Os substantivos uniformes podem ser: paz / pazes. Porém, há exceções, como a palavra mal,
terminada em L e que tem como plural “males”.
z Comuns-de-dois-gêneros: designam seres huma- Já os substantivos terminados em AL, EL, OL, UL
nos e sua diferença é marcada pelo artigo. Ex.: O fazem plural trocando-se o L final por -is. Ex.: coral /
pianista / a pianista; O gerente / a gerente; O clien- corais; papel / papéis; anzol / anzóis.
te / a cliente; O líder / a líder; Entretanto, também há exceções. Ex.: a forma
z Epicenos: designam geralmente animais que apre- mel apresenta duas formas de plural aceitas: meles
sentam distinção entre masculino e feminino, mas e méis.
a diferença é marcada pelo uso do adjetivo macho Geralmente, as palavras terminadas em -ão fazem
ou fêmea. Ex.: cobra macho / cobra fêmea; onça plural com o acréscimo do -s ou pelo acréscimo de -es.
macho / onça fêmea; gambá macho / gambá fêmea; Ex.: capelães, capitães, escrivães.
20 girafa macho / girafa fêmea;
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Contudo, há substantivos que admitem até três O Novo Acordo Ortográfico e o Uso de Maiúsculas
formas de plural, como os seguintes:
O novo acordo ortográfico estabelece novas regras
z Ermitão: ermitãos, ermitões, ermitães; para o uso de substantivos próprios, exigindo o uso da
z Ancião: anciãos, anciões, anciães; inicial maiúscula.
z Vilão: vilãos, vilões, vilães. Dessa forma, devemos usar com letra maiúscula as
inicias das palavras que designam:
Podemos, ainda, associar às palavras paroxítonas
que terminam em -ão o acréscimo do -s. Ex.: órgão / z Nomes, sobrenomes e apelidos de pessoas
órgãos; órfão / órfãos. reais ou imaginárias. Ex.: Gabriela, Silva, Xuxa,
Cinderela;
Plural dos Substantivos Compostos z Nomes de cidades, países, estados, continentes
etc., reais ou imaginários. Ex.: Belo Horizonte,
Os substantivos compostos são aqueles formados Ceará, Nárnia, Londres;
z Nomes de festividades. Ex.: Carnaval, Natal, Dia
por justaposição. O plural dessas formas obedece às
das Crianças;
seguintes regras:
z Nomes de instituições e entidades. Ex.: Embai-
xada do Brasil, Ministério das Relações Exteriores,
z Variam os dois elementos:
Gabinete da Vice-presidência, Organização das
Nações Unidas;
Substantivo + substantivo. Ex.: mestre-sala / mes- z Títulos de obras. Ex.: Memórias póstumas de Brás
tres -salas; Cubas. Caso a obra apresente em seu título um
Substantivo + adjetivo. Ex.: guarda-noturno / guar- nome próprio, como no exemplo dado, este tam-
das -noturnos; bém deverá ser escrito com inicial maiúscula;
Adjetivo + substantivo. Ex.: boas-vindas; z Nomenclatura legislativa especificada. Ex.: Lei
Numeral + substantivo. Ex.: terça-feira / terças de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);
-feiras. z Períodos e eventos históricos. Ex.: Revolta da
Vacina, Guerra Fria, Segunda Guerra Mundial;
z Varia apenas um elemento: z Nome dos pontos cardeais e equivalentes. Ex.:
Norte, Sul, Leste, Oeste, Nordeste, Sudeste, Oriente,
Substantivo + preposição + substantivo. Ex.: Ocidente. Importante: os pontos cardeais são gra-
canas-de-açúcar; fados com maiúsculas apenas quando utilizados

60
Substantivo + substantivo com função adjetiva. indicando uma região. Ex.: Este ano vou conhecer

8-
Ex.: navios-escola. o Sul (O Sul do Brasil); quando utilizados indican-

48
Palavra invariável + palavra invariável. Ex.: do uma direção, devem ser escritos com minúscu-

6.
abaixo-assinados. las. Ex.: Correu a América de norte a sul;
15
Verbo + substantivo. Ex.: guarda-roupas. z Siglas, símbolos ou abreviaturas. Ex.: ONU, INSS,
.
20

Redução + substantivo. Ex.: bel-prazeres. Unesco, Sr., S (Sul), K (Potássio).


-4

Destacamos, ainda, que os substantivos compostos


Atente-se: em palavras com hífen, pode-se optar
ra

formados por
ei

verbo + advérbio pelo uso de maiúsculas ou minúsculas. Portanto, são


liv

verbo + substantivo plural aceitas as formas Vice-Presidente, Vice-presidente e


O

ficam invariáveis. Ex.: Os bota-fora; os saca-rolha. vice-presidente; porém, é preciso manter a mesma
de

forma em todo o texto. Já nomes próprios compostos


por hífen devem ser escritos com as iniciais maiúscu-
os

Variação de Grau
las, como em Grã-Bretanha e Timor-Leste.
am

A flexão de grau dos substantivos exprime a varia-


R

ADJETIVOS
ção de tamanho dos seres, indicando um aumento ou
e
m

uma diminuição.
Os adjetivos associam-se aos substantivos, garan-
er

tindo a estes um significado mais preciso. Os adjetivos


lh

z Grau aumentativo: quando o acréscimo de sufixos


ui

podem indicar:
aos substantivos indicar um aumento de tamanho.
G

Ex.: bocarra, homenzarrão, gatarrão, cabeçorra, z Qualidade: professor chato;


fogaréu, boqueirão, poetastro; z Estado: aluno triste;
z Grau diminutivo: exprime, ao contrário do z Aspecto, aparência: estrada esburacada.
LÍNGUA PORTUGUESA

aumentativo, a diminuição do tamanho/proporção


do ser. Locuções Adjetivas
Ex.: fontinha, lobacho, casebre, vilarejo, saleta,
pequenina, papelucho. As locuções adjetivas apresentam o mesmo valor
dos adjetivos, indicando as mesmas características
Dica deles.
Elas são formadas por preposição + substantivo,
O emprego do grau aumentativo ou diminutivo referindo-se a outro substantivo ou expressão subs-
dos substantivos pode alterar o sentido das pala- tantivada, atribuindo-lhe o mesmo valor adjetivo.
vras, podendo assumir um valor: A seguir, colocamos diferentes locuções adjeti-
Afetivo: filhinha / mãezona; vas ao lado da forma adjetiva, importantes para seu
Pejorativo: mulherzinha / porcalhão. estudo: 21
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z Voo de águia / aquilino;
z Poder de aluno / discente;
z Conselho de professores / docente;
z Cor de chumbo / plúmbea;
z Luz da lua / lunar;
z Sangue de baço / esplênico;
z Nervo do intestino / celíaco ou entérico;
z Noite de inverno / hibernal ou invernal.

É importante destacar que, mais do que “decorar” formas adjetivas e suas respectivas locuções, é fundamental
reconhecer as principais características de uma locução adjetiva: caracterizar o substantivo e apresentar valor
de posse.
Ex.: Viu o crime pela abertura da porta;
A abertura de conta pode ser realizada on-line.
Quando a locução adjetiva é composta pela preposição “de”, pode ser confundida com a locução adverbial.
Nesse caso, para diferenciá-las, é importante perceber que a locução adjetiva apresenta valor de posse, pois, nesse
caso, o meio usado pelo sujeito para ver “o crime”, indicado na frase, foi pela abertura da porta. Além disso, a
locução destacada está caracterizando o substantivo “abertura”.
Já na segunda frase, a locução destacada é adverbial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “conta”, o que
indica o valor de passividade da locução, demonstrando seu caráter adverbial.
As locuções adjetivas também desempenham função de adjetivo e modificam substantivos, pronomes, nume-
rais e orações substantivas.
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar.
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj.
Já as locuções adverbiais desempenham função de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos e orações
adjetivas com esses valores.
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez.
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv.

Adjetivo de Relação

No estudo dos adjetivos, é fundamental conhecer o aspecto morfológico designado como “adjetivo de relação”,

60
muito cobrado por bancas de concursos.

8-
Para identificar um adjetivo de relação, observe as seguintes características:

48
6.
z Seu valor é objetivo, não podendo, portanto, apresentar meios de subjetividade. Ex.: Em “Menino bonito”, o
15
adjetivo não é de relação, já que é subjetivo, pois a beleza do menino depende dos olhos de quem o descreve;
.
20

z Posição posterior ao substantivo: os adjetivos de relação sempre são posicionados após o substantivo. Ex.:
-4

Casa paterna, mapa mundial;


z Derivado do substantivo: derivam-se do substantivo por derivação prefixal ou sufixal. Ex.: paternal — pai;
ra

mundial — mundo;
ei
liv

z Não admitem variação de grau: os graus comparativo e superlativo não são admitidos. Ex.: Não pode ser
O

mapa “mundialíssimo” ou “pouco mundial”.


de

Alguns exemplos de adjetivos relativos: Presidente americano (não é subjetivo; posicionado após o substan-
os

tivo; derivado de substantivo; não existe a forma variada em grau “americaníssimo”); plataforma petrolífera;
am

economia mundial; vinho francês; roteiro carnavalesco.


R
e

Variação de Grau
m
er

O adjetivo pode variar em dois graus: comparativo ou superlativo. Cada um deles apresenta suas respectivas
lh

categorias.
ui
G

z Grau comparativo: exprime a característica de um ser, comparando-o com outro da mesma classe nos seguin-
tes sentidos:

„ Igualdade: compara elementos colocando-os em um mesmo patamar. Igual a, como, tanto quanto, tão
quanto. Ex.: Somos tão complexos quanto simplórios;
„ Superioridade: compara, evidenciando um elemento como superior ao outro. Mais do que, melhor do que.
Ex.: O amor é mais suficiente do que o dinheiro;
„ Inferioridade: compara, evidenciando um elemento como inferior ao outro. Menos do que, pior do que.
Ex.: Homens são menos engajados do que mulheres.

z Grau superlativo: em relação ao grau superlativo, é importante considerar que o valor semântico desse grau
apresenta variações, podendo indicar:

„ Característica de um ser elevada ao último grau: superlativo absoluto, que pode ser analítico (associado
22 ao advérbio) ou sintético (associação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
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Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo absoluto analítico).
O candidato é humílimo (Superlativo absoluto sintético);
„ Característica de um ser relacionada com outros indivíduos da mesma classe: superlativo relativo,
que pode ser de superioridade (o mais) ou de inferioridade (o menos).
Ex.: O candidato é o mais humilde dos concorrentes? (Superlativo relativo de superioridade).
O candidato é o menos preparado entre os concorrentes à prefeitura (Superlativo relativo de inferioridade).
Importante! Ao compararmos duas qualidades de um mesmo ser, devemos empregar a forma analítica
(mais alta, mais magra, mais bonito etc.).
Ex.: A modelo é mais alta que magra.
Porém, se uma mesma característica referir-se a seres diferentes, empregamos a forma sintética (melhor,
pior, menor etc.).
Ex.: Nossa sala é menor que a sala da diretoria.

Formação dos Adjetivos

Os adjetivos podem ser primitivos, derivados, simples ou compostos.

z Primitivos: adjetivos que não derivam de outras palavras. A partir deles, é possível formar novos termos. Ex.:
Útil, forte, bom, triste, mau etc.;
z Derivados: são palavras que derivam de verbos ou substantivos. Ex.: Bondade, lealdade, mulherengo etc.;
z Simples: apresentam um único radical. Ex.: Português, escuro, honesto etc.;
z Compostos: formados a partir da união de dois ou mais radicais. Ex.: Verde-escuro, luso-brasileiro, amarelo-
-ouro etc.

Dica
O plural dos adjetivos simples é realizado da mesma forma que o plural dos substantivos.

Plural dos Adjetivos Compostos

O plural dos adjetivos compostos segue as seguintes regras:

60
z Invariável:

8-
48
„ Os adjetivos compostos azul-marinho, azul-celeste, azul-ferrete;

6.
„ Locuções formadas de cor + de + substantivo, como em cor-de-rosa, cor-de-cáqui; 15
„ Adjetivo + substantivo, como tapetes azul-turquesa, camisas amarelo-ouro.
.
20
-4

z Varia o último elemento:


ra
ei

„ Primeiro elemento é palavra invariável, como em mal-educados, recém-formados;


liv

„ Adjetivo + adjetivo, como em lençóis verde-claros, cabelos castanho-escuros.


O
de

Adjetivos Pátrios
os

Os adjetivos pátrios, também conhecidos como gentílicos, designam a naturalidade ou nacionalidade de seres
am

e objetos.
R

O sufixo -ense, geralmente, designa a origem de um ser relacionada a um estado brasileiro. Ex.: amazonense,
e

fluminense, cearense.
m
er

z Curiosidade: o adjetivo pátrio “brasileiro” é formado com o sufixo -eiro, que é costumeiramente usado para
lh
ui

designar profissões. O gentílico que designa nossa nacionalidade teve origem com as pessoas que comercia-
G

lizavam o pau-brasil; esse ofício dava-lhes a alcunha de “brasileiros”, termo que passou a indicar os nascidos
em nosso país.
LÍNGUA PORTUGUESA

23
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Veja a seguir alguns dos adjetivos pátrios de nosso país:

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de

ADVÉRBIOS
os
am

Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos, os
R

advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.


e
m

As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios. Porém, decorar
er

as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de questões de
lh

concurso.
ui

Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
G

delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:

z Dúvida: talvez, caso, porventura, quiçá etc.;


z Intensidade: bastante, bem, mais, pouco etc.;
z Lugar: ali, aqui, atrás, lá etc.;
z Tempo: jamais, nunca, agora etc.;
z Modo: assim, depressa, devagar etc.

Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio, por isso, para identificar com mais pro-
priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
24
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Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:

z O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo);
z A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).

Locuções Adverbiais

Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:

z Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
z Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
z Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.

As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções adver-
biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso.
Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passividade, ou seja, se inver-
temos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Ex.: Colapso foi ameaçado.
Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destacada anteriormente é
adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.

60
Dica

8-
Locuções adverbiais apresentam valor passivo

48
Locuções adjetivas apresentam valor de posse

6.
.15
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos desen-
20

volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções adverbiais.
-4

Lembre-se: o sentido está no texto.


ra
ei

Advérbios Interrogativos
liv
O

Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
de

confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de tempo,
os

modo ou causa.
am

Ex.: Como foi a prova?


Quando será a prova?
R
e

Onde será realizada a prova?


m

Por que a prova não foi realizada?


er

De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não substi-
lh

tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
ui
G

Grau do Advérbio
LÍNGUA PORTUGUESA

Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e superlativo.
Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em grau:

NORMAL SUPERIORIDADE INFERIORIDADE IGUALDADE


Bem Melhor (mais bem*) - Tão bem

GRAU COMPARATIVO Mal Pior (mais mal*) - Tão mal


Muito Mais - -
Pouco Menos - -

Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal. 25
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ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
GRAU -
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos

Advérbios e Adjetivos

O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável, confun-
dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.

Palavras Denotativas

São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é

60
isso que as bancas de concurso cobram.

8-
48
z Eis: sentido de designação;

6.
z Isto é, por exemplo, ou seja: sentido de explicação; 15
z Ou melhor, aliás, ou antes: sentido de ratificação;
.
20

z Somente, só, salvo, exceto: sentido de exclusão;


-4

z Além disso, inclusive: sentido de inclusão.


ra
ei

Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
liv

ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
O

sintático ou semântico à frase.


de

Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.


Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
os
am

Algumas Observações Interessantes


R
e
m

z O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha deslocado,
er

em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O pedido foi aprovado
lh

na reunião de ontem);
ui

z Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a termi-
G

nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.

PRONOMES

Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização textual,
contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.

Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais informações
26 sobre eles:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PESSOAS PRONOMES DO CASO RETO PRONOMES DO CASO OBLÍQUO
1ª pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2ª pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
Se, si, consigo
3ª pessoa do singular Ele/Ela
o, a, lhe
1ª pessoa do plural Nós Nos, conosco
2ª pessoa do plural Vós Vos, convosco
Se, si, consigo
3ª pessoa do plural Eles/Elas
os, as, lhes

Os pronomes pessoais do caso reto costumam substituir o sujeito.


Ex.: Pedro é bonito / Ele é bonito.
Já os pronomes pessoais oblíquos costumam funcionar como complemento verbal ou adjunto.
Ex.: Eu a vi com o namorado; Maura saiu comigo.

z Os pronomes que estarão relacionados ao objeto direto são: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Ex.: Informei-o
sobre todas as questões;
z Já os que se relacionam com o objeto indireto são: lhe, lhes, (me, te, se, nos, vos – complementados por prepo-
sição). Ex.: Já lhe disse tudo (disse tudo a ele).

Lembre-se de que todos os pronomes pessoais são pronomes substantivos.


Além disso, é importante saber que “eu” e “tu” não podem ser regidos por preposição e que os pronomes
“ele(s)”, “ela(s)”, “nós” e “vós” podem ser retos ou oblíquos, dependendo da função que exercem.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição e costumam ter função de complemento:

z 1ª pessoa: mim, comigo (singular); nós, conosco (plural);


z 2ª pessoa: ti, contigo (singular); vós, convosco (plural);
z 3ª pessoa: si, consigo (singular ou plural); ele(s), ela(s).

60
8-
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,

48
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal, desde

6.
que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
.15
20

Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
-4

Ex.: Entre mim e ele não há segredos.


ra
ei

Pronomes de Tratamento
liv
O

Os pronomes de tratamento são formas que expressam uma hierarquia social institucionalizada linguistica-
de

mente. As formas de pronomes de tratamento apresentam algumas peculiaridades importantes:


os

z Vossa: designa a pessoa a quem se fala (relativo à 2ª pessoa). Apesar disso, os verbos relacionados a esse pro-
am

nome devem ser flexionados na 3ª pessoa do singular.


R

Ex.: Vossa Excelência deve conhecer a Constituição;


e
m

z Sua: designa a pessoa de quem se fala (relativo à 3ª pessoa).


er

Ex.: Sua Excelência, o presidente do Supremo Tribunal, fará um pronunciamento hoje à noite.
lh
ui

Os pronomes de tratamento estabelecem uma hierarquia social na linguagem, ou seja, a partir das formas
G

usadas, podemos reconhecer o nível de discurso e o tipo de poder instituídos pelos falantes.
Por isso, alguns pronomes de tratamento só devem ser utilizados em contextos cujos interlocutores sejam
reconhecidos socialmente por suas funções, como juízes, reis, clérigos, entre outras.
LÍNGUA PORTUGUESA

Dessa forma, apresentamos alguns pronomes de tratamento, seguidos de sua abreviatura e das funções sociais
que designam:

z Vossa Alteza (V. A.): príncipes, duques, arquiduques e seus respectivos femininos;
z Vossa Eminência (V. Ema.): cardeais;
z Vossa Excelência (V. Exa.): autoridades do governo e das Forças Armadas membros do alto escalão;
z Vossa Majestade (V. M.): reis, imperadores e seus respectivos femininos;
z Vossa Reverendíssima (V. Rev. Ma.): sacerdotes;
z Vossa Senhoria (V. Sa.): funcionários públicos graduados, oficiais até o posto de coronel, tratamento cerimo-
nioso a comerciantes importantes;
z Vossa Santidade (V. S.): papa;
z Vossa Excelência Reverendíssima (V. Exa. Revma.): bispos. 27
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Os exemplos apresentados fazem referência a pro- Ex.: A comida e a bebida não foram bastantes para
nomes de tratamento e suas respectivas designações a festa.
sociais conforme indica o Manual de Redação oficial z Bastante (pronome indefinido): concorda com
da Presidência da República. Portanto, essas designa- o substantivo, indicando grande, porém incerta,
ções devem ser seguidas com atenção quando o gêne- quantidade de algo.
ro textual abordado for um gênero oficial. Ex.: Bastantes bancos aumentaram os juros.
Ainda sobre o assunto, veja algumas observações:
Pronomes Demonstrativos
z Sobre o uso das abreviaturas das formas de tra-
tamento é importante destacar que o plural de Os pronomes demonstrativos indicam a posição e
algumas abreviaturas é feito com letras dobradas, apontam elementos a que se referem as pessoas do
como: V. M. / VV. MM.; V. A. / VV. AA. Porém, na discurso (1ª, 2ª e 3ª). Essa posição pode ser designa-
maioria das abreviaturas terminadas com a letra da por eles no tempo, no espaço físico ou no espaço
a, o plural é feito com o acréscimo do s: V. Exa. / V. textual.
Exas.; V. Ema. / V.Emas.;
z O tratamento adequado a Juízes de Direito é Meri- z 1ª pessoa: Este, estes / Esta, estas;
tíssimo Juiz; z 2ª pessoa: Esse, esses / Essa, essas;
z O tratamento dispensado ao Presidente da Repú- z 3ª pessoa: Aquele, aqueles / Aquela, aquelas;
blica nunca deve ser abreviado. z Invariáveis: Isto, isso, aquilo.

Pronomes Indefinidos Usamos este, esta, isto para indicar:

Os pronomes indefinidos indicam quantidade de � Referência ao espaço físico, indicando a proximi-


maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª dade de algo ao falante.
pessoa do discurso. Os pronomes indefinidos podem Ex.: Esta caneta aqui é minha. Entreguei-lhe isto
variar e podem ser invariáveis. Observe a seguinte como prova.
tabela: � Referência ao tempo presente.
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês,
pagarei a última prestação da casa.
PRONOMES INDEFINIDOS1
� Referência ao espaço textual.
Variáveis Invariáveis Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta pro-
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém curava um presente para o marido (o pronome

60
refere-se ao último termo mencionado).
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém

8-
nenhumas

48
Este artigo científico pretende analisar... (o prono-

6.
Todo, toda, todos, todas Quem me “este” refere-se ao próprio texto).
Outro, outra, outros, outras Outrem
.15
Usamos esse, essa, isso para indicar:
20

Muito, muita, muitos, muitas Algo z Referência ao espaço físico, indicando o afasta-
-4

Pouco, pouca, poucos, poucas Tudo mento de algo de quem fala.


ra

Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.


ei

Certo, certa, certos, certas Nada z Indicar distância que se deseja manter.
liv

Vários, várias Cada Ex.: Não me fale mais nisso. A população não con-
O

Quanto, quanta, quantos, quantas Que fia nesses políticos.


de

z Referência ao tempo passado.


Tanto, tanta, tantos, tantas
os

Ex.: Nessa semana, eu estava doente. Esses dias


estive em São Paulo.
am

Qualquer, quaisquer
z Referência a algo já mencionado no texto/ na fala.
Qual, quais
R

Ex.: Continuo sem entender o porquê de você ter


e

Um, uma, uns, umas falado sobre isso. Sinto uma energia negativa nes-
m

sa expressão utilizada.
er
lh

As palavras certo e bastante serão pronomes


ui

Usamos aquele, aquela, aquilo para indicar:


indefinidos quando vierem antes do substantivo, e
G

serão adjetivos quando vierem depois.


� Referência ao espaço físico, indicando afastamen-
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome
to de quem fala e de quem ouve.
indefinido).
Ex.: Margarete, quem é aquele ali perto da porta?
Busco o modelo de carro certo (adjetivo). � Referência a um tempo muito remoto, um passa-
A palavra bastante frequentemente gera dúvida do muito distante.
quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefini- Ex.: Naquele tempo, podíamos dormir com as por-
do. Por isso, atente-se ao seguinte: tas abertas. Bons tempos aqueles!
� Referência a um afastamento afetivo.
z Bastante (advérbio): será invariável e equivalen- Ex.: Não conheço mais aquela mulher.
te ao termo “muito”. � Referência ao espaço textual, indicando o pri-
Ex.: Elas são bastante famosas. meiro termo de uma relação expositiva.
z Bastante (adjetivo): será variável e equivalente Ex.: Saí para lanchar com Ana e Beatriz. Esta prefe-
ao termo “suficiente”. riu beber chá; aquela, refrigerante.
1  Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/pronomes-indefinidos-e-interrogativos-nenhum-outro-qualquer-quem-
28 quanto-qual.htm. Acesso em: 14 jul. 2020.
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Dica Vi o rapaz cujas pernas você se referiu (Pernas de
quem? Do rapaz).
O pronome “mesmo” não pode ser usado em
função demonstrativa referencial. Veja: � Emprego do pronome relativo onde: Empregado
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo para indicar locais físicos.
esqueceu de preencher o gabarito. Ex.: Conheci a cidade onde meu pai nasceu.
Correto: O candidato fez a prova, porém esque- � Em alguns casos, pode ser preposicionado, assu-
ceu de preencher o gabarito. mindo as formas aonde e donde.
Ex.: Irei aonde você for.
Pronomes Relativos � O relativo “onde” pode ser empregado sem
antecedente.
Uma das classes de pronomes mais complexas, os Ex.: O carro atolou onde não havia ninguém.
pronomes relativos têm função muito importante na � Emprego de o qual: o pronome relativo “o qual”
língua, refletida em assuntos de grande relevância e suas variações (os quais, a qual, as quais) é usa-
em concursos, como a análise sintática. Dessa forma, do em substituição a outros pronomes relativos,
é essencial conhecer adequadamente a função desses sobretudo o “que”, a fim de evitar fenômenos lin-
elementos, a fim de saber utilizá-los corretamente. guísticos, como o “queísmo”.
Os pronomes relativos referem-se a um substantivo Ex.: O Brasil tem um passado do qual (que) nin-
ou a um pronome substantivo mencionado anterior- guém se lembra.
mente. A esse nome (substantivo ou pronome mencio-
nado anteriormente) chamamos de antecedente. O pronome “o qual” pode auxiliar na compreensão
São pronomes relativos: textual, desfazendo estruturas ambíguas.

z Variáveis: O qual, os quais, cujo, cujos, quanto, Pronomes Interrogativos


quantos / A qual, as quais, cuja, cujas, quanta,
quantas; São utilizados para introduzir uma pergunta ao
z Invariáveis: que, quem, onde, como; texto.
z Emprego do pronome relativo que: Pode ser asso- Apresentam-se de formas variáveis (Que? Quais?
ciado a pessoas, coisas ou objetos. Quanto? Quantos?) e invariáveis (Que? Quem?).
Ex.: Encontrei o homem que desapareceu. O Ex.: O que é aquilo? Quem é ela? Qual sua idade?
cachorro que estava doente morreu. A caneta que Quantos anos tem seu pai?
emprestei nunca recebi de volta.

60
O ponto de interrogação só é usado nas interroga-
� Em alguns casos, há a omissão do antecedente do tivas diretas. Nas indiretas, aparece apenas a intenção

8-
relativo “que”.

48
interrogativa, indicada por verbos como perguntar,
Ex.: Não teve que dizer (não teve nada que dizer). indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.

6.
� Emprego do relativo quem: Seu antecedente deve 15
Atenção: os pronomes interrogativos que e quem
ser uma pessoa ou objeto personificado.
.
são pronomes substantivos, pois substituem os subs-
20

Ex.: Fomos nós quem fizemos o bolo. tantivos, dando fluidez à leitura.
-4

� O pronome relativo quem pode fazer referência Ex.: O tempo, que estava instável, não permitiu a
ra

a algo subentendido: Quem cala consente (aquele realização da atividade (O tempo não permitiu a reali-
ei

que cala). zação da atividade. O tempo estava instável)2.


liv

� Emprego do relativo quanto: seu antecedente


O

deve ser um pronome indefinido ou demonstrati- Pronomes Possessivos


de

vo; pode sofrer flexões.


Ex.: Esqueci-me de tudo quanto foi me ensinado.
os

Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do


Perdi tudo quanto poupei a vida inteira.
am

discurso e indicam posse. Observe a tabela a seguir:


� Emprego do relativo cujo: deve ser empregado
R

para indicar posse e aparecer relacionando dois 1ª pessoa Meu, minha / meus, minhas
e

termos que devem ser um possuidor e uma coisa


m

SINGULAR 2ª pessoa Teu, tua / teus, tuas


er

possuída. 3ª pessoa Seu, sua / seus, suas


lh

Ex.: A matéria cuja aula faltei foi Língua portugue-


1ª pessoa Nosso, nossa / nossos, nossas
ui

sa — o relativo cuja está ligando aula (possuidor) à


G

matéria (coisa possuída). PLURAL 2ª pessoa Vosso, vossa / vossos, vossas


3ª pessoa Seu, sua / seus, suas
O relativo cujo deve concordar em gênero e núme-
LÍNGUA PORTUGUESA

ro com a coisa possuída. Os pronomes pessoais oblíquos (me, te, se, lhe, o,
Jamais devemos inserir um artigo após o pronome a, nos, vos) também podem atribuir valor possessivo
cujo: Cujo o, cuja a a uma coisa.
Não podemos substituir cujo por outro pronome Ex.: Apertou-lhe a mão (a sua mão). Ainda que o
relativo. pronome esteja ligado ao verbo pelo hífen, a relação
O pronome relativo cujo pode ser preposicionado. do pronome é com o objeto da posse.
Ex.: Esse é o vilarejo por cujos caminhos percorri. Outras funções dos pronomes possessivos:
Para encontrar o possuidor, faça-se a seguinte per-
gunta: “de quem/do que?” z delimitam o substantivo a que se referem;
Ex.: Vi o filme cujo diretor ganhou o Óscar (Diretor z concordam com o substantivo que vem depois dele;
do que? Do filme). z não concordam com o referente;
2  Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 30 jul. 2021. 29
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z o pronome possessivo que acompanha o substantivo exerce função sintática de adjunto adnominal.

VERBOS

Certamente, a classe de palavras mais complexa e importante dentre as palavras da língua portuguesa é o
verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações e os agentes desses atos, além de ser uma importante classe
sempre abordada nos editais de concursos; por isso, atente-se às nossas dicas.
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam em número, pessoa, modo e tempo, além da designação da
voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.
As flexões verbais são marcadas por desinências, que podem ser:

z Número-pessoal: indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pessoa verbal foi flexio-
nado (1ª, 2ª ou 3ª);
z Modo-temporal: indica em qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.

Iremos apresentar essas desinências a seguir. Antes, porém, de abordarmos as desinências modo-temporais,
precisamos explicar o que são modo e tempo verbais.

Modos

Indica a atitude da ação/do sujeito frente a uma relação enunciada pelo verbo.

z Indicativo: o modo indicativo exprime atitude de certeza.


Ex.: Estudei muito para ser aprovado.
z Subjuntivo: o modo subjuntivo exprime atitude de dúvida, desejo ou possibilidade.
Ex.: Se eu estudasse, seria aprovado.
z Imperativo: o modo imperativo designa ordem, convite, conselho, súplica ou pedido.
Ex.: Estuda! Assim, serás aprovado.

Tempos

60
8-
O tempo designa o recorte temporal em que a ação verbal foi realizada. Basicamente, podemos indicar o tem-

48
po dessa ação no passado, presente ou futuro. Existem, entretanto, ramificações específicas. Observe a seguir:

6.
z Presente:
.15
20
-4

Pode expressar não apenas um fato atual, como também uma ação habitual. Ex.: Estudo todos os dias no
mesmo horário.
ra

Uma ação passada. Ex.: Vargas assume o cargo e instala uma ditadura.
ei
liv

Uma ação futura. Ex.: Amanhã, estudo mais! (equivalente a estudarei).


O
de

z Passado:
os

„ Pretérito perfeito: ação realizada plenamente no passado.


am

Ex.: Estudei até ser aprovado.


R

„ Pretérito imperfeito: ação inacabada, que pode indicar uma ação frequentativa, vaga ou durativa.
e

Ex.: Estudava todos os dias.


m
er

„ Pretérito mais-que-perfeito: ação anterior à outra mais antiga.


lh

Ex.: Quando notei (passado), a água já transbordara (ação anterior) da banheira.


ui
G

z Futuro:

„ Futuro do presente: indica um fato que deve ser realizado em um momento vindouro.
Ex.: Estudarei bastante ano que vem.
„ Futuro do pretérito: expressa um fato posterior em relação a outro fato já passado.
Ex.: Estudaria muito, se tivesse me planejado.

A partir dessas informações, podemos também identificar os verbos conjugados nos tempos simples e nos
tempos compostos. Os tempos verbais simples são formados por uma única palavra, ou verbo, conjugado no
presente, passado ou futuro.
Já os tempos compostos são formados por dois verbos, um auxiliar e um principal; nesse caso, o verbo auxiliar
é o único a sofrer flexões.
Agora, vamos conhecer as desinências modo-temporais dos tempos simples e compostos, respectivamente:

30 Flexões Modo-Temporais — Tempos Simples


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TEMPO MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO
Presente * -e (1ª conjugação) e -a (2ª e 3ª conjugações)
Pretérito perfeito -ra (3ª pessoa do plural) *
Pretérito imperfeito -va (1ª conjugação) -ia (2ª e 3ª conjugações) -sse
Pretérito mais-que-perfeito -ra *
Futuro -rá e -re -r
Futuro do pretérito -ria *

*Nem todas as formas verbais apresentam desinências modo-temporais.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Indicativo)

z Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do indicativo) + verbo principal particípio.
Ex.: Tenho estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do indicativo) + verbo prin-
cipal no particípio.
Ex.: Tinha passado.
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do indicativo) + verbo principal no particípio.
Ex.: Terei saído.
� Futuro do pretérito composto: verbo auxiliar: Ter (futuro do pretérito simples) + verbo principal no
particípio.
Ex.: Teria estudado.

Flexões Modo-Temporais — Tempos Compostos (Subjuntivo)

� Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (presente do subjuntivo) + verbo principal particípio.
Ex.: (que eu) Tenha estudado.
� Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar: Ter (pretérito imperfeito do subjuntivo) + verbo prin-

60
cipal no particípio.

8-
Ex.: (se eu) Tivesse estudado

48
� Futuro composto: verbo auxiliar: Ter (futuro simples do subjuntivo) + verbo principal no particípio.

6.
Ex.: (quando eu) Tiver estudado.
15
.
20
Formas Nominais do Verbo e Locuções Verbais
-4

As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em determi-
ra

nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
ei
liv

z Gerúndio: marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
O

como um advérbio ou um adjetivo.


de

Ex.: Olhando para seu povo, o presidente se compadeceu.


os

z Particípio: marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
am

-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
Ex.: A Índia foi colonizada pelos ingleses.
R
e

Quando cheguei, ela já tinha partido.


m

Ele tinha aberto a janela.


er

Ela tinha pago a conta.


lh

z Infinitivo: forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
ui
G

Pode ser pessoal ou impessoal:

„ Pessoal: o infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina;
LÍNGUA PORTUGUESA

„ Impessoal: não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.

O infinitivo impessoal forma locuções verbais ou orações reduzidas.


Locuções verbais: sequência de dois ou mais verbos que funcionam como um verbo.
Ex.: Ter de + verbo principal no infinitivo: Ter de trabalhar para pagar as contas.
Haver de + verbo principal no infinitivo: Havemos de encontrar uma solução.

Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão. 31
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Classificação dos Verbos

Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares, irregula-
res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das formas nomi-
nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:

z Regulares: os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso das
desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o paradigma
morfológico com o radical, que permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu canto Cantei
Tu cantas Cantaste
Ele/ você canta Cantou
Nós cantamos Cantamos
Vós cantais Cantastes
Eles/ vocês cantam Cantaram

z Irregulares: os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso, rece-
bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada grupo
verbal.

Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como exem-
plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo estar:

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu estou Estive
Tu estás Estiveste

60
Ele/ você está Esteve

8-
48
Nós estamos Estivemos

6.
Vós estais Estivestes
.15
Eles/ vocês estão Estiveram
20
-4

z Anômalos: esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
ra

anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
ei
liv

é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.
O
de

Vejamos a conjugação o verbo “ser”:


os

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


am

Eu sou Fui
R

Tu és Foste
e
m

Ele / você é Foi


er
lh

Nós somos Fomos


ui

Vós sois Fostes


G

Eles / vocês são Foram

Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.

z Abundantes: são formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato

32 Aceitar Aceitado Aceito


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INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
Despertar Despertado Desperto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Morrer Morrido Morto
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
Findar Findado Findo
Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Isentar Isentado Isento
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo

60
Matar Matado Morto

8-
Omitir Omitido Omisso

48
Pagar Pagado Pago

6.
Prender Prendido
.15 Preso
20

Romper Rompido Roto


-4

Salvar Salvado Salvo


ra

Secar Secado Seco


ei
liv

Submergir Submergido Submerso


O

Suspender Suspendido Suspenso


de

Tingir Tingido Tinto


os

Torcer Torcido Torto


am
R
e
m

INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR


er
lh

Aceitar Eu já tinha aceitado o convite O convite foi aceito


ui

Entregar Aviso quando tiver entregado a encomenda Está entregue!


G

Morrer Havia morrido há dias Quando chegou, encontrou o animal morto


Expelir A bala foi expelida por aquela arma Esta é a bala expulsa
LÍNGUA PORTUGUESA

Tinha enxugado a louça quando o programa


Enxugar A roupa está enxuta
começou
Findar Depois de ter findado o trabalho, descansou Trabalho findo!
Imprimir Se tivesse imprimido tínhamos como provar Onde está o documento impresso?
Limpar Eu tinha limpado a casa Que casa tão limpa!

Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela Informações estavam omissas

Após ter submergido os legumes, reparou no Deixe os legumes submersos por alguns
Submergir
amigo minutos
Suspender Nunca tinha suspendido ninguém Você está suspenso! 33
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z Defectivos: são verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.

Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como: aturdir,
exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir, carpir, banir,
brandir, bramir, soer.
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica, como
latir, bramir, chover.

z Pronominais: esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É importan-
te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos pronominas
apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.

PRESENTE — INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO — INDICATIVO


Eu me sento Sentei-me
Tu te sentas Sentaste-te
Ele/ você se senta Sentou-se
Nós nos sentamos Sentamo-nos
Vós vos sentais Sentastes-vos
Eles/ vocês se sentam Sentaram-se

z Reflexivos: verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se veste
mal. Nós nos cumprimentamos friamente;
z Impessoais: verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.

„ O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia
muitos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.

60
„ Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:

8-
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.

48
„ O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.

6.
„ O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
.15
20

„ Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
-4

„ O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns
ra

bons anos que não vejo Mariana”.


ei
liv
O

z Auxiliares: os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
de

verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
os

Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
am

regência estabelecida na oração.


R

Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da voz
e

passiva analítica.
m
er
lh

z Formas Nominais: na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
ui
G

„ Gerúndio: terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advérbio ou adjetivo. Ex.:
Minha mãe está rezando;
„ Particípio: terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classificado em par-
ticípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.

A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com os
verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.

„ Infinitivo: marca as conjugações verbais.

AR: verbos que compõem a 1ª conjugação (Amar, passear);


ER: verbos que compõem a 2ª conjugação (Comer, pôr);
IR: verbos que compõem a 3ª conjugação (Partir, sair).
34
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Dica Atenção: na voz passiva nunca haverá objeto dire-
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente.
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjuga-
ção, pois origina-se do verbo “poer”. z Índice de indeterminação do sujeito: o “se” fun-
O mesmo acontece com verbos que deste cionará nessa condição quando não for possível
derivam. identificar o sujeito explícito ou subentendido.
Além disso, não podemos confundir essa função
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
Vozes Verbais
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa
estar na voz ativa.
As vozes verbais definem o papel do sujeito na
oração, demonstrando se o sujeito é o agente da ação Outra importante característica do “se” como índi-
verbal ou se ele recebe a ação verbal. Dividem-se em: ce de indeterminação do sujeito é que isso ocorre em
verbos transitivos indiretos, verbos intransitivos ou
� Ativa: o sujeito é o agente, praticando a ação verbos de ligação. Além disso, o verbo sempre deverá
verbal. estar na 3ª pessoa do singular.
Ex.: O policial deteve os bandidos. Ex.: Acredita-se em Deus.
� Passiva: o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação
verbal. z Pronome reflexivo: na função de pronome refle-
Ex.: Os bandidos foram detidos pelo policial — xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci-
passiva analítica; procidade, auxiliando a construção dessas vozes
� Detiveram-se os criminosos — passiva sintética. verbais, respectivamente. Nessa função, suas prin-
� Reflexiva: o sujeito é agente e paciente ao mesmo cipais características são:
tempo, pois pratica e recebe a ação verbal.
Ex.: Os bandidos se entregaram à polícia. / O „ sujeito recebe e pratica a ação;
menino se agrediu. „ funcionará, sintaticamente, como objeto direto
� Recíproca: o sujeito é agente e paciente ao mes- ou indireto;
mo tempo, porém há uma ação compartilhada „ o sujeito da frase poderá estar explícito ou
entre dois indivíduos. A ação pode ser comparti- implícito.
lhada entre dois ou mais indivíduos que praticam
e sofrem a ação. Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
Ex.: Os bandidos se olharam antes do julga- presente de aniversário (implícito).
mento. / Apesar do ódio mútuo, os candidatos se

60
cumprimentaram.
z Parte integrante do verbo: nesses casos, o “se”

8-
será parte integrante dos verbos pronominais,

48
A voz passiva é realizada a partir da troca de fun-
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan-

6.
ções entre sujeito e objeto da voz ativa. Só podemos
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma fun-
15
transformar uma frase da voz ativa para a voz passiva
ção sintática. Além disso, o sujeito da frase poderá
.
20
se o verbo for transitivo direto ou transitivo direto e
estar explícito ou implícito.
indireto. Logo, só há voz passiva com a presença do
-4

Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a


objeto direto.
ra

Importante! Não confunda os verbos pronomi- filha.


ei

nais com as vozes verbais. Os verbos pronominais z Partícula de realce: será partícula de realce o “se”
liv

que indicam sentimentos, como arrepender-se, quei- que puder ser retirado do contexto sem prejuízo
O

xar-se, dignar-se, entre outros, acompanham um no sentido e na compreensão global do texto. A


de

pronome que faz parte integrante do seu significado, partícula de realce não exerce função sintática,
pois é desnecessária.
os

diferentemente das vozes verbais, que acompanham


o pronome “se” com função sintática própria. Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
am

z Conjunção: o “se” será conjunção condicional


R

Outras Funções do “Se” quando sugerir a ideia de condição. A conjunção


e

“se” exerce função de conjunção integrante, ape-


m

nas ligando as orações, e poderá ser substituído


er

Como vimos, o “se” pode funcionar como item


pela conjunção “caso”.
lh

essencial na voz passiva. Além dessa função, esse ele-


ui

mento também acumula outras atribuições: Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele estu-
G

dar, será aprovado).


z Partícula apassivadora: a voz passiva sintética
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- Conjugação de Verbos Derivados
LÍNGUA PORTUGUESA

sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos


o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é Verbo derivado é aquele que deriva de um ver-
designado partícula apassivadora, nesse contexto. bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) — verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
“Se” (partícula apassivadora). “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
O “se” exercerá essa função apenas: mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
relevantes em provas diversas:
„ com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI;
„ com verbos que concordam com o sujeito; z Pôr: repor, propor, supor, depor, compor, expor;
„ com a voz passiva sintética. z Ter: manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
z Ver: antever, rever, prever;
z Vir: intervir, provir, convir, advir, sobrevir. 35
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Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga- PRESENTE — INDICATIVO
ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a com-
preensão dessas conjugações verbais. Vós Pondes
O verbo criar é conjugado da mesma forma que os Eles/Vocês Põem
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina- PREPOSIÇÕES
ção são, predominantemente, regulares.
Conceito
PRESENTE — INDICATIVO
Eu Crio São palavras invariáveis que ligam orações ou
Tu Crias outras palavras. As preposições apresentam funções
importantes tanto no aspecto semântico quanto no
Ele/Você Cria aspecto sintático, pois complementam o sentido de
Nós Criamos verbos e/ou palavras cujo sentido pode ser alterado
Vós Criais sem a presença da preposição, modificando a transiti-
vidade verbal e colaborando para o preenchimento de
Eles/Vocês Criam sentido de palavras deverbais3.
As preposições essenciais são: a, ante, até, após,
Os verbos terminados em -ear, por sua vez, geral- com, contra, de, desde, em, entre, para, per, peran-
mente são irregulares e apresentam alguma modifi- te, por, sem, sob, trás.
cação no radical ou nas desinências. Acompanhe a Existem, ainda, as preposições acidentais, assim
conjugação do verbo “passear”: chamadas pois pertencem a outras classes grama-
ticais, mas funcionam, ocasionalmente, como pre-
PRESENTE — INDICATIVO posições. Eis algumas: afora, conforme (quando
equivaler a “de acordo com”), consoante, durante,
Eu Passeio
exceto, salvo, segundo, senão, mediante, que, visto
Tu Passeias (quando equivaler a “por causa de”).
Ele/Você Passeia Acompanhe a seguir algumas preposições e exem-
plos de uso em diferentes situações:
Nós Passeamos
Vós Passeais “A”

60
Eles/Vocês Passeiam

8-
z Causa ou motivo: Acordar aos gritos das crianças;

48
z Conformidade: Escrever ao modo clássico;

6.
Conjugação de Alguns Verbos
15
z Destino (em correlação com a preposição de): De
Santos à Bahia;
.
20

Vamos agora conhecer algumas conjugações de z Meio: Voltarei a andar a cavalo;


-4

verbos irregulares importantes, que sempre são obje- z Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00;
ra

to de questões em concursos. z Direção: Levantar as mãos aos céus;


ei

Observe o verbo “aderir” no presente do indicativo: z Distância: Cair a poucos metros da namorada;
liv

z Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo;


O

PRESENTE — INDICATIVO z Lugar: Ir a Santa Catarina;


de

Eu Adiro z Modo: Falar aos gritos;


os

z Sucessão: Dia a dia;


Tu Aderes
z Tempo: Nasci a três de maio;
am

Ele/Você Adere z Proximidade: Estar à janela.


R

Nós Aderimos
e
m

“Após”
Vós Aderis
er
lh

Eles/Vocês Aderem z Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar;


ui

z Tempo: Logo após o almoço descansamos.


G

A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.


São conjugados da mesma forma os verbos dispor, “Com”
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
entrepor, supor. z Causa: Ficar pobre com a inflação;
z Companhia: Ir ao cinema com os amigos;
PRESENTE — INDICATIVO z Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla-
nos para o futuro;
Eu Ponho z Instrumento: Abrir a porta com a chave;
Tu Pões z Matéria: Vinho se faz com uva;
Ele/Você Põe z Modo: Andar com elegância;
z Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;
Nós Pomos
comigo sempre é assim.
3  Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
36 termo que completa o sentido desses nomes é conhecido como complemento nominal.
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“Contra” z Proporção: As baleias estão para os peixes assim
como nós estamos para as galinhas;
z Oposição: Jogar contra a seleção brasileira; z Referência: Para mim, ela está mentindo;
z Direção: Olhar contra o sol; z Tempo: Para o ano irei à praia;
z Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho z Destino ou direção: Olhe para frente!
contra o peito.
“Perante”
“De”
z Lugar: Ele negou o crime perante o júri.
z Causa: Chorar de saudade;
z Assunto: Falar de religião; “Por”
z Matéria: Material feito de plástico;
z Conteúdo: Maço de cigarro; z Modo ou conformidade: Vamos escolher por
z Origem: Você descende de família humilde; sorteio;
z Posse: Este é o carro de João; z Causa: Encontrar alguém por coincidência;
z Autoria: Esta música é de Chopin; z Conformidade: Copiar por original;
z Tempo: Ela dorme de dia; z Favor: Lutar por seus ideais;
z Lugar: Veio de São Paulo; z Medida: Vendia banana por quilo;
z Definição: Pessoa de coragem; z Meio: Ir por terra;
z Dimensão: Sala de vinte metros quadrados; z Modo: Saber por alto o que ocorreu;
z Fim ou finalidade: Carro de passeio; z Preço: Comprar um livro por vinte reais;
z Instrumento: Comer de garfo e faca; z Quantidade: Chocar por três vezes;
z Meio: Viver de ilusões; z Substituição: Comprar gato por lebre;
z Medida ou extensão: Régua de 30 cm; z Tempo: Viver por muitos anos.
z Modo: Olhar alguém de frente;
z Preço: Caderno de 10 reais; “Sem”
z Qualidade: Vender artigo de primeira;
z Semelhança ou comparação: Atitudes de pessoa z Ausência ou desacompanhamento: Estava sem
corajosa. dinheiro.

“Desde” “Sob”

60
8-
z Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui; z Tempo: Houve muito progresso no Brasil sob D.

48
z Tempo: Desde ontem ele não aparece. Pedro II;

6.
z Lugar: Ficar sob o viaduto;
“Em” 15
z Modo: Saiu da reunião sob pretexto não convincente.
.
20
-4

z Preço: Avaliou a propriedade em milhares de “Sobre”


dólares;
ra

z Meio: Pagou a dívida em cheque; z Assunto: Não gosto de falar sobre política;
ei

z Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi


liv

z Direção: Ir sobre o adversário;


bom; z Lugar: Cair sobre o inimigo.
O

z Forma ou semelhança: As crianças juntaram as


de

mãos em concha; Locuções Prepositivas


os

z Transformação ou alteração: Transformou dóla-


am

res em reais; São grupos de palavras que equivalem a uma


z Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
R

preposição.
z Fim: Pedir em casamento;
e

Ex.: Falei sobre o tema da prova. (preposição) /


m

z Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba; Falei acerca do tema da prova. (locução prepositiva)
er

z Modo: Escrever em francês; A locução prepositiva na segunda frase substitui


lh

z Sucessão: De grão em grão; perfeitamente a preposição “sobre”. As locuções pre-


ui

z Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;


G

positivas sempre terminam em uma preposição (há


z Especialidade: João formou-se em Engenharia. apenas uma exceção: a locução prepositiva com senti-
do concessivo “não obstante”).
“Entre” Veja alguns exemplos:
LÍNGUA PORTUGUESA

z Lugar: Ele ficou entre os aprovados; z Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta-
z Meio social: Entre as elites, este é o comportamento; ram logo;
z Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve z A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
discórdia. de finanças;
z Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não aconteceu
“Para” nada grave;
z De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,
z Consequência: Você deve ser muito esperto para a língua é indispensável para que possamos pen-
não cair em armadilhas; sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos;
z Fim ou finalidade: Chegou cedo para a conferência; z Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos,
z Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal; não passei no exame; 37
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z Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito � Com pronome demonstrativo:
para com os mais velhos; de + este(s)= deste, destes
z Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa de + esta(s)= desta, destas
um short. de + isto= disto
de + esse(s) = desse, desses
Outros exemplos de locuções prepositivas: de + essa(s)= dessa, dessas
Abaixo de; acerca de; acima de; devido a; a despeito de + isso = disso
de; adiante de; defronte de; embaixo de; em frente de; de + aquele(s) = daquele, daqueles
junto de; perto de; por entre; por trás de; quanto a; a de + aquela(s) = daquela, daquelas
fim de; por meio de; em virtude de. de + aquilo= daquilo
� Com o pronome pessoal:
de + ele(s) = dele, deles
Importante! de + ela(s) = dela, delas
� Com o pronome indefinido:
Algumas locuções prepositivas apresentam
de + outro(s)= doutro, doutros
semelhanças morfológicas, mas significa-
de + outra(s) = doutra, doutras
dos completamente diferentes. Observe estes
� Com advérbio:
exemplos4:
de + aqui= daqui
A opinião dos diretores vai ao encontro do plane-
de + aí= daí
jamento inicial = Concordância. de + ali= dali
As decisões do público foram de encontro à pro-
posta do programa = Discordância. z Preposição “em”:
Em vez de comer lanches gordurosos, coma fru-
tas = Substituição. „ Com artigo definido:
Ao invés de chegar molhado, chegou cedo = em + a(s)= na, nas
Oposição. em + o(s)= no, nos
� Com pronome demonstrativo:
Combinações e Contrações em + esse(s)= nesse, nesses
em + essa(s)= nessa, nessas
em + isso = nisso
As preposições podem se ligar a outras palavras de
outras classes gramaticais por meio de dois processos: em + este(s) = neste, nestes
em + esta(s) = nesta, nestas

60
combinação e contração.
em + isto = nisto

8-
em + aquele(s) = naquele, naqueles

48
z Combinação: quando se ligam sem sofrer nenhu-
em + aquela(s) = naquelas

6.
ma redução.
a + o = ao em + aquilo = naquilo
15
� Com pronome pessoal:
.
a + os = aos
20

z Contração: quando, ao se ligarem, sofrem redução. em + ele(s) = nele, neles


-4

em + ela(s) = nela, nelas


ra

Veja a lista a seguir5, que apresenta as preposições


ei

que se contraem e suas devidas formas: z Preposição “per”:


liv
O

z Preposição “a”: „ Com as formas antigas do artigo definido (lo,


de

la):
per + lo(s) = pelo, pelos
os

„ Com o artigo definido ou pronome demonstra-


per + la(s) = pela, pelas
am

tivo feminino:
a + a= à
R

a + as= às z Preposição “para” (pra):


e
m

„ Com o pronome demonstrativo:


er

a + aquele = àquele „ Com artigo definido:


lh

a + aqueles = àqueles para (pra) + o(s) = pro, pros


ui

a + aquela = àquela para (pra) + a(s)= pra, pras


G

a + aquelas = àquelas
a + aquilo = àquilo Algumas Relações Semânticas Estabelecidas por
Preposições
z Preposição “de”:
Antes de entrarmos neste assunto, vale relembrar
„ Com artigo definido masculino e feminino: o que significa Semântica. Semântica é a área do
de + o/os = do/dos conhecimento que relaciona o significado da palavra
de + a/as = da/das ao seu contexto.
� Com artigo indefinido: É importante ressaltar que as preposições podem
de + um= dum apresentar valor relacional ou podem atribuir um
de + uns = duns valor nocional.
de + uma = duma As preposições que apresentam um valor rela-
de + umas = dumas cional cumprem uma relação sintática com verbos
4  Disponível em: instagram.com/academiadotexto. Acesso em: 20 nov. 2020.
38 5  Disponível em: https://www.preparaenem.com/portugues/combinacao-contracao-das-preposicoes.htm. Acesso em: 20 nov. 2020.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ou substantivos, que, em alguns casos, são chamados Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
deverbais, conforme já mencionamos. Essa mesma A culpa não foi a população, senão dos vereadores
relação sintática pode ocorrer com adjetivos e advér- (equivale a “mas sim”).
bios, os quais também apresentarão função deverbal.
Ex.: Concordo com o advogado (preposição exigida Importante! A conjunção “e” pode apresentar
pela regência do verbo concordar). valor adversativo, principalmente quando é antecedi-
Tenho medo da queda (preposição exigida pelo da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho
complemento nominal). não deixava.
Estou desconfiado do funcionário (preposição exi-
gida pelo adjetivo). z Alternativas: ligam orações com ideias que não
Fui favorável à eleição (preposição exigida pelo acontecem simultaneamente, que se excluem. Ou,
advérbio). ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Em todos esses casos, a preposição mantém uma Ex.: Estude ou vá para a festa.
relação sintática com a classe de palavras a qual se Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la.
liga, sendo, portanto, obrigatória a sua presença na
sentença. Importante! A palavra “senão” pode funcionar
De modo oposto, as preposições cujo valor nocio- como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha-
nal é preponderante apresentam uma modificação marei os guardas (pode-se trocá-la por “ou”).
no sentido da palavra à qual se liga. Elas não são
componentes obrigatórios na construção da senten- z Explicativas: ligam orações, de forma que em uma
ça, divergindo das preposições de valor relacional. delas explica-se o que a outra afirma. Que, porque,
As preposições de valor nocional estabelecem uma pois, (se vier no início da oração), porquanto.
noção de posse, causa, instrumento, matéria, modo Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a
etc. Vejamos algumas na tabela a seguir: enxada!
Viva bem, pois isso é o mais importante.
VALOR NOCIONAL DAS
SENTIDO
PREPOSIÇÕES Importante! “Pois” com sentido explicativo ini-
Posse Carro de Marcelo cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois sinto
saudades.
O cachorro está sob a “Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado
Lugar
mesa entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará,
Votar em branco / Chegar pois, a subir.

60
Modo
aos gritos

8-
z Conclusivas: ligam duas ideias, de forma que a

48
Causa Preso por agressão
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo,

6.
Assunto Falar sobre política portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
15
Descende de família destarte, pois (deslocado na frase).
.
20
Origem
simples Ex.: Estava despreparado, por isso, não fui
-4

aprovado.
Olhe para frente! / Iremos
ra

Destino Está na hora da decolagem; deve, então, apressar-


a Paris
ei

-se.
liv
O

CONJUNÇÕES Dica
de

Assim como as preposições, as conjunções também As conjunções “e”, “nem” não devem ser empre-
os

são invariáveis e também auxiliam na organização gadas juntas (“e nem”). Tendo em vista que
am

das orações, ligando termos e, em alguns casos, ora- ambas indicam a mesma relação aditiva, o uso
R

ções. Por manterem relação direta com a organização concomitante acarreta em redundância.
e

das orações nas sentenças, as conjunções podem ser


m

coordenativas ou subordinativas. Conjunções Subordinativas


er
lh
ui

Conjunções Coordenativas Tais quais as conjunções coordenativas, as subor-


G

dinativas estabelecem uma ligação entre as ideias


As conjunções coordenativas são aquelas que apresentadas em um texto. Porém, diferentemente
ligam orações coordenadas, ou seja, orações que não daquelas, estas ligam ideias apresentadas em orações
LÍNGUA PORTUGUESA

fazem parte de uma outra; em alguns casos, ainda, subordinadas, ou seja, orações que precisam de outra
essas conjunções ligam núcleos de um mesmo termo para terem o sentido apreendido.
da oração. As conjunções coordenadas podem ser:
� Causal: iniciam a oração dando ideia de causa.
z Aditivas: somam informações. E, nem, bem como, Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto que,
não só, mas também, não apenas, como ainda, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
senão (após não só). Ex.: Como não choveu, a represa secou.
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei. � Consecutiva: iniciam a oração expressando ideia
O gato era o preferido, não só da filha, senão de de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão), de
toda família. modo que, de forma que, de sorte que etc.
z Adversativas: colocam informações em oposição, Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre- � Comparativa: iniciam orações comparando ações
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). e, em geral, o verbo fica subtendido. Como, que 39
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
nem, que (depois de mais, menos, melhor, pior, � Sempre haverá conjunção integrante em orações
maior), tanto... quanto etc. substantivas e, consequentemente, em períodos
Ex.: Corria como um touro. compostos.
Ela dança tanto quanto Carlos. Ex.: Perguntei se ele estava em casa. (Perguntei. O
� Conformativa: expressam a conformidade de quê? Isso).
uma ideia com a da oração principal. Conforme, � Nunca devemos inserir uma vírgula entre um ver-
como, segundo, de acordo com, consoante etc. bo e uma conjunção integrante.
Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado. Ex.: Sabe-se, que o Brasil é um país desigual
Amanhã chove, segundo informa a previsão do (errado).
tempo. Sabe-se que o Brasil é um país desigual (certo).
� Concessiva: iniciam uma oração com uma ideia
contrária à da oração principal. Embora, conquan- INTERJEIÇÕES
to, ainda que, mesmo que, em que pese, posto que
etc. As interjeições também fazem parte do grupo de
Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não palavras invariáveis, tal como as preposições e as
tivesse gostado. conjunções. Sua função é expressar estado de espíri-
Trabalhava, por mais que a perna doesse. to e emoções; por isso, apresentam forte conotação
� Condicional: iniciam uma oração com ideia de semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a
hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto uma frase. Ex.: Tchau!
que, a menos que, somente se etc. As interjeições indicam relações de sentido diver-
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria respondi- sas. A seguir, apresentamos um quadro com os sen-
do sua mensagem. timentos e sensações mais expressos pelo uso de
Posso lhe ajudar, caso necessite. interjeições:
� Proporcional: ideia de proporcionalidade. À pro-
porção que, à medida que, quanto mais...mais, VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
quanto menos...menos etc. Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho de
ser aprovado. Alívio Arre! Ufa! Ah!
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela. Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!
� Final: expressam ideia de finalidade. Final, para Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
que, a fim de que etc.
Ex.: A professora dá exemplos para que você Repulsa Irra! Fora! Abaixo!

60
aprenda! Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!

8-
Comprou um computador a fim de que pudesse

48
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
trabalhar tranquilamente.

6.
� Temporal: iniciam a oração expressando ideia de Saudação 15 Salve! Viva! Adeus! Tchau!
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, mal, Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
.
20

logo que, desde que etc.


-4

Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Praia


É salutar lembrar que o sentido exato de cada
ra

do Futuro.
interjeição só poderá ser apreendido diante do con-
ei

Mal cheguei à cidade, fui assaltado.


texto. Por isso, em questões que abordem essa classe
liv

de palavras, o candidato deve reler o trecho em que a


O

interjeição aparece, a fim de se certificar do sentido


de

Importante!
expresso no texto.
os

Os valores semânticos das conjunções não se Isso acontece pois qualquer expressão exclamati-
am

prendem às formas morfológicas desses elemen- va que expresse sentimento ou emoção pode funcio-
tos. O valor das conjunções é construído contex- nar como uma interjeição. Lembre-se dos palavrões,
R

por exemplo, que são interjeições por excelência, mas


e

tualmente, por isso, é fundamental estar atento


m

aos sentidos estabelecidos no texto. que, dependendo do contexto, podem ter seu sentido
er

Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a alterado.


lh

Antes de concluirmos, é importante ressaltar o


ui

procura? (Se = causal = já que)


papel das locuções interjetivas, conjunto de palavras
G

Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto


que funciona como uma interjeição, como: Meu Deus!
ar puro no campo? (Quando = causal = já que). Ora bolas! Valha-me Deus!

Conjunções Integrantes

As conjunções integrantes fazem parte das orações CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL


subordinadas; na realidade, elas apenas integram uma
oração principal à outra, subordinada. Existem apenas Na elaboração da frase, as palavras relacionam-se
dois tipos de conjunções integrantes: “que” e “se”. umas com as outras. Ao se relacionarem, elas obede-
cem a alguns princípios: um deles é a concordância.
� Quando é possível substituir o “que” pelo pro- Observe o exemplo:
nome “isso”, estamos diante de uma conjunção A pequena garota andava sozinha pela cidade.
integrante. A: Artigo, feminino, singular;
Ex.: Quero que a prova esteja fácil. (Quero. O quê? Pequena: Adjetivo, feminino, singular;
40 Isso). Garota: Substantivo, feminino, singular.
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Tanto o artigo quanto o adjetivo (ambos adjuntos z Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
adnominais) concordam com o gênero (feminino) e o zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
número (singular) do substantivo. Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
Na língua portuguesa, há dois tipos de concordân- ver artigo definido antes de uma palavra plura-
lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
cia: verbal e nominal.
artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
Unidos continuam uma potência;
CONCORDÂNCIA VERBAL z Estados Unidos continua uma potência;
z Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
É a adaptação em número – singular ou plural – de de Santos fica em São Paulo.”);
e pessoa que ocorre entre o verbo e seu respectivo
sujeito.
Ex.: De todos os povos mais plurais culturalmen- Importante!
te, o Brasil, mesmo diante de opiniões contrárias, as Quando se aplica a nomes de obras artísticas, o
quais insistem em desmentir que nosso país é cheio verbo fica no singular ou no plural.
de ‘brasis’ – digamos assim –, ganha disparando dos Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.
outros, pois houve influências de todos os povos aqui:
europeus, asiáticos e africanos.
Esse período, apesar de extenso, constitui-se de z Quando o sujeito é formado pelas expressões mais
de um, cerca de, perto de, menos de, coisa de,
um sujeito simples “o Brasil”, portanto o verbo cor-
obra de etc., o verbo concorda com o numeral. Ex.:
respondente a esse sujeito, “ganha”, necessita ficar no Mais de um aluno compareceu à aula.
singular. Mais de cinco alunos compareceram à aula.
Destrinchando o período, temos que os termos
essenciais da oração (sujeito e predicado) são apenas A expressão mais de um tem particularidades:
“[...] o Brasil [...]” – sujeito – e “[...] ganha [...]” – predi- se a frase indica reciprocidade (pronome reflexivo
cado verbal. recíproco se), se houver coletivo especificado ou se
Veja um caso de uso de verbo bitransitivo: a expressão vier repetida, o verbo fica no plural. Ex.:
Mais de um irmão se abraçaram.
Ex.: Prefiro natação a futebol.
Mais de um grupo de crianças veio/vieram à festa.
Verbo bitransitivo: Prefiro
Mais de um aluno, mais de um professor esta-

60
Objeto direto: natação vam presentes;

8-
Objeto indireto: a futebol

48
z Quando o sujeito é formado por um número per-

6.
Concordância Verbal com o Sujeito Simples centual ou fracionário, o verbo concorda com o
15
numerado ou com o número inteiro, mas pode
.
20

Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo do concordar com o especificador dele. Se o numeral
-4

sujeito. vier precedido de um determinante, o verbo con-


cordará apenas com o numeral. Ex.: Apenas 1/3
ra

Ex.: Os jogadores de futebol ganham um salário


das pessoas do mundo sabe o que é viver bem.
ei

exorbitante.
liv

Diferentes situações:
O

Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que é


de

viver bem.
z Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
os

sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
am

multidão gritou entusiasmada; Os 30% da população não sabem o que é viver


R

z Quando o sujeito é o pronome relativo que, o mal;


e

verbo posterior ao pronome relativo concorda � Os verbos bater, dar e soar concordam com o
m

número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for a


er

com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os limi-


palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela não
lh

tes do Brasil que se situam mais próximos do


chegou (Duas horas deram...).
ui

Meridiano?;
G

Bateu o sino duas vezes (O sino bateu).


z Quando o sujeito é o pronome indefinido quem, o Soaram dez badaladas no relógio da sala (Dez
verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos nós badaladas soaram).
quem resolveu a questão. Soou dez badaladas o relógio da escola (O relógio
LÍNGUA PORTUGUESA

da escola soou dez badaladas);


Por questão de ênfase, o verbo pode também con- z Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
nós quem resolvemos a questão; dem-se casas de veraneio aqui.
Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
z Quando o sujeito é um pronome interrogativo, interessada;
z Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós /
verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que Vossa
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no Majestade está preocupada?
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós resol- Suas Excelências precisam de algo?;
viam essa questão. / Alguns de nós resolvíamos z Sujeito do verbo viver em orações optativas ou
essa questão; exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! 41
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Concordância Verbal com o Sujeito Composto É frio aqui.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
� Núcleos do sujeito constituídos de pessoas grama- � O verbo fica no singular quando precede termos
ticais diferentes como muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais,
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos; menos etc. junto a especificações de preço, peso,
� Núcleos do sujeito ligados pela preposição com quantidade, distância, e também quando seguido
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- do pronome o
garam ontem; Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
� Núcleos do sujeito acompanhados da palavra cada Divertimentos é o que não lhe falta.
ou nenhum Dez reais é nada diante do que foi gasto;
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve man- � Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora-
ter o espírito esportivo; ção não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser
� Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no ficará invariável. Se o ser vier separado do que, o
singular verbo concordará com o termo não preposiciona-
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- do entre eles.
davam (preferencialmente no singular); Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
� Gradação entre os núcleos do sujeito São eles que sempre chegam cedo.
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram para É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
me acalmar (preferencialmente no singular); trução adequada)
� Núcleos do sujeito no infinitivo São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde; (construção inadequada)
� Núcleos do sujeito resumidos por um aposto resu-
mitivo (nada, tudo, ninguém) CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o comoveu;
� Sujeito constituído pelas expressões um e outro, Concordância do Infinitivo
nem um nem outro
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui; z Exemplos com verbos no infinitivo pessoal:
� Núcleos do sujeito ligados por nem... nem Nós lutaremos até vós serdes bem tratados. (sujei-
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu to esclarecido)
foco nos estudos; Está na hora de começarmos o trabalho. (sujeito
� Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras implícito “nós”)
como, menos, inclusive, exceto ou as expressões

60
Falei sobre o desejo de aprontarmos logo o site.
bem como, assim como, tanto quanto

8-
(dois pronomes implícitos: eu, nós)
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na

48
Até me encontrarem, vocês terão de procurar
final;

6.
muito. (preposição no início da oração)
z Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas 15
Para nós nos precavermos, precisaremos de luz.
.
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim
20
(verbos pronominais)
como; não só... mas também etc.) Visto serem dez horas, deixei o local. (verbo ser
-4

Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua indicando tempo)


ra

popularidade em alta; Estudo para me considerarem capaz de aprova-


ei

ção. (pretensão de indeterminar o sujeito)


liv

z Quando dois ou mais adjuntos modificam um úni-


Para vocês terem adquirido esse conhecimento,
O

co núcleo, o verbo fica no singular concordando


foi muito tempo de estudo. (infinitivo pessoal com-
de

com o núcleo único. Mas, se houver determinante


após a conjunção, o verbo fica no plural, pois aí o posto: locução verbal de verbo auxiliar + verbo no
os

sujeito passa a ser composto. particípio);


am

Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis z Exemplos com verbos no infinitivo impessoal:
Devo continuar trabalhando nesse projeto. (locu-
R

aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos


ção verbal)
e

combustíveis aumentaram.
m

Deixei-os brincar aqui. (pronome oblíquo átono


er

Concordância Verbal do Verbo Ser sendo sujeito do infinitivo).


lh
ui

Quando o sujeito do infinitivo for um substantivo


G

� Concorda com o sujeito


Ex.: Nós somos unha e carne; no plural, usa-se tanto o infinitivo pessoal quanto o
� Concorda com o sujeito (pessoa) impessoal. “Mandei os garotos sair/saírem”.
Ex.: Os meninos foram ao supermercado; Navegar é preciso, viver não é preciso. (infinitivo
� Em predicados nominais, quando o sujeito for com valor genérico)
representado por um dos pronomes tudo, nada, São casos difíceis de solucionar. (infinitivo prece-
isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser concor- dido de preposição de ou para)
dará com o predicativo (preferencialmente) ou Soldados, recuar! (infinitivo com valor de
com o sujeito imperativo)
Ex.: No início, tudo é/são flores;
� Concorda com o predicativo quando o sujeito for � Concordância do verbo parecer
que ou quem Flexiona-se ou não o infinitivo.
Ex.: Quem foram os classificados? Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
� Em indicações de horas, datas, tempo, distância equivalente a “Pareceu-me que os candidatos esta-
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo vam confiantes”, portanto, o infinitivo é flexiona-
42 Ex.: São nove horas. do de acordo com o sujeito, no plural)
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Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, z O problema do sistema é/são os impostos;
logo o infinitivo será impessoal); z Hoje é/são 22 de agosto;
� Concordância dos verbos impessoais z Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica a aprovação;
sempre na 3ª pessoa do singular. z Deixei os rapazes falar/falarem tudo.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado. Silepse de Número e de Pessoa
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo
auxiliar fica no singular) Conhecida também como “concordância irregular,
Trata-se de problemas psicológicos. ideológica ou figurada”. Vejamos os casos:
Geou muitas horas no sul;
� Concordância com sujeito oracional z Silepse de número: usa-se um termo discordando
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o do número da palavra referente, para concordar
verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do com o sentido semântico que ela tem. Ex.: Flor tem
singular. vida muito curta, logo murcham. (ideia de plurali-
Ex.: Ainda vale a pena investir nos estudos. dade: todas as flores);
Sabe-se que dois alunos nossos foram aprovados. z Silepse de pessoa: o autor da frase participa do
Ficou combinado que sairíamos à tarde. processo verbal. O verbo fica na 1ª pessoa do plu-
Urge que você estude. ral. Ex.: Os brasileiros, enquanto advindos de
Era preciso encontrar a verdade diversas etnias, somos multiculturais.

Casos mais Frequentes em Provas CONCORDÂNCIA NOMINAL

Veja agora uma lista com os casos mais abordados Define-se como a adaptação em gênero e número
em concursos: que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes,
� Sujeito posposto distanciado adjetivos, numerais).
Ex.: Viviam no meio de uma grande floresta tropi- O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em
cal brasileira seres estranhos; gênero e número com o nome a que se referem.
� Verbos impessoais (haver e fazer) Ex.: Parede alta. / Paredes altas.
Ex.: Faz dois meses que não pratico esporte. Muro alto. / Muros altos.
Havia problemas no setor.

60
Obs.: Existiam problemas no setor. (verbo existir Casos com Adjetivos

8-
48
vai ter sujeito “problemas”, e vai ser variável);
� Verbo na voz passiva sintética z Com função de adjunto adnominal: quando o

6.
Ex.: Criaram-se muitas expectativas para a luta; adjetivo funcionar como adjunto adnominal e esti-
15
ver após os substantivos, poderá concordar com
.
� Verbo concordando com o antecedente correto
20

do pronome relativo ao qual se liga as somas desses ou com o elemento mais próximo.
-4

Ex.: Contratei duas pessoas para a empresa, que Ex.: Encontrei colégios e faculdades ótimas. /
ra

tinham experiência; Encontrei colégios e faculdades ótimos.


ei

� Sujeito coletivo com especificador plural


liv

Ex.: A multidão de torcedores vibrou/vibraram; Há casos em que o adjetivo concordará apenas


O

com o nome mais próximo, quando a qualidade per-


de

� Sujeito oracional tencer somente a este.


Ex.: Convém a eles alterar a voz. (verbo no Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
os

singular); Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho


am

� Núcleo do sujeito no singular seguido de adjun- Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno-
R

to ou complemento no plural minal e estiver antes dos substantivos, poderá con-


e

Ex.: Conversa breve nos corredores pode gerar cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.:
m

atrito. (verbo no singular). Existem complicadas regras e conceitos.


er

Quando houver apenas um substantivo qualifica-


lh

Casos Facultativos
ui

do por dois ou mais adjetivos pode-se:


G

Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad-


z A multidão de pessoas invadiu/invadiram o jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa,
estádio; francesa e alemã.
z Aquele comediante foi um dos que mais me fez/
LÍNGUA PORTUGUESA

Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar


fizeram rir; os adjetivos (também no singular), antepor um artigo
z Fui eu quem faltou/faltei à aula; a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda a
z Quais de vós me ajudarão/ajudareis? língua inglesa, a francesa e a alemã.
z “Os Sertões” marcou/marcaram a literatura
brasileira; z Com função de predicativo do sujeito
z Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
ciência. (1,5% corresponde ao singular); Com o verbo após o sujeito, o adjetivo concordará
z Chegaram/Chegou João e Maria; com a soma dos elementos.
z Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados.
aqui; Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su-
z Eu, assim como você, odeio/odiamos a política jeito acompanhará a concordância do verbo, que por
brasileira; sua vez concordará tanto com a soma dos elementos 43
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quanto com o nome mais próximo. É proibido entrada de crianças. / É proibida a
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta- entrada de crianças.
vam abandonados a casa e o quintal. Pimenta é bom? / A pimenta é boa?;
Como saber quando o adjetivo tem valor de adjun- � Menos / pseudo
to adnominal ou predicativo do sujeito? Substitua os São invariáveis.
substantivos por um pronome: Ex.: Havia menos violência antigamente.
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
(substitui-se por “eles”) to é pseudo-objetivo;
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles � Muito / bastante
existem complicados”. Quando modificam o substantivo: concordam com
Como o adjetivo desapareceu com a substituição, ele.
então é um adjunto adnominal. Quando modificam o verbo: invariáveis.
Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
z Com função de predicativo do objeto irritados.
Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- tante irritados.
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- Se ambos os termos puderem ser substituídos por
dância com o termo mais próximo. “vários”, ficarão no plural. Se puderem ser substi-
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados. tuídos por “bem”, ficarão invariáveis;
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e � Tal qual
seus subordinados. Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
com o substantivo posterior.
Algumas Convenções Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais os
pais.
� Obrigado / próprio / mesmo Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais
Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”. quais os pais.
A própria enfermeira virá para o debate. z Silepse (também chamada concordância figurada)
Elas mesmas conversaram conosco. É a que se opera não com o termo expresso, mas o
que está subentendido.
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
Dica
linda!)
O termo mesmo no sentido de “realmente” será Estaremos aberto no final de semana. (Estaremos

60
invariável. com o estabelecimento aberto no final de semana.)

8-
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação. Os brasileiros estamos esperançosos. (Nós, brasi-

48
leiros, estamos esperançosos.);

6.
z Só / sós � Possível 15
Variáveis quando significarem “sozinho” / Concordará com o artigo, em gênero e número, em
.
20

“sozinhos”. frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o “pior”.


-4

Invariáveis quando significarem “apenas, Ex.: Conheci crianças o mais belas possíveis. /
Conheci crianças as mais belas possíveis.
ra

somente”.
ei

Ex.: As garotas só queriam ficar sós. (As garotas


liv

apenas queriam ficar sozinhas.) PLURAL DE COMPOSTOS


O

A locução “a sós” é invariável.


de

Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de Substantivos


ficar a sós;
os

� Quite / anexo / incluso O adjetivo concorda com o substantivo referen-


am

Concordam com os elementos a que se referem. te em gênero e número. Se o termo que funciona
R

Ex.: Estamos quites com o banco. como adjetivo for originalmente um substantivo fica
e

Seguem anexas as certidões negativas. invariável.


m

Inclusos, enviamos os documentos solicitados; Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola. (pérola
er

� Meio também é um substantivo; mantém-se no singular)


lh
ui

Quando significar “metade”: concordará com o Ternos cinza e camisas amarelas. (cinza também é
G

elemento referente. um substantivo; mantém-se no singular)


Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
Quando significar “um pouco”: será invariável. Adjetivos
Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora);
� Grama Quando houver adjetivo composto, apenas o últi-
Quando significar “vegetação”, é feminino; quan- mo elemento concordará com o substantivo referente.
do significar unidade de medida, é masculino. Os demais ficarão na forma masculina singular.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha. Se um dos elementos for originalmente um subs-
“A grama do vizinho sempre é mais verde.”; tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável.
� É proibido entrada / É proibida a entrada Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde-musgo.
Se o sujeito vier determinado, a concordância do No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o
verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou plural, pois ambos são adjetivos.
seja, tanto o verbo quanto o predicativo concorda- No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no
rão com o determinante. singular, assim como “verde”, por ser substantivo.
Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta cami- Nesse caso, o termo composto não concorda com o
44 nhada está boa. plural do substantivo referente, “folhas”.
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Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar. � Nos substantivos compostos grafados ligada-
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” tam- mente, sem hífen:
bém pode ser um substantivo. girassol – girassóis;
O termo “mar” fica invariável por seguir a mesma pontapé – pontapés;
lógica de “musgo” do exemplo anterior. mandachuva – mandachuvas;
fidalgo – fidalgos;
Dica � Nos substantivos compostos formados com
grão, grã e bel:
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- grão-duque – grão-duques;
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são grã-fino – grã-finos;
sempre invariáveis. bel-prazer – bel-prazeres.
Oadjetivocompostopele-vermelhatemosdoisele- Não flexão dos elementos;
mentos flexionados no plural (peles-vermelhas). � Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elementos
formadores, que se mantêm invariáveis. Isso ocor-
Lista de Flexão dos Dois Elementos re em frases substantivadas e em substantivos
compostos por um tema verbal e uma palavra
� Nos substantivos compostos formados por pala- invariável ou outro tema verbal oposto:
vras variáveis, especialmente substantivos e o disse me disse – os disse me disse;
adjetivos: o leva e traz – os leva e traz;
segunda-feira – segundas-feiras; o cola-tudo – os cola-tudo.
matéria-prima – matérias-primas;
couve-flor – couves-flores;
guarda-noturno – guardas-noturnos;
primeira-dama – primeiras-damas; REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
� Nos substantivos compostos formados por
temas verbais repetidos: Regência é a maneira como o nome ou o verbo se
corre-corre – corres-corres; relacionam com seus complementos, com ou sem pre-
pisca-pisca – piscas-piscas; posição. Quando um nome (substantivo, adjetivo ou
pula-pula – pulas-pulas. advérbio) exige complemento preposicionado, esse
Nestes substantivos também é possível a flexão nome é um termo regente, e seu complemento é um
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca- termo regido, pois há uma relação de dependência

60
-piscas, pula-pulas. entre o nome e seu complemento.

8-
O nome exige um complemento nominal sempre ini-

48
Flexão Apenas do Primeiro Elemento ciado por preposição, exceto se o complemento vier em

6.
forma de pronome oblíquo átono.
z Nos substantivos compostos formados por subs- 15
Ex.: Os discípulos daquele mestre sempre lhe
.
20
tantivo + substantivo em que o segundo termo foram leais.
-4

limita o sentido do primeiro termo: Observação: Complemento de “lhe”: predicativo


decreto-lei – decretos-lei; do sujeito (desprovido de preposição)
ra

cidade-satélite – cidades-satélite; Pronome oblíquo átono: lhe


ei

público-alvo – públicos-alvo;
liv

Foram leais: complemento de “lhe”, predicativo do


elemento-chave – elementos-chave. sujeito (desprovido de preposição).
O

Nestes substantivos também é possível a flexão


de

dos dois elementos: decretos-leis, cidades-satélites, REGÊNCIA VERBAL


os

públicos-alvos, elementos-chaves;
am

z Nos substantivos compostos preposicionados: Relação de dependência entre um verbo e seu


cana-de-açúcar – canas-de-açúcar;
R

complemento. As relações podem ser diretas ou indi-


pôr do sol – pores do sol;
e

retas, isto é, com ou sem preposição.


m

fim de semana – fins de semana; Há verbos que admitem mais de uma regência sem
er

pé de moleque – pés de moleque. que o sentido seja alterado.


lh

Ex.: Aquela moça não esquecia os favores recebidos.


ui
G

Flexão Apenas do Segundo Elemento V. T. D: esquecia


Objeto direto: os favores recebidos.
� Nos substantivos compostos formados por tema Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
verbal ou palavra invariável + substantivo ou V. T. I.: se esquecia
LÍNGUA PORTUGUESA

adjetivo: Objeto indireto: dos favores recebidos.


bate-papo – bate-papos; No entanto, na Língua Portuguesa, há verbos que,
quebra-cabeça – quebra-cabeças; mudando-se a regência, mudam de sentido, alterando
arranha-céu – arranha-céus; seu significado.
ex-namorado – ex-namorados; Ex.: Neste país aspiramos ar poluídos.
vice-presidente – vice-presidentes; (aspiramos = sorvemos)
� Nos substantivos compostos em que há repeti- V. T. D.: aspiramos
ção do primeiro elemento: Objeto direto: ar poluídos.
zum-zum – zum-zuns; Os funcionários aspiram a um mês de férias.
tico-tico – tico-ticos; (aspiram = almejam)
lufa-lufa – lufa-lufas; V. T. I.: aspiram
reco-reco – reco-recos; Objeto indireto: a um mês de férias 45
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A seguir, uma lista dos principais verbos que Chamei-lhe inteligente. (transitivo seguido de pre-
geram dúvidas quanto à regência: dicativo do objeto com sentido de “denominar,
qualificar”);
� Abraçar: transitivo direto � Custar: transitivo indireto; transitivo direto e indi-
Ex.: Abraçou a namorada com ternura. reto; intransitivo
O colar abraçava-lhe elegantemente o pescoço; Ex.: Custa-lhe crer na sua honestidade. (transitivo
� Agradar: transitivo direto; transitivo indireto indireto com sentido de “ser difícil”)
Ex.: A menina agradava o gatinho. (transitivo dire- A imprudência custou lágrimas ao rapaz. (transiti-
to com sentido de “acariciar”) vo direto e indireto: sentido de “acarretar”)
A notícia agradou aos alunos. (transitivo indireto Este vinho custou trinta reais. (intransitivo);
no sentido de “ser agradável a”); � Esquecer: admite três possibilidades
� Agradecer: transitivo direto; transitivo indireto; Ex.: Esqueci os acontecimentos.
transitivo direto e indireto Esqueci-me dos acontecimentos.
Ex.: Agradeceu a joia. (transitivo direto: objeto não Esqueceram-me os acontecimentos;
personificado) � Implicar: transitivo direto; transitivo indireto;
Agradeceu ao noivo. (transitivo indireto: objeto transitivo direto e indireto
personificado) Ex.: A resolução do exercício implica nova teoria.
(transitivo direto com sentido de “acarretar”)
Agradeceu a joia ao noivo. (transitivo direto e indi-
Mamãe sempre implicou com meus hábitos.
reto: refere-se a coisas e pessoas);
(transitivo indireto com sentido de “mostrar má
� Ajudar: transitivo direto; transitivo indireto
disposição”)
Ex.: Seguido de infinitivo intransitivo precedido da
Ele implicou-se em negócios ilícitos. (transitivo
preposição a, rege indiferentemente objeto direto
direto e indireto com sentido de envolver-se”);
e objeto indireto.
� Informar: transitivo direto e indireto
Ajudou o filho a fazer as atividades. (transitivo direto)
Ex.: Referente à pessoa: objeto direto; referente à
Ajudou ao filho a fazer as atividades. (transitivo
coisa: objeto indireto, com as preposições de ou
indireto) sobre
Se o infinitivo preposicionado for intransitivo, Informaram o réu de sua condenação.
rege apenas objeto direto: Informaram o réu sobre sua condenação.
Ajudaram o ladrão a fugir. Referente à pessoa: objeto direto; referente à coi-
Não seguido de infinitivo, geralmente rege objeto sa: objeto indireto, com a preposição a
direto: Informaram a condenação ao réu;

60
Ajudei-o muito à noite; � Interessar-se: verbo pronominal transitivo indi-

8-
� Ansiar: transitivo direto; transitivo indireto reto, com as preposições em e por

48
Ex.: A falta de espaço ansiava o prisioneiro. (tran- Ex.: Ela interessou-se por minha companhia;

6.
sitivo direto com sentido de “angustiar”) 15
Ansiamos por sua volta. (transitivo indireto com � Namorar: intransitivo; transitivo indireto; transi-
.
20

sentido de “desejar muito” – não admite “lhe” tivo direto e indireto


-4

como complemento); Ex.: Eles começaram a namorar faz tempo. (intran-


sitivo com sentido de “cortejar”)
ra

� Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto


Ele vivia namorando a vitrine de doces. (transitivo
ei

Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas. (transiti-


liv

indireto com sentido de “desejar muito”)


vo direto com sentido de “respirar”)
O

“Namorou-se dela extremamente.” (A. Gar-


Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
ret) (transitivo direto e indireto com sentido de
de

indireto no sentido de “desejar”);


“encantar-se”);
os

� Assistir: transitivo direto; transitivo indireto


� Obedecer/desobedecer: transitivos indiretos
Ex.: - Transitivo direto ou indireto no sentido de
am

Ex.: Obedeçam à sinalização de trânsito.


“prestar assistência”
R

Não desobedeçam à sinalização de trânsito;


O médico assistia os acidentados.
e

� Pagar: transitivo direto; transitivo indireto; transi-


m

O médico assistia aos acidentados.


tivo direto e indireto
er

- Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar” Ex.: Você já pagou a conta de luz? (transitivo direto)
lh

Não assisti ao final da série; Você pagou ao dono do armazém? (transitivo


ui
G

indireto).
O verbo assistir não pode ser empregado no particípio. Vou pagar o aluguel ao dono da pensão. (transitivo
É incorreta a forma “O jogo foi assistido por milha- direto e indireto);
res de pessoas.” � Perdoar: transitivo direto; transitivo indireto;
transitivo direto e indireto
� Casar: intransitivo; transitivo indireto; transitivo Ex.: Perdoarei as suas ofensas. (transitivo direto)
direto e indireto A mãe perdoou à filha. (transitivo indireto)
Ex.: Eles casaram na Itália há anos. (intransitivo) Ela perdoou os erros ao filho. (transitivo direto e
A jovem não queria casar com ninguém. (transiti- indireto);
vo indireto) � Suceder: intransitivo; transitivo direto
O pai casou a filha com o vizinho. (transitivo dire- Ex.: O caso sucedeu rapidamente. (intransitivo no
to e indireto); sentido de “ocorrer”).
� Chamar: transitivo direto; transitivo seguido de A noite sucede ao dia. (transitivo direto no sentido
predicativo do objeto de “vir depois”).
Ex.: Chamou o filho para o almoço. (transitivo dire-
46 to com sentido de “convocar”);
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REGÊNCIA NOMINAL z Mesóclise: pronome posicionado no meio do ver-
bo. Casos que atraem o pronome para mesóclise:
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
bios) exigem complementos preposicionados, exceto „ Os pronomes devem ficar no meio dos verbos
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono. que estejam conjugados no futuro, caso não
haja nenhum motivo para uso da próclise. Ex.:
Advérbios Terminados em “Mente” Dar-te-ei meus beijos agora... / Orgulhar-me-ei
dos nossos estudantes.
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a
regência dos adjetivos: z Ênclise: pronome posicionado após o verbo. Casos
análoga / analogicamente a que atraem o pronome para ênclise:
contrária / contrariamente a
compatível / compativelmente com „ Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me mui-
diferente / diferentemente de to honrada com esse título.
favorável / favoravelmente a „ Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por
paralela / paralelamente a favor.
próxima / proximamente a/de „ Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o
relativa / relativamente a quanto sou importante.

Proposições Semelhantes a Primeira Sílaba dos Casos proibidos:


Nomes a que se Referem
„ Início de frase: Me dá esse caderno! (errado) /
Alguns nomes regem preposições semelhantes a Dá-me esse caderno! (certo).
sua primeira sílaba. Vejamos: „ Depois de ponto e vírgula: Falou pouco; se lem-
dependente, dependência de brou de nada (errado) / Falou pouco; lembrou-
inclusão, inserção em -se de nada (correto).
inerente em/a „ Depois de particípio: Tinha lembrado-se do fato
descrente de/em (errado) / Tinha se lembrado do fato (correto).
desiludido de/com
desesperançado de
desapego de/a
convívio com CRASE

60
convivência com

8-
demissão, demitido de Outro assunto que causa grande dúvida é o uso da

48
encerrado em crase, fenômeno gramatical que corresponde à junção

6.
enfiado em da preposição a + artigo feminino definido a, ou da
15
imersão, imergido, imerso em junção da preposição a + os pronomes relativos aque-
.
20

instalação, instalado em le, aquela ou aquilo. Representa-se graficamente pela


-4

interessado, interesse em marcação (`) + (a) = (à).


intercalação, intercalado entre Ex.: Entregue o relatório à diretoria.
ra

supremacia sobre Refiro-me àquele vestido que está na vitrine.


ei
liv

Regra geral: haverá crase sempre que o termo


O

antecedente exija a preposição a e o termo conse-


de

quente aceite o artigo a.


COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Ex.: Fui à cidade (a + a = preposição + artigo)
os

Conheço a cidade (verbo transitivo direto: não exi-


Estudo da posição dos pronomes na oração.
am

ge preposição).
R

Vou a Brasília (verbo que exige preposição a +


z Próclise: pronome posicionado antes do verbo.
e

palavra que não aceita artigo).


m

Casos que atraem o pronome para próclise:


Essas dicas são facilitadoras quanto à orientação
er

no uso da crase, mas existem especificidades que aju-


lh

„ Palavras negativas: nunca, jamais, não. Ex.:


dam no momento de identificação:
ui

Não me submeto a essas condições.


G

„ Pronomes indefinidos, demonstrativos, rela-


Casos Convencionados
tivos. Ex: Foi ela que me colocou nesse papel.
„ Conjunções subordinativas. Ex.: Embora se
z Locuções adverbiais formadas por palavras
LÍNGUA PORTUGUESA

apresente como um rico investidor, ele nada


femininas:
tem.
Ex.: Ela foi às pressas para o camarim.
„ Gerúndio, precedido da preposição em. Ex:
Entregou o dinheiro às ocultas para o ministro.
Em se tratando de futebol, Maradona foi um
Espero vocês à noite na estação de metrô.
ídolo.
Estou à beira-mar desde cedo;
„ Infinitivo pessoal preposicionado. Ex.: Na
z Locuções prepositivas formadas por palavras
esperança de sermos ouvidos, muito lhe
femininas:
agradecemos.
Ex.: Ficaram à frente do projeto;
„ Orações interrogativas, exclamativas, opta-
z Locuções conjuntivas formadas por palavras
tivas (exprimem desejo). Ex.: Como te iludes!
femininas:
Ex.: À medida que o prédio é erguido, os gastos vão
aumentando; 47
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� Quando indicar marcação de horário, no plural Ex.: Não te dirijas a essa pessoa;
Ex.: Pegaremos o ônibus às oito horas. � Antes de nomes próprios, mesmo femininos, de
Fique atento ao seguinte: entre números teremos personalidades históricas
que de = a / da = à, portanto: Ex.: O documentário referia-se a Janis Joplin;
Ex.: De 7 as 16 h. De quinta a sexta. (sem crase) � Antes dos pronomes pessoais retos e oblíquos
Das 7 às 16 h. Da quinta à sexta. (com crase); Ex.: Por favor, entregue as frutas a ela.
� Com os pronomes relativos aquele, aquela ou aquilo: O pacote foi entregue a ti ontem;
Ex.: A lembrança de boas-vindas foi reservada � Nas expressões tautológicas (face a face, lado a
àquele outono. lado)
Por favor, entregue as flores àquela moça que está Ex.: Pai e filho ficaram frente a frente no tribunal
sentada. de justiça;
Dedique-se àquilo que lhe faz bem; � Antes das palavras casa, Terra ou terra, distância
sem determinante
� Com o pronome demonstrativo a antes de que ou
Ex.: Precisa chegar a casa antes das 22h.
de:
Astronauta volta a Terra em dois meses.
Ex.: Referimo-nos à que está de preto.
Os pesquisadores chegaram a terra depois da
Referimo-nos à de preto;
expedição marinha.
� Com o pronome relativo a qual, as quais:
Vocês o observaram a distância.
Ex.: A secretária à qual entreguei o ofício acabou
de sair.
As alunas às quais atribuí tais atividades estão de Crase Facultativa
férias.
Nestes casos, podemos escrever as palavras das
Casos Proibitivos duas formas: utilizando ou não a crase. Para entender
detalhadamente, observe as seguintes dicas:
Em resumo, seguem-se as dicas abaixo para melhor
orientação de quando não usar a crase. � Antes de nomes de mulheres comuns ou com quem
se tem proximidade
Ex.: Ele fez homenagem a/à Bárbara;
� Antes de nomes masculinos
� Antes de pronomes possessivos no singular
Ex.: “O mundo intelectual deleita a poucos, o mate-
Ex.: Iremos a/à sua residência;
rial agrada a todos.” (MM)
� Após preposição até, com ideia de limite
O carro é movido a álcool.
Ex.: Dirija-se até a/à portaria.

60
Venda a prazo;
“Ouvindo isto, o desembargador comoveu-se até
� Antes de palavras femininas que não aceitam

8-
às (ou “as”) lágrimas, e disse com mui estranho

48
artigos
afeto.” (CBr. 1, 67)
Ex.: Iremos a Fortaleza.

6.
Casos Especiais
15
.
Macete de crase:
20

Se vou a; Volto da = Crase há!


-4

Se vou a; Volto de = Crase pra quê? Veremos a seguir alguns casos que fogem à regra.
Quando se relacionar a instrumentos cujos nomes
ra

Ex.: Vou à escola / Volto da escola.


forem femininos, normalmente a crase não será utili-
ei

Vou a Fortaleza / Volto de Fortaleza;


liv

zada. Porém, em alguns casos, utiliza-se a crase para


O

evitar ambiguidades.
� Antes de forma verbal infinitiva
de

Ex.: Matar a fome. (Quando “fome” for objeto direto).


Ex.: Os produtos começaram a chegar.
Matar à fome. (Quando “fome” for advérbio de
os

“Os homens, dizendo em certos casos que vão falar


instrumento).
com franqueza, parecem dar a entender que o
am

Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto).


fazem por exceção de regra.” (MM);
R

Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de


� Antes de expressão de tratamento
e

instrumento).
Ex.: O requerimento foi direcionado a Vossa
m
er

Excelência;
Quando Usar ou Não a Crase em Sentenças com
lh

� No a (singular) antes de palavra no plural, quando


Nomes de Lugares
ui

a regência do verbo exigir preposição


G

Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes;


� Antes dos pronomes relativos quem e cuja z Regidos por preposições de, em, por: não se usa crase
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem entregamos Ex.: Fui a Copacabana. (Venho de Copacabana,
o pacote. moro em Copacabana, passo por Copacabana);
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio; � Regidos por preposições da, na, pela: usa-se crase
� Antes de pronomes indefinidos alguma, nenhu- Ex.: Fui à Bahia. (Venho da Bahia, moro na Bahia,
ma, tanta, certa, qualquer, toda, tamanha passo pela Bahia).
Ex.: Direcione o assunto a alguma cláusula do
contrato. Macetes
Não disponibilizaremos verbas a nenhuma ação
suspeita de fraude. z Haverá crase quando o “à” puder ser substituído
Eles estavam conservando a certa altura. por ao, da na, pela, para a, sob a, sobre a, contra
Faremos a obra a qualquer custo. a, com a, à moda de, durante a;
A campanha será disponibilizada a toda a comunidade; z Quando o de ocorre paralelo ao a, não há crase.
� Antes de demonstrativos Quando o da ocorre paralelo ao à, há crase;
48
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z Na indicação de horas, quando o “à uma” puder Verbos terminados em -ger e -gir. Ex.: Proteger, fugir;
ser substituído por às duas, há crase. Quando o a Usamos J em formas verbais terminadas em -jar ou
uma equivaler a a duas, não ocorre crase; -jer. Ex.: Viajar, lisonjear.
z Usa-se a crase no “a” de àquele(s), àquela(s) e àqui- Termos derivados do latim escritos com j;
lo quando tais pronomes puderem ser substituídos z É com Ç ou S? Após ditongos, usamos, geralmente,
por a este, a esta e a isto; Ç quando houver som de S, e escrevemos S quando
z Usa-se crase antes de casa, distância, terra e houver som de Z. Ex.: Eleição; Neusa; coisa;
nomes de cidades quando esses termos estiverem z É com S ou com Z? Palavras que designam nacio-
acompanhados de determinantes. Ex.: Estou à dis- nalidade ou títulos de nobreza e terminam em -ês
tância de 200 metros do pico da montanha. e -esa devem ser grafadas com S. Ex.: Norueguesa;
inglês; marquesa; duquesa.
A compreensão da crase vai muito além da estética Palavras que designam qualidade, cuja termina-
gramatical, pois serve também para evitar ambigui- ção seja -ez ou -eza, são grafadas com Z:
dades comuns, como o caso seguinte: Lavando a mão. Embriaguez; lucidez; acidez.
Nessa ocasião, usa-se a forma “Lavando a mão”,
pois “a mão” é o objeto direto, e, portanto, não exi- Essas regras para correção ortográfica das pala-
ge preposição. Usa-se a forma “à mão” em situações vras, em geral, apresentam muitas exceções; por isso é
como “Pintura feita à mão”, já que “à mão” seria o importante ficar atento e manter uma rotina de leitu-
advérbio de instrumento da ação de pintar. ra, pois esse aprendizado é consolidado com a prática.
Sua capacidade ortográfica ficará melhor a partir da
leitura e da escrita de textos, por isso, recomendamos
que se mantenha atualizado e leia fontes confiáveis de
ORTOGRAFIA OFICIAL
informação, pois além de contribuir para seu conhe-
cimento geral, sua habilidade em língua portuguesa
As regras de ortografia são muitas e, na maioria
também aumentará.
dos casos, contraproducentes, tendo em vista que a
lógica da grafia e da acentuação das palavras, muitas
vezes, é derivada de processos históricos de evolução
da língua.
Por isso, vale lembrar a dica de ouro do aluno cra-
HORA DE PRATICAR!
que em ortografia: leia sempre! Somente a prática de
leitura irá lhe garantir segurança no processo de gra- 1. (VUNESP — 2022) Assinale a alternativa em que todas
fia das palavras. as palavras estão corretamente grafadas.

60
Em relação à acentuação, por outro lado, a maior

8-
parte das regras não são efêmeras, porém, são em a) Um parecer abalisado deve ser solicitado afim de diri-

48
grande número. Neste material, iremos apresen- mir as dúvidas.

6.
tar uma forma condensada e prática de nunca mais b) Pode-se considerar excessão haver processos parali-
15
esquecer os acentos e os motivos pelos quais as pala- zados nesse setor.
.
20

vras são acentuadas. c) O solo excessivamente umidecido não favorece o


-4

Ainda sobre aspectos ortográficos da língua portu- plantio desse tipo de milho.
d) Não se considera privilégio o bônus, já que é conces-
ra

guesa, é importante estarmos atentos ao uso de letras


são por mérito.
ei

cujos sons são semelhantes e geram confusão quanto


liv

à escrita correta. Veja: e) Desafetos desde a juventude, os parlamentares se


O

degladiam durante as seções da Câmara.


de

z É com X ou CH? Empregamos X após os ditongos.


Ex.: Ameixa, frouxo, trouxe. 2. (VUNESP — 2022) Leia o texto, para responder à questão.
os
am

Em uma sociedade desigual, aqueles que alcançam o


USAMOS X: USAMOS CH:
R

topo querem acreditar que seu sucesso tem justificativa


e

moral. Em uma sociedade de meritocracia*, isso signifi-


m

� Depois da sílaba em, se � Depois da sílaba em, se


ca que os vencedores devem acreditar que conquista-
er

a palavra não for deri- a palavra for derivada de


ram o sucesso através do próprio talento e empenho.
lh

vada de palavras inicia- palavras iniciadas por


Quem entra em uma universidade pública de prestígio
ui

das por CH: enxerido, CH: encher, encharcar


G

com credenciais brilhantes se orgulha da conquista e


enxada � Em palavras derivadas
considera que o fez por conta própria. Mas isso, de cer-
� Depois de ditongo: cai- de vocábulos que são
ta forma, é ilusório. Ainda que seja verdade o fato de a
xa, faixa grafados com CH: re-
entrada refletir dedicação e empenho, não se pode dizer
LÍNGUA PORTUGUESA

� Depois da sílaba inicial cauchutar, fechadura


que foi somente resultado da própria ação. E o que dizer
me se a palavra não for
a respeito de pai, mãe e professores que ajudaram ao
derivada de vocábulo
longo do caminho? E a sorte de viver em uma sociedade
iniciado por CH: mexer,
que cultiva e recompensa os talentos que eles por acaso
mexilhão
têm?
As pessoas que, por meio de um pouco de esforço e
Fonte: instagram/academiadotexto. Acesso em: 10 out. 2020.
talento, prevalecem em uma meritocracia ficam endivi-
dadas de uma forma que a competição ofusca. À medida
z É com G ou com J? Usamos G em substantivos termi- que a meritocracia se intensifica, o esforço nos absorve
nados em: -agem; igem; -ugem. Ex.: Viagem, ferrugem; tanto que o fato de estarmos endividados sai de vista.
Palavras terminadas em: ágio, -égio, -ígio, -ógio,
-úgio. Ex.: Sacrilégio, pedágio.
49
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dessa maneira, até mesmo uma meritocracia justa, uma Tenho encontrado defensores e detratores apaixona-
em que não haja trapaça, ou suborno, ou privilégios dos da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem
especiais para os ricos, induz a uma impressão equivo- menos leitores. Lanço o desafio cheio de esperança
cada: de que chegamos lá por conta própria. Os anos de no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo
árduo esforço exigidos de candidatos a universidades de Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e
elite praticamente os obriga a acreditar que o sucesso examinar a obra, (...) emita sua sagrada opinião, ago-
deles é resultado das próprias ações, e, se fracassarem, ra com certo embasamento. Educação é algo muito
não terão a quem culpar, a não ser a si mesmos. sério. Paulo Freire encarou o gravíssimo drama do
Esse é um fardo pesado para pessoas jovens carrega- analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama:
rem. Além disso, corrói sensibilidades cívicas. Porque pessoas que possuem a capacidade de ler e se recu-
quanto mais pensarmos em nós como pessoas que sam a fazê-lo.
vencem pelo próprio esforço e que são autossuficientes,
mais difícil será aprender a ter gratidão e humildade. E (Leandro Karnal. O desafio. Jomal O Estado de São Paulo, set.2021.
sem esses sentimentos é difícil se importar com o bem Adaptado)
comum.
O ingresso em universidades não é a única ocasião Assinale a alternativa cujo termo em destaque forma
para discussões sobre mérito. Na política contem- o plural em —ões, assim como no termo em destaque
porânea, há uma abundância de debates acerca de do trecho — ...formulação de opiniões.
quem merece o quê. Na superfície, esses debates são
sobre o que é justo – todo mundo tem oportunida- a) É preciso manifestar o desejo de ser doador de órgão.
des verdadeiramente iguais para competir por bens b) A Constituição garante o direito do cidadão.
desejáveis e posições sociais? No entanto, nossas c) O carnaval tem sido aguardado pelo folião.
discordâncias a propósito do mérito não são apenas d) É preciso saber partilhar o pão.
em relação a ser justo mas também quanto a como e) Nem sempre o nosso irmão é de sangue.
definimos sucesso e fracasso, vencer e perder, e o
comportamento que vencedores devem direcionar 4. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão.
àqueles menos bem-sucedidos do que eles. Essas
são questões bastante pesadas e que tentamos evi- Consciência de herança
tar, até o momento em que elas se lançam sobre nós.
Precisamos perguntar se a solução para nossa políti- Quando terminava o ano letivo, Fabrício tinha a mis-
ca conflituosa é viver mais fielmente pelo princípio do são de reunir os livros usados em aula e apagar o que
mérito ou buscar um bem comum além da classifica- tinha escrito para poder oferecê-los ao irmão caçula.

60
ção e da luta. Era uma obrigação limpar as respostas. Por vários

8-
* meritocracia: sistema de recompensa e/ou promo- dias e duas borrachas brancas, fazia desaparecer

48
ção fundamentado no mérito pessoal aquilo que aprendera durante uma série inteira.

6.
Da lista escolar, os pais apenas compravam os cader-
(Michael J. Sandel. A tirania do mérito: o que aconteceu com o bem
. 15
nos. Estudavam todos na mesma escola e reutilizavam
20
comum? Trad. Bhuvi Libanio. – 4a ed. Rio de Janeiro: Civilização os livros de exercícios. História, Geografia, Matemática,
Brasileira, 2021. Excerto adaptado)
-4

Língua Portuguesa e Ciências... as obras migravam de


um nome para outro sem trocar o sobrenome. O irmão
ra

Assinale a alternativa em que as palavras extraídas Rodrigo era como um adubo do conhecimento de Fabrí-
ei

do texto recebem acento em atendimento à mesma cio, pois nunca deixava nenhum exercício sem preencher.
liv

regra de acentuação gráfica, de acordo com a norma- Predominava na época uma grave consciência de heran-
O

-padrão da língua portuguesa. ça que Fabrício deveria seguir. Jamais ele recebia um
de

livro inédito. Quando usava o livro, tomava cuidado para


os

a) privilégios; lá; política. não afundar demais o lápis, já pensando no irmão Miguel,
b) árduo; contemporânea; discordâncias.
am

que herdaria o livro no ano seguinte. Por isso escrevia


c) através; próprio; pública. leve, acariciando a folha. Não podia rasgar, prejudicar a
R

d) prestígio; abundância; além. capa, desenhar nas bordas, colar adesivos. A responsa-
e

e) ilusório; até; cívica.


m

bilidade já aparecia na ponta dos dedos de Fabrício.


er

Havia a noção de que o livro era coletivo, não pes-


lh

3. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão. soal. Representava um patrimônio de todos os filhos.
ui

Estudar significava cuidar. Assim Fabrício foi educado


G

O desafio a não ser egoísta e possessivo, a não se sentir dono


da verdade, aprendendo a ceder espaço para quem
Vou desafiar meus leitores e minhas leitoras. É um vinha depois dele. Livro importante era, para todos os
convite a uma posição mais científica na formulação irmãos, livro passado adiante.
de opiniões. O pensamento científico tenta enfren-
tar o que for “preconceito”. Dentre muitos sentidos, (Fabrício Carpinejar. Cuide dos pais antes que seja tarde. 5a ed. Rio
a palavra indica um conceito surgido antes da expe- de Janeiro: Bertrand, 2018. Adaptado)
riência, algo que está na cabeça sem observação da
realidade. Como na parábola dos cegos que apalpam A alternativa em que a palavra destacada atribui uma
um elefante, uns imaginam que a forma do mamiífe- qualidade ao vocábulo anterior é:
ro seja de uma espada por tocarem no marfim, outro
afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um a) Era uma obrigação limpar as respostas. (1o parágrafo)
terceiro garante que é uma mangueira por ter encos- b) ... fazia desaparecer aquilo que aprendera... (1o
tado, exclusivamente, na tromba. (...) parágrafo)

50
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c) Da lista escolar, os pais apenas compravam os cader- c) Isso ocorre porque a prosperidade duradoura depen-
nos. (2° parágrafo) de de um fluxo constante de inovações...
d) ... nunca deixava nenhum exercício sem preencher. d) ... não asseguram a liberdade necessária para que
(2° parágrafo) ciência e tecnologia se desenvolvam.
e) Representava um patrimônio de todos os filhos. (4° e) Já vimos ditaduras colapsarem porque ficaram para
parágrafo) trás na corrida tecnológica.

5. (VUNESP — 2022) Leia o texto, para responder à 6. (VUNESP — 2022) Fabrício e os irmãos     dividir os
questão. materiais escolares, e os pais procuravam     saber
dividir brinquedos e outros objetos.
China ultrapassa os EUA na produção científica
As lacunas do enunciado devem ser preenchidas, na
Pela primeira vez, a China superou os EUA em produ- ordem em que se apresentam, considerando a nor-
ção científica. Em 2020, instituições chinesas publi- ma-padrão da língua portuguesa, por:
caram 788 mil artigos contra 767 mil das americanas.
É possível relativizar esse dado. a) foram educado para ... capacitá-lo a
A China tem uma população quatro vezes maior que b) foram educados em ... capacitá-los à
a americana, de modo que a produção per capita c) foi educado para ... capacitá-los a
dos EUA ainda é superior. A China também não tem d) foram educados de ... capacitá-lo à
ganhado tantos prêmios Nobel quanto os EUA, o que e) foram educados para ... capacitá-los a
faz supor que, nas áreas mais relevantes, os ameri-
canos liderem. Tudo isso é verdade, mas o fato é que 7. (VUNESP — 2022) Leia fragmento da reportagem.
a ciência chinesa vem evoluindo de forma robusta.
Nada indica que um apagão esteja próximo. Num mundo ideal, o tamanho e a dieta dos peixes
A questão é relevante para os economistas liberais, não seriam um problema. Mas, num mundo como o
particularmente os da escola institucionalista*. Para nosso,      os oceanos se transformaram em
eles, o crescimento sustentável só é possível quan- depósito do lixo produzido pelo homem, esses são
do as instituições políticas de um país são inclusivas aspectos      não podem ser ignorados.
e seus cidadãos gozam de liberdade para decidir o
que farão de suas vidas e recursos. Isso ocorre por- Assinale a alternativa que apresenta termos que preen-
que a prosperidade duradoura depende de um fluxo chem, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
constante de inovações, que resulte em ganhos de

60
produtividade. Ainda segundo os institucionalistas, a) que … que

8-
regimes autoritários, como o chinês, não asseguram b) em que … cujos

48
a liberdade necessária para que ciência e tecnologia c) em que … que

6.
se desenvolvam. d) cujos … de que
É possível que tais economistas tenham razão e que a
15
e) que … de que
.
20

China, por um déficit de liberdade, não consiga man-


-4

ter o ritmo. Já vimos ditaduras colapsarem porque 8. (VUNESP — 2022) Leia a tira para responder à
ficaram para trás na corrida tecnológica. O caso mais
ra

questão.
notório é o da URSS, que, embora tenha chegado a
ei
liv

liderar a ciência espacial, não foi capaz de manter-


-se competitiva em outras áreas, com reflexos na
O

economia.
de

Mas não dá para descartar a hipótese de que os ins-


os

titucionalistas estejam errados. Não me parece em


am

princípio impossível para um regime assegurar as


liberdades necessárias para manter a ciência e a eco-
R

nomia funcionando sem estendê-las à política. Dita-


e
m

duras podem se reinventar.


er

* Corrente de pensamento econômico que anali-


lh

sa o papel instituições para o comportamento da


ui

economia.
G

(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/


helioschwartsman/ 2021/12/china-ultrapassa-os-eua-na-
LÍNGUA PORTUGUESA

producao-cientifica.shtml.
31.12.2021. Adaptado)

A forma verbal destacada na frase “Mas não dá para


descartar a hipótese de que os institucionalistas este-
jam errados” exprime a ideia de possibilidade, assim
como a forma verbal destacada em:

a) Pela primeira vez, a China superou os EUA em produ-


ção científica.
b) ... o que faz supor que, nas áreas mais relevantes, os
americanos liderem. (Laerte, “Piratas do Tietê”. Folha de S.Paulo, 09.02.2022)
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Na frase “Ainda está com raiva?”, o termo destacado E assim, num simples gesto, temos o perfil, o retrato,
expressa ideia de a alma do antigo jovem. Hoje, não. Outro dia, fui tes-
temunha auditiva e ocular de um episódio patético.
a) modo, como também na frase: “Não foi dormir porque Vinha eu, em pé, num ônibus apinhado. Passageiros
ainda tem trabalho para fazer.” amassados uns contra os outros. Essa promiscuida-
b) tempo, como também na frase: “Você sabia que ainda de abjeta desumanizava todo mundo. O sujeito perdia
é possível fazer a inscrição para o curso?” a noção da própria identidade e tinha uma sensação
c) dúvida, como também na frase: “Não sei se ele ainda de bicho engradado. Pois bem. E, de repente, o ônibus
quer viajar conosco nas férias em janeiro.” para, e entra, exatamente, uma senhora grávida.
d) afirmação, como também na frase: “A sala está aberta Oitavo ou nono mês.
porque ainda há alguns alunos estudando lá.” O ônibus estava vibrante, rumoroso de jovens estu-
e) intensidade, como também na frase: “Ele falou tanto e dantes. Imaginei que esses latagões(*) iam dar uns
ainda tem fôlego para umas duas palestras.” dez lugares à mater recém-chegada. Pois bem. Nin-
guém se mexeu e, repito, ninguém piou. E foi aí que
9. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder a questão. percebi subitamente tudo.
Ali estava uma nova geração, sem nenhuma seme-
Livros já venderam mais em 2021 do que em todo o ano lhança com as anteriores. Durante meia hora a pobre
passado, mostra pesquisa mulher ficou em pé, no meio da passagem. Faço uma
ideia das cambalhotas que não virou o filho. Eis o que
A venda de livros em 2021 já superou todo o acumula- importa destacar: – ela viajou e desceu, e não teve a
do do ano passado em apenas dez meses, mostrando caridade de ninguém.
que o mercado editorial vive um momento promis-
sor. Foram vendidos 43,9 milhões de livros este ano, (Nelson Rodrigues, Jovens imbecilizados pelos velhos. O óbvio
ululante: primeiras confissões. Adaptado)
quando em todo o ano de 2020 se comercializaram 41
(*) latagões: homens jovens, robustos e de grande
,9 milhões de exemplares: o crescimento foi de 33%
estatura.
em quantidade de livros e de 31 % em faturamento.
Considere a passagem do primeiro parágrafo: Se uma
Vale lembrar que, se o início da quarentena represen-
delas tomava o bonde, três, quatro ou cinco jovens se
tou um baque forte para o mercado editorial, ele se
arremessavam. E a boa e ofegante senhora tinha seu
recuperou em poucos meses e terminou o ano passa-
canto, tinha seu espaço.
do com um resultado favorável. Editores têm aponta-
Do ponto de vista semântico, a oração iniciada pela
do que a pandemia estimulou a leitura, restando como
conjunção “E” introduz informação cuja noção é, em
uma possibilidade de lazer ainda acessível durante o

60
relação à oração precedente, de
período de quarentena.

8-
A política de descontos agressiva das plataformas

48
a) consequência.
online também ajudou a aumentar as vendas. Quem

6.
b) modo.
ainda sofre são as livrarias físicas, ameaçadas pela 15
c) restrição.
competição com gigantes virtuais que são capazes
.
d) condição.
20

de praticar preços mais baixos. O setor tem, por moti-


e) concessão.
-4

vos como esse, voltado a se aglutinar em torno da


ideia de uma lei que estabeleça preço fixo para livros
ra

recém-lançados. 11. (VUNESP — 2022) Leia o texto, para responder a questão.


ei
liv

Uma geração de extraterrestres


O

(Walter Porto. htlps:l/www1.folha. uol.com.br/ilustrada/2021


/12/ livros-ja-venderam-mais-em-2021 -do-que-em-todo-o-
de

anopassado- mostra -pesqu isa.shtml. 06.12.2021. Adaptado) Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais
os

aguda na França de hoje e, como todo bom filósofo, é


am

O termo destacado na frase do último parágrafo - O capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atua-
setor tem, por motivos como esse, voltado a se aglu- lidade. Uso despudoradamente (à exceção de alguns
R

tinar em torno da ideia de uma lei. .. - forma uma comentários pessoais) um belíssimo artigo de Serres
e
m

expressão que enuncia publicado em março de 2010 que recorda coisas que,
er

para os leitores mais jovens, dizem respeito aos filhos


lh

a) a causa de o setor aglutinar-se em torno da ideia de e, para nós, mais velhos, aos netos.
ui

uma lei. Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um


G

b) oposição à aglutinação do setor em torno da ideia de porco, uma vaca, uma galinha. Os novos seres huma-
uma lei. nos não estão mais habituados a viver na natureza, e
c) o modo de o setor aglutinar-se em torno da ideia de só conhecem as cidades. Trata-se de uma das maiores
uma lei. revoluções antropológicas depois do neolítico’ .
d) o tempo da aglutinação do setor em torno da ideia de Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não
uma lei. conhecem guerras, beneficiam-se de uma medicina
e) a finalidade de o setor aglutinar-se em torno da ideia avançada e não sofrem como sofreram seus antepas-
de uma lei. sados. Então, que obras literárias poderão apreciar,
visto que não conheceram a vida rústica, as colheitas,
10. (VUNESP — 2022) Ainda alcancei a geração que cedia o os monumentos aos caídos, as bandeiras dilaceradas
lugar às senhoras grávidas. Se uma delas tomava o bon- pelas balas inimigas, a urgência vital de uma moral?
de, três, quatro ou cinco jovens se arremessavam. E a Foram formados por meios de comunicação conce-
boa e ofegante senhora tinha seu canto, tinha seu espa- bidos por adultos que reduziram a sete segundos o
ço. E, quando ia pagar a passagem, dizia o luso condutor tempo de permanência de uma imagem e a quinze
por trás dos bigodões: “Já está paga, já está paga!”. segundos o tempo de resposta às perguntas.
52
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São educados pela publicidade que exagera nas abre- Parece absurdo que alguém nunca tenha escutado
viações e nas palavras estrangeiras e faz com que a respeito da cantora Anitta, por exemplo, mas, há
percam o senso da língua materna. A escola não é pouco tempo, um advogado me perguntou quem era.
mais o local da aprendizagem e, habituados aos com- Fiquei chocada. Questiono-me se é possível jamais
putadores, esses jovens vivem boa parte da sua vida ter ouvido falar de Anitta. Foi aí que me dei conta de
no virtual. Nós vivíamos num espaço métrico percep- que eu estava caindo na armadilha comum de achar
tível, e eles vivem num espaço irreal onde vizinhanças que, se alguém ignora a existência de uma celebrida-
e distâncias não fazem mais a menor diferença. de, não passa de um esnobe.
Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das Antigamente, as capas de revista consagravam car-
possibilidades de administrar as novas exigências da reiras. A televisão era o eletrodoméstico mais impor-
educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de tante da casa. Todo mundo conhecia o rei do iê iê iê, o
um período semelhante, pela subversão total, ao da galã da novela, a miss de cetro e coroa. Eram intocá-
invenção da escrita e, séculos depois, da imprensa. veis, distantes, quase sobrenaturais — pois raros.
Só que estas novas técnicas hodiernas mudam em Hoje você grava um vídeo caseiro, posta na internet, cai
grande velocidade. Por que não estávamos prepara- nas graças de uns, viraliza e dentro de um ano pode estar
dos para esta transformação? morando numa mansão, e quem vai dizer que o valor
Serres conclui que talvez a culpa seja também dos passou ao largo? Quase sempre o êxito vem do talento
filósofos, que, por profissão, deveriam prever as artístico, mas pode vir também do faro para tendências,
mudanças dos saberes e das práticas e não o fizeram para criar conteúdo motivacional, para fazer dinheiro nas
de maneira suficiente porque, “empenhados na políti- redes.
ca de todo dia, não viram chegar a contemporaneida- Nós, os sobreviventes da era analógica, não consegui-
de”. Não sei se Serres tem toda razão, mas alguma ele mos acompanhar tanta novidade circulando pelo palco
tem. digital. Eu já me perdoei por não conseguir estar informa-
‘ Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo da sobre tudo e sobre todos, mesmo trabalhando num
desenvolvimento da agricultura e a domesticação de veículo de comunicação. De que planeta eu vim?
animais. De outro século e deste aqui, vim lá de trás e de hoje cedo,
administro como posso o meu passado e este presente
(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade intenso, me espanto com a oferta atordoante de eventos
liquida. 2 ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017. Excerto adaptado) e existências, tantas que nem todas são por mim assimi-
ladas. Não é esnobismo, não; é esse tempo agora, voraz.
Considere as frases do 2º e 3º parágrafos,
respectivamente: (Martha Medeiros. Tanto tudo. https://oglobo.globo.com,

60
14.11.2021. Adaptado)

8-
� Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram

48
um porco, uma vaca, uma galinha. Nos trechos “Foi aí que me dei conta de que eu estava

6.
� Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não caindo na armadilha comum…” (2o parágrafo) e “Quase
conhecem guerras ...
.15
sempre o êxito vem do talento artístico…” (4o parágrafo),
os vocábulos destacados, no contexto em que se encon-
20

Assinale a alternativa em que as formas pronominais tram, têm, respectivamente, como sinônimo e antônimo:
-4

que substituem os temos destacados atendem à norma


ra

padrão de uso dos pronomes e de colocação pronominal. a) simples e sucesso.


ei

b) excepcional e derrota.
liv

a) ... estes filhos ou netos nunca lhes viram. / ... os c) transponível e incerteza.
O

jovens europeus não lhes conhecem ... d) frequente e fracasso.


de

b) .. . estes filhos ou netos nunca lhes viram. / ... os e) singular e revés.


os

jovens europeus não conhecem-nas ...


am

c) ... estes filhos ou netos nunca os viram. / ... os jovens 13. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão.
europeus não as conhecem ...
R

d) .. . estes filhos ou netos nunca viram-nos. / ... os Os saltos da natureza


e
m

jovens europeus não lhes conhecem ...


er

e) ... estes filhos ou netos nunca viram-lhes. / ... os “Natura non facit saltus” (a natureza não dá pulos). A
lh

jovens europeus não conhecem-lhes ... frase é do filósofo alemão Leibniz, mas quem a popu-
ui

larizou foi Charles Darwin, que a repete seis vezes em


G

12. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão. “A Origem das Espécies”. Não é para menos. A lição
fundamental do darwinismo é que a evolução ocorre
Você sabe que os anos estão passando quando não através de pequenas modificações que se acumulam
LÍNGUA PORTUGUESA

identifica mais quem são as pessoas que a maioria na profundidade do tempo geológico. Todavia, quan-
da população admira. Há um sem-número de ídolos do se discute o lugar do homem no mundo biológico,
populares que, se entrassem num elevador comigo, eu esquecemos esse princípio e embarcamos em narra-
não faria ideia de quem seriam, enquanto, para seus tivas que nos colocam no ápice da criação.
fãs, compartilhar com eles os poucos segundos entre Esse suposto excepcionalismo humano fica escanca-
o térreo e o décimo andar ressignificaria a vida. Muitos rado na questão da consciência. Por muito tempo a
artistas estão neste exato instante quebrando recordes, descrevemos como atributo exclusivamente humano.
fazendo lives acompanhadas por milhões de seguidores, Melhores e mais recentes pesquisas, entretanto, vão
e, ao ouvir seus nomes pela primeira vez, eu talvez os revelando que não é bem assim. Ainda que bichos
confundisse com algum ex-colega de faculdade. não se mostrem capazes de perguntar pelo sentido
da vida, há indícios de que boa parte do reino animal
apresenta algum grau de consciência.
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O livro “Super Fly” (supermosca), de Jonathan Bal- Bilionários
combe, estende esse esforço aos Diptera, ordem que
inclui moscas, mosquitos, mutucas e borrachudos. Fernando Schüler
O autor descreve vários experimentos sugestivos de
que até as modestas moscas de fruta são capazes de No auge da brabeza global pela compra do Twitter,
comportamentos flexíveis e com intencionalidade – por Erlon Musk, li um curioso argumento, dito por
marcas da consciência. Parentes delas, três tipos de um ativista de redes sociais. Segundo ele, toda vez
formiga passariam até no teste de se reconhecer no que Musk fica mais rico, a humanidade ficaria mais
espelho, categoria em que está a elite intelectual da pobre. Na sua cabeça, a riqueza global deve ser como
bicharada, representada por humanos, chimpanzés, uma espécie de bolo gigante, de modo que, se algum
golfinhos e mais poucas espécies. guloso pega um naco muito grande para si, sobra
As repercussões desses achados para a ética não menos para os demais. Uma deputada resolveu ser
são desprezíveis. Fica mais difícil encontrar limites mais direta: bilionários “nem deveriam existir”, disse
naturais para definir quais animais devem ser obje- ela. Me caiu os butiá dos bolso*, como se diz lá no
to de nossa consideração moral e quais não preci- Sul. O que o sujeito faria, exatamente, se abrisse uma
sam. Qualquer decisão aí soará caprichosamente empresa e ela começasse a crescer? Se, vendendo
arbitrária. sua participação, outros ficassem bilionários? Por
Os Diptera saem em desvantagem. Eles não desper- que ele continuaria investindo e fazendo negócios?
tam muita solidariedade humana. Não sem motivos. Por esporte? Desconfio que não ia funcionar.
Metade de todos os diagnósticos clínicos de doenças Há uma enorme confusão aí sobre como se gera valor
feitos no mundo tem insetos como agente causador, e como alguém se torna um bilionário, em uma eco-
a maior parte mosquitos. nomia de mercado. O bilionário que eu mais ajudo a
ser um bilionário é Jeff Bezos. Não compro ações,
(Hélio Schwartsman. https://www1.folha.uol.com.br. 09.07.2022. mas livros, em sua loja virtual. Eu poderia comprar ali
Adaptado) na livraria do bairro, que segura as pontas como pode,
mas acabo não me dando ao trabalho. Às vezes penso
Considere a passagem a seguir, do segundo parágra- que estou sendo egoísta fazendo isso. Em todo caso,
fo do texto, para responder à questão. ao menos no que me diz respeito, a teoria daquele ati-
vista não funciona. A cada vez que eu compro um livro
Por muito tempo a descrevemos como atributo lá, Bezos fica mais rico e eu de bem com a vida.
exclusivamente humano. Melhores e mais recentes Há quem ache que exista uma “aristocracia global”,
pesquisas, entretanto, vão revelando que não é bem transmitindo sua fortuna de geração em geração. De

60
assim. fato, há muita gente que herda sua fortuna. Não vejo

8-
problema nisso. Há os que investem ainda mais, geram

48
Assinale a alternativa em que, na posição na qual a ainda mais riqueza, e outros torram tudo. Me lembro

6.
vírgula foi inserida na primeira oração, a redação está das histórias de pessoa gastando até o último centavo
em conformidade com a norma-padrão de pontuação. 15
e batendo as botas sem um vintém, num hotel de luxo.
.
20
Há os que ganham pelo casamento, como a ex-mulher
a) Por muito, tempo a descrevemos como atributo
-4

do Bezos, Mackenzie Scott, que se tornou uma das mais


exclusivamente humano. ativas filantropas do planeta. Semanas atrás, doou 27
ra

b) Por muito tempo, a descrevemos como atributo milhões de reais à ONG brasileira Gerando Falcões, foca-
ei

exclusivamente humano. da em criar oportunidades para jovens de menor renda.


liv

c) Por muito tempo a, descrevemos como atributo A primeira coisa interessante a discutir sobre os bilio-
O

exclusivamente humano. nários é sobre como foi obtido o dinheiro. Se o sujei-


de

d) Por muito tempo a descrevemos, como atributo to cria uma empresa inovadora, oferecendo algo que
os

exclusivamente humano. melhore a vida das pessoas, temos mais é que con-
am

e) Por muito tempo a descrevemos como atributo exclu- tar a sua história em nossas escolas e inspirar mais
sivamente, humano. jovens nessa direção. Foi o que fez Pedro Frances-
R

chi, guri carioca de 25 anos que criou uma fintech**


e
m

14. (VUNESP — 2022) A regência das palavras está de inovadora, de cartões de crédito. E este ano consta
er

acordo com a norma-padrão da língua portuguesa lá da lista dos mais ricos, da Forbes, com 1,5 bilhão.
lh

em: Vai fazer o que com Pedro? Pedir a ele que devolva
ui

meio bilhão? Pedir para ele se aposentar? De minha


G

a) O vendedor não estava apto de atender tantas pessoas. parte, acho o oposto. É bom que ele exista, e que o seu
b) Ela precisa dedicar-se mais pelos amigos que tem. sucesso sirva de exemplo. Ideias inovadoras fazem o
c) É necessário haver controle sobre nossos gastos. mundo andar para a frente.
d) Eles estão habituados em fazer pesquisa de preços O que realmente deveríamos combater é a riqueza
antes de comprar. obtida da fraude, dos privilégios criados para alguns.
e) Ele hesitou muito por adquirir aqueles móveis. O que realmente deveríamos fazer é mudar o disco. Em
vez do ranço contra quem inova e gera valor, perder
15. (VUNESP — 2022) Leia o texto a seguir para respon- o sono com o que se passa na base da pirâmide. Per-
der à questão. guntar como é possível, em pleno 2022, que um quarto
da população viva em situação de pobreza ou extrema
pobreza e que ensinemos menos de 5% do que nossos
alunos deveriam saber de matemática, nas redes públi-
cas, no fim do ensino médio, depois imaginando que eles
terão boas chances no mercado de trabalho.

54
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É preciso olhar para a frente, em vez de tomar, todo Em Taipei, os moradores foram obrigados a comprar
santo dia, o veneno das velhas ideias. sacos de lixo azuis emitidos pelo governo, criando
um imposto sobre o lixo a fim de diminuir a quantida-
(Revista Veja, 11 de maio de 2022. Adaptado) de de resíduos; mais de quatro mil pontos de coleta
foram instalados; a maioria das lixeiras públicas foi
* Me caiu os butiá dos bolso = expressão regionalis- removida; e multas foram aplicadas. Tudo isso faz
ta típica do Rio Grande do Sul. Usa-se para dizer que parte de uma política de gestão de resíduos segun-
a pessoa está impressionada, assustada. ** fintech do a qual “o lixo não pode tocar o chão”. As medidas
= termo que surgiu da união das palavras “financial” funcionaram. Em 2017, Taiwan teve uma taxa de reci-
e “technology” = tecnologia e inovação aplicadas na clagem doméstica de mais de 50%, perdendo apenas
solução de serviços financeiros. para a Alemanha, segundo a empresa de consultoria
Eunomia.
O acento indicativo da crase está empregado de acor- O jingle tornou-se definitivamente parte integrante da
do com a norma-padrão na seguinte frase reescrita: trilha sonora de Taiwan, visto que atrai uma multidão de
forma tão confiável que, quando a cidade de Tainan se
a) Butiá refere-se à uma fruta pequena, pouco maior que atreveu a mudar e transmitir aulas de inglês, ninguém
uma bola de gude. apareceu.
b) Há quem ache que exista uma “aristocracia global”,
transmitindo sua fortuna de geração à geração. (Amy Qin e Amy Chang Chien. https://www.estadao.com.br/
c) Nem todas as riquezas ocorrem devido às heranças. internacional. Tradução de Lívia Bueloni Gonçalves. Acesso em:
26.05.2022. Adaptado)
d) Muitas doações se devem à filantropos do mundo todo.
e) Quando as pessoas começarão à se preocupar com a
base da pirâmide? 1. jingle: mensagem publicitária musicada de curta duração
2. Taipei: capital de Taiwan
16. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão.
Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de
Quando ouvir Beethoven, é hora de tirar o lixo concordância verbal e nominal.

“Pour Elise”, de Beethoven, é música onipresente em a) Décadas atrás, ia de mal a pior os serviços de gestão
lições de piano, mas para os moradores de Taiwan, de resíduos em Taiwan.
o jingle¹ é um chamado à ação, o início de um ritual b) Basta os primeiros acordes de “Pour Elise”, e velhos e jovens
noturno, um sinal para amarrar as sacolas plásticas e surgem trazendo os sacos de lixo para os caminhões.

60
descer: é hora da coleta de lixo. c) São exemplares a participação dos habitantes no

8-
O caminhão de lixo amarelo e o caminhão de reci- projeto “o lixo não pode tocar o chão”.

48
clagem branco param na rua, os coletores descem d) Existem pessoas que entregam o lixo e vão embora, o

6.
e colocam uma série de latas separadas para papel, que as torna menos simpáticas para alguns vizinhos.
plástico, vidro, metal, comida crua (para adubo) e
.15
e) Tratam-se de questões públicas de saúde e bem-es-
tar saber administrar adequadamente o descarte do
20

comida cozida (para ração de porcos).


lixo.
-4

Nos minutos seguintes, a rua desanimada se trans-


forma em algo semelhante a uma festa de bairro à
ra

medida que moradores, velhos e jovens, convergem 17. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão.
ei

de todas as direções para os caminhões. Eles vêm a


liv

pé, de bicicleta e de scooter, com o lixo já separado Tive dois anos e três meses de invencibilidade, come-
O

em sacolas plásticas. cei até a desconfiar que eu fosse, de alguma forma,


de

A coleta de lixo varia em todo o mundo, mas nenhum especial. Adivinha só: não sou. Aqui estou eu, com
os

lugar faz como Taiwan. Nas cidades ou vilas rurais, o corpo entregue à doença, que me castiga na cama
am

faça chuva ou faça sol, você encontrará pessoas com como poucas fizeram antes.
sacolas na beira da estrada esperando os caminhões Brincadeiras à parte, desenvolvi sintomas leves da
R

de lixo. Alguns passam o tempo olhando para seus covid, graças às três doses de vacina.
e
m

celulares. Outros atualizam as fofocas e conversam O coronavírus não é o date ideal – muito pelo contrá-
er

com os vizinhos. Estão com os ouvidos abertos para rio, cabe-lhe perfeitamente a expressão “antes só do
lh

os primeiros compassos da música. que mal acompanhado”. Enxotá-lo da minha vida não
ui

Há os tipos antissociais que só querem despejar seu é uma opção, infelizmente.


G

lixo e ir embora, e também moradores de aparta- O jeito é esperá-lo ir embora e, enquanto isso, a sen-
mentos de luxo que têm funcionários para realizar a satez manda respeitá-lo. Mais: há de se negociar uma
tarefa. Ainda assim, as pessoas dizem que poder ver convivência possível com o intruso. Levando-se em
LÍNGUA PORTUGUESA

rostos familiares tem sido uma fonte de satisfação. conta que ele sempre tem razão.
Recentemente em Taipei², Kusmi, de 52 anos, recebeu O vírus vetou terminantemente o vinho que eu pre-
de uma amiga um recipiente com espaguete e laranjas. tendia tomar neste fim de semana. Nossos jantares
Lin Yu-wen, de 78, ajudou sua vizinha e amiga de longa serão à base de água, muita água.
data, Yu Tzu-tsu, de 91, a jogar fora uma pilha de jornais Febril, tentei convencê-lo de que o fondue seria uma
velhos. boa ideia, afinal tenho uns queijos bacanudos dando
Lin e Yu têm idade para se lembrar dos dias em que mole na geladeira. Mas o vírus me devolveu à razão.
as ruas de Taipei ficavam cheias de lixo e os ater- Nada de fondue. Ele exigiu sopa. Sopa o vírus terá.
ros da ilha transbordavam. A situação tornou-se tão
(Marcos Nogueira, “O vírus é meu date no Dia dos Namorados”.
insuportável que, a partir da década de 1990, o poder
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/cozinha-bruta. 10.06.2022.
público resolveu agir. Adaptado)
55
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Segundo Koch (1991), num sentido amplo, a intertex-
tualidade é uma “condição de existência do próprio
discurso” e pode equivaler à noção de interdiscursi-
vidade ou heterogeneidade. Um discurso remete a
outro e tudo se dá como se o que se tem a dizer trou-
xesse pelo menos em parte um já dito.

(Marcuschi, 2008)

No texto, a remissão de forma explícita a outro discur-


so é constatada na passagem:

a) ... cabe-lhe perfeitamente a expressão “antes só do


que mal acompanhado”.
b) Aqui estou eu, com o corpo entregue à doença...
c) ... desenvolvi sintomas leves da covid, graças às três
doses de vacina.
d) O vírus vetou terminantemente o vinho que eu preten-
dia tomar neste fim de semana.
e) Nada de fondue. Ele exigiu sopa. Sopa o vírus terá.
No último quadro, a expressão “Se não fizermos o
(VUNESP — 2022) Leia a tira para responder à
18. upgrade” indica uma ação
questão.
a) iniciada, mas ainda não concluída por quem fala.
b) condicionada a outra ação já ocorrida no passado.
c) hipotética, que tem desdobramentos futuros.
d) dependente de outra ação no presente.
e) que não pode mais acontecer.

19. (VUNESP — 2022) Dizer não com clareza é uma das


primeiras habilidades adquiridas pelos seres huma-
nos. No início da vida, muito antes de aprenderem

60
a falar, os bebês já são capazes de deixar claro que

8-
estão descontentes com a temperatura da água do

48
banho, ou que já saciaram a fome e não querem mais

6.
mamar. Nada disso, no entanto, impede que, quando
15
cresçam, muitas pessoas sejam incapazes de negar
.
20
um pedido, não importa de onde venha. A maioria,
-4

pelo jeito: estudo conduzido pelo departamento de


psicologia comportamental da prestigiada Univer-
ra

sidade Cornell, nos Estados Unidos, concluiu que as


ei

pessoas são mais afeitas a dizer sim do que não.


liv

Ao longo de quinze anos, a pesquisadora Vanessa


O

Bohns realizou experimentos sociais com cerca de


de

15000 pessoas, seguindo um mesmo roteiro: sua


os

equipe abordava estranhos na rua e pedia que fizes-


am

sem alguma coisa inesperada.


A dificuldade de negar ajuda ou pedido tem raízes na
R

pré-história, quando se percebeu que as chances de


e
m

sobrevivência eram maiores se as pessoas se orga-


er

nizassem em bandos e colaborassem umas com as


lh

outras do que se vagassem sozinhas por ambientes


ui

inóspitos e cheios de perigo. “Agindo em conjunto, a


G

humanidade se mostrou capaz de obter ganhos para


sua sobrevivência. Por isso, se uma pessoa lhe pede
um favor, a reação natural é colaborar com ela”, expli-
ca Ariovaldo Silva Júnior, neurocientista da UFMG.
Nos tempos modernos, esse condicionamento virou,
em algumas pessoas, motivo de enorme angústia,
sintoma de um distúrbio conhecido como ansiedade
de insinuação. O problema se manifesta cada vez que
o indivíduo se vê, de alguma forma, forçado a fazer
algo que não quer, apenas para não se sentir rejeitado
pelos pares. Albert Einstein, um dos mais brilhantes
angustiados, escreveu: “Toda vez que diz sim queren-
do dizer não, morre um pedaço de você”.

(Matheus Deccache e Ricardo Ferraz, Palavrinha difícil. Veja,


56 23.02.2022. Adaptado)
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Segundo o texto, 9 GABARITO
a) a opção por viver em bandos fez desenvolver-se nos
homens a tendência ao egoísmo. 1 D
b) desde o princípio dos tempos, a união para enfrentar
2 B
perigos afastou a angústia e a ansiedade.
c) coagido a fazer algo indesejado, o indivíduo pode 3 C
desenvolver uma patologia.
d) o sentimento de rejeição pelos pares pode levar o 4 C
indivíduo a negar alguma coisa.
5 B
e) para vencer ambientes não acolhedores, os indiví-
duos se negam a fazer favores. 6 E

20. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão. 7 C

8 B
Atravesso um continente, me afasto de casa oito mil qui-
lômetros, venho parar no Canadá. A vida aqui continua 9 A
quase exatamente como lá, recebo as mesmas mensa-
gens, leio as mesmas duras notícias, cumpro com dis- 10 A
ciplina as demandas da existência virtual. Ocupo um 11 C
novo espaço, mas não desocupo o espaço prévio, não
me desobrigo das urgências que não cessam, não esca- 12 D
po das estridências do meu cotidiano. Sem nem sair de
casa, percorra o mundo inteiro, era o que nos prometia a 13 B
utopia tecnológica. A realidade com que nos deparamos,
14 C
percebo agora, é quase oposta: nem percorrendo o mun-
do inteiro, você conseguirá sair de casa. 15 C
Estava tomado por certa inquietude quando concebi este
texto. Sentia a aguda dificuldade em fazer de uma via- 16 D
gem uma viagem, de me alienar dos meus lugares habi-
17 A
tuais, de me deixar visitar por novas paisagens e novos
pensamentos. Caminhar pelas ruas de Montreal, como 18 C

60
fiz por algumas horas na primeira tarde, me garantia ao

8-
menos a desconexão necessária, mas não chegava a 19 C

48
me sossegar. São cada vez mais parecidas as ruas do
20 B

6.
mundo, era o que eu observava de novo. Os centros das
grandes cidades, antigas ou modernas, ricas ou pobres,
.15
20

oferecem em diferentes fachadas as mesmas lojas, qua-


-4

se os mesmos restaurantes, os mesmos produtos em


distintas embalagens. O capitalismo, que nos prometia ANOTAÇÕES
ra

variedade, tem sofrido de uma profunda falta de imagi-


ei
liv

nação, ou melhor, tem sofrido de um conglomerado de


multinacionais que limita toda a diversidade.
O

No quarto do hotel, com o celular à parte, também não


de

adiantava me recolher. Ligar a televisão, como fiz na


os

esperança de imergir por um momento em alguma cul-


am

tura local, foi de uma previsível inutilidade. Em quase


todos os canais não encontrava mais que programas
R

conhecidos, em versões originais ou adaptadas, homens


e
m

e mulheres encerrados numa casa em convivência banal,


er

cantores fantasiados, pessoas lançadas nuas em terra


lh

selvagem. No jornal, notícias sobre os ataques russos na


ui

Ucrânia e a reação indignada da Casa Branca. Acabei me


G

deixando ficar por alguns minutos num jogo de hóquei,


que trazia lá sua singularidade bruta.
LÍNGUA PORTUGUESA

(Disponível em https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julian-
fuks/2022/05/07/nem-percorrendo-o-mundo-inteiro-voce-
conseguira-sair-de-casa.htm. Acesso em 08.05.2022. Adaptado)

De acordo com o texto, é possível afirmar que, em


Montreal, o autor

a) percorreu algumas ruas e locais inseguros.


b) viu-se em um ambiente muito semelhante a outros.
c) indignou-se com a desonestidade de alguns comerciantes.
d) sentiu-se incomodado com a singularidade da culinária.
e) desistiu de fazer compras nas lojas que conheceu.
57
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ANOTAÇÕES

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er
lh
ui
G

58
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Dízimas periódicas.

Ex.: 0,33333...

RACIOCÍNIO LÓGICO E Operações e Propriedades dos Números Racionais

z Adição de números decimais: segue a mesma lógi-


MATEMÁTICO ca da adição comum.

Ex.: 15,25 + 5,15 = 20,4

z Subtração de números decimais: segue a mesma


RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES- lógica da subtração comum.
PROBLEMA, ENVOLVENDO: ADIÇÃO,
SUBTRAÇÃO, MULTIPLICAÇÃO, Ex.: 57,3 – 0,12 = 57,18
DIVISÃO, POTENCIAÇÃO OU z Multiplicação de números decimais: aplicamos o
RADICIAÇÃO COM NÚMEROS mesmo procedimento da multiplicação comum.
RACIONAIS, NAS SUAS
Ex.: 4,6 × 1,75 = 8,05
REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU
DECIMAL z Divisão de números decimais: devemos multipli-
car ambos os números (divisor e dividendo) por
São aqueles que podem ser escritos na forma da uma potência de 10 (10, 100, 1000, 10000 etc.) de
divisão (fração) de dois números inteiros. Ou seja, modo a retirar todas as casas decimais presentes.
escritos na forma A/B (A dividido por B), onde A e B Após isso, é só efetuar a operação normalmente.
são números inteiros.
Exemplos: 7/4 e -15/9 são racionais. Veja, também, Ex.: 5,7 ÷ 1,3
que os números 87, 321 e 1221 são racionais, pois são 5,7 × 100 = 570
divididos pelo número 1. 1,3 × 100 = 130
570 ÷ 130 = 4,38
Dica

60
Exercite seus conhecimentos através dos exercí-

8-
Qualquer número natural é também inteiro e todo cios comentados a seguir.

48
número inteiro é também racional.

6.
1. (FGV — 2010) Julgue as afirmativas a seguir:
15
O símbolo desse conjunto é a letra Q e podemos
.
20

representar por meio de diagramas a relação entre os a) 0,555... é um número racional.


-4

conjuntos naturais, inteiros e racionais, veja:


( ) CERTO  ( ) ERRADO
ra
ei

Q
liv

Repare que o número 0,555... é uma dízima periódi-


ca. Vimos na teoria que as dízimas periódicas são
O

um tipo de número racional. Resposta: Certo.


de
os

b) Todo número inteiro tem antecessor.

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


N
am

Z
( ) CERTO  ( ) ERRADO
R
e
m

Qualquer número inteiro é possível obter o seu ante-


er

cessor. Basta subtrair 1 unidade. Veja: o antecessor


lh

de 35 é o 34. O antecessor de 0 é -1. E o antecessor de


ui

-299 é o -300. Resposta: Certo.


G

Representação Fracionária e Decimal 2. (FCC — 2018) Os canos de PVC são classificados de


acordo com a medida de seu diâmetro em polegadas.
Há 3 tipos de números no conjunto dos Números Dentre as alternativas, aquela que indica o cano de
Racionais: maior diâmetro é

z Frações: a) 1/2.
b) 1 ¼.
c) 3/4.
Ex.: 8 3 7 etc.
d) 1 ½.
3 , 5 , 11
e) 5/8.
z Números decimais.
Vamos deixar todos na forma decimal. Ou seja,
Ex.: 1,75 vamos dividir o numerador pelo denominador da
fração. Veja:
59
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
5/8 = 0,625 Usando o mesmo raciocínio, a potenciação nasceu
½ = 0,5 da multiplicação de fatores iguais:
1 ¼ = 1 + 0,25 = 1,25
¾ = 0,75 2 · 2 · 2 · 2 = 2 multiplicado 4 vezes por ele mesmo.
1 ½ = 1 + 0,5 = 1,5
Logo, o maior diâmetro será 1 ½ polegadas, que Uma das principais evoluções que ocorreram na
corresponde a 1,5 polegadas. Resposta: Letra D. matemática foi o desenvolvimento das notações, uma
espécie de alfabeto modificado para que seja mais
3. (FCC — 2017) Sabendo que o número decimal F é fácil a comunicação; essa linguagem matemática usa
0,8666 . . . , que o número decimal G é 0,7111 . . . e que símbolos vários, alguns mais complexos, com signifi-
o número decimal H é 0,4222 . . . , então, o triplo da cados também complexos, mas não é o caso da lingua-
soma desses três números decimais, F, G e H, é igual a gem utilizada no ensino médio.
A notação para 2 · 2 · 2 · 2 = 2 multiplicado 4 vezes
a) 6,111 . . . por ele mesmo = 2^4.
b) 5,888 . . . Cada número recebe um nome para que possamos
c) 6 nos comunicar sobre esse tema, a potenciação.
d) 3 4 → Expoente
e) 5,98 2


Base
Podemos resolver de forma aproximada, somando:
0,8666 + 0,7111 + 0,4222 = 1,9999 (aproximadamen- O expoente recebe, também, o nome de potência;
te 2) assim, dizemos que a base 2 está elevada a 4ª potência
A soma é aproximadamente 3×2 = 6. Resposta: Letra ou ao expoente 4.
C. Para entendermos que os expoentes podem fazer
parte de qualquer conjunto de número (aqui, vamos
POTENCIAÇÃO E RADICIAÇÃO COM EXPOENTES até o conjunto dos números R ), precisamos compreen-
RACIONAIS der um pouco mais sobre a multiplicação. Baseados na
soma que gerou a multiplicação, podemos fazer uma
A matemática nasceu das necessidades huma- multiplicação um pouco mais complexa do que aquela
nas de controle de sistemas de ordem social, como do exemplo acima usando os fatores de soma. Vejamos:
o número de indivíduos nos rebanhos, as operações 35 · 10.5 = 367.5 é feito usando um algoritmo de
multiplicação aprendido cedo na escola:

60
financeiras antigas envolvendo trocas, a tentativa de

8-
entender os processos astronômicos, entre outros.
35

48
As operações simples nasceram da contagem nos
× 10,5

6.
dedos, por exemplo. A poderosa matemática que hoje
15 175
conduz aos estudos das previsões do tempo, do lança- + 00
.
mento de foguetes ao espaço, da física quântica e da
20

35
relatividade, teve origem nas contas feitas nos dedos!
-4

367,5
Logo, ela é derivada de raciocínios simples que, soma-
ra

dos, levam à complexidade.


ei

Aqui vemos a soma intrínseca na multiplicação; o


Nesse sentido, vamos seguir um raciocínio simples
liv

uso desse algoritmo é feito multiplicando cada número


para que você entenda a potenciação, de onde ela nas-
O

do 10.5 por 35. Com o aumento de uma casa decimal, o


ceu e, depois, sua operação inversa, a radiciação.
de

resultado do produto avança uma casa para a esquerda,


Depois de um tempo usando os números, já em
por isso, o 0 está debaixo do 7 e o 5, debaixo do 3. Feita a
os

notações escritas, deve-se ter percebido que a multi-


soma, conta-se o número de casas decimais, nesse caso,
am

plicação é a soma de fatores iguais. Veja:


uma, e coloca-se no resultado da soma a vírgula ou ponto
R

após o mesmo número de casas contadas nos produtos.


3 + 3 + 3 + 3 = 4 vezes o 3 = 4 · 3 = 12.
e

Um dos principais problemas no ensino de matemá-


m

tica é a escassez de informações fornecidas aos estudan-


er

tes sobre o uso correto do sistema decimal. É de bom


lh

Importante!
ui

alvitre que o estudante procure conhecer melhor os


G

Muitas vezes, vemos nos livros didáticos um algoritmos derivados das operações matemáticas bási-
erro de notação matemática. O símbolo do pro- cas em função dos conhecimentos do sistema decimal.
duto ou multiplicação pode ser x (que pode ser Em função do que explicamos, podemos fazer
confundido com a letra x num texto), * ou ·· . No aquela conta mentalmente, veja: separamos a casa
entanto, não pode ser *, em cima na linha, nem . decimal, 0.5 e fazemos a multiplicação de 35 por 10,
embaixo. O asterisco e o ponto devem estar no que dá 350, e somamos a multiplicação de 0.5 vezes
meio da linha. Um ponto na parte debaixo pode 35, que, na verdade, é a metade de 35, i.e., 17.5.
Agora ficou fácil, somamos 350 a 17.5 e temos 367.5.
ser confundido com a notação de decimal, por
Baseados nesse raciocínio, podemos, também, usá-
exemplo, 3.2 é um decimal e 3 · 2 é 6.
-lo na potenciação, vejamos um caso como exemplo:
23.5 = considerando a composição de fatores,temos,
Mesmo um número x ∈ R pode ser multiplicado 2 ∙ 21 ∙ 21 ∙ 20.5 = 23 ∙ 20.5
1

considerando sua parte fracionária ou decimal: Voltamos, então para a soma, i.e., 23 ∙ 20.5 = 23+0.5 =
23.5. Aqui, acrescentamos uma propriedade natural da
2.142857 + 2.142857 = 2 vezes o 2.142857=2 · 2.142857 = potenciação, os expoentes de mesma base podem ser
60 4.285714. somados; veremos mais sobre isso à frente.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nossa intenção não é dar a resposta dessa potên- Considere 18 (nos casos em que o índice é omiti-
cia, mas mostrar que raciocinar sobre potência asso- do, n = 2). Fatorando, temos:
cia as bases soma e produto e mostra que a potência
pertence ao conjunto R. 18 2
Pertencer a R significa que temos potências que 9 3
pertencem aos conjuntos dos números naturais (N),
3 3
aos inteiros (Z), aos racionais, aos irracionais. Vamos
estudar cada caso, tanto de potenciação quanto de 1
radiciação em tópicos à frente.
Em termos de radiciação, considere o raciocínio. O 2
Então, temos, neste caso 18 = 3 ·2 = 3· 2 . Veja
número 8 = 2 ∙ 2 ∙ 2 = 23 (leia as equações devagar e
que o 3 foi retirado da raiz quadrada por estar elevado ao
traduzindo para a língua portuguesa, nesse caso, oito é
quadrado, e o 2 permaneceu. Essa simplificação é consi-
igual a três vezes 2 que é igual 2 elevado ao expoente 3),
derada elegante entre os matemáticos.
que significa dizer que a raiz cúbica de 8 é um número
Os números racionais são aqueles que possuem casas
que, ao ser multiplicado 3 vezes por si mesmo, é igual a
8; nesse caso, o número deve pertencer ao conjunto dos decimais finitas ou infinitas com repetição dos números.
reais e ser positivo como condição necessária para usar A potenciação com expoentes racionais abre pre-
essa notação. A representação em linguagem matemá- cedente para uma interpretação mais detalhada da
3 ideia da radiciação.
tica desse raciocínio é 8 = 2. 2 2 2 2
Assim como na representação matemática da poten- Tomemos 16 = 2 ·2 = (2·2) = 2·2 = 2 . É
ciação, cada número recebe um nome na estrutura da possível perceber que, se 2 = 4 = 16 ⟺ 16 = 4 = 2
4 2 4

radiciação: , melhorando para o uso dos números racionais mais


→ diretamente,
Índice 3
8
1 1 4
16 = (16) 4 = (2 ) 4 = 2 4 = 2 .
4

Base
, sendo que ^ 2 h = 2 = 4 , por
2
Agora tomemos 2
Em geral nos problemas sobre radiciação, podemos
substituição 2 = 4 . Para descobrirmos como cal-
usar o conceito de fatoração.
cular isso, apenas devemos nos perguntar quantas n
vezes devemos multiplicar 2 por si mesmo para

60
Importante!

8-
que o resultado seja 4, tal que b = n
2 . Se a resposta

48
for n=4, ela está correta. Vejamos,
A fatoração é a decomposição de um produto

6.
por seus componentes básicos. Uma vez que 15
4 = ^ 4 h2 = 4 2 2 = 4 4 = ]2 g4 = 2 4 = 2 2 =
1 1 1 1 1 2 1
2
.
2.
·
os números primos são por definição divisíveis
20

apenas por 1 e por si mesmos, fatorar um núme-


-4

ro qualquer é decompô-lo no produto entre os Acompanhe as operações acima com calma e atenção.
ra

números primos pelos quais ele é divisível. Como raciocinar dessa maneira está longe da pratica-
ei

bilidade em uma prova, vamos resumir isso afirmando


liv

que qualquer radiciação de radicando b e índice n pode


Para a raiz cúbica de 216 ^3 216 h , veja a fatoração
O

1
de

ser escrita como uma potência de base b e expoente .


em números primos: n
Voltemos ao primeiro exemplo:
os

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

216 2 1 1
4
16 = 16 2 = (2 ) 2
R

108 2
e

54 2
m

Podemos ler esse último termo como 24 multiplicado a


er

27 3 1
lh

9 3
si mesmo vez, isso pode ser transcrito como:
2
ui
G

3 3 1
4· 2
2 = 22
1

Já no segundo caso, teríamos:


Dizemos que 216 fatorado é 216 = 2 · 2 · 2 · 3 · 3 · 3 =

4 2 = ^4 2 h2 = 4 2 2 = 4 4 =
3
(2 · 33) = (2 · 3)3, fazendo a substituição 216 = (2.3)
3 1 1
3 3
1 1 1 1
· 4
4 = 4
= 2 · 3 = 6. Observe que a multiplicação de bases dife-
rentes com o mesmo expoente é a multiplicação das 4 4 2 2 1
4 = 2 = 24 = 22 2
bases, entre parênteses, elevada ao expoente igual.
Podemos ter casos vários casos dentro dos conjuntos
Com essas comparações estabelecidas, podemos defi-
de números com algumas restrições que serão mostra-
das à frente. Aqui, queremos que entenda as ideias e os nir uma potência de expoentes racionais mais claramente.
raciocínios. Vamos analisar o caso de um número cujo Para uma base b ∈ R, um expoente m ∈ Z um índice
raiz enésima com índice de valor n (veja o que é índi- n ∈ N e n ≠ 0, uma potência de expoentes racionais é
m m
m
ce na figura de raiz cúbica de 8, acima) de um número definida como b n = b , com ∈ Q, como já mos-
n

n
qualquer não apresenta valor inteiro ou racional. trado acima. 61
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cálculo do MDC por Fatoração Simultânea
MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM
Podemos calcular o MDC entre 2 ou mais números
Os múltiplos de um número X são aqueles núme- fazendo a fatoração simultânea dos dois números (aqui,
ros que podem ser obtidos multiplicando X por outro é importante ressaltar que a faremos a fatoração até o
número natural. Agora, observe os múltiplos dos momento em que o número 1 for quem divide todos os
números 4 e 6: números envolvidos ao mesmo tempo). Veja:
M(4) = 4, 8, 12, 16, 20, 24, 28, 32, 36, ... Ex.: Calcule o MDC entre 60 e 45.
M(6) = 6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, ...
60 – 45 3 (note que 3 é o número que divide o 60 e o 45 ao mesmo tempo)
Quais são os múltiplos iguais (comuns) entre os
números? São eles: 12, 24, 36. E qual o menor deles? 20 – 15 5 (note que 5 é o número que divide o 20 e o 15 ao mesmo tempo)

É o número 12. Sendo assim, o número 12 é o menor 4–3


1 (aqui, paramos a fatoração, pois o número 1 é quem divide tudo ao
mesmo tempo
múltiplo comum entre 4 e 6, ou seja, o MMC entre 4 e
MDC = 3 × 5 × 1 = 15.
6 é igual a 12.

Cálculo do MMC por Fatoração Simultânea Logo, o MDC (60 e 45) = 15.
Passos para calcular o MDC (fatoração simultânea):
Podemos calcular o MMC entre 2 ou mais números,
de maneira mais rápida, fazendo a fatoração simultâ- z Montar uma coluna para os fatores primos e colu-
nas para cada um dos números;
nea dos dois números. Veja:
z Começar a divisão dos números pelo número que
Ex.: Calcule o MMC entre 6 e 8.
divide todos os números ao mesmo tempo;
z Parar a fatoração quando o número 1 for quem
6–8 2 (aqui devemos colocar o menor número primo)
divide todo os números ao mesmo tempo;
3–4 2 (nesse caso repetimos o número 3, pois ele não é dividido pelo 2) z O MDC será a multiplicação dos fatores primos
3–2 2 utilizados.
3–1 3

1–1 MMC = 2 × 2 × 2 × 3 = 24.

Logo, o MMC (6 e 8) = 24. RAZÃO E PROPORÇÃO


Com esse método, é possível calcular o MMC entre

60
vários números. Vamos exercitar novamente, dessa A razão entre duas grandezas é igual à divisão
vez com mais números. entre elas, veja:

8-
48
Ex.: Calcule o MMC entre os números 10, 12, 20.

6.
2
10 – 12 – 20 2 (aqui devemos colocar o menor número primo)
. 15 5
20
5 – 6 – 10 2 (nesse caso repetimos o número 3, pois ele não é dividido pelo 2)
Ou podemos representar por 2 ÷ 5 (Lê-se “2 está
-4

5–3–5 3

5–1–5 5 para 5”).


ra

Já a proporção é a igualdade entre razões, veja:


ei

1–1–1 MMC = 2 × 2 × 3 × 5 = 60.


liv

2 4
O

Logo, o MMC (10, 12 e 20) = 60. 3


=
6
de

Passos para calcular o MMC (fatoração simultânea):


os

Ou podemos representar por 2 ÷ 3 = 4 ÷ 6


z Montar uma coluna para os fatores primos e colu-
am

(Lê-se “2 está para 3 assim como 4 está para 6”).


nas para cada um dos números; Os problemas mais comuns que envolvem razão
R

z Começar a divisão dos números pelo menor fator e proporção é quando se aplica uma “variável” qual-
e

primo (2) e só ir aumentando quando nenhum dos


m

quer dentro da proporcionalidade e se deseja saber o


er

números puder ser dividido. valor dela. Veja o exemplo:


lh
ui

Se algum dos números não puder ser dividido, bas- 2 x ou 2 ÷ 3 = x ÷ 6


G

=
ta copiá-lo para a próxima linha. O objetivo é fazer 3 6
com que todos os números cheguem ao valor 1. O MMC
será a multiplicação dos fatores primos utilizados. Para resolvermos esse tipo de problema devemos
usar a Propriedade Fundamental da razão e propor-
ção: “produto dos meios pelos extremos”.
Meio: 3 e x
MÁXIMO DIVISOR COMUM Extremos: 2 e 6
Logo, devemos fazer a multiplicação entre eles
numa igualdade. Observe:
O máximo divisor comum (MDC ou M.D.C.) corres-
ponde ao maior número divisível entre dois ou mais
3·X=2·6
números inteiros.
Os divisores comuns de 12 e 18 são 1, 2, 3 e 6. Den- 3X = 12
tre estes, o número maior é o 6. Sendo assim, o núme-
X = 12/3
ro 6 é o máximo divisor comum entre 12 e 18, ou seja,
62 o MDC entre 12 e 18 é igual a 6. X=4
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lembre-se de que a maioria dos problemas en- o mesmo procedimento seja feito do outro lado da
volvendo esse tema são resolvidos utilizando essa proporção.
propriedade fundamental. Porém, algumas questões
acabam sendo um pouco mais complexas e pode ser a
=
c
=
a+b = c+d
útil conhecer algumas propriedades para facilitar. Va- b d a c
mos a elas.
Vejamos um exemplo:
Propriedade das Proporções
x 2
=
� Somas Externas: 14 - x 5

a c a+c x + 14 - x 2+5
b
=
d
=
b+d =
x 2
14 7
Vamos entender um pouco melhor resolvendo =
x 2
uma questão-exemplo:
Suponha que uma fábrica vai distribuir um prê- 7 · x = 2 · 14
mio de R$10.000 para seus dois empregados (Carlos
14 · 2
e Diego). Esse prêmio vai ser dividido de forma pro- x= =4
7
porcional ao tempo de serviço deles na fábrica. Carlos
está há 3 anos na fábrica e Diego está há 2 anos. Quan-
to cada um vai receber? Portanto, encontramos que x = 4.
Primeiro, devemos montar a proporção. Sejam C
a quantia que Carlos vai receber e D a quantia que Observação: vale lembrar que essa propriedade
Diego vai receber, então temos: também serve para subtrações internas;

C D z Soma com Produto por Escalar:


=
3 2
a c a + 2b c + 2d
= = =
b d b d
Utilizando a propriedade das somas externas:

60
C D C+D Vejamos um exemplo para melhor entendimento:
=

8-
3
=
2 3+2 Uma empresa vai dividir o prêmio de R$13.000

48
proporcionalmente ao número de anos trabalhados.

6.
São dois funcionários que trabalham há 2 anos na
Perceba que C + D = 10.000 (as partes somadas), 15
empresa e três funcionários que trabalham há 3 anos.
então podemos substituir na proporção:
.
Seja A o prêmio dos funcionários com 2 anos e B
20

o prêmio dos funcionários com 3 anos de empresa,


-4

C D C+D
= = = 10.000 = 2.000 temos:
ra

3 2 3+2 5 A B
ei

=
2 3
liv

Aqui cabe uma observação importante: esse valor


O

2.000, que chamamos de “Constante de Proporcionali- Porém, como são 2 funcionários na categoria A e 3
de

dade”, é que nos mostra o valor real das partes dentro funcionários na categoria B, podemos escrever que a
da proporção. Veja:
os

soma total dos prêmios é igual a R$13.000.

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

C
= 2.000 2A + 3B = 13.000
R

3
e
m

C = 2000 x 3 Agora, multiplicando em cima e embaixo de um


er

lado por 2 e do outro lado por 3, temos:


lh

C = 6.000 (esse é o valor de Carlos)


ui

2A 3B
G

D
= 2.000 4
=
9
2
D = 2.000 x 2 Aplicando a propriedade das somas externas,
D = 4.000 (esse é o valor de Diego) podemos escrever o seguinte:

Assim, Carlos vai receber R$6.000 e Diego vai rece- 2A 3B 2A + 3B


= =
ber R$4.000; 4 9 4+9

z Somas Internas: Substituindo o valor da equação 2A + 3B na pro-


porção, temos:
a c a+b c+d
= = =
b d b d 2A 3B 2A + 3B 13.000
= = = = 1.000
4 9 4+9 13
É possível, ainda, trocar o numerador pelo deno-
minador ao efetuar essa soma interna, desde que Logo, 63
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2A
= 1.000 Quando o todo varia, a porcentagem também
4 varia, veja um exemplo:
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
2A = 4 x 1.000 Sabendo que o curso que ele comprou possui um total
de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já assistidas
2A = 4.000 por Roberto?
O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
A = 2.000 devemos dividir a parte pelo todo e obter uma fração.

Fazendo a mesma resolução em B: 2


=
1
8 4
3B
= 1.000
9
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
3B = 9 x 1.000 vamos multiplicar a fração por 100:

3B = 9.000 1 x 100 = 25%


B = 3.000 4

Sendo assim, os funcionários com 2 anos de casa Soma e Subtração de Porcentagem


receberão R$2.000 de bônus. Já os funcionários com 3
anos de casa receberão R$3.000 de bônus. As operações de soma e subtração de porcentagem
O total pago pela empresa será: são as mais comuns. É o que acontece quando se diz
que um número excede, reduziu, é inferior ou é supe-
rior ao outro em tantos por cento. A grandeza inicial
Total = 2.2000 + 3.3000 = 4000 + 9000 = 13000 corresponderá sempre a 100%. Então, basta somar ou
subtrair o percentual fornecido dos 100% e multipli-
PORCENTAGEM car pelo valor da grandeza.
Exemplo 1: Paulinho comprou um curso de 200
A porcentagem é uma medida de razão com base horas-aula. Porém, com a publicação do edital, a esco-
100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo denomi- la precisou aumentar a carga horária em 15%. Qual o
nador é 100. Vamos observar alguns exemplos e notar total de horas-aula do curso ao final?
como podemos representar um número porcentual. Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total

60
de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com o

8-
aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100%

48
30% = 30 (forma de fração)
100 + 15% das aulas inicialmente previstas, portanto,, o

6.
total de horas-aula do curso será:
15
30
30% = = 0,3 (forma decimal)
.
20
100
(1 + 0,15) x 200 = 1,15 x 200 = 230 horas-aula.
-4

30 3
30% = = (forma de fração simplificada)
ra

100 10 Dica
ei

A avaliação do crescimento ou da redução per-


liv

Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de centual deve ser feita sempre em relação ao
O

várias maneiras: valor inicial da grandeza.


de

Final - Inicial
os

30% =
30
= 0,3 =
3 Variação percentual =
Inicial
am

100 10
Também é possível fazer a conversão inversa, isto
R

Veja mais um exemplo para podermos fixar


e

é, transformar um número qualquer em porcentual. melhor.


m

Para isso, basta multiplicar por 100. Veja: Exemplo 2: Juliano percebeu que ainda não assis-
er

tiu a 200 aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o


lh

25 x 100 = 2500%
ui

número de aulas não assistidas a 180. É correto afir-


G

0,35 x 100 = 35% mar que, se Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o
0,586 x 100 = 58,6% número terá caído 20%?
A variação percentual de uma grandeza corres-
Número Relativo ponde ao índice:
Variação percentual =
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000 corres- Final - Inicial 180 - 200 20
= =– = - 0,10
ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração do todo Inicial 200 200
que estamos especificando. Para descobrir a quanto
isso corresponde, basta multiplicar 10% por 1000. Como o resultado foi negativo, podemos afirmar
que houve uma redução percentual de 10% nas aulas
10 ainda não assistidas por Juliano. O enunciado está
10% de 1000 = 100 x 1000 = 100
errado ao afirmar que essa redução foi de 20%.

Dessa maneira, 1000 é o todo, enquanto 100 é a Exercite seus conhecimentos através dos exercí-
64 parte que corresponde a 10% de 1000. cios comentados a seguir.
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1. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Em determinada loja, z Grandeza Explicativa ou Independente: é aque-
uma bicicleta é vendida por R$ 1.720 à vista ou em la utilizada para calcular a variação da grandeza
duas vezes, com uma entrada de R$ 920 e uma par- dependente.
cela de R$ 920 com vencimento para o mês seguinte.
Caso queira antecipar o crédito correspondente ao Existem dois tipos principais de proporcionalida-
valor da parcela, a lojista paga para a financeira uma des que aparecem frequentemente em provas de con-
taxa de antecipação correspondente a 5% do valor da cursos públicos. Veja a seguir:
parcela.
Com base nessas informações, julgue o item a seguir. z Grandezas Diretamente Proporcionais: o aumen-
Na compra a prazo, o custo efetivo da operação de finan- to de uma grandeza implica o aumento da outra;
ciamento pago pelo cliente será inferior a 14% ao mês. z Grandezas Inversamente Proporcionais: o aumen-
to de uma grandeza implica a redução da outra.
( ) CERTO  ( ) ERRADO
Vamos esquematizar para sabermos quando será
Valor da bicicleta =1720,00 direta ou inversamente proporcionais:
Parcelado = 920,00 (entrada) + 920,00 (parcela)
Na compra a prazo, o agente vai pagar 920,00
DIRETAMENTE
(entrada), logo vai sobrar (1720-920 = 800,00) PROPORCIONAL + / + OU - / -
No próximo mês é preciso pagar 920,00 ou seja
800,00 + 120,00 de juros. Agora é pegar 120,00
(juros) e dividir por 800,00 resultado: Aqui as grandezas aumentam ou diminuem juntas
120,00/800,00 = 0,15% ao mês. (sinais iguais)
A questão diz que seria inferior a 0,14%, ou seja,
está errada.
PROPORCIONAL + / - OU - / +
Resposta: Errado.

2. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Na assembleia legislati-


Aqui uma grandeza aumenta e a outra diminui
va de um estado da Federação, há 50 parlamentares,
(sinais diferentes)
entre homens e mulheres. Em determinada sessão
Agora vamos esquematizar a maneira que iremos
plenária estavam presentes somente 20% das deputa- resolver os diversos problemas:
das e 10% dos deputados, perfazendo-se um total de 7

60
parlamentares presentes à sessão.
DIRETAMENTE
Infere-se da situação apresentada que, nessa assem-

8-
PROPORCIONAL
Multiplica cruzado

48
bleia legislativa, havia

6.
INVERSAMENTE
a) 10 deputadas. PROPORCIONAL
. 15 Multiplica na horizontal
b) 14 deputadas.
20

c) 15 deputadas.
-4

d) 20 deputadas. Vejamos alguns exemplos para fixarmos um pouco


ra

e) 25 deputadas. mais como isso tudo funciona.


ei

Exemplo 1: Um muro de 12 metros foi construído uti-


liv

50 parlamentares lizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um muro de


O

Deputadas = X 30 metros nas mesmas condições do anterior, quantos


de

Deputados = 50-X tijolos serão necessários?


Primeiro vamos montar a relação entre as gran-
os

Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7


dezas e depois identificar se é direta ou inversamente

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de


cada sexo. Vamos montar uma equação e achar o proporcional.
R

valor de X.
e

12 m -------- 2 160 (tijolos)


m

20% x + 10% (50-x) = 7


er

20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7 30 m -------- X (tijolos)


lh

2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7


ui

2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC) Veja que de 12m para 30m tivemos um aumento (+)
G

2x + 50 - x = 70 e que para fazermos um muro maior vamos precisar


2x - x = 70 - 50 de mais tijolos, ou seja, também deverá ser aumentado
x = 20 deputadas fazem parte da Assembleia (+). Logo, as grandezas são diretamente proporcionais e
Legislativa. vamos resolver multiplicando cruzado. Observe:
Resposta: Letra D. 12m--------2.160(tijolos)

REGRA DE TRÊS SIMPLES OU COMPOSTA


30m--------X(tijolos)
Regra de Três Simples 12 · X = 30 . 2160
12X = 64800
A Regra de Três Simples envolve apenas duas
grandezas. São elas: X = 5400 tijolos

z Grandeza Dependente: é aquela cujo valor se Assim, comprovamos que realmente são necessá-
deseja calcular a partir da grandeza explicativa; rios mais tijolos. 65
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Exemplo 2: Uma equipe de 5 professores gastou 12 Perceba que de 6 impressoras para 3 impressoras
dias para corrigir as provas de um vestibular. Consi- o valor diminui ( - ) e que o tempo irá aumentar ( + ),
derando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 pois agora teremos menos impressoras para realizar
professores para corrigir as provas? a tarefa. Logo, as grandezas são inversas e devemos
Do mesmo jeito que no exemplo anterior, vamos inverter a razão.
montar a relação e analisar:
40 3 ?
= #
5 (prof.) --------- 12 (dias) X 6 ?
30 (prof.) -------- X (dias)
Analisando isoladamente duas a duas:
Veja que de 5 (prof.) para 30 (prof.) tivemos um
aumento (+), mas como agora estamos com uma equipe 1000 (panf.) -------- 40 (min)
maior o trabalho será realizado mais rapidamente. Logo, 2000 (panf.) ------ -- X (min)
a quantidade de dias deverá diminuir (-). Dessa forma,
as grandezas são inversamente proporcionais e vamos Perceba que de 1000 panfletos para 2000 panfle-
resolver multiplicando na horizontal. Observe: tos o valor aumenta ( + ) e que o tempo também irá
aumentar ( + ). Logo, as grandezas são diretas e deve-
5 (prof.) 12 (dias) mos manter a razão.
30 (prof.) X (dias)
40 3 1000
= #
30 · X = 5 · 12 X 6 2000
30X = 60
Agora basta resolver a proporção para acharmos
X=2 o valor de X.

A equipe de 30 professores levará apenas 2 dias 40 3000


para corrigir as provas. X
= 12000
3X = 40 x 12
Regra de Três Composta
3X = 480
A Regra de Três Composta envolve mais de duas
X = 160

60
variáveis. As análises sobre se as grandezas são direta-

8-
mente e inversamente proporcionais devem ser feitas
As três impressoras produziriam 2000 panfletos

48
cautelosamente, levando em conta alguns princípios:
em 160 minutos, que correspondem a 2 horas e 40

6.
minutos. 15
z As análises devem sempre partir da variável
Para fixarmos mais ainda nosso conhecimento,
.
dependente em relação às outras variáveis;
20

vamos analisar mais um exemplo.


z As análises devem ser feitas individualmente. Ou
-4

Exemplo 2: Um texto ocupa 6 páginas de 45 linhas


seja, deve-se comparar as grandezas duas a duas,
cada uma, com 80 letras (ou espaços) em cada linha.
ra

mantendo as demais constantes;


ei

Para torná-lo mais legível, diminui-se para 30 o


z A variável dependente fica isolada em um dos
liv

número de linhas por página e para 40 o número de


lados da proporção.
O

letras (ou espaços) por linha. Considerando as novas


de

condições, determine o número de páginas ocupadas.


Vamos analisar alguns exemplos e ver na prática
Já aprendemos o passo a passo no exemplo ante-
os

como isso tudo funciona.


rior. Aqui vamos resolver de maneira mais rápida.
am

Exemplo 1: Se 6 impressoras iguais produzem


1000 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 des-
R

6 (pág.) -------- 45 (linhas) -------- 80 (letras)


sas impressoras produziriam 2000 desses panfletos?
e
m

Da mesma forma que na regra de três simples, X (pág.) -------- 30 (linhas) -------- 40 (letras)
er

vamos montar a relação entre as grandezas e analisar


lh

6 ? ?
cada uma delas isoladamente duas a duas. = #
ui

X ? ?
G

6 (imp.) -------- 1000 (panf.) -------- 40 (min)


3 (imp.) -------- 2000 (panf.) -------- X (min) Analisando isoladamente duas a duas:

Vamos escrever a proporcionalidade isolando a 6 (pág.) -------- 45 (linhas)


parte dependente de um lado e igualando às razões da X (pág.) -- ----- 30 (linhas)
seguinte forma – se for direta vamos manter a razão,
agora se for inversa vamos inverter a razão. Observe: Perceba que de 45 linhas para 30 linhas o valor
diminui ( - ) e que o número de páginas irá aumentar
40 ? ? ( + ). Logo, as grandezas são inversas e devemos inver-
= #
X ? ? ter a razão.

Analisando isoladamente duas a duas: 6 30 ?


= #
X 45 ?
6 (imp.) -------- 40 (min)
3 (imp.) ---- ---- X (min) Analisando isoladamente duas a duas:
66
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6 (pág.) -------- 80 (letras) EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU
X (pág.) ------- 40 (letras)
Equações do segundo grau são equações nas quais
Veja que de 80 letras para 40 letras o valor diminui o maior expoente de x é igual a 2.
( - ) e que o número de páginas irá aumentar ( + ). Logo, Sua forma geral é expressa por: ax2 + bx + c = 0.
as grandezas são inversas e devemos inverter a razão. Onde a, b e c são os coeficientes da equação.

6
=
30
#
40 „ a é sempre o coeficiente do termo em x²;
X 45 80 „ b é sempre o coeficiente do termo em x;
6 2 1 „ c é sempre o coeficiente ou termo independente.
= #
X 3 2
As equações de segundo grau têm 2 raízes, isto
6 2 é, existem 2 valores de x que tornam a igualdade
=
X 6 verdadeira.
2X = 36
Cálculo das Raízes da Equação
X = 18
Vamos achar as raízes por meio da fórmula de
O número de páginas a serem ocupadas pelo texto bhaskara. Basta identificar os coeficientes a, b e c e
respeitando as novas condições é igual a 18. colocá-los na seguinte expressão:

-b ! 2
b - 4ac
x=
2a
EQUAÇÕES DO 1º OU DO 2º GRAUS
Veja o sinal ± presente na expressão acima. É ele
EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU que permitirá obtermos dois valores para as raízes,
um valor utilizando o sinal positivo (+) e outro valor
A forma geral de uma equação do primeiro grau utilizando o sinal negativo (-).
é: ax + b = 0. Vamos aplicar isso em um exemplo:
O termo “a” é o coeficiente de “x” e o termo “b” é Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0.
chamado de termo independente. Identificando os valores de a, b e c.

60
Para resolver uma equação do 1°, devemos isolar

8-
todas as partes que possuem incógnitas de um lado a=1

48
igual e do outro os termos independentes. Veja um b = -3

6.
exemplo: c=2
. 15
20
10x = 5x + 20 Substituindo na fórmula:
-4

Vamos achar o valor de “x”:


ra

-b ! 2
b - 4ac
x=
ei

10x – 5x = 20 2a
liv
O

Passamos o “5x” para o outro lado da igual com o -(-3) ± √(-3)2 - 4 × 1 × 2


de

x=
sinal trocado: 2×1
os

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

5x = 20 3! 9-8
x = 20 / 5 x=
R

2
e
m

Isolamos o “x” transferindo o seu coeficiente “5” 3!1


x=
er

dividindo: 2
lh
ui

3+1
x = 4. x1 = =2
G

O valor de x que torna a igualdade correta é cha- 3-1


x2 = =1
mado de “raiz da equação”. Uma equação de primeiro 2
grau sempre tem apenas 1 raiz. Veja que se substituir-
mos o valor encontrado de “x” na equação ela ficará Na fórmula de bhaskara, podemos usar um discrimi-
igual a zero em ambos os lados. Observe: nante que é representado por “Δ”. Seu valor é igual a:
Para x = 4
Δ = b2 - 4ac
10x = 5x + 20
10 . 4 = 5 · 4 + 20 Assim, podemos escrever a fórmula de bhaskara:
40 = 40
40 – 40 = 0 -b ! D
x=
2a

67
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O discriminante fornece importantes informações Para que a proporção álcool/gasolina no tanque A
de uma equação do 2º grau: fique igual à do tanque B, é suficiente acrescentar no
tanque A uma quantidade de álcool que é inferior a 25
z Se Δ > 0 → A equação possui duas raízes reais e L.
distintas;
z Se Δ = 0 → A equação possui duas raízes reais e ( ) CERTO  ( ) ERRADO
idênticas;
z Se Δ < 0 → A equação não possui raízes reais. A proporção álcool/gasolina do tanque B é de 50/150
= 1/3.
Soma e Produto das Raízes A quantidade X de álcool precisa ser acrescentada
no tanque A para ele chegar nesta mesma propor-
Em uma equação ax2 + bx + c = 0, temos: ção. A quantidade de álcool passará a ser de 60 +
X, e a de gasolina será 240, de modo que ficaremos
z A soma das raízes é dada por –b/a; com a razão:
z O produto das raízes é dado por c/a. 1/3 = (60+X) / 240
240 x 1/3 = 60 + X
Calcular as raízes da equação x2 - 3x + 2 = 0. 80 = 60 + X
Soma: –b/a = -(-3) / 1 = 3 60 + X = 80
Produto: c/a = 2 / 1 = 2 X = 80 - 60
Quais são os dois números que somados resultam X = 20 litros.
“3” e multiplicados, “2”? Resposta: Certo.
Soma: 3 = (2 + 1);
Produto 2 = (2 ×1); 3. (FUNDATEC — 2011) Qual deve ser o valor de m para
Logo, 2 e 1 são as raízes dessa equação. Exatamen- que a equação x2 + 6x + m = 0 tenha raízes reais iguais?
te igual achamos usando a fórmula de bhaskara.
Agora vamos treinar o que aprendemos na teo- a) 3.
ria com exercícios comentados de diversas bancas. b) 9.
Vamos lá! c) 6.
d) -9.
1. (CEBRASPE-CESPE — 2018) Os indivíduos S1, S2, S3 e) -3.
e S4, suspeitos da prática de um ilícito penal, foram

60
interrogados, isoladamente, nessa mesma ordem. No Para que a equação do segundo grau tenha raízes
iguais, é preciso que o delta (discriminante) seja

8-
depoimento, com relação à responsabilização pela

48
prática do ilícito, S1 disse que S2 mentiria; S2 disse igual a zero. Isto é, Δ = b2 - 4ac.
0 = 62 – 4.1.m

6.
que S3 mentiria; S3 disse que S4 mentiria.
A partir dessa situação, julgue o item a seguir. 0 = 36 – 4m .15
4m = 36
20
Caso S3 complete 40 anos de idade em 2020, S1 seja
m = 9.
-4

8 anos mais novo que S3 e S2 seja 2 anos mais velho


que S4, se em 2020 a soma de suas idades for igual a Resposta: Letra B.
ra

140 anos, então é correto afirmar que S2 nasceu antes


ei

de 1984. 4. (CONSULPLAN — 2016) Julgue a afirmativa:


liv

A soma das raízes da equação x2 - 5x + 6 = 0 é um


O

( ) CERTO  ( ) ERRADO número ímpar.


de

S3 tem 40 anos em 2020. S1 é 8 anos mais novo que


os

( ) CERTO  ( ) ERRADO


S3, ou seja, em 2020 sabemos que S1 terá 32 anos de
am

idade. Como S2 é 2 anos mais velho que S4, podemos


A soma das raízes é:
R

dizer que:
S = -b / a
e

Idade de S2 = Idade de S4 + 2
m

S = -(-5) / 1 = 5.
Chamando de X1, X2, X3 e X4 para designar as respec-
er

Resposta: Certo.
tivas idades no ano de 2020, podemos escrever que:
lh
ui

X2 = X4 + 2
G

Sabemos que a soma das idades, em 2020, é igual a


140 anos:
X1 + X2 + X3 + X4 = 140 SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU
32 + (X4+2) + 40 + X4 = 140
74 + 2.X4 = 140 SISTEMAS DE EQUAÇÕES DE PRIMEIRO GRAU
2.X4 = 66 (SISTEMAS LINEARES)
X4 = 33
Logo, X2 = X4 + 2 = 33 + 2 = 35 anos em 2020. Assim, Em alguns casos, pode ser que tenhamos mais de
S2 deve ter nascido em 2020 – 35 = 1985. uma incógnita. Imagine que um exercício diga que: x
Resposta: Errado. + y = 10.
Perceba que há infinitas possibilidades de x e y
2. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Em um tanque A, há uma que tornam essa igualdade verdadeira: 2 e 8, 5 e 5, 15
mistura homogênea de 240 L de gasolina e 60 L de e –5, etc. Por esse motivo, faz-se necessário obter mais
álcool; em outro tanque B, 150 L de gasolina estão uma equação envolvendo as duas incógnitas para
misturados homogeneamente com 50 L de álcool. poder chegar nos seus valores exatos. Veja o exemplo
68 A respeito dessas misturas, julgue o item subsequente. a seguir:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
* *
x + y = 10 x + y = 10

4x - y = 5 4x - y = 5

5x = 15
A principal forma de resolver esse sistema é usan-
x=3
do o método da substituição. Este método é muito sim-
ples e consiste basicamente em duas etapas:
Substituindo o valor de “x” na primeira equação
achamos o valor de “y”:
„ Isolar uma das variáveis em uma das equações;
„ Substituir esta variável na outra equação pela
x + y = 10
expressão achada no item anterior.
3 + y = 10
Vamos aplicar no nosso exemplo:
y = 10 – 3
Isolando “x” na primeira equação
y=7
x = 10 – y
Veja um outro exemplo que vamos precisar
Substituindo “x” na segunda equação por “10-y” multiplicar:

4(10-y) – y = 5 (faz uma distributiva)


*
x + y = 10
40 – 4y – y = 5
x - 2y = 4
-5y = 5 – 40
-5y = -35 (multiplica por -1) Multiplicando por -1 a primeira equação, temos:
5y = 35

(
- x - y = - 10
y=7
x - 2y = 4
Logo, voltando na primeira equação, acharemos o
valor de “x”

60
Fazendo a soma:

8-
x = 10 – y

48
(
- x - y = - 10
x = 10 – 7

6.
x=3
. 15
x - 2y = 4
20

-3y = -6
-4

Assim, x = 3 e y = 7.
y = -6 / -3
ra

Dica
ei

y= 2
liv

Método da substituição
O

Substituindo o valor de “y” na primeira equação


1: Isolar uma das variáveis em uma das equações;
de

achamos o valor de “x”:


2: Substituir essa variável na outra equação pela
os

expressão achada no item anterior. x + y = 10

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

x + 2 = 10
R

Há um outro método para resolver um sistema


e

de equação do 1° grau, que é o método da adição (ou x = 10 – 2


m

soma) de equações. Veja:


er

x=8
lh

„ Multiplicar uma das equações por um número


ui
G

que seja mais conveniente para eliminar uma


variável;
„ Somar as duas equações, de forma a ficar ape- GRANDEZAS E MEDIDAS
nas com uma variável.
– QUANTIDADE
Veja o exemplo a seguir:
SISTEMA DE UNIDADES DE MEDIDAS

*
x + y = 10 Quando estudamos o sistema de medidas nos
4x - y = 5 atentamos ao fato de que ele serve para quantificar
dimensões que podem ter uma variação gigantesca.
Todavia existem as conversões entre as unidades para
uma melhor interpretação e leitura.
Nesse exemplo, não vamos precisar fazer uma
multiplicação, pois já temos a condição necessária
para eliminarmos o “y” da equação. Então, devemos
fazer apenas a soma das equações. Veja: 69
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MASSA Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado) quadrado)
As unidades a seguir são as mais utilizadas quando
estamos trabalhando a massa de uma matéria. Veja
×100 ×100 ×100 ×100 ×100 ×100
quais são:

z Tonelada (t); Km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2


z Quilograma (kg);
z Grama (g) e;
:100 :100 :100 :100 :100 :100
z Miligrama (mg).

Vamos tomar como base as relações a seguir para Exemplo: Converter 5,3 m2 para cm2:
converter uma unidade em outra. Observe: Para sair do metro quadrado e chegar no cen-
tímetro quadrado devemos multiplicar por 10000
z 1 t = 1000 kg (uma tonelada tem mil quilogramas); (100x100), pois “andamos” duas casas até chegar em
z 1 kg = 1000 g (um quilograma tem mil gramas); centímetro quadrado. Logo, 5,3m2 = 5,3 x 10000 =
z 1 g = 1000 mg (uma grama tem mil miligramas). 53000 cm2.

Observe o exemplo a seguir de uma conversão: CAPACIDADE

Vamos transformar 3,5 kg em gramas. A unidade principal tomada como referência é o


Sabemos que 1 kg equivale a 1000 gramas, logo: metro cúbico. Além dele, temos outras seis unidades
diferentes que servem para medir dimensões maiores
1 kg — 1000 g ou menores. A conversão de unidades de superfície
segue potências de 1000. Veja o esquema a seguir
3,5 Kg — x
x = 3,5 × 1000 Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3
(quilômetro (hectômetro (decâmetro (metro (decímetro (centímetro (milímetro
x = 3500 g cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico) cúbico)

Então, podemos dizer que 3,5 kg equivalem a 3500 g. ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000 ×1.000

60
COMPRIMENTO
Km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

8-
48
A unidade principal tomada como referência é o

6.
metro. Além dele, temos outras seis unidades dife- :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000 :1.000
rentes que servem para medir dimensões maiores ou
. 15
20

menores. A conversão de unidades de comprimento


Exemplo: Converter 5,3 m3 para cm3:
-4

segue potências de 10. Veja o esquema abaixo:


Para sair do metro cúbico e chegar no centímetro
ra

cúbico devemos multiplicar por 1000000 (1000x1000),


ei

Km hm dam m dm cm mm pois “andamos” duas casas até chegar em centímetro


liv

(quilômetro) (hectômetro) (decâmetro) (metro) (decímetro) (centímetro) (milímetro)


cúbico. Logo,
O
de

×10 ×10 ×10 ×10 ×10 ×10 5,3m3 = 5,3 x 1000000 = 5300000 cm3.
os

Veja, agora, algumas relações interessantes e que


am

Km hm dam m dm cm mm
você precisa ter em mente para resolver a diversas
R

questões.
e

:10 :10 :10 :10 :10 :10


m
er

UNIDADE RELAÇÃO DE UNIDADE


lh

Exemplo: Converter 5,3 metros para centímetros:


ui

Para sair do metro e chegar no centímetro deve- 1 quilograma (kg) 1000 gramas (g)
G

mos multiplicar por 100 (10x10), pois “andamos” duas 1 tonelada (t) 1000 quilogramas (kg)
casas até chegar em centímetro. Logo, 1 litro (l) 1 decímetro cúbico (dm3)
5,3m = 5,3 x 100 = 530 cm. 1 mililitro (ml) 1centímetro cúbico (cm3)
1 hectare (ha) 1 hectômetro quadrado (hm2)
SUPERFÍCIE 1 hectare (ha) 10000 metros quadrados (m2)
A unidade principal tomada como referência é o
TEMPO
metro quadrado. Além dele, temos outras seis unidades
diferentes que servem para medir dimensões maiores
Medindo intervalos de tempos temos (hora – minu-
ou menores. A conversão de unidades de superfície
to – segundo) que são os mais conhecidos. Veja como
segue potências de 100. Veja o esquema a seguir:
se faz a relação nessa unidade.
Para transformar de uma unidade maior para a
unidade menor, multiplica-se por 60. Veja:
70
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1 hora = 60 minutos VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
h = 4 x 60 = 240 minutos 1,57m 4
1,60m 2
Para transformar de uma unidade menor para a
unidade maior, divide-se por 60. Veja: 1,63m 10
1,67m 5
20 minutos = 20 / 60 = 2/6 = 1/3 da hora ou 1/3h. 1,75m 13
1,81m 15
Para medir ângulos a unidade básica é o grau. 1,89m 2
Temos as seguintes relações:
Quando isso acontece, é importante resumir os
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) dados de maneira que fique mais fácil para uma leitu-
ra e interpretação da tabela. Na ocasião, vamos criar
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
intervalos que chamaremos de “classes”.
Aqui vale fazer uma observação que os minutos e
os segundos dos ângulos não são os mesmos do sistema CLASSE FREQUÊNCIAS (FI)
(hora – minuto – segundo). Os nomes são semelhantes, 1,50 | - 1,60 33
mas os símbolos que os indicam são diferentes, veja:
1,60 | - 1,70 17
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do 1,70 | - 1,80 13
dia. 1,80 | - 1,90 17
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo.
O símbolo “|” significa que o valor que se encontra
ao seu lado está incluído na classe. Por exemplo, 1,50
RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS – TABELA OU
| - 1,60 nos indica que as pessoas com altura igual a
GRÁFICO
1,50 são contadas entre as que fazem parte dessa clas-
se, porém as pessoas com exatamente 1,60 não são
Tabelas
contabilizadas.
Veja novamente a última tabela, agora com a colu-
Para descrever um conjunto de dados, um recurso
muito utilizado são tabelas, como essa a seguir, refe- na de frequências absolutas acumuladas à direita:

60
rente à observação da variável “Sexo dos moradores

8-
de São Paulo”: FREQUÊNCIAS AB-
FREQUÊNCIAS

48
CLASSE SOLUTAS ACUMU-
(FI)

6.
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi) LADAS (FCA)
Masculino 34 1,50 | - 1,60
15
33
.
33
20

Feminino 26 1,60 | - 1,70 17 50


-4

Observe que na coluna da esquerda colocamos as 1,70 | - 1,80 13 63


ra

categorias de valores que a variável pode assumir, ou 1,80 | - 1,90 17 80


ei
liv

seja, masculino e feminino, e na coluna da direita colo-


camos o número de Frequências, isto é, o número de
O

A coluna da direita exprime o número de indiví-


observações (ou repetições) relativas a cada um dos
de

duos que se encontram naquela classe ou abaixo dela.


valores. Veja, ainda, que foi analisada uma amostra de Ou seja, o número acumulado de frequências do valor
os

60 pessoas, das quais 34 eram homens e 26 mulheres.


mais baixo da amostra (1,50m) até o valor superior

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

Estes são os valores de frequências absolutas. Pode-


mos, ainda, representar as frequências relativas (per- daquela classe. Perceba que, para obter o número 50,
R

centuais): sabemos que 34 em 60 são 56,67%, e 26 em bastou somar 17 (da classe 1,60| - 1,70) com 33 (da
e

60 são 43,33%. Portanto, teríamos: classe 1,50| - 1,60). Isto é, podemos dizer que 50 pes-
m

soas possuem altura inferior a 1,70m (limite superior


er

da última classe). Analogamente, 63 pessoas possuem


lh

VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS altura inferior a 1,80m.


ui

RELATIVAS (Fri)
G

Masculino 56,67% Gráficos


Feminino 43,33%
Vejamos abaixo alguns tipos.
Note que a frequência relativa é dada por Fi / n,
onde Fi é o número de frequências de determinado Colunas ou Barras Justapostas
valor da variável, e n é o número total de observações.
Agora, vamos analisar uma tabela onde a variável Utilizamos o gráfico de colunas ou barras justapos-
pode assumir um grande número de valores distintos. tas para dados agrupados por valor ou por atributo.
Vamos representar na tabela a variável “Altura dos Vamos supor que estamos interessados nas idades de
moradores de Campinas”: alguns alunos. O gráfico relaciona as idades com as
respectivas frequências.
VALOR DA VARIÁVEL FREQUÊNCIAS (Fi)
1,51m 12
1,54m 17 71
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Idade × Frequência Evolução anual no número de alunos do sétimo ao nono ano
35
Frequência Absoluta Simples 25
30

20 25
20
15 15
10
10
5
5 0
2017 2018 2019 2020

0 Sétimo ano Oitavo ano Nono ano


20 23 27 30 33
Histograma
Agora suponha, por exemplo, que queremos saber
a cidade natal de alguns alunos. Como algumas cida- É muito utilizado na representação gráfica de
des possuem nomes muito grandes, poderíamos optar dados agrupados em classes (distribuição de fre-
em usar um gráfico de barras justapostas. Veja: quências). Imagine que realizamos uma pesquisa
sobre os salários dos funcionários de uma empresa
Cidade Natal × Frequência
de cosméticos e obtivemos a seguinte distribuição de
frequências.
Salvador

SALÁRIOS EM
FREQUÊNCIA
Florianópolis MILHARES DE REAIS
10 – 15 15
Rio de Janeiro
15 – 20 17
20 – 25 13
São Paulo
25 - 30 7
0 2 4 6 8 10 12 14

60
Esses dados podem ser resumidos com um histo-
Gráfico de Setores (ou de Pizza)

8-
grama, como mostra o gráfico a seguir.

48
Este gráfico tem a vantagem de mostrar rapida-

6.
Salários dos Funcionários da Empresa de Cosméticos x Em
mente a relação com o total de observações. Vamos 15
milhares de reais
supor que analisamos as notas trimestrais de alguns
.
20
18
alunos. Veja como fica a disposição usando o gráfico
-4

16
de pizza.
14
ra
ei

12
Média de Notas Escolares Trimestrais
liv

10
O

8
de

6
os

4
am

2
0
R

(10 - 15) (15 - 20) (20 - 25) (25 - 30)


e
m
er

É importante destacar que a área de cada retângu-


lh

lo é proporcional à frequência.
ui
G

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO –
MÉDIA ARITMÉTICA SIMPLES
A média aritmética é um valor que pode substituir
todos os elementos de uma lista sem alterar a soma
Gráfico de Linha dos elementos da lista. Considere que há uma lista de
n números (x1, x2, x3, ..., xn). A soma dos termos desta
São mais utilizados nas representações de séries lista é igual a (x1 + x2 + x3 + ... + xn).
temporais. Vamos analisar a evolução de um ano para Para calcular a média aritmética de uma lista de
o outro, se houve um crescimento ou um decréscimo números, basta somar todos os elementos e dividir
no número de alunos dentre as séries que estão em pela quantidade de elementos. Ou seja,
evidência para estudo dentro da escola. Observe:
72
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Região Poligonal
x1 + x2 + ... + xn
x=
n A região poligonal é a reunião do polígono com o
seu interior.
Veja um exemplo: Calcular a média aritmética dos
G
números 5, 10, 15, 20, 50.

5+10+15+20+50
X= = 100 = 20.
5 5 A
F

A média aritmética é igual a 20.


H

NOÇÕES DE GEOMETRIA
D E B
FORMA

Polígonos e seus Elementos

Vamos considerar n · (n ≥ 3) pontos ordenados A1,


A2, ..., An. Consideremos também os n segmentos con-
secutivos determinados por estes pontos (A1A2, A2A3, C
..., AnA1), de modo que não existam dois segmentos
Figura 50. Região Poligonal
consecutivos colineares. Definimos Polígono como a
reunião dos pontos dos n segmentos considerados.
Vejamos alguns exemplos: Polígono Côncavo e Polígono Convexo

A Um polígono é convexo se, e somente se, qualquer


reta suporte, de um lado do polígono, deixar todos os

60
D outros lados em um mesmo semi-plano dos dois que

8-
ela determina.

48
6.
. 15
20

C
-4

B B
ra
ei

K
liv
O

I
de

A
os

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

J C
R
e

E
m
er
lh

G
ui
G

F
E
H
D
L M
Q O

Figura 51. Polígono Convexo


R P N
Observação: em um polígono convexo, a região
Figura 49. Polígonos poligonal é convexa.

73
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Por definição, um polígono que não é convexo é Ângulos Internos de um Polígono Convexo
côncavo.
A soma dos ângulos internos de um polígono con-
vexo é dada pela expressão:

G Si = (n – 2) · 180º

I Ângulos Externos de um Polígono Convexo

A soma dos ângulos externos de um polígono con-


H vexo é dada pela expressão:
F
Se = 360º

Perímetro de Polígonos

Quando nos referimos ao Perímetro de um Polí-


gono, estamos na prática indicando que nosso interes-
se diz respeito à soma dos lados deste. Portanto, para
calcular o Perímetro de um Polígono qualquer, basta
J somar os lados.

Polígonos Regulares
Figura 52. Polígono Côncavo
Um Polígono é denominado de regular quando pos-
Observação 2: em um polígono côncavo, a região sui todos os seus lados e ângulos internos congruentes.
poligonal é côncava. Seguem alguns exemplos de Polígonos Regulares:

Nomenclatura dos Polígonos AB

Nomeamos os Polígonos de acordo com o número


n de lados:

60
8-
48
z 1° caso: 3� n � 9
n = 3 – Triângulo

6.
n = 4 – Quadrilátero . 15
n = 5 – Pentágono C
20

n = 6 – Hexágono
-4

n = 7 – Heptágono
ra

n = 8 – Octógono
ei

n = 9 – Eneágono
liv
O

z 2º caso: n é múltiplo de 10
de

n = 10 – Decágono
os

n = 20 – Icoságono
n = 30 – Tricágono
am

n = 40 – Quadricágono
R

n = 50 – Pentacágono
e

n = 60 – Hexacágono
m
er

L
lh

z 3° caso: n > 10 e n não é múltiplo de 10


K
ui

n = 11 – Unodecágono
G

n = 17 – Heptdecágono
n = 26 – Hexaicoságono
n = 35 – Pentatricágono

Número de Diagonais de um Polígono Convexo


H
O Número de Diagonais em um Polígono Convexo J
é dado pela expressão:

n (n – 3)
d=
I
2

74
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Q
P

O 90°

M Os ângulos podem ser classificados quanto ao


N
valor do ângulo em relação à 90°:
A1
B1 z Ângulos agudos: são aqueles ângulos inferiores à
z
90°. Ex.: 30o, 42o, 63o;
C1 z Ângulos obtusos: são aqueles ângulos superiores
W à 90o. Ex.: 100o, 125o e 155o.

D1 Observação: os ângulos de 0 e 180º são denomina-


V dos de ângulos rasos.
Outra classificação de ângulos é em relação à
S
U medida:
T
z Ângulos congruentes: são congruentes (iguais)
Figura 53. Polígonos Regulares quando possuem a mesma medida;
z Ângulos complementares: são complementares
ÂNGULOS quando a soma entre os ângulos é 90o. Ex.: 60° +
30° = 90°. Os ângulos 30° e 60° são complementares
Ângulo é a medida de uma abertura delimitada um do outro;
por duas semirretas. Veja na figura a seguir o ângulo z Ângulos suplementares: são suplementares quando
A, que é a abertura delimitada pelas duas semirretas a soma entre os ângulos é 180o. Ex.: 110° + 70° = 180°.
desenhadas: Os ângulos 70° e 110° são suplementares entre si.

60
8-
A semirreta que divide um ângulo em duas partes

48
iguais é denominada Bissetriz. Veja:

6.
15
A
.
20
-4

A/2
ra

A/2
ei

O ponto desenhado acima no encontro entre as


liv

duas semirretas é denominado “Vértice do ângulo”.


O

Um ângulo é medido de acordo com a sua abertura.


de

Dizemos que uma abertura completa mede 360 graus Agora observe esse cruzamento de retas. Vamos
os

(360º). Veja: tirar algumas conclusões interessantes.

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

B
R
e
m

A
C
er

A
lh

D
ui
G

Os ângulos formados pelo cruzamento das retas


são denominados ângulos opostos pelo vértice e tem
o mesmo valor, ou seja, A = C e B = D.
Os ângulos A e B são suplementares, pois a soma
Como 360o representam uma volta completa, 180º
entre eles é de 180o, assim como a soma dos ângulos B
representam meia-volta, como você pode ver a seguir
e C, C e D, e D e A.
180° Ângulos opostos pelo vértice têm a mesma medida.
Uma outra unidade de medida de ângulos é cha-
mada de “radianos”. Dizemos que 180o correspondem
a π (“pi”) radianos. Vamos usar uma regra de três sim-
ples para convertermos qualquer ângulo em radia-
nos. Veja, vamos converter 60o para radianos:
Por sua vez, 90o representa metade de meia-volta,
isto é, ¼ de volta. Esse ângulo é conhecido como ângu- 180° ---------------------------------- π radianos
lo reto e tem uma representação bem característica: 60° ------------------------------------ x radianos 75
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
180x = 60 π D
60r r
x= = radianos
180 3

ÁREA
h
Área de um Quadrado

A área de um Quadrado é dada pelo lado (L) ao


B
quadrado.

B L C b
Figura 64. Área de um Paralelogramo

Observação: a área é dada por A = b · h

Área de um Triângulo

L Temos duas situações no caso do cálculo da área


do Triângulo.
A área de um Triângulo qualquer é dada pelo pro-
duto da base pela altura, dividido por dois.

L D
Figura 62. Área de um Quadrado
h
Observação: a área é dada por A = L2

60
8-
Área de um Retângulo

48
B

6.
A área de um Retângulo é dada pelo produto das
H 15
suas dimensões, comprimento vezes largura, ou seja,
.
20
base vezes a altura. b
-4

B C Figura 65. Área de um Triângulo


ra
ei

Observação: a área é dada por:


liv
O
de

b·h
A= 2
os

h
am

A área de um Triângulo Retângulo também é


dada pelo produto da base pela altura, dividido por
R

dois.
e
m
er

B
lh
ui

b D
G

Figura 63. Área de um Retângulo

Observação: a área é dada por A = b · h h

Área de um Paralelogramo

Á área de um Paralelogramo é dada pelo produto


de uma base, ou seja, um lado, pela altura relativa.

Figura 66. Área de um Triângulo Retângulo

Observação: a área é dada por:


76
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A=
b·h Observação: a área é dada por:
2
(b + B) · h
Área de um Losango A= 2

Á área de um Losango é dada pelo semiproduto A área de um Trapézio Retângulo também é dada
das diagonais. pela soma das bases (maior e menor) multiplicada
pela altura, dividido por dois:
B
D

B
D b

Figura 69. Área de um Trapézio Retângulo

Observação: a área é dada por:

(b + B) · h
A= 2

Área do Círculo

D Á área do Círculo é dada pelo produto de π pelo


raio ao quadrado.

60
d

8-
48
Figura 67. Área de um Losango

6.
Observação 1: D é a diagonal maior e d é a diago-
.15
20

nal menor. P
-4

Observação 2: a área é dada por:


ra

r
ei

D·d
A=
liv

2
O

Área de um Trapézio
de
os

Temos duas situações no caso do cálculo da área

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

do Trapézio.
R

A área de um Trapézio Isósceles é dada pela soma


e

das bases (maior e menor) multiplicada pela altura,


m

Figura 70. Área de um Círculo


dividido por dois:
er
lh

Observação: a área é dada por A = π · r2


b
ui
G

Área do Setor Circular


D
Á área do Círculo é dada pelo produto do raio r
pelo arco L.

Figura 68. Área de um Trapézio Isósceles


77
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delas é igual à razão entre os segmentos corres-
A pondentes da outra.

t1 t2
L
O

r
A A’
B
B B’

Figura 71. Área de um Setor Circular C C’

Observação: a área é dada por A = L · r


D D’
PERÍMETRO

Quando nos referimos ao Perímetro de um Polí-


gono, estamos na prática indicando que nosso interes-
se diz respeito à soma dos lados deste. Portanto, para
Figura 46. Feixe de Retas Paralelas, Transversais e Teorema de
calcular o Perímetro de um Polígono qualquer, basta Tales
somar os lados.
Pelo Teorema de Tales, temos as seguintes
igualdades:

TEOREMA DE PITÁGORAS AB AC AD BC BD CD
= = = = =

60
O Teorema de Pitágoras diz que em todo triângu- A’B’ A’C’ A’D’ B’C’ B’D’ C’D’

8-
lo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é

48
igual a soma dos quadrados das medidas dos catetos.

6.
15
B GEOMETRIA ESPACIAL
.
20
-4

PRISMAS
ra
ei

Conceito, Elementos, Classificação, Áreas e Volumes


liv

a e Troncos
O
de

c Considerando um polígono convexo de n lados em


um plano e um segmento de reta entre dois planos
os

paralelos, chamamos de prisma a reunião de todos


am

os segmentos congruentes e paralelos ao segmento de


R

reta e que passam pelos n pontos da região poligonal


e

conhecida, como podemos observar na Figura 46.


m

A C
er

b
lh
ui

Figura 41. Triângulo Retângulo ABC


G

Observação 1: a medida dos lados BC, AC e AB são


dados respectivamente por a, b e c.
Observação 2: o lado a é chamado de hipotenusa
e os lados b e c de catetos.
Observação 3: pelo teorema de Pitágoras temos
a seguinte relação entre os lados do triângulo retân- Figura 46. Exemplos de Prismas, respectivamente: triangular,
gulo: a2 = b2 + c2 quadrangular e pentagonal.

O prisma possui alguns elementos: duas bases con-


gruentes (nos planos paralelos), com n faces laterais (n
TEOREMA DE TALES + 2 no total, somando-se as bases) e n arestas laterais;
3n arestas totais; 3n diedros; 2n vértices e 2n triedros;
O Teorema de Tales diz que se duas retas são e também, altura (h) que é a distância entre os planos
transversais de um conjunto de retas paralelas, então, das bases.
78 a razão entre dois segmentos quaisquer de uma
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Os prismas são classificados em: prisma reto, pris- AT = AL + 2AB
ma oblíquo e prisma regular. O prisma reto é aquele
cujas arestas laterais são perpendiculares aos planos No caso de um prisma regular de base de n lados,
das bases. Já o prisma oblíquo é aquele cujas arestas temos então que a área da base é formada por n triân-
são oblíquas aos planos das bases. Por fim, o prisma gulos de aresta base (b) e altura da base (m), e os para-
regular é aquele cujas bases são polígonos regulares. lelogramos laterais tem base (b) e altura (h), então a
área da base será:
Base Base

b·m (n · b) m
AB = n · =
2 2

AL = n · b · h → n paralelogramos

Base Base (n · b) m
AT = AL + 2AB = n · b · h + 2 = (n · b) (h + m)
2
(a)

Conhecendo os cálculos das áreas do prisma, para


achar o volume do prisma reto ou regular, basta fazer
o produto da área da base pela altura (h) do prisma:

V = AB · h

Para o prisma oblíquo, o volume vai depender


também do ângulo (α) entre a aresta lateral (a) e a
altura (h):

V = a · AB · cos α

Seja então um prisma oblíquo com base quadrada,

60
com aresta da base igual a 3 e aresta lateral igual a 5.

8-
Sabe-se que o ângulo exterior formado entre a aresta
(b)

48
lateral e a aresta da base é de 60 graus, como podemos

6.
Figura 47. Exemplos de Prismas: (a) reto e oblíquo e (b) regular. observar na Figura 48. Quais são a área total e o volu-
me desse prisma?
.15
A área do prisma é dividida entre as áreas laterais
20

e as áreas das bases. Assim, a área lateral de um pris-


-4

ma é dada pela soma das áreas laterais de cada para-


ra

lelogramo formado pelas arestas das bases. Já a área


ei

total é a soma da área lateral com as áreas das bases.


liv
O
de

Importante!
os

Para calcular a área da base de um prisma,

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

deve-se levar em conta o formato que cada


R

Figura 48. Prisma oblíquo com arestas 3 e 5 e ângulo de 60 graus.


prisma vai ter. Por exemplo: se for prisma trian-
e

gular, calcula-se a área da base com a área do


m

Ex.: Sejam seus elementos: aresta lateral (a) 5 cm,


er

triângulo.
aresta da base (b) 3 cm, altura da base (m) também 3
lh

cm pois a base é um quadrado, e altura do prisma (h):


ui
G

Para um prisma reto, as bases podem ser, por


exemplo, um triângulo ou um quadrado (parale- a = 5cm; b = 3cm; m = 3cm; h = ?
logramo), ou seja, a área da base será a área de um
triângulo, que é a metade da base x altura, ou de um Do prisma, tiramos o triângulo retângulo entre a
paralelogramo, cuja área é base x altura. Então, seja altura e a aresta lateral, onde a soma dos ângulos é:
base (b) e altura da base (m), o cálculo da área da base,
área lateral e área total, sendo h a altura do prisma, é: α + 60º + 90º = 180º → α = 30º

h √3
b · m b cos(α) = cos(30º) = → h = 5 · cos(30º) = 5 · cm
 f ( x =
) → ax + b >
Triângulo0 → x > − ; 5 2
2 a
AB =  AB = b · m = 3 · 3 = 9cm2
bf ·(m Paralelogramo b
x=) → ax + b < 0 → x(retângulo,
< − ; quadrado)
 outros a 5√3
AL = n · b · h = 4 · 3 · = 30√3cm2
AL = n · b · h → n paralelogramos 2 79
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AT = AL + 2AB = 30√3 + 18 = 6 · (3 + 5√3)cm2 A área lateral de uma pirâmide regular é a soma
das áreas das faces laterais. A área total é a soma da
√3 45√3 área da base com a área lateral. Para uma pirâmide
V = a · AB · cos(30º) = 5 · 9 · = cm3 regular, as bases podem ser por exemplo um triângu-
2 2
lo, um quadrado, ou seja, a área da base será a área
de um triângulo que é a metade da base x altura e
nos paralelogramos a área é base x altura. Então seja
a aresta da base (b), o apótema da pirâmide (m) e o
apótema da base (m’) os cálculos da área da base, área
lateral e área total são:

b · m' (n · b) m'
AB = n · =
2 2

n·b·m
AL = → n triângulos
O tronco do prisma é um sólido formado pelo corte 2
ou uma secção transversal no plano paralelo à base
do prisma. Esse conjunto de pontos que fica entre a
secção transversal e a base do prisma é o tronco do (n · b)
n·b·m (n · b) (m + m')
prisma. AT = AL + AB = + m' =
2 2 2
Dica
m2 = h2 + m’2
Como o prisma tem base e topo com o mesmo
polígono, então a secção transversal vai definir
o tamanho do corte nas arestas ou faces late-
rais, assim as áreas e volumes serão menores,
mas com as mesmas fórmulas de cálculos.

60
PIRÂMIDE

8-
48
Conceito, Elementos, Classificação, Áreas e Volumes

6.
e Troncos
. 15
Seja um polígono convexo em um plano α e um
20

ponto V fora desse plano, chamamos de pirâmide a


-4

reunião dos segmentos com uma extremidade em V e


ra

a outra nos pontos do polígono (Figura 49).


ei
liv

Conhecendo os cálculos das áreas da pirâmide,


O

para achar o volume da pirâmide regular, basta fazer


de

o produto de um terço da área da base pela altura (h)


os

da pirâmide:
am
R

1 n · b · m' · h
e

V= · AB · h =
m

Figura 49. Exemplos de Pirâmides, respectivamente, triangular, 3 6


er

quadrangular, pentagonal e hexagonal.


lh

O tronco da pirâmide é um sólido formado pelo


ui

Uma pirâmide possui uma base formada por um


G

corte ou uma secção transversal no plano paralelo à


polígono de n lados e n faces laterais (formadas por
base da pirâmide. Esse conjunto de pontos que fica
triângulos). Ao todo então são n+1 faces, n arestas late-
entre a secção transversal e a base da pirâmide é o
rais, 2n arestas, 2n diedros, n+1 vértices, n+1 ângulos
tronco da pirâmide.
poliédricos e n triedros. A altura (h) da pirâmide é a
distância entre o vértice e o plano da base.
As pirâmides são classificadas em: regulares ou oblí-
quas. A regular tem a projeção do vértice no centro da
base, já a oblíqua a projeção não fica no centro. Na pirâ-
mide regular, temos ainda que as arestas laterais são
congruentes e as faces laterais são triângulos isósceles
congruentes. À altura da face lateral de uma pirâmide
regular, dá-se o nome de apótema. O apótema da base
é a distância entre a projeção do vértice e o centro da
base, até o apótema.

80
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Figura 50. Tronco de pirâmide.
segmentos congruentes e paralelos ao segmento de
reta com uma extremidade nos pontos do círculo e a
A área do tronco da pirâmide é encontrada soman- outra na sua secção circular paralela e distinta, como
do a área da base maior, área da base menor e a área pode ser verificado na Figura 50.
lateral. O volume é feito subtraindo do volume total
da pirâmide o volume da pirâmide menor que foi for-
mada pela secção transversal, ou seja, o volume da
pirâmide de base maior menos o volume da pirâmide
de base menor, sendo AB, área da base maior e Ab área
da base menor:

V=V =VVmaior −– V
(H– −h)h
(H )
 b·A⋅ +AABbA
) h − H ( = V − V =V
A⋅b 
maior menor=
Vmenor =   B ++ ⋅
√A BAA
B
·BA⋅b
+A
+bBA
A+
b  3 ronem roiam h
33

Da relação de semelhança de triângulos, podem-se


fazer algumas relações:

H B A r
= =
h b a
Figura 50. Exemplo de Cilindro.
ABmaior ALmaior ATmaior B2 H2 A2
= = = = =
ABmenor ALmenor ATmenor b2 h2 a2 Um cilindro possui duas bases formadas por uma
circunferência de raio r em planos paralelos e gera-
trizes formadas por segmentos com uma extremida-
A∆maior B3 H3 A3 de em um ponto da circunferência de centro O e raio
= = =
A∆menor b3 h3 a3 r, e a outra extremidade no ponto da circunferência
no plano paralelo acima da base, também de raio r. A
altura do cilindro é a distância h entre os planos das
Ex.: Seja uma pirâmide quadrangular de bases nos bases.

60
planos ABCD e EFGH paralelas. Se os segmentos VF=3 O cilindro é classificado em cilindro oblíquo e

8-
e VB=5 e a área de EFGH igual a 18, qual seria a área cilindro reto. No primeiro, as geratrizes são oblíquas

48
da base ABCD? aos planos das bases, já no segundo, as geratrizes são

6.
perpendiculares aos planos das bases.
AEFGH = 18; VF = 3; VB = 5;
.15
O cilindro reto também é chamado de cilindro de
revolução, pois ele é gerado a partir da rotação de um
20

retângulo em torno de um eixo que contém um dos


-4

ABmaior A2 AABCD VB2


= → = seus lados.
ra

ABmenor a2 AEFGH VF2 Secção meridiana de um cilindro é a interseção do


ei

cilindro com um plano que contém as bases. Assim a


liv

secção meridiana de um cilindro reto é um retângulo,


O

AABCD 52 AABCD 25 25 · 18 de altura h e base 2r, e a de um cilindro oblíquo é um


= → = → AABCD =
de

18 32 18 9 9 paralelogramo. Quando essa secção meridiana é um


quadrado, dizemos que o cilindro é equilátero (h = 2r
os

ou geratriz = 2r).

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

450 Como a superfície lateral de um cilindro reto é


AABCD = = 50
R

equivalente a um retângulo de altura h e base sendo


9
e

o comprimento da circunferência 2πr. A área total é a


m

soma da área lateral com as áreas das duas bases, sen-


er

do área da base igual à área da circunferência (πr2):


lh
ui

AB = π · r2
G

AL = 2 · π · r · h
AT = AL + 2AB = 2 · π · r · h + 2 · π · r2 = 2 · π · r(h+r)

O volume do cilindro é o produto da área da base


pela medida da altura:

CILINDRO V = AB · h = π · r2 · h

Conceito, Elementos, Classificação, Áreas e Volumes O tronco do cilindro é formado pelo plano que
e Troncos intersecta o cilindro obliquamente em todas as gera-
trizes, ou seja, um corte oblíquo, formando assim
Seja um círculo de centro O e raio r em um pla- um tronco de cilindro com duas geratrizes, maior e
no α e um segmento de reta não paralelo e não con- menor, o eixo e uma elipse na região do corte.
tido no plano α, chamamos de cilindro a reunião dos
81
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a g2 √3 √3
b Vcilindro = π · ·g· = · g3 · π
4 2 8

g1 g2
E E

Figura 52. Cilindro raio g/2 e geratriz g.

CONE
r
Conceito, Elementos, Classificação, Áreas e Volumes
e Troncos
E

g1 Seja um círculo de centro O e raio r em um plano


α e um ponto V fora do plano α, chamamos de cone a
r reunião dos segmentos de reta com uma extremidade
Secção
em V e a outra nos pontos do círculo, como veremos
Circular
na Figura 53.
Reta
E
g2

60
8-
Figura 51. Tronco de cilindro reto e oblíquo.

48
6.
g1 + g 2g1 + g2 15
E= E= , cilindroretoreto
.
, 2cilindro
20

2
-4

AL = 2 ⋅ π ⋅ r A⋅ LE= 2 · π · r · E
ra

π ⋅ r 2 ⋅ ( g1 + g 2 )
ei

Figura 53. Exemplo de Cone.


liv

= =ππ⋅ ·rr22 ⋅· E
Vtronco
Vtronco cilindro
E → V
reto
cilindro reto
Vtronco
tronco
=
O

2 Um cone possui uma base formada por uma circun-


de

π · r · (g1 + g2)
2 ferência de raio r, geratrizes (g) formadas por segmen-
tos com uma extremidade em um ponto V e a outra nos
os

=
2 pontos da circunferência da base. A altura do cone é a
am

distância h entre o vértice e o plano da base.


R

Um corte transversal paralelo à base do cilindro, O cone é classificado em: cone oblíquo e cone reto.
e

não forma um tronco de cilindro, pois o novo sólido No primeiro, a reta VO é oblíqua ao plano da base, já
m

continua sendo um cilindro com altura ou geratriz no segundo, a reta VO é perpendicular ao plano da
er

g1 + g 2
E= menor. , cilindro reto base. A geratriz de um cone reto também é chamada
lh
ui

O
2 volume do cilindro oblíquo de raio g/2 e geratriz de apótema do cone.
G

g, Figura 52, é dado por:


AL = 2 ⋅ π ⋅ r ⋅ E
Figura 52
π ⋅ rh2 ⋅ (hg1 + g 2 )
hsen (60º)
Importante!
πFigura
Vtronco=⋅ r 2 52 sen ( 60º ) = tronco
⋅ E→→
cilindro reto
V = =
g 2= ) º06 ( nes →Ocone

25 arugiF
reto também é chamado de cone de revo-
g g lução, pois ele é gerado a partir da rotação de
3 √3 3 um triângulo retângulo em torno de um eixo que
g ⋅ sen ( 60º
h= h =) g
= ·g ⋅ (60º) = g ·
sen
2
= ⋅ g ) º06 (= s ⋅ g hum dos seus catetos.
necontém
2 2
2 2
 g 
2
23 3√3 Secção meridiana de um cone é a interseção do cone
Vcilindro = =bA⋅ b · =h =ππ⋅ · r ⋅· h⋅== ππ⋅ ·⋅ ⋅ ⋅π·gg=⋅·h ⋅ 2 r ⋅ π = h ⋅ com
Vcilindro A h r 2 h g bA = um licV
ordniplano que contém a reta VO, assim, a secção
2  22  22 meridiana de um cone reto é um triângulo isósceles,
g2 3 3 33 3 3 2
g de altura h, com os lados iguais à geratriz e a base 2r.
Vcilindro = π ⋅ ⋅g⋅ = ⋅πg⋅ ⋅gπ⋅ = π = ordnessa
⋅ g ⋅ ⋅Quando ilicV
secção meridiana é um triângulo equiláte-
82
4 2 8 8 2 4 ro, dizemos que o cone é equilátero (h = r√3 ou g = 2r).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Como a superfície lateral de um cone reto é equi- Sendo AB, área da base maior e Ab área da base
valente a um setor circular de raio g e comprimento menor, R o raio da base maior, r o raio da base menor
do arco 2πr, a área total é a soma da área lateral com e G a geratriz do tronco do cone, temos:
a área da base, sendo a área da base igual à área da
circunferência (πr2): AL = π · (R + r) · G
AT = AL + AB + Ab = π · [R · (G + R) + r · (G + r)]
AB = π · r2
AL = π · r · g Da semelhança entre o cone original (cone maior)
com o cone da secção transversal (cone menor) temos
AT = AL + AB = π · r · g + π · r2 = π · r (g+r) as mesmas relações que já tínhamos notado para o
caso da pirâmide:
O volume do cone é um terço do produto da área
da base pela medida da altura:
R H
=
1 1 r h
V= · AB · h = · π · r2 · h
3 3
ABmaior ALmaior ATmaior R2 H2
= = = =
O tronco do cone é um sólido formado pelo corte ABmenor ALmenor ATmenor r2 h2
ou uma secção transversal no plano paralelo à base do
cone. Esse conjunto de pontos, que fica entre a secção A∆maior R3 H3
= =
transversal e a base do cone, é o tronco do cone. A∆menor r3 h3

V
Ex.: Num tronco de cone, os perímetros das bases são
16π cm e 8π cm e a geratriz G = 5cm, Figura 55, os valores
da altura, da área lateral e do volume do tronco são:

g PB = 16π = 2π R → R = 8cm;
h B Pb = 8π = 2πr → r = 4cm;
G = 5cm;

60
8-
48
R H 8 H
= → = → H = 2h;

6.
A¹ r B¹ H r h 15 4 h

.
k = (H – h) = 2h – h = h;
20
-4

∆ABC
ra

A¹ r B¹ h2 + r2 = G2 → h2 = 25 – 16 = 9
ei


liv

h = 3cm;
O

H = 2h = 6cm;
de

G AL = π(R+r) G = π(8 + 4) 5 = 60πcm2;


os

H-h

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

π · (H – h)
VTronco = · [R2 + R · r + r2]
R

3
e
m
er

π · (3)
B
lh

R = · [82 + 8 · 4 + 42] = 112πcm3


A
ui

3
O
G

Figura 54. Tronco de cone.

A área do tronco do cone é encontrada somando a


área da base maior, área da base menor e a área late-
ral. O volume é calculado, subtraindo, do volume total
do cone, o volume do cone menor, que foi formado
pela secção transversal, ou seja, o volume do cone de
base maior menos o volume do cone de base menor:

π · (H – h)
VTronco = Vmaior – Vmenor = · [R2 + R · r + r2]
3
83
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
R=4 Polo
Paralelo
A
O1

G=5
(H-h=k)

Equador
C Meridiano
O
Polo
Figura 56. Esfera e seus elementos, polo, equador, paralelo e meri-
diano.
R=8
A área da superfície da esfera de raio r é igual a
(a) 4πr e o volume é quatro terços de πr3. O fuso esférico
é a interseção da superfície da esfera com um setor
r=4 A diedral cuja aresta contém um diâmetro dessa super-
O1
fície esférica, como podemos observar na Figura 57. A
área do fuso é 2r2α. Já a cunha esférica é dada por esta
mesma região do fuso esférico e vai até a região do
centro da esfera, ou seja, até o raio no eixo, formando
um volume que pode ser calculado com 2r3α/3.0
G=5
k=(H-h)=h

60
8-
48
6.
R-r=4
r=4 15
C
.
20

O B
-4

R=8
ra
ei

Figura 57. Exemplo de Fuso e Cunha esférica, respectivamente, da


liv

(b) esquerda para direita.


O
de

Figura 55. Tronco do Cone de geratriz G = 5, R = 8, r = 4 e h = 3 (a) e Assim, resumindo, temos as seguintes fórmulas
os

triângulos retângulos formados dentro do tronco a partir da altura do para esferas:


am

tronco, raios e geratriz (b).


R

AEsfera = 4 · π · r2;
e

ESFERA
m

VEsfera = π · r3;
er
lh

Conceito, Elementos, Classificação, Áreas e Volumes


ui

AFuso = 2 · r2 · α;
G

Considerando-se um ponto O e um segmento de


medida r, chama-se esfera de centro O e raio r o con- 2 · r3 · α
junto dos pontos P do espaço, tais que a distância do VCunha =
segmento OP seja menor ou igual a r. 3
A esfera possui alguns elementos: o eixo, uma reta
Ex.: Seja uma superfície esférica com o compri-
que passa pelo centro da esfera; os polos que são as
mento da circunferência do círculo máximo igual a
interseções da superfície da esfera com o eixo; equa-
26π cm, qual seria a área dessa superfície e qual o
dor, uma secção perpendicular ao eixo passando pelo
volume?
centro da superfície; paralelo, uma seção perpendi-
O comprimento do círculo é: 2πr = 26π → r = 13cm;
cular ao eixo e paralela ao equador e o meridiano,
uma seção cujo plano passa pelo eixo, como pode ser AEsfera = 4πr2 = 4π(13)2 = 676πcm2;
observado na Figura 56. Distância polar é a distância
84 de um ponto do paralelo ao polo. VEsfera = πr3 = π(13)3 = 2197πcm3;
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„ Se estudar, então vai passar.
RACIOCÍNIO LÓGICO
z Na linguagem simbólica:
ESTRUTURAS LÓGICAS, LÓGICAS DE
ARGUMENTAÇÃO „ p → q.

A Negação com o Conectivo “Não” Bicondicional (Conectivo “Se e Somente Se”)

Representação simbólica: (~p) ou (¬p). Representação simbólica:


Sabemos que o valor lógico de p e ~p são opostos, Exemplo:
isto é, se p é uma proposição verdadeira, ~p será falsa,
e vice-versa. Exemplo: z Na linguagem natural:
p: Matemática é difícil.
(~p) ou (¬p): Matemática não é difícil. „ Bino vai ao cinema se e somente se ele receber
dinheiro.
Outras maneiras que podemos usar para negar
uma proposição e que vem aparecendo muito nas pro- z Na linguagem simbólica:
vas de concursos são:
„ p ⟷ q.
z Não é verdade que matemática é difícil;
z É falso que matemática é difícil.
DIAGRAMAS LÓGICOS
Conjunção (Conectivo E)
Esse tema é diretamente ligado ao estudo dos
Quantificadores Lógicos ou Proposições Categóricas,
Representação simbólica: ^
que são elementos que especificam a extensão da vali-
Exemplos: dade de um predicado sobre um conjunto de constan-
tes individuais. Ou seja, são palavras ou expressões
z Na linguagem natural: que indicam que houve quantificação. São exemplos
de quantificadores as expressões: existe, algum, todo,
„ O macaco bebe leite e o gato come banana. pelo menos um, nenhum.
Esses quantificadores podem ser classificados em
z Na linguagem simbólica:

60
dois tipos:

8-
48
„ p ^ q. z Quantificador Universal;
z Quantificador Existencial (particulares).

6.
Disjunção Inclusiva (Conectivo Ou) . 15
Nos quantificadores universais temos todo e
20

Representação simbólica: v nenhum, já nos particulares temos pelo menos um,


-4

Exemplos: existe um e o algum.


ra

Agora, vamos estudar a representação de cada um


ei

z Na linguagem natural: dos quantificadores por meio dos diagramas lógicos.


liv
O

„ Maria é bailarina ou Juliano é atleta. Quantificador Universal “Todo” (Afirmativo)


de

Exemplos:
os

z Na linguagem simbólica:

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

z Todo A é B;
„ p v q.
R

z Todo homem joga bola.


e
m

Disjunção Exclusiva (Conectivo Ou...ou)


Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
er

exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar que


lh

Representação simbólica: ⊻ Todo A é B significa que todo elemento de A também é ele-


ui

Exemplos:
G

mento de B. Logo, podemos representar com o diagrama:

z Na linguagem natural: B

„ Ou o elefante corre rápido ou a raposa é lenta. A

z Na linguagem simbólica:

„ p ⊻ q.

Condicional (Conectivo Se e Então) O conjunto A dentro do conjunto B

Representação simbólica: → Quando Todo A é B é verdadeira, os valores lógi-


Exemplo: cos das outras proposições categóricas, interpretando
os diagramas, serão os seguintes:
z Na linguagem natural: 85
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z Nenhum A é B: é falsa; Quantificador Particular (negativo): Algum / Pelo
z Algum A é B: é verdadeira; Menos um / Existe + a partícula Não
z Algum A não é B: é falsa.
Exemplos:
Quantificador Universal “Nenhum” (Negativo)
z Algum A não é B;
Exemplos: z Algum homem não joga bola.

z Nenhum A é B; Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no


z Nenhum homem joga bola. exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Algum A não é B significa que o conjunto A tem
pelo menos um elemento que não pertence ao conjunto
Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
B. Logo, podemos fazer representações com diagramas:
exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
que Nenhum A é B significa que A e B não tem ele-
mentos em comum, logo, temos apenas uma represen-
tação com diagrama:

A B

Os dois conjuntos possuem uma parte em comum, mas não há


contato de alguns elementos de A com B
Não há intersecção entre o conjunto A e o conjunto B
Veja que nas representações o conjunto A tem pelo
Quando Nenhum A é B é verdadeira, os valores menos um elemento que não pertence ao conjunto B.
lógicos das outras proposições categóricas, interpre- Então, quando Algum A não é B é verdadeira, os valo-
tando o diagrama, serão os seguintes: res lógicos das outras proposições categóricas, inter-
pretando o diagrama, serão os seguintes:
z Todo A é B: é falsa;
z Algum A é B: é falsa; z Todo A é B: é falsa;

60
z Algum A não é B: é verdadeira. z Nenhum A é B: é indeterminada;

8-
z Algum A não é B: é indeterminado.

48
Quantificador Particular (Afirmativo): Algum / Pelo

6.
Menos um / Existe SEQUÊNCIAS .15
20

Exemplos: Sequências Numéricas


-4

Esse tema é cobrado de uma maneira que pode pare-


ra

z Algum A é B;
ei

cer como também pode ser complicado. Descobrir a lei


z Algum homem joga bola.
liv

de formação ou padrão da sequência é o seu principal


O

objetivo, pois nas questões sobre sequências/raciocínio


Perceba que temos dois conjuntos envolvidos no
de

sequencial, você será apresentado a um conjunto de


exemplo, o do homem e o de jogar bola. Vale lembrar
dados dispostos de acordo com alguma “regra” implíci-
os

que Algum A é B significa que o conjunto A tem pelo ta, alguma lógica de formação. O desafio é exatamente
am

menos um elemento em comum com o conjunto B, ou descobrir essa “regra” para, com isso, encontrar outros
seja, há intersecção entre os círculos A e B. Logo, pode-
R

termos daquela mesma sequência.


mos fazer representações com diagramas:
e

Veja o exemplo abaixo:


m
er

A B
2, 4, 6, 8,...
lh
ui
G

A primeira pergunta que podemos fazer para


achar a lei de formação é: os números estão aumen-
tando ou diminuindo?
Caso eles estejam aumentando, devemos tentar as
operações de soma ou multiplicação entre os termos.
Veja no exemplo colocado acima: 2, 4, 6, 8,.. Do primei-
Os dois conjuntos possuem uma parte em comum ro termo para o segundo, somamos o número dois e
depois repetimos isso.
Veja que as representações de A e B possuem inter-
secção. Então, quando Algum A é B é verdadeira, os 2+2=4
valores lógicos das outras proposições categóricas,
interpretando o diagrama, serão os seguintes: 4+2=6
6+2=8
z Todo A é B: é indeterminado;
z Nenhum A é B: é falsa; Logo, o nosso próximo termo será o número 10,
86 z Algum A não é B: é indeterminado. pois 8+2 = 10.
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Caso os números estejam diminuindo, você pode Nesta fórmula, an é o termo de posição n na PA (o
buscar uma lógica envolvendo subtrações ou divisões “n-ésimo” termo); a1 é o termo inicial, r é a razão e n é
entre os termos. a posição do termo na PA.
Agora, observe essa outra sequência: Usando o nosso exemplo acima, vamos descobrir
o termo de posição 10. Já temos as informações que
2, 3, 5, 7, 11, 13, ... precisamos: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}

Qual é o seu próximo termo? Vários alunos tendem z O termo que buscamos é o da décima posição, isto
a dizer que o próximo termo é o 15, mesmo tendo per- é, a10;
cebido que o 9 não está na sequência. A nossa tendên- z A razão da PA é 2, portanto r = 2;
cia é relevar esse “probleminha” e marcar logo o valor z O termo inicial é 1, logo a1 = 1;
15. Muito cuidado! Como já disse, o padrão encontra- z n, ou seja, a posição que queremos é a de número
do deve ser capaz de explicar toda a sequência! Nesse 10: n = 10.
caso, estamos diante dos números primos! Sim, aque-
les números que só podem ser divididos por eles mes- Logo,
mos ou então pelo número 1. No caso, o próximo seria
o 17, e não o 15. A propósito, os próximos números an = a1 + (n– 1)r
primos são: 17, 19, 23, 29, 31, 37...
a10 = 1 + (10 – 1)2
Sequências Numéricas Alternadas a10 = 1 + 2 × 9

É bem comum aparecerem questões que envolvem a10 = 1 + 18


uma sequência que tem mais de uma lei de formação. a10 = 19
Podemos ter 2 sequências que se alternam, como nes-
te exemplo:
Isto é, o termo da posição 10 é o 19. Volte na
sequência e confira. Perceba que, com essa fórmula,
2, 5, 4, 10, 6, 15, 8, 20, ...
podemos calcular qualquer termo da PA. O termo da
posição 200 é:
Se analisarmos mais minuciosamente, podemos
dizer que temos uma sequência que, de um número
an = a1 + (n – 1)r
para outro, devemos somar 2 unidades e também

60
podemos notar que temos a sequência que, de um a200 = 1 + (200 – 1)2

8-
número para o outro, basta somar 5 unidades, elas
a200 = 1 + 2 × 199

48
estão em sequências numéricas alternadas. Veja:

6.
1° Sequencia: 2, 4, 6, 8,... a200 = 1 + 398
2° Sequencia: 5, 10, 15, 20, ... 15
a200 = 399
.
20
-4

Progressão Aritmética
Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PA
ra

Uma progressão aritmética é aquela em que os


ei

termos crescem, sendo adicionados a uma razão cons- A fórmula a seguir nos permite calcular a soma dos
liv

tante, normalmente representada pela letra r. “n” primeiros termos de uma progressão aritmética:
O
de

n # (a1 + an)
z Termo inicial: valor do primeiro número que Sn =
os

2
compõe a sequência;

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

z Razão: regra que permite, a partir de um termo,


obter o seguinte. Para entendermos um pouco melhor, vamos calcu-
R

lar a soma dos 7 primeiros termos do nosso exemplo


e
m

Observe o exemplo abaixo: que já foi apresentado: {1,3,5,7,9,11, 13, ...}.


er

Já sabemos que a1 = 1, e n = 7. O termo an será, nes-


lh

{1,3,5,7,9,11,13, ...} te caso, o termo a7, que observando na sequência é o


ui

número 13, ou seja, a7 = 13. Substituindo na fórmula,


G

Veja que 1+2=3, 3+2=5, 5+2=7, 7+2=9 e assim suces- temos:


sivamente. Temos um exemplo nítido de uma Progres-
são Aritmética (PA) com uma razão 2, ou seja, r = 2 e n # (a1 + an)
Sn =
termo inicial igual a 1. Em questões envolvendo pro- 2
gressões aritméticas, é importante você saber obter o
termo geral e a soma dos termos, conforme veremos 7 # (1 + 13)
S7 =
a seguir. 2

Termo Geral da PA 7 # 14
S7 =
2
Trata-se de uma fórmula que, a partir do primei-
ro termo e da razão da PA, permite calcular qualquer S7 =
98
= 49
outro termo. Temos a seguinte fórmula: 2

an = a1 + (n-1)r 87
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Dependendo do sinal da razão r, a PA pode ser: Soma do Primeiro ao N-ésimo Termo da PG

z PA crescente: se r > 0, a PA terá termos em ordem A fórmula abaixo permite calcular a soma dos “n”
crescente. primeiros termos da progressão geométrica:

n
Ex.: {1, 4, 7, 10, 13, 16...} → r = 3; a1 # (q - 1)
Sn =
q-1
z PA decrescente: se r < 0, a PA terá termos em ordem
decrescente.
Usando novamente o nosso exemplo e fazendo a
soma dos 4 primeiros termos (n = 4), temos: {2, 4, 8,
Ex.: {20, 19, 18, 17 ...} → r = -1;
16, 32...}
4
z PA constante: se r = 0, todos os termos da PA serão 2 # (2 - 1)
S4 =
iguais. 2-1

Ex.: {7, 7, 7, 7, 7, 7, 7...} → r = 0. 2 # (16 - 1)


S4 =
1
Dica 2 # 15
S4 =
1
PA crescente: se r > 0;
PA decrescente: se r < 0; S4 = 30
PA constante: se r = 0.
Soma dos Infinitos Termos de uma Progressão
Em uma progressão aritmética de 3 termos, o Geométrica
segundo termo ou o termo do meio é a média aritmé-
tica entre o primeiro e terceiro termo. Veja: Suponha que você corra 1000 metros, depois,
você corra 500 metros, depois, você corra 250 metros
PA (a1, a2, a3)  a2 = (a1 + a3)/2 e, depois, 125 metros – sempre metade do que você
correu anteriormente. Quanto você correrá no total?
PA (2, 4, 6)  4 = (2+6)/2  4 = 4
Observe que o que temos é exatamente uma progres-
são geométrica infinita, porém, essa PG é decrescente.
Progressão Geométrica

60
Quando temos uma PG infinita com razão 0 < q <
1, teremos que qn = 0. Entendemos, então, que quanto

8-
Observe a sequência a seguir:

48
maior for o expoente, mais próximo de zero será. Por-
tanto, substituindo, teremos:

6.
{2, 4, 8, 16, 32...} . 15
a1 # (0 - 1)
20

Cada termo é igual ao anterior multiplicado por 2. S∞ =


q-1
-4

Esse é um exemplo típico de Progressão Geométrica,


ra

ou simplesmente, PG. Em uma PG, cada termo é obti-


ei

do a partir da multiplicação do anterior por um mes- a1


S∞ =
liv

mo número, o que chamamos de razão da progressão 1-q


O

geométrica. A razão é simbolizada pela letra q.


de

No exemplo acima, temos q = 2 e o termo inicial é Dica


a1 = 1. Da mesma maneira que vimos para o caso de
os

PA, normalmente, precisamos calcular o termo geral Em uma progressão geométrica, o quadrado do
am

e a soma dos termos. termo do meio é igual ao produto dos extremos.


R

{a1, a2, a3}  (a2)2 = a1 × a3


e

Termo Geral da PG Veja: {2, 4, 8, 16, 32...}


m

82 = 4 × 16
er

A fórmula a seguir nos permite obter qualquer


lh

64 = 64.
ui

termo (an) da progressão geométrica, partindo-se do


G

primeiro termo (a1) e da razão (q):

an = a1 × qn-1 HORA DE PRATICAR!


No nosso exemplo, o quinto termo, a5 (n = 5), pode 1. (VUNESP — 2021) Uma pessoa comprou queijo fatiado
ser encontrado assim: para colocar em sanduíches. Se ela colocar 2 fatias de
queijo em cada sanduíche, esse queijo comprado irá durar
{2, 4, 8, 16, 32...} 9 dias, mas, se ela colocar 3 fatias de queijo em cada san-
duíche, então o queijo comprado irá durar apenas
a5 = 2 × 25-1
a5 = 2 × 24 a) 7 dias.
b) 6 dias.
a5 = 2 × 16
c) 5 dias.
a5 = 32 d) 4 dias.
e) 3 dias.
88
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
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2. (VUNESP — 2021) Atualmente, Paulo recebe R$ 12,00 7. (VUNESP — 2021) “O Brasil é o maior produtor
por hora de trabalho. Para limpar e organizar o pomar mundial de cana-de-açúcar e, na safra 2020/21, foi
de sua casa, ele contratou um jardineiro que cobrou R$ responsável pela produção de 654,5 milhões de tone-
210,00 para executar o trabalho. O número mínimo de ladas [de cana de açúcar] destinadas à produção de
horas que Paulo deverá trabalhar para conseguir pagar 41,2 milhões de toneladas de açúcar [...].”
o jardineiro é
(http://www.iea.sp.gov.br/out/TerTexto.php?cod Texto=15925#:~:
a) 15. text=O%20Brasil%20%C3%A9%20o%20maior, de%20litros%20de%20
etanol1.)
b) 16.
c) 17.
A informação apresentada consta do artigo intitulado
d) 18.
Alta na Produção e nas Exportações de Açúcar Marca
e) 19.
a Safra 2020/21 de Cana.
3. (VUNESP — 2022) Duas máquinas foram progra-
Supondo-se proporcional a relação apresentada, para
madas para soarem um alarme a cada período tra-
a produção de 61,8 milhões de toneladas de açúcar, a
balhado: uma delas soa o alarme a cada 50 minutos
quantidade de cana de açúcar, em milhões de tonela-
trabalhados, e a outra, a cada uma hora e meia traba-
das, que seria necessária é de, aproximadamente,
lhada. Supondo-se que, em determinado dia, as duas
máquinas iniciaram seus trabalhos às 8h 30 min, a
primeira vez em que ambas soaram os alarmes, ao a) 974.
mesmo tempo, foi às b) 976.
c) 978.
d) 980.
a) 16h 00 min.
e) 982.
b) 15h 30 min.
c) 15h 00 min.
d) 14h 30 min. 8. (VUNESP — 2022) Em uma escola, 320 alunos con-
e) 14h 00 min. somem, em média, 2 400 copos de suco em 10 dias.
Supondo condições idênticas, em 16 dias, 80 desses
alunos consumirão, em média, uma quantidade de
4. (VUNESP — 2022) Tem-se 270 unidades do ingre-
copos de suco igual a
diente A, 300 unidades do ingrediente B e 420 unida-
des do ingrediente C. Esses ingredientes precisam ser
distribuídos em embalagens com o maior número de a) 1 000.

60
unidades possível, com o mesmo número de unida- b) 960.

8-
des em cada embalagem, e ainda com unidades do c) 800.

48
mesmo ingrediente. O número total dessas embala- d) 780.

6.
gens para cumprir o requerido é igual a e) 600.
. 15
20

a) 45. 9. (VUNESP — 2022) Um trabalhador precisa arar 10


hectares de terra em um sítio. Ele consegue arar
-4

b) 30.
c) 36. com seu trator, aproximadamente, uma área de 2 000
ra

d) 33. metros quadrados por hora. Sabendo- -se que uma


ei

área retangular de 100 metros por 100 metros corres-


liv

e) 38.
ponde a 1 hectare, o número de horas, aproximadas,
O

que ele levará para arar os 10 hectares é de


de

5. (VUNESP — 2022) Um feirante gasta R$ 3.500,00 por


mês para a manutenção de seu ponto em uma feira.
os

Esse feirante vende espigas de milho para consumo a) 5.

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am

local e consegue vender 2 500 espigas por mês. Se b) 10.


c) 20.
R

ele compra cada espiga por R$ 1,20, para que consiga


d) 40.
e

um lucro de 15% sobre o total de despesas, ou seja,


m

manutenção do ponto mais o custo das espigas, o e) 50.


er

preço de venda de cada espiga deverá ser


lh

10. (VUNESP — 2021) Um centro clínico especializado


ui

em nariz, ouvido e garganta atendeu, em determinado


G

a) R$ 2,99.
b) R$ 3,05. dia, 74 pacientes. A tabela apresenta algumas infor-
c) R$ 3,70. mações sobre o número de pacientes atendidos em
d) R$ 4,20. cada especialidade.
e) R$ 4,68.
PERÍODO
6. (VUNESP — 2021) Um produto foi vendido por um preço
promocional de R$ 119,00. Se na promoção foi concedi- Especialidade Manhã Tarde Noite
do um desconto de 15% em relação ao preço normal de
Ouvido 10 2x 0
venda, o preço normal de venda desse produto é de
Nariz x 4 2
a) R$ 140,00.
b) R$ 139,00. Garaganta 20 3y y
c) R$ 138,00.
d) R$ 137,00.
e) R$ 136,00. 89
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Se nesse dia, o número total de pacientes atendidos 14. (VUNESP — 2022) Considere falsa a seguinte afirma-
no período da manhã foi o triplo do número total de ção: “Se hoje amanheci contente, então dormi bem”.
pacientes atendidos com problemas de nariz, então,
o número de pacientes atendidos com problemas de Com base nessa informação, é necessariamente ver-
garganta no período da tarde foi dade que hoje

a) 3. a) não amanheci contente ou dormi bem.


b) 6. b) dormi bem e não amanheci contente.
c) 9. c) dormi bem e amanheci contente.
d) 12. d) amanheci contente e não dormi bem.
e) 15 e) não dormi bem e não amanheci contente.

11. (VUNESP — 2021) O produto de dois números inteiros, 15. (VUNESP — 2021) Considere as proposições p e q, em
positivos e consecu tivos é igual a 210. A soma do dobro que: p: o dia está ensolarado e a temperatura é baixa.
do menor número com a terça parte do maior é igual a q: é inverno.
A negação da condicional p → q está corretamente
a) 27. representada por:
b) 29.
c) 31. a) Se o dia não está ensolarado ou a temperatura não
d) 33. está baixa, então não é inverno.
e) 35. b) Se o dia não está ensolarado ou a temperatura não
está baixa, então é inverno.
12. (VUNESP — 2021) Um quadrado tem dois lados sobre c) Se o dia não está ensolarado e a temperatura não está
os lados de um quadrilátero e dois vértices em comum baixa, então é inverno.
com esse quadrilátero, conforme mostra a figura. d) O dia não está ensolarado ou a temperatura não é bai-
xa e é inverno.
e) O dia está ensolarado e a temperatura é baixa e não é
inverno.

16. (VUNESP — 2022) Considere falsa a proposição “Se


João é engenheiro, então José é juiz e Pedro é advo-
gado”. Do ponto de vista do raciocínio lógico, é neces-

60
sariamente verdadeiro:

8-
b

48
a) José não é juiz.

6.
b) João é engenheiro. 15
15 cm c) João não é engenheiro.
.
20

d) José é juiz.
-4

e) Pedro não é advogado.


ra
ei

17. (VUNESP — 2022) Se Cristiano está fazendo este con-


liv

curso ou Valéria é funcionária pública, então Cristiano


O

estudou ou Valéria tem curso superior completo. Se


de

Cristiano estudou, então Mirian não é advogada. Se


Valéria tem curso superior completo, então ela pres-
os

a tou algum vestibular.


am

Sabendo que Valéria nunca prestou vestibular e que


R

Mirian é advogada, conclui-se, corretamente, que


e

3 cm
m

fora de escala
a) Valéria não tem curso superior completo e é funcio-
er

nária pública.
lh

Sabendo que tg α = 2, o valor da tg β é


b) Cristiano não estudou e está fazendo esse concurso.
ui
G

c) Cristiano estudou ou Valéria é funcionária pública.


a) 0,5. d) Se Valéria não é funcionária pública, então Cristiano
b) 1. estudou.
c) 1,5. e) Cristiano não está fazendo esse concurso e Valéria
d) 2,5. não é funcionária pública.
e) 3.
18. (VUNESP — 2021) As afirmações a seguir e as res-
13. (VUNESP — 2021) A equação 16x2 + 25y2 + 96x – 200y pectivas valorações, referem- se a cinco pessoas que
= 1 056 representa uma elipse cujo eixo menor tem SÃO ou NÃO SÃO capacitadas para exercer determi-
extremidades nos pontos de coordenadas nada função em uma empresa.
a) (3, –4) e (3, 12). I. Se Bruno não é, então André é. Afirmação FALSA.
b) (–3, 4) e (–3, 12). II. André é ou Cleide é. Afirmação VERDADEIRA.
c) (–3, –4) e (–3, 12). III. Cleide é e Denise é. Afirmação FALSA.
d) (3, 4) e (3, 12). IV. Se Cleide é, então Elisa não é.
e) (–3, –12) e (–3, 4).
90
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Afirmação VERDADEIRA. Desse modo, pode-se concluir 9 GABARITO
que

a) André é capacitado. 1 B
b) Bruno é capacitado.
2 D
c) Cleide não é capacitada.
d) Denise é capacitada. 3 A
e) Elisa não é capacitada.
4 D
19. (VUNESP — 2022) Considere as afirmações: 5 A
I. Todos os alunos da sala são destros. 6 A
II. Alguns alunos da sala são destros.
III. Nenhum aluno da sala é destro. 7 E

8 B
Observe as representações por meio de diagramas
lógicos: 9 E

ALUNOS DA SALA DESTROS 10 E


ALUNOS DA SALA
M Q 11 D
DESTROS
12 C

13 C

ALUNOS DA SALA DESTROS 14 D


P R
ALUNOS DA SALA 15 E

DESTROS 16 B

17 E
A alternativa que corretamente relaciona cada afirma-
ção com uma das representações propostas é 18 E

60
8-
19 D
a) I e Q; II e P; III e M.

48
b) I e R; II e M; III e P. 20 A

6.
c) I e Q; II e R; III e M. 15
d) I e P; II e M; III e R.
.
20

e) I e M; II e Q; III e R.
-4

ANOTAÇÕES
ra

20. (VUNESP — 2021) Observe o diagrama a seguir.


ei
liv

PIANISTAS
O
de

CANTORES
os

MATÉRIA RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO


am
R

DANÇARINOS
e
m
er

A partir das informações fornecidas pelo diagrama,


lh

conclui- se que a única afirmação verdadeira é:


ui
G

a) Os cantores pianistas são dançarinos.


b) Todo pianista é cantor ou dançarino.
c) Os pianistas que não são dançarinos são cantores.
d) Todo cantor é pianista.
e) Os dançarinos que são pianistas são cantores.

91
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ANOTAÇÕES

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er
lh
ui
G

92
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO

Arquivos especiais, que apontam para


outros itens computacionais, como
unidades, pastas, arquivos, dispositi-
NOÇÕES DE Atalhos
vos, sites na Internet, locais na rede
etc. Os ícones possuem uma seta, para
INFORMÁTICA diferenciar dos itens originais

O disco de armazenamento de dados tem o seu


tamanho identificado em Bytes. São milhões, bilhões e
CONCEITO DE PASTAS, DIRETÓRIOS, até trilhões de bytes de capacidade. Os nomes usados
são do Sistema Internacional de Medidas (SI) e estão
ARQUIVOS E ATALHOS MANIPULAÇÃO listados na escala a seguir.
DE ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS
MENUS, PROGRAMAS E APLICATIVOS, Exabyte
(EB)
Petabyte
INTERAÇÃO COM O CONJUNTO DE Terabyte (PB)

APLICATIVOS Gigabyte
(GB)
(TB)
trilhão
Megabyte
Kilobyte (MB) bilhão
No Windows 10, os diretórios são chamados de pastas. (KB) mil milhão
Byte
E algumas pastas são especiais, coleções de arquivos, (B)
chamadas de Bibliotecas. São quatro Bibliotecas: Docu-
mentos, Imagens, Músicas e Vídeos. O usuário poderá Ainda não temos discos com capacidade na ordem
criar Bibliotecas, para sua organização pessoal. Elas oti- de Petabytes (PB – quatrilhão de bytes) vendidos
mizam a organização dos arquivos e pastas, inserindo comercialmente, mas quem sabe um dia? Hoje estas
apenas ligações para os itens em seus locais originais. medidas muito altas são usadas para identificar gran-
O sistema de arquivos NTFS (New Technology File des volumes de dados na nuvem, em servidores de
System) armazena os dados dos arquivos em localiza- redes, em empresas de dados etc.
ções dos discos de armazenamento. Os arquivos pos- 1 Byte representa uma letra, ou número, ou símbo-
lo. Ele é formado por 8 bits, que são sinais elétricos (que

60
suem nome, e podem ter extensões.
O sistema de arquivos NFTS suporta unidades de arma- vale zero ou um). Os dispositivos eletrônicos utilizam

8-
o sistema binário para representação de informações.

48
zenamento de até 256 TB (terabytes, trilhões de bytes).
A palavra “Nova”, quando armazenada no disposi-

6.
O FAT32 suporta unidades de até 2 TB.
tivo, ocupará 4 bytes. São 32 bits de informação grava-
15
da na memória.
.
20
Antes de prosseguir, vamos conhecer estes conceitos. A palavra “Concursos” ocupará 9 bytes, que são 72
-4

bits de informação.
TERMO SIGNIFICADO OU APLICAÇÃO Os bits e bytes estão presentes em diversos momen-
ra

tos do cotidiano. Um plano de dados de celular ofere-


ei

Unidade de disco de armazenamento ce um pacote de 5 GB, ou seja, poderá transferir até


liv

Disco de
permanente, que possui um sistema de 5 bilhões de bytes no período contratado. A conexão
O

Armazenamento
arquivos e mantém os dados gravados Wi-Fi de sua residência está operando em 150 Mbps,
de

Estruturas lógicas que endereçam as par- ou 150 megabits por segundo, que são 18,75 MB por
os

Sistema de tes físicas do disco de armazenamento. segundo, e um arquivo com 75 MB de tamanho, leva-
am

Arquivos NTFS, FAT32, FAT são alguns exemplos de rá 4 segundos para ser transferido do seu dispositivo
sistemas de arquivos do Windows para o roteador wireless.
R

Quando os computadores pessoais foram apresen-


e
m

Circunferência do disco físico (como tados para o público, a árvore foi usada como analo-
er

Trilhas um hard disk HD ou unidades removí- gia para explicar o armazenamento de dados, criando
lh

veis ópticas) o termo “árvore de diretórios”.


ui
G

São ‘fatias’ do disco, que dividem as


Setores Documentos
trilhas
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Imagens
Folhas
Unidades de armazenamento no disco, Músicas
Clusters identificado pela trilha e setor onde se Flores
Vídeos
encontra Frutos

Estrutura lógica do sistema de arqui-


Pastas ou Pastas e Subpastas
vos para organização dos dados na Tronco e Galhos
diretórios
unidade de disco

Arquivos Dados. Podem ter extensões

Pode identificar o tipo de arquivo, asso- Diretório Raiz Raiz


ciando com um software que permita
Extensão
visualização e/ou edição. As pastas po-
dem ter extensões como parte do nome
Figura 4. Árvore de diretórios 93
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
No Windows 10, a organização segue a seguinte Confira na tabela a seguir algumas das extensões e
definição:

Arquivos de Programas (Pro- ícones mais comuns em provas de concursos.


gram Files), Usuários (Users),
Estruturas
Windows. A primeira pasta da
do Sistema
unidade é chamada raiz (da
Operacional
árvore de diretórios), repre- EXTENSÃO ÍCONE FORMATO
sentada pela barra invertida
Adobe Acrobat. Pode ser cria-
Documentos (Meus Documen- do e editado pelos aplicativos
tos), Imagens (Minhas Ima- Office. Formato de documento
Estruturas PDF
gens), Vídeos (Meus Vídeos), portável (Portable Document
do Usuário
PASTAS Músicas (Minhas Músicas) Format) que poderá ser visua-
– BIBLIOTECAS lizado em várias plataformas
Desktop, que permite acesso Documento de textos do Micro-
Área de a Lixeira, Barra de Tarefas,
soft Word. Textos com forma-
Trabalho pastas, arquivos, programas DOCX
tação que podem ser editados
e atalhos
pelo LibreOffice Writer
Armazena os arquivos de dis-
Lixeira do cos rígidos que foram excluí- Pasta de trabalho do Micro-
Windows dos, permitindo a recuperação soft Excel. Planilhas de cálcu-
XLSX
dos dados los que podem ser editadas
pelo LibreOffice calc
Arquivos Extensão LNK, podem ser cria-
ATALHOS que indicam dos arrastando o item com ALT Apresentação de slides do Mi-
outro local ou CTRL+SHIFT pressionado crosoft PowerPoint, que pode-
PPTX
rá ser editada pelo LibreOffice
Arquivos de Extensão DLL e outras, usa- Impress
DRIVERS Configura- das para comunicação do
ção software com o hardware Texto sem formatação. For-
mato padrão do acessório

60
TXT Bloco de Notas. Poderá ser
O Windows 10 usa o Explorador de Arquivos (que

8-
aberto por vários programas
antes era Windows Explorer) para o gerenciamento

48
do computador
de pastas e arquivos. Ele é usado para as operações de

6.
manipulação de informações no computador, desde o Rich Text Format – formato de
15
básico (formatar discos de armazenamento) até o avan- texto rico. Padrão do acessó-
.
20

çado (organizar coleções de arquivos em Bibliotecas). RTF rio WordPad, este documento
-4

O atalho de teclado Windows+E pode ser acionado de texto possui alguma forma-
ra

para executar o Explorador de Arquivos. tação, como estilos de fontes


ei

Como o Windows 10 está associado a uma con-


Formato de vídeo. Quando o
liv

ta Microsoft (e-mail Live, ou Hotmail, ou MSN, ou


Windows efetua a leitura do
O

Outlook), o usuário tem disponível um espaço de


conteúdo, exibe no ícone a
de

armazenamento de dados na nuvem Microsoft One- MP4, AVI,


Drive. No Explorador de Arquivos, no painel do lado miniatura do primeiro quadro.
MPG
os

direito, o ícone OneDrive sincroniza os itens com a No Windows 10, Filmes e TV


am

nuvem. Ao inserir arquivos ou pastas no OneDrive, reproduzem os arquivos de


vídeo
R

eles serão enviados para a nuvem e sincronizados


e

com outros dispositivos que estejam conectados na Formato de áudio. O Gravador


m

mesma conta de usuário.


er

de Som pode gravar o áudio.


Arquivos ocultos, arquivos de sistema, arquivos
lh

MP3 O Windows Media Player e o


ui

somente leitura... os atributos dos itens podem ser Groove Music podem reprodu-
G

definidos pelo item Propriedades no menu de contex- zir o som


to. O Explorador de Arquivos pode exibir itens que
tenham o atributo oculto, desde que ajuste a configu- Formato de imagem. Quando
ração correspondente. o Windows efetua a leitura
BMP, GIF, do conteúdo, exibe no ícone
Extensões de Arquivos JPG, PCX, a miniatura da imagem. No
PNG, TIF Windows 10, o acessório Paint
O Windows 10 apresenta ícones que representam visualiza e edita os arquivos
arquivos, de acordo com a sua extensão. A extensão de imagens
caracteriza o tipo de informação que o arquivo arma-
Formato ZIP, padrão do Win-
zena. Quando um arquivo é salvo, uma extensão é
dows para arquivos com-
atribuída para ele, de acordo com o programa que o
pactados. Não necessita de
criou. É possível alterar esta extensão, porém corre- ZIP
programas adicionais, como
mos o risco de perder o acesso ao arquivo, que não
o formato RAR, que exige o
será mais reconhecido diretamente pelas configura-
WinRAR
94 ções definidas em Programas Padrão do Windows.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO ÍCONE FORMATO “ (aspas, abrange textos literais), : (dois pontos, sig-
nifica unidade de disco), < (sinal de menor, signi-
Biblioteca de ligação dinâmi- fica direcionador de entrada) e > (sinal de maior,
ca do Windows. Arquivo que significa direcionador de saída);
contém informações que po- z Existem termos que não podem ser usados, como
DLL
dem ser usadas por vários CON (console, significa teclado), PRN (printer, sig-
programas, como uma caixa
nifica impressora) e AUX (indica um auxiliar), por
de diálogo
referenciar itens de hardware nos comandos digi-
tados no Prompt de Comandos. (por exemplo, para
Arquivos executáveis, que não enviar para a impressora um texto através da linha
EXE, COM,
necessitam de outros progra- de comandos, usamos TYPE TEXTO.TXT > PRN).
BAT
mas para serem executados
As ações realizadas pelos usuários em relação à
manipulação de arquivos e pastas podem estar condi-
Se o usuário quiser, pode acessar Configurações cionadas ao local onde elas são efetuadas, ou ao local
(atalho de teclado Windows+I) e modificar o progra-
de origem e destino da ação. Portanto, é importante
ma padrão. Alterando esta configuração, o arquivo
será visualizado e editado por outro programa de verificar no enunciado da questão, geralmente no tex-
escolha do usuário. to associado, estes detalhes que determinarão o resul-
No Windows 10, Configurações é o Painel de Controle. tado da operação.
A troca do nome alterou a organização dos itens de ajus- As operações podem ser realizadas com atalhos de
tes do Windows, tornando-se mais simples e intuitivo. teclado, com o mouse, ou com a combinação de ambos.
Através deste item o usuário poderá instalar e
desinstalar programas e dispositivos, configurar o
Windows, além de outros recursos administrativos. OPERAÇÕES COM TECLADO
Por meio do ícone Rede e Internet do Windows 10,
acessado pela opção Configurações, localizada na lista Atalhos de Teclado Resultado da Operação
exibida a partir do botão Iniciar, é possível configu- Não é possível recortar e colar
rar VPN, Wi‐Fi, modo avião, entre outros. VPN/ Wi-Fi/ Ctrl+X e Ctrl+V na
na mesma pasta. Será exibida
Modo avião/ Status da rede/ Ethernet/ Conexão disca- mesma pasta
uma mensagem de erro
da/ Hotspot móvel/ Uso de dados/ Proxy.
Modo Avião é uma configuração comum em smar- Ctrl+X e Ctrl+V em Recortar (da origem) e colar (no

60
tphones e tablets que permite desativar, de manei- locais diferentes destino). O item será movido
ra rápida, a comunicação sem fio do aparelho – que

8-
inclui Wi‑Fi, Bluetooth, banda larga móvel, GPS, GNSS,

48
Copiar e colar. O item será du-
NFC e todos os demais tipos de uso da rede sem fio.

6.
Ctrl+C e Ctrl+V na plicado. A cópia receberá um
Mas, eu não vejo as extensões de meus arquivos. mesma pasta 15
sufixo (Copia) para diferenciar
Como resolver?
.
do original
20

O Explorador de Arquivos possui diferentes modos


-4

de exibição. Poderá ser em Lista, ou Detalhes, ou Con- Copiar (da origem) e colar
teúdo, entre outras. O usuário poderá ativar ou desati-
ra

Ctrl+C e Ctrl+V em (no destino). O item será du-


var a exibição das extensões dos arquivos, facilitando
ei

locais diferentes plicado, mantendo o nome e


a manipulação dos itens.
liv

extensão
No Explorador de Arquivos do Windows 10, ao
O

exibir os detalhes dos arquivos, é possível visualizar Deletar, apagar, enviar para a
de

informações, como, por exemplo, a data de modifica- Lixeira do Windows, podendo


os

ção e o tamanho de cada arquivo. Tecla Delete em um recuperar depois, se o item es-
am

item do disco rígido tiver em um disco rígido local


Operações de Manipulação de Arquivos e Pastas
interno ou externo conectado
R

na CPU
e

Ao nomear arquivos e pastas, algumas regras pre-


m

cisam ser conhecidas para que a operação seja reali-


er

Será excluído definitivamen-


zada com sucesso.
lh

Tecla Delete em te. A Lixeira do Windows não


ui

um item do disco armazena itens de unidades


G

z O Windows não é case sensitive. Ele não faz distin- removível removíveis (pendrive), ópticas
ção entre letras minúsculas ou letras maiúsculas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ou unidades remotas
Um arquivo chamado documento.docx será consi-
derado igual ao nome Documento.DOCX; Independentemente do local
z O Windows não permite que dois itens tenham o Shift+Delete onde estiver o item, ele será
mesmo nome e a mesma extensão quando estive- excluído definitivamente
rem armazenados no mesmo local;
z O Windows não aceita determinados caracteres Renomear. Trocar o nome e
nos nomes e extensões. São caracteres reservados, a extensão do item. Se hou-
para outras operações, que são proibidos na hora ver outro item com o mesmo
de nomear arquivos e pastas. Os nomes de arqui- nome no mesmo local, um su-
vos e pastas podem ser compostos por qualquer
F2 fixo numérico será adicionado
caractere disponível no teclado, exceto os carac-
para diferenciar os itens. Não
teres * (asterisco, usado em buscas), ? (interroga-
é permitido renomear um item
ção, usado em buscas), / (barra normal, significa
que esteja aberto na memória
opção), | (barra vertical, significa concatenador de
do computador
comandos), \ (barra invertida, indica um caminho), 95
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lixeira OPERAÇÕES COM MOUSE

Um dos itens mais questionados em concursos Ação do usuário Resultado da operação


públicos é a Lixeira do Windows. Ela armazena os Arrastar com botão secun- Exibe o menu de contexto,
itens que foram excluídos de discos rígidos locais, dário do mouse pressiona- podendo “Copiar aqui” (no
internos ou externos conectados na CPU. do, e soltar em outra unidade local onde soltar) ou “Mo-
de disco ver aqui”
Ao pressionar o atalho de teclado Ctrl+D, ou a tecla
DELETE (DEL), o item é removido do local original e Ação do usuário Resultado da operação
armazenado na Lixeira. O item será copiado, quan-
Quando o item está na Lixeira, o usuário pode Arrastar com o botão princi-
do a tecla CTRL for liberada,
pal pressionado um item com
escolher a opção ‘Restaurar’, para retornar ele para o independente da origem ou
a tecla CTRL pressionada
local original. Se o local original não existe mais, pois do destino da ação
suas pastas e subpastas foram removidas, a Lixeira Arrastar com o botão prin- O item será movido, quando
recupera o caminho e restaura o item. cipal pressionado um a tecla SHIFT for liberada,
Os itens armazenados na Lixeira poderão ser item com a tecla SHIFT independente da origem ou
pressionada do destino da ação
excluídos definitivamente, escolhendo a opção “Esva-
ziar Lixeira” no menu de contexto ou faixa de opções Arrastar com o botão prin-
Será criado um atalho para
da Lixeira. cipal pressionado um item
o item, independente da ori-
com a tecla ALT pressionada
Quando acionamos o atalho de teclado Shift+Dele- gem ou do destino da ação
(ou CTRL+SHIFT)
te, o item será excluído definitivamente. Pelo Windo-
Clique em itens com o botão
ws, itens excluídos definitivamente ou apagados após
principal, enquanto mantém Seleção individual de itens
esvaziar a Lixeira, não poderão ser recuperados. É a tecla CTRL pressionada
possível recuperar com programas de terceiros, mas
Seleção de vários itens. O
isto não é considerado no concurso, que segue a con-
Clique em itens com o botão primeiro item clicado será o
figuração padrão. principal, enquanto mantém início, e o último item será
Os itens que estão na Lixeira podem ser arrastados a tecla SHIFT pressionada o final, de uma região contí-
com o mouse para fora dela, restaurando o item para nua de seleção
o local onde o usuário liberar o botão do mouse.
A Lixeira do Windows tem o seu tamanho definido

60
As ações envolvendo tela touchscreen foram ques-
em 10% do disco rígido ou 50 GB. O usuário poderá

8-
tionadas quando o Windows 8 estava disponível. No

48
alterar o tamanho máximo reservado para a Lixei-
Windows 10, apesar de ter suporte para telas sensíveis

6.
ra, poderá desativá-la excluindo os itens diretamen-
te, e configurar Lixeiras individuais para cada disco
. 15
ao toque, não temos questões sobre as ações no siste-
20
conectado. ma operacional com esta interface.
-4

OPERAÇÕES COM MOUSE ÁREA DE TRABALHO


ra
ei

Ação do usuário Resultado da operação


liv

Clique simples no botão


A interface gráfica do Windows é caracterizada
O

Selecionar o item pela Área de Trabalho, ou Desktop. A tela inicial do


principal
de

Clique simples no botão Exibir o menu de contexto Windows exibe ícones de pastas, arquivos, programas,
os

secundário do item atalhos, barra de tarefas (com programas que podem


am

Executar o item, se for exe- ser executados e programas que estão sendo executa-
R

cutável. Abrir o item, se for dos) e outros componentes do Windows.


e

editável, com o programa


m

A área de trabalho do Windows 10, também conhe-


padrão que está associa-
er

Duplo clique cida como Desktop, é reconhecida pela presença do


do. Nos programas do
lh

computador, poderá abrir


ui

papel de parede ilustrando o fundo da tela. É uma


G

um item através da opção


imagem, que pode ser um bitmap (extensão BMP),
correspondente
uma foto (extensão JPG), além de outros formatos grá-
Renomear o item. Se o nome
já existe em outro item, será ficos. Ao ver o papel de parede em exibição, sabemos
Duplo clique pausado
sugerido numerar o item re- que o computador está pronto para executar tarefas.
nomeado com um sufixo
Arrastar com botão princi-
pal pressionado, e soltar na O item será movido
Lixeira Microsoft Google Mozilla
mesma unidade de disco Edge Chrome Thunderbird
Kaspersky
Secure Co..
Firefox

Arrastar com botão principal


pressionado, e soltar em ou- O item será copiado
tra unidade de disco Provas
Anteriores
Downloads caragua.docx Lista de Extra - dicas
Ebook-Curs. concursos.txt
e-mails par..

Arrastar com botão secundá- Exibe o menu de contexto,


rio do mouse pressionado, e podendo “Copiar aqui” (no
soltar na mesma unidade local onde soltar)
96 Figura 1. Imagem da área de trabalho do Windows 10.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Navegador padrão do
Na área de trabalho podemos encontrar Ícones e Windows 10
Atalhos
estes podem ser ocultados se o usuário escolher ‘Ocul- Itens Excluídos

tar ícones da área de trabalho’ no menu de contexto


(botão direito do mouse, Exibir). Os ícones representam
Lixeira Microsoft Google Mozilla
atalhos, arquivos, pastas, unidades de discos e compo- Pastas de
Edge
Kaspersky Firefox
Chrome Thunderbird Secure Co..
Arquivos
Arquivos
nentes do Windows (como Lixeira e Computador).
No canto inferior esquerdo encontraremos o botão
Provas Dicas
Iniciar, que pode ser acionado pela tecla Windows ou Anteriores
Down- caragua.docx Lista de Extra - Central de
loads e-mails par.Ebook-Curs. concursos.txt Ações
pela combinação de teclas Ctrl+Esc. Ao ser acionado, o Botão Iniciar Barra de Área de
Cortana Visão de Tarefas Acesso rápido Notificação
menu Iniciar será apresentado na interface de blocos
que surgiu com o Windows 8, interface Metro.
A ideia do menu Iniciar é organizar todas as opções
instaladas no Windows 10, como acessar Configurações Barra de Tarefas
(antigo Painel de Controle), programas instalados no
computador, apps instalados no computador a partir Figura 2. Elementos da área de trabalho do Windows 10.
da Windows Store (loja de aplicativos da Microsoft) etc.
Ao lado do botão Iniciar encontramos a caixa de Mostrar área de trabalho agora está no canto infe-
pesquisas (Cortana). Com ela, poderemos digitar ou rior direito, ao lado do relógio, na área de notifica-
ditar o nome do recurso que estamos querendo exe-
ção da Barra de Tarefas. O atalho continua o mesmo:
cutar e o Windows 10 apresentará a lista de opções
semelhantes na área de trabalho e a possibilidade de Win+D (Desktop)
buscar na Internet. Além da digitação, podemos falar
o que estamos querendo procurar, clicando no micro-
fone no canto direito da caixa de pesquisa.
A seguir, temos o item Visão de Tarefas sendo uma
novidade do Windows 10, que permite visualizar os Aplicativos fixados na Barra de Tarefas são ícones
diferentes aplicativos abertos (como o atalho de tecla- que permanecem em exibição todo o tempo.
do Alt+Tab clássico) e alternar para outra Área de
Trabalho. O atalho de teclado para Visão de Tarefas é
Windows+Tab.

60
Enquanto no Windows 7 só temos uma Área de

8-
Trabalho, o Windows 10 permite trabalhar com várias Aplicativo que está em execução 1 vez possui um

48
áreas de trabalho independentes, onde os programas
pequeno traço azul abaixo do ícone.

6.
abertos em uma não interfere com os programas
abertos em outra.
. 15
20

A seguir, a tradicional Barra de Acesso Rápido, que


-4

organiza os aplicativos mais utilizados pelo usuário,


permitindo o acesso rápido, tanto por clique no mou-
ra
ei

se, como por atalhos (Windows+1 para o primeiro,


liv

Windows+2 para o segundo programa etc.) e também Aplicativo que está em execução mais de 1 vez pos-
O

pelas funcionalidades do Aero (como o Aero Peek, que sui um pequeno traço segmentado azul no ícone.
de

mostrará miniaturas do que está em execução, e con-


sequente transparência das janelas).
os

A Área de Notificação mostrará a data, hora, men-


am

sagens da Central de Ações (de segurança e manuten-


R

ção), processos em execução (aplicativos de segundo


e

plano) etc. Atalho de teclado: Windows+B.


m
er

Por sua vez, em “Mostrar Área de Trabalho”, o


lh

atalho de teclado Windows+D mostrará a área de tra-


ui

balho ao primeiro clique e mostrará o programa que


G

estava em execução ao segundo clique. Se a opção


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

“Usar Espiar para visualizar a área de trabalho ao 1 +1 não está em


posicionar o ponteiro do mouse no botão Mostrar execução execução execução
Área de Trabalho na extremidade da barra de tarefas”
estiver ativado nas Configurações da Barra de Tare-
fas, não será necessário clicar. Bastará apontar para ÁREA DE TRANSFERÊNCIA
visualizar a Área de Trabalho.
Uma novidade do Windows 10 foi a incorporação Um dos itens mais importantes do Windows não é
dos Blocos Dinâmicos (que antes estavam na interface visível como um ícone ou programa. A Área de Trans-
Metro do Windows 8 e 8.1) no menu Iniciar. Os blocos
ferência é um espaço da memória RAM, que armazena
são os aplicativos fixados no menu Iniciar. Se quiser
uma informação de cada vez. A informação armaze-
ativar ou desativar, pressione e segure o aplicativo
(ou clique com o botão direito do mouse) que mostra o nada poderá ser inserida em outro local, e ela acaba
bloco dinâmico e selecione Ativar bloco dinâmico ou trabalhando em praticamente todas as operações de
Desativar bloco dinâmico. manipulação de pastas e arquivos. 97
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+X (Recortar), z O modelo padrão do Word é NORMAL.DOTM
estamos movendo o item selecionado para a memória (Document Template Macros – modelo de docu-
RAM, para a Área de Transferência. mento com macros): as macros são códigos desen-
No Windows 10, se quiser visualizar o conteúdo volvidos em Visual Basic for Applications (VBA)
da Área de Transferência, acione o atalho de teclado para a automatização de tarefas;
Windows+V (View). z Páginas: unidades de organização do texto, segun-
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+C (Copiar), do a orientação, o tamanho do papel e margens. As
estamos copiando o item para a memória RAM, para principais definições estão na guia Layout, mas tam-
ser inserido em outro local, mantendo o original e
bém encontrará algumas definições na guia Design;
criando uma cópia.
z Seção: divisão de formatação do documento,
Ao acionar o atalho de teclado PrintScreen, esta-
mos copiando uma ‘foto da tela inteira’ para a Área de onde cada parte tem a sua configuração. Sempre
Transferência, para ser inserida em outro local, como que forem usadas configurações diferentes, como
em um documento do Microsoft Word ou edição pelo margens, colunas, tamanho da página, orientação,
acessório Microsoft Paint. cabeçalhos, numeração de páginas, entre outras,
Ao acionar o atalho de teclado Alt+PrintScreen, as seções serão usadas;
estamos copiando uma ‘foto da janela atual’ para a z Parágrafos: formado por palavras e marcas de
Área de Transferência, desconsiderando outros ele- formatação. Finalizado com Enter, contém for-
mentos da tela do Windows. matação independente do parágrafo anterior e do
Ao acionar o atalho de teclado Ctrl+V (Colar), o parágrafo seguinte;
conteúdo que está armazenado na Área de Transfe- z Linhas: sequência de palavras que pode ser um
rência será inserido no local atual. parágrafo, ocupando uma linha de texto. Se for
As ações realizadas no Windows, em sua quase finalizado com Quebra de Linha, a configuração
totalidade, podem ser desfeitas ao acionar o atalho de atual permanece na próxima linha;
teclado Ctrl+Z imediatamente após a sua realização. z Palavras: formado por letras, números, símbolos,
Por exemplo, ao excluir um item por engano, ao pres- caracteres de formatação etc.
sionar DEL ou DELETE, o usuário pode acionar Ctrl+Z
(Desfazer) para restaurar ele novamente, sem neces-
sidade de acessar a Lixeira do Windows. Os arquivos produzidos nas versões anteriores do
E outras ações podem ser repetidas, acionando o Word são abertos e editados nas versões atuais. Arqui-
atalho de teclado Ctrl+Y (Refazer), quando possível. vos de formato DOC são abertos em Modo de Compati-
Para obter uma imagem de alguma janela em bilidade, todavia alguns recursos são suspensos. Para
exibição, além dos atalhos de teclado PrintScreen e usar todos os recursos da versão atual, é necessário
Alt+PrintScreen, o usuário pode usar o recurso Instan- “Salvar como” (tecla de atalho F12) no formato DOCX.

60
tâneo, disponível nos aplicativos do Microsoft Office. Os arquivos produzidos no formato DOCX poderão

8-
Outra forma de realizar esta atividade, é usar a ser editados pelas versões antigas do Office, desde que

48
Ferramenta de Captura (Captura e Esboço), disponível instale um pacote de compatibilidade, disponível para

6.
no Windows. download no site da Microsoft.
Mas se o usuário quer apenas gravar a imagem 15
Os arquivos produzidos pelo Microsoft Office
.
capturada, poderá fazer com o atalho de teclado Win-
20
podem ser gravados no formato PDF. O Microsoft
dows+PrintScreen, que salva a imagem em um arquivo Word, desde a versão 2013, possui o recurso “Refuse
-4

na pasta “Capturas de Tela”, na Biblioteca de Imagens. PDF”, que permite editar um arquivo PDF como se fos-
ra

se um documento do Word.
ei

Durante a edição de um documento, o Microsoft Word:


liv

Importante!
O

A área de transferência é um dos principais z Faz a gravação automática dos dados editados
de

enquanto o arquivo não tem um nome ou local de


recursos do Windows, que permite o uso de
os

armazenamento definidos. Depois, se necessário, o


comandos, realização de ações e controle das
am

usuário poderá “Recuperar documentos não salvos”;


ações que serão desfeitas. z Faz a gravação automática de auto recuperação
R

dos arquivos em edição que tenham nome e local


e
m

definidos, permitindo recuperar as alterações que


er

não tenham sido salvas;


lh

z As versões do Office 365 oferecem o recurso de “Sal-


MS-OFFICE 2016
ui

vamento automático”, associado à conta Microsoft,


G

para armazenamento na nuvem Microsoft OneDri-


MS-WORD 2016 ve. Como na versão on-line, a cada alteração, o sal-
vamento será realizado;
Estrutura Básica dos Documentos z O formato de documento RTF (Rich Text Format)
é padrão do acessório do Windows chamado Wor-
Os documentos produzidos com o editor de textos dPad, e por ser portável, também poderá ser edita-
Microsoft Word possuem a seguinte estrutura básica: do pelo Microsoft Word.

z Documentos: arquivos DOCX criados pelo Microsoft Em questões de informática, as extensões dos
Word 2007 e superiores. Os documentos são arquivos arquivos produzidos pelo usuário costumam ser ques-
editáveis pelo usuário, que podem ser compartilha- tionadas com regularidade.
dos com outros usuários para edição colaborativa;
z Os Modelos (Template): com extensão DOTX, con- z Ao iniciar a edição de um documento, o modo de
têm formatações que serão aplicadas aos novos exibição selecionado na guia Exibir é “Layout de
documentos criados a partir deles. O modelo é usa- Impressão”. O documento será mostrado na tela da
98 do para a padronização de documentos; mesma forma que será impresso no papel;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z O Modo de Leitura permite visualizar o documento GUIA GRUPO ITEM ÍCONE
sem outras distrações, como, por exemplo, a Faixa
Folha de
de Opções com os ícones. Neste modo, parecido com Rosto
Tela Inteira, a barra de título continua sendo exibida;
z O modo de exibição “Layout da Web” é usado para Página em
visualizar o documento como ele seria exibido se Páginas
Branco
estivesse publicado na Internet como página web;
z Em “Estrutura de Tópicos” apenas os estilos de Quebra de
Títulos serão mostrados, auxiliando na organiza- Página
ção dos blocos de conteúdo;
z O modo “Rascunho”, que antes era modo “Nor- Inserir Tabelas Tabela
mal”, exibe o conteúdo de texto do documento sem
os elementos gráficos (imagens, cabeçalho, roda- Imagem
pé) existentes nele;
z Os modos de exibição estão na guia “Exibir”, que Imagens
faz parte da Faixa de Opções. Ela é o principal ele- Online
Ilustrações
mento da interface do Microsoft Office;

Acesso Rápido Guia Atual Item com Listagem Guias ou Abas Formas

Importante!
As bancas priorizam o conhecimento do candi-
dato acerca do uso dos recursos para a produ-
ção de arquivos (parte prática dos programas).
Caixa de Diálogo do Grupo Grupo Ícone com Opções
Nas questões de editores de textos, a produção
de documentos formatados com imagens ilus-
z Para mostrar ou ocultar a Faixa de Opções, o ata-
lho de teclado Ctrl+F1 poderá ser acionado; trativas no formato antes/depois são os assun-
z A Faixa de Opções contém guias, que organizam os tos mais abordados.

60
ícones em grupos, como será mostrado na tabela

8-
a seguir:

48
z As guias possuem uma organização lógica sequen-

6.
GUIA GRUPO ITEM ÍCONE cial das tarefas que serão realizadas no documen-
15
to, desde o início até a visualização do resultado
.
20

Recortar
final, como veremos na tabela a seguir:
-4
ra

Copiar BOTÃO/GUIA DICA


Área de
ei

Transferência
liv

Comandos para o documento atual:


Colar Arquivo salvar, salvar como, imprimir, salvar
O

e enviar
de

Pincel de
Página
Formatação
Tarefas iniciais: o início do documento,
os

Inicial acesso à área de transferência, forma-


Nome da Página Inicial
am

Calibri (Corp tação de fontes, parágrafos e formata-


fonte
ção do conteúdo da página
R

Tamanho da
Tarefas secundárias: adicionar um ob-
e

fonte
m

Fonte Inserir jeto que ainda não existe no documen-


er

Aumentar to, tabela, ilustrações e instantâneos


lh

fonte
Configuração da página: formatação
ui

Diminuir Layout da Página global do documento e formatação


G

fonte
da página
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Reúne formatação da página e plano


Design
de fundo
Índices e acessórios: notas de roda-
Referências
pé, notas de fim, índices, sumários etc
Mala direta: cartas, envelopes, etique-
Correspondências
tas, e-mails e diretório de contatos
Correção do documento: ele está
ficando pronto... Ortografia e gramá-
Revisão
tica, idioma, controle de alterações,
comentários, comparar, proteger etc.
Visualização: podemos ver o resulta-
Exibir do de nosso trabalho. Será que ficou
bom?
99
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Edição e Formatação de Textos
MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO
A edição e formatação de textos consiste em apli- Seleciona
car estilos, efeitos e temas, tanto nas fontes, como nos Ctrl+Shif- Selecionar até o
parágrafos e nas páginas. -
t+Home até o início início do
Os estilos fornecem configurações padronizadas documento
para serem aplicadas aos parágrafos. Estas formata-
ções envolvem as definições de fontes e parágrafos, Seleciona
sendo úteis para a criação dos índices ao final da edi- Ctrl+Shif- Selecionar até o
ção do documento. Os índices são gerenciados por -
t+End até o final final do
meio das opções da guia referências, que estão dispo- documento
níveis, na Microsoft Word, na guia Página Inicial.
Com a ferramenta Pincel de Formatação, o usuário Botão Seleção Palavra por
Ctrl
poderá copiar a formatação de um local e aplicar em principal individual palavra
outro local no mesmo documento, ou em outro arqui-
vo aberto. Para usar a ferramenta, selecione o “mode- Seleção de
lo de formatação no texto”, clique no ícone da guia Botão Seleção um ponto
Shift
Página Inicial e clique no local onde deseja aplicar a principal bloco até outro
formatação. O conteúdo não será copiado, somente a local
formatação. Se efetuar duplo clique no ícone, poderá
aplicar a formatação em vários locais até pressionar a Botão prin-
Seleção Seleção
tecla Esc ou iniciar uma digitação. cipal pres- Ctrl+Alt
bloco vertical
sionado
Seleção Seleção
Botão prin- vertical,
Utilizando-se do teclado e do mouse, como no siste- Seleção
cipal pres- Alt iniciando
ma operacional, podemos selecionar palavras, linhas, bloco
sionado no local do
parágrafos e até o documento inteiro. cursor

Dica
Dica
Assim como no Windows, as operações com
mouse e teclado também são questionadas nos Teclas de atalhos e seleção com mouse são

60
programas do Microsoft Office. Entretanto, por importantes, tanto nos concursos como no dia

8-
terem conteúdos distintos (textos, planilhas e a dia. Experimente praticar no computador. No

48
apresentações de slides), a seleção poderá ser Microsoft Word, se você digitar =rand(10,30)

6.
diferente para algumas ações. no início de um documento em branco e aper-
15
tar Enter, ele criará um texto “aleatório” com
.
20

MOUSE TECLADO AÇÃO SELEÇÃO 10 parágrafos de 30 frases em cada um. Agora


-4

você pode praticar à vontade.


ra

Selecionar Seleciona o
- Ctrl+T
ei

tudo documento Cabeçalhos


liv

Botão 1 clique na Posiciona


O

- Localizado na margem superior da página, poderá


principal palavra o cursor
de

ser configurado em Inserir, grupo Cabeçalho e Roda-


pé1. Poderá ser igual em toda a extensão do documen-
os

Botão 2 cliques Seleciona a


- to, diferente nas páginas pares e ímpares (para frente
am

principal na palavra palavra


e verso), mesmo que a seção anterior, diferente para
R

Botão 3 cliques Seleciona cada seção do documento, não aparecer na primeira


-
e

principal na palavra o parágrafo página, entre várias opções de personalização.


m

Os cabeçalhos aceitam elementos gráficos, como


er

Botão 1 clique na Selecionar


lh

- tabelas e ilustrações.
principal margem a linha
ui

A formatação de cabeçalho e rodapé é diferente


G

Botão 2 cliques Seleciona entre os programas do Microsoft Office. No Microsoft


- Word o cabeçalho tem 1 coluna. No Excel, são 3 colu-
principal na margem o parágrafo
nas. No Microsoft PowerPoint... depende, podendo ter
Botão 3 cliques Seleciona o 2 ou 3 colunas.
-
principal na margem documento A numeração de páginas poderá ser inserida no
cabeçalho e/ou rodapé.
Seleciona
Selecionar
- Shift+Home até o início
até o início
da linha

Seleciona
Selecionar
- Shift+End até o final
até o final
da linha

1  O grupo Cabeçalho e Rodapé permite a inserção de um Cabeçalho (na margem superior), Rodapé (na margem inferior) e Número de Página
100 (no local do cursor, na margem superior, na margem inferior, na margem direita/esquerda)
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
(Digite aqui)

(Digite aqui) (Digite aqui) (Digite aqui)

Parágrafos

Os parágrafos são estruturas do texto que são finalizadas com Enter. Um parágrafo poderá ter diferentes for-
matações. Confira:

z Marcadores: símbolos no início dos parágrafos;


z Numeração: números ou algarismos romanos ou letras, no início dos parágrafos;
z Aumentar recuo: aumentar a distância do texto em relação à margem;

60
z Diminuir recuo: diminuir a distância do texto em relação à margem;

8-
z Alinhamento: posicionamento em relação às margens esquerda e direita. São 4 alinhamentos disponíveis:

48
Esquerda, Centralizado, Direita e Justificado;

6.
z Espaçamento entre linhas: distância entre as linhas dentro do parágrafo; . 15
z Espaçamento antes: distância do parágrafo em relação ao anterior;
20
-4

z Espaçamento depois: distância do parágrafo em relação ao seguinte;


z Sombreamento: preenchimento atrás do parágrafo;
ra

z Bordas: linhas ao redor do parágrafo.


ei
liv
O

Recuo especial de primeira linha - apenas a primeira linha será


deslocada em relação à margem esquerda
de

Margem esquerda Margem direita


os

2 2 4 6 8 10 10 14 16
am
R

Recuo deslocamento - as linhas


Recuo esquerda - todas as
e

serão deslocadas em relação à


m

linhas serão deslocadas em margem esquerda, exceto a pri- Recuo direito - todas as linhas
er

relação à margem esquerda meira linha serão deslocadas em relação à


lh

margem direita
ui
G

Os editores de textos, recursos que conhecemos no dia a dia possuem nomes específicos. Confira alguns
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

exemplos:

z Recuo: distância do texto em relação à margem;


z Realce: marca-texto, preenchimento do fundo das palavras;
z Sombreamento: preenchimento do fundo dos parágrafos;
z Folha de Rosto: primeira página do documento, capa;
z SmartArt: diagramas, representação visual de dados textuais;
z Orientação: posição da página, que poderá ser Retrato ou Paisagem;
z Quebras: são divisões, de linha, parágrafo, colunas ou páginas;
z Sumário: índice principal do documento.

Muitos recursos de formatação não são impressos no papel, mas estão no documento. Para visualizar os carac-
teres não imprimíveis e controlar melhor o documento, você pode acionar o atalho de teclado Ctrl+* (Mostrar tudo). 101
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CARACTERES NÃO IMPRIMÍVEIS NO EDITOR MICROSOFT WORD
Tecla(s) Ícone Ação Visualização
Quebra de Parágrafo: muda de parágrafo e pode
Enter -
mudar a formatação
Quebra de Linha: muda de linha e mantém a forma-
Shift+Enter -
tação atual
Quebra de página: muda de página, no local atual
do cursor. Disponível na guia Inserir, grupo Páginas,
Ctrl+Enter ou Ctrl+Return Quebra de página
ícone Quebra de Página, e na guia Layout, grupo
Configurar Página, ícone Quebras
Quebra de coluna: indica que o texto continua na
Ctrl+Shift+ Enter próxima coluna. Disponível na guia Layout, grupo Quebra de coluna
Configurar Página, ícone Quebras
Separador de Estilo: usado para modificar o estilo
Ctrl+Alt+ Enter -
no documento
Insere uma marca de tabulação (1,25cm). Se esti-
TAB
ver no início de um texto, aumenta o recuo

- - Fim de célula, linha ou tabela

Espaço Espaço em branco


Ctrl+Shift+ Espaço Espaço em branco não separável

- - Texto oculto (definido na caixa Fonte, Ctrl+D) abc


- - Hifens opcionais

- - Âncoras de objetos

60
8-
- - Selecionar toda a tabela

48
6.
- - Campos atualizáveis pelo Word
.15
20
-4
ra

Fontes
ei
liv

As fontes são arquivos True Type Font (.TTF) gravadas na pasta Fontes do Windows, e aparecem para todos os
O

programas do computador.
de

As formatações de fontes estão disponíveis no grupo Fonte, da guia Página Inicial.


os
am

PÁGINA INICIAL
R
e
m
er
lh
ui
G

Nomes de fontes como Calibri (fonte padrão do Word), Arial, Times New Roman, Courier New, Verdana, são os
mais comuns. Para facilitar o acesso a essas fontes, o atalho de teclado é: Ctrl+Shift+F.
A caixa de diálogo Formatar Fonte poderá ser acionada com o atalho Ctrl+D.
Ao lado, um número indica o tamanho da fonte: 8, 9, 10, 11, 12, 14 e assim sucessivamente. Se quiser, digite o
valor específico para o tamanho da letra.
Vejamos, agora, alguns atalhos de teclado:

z Pressione Ctrl+Shift+P para mudar o tamanho da fonte pelo atalho. E diretamente pelo teclado com Ctrl+Shift+<
para diminuir fonte e Ctrl+Shift+> para aumentar o tamanho da fonte;
z Estilos são formatos que modificam a aparência do texto, como negrito (atalho Ctrl+N), itálico (atalho Ctrl+I) e
sublinhado (atalho Ctrl+S). Já os efeitos modificam a fonte em si, como texto tachado (riscado simples sobre as
102 palavras), subscrito (como na fórmula H2O – atalho Ctrl + igual), e sobrescrito (como em km2 – atalho Ctrl+Shift+mais)
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A diferença entre estilos e efeitos é que, os estilos  Outra forma de apresentação são os quadrados, ou
podem ser combinados, como negrito-itálico, itálico- então...
-sublinhado, negrito-sublinhado, negrito-itálico-sub- O desenho do Office;
linhado, enquanto os efeitos são concorrentes entre si.  Um símbolo neutro;
Concorrentes entre si, significa que você escolhe o  Setas;
efeito tachado ou tachado duplo, nunca os dois simul-  Check ou qualquer símbolo que o usuário deseja
taneamente. O mesmo para o efeito TODAS MAIÚSCU- personalizar.
LAS e Versalete. Sobrescrito e subscrito.
Por sua vez, Sombra é um efeito independente,
que pode ser combinado com outros. Já as opções de Biblioteca de Marcadores
efeitos Contorno, Relevo e Baixo Relevo não, devendo
ser individuais. Nenhum
Para finalizar esse assunto, temos o sublinhado.
Ele é um estilo simples, mas comporta-se como efei-
to dentro de si mesmo. Temos, então, Sublinhado
simples, Sublinhado duplo, Tracejado, Pontilhado,
Somente palavras (sem considerar os espaços entre
as palavras) etc. São os estilos de sublinhados, que se Marcadores de Documento
comportam como efeitos.

Dica
As questões sobre Fontes são práticas. Portan-
to, se puder praticar no seu computador, será
melhor para a memorização do tema. As ques-
tões são independentes da versão, portanto
poderá usar o Word 2007 ou Word 365, para tes- Alterar Nível de Lista
tar as questões de Word 2016.
Definir Novo Marcador...
Colunas

60
O documento inicia com uma única coluna. Em

8-
Ao pressionar duas vezes “Enter”, sairá da for-

48
Layout da Página podemos escolher outra configura-
matação dos marcadores simbólicos, retornando ao

6.
ção, além de definir opções de personalização.
Normal. 15
As colunas poderão ser definidas para a seção
Os marcadores numéricos são semelhantes aos
.
atual (divisão de formatação dentro do documento)
20

marcadores simbólicos, mas com números, letras ou


ou para o documento inteiro. Assim como os cadernos
-4

algarismos romanos. Podem ser combinados com os


de provas de concursos, que possuem duas colunas, é
Recuos de parágrafos, surgindo o formato Múltiplos
ra

possível inserir uma “Linha entre colunas”, separan-


ei

Níveis.
do-as ao longo da página.
liv
O

NÚMEROS LETRAS
de
os

1. Exemplo a. Exemplo
2. Exemplo b. Exemplo
am

3. Exemplo c. Exemplo
R

4. Exemplo d. Exemplo
e
m

ROMANOS MÚLTIPLOS NÍVEIS


er
lh

i. Exemplo 1) Exemplo
ui

ii. Exemplo a) Exemplo


G

iii. Exemplo 2) Exemplo


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

iv. Exemplo a) Exemplo

Para trabalhar com a formatação de marcadores


Múltiplos níveis, o digitador poderá usar a tecla “TAB”
para aumentar o recuo, passando os itens do primei-
ro nível para o segundo nível. E também pelo ícone
“Aumentar recuo”, presente na guia Página Inicial,
grupo Parágrafo. Usando a régua, pode-se aumentar
Marcadores Simbólicos e Numéricos o recuo também.
Ao teclar “Enter” em uma linha com marcador ou
• Usados por parágrafos, apresentam símbolos no numeração, mas sem conteúdo, você sai do recur-
início de cada, do lado esquerdo; so, voltando à configuração normal do parágrafo. Se
o Podem ser círculos preenchidos (linha acima), ou forem listas numeradas, itens excluídos dela provo-
círculos vazios, como esta; cam a renumeração dos demais itens. 103
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Tabelas

As tabelas são estruturas de organização muito utilizadas para um layout adequado do texto, semelhante a
colunas, com a vantagem que estas não criam seções exclusivas de formatação.
As tabelas seguem as mesmas definições de uma planilha de Excel, ou seja, têm linhas, colunas, é formada por
células, podendo conter, também, fórmulas simples.
Ao inserir uma tabela, seja ela vazia, a partir de um desenho livre, ou convertendo a partir de um texto, uma
planilha de Excel, ou um dos modelos disponíveis, será apresentada a barra de ferramentas adicional na Faixa de
Opções.
Um texto poderá ser convertido em Tabela, e voltar a ser um texto, se possuir os seguintes marcadores de for-
matação: ponto e vírgula, tabulação, enter (parágrafo) ou outro específico.
Algumas operações são exclusivas das Tabelas, como Mesclar Células (para unir células adjacentes em uma úni-
ca), Dividir células (para dividir uma ou mais células em várias outras), alinhamento do texto combinando elemen-
tos horizontais tradicionais (esquerda, centro e direita) com verticais (topo, meio e base).
O editor de textos Microsoft Word oferece ferramentas para manipulação dos textos organizados em tabelas.
O usuário poderá organizar as células nas linhas e colunas da tabela, mesclar (juntar), dividir (separar), visua-
lizar as linhas de grade, ocultar as linhas de grade, entre outras opções.
E caso a tabela avance em várias páginas, temos a opção Repetir Linhas de Cabeçalho, atribuindo no início da
tabela da próxima página, a mesma linha de cabeçalho que foi usada na tabela da página anterior.
As tabelas do Word possuem algumas características que são diferentes das tabelas do Excel. Geralmente esses
itens são aqueles questionados em provas de concursos.
Por exemplo, no Word, quando o usuário está digitando em uma célula, ocorrerá mudança automática de
linha, posicionando o cursor embaixo. No Excel, o conteúdo “extrapola” os limites da célula, e precisará alterar as
configurações na planilha ou a largura da coluna manualmente.

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er
lh

Confira, na tabela a seguir, algumas das diferenças do Word para o Excel.


ui
G

WORD EXCEL
Somente o conteúdo da primeira célula será
Tabela, Mesclar Todos os conteúdos são mantidos
mantido
Em inglês, com referências direcionais Em português, com referências posicionais
Tabela, Fórmulas
=SUM(ABOVe) =SOMA(A1:A5)
Recalcula automaticamente e manualmente
Tabelas, Fórmulas Não recalcula automaticamente
(F9)
Tachado Texto Não tem atalho de teclado Atalho: Ctrl+5
Quebra de linha manual Shift+Enter Alt+Enter
Copia apenas a primeira formatação da
Pincel de Formatação Copia várias formatações diferentes
origem
Ctrl+D Caixa de diálogo Fonte Duplica a informação da célula acima
104
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WORD EXCEL
Ctrl+E Centralizar Preenchimento Relâmpago
Ctrl+G Alinhar à Direita (parágrafo) Ir para...
Ctrl+R Repetir o último comando Duplica a informação da célula à esquerda
F9 Atualizar os campos de uma mala direta Atualizar o resultado das fórmulas
F11 - Inserir gráfico
Finaliza a entrada na célula e mantém o
Ctrl+Enter Quebra de página manual
cursor na célula atual
Alt+Enter Repetir digitação Quebra de linha manual
Finaliza a entrada na célula e posiciona o
Shift+Enter Quebra de linha manual
cursor na célula acima da atual, se houver
Shift+F3 Alternar entre maiúsculas e minúsculas Inserir função

Impressão

Disponível no menu Arquivo e pelo atalho Ctrl+P (e também pelo Ctrl+Alt+I, Visualizar Impressão), a impres-
são permite o envio do arquivo em edição para a impressora. A impressora listada vem do Windows, do Painel
de Controle.
Podemos escolher a impressora, definir como será a impressão (Imprimir Todas as Páginas, ou Imprimir Sele-
ção, Imprimir Página Atual, imprimir as Propriedades), quais serão as páginas (números separados com ponto e
vírgula/vírgula indicam páginas individuais, separadas por traço uma sequência de páginas, com a letra s uma
seção específica, e com a letra p uma página específica).
Havendo a possibilidade, serão impressas de um lado da página, ou frente e verso automático, ou manual.
O agrupamento das páginas permite que várias cópias sejam impressas uma a uma, enquanto Desagrupado, as
páginas são impressas em blocos.
As configurações de Orientação (Retrato ou Paisagem), Tamanho do Papel e Margens, podem ser escolhidas no
momento da impressão, ou antes, na guia Layout da Página. A última opção em Imprimir possibilita a impressão

60
de miniaturas de páginas (várias páginas por folha) em uma única folha de papel.

8-
48
6.
15
.
20

1
-4
ra

Imprimir
ei
liv
O
de

EPSON8D025B(L5190 SERIES)
Pronto
os
am
R

Imprimir Todas as Páginas


e

Tudo
m
er

Imprimir
lh

Imprimir em Um Lado
ui

Apenas imprimir um lado d..


G

Agrupado
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

1;2;3 1;2;3; 1;2;3;

Orientação Retrato

A4
21cm x 29,7 cm

Margens Personalizadas

1 Página por Folha

Configurar Página

105
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Controle de Quebras e Numeração de Páginas

As quebras são divisões e podem ser do tipo Página


ou de Seção.
Além disso, elas podem ser automáticas, como
quando formatamos um texto em colunas, todavia,
elas também podem ser manuais, como Ctrl+En-
ter para quebra de página, Shift+Enter para quebra
de linha, Ctrl+Shift+Enter para quebra de coluna, e
outras.

Quebras Conforme observado na imagem acima, o núme-


ro de página poderá ser inserido no Início da Página
(cabeçalho), ou no Fim da página (rodapé), ou nas
margens da página, e na posição atual do cursor.

Legendas

Uma legenda é uma linha de texto exibida abaixo


de um objeto para descrevê-lo. Podem ser usadas em
Figuras (que inclui Ilustrações) ou Tabelas.
Disponível na guia Referências (índices), as legen-
das podem ser inseridas na configuração padrão ou
personalizadas. Depois, podemos criar um índice
específico para elas, que será o Índice de Ilustrações.
No final do grupo Legendas, da guia Referências,
no Word, encontramos o ícone “Referência Cruzada”.
Em alguns textos, é preciso citar o conteúdo de outro
local do documento. Assim, ao criar uma referência
cruzada, o usuário poderá ir para o local desejado

60
pelo autor e a seguir retornar ao ponto em que estava

8-
antes.

48
6.
. 15
20
-4

Inserir
Legenda
ra
ei

Dica
liv

Legenda
O

Se envolve configurações diferentes, temos


Legenda
de

Quebras. Figura 1
os

Cabeçalhos diferentes... quebras inseridas. Opção


am

Colunas diferentes... quebras inseridas. Tama- Rótulo: Figura


Posição: Abaixo do item selecionado
R

nho de página diferente... quebra inserida.


e

Excluir rótulo da legenda


m

Novo rótulo Excluir Rótulo Numeração...


er
lh

Auto Legenda... OK Cancelar


ui
G

Índices

Basicamente, é todo o conjunto disponível na guia


Referências.
Os índices podem ser construídos a partir dos Esti-
los usados na formatação do texto, ou posteriormente
por meio da adição de itens manualmente.
Disponível na guia Inserir permite que um núme-
z Sumário: principal índice do documento;
ro seja apresentado na página, informando a sua
z Notas de Rodapé: inseridas no final de cada pági-
numeração em relação ao documento. na, não formam um índice, mas ajudam na identi-
Combinado com o uso das seções, a numeração de ficação de citações e expressões;
página pode ser diferente em formatação a cada seção z Notas de Fim: inseridas no final do documento,
106 do documento, como no caso de um TCC. semelhante a Notas de Rodapé;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Citações e Bibliografia: permite a criação de índices com as citações encontradas no texto, além das Referên-
cias Bibliográficas segundo os estilos padronizados;
z Legendas: inseridas após os objetos gráficos (ilustrações e tabelas), podem ser usadas para criação de um
Índice de Ilustrações;
z Índice: para marcação manual das entradas do índice;
z Índice de Autoridades: formato próprio de citação, disponível na guia Referências.

Os índices serão criados a partir dos Estilos utilizados durante o texto, como Título 1, Título 2, e assim por dian-
te. Se não forem usados, posteriormente o usuário poderá ‘Adicionar Texto’ no índice principal (Sumário), Marcar
Entrada (para inserir um índice) e até remover depois de inserido.
Os índices suportam Referências Cruzadas, que permitem o usuário navegar entre os links do documento de
forma semelhante ao documento na web. Ao clicar em um link, o usuário vai para o local escolhido. Ao clicar no
local, retorna para o local de origem.

Dica
A guia Referências é uma das opções mais questionadas em concursos públicos por dois motivos: envolvem
conceitos de formatação do documento exclusivos do Microsoft Word e é utilizado pelos estudantes na for-
matação de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).

Inserção de Objetos

Disponíveis na guia Inserir, os objetos que poderiam ser inseridos no documento estão organizados em
categorias:

z Páginas: objetos em forma de página, como a capa (Folha de Rosto), uma Página em Branco ou uma Quebra de
Página (divisão forçada, quebra de página manual, atalho Ctrl+Enter);
z Tabela: conforme comentado anteriormente, organizam os textos em células, linhas e colunas;
z Ilustrações: Imagem (arquivos do computador), ClipArt (imagens simples do Office), Formas (geométricas),
SmartArt (diagramas), Gráfico e Instantâneo (cópia de tela ou parte da janela).

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv

Na sequência dos objetos para serem inseridos em um documento, encontramos:


O
de

z Links: indicado para acessar a Internet via navegador ou acionar o programa de e-mail ou criação de referên-
cia cruzada;
os

z Cabeçalho e Rodapé;
am

z Texto: elementos gráficos como Caixa de Texto, Partes Rápidas (com organizador de elementos do documen-
R

to), WordArt (que são palavras com efeitos), Letra Capitular (a primeira letra de um parágrafo com destaque),
e

Linha de Assinatura (que não é uma assinatura digital válida, dependendo de compra via Office Marketplace),
m

Data e Hora, ou qualquer outro Objeto, desde que instalado no computador;


er

z Símbolos: inserção de Equações ou Símbolos especiais.


lh
ui
G

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

107
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Campos Predefinidos

Estes campos são objetos disponíveis na guia Inserir que são predefinidos. Após a configuração inicial, são
inseridos no documento.
Além da configuração da Linha de Assinatura, existem outras opções, como Data e Hora, Objeto e dentro do
item Partes Rápidas, no grupo Texto, da guia Inserir, a opção Campo.
Entre as categorias disponíveis, encontramos campos para automação de documento, data e hora, equações e
fórmulas, índices, informação sobre o documento, informações sobre o usuário, mala direta, numeração, vínculos
e referências.

Caixas de Texto

Possibilita a inserção de caixas de textos pré-formatadas, ou desenhar no documento, aceitando configurações


de direção de texto (semelhante a uma tabela) e também configurações de bordas e sombreamento, semelhante
a uma Forma.
Qualquer forma geométrica composta poderá ser caixa de texto.
Uma nova guia de opções será apresentada após a última, denominada Ferramentas de Caixa de Texto, permi-
tindo Formatar os elementos de Texto e do conteúdo da Caixa de Texto.
Nas opções disponibilizadas, será possível controlar o texto (direção do texto), definir estilos de caixa de texto

60
(preenchimento da forma, contorno da forma, alterar forma, estilos predefinidos), efeitos de sombra e efeitos 3D.

8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os

MS-EXCEL 2016
am

Estrutura Básica das Planilhas


R
e
m

A planilha em Excel, ou folha de dados, poderá ser impressa em sua totalidade, ou apenas áreas definidas pela Área
er

de Impressão, ou a seleção de uma área de dados, ou uma seleção de planilhas do arquivo, ou toda a pasta de trabalho.
lh

Ao contrário do Microsoft Word, o Excel trabalha com duas informações em cada célula: dados reais e dados formatados.
ui

Por exemplo, se uma célula mostra o valor 5, poderá ser o número 5 ou uma função/fórmula que calculou e
G

resultou em 5 (como =10/2)

Conceitos de Células, Linhas, Colunas, Pastas e Gráficos

z Célula: unidade da planilha de cálculos, o encontro entre uma linha e uma coluna. A seleção individual é com
a tecla CTRL e a seleção de áreas é com a tecla SHIFT (assim como no sistema operacional);
z Coluna: células alinhadas verticalmente, nomeadas com uma letra;
z Linha: células alinhadas horizontalmente, numeradas com números;

108
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Barra de Acesso Rápido Coluna

Barra de Fórmulas
Faixa
de Opções

Célula

Linha

z Planilha: o conjunto de células organizado em uma folha de dados. Na versão Microsoft Office 365
(2022) são 16.384 colunas (nomeadas de A até XFD) e 1.048.576 linhas (numeradas de 1 a 1.048.576).
A quantidade de linhas e colunas podem variar, de acordo com o software e a versão. Existem planilhas com
256, 1.024, 16.384 ou 65.536 colunas. Existem planilhas com 65.536 ou 1.048.576 linhas;
z Pasta de Trabalho: arquivo do Excel (extensão XLSX) contendo as planilhas, de 1 a N (de acordo com quanti-
dade de memória RAM disponível, nomeadas como Planilha1, Planilha2, Planilha3);
z Alça de preenchimento: no canto inferior direito da célula, permite que um valor seja copiado na direção
em que for arrastado. No Excel, se houver 1 número, ele é copiado. Se houver 2 números, uma sequência será

60
criada. Se for um texto, é copiado, mas texto com números é incrementado. Dias da semana, nome de mês e

8-
datas são sempre criadas as continuações (sequências);

48
z Mesclar: significa simplesmente “Juntar”. Havendo diversos valores para serem mesclados, o Excel manterá

6.
somente o primeiro destes valores, e centralizará horizontalmente na célula resultante. .15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er

E após a inserção dos dados, caso o usuário deseje, poderá juntar as informações das células.
lh
ui

Existem 4 opções no ícone Mesclar e Centralizar, disponível na guia Página Inicial:


G

z Mesclar e Centralizar: une as células selecionadas a uma célula maior e centraliza o conteúdo da nova célula;
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Este recurso é usado para criar rótulos (títulos) que ocupam várias colunas;
z Mesclar através: mesclar cada linha das células selecionadas em uma célula maior;
z Mesclar células: mesclar (unir) as células selecionadas em uma única célula, sem centralizar;
z Desfazer Mesclagem de Células: desfaz o procedimento realizado para a união de células.

Elaboração de Tabelas e Gráficos, Uso de Fórmulas, Funções e Macros

A tabela de dados, ou folha de dados, ou planilha de dados, é o conjunto de valores armazenados nas células.
Estes dados poderão ser organizados (classificação), separados (filtro), manipulados (fórmulas e funções), além de
apresentar em forma de gráfico (uma imagem que representa os valores informados).
Para a elaboração, poderemos:

z Digitar o conteúdo diretamente na célula. Basta iniciar a digitação, e o que for digitado é inserido na célula; 109
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Digitar o conteúdo na barra de fórmulas. Disponível na área superior do aplicativo, a linha de fórmulas é o
conteúdo da célula. Se a célula possui um valor constante, além de mostrar na célula, este aparecerá na barra
de fórmulas. Se a célula possui um cálculo, seja fórmula ou função, esta será mostrada na barra de fórmulas;
z O preenchimento dos dados poderá ser agilizado através da Alça de Preenchimento ou pelas opções automá-
ticas do Excel;
z Os dados inseridos nas células poderão ser formatados, ou seja, continuam com o valor original (na linha de
fórmulas) mas são apresentados com uma formatação específica;
z Todas as formatações estão disponíveis no atalho de teclado Ctrl+1 (Formatar Células);
z Também na caixa de diálogo Formatar Células, encontraremos o item Personalizado, para criação de máscaras
de entrada de valores na célula.

Formatos de Números, Disponível na Guia Página Inicial

Geral
123 Sem formato específico

Número
12 4,00
Moeda
R$4,00

Contábil
R$4,00

Data Abreviada
04/01/1900

Data Completa
quarta-feira, 4 de janeiro de 1900

Hora
00:00:00

60
Porcentagem

8-
48
400,00%

6.
1 Fração
15
2 4
.
20

Científico
102
-4

4,00E+00
ra

Texto
ab
ei

4
liv
O

Dica
de

As informações existentes nas células poderão ser exibidas com formatos diferentes. Uma data, por exem-
os

plo, na verdade é um número formatado como data. Por isto conseguimos calcular a diferença entre datas.
am
R

Os formatos Moeda e Contábil são parecidos entre si, mas possuem exibição diferenciada. No formato de Moe-
e
m

da, o alinhamento da célula é respeitado e o símbolo R$ acompanha o valor. No formato Contábil, o alinhamento
er

é ‘justificado’ e o símbolo de R$ fica posicionado na esquerda, alinhando os valores pela vírgula decimal.
lh
ui
G

Moeda Contábil
R$4,00 R$4,00

Moeda Contábil

R$ 150,00 R$     150,00

R$ 170,00 R$    170,00

R$ 200,00 R$­    200,00

R$ 1.000,00 R$   1.000,00

R$ 10,54 R$    10,54

O ícone é para mostrar um valor com o formato de porcentagem. Ou seja, o número é multiplicado por 100.
110 Exibe o valor da célula como percentual (Ctrl+Shift+%)
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VALOR FORMATO PORCENTAGEM % PORCENTAGEM E 2 CASAS % ,0 0
ß,0

1 100% 100,00%

0,5 50% 50,00%

2 200% 200,00%

100 10000% 10000,00%

0,004 0% 0,40%

O ícone 000 é o Separador de Milhares. Exibir o valor da célula com um separador de milhar. Este comando
alterará o formato da célula para Contábil sem um símbolo de moeda.

VALOR FORMATO CONTÁBIL SEPARADOR DE MILHARES 000

1500 R$1.500,00 1.500,00

16777418 R$16.777.418,00 16.777.418,00

1 R$1,00 1,00

400 R$400,00 400,00

27568 R$27.568,00 27.568,00

,00
Os ícones ß,0
,00 à,0 são usados para Aumentar casas decimais (Mostrar valores mais precisos exibindo mais
casas decimais) ou Diminuir casas decimais (Mostrar valores menos precisos exibindo menos casas decimais).
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele é mostrado ao aumentar
casas decimais. Se não possuir, então será acrescentado zero.

60
Quando um número na casa decimal possui valor absoluto diferente de zero, ele poderá ser arredondado para

8-
48
cima ou para baixo, de ao diminuir as casas decimais. É o mesmo que aconteceria com o uso da função ARRED,

6.
para arredondar.
.15
20

Simbologia Específica
-4
ra

Cada símbolo tem um significado, e nas tabelas a seguir, além de conhecer o símbolo, conheça o significado e
ei

alguns exemplos de aplicação.


liv
O

OPERADORES ARITMÉTICOS OU MATEMÁTICOS


de
os

Símbolo Significado Exemplo Comentários


am

+ (mais) Adição = 18 + 2 Faz a soma de 18 e 2


R

- (menos) Subtração = 20 – 5 Subtrai 5 do valor 20


e
m
er

Multiplica 5 (multiplicando) por 4


* (asterisco) Multiplicação =5*4
lh

(multiplicador)
ui
G

/ (barra) Divisão = 25 / 10 Divide 25 por 10, resultando em 2,5


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Faz 20 por cento, ou seja, 20 dividido por


% (percentual) Percentual = 20%
100

Faz 3 elevado a 2, 3 ao quadrado = 9


^(circunflexo) Exponenciação Cálculo de raízes =3^2=8^(1/3) Faz 8 elevado a 1/3, ou seja, raiz cúbica
de 8

Ordem das Operações Matemáticas

z ( ) – parênteses;
z ^ – exponenciação (potência, um número elevado a outro número);
z * ou / – multiplicação (função MULT) ou divisão;
z + ou - – adição (função SOMA) ou subtração. 111
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante!
Como resolver as questões de planilhas de cálculos?
Leitura atenta do enunciado (português e interpretação de textos);
Identificar a simbologia básica do Excel (informática);
Respeitar as regras matemáticas básicas (matemática);
Realizar o teste, e fazer o verdadeiro ou falso (raciocínio lógico).

OPERADORES RELACIONAIS, USADOS EM TESTES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Se o valor de A1 for maior que 5, então mostre 15,


> (maior) Maior que = SE (A1 > 5 ; 15 ; 17 )
senão mostre 17

Se o valor de A1 for menor que 3, então mostre 20,


< (menor) Menor que = SE (A1 < 3 ; 20 ; 40 )
senão mostre 40

Maior ou Se o valor de A1 for maior ou igual a 7, então


>= (maior ou igual) = SE (A1 >= 7 ; 5 ; 1 )
igual a mostre 5, senão mostre 1

Menor ou Se o valor de A1 for menor ou igual a 5, então


<= (menor ou igual) = SE (A1 <= 5 ; 11 ; 23 )
igual a mostre 11, senão mostre 23

Se o valor de A1 for diferente de 1, então mostre


<> (menor e maior) Diferente = SE (A1 <> 1 ; 100 ; 8 )
100, senão mostre 8

Se o valor de A1 for igual a 2, então mostre 10,


= (igual) Igual a = SE (A1 = 2 ; 10 ; 50 )
senão mostre 50

Princípios dos Operadores Relacionais

60
z Um valor jamais poderá ser menor e maior que outro valor ao mesmo tempo;

8-
z Uma célula vazia é um conjunto vazio, ou seja, não é igual a zero, é vazio;

48
z O símbolo matemático ≠ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <>;

6.
z O símbolo matemático ≥ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use >=;
z O símbolo matemático ≤ não poderá ser escrito diretamente na fórmula, use <=.
.15
20
-4

OPERADORES DE REFERÊNCIA
ra

Símbolo Significado Exemplo Comentários


ei
liv

=$A1 Trava a célula na coluna A


O

$ (cifrão) Travar uma célula =A$1 Trava a célula na linha 1


de

=$A$1 Trava a célula A1, ela não mudará


os

Obtém o valor de A3 que está na planilha


am

! (exclamação) Planilha = Planilha2!A3


Planilha2
R

Informa o nome de outro arquivo do Excel,


e

[ ] (colchetes) Pasta de Trabalho =[Pasta2]Planilha1!$A$2


m

onde deverá buscar o valor


er
lh

Informa o caminho de outro arquivo do


=’C:\novaconcursos\
ui

‘ (apóstrofe) Caminho Excel, onde deverá encontrar o arquivo para


[pasta2.xlsx]Planilha1’!$A$2
G

buscar o valor

; (ponto e vírgula) Significa E = SOMA (15 ; 4 ; 6 ) Soma 15 e 4 e 6, resultando em 25

Soma de A1 até B4, ou seja, A1, A2, A3, A4,


: (dois pontos) Significa ATÉ = SOMA (A1:B4)
B1, B2, B3, B4

Executa uma operação sobre as células em


Espaço Intersecção ($) =SOMA(F4:H8 H6:K10)
comum nos intervalos

Princípios dos Operadores de Referência

z O símbolo de cifrão transforma uma referência relativa ( A1 ) em uma referência mista ( A$1 ou $A1 ) ou em
referência absoluta ( $A$1 );
z O símbolo de exclamação busca o valor em outra planilha, na mesma pasta de trabalho ou em outro arquivo.
112 Ex.: =[Pasta2]Planilha1!$A$2.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante!
O símbolo de cifrão é um dos mais importantes na manipulação de fórmulas de planilhas de cálculos. Todas
as bancas organizadoras questionam fórmulas com e sem eles nas referências das células.

SÍMBOLOS USADOS NAS FÓRMULAS E FUNÇÕES

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Início de fórmu- = 15 + 3 Faz a soma de 15 e 3


= (igual) la, função ou = SOMA ( 15 ; 3 ) Compara o valor de A1 com 5, e caso seja verda-
comparação =SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 ) deiro, mostra 10, caso seja falso, mostra 11

Identifica uma
= HOJE ( ) Retorna a data atual do computador
função ou os valo-
( )parênteses = SOMA (A1;B1) Faz a soma de A1 e B1
res de uma opera-
= (3+5) / 2 Faz a soma de 3 e 5 antes de dividir por 2
ção prioritária

; (ponto e Separador de A função SE tem 3 partes, e estas estão separa-


=SE ( A1 = 5 ; 10 ; 11 )
vírgula) argumentos das por ponto e vírgula

Executa uma operação sobre as células em co-


Espaço Intersecção =SOMA(F4:H8 H6:K10)
mum nos intervalos

As fórmulas e funções começam com o sinal de igual. Outros símbolos podem ser usados, mas o Excel substi-
tuirá pelo sinal de igual.

SÍMBOLOS PARA TEXTOS

Símbolo Significado Exemplo Comentários

Apresenta o texto Nova


“ (aspas duplas) Texto exato = “Nova”

60
Se usado em testes, é “igual a”

8-
48
Exibe os zeros não significativos, 0001 como
‘ (apóstrofe) Número como texto ‘0001
texto (ex: placa de carro)

6.
15
= “Nova”&” Exibe “Nova Concursos” (sem as aspas), o resul-
.
& (“E” comercial) Concatenar
20

Concursos” tado da junção dos textos individuais


-4
ra

O símbolo & é usado para concatenar dois conteúdos, como por exemplo: =”15”&”A45” resulta em 15A45. Pode-
ei

remos usar a função CONCATENAR, ou a função CONCAT, para obter o mesmo resultado do símbolo &.
liv
O
de

CORRESPONDÊNCIA DE SÍMBOLOS E FUNÇÕES NO EXCEL


os

Símbolo Função Operação Exemplos


am

+ (sinal de mais) SOMA Adição =15+7 é o mesmo que =SOMA(15;7)


R
e

* (asterisco) MULT Multiplicação =12*3 é o mesmo que =MULT(12;3)


m
er

^ (circunflexo) POTÊNCIA Exponenciação =2^3 é o mesmo que =POTÊNCIA(2;3)


lh
ui

RAIZ Raiz quadrada =4^(1/2) é o mesmo que =RAIZ(4)


G

=A1&A2&A3 é igual a
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

& (E comercial) CONCATENAR Juntar textos


=CONCATENAR(A1;A2;A3)

“ (aspas) TEXTO Converte em texto =”150144” é o mesmo que =TEXTO(150144)

Erros

Quando trabalhamos com planilhas de cálculos, especialmente no início dos estudos, é comum aparecerem
mensagens de erros nas células, decorrente da falta de argumentos nas fórmulas, referências incorretas, erros de
digitação, entre outros. Vamos ver algumas das mensagens de erro mais comuns que ocorrem nas planilhas de
cálculos.
As planilhas de cálculos oferecem o recurso “Rastrear precedentes”, dentro do conceito de Auditoria de Fór-
mulas. Com este recurso, muito questionado em concursos, o usuário poderá ver setas na planilha indicando a
relação entre as células, e identificar a origem das mensagens de erros.
A seguir, os erros mais comuns que podem ocorrer em uma planilha de cálculos no Microsoft Excel: 113
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z #DIV/0! indica que a fórmula está tentando dividir Se temos uma sequência de valores com quantida-
um valor por 0; de par, a mediana será a média dos valores que estão
z #NOME? indica que a fórmula possui um texto que no meio. Por exemplo, para os valores (2,13,4,10,8,1),
o Excel 2007 não reconhece; ordenados são (1,2,4,8,10,13), e no meio temos 4 e 8. A
z #NULO! a fórmula contém uma interseção de duas média de 4 e 8 é 6 ((4+8)/2).
áreas que não se interceptam;
z #NUM! a fórmula apresenta um valor numérico z MÁXIMO(valores): exibe o maior valor das célu-
inválido;
las selecionadas.
z #REF! indica que na fórmula existe a referência
para uma célula que não existe;
z #VALOR! indica que a fórmula possui um tipo erra- =MAXIMO(A1:D6) Exibe qual é o maior valor na
do de argumento; área de A1 até D6. Se houver dois valores iguais, ape-
z ##### indica que o tamanho da coluna não é sufi- nas um será mostrado.
ciente para exibir seu valor.
z MAIOR(valores;posição): exibe o maior valor de
USO DE FÓRMULAS, FUNÇÕES E MACROS uma série, segundo o argumento apresentado.

Funções Básicas Valores iguais ocupam posições diferentes.


=MAIOR(A1:D6;3) Exibe o 3º maior valor nas célu-
z SOMA(valores): realiza a operação de soma nas las A1 até D6.
células selecionadas.
z MÍNIMO(valores): exibe o menor valor das célu-
No Microsoft Excel, a função SOMA efetua a adição las selecionadas.
dos valores numéricos informados em seus argumen-
tos. Se existirem células com textos, elas serão ignora- =MINIMO(A1:D6) Exibe qual é o menor valor na
das. Células vazias não são somadas. área de A1 até D6.

=SOMA(A1;A2;A3) Efetua a soma dos valores exis- z MENOR(valores;posição): exibe o menor valor de
tentes nas células A1, A2 e A3; uma série, segundo o argumento apresentado.
=SOMA(A1:A5) Efetua a soma dos 5 valores exis-
tentes nas células A1 até A5;
Valores iguais ocupam posições diferentes.
=SOMA(A1;34;B3) Efetua a soma dos valores da
=MENOR(A1:D6;3) Exibe o 3º menor valor nas cé-
célula A1, com 34 (valor literal) e B3;

60
=SOMA(A1:B4) Efetua a soma dos 8 valores exis- lulas A1 até D6.

8-
tentes, de A1 até B4. O Excel não faz ‘triangulação’,

48
operando apenas áreas quadrangulares; z SE(teste;verdadeiro;falso): avalia um teste e

6.
=SOMA(A1;B1;C1:C3) Efetua a soma dos valores A1 retorna um valor caso o teste seja verdadeiro ou
com B1 e C1 até C3; outro caso seja falso.
.15
20

=SOMA(1;2;3;A1;A1) Efetua a soma de 1 com 2 com


-4

3 e o valor A1 duas vezes. Esta função é muito solicitada em todas as bancas.


A sua estrutura não muda, sendo sempre o teste na
ra

z SOMASE(valores;condição): realiza a operação primeira parte, o que fazer caso seja verdadeiro na
ei
liv

de soma nas células selecionadas, se uma condição segunda parte, e o que fazer caso seja falso na última
for atendida.
O

parte. Verdadeiro ou falso. Uma ou outra. Jamais se-


rão realizadas as duas operações, somente uma delas,
de

A sintaxe é =SOMASE(onde;qual o critério para segundo o resultado do teste.


os

que seja somado): A função SE usa operadores relacionais (maior,


am

=SOMASE(A1:A5;”>15”) Efetuará a soma dos valo- menor, maior ou igual, menor ou igual, igual, diferen-
res de A1 até A5 que sejam maiores que 15;
R

te) para construção do teste. As aspas são usadas para


=SOMASE(A1:A10;”10”) Efetuará a soma dos valo-
e

textos literais.
m

res de A1 até A10 que forem iguais a 10.


er

„ =SE(A1=10;”O valor da célula A1 é 10”;”O valor


lh

z MÉDIA(valores): realiza a operação de média


da célula A1 não é 10”)
ui

nas células selecionadas e exibe o valor médio


G

„ =SE(A1<0;”O valor da célula A1 é negativo”;”O


encontrado.
valor não é negativo”)
=MEDIA(A1:A5) Efetua a média aritmética simples „ =SE(A1>0;”O valor da célula A1 é positivo”;”O
dos valores existentes entre A1 e A5. Se forem 5 valo- valor não é positivo”)
res, serão somados e divididos por 5. Se existir uma
célula vazia, serão somados e divididos por 4. Células É possível encadear funções, ampliando as áreas
vazias não entram no cálculo da média. de atuação. Por exemplo, um número pode ser negati-
vo, positivo ou igual a zero. São 3 resultados possíveis.
z MED(valores): informa a mediana de uma série
de valores. „ =SE(A1=0;”Valor é igual a zero”;SE(A1<0;”Valor
é negativo”;”Valor é positivo”))
Mediana é o ‘valor no meio’. Se temos uma sequên-
cia de valores com quantidade ímpar, eles serão orde- Neste exemplo, se for igual a zero (primeiro teste),
nados e o valor no meio é a sua mediana. Por exemplo, exibe a mensagem e finaliza a função, mas se não for
para os valores (5,6,9,3,4), ordenados são (3,4,5,6,9) e igual a zero, poderá ser menor do que zero (segun-
114 a mediana é 5. do teste), e exibe a mensagem “Valor é negativo”,
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
encerrando a função. Por fim, se não é igual a zero, e Efetua um teste nas células especificadas, e soma
não é menor que zero, só poderia ser maior do que zero, as correspondentes nas células para somar.
e a mensagem final “Valor é positivo” será mostrada. Os intervalos de teste e de soma podem ser os
Obs.: o sinal de igual, para iniciar uma função, é mesmos.
usado somente no início da digitação da célula.
As funções CONT são usadas para informar a quanti- =SOMASE(A1:A10;”>6”;A1:A10) somará os valores
dade de células, que atendem às condições especificadas. de A1 até A10 que sejam maiores que 6.
=SOMASE(A1:A10;”<3”;B1:B10) somará os valores
z CONT.NÚM: para contar quantas células possuem de B1 até B10 quando os valores de A1 até A10 forem
números; menores que 3.
z CONT.VALORES: quantidade de células que estão
preenchidas; „ SOMASES (células para somar; células1;
teste1;células2;teste2)
z CONTAR.VAZIO: quantidade de células que não
estão preenchidas;
Verifica as células que atendem aos testes e soma
z CONT.SE: quantidade de células que atendem à
as células correspondentes.
uma condição específica;
Os intervalos de teste e de soma podem ser os
z CONT.SES: quantidade de células que atendem a
mesmos.
várias condições simultaneamente.
„ MÉDIASE(células para testar; teste; células
„ CONT.VALORES(células): esta função conta para calcular a média)
todas as células em um intervalo, exceto as
células vazias. Efetua um teste nas células especificadas, e calcula
a média das células correspondentes.
=CONT.VALORES(A1:A10) Informa o resultado da Os intervalos de teste e de média podem ser os
contagem, informando quantas células estão preen- mesmos.
chidas com valores, quaisquer valores.
„ PROCV(valor_procurado; matriz_tabela;
„ CONT.NÚM (células): conta todas as células núm_índice_coluna; [intervalo_pesquisa])
em um intervalo, exceto células vazias e célu-
las com texto. A função PROCV é utilizada para localizar o va-

60
lor_procurado dentro da matriz_tabela, e quando

8-
=CONT.NÚM(A1:A8) Informa quantas células no encontrar, retornar a enésima coluna informada em

48
intervalo A1 até A8 possuem valores numéricos. núm_índice_coluna. A última opção, que será VERDA-

6.
DEIRO ou FALSO, é usada para identificar se precisa ser
„ CONT.SE(células;condição): esta função conta
.15
o valor exato (F) ou pode ser valor aproximado (V).
20

quantas vezes aparece um determinado valor Por exemplo: =PROCV(105;A2:C7;2;VERDADEIRO)


-4

(número ou texto) em um intervalo de células e =PROCV(“Monte”;B2:E7;2;FALSO)


(o usuário tem que indicar qual é o critério a A função PROCV é um membro das funções de pes-
ra

quisa e Referência, que incluem a função PROCH.


ei

ser contado)
Use a função TIRAR ou a função ARRUMAR para
liv

remover os espaços à esquerda nos valores da tabela.


O

=CONT.SE(A1:A10;”5”) Efetua a contagem de quan-


de

tas células existem no intervalo de A1 até A10 conten-


„ ESQUERDA(texto;quantidade)
do o valor 5.
os
am

Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade


„ CONT.SES(células1;condição1;células2;con-
de caracteres especificados, a partir do início (esquerda).
R

dição2): esta função conta quantas vezes apa-


e

rece um determinado valor (número ou texto)


m

=ESQUERDA(“Nova Concursos”;8) exibe “Nova”


er

em um intervalo de células (o usuário tem que


„ DIREITA(texto;quantidade)
lh

indicar qual é o critério a ser contado), aten-


ui

dendo a todas as condições especificadas.


G

Extrai de uma sequência de texto, uma quantidade


de caracteres especificados, a partir do final.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

=CONT.SES(A1:A10;”5”;B1:B10;”7”) Efetua a conta-


gem de quantas células existem no intervalo de A1 até =DIREITA(“Nova Concursos”;7) exibe “Concursos”.
A10 contendo o valor 5 e ao mesmo tempo, quantas
células existem no intervalo de B1 até B10 contendo „ CONCATENAR(texto1;texto2; ... )
o valor 7.
Junta os textos especificados em uma nova sequência.
„ CONTAR.VAZIO (células): conta as células Esta função foi mantida por compatibilidade com
vazias de um intervalo. as versões anteriores. Ela concatena apenas células
individuais.
=CONTAR.VAZIO(A1:A8) Informa quantas células
vazias existem no intervalo A1 até A8. =CONCATENAR(“Apostila “;”Nova “;”Concursos”)
exibe “Apostila Nova Concursos”.
„ SOMASE(células para testar;teste;células para
somar) „ CONCAT(intervalo) 115
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Junta os textos especificados em um intervalo de células para uma nova sequência.

=CONCAT(A1:A5) junta o conteúdo das células A1 até A5 em uma nova célula. Esta função não funciona nas
versões antigas do Office.

„ NÚM.CARACT(célula)

Informa a quantidade de caracteres existentes em uma célula.


Datas contém 5 caracteres, pois o Microsoft Excel armazena datas como números.

=NÚM.CARACT(“Nova Concursos”) resultado 14


=NÚM.CARACT(HOJE()) resultado 5 (a função HOJE retorna a data de hoje registrada no computador)
=NÚM.CARACT(AGORA()) resultado 15 (a função AGORA retorna a data de hoje registrada no computador e a
hora atual, como 01/08/2021 09:51)

„ INT(valor)

Extrai a parte inteira de um número.

=INT(PI()) parte inteira do valor de PI – valor 3,14159 exibe 3.

„ TRUNCAR(valor;casas decimais)

Exibe um número com a quantidade de casas decimais, sem arredondar.

=TRUNCAR(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas decimais – valor 3,14159 exibe 3,141.

„ ARRED(valor;casas decimais)

60
Exibe um número com a quantidade de casas decimais, arredondando para cima ou para baixo.

8-
48
=ARRED(PI();3) exibir o valor de PI com 3 casas decimais – valor 3,14159 exibe 3,142.

6.
„ HOJE(): exibe a data atual do computador;
.15
20

„ AGORA(): exibe a data e hora atuais do computador;


-4

„ DIA(data): extrai o número do dia de uma data;


ra

„ MÊS(data): extrai o número do mês de uma data;


ei

„ ANO(data): extrai o número do ano de uma data;


liv

„ DIAS(data1;data2): informa a diferença em dias entre duas datas;


O

„ DIAS360(data1;data2): informa a diferença em dias entre duas datas (ano contábil, de 360 dias);
de

„ POTÊNCIA(base;expoente).
os
am

Eleva um número (base) ao expoente informado.


R
e

=POTÊNCIA(2;4) 2 elevado à 4, 24, 2x2x2x2 = 16


m
er

„ MULT(número;número;número; ... ): multiplica os números informados nos argumentos.


lh
ui
G

FUNÇÕES LÓGICAS

Retorna VERDADEIRO se todos os seus argumentos forem


E (Função E)
VERDADEIROS

OU (Função OU) Retorna VERDADEIRO se um dos argumentos for VERDADEIRO

NÃO (Função NÃO) Inverte o valor lógico do argumento

FALSO (Função FALSO) Retorna o valor lógico FALSO

VERDADEIRO (Função VERDADEIRO) Retorna o valor lógico VERDADEIRO

Retornará um valor que você especifica se uma fórmula for avaliada para
SEERRO (Função SEERRO)
um erro; do contrário, retornará o resultado da fórmula

116
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante!
Foram apresentadas muitas funções neste material, não é verdade? Existem milhares de funções no Micro-
soft Excel. Em concursos públicos, estas são as mais questionadas.

Impressão

A impressão no Excel é semelhante ao Word. Difere ao oferecer o item Área de Impressão, que permite ao
usuário escolher uma área de uma planilha para ser impressa.
Outro item que o Excel oferece que é exclusiva, a possibilidade de imprimir os títulos das colunas e linhas,
fazendo com que a impressão seja muito parecida com a tela que está sendo visualizada.
Ambos estão na guia Layout da Página.
E na caixa de diálogo de impressão (Ctrl+P) temos o ajuste da impressão (zoom), permitindo ajustar para caber em
uma página, ajustar apenas as linhas, apenas as colunas, e mudar as quebras de páginas arrastando a divisão na tela.

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de

Inserção de Objetos
os

A inserção de objetos contém os mesmos itens do Microsoft Word, mas o destaque são os Gráficos.
am
R
e
m
er
lh
ui
G

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

117
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A tabela e o gráfico dinâmico possibilitam resumir os dados rapidamente, a partir de critérios padronizados
no Excel.

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de

Os gráficos são representações visuais de dados da planilha. De acordo com a opção escolhida, teremos uma
os

forma de apresentação. Alguns gráficos são indicados para situações específicas. Outros gráficos são generalistas.
am

Gráficos
R
e
m

Além da produção de planilhas de cálculos, o Microsoft Excel (e o LibreOffice Calc) produz gráficos com os
er

dados existentes nas células.


lh
ui

Gráficos são a representação visual de dados numéricos, e poderão ser inseridos na planilha como gráficos
G

‘comuns’ ou gráficos dinâmicos.


Os gráficos dinâmicos, assim como as tabelas dinâmicas, são construídos com dados existentes em uma ou
várias pastas de trabalho, associando e agrupando informações para a produção de relatórios completos.

z Os gráficos de Colunas representam valores em colunas 2D ou 3D. São opções do gráfico de Colunas: Agrupada,
Empilhada, 100% Empilhada, 3D Agrupada, 3D Empilhada, 3D 100% Empilhada, e 3D.

118
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Os gráficos de Linhas representam valores com z Os gráficos de Ações necessitam que os dados este-
linhas, pontos ou ambos. São opções do gráfico de jam organizados em preço na alta, preço na baixa
Linhas: Linha, Linha Empilhada, 100% Empilha- e preço no fechamento. Datas ou nomes das ações
da, com Marcadores, Empilhada com Marcadores, serão usados como rótulos. São exemplos de gráficos
100% Empilhada com Marcadores, e 3D. de Ações: Alta-Baixa-Fechamento, Abertura-Alta-
-Baixa-Fechamento, Volume-Alta-Baixa-Fechamen-
to, e Volume-Abertura-Alta-Baixa-Fechamento.

z Os gráficos de Pizza representam valores propor-


cionalmente. São opções do gráfico de Pizza: Pizza,
Pizza 3D, Pizza de Pizza, Barra de Pizza, e Rosca.

z Os gráficos de Barras representam dados de forma


semelhante ao gráfico de Colunas, mas na horizon-
tal. São opções dos gráficos de Barras: Agrupadas, z Os gráficos de Superfície parecem com os gráficos
Empilhadas, 100% Empilhadas, 3D Agrupadas, 3D de Linhas, e preenchem a superfície com cores.
Empilhadas, e 3D 100% Empilhadas. São exemplos de gráficos de Superfície: 3D, 3D
Delineada, Contorno e Contorno Delineado.

60
8-
48
z Os gráficos de Área representam dados de forma

6.
semelhante ao gráfico de Linhas, mas com preen- z Os gráficos de Radar são usados para mostrar a evo-
chimento até a base (eixo X). São opções dos grá-
.15
lução de itens. São exemplos de gráficos de Radar:
20
ficos de Área: Área, Área Empilhada, Área 100% Radar, Radar com Marcadores, e Radar Preenchido.
-4

Empilhada, Área 3D, Área 3D Empilhada, e Área


3D 100% Empilhada.
ra
ei
liv
O
de

z O gráfico do tipo Mapa de Árvore é usado para mos-


trar proporcionalmente a hierarquia dos valores.
os

z Os gráficos de Dispersão representam duas séries


am

de valores em seus eixos. São opções dos gráficos


R

de Dispersão: Dispersão, com Linhas Suaves e Mar-


e

cadores, com Linhas Suaves, com Linhas Retas e


m

Marcadores, com Linhas Retas, Bolhas e Bolhas 3D.


er
lh
ui

z O gráfico do tipo Explosão Solar se assemelha ao


G

gráfico de Rosca, mas o maior valor será o primei-


ro da série de dados.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Os gráficos do tipo Histograma são usados para


z O gráfico do tipo Mapa exibe a informação de séries de valores com evolução, como idades da
acordo com cada região. Sua única opção é o Mapa população. São exemplos de gráficos do tipo Histo-
Coroplético. grama: Histograma e Pareto.

119
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z O gráfico do tipo Caixa Estreita é usado para projeção de valores.

z O gráfico do tipo Cascata exibe e destaca as variações dos valores ao longo do tempo.

z O gráfico do tipo Funil alinha os valores em ordem decrescente.

z Os gráficos do tipo Combinação permitem combinar dois tipos de gráficos para a exibição de séries de dados.
São exemplos de gráficos do tipo Combinação: Coluna Clusterizada-Linha, Coluna Clusterizada-Linha no
Eixo Secundário, Área Empilhada-Coluna Clusterizada, e a possibilidade de criação de uma Combinação
Personalizada.

60
8-
48
6.
Campos Predefinidos .15
20
-4

Semelhante ao Word, o Excel poderá operar com os mesmos campos. Campos são variáveis inseridas na plani-
ra

lha de dados, que serão atualizadas segundo a necessidade.


ei

Data e Hora, Linha de Assinatura, Cabeçalho e Rodapé, entre muitos.


liv

Uma das principais diferenças entre o editor de textos e o editor de planilhas, é o Cabeçalho e Rodapé. Enquan-
O
de

to no editor de textos eles são únicos, no Excel estão dividido em 3 partes.


os
am
R
e
m
er
lh
ui
G

120
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Controle de Quebras e Numeração de Páginas

O Excel é mais simples em relação ao Word, quando o assunto são as Quebras.

E para habilitar esta visualização, basta ativar o item na guia Exibição.

A numeração de páginas está associada ao Cabeçalho e Rodapé.

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am

Obtenção de Dados Externos


R
e

O Excel poderá trabalhar com as informações inseridas pelo usuário na planilha, e com dados provenientes
m

de outros locais. Disponível na guia Dados, o grupo ‘Obter Dados Externos’, apesar de figurar no edital de alguns
er
lh

concursos, nunca foi questionado em provas de Noções de Informática, tanto nível médio como nível superior.
ui
G

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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De Arquivo

De Banco de Dados

60
8-
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6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er

Do Azure
lh
ui
G

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De Serviços Online

De outras fontes

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am

Classificação de Dados
R
e

A classificação de dados é uma parte importante da análise de dados.


m

Você pode classificar dados por texto (A a Z ou Z a A), números (dos menores para os maiores ou dos maiores
er

para os menores) e datas e horas (da mais antiga para a mais nova e da mais nova para a mais antiga) em uma ou
lh

mais colunas. Você também poderá classificar por uma lista de clientes (como Grande, Médio e Pequeno) ou por
ui

formato, incluindo a cor da célula, a cor da fonte ou o conjunto de ícones. A maioria das operações de classificação
G

é identificada por coluna, mas você também poderá identificar por linhas.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Disponível na guia Dados, e na guia Página Inicial, a classificação poderá ser de texto, números, datas ou horas,
por cor da célula, cor da fonte ou ícones, por uma lista personalizada, linhas, por mais de uma coluna ou linha, ou
por uma coluna sem afetar as demais.

123
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CLASSIFICAÇÃO COMENTÁRIOS

A classificação de dados alfanuméricos poderá se ‘Classificar de A a Z’ em


Classificar texto ordem crescente, ou ‘Classificar de Z a A’ em ordem decrescente. É possível
diferenciar letras maiúsculas e minúsculas

Quando a coluna possui números, podemos ‘Classificar do menor para o maior’


Classificar números

60
ou ‘Classificar do maior para o menor’

8-
48
Se houver datas ou horas, podemos ‘Classificar da mais antiga para a mais nova’
Classificar datas ou horas

6.
ou ‘Classificar da mais nova para a mais antiga’.15
Se você tiver formatado manual ou condicionalmente um intervalo de células ou
20

Classificar por cor de célula, cor de uma coluna de tabela, por cor de célula ou cor de fonte, poderá classificar por es-
-4

fonte ou ícones sas cores. Também será possível classificar por um conjunto de ícones criados
ra

ao aplicar uma formatação condicional


ei
liv

Você pode usar uma lista personalizada para classificar em uma ordem definida
Classificar por uma lista
O

pelo usuário. Por exemplo, uma coluna pode conter valores pelos quais você
personalizada
de

deseja classificar, como Alta, Média e Baixa


os

Na caixa de diálogo Opções de Classificação, em Orientação, clique em Classifi-


Classificar linhas
am

car da esquerda para a direita e, em seguida, clique em OK


R

Classificar por mais de uma


Na caixa de diálogo Classificar, adicione mais de um critério para ordenação
e

coluna ou linha
m
er

Classificar uma coluna em um


lh

Basta selecionar a coluna desejada, e na janela de diálogo, manter o item “Con-


intervalo de células sem afetar as
ui

tinuar com a seleção atual”


G

demais

MS-POWERPOINT 2016

Estrutura Básica das Apresentações

As apresentações de slides criadas pelo Microsoft PowerPoint 2010/2013/2016/2019 são arquivos de extensão
.PPTX. Caso contenham macros (comandos para automatização de tarefas) será atribuída a extensão .PPTM. E
ainda podemos trabalhar com os modelos (extensão .POTX e POTM).
Apesar de ser um aplicativo com finalidade diferente do editor de textos, ele possui muitas semelhanças que
acabam ajudando quem está iniciando nele. Da mesma forma que o editor de textos, é possível trabalhar com
seções (divisões), é possível inserir números de slides, é possível comparar apresentações, etc.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
EXTENSÃO TIPO DE ARQUIVO CARACTERÍSTICAS

PPT Apresentação editável Versão 2003 ou anterior


PPS Apresentação executável Versão 2003 ou anterior
POT Modelo de apresentação Versão 2003 ou anterior
PPTX Apresentação editável Versão 2007 ou superior
Versão 2007 ou superior, que não necessita de
PPSX Apresentação executável
programas para ser visualizada
POTX Modelo de apresentação Recursos para padronização de novas apresentações
Recursos para padronização e automatização de
POTM Modelo de apresentação com macros
novas apresentações
Formato do LibreOffice Impress, que pode ser editado
ODP Open Document Presentation
e salvo pelo Microsoft PowerPoint
Formato de documento portável, sem alguns recursos
PDF/XPS Portable Document Format
multimídia inseridos na apresentação de slide

Importante!
Apresentações de slides é um tópico pouco questionado em provas de concursos. Conhecendo os conceitos
do Microsoft PowerPoint, você poderá aproveitá-los quando estudar LibreOffice Impress.

As apresentações de slides podem ser gravadas em formato de imagens (JPG, PNG), slide por slide, e até trans-
formadas em vídeo (extensão MP4).
Os recursos do PowerPoint, como animações, transições, narração, serão inseridos no vídeo, que poderá ser

60
reproduzido em outros dispositivos, como Smart TV em totens de propagandas.

8-
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6.
. 15
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G

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Figura 1. Para produzir um vídeo da apresentação, acessar o botão Arquivo, menu Exportar, item Criar Vídeo.

Vamos conhecer alguns termos usados no aplicativo de edição de apresentações de slides.

z Slide: unidade de edição, como uma página da apresentação;


z Slide Mestre: slide com o modelo de formatação que será usado pelos slides da apresentação atual;
z Design: aparência do slide ou de toda a apresentação. O design combina cores, estilos e padrões para que a aparên-
cia tenha um visual harmonizado. O PowerPoint oferece “Ideias de Design” a cada objeto inserido no slide;
z Layout: disposição dos elementos dentro do slide. Quando a apresentação é iniciada, o slide de slide de título
é apresentado. O usuário poderá alterar para outro layout. Cada slide da apresentação poderá ter um layout
diferente. 125
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Slide de Título Título e Conteúdo Cabeçalho da Duas Partes de Comparação
Seção Conteúdo

Somente Título Em Branco Conteúdo com Imagem com


Legenda Legenda
Figura 2. Layout de slide

z Seção: divisão de formatação dentro da apresentação (usadas para Apresentações Personalizadas). Poderá ter
‘duas apresentações’ dentro de uma, e no início, escolher qual delas será exibida para o público;
z Transições: animação entre os slides. Ao selecionar algum efeito de animação entre os slides (guia Transições,
grupo Transição para este slide), será disponibilizada a opção para configuração do Intervalo;
z Animação: animação dentro do slide, em um objeto do slide. Um objeto poderá ter diversas animações simul-
taneamente, enquanto a transição do slide é única. Poderão ser de Entrada, Ênfase, Saída ou Trajetórias de
Animação.

Conceitos de Slides

Conforme observado no item anterior, os slides são as unidades de trabalho do PowerPoint. Assim como as
páginas de um documento do Microsoft Word, os slides possuem configurações como margens, orientação, núme-
ros de páginas (slides, no caso), cabeçalhos e rodapés, etc.
O PowerPoint trabalha com 4 conceitos principais de slides:

z Slide (modo de exibição Normal): cada slide é mostrado para edição de seu conteúdo;

60
z Slide Mestre: para alterar o design e o layout dos slides mestres, alterando toda a apresentação de uma vez;

8-
z Folhetos Mestre: para alterar o design e layout dos folhetos que serão impressos;

48
z Anotações Mestras: para alterar o design e layout das folhas de anotações;

6.
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Figura 3. Modo de exibição Normal, para edição da apresentação de slides

Nos modos de exibição, na guia Exibição, ocorreu uma pequena mudança em relação às versões anteriores,
com a inclusão do item Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos:

z Normal: no modo de exibição Normal, miniaturas dos slides ou os tópicos aparecerão no lado esquerdo, o
slide atual aparecerá no centro (sendo possível sua edição) e na área inferior da tela aparecerá a área de ano-
126 tações. Ajustar à janela encaixa o slide na área;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos: para FORMATO VÍDEO HIPERLINKS
editar e alternar entre slides no painel de estru-
tura de tópicos. Útil para a criação de uma apre- PPTX X X
sentação a partir dos tópicos de um documento do PPSX X X
Microsoft Word;
z Classificação dos Slides: no modo de exibição PDF - X
Classificação de Slides, apenas miniaturas dos sli- MP4 X X
des serão mostradas. Estas miniaturas poderão
ser organizadas, arrastando-as. As operações de JPG/PNG - -
slides estão disponíveis, como Excluir slide, Ocul-
tar slide, etc. Mas não é possível editar o conteúdo.
Tabela. Recursos disponíveis ( X ), recursos indisponíveis ( - )
Somente após duplo clique será possível a edição
do conteúdo;
z Anotações: exibir a página de anotações para edi- O formato PDF é portável, e poderá ser usado em
tar as anotações do orador da forma como ficarão qualquer plataforma. Praticamente todos os programas
quando forem impressas;
disponíveis no mercado reconhecem o formato PDF.
z Modo de Exibição de Leitura: exibir a apresenta-
ção como uma apresentação de slides que cabe na Confira a seguir os ícones do aplicativo, que costu-
janela. A barra de título do PowerPoint continuará mam ser questionados em provas.
sendo exibida.

Noções de Edição e Formatação de Apresentações Para entrar em modo de apresentação de sli-


des do começo, devemos pressionar F5
A preparação de uma apresentação de slides segue
uma série de recomendações, quanto a quantidade de A outra forma de iniciar uma apresentação de
texto, quantidade de slides, tempo da apresentação, etc. slides é a partir do Slide Atual, pressionando
Entretanto, para concursos públicos, o foco é outro. Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apre-
O questionamento é sobre como fazer, onde configu- sentação de Slides
rar, como apresentar, etc. Apresentar on-line: Transmitir a apresentação
Para entrar em modo de apresentação de slides do de slides para visualizadores remotos que

60
começo, devemos pressionar F5. Podemos escolher o possam assisti-la em um navegador da Web

8-
ícone ‘Do Começo’ na guia Apresentações de Slides, Apresentação de Slides Personalizada: Criar

48
grupo Iniciar Apresentação de Slides. E ainda clicar ou executar uma apresentação de slides

6.
no ícone correspondente na barra de status, ao lado personalizada. Uma apresentação de slides
do zoom. 15
personalizada exibirá somente os slides se-
.
20

A apresentação iniciará, e ao contrário do modo de lecionados. Este recurso permite que você
-4

exibição Leitura em Tela Inteira, a barra de títulos não tenha vários conjuntos de slides diferentes
será mostrada. A outra forma de iniciar uma apresen- (por exemplo, uma sucessão de slides de 30
ra

tação de slides é a partir do Slide Atual, pressionando minutos e outra de 60 minutos) na mesma
ei
liv

Shift+F5 ou clicando no ícone da guia Apresentação apresentação


O

de Slides. Configurar Apresentação de Slides: Configurar


de

Durante a apresentação de slides, as setas de direção opções avançadas para a apresentação de


permitem mudar o slide em exibição. O Enter passa para slides, como o modo de quiosque (em que a
os

o próximo slide. O ESC sai da apresentação de slides. apresentação reinicia após o último slide, e
am

Segurar a tecla CTRL e pressionar o botão princi- continua em loop até pressionar ESC), apre-
R

pal (esquerdo) do mouse exibirá um ‘laser pointer’ na sentação sem narração, vários monitores,
e

apresentação. Pressionar a letra C ou vírgula deixará avançar slides, etc.


m
er

a tela em branco (clara). Pressionar E ou ponto final Ocultar Slide: Ocultar o slide atual da apresen-
lh

deixa a tela preta (escura). tação. Ele não será mostrado durante a apre-
ui

A edição dos elementos textuais e parágrafos segue sentação de slides de tela inteira
G

os princípios do editor de textos Word. E os comandos


Testar Intervalos: Iniciar uma apresentação de
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

também são os mesmos. Por exemplo, o Salvar como


slides em tela inteira na qual você possa tes-
PDF.
tar sua apresentação. A quantidade de tempo
De acordo com o formato escolhido, alguns recur-
utilizada em cada slide é registrada e você
sos poderão ser desabilitados.
pode salvar esses intervalos para executar a
apresentação automaticamente no futuro
FORMATO ANIMAÇÕES TRANSIÇÕES ÁUDIO
Gravar Apresentação de Slides: Gravar narra-
PPTX X X X ções de áudio, gestos do apontador laser ou
intervalos de slide e animação para reprodu-
PPSX X X X
ção durante a apresentação de slides
PDF - - - Álbum de Fotografias: criar ou editar uma
MP4 X X X apresentação com base em uma série de ima-
gens. Cada imagem será colocada em um sli-
JPG/PNG - - - de individual
127
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ação: Adicionar uma ação ao objeto seleciona- z Anotações Mestras
do para especificar o que deve acontecer quan-
do você clicar nele ou passar o mouse sobre Cabeçalho 08/02/2021
ele
Inserir número do slide: o número do slide re-
flete sua posição na apresentação
Clique para editar o título Mestre
Inserir vídeo no slide: permite inserir um video- • Clique para editar os estilos de texto Mestres
clipe no slide • Segundo nível
• Terceiro nível
• Quarto nível
• Quinto nível
Inserir áudio no slide: permite inserir um clipe
de áudio no slide

Gravação de tela: gravar o que está sendo exi-


bido na tela e inserir no slide
Clique para editar os estilos de texto Mestres
Formas: linhas, retângulos, formas básicas,
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
setas largas, formas de equação, fluxograma, Quinto nível

estrelas e faixas, textos explicativos e botões


de ação

Anotações

Durante uma apresentação de slides em um pro-


jetor, o narrador poderá acessar as suas anotações
enquanto a imagem do slide aparece para o público.
Anotações do orador poderão ser inseridas no slide
enquanto estiver em modo de edição Normal. Estará
Rodapé < nº >
disponível na parte inferior da janela de edição.

60
Dica

8-
48
Anotações poderão ser adicionadas nos slides,

6.
exibidos em tela somente para o apresentador
15
ou impressos. Os elementos de uma anotação
.
20
O modo de exibição Anotações serve para visuali-
não aparecem no slide exibido para o público.
-4

zar como serão impressos os slides e as anotações. É


possível editar o conteúdo das anotações no modo de
ra

Régua, Guias
exibição Anotações.
ei
liv

Para modificar o layout ou design, é preciso acessar


As réguas são exibidas na parte superior e lateral
O

Anotações Mestras (na guia Exibição), e as configura-


no modo de edição. O atalho é Alt+Shift+F9.
de

ções aplicadas serão válidas para toda a apresentação.


As guias são exibidas no meio do slide (vertical e
os

z Modo de Exibição Anotações horizontalmente).


am

Linhas de grade são exibidas ao fundo do slide,


R

orientando o posicionamento dos elementos.


e
m
er
lh
ui
G

Réguas Guias

Anotações do orador Linhas de Grade


[Texto] [Texto]

[Texto] [Texto]

[Texto]

Todos os elementos visuais que compõe a interface


do programa, podem ser ativados ou desativados na
128 guia Exibição.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cabeçalhos e Rodapés Dica
O PowerPoint é diferente dos demais aplicativos Objetos comuns, presentes em todos os progra-
com relação ao cabeçalho e rodapé, por oferecer dife- mas do Microsoft Office, as Ilustrações (Ima-
rentes configurações de acordo com o tipo de exibição gem, SmartArt, Caixa de Texto) são itens pouco
ou formato utilizado. questionados em provas. Quando aparecem em
uma questão de PowerPoint, basta lembrar do
ícone no Word, pois são iguais.

Álbum de Fotografias

Novo Álbum de Fotografias – criar ou editar uma


apresentação com base em uma série de imagens.
Cada imagem será colocada em um slide individual.
Será possível selecionar fotografias de pastas, dis-
cos, inserir caixa de texto, mudar todas as fotografias
para preto e branco, acrescentar legendas abaixo das
fotografias, ajustar ao slide, ajustar a imagem (bri-
lho, contraste, rotação) e associar um tema para a
apresentação.

O slide possui apenas Rodapé. Na área inferior do


slide, poderá ser apresentada a data e hora (no lado
esquerdo), um texto de Rodapé (na área central) e
o número do slide (no lado direito). Opcionalmente,
poderá não ser mostrado no primeiro slide da apresen-
tação (que seria como uma folha de rosto, uma capa). Ação

60
Adicionar uma ação ao objeto selecionado para

8-
especificar o que deve acontecer quando você clicar

48
nele ou passar o mouse sobre ele.

6.
15
É possível associar um hiperlink para o próximo
slide, slide anterior, primeiro slide, último slide, último
.
20

slide exibido e finalizar a apresentação, tanto ao clicar


-4

como ao passar o mouse sobre o objeto.


ra

É possível associar um programa para ser aberto,


ei

uma macro (pequeno programa) para ser executado


liv

ou outra ação do objeto.


O

É possível associar um som para ser tocado (ou


de

interromper o som que estiver em execução) ao clicar


no objeto ou passar o mouse sobre o objeto.
os

As ações estão disponíveis na guia “Inserir”, grupo


am

Links, ícone Ação.


R
e
m
er

As Anotações e folhetos (que são impressos), pos-


lh

suem cabeçalho e rodapé. No cabeçalho poderá ser


ui

mostrada a Data e hora (lado direito) ou um texto


G

(lado esquerdo). No rodapé poderá ser mostrado o


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

número da página impressa (no lado direito) ou um


texto (lado esquerdo).
A Data e Hora é uma informação que pode ser adi-
cionada pelo ícone Data e Hora, do grupo Texto, da E também poderemos inserir uma ação no ícone
“Formas”, tanto em Página Inicial, grupo Desenho,
guia Inserir, e também pelo ícone Cabeçalho e Roda-
como em Inserir, Ilustrações. Apenas os ícones serão
pé, pertencente ao mesmo grupo.
apresentados. Veja a descrição de cada um a seguir.
Inserção de Objetos

Os objetos poderão ser inseridos no PowerPoint


de diferentes maneiras. A mais simples e óbvia é por
meio da guia “Inserir.” Mas podemos adicionar tam- Voltar ou Anterior; Avançar ou Próximo; Início;
bém no slide, na guia “Revisão (Comentários)” e até Final; Página Inicial; Informações; Retornar; Filme;
converter o que já existe na apresentação. Documento; Som; Ajuda; Personalizar. 129
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Inserir Número do Slide

Disponível na guia “Inserir”, grupo Texto, permite


Inserir o número do slide. O número do slide reflete
sua posição na apresentação.

Inserir Vídeo no Slide

Disponível na guia “Inserir”, grupo Mídia, permite


inserir um videoclipe no slide. Poderá ser um vídeo do
arquivo (armazenado no computador), vídeo do site Organizar
ou vídeo de Clipart.
Veremos a seguir algumas funções referentes à
organização do Microsoft PowerPoint:

z Trazer para a Frente: trazer o objeto seleciona-


do para frente de todos os outros objetos, a fim de
que nenhuma parte dele seja ocultada por outro
objeto;
z Enviar para Trás: enviar o objeto selecionado
Inserir Áudio no Slide
para trás de todos os outros objetos;
Disponível na guia “Inserir”, grupo Mídia, per- z Avançar: trazer o objeto selecionado para a frente
mite inserir um clipe de áudio no slide. Poderá ser para que menos objetos fiquem à frente dele;
um áudio do arquivo (armazenado no computador), z Recuar: enviar o objeto selecionado para trás para
áudio de Clipart ou Gravar áudio. que ele fique oculto atrás dos objetos à frente dele;

60
z Agrupar: unir dois ou mais objetos selecionados

8-
48
para que sejam tratados como um único objeto;

6.
z Desagrupar: separar um conjunto de objetos
15
agrupados para que se tornem novamente objetos
.
20

individuais;
-4

z Reagrupar: se executarmos o Desagrupar, o


item Reagrupar se torna disponível, voltando o
ra
ei

Inserir Formas Agrupamento;


liv

z Alinhar: posiciona o objeto em relação às margens


O

Disponível em “Página Inicial”, grupo Desenho, ou à grade do slide;


de

assim como em Inserir, Ilustrações, em Formas pode- z Girar: permite alterar a posição do objeto, rotacio-
os

remos inserir Linhas, Retângulos, Formas Básicas, nando em torno de seu próprio eixo;
Setas largas, Formas de Equação, Fluxograma, Estre-
am

z Painel de Seleção: mostrar o Painel de Seleção


las e faixas, Textos explicativos e Botões de Ação. para ajudar a selecionar objetos individuais e para
R

alterar a ordem e a visibilidade desses objetos.


e
m
er

Dica
lh
ui

Os gráficos são representações visuais de dados


G

numéricos. Todos os programas do Microsoft


Office permitem a inserção de gráficos. É pos-
sível vincular uma planilha de cálculos do Excel
E todas as formas/objetos do slide, poderão ser orga- para exibição em uma apresentação de slides.
nizados, aplicados estilos rápidos, definir a cor de preen-
chimento, contorno da forma e efeitos da forma (sombra,
Numeração de Páginas
reflexo, brilho, bordas suaves, bisel, rotação 3d).
Pertencente à guia “Inserir”, grupo Texto, o Inserir
Número do Slide serve para Inserir o número do slide.
O número do slide reflete sua posição na apresentação.
Será aberta a caixa de diálogo “Cabeçalho e Roda-
pé”, para que o usuário possa habilitar a sua exibição,
remover do slide de título, aplicar ao slide atual ou
130 aplicar a todos os slides.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Se estivermos no modo de exibição será aberta a caixa de diálogo para “Inserir número da página” nas Anota-
ções ou Folhetos. Esta opção é válida para a impressão das miniaturas na página.

Botões de Ação

Veremos a seguir as funções dos botões de ação (imagem acima). São elas: Voltar ou Anterior; Avançar ou Pró-
ximo; Início; Final; Página Inicial; Informações; Retornar; Filme; Documento; Som; Ajuda; Personalizar.

z Voltar ou Anterior: voltará para o slide anterior. Se estamos no slide 5, volta para o slide 4;
z Avançar ou Próximo: avançará para o slide seguinte. Se estamos no slide 5, avança para o slide 6;
z Início: volta para o primeiro slide da apresentação, sempre;
z Final: vai para o último slide da apresentação, sempre;
z Página Inicial: o mesmo que o botão de ação Início, mas com o ícone de Home (página inicial);
z Informações: o mesmo que o ícone Ação, mas com o ícone de Informações;
z Retornar: retorna para o último slide exibido. Em uma apresentação de slides não sequencial, passamos pelos
slides 1, 2, 5, 7, 4 e 3. Estamos no slide 5. Ao clicar em Retornar, voltará para o slide 2, porque este foi o último

60
a ser mostrado;

8-
z Filme: permite adicionar uma mídia do tipo vídeo. Poderá ser um vídeo do arquivo (armazenado no compu-

48
tador), vídeo do site ou vídeo de Clipart;

6.
z 15
Documento: permite adicionar uma ação ‘Executar programa’. Será mostrado um ícone de documento;
z Som: permite adicionar uma mídia do tipo som. Poderá ser um áudio do arquivo (armazenado no computa-
.
20

dor), áudio de Clipart ou Gravar áudio;


-4

z Ajuda: o mesmo que o ícone Ação, mas com o ícone de Ajuda;


ra

z Personalizar: o mesmo que o ícone Ação, mas sem nenhum ícone.


ei
liv

Dica
O
de

Os botões de Ação são elementos visuais inseridos no slide, que ao serem clicados, executam uma ação
programada. Permite a personalização da navegação entre slides, para além da sequência original da
os

apresentação.
am
R

Animação
e
m
er

As animações são aplicadas aos objetos do slide. Possuem uma guia própria, mas no Painel de Animação é que
lh

encontramos as opções de como eles estão configurados:


ui
G

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O

z Em Animações, grupo Visualização, ícone “Visualizar”, podemos Visualizar as animações neste slide, ou desa-
de

tivar a AutoVisualização das animações;


os

z Em Animações, grupo Animação, encontramos as opções de efeitos de entrada, saída e ênfase, além das traje-
am

tórias de animação. As opções de Efeito permitem escolher a direção que o efeito usará;
z Em Animações, grupo Animação Avançada, encontramos “Adicionar Animação”, esta função permite que pos-
R

samos Escolher um efeito de animação para adicionar aos objetos selecionados. A nova animação será aplica-
e
m

da após qualquer animação já existente no slide;


er

z O Painel de Animação permite visualizar e organizar as animações no slide, possibilitando definir animações
lh

personalizadas;
ui

z Em Disparar podemos “Definir” uma condição inicial especial para uma animação. Você pode definir uma anima-
G

ção para iniciar depois de você clicar em uma forma ou quando a reprodução da mídia alcançar um indicador;
z No Word temos o Pincel de Formatação (assim como no PowerPoint, guia “Página Inicial”) com o objetivo de
copiar a formatação de um local e aplicar em outro. No PowerPoint temos o Pincel de Animação (Alt+Shift+c),
que pode Copiar a animação de um objeto e aplicá-la a outro objeto.

Todos os itens comentados neste tópico estão no Painel de Animação (que apresenta a Linha do tempo
avançada).

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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z No PowerPoint temos o Pincel de Animação (Alt+Shift+c), que pode Copiar a animação de um objeto e aplicá-la
a outro objeto;
z Ícone do mouse no Painel de Animação: a animação será executada ao clicar;
z Ícone de relógio no Painel de Animação: a animação será executada após a anterior;
z Ausência de ícones no Painel de Animação: a animação será executada com a anterior;
z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone Iniciar. Nele definimos o Intervalo de Tempo da Animação,
que pode escolher quando uma animação iniciará a execução. As animações podem começar após um clique
do mouse, ao mesmo tempo em que a animação anterior ou após a conclusão da animação anterior;

60
z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone Iniciar. Nele definimos o Intervalo de Tempo da Animação,

8-
que pode escolher quando uma animação iniciará a execução. As animações podem começar após um clique

48
do mouse, ao mesmo tempo em que a animação anterior ou após a conclusão da animação anterior;

6.
z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone Duração da Animação. Especificar a duração de uma
animação; .15
z Em Animações, grupo “Intervalo”, temos o ícone Atraso da Animação. Executar a animação após um determi-
20

nado número de segundos;


-4

z E, finalmente, em Reordenar animação, podemos “Mover Antes” – mover a animação atual para executá-la
ra

mais cedo ou “Mover Depois” – mover a animação atual para executá-la mais tarde;
ei

z Em “Opções do efeito”, o usuário pode associar um som para a animação, configurar para que um áudio seja
liv

executado durante toda a apresentação, entre outros.


O
de

Se existe uma animação, ela aparecerá no Painel de Animação. O número na frente é para indicar a ordem da
os

animação. No exemplo acima, temos 7 objetos com animação de entrada, em 4 momentos de animação “ao clicar”.
Observamos que a animação antes e depois da animação 4 possuem um “relógio”, e isso quer dizer que elas
am

acontecem “após o anterior”. A quinta animação na lista está alinhada com o término da quarta animação. Este é
R

o padrão. Já a última animação na lista está “distante” do término da penúltima animação. Isto significa que ela
e
m

tem “atraso”.
er

A animação após a terceira não possui ícone. Isto significa que ela acontecerá “com a anterior”, simultaneamente
lh

à animação 3. O traço vertical nas duas últimas animações serve para mostrar que elas estão associadas entre si.
ui

Um traço vertical durante o comando “Visualizar” mostra em qual momento está a sequência das animações.
G

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Transição entre Slides

De forma semelhante ao item Animações, as Transições também possuem uma guia específica. As transições
são efeitos de animação aplicados na mudança dos slides, quando avançamos a apresentação.
A principal diferença para a guia Animações é a possibilidade de criar apresentações com passagem automá-
tica de slides, após um determinado tempo. Para fazer isto, basta atribuir um valor em Após, no item “Avançar
Slide”, grupo “Intervalo”, da guia Transições.

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O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A seguir, uma imagem com todas as opções de Transição para este slide, disponível no PowerPoint 2010.

z Transições do grupo Sutil: Recortar, Esmaecer, Empurrão, Revelar, Dividir, Revelar, Barras Aleatórias, For-

60
ma, Descobrir, Cobrir, Piscar;

8-
z Transições do grupo Empolgante: Dissolver, Xadrez, Persianas, Relógio, Ondulação, Colmeia, Brilho, Vortex,

48
Rasgar, Alternar, Inverter, Galeria, Cubo, Portas, Caixa, Zoom;

6.
z Transições do grupo Conteúdo Dinâmico: Panorâmica, Roda Gigante, Transportadora, Girar, Janela, órbita,
15
Voar Através.
.
20
-4
ra
ei

CORREIO ELETRÔNICO
liv
O

USO DE CORREIO ELETRÔNICO


de
os

Para utilizar o serviço de correio eletrônico, o usuário deve ter uma conta cadastrada em um serviço de e-mail.
am

O formato do endereço foi definido inicialmente pela RFC822, redefinida pela RFC2822, e atualizada na RFC5322.
R

Dica
e
m
er

RFC é Request for Comments, um documento de texto colaborativo que descreve os padrões de cada proto-
lh

colo, linguagem e serviço para ser usado nas redes de computadores.


ui
G

De forma semelhante ao endereço URL para recursos armazenados em servidores, o correio eletrônico tam-
bém possui o seu formato.
Existem bancas organizadoras que consideram o formato reduzido usuário@provedor no enunciado das
questões, ao invés do formato detalhado usuário@provedor.domínio.país. Ambos estão corretos.

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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CAMPOS DE UM ENDEREÇO DE E-MAIL – CAMPOS DE UMA MENSAGEM DE E-MAIL
USUÁRIO@PROVEDOR.DOMÍNIO.PAÍS CAMPO CARACTERÍSTICAS
Identifica o usuário que está enviando
COMPONENTE CARACTERÍSTICAS
a mensagem eletrônica, o remetente.
FROM (De)
Antes do símbolo de @, identifica um É preenchido automaticamente pelo
Usuário sistema
único usuário no serviço de e-mail
Identifica o (primeiro) destinatário da
Significa AT (lê-se “em” ou “no”) e é mensagem. Poderão ser especifica-
usado para separar a parte esquerda, dos vários endereços de destinatários
@ que identifica o usuário, da parte a nesse campo e serão separados por
sua direita, que identifica o provedor TO (Para)
vírgula ou ponto e vírgula (segundo o
do serviço de mensagens eletrônicas
serviço). Todos que receberem a men-
Imediatamente após o símbolo de sagem conhecerão os outros destina-
@, identifica a empresa ou provedor tários informados nesse campo
Nome do que armazena o serviço de e-mail (o Identifica os destinatários da men-
domínio servidor de e-mail executa softwares sagem que receberão uma cópia do
como o Microsoft Exchange Server por CC e-mail. CC é o acrônimo de Carbon
exemplo) (com cópia ou Copy (cópia carbono)
cópia carbono) Todos que receberem a mensagem
Identifica o tipo de provedor, por
conhecerão os outros destinatários
exemplo: COM (comercial), .EDU (edu-
informados nesse campo
cacional), REC (entretenimento), GOV
Categoria do Identifica os destinatários da men-
(governo), ORG (organização não go-
domínio BCC sagem que receberão uma cópia do
vernamental) etc., de acordo com as
definições de Domínios de Primeiro (CCO – com e-mail. BCC é o acrônimo de Blind
Nível (DPN) na Internet cópia oculta ou Carbon Copy (cópia carbono oculta).
cópia carbono Todos que receberem a mensagem
Informação que poderá ser omitida, oculta) não conhecerão os destinatários in-
quando o serviço está registrado nos formados nesse campo
Estados Unidos. O país é informado por SUBJECT Identifica o conteúdo ou título da
País
duas letras, como: BR, Brasil; AR; Argen- (assunto) mensagem. É um campo opcional
tina; JP; Japão; CN; China; CO; Colômbia;
Anexar Arquivo: Identifica o(s) arqui-

60
etc.
vo(s) que está(ão) sendo enviado(s)

8-
junto com a mensagem. Existem res-

48
ATTACH (anexo)
Quando o símbolo @ é usado no início, antes do trições quanto ao tamanho do anexo e

6.
nome do usuário, identifica uma conta em rede social. tipo (executáveis são bloqueados pelos
15
Para o endereço URL do Instagram https://www.ins- webmails). Não são enviadas pastas
.
20

tagram.com/novaconcursos/, o nome do usuário é @ O conteúdo da mensagem de e-mail


-4

novaconcursos. Mensagem poderá ter uma assinatura associada


ra

inserida no final
ei

PREPARO E ENVIO DE MENSAGENS


liv

As mensagens enviadas, recebidas, apagadas ou


O

Ao redigir um novo e-mail, o usuário poderá preen- salvas, estarão em pastas do servidor de correio ele-
de

cher os campos disponíveis para destinatário(s), título trônico, nominadas como ‘caixas de mensagens’.
da mensagem, entre outros. A pasta Caixa de Entrada contém as mensagens
os

Para enviar a mensagem, é preciso que exista recebidas, lidas e não lidas.
am

um destinatário informado em um dos campos de A pasta Itens Enviados contém as mensagens efe-
R

destinatários. tivamente enviadas.


e

Se um destinatário informado não existir no servi- A pasta Itens Excluídos contém as mensagens
m

dor de e-mails do destino, a mensagem será devolvida. apagadas.


er

Se a caixa de entrada do destinatário não puder rece- A pasta Rascunho contém as mensagens salvas e
lh

não enviadas.
ui

ber mais mensagens, a mensagem será devolvida. Se


A pasta Caixa de Saída contém as mensagens que
G

o servidor de e-mails do destinatário estiver ocupado,


o usuário enviou, mas que ainda não foram transfe-
a mensagem tentará ser entregue depois.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

ridas para o servidor de e-mails. Semelhante ao que


O e-mail pode ser enviado para vários destinatá- ocorre quando enviamos uma mensagem no app
rios, porém o remetente é somente um endereço, o WhatsApp, mas estamos sem conexão com a Internet.
endereço do usuário que envio a mensagem de cor- A mensagem permanece com um ícone de relógio,
reio eletrônico. enquanto não for enviada.
Conheça estes elementos na criação de uma nova
mensagem de e-mail. Dica
Quando estamos conectados em uma conexão
de Internet do tipo banda larga, a velocidade de
acesso é tão rápida que nem vemos a mensa-
gem passar pela Caixa de Saída. Porém, ao clicar
em Enviar, a mensagem vai primeiro para a Caixa
de Saída, e depois de enviada, é armazenada na
pasta de Itens Enviados. 135
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Lixo Eletrônico ou SPAM é um local para onde são
direcionadas as mensagens sinalizadas como lixo. INTERNET
Spam é o termo usado para referir-se aos e-mails
não solicitados, que geralmente são enviados para NAVEGAÇÃO NA INTERNET
um grande número de pessoas. Quando o conteúdo
é exclusivamente comercial, esse tipo de mensagem Nos concursos públicos e no dia a dia, estes são os
é chamado de UCE (do inglês Unsolicited Commercial itens mais utilizados pelas pessoas para acessar o con-
E-mail – e-mail comercial não solicitado). Estas mensa- teúdo disponível na Internet.
gens são marcadas pelo filtro AntiSpam, e procuram As informações armazenadas em servidores,
identificar mensagens enviadas para muitos destina- sejam páginas web ou softwares como um serviço
tários ou com conteúdo publicitário irrelevante para (SaaS – camada mais alta da Computação na Nuvem),
o usuário. são acessadas por programas instalados em nossos
dispositivos. São eles:
ANEXAÇÃO DE ARQUIVOS
z Navegadores de Internet ou browsers, para con-
Os anexos são arquivos enviados com as mensa- teúdo em servidores web;
z Softwares de correio eletrônico, para mensa-
gens de correio eletrônico. Vale lembrar que não é
gens em servidores de e-mail;
possível enviar uma pasta de arquivos.
z Redes Sociais, para conteúdos compartilhados
Cada serviço de e-mail possui um limite para o
por empresas e usuários;
tamanho máximo dos anexos. Quando o usuário pre-
z Sites de Busca, como o Google Buscas e Microsoft
cisar transferir arquivos muito grandes, pode utili-
Bing, para encontrar informações na rede mundial;
zar algum serviço de armazenamento de dados na z Grupos de Discussão, tanto no contexto de
nuvem, como o Google Drive, o Microsoft OneDrive, ou WhatsApp e Telegram, como no formato clássico
o WeTransfer (site para envio de arquivos com tama- do Facebook e Yahoo Grupos.
nho de até 2 GB).
Para enviar muitos arquivos como anexo, é possível Este tópico é muito prático e nos concursos públi-
compactar os arquivos em uma pasta compactada. A cos são questionados os termos usados nos diferentes
pasta compactada é um recurso do sistema operacional softwares, como “Histórico”, para nomear a lista de
Windows, para criação de um arquivo com extensão informações acessadas por um navegador de Internet.

60
ZIP, que pode conter arquivos e pastas. Ao compactar Ao navegar na Internet, comece a observar os deta-

8-
arquivos, o tamanho de cada item costuma reduzir, e lhes do seu navegador e as mensagens que são exi-

48
o arquivo ZIP, compatível com o sistema operacional bidas. Estes são os itens questionados em concursos

6.
Windows, poderá ser anexado de uma vez, sem preci- públicos. .15
sar repetir o procedimento arquivo por arquivo.
20

Além da opção Anexar Arquivo, o cliente de e-mail Ferramentas e Aplicativos Comerciais de Navegação
-4

oferece o recurso Anexar Item. Com o Anexar Item, o


ra

usuário poderá adicionar outra mensagem de e-mail As informações armazenadas em servidores web
ei

que recebeu, cartões de visita, anexar contatos, com- são arquivos (recursos) identificados por um endere-
liv

promissos do calendário de reuniões etc. ço padronizado e único (endereço URL), exibidas em


O
de

um browser ou navegador de Internet.


Eles são usados nas redes internas, pois a Intranet
os

utiliza os mesmos protocolos, linguagens e serviços da


am

Anexar Anexar Assinatura Atribuir Internet.


Arquivo Item ▾
R

Política
Confira a seguir os principais navegadores de Inter-
e

Cartão de visita
m

net disponíveis no mercado.


er

Calendário...
lh

Item do Outlook NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS


ui
G

Edge
Figura 6. Anexar Item permite a inserção de elementos do correio Navegador padrão do
eletrônico. Windows 10, que subs-
Microsoft
tituiu o Microsoft Inter-
Anexar arquivos significa que o arquivo será net Explorer
enviado junto com a mensagem de e-mail. O correio
eletrônico pode ter o conteúdo da mensagem formata- Internet Navegador padrão do
do (padrão HTML) ou texto sem formatação. Explorer Windows 7, um dos
mais questionados em
No e-mail enviado como texto sem formatação, Microsoft
concursos públicos, por
não é possível inserir imagens ou elementos gráficos ser integrante do siste-
no corpo da mensagem. Para enviar imagens em uma ma operacional
mensagem que está como texto sem formatação, ape- Firefox
Software livre e multi-
nas se anexar o arquivo da imagem no e-mail.
plataforma que é leve,
Quando o e-mail é enviado como texto formatado Mozilla
intuitivo e altamente
(HTML), uma imagem poderá ser enviada como anexo expansível
136 ou inserida dentro do corpo do e-mail.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
NAVEGADOR DESENVOLVEDOR CARACTERÍSTICAS As Opções de Internet, disponível no menu Fer-
Chrome
ramentas, também poderá ser acessado pelo Painel
Um dos mais populares de Controle do Windows, devido à alta integração do
navegadores do merca- navegador com o sistema operacional.
Google
do, multiplataforma e
de fácil utilização Mozilla Firefox

Safari Desenvolvido original- O Mozilla Firefox é o navegador de Internet que,


mente para aparelhos da como os demais browsers, possibilita o acesso ao con-
Apple Apple, atualmente está teúdo armazenado em servidores remotos, tanto na
disponível para outros Internet como na Intranet.
sistemas operacionais É um navegador com código aberto, software livre,
que permite download para estudo e modificações.
Opera
Navegador leve com Possui suporte ao uso de applets (complementos de
proteções extras contra terceiros), que são instalados por outros programas
Opera no computador do usuário, como o Java.
rastreamento e minera-
ção de moedas virtuais Oferece o recurso Firefox Sync, para sincronização
de dados de navegação, semelhante ao Microsoft Con-
tas e Google Contas dos outros navegadores. Entretan-
Microsoft Edge to, caso utilize o modo de navegação privativa, estes
dados não serão sincronizados.
Assim como nos outros navegadores, é possível
Navegador multiplataforma da Microsoft, padrão
definir uma página inicial padrão, uma página inicial
no Windows 10, atualmente é desenvolvido sobre
escolhida pelo usuário (ou várias páginas) e continuar
o kernel (núcleo) Google Chromium, o que traz uma a navegação das guias abertas na última sessão.
série de itens semelhantes ao Google Chrome. No navegador Firefox, o recurso Captura de Tela
Integrado com o filtro Microsoft Defender SmartS- permite copiar para a Área de Transferência do com-
creen, permite o bloqueio de sites que contenham putador, parte da imagem da janela que está sendo
phishing (códigos maliciosos que procuram enganar o acessada. A seguir, em outro aplicativo o usuário
usuário, como páginas que pedem login/senha do car- poderá colar a imagem capturada ou salvar direta-
tão de crédito). mente pelo navegador.
Outro recurso de proteção é usado para combater Snippets fazem parte do navegador Firefox. Eles ofe-
vulnerabilidades do tipo XSS (cross-site-scripting), que recem pequenas dicas para que você possa aproveitar

60
favorecem o ataque de códigos maliciosos ao compar- ao máximo o Firefox. Também pode aparecer novidades

8-
tilhar dados entre sites sem permissão do usuário. sobre produtos Firefox, missão e ativismo da Mozilla,

48
Ele substituiu o aplicativo Leitor, tornando-se o notícias sobre integridade da internet e muito mais.

6.
visualizador padrão de arquivos PDFs no Windows
10. Foram adicionados recursos que permitem ‘Dese- Google Chrome
.15
20
nhar’ sobre o conteúdo do PDF.
Mantém as características dos outros navegado-
-4

O navegador mais utilizado pelos usuários da


res de Internet, como a possibilidade de instalação de Internet é oferecido pela Google, que mantém serviços
ra

extensões ou complementos, também chamados de


como Buscas, E-mail (Gmail), vídeos (Youtube), entre
ei

plugins ou add-ons, que permitem adicionar recursos


liv

muitos outros.
específicos para a navegação em determinados sites.
O

Uma das pequenas diferenças do navegador em


As páginas acessadas poderão ser salvas para aces-
de

sar off-line, marcadas como preferidas em Favoritos, relação aos outros navegadores é a tecla de atalho
para acesso à Barra de Endereços, que nos demais é
os

consultadas no Histórico de Navegação ou salvas


como PDF no dispositivo do usuário. F4 e nele é F6. Outra diferença é o acesso ao site de
am

Coleções no Microsoft Edge, é um recurso exclusivo pesquisas Google, que oferece a pesquisa por voz se
R

para permitir que a navegação inicie em um dispositi- você acessar pelo Google Chrome.
e

vo e continue em outro dispositivo logado na mesma Outro recurso especialmente útil do Chrome é o
m

conta Microsoft. Semelhante ao Google Contas, mas Gerenciador de Tarefas, acessado pelo atalho de tecla-
er

nomeado como Coleções no Edge, permite adicionar do Shift+Esc. Quando guias ou processos do navegador
lh

não estiverem respondendo, o gerenciador de tarefas


ui

sugestões do Pinterest.
G

Outro recurso específico do navegador é a repro- poderá finalizar, sem finalizar todo o programa.
dução de miniaturas de vídeos ao pesquisar no site Alguns recursos do navegador são ‘emprestados’
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Microsoft Bing (buscador da Microsoft). do site de buscas, como a tradução automática de


páginas pelo Google Tradutor.
Internet Explorer É possível compartilhar o uso do navegador com
outras pessoas no mesmo dispositivo, de modo que
Foi o navegador padrão dos sistemas Windows,
e encerrou na versão 11. Alguns concursos ainda o cada uma tenha suas próprias configurações e arqui-
questionam. Suas funcionalidades foram mantidas no vos. O navegador Google Chrome possui níveis dife-
Microsoft Edge, por questões de compatibilidade. rentes de acessos, que podem ser definidos quando o
A compatibilidade é um princípio no desenvolvi- usuário conecta ou não em sua conta Google.
mento de substitutos para os programas, que deter-
mina que a nova versão ou novo produto, terá os z Modo Normal: sem estar conectado na conta Goo-
recursos e irá operar como as versões anteriores ou gle, o navegador armazena localmente as informa-
produtos de origem. ções da navegação para o perfil atual do sistema
O atalho de teclado para abrir uma nova janela de operacional. Todos os usuários do perfil, poderão
navegação InPrivate é Ctrl+Shift+P. consultar as informações armazenadas; 137
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Modo Normal conectado na conta Google: o z Cache ou arquivos temporários: cópia local dos
navegador armazena localmente as informações arquivos acessados durante a navegação;
da navegação e sincroniza com outros dispositivos z Pop-up: janela exibida durante a navegação para
conectados na mesma conta Google; funcionalidades adicionais ou propaganda;
z Modo Visitante: o navegador acessa a Internet, mas z Atualizar página: acessar as informações armaze-
não acessa as informações da conta Google registrada; nadas na cópia local (cache);
z Modo de Navegação Anônima: o navegador aces- z Recarregar página: acessar novamente as infor-
sa a Internet e apaga os dados acessados quando a mações no servidor, ignorando as informações
janela é fechada. armazenadas nos arquivos temporários;
z Formato PDF: os arquivos disponíveis na Internet
no formato PDF podem ser visualizados direta-
Importante! mente no navegador de Internet, sem a necessida-
de de programas adicionais.
A navegação anônima é um recurso que muitos
usuários utilizam para aumentar a sua privacida- Recursos de Sites, Combinados com os Navegadores
de enquanto navega na Internet. Entretanto, ela de Internet
não te deixa anônimo. As informações acessa-
das serão registradas em dispositivos na rede e z Cookies: arquivos de texto transferidos do ser-
pelos servidores que foram acessados. vidor para o navegador, com informações sobre
as preferências do usuário. Eles não são vírus de
computador, pois códigos maliciosos não podem
O navegador Google Chrome, quando conectado infectar arquivos de texto sem formatação;
em uma conta Google, permite que a exclusão do his- z Feeds RSS: quando o site oferece o recurso RSS,
tórico de navegação seja realizada em todos os dis- o navegador receberá atualizações para a página
positivos conectados. Esta funcionalidade não estará assinada pelo usuário. O RSS é muito usado entre
disponível, caso não esteja conectado na conta Google. sites para troca de conteúdo;
Como já dito, um dos atalhos de teclado diferente z Certificado digital: os navegadores podem utilizar
no Google Chrome em comparação aos demais nave- chaves de criptografia com mais de 1024 bits, ou seja,
gadores é F6. Para acessar a barra de endereços nos aceitam certificados digitais para validação de cone-
outros navegadores, pressione F4. No Google Chrome xões e transferências com criptografia e segurança;
o atalho de teclado é F6. z Corretor ortográfico: permite a correção dos
Para verificar a versão atualmente instalada do textos digitados em campos de formulários, a par-

60
Chrome, acesse no menu a opção “Ajuda” e depois tir de dicionários on-line disponibilizados pelos

8-
“Sobre o Google Chrome”. Se houver atualizações pen- desenvolvedores dos navegadores.

48
dentes, elas serão instaladas. Se as atualizações foram

6.
instaladas, o usuário poderá reiniciar o navegador. Atalhos de Teclado
Caso o navegador seja reiniciado, ele retornará nos .15
mesmos sites que estavam abertos antes do reinício,
20

z Para acessar a barra de endereços do navegador,


com as mesmas credenciais de login.
-4

pressione F4 ou Ctrl+E. No Google Chrome é F6;


O Google Chrome permite a personalização com
z Para abrir uma nova janela, pressione Ctrl+N;
ra

temas, que são conjuntos de imagens e cores combina-


z Para abrir uma nova janela anônima no Microsoft
ei

das para alterar a visualização da janela do aplicativo.


Edge ou Google Chrome, pressione Ctrl+Shift+N. No
liv

Internet Explorer e Mozilla Firefox é Ctrl+Shift+P;


O

Conceitos e Funções Válidas para Todos os


z Para fechar uma janela, pressione Alt+F4;
de

Navegadores
z Para abrir uma nova guia, pressione Ctrl+T;
os

z Para fechar uma guia, pressione Ctrl+F4 ou Ctrl+W;


z Modo normal de navegação: as informações
am

z Para reabrir uma guia fechada, pressione Ctrl+


serão registradas e mantidas pelo navegador. His-
Shift+T;
R

tórico de Navegação, Cookies, Arquivos Temporá-


z Para aumentar o zoom, o usuário pode pressionar
e

rios, Formulários, Favoritos e Downloads;


m

Ctrl + = (igual);
z Modo de navegação anônima: as informações
er

z Para reduzir o zoom, o usuário pode pressionar


de navegação serão apagadas quando a janela for
lh

Ctrl + - (menos);
fechada. Apenas os Favoritos e Downloads serão
ui

mantidos; z Definir zoom em 100% – Ctrl+0 (zero);


G

z Dados de formulários: informações preenchidas z Para acessar a página inicial do navegador – Alt+Home;
em campos de formulários nos sites de Internet; z Para visualizar os downloads em andamento ou
z Favoritos: endereços URL salvos pelo usuário concluídos – Ctrl+J;
para acesso posterior. Os sites preferidos do usuá- z Localizar um texto no conteúdo textual da página
rio poderão ser exportados do navegador atual e – Ctrl+F;
importados em outro navegador de Internet; z Atualizar a página – F5;
z Downloads: arquivos transferidos de um servidor z Recarregar a página – Ctrl+F5.
remoto para o computador local. Os gerenciadores
de downloads permitem pausar uma transferência Nos navegadores de Internet, os links poderão ser
ou buscar outras fontes caso o arquivo não esteja abertos de 4 formas diferentes.
mais disponível;
z Uploads: arquivos enviados do computador local z clique - abre o link na guia atual;
para um servidor remoto; z clique + CTRL - abre o link em uma nova guia;
z Histórico de navegação: são os endereços URL z clique + SHIFT - abre o link em uma nova janela;
acessados pelo navegador em modo normal de z clique + ALT - faz download do arquivo indicado
138 navegação; pelo link.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CONCEITOS DE URL Confira:
Na Internet, as informações (dados) são arma-
zenadas em arquivos nos servidores de Internet. Os esquema://domínio:porta/caminho/recurso?-
servidores são computadores, que utilizam pastas ou querystring#fragmento
diretórios para o armazenamento de arquivos. Ao
acessarmos uma informação na Internet, estamos
Onde “esquema” é o protocolo que será usado na
acessando um arquivo. Mas como é a identificação
deste arquivo? Como acessamos estas informações? transferência.
Por meio de um endereço URL.
O endereço URL (Uniform Resource Locator) que z “domínio” é o nome da máquina, o nome do site;
define o endereço de um recurso na rede. Na sua tra- z “:” e “porta”, indicam qual, entre as 65536 portas
dução literal, é Localizador Uniforme de Recursos, e
possui a seguinte sintaxe: TCP, serão usadas na transferência;
z “caminho” indica as pastas no servidor, que é um
protocolo://máquina/caminho/recurso computador com muitos arquivos em pastas;
z “protocolo” é a especificação do padrão de comu- z “recurso” é o nome do arquivo que está sendo
nicação que será usado na transferência de dados. acessado;
Poderá ser http (Hyper Text Transfer Protocol – z “?” é para transferir um parâmetro de pesquisa,
protocolo de transferência de hipertexto), ou https usado especialmente em sites seguros;
(Hyper Text Transfer Protocol Secure – protocolo
z “#” é para especificar qual é a localização da infor-
seguro de transferência de hipertexto), ou ftp (File
Transfer Protocol – protocolo de transferência de mação dentro do recurso acessado (marcas).
arquivos), entre outros;
z “://” faz parte do endereço URL para identificar Exemplo:
que é um endereço na rede e não um endereço
local como “/” no Linux ou “:\” no Windows; https://outlook.live.com:5012/owa/hotmail?path=/mail/
z “máquina” é o nome do servidor que armazena a inbox#open
informação que desejamos acessar;
z “caminho” são as pastas e diretórios onde o arqui- esquema: https://
vo está armazenado; domínio: outlook.live.com
z “recurso” é o nome do arquivo que desejamos porta: 5012
acessar.
caminho: /owa/

60
Vamos conferir os endereços URL a seguir e suas

8-
recurso: hotmail
características.

48
querystring: path=/mail/inbox

6.
ENDEREÇO URL fragmento: open 15
CARACTERÍSTICAS
.
FICTÍCIO
20
-4

Usando o protocolo http, aces- Quando o usuário digita um endereço URL no seu
saremos o servidor abc, que é navegador, um servidor DNS (Domain Name Server –
ra

comercial (.com), no Brasil (.br).


ei

servidor de nomes de domínios) será contactado para


Acessaremos a divisão multimídia
liv

traduzir o endereço URL em número de IP. A infor-


http://www.abc. (www) com arquivos textuais, ví-
O

com.br/ deos, áudios e imagens. O recurso mação será localizada e transferida para o navegador
de

acessado é o index.html, entendido que solicitou o recurso.


os

automaticamente pelo navegador,


am

por não ter nenhuma especificação


de recurso no fim
R
e

Usando o protocolo https, aces- Servidor DNS


m

saremos o servidor abc, que é


er

https://mail.abc. comercial (.com) e pode estar


lh

com/caixa s/ registrado nos Estados Unidos. Internet


ui

Endereço URL
G

inbox/ Acessaremos o diretório caixas, Usuário


subdiretório inbox. Acessaremos
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

o serviço mail no servidor Figura 2. Os endereços URL’s são reconhecíveis pelos usuários,
mas os dados são armazenados em servidores web com números
Usando o protocolo de transferên-
de IP. O servidor DNS traduz um URL em número de IP, permitindo a
cia de arquivos ftp, acessaremos o
navegação na Internet.
ftp://ftp.abc.g servidor ftp da instituição governa-
ov.br/edital.pdf mental (gov) brasileira (br) chama-
da abc, que disponibiliza o recurso Dica
edital.pdf
Os endereços URLs apontam para recursos na
Outra forma de analisar um endereço URL é na sua rede, que na verdade são arquivos. Os servido-
sintaxe expandida. Quando navegamos em sites na res são computadores e todos os dados arma-
Internet, nos deparamos com aquelas combinações de
zenados neles são arquivos. As pastas são
símbolos que não parecem legíveis. Mas, como tudo
na Internet está padronizado, vamos ver as partes de identificadas no endereço URL como o caminho,
um endereço URL ‘completão’. dentro da árvore de diretórios do servidor. 139
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
LINKS „ As tags (comandos) HTML não mudam, mas pos-
suem comandos adicionais (scripts) que com-
Transferência de Informação e Arquivos plementam a exibição de conteúdo específico;
Cada sistema operacional tem o seu sistema de „ Utiliza criptografia, acionando camadas adicio-
arquivos, para endereçamento das informações arma- nais como SSL e TLS na conexão;
zenadas nos discos de armazenamento. Diretamente,
não é possível a comunicação ou leitura destes dados. HTTP - Hyper Text Transfer Protocol Secure - protocolo seguro de transferência de
hipertextos - Porta TCP 443
A família de protocolos TCP/IP procura normatizar
o envio e recebimento das informações entre disposi-
tivos conectados em rede, através dos protocolos de HTTPS - request (requisição)
transferência. Um protocolo é um padrão de comuni-
Cliente WEB
cação, uma linguagem comum aos dois dispositivos HTTPS - certificado digital
envolvidos na comunicação, que possibilita a transfe- Identidade confirmada
rência de dados.
Servidor WEB
Alguns dos principais protocolos de transferência
de arquivos são: HTTPS - response (resposta)

z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo „ O protocolo HTTPS é o mais questionado em pro-
de transferência de hipertextos; vas de concursos, tanto em Conceitos de Internet
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure: e Intranet, como em Transferência de dados e
protocolo seguro de transferência de hipertextos; arquivos, como em Segurança da Informação.
z FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans-
ferência de arquivos; z FTP – File Transfer Protocol: protocolo de trans-
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protoco- ferência de arquivos:
lo simples de transferência de e-mail.
„ Opera com duas portas TCP, uma para dados
Conhecer o funcionamento dos protocolos de Inter- (20) e outra para comandos (21);
net auxilia na compreensão das tarefas cotidianas que
„ Transfere qualquer tipo de informação;
envolvem as redes de computadores. Mensagens de
erros, problemas de conexão, instabilidades e proble- „ Pode transferir em modo byte a byte (arquivos
mas de segurança da informação se tornam mais claros de textos) ou bit a bit (arquivos executáveis);

60
para quem conhece os protocolos e seu funcionamento. „ Os navegadores de Internet possuem suporte

8-
para acesso aos servidores FTP;

48
z HTTP – Hyper Text Transfer Protocol: protocolo
„ O usuário pode instalar um cliente FTP dedicado

6.
de transferência de hipertextos:
15
ao acesso aos servidores FTP, que opera de forma
.
mais rápida que nos navegadores de Internet;
20

„ Opera pela porta TCP 80;


-4

„ Pode utilizar criptografia;


„ Transfere arquivos HTML (Hyper Text Mar-
„ O modo anônimo caiu em desuso, e poucos ser-
ra

kup Language – linguagem de marcação de


ei

hipertextos); vidores FTP ainda aceitam conexão anônima.


liv

„ Protocolo mais utilizado para navegação, tanto


O

FTP – File Transfer Protocol _ Protocolo de Transferência de arquivos


na Internet como na Intranet; Porta TCP 20 (dados) e 21 (controle)
de

„ As tags (comandos) HTML são interpretadas pelo


os

FTP – Comando OPEN (iniciar


navegador de Internet, que exibe o conteúdo; transferência)
am

„ Arquivos HTML podem ser produzidos em edi-


R

FTP – Comando PUT (para upload,


tores de textos sem formatação (como o Bloco adicionar arquivos)
e

de Notas) ou em editores de textos completos


m

(como o Microsoft Word).


er

FTP – Comando GET (para download,


baixar arquivos)
lh

Servidor
ui

HTTP - Hyper Text Transfer Protocol - protocolo de transferência de Cliente


FTP – dados transferidos para a Web
G

hipertextos — Porta TCP 80 Web


solicitação GET

HTTP - request (requisição) FTP – comando CLOSE


(finalizar transferência)

HTTP - response (resposta)


Cliente WEB
Servidor WEB
z SMTP – Simple Mail Transfer Protocol: protocolo
simples de transferência de e-mail:
z HTTPS – Hyper Text Transfer Protocol Secure:
protocolo seguro de transferência de hipertextos:
„ Pode operar pelas portas TCP 25, 587, 465, ou
2525;
„ Opera pela porta TCP 443;
„ A porta 25 é a mais antiga, e atualmente é blo-
„ Transfere arquivos HTML, ASP, PHP, JSP, DHTML queada pela maioria dos servidores, para evi-
etc.; tar spam;
„ Protocolo mais utilizado para navegação segu- „ A porta 587 é a padrão, com suporte para TLS
140 ra, tanto na Internet como na Intranet; (camada adicional de segurança);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ A porta 465 foi atribuída para SMTPS (SMTP
sobre SSL), mas foi reatribuída e depreciada;
„ A porta 2525 não é uma porta oficial, mas mui- Nova guia Ctrl+T

to usada por provedores para substituir a porta Nova janela Ctrl+N


Nova janela anônima Ctrl+Shift+N
587, quando ela estiver bloqueada;
„ Transfere a mensagem de e-mail do cliente
para o servidor, e de um servidor para outro z Microsoft Edge: nova janela InPrivate (Ctrl+Shift+N)
servidor.

SMTP – Simple Mail Transfer Protocol – Protocolo de Transferência


Simples de E-mail – Porta TCP 25, 587, 465, ou 2525

SMTP – enviar SMTP – enviar


e-mail e-mail

Cliente
E-mail Servidor Servidor
E-mail E-mail

Dica
Cada informação acessada será copiada para o
O protocolo https é o mais questionado em pro- computador local, e então exibida rapidamente em
vas de concursos públicos. Implementa segu- caso de navegação entre páginas (Voltar ou Próximo),
rança na conexão, possibilitando a troca de por meio das ferramentas de navegação de páginas do
navegador (ou teclas Alt+seta à esquerda para Voltar e
dados segura entre o cliente e o servidor. Alt+seta à direita para Próximo).
Ao pressionar F5, o navegador recarrega a página
SITES armazenada localmente e exibe novamente na janela
do navegador. Os itens diferentes serão confirmados
Os sites, como observado, são localizações na rede. na sequência.
Um site pode armazenar um conjunto de domínios Ao pressionar Ctrl+F5, toda a página é recarregada
ou pastas ou arquivos. A primeira página de um site na origem, ignorando a cópia local.
é o seu índice (index.html, index.php, home.asp etc.). Todos os dados acessados em modo “normal” de
e a partir dela poderemos acessar as outras informa- navegação serão copiados para o computador. Aces-

60
ções armazenadas. sando a pasta de arquivos temporários, é possível

8-
recuperar algum arquivo que foi acessado recente-
É possível acessar diretamente uma informação,

48
mente e não está disponível no site de origem (como
digitando o seu endereço na Barra de Endereços.

6.
vídeos, por exemplo).
Os recursos de sites acessados pelo usuário serão 15
Os arquivos temporários aceitam o sinal de inter-
.
armazenados em uma lista, no computador local, rogação no nome, porque na simbologia dos servi-
20

chamada Histórico. Podemos excluir todo o histórico dores, o sinal de interrogação indica que é um item
-4

através das opções de Internet existentes no menu/ temporário, que em breve será excluído.
ra

função Ferramentas dos navegadores, ou evitar o seu


ei

registro, utilizando o modo anônimo de navegação Favoritos


liv

(Navegação InPrivate).
O

Os nomes entre os navegadores mudam um pou- São os links de páginas que o usuário adicionou
de

co, mas o princípio de funcionamento é semelhan- em seu bookmarks, dentro de seu navegador web. As
informações de favoritos produzem arquivos LNK
os

te. Outra diferença é o atalho de teclado associado.


(links, atalhos), armazenados na pasta Favoritos, do
am

Confira: computador local, do usuário.


R

Os itens existentes em Favoritos não estão disponí-


e

z Internet Explorer: navegação InPrivate (Ctrl+Shift+P) veis em modo off-line, somente quando conectados à
m

Internet, sujeito à disponibilidade do recurso no servi-


er

dor. Páginas dinâmicas (como o Mural de Recados do


lh

Arquivo Editar Exibir FavoritosFerramentas Ajuda


Facebook), não serão adicionadas corretamente aos
ui

Excluir Histórico de Navegação Ctrl+Shift+Del


Navegação InPrivate Ctrl+Shift+P
G

Favoritos gerando erro no acesso.


No menu Ferramentas, Opções de Internet, guia
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

z Mozilla Firefox: nova janela privativa (Ctrl+Shift+P) Geral, Excluir Histórico de Navegação, o navegador
sugere manter os dados relacionados aos sites Favori-
tos, como cookies e arquivos temporários da Internet
que estejam associados, agilizando a navegação do
usuário nos sites
Para adicionar a página atual, teclar CTRL+D. Para
verificar os itens existentes, teclar CTRL+B.

Histórico de Navegação

Os recursos de sites acessados pelo usuário serão


armazenados em uma lista, no computador local,
chamada Histórico. Podemos excluir todo o histórico
z Google Chrome: nova janela anônima (Ctrl+Shift+N) através das opções de Internet existentes no menu/ 141
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
função Ferramentas dos navegadores, ou evitar o seu idioma para outro, entre inúmeras funcionalidades.
registro, utilizando o modo anônimo de navegação Além do mais, eles também ignoram pontuação, acen-
(incógnito). tuação e não diferenciam letras maiúsculas de letras
minúsculas, mesmo que sejam digitadas entre aspas.
z Internet Explorer: navegação InPrivate E além de todas estas características, os sites de
pesquisa permitem o uso de caracteres especiais (sím-
bolos) para refinar os resultados e comandos para
Arquivo Editar Exibir FavoritosFerramentas Ajuda
Excluir Histórico de Navegação Ctrl+Shift+Del
Navegação InPrivate Ctrl+Shift+P selecionar o tipo de resultado da pesquisa. Nos con-
cursos públicos, estes são os itens mais questionados.
Ao contrário de muitos outros tópicos dos editais
z Mozilla Firefox: janela privativa (via menu)
de concursos públicos, esta parte você consegue prati-
Arquivo Editar Exibir Histórico Favoritos Ferramentas Ajuda car, até no seu smartphone. Comece a usar os símbolos
Nova aba Ctrl+T e comandos nas suas pesquisas na Internet, e visuali-
Nova janela Ctrl+N ze os resultados obtidos.
Nova janela privativa Ctrl+Shift+P

SÍMBOLO USO EXEMPLO


z Google Chrome: janela anônima Pesquisa exata, na
Aspas mesma ordem que
“Nova Concursos”
duplas forem digitados os
termos
Nova guia Ctrl+T
Menos ou Excluir termo da concursos
Nova janela Ctrl+N traço pesquisa –militares
Nova janela anônima Ctrl+Shift+N concursos
Til (acento) Pesquisar sinônimos
~públicos
Substituir termos na
Cada informação acessada será copiada para o
pesquisa, para pes-
computador local, e então exibida rapidamente em
quisar “inscrições en-
caso de navegação entre páginas (Voltar ou Próximo), Asterisco cerradas”, e “inscri- inscrições *
através das ferramentas de navegação de páginas do ções abertas”, e “ins-
navegador (ou teclas Alt+seta à esquerda para Voltar,

60
crições suspensas”
e Alt+seta à direita para Próximo).

8-
etc.
Todos os dados acessados em modo “normal” de

48
Cifrão Pesquisar por preço celulares $1000
navegação serão copiados para o computador. Aces-

6.
sando a pasta de arquivos temporários, é possível Intervalo de datas ou
15 campeão
Dois pontos
recuperar algum arquivo que foi acessado recente- preço 1980..1990
.
20

mente e não está disponível no site de origem (como Pesquisar em redes Instagram
-4

vídeos, por exemplo). Arroba


sociais @novaconcursos
ra

Pesquisar nas marca-


ei

BUSCA Hashtags #informática


ções de postagens
liv
O

Na Internet, os sites (sítios) de busca e pesquisa têm


de

como finalidade apresentar os resultados de endere- COMANDO USO EXEMPLO


ços URLs com as informações solicitadas pelo usuário. Resultados de ape- livro site:www.uol.
os

site
Google Buscas, da empresa Google, e Microsoft nas um site com.br
am

Bing, da Microsoft, são os dois principais sites de pes-


Somente um tipo de apostila
R

quisa da atualidade. No passado, sites como Cadê, filetype


arquivo filetype:pdf
e

Aonde, Altavista e Yahoo também contribuíram para a


m

acessibilidade das informações existentes na Internet, Definição de um


er

define define:smtp
termo
lh

indexando em diretórios os conteúdos disponíveis.


ui

Os sites de pesquisas foram incorporados aos intitle No título da página intitle:concursos


G

navegadores de Internet, e na configuração dos bro-


No endereço URL da
wsers temos a opção “Mecanismo de pesquisa”, que inurl inurl:nova
página
permite a busca dos termos digitados diretamente na
barra de endereços do cliente web. Esta funcionalida- Pesquisa o horário
de transforma a nossa barra de endereços em uma time em determinado time:japan
omnibox (caixa de pesquisa inteligente), que preenche local
com os termos pesquisados anteriormente e oferece related Sites relacionados related:uol.com.br
sugestões de termos para completar a pesquisa.
O Microsoft Edge tem o Microsoft Bing como busca- Versão anterior do
cache cache:uol.com.br
dor padrão. O Mozilla Firefox e o Google Chrome têm site
o Google Buscas como buscador padrão. As configura- Páginas que con-
ções podem ser personalizadas pelo usuário. link:
link tenham link para
Os sites de pesquisas incorporam recursos para ope- novaconcursos
outras
rações cotidianas, como pesquisa por textos, imagens,
notícias, mapas, produtos para comprar em lojas on-li- Informações de um location:méxico
location
142 determinado local terremoto
ne, efetua cálculos matemáticos, traduz textos de um
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os comandos são seguidos de dois pontos e não pos- Configurar Página, do Internet Explorer
suem espaço com a informação digitada na pesquisa.
O site de pesquisas Google também oferece respos- A configuração da página do Internet Explorer
tas para pedidos de buscas. O site Microsoft Bing ofe- para impressão está dividida nas configurações para
rece mecanismos similares. Opções do papel, Margens, Cabeçalhos e Rodapé.
As possibilidades são quase infinitas, pois os assis- Possuem três partes (semelhante ao Microsoft Excel),
tentes digitais (Alexa, Google Assistent, Siri, Cortana) sendo esquerda, centro e direita. Em cada local é pos-
permitem a pesquisa por voz. Veja alguns exemplos sível incluir uma informação (e personalizar a fonte
de pedidos de buscas nos sites de pesquisas.
utilizada).
O Mozilla Firefox não possui uma tela própria para
PEDIDO USO EXEMPLO impressão, e utiliza a mesma janela do sistema opera-
Traduzir maçã cional instalado no computador.
traduzir ... para.. Google Tradutor
para japonês
lista telefôni- Páginas com o Lista telefôni-
ca:número telefone ca:99999-9999
Cotação da bol-
código da ação GOOG
sa de valores
Previsão do
clima localidade Clima são paulo
tempo
Status de um
código do voo ba247
voo (viagens)

Os resultados apresentados pelas pesquisas do


site são filtrados pelo SafeSearch. O recurso procura
filtrar os resultados com conteúdo adulto, evitando
a sua exibição. Quando desativado, os resultados de
conteúdo adulto serão exibidos normalmente.
No Microsoft Bing, na página do buscador www.
bing.com, acesse o menu no canto superior direito e Imprimir, do Mozilla Firefox

60
escolha o item Pesquisa Segura.
No Google, na página do site do buscador www.goo-

8-
48
gle.com, acesse o menu Configurações no canto inferior
direito e escolha o item Configurações de Pesquisa.

6.
As bancas costumam questionar funcionalidades .15
do Microsoft Bing que são idênticas às funcionalida-
20

des do Google Buscas. Ao inserir o nome do navegador


-4

da Microsoft na questão, a banca procura desestabi-


ra

lizar o candidato com a dúvida acerca do recurso


ei

questionado.
liv
O

IMPRESSÃO DE PÁGINAS
de
os

O navegador de Internet poderá imprimir a página


que está sendo acessada, se for possível (existem pági-
am

nas com restrições impostas por scripts Java).


Janela de Impressão do Google Chrome
R

No Internet Explorer, é possível escolher as opções


e

de configuração de página, disponíveis no menu


m

Caso seja selecionado o item “Gráficos de segun-


er

Arquivo, Configurar página (imagem a seguir).


do plano”, as imagens e propagandas serão impres-
lh
ui

sas também. Caso seja selecionado “Apenas seleção”,


G

somente a região selecionada será impressa.


NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Opcionalmente é possível salvar a página como


PDF, muito útil para gravar as informações que seriam
impressas em um arquivo PDF no computador. O
arquivo PDF, formato do Adobe Acrobat, reproduz
exatamente o que seria impresso no papel.

Importante!
Este é um dos recursos menos questionados. De
acordo com a impressora que o usuário possui,
alguns recursos adicionais poderão aparecer na
caixa de diálogo de impressão, acionada pelo ata-
lho de teclado Ctrl+P. 143
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dessa forma, para forçar a mudança de linha dentro de
HORA DE PRATICAR! uma célula do MS-Excel 2016, deve-se pressionar a tecla

1. (VUNESP — 2022) Em um documento vazio, sem a) Ctrl seguida de um Enter.


qualquer formatação, usando o Microsoft Word 2016 b) Alt seguida de um Enter.
em sua configuração original, um usuário configurou c) Shift seguida de um Enter.
o efeito da fonte de letra conforme apresentado na d) Shift seguida de um Alt.
imagem a seguir, parcialmente exibida. e) Tab seguida de um Alt.

5. (VUNESP — 2021) Observe a planilha a seguir, elabo-


rada por meio do MS-Excel 2016, em sua configuração
padrão.

Assim, ao ligar a tecla CapsLock e digitar Assembleia,


desligar a tecla CapsLock e digitar Legislativa de, e
ligar novamente a tecla CapsLock e digitar São Paulo,
o resultado é

a) Assembleia LEGISLATIVA DE SÃO PAULO


b) ASSEMBLEIA Legislativa de SÃO PAULO
c) ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO
d) Assembleia Legislativa de São Paulo
e) Assembleia Legislativa de SÃO PAULO O valor resultante da fórmula =CONT.SE(A3:B5;”>6”)
aplicada na célula C1 será
2. (VUNESP — 2021) Considere as seguintes configura-
ções de um documento do MS- Word 2016. a) 1
b) 2
c) 7
d) 8
e) 15

60
8-
6. (VUNESP — 2019) A seguinte planilha foi editada no

48
MS-Excel 2016.

6.
É correto afirmar que
.15
20
-4

a) a fonte do texto selecionado é Calibri.


b) a fonte do texto selecionado está em negrito.
ra

c) o tamanho da fonte do texto selecionado é Corpo.


ei

d) o estilo do documento é Corpo.


liv

e) o texto selecionado está na página 11.


O
de

3. (VUNESP — 2019) Assinale a alternativa que apresen-


Posteriormente, foi digitada na célula C4 a seguinte
os

ta no MS-Word 2016, as duas opções disponíveis por


fórmula:
am

meio do seguinte ícone, presente no grupo Fonte da


guia Página Inicial:
R

=SOMASE(A1:C3;”=1”)
e

O resultado apresentado em C4 é:
m
er
lh

a) 1
ui

b) 2
G

c) 3
a) Arial e Times New Roman. d) A1
b) MAIÚSCULAS e minúscula. e) B3
c) Sobrescrito e Subscrito.
d) Letra de forma e Letra manuscrita. 7. (VUNESP — 2022) João solicitou a seu assisten-
e) Diminuir tamanho de fonte e Aumentar tamanho de te Paulo, que criasse um modelo de apresentação
fonte. novo no MS-PowerPoint 2016, na sua forma padrão,
para ser utilizado por todos os funcionários da sua
4. (VUNESP — 2022) Um texto estava sendo digitado área. Esse modelo deve exibir as informações bási-
dentro de uma célula do editor de planilha eletrônica cas como o logo da empresa, data, autor e número
MS-Excel 2016 (em português e em sua configuração da página em todos os slides. A primeira página deve
padrão). Para que seja forçada a mudança de linha em sempre conter o título da apresentação. Consideran-
um texto em edição, dentro da mesma célula, deve-se do os recursos disponíveis no MS-PowerPoint 2016,
digitar o texto e, a seguir, pressionar uma tecla e, com na sua configuração padrão, a forma mais eficiente
ela ainda pressionada, pressionar uma segunda tecla. para Paulo criar essa apresentação antes de incluir as
144 informações desejadas é selecionar a sequência:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) Arquivo, Novo, Apresentação em Branco, Inserir, 11. (VUNESP — 2021) Considere a URL fictícia a seguir:
Cabeçalho e Rodapé.
b) Arquivo, Abrir, Arquivo Mestre. https://google-facebook.itau.com/instagram.php?-
c) Arquivo, Novo, Apresentação em Branco, Inserir, Imagem. dominio=vunesp.com.br
d) Arquivo, Novo, Apresentação em Branco, Exibir, Slide
Mestre. Essa URL fictícia, caso fosse válida, pertenceria ao domínio:
e) Arquivo, Novo, Informações, Proteger Apresentação,
Adicionar uma Assinatura Digital. a) google.com
b) facebook.com
8. (VUNESP — 2022) Carlos solicitou ao seu assisten- c) instagram.com
te Pedro que criasse uma apresentação sobre sua d) itau.com
área de atuação, no MS-PowerPoint 2016 na sua for- e) vunesp.com.br
ma padrão, destinada ao processo de integração de
novos funcionários e à reciclagem de funcionários 12. (VUNESP — 2019) Considere o seguinte endereço em
antigos. Para tornar a apresentação mais dinâmi- URL: http://www.teste.com/aranha/pencil.html
ca para os novos funcionários, Pedro decidiu incluir
alguns vídeos institucionais, disponíveis no Youtube. Sendo http o protocolo utilizado, as demais partes
Para que a apresentação possa ser usada para os desse endereço URL significam:
dois públicos, mas sem o acesso à exibição dos sli-
des com os vídeos institucionais para os funcionários a) www.teste.com é o documento buscado; aranha é o
antigos, Pedro deve, a partir da apresentação original, nome do servidor e pencil.html é o diretório alvo do
endereço.
a) selecionar VERIFICAR ACESSIBILIDADE na guia b) www.teste.com é o servidor; aranha é o diretório alvo
REVISÃO. do endereço e pencil.html é o documento buscado.
b) selecionar GRAVAÇÃO DE TELA na guia GRAVAR. c) www.teste.com é o programa fonte; aranha é o compila-
c) selecionar VÍDEO na guia INSERIR. dor do programa fonte e pencil.html é o documento a ser
d) selecionar LAYOUT DA WEB na guia EXIBIR. gerado.
e) selecionar APRESENTAÇÃO PERSONALIZADA na guia d) www.teste.com é o tipo de conexão; aranha é a porta de
APRESENTAÇÃO DE SLIDES. entrada do servidor e pencil.html é o domínio do servidor.
e) www.teste.com é o recurso buscado; aranha é o docu-
9. (VUNESP — 2021) Um usuário do MS-PowerPoint mento a ser exibido e pencil.html é o tipo de conexão.
2016, em sua configuração original, deseja exportar

60
uma apresentação no formato PDF. 13. (VUNESP — 2019) Considere a seguinte URL:

8-
48
Assinale a alternativa que contém o nome da guia https://support.office.com

6.
na qual se localiza a opção Exportar, para atender ao 15
enunciado. A estrutura de uma URL é organizada em diversas
.
20

partes. Assinale a alternativa que melhor representa


-4

a) Página Inicial. a parte referente à palavra destacada support.


b) Arquivo.
ra

c) PDF.
ei

a) Protocolo.
liv

d) Inserir. b) Subdomínio.
O

e) Salvar. c) Esquema.
de

d) Serviço.
10. (VUNESP — 2021) Em uma apresentação com 5 sli- e) Recurso.
os

des, criada no Microsoft PowerPoint 2016, em sua


am

configuração padrão, o slide 3 é o único que está 14. (VUNESP — 2019) Um usuário precisa consultar a lista
R

configurado como oculto. Considerando que o slide de sites visitados por um frequentador do espaço público
e

3 está sendo apresentado no Modo de Apresenta- gerenciado por ele, para constatar se um site não permi-
m

ção, assinale a alternativa que indica como o isso foi tido foi acessado ou não. O recurso do Internet Explorer
er

possível.
lh

11, em sua configuração padrão, que permite verificar a


ui

lista de sites visitados, conforme indica o enunciado, é


G

a) No modo de exibição normal, o usuário selecionou o


slide 3 e pressionou a tecla F5 para iniciar o Modo de a) Favoritos.
NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Apresentação. b) Página Inicial.


b) A partir do Modo de Apresentação, posicionado no c) Histórico.
slide 2, o usuário pressionou a tecla ENTER para d) Downloads.
avançar para o slide 3. e) Central de Ajuda.
c) A partir do Modo de Apresentação, posicionado no
slide 2, o usuário pressionou a tecla SHIFT+ENTER 15. (VUNESP — 2022) Navegando na Internet com o Goo-
para avançar para o slide 3. gle Chrome versão 96, em sua configuração original,
d) No modo de exibição normal, o usuário selecionou o um usuário abriu 12 guias e está com a primeira guia
slide 3 e pressionou as teclas SHIFT+F5 para iniciar o em exibição. Para ir diretamente para a última guia à
Modo de Apresentação. direita, este usuário deve pressionar CTRL+
e) A partir do Modo de Apresentação, posicionado no
slide 4 o usuário pressionou a tecla BACKSPACE para a) 9.
retornar para o slide 3. b) End.
145
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Pg Down. b) colchetes.
d) F4. c) asteriscos.
e) Home. d) traços.
e) aspas.
16. (VUNESP — 2021) A consulta para buscar os termos exa-
tos “departamento pessoal” dentro do site da VUNESP, 20. (VUNESP — 2019) Assinale a alternativa que apre-
excluindo resultados de outros domínios que não sejam senta uma expressão de consulta para buscar arqui-
“vunesp.com.br”, com o buscador Google, é: vos PDF que contenham o texto exato “cursos de MS
Word 2010” no buscador web Google.
a) “departamento pessoal” IN vunesp.com.br
b) “departamento pessoal” url:vunesp.com.br a) extension:PDF “cursos de MS Word 2010”
c) departamento pessoal in:vunesp.com.br b) typefile:PDF “cursos de MS Word 2010”
d) “departamento pessoal” site:vunesp.com.br c) filetype:PDF “cursos de MS Word 2010”
e) departamento pessoal url:vunesp.com.br d) type:PDF “cursos de MS Word 2010”
e) file:PDF cursos de MS Word 2010
17. (VUNESP — 2022) Um usuário de correio eletrônico
preparou uma mensagem e anexou um arquivo .docx, 9 GABARITO
criptografado com uma senha.

Para que o destinatário da mensagem possa abrir e 1 C


examinar o conteúdo do arquivo, ele deve
2 A
a) baixar o arquivo recebido e obter a senha para abri-lo, 3 B
por meio do envio de uma mensagem para um site
centralizado da Microsoft. 4 B
b) baixar e salvar o arquivo recebido em uma pasta espe-
5 A
cial do computador e enviar mensagem ao remetente da
mensagem para liberar remotamente a criptografia do 6 B
arquivo.
c) baixar o arquivo recebido, abri-lo com o Microsoft Word 7 D
e digitar a senha desse arquivo, que deve ter sido previa-
8 E
mente combinada com o remetente da mensagem.

60
d) baixar o arquivo recebido em uma pasta especial do 9 B

8-
computador, que possui a propriedade de quebrar senhas

48
de seus arquivos. 10 D

6.
e) enviar a mensagem para um endereço especial da Micro- 15
soft para obter a liberação remota do acesso ao arquivo. 11 D
.
20

12 B
-4

18. (VUNESP — 2021) Um usuário preparou e enviou uma


mensagem de correio eletrônico com as seguintes 13 B
ra
ei

características.
14 C
liv
O

De: Carlos 15 A
de

Para: Sofia, Isabela Cc: Charles 16 D


os

Cco: Marcos
am

17 C
R

Considerando que a mensagem foi enviada e recebida 18 C


e

pelos destinatários com sucesso, assinale a alternati-


m

va correta. 19 E
er
lh

20 C
a) Sofia sabe que Charles e Marcos receberam a men
ui
G

sagem, mas Marcos não sabe que Charles recebeu a


mensagem.
b) Isabela sabe que Marcos recebeu a mensagem, e Car-
los desejou ocultar Charles.
c) Marcos sabe que Charles recebeu a mensagem, mas
Charles não sabe que Marcos recebeu a men sagem.
d) Charles sabe que Sofia, Isabela e Marcos receberam a
mensagem.
e) Carlos desejou ocultar Charles, mas não Sofia, Isa
bela e Marcos.

19. (VUNESP — 2022) Para se pesquisar por um termo


exato usando o site de pesquisas Google, é preciso
colocar esse termo entre

146 a) chaves.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Documento é:

[...] toda unidade de registro de informações, qual-


quer que seja o suporte ou formato, suscetível de
ser utilizada para consulta, estudo, prova e pes-
NOÇÕES DE quisa, por comprovar fatos, fenômenos, formas de
vida e pensamentos do homem numa determinada

ADMINISTRAÇÃO época ou lugar. (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 73)

Dica
A fórmula do documento é:
ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS: Documento = informação + (qualquer) suporte
ou formato
CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA
ARQUIVOLOGIA Para ser um documento, precisa ter todos esses
elementos. Qualquer informação registrada em um
INFORMAÇÃO, SUPORTE, FORMATO E DOCUMENTO suporte ou formato é um documento. Até mesmo uma
frase em uma pedra é um documento!
Antes de entrarmos na definição de arquivo pro- Para não ficar nenhuma dúvida, vamos pensar em
priamente dito, é necessário saber alguns conceitos uma folha A4 com um texto.
fundamentais: Ela tem informações? Sim, porque há palavras
escritas nela que transmitem uma ideia.
„ Informação é o “elemento referencial, noção, Ela tem um suporte? Sim, porque está impressa,
ideia ou mensagem contidos num documento” portanto, está no suporte papel.
(ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 107). Portanto, Ela tem formato? Sim, a folha A4 é justamente o
formato, porque é a maneira como ela se apresenta,
informação é todo aquele conhecimento/con-
características físicas (dimensões 29,7cm x 21cm, gra-
cepção que está em um documento, uma recei-
matura, espessura etc.).
ta que se anota no papel, um PDF que se lê, o
ingresso do cinema;
Informação, suporte, formato, gênero, espécie e
„ Suporte é “material no qual são registradas documento

60
as informações” (ARQUIVO NACIONAL, 2005,

8-
p. 159). Ou seja, onde você está registrando as

48
Informação Happy Gênero
informações é o suporte. (mensagem) (textual)

6.
Mind
Suporte 15
. Happy Formato
20
SUPORTES (papel) Life (A4)
-4

Antes do papel: ossos,


3.500 a.C. a 500 a.C.
ra

fibras, peles, barro DOCUMENTO DE ARQUIVO OU ARQUIVÍSTICO


ei
liv

105 a.C. até hoje Era do papel Agora que sabemos o que é um documento, pode-
O

mos perceber a diferença entre um documento e um


1930 a 1960 Era do computador
de

documento arquivístico.
Documentos de arquivo ou documentos arqui-
os

1997 até os dias atuais Era das mídias móveis


vísticos são
am

Alguns exemplos de suporte são: papel, fita mag-


R

[...] todos aqueles que, produzidos e/ou recebidos


e

nética, filme de nitrato, acetato, disco óptico, disco por pessoa física ou jurídica, pública ou privada, no
m

magnético, filme, CD, DVD, disquete, fotolitos, pen dri-


er

exercício de suas atividades, constituem elementos


ve, cartões de memória. Temos músicas guardadas em
lh

de prova ou de informação. Formam um conjunto


ui

pen drive, por exemplo, assim como filmes em DVD; orgânico, refletindo as ações a que estão vincu-
G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

lados, expressando os atos de seus produtores no


z Formato é o “conjunto das características físicas exercício de suas funções. Assim, a razão de sua
de apresentação, das técnicas de registro e da estru- origem ou a função para qual são produzidos é que
tura de informação e conteúdo de um documento” determina sua condição de documento de arquivo,
e não a natureza do suporte ou formato. (ARQUIVO
(ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 94). O formato rela-
NACIONAL, 2019, p. 10)
ciona-se com a forma de apresentação de uma
informação, de acordo com a configuração física Ou seja, os documentos de arquivo têm todos
do suporte, a natureza e a forma de confecção. Por aqueles elementos do conceito de documento, acres-
exemplo, uma correspondência está no suporte de cidos de:
papel e no formato de um envelope. Este documen-
to que você está lendo pode ser encontrado no for- z Dotação de organicidade;
mato apostila ou PDF, mas poderia também estar z Elementos de prova ou de informação;
no formato Word, Excel etc. Exemplos de forma- z Reflexo das ações e atividades (missão organi-
to: diapositivo, mapa, planta, rolo de filme, fichas, zacional) que originaram sua produção e de seus
códice, livro, envelope; produtores; 147
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Quando produzidos por pessoa física ou jurídica, z “Instalações onde funcionam arquivos”.
pública ou privada, no exercício de suas ativida-
des, essas atividades podem ser administrativas, Esse conceito se relaciona ao espaço físico de
legais e fiscais; guarda dos documentos.
z Continuam podendo existir em qualquer formato,
suporte, gênero, espécie, linguagem, material, z “Móvel destinado à guarda de documentos”.
codificação.
O que você não pode esquecer do conceito de
Vamos pensar em uma situação que ilustra todas arquivo é:
essas características: pense que você acabou de se
casar. A certidão de casamento será um documento z Arquivos são orgânicos (relação natural entre
de arquivo seu. documentos de um arquivo em decorrência das
A certidão: atividades da entidade produtora);
z São resultado das atividades de meio e fim, dire-
z Será orgânica, porque foi acumulada de forma tas ou indiretas (missão organizacional): devem
natural; servir de prova para as transações realizadas, de
z Será elemento de prova, já que ela comprova que caráter probatório e informativo;
você se casou; z Independem do tipo de suporte;
z Será reflexo da sua atividade legal de ter se casado z São reflexos das atividades administrativas,
no civil; legais e fiscais, portanto, obtêm exclusividade de
z Poderá estar em papel, digitalizada, em um pen- criação e recepção.
drive, não importa o suporte, o gênero, a espécie
ou o formato, ela será uma certidão de casamento! Os objetivos primários do arquivo são jurídicos,
funcionais e administrativos.
ARQUIVO As bancas vão querer te enganar dizendo que o
objetivo primário dos arquivos é para fins históricos,
Segundo o Arquivo Nacional (2005, p. 27), o arqui- culturais, de memória, o que estará errado! Esses são
vo tem 4 definições: os objetivos secundários.

Conjunto de documentos produzidos e acumulados CARACTERÍSTICAS DOS DOCUMENTOS DE


por uma entidade coletiva, pública ou privada, pes- ARQUIVO
soa ou família, no desempenho de suas atividades,

60
independentemente da natureza do suporte. Nem todos os materiais abordam este assunto, mas

8-
há uma tendência das bancas nas provas mais recen-

48
tes a cobrar questões sobre este item. Os documentos

6.
Importante! de arquivo têm algumas especificidades que os dife-
15
rem dos outros documentos. As características dos
.
Observação sobre esse conceito que é o mais
20

cobrado pelas bancas: qualquer documento documentos de arquivo são UNOCAII:


-4

está fixado em algum suporte ou formato. Não


ra

z Unicidade;
importa qual seja o suporte.
ei

z Naturalidade;
liv

z Organicidade;
O

Conforme a nossa definição, os documentos pro- z Confiabilidade/Fidedignidade;


de

duzidos e acumulados, ou seja, o arquivo, é composto z Autenticidade;


por documentos que são acumulados organicamen- z Imparcialidade;
os

te, sendo criados por uma entidade na realização de z Inter-relacionamento.


am

suas atividades.
R

Portanto, um livro de um servidor que se encon- Veremos mais sobre cada uma dessas característi-
e

tra na repartição não é um documento de arquivo, cas a seguir.


m

porque não é resultado das atividades daquela insti-


er

z Unicidade:
lh

tuição. Os documentos comprados, doados ou que de


ui

alguma forma venham de fora sem serem resultados


G

das atividades da instituição não são documentos de [...] o documento de arquivo é único no conjunto
arquivo, mas sim aqueles internamente criados ao documental de que faz parte, porque o conjunto de
longo da vida daquela entidade, seja ela uma entidade suas relações com os demais documentos do gru-
coletiva, pública ou privada, pessoa ou família. po é sempre único. Podem existir cópias em um ou
O arquivo também pode ser lido como: mais grupos de documentos, mas cada cópia é úni-
ca em seu lugar. (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 11)
z “Instituição ou serviço que tem por finalidade
a custódia, o processamento técnico, a conserva- Para entendermos esse conceito, vamos pensar
ção e o acesso a documentos”. em várias fotos 3x4 suas: inicialmente elas são todas
iguais, mas quando você utiliza uma delas em um cur-
rículo, outra delas para fazer seu cartão do SUS, outra
Esse conceito se relaciona ao arquivo como uma
fica em sua carteira, cada uma delas se torna única
instituição, com a finalidade guardar os documen-
porque estão sendo utilizadas em contextos diferen-
tos, por exemplo: Arquivo Público do DF, Arquivo
tes. Aquela mesma foto teve funções diferentes de
Nacional;
acordo com sua aplicação.
148
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Dica z Confiabilidade:

Qualquer questão que associar a unicidade [...] o documento de arquivo é confiável quando
com a existência de cópias (número múltiplo de tem a capacidade de sustentar os fatos que ates-
documentos) estará incorreta. ta. A confiabilidade está relacionada ao momento
em que o documento é produzido e a veracidade
z Naturalidade: característica na qual os de seu conteúdo. Para tanto, precisa ser dotado
documentos: de completeza e ter seus procedimentos de cria-
ção bem controlados. Completeza consiste na
[...] não são coletados artificialmente, como objetos presença, no documento de arquivo, de todos os
de um museu, mas acumulados naturalmente elementos intrínsecos e extrínsecos exigidos
nos escritórios em função dos objetivos práticos da pela organização produtora e pelo sistema jurídi-
administração. (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 11) co-administrativo ao qual pertence, de maneira
que esse mesmo documento possa ser capaz de
A naturalidade (naturalness) é um dos principais gerar consequências. Dificilmente se pode assegu-
fatores que diferenciam o documento arquivís- rar a veracidade do conteúdo de um documento;
ticos daqueles armazenados em outras unidades ela é inferida a partir da completeza e dos proce-
de informação, como museus e bibliotecas. Nes- dimentos de criação. A confiabilidade, sinônimo
sas duas, o acervo é coletado, selecionado e cons- de fidedignidade, é uma questão de grau, ou seja,
um documento pode ser mais ou menos confiável.
truído de acordo com o interesse da instituição
(ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 11)
interessada, ou seja, artificialmente. Os documen-
tos arquivísticos são produzidos e recebidos em um
processo natural vinculado aos interesses da ins- Esse conceito é grande, mas vamos destrinchá-lo!
tituição e à conformidade legal de seus atos, e são Um documento confiável é aquele em que é possível
assim acumulados. (SANTOS, 2011, p. 149-150) provar que aquilo que ele fala é verdade. Por exem-
plo, a sua certidão de nascimento é confiável a partir
Dica: qualquer questão afirmando que os docu- do momento em que existem registros no hospital de
mentos de arquivo são colecionados ou possuem rela- que você nasceu ali.
ção artificial estará errada! Para que um documento seja confiável, ele deve
ter completeza, por exemplo, um contrato de aluguel
z Organicidade: no Brasil não será completo se não tiver as assinaturas
dos interessados e for feita de acordo com a lei brasi-

60
leira. Portanto, um documento que é pouco completo

8-
[...] os documentos de arquivo são produzidos e

48
acumulados em razão das funções e atividades é pouco confiável.

6.
desenvolvidas pelo órgão ou entidade, o que os Algumas dicas:
contextualiza no conjunto a que pertencem. Assim,
.15
„ Qualquer questão dizendo que as caracterís-
20
os documentos de arquivo se caracterizam pelas
ticas dos documentos arquivísticos digitais e
-4

relações orgânicas que mantêm entre si. (ARQUIVO


NACIONAL, 2019, p. 11) convencionais são diferentes estará errada;
ra

„ Todos os documentos arquivísticos ou de arqui-


ei

Ou seja, os documentos têm uma relação natural vo devem ser autênticos, naturais, orgânicos,
liv

entre si. confiáveis/fidedignos, únicos, inter-relaciona-


O

A organicidade é a característica do documento dos e imparciais, não interessa se digitais, em


de

determinada por sua proveniência (quem o produz). papel, em microfilme...


os

Ou seja, reflete a estrutura, funções e atividades da


am

entidade produtora/acumuladora em suas relações z Autenticidade:


R

internas e externas.
e

Os seus documentos na sua carteira são orgânicos, [...] documento de arquivo é autêntico quando é
m

lá está sua identidade, sua carteira de motorista ou o que diz ser, independentemente de se tratar de
er

minuta, original ou cópia, sendo livre de adulte-


lh

cartão do ônibus, o recibo de uma compra que você


rações ou qualquer outro tipo de corrupção.
ui

fez. Todos esses documentos são orgânicos, porque


G

Um documento autêntico é aquele que se mantém


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

se relacionam a você e foram acumulados de forma


da forma como foi produzido e, portanto, apresen-
natural ao longo da sua vida!
ta o mesmo grau de confiabilidade que tinha no
Acompanhe as dicas a seguir: momento de sua produção. Assim, um documento
não completamente confiável, mas transmitido
„ A organicidade é resultado das atividades de e preservado sem adulteração ou qualquer
uma entidade coletiva, pública ou privada, pes- outro tipo de corrupção, é autêntico. (ARQUIVO
soa ou família; NACIONAL, 2019, p. 11-12)
„ A organicidade reflete a relação natural dos
documentos entre si; Para que um documento seja autêntico, ele não
„ Qualquer questão afirmando que a informa- precisa ser verdadeiro. Por exemplo, um médico assi-
ção não orgânica pode ser um documento de na um atestado para um trabalhador ficar de licença
arquivo estará errada; por 3 meses, mesmo ele não estando doente. A doença
„ A organicidade é o que difere um documento é falsa, o fato não existe, mas o documento é verdadei-
que é resultado das atividades de uma institui- ro, porque foi feito seguindo os critérios de transmis-
ção de um documento não orgânico. são e custódia. 149
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Gênero (audiovisuais, bibliográficos, cartográficos,
Importante! eletrônicos, filmográficos, iconográficos, micrográ-
ficos, textuais, informáticos).
Confiabilidade está relacionada ao momento da
produção. Acompanhe em detalhes a seguir:
Autenticidade refere-se à transmissão do documen-
to e à preservação e custódia. Entidades Mantenedoras

Diz respeito ao tipo de pessoa física ou jurídi-


z Imparcialidade: refere-se às circunstâncias de ca, família ou entidade que guarda os documentos.
sua criação (rotinas processuais) que asseguram o Segundo Marilena Leite Paes, as entidades podem ser:
caráter de prova e fidedignidade aos fatos e ações.

[...] as razões por que eles são produzidos (para QUANTO ÀS ENTIDADES MANTENEDORAS
desenvolver atividades) e as circunstâncias de sua
Públicos: Federal/Estadual/Municipal
criação (rotinas processuais) asseguram que não
são escritos “na intenção ou para a informação Institucionais: Institutos educacionais/Entidades re-
da posteridade”, nem com a expectativa de serem ligiosas/Sociedades, associações, fundações, ONGs
expostos ou com o receio do olhar do público.
(DURANTI, 1994, p. 53) Comerciais (Privados): Empresas/ Corporações/
Companhias
A imparcialidade é uma característica dos docu-
Familiares ou pessoais
mentos de arquivo que os torna inerentemente ver-
dadeiros. Os documentos de arquivo são produzidos
Fonte: PAES, 2004, p. 21.
para atender determinadas demandas e devem ser fiéis
aos fatos, ou pelos menos trazerem a promessa disso.
Estágio de Evolução
Vamos pensar em um documento que censurava
um filme na época da Ditadura Militar. Quando ele
Diz respeito ao valor do documento a partir da
foi feito, não foi com a intenção de que virasse prova
“Teoria das Três Idades”. Os arquivos podem ser cor-
da censura do período militar. Era somente um docu-
rentes, intermediários ou permanentes.
mento administrativo; justamente sobre isso se refe-
re a imparcialidade. Um documento não é feito com

60
z Arquivo corrente ou de primeira idade:
nenhuma intenção além de atender às demandas da

8-
administração;

48
[...] é conjunto de documentos, em tramitação ou

6.
não, que, por seu valor primário, é objeto de
z Inter-relacionamento: o documento tomado indi- 15
consulta frequente pelo órgão ou entidade que
vidualmente não é testemunho completo dos atos
.
o produziu e ao qual compete sua administração.
20

e das ações que o geraram, visto que é na relação (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 18)
-4

que ele estabelece com outros documentos e com a


ra

atividade da qual resulta que lhe são atribuídos sig- z Arquivo intermediário ou de segunda idade:
ei

nificado e capacidade comprobatória. Essa carac-


liv

terística é conhecida como inter-relacionamento. [...] é o conjunto de documentos originários de


O

arquivos correntes com uso pouco frequente pelo


de

Cada documento está intimamente relacionado órgão ou entidade que o produziu e que aguarda
destinação final. (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p.
os

com outros, tanto dentro quanto fora do grupo no


18)
am

qual está preservado, e seu significado depende des-


sas relações.
R

z Arquivo permanente ou de terceira idade:


Todas essas características dos documentos são as
e
m

que lhe dão força probatória.


[...] é o conjunto de documentos preservados em
er

caráter definitivo em função de seu valor secun-


lh

TIPOS DE ARQUIVO
ui

dário. (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 18)


G

A classificação dos documentos de arquivo é um Extensão de Atuação


assunto muito importante. As bancas tendem a trocar
o nome de um conceito pelo outro, portanto, preste Neste espectro, os arquivos podem ser setoriais
muita atenção! ou centrais.
Os documentos podem ser classificados pelos
seguintes prismas: z Arquivos setoriais são aqueles operacionalizados
junto aos setores de trabalho, cumprindo a função
z Entidades mantenedoras (públicos, institucionais, de arquivo corrente. Ele é o arquivo de um setor ou
comerciais, privados, familiares); serviço de uma administração. Existindo um arquivo
z Estágios de sua evolução (correntes, intermediá- central, estará a ele subordinado, tecnicamente;
rios ou permanentes); z Arquivos centrais são aqueles responsáveis pela
z Extensão de sua atuação (setoriais ou centrais/gerais); normalização dos procedimentos técnicos apli-
z Natureza dos documentos (especiais ou especializados/ cados aos arquivos de uma administração, podendo
técnicos); ou não assumir a centralização do armazenamento.
150 z Natureza do assunto (ostensivo ou sigiloso); Também se pode chamar de arquivo geral.
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Natureza dos Documentos

Através da natureza documental, eles se dividem entre:

z Especializados são aqueles arquivos cujo acervo tem uma ou mais características comuns, como: natureza, função
ou atividade da entidade produtora, tipo, conteúdo, suporte, data dos documentos, entre outras. Eles acumulam
“documentos resultantes da experiência humana num campo específico, independentemente da forma física que apre-
sentem”. Também são chamados de arquivos técnicos. Ex.: arquivos médicos, arquivos de engenharia, arquivos de
serviço social (PAES, 2004, p. 23);
z Especiais são aqueles arquivos que possuem documentos que devem ser tratados com certos cuidados. Geral-
mente possuem documentos em linguagem não textual, em suporte não convencional, ou, no caso de papel, em
formato e dimensões excepcionais, que exigem procedimentos específicos para seu processamento técnico, guarda
e preservação, cujo acesso depende, na maioria das vezes, de intermediação tecnológica (cf. ARQUIVO NACIONAL,
2005, p. 75 e PAES, 2004, p. 22).

Natureza do Assunto

A partir do teor dos documentos, eles podem ser divididos entre:

z Ostensivos: são aqueles que não possuem uma “restrição de acesso, ou seja, sua divulgação não prejudica o
órgão ou entidade, nem seus servidores, podendo ser de domínio público” (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 15);
z Sigilosos: são aqueles que devido à natureza de seu conteúdo, sofrem restrição de acesso e devem ser de
conhecimento limitado,

[...] necessitando de medidas especiais de salvaguarda para custódia e divulgação. Esses documentos e as infor-
mações que contêm recebem uma classificação de sigilo, isto é, são atribuídos a eles graus de sigilo, conforme a
legislação em vigor. Essa classificação também é chamada de classificação de segurança. (ARQUIVO NACIONAL,
2019, p. 15)

Gênero

60
Os documentos podem ser classificados a partir da reunião de

8-
48
[...] espécies documentais que se assemelham por seus caracteres essenciais, particularmente suporte e formato, e

6.
que exigem processamento técnico específico e, algumas vezes, mediação técnica para acesso (ARQUIVO NACIO-
NAL, 2019, p. 12)
.15
20

Eles podem ser divididos entre:


-4
ra

z Textual: “documentos manuscritos, datilografados ou impressos, cujo suporte predominante é o papel.” Exem-
ei

plos: atas de reunião, cartas, decretos, livros de registro, panfletos, relatórios, contratos, atas, certidões, devi-
liv

damente redigidos e apresentados em texto (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 12);


O

z Cartográfico: “documentos que contêm representações gráficas da superfície terrestre ou de corpos celestes e
de

desenhos técnicos.” Ex.: mapas, plantas, perfis, fotografias aéreas, layouts (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 12);
os

z Audiovisual: “documentos que contêm imagens, fixas ou em movimento, e registros sonoros. Integram este
am

gênero os documentos iconográficos, filmográficos e sonoros”. Ex.: programas de televisão em geral (ARQUIVO
NACIONAL, 2019, p. 12);
R
e
m

„ Iconográfico: “documentos que contêm imagens fixas, impressas, desenhadas ou fotografadas.” Ex.:
er

fotografias (diapositivos, ampliações e negativos fotográficos), desenhos, gravuras, slides, demais gravuras,
lh

em modo estático (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 13);


ui

„ Filmográfico: “documentos que contêm imagens em movimento, com ou sem som.” Ex.: filmes, fitas video-
G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

magnéticas (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 13);


„ Sonoro: “registros sonoros.” Exemplos: discos, fitas audiomagnéticas (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 13).

z Micrográfico: “documentos em microforma.” Ex.: microfilmes, microfichas, cartões-janela, jaquetas, tab-jac


(ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 13);
z Informático: documentos produzidos, tratados ou armazenados em computador. Exemplos: um arquivo do
Word, Excel, um arquivo de áudio do formato MP3.

ARQUIVO X BIBLIOTECA X MUSEU X CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO

Os arquivos, museus, bibliotecas e centros de documentação têm como objetivo comum guardar os documen-
tos, preservá-los, conceder acesso, recolher, tratar, transferir e difundir informações.
O que importa para nossos estudos são as características dos documentos de cada órgão de documentação. As
bancas costumam colocar elementos de bibliotecas e museus como se fossem dos arquivos, preste atenção a isso!
Observe a tabela a seguir, feita a partir das observações de Paes (2004) e Belloto (2006): 151
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CENTRO DE DO-
ARQUIVO BIBLIOTECA MUSEU CUMENTAÇÃO/
BANCO DE DADOS

Órgão colecionador
ou referenciador
Órgão receptor (recolhe de Órgão colecionador
Órgão colecionador (cole- (coleciona ou só
forma natural e orgânica seus (reunião artificial de
ção artificial) referencia dados
documentos) documentos)
em forma física e
virtual)

Documentos reunidos segundo


sua origem e função
Estabelece classificação especí- Documentos reunidos pelo Documentos reunidos
fica para cada instituição, ditada conteúdo (assunto) segundo a natureza do Documentos reu-
pelas suas particularidades Utiliza métodos predeter- material e a finalidade nidos pelo assunto,
Exige conhecimento da relação minados de classificação, específica do museu, por por coleção
entre as unidades, a organização por coleção coleção
e o funcionamento dos órgãos,
por fundos

Objetivos primários: jurídicos,


Objetivos: culturais, técni- Objetivos: educativos, Objetivos: fun-
funcionais e administrativos
cos, artísticos, educativos, culturais, artísticos e damentalmente
Objetivos secundários: culturais e
científicos funcionais científicos
pesquisa histórica

Tipo de suporte: manuscritos, im- Tipo de suporte:


Tipo de suporte: im-
pressos, audiovisuais, micrográfi- Tipo de suporte: objetos audiovisuais ou
pressos, audiovisuais,
cos, fonográficos, iconográficos bi/tridimensionais virtual
manuscritos
Exemplar único ou em número Exemplar único Exemplar único ou
Exemplares múltiplos
limitado de cópias múltiplos

Forma de entrada dos Forma de entrada dos Forma de entrada


Forma de entrada dos documen-

60
documentos: compra, documentos: compra, dos documentos:
tos: passagem natural de fonte

8-
doação, permuta de fontes doação, permuta de fontes compra, doação,
geradora única

48
múltiplas múltiplas pesquisa

6.
Método de avaliação: preserva-se
Método de avaliação: 15
.
aplica-se a unidades
20

a documentação referente a uma


isoladas
-4

atividade, como um conjunto, e


O julgamento não tem
não como unidades isoladas
ra

caráter — —
Os julgamentos são finais e
ei

irrevogável
liv

irrevogáveis
O julgamento envolve
A documentação não rara existe
O

questões de conveniência,
em via única
de

e não de preservação
os

Método descritivo:
am

Método descritivo:
Aplica-se a conjuntos de
aplica-se a unidades
R

documentos
discriminadas
e

As séries (órgãos e suas subdi-


m

Os documentos (anuários, — —
visões, atividades funcionais ou
er

periódicos etc.) são


grupos documentais da mesma
lh

unidades
espécie) são consideradas unida-
ui

isoladas para catalogação


G

des para fins de descrição

Público-alvo: Público-alvo:
Público-alvo: administrador e Público-alvo:
grande público e grande público e
pesquisador pesquisador
pesquisador pesquisador

Retomando os conceitos, não se esqueça de que:

z O arquivo não é um órgão colecionador, qualquer questão que falar que o arquivo faz coleção está errada;
z O arquivo é composto por documentos acumulados de forma natural e orgânica, não é divisível!;
z O arquivo tem como objetivos primários: jurídicos, funcionais e administrativos, e objetivos secundários:
culturais e pesquisa histórica;
z O arquivo não tem objetos tridimensionais para entretenimento e os exemplares são únicos ou em um núme-
ro limitado de cópias;
z Os julgamentos de avaliação dos arquivos são finais e irrevogáveis;
152 z O arquivo não utiliza métodos de classificação predeterminados, depende da realidade de cada arquivo;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Natureza dos arquivos: administrativa, jurídica, informativa, orgânica, serial, contínua e cumulativa;
z “A principal finalidade dos arquivos é servir à administração, constituindo-se, com o passar do tempo, em base
do conhecimento da história” (PAES, 2004, p. 20);
z A função básica do arquivo é tornar disponíveis as informações contidas nos documentos que guarda;
z Arquivos possuem vínculo arquivístico, diferentemente de museus, bibliotecas e centros de documentação
(PAES, 2004, p. 20);
z Arquivos acumulam, diferentes de museus, bibliotecas e centros de documentação que colecionam.

Apresentamos o resumo a seguir para você ver antes da prova!

ARQUIVO BIBLIOTECA

Órgão receptor (natural e orgânico) Órgão colecionador (artificial)


Objetivos primários: jurídicos, funcionais e Objetivos: culturais, técnicos, artísticos, educativos,
administrativos científicos
Acervo em conjunto de documentos Acervo em conjuntos autônomos (isolados)
Exemplares únicos ou em número limitado de cópias Exemplares múltiplos

MUSEU CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO

Órgão colecionador (artificial)


Órgão colecionador e referenciador (artificial)
Objetivos: culturais, artísticos e funcionais
Objetivos: fundamentalmente científicos
Acervo em conjuntos autônomos (isolados)
Acervo em conjuntos autônomos (isolados)
Exemplares únicos
Exemplares únicos e múltiplos
Objetos bi/tridimensionais

CONCEITOS FUNDAMENTAIS: TEORIA DAS TRÊS IDADES (CICLO VITAL DOS DOCUMENTOS)

Teoria segundo a qual os arquivos são considerados arquivos correntes, intermediários ou permanentes, de
acordo com a frequência de uso por suas entidades produtoras e a identificação de seus valores primário e secundá-
rio. (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 160)

60
Arquivos Correntes (1ª Idade)

8-
48
São o “conjunto de documentos, em tramitação ou não, que, por seu valor primário, é objeto de consulta frequente

6.
pelo órgão ou entidade que o produziu e ao qual compete sua administração.” (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 18).
.15
20
z Valor primário: uso para fins administrativos, legais e fiscais. Refere-se à utilidade do documento para o
-4

órgão ou entidade, razão primeira de sua criação, o que pressupõe o estabelecimento de prazos de guarda
ou retenção anteriores à eliminação ou ao recolhimento para guarda permanente. Os documentos correntes
ra

e intermediários apresentam valor primário.


ei
liv
O

Importante!
de

Todos os documentos passam necessariamente pela idade corrente.


os
am
R

Arquivos Intermediários (2ª Idade)


e
m

Arquivo intermediário “é o conjunto de documentos originários de arquivos correntes com uso pouco fre-
er

quente pelo órgão ou entidade que o produziu e que aguarda destinação final” (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 18).
lh
ui

Os documentos intermediários apresentam valor primário.


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

Os documentos não precisam passar necessariamente por essa idade.


Quando um documento passa do arquivo corrente ao intermediário, chama-se transferência.

Passagem do Arquivo Corrente → Intermediário = Transferência

Arquivos Permanentes (3ª Idade)

Arquivo permanente “é o conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor
secundário” (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 18).

z Valor secundário: é aquele atribuído a um documento

[...] tendo em vista sua utilidade para objetivos diferentes daqueles para os quais foi, originalmente, produ-
zido. Refere-se ao uso dos documentos como fonte de pesquisa e informação para terceiros e para a própria admi-
nistração, por conterem informações essenciais sobre matérias com as quais a organização lida para fins de estudo.
(ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 19) 153
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os arquivos permanentes possuem valor secundá- z Pertinência ou temático:
rio (probatório e informativo).
Não podem ser eliminados. [...] princípio segundo o qual os documentos deve-
Quando um documento passa do arquivo corrente riam ser reclassificados por assunto sem ter em
ou intermediário ao arquivo permanente, chama-se conta a proveniência e a classificação original.
recolhimento. (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 126)

Passagem do Arquivo Corrente ou Intermediário Esse princípio é oposto ao que diz respeito aos fun-
→ Permanente = Recolhimento dos, porque ele não respeita a organicidade, selecio-
nando os documentos por critérios temáticos;
PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS

Os princípios arquivísticos são conteúdos essen- Importante!


ciais para a compreensão das bases da arquivologia
e vão nos acompanhar em outros assuntos, como ava- Pertinência = assunto
liação e classificação. Os principais princípios arqui- Proveniência = entidade produtora
vísticos são:

z Proveniência ou respeito aos fundos: z Pertinência territorial:

[...] princípio básico da arquivologia segundo o qual Conceito oposto ao de princípio da proveniên-
o arquivo produzido por uma entidade coletiva, pes- cia e segundo o qual documentos ou arquivos deve-
soa ou família não deve ser misturado aos de outras riam ser transferidos para a custódia de arquivos
entidades produtoras. (ARQUIVO NACIONAL, 2005, com jurisdição arquivística sobre o território ao
p. 17) qual se reporta o seu conteúdo, sem levar em con-
ta o lugar em que foram produzidos. (ARQUIVO
Ou seja, não se pode mesclar documentos de ori- NACIONAL, 2005, p. 131)
gens diferentes. Um documento da Polícia Federal
não pode ser misturado com um documento do Iba- Esse princípio defende, por exemplo, que um
ma, por exemplo. documento produzido pela Defensoria Pública do DF
O princípio da proveniência é norteador do con- sobre um cidadão do Amazonas deve ser transferido
ceito de fundo, visto que fundo é o “conjunto de ao Amazonas. O local ao que se refere o conteúdo do
documento, é onde ele deve ficar;

60
documentos de uma mesma proveniência” (ARQUIVO
NACIONAL, 2005, p. 97).

8-
48
z Ordem original ou santidade:
z Fundo aberto: aquele que ainda recebe novos

6.
documentos porque a entidade produtora ainda 15
Princípio segundo o qual o arquivo deveria conser-
está em atividade;
.
var o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa
20

z Fundo fechado: aquele que não recebe novos ou família que o produziu. (ARQUIVO NACIONAL,
-4

documentos, em função de a entidade produtora 2005, p. 137)


ra

não estar mais em atividade. Preste muita atenção


ei

ao fato de que o fundo fechado não recebe mais Esse princípio é um desdobramento do princípio
liv

documentos novos. Se, por exemplo, um órgão da proveniência, no qual a organização interna do
O

parou suas atividades em 2002, o fundo desse órgão fundo, dada por quem produziu o documento, deve
de

está fechado, mas ele pode receber documentos de ser mantida;


os

1998, porque não são novos documentos.


z Territorialidade ou Proveniência Territorial:
am

Se um organismo extinto A transfere suas compe-


R

tências a outro organismo já existente B, o fundo do [...] derivado do princípio da proveniência e segundo o
e

organismo extinto A será fechado e o fundo do organis- qual arquivos deveriam ser conservados em serviços
m

de arquivo do território no qual foram produzidos,


er

mo B lhe dará continuidade. Por exemplo, o Ministério


lh

do Trabalho foi extinto e transferiu suas competências excetuados os documentos elaborados pelas repre-
ui

ao Ministério da Economia. Logo, o fundo do Ministério sentações diplomáticas ou resultantes de operações


G

militares. (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 141)


do Trabalho será fechado e agora os documentos pro-
duzidos relacionados às competências do Ministério do
Esse princípio afirma que o documento deve per-
Trabalho farão parte do fundo do Ministério da Econo-
manecer onde foi produzido.
mia (ROUSSEAU; COUTURE, 1998).
Guarde o seguinte:
Se o órgão muda de nome, mas mantem suas atri-
buições, o fundo deverá ser aberto.
„ Pertinência territorial: os documentos devem
Se a banca quiser complicar, ela vai vir nessa ideia:
ficar no local do assunto;
O Princípio de Proveniência é a base teórica, „ Proveniência territorial: os documentos
a lei que rege todas as intervenções arquivís- devem ficar no local de produção.
ticas. O respeito desse princípio, na organização e
no tratamento dos arquivos qualquer que seja sua z Organicidade: refere-se à “relação natural entre
origem, idade, natureza ou suporte, garante a cons- documentos de um arquivo em decorrência
tituição e a plena existência da unidade de base em das atividades da entidade produtora” (ARQUIVO
arquivística, a saber, o fundo de arquivo. (ROUS- NACIONAL, 2005, p. 127). Os arquivos devem orga-
154 SEAU; COUTURE, 1998, p. 79) nizar-se conforme a competência e as atividades
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da instituição ou pessoa legitimamente respon-
sável por sua produção ou acumulação, porque GESTÃO DE DOCUMENTOS
refletem a estrutura, as funções e as atividades da
entidade produtora/acumuladora em suas rela- A gestão de documentos é conteúdo essencial para
ções internas e externas; a compreensão de assuntos futuros e sempre cai nas
z Reversibilidade: “princípio segundo o qual todo questões de arquivologia dos concursos. Segundo o
procedimento ou tratamento empreendido em Arquivo Nacional (2019, p. 21), a gestão de documentos
arquivos pode ser revertido, se necessário”
[...] implica em acompanhar todo o ciclo vital
(ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 136). Esse princípio
dos documentos produzidos por um órgão ou enti-
está associado ao fato de os procedimentos de res- dade no desempenho de suas funções e atividades,
tauração e preservação poderem ser revertidos, determinando aqueles que devem ser conservados
caso necessário; em caráter permanente e os que devem ser elimi-
z Unicidade: é a característica segundo a qual, inde- nados a curto, médio e longo prazo, resultando em
pendentemente de forma, gênero, tipo ou suporte, eficiência e economia de tempo e espaço, numa
os documentos de arquivo conservam seu cará- racional utilização de recursos humanos, materiais
ter único, em função do contexto em que foram e financeiros e na redução da massa documental
produzidos. Ainda que se trate de cópias ou exem- produzida. Sua execução exige planejamento, orga-
plares múltiplos, cada documento assume um nização, coordenação e controle de pessoal, espaço
lugar único na estrutura do conjunto ao qual per- físico, equipamentos, instalações, material e recur-
sos financeiros.
tence, definido pelo papel que cumpriu dentro das
funções da instituição que o acumulou;
Segundo a Lei nº 8.159, de 1991, a gestão de docu-
z Integridade arquivística ou indivisibilidade:
mentos é
“decorrente do princípio da proveniência que con-
siste em resguardar um fundo de misturas com
Art. 3º [...] o conjunto de procedimentos e opera-
outros, de parcelamentos e de eliminações indiscri-
ções referentes à sua produção, tramitação, uso,
minadas” (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 108). Esse avaliação e arquivamento em fase corrente e
princípio se baseia em justamente preservar o intermediária, visando a sua eliminação ou reco-
fundo de dispersão, mutilação, alienação, destrui- lhimento para guarda permanente.
ção ou acréscimos indevidos ou não autorizados;
z Cumulatividade/naturalidade: estabelece que o De acordo com o Dicionário de Terminologia

60
arquivo é uma sedimentação progressiva, natu- Arquivística do Conselho Internacional de Arquivos

8-
ral e orgânica (BELLOTTO, 2002, p. 20-21). Esse é (1984, p. 226), a gestão de documentos é “um aspecto

48
um dos princípios que justificam o arquivo não ser da administração geral relacionado com a busca de

6.
uma coleção e sim acúmulo natural de documen- economia e eficácia na produção, manutenção, uso e
15
tos a partir das atividades realizadas; destinação final dos documentos”.
.
20

z Inter-relacionamento: esse inter-relacionamento Segundo Bernardes (1998, p. 11), a gestão de docu-


-4

é devido ao fato de que os documentos estabele- mentos é o


ra

cem relações no decorrer do andamento das tran-


ei

sações e de acordo com suas necessidades. Cada [...] conjunto de medidas e rotinas que garante o efe-
liv

documento está intimamente relacionado tivo controle de todos os documentos de qualquer


O

idade desde sua produção até sua destinação final


de

[...] com outros tanto dentro quanto fora do grupo (eliminação ou guarda permanente), com vistas à
racionalização e eficiência administrativas,
os

no qual está preservado e [...] seu significado depen-


de dessas relações. (DURANTI, 1994, p. 52) bem como à preservação do patrimônio docu-
am

mental de interesse histórico-cultural.


R

Ou seja, o documento é sempre analisado como


e

Segundo a Norma ISO 15.489-1 (2018, p. 9), a gestão


m

conjunto e não isoladamente;


de documentos é
er
lh

z Imprescritibilidade:
ui

[...] um campo da gestão responsável pelo contro-


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

le eficiente e sistemático da produção, recepção,


Princípio pelo qual é assegurado ao Estado o direi- manutenção, uso e eliminação de documentos,
to sobre os arquivos públicos, sem limitação de incluindo os processos de captação e manuten-
tempo, por serem estes considerados bens públicos ção de provas e informações sobre as ativi-
inalienáveis. (ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 105) dades de negócios e transações em forma de
documentos.
Ou seja, o governo não possui limite de tempo de
acesso aos documentos que são públicos; Podemos observar as principais características da
gestão de documentos através destes conceitos:
z Inalienabilidade: “Princípio pelo qual é impedi-
da a alienação de arquivos públicos a terceiros” z A gestão acompanha o ciclo vital dos documen-
(ARQUIVO NACIONAL, 2005, p. 105). Não se pode tos (1ª, 2ª e 3ª idade), mas se concentra nas fases
transmitir formalmente a custódia ou propriedade corrente e intermediária;
de documentos ou arquivos. Ou seja, não se pode z Ela busca a racionalização do uso de recursos,
vender um processo administrativo disciplinar ou economia, eficiência e eficácia administrativa,
doar um dossiê funcional. preservação da memória; 155
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z As ações compreendidas pela gestão de documen- Nela, realizam-se as seguintes atividades:
tos incluem a definição da política arquivística,
que tem por objetivo “produzir, manter e preser- z “Os métodos de controle relacionados às atividades
var documentos confiáveis, autênticos, acessíveis e de protocolo” (recebimento, classificação, registro,
compreensíveis, de maneira a apoiar suas funções e distribuição, tramitação) “e às técnicas específicas
atividades” (CONARQ, 2011, p. 19); de classificação, organização e elaboração de ins-
trumentos de recuperação da informação”;
De acordo com o Arquivo Nacional (2019, p. 8), z “a gestão de arquivos correntes e intermediários”;
z “a implantação de sistemas de arquivo” (ARQUIVO
A eficácia de um programa de gestão de documen-
NACIONAL, 2019, p. 22);
tos depende da adoção de métodos de classifica-
z Elaboração do plano de classificação;
ção e de avaliação, com a aplicação de códigos de
z Elaboração de normas de acesso à documenta-
classificação e de tabelas de temporalidade e desti-
nação de documentos de arquivo, além da implan-
ção (empréstimo e consulta) e a recuperação das
tação de sistemas de arquivos. informações, indispensáveis ao desenvolvimento
de funções administrativas, técnicas ou científicas
z O programa de gestão de documentos deve ter das instituições.
como base uma política arquivística e a designa-
ção de responsabilidades, além de estar alinhado Destinação
com a missão institucional e a legislação arqui-
vística em vigor. Consiste na avaliação sobre

A gestão de documentos divide-se em 3 fases, a [...] quais documentos devem ser conservados como
PUD: testemunho do passado, quais devem ser elimina-
dos e por quanto tempo devem ser mantidos por
z Produção; razões administrativas, legais ou fiscais. Envolve
z Utilização e Conservação (se a questão falar só uti- as atividades de análise, seleção e fixação de
lização também estará correto!); prazos de guarda dos documentos. Devem par-
z Destinação. ticipar desta fase arquivistas e administradores.
(ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. 22)
Produção
Durante a destinação, realizam-se as seguintes
[...] produção dos documentos em razão da exe- atividades:

60
cução das atividades de um órgão ou entidade.

8-
Nesta fase deve-se otimizar a produção dos docu-
[...] cumprir o estabelecido na primeira e na segun-

48
mentos, evitando produzir aqueles que não sejam
da fase da gestão de documentos;
essenciais, diminuindo o volume a ser manuseado,

6.
[...] manter processos contínuos de avaliação, com
controlado, armazenado e eliminado, e garantin- 15
aplicação dos prazos de guarda e destinação final
.
do, assim, o uso adequado dos recursos de tecno-
20
dos documentos;
logia da informação (reprografia e automação). [...] promover a eliminação periódica dos documen-
-4

(CONARQ, 2019, p. 21) tos que já tenham cumprido os prazos de guarda e


ra

não possuam valor secundário. (ARQUIVO NACIO-


Na produção, realizam-se as seguintes atividades:
ei

NAL, 2019, p. 22)


liv

z Elaboração e gestão de fichas, formulários e


O

correspondência;
de

z Controle da produção e da difusão de documentos


os

de caráter normativo; ROTINA DE TRABALHO E EFICÁCIA


am

z Utilização de processadores de texto e computadores; PROFISSIONAL


z Criação apenas de documentos essenciais à
R

administração da instituição e evitadas duplicação


e

Trabalhar faz parte do nosso dia a dia, porém, não


m

e emissão de vias desnecessárias; se trata de um amontoado de exercícios e tarefas que


er

z Propor a consolidação de atos normativos altera- realizamos diariamente de qualquer maneira, para
lh

dos ou atualizados com certa frequência, visando


ui

nos tornarmos mais produtivos, é necessário organi-


à perfeita compreensão e interpretação de textos;
G

zá-las. Para isso, entretanto, não basta apenas a força


z Apresentar estudos sobre a adequação e o melhor de vontade e a disciplina, é preciso ter alguns princí-
aproveitamentos dos recursos reprográficos e pios de organização que ajudarão neste processo. Isto
informáticos; é, precisamos ter uma rotina de trabalho devida-
z Contribuir para a difusão de normas e informações mente planejada e otimizada.
necessárias ao bom desempenho institucional;
z Opinar sobre a escolha de materiais e equipamentos; O que é Rotina de Trabalho?
z Participar da seleção dos recursos humanos que
deverão desempenhar tarefas arquivísticas e afins. No dicionário, rotina significa “sequência de pro-
cedimentos, dos costumes habituais; modo como se
Utilização
realiza alguma coisa sempre da mesma forma; que se
Esta fase diz respeito ao fluxo percorrido pelos faz todos os dias”. Com isso, entendemos que rotina
documentos para o cumprimento de sua função de trabalho é a sequência das atividades profissionais
administrativa, assim como de sua guarda, após que realizamos diariamente. Todavia, não é somente
cessar o trâmite. (ARQUIVO NACIONAL, 2019, p. essa sequência que compõe a rotina, mas também a
156 22). forma que realizamos essas atividades.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uma rotina de trabalho bem definida evita o acú- o Pipefy, por exemplo. Esta plataforma permite que
mulo de tarefas, atrasos no cumprimento de prazos você gerencie a sua lista de tarefas e crie processos
e outros contratempos que podem surgir quando não individuais para cada cliente. Dessa forma, torna-se
há uma programação a ser seguida. mais fácil, por exemplo, visualizar a sequência da lista
Contudo, uma rotina de trabalho muito rígida pode de tarefas.
fazer com que os colaboradores fiquem insatisfeitos, O Pipefy centraliza e organiza a sua rotina de tra-
já que não têm flexibilidade para realizar ajustes em balho, além de ser uma plataforma colaborativa, na
casos de imprevisto ou quando necessário1. qual você pode montar times que fazem parte da sua
equipe ou de um projeto específico.
Rotina de Trabalho no Ambiente Remoto Dito isso, percebe-se que ferramentas como essa
são ideais para quem trabalha de forma remota ou
Uma rotina de trabalho não tem uma fórmula exa- para quem precisa estar em contato com uma equipe
ta, ela pode variar de acordo com a empresa, o setor, para acompanhar as etapas de um processo. Ter uma
o cargo, ou a modalidade de serviço (presencial, home rotina de trabalho bem definida e organizada per-
office, etc.). No caso do home office, podemos organizar mite que você seja mais produtivo(a), além de evitar
a rotina de trabalho no âmbito remoto das seguintes imprevistos. Mas, vale lembrar que essa rotina tam-
maneiras: bém precisa ser flexível para se ajustar às demandas.
Se você está precisando de ferramentas para
z Definição de um horário para acordar todos os melhorar a organização da sua rotina de trabalho,
dias; entre em contato com nossos especialistas, que irão te
z Estabelecimento de um horário para tomar café da
apresentar a solução certa para você e sua empresa2.
manhã e realizar as atividades necessárias antes
de trabalhar;
z Definição de um horário para começar a trabalhar;
z Organização em calendário, agenda, aplicativo, ou
qualquer plataforma que permita registrar as tare- ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
fas a serem realizadas no dia. Isso otimiza muito
o seu tempo, pois já indica quais atividades preci- A administração do tempo trata-se de uma fer-
sam ser feitas; ramenta gerencial3, que pode ser utilizada tanto
z Reserva de um horário para o almoço; nas empresas quanto em nossas vidas pessoais, pois
z Definição de pausas durante o expediente, confor- permite a organização de metas pessoais e profis-

60
me achar necessário, para alongar o corpo, tomar sionais com menor dispêndio de energia física e
um chá ou café, se movimentar, fazer ligações etc.

8-
mental. Podemos afirmar que a boa administração

48
do tempo é o fator mais importante na administração

6.
Dito isso, também é importante que, pouco antes de si mesmo e do trabalho executado, pois ela começa
do final do expediente, você verifique a sua lista de 15
com a autodescoberta, ou seja, com a identificação de
.
atividades e marque as que foram completas e as que
20
como utilizamos o nosso tempo, do que não nos satis-
ficaram pendentes. Além disso, também é essencial
-4

faz e do que desejamos mudar.


programar as atividades a serem realizadas no dia Geralmente, o maior problema no trabalho é a fal-
ra

seguinte. ta de tempo suficiente para fazer tudo o que é necessá-


ei

rio. Nessa mesma lógica, Peter Drucker menciona que


liv

Eficácia Profissional o profissional que não consegue gerenciar seu pró-


O

prio tempo não consegue gerenciar mais nada, pois o


de

A eficácia profissional relaciona-se à capacidade domínio do tempo tem importância vital: precisamos
os

de cumprir com a organização e com o planejamento dominá-lo ao invés de sermos dominados por ele.
am

das atividades de trabalho. Assim, vejamos alguns passos fundamentais para


Caso você queira ter a certeza de que uma determi-
R

nada rotina de trabalho está sendo eficiente, é preciso uma melhor otimização do tempo:
e
m

analisar o seu desempenho.


z quantificar como este é utilizado atualmente;
er

A análise de desempenho poderá ser feita por meio


lh

de checklists, planilhas, tabelas, dentre outros. A par- z eliminar os pontos de estrangulamento com base
ui

tir deste monitoramento, será possível identificar as nesta quantificação;


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

dificuldades e as falhas na execução de determinadas z planejar efetivamente como aplicar o tempo eco-
atividades, e, a partir disso, solucioná-las a fim de que nomizado com a eliminação dos estrangulamentos.
se amplie ou se reduza o fluxo das demandas.
Podemos resumir os três passos iniciais do geren-
Automação de Rotinas de Trabalho ciamento de trabalho/tempo em três palavras: desco-
brir, planejar e agir. Entretanto, apesar de parecer
A automação é uma poderosa aliada nas rotinas de extremamente simples, gerenciar o tempo exige
trabalho. Determinadas atividades repetitivas podem meticulosidade, força de vontade e, acima de tudo,
ser automatizadas através de softwares previamente disposição para mudar o estilo de vida. É preciso defi-
programados para isso. Outra boa opção é utilizar fer- nir prioridades, planejar a execução delas e, por fim,
ramentas para organizar a rotina de trabalho, como realizá-las.
1 SOFFENER, S. Rotina de trabalho: o que é e como melhorar. Disponível em: https://www.pipefy.com/pt-br/blog/rotina-trabalho/. Acesso em:
15 dez. 2022.
2 Ibid.
3 LACERDA, A. Como gerenciar o tempo. Pesquisa: CIPE – Centro Integrado de Pesquisa e Ensino: Abr. 2010. 157
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Avaliar o que é realmente importante é fundamen- Podemos falar de organização escolar, organiza-
tal para gerenciar o tempo. De acordo com o consultor ção empresarial, organização pessoal, organização de
Marco Antônio Imperador, da Franklin Covey do Bra- eventos, organização doméstica, etc. Em todas essas
sil, quando não se sabe quais são as prioridades, tudo aplicações, o sentido de organização se baseia na for-
parece urgente e imprescindível. ma como as pessoas se inter-relacionam entre si e
Infelizmente, quando os outros veem que estamos na ordenação e distribuição dos diversos elementos
fazendo tudo, esperam que, sempre, todas as tarefas envolvidos com vista a uma mesma finalidade.
sejam realizadas, o que não é bom, pois pode gerar
a queda no rendimento e até mesmo no conceito do ELEMENTOS QUE ENVOLVEM A ORGANIZAÇÃO DO
funcionário na empresa. De outro modo, o gestor não TRABALHO
precisa de quem faz tudo, mas de quem faz bem o que
Sala de Recepção
é realmente necessário.
A maioria das pessoas tem certo orgulho da sua Quem recepciona é o anfitrião da instituição e,
capacidade de se lembrar de “tudo” que deve ser feito. por isso mesmo, é de se esperar que ele cuide do setor
Entretanto, apesar desse tipo de visão ter sido bem- onde trabalha como se fosse a sua própria casa. Entre-
-sucedido em outra época, o ritmo atual do trabalho, tanto, muitos profissionais falham na realização desse
da vida particular, e o volume de atividades com as serviço, porque este implica no cumprimento de algu-
quais devemos estar em dia aumentaram tanto que é mas tarefas aparentemente desnecessárias.
impraticável “estar por dentro de mil coisas a fazer”. A(o) recepcionista/secretária/cargo administrativo
Essa preocupação constante, ao invés de auxiliar, aca- que mantém a sala de recepção limpa, em ordem e
ba sobrecarregando os trabalhadores. eficientemente organizada, está apenas demonstran-
Por isso, os executivos e gerentes devem buscar “se do uma atitude correta com o serviço.
esquecer” das coisas que precisam fazer. Sim, esque- Muitas vezes, seu ambiente de trabalho está contra
cer. O que as pessoas precisam é gerenciar e otimizar você. Pense que você passa, pelo menos, oito horas do
seu tempo com o auxílio de sistemas adequados. seu dia no trabalho e, certamente, o que estiver erra-
do no seu ambiente de trabalho vai diminuir sua pro-
O que Fazer com o Tempo Ganho? dutividade e causar danos a sua saúde!
Primeiramente, é preciso criar uma hora diária O Mobiliário
(tempo arbitrário), só sua, na qual você se afaste dos
telefonemas, reuniões, entrevistas, etc. Feito isso: Uma mesa muito baixa acaba com a coluna de
qualquer um. O tampo da mesa deve estar em média

60
z leia aqueles artigos importantes que estão se acu- a 80 cm do chão. A cadeira deve ter sempre encosto
mulando em sua mesa;

8-
para toda a área das costas e deve ser acolchoada. Seus

48
z pare e repense as suas atividades diárias; pés devem estar sempre apoiados. Se a cadeira é alta
z redescubra-se como profissional e como pessoa;

6.
demais, providencie uma caixinha para apoiar os pés.
z procure se concentrar em tarefas multiplicadoras; 15
O teclado do computador deve estar a uma distância
.
z pense na qualidade dos serviços prestados e em
20
que faça o cotovelo estar a 90º em relação ao corpo. O
como melhorá-los;
-4

topo do monitor deve estar à altura da linha dos olhos


z busque melhorar o seu relacionamento com os de modo que a cabeça fique levemente inclinada para
ra

demais profissionais da sua empresa. baixo. Uma cadeira de escritório deve ter apoio para o
ei

antebraço. Apoie seu braço para usar o mouse.


liv

São benefícios da administração do tempo:


O

A Iluminação
de

z desenvolvimento de uma perspectiva real do que a


vida oferece e como pode ser vivida; O ideal é que, sempre que possível, você faça algo
os

z maior aproveitamento da vida; para melhorar a iluminação da sua sala, pois danos
am

z maior domínio e controle do trabalho; na visão decorrentes de uma iluminação inadequada


R

z menor pressão interna e pressões externas; podem gerar problemas irreversíveis em médio pra-
e

z maior segurança e objetividade do trabalho; zo. Quando perceber que está inclinando a cabeça
m

para conseguir ler alguma coisa, procure seu oculista


er

z aumento da produtividade;
e providencie uma iluminação melhor.
lh

z conquista do equilíbrio entre a vida pessoal, fami-


ui

liar e profissional;
G

z melhora do condicionamento físico. CONTROLE E TRAMITAÇÃO DE DOCUMENTOS

O controle do fluxo diário de correspondência


é muito importante. Em organizações de grande e
médio porte, existem departamentos responsáveis
AMBIENTE E PARTICULARIDADES DO unicamente pela recepção, distribuição e expedições
TRABALHO de correspondências internas e externas da institui-
ção (Setor de Protocolo).
Segundo Srour4, organização é uma palavra origi- Nesses locais, todos os volumes recebidos são pro-
nada do Grego “organon” que significa instrumento, tocolados, classificados e posteriormente encaminha-
utensílio, órgão ou aquilo com que se trabalha. De um dos aos departamentos e pessoas competentes ou,
modo geral, portanto, podemos dizer que a organiza- ainda, são tomadas as providências para que os mate-
ção é a forma como se dispõe um sistema para atingir riais sejam devidamente despachados.
os resultados pretendidos.

158 4 SROUR, R. H. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Existem organizações nas quais a triagem e o envio Para tanto, é importante listar tarefas diárias esta-
de toda a correspondência costuma se concentrar nas belecendo prazos e grau de prioridade. Isso possibilita
mãos de uma única pessoa, geralmente, a recepcionis- mensurar o acompanhamento da rotina de trabalho.
ta, que é quem faz uma primeira seleção e encaminha
os volumes. Normalmente, apenas a recepcionista tem
autorização para abrir correspondência sem especifica- Importante!
ção clara do destinatário. Sendo assim, ela deve tomar
Procure melhorar o aspecto do escritório, pois
conhecimento do assunto e, só então, proceder com a
distribuição adequada. Devemos nos lembrar que a ele exerce influência sobre o desempenho das
quebra do sigilo de correspondência pessoal é crime. atividades. Para isso, verifique, sobretudo, o que
A expedição de documentos inclui tarefas como pode ser melhorado, que procedimentos podem
pesar, fechar e selar embrulhos, cartas, preparar pro- ser eliminados ou simplificados. O trabalho
tocolos, recibos e, principalmente, tomar todas as pro- toma-se mais agradável e simples quando dis-
vidências para que a correspondência seja enviada pomos de conhecimentos profissionais sobre
em tempo hábil. arquivística, redação, gramática, informática e
Em qualquer que seja a sua situação específica, é temos à mão um guia com os telefones mais
fundamental que você tenha pleno conhecimento das usados, código de endereçamento postal, lista
precauções e procedimentos básicos que envolvem o telefônica, dicionário da língua portuguesa, lis-
manejo da correspondência. ta de assuntos pendentes em ordem de impor-
tância, uma Gramática da Língua Portuguesa e,
Recepção de Documentos finalmente, o estabelecimento de metas para
As normas para abertura de correspondências
alcançar. De todo modo, delegar tarefas a outros
podem variar de acordo com os hábitos do escritório. integrantes da organização, providos de habi-
Em alguns casos, a você caberá apenas organizar a lidades para executá-las, contribui para evitar
remessa, separando os vários tipos de correspondên- sobrecargas diárias.
cia: telegramas e envelopes com a anotação “urgente”,
correspondência pessoal, correspondência comum Apesar de variar conforme a Instituição, geral-
ou “de rotina”, comunicados internos e circulares, mente, a área de trabalho do profissional administra-
material de publicidade, catálogos, revistas etc. Fei- tivo, secretária ou recepcionista, é o escritório, mas os
to isso, você deve passar todo material às pessoas demais espaços destinados aos seus serviços também
especificadas.
o são. A área ocupada pela recepção, por exemplo,

60
Além disso, é conveniente registrar (em sua agen-
varia de acordo com a categoria do estabelecimento,

8-
da ou outro local apropriado) as informações conti-

48
das em documentos com frases como “mandaremos com o número de colaboradores que nela trabalham,

6.
um relatório detalhado dentro de duas semanas”, com o movimento de usuários etc.
“aguarde mostruário atualizado no fim do mês” etc.
.15
Da mesma forma, variam os equipamentos e mobi-
20

Decorrido o prazo estipulado, você poderá tomar as liários existentes nas organizações. Um Assistente
-4

providências para que se cumpra o prometido. Administrativo precisa conhecer os equipamentos


Tome nota de todas as datas de expedição e rece- e instrumentos de controle mais utilizados em uma
ra

bimento dos documentos e correspondências: o con-


ei

recepção. São estes:


liv

trole ou registro de toda a correspondência recebida é


O

muito importante.
z computador;
de

Uma folha de registro deve conter os seguintes z impressora;


os

itens: z máquina registradora elétrica;


am

z calculadora;
z datas de recebimento e arquivamento da
R

z máquinas de cartões de crédito;


correspondência;
e

z quadro de chaves;
m

z data e código de referência citados no texto da


z central telefônica;
er

carta;
lh

z o nome do remetente; z fax e telefones;


ui

z assunto tratado; e z fichários;


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

z departamento ou pessoa a que foi dirigida. z arquivos;


z livros de ocorrências e de registros;
Faça uma folha de registro como modelo e tire z mesas, gavetas e prateleiras e alarmes.
cópias de acordo com as suas necessidades. Uma vez
que as folhas estiverem preenchidas, arquive-as numa
pasta em ordem cronológica. Também é possível fazer ORGANIZAÇÃO DE AGENDA/CALENDÁRIO
isso em um caderno próprio, no qual tais informações
sejam referentes aos documentos de cada ano. Quando você ouve falar que alguém é secretário
em uma grande empresa, você imagina uma moça
REGRAS PRÁTICAS PARA ORGANIZAR O
numa mesa, esperando o telefone tocar ou servindo
TRABALHO café nas reuniões?
Em primeiro lugar, são atribuídas prioridades: o Saiba que essa imagem está equivocada. O pro-
que deve ser realizado imediatamente e o que pode fissional dessa área é responsável por tarefas impor-
ter um prazo maior? Assim, as urgências devem ser tantes no mundo corporativo, tais como organizar a
conhecidas e devidamente priorizadas. agenda executiva. Além disso, o secretário executivo 159
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ganha cada vez mais espaço nas organizações, pois é a si por perceberem os estímulos ambientais de modo
pessoa responsável por prestar assessorias em diver- diferente), elogios (não devemos desperdiçar a opor-
sas atividades, tais como a organização da agenda dos tunidade de reconhecer o bom trabalho das pessoas e
diretores5. de animá-las) e a cobrança firme dos resultados par-
Ao abordamos a agenda executiva, é necessário ciais esperados, visto que suporte, otimismo, elogios
sabermos que ela é de suma importância para reali-
não são os únicos fatores.
zarmos um bom planejamento e organização das roti-
nas profissionais. Esta ferramenta vai possibilitar que
se tenha uma visão de todas as responsabilidades do
executivo de determinada empresa. Podemos mencio-
nar, também, seu auxílio na ordem de prioridade das EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO AO
tarefas mais relevantes e, também, sua capacidade de
CIDADÃO; O ENFOQUE NA QUALIDADE;
otimizar o tempo de trabalho nas organizações.
Nos dias de atuais, a ‘‘antiga’’ agenda de papel está O ATENDIMENTO PRESENCIAL E POR
dando lugar às versões digitais. Com os recursos da TELEFONE
nuvem digital, o secretário pode organizar as agendas
dos executivos e compartilhá-las em tempo real. Com O atendimento ao cliente é a interação direta entre
isso, dá mais agilidade e mobilidade para os profissio- um consumidor e um representante de determinada
nais, que podem acessar o documento em qualquer
empresa que está vendendo ou oferecendo serviços.
hora e local.
Ainda hoje, quando grande parte do atendimen-
to ao cliente é feito por sistemas automatizados de
Passos para Iniciar uma Agenda Executiva
autoatendimento, a opção de falar com um ser huma-
Inicialmente, devemos escolher um modelo ideal, no é vista como necessária para a maioria das empre-
que atenda as demandas do dia a dia, levando em con- sas. Além disso, trata-se de um aspecto fundamental
sideração, por exemplo, no caso de uma agenda física, no atendimento humanizado.
seu tamanho e seu peso. Além disso: Nos bastidores da maioria das empresas, estão pes-
soas que nunca encontram ou cumprimentam aque-
z realize marcação com cores e símbolos a fim de les que compram seus produtos. Os representantes de
destacar eventos importantes, organizar a ordem atendimento ao cliente são os que têm contato direto
de prioridade das tarefas ou apenas deixar as ano- com os compradores. As percepções dos compradores

60
tações mais visuais; sobre a empresa e o produto são moldadas, em parte,
z elabore legendas para sinalizar quando algo foi

8-
por sua experiência em lidar com essa pessoa.

48
concluído, está em produção ou possui caráter de Por esse motivo, muitas empresas trabalham
urgência;

6.
arduamente para aumentar os níveis de satisfação de
z mantenha sempre em ordem a rotina das tare-
seus clientes.
.15
fas que irão ser realizadas no dia, realizando revi-
20

sões dos compromissos listados6.


-4

Custo da Satisfação do Cliente


ra

FOLLOW-UP / FOLLOW-THROUGH
ei

Durante décadas, as empresas de muitos setores


liv

O termo Follow-up é uma palavra do idioma inglês procuraram reduzir os custos de pessoal automati-
O

que significa continuação, acompanhamento, segui- zando seus processos o máximo possível. No atendi-
de

mento, supervisão, fiscalização ou verificação. mento ao cliente, isso tem levado muitas empresas
os

No campo das Noções Administrativas, pode- a implementar sistemas online, ou telefônicos, que
am

mos considerá-la como um termo que, relacionado à tiram o máximo de dúvidas ou resolvem o máximo de
comunicação, envolve o monitoramento de objetivos problemas sem a presença humana.
R

e metas estabelecidos. Mas, no final, há questões de atendimento ao clien-


e
m

A fim de garantir que esses objetivos e metas sejam te para as quais a interação humana é indispensável.
er

cumpridos e alcançados, faz-se necessário o monito- Assim, quando a empresa investe em um atendimento
lh

ramento dos serviços e o report à equipe interna e ao humanizado, adquire uma vantagem competitiva. A
ui

cliente da situação avaliada. Esse report é, justamente, Amazon é um exemplo de empresa que está fazen-
G

o  follow-up . A sua falta, por sua vez, é um dos motivos


do de tudo para automatizar uma operação vasta
mais comuns do fracasso no atingimento dos objeti-
e complexa. Precisa, já que entregou 4,2 bilhões de
vos e metas.
pacotes nas portas dos clientes em 2020. Além disso,
Características Específicas do Follow-up esta empresa ainda oferece atendimento ao cliente 24
horas por dia, por telefone, além de serviços de e-mail
Um Follow-up, quando bem executado, é aque- e chat ao vivo.
le que considera fatores como: intervalo de tempo A maioria das empresas bem-sucedidas reconhece
entre os períodos de checagem (que deve ser curto o a importância de fornecer um excelente atendimento
suficiente para permitir intervenções antes que seja ao cliente, pois a interação cortês e empática de um
tarde demais e longo o suficiente para transmitir con- representante de atendimento com cliente pode signi-
fiança), abordagens (as pessoas são diferentes entre ficar a diferença entre perdê-lo ou retê-lo.
5 Ferraz, E. Dicas para organizar uma agenda executiva. Disponível em: https://blog.fecap.br/agenda-executiva/. Acesso em: 15 dez. 2022.
6 Tllibra E. A . Disponível em: https://blog.tilibraexpress.com.br/agenda-executiva-como-organizar-sua-rotina-em-4-passos/. Acesso em 15
160 dez. 2022.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Principais Componentes do Bom Atendimento ao 20 segundos da sua chamada podem ser a chave para o
Cliente sucesso. Usando apenas a combinação de suas palavras
e tom de voz, você pode aumentar ou diminuir suas
Proprietários de pequenos negócios bem-sucedi- chances de obter o resultado desejado dessa interação.
dos entendem a necessidade de um bom atendimento Embora possa ser mais conveniente entrar em
ao cliente. Entretanto, muitas grandes empresas estu- contato com alguém por meio de tecnologias digitais,
dam o assunto em profundidade e têm algumas con- o telefone ainda é uma forma mais pessoal de condu-
clusões básicas sobre seus principais componentes. zir uma conversa de negócios, pois nada pode substi-
Vejamos. tuir o som de uma voz humana.
Fora do domínio das mensagens de texto e e-mails,
z A atenção oportuna às questões levantadas pelos muitas entrevistas de emprego e reuniões de negócios
clientes é crítica. Exigir que um cliente espere na ainda são conduzidas inteiramente por telefone.
fila ou fique em espera prejudica uma interação
antes de começar; Como Conduzir uma Conversa de Negócios ao
z O atendimento ao cliente deve ser um processo de Telefone
etapa única para o consumidor;
z Se um cliente ligar para uma linha de apoio, o Ao fazer chamadas, diga “Alô” e apresente-se à pes-
representante deve, sempre que possível, acompa- soa do outro lado da linha. Para seguir a etiqueta pro-
nhar o problema até à sua resolução; fissional ao telefone, comece com seu primeiro nome
z Se um cliente precisar ser transferido para outro e sobrenome somados ao cargo ou nome da empresa,
departamento, o representante original deve se necessário. Por exemplo:
acompanhá-lo a fim de garantir que o problema
foi resolvido. z “Olá. Meu nome é Brian e estou ligando de [nome
da empresa].”
ATENDIMENTO INTERNO E EXTERNO
Além disso, é educado começar uma conversa sen-
O atendimento ao cliente interno envolve tudo do claro e objetivo, especialmente se você conhece
o que uma organização pode fazer para ajudar seus bem a pessoa. Lembre-se de que o tempo é limitado
funcionários a cumprir suas obrigações, atingir suas na ligação, portanto, concentre-se no objetivo espe-
metas e desfrutar de seu trabalho. Dito isso, abrange cífico da conversa e vá direto ao ponto. Se você não
a comunicação entre diferentes departamentos e a inte- conhece a pessoa, troque gentilezas, tais como um
ração dos indivíduos com seus colegas, subordinados ou breve “Como você está hoje?” ou “Espero que você

60
superiores. O atendimento interno é um aspecto vital esteja bem hoje”.

8-
dos negócios modernos, pois cria o ambiente no qual O próximo passo é indicar o motivo de sua cha-

48
uma empresa tem mais chances de sucesso. mada. Assim, após a saudação telefônica profissional,

6.
O atendimento ao cliente externo, por sua declare o objetivo de sua ligação de maneira educada
15
vez, relaciona-se à ajuda oferecida a indivíduos e direta. Por exemplo:
.
20

e entidades fora da organização para que obte-


-4

nham bens, produtos, informações e serviços. Os z “Recebi seu e-mail ontem, então, estou ligando
usuários finais podem ser compradores, patronos de
ra

para acompanhar”;
ei

cinema, turistas, clientes empresariais ou empresas z “Estou ligando de [nome da empresa]. Gostaria de
liv

interessadas em contratar serviços. O atendimento falar com você sobre sua compra recente.”
O

ao cliente externo avalia as necessidades do usuário


de

final e estabelece processos e protocolos para atender Explicar o motivo de sua ligação fornece foco e
a essas expectativas. A pessoa média não distingue direção para a conversa. Ademais, isso vai te ajudar a
os

entre atendimento ao cliente externo e atendimento prender a atenção da pessoa e mostrar que você está
am

ao cliente em geral. No entanto, os termos são mais preparado para a palestra.


R

sutis nos negócios. As grandes organizações tendem Uma vez apresentado o objetivo da ligação, é
e

a ser muito claras quanto aos papéis e às funções de importante que você ouça o cliente sem realizar inter-
m

atendimento ao cliente externo versus interno, pois rupções à sua fala.


er

ambas as áreas são essenciais para o bom funciona- Embora você possa se esforçar para atingir o obje-
lh

mento e sucesso de uma organização.


ui

tivo principal de sua ligação comercial, certifique-se


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

de manter uma conversa bidirecional em vez de um


COMUNICABILIDADE E ATENDIMENTO monólogo. Dê à pessoa com quem você está falando
TELEFÔNICO tempo para responder e fazer qualquer pergunta que
ela possa ter. Ouça atentamente e use acenos ver-
Nos dias atuais, ao invés de telefonemas, muitas bais, tais como “parece interessante,” “bom,” “sim, eu
pessoas optam por e-mails ou mensagens de texto entendo,” “isso mesmo,” “entendo,” “você poderia me
para comunicação relacionada ao trabalho. falar mais sobre,” etc.
De acordo com Darlene Price, presidente da Well Por fim, agradeça. A polidez nunca será antiquada.
Said, Inc. e autora de “Well Said! Presentations and Termine sua ligação agradecendo a pessoa por seu tempo:
Conversations That get results”, o medo de falar ao
telefone e a dúvida sobre o que dizer, e como dizer, z “Muito obrigado por falar comigo. Tenha um bom
impedem que muitos potenciais chamadores dis- dia.”
quem números. Ao contrário de e-mails e mensagens,
nos quais você pode editar suas palavras a qualquer Do ponto de vista comercial, uma conversa telefô-
momento, usar um telefone para comunicação comer- nica malsucedida pode custar produtividade, tempo
cial é uma experiência em tempo real. Os primeiros e até dinheiro. Se você quer que seus atendimentos 161
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
tragam bons resultados, você deve se preparar para assuntos você leva para o seu líder. Muitas vezes, você
cada um deles. Tente manter a conversa o mais leve e pode aprender como resolvê-las, passando ser conhe-
positiva possível e não se esqueça da etiqueta comer- cido como uma “pessoa-solução” pelos colegas e pelo
cial ao telefone. próprio líder da sua equipe.
Com mais confiança e um pouco de prática, você
não terá problemas para conduzir uma conversa de Não Seja Negligente
negócios — seja com um cliente, parceiro de negócios
ou colega. Por outro lado, é importante atentar-se ao quanto
você dialoga com o seu superior. No caso de ausência
de conversas, em vez de autonomia, podem pensar
que você é negligente a ponto de não querer saber um
feedback, orientação ou mesmo auxílio para a condu-
RELACIONAMENTO COM CHEFIA, ção de um bom trabalho. Por isso, nem que seja para
VISITANTES E COLEGAS DA atualizar o líder a respeito do seu trabalho, aborde-o
REPARTIÇÃO em um momento oportuno para deixá-lo a par do que
você tem realizado8.
Um dos grande pontos de satisfação no quadro de
funcionários é o entrosamento entre a diretoria e os RELACIONAMENTO COM VISITANTES E COLEGAS
colaboradores. Isso melhora na satisfação, no aumen- DE TRABALHO
to de produção e, logo, no resultado final.
Ressalta-se que o respeito e o bom convívio devem A maioria das pessoas passam maior parte do seu
ser preservados de modo que seja prezada a hierar- dia no local de trabalho. Muitos permanecem traba-
quia de uma determinada empresa7. lhando com os mesmos colegas e a mesma equipe por
Ninguém trabalha sozinho. Mesmo equipes opera- anos e para ter um bom desempenho, a equipe precisa
das por um só funcionário relacionam-se com outros ter um bom relacionamento entre si.
setores e, não raras vezes, respondem a um gestor. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas
Isso significa que o relacionamento corporativo é o respeito e o bom relacionamento são essenciais.
fundamental, assim como ocorre em qualquer outra Uma relação profissional precisa ser harmônica para
camada da nossa sociedade. É a partir de conexões garantir não só a saúde mental dos envolvidos, mas
positivas que abraçamos oportunidades, trabalhamos principalmente, para garantir que o desempenho seja
coletivamente e dividimos responsabilidades, as con- bom e o trabalho em equipe seja realizado de forma
quistas e, também, as lições. eficiente.

60
Antes de vermos o que pode ser feito para cons- Assim, por mais que colegas possam ser amigos, o

8-
truirmos boas relações com os líderes da empresa relacionamento profissional deve ser tratado de for-

48
e, também, com os colegas de trabalho, é importan- ma distinta de uma relação entre amigos ou familia-

6.
te observarmos quais atitudes e comportamentos res. Cada pessoa é diferente e devemos respeitá-las.
15
devem ser evitados. Dessa maneira, é possível identi- Isso significa que devemos dar nosso melhor e manter
.
20

ficar quais práticas podem influenciar negativamente uma boa relação com os colegas, independentemente
-4

na condução de um bom relacionamento com o chefe. de opiniões, gostos e se concordamos ou não com o
estilo de vida que cada um leva. Enquanto entre ami-
ra

Vejamos algumas dicas para o bom relacionamento


gos e familiares essas diferenças podem ser levadas
ei

empresarial.
liv

em consideração, no trabalho, isso deve ser deixado


O

Atenção ao Humor das Pessoas de lado.


Uma equipe que não se relaciona bem não conse-
de

gue trabalhar em conjunto e, consequentemente, não


os

Pouquíssimas pessoas se sentem à vontade com


traz resultados. Pior, causa desentendimentos, inimi-
abordagens quando estão frustradas ou irritadas com
am

zades, desgastes e descontentamentos.


algo. O mesmo deve acontecer com o seu chefe. Assim,
R

Por isso, adotar certas “regras” para um bom rela-


caso você tenha algo para resolver e queira a opinião
e

cionamento no trabalho é essencial para a boa convi-


ou auxílio dele, veja se é a melhor hora para abordá-
m

vência e para que o trabalho seja realizado da forma


er

-lo. Às vezes, a espera (se possível) pode se configurar


como deve ser.
lh

em uma interação de mais qualidade. Sem falar que,


ui

caso você opte por resolver o problema por conta pró-


Evite Fazer Parte de Panelinhas
G

pria, pode ganhar alguns pontos a mais no conceito


do seu líder.
Em empresas muito grandes, ter grupinhos de ami-
Cuidado com as Reclamações gos separados pode ser comum. Assim, há pessoas que
só se relacionam com algumas e outras que somente
conversam com os integrantes da sua equipe.
Não seja uma “pessoa-problema”: aquela que
O ideal é ser aberto, receptivo e conversar com os
só procura pelo líder para queixar-se do trabalho,
outros. Se você for fechado e andar com poucas pes-
dos outros, da temperatura do ar-condicionado e de
soas, os outros podem pensar que você é antipático e
outras coisas que podem nem depender de seu ges-
incapaz de socializar.
tor. Exercite a autonomia e aprenda a resolver ques-
tões problemáticas. Além disso, escolha bem quais

7 Fiovarante, M. Gestão de pessoas: como melhorar a relação entre chefe e funcionário? Disponível em: https://objetivasolucao.com.br/gestao-
-de-pessoas-como-melhorar-relacao-entre-chefe-e-funcionario/ Acesso em: 15 dez. 2022
8 Macedo, A. C. Aprenda como melhorar o relacionamento com o chefe. Disponível em: https://blog.betterfly.com/pt/melhorar-o-relacionamen-
162 to-com-o-chefe. Acesso em: 15 dez. 2022.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cuidado com o que Você Fala A partir de então, tudo se resume ao desenvol-
vimento do processo de comunicação pessoal. Seus
Você está no seu ambiente de trabalho com seus sorrisos, seus outros choros, seu semblante, seus
colegas de equipe. Isso é muito diferente de estar com gestos… tudo no bebê vai comunicar algo aos pais e
amigos próximos e familiares, portanto, não fique responsáveis.
falando da sua vida, dos seus programas pessoais e, No tocante a comunicação impessoal podemos
muito menos, de tudo o que você pensa e gosta. Por dizer que trata-se da mensagem sem contato direto,
mais que isso não deva ser utilizado contra você, mui- realizada através da mídia impressa, televisiva, radio-
tas pessoas não conseguem ser imparciais. Portanto,
fônica e visual como outdoor, cartaz e pôster.
guarde para si a maioria das suas opiniões.
Dissemos acima que tudo é comunicação, de uma
forma ou de outra. Inclusive comunicação falha, que
Cuide de como Você Age
acaba resultando em alguma espécie de entrave para
A maneira como você age pode fazer os outros não determinado objetivo financeiro ou em negócios que
gostarem de você, mesmo que não seja nada demais. se pretende desenvolver. Essa falha comunica algo:
Relacionamento pessoais, principalmente no traba- ineficiência, incapacidade, inapetência, etc. Portan-
lho, podem ser complexos, pois as pessoas tendem a to, é bom ficar atento: falhas na comunicação pessoal
levar para o lado pessoal e interpretar o que quiserem interferem na busca de sucesso11.
de acordo com seu humor no dia.
Assim, qualquer movimento brusco ou careta, por COMUNICAÇÃO VERBAL
mais que não seja nada relacionado ao trabalho, pode
ser mal visto e gerar fofocas. Algumas atitudes que A comunicação verbal é aquela e realizada pela
geralmente são mal interpretadas são: resmungos, linguagem falada ou escrita. Ela utiliza palavras para
expressões de estresse, falta de paciência, levantar
estabelecer a comunicação, que são utilizadas tanto
muito da mesa e outros9.
na forma escrita como na oral, A linguagem verbal é
linear, ou seja, os seus signos e sons se sucedem um
após o outro, no tempo da fala ou no espaço da linha
escrita: exemplos: conversas, bilhetes, cartas, e-mails,
COMUNICAÇÃO PESSOAL, telefonema e etc12.
COMUNICAÇÃO IMPESSOAL E
COMUNICAÇÃO VERBAL
PRODUÇÃO DE MALA-DIRETA, ÍNDICES

60
A Comunicação é um substantivo que vem do
latim e que significa o ato ou efeito de comunicar-se. ANALÍTICOS

8-
48
Comunicar, por sua vez, é o ato ou efeito de emitir,
transmitir e receber mensagens por meio de métodos

6.
Mala direta é um tipo de ação de marketing que
e/ou processos convencionais, que ocorre por meio da 15
linguagem falada, escrita e/ou sinais, símbolos e apa- consiste no envio, por parte da empresa, de um enve-
.
20

relhos sonoros, eletrônicos, ou visuais. lope ou pacote físico para o endereço dos clientes/
-4

No contexto social, a comunicação é um meio de leads. Essa comunicação pode ter o objetivo de infor-
troca de interações que permite a percepção de si mar o seu público-alvo sobre alguma novidade ou
ra

mesmo e do outro, a expressão, o relacionamento com lançamento ou convencê-lo sobre a compra de algum
ei

os outros, ensinar, prender e compartilhar. produto ofertado pela empresa.


liv

Por fim, comunicar também significa: entrar em Sabe quando você recebe uma carta ou pacote pelo
O

sintonia, dialogar, expressar, influenciar, persuadir, correio, que contém um catálogo de produtos, uma
de

convencer, tomar parte, e comungar10. carta de vendas ou um cartão de crédito que nunca
os

pediu? Em todos esses casos, você recebeu uma mala


COMUNICAÇÃO PESSOAL E IMPESSOAL
am

direta.
R

A comunicação pessoal pode ser o divisor de águas ESPÉCIES DE MALA DIRETA


e

entre fracasso e sucesso na vida de quem busca mais


m

liberdade de trabalho, liberdade de dinheiro, mais


er

Existem vários tipos de mala direta que você pode


qualidade de vida, mais êxito em suas empreitadas.
lh

explorar. Por isso, é importante conhecermos cada


ui

Comunicar-se é necessidade tão intensa que está em


um deles e sabermos quando faz sentido usá-los na
G

paralelo com necessidade de alimentos. Isso é facil-


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

mente perceptível ao nascer, quando a criança emite em nossa estratégia. Vejamos.


o primeiro choro e comunica seu potencial pneumôni-
co e fonético, informação enviada aos pais e médicos z Cartas: seja para emitir um comunicado, seja para
em mensagem de alegria e inspiração. Depois, procu- agradecer ou parabenizar um cliente, cartas são
ra o seio da mãe para alimentar-se. boas para contar histórias e transmitir mensagens
cativantes;

9 Bona, A. Como ter um bom relacionamento com seus colegas no trabalho? Disponível em: https://andrebona.com.br/como-ter-um-bom-
relacionamento-com-seus-colegas-no-trabalho/. Acesso em: 15 dez. 2022.
10 EquipecuboUP. Tipos de Comunicação Pessoal e como melhorá-los. Disponível em: https://cuboup.com/conteudo/
tipos-de-comunicacao-pessoal/#:~:text=Existem%20quatro%20tipos%20de%20comunica%C3%A7%C3%A3o,ativamente%20%2C%20obser-
var%20e%20ter%20empatia. Acesso em: 15 dez. 2022.
11 Nogueira, R. Comunicação pessoal. Disponível em: https://freesider.com.br/dinheiro/comunicacao-pessoal-sucesso-depende-dela/
Acesso em: 15 dez 2022.
12 MARCONDES, J. S. Comunicação: O que é, Quais os Tipos? Processo de Comunicação. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: –
Acesso em: 15 dez. 2022. 163
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Panfletos: panfletos costumam ser usados para z à previsão de resultados futuros em função de
gerar reconhecimento sobre um novo produto, decisões ou ações no presente (predictive analyti-
serviço ou evento; cs); e
z Brochuras: com mais espaço que o panfleto, a bro- z à prescrição de melhores práticas em cenários
chura pode ser usada para os mesmos propósitos, ou condições específicas de atuação da empresa
mas de forma mais completa e detalhada; (prescriptive analytics) (Peterson, 2013; Davenport,
z Cartões: um cartão postal, de descontos, de pre- 2013; Lovett, 2012; Davenport apud Harris, 2007)14.
sentes ou outro tipo também pode ser enviado para
gerar valor e engajar o cliente com a sua empresa;
z Cupons: o propósito de um cupom é oferecer um
desconto no uso de um produto ou serviço. Isso é
muito bom para incentivar quem ainda não é seu INTERPRETAÇÃO E ELABORAÇÃO DE
cliente a dar o primeiro passo; ORGANOGRAMAS E FLUXOGRAMAS,
z Catálogos: muitas empresas enviam seus catálogos
de produtos completos por mala direta. Isso pode
CONSIDERANDO SEUS NÍVEIS
fazer sentido para fazer a apresentação inicial de HIERÁRQUICOS
produtos com ticket médio mais alto, como carros;
z Pacotes: muitas empresas enviam pacotes com ORGANOGRAMA
presentes e outras encomendas variadas para
impressionar os clientes. O objetivo aqui é ser cria- Um organograma é a representação gráfica, nos
tivo e causar impacto. níveis hierárquicos e departamentais, de um empreen-
dimento. De outro modo, é um gráfico que apresenta o
A ideia da mala direta é gerar uma resposta clara “esqueleto” da organização no qual se procura retra-
e, muitas vezes, imediata, de quem vai recebê-la. Para tar como se constitui cada uma das partes, as relações
conseguir isso, é necessário criatividade13. de autoridade e de responsabilidade entre eles, o flu-
xo das comunicações e a interdependência entre os
Índices Analíticos departamentos.
Assim, um organograma pode ser definido como
Parcela expressiva dos resultados de desempenho um “diagrama da estrutura de uma organização, mos-
das organizações, atualmente, depende da capacida- trando as funções, os departamentos ou as posições
de demonstrada pelas empresas de serem mais ágeis, na organização, e como esses elementos se relacio-
pró-ativas e responsivas do que já o foram no passado. nam”15. O organograma tem a propriedade de reve-

60
Tais requisitos, relevantes no momento presente, lar o caráter formal ou oficial da organização, o

8-
prenunciam-se de forma ainda mais crítica em futu-

48
que é especialmente importante para o dirigente ou
ro próximo, indicando que as competências analíticas funcionário recém-admitidos.

6.
embebidas nos processos de negócio, em sistemas de 15
Assim, o organograma deve mostrar a divisão do
governança da informação e em processos de decisão
.
trabalho mediante o fracionamento da organização
20

das empresas representarão as condições de sucesso e


em diferentes níveis hierárquicos e departamentos
-4

sustentabilidade das organizações no futuro. Há evi-


organizacionais.
dências, inclusive, de que as novas competências das
ra

É importante que todo funcionário conheça a


empresas na identificação de padrões de dados, ante-
ei

estrutura da empresa, pois, com este conhecimento,


liv

cipação de eventos e otimização de ações em resposta


poderá prestar informações sobre a empresa, locali-
O

aos estímulos e informações do ambiente de negócios


zar funcionários e manter a formalidade hierárquica
de

constituirão as próprias bases de competição no futu-


ro (Davenport, 2006, 2013; Peterson, 2013; Oliveira et ao dirigir-se aos postos de chefia.
os

al., 2012; Lovett, 2012; Trkman et al., 2010). Observe, abaixo, o exemplo fictício de um
am

A abordagem analítica (Business Analytics, dora- organograma.


R

vante BA) revela-se, também, como um termo de


e

difícil conceituação e sua delimitação inclui um con- Presidente


m

junto de ações iterativas de coleta, tratamento e utili-


er

Staff
zação de dados relativos aos processos de negócio das
lh

empresas, ou de suas cadeias de suprimentos.


ui

Gerente de Gerente de Gerente


Fortemente dependente de uma metodologia
G

Marketing RH Financeiro
quantitativa no tratamento desses dados, por meio de
testes estatísticos de natureza descritiva e multivaria-
da, as habilidades em BA podem ser direcionadas a FLUXOGRAMA
vários objetivos,como, por exemplo:
O fluxograma, por sua vez, é um recurso que per-
z à maior efetividade das organizações em descreve- mite visualizar o caminho e o processo de trabalho
rem sua realidade (descriptive analytics); que devem ser executados por um setor e/ou depar-
z à análise de conjunturas e problemas específicos tamento, indicando o próximo passo a ser seguido. Os
(diagnostic analytics); símbolos utilizados na elaboração do Fluxograma são
13 Moraes, D. Mala direta: quais os tipos e como investir nessa estratégia. Disponível em: https://rockcontent.com/br/blog/mala-direta/. Aces-
so em: 20 dez. 2022.
14 Ladeira, M. B. Os efeitos da abordagem analítica e da gestão orientada para processos sobre o desempenho organizacional de micro e peque-
nas empresas brasileiras dos setores da indústria e de serviços. Disponível em: https://www.scielo.br/j/gp/a/rfsrBq8GgWycc8LD6BF3msb/?-
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 15 dez. 2022.
164 15 STONER, J, A. F.; FREEMAN, R. E. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de caráter internacional, porém, isso não impede que
sejam alterados conforme a necessidade.

Funções do Fluxograma

O fluxograma é essencial para a melhoria dos


métodos de trabalho e serve para:

z evidenciar o desnecessário; z Representa vários documentos;


z permitir a combinação de tarefas;
z permitir perceber interrupções de trabalho e as
esperas desnecessárias;
z possibilitar localizar, corrigir e eliminar movimen-
tos desnecessários;
z possibilitar corrigir os transportes desnecessários;
z possibilitar estudar, corrigir e obter a melhor z O conector é usado para ligar, fazer conexão com
sequência de operações; outras partes do fluxograma;
z facilitar o treinamento dos funcionários.

O fluxograma é uma ferramenta muito importante


para analisar processos e atividades e, também, para
conhecer como o processo funciona. São construídos
utilizando-se figuras com funções específicas, que tra-
duzem cada passo da rotina representando não só a
z Essa figura representa o início e o fim de um pro-
sequência do processo como também a circulação de
cesso ou atividade, ou seja, o fluxograma come-
dados e documentos.
çar e termina com uma figura dessa;
Para tanto, é necessário que você saiba quais
são as figuras utilizadas para a elaboração de um
fluxograma.
Há outras figuras importantes no processo do flu-
xograma, entretanto, as apresentadas a seguir são as
principais e as mais utilizadas em qualquer processo

60
de sequenciação de tarefas.

8-
48
6.
z Estas setas são as linhas que conectam cada pas-
15
so do fluxograma.
.
20
-4
ra

Espécies de Fluxogramas
ei
liv

z Esse retângulo representa cada passo do proces-


O

z Descritivo ou Parcial: detalhado, oferece uma


so ou atividade;
de

visualização de todas as ações de um processo,


identificando executores, setores, , atividades etc.;
os

z Sintético: usado para representações sintéticas


am

do processo, não necessitando de simbologia, pois


R

visa apresentar um conhecimento superficial das


e

rotinas e processos, geralmente a novos ingressan-


m

tes e visitantes.
er
lh

z O losango representa um momento de decisão,


ui

onde existem as opções para onde seguir depen- ELABORAÇÃO DE CRONOGRAMAS


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

dendo da resposta ou resultado;


O cronograma  é uma  ferramenta de gestão de ati-
vidades feita, normalmente, em forma de tabela, que
também contempla o tempo em que as atividades vão se
realizar. Quanto à etimologia, o termo cronograma tem
origem no grego, “khronos” significa “tempo” e “egram-
ma” significa “alguma coisa escrita ou desenhada”.
Assim, o cronograma é uma representação gráfica do
tempo investido em uma determinada tarefa ou projeto,
z Representa um documento que é gerado ou utili- segundo as tarefas que devem ser executadas no âmbi-
zado em algum momento do processo; to desse projeto. De outro modo, é uma ferramenta que
ajuda a controlar e visualizar o progresso do trabalho.
No contexto empresarial, o cronograma é um auxí-
lio importante, já que, por meio dele, é possível deter-
minar os custos de um projeto, prescrevendo, assim,
165
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
se a realização desse projeto será proveitosa para a empresa. O cronograma refere-se à discriminação das etapas
do projeto/trabalho com seus respectivos prazos baseado no Gráfico de Gantt, que é uma ferramenta gráfica para
visualização do trabalho ao longo do tempo.
Vejamos o exemplo de um cronograma

Este cronograma genérico divide-se em 5 grandes etapas, que poderiam estar detalhadas posteriormente, além
de ser construído para um período de 6 meses. O controle de cronograma será realizado à medida que os mem-
bros da equipe forem atualizando o Gráfico de Gantt e informando o percentual de conclusão de cada atividade.
Frequentemente, o cronograma deverá ser analisado para verificação do andamento das atividades. O resulta-
do dessa análise é um documento de Relatório de Progresso, que contém as seguintes informações:

z Atividade;
z % Concluída;
z Prazo Previsto;
z Prazo Estimado;
z Duração Prevista;
z Duração Estimada;
z Desvio Prazo;
z Desvio da Duração.

No caso de atividades com desvios (atrasadas ou adiantadas), deve-se avaliar se serão necessárias ações corre-

60
tivas para que o cronograma volte ao seu rumo normal. No caso de realizações de ações, deve-se realizar a realo-

8-
48
cação de recursos para que as atividades atrasadas voltem ao seu prazo normal, as atividades adiantadas possam
ser finalizadas e as próximas serem iniciadas mais cedo. Para os inícios das atividades serem antecipados, deve-se

6.
verificar se haverá recursos disponíveis para a execução das mesmas. .15
20
-4
ra

ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
ei
liv

Inicialmente, é importante compreender que recurso envolve, na leitura econômica, tudo que gera ou tem capa-
O

cidade de gerar movimento. Recurso é o que a organização (ou, no nosso caso, a Administração Pública) utiliza
de

para atingir suas finalidades. A utilização eficiente dessas ferramentas (que são riquezas) é o que vai direcionar a
os

organização ao sucesso ou ao fracasso.


am

Há 5 tipos de recursos: materiais, patrimoniais, humanos, capital e tecnológicos.


Tais recursos podem ser tangíveis (ou corpóreos, ex.: maquinário, material de expediente, material de escritório)
R

ou intangíveis (ou incorpóreos, ex.: conhecimento, patentes, logomarcas, reputação no mercado).


e
m

A prioridade do nosso estudo será os materiais e patrimoniais.


er
lh

Recursos Materiais
ui
G

Podem ser produtos materiais ou uma prestação de serviço para produção do produto final de uma organiza-
ção. Pense no papel que é utilizado para imprimir o livro. A sua natureza é não permanente.

Recursos Patrimoniais

Diferente dos recursos materiais, estes possuem natureza permanente, pois estão ligados a própria exis-
tência e manutenção da atividade. Podem ser imóveis (sala comercial), instalações (encanamentos e instalação
elétrica) e materiais permanentes (impressoras, máquinas, computadores etc.).
Para qualquer organização é essencial que todos os recursos estejam disponíveis na quantidade certa, no
momento certo, qualidade desejada, pelo menor custo e no local certo.

166
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Esses são os 5 elementos estruturais da adminis- z Sistemas abertos: são complexos. Estão alocados
tração de recursos: nas relações de entradas e de saídas desconhecidas
e indeterminadas, com intensidade na sua troca,
TEMPO Momento Certo complexidade e indeterminação com o ambiente
externo. São conhecidos como sistemas orgânicos
QUANTIDADE Na medida, sem excesso
ou probabilísticos, pois seus processos estão vulne-
QUALIDADE Conforme a necessidade do processo ráveis à incerteza. Todo sistema aberto é um siste-
Sempre o menor custo, aliado à ma movido pela imprevisibilidade. Por este motivo,
CUSTO esses ambientes estão sempre em intensa mudança,
qualidade
em complexidade e eventos indeterminados;
LOCALIZAÇÃO No local adequado z Sistemas Fechados: funcionam na premissa da
entrada e saída (causa e efeito). É possível, por
A gestão de materiais engloba as ações planejar, exemplo, saber quanto de produção consigo alcan-
executar e controlar as atividades envolvidas no çar com determinada quantidade de matéria-
suprimento dos recursos (para formação de estoques) -prima. Por essa razão, os sistemas fechados são
para a organização funcionar. chamados também de determinísticos. Eles são
previsíveis, por isso o termo predeterminado.
Atividades Relacionadas à Administração de Material
e Patrimônio
São outros subsistemas para uma boa administra-
ção de materiais:
A administração de materiais é divida em 3 (três)
áreas para garantir a satisfação do objetivo de forne-
cer à organização o material certo, no local de opera- z Controle de estoque: responsável pela gestão
ção certo, no instante correto e em condição utilizável econômica dos estoques, através do planejamento
ao custo mínimo. Veja as três áreas referidas, a seguir: e da programação de material, compreendendo a
análise, a previsão, o controle e o ressuprimento
z Gestão de Compras: envolve o processo de com- de material;
pras no mercado nacional e importações; z Classificação de material: responsável pela iden-
z Gestão de Transportes: intermediação logística tificação (especificação), classificação, codificação,
entre o fornecedor e o comprador. O recebimento cadastramento e catalogação de material;
da mercadoria pode ocorrer na estrutura própria z Aquisição/compra de material: responsável pela
do comprador ou em local indicado por ele; gestão, negociação e contratação de compras de
z Gestão de Estoques: administração dos espaços, material através do processo de licitação;

60
dos meios de armazenagem e conservação dos z Armazenagem/almoxarifado: responsável pela
materiais, controle de qualidade, inspeção, catalo-

8-
gestão física dos estoques, compreendendo as
gação de produtos, expedição. O ciclo de gestão de

48
estoque é fundamental, pois garantirá a existên- atividades de guarda, preservação, embalagem,

6.
cia contínua de um estoque, organizado de modo recepção e expedição de material;
15
z Movimentação de material: responsável pelo
a nunca faltar nenhum dos itens que o compõem,
.
20

sem tornar excessivo o investimento total. controle e normalização das transações de recebi-
-4

mento, fornecimento, devoluções, transferências


Para compreender melhor, pode-se sistematizar a de materiais e quaisquer outros tipos de movimen-
ra

administração de recursos em subsistemas de: tações de entrada e de saída de material;


ei
liv

z Inspeção de recebimento: responsável pela veri-


z Normatização: normalizar, padronizar e classifi- ficação física e documental do recebimento de
O

car materiais; material, podendo ainda encarregar-se da verifi-


de

z Controle: gerir e valorar os estoques; cação dos atributos qualitativos pelas normas de
os

z Aquisição: adquirir e vender materiais; controle de qualidade;


am

z Armazenamento: receber, inspecionar e contro- z Cadastro: responsável pelo cadastramento de for-


lar a qualidade; e movimentação e transporte. necedores, pesquisa de mercado e compras. (CEA-
R

RÁ, 2018, p. 6)
e
m

Na rotina da administração, há 6 (seis) tipos de proce-


er

dimentos para garantir a sua maximização no resultado:


CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS
lh
ui

z Cadastramento: cadastro conforme sua perfeita


É um processo minucioso, resumido na ação de
G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

classificação;
z Gestão: equilibrar o estoque, conforme o consumo; juntar materiais por especificações similares, para
z Compras: aquisição de materiais; compor uma base informacional em nível gerencial
z Recebimento: desembaraço das mercadorias ao administrador de materiais.
adquiridas; Para Viana (2018, p. 52), um bom método de clas-
z Almoxarifado: guarda fiel da mercadoria recebida; sificação deve ter algumas características: ser abran-
z Inventário físico: auditoria permanente do estoque. gente, flexível e prático:

Subsistemas da Administração de Materiais


Trata de uma grande variação de
Contido na lógica de um grande sistema integra- ABRANGENTE características ao invés de apenas
do para administração dos materiais, há subsistemas reunir materiais para classificação
auxiliares, com particularidades próprias, que garan-
tem a máxima organização. Trabalharemos com 2 Deve primar pela simplicidade e
PRÁTICO
(dois) conceitos de Chiavenato, chamados de sistemas objetividade
abertos e sistemas fechados:
167
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Tipos de Materiais nos Estoques
Deve permitir variadas espécies de
FLEXÍVEL classificação
Não deve ser estático TIPO DEFINIÇÃO

Matéria-prima São insumos e materiais básicos


Etapas de Classificação dos Materiais
que entram na cadeia produtiva

Para compreender a classificação dos materiais, Produtos em São matérias–primas que estão na
é importante compreender as etapas relacionadas processo/ fase intermediária do processo pro-
(atenção para a dica mnemônica: CSI-NPC): fabricação dutivo, pendente de finalização

Produtos São os produtos prontos, que finali-


z Catalogação: é o inventário do estoque;
acabados zaram o processo produtivo
z Simplificação: redução da diversidade de itens
para a mesma finalidade; Peças de São itens de reposição
z Identificação: descrição minuciosa do material; manutenção
z Normalização: normas técnicas, inclusive de segu-
rança, para os materiais em estoque; Materiais São não atrelados ao produto final,
z Padronização: uniformizar a forma de utilização e improdutivos como os produtos de limpeza
da espécie do material;
z Codificação: atribuir números e/ou letras para for-
Custos de Estoques
mar um código que represente o item. A codifica-
ção pode ser numérica, alfabética, alfanumérica
Há 3 (três) principais custos associados à gestão de
ou por radiofrequência.
estoques:
Tipos de Classificação
z Custo de Manutenção de Estoque: custos propor-
Para classificar os materiais, importante observar cionais ao volume de material estocado e ao tempo
a proposta de João José Viana (2006): que ficará armazenado;
z Custo de Pedido: custos relacionados a um novo
z Por tipo e demanda: divide-se em materiais não pedido;
de estoque e materiais de estoque: z Custos de Falta: É o custo relacionado à quando

60
não existe estoque suficiente de determinado item

8-
„ Materiais Não de Estoque: demanda incerta para satisfazer a procura. Ex.: uma multa contra-

48
para os quais não são definidos parâmetros tual. Em regra, não podem ser calculados com pre-

6.
para o ressuprimento automático; cisão, mas percebidos quando há atrasos em um
„ Materiais de Estoque: devem existir em
15
pedido realizado pelo cliente ou quando um pedi-
.
20

estoque com base na demanda previstas e do de compras não é atendido pelo fornecedor.
-4

na importância para a empresa para suprir a


necessidade comum.
ra

Planejamento e Controle de Estoque


ei
liv

z Materiais Críticos: para reposição de um equi- A Instrução Normativa n° 205, de 08 de abril de


O

pamento ou de um grupo de equipamento iguais, 1988, estabelece que compete ao setor de Controle de
de

cuja demanda não é previsível e cuja decisão de Estoques (BRASIL, 1988):


estocar é tomada com base na análise de risco que
os

a empresa corre, caso esses materiais não estejam


am

7.3.1 […]
disponíveis quando necessário; a) determinar o método e grau de controles a serem
R

z Perecibilidade: leva em conta a probabilidade de adotados para cada item;


e

ser ou não perecível;


m

b) manter os instrumentos de registros de entradas


er

z Periculosidade: materiais perigosos são aqueles e saídas atualizados;


lh

que oferecem risco, em especial durante as ativi- c) promover consistências periódicas entre os regis-
ui

dades de manuseio e transporte. Nesta categoria, tros efetuados no Setor de Controle de Estoques
G

estão inseridos os explosivos, líquidos e sólidos com os dos depósitos (fichas de prateleira) – e a
inflamáveis, materiais radioativos, corrosivos, oxi- consequente existência física do material na quan-
dantes etc.; tidade registrada;
z Possibilidade de Fazer ou Comprar: envolve a d) identificar o intervalo de aquisição para cada
ideia de análise se o produto deve ser fabricado, item e a quantidade de ressuprimento;
terceirizado ou recondicionado; e) emitir os pedidos de compra do material rotinei-
z Tipos de Estocagem: analisa se a estocagem é de ramente adquirido e estocável;
ordem temporária ou permanente; f) manter os itens de material estocados em níveis
z Dificuldade de Aquisição: considera os tipos de compatíveis com a política traçada pelo órgão ou
dificuldade inerente do insumo, como fabricação Entidade;
especial, escassez, sazonalidade, monopólio, logís- g) identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifa-
tica sofisticada ou importação; do a retirada física dos itens inativos devido à obso-
z Mercado Fornecedor: relaciona-se ao mercado lescência, danificação ou perda das características
onde o insumo é adquiro: nacional, internacional normais de uso e comprovadamente inservíveis,
168 ou em processo de nacionalização. dos depósitos subordinados a esse setor.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A mesma norma afirma que generalizar o controle z Estoque Virtual: é o estoque real acrescido das
é impossível quando a quantidade e diversidade são quantidades encomendadas em andamento. Ou
elevadas (BRASIL, 1988). seja, considera os pedidos pendentes de entrega
Quando se trata de itens com valores agregados pelo fornecedor;
elevados ou dotados de grande importância para o z Estoque de Cobertura: calculado pela relação
processo produtivo, deve ser observado o Intervalo entre estoque e consumo, informa qual o prazo
de Aquisição para que não ocorram faltas e prejuízo máximo que o estoque suportará o consumo sem
na organização. que haja o recebimento do pedido de reposição;
z Lote de Compra: é a quantidade de material
Previsão de Estoque adquirido pelo setor de compras, a mando do
almoxarifado. É também a quantidade máxima de
A primeira mensuração é a previsão de consumo. itens que a empresa pretende ter em estoque.
Caso a previsão seja feita de forma imprecisa, a acen-
tuação de custos de estoque pode prejudicar a perfor- Inventário de Materiais
mance da organização.
As previsões de curto prazo são mais precisas que O inventário é a contagem dos materiais armaze-
as de longo prazo porque o nível de incerteza aumen- nados em estoque, para conferir com os dados contá-
ta à medida que o horizonte da previsão se distancia beis de entrada de materiais da organização (CEARÁ,
do momento atual. 2017, p. 47).
A expressão “fechado para balanço” advém da
Sistema de Reposição de Estoque ideia de estabelecer um momento de corte (cut-off)
para que os materiais sejam contados, pois isso deve
z Sistema de reposição periódica: os pedidos para refletir fielmente os registros contábeis.
reposição de estoques são realizados em períodos A Instrução Normativa n° 205 de 1988 assim
constantes, conforme a rotina para cada item no regula:
estoque (CEARÁ, 2018, p. 21);
z Sistema de reposição contínua: para itens de 8.1. Os tipos de Inventários Físicos são:
demanda constante. Quando o estoque baixa a a) anual – destinado a comprovar a quantidade e
determinado nível, outra ordem de compra é o valor dos bens patrimoniais do acervo de cada
imediatamente realizada. A quantidade mínima unidade gestora, existente em 31 de dezembro de
prevista para o estoque do item determinado é cada exercício – constituído do inventário anterior
chamada de Ponto de Pedido ou Ponto de Ressu- e das variações patrimoniais ocorridas durante o

60
primento ou Revisão (CEARÁ, 2018, p. 22); exercício.

8-
z Estoque Mínimo (de segurança): a menor quan- b) inicial – realizado quando da criação de uma

48
tidade a ser armazenada que seja suficiente para unidade gestora, para identificação e registro dos

6.
atender algum imprevisto, como um consumo bens sob sua responsabilidade;
15
c) de transferência de responsabilidade - reali-
superior ao estimado (CEARÁ, 2017, p. 14).
.
20
zado quando da mudança do dirigente de uma uni-
-4

dade gestora;
Tempo de Reposição do Estoque
d) de extinção ou transformação – realizado
ra

quando da extinção ou transformação da unidade


ei

O tempo de reposição é dividido em 3 (três) momentos: gestora;


liv

e) eventual – realizado em qualquer época, por


O

z Emissão do pedido: tempo entre a emissão do pedi- iniciativa do dirigente da unidade gestora ou por
de

do de compra até o recebimento pelo fornecedor; iniciativa do órgão fiscalizador.


z Preparação do pedido: tempo desde a fabricação
os

8.1.1. Nos inventários destinados a atender às exi-


do item pelo fornecedor até que fique em condi- gências do órgão fiscalizador (SISTEMA DE CON-
am

ções de serem transportados; TROLE INTERNO), os bens móveis (material de


R

z Transporte: tempo entre a saída da sede física do forne- consumo, equipamento, material permanente e
e

cedor até o recebimento pela organização compradora. semoventes) serão agrupados segundo as catego-
m

rias patrimoniais constantes do plano de Contas


er

Ponto de Pedido Único (I.N./STN n° 23/1986).


lh

8.2. No inventário analítico, para a perfeita carac-


ui
G

terização do material, figurarão:


NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

É o ponto que, quando atingido, provoca a expe-


dição de um novo pedido de compra, em função do a) descrição padronizada;
consumo médio, do tempo de reposição e do estoque b) número de registro;
mínimo. Obedece a equação: Ponto de Pedido = (Con- c) valor (preço de aquisição, custo de produção,
valor arbitrado ou preço de avaliação);
sumo Médio x Tempo de Reposição) + Estoque Mínimo.
d) estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico
Atenção! As expressões “ponto de pedido” e “pon-
ou irrecuperável);
to de ressuprimento” são tratados como sinônimos
e) outros elementos julgados necessários.
nas questões de concursos. 8.2.1. O material de pequeno valor econômico que
tiver seu custo de controle evidentemente superior
z Estoque Médio: é a contabilização dos estoques ao risco da perda poderá ser controlado através do
finais de cada período dividido pelo número de simples relacionamento de material (relação car-
períodos contabilizados; ga), de acordo com o estabelecido no item 3 da I.N./
z Estoque Máximo: é a soma do estoque de segu- DASP n° 142/83.
rança mais o lote de compra; 8.2.2. O bem móvel cujo valor de aquisição ou custo
z Estoque Real: é o resultado da soma do estoque de de produção for desconhecido será avaliado toman-
segurança mais o lote de compra.; do como referência o valor de outro, semelhante ou 169
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sucedâneo, no mesmo estado de conservação e a Assim, inferimos, que uma aquisição é bem con-
preço de mercado. duzida quando obtém o equilíbrio entre os atributos
8.3. Sem prejuízo de outras normas de controle dos da celeridade (rapidez), qualidade e preço econômico.
sistemas competentes, o Departamento de Admi-
nistração ou unidade equivalente poderá utilizar
como instrumento gerencial o Inventário Rotativo,
que consiste no levantamento rotativo, contínuo
e seletivo dos materiais existentes em estoque ou
daqueles permanentes distribuídos para uso, fei-
to de acordo com uma programação de forma a
que todos os itens sejam recenseados ao longo do Preço
exercício. Celeridade Econômico
8.3.1. Poderá também ser utilizado o Inventário por
Amostragens para um acervo de grande porte. Esta
modalidade alternativa consiste no levantamento
em bases mensais, de amostras de itens de mate-
rial de um determinado grupo ou classe, e inferir os
resultados para os demais itens do mesmo grupo
ou classe. Qualidade
8.4. Os inventários físicos de cunho gerencial, no
âmbito do SISG deverão ser efetuados por Comis-
são designada pelo Diretor do Departamento de
Administração ou unidade equivalente, ressalva-
do aqueles de prestação de contas, que deverão
Fonte: elaborado pelo autor com base em Fenili.
se subordinar às normas do Sistema de Controle
Interno.
Conforme o mestre Gonçalves, para garantir que
Modalidades de Inventários os materiais e serviços exigidos sejam fornecidos
nas quantidades corretas, com qualidade e no tempo
desejado é essencial a busca dos seguintes objetivos
z Inventário geral: realizado ao final do exercício
nos processos de compras:
contábil e abrange o levantamento de todos os
itens em estoque de uma só vez. Requer a suspen-
são da atividade de entrada e saída de mercadoria z Comprar de forma eficiente, maximizando o ganho
da organização, dentro dos padrões éticos;

60
do estoque (CEARÁ, 2018, p. 47);
z Inventário rotativo: realizado periodicamente a z Garantir o suprimento dos materiais nos prazos e

8-
qualidade definidas;

48
cada mês e não exige a paralisação da área produ-
z Criar e desenvolver um cadastro de fornecedores;

6.
tiva (CEARÁ, 2018, p. 47).
z Criar processos de aquisição, que sejam ágeis e
15
que permitam um efetivo controle.
.
Tipos de Inventários
20
-4

PERFIL DO COMPRADOR
z Inventário de portas abertas: a contagem é feita
ra

simultaneamente à movimentação de materiais.


ei

Somente a movimentação do material que está Atualmente, com os inúmeros casos de corrupção,
liv

sendo contabilizado é interrompida (CASTIGLIO- tanto na iniciativa privada quanto na esfera pública,
O

NI, 2007); a figura do comprador tornou-se central nos debates


de

z Inventário de portas fechadas: comum em esto- nas organizações.


O comprador é o elemento humano das compras,
os

ques de pequeno e médio porte. Não permite


responsável pelo contato com o ambiente externo,
am

movimentação (entrada/saída) durante o período


(CASTIGLIONI, 2007); representando a imagem da organização.
R

z Inventários de portas semifechadas: indicado O atributo indispensável ao comprador é, sem


e

sombra de dúvidas, sua postura ética, sempre respei-


m

para estoques de grande porte. São aqueles em que


tando os valores da empresa.
er

se contabiliza todos os itens, mas com paralisações


De acordo com Viana, “Ser bom negociador, ter ini-
lh

de partes para a contagem, sob o sistema de portas


ui

ciativa e capacidade de decisão, bem como objetividade


fechadas (CASTIGLIONI, 2007).
G

e idoneidade, são as principais características do com-


prador, as quais norteiam sua conduta profissional”
(VIANA, 2009).
Seguindo esse raciocínio, listamos no quadro abai-
ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS xo as posturas desejadas ao comprador em um pro-
cesso de negociação:
CONCEITOS INICIAIS DE GESTÃO DE COMPRAS

A função de compra é uma das atividades da


gestão de materiais e tem por finalidade suprir as
necessidades de materiais ou serviços, planejá-las
quantitativamente e satisfazê-las no momento ade-
quado com as quantidades corretas, verificar se rece-
beu efetivamente o que foi comprado e providenciar
armazenamento.
170
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
PERFIL DO COMPRADOR VERTICALIZAÇÃO
(PRODUZIR INTERNAMENTE O MÁXIMO POSSÍVEL)
POSTURAS DESEJADAS
VANTAGENS DESVANTAGENS
z Priorizar os interesses da organização, sempre
pautado nos valores éticos z Independência de z Maior Investimento
z Atuar de forma transparente nas negociações terceiros z Menor Flexibilidade
z Denunciar quaisquer irregularidades ou ilicitudes z Maiores Lucros (perda de foco)
nas negociações z Maior autonomia z Aumento da estrutura
z Tratar os fornecedores com isonomia z Domínio sobre tecno- da empresa
z Buscar uma relação ganha-ganha com os logia própria
fornecedores
z Cumprir com os termos da negociação Fonte: Elaborado pelo autor com base em Martins e Alt.

Fonte: elaborado pelo autor com base em Fenili. De um modo geral, não se terceiriza os processos
fundamentais, ou também denominados “core pro-
ESTRATÉGIAS DE AQUISIÇÃO cess”, por questões de detenção tecnológica, qualida-
de do produto e responsabilidade final sobre ele.
A escolha correta da estratégia de compras pode
dar à organização uma grande vantagem competiti- Centralização x Descentralização
va. A primeira análise na estrutura organizacional é
a decisão entre produzir o máximo de itens interna- Após a escolha entre produzir internamente ou
mente na organização (Verticalização) ou adquirir o adquirir de terceiros, é necessário definir a estrutura
máximo de itens de terceiros (Horizontalização). organizacional do setor de compras, assim, podendo
ser centralizado ou descentralizado.
Horizontalização x Verticalização Na estrutura centralizada, as compras são agrupa-
das em um único órgão, permitindo assim uma maior
A organização pode decidir como estratégia de coesão na política de compras.
aquisição a produção interna da maioria dos mate- Quando a organização possui unidades adminis-
riais/produtos necessários para o processo produ- trativas dispersas geograficamente, a centralização
tivo (Verticalização), ou optar por adquirir mais não é recomendável. Nesse caso, opta-se por uma
de terceiros, em detrimento de fabricação própria estrutura descentralizada das aquisições entre as

60
(Horizontalização). diversas unidades regionais.

8-
A verticalização é a estratégia que prevê que a Esquematizando:

48
empresa produzirá internamente tudo o que puder,

6.
ou pelo menos tentará produzir.
A horizontalização consiste na estratégia de com-
15
. Único órgão
Centralizado
20
responsável pelas
prar de terceiros o máximo possível de itens que com- compras
-4

põem o produto final ou os serviços de que necessitam. Setor de Compras

A escolha em produzir internamente, ou em


ra

adquirir os materiais no mercado, é sempre da alta


ei

Compras são
administração, considerando os custos e a estrutura
liv

Descentralizado realizadas pelas


da organização. unidades regionais
O

Atualmente, as organizações têm grande preferên-


de

cia pela estratégia da horizontalização, assim, pode-


os

mos constatar que um dos setores de maior expansão Vantagens da Centralização:


am

é o de terceirização e parcerias.
No quadro abaixo, listamos as vantagens e desvan-
R

z Melhor controle por parte da direção;


tagens dessas estratégias:
e

z Economia de escala (compras maiores);


m

z Otimização e especialização de pessoal;


er

HORIZONTALIZAÇÃO z Evita a concorrência interna (entre os comprado-


lh

(COMPRAR DE TERCEIROS O MÁXIMO POSSÍVEL) res regionais) e a disparidade de preços;


ui

z Homogeneidade da qualidade de materiais;


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

VANTAGENS DESVANTAGENS z Melhoria na relação com fornecedores.


z Redução de custos z Menor controle
Vantagens da Descentralização:
z Maior flexibilidade e tecnológico
eficiência z Deixa de auferir o
z Incorporação de lucro do fornecedor z Maior autonomia funcional (unidades regionais);
novas tecnologias z Maior exposição z Maior flexibilidade e sensibilidade na solução dos
z Foco no negócio prin- problemas;
cipal da organização z Permite responder mais rapidamente às necessi-
dades de compras emergenciais;
z Maior conhecimento dos fornecedores locais.

Na centralização, obtém-se um maior controle por


parte da direção.
Na descentralização, obtém-se uma maior agilida-
de nos processos de aquisição. 171
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
CICLO DE COMPRA
DE ACORDO COM A NECESSIDADE DE ENTREGA DO ITEM

Para fins didáticos, podemos dividir o ato de com- Compra normal Compra em emergência
prar nas seguintes atividades:
Ocorre quando o prazo dis- Ocorre quando a compra
ponível possibilita que o de material é urgente, nes-
z Determinação do que, de quanto e de quando comprar;
comprador execute todas as te caso, não há tempo para
z Estudo dos fornecedores e suas capacidades técnicas; atividades necessárias executar todas as etapas da
z Promoção da concorrência entre os fornecedores Ex.: A compra segue todos aquisição
para decisão da proposta mais vantajosa; os trâmites preestabeleci- Ex.: Na falta de um item ma-
z Fechamento do Pedido (contrato); dos, sem nenhuma limitação terial, o setor de compras
z Acompanhamento ativo entre o pedido e a entrega; de tempo (prazo de entrega) realiza a aquisição sem a
z Encerramento do processo através do recebimento devida pesquisa de merca-
do material (controle da qualidade e quantidade). do (o que leva a compras
desvantajosas)

Assim, de acordo com o autor Viana, podemos


identificar a amplitude de uma compra conforme o De acordo com a formalização das compras
ciclo abaixo:
z Compras Formais: são as compras que exigem
documentos que comprovem a tramitação de um
Pedido de Processamento Cadastro de processo;
compra da compra fornecedores z Compras Informais: são as compras de peque-
no valor, as quais dispensam maiores trâmites
burocráticos.

Concorrência Julgamento Negociação DE ACORDO COM A FORMALIZAÇÃO DAS COMPRAS

Compras Formais Compras Informais

São as aquisições de mate- São aquisições que não ne-


riais em que é obrigatório a cessitam de documentação
Adjulgação do Diligenciamento documentação do processo de todo o processo.
Recebimento
pedido (Follow Up) de compra. Ex.: Em regra, são as com-
Ex.: Normalmente, são com- pras de pequeno valor. Como

60
pras com valores preesta- exemplo, podemos citar a

8-
Portanto, o chamado ciclo de compras de uma orga- belecidos na qual justifica a compra de um pacote de

48
nização engloba todas as atividades que se estendem, formalização de todo o pro- café, ou seja, não necessi-

6.
cesso (exigência de com- tando de nenhum trâmite
desde o pedido de compra (proveniente dos diversos provação de pesquisa de 15 burocrático.
setores internos da organização) até o recebimento
.
mercado, negociação)
20

dos materiais e aprovação da fatura para pagamento


-4

ao fornecedor.
De acordo com localização do fornecedor
ra
ei

MODALIDADES (TIPOS) DE COMPRAS


liv

z Compra Local: o fornecedor é da mesma naciona-


O

Conforme a literatura especializada, é possível lidade do comprador;


de

classificar uma determinada requisição de acordo z Compra por importação: fornecedor e compra-
com a sua necessidade ou forma de comprar. dor são de países distintos.
os

De acordo com a necessidade de entrega do item:


am

DE ACORDO COM LOCALIZAÇÃO DO FORNECEDOR


R

z Compra normal: procedimento adotado quando


Compra local Compra por importação
e

o prazo for compatível. Utiliza-se para obter as


m

melhores condições do mercado e das técnicas de


er

São as compras realizadas São as aquisições em que os


aquisição. É o cenário mais vantajoso, pois permi-
lh

com fornecedores da mes- compradores e fornecedores


ui

te ao comprador o estabelecimento de condições ma localidade do comprador são de países distintos


G

ideais para a organização; Ex.: Uma grande empresa de Ex.: Aquisição de insumos
z Compra em emergência: acontece quando a fabricação de móveis adquiri para fabricação de remédios
necessidade de material é urgente, muitas vezes, as fechaduras de uma em- de uma farmacêutica Brasi-
presa localizada na mesma leira com um fornecedor lo-
devido a falha no planejamento ou por situações
região calizado na Índia
imprevistas. Neste caso, para a compra ser mais
célere, ocorre a supressão de algumas das fases do
ciclo de compras, o que torna a compra mais one- De acordo com o item comprado
rosa para a empresa.
z Compra para investimento: são as aquisições de
bens patrimoniais;
z Compra para consumo: são as aquisições de
materiais de consumo (matérias-primas, produtos
intermediários e auxiliares).

172
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DE ACORDO COM O ITEM COMPRADO

Compra para investimento Compras para consumo

São as aquisições de bens e materiais que irão compor o ativo São as aquisições em que os itens materiais serão consumidos
da organização. Normalmente, a vida útil do item é elevada. em curto ou médio prazo.
Ex.: Compras de máquinas, veículos. Ex.: Matérias-primas, material de consumo, itens de escritório.

De acordo com a recorrência da compra

z Compras Diretas: são as compras realizadas usualmente pela empresa (rotineiras);


z Compra Nova: são as compras inéditas, ou seja, realizadas pela primeira vez (em regra, são mais demoradas
devido à pouca informação disponível no mercado);
z Recompra Modificada: são as compras rotineiras, as quais sofrem alguma variação nos procedimentos.

DE ACORDO COM A RECORRÊNCIA DA COMPRA

Compras Diretas

Ocorre nas situações de compras rotineiras, nesse caso, o consumidor já tem todas as informações necessárias.
Ex.: Compras realizadas mensalmente de papel A4

Compra Nova

São as compras inéditas, ou seja,realizadas pela primeira vez (em regra, são mais demoradas devido à pouca infor-
mações disponível no mercado)
Ex.: É a compra de um maquinário novo, ainda inédito na organização

Recompra Modificada

Ocorre quando os itens materiais a serem comprados são recorrentes, mas que devem sofrer algumas alteração nas
compras futuras
Ex.: A necessidade de alterar a qualidade do papel A4 nas futuras aquisições

60
8-
FORNECEDORES

48
6.
O setor de compras deve sempre buscar o melhor fornecedor, ou seja, aquele que oferece um bom prazo de
15
pagamento, juntamente com o prazo de entrega almejado pela organização, aliado a um preço justo, porém com
.
20

a máxima qualidade.
-4

Segundo Arnold (1999, p. 218), “uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais impor-
tante refere-se ao fornecedor certo”.
ra

Outro ponto crucial a ser analisado é o tipo de relacionamento e o número de fornecedores envolvidos nos
ei
liv

processos de aquisições.
Em relação ao tipo de relacionamento com os fornecedores, temos:
O
de

z Fornecedor Único (Single): a organização tem mais que um fornecedor qualificado, mas se abastece de apenas
os

um;
am

z Fornecedor Exclusivo (Sole): a organização tem apenas um fornecedor qualificado e exclusivo.


R
e

Em relação ao número de fornecedores, temos:


m
er

Fontes Únicas (single-sourcing): os materiais são adquiridos somente de um fornecedor.


lh
ui
G

VANTAGENS DESVANTAGENS
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

Maior potencial de desenvolver uma verdadeira relação ganha-


Perda de flexibilidade
-ganha
Maior comprometimento e foco nos esforços Vulnerabilidade no caso de ocorrer falha no fornecimento
Dependência excessiva
Agilidade
(o fornecedor pode forçar o aumento dos preços)
Melhor comunicação
Cooperação mais fácil no desenvolvimento de novos produtos
Maior economia de escala

Fontes Múltiplas (multi-sourcing): os materiais são adquiridos de dois ou mais fornecedores.

173
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VANTAGENS DESVANTAGENS
Dificuldade de criar maior comprometimento do
Melhor preço através da competição entre fornecedores
fornecedor
Maior flexibilidade (possibilidade de mudar de fornecedor a Maior dificuldade na comunicação (diferentes fornecedores =
qualquer momento) diferentes canais)
Possuir várias fontes de conhecimento Menor economia de escala

No quadro abaixo, elencamos as vantagens e desvantagens de fontes únicas e múltiplas:

FONTES ÚNICAS
VANTAGENS DESVANTAGENS
z Maior potencial de desenvolver uma verdadeira relação z Perda de flexibilidade
ganha-ganha z Vulnerabilidade no caso de ocorrer falha no fornecimento
z Maior comprometimento e foco nos esforços z Dependência excessiva (o fornecedor pode forçar o aumento
z Agilidade dos preços)
z Melhor comunicação
z Cooperação mais fácil no desenvolvimento de novos produtos
z Maior economia de escala

FONTES MÚLTIPLAS
VANTAGENS DESVANTAGENS
z Melhor preço através da competição entre fornecedores z Dificuldade de criar maior comprometimento do fornecedor
z Maior flexibilidade (possibilidade de mudar de fornecedor a z Maior dificuldade na comunicação (diferentes fornecedores =
qualquer momento) diferentes canais)
z Possui várias fontes de conhecimento z Menor economia de escala

Independentemente da escolha do número de fornecedores, as organizações cada vez mais esperam um desempe-
nho adequado de seus parceiros, assim é fundamental auxiliar no desenvolvimento dos fornecedores.
De acordo com Handfield (2000), “desenvolver um fornecedor é qualquer atividade que uma empresa clien-

60
te realiza com o intuito de melhorar o desempenho e/ou capacidade do fornecedor no curto ou longo prazo”
(HANDFIELD,2000).

8-
48
Portanto, é preferível mudar de abordagem “seleção de fornecedores” para uma do tipo “desenvolvimento de
fornecedores”, implementando a cultura do ganha-ganha.

6.
.15
LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS (LEC)
20
-4

A decisão sobre o tamanho ideal do lote de compra é fundamental na gestão de recursos materiais. Visando
ra

encontrar um quantitativo de itens que implicasse a mínima combinação entre os custos de armazenagem e o
ei

custo de pedido, determinou-se o famoso Lote Econômico de Compras (LEC).


liv

Assim, podemos sintetizar que o Lote Econômico de Compra (LEC) é um procedimento matemático que tem
O

por finalidade determinar a quantidade a ser comprada, tendo como objetivo a minimização dos custos totais que
de

atingem os estoques.
os

De acordo com o autor Viana, “O lote econômico para compra representa a quantidade de material, de tal forma
que os custos de obtenção e manutenção sejam mínimos” (VIANA, 2008).
am

O objetivo é executar as compras nas quantidades certas no momento adequado, para que haja o mínimo
R

custo operacional.
e

O LEC é regido pela seguinte equação:


m
er
lh

2 · D · Cp
ui

LEC =
(Ca + j + p)
G

Onde:
D = Demanda anual em quantidade
Cp = Custo unitário do pedido de compra
Ca = Custo unitário de armazenagem
J = Taxa de juros, por período
P = Preço do item
Outro ponto importante para as provas de Administração de recursos materiais, é conhecer a representação
gráfica do Lote Econômico de Compra (LEC):

174
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z eficácia na utilização dos equipamentos de movi-
mentação e transporte;
z utilização de pessoal qualificado e treinado para
realizar as operações internas;
z maximização do uso do espaço cúbico disponível.

Você pode se perguntar o que diferencia um almo-


xarifado de um depósito, veja: O almoxarifado cuida
dos insumos (matérias-primas) necessários à produ-
ção, enquanto o depósito recebe os produtos acabados
no final da produção para posteriormente disponibili-
zá-los aos clientes finais.
Nesse sentido, em um processo contínuo, são ativi-
dades básicas na gestão de almoxarifados:

RECEBIMENTO
Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 75). Atlas.
Edição do Kindle.
CLASSIFICAÇÃO

MOVIMENTAÇÃO
OPERAÇÕES COM ALMOXARIFADO
ARMAZENAGEM
Neste tópico, vamos entender o que é, como fun-
ciona, suas atividades e quais os objetivos do dito
almoxarifado. DISTRIBUIÇÃO
O almoxarifado é um ambiente fundamental em
qualquer organização, é o local onde acontece o rece- Agora que já conhecemos as atividades básicas do
bimento, a classificação, a guarda e, após o requeri- almoxarifado, vamos entender como cada uma con-
mento dos mais diversos setores, a distribuição do tribui para consecução dos objetivos da Administra-

60
material. ção de Materiais.

8-
Se a gestão dos almoxarifados aplicar as boas prá-

48
ticas do mercado, pode significar um grande aumento RECEBIMENTO

6.
na lucratividade da organização. Por essa razão, cada 15
vez mais as empresas se preocupam em aplicar roti-
.
O recebimento é a atividade entre a compra e o
20

nas rigorosas neste setor, na busca da máxima prote- pagamento do fornecedor, sendo de sua responsa-
-4

ção dos bens estocados.


bilidade a conferência dos materiais destinados à
ra

Podemos definir a gestão de almoxarifados como


organização.
ei

sendo o conjunto de atividades que visam a fiel guar-


Conforme Viana, o fluxo de recebimento de mate-
liv

da dos itens materiais estocados na organização, no


riais pode ser dividido em quatro fases:
O

intuito de garantir a manutenção de sua integridade


de

e preservação, até a distribuição aos clientes (internos


e externos). 1ª fase:
os

Desse modo, o almoxarifado é o local designa- Entrada de materiais


am

do à fiel guarda e à conservação dos itens materiais,


R

em recintos cobertos ou não, em estoque ou em uma


2ª fase:
e
m

empresa. Conferência Quantitativa


er
lh
ui

Importante! 3ª fase:
G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

Conferência Qualitativa
A pessoa encarregada de um almoxarifado é
chamada de Almoxarife.
4ª fase:
Regularização
Portanto, os almoxarifados deverão ser dimensio-
nados para atender às necessidades das organizações
quanto à guarda provisória dos materiais e ao arranjo 1º Fase: Entrada de Materiais
físico (layout) de suas instalações, com a finalidade de
minimizar os custos operacionais, maximizar a pro- Representa o início do processo de recebimento,
dutividade e permitir um rápido fluxo nos processos tendo como propósito a recepção dos veículos trans-
de recebimento, guarda e expedição. portadores; verificação de dados básicos da entrega e
Segundo Gonçalves, um dos maiores especialistas o encaminhamento para a área de descarga.
nesta disciplina, são três fatores que podem influen- Nesta etapa, a pessoa encarregada assina o docu-
ciar consideravelmente a redução de custos e o mento fiscal (“aceite da nota”) que acompanha o mate-
aumento da produtividade, são eles: rial, apenas para fins de comprovação da entrega (data). 175
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
2º Fase: Conferência Quantitativa Desse modo, em busca da eficiência, o sistema
de movimentação e transporte de materiais deve
É o momento de verificar se a quantidade declarada observar algumas regras relacionadas ao fluxo dos
pelo fornecedor na nota fiscal corresponde à quantida- materiais, denominadas leis de movimentação dos
de efetivamente entregue, ou seja, a típica contagem. materiais, são elas:
Exemplificando: é quando a pessoa encarregada
confere o quantitativo real com o que consta na nota z Lei da obediência do fluxo das operações:
fiscal. Por exemplo, se na nota fiscal constar dez caixas
de papel A4, deve ser entregue essa mesma quantidade.
„ planejar as trajetórias de movimentação, man-
tendo a sequência das operações.
3º Fase: Conferência Qualitativa
z Lei da mínima distância:
É a confrontação das condições técnicas contrata-
das com as consignadas na nota fiscal, examinando os
seguintes itens: „ maximizar ao máximo as distâncias na movi-
mentação e no transporte.
z características dimensionais (dimensões);
z características específicas (marcas/modelos); z Lei da manipulação mínima:
z restrições de especificação.
„ evitar a manipulação dos materiais ao longo do
Exemplificando: se na nota fiscal constar que o ciclo de processamento e sempre que possível
papel A4 deve ser ecológico, a pessoa encarregada da utilizar o transporte mecânico e automatizado.
conferência deve atentar para essa característica.
z Lei da máxima utilização dos equipamentos:
4º Fase: Regularização
„ utilizar ao máximo os equipamentos.
A regularização caracteriza o controle do proces-
so de recebimento, pela confirmação da conferên- z Lei da máxima utilização do espaço disponível:
cia quantitativa e qualitativa, para decidir se aceita
(entrada do material no estoque) ou recusa (devolu- „ utilizar ao máximo o espaço cúbico disponível.
ção do material ao fornecedor) o material.

60
Exemplificando: se todas as fases anteriores esti- z Lei da segurança e da satisfação:

8-
verem dentro do combinado, a pessoa encarregada

48
aceita o recebimento e encaminha para a descarga no

6.
„ prevenção da segurança e fadiga dos
almoxarifado. 15
colaboradores.
.
20

CLASSIFICAÇÃO
-4

z Lei da padronização:
ra

A classificação de materiais já foi estudada profun-


„ utilizar, ao máximo, os equipamentos padronizados.
ei

damente nos tópicos anteriores deste material.


liv

Relembrando o conceito, temos:


O

Classificar um material é saber agrupá-lo confor- z Lei da flexibilidade:


de

me suas características, ordenando-os através de cri-


„ utilizar equipamentos flexíveis que podem ser
os

térios predeterminados.
usados em diferentes tipos de cargas.
am

Essa etapa é de suma importância, pois, a medida


em que se classifica corretamente os materiais, por
R

parte do gestor, torna-se possível a escolha dos melho- z Lei da máxima utilização da gravidade:
e
m

res métodos de movimentação e armazenagem dos


er

materiais. „ utilizar ao máximo a gravidade para movimen-


lh

tação e o transporte de materiais.


ui

MOVIMENTAÇÃO
G

z Lei do menor custo total:


A movimentação de materiais é a etapa responsá-
vel pelo transporte dos materiais recebidos (muitas „ selecionar os equipamentos, analisando o seu
vezes na portaria da empresa) até o almoxarifado, custo-benefício (custo total comparado com o
onde acontece a sua armazenagem.
tempo de vida útil).
Deve-se atentar para o planejamento da melhor
forma de movimentação para alcançar os seguintes
Respeitando as leis da movimentação acima, che-
objetivos:
gou o momento de escolher os equipamentos mais
z otimizar o fluxo de materiais do recebimento até o adequados para a movimentação. Eles constituirão o
almoxarifado; sistema de movimentação interna.
z priorizar critérios de saúde e segurança do trabalho, A análise da escolha do melhor equipamento varia
evitando assim a fadiga e lesões dos funcionários; em função das características da movimentação.
z permitir que a movimentação não atrapalhe a roti- Entre os equipamentos mais utilizados no transporte
176 na do almoxarifado. e manuseio dos materiais, podemos citar:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Paleteiras Para utilização das empilhadeiras, é necessário
mão de obra especializada (operador especializado).
Utilizadas para o transporte manual de pallets, em As empilhadeiras laterais são utilizadas, especial-
roteiros aleatórios de curta distância e com aciona- mente, para o manuseio de peças de grande com-
mento manual ou elétrico. primento, tais como tubos, barras, tábuas etc. Elas
possuem seus garfos do lado e apanham as suas car-
gas no sentido perpendicular ao seu deslocamento,
eliminando a necessidade de se virar a máquina den-
tro do corredor.

Tipos de paleteiras.
Fonte: GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais (p. 389).

Empilhadeiras laterais.
Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 237). Atlas.

60
Essa possibilidade em se deslocar no sentido per-

8-
48
pendicular ao seu eixo, proporciona uma maior liber-
dade de movimento, conferindo uma versatilidade

6.
15
de alta eficiência, tanto para cargas regulares quanto
.
para cargas de grande comprimento.
20
-4

Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 231). Tratores


ra
ei

Empilhadeiras Equipamentos destinados à movimentação de car-


liv

gas em fluxos horizontais.


O

Equipamento para a movimentação e estocagem


de

automatizados de pallets, cuja principal vantagem é a Transportadores de Esteira ou de Roletes


os

otimização do espaço vertical. As empilhadeiras podem


ser elétricas, a gás ou a combustão (diesel ou gasolina)
am

São conhecidas como esteiras, que, se colocadas em


e disponíveis nos modelos frontal, lateral ou trilateral. sequência, impulsionam a carga ao longo de um circuito.
R

Os transportadores de esteiras (roletes) são econô-


e
m

micos, flexíveis e de baixa manutenção.


er
lh
ui
G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

Empilhadeira elétrica.
Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 232). Atlas.
177
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Transportadores de esteira.
Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 209). Atlas. Carrinhos transportadores.
Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 230). Atlas.

A movimentação ocorre através da acelera-


Na figura abaixo, temos diferentes modelos de
ção da gravidade, assim não é necessário nenhum
carrinhos, cujo princípio básico permanece o mesmo:
acionamento.
uma plataforma com rodas e um timão direcional.
Pontes Rolantes ou Guindastes

São equipamentos empregados no transporte e


elevação de cargas em instalações industriais.
É composta por uma viga suspensa sobre um vão

60
livre, que roda sobre dois trilhos; a viga é dotada de

8-
um carrinho que se movimenta sobre os trilhos.

48
6.
. 15
20
-4
ra
ei

Modelos de carrinhos.
liv

Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 230). Atlas.


O
de

ARMAZENAGEM
os

Tipos de ponte rolante.


A armazenagem é claramente a atividade primor-
am

Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 226). Atlas.


dial do almoxarifado, suas instalações devem propor-
R

Carrinhos Transportadores cionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos,


e
m

desde o recebimento até a expedição.


er

É normalmente utilizado para movimentação de Desta maneira, podemos definir a armazenagem


lh

cargas a curta distância, na região interna do almoxa- de materiais como a atividade de planejamento e
ui

rifado, para separação de pedidos internos. organização das operações, com a finalidade de man-
G

Suas principais vantagens são: ter e abrigar adequadamente os itens de materiais


adquiridos, mantendo-os em condições de uso até o
z praticidade; momento de sua efetiva utilização pela organização.
z baixo custo;
z não carece de mão de obra especializada. Objetivos da Armazenagem

Em razão da defasagem entre a produção e o con-


sumo, armazenar é a solução para absorver o acúmu-
lo de materiais.
Desse modo, a armazenagem é necessária para:

z obter economias de transporte através da consoli-


dação das cargas;
z permitir o pleno atendimento dos pedidos de
materiais, assim, reduzindo os custos de produção;
178
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z economia de escala, ou seja, obtendo maiores des- z Armazenagem por acomodabilidade
contos nas compras de grandes quantidades;
z auxiliar o processo de marketing; Também conhecida como armazenagem por tama-
z atender às exigências dos clientes. nho, peso ou forma, os materiais de características físicas
semelhantes são armazenados próximos uns dos outros.
Neste sentido, o objetivo crucial do armazena- Como exemplo, podemos citar a armazenagem de
mento é utilizar o espaço da maneira mais adequada pregos e parafusos em um mesmo setor do almoxarifado.
e eficiente possível, assim como manter o ambiente A principal vantagem desse critério é o maior apro-
adequado à conservação dos produtos (instalações veitamento do espaço físico do almoxarifado, mas,
limpas, longe de umidade e na temperatura ideal). consequentemente, uma demanda de maior controle.

Grupos e Critérios de Armazenagem z Armazenagem por frequência de entrada e saída

O administrador de materiais, entre as alterna- Nesse critério, analisa-se a frequência de entrada e saí-
tivas expostas pelos especialistas, deve escolher os da dos materiais. Assim, os itens de maior entrada e saída
melhores critérios, que se adequem às características são alocados próximos à entrada/saída do almoxarifado.
do material armazenado pela organização. É o caso de se armazenar os galões de água na entra-
Adentrando nessa escolha, podemos dividir a da e saída do almoxarifado de uma repartição pública,
armazenagem em dois grupos: armazenagem simples devido as frequentes requisições deste material.
e armazenagem complexa. Nesse critério, o espaço cúbico do almoxarifado
Vamos entender a diferença entre esses grupos! não é aproveitado na sua máxima eficiência.
A armazenagem simples abrange os materiais
que, devido a suas características físicas ou químicas, z Armazenagem especial
não demandam cuidados especiais para a guarda.
Por outro lado, a armazenagem complexa envol- É a armazenagem destinada aos materiais que
ve materiais que necessitam de medidas especiais carecem de uma atenção especial, tais como: inflamá-
para a sua guarda. veis, perecíveis, explosivos e perigosos.
É a típica armazenagem complexa!
Não demandam Um bom exemplo de armazenagem complexa é
Simples cuidados
quando se armazena combustíveis (gasolina) em tan-
adicionais
ARMAZENAGEM ques especiais, localizados em áreas afastadas da cir-

60
Carecem de culação com a devida sinalização.

8-
Complexa medidas
Os produtos perecíveis devem ser armazenados

48
especiais
conforme o método FIFO (First In, First Out – ou em

6.
15
português, PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a sair),
Na tabela abaixo, listamos os aspectos físicos
.
ou então, pelo método derivado FEFO (First Expire,
20

e/ou químicos que justificam uma armazenagem First Out – ou em português, Primeiro que vence, Pri-
-4

complexa: meiro que sai).


ra
ei

ASPECTOS FÍSICOS ASPECTOS QUÍMICOS z Armazenagem em área externa


liv
O

� Inflamabilidade Esse critério de armazenagem é especifico para


de

� Explosividade os materiais que podem ser armazenados em áreas


� Fragilidade
os

� Volatilização externas, permitindo um maior aproveitamento da


� Volume
� Oxidação
am

� Peso área interna para aqueles materiais que necessitam


� Radiação de maior proteção.
R

� Forma
� Perecibilidade
Como exemplo, podemos citar a armazenagem de
e
m

� Potencial intoxicação
automóveis em pátios da indústria automobilística.
er
lh

Diante das informações do grupo (tipo) de arma- z Coberturas alternativas


ui

zenagem, cabe ao responsável pela administração


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

de materiais adotar um dos critérios abaixo para o Devido à escassez de áreas e o custo de construção
melhor aproveitamento do espaço físico e o aumento de almoxarifados, em determinadas circunstâncias, é
da produtividade: necessário a utilização temporária de áreas externas para
abrigar materiais. Nesses casos, são utilizados ambientes
z Armazenagem por agrupamento cobertos, mas, quando não é possível, a solução do pro-
blema está na utilização de coberturas plásticas.
Também conhecida como armazenagem por É o caso de armazenagem de tijolos em cobertu-
complementariedade, esse critério facilita as tarefas ras PVC nas lojas de materiais de construção.
de arrumação e busca, mas nem sempre permite o
melhor aproveitamento do espaço físico.
Os materiais associados ou compatíveis são aloca- Importante!
dos na mesma seção.
Um exemplo de armazenagem por agrupamento é Essas coberturas plásticas dispensam fundações,
quando armazenamos todos os sobressalentes de uma permitindo a guarda dos materiais ao menor custo
máquina em uma mesma estante. de armazenagem. 179
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Por fim, conhecendo o grupo de material e definin- As prateleiras de aço têm sua durabilidade bem
do os critérios, é o momento de escolher os disposi- maior, porém são mais caras.
tivos (equipamentos) mais adequados para a guarda
dos itens materiais, são eles:

Paletes (Pallets)

É uma plataforma disposta horizontalmente para


carregamento e empilhamento das cargas. Trata-se de
uma estrutura que permite o arranjo e o agrupamento
de materiais, possibilitando o manuseio, a estocagem,
a movimentação e o transporte em um único carre-
gamento, maximizando, assim, a utilização do espaço
cúbico do almoxarifado.

VISTA FRONTAL Prateleira metálica.


Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 178). Atlas.

VISTA LATERAL Racks

Paletes. São estruturas fabricadas em madeira ou aço e


Fonte: VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. construídas especialmente para acomodar peças lon-
(p. 326). gas e estreitas, como tubos, vergalhões, barras, tiras
etc.
z Vantagens da utilização de pallets:

„ melhor aproveitamento do espaço disponível


do almoxarifado (utiliza-se totalmente o espaço

60
vertical, através do empilhamento);

8-
„ economia nos custos de manuseio de materiais;

48
„ compatibilidade com todos os meios de transportes;

6.
„ facilita a carga, descarga e distribuição;
„ podem ser manuseados por uma grande quan-
. 15
20
tidade de equipamentos (paleteiras, empilha-
-4

deiras, elevadores, entre outros);


„ permite a disposição uniforme do estoque de
ra

materiais.
ei
liv

Os pallets podem ser de madeira, metal, papelão


O

ou plástico. Quando fabricados em madeira, sua vida


de

útil é mais curta, devido ao ataque de pragas. Racks.


os

A introdução dos paletes revolucionou a armaze- Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 179).
am

nagem e movimentação de materiais, pois permitiu


R

a unitização da carga. Com isso, ocorreu a redução Caixas Diversas


e

de custos de manipulação da carga fracionada, bem


m

como aumentou a rapidez na movimentação.


er

De fácil aquisição e padronizadas, são recomenda-


Segundo Dias (2010), temos a definição de carga
lh

das para materiais de pequenas dimensões.


unitizada como:
ui

As caixas também são grandemente utilizadas em


G

armazenagem na própria linha de produção.


[…] uma carga constituída de embalagens de trans-
porte, arranjadas ou acondicionadas de modo que
Engradados
possibilite o seu manuseio, transporte e armaze-
nagem por meios mecânicos, como uma unidade.
(DIAS, 2010) São destinados à guarda e ao transporte de mate-
riais frágeis ou irregulares, constituem-se em estrados
Prateleiras com proteção lateral e obedecem ao princípio da car-
ga unitária.
São armações de madeira ou perfis metálicos.
Prestam-se para acomodar materiais das mais diver- Containers (Contentor)
sas formas.
A prateleira metálica tem como vantagem a flexi- São caixas retangulares, revestidas de chapa de
bilidade, permitindo modificações na altura e largura alumínio, aço ou fibra de vidro; hermeticamente
das divisões e resistindo melhor aos danos acidentais fechado e selado, destinado ao acondicionamento e
180 causados por veículos de movimentação. ao transporte unitizado de mercadorias.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Devido as suas características de resistência e
identificação, é considerado o equipamento com
maior segurança, inviolabilidade e rapidez na uniti-
zação das cargas.

HOMENS

Arranjo
Físico
(Layout)

MATERIAIS MÁQUINAS

Container Dry Box.


Fonte: BRANDALISE, L. Administração de materiais e logística. Diante do exposto, inferimos que o arranjo físico
Simplíssimo. (layout) é a integração do fluxo de materiais, da opera-
ção dos equipamentos de movimentação, combinados
Containers Flexíveis (Big Bag) são sacos feitos com com as características que conferem maior produtivi-
um tecido à base de neoprene, cordas de dácron (náilon dade ao elemento humano.
ou raiom) e borracha vulcanizada. Sua capacidade varia
em torno de 500 a 1.000 kg. São utilizados para a estoca- Dica
gem e movimentação de sólidos a granel e líquidos.
Algumas bancas de concursos, de maneira
peculiar, utilizam a nomenclatura “LEIAUTE”
como sinônimo de layout.

Na elaboração de um bom layout, estes são os obje-

60
tivos a serem alcançados:

8-
48
z assegurar a utilização máxima do espaço;

6.
z proporcionar a mais eficiente movimentação de
materiais;
.15
z propiciar a estocagem mais econômica;
20

z fazer do almoxarifado um modelo de organização.


-4
ra

Conhecendo a definição e os objetivos do arranjo


ei

físico, cabe ao gestor planejar a área física do almo-


liv

xarifado, analisando cuidadosamente os três aspectos


O

básicos abaixo:
de

Containers flexíveis.
os

Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 182). Atlas.


� Acessibilidade: elaborar um planejamento racio-
am

nal da área física do armazém, combinado com um


sistema de localização bem estruturado;
R

Arranjo Físico (Layout)


z Equipamentos de movimentação e armazenagem:
e
m

alocar equipamentos de movimentação e armaze-


Tão importante quanto definir os critérios de
er

nagem que permitam o melhor aproveitamento do


armazenagem e seus equipamentos, é o planejamento
lh

espaço do almoxarifado, além de facilitar o traba-


físico do almoxarifado, e isso é o papel do estudo do
ui

lho dos trabalhadores;


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

arranjo físico.
z Tipos de embalagens utilizadas no armazenamen-
O arranjo físico (Layout) é o planejamento da área
to: definir os tipos de embalagens que permitam o
física dos almoxarifados. Desse modo, para alcançar a
empilhamento de cargas.
realização eficiente da armazenagem, depende-se de
um bom arranjo físico, que é responsável por deter-
Sintetizamos, no quadro abaixo, alguns elementos
minar o grau de acesso ao material, aos modelos de
que devem ser considerados na definição de um bom
fluxo de material, à melhor utilização da mão de obra
arranjo físico:
e à segurança do pessoal e do armazém.
Atualmente, a definição do arranjo físico não é mais
apenas intuitiva, mas, baseia-se em técnicas de visuali-
zação da movimentação dos materiais no depósito.
Neste sentido, Dias (2010) conceitua arranjo físico
como a disposição física dos homens, máquinas e mate-
riais, da maneira mais adequada ao processo produtivo.

181
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em ambos os sistemas, é imprescindível um bom
ELEMENTOS QUE DEVEM SER ANALISADOS NA sistema de endereçamento que indique o lugar exato
DEFINIÇÃO DO ARRANJO FÍSICO (LAYOUT) dos itens materiais.
� Quantitativo de material a ser armazenado
DISTRIBUIÇÃO
� Equipamentos de movimentação e armazenagem
a serem utilizados A distribuição é a última atividade da gestão dos
� Tipos de embalagens utilizadas na armazenagem almoxarifados: após o recebimento, a classificação,
� Tempo médio de armazenagem do material a movimentação interna, a armazenagem (guarda),
� Possibilidade de expansão da área do chegou o momento de distribuir o material em esto-
almoxarifado que e/ou o produto acabado para seu cliente final.
� Flexibilidade de alteração do arranjo físico Assim, inferimos, que a finalidade principal da
distribuição é suprir as necessidades de materiais e/
Outro ponto que também deve ser analisado para ou produtos de seus usuários, fazendo-os chegar em
elaboração do projeto perfeito do arranjo físico é a perfeitas condições.
escolha do sistema de estocagem. Para fins didáticos, podemos dividir a atividade de
A literatura especializada apresenta dois sistemas distribuição em dois grupos, vejamos.
principais de estocagem: sistema de estocagem fixa
e sistema de estocagem livre. Distribuição Interna
Vamos entender como funciona cada um desses
sistemas! Como o próprio nome diz, é a distribuição interna
de materiais à organização, para dar continuidade ao
z Sistema de Estocagem Fixa processo produtivo.
Como exemplo, podemos citar a requisição de
No sistema de estocagem fixa as áreas são pre-
determinadas, conforme o tipo de material. Assim, parafusos do setor de produção para o almoxarifado,
somente o material deste tipo poderá ser estocado assim, nesse caso concreto, ocorre distribuição entre
nestes locais. setores (interna).
Na figura abaixo, temos exemplos do sistema de
estocagem fixa. Distribuição Externa

Esta é a distribuição (entrega) de produtos acaba-


Escaninho dos a seus consumidores finais, através de modais de
transportes.

60
Como exemplo de distribuição externa, temos a

8-
entrega do livro (apostila) da Nova Concursos na casa

48
do consumidor final. Percebemos, nesse caso, que o

6.
produto saiu da organização, utilizou um (ou mais)
Prateleira
15
Circulação

meios de transporte e chegou no destinatário final


Principal

.
Subescaninho
(casa do consumidor).
20
Coluna de
escaninhos
Internalizando o conhecimento, temos:
-4

Subescaninho
ra
ei
liv
O

DISTRIBUIÇÃO
de
os
am

Sistema de estocagem.
Fonte: DIAS, M. A. P. Administração de Materiais (p. 192). Atlas.
R
e
m

Conforme Dias (2010), EXTERNA INTERNA


er
lh

Com o sistema de estocagem fixa corre-se um risco


ui

muito grande de desperdício de áreas de armazena-


G

gem. Em virtude do fluxo intenso de entrada e saí-


da de materiais, pode ocorrer falta de determinado
material, assim como excesso de outro.
Entrega de
materiais em Requisição de
z Sistema de Estocagem Livre outro setor da materiais
empresa
Neste sistema não existem locais fixos de arma-
zenagem, os materiais vão ocupar os espaços vazios
disponíveis dentro do depósito. Compra de
Entrega do
De acordo com Dias (2010), produto ao produtos
consumidor (canal de
O único inconveniente do sistema de estocagem final vendas)
livre é o perfeito método de controle que deve exis-
tir sobre o endereçamento, sob o risco de possuir
material em estoque perdido que somente será des-
182 coberto ao acaso ou na execução do inventário.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Finalizamos todas as atividades internas do cen- ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL DE TRABALHO
tro de distribuição. O produto já está separado para
enviar para transportadora. Agora, só falta escolher É necessário definir um local onde as ferramentas,
o melhor meio de transporte para entregar ao consu- equipamentos, EPI etc., fiquem sempre armazenados
midor final. e divididos adequadamente.
Adote práticas visuais para indicar o local, nome
do objeto ou posição correta para manter armazena-
do de uma forma segura. Além disso, grande atenção
deve ser dada para acessar os materiais em função do
ORGANIZAÇÃO DE MATERIAL NO
peso, distância, frequência de uso ou outros aspectos
AMBIENTE DE TRABALHO que limitam manter organizado o ambiente de traba-
lho. Nesta fase da implantação do senso da organiza-
A organização do ambiente de trabalho impacta ção para manter o local organizado, é necessário que
positivamente no desenvolvimento e na produtivida- os gestores se conscientizem sobre a importância de
de diária de determinados setores, ao contrário disso, treinar o trabalhador17.
a desorganização costuma gerar atrasos e situações
que prejudicam o desempenho dos funcionários,
podendo influenciar até mesmo na harmonia dentro Importante!
da entidade/órgão público.
Vários resultados importantes dependem de um A falta de organização está associada ao tem-
bom desempenho na organização do espaço de tra- po que nós perdemos procurando um objeto,
balho. Além de evitar a resolução de demandas num informação ou qualquer outro recurso que seja
ambiente confuso, um ambiente organizado ainda necessário para executar as nossas atividades
proporciona, aos colaboradores, uma imagem mais de uma forma segura e saudável.
positiva16.
A falta de organização causa muita perda de tempo
dos funcionários. No ramo industrial, quando é preci-
so encontrar algo como uma ferramenta, algum mate-
rial necessário para o trabalho, e esse objeto é deixado
em qualquer lugar, leva-se um tempo até encontrá-lo.
REUNIÕES: TIPOS, OBJETIVOS E
Além de perda de tempo, o ambiente desorga- TÉCNICAS; PLANEJAMENTO E
nizado pode causar atrito entre os colaboradores ORGANIZAÇÃO; AGENDAMENTO;

60
justamente pelo fato do “sumiço” de ferramentas,
TIPOS DE CONVOCAÇÃO; PREPARO DE

8-
equipamentos e pelo atraso na execução da atividade
AMBIENTE E EQUIPAMENTOS

48
ou cumprimento das metas do ambiente de trabalho,

6.
gerando, inclusive, estresse no trabalhador.
A organização também permite liberar uma área
.15
A reunião é o ato e o resultado de reunir (agru-
par, aglutinar ou acumular). Seu conceito habitual
20
física no local, almoxarifado, armários, mesas, etc.
Dentre as principais contribuições que podemos asso- está associado a um grupo de pessoas que se juntam,
-4

ciar ao trabalhador, estão: seja de forma espontânea ou organizada, por algum


ra

motivo. A reunião se caracteriza pelo encontro entre


ei

z aumentar a produtividade; duas ou mais pessoas com o objetivo de apresentar,


liv

z otimização do tempo ou horas trabalhadas; debater e discutir assuntos relativos a um tema cen-
O

z focar na necessidade de espaços e controles neces- tral escolhido. Seu objetivo é definido de acordo com
de

sários dos trabalhadores; o que se espera e pode variar de acordo com as carac-
os

z bem-estar no local de trabalho; terísticas dos participantes.


am

z melhorar o relacionamento da equipe; As reuniões podem ser organizadas para:


z contribuir com o desempenho da SST em ativida-
R

des industriais críticas; z solucionar problemas;


e
m

z redução de acidentes de trabalho. z resolver pendências;


er

z inteirar-se sobre assuntos, procedimentos, requisi-


lh

A organização no ambiente de trabalho é crucial tos, normas etc.;


ui

para a segurança e saúde do funcionário, pois pode, z compartilhar ideias;


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

por exemplo, evitar acidentes de queda do trabalha- z comunicar decisões;


dor, acidentes com equipamentos em manutenção e z apresentar, informar, discutir ou negociar pontos
acidentes de queda de objetos de armários, pratelei- de vista e/ou necessidades;
ras ou empilhamento excessivo. z definir requisitos;
Além disso, a organização é uma forma de elimi- z propiciar condições favoráveis para tomada de
nar a exposição do trabalhador às partes móveis de decisões;
um equipamento, pontos de contaminação e, também, z integrar colaboradores;
uma maneira de sinalizar a localização de ferramen- z propiciar desenvolvimentos e capacitações indivi-
tas, produtos químicos, locais de higienização, sinali- duais e/ou da própria equipe;
zação de limpeza e fluxos de circulação de pessoas. z sentir o clima organizacional ou do negócio.

16 Aspec Informática. Como a organização do ambiente de trabalho torna o meu dia mais produtivo? Disponível em: https://www.aspec.com.
br/blog/como-a-organizacao-do-ambiente-de-trabalho-torna-o-meu-dia-mais-produtivo/#:~:text=Organize%20seu%20material%20de%20
trabalho,que%20voc%C3%AA%20realmente%20n%C3%A3o%20utiliza. Acesso em: 15 dez. 2022.
17 OnSafety. Organização No Ambiente De Trabalho E Sua Importância. Disponível em: https://onsafety.com.br/a-organizacao-no-ambiente-
-de-trabalho-e-sua-importancia/. Acesso em: 15 dez. 2022 183
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A reunião pode ser de acompanhamento, de ava- Ter um local adequado para realizar a reunião é
liação, informativa, deliberativa, de criação e de trei- essencial para o sucesso da mesma. O ideal é que seja
namento. Vejamos. uma sala preparada para esse tipo de evento.
Uma sala de reunião adequada precisa ser isolada
z De Acompanhamento: têm a finalidade de acom- dos locais com grande circulação de pessoas, evitan-
panhar o desempenho de novos colaboradores do, assim, atrapalhar não somente o andamento da
ou de determinada atividade que se encontra em reunião como também a rotina de trabalho das pes-
desenvolvimento; soas que não estão participando do encontro, mas cir-
z De Avaliação: têm a finalidade avaliar o trabalho culam pelas proximidades.
dos colaboradores com intuito de fornecimento de Materiais de leitura prévia contendo informações
feedback, de modo que sejam identificados pontos para fomentar as discussões, quando necessário,
positivos a serem repetidos e negativos a serem devem ser distribuídos com antecedência para que
evitados, visando a melhoria contínua; os participantes tenham tempo de ler antes da reu-
z Informativas: têm a finalidade comunicar deci- nião. Sempre que possível, documentos desta nature-
sões tomadas, fatos/eventos ocorridos e receber za devem ser enviados via e-mail ou disponibilizados
informações dos colaboradores; aos interessados na intranet empresarial. Materiais
z Deliberativas: visam uma tomada de decisão e impressos, distribuídos durante a reunião, podem ser
têm a finalidade de apresentar um determinado utilizados em casos de apresentar esquemas, tabelas
assunto, que requer um tomada de decisão, com e gráficos, pois, ao contrário de um texto, eles não
objetivo de se obter sugestões de diferentes pontos dependem de muito tempo para serem analisados19.
de vistas e uma solução consensual;
z De Criação: é um tipo de reunião mais informal,
onde os participantes são estimulados a pensar em
conjunto e lançam ideias abertamente sobre um HORA DE PRATICAR!
determinado tema. Geralmente, são utilizadas as
técnicas de brainstorming para se descobrir novas 1. (VUNESP — 2020) Para que exista a economia de
estratégias de trabalho; suprimentos no setor público, é preciso gerir correta-
z De Treinamento: têm a finalidade de orientar e mente os recursos, assim como realizar bem a gestão
treinar colaboradores a respeito de comportamen- logística. Nesse sentido, deve-se atuar na gestão de
to, funcionamento, produto/serviço oferecido e
processos da empresa18. a) licitações, contratos, de compra e venda e avaliação
360º.

60
A organização de uma reunião requisita um plane- b) bens e serviços, de preços e cotações, plataforma e

8-
jamento detalhado, de modo que sejam feitas previsões IoT.

48
na tomada de ações antes, durante e após a reunião. Os c) orçamento, compra e venda, de estoques e inovação

6.
principais responsáveis pelo sucesso de uma reunião tecnológica.
são o planejamento e coordenação da mesma.
15
d) compra, estoque, contratos, plataforma e inovação
.
20

As reuniões são muito úteis para informar ou incremental.


-4

tomar alguma decisão. Porém, quando mal planeja- e) estoques, de bens e serviços, contratos e fornecedores.
das ou conduzidas, consomem tempo dos participan-
ra

tes sem trazer resultados proveitosos. 2. (VUNESP — 2019) No controle de saída, que repre-
ei
liv

Acerca da convocação de pessoas para a realização senta a entrega de materiais do estoque, o almoxarife
de uma reunião, é necessário ter em mente alguns cui-
O

tem como atividade imediatamente anterior ao arqui-


dados, pois, caso o convite seja feito com muita ante- vamento (finalização) da requisição de compras, a
de

cedência, existe o risco dos integrantes da reunião não


os

se prepararem para o encontro, ou não se lembrarem. a) realização do pedido de compra e consequente devo-
am

Ao contrário disso, a convocação em cima da hora lução dos materiais relacionados.


fará com que o participante se sinta perdido e tenha
R

b) cotação com 3 fornecedores e consequente entrega


uma contribuição limitada.
e

dos materiais relacionados.


m

Informações da agenda e pauta devem ser divul- c) realização do pedido de compra e registro da sua
er

gadas junto com a convocação. A agenda refere-se à assinatura na requisição.


lh

data e à hora da reunião, ao tempo de duração, ao d) cotação com 3 fornecedores e consulta da relação de
ui

local, aos participantes e ao assunto a ser abordado. A materiais em estoque.


G

pauta refere-se aos tópicos que serão abordados, com e) realização da baixa dos materiais no sistema confor-
os respectivos tempos para discussão, participação me requisição.
esperada e objetivo. Além destas informações, podem
ser solicitados dados, documentos e fontes de consul- 3. (VUNESP — 2020) Grandes caixas, normalmente de
ta que podem ser levados ao encontro. Embora, atual- metal, que são utilizadas para o acondicionamento
mente, seja difundido o meio eletrônico para realizar de diversos produtos que serão enviados a um mes-
a convocação, o convite realizado pessoalmente torna mo destino, amplamente utilizadas nos portos e que
a presença do convidado valorizada, demonstrando quando chegam ao destino, são esvaziadas e reutili-
importância da sua participação na reunião. zadas para novas cargas, são denominadas:

18 MARCONDES, J. S. Reunião Empresarial/Corporativa – O que é? Importância e Tipos Reuniões. Disponível em: https://
gestaodesegurancaprivada.com.br/reuniao-corporativa-o-que-e-tipos/#:~:text=Quais%20os%20Tipos%20de%20Reuni%C3%B5es,que%20
se%20encontra%20em%20desenvolvimento. Acesso em: 20 dez. 2022.
19 MARCONDES, J. S. Organização da Reunião – Como Organizar uma Reunião de Trabalho. Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.
184 com.br/organizacao-da-reuniao-trabalho/ Acesso em: 19 dez. 2022
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) cargas pré-lingadas. 9. (VUNESP — 2020) A evolução do conceito de qualidade
b) contêineres. ao longo do tempo mudou não apenas a visão sobre o
c) tipo especial de unitização. desempenho organizacional, mas também as metodolo-
d) pallet de 4 entradas. gias aplicadas para o alcance desses resultados.
e) cargas paletizadas. Considerando as metodologias relacionadas a Admi-
nistração Científica, TQM (Total Quality Management)
4. (VUNESP — 2022) Assinale a alternativa que permite e Seis Sigma, assinale a alternativa que apresenta à
a adequada relação: “O Almoxarifado é o local desti- qual finalidade estão relacionadas, respectivamente.
nado à (ao) 1 e conservação de 2, em recinto coberto
ou não, adequado à sua 3, tendo a função de destinar a) Eficiência, eficácia e efetividade.
4 onde permanecerá cada item aguardando a neces- b) Eficiência, efetividade e eficácia.
sidade do seu uso, ficando sua(s) 5 e disposição c) Eficácia, eficiência e efetividade.
interna acondicionados à política geral de estoques.” d) Efetividade, eficiência e eficácia.
e) Eficácia, efetividade e eficiência.
a) 1 – guarda; 2 – materiais; 3 – natureza; 4 – espaços;
e 5 – localização. 10. (VUNESP — 2021) O controle do tipo estratégico é
b) 1 – manutenção; 2 – utensílios; 3 – vocação; 4 – tem- aquele que, além de monitorar e avaliar o desempe-
po; e 5 – função. nho da organização para atingir seus objetivos,
c) 1 – processamento; 2 – produtos em elaboração; 3 –
constituição; 4 – recursos; e 5 – atividades. a) focaliza suas áreas do ponto de vista operacional.
d) 1 – avaliação; 2 – produtos em trânsito; 3 – estrutura; b) investe tempo em monitorar o uso interno dos recursos.
4 – contagem; e 5 – política. c) preocupa-se essencialmente com o índice de produti-
e) 1 – elaboração; 2 – produtos elaborados; 3 – compo- vidade dos recursos humanos.
sição química; 4 – recursos; e 5 – norma. d) monitora, também, os fatores externos que impactam
a organização.
5. (VUNESP — 2021) À ordenação contínua de autorida- e) controla o fluxo operacional de entradas e saídas da
des que estabelece os níveis de poder e importância, organização.
de forma que a posição inferior é sempre subordinada
às posições superiores dá- se o nome de 11. (VUNESP — 2020) Na função controle, os balizamen-
tos que proporcionam meios para se determinar o
que se deverá fazer e qual o desempenho a ser aceito
a) aristocracia.
como normal ou desejável se dá por meio
b) autarquia.

60
c) cronologia.
a) do estabelecimento de critérios.
d) oligarquia.

8-
b) da ação coercitiva.

48
e) hierarquia.
c) da ação corretiva.

6.
d) da abrangência do controle.
6. (VUNESP — 2021) Os administradores das rotinas e)
15
do monitoramento dos indicadores de precisão.
.
administrativas devem desempenhar funções que
20

exigem conhecimento e experiências específicas.


-4

12. (VUNESP — 2020) Na comunicação interpessoal, o


Eles são responsáveis por
círculo de feedback representa
ra
ei

a) criar, experimentar, executar e atualizar as rotinas. a) a tradução da mensagem pelo emissor.


liv

b) Idealizar, treinar, orientar e vivenciar as rotinas. b) uma condição em que a quantidade de informação
O

c) analisar, mudar, sugerir e realizar as rotinas. excede a capacidade de processamento do indivíduo.


de

d) planejar, dirigir, controlar e supervisionar as rotinas. c) a verificação do sucesso na transmissão de uma


e) organizar, praticar, instruir e avaliar as rotinas.
os

mensagem, como originalmente pretendida.


am

d) manipulação da informação pelo emissor, para que


7. (VUNESP — 2021) A definição de diretrizes estratégi- ela seja vista de maneira mais favorável pelo receptor.
R

cas juntamente com a avaliação de cenários futuros e) a mídia através da qual a mensagem viaja.
e

para a organização são algumas das ações que estão


m

vinculadas à função administrativa de


er

13. (VUNESP — 2020) No atendimento presencial é muito


lh

importante atentar-se para a comunicação não verbal


ui

a) Controle. que está presente nas expressões faciais e corporais.


G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

b) Avaliação. Um gesto que pode ser entendido como posição de


c) Planejamento. defesa para o outro é
d) Direção.
e) Coordenação. a) cruzar os braços e as pernas.
b) colocar a mão no queixo.
8. (VUNESP — 2021) Um dos conceitos vinculados à c) coçar a cabeça ou espreguiçar-se na cadeira.
produção de indicadores estratégicos é aquele que d) ajeitar papéis que se encontrem sobre a mesa.
permite a identificação quanto ao objetivo ter sido ou e) guardar papéis na gaveta e deixar de responder questões.
não atingido. Ele é mais qualitativo do que quantitati-
vo. Esse conceito é o de 14. (VUNESP — 2022) Foco no cidadão e qualidade do
serviço público são características essenciais para
a) Eficácia. uma gestão pública moderna e contemporânea, tor-
b) Melhoria. nando os serviços compatíveis com as necessidades
c) Produtividade. e expectativas dos cidadãos. Entre as ações a seguir,
d) Eficiência. está correta em relação ao alcance de tais caracterís-
e) Rendimento. ticas gerencialistas: 185
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) automatização de todos os processos administrati- d) cartão resistente, do tamanho das pastas ou das
vos relacionados ao atendimento ao público, elimi- fichas, cuja finalidade é o controle de entrada de
nando o contato do cidadão com os agentes públicos. documentos em setores de arquivos intermediários.
b) criação de sistemática de avaliação de serviços públi- e) retângulo de cartão resistente que serve para separar
cos por parte do cidadão. as partes ou seções dos arquivos ou fichários reunin-
c) elaboração de legislações e processos mais rígidos do em grupos as respectivas fichas ou pastas.
para prestação de serviços públicos.
d) implementação de treinamento para servidores, como 19. (VUNESP — 2020) Assinale a alternativa correta.
forma de garantir uma postura mais paternalista no
atendimento ao público. a) Os pequenos reparos e acondicionamentos simples
e) robotização da conduta dos agentes públicos para em documentos, por serem básicos, podem ser rea-
atendimento dos cidadãos. lizados sem as técnicas e critérios de intervenção e
o conhecimento das características e dos materiais
15. (VUNESP — 2022) Quando se diz que uma das regras empregados no processo de preservação.
do bom atendimento é que ele seja rápido e produtivo, b) A preservação define-se como um conjunto de
fazendo-se o melhor com o que se tem de recursos ações estabilizadoras para desacelerar o processo
disponíveis, o atendimento é de degradação de documentos ou objetos, por meio
de controle ambiental e de tratamentos específicos
a) normatizado. (higienização, reparos e acondicionamento).
b) subjetivo. c) A restauração consiste no conjunto de medidas para
c) relativo. estabilização ou reversão de danos físicos ou quími-
d) eficiente. cos no documento ao longo do tempo e do uso, inter-
e) conclusivo. vindo de modo a não comprometer sua integridade e
seu caráter histórico.
16. (VUNESP — 2022) Ao falar em atendimento, pensa-se d) A conservação preventiva de documentos e objetos
apenas em clientes externos, porém, um atendimento é definida como medidas e estratégias administrati-
de qualidade refere-se igualmente aos clientes inter- vas, políticas e operacionais que contribuem direta ou
nos, que são todos os indiretamente para a integridade dos materiais.
e) Os agentes de deterioração dos acervos de biblio-
a) patrocinadores de confiança da empresa ou da instituição. tecas, arquivos e museus são aqueles que levam os
b) colaboradores que trabalham na empresa ou na instituição. documentos e objetos a um estado de estabilidade
c) dirigentes de organizações contratadas pela empresa física ou química, com comprometimento de sua inte-

60
ou instituição. gridade e existência.

8-
d) consumidores frequentes da empresa ou da instituição.

48
e) visitantes assíduos da empresa ou da instituição. 20. (VUNESP — 2020) O nome dado ao conjunto de pro-

6.
cedimentos para criação e manutenção de ambiente
17. (VUNESP — 2022) Em gestão de documento, o des-
.15
de armazenamento propício à preservação, compreen-
20

membramento representa dendo controle de temperatura, da umidade relativa, da


-4

qualidade do ar, da luminosidade, bem como prevenção


a) a separação de parte da documentação de um ou de infestação biológica, procedimentos de manutenção,
ra

segurança e proteção contra fogo e danos por água, é


ei

mais processos para formação de novo processo.


liv

b) a retirada de peças de um processo, que poderá ocor-


O

rer quando houver interesse da Administração ou a a) preservação de documentos.


b) conservação preventiva.
de

pedido do interessado.
c) ato pelo qual a autoridade competente libera à con- c) controle biológico.
os

sulta, no todo ou em parte, documento anteriormente d) controle de depósito.


am

sujeito a grau de sigilo. e) controle ambiental.


R

d) o ato pelo qual um processo que, tendo deixado de aten-


e

der as formalidades indispensáveis ou de cumprir algu- 9 GABARITO


m

ma disposição legal, é devolvido ao órgão que assim


er

procedeu, a fim de corrigir ou sanar as falhas apontadas.


lh

e) a união de um processo a outro, ou de um docu- 1 E


ui
G

mento a um processo; realiza-se por Anexação ou


2 E
Apensação.
3 B
18. (VUNESP — 2022) Em gestão de documentos, a guia-
-fora é um 4 A

5 E
a) indicador colocado no lugar de uma unidade de arqui-
vamento ou peça (item) documental para assinalar 6 D
sua remoção temporária.
b) cartão resistente, do tamanho das pastas ou das 7 C
fichas, cuja finalidade é facilitar a busca dos docu-
8 A
mentos e o seu rearquivamento.
c) cartão resistente, do tamanho das pastas ou das 9 A
fichas, cuja finalidade é o controle de entrada de
documentos em setores de arquivos permanentes. 10 D
186
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
11 A

12 C

13 A

14 B

15 D

16 B

17 A

18 A

19 C

20 E

ANOTAÇÕES

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er
lh
ui
G

NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO

187
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ANOTAÇÕES

60
8-
48
6.
.15
20
-4
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liv
O
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os
am
R
e
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ui
G

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de um pressuposto lógico e racional que justifique
a desequiparação efetuada, como a existência de
assentos reservados para gestantes, idosos e pes-
soas com deficiência nos transportes coletivos.

NOÇÕES DE DIREITO Art. 5º [...]


I - homens e mulheres são iguais em direitos e
CONSTITUCIONAL obrigações, nos termos desta Constituição;

O inciso I decorre do direito à igualdade. Trata-se


da igualdade entre homens e mulheres. Inicialmen-
te, há de se esclarecer que os direitos das mulheres são
DOS DIREITOS E GARANTIAS relativamente recentes, de modo que grande parte da
FUNDAMENTAIS legislação anterior à CF, de 1988, estabelecia situações
diferenciadas entre homens e mulheres, como, por
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E exemplo, a necessidade de autorização marital para
COLETIVOS que a esposa ocupasse cargo público ou exercesse a
profissão fora do lar e o fato de o marido ser tido como
Os direitos individuais e coletivos estão disciplina- o chefe da sociedade conjugal, competindo a ele, entre
dos no art. 5º, da CF, de 1988. Muito cobrado em provas outros deveres, a administração dos bens do casal.
de concursos públicos, esse dispositivo é o mais exten- Assim sendo, esse inciso foi direcionado tanto
so dessa norma, sendo composto pelo caput (capítulo), ao legislador, para que corrigisse tais desigualdades
por 78 (setenta e oito) incisos e 4 (quatro) parágrafos. legais, como aos operadores do direito, para que não
Vejamos cada uma de suas partes: fossem mais estabelecidos critérios discriminatórios.
Atenção! Existem dois tipos de igualdade: a for-
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distin- mal e a material. A igualdade formal consiste em tra-
ção de qualquer natureza, garantindo-se aos bra- tar a todos de maneira igual, independentemente de
sileiros e aos estrangeiros residentes no País qualquer condição. Já a igualdade material busca a
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, igualdade de fato, para que todos tenham os mesmos
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos direitos e obrigações. Trata-se, portanto, da igualdade
termos seguintes: efetiva, real, concreta ou situada. Assim, a igualdade

60
nada mais é que tratar igualmente os iguais, com os
O caput do art. 5º traz os cinco pilares dos direitos

8-
mesmos direitos e obrigações, e desigualmente os
individuais e coletivos, quais sejam: vida, liberdade,

48
desiguais, na medida de sua desigualdade.
igualdade, segurança e propriedade. Deles decor-

6.
rem todos os demais direitos estruturados nos seus 15
Art. 5º [...]
incisos, como, por exemplo, do direito à vida, decor-
.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
20

rem o direito à integridade física e moral, a proibição


fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
-4

da pena de morte e a proibição de venda de órgãos.


Quando a Constituição fala “brasileiros e estrangei-
ra

O inciso II decorre do direito à segurança. Trata-se,


ros residentes no país”, não significa que o estrangei-
ei

portanto, da segurança em matéria pessoal estampa-


liv

ro não residente não possua direitos, pois os direitos


fundamentais são destinados a qualquer pessoa que da pelo princípio da legalidade. Em síntese, todas as
O

se encontre em território nacional. pessoas estão submetidas ao império da lei, de modo


de

A CF, de 1988, adota o critério quantitativo para que somente a lei pode obrigar alguém a fazer ou
os

definir os titulares dos direitos fundamentais, ou seja, deixar de fazer algo. Assim sendo, somente a lei pode
am

a população brasileira — todos aqueles que residem limitar a vontade do indivíduo e obrigá-lo a fazer ou
em território brasileiro. não fazer algo, como, por exemplo, o uso obrigatório
R

Além disso, o caput traz o princípio da isonomia de máscaras faciais de proteção.


e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

ou da igualdade (“todos são iguais perante a lei, sem Ressalta-se que o princípio da legalidade possui
er

distinção de qualquer natureza”). Tal princípio tem, duas facetas, sendo uma delas destinada aos parti-
lh

como fundamento, o fato de que todos nascem e vivem culares e a outra destinada à Administração. A lega-
ui

com os mesmos direitos e obrigações perante o Estado lidade aplicada ao particular difere-se da legalidade
G

brasileiro. São destinatários do princípio da igualdade aplicada à Administração, tendo em vista que ao par-
tanto o legislador como os aplicadores da lei. ticular tudo pode se não proibido por lei. Já em rela-
ção à Administração, seus atos são engessados, sendo
z Igualdade na lei: direcionado ao legislador, de modo assim, somente pode praticar atos dispostos em lei.
a vedar a elaboração de dispositivos que estabeleçam
desigualdades ou privilégio entre as pessoas; Art. 5º [...]
z Igualdade perante a lei: direcionado aos aplica- III - ninguém será submetido a tortura nem a tra-
dores da lei, uma vez que não é possível utilizar tamento desumano ou degradante;
critérios discriminatórios na aplicação da norma,
salvo nos casos em que a própria norma consti- O inciso III decorre do direito à vida, por decor-
tucional estabelece a aplicação desigual. Como rer da violação à integridade humana, tanto física
exemplo, podem-se citar o caso da exclusão de como psicológica. Torturar1 é causar ao indivíduo
mulheres e eclesiásticos do serviço militar obriga- sofrimento físico ou mental como forma de intimida-
tório em tempo de paz, ou os casos de existência ção ou castigo. É, também, utilizar-se de métodos como
1 Conceito em conformidade com o art. 2º, da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura. 189
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
forma de anular a personalidade ou diminuir a capa-
cidade física ou metal, mesmo que sem dor. Assim, a Importante!
CF, de 1988, veda tanto a tortura como qualquer tipo O inciso V prevê a indenização por dano mate-
de tratamento desumano ou degradante. Temos como rial, moral ou à imagem. De acordo com a Súmu-
exemplo prático de tal inciso a Súmula Vinculante nº la nº 37, do Superior Tribunal de Justiça2, esses
11, a qual dispõe sobre o uso de algemas, que, se for de danos são acumuláveis.
forma arbitrária, pode acarretar em tratamento desu-
mano ou degradante.
Art. 5º [...]
Súmula Vinculante nº 11 Só é lícito o uso de alge- VI - é inviolável a liberdade de consciência e de
mas em casos de resistência e de fundado receio de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
fuga ou de perigo à integridade física própria ou cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
alheia, por parte do preso ou de terceiros, justifi- proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
cada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente A liberdade de consciência abrange a liberdade
ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato de consciência em sentido estrito, ou seja, a liber-
processual a que se refere, sem prejuízo da respon- dade de pensamento de foro íntimo em questões não
sabilidade civil do Estado. religiosas, tais como convicções de ordem ideológica
ou filosófica. Abrange, ainda, a liberdade de crença,
Art. 5º [...] isto é, a liberdade de pensamento de foro íntimo em
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo questões de natureza religiosa. Com relação à religião,
vedado o anonimato; o inciso VI assegura tanto a liberdade de crença (foro
íntimo), ou seja, de ter uma religião, como a liberdade
Todas as pessoas possuem direito atinentes à de expressão, isto é, de culto. Além disso, estabelece
liberdade de foro íntimo, ou seja, de ter convicções a liberdade religiosa, ou seja, de mudar de crença ou
religiosas, filosóficas, políticas, entre outras, possuin- religião e de manifestação.
do, portanto, o direito de pensar. Além disso, possuem
direito de expressar livremente esses pensamentos. Art. 5º [...]
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação
Assim, o direito à expressão do pensamento, que
de assistência religiosa nas entidades civis e
decorre do direito à liberdade de expressão (sendo militares de internação coletiva;
este fundamento do Estado Democrático de Direito),

60
está disciplinado no inciso IV. O inciso VII é decorrência do direito à liberdade de

8-
O pensamento em si é absolutamente livre, por ser crença e culto, de modo a garantir aos internados em

48
uma questão de foro íntimo. O indivíduo pode pen- estabelecimentos prisionais e de saúde o acesso à assis-

6.
sar em que quiser, sem que o Estado possa interferir. tência espiritual e religiosa; contudo, lembre-se de que
No entanto, quando este pensamento é exteriorizado,
15
essa admissão não influi no fato de o Estado ser laico.
.
20

passa a ser possível a tutela e proteção do Estado.


-4

Cumpre mencionar que é da liberdade de expres- Art. 5º [...]


são que decorrem a proibição de censura e a vedação VIII - ninguém será privado de direitos por moti-
ra

do anonimato, por exemplo. Portanto, ao mesmo tem- vo de crença religiosa ou de convicção filosófi-
ei
liv

po que a Constituição assegura a liberdade de mani- ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se
de obrigação legal a todos imposta e recusar-se
O

festação de pensamento, ela obriga que as pessoas


a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
de

assumam a responsabilidade pelo que exteriorizam.


Além disso, a vedação ao anonimato é aplicada,
os

também, às denúncias. Segundo o STF, é vedado o O inciso VIII traz a chamada escusa de consciência
am

recebimento de denúncias anônimas, contudo, isso ou objeção de consciência. Trata-se do direito de não
cumprir um serviço obrigatório por razões relacionadas
R

não impede que o Estado apure de forma sumária a


a sua consciência ou crença, de modo a assegurar que
e

verossimilhança das alegações.


m

não ocorrerá a perda dos direitos civis ou políticos em


er

decorrência de tal recusa. Por exemplo: a pessoa que, por


lh

Art. 5º [...]
questão religiosa, seja contrária ao serviço militar poderá
ui

V - é assegurado o direito de resposta, proporcio-


alegar tal imperativo de consciência em seu alistamento
G

nal ao agravo, além da indenização por dano mate-


militar. No entanto, a CF, de 1988, estabelece que, mesmo
rial, moral ou à imagem;
que dispensada da prática dessa atividade, ela terá que
cumprir serviço alternativo.
A expressão do pensamento é livre, porém, não
é absoluta. Assim, a pessoa é livre para expor sua
Art. 5º [...]
opinião, porém, atingindo-se a honra de alguém, IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
por exemplo, ela poderá ser responsabilizada civil e artística, científica e de comunicação, indepen-
penalmente. Além disso, a CF, de 1988, estabelece o dentemente de censura ou licença;
direito de resposta, ou seja, o exercício do direito de
defesa da pessoa que foi ofendida em razão da mani- O inciso IX trata da liberdade de expressão das
festação do pensamento de outra, como, por exemplo, atividades intelectual, artística, científica e de comu-
no caso de notícia inverídica ou errônea. Salienta-se nicação. Assim, a CF, de 1988, veda, expressamente,
por fim que o direito de resposta é aplicado tanto à qualquer atividade de censura ou licença, inclusive a
pessoa física quanto à jurídica. proveniente de atuação jurisdicional.
190 2 Súmula nº 37 (STJ) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cumpre esclarecer os conceitos de censura e entrada no local para prestar socorro, como, por exem-
licença: plo, no caso de o imóvel estar pegando fogo e ter alguém
em seu interior. Por fim, é possível ingressar na casa
z Censura é a verificação da compatibilidade ou não mediante autorização judicial, como, por exemplo,
entre um pensamento que se pretende expressar quando o juiz expede um mandado judicial para busca
com as normas legais vigentes; de algum(a) objeto/pessoa no local.
z Licença é a exigência de autorização para que o É importante consignar que, mesmo com autoriza-
pensamento possa ser exteriorizado. ção judicial, o ingresso deve ocorrer apenas durante
o dia, ou seja, durante o período noturno, dependerá
Art. 5º [...] do consentimento do morador. Assim sendo, durante
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, o dia, exibindo-se o mandado judicial, a busca pode
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o ser realizada mesmo sem a concordância do morador,
direito a indenização pelo dano material ou moral sendo possível, inclusive, o arrombamento de porta se
decorrente de sua violação; houver necessidade.
Atenção! O inciso III, do art. 22, da Lei nº 13.869,
O inciso X decorre do direito à vida e traz a pro- de 2019, estabelece como dia o período compreendido
teção dos direitos de personalidade, ou seja, o direi- entre as 5h e 21h.
to à privacidade. Trata-se dos atributos morais que
devem ser preservados e respeitados por todos, uma Art. 5º [...]
vez que a vida não deve ser protegida apenas em seus XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
aspectos materiais. das comunicações telegráficas, de dados e das
Aqui, torna-se necessário explicar alguns termos: comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
intimidade é o direito de estar só, ou seja, de não ser por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que
perturbado em sua vida particular; vida privada refe- a lei estabelecer para fins de investigação criminal
re-se ao relacionamento de um indivíduo com seus ou instrução processual penal;
familiares e amigos, quer em seu lar quer em locais
fechados; honra é o atributo pessoal que compreende A inviolabilidade das comunicações pessoais
tanto a autoestima (honra subjetiva) quanto a reputa- está disciplinada no inciso XII e também decorre do
ção de que goza a pessoa no meio social (honra objeti- direito à segurança. O dispositivo considera comuni-
va); imagem é a expressão exterior da pessoa, ou seja, cações pessoais:
seus aspectos físicos (imagem-retrato), bem como a
exteriorização de sua personalidade no meio social z As correspondências: comunicações recebidas

60
(imagem-atributo). em casa, como, por exemplo, as cartas, as contas,

8-
os comunicados e avisos comerciais;

48
Art. 5º [...] z A comunicação telegráfica: comunicados mais

6.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém rápidos, que podem ser enviados tanto na forma
nela podendo penetrar sem consentimento do
.15
escrita como pela internet, tais como o telegrama;
20

morador, salvo em caso de flagrante delito ou z A comunicação de dados: comunicação feita por
-4

desastre, ou para prestar socorro, ou, durante meio de rede de computadores, como, por exem-
o dia, por determinação judicial; plo, a compra de produtos online ou homebank;
ra

z As comunicações telefônicas: ligações feitas e


ei

A inviolabilidade do domicílio está prevista no inci- recebidas por meio de telefone fixo ou móvel.
liv

so XI, do art. 5º, e decorre do direito à segurança. O dispo-


O

sitivo traz a regra de que a casa é inviolável e o ingresso Embora não conste do inciso, o sigilo foi estendi-
de

nela deve ser feito com o consentimento do morador. do aos dados telemáticos por meio da Lei nº 9.296,
os

Considera-se casa o lugar, não aberto ao público, em que de 1996. Assim, estão protegidas as mensagens troca-
am

uma pessoa vive ou trabalha. Trata-se, portanto, de um das por meio de Skype, e-mail, WhatsApp, Messenger,
conceito amplo, o qual se refere ao lugar reservado à inti- entre outros.
R

midade e à vida privada do indivíduo. É importante mencionar que as violações de cor-


e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

O conceito jurídico de casa está previsto nos §§ 4º e respondência e de comunicação telegráfica são cri-
er

5º, do art. 150, do Código Penal. Vejamos: mes previstos no art. 151, do Código Penal, e na Lei nº
lh

6.538, de 1978, a qual dispõe sobre os serviços postais.


ui

Art. 150 (Código Penal) [...] Cabe consignar, ainda, que a quebra das comuni-
G

§ 4º A expressão «casa» compreende: cações telefônicas é admitida mediante autorização


I - qualquer compartimento habitado; judicial (“salvo no último caso”) para fins de investiga-
II - aposento ocupado de habitação coletiva; ção criminal ou instrução processual penal. Portanto,
III - compartimento não aberto ao público, onde
somente para fins penais.
alguém exerce profissão ou atividade.
Atenção! Como não existe direito absoluto, é pos-
§ 5º Não se compreendem na expressão «casa»:
sível a quebra do sigilo das demais comunicações
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita-
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do mediante autorização judicial.
n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. Art. 5º [...]
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí-
cio ou profissão, atendidas as qualificações profis-
O dispositivo traz três exceções à regra. A primei-
sionais que a lei estabelecer;
ra exceção é a possibilidade de ingresso no caso de fla-
grante delito ou desastre, ou seja, é possível ingressar
O direito de exercício de qualquer atividade
no local se um crime estiver ocorrendo ou tiver acabado
profissional decorre do direito à liberdade. Trata-se
de ocorrer, por exemplo. A segunda exceção permite a 191
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
da faculdade de escolher o trabalho que se pretende preencha os seguintes requisitos: reunião pacífica e
exercer. No entanto, é necessário atender às qualifica- sem armas; fins lícitos; aviso prévio à autoridade com-
ções profissionais exigidas pela lei, como, por exem- petente e local aberto ao público.
plo, para ser médico, um dos requisitos é ter feito O STF, quanto à “Marcha da Maconha”, entendeu
faculdade de Medicina em território nacional ou ter que a passeata é constitucional, assim, compatível
sido aprovado em exame de revalidação no caso de com o direito de reunião. Contudo, é inadmissível a
faculdade estrangeira. incitação ao uso de entorpecentes.
Essa é uma norma constitucional de eficácia con- Atenção! Aviso prévio não se confunde com auto-
tida, ou seja, uma norma que produz todos os efeitos. rização. Para se reunir, é preciso, apenas, comunicar
No entanto, cabe destacar que uma norma infracons- à autoridade local, a fim de evitar, por exemplo, que,
titucional (lei) pode conter o seu alcance ao fixar no mesmo local, dia e hora, coincidam agrupamentos
condições ou requisitos para o pleno exercício da pro- de pessoas com posicionamentos distintos (exemplo:
fissão, como, por exemplo, a regra de que, para advo- manifestações pró-aborto e contrária ao aborto).
gar, é necessária a aprovação no exame da Ordem dos
Advogados do Brasil. Art. 5º [...]
XVII - é plena a liberdade de associação para fins
Art. 5º [...] lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessá- A liberdade de associação encontra-se disciplina-
rio ao exercício profissional; da no inciso XVII. Diferentemente da reunião, a asso-
ciação não possui caráter transitório. Portanto, se o
O inciso XIV disciplina o direito de informação, que caráter do agrupamento for permanente, tem-se uma
é um dos desdobramentos do direito à liberdade. O direi- associação. É importante mencionar que tanto a reu-
to à informação possui tríplice alcance, por englobar o nião como a associação devem possuir fins pacíficos.
direito de informar, de se informar e de ser informado. No Brasil, é proibida a associação para fins ilícitos,
A liberdade de informação jornalística está previs- como, por exemplo, a associação para fins contrários
ta no § 1º, do art. 220, da CF, de 1988, e é mais abran- à lei penal. Também é vedada a associação de caráter
gente que a liberdade de imprensa, que assegura o paramilitar, ou seja, a associação civil e desvinculada
direito de veiculação de impressos sem qualquer tipo do Estado, que se encontra armada e com estrutura
de restrição por parte do Estado. similar às instituições militares, de modo a se utilizar
Ressalta-se, ainda, que o dispositivo resguarda o de táticas e técnicas policiais ou militares para alcan-
çar os seus objetivos.

60
sigilo da fonte quando necessário ao exercício profis-
sional. Deste modo, por exemplo, nenhum jornalista

8-
Art. 5º [...]

48
poderá ser obrigado a revelar o nome de seu infor-
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei,

6.
mante ou a fonte de suas informações. Além disso, seu
silêncio não poderá sofrer qualquer sanção. a de cooperativas independem de autorização,
15
sendo vedada a interferência estatal em seu
.
20

funcionamento;
Art. 5º [...]
-4

XV - é livre a locomoção no território nacional


O inciso XVIII disciplina o direito de associação.
ra

em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos


ei

termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair Trata-se da possibilidade de criação de sindicatos sem
liv

com seus bens; a interferência do Estado.


O
de

A liberdade de ir e vir encontra-se disciplinada no Art. 5º [...]


inciso XV, do art. 5º, da CF, de 1988. Trata-se, portan- XIX - as associações só poderão ser compulso-
os

riamente dissolvidas ou ter suas atividades


to, do direito de locomoção, que é um dos desdobra-
am

suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no


mentos do direito à liberdade. Observa-se, no entanto,
primeiro caso, o trânsito em julgado;
R

que a liberdade de locomoção é restrita a tempo de


e

paz, ou seja, no caso de decretação de guerra, passa a


m

O inciso XIX, que também disciplina o direito de


er

viger a lei marcial, de modo que o ir e vir dos indiví-


associação, estabelece que as associações somente
lh

duos pode sofrer limitações.


poderão ter suas atividades suspensas ou encerra-
ui

A garantia constitucional que objetiva assegurar o


das compulsoriamente (a força) por decisão do Poder
G

direito de locomoção é o habeas corpus, que será tra-


Judiciário. Salienta-se, por necessário, que, no caso de
tado adiante.
dissolução da associação, esta somente poderá ocor-
rer após o trânsito em julgado, ou seja, quando não
Art. 5º [...]
couber mais recursos.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem
armas, em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que não
frustrem outra reunião anteriormente convoca- Importante!
da para o mesmo local, sendo apenas exigido pré- � Dissolução das associações: decisão judicial
vio aviso à autoridade competente;
+ trânsito em julgado;
� Suspensão das associações: decisão judicial.
O inciso XVI traz outro desdobramento do direito
à liberdade: o direito de reunião. Por reunião, enten-
de-se o agrupamento organizado de pessoas de cará- Art. 5º [...]
ter transitório e voltado para determinada finalidade. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-
192 Portanto, é preciso que o evento seja organizado e -se ou a permanecer associado;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O inciso XX, que também disciplina o direito de asso- O inciso XXIV trata da hipótese mais drástica do
ciação, estabelece que não é possível obrigar qualquer poder de intervenção do Estado na economia: a desa-
pessoa a se associar, ou seja, o indivíduo tem liberdade propriação. A desapropriação é o ato pelo qual o
de escolha, podendo optar por fazer parte do grupo ou Estado toma para si ou para outrem (terceira pessoa)
não. Além disso, uma vez associado, ele será livre para bens de particulares, por meio do pagamento de jus-
decidir se permanece ou não associado. Portanto, com- ta e prévia indenização. Portanto, trata-se de uma das
preende o direito de associar-se a outras pessoas para hipóteses de aquisição originária da propriedade. É
formação de uma entidade, como também de deixar de cabível a desapropriação nas seguintes hipóteses:
participar quando for de seu interesse.
z Por necessidade pública: hipótese na qual o bem
Art. 5º [...] a ser desapropriado é imprescindível para a reali-
XXI - as entidades associativas, quando expressa- zação de uma atividade essencial do Estado;
mente autorizadas, têm legitimidade para repre- z Por utilidade pública: hipótese na qual o bem não
sentar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; é imprescindível, mas é conveniente para a reali-
zação de uma atividade estatal;
O inciso XXI é o último dispositivo que trata do z Por interesse social: hipótese na qual a desapro-
direito de associação. Ele se refere à representação priação é conveniente para o desenvolvimento da
do filiado pela associação, quer em âmbito judicial sociedade.
quer em âmbito extrajudicial, isto é, ele se refere à
legitimação da associação para atuar em nome dos Atenção! Não confundir com desapropriação
associados. sancionatória, hipótese em que o bem não respeita a
Cabe esclarecer que representante é aquele que função social da propriedade. Nela, a indenização não
age em nome alheio, defendendo direito alheio. No é prévia, sendo o prazo de resgate (Títulos da Dívida
caso das associações, para que estas atuem na condi- Pública) de 10 (dez) anos para bens urbanos e de 20
ção de representantes, é preciso autorização expressa (vinte) anos para bens rurais. Ainda, não confunda
dos filiados, não bastando que exista autorização em desapropriação com expropriação, que consiste na
estatuto. Assim sendo, só poderão atuar se devida- perda da propriedade no caso de cultivo de substân-
mente autorizadas pelos associados. cias entorpecentes ou de trabalho escravo. Nela, não
Além disso, ao contrário da representação, a subs- há pagamento de indenização.
tituição judicial ou extrajudicial da associação inde-
pende de autorização, uma vez que, na substituição, a Art. 5º [...]
associação atua em nome próprio, defendendo direito

60
XXV - no caso de iminente perigo público, a auto-
alheio (dos associados). ridade competente poderá usar de propriedade

8-
48
particular, assegurada ao proprietário indeniza-
Art. 5º [...] ção ulterior, se houver dano;

6.
XXII - é garantido o direito de propriedade; .15
A requisição temporária da propriedade está
20

O direito de propriedade encontra-se disciplina- disciplinada no inciso XXV. Trata-se da possibilidade


-4

do no inciso XXII, do art. 5º. Tratam-se dos direitos de o Poder Público, em momentos de calamidade (já
ra

pessoais de natureza econômica. ocorrida ou prestes a ocorrer), ingressar na posse de


ei

De acordo com o art. 1.228, do Código Civil, o direito bem particular, para assegurar a preservação de direi-
liv

de propriedade consiste na faculdade de usar, gozar e dis- tos mais importantes que a propriedade, tais como a
O

por da coisa, assim como o direito de reavê-la do poder vida e a integridade das pessoas. Por exemplo, no caso
de

de quem quer que, injustamente, a possua ou a detenha. de uma enchente em um determinado local, o Poder
os

Observa-se, no entanto, que, em termos constitu- Público fazer de um imóvel privado, próximo ao local,
cionais, o direito de propriedade é mais amplo que no um hospital de atendimento às vítimas.
am

direito civil, por abranger qualquer direito de conteú- A requisição temporária é uma exceção ao princí-
R

do patrimonial ou econômico, ou seja, tudo aquilo que pio da indenização prévia, uma vez que o pagamento
e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

possa ser convertido em dinheiro, alcançando crédi- está condicionado à existência de danos.
er

tos e direitos pessoais.


lh

Art. 5º [...]
ui

Art. 5º [...] XXVI - a pequena propriedade rural, assim defi-


G

XXIII - a propriedade atenderá a sua função nida em lei, desde que trabalhada pela família,
social; não será objeto de penhora para pagamento de
débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
O inciso XXIII traz um limite ao direito de pro- dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
priedade. Assim, a utilização de um bem deve ser fei- desenvolvimento;
ta de acordo com a conveniência social da utilização
da coisa, ou seja, atendendo a sua função social. Por- O inciso XXVI disciplina a impenhorabilidade
tanto, o direito do dono deve ajustar-se aos interesses da pequena propriedade rural, por ser esta consi-
da sociedade. derada bem de família e, portanto, insuscetível de
penhora, de modo a ficar a salvo de execuções por
Art. 5º [...] dívidas decorrentes da atividade produtiva. Além
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para disso, a CF, de 1988, estabelece que esta deverá rece-
desapropriação por necessidade ou utilidade ber os recursos previstos em lei que financiem o seu
pública, ou por interesse social, mediante justa desenvolvimento.
e prévia indenização em dinheiro, ressalvados Embora o dispositivo não conceitue pequena pro-
os casos previstos nesta Constituição; priedade rural, o entendimento mais amplo é de que 193
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
esta possui área entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fis- Art. 5º [...]
cais, na qual a família trabalha, consistindo, pois, na XXX - é garantido o direito de herança;
sua única fonte de sobrevivência.
O direito de herança, que decorre do direito à
Art. 5º [...] propriedade, está disciplinado no inciso XXX. Trata-
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo -se da modificação da titularidade do bem em decor-
de utilização, publicação ou reprodução de suas rência do falecimento (sucessão hereditária). Assim, o
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo patrimônio do de cujus transmite-se aos seus herdei-
que a lei fixar; ros, os quais se sub-rogam nas relações jurídicas do
falecido, tanto no ativo como no passivo, até os limites
O inciso XXVII disciplina o direito de proprieda- da herança.
de intelectual, ou seja, a proteção legal e o reconheci-
mento de autoria em produções. Existem três tipos de
propriedade intelectual, quais sejam: Importante!
z Propriedade industrial: criações que movimentam O direito de sucessão está regulado no Código
o mercado e são empregadas para manter a competi- Civil.
tividade. Seu foco é voltado para a área empresarial.
São exemplos: as patentes, marcas, desenhos, indica-
ções geográficas, entre outros; Art. 5º [...]
z Direitos autorais: criações artísticas, culturais e XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situa-
científicas, como, por exemplo, as obras intelectuais, dos no País será regulada pela lei brasileira em
literárias e artísticas; benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sem-
z Proteção sui generis: são as criações híbridas, isto é, pre que não lhes seja mais favorável a lei pes-
aquelas que se encontram em um estado intermediá- soal do de cujus;
rio entre a propriedade industrial e os direitos auto-
rais. Exemplos: a topografia dos circuitos integrados Ainda com relação ao direito de herança, o inci-
(mask works), a proteção de Cultivares (obtenções so XXXI estabelece a lei que deverá ser aplicada caso a
vegetais ou variedades vegetais) e conhecimentos sucessão envolva bens de estrangeiros situados no Brasil.
tradicionais associados aos recursos genéticos. Assim, a regra é que se aplica a lei brasileira sempre que
esta beneficiar cônjuge ou filho brasileiro. No entanto,
Neste sentido, a CF, de 1988, garante aos autores o caso a lei estrangeira (lei do país do de cujus) seja mais

60
direito exclusivo de utilização, publicação ou repro- benéfica a estas pessoas, ela é que será aplicada.

8-
dução de suas obras, sendo esse direito transmitido

48
aos herdeiros do autor (direitos sucessórios) pelo tem- Art. 5º [...]

6.
po que a lei fixar. XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a
15
defesa do consumidor;
.
20
Art. 5º [...]
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: O inciso XXXII traz a proteção ao consumidor
-4

a) a proteção às participações individuais em como um dos direitos e deveres individuais e coleti-


ra

obras coletivas e à reprodução da imagem e voz vos. Como consequência, a defesa do consumidor será
ei

humanas, inclusive nas atividades desportivas; promovida por meio do Estado. Vale lembrar que é
liv

b) o direito de fiscalização do aproveitamento a Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, conheci-


O

econômico das obras que criarem ou de que parti- da como Código de Defesa do Consumidor (CDC), que
de

ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respecti- estabelece as regras de proteção ao consumidor.
vas representações sindicais e associativas;
os
am

Art. 5º [...]
O inciso XXVIII também protege a propriedade XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
R

intelectual. Deste modo, o dispositivo assegura a públicos informações de seu interesse particu-
e

proteção de tais direitos ao indivíduo que participou


m

lar, ou de interesse coletivo ou geral, que serão


er

de obra coletiva, além de proteger a reprodução da prestadas no prazo da lei, sob pena de responsa-
lh

imagem e voz humanas. Ainda, assegura o direito de bilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
ui

fiscalização do aproveitamento econômico tanto nas imprescindível à segurança da sociedade e do


G

obras individuais como nas coletivas. Estado;

Art. 5º [...] O inciso XXXIII decorre do direito de informação.


XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos indus- Trata-se de assegurar aos indivíduos o conhecimento
triais privilégio temporário para sua utilização, bem de informações relativas à sua pessoa, quando constan-
como proteção às criações industriais, à propriedade tes de banco de dados de entidades governamentais ou
das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos abertas ao público, bem como de informação de interes-
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desen- se da coletividade. Aqui, vale mencionar que não óbice à
volvimento tecnológico e econômico do País; divulgação da remuneração de servidor público.

O último dispositivo que trata da propriedade inte- Art. 5º [...]


lectual é o inciso XXIX, garantindo aos autores de inven- XXXIV - são a todos assegurados, independente-
tos industriais os privilégios para sua utilização, ainda mente do pagamento de taxas:
que de forma temporária. Além disso, assegura a pro- a) o direito de petição aos Poderes Públicos em
teção às criações industriais, à propriedade das marcas, defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
194 aos nomes de empresas e a outros signos distintivos. de poder;
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b) a obtenção de certidões em repartições públi- tempo de contribuição previsto pela lei para apo-
cas, para defesa de direitos e esclarecimento de sentar, mas optou por permanecer trabalhando. Se
situações de interesse pessoal; nova lei alterar os requisitos para aposentadoria,
de modo a aumentar o tempo de contribuição, essa
O inciso XXXIV disciplina o direito de petição e o pessoa não será prejudicada, pois adquiriu o direi-
direito de certidão. O dispositivo assegura aos indi- to pela lei anterior;
víduos o direito de formular pedidos para a Adminis-
tração Pública em defesa de seus direitos e, quando Atenção! Direito adquirido não se confunde com
cabível, de terceiros, bem como de formular reclama- expectativa de direito. Se a pessoa não completou
ções contra atos ilegais e abusivos cometidos pelos todos os requisitos para a concessão do direito, ela
agentes do Estado. Assegura, ainda, o direito de plei- não tem direito adquirido e, sim, expectativa de direi-
tear, do Estado, documento expedido por este, que, to. Exemplo: falta, para o indivíduo, um mês para que
por possuir fé pública, é utilizado para comprovar a se complete o tempo de contribuição previsto pela lei
existência de um fato. Deste modo, assegura ao indi- para se aposentar. Antes de preencher tal requisito,
víduo a obtenção de certidão para a defesa de direitos a lei é alterada e o tempo majorado. Esta pessoa não
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal. poderá se aposentar, pois tinha apenas expectativa
O exercício de tais direitos é gratuito, ou seja, inde- de direito, uma vez que todos os requisitos não foram
pendem de qualquer pagamento. Importante men- preenchidos para a sua concessão;
cionar que, embora o dispositivo empregue o termo
“taxas”, esta foi utilizada em sentido amplo, visto que z Ato jurídico Perfeito: trata-se do ato realizado
proíbe a cobrança de qualquer importância (taxa, validamente sob a vigência de uma lei, mesmo que
tarifa ou preço público). A função da gratuidade é não esta tenha sido posteriormente revogada ou modi-
obstar ou dificultar o exercício do direito, uma vez ficada. Exemplo: adolescente que se casou antes
que pessoas sem recursos financeiros teriam dificul- de ter completado a idade núbil nas hipóteses per-
dades de exercer seu direito se este fosse condiciona- mitidas pelo Código Civil terá seu casamento como
do ao pagamento. válido mesmo após a alteração da lei civil, pela Lei
nº 13.811, de 2019, que proibiu, expressamente, o
casamento de menor de 16 (dezesseis) anos, pois
Importante! seus efeitos são protegidos pela lei anterior;
Fique atento ao remédio constitucional aplicado z Coisa Julgada: é a autoridade dada às decisões
do Poder Judiciário quando destas não caiba mais
para sanar ilegalidade quanto ao direito de certidão
recurso, de modo a impedir a modificação ou dis-

60
— Mandado de Segurança —, pois as bancas cos-
cussão da decisão de mérito. Exemplo: uma ação de

8-
tumam tentar confundir o candidato, dizendo que paternidade foi julgada procedente após o supos-

48
o remédio constitucional cabível é o habeas data. to pai ter se recusado a realizar o exame de DNA.

6.
Assim, não é possível que, tempos depois, o suposto
15
pai resolva fazer o exame para se eximir da paterni-
.
Art. 5º [...]
20

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder dade, pois a decisão não pode ser mais modificada.
-4

Judiciário lesão ou ameaça a direito;


ra

A coisa julgada divide-se em coisa julgada mate-


ei

O princípio da inafastabilidade de jurisdição rial — quando impede a discussão em qualquer pro-


liv

ou do controle do Poder Judiciário está disciplina- cesso — e coisa julgada formal — quando impede a
O

do no inciso XXXV. Tal princípio é um desdobramento discussão no mesmo processo.


de

do direito à segurança (garantias jurisdicionais). Esse


Art. 5º [...]
os

princípio garante que todas as pessoas tenham acesso


ao Poder Judiciário. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
am
R

Art. 5º [...] A proibição dos tribunais de exceção, que decor-


e

re do direito à segurança, encontra-se prevista no inci-


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido,
m

so XXXVII. Busca-se proibir que os tribunais ou juízos


er

o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;


sejam criados especialmente para julgar determina-
lh
ui

O inciso XXXVI é, também, um desdobramento do dos crimes ou pessoas (nos casos concretos).
G

direito à segurança. Trata-se da garantia constitucio- Atenção! Tribunal de exceção não se confunde
nal de que as novas leis não retirem das pessoas os com Justiças especializadas e foro privilegiado.
direitos que elas adquiriram por meio de lei antiga, de
modo que as situações disciplinadas por uma norma Art. 5º [...]
devem continuar protegidas por esta mesmo depois de XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a
sua revogação ou substituição por outra em três casos3: organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
z Direito Adquirido: é o direito assegurado à pessoa
c) a soberania dos veredictos;
quando esta cumpriu todos os requisitos para a sua d) a competência para o julgamento dos crimes
concessão pela norma anterior antes de ocorrer a dolosos contra a vida;
alteração legal. Exemplo: uma pessoa completou o
3 Em conformidade com o art. 6º, do Decreto Lei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). Veja: “A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consu-
mado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ale,
possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º
Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso”. 195
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Outro desdobramento do direito à segurança é a criminalizar a conduta de racismo. Além disso, esta-
garantia do julgamento pelo Tribunal do Júri em belece a não concessão de fiança ao racismo (inafian-
crimes dolosos contra a vida, ou seja, homicídio (art. çável) e, ainda, que o ato pode ser julgado a qualquer
121, CP), induzimento, instigação ou auxílio a suicídio tempo, independentemente da data em que foi come-
ou à automutilação (art. 122, CP), infanticídio (art. 123, tido, pois não se sujeita ao decurso do tempo (impres-
CP) e aborto (arts. 124 a 128, CP); contudo, salienta-se critível). Vale lembrar, aqui, que a Lei nº 7.716, de
que lei ordinária poderá ampliar a competência do 1989, é a Lei do Racismo, e a Lei nº 12.288, de 2010,
Tribunal do Júri, não havendo qualquer ofensa quan- estabelece o Estatuto da Igualdade Racial.
to ao disposto na CF.
Trata-se de direito do indivíduo de ser julgado por XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e
seus pares e, não, por um juízo de critério eminente- insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
mente técnico. tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como
Súmula Vinculante nº 45 A competência consti- crimes hediondos, por eles respondendo os man-
tucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro dantes, os executores e os que, podendo evitá-los,
por prerrogativa de função estabelecido exclusiva- se omitirem;
mente pela Constituição Estadual.
O inciso XLIII estabelece os crimes em que não
Art. 5º [...] cabe fiança nem perdão, ou seja, graça, indulto e
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defi- anistia. Embora o dispositivo não mencione o indulto,
na, nem pena sem prévia cominação legal; ele também não é cabível nos crimes elencados.

Os princípios da anterioridade e da reserva Dica: para lembrar dos crimes, memorize: T T T


da lei penal (nullum crimen, nulla poena, sine lege) H ou 3TH:
encontram-se disciplinados no inciso XXXIX. Em sín-
tese, pelo princípio da reserva legal, não há crime sem Tortura;
lei que o defina, nem pena sem cominação legal. Já Tráfico;
pelo princípio da anterioridade, a lei que estabelece o Terrorismo;
crime e a pena deve ser anterior a sua prática. Hediondos.

Art. 5º [...] A graça e o indulto são modalidades de perdão


XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene-

60
concedidas pelo Presidente da República, de modo
ficiar o réu;

8-
a extinguir a punibilidade do agente. Enquanto, na

48
graça, o perdão é concedido de forma individual por
O princípio da irretroatividade da lei penal

6.
meio de decreto e mediante provocação do interes-
mais gravosa está disciplinado no inciso XL. Em ter- 15
sado, no indulto, o perdão é coletivo e concedido por
mos de direito penal, a regra é a lei do tempo do cri-
.
decreto, o qual não possui destinatário certo e inde-
20

me, ou seja, será aplicada a lei do tempo da ação ou pende de provocação. O indulto pode ser total ou par-
-4

omissão. É possível, no entanto, aplicar lei posterior cial (comutação).


ra

caso esta seja mais benéfica ao réu. Exemplo: nova lei Já a anistia é o perdão concedido pelo Congresso
ei

deixa de considerar o fato como crime ou diminui a Nacional, por meio de lei, aos crimes e atos adminis-
liv

sua pena. trativos. Na anistia, exclui-se o crime, rescinde-se a


O

A retroatividade da lei penal mais benéfica é abso- condenação e extingue-se totalmente a punibilidade.
de

luta, isto é, ela desconstituirá, inclusive, condenações Cabe destacar que a anistia pode ser concedida pelas
já transitadas em julgado. Exemplo: sujeito que cum-
os

Assembleias Legislativas, porém se restringe aos atos


pre pena por um crime que lei posterior deixou de
am

administrativos, como, por exemplo, às transgres-


considerar respectivo ato como crime (caso de abolitio sões disciplinares de servidores estaduais.
R

criminis) será colocado em liberdade. É importante mencionar que esses crimes são
e
m

prescritíveis, além de ser cabível a liberdade provi-


er

Art. 5º [...]
sória. Ainda, a Lei nº 9.455, de 1997, trata dos crimes
lh

XLI - a lei punirá qualquer discriminação atenta-


de tortura; a Lei nº 11.343, de 2006, dos crimes de dro-
ui

tória dos direitos e liberdades fundamentais;


gas; a Lei nº 13.260, de 2016, do terrorismo; a Lei nº
G

8.072, de 1990, cuida dos crimes hediondos.


O inciso XLI decorre do direito à igualdade.
Trata-se da necessidade de reconhecer que todos os Art. 5º [...]
indivíduos possuem os mesmos direitos e as mesmas XLIV - constitui crime inafiançável e imprescri-
proteções. Além disso, a lei não só não poderá ser apli- tível a ação de grupos armados, civis ou milita-
cada de modo discriminatório, como também deverá res, contra a ordem constitucional e o Estado
punir tais discriminações com base em qualquer con- Democrático;
dição pessoal, como sexo, cor, origem, entre outras.
O inciso XLIV também traz hipóteses de não con-
Art. 5º [...] cessão de fiança, cuja ação ou omissão pode ser julga-
XLII - a prática do racismo constitui crime da a qualquer tempo, independentemente da data em
inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de que foi cometido. Tratam-se dos crimes desenvolvidos
reclusão, nos termos da lei; pelas organizações criminosas contra a ordem consti-
tucional e democrática, como, por exemplo, no golpe
O inciso XLII trata da prática de racismo. Embo- de Estado. Cabe lembrar que a Lei nº 12.850, de 2013,
196 ra a Constituição não tipifique o crime, ela manda é que trata das organizações criminosas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica individualização deve operar-se em três fases distin-
tas: legislativa, no momento em que elabora a norma;
Para auxiliá-lo na memorização do conteúdo
judicial, no momento da dosimetria da pena; executi-
dos últimos 3 incisos, leve em consideração o
va, na execução penal.
seguinte mnemônico: RAAÇÃO 3TH.
RA — racismo Art. 5º [...]
AÇÃO — ação de grupos armados XLVII - não haverá penas:
3TH — tortura, tráfico, terrorismo, hediondos a) de morte, salvo em caso de guerra declarada,
nos termos do art. 84, XIX;
Esquematizando todo o conteúdo relacionado b) de caráter perpétuo;
ao mnemônico, temos: c) de trabalhos forçados;
Inafiançáveis  RAAÇÃO 3TH d) de banimento;
e) cruéis;
Imprescritíveis  RAAÇÃO
Insuscetíveis de graça ou anistia  3TH
O inciso XLVII, que decorre tanto do direito à vida
Art. 5º [...]
como do direito à segurança, estabelece a proibição
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do de determinadas penas. Assim, é vedada a pena de
condenado, podendo a obrigação de reparar morte em tempos de paz. Isso porque, quando decla-
o dano e a decretação do perdimento de bens rada a guerra pelo Presidente da República após a
ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores autorização do Congresso Nacional, vigora a parte ati-
e contra eles executadas, até o limite do valor do nente aos tempos de guerra4 do Código Penal Militar
patrimônio transferido; (CPM) e do Código de Processo Penal Militar (CPPM),
que estabelece, em determinados casos, a pena de
O princípio da intranscendência ou personali- morte. Exemplo: traição (art. 355, CPM)5.
zação da pena está disciplinado no inciso XLV. Tra-
ta-se da impossibilidade da pena ser aplicada a outra Art. 5º [...]
pessoa que não o delinquente, uma vez que somente XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimen-
o autor da infração penal pode ser responsabiliza- tos distintos, de acordo com a natureza do deli-
do. Com a morte do condenado, declara-se extinta a to, a idade e o sexo do apenado;
punibilidade do crime. Assim, a pena não poderá ser
cumprida, por exemplo, pelos familiares ou herdeiros O inciso XLVIII traz um dos princípios relativos
do autor do crime se este houver falecido. No entanto, à execução da pena privativa de liberdade. Trata-

60
refere-se apenas à esfera penal, ou seja, a obrigação -se da exigência de que o cumprimento da pena seja

8-
civil de reparar os danos pode ser estendida aos seus feito de acordo com a natureza do crime, a idade e

48
sucessores até o limite do valor do patrimônio trans- o sexo do apenado. É por essa razão que os adoles-

6.
ferido (herança). centes ficam em estabelecimentos distintos dos adul-
Atenção! Multa é uma espécie de pena (art. 32, CP)
.15
tos, assim como as mulheres permanecem em local
20

e, portanto, não pode ser imposta aos herdeiros. diverso dos homens. Esse dispositivo decorre tanto do
direito à segurança como do direito à vida.
-4

Art. 5º [...]
ra

XLVI - a lei regulará a individualização da pena Art. 5º [...]


ei

e adotará, entre outras, as seguintes: XLIX - é assegurado aos presos o respeito à inte-
liv

a) privação ou restrição da liberdade; gridade física e moral;


O

b) perda de bens;
de

c) multa; O inciso XLIX estabelece outro princípio relativo


os

d) prestação social alternativa; à execução da pena privativa de liberdade: a pro-


e) suspensão ou interdição de direitos; teção à integridade física e moral do preso. Busca-se,
am

portanto, proteger os indivíduos da força do Estado.


R

Dica: a fim de auxiliá-lo na memorização, guarde o Trata-se, também, de um dos desdobramentos do


e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


mnemônico 3PMS (RI):
m

direito à segurança, por envolver garantias proces-


er

suais; e do direito à vida, por envolver a integridade


lh

3P — Privação ou restrição da liberdade (não esque- do indivíduo.


ui

ça que no primeiro “p” há, implícito, um “r” da


G

pena de restrição); perda de bens; prestação social Art. 5º [...]


alternativa; L - às presidiárias serão asseguradas condições
M — Multa; para que possam permanecer com seus filhos
S — Suspensão ou interdição de direitos (lembre-se de durante o período de amamentação;
que aqui também há, implícito, um “i” de interdição).
O inciso L traz um princípio relativo à execução
O inciso XLVI disciplina o princípio da individua- da pena privativa de liberdade. Trata-se do direito
lização da pena, uma vez que as penas devem ser dos filhos de permanecerem com suas mães e serem
previstas, impostas e executadas, em conformidade amamentados por elas durante a execução da pena.
com as condições pessoais de cada réu. Para tanto, a Vale destacar que o art. 89, da Lei nº 7.210, de 1984

4 Art. 15 (CPM) O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado
de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das
hostilidades.
5 Art. 355 Tomar o nacional armas contra o Brasil ou Estado aliado, ou prestar serviço nas forças armadas de nação em guerra contra o Brasil:
Pena - morte, grau máximo; reclusão, de vinte anos, grau mínimo. 197
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
(Lei de Execução Penal), estabelece que a penitenciá- O princípio do devido processo legal está disci-
ria de mulheres terá uma seção para gestantes e par- plinado no inciso LIV. Trata-se do desdobramento do
turientes e uma creche para abrigar crianças entre 6 direito à segurança, de modo a garantir que os indi-
(seis) meses e 7 (sete) anos. víduos não sejam presos nem percam seus bens por
atuação arbitrária do poder do Estado. Assim sendo,
Art. 5º [...] deverá existir um processo com todas as etapas pre-
LI - nenhum brasileiro será extraditado, sal- vistas em lei e com todas as garantias constitucionais.
vo o naturalizado, em caso de crime comum, Se tais regras não forem observadas, o processo é pas-
praticado antes da naturalização, ou de com- sível de nulidade.
provado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; Art. 5º [...]
LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi-
A proibição de extradição de brasileiro encon- nistrativo, e aos acusados em geral são assegu-
tra-se disciplinada no inciso LI. Extradição é uma rados o contraditório e ampla defesa, com os
medida de cooperação internacional em que um Esta- meios e recursos a ela inerentes;
do entrega a outro Estado, a pedido deste, indivíduo
que deva responder a processo penal ou cumprir O inciso LV traz o princípio do contraditório e da
pena. De acordo com a Norma Constitucional, o Brasil ampla defesa. Tal princípio objetiva garantir a igual-
não entrega brasileiro para responder processo penal dade das partes de uma relação processual, bem como
ou cumprir pena em outro país. a segurança processual. Assim sendo, a parte contrá-
É possível, no entanto, a entrega de brasileiro natu- ria necessita ser ouvida (audiatur et altera pars), pois
ralizado, ou seja, que tenha adquirido a nacionalidade não podem ser atribuídas a uma parte vantagens de
brasileira por outro motivo que não vinculado ao nasci- que a outra não disponha.
mento (filiação ou local do nascimento), desde que seja Como consequência, as partes têm acesso a tudo
por crime comum e que este tenha sido praticado antes que consta dos autos, como, por exemplo, todas as
de sua naturalização e, portanto, quando o agente tinha provas produzidas pela outra parte, podendo mani-
outra nacionalidade. Também é possível a extradição de festar-se ou não. Além disso, a defesa pode ser exerci-
brasileiro naturalizado por comprovado envolvimento da de forma ampla, como, por exemplo, é possível ao
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, prati- indivíduo optar pela autodefesa (quando permitido)
cado antes ou depois da naturalização. ou pela defesa técnica. Assim, a ampla defesa garan-
te ao agente a possibilidade de se defender sem qual-
Art. 5º [...] quer impedimento aos seus direitos constitucionais.

60
LII - não será concedida extradição de estrangei- Ademais, destaca-se o conteúdo da Súmula Vincu-

8-
ro por crime político ou de opinião; lante nº 14, a qual dispõe sobre o acesso a procedi-

48
mento investigatório por defensor do investigado.

6.
No que se refere à extradição de estrangeiro, o 15
inciso LII veda a entrega por crime político ou de
.
Súmula Vinculante nº 14 É direito do defensor,
20

opinião. Considera-se um crime como político se ele no interesse do representado, ter acesso amplo aos
-4

envolver ações ou omissões que prejudicam os inte- elementos de prova que, já documentados em pro-
ra

resses do país, do governo ou do sistema político. cedimento investigatório realizado por órgão com
ei

O crime político pode ser de dois tipos: próprio e competência de polícia judiciária, digam respeito
liv

impróprio. Crime político próprio é aquele capaz de ao exercício do direito de defesa.


O

ameaçar a ordem institucional ou o sistema vigente.


de

Já o crime político impróprio é aquele crime comum Observe que os documentos referentes às diligên-
quando conexo ao crime político, de modo a ter nature- cias em curso não são de apresentação obrigatória,
os

za comum, mas conotação político-ideológica, como, por tendo em vista a possibilidade de frustrá-las.
am

exemplo, a extorsão mediante sequestro para obter fun- Imagine, por exemplo, que em determinada inves-
R

dos para determinado grupo político. Ainda há o crime tigação tenha sido deferida, pelo Poder Judiciário, a
e

de opinião, que é aquele que se configura com o abuso interceptação telefônica de determinado investigado.
m

Ora, é óbvio que o acesso, pelo advogado do investi-


er

da liberdade de expressão ou de pensamento, como, por


gado, comprometeria a diligência, já que este poderia
lh

exemplo, nos casos dos crimes contra a honra.


ui

avisar seu cliente da medida.


G

Art. 5º [...]
LIII - ninguém será processado nem sentencia- Art. 5º [...]
do senão pela autoridade competente; LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos;
O princípio do juiz natural ou do juiz competen-
te encontra-se disciplinado no inciso LIII. Trata-se da A proibição de prova ilícita encontra-se estabele-
garantia de que nenhuma pessoa será processada ou cida no inciso LVI. As provas obtidas de forma ilícita
julgada por uma autoridade especialmente designada são absolutamente nulas, não podendo gerar qual-
para o caso. Deste modo, as regras de competência quer efeito no convencimento do juiz.
devem estar restabelecidas no ordenamento jurídico,
de forma a assegurar que o julgamento seja realizado z Prova ilícita é aquela que viola direito material.
por um juiz independente e imparcial. Exemplos: confissão mediante tortura e intercep-
tação telefônica sem autorização judicial;
Art. 5º [...] z Prova ilegítima é aquela que viola direito proces-
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de sual. Exemplo: confissão do acusado em juízo sem
198 seus bens sem o devido processo legal; a presença do advogado.
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O Supremo Tribunal Federal, adequadamente, da pública nos processos relativos aos delitos previs-
adotou, por maioria de votos, a denominada teoria tos na legislação especial, como, por exemplo, nas
fruits of poisonous tree (frutos da árvore envenenada). ações em que se apuram crimes eleitorais.
São nulas tanto as provas produzidas de forma ilícita
como também as derivadas (surgidas em decorrência Art. 5º [...]
da prova ilícita), ainda que obtidas de forma regular. LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos
Há contaminação do vício original, com exclusão atos processuais quando a defesa da intimida-
da prova ilícita, bem como de suas derivações. de ou o interesse social o exigirem;

Art. 5º [...] Como regra, todo processo é público, ou seja, é per-


LVII - ninguém será considerado culpado até o trân- mitido o acesso aos atos. No entanto, em alguns casos,
sito em julgado de sentença penal condenatória; tais como ações de divórcio, guarda, entre outros, essa
publicidade é restrita às partes e seus procuradores, com
O inciso LVII traz o princípio da presunção de ino- o objetivo de resguardar a intimidade dos envolvidos.
cência ou da presunção de culpabilidade. Assim, antes Também é possível restringir a publicidade quando
da condenação definitiva em um processo criminal, o interesse da sociedade exigir, como, por exemplo, em
as pessoas ainda não são consideradas culpadas. Isso determinados crimes ou atos, envolvendo crianças e
ocorre porque quem possui o ônus de provar a culpa é adolescentes. É importante mencionar, no entanto, que a
o Ministério Público, como órgão titular da ação penal restrição da publicidade dos atos processuais não poderá
pública e da vítima, no caso de ação penal privada. Des- prejudicar o interesse público à informação.
te modo, não compete ao acusado provar sua inocência,
mas ao Ministério Público ou à vítima comprovar a res-
ponsabilidade do réu até a última instância. Importante!
Art. 5º [...]
A restrição da publicidade é popularmente
LVIII - o civilmente identificado não será subme- conhecida como segredo de Justiça.
tido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
Art. 5º [...]
LXI - ninguém será preso senão em flagrante
A proibição da identificação criminal da pes- delito ou por ordem escrita e fundamentada de
soa já civilmente identificada encontra-se no inciso autoridade judiciária competente, salvo nos casos
LVIII. Entende-se, por identificação, o processo utili- de transgressão militar ou crime propriamen-

60
zado para se estabelecer a identidade de pessoas ou te militar, definidos em lei;

8-
coisas. Assim, se o indivíduo apresenta documento de

48
identidade civil válido e sem qualquer suspeita funda- Pelo inciso LXI, depreende-se que a liberdade é a

6.
da de falsidade, ele não poderá ser identificado crimi- regra e a prisão é a exceção. Por essa razão, o dispo-
nalmente, ou seja, por meio do processo datiloscópico.
15
sitivo fixa as hipóteses em que o indivíduo será preso.
.
20

O objetivo do dispositivo é evitar o constrangimento Assim, a CF, de 1988, protege os indivíduos da força do
-4

pessoal de pessoas já identificadas civilmente. Estado, uma vez que veda a prisão arbitrária ou abu-
Cumpre esclarecer que a Lei nº 12.037, de 2009,
ra

siva e estabelece que a restrição da liberdade só será


disciplina o inciso e estabelece quais documentos ser-
ei

legítima quando respeitados os parâmetros legais.


liv

vem para a identificação civil. Ainda, a regra da não Trata-se de um dos desdobramentos do direito à segu-
identificação criminal não é absoluta e abarca exce-
O

rança, por envolver garantias processuais.


ções. No entanto, tais exceções devem estar discipli-
de

Em termos de processo penal, existem dois tipos


nadas em lei.6 de prisão. A prisão pena que é aquela decorrente de
os

sentença penal condenatória transitada em julgado,


am

Art. 5º [...] ou seja, o processo foi finalizado, a pessoa condena-


LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação
R

da e não cabe mais recurso, ingressando na fase de


pública, se esta não for intentada no prazo legal;
e

execução penal. Além disso, há a prisão processual,


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

que tem função acautelatória e é aquela que ocorre


er

O inciso LIX traz a possibilidade de ação penal priva- durante a fase de investigação, instrução e antes do
lh

da subsidiária à ação penal pública. Assim, nos casos julgamento definitivo, como a prisão em flagrante, a
ui

em que o representante do Ministério Público não ofe-


G

prisão temporária e a prisão preventiva.


receu a denúncia, não requereu diligências ou não orde- Portanto, durante o curso do processo, o indiví-
nou o arquivamento do Inquérito Policial, no prazo legal, duo somente será preso se estiver em flagrante delito
admite-se o oferecimento da queixa crime. (estiver cometendo o delito, acabou de cometê-lo, foi
A CF, de 1988, não estabeleceu hipótese de restrição perseguido logo após ou foi encontrado logo depois,
quanto à aplicação da ação penal privada subsidiária com algo que faça presumir ser o autor da infração)7

6 Art. 3º (Lei nº 12.037, de 2009) Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I - o docu-
mento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II - o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III - o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV - a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autorida-
de policial, do Ministério Público ou da defesa; V - constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI - o esta-
do de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma
de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
7 Art. 302 (CPP) Considera-se em flagrante delito quem: I -está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após,
pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 199
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ou se for determinado pelo juiz nos demais casos das Art. 5º [...]
prisões acautelatórias. LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxa-
Observa-se, ainda, que o inciso traz exceções, quais da pela autoridade judiciária;
sejam: transgressão militar ou crime propriamen-
te militar, definido em lei. Quanto às transgressões, O inciso LXV traz mais um dos desdobramentos
estas estão previstas nos regulamentos disciplinares, do direito à segurança ao prever o relaxamento da
tanto das Forças Armadas como das Forças Auxiliares. prisão ilegal. Assim, se o magistrado constatar que a
A elas é aplicado procedimento de apuração especí- prisão foi ilegal, ele deverá colocar o preso em liber-
fico, também garantindo o contraditório e a ampla dade de forma imediata e sem condições. Exemplo: o
defesa. Já os crimes militares encontram-se previstos indivíduo foi preso em flagrante, porém não se enqua-
no Código Penal Militar, porém esse diploma não defi- drava nas hipóteses de flagrância do art. 302, do CPP.
ne quais são os crimes propriamente militares. Relaxa-se prisão ilegal e revoga-se as demais pri-
sões cautelares, uma vez que estas necessitam de
Art. 5º [...] requisitos para serem decretadas e não estão estes
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se presentes. O magistrado deve revogar a prisão ou
encontre serão comunicados imediatamente ao substituí-la por medidas cautelares diversas.
juiz competente e à família do preso ou à pessoa
por ele indicada; Art. 5º [...]
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela
Como a prisão em flagrante é a única modalida- mantido, quando a lei admitir a liberdade provi-
de de prisão acautelatória que não conta com ordem sória, com ou sem fiança;
judicial prévia, visto que é imposta no momento em
que a infração penal é praticada ou em momentos O inciso LXVI reforça que a regra é a liberdade e
após, faz-se necessária sua comunicação imediata ao sua supressão é apenas medida excepcional e somen-
juiz, para que este possa efetuar o controle de legali- te deve ser decretada nos casos em que a norma
dade da prisão. autorizar.
A CF, de 1988, não fixa o prazo da comunicação,
porém o art. 306, do Código de Processo Penal, estabe- Art. 5º [...]
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo
lece que a comunicação será imediata e os autos reme-
a do responsável pelo inadimplemento voluntário
tidos em até 24 (vinte e quatro) horas após a prisão.
e inescusável de obrigação alimentícia e a do
Além da comunicação ao juiz, a CF, de 1988, prevê a depositário infiel;
comunicação à família do preso ou pessoa por ele indi-

60
cada, com o escopo não só de dar notícia de seu para-

8-
O inciso LXVII trata da prisão civil por dívida.
deiro, como também de prestar-lhe a assistência devida.

48
Considera-se prisão civil a medida privativa da liber-

6.
dade que não possui caráter de pena e que tem como
Art. 5º [...] 15
finalidade compelir o devedor a satisfazer uma obri-
LXIII - o preso será informado de seus direitos,
.
20
gação. Atualmente, a única hipótese de prisão por
entre os quais o de permanecer calado, sendo-
-4

dívidas é a de caráter alimentar, ou seja, o indivíduo


-lhe assegurada a assistência da família e de
deixou de pagar a pensão alimentícia devida.
ra

advogado;
Por se tratar de uma norma constitucional de efi-
ei

cácia contida, a prisão do depositário infiel, prevista


liv

Considerando que a liberdade é a regra e a sua res-


na CF, de 1988, embora constitucional, tornou-se ilíci-
O

trição só é legítima quando efetuada nos estritos limites


ta em razão das seguintes Súmulas:
de

legais, o inciso LXIII estabelece que o preso em flagran-


te deve ser comunicado dos seus direitos. Entre esses
os

Súmula Vinculante nº 25 (STF) É ilícita a prisão


direitos, encontra-se o de permanecer em silêncio.
am

civil de depositário infiel, qualquer que seja a moda-


O silêncio do preso é apenas silêncio e não poderá lidade do depósito.
R

ser utilizado de forma contrária. O acusado não é obri-


e

gado a produzir provas contra si mesmo. Ao se calar,


m

Súmula nº 419 (STJ) Descabe a prisão civil do


esse silêncio não pode ser considerado como prova.
er

depositário judicial infiel.


lh

Além disso, o dispositivo também estabelece a


ui

assistência da família e do advogado, garantindo tan- Art. 5º [...]


G

to o apoio pessoal como a assistência técnica que lhe


é devida. LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
Art. 5º [...] violência ou coação em sua liberdade de loco-
LXIV - o preso tem direito à identificação dos moção, por ilegalidade ou abuso de poder;
responsáveis por sua prisão ou por seu interro-
gatório policial; O inciso LXVIII traz um dos remédios constitucio-
nais: o habeas corpus (HC). Remédios constitucio-
O inciso LXIV também decorre do direito à segu- nais são as ações constitucionais previstas na própria
rança, uma vez que busca prevenir a prisão arbitrária. Constituição com a finalidade de reclamar o restabele-
Assim, é assegurada ao indivíduo a identificação dos cimento de direitos fundamentais violados.
responsáveis por sua prisão e interrogatório, uma O HC é uma dessas ações constitucionais, sendo
vez que lhe é garantido questionar a competência ou utilizado para a tutela da liberdade de locomoção
atribuição dessas autoridades em conformidade com sempre que alguém estiver sofrendo ou na iminência
a norma vigente e os princípios constitucionais e de de sofrer constrangimento ilegal do seu direito de ir
200 direitos humanos. e vir. Tal ação pode ser utilizada tanto em questões
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
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penais como em questões civis, desde que haja cons- z Mandado de segurança preventivo, cuja ordem
trangimento ilegal efetivo ou potencial ao direito de ir de segurança busca pôr fim à iminência de cons-
e vir. Exemplo: prisão por débitos alimentares. trangimento ilegal a direito líquido e certo.
Existem três modalidades de HC, quais sejam:
Não cabe MS contra:
z Habeas Corpus liberatório ou repressivo, em
que a ordem é concedida para fazer cessar o cons- z ato do qual caiba recurso com efeito suspensivo,
trangimento à liberdade de locomoção quando já independentemente de caução;
existente; z decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
z Habeas Corpus preventivo, em que a ordem é suspensivo;
concedida quando houver ameaça ao direito de ir z decisão judicial transitada em julgado.
e vir, de modo a impedir que uma pessoa venha a
ter restringido seu direito; Por fim, seu prazo (decadencial) de impetração
z Habeas Corpus de ofício, em que a ordem é é de 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência do
concedida pela autoridade judicial sem pedido, interessado do ato impugnado.
quando esta verificar, no curso de um proces-
so, que alguém está sofrendo ou na iminência de Art. 5º [...]
sofrer constrangimento ilegal em sua liberdade de LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
locomoção. impetrado por:
a) partido político com representação no Con-
Não cabe HC nos seguintes casos: gresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
z Perda de patente; associação legalmente constituída e em funciona-
z Perda de cargo; mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte-
z Pena de multa; resses de seus membros ou associados;
z Bens apreendidos (Obs.: no caso do passaporte, o
STJ diz que caberá o HC. Já o STF diz que não cabe); Do mesmo modo que o MS individual, é possível
z Pena extinta. ingressar com mandado de segurança coletivo nos
casos de direitos coletivos, assim entendidos como os
De acordo com o § 2º, do art. 142, não caberá habeas transindividuais, cuja natureza for indivisível, ou seja,
corpus em relação a punições disciplinares militares. de que sejam titulares grupos ou categorias de pessoas
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma rela-

60
Além dos militares das Forças Armadas, essa disposição
ção jurídica básica, e direitos individuais homogêneos,

8-
é estendida aos membros das Polícias Militares e dos Cor-
assim entendidos como aqueles decorrentes de origem

48
pos de Bombeiros Militares (art. 42, CF, de 1988).
comum e de atividade ou situação específica da totalida-

6.
No entanto, é cabível o HC se a sanção militar tiver
sido aplicada de forma ilegal por autoridade incompe- de ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
15
Trata-se de inovação da CF, de 1988, para a tutela de
.
tente ou em desacordo com as formalidades legais ou
20

além dos limites fixados em lei. direitos coletivos líquidos e certos, também não ampara-
-4

dos por HC ou habeas data, quando o responsável pela


ra

Art. 5º [...] ilegalidade for autoridade pública ou agente de pessoa


ei

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
liv

proteger direito líquido e certo, não amparado O MS coletivo segue as mesmas regras do individual.
O

por habeas-corpus ou habeas-data, quando o Para partidos políticos, exige-se representação no


de

responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for Congresso Nacional (pelo menos, um deputado ou
autoridade pública ou agente de pessoa jurídi- senador do partido). Para associação, exige-se que ela
os

ca no exercício de atribuições do Poder Público; tenha sido constituída há, pelo menos, um ano.
am
R

O inciso LXIX traz outro remédio constitucional: o Art. 5º [...]


e

mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a liber- LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

dade de locomoção e o habeas data, o acesso e a retifi- pre que a falta de norma regulamentadora tor-
er

cação de dados, o MS é cabível para os demais direitos, ne inviável o exercício dos direitos e liberdades
lh
ui

sendo que seu objetivo e alcance é feito por exclusão. constitucionais e das prerrogativas inerentes à
G

Cabe destacar que a lei que disciplina o MS é a Lei nº nacionalidade, à soberania e à cidadania;
12.016, de 2009.
O MS é cabível quando houver direito líquido e O inciso LXXI traz o mandado de injunção (MI),
certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de ação constitucional para a tutela dos direitos previs-
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste tos na CF, de 1988, inerentes à nacionalidade, à sobe-
modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo rania e à cidadania, os quais não podem ser exercidos
que os documentos comprobatórios do direito devem em razão da falta de norma regulamentadora. Portan-
acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes to, são pressupostos para o MI:
estiverem em repartição ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen- z Existência de um direito constitucionalmente pre-
temente, no MS, não há fase instrutória visto com relação à nacionalidade, soberania e
O MS pode ser de duas espécies: cidadania;
z A não autoaplicabilidade desse direito;
z Mandado de segurança repressivo, cuja ordem z Falta de norma infraconstitucional regulamenta-
de segurança objetiva cessar constrangimento ile- dora que inviabilize o exercício do direito previsto
gal já existente; na CF, de 1988. 201
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Cabe lembrar que a lei que disciplina o MI é a Lei direito político. Ademais, quanto aos estrangeiros, é
nº 13.300, de 2016. possível o ajuizamento da ação popular pelo portu-
A omissão normativa decorrente da não elabora- guês em situação de equiparação com brasileiro.
ção de ato legislativo ou administrativo permite ao Em regra, a ação popular é gratuita. O motivo da
indivíduo, ao Ministério Público e à Defensoria públi- gratuidade é permitir o acesso ao Poder Judiciário de
ca ingressarem com o MI. todos os cidadãos para a defesa dos atos lesivos do
Atualmente, adota-se a Teoria Concretista, ou Poder Público. No entanto, o inciso LXXIII estabele-
seja, o magistrado resolve o caso concreto (sentença ce uma exceção: haverá custas e sucumbência caso
normativa) e não mais comunica o Poder Legislativo o autor ingresse com a ação com má-fé e esta seja
para suprir a omissão. comprovada.

Art. 5º [...]
LXXII - conceder-se-á habeas-data: Importante!
a) para assegurar o conhecimento de informa-
ções relativas à pessoa do impetrante, constan- A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a
tes de registros ou bancos de dados de entidades boa-fé é sempre presumida.
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se
prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou Art. 5º [...]
administrativo; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica
integral e gratuita aos que comprovarem insufi-
O habeas data (HD) é o remédio constitucional ciência de recursos;
para a tutela do direito de informação e de intimida-
de do indivíduo, de modo a garantir ao impetrante O inciso LXXIV garante o acesso à Justiça a todas
o conhecimento de informações pessoais constantes as pessoas. Assim sendo, o Estado brasileiro deve-
de banco de dados de entidades governamentais ou rá prestar a assistência jurídica de forma integral e
abertas ao público, bem como o direito de retificação gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de
dessas informações quando errôneas. recursos financeiros. Esse direito instrumentaliza-se
Cumpre salientar que a lei que disciplina o HD é por meio da Defensoria Pública ou por meio do convê-
a Lei nº 9.507, de 1997. Por essa lei, o HD também é nio com a Defensoria Pública/Ordem dos Advogados
cabível no que há registrado no inciso III, art. 7º. Veja: do Brasil através da nomeação de advogado dativo.

60
Art. 7° (Lei nº 9.507, de 1997) [...] Art. 5º [...]

8-
III - para a anotação nos assentamentos do interes- LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro

48
sado, de contestação ou explicação sobre dado ver- judiciário, assim como o que ficar preso além do

6.
dadeiro mas justificável e que esteja sob pendência tempo fixado na sentença;
judicial ou amigável.
.15
O inciso LXXV visa evitar abusos por parte do
20

Ademais, a informação, a retificação ou a anotação Poder Público ao prever a responsabilidade civil do


-4

foram negadas pela Administração Pública (entidades Estado nos casos de erro do Poder Judiciário e prisão
ra

governamentais da Administração direta ou indireta) por tempo além do fixado em sentença.


ei

ou particular (pessoas jurídicas de direito privado) A responsabilidade civil do Estado será estudada
liv

que mantenham banco de dados aberto ao público. posteriormente.


O

O HD pode ser impetrado por qualquer pessoa,


de

física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, desde que Art. 5º [...]


os

as informações solicitadas digam respeito ao próprio LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente
pobres, na forma da lei:
am

indivíduo. Além disso, o HD não é instrumento jurídi-


co adequado para se ter acesso aos autos do processo a) o registro civil de nascimento;
R

administrativo disciplinar (PAD). b) a certidão de óbito;


e
m
er

Art. 5º [...] Ao garantir a gratuidade das certidões de nasci-


lh

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para mento e óbito, a CF, de 1988, assegura que as pessoas
ui

propor ação popular que vise a anular ato lesi- possam ser registradas e possam usufruir dos direitos
G

vo ao patrimônio público ou de entidade de que o personalíssimos decorrentes, como, por exemplo, os


Estado participe, à moralidade administrativa, direitos de possuir um nome, de poder ser matricula-
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico do em uma escola, entre outros. Assim, a CF, de 1988,
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada garante que a falta de recursos financeiros não seja
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da considerada um obstáculo para o exercício de tais
sucumbência; direitos.

O inciso LXXIII traz outro remédio constitucional: Art. 5º [...]


a ação popular. Trata-se da ação constitucional colo- LXXVII - são gratuitas as ações de habeas-cor-
cada à disposição de qualquer cidadão para fiscalizar pus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos
o Poder Público. Cabe esclarecer que cidadão é aque- necessários ao exercício da cidadania.
le que possui capacidade eleitoral ativa, ou seja, que
pode votar. Portanto, a ação popular é cabível para os O inciso LXXVII trata da gratuidade dos remédios
maiores de 16 (dezesseis) anos se eleitores. constitucionais de habeas corpus e habeas data. A
Atenção! Não há necessidade de os menores de 18 finalidade do dispositivo é garantir o acesso de todas
202 (dezoito) anos serem assistidos, pois consiste em um as pessoas a esses remédios constitucionais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5º [...] vez, promulgado e publicado em Diário Oficial da
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrati- União e passa a ter força de lei.
vo, são assegurados a razoável duração do pro- No caso de tratado sobre direitos humanos, a CF,
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua de 1988, disciplinou a possibilidade de sua incorpo-
tramitação. ração, seguindo os mesmos procedimentos cabíveis
para as Emendas Constitucionais, ou seja, dois turnos
Este inciso trata o princípio da celeridade pro- em cada Casa do Congresso Nacional e aprovação por
cessual. Desta forma, a CF, de 1988, assegura a todos, 3
/5 dos votos. Deste modo, o tratado passa a ser incor-
quer no âmbito judicial, quer no âmbito administra- porado, no ordenamento jurídico, com força de nor-
tivo, a duração razoável do processo, bem como dos ma constitucional.
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. O § 3º, do art. 5º, da CF, de 1988, foi incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004. Portanto, ape-
Art. 5º [...] nas os tratados incorporados após essa Emenda e
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito seguindo os parâmetros do dispositivo possuem força
à proteção dos dados pessoais, inclusive nos meios
de norma constitucional. Para os incorporados ante-
digitais.
riormente, caso se refiram aos direitos humanos, são
considerados supralegais. Para todos os demais trata-
Por fim, em recentíssima alteração constitucional,
dos, força legal.
a Emenda Constitucional nº 115, de 10 de Fevereiro de
2022, adicionou o inciso LXXIX ao art. 5º da CF, o qual
Art. 5º [...]
busca incluir a proteção de dados pessoais entre os § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
direitos e garantias fundamentais. Ademais, embora Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
não seja objeto de estudo deste tópico, cabe ressaltar festado adesão.
que a competência para legislar sobre a proteção e
tratamento de dados pessoais é de privativa da União. Esse parágrafo também foi incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004. O Tribunal Penal Inter-
Art. 5º [...] nacional (TPI) encontra-se disciplinado no Estatuto
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias
de Roma e tem como finalidade julgar os crimes de
fundamentais têm aplicação imediata.
genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humani-
dade e crimes de agressão.
De acordo com o § 1º, os direitos e garantias indi-
Atenção! Não confundir o TPI com a Corte Inter-
viduais e coletivos previstos no art. 5º estão prontos
nacional de Justiça, também conhecida como Tribu-

60
para serem aplicados e exigidos, uma vez que não
nal de Haia, que é o órgão jurídico da Organização das

8-
dependem da existência de qualquer outra norma
Nações Unidas.

48
para produzir efeitos.

6.
Atenção! Não confundir aplicação imediata com a
aplicabilidade da norma constitucional (norma cons-
DOS DIREITOS SOCIAIS .15
20

titucional de eficácia plena, contida e limitada).


Os direitos sociais estão disciplinados nos arts. 6º a
-4

11, da CF, de 1988. Esses direitos se dividem em direi-


Art. 5º [...]
ra

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Consti-


tos sociais propriamente ditos (art. 6º), direitos tra-
ei

tuição não excluem outros decorrentes do regime balhistas (art. 7º) e direitos sindicais (arts. 8º a 11).
liv

e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados Vejamos cada um deles:
O

internacionais em que a República Federativa do


de

Brasil seja parte. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a


alimentação, o trabalho, a moradia, o transpor-
os

te, o lazer, a segurança, a previdência social, a


am

O § 2º estabelece que o rol de direitos e deveres


disposto no art. 5º é exemplificativo e não taxativo. proteção à maternidade e à infância, a assistência
R

aos desamparados, na forma desta Constituição.


Portanto, podem existir outros direitos em outros dis-
e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

positivos da CF, de 1988, em outros diplomas legais,


Os direitos sociais encontram-se estabelecidos no
er

em tratados internacionais, entre outros.


art. 6º, da CF, de 1988. Trata-se dos direitos ligados à con-
lh
ui

Art. 5º [...] cepção de que é dever do Estado garantir igualdade de


G

§ 3º Os tratados e convenções internacionais oportunidades a todos através de políticas públicas. O


sobre direitos humanos que forem aprovados, dispositivo assegura alguns dos direitos denominados de
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois segunda geração/dimensão, tais como o direito à educa-
turnos, por três quintos dos votos dos respec- ção, trazendo a ideia de que a instrução é o meio adequa-
tivos membros, serão equivalentes às emendas do para que o indivíduo possa exercer outros direitos,
constitucionais. tais como a liberdade de expressão, a liberdade de asso-
ciação, os direitos políticos, entre outros.
O § 3º estabelece as regras para a incorporação Garante, também, o acesso dos indivíduos a um
do tratado internacional que verse sobre direi- sistema de saúde, além da assistência e proteção
tos humanos. Via de regra, o tratado internacional, econômica em determinados momentos, tais como
após a sua celebração e assinatura pelo Presidente incapacidade temporária ou definitiva, velhice, entre
da República, passa por referendo parlamentar para outros. Trata-se, pois, de um programa de proteção
sua incorporação. Assim, o Poder Legislativo o apro- social para amparar as pessoas em determinados
va, por meio de um Decreto Legislativo, e o remete eventos, assim, classifica-se tal norma como de efi-
ao Presidente da República para sua ratificação, por cácia limitada, mais especificamente de princípio
meio de Decreto. O Decreto do Executivo é, por sua programático. 203
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Do art. 6º é que advém a ideia de reserva do pos- Art. 7º [...]
sível, pois o Estado deve garantir os direitos em con- II - seguro-desemprego, em caso de desemprego
formidade com seus recursos. Esse dispositivo traz a involuntário;
ideia de mínimo existencial, ou seja, de um padrão
mínimo de condições materiais aceitáveis para uma O inciso II trata do seguro-desemprego, que tem
vida com dignidade, consoante se depreende do pará- como finalidade assegurar assistência financeira, de
grafo único. modo temporário, ao trabalhador que foi dispensado
involuntariamente, ou seja, sem justa causa.
Art. 6º [...]
Parágrafo único. Todo brasileiro em situação de Art. 7º [...]
vulnerabilidade social terá direito a uma renda III - fundo de garantia do tempo de serviço;
básica familiar, garantida pelo poder público em
programa permanente de transferência de renda, O FGTS encontra-se estabelecido no inciso III.
cujas normas e requisitos de acesso serão deter- Seu objetivo é resguardar o trabalhador nos casos
minados em lei, observada a legislação fiscal e de desemprego involuntário, aposentadoria, entre
orçamentária outras situações, de modo que o trabalhador possa
sacar esses valores.
Neste sentido, o Estado deve assegurar que a quan- De acordo com a atual orientação do STF, o prazo
tidade de alimento seja suficiente para o indivíduo e prescricional para o trabalhador reclamar valores do
sua família, que ele possa se vestir, ter moradia, aces- FGTS é de cinco anos (prescrição quinquenal), tendo,
so aos serviços médicos e sociais e segurança em casos como base, o princípio da segurança jurídica (ARE nº
de imprevistos, tais como desemprego, incapacidade, 709.212, STF).
velhice, entre outros. Além disso, devem-se assegurar
os cuidados e assistência devidos à maternidade e à Art. 7º [...]
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmen-
infância.
te unificado, capaz de atender a suas necessidades
O referido artigo assegura, ainda, o direito ao tra-
vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
balho. Para tanto, o art. 7º estipula as condições neces-
mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higie-
sárias para a realização do trabalho e adota medidas ne, transporte e previdência social, com reajustes
de proteção ao trabalhador nos seguintes termos: periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos
e rurais, além de outros que visem à melhoria de

60
O inciso IV estabelece a existência de uma remu-
sua condição social neração mínima, justa e suficiente para assegurar ao

8-
48
trabalhador e a sua família uma vida digna. Assim, o
Observa-se que esse dispositivo trata tanto dos salário mínimo deve ter a capacidade de atender às

6.
trabalhadores urbanos como dos rurais e funda-se no 15
necessidades tanto do trabalhador como de sua famí-
princípio da igualdade. Por essa razão, a CF, de 1988, lia. Cumpre mencionar que o valor deve ser fixado
.
20

veda, por exemplo, a diferenciação de salários, o exer- em lei, ou seja, faz-se necessária a edição de lei para a
-4

cício de funções e critério de admissão que tenham fixação do valor do salário mínimo.
ra

como base a idade, o sexo ou o estado civil, entre Vale destacar que o STF entende não ser necessá-
ei

outros. Vejamos as proteções trazidas nele: rio que o percentual de reajuste seja fixado em lei (em
liv

sentido estrito), podendo a definição de tais valores


O

Art. 7º [...] ser feita por meio de decreto presidencial. Sobre o


de

I - relação de emprego protegida contra despedida tema, existem quatro Súmulas Vinculantes importan-
arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei tes, as quais é relevante conhecer:
os

complementar, que preverá indenização compen-


am

satória, dentre outros direitos; Súmula Vinculante nº 4 Salvo nos casos previs-
R

tos na Constituição, o salário mínimo não pode ser


usado como indexador de base de cálculo de vanta-
e

A CF, de 1988, do mesmo modo que estipula as


m

condições necessárias para a realização do trabalho, gem de servidor público ou de empregado, nem ser
er

adota medidas de proteção ao trabalhador contra a substituído por decisão judicial.


lh
ui

despedida arbitrária ou sem justa causa, com o obje-


Súmula Vinculante nº 6 Não há violação à CF no
G

tivo de resguardar o trabalhador contra as incerte-


estabelecimento de remuneração inferior ao míni-
zas do mercado de trabalho. Assim, o inciso I prevê
mo em relação ao soldo dos recrutas, prestadores
que uma lei complementar estabelecerá indenização do serviço militar inicial.
compensatória, dentre outros direitos.
Súmula Vinculante nº 15 O cálculo de gratifica-
ções e outras vantagens do servidor público não
Importante! incide sobre o abono utilizado para se atingir o
salário mínimo.
Ainda não foi elaborada lei complementar dis-
ciplinando o assunto. Por essa razão, aplica-se
Súmula Vinculante nº 16 Os artigos 7º, IV, e 39,
o disposto no art. 10, do Ato das Disposições § 3º (redação da EC n° 19/1998), da Constituição
Constitucionais Transitórias, que fixa como referem-se ao total da remuneração percebida pelo
indenização o valor de 40% do depositado no servidor público.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
como a quantia devida a título de indenização Prosseguindo nossa análise dos incisos do art. 7º,
204 compensatória. da CF, temos:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 7º [...] A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ao
V - piso salarial proporcional à extensão e à com- regular a matéria, estabelece, no art. 73, como perío-
plexidade do trabalho; do noturno, o trabalho desenvolvido entre as 22h de
um dia e as 5h do dia seguinte. Assim, durante esse
O inciso V assegura contraprestação mínima aos período, o adicional é de, pelo menos, 20% sobre a
trabalhadores pertencentes à mesma categoria pro- hora diurna. Além disso, o cômputo da hora também
fissional, como, por exemplo, professores, metalúrgi- é realizado de forma diferente, uma vez que cada
cos, farmacêuticos, entre outros. O piso deve levar em hora noturna possui cinquenta e dois minutos e trinta
consideração a extensão e a complexidade do trabalho segundos.
e não pode ser fixado em múltiplos do salário mínimo. Com relação ao trabalho rural, na lavoura, consi-
Diferentemente do salário mínimo, que é nacional- dera-se noturno o trabalho executado entre 21h de
mente unificado, é possível que os Estados e o Distrito um dia e 5h do dia seguinte. Já na pecuária, inicia-se
Federal instituam piso salarial estadual diferente do nacio- às 20h de um dia e encerra-se às 4h do dia posterior.
nal, em conformidade com o parágrafo único, do art. 22, da Acresce que o adicional é de 25% e que não há previ-
CF, de 1988, e Lei Complementar nº 103, de 2000.
são de cômputo diferenciado para a hora noturna.
Art. 7º [...]
Art. 7º [...]
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em
X - proteção do salário na forma da lei, consti-
convenção ou acordo coletivo;
tuindo crime sua retenção dolosa;

O inciso VI traz a regra de que o salário do traba-


O inciso X estabelece a criminalização da con-
lhador não pode ser reduzido. A redução somente é
duta de retenção do salário como uma das formas
admitida por meio de negociação coletiva com a par-
de proteção ao trabalhador. Salienta-se que a con-
ticipação obrigatória do sindicato.
duta somente será considerada como crime se hou-
A Medida Provisória (MP) nº 936, de 2020, que foi
ver dolo, ou seja, quando o empregador não paga
editada em razão da pandemia da COVID-19, passou a
permitir a redução salarial por meio de acordo indivi- porque não quer. Cumpre esclarecer que esse inciso
dual firmado entre o empregador e o empregado, ou possui eficácia constitucional limitada e carece de lei
seja, sem a participação do sindicato. regulamentadora.
Considerando que o texto constitucional estabelece
que o acordo seja coletivo, a MP foi submetida ao STF, Art. 7º [...]
que manteve a eficácia da regra (acordo individual) XI - participação nos lucros, ou resultados, desvin-

60
culada da remuneração, e, excepcionalmente,
de redução temporária do salário por, no máximo, 90

8-
participação na gestão da empresa, conforme defi-
(noventa) dias, sob o fundamento de que se trata de

48
nido em lei;
momento excepcional e que o acordo individual seria

6.
razoável por preservar o vínculo de emprego duran- 15
A participação nos lucros ou resultados, em
te o período, bem como que a atuação do sindicato
.
20

demandaria demora, gerando insegurança jurídica e caráter excepcional, na gestão da empresa encon-
-4

aumentando o risco de desemprego. tra-se prevista no inciso XI. Trata-se de um valor des-
vinculado da remuneração e definido em lei. Esse
ra

inciso também possui eficácia limitada, porém é regu-


ei

Art. 7º [...]
liv

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, lamentado pela Lei nº 10.101, de 2000.
O

para os que percebem remuneração variável;


de

Art. 7º [...]
O inciso VII é um desdobramento do inciso IV ao XII - salário-família pago em razão do depen-
os

estabelecer que todo trabalhador tem o direito a rece- dente do trabalhador de baixa renda nos termos
am

ber uma remuneração justa e satisfatória que lhe asse- da lei;


R

gure existência compatível com a dignidade humana.


e

O inciso XII estabelece o salário-família. Trata-se


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

de um benefício regulamentado pelos arts. 65 a 70, da


er

Art. 7º [...]
Lei nº 8.213, de 1991, concedido aos trabalhadores que
lh

VIII - décimo terceiro salário com base na remu-


ui

neração integral ou no valor da aposentadoria; possuem filhos ou equiparados de até 14 anos, ou com
G

algum tipo de deficiência. Para ter direito ao valor, o


O inciso VIII estabelece o décimo terceiro salá- trabalhador deve enquadrar-se no limite máximo de
rio ou gratificação de Natal aos trabalhadores. Para renda estipulado pela Administração Pública.
os servidores públicos, a gratificação recebe o nome Até a Emenda Constitucional nº 20, de 1998, o bene-
de adicional natalino. Tal gratificação foi introduzida fício era pago a todos os trabalhadores. Após sua edição,
pela Lei nº 4.090, de 1962, garantindo ao trabalhador o salário-família ficou restrito ao trabalhador de baixa
formal e com carteira assinada o correspondente a renda. Para o ano de 2021, a tabela do Governo Federal
1/12 de sua remuneração ou aposentadoria. fixou o valor do salário-família em R$ 51,27 e limitou o
benefício aos trabalhadores que recebem até R$ 1.503,25.
Art. 7º [...]
IX - remuneração do trabalho noturno superior Art. 7º [...]
à do diurno; XIII - duração do trabalho normal não superior
a oito horas diárias e quarenta e quatro sema-
O inciso IX trata do trabalho noturno. De acordo nais, facultada a compensação de horários e a
com o dispositivo, a remuneração deve ser superior redução da jornada, mediante acordo ou conven-
ao trabalho no período diurno. ção coletiva de trabalho; 205
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O inciso XIII fixa a jornada de trabalho diária A licença à gestante encontra-se prevista no inci-
em até 8 horas e a semanal em 44 horas, permitida, so XVIII. Trata-se do direito dos filhos recém-nascidos
porém, a compensação de horários e a redução da jor- ou adotados de permanecerem com suas genitoras no
nada, por meio de acordos ou convenção coletiva de momento inicial de sua vida ou na casa da adotante, da
trabalho. Trata-se dos denominados bancos de horas nova vida, com o objetivo de desenvolver vínculos de afe-
e as escalas de revezamento. to e cuidados necessários para o desenvolvimento saudá-
No Brasil, são admitidas as jornadas inglesa e espa- vel da criança.
nhola. Na jornada inglesa, existe uma diluição de 4 Constitucionalmente, o prazo de duração é de 120
horas no intervalo entre segunda e sexta-feira, de dias, porém a Lei nº 11.770, de 2008, estendeu, para deter-
modo a possibilitar que o trabalhador cumpra jornada minados casos, esse período de licença para 180 dias.
de 9 ou 8 horas durante esses dias, de modo a totalizar A Lei nº 12.010, de 2009 (Lei da Adoção), estendeu
44 horas. Na jornada espanhola, há uma alternância na às adotantes o mesmo prazo de licença das gestantes,
prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em passando a ser de, no mínimo, 120 dias. Antes, a dura-
outra, como, por exemplo, trabalhando sábados alter- ção da licença variava conforme a idade do filho.
nados. Assim, haveria uma média de 44 horas sema-
nais, o que evitaria o pagamento de hora extra. Art. 7º [...]
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em
Art. 7º [...] lei;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho reali-
zado em turnos ininterruptos de revezamento, O inciso XIX trata da licença-paternidade, que, ao
salvo negociação coletiva; contrário do que ocorre com a licença à gestante, não
possui prazo fixado pela CF, de 1988. Refere-se, tam-
Assim como o inciso anterior, o inciso XIV tam- bém, ao direito do filho de ter o genitor ao seu lado no
bém prevê limite para a jornada de trabalho. Esse momento inicial de sua vida.
dispositivo se aplica aos casos de jornada de trabalho
com turnos ininterruptos e de revezamento, ou seja, Art. 7º [...]
aqueles locais que funcionam 24 horas por dia. Nesses XX - proteção do mercado de trabalho da
casos, o empregado não poderá trabalhar mais de 6 mulher, mediante incentivos específicos, nos ter-
horas. Ressalta-se, por fim, a possibilidade de nego- mos da lei;
ciação coletiva para aumentar a jornada.
O inciso XX estabelece a criação, por meio de lei,
de normas de proteção do mercado de trabalho da

60
Art. 7º [...]
XV - repouso semanal remunerado, preferencial- mulher. O dispositivo tem por objetivo proporcionar a

8-
mente aos domingos; efetiva igualdade entre homens e mulheres. Tais regras

48
foram introduzidas pela CLT e tratam de temas como a

6.
O inciso XV garante o descanso do trabalhador. 15
duração e condições de trabalho, a discriminação, o tra-
Trata-se do repouso semanal remunerado, também balho noturno, a proteção à maternidade, entre outros.
.
20

denominado descanso semanal remunerado (DSR),


-4

que é a possibilidade de o trabalhador ausentar-se de Art. 7º [...]


ra

seu trabalho por 24 (vinte e quatro) horas, manten- XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de
ei

do-se a remuneração respectiva. Para o descanso e serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos ter-
liv

recomposição do empregado, a CF, de 1988, estabele- mos da lei;


O

ce, como preferência, os domingos.


de

O aviso prévio está estabelecido no inciso XXI.


Trata-se do direito que tem o trabalhador de não ser
os

Art. 7º [...]
XVI - remuneração do serviço extraordinário supe- surpreendido com o seu desligamento e poder pro-
am

rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; gramar-se para voltar a enfrentar a concorrência do
R

mercado de trabalho. Por esse motivo, o aviso prévio


e

O pagamento de horas extras encontra-se previsto é proporcional, ou seja, quanto maior o tempo de ser-
m

viço prestado à empresa, maior a sua permanência


er

no inciso XVI. A CF, de 1988, além de fixar a duração da


lh

jornada de trabalho, com o objetivo de evitar abusos por antes do desligamento. O prazo mínimo previsto na
ui

parte do empregador, garante ao trabalhador que os ser- CF, de 1988, é de 30 (trinta) dias.
G

viços prestados que excedam a jornada normal de tra- De acordo com o STF, o inciso XXI é uma norma
balho sejam considerados extraordinários e pagos com constitucional híbrida, uma vez que possui uma parte
o valor de, no mínimo, 50% a mais que o valor normal. de eficácia plena (mínimo de 30 dias) e outra limita-
da (nos termos da lei). Segundo os termos da Lei nº
Art. 7º [...] 12.506, de 2011, a esses 30 dias serão acrescidos três
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, dias por ano de serviço prestado na mesma empresa
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; até o total de 60 dias. Portanto, a duração máxima do
aviso prévio é de 90 dias (30 dias assegurados pela CF,
O inciso XVII estabelece o direito às férias. Tra- de 1988 e outros 60 previstos na lei).
ta-se do descanso anual do trabalhador, que deve ser
remunerado e acrescido de, pelo menos, 1/3 a mais do Art. 7º [...]
que o salário normal. XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho,
por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
Art. 7º [...]
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego O inciso XXII traz a obrigação do empregador de pre-
206 e do salário, com a duração de cento e vinte dias; servar a saúde do trabalhador por meio da adoção de
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
medidas, quer individuais quer coletivas, que o previ- A proteção em face da automação é assegurada
nam e o protejam dos riscos ambientais do trabalho. no inciso XXVII. Trata-se de um mecanismo de proteção
do trabalhador que perdeu seu posto de trabalho para
Art. 7º [...] a automação, ou seja, pela máquina, de modo que a lei
XXIII - adicional de remuneração para as atividades possa criar meios, tais como cursos e treinamentos, que
penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; possibilitem sua recolocação no mercado de trabalho.

O inciso XXIII estabelece os adicionais de ativida- Art. 7º [...]


des penosas, insalubres e perigosas. Atividade peno- XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a
sa é aquela exercida em zonas de fronteira ou aquela cargo do empregador, sem excluir a indenização
que exige, para a sua realização, esforços físicos repe- a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
titivos e intensos, de modo a causar esgotamento ou ou culpa;
desgaste excessivo. Nessa atividade, não há um dano
efetivo à saúde do trabalhador, mas exige um maior O seguro contra acidentes de trabalho encontra-
grau de atenção ou sacrifício físico ou mental, como, -se previsto no inciso XXVIII. O seguro é de competência
por exemplo, serviços industriais em que o trabalha- do empregador e não exclui a indenização a que este
dor é submetido a uma altura superior a três metros. está obrigado no caso de incorrer em dolo ou culpa.
Por outro lado, na atividade insalubre, há um com-
prometimento à saúde do trabalhador devido a seu Súmula Vinculante nº 22 A Justiça do Trabalho
ambiente de trabalho, como, por exemplo, o traba- é competente para processar e julgar as ações
lhador que é submetido a calor ou a frio intenso ou de indenização por danos morais e patrimoniais
a ruído contínuo e intermitente. Por fim, atividade decorrentes de acidente de trabalho propostas por
perigosa é aquela que pode ameaçar a vida do traba- empregado contra empregador, inclusive aquelas
que ainda não possuíam sentença de mérito em
lhador, como, por exemplo, a exercida em instalações
primeiro grau quando da promulgação da Emenda
elétricas de grandes voltagens.
Constitucional 45/2004.

Prosseguimos com o inciso XXIX, do art. 7º, da CF:


Importante!
De acordo com o TST, não é possível a percep- Art. 7º [...]
ção cumulativa dos adicionais de insalubridade XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das
e periculosidade. relações de trabalho, com prazo prescricional

60
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e
rurais, até o limite de dois anos após a extinção

8-
48
Art. 7º [...] do contrato de trabalho;

6.
XXIV - aposentadoria;
15
O inciso XXIX trata da prescrição das verbas tra-
.
A aposentadoria está estabelecida no inciso XXIV, balhistas. O prazo para que o trabalhador ingresse
20

de modo a assegurar ao trabalhador o afastamento de com ação trabalhista é de 2 (dois) anos contados da
-4

suas atividades após o cumprimento dos requisitos extinção do contrato de trabalho. Já com relação aos
ra

previstos em lei, tais como idade e tempo de contri- créditos, a prescrição é de 5 (cinco) anos. Exemplo:
ei

buição, bem como por motivo de incapacidade. trabalhador que exerceu atividade na empresa entre
liv

os períodos de 2010 a 2020. Ele terá até 2022 (dois anos


O

Art. 7º [...] da extinção do contrato de trabalho) para promover a


de

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependen- ação e poderá cobrar os créditos dos últimos 5 anos,
os

tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de ida- ou seja, se ingressou em 2020, poderá pleitear os cré-
de em creches e pré-escolas; ditos de 2015 em diante.
am

Quanto às nomenclaturas “prescrição relativa” e


R

O inciso XXV trata da assistência em creche e pré- “prescrição total”, é importante distinguir que pres-
e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


crição relativa é a interna, ou seja, aquela que ocorre
m

-escola devida aos filhos e dependentes dos trabalha-


er

dores desde o nascimento até os 5 anos. dentro do contrato de trabalho, tendo como prazo 5
lh

Com a Emenda Constitucional nº 53, de 2006, o pri- anos. Já a prescrição total é aquela que ocorre após o
ui

meiro ano do ensino fundamental passou a ser cursa- fim do contrato de trabalho, ou seja, de 2 anos.
G

do a partir dos 6 anos de idade. É por essa razão que


Art. 7º [...]
o auxílio creche ou auxílio pré-escola é devido até os
XXX - proibição de diferença de salários, de
5 anos (cessa ao completar 6 anos quando pode fre-
exercício de funções e de critério de admissão por
quentar a escola).
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Art. 7º [...] O inciso XXX decorre do princípio da igualdade e
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos foi tratado anteriormente quando explanado acerca
coletivos de trabalho; do salário.

O inciso XXVI ressalta a importância das entidades sin- Art. 7º [...]


dicais nas negociações coletivas, de modo a permitir que XXXI - proibição de qualquer discriminação no
se incrementem as condições sociais dos trabalhadores. tocante a salário e critérios de admissão do traba-
lhador portador de deficiência;
Art. 7º [...]
XXVII - proteção em face da automação, na forma Também decorrente do princípio da igualdade,
da lei; a CF, de 1988, veda qualquer tipo de discriminação 207
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
do trabalhador com deficiência. A proibição de dis- nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,
criminação estende-se desde a sua admissão. Assim XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e
sendo, o fato de o trabalhador possuir uma limitação, XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em
quer física, psíquica ou intelectual, não tem o condão lei e observada a simplificação do cumprimento
de permitir que o empregador pague uma contrapres- das obrigações tributárias, principais e acessórias,
tação diversa dos demais funcionários por exemplo. decorrentes da relação de trabalho e suas peculiari-
dades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV
e XXVIII, bem como a sua integração à previdência
Art. 7º [...]
social.
XXXII - proibição de distinção entre trabalho
manual, técnico e intelectual ou entre os profis-
sionais respectivos; Por fim, o parágrafo único trata dos direitos dos
trabalhadores domésticos. Considera-se doméstico
Mais um dispositivo que decorre do princípio o trabalhador que presta serviços de natureza contí-
da igualdade e veda a distinção entre as atividades nua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à famí-
desempenhadas, ou seja, a atividade manual não lia no âmbito residencial destas, como, por exemplo,
poderá ser tida como mais ou menos importante que cozinheiro residencial, jardineiro, babá, entre outros.
a intelectual por exemplo. O dispositivo remete a determinados incisos, ressal-
tando que parte desse direito depende de regulamen-
Art. 7º [...] tação legal, como no caso do FGTS.
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigo- Os direitos sindicais encontram-se disciplinados
so ou insalubre a menores de dezoito e de qual- nos arts. 8º a 11. Vejamos cada um deles:
quer trabalho a menores de dezesseis anos,
salvo na condição de aprendiz, a partir de qua- Art. 8º É livre a associação profissional ou sin-
torze anos; dical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Esta-
do para a fundação de sindicato, ressalvado o
O inciso XXXIII estabelece os limites etários para
registro no órgão competente, vedadas ao Poder
o desempenho do trabalho. Aos menores de 16 anos
Público a interferência e a intervenção na organi-
não é possível o desempenho da atividade laboral, zação sindical;
exceto no caso de aprendiz, que poderá desenvolver
a atividade entre 14 e 24 anos. O inciso I, do art. 8º, traz o princípio da liberda-
Atenção! Aprendiz não se confunde com estagiá- de sindical. Pelo dispositivo, é possível observar duas
rio. Aprendiz é o jovem contratado por entes de coo- situações distintas. A primeira refere-se à relação

60
peração governamental, como, por exemplo, o SENAC entre o Estado e o sindicato. Já a segunda, entre o sin-

8-
e o SENAI, para aprender uma profissão, ou seja, a dicato e o sindicalizado. Portanto, essa liberdade de

48
formação profissional é desenvolvida no ofício. Por associação sindical possui dupla dimensão, de modo

6.
outro lado, estagiário é o estudante que complemen- 15
a assegurar o direito dos trabalhadores em geral de
ta, por meio do trabalho, o ensino do curso que está criarem entidades sindicais, como também a liberda-
.
20

desenvolvendo. Estagiário não é empregado nem está de de aderirem ou não ao sindicato, assim como se
-4

submetido a limite de idade. desfiliarem conforme sua vontade.


Além disso, o dispositivo veda o trabalho noturno,
ra

De acordo com o STF, para que um sindicato possa


ei

perigoso ou insalubre aos maiores de 16 e menores defender a categoria, não é preciso estar registrado no
liv

de 18 anos, por se tratarem de pessoas em formação. órgão competente (Ministério do Trabalho), bastando o
O

registro no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas.


de

Importante! Art. 8º [...]


os

II - é vedada a criação de mais de uma organi-


am

Não há previsão expressa do trabalho penoso zação sindical, em qualquer grau, representativa
aos menores de 18 anos. de categoria profissional ou econômica, na mesma
R

base territorial, que será definida pelos trabalha-


e
m

dores ou empregadores interessados, não podendo


er

Art. 7º [...] ser inferior à área de um Município;


lh

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalha-


ui

dor com vínculo empregatício permanente e o O inciso II traz o princípio da unicidade sindical,
G

trabalhador avulso ou seja, a regra pela qual é vedada a criação de mais


de uma organização sindical na mesma base territo-
O inciso XXXIV também decorre do princípio da rial. Por essa razão, a CF, de 1988, definiu a base ter-
igualdade. Por ele, depreende-se a igualdade de direitos ritorial mínima, ou seja, o Município. No entanto, não
entre os trabalhadores com vínculo empregatício e os especificou a base máxima, de modo que pode haver
trabalhadores avulsos. Entende-se por trabalhador avul- um sindicato para a defesa da categoria no âmbito
so aquele que, de forma sindicalizada ou não, presta ser- estadual ou nacional.
viços tanto de natureza urbana como rural, sem possuir
vínculo empregatício, e a diversas empresas, com inter- Art. 8º [...]
mediação obrigatória do sindicato da categoria ou, quan- III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e inte-
do se tratar de atividade portuária, com intermediação resses coletivos ou individuais da categoria,
do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO). inclusive em questões judiciais ou administrativas;

Art. 7º [...] A representação e substituição do sindicato


Parágrafo único. São assegurados à categoria dos na defesa dos direitos e interesses de seus membros
208 trabalhadores domésticos os direitos previstos está disciplinada no inciso III. Atente-se ao fato de o
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
sindicato poder atuar não somente em questões judi- do empregado sindicalizado a partir do registro da
ciais, mas também em questões administrativas. candidatura a cargo de direção ou representação sin-
dical. No caso dos eleitos, mesmo que na condição de
Art. 8º [...] suplentes, a estabilidade perdura até um ano após o
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, final do mandato.
em se tratando de categoria profissional, será des- Observa-se, no entanto, que a estabilidade não é
contada em folha, para custeio do sistema con- absoluta, uma vez que é possível a demissão em caso
federativo da representação sindical respectiva, de cometimento de falta grave. Ainda, cabe destacar
independentemente da contribuição prevista em lei; que, de acordo com a alínea “a”, do inciso II, do art.
10, do ADCT, os membros da Comissão Interna para
O inciso IV trata da contribuição confederativa Prevenção de Acidentes (CIPA) eleitos pelos trabalha-
sindical. Cumpre esclarecer, no entanto, que nenhu- dores também possuem estabilidade; já os indicados
ma das contribuições relativas à atividade sindical pelo empregador não a possuem.
é obrigatória, de modo a depender de autorização A estabilidade conferida pelo inciso VIII já foi obje-
expressa e prévia do destinatário. Portanto, somente to de prova no que tange a sua destinação. Cumpre
quem é filiado ao respectivo sindicato deve pagar a ressaltar que esse benefício não é destinado à pessoa
contribuição confederativa prevista nesse dispositivo. do empregado (intuitu personae), mas sim à represen-
tação sindical.
Art. 579 (CLT) O desconto da contribuição sindical
está condicionado à autorização prévia e expressa Art. 8º [...]
dos que participem de uma determinada categoria Parágrafo único. As disposições deste artigo apli-
econômica ou profissional, ou de uma profissão cam-se à organização de sindicatos rurais e de
liberal, em favor do sindicato representativo da colônias de pescadores, atendidas as condições
mesma categoria. que a lei estabelecer.

Súmula Vinculante nº 40 A contribuição con- Por fim, o parágrafo único estabelece que essas
federativa de que trata o art. 8º, IV, da Constitui-
regras também são aplicadas aos sindicatos rurais e
ção Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
de pescadores.
respectivo.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competin-
Continuamos com o inciso V, do art. 8º, da CF: do aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por

60
Art. 8º [...] meio dele defender.

8-
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a man-

48
ter-se filiado a sindicato;
O direito de greve dos trabalhadores encontra-se

6.
assegurado no art. 9º, da CF, de 1988. Inicialmente, há
O inciso V é um desdobramento do direito à liber- 15
de se esclarecer que a expressão “trabalhadores” se
.
dade de associação prevista no art. 5º, da CF, de 1988.
20

refere aos empregados da iniciativa privada, geral-


-4

mente regidos pela CLT. Em síntese, greve é a suspen-


Art. 8º [...] são temporária das atividades laborais desenvolvidas
ra

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos e tem como causa o interesse dos trabalhadores.
ei

nas negociações coletivas de trabalho; Ademais, salienta-se, conforme já cobrado em


liv

prova, que a greve, apesar de ser um direito social


O

As entidades sindicais possuem a denominada conferido ao trabalhador, não depende de específica


de

função negocial. Assim, com o objetivo de assegurar prestação estatal para que seja exercida.
os

melhores condições e direitos aos trabalhadores, o


inciso IV estabelece como obrigatória a participação
am

Art. 9º [...]
dos sindicatos nas negociações coletivas. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essen-
R

ciais e disporá sobre o atendimento das necessida-


e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

Art. 8º [...] des inadiáveis da comunidade.


er

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis
lh

ser votado nas organizações sindicais; às penas da lei.


ui
G

O inciso VII cuida do direito de votar e ser votado No que se refere aos serviços essenciais, tais como
do aposentado filiado à entidade sindical. transporte público, serviços de fornecimento de luz,
água, entre outros, o direito de greve é assegurado, mas
Art. 8º [...] sofre restrições. A lei que disciplina a greve dos traba-
VIII - é vedada a dispensa do empregado sin- lhadores dos serviços essenciais é a Lei nº 7.783, de 1989.
dicalizado a partir do registro da candidatura
a cargo de direção ou representação sindical Art. 10 É assegurada a participação dos trabalha-
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o dores e empregadores nos colegiados dos órgãos
final do mandato, salvo se cometer falta grave públicos em que seus interesses profissionais ou pre-
nos termos da lei. videnciários sejam objeto de discussão e deliberação.

A estabilidade do dirigente sindical encontra-se O art. 10 decorre do direito a uma gestão


prevista no inciso VIII. Seu objetivo é permitir que democrática, ou seja, de participação junto aos
seus dirigentes atuem sem medo de represálias, ou colegiados dos órgãos públicos que gerenciam os inte-
seja, de serem desligados do emprego devido à atua- resses profissionais ou os valores aplicados nos fun-
ção. Trata-se, portanto, da regra que proíbe a dispensa dos previdenciários. 209
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 11 Nas empresas de mais de duzentos As competências da União são classificadas como
empregados, é assegurada a eleição de um competência administrativa e legislativa; a primeira
representante destes com a finalidade exclusiva se relaciona com as funções de organização do Estado, e
de promover-lhes o entendimento direto com os a segunda é a competência de legislar. Veja os exemplos:
empregadores.
z Competência administrativa: é competência de
Por fim, o art. 11 estabelece, como mecanismo de a União elaborar e executar planos nacionais e
promover o entendimento e facilitar o diálogo entre regionais de ordenação do território e de desen-
empregados e empregador em empresas maiores volvimento econômico e social;
(com mais de 200 funcionários), a formação de uma z Competência legislativa: é competência de a
comissão de representação. União legislar sobre nacionalidade, cidadania e
Atenção! Os representantes não se confundem naturalização.
com os dirigentes sindicais.
O estudo das competências será abordado de for-
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: ma mais aprofundada em tópico específico na sequên-
UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS cia deste material.
Cuidado para não confundir União com República
Federação Federativa do Brasil:

Federação é a organização política, administrativa z A República Federativa do Brasil é um Estado


e jurídica formada por uma população em um territó- Federado, ou seja, é constituído por um conjunto
rio determinado. O Estado federado é constituído por de Estados-Membros. Vale ressaltar que os Esta-
um conjunto de Estados-Membros autônomos unidos dos-Membros são autônomos, pois são dotados de
por uma Constituição, mas somente a Federação como autonomia e autogoverno. Por outro lado, não são
um todo é considerada soberana, bem como cada soberanos, uma vez que a soberana é somente a
Estado-membro é considerado uma unidade federati- Federação como um todo. No nosso pacto federativo,
va que possui poder político descentralizado. o poder é descentralizado, pois a Constituição prevê
Sendo assim, são componentes da República Federati- núcleos de poder e concede autonomia para os seus
va: a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. entes (União, Estados, Municípios e Distrito Federal);
A descentralização é basicamente quando as fun- z A União é uma entidade federativa, pessoa jurídi-
ções atribuídas a um só poder passam a ser repartidas, ca de direito público interno que integra a Repú-
por exemplo, com a delegação das competências.

60
blica Federativa do Brasil. É através da União que
Conforme o § 1º, art. 18, da CF, atualmente Brasí- o país é representado nas relações internacionais.

8-
lia é a capital federal. Trata-se de uma inovação do

48
legislador constituinte de 1988. Conforme preleciona

6.
Os bens da União estão enumerados no art. 20, da
José Afonso da Silva (2017), Brasília tem uma posição 15
Constituição Federal, que compreende:
.
jurídica específica no conceito de cidade, até porque
20

não se enquadra nesse conceito geral pelo fato de não z Terrenos de marinha: são os terrenos situados
-4

ser sede de um Município8. nas margens dos rios e lagoas, até onde haja influ-
ra

ência das marés (vão de 1.831 até 33 metros para


ei

UNIÃO a parte da terra). Além destes, são também os que


liv

contornam as ilhas situadas em zona onde se faça


O

A União é a entidade federativa autônoma e exerce sentir a influência das marés;


de

as atribuições de soberania do Estado brasileiro. Confor- z Terreno acrescido de marinha: são terrenos
os

me preleciona Pedro Lenza (2020), a União possui “dupla acrescidos de marinha os que se tiverem formado,
personalidade”, assumindo um papel internamente,
am

natural ou artificialmente, para o lado do mar ou


como pessoa de direito público interno, componente da dos rios e lagoas, em seguimento nos terrenos de
R

Federação e detentor de autonomia financeira, admi- marinha (art. 2º, da Lei nº 3.438, de 1941);
e
m

nistrativa e política, e um papel internacionalmente, z Mar territorial: é a faixa de doze milhas náuticas
er

representando a República Federativa do Brasil9. de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar


lh

A União representa o Estado brasileiro nas rela- do litoral continental e insular. No Brasil, a costa é
ui

ções internacionais, perante os Estados estrangeiros banhada pelo oceano Atlântico;


G

a ela. Rege-se pelo princípio da independência nacio- z Zona contígua: é a faixa do mar que se estende
nal, prevalência dos direitos humanos, autodetermi- das doze às vinte e quatro milhas marítimas, con-
nação dos povos, não intervenção, igualdade entre os tadas a partir das linhas de base que servem para
Estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, medir a largura do mar territorial;
repúdio ao terrorismo e ao racismo, cooperação entre z Zona econômica exclusiva: compreende uma
os povos para o progresso da humanidade e concessão faixa que se estende das doze às duzentas milhas
de asilo político (art. 4º, CF, de 1988). marítimas, contadas a partir das linhas de base que
As competências da União estão elencadas no texto servem para medir a largura do mar territorial; é
constitucional, organizadas pelo legislador originário a faixa territorial do Atlântico. O Brasil tem sobe-
com base no chamado princípio da predominância do rania para fins de exploração e aproveitamento,
interesse público pelo particular. Neste sentido, as atri- conservação e gestão dos recursos naturais, vivos
buições de interesse nacional são de competência da ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do
União, por exemplo: declarar guerra e celebrar paz. mar, do leito do mar e seu subsolo;
8 SILVA, 2017, p. 476.
210 9 LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 24ª ed. São Paulo, 2020, p. 497.
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z Plataforma continental: é a faixa de terra do fundo Exemplo: A ilha do Bananal, situada no Estado de
do mar, que vai até 200 m de profundidade, ou seja, Tocantins, considerada a maior ilha fluvial do Brasil,
compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas com 25.000 km2.
que se estendem além do seu mar territorial. É uma
importante área de exploração e pesquisa de petró- V - os recursos naturais da plataforma continental
leo (art. 11, da Lei nº 8.617, de 1993). e da zona econômica exclusiva;

Entenda melhor na ilustração a seguir: Exemplo: Recursos minerais, como petróleo,


extraído da plataforma continental.

VI - o mar territorial;

Exemplo: Os navios estrangeiros no mar territo-


rial brasileiro estão sujeitos aos regulamentos estabe-
lecidos pelo Brasil.

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

Exemplo: Os imóveis situados à beira-mar (até 33


metros para a parte da terra).

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

Para efeito de exploração, os potenciais hidráuli-


cos dos rios pertencem à União, por exemplo, a Usina
Hidrelétrica de Santo Antônio, localizada na cidade de
Porto Velho, Estado de Rondônia.

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

Exemplo: Ferro, ouro, cobre etc.

60
Veja o art. 20, do texto constitucional, que enume- X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios

8-
arqueológicos e pré-históricos;

48
ra os bens da União:

6.
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vie- 15
Exemplo: Sítio Arqueológico, Parque Nacional do
Catimbau, localizado no Estado de Pernambuco.
.
rem a ser atribuídos;
20
-4

Exemplo: Ilhas, rios, mar territorial, entre outros, XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos
ra

com exceção das terras de aldeamentos extintos, ain- índios.


ei

da que ocupadas por indígenas em passado remoto,


liv

conforme dispõe a Súmula nº 650, do STF. Exemplo: A terra tradicionalmente ocupada pelos
O

indígenas no oeste de Santa Catarina, localizado entre


de

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das os rios Chapecó e Chapecósinho, a 70 km de Chapecó,


denominada como terra indígena Xapecó.
os

fronteiras, das fortificações e construções milita-


res, das vias federais de comunicação e à preserva- Ainda, a redação do § 1º, do mencionado dispositi-
am

ção ambiental, definidas em lei; vo, foi modificada pela Emenda Constitucional nº 102,
R

de 2019. Conforme a atual redação, a Constituição pre-


e

vê possibilidade da participação da União, dos Esta-


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

As terras devolutas são terras que não têm desti-


dos, do Distrito Federal e dos Municípios no resultado
er

nação pública e, também, não integram o patrimônio


da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
lh

de um particular.
ui

Exemplo: As terras devolutas situadas na Amazônia. hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
G

outros recursos minerais.


III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em Por conseguinte, a Constituição consagra a terra
terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um designada como faixa de fronteira, sendo esta a fai-
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se xa de até cento e cinquenta quilômetros de largura,
estendam a território estrangeiro ou dele provenham, ao longo das fronteiras terrestres, considerada fun-
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; damental para defesa do território nacional. Ainda,
determina que a sua ocupação e utilização devem ser
Exemplo: O Rio Uruguai, que banha o Estado de reguladas em lei. (§ 2º, art. 20).
Santa Catarina e o Estado do Rio Grande do Sul.
ESTADOS
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limí-
trofes com outros países; as praias marítimas; as Os Estados possuem autonomia para se organiza-
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as rem (auto-organização), caracterizada por um auto-
que contenham a sede de Municípios, exceto aque- governo, autoadministração e autolegislação, em que
las áreas afetadas ao serviço público e a unidade o povo escolhe diretamente os seus representantes
ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; no Poder Legislativo e Executivo local, sem que haja 211
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subordinação por parte da União (arts. 27, 28 e 125, Além do mais,
da CF). Acompanhe esses conceitos a seguir:
Art. 48 Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção
z Autogoverno: autonomia política para eleger seus do Presidente da República, não exigida esta para
representantes, por exemplo, eleição de Governa- o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre
dor (arts. 27 e 28, da CF, de 1988); todas as matérias de competência da União, espe-
z Autoadministração: decorre das competências cialmente sobre:
administrativas conferidas aos Estados, por exem- [...]
plo, os Estados poderão, mediante lei complemen- VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento
de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as res-
tar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações
pectivas Assembleias Legislativas;
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-
mentos de Municípios limítrofes, para integrar a
Ainda, conforme o art. 235, da Constituição, nos dez
organização, o planejamento e a execução de fun-
primeiros anos de sua criação, a Assembleia Legislati-
ções públicas de interesse comum (§ 3º, art. 25);
va será composta de dezessete Deputados se a popula-
z Autolegislação: tem competência de elaborar sua
ção do Estado for inferior a seiscentos mil habitantes,
própria Constituição, ou seja, cada Estado tem
e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse núme-
autonomia de criar a sua própria constituição esta-
ro, até um milhão e quinhentos mil. O Governo terá,
dual, entretanto, esta deve sempre obedecer à lei
no máximo, dez Secretarias. O Tribunal de Contas terá
maior (CF, de 1988).
três membros nomeados pelo Governador eleito, den-
tre brasileiros de comprovada idoneidade e notório
Os Estados organizam-se e regem-se pelas Cons-
saber. O Tribunal de Justiça terá sete Desembargado-
tituições e leis que adotarem. Ainda, o art. 25, da CF,
res; os primeiros Desembargadores serão nomeados
consagra aos Estados federados autonomia política e
pelo Governador eleito, escolhidos conforme dispõe o
administrativa, com capacidade de elaborar suas pró-
inciso V, do mencionado dispositivo:
prias Constituições estaduais, obedecendo às diretrizes
da Constituição Federal de 1988.
a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta
e cinco anos de idade, em exercício na área do novo
AUTOGOVERNO Estado ou do Estado originário;
b) dois dentre promotores, nas mesmas condições,
e advogados de comprovada idoneidade e saber
jurídico, com dez anos, no mínimo, de exercício

60
profissional, obedecido o procedimento fixado na
Constituição;

8-
48
Legislativo Caso o novo Estado seja proveniente de Território

6.
Executivo Judiciário
Assembleia Governador do Tribunais e
15
Federal, os cinco primeiros Desembargadores pode-
rão ser escolhidos dentre juízes de direito de qualquer
.
Legislativa
20
Estado Juízes
parte do País. Em cada Comarca, o primeiro Juiz de
-4

Direito, Promotor de Justiça e Defensor Público serão


ra

Formação de Novos Estados nomeados, pelo Governador eleito, após concurso


ei

público de provas e títulos.


liv

Na forma prevista do inciso VI, do art. 48, da CF, É possível a incorporação, a subdivisão e o des-
O

de 1988, a estrutura territorial do Brasil poderá ser membramento de Estado, veja:


de

modificada por meio de alteração dos limites terri-


toriais dos diferentes entes federados existentes. Por z Incorporação: quando dois ou mais Estados se
os

exemplo, em 1988 o norte do Estado de Goiás foi des- unem com outro nome, perdendo sua personalida-
am

membrado, formando o Estado de Tocantins. de por integrarem um novo Estado. Por exemplo, se
R

houvesse a incorporação do Estado de Santa Catari-


e

Art. 18 A organização político-administrativa da na e Rio Grande do Sul, passando a ser um só Estado;


m

República Federativa do Brasil compreende a União, z Subdivisão: quando um Estado se divide em


er

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos


lh

novos vários Estados, todos estes com persona-


autônomos, nos termos desta Constituição. [...]
ui

lidades diferentes. Por exemplo, o Estado do Rio


G

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, sub- Grande do Sul deixa de existir, ou seja, o Estado
dividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a foi dividido em dois ou mais Estados, cada um com
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
personalidades distintas;
Federais, mediante aprovação da população direta-
z Desmembramento: hipótese de separar uma ou
mente interessada, através de plebiscito, e do Con-
gresso Nacional, por lei complementar. mais partes de um Estado sem que este perca sua
identidade. Por exemplo, como ocorreu com o
Estado de Goiás, formando o Estado de Tocantins.
Desse modo, tem-se a seguinte tabela para associação:
Veja os requisitos e procedimentos para a incorpo-
INCORPORA- DESMEMBRA- ração, a subdivisão e o desmembramento do Estado (§
SUBDIVISÃO
ÇÃO MENTO 3º, art. 18, da CF):

Separar uma ou
Fusão Cisão mais partes de
um Estado
212
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Formação de Novos Municípios
2º: PROPOSITURA
1º: PLEBISCITO DE PROJETO DE LEI
Existe, ainda, a autorização constitucional para
COMPLEMENTAR
criação, incorporação, fusão e desmembramento de
Consulta prévias às po- Municípios. Veja os requisitos e procedimentos para
pulações diretamente a incorporação, a subdivisão e o desmembramento de
interessadas (expressão Município (§ 4º, art. 18, da CF):
Caso a população seja
da vontade e da opinião
favorável no plebiscito,
do povo, demonstrada 1° 2°
será proposto projeto de
através de votação)
lei complementar perante Lei Complementar Plebiscito + Estudo de
Atenção! O plebiscito é
qualquer uma das casas viabilidade
condição prévia, caso Aprovação de lei
do Congresso Nacional
não houver aprovação, complementar, fixando Consulta prévia, mediante
não passará para a próxi- o período dentro do qual plebiscito, às populações
poderá ocorrer a criação, dos municípios envolvidos,
ma fase
incorporação, fusão e o após divulgação dos
desmembramento estudos de viabilidade
3º: OITIVA DA 4º: LEI
municipal, apresentados e
ASSEMBLEIA COMPLEMENTAR publicados na forma da lei

Aprovação de lei comple-


Oitiva das assembleias
mentar pelo Congresso
legislativas dos Estados
Nacional
interessados 3°
Congresso Nacional não
Atenção! Mesmo que a
é obrigado a aprovar, Lei Estadual
assembleia seja desfa-
mas caso assim decida,
vorável, pode continuar Aprovação de lei ordinária
deverá ser conforme estadual formalizando a
o processo de formação
determina o art. 69, da criação, incorporação, fusão
do novo Estado, não é
CF, de 1988, pelo quórum ou desmembramento do
vinculativo município
de maioria absoluta

Observação: abordamos o tema sanção e veto pre- DISTRITO FEDERAL


sidencial em título específico no tópico em que estuda-

60
mos o processo legislativo, mais adiante neste material. A Constituição Federal de 1988 conferiu ao Distrito

8-
Federal natureza de ente federativo autônomo, com

48
MUNICÍPIOS capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-

6.
administração, sendo proibida a possibilidade de sub-
No Brasil, não só os Estados-Membros, mas tam-
15
divisão em Municípios (caput, art. 32). Como exemplo
.
20

bém os Municípios têm autonomia política, ou seja, o de autonomia do Distrito Federal, podemos citar sua
-4

nosso pacto federativo é formado pela União, Estados, capacidade para criar a sua lei orgânica, bem como a
Distrito Federal e Municípios. Tal autonomia está pre- capacidade de eleger seu Governador e Vice-Governa-
ra

vista no caput do art. 18, da CF, de 1988, veja. dor, sem interferência da União nas eleições.
ei
liv

A sede do governo do Distrito Federal é Brasília, con-


Art. 18 A organização político-administrativa da forme consagra a Lei Orgânica do DF, no seu art. 6º.
O

República Federativa do Brasil compreende a União, Conforme § 1º, art. 32, da CF, ao Distrito Federal são
de

os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos atribuídas as competências legislativas reservadas


os

autônomos, nos termos desta Constituição. aos Estados e Municípios, cumulativamente. Entre-
am

tanto, conforme o § 4º, do dispositivo em comento, a


Como exemplo da autonomia municipal, podemos lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo
R

citar a capacidade de normatização, que consiste na do DF, da Polícia Civil, da Polícia Penal, da Polícia Mili-
e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

capacidade do Município de elaborar a sua própria lei tar e do Corpo de Bombeiros Militar, ou seja, estes são
er

orgânica e demais legislações municipais. mantidos diretamente pela União.


lh

Conforme art. 30, do texto constitucional, os Muni-


ui

cípios têm competência legislativa local, ou seja, TERRITÓRIOS FEDERAIS


G

podem legislar sobre assuntos de interesse local,


suplementando a legislação federal e estadual no que Os Territórios Federais são divisões administra-
couber. Por exemplo, é de competência do Município tivas da União, sem pertencer a qualquer Estado;
a fixação do horário de funcionamento do comércio podem surgir da divisão de um Estado-Membro ou
local (Súmula n° 645, do STF). desmembramento, existindo autonomia administrati-
Ainda, os Municípios também têm autonomia polí- va, mas não política, ou seja, os Estados podem subdi-
tica, por exemplo, têm a capacidade de eleger Prefeito, vidir-se ou desmembrar-se para formarem Territórios
Vice-Prefeito e Vereadores sem a intervenção do Esta- Federais, mediante aprovação da população direta-
do ou da União. Além de autonomia administrativa, ou mente interessada, por meio de plebiscito, e do Con-
seja, têm capacidade de atuar sobre assuntos de inte- gresso Nacional, por intermédio de lei complementar.
resse local, por exemplo, cabe ao Município promover Entretanto, no caso de criação de um Território, o
a proteção do patrimônio histórico-cultural local. texto constitucional não exige a realização de plebisci-
to, porém nada impede que possa ocorrer.
Sendo que os Territórios, a partir da CF, de 1988,
não são considerados entes federativos, servem para 213
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
que a União administre áreas que não possuem um organização do Estado para efetuar tarefas e reali-
governo estadual, ou seja, trata-se apenas de uma zação de atividades referentes às matérias nela rela-
mera autarquia em regime especial que é designada cionadas. Pode ser classificada como competência
para administrar parcela de território do país. exclusiva da União e competência comum entre os
Atualmente não existem mais Territórios Federais Entes Federados.
no Brasil, inclusive a própria Constituição Federal de
1988, no Ato das Disposições Gerais Transitórias, art. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA
14, transformou os Territórios Federais de Roraima e Gerencial ou Material
do Amapá em Estados Federados.
Como vimos, atualmente no Brasil não existem
mais Territórios Federais. Entretanto, conforme o § 2º, Art. 21, da CF Art. 23, da CF
art. 18, da CF, há uma autorização constitucional para Exclusiva da União Indelegável Comum
sua criação, a qual deve ser regulada em lei comple- Como memorizar? Os Entes federados. União,
mentar, veja: incisos fazem menção à Estados, DF e Municípios
atuação e ação
Art. 18 A organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União,
Competência exclusiva da União é indelegável, ou
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos
seja, não pode ser delegada a outro ente federativo,
autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
prevista no art. 21, da CF. Perceba que os incisos fazem
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, menção à atuação e ação, veja:
e sua criação, transformação em Estado ou Atenção! Colocamos o art. 21, da CF, na íntegra,
reintegração ao Estado de origem serão regu- pois é muito cobrado em provas. Recomenda-se a lei-
ladas em lei complementar. tura do dispositivo reiteradas vezes!

REPARTIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS Art. 21 Compete à União:


I - manter relações com Estados estrangeiros e par-
A repartição das competências são atribuições que a ticipar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
Constituição dá aos Entes federados, de natureza admi-
III - assegurar a defesa nacional;
nistrativa e legislativa. O legislador preocupou-se em
IV - permitir, nos casos previstos em lei complemen-
dividir essas atribuições (competências) com base no cha- tar, que forças estrangeiras transitem pelo território
mado princípio da predominância do interesse, ou seja, nacional ou nele permaneçam temporariamente;

60
as atribuições de interesse nacional são de competência V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a

8-
da União (exemplo: declarar guerra e celebrar paz); já as intervenção federal;

48
atribuições de interesse estadual são de competência dos

6.
Estados (exemplo: exploração de serviço de transporte de Exemplo: Em 2018 foi decretada a intervenção fede-
passageiros intermunicipal) e as atribuições de interesse 15
ral no Estado do Rio de Janeiro (Decreto nº 9.288, de
.
20
local, de competência dos Municípios (exemplo: expedi- 2018), uma medida excepcional de natureza militar com
-4

ção de alvará de estabelecimento comercial). o objetivo de restabelecer a ordem pública e resolver


algumas questões de segurança pública principalmente
ra

Dica nas comunidades. Continuando com o art. 21, da CF:


ei
liv

Não existe hierarquia entre os Entes da Federação.


O

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio


de material bélico;
de

A divisão de competências é basicamente por dois VII - emitir moeda;


os

modelos: VIII - administrar as reservas cambiais do País e fis-


am

calizar as operações de natureza financeira, espe-


z Modelo horizontal, quando a Constituição dá atri- cialmente as de crédito, câmbio e capitalização,
R

buição a um único ente (exclusiva e privativa), por bem como as de seguros e de previdência privada;
e
m

exemplo, art. 21, da CF, que consagra a competên-


er

cia exclusiva da União; Exemplo: Compete à União administrar os ativos


lh

z Modelo vertical, que atribui a mais de um ente a financeiros em moeda estrangeira, ou seja, são as reser-
ui

competência, por exemplo, é o caso da competên- vas internacionais, denominadas como reservas cam-
G

cia legislativa concorrente da União, do Estado e biais, é como um ativo do Banco Central do Brasil. Assim,
do Distrito Federal prevista no art. 24, da CF. cabe à União optar por vender esses ativos ou não.

Espécies de Competências IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais


de ordenação do território e de desenvolvimento eco-
Na nossa Carta Magna, a repartição das compe- nômico e social;
tências tem previsão nos arts. 21, 22, 23 e 24 e tem o X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,
objetivo de partilhar entre os entes federados as ativi-
concessão ou permissão, os serviços de telecomunica-
dades do Estado. Há a classificação como competência
ções, nos termos da lei, que disporá sobre a organiza-
administrativa e competência legislativa. Acompanhe: ção dos serviços, a criação de um órgão regulador e
outros aspectos institucionais;
z Competência Administrativa XII - explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão:
A competência administrativa também pode ser a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
chamada de competência material, pois trata-se da imagens;
214
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o Art. 23 É competência comum da União, dos Esta-
aproveitamento energético dos cursos de água, em dos, do Distrito Federal e dos Municípios:
articulação com os Estados onde se situam os poten- I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das
ciais hidroenergéticos; instituições democráticas e conservar o patrimônio
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura público;
aeroportuária; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário garantia das pessoas portadoras de deficiência;
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que III - proteger os documentos, as obras e outros bens
transponham os limites de Estado ou Território; de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
internacional de passageiros; arqueológicos;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracte-
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Minis- rização de obras de arte e de outros bens de valor
tério Público do Distrito Federal e dos Territórios e a histórico, artístico ou cultural;
Defensoria Pública dos Territórios;  V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à edu-
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, cação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Dis- VI - proteger o meio ambiente e combater a polui-
trito Federal, bem como prestar assistência financeira ção em qualquer de suas formas;
ao Distrito Federal para a execução de serviços públi- VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
cos, por meio de fundo próprio;  VIII - fomentar a produção agropecuária e organi-
XV - organizar e manter os serviços oficiais de esta- zar o abastecimento alimentar;
tística, geografia, geologia e cartografia de âmbito
IX - promover programas de construção de mora-
nacional;
dias e a melhoria das condições habitacionais e de
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de
saneamento básico;
diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de
XVII - conceder anistia;
marginalização, promovendo a integração social
XVIII - planejar e promover a defesa permanente con-
dos setores desfavorecidos;
tra as calamidades públicas, especialmente as secas e
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as conces-
as inundações;
sões de direitos de pesquisa e exploração de recur-
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento
de recursos hídricos e definir critérios de outorga de sos hídricos e minerais em seus territórios;
direitos de seu uso XII - estabelecer e implantar política de educação
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urba- para a segurança do trânsito.
no, inclusive habitação, saneamento básico e trans-
Ainda, o parágrafo único do mencionado dispo-

60
portes urbanos;
sitivo estabelece que, tendo em vista o equilíbrio do

8-
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema

48
nacional de viação; desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional,
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aero- as leis complementares fixarão normas para a coope-

6.
portuária e de fronteiras;  15
ração entre a União e os Estados, o Distrito Federal e
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de
.
os Municípios.
20

qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre


-4

a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessa-


z Competência Legislativa
mento, a industrialização e o comércio de minérios
ra

nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes


ei

princípios e condições: A competência legislativa, como o próprio nome já


liv

a) toda atividade nuclear em território nacional nos remete, é a competência para elaborar leis, clas-
O

somente será admitida para fins pacíficos e mediante sificada em competência privativa, concorrente, resi-
de

aprovação do Congresso Nacional; dual e local. São atribuições que tratam da edição de
os

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comer- normas gerais e abstratas.


cialização e a utilização de radioisótopos para pesqui-
am

sa e uso agrícolas e industriais; (Redação dada pela „ Competência Privativa


R

Emenda Constitucional nº 118, de 2022)


e

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produ-


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

É a competência da União para legislar sobre


ção, a comercialização e a utilização de radioisótopos
er

determinados assuntos de interesse nacional, com a


para pesquisa e uso médicos; (Redação dada pela
lh

Emenda Constitucional nº 118, de 2022) edição de normas de interesse processual, normas de


ui

d) a responsabilidade civil por danos nucleares inde- direito material e administrativo.


G

pende da existência de culpa;


XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do
ADMINISTRA-
trabalho; PROCESSUAL MATERIAL
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o TIVO
exercício da atividade de garimpagem, em forma Normas de
associativa.
direito civil, Demais ma-
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamen-
Normas de comercial, térias, como
to de dados pessoais, nos termos da lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 115, de 2022) processo civil, penal, político- requisições
processo penal -eleitoral, agrá- civis e milita-
e processo do rio, marítimo, res, tempo de
No que tange à competência comum, que também
trabalho aeronáutico, guerra, trânsito,
pode ser chamada de competência paralela, concor-
espacial e do transporte etc.
rente ou cumulativa, todos os Entes podem agir de for-
trabalho
ma independente. É a competência comum da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, consagrada no
art. 23, da CF, veja: 215
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Inclu-
Art. 22, da CF — Privativa da União — como ído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)
memorizar? Parágrafo único. Lei complementar poderá autori-
Os incisos do art. 22, da CF, fazem menção a zar os Estados a legislar sobre questões específi-
legislar, privativa e delegável. Fique atento! Cabe cas das matérias relacionadas neste artigo.
delegação aos Estados e DF, mediante lei com-
plementar sobre questões específicas. Delegável: deve ocorrer por lei complementar
federal, editada pelo Congresso Nacional. Observação:
Art. 22 Compete privativamente à União legislar Também contempla o Distrito Federal (§ 1º, art. 32, da CF).
sobre: Cuidado para não confundir a competência exclusiva
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleito- da União com a competência privativa da União:
ral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
II - desapropriação; EXCLUSIVA PRIVATIVA
III - requisições civis e militares, em caso de iminen- (ART. 21, DA CF) (ART. 22, DA CF)
te perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações Administrativa Legislativa
e radiodifusão;
V - serviço postal; Indelegável Delegável
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e
garantias dos metais; z Competência Concorrente
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transfe-
rência de valores; Tem fundamento no art. 24, da CF. Dispõe que a
VIII - comércio exterior e interestadual;
União (que se limita a estabelecer normas gerais), os
IX - diretrizes da política nacional de transportes;
Estados e o Distrito Federal (normas suplementares)
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial,
podem legislar concorrentemente.
marítima, aérea e aeroespacial;
XI - trânsito e transporte; Atenção: os Municípios não foram contemplados
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e com essa possibilidade.
metalurgia; Em relação ao art. 24, da CF, considere concorren-
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; te entre:
XIV - populações indígenas; União: normas gerais.
Estados/DF: normas suplementares.

60
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e

8-
expulsão de estrangeiros;

48
XVI - organização do sistema nacional de emprego Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito
e condições para o exercício de profissões; Federal legislar concorrentemente sobre:

6.
XVII - organização judiciária, do Ministério Público 15
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, eco-
do Distrito Federal e dos Territórios e da Defenso- nômico e urbanístico;
.
20

ria Pública dos Territórios, bem como organização II - orçamento;


-4

administrativa destes;  III - juntas comerciais;


XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de IV - custas dos serviços forenses;
ra

geologia nacionais; V - produção e consumo;


ei
liv

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
poupança popular; natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
O

XX - sistemas de consórcios e sorteios; proteção do meio ambiente e controle da poluição;


de

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural,


os

Importante! Veja o que diz a Súmula Vinculante nº artístico, turístico e paisagístico;


am

2: “É inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente,
Distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sor- ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
R

teios, inclusive bingos e loterias”. estético, histórico, turístico e paisagístico;


e
m

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência,


er

tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;


XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
lh

X - criação, funcionamento e processo do juizado de


bélico, garantias, convocação, mobilização, inativida-
ui

pequenas causas;
des e pensões das polícias militares e dos corpos de
G

XI - procedimentos em matéria processual;


bombeiros militares;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XXII - competência da polícia federal e das polícias
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
rodoviária e ferroviária federais;
XIV - proteção e integração social das pessoas por-
XXIII - seguridade social;
tadoras de deficiência;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XV - proteção à infância e à juventude;
XXV - registros públicos;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
polícias civis.
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a compe-
todas as modalidades, para as administrações públi-
tência da União limitar-se-á a estabelecer normas
cas diretas, autárquicas e fundacionais da União,
gerais.
Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o
§ 2º A competência da União para legislar sobre
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas
normas gerais não exclui a competência suplemen-
e sociedades de economia mista, nos termos do art.
tar dos Estados.
173, § 1º, III;
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa
Estados exercerão a competência legislativa plena,
marítima, defesa civil e mobilização nacional;
216 para atender a suas peculiaridades.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas Art. 30 Compete aos Municípios:
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que I - legislar sobre assuntos de interesse local;
lhe for contrário. II - suplementar a legislação federal e a estadual no
que couber;
As regras de aplicação da competência concorren-
te estão relacionadas no § 1º ao 4º, do mencionado Art. 24 Compete à União, aos Estados e ao Distrito
dispositivo, que determina que a União limitar-se-á Federal legislar concorrentemente sobre:
a estabelecer normas gerais, entretanto não exclui a [...]
competência suplementar dos Estados. § 2º A competência da União para legislar sobre
normas gerais não exclui a competência suplemen-
Ainda, inexistindo lei federal sobre normas gerais,
tar dos Estados.
os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
É sempre bom lembrar que no art. 32, da CF, o
Por conseguinte, consagra o texto constitucional
legislador dispõe sobre o Distrito Federal, o qual tem
que a superveniência de lei federal sobre normas
competência cumulativa, ou seja, a Lei Distrital pode
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
ter conteúdo estadual e municipal (§ 1º, art. 32; arts.
for contrário.
147 e 155, da CF).
„ Competência Residual
Art. 32 O Distrito Federal, vedada sua divisão em
Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em
A competência residual é a competência dos Esta- dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
dos-Membros para se organizarem, consagrada no aprovada por dois terços da Câmara Legislativa,
art. 25, da CF. que a promulgará, atendidos os princípios estabe-
Estados organizam-se e regem-se, assim fazendo a lecidos nesta Constituição.
sua própria constituição estadual e leis, observando § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competên-
os princípios da CF, de 1988. cias legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador,
Art. 25 Os Estados organizam-se e regem-se pelas observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Dis-
Constituições e leis que adotarem, observados os tritais coincidirá com a dos Governadores e Deputa-
princípios desta Constituição. dos Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislati-
que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. va aplica-se o disposto no art. 27.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo

60
mediante concessão, os serviços locais de gás cana- Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da

8-
lizado, na forma da lei, vedada a edição de medida polícia penal, da polícia militar e do corpo de bom-

48
provisória para a sua regulamentação. beiros militar.  

6.
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complemen-
tar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações 15
z A superveniência de lei federal sobre normas
.
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-
20
gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
mentos de municípios limítrofes, para integrar a lhe for contrária;
-4

organização, o planejamento e a execução de fun- z Regulamento de Uber (exemplo) deve ser fei-
ra

ções públicas de interesse comum. to através de lei federal, mas quem fiscaliza é o
ei

Município, ora, compete à lei federal regulamentar


liv

„ Competência Local transporte de pessoas que utilizam o aplicativo10;


O

z STF considerou que lei estadual não pode isentar


de

É a competência atribuída aos Municípios consa- cobrança de estacionamento de estabelecimen-


grada no art. 30, da CF. Os Municípios podem legislar
os

tos comerciais11. Da mesma forma, considerou


sobre temas da competência legislativa concorrente,
am

que lei estadual não pode alterar data de venci-


desde que seja no interesse local e suplementando a mento das mensalidades escolares12;
R

legislação federal e estadual no que couber. z STF também já considerou que compete aos Muni-
e

Exemplo: O Município pode legislar sobre o tema


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

cípios legislar sobre tempo de fila em banco.


er

de pesca se a atividade econômica pescaria for predo- Tema de Repercussão Geral nº 27213.
lh

minante no Município, conforme os incisos I e II, art.


ui

30, combinados com o § 2º, art. 24, da CF. Por fim, vejamos algumas Súmulas Vinculantes14
G

importantes sobre o tema abordado:

Importante! Súmula Vinculante nº 2 É inconstitucional a lei ou


ato normativo Estadual ou Distrital que disponha
Em relação ao art. 25, da CF, considere:
sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive
Competência legislativa local: temas de compe- bingos e loterias.
tência legislativa concorrentes, desde que sejam
de interesse local. Súmula Vinculante nº 38 É competente o Municí-
pio para fixar o horário de funcionamento de esta-
belecimento comercial.

10 Lei nº 13.640, de 26 de março de 2018.


11 ADI 4862/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.08.2016, DOU 07.02.2017.
12 ADI 1007/PE, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 31.08.2005, DOU 16.03.2016.
13 RE 610221RG, rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 29.04.2010, DOU 20.08.2010.
14 Súmula Vinculante é decisão editada pelo STF, por reiteradas decisões em matéria constitucional. 217
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modalidade se encontra disciplinada nos incisos I, II,
Súmula Vinculante nº 39 Compete privativamen- III e V, do art. 34, da CF, de 1988, que assim estabelece:
te à União legislar sobre vencimentos dos membros
das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros Art. 34 A União não intervirá nos Estados nem no
militar do Distrito Federal. Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
Súmula Vinculante nº 46 A definição dos crimes II - repelir invasão estrangeira ou de uma uni-
de responsabilidade e o estabelecimento das res- dade da Federação em outra;
pectivas normas de processo e julgamento são de III - pôr termo a grave comprometimento da
competência legislativa privativa da União. ordem pública;
[…]
INTERVENÇÃO V - reorganizar as finanças da unidade da Fede-
ração que:
Observa-se, portanto, que a norma constitucional, a) suspender o pagamento da dívida fundada por
além de conferir autonomia aos entes federativos (art. mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de
18), especifica quais são as competências de cada um força maior;
deles. Por conseguinte, um dos pilares da CF, de 1988, b) deixar de entregar aos Municípios receitas tribu-
é a autonomia garantida à União Federal, aos Estados, tárias fixadas nesta Constituição, dentro dos pra-
zos estabelecidos em lei;
ao Distrito Federal e aos Municípios.
No entanto, se a autonomia é a regra, a intervenção
constitui exceção, uma vez que é possível a supressão A intervenção decretada com base nos incisos I e II
temporária desta autonomia com o objetivo de pre- tem como objetivo a defesa da unidade nacional. Já a do
servar a existência e a unidade da própria federação. inciso III busca a defesa da ordem pública, enquanto a do
Como medida excepcional, a intervenção encon- inciso V tem como escopo a defesa das finanças públicas.
tra-se fundada em três princípios: Neste ponto, cabe uma observação: o STF entende que
o não pagamento dos precatórios por parte dos Estados-
-Membros, quando o inadimplemento decorre de insufi-
z Taxatividade: só poderá ser afastada a autonomia
ciência de recursos para o pagamento dos créditos, não é
na ocorrência das hipóteses previstas na CF, de
hipótese de intervenção. Por conseguinte, somente cons-
1988, de modo que as proposições dos arts. 34 e 35
tituiria hipótese de intervenção se o descumprimento
devem ser interpretadas restritivamente;
(não pagamento) fosse voluntário e intencional.
z Excepcionalidade: trata-se de medida excepcio-
Um exemplo de Intervenção Federal Espontânea
nal, ou seja, a regra é a autonomia dos entes e seu

60
foi a ocorrida no ano de 2018, quando o ex-Presiden-
afastamento é medida extrema;

8-
te da República Michel Temer decretou a intervenção
z Temporariedade: a intervenção possui duração

48
no Estado do Rio de Janeiro para garantir a segurança
determinada.

6.
pública daquele Estado.
Existem duas espécies de intervenção:
.15
Intervenção Provocada
20
-4

z Intervenção federal, que é a União intervindo


A intervenção federal provocada subdivide-se em:
nos Estados-Membros ou no Distrito Federal (art.
ra
ei

34), bem como nos Municípios localizados em ter-


z Por solicitação: cabível para a defesa dos Poderes
liv

ritórios federais (última parte, art. 35);


quando o coacto ou impedido é o Poder Executivo
O

z Intervenção estadual, que são os Estados inter-


ou o Poder Legislativo. Decorre do inciso IV, do
de

vindo em seus Municípios (art. 35).


art. 34, combinado com a parte inicial do inciso I,
os

art. 36, da CF, de 1988, que assim estabelecem:


Atente-se para o fato de que é sempre o ente político
am

mais amplo intervindo no ente político menos amplo.


Art. 34 [...]
R

Assim sendo, não é possível que os Estados, o DF ou os


IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Pode-
e

Municípios intervenham na União Federal nem que


m

res nas unidades da Federação; [...]


os Municípios intervenham nos Estados-Membros.
er

Art. 36 A decretação da intervenção dependerá:


Cumpre esclarecer que a decretação da interven-
lh

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder


ui

ção é ato privativo do chefe do Poder Executivo. Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou
G

Por conseguinte, o ato somente pode ser decretado impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal
pelo Presidente da República, nos casos de interven- Federal, se a coação for exercida contra o Poder
ção federal, ou pelo Governador do Estado, nos casos Judiciário;
de intervenção estadual.
Além disso, trata-se de um ato político do Chefe Assim, quando a coação ou impedimento recair
do Poder Executivo, que poderá atuar tanto de forma sobre os Poderes Executivo ou Legislativo, de modo a
discricionária como de forma vinculada, a depender impedir o livre exercício destes Poderes, o Presiden-
do tipo de intervenção. te da República pode decretar a intervenção federal.
Para tanto, faz-se necessário analisar as modalida- Trata-se, portanto, de ato discricionário, pois o coac-
des de intervenção. No que se refere à intervenção to ou impedido solicita a sua decretação.
federal, ela se divide em: Constitui exemplo de intervenção federal pro-
vocada a que ocorreu no Estado de Roraima no ano
Intervenção Espontânea de 2018, quando a pedido da então Governadora de
Roraima, Suely Campos, o então Presidente da Repú-
A intervenção federal espontânea é aquela em blica Michel Temer decretou a intervenção e nomeou
218 que o Presidente da República age de ofício. Esta o Governador eleito como interventor daquele Estado.
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z Por requisição: cabível para a defesa dos Poderes e) aplicação do mínimo exigido da receita resul-
quando o coacto ou impedido é o Poder Judiciário, tante de impostos estaduais, compreendida a
bem como no caso de defesa da ordem ou decisão proveniente de transferências, na manutenção e
judicial. Tais hipóteses decorrem do inciso IV, do desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
art. 34, combinado com a parte final do inciso I, art. públicos de saúde.
36, e do inciso VI, do art. 34, combinado com o inci- [...]
Art. 36 A decretação da intervenção dependerá: […]
so II, art. 36, da CF, de 1988, que assim estabelecem:
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Fede-
ral, de representação do Procurador-Geral da
Art. 34 [...]
República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Pode-
recusa à execução de lei federal;
res nas unidades da Federação; [...]
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou
decisão judicial; Os princípios constitucionais sensíveis são assim
denominados por tratarem de assuntos delicados, que,
Art. 36 A decretação da intervenção dependerá: uma vez violados, têm o condão de gerar a intervenção
I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder federal. Neste ponto, é importante não confundir os prin-
Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impe- cípios constitucionais sensíveis com as cláusulas pétreas.
dido, ou de requisição do Supremo Tribunal As cláusulas pétreas, que são limitações mate-
Federal, se a coação for exercida contra o riais ao poder de alterar a CF, de 1988, encontram-
Poder Judiciário; -se previstas no § 4º, art. 60, da CF, de 1988. Trata-se
II - no caso de desobediência a ordem ou deci- das matérias que não podem ser alteradas por meio
são judiciária, de requisição do Supremo Tribu- das Emendas Constitucionais, quais sejam: a forma
nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal
ou do Tribunal Superior Eleitoral; e periódico; a separação dos Poderes e os direitos e
garantias individuais. Tais matérias são consideradas
Assim, no caso da defesa dos Poderes quando a coa- como núcleo intangível da CF, de 1988.
ção ou impedimento recair sobre o Poder Judiciário, o Por outro lado, os princípios constitucionais sensí-
STF requisita ao Presidente da República a decretação veis são limitações circunstanciais ao poder de Emenda
da intervenção federal e, diferentemente do que ocorre Constitucional, visto que, ocorrendo qualquer uma de
na hipótese anterior (provocada por solicitação), no caso suas hipóteses, caberá intervenção federal e, sendo esta
de requisição, o Presidente é obrigado a decretar a inter- decretada, a CF, de 1988, não poderá ser alterada em
venção. Trata-se, portanto, de ato vinculado. razão do estabelecido no § 1º, art. 60, da CF, de 1988, pois

60
Além disso, no caso de desobediência de ordem ou não poderá haver modificação constitucional na vigência

8-
decisão do Poder Judiciário, poderão o STF, STJ e TSE de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa.

48
requisitarem ao Presidente da República a intervenção, No caso de ofensa aos princípios constitucionais sensí-

6.
que obrigatoriamente deve acatar, pois se trata de ato veis, a intervenção é solicitada pelo Procurador-Geral da
vinculado. Assim, se o descumprimento for de norma
15
República (PGR) por meio do ajuizamento de uma Ação
.
20

constitucional, caberá ao STF; se for de norma infracons- Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI inter-
-4

titucional, ao STJ, e se for de norma eleitoral, ao TSE. ventiva) no STF. Já no caso de prover a execução de lei
federal, o PGR deverá representar ao STF, que dará provi-
ra

mento à intervenção.
ei

Importante!
liv

Cumpre mencionar que a ADI interventiva é uma


O

das hipóteses de controle concentrado de constituciona-


Caso o descumprimento decorra de decisão
de

lidade. Salienta-se que o controle concentrado de consti-


da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar, tucionalidade, também denominado controle principal,
os

quem irá requisitar é o STF e não o TST ou STM, abstrato ou por via de ação, é aquele em que a inconstitu-
am

em conformidade com o Informativo nº 230, cionalidade da norma é o objetivo da ação.


do STF. Lembre-se: TST não pode requisitar a
R

Ao contrário do controle difuso, em que a inconstitu-


intervenção.
e

cionalidade da norma é a razão de pedir (não o pedido),


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

no controle concentrado, a inconstitucionalidade da nor-


er

ma é o pedido da ação.
lh

z Dependendo de provimento de representação:


Há de se mencionar que a discussão no controle con-
ui

cabível para prover a execução de lei federal e no


G

centrado é objetiva, ou seja, não está relacionada a


caso de defesa dos princípios constitucionais sen-
ninguém individualmente, e que existem cinco ferra-
síveis. Decorre do inciso VII, do art. 34, combinado mentas de controle (ações):
com a primeira parte do inciso III, do art. 36, da CF,
de 1988, que assim estabelecem:
z Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI);
z Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC);
Art. 34 [...]
z Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou
(ADO);
decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princí-
z Arguição por Descumprimento a Preceito Funda-
pios constitucionais: mental (ADPF);
a) forma republicana, sistema representativo e z Representação interventiva (ADI Interventiva).
regime democrático;
b) direitos da pessoa humana; A ADI interventiva, também chamada de representa-
c) autonomia municipal; ção interventiva, tem por objetivo resolver conflitos de
d) prestação de contas da administração pública, natureza subjetiva, no âmbito federal, formados entre a
direta e indireta. União e o Estado-Membro ou DF e, no âmbito estadual, 219
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entre Estado-Membro e Município. Trata-se, portanto, Além de estabelecer as hipóteses de intervenção
das modalidades de intervenção disciplinadas nos arts. estadual, o art. 35 traz a possibilidade de a União
34 e 35, da CF, de 1988, constituindo medida excepcional Federal intervir nos Municípios situados nos territó-
de supressão temporária da autonomia de determinado rios federais. Ressalta-se que os incisos I, II e III são
ente federativo, com vistas à unidade e preservação da hipóteses de intervenção espontânea e o IV, de inter-
soberania do Estado brasileiro. venção provocada e dependente de provimento de
No âmbito federal, o controle concentrado é exerci- representação.
do somente pelo STF, na condição de guardião da CF, de
1988. No plano estadual e distrital, a competência para Dica
o controle das normas estaduais, distritais e municipais
é dos Tribunais de Justiças, na condição de guardião da Conforme mencionado, as hipóteses de interven-
Constituição Estadual ou da Lei Orgânica do DF. ção (federal e estadual) são taxativas. Portanto,
Importante! O STF entendia não ser cabível o con- Constituição Estadual não pode ampliar o rol.
trole de constitucionalidade por parte do TJ tendo como
parâmetro a CF, de 1988 (o controle deveria ser restrito No que se refere ao decreto de intervenção, o Chefe
à Constituição Estadual). Entretanto, o STF flexibilizou a do Poder Executivo deve delimitar sua amplitude, prazo
regra, ao admitir que o TJ pode julgar em Ação Direta de e condições de execução, podendo, se entender neces-
Inconstitucionalidade Estadual e, portanto, por meio do sário, nomear um interventor. No caso de intervenção
controle concentrado, tendo como parâmetro norma da federal, o decreto de intervenção encontra-se estabeleci-
CF, de 1988, se a norma for de repetição obrigatória pelo do no inciso X, art. 84, da CF, de 1988, que assim dispõe:
Estado-Membro. Em síntese, a regra é o TJ julgar atos
normativos estaduais ou municipais que contrariem a Art. 84 Compete privativamente ao Presidente da
Constituição Estadual e a exceção é julgar ato que contra- República:
rie a CF, de 1988, desde que a norma da CF seja de repro- [...]
dução obrigatória pela CE (STF, RE 650.898). X - decretar e executar a intervenção federal;
Como a ADI interventiva possui como legitimado
apenas o PGR, no caso de a ADI interventiva basear-se No caso de intervenção estadual, o decreto de inter-
em lei estadual ou municipal, deve o Procurador-Geral venção está disciplinado na Constituição Estadual.
da Justiça (PGJ) propor a ação no TJ. Neste sentido: Há de se mencionar que, antes de o Presidente
da República expedir o decreto de intervenção, ele
Súmula nº 614 (STF) Somente o Procurador-Ge- deve ouvir o Conselho da República e o Conselho de
ral da Justiça tem legitimidade para propor ação Defesa Nacional, em que pese o fato de o parecer des-

60
direta interventiva por inconstitucionalidade de lei tes conselhos ser opinativo, ou seja, acatar ou não o

8-
municipal.

48
decidido depende exclusivamente do presidente (ato
discricionário).

6.
No curso de sua tramitação, o deferimento de medida 15
Cumpre esclarecer, ainda, que no caso de a inter-
liminar na ADI interventiva tem como objetivo suspen-
.
venção ser espontânea ou provocada por solicita-
20

der o andamento de processos ou os efeitos de decisões ção, o decreto de intervenção deve ser submetido
-4

judiciais e administrativas que estejam relacionadas a controle político no prazo de 24 horas por parte
à matéria discutida. Quem defere tal efeito é a maioria
ra

do Congresso Nacional (Intervenção Federal) ou da


ei

absoluta dos membros do STF. No caso de deferimento, o Assembleia Legislativa (Intervenção Estadual). É o
liv

efeito da ação é vinculante e erga omnes. que estabelece o § 1º, do art. 36:
O

Neste ponto, importante mencionar que, no ano de


de

2010, o PGR ingressou com uma representação interven- § 1º O decreto de intervenção, que especificará a
tiva em decorrência das denúncias que levaram à defla-
os

amplitude, o prazo e as condições de execução e


gração da denominada Operação Caixa de Pandora, sob que, se couber, nomeará o interventor, será sub-
am

alegação de ofensa ao princípio republicano. No caso, o metido à apreciação do Congresso Nacional ou da


R

STF, ao julgar a ação, entendeu não ser necessária a inter- Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte
e

venção federal da União no DF sob o fundamento de que e quatro horas.


m

a instabilidade institucional já havia sido revertida pelas


er

autoridades (Informativo STF n° 5.179).


lh

Caso a Casa Legislativa se encontre em recesso ou


A última hipótese de intervenção federal decorre do
ui

o decreto tenha sido expedido em dia não útil, deve-


G

art. 35, da CF, de 1988, que assim estabelece: rá haver a convocação extraordinária no prazo de 24
horas, em conformidade com o § 2º, do art. 36, que
Art. 35 O Estado não intervirá em seus Municípios, assim dispõe:
nem a União nos Municípios localizados em Terri-
tório Federal, exceto quando: § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacio-
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, nal ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convo-
por dois anos consecutivos, a dívida fundada; cação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e
II - não forem prestadas contas devidas, na forma quatro horas.
da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da recei-
ta municipal na manutenção e desenvolvimento do
Caso o Poder Legislativo aprove o decreto presi-
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; dencial, seja expedido decreto legislativo de inter-
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a repre- venção. Já no caso de rejeição da intervenção pelo
sentação para assegurar a observância de princí- Legislativo, o chefe do Poder Executivo será comuni-
pios indicados na Constituição Estadual, ou para cado para cessar seu decreto imediatamente, sob pena
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão de responder por crime de responsabilidade (art. 85,
220 judicial. II, da CF, de 1988).
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Para os casos de intervenção provocada por Requisitos
requisição, ou seja, requisição do STF para garantir o
livre exercício do Poder Judiciário (IV, art. 34); requi- Como foi dito, além de seguir os princípios da
sição do STF, STJ ou TSE para prover a execução de lei Constituição Federal (CF) e da Constituição Estadual
federal ou decisão judicial (VI, art. 34); representação em questão, uma Lei Orgânica do município deve ser
interventiva por violação de princípio constitucional votada em dois turnos, com um intervalo mínimo de
sensível (VII, art. 34) e provimento do TJ à representa- dez dias, e aprovada por pelo menos dois terços da
ção para assegurar princípio da Constituição Estadual Câmara Municipal.
ou execução de lei, ordem ou decisão judicial (IV, art. Alguns dos requisitos básicos definidos pela CF
35), não haverá o controle político do Poder Legis- são: tempo de mandato, eleições, quantidade de
lativo. Neste sentido, o § 3º, art. 36: vereadores, limite para remuneração, organização
das funções legislativas e fiscalizadoras, entre outras.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35,
IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacio- Participação Popular
nal ou pela Assembleia Legislativa, o decreto
limitar-se-á a suspender a execução do ato impug- É possível que a população, uma vez descontente
nado, se essa medida bastar ao restabelecimento com a lei orgânica de seu município, queira exercer o
da normalidade. seu papel na democracia e solicitar alterações ou pro-
por novas leis. Por isso, o próprio artigo 29 da CF, no
Ressalta-se, por fim, que decreto interventivo pode inciso XIII, estabelece essa possibilidade.
ser suficiente para se restabelecer a normalidade, caso Dessa forma, para tanto, é necessário demonstrar
em que não é necessária a nomeação de interventor. interesse de pelo menos 5% do eleitorado municipal,
Cessados os motivos que deram ensejo à intervenção, por meio de assinaturas, e levar o projeto de lei para
os afastados voltarão, salvo no caso de impedimento votação na Câmara.15
legal. É o que estabelece o § 4º, art. 36: Vejamos o que determina o art. 29, da CF:

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as auto- Art. 29 O Município reger-se-á por lei orgânica,
ridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
salvo impedimento legal. dez dias, e aprovada por dois terços dos membros
da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos
Em síntese: os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado e os seguintes

60
Ofensa aos preceitos:

8-
princípios I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Verea-

48
constitucionais dores, para mandato de quatro anos, mediante plei-
Espontânea (I, II,

6.
III e V, art. 34)
sensíveis to direto e simultâneo realizado em todo o País;
(VII, art. 34) 15
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada
.
Provocada por no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao
20

solicitação do Prover a
término do mandato dos que devam suceder, apli-
-4

Poder Executivo execução de


lei federal: cadas as regras do art. 77, no caso de Municípios
ou Legislativo (IV,
ra

provimento com mais de duzentos mil eleitores; (Redação


art. 34)
ei

do STF à dada pela Emenda Constitucional nº 16, de1997)


liv

INTERVENÇÃO Provocada por representação do III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de


requisição do STF PGR (VI, art. 34)
O

janeiro do ano subseqüente ao da eleição;


(IV, art. 34) ou
de

IV - para a composição das Câmaras Municipais (...)


STF, STJ e TSE Prover a exceção
(VI, art. 34) de lei, ordem
os

ou decisão ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


am

Provocada, ou assegurar
dependendo de princípio
R

provimento de Princípios Constitucionais


indicado pela CE:
e

representação

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


m

provimento do TJ
Os princípios específicos da Administração Pública
er

à representação
do PGJ estão fundamentados no caput do art. 37 da Constitui-
lh

ção, são os chamados princípios constitucionais explí-


ui
G

MUNICÍPIOS – LEI ORGÂNICA citos da administração pública, vejamos:

A Lei Orgânica pode ser comparada a uma “consto- Art. 37 A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
tuição” do município, ou seja, um conjunto de normas
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
de extrema importância para a política e o funciona-
princípios de legalidade, impessoalidade, moralida-
mento daquele local.
de, publicidade e eficiência [...].
Determinada no art. 29, da CF, a Lei Orgânica
Municípal é responsável por regular os aspectos polí-
Vamos à análise de cada um dos princípios expres-
ticos do município, sempre buscando o interesse da
sos no caput dispositivo em comento.
população local. É também um exercício de autono-
No princípio da legalidade o agente público está
mia municipal, em consonância com alguns requisitos
restringido ao que a lei o autoriza a fazer (compe-
estabalecidos da Constituição Federal de 1988.
tência de atuação), ou seja, deve atuar somente den-
tro dos limites estabelecidos em lei, assim, quando o

15 MEDEIROS, R. Lei orgânica: entenda o que é. 2020. Disponível em: https://blog.grancursosonline.com.br/lei-organica/#:~:text=O%20que%20


%C3%A9%20a%20Lei%20Org%C3%A2nica%3F,o%20interesse%20da%20popula%C3%A7%C3%A3o%20local. Acesso em: 15 dez. 2022. 221
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
agente pratica um ato que não está previsto em lei, Já o princípio da supremacia do interesse público
este pratica um ato inválido. Por exemplo, o agente se refere ao interesse público, devendo este sempre
público recebe vantagem econômica de qualquer sobressair ao interesse particular, ou seja, interesse
natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração da sociedade prevalece sobre o interesse individual.
ou a prática de jogos de azar. Por exemplo, como ocorreu no Brasil em março de
No princípio da impessoalidade (ou princípio da 2020 com a pandemia (Covid-19) e a determinação
finalidade) o agente público sempre deve prezar pela pelo poder público para que ocorresse o isolamento
defesa do interesse público, ainda objetiva a isonomia (lockdown) horizontal, ou seja, a população teve seu
(tratar a todos sem privilégio) no exercício das fun- direito fundamental de ir e vir restrito, diante da cala-
ções públicas. midade pública decretada, note que, o interesse da
Já o princípio da moralidade está relacionado à coletividade deve ser sempre observado e ter prefe-
ideia de boa fé e probidade, sendo que o agente deve rência em relação ao direito do particular.
atuar buscando o interesse público e evitar se valer do No que tange ao princípio da autotutela, esse
cargo público e do poder incumbido para se promover se refere ao poder que a Administração Pública tem
ou atender algum interesse individual. para anular seus próprios atos, ou seja, não depende
No que tange ao princípio da publicidade, este exi- do poder judiciário para dar eficácia às suas práticas.
ge que a atuação do poder público seja transparente e Por exemplo, a Previdência Social defere a con-
com acesso à informação a toda população, sendo que as cessão de benefício previdenciário (por força de uma
informações devem ser claras e publicadas no Diário Ofi- interpretação errônea) a um determinado cidadão,
cial, ou em canais oficiais de publicidade (editais) confor- entretanto após identificar o erro à própria Previdên-
me a lei de acesso à informação, assim os cidadãos podem cia Social pode cancelar esse benefício.
fiscalizar os atos praticados pelos agentes públicos. Por fim, o Princípio da segurança jurídica tem
No que concerne aos princípios, o princípio da efi- por objetivo proteger o cidadão, ou seja, é a garantia
ciência, como o próprio nome já demonstra, refere-se de que o agente público irá desempenhar sua função
à atuação da administração pública com presteza e da observando as diretrizes da Administração Pública.
maneira mais eficiente possível, por exemplo, a pres-
teza do agente público no atendimento em um hospi-
tal, objetivando garantir o atendimento mais rápido PRINCÍPIOS DA
possível aos pacientes, garantindo a estes o acesso ao ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
médico e medicamentos de maneira eficiente.
EXPLÍCITOS IMPLÍCITOS
z Princípios implícitos

60
Expressos art. 37 CF, de

8-
1988

48
Ainda, além dos princípios expressos no art. 37 da “L I M P E” � Supremacia do Inte-
Constituição, a Administração Pública também deve

6.
resse Público
observar os da supremacia do interesse público, z Legalidade 15
. � Razoabilidade
princípio da razoabilidade, princípio da propor-
20
z Impessoalidade z Proporcionalidade
cionalidade, princípio da autotutela e princípio da
-4

z Moralidade z Autotutela
segurança jurídica. Essas são as prerrogativas cha- z Publicidade z Segurança Jurídica
ra

madas de “princípios implícitos” que, apesar de não z Eficiência


ei

estarem expressos na Constituição, também devem


liv

ser observados pela Administração Pública.


O

O Agente público deve observar os princípios


Os princípios implícitos são obtidos por meio de
de

administrativos explícitos do art. 37 da CF e também


uma construção lógica e doutrinária, ora, estão implí-
os princípios implícitos da Administração Pública,
os

citos no texto mesmo não aparecendo expressamente.


sendo que a não observância do mesmo resultará em
Por exemplo, o princípio da razoabilidade, não está
am

responsabilização criminal, civil e administrativa


escrito (expresso) na Constituição Federal, mas ele
R

também pode ser observado a partir do que dispõe o


e

inciso LXXVIII, art. 5° da CF, vejamos: Servidores Públicos


m
er

Nesse tópico de estudo é importante não confundir


lh

Art. 5° [...]
ui

LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administra- agente público, agente político e agente administrati-
G

tivo, são assegurados a razoável duração do pro- vo, pois a troca de uma simples palavra pode mudar
cesso e os meios que garantam a celeridade de sua todo contexto e definição.
tramitação.  A utilização da expressão agente público é um
termo genérico, pois abrange a todos que tem vínculo
Referente ao princípio da razoabilidade e pro- com o Estado, inclusive aqueles que têm um vínculo
porcionalidade o agente público quando vai agir temporário e não remunerado.
deve praticar os atos de forma proporcional, para evi- Agentes políticos são os detentores de manda-
tar os excessos, serve de limite para os atos discricio- to eletivo, chamados também de agentes de primeiro
nários. Por exemplo, inciso VII do art. 132 da Lei nº escalão, cargos previstos na CF, de 1988, por exemplo: o
8.112, de 1990, prevê a demissão do servidor público Presidente da República, Senadores, Deputados, Minis-
em caso de ofensa física, em serviço, entretanto no tros do STJ, Membros do Ministério Público etc. Bem
caso das carreiras policiais esse dispositivo deve ser como, os agentes administrativos são aqueles que
analisado com cautela, até pelo fato da necessidade exercem uma atividade sujeita a hierarquia funcional,
do uso de força física em alguns casos, sendo que esta ocupantes dos cargos públicos, empregos públicos e
não é uma regra e deve ser analisada junto ao caso funções públicas na administração direta ou indireta
222 concreto. da Federação. O acesso ao cargo ocorrerá a partir de
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
nomeação, concurso público ou designação, cabendo Art. 41 [...]
exercer atividade de forma remunerada e profissional. § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
José Afonso da Silva (2017) preleciona que, confor- servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
me a Constituição Federal, os agentes administrativos se ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
repartem em dois grupos: servidores públicos e militares. de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com
remuneração proporcional ao tempo de serviço.
z Servidores públicos
z Empregados públicos: os servidores investidos
Os servidores públicos compreendem outras
em empregos têm regime jurídico de natureza
quatro categorias: 1) Servidores investidos em cargos
trabalhista, ou seja, são regidos pela CLT (Conso-
(estatutário); 2) Servidores públicos investidos em
lidação das Leis do Trabalho). O ingresso também
empregos (empregados públicos); 3) Servidores admi-
é por meio de concurso público, entretanto não
tidos em funções públicas (comissionados); 4) Servido-
adquirem a estabilidade do art. 41 da CF. Ex.: Ban-
res contratados por tempo determinado (temporários). cário da Caixa Econômica Federal;
z Servidores comissionados: os servidores investi-
AGENTES PÚBLICOS dos em funções públicas são os que ocupam cargo
em comissão e são livremente nomeados ou exo-
PARTICULARES
AGENTE AGENTE nerados por autoridade competente (inciso V, art.
EM
POLÍTICO ADMINISTRATIVO 37 da CF). Cabe ressaltar que os ocupantes de car-
COLABORAÇÃO
gos comissionados têm caráter transitório, ou seja,
� Servidores Públi- � Militares � Agentes não gozam de estabilidade;
cos (estatutário) � Emenda Consti- Honoríficos z Servidores temporários: os servidores temporá-
� Empregados Pú- tucional 18, de � Agente rios são contratados por tempo determinado em
blicos (celetista) 1998 Delegado situações excepcionais de interesse público, exer-
� Servidores � Agentes cem função pública remunerada de caráter tem-
Comissionados Credenciados
porário, o vínculo com a administração pública
� Servidores é contratual (contrato de direito público – não de
Temporários
natureza trabalhista). Ex.: Professores, conforme
a Lei nº 8.745, de 1993 que dispõe sobre a con-
z Servidores públicos estatutários: tratação por tempo determinado para atender à
necessidade temporária de excepcional interesse

60
Estão sujeitos ao regime jurídico de direito públi- público.

8-
co, ingresso por meio de concurso público, titulares de

48
cargos efetivos. Ex.: Delegado e Analista. Já os particulares em colaboração são pessoas

6.
O prazo de validade do concurso público será de que transitoriamente prestam serviços para o Estado,
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período
15
vejamos:
.
20

(inciso III, art. 37 da CF). Bem como, durante o pra-


-4

zo improrrogável previsto no edital de convocação, o z Agentes Honoríficos: solicitado para designar um


candidato aprovado em concurso público de provas
ra

serviço específico, em função de sua honra para


ou de provas e títulos será convocado com priorida-
ei

colaborar com o Estado, sem remuneração e sem


liv

de sobre novos concursados para assumir cargo ou vínculo. Ex.: Mesários eleitorais e Jurado;
O

emprego (inciso IV, art. 37 da CF). z Agente Delegado: é um particular autorizado a


Ainda, conforme inciso VI, art. 37 da CF é assegura-
de

realizar um determinado serviço público, remune-


do ao servidor público civil o direito à livre associação rado pela atividade executada, sem vínculo com a
os

sindical. administração. Ex.: Leiloeiro;


am

O art. 41 da CF consagra estabilidade para os ser- z Agentes Credenciados: representam o Estado


R

vidores públicos após três anos de efetivo exercício com um objetivo específico, sendo remunerado
e

(estágio probatório), desde que cumpram os seguin- para executar a atividade determinada. Ex.: Pessoa
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

tes requisitos: a) aprovação em concurso público; b) competente para representar o Brasil em deter-
er

nomeação; c) avaliação especial de desempenho. Veja-


lh

minado evento em função de seu conhecimento


ui

mos o § 4º do mencionado dispositivo que determina sobre tema específico.


G

a obrigatoriedade de comissão com a finalidade de


avaliação para estabilidade: MILITARES

Art. 41 [...] A Emenda Constitucional n. 18, de 1998 modificou


§ 4º Como condição para a aquisição da estabilida- o texto constitucional, que antes consagrava os mili-
de, é obrigatória a avaliação especial de desempe- tares como servidores públicos e dispôs dos militares
nho por comissão instituída para essa finalidade.  como um grupo separado, ou seja, formalmente dei-
xaram de ser tratados pela Constituição como servi-
Após o estágio probatório o servidor público só dores públicos.
perderá o cargo em virtude de sentença transitada em Entretanto, na prática não houve mudanças e con-
julgado, mediante processo administrativo, assegura- tinuam sendo agentes públicos. Bem como, são remu-
do a ampla defesa, ou mediante procedimento de ava- nerados por subsídio, conforme § 4°, art. 39 da CF.
liação periódica de desempenho, assegurada ampla
defesa. Sobre esse tema, é importante a observância § 4º O membro de Poder, o detentor de manda-
do § 2° do art. 41 da CF, sobre eventual invalidade da to eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá-
demissão do servidor estável: rios Estaduais e Municipais serão remunerados 223
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni- Ainda, terão contagem recíproca para fins de ina-
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, tivação militar ou aposentadoria e a compensação
adicional, abono, prêmio, verba de representação financeira será devida entre as receitas de contribui-
ou outra espécie remuneratória, obedecido, em ção referentes aos militares e as receitas de contribui-
qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. ção aos demais regimes. Por exemplo, caso o militar
tenha atuado nas forças armadas e posteriormente
A Seção III do Título III da Constituição que trata tomou posse em cargo público poderá averbar esse
dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos tempo que atuou como militar para fins de aposenta-
Territórios tem apenas o art. 42, pois as forças arma- doria civil.
das são tratadas em capítulo diverso (art. 142), ou seja, Por conseguinte, a Emenda Constitucional nº 101,
após a EC n° 18, de 1998 a Constituição passou a tra- de 2019 também incluiu o § 3º ao art. 42 da CF para
tar de forma diversa os militares, dividindo em dois vedar a acumulação remunerada de cargos públicos
capítulos. Conforme considerações de Alexandre de pelos militares, ou seja, determinou a aplicação do
Moraes: inciso XVI, art. 37 da CF para os militares dos Estados,
DF e Territórios, vejamos.
A organização e o regime únicos dos servidores
públicos militares já diferiam entre si, até porque Art. 37 [...]
o ingresso nas Forças Armadas dá-se tanto pela via XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
compulsória do recrutamento oficial, quanto pela públicos, exceto, quando houver compatibilidade
via voluntária do concurso de ingresso nos cursos de horários, observado em qualquer caso o dispos-
de formação dos oficiais; enquanto o ingresso dos to no inciso XI:
servidores militares das polícias militares ocor- a) a de dois cargos de professor;
re somente por vontade própria do interessado, b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
que se submeterá a obrigatório concurso público. científico;
(MORAES, 2011, p. 413) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-
sionais de saúde, com profissões regulamentadas;
Entenda:
Dica
MILITARES NA CF, DE 1988 Cuidado ao responder questão de prova: confor-
Polícia Militar Forças Armadas me a Constituição Federal (EC nº 18, de 1998), os
Art. 42 da CF Arts. 142 e 143 da CF militares não são denominados como servidores

60
públicos civis.

8-
Ingresso: Ingresso:

48
FINANÇAS PÚBLICAS

6.
z Voluntário: mediante z Compulsório
aprovação em con- – recrutamento Normas Gerais
.15
20
curso público z Voluntário – curso de
-4

formação A Constituição, no Capítulo II, do Título VI, dispõe


sobre as regras gerais das finanças públicas. Confor-
ra

Conforme art. 42 da CF, com base na hierarquia e me o art. 163, através da lei complementar será dis-
ei

posto sobre:
liv

disciplina, os militares dos Estados, Distrito Federal e


O

Territórios são compostos por membros das Polícias


Militares e Corpos de Bombeiros Militares.  Ainda, o z Finanças públicas;
de

mencionado dispositivo no § 1º dispõe que os milita- z Dívida pública externa e interna, incluída a das
os

res são alistáveis e elegíveis, devendo ser observadas autarquias, fundações e demais entidades contro-
am

as regras do § 8º, art. 14 da CF: ladas pelo Poder Público;


z Concessão de garantias pelas entidades públicas;
R

z Emissão e resgate de títulos da dívida pública;


e

Art. 14 [...]
m

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as z Fiscalização financeira da administração pública


er

seguintes condições: direta e indireta;


lh

I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá z Operações de câmbio realizadas por órgãos e enti-
ui

afastar-se da atividade; dades da União, dos Estados, do Distrito Federal e


G

II - se contar mais de dez anos de serviço, será dos Municípios;


agregado pela autoridade superior e, se eleito, pas- z Compatibilizar das funções das instituições oficiais
sará automaticamente, no ato da diplomação, para de crédito da União, resguardadas as característi-
a inatividade. cas e condições operacionais plenas das voltadas
ao desenvolvimento regional.
Conforme nova redação atribuída pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2019, para fins de aposenta- A Emenda Constitucional nº 108, de 2020, incluiu
doria será assegurada a contagem recíproca do tempo a exigência aos entes federativos de disponibilizarem
de contribuição entre o Regime Geral de Previdência informações e dados contábeis orçamentários e fis-
Social e os regimes próprios de previdência social, e cais, como forma de garantir a rastreabilidade, a com-
destes entre si, observada a compensação financeira, parabilidade e a publicidade dos dados coletados, os
de acordo com os critérios estabelecidos em lei. Bem quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de
como, o tempo de serviço correspondente será conta- amplo acesso público (art. 163-A).
do para fins de disponibilidade (§ 9°, art. 40 da CF).

224
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O art. 164, da CF, prevê o banco central como z Dos investimentos das Estatais (empresas em que
responsável por emitir moeda, sendo este proibido a União, direta ou indiretamente, detenha a maio-
de conceder empréstimos ao Tesouro Nacional ou a ria do capital social com direito a voto);
qualquer órgão ou entidade que não seja instituição z Da Seguridade Social, o qual apresenta despesas
financeira. O Banco Central poderá comprar e vender com saúde, previdência e assistência social.
títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o obje-
tivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. Atenção: conforme entendimento do STF:
As disponibilidades de caixa da União serão depo-
sitadas no Banco Central, enquanto as dos Estados, do Não compromete a autonomia do orçamento
Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou enti- da seguridade social [...] a atribuição, à Secre-
dades do Poder Público e das empresas por ele contro- taria da Receita Federal de administração e
ladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados fiscalização da contribuição em causa (ADI
os casos previstos em lei. 1.417, rel. min. Octavio Gallotti, j. 2-8-1999, P, DJ de
23-3-2001).
Orçamentos
O orçamento fiscal e dos investimentos das Esta-
tais tem a função de reduzir desigualdades inter-re-
O orçamento público é a estimativa de receitas e pre-
gionais, segundo critério populacional.
visão de despesas que o governo terá dentro do ano civil. Conforme o § 9º, do art. 165, da CF, cabe à lei com-
O modelo orçamentário de planejamento e gestão está plementar dispor sobre o exercício financeiro, como
previsto no art. 165, da Constituição; as leis de iniciativa a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do
do Poder Executivo estabelecerão o plano plurianual, plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e
as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. da lei orçamentária anual. Pela análise do dispositivo,
É obrigatório ao Poder Executivo publicar relatório resu- traduz-se que não cabe ao Tribunal de Contas de Esta-
mido de execução orçamentária. do membro tratar da matéria por meio ato infracional.
É importante saber que, conforme entendimen-
to do STF, as disponibilidades de caixa dos Estados
membros, dos órgãos ou entidades que os integram e
Dica
das empresas por eles controladas deverão ser depo- “A CF de 1988 é expressa em seu art. 165, § 9º,
sitadas em instituições financeiras oficiais, cabendo, I, no sentido de que cabe à lei complementar de
unicamente, à União Federal, mediante lei de caráter âmbito nacional dispor sobre a elaboração do pla-
nacional, definir as exceções autorizadas pelo art. 164, no plurianual, de modo que é incabível ao Tribunal
§ 3º, da Constituição da República (ADI 2.661 MC, rel. de Contas de Estado-membro tratar da maté-

60
min. Celso de Mello, j. 5-6-2002, P, DJ de 23-8-2002). ria por meio de ato infralegal” (STF. ADI 4.081,

8-
rel. min. Edson Fachin, j. 25-11-2015, P, DJE de

48
4-12-2015).

6.
Plano Plurianual
PPA Planejamento
.15
Cabe também à lei complementar estabelecer as
20
Programação para 4 anos
normas de gestão financeira e patrimonial da admi-
-4

Lei de Diretrizes Orçamentárias nistração direta e indireta e, ainda, dispor sobre


LDO
Metas para cada ano
ra

critérios para a execução equitativa, além de proce-


ei

Lei Orçamentária Anual dimentos que serão adotados quando houver impe-
liv

Recursos para um ano dimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a


O

LOA � Fiscal pagar e limitação das programações de caráter obri-


de

� Seguridade Social gatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12,


� Investimentos do art. 166, da CF .
os
am

O plano plurianual (PPA) estabelece os programas Art. 166 [...]


R

de duração continuada e as despesas de capital da § 11 É obrigatória a execução orçamentária e finan-


e

Administração Pública, ou seja, é um planejamento de ceira das programações a que se refere o § 9º deste
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
m

médio prazo que estabelece de forma regionalizada artigo, em montante correspondente a 1,2% (um
er

as metas e diretrizes da Administração Pública. A Lei inteiro e dois décimos por cento) da receita corren-
lh

te líquida realizada no exercício anterior, conforme


ui

de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é elaborada em


G

consonância com a PPA e auxilia na elaboração da Lei os critérios para a execução equitativa da progra-
Orçamentária Anual (LOA), sendo a Lei Orçamentária mação definidos na lei complementar prevista no §
Anual elaborada em harmonia com PPA e LDO, tendo 9º do art. 165.
por finalidade estimar as receitas por um determina- § 12 A garantia de execução de que trata o § 11 des-
do exercício financeiro e fixar as despesas que serão te artigo aplica-se também às programações incluí-
realizadas pelo Governo. Além disso, é um instru- das por todas as emendas de iniciativa de bancada
mento de curto prazo da administração federal que de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal,
viabiliza de forma prática as diretrizes que já foram no montante de até 1% (um por cento) da receita
estabelecidas no PPA. corrente líquida realizada no exercício anterior.
Conforme § 5º, do art. 165, da CF, dentro da LOA
encontramos três orçamentos:

z O fiscal, que é referente aos Poderes da União,


seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público;
225
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ao Congresso Nacional às operações de crédito por antecipação de receita,
cabe discutir, votar, alterar previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no
e, se for o caso, aprovar o § 4º deste artigo;
Leis Orçamentárias enviadas texto normativo. V - a abertura de crédito suplementar ou especial
como projeto de lei pelo As emendas ao projeto sem prévia autorização legislativa e sem indicação
Presidente da República ao de lei de diretrizes dos recursos correspondentes;
Congresso Nacional orçamentárias não poderão VI - a transposição, o remanejamento ou a trans-
ser aprovadas quando
ferência de recursos de uma categoria de progra-
incompatíveis com o plano
plurianual
mação para outra ou de um órgão para outro, sem
prévia autorização legislativa;

No Congresso Nacional, através de uma comissão Importante memorizar que os grifos do inciso VI
mista permanente, será analisado e emitido parecer tratam-se do Princípio da Proibição do Estorno.
sobre os projetos de lei relativos ao plano plurianual,
às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos Art. 167 [...]
créditos adicionais, assim como sobre os planos e pro- VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
gramas nacionais, regionais e setoriais previstos na VIII - a utilização, sem autorização legislativa espe-
Constituição. cífica, de recursos dos orçamentos fiscal e da segu-
Compete, ainda, ao Congresso Nacional exercer o ridade social para suprir necessidade ou cobrir
acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive
prejuízo da atuação das demais comissões do Con- dos mencionados no art. 165, § 5º;
gresso Nacional e de suas Casas. IX - a instituição de fundos de qualquer natureza,
As emendas serão apresentadas na Comissão mis- sem prévia autorização legislativa.
ta permanente, que sobre elas emitirá parecer, sen- X - a transferência voluntária de recursos e a con-
do apreciadas na forma regimental, pelo Congresso cessão de empréstimos, inclusive por antecipação
Nacional. Assim, somente podem ser aprovadas caso de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e
sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei suas instituições financeiras, para pagamento de
de Diretrizes Orçamentárias e desde que indiquem os despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista,
recursos necessários, admitidos apenas os provenien- dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
tes de anulação de despesa, excluídas as que incidam XI - a utilização dos recursos provenientes das con-
sobre (§ 2º e 3º, art. 166, da CF): tribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II,
para a realização de despesas distintas do paga-

60
Art. 166 [...] mento de benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201;

8-
a) dotações para pessoal e seus encargos;

48
b) serviço da dívida; XII - na forma estabelecida na lei complementar de
que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recur-

6.
c) transferências tributárias constitucionais para
Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
.15
sos de regime próprio de previdência social, incluí-
III - sejam relacionadas: dos os valores integrantes dos fundos previstos no
20

a) com a correção de erros ou omissões; ou art. 249, para a realização de despesas distintas
-4

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. do pagamento dos benefícios previdenciários do


ra

respectivo fundo vinculado àquele regime e das


ei

O Presidente da República poderá enviar mensa- despesas necessárias à sua organização e ao seu
liv

gem ao Congresso Nacional para propor modificação funcionamento;


O

nos projetos aos quais se refere esse artigo enquanto XIII - a transferência voluntária de recursos, a con-
de

não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cessão de avais, as garantias e as subvenções pela
União e a concessão de empréstimos e de financia-
os

cuja alteração é proposta, conforme consagra o § 5º,


do art. 166, da CF. mentos por instituições financeiras federais aos
am

Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na


As vedações constitucionais estão previstas no art.
R

hipótese de descumprimento das regras gerais de


167, da Constituição Federal. Vejamos:
e

organização e de funcionamento de regime próprio


m

de previdência social.
er

Art. 167 São vedados:


XIV - a criação de fundo público, quando seus objeti-
lh

I - o início de programas ou projetos não incluídos


vos puderem ser alcançados mediante a vinculação
ui

na lei orçamentária anual;


de receitas orçamentárias específicas ou mediante
G

II - a realização de despesas ou a assunção de obri-


a execução direta por programação orçamentária
gações diretas que excedam os créditos orçamentá-
rios ou adicionais; e financeira de órgão ou entidade da administração
III - a realização de operações de créditos que exce- pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
dam o montante das despesas de capital, ressalva- 109, de 2021)
das as autorizadas mediante créditos suplementares § 1º Nenhum investimento cuja execução ultra-
ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo passe um exercício financeiro poderá ser iniciado
Poder Legislativo por maioria absoluta sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do pro- responsabilidade.
duto da arrecadação dos impostos a que se referem § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão
os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para vigência no exercício financeiro em que forem auto-
as ações e serviços públicos de saúde, para manu- rizados, salvo se o ato de autorização for promul-
tenção e desenvolvimento do ensino e para reali- gado nos últimos quatro meses daquele exercício,
zação de atividades da administração tributária, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos,
como determinado, respectivamente, pelos arts. serão incorporados ao orçamento do exercício
226 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias financeiro subsequente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conforme considerou STF: com o objetivo de viabilizar os resultados de proje-
tos restritos a essas funções, mediante ato do Poder
Medida provisória que abre crédito extraordinário Executivo, sem necessidade da prévia autorização
não se exaure no ato de sua primeira aplicação. Ela legislativa prevista no inciso VI deste artigo.
somente se exaure ao final do exercício financeiro § 6º Para fins da apuração ao término do exercício
para o qual foi aberto o crédito extraordinário nela financeiro do cumprimento do limite de que trata
referido. Hipótese em que a abertura do crédi- o inciso III do caput deste artigo, as receitas das
operações de crédito efetuadas no contexto da ges-
to se deu nos últimos quatro meses do exercí-
tão da dívida pública mobiliária federal somente
cio, projetando-se, nos limites de seus saldos,
serão consideradas no exercício financeiro em que
para o orçamento do exercício financeiro sub-
for realizada a respectiva despesa. (Incluído pela
sequente (§ 2º do art. 167 da CF). (STF. ADI 4.049 Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
MC, rel. min. Ayres Britto, j. 5-11-2008, P,  DJE  de
8-5-2009).
Conforme dispõe o art. 169, da CF, a despesa com
Art. 167 [...]
pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somen-
te será admitida para atender a despesas imprevi-
Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites
síveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, para novas contratações, aumento de salários e benefí-
comoção interna ou calamidade pública, observado cios, estabelecidos em lei complementar. Vejamos consi-
o disposto no art. 62. derações do STF sobre o dispositivo em comento:

A expressão “não poderá exceder”, presente no


Conforme considerou STF:
art. 169 da CF, conjugada com o caráter nacional
da lei complementar ali mencionada, assenta a
Limites constitucionais à atividade legislativa noção de marco negativo imposto a todos os mem-
excepcional do Poder Executivo na edição de medi- bros da Federação, no sentido de que os parâme-
das provisórias para abertura de crédito extraordi- tros de controle de gastos ali estabelecidos não
nário. Interpretação do art. 167, § 3º, c/c o art. 62, podem ser ultrapassados, sob pena de se atentar
§ 1º, I, d, da Constituição. Além dos requisitos de contra o intuito de preservação do equilíbrio orça-
relevância e urgência (art. 62), a Constituição mentário (receita/despesa) consagrado na norma.
exige que a abertura do crédito extraordiná- (STF. ADI 4.426, rel. min. Dias Toffoli, j. 9-2-2011,
rio seja feita apenas para atender a despesas P, DJE de 18-5-2011).
imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que
ocorre em relação aos requisitos de relevância e Só poderão ser feitos a concessão de qualquer van-
urgência (art. 62), que se submetem a uma ampla tagem ou o aumento de remuneração, a criação de

60
margem de discricionariedade por parte do presi- cargos, empregos e funções ou a alteração de estrutu-

8-
dente da República, os requisitos de imprevisibilida- ra de carreiras, bem como a admissão ou contratação

48
de e urgência (art. 167, § 3º) recebem densificação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades

6.
normativa da Constituição. Os conteúdos semân- da administração direta ou indireta, inclusive fun-
ticos das expressões “guerra”, “comoção interna” 15
dações instituídas e mantidas pelo Poder Público, se
.
e “calamidade pública” constituem vetores para a
20
houver prévia dotação orçamentária suficiente para
interpretação/aplicação do art. 167, § 3º, c/c o art. atender às projeções de despesa e se houver autoriza-
-4

62, § 1º, I, d, da Constituição. “Guerra”, “comoção ção específica na lei de diretrizes orçamentárias (com
ra

interna” e “calamidade pública” são conceitos que exceção às empresas públicas e às sociedades de eco-
ei

representam realidades ou situações fáticas de nomia mista), conforme art. 169, da CF, de 1988.
liv

extrema gravidade e de consequências imprevisí-


O

veis para a ordem pública e a paz social, e que dessa


de

forma requerem, com a devida urgência, a adoção


de medidas singulares e extraordinárias.
HORA DE PRATICAR!
os

A leitura atenta e a análise interpretativa do tex-


am

to e da exposição de motivos da MP 405, de 2007


demonstram que os créditos abertos são destina- 1. (VUNESP — 2022) Com base na Constituição Fede-
R

dos a prover despesas correntes, que não estão qua- ral, assinale a alternativa que apresenta um crime
e

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL


lificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A
m

imprescritível.
er

edição da MP 405, de 2007 configurou um patente


desvirtuamento dos parâmetros constitucionais
lh

a) Homicídio doloso.
ui

que permitem a edição de medidas provisórias


b) Violência doméstica.
G

para a abertura de créditos extraordinários. (STF.


ADI 4.048 MC, rel. min. Gilmar Mendes, j. 14-5- c) Abuso de autoridade.
2008, P, DJE de 22-8-2008.) d) Racismo.
e) Crime hediondo.
Seguindo a leitura do art. 167:
2. (VUNESP — 2021) Considerando o disposto na Cons-
Art. 167 [...] tituição Federal, assinale a alternativa que aponta
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias uma situação que, em tese, viola um dos direitos ou
geradas pelos impostos a que se referem os arts. garantias individuais do cidadão brasileiro.
155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157,
158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garan- a) Ordem emanada de juiz que determina à polícia que
tia ou contragarantia à União e para pagamento de seja efetuada a escuta telefônica de réu em processo
débitos para com esta. civil de reparação de danos.
§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transfe-
b) Ordem de prisão civil por dívida do responsável pelo
rência de recursos de uma categoria de programa-
ção para outra poderão ser admitidos, no âmbito inadimplemento voluntário e inescusável de obriga-
das atividades de ciência, tecnologia e inovação, ção alimentícia.
227
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
c) Policial, sem mandado judicial, adentra em domicílio, a) somente poderá desistir do Mandado de Seguran-
durante à noite, sem consentimento do morador, para ça se apresentar tal pedido antes da prolação da
efetuar prisão em flagrante. sentença.
d) Mandado judicial de prisão cumprido por policiais b) somente poderá desistir do Mandado de Segurança
civis às 9h00 dentro da residência do réu. após sentença de mérito, se o pronunciamento judi-
e) Suspensão das atividades de associação civil, de fins cial tiver sido favorável ao impetrante.
lícitos, por decisão judicial, em caráter liminar. c) poderá desistir do Mandado de Segurança a qualquer
tempo, desde que previamente pague os honorários
3. (VUNESP — 2020) No tocante aos direitos e às garan- de sucumbência da outra parte.
tias fundamentais, a Constituição Federal dispõe que d) somente poderá desistir do Mandado de Segurança,
as associações independentemente da concordância da autoridade
coatora, se fizer tal pedido antes da apresentação das
a) não podem ser compulsoriamente dissolvidas, nem informações por parte da ré.
mesmo por decisão do Poder Judiciário transitada e) poderá desistir do Mandado de Segurança, indepen-
em julgado. dentemente da aquiescência da autoridade coatora, a
b) somente podem ter suas atividades suspensas por qualquer momento antes do término do julgamento.
decisão judicial transitada em julgado.
c) podem ser criadas, independentemente de autoriza- 8. (VUNESP — 2020) Nos termos da Constituição Fede-
ção, e não podem sofrer interferência estatal em seu ral, é correto afirmar que para a retificação de dados,
funcionamento. quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
d) dependem de lei para serem criadas e não podem judicial ou administrativo, conceder-se-á
ter suas atividades suspensas, a não ser por decisão
judicial transitada em julgado. a) Habeas data.
e) independem de autorização para serem criadas e b) Mandado de injunção.
somente podem ser compulsoriamente dissolvidas c) Habeas corpus preventivo.
ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial d) Mandado de retificação.
transitada em julgado. e) Mandado de segurança.

4. (VUNESP — 2020) Nos termos do artigo 5º, inciso XI, da 9. (VUNESP — 2020) Nos termos da Constituição Fede-
Constituição Brasileira, um guarda municipal pode entrar ral, qualquer cidadão é parte legítima para propor
na casa de um cidadão, sem o seu consentimento, ação popular que vise

60
a) por ordem da autoridade policial de plantão. a) edição de norma regulamentadora, cuja falta torne inviá-

8-
b) em caso de indivíduo procurado pela Justiça, mesmo vel o exercício dos direitos e liberdades constitucionais.

48
à noite. b) assegurar o conhecimento de informações relativas à

6.
c) por suspeita de prática de crime hediondo. pessoa do impetrante, constantes de registros ou ban-
15
d) por requisição do promotor de justiça. cos de dados de entidades governamentais ou de cará-
.
20

e) para prestar socorro. ter público.


-4

c) retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo


5. (VUNESP — 2019) A Constituição Federal assegura que, por processo administrativo, sigiloso ou não.
ra

além dos atos necessários ao exercício da cidadania, na d) proteção de direito líquido e certo, quando o respon-
ei
liv

forma da lei, são gratuitas as seguintes ações: sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autorida-
O

de pública ou agente de pessoa jurídica no exercício


de atribuições do poder público.
de

a) mandado de segurança e habeas corpus.


b) habeas corpus e habeas data. e) anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade
os

c) mandado de injunção e ação popular. de que o Estado participe, à moralidade administrativa,


am

d) ação popular e ação civil pública. ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
R

e) habeas data e mandado de segurança.


e

10. (VUNESP — 2022) Nos termos da Constituição Fede-


m

6. (VUNESP — 2019) José, funcionário público municipal, ral, assinale a alternativa correta.
er

vem sofrendo ameaças de violência e coação ao seu


lh

direito de liberdade e locomoção, por parte de seu chefe a) Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social
ui
G

imediato, que está agindo com abuso de poder, de forma terá direito a uma renda básica familiar, garantida pelo
totalmente ilegal. No caso, e tendo em vista o que dispõe poder público em programa permanente de transferên-
a Constituição Federal, José poderá impetrar cia de renda, cujas normas e requisitos de acesso serão
determinados em lei, observada a legislação fiscal e
a) habeas data. orçamentária.
b) recurso para a sua transferência. b) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
c) mandado de segurança. natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangei-
d) habeas corpus. ros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
e) representação junto ao Prefeito. liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, entre
outros, no termo seguinte: é livre a manifestação do pen-
7. (VUNESP — 2021) Considere que José impetrou um samento, sendo autorizado o anonimato.
Mandado de Segurança com o fim de proteger direi- c) Todo brasileiro em situação de vulnerabilidade social terá
to líquido e certo, mas agora deseja desistir do writ direito a uma renda básica familiar, garantida pelo poder
constitucional. Considerando a situação hipotética e público em programa temporário de transferência de ren-
o entendimento do Supremo Tribunal Federal, é corre- da, cujas normas e requisitos de acesso serão determi-
228 to afirmar que José nados por decretos e regulamentos do Poder Executivo.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer c) Os Municípios dispõem de competência para legislar
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangei- sobre os seus Regimes Próprios de Previdência, respei-
ros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, tadas as disposições presentes na Constituição Federal.
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, d) A competência para legislar sobre seguridade social é
entre outros, no termo seguinte: é plena a liberdade de concorrente entre União e Estados.
associação para fins lícitos, autorizando-se a de caráter e) A União dispõe de competência privativa para legislar
paramilitar. sobre previdência social.
e) Todo brasileiro, estando ou não em situação de vul-
nerabilidade social, terá direito a uma renda básica 15. (VUNESP — 2022) Acerca das competências legislati-
familiar, garantida pelo poder público em programa vas e administrativas dos entes federados, assinale a
permanente de transferência de renda, cujas normas alternativa correta.
e requisitos de acesso serão determinados em lei.
a) Aos Estados e aos Municípios compete a elaboração de
11. (VUNESP — 2019) Nos termos da Constituição Federal, é normas de alcance metropolitano, de forma comum.
correto afirmar que são, entre outros, direitos sociais: b) À União, aos estados e ao Distrito Federal cabe a com-
petência legislativa concorrente em matéria de direito
previdenciário.
a) transporte, lazer e nacionalidade.
c) Aos estados e ao Distrito Federal incumbe o planeja-
b) alimentação, trabalho e alistamento eleitoral. mento e a promoção da defesa permanente contra as
c) previdência social, saúde e liberdade. calamidades públicas, especialmente as secas e as
d) educação, saúde e inviolabilidade do domicílio. inundações.
e) segurança, proteção à maternidade e moradia. d) À União incumbe a elaboração de normas gerais e, ine-
xistindo tais normas, fica vedado aos estados e ao Dis-
12. (VUNESP — 2021) Considere que o art. 150 da Consti- trito Federal o exercício da competência legislativa plena.
tuição do Estado X vedou aos municípios do respecti-
vo Estado da Federação a possibilidade de alterarem 16. (VUNESP — 2022) A respeito da autonomia dos muni-
a destinação, os fins e os objetivos originários de cípios na ordem constitucional brasileira, é correto
loteamentos definidos como áreas verdes ou institu- afirmar que
cionais. Todavia, o Chefe do Poder Executivo Munici-
pal deseja ir contra ao que preleciona tal dispositivo e a) a sua autonomia envolve a liberdade de criar, por lei
gostaria da opinião do procurador jurídico do municí- própria, tribunais de contas municipais.
pio. Com base na jurisprudência do Supremo Tribunal b) o Município reger-se-á por constituição municipal,
Federal, o procurador jurídico deve afirmar que votada em dois turnos, com o interstício mínimo de

60
30 (trinta) dias.

8-
a) o art. 150 da Constituição do Estado X é constitucio- c) cabe aos municípios o poder de livremente criar, orga-

48
nal, pois a competência privativa para legislar sobre nizar e suprimir distritos.

6.
direito urbanístico é dos Estados. d) a fiscalização dos municípios será exercida pelo Poder
b) a delimitação de competência municipal por meio de
.15
Legislativo Estadual, mediante controle externo.
20

dispositivo da constituição estadual ofende o princípio e) os subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secre-
tários Municipais são fixados por lei de iniciativa da
-4

da autonomia municipal e a norma é inconstitucional.


c) a norma é inconstitucional, na medida em que com- Câmara Municipal.
ra

pete privativamente à União legislar sobre direito


ei

17. (VUNESP — 2020) O regime jurídico a que se subme-


liv

urbanístico e direito ambiental.


tem as empresas públicas e sociedades de economia
O

d) o art. 150 da Constituição do Estado X é apenas par-


cialmente inconstitucional e o prefeito poderá alterar mista, de acordo com a Constituição Federal, é
de

somente os objetivos originários de loteamentos defi-


os

nidos como áreas verdes. a) de direito público, abrangendo o dever de licitar e de


am

e) a limitação imposta pela norma é constitucional, pois contratar mediante concurso público.
b) de direito público, estando dispensadas do dever de
União e Estados são os únicos entes responsáveis
R

licitar e de contratar mediante concurso público.


e

pela execução da política de desenvolvimento urbano.


NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
c) híbrido, sujeitando-se ao dever de licitar, mas dispen-
m
er

sadas do dever de selecionar servidores mediante


13. (VUNESP — 2020) Compete exclusivamente à União:
lh

concurso público.
ui

d) de direito privado, apenas se forem exploradoras de


G

a) preservar as florestas, a fauna e a flora. atividade econômica, sujeitando-se ao dever de con-


b) fomentar a produção agropecuária e organizar o tratar servidores mediante concurso público.
abastecimento alimentar. e) de direito privado, sujeitando-se ao dever de licitar
c) promover programas de construção de moradias. conforme legislação específica.
d) combater as causas da pobreza.
e) conceder anistia. 18. (VUNESP — 2019) Considerando os princípios de
natureza ética, com estatura constitucional, que
14. (VUNESP — 2020) Com relação à competência legis- informam a responsabilização do servidor público,
lativa em matéria previdenciária, assinale a alternati- assinale a alternativa correta.
va correta.
a) A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
a) A competência é comum da União, dos Estados, do campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter edu-
Distrito- Federal e dos Municípios. cativo, informativo ou de orientação social, dela podendo
b) Os Estados não podem suplementar a legislação rela- constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
tiva ao Regime Geral de Previdência Social. promoção pessoal de autoridades ou servidores públi-
cos, desde que justificados pelo interesse público.
229
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função 11 E
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci- 12 B
mento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, em substituição a eventual ação penal cabível. 13 E
c) A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que 14 C
causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respecti- 15 B
vas ações de ressarcimento.
d) Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 16 E
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à 17 E
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 18 C
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor sempre
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 19 C
e) As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão 20 E
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causa-
rem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra
o responsável, independentemente de dolo ou culpa.
ANOTAÇÕES
19. (VUNESP — 2019) Nos termos da Constituição da
República Federativa do Brasil, no que concerne às
finanças públicas, é correto afirmar que

a) lei ordinária disporá sobre finanças públicas.


b) a competência da União para emitir moeda será exer-
cida exclusivamente pelo Banco do Brasil.
c) o Banco Central poderá comprar e vender títulos de
emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
d) as disponibilidades de caixa da União serão deposita-

60
das no Banco do Brasil.

8-
e) o Banco Central poderá conceder, direta ou indireta-

48
mente, empréstimos ao Tesouro Nacional.

6.
20. (VUNESP — 2022) De acordo com a Constituição
.15
20

Federal, dispor sobre o exercício financeiro, a vigên-


-4

cia, os prazos, a elaboração e a organização do plano


plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
ra

orçamentária anual cabe


ei
liv
O

a) à lei ordinária.
b) ao Código Tributário Nacional.
de

c) ao decreto legislativo.
os

d) à resolução.
am

e) à lei complementar.
R
e

9 GABARITO
m
er
lh

1 D
ui
G

2 A

3 C

4 E

5 B

6 D

7 E

8 A

9 E

10 A
230
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A Constituição Federal de 1988 trata da organiza-
ção do Estado brasileiro a partir do seu art. 18, onde
dispõe que “a organização político-administrativa da
República Federativa do Brasil compreende a União, os

NOÇÕES DE DIREITO
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autô-
nomos, nos termos desta Constituição.”
Conforme abordado brevemente no início deste
ADMINISTRATIVO material, a teoria criada por Montesquieu determina
a composição e divisão do Estado. Ela objetiva que
cada poder seja independente e harmônico entre si,
como forma de dividir as funções do Estado, entre
poder executivo, poder legislativo e poder judiciário,
NOÇÕES DE DIREITO a esse entendimento chamamos de Teoria da Separa-
ADMINISTRATIVO: CONCEITO DE ção dos Poderes.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA O poder legislativo tem o poder de fazer emendas,
alterar e revogar leis, já o poder executivo, função de
Segundo José Afonso da Silva (2017), adminis- administrar o Estado, e por fim, o poder judiciário é
tração pública é o conjunto de meios institucionais, quem tem a função jurisdicional, por exemplo, a apli-
financeiros e humanos destinados à execução das cação do Direito em um caso concreto, através de um
decisões políticas1. processo judicial.
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu regras Governo pode ser definido como a condução polí-
gerais e preceitos específicos no Capítulo VII do Título tica dos negócios públicos. Desta forma, pode ser
III. São normas que tratam da organização, diretrizes, conceituado como o conjunto de órgãos e de Poderes
remuneração e atuação dos servidores, acesso aos car- que se orientam, organizam-se para fins políticos, de
gos públicos etc. Assim, a seguir passaremos a estudar as comando e direcionamento dos atos de concretização
regras e preceitos específicos da Administração Pública. dos objetivos do Estado. É expressão da soberania
interna do País, sendo conduta independente, mas
DIFERENÇAS ENTRE GOVERNO E política e discricionária.
ADMINISTRAÇÃO Diferentemente do conceito de Administração, que
em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos
A origem de um Estado pode se dar de forma natural, para consecução dos objetivos de Governo e, em sen-

60
religiosa (Estado criado por Deus), pela força e domínio tido material, é o conjunto de funções necessárias aos

8-
dos mais fortes sobre os mais fracos, pelo agrupamento serviços públicos. Trata-se, pois, de todo o aparelha-

48
de famílias, de forma contratual, de forma derivada: por mento do Estado, a fim de efetivar as políticas públi-

6.
união, quando dois estados soberanos se unem forman- cas, constituindo-se em conduta hierarquizada.
do um só novo estado ou fracionamento, quando um 15
Mais ainda, é importante ressaltar que a Adminis-
.
20
estado se divide em dois novos estados independentes,
tração não pratica atos de Governo, mas sim, atos de
ou de forma atípica, a exemplo do Vaticano e de Israel.
-4

execução (atos administrativos), e por isso não se con-


Estado é definido como o ente que exerce seu
funde com o Governo.
ra

poder soberano e originário sobre os seus membros,


ei

situados dentro de um espaço limitado e específi-


liv

SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO


co. Trata-se de pessoa jurídica de direito público, o
O

que significa que apresenta prerrogativas e deveres


de

O regime jurídico pode ser definido como conjunto


(múnus público) inerentes à sua natureza. Inegável
de normas que irá orientar uma determinada relação
os

que o Estado é um ente com uma natureza política, e


jurídica. Vejamos dois exemplos para, desde já, seja
am

surge ante a necessidade de haver um governo capaz


de exercer sua soberania em grandes territórios e possível ter em mente que esse conjunto de normas
R

sobre um grande grupo de pessoas (Contrato Social). poderá variar de acordo com a situação.
e

O primeiro deles seria um desentendimento seu


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


São elementos constitutivos do Estado: a soberania, a
er

finalidade, o povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu com seu vizinho em uma eventual construção irregu-
lh

Dallari apud Lenza (2019, p. 719) define Estado como “a lar, que extrapola o direito de um e invade o direito
ui

ordem jurídica soberana, que tem por fim o bem comum do outro.
G

de um povo situado em determinado território”. Num segundo momento, imagine que você foi fla-
Soberania é o poder político supremo e indepen- grado por uma viatura policial ao avançar um sinal
dente que o Estado detém consistente na capacidade vermelho em alta velocidade.
para editar e reger suas próprias normas e seu orde- Veja que, em que pese caber discussões de defesa
namento jurídico. de direitos em ambos os exemplos, as normas apli-
A finalidade consiste no objetivo maior do Estado cáveis aos casos não são as mesmas. No primeiro
que é o bem comum, conjunto de condições para o exemplo há uma clara igualdade, o que não ocorre no
desenvolvimento integral da pessoa humana. segundo momento.
Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um Para começar a entender o regime jurídico-ad-
objetivo comum, ligados a um determinado território ministrativo, ou seja, o regime jurídico ao qual se
pelo vínculo da nacionalidade. submete a Administração Pública quando da sua
Território é o espaço físico dentro do qual o Esta- atuação, deveremos entender dois princípios, chama-
do exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo se dos pela doutrina em Direito Administrativo de supra
estabelece e se organiza com ânimo de permanência. princípios:
1  SILVA, op. cit, p. 665. 231
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Supremacia do interesse público;
z Indisponibilidade do interesse público.

Com base na supremacia do interesse público serão criadas prerrogativas para proteger o interesse público
diante do interesse particular. Exemplo: presunção de veracidade e legitimidade dos atos administrativos.
Já a indisponibilidade do interesse público irá impor restrições ao uso da coisa pública, também com intuito
de proteção: inalienabilidade condicionada dos bens públicos.
Importante ressaltar que a Administração Pública nem sempre estará atuando sob este regime jurídico-admi-
nistrativo, apesar de esta ser a regra. Haverá situações em que a Administração Pública estará atuando de igual
para igual com o particular, sujeita a um regime de direito privado. Portanto, dito isso, vamos organizar essa parte
do raciocínio.

z Regime jurídico de direito público: conceito restrito (regime jurídico-administrativo);


z Regime jurídico de direito privado.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


NOÇÃO GERAL DE PRINCÍPIO

Por motivos didáticos, costuma-se dividir as normas cogentes em regras e princípios. Regras são normas
cogentes que traduzem um comando direto, são criadas pelo legislador (portanto, são positivadas), e são utiliza-
das para a solução de casos concretos e específicos.
Os princípios, por sua vez, delimitam os valores fundamentais de um ramo do direito, possuem conteúdo
muito mais abrangente e são considerados mais importantes, dado o seu caráter geral e abstrato. Os princípios
são descobertos pela doutrina, através da análise das regras, retirando os aspectos concretos desta. O legislador,
dessa forma, tem um papel indireto na criação dos princípios.
Apesar das diferenças mencionadas, é indiscutível que os princípios e as regras são normas que apresentam
força cogente máxima. Porém, como os princípios possuem valores fundamentais de um ramo jurídico, são con-
siderados hierarquicamente superiores. Violar uma regra é um erro grave, mas violar um princípio é erro

60
gravíssimo: é cometer ofensa a todo um ordenamento de comandos.

8-
É importante mencionar que não há hierarquia material entre princípios. Os princípios, independentemente

48
da matéria, possuem a mesma relevância jurídica.

6.
Importante: Os princípios, assim como as regras jurídicas, possuem força cogente.
15
Cabe ressaltar também que, caso ocorra conflito entre dois ou mais princípios simultaneamente aplicáveis
.
a um caso concreto, sua solução deverá recorrer ao método da ponderação. Em que pese não haver hierarquia
20

entre princípios, o método da ponderação é o meio pelo qual se faz uma valoração do peso de cada princípio, de
-4

acordo com o caso concreto. Lembre-se: não há prevalência absoluta (hierarquia) de um princípio sobre o
ra

outro.
ei
liv

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E DOS DEMAIS PRINCÍPIOS NORTEADORES DA


O

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
de
os

São os princípios expressos, previstos no Texto Constitucional, mais especificamente no caput do art. 37. Segun-
am

do o referido dispositivo:
R

Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e
m

e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiên-
er

cia […].
lh
ui

Dica
G

Para memorizar os princípios constitucionais da Administração Pública, lembre-se do mnemônico L-I-M-P-E.


Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

Legalidade

Fruto da própria noção de Estado de Direito, as atividades do gestor público estão submissas à forma da lei. A
legalidade promove maior segurança jurídica para os administrados, na medida em que proíbe que a Adminis-
tração Pública pratique atos abusivos. Ao contrário dos particulares, que podem fazer tudo aquilo que a lei não
proíbe, a Administração só pode realizar o que lhe é expressamente autorizado por lei.
232
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O particular pode fazer tudo que
Legalidade
não houver proibição legal

LEGALIDADE
Administração O agente público só pode fazer o
Pública que a lei autoriza

Impessoalidade

A atividade da Administração Pública deve ser imparcial, de modo que é vedado haver qualquer forma de
tratamento diferenciado entre os administrados. Esse princípio apresenta algumas vertentes que é importante
conhecer:

„ Princípio da finalidade: há uma forte relação entre a impessoalidade e a finalidade pública, pois quem age
por interesse próprio não condiz com a finalidade do interesse público. A atuação administrativa sempre
tem como fim o interesse público, deste modo, é vedado que se busque o interesse próprio ou de terceiros.
O ato que é praticado com finalidade diversa do interesse público será considerado nulo, constatando-se o
desvio de finalidade;
„ Vedação à promoção pessoal: as realizações de Administração Pública não podem ser utilizadas como
instrumento para a promoção pessoal dos agentes públicos. A atuação administrativa é realizada em nome
da Administração, sendo vedada a vinculação com a pessoa dos agentes públicos. É importante ressaltar
também que é vedado, na publicidade oficial, constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a pro-
moção pessoal dos agentes públicos. Esse é o fundamento da chamada “Teoria do Órgão”. Por causa disso,
é vedada a possibilidade do agente público de utilizar os recursos da Administração Pública para fins de
promoção pessoal, conforme aponta o § 1º, do art. 37, da CF, de 1988.

Moralidade

60
A Administração impõe a seus agentes o dever de zelar por uma “boa administração”, buscando atuar com

8-
base nos valores da moral comum, isto é, pela ética, decoro, boa-fé e lealdade. A moralidade não é somente um

48
princípio, mas também requisito de validade dos atos administrativos, ou seja, um ato administrativo imoral é

6.
um ato nulo. 15
É importante também ressaltar que a moralidade administrativa tem conotação objetiva, ou seja, não depende
.
20

da convicção ou concepção subjetiva do agente público.


-4

Outro importante destaque a ser feito tange a vedação da prática do nepotismo. Sua prática ofende os princí-
ra

pios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência. Vejamos a Súmula Vinculante nº 13, do STF:


ei
liv

Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou


O

por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
de

investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança
os

ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
am

Constituição Federal.
R
e
m

A vedação da Súmula Vinculante nº 13 não alcança a nomeação a cargos políticos em razão das qualidades
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
er

técnicas e as nomeações de servidores previamente aprovados em concursos públicos.


lh
ui

Publicidade e Eficiência
G

A publicação dos atos da Administração promove maior transparência e garante eficácia erga omnes (para
todos). Trata-se de um requisito de eficácia dos atos administrativos.
Além disso, também diz respeito ao direito fundamental que toda pessoa tem de obter acesso a informações de
seu interesse pelos órgãos estatais, salvo as hipóteses em que esse direito ponha em risco a vida dos particulares
ou o próprio Estado, ou ainda que ponha em risco a vida íntima dos envolvidos.
Em outras palavras, a publicidade (transparência) dos atos administrativos é a regra, porém, há hipóteses em
que a lei poderá estabelecer o sigilo. Vejamos o disposto na Constituição Federal:

Art. 5º […]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social
o exigirem; 233
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Transparência
(publicidade)
PUBLICIDADE
DOS ATOS Segurança da Sociedade e
ADMINISTRATIVOS do Estado
Sigilo

Defesa da intimidade ou
interesse social

Eficiência

Implementada pela reforma administrativa promovida pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998, a eficiência
traduz-se na tarefa da Administração de alcançar os seus resultados de uma forma célere, promovendo melhor
produtividade e rendimento, evitando gastos desnecessários no exercício de suas funções. A eficiência fez com
que a Administração brasileira adquirisse caráter gerencial, tendo maior preocupação na execução de serviços
com perfeição ao invés de se preocupar com procedimentos e outras burocracias.
Em que pese a adoção da eficiência buscar a produtividade, economicidade e redução dos desperdícios de
dinheiro público, ela não permite à Administração agir fora da lei, ou seja, o princípio da eficiência não se sobre-
põe ao princípio da legalidade.

Princípios Reconhecidos em Legislação Infraconstitucional

Os princípios administrativos não se esgotam no âmbito constitucional. Existem outros princípios cuja previ-
são não está disposta na Carta Magna, e sim na legislação infraconstitucional, sendo reconhecidos tanto pela
doutrina como pela jurisprudência. É o caso do disposto no caput do art. 2º, da Lei nº 9.784, de 1999:

Art. 2° A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e
eficiência.

60
8-
Princípio da Autotutela

48
6.
A autotutela é um dos princípios com maior incidência em provas, e diz respeito ao controle interno que a
15
Administração Pública exerce sobre os seus próprios atos. Isso significa que, havendo algum ato administrativo
.
20
ilícito ou que seja inconveniente e contrário ao interesse público, não é necessária a intervenção judicial para que
a própria Administração anule ou revogue esses atos.
-4

Não havendo necessidade de recorrer ao Poder Judiciário, quis o legislador que a Administração possa, dessa
ra

forma, promover maior celeridade na recomposição da ordem jurídica afetada pelo ato ilícito, e garantir maior
ei

proteção ao interesse público contra os atos inconvenientes.


liv

Segundo o disposto no art. 53, da Lei nº 9.784, de 1999:


O
de

Art. 53 A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
os

-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.


am

A distinção feita pelo legislador é bastante oportuna: ele enfatiza a natureza vinculada do ato anulatório, e a
R

discricionariedade do ato revogatório. A Administração pode revogar os atos inconvenientes, mas tem o dever
e
m

de anular os atos ilegais.


er

As formas de desfazimento dos atos administrativos podem se dar por meio do controle de legalidade ou pelo
lh

controle de mérito. O controle de legalidade é quando se identifica e anula o ato ilegal. Já o controle de mérito
ui

ocorre nas hipóteses de inconveniência e inoportunidade do ato administrativo, o qual poderá suceder a revoga-
G

ção do ato.
É importante destacar que o Poder Judiciário pode realizar o controle de legalidade do ato administrativo,
mediante provocação. Atente-se para o fato de que este só realiza o controle de legalidade (anulação do ato) e não
o controle de mérito.
A autotutela também tem previsão em duas súmulas do Supremo Tribunal Federal: Súmula nº 346 e a Súmula
nº 473:

Súmula nº 346 (STF) A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos.
Súmula nº 473 (STF) A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, res-
peitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Dica
Anulação: atos ilegais.
234 Revogação: atos inconvenientes ou inoportunos (neste caso, os atos são válidos).
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Princípio da Motivação privado. A finalidade disposta em lei pode, por exem-
plo, ser justamente a proteção ao interesse público.
Um princípio implícito, também pode constar em Com isso, fica bastante clara a ideia de que todo
algumas questões como “princípio da obrigatória ato, além de ser devidamente motivado, possui um
motivação”. Trata-se de uma técnica de controle dos fim específico, com a devida previsão legal. O desvio
atos administrativos, o qual impõe à Administração o de finalidade ou o desvio de poder são defeitos que
dever de indicar os pressupostos de fato e de direi- tornam nulo o ato praticado pelo Poder Público.
to que justificam a prática daquele ato.
A fundamentação da prática dos atos administra- Princípio da Razoabilidade
tivos será sempre por escrito. Possui previsão no art.
50, da Lei nº 9.784, de 1999: Agir com razoabilidade é decorrência da própria
noção de competência. Todo poder tem suas corres-
Art. 50 Os atos administrativos deverão ser moti- pondentes limitações. O Estado deve realizar suas
vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos funções com coerência, equilíbrio e bom senso. Não
jurídicos [...]” basta apenas atender à finalidade prevista na lei, mas
é de igual importância o como ela será atingida. É uma
E também no inciso VII, do parágrafo único, do art. decorrência lógica do princípio da legalidade.
2º, da mesma Lei: Dessa forma, os atos imoderados, abusivos, irracio-
nais e incoerentes, são incompatíveis com o interesse
Art. 2° [...] público, podendo ser anulados pelo Poder Judiciário
Parágrafo único. Nos processos administrativos ou pela própria entidade administrativa que praticou
serão observados, entre outros, os critérios de: tal medida.
[…] Em termos práticos, a razoabilidade (ou falta dela)
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito é mais aparente quando tenta coibir o excesso pelo
que determinarem a decisão. exercício do poder disciplinar ou poder de polícia.
Poder disciplinar traduz-se na prática de atos de con-
A motivação é uma decorrência natural do princí- trole exercidos contra seus próprios agentes, isto é, de
pio da legalidade, pois a prática de um ato administra- destinação interna. Poder de polícia é o conjunto de
tivo fundamentado, mas que não esteja previsto em atos praticados pelo Estado que tem por escopo limi-
lei, seria algo ilógico. tar e condicionar o exercício de direitos individuais e
Convém estabelecer a diferença entre motivo o direito à propriedade privada.
e motivação. Motivo é o ato que autoriza a prática

60
da medida administrativa, portanto, antecede o ato Princípio da Proporcionalidade

8-
administrativo. A motivação, por sua vez, é o fun-

48
damento escrito, de fato ou de direito, que justifica a O princípio da proporcionalidade tem similitudes

6.
prática da referida medida. Exemplo: na hipótese de 15
com o princípio da razoabilidade, sendo implícito
alguém sofrer uma multa por ultrapassar limite de também. Há muitos autores, inclusive, que preferem
.
20

velocidade, a infração é o motivo (ultrapassagem do unir os dois princípios em uma nomenclatura só. De
-4

limite máximo de velocidade); já o documento de noti- fato, a Administração Pública deve atentar-se a exage-
ra

ficação da multa é a motivação. A multa seria, então, o ros no exercício de suas funções. A proporcionalidade
ei

ato administrativo em questão. é um aspecto da razoabilidade voltado a controlar a


liv

Quanto ao momento correto para sua apresenta- justa medida na prática de atos administrativos. Bus-
O

ção, entende-se que a motivação pode ocorrer simul- ca a proporcionalidade entre os meios utilizados e os
de

taneamente, ou em um instante posterior à prática do fins que a Administração Pública pretende alcançar.
ato (em respeito ao princípio da eficiência). A motiva- Segundo o inciso VI, parágrafo único, art. 2º, da Lei
os

ção intempestiva, isto é, aquela dada em um momen- nº 9.784, de 1999:


am

to demasiadamente posterior, é causa de nulidade do


R

ato administrativo. Art. 2° [...]


e

Parágrafo único [...]


m

VI - Adequação entre meios e fins, vedada a NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

Princípio da Finalidade
imposição de obrigações, restrições e sanções em
lh
ui

Sua previsão encontra-se no inciso II, parágrafo medida superior àquelas estritamente necessárias
G

único, art. 2º, da Lei nº 9.784, de 1999: ao atendimento do interesse público;

Art. 2° [...] Na prática, a proporcionalidade também encontra


Parágrafo único. Nos processos administrativos sua aplicação no exercício do poder disciplinar e do
serão observados, entre outros, os critérios de: poder de polícia.
[…]
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a Princípio da Presunção de Legitimidade, Legalidade
renúncia total ou parcial de poderes ou competên- e Veracidade
cias, salvo autorização em lei.
O princípio da presunção de legitimidade, também
O princípio da finalidade muito se assemelha ao conhecido por princípio da legalidade ou veracida-
da primazia do interesse público. O primeiro impõe de, afirma que os atos praticados pela Administração
que o administrador sempre aja em prol de uma fina- Pública gozam de presunção de legitimidade, veraci-
lidade específica, prevista em lei. Já o princípio da pri- dade e legalidade, ou seja, o ato é verdadeiro, prati-
mazia do interesse público diz respeito à sobreposição cado com observância das normas legais e por pessoa
do interesse da coletividade em relação ao interesse legítima. 235
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É importante ressaltar que a presunção de legiti- trazer com mais detalhes os princípios que julgamos
midade é relativa (juris tantum), admitindo prova em ser mais característicos da Administração. Isso não
contrário. Neste caso, ocorre uma inversão do ônus da quer dizer que outros princípios não possam ser estu-
prova, sendo que quem deverá provar que o ato é ile- dados ou aplicados a esse ramo jurídico.
gal, inverídico ou ilegítimo é o particular.
Desse princípio decorre a autoexecutoriedade das
decisões administrativas, de modo que os atos terão
execução imediata e, caso o particular se sinta lesado,
deverá submeter a decisão administrativa ao Poder
PODER DE POLÍCIA
Judiciário.
A expressão “poder de polícia” pode ser interpre-
tada de duas maneiras: em um sentido amplo, cor-
Princípio da Segurança Jurídica
responde a qualquer limitação estatal à liberdade e
propriedade privada, de origem administrativa ou
O princípio da segurança jurídica, de um modo
legislativa. Há também o poder de polícia em senti-
amplo, busca resguardar a estabilidade das relações
do restrito, mais utilizado pela doutrina, que engloba
jurídicas. No que tange a área administrativa, esse
apenas as restrições impostas pelas limitações admi-
princípio tem como o objetivo resguardar o particu-
nistrativas, excluindo as limitações de ordem legal.
lar sobre mudanças de orientação e interpretação da
Em sentido restrito, envolve atividades administrati-
atuação administrativa.
vas de fiscalização e condicionamento da esfera priva-
Neste sentido, Maria Sylvia Zanella Di Pietro
da de interesses, em prol da coletividade.
leciona:
O poder de polícia tem grande destaque no exercí-
cio das funções da Administração moderna, junto com
O princípio se justifica pelo fato de ser comum, na esfe-
a prestação de serviços públicos e o fomento à inicia-
ra administrativa, haver mudança de interpretação
tiva privada. Porém, essas duas funções representam
de determinadas normas legais, com a conseqüente
mudança de orientação, em caráter normativo, afe-
uma atuação estatal ampliativa, enquanto o poder de
tando situações já reconhecidas e consolidadas na polícia representa uma atuação restritiva do Estado,
vigência de orientação anterior. Essa possibilidade de limitando a liberdade e a propriedade individual em
mudança de orientação é inevitável, porém gera inse- favor do interesse público.
gurança jurídica, pois os interessados nunca sabem O art. 78, do Código Tributário Nacional (CTN), tem
quando a sua situação será passível de contestação seu conceito legal de poder de polícia:
pela própria Administração Pública.2

60
Art. 78 Considera-se poder de polícia atividade da

8-
Deste modo, entendemos que a mudança na inter- administração pública que, limitando ou disciplinan-

48
pretação e orientação da Administração Pública é do direito, interesse ou liberdade, regula a prática de

6.
inevitável, mas não deve prejudicar e ser aplicada em ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públi-
casos passados. Nesse sentido, a Lei nº 9.784, de 1999,
.15
co concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
20
no âmbito federal, proíbe a retroatividade da nova
exercício de atividades econômicas dependentes de
-4

interpretação de norma administrativa.


concessão ou autorização do Poder Público, à tran-
ra

quilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos


Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
ei

direitos individuais ou coletivos.


liv

Esse princípio encontra-se explícito tanto no art.


O

Diante de tudo que foi exposto, podemos concei-


5º, da Constituição Federal, de 1988, quanto no caput
de

tuar poder de polícia como a atividade da Administra-


do art. 2º, da Lei nº 9.784, de 1999. Vejamos ambas as ção Pública, com fundamento na lei e na supremacia
os

disposições: geral, que consiste na imposição de limites à liberdade


am

e à propriedade dos particulares, regulando a prática


Art. 5º (CF, de 1988) […]
R

desses atos, ou a abstenção dos mesmos, manifestan-


LV - aos litigantes, em processo judicial ou admi-
e

do-se por meio de atos normativos ou concretos, tudo


m

nistrativo, e aos acusados em geral são assegu-


isso em benefício do interesse público.
er

rados o contraditório e ampla defesa, com os


Ao dizer que se trata de atividade da Administra-
lh

meios e recursos a ela inerentes;


ção Pública, procuramos enfatizar a concepção stric-
ui
G

Art. 2º (Lei nº 9.784, de 1999) A Administração to sensu do poder de polícia, que não se confunde com
Pública obedecerá, dentre outros, aos princí- as limitações à liberdade e ao direito de propriedade
pios da legalidade, finalidade, motivação, razoa- impostas pelo legislador. Por ser atividade da Admi-
bilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla nistração, deve ser exercida respeitando os princípios
defesa, contraditório, segurança jurídica, inte- da razoabilidade e proporcionalidade.
resse público e eficiência. A fundamentação legal é outro aspecto importan-
te do poder de polícia, uma vez que a lei condiciona o
O contraditório refere-se ao direito que o interes- exercício de determinadas atividades à obtenção de
sado possui de se contrapor às alegações feitas pela licenças ou concessões pelo Poder Público. O legisla-
parte contrária. Já a ampla defesa confere o direito dor deve, então, elaborar os requisitos necessários
de se defender por todos os meios e recursos juridica- para o exercício do poder de polícia pelo Estado.
mente válidos. O poder de polícia tem por objeto a imposição de
Esses não são os únicos princípios que regem as limitações à liberdade e propriedade dos particu-
relações da Administração Pública. Porém, escolhemos lares, instituindo condições capazes de compatibilizar

236 2  DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2001, p. 85.


O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
seu exercício às necessidades de interesse público. estatais de prevenção e repressão da criminalidade
Tais imposições também podem ser aplicadas ao Esta- sob a ótica do poder de polícia. Assim, costuma-se
do. Isso significa que até mesmo o Poder Público pode dividir a atuação do Estado para promoção da segu-
ter suas liberdades e propriedades sofrendo limita- rança pública em duas categorias de “polícias” distin-
ções em face das necessidades do interesse público. tas: a polícia administrativa e a polícia judicial.
Para o seu exercício, a Administração Pública deve A polícia administrativa tem um caráter preventi-
regular a prática dos atos ou a abstenção de fatos. vo. Isso significa que a sua atuação deve ocorrer antes da
Em regra, o poder de polícia manifesta-se em obrigações prática do crime, tendo por finalidade evitar a sua ocor-
negativas, ou de não fazer, impostas aos particulares, rência. Submete-se às regras de direito administrativo.
limitando a esfera de atuação dos seus direitos. Excep- No Brasil, a polícia administrativa é exercida por diver-
cionalmente, pode também se manifestar mediante sos órgãos de fiscalização de diversas áreas, como saúde,
obrigações positivas ou de fazer, como é o caso da impo- educação, trabalho, previdência e assistência social. A
sição da função social da propriedade ao dono do imó- polícia administrativa protege os interesses primordiais
vel, disposta no inciso XXII, art. 5º, da CF, de 1988. da sociedade ao impedir comportamentos individuais
O poder de polícia manifesta-se pela expedição de que possam causar prejuízos maiores à coletividade.
atos normativos, como é o caso das regras sobre o direi- A polícia judiciária, por sua vez, apresenta caráter
to de construir, ou por meio de atos concretos, como a repressivo. Sua atuação ocorre após a constatação do cri-
obtenção de licença para a reforma de um imóvel, cujo me. Após a ocorrência do crime, a polícia judiciária deve
interesse é exclusivo do particular (proprietário do imó- abrir um processo de investigação em busca da autoria
vel, no caso). e materialidade do crime. Sua razão de ser é a punição
Por fim, convém ressaltar a finalidade do poder de dos infratores. Rege-se pelas regras de direito processual
polícia, qual seja, agir em prol do interesse público. penal. Ela incide sobre pessoas, ao contrário da polícia
Por isso, o Estado deve conciliar os direitos individuais administrativa, que age sobre a atividade das pessoas. A
com o interesse da coletividade. Tal finalidade é típica polícia judiciária é exercida pelas corporações especiali-
da Administração Pública, pois tem como fundamento zadas, denominadas Polícia Civil e Polícia Federal.
o princípio sistêmico da primazia do interesse público
sobre o privado.

Natureza Jurídica do Poder de Polícia ATOS ADMINISTRATIVOS


Quanto a sua natureza jurídica, é entendimento CONCEITO
majoritário que o poder de polícia é discricionário.

60
Na doutrina, muitos autores costumam definir poder Tudo que praticamos em nossas vidas pode ser

8-
de polícia, utilizando-se a expressão “faculdade que o

48
considerado atos. Mas, para o Direito, os atos são aque-
Estado possui de impor limites...”. Isso quer dizer que les capazes de motivar efeitos jurídicos. E, assim como

6.
não apresenta características de obrigação legal, mas 15
as pessoas na vida privada, a Administração Pública
de uma permissão. A escolha sobre qual método utili-
.
também pratica atos, os quais possuem potencial de
20

zar para o exercício do referido poder, e quando, com- produzir efeitos jurídicos diversos.
-4

pete somente à própria Administração Pública. Para Hely Lopes Meirelles, atos administrativos
ra

Porém, vale ressaltar as hipóteses de obtenção de são as manifestações de vontade da Administração


ei

licença. A licença é ato administrativo relacionado ao Pública que objetivam adquirir, resguardar, transfe-
liv

poder de polícia, que apresenta previsão legal para a rir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor
O

sua obtenção, tratando-se por isso, de ato vinculado. obrigações aos particulares ou a si própria. Isso signi-
de

Com isso, podemos afirmar que a manifestação do fica que a Administração, antes mesmo de iniciar sua
poder de polícia pode ocorrer mediante a expedição atuação, deve expedir uma declaração que exprime a
os

de atos no exercício da competência discricionária da sua vontade de realizar o referido ato.


am

Administração, ou por meio de atos vinculados, com a Importante frisar o caráter infralegal dos atos
R

devida previsão legal. administrativos, pois imprescindível é a submissão da


e

O poder de polícia também é em regra indelegá- Administração Pública, seus agentes e órgãos à sobe-
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


vel, uma vez que pressupõe a posição de superiori-
er

rania popular.
dade de quem o exerce, não podendo ser transferido
lh

a particulares (inciso III, art. 4º, da Lei nº 11.079, de


ui
G

2004). Obviamente, o poder de império é único e Importante!


exclusivo do Estado; se ele transferisse a particulares,
seria um atentado contra a paz social. É imprescindível, assim, que o ato administrativo
Todavia, isso não impede que o Poder Público esteja previsto em lei, sendo que seu conteúdo
possa delegar, ao menos, as atividades consideradas não pode ser contrário a ela (contra legem), mas
preparatórias ou sucessivas do poder de polícia. Essa deve complementá-la, apresentando, então, uma
delegação é possível, desde que esses entes que rece- conformidade (secundum legem).
bem essa delegação (entes da Administração Indireta,
pessoas jurídicas de direito privado, particulares etc.)
tenham um vínculo com a própria Administração. REQUISITOS

Polícia Administrativa e Polícia Judiciária Os requisitos ou elementos dos atos administrati-


vos são assuntos com imensa divergência doutrinária.
A concepção do poder de polícia abrange muito A maioria dos concursos públicos ainda adota a con-
mais do que a simples promoção de segurança públi- cepção mais clássica dos requisitos dos atos adminis-
ca. Todavia, imprescindível destacar as atividades trativos e, por isso, daremos maior destaque a ela. 237
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
De modo geral, a corrente clássica, defendida por que a Administração exerce seu poder, concede um
autores, como Hely Lopes Meirelles, tende a dispor cinco benefício, aplica uma sanção, declara sua vontade,
requisitos dos atos administrativos para a sua formação, estabelece um direito do administrado etc.
utilizando, como inspiração, o preceito legal disposto no O objeto pode não estar previsto expressamente
art. 2º da Lei nº 4.717, de 1965. São eles: na legislação, cabendo ao agente competente a opção
que seja mais oportuna e conveniente ao interesse
z competência; público. A definição de objeto do ato administrativo
z objeto; trata-se, por isso, de ato discricionário.
z forma;
z motivo; Forma
z finalidade.
A forma é o modo por meio do qual se exterioriza
Competência o ato administrativo, é seu revestimento. O desrespei-
to à forma do ato acarreta na sua nulidade. Trata-se
Competência diz respeito à capacidade do agente de ato vinculado, quando exigida por Lei, e discricio-
público para o exercício dos atos administrativos. É nário quando a sua escolha couber ao próprio agente
requisito de validade, haja vista que, no Direito Admi- público.
nistrativo, a lei é quem estabelece as competências Em regra, os atos administrativos são sempre exte-
atribuídas a seus agentes para o desempenho de suas riorizados por escrito, mas podem também ser orais,
funções. Quando o agente atua fora dos limites da lei, gestuais, ou até mesmo expedidos por máquinas. O
diz-se que cometeu ato nulo por excesso de poder. É, art. 22 da Lei nº 9.784, de 1999 determina que:
por isso, sempre um ato vinculado.
A competência possui certas características Art. 22 Os atos do processo administrativo não
próprias, a saber: obrigatória, intransferível, dependem de forma determinada senão quando a
irrenunciável, imodificável, imprescritível e lei expressamente a exigir.
improrrogável. Veremos de modo mais específico
cada uma delas a seguir: Motivo

z Obrigatória, porque representa um dever do agen- O motivo é a circunstância de fato ou de direito que
te público; determina ou autoriza a prática do ato, isso é, a situa-
z Intransferível significa que, de modo geral, a com- ção fática que justifica a realização do ato. Situação
petência é um quesito personalíssimo, não pode de fato é o conjunto de circunstâncias que motivam

60
ser transferido para terceiros; a realização do ato; questões de direito é a previsão

8-
z Irrenunciável, porque o agente público não pode legal que leva à realização do ato.

48
abrir mão de sua competência; O motivo pode ser tanto requisito vinculado como

6.
z Imodificável significa que a competência, uma vez discricionário, dependendo do comando legal impos-
15
estabelecida, não pode sofrer alterações posteriores. to aos agentes. Assim, o motivo será vinculado quando
.
20

z Imprescritível, porque a competência perdura ao a lei expressamente obrigar o agente a agir de um cer-
-4

longo do tempo, ela não caduca; to modo, como na hipótese de lançamento tributário
ra

z Improrrogável significa dizer que se é competente (o fiscal da Receita não tem direito de escolha, se deve
ei

hoje, continuará sendo sempre, exceto por previ- ou não fazer o lançamento).
liv

são legal expressa em sentido contrário. Situação diversa é a do pedido de demissão de ser-
O

vidor público no caso de incontinência pública (art.


de

No entanto, essas características não vedam a pos- 132, V, da Lei nº 8.112, de 1990), hipótese em que a
sibilidade de delegação, quando prevista em lei. Por autoridade competente tem maior liberdade para
os

isso, pode-se dizer também que a delegabilidade é avaliar se a demissão é realmente ato necessário ou
am

outra característica da competência. Porém, atente-se não, dependendo do caso concreto.


R

ao disposto no art. 13 da Lei nº 9.784, de 1999: Não se confunde motivo com motivação, essa é a
e

Não podem ser objeto de delegação: justificativa para a realização de determinado ato. O
m

motivo ocorre em momento anterior à prática do ato,


er

enquanto a motivação, por ser uma série de explica-


lh

Art. 13 [...]
ções que justificam a expedição do ato, ocorre sem-
ui

I - a edição de atos de caráter normativo;


G

II - a decisão de recursos administrativos; pre em momento posterior. Assim, todo o ato tem seu
III - as matérias de competência exclusiva do órgão motivo (Teoria dos Motivos Determinantes), mas nem
ou autoridade. Alguns atos, então, não podem ser sempre é expedido adjunto com a motivação, que
delegados a outras autoridades, principalmente se nada mais é do que a exteriorização dos motivos.
tais atos são de competência exclusiva do agente
público. Finalidade

Objeto Finalidade é o objetivo a ser almejado pela prática


daquele ato administrativo. Em muitos casos, o obje-
Objeto é o conteúdo do ato, ou o resultado que tivo almejado é a proteção do interesse público. Sem-
pretende ser almejado pela prática do ato administra- pre que o ato for praticado, tendo em vista o interesse
tivo. Todo ato administrativo tem por objeto a cria- alheio, será nulo por desvio de finalidade.
ção, modificação, ou comprovação de situações Por exemplo: o trancamento de um estabelecimen-
jurídicas concernentes a pessoas, bens, ou atividades to, após constatação de falta de cuidados higiênicos
sujeitas ao exercício do Poder Público. É por meio dele com os alimentos, visa a proteção da vida e da saúde
238 dos cidadãos que frequentam aquele local. Pode-se
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
afirmar, de modo geral, que a finalidade de um ato Imperatividade
administrativo sempre será a proteção dos direitos e
garantias fundamentais da pessoa humana. Compreendida também como coercibilidade, os
Além dessa concepção clássica, há também uma atos administrativos se impõem aos destinatários, inde-
classificação mais moderna dos requisitos dos atos pendentemente de sua concordância, outorgando-lhes
administrativos, elaborada por autores como Celso deveres e obrigações. A imperatividade garante ao Poder
Antônio Bandeira de Mello. Por ser pouco utilizada Público a capacidade de produzir atos que geram con-
em concursos públicos, observaremos apenas os pon- sequências perante terceiros. O Estado somente conse-
tos essenciais e didáticos da referida classificação. gue alcançar seus objetivos de forma eficiente se ele se
Para essa concepção moderna, são requisitos dos encontrar em posição superior aos seus governados.
atos administrativos: A justificativa da criação unilateral, ainda que contra
a vontade dos administrados, dos atos administrativos
a) sujeito; é o Poder coercitivo do Estado, também denominado
b) motivo; Poder Extroverso ou Poder de Império. Esse não é um
c) requisitos procedimentais; atributo comum a todos os atos, mas tão somente aos que
d) finalidade; impõem obrigações aos administrados. Assim, não têm
e) causa e essa característica os atos que outorgam direitos (autori-
f) formalização. zação, permissão, licença), bem como aqueles meramen-
te administrativos (certidão, parecer).
Sujeito, requisitos procedimentais e causa são os
requisitos vinculados, enquanto o motivo, a finalida- Exigibilidade
de e a formalização são requisitos discricionários.
Consiste no atributo que permite à Administração
ATRIBUTOS Pública aplicar sanções aos particulares por violação da
ordem jurídica, sem a necessidade de recorrer ao pro-
Atributos são as características dos atos adminis- cesso judicial, que é demasiado longo e repleto de soleni-
trativos, que os distinguem dos demais atos jurídicos, dades. A exigibilidade permite ao Administrador aplicar
pois estão submetidos ao regime jurídico administrativo. as sanções administrativas, como multas, advertências e
Essas características traduzem em prerrogativas conce- interdição de estabelecimentos comerciais.
didas à Administração Pública para que ela possa aten-
der de maneira adequada as necessidades da população.
Autoexecutoriedade
A doutrina mais moderna3 faz referência a cinco

60
atributos distintos:
A autoexecutoriedade permite que a Administra-

8-
ção Pública possa realizar a execução material de

48
a) presunção de legitimidade e veracidade;
seus atos. A expressão “auto” advém do fato de que

6.
b) imperatividade;
c) exigibilidade; o Poder Público não necessita de autorização judicial
15
para desconstituir a situação irregular e violadora da
.
d) auto executoriedade;
20

e) tipicidade. ordem jurídica, o que a difere da exigibilidade, que


-4

não tem o condão de, por si só, desconstituir a irre-


gularidade do ato, apenas pune o infrator. Para tanto,
ra

Veremos cada um desses atributos de modo mais


ei

específico a seguir: necessita da presença de dois requisitos: a previsão


liv

Presunção de legitimidade e veracidade. legal, como nos casos de Poder de Polícia; e o caráter
O

Também pode ser denominado presunção de de urgência, a fim de preservar o interesse coletivo.
de

legalidade. Significa que todo ato administrativo Assim, não há necessidade de intervenção judicial
é considerado válido no âmbito jurídico até surgir nas hipóteses de: apreensão de mercadorias contra-
os

prova em contrário. Se, pelo princípio da legalidade, bandeadas, na demolição de construção irregular, na
am

ao Administrador só cabe fazer o que a lei permite, interdição de estabelecimento comercial irregular, entre
R

então, presume-se que o fez respeitando a lei. outros. Todavia, afirmar que a execução independe de
e

Nosso Direito admite duas formas de presunção: manifestação do Judiciário não significa dizer que esca-
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


pa do controle judicial. Poderá ser levado ao crivo, mas
er

somente a posteriori, depois de seu cumprimento, se


lh

z Presunção juris et de jure que significa “de direito e


houver provocação da parte interessada. As medidas
ui

por direito”, é presunção absoluta, que não admite


G

prova em contrário; judiciais mais adequadas para contestar a força coer-


z Presunção juris tantum, resultante do próprio citiva administrativa são o mandado de segurança e o
direito e, embora por ele estabelecida como verda- habeas data (art. 5º, LXIX e LXVIII, da CF, de 1988).
deira, admite prova em contrário. Importante ressaltar ainda que os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade impõem limites
A presunção dos atos administrativos é juris tan- na atuação coercitiva dos agentes públicos. A autoe-
tum. Trata-se, então, de presunção relativa. Cabe ao xecutoriedade (leia-se o uso de força física) deve ser
particular que alegou a ilegalidade do ato administra- utilizada com bom senso e moderação.
tivo provar a carência de legitimidade do mesmo.
A presunção atinge todos os atos, inclusive aque- Tipicidade
les praticados pela Administração com base no direi-
to privado. Qualquer que seja o ato, se praticado pela A tipicidade diz respeito à necessidade de respei-
Administração Pública, será presumidamente legíti- tar as finalidades específicas delimitadas pela lei, para
mo e verdadeiro. cada espécie de ato administrativo. Dependendo da

3 MAZZA, A. Manual de direito administrativo. 8ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2018. 239
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finalidade que o Poder Público almeja, existe um ato manifestação de vontade de dois ou mais órgãos
definido em lei. A lei deve sempre estabelecer os tipos diferentes para a sua formação. Enquanto todos os
de atos e suas consequências, promovendo ao particu- órgãos competentes não se manifestarem da for-
lar a garantia de que a Administração Pública não fará ma devida, o ato não estará perfeito;
uso de atos inominados, sem tipificação, que impõe z Atos compostos: é aquele que advém de mani-
obrigações cuja previsão legal não existe. É um atri- festação de apenas um órgão. Porém, para que
buto que deriva do próprio princípio da legalidade. produza efeitos, depende da aprovação, visto,
ou anuência de outro ato, que o homologa, como
Dica condição para a executoriedade daquele ato. Cos-
tuma-se afirmar que o ato posterior é acessório
A tipicidade é uma característica marcante da do anterior, pois a manifestação do segundo ato
expropriação de bens particulares pelo Poder não possui a mesma matéria do primeiro: ele ape-
Público. É o caso de desapropriação administrati- nas complementa a aplicação deste. Exemplo: a
va, hipótese em que o Poder Público tem a prerro- nomeação de servidor público, que deve sempre
gativa de tirar da esfera de alguma pessoa física anteceder a sua aprovação em concurso público.
a titularidade sobre bem imóvel, transformando-o
em bem público. Para tanto, deve realizar um pro- Quanto aos Destinatários
cedimento envolvendo aspectos mais complexos,
como a declaração de utilidade ou necessidade z Atos gerais: são o conjunto de regras de caráter
pública (art. 5º, XXIV, da CF, de 1998), bem como abstrato e impessoal. Seus destinatários são mui-
tos, mas unidos por características em comum, que
a necessidade de prévia indenização ao particular
os faz destinatários do mesmo ato. Para produzi-
que teve seu bem expropriado, em pecúnia (art.
rem seus efeitos, já que externos, devem ser publi-
182, § 3º, da CF, de 1988). cados na imprensa oficial. Exemplos: os editais de
concurso público, as instruções normativas;
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO z Atos coletivos: são aqueles expedidos a um grupo
definido de destinatários. É o caso, por exemplo,
z Atos vinculados: são aqueles praticados pela de alteração de horário de funcionamento de uma
Administração Pública sem nenhuma liberdade repartição pública. Tal ato, evidentemente, somen-
de atuação. A lei define todas as margens de sua te é do interesse daqueles funcionários. A publici-
conduta. Havendo vício no ato vinculado, pode-se dade é atendida apenas com a comunicação dos
pleitear a sua anulação, pois trata-se de vício de interessados, visto que é um ato interno da Admi-

60
legalidade. É o caso, por exemplo, da concessão de nistração Pública;

8-
aposentadoria para o contribuinte beneficiário; z Atos individuais: são aqueles destinados a ape-

48
z Atos discricionários: a lei também estabelece nas um único destinatário. Exemplo: a promoção

6.
uma série de regras para a prática de um ato, mas de um determinado servidor público. A exigência
15
deixa certo grau de liberdade ao agente público, da publicidade depende somente da comunicação
.
20

que poderá optar por um entre vários caminhos do interessado, não há necessidade de publicação
-4

igualmente válidos. Há uma avaliação subjetiva pelo Diário Oficial.


prévia à edição do ato. É o caso das permissões
ra

para o uso de bem público. No caso de o ato dis-


ei

Quanto aos Efeitos


liv

cricionário não ser mais conveniente e oportuno


O

para a Administração Pública, a solução mais cor- z Atos constitutivos: são aqueles que geram uma
de

reta para sua extinção é a revogação. nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser
pela outorga de um novo direito, como permissão
os

CLASSIFICAÇÃO de uso de bem público, ou a imposição de uma obri-


am

gação, como estabelecer um período de suspensão;


R

Atos administrativos existem dos mais variados z Atos declaratórios: são aqueles que afirmam uma
e

tipos. Para efeitos didáticos, costuma-se dividir e situação já existente, seja de fato ou de direito. Não
m

agrupá-los, formando-se uma verdadeira classificação cria, transfere ou extingue situação jurídica, ape-
er

desses atos. Portanto, passemos a analisar as diversas


lh

nas a reconhece. É o caso da expedição de uma cer-


ui

modalidades de atos administrativos, observando os tidão de tempo de serviço;


G

seguintes critérios: z Atos modificativos: são os que tem capacidade de


alterar a situação já existente, sem que seja extin-
Quanto à Formação de Vontade ta. Todavia, não tem o condão de criar direitos e
obrigações. Exemplo: a alteração do horário de
z Atos simples: são aqueles que nascem da manifes- atendimento da repartição;
tação de vontade de apenas um órgão, seja ele uni- z Atos extintivos: também denominados atos des-
pessoal (formado só por uma pessoa) ou colegiado constitutivos, são aqueles que põem termo a um
(composto por várias pessoas). O ato que altera direito ou dever preexistentes. Exemplo: a demis-
o horário de atendimento da repartição pública, são de servidor público.
emitido por uma única pessoa, bem como a deci-
são administrativa do Conselho de Contribuintes Quanto ao Objeto
do Ministério da Fazenda, que expressa vontade
única apesar de ser órgão colegiado, são exemplos z Atos de império: são aqueles praticados pela
de atos simples; Administração em posição de superioridade
z Atos complexos: são aqueles que se formam pela perante os particulares, como na imposição de
240 união de várias vontades, isso é, que necessitam da multa por infração administrativa;
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z Atos de gestão: são expedidos pela Administra- normativos: os decretos e regulamentos; as instru-
ção, em posição de igualdade em relação aos admi- ções normativas; os regimentos; as resoluções; e as
nistrados. É o caso da alienação de bem público; deliberações;
z Atos de expediente: são atos internos, elaborados z Atos ordinatórios: correspondem a manifesta-
por autoridade subalterna, que não tem capacida- ções internas da Administração Pública decorren-
de decisória. Exemplo: numeração dos autos no tes do poder hierárquico, estabelecendo regras de
processo judicial. funcionamento de seus órgãos internos e regras
de conduta de seus agentes. Tais atos não podem
Quanto à Exequibilidade disciplinar as condutas dos particulares. São atos
ordinatórios: as instruções; as circulares; os avi-
z Atos perfeitos ou imperfeitos: a perfeição diz sos; as portarias; os ofícios; as ordens de serviço;
respeito aos atos que completaram seu processo de os despachos; entre outros;
formação, isso é, que já apresentam todos os cinco z Atos negociais: são aqueles que manifestam a
elementos do ato administrativo (agente, forma, vontade da Administração em consonância com
finalidade, objeto e motivo). Por outro lado, atos o interesse dos particulares. Exemplos: a licença,
imperfeitos são os que ainda não completaram seu a autorização, a permissão, a concessão, a apro-
processo de formação, seja porque carecem de um vação, a homologação, a renúncia, etc. Os atos
dos cinco elementos, seja porque recai uma condição negociais podem ser vinculados (licença) ou discri-
suspensiva que impede que o ato se torne perfeito; cionários (autorização), definitivos ou precários,
z Atos válidos ou inválidos: a validade não é sinôni- sendo passíveis de revogação pelo Poder Público
mo de perfeição, uma vez que possui relação com o a qualquer tempo. A característica especial desses
ordenamento jurídico, e não com os elementos cons- atos é que eles não disciplinam direitos, e sim inte-
titutivos. Todo ato administrativo válido deve ter resses dos particulares;
uma norma jurídica como fundamento, caso contrá- z Atos enunciativos: também denominados “atos
rio, é considerado um ato ilícito (inválido), podendo de pronúncia”, são aqueles que certificam, ou ates-
ser anulado; tam a existência de uma situação jurídica peculiar.
z Atos eficazes ou ineficazes: o critério analisado Tais atos possuem caráter predominantemente
aqui é a eficácia dos atos administrativos. Ato efi- declaratório. São atos enunciativos: as certidões;
caz é aquele que já está produzindo efeitos concre- os atestados; os pareceres etc.;
tos. São considerados eficazes porque sobre eles não z Atos punitivos: como o próprio nome supõe, são
recai nenhum prazo ou condição suspensiva. Já os os atos que aplicam sanções aos particulares, ou
atos ineficazes são aqueles que não podem produ-

60
aos servidores que pratiquem condutas irregula-
zir seus efeitos, seja por motivos de perfeição, seja

8-
res, nos termos da lei. São atos punitivos: as mul-
pela ausência de um outro ato administrativo que o

48
tas, as interdições; e a destruição de coisas.
homologue. É o caso, por exemplo, da investidura de

6.
candidato em um cargo público. Tal ato por si só é MOTIVAÇÃO 15
ineficaz, se o candidato não tiver, além de ser apro-
.
20

vado em concurso público, realizado outro ato que é


-4

A motivação é o próprio ato de exposição do moti-


a assinatura do termo de posse.
vo. Para ficar mais clara a diferença entre motivo e
ra

motivação, tenha em mente que o motivo é um acon-


ei

Alguns autores como, Celso Antônio Bandeira de


tecimento no mundo de algo que a legislação prevê,
liv

Mello salientam que há uma mescla dessa última


enquanto que a motivação é a exposição do fato, rela-
O

classificação, o que significa que o ato administrativo


cionando-o à previsão legal no próprio papel. Ade-
de

pode se encontrar de diversas formas, tais como:


mais, tem-se que o motivo é elemento de formação,
os

sendo, portanto, obrigatório estar presente em todos


a) perfeito, válido e eficaz;
am

b) perfeito, válido e ineficaz;


os atos. Já a motivação não é sempre que necessita ser
observada, contudo é obrigatória sua observância e,
R

c) perfeito, inválido e ineficaz; ou ainda


se não cumprida, resulta em vício de forma.
e

d) imperfeito, inválido e ineficaz.


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

Os critérios apresentados não são exaustivos: há MOTIVO MOTIVAÇÃO


lh
ui

outras formas de classificação dos atos administrati-


Elemento de formação Não é elemento de formação
G

vos adotadas por diversos autores. Escolhemos apre-


sentar aqueles que têm mais chances de aparecer em Deve ser observado Deve ser observada em
uma questão de prova. em todos os atos regra, mas há atos que a
dispensam
ESPÉCIES Caso não observado,
resulta vício de motivo Caso não observada, resulta
vício de forma
Os atos administrativos tipificados pela legislação
brasileira são diversos. Por isso, também é utilizado,
para fins didáticos, uma sistematização dos atos admi- Vejamos agora o que traz a Lei nº 9.784, de 1999,
nistrativos. A doutrina divide os atos administrativos sobre a motivação de atos administrativos.
previstos da legislação em cinco espécies distintas:
Lei nº 9.784, de 1999
z Atos normativos: são aqueles que apresentam Art. 50 Os atos administrativos deverão ser moti-
comandos gerais e abstratos para o cumprimento vados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
da lei. Alguns autores, inclusive, chegam a consi- jurídicos, quando:
derar tais atos “leis em sentido material”. São atos I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 241
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II - imponham ou agravem deveres, encargos ou REVOGAÇÃO
sanções;
III - decidam processos administrativos de concur- Revogação é a extinção de ato administrativo que
so ou seleção pública; se encontra perfeito e apto a produzir seus efeitos,
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de praticado pela própria Administração Pública. Essa
processo licitatório; remoção é fundada em razões de conveniência e opor-
V - decidam recursos administrativos; tunidade, sempre almejando a proteção do interesse
VI - decorram de reexame de ofício; público. Nessa hipótese, ocorre uma causa superve-
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada niente, que altera o juízo de conveniência e oportu-
sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, nidade sobre a permanência de ato discricionário,
propostas e relatórios oficiais; obrigando a Administração a expedir um segundo ato
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou capaz de revogar esse ato anterior.
convalidação de ato administrativo.
O conceito de revogação tem previsão no art. 53 da
Lei nº 9.784, de 1999:
Há a possibilidade da motivação de um ato admi-
nistrativo por meio da referência a outro ato ou Art. 53 A Administração deve anular seus próprios
processo. É o que a doutrina chama de motivação atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
aliunde, que significa “a outro lugar”. revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni-
Finalmente, é importante que você conheça a Teo- dade, respeitados os direitos adquiridos.
ria dos Motivos Determinantes, bastante cobrada
em provas. Segundo ela, se os motivos apontados no Sobre o mesmo assunto, a Súmula nº 473, do STF:
ato administrativo forem inválidos, também o será o
ato administrativo praticado, mesmo que a motivação Súmula nº 473 A administração pode anular seus
tenha se dado de forma desnecessária. É o caso de próprios atos, quando eivados de vícios que os tor-
exoneração de ocupante de cargo em comissão. A lei nam ilegais, porque deles não se originam direitos;
prevê que, para esse tipo de exoneração, não é neces- ou revogá-los, por motivo de conveniência ou opor-
sária a motivação, sendo de livre nomeação e exone- tunidade, respeitados os direitos adquiridos, e res-
ração. Contudo, caso a autoridade exonere o ocupante salvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
com fundamento (motivação) em falta de verba e isso
não seja verificado, a exoneração torna-se nula, devi- Por tratar-se de questão de mérito, a revogação
do à referida teoria. somente pode ser decretada pela própria Administra-
ção Pública. É, também, decorrência do princípio da

60
ANULAÇÃO autotutela: a Administração Pública tem competência

8-
para anular e revogar seus atos, sendo descabida a

48
É a extinção de ato administrativo defeituoso, manifestação do Poder Judiciário nos atos adminis-

6.
pois carece de legalidade, podendo ser expedido pela trativos discricionários. A revogação é elaborada pela
15
mesma autoridade que praticou o ato principal.
Administração Pública, ou até mesmo pelo Poder Judi-
.
20

ciário. A anulação deriva do próprio princípio da lega- O ato revocatório é sempre secundário, consti-
-4

lidade e autotutela. Também possui fundamento no tutivo e discricionário. Seu objeto será sempre o ato
administrativo ou a relação jurídica anterior perfei-
ra

art. 53 da Lei nº 9.784, de 1999, bem como na Súmula


ta e eficaz, destituído de qualquer vício. A revogação
ei

nº 473, do STF.
liv

A anulação realizada pela própria Administração atinge somente os atos discricionários: para os atos
O

ocorre mediante a expedição de ato anulatório. Suas vinculados, a medida cabível é a anulação.
de

características principais são: é ato secundário, cons- Por fim, em relação a seus efeitos, a revogação não
titutivo e vinculado. Tanto a Administração como o pode atingir as situações jurídicas do passado. Isso
os

Poder Judiciário podem decretar a anulação de ato significa que a revogação produz efeitos futuros, não
am

administrativo. Outra característica importante é o retroativos, ou ex nunc. Há a possibilidade do particu-


R

prazo definido pelo caput do art. 54 da Lei nº 9.784, lar, que se sentiu prejudicado com a referida medida,
e

de 1999: ingressar em juízo com pedido de indenização contra


m

a Administração.
er
lh

Art. 54 O direito da Administração de anular os


EXTINÇÃO
ui

atos administrativos de que decorram efeitos favo-


G

ráveis para os destinatários decai em cinco anos,


contados da data em que foram praticados, salvo Os atos administrativos possuem um ciclo de vida.
comprovada má-fé. Eles são criados, começam a produzir efeitos e, depois de
um tempo, desaparecem. Vamos analisar com mais deta-
O prazo decadencial de cinco anos é atributo exclu- lhes justamente o desaparecimento dos atos administra-
sivo da anulação. tivos, embora seja preferível utilizar o termo “extinção”
Por fim, em relação a seus efeitos, é importante fri- (ou “invalidação”) dos atos administrativos.
sar que o ato nulo (aquele que carece de legalidade) Para melhor compreensão do tema, a doutrina
tem o seu defeito constatado desde a sua concepção. utiliza-se de uma sistematização das formas de extin-
Por isso, a anulação deve desconstituir os efeitos des- ção dos atos administrativos. A principal divisão que
de a data da prática daquele ato. Podemos afirmar, deve ser feita é em relação à produção de efeitos: exis-
então, que a anulação possui efeito retroativo, ou ex tem atos administrativos eficazes e atos ineficazes.
tunc. Em regra, não gera ao particular direito à inde- Quando ineficaz, o ato pode ser extinto pela retirada,
nização pela anulação de ato ilegal, salvo se compro- ou pela sua recusa pelo beneficiário. Tratando-se de
var ter sofrido dano anormal para ocorrência, do qual atos eficazes, há quatro formas de extinção dos atos
242 não tenha participado. administrativos:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Extinção ipsu iure pelo cumprimento dos efei- São agentes políticos os parlamentares, o Presiden-
tos: é a extinção que ocorre pelo cumprimento te da República, os prefeitos, os governadores, bem
integral dos efeitos do ato administrativo. É a como seus respectivos vices, ministros de Estado e
extinção natural esperada por todo ato adminis- secretários.
trativo. Pode ocorrer mediante:
Agentes Militares
„ Esgotamento do conteúdo, como a vacina-
ção de enfermos após expedição de ordem de Os agentes militares constituem uma categoria à
entrega das vacinas; parte dos demais agentes políticos, uma vez que as
„ Execução da ordem, como o guinchamento de instituições militares possuem fortes bases funda-
veículo; mentadas na hierarquia e na disciplina. Apesar de
„ Implemento de condição resolutiva ou termo também apresentarem vinculação estatutária, seu
final, como o prazo final para renovação da CNH; regime jurídico é disciplinado por legislação especial,
e não aquela aplicável aos servidores civis. São agen-
z Extinção ipsu iure pelo desaparecimento da pes- tes militares os membros das Polícias Militares e dos
soa ou objeto: os atos administrativos podem tratar Corpos de Bombeiros militares dos Estados, Distrito
das pessoas ou coisas. Desaparecendo um desses ele- Federal e Territórios, bem como os demais militares
mentos, o ato extingue-se automaticamente, pois per- ligados ao Exército, Marinha e Aeronáutica. Algumas
deu a sua utilidade. As pessoas “desaparecem” com características que merecem destaque são: a proibi-
seu falecimento, como a morte de servidor público ção de sindicalização dos militares, a proibição do
que receberia promoção; e as coisas com a sua ruína direito de greve e a proibição à filiação partidária.
ou destruição, como o desabamento de prédio que
recebeu licença para a sua reforma. Servidores Públicos
z Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio
beneficiário abre mão da situação proporcionada De modo geral, podemos dizer que a Constituição
pelo ato administrativo. É o caso da exoneração de Federal de 1988 apresenta dois tipos de regimes para
cargo público a pedido do seu ocupante; os agentes estatais: o regime estatutário ou de cargos
z Retirada do ato: é a forma mais importante de públicos, e o regime celetista ou de empregos públicos.
extinção dos atos administrativos, para os concur- Os servidores públicos são contratados pelo regi-
sos públicos. É a extinção que se dá pela expedi- me estatutário, enquanto os empregados públicos são
ção de um segundo ato, elaborado para extinguir contratados pelo regime celetista, que muito se asse-
ato administrativo anterior a ele. Comporta cinco melha às regras contidas na CLT.

60
modalidades, que serão vistas com maiores deta- Atente-se a este conceito: servidor público é o

8-
lhes: revogação, anulação, cassação, caducidade e agente contratado pela Administração Pública, direta

48
contraposição. ou indireta, sob o regime estatutário, sendo selecio-

6.
15
nado mediante concurso público, para ocupar cargos
públicos, possuindo vinculação com o Estado de natu-
.
20

reza estatutária e não contratual.


-4

AGENTES PÚBLICOS O regime dos cargos públicos é disciplinado pela


ra

Lei Federal nº 8.112, de 1990, também conhecida como


ei

Estatuto do Servidor Público.


ESPÉCIES E DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
liv

Frente a isso, um ponto relevante a ser ressalta-


APLICÁVEIS
O

do desse regime é o alcance da estabilidade mediante


de

o fim do período de estágio probatório. Tal alcance


Nas lições de Celso Antônio Bandeira de Mello,
permite que o servidor não seja desligado de suas
os

são agentes públicos as pessoas que exercem uma


funções, salvo pelas hipóteses previstas em lei, como
am

função pública, ainda que em caráter temporário ou


a sentença judicial transitada em julgado, processo
sem remuneração. Trata-se de uma expressão ampla
R

administrativo disciplinar, ou a não aprovação em


e genérica, uma vez que engloba todos aqueles que,
e

avaliação periódica de desempenho (§ 1º, art. 41, da


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


dentro da organização da Administração Pública,
CF, de 1988).
er

exercem determinada função pública.


Dentre os cargos públicos, ainda, há aqueles que
lh

Assim, podemos dizer que agente público é gênero,


ui

são vitalícios, que se apresentam de forma mais van-


o qual comporta diversas espécies, como os agentes
G

tajosa, uma vez que o estágio probatório possui um


políticos, os agentes militares, os servidores públi-
tempo menor (2 anos, sendo de 3 anos para os car-
cos estatutários, os empregados públicos, os agentes
gos não vitalícios), bem como possui a característica
honoríficos, entre outros. Por isso, vamos especificar
de o desligamento ocorrer apenas mediante sentença
cada um deles com maiores detalhes.
condenatória transitada em julgado. São vitalícios os
cargos de: Magistratura, do Tribunal de Contas, e os
Agentes Políticos
cargos dos membros do Ministério Público.
Além da estabilidade, são também assegurados aos
Os agentes políticos possuem como característica
servidores estatutários alguns direitos trabalhistas.
principal o fato de exercerem uma função pública de
Vejamos aqui os mais importantes, de acordo com o §
alta direção do Estado. Seu ingresso é feito mediante
3º, art. 39, da CF, de 1988:
eleições, e atuam em mandatos fixos, os quais têm o
condão de extinguir a relação destes com o Estado de
z Salário mínimo;
modo automático pelo simples decurso do tempo. Per-
z Remuneração de trabalho noturno superior ao
cebe-se, dessa forma, que a sua vinculação com o Esta-
diurno;
do não é profissional, mas estatutária ou institucional.
z Repouso semanal remunerado; 243
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Férias trabalhadas; A criação, transformação e extinção de cargos,
z Licença à gestante. empregos ou funções públicas depende sempre de
uma lei instituidora (inciso X, art. 48, CF, de 1988).
Empregado Público Porém, havendo um cargo ou função vago, a sua
extinção pode se dar mediante expedição de decreto
De modo diferente da contratação dos servidores, pelo Poder Executivo.
os empregados públicos são contratados mediante
regime celetista, isto é, com aplicação das regras pre- z Investidura na Função
vistas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Trata-se de uma vinculação contratual. A contratação Para ocupar um cargo público, é necessário haver
de empregados públicos dá-se, em regra, pelas pes- o seu devido provimento, ou seja, deve haver um ato
soas jurídicas de direito privado integrantes da Admi- administrativo constitutivo e hábil para a investidu-
nistração Indireta (empresas públicas, sociedades de ra do servidor no respectivo cargo. Com relação aos
economia mista, consórcios etc.). Além disso, o ingres- requisitos para a investidura em cargo público, dis-
so de tais pessoas também depende da sua aprovação põe o art. 5º, da Lei n° 8.112, de 1990:
em concurso público.
O regime dos empregados públicos é menos prote- Art. 5º São requisitos básicos para investidura em
tivo do que o regime estatutário. Isso se deve ao fato de cargo público:
que os empregados públicos não gozam da estabilida- I - a nacionalidade brasileira;
de que os servidores possuem. Ao serem empossados, II - o gozo dos direitos políticos;
III - a quitação com as obrigações militares e
os empregados passam por um período de experiên-
eleitorais;
cia de 90 dias. Todavia, mesmo após esse período, os
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
empregados públicos podem ser dispensados.
do cargo;
A diferença dos empregados públicos para com os V - a idade mínima de dezoito anos;
demais consiste no fato de que a sua demissão será VI - aptidão física e mental.
sempre motivada, após regular processo administra-
tivo, mediante contraditório e ampla defesa. Impor- O rol apresentado no art. 5° é meramente exem-
tante lembrar que, para a Administração Pública, plificativo, pois a depender das atribuições do cargo
a motivação de seus atos, bem como o tratamento almejado, podem existir outros requisitos exigidos
impessoal e a finalidade pública, são princípios nor- para ocupação e posse. Observe, ainda, que tais requi-
teadores de sua atuação. Uma demissão imotivada de sitos que forem exigidos devem ser comprovados

60
um empregado público seria absolutamente inadmis- somente no momento da posse.

8-
sível nessas condições. Conforme aludido no art. 7º, da Lei n° 8.112, de

48
1990, a investidura em cargo público ocorrerá com a

6.
REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS: posse.
A LEI N° 8.112, DE 1990
.15
20

z Provimento
-4

O regime dos servidores públicos possui ampla


previsão normativa. Além do renomado art. 37, da Há diversas formas de provimento dos cargos
ra

Constituição Federal, no âmbito infraconstitucional


ei

públicos, podendo ser classificado em dois grupos:


liv

temos a Lei nº 8.112, de 1990 (Estatuto dos Servido-


res Públicos Federais), isto é, a legislação que institui
O

„ Quanto à durabilidade: o provimento pode ser de


o regime jurídico dos servidores públicos da União,
de

caráter efetivo, capaz de garantir estabilidade e


autarquias, fundações, agências reguladoras e asso- até mesmo vitaliciedade para o ocupante; ou em
os

ciações, todas em âmbito federal. Bastante exigida em comissão, quando o referido cargo não goza de
am

concursos públicos, convém salientar as principais estabilidade, podendo o servidor ser destituído ad
características a respeito do regime dos servidores
R

nutum, isto é, de forma unilateral, sem a anuência


e

públicos: do servidor;
m

„ Quanto à preexistência de vínculo: temos o provi-


er

Dos Cargos Públicos: Conceito, Investidura na mento originário, que não depende de vinculação
lh

Função Pública, Provimento, Vacância


ui

jurídica anterior com o Estado (nomeação); ou deri-


G

vado, se o referido servidor já possuía algum vínculo


z Conceito com o Estado (promoção, remoção, readaptação).

Para todos os efeitos legais, o servidor público está O art. 8º, da Lei n° 8.112, de 1990, dispõe sobre as
intrinsecamente ligado à noção de cargo público. Con- formas de provimento em cargos públicos:
forme dispõe o art. 3° do Estatuto dos Servidores, cargo
público é o conjunto de atribuições e responsabilidades „ Nomeação: trata-se da única forma de provi-
previstas na estrutura organizacional que devem ser mento originário, uma vez que não exige uma
cometidas a um servidor. A expressão “cometida” no relação jurídica prévia do servidor para com o
contexto do artigo de lei refere-se às atribuições e res- Estado. A nomeação depende sempre de pré-
ponsabilidades que são atribuídas ao servidor público via habilitação em concurso público de provas,
em decorrência do cargo público ocupado. Os cargos ou de provas e títulos. Além disso, a nomeação
públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados poderá ser promovida não somente em caráter
por lei, com denominação própria e vencimento pago efetivo, como também para os cargos de con-
pelos cofres públicos, para provimento em caráter fiança ou em comissão (incisos I e II, dos arts.
244 efetivo ou em comissão. 9º e 10, da Lei nº 8.112, de 1990);
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Promoção: é uma forma de provimento deriva- motivo injusto pode advir de qualquer evento, como
do, haja vista que ela beneficia somente os ser- ter sido erroneamente acusado de ter praticado
vidores que já ingressaram em cargos públicos uma transgressão (falaremos das transgressões em
em caráter efetivo. Os demais requisitos para momento posterior). Carlos, então, resolveu ingres-
o ingresso e o desenvolvimento do servidor na sar com ação em juízo e por meio de decisão judi-
carreira, mediante promoção, serão estabeleci- cial (ou administrativa) conseguiu comprovar que a
dos pela lei que fixar as diretrizes do sistema sua demissão foi injusta, ficando determinada a sua
de carreira na Administração Pública Federal e invalidação. Com isso, ele pode ser reintegrado ao seu
seus regulamentos (parágrafo único, art. 10, da cargo a fim de voltar a desempenhar suas funções na
Lei nº 8.112, de 1990); repartição pública.
„ Readaptação: é, também, uma forma de pro- É proibida a criação de cargos excessivos pela
vimento derivado, pois trata-se de hipótese Administração Pública, tendo em vista que em toda
de atribuição ao servidor para um cargo com repartição existe um número exato de cargos a serem
funções e responsabilidades distintas e com- ocupados pelos servidores.
patíveis com a limitação que tenha sofrido em Logo, no exemplo apresentado, o cargo perten-
sua capacidade física ou mental, verificada ce originalmente a Carlos. Assim, o servidor Márcio,
em inspeção médica. Assim, por exemplo, um que estava ocupando o lugar de Carlos durante sua
motorista de ônibus que sofre acidente e acaba ausência, deverá ser reconduzido para o seu cargo de
perdendo algum membro essencial para diri- origem ou, não sendo possível, devido à extinção do
gir poderá ser readaptado para executar uma cargo nesse período, poderá ser aproveitado em outro
função similar, mas não idêntica à anterior. Na cargo similar.
hipótese do servidor readaptando se mostrar Não havendo outro cargo similar, Márcio será pos-
completamente inválido para exercer qualquer to em disponibilidade.
cargo, ele será compulsoriamente aposentado; Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
„ Reversão: outra forma de provimento deri- pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
vado, em que temos o retorno à atividade de à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ain-
um servidor aposentado por invalidez, ou por da, posto em disponibilidade (§ 2º, art. 28, idem).
puro e simples interesse da Administração, A disponibilidade é uma garantia de caráter pro-
desde que (art. 25, do Estatuto dos Servidores tecionista atribuída pela Constituição Federal ao ser-
Públicos): vidor público estável, cuja finalidade é resguardar o
vínculo do servidor com a Administração Pública, de
maneira a não ser excluído dos quadros de pessoal

60
Art. 25 [...]
II - [...] quando seu cargo for declarado desnecessário ou

8-
a) tenha solicitado a reversão; extinto. Durante o período em que o servidor perma-

48
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; necer disponível, sua remuneração é mantida.

6.
c) estável quando na atividade; 15
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos „ Recondução: por fim, a recondução é a forma
.
20

anteriores à solicitação; de provimento derivado consistente no retorno


-4

e) haja cargo vago do servidor público estável ao cargo anterior-


ra

mente ocupado, e decorrerá de inabilitação em


ei

A reversão far-se-á para o mesmo cargo ou para o estágio probatório relativo a outro cargo, ou
liv

cargo resultante de sua transformação. Em termos de ainda pela reintegração do anterior ocupante
O

remuneração, o servidor que retornar à atividade por (I e II, art. 29, da Lei nº 8.112, de 1990). Uma
de

interesse da Administração perceberá a remuneração situação excepcional é a da extinção do cargo


do cargo que voltar a exercer, em substituição da apo- durante o período de estágio probatório. Nes-
os

sentadoria que recebia (§ 4º, art. 25, idem); sas condições, segundo a Súmula n° 22, do STF,
am

inexiste direito à recondução, e o servidor será


R

„ Aproveitamento: mais uma forma de provi- exonerado.


e

mento derivado, consistente no retorno de ser-


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


vidor em disponibilidade, sendo seu regresso É o caso do servidor Márcio, já mencionado duran-
er

obrigatório para cargo de atribuições e venci- te a reintegração do servidor Carlos. A recondução


lh
ui

mentos compatíveis com os do anteriormente tem prioridade em relação a pôr o servidor em dis-
G

ocupados (art. 30, da Lei nº 8.112, de 1990). Será ponibilidade. Colocar o servidor em disponibilidade
tornado sem efeito o aproveitamento e cassa- é considerada uma última medida, pois o correto é a
da a disponibilidade se o servidor não entrar Administração fazer com que todos os servidores que
em exercício no prazo legal, salvo comprovada contratou estejam efetivamente no exercício de suas
doença por junta médica oficial (art. 32, idem); atividades, de modo a evitar a oneração dos cofres
„ Reintegração: é a forma de provimento deri- públicos com servidores inativos que continuam a
vado que ocorre pela reinvestidura do servidor receber remuneração e outros benefícios.
estável no cargo anteriormente ocupado, ou
no cargo resultante de sua transformação, na z Vacância
hipótese de sua demissão ser invalidada por
decisão judicial ou administrativa, tendo direi- A Lei nº 8.112, de 1990, também faz menção das
to também ao ressarcimento de todas as vanta- hipóteses de vacância, isto é, são hipóteses em que o
gens (caput, art. 28, Lei nº 8.112, de 1990). servidor deixa o cargo ocupado anteriormente. Essas
situações podem ser de caráter definitivo, como, por
Suponha que, em uma situação anterior, o servi- exemplo, a extinção do cargo público, ou quando
dor Carlos foi demitido por um motivo injusto. Esse ocorre a troca do cargo ocupado pelo servidor. 245
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Art. 33 São formas de vacância dos cargos públicos: III - manutenção da essência das atribuições do
I - exoneração; cargo;
II - demissão; IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e
III - promoção; complexidade das atividades;
IV (REVOGADO); V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
V (REVOGADO); habilitação profissional;
VI - readaptação; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e
VII - aposentadoria; as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
VIII - posse em outro cargo inacumulável;
IX - falecimento. A substituição encontra-se disposta no art. 38, do
Estatuto. Segundo o caput desse dispositivo, os servi-
Observe que algumas das hipóteses de vacância dores investidos em cargo ou função de direção ou
são as mesmas das hipóteses de provimento. Isso chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial
ocorre porque, como mencionamos, o provimento terão substitutos indicados no regimento interno ou,
derivado dos cargos públicos pressupõe uma relação no caso de omissão, previamente designados pelo
jurídica anterior entre o servidor e a Administração dirigente máximo do órgão ou entidade.
Pública. Nessas hipóteses (readaptação, promoção), o A substituição é uma troca de um servidor por
Poder Público necessita extinguir um cargo público outro, aplicável somente para os cargos de comis-
(uma relação jurídica anterior) para criar um cargo são ou função de direção e chefia, bem como cargos
novo. de Natureza Especial. O servidor substituto indica-
Dessas hipóteses, a que merece maiores escla- do assume, automaticamente, o exercício do cargo,
recimentos é a exoneração. Nas linhas do art. 35, a nos casos de afastamentos, impedimentos legais ou
exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do ser- regulamentares do titular, bem como na hipótese de
vidor, ou de ofício. Quando de ofício, a exoneração vacância do cargo.
será realizada quando não satisfeitas as condições do Um direito muito importante do servidor substitu-
estágio probatório; ou ainda quando, tendo tomado to é que ele pode optar, entre o cargo que ocupava
posse, o servidor não entrar em exercício no prazo antes e o cargo que passa a ocupar pela substituição,
estabelecido. pela remuneração mais vantajosa (§ 2º, art. 38). Seria
A remoção é elencada no art. 36, da Lei nº 8.112, injusto o substituto ganhar menos do que recebia
de 1990. Pelo disposto no caput do referido artigo, antes da substituição.
remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem Das Prerrogativas, dos Direitos, das Vantagens e das

60
mudança de sede. A remoção não é uma forma de pro- Autorizações dos Servidores Públicos

8-
vimento em cargo público.

48
O artigo ainda apresenta algumas modalidades de A prerrogativa é qualquer situação de vantagem

6.
remoção, que podem ser: obtida pela natureza de um cargo ou de uma função. No
15
caso dos agentes públicos, existem algumas prerrogati-
.
20

Art. 36 [...] vas que são comuns para todo e qualquer cargo público,
-4

Parágrafo único. [...] e existem algumas prerrogativas que são mais restritas,
I - de ofício, no interesse da Administração;
ra

exclusivas apenas para alguns cargos. Geralmente essas


II - a pedido, a critério da Administração;
ei

prerrogativas mais exclusivas são aplicáveis para os car-


liv

III - a pedido, para outra localidade, independente- gos militares e para os cargos de natureza política.
mente do interesse da Administração:
O

No momento, é importante focar nas prerrogativas


a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, tam-
de

que se aplicam para todos os servidores públicos, que


bém servidor público civil ou militar, de qualquer ocupam cargos públicos em geral. A primeira grande
os

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito


prerrogativa diz respeito à estabilidade.
am

Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-


A estabilidade é a condição que o servidor público
resse da Administração;
R

atinge após completar alguns requisitos. O seu princi-


b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
e

pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor


m

panheiro ou dependente que viva às suas expensas


público não pode ser demitido por razões de conve-
er

e conste do seu assentamento funcional, condicio-


niência ou oportunidade pela Administração. Ela não
lh

nada à comprovação por junta médica oficial;


ui

c) em virtude de processo seletivo promovido, na pode demitir o servidor estável “porque não quer
G

hipótese em que o número de interessados for supe- mais” trabalhar com ele.
rior ao número de vagas, de acordo com normas Segundo o art. 21, do Estatuto dos Servidores
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que Públicos Civis da União, uma vez que o servidor seja
aqueles estejam lotados. habilitado em concurso público e empossado em car-
go de provimento efetivo adquirirá estabilidade no
A redistribuição é o deslocamento de cargo para serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do exercício.
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entida- Interessante observar que a Constituição Federal
de do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão de 1988 também prevê a prerrogativa de estabilida-
central do SIPEC, segundo o que dispõe o art. 37, do de em seu art. 41. Todavia, os requisitos são distintos:
referido Estatuto, desde que sejam observados os para o Texto Constitucional, o servidor público só
seguintes preceitos: adquire estabilidade após completar 3 (três) anos de
efetivo exercício.
Art. 37 [...] Isso não significa que, uma vez o servidor estando
I - interesse da administração; estável no seu cargo, ele pode fazer o que quiser e não
246 II - equivalência de vencimentos; sofrerá nenhuma punição. A estabilidade não lhe dá
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
“carta branca” para agir como bem entender. Por isso, A Lei nº 8.112, de 1990, em seus arts. 40 e 41, elen-
o conteúdo do art. 22, da Lei nº 8.112, de 1990: ca diversos direitos e gratificações aos servidores
públicos, os quais são de grande importância conhe-
Art. 22 O servidor estável só perderá o cargo em cer. Vejamos os principais direitos:
virtude de sentença judicial transitada em julgado
ou de processo administrativo disciplinar no qual z Vencimentos: vencimentos está para o servidor
lhe seja assegurada ampla defesa. assim como o salário está para o empregado. Con-
siste na retribuição pecuniária pelo exercício do
O Texto Constitucional vai um pouco além: ele pre- cargo público, cujo valor é previamente fixado
vê ao todo, quatro modalidades de demissão de servi- em lei. Os vencimentos de cargos efetivos são, em
dor estável. São elas: regra, irredutíveis;
z Remuneração: é mais abrangente. É o vencimen-
z Por sentença judicial transitada em julgado: é to do cargo, somado a todas as outras vantagens
a forma mais demorada para se demitir um servi- pecuniárias estabelecidas em lei. O menor valor
dor, considerando todo o aspecto burocrático exis- pago ao servidor público, independentemente de
tente no processo judicial. O trânsito em julgado da sua vinculação, é o valor do salário mínimo vigen-
sentença somente ocorre quando esgotados todos te (§ 3º, art. 39, da CF, de 1988).
os recursos cabíveis;
z Mediante processo administrativo em que lhe
seja assegurada ampla defesa. As regras referentes Importante!
ao Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD)
serão vistas mais adiante; O art. 39, da Constituição Federal, apresenta
z Mediante procedimento de avaliação periódica de algumas regras gerais sobre o regime dos servi-
desempenho, na forma de lei complementar, assegu- dores públicos. Dentre as regras constitucionais,
rada ampla defesa: quem não for aprovado na ava- o § 1º do referido dispositivo prevê que a fixação
liação periódica de desempenho pode ser exonerado dos padrões de vencimento e dos demais com-
de seu cargo público, independentemente de ter com- ponentes do sistema remuneratório observará
pletado o período de efetivo exercício; três aspectos: a natureza, o grau de responsabili-
z Por excesso de gasto com pessoal: as hipóteses 1 dade e a complexidade dos cargos componentes
a 3 estão previstas nos incisos do art. 41. Todavia, de cada carreira; os requisitos para a investidura;
essa última hipótese encontra-se disposta no inciso e também as peculiaridades dos cargos.

60
II, § 3º, art. 169, da CF, de 1988. Sob o aspecto orça-

8-
mentário e financeiro, não pode a Administração

48
Pública realizar gastos superiores àqueles previs- z Regime de subsídios: trata-se de uma forma espe-

6.
tos em seu orçamento anual. Com isso, havendo a cial de remuneração, feita em uma única parcela.
necessidade, é possível, sim, que um servidor está-
.15
O regime de subsídios, previsto no § 4º, art. 39, da
20
vel seja exonerado de seu cargo apenas por moti- CF, de 1988, foi introduzido com a finalidade de
coibir os “supersalários” comumente existentes no
-4

vos de “balancear” as contas públicas.


regime de servidores públicos brasileiros. Impor-
ra

Outra prerrogativa que merece maior destaque é tante ressaltar que recebem por subsídios somen-
ei

a vitaliciedade. É um instituto bastante parecido com te os Chefes do Poder Executivo, parlamentares,


liv

a estabilidade, mas não pode ser confundido com a magistrados, ministros de Estado, secretários esta-
O

mesma. A vitaliciedade não é adquirida por qualquer duais, membros do Ministério Público e da Advo-
de

servidor: ela é somente concedida para alguns cargos cacia Pública, entre outros.
os

públicos especiais.
am

São considerados cargos vitalícios, segundo a Das Vantagens


R

própria Constituição Federal: os cargos de Magis-


À luz do disposto no art. 49, do Estatuto, além dos
e

tratura (inciso I, art. 95), os membros do Ministério


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


Público (“a”, § 5º, art. 128) e os cargos ocupados pelos vencimentos, aos funcionários públicos serão pagas
er

membros do Tribunal de Contas da União ou TCU (§ as seguintes vantagens: as indenizações, as gratifica-


lh

3º, art. 73). ções e os adicionais.


ui
G

A vitaliciedade é um instituto ainda mais forte do


que a estabilidade. Uma vez que a pessoa ocupe um z Das Indenizações
desses cargos vitalícios, ela somente pode ser exone-
rada mediante sentença judicial transitada em julga- Indenizações são valores pagos aos servidores,
do. Essa é a única hipótese de exoneração, motivo pelo mas que não integram seus vencimentos. O Esta-
qual ela garante uma prerrogativa maior do que ape- tuto prevê algumas hipóteses de recebimento de
nas a estabilidade. indenizações:
Das hipóteses de exoneração, apesar de ser um aspec-
to relativo ao Regime de Previdência, é também conside- „ Ajuda de custo por mudança (art. 53): devida
rada como uma forma de exoneração a aposentadoria como forma de compensar as despesas de ins-
compulsória, isto é, a concessão do referido benefício talação de servidor que tiver exercício em nova
previdenciário quando o servidor estável ou vitalício sede, ocorrendo mudança de seu domicílio;
completar 75 (setenta e cinco) anos de idade. A diferença „ Ajuda de custo por falecimento (§ 2º, art. 53):
é que, no caso da aposentadoria compulsória, o servidor devido à família do servidor que vier a falecer
para de trabalhar, mas continua recebendo uma “remu- na nova sede, sendo devido para custear o
neração”, chamada de provento. transporte para a localidade de origem; 247
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Diárias por deslocamento (art. 58): devida ao IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
servidor que se afastar, por motivos de serviço, provas de exames de vestibular ou de concurso
da sede em caráter transitório, para outro local público ou supervisionar essas atividades.
dentro ou fora do país, receberá tal indenização
como forma de ajuda no custeio de passagens O servidor, em relação às férias, fará jus a trin-
e diárias destinadas a indenizar as parcelas ta dias de licença para cada 12 meses de serviço, que
de despesas extraordinárias com pousada, ali- podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío-
mentação e locomoção urbana. O § 3º, do art. dos, no caso de necessidade do serviço (art. 77, Lei nº
59, prevê que o servidor que receber diárias e 8.112, de 1990). Poderão ser parceladas em até três
não se afastar da sede, por qualquer motivo, períodos, desde que assim requeridas pelo servidor, e
fica obrigado a restituí-las integralmente, no no interesse da administração pública, na forma do §
prazo de 5 (cinco) dias; 3º, do mesmo dispositivo legal.
„ Transporte (art. 60): será concedida inde-
nização ao funcionário público que realizar Das Licenças
despesas com a utilização de meio próprio de
locomoção para a execução de serviços exter- As licenças são uma espécie de afastamento com
nos, por força das atribuições próprias do car- algumas características próprias. Ou seja, os casos de
go, conforme disposto em regulamento; licença ocorrem, via de regra, por interesse e a pedido
„ Auxílio-moradia (art. 60-A): trata-se de res- do particular. Estão dispostas nos arts. 81 e seguintes,
sarcimento das despesas comprovadamente da Lei dos Servidores Públicos Federais. De acordo
realizadas pelo servidor com aluguel de mora- com o art. 81, conceder-se-á licença ao servidor:
dia ou com hospedagem realizado por algum
Art. 81 [...]
hotel, dependendo do preenchimento de alguns
I - por motivo de doença em pessoa da família;
requisitos, como não ter um imóvel funcional
disponível para uso, seu cônjuge não ser ocu-
Essa licença somente poderá ser concedida se for
pante de imóvel funcional, ou que nenhuma
indispensável assistência direta do servidor, de forma
outra pessoa que resida com o servidor receba
que não possa ser prestada simultaneamente com o
a mesma indenização etc.
exercício das funções públicas, pelo que dispõe o § 1º,
do art. 83, da Lei nº 8.112, de 1990.
z Gratificações, Adicionais e Retribuições

60
Art. 83 [...]

8-
O art. 61, do Estatuto dos Servidores Públicos, tam- II - por motivo de afastamento do cônjuge ou

48
bém prevê o pagamento das seguintes gratificações: companheiro;

6.
Art. 61 [...] 15
Trata-se de licença que poderá ser deferida ao ser-
.
I - retribuição pelo exercício de função de direção,
20

vidor para acompanhar cônjuge que foi deslocado


chefia e assessoramento;
-4

para outro ponto do território nacional, para o exte-


II - gratificação natalina; rior ou para exercer mandato eletivo dos poderes
ra

III – revogado;
executivo e legislativo. Nesse caso, a licença será por
ei

IV - adicional pelo exercício de atividades insalu-


liv

prazo indeterminado e sem remuneração, nos temos


bres, perigosas ou penosas;
O

do caput e § 1º, do art. 84, da Lei n° 8.112, de 1990.


V - adicional pela prestação de serviço
de

extraordinário;
Art. 84 [...]
os

VI - adicional noturno;
III - para o serviço militar (art. 85 da Lei 8.112, de
VII - adicional de férias;
am

1990);
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
IV - para atividade política;
R

trabalho;
e

IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.


m

Segundo o art. 86, da Lei n° 8.112, de 1990, o servi-


er

dor terá direito à licença, sem remuneração, durante


lh

Gratificação de encargo por curso o concurso é


o período que mediar entre a sua escolha em con-
ui

decida ao servidor que (art. 76-A):


G

venção partidária, como candidato a cargo eletivo, e


a véspera do registro de sua candidatura perante a
Art. 76-A [...]
Justiça Eleitoral, e a partir do registro da candidatura
I - atuar como instrutor em curso de formação, de
desenvolvimento ou de treinamento regularmen-
e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor
te instituído no âmbito da administração pública fará jus à licença, assegurados os vencimentos do car-
federal; go efetivo, somente pelo período de três meses (§ 2º,
II - participar de banca examinadora ou de comis- do mesmo artigo).
são para exames orais, para análise curricular,
para correção de provas discursivas, para elabora- Art. 86 [...]
ção de questões de provas ou para julgamento de V - para capacitação;
recursos intentados por candidatos;
III - participar da logística de preparação e de reali- Após cada quinquênio do efetivo exercício públi-
zação de concurso público envolvendo atividades de co, sendo do interesse da Administração, o servidor
planejamento, coordenação, supervisão, execução poderá se afastar do cargo com a efetiva remunera-
e avaliação de resultado, quando tais atividade não ção, por até três meses, para fazer curso de capacita-
248 tiverem incluídas em suas funções permanentes; ção profissional (art. 87, da Lei nº 8.112, de 1990).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 87 [...] § 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor
VI - para tratar de interesses particulares; contribuirá para a seguridade social como se em
exercício estivesse.
A critério da Administração Pública, poderá ser § 2º O servidor investido em mandato eletivo ou
concedida somente ao servidor público que ocupe classista não poderá ser removido ou redistribuí-
cargo efetivo (desde que não esteja em estágio proba- do de ofício para localidade diversa daquela onde
exerce o mandato.
tório), licença para cuidar de interesse particulares
por até três anos consecutivos, sem o recebimento de
remuneração (art. 91, da Lei nº 8.112, de 1990). Para que o servidor público possa se afastar de
suas funções para o estudo ou missão no exterior, a
Art. 91 [...] Lei nº 8.112, de 1990, também apresenta algumas
VII - para desempenho de mandato classista. regras a serem observadas com disposição nos arts.
95 e 96:
Nessa situação será concedida licença sem remu-
Art. 95 O servidor não poderá ausentar-se do País
neração ao servidor que for desempenhar mandato
para estudo ou missão oficial, sem autorização do
em confederação, federação, associação de classe de
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do
âmbito nacional, sindicato representativo de catego- Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribu-
ria ou entidade fiscalizadora de profissão (art.92, da nal Federal.
Lei nº 8.112, de 1990). § 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e
Apesar de haver previsão para concessão de licen- finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
ça por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipótese período, será permitida nova ausência.
acabou sendo revogada pela Lei nº 9.527, de 1997. § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
As licenças, como se depreende, são hipóteses de artigo não será concedida exoneração ou licença
desligamento temporário do servidor com o seu res- para tratar de interesse particular antes de decor-
pectivo cargo, havendo uma expectativa para o seu rido período igual ao do afastamento, ressalvada a
retorno. As licenças poderão ser concedidas com ou hipótese de ressarcimento da despesa havida com
sem remuneração, a depender de cada situação. seu afastamento.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servi-
dores da carreira diplomática.
Dos Afastamentos
[...]
Art. 96 O afastamento de servidor para servir em
Os afastamentos propriamente ditos não se con- organismo internacional de que o Brasil participe

60
fundem com as licenças já estudadas. Trata-se de ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da

8-
hipóteses em que ocorre o afastamento do servidor remuneração.

48
de suas funções por determinação da administração

6.
pública, e, em regra, o servidor receberá sua remu- O afastamento do servidor com a finalidade de
neração integral. A previsão legal está elencada nos 15
participação em programa de pós-graduação stricto
.
arts. 93 e seguintes, da Lei nº 8.666, de 1990. São qua-
20
sensu no país, no interesse da Administração Pública,
tro hipóteses:
-4

acontecerá desde que a participação não possa ocor-


rer simultaneamente com o exercício do cargo ou
ra

z para servir a outro órgão ou entidade; mediante compensação de horário, art. 96-A, da Lei
ei

z para exercício de mandato eletivo; nº 8.112, de 1990. O servidor continuará a receber sua
liv

z para estudos ou missões no exterior; remuneração no período em que estiver cursando sua
O

z para participação em programa de pós-graduação especialização.


de

stricto sensu dentro do País. Para compreender melhor a diferença entre licen-
os

ças e afastamentos, segue uma tabela explicativa.


am

A hipótese arrolada no inciso I tem sua regulamen-


tação no art. 93, e será cedida ao servidor nas seguin- LICENÇA AFASTAMENTO
R

tes condições: para exercício de cargo em comissão


e

Finalidade é de interesse
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


ou função de confiança e em casos previstos em leis Finalidade é de interesse exclu-
do agente e da Adminis-
er

específicas. sivo do agente público


tração Pública
lh

O art. 94, da Lei nº 8.112, de 1990, traz as especifi-


ui

cações necessárias para o afastamento para exercício Ex: realização de espe-


G

Ex: doença do cônjuge/mem-


de mandato eletivo: cialização; realização de
bro da família; para exercer
missão no exterior; para
atividade política; para tratar
Art. 94 Ao servidor investido em mandato eletivo servir a outro órgão/
de interesses particulares
aplicam-se as seguintes disposições: entidade
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou dis- Possui prazos mais curtos Possui prazos mais lon-
trital, ficará afastado do cargo; (dias, semanas) gos (meses, anos)
II - investido no mandato de Prefeito, será afasta-
do do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração; Uma questão que costuma cair com bastante fre-
III - investido no mandato de vereador: quência nas provas de concurso público é sobre a
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá remuneração de servidor afastado para exercício de
as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remu- mandato eletivo (art. 94, Lei nº 8.112, de 1990). A regra
neração do cargo eletivo; geral é que, para exercer um mandato eletivo, o ser-
b) não havendo compatibilidade de horário, será vidor deve se afastar do cargo e deixar de receber a
afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela remuneração do mesmo. Porém, tratando-se de exer-
sua remuneração. cício de mandato de Prefeito, o servidor afastado 249
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poderá optar, dentre as duas remunerações, por Ministério da Fazenda. Esse regime é compulsório
aquela que lhe for mais vantajosa (valores maiores, para o servidor público do ente federativo que o tenha
mais benefícios etc.). instituído, com teto e subtetos definidos pela Emenda
Outro aspecto importante: no caso de mandato de Constitucional nº 41, de 2003.
Vereador, o servidor poderá exercer os dois car- Mas o Regime de Previdência dos Servidores tam-
gos e receber ambas as remunerações, desde que bém possui dispositivos previstos na Lei nº 8.112, de
comprovada a compatibilidade de horários (atua 1990. Segundo o art. 184, da referida lei,
como Vereador de dia e como agente público de noite,
e vice-versa). Sendo incompatível o horário dos dois Art. 184 O Plano de Seguridade Social visa a dar
cargos, o Vereador pode optar pela remuneração mais cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor
vantajosa, igual ao Prefeito. Isso é assim porque, mui- e sua família, e compreende um conjunto de benefí-
tas vezes, a remuneração dos Prefeitos e Vereadores cios e ações que atendam às seguintes finalidades:
de pequenos Municípios costuma ser menor do que I - garantir meios de subsistência nos eventos de
a remuneração do cargo público anterior, e ele pode doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, ina-
facilmente se locomover de um ambiente de trabalho tividade, falecimento e reclusão;
para outro nesse município de porte menor. II - proteção à maternidade, à adoção e à
paternidade;
Das Concessões III - assistência à saúde.

Diz respeito às ocasiões em que o servidor poderá De modo geral, pode-se dizer que ao servidor é
se ausentar do serviço e não deixará de receber remu- garantido os seguintes benefícios previdenciários:
neração, de acordo com o art. 97, da Lei nº 8.112, de
1990. z Aposentadoria: possui previsão tanto na Cons-
tituição Federal quanto na Lei nº 8.112, de 1990.
Art. 97 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor O Regime Próprio de Previdência dos Servido-
ausentar-se do serviço:
res (RPPS) também sofreu alterações na chama-
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
da “Reforma da Previdência”, promulgada pela
II - pelo período comprovadamente necessário para
Emenda Constitucional nº 103, de 2019. Com isso,
alistamento ou recadastramento eleitoral, limita-
do, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; temos dois textos normativos que, até o presente
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: momento, dispõem sobre a aposentadoria.
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, À luz da Constituição Federal (art. 40), o servidor

60
madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob será aposentado:

8-
guarda ou tutela e irmãos.

48
z Por incapacidade permanente para o trabalho, no

6.
Do Direito de Petição cargo em que estiver investido, quando insuscetível
15
de readaptação. O Texto Constitucional explicita que
.
20

É importante ressaltar que ao servidor é conferido será obrigatória a realização de avaliações periódicas
-4

direito de petição, na forma do art. 104 e seguintes, para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
ra

da Lei nº 8.112, de 1990, para requerer direitos e inte-


ei

resses próprios em face do Poder Público. de lei do respectivo ente federativo;


liv

O requerimento será dirigido à autoridade compe- z Compulsoriamente, com proventos proporcionais


O

tente para decidi-lo e na sequência encaminhado por ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
de

intermédio daquela a qual o servidor estiver imedia- idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na
tamente subordinado, nos termos do art. 105, da refe- forma da lei complementar nº 152, de 2015. Essa lei
os

rida legislação. complementar dispõe sobre a aposentadoria com-


am

Deve ser respeitado o princípio do contraditório e pulsória com proventos proporcionais, sendo apli-
R

da ampla defesa, dando espaço para que tanto o servi- cável aos servidores ocupantes de cargos públicos
e

dor público como o Estado possam impugnar todos os da União, Estados, Municípios, Distrito Federal e
m

pontos do requerimento, apresentar sua defesa técni- suas autarquias e fundações; aos membros do Poder
er

ca escrita e interpor recursos (art. 107, Lei nº 8.666, de Judiciário; aos membros do Ministério Público; e aos
lh
ui

1990) das decisões que lhe prejudicarem. membros da Defensoria Pública;


G

O direito de requerer decai: em 5 (cinco) anos, z Voluntariamente, no âmbito da União, aos 62


quanto aos atos de demissão e de cassação de apo- (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65
sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interes- (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no
se patrimonial e créditos resultantes das relações de âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
trabalho; ou em 120 (cento e vinte) dias, nos demais cípios, na idade mínima estabelecida mediante
casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. emenda às respectivas Constituições e Leis Orgâ-
nicas, observados o tempo de contribuição e os
Do Regime Previdenciário (RPPS) demais requisitos estabelecidos em lei comple-
mentar do respectivo ente federativo.
Servidor público não é empregado. Por isso, não se
aplica a ele o Regime Geral de Previdência, conhecido Com base na Lei n° 8.112, de 1990 (art. 186), ao
também como RGPS. Os servidores possuem um regi- servidor federal poderá ser concedido aposentadoria:
me próprio denominado Regime Próprio de Previdên-
cia dos Servidores (ou RPPS). z Aposentadoria por invalidez permanente, sendo
O regime em questão tem suas políticas elabora- os proventos integrais quando decorrente de aci-
250 das e executadas pela Secretaria de Previdência do dente em serviço, moléstia profissional ou doença
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grave, contagiosa ou incurável, especificada em primeiro mês após o parto, e terá duração de ses-
lei, e proporcionais nos demais casos (inciso I, do senta dias. Trata-se de uma inovação trazida pelo
art. 186); Decreto nº 6.690, de 2008. Pelo nascimento ou ado-
z Aposentadoria compulsória, aos setenta anos de ção de filhos, o servidor terá direito à licença-pa-
idade, com proventos proporcionais ao tempo de ternidade de 5 (cinco) dias consecutivos;
serviço (inciso II, do art. 186); z Licença por acidente em serviço (art. 212): o
z Aposentadoria voluntária, de acordo com os Estatuto considera como acidente em serviço o
seguintes critérios de idade e de contribuições: aos dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se
35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos relacione, mediata ou imediatamente, com as atri-
30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; aos buições do cargo exercido. O servidor acidente em
30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções serviço receberá remuneração integral;
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se z Pensão por morte (art. 215): esse é um dos raros
professora, com proventos integrais; aos 30 (trinta) benefícios que não é devido ao servidor (por moti-
anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cin- vos óbvios), mas a seus dependentes, incluindo nesse
co) se mulher, com proventos proporcionais a esse grupo o cônjuge, o cônjuge divorciado ou separado
tempo; aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se judicialmente ou de fato; o companheiro ou compa-
homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com pro- nheira que comprove união estável como entidade
ventos proporcionais ao tempo de serviço (alíneas familiar; ou ainda o filho de qualquer condição, ou
a, b e c, inciso III, do art. 186). seja, todos os entes equiparados a filho (enteado,
menor tutelado), desde que preencha as seguintes
condições: a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; b)
Importante! seja inválido; c) tenha deficiência grave; ou ainda d)
Com a entrada em vigor da Emenda Constitucio- tenha deficiência intelectual ou mental;
nal nº 103, de 2019, as regras para a aposenta- z Auxílio-funeral: trata-se de benefício devido à
família do servidor falecido na atividade ou apo-
doria voluntária dos agentes públicos sofreram
sentado, em valor equivalente a um mês da remu-
algumas alterações. As chances de uma questão
neração ou provento, que será pago à pessoa da
sobre essas novas regras caírem em uma prova
família que tiver custeado o funeral, segundo o
no momento são pequenas, mas é importante que dispõe o caput e § 3º, do art. 226, da Lei nº
se prevenir. Existem também regras de transição 8.112, de 1990;
mais específicas, as quais devem ser conheci- z Auxílio-reclusão (art. 229): outro benefício tam-
das pelo candidato, ao menos um pouco. Por

60
bém devido aos dependentes do servidor, cujo
isso, uma leitura da emenda constitucional 103,

8-
valor poderá ser:
de 2019, na íntegra, é altamente recomendada.

48
Art. 229 [...]

6.
15
I - dois terços da remuneração, quando afastado
z Auxílio-natalidade (art. 196): o auxílio-natalida- por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva,
.
20

de é devido à servidora por motivo de nascimento determinada pela autoridade competente, enquan-
-4

de filho, em quantia equivalente ao menor ven- to perdurar a prisão;


cimento do serviço público, inclusive no caso de II - metade da remuneração, durante o afastamen-
ra

to, em virtude de condenação, por sentença defini-


ei

natimorto;
liv

z Salário-Família (caput e § ° único, do art. 197): tiva, a pena que não determine a perda de cargo.
O

o salário-família é devido ao servidor segundo o


DO REGIME DISCIPLINAR
de

número de dependentes econômicos deste. Para


todos os efeitos, são considerados dependentes
os

Dos Deveres dos Servidores Públicos


econômicos:
am

Apesar da grande quantidade de direitos e van-


R

Art. 197 [...] tagens, o Estatuto dos Servidores Públicos também


e

Parágrafo único. [...] atribui, aos mesmos, diversos deveres, com base no
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive
er

regime disciplinar o qual, se não for atendido, enseja


os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se
lh

a instauração de processo disciplinar para a apuração


estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inváli-
ui

de infrações funcionais.
do, de qualquer idade;
G

II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, median- Os deveres disciplinados pelo Estatuto Federal
te autorização judicial, viver na companhia e às podem ser divididos de duas formas, quais sejam:
expensas do servidor, ou do inativo; deveres que são relacionados ao comportamento fun-
III - a mãe e o pai sem economia própria. cional (obrigações que devem ser cumpridas pelos
servidores; trata-se do inciso I; das alíneas “a”, “b” e
z Licença para tratamento de saúde (art. 202): “c”, do inciso V, e dos incisos VI, VIII e XII, do art. 116)
essa licença dependente de perícia médica, sem e deveres relativos ao comportamento profissional
prejuízo da remuneração a que fizer jus. O servi- (são aqueles comportamentos inerentes às atividades
dor precisa comprovar que realmente está doente profissionais desempenhadas pelos particulares; são
e não pode trabalhar; os incisos II, III, IV, VII, IX, X e XI, do art. 116).
z Licença à gestante, à adotante e licença-pater- Nos termos do art. 116, da Lei nº 8.112, de 1990:
nidade (art. 207): a licença à gestante/adotante/
paternidade será concedida por prazo não supe- Art. 116 São deveres do servidor:
rior a 120 dias, sem prejuízo da remuneração. I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do
Todavia, a servidora gestante poderá prorrogar cargo
esse prazo, desde que o requeira até o final do II - ser leal às instituições a que servir; 251
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - observar as normas legais e regulamentares; Art. 117 [...]
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
manifestamente ilegais; filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou
V - atender com presteza; a partido político;
a) ao público em geral, prestando as informações
requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; A liberdade de associação sindical é um direi-
b) à expedição de certidões requeridas para defesa to fundamental previsto pela Constituição Federal.
de direito ou esclarecimento de situações de inte- Sendo assim, é vedado ao servidor utilizar-se de sua
resse pessoal; hierarquia funcional como meio de coagir outros ser-
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública; vidores a se filiados a algum sindicato ou associação.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade Art. 117 [...]
superior ou, quando houver suspeita de envolvi- VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo
mento desta, ao conhecimento de outra autoridade ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou
competente para apuração; parente até o segundo grau civil;
VII - zelar pela economia do material e a conserva-
ção do patrimônio público; Essa proibição tem o fito de evitar a prática do
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; nepotismo e garantir a aplicação da garantia constitu-
IX - manter conduta compatível com a moralidade
cional da impessoalidade administrativa.
administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Art. 117 [...]
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun-
abuso de poder.
ção pública;
X - participar de gerência ou administração de
Das Proibições sociedade privada, personificada ou não personifi-
cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de
O art. 117, da mesma Lei, impõe aos servidores públi- acionista, cotista ou comanditário;
cos diversas proibições. Trata-se de uma matéria que XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a
exige grande capacidade de memorização, ainda que repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí-
não necessite de um alongamento muito detalhado. cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

60
Art. 117 Ao servidor é proibido:
É proibido ao servidor exercer a chamada advo-

8-
I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
cacia administrativa. Essa é uma situação em que o

48
prévia autorização do chefe imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade agente público, aproveitando de sua influência, faz

6.
competente, qualquer documento ou objeto da uso de sua condição de servidor público para benefi-
15
repartição; ciar as pessoas que estiver representando.
.
20

III - recusar fé a documentos públicos;


-4

Art. 117 [...]


ra

Recusar fé a documentos públicos significa dizer XII - receber propina, comissão, presente ou van-
ei

que o servidor não pode se recusar a receber qual- tagem de qualquer espécie, em razão de suas
liv

quer tipo de documento oficial (documento prove- atribuições;


O

niente de órgãos públicos), com a exceção dos casos XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-
de

do estrangeiro;
em que existir suspeita de fraude ou qualquer outra
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
os

irregularidade.
am

Fica proibido ao servidor público realizar emprés-


Art. 117 [...]
timos com taxas de juros excessivos.
R

IV - opor resistência injustificada ao andamento de


e

documento e processo ou execução de serviço;


m

V - promover manifestação de apreço ou desapreço Art. 117 [...]


er

XV - proceder de forma desidiosa;


lh

no recinto da repartição;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da
ui

repartição em serviços ou atividades particulares;


G

O serviço nas repartições públicas deve ser execu- XVII - cometer a outro servidor atribuições estra-
tado com imparcialidade dos servidores, sendo regra nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
que seja evitado a exposição de convicções particula- emergência e transitórias;
res (ideologias políticas, religiosas etc.) que possam XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam
intervir negativamente no ambiente de trabalho. incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
com o horário de trabalho;
Art. 117 [...] XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora quando solicitado.
dos casos previstos em lei, o desempenho de atri-
buição que seja de sua responsabilidade ou de seu Acumulação de Cargo, Emprego e Função Pública
subordinado;
Sobre a acumulação de cargos, emprego e funções
Atribuir serviço à pessoa de repartição, diversa públicas, deve-se salientar que o ordenamento jurí-
responsabilidade fora de sua competência de atuação. dico brasileiro, em regra, proíbe a acumulação de
cargos e empregos públicos. Tal proibição se esten-
252 de, inclusive, para as entidades da Administração
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Indireta. O caput do art. 118, da Lei nº 8.112, de 1990, dolosos ou culposos, que sejam capazes de causar
dispõe no mesmo sentido: Ressalvados os casos pre- danos materiais ao erário (patrimônio público), ou a
vistos na Constituição, é vedada a acumulação terceiros, pelo que dispõe o art. 122, da Lei nº 8.112,
remunerada de cargos públicos. Apesar de o referi- de 1990.
do texto legal dispor sobre agentes públicos no âmbito A responsabilidade penal do servidor tem seu
federal, entendemos que também possa ser aplicado fundamento na apuração de uma conduta criminal,
aos agentes públicos dos Estados, Municípios e Distri- isso é, a hipótese em que o servidor público possa pra-
to Federal. ticar um ilícito penal, ou crime. A responsabilidade
A proibição de acumular cargos estende-se tam- penal é, definitivamente, a mais grave e perigosa, uma
bém a empregos e funções em autarquias, fundações vez que ela pode repercutir nas demais esferas, tanto
públicas, empresas públicas, sociedades de economia pela condenação do servidor condenado, quanto pela
mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos sua absolvição devido à falta de provas materiais ou
Territórios e dos Município (§ 1º, art. 118). pela negação de sua autoria, sendo essas últimas hipó-
Pela leitura do dispositivo, percebe-se que a pró- teses apenas exceções, segundo aludido pelo art. 123.
pria Constituição Federal dispõe de um rol de casos A responsabilidade administrativa resulta de
excepcionais em que é permitida a acumulação des- ato omissivo ou comissivo praticado pelo servidor
sas funções. Há entendimento praticamente unânime no desempenho de cargo ou função, à luz do art. 124.
de que se trata de um rol taxativo, ou seja, são válidas Consiste na instauração de processo disciplinar,
apenas aquelas hipóteses de acumulação de cargos. motivo pelo qual haverá a verificação da conduta deli-
Assim, as hipóteses de acumulação de cargos cons- tuosa do agente, bem como a aplicação da pena mais
titucionalmente autorizadas são: adequada. Imprescindível reforçar que a aplicação de
qualquer pena ao servidor público pressupõe um pro-
z Dois cargos de professor (“a”, XVI, art. 37); cesso administrativo, sendo assegurado ao acusado
z Um cargo de professor com outro técnico ou cientí- direito ao contraditório e à ampla defesa, sendo obri-
fico (“b”, XVI, art. 37); gatória, inclusive, a presença do advogado em todas
z Dois cargos ou empregos privativos de profissio- as fases do referido processo (Súmula nº 343, do STJ).
nais na área da saúde (“c”, XVI, art. 37); Todavia, tal entendimento vem sofrendo alterações,
z Um cargo de vereador com outro cargo, emprego pois o STF já reconheceu na Súmula Vinculante nº 5
ou função pública (III, art. 38); que a falta de defesa técnica no processo administrati-
z Um cargo de magistrado e outro de magistério (I,
vo disciplinar não é inconstitucional.
parágrafo único, art. 95);
Em relação às penalidades administrativas apli-
z Um cargo de membro do Ministério Público e outro

60
cáveis aos servidores públicos, a Lei nº 8.112, de 1990,
de magistério (“d”, II, § 5º, art. 128).

8-
(art. 127) prevê aplicação das seguintes sanções:

48
Segundo o § 2º, do art. 118, da Lei nº 8.112, de 1990,

6.
z Advertência: é a sanção mais branda, aplicável
a acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicio- 15
por escrito para o servidor que cometer atos como:
nada à comprovação da compatibilidade de horários.
.
20

ausentar-se do serviço injustificadamente; recusar


Considera-se também como acumulação proibi-
-4

fé a documento público; retirar qualquer docu-


da a percepção de vencimento de cargo ou emprego
mento da repartição sem a devida autorização;
ra

público efetivo com proventos da inatividade, salvo


manter sob sua chefia cônjuge, companheiro ou
ei

quando os cargos de que decorram essas remune-


parente até o segundo grau; entre outros;
liv

rações forem acumuláveis na atividade (§ 3º, do art.


z Suspensão: aplicável somente quando o servidor
O

118).
é reincidente nas faltas puníveis por advertên-
de

Cargos em comissão são os cargos ocupados de


forma transitória por servidores públicos nomeados cia, desde que não tipifiquem infrações sujeitas a
os

por autoridade competente. Nos termos do art. 119, demissão do cargo. A suspensão não poderá ser
am

ao servidor também não será permitida a ocupação aplicada por prazo maior a noventa dias;
z Demissão: trata-se da penalidade mais grave atri-
R

de mais de um cargo comissionado.


e

O servidor vinculado ao regime desta Lei que acu- buída ao servidor público, uma vez que tem o con-
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


mular licitamente dois cargos efetivos, quando inves- dão de exonerá-lo de seu cargo. A demissão será
er

tido em cargo de provimento em comissão, ficará aplicada nos seguintes casos:


lh
ui

afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipóte-


G

se em que houver compatibilidade de horário e local Art. 132 [...]


com o exercício de um deles, declarada pelas autori- I - crime contra a administração pública;
dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos II - abandono de cargo;
III - inassiduidade habitual;
(art. 120).
IV - improbidade administrativa;
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na
Responsabilidades dos Servidores Públicos
repartição;
VI - insubordinação grave em serviço;
Por fim, em relação à responsabilidade dos ser- VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a par-
vidores públicos, o art. 121, da Lei nº 8.112, de 1990, ticular, salvo em legítima defesa própria ou de
é bastante claro ao dispor que “O servidor responde outrem;
civil, penal e administrativamente pelo exercício irregu- VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
lar de suas atribuições”. Vemos, então, que uma única IX - revelação de segredo do qual se apropriou em
conduta praticada pelo referido servidor pode ensejar razão do cargo;
em responsabilização em três esferas distintas. X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patri-
A responsabilidade civil do servidor público mônio nacional;
decorre da prática de atos comissivos ou omissivos, XI - corrupção; 253
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou fun- por período igual ou superior a sessenta dias inter-
ções públicas; poladamente, durante o período de doze meses;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. II - após a apresentação da defesa a comissão ela-
borará relatório conclusivo quanto à inocência ou
Muitas dessas hipóteses impedem que o infrator à responsabilidade do servidor, em que resumirá as
retorne ao serviço público federal, por isso trata-se de peças principais dos autos, indicará o respectivo
uma das penalidades mais gravosas; dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao
serviço superior a trinta dias e remeterá o processo
z Cassação de Aposentadoria ou da Disponibi-
à autoridade instauradora para julgamento.
lidade: o servidor inativo que houver praticado
falta punível com a demissão terá a sua aposenta-
Os responsáveis pela aplicação das penalidades
doria, ou sua disponibilidade cassada;
disciplinares serão (art. 141):
z Destituição de Cargo em Comissão ou Função
Comissionada: caso o servidor ocupante de car-
Art. 141 [...]
go não efetivo cometa uma das faltas passíveis da
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
pena de suspensão e demissão, poderá perder o
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais
seu cargo de confiança ou função comissionada. Federais e pelo Procurador-Geral da República,
quando se tratar de demissão e cassação de apo-
Segundo o art. 136, a demissão ou a destituição de sentadoria ou disponibilidade de servidor vincula-
cargo em comissão em decorrência da prática de atos do ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;
contra o erário público, nos casos dos incisos IV, VIII, X II - pelas autoridades administrativas de hierar-
e XI, do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens quia imediatamente inferior àquelas mencionadas
(bens adquiridos pelo servidor em decorrência de no inciso anterior quando se tratar de suspensão
atos cometidos contra os cofres públicos utilizando-se superior a 30 (trinta) dias;
da condição de servidor) e o ressarcimento ao erário, III - pelo chefe da repartição e outras autoridades
sem prejuízo da ação penal cabível. na forma dos respectivos regimentos ou regula-
A demissão ou a destituição de cargo em comis- mentos, nos casos de advertência ou de suspensão
são, por infringência dos incisos IX e XI, do art. 117, de até 30 (trinta) dias;
incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura IV - pela autoridade que houver feito a nomea-
em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. ção, quando se tratar de destituição de cargo em
comissão.
Ou seja, dentro desse prazo estabelecido, ainda que
o ex-servidor público demitido ou destituído preste

60
novo concurso e se classifique, não poderá ser investi- Mesmo que a administração pública tenha o dever

8-
do e tomar posse de novo cargo. de responsabilizar os seus servidores públicos pelas

48
Não poderá retornar ao serviço público federal o infrações praticadas de que tiver conhecimento, é

6.
servidor que for demitido ou destituído do cargo em importante observar que essas penalidades devem
15
ser aplicadas a contar da data em que o fato se tornou
comissão por infringência dos incisos I, IV, VIII, X e XI,
.
20

art. 132, (parágrafo único, do art. 137). conhecido. A prescrição da ação disciplinar é regula-
mentada pelo art. 142.
-4

Configura abandono de cargo a ausência inten-


cional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
ra

Art. 142 A ação disciplinar prescreverá:


ei

consecutivos (art. 138). Nesse caso, o servidor deixa


I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis
liv

de comparecer ao serviço por mera liberalidade por


com demissão, cassação de aposentadoria ou dis-
O

mais de trinta dias seguidos.


ponibilidade e destituição de cargo em comissão;
de

Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser- II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpola-
os

III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à


damente, durante o período de doze meses (art. 139). advertência.
am

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data


R

Art. 140 Na apuração de abandono de cargo ou em que o fato se tornou conhecido.


e

inassiduidade habitual, também será adotado o § 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal
m

procedimento sumário a que se refere o art. 133 [...]. aplicam-se às infrações disciplinares capituladas
er

também como crime.


lh

O procedimento administrativo sumário é aplicável § 3º A abertura de sindicância ou a instauração de


ui

somente em situações de verificação de acúmulo ilegal processo disciplinar interrompe a prescrição, até a
G

de cargos, inassiduidade habitual e abandono de cargo e decisão final proferida por autoridade competente.
em todos esses casos é cabível e penalidade de demissão. § 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo
E ainda para que se aplique o procedimento sumá- começará a correr a partir do dia em que cessar a
rio é importante que se siga os requisitos apresenta- interrupção.
dos a seguir, indicando a materialidade da infração
administrativa, ou seja, apresentando provas de que o Do Processo Administrativo Disciplinar: Conceito,
fato ocorreu e deve ser julgado. Princípios, Fases e Modalidades

Art. 140 [...] O processo administrativo é o instrumento desti-


I - a indicação da materialidade dar-se-á: nado a apurar as responsabilidades do servidor por
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indica- infração praticada no exercício de suas atribuições ou
ção precisa do período de ausência intencional do relacionada ao cargo que ocupa. O processo pode ocor-
servidor ao serviço superior a trinta dias; rer em procedimento ordinário ou em sindicância.
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação A sindicância é definida como uma averiguação
dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, sumária promovida no intuito de obter informações
254
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ou esclarecimentos necessários à determinação do servidor que está sendo acusado, além da produção
verdadeiro significado dos fatos denunciados. Compa- de um documento chamado relatório.
rando com o processo penal, pode-se afirmar que a
sindicância é como se fosse a “fase investigativa”, pois Art. 155 Na fase do inquérito, a comissão promoverá
o fim dela não resulta em uma sentença ou decisão: a tomada de depoimentos, acareações, investigações
ela serve primordialmente para apurar o que ocorreu, e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova,
recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de
e se é necessário instaurar o processo posteriormente.
modo a permitir a completa elucidação dos fatos.
Segundo o art. 145, da sindicância poderá
resultar: Importante o conteúdo do art. 156, ao dispor que:

I - arquivamento do processo; Art. 156 É assegurado ao servidor o direito de


II - aplicação de penalidade de advertência ou sus- acompanhar o processo pessoalmente ou por inter-
pensão de até 30 (trinta) dias; médio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-
III - instauração de processo disciplinar. nhas, produzir provas e contraprovas e formular
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
Como forma de impedir que o servidor venha
interferir de forma negativa durante a investigação O art. 156 trata de um conteúdo muito importante,
da apuração de sua conduta, estabelece o art. 147 o ou seja, cuida do direito de defesa do servidor público.
afastamento preventivo do mesmo: Como medida Não é porque não estamos em um processo judicial
cautelar e a fim de que o servidor público não venha (com a figura de um membro do Poder Judiciário) que
a influir na apuração da irregularidade ao mesmo não devem ser aplicados os princípios mais básicos e
atribuída, a autoridade instauradora do processo fundamentais do mesmo.
administrativo-disciplinar, verificando a existência de É cabível no processo administrativo a aplicação
veementes indícios de responsabilidades, poderá orde- dos princípios do contraditório e ampla defesa, a dis-
nar o seu afastamento do exercício do cargo. paridade de armas, o direito de ter ciência e conheci-
mento do processo, o direito de ser representado por
z Do Processo Disciplinar autoridade competente etc.
A seguir temos alguns meios de prova que são
Uma vez encerrada a sindicância e, constatado admitidos no processo administrativo, sendo, pratica-
uma conduta irregular, temos o início do processo mente os mesmos meios de prova admitidos em pro-
administrativo disciplinar (PAD), ou ordinário. Segun- cesso judicial.
do o art. 148, o processo administrativo ordinário As testemunhas estão dispostas no art. 157, e serão

60
é o instrumento destinado a apurar responsabilidade intimadas a depor mediante mandado expedido pelo
do servidor público pela infração praticada no exer-

8-
presidente da comissão, devendo a segunda via, com

48
cício de suas atribuições ou que tenha relação com as o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Quem
atribuições do cargo em que se encontre investido.

6.
convoca as testemunhas para colher seus respectivos
Segundo o art. 149, o processo será conduzido por 15
depoimentos, e quem faz toda a colheita de todos os
Comissão composta de três servidores estáveis desig-
.
20
meios de prova, é a Comissão e não a autoridade jul-
nados pela autoridade competente, observado o dis-
gadora que, por sua vez, somente vai atuar no PAD
-4

posto no § 3º, do art. 143, que indicará, dentre eles,


quando todo o trabalho da Comissão tiver encerrado.
ra

o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo


Se a testemunha for servidor público, a expedição
ei

efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de


do mandado tem que ser imediatamente comunicada
liv

escolaridade igual ou superior ao do indiciado.


ao chefe da repartição onde serve, com a indicação do
O

Não temos a figura de um Juiz de Direito no proces-


dia e hora marcados para inquirição. (parágrafo único,
de

so administrativo, e sim uma “autoridade julgadora”.


A Comissão não faz parte da autoridade julgadora, ela art. 157). O servidor não pode se ausentar de seu servi-
os

fica encarregada de realizar um relatório contendo ço sem apresentar uma justificativa válida para tanto.
am

todas as provas colhidas e todos os fatos devidamente Concluída a inquirição das testemunhas, a comis-
investigados. são promoverá o interrogatório do acusado, observa-
R

Ao todo, são três as fases do processo adminis- dos os procedimentos previstos nos arts. 158 e 159.
e
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


trativo disciplinar (art. 151): No caso de mais de um acusado, cada um deles será
er

ouvido separadamente e, sempre que divergirem em


lh

Art. 151 [...] suas declarações sobre fatos ou circunstâncias, será


ui

I - instauração, com a publicação do ato que cons- promovida a acareação entre eles.
G

tituir a comissão; A citação do indiciado está disposta no art. 161.


II - inquérito administrativo, que compreende ins- Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
trução, defesa e relatório; indiciação do servidor, com a especificação dos fatos
III - julgamento. a ele imputados e das respectivas provas.
Art. 152 O prazo para a conclusão do proces- O indiciado será citado por mandado expedido
so disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, pelo presidente da comissão para apresentar defesa
contados da data de publicação do ato que consti- escrita, no prazo de 10 (dez) dias, sendo assegurado
tuir a comissão, admitida a sua prorrogação por dar vista do processo na repartição, isso é, olhar pági-
igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
na por página, parágrafo por parágrafo, tudo o que já
foi produzido no PAD (§ 1º, do art. 161).
z Do Inquérito Administrativo Considerar-se-á revel o indiciado que, regular-
mente citado, não apresentar defesa no prazo legal.
O inquérito administrativo é a fase em que temos A revelia será declarada, por termo, nos autos do pro-
a apuração da responsabilidade disciplinar do servi- cesso e devolverá o prazo para a defesa (caput e § 1º,
dor público. Ela compreende a fase instrutória (colhei- do art. 164).
ta de provas), a citação e apresentação da defesa do 255
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Uma vez apuradas todas as provas, a Comissão ela-
borará um relatório de tudo que foi constado no pro- REGIME JURÍDICO-CONSTITUCIONAL,
cesso. Não é ainda uma decisão, pois o relatório será ART. 37 A 41 DA CONSTITUIÇÃO
encaminhado para a autoridade julgadora. FEDERAL
z Do Julgamento A Administração Pública tem suas regras discipli-
nadas nos arts. 37 a 41, da CF, de 1988.
A fase do julgamento tem início com o recebimen-
to do relatório da Comissão, e terá prazo máximo de Art. 37 A administração pública direta e indi-
20 dias para decidir se acata o relatório ou não (art. reta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
167). dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
O caput e parágrafo único, art. 168, dispõe, de modo aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
geral, que a autoridade julgadora não está subordina-
ao seguinte:
da ao que foi dito no relatório da Comissão. O julga-
mento acatará o relatório da comissão, salvo quando
Conforme se observa do caput, do art. 37, a Admi-
contrário às provas dos autos. Quando o relatório da nistração Pública divide-se em Administração
comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade Pública Direta, que é composta pelos quatro entes
julgadora poderá, motivadamente, agravar a penali- federativos (União, Estados, Municípios e Distrito
dade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de Federal), e Administração Pública Indireta, compos-
responsabilidade. ta pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de
À luz do disposto no art. 172, o servidor que res- economia mista e empresas públicas.
ponder a processo disciplinar só poderá ser exone- Via de regra, a Administração Pública submete-se
rado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a um regime jurídico de direito público, ou seja, a sua
a conclusão do processo e o cumprimento da penali- atuação independe da concordância dos administra-
dade, acaso aplicada. Ocorrida a exoneração de que dos, pois se funda na própria soberania estatal.
trata o inciso I, parágrafo único, do art. 34, o ato será O regime jurídico de direito público faz com que a
convertido em demissão, se for o caso. Administração se sujeite a limites, que, por vezes, são
mais estritos do que aqueles a que estão submetidos
z Da Revisão do Processo Administrativo Disciplinar os particulares. Como exemplo, pode-se citar o dever
de observância da finalidade pública.

60
Esse regime de prerrogativas e sujeições para a

8-
A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão
Administração Pública encontra-se expresso em for-

48
do procedimento administrativo, a pedido ou de ofí-
ma de princípios. De acordo com o dispositivo, são

6.
cio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstân-
cias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou
.15
princípios que regem a Administração Pública direta
e indireta: legalidade, impessoalidade, moralidade,
20

a inadequação da penalidade aplicada (art. 174).


publicidade e eficiência.
-4

A revisão é uma forma de defesa utilizada pelo


O Princípio da Legalidade estabelece a sujeição
ra

acusado ou seu representante, para que a autoridade da Administração Pública aos mandamentos da lei.
ei

possa realizar um novo julgamento do PAD, porque A legalidade traduz o sentido de que a Administra-
liv

apareceu um fato ou circunstância nova que compro- ção Pública somente pode fazer o que a lei manda ou
O

vem a inocência do requerente. permite, bem como somente pode proibir o que a lei
de

A revisão de que trata este artigo poderá ser requeri- expressamente proíbe.
os

da em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento O Princípio da Impessoalidade traz a neutrali-


am

do servidor público, por qualquer pessoa da família, ou dade necessária para o exercício da atividade admi-
ainda em caso de incapacidade mental do servidor públi- nistrativa. Destinado tanto ao administrador como ao
R

co, pelo respectivo curador (§ § 1º e 2º, art. 174). administrado, esse princípio impõe a objetividade e a
e
m

No processo revisional, o ônus da prova recai sempre isonomia da conduta administrativa.


er

ao requerente, correndo em apenso ao processo original O Princípio da Moralidade diz respeito à moral
lh

(arts. 175 e 178). administrativa. Segundo ele, os atos da administra-


ui

ção pública devem ser balizados nas matrizes éticas


G

A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a con-


clusão dos trabalhos de revisão (art. 179). O prazo para dominantes. A finalidade do princípio é fixar limites
julgamento será de 20 (vinte) dias, contados do recebi- à atuação da Administração, evitando, por exemplo, o
excesso de poder ou desvio de finalidade.
mento do processo, no curso do qual a autoridade julga-
O Princípio da Publicidade exige a divulgação
dora poderá determinar diligências (parágrafo único, do
dos atos da Administração Pública com o objetivo
art. 181).
de permitir o conhecimento e o controle por toda a
Lembrando que, se da revisão do processo resultar a
sociedade, pois ao administrador compete agir com
inocência do servidor, ele tem direito de ser reintegrado transparência.
ao cargo que antigamente ocupava, exceto em relação ao Por fim, o Princípio da Eficiência impõe à Admi-
cargo em comissão, que será convertido em exoneração. nistração a obrigação de realizar suas atribuições com
A revisão do processo não admite a reformatio in pejus, rapidez, perfeição e rendimento, pois quem adminis-
o que significa que não poderá resultar agravamento da tra gere algo que pertence à sociedade. Assim, cabe
penalidade já aplicada (parágrafo único, do art. 182). ao administrador zelar pelos interesses públicos com
plena satisfação do administrado e com o menor custo
256 para a sociedade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Dica z Cargos de mandato eletivo;
z Cargo comissionado;
Para memorizar os princípios, utilize o mnemô-
z Contratação temporária por excepcional interesse
nico LIMPE:
público;
Legalidade z Ex-combatente que tenha efetivamente participa-
Impessoalidade do de operações bélicas durante a Segunda Guerra
Moralidade Mundial (inciso I, art. 53, ADCT);
Publicidade z Outras hipóteses: Ministros ou Conselheiros dos
Eficiência Tribunais de Contas; Ministros do STF, do STJ, TSE,
TST e STM; integrantes do quinto Constitucional
Art. 37 [...] dos Tribunais Judiciários.
I - os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis aos brasileiros que preencham os Art. 37 [...]
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos III - o prazo de validade do concurso público será
estrangeiros, na forma da lei; de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
No que se refere à forma de acesso por brasileiro
naturalizado, há de se esclarecer, inicialmente, que se O inciso III traz o prazo de validade do concurso
trata dos cargos não privativos de brasileiros natos, público, que é de até 2 (dois) anos. Assim sendo, cabe
uma vez que os cargos privativos de brasileiro nato ao edital definir qual o prazo do concurso, não poden-
constam expressamente no § 3º, art. 12, da CF, de 1988. do, no entanto, ser superior a 2 (dois) anos.
Observa-se que os cargos não privativos de brasilei- Além disso, é possível a prorrogação do prazo de
ros natos podem ser preenchidos por brasileiros (natos validade por uma única vez e por igual período, ou
ou naturalizados) de forma ampla. Vale frisar que pode seja, se o prazo de validade do edital é de 1 (um) ano,
a lei estabelecer requisitos limitadores, tais como forma- ele somente poderá ser prorrogado por 1 (um) ano.
ção escolar, idade, entre outros. Em contrapartida, para Aqui, cabe uma observação importante: a prorroga-
que o estrangeiro possa ter acesso a tais cargos, a lei deve ção só é possível ser feita enquanto não expirado o
especificar as hipóteses de admissibilidade. prazo inicial.
Há que se fazer, aqui, duas observações quanto à O candidato que for aprovado em concurso públi-
aplicabilidade da norma. Com relação aos brasileiros, a co dentro do número de vagas previstas no edital,
norma constitucional é de eficácia contida, ou seja, todos estando tal concurso dentro do prazo de validade,
os brasileiros têm acesso aos cargos, empregos e funções possui o direito subjetivo de ser nomeado, assim como

60
públicas. A norma infraconstitucional pode conter tais a prioridade na nomeação. Em contrapartida, o candi-

8-
efeitos, estabelecendo critérios diferenciados. Portanto, dato aprovado fora do número de vagas possui mera

48
todos os brasileiros têm acesso a todos os cargos, empre- expectativa de direito à nomeação, devendo subme-

6.
gos e funções desde que a norma não restrinja. ter-se ao juízo de conveniência e oportunidade da
Já para os estrangeiros, a norma constitucional é Administração.
.15
20
de eficácia limitada, ou seja, para que o estrangeiro
-4

tenha acesso, faz-se necessária norma infraconstitu- Art. 37 [...]


cional regulando a hipótese. Deste modo, os estran- IV - durante o prazo improrrogável previsto no edi-
ra

geiros têm acesso somente aos cargos, empregos e tal de convocação, aquele aprovado em concurso
ei

funções públicos que a lei autorizar.


liv

público de provas ou de provas e títulos será con-


vocado com prioridade sobre novos concursa-
O

Art. 37 [...] dos para assumir cargo ou emprego, na carreira;


de

II - a investidura em cargo ou emprego públi-


os

co depende de aprovação prévia em concurso O inciso IV regula a hipótese de novo concurso


am

público de provas ou de provas e títulos, de para o mesmo cargo enquanto os candidatos aprova-
acordo com a natureza e a complexidade do cargo dos em certame anterior e com prazo de validade não
R

ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas expirado ainda não foram convocados. Assim, estabe-
e

as nomeações para cargo em comissão declarado


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


lece a prioridade de convocação destes em face dos
er

em lei de livre nomeação e exoneração;


novos aprovados.
lh
ui

O inciso II estabelece a necessidade de procedi-


G

mento administrativo destinado à seleção das pessoas


Importante!
que irão ocupar empregos públicos ou cargos públicos
de provimento efetivo ou vitalício. Trata-se, portanto, Segundo entendimento do STF, para gozar da
de uma forma de escolha para atender aos princípios prioridade na nomeação, não basta ao candida-
da igualdade e da moralidade administrativa, evitan- to a mera aprovação, sendo necessário que ele
do-se, com isso, que o ingresso no serviço público se dê tenha sido classificado dentro do número de
por critérios de favorecimento pessoal ou nepotismo. vagas disponibilizadas no concurso, ou seja, se
Os concursos públicos devem ser abertos a todos o edital previu uma vaga e foram aprovados dois
os interessados. Portanto, não se admite que a seleção candidatos, somente o primeiro tem prioridade
ocorra de forma interna (concursos internos).
de nomeação.
Cabe consignar que os concursos públicos podem
ser de provas ou de provas e títulos. Deste modo,
não se admite concurso apenas de títulos nem admis- Art. 37 [...]
são sem concurso público. Observa-se, no entanto, V - as funções de confiança, exercidas exclusiva-
que existem exceções à regra relativa aos concur- mente por servidores ocupantes de cargo efeti-
sos públicos para os seguintes casos: vo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos 257
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
por servidores de carreira nos casos, condições Como regra, os cargos em comissão são de livre
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam- nomeação e exoneração (ad nutum). A exceção a essa
-se apenas às atribuições de direção, chefia e regra é o que se intitula nepotismo (favorecimento
assessoramento; de parentes em detrimento de pessoas mais qualifi-
cadas). Importante salientar que essa prática também
O inciso V trata de duas situações distintas: a fun- pode ocorrer de forma cruzada. Por exemplo: quando
ção de confiança e o cargo de confiança (em comissão). autoridades, a fim de omitir o nepotismo, nomeiam
Cargo público é a unidade estrutural e funcional em para determinado cargo parentes um do outro de
que o servidor exerce suas atribuições e responsabili- maneira recíproca.
dades, ou seja, é o local dentro da estrutura organiza- Vejamos, a seguir, o texto da Súmula Vinculante nº
cional que deve ser atribuído a um servidor. Já função 13, do STF, relativa ao tema:
pública é a própria atribuição e responsabilidade.
Em regra, os cargos públicos somente podem ser Súmula Vinculante nº 13 A nomeação de cônju-
criados, transformados ou extintos por lei. Assim, ge, companheiro, ou parente, em linha reta, cola-
cabe ao Poder Legislativo, com a sanção do chefe do teral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da
Poder Executivo, dispor sobre a criação, transforma- autoridade nomeante ou de servidor da mesma pes-
ção e extinção de cargos, empregos e funções públicas. soa jurídica, investido em cargo de direção, chefia
A iniciativa da lei que cria, extingue ou transforma ou assessoramento, para o exercício de cargo em
cargos, varia conforme o caso. Por exemplo, no caso comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gra-
dos cargos do Poder Judiciário, dos Tribunais de Con- tificada na administração pública direta e indireta,
tas e do Ministério Público, a lei será de iniciativa dos em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
respectivos Tribunais ou Procuradores-Gerais. Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o
Excepciona a regra quando os cargos ou funções ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.
se encontrarem vagos, uma vez que a Emenda Cons-
titucional nº 32, de 2001, possibilitou a extinção por A Súmula Vinculante nº 13 aplica-se apenas aos
meio de decreto do Presidente da República. Com rela- cargos de natureza administrativa, estando de
ção aos Governadores e Prefeitos, a extinção do cargo fora do seu âmbito as nomeações para cargos políti-
vago é possível se houver semelhante previsão nas cos. Exemplo: o STF considerou válida a nomeação
respectivas Constituições Estaduais ou Leis Orgânicas para o cargo de Secretário Estadual de Transportes
(princípio da simetria). de irmão de Governador de Estado sob a alegação de
No que se refere às garantias e características que o cargo em questão possuía natureza política (Rcl
especiais, os cargos podem ser classificados em vitalí- 6.650-MC-AgR).

60
cios, efetivos e comissionados: Por fim, para o exercício da função de confiança,

8-
o pressuposto é que o nomeado já exerça cargo na

48
z Cargo vitalício é aquele com a maior garantia em Administração. Exemplo: um escrevente técnico é

6.
relação à permanência. Trata-se daquele destina- nomeado para a função de assessor do juiz.
15
do a receber o ocupante em caráter permanente,
.
20

como no caso dos magistrados (inciso I, art. 95, CF,


-4

de 1988), os de membros do Ministério Público (alí- Importante!


ra

nea “a”, inciso I, § 5º, art. 128, da CF, de 1988) e os � Função de confiança: deve ser agente público;
ei

de ministros do Tribunal de Contas (§ 3º, art. 73, CF, � Cargo em confiança: pode ou não ser agente
liv

de 1988). A vitaliciedade é adquirida após 2 (dois) público.


O

anos de efetivo exercício no cargo e tais servido-


de

res só poderão ser demitidos por sentença judicial


transitada em julgado;
os

Art. 37 [...]
z Cargo efetivo é aquele provido por concurso públi- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
am

co, cujos integrantes possuem a estabilidade, ou livre associação sindical;


R

seja, após 3 (três) anos de efetivo exercício, só pode-


e

rão ser demitidos por decisão judicial transitada em O inciso VI decorre do direito à liberdade do art. 5º,
m

julgado, processo administrativo disciplinar ou pro- da CF, de 1988. Lembrem-se: ninguém é obrigado a se
er

cesso de avaliação periódica de desempenho;


lh

associar ou a se manter associado.


ui

z Cargo em comissão é aquele preenchido de acordo


G

com a confiança. Como regra, ele deve ser preenchi- Art. 37 [...]
do preferencialmente por servidores de carreira. VII - o direito de greve será exercido nos termos e
Portanto, para os demais casos (pessoal de fora da nos limites definidos em lei específica;
Administração), a nomeação deve ser exceção.
O direito de greve dos servidores públicos é dife-
Além disso, é importante frisar que a nomeação rente do direito dos demais trabalhadores da inicia-
aos cargos em comissão somente é possível para os tiva privada. Enquanto estes podem interromper
cargos de chefia, direção ou assessoramento. Portan- completamente suas atividades, o servidor público
to, para as atribuições de execução e, não, para as precisa garantir que os serviços sejam mantidos e em
atribuições técnicas e operacionais. Exemplo: cabe a percentual que possa atender à população. Trata-se
nomeação para cargo em comissão de Secretário de da aplicação do princípio da continuidade, uma vez
Transportes, por demandar conhecimento específico que não é possível a interrupção total das atividades
e confiança. Já para o motorista, isso não é cabível, prestadas pela Administração à população por serem
pois, diferentemente do Secretário, sua atribuição é estas essenciais e necessárias à coletividade. Para tan-
meramente operacional e não demanda a relação de to, a Norma Constitucional prevê que os termos e limi-
258 confiança. tes devem ser estabelecidos em lei.
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Ainda não foi elaborada lei para dar aplicabilidade O inciso X trata da remuneração dos servidores
ao inciso VII. Por essa razão, o STF proferiu a seguinte públicos. Cumpre esclarecer, no entanto, que remu-
decisão nos autos do Mandado de Injunção 670-ES: neração é o gênero, do qual salário, vencimentos e
subsídios são espécies. Salário é a contraprestação
STF, MI 670-ES: Mandado de injunção. Garantia pecuniária paga aos empregados públicos, regidos
fundamental (CF, Art. 5º, inciso LXXI). Direito de pela CLT. Vencimento é a modalidade remunerató-
greve dos servidores públicos civis (CF, Art. 37, ria da maioria dos servidores submetidos a regime
inciso VII). Evolução do tema na jurisprudência jurídico estatutário, englobando o vencimento-base e
do Supremo Tribunal Federal (STF). Definição dos as vantagens pecuniárias. Já subsídio é uma parcela
parâmetros de competência constitucional para única, sem qualquer acréscimo, obrigatória para as
apreciação no âmbito da justiça federal e da jus- seguintes categorias:
tiça estadual até a edição da legislação específica
pertinente, nos termos do art. 37, VII, da CF. Em
z Membros de Poder (chefes dos Poderes Executivos,
observância aos ditames da segurança jurídica e à
evolução jurisprudencial na interpretação da omis-
senadores, deputados, vereadores, magistrados),
são legislativa sobre o direito de greve dos servido- detentores de mandato eletivo, Ministros de Esta-
res públicos civis, fixação do prazo de 60 (sessenta) do e Secretários Estaduais e Municipais;
dias para que o Congresso Nacional legisle sobre a z Ministros ou Conselheiros dos Tribunais de Contas;
matéria. Mandado de injunção deferido para deter- z Membros do Ministério Público;
minar a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989. z Integrantes das carreiras pertencentes à Advocacia
Geral da União, à Procuradoria-Geral da Fazenda
Seguimos com os incisos do art. 37, da CF, de 1988: Nacional, às Procuradorias dos Estados e do Dis-
trito Federal e às Defensorias Públicas da União,
Art. 37 [...] DF e Territórios e Defensorias Públicas Estaduais
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empre- (art. 135, CF);
gos públicos para as pessoas portadoras de defi- z Servidores policiais integrantes da Polícia Fede-
ciência e definirá os critérios de sua admissão; ral, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária
Federal, Polícias Civis, Polícias Militares e Corpos
O inciso VIII estabelece a reserva de vagas para de Bombeiros Militares.
pessoas com deficiência. Trata-se de uma norma
constitucional de eficácia limitada, ou seja, que depen- Vejamos, a seguir, o texto da Súmula nº 679, do STF:
de da edição de lei infraconstitucional para poder

60
gerar os efeitos. Súmula n° 679 (STF) A fixação de vencimentos dos

8-
Com relação à reserva, cumpre salientar que as servidores públicos não pode ser objeto de conven-

48
atribuições do cargo devem ser compatíveis com a ção coletiva.

6.
deficiência. Ainda, a reserva é de até 20% (vinte por
cento) das vagas oferecidas no concurso, isto é, a CF,
.15
No que se refere à revisão, o dispositivo trata ape-
de 1988, fixou apenas o limite máximo (teto) do núme- nas da revisão geral, ou seja, do reajuste anual genéri-
20

ro a ser reservado. co, que tem por objetivo repor as perdas inflacionárias
-4

O § 1º, art. 37, do Decreto nº 3.298, de 1999, esta- do período, sendo aplicável a todos os servidores. Por-
ra

belece o percentual mínimo de 5% das vagas e, no tanto, não a confunda com reajuste específico, que é
ei

caso de o número obtido ser fracionado, o número de aquele aplicado apenas a alguns cargos ou carreiras
liv

vagas será elevado até o primeiro número inteiro sub- funcionais, com a finalidade de evitar a defasagem
O

sequente, ou seja, arredondado para cima. remuneratória.


de
os

Art. 37 [...] Art. 37 [...]


XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
am

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por


tempo determinado para atender a necessidade cargos, funções e empregos públicos da administra-
R

temporária de excepcional interesse público; ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
e

de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do


m

Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

O servidor temporário encontra-se disciplinado


de mandato eletivo e dos demais agentes políticos
lh

no inciso IX. Trata-se de uma categoria à parte, uma


ui

e os proventos, pensões ou outra espécie remu-


vez que não titulariza cargo público nem possui
G

neratória, percebidos cumulativamente ou não,


qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, sendo
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer
regida por regime especial veiculado por meio de lei
outra natureza, não poderão exceder o subsídio
específica de cada ente da federação. mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
O servidor público exerce funções públicas sem Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
ocupar cargos ou empregos públicos e sua contratação Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-
é por tempo determinado e para atender necessida- dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
de temporária de excepcional interesse público. Por Governador no âmbito do Poder Executivo, o
exemplo: agente sanitário em caso de surto de dengue. subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais
no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio
Art. 37 [...] dos Desembargadores do Tribunal de Justiça,
X - a remuneração dos servidores públicos e limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centési-
o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente mos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
poderão ser fixados ou alterados por lei especí- Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, do Poder Judiciário, aplicável este limite aos mem-
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma bros do Ministério Público, aos Procuradores e aos
data e sem distinção de índices; Defensores Públicos; 259
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Com relação ao teto do funcionalismo público, a O inciso XIV trata da vedação ao efeito repicão ou
CF, de 1988, estabeleceu duas regras. A primeira é a efeito cascata, ou seja, veda-se que a mesma vanta-
do teto geral, ou seja, o limite máximo de remune- gem seja repetidamente computada para o cálculo das
ração, que é o valor dos subsídios dos Ministros do demais vantagens. A finalidade do dispositivo é evitar
Supremo Tribunal Federal. Já a segunda regra trata que, na base de cálculo de uma vantagem remunera-
do denominado subteto, ou seja, o teto para os Esta- tória, seja acrescida outra vantagem. Por exemplo: se
dos, Municípios e Distrito Federal. o servidor faz jus e recebe um adicional por tempo
Vale destacar que o dispositivo previu duas hipóte- de serviço, não é possível inseri-lo na base de cálcu-
ses de subtetos: o teto único e o teto por Poder. O teto lo para a concessão de outra gratificação, como, por
único tem, como base, a fixação de um valor máximo exemplo, uma gratificação de produtividade.
estabelecido para fins remuneratórios. Já o teto por
Poderes faz com que cada ente político adote um sub- Art. 37 [...]
teto próprio para a fixação dos subsídios. XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes
O Executivo tem, como subteto, os subsídios do Gover- de cargos e empregos públicos são irredutíveis,
nador. O Legislativo tem, como subteto, os subsídios dos ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste
deputados estaduais, que, por sua vez, não poderão exce- artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, §
der 75% dos subsídios dos deputados federais. Por fim, 2º, I;
o Judiciário adota, como subteto, o valor de 90,25% dos
subsídios do Supremo Tribunal Federal, ressaltando que A irredutibilidade dos subsídios e dos venci-
esse subteto se aplica tão somente aos seus servidores e, mentos dos ocupantes de cargos, funções e empregos
não, aos membros da Magistratura, pois a estes é aplica- públicos encontra-se estabelecida no inciso XV. Trata-
do o teto do Supremo Tribunal Federal. -se da impossibilidade de redução do valor nominal,
ou seja, se a remuneração é de R$ 5.000,00, não pode-
Art. 37 [...] rá reduzi-lo para valor inferior. No entanto, é possível
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legis- que ocorra a redução real, ou seja, que o poder aquisi-
lativo e do Poder Judiciário não poderão ser tivo desse valor seja atingido pela inflação.
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;
Art. 37 [...]
A isonomia dos vencimentos dos servidores dos XVI - é vedada a acumulação remunerada de
três Poderes está disciplinada no inciso XII. Sua finali- cargos públicos, exceto, quando houver compa-
dade é manter a paridade. tibilidade de horários, observado em qualquer
caso o disposto no inciso XI:

60
É importante o texto da Súmula Vinculante nº 37,
a) a de dois cargos de professor;

8-
do STF:
b) a de um cargo de professor com outro técni-

48
co ou científico;

6.
Súmula Vinculante nº 37 Não cabe ao Poder Judi-
c) a de dois cargos ou empregos privativos
ciário, que não tem função legislativa, aumentar 15
de profissionais de saúde, com profissões
.
vencimentos de servidores públicos sob fundamen-
20

regulamentadas;
to de isonomia.
-4

O inciso XVI trata da vedação de acumulação de


ra

Art. 37 [...]
cargos. Como regra, é vedada a acumulação remu-
ei

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de


liv

quaisquer espécies remuneratórias para o efeito nerada de cargos públicos. No entanto, é possível a
O

de remuneração de pessoal do serviço público; acumulação se houver compatibilidade de horários


de

entre os cargos e somente em três hipóteses.


A vedação à vinculação e à equiparação de A primeira refere-se ao magistério e traz a pos-
os

remunerações encontra-se prevista no inciso XIII. sibilidade de acumular dois cargos de professor
am

Sobre isso, vejamos o texto da Súmula nº 681: (ex.: cargo de professor da rede municipal no perío-
R

do matutino e cargo de professor da rede estadual no


e

Súmula nº 681 (STF) É inconstitucional a vincula- período noturno).


m

A segunda hipótese é a acumulação de um cargo


er

ção do reajuste de vencimentos de servidores esta-


de professor com outro técnico ou científico (ex.:
lh

duais ou municipais a índices federais de correção


cargo técnico em enfermagem em hospital estadual
ui

monetária.
G

com carga horária compatível com cargo de professor


Atenção! Há duas exceções à regra de não vincu- de ensino médio estadual).
lação, quais sejam: Por fim, é possível a acumulação de dois cargos
privativos de profissionais da saúde, com profissões
z A equiparação de vencimentos e vantagens entre regulamentadas (ex.: cargo de dentista, em um muni-
os Ministros do TCU e do STJ (§ 3º, art. 73, CF, de cípio, durante o período matutino, com outro cargo de
1988); dentista, em outro município, no período vespertino).
z A vinculação entre o subsídio dos Ministros dos Cargos burocráticos não são considerados como
Tribunais Superiores e o subsídio mensal fixado técnicos. Para ser enquadrado como cargo técnico
para os Ministros do STF (inciso V, art. 93, da CF). passível de acumulação, é necessária formação espe-
cífica na área de atuação. Portanto, cargo técnico é
Art. 37 [...] aquele que requer conhecimento específico na área
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por de atuação do profissional, com habilitação específi-
servidor público não serão computados nem ca de grau universitário ou profissionalizante (ensino
acumulados para fins de concessão de acréscimos médio).
260 ulteriores;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Em síntese: LEI ESPECÍFICA LEI COMPLEMENTAR
� Cria as autarquias e as � Especifica a área de atua-
z Regra: não acumulação de cargos públicos fundações públicas de di- ção das fundações
remunerados; reito público (já que estas
últimas são equiparadas a
z Exceção: acumulação de cargos públicos remune-
autarquias)
rados, quando há compatibilidade de horários e � Autoriza a criação das de-
nas seguintes hipóteses: mais entidades (empresa
pública, sociedade de eco-
nomia mista e fundações
„ Dois cargos de professor; públicas de direito privado)
„ Um cargo de professor com outro técnico ou
científico; Art. 37 [...]
„ Dois cargos privativos de profissionais de saú- XX - depende de autorização legislativa, em
de, com profissões regulamentadas. cada caso, a criação de subsidiárias das enti-
dades mencionadas no inciso anterior, assim
como a participação de qualquer delas em empresa
Art. 37 [...]
privada;
XVII - a proibição de acumular estende-se a
empregos e funções e abrange autarquias, fun- Veja que em relação às subsidiárias e à participa-
dações, empresas públicas, sociedades de eco- ção em empresa privada há a necessidade de autori-
nomia mista, suas subsidiárias, e sociedades zação legislativa, independente da vinculação, ou seja,
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder não importa se é vinculada à entidade que é criada
público; por lei. Para exemplificar, imaginemos uma subsidiá-
ria XY da autarquia X. A autarquia foi criada por lei, e
O inciso XVII estende a regra da não acumulação sua subsidiária foi criada por autorização legislativa.
para a Administração Indireta. Portanto, a proibição
Art. 37 [...]
aplica-se às autarquias, fundações e empresas públi- XXI - ressalvados os casos especificados na legisla-
cas, sociedades de economia mista, bem como às suas ção, as obras, serviços, compras e alienações
subsidiárias, além das sociedades controladas direta serão contratados mediante processo de licitação
ou indiretamente pelo poder público. pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que esta-

60
beleçam obrigações de pagamento, mantidas as

8-
Art. 37 [...]
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o

48
XVIII - a administração fazendária e seus servi- qual somente permitirá as exigências de qualifica-

6.
dores fiscais terão, dentro de suas áreas de com- ção técnica e econômica indispensáveis à garantia
petência e jurisdição, precedência sobre os demais
.15
do cumprimento das obrigações.
20

setores administrativos, na forma da lei;


-4

Outra regra contida na Constituição é a exigência


de licitação pública para contratação de obras, ser-
ra

O inciso XVIII trata da precedência da Administra-


viços, compras e alienações, ressalvados os casos
ei

ção Fazendária e seus servidores fiscais aos demais


de dispensa e inexigibilidade previstos em lei.
liv

setores administrativos. Isso significa dizer que, den-


Vale frisar, aqui, que é assegurada a todos a igual-
O

tro da estrutura da Administração Pública, esta deverá dade de condições, com cláusulas que estabeleçam
de

dar prioridade para os serviços atinentes à arrecada- obrigações de pagamento, mantidas as condições efe-
os

ção dos tributos, por se tratar dos recursos essenciais tivas da proposta, nos termos da lei, a qual somente
am

ao seu funcionamento. permitirá as exigências de qualificação técnica e eco-


nômica indispensáveis à garantia do cumprimento
R

das obrigações.
e

Art. 37 [...]
m

XIX - somente por lei específica poderá ser criada NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
er

Art. 37 [...]
lh

autarquia e autorizada a instituição de empre-


XXII - as administrações tributárias da União,
ui

sa pública, de sociedade de economia mista e dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
G

de fundação, cabendo à lei complementar, neste atividades essenciais ao funcionamento do Estado,


último caso, definir as áreas de sua atuação; exercidas por servidores de carreiras específicas,
terão recursos prioritários para a realização
Para que uma autarquia seja criada, faz-se neces- de suas atividades e atuarão de forma integrada,
inclusive com o compartilhamento de cadastros e
sária a autorização legislativa (lei específica), de modo de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
a adquirir a personalidade jurídica com a própria lei.
Em contrapartida, é preciso lei que autorize a criação O inciso XXII traz mais uma regra de prioridade
das empresas públicas, sociedades de economia mista da parte fiscal e de arrecadação. Assim, a Adminis-
e fundações, devendo, posteriormente, ser registra- tração tributária de qualquer dos entes da federação
das, a fim de adquirirem a personalidade jurídica. possui recurso prioritário para a realização de suas
atividades.
Ressalta-se, por fim, que, para as fundações, uma lei
complementar deve definir as áreas de sua atuação. Art. 37 [...]
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras,
serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá 261
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ter caráter educativo, informativo ou de orien- De acordo com o § 4º, as penalidades para os atos
tação social, dela não podendo constar nomes, de improbidade são as seguintes: suspensão dos
símbolos ou imagens que caracterizem promoção
direitos políticos; perda de função pública; indispo-
pessoal de autoridades ou servidores públicos.
nibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem
O § 1º trata das regras de publicidade dos atos, prejuízo da ação penal cabível, ou seja, aplica-se a
programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos penalidade administrativa cumulativamente com a
públicos. Esse dispositivo é consequência direta do sanção penal (se o fato constituir crime).
princípio da impessoalidade, pois tal publicidade deve
ser de caráter informativo, educativo ou de orienta- Dica
ção social, ou seja, a propaganda pública não pode ser
um meio para promoção pessoal. Para decorar os atos de improbidade administra-
É por esse motivo que não é permitido ao Governa- tiva, memorize o mnemônico PARIS:
dor ou ao Prefeito, por exemplo, continuar a utilizar
Perda de função pública
o slogan de campanha após ser eleito, uma vez que
vincularia aquela atividade pública a sua pessoa. Ação penal cabível (se for o caso)
Ressarcimento ao erário
Art. 37 [...] Indisponibilidade de bens
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II Suspensão dos direitos políticos
e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.
Art. 37 [...]
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição
O § 2º traz a responsabilidade do agente público
para ilícitos praticados por qualquer agente,
pela não observância da regra de que, para contrata-
ção de pessoal, o concurso público é indispensável. servidor ou não, que causem prejuízos ao erário,
Consequentemente, se houver ingresso de pessoal ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
sem o devido processo de seleção, haverá nulidade da
nomeação, devendo a autoridade sofrer as punições Nos termos do § 5º, os prazos prescricionais e as
em conformidade com a norma infraconstitucional. ações de ressarcimento serão disciplinadas em lei.
Além disso, o prazo de validade do concurso também Vale lembrar que a lei que disciplina as regras apli-
implica em nulidade da nomeação e responsabilidade cáveis aos agentes públicos nos casos de improbidade

60
do agente.

8-
administrativa é a Lei nº 8.429, de 1992.

48
Art. 37 [...]

6.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação Art. 37 [...]
15
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e
do usuário na administração pública direta e
.
20

indireta, regulando especialmente: as de direito privado prestadoras de serviços


-4

I - as reclamações relativas à prestação dos servi- públicos responderão pelos danos que seus
ços públicos em geral, asseguradas a manutenção
ra

agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,


ei

de serviços de atendimento ao usuário e a avalia- assegurado o direito de regresso contra o respon-


liv

ção periódica, externa e interna, da qualidade dos


sável nos casos de dolo ou culpa.
O

serviços;
de

II - o acesso dos usuários a registros administrati-


vos e a informações sobre atos de governo, obser- O § 6º trata da responsabilidade civil objetiva
os

vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; do Estado, o que significa que o Estado é responsável
am

III - a disciplina da representação contra o exercí- civilmente pelos atos praticados por seus agentes ou
R

cio negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun- pelos prestadores de serviço público de forma obje-
e

ção na administração pública.


tiva, isto é, independentemente de culpa. Trata-se da
m
er

O § 3º remete à preocupação do legislador para que chamada Teoria do Risco Administrativo.


lh

haja um controle social, de modo a estabelecer meios Portanto, o Estado é responsável quando um de
ui

seus agentes, no desempenho da função, gera dano a


G

para que qualquer pessoa comunique as irregularida-


des ou ilegalidades praticadas pelos agentes públicos. um terceiro, independentemente da comprovação
Trata-se, portanto, da possibilidade de controle para de dolo ou culpa, sendo necessário, apenas, demons-
evitar os atos de improbidade administrativa, ou seja, trar o nexo causal da atividade do agente e o dano
de condutas ilegais, desonestas, abusivas e incorretas.
de terceiro.
Art. 37 [...]
Cumpre mencionar, por necessário, que é pos-
§ 4º Os atos de improbidade administrativa sível ao Estado ingressar com ação regressiva para
importarão a suspensão dos direitos políticos, cobrar do agente o valor que pagou a esse terceiro.
a perda da função pública, a indisponibilidade No entanto, ao contrário do que ocorre com o Esta-
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma do, a responsabilidade do agente é subjetiva, ou seja,
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
para que ele seja responsabilizado civilmente, é pre-
penal cabível.
ciso demonstrar que houve dolo ou culpa. Em relação
a isso, vejamos, de forma simples o exposto no fluxo-
262 grama a seguir:
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As regras com relação ao teto e subteto da remu-
Agente causa dano a neração são estendidas aos empregados das empresas
um terceiro por dolo ou públicas e sociedades de economia mista, bem como
culpa às suas subsidiárias. No entanto, conforme o dispos-
to no § 9º, incidirá sobre as remunerações de direto-
res de empresas estatais que receberem recursos dos
Estado pleiteia o entes da federação para pagamento de despesas de
ressarcimento em Terceiro entra com ação pessoal ou de custeio em geral, como, por exemplo,
decorrência do fato contra o Estado nos casos da EMBRAPA e da Radiobrás.
praticado pelo terceiro O modo pelo qual a Lei Complementar nº 101, de
2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) denomina as
empresas públicas e sociedades de economia mis-
Estado indeniza o ta encaixa-se como “empresa estatal dependente”,
terceiro lesado expressão disposta no § 9º.

Art. 37 [...]
§ 10 É vedada a percepção simultânea de pro-
Entende-se por pessoa jurídica de direito privado ventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
prestadora de serviços públicos as empresas públicas, ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de car-
sociedades de economia mista e as concessionárias e go, emprego ou função pública, ressalvados os
permissionárias, isto é, aquelas empresas seleciona- cargos acumuláveis na forma desta Constitui-
das por procedimento licitatório para desempenhar ção, os cargos eletivos e os cargos em comissão
serviço público. Por exemplo: serviço de transporte declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
público urbano.
O § 10 veda a percepção simultânea de proventos
Art. 37 [...] de aposentadoria com remuneração de cargo, empre-
§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restri- go ou função pública, ressalvada a hipótese de cargos
ções ao ocupante de cargo ou emprego da adminis-
acumuláveis, na forma da Constituição, cargos eleti-
tração direta e indireta que possibilite o acesso a
informações privilegiadas.
vos e cargos em comissão. Esse dispositivo foi acres-
centado pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
O § 7º pressupõe a existência de regras éticas de que também resguardou o direito daqueles servidores

60
conduta das autoridades da Administração Pública, aposentados que, até a data da promulgação da Emen-

8-
de modo a tentar minimizar a possibilidade de con- da, retornaram à atividade antes da proibição.

48
flito entre o interesse privado e o dever funcional.

6.
Ainda, objetiva-se a criação de mecanismos, a fim de 15
regulamentar o acesso às informações.
.
Importante!
20
-4

Art. 37 [...] A proibição aplica-se aos servidores públicos


ra

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e efetivos e aos militares, tanto das Forças Arma-
ei

financeira dos órgãos e entidades da admi- das como das Polícias Militares e Corpos de
liv

nistração direta e indireta poderá ser amplia-


Bombeiros Militares.
O

da mediante contrato, a ser firmado entre seus


de

administradores e o poder público, que tenha por


objeto a fixação de metas de desempenho para o
Vejamos a repercussão geral reconhecida com
os

órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:


mérito julgado pelo STF:
am

I - o prazo de duração do contrato;


II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
R

direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; Há remansosa jurisprudência desta Corte nesse
e
m

sentido, afirmando a impossibilidade da acumula-


NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
III - a remuneração do pessoal.
er

ção tríplice de cargos públicos, ainda que os provi-


lh

O § 8º busca alcançar melhores resultados na mentos nestes tenham ocorrido antes da vigência
ui

Administração Pública por meio da criação de novos da EC 20/1998. [...] o art. 11 da EC 20/1998 possi-
G

instrumentos no âmbito do Direito Público, de modo bilita a acumulação, apenas, de um provento de


a conferir maior autonomia ou estabelecer parcerias aposentadoria com a remuneração de um cargo
com entidades privadas sem fins lucrativos. Dessas na ativa, no qual se tenha ingressado por concurso
medidas, atente-se para o contrato de gestão. público antes da edição da referida emenda, ainda
Entende-se por contrato de gestão o contrato admi- que inacumuláveis os cargos. Em qualquer hipóte-
se, é vedada a acumulação tríplice de remunera-
nistrativo firmado pelo Poder Público na condição de
ções, sejam proventos, sejam vencimentos. (ARE
contratante e entidade privada ou da Administração
848.993 RG)
Indireta, no qual é instrumentalizada parceria.

Art. 37 [...] Art. 37 [...]


§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empre- § 11 Não serão computadas, para efeito dos limi-
sas públicas e às sociedades de economia mis- tes remuneratórios de que trata o inciso XI do
ta, e suas subsidiárias, que receberem recursos caput deste artigo, as parcelas de caráter inde-
da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos nizatório previstas em lei.
Municípios para pagamento de despesas de pes-
soal ou de custeio em geral. 263
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O § 11 traz uma regra com relação ao teto e subte- O § 14 disciplina o rompimento do vínculo quan-
to do funcionalismo público. Trata-se do não cômputo do o agente público solicita aposentadoria e utiliza-se
das verbas indenizatórias, tais como diárias, ajuda de do tempo de contribuição decorrente daquele cargo,
custo, entre outras, no limite remuneratório. emprego ou função pública. Assim, o servidor será
desligado da Administração Pública.
Art. 37 [...] Neste sentido, o agente público que pretende se
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput aposentar não poderá mais continuar a trabalhar no
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distri- local em que utilizou o tempo para comprovação de
to Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda contribuição.
às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
limite único, o subsídio mensal dos Desembarga- Art. 37 [...]
dores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado § 15 É vedada a complementação de aposenta-
a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por dorias de servidores públicos e de pensões por
cento do subsídio mensal dos Ministros do Supre- morte a seus dependentes que não seja decorrente
mo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não
neste parágrafo aos subsídios dos Deputados seja prevista em lei que extinga regime próprio de
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. previdência social.

O dispositivo regulamenta a possibilidade de fixa- O § 15 proíbe toda espécie de complementação que


ção do subteto de forma única. Nesse caso, o valor não seja aquela decorrente de Regime de Previdência
máximo da remuneração para todo e qualquer servi- Complementar, como, por exemplo, as complementa-
dor corresponderá ao subsídio dos desembargadores ções com base na Lei Estadual (São Paulo) nº 200, de
do Tribunal de Justiça, ficando de fora desse subteto 1974, pagas a ex-empregados e a seus dependentes da
apenas o subsídio dos deputados e dos vereadores. Nossa Caixa, BANESPA, SABESP, VASP e FEPASA.
Vejamos a decisão do STF no julgamento da ADI
Art. 37 [...]
6.221 MC:
§ 16 Os órgãos e entidades da administração públi-
ca, individual ou conjuntamente, devem realizar
A faculdade conferida aos Estados para a regulação avaliação das políticas públicas, inclusive com
do teto aplicável a seus servidores (art. 37, § 12, da divulgação do objeto a ser avaliado e dos resulta-
CF) não permite que a regulamentação editada com dos alcançados, na forma da lei.
fundamento nesse permissivo inove no tratamento
do teto dos servidores municipais, para quem o art.

60
O § 16 foi acrescido pela Emenda Constitucional nº
37, XI, da CF, já estabelece um teto único.

8-
109, de 2021, e tem como objetivo aprimorar o meca-

48
nismo de participação da sociedade na Administração
Art. 37 [...]

6.
Pública.
§ 13 O servidor público titular de cargo efetivo 15
poderá ser readaptado para exercício de cargo
.
20
Art. 38 Ao servidor público da administração
cujas atribuições e responsabilidades sejam compatí-
direta, autárquica e fundacional, no exercício
-4

veis com a limitação que tenha sofrido em sua capa-


de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes
cidade física ou mental, enquanto permanecer nesta
ra

disposições:
ei

condição, desde que possua a habilitação e o nível I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual
liv

de escolaridade exigidos para o cargo de destino, ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
O

mantida a remuneração do cargo de origem. ou função;


de

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado


O § 13 trata da possibilidade de readaptação do do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
os

servidor público. A readaptação é o provimento deri- optar pela sua remuneração;


am

vado que consiste na investidura do servidor em cargo III - investido no mandato de Vereador, havendo
R

de atribuições e responsabilidades compatíveis com compatibilidade de horários, perceberá as vanta-


e

a limitação que tenha sofrido em sua capacida- gens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo
m

de física ou mental verificada em inspeção médica. da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo
er

compatibilidade, será aplicada a norma do inciso


Deste modo, o servidor será efetivado em cargo com
lh

anterior;
ui

atribuições semelhantes, respeitando-se a habilitação


IV - em qualquer caso que exija o afastamento para
G

exigida, assim como o nível de escolaridade e a equi- o exercício de mandato eletivo, seu tempo de servi-
valência de vencimentos. ço será contado para todos os efeitos legais, exceto
No caso de inexistir cargo vago, o servidor exer- para promoção por merecimento;
cerá suas atribuições como excedente, permanecen- V - na hipótese de ser segurado de regime próprio
do nessa situação até a ocorrência de vaga no cargo de previdência social, permanecerá filiado a esse
compatível. regime, no ente federativo de origem.

Art. 37 [...] O art. 38 estabelece regras relativas ao servidor


§ 14 A aposentadoria concedida com a utiliza- público da Administração direta, autárquica e funda-
ção de tempo de contribuição decorrente de cional que passar a desempenhar cargo eletivo, ou
cargo, emprego ou função pública, inclusive do seja, for eleito para o Poder Executivo ou Legislativo.
Regime Geral de Previdência Social, acarretará o Ao servidor público estadual, quando eleito para
rompimento do vínculo que gerou o referido cargo eletivo federal, estadual e distrital, aplica-se
tempo de contribuição. a seguinte regra: afastamento do cargo público esta-
dual para se dedicar exclusivamente ao mandato,
264 recebendo obrigatoriamente a remuneração do
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cargo para o qual foi eleito. Em contrapartida, quan- Os servidores públicos civis dividem-se em:
do o servidor público estadual é eleito para cargo eleti-
vo municipal, podem ocorrer duas situações distintas. z Servidores públicos estatutários: exercem cargo
Se o cargo é de prefeito, ele será afastado para dedi- público (vitalício, efetivo ou comissionado) e estão
cação exclusiva do cargo e pode escolher entre a vinculados a um estatuto;
remuneração do cargo público ou do cargo eletivo. z Empregados públicos: possuem emprego público
Já se o cargo é de vereador, é necessário saber e vinculam-se às regras da Consolidação das Leis
se há ou não compatibilidade de horário. Se houver do Trabalho (CLT);
compatibilidade de horários, ele não precisa se z Servidores temporários: categoria à parte, por-
afastar, podendo exercer as duas atividades ao mes- que não titularizam cargo público nem possuem
mo tempo, recebendo pelos dois. Se não houver com- qualquer vínculo trabalhista regido pela CLT, como
patibilidade, aplica-se a mesma regra do prefeito, os empregados públicos. São contratados por tem-
ou seja, será afastado para dedicação exclusiva do po determinado para atender à necessidade tem-
cargo, podendo escolher entre a remuneração do porária de excepcional interesse público por meio
cargo público ou do cargo eletivo. de um processo de seleção simplificado. Exercem
funções públicas sem ocupar cargos ou empregos
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL públicos e são regidos por regime especial, veicu-
lado por meio de lei específica.
Eleito para cargo federal,
Eleito para cargo municipal
estadual ou distrital
Os servidores da Administração Pública direta,
Prefeito Vereador das autarquias e das fundações públicas estão sujei-
tos ao regime jurídico de direito público adminis-
� Com compatibilidade
Afastamento do cargo
Afastamento
de horário: não se trativo, instituído em lei, a qual também instituirá
do cargo e planos de carreira. O regime adotado é o estatutário.
público e remuneração do afasta do cargo
opção entre a
cargo eletivo
remuneração � Sem compatibilidade Não obstante, lei assegurará aos servidores isonomia
eletiva ou do de horário: aplica-se de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou
cargo a mesma regra do
prefeito
assemelhadas do mesmo Poder ou entre servidores
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, exce-
tuadas as vantagens de caráter individual e as relati-
Para que a Administração Pública possa desem- vas à natureza ou ao local de trabalho.
penhar suas atividades, ela necessita de pessoas que A partir do art. 39, da CF, de 1988, inicia-se o tema

60
exerçam as atribuições dos órgãos públicos, ou seja, quanto às regras aplicadas aos servidores públicos.

8-
de agentes públicos. A expressão agente público é Vejamos o que dispõem esses artigos:

48
utilizada como gênero, designando toda e qualquer

6.
pessoa que exerça uma função pública, quer de for- Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
ma remunerada ou gratuita, quer de natureza política 15
Municípios instituirão conselho de política de admi-
.
20
ou administrativa, quer com investidura definitiva ou nistração e remuneração de pessoal, integrado por
servidores designados pelos respectivos Poderes.
-4

transitória.
Os agentes públicos dividem-se em quatro catego- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos
ra

rias, quais sejam: demais componentes do sistema remuneratório


ei

observará:
liv

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a


O

Agentes políticos complexidade dos cargos componentes de cada


de

carreira;
II - os requisitos para a investidura;
os

Servidores públicos III - as peculiaridades dos cargos.


am

AGENTES § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal man-


R

PÚBLICOS terão escolas de governo para a formação e


Particulares em
e

o aperfeiçoamento dos servidores públicos,


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


público constituindo-se a participação nos cursos um
er

dos requisitos para a promoção na carreira,


lh

Militares facultada, para isso, a celebração de convênios ou


ui
G

contratos entre os entes federados.


§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de car-
Os agentes políticos são aqueles que exercem as go público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX,
típicas atividades de governo, ou seja, são responsá- XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,
veis por fixar as metas e diretrizes políticas do Estado, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados
tais como os chefes do Poder Executivo (Presidente, de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
§ 4º O membro de Poder, o detentor de manda-
Governador e Prefeito e seus vices) e seus auxiliares
to eletivo, os Ministros de Estado e os Secretá-
diretos (Ministros e Secretários) e os membros do
rios Estaduais e Municipais serão remunerados
Poder Legislativo (Senadores, Deputados federais, exclusivamente por subsídio fixado em parcela
Deputados estaduais e Vereadores). única, vedado o acréscimo de qualquer gratifica-
Os particulares em colaboração com o Poder ção, adicional, abono, prêmio, verba de representa-
Público são aqueles que prestam serviços ao Estado, ção ou outra espécie remuneratória, obedecido, em
porém sem vínculo estatutário ou celetista de tra- qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
balho, podendo ou não ter remuneração. Exemplo: § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal
jurados, mesários, notários e registradores (serviços e dos Municípios poderá estabelecer a relação
notariais). entre a maior e a menor remuneração dos 265
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, Atente-se aos limites de remuneração de
o disposto no art. 37, XI. servidores:
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
publicarão anualmente os valores do subsí- z Mínimo: salário mínimo;
dio e da remuneração dos cargos e empregos z Máximo: vide inciso XI, art. 37, da CF (EC 41, de
públicos. 2003).
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios disciplinará a aplicação
É importante conhecer o texto da Súmula Vincu-
de recursos orçamentários provenientes da
lante nº 6 do STF:
economia com despesas correntes em cada órgão,
autarquia e fundação, para aplicação no desenvol-
Súmula Vinculante nº 6 Não viola a Constituição
vimento de programas de qualidade e produtivida-
o estabelecimento de remuneração inferior ao salá-
de, treinamento e desenvolvimento, modernização,
rio mínimo para as praças prestadoras de serviço
reaparelhamento e racionalização do serviço públi-
militar inicial.
co, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos orga- Art. 40 O regime próprio de previdência social
nizados em carreira poderá ser fixada nos termos dos servidores titulares de cargos efetivos terá
do § 4º. caráter contributivo e solidário, mediante contri-
§ 9º É vedada a incorporação de vantagens de buição do respectivo ente federativo, de servidores
caráter temporário ou vinculadas ao exercício ativos, de aposentados e de pensionistas, observa-
de função de confiança ou de cargo em comis- dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro
são à remuneração do cargo efetivo. e atuarial.
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de
previdência social será aposentado:
No que tange ao art. 39, a primeira observação a
I - por incapacidade permanente para o tra-
ser feita é que o caput foi alterado pela Emenda Cons- balho, no cargo em que estiver investido, quando
titucional nº 19, de 1998. No entanto, como sua eficá- insuscetível de readaptação, hipótese em que será
cia se encontra suspensa devido à decisão do STF na obrigatória a realização de avaliações periódicas
ADI nº 2.135-4, é a redação original que se encontra para verificação da continuidade das condições que
em vigor. Vejamos: ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma
de lei do respectivo ente federativo;
Art. 39 A União, os Estados, o Distrito Federal e os II - compulsoriamente, com proventos propor-

60
Municípios instituirão, no âmbito de sua competên- cionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)

8-
cia, regime jurídico único e planos de carreira para anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de

48
os servidores da administração pública direta, das idade, na forma de lei complementar;

6.
autarquias e das fundações públicas. III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois)
15
anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
.
A CF, de 1988, estabelece regras para a fixação dos cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito
20

padrões de vencimento e dos demais componentes do dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
-4

sistema remuneratório, que deverá observar: a natu- na idade mínima estabelecida mediante emenda às
ra

reza, o grau de responsabilidade e a complexidade respectivas Constituições e Leis Orgânicas, obser-


ei

dos cargos que compõem cada carreira; os requisitos vados o tempo de contribuição e os demais
liv

requisitos estabelecidos em lei complementar do


para a investidura nos cargos e as demais peculiari-
O

respectivo ente federativo.


dades dos cargos. Tais requisitos poderão influenciar na
de

§ 2º Os proventos de aposentadoria não pode-


fixação dos vencimentos e dependem de aprovação de
rão ser inferiores ao valor mínimo a que se refe-
os

lei específica, assim como para o seu aumento, alteração re o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo
am

ou criação de nova vantagem pecuniária. estabelecido para o Regime Geral de Previdência


Por lei, também serão estabelecidos os reajustes
R

Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16.


diferenciados para corrigir equívocos, como no caso de
e

§ 3º As regras para cálculo de proventos de


m

servidores que desempenham atividades semelhantes, aposentadoria serão disciplinadas em lei do res-
er

mas percebem valores muito diferentes. Salienta-se que pectivo ente federativo.
lh

a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, § 4º É vedada a adoção de requisitos ou crité-
ui

sem distinção de índices entre civis e militares, será feita. rios diferenciados para concessão de benefícios
G

Com objetivo de garantir o aperfeiçoamento do pro- em regime próprio de previdência social, ressalva-
fissional, o dispositivo estabelece a realização de cursos do o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º.
oficiais como requisito obrigatório para promoção na § 4º-A Poderão ser estabelecidos por lei comple-
carreira, sendo facultada, para tanto, a celebração de mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
convênios com os demais entes da federação. de contribuição diferenciados para aposentadoria
de servidores com deficiência, previamente sub-
Outra regra de extrema importância é a que asse-
metidos a avaliação biopsicossocial realizada por
gura ao servidor público civil da Administração Pública
equipe multiprofissional e interdisciplinar.
direta, autárquica e fundacional os direitos previstos
§ 4º-B Poderão ser estabelecidos por lei comple-
nos incisos IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, mentar do respectivo ente federativo idade e tempo
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, art. 7º, da CF, de 1988, e aos de contribuição diferenciados para aposentadoria
direitos que, nos termos da lei, visem à melhoria de sua de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
condição social e da produtividade e da eficiência no agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de
serviço público, em especial o prêmio por produtivida- que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso
de e o adicional de desempenho. XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput
266 do art. 144.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 4º-C Poderão ser estabelecidos por lei comple- de entidade fechada de previdência complementar
mentar do respectivo ente federativo idade e tempo ou de entidade aberta de previdência complementar.
de contribuição diferenciados para aposentadoria § 16 Somente mediante sua prévia e expressa opção,
de servidores cujas atividades sejam exercidas com o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e bio- servidor que tiver ingressado no serviço público até
lógicos prejudiciais à saúde, ou associação desses a data da publicação do ato de instituição do cor-
agentes, vedada a caracterização por categoria respondente regime de previdência complementar.
profissional ou ocupação. § 17 Todos os valores de remuneração considera-
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade dos para o cálculo do benefício previsto no § 3º
mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às ida- serão devidamente atualizados, na forma da lei.
des decorrentes da aplicação do disposto no inciso III § 18 Incidirá contribuição sobre os proventos de
do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exer- aposentadorias e pensões concedidas pelo regime
cício das funções de magistério na educação infantil e de que trata este artigo que superem o limite máxi-
no ensino fundamental e médio fixado em lei comple- mo estabelecido para os benefícios do regime geral
mentar do respectivo ente federativo. de previdência social de que trata o art. 201, com
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos percentual igual ao estabelecido para os servidores
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é titulares de cargos efetivos.
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria § 19 Observados critérios a serem estabelecidos em
à conta de regime próprio de previdência social, apli- lei do respectivo ente federativo, o servidor titular
cando-se outras vedações, regras e condições para a de cargo efetivo que tenha completado as exigên-
acumulação de benefícios previdenciários estabeleci- cias para a aposentadoria voluntária e que opte
das no Regime Geral de Previdência Social. por permanecer em atividade poderá fazer jus a um
§ 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quan- abono de permanência equivalente, no máximo, ao
do se tratar da única fonte de renda formal auferida valor da sua contribuição previdenciária, até com-
pelo dependente, o benefício de pensão por morte pletar a idade para aposentadoria compulsória.
será concedido nos termos de lei do respectivo ente § 20 É vedada a existência de mais de um regime
federativo, a qual tratará de forma diferenciada a próprio de previdência social e de mais de um órgão
hipótese de morte dos servidores de que trata o § ou entidade gestora desse regime em cada ente
4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e
em razão da função. entidades autárquicas e fundacionais, que serão
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefí- responsáveis pelo seu financiamento, observados
cios para preservar-lhes, em caráter permanente, o os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. definidos na lei complementar de que trata o § 22.

60
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual, § 21 (Revogado).
distrital ou municipal será contado para fins

8-
§ 22 Vedada a instituição de novos regimes pró-
de aposentadoria, observado o disposto nos §§ 9º

48
prios de previdência social, lei complementar
e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço correspon-

6.
federal estabelecerá, para os que já existam, nor-
dente será contado para fins de disponibilidade. 15
mas gerais de organização, de funcionamento e de
§ 10 A lei não poderá estabelecer qualquer forma
.
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre
20

de contagem de tempo de contribuição fictício. outros aspectos, sobre:


-4

§ 11 Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma I - requisitos para sua extinção e consequente
total dos proventos de inatividade, inclusive quando
ra

migração para o Regime Geral de Previdência


decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
ei

Social;
liv

públicos, bem como de outras atividades sujeitas II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utili-
a contribuição para o regime geral de previdência
O

zação dos recursos;


social, e ao montante resultante da adição de pro-
de

III - fiscalização pela União e controle externo e


ventos de inatividade com remuneração de cargo social;
os

acumulável na forma desta Constituição, cargo em


IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial;
am

comissão declarado em lei de livre nomeação e exo-


V - condições para instituição do fundo com finalidade
neração, e de cargo eletivo.
R

previdenciária de que trata o art. 249 e para vincula-


§ 12 Além do disposto neste artigo, serão observa-
ção a ele dos recursos provenientes de contribuições e
e

dos, em regime próprio de previdência social, no


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza;
er

que couber, os requisitos e critérios fixados para o


VI - mecanismos de equacionamento do deficit
lh

Regime Geral de Previdência Social.


atuarial;
ui

§ 13 Aplica-se ao agente público ocupante, exclusi-


VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do
G

vamente, de cargo em comissão declarado em lei de


regime, observados os princípios relacionados com
livre nomeação e exoneração, de outro cargo tem-
governança, controle interno e transparência;
porário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego
VIII - condições e hipóteses para responsabilização
público, o Regime Geral de Previdência Social.
daqueles que desempenhem atribuições relacio-
§ 14 A União, os Estados, o Distrito Federal e os
nadas, direta ou indiretamente, com a gestão do
Municípios instituirão, por lei de iniciativa do res-
regime;
pectivo Poder Executivo, regime de previdência
IX - condições para adesão a consórcio público;
complementar para servidores públicos ocupantes
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos
definição de alíquota de contribuições ordinárias e
benefícios do Regime Geral de Previdência Social
extraordinárias.
para o valor das aposentadorias e das pensões em
regime próprio de previdência social, ressalvado o
disposto no § 16. O art. 40, da CF, de 1988, regulamenta o Regime
§ 15 O regime de previdência complementar de que Previdenciário Próprio de Previdência Social. Em
trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente síntese, o sistema previdenciário do servidor públi-
na modalidade contribuição definida, observará o co foi alterado com a EC nº 103, de 2019, da seguinte
disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio forma: 267
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Desconstitucionalização das regras de previdência, „ Agente socioeducativo;
de modo que vários regramentos sobre aposenta- „ Policial das carreiras do art. 144 (Segurança
doria e pensão passaram a ser de competência de Pública) e policiais da Câmara e do Senado
lei infraconstitucional; Federal;
z Nova mudança no cálculo da pensão; „ Atividades que prejudiquem à saúde (aquelas
z Maior aproximação do RGPS e RPPS; exercidas com efetiva exposição a agentes quí-
z Modificações no abono de permanência; micos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
z Previsão de readaptação antes de aposentadoria ou associação desses agentes).
por incapacidade permanente;
z Inclusão dos agentes políticos ocupantes de man- Art. 41 São estáveis após três anos de efetivo exer-
dato eletivo nas regras do RGPS; cício os servidores nomeados para cargo de provi-
z Exclusão da aposentadoria apenas por tempo de mento efetivo em virtude de concurso público.
contribuição; § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
z Regras especiais para carreiras policiais previstas I - em virtude de sentença judicial transitada em
na CF. julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe
No que tange à aposentadoria, suas modalidades seja assegurada ampla defesa;
são: III - mediante procedimento de avaliação periódi-
ca de desempenho, na forma de lei complementar,
z Voluntária: quando se dá por livre e espontânea assegurada ampla defesa.
vontade, desde que cumpridos os requisitos dis- § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão
postos a seguir: do servidor estável, será ele reintegrado, e o even-
tual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização, aprovei-
HOMEM MULHER
tado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
IDADE 65 anos 62 anos remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desneces-
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 25 anos 25 anos sidade, o servidor estável ficará em disponibilida-
de, com remuneração proporcional ao tempo de
TEMPO NO SERVIÇO PÚBLICO 10 anos 10 anos
serviço, até seu adequado aproveitamento em outro
TEMPO NA CARREIRA 5 anos 5 anos cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabili-

60
dade, é obrigatória a avaliação especial de desem-

8-
No caso dos professores dos ensinos infantil, fun- penho por comissão instituída para essa finalidade.

48
damental e médio, conta-se com a redução de 5 anos

6.
do requisito etário, ou seja, 60 anos para os homens e Por fim, o art. 41, da CF, de 1988, trata da estabi-
57 anos para as mulheres. Atenção! Essa regra não se
15
lidade, que prevê a regra de que a estabilidade é
.
20

aplica aos professores do ensino superior. adquirida após três anos de efetivo exercício. Tra-
-4

Vejamos o texto da Súmula nº 726, do STF: ta-se de uma garantia constitucional de permanência
ra

no serviço público outorgada ao servidor aprovado


Súmula nº 726 Para efeito de aposentadoria espe-
ei

em concurso público e nomeado a cargo de provimen-


liv

cial de professores, não se computa o tempo de ser-


viço prestado fora da sala de aula.
to efetivo que tenha transposto o período de estágio
O

probatório e sido aprovado na avaliação especial de


de

z Involuntária: quando se dá independentemente desempenho. Uma vez efetivo, o servidor só perderá


os

da vontade do servidor, em virtude de: o cargo em três hipóteses: sentença judicial transi-
am

tada em julgado; processo administrativo e procedi-


„ Incapacidade permanente, sendo necessário mento de avaliação periódica de desempenho.
R

Explicando melhor, para a contratação de pessoal


e

que se proceda à readaptação do servidor antes


m

do procedimento para a aposentadoria; na Administração Pública, é realizado concurso públi-


er

„ Adimplemento de idade limite (aposentadoria co para preenchimento de cargos públicos. Com isso,
lh

compulsória aos 70 ou aos 75 anos de idade, na a pessoa que foi aprovada dentro do número de vagas
ui

previstas no certame tem o direito de ser nomeada


G

forma da Lei Complementar nº 152, de 2015).


para o cargo público. Com a nomeação, essa pessoa
A CF, de 1988, estabelece, ainda, o direito de uti- assina o termo de posse e pode, a partir de então, exer-
lizar, para fins de aposentadoria, o tempo de servi- cer efetivamente o cargo público.
ço desempenhado em outro ente da Federação ou Nos primeiros três anos de exercício, esse servi-
na iniciativa privada. Por exemplo: uma pessoa que dor passa por um período de avaliação. Trata-se do
trabalhou 8 (oito) anos em uma empresa antes de ser estágio probatório, ou seja, um período durante o qual
aprovada em concurso público estadual pode consi- será analisado seu desempenho funcional. Completa-
derar esse tempo no cálculo final do tempo de serviço. dos três anos de serviço público e tendo sido aprovado
no estágio probatório, o servidor adquire a denomina-
z Regra: veda-se a aposentadoria especial; da estabilidade.
z Exceção: vide §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º, art. 40. Em O dispositivo estabelece, ainda, a possibilidade de
síntese: reintegração, ou seja, o retorno, por meio de decisão
judicial, do servidor público ilegalmente desligado
„ Servidores com deficiência; ao cargo de origem ou ao cargo resultante de sua
268 „ Agente penitenciário; transformação.
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Salienta-se que ele fará jus ao recebimento de ÓRGÃO Administração direta e indireta
todas as vantagens que teria auferido no período em
que ficou desligado, inclusive das promoções por anti- Tem personalidade jurídica – direitos
ENTIDADE
guidade que teria conquistado. e obrigações

AUTORIDADE Poder de decisão — “é quem manda”


Importante!
É possível, também, que decisão administrativa A Administração Pública obedecerá inúmeros
princípios e constantemente percebemos a moder-
invalide a demissão.
nização desses conceitos. Isso significa o seguinte: a
atividade administrativa é complexa, densa e experi-
No caso de o cargo anteriormente ocupado pelo menta constante evolução. Dito isso, vamos nos con-
servidor ter sido extinto, ele será reintegrado ao ser- centrar nos pontos da Lei nº 9.784, de 1999, pois eles
viço público, porém ficará em disponibilidade remu- estarão presentes na sua prova. Esses princípios são
nerada até seu adequado aproveitamento em outro os seguintes:
cargo. Já no caso de o cargo provido ter sido ocupado
por outro servidor, o ocupante será reconduzido ao z Legalidade;
cargo de origem, sem direito à indenização, ou apro- z Finalidade;
veitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponi- z Motivação;
bilidade enquanto o servidor reintegrado voltará a z Razoabilidade;
exercer o seu cargo. z Proporcionalidade;
z Moralidade;
z Ampla defesa;
z Contraditório;
z Segurança jurídica;
PROCESSO ADMINISTRATIVO: z Interesse público;
CONCEITO, REQUISITOS, OBJETIVOS, z Eficiência.
FASES, ESPÉCIES, PRINCÍPIOS DO z Para ajudar a decorar esse mnemônico podemos
usar a frase: “Será fácil pro momo” .
PROCESSO ADMINISTRATIVO
SERÁ FÁCIL PRO MOMO

60
A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, estabele-
Finalidade

8-
ce o Processo Administrativo Disciplinar na Adminis- Segurança
Ampla defesa

48
tração Pública Federal. Vamos estudar os principais Jurídica Moralidade
Contraditório Proporcionalidade
Eficiência Motivação

6.
pontos dessa lei e organizar nosso pensamento para Razoabilidade
Interesse Público
entender sem rodeios o que a lei deseja apresentar. Legalidade
. 15
O espectro de atuação é enorme — Administração
20

Pública Federal direta e indireta. O objetivo está bem


-4

Para facilitar o nosso estudo, vamos separar os


definido e é a proteção dos direitos dos administrados princípios em pequenos grupos mais alinhados:
ra

e do melhor cumprimento dos fins da Administração.


ei

Perceba o seguinte: a Lei nº 9.784, de 1999, é uma z Legalidade e finalidade: a legalidade é o estrito res-
liv

lei federal e não uma lei nacional, ou seja, sua esfe- peito às autorizações da lei; a finalidade, por outro
O

ra de atribuição não atinge Estados e municípios, lado, é a própria lei. São conceitos semelhantes apli-
de

mas atinge os Poderes Executivo, Legislativo e Judi- cados a situações distintas. A legalidade autoriza
os

ciário quando estes estão realizando suas funções a fazer somente o que a lei permite. Dessa forma, é
am

administrativas. uma limitação à liberdade do administrador. A finali-


dade é um vetor, ou seja, dá direção e sentido. A fina-
R

Art. 1º [...]
e

lidade dos atos administrativos é a lei, sendo assim, a


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam finalidade é técnica de interpretação;
er

aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciá- z Motivação: a motivação pode ser entendida como
lh

rio da União, quando no desempenho de função


uma simples explicação do motivo — que é um dos
ui

administrativa.
G

elementos do ato administrativo;


z Razoabilidade e proporcionalidade: a razoabili-
O parágrafo 2º, art. 1º, define órgão, entidade
dade e a proporcionalidade são princípios e, sendo
e autoridade. Essas definições são importantes e
princípios, têm valor normativo. Tudo que é prin-
devem ser referenciadas, pois em outros contextos
cípio (início) da lei deve ter valor normativo junta-
teremos definições diversas para os mesmos termos.
mente com a própria lei. Seus conceitos, entretanto,
Acompanhe:
não estão positivados na lei. Isso acaba causando
uma dificuldade em sua aplicação ao caso concre-
Art. 1º [...]
to. Em que pese essa dificuldade inicial, podemos
§ 2º [...]
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estru- perceber esses princípios como limitadores do
tura da Administração direta e da estrutura da Estado. A aplicação da razoabilidade e da propor-
Administração indireta; cionalidade tem a clara função de embargar o
II - entidade - a unidade de atuação dotada de per- Estado. No que se refere especialmente à propor-
sonalidade jurídica; cionalidade, teremos uma relação entre conduta e
III - autoridade - o servidor ou agente público dota- resultado ou entre ação e sanção. Nessas relações
do de poder de decisão. deverá estar presente a proporcionalidade; 269
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z Moralidade, ampla defesa, contraditório e segu- VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposi-
rança jurídica: a ampla defesa pode ser entendida ção de obrigações, restrições e sanções em medida
como a paridade de armas, como uma igualdade superior àquelas estritamente necessárias ao aten-
de informações e recursos e acaba se concretizan- dimento do interesse público;
do no exercício do contraditório, ou seja, na opor-
tunidade de rebater os argumentos de quem acusa Sempre será observada a razoabilidade e a propor-
ou alega alguma coisa. A segurança jurídica atribui cionalidade entre meios e fins. Deve ocorrer a adequa-
previsibilidade e estabilidade às relações sociais, ção entre o interesse público e a sanção imposta.
garantindo que uma nova lei não prejudique situa-
ções consolidadas na vigência de uma lei anterior. Art. 2º [...]
A própria Constituição Federal declara que: VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
que determinarem a decisão;
Art. 5º [...]
XXXV - a lei não prejudicará o direito adquirido, o Os pressupostos de fato e de direito são indispen-
ato jurídico perfeito e a coisa julgada. sáveis para a fundamentação e a segurança jurídica
das ações tomadas pela autoridade.
Por fim, temos a moralidade administrativa, que se
aplica igualmente à instituição e ao servidor. A mora- Art. 2º [...]
lidade administrativa transcende a escolha entre o VIII - observância das formalidades essenciais à
garantia dos direitos dos administrados;
certo e o errado, alcançando um comportamento que
IX - adoção de formas simples, suficientes para pro-
além de lícito é probo, ou seja, existe nesse princípio a
piciar adequado grau de certeza, segurança e res-
ordem firme de que a Administração Pública e o ser- peito aos direitos dos administrados;
vidor deverão pautar-se pela legalidade e pela boa-fé.
É necessário que se utilizem formas simples para a
z Interesse público e eficiência: o interesse público é, formalização dos documentos; todavia, essas formas
sem dúvida, a reunião dos interesses particulares. Já devem suficientemente completas para garantir segu-
a eficiência é forma de gestão, ou seja, a Administra- rança na identificação do pedido.
ção pública implementa o modelo de administração
pública gerencial voltada para um controle de resul- Art. 2º [...]
tados. E busca, com isso, economia, rapidez, rendi- X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen-
mento, qualidade e produtividade. tação de alegações finais, à produção de provas e

60
à interposição de recursos, nos processos de que

8-
Estudados todos esses princípios, vamos nos debru- possam resultar sanções e nas situações de litígio;

48
çar sobre os critérios do processo administrativo:

6.
Aqui, há a identificação de 2 momentos distintos. O
15
Art. 2º [...] primeiro ocorrerá ao término da produção de provas
.
20

I - atuação conforme a lei e o Direito; (alegação final). O segundo, posterior à decisão, inter-
-4

II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a posição de recurso.


renúncia total ou parcial de poderes ou competên-
ra
ei

cias, salvo autorização em lei; Art. 2º [...]


liv

XI - proibição de cobrança de despesas processuais,


O

É muito importante atentar para a vedação à ressalvadas as previstas em lei;


de

renúncia de competência e poderes.


A regra no processo administrativo é a gratuidade,
os

Art. 2º [...] mas a própria lei admite que poderão ocorrer exceções.
am

III - objetividade no atendimento do interesse


R

público, vedada a promoção pessoal de agentes ou Art. 2º [...]


e

autoridades; XII - impulsão, de ofício, do processo administrati-


m
er

vo, sem prejuízo da atuação dos interessados;


O atendimento do público deve ser feito de for-
lh
ui

ma objetiva, mas a promoção pessoal será evitada. A A Administração Pública, diferentemente do Judi-
G

máquina pública não pode ser usada como mecanis- ciário, poderá agir de ofício.
mo de promoção pessoal.
Art. 2º [...]
Art. 2º [...] XIII - interpretação da norma administrativa da
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, forma que melhor garanta o atendimento do fim
decoro e boa-fé; público a que se dirige, vedada aplicação retroativa
de nova interpretação.
É possível entender a atuação segundo os padrões
éticos como forma de trabalho que traga facilidades ao A Lei nº 9.784, de 1999, elenca direitos que o admi-
usuário do serviço público. O servidor tem o dever de, nistrado tem perante a Administração, sem prejuízo
dentro da lei, facilitar o exercício dos direitos do cidadão. de outros que lhe sejam assegurados:

Art. 2º [...] Art. 3º [...]


V - divulgação oficial dos atos administrativos, I - ser tratado com respeito pelas autoridades e ser-
ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na vidores, que deverão facilitar o exercício de seus
270 Constituição; direitos e o cumprimento de suas obrigações;
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Existe um “dever” de facilitação do exercício dos excepcionalmente o pedido poderá ser admitido atra-
direitos do administrado. Ou seja, o servidor deverá vés de solicitação oral.
agir de forma e com a intenção de orientar o adminis- No mesmo sentido, a Administração Pública não
trado para que consiga alcançar seu legítimo objetivo. poderá, de forma imotivada (sem motivo fundamen-
tado), negar o recebimento de documentos, devendo o
Art. 3º [...] servidor orientar o interessado quanto ao suprimento
II - ter ciência da tramitação dos processos admi- de eventuais falhas. Esse é um ponto que demonstra
nistrativos em que tenha a condição de interessa- fortemente a presença do princípio da moralidade e
do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos do dever de facilitação.
neles contidos e conhecer as decisões proferidas; Ainda nesse sentido, quando os pedidos de vários
interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênti-
Nesse ponto, a lei apresenta verdadeiro direito de cos, poderão ser formulados em requerimento único.
informação ao administrado. Essa previsão faz aflorar o uso da eficiência, gerando
economia e rapidez, por exemplo.
III - formular alegações e apresentar documentos
antes da decisão, os quais serão objeto de conside- z A administração não pode recusar o recebimento
ração pelo órgão competente; de documentos sem motivo e deverá orientar o
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga- administrado para sanar as falhas;
do, salvo quando obrigatória a representação, por z Processos com o mesmo pedido poderão ser reuni-
força de lei.
dos como forma de simplificar o processo e melho-
rar a prestação do serviço.
O administrado possui o direito de ser assistido
por advogado, todavia, não ocorrerá prejuízo nos
A possibilidade de desenvolver o processo admi-
casos em que não for assistido. A representação é
nistrativo necessita de legitimação. Além disso, para
mera faculdade.
fins de processo administrativo, são capazes os maio-
res de dezoito anos.
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Pode existir previsão especial em ato normativo
próprio. Um bom exemplo de legitimado menor de
Estudados os direitos do administrado, é neces- dezoito anos é o caso dos militares que são aprova-
sário ater-se ao rol (exemplificativo) de deveres do dos em concurso público antes de completarem a
administrado perante a Administração (art. 4º, da Lei maioridade e poderiam ser submetidos a processo
n° 9.784, de 1999):

60
administrativo. Os legitimados para o PAD (processo
administrativo disciplinar) são os seguintes:

8-
Art. 4º São deveres do administrado perante a Admi-

48
nistração, sem prejuízo de outros previstos em ato

6.
Art. 9º [...]
normativo: 15
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
I - expor os fatos conforme a verdade;
.
titulares de direitos ou interesses individuais ou no
20

II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; exercício do direito de representação;


-4

III - não agir de modo temerário; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
IV - prestar as informações que lhe forem solicita-
ra

direitos ou interesses que possam ser afetados pela


das e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
ei

decisão a ser adotada;


liv

III - as organizações e associações representativas,


De acordo com o art. 5º, os processos administrati-
O

no tocante a direitos e interesses coletivos;


vos previstos na lei poderão iniciar-se de ofício (sem
de

IV - as pessoas ou as associações legalmente consti-


provocação) ou após a provocação de um interessado tuídas quanto a direitos ou interesses difusos.
os

(a pedido do interessado).
am
R

Art. 6º O requerimento inicial do interessado (pedi-


e

do ou provocação), deve ser formulado por escrito


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


e conter os seguintes dados: • Interessados diretos
er

I - órgão ou autoridade administrativa a que se • 3º interessado


lh

dirige; • Organizações e associações —


ui

II - identificação do interessado ou de quem o LEGITIMADOS


G

interesses coletivos
represente;
• Pessoas ou associações —
III - domicílio do requerente ou local para recebi-
interesses coletivos
mento de comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos
e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu
representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a A competência para realizar o PAD é irrenunciável
recusa imotivada de recebimento de documentos, e será exercida pelos órgãos administrativos a que foi
devendo o servidor orientar o interessado quanto atribuída. O órgão administrativo e seu titular pode-
ao suprimento de eventuais falhas. rão, se não houver impedimento legal, delegar parte
da sua competência a outros órgãos ou titulares, mes-
Embora existam requisitos, eles não poderão mo nos casos em que não lhe sejam hierarquicamente
transformar-se em forma de impedir o acesso do subordinados. Essa possibilidade se baseia na conve-
administrado à prestação estatal. Além disso, a for- niência em razão de circunstâncias de índole técnica,
ma dos requisitos é solene, ou seja, por escrito, mas social, econômica, jurídica ou territorial. 271
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante! O reconhecimento de firma não é regra, mas será
exigido quando houver dúvida de autenticidade. Por
Alguns atos não podem ser objeto de delegação
fim, com a clara intenção de trazer celeridade e econo-
(art. 13): edição de atos de caráter normativo;
micidade, a autenticação de documentos exigidos em
decisão de recursos administrativos; matérias de cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
competência exclusiva do órgão ou autoridade. Guardando similaridade com os demais processos,
o PAD deverá realizar-se em dias úteis, no horário nor-
mal de funcionamento da repartição na qual tramitar
Sendo caso de delegação ou de sua revogação, os
o processo. Caso iniciado, os atos serão concluídos
atos deverão ser publicados no meio oficial. O ato
depois do horário normal, sempre que o adiamento
de delegação deverá pormenorizar as matérias e os
prejudique o curso regular do procedimento ou cause
poderes transferidos, além de os limites da atuação, a
danos ao interessado ou à Administração.
duração e os objetivos da delegação e, ainda, o recurso
Como regra e inexistindo disposição diversa, os
cabível. A delegação poderá apontar ressalva no exer-
atos do órgão ou autoridade responsável pelo proces-
cício da atribuição delegada.
so e dos administrados que dele participem devem
A delegação é ato unilateral e revogável a qual-
ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de
quer tempo pela autoridade delegante. Quando deci-
força maior. Havendo motivo, o prazo poderá ser dila-
dir, o delegado deverá mencionar expressamente a
tado até o dobro, alcançando dez dias; todavia, será
delegação; nesse caso, as decisões serão consideradas necessário que se tenha justificação.
tomadas pelo delegado. Será permitida, em caráter
excepcional e por motivos relevantes devidamente Art. 25 Os atos do processo devem realizar-se pre-
justificados, a avocação temporária de competência ferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o
atribuída a órgão hierarquicamente inferior. interessado se outro for o local de realização.
Ainda sobre a competência para iniciar o PAD,
deve-se respeitar a máxima que nos informa que não DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
havendo competência legal específica, o processo
administrativo deverá ser iniciado perante a autori- Os atos serão comunicados ao interessado através
dade de menor grau hierárquico para decidir. da intimação. Nesse momento, o administrado será
intimado (“tornado íntimo”) da ciência de decisão ou
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO da efetivação de diligências.
Serão objeto de intimação os atos do processo que
Como forma de defender a transparência e a

60
resultem para o interessado em imposição de deveres,
lisura do procedimento, o art. 18 elenca os casos de

8-
ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e

48
impedimento. atividades e os atos de outra natureza de seu interesse.

6.
Ficam impedidos de atuar no processo adminis- Obrigatoriamente, as intimações deverão conter:
trativo o servidor ou autoridade que tenha interesse .15
direto ou indireto na matéria, que tenha participado Art. 26 [...]
20

ou venha a participar como perito, testemunha ou § 1º [...]


-4

representante, ou se tais situações ocorrem quan- I - Identificação do intimado e nome do órgão ou


ra

to ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até entidade administrativa;


ei

o terceiro grau. Por fim, fica igualmente impedido o II - Finalidade da intimação;


liv

servidor que esteja litigando judicial ou administrati- III - Data, hora e local em que deve comparecer;
O

IV - Se o intimado deve comparecer pessoalmente,


vamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
de

ou fazer-se representar;
companheiro.
V - Informação da continuidade do processo inde-
os

A autoridade ou servidor que incorrer em impedi-


pendentemente do seu comparecimento;
am

mento deve comunicar o fato à autoridade competen- VI - Indicação dos fatos e fundamentos legais
te, abstendo-se de atuar. Caso não o faça, a omissão
R

pertinentes.
do dever de comunicar o impedimento constitui falta
e
m

grave, para efeitos disciplinares. Além desse conteúdo obrigatório, é determinante


er

As questões de suspeição também estão presentes perceber que:


lh

no texto da Lei n° 9.784, de 1999, e podem ser arguidas


ui

contra a autoridade ou servidor que tenha amizade


G

z A intimação observará a antecedência mínima de


íntima ou inimizade notória com algum dos interes- três dias úteis quanto à data de comparecimento;
sados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, z A intimação poderá ser feita através de diversos
parentes e afins até o terceiro grau. Caso ocorra, o meios. São eles: por ciência no processo, por via
indeferimento da alegação de suspeição poderá ser postal com aviso de recebimento, por telegrama ou
objeto de recurso, todavia, sem efeito suspensivo. outro meio que assegure a certeza da ciência do
interessado;
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO z Quando forem interessados indeterminados, des-
PROCESSO conhecidos ou com domicílio indefinido, a inti-
mação deve ser efetuada por meio de publicação
O PAD é um processo administrativo, porém seus oficial;
atos não dependem de forma determinada, exceto z Este ponto deve ser motivo de destaque no seu
quando a lei a exige de forma expressa. O procedi- material: as intimações serão nulas quando fei-
mento deverá ser escrito e seus termos devem conter tas sem observância das prescrições legais, mas
a data, o local onde se realizam, a assinatura da auto- o comparecimento do administrado supre sua
272 ridade responsável; seu idioma é o nacional. falta ou irregularidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Importante! Art. 37 Quando o interessado declarar que fatos e
dados estão registrados em documentos existentes
O comparecimento do administrado supre a falta na própria Administração responsável pelo pro-
de intimação ou a sua irregularidade. cesso ou em outro órgão administrativo, o órgão
competente para a instrução proverá, de ofício,
à obtenção dos documentos ou das respectivas
Caso ocorra desatendimento da intimação, essa
cópias.
falta não importa em reconhecimento da verdade dos
fatos, nem mesmo, na renúncia a direito pelo admi-
O art. 36, da Lei n° 9.784, de 1999, apresenta a
nistrado. No desenrolar do processo, será garantido
presença do princípio do ônus da prova, ou seja, a
direito de ampla defesa ao interessado.
prova que fundamenta a alegação vale para quem a
fizer. Apesar disso, é sempre importante salientar que
DA INSTRUÇÃO
as informações que estiverem em bancos de dados
A instrução do procedimento ocorrerá de ofício ou públicos deverão ser apresentadas pela Administra-
através de impulsão do órgão responsável pelo pro- ção Pública, independentemente de custas, em regra.
cesso, sempre sem prejuízo do direito dos interessados
de apresentarem provas. O órgão competente para a Art. 38 O interessado poderá, na fase instrutória
e antes da tomada da decisão, juntar documentos
instrução fará constar dos autos os dados necessários
e pareceres, requerer diligências e perícias, bem
à decisão do processo. Os atos de instrução que exi-
como aduzir alegações referentes à matéria objeto
jam a atuação dos interessados devem realizar-se do
do processo.
modo menos oneroso para estes.
§ 1º Os elementos probatórios deverão ser conside-
São inadmissíveis no processo administrativo e
rados na motivação do relatório e da decisão.
no processo judicial as provas obtidas por meios § 2º Somente poderão ser recusadas, mediante
ilícitos. Da mesma forma, são inadmissíveis e devem decisão fundamentada, as provas propostas pelos
ser retiradas do processo as provas oriundas da prova interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,
ilicitamente produzida. desnecessárias ou protelatórias.
É importante lembrar que embora exista a neces- Art. 39 Quando for necessária a prestação de infor-
sidade e o dever de buscar-se a verdade dos fatos (“o mações ou a apresentação de provas pelos inte-
que efetivamente aconteceu”), o processo administra- ressados ou terceiros, serão expedidas intimações
tivo não poderá valer-se de provas ilícitas ou de infor- para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e
mações oriundas de provas ilícitas. condições de atendimento.

60
8-
Art. 31 Quando a matéria do processo envolver Sempre que determinados pontos da lei falarem

48
assunto de interesse geral, o órgão competente sobre a necessidade de intimação, é importantíssimo

6.
poderá, mediante despacho motivado, abrir perío-
lembrar do princípio da instrumentalidade das for-
15
do de consulta pública para manifestação de ter-
mas. Ou seja, a formalidade dos atos administrativos
.
ceiros, antes da decisão do pedido, se não houver
20

prejuízo para a parte interessada. é um instrumento para a realização do processo e não


-4

§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de o motivo da existência do processo.


Neste ponto, é importante destacar o termo infor-
ra

divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas


ei

físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixan- malismo, ou seja, a forma é um aspecto que é rele-
liv

do-se prazo para oferecimento de alegações escritas. vante e se reveste como elemento de formação do ato
O

§ 2o O comparecimento à consulta pública não con- administrativo, mas deve sofrer moderação.
de

fere, por si, a condição de interessado do processo, Informalismo ou formalismo moderado: a


mas confere o direito de obter da Administração Administração Pública deve primar pela qualidade de
os

resposta fundamentada, que poderá ser comum a seus atos, mas o rigor na submissão às formas deverá
am

todas as alegações substancialmente iguais. ser evitado.


Art. 32 Antes da tomada de decisão, a juízo da
R

As solicitações de informação serão precedidas de


autoridade, diante da relevância da questão, pode-
e

intimação.
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


rá ser realizada audiência pública para debates
er

sobre a matéria do processo.


lh

Art. 33 Os órgãos e entidades administrativas, Art. 39 [...]


ui

em matéria relevante, poderão estabelecer outros Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação,
G

meios de participação de administrados, direta- poderá o órgão competente, se entender relevante a


mente ou por meio de organizações e associações matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximin-
legalmente reconhecidas. do de proferir a decisão.

O processo administrativo poderá ser instruído Sempre que o órgão suprir de ofício uma falta ou
através de audiências públicas. Essas assembleias têm omissão, teremos a aplicação do princípio da oficiosida-
a função de reunir diversos segmentos que possuam de, ou seja, a Administração Pública está agindo de ofício,
interesse no assunto tratado e que desejam obter respos- sem provocação. Essa é uma característica importante
tas sobre pontos de destaque. Todavia, essas respostas, do processo administrativo, pois, quando tratamos do
embora fundamentadas, poderão ser idênticas quando processo judicial, o princípio marcante é a inércia.
tratarem de alegações sobre os mesmos elementos.
Art. 40 Quando dados, atuações ou documentos soli-
Art. 36 Cabe ao interessado a prova dos fatos que citados ao interessado forem necessários à aprecia-
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao ção de pedido formulado, o não atendimento no prazo
órgão competente para a instrução e do disposto no fixado pela Administração para a respectiva apresen-
art. 37 desta Lei. tação implicará arquivamento do processo. 273
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Art. 41 Os interessados serão intimados de prova interesse público, além de oficiosidade. No que se
ou diligência ordenada, com antecedência míni- refere à imposição de medida cautelar, temos que
ma de três dias úteis, mencionando-se data, hora e encontrar a dupla: “fumus boni iuris” e “periculum
local de realização. in mora”;
z Publicidade: o princípio da publicidade tem papel
Os interessados serão avisados três dias antes de importante em todo processo e não poderia ser
eventos relevantes, seja produção de prova ou cum- diferente no processo administrativo regido pela
primento de diligência. Esse prazo é necessário para Lei nº 9.784, de 1999;
que os interessados possam acompanhar os eventos. z Por fim, temos a confirmação da impossibilida-
de de delegar o poder de decidir, ou seja, o órgão
Art. 42 Quando deva ser obrigatoriamente ouvido incompetente deverá confeccionar relatório e
um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido enviar as informações para a autoridade compe-
no prazo máximo de quinze dias, salvo norma espe- tente para exarar a decisão.
cial ou comprovada necessidade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar
DO DEVER DE DECIDIR
de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá
seguimento até a respectiva apresentação, respon-
Art. 48 A Administração tem o dever de explicita-
sabilizando-se quem der causa ao atraso.
mente emitir decisão nos processos administrativos
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante
e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de
deixar de ser emitido no prazo fixado, o proces-
sua competência.
so poderá ter prosseguimento e ser decidido com
Art. 49 Concluída a instrução de processo adminis-
sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de
trativo, a Administração tem o prazo de até trin-
quem se omitiu no atendimento.
ta dias para decidir, salvo prorrogação por igual
Art. 43 Quando por disposição de ato normativo
período expressamente motivada.
devam ser previamente obtidos laudos técnicos
de órgãos administrativos e estes não cumprirem
o encargo no prazo assinalado, o órgão responsá- A Administração Pública não poderá deixar de
vel pela instrução deverá solicitar laudo técnico de decidir sobre seus processos administrativos, caso fal-
outro órgão dotado de qualificação e capacidade tem informações deverá sanar as faltas, buscar espe-
técnica equivalentes. cialistas e finalmente decidir sobre o tema.

Durante o processo administrativo, alguns órgãos CAPÍTULO XII: DA MOTIVAÇÃO


deverão ser obrigatoriamente ouvidos; isso significa

60
que a apresentação do parecer é marco no andamento Art. 50 Os atos administrativos deverão ser

8-
do processo, por isso, a responsabilidade para quem motivados, com indicação dos fatos e dos funda-

48
deixar de apresentá-lo. mentos jurídicos, quando:

6.
Além disso, em função da oficiosidade, a Admi- I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
15
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
nistração Pública não fica adstrita ao órgão, podendo
.
20
sanções;
buscar outro órgão igualmente qualificado para emi-
-4

III - decidam processos administrativos de concur-


tir o parecer faltante.
so ou seleção pública;
ra

IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de


ei

Art. 44 Encerrada a instrução, o interessado terá processo licitatório;


liv

o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez V - decidam recursos administrativos;


O

dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. VI - decorram de reexame de ofício;
de

Art. 45 Em caso de risco iminente, a Administração VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
Pública poderá motivadamente adotar providên- sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
os

cias acauteladoras sem a prévia manifestação do propostas e relatórios oficiais;


am

interessado. VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou


Art. 46 Os interessados têm direito à vista do pro-
R

convalidação de ato administrativo.


cesso e a obter certidões ou cópias reprográficas
e
m

dos dados e documentos que o integram, ressalva-


A motivação é princípio importante da Lei nº
er

dos os dados e documentos de terceiros protegidos


9.784, de 1999, e deve estar presente nos atos admi-
lh

por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e


ui

à imagem. nistrativos. Porém, é necessário entender dois pontos:


G

Art. 47 O órgão de instrução que não for compe-


tente para emitir a decisão final elaborará relató- z Motivo e motivação são diferentes. O motivo, que
rio indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases é elemento do ato administrativo, é a reunião do
do procedimento e formulará proposta de decisão, fato (acontecimento) com o fundamento jurídico
objetivamente justificada, encaminhando o proces- que o sustenta. A motivação pode ser entendida
so à autoridade competente. como a explicação do motivo;
z Atos decisórios necessitam de motivo e motiva-
Os arts. 44, 45, 46 e 47 apresentam pontos impor- ção. A motivação, por exemplo, explicitará se o ato
tantes e que facilmente poderão ser cobrados em pro- importa em anulação, revogação, suspensão ou
va. Veja só: convalidação.

z Em caso de risco iminente, poderão ser adotadas „ Anulação: o ato foi anulado e seus efeitos foram
medidas acauteladoras sem a prévia manifestação extintos desde o momento de sua criação;
da outra parte. Neste momento, estamos diante da „ Revogação: o ato revogado deixa de produ-
conjunção de diversos princípios, a saber: supre- zir efeitos, todavia permanecem os efeitos já
274 macia do interesse público, indisponibilidade do existentes;
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„ Suspensão: como preleciona o próprio nome, Súmula n° 473 (STF) A administração pode anular
suspende os efeitos de um ato administrativo; seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
„ Convalidação: o ato convalidado possui defei- tornam ilegais, porque deles não se originam direitos;
to, mas esse defeito é sanável e após seu sanea- ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportu-
mento torna-se um ato administrativo perfeito. nidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalva-
da, em todos os casos, a apreciação judicial.
Art. 50 [...]
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e con- Art. 54 O direito da Administração de anular os
gruente, podendo consistir em declaração de atos administrativos de que decorram efeitos favo-
concordância com fundamentos de anteriores pare- ráveis para os destinatários decai em cinco anos,
ceres, informações, decisões ou propostas, que, nes- contados da data em que foram praticados, salvo
te caso, serão parte integrante do ato. comprovada má-fé.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natu- § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o
reza, pode ser utilizado meio mecânico que repro- prazo de decadência contar-se-á da percepção do
duza os fundamentos das decisões, desde que não primeiro pagamento.
prejudique direito ou garantia dos interessados. § 2º Considera-se exercício do direito de anular
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados qualquer medida de autoridade administrativa que
e comissões ou de decisões orais constará da res- importe impugnação à validade do ato.
pectiva ata ou de termo escrito.
Prazo decadencial, ou seja, um prazo fatal.
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE
EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 55 Em decisão na qual se evidencie não acarre-
tarem lesão ao interesse público nem prejuízo a ter-
Art. 51 O interessado poderá, mediante manifes- ceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
tação escrita, desistir total ou parcialmente do poderão ser convalidados pela própria Administração.
pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos
disponíveis. DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou
renúncia atinge somente quem a tenha formulado. Art. 56 Das decisões administrativas cabe recurso,
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, con- em face de razões de legalidade e de mérito.
forme o caso, não prejudica o prosseguimento do § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu
processo, se a Administração considerar que o inte- a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de
resse público assim o exige. cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.

60
Art. 52 O órgão competente poderá declarar extin- § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso

8-
to o processo quando exaurida sua finalidade ou administrativo independe de caução.

48
o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou § 3o Se o recorrente alegar que a decisão adminis-

6.
prejudicado por fato superveniente. trativa contraria enunciado da súmula vinculante,
15
caberá à autoridade prolatora da decisão impugna-
.
20

Novamente, a lei apresenta a influência da oficio- da, se não a reconsiderar, explicitar, antes de enca-
minhar o recurso à autoridade superior, as razões
-4

sidade, seguindo com o processo administrativo caso


o tema seja relevante. Igualmente, deve-se manter ou da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
ra

extinguir o processo administrativo de acordo com o conforme o caso.


ei

interesse ou falta de interesse público.


liv

Dois pontos pedem nossa atenção neste momento.


O

DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO O primeiro é a gratuidade manifestada no § 3º, art.


de

56; o segundo é o trâmite inicial do recurso. O recurso


os

Art. 53 A Administração deve anular seus próprios administrativo deverá ser recebido pela autoridade
que emitiu a decisão. Nesse momento, haverá a ocor-
am

atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode


revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni- rência de fato sobremaneira importante: a autorida-
R

dade, respeitados os direitos adquiridos. de poderá alterar a decisão proferida, isso mesmo, a
e

autoridade poderá reconsiderar seu ato.


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

Antes de continuar o estudo do conteúdo do art.


lh

53, da Lei nº 9.784, de 1999, devemos revisar os con- Art. 57 O recurso administrativo tramitará no
ui

ceitos de anulação, revogação ou convalidação. máximo por três instâncias administrativas, salvo
G

disposição legal diversa.


Art. 58 Têm legitimidade para interpor recurso
z Anulação: o ato administrativo é desfeito, desde
administrativo:
o seu início, ou seja, a anulação opera de forma ex I - os titulares de direitos e interesses que forem
tunc atingindo efeitos pretéritos do ato; parte no processo;
z Revogação: o ato administrativo cessa seus efei- II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indire-
tos, todavia os efeitos já ocorridos se mantêm. Essa tamente afetados pela decisão recorrida;
manifestação opera-se ex nunc, ou seja, daquele III - as organizações e associações representativas,
momento para o futuro; no tocante a direitos e interesses coletivos;
z Convalidação: o ato administrativo será convali- IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos
dado quando seus vícios puderem ser sanados, ou ou interesses difusos.
seja, em que pese o defeito que apresente, o ato
ainda poderá ser aproveitado. Vamos sistematizar os interessados na interposi-
ção do recurso:
Neste ponto, é necessário relembrar a Súmula n°
473, do STF.
275
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Art. 63 O recurso não será conhecido quando
As partes interposto:
I - fora do prazo;

INTERESSADOS
II - perante órgão incompetente;
Os diretamente envolvidos
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
Organizações ou associações —
direitos coletivos Vamos aproveitar a conformação do art. 63 para
criar um esquema de estudo:
Cidadão ou associação — direito
difuso
Intempestivo
z Direito coletivo: grupo determinado de pessoas

RECURSO NÃO
abarcado por um direito. Ex.: Policiais federais;

CONHECIDO
Órgão incompetente
z Direito difuso: toda a coletividade é impactada
e possui determinado direito. Ex.: Meio ambiente
equilibrado. Parte ilegítima

Art. 59 Salvo disposição legal específica, é de dez


dias o prazo para interposição de recurso adminis- Exaurida a esfera administrativa
trativo, contado a partir da ciência ou divulgação
oficial da decisão recorrida.
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recur- Art. 63 [...]
so administrativo deverá ser decidido no prazo § 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recor-
máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos rente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido
autos pelo órgão competente. o prazo para recurso.
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior
poderá ser prorrogado por igual período, ante jus- Caso o recurso tenha sido interposto perante órgão
tificativa explícita. incompetente, será dada “nova chance” para que o
demandante encaminhe suas alegações recursais
Acompanhe na tabela a seguir os prazos: para o órgão correto.

60
PRAZO LEGAL Interposição 10 dias Art. 63 [...]
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a

8-
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde

48
Decisão do
PRAZO LEGAL Até 30 dias que não ocorrida preclusão administrativa.

6.
recurso
15
PRORROGA- Decisão do O § 2º, do art. 63, merece um destaque nas suas notas
.
20

Igual período
ÇÃO recurso de revisão. A possibilidade de rever seus atos guarda ínti-
-4

ma relação com a Súmula Vinculante n° 473, do STF.


ra

Art. 60 O recurso interpõe-se por meio de requeri-


ei

Art. 64 O órgão competente para decidir o recur-


mento no qual o recorrente deverá expor os funda-
liv

so poderá confirmar, modificar, anular ou revogar,


mentos do pedido de reexame, podendo juntar os
O

total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a


documentos que julgar convenientes.
de

matéria for de sua competência.


Art. 61 Salvo disposição legal em contrário, o Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste
os

recurso não tem efeito suspensivo. artigo puder decorrer gravame à situação do recor-
am

rente, este deverá ser cientificado para que formule


Embora não exista previsão legal, o recurso pode- suas alegações antes da decisão.
R

rá receber efeito suspensivo sempre que houver risco


e
m

de prejuízo considerável ou de difícil reparação. O art. 64 lembra-nos de que o recurso interposto


er

não poderá prejudicar a parte, ou seja, as modifica-


lh

Art. 61 [...] ções na nova decisão não poderão ser ainda mais
ui

Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo gravosas.


G

de difícil ou incerta reparação decorrente da exe-


cução, a autoridade recorrida ou a imediatamente
Art. 64-A Se o recorrente alegar violação de enun-
superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
ciado da súmula vinculante, o órgão competente
suspensivo ao recurso.
para decidir o recurso explicitará as razões da apli-
cabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme
Sempre que estivermos tratando de questões que o caso.
envolvam decisões cautelares, devemos lembrar que
essas modalidades de decisão visam impedir prejuízo Quando uma decisão contraria o enunciado de
irreversíveis ou custosamente reversíveis. Dessa forma, alguma Súmula Vinculante do STF, é possível manejar
a presença de seus pressupostos — verossimilhança das o recurso de reclamação. A reclamação será inter-
alegações e perigo na demora — devem estar presentes. posta perante o Supremo Tribunal Federal que, se
a julgar procedente, anulará o ato administrativo ou
Art. 62 Interposto o recurso, o órgão competente cassará a decisão judicial, tudo com base no § 2º, art.
para dele conhecer deverá intimar os demais inte- 7º, da Lei nº 11.417, de 2006.
ressados para que, no prazo de cinco dias úteis,
276 apresentem alegações.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O § 2º, art. 7º, da Lei n° 11.417, de 2006, dispõe o As sanções deverão ser aplicadas por autoridade
seguinte: competente, caso contrário, não terão validade. O
direito de defesa deverá ser assegurado em todas as
Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrati-
vo que contrariar enunciado de súmula vinculan-
fases do processo e se manifestará através do contra-
te, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente ditório e da ampla defesa.
caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, Por fim, lembramos que o estudo da “lei seca” é
sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissí- determinante na aprovação do candidato e sempre
veis de impugnação. será necessário para o exercício da profissão.
[...]
2º Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo
Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou
cassará a decisão judicial impugnada, determinan-
do que outra seja proferida com ou sem aplicação
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
da súmula, conforme o caso. – LEI FEDERAL Nº 8.429, DE 1992,
ATUALIZADA ATÉ A LEI Nº 14.230, DE
Voltando à leitura da Lei nº 9.784, de 1999:
2021
Art. 64-B Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal
a reclamação fundada em violação de enunciado No dia 26 de outubro de 2021 foi publicada a Lei
da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autorida- nº 14.230, de 2021, que traz alterações significativas à
de prolatora e ao órgão competente para o julga- Lei de Improbidade Administrativa — Lei nº 8.429, de
mento do recurso, que deverão adequar as futuras 1992. Faremos a análise da Lei de Improbidade apon-
decisões administrativas em casos semelhantes, tando tais alterações.
sob pena de responsabilização pessoal nas esferas A improbidade administrativa tem fundamento no
cível, administrativa e penal. princípio da moralidade e no § 4º, art. 37, da Constitui-
ção Federal:
Atente-se ao conteúdo da Súmula n° 734 do STF:
Não cabe reclamação quando já houver transitado em Art. 37 [...]
julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado § 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
decisão do Supremo Tribunal Federal. tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
Art. 65 Os processos administrativos de que resul- ressarcimento ao erário, na forma e gradação pre-

60
tem sanções poderão ser revistos, a qualquer tem- vistas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
po, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos

8-
novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de

48
Dica
justificar a inadequação da sanção aplicada.

6.
Parágrafo único. Da revisão do processo não Para memorizar as sanções do mencionado arti-
15
poderá resultar agravamento da sanção. go, utilize o mnemônico PARIS:
.
20

Perda da função pública


-4

DOS PRAZOS Ação penal


ra

Ressarcimento
ei

Art. 66 Os prazos começam a correr a partir da data Indisponibilidade dos bens


liv

da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o


Suspensão dos direitos políticos
O

dia do começo e incluindo-se o do vencimento.


de

Nesse sentido, percebe-se que a Administração


Essa modalidade de contagem de prazos é chama-
os

Pública, além da legalidade formal, precisa observar,


da de contagem processual. Nesse caso, o dia derra-
am

também, os princípios éticos de lealdade, da boa-fé e


deiro do prazo será prorrogado até o primeiro dia útil
de regras que assegurem a boa administração.
R

subsequente, se for o caso.


O art. 1º dispõe que o sistema de responsabiliza-
e
m

ção por atos de improbidade administrativa tutelará


NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
Art. 66 [...]
er

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primei-


a probidade na organização do Estado. E qual seria a
lh

ro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em diferença entre probidade e moralidade? Existe dife-
ui

que não houver expediente ou este for encerrado rença ou são sinônimos?
G

antes da hora normal. Ambas têm fundamento na ideia de honestidade,


§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de mas a moralidade é um conceito jurídico indetermi-
modo contínuo. nado trazido como princípio constitucional no caput
§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam- do art. 37, da CF. Segundo Di Pietro (2020), “a morali-
-se de data a data. Se no mês do vencimento não dade exige basicamente honestidade, observância das
houver o dia equivalente àquele do início do prazo, regras de boa administração, atendimento ao interesse
tem-se como termo o último dia do mês. público, boa-fé, lealdade.”
Art. 67 Salvo motivo de força maior devidamente com- Já a probidade é prevista em lei. A improbidade
provado, os prazos processuais não se suspendem. é gênero que alcança atos de ilegalidade, imoralida-
de e qualquer violação a princípios da Administração
DAS SANÇÕES Pública. Ainda nos ensinamentos de Di Pietro,

Art. 68 As sanções, a serem aplicadas por auto- Comparando moralidade e probidade, pode-se afir-
ridade competente, terão natureza pecuniária ou mar que como princípios, significam praticamente
consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, a mesma coisa, embora algumas leis façam referên-
assegurado sempre o direito de defesa. cia às duas separadamente, do mesmo modo que 277
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
há referência aos princípios da razoabilidade e da da Constituição da República, qual seja, a retroati-
proporcionalidade como princípios diversos, quan- vidade da lei mais benéfica” (REsp 1.353.267; e, em
do este último é apenas um aspecto do primeiro. idêntico sentido, o RMS 37.031).
No entanto, quando se fala em improbidade como
ato ilícito, como infração sancionada pelo orde- SUJEITOS PASSIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE
namento jurídico, deixa de haver sinonímia entre
as expressões improbidade e imoralidade, porque Os parágrafos 5º, 6º e 7º descrevem os sujeitos
aquela tem um sentido muito mais amplo e muito passivos do ato de improbidade, que são aqueles que
mais preciso que abrange não só atos desonestos sofrem o ato. São eles:
ou imorais, mas também e principalmente atos ile-
gais. Na lei de improbidade administrativa (Lei nº
z Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
8.429, de 1992), a lesão à moralidade administrati-
va é apenas uma das inúmeras hipóteses de atos de
bem como a administração direta e indireta, no
improbidade previstas na lei.4 âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal;
Em provas, é comum que o examinador traga z Entidade privada que receba subvenção, bene-
fício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes
probidade e moralidade como sinônimos e essa vem
públicos ou governamentais citados acima;
sendo a regra nas provas, mas é importante que
z Entidade privada para cuja criação ou custeio
você saiba essa sutil diferença caso a banca queira
o erário haja concorrido ou concorra no seu
aprofundar.
patrimônio ou receita atual, limitado o ressarci-
mento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de
improbidade administrativa tutelará a probidade
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
na organização do Estado e no exercício de suas
funções, como forma de assegurar a integrida- § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na
de do patrimônio público e social, nos termos organização do Estado e no exercício de suas fun-
desta Lei. ções e a integridade do patrimônio público e social
dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
bem como da administração direta e indireta,
A primeira mudança importante da lei é que os
no âmbito da União, dos Estados, dos Municí-
atos de improbidade passam a depender de uma con- pios e do Distrito Federal.
duta dolosa, ou seja, não é mais admitida a modalida- § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos
de culposa nos atos de improbidade. de improbidade praticados contra o patrimô-

60
O § 2º traz o conceito de dolo. Além disso, é impor- nio de entidade privada que receba subvenção,
tante que você saiba que o dolo aqui descrito é o dolo

8-
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes

48
específico, ou seja, a intenção de alcançar o resultado. públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste

6.
Exemplo: um servidor frauda a licitação para benefi- artigo.
ciar um amigo. .15
§ 7º Independentemente de integrar a administra-
ção indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei
20

§ 1º Consideram-se atos de improbidade adminis- os atos de improbidade praticados contra o


-4

trativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, patrimônio de entidade privada para cuja criação
ra

10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no
ei

leis especiais. seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressar-


liv

§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente cimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
O

de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
de

9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade


do agente.  Com relação às entidades privadas que, mesmo
os

§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de não integrando a administração indireta, recebem


am

competências públicas, sem comprovação de ato dinheiro público, “criação ou custeio o erário haja con-
R

doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade corrido ou concorra no seu patrimônio ou receita”, o
e

por ato de improbidade administrativa. ressarcimento dos prejuízos será limitado à repercus-
m

§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disci- são do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
er

plinado nesta Lei os princípios constitucionais do Exemplo: uma entidade privada recebe R$
lh

direito administrativo sancionador. 55.000,00 de dinheiro público, então ela poderá plei-
ui

tear em Ação de Improbidade Administrativa o res-


G

Quando o legislador diz no § 4º que se aplicam ao sarcimento dos prejuízos até o limite de R$ 55.000,00.
sistema de improbidade os princípios constitucionais
do direito administrativo sancionador, quer dizer que § 8º Não configura improbidade a ação ou omis-
serão aplicadas as normas constitucionais relativas ao são decorrente de divergência interpretativa da lei,
direito penal que protejam e beneficiem o réu, como, baseada em jurisprudência, ainda que não pacifi-
por exemplo, a retroatividade da lei mais benéfica. cada, mesmo que não venha a ser posteriormente
Nesse sentido, observe este julgado do Superior prevalecente nas decisões dos órgãos de controle
Tribunal de Justiça sobre o tema direito administra- ou dos tribunais do Poder Judiciário.
tivo sancionador:
No § 8º a lei deixa claro que as divergências inter-
[...] o tema insere-se no âmbito do Direito Adminis- pretativas das leis, baseadas em jurisprudências, não
trativo sancionador e, segundo doutrina e jurispru- configuram ato de improbidade. Se um agente públi-
dência, em razão de sua proximidade com o Direito co, por exemplo, efetua a dispensa de licitação em
Penal, a ele se estende a norma do artigo 5º, XVIII, uma hipótese na qual há divergência jurisprudencial
278 4 DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2020. p. 1041-1042.
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a respeito da possibilidade ou impossibilidade de dis- § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pes-
pensa, em tal situação não há que se falar em impro- soa jurídica, caso o ato de improbidade adminis-
bidade mesmo que posteriormente a interpretação trativa seja também sancionado como ato lesivo à
prevalente seja contrária ao ato praticado pelo agente. administração pública de que trata a Lei nº 12.846,
Esse dispositivo garante mais segurança jurídica. de 1º de agosto de 2013.

SUJEITOS ATIVOS DO ATO DE IMPROBIDADE O art. 3º traz algumas novidades importantes, pois
dispõe que:
O sujeito ativo é aquele que pratica o ato descrito
na Lei de Improbidade. Segundo dispõe a norma, con- Salvo se,
sidera-se sujeito ativo os agentes políticos, servidores Os sócios, os Não respondem comprovadamente,
cotistas, os pelo ato de houver participação
públicos, aqueles que exercem, ainda que transitoria- diretores e os improbidade e benefícios
mente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, colaboradores de que venha a ser diretos, caso em
designação, contratação ou qualquer outra forma de pessoa jurídica de imputado à pessoa que responderão
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou direito privado jurídica nos limites da sua
função. Aqui entra a figura do mesário, do jurado, do participação
estagiário etc.
Além deles, temos como sujeito ativo também Além disso, as sanções trazidas nessa lei não se
aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato praticado
induzam ou concorram dolosamente para a prática seja também sancionado como ato lesivo à Admi-
do ato de improbidade. nistração Pública de que trata a Lei Anticorrupção.
Ainda com relação aos agentes políticos, pode-se
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agen- citar como exemplos os Chefes do Executivo e seus
te público o agente político, o servidor público e todo auxiliares diretos; membros do Legislativo, mem-
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem bros do Judiciário; membros do Ministério Público;
remuneração, por eleição, nomeação, designação, membros dos Tribunais de Contas e representantes
contratação ou qualquer outra forma de investidura diplomáticos.
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
A Lei nº 14.230, de 2021, incluiu expressamente
entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Redação dada
“agente político” como agente público, consolidando
pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. No que se refere a recursos de ori- o que a jurisprudência já decidia a respeito da aplica-
gem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta ção da Lei de Improbidade aos agentes políticos. Com
relação aos Chefes do Executivo, é importante ficar

60
Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra
atento para a exceção quanto ao Presidente da Repú-

8-
com a administração pública convênio, contrato de

48
repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo blica. Veja:

6.
de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021) 15
Ementa: Direito Constitucional. Agravo Regimental
em Petição. Sujeição dos Agentes Políticos a Duplo
.
20

O art. 2º descreve o conceito de agente público; Regime Sancionatório em Matéria de Improbidade.


-4

podemos dizer que o conceito trazido na lei trata de Impossibilidade de Extensão do Foro por Prerro-
ra

agentes públicos em sentido amplo e seriam os: gativa de Função à Ação de Improbidade Adminis-
ei

trativa. 1. Os agentes políticos, com exceção do


liv

Presidente da República, encontram-se sujei-


z Agentes políticos;
O

tos a um duplo regime sancionatório, de modo


z Servidores públicos; que se submetem tanto à responsabilização
de

z Todo aquele que exerce, ainda que transitoria- civil pelos atos de improbidade administrati-
os

mente ou sem remuneração, por eleição, nomea- va, quanto à responsabilização político-admi-
ção, designação, contratação ou qualquer outra
am

nistrativa por crimes de responsabilidade [...]5.


forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
R

emprego ou função; Ou seja, para os Prefeitos e Governadores temos


e

z O particular, pessoa física ou jurídica, que cele-


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade,
er

bra com a Administração Pública convênio, inclusive com a possibilidade de duplo regime sancio-
lh

contrato de repasse, contrato de gestão, termo natório (pela Lei de Improbidade e mediante impea-
ui

de parceria, termo de cooperação ou ajuste chment) e não há foro por prerrogativa de função, ou
G

administrativo equivalente (particular equipa- seja, o julgamento será em primeira instância.


rado a agente público). Já com relação ao Presidente da República não há
a possibilidade de aplicação da Lei de Improbidade,
Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no uma vez que o Presidente da República já tem um
que couber, àquele que, mesmo não sendo agente sistema próprio de punição dentro da Constituição
público, induza ou concorra dolosamente para a
Federal com uma previsão específica para crimes de
prática do ato de improbidade.
responsabilidade.
§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colabora-
Lembre-se sempre de responder de acordo com
dores de pessoa jurídica de direito privado não res-
pondem pelo ato de improbidade que venha a ser o comando da questão. Se a questão citar “de acordo
imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovada- com entendimento do Supremo Tribunal Federal”,
mente, houver participação e benefícios diretos, caso você já terá conhecimento suficiente para respondê-
em que responderão nos limites da sua participação. -la. Se ela trouxer apenas o texto da lei, considere o
texto legal.

5 Pet 3240 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 10/05/2018,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-171 DIVULG 21-08-2018 PUBLIC 22-08-2018. 279
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Art. 7º Se houver indícios de ato de improbida- z Art. 10: atos que causam prejuízo ao erário;
de, a autoridade que conhecer dos fatos repre- z Art. 11: atos que atentam contra os princípios da
sentará ao Ministério Público competente, Administração Pública.
para as providências necessárias.
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que cau- O art. 10-A, incluído em 2016, que tratava dos atos
sar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamen-
de improbidade administrativa decorrentes de con-
te estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo
cessão ou aplicação indevida de benefício financeiro
até o limite do valor da herança ou do patrimônio
ou tributário, deixou de existir como espécie de ato
transferido.
Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que e foi incorporado em uma das hipóteses de atos que
trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na causam lesão ao erário.
hipótese de alteração contratual, de transfor- Além disso, o rol de hipótese que antes era exem-
mação, de incorporação, de fusão ou de cisão plificativo agora se tornou rol taxativo. O rol exem-
societária. plificativo é aquele que pode ser acrescido por outras
Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de hipóteses, já o rol taxativo traz uma relação de situa-
incorporação, a responsabilidade da suces- ções restritas às quais não haverá acréscimo.
sora será restrita à obrigação de reparação
integral do dano causado, até o limite do Dos Atos de Improbidade Administrativa que
patrimônio transferido, não lhe sendo apli- Importam Enriquecimento Ilícito
cáveis as demais sanções previstas nesta Lei
decorrentes de atos e de fatos ocorridos antes Com a leitura dos artigos você vai perceber que
da data da fusão ou da incorporação, exceto
nessa espécie existe um enriquecimento, um aumento
no caso de simulação ou de evidente intuito de
patrimonial do agente com a prática dos atos descritos.
fraude, devidamente comprovados.
Observe os verbos: receber, perceber, adquirir,
usar, incorporar, utilizar para conseguir qualquer
A responsabilidade sucessória teve alguns acrés-
tipo de vantagem patrimonial indevida.
cimos. Nas hipóteses de dano ao erário e enriqueci-
mento ilícito, se houver o falecimento do causador
Art. 9º Constitui ato de improbidade administrati-
do dano, o sucessor ou o herdeiro ficam obrigados à
va importando em enriquecimento ilícito auferir,
reparação até o limite do valor da herança ou do patri- mediante a prática de ato doloso, qualquer tipo de
mônio transferido. vantagem patrimonial indevida em razão do exer-
Essa regra já estava prevista no texto anterior da cício de cargo, de mandato, de função, de emprego
Lei de Improbidade. A novidade agora é que a res- ou de atividade nas entidades referidas no art. 1º

60
ponsabilidade sucessória de que trata o art. 8º apli- desta Lei, e notadamente:

8-
ca-se também nas hipóteses de: I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem

48
móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem eco-

6.
z alteração contratual; nômica, direta ou indireta, a título de comissão,
15
z transformação; percentagem, gratificação ou presente de quem
.
20

z incorporação; tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser


-4

z fusão; atingido ou amparado por ação ou omissão decor-


z cisão societária. rente das atribuições do agente público;
ra

II - perceber vantagem econômica, direta ou


ei

indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou


liv

Observe que o parágrafo único, do art. 8º-A, traz


locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação
O

uma redação cheia de detalhes importantes e pode


de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
de

ser muito explorado em provas. A banca examinadora


preço superior ao valor de mercado;
pode usar tal dispositivo para elaborar questões que
os

III - perceber vantagem econômica, direta ou indi-


podem induzi-lo ao erro. Por isso, é muito importante
reta, para facilitar a alienação, permuta ou locação
am

memorizar o conteúdo, já que a maioria das provas de bem público ou o fornecimento de serviço por ente
R

cobra o texto da lei. Sendo assim, atente-se para as estatal por preço inferior ao valor de mercado;
e

informações na tabela a seguir. IV - utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer


m

bem móvel, de propriedade ou à disposição de qual-


er
lh

quer das entidades referidas no art. 1º desta Lei, bem


FUSÃO E INCORPORAÇÃO
ui

como o trabalho de servidores, de empregados ou de


G

Responsabilidade da sucessora será restrita à obriga- terceiros contratados por essas entidades;
ção de reparação integral do dano causado V - receber vantagem econômica de qualquer
natureza, direta ou indireta, para tolerar a explo-
Até o limite do patrimônio transferido ração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de
Não aplicando as demais sanções decorrentes de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
atos e de fatos ocorridos antes da data da fusão ou quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de
da incorporação tal vantagem;
Exceto no caso de simulação ou de evidente intuito VI - receber vantagem econômica de qualquer
de fraude, devidamente comprovados natureza, direta ou indireta, para fazer declara-
ção falsa sobre qualquer dado técnico que envolva
obras públicas ou qualquer outro serviço ou sobre
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterís-
tica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer
As hipóteses de improbidade administrativa estão das entidades referidas no art. 1º desta Lei;
divididas em três espécies: VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercí-
cio de mandato, de cargo, de emprego ou de fun-
280 z Art. 9º: atos que importam enriquecimento ilícito; ção pública, e em razão deles, bens de qualquer
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natureza, decorrentes dos atos descritos no caput V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evo- locação de bem ou serviço por preço superior ao de
lução do patrimônio ou à renda do agente público, mercado;
assegurada a demonstração pelo agente da licitude VI - realizar operação financeira sem obser-
da origem dessa evolução; vância das normas legais e regulamentares ou
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
atividade de consultoria ou assessoramento VII - conceder benefício administrativo ou fis-
para pessoa física ou jurídica que tenha interesse cal sem a observância das formalidades legais
suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou regulamentares aplicáveis à espécie;
ou omissão decorrente das atribuições do agente VIII - frustrar a licitude de processo licitató-
público, durante a atividade; rio ou de processo seletivo para celebração de
IX - perceber vantagem econômica para inter- parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou
mediar a liberação ou aplicação de verba pública dispensá-los indevidamente, acarretando perda
de qualquer natureza; patrimonial efetiva;
X - receber vantagem econômica de qualquer IX - ordenar ou permitir a realização de despe-
natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato sas não autorizadas em lei ou regulamento;
de ofício, providência ou declaração a que esteja X - agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou
obrigado; de renda, bem como no que diz respeito à conserva-
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patri- ção do patrimônio público;
mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes XI - liberar verba pública sem a estrita obser-
do acervo patrimonial das entidades mencionadas vância das normas pertinentes ou influir de
no art. 1° desta lei; qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, ver- XII - permitir, facilitar ou concorrer para que
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial terceiro se enriqueça ilicitamente;
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei. XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam material de qualquer natureza, de propriedade ou à
Prejuízo ao Erário disposição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servi-
Já nos atos que causam prejuízo ao erário, não há dor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades.
um proveito econômico pelo agente, ocorre um pre-
XIV - celebrar contrato ou outro instrumento
juízo aos cofres públicos. Aqui, o agente vai contri-
que tenha por objeto a prestação de serviços públi-
buir para que outro enriqueça às custas do dinheiro cos por meio da gestão associada sem observar

60
público, deixar de observar alguma exigência previs- as formalidades previstas na lei;

8-
ta em lei, e essa inobservância causa algum prejuízo, XV - celebrar contrato de rateio de consórcio

48
por exemplo: frustrar a licitude de licitação ou proces- público sem suficiente e prévia dotação orça-

6.
so seletivo, acarretando perda patrimonial etc. Perce- mentária, ou sem observar as formalidades
ba que com esse raciocínio não dá para confundir as previstas na lei.
.15
20

duas espécies. XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma,


-4

para a incorporação, ao patrimônio particular de


Art. 10 Constitui ato de improbidade administra- pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
ra

tiva que causa lesão ao erário qualquer ação ou valores públicos transferidos pela administração
ei

omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprova- pública a entidades privadas mediante celebração
liv

damente, perda patrimonial, desvio, apropriação, de parcerias, sem a observância das formali-
O

malbaratamento ou dilapidação dos bens ou have- dades legais ou regulamentares aplicáveis à


de

res das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e espécie;


os

notadamente: XVII - permitir ou concorrer para que pessoa físi-


I - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas
am

para a indevida incorporação ao patrimônio par- ou valores públicos transferidos pela administração
R

ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de ren- pública a entidade privada mediante celebração de
e

das, de verbas ou de valores integrantes do acervo parcerias, sem a observância das formalidades
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
er

Lei; XVIII - celebrar parcerias da administração


lh

II - permitir ou concorrer para que pessoa físi- pública com entidades privadas sem a obser-
ui

vância das formalidades legais ou regulamen-


G

ca ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas


ou valores integrantes do acervo patrimonial das tares aplicáveis à espécie;
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a XIX - agir para a configuração de ilícito na
observância das formalidades legais ou regu- celebração, na fiscalização e na análise das
lamentares aplicáveis à espécie; prestações de contas de parcerias firmadas pela
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao administração pública com entidades privadas;
ente despersonalizado, ainda que de fins educativos XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela
ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do administração pública com entidades privadas sem
patrimônio de qualquer das entidades menciona- a estrita observância das normas pertinentes
das no art. 1º desta lei, sem observância das for- ou influir de qualquer forma para a sua apli-
malidades legais e regulamentares aplicáveis à cação irregular.
espécie; XXI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230,
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou de 2021)
locação de bem integrante do patrimônio de qual- XXII - conceder, aplicar ou manter benefício
quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
ainda a prestação de serviço por parte delas, por caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº
preço inferior ao de mercado; 116, de 31 de julho de 2003. 281
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º Nos casos em que a inobservância de forma- ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido
lidades legais ou regulamentares não implicar em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
perda patrimonial efetiva, não ocorrerá imposi- para o exercício de cargo em comissão ou de con-
ção de ressarcimento, vedado o enriquecimento fiança ou, ainda, de função gratificada na adminis-
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei. tração pública direta e indireta em qualquer dos
§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
atividade econômica não acarretará improbi- e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante
dade administrativa, salvo se comprovado ato designações recíprocas;
doloso praticado com essa finalidade. XII - praticar, no âmbito da administração públi-
ca e com recursos do erário, ato de publicidade
O parágrafo segundo, do referido artigo, reforça a que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da
ideia de que os atos descritos na Lei de Improbidade Constituição Federal, de forma a promover
precisam de dolo, ou seja, a vontade livre e consciente inequívoco enaltecimento do agente público e
de alcançar o resultado ilícito. personalização de atos, de programas, de obras, de
serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
Dos Atos de Improbidade Administrativa que
Atentam Contra os Princípios da Administração O nepotismo passou a ser considerado de forma
Pública expressa como ato de improbidade que atenta contra
princípios. Já existe previsão sobre o nepotismo na
Com relação aos atos de improbidade que aten- Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Fede-
tam contra os princípios, a conduta do agente de ral, mas o legislador resolveu incluir, também, no tex-
alguma forma vai violar os princípios que norteiam to da Lei de Improbidade, reforçando a vedação ao
a atividade da Administração Pública. Como é um rol nepotismo.
menor, se você memorizar as hipóteses do art. 11 e Tal inclusão se mostra muito importante, pois,
tiver em mente o raciocínio explicado acima nos arts. apesar de já existir uma decisão sumulada a respeito
9º e 10, fica fácil identificar na questão o que é o enri- da proibição do nepotismo por violar a Constituição
quecimento ilícito e o prejuízo ao erário. Federal, a falta de norma expressa sobre o assunto no
âmbito da improbidade administrativa poderia levar
Art. 11 Constitui ato de improbidade administra- a questionamentos com relação à aplicação de san-
tiva que atenta contra os princípios da admi- ções. Agora, o nepotismo caracteriza ato de improbi-
nistração pública a ação ou omissão dolosa que dade que viola princípios e está sujeito às cominações
viole os deveres de honestidade, de imparcialidade legais previstas no art. 12, da Lei de Improbidade.

60
e de legalidade, caracterizada por uma das seguin-

8-
tes condutas: § 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas

48
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, de contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº
2021)

6.
5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente have-
II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, 15
rá improbidade administrativa, na aplica-
de 2021)
.
20
ção deste artigo, quando for comprovado na
III - revelar fato ou circunstância de que tem conduta funcional do agente público o fim de
-4

ciência em razão das atribuições e que deva


obter proveito ou benefício indevido para si ou
ra

permanecer em segredo, propiciando beneficia-


para outra pessoa ou entidade.
ei

mento por informação privilegiada ou colocando


liv

em risco a segurança da sociedade e do Estado;


Outro ponto importante diz respeito à previsão
O

IV - negar publicidade aos atos oficiais, exceto em


razão de sua imprescindibilidade para a seguran- do parágrafo primeiro, o qual dispõe que somente
de

ça da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses haverá improbidade administrativa quando for


os

instituídas em lei; comprovado o fim de obter proveito ou benefício


am

V - frustrar, em ofensa à imparcialidade, o cará- indevido.


ter concorrencial de concurso público, de cha- Novamente o legislador faz ênfase à proibição de
R

mamento ou de procedimento licitatório, com haver condutas culposas nos atos de improbidade
e
m

vistas à obtenção de benefício próprio, direto ou administrativa e caberá ao Ministério Público, titu-
er

indireto, ou de terceiros; lar da ação, provar que nas hipóteses descritas nesse
lh

VI - deixar de prestar contas quando esteja obri- artigo o agente tinha a finalidade de obter proveito ou
ui

gado a fazê-lo, desde que disponha das condições benefício indevido para si ou para outra pessoa.
G

para isso, com vistas a ocultar irregularidades;


VII - revelar ou permitir que chegue ao conhe-
§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a
cimento de terceiro, antes da respectiva
quaisquer atos de improbidade administrativa tipi-
divulgação oficial, teor de medida política ou
ficados nesta Lei e em leis especiais e a quaisquer
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria,
outros tipos especiais de improbidade administrati-
bem ou serviço.
va instituídos por lei.
VIII - descumprir as normas relativas à celebra-
§ 3º O enquadramento de conduta funcional na
ção, fiscalização e aprovação de contas de parce-
rias firmadas pela administração pública com categoria de que trata este artigo pressupõe
entidades privadas. a demonstração objetiva da prática de ilega-
IX - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, lidade no exercício da função pública, com a
de 2021) indicação das normas constitucionais, legais
X - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.230, ou infralegais violadas.
de 2021)
XI - nomear cônjuge, companheiro ou parente A exigência do parágrafo 3º diz respeito à neces-
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o sidade de motivação, fundamentação de todas as ale-
282 terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante gações feitas, assim como deve ser feito nas decisões
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
proferidas pelo Judiciário, indicando as normas que entidades referidas na lei, esse agente tem o dever de
foram violadas pelo agente público. ressarcir o dano que foi causado a essa entidade, seja
Ou seja, se o Ministério Público ingressou com uma dano financeiro ou patrimonial. Já a multa é uma san-
ação contra um agente público pelo suposto come- ção aplicada pela prática do ato ilícito.
timento de ato de improbidade administrativa que A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe algumas alterações
atenta contra princípios, não basta citar que cometeu com relação às sanções. A suspensão dos direitos polí-
tal ato, é preciso demonstrar de forma objetiva e indi- ticos terá prazo máximo de 14 anos e o valor das mul-
car as normas constitucionais, legais ou infralegais tas diminuiu. Veja:
que foram violadas.
Art. 12 Independentemente do ressarcimento
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este integral do dano patrimonial, se efetivo, e das san-
artigo exigem lesividade relevante ao bem ções penais comuns e de responsabilidade, civis e
jurídico tutelado para serem passíveis de sancio- administrativas previstas na legislação específica,
namento e independem do reconhecimento da está o responsável pelo ato de improbidade sujeito
produção de danos ao erário e de enriqueci- às seguintes cominações, que podem ser aplicadas
mento ilícito dos agentes públicos isolada ou cumulativamente, de acordo com a
§ 5º Não se configurará improbidade a mera gravidade do fato:
nomeação ou indicação política por parte dos I - na hipótese do art. 9º desta Lei, perda dos bens ou
detentores de mandatos eletivos, sendo neces- valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, perda
sária a aferição de dolo com finalidade ilícita da função pública, suspensão dos direitos políticos
por parte do agente. até 14 (catorze) anos, pagamento de multa civil equi-
valente ao valor do acréscimo patrimonial e proibi-
O legislador deixa claro no § 4º, do art. 11, que os ção de contratar com o poder público ou de receber
atos de improbidade referidos no artigo exigem lesi- benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
vidade relevante ao bem jurídico tutelado, ou seja, ou indiretamente, ainda que por intermédio de pes-
soa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo pra-
para que os atos aqui descritos sejam passíveis de
zo não superior a 14 (catorze) anos;
sanção, será necessário que o aplicador da norma (o
II - na hipótese do art. 10 desta Lei, perda dos bens
juiz) no caso concreto observe se a conduta praticada ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
foi capaz de causar uma lesividade relevante ao bem se concorrer esta circunstância, perda da função
jurídico protegido. pública, suspensão dos direitos políticos até 12
Além disso, a aplicação da sanção por violação aos (doze) anos, pagamento de multa civil equivalente
princípios não vai depender da ocorrência de danos ao valor do dano e proibição de contratar com o

60
ao erário ou de enriquecimento ilícito dos agentes. poder público ou de receber benefícios ou incenti-

8-
Se, por exemplo, um agente público deixar de prestar vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,

48
contas quando estiver obrigado a fazê-lo, com vistas ainda que por intermédio de pessoa jurídica da

6.
a ocultar irregularidades por ele praticadas, e ficar qual seja sócio majoritário, pelo prazo não supe-
15
provado o dolo da conduta mesmo não havendo um rior a 12 (doze) anos;
.
20

prejuízo ao erário ou enriquecimento, o agente será III - na hipótese do art. 11 desta Lei, pagamento de
-4

responsabilizado. multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor


da remuneração percebida pelo agente e proibição
ra

de contratar com o poder público ou de receber


ei

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, dire-


liv

Importante!
ta ou indiretamente, ainda que por intermédio de
O

Com relação ao ato de frustrar procedimen- pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
de

to licitatório, tome cuidado, pois o examinador prazo não superior a 4 (quatro) anos;
os

pode te induzir ao erro, já que tal ato é encontra- IV - (revogado).


am

§ 1º A sanção de perda da função pública, nas


do tanto no art. 10 quanto no art. 11, sendo que
hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo,
R

a diferença é: atinge apenas o vínculo de mesma qualida-


Se houver perda patrimonial efetiva → Prejuízo
e

de e natureza que o agente público ou políti-


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


ao erário;
er

co detinha com o poder público na época do


Se não houver perda patrimonial efetiva → Aten-
lh

cometimento da infração, podendo o magistra-


ui

ta contra princípios. do, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e


G

em caráter excepcional, estendê-la aos demais


vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e
DAS PENAS a gravidade da infração.

Em decorrência da independência das instâncias, O § 1º dispõe que a perda da função pública só


as sanções previstas no art. 12 não excluem a possi- vai alcançar o vínculo que o agente público deti-
bilidade de responsabilização do agente em âmbito nha ao tempo do cometimento da infração.
criminal, civil e administrativo. Para facilitar seu estudo, vejamos um exemplo: um
Além disso, é importante não confundir o res- servidor público efetivo que ocupa o cargo de Analis-
sarcimento integral do dano com a multa, são coi- ta no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região na
sas diferentes. O ressarcimento integral do dano Comarca de Belo Horizonte foi licenciado para exercer
ocorrerá sempre que houver dano; trata-se de uma o mandato eletivo de Prefeito no Município. No curso
consequência lógica decorrente da conduta ilícita. do mandato eletivo ele comete ato de improbidade;
Se, por exemplo, um agente público incorporar, por nessa circunstância, caso ele seja condenado, a perda
qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, ver- da função pública será aplicada apenas ao mandato
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial das eletivo, não atingindo seu cargo efetivo de Analista. 283
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Nas hipóteses previstas no inciso I do caput desse artigo (os casos que importam enriquecimento ilícito), o
Magistrado poderá, em caráter excepcional, estender a perda da função aos demais vínculos, consideradas as
circunstâncias do caso e a gravidade da infração.

§ 2º A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do
réu, o valor calculado na forma dos incisos I, II e III do caput deste artigo é ineficaz para reprovação e prevenção
do ato de improbidade.
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções,
de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.

O § 3º respeita os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, que consistem basicamente na ade-


quação entre meios e fins e são divididos em três subprincípios:

z Adequação: verificar se a decisão ou conduta alcançará o ato/resultados almejados;


z Necessidade: verificar se há um meio menos gravoso e igualmente eficaz para ser adotado;
z Proporcionalidade em sentido estrito: significa verificar se as restrições decorrentes são compensadas pelos
benefícios que serão gerados.

No âmbito da Lei de Improbidade, o objetivo desse parágrafo é que, na aplicação das sanções às pessoas jurí-
dicas, deve-se levar em consideração os efeitos econômicos e sociais para não tornar inviável a continuidade das
atividades prestadas pela pessoa jurídica.

§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de


contratação com o poder público pode extrapolar o ente público lesado pelo ato de improbidade, observa-
dos os impactos econômicos e sociais das sanções, de forma a preservar a função social da pessoa jurídica, conforme
disposto no § 3º deste artigo.

Com relação à sanção de proibição de contratar, em regra, será aplicada só no âmbito do ente lesado, por
exemplo, um servidor municipal cometeu um ato de improbidade que gerou lesão ao erário no respectivo Municí-
pio. Sendo assim, a proibição de contratar com o poder público será aplicada somente ao Município onde ocorreu
a lesão.
No entanto, excepcionalmente e por motivos relevantes devidamente justificados, a sanção de proibição de

60
contratar poderá extrapolar o ente público lesado.

8-
Além disso, outro ponto importante acrescido pela Lei nº 14.230, de 2021, é a necessidade de a sanção de

48
proibição de contratação com o poder público constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas

6.
(CEIS), observadas as limitações territoriais contidas na decisão judicial. .15
20

§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à apli-
-4

cação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o caso,
nos termos do caput deste artigo.
ra

§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o
ei

ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos
liv

fatos.
O

§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão
de

observar o princípio constitucional do non bis in idem.


os

§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de
am

Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas as
limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo.
R

§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sen-
e

tença condenatória.
m

§ 10 Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á retroa-
er
lh

tivamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.
ui
G

Conforme dispõe o § 6º, se um agente estiver sendo processado pelo mesmo fato nas três esferas (criminal, civil
e administrativa) e ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano em sede de improbidade adminis-
trativa deverá deduzir o ressarcimento ocorrido nas instâncias referidas.
O § 10 fala sobre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória. A sentença condenató-
ria transitada em julgado é aquela da qual não caiba mais recurso, tornando-se definitiva. Já a decisão colegiada
é a decisão proferida em 2ª instância. Sendo assim, a contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos
políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
Importante lembrar, também, que as sanções trazidas no art. 12 só podem ser executadas após o trânsito
em julgado da sentença condenatória que será proferida após o regular processo judicial que garanta contra-
ditório e ampla defesa ao acusado.
Percebe-se que a parte das disposições gerais da lei, o capítulo referente aos atos de improbidade e o capítulo
das penas são os mais cobrados em provas de concursos. É claro que tudo que está previsto na lei pode ser abor-
dado em provas, mas já que esse é um dos tópicos de maior incidência, segue um quadro para facilitar a memori-
zação das sanções previstas na lei.

284
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Quadro Comparativo das Penas

PREJUÍZO AO
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO ATENTAM CONTRA
SANÇÃO ERÁRIO
(ART. 9º) PRINCÍPIOS (ART. 11)
(ART. 10)

Perda da função
Sim Sim ---
pública

Suspensão dos direi-


Até 14 anos Até 12 anos ---
tos políticos

Perda dos bens


acrescidos Sim Sim, se houver ---
ilicitamente

Multa civil Valor do acréscimo patrimonial Valor do dano Até 24X o valor da remuneração

Proibição de contra-
tar ou receber benefí- Até 14 anos Até 12 anos Até 4 anos
cios fiscais

Importante: ressarcimento integral do dano → aplicável sempre que houver dano efetivo.

DA DECLARAÇÃO DE BENS

Na redação anterior, ou o agente entregava a declaração de bens elaborada por ele mesmo ou poderia de
forma facultativa entregar a cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na
conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza.
Na atual redação, o agente deve entregar a declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Fede-
ral (Declaração de Imposto de Renda). Tal declaração deve ser atualizada anualmente e na data em que o agente
público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a declaração ou prestá-la falsa, sofrerá a pena de demissão.

60
Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-

8-
48
to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

6.
§ 1º (Revogado). 15
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
.
20

agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.


-4

§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
ra

sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que
ei

prestar declaração falsa.


liv

§ 4º (Revogado).
O
de

DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL


os

O procedimento administrativo é realizado internamente com o intuito de investigar o suposto ato praticado
am

por um agente público. O início do processo administrativo pode dar-se de ofício, ou seja, pela própria administra-
R

ção ou mediante representação de qualquer pessoa. Após a representação, a autoridade determinará a apuração
e

dos fatos, observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente; se for um
m

agente federal, por exemplo, o procedimento observará a Lei nº 8.112, de 1990. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
er
lh

Já o processo judicial é instaurado no Judiciário mediante petição apresentada pelo Ministério Público, que
ui

é o titular da referida ação, para aplicação das penalidades referidas no art. 12 aos agentes públicos e aos parti-
G

culares que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram dolosamente para a prática do ato de
improbidade.
São procedimentos independentes; no processo administrativo serão aplicadas as sanções de natureza admi-
nistrativa, podendo inclusive ser aplicada a pena de demissão. O processo administrativo é mais rápido e a decisão
de demissão em âmbito administrativo produz efeitos imediatos em decorrência dos princípios da autoexecuto-
riedade e da presunção de legitimidade dos atos. Sendo assim, a entidade que sofreu a lesão poderá instaurar um
processo administrativo, demitir o agente público e na ação judicial haverá a aplicação das demais penalidades
referidas na lei.

Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau-
rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do repre-
sentante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as for-
malidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei. 285
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§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos, observada
a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente.
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar repre-
sentante para acompanhar o procedimento administrativo.

INDISPONIBILIDADE DE BENS

A indisponibilidade de bens é uma medida cautelar que pode ser requerida antes ou no curso da ação princi-
pal e visa garantir a futura devolução de dinheiro público em caso de condenação. Imagine que um agente público
esteja sendo investigado pela possível prática de ato que gerou enriquecimento ilícito; é possível que o indiciado
acabe com todo o seu patrimônio, transfira para outras pessoas e ao final do processo judicial não seja possível
o ressarcimento aos cofres públicos. Para evitar que isso ocorra, o Ministério Público irá requerer ao juiz essa
medida cautelar para garantir o ressarcimento do prejuízo quando for proferida a decisão transitada em julgado.
Quando essa medida for deferida pelo juiz, o investigado ou indiciado não poderá se desfazer de seus bens.
Tal medida de certa forma “trava” o patrimônio, bloqueia os bens e ele não poderá, por exemplo, vender imóveis,
movimentar aplicações financeiras, valores em conta bancária etc. Foram acrescidos alguns artigos que regula-
mentam de forma mais detalhada a indisponibilidade. Além disso, não existe mais o sequestro de bens na lei.

Art. 16 Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente,
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen-
dentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei.
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a inves-
tigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a
demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo,
desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento

60
nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.

8-
48
Importante ressaltar que agora a lei exige a demonstração de perigo irreparável, antes o Superior Tribunal

6.
de Justiça entendia que o periculum in mora — perigo da demora — era implícito, presumido no referido disposi-
15
tivo. Com as alterações, é preciso demonstrar perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo.
.
20

Para entender melhor, imagine o seguinte. Um agente público está sendo investigado por, supostamente, ter
-4

incorporado ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas na lei.
ra

Há fortes indícios da prática do referido ato e no curso da investigação o Ministério Público percebe que o
ei
liv

agente está começando a dilapidar todo o seu patrimônio, gerando o perigo de dano irreparável ou de risco
O

ao resultado útil do processo, uma vez que essa conduta poderia inviabilizar o ressarcimento dos valores
de

indevidamente incorporados. No caso hipotético narrado, se o Ministério Público conseguir convencer o juiz de
que a conduta do investigado gera perigo de dano irreparável (desfazer-se do patrimônio) ou risco ao resultado
os

útil do processo (impossibilitando a futura reparação do dano), a indisponibilidade de bens será deferida.
am
R

§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
e

prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que reco-
m

mendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.


er

§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o montante
lh

indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.


ui

§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida


G

a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento
do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de descon-
sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
286 acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.

A nova lei trouxe alguns dispositivos que possivelmente vão gerar uma certa discussão entre doutrinadores e
estudiosos do direito administrativo e talvez você já tenha até lido algum artigo a respeito ou ouviu algum profes-
sor falando sobre isso, mas para provas de concursos, fique com o que está previsto na letra da lei. Para facilitar
o entendimento deste tópico, veja o fluxograma que segue:

Em caráter antecedente ou incidente


— antes ou no curso da ação principal
Pedido formulado pelo
Ministério Público Garantir a integral recomposição do
erário ou do acréscimo patrimonial
resultante de enriquecimento ilícito

INDISPONIBILIDADE O pedido deve Desde que o juiz se convença da


DE BENS demonstrar: probabilidade dos atos descritos,
após a oitiva do réu em 5 dias
� Perigo de dano
irreparável Não incide sobre:
� Ou risco do � Multa civil
resultado útil do
� Acréscimo patrimonial decorrente
processo
de atividade lícita

A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomen-
dem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
A lei, em seu § 11, art. 16, traz uma ordem para que o juiz determine a indisponibilidade dos bens, qual seja:

60
z Veículos de via terrestre;

8-
z Bens imóveis;

48
z Bens móveis em geral;

6.
z Semoventes; 15
z Navios e aeronaves;
.
20

z Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;


-4

z Pedras e metais preciosos;


ra

z Apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do acusado
ei

e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.


liv
O

Além disso, existem hipóteses em que a indisponibilidade de bens será vedada, §§ 13 e 14, do art. 16:
de

z Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações
os

financeiras ou em conta corrente;


am

z Bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
R
e
m

PROCESSO JUDICIAL
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
er
lh

No texto anterior da Lei nº 8.429, de 1992, tanto o Ministério Público quanto a pessoa jurídica lesada tinham
ui

legitimidade para dar início à ação judicial de improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei nº 14.230, de 2021,
G

o Ministério Público passa a ser o único legitimado para propor a ação.

Art. 17 A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e seguirá
o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo o disposto nesta
Lei.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o
dano ou da pessoa jurídica prejudicada.
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6º A petição inicial observará o seguinte:
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocorrên-
cia das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamentada; 287
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
II - será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e
do dolo imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos termos
dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código
de Processo Civil), bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem os incisos I e II do § 6º deste
artigo, ou ainda quando manifestamente inexistente o ato de improbidade imputado.
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos reque-
ridos para que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei
nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 8º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação caberá agravo de
instrumento.
§ 10 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-A Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do
prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias.
§ 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, o juiz:
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, observada a eventual inexistência manifesta do ato de
improbidade;
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a instrução processual.
§ 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a tipificação do
ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a capitulação
legal apresentada pelo autor.
§ 10-D Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre
aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei.
§ 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as partes serão intimadas a especificar as provas que
pretendem produzir.
§ 10-F Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade administrativa que:
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na petição inicial;
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele tempestivamente especificadas.
§ 11 Em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda

60
improcedente.

8-
§ 12 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

48
§ 13 (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)

6.
§ 14 Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interessada será intimada para, caso queira, intervir no
15
processo.
.
20

§ 15 Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa jurídica, serão observadas as regras previstas nos arts.
-4

133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 16 A qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de irregularidades
ra

administrativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para a imposição das
ei

sanções aos agentes incluídos no polo passivo da demanda, poderá, em decisão motivada, converter a
liv

ação de improbidade administrativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
O
de

A possibilidade de conversão de ação de improbidade administrativa em ação civil pública é uma forma de
os

viabilizar a economia processual. Da decisão de conversão caberá recurso de agravo de instrumento.


am

§ 17 Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública caberá agravo de instrumento.
R

§ 18 Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o
e
m

seu silêncio não implicarão confissão.


er

§ 19 Não se aplicam na ação de improbidade administrativa:


lh

I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia;


ui

II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
G

2015 (Código de Processo Civil);


III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, competindo ao
Conselho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos
distintos;
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito.
§ 20 A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administrativos
praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a respon-
der ação por improbidade administrativa, até que a decisão transite em julgado.
§ 21 Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar questões
preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação.

ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CIVIL

A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe de forma mais detalhada os requisitos para que se possa realizar um acordo de
não persecução civil no âmbito da improbidade administrativa. Trata-se de um acordo celebrado entre o Minis-
tério Público e pessoas físicas ou jurídicas investigadas pela prática de improbidade administrativa com o intuito
288
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
de não prosseguir com a ação caso o acordo seja aceito e homologado pelo Judiciário; entretanto, para a aplicação
desse acordo, devem ser observados alguns requisitos, veja:

Art. 17-B O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:
I - o integral ressarcimento do dano;
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes
privados.
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá, cumulativamente:
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação;
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente para
apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação;
III - de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da
ação de improbidade administrativa.
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a personalidade
do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem
como as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noven-
ta) dias.
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação de apuração
do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença condenatória.
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o Ministério
Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos e procedi-
mentos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação
efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como de outras
medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas.
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demandado ficará
impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo Ministério Público do
efetivo descumprimento.

60
8-
48
Legitimidade para propor Ministério Público

6.
.15
I - integral ressarcimento do dano
II - reversão à pessoa jurídica lesada
20

Resultados da vantagem indevida obtida ainda


-4

que oriunda de agentes privados


ra

ACORDO DE NÃO I - oitiva do ente federativo lesado,


ei

PERSECUÇÃO CIVIL em momento anterior ou posterior à


liv

propositura de ação
O
de

II - aprovação no prazo de até


60 dias, pelo órgão do Ministério
os

Público competente para apreciar


am

Procedimento adotado (hipóteses as promoções de arquivamento


cumulativas) § 1º, art. 17-B de inquéritos civis, se anterior ao
R

ajuizamento da ação
e
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

III - homologação judicial,


lh

independentemente de acordo
ui

ocorrer antes ou depois do


G

ajuizamento da ação de improbidade


administrativa

O acordo de não persecução civil poderá ser realizado em 3 momentos:

z no curso da investigação de apuração do ilícito;


z no curso da ação de improbidade;
z no momento da execução da sentença condenatória.

O art. 17-C estabelece que a sentença deverá observar, além dos requisitos previstos no Código de Processo
Civil, também os trazidos na lei. Destaca-se que o § 2º fala sobre a hipótese de litisconsórcio passivo, que ocorre
quando se tem mais de um réu no processo. Nessas circunstâncias, a lei prevê que a condenação ocorrerá no
limite da participação e dos benefícios diretos de cada um, vedada qualquer solidariedade; ou seja, cada réu
responderá pela sua participação ou de acordo com os seus benefícios em decorrência da prática do ato ilícito.
289
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 17-C A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil):
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11 desta
Lei, que não podem ser presumidos;
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em valores jurídicos abstratos;
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem
prejuízo dos direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicio-
nado a ação do agente;
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa:
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade;
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
c) a extensão do dano causado;
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente;
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva;
g) os antecedentes do agente;
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao agente;
VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação específica, não
admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver concorrido ou das quais não tiver
obtido vantagens patrimoniais indevidas;
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objetivos que justifiquem a imposição da sanção.
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não configura ato de improbidade.
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocorrerá no limite da participação e dos benefícios diretos,
vedada qualquer solidariedade.
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei.
Art. 17-D A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à
aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu ajuiza-
mento para o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do meio
ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle de legalidade de políticas públicas e a responsabilidade
de agentes públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por danos ao meio ambiente, ao consumi-
dor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer outro interesse difuso
ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos

60
e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 18 A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao ressar-

8-
48
cimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o caso, em
favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

6.
15
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a essa determi-
nação e ao ulterior procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressarcimento do patrimônio
.
20

público ou à perda ou à reversão dos bens.


-4

§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no
prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da ação, caberá ao
ra

Ministério Público proceder à respectiva liquidação do dano e ao cumprimento da sentença referente ao


ei
liv

ressarcimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual responsa-
bilização pela omissão verificada.
O

§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ser descontados os serviços efetivamente prestados.
de
os

O § 4º estabelece a possibilidade de parcelamento em até 48 parcelas do débito decorrente da condenação,


am

mas para isso o réu tem que demonstrar que não pode efetuar todo o pagamento de uma só vez.
R

§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas moneta-
e
m

riamente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu demonstrar
er

incapacidade financeira de saldá-lo de imediato. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)


lh

Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções
ui

aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a
G

prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um ter-
ço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber
incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos. (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)

O art. 18-A traz a possibilidade de unificação das penas. Após o juiz proferir a sentença judicial transitada em
julgado, da qual não caiba mais recurso, a próxima fase é cumprir o que foi determinado na sentença. Nessa fase
de cumprimento, o juiz unificará, ou seja, vai reunir eventuais sanções aplicadas com outras já impostas em
outros processos da seguinte forma:

z Se houver continuidade de ilícito, o juiz aplica a maior sanção aumentada de 1/3 (um terço), ou soma as
290 penas optando por aquilo que for mais benéfico ao réu;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z No caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.

Importante!
Nas hipóteses do art. 18-A, a suspensão de direitos políticos e a proibição de contratar ou de receber incenti-
vos fiscais observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos (parágrafo único, do art. 18-A).

Esquematizando alguns pontos importantes:

Proposta pelo MP,


único legitimado
(art. 17)

Natureza repressiva,
caráter sancionatório
(art. 17-D)

Se não se identificam O juiz pode converter


AÇÃO todos os requisitos a ação de improbidade
JUDICIAL para a caracterização em ação civil pública
do ato de improbidade (§ 16, art. 17)

A assessoria jurídica que emitiu o parecer


atestando a legalidade prévia dos atos
administrativos praticados pelo administrador
público ficará obrigada a defendê-lo
judicialmente, caso este venha a responder
a ação por improbidade administrativa até o
trânsito em julgado (§ 20, art. 17)

Importante: não existe mais a defesa preliminar; o requerido já será citado para apresentar a contestação.

SANÇÕES APLICÁVEIS EM VIRTUDE DA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

60
8-
48
As sanções trazidas na Lei de Improbidade Administrativa têm natureza repressiva, de caráter sancionatório.
O único momento em que a lei trata de alguma sanção penal é no art. 19, mas nesse caso a sanção será aplicada

6.
ao denunciante e não ao agente que cometeu ato de improbidade. .15
20

Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário,
-4

quando o autor da denúncia o sabe inocente.


ra

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.


ei

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
liv

morais ou à imagem que houver provocado.


O

Art. 20 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
de

sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
os

cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instru-
am

ção processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.


§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
R

igual prazo, mediante decisão motivada.


e
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

Muitas pessoas acham estranho quando se fala que o afastamento do agente público do exercício do cargo,
lh

emprego ou função ocorrerá sem prejuízo da sua remuneração, mas isso ocorre em decorrência da presunção de
ui

inocência. Todos se presumem inocentes até que se prove o contrário por meio do devido processo legal.
G

Portanto, enquanto não houver uma decisão condenatória, não é possível que o servidor seja, desde já, conde-
nado a perder sua remuneração. Esse afastamento ocorrerá quando for necessário para a instrução processual ou
para evitar o cometimento de novos ilícitos. Por não ser uma sanção, deverá ter prazo determinado de até 90 dias,
podendo ser prorrogado mais uma vez por igual prazo. O afastamento não é por 90 dias e sim por até 90 dias,
sendo assim, se o for determinado que o agente se afaste por 60 dias, a prorrogação só poderá ser por mais 60 dias.

Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de
Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de funda-
mento para a conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas na
formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente. (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021) 291
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede
o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição pre-
vistos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções apli-
cadas nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14
desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a ins-
tauração de inquérito policial. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantido ao investigado a oportunidade
de manifestação por escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na
elucidação dos fatos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

SENTENÇAS CIVIS E PENAIS PRODUZIRÃO EFEITOS EM RELAÇÃO À AÇÃO DE IMPROBIDADE QUANDO


CONCLUÍREM:

Pela inexistência da conduta Pela negativa da autoria

A ABSOLVIÇÃO CRIMINAL EM AÇÃO QUE DISCUTA OS MESMOS FATOS, CONFIRMADA POR DECISÃO
COLEGIADA:

Impede o trâmite da ação de improbidade, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previs-
tos no CPP

DA PRESCRIÇÃO

A prescrição ocorre quando o decurso do tempo impede que o titular da ação de improbidade possa aplicar a
sanção ao suposto autor do ato de improbidade. Esse instituto existe no direito brasileiro para resguardar a segu-
rança jurídica. Sendo assim, o Estado tem um tempo determinado para poder sancionar os atos de improbidade.
A demora do Estado extingue a possibilidade de punir o suposto autor do ato ímprobo praticado por agentes

60
públicos e particulares.

8-
Se, por exemplo, um agente público comete ato de improbidade que causa prejuízo ao erário, o Ministério

48
Público tem um prazo para ingressar com a ação e efetivar as sanções previstas na lei; passado o prazo, o Estado

6.
não poderá mais responsabilizar o acusado. 15
Importante! Atente-se para este julgado, que trata da imprescritibilidade da ação de ressarcimento ao erário:
.
20
-4

Tese de repercussão geral STF nº 897 São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática
ra

de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.6


ei
liv

Com as alterações da Lei nº 14.230, de 2021, o prazo prescricional passou a ser de 8 (oito) anos em todas as
O

hipóteses e a contagem se dá a partir da ocorrência do fato.


de

Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir da
os

ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência. (Redação dada
am

pela Lei nº 14.230, de 2021)


R

I - (revogado);
e

II - (revogado);
m

III - (revogado);
er

§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referidos nesta
lh

Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corridos, recomeçando
ui

a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de suspensão.
G

§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e sessenta e
cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado submetido à
revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta) dias, se não
for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade administrativa;
II - pela publicação da sentença condenatória;
III - pela publicação de decisão ou acórdão de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal que confirma sentença
condenatória ou que reforma sentença de improcedência;
IV - pela publicação de decisão ou acórdão do Superior Tribunal de Justiça que confirma acórdão condenatório ou que
reforma acórdão de improcedência;
V - pela publicação de decisão ou acórdão do Supremo Tribunal Federal que confirma acórdão condenatório ou que
reforma acórdão de improcedência.

6 [Lei 8.429, de 1992, arts. 9 a 11 (1)]. RE 852475/SP, rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgamento em 8.8.2018.
292 (RE-852475)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 5º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr do dia da interrupção, pela metade do prazo pre-
visto no caput deste artigo.
§ 6º A suspensão e a interrupção da prescrição produzem efeitos relativamente a todos os que concorreram para a prática
do ato de improbidade.
§ 7º Nos atos de improbidade conexos que sejam objeto do mesmo processo, a suspensão e a interrupção relativas a qual-
quer deles estendem-se aos demais.
§ 8º O juiz ou o tribunal, depois de ouvido o Ministério Público, deverá, de ofício ou a requerimento da parte interessada,
reconhecer a prescrição intercorrente da pretensão sancionadora e decretá-la de imediato, caso, entre os marcos interrup-
tivos referidos no § 4º, transcorra o prazo previsto no § 5º deste artigo.

A lei traz hipóteses de suspensão e de interrupção do prazo prescricional. Vejamos:

z Suspensão: após a instauração de inquérito civil ou de processo administrativo, o prazo prescricional suspen-
de por até 180 dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo,
esgotado o prazo de suspensão;
z Interrupção: após a ocorrência das hipóteses previstas, volta a contar o prazo do zero.

Os conceitos de interrupção e suspensão são trazidos pela doutrina e é importante saber a diferença entre os
institutos para entender o conteúdo.
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois
da apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
Exemplo: um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos, o Ministério Público apresenta a ação e no dia
da apresentação o prazo será interrompido. Na interrupção o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a apre-
sentação da Ação de Improbidade Administrativa pelo Ministério Público voltaríamos a contar os 8 anos, mas na
prescrição intercorrente do § 5º o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer então que
o prazo da prescrição intercorrente será de 4 anos.
Outro ponto importante é sobre a possibilidade de o Ministério Público, de ofício, a requerimento de auto-
ridade administrativa ou mediante representação, instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo
assemelhado e requisitar a instauração de inquérito policial para apurar os ilícitos.
Percebe-se aqui algumas possibilidades trazidas pela lei para que o Ministério Público possa obter os ele-
mentos necessários para a instauração da ação de improbidade administrativa. E conforme os §§ 2º e 3º, art. 23,
o inquérito civil deve respeitar o prazo de 365 dias, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.

60
8-
48
Importante!

6.
15
O prazo do inquérito civil é de 365 dias corridos, prorrogável uma vez por igual período mediante fundamen-
.
tação, ou seja, 365 + 365. Cuidado com as provas: são 365 dias e não 1 ano.
20
-4
ra
ei

Prorrogável uma única vez por igual


liv

período, mediante ato fundamentado


O

Será concluído no prazo de 365 dias


corridos
de

Encerrado o prazo, a ação deverá ser


proposta no prazo de 30 dias, se não for
os

INQUÉRITO CIVIL caso de arquivamento de inquérito civil


am

Em 8 anos, contados a partir da ocorrência


R

A ação para a aplicação das sanções do fato ou, no caso de infrações


e

previstas na lei em estudo prescreve permanentes, do dia em que cessou a


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


permanência
er
lh
ui

Art. 23-A É dever do poder público oferecer contínua capacitação aos agentes públicos e políticos que atuem com
G

prevenção ou repressão de atos de improbidade administrativa.


Art. 23-B Nas ações e nos acordos regidos por esta Lei, não haverá adiantamento de custas, de preparo, de emolu-
mentos, de honorários periciais e de quaisquer outras despesas.
§ 1º No caso de procedência da ação, as custas e as demais despesas processuais serão pagas ao final.
§ 2º Haverá condenação em honorários sucumbenciais em caso de improcedência da ação de improbidade se com-
provada má-fé.
Art. 23-C Atos que ensejem enriquecimento ilícito, perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou
dilapidação de recursos públicos dos partidos políticos, ou de suas fundações, serão responsabilizados nos termos
da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.
Das Disposições Finais
Art. 24 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25 Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais
disposições em contrário.

293
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
REFERÊNCIAS Já a conduta que define o crime de peculato-furto,
praticada por meio do verbo subtrair, será desclassi-
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da ficada para o crime de furto, caso não seja praticada
República Federativa do Brasil de 1988. Brasí- por um funcionário público.
lia, DF: Presidência da República. Disponível em: O Código Penal, em seu art. 327, define o que é fun-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ cionário público. Vejamos:
constituicao.htm. Acesso em: 26 set. 2022.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Portal da Câmara Art. 327 Considera-se funcionário público, para os
dos Deputados, 2022. Disponível em: https://www. efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
camara.leg.br/. Acesso em: 26 set. 2022. sem remuneração, exerce cargo, emprego ou fun-
CARVALHO FILHO, J. dos S. Manual de Direito ção pública.
Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2019. § 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce
CARVALHO, M. Manual de Direito Administrati- cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
vo. 9ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021. e quem trabalha para empresa prestadora de ser-
CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. viço contratada ou conveniada para a execução de
Guia da política de governança pública. Brasília: atividade típica da Administração Pública.
Casa Civil da Presidência da República, 2018. § 2º A pena será aumentada da terça parte quan-
CASTRO JÚNIOR, R. de. Manual de Direito Admi- do os autores dos crimes previstos neste Capítu-
lo forem ocupantes de cargos em comissão ou de
nistrativo. 1ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
função de direção ou assessoramento de órgão da
DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 33ª Ed.
administração direta, sociedade de economia mis-
São Paulo: Atlas, 2020.
ta, empresa pública ou fundação instituída pelo
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo Brasi- poder público.
leiro. 44ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2020.
MELLO, C. A. B. Curso de Direito Administrativo.
34ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2019.
Importante!
PLANALTO. Portal da Legislação, 2022. Disponí-
vel em: http://www4.planalto.gov.br/legislacao/. Para o Direito Penal, funcionário público é aquele
Acesso em: 26 set. 2022. que, embora transitoriamente ou sem remune-
SENADO FEDERAL. Senado Federal, 2022. Dispo- ração, exerce cargo, emprego ou função pública.
nível em: https://www12.senado.leg.br/hpsenado. Como é possível de se observar, o conceito de
Acesso em: 26 set. 2022. funcionário público é bastante amplo. No § 1º,
art. 327, o Código Penal equipara a funcionário

60
público quem exerce cargo, emprego ou função

8-
em entidade paraestatal, e quem trabalha para

48
CRIMES PRATICADOS POR empresa prestadora de serviço contratada ou

6.
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS CONTRA A 15
conveniada para a execução de atividade típica
.
da Administração Pública.
20

ADMINISTRAÇÃO EM GERAL: CÓDIGO


-4

PENAL (DECRETO-LEI Nº 2.848, 1940,


ra

O art. 327, do CP, faz menção a cargo público,


E SUAS ALTERAÇÕES POSTERIORES) –
ei

emprego público e função pública. Vamos distinguir:


ARTS. 312 A 327
liv
O

z Cargo público é o criado por lei, com nomencla-


de

Nos crimes contra a Administração Pública, o bem tura e número certo, junto à administração direta;
jurídico genericamente tutelado é a moralidade ou z Emprego público, por sua vez, é a função pública
os

probidade administrativa. exercida em caráter temporário ou extraordinário


am

Tratam-se de crimes próprios, que exigem uma (por exemplo, diarista que presta serviço de faxi-
R

condição especial do sujeito ativo: ser funcionário na em uma repartição pública). Assim, obtém-se
e

público. por exclusão o conceito de emprego público como


m

Os crimes praticados por funcionário público con- sendo todo aquele que não se classifica como cargo
er

tra a administração em geral são chamados de crimes público;


lh

funcionais. Os crimes funcionais são aqueles prati-


ui

z Função pública é toda e qualquer atividade que


G

cados contra a Administração Pública por indivíduo realiza os fins próprios do Estado (por exemplo,
que se encontra investido em uma função pública. São perito judicial, estagiário do Ministério Público ou
divididos em funcionais próprios, ou puros, e funcio- da Defensoria Pública ou de qualquer outro órgão
nais impróprios, ou impuros. público, juiz de direito, Presidente da Repúbli-
Os crimes funcionais próprios são aqueles que ca, Governador de Estado, escreventes, Prefeitos,
serão atípicos caso não sejam praticados por funcio- vereadores, faxineiros do fórum etc.).
nários públicos. Segundo a doutrina, neste caso, ocor-
rerá uma hipótese de atipicidade absoluta. Além dos dispositivos legais, é importante termos
Os crimes funcionais impróprios são aqueles que ciência de alguns julgados que estabelecem que são
serão desclassificados para outras infrações penais considerados funcionários públicos para fins penais:
caso não sejam praticados por funcionários públicos.
Segundo a doutrina, neste caso, ocorrerá uma hipóte- z Diretor de organização social;7
se de atipicidade relativa. z Administrador de Loteria;8

7 STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
294 8 STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/09/2018.
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z Advogados dativos;9 Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
z Médico de hospital particular credenciado/conve- § 1º Aplica-se a mesma pena, se o funcionário públi-
niado ao SUS;10 co, embora não tendo a posse do dinheiro, valor
z Estagiário de órgão ou entidade públicos.11 ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valen-
Nestes termos, não são considerados funcionários do-se de facilidade que lhe proporciona a qua-
lidade de funcionário.
públicos para fins penais os depositários judiciais.12
No § 2º, do art. 327, o Código Penal apresenta uma
causa de aumento de pena aplicável a todos os crimes O crime de peculato, previsto no art. 312, do CP, é
praticados por funcionário público contra a adminis- dividido doutrinariamente da seguinte forma:
tração em geral. Observe:
A pena será aumentada de 1/3 (terça parte) quan- z Peculato próprio:
do os autores dos crimes praticados por funcionário
público contra a administração em geral forem ocu- „ Peculato-apropriação;
pantes de cargos em comissão ou de função de direção „ Peculato-desvio.
ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou z Peculato impróprio:
fundação instituída pelo poder público.
É importante saber que a pena não será aumen- „ Peculato-furto.
tada caso o funcionário público ocupe cargo em
comissão ou função de direção ou assessoramento em z Peculato culposo;
autarquias, por falta de previsão legal. Lembre-se de z Peculato mediante erro de outrem (peculato
que o nosso ordenamento jurídico não admite a ana- estelionato).
logia para prejudicar o agente.
Não podemos deixar de tratar do concurso de pes- O peculato-apropriação configurar-se-á quando
soas nos crimes funcionais. o funcionário público se apropriar de dinheiro, valor
Os crimes funcionais são crimes próprios, à medi- ou qualquer outro bem móvel, público ou particular,
da que o autor deve ser funcionário público e, em de que tem a posse em razão do cargo; por exemplo,
regra, não podem serem praticados por qualquer pes- vereador que se apropria de bens (aparelho de celu-
soa. Todavia, admitem a participação e a coautoria, lar, notebook) do qual tem posse em razão do cargo
bem como a autoria mediata. (eletivo) que ocupa.
Os crimes funcionais são próprios, porém admi- É muito importante que você fique atento, em rela-

60
tem a coautoria de particular, sendo possível que este ção ao peculato-apropriação, ao seguinte:

8-
venha a ser responsabilizado por delito funcional

48
contra a Administração Pública, desde que pratique a z Para que se configure, é necessário que o agente

6.
infração penal em concurso com funcionário público tenha a posse do bem em razão do seu cargo;
15
e que tenha conhecimento desta qualidade. z O bem pode ser público ou particular (imagine um
.
20

Isso é decorrente da teoria monista ou unitária da objeto particular — notebook — apreendido em


-4

ação, prevista nos arts. 29 e 30, do CP, segundo a qual uma delegacia de polícia);
z O sujeito passivo é a Administração Pública; con-
ra

todo aquele que concorre para o crime responde para


ei

o mesmo crime. tudo, no caso de bem particular, o dono do bem


liv

Vamos exemplificar: José, funcionário público, convi- também será sujeito passivo do delito.
O

da seu amigo de infância, Jonas, para juntos subtraírem


de

um computador na repartição pública em que aque- O peculato-desvio ocorrerá quando o funcioná-


le trabalha. O funcionário público obteria facilidades rio público desviar, em proveito próprio ou alheio,
os

para praticar o crime, já que havia ficado com a chave dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, públi-
am

da repartição naquele período. No dia determinado, os co ou particular. O funcionário público dá destinação


R

agentes vão ao local e subtraem o computador. diversa ao bem que está sob sua responsabilidade;
e

No exemplo apresentado, tanto José quanto Jonas esse desvio será necessariamente em proveito próprio
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


responderão pelo crime de peculato (vamos estudar suas ou alheio.
er

características a seguir), já que praticaram a conduta em Segundo posicionamento majoritário (apesar de


lh

concurso de pessoas e a condição de caráter pessoal (ser algumas posições jurisprudenciais em sentido con-
ui
G

funcionário público) comunica-se aos demais agentes (é trário), para que se configure o peculato-desvio, é
necessário que eles conheçam a condição). necessário que o bem seja desviado para integrar o
Vejamos agora cada um dos crimes funcionais: patrimônio do próprio funcionário público ou de ter-
ceiros, não se configurando o tipo penal caso ocorra
Peculato mero desvio de finalidade.
Uma parte minoritária da doutrina defende que,
Art. 312 Apropriar-se o funcionário público de para que se configure o peculato-desvio, não é neces-
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, sária a intenção de assenhoramento (apoderar-se) por
público ou particular, de que tem a posse em parte do funcionário público, podendo se configurar
razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito pró- com o mero uso irregular da coisa pública, em provei-
prio ou alheio: to próprio ou alheio.

9 STJ. 5ª Turma. HC 264.459- SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579).
10 STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012.
11 STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 25/06/2012.
12 STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623). 295
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Com base no que foi exposto acima, é importante que é ladrão, ingresse na repartição para surru-
mencionar que o peculato de uso, em regra, é conside- piar os bens);
rado figura atípica. z Para que se configure o peculato-furto, é necessá-
Segundo Cleber Masson, o uso momentâneo de coi- rio que o ato seja doloso;
sa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao patri- z A qualidade de funcionário público deve acarretar
mônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral alguma facilidade para a subtração da coisa. Caso
restituição a quem de direito, é atípico. não haja facilidade, o agente responderá por furto
É necessário sabermos o que significa infungível. normalmente.
O art. 85, do CC, dispõe que são fungíveis os móveis
que podem substituir-se por outros da mesma espécie, Vamos trazer dois exemplos:
qualidade e quantidade. Exemplo 1: Carlos é funcionário público. Certo
O Código Civil não define os bens infungíveis, dia, na hora de sair, valendo-se do fato de estar sozi-
mas podemos compreender que são os bens que não nho na repartição, Carlos subtrai um notebook do
podem ser substituídos por outros da mesma espécie, órgão público. Está certamente configurado o crime
quantidade e qualidade. de peculato-furto, já que a condição de funcionário
É importante mencionar que é necessário, para público de Carlos foi uma facilidade para que ele sub-
que não seja típica a conduta do peculato de uso, que traísse o bem.
o bem seja infungível e não consumível, a exemplo de Exemplo 2: Michele é funcionária pública de Tri-
um carro oficial ou de um computador. bunal Federal. Certo dia, ao passar em frente a uma
Caso o bem seja fungível e consumível, a exemplo escola que se encontra próxima a sua casa, Michele
do dinheiro, a conduta será típica. percebe que o vigilante esqueceu a porta dos fundos
Se a conduta relacionada ao peculato de uso for aberta, estando próximo um aparelho celular da esco-
praticada por Prefeito, o fato será típico, independen- la. Michele entra pela porta e subtrai o aparelho. Não
temente da natureza do bem, por expressa previsão há que se falar em peculato-furto, já que a qualidade
legal no inciso II, art. 1º, do Decreto-Lei nº 201, de 1967. de funcionária pública de Michele em nada contri-
buiu para a prática da subtração, podendo qualquer
pessoa, na mesma situação, praticar a conduta deli-
Importante! tuosa apresentada pelo exemplo. Michele responderá
pelo crime de furto.
O administrador que desconta valores da folha de Observe que:
pagamento dos servidores públicos para quita-
ção de empréstimo consignado e não os repassa z Admite a modalidade tentada, já que se trata de

60
à instituição financeira pratica peculato-desvio, crime plurissubsistente (atos múltiplos, ou seja, o

8-
sendo desnecessária a demonstração de obten- autor entra no local, o autor subtrai a coisa);

48
ção de proveito próprio ou alheio, bastando a z O bem subtraído pode ser público ou particular;

6.
mera vontade de realizar o núcleo do tipo.13 Deste z O sujeito passivo é a administração pública. Caso
15
modo, podemos constatar que basta a destina- o bem seja particular, também será sujeito passivo
.
20

ção diversa daquela que deveria ter o bem para da infração penal o dono do bem;
-4

que se consume o crime de peculato-desvio. A z É crime material.


ra

obtenção de vantagem indevida é mero exauri-


ei

mento do crime. Trata-se de crime formal. Peculato Culposo


liv
O

Art. 312 […]


de

O peculato-furto configurar-se-á quando o funcio- § 2º Se o funcionário concorre culposamente


nário público, embora não tendo a posse do dinheiro, para o crime de outrem:
os

valor ou bem, subtrai-lo ou, concorre para que ele seja Pena - detenção, de três meses a um ano.
am

subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de


R

facilidade proporcionada pela qualidade de funcionário. O peculato culposo, previsto no § 2º, art. 312, con-
e

O peculato-furto pode ser praticado de duas figura-se quando o funcionário público concorre cul-
m

formas: posamente para o crime de outrem.


er

Dos crimes praticados por funcionário público


lh

z Subtraindo o dinheiro, valor ou bem; contra a administração em geral, o peculato é o úni-


ui
G

z Concorrendo para que seja subtraído o dinheiro, co que prevê expressamente a possibilidade de ser
valor ou bem. cometido na modalidade culposa.
No peculato culposo, o funcionário público não
É importante mencionar que: tem intenção em praticar o crime, contudo, por culpa,
acaba concorrendo para a subtração da coisa.
z Para que se configure este crime, é necessário que Neste sentido, Damásio ensina que no peculato
o funcionário público não tenha a posse da coisa; culposo podem ocorrer as seguintes situações:
z O primeiro é o verbo “subtrair”, que é o fato de o bem
ser arrebatado pelo próprio funcionário público; z Um funcionário, por culpa, concorre para que
z O segundo é o verbo “concorrer”, que significa outro funcionário cometa peculato (caput ou § 1º);
induzir, instigar ou auxiliar uma outra pessoa a z Um funcionário, por culpa, concorre para que
realizar a subtração (por exemplo, o funcionário outro funcionário ou um particular cometam o
público distrai os demais para que o seu amigo, fato;

13 APn 814-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. João Otávio de Noronha, Corte Especial, por maioria, julgado em 06/11/2019,
296 DJe 04/02/2020.
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z Um funcionário, por culpa, concorre para que um z O funcionário público deve receber a coisa em
particular cometa o fato (furto etc.). razão do cargo que exerce;
z O sujeito passivo é a Administração Pública. Caso
Vejamos: José, agente de polícia legislativa, esque- o bem seja particular, também será sujeito passivo
ce, por omissão, já que queria assistir a um jogo de o dono do bem;
futebol, de trancar uma porta da Câmara Legislativa z Parte da doutrina entende que se a pessoa for
do Distrito Federal, ao qual somente ele tem acesso. induzida a erro, configurar-se-á o crime de estelio-
No ambiente em que a porta se encontra, há vários nato, previsto no art. 171, do CP, sendo necessário,
objetos de valor considerável para o Poder Legislativo para caracterização do crime de peculato median-
distrital. Simba, também policial legislativo, aprovei- te erro de outrem, que a vítima entregue a coisa
tando-se do fato de a porta estar aberta, ingressa no por erro próprio.
local e subtrai uma câmera fotográfica.
Neste exemplo, José poderá ser responsabiliza- Inserção de Dados Falsos em Sistemas de
do criminalmente pelo crime de peculato culposo, já Informação
que concorreu culposamente para o crime de outrem
(peculato-furto de Simba). O agente foi omisso ao dei- O crime de inserção de dados falsos em sistemas
xar de trancar a porta, fator que contribuiu para a de informação está previsto no art. 313-A, do CP:
prática da subtração.
Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário autori-
Art. 312 […] zado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
§ 3º No caso do parágrafo anterior, a reparação do indevidamente dados corretos nos sistemas infor-
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a matizados ou bancos de dados da Administração
punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a Pública com o fim de obter vantagem indevida para
pena imposta. si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
Sobre o peculato culposo, é importante saber que o multa.
§ 3º, do art. 312, do CP, dispõe que:
Dica
z Se a reparação do dano resultante do peculato cul-
poso ocorrer antes de a sentença transitar em jul- “Inserção de dados falsos em sistemas de
gado, extingue a punibilidade; informação” é também chamado de peculato
z Se a reparação do dano resultante do peculato cul- eletrônico.

60
poso ocorrer após a sentença transitar em julgado,

8-
a pena será reduzida da metade. Sujeito ativo é apenas o funcionário público autoriza-

48
do a inserir ou excluir dados do sistema. Outros funcio-

6.
Art. 313 Apropriar-se de dinheiro ou qualquer uti- nários que não dispõem desta competência respondem
lidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
.15
pelo crime do art. 313-B, do CP. Trata-se de crime próprio.
20

de outrem: A fraude no sistema informatizado ou em bancos de


-4

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. dados pelo funcionário competente, para obter vantagem
para si ou para outrem, caracteriza o delito em análise,
ra

O peculato mediante erro de outrem está previsto sendo que o estelionato, por ser um crime menos grave,
ei

é absorvido.
liv

no art. 313, do CP, configurando-se quando o funcionário


público se apropriar de dinheiro ou qualquer utilidade Para que este crime se configure, é necessário que
O

que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem. as condutas descritas no tipo penal sejam praticadas
de

Parte da doutrina chama esta modalidade de por funcionário público autorizado a operar os sistemas
os

peculato-estelionato. informatizados ou bancos de dados da Administração


am

Sujeito ativo é o funcionário público que, por erro de Pública.


outrem, toma posse de um bem móvel, em razão da fun- Trata-se de crime plurinuclear, já que o tipo penal
R

ção, apropriando-se do mesmo. O terceiro que induz o descreve vários verbos que podem ser praticados
e
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


funcionário a apropriar-se do bem que recebeu por erro para a sua configuração.
er

será partícipe deste delito de peculato mediante erro. Condutas:


lh

O elemento subjetivo do tipo é o dolo subsequente,


ui

isto é, posterior ao recebimento da coisa. z Inserir dados falsos;


G

Em um primeiro momento, o funcionário público z Facilitar a inserção de dados falsos;


toma posse do bem de boa-fé, sem constatar o erro z Alterar dados corretos;
alheio, mas, posteriormente, após detectar o erro, z Excluir indevidamente dados corretos.
apropria-se da coisa.
É importante levar em consideração as seguintes É necessário, para a tipificação do delito, que as
características do crime de peculato mediante erro de condutas acima sejam realizadas em sistema informa-
outrem: tizado (computador) ou bancos de dados (fichários,
livros ou outro meio físico) da Administração Pública.
z É crime material, que se consuma quando o agen- Objeto material:
te inverte a propriedade do dinheiro ou outra uti-
lidade, sabendo que eles chegaram ao seu poder z Sistemas informatizados ou bancos de dados da
por erro de outra pessoa, passando a agir como se Administração Pública
dono fosse;
z Segundo a doutrina majoritária, admite a modali-
dade tentada;
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Finalidade (dolo específico):

z Obter vantagem indevida para si ou para outrem;


z Causar dano.

O elemento subjetivo do tipo é o dolo específico, que consiste no fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem ou causar dano à Administração Pública ou a uma terceira pessoa.
Sem esta finalidade de obter vantagem ou causar dano, haverá o crime do art. 313-B, do CP.
O crime consuma-se com a conduta, independentemente do resultado. Trata-se de crime formal, que se carac-
teriza ainda que a vantagem ou o dano almejado não se verifique.
Admite-se a tentativa na hipótese de o agente ser surpreendido antes de ultimar a conduta, por exemplo, agen-
te é flagrado quando iniciava a supressão dos dados corretos.

Modificação ou Alteração Não Autorizada de Sistemas de Informação

O crime de modificação ou alteração não autorizada de sistemas de informação está previsto no art. 313-B, do
Código Penal.

Art. 313-B Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem
autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
dano para a Administração Pública ou para o administrado.

Trata-se de crime próprio, sendo praticado somente por funcionário público, qualquer que seja a sua função,
estando autorizado ou não a manipular sistemas de informações ou programas de informática.
A consumação deste crime se dá com a modificação ou alteração não autorizada do sistema. Não é necessário
um especial fim de agir.
Caso o funcionário público seja autorizado ou pratique a conduta por solicitação da autoridade competente,
o fato será atípico.
A pena deste crime será aumentada de 1/3 (um terço) até metade caso da modificação ou alteração resulte

60
dano para a Administração Pública ou para o administrado.

8-
Fique atento às diferenças entre os tipos penais do crime de inserção de dados falsos em sistemas de informa-

48
ção e do crime de modificação ou alteração não autorizada de sistemas de informação:

6.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMAS DE
15
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA
.
20

INFORMAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO


-4

Verbos: Inserir, facilitar a inserção, alterar, excluir Verbos: modificar ou alterar


ra

indevidamente Se praticado por funcionário autorizado, será fato atípico


ei

Deve ser praticado por funcionário autorizado Não exige dolo específico
liv

Exige dolo específico de obter vantagem indevida ou de


O

causar dano
de
os

Extravio, Sonegação ou Inutilização de Livro ou Documento


am
R

Está previsto no art. 314, do Código Penal.


e
m

Art. 314 Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inuti-
er

lizá-lo, total ou parcialmente:


lh

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
ui
G

Os núcleos do tipo são os verbos extraviar (fazer desaparecer), sonegar (não apresentar) e inutilizar (tornar
imprestável).
Sobre este crime, é importante que você saiba:

z Trata-se de crime subsidiário (o crime fica absorvido quando o fato constitui crime mais grave), respondendo
por ele, o funcionário público, apenas se não se configurar crime mais grave;
z Não admite a modalidade culposa;
z Admite tentativa;
z O extravio, a sonegação e inutilização podem ser parciais ou totais.

Sujeito ativo é apenas o funcionário público responsável pela guarda do livro oficial ou documento. Se a con-
duta for praticada por outro funcionário público, o crime será o previsto no art. 337, do CP. Caso seja praticado
por advogado ou procurador, que inutiliza documento ou objeto do processo, o enquadramento será no art. 356,
do CP.
298 O delito em estudo é subsidiário, pois só será aplicado se não houver outro crime mais grave.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Assim, o funcionário público que recebe dinheiro qualquer represália por parte do funcionário público,
para destruir livro ou documento responderá apenas pode ou não pagar a vantagem indevida.
pelo crime de corrupção passiva, que é mais grave. Vamos exemplificar: funcionário público, agen-
Por fim, quando se tratar de livros ou documentos te de trânsito, exige de particular a quantia de R$
relativos a tributos, o funcionário que tinha a guar- 2.000,00 para que libere o seu veículo, sob pena de
da e praticou uma das condutas acima responderá levá-lo indevidamente ao pátio do Detran.
pelo crime do inciso I, art. 3º, da Lei nº 8.137, de 1990, A vantagem indevida, segundo posicionamento
quando o fato acarretar pagamento indevido ou ine- majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo
xato de tributo. ser qualquer outra vantagem.
É importante mencionar que a concussão ocorrerá
Emprego Irregular de Verbas ou Rendas Públicas em razão da função do agente público, não se exigindo
que o fato seja praticado no efetivo desempenho das
Art. 315 Dar às verbas ou rendas públicas aplica- atribuições do cargo. Sendo assim, este crime pode ser
ção diversa da estabelecida em lei: cometido por funcionário público de férias e, segundo
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. a doutrina dominante, nomeado, mas não empossado
(antes de assumir).
Este crime não se aplica ao Prefeito Municipal, res- A violência ou grave ameaça (morte, prisão) não
pondendo este pelo crime previsto em lei específica, o são elementos integrantes do crime de concussão.
Decreto nº 201, de 1967. Se o funcionário público exigir o pagamento de
Exige que o emprego irregular aconteça em bene- vantagem indevida, mediante violência ou grave
fício da própria Administração Pública, contrariando ameaça, estará cometendo o crime de extorsão, pre-
a legislação, não podendo o agente desviar as verbas visto no art. 158, do Código Penal.
ou rendas em benefício próprio, sob pena de respon- Sobre a concussão, é importante que você conheça
der por outro crime. as seguintes informações, frequentemente cobradas
Vamos exemplificar: a Câmara Legislativa do em prova:
Município XYZ aprova a utilização de um milhão de
reais para construção de uma passarela. A autoridade z Não pode ser praticada na modalidade culposa;
pública competente utiliza a verba mencionada para z Trata-se de crime formal, que se consuma com a
a construção de uma escola. prática da exigência, sendo o recebimento da van-
Pronto, configurou-se o crime de emprego irregu- tagem mero exaurimento do crime;
lar de verbas ou rendas públicas. O agente deu às ver- z O particular, de quem se exigiu a vantagem inde-

60
bas públicas destinação diversa daquela estabelecida vida, é sujeito passivo secundário deste crime. A

8-
em lei.
Administração Pública é o sujeito passivo primário;

48
Observe que a destinação da verba ocorreu no inte-
z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for

6.
resse da administração, já que, caso se dê em benefí-
cio próprio, o agente responderá por outro crime.
15
possível fracionar o iter criminis, a exemplo da con-
cussão praticada mediante carta endereçada à vítima;
.
20

É importante mencionar a aplicação da excludente


z É possível praticar a concussão indiretamente,
-4

de ilicitude do estado de necessidade: caso o empre-


quando, por exemplo, o funcionário público exi-
go se dê devido a uma situação de perigo iminente
ra

ge a vantagem indevida por intermédio de outra


(utilizou-se verba pública destinada ao esporte para
ei

pessoa.
liv

se construir um abrigo durante perigo de chuvas que


O

desabrigaram grande parte da população), o fato será


É importante diferenciar concussão e corrupção
de

típico, mas não será antijurídico.


passiva:
Sobre o emprego irregular de verbas ou rendas
os

públicas, é importante mencionar:


am

Tem no núcleo do tipo o verbo “exi-


gir” — há um caráter intimidativo na
R

z Este crime será praticado pelo funcionário público CONCUSSÃO


conduta
e

que tem poder de decisão sobre as verbas ou ren-


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


das públicas, podendo delas dispor; O ato de exigir é algo impositivo
er

z Não exige nenhum fim específico;


lh

Tem os verbos “solicitar ou receber,


ui

z Não admite a modalidade culposa; ou aceitar”


G

z Admite a tentativa; Solicitar é pedir, o que, portanto, não


z Não exige a ocorrência de dano pela Administra- CORRUPÇÃO pressupõe intimidação
ção Pública para a sua configuração. PASSIVA Receber e aceitar pressupõem uma
conduta ativa do particular, ou seja,
Concussão além de não ocorrer intimidação, há
uma conduta inicial do terceiro
Art. 316 Exigir, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou
antes de assumi-la, mas em razão dela, vanta- Excesso de Exação
gem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. O excesso de exação, previsto no § 1º, art. 316, do
CP, é uma forma de concussão. Configura-se quando
No crime de concussão, o funcionário público, o funcionário público exige tributo ou contribuição
valendo-se de sua autoridade, exige (conduta mais social, que sabe ou deveria saber indevido, ou, quan-
forte do que apenas pedir) o pagamento de vanta- do devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
gem não devida pela pessoa. O particular, por temer gravoso, que a lei não autoriza. 299
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 316 [...] Se o funcionário desviar, em proveito próprio ou
§ 1º Se o funcionário exige tributo ou contribui- de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-
ção social que sabe ou deveria saber indevido, lher aos cofres públicos, responderá por excesso de
ou, quando devido, emprega na cobrança meio exação na modalidade qualificada.
vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Quando observamos a forma qualificada do exces-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. so de exação, é possível compreender que o tipo penal
não exige que o funcionário público tenha a intenção
Exação significa correção, exatidão. de ficar para si ou para outro aquilo que recebeu. Caso
o faça, responderá pelo crime na forma qualificada.
Na concussão propriamente dita, exige-se que o fun-
Importante! cionário público pratique a conduta visando obter a van-
São duas as formas de cometer este delito: tagem indevida para si ou para outrem, constituindo-se,
� Exigência indevida de tributo ou contribuição assim, elemento de distinção entre os tipos penais.
social;
� Cobrança devida de tributo ou contribuição Corrupção Passiva
social, mas de forma vexatória ou gravosa.
Art. 317 Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
O núcleo do tipo é o verbo exigir que, diferente- da função ou antes de assumi-la, mas em razão
mente do crime de concussão, não significa uma dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
ameaça, mas sim a simples cobrança indevida. de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
A cobrança é indevida quando o tributo ou a con-
multa.
tribuição social não existe ou então já foi pago, bem
como na hipótese em que a cobrança é excessiva, em
A corrupção passiva, prevista no art. 317, do Códi-
valor maior que o devido.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, que consiste go Penal, configurar-se-á quando o funcionário públi-
no fato de o agente ter consciência, ou dúvida, de que co solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
se trata de uma cobrança indevida. ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
Na segunda modalidade criminosa, cobrança de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
vexatória ou gravosa, o tributo ou contribuição social ou aceitar promessa de tal vantagem.
é devido. O problema reside no “modus operandi” da A doutrina classifica a corrupção passiva em pró-

60
cobrança, que é feita de forma vexatória, humilhante, pria ou imprópria, antecedente ou subsequente:

8-
ou gravosa, vale dizer, com a imposição de medidas

48
totalmente desnecessárias. z Própria: quando o funcionário público pratica os

6.
Neste caso, o crime consuma-se com a simples verbos do tipo penal para praticar ato ilícito (por
cobrança vexatória ou gravosa, independentemente
.15
exemplo, oficial de justiça recebe dinheiro para
20

do recebimento. retardar o cumprimento do mandado de citação);


-4

Admite-se a tentativa quando a cobrança vexató- z Imprópria: quando o funcionário público pratica
ria ou gravosa é realizada por escrito, mas, por cir- os verbos do tipo penal para praticar ato lícito (por
ra

exemplo, escrevente solicita dinheiro para que a


ei

cunstâncias alheias à vontade do agente, é descoberta


certidão seja expedida dentro do prazo);
liv

antes que a vítima tomasse conhecimento.


z Antecedente: quando a vantagem indevida é
O

Vejamos: José, funcionário público da prefeitu-


entregue ao funcionário público antes de sua ação
de

ra do Município de Simplicidade, sabendo que seu


vizinho, Márcio, deve dez mil reais em tributo, para ou omissão (por exemplo, juiz recebe vantagem
os

cobrá-lo, coloca uma faixa enorme na entrada da rua, indevida para prolatar sentença absolutória);
am

com a seguinte frase escrita: “Márcio, deixe de ser z Subsequente: quando a vantagem indevida é
R

irresponsável e pague os dez mil reais que você deve entregue ao funcionário público depois de sua
e

de tributo à prefeitura”. ação ou omissão (por exemplo, após retardar o


m

No exemplo, José cobrou imposto devido, fazendo processo até levá-lo à prescrição, o juiz solicita
er

uso de meio vexatório, não autorizado por lei, confi- vantagem indevida ao réu).
lh
ui

gurando-se, assim, o excesso de exação.


G

Sobre o excesso de exação, é importante mencionar: Observe que a corrupção passiva pode ser direita
ou indireta:
z Não admite a modalidade culposa, pois a expres-
são “que sabe” é dolo direto, e a expressão “devia z Direta: quando é o próprio funcionário público
saber” é dolo eventual; que solicita, recebe ou aceita promessa de vanta-
z Admite a tentativa quando for possível fracionar o gem indevida;
iter criminis, a exemplo do excesso de exação prati- z Indireta: quando uma interposta pessoa, em con-
cado mediante carta endereçada à vítima. luio com o funcionário público, solicita, recebe
ou aceita promessa de vantagem indevida. Nesse
Art. 316 […] caso, tanto o “testa de ferro” quanto o funcionário
§ 2º Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou público responderão por corrupção passiva.
de outrem, o que recebeu indevidamente para reco-
lher aos cofres públicos: Entende a doutrina majoritária que o mero presen-
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. te recebido pelo funcionário público, por gratidão ou
amizade (por exemplo, uma lembrancinha de natal)
300 não configura o crime de corrupção passiva.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A vantagem indevida, segundo posicionamento majoritário, não necessita ser patrimonial, podendo ser qual-
quer outra vantagem.
Sobre a corrupção passiva, leve em consideração que:

z Não pode ser praticada na modalidade culposa;


z Trata-se de crime formal, quando praticada por meio dos verbos solicitar e aceitar promessa, que se consuma
com a conduta, sendo o efetivo recebimento da vantagem mero exaurimento do crime. Quando praticada por
meio do verbo receber, é crime material, que exige o efetivo recebimento para se consumar (§ 2º, art. 317, do
CP);
z Em regra, não admite a tentativa, salvo quando for possível fracionar o iter criminis, a exemplo da corrupção passiva
praticada mediante emprego de carta;
z É possível praticar a corrupção passiva indiretamente, quando, por exemplo, o funcionário público exige a vanta-
gem indevida por meio de outra pessoa.

É importante realizar um breve paralelo com o crime de corrupção ativa, que será estudado no tópico dos crimes
cometidos por particulares contra a administração em geral, que é aquela em que o particular oferece ou promete van-
tagem indevida a funcionário público.
Atenção! Na corrupção passiva, o particular que paga a vantagem indevida solicitada pelo funcionário públi-
co não pratica crime algum, por falta de tipicidade penal.
O crime de corrupção, seja ativa ou passiva, é unilateral e formal — são independentes em si. A comprovação de
um dos crimes não pressupõe a do outro.
A corrupção passiva possui uma forma privilegiada.

Art. 317 […]


§ 2º Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a
pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Observe que na corrupção passiva privilegiada o agente pratica a conduta não com a finalidade de conseguir
alguma vantagem indevida, mas sim com a finalidade de ceder a pedido ou influência de outro.
Trata-se de crime material e consuma-se quando o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de
ofício.

60
Por outro lado, a pena da corrupção passiva será aumentada de 1/3 (um terço) se, em consequência da van-

8-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo

48
dever funcional.

6.
Art. 317 […]
.15
20
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou
deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
-4
ra
ei

Importante!
liv
O

Não seja surpreendido por pegadinhas em prova: a corrupção passiva e a concussão diferenciam-se nos
de

verbos que configuram o tipo penal incriminador.


� Corrupção passiva: solicitar, receber ou aceitar promessa;
os

� Concussão: exigir.
am
R
e

Facilitação de Contrabando ou Descaminho


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

O crime de facilitação de contrabando ou descaminho está previsto no art. 318, do CP.


lh
ui
G

Art. 318 Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Configurar-se-á quando o funcionário público facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-
bando ou descaminho.
Contrabando é a exportação ou a importação do território nacional de uma mercadoria proibida.
Descaminho é a exportação ou importação do território nacional de uma mercadoria lícita, mas mediante sone-
gação dos direitos ou impostos devidos.
O núcleo do tipo é o verbo facilitar, que significa viabilizar, tornar mais simples o contrabando ou descaminho.
O elemento subjetivo é o dolo que pode ser direto ou eventual.
Relembrando:

z Dolo direto (determinado): ocorre quando o agente prevê determinado resultado, dirigindo sua conduta na
busca de realizar esse mesmo resultado;
z Dolo eventual: o agente prevê pluralidade de resultados, porém dirige sua conduta na realização de um deles.
Quer um resultado, mas aceita o outro resultado. 301
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Observa-se que o crime se consuma com a primeira conduta que facilita o contrabando ou descaminho, ainda
que não haja efetivamente a entrada ou saída da mercadoria do território nacional.
Trata-se de crime formal, pois se consuma com a conduta, independentemente da ocorrência do contrabando
ou descaminho.
Admite-se a tentativa quando o agente se empenha para realizar a conduta de facilitar o contrabando ou des-
caminho, mas é surpreendido antes de concluí-la.
É possível extrair da leitura do tipo penal que o crime será praticado pelo funcionário público que tem o dever
funcional de evitar a prática dos crimes de contrabando e descaminho.
A doutrina dominante entende que, caso o funcionário público não tenha o dever funcional de evitar a prática
do contrabando ou descaminho, responderá como partícipe do crime de contrabando ou do crime de descaminho.
Sobre este crime, é pertinente saber:

z Pode ser praticado de forma comissiva (quando o funcionário indica uma forma de o contrabandista des-
viar-se da fiscalização), ou omissiva (quando o funcionário, ciente de que há produto de descaminho em um
compartimento, não o inspeciona, liberando as mercadorias);
z Não admite a modalidade culposa;
z É crime formal, que se consuma com a facilitação, independente ou não de o agente conseguir praticar o con-
trabando ou o descaminho;
z Admite a tentativa somente na forma comissiva, quando o funcionário público indica o método de se desviar
da fiscalização, mas outro servidor impede o desvio;
z A competência é da Justiça Federal.

Prevaricação

Art. 319 Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei,
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

O crime de prevaricação é dividido em:

z Própria: prevista no art. 319, do Código Penal;


z Imprópria: prevista no art. 319-A, do Código Penal.

60
A prevaricação própria configurar-se-á quando o funcionário público retardar ou deixar de praticar, indevidamen-

8-
te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

48
O crime em estudo não se confunde com a corrupção passiva privilegiada, em que o agente age ou deixa de

6.
agir cedendo a pedido ou influência de outrem.
15
Na prevaricação não existe esse pedido ou influência. O agente toma a iniciativa de agir ou se omitir para satisfazer
.
20
interesse ou sentimento pessoal. Assim, se um fiscal flagra um desconhecido cometendo irregularidade e deixa de
autuá-lo em razão de insistentes pedidos deste, há corrupção passiva privilegiada, mas, se o fiscal deixa de autuar por-
-4

que percebe que a pessoa é um antigo amigo, configura-se a prevaricação.


ra

A prevaricação poderá ser praticada de três formas diferentes:


ei
liv

z Retardar indevidamente a prática de ato de ofício;


O

z Deixar de praticar indevidamente ato de ofício;


de

z Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei.


os
am

O crime de prevaricação exige um fim específico de agir: satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Não con-
fundir com o crime de corrupção passiva privilegiada (estudado anteriormente). Vejamos a tabela a seguir para
R

facilitar seu entendimento:


e
m
er

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA PREVARICAÇÃO


lh
ui

Praticar, deixar de praticar ou retardar ato de ofício Retardar ou deixar de praticar ato de ofício
G

Para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (não há atuação de


Cedendo a pedido ou influência de outrem
terceiro)

Você pode entender interesse ou sentimento pessoal de diversas formas: vingança, compaixão, ódio, amizade,
preguiça, entre outros.

Dica
Sobre a prevaricação, leve para a sua prova:
� Não admite a forma culposa;
� Pode ser praticado de forma omissiva (retardar ou deixar de praticar) ou comissiva (praticar);
� Admite tentativa apenas quando praticado de forma comissiva.
Tentativa na prevaricação:
� Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício: não admite tentativa;
302 � Praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei: admite tentativa.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 319-A Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o
acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o
ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

A prevaricação imprópria configurar-se-á quando o diretor de penitenciária e/ou agente público deixar de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunica-
ção com outros presos ou com o ambiente externo.
Trata-se de crime próprio, só podendo ser praticado pelo diretor de penitenciária ou pelo funcionário público
que tem o dever funcional de impedir que o preso tenha acesso a aparelho de comunicação com outros presos ou
com o ambiente externo.
Sobre a prevaricação imprópria, é importante ressaltar:

z Não admite a forma culposa;


z Não admite tentativa.

Condescendência Criminosa

A condescendência criminosa está prevista no art. 320, do Código Penal:

Art. 320 Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exer-
cício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Este crime pode ser praticado de duas formas:

z Quando o funcionário público, por indulgência, deixa de responsabilizar o subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo;
z Quando o funcionário público, que não é competente para responsabilizar aquele que cometeu infração no
exercício do cargo, por indulgência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.

A doutrina majoritária entende que o crime de condescendência criminosa só pode ser praticado por superior
hierárquico, que dolosamente, se omite. O funcionário que foi beneficiado não responde pelo delito em tela.
Você pode entender indulgência como compaixão, pena, piedade, clemência.

60
Há um requisito que deve ser cumprido para a prática da condescendência criminosa: uma infração funcional (que

8-
pode ser uma violação administrativa ou penal) praticada por subordinado no exercício das atribuições do seu cargo.

48
A consumação dá-se quando o superior toma conhecimento da infração e não providencia imediatamente a

6.
responsabilização do infrator ou não comunica o fato à autoridade competente. 15
Sobre a condescendência criminosa, fique atento:
.
20
-4

z Não admite a forma culposa;


z É crime omissivo;
ra

z Não admite tentativa.


ei
liv

Como é possível observar, os crimes de corrupção passiva privilegiada, prevaricação e condescendência crimi-
O

nosa possuem características similares. Vejamos as diferenças:


de
os

CORRUPÇÃO PASSIVA
PREVARICAÇÃO CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
am

PRIVILEGIADA
R

O agente deixa de praticar ato de ofí- O agente deixa de praticar ato de O agente deixa de praticar ato de ofí-
e

cio cedendo a pedido ou influência ofício para satisfazer sentimento ou cio (responsabilizar o subalterno) por
m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

de outrem interesse pessoal indulgência


lh
ui
G

Advocacia Administrativa

O crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321, do Código Penal, pode ser praticado na modalidade
simples ou qualificada.

Art. 321 Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da
qualidade de funcionário
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Modalidade simples: configura-se quando o funcionário público patrocinar, direta ou indiretamente, interes-
se privado perante a Administração Pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
É necessário que a condição de funcionário público proporcione alguma facilidade ao sujeito ativo, que patro-
cina interesse de terceiro, pessoa privada; caso não haja facilidade alguma proporcionada pelo cargo, o fato será
atípico.
303
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O agente pode praticar este crime de diversas Art. 323 Abandonar cargo público, fora dos casos
maneiras, como, por exemplo, fazendo uma petição, permitidos em lei:
solicitando um benefício. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Modalidade qualificada: o crime de advocacia § 1º Se do fato resulta prejuízo público:
administrativa será qualificado caso o interesse pri- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
vado seja ilegítimo. § 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na fai-
xa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
z Forma simples: interesse privado legítimo;
z Forma qualificada: interesse privado ilegítimo.
A conduta típica é: abandonar cargo público, fora
dos casos permitidos em lei.
Sobre a advocacia administrativa, fique atento em
O nome do crime é abandono de função, porém,
sua prova:
o tipo penal fala em abandono de cargo público. É
importante que você saiba que o conceito de função
z Não admite a modalidade culposa;
pública é mais amplo que o de cargo público (não há
z É crime formal, que se consuma com a conduta,
cargo sem função, mas há função sem cargo).
não se exigindo que se atinja o interesse privado
Sendo assim, não haverá crime se ocorrer mero
pleiteado;
abandono de função pública (apesar do nome) ou de
z Segundo doutrina majoritária, admite tentativa
emprego público, mas tão somente no caso de aban-
quando for possível se fracionar o iter criminis;
dono de cargo público (não se admite a analogia in
z É desnecessário que o fato ocorra na própria repar-
malam partem).
tição em que trabalha o agente. Este pode usar da
Trata-se de um crime de mão própria, ou seja, só
sua qualidade de funcionário para pleitear favores
pode ser praticado pelo funcionário público ocupante
em qualquer esfera da Administração.
do cargo que foi abandonado. Este abandono deve ser
por tempo juridicamente relevante.
Violência Arbitrária De acordo com posicionamento doutrinário majo-
ritário, as hipóteses de greve não configuram este tipo
Art. 322 Praticar violência, no exercício de função
penal.
ou a pretexto de exercê-la.
As hipóteses em que o agente abandona o cargo
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
pena correspondente à violência.
público, admitidas em lei, não configuram o crime de
abandono de função.
O crime de abandono de função tem circunstân-
Este delito encontrava divergência quanto a sua apli-

60
cias que o qualificam:
cação, tendo em vista as edições realizadas pela Lei de

8-
Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869, de 2019). Esta discus-

48
são não mais possui fundamento, sendo que esta lei não z Se o fato resulta prejuízo público;

6.
tipificou o crime de violência arbitrária. Sendo assim, o z Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa
de fronteira. 15
delito ainda esse encontra em vigor.
.
20

A prática da violência deve dar-se em razão da


-4

função pública, não havendo a exigência de que seja Cabe destacar qualificadora do § 2º no que diz res-
peito à faixa de fronteira. Essa qualificadora é uma
ra

praticado no efetivo desempenho das funções do car-


norma penal em branco, visto que a definição da fai-
ei

go, podendo, portanto, ser praticada, por exemplo,


xa de fronteira é fornecida pela Lei nº 6.634, de 1979,
liv

por um funcionário público que se encontre de folga.


compreendendo um raio de 150 (cento e cinquenta)
O

Sobre esse crime, leve em consideração os seguin-


quilômetros ao longo das fronteiras nacionais.
de

tes pontos:
O fundamento desta qualificadora é a proteção à
os

z A violência arbitrária não admite a forma culposa, soberania nacional que, nas fronteiras, torna-se mais
am

devendo ser praticada dolosamente; vulnerável.


Exige-se que o abandono se dê por um prazo rele-
R

z Admite tentativa;
vante, apesar de o Código Penal não fixar prazo deter-
e

z Segundo Rogério Greco, o objeto material será o


m

administrado contra o qual é praticada a violência minado. Entende a doutrina que o prazo será fixado
er

arbitrária; pelo estatuto a que estiver submetido o funcionário


lh

público.
ui

z A violência tem que ser praticada arbitrariamente, não


Em regra: o prazo será de 30 (trinta) dias — pra-
G

se enquadrando neste tipo penal as hipóteses de uso


necessário e progressivo da força, admitidas em lei; zo previsto na maioria dos estatutos de servidores
z O crime aperfeiçoa-se ainda que as vítimas da públicos.
agressão não sofram lesões;
z Caso alguma das vítimas sofra lesão ou morra, o Dica
agente responderá por este crime e pelo crime cor-
Sobre o crime de abandono de função, leve para
respondente à violência praticada (lesões corpo-
a sua prova:
rais ou homicídio).
� É crime omissivo;
� Não admite tentativa;
Abandono de Função
� Só pode ser praticado dolosamente — não
O crime de abandono de função está tipificado no admite a culpa.
art. 323, do CP.

304
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Exercício Funcional Ilegalmente Antecipado ou II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Prolongado § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Adminis-
tração Pública ou a outrem:
Este crime está previsto no art. 324, do CP. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 324 Entrar no exercício de função pública Este delito irá se configurar quando o agente públi-
antes de satisfeitas as exigências legais, ou conti- co revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
nuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a
oficialmente que foi exonerado, removido, substi- revelação.
tuído ou suspenso: Este crime pode ser praticado de duas formas:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
z Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
Tutela-se a Administração Pública, no tocante ao e que deva permanecer em segredo;
seu normal funcionamento, pois o exercício ilegal de z Facilitar a revelação de fato de que tem ciência em
função pública afeta a prestação de serviços públicos. razão do cargo e que deva permanecer em segredo.
Conduta típica: entrar no exercício de função
pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou É importante mencionar que o agente toma conhe-
continuar a exercê-la, sem autorização, depois de cimento do fato em relação ao qual deve permanecer
saber oficialmente que foi exonerado, removido, em segredo em razão do cargo que ocupa, não se exi-
substituído ou suspenso: gindo que tenha sido no efetivo desempenho das atri-
Este crime pode ser praticado de duas formas: buições do cargo.
Logo, o crime pode ser praticado no caso de o
z Entrar no exercício de função pública antes de agente tomar conhecimento do fato durante período
satisfeitas as exigências legais; de licença, mas em razão do cargo.
z Continuar a exercer a função pública, sem autori- O Código Penal apresenta duas formas equipara-
zação, depois de saber oficialmente que foi exone- das do crime de violação de sigilo funcional. Observe:
rado, removido, substituído ou suspenso. É exigido Incorrerá nas mesmas penas o funcionário público
que o funcionário público tenha sido oficialmente que:
comunicado sobre sua exoneração, remoção, subs-
tituição ou suspensão. Neste aspecto, ressalta-se z Permite ou facilita, mediante atribuição, forneci-
que o crime é instantâneo e prescinde de habitua- mento e empréstimo de senha ou qualquer outra
lidade da conduta para sua consumação. forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-

60
mas de informações ou banco de dados da Admi-

8-
Observe que o exercício funcional ilegalmente nistração Pública;

48
antecipado ou prolongado somente pode ser prati- z Utiliza-se, indevidamente, do acesso restrito.

6.
cado por funcionário público já nomeado, mas ainda
sem ter cumprido todas as exigências legais (1ª parte), 15
Forma qualificada: se da ação ou omissão resulta
.
20
ou então pelo indivíduo que era funcionário público, dano à Administração Pública ou a outrem.
porém deixou de sê-lo em razão de ter sido oficial-
-4

Sobre este crime, fique atento:


mente exonerado, removido, substituído ou suspenso
ra

(parte final). z Só será praticado dolosamente — não admite for-


ei

Em ambas as hipóteses, o crime é de mão própria,


liv

ma culposa;
de atuação pessoal ou de conduta infungível, pois z Em regra, não admite tentativa, salvo casos excep-
O

somente pode ser cometido pela pessoa expressamen- cionais, a exemplo de ser praticado na forma escrita.
de

te indicada no tipo penal.


os

Se um particular entrar no exercício da função Violação de Sigilo de Proposta de Concorrência


am

pública, a ele deverá ser imputado o crime de usurpa-


ção de função pública (art. 328 do CP).
R

Este tipo penal era previsto no art. 326, e foi revo-


Sobre o tipo penal em comento, é importante saber:
e

gado pelo art. 337-J também do Código Penal.


m

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

z Não admite a forma culposa; Art. 326 Devassar o sigilo de proposta de concor-
lh

z Admite tentativa. rência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo


ui

de devassá-lo:
G

Violação de Sigilo Funcional Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

O crime de violação de sigilo funcional encontra-se


previsto no art. 325, do Código Penal:
HORA DE PRATICAR!
Art. 325 Revelar fato de que tem ciência em razão
do cargo e que deva permanecer em segredo, ou 1. (VUNESP — 2022) Segundo a doutrina, a definição
facilitar-lhe a revelação: de Estado em seu conceito amplo é premissa para a
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou mul- melhor compreensão dos institutos do Direito Admi-
ta, se o fato não constitui crime mais grave. nistrativo. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I - permite ou facilita, mediante atribuição, forne-
a) O Estado Brasileiro adotou a teoria da dupla persona-
cimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
lidade, mantendo a personalidade de direito público,
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Adminis- quando atua no campo do direito público, e a de direi-
to privado, quando atua no campo do direito privado.
tração Pública; 305
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b) O Estado é composto por dois elementos originários a) A locação de um imóvel para a instalação de um
e indissolúveis: o povo, que representa o elemento órgão público.
humano, e o território, que é a sua base física. b) A concessão de férias a um servidor público da Câma-
c) A vontade estatal se manifesta por meio dos poderes ra Municipal.
administrativos, que são prerrogativas que a adminis- c) O voto de um Vereador durante a sessão legislativa.
tração possui para a persecução do interesse público. d) A expedição de um parecer da Assessoria Jurídica
d) As funções do Estado podem divididas entre função parlamentar.
típica, aquela para a qual o Poder foi criado, e função e) A execução de uma apreensão de mercadoria irregu-
atípica, que é secundária. lar pela Prefeitura.
e) Função pública, no âmbito jurídico pátrio, é a atividade
exercida em nome e no interesse do Estado Brasileiro. 6. (VUNESP — 2020) Assinale a alternativa que apon-
ta corretamente uma das características da compe-
2. (VUNESP — 2021) O Estado determina a esfera do tência administrativa, que a diferencia da capacidade
poder público por intermédio do exercício de sua fun- administrativa.
ção legislativa; depois é determinada a esfera privada,
por exclusão e residualmente. Essa ordem de prece- a) A competência é presumida, por ser regra, ao contrário
dência revela da capacidade, que requer sempre texto legal expresso.
b) A competência é intransferível, mas prorrogável, salvo
a) a primazia do público sobre o privado. disposição legal expressa, enquanto a capacidade é
b) a dicotomia entre público e privado. improrrogável e intransferível.
c) o pilar da regulação do Estado. c) O exercício da competência é obrigatório, enquanto o
d) o pilar da emancipação do Estado. exercício da capacidade é facultativo.
e) o fato do príncipe. d) A competência não pode ser delegada ou avocada, e a
capacidade permite livre delegação e avocação.
3. (VUNESP — 2022) A respeito do regime jurídico admi- e) A competência é obrigatória e imprescritível, mas
nistrativo em contraposição ao regime jurídico típico renunciável, e a capacidade é derrogável e delegável
de direito privado, é correto afirmar que
7. (VUNESP — 2020) O ato administrativo tem como um
a) não há diferenças entre os regimes jurídicos de direito de seus atributos uma importante vinculação ao que
público e de direito privado, considerando-se os direi- se chama “fé pública”. Esse atributo é o da
tos e garantias individuais e a vigência no país de um
Estado Democrático de Direito. a) legitimidade.

60
b) o regime jurídico administrativo justifica a interpreta- b) imperatividade.

8-
ção da legislação nacional de maneira mais favorável c) presunção de legalidade.

48
aos interesses dos órgãos públicos, por representa- d) autoexecutoriedade.

6.
rem estes a materialização dos interesses comuns da e) presunção de veracidade.
15
sociedade.
.
20

c) o chamado interesse público primário confunde-se 8. (VUNESP — 2020) Um ato administrativo que passou
-4

com a vontade dos órgãos administrativos de Estado, por todas as etapas do seu processo de formação,
ao passo que o chamado interesse público secundá- mas sujeito à condição ou termo, segundo a doutrina
ra

rio é considerado, em uma perspectiva rousseaunia- do direito administrativo, é considerado um ato


ei
liv

na, como a expressão da vontade nacional.


O

d) a distinção entre interesse público primário e secun- a) imperfeito e pendente.


dário vem perdendo relevância no direito público
de

b) perfeito e ineficaz.
brasileiro, considerando o viés neoliberalizante da c) válido e imperfeito.
os

Constituição de 1988 em comparação ao viés coleti- d) perfeito e pendente.


am

vista da Constituição de 1967. e) consumado e imperfeito.


e) a supremacia do interesse público primário justifica,
R
e

na ordem jurídica brasileira, a existência de prerro- 9. (VUNESP — 2019) A respeito da revogação e invalida-
m

gativas especiais ao Poder Público, sendo essa uma ção do ato administrativo, é correto afirmar que
er

das características fundamentais do regime jurídico


lh

administrativo. a) a invalidação é medida privativa da Administração, e


ui
G

a revogação pode se dar pela autotutela da legalidade


4. (VUNESP — 2022) A Administração possui o poder-de- e pelo poder jurisdicional.
ver de anular os seus próprios atos quando eivados de b) o fundamento objetivo da revogação é o reexame
vício de legalidade, o que é uma decorrência do princípio do mérito do ato, com vistas à oportunidade e con-
da veniência de sua manutenção no ordenamento, e a
invalidação se funda na ilegitimidade do ato viciado.
a) consensualidade. c) a invalidação é o ato administrativo unilateral des-
b) participação. constitutivo, que objetiva suprimir os efeitos de ato
c) autotutela. legítimo anterior, e a revogação é ato declaratório da
d) razoabilidade. ilegalidade ou inexistência de ato anterior.
e) eficiência. d) a invalidação pode ser efetivada pelo Judiciário por
sentença declaratória de nulidade, desconstituindo o
5. (VUNESP — 2019) Assinale a alternativa que descreve ato e seus efeitos, e a revogação pode ser determina-
corretamente um típico ato administrativo. da pela Administração ou pelo Judiciário na presença
de vício direto ou indireto.
306
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e) a invalidação se dá sempre ex officio pela Administra- 14. (VUNESP — 2019) A respeito dos servidores públicos,
ção, sem a participação do Judiciário, e a revogação assinale a alternativa correta.
se perfaz ex officio, por decisão judicial ou por provo-
cação do administrado. a) Os agentes públicos temporários são, em regra, sujei-
tos ao regime celetista de contratação.
10. (VUNESP — 2020) Considerando as características do b) A extinção de cargos públicos vagos pode ocorrer por
poder de polícia, é correto afirmar que os atos de polí- meio de decreto autônomo.
cia administrativa c) A vitaliciedade e a estabilidade são tratados pela
Constituição Federal como sinônimas.
a) podem ser delegados aos particulares, desde que não d) O servidor público estável, investido em novo cargo,
haja risco ao equilíbrio social. está dispensado de cumprir o estágio probatório nes-
b) submetem-se ao controle quanto à legalidade, mas se novo cargo.
não ao controle quanto ao mérito, razão pela qual não e) Para a realização de exame psicotécnico, não é
podem ser revogados. necessária a existência de prévia autorização legal.
c) são atos administrativos e, como tal, submetem-se
ao controle no âmbito administrativo, mas não no 15. (VUNESP — 2022) A Lei de Improbidade Administrativa
âmbito judicial. foi um importante marco para a transparência e melho-
d) têm como objetivo impedir ou paralisar atividades ria da governança na Administração Pública Brasileira.
antissociais, incidindo sobre bens, direitos ou ativida- Recentemente, porém, o texto original vinha sofrendo crí-
des dos particulares. ticas em relação à sua forma de aplicação, sob a premis-
e) podem ter natureza fiscalizadora, preventiva ou sa de que haveria excesso de rigor em relação a condutas
repressiva, podendo ensejar a aplicação de penalida- não dolosas de administradores públicos, resultando na
de pelo Poder Judiciário. baixa atratividade da função pública entre profissionais
capacitados. Nesse contexto, é correto afirmar com base
11. (VUNESP — 2019) O exercício da função pública, que na Lei nº 8.429/1992 que
é cometida ao órgão ou à própria entidade, é realizado
por pessoas físicas: agentes públicos. Assim, consi-
a) não se sujeita às sanções previstas nesta Lei o par-
dera- se      toda
ticular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a
     vinculada,      , ao exercício de função
administração pública convênio, contrato de repasse,
pública. Assinale a alternativa que, correta e respecti-
contrato de gestão, termo de parceria, termo de coo-
vamente, preenche as lacunas.
peração ou ajuste administrativo equivalente.
b) os atos de improbidade violam a probidade na orga-

60
a) servidor público … pessoa física ou jurídica …
nização do Estado e no exercício de suas funções e a
definitivamente

8-
integridade do patrimônio público e social dos Pode-

48
b) órgão público … pessoa física ou jurídica …
res Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da
definitivamente

6.
administração direta e indireta, no âmbito da União,
15
c) agente público … pessoa física … definitiva ou
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
.
transitoriamente
20

d) agente público … pessoa jurídica … definitivamente c) configura improbidade a ação ou omissão decorrente
-4

e) órgão público … pessoa jurídica … transitoriamente de divergência interpretativa da lei, baseada em juris-
prudência ainda não pacificada que não venha a ser
ra

posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos


ei

12. (VUNESP — 2019) A possibilidade de contratação de


liv

pessoas por tempo determinado no setor público é de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.
d) os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de
O

estabelecida na Constituição Federal e regulamen-


pessoa jurídica de direito privado respondem pelo ato de
de

tada por legislações posteriores. A principal razão


para que isso possa acontecer é, em termos gerais, improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica.
os

a “necessidade temporária de excepcional interesse e) o sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao
am

público”. Em termos específicos, essa necessidade erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos
à obrigação de repará-lo integralmente independente-
R

deve ser suprida por


mente do valor da herança ou do patrimônio transferido.
e
m

a) concurso público. NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO


er

b) recrutamento simples. 16. (VUNESP — 2019) José, ocupante do cargo de fiscal de


lh

rendas, revelou para a imprensa fato de que tem ciência,


ui

c) processo seletivo simplificado.


em razão de suas atribuições, e que deve permanecer
G

d) contratação regida pela Lei nº 8.666/93.


e) concurso público simplificado. em segredo, visto que se trata de dado sujeito à sigilo
fiscal.
13. (VUNESP — 2021) Para realizar o processo de recru- Considerando a situação hipotética e as disposições
tamento e seleção no setor público, consideram-se da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar que José
as mais simples e indivisíveis unidades de competên-
cia a serem expressas por um agente, previstas em a) não cometeu ato de improbidade administrativa.
número certo, com denominação própria, retribuídas b) cometeu ato de improbidade administrativa que cau-
por pessoas jurídicas de direito público e criadas por sa prejuízo ao erário.
lei, como o conceito de c) cometeu ato de improbidade administrativa que
importa em enriquecimento ilícito.
a) progressão horizontal. d) cometeu ato de improbidade administrativa que aten-
b) progressão vertical. ta contra os princípios da Administração Pública.
c) cargo público. e) apenas terá cometido ato de improbidade administra-
d) ascensão funcional. tiva se causar lesão ao patrimônio público e se enri-
e) requisitos para a investidura. quecer ilicitamente. 307
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17. (VUNESP — 2022) Na hipótese de prática de ato de e) privilegia a busca de soluções de maneira eficiente,
improbidade administrativa que causa lesão ao erá- pelo administrador público, que atenuem a demanda
rio, o agente público estará sujeito à aplicação de pública, por meio de soluções concretas e legais, e
pena de suspensão dos direitos políticos por até com efetividade na prestação do serviço público.

a) 4 (quatro) anos. 9 GABARITO


b) 6 (seis) anos.
c) 8 (oito) anos.
d) 12 (doze) anos. 1 D
e) 14 (quatorze) anos.
2 A
18. (VUNESP — 2022) No que tange à ação de improbida- 3 E
de, é correto afirmar que
4 C
a) da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à
5 B
indisponibilidade de bens caberá agravo de instrumento.
b) da decisão que converter a ação de improbidade em 6 C
ação civil pública caberá apelação.
c) a indisponibilidade de bens não poderá ser decretada 7 E
sem a oitiva prévia do réu.
8 D
d) é vedada a decretação de indisponibilidade da quantia
até 10 (dez) salários mínimos depositados em cader- 9 B
neta de poupança, em outras aplicações financeiras
ou em conta corrente. 10 D
e) após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá
decisão na qual indicará com precisão a tipificação 11 C
do ato de improbidade administrativa imputável ao 12 C
réu, sendo, neste momento, possível modificar o fato
principal e a capitulação legal apresentada pelo autor. 13 C

14 B
19. (VUNESP — 2020) Em caso de prática de ato de impro-
bidade por agente público, a Lei Federal no 8.429/92 15 B

60
prevê perda da função pública e a suspensão dos

8-
direitos políticos, que só se efetivam com 16 D

48
6.
17 D
a) o trânsito em julgado da sentença condenatória. 15
b) a prolação da sentença condenatória. 18 A
.
20

c) o recebimento da denúncia.
-4

d) a publicação da sentença condenatória. 19 A


e) a antecipação de tutela.
ra

20 B
ei
liv

20. (VUNESP — 2021) Além dos princípios estabelecidos na


O

CF de 1988, outros foram expostos no Art. 2o da Lei no


de

9.784/1999, que define as normas básicas do processo


administrativo no âmbito da administração federal direta ANOTAÇÕES
os

e indireta. Alguns desses princípios apresentados: razoa-


am

bilidade, motivação, ampla defesa, dentre outros.


R
e

Quanto ao princípio da razoabilidade, é correto afirmar


m

que
er
lh

a) parte do pressuposto de que a administração pública


ui
G

tem o dever de justificar seus atos e o que provocou


legalmente a adoção deles, esclarecendo logicamen-
te as providências que foram tomadas.
b) funciona por meio da adoção do critério subjetivo da
administração pública e do senso normal das pes-
soas equilibradas, não se aplicando no caso da exis-
tência da arbitrariedade administrativa.
c) a ação da administração deve ter como presunção a
legalidade de seus atos, submetida que é à Lei, tor-
nando todos seus atos verdadeiros, até prova em
contrário, evitando que esses atos sejam objeto de
dúvidas.
d) se presume que há garantias constitucionais ao devi-
do processo legal, defendendo o cidadão do arbítrio,
em consonância com outros princípios, como o da
308 legalidade e da moralidade administrativa.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Para melhor visualização, segue o art. 1º, da LC nº
80, de 1994:

Art. 1º A Defensoria Pública é instituição perma-

LEGISLAÇÃO ESPECIAL
nente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do
regime democrático, fundamentalmente, a orien-
tação jurídica, a promoção dos direitos humanos
e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudi-
cial, dos direitos individuais e coletivos, de forma
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº integral e gratuita, aos necessitados, assim con-
988, DE 2006, E SUAS ALTERAÇÕES siderados na forma do inciso LXXIV do art. 5º da
Constituição Federal.
POSTERIORES
INTRODUÇÃO Perceba que o artigo acima é mais completo do
que o citado no início do material, além de tratar da
O material a seguir aborda a Lei Complementar nº Defensoria Pública como um todo, não se restringin-
988, de 2006, a qual organiza a Defensoria Pública do do à da União. Nesse sentido, se afirmar que a DPESP
Estado de São Paulo (DPESP) e institui o Regime Jurídico possui todas as incumbências listadas nesse art. 1º, a
da Carreira de Defensor Público do Estado de São Paulo. afirmativa estará correta. Todavia, não se pode con-
Inicialmente, destaca-se a dupla função da presen- siderar correta a afirmativa que trouxer o art. 2º, da
te lei: organizar a DPESP e instituir o Regime Jurídico LC nº 988, de 2006, e indicá-lo como incumbência da
da Carreira de Defensores Púbicos do Estado de São Defensoria Pública (sem o “do Estado”).
Paulo. Note que o regime jurídico a ser instituído é Portanto, se a questão se referir à DPESP, poderá
apenas para os Defensores Públicos, não envolve os utilizar o art. 2º, desta lei, ou o art. 1º, da LC nº 80, de
servidores da defensoria pública. 1994. Contudo, não pode se referir à Defensoria Públi-
Lado outro, a Deliberação CSDP nº 111, de 2009, ca nos termos do art. 2º, da lei ora estudada (LC nº 988,
a qual será estudada em material próprio, refere-se de 2006).
apenas aos servidores (Oficial e Agente) da DPESP. Em
que pese tais informações não serem alvo de questão, Art. 3º A Defensoria Pública do Estado, no desem-
é importante que o aluno saiba que um diploma nor- penho de suas funções, terá como fundamentos de
mativo se refere a uma carreira, enquanto o outro se atuação a prevenção dos conflitos e a constru-

60
refere a carreiras diferentes, para que melhor enten- ção de uma sociedade livre, justa e solidária,

8-
da os conteúdos e não gere dúvidas por achar que a a erradicação da pobreza e da marginalida-

48
deliberação e a presente lei estão em contradição. de, e a redução das desigualdades sociais e

6.
Mas atenção: a parte da organização da DPESP regionais.
atinge aos servidores, somente o regime jurídico .15
estabelecido é que não. Portanto, os Títulos I e II são
20

O dispositivo acima trata dos fundamentos de


gerais, enquanto a partir do Título III em diante a refe-
-4

atuação da DPESP. No estudo da LC nº 80, de 1994,


rência é aos Defensores Públicos da DPESP.
viu-se que a defensoria atuará, prioritariamente, na
ra

solução extrajudicial dos conflitos, utilizando-se de


ei

DISPOSIÇÕES INICIAIS
liv

mecanismos de composição amigável.


Os demais fundamentos de atuação correspondem
O

Art. 2º A Defensoria Pública do Estado é institui-


a 3 objetivos da República Federativa do Brasil previs-
de

ção permanente, essencial à função jurisdi-


cional do Estado, e tem por finalidade a tutela tos na Constituição Federal. Neste ponto é que mora o
os

jurídica integral e gratuita, individual e cole- perigo. Na constituição Federal tem-se fundamentos e
am

tiva, judicial e extrajudicial, dos necessitados, objetivos listados no Título dos Princípios Fundamen-
R

assim considerados na forma da lei. tais. Mas o que a presente lei trata como fundamen-
e

tos de atuação da DPESP é previsto na CF, de 1988,


m

O aluno atento irá, imediatamente, perceber que como objetivos fundamentais da República Federati-
er

a definição e finalidade descrita acima é diferente da va do Brasil.


lh

prevista na Lei Complementar Federal nº 80, de 1994. Nesse sentido, a banca pode afirmar que são “obje-
ui

Diferente no sentido de ser “incompleta”.


G

tivos de atuação da DPESP” e listar a construção de


A presente lei é datada de 2006, enquanto a alte- uma sociedade livre, justa e solidária, a erradicação
ração da LC nº 80, de 1994 (art. 1º), que aumentou as da pobreza e da marginalidade e a redução das desi-
finalidades da Defensoria Pública, foi realizada em
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

gualdades sociais e regionais. Ao ler objetivos e o lista-


2009. Qual estará correta? A melhor definição para
do acima, o cérebro do aluno vai se ater à CF, de 1988,
Defensoria Pública é a prevista no atual art. 1º, da Lei
Complementar Federal nº 80, de 1994, até porque está e marcar como correta a afirmativa, porém estará
no Título I, da citada lei, o qual trata da Defensoria incorreta a questão.
Pública como um todo e não apenas da União.
Mas a banca não pode considerar incorreto o arti- Art. 4º São princípios institucionais da Defenso-
go acima se descrito em sua integralidade e a ques- ria Pública do Estado a unidade, a indivisibilida-
tão pedir “nos termos da Lei Complementar nº 988, de e a independência funcional.
de 2006”. Dificilmente haverá pegadinhas nesse sen-
tido, mas, se a pergunta questionar sobre a Defenso- O art. 4º traz os princípios institucionais da DPESP,
ria Pública (sem falar “do Estado”), deverá reproduzir conteúdo perfeito para ser cobrado em sua prova. São
como correta o art. 1º, da Lei Complementar nº 80, de eles a unidade, a indivisibilidade e a independência
1994, o mais completo. funcional. 309
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O estudante pode ter a sensação de já ter visto isso VII - atuar nos estabelecimentos policiais, penais e
em algum lugar. Exatamente! Você já estudou o art. 4º de internação, inclusive de adolescentes, visando a
nas aulas de direito constitucional, pois é uma repro- assegurar à pessoa, sob quaisquer circunstâncias,
dução do art. 134 e seu § 4º, da Constituição Federal, e o exercício dos direitos e garantias individuais;
do art. 3º, da Lei Complementar nº 80, de 1994. VIII - atuar como Curador Especial nos casos pre-
vistos em lei;
IX - assegurar aos necessitados, em processo judi-
Importante! cial ou administrativo, o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Questões multidisciplinares, que testam conhe- X - atuar nos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
cimentos em mais de uma área do edital, estão XI - integrar conselhos federais, estaduais e munici-
cada vez mais comuns em provas. Portanto, pais cujas finalidades lhe sejam afetas, nos termos
sempre que o professor indicar que o assunto da lei;
debatido é, também, conteúdo de outra disci- XII - contribuir no planejamento, elaboração e pro-
plina, o aluno deve redobrar a atenção, já que é posição de políticas públicas que visem a erradicar
uma forma de a banca cobrar dois conteúdos a pobreza e a marginalização e a reduzir as desi-
em uma só questão. gualdades sociais;
XIII - receber, analisar, avaliar e encaminhar con-
sultas, denúncias ou sugestões apresentadas por
Art. 5º São atribuições institucionais da Defen- entidades representativas da sociedade civil, no
soria Pública do Estado, dentre outras: âmbito de suas funções.
I - prestar aos necessitados orientação permanente
sobre seus direitos e garantias;
II - informar, conscientizar e motivar a população O aluno perceberá que muito conteúdo da presen-
carente, inclusive por intermédio dos diferentes te lei é cópia ou muito semelhante com a LC nº 80, de
meios de comunicação, a respeito de seus direitos e 1994, dado que esta última traz regras gerais para as
garantias fundamentais; defensorias, o que inclui a DPESP.
III - representar em juízo os necessitados, na tutela Como saber distinguir se é atribuição listada nesta
de seus interesses individuais ou coletivos, no âmbi- lei ou na LC nº 80, de 1994? Se a questão tratar sobre
to civil ou criminal, perante os órgãos jurisdicio-
atribuições institucionais e o aluno identificar uma
nais do Estado e em todas as instâncias, inclusive
os Tribunais Superiores;
atribuição listada acima ou na LC nº 80, de 1994, a afir-
IV - manter comissões permanentes para formular mativa estará correta. A banca não pode fazer uma
e acompanhar propostas de elaboração, revisão e pegadinha variando as atribuições entre as duas leis,

60
atualização legislativa; uma porque são praticamente iguais, outra porque as

8-
V - prestar atendimento interdisciplinar; da LC nº 80, de 1994, abarcam, também, a DPESP.

48
VI - promover: O que o aluno não pode confundir é o rol de atri-

6.
a) a mediação e conciliação extrajudicial entre as buições com os fundamentos, princípios, objetivos e
partes em conflito de interesses; 15
afins. Mas quanto às duas leis citadas, se estiver nos
.
b) a tutela dos direitos humanos em qualquer grau
20

de jurisdição, inclusive perante os sistemas global e termos de uma delas, 99,99% de chance de ser a afir-
-4

regional de proteção dos Direitos Humanos; mativa correta.


ra

c) a tutela individual e coletiva dos interesses e


Art. 6º São direitos das pessoas que buscam
ei

direitos da criança e do adolescente, do idoso, das


liv

pessoas com necessidades especiais e das minorias atendimento na Defensoria Pública:


submetidas a tratamento discriminatório;
O

I - a informação;
d) a tutela individual e coletiva dos interesses e II - a qualidade na execução das funções;
de

direitos do consumidor necessitado; III - a participação na definição das diretrizes


os

e) a tutela do meio ambiente, no âmbito de suas institucionais da Defensoria Pública e no acom-


finalidades institucionais;
am

panhamento da fiscalização das ações e projetos


f) a tutela dos interesses dos necessitados no âmbi-
desenvolvidos pela Instituição, da atividade funcio-
R

to dos órgãos ou entes da administração estadual e


nal e da conduta pública dos membros e servidores.
e

municipal, direta ou indireta;


m

g) ação civil pública para tutela de interesse difuso, § 1° - O direito previsto no inciso I deste artigo con-
er

coletivo ou individual homogêneo; substancia-se na obtenção de informações precisas


lh

h) a orientação e a representação judicial das enti- sobre:


ui

dades civis que tenham dentre as suas finalidades a I - o horário de funcionamento dos órgãos da Defen-
G

tutela de interesses dos necessitados, desde que não soria Pública;


disponham de recursos financeiros para a atuação II - o tipo de atividade exercida em cada órgão, sua
em juízo; localização exata e a indicação do responsável pelo
i) a tutela dos direitos das pessoas necessitadas, atendimento ao público;
vítimas de qualquer forma de opressão ou violência; III - os procedimentos para acesso a exames, formu-
j) trabalho de orientação jurídica e informação lários e outros dados necessários à execução das
sobre direitos humanos e cidadania em prol das funções;
pessoas e comunidades carentes, de forma integra- IV - a tramitação dos procedimentos administrati-
da e multidisciplinar;
vos e dos processos judiciais em que figure como
l) a tutela das pessoas necessitadas, vítimas de dis-
interessado;
criminação em razão de origem, raça, etnia, sexo,
orientação sexual, identidade de gênero, cor, idade, V - as decisões proferidas e a respectiva motivação,
estado civil, condição econômica, filosofia ou con- inclusive opiniões divergentes, constantes dos pro-
vicção política, religião, deficiência física, imuno- cedimentos administrativos e dos processos judi-
lógica, sensorial ou mental, cumprimento de pena, ciais em que figure como interessado;
ou em razão de qualquer outra particularidade ou VI - o acesso à Ouvidoria-Geral, encarregada de
310 condição; receber denúncias, reclamações ou sugestões.
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§ 2º O direito à qualidade na execução das fun- § 3º A Defensoria Pública do Estado deverá contar
ções exige dos membros e servidores da Defen- com um plano anual de atuação, cuja elaboração
soria Pública: terá que ser precedida da realização de Conferência
I - urbanidade e respeito no atendimento às pessoas Estadual e de Conferências Regionais, a cada dois
que buscam assistência na Defensoria Pública; anos.
II - atendimento por ordem de chegada, assegura-
da prioridade a pessoas idosas, grávidas, doentes e O caput do artigo acima encontra-se em perfei-
portadoras de necessidades especiais;
ta simetria com a Constituição Federal e com a Lei
III - igualdade de tratamento, vedado qualquer tipo
de discriminação; Complementar nº 80, de 1994. Assim como frisado
IV - racionalização na execução das funções; no material da LC nº 80, de 1994, note que a autono-
V - adequação entre meios e fins, vedada a imposi- mia é administrativa e funcional, não há previsão
ção de exigências, obrigações, restrições e sanções de autonomia orçamentária, mas apenas iniciativa
não previstas em lei; orçamentária.
VI - cumprimento de prazos e normas procedimentais;
VII - fixação e observância de horário e normas DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO
compatíveis com o bom atendimento das pessoas ESTADO
que buscam a Defensoria Pública;
VIII - adoção de medidas de proteção à saúde ou
O Título II trata da organização da DPESP, listan-
segurança das pessoas que buscam atendimento na
Defensoria Pública; do a estrutura e as competências de cada órgão que
IX - vetado; a compõe, o que torna o título cansativo, com artigos
X - manutenção de instalações limpas, sinalizadas, com rol extenso de competências, necessitando mais
acessíveis e adequadas ao serviço ou atendimento; atenção e memorização do aluno, sem muitas explica-
XI - observância dos deveres, proibições e impedi- ções a serem feitas.
mentos previstos nesta lei.
Dos Órgãos da Defensoria Pública do Estado
Acima tem-se os direitos das pessoas que buscam
atendimento, rol que possui relação direta com as ati- Art. 10 A Defensoria Pública do Estado compreende:
vidades a serem exercidas por você após a aprovação I - órgãos de Administração Superior;
neste certame. Por possuir pertinência temática com a II - órgãos de Administração;
prova, indica-se uma maior atenção ao conteúdo. III - órgãos de Execução e de Atuação;
IV - órgãos Auxiliares.

60
Art. 7º À Defensoria Pública do Estado são asse-

8-
guradas autonomia funcional e administrativa Então serão apenas 4 órgãos para estudar? Não! A

48
e a iniciativa de sua proposta orçamentária,
presente lei traz que a DPESP compreende os 4 órgãos

6.
dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, e subordinação ao disposto no arti-
.15
acima, porém cada um deles é composto por vários
outros órgão internos, os quais serão analisados em
20
go 99, § 2º, da Constituição Federal, cabendo-lhe
seções separadas.
-4

especialmente:
I - praticar atos próprios de gestão;
ra

II - praticar atos e decidir sobre a situação z Dos Órgãos de Administração Superior


ei

funcional e administrativa do pessoal ativo


liv

da carreira de Defensor Público e dos serviços Art. 11 São órgãos da administração superior
O

auxiliares organizados em quadros próprios; da Defensoria Pública do Estado:


de

III - adquirir bens e contratar serviços, efetuan- I - Defensoria Pública-Geral;


os

do a respectiva contabilização; II - Primeira Subdefensoria Pública-Geral;


IV - prover os cargos iniciais da carreira e dos
am

III - Segunda Subdefensoria Pública-Geral;


serviços auxiliares, bem como aqueles decorren- IV - Terceira Subdefensoria Pública-Geral;
R

tes de remoção, promoção e demais formas de pro-


V - Conselho Superior da Defensoria Pública do
e

vimento derivado;
m

Estado;
V - editar atos de aposentadoria, exoneração e
er

VI - Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do


outros que possam importar a vacância de cargos
lh

de carreira e dos serviços auxiliares, bem como Estado;


ui

VII - Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do


G

os de disponibilidade de membros da Defensoria


Pública do Estado e de seus servidores; Estado.
VI - instituir seus órgãos de apoio administrativo e
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

os serviços auxiliares; Os órgãos que compõem a administração supe-


VII - compor os seus órgãos de administração. rior são os listados acima, basicamente nos mesmos
§ 1º As decisões da Defensoria Pública do Esta- moldes da LC nº 80, de 1994, o que diferencia é que a
do, fundadas em sua autonomia funcional e DPESP prevê 3 Subdefensorias Pública Geral.
administrativa e obedecidas as formalidades É humanamente impossível memorizar tantas
legais, têm auto-executoriedade e eficácia ple-
competências e órgãos presentes nesta lei, mas o
na, ressalvadas as competências constitucionais
mínimo que o aluno precisa é saber diferenciar se os
dos Poderes Judiciário e Legislativo e do Tribunal
de Contas. órgãos são de administração superior, de administra-
§ 2º Os atos de gestão administrativa da Defenso- ção, de atuação e execução, ou auxiliares.
ria Pública do Estado, inclusive no tocante a convê-
nios, contratações e aquisições de bens e serviços, Art. 12 A Defensoria Pública do Estado tem por che-
não podem ser condicionados à apreciação prévia fe o Defensor Público-Geral do Estado, a quem
de quaisquer órgãos do Poder Executivo. compete a administração superior da instituição. 311
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Art. 13 O Defensor Público-Geral do Estado será VI - integrar, como membro nato, e presidir o Con-
nomeado pelo Governador do Estado, dentre selho Superior;
os integrantes do quadro ativo da carreira, indi- VII - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços
cados em lista tríplice, maiores de 35 (trinta e auxiliares, bem como aqueles decorrentes de remoção,
cinco) anos, que tenham ingressado na carreira promoção, reintegração, aproveitamento e demais
há pelo menos 8 (oito) anos e estejam em efeti- formas de provimento derivado, nos termos desta lei
vo exercício, sem interrupção, nos últimos 3 complementar, e dar posse e exercício aos membros e
(três) anos que antecedam a data prevista para a servidores da Defensoria Pública do Estado;
realização das eleições. VIII - editar, após decisão do Conselho Superior
Art. 14 O mandato do Defensor Público-Geral do sobre o estágio probatório, ato de confirmação ou
Estado será de 2 (dois) anos, permitida uma exoneração de Defensor Público;
recondução, observado o mesmo procedimento de IX - nomear e exonerar os titulares de cargo em
que trata o artigo 13 desta lei complementar. comissão, ressalvado o disposto no artigo 33 desta
Parágrafo único. O mandato referido no “caput” lei complementar;
deste artigo não impede a destituição pelo Gover- X - elaborar a proposta orçamentária anual da
nador do Estado, nas seguintes hipóteses: Defensoria Pública do Estado, atendendo aos prin-
1. abuso de poder; cípios institucionais, às diretrizes estabelecidas no
2. conduta incompatível; plano anual de atuação e aos limites definidos na
3. grave omissão nos deveres do cargo. lei de diretrizes orçamentárias;
XI - enviar, após aprovação pelo Conselho Supe-
rior, a proposta orçamentária anual da Defensoria
O chefe da DPESP é o Defensor Público Geral do Pública do Estado, observado o disposto no artigo
Estado, o qual será nomeado pelo Governador do 99, § 2º, da Constituição Federal;
Estado, entre os integrantes da lista tríplice, formada XII - praticar atos e decidir questões relativas à
por defensores com mais de 35 anos, para mandatos administração da Defensoria Pública do Estado;
de dois anos com possibilidade de uma recondução. XIII - firmar convênios com órgãos ou entidades,
Esses requisitos são previstos como regra geral para nacionais ou estrangeiras, visando à consecução
as defensorias estaduais na LC nº 80, de 1994. das atribuições institucionais da Defensoria Públi-
Entretanto, a presente lei estipula outros requisi- ca do Estado;
tos, como ter ingressado na carreira há 8 anos e estar XIV - organizar serviços de comunicação social e de
3 anos em efetivo exercício sem interrupção. A lei assessoria de imprensa;
estadual pode aumentar esses requisitos? Pode! A LC XV - editar atos de aposentadoria, exoneração,
afastamentos e outros que importem vacância de
nº 80, de 1994, estipula regras gerais a serem seguidas
cargos da carreira ou dos serviços auxiliares;
e a legislação estadual pode suplementar as regras,

60
XVI - editar atos de disponibilidade de membros e
exatamente o que fez.

8-
servidores da Defensoria Pública do Estado, ouvido

48
o Conselho Superior;
Dica
6.
XVII - determinar correições extraordinárias;
15
XVIII - determinar a instauração de processo admi-
Isso merece extrema atenção do aluno, dado
.
nistrativo ou de sindicância;
20

que se a questão listar as regras gerais da LC XIX - convocar, ordinária e extraordinariamente, o


-4

nº 80, de 1994, e indicar que se trata das regras Conselho Superior;


ra

gerais a todas as DPEs, a questão estará corre- XX - requisitar exames, perícias, vistorias, certi-
ei

ta. Entretanto, se indicar que deseja os requisi- dões, informações, diligências, processos, docu-
liv

mentos e esclarecimentos a quaisquer autoridades


tos para ser Defensor Público Geral do Estado
O

públicas e seus agentes, observados os prazos esta-


de São Paulo, a questão só estará correta se
de

belecidos nos artigos 32, 74 e 78, inciso I, da Lei nº


listar todos os requisitos constantes no art. 13 10.177, de 30 de dezembro de 1998;
os

listado acima. XXI - delegar suas funções administrativas;


am

XXII - designar Defensor Público para as funções de


A DPESP forma lista tríplice por votação secreta confiança, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do
R

dos seus membros, de modo que o Governador do artigo 89 desta lei complementar;
e
m

Estado pode escolher qualquer um da lista tríplice, XXIII - aplicar as penalidades previstas nesta lei,
er

não se vinculando ao mais votado pela instituição. No exceto no caso de demissão e cassação de aposen-
lh

tadoria, em que será competente para aplicá-las o


âmbito estadual não há aprovação do Poder Legislati-
ui

Governador do Estado;
vo, o que só ocorre para Defensor Público Geral Fede-
G

XXIV - determinar, atendendo a proposta do Cor-


ral da DPU. regedor-Geral, o afastamento de Defensor Público
que esteja sendo submetido a sindicância ou pro-
Art. 19 São atribuições do Defensor Público-Ge- cesso administrativo disciplinar, observado o dis-
ral do Estado, dentre outras: posto no artigo 189 desta lei complementar;
I - praticar todos os atos próprios de gestão, editar XXV - autorizar o afastamento de que trata o artigo
atos decorrentes da autonomia funcional e admi- 150, inciso V, desta lei complementar;
nistrativa da instituição, bem como elaborar e pro- XXVI - propor ao Conselho Superior, nas hipóteses
por ao Conselho Superior o plano anual de atuação do disposto no parágrafo único do artigo 14 desta lei
da Defensoria Pública do Estado; complementar a destituição do Corregedor-Geral;
II - dirigir as atividades da Defensoria Pública do XXVII - encaminhar ao Governador do Estado a
Estado e supervisionar sua atuação, sem prejuízo deliberação do Conselho Superior de que trata o
das competências dos demais órgãos superiores; artigo 31, inciso XVI, desta lei complementar.
III - zelar pelo cumprimento dos princípios institu- Parágrafo único. O Defensor Público em estágio
cionais da Defensoria Pública do Estado; probatório não poderá ser nomeado para car-
IV - zelar pelo respeito aos direitos dos necessitados; go em comissão ou designado para função de
312 V - gerir o Fundo de Assistência Judiciária; confiança.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Conforme dito no início do título, tem-se alguns § 2º As decisões do Conselho Superior serão
artigos com o rol deveras extenso, listando competên- sempre motivadas e publicadas por extrato,
cias de determinados órgãos ou autoridades. salvo nas hipóteses legais de sigilo.
As competências do Defensor Público Geral do § 3º Das reuniões será lavrada ata na forma
Estado são ligadas à direção, chefia e coordenação da regimental.
§ 4º Nas sessões públicas será franqueada a pala-
instituição. Não há como memorizar todos eles, mas
vra a qualquer pessoa ou membro ou servidor da
é importante a leitura atenta para se familiarizar Defensoria Pública, nos termos do regimento inter-
com os incisos acima. no do Conselho Superior.
§ 5º Nas sessões de julgamento de processo admi-
Art. 26 O Conselho Superior da Defensoria nistrativo disciplinar, será franqueada a palavra
Pública do Estado será integrado pelos seguintes apenas ao Defensor Público interessado e a seu
membros: advogado legalmente constituído.
I - o Defensor Público-Geral do Estado, que o
presidirá; As reuniões ordinárias do Conselho Superior serão
II - o Segundo Subdefensor Público-Geral do Estado; realizadas semanalmente, já as reuniões extraordiná-
III - o Terceiro Subdefensor Público-Geral do Estado; rias, convocadas por motivação especial, serão con-
IV - o Defensor Público do Estado Corregedor-Geral; vocadas pelo Presidente (Defensor Público Geral do
V - o Ouvidor-Geral da Defensoria Pública; estado) ou por proposta de 5 membros.
VI - um representante dos Núcleos Especializados;
VII - um representante das Defensorias Regionais;
VIII - um representante da Defensoria situada na Dica
Capital;
A banca pode alterar a forma de escrever e man-
IX - um representante de cada classe da carreira;
terá correta a afirmativa. Por exemplo, pode-se
§ 1º Os integrantes referidos nos incisos I a V
deste artigo serão membros natos do Conselho afirmar que as reuniões ordinárias acontecerão
Superior e os demais serão eleitos pelo voto direto semanalmente, o que estará correto. A atenção
e secreto de todos os Defensores Públicos, na forma especial é com a alteração de “ordinária” por
a ser estabelecida em regulamento. “extraordinária”; uma simples troca de palavra
§ 2º Todos os membros do Conselho Superior, torna a afirmativa completamente incorreta.
excetuado o Ouvidor-Geral, terão direito
a voto, cabendo ao Defensor Público-Geral O § 1º estipula dois quóruns para as deliberações,
do Estado, quando for o caso, também o de um para as votações e outro para a instalação da ses-
desempate. são de votação. O Conselho Superior é composto por

60
3º Os membros eleitos do Conselho Superior terão nove conselheiros, logo, necessita-se de pelo menos 5

8-
mandato de 2 (dois) anos, vedada a reeleição membros (maioria absoluta) presentes para iniciar a

48
para período imediatamente subsequente. deliberação. A deliberação em si é feita por maioria

6.
simples dos votos dos presentes; se estiverem pre-
O Conselho Superior é órgão de extrema importân- 15
sentes o quórum mínimo de instalação, 5 membros, a
.
20
cia na estrutura da instituição, sendo o órgão máximo deliberação será tomada por 3 votos.
de deliberação. São membros natos o Defensor Públi-
-4

co Geral do Estado, o Segundo Subdefensor Público Art. 31 Ao Conselho Superior compete:


ra

Geral do Estado, o Terceiro Subefensor Público Geral I - elaborar seu regimento interno e as normas
ei

do Estado, o Defensor Público do Estado Corregedor- reguladoras da eleição de seus membros;


liv

-Geral e o Ouvidor-Geral da Defensoria Pública do II - elaborar as normas reguladoras do processo


O

estado. eleitoral e formação da lista tríplice para escolha


de

Sobre os membros natos, uma pegadinha em pro- do Defensor Público-Geral do Estado, observadas
as disposições desta lei complementar;
os

va salta aos olhos. A lei cita o Segundo e Tereceiro


III - exercer o poder normativo no âmbito da Defen-
am

Subdefensores Gerais, mas não há previsão de que


soria Pública do Estado;
o Primeiro Subdefensor Geral do Estado seja mem-
R

IV - discutir e deliberar sobre matéria relativa à


bro nato do Conselho Superior.
e

autonomia funcional e administrativa da Defenso-


m

O Ouvidor-Geral, em que pese ser um membro ria Pública do Estado;


er

nato, não terá direito a voto nas deliberações. Já o V - elaborar lista sêxtupla, dentre os integrantes da
lh

Defensor Público Geral do Estado, além do voto como classe mais elevada da carreira, para o cargo de
ui

membro, poderá realizar o voto de qualidade ou de Defensor Público do Estado Corregedor-Geral;


G

desempate — ambas as nomenclaturas estão corretas, VI - indicar, ao Defensor Público-Geral do Estado, o


inclusive a LC nº 80, de 1994, utiliza o termo “voto de Diretor da Escola da Defensoria Pública do Estado;
qualidade”. VII - deliberar acerca do afastamento de membro
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

O mandato para os membros eleitos será de dois ou servidor da Defensoria Pública do Estado, res-
salvada a hipótese do artigo 150, inciso V, desta lei
anos, vedada a recondução. Destaca-se que o § 3º se
complementar;
refere aos membros eleitos e não aos membros natos, VIII - aprovar a lista de antiguidade dos Defenso-
cuidado com pegadinhas. res Públicos e decidir sobre as reclamações a ela
concernentes;
Art. 29 O Conselho Superior reunir-se-á ordinaria- IX - vetado;
mente uma vez por semana, em dia previamente X - requisitar ao Corregedor-Geral os relatórios de
estabelecido, e, extraordinariamente, quando correições ordinárias ou extraordinárias;
convocado pelo seu Presidente ou por propos- XI - recomendar correições extraordinárias;
ta de ao menos 5 (cinco) de seus membros. XII - recomendar ao Defensor Público-Geral do
§ 1º As deliberações do Conselho Superior serão Estado a instauração de processo administrativo
tomadas por maioria simples de votos, presen- disciplinar em face de integrantes da carreira de
te a maioria absoluta de seus membros. Defensor Público; 313
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XIII - representar à Corregedoria-Geral visando à Art. 32 A Corregedoria-Geral é órgão da adminis-
instauração de sindicância envolvendo Defensor tração superior da Defensoria Pública do Estado
Público; encarregado da orientação e fiscalização da
XIV - decidir, por voto da maioria absoluta de seus atividade funcional e da conduta pública dos
membros, a partir dos relatórios enviados pela Cor- membros da instituição, bem como da regulari-
regedoria Geral e pela Escola de Defensoria Públi- dade do serviço.
ca, sobre a avaliação de estágio probatório dos Art. 33 O Defensor Público do Estado Corregedor-
membros da Defensoria Pública do Estado, subme- -Geral será nomeado pelo Governador do Estado,
tendo a decisão à homologação do Defensor Públi- observado o disposto no artigo 31, inciso V, des-
co-Geral do Estado; ta lei complementar, para mandato de 2 (dois)
XV - decidir, por voto de 2/3 (dois terços) de seus anos, permitida 1 (uma) recondução.
membros, sobre a representação ao Governador do
Estado visando à destituição do Defensor Público- A presente lei estipula que a Corregedoria-Geral é
-Geral do Estado, nos termos do disposto no pará- órgão de orientação e fiscalização das atividades fun-
grafo único do artigo 14 desta lei complementar; cionais e das condutas dos membros da defensoria. O
XVI - decidir, por voto de 2/3 (dois terços) de seus órgão será chefiado pelo Defensor Público do Estado
membros, sobre proposta do Defensor Públi- Corregedor-Geral, o qual é nomeado pelo Governador
co-Geral do Estado visando à destituição do do Estado.
Corregedor-Geral;
É muito comum em provas a alteração de autori-
XVII - deliberar sobre a abertura e organização
dades para nomear outras. No caso acima a banca ten-
de concurso de ingresso na carreira de Defensor
tará ludibriar o candidato afirmando que o Defensor
Público, observado o disposto no artigo 90 desta lei
complementar;
Público Geral do Estado nomeará o Defensor Público
XVIII - sugerir ao Defensor Público-Geral do Estado do Estado Corregedor-Geral, o que estará incorreto.
a edição de recomendações aos órgãos da Defenso-
ria Pública do Estado para o desempenho de suas Art. 34 Compete ao Defensor Público do Estado
funções e a adoção de medidas convenientes ao Corregedor-Geral:
aprimoramento dos serviços; I - realizar a fiscalização:
XIX - aprovar o plano anual de atuação da Defenso- a) das atividades funcionais dos Defensores
ria Pública do Estado, garantida a ampla participa- Públicos, por meio de correições ordinárias e
ção popular, em especial de representantes de todos extraordinárias;
os conselhos estaduais, municipais e comunitários, b) da regularidade do serviço, por meio de
de entidades, organizações não-governamentais e inspeções;
II - instaurar e instruir processos administrativos

60
movimentos populares, através da realização de
conferências estaduais e regionais, observado o disciplinares em face de Defensores Públicos, enca-

8-
minhando-os, com parecer conclusivo, ao Defensor

48
regimento interno;
XX - fixar, ouvida a Escola da Defensoria Pública, Público-Geral do Estado;

6.
III - representar ao Defensor Público-Geral do Esta-
rotinas para atuação dos Defensores Públicos; 15
do visando ao afastamento provisório de membro
XXI - opinar sobre a criação e extinção dos cargos
.
20

da carreira da Defensoria Pública do Estado e de da carreira que figure como sindicado ou indiciado,
-4

seus serviços auxiliares, bem como sobre a fixação nos termos do artigo 189 desta lei complementar;
IV - acompanhar o estágio probatório dos Defen-
ra

e o reajuste dos respectivos vencimentos;


sores Públicos, enviando relatórios individuais ao
ei

XXII - fixar o número de estagiários de direito e


Conselho Superior;
liv

distribuí-los entre as Defensorias Regionais e da


V - representar ao Conselho Superior visando à
O

Capital, os Núcleos Especializados e a Escola da


Defensoria Pública do Estado; exoneração de Defensor Público que não cumprir
de

XXIII - fixar o número de estagiários para as ati- as condições do estágio probatório, assegurada a
os

vidades afins, nos termos do artigo 70 desta lei ampla defesa;


VI - receber e analisar os relatórios mensais de ati-
am

complementar, e distribuí-los entre os Centros de


Atendimento Multidisciplinar; vidades dos Defensores Públicos;
R

XXIV - selecionar estagiários e fixar o valor de sua VII - estabelecer os meios de coleta dos dados que
e

deverão compor o relatório mensal, bem como a


m

bolsa de estudos;
forma de preenchimento e encaminhamento;
er

XXV - opinar sobre atos de disponibilidade de mem-


VIII - solicitar, a qualquer órgão de execução ou
lh

bros e servidores da Defensoria Pública do Estado;


ui

XXVI - aprovar a proposta orçamentária da Defen- atuação, esclarecimentos sobre os dados forneci-
G

soria Pública do Estado; dos nos relatórios mensais;


XXVII - fixar parâmetros mínimos de qualidade IX - solicitar, a qualquer órgão de execução ou atua-
para a atuação dos Defensores Públicos; ção, relatórios específicos, sempre que necessários
XXVIII - opinar em processo administrativo disci- à análise do desempenho ou do zelo no exercício
plinar envolvendo Defensor Público; das atribuições institucionais;
XXIX - exercer outras atribuições previstas nesta lei X - organizar o serviço de estatística das atividades
da Defensoria Pública do Estado;
complementar.
XI - requisitar, às secretarias dos Tribunais Superio-
res e do Tribunal de Justiça, aos diversos cartórios
Anteriormente foi vista a composição do Conselho
ou repartições judiciárias e a qualquer repartição
Superior e a forma como ocorrerão as deliberações. O pública, cópias ou certidões referentes a processos
artigo acima traz o rol de competências do Conselho judiciais ou administrativos, bem como informa-
Superior. O ideal é o aluno ter o maior conhecimento ções em geral;
possível sobre os assuntos, mas pelo menos os artigos XII - aconselhar qualquer órgão de execução ou
anteriores devem estar memorizados, sendo a “cereja atuação da Defensoria Pública do Estado sobre o
do bolo” ter um conhecimento amplo das competên- procedimento correto a ser adotado em casos de
314 cias listadas acima. irregularidades reputadas de menor gravidade;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
XIII - acompanhar o cumprimento do plano anual III - concluir pela procedência ou improcedência
de atuação da Defensoria Pública do Estado; da reclamação de que trata o inciso II deste artigo,
XIV - fazer publicar, integral ou resumidamente, os informando-a ao interessado;
dados estatísticos a que se refere o inciso X deste IV - propor aos órgãos competentes a instauração
artigo; dos procedimentos destinados à apuração de res-
XV - fazer recomendações que julgar cabíveis aos ponsabilidade administrativa, civil ou criminal,
Defensores Públicos, diante de informações recebi- quando for o caso;
das ou obtidas durante inspeção ou correição, bem V - estimular a participação do cidadão na identifi-
como dar-lhes ciência dos elogios, determinando as cação dos problemas, fiscalização e planejamento
anotações pertinentes nos assentos individuais; dos serviços prestados pela Defensoria Pública do
XVI - indicar, ao Defensor Público-Geral do Esta- Estado;
do, Defensores Públicos para o cargo de Defensor VI - propor ao Defensor Público-Geral do Estado e
Público do Estado Corregedor-Assistente e para as ao Defensor Público do Estado Corregedor-Geral a
funções de Corregedor-Auxiliar, que atuarão com adoção de medidas que visem ao aprimoramento
prejuízo de suas atribuições normais. dos serviços prestados pela Defensoria Pública do
Estado;
As competências do Defensor Público do Estado VII - manter contato permanente com os vários
Corregedor-Geral estão listadas acima. É importante a órgãos da Defensoria Pública do Estado, estimulan-
leitura atenta, mesmo que impossível memorizar todo doos a atuar em permanente sintonia com os direi-
o rol, de modo que o aluno perceberá que as compe- tos dos usuários;
tências estão relacionadas com as correições, fiscali- VIII - publicar relatório semestral de atividades, que
zação e disciplina. conterá também as medidas propostas aos órgãos
competentes e a descrição dos resultados obtidos;
Art. 36 A Ouvidoria-Geral é órgão superior da IX - coordenar a realização de pesquisas periódicas
Defensoria Pública do Estado, devendo participar referentes ao índice de satisfação dos usuários;
da gestão e fiscalização da instituição e de seus X - preservar o sigilo de identidade do denunciante,
membros e servidores. desde que solicitado.
Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral poderá contar, Parágrafo único. A Ouvidoria-Geral manterá servi-
para seu pleno funcionamento, com membros e ser- ço de atendimento telefônico gratuito e por outros
vidores da Defensoria Pública do Estado. meios eletrônicos.
Art. 37 O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Art. 43 No exercício de seu cargo ou de suas fun-
Governador do Estado, dentre os indicados em ções, o Ouvidor-Geral e os Subouvidores terão livre

60
lista tríplice organizada pelo Conselho Estadual acesso a todos os locais e documentos necessá-

8-
de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CON- rios à verificação da reclamação.

48
DEPE, para mandato de 2 (dois) anos, permi-

6.
tida uma recondução, respeitado o mesmo As competências da Ouvidoria-Geral estão elenca-
procedimento.
.15
das acima. Novamente se trata de um rol importan-
§ 1º Caso o Governador do Estado não efetive a te para o estudo, mas dentro das possibilidades de
20

nomeação do Ouvidor-Geral nos 15 (quinze) dias memorização, ao menos as informações anteriores


-4

que se seguirem ao recebimento da lista tríplice, sobre a Ouvidoria-Geral e Ouvidor-Geral devem ser
ra

será investido automaticamente no cargo, para memorizadas.


ei

exercício do mandato, o primeiro indicado na mes-


liv

ma lista.
z Dos Órgãos de Administração
O

§ 2º O Ouvidor-Geral é membro nato do Conselho


de

Superior, sem direito a voto.


Art. 44 São órgãos de administração da Defen-
os

§ 3º O cargo em comissão de Ouvidor-Geral será


soria Pública do Estado:
exercido em jornada integral, vedada qualquer
am

I - as Defensorias Públicas Regionais;


outra atividade remunerada, salvo o magistério.
II - a Defensoria Pública da Capital.
R

§ 4º Não poderá integrar a lista tríplice a que se


Art. 45 Às Defensorias Públicas Regionais e à Defen-
e

refere o “caput” deste artigo membro da Defensoria


m

soria Pública da Capital, dirigidas por Defensores


Pública do Estado.
er

Públicos-Coordenadores, competem a implemen-


lh

tação e a coordenação administrativa da estrutu-


ui

O Ouvidor-Geral será nomeado pelo Governador,


ra material necessária ao efetivo desempenho das
G

para mandato de dois anos e possibilidade de recon- atribuições institucionais da Defensoria Pública.
dução. Um detalhe peculiar é que a lista tríplice será
elaborada pelo CONDEPE, fugindo um pouco da regra
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Na seção anterior foram estudados os órgãos de


de elaboração de lista tríplice para as outras autorida- administração superior e, a partir de agora, serão ana-
des desta lei. lisados os órgãos de administração.
Nos termos da lei, são apenas dois órgãos de
Art. 42 Compete à Ouvidoria-Geral, dentre
administração: Defensorias Públicas Regionais e a
outras, as seguintes atribuições:
Defensoria Pública da Capital. Dada a nomenclatura
I - receber dos membros da Defensoria Pública do
Estado ou do público externo reclamações relacio- semelhante entre órgãos da administração superior
nadas à qualidade dos serviços prestados pela insti- e os órgãos da administração, é possível que a ban-
tuição, bem como sugestões para o aprimoramento ca explore que o candidato saiba diferenciar um do
destes serviços; outro.
II - encaminhar as reclamações e sugestões apre- Por serem apenas dois de administração e de fácil
sentadas à área competente e acompanhar a trami- memorização, caso o aluno se recorde deles já será pos-
tação, zelando pela celeridade na resposta; sível resolver questão que aborde essa diferenciação. 315
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
As autoridades máximas desses órgãos de admi- Art. 53 Compete aos Núcleos Especializados,
nistração serão os Defensores Públicos Coordena- dentre outras atribuições:
dores. Mais uma nomenclatura relacionada à chefia I - compilar e remeter informações técnico-jurí-
para confundir o aluno. Tem-se o Defensor Público dicas, sem caráter vinculativo, aos Defensores
Geral Federal na DPU; Defensor Público Chefe nos Públicos;
núcleos da DPU nos Estados; o Defensor Público Geral II - propor medidas judiciais e extrajudiciais, para a
Estadual (chefe da DPE); e o Defensor Público Coorde- tutela de interesses individuais, coletivos e difusos,
nador nos órgãos da administração da DPESP. e acompanhá-las, agindo isolada ou conjuntamente
com os Defensores Públicos, sem prejuízo da atua-
z Dos Órgãos de Execução e de Atuação ção do Defensor Natural;
III - realizar e estimular o intercâmbio permanente
Art. 49 São órgãos de execução da Defensoria entre os Defensores Públicos, objetivando o aprimo-
Pública do Estado os Defensores Públicos. ramento das atribuições institucionais e a unifor-
Art. 50 Aos Defensores Públicos cumpre a exe- midade dos entendimentos ou teses jurídicas;
cução das atribuições institucionais da Defen-
IV - realizar e estimular o intercâmbio com entida-
soria Pública do Estado, competindo-lhes a
defesa judicial e extrajudicial, individual e des públicas e privadas, bem como representar a
coletiva, dos necessitados. instituição perante conselhos e demais órgãos cole-
Art. 51 Aos Defensores Públicos, no desempenho giados, por qualquer de seus membros, mediante
de suas funções, observado o disposto no artigo 5º designação do Defensor Público-Geral do Estado;
desta lei complementar, caberá: V - atuar e representar junto ao Sistema Interame-
I - cumprir suas atribuições de modo a alcançar a ricano dos Direitos Humanos, propondo as medi-
mais ampla defesa jurídica, valendo-se dos meios das judiciais cabíveis;
necessários para agilizar a solução dos conflitos; VI - prestar assessoria aos órgãos de atuação e de
II - acompanhar e impulsionar os processos judi- execução da Defensoria Pública do Estado;
ciais e administrativos, comparecendo a todos os VII - coordenar o acionamento de Cortes
atos processuais que exijam a sua presença;
Internacionais.
III - esgotar todas as instâncias recursais judiciais
e administrativas possíveis no caso concreto, salvo [...]
se houver motivo justificado; Art. 55 Os Defensores Públicos integrantes dos
IV - recorrer ao Sistema Interamericano dos Direitos Núcleos Especializados serão designados pelo
Humanos, quando cabível, comunicando o Defensor Defensor Público-Geral do Estado, após realização
Público-Geral do Estado e o Núcleo Especializado. de seleção, para um período de 2 (dois) anos, permi-
tida a recondução por igual prazo.

60
Os defensores públicos correspondem aos órgãos

8-
de execução e são assim denominados por serem os Não é prudente ignorar nenhum rol de compe-

48
competentes para realizar a atividade fim da institui- tências em leis que organizam uma instituição, moti-
ção, exercer a capacidade postulatória, ingressar com

6.
vo pelo qual se traz a leitura das competências dos
ações, propor defesa de direitos, entre outros. 15
núcleos especializados, sem, contudo, que o aluno
.
São os executores das atribuições da DPESP, aque-
20

perca muito tempo no rol acima.


les que atuam diretamente nas causas, exercendo
-4

atuação semelhante à dos advogados. Semelhante


z Dos Órgãos Auxiliares
ra

porque, conforme já dito no material da LC nº 80, de


ei

1994, não são idênticas.


liv

Art. 56 São órgãos auxiliares da Defensoria


Pública do Estado:
O

Art. 52 A Defensoria Pública do Estado contará


I - a Escola da Defensoria Pública do Estado;
de

com Núcleos Especializados, de natureza perma-


nente, que atuarão prestando suporte e auxílio no II - a Coordenadoria Geral de Administração;
os

desempenho da atividade funcional dos membros III - o Grupo de Planejamento Setorial;


am

da instituição. IV - a Coordenadoria de Comunicação Social e


Parágrafo único. Os Núcleos Especializados serão Assessoria de Imprensa;
R

organizados de acordo com os seguintes temas, ou V - a Coordenadoria de Tecnologia da Informação;


e
m

natureza da atuação, dentre outros: VI - os Centros de Atendimento Multidisciplinar;


er

1 - interesses difusos e coletivos;


VII - os Estagiários.
lh

2 - cidadania e direitos humanos;


Art. 57 A estrutura e atribuições das unidades
ui

3 - infância e juventude;
internas dos órgãos auxiliares referidos no artigo
G

4 - consumidor e meio ambiente;


5 - habitação e urbanismo; 56 desta lei complementar serão fixadas por ato do
6 - situação carcerária; Defensor Público-Geral do Estado.
7 - segunda instância e Tribunais Superiores.
Por fim, tem-se o rol dos órgãos auxiliares que
Os defensores públicos são os órgãos de execu- compõem a DPESP. Sobre os órgãos acima não nos
ção, enquanto as defensorias em si são os órgãos de aprofundaremos, evitando que o material se estenda
atuação. Como órgãos de atuação, poderão ser descon- demasiadamente.
centrados em núcleos especializados, divididos pelos
temas acima listados.
DOS CARGOS E FUNÇÕES PRIVATIVOS DE
Merece atenção o fato de no art. 52 constar a
DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO
expressão prestar “suporte e auxílio”, pois pode levar
a um pensamento equivocado em relação aos órgãos
auxiliares. Há no rol de órgãos da DPESP órgãos que Conforme dito no início do material, a partir deste
são auxiliares, porém as defensorias e seus núcleos título (Título III) os dispositivos referem-se aos mem-
especializados são órgãos de atuação, não são órgãos bros da DPESP, ou seja, aos Defensores Públicos do
316 auxiliares. Estado de São Paulo.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 85 A Defensoria Pública do Estado compreende Art. 95 O Defensor Público-Geral do Estado, em
os cargos privativos de Defensor Público do Estado, sessão solene do Conselho Superior, dará posse aos
exercidos em jornada integral, correspondente a 40 Defensores Públicos nomeados.
(quarenta) horas semanais. Art. 96 É de 30 (trinta) dias, contados do ato de
Art. 86 Os membros da Defensoria Pública do Esta- nomeação oficial, o prazo para a posse dos Defen-
do exercerão suas funções na qualidade de titular sores Públicos.
ou substituto. § 1º Havendo motivo de força maior, o prazo previs-
to neste artigo poderá, a requerimento do interes-
sado, ser prorrogado pelo Defensor Público-Geral
O Cargo de Defensor Público é privativo dos mem-
do Estado, por até sessenta (60) dias.
bros da DPESP; é nomenclatura própria, de modo que
§ 2º A nomeação ficará sem efeito se a posse
advogados públicos, entre outras profissões seme- não ocorrer dentro dos prazos assinalados
lhantes, não podem ser tratados como Defensores nesta lei complementar.
Públicos.
Após a nomeação, o candidato nomeado tem 30
Art. 90 O ingresso na carreira de Defensor Público dias para tomar posse, mediante assinatura do termo
do Estado far-se-á no cargo de Defensor Público do de posse. O ato de nomeação não gera vínculo entre
Estado Nível I, mediante aprovação em concurso o candidato e a administração pública, tal vínculo se
público de provas e títulos promovido pelo Con- inicia apenas com a posse, com a assinatura do termo.
selho Superior, com a participação da Ordem dos Nesse sentido, caso o candidato não tome posse
Advogados do Brasil. em 30 dias, a nomeação se tornará sem efeito. Aten-
te-se com essa expressão, é comum a banca afirmar
O tema acima foi debatido na LC nº 80, de 1994, que o candidato será exonerado, o que é incorreto. A
mas não custa relembrar. Os concursos para mem- exoneração é uma forma de finalizar o vínculo entre
bros da defensoria serão, obrigatoriamente, de provas o servidor e a administração pública, logo, se não há
e títulos, não havendo possibilidade de realização de vínculo não há exoneração. Portanto, caso decorram
concurso apenas de provas. os 30 dias sem o candidato tomar posse, o ato adminis-
Lado outro, os concursos para servidores (Agente trativo da nomeação será declarado sem efeito.
e Oficial) podem ser de provas, apenas, ou provas e
títulos, admitindo ambas as possibilidades. Art. 99 O Defensor Público entrará em exercício
no prazo de 10 (dez) dias, a contar da data da pos-
Art. 91 O regulamento do concurso exigirá dos inte- se, sob pena de exoneração.

60
ressados os seguintes requisitos, dentre outros: Art. 100 O Defensor Público que for removido terá
exercício na nova unidade de classificação desde a

8-
I - ser brasileiro;

48
II - ser bacharel em direito; data da publicação do correspondente ato.
§ 1º Em caso de remoção para Município diverso

6.
III - estar em dia com as obrigações militares;
IV - estar no gozo dos direitos políticos; 15
daquele onde se encontrar em exercício, o Defensor
Público deverá assumir suas novas funções no pra-
.
V - contar, na data do pedido de inscrição, 2
20

(dois) anos, no mínimo, de prática profissional zo de 8 (oito) dias, contados da data de publicação
-4

do correspondente ato.
na área jurídica, devidamente comprovada;
ra

VI - não possuir condenações criminais ou antece-


ei

dentes criminais incompatíveis com o exercício das Assinado o termo de posse, o defensor terá 10 dias
liv

funções; para entrar em exercício, iniciar suas atividades na


O

VII - não possuir condenação em órgão de classe, lotação inicial. Caso decorram os 10 dias sem a entra-
de

em relação ao exercício profissional. da em exercício, tem-se a exoneração do defensor.


Perceba que agora o termo correto é exoneração, pois
os

Parágrafo único. Caracterizará prática profis-


sional, para os fins do disposto no inciso V des- é após a posse, logo, já há vínculo entre os membros e
am

te artigo, o exercício da advocacia, bem como a defensoria.


R

a qualidade de membro de Defensoria Pública,


e

Art. 101 Durante o período de 3 (três) anos, conta-


m

do Ministério Público ou da Magistratura.


dos do dia em que o Defensor Público houver entra-
er

do em exercício, será apurado o preenchimento dos


lh

Os requisitos para ingresso na carreira de Defen-


ui

requisitos necessários à confirmação na carreira.


sor Públicos estão listados nos incisos acima. Não são
G

requisitos difíceis de serem memorizados, pois são os


A confirmação na carreira dá-se em 3 anos, é o
básicos de quase todo edital, salvo a necessidade de
tempo do estágio probatório. Decorrido o lapso tem-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

prática jurídica por dois anos.


poral do estágio probatório, ou o defensor será exone-
Para comprovar a prática jurídica anterior o can- rado ou será confirmado na carreira.
didato aprovado poderá utilizar o tempo dedicado à Não é correto se falar em demissão, mas sim em
advocacia, à Magistratura, ao Ministério Público ou a exoneração. Exoneração e demissão são modalidades
outras defensorias. O parágrafo único escorrega nas de encerramento do vínculo entre um servidor e a
jurisprudências recentes do STF sobre a prática jurídi- administração pública, mas exoneração não se refere
ca para concursos, mas para a prova basta que o alu- a uma sanção, enquanto a demissão é uma forma de
no saiba o que está previsto no artigo acima. sanção.
Chama-se atenção para possíveis pegadinhas da Nesse sentido, não entrar em exercício em 10 dias
banca, utilizando os requisitos necessários para ocu- ou não ser aprovado no estágio probatório ensejam
par o cargo de autoridades dentro da defensoria, como a exoneração do defensor, pois não se trata de san-
o Defensor Público Geral do Estado, o qual necessita ção disciplinar, de modo que, se a banca usar o termo
ser maior de 35 anos, por exemplo. demissão, estará incorreto. 317
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 107 A remoção será voluntária ou compul- § 1º A reversão far-se-á, de ofício, pelo Defensor
sória e dependerá de decisão favorável do Conse- Público-Geral do Estado, na classe a que pertencia
lho Superior. o aposentado.
Art. 108 São espécies de remoção voluntária: § 2º A reversão dependerá de parecer favorável do
I - remoção a pedido; Conselho Superior.
II - remoção por permuta; § 3º Será cassada a aposentadoria do servidor ina-
III - remoção qualificada; tivo que não comparecer à inspeção de saúde ou
IV - remoção por união de cônjuges ou companheiros. não entrar em exercício dentro do prazo legal.

Remoção é o ato de deslocamento, de movimenta- A reversão é o retorno do membro aposentado


ção do defensor de uma comarca ou sede para outra, por invalidez, após cessarem os motivos que ensejam
a simples troca do local de lotação, podendo alterar ou a aposentadoria. Há uma pegadinha tradicional em
não a cidade ou comarca.
concurso que é misturar os conceitos de reintegra-
A pedido é a solicitação do membro para alterar
ção com reversão, pois ambos os institutos tratam do
sua lotação para fins particulares, apenas sai de um
retorno do membro, porém a reintegração depende
local de exercício para outro, com ou sem altera-
de decisão judicial ou administrativa, pois é atre-
ção de comarca. A por permuta é a troca de lotação
lada a uma demissão. Já a reversão é atrelada ao
entre dois defensores públicos. Remoção qualificada
é a remoção para ocupar um cargo de direção nos retorno por cessarem os motivos da aposentadoria
núcleos especializados. Por fim, a remoção por união por invalidez.
dos cônjuges ou companheiros são hipóteses legais
em que os cônjuges têm direito de exercerem ativida- Art. 128 A vacância de cargos da carreira da
des na mesma comarca. Defensoria Pública do Estado poderá ocorrer em
razão de:
Art. 114 A promoção consiste na elevação do mes- I - aposentadoria;
mo cargo de Defensor Público, de uma classe para II - demissão;
outra imediatamente superior da carreira, III - exoneração, a pedido ou de ofício;
segundo critérios de antiguidade e merecimento, IV - falecimento.
alternadamente, e se fará na forma a ser disciplina- Art. 129 Será expedido ato de exoneração de ofí-
da pelo Conselho Superior. cio se o Defensor Público:
Parágrafo único. Anualmente, serão elevados à I - em seguida à posse, não entrar em exercício den-
classe imediatamente superior 15% (quinze por tro do prazo legal;

60
cento) dos cargos de Defensor Público existen- II - assumir o exercício de outro cargo de provimen-

8-
tes em cada um dos níveis em que se distribui a to efetivo, salvo se permitida a acumulação.

48
carreira.

6.
Art. 115 A antiguidade será apurada pelo tempo de As questões que abordam o tema da vacância
efetivo exercício na classe. 15
cobram a literalidade das hipóteses que geram vacân-
.
20
cia de cargos. Vacância é tornar o cargo vago, o que
Anualmente, 15% dos cargos de Defensor Público
-4

ocorre nas hipóteses de aposentadoria, demissão, exo-


de cada um dos níveis serão promovidos. Esse per- neração e falecimento.
ra

centual pode ser alvo de cobrança em provas. Outro


ei

diploma normativo do edital traz a porcentagem de


liv

Art. 134 São asseguradas aos membros da Defen-


25%, mas se refere à progressão. Portanto, o percen-
O

soria Pública do Estado as seguintes vantagens


tual anual de promoção será de 15% em cada nível, não-pecuniárias:
de

enquanto a progressão será de 25% em cada grau. I - férias;


os

II - licença para tratamento de saúde;


am

Art. 123 Reintegração é o reingresso do Defen- III - licença por doença em pessoa da família;
sor Público no cargo anteriormente ocupado, em
R

IV - licença por casamento;


decorrência de decisão judicial ou revisão do
e

V - licença por luto;


m

processo administrativo disciplinar.


VI - licença-maternidade, licença-adoção e
er

§ 1º O Defensor Público reintegrado terá direito ao


licença-paternidade;
lh

ressarcimento dos vencimentos e vantagens que


VII - licença-prêmio por assiduidade;
ui

deixou de perceber em razão da pena, inclusive o


VIII - licença para tratar de interesses particulares;
G

cômputo do tempo de serviço.


IX - licença para assistência ao filho portador de
§ 2º Se o cargo estiver ocupado, seu ocupante, se
estável, será reconduzido ao cargo de origem ou deficiência física, sensorial ou mental;
aproveitado em outro cargo. X - compensação em razão de atividades realizadas
nos finais de semana, feriados ou recessos, median-
te designação por Ato do Defensor Público-Geral do
A reintegração é o retorno do membro da defen-
Estado, observados os critérios definidos pelo Con-
soria ao quadro da instituição, decorrente de decisão
selho Superior;
judicial ou revisão do processo administrativo que
XI - outras previstas em lei.
demitiu o defensor. Reintegração sempre estará atre-
lada à uma demissão injusta, com o retorno do mem-
bro por uma decisão, seja judicial, seja administrativa. As vantagens não pecuniárias são os direitos asse-
gurados à grande maioria de servidores públicos,
Art. 124 A reversão é o reingresso, de ofício, do como as licenças, férias e as demais listadas acima.
Defensor Público aposentado por invalidez, uma vez Note que se trata de um rol exemplificativo, pois o
verificada, por órgão médico oficial, a insubsistên- inciso XI traz a possibilidade de se criar outras van-
318 cia dos motivos determinantes da aposentadoria. tagens em lei.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 135 Os membros da Defensoria Pública do Art. 140 Será concedida aos membros da Defenso-
Estado terão direito a férias anuais de 30 (trinta) ria Pública do Estado licença por casamento pelo
dias, após completarem 1 (um) ano de efetivo exer- período de 8 (oito) dias, contados da data do ato.
cício na carreira, sendo-lhes facultado o respectivo Art. 141 Será concedida aos membros da Defenso-
gozo em 2(dois) períodos iguais. ria Pública do Estado licença de 8 (oito) dias, por
falecimento de cônjuge ou companheiro, pais,
A regra geral é o direito a gozar de 30 dias de férias filhos, irmãos, avós, netos, sogros, padrasto
por ano trabalhado. O que merece atenção para a pro- ou madrasta, enteado ou menor sob sua guar-
va é o fato de a lei permitir a divisão em dois períodos, da ou tutela, contados da data do óbito.
desde que iguais, ou seja, 15 dias cada. Isso cai em pro- Parágrafo único. A licença de que trata este artigo
independe de requerimento e será concedida à vista
va? Sim!
da respectiva certidão.
E o disposto acima foge um pouco do comum, pois
a regra é poder dividir as férias em dois períodos, des-
Questão simples de concurso, mas que é bastan-
de com pelo menos 10 dias o menor período. Portanto,
te comum, é a cobrança das licenças por casamen-
restringir em dois períodos iguais torna obrigatória a
to e óbito, as quais são de 8 dias a contar do ato de
divisão 15/15, muito diferente da hipótese de cobrar
casamento ou do óbito. Nas hipóteses em que a banca
apenas que o menor período seja de 10 dias.
complica um pouco mais, cobra os parentes os quais o
óbito gera a licença de 8 dias. Perceba que nesse item
Art. 136 Ao membro da Defensoria Pública do Esta-
os parentes que ensejam a licença são menos restritos
do que, por motivo de saúde, estiver impossibilita-
do para o exercício de suas funções, será concedida que os da licença para tratamento de saúde em pessoa
licença para tratamento de saúde, pelo prazo da família.
máximo de 4 (quatro) anos, com todos os direi-
tos e vantagens de seu cargo. Art. 142 Será concedida à Defensora Pública ges-
Parágrafo único. Findo o prazo de que trata este tante licença pelo prazo de 120 (cento e vinte)
artigo, o Defensor Público será submetido a inspe- dias, mediante inspeção médica.
ção médica e aposentado, se verificada sua inva- § 1º A licença será concedida a partir do oitavo mês
lidez, permitindo-se o licenciamento além desse de gestação, salvo prescrição médica em contrário.
prazo quando não se justificar a aposentadoria. § 2º Ocorrido o parto sem que tenha sido requerida
Art. 137 A licença para tratamento de saúde depen- a licença, esta será concedida mediante a apresen-
derá de inspeção médica e poderá ser concedida de tação da certidão de nascimento e vigorará a partir
ofício ou a pedido do Defensor Público. da data do evento, podendo retroagir até 15 (quin-
ze) dias. [...]

60
Art. 144 A Defensora Pública, quando adotar crian-
O prazo máximo de licença para tratamento de

8-
ça de até 7 (sete) anos de idade, terá direito a
saúde é de 4 anos. Caso, após os 4 anos afastados, o

48
licença de 120 (cento e vinte) dias, com vencimentos
membro não retorne, será submetido à perícia para

6.
e demais vantagens de seu cargo, a partir da expe-
ser aposentado por invalidez. Todavia, na hipótese de 15
dição do termo de guarda para fim de adoção ou do
se constatar o impedimento ao exercício da função,
.
termo de adoção.
20

mas não se justificar a invalidez, poderá a licença ser § 1º A licença de que trata este artigo será também
-4

prorrogada. concedida ao Defensor Público, caso este seja o úni-


ra

co adotante.
ei

Art. 138 Será concedida aos membros da Defenso- § 2º Ocorrendo a cessação da guarda, o fato deve-
liv

ria Pública do Estado licença por doença em pessoa rá ser imediatamente comunicado à autoridade
O

da família, comprovada por inspeção médica. competente, interrompendo-se, então, a fruição da


de

Parágrafo único. Consideram-se pessoas da licença.


família, para efeitos deste artigo, o cônjuge ou § 3º Somente poderá ser concedida nova licença-
os

companheiro e os ascendentes e descendentes -adoção 1 (um) ano após a data da concessão da


am

em 1º grau. licença anterior.


Art. 139 A licença de que trata o artigo 138 desta lei
R

complementar será concedida: A licença-maternidade será de 120 dias, diferente-


e
m

I - com retribuição pecuniária total, no perío- mente de uma vasta gama de instituições públicas, que,
er

do de até 1 (um) mês; atualmente, preveem 180 dias de licença-maternidade.


lh

II - com redução de 1/3 (um terço) da retribui- Por que a expressão “de até 7 (sete) anos de idade”
ui

ção pecuniária, no período que exceder 1 (um) está cortada no art. 144? Porque o STF já decidiu pela
G

mês e não ultrapassar 3 (três) meses; inconstitucionalidade de se limitar idade para a licen-
III - com redução de 2/3 (dois terços) da retri-
ça adotante e de atribuir critérios distintos. Portanto,
buição pecuniária, no período que exceder 3
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

haverá 120 dias de licença independentemente da ida-


(três) meses e não ultrapassar 6 (seis) meses;
de da criança adotada.
IV - sem retribuição pecuniária, no período
que exceder 6 (seis) meses, até o limite de 12
(doze) meses. Art. 146 Será concedida aos membros da Defenso-
ria Pública do Estado, após cada quinquênio inin-
terrupto de efetivo exercício no serviço público
Há possibilidade de licença para tratamento de
estadual, licença-prêmio por assiduidade, pelo
pessoa da família, considerando como pessoa da famí- prazo de 90 (noventa) dias, com todos os direitos
lia o cônjuge, ou companheiro, ascendentes e descen- e vantagens do cargo, observadas as disposições da
dentes até o primeiro grau. legislação estadual pertinente.
Note o quanto são restritas as hipóteses de paren- Parágrafo único. A licença-prêmio poderá ser goza-
tesco que permitem a licença analisada. Ascenden- da integral ou parceladamente, em períodos não
tes e descendentes de 1º grau são os pais e filhos, inferiores a 30 (trinta) dias, atendendo à conveniên-
respectivamente. cia do serviço. 319
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A licença-prêmio é o direito adquirido a cada Importante que o aluno saiba os afastamentos que
5 anos em efetivo exercício, em que o servidor terá não ensejam em interrupção do tempo de serviço, ou
direito a 90 dias de licença, gozados de forma integral seja, no rol listado acima o servidor estará afastado,
ou em períodos mínimos de 30 dias. mas computa-se como efetivo exercício.
A cada 5 anos em efetivo exercício o servidor terá
direito a usufruir 90 dias de licença remunerada, como DOS DIREITOS E DEVERES DO DEFENSOR
se férias fossem, mas denomina-se licença-prêmio. PÚBLICO

Art. 147 Poderá ser concedida ao Defensor Disposições Gerais


Público que contar ao menos 3 (três) anos de
efetivo exercício licença para tratar de inte- Art. 158 Não há hierarquia ou subordina-
resses particulares, sem vencimentos, median- ção entre Defensores Públicos, membros do
te prévia aprovação do Conselho Superior. Ministério Público, magistrados e advogados,
§ 1º A licença será concedida pelo prazo máxi- devendo todos tratar-se com consideração e
mo de 2 (dois) anos, e nova concessão somente respeito recíprocos.
será permitida após decorridos 5 (cinco) anos Art. 159 No exercício das atribuições próprias
do término da anterior. do cargo, os membros da Defensoria Pública do
§ 2º A licença poderá ser negada, quando for incon- Estado são invioláveis por seus atos e manifes-
veniente ao interesse do serviço. tações, sendo-lhes assegurados os direitos, garantias
§ 3º O Defensor Público deverá aguardar em exercí- e prerrogativas previstos nesta lei complementar,
cio a concessão da licença. bem como os concedidos aos advogados em geral.
Art. 148 O período de afastamento do Defensor
Público a quem for concedida a licença de que trata Não há hierarquia e subordinação entre os Defenso-
o artigo 147 não será computável como tempo de res Públicos e os advogados, membros do MP e magis-
serviço para qualquer efeito. trados. Esse dispositivo causa certa dúvida nos alunos,
mas de fato não há hierarquia, até porque hierarquia
Ao estipular que o defensor deve possuir ao pressupõe estar no mesmo órgãos ou organização.
menos 3 anos de efetivo exercício, o caput afirma Dentro da perspectiva de um processo, por exem-
que será uma licença concedida apenas aos defen- plo, o defensor estará na defesa, o MP, na acusação, e
sores já estáveis e confirmados na carreira. o magistrado julgará a causa. Cada um tem a sua fun-
A licença para tratar de assuntos particulares tem ção, e mesmo o juiz presidindo e decidindo não signi-
duração máxima de dois anos e ocorre sem vencimen- fica que está acima hierarquicamente.

60
tos, além de o tempo afastado não contar para quais-
quer fins. Não é direito subjetivo do defensor, é uma

8-
Das Garantias e Prerrogativas

48
possibilidade, um poder discricionário da administra-
ção pública em conceder ou não a licença.

6.
Art. 160 São garantias dos membros da Defenso-
15
ria Pública do Estado:
.
Art. 156 A apuração do tempo de serviço do Defen- I - independência funcional no desempenho de suas
20

sor Público será feita em dias, convertidos em anos atribuições;


-4

e meses, considerado, como ano, o período de 365 II - inamovibilidade, ressalvada a aplicação da


ra

(trezentos e sessenta e cinco) dias, e, como mês, o remoção compulsória;


ei

período de 30 (trinta) dias. III - irredutibilidade de vencimentos;


liv

Art. 157 Será considerado de efetivo exercício, IV - estabilidade.


O

para todos os efeitos legais, o período em que Art. 161 Os Defensores Públicos, após o estágio
de

o Defensor Público estiver afastado do serviço probatório, não podem ser demitidos senão por
em virtude de: sentença judicial ou decisão exarada em proces-
os

I - férias; so administrativo disciplinar, assegurada ampla


am

II - licença para tratamento de saúde; defesa.


R

III - licença por casamento;


O art. 160 trata das garantias dos membros da
e

IV - licença por luto;


m

V - licença-maternidade, licença-adoção e licença- DPESP, um rol simples de ser memorizado, porém o


er

-paternidade; aluno precisa atentar-se para não confundir com as


lh

VI - licença-prêmio por assiduidade; prerrogativas dos membros da DPESP, que serão lista-
ui

VII - serviços obrigatórios por lei; das no art. 162.


G

VIII - licença, quando acidentado no exercício de A norma do art. 161 não é novidade para o aluno,
suas funções ou acometido de doença profissional; pois, após serem aprovados no estágio probatório e
IX - faltas abonadas e faltas justificadas em razão adquirirem a estabilidade, em regra, os servidores
de moléstia ou outro motivo relevante, até o máxi- públicos só podem ser demitidos por sentença judicial
mo de 6 (seis) por ano, não excedendo a 1 (uma) ou decisão em processo administrativo.
por mês;
X - missão ou estudo no interesse da Defensoria
Art. 162 São prerrogativas dos membros da
Pública do Estado, no país ou no exterior;
Defensoria Pública do Estado, além daquelas
XI - participação em congressos e outros certames definidas na legislação federal:
científicos de interesse da instituição; I - usar vestes talares e as insígnias privativas da
XII - outros períodos previstos em lei. Defensoria Pública;
II - examinar, em qualquer órgão da administração
A apuração de tempo de efetivo exercício é impor- pública estadual, autos de processos findos ou em
tante para vários fatores, como estágio probatório, andamento, mesmo sem procuração, quando não
direito a licenças, entre outros, motivo pelo qual a pre- estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de
320 sente lei expressa como se dará a contagem de tempo. cópias, podendo, ainda, tomar apontamentos;
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - manifestar-se em autos administrativos por V - participar dos atos judiciais, quando necessária
meio de cota; a sua presença;
IV - requisitar, a quaisquer órgãos públicos esta- VI - esgotar as medidas e recursos cabíveis na defe-
duais, exames, certidões, cópias reprográficas, perí- sa dos interesses do necessitado assistido, inclusive
cias, vistorias, diligências, processos, documentos, promover a revisão criminal e a ação rescisória;
informações, esclarecimentos e demais providên- VII - zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerro-
cias necessárias ao exercício de suas atribuições, gativas e pela dignidade de suas funções;
podendo acompanhar as diligências requeridas; VIII - zelar pelo respeito aos membros da Defenso-
V - solicitar, quando necessário, o auxílio e a cola- ria Pública do Estado e do Ministério Público, aos
boração das autoridades públicas para o desempe- magistrados e aos advogados;
nho de suas funções; IX - tratar com urbanidade as partes, testemunhas
VI - atuar na defesa de interesses ou direitos indivi- e auxiliares da Justiça;
duais, difusos, coletivos ou individuais homogêneos, X - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos da
em processo administrativo, independentemente de lei;
mandato, ressalvados os casos para os quais a lei XI - manter conduta compatível com o exercício das
exija poderes especiais; funções;
VII - deixar de patrocinar ação, quando manifesta- XII - residir, se titular, no Município onde exerce
mente incabível ou inconveniente aos interesses da suas funções, salvo autorização expressa do Defen-
parte sob seu patrocínio, comunicando ao Defensor sor Público-Geral do Estado, em caso de justificada
Público superior imediato as razões do seu pro- e relevante razão;
ceder, podendo este, se discordar fundamentada- XIII - resguardar o sigilo sobre o conteúdo de docu-
mente das razões apresentadas, propor a ação ou mentos ou informações obtidas em razão do cargo
designar outro Defensor Público para que o faça; ou função e que, por força de lei, tenham caráter
VIII - ter o mesmo tratamento reservado aos demais sigiloso;
titulares dos cargos atinentes às funções essenciais XIV - comparecer, em horário normal de expedien-
à justiça;
te, ao local onde exerce suas funções;
IX - agir, em juízo ou fora dele, com isenção de emo-
XV - exercer permanente fiscalização sobre os ser-
lumentos, taxas e custas do foro judicial e extraju-
vidores subordinados;
dicial, no exercício de suas funções;
XVI - representar ao Defensor Público-Geral do
X - dispor, em tribunais, fóruns e demais locais de
Estado e ao Corregedor-Geral sobre irregularida-
funcionamento de órgãos judiciários, em estabe-
des que dificultem ou impeçam o desempenho de
lecimentos penais, nos destinados à internação
suas funções;
de adolescentes e em delegacias de polícia, de ins-
XVII - prestar as informações solicitadas pelos
talações condignas e compatíveis com o exercício

60
órgãos da administração superior da Defensoria
de suas funções, especialmente no que respeita ao
Pública do Estado;

8-
atendimento público;

48
XI - possuir carteira de identidade funcional, emi- XVIII - zelar pelo recolhimento ou promover a
cobrança de honorários advocatícios, sempre que

6.
tida pela Instituição, conforme modelo aprovado
pelo Conselho Superior; 15
o necessitado for vencedor da demanda ou houver
arbitramento judicial, bem como de quaisquer des-
.
XII - ter acesso amplo e irrestrito a todas as depen-
20

dências de estabelecimentos penais, de internação pesas adiantadas pelo Fundo de Assistência Judi-
-4

de adolescentes e aqueles destinados à custódia ou ciária, tais como honorários periciais;


ra

ao acolhimento de pessoas, independente de prévio XIX - observar fielmente o plano anual de atuação,
ei

agendamento ou autorização, bem como comuni- aprovado pelo Conselho Superior;


liv

car-se com tais pessoas, mesmo sem procuração, XX - encaminhar relatório de suas atividades,
O

ainda que consideradas incomunicáveis. na forma e periodicidade estabelecidas pela


Corregedoria-Geral;
de

Frisa-se a necessidade de o aluno atentar-se para XXI - zelar pela guarda e boa aplicação dos bens e
os

recursos que lhe forem confiados.


não confundir garantias com prerrogativas. O rol de
am

garantias é pequeno, motivo pelo qual, se for memori-


O art. 164 lista os deveres dos membros da DPESP,
R

zado, já ajudará o aluno a diferenciar as garantias das


devendo o aluno ler atentamente para ter uma boa
e

prerrogativas em uma questão de prova


m

noção acerca dos deveres e, principalmente, não con-


er

Dos Deveres, Proibições e Impedimentos dos fundir com as proibições listadas no próximo artigo.
lh

Infelizmente, essa parte final da lei será maçante e de


ui

Defensores Públicos
memorização de rol.
G

Art. 164 São deveres dos membros da Defensoria


Pública do Estado, além de outros previstos em lei: Art. 165 Além das proibições decorrentes do exer-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

I - prestar aos necessitados atendimento de quali- cício de cargo público, aos membros da Defensoria
dade, tratando-os com urbanidade e respeito, nos Pública do Estado é vedado:
termos do artigo 6º desta lei complementar; I - exercer a advocacia fora das atribuições
II - racionalizar, simplificar e desburocratizar os institucionais;
procedimentos, evitando solicitar aos usuários II - requerer, advogar ou praticar, em juízo ou fora
documentos ou diligências prescindíveis à presta- dele, atos que de qualquer forma colidam com as
ção do serviço; funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos
III - atender aos necessitados, nos dias e horários éticos de sua profissão;
previamente estabelecidos e divulgados, salvo nos III - receber em nome próprio, a qualquer título e
casos urgentes; sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
IV - desempenhar com zelo e presteza, dentro dos custas processuais, em razão de suas atribuições;
prazos, os serviços a seu cargo e os que, na forma IV - exercer a administração ou participar de atos
da lei, lhes sejam atribuídos pelos órgãos da admi- de gestão de sociedade ou associação, quando
nistração superior; incompatível com o exercício de suas funções; 321
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V - valer-se da qualidade de Defensor Público para DO REGIME DISCIPLINAR
obter vantagem pessoal;
VI - exercer cargo ou função fora dos casos autori- Da Fiscalização da Atividade Funcional e dos
zados em lei. Serviços

Acima tem-se o rol de proibições impostas aos Art. 168 A atividade funcional dos Defensores
membros da DPESP. Artigos como os do presente capí- Públicos está sujeita a:
tulo e do capítulo anterior são de memorização, não I - fiscalização permanente;
havendo maiores detalhes a serem expostos. II - correição ordinária;
Entretanto, reforça-se a necessidade de o aluno III - correição extraordinária.
conseguir diferenciar o rol de deveres com o de proi- Parágrafo único. Qualquer pessoa poderá repre-
bições, pois apenas identificar que a afirmativa está sentar ao Corregedor-Geral sobre abusos, erros,
na lei pode não ser o suficiente. Como o rol de proi- omissões ou conduta incompatível dos membros da
bições é menor, é estratégico focar nele, de modo que Defensoria Pública do Estado.
será suficiente para o aluno conseguir a diferenciar
um do outro. A administração pública em geral está sujeita à fis-
calização, controle e correição; o mesmo ocorre com a
Art. 166 Ao membro da Defensoria Pública do DPESP. As representações ao Corregedor-Geral podem
Estado é defeso exercer suas funções em pro- ser realizadas por qualquer pessoa.
cesso ou procedimento: Destaca-se que “qualquer pessoa” é expressão
I - em que seja parte ou, de qualquer forma, ampla e não pode ser substituída por “qualquer cida-
interessado;
dão”, pois tal alteração torna a questão incorreta.
II - em que haja atuado como representante da par-
Cidadão é a pessoa que goza de direitos políticos, ou
te, perito, juiz, membro do Ministério Público, auto-
ridade policial, escrivão de polícia, serventuário da seja, todo cidadão é pessoa, mas nem toda pessoa é
justiça ou prestado depoimento como testemunha; um cidadão.
III - em que for interessado cônjuge ou companhei-
ro, parente consanguíneo, civil ou afim em linha Das Penalidades
reta ou colateral, até o terceiro grau;
IV - em que haja postulado como advogado de qual- Art. 177 Os membros da Defensoria Pública
quer das pessoas mencionadas no inciso anterior; do Estado são passíveis das seguintes sanções
V - em que qualquer das pessoas mencionadas no disciplinares:

60
inciso III deste artigo funcione ou haja funcionado I - advertência;

8-
como magistrado, membro do Ministério Público, II - censura;

48
autoridade policial, escrivão de polícia ou serven- III - remoção compulsória, quando a falta pra-

6.
tuário da justiça; ticada, pela sua gravidade e repercussão, tornar
VI - em que houver dado à parte contrária parecer 15
incompatível a permanência do faltoso no órgão de
.
escrito sobre o objeto da demanda;
20
atuação de sua lotação;
VII - em outras hipóteses previstas em lei. IV - suspensão por até 90 (noventa) dias;
-4

Parágrafo único. Os membros da Defensoria Públi- V - cassação de disponibilidade e de aposentadoria;


ra

ca do Estado, quando se declararem impedidos, VI - demissão.


ei

deverão comunicar essa condição no prazo de 5


liv

(cinco) dias, indicando o motivo, ao Defensor Públi-


São seis as espécies de sanções disciplinares pre-
O

co-Geral do Estado, que determinará a substituição


vistas aos defensores públicos. A seguir, os dispositi-
de

imediata, a fim de evitar prejuízos aos necessitados.


Art. 167 É vedada aos membros da Defensoria vos da LC nº 988, de 2006, listarão as peculiaridades
os

Pública do Estado a participação em fiscalização, de cada sanção listada acima.


am

comissão, banca de concurso ou decisão, quando a


Art. 179 A pena de advertência será aplicada, por
R

fiscalização, julgamento ou votação disser respeito


escrito, no caso de descumprimento de dever fun-
e

a seu cônjuge ou companheiro, parente consanguí-


m

neo, civil ou afim em linha reta ou colateral até o cional de pequena gravidade.
er

terceiro grau. Art. 180 A pena de censura será aplicada, por


lh

escrito, ao infrator que, já punido com advertência,


ui

Os deveres e proibições são impostos a qualquer vier a praticar outra infração disciplinar que o tor-
G

situação, dizem respeito à atuação em geral do mem- ne passível da mesma pena ou se a gravidade da
bro da DPESP. Os impedimentos são situações objeti- infração justificar, desde logo, a aplicação da pena
vas que impedem a atuação do defensor público em de censura.
determinado processo e procedimento, ou seja, apli-
cam-se apenas ao processo em que ocorra uma das A pena de advertência será aplicada por escrito e
hipóteses acima. o aluno precisa ater-se a essa afirmação, pois em algu-
Sempre que legislações tratam de parentesco é mas legislações essa espécie de sanção é aplicada de
necessário atentar-se ao grau exposto. No caso dos forma oral. Portanto, as bancas exploram se a adver-
impedimentos, alcançam até o terceiro grau. Impor- tência é aplicada de forma escrita ou verbal, sendo
tante frisar que primos são parentes de quarto grau, para os defensores públicos aplicadas por escrito.
logo, não geram impedimento. Censura como sanção disciplinar não possui o
É muito comum as bancas utilizarem primos como mesmo significado que o aluno vê no dia a dia, como
exemplos na prova, devido ao fato de que, pelo sen- uma vedação prévia à liberdade de expressão. Aqui é
so comum, primos seriam parentes próximos, porém uma sanção análoga à repreensão, termo mais comum
322 juridicamente falando são parentes de quarto grau. em dispositivos legais que tratam sobre penalidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Nesse sentido, censura é uma sanção mais grave 1. do dia em que a falta for cometida;
que a advertência, é repreender o defensor após o 2. do dia em que haja cessado a continuação ou per-
cometimento de alguma infração disciplinar. manência, nas faltas continuadas ou permanentes.
§ 2º Interrompem o prazo da prescrição:
Art. 181 A pena de suspensão será aplicada no caso 1 - a expedição de portaria que instaura sindicância
de: e a que instaura processo administrativo;
I - infrator que, já punido com censura, vier a prati- 2 - a prolação de decisão que importe aplicação de
car outra infração disciplinar que o torne passível sanção disciplinar.
da mesma sanção ou se a gravidade da infração jus- Art. 185 As decisões referentes à imposição de
tificar, desde logo, a aplicação da pena suspensiva; sanção disciplinar, com menção dos fatos que lhe
II - violação de proibições e impedimentos previstos deram causa, constarão do prontuário do Defensor
nos artigos 165 e 166 desta lei complementar, res- Público.
salvado o disposto em seu artigo 183, incisos II e III. Parágrafo único. Decorridos 5 (cinco) anos da
imposição de sanção disciplinar, sem cometimento
A suspensão será aplicada ao defensor já punido de nova infração, não mais poderá ela ser consi-
com censura e que vier a praticar nova infração, ou derada em prejuízo do Defensor Público, inclusive
seja, é reincidente. para efeito de reincidência.
Aplica-se a sanção de suspensão no caso de o defen-
sor realizar condutas que estejam previstas nos arts. As sanções administrativas estão sujeitas ao prazo
165 e 166, da lei em estudo. Tais artigos prescrevem as prescricional, prazo esse muito comum em provas de
proibições e impedimentos, portanto, caso o defensor concursos. As condutas passíveis de sanções de adver-
viole alguma das proibições ou impedimentos, será tência, remoção compulsória e censura prescrevem
sancionado com suspensão de até 90 dias. em dois anos. As demais sanções prescrevem em 5
anos.
Art. 182 A penalidade de cassação de disponibi- Se a conduta se enquadrar, também, a um tipo
lidade ou de aposentadoria será aplicada se o penal, o prazo prescricional será o mesmo do tipo
Defensor Público houver praticado, quando em ati- penal, nos termos do art. 109, do Código Penal, desde
vidade, falta passível de pena de demissão. que a prescrição penal seja superior a 5 anos.
Art. 183 A pena de demissão será aplicada ao
membro da Defensoria Pública do Estado nos casos Do Procedimento Disciplinar
de:
I - prática de conduta tipificada como infração Art. 187 A apuração das infrações disciplinares
penal incompatível com o exercício do cargo;

60
será feita mediante:
II - prática das condutas previstas nos artigo

8-
I - processo administrativo sumário, quan-
165 e 166 desta lei complementar, quando a

48
do cabíveis as penas de advertência, censura e
infração se der mediante o exercício irregular

6.
suspensão;
da advocacia; 15
II - processo administrativo ordinário, quando
III - abandono do cargo;
.
cabíveis as penas de cassação de disponibilidade ou
20

IV - procedimento irregular, de natureza grave.


aposentadoria e de demissão.
-4

§ 1º Considerar-se-á abandono de cargo o não com-


Parágrafo único. O processo administrativo poderá
parecimento do Defensor Público ao serviço por
ra

ser precedido de sindicância, de caráter simples-


mais de 30 (trinta) dias.
ei

mente investigatório, quando não houver elemen-


liv

§ 2º Para os fins previstos no inciso I deste artigo,


tos suficientes para a apuração da falta ou de sua
consideram-se incompatíveis com o exercício do
O

autoria.
cargo, dentre outras, as infrações penais pratica-
de

das contra a administração e a fé pública e as que


os

importem lesão aos cofres públicos e dilapidação A sindicância é a apuração dos fatos, possui cará-
ter investigatório que visa angariar elementos sobre
am

do patrimônio público ou de bens confiados à sua


guarda. a falta disciplinar e a autoria, não sendo obrigatória.
R

A Lei Complementar nº 988, de 2006, prevê duas


e
m

As hipóteses de demissão e cassação de aposen- espécies de processos administrativos: o sumário, para


er

tadoria são as mesmas, pois a cassação nada mais é infrações punidas com advertência, censura e suspen-
lh

do que aplicar a pena de demissão a um fato cometi- são, e o ordinário, para as faltas passíveis de demissão
ui

do durante a atividade, mas no momento da sanção o e cassação de aposentadoria e disponibilidade.


G

defensor já se encontra aposentado. No período da sindicância ou do processo é cabível


O inciso II trata do cometimento das proibições e o afastamento cautelar do defensor público por até
impedimentos, os quais em regra geram suspensão, 60 dias, prorrogáveis, excepcionalmente, por mais 60
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

porém, se praticados durante o exercício irregular da dias, sem prejuízo dos vencimentos.
advocacia, ensejarão a pena de demissão.
Art. 194 A sindicância será processada na Cor-
Art. 184 Extingue-se a punibilidade pela prescrição: regedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado e
I - da falta sujeita às penas de advertência, cen- terá como sindicante o Corregedor-Geral.
sura e remoção compulsória, em 2 (dois) anos; § 1º O Corregedor-Geral poderá delegar as funções
II - da falta sujeita à pena de suspensão, demissão de sindicante a um ou mais de seus Corregedores-
e cassação de disponibilidade e de aposenta- -Auxiliares.
doria, em 5 (cinco) anos; § 2º Figurando como sindicado o Defensor Público-
III - da falta prevista em lei como infração -Geral do Estado ou o Corregedor-Geral, a sindicân-
penal, no prazo de prescrição em abstrato da cia será processada perante o Conselho Superior,
pena criminal, se for superior a 5 (cinco) anos. tendo como sindicante um dos Conselheiros com
§ 1º A prescrição começa a correr: direito a voto, escolhido mediante sorteio. 323
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º Da instalação dos trabalhos lavrar-se-á ata Art. 221 Concluídas as diligências, o indiciado ou
resumida. seu advogado será intimado para, em 7 (sete) dias,
§ 4º A sindicância terá caráter reservado e oferecer alegações finais por escrito, assegura-
deverá estar concluída dentro de 30 (trinta) da vista dos autos fora da Corregedoria pelo mes-
dias, a contar da instalação dos trabalhos, mo prazo, mediante registro da carga.
prorrogáveis por igual prazo, mediante despa-
cho fundamentado do sindicante.
O processo administrativo ordinário é mais rigo-
roso do que o sumário, mais lento, com mais testemu-
A sindicância, procedimento prévio de investi- nhas, pois visa à aplicação de sanções mais graves.
gação, possui limite de 30 dias para ser concluída,
Serão 8 testemunhas para cada parte, o prazo para
com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias,
alegações finais será de 7 dias, por escrito, e a duração
mediante despacho fundamentado do sindicante (o
do processo será de 120 dias, prorrogáveis por igual
que realiza ou preside a sindicância).
período. Neste ponto a banca irá explorar as diferen-
Art. 199 O processo administrativo sumário, ças entre o ordinário e sumário, quais sejam, o núme-
para aplicação das sanções disciplinares indicadas ro de testemunhas e a duração total do processo.
no artigo 177, incisos I a IV, desta lei complementar,
será instaurado por despacho motivado do Corre- Art. 226 O recurso será interposto pelo indiciado
gedor-Geral, que o conduzirá. ou por seu advogado, no prazo de 10 (dez) dias,
Art. 200 A portaria de instauração deverá conter contados da intimação da decisão, mediante petição
a qualificação do indiciado, a exposição dos fatos dirigida ao Presidente do Conselho Superior, deven-
imputados e a indicação das normas infringidas, do conter, desde logo, as razões do recorrente. [...]
sendo instruída com a sindicância, se houver, ou Art. 229 Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão
com os elementos de prova existentes. de punição disciplinar de que não caiba mais recur-
Art. 201 Compromissado o secretário e efetiva- so ou pedido de reconsideração, sempre que forem
da a autuação da portaria e dos documentos que alegados fatos novos, circunstâncias ainda não
a acompanharem, o Corregedor-Geral deliberará apreciadas ou vícios insanáveis de procedimento
sobre a realização de provas e diligências neces- capazes de justificar, respectivamente, redução ou
sárias à comprovação dos fatos e da autoria, bem anulação da respectiva penalidade.
como designará data para a audiência de instrução
§ 1º A simples alegação da injustiça da decisão não
em que serão ouvidos o indiciado e as testemu-
será considerada como fundamento para a revisão.
nhas arroladas pela acusação e pela defesa, até o
§ 2º Não será admitida a reiteração de pedido pelo
máximo de 3 (três) para cada uma. [...]
Art. 208 Concluída a instrução, o indiciado ou seu mesmo fundamento.

60
procurador terá 7 (sete) dias para apresentar
Das decisões nos processos administrativos, cabem

8-
alegações finais por escrito. [...]

48
Art. 210 O processo deverá ser concluído em 90 recursos administrativos no prazo de 10 dias, os quais
(noventa) dias, prorrogáveis por até igual prazo. serão apresentados ao Presidente do Conselho Supe-

6.
rior da DPESP. .15
O processo administrativo, sumário ou ordinário, O pedido de revisão ocorre após esgotados os
20

inicia-se por meio de portaria que conterá a qualifi- recursos e aplicada a sanção. Poderá ser admitido a
-4

cação do indiciado, a exposição dos fatos e as normas qualquer tempo após o fim do processo, porém possui
ra

violadas. Essa característica é comum aos processos, como requisito o surgimento de novos fatos que pos-
ei

mas a banca certamente focará nas diferenças entre o sam alterar a decisão emanada anteriormente. Devem
liv

sumário e o ordinário. surgir novos fatos; a simples alegação de injustiça não


O

No processo sumário cada uma das partes pode- justifica a abertura da revisão.
de

rá arrolar até 3 testemunhas cada. Após a instrução a A revisão decorre da autotutela da administração
defesa poderá apresentar alegações finais, por escrito,
os

pública, a qual pode rever seus atos a qualquer tem-


em sete dias. A duração máxima do processo será de
am

po, anulando os que forem ilegais.


90 dias, prorrogáveis por mais 90. Essas são as infor-
Chega-se ao fim do estudo da Lei nº 988, de 2006.
R

mações peremptórias para sua prova.


Material extenso, um pouco cansativo, mas de suma
e
m

Art. 212 O processo administrativo ordinário,


importância, pois a lei possui grande probabilidade
er

para apuração de infrações sujeitas às penas de de ser cobrada em prova, por ser uma das principais
lh

cassação de disponibilidade ou de aposentadoria e leis institucionais da Defensoria Pública de São Paulo.


ui

de demissão, será presidido pelo Corregedor-Geral.


G

Parágrafo único. O processo de que trata este arti-


go deverá estar concluído dentro de 120 (cento e
vinte) dias, prorrogáveis por até igual prazo.
Art. 213 A portaria de instauração de processo LEI COMPLEMENTAR FEDERAL
administrativo ordinário, expedida pelo Correge- Nº 80, DE 1994, E ALTERAÇÕES
dor-Geral, conterá a identificação do indiciado, a
exposição dos fatos imputados e a indicação das POSTERIORES, EM ESPECIAL A LEI
normas infringidas, sendo instruída com os autos COMPLEMENTAR Nº 132, DE 2009
da sindicância, se houver, ou com os elementos de
prova existentes. INTRODUÇÃO
Parágrafo único. Na portaria poderão ser arrola-
das até 8 (oito) testemunhas. [...]
Art. 216 O indiciado terá o prazo de 3 (três) dias, O material a seguir aborda a Lei Complementar
contados do interrogatório, para apresentar defe- Federal nº 80, de 1994, a qual organiza a Defensoria
sa prévia e requerer e especificar as provas que Pública da União, do Distrito Federal e dos Territórios,
pretenda produzir, podendo arrolar até 8 (oito) além de prescrever normas gerais para organização
324 testemunhas. nos Estados da Federação.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A presente lei organiza apenas a Defensoria Públi- Art. 3º São princípios institucionais da Defen-
ca da União, DF e Territórios, por se tratar de uma lei soria Pública a unidade, a indivisibilidade e a
federal, logo, não tem competência para dispor sobre independência funcional.
especificidades da organização da Defensoria dos
Estados. O art. 3º traz os princípios institucionais da Defen-
Entretanto, a União é competente para dispor soria Pública, conteúdo perfeito para ser cobrado em
sobre regras gerais de organização das DPEs, o que é sua prova. São eles a unidade, indivisibilidade e a
realizado pela lei ora analisada. Frisa-se que a União independência funcional.
dispõe apenas sobre normas gerais de organização, Vale destacar que esse art. 3º é uma reprodução
competindo aos Estado suplementar as disposições, do § 4º, art. 134º, da Constituição Federal, portanto, é
adequando a organização de suas defensorias às espe- possível que você tenha reconhecido o texto a partir
cificidades de cada Unidade da Federação. de estudos da matéria de Direito Constitucional.
Convém destacar que as legislações suplementa- Questões multidisciplinares, que testam conheci-
res dos Estados não podem contrariar as regras gerais mentos em mais de uma área do edital, estão cada vez
previstas nesta lei federal, sendo obrigatório observar mais comuns em provas. Portanto, redobre sua aten-
as normas gerais aqui listadas, suplementando as nor- ção sempre que houver indicação de que o assunto
mas e, no que a esta lei federal for omissa, os Estados debatido é, também, conteúdo de outra disciplina, já
terão liberdade para legislar. que essa é uma forma da banca cobrar dois conteúdos
em uma só questão.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 3º-A São objetivos da Defensoria Pública:
Art. 1º A Defensoria Pública é instituição per- I - a primazia da dignidade da pessoa humana
manente, essencial à função jurisdicional do e a redução das desigualdades sociais;
Estado, incumbindo-lhe, como expressão e ins- II - a afirmação do Estado Democrático de
trumento do regime democrático, fundamen- Direito;
talmente, a orientação jurídica, a promoção III - a prevalência e efetividade dos direitos
dos direitos humanos e a defesa, em todos os humanos; e
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos IV - a garantia dos princípios constitucionais
individuais e coletivos, de forma integral e da ampla defesa e do contraditório.
gratuita, aos necessitados, assim considera-
dos na forma do inciso LXXIV do art. 5º da O dispositivo acima foi inserido pela Lei Comple-
Constituição Federal. mentar nº 132, de 2009, a qual reformulou a Lei Comple-

60
mentar nº 80, de 1994. Não havia nesta lei, ora estudada,

8-
O art. 1º define a Defensoria Pública e cita suas atri- em seu texto original, os objetivos listados acima.

48
buições gerais, sendo de memorização obrigatória do

6.
aluno, principalmente de todas as suas incumbências.
Dois pontos podem ser abordados pelas bancas Importante!
.15
para confundirem os candidatos. O primeiro é a pro-
20

moção dos direitos humanos e a defesa em procedi- Por se tratar dos objetivos da Defensoria Públi-
-4

mentos judiciais e extrajudiciais, em que a banca ca, o aluno deve memorizar todos os quatro
ra

certamente tentará ludibriar o candidato afirmando incisos acima, pois é o típico dispositivo cobra-
ei

que a defesa será apenas em procedimentos judiciais, do em provas de concursos. Percebe-se que os
liv

excluindo o extrajudicial. objetivos estão intimamente ligados aos Direi-


O

O segundo diz respeito à defesa dos direitos cole- tos Humanos (I) e ao Estado Democrático (II), de
de

tivos e individuais, em que a banca excluirá o indi- modo que o inciso III decorre do I, assim como o
os

vidual. Essa alteração confundiria o candidato, pois IV é decorrência do II.


o Ministério Público não pode exercer a defesa dos
am

direitos individuais heterogêneos e disponíveis, veda-


R

ção que não ocorre com a Defensoria Pública pela sua Art. 4º São funções institucionais da Defensoria
e

Pública, dentre outras:


m

própria razão de existência que é a assistência jurídi-


I - prestar orientação jurídica e exercer a defe-
er

ca aos necessitados.
sa dos necessitados, em todos os graus;
lh
ui

Art. 2º A Defensoria Pública abrange: II - promover, prioritariamente, a solução extra-


G

I - a Defensoria Pública da União; judicial dos litígios, visando à composição entre as


II - a Defensoria Pública do Distrito Federal e dos pessoas em conflito de interesses, por meio de media-
Territórios; ção, conciliação, arbitragem e demais técnicas
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

III - as Defensorias Públicas dos Estados. de composição e administração de conflitos;


III - promover a difusão e a conscientização dos direi-
tos humanos, da cidadania e do ordenamento jurídico;
O dispositivo acima traz a abrangência da Defen-
IV - prestar atendimento interdisciplinar, por
soria Pública. Entende-se a Defensoria Pública do
meio de órgãos ou de servidores de suas Carreiras
caput como o órgão independente previsto na Consti- de apoio para o exercício de suas atribuições;
tuição Federal, a qual abarca as Defensorias Públicas V - exercer, mediante o recebimento dos autos
da União, do Distrito Federal e Territórios, e as dos com vista, a ampla defesa e o contraditório
Estados. em favor de pessoas naturais e jurídicas, em
Note que não é a Defensoria Pública da União que processos administrativos e judiciais, peran-
abarca as demais, sendo esta uma parte do todo que te todos os órgãos e em todas as instâncias,
corresponde à Defensoria Pública prevista constitu- ordinárias ou extraordinárias, utilizando todas as
cionalmente. A Defensoria Pública abrange os três medidas capazes de propiciar a adequada e efetiva
órgãos listados acima. defesa de seus interesses; 325
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VI - representar aos sistemas internacionais de pro- A Defensoria Pública dará prioridade na resolução
teção dos direitos humanos, postulando perante extrajudicial dos conflitos, utilizando os instrumen-
seus órgãos; tos de composição aceitos pelo ordenamento jurídico.
VII - promover ação civil pública e todas as Destaca-se o “prioritariamente”, dado que as bancas
espécies de ações capazes de propiciar a ade- costumam alterar essa expressão por “obrigatoria-
quada tutela dos direitos difusos, coletivos ou mente”, o que torna a questão incorreta e, muitas
individuais homogêneos quando o resultado vezes, passa despercebido pelo aluno.
da demanda puder beneficiar grupo de pes-
soas hipossuficientes;
VIII - exercer a defesa dos direitos e interesses Dica
individuais, difusos, coletivos e individuais
O inciso XV é excelente para uma pegadinha de
homogêneos e dos direitos do consumidor, na
prova. A Defensoria Pública patrocina a ação
forma do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição
Federal; penal privada e a subsidiária da pública, exer-
IX - impetrar habeas corpus, mandado de cendo as mesmas atribuições, neste caso, dos
injunção, habeas data e mandado de segu- advogados particulares. Entretanto, a banca
rança ou qualquer outra ação em defesa das poderá afirmar que a defensoria pode patrocinar
funções institucionais e prerrogativas de seus a ação pública, o que estará incorreto. Patrocinar
órgãos de execução; é ingressar, o que ocorre na privada e subsidiá-
X - promover a mais ampla defesa dos direitos ria, na ação pública cabe ao Ministério Público
fundamentais dos necessitados, abrangendo seus
ingressar com a ação e, caso o réu não tenha
direitos individuais, coletivos, sociais, econômicos,
culturais e ambientais, sendo admissíveis todas as
advogado, a defensoria realizará a defesa do réu.
espécies de ações capazes de propiciar sua adequa-
da e efetiva tutela; § 2º As funções institucionais da Defensoria Pública
XI - exercer a defesa dos interesses individuais serão exercidas inclusive contra as Pessoas Jurídi-
e coletivos da criança e do adolescente, do ido- cas de Direito Público. [...]
so, da pessoa portadora de necessidades espe- § 4º O instrumento de transação, mediação ou con-
ciais, da mulher vítima de violência doméstica ciliação referendado pelo Defensor Público valerá
e familiar e de outros grupos sociais vulnerá- como título executivo extrajudicial, inclusive quando
veis que mereçam proteção especial do Estado; celebrado com a pessoa jurídica de direito público.
XIV - acompanhar inquérito policial, inclusive com § 5º A assistência jurídica integral e gratuita
a comunicação imediata da prisão em flagrante custeada ou fornecida pelo Estado será exerci-
da pela Defensoria Pública.

60
pela autoridade policial, quando o preso não cons-
§ 6º A capacidade postulatória do Defensor

8-
tituir advogado;
Público decorre exclusivamente de sua nomea-

48
XV - patrocinar ação penal privada e a subsi-
diária da pública; ção e posse no cargo público.

6.
§ 7º Aos membros da Defensoria Pública é garantido
XVI - exercer a curadoria especial nos casos previs- 15
sentar-se no mesmo plano do Ministério Público. [...]
tos em lei;
.
20

XVII - atuar nos estabelecimentos policiais, § 10 O exercício do cargo de Defensor Público é


-4

penitenciários e de internação de adolescen- indelegável e privativo de membro da Carreira.


ra

tes, visando a assegurar às pessoas, sob quais-


Os parágrafos listados acima são continuação do
ei

quer circunstâncias, o exercício pleno de seus


liv

direitos e garantias fundamentais; art. 4º. A assistência judicial e gratuita aos necessi-
tados é previsão constitucional, sendo a Defensoria
O

XVIII - atuar na preservação e reparação dos direi-


Pública a incumbida de executar essa previsão.
de

tos de pessoas vítimas de tortura, abusos sexuais,


discriminação ou qualquer outra forma de opres- O Defensor Público possui capacidade postulató-
os

são ou violência, propiciando o acompanhamento e ria decorrente da nomeação e da posse. Capacidade


am

o atendimento interdisciplinar das vítimas; postulatória é a capacidade de representar as partes


XIX - atuar nos Juizados Especiais;
R

perante o Poder Judiciário, em regra atribuída aos


XX - participar, quando tiver assento, dos conselhos
e

advogados inscritos na OAB.


m

federais, estaduais e municipais afetos às funções Ocorre que os defensores públicos não precisam
er

institucionais da Defensoria Pública, respeitadas as ser inscritos na OAB, pois advogado e defensor públi-
lh

atribuições de seus ramos;


co são profissões semelhantes, mas não idênticas, con-
ui

XXI - executar e receber as verbas sucumbenciais


G

forme disposição do Supremo Tribunal Federal. Nesse


decorrentes de sua atuação, inclusive quando devi-
sentido, mesmo sem ter inscrição na OAB os defen-
das por quaisquer entes públicos, destinando-as a
fundos geridos pela Defensoria Pública e destina-
sores possuem capacidade postulatória, pois decorre
dos, exclusivamente, ao aparelhamento da Defen- diretamente da sua nomeação e posse, nos termos do
soria Pública e à capacitação profissional de seus § 6º acima.
membros e servidores;
XXII - convocar audiências públicas para dis- DA ORGANIZAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA
cutir matérias relacionadas às suas funções UNIÃO
institucionais.
Da Estrutura
Rol extenso de atribuições funcionais da Defenso-
ria Pública, o qual é necessário ler mais de uma vez, O título anterior tratava sobre a Defensoria Pública
pois o aluno precisa saber identificar as funções insti- como um todo, seus princípios, funções institucionais,
tucionais da Defensoria Pública, mas não necessaria- objetivos, comuns aos órgãos que a compõem. Neste
mente memorizar todos os incisos exatamente como título II, a Lei Complementar Federal nº 80, de 1994,
326 estão descritos. disporá sobre a Defensoria Pública da União, apenas.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 5º A Defensoria Pública da União compreende: I - dirigir a Defensoria Pública da União, supe-
I - órgãos de administração superior: rintender e coordenar suas atividades e orientar-
a) a Defensoria Público-Geral da União; -lhe a atuação;
b) a Subdefensoria Público-Geral da União; II - representar a Defensoria Pública da União
c) o Conselho Superior da Defensoria Pública da judicial e extrajudicialmente;
União; III - velar pelo cumprimento das finalidades da
d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da Instituição;
União; IV - integrar, como membro nato, e presidir o
II - órgãos de atuação: Conselho Superior da Defensoria Pública da
a) as Defensorias Públicas da União nos Estados, União;
no Distrito Federal e nos Territórios; V - submeter ao Conselho Superior proposta de
b) os Núcleos da Defensoria Pública da União; criação ou de alteração do Regimento Interno
III - órgãos de execução: da Defensoria Pública-Geral da União;
a) os Defensores Públicos Federais nos Estados, no VI - autorizar os afastamentos dos membros da
Distrito Federal e nos Territórios. Defensoria Pública da União;
VII - estabelecer a lotação e a distribuição dos mem-
A Defensoria Pública da União é composta pelos bros e dos servidores da Defensoria Pública da União;
órgãos de administração superior, os órgãos de atua- VIII - dirimir conflitos de atribuições entre mem-
ção e os órgãos de execução. bros da Defensoria Pública da União, com recurso
para seu Conselho Superior;
Importante o aluno se atentar para a similarida-
IX - proferir decisões nas sindicâncias e processos
de entre os órgãos de atuação e os de execução, pois
administrativos disciplinares promovidos pela Cor-
é extremamente plausível confundir em prova. Os regedoria-Geral da Defensoria Pública da União;
órgãos de atuação são as próprias Defensorias Públi- X - instaurar processo disciplinar contra membros
cas da União presentes nas Unidades da Federação, e servidores da Defensoria Pública da União, por
enquanto os órgãos de execução são os Defensores recomendação de seu Conselho Superior;
Públicos em si, que atuam nas Unidades da Federação. XI - abrir concursos públicos para ingresso na car-
reira da Defensoria Pública da União;
Do Defensor Público-Geral Federal e do Subdefensor XII - determinar correições extraordinárias;
Público-Geral Da União XIII - praticar atos de gestão administrativa, finan-
ceira e de pessoal;
Art. 6º A Defensoria Pública da União tem por che- XIV - convocar o Conselho Superior da Defensoria
fe o Defensor Público-Geral Federal, nomeado Pública da União;
pelo Presidente da República, dentre membros XV - designar membro da Defensoria Pública da

60
estáveis da Carreira e maiores de 35 (trinta União para exercício de suas atribuições em órgão

8-
e cinco) anos, escolhidos em lista tríplice for- de atuação diverso do de sua lotação ou, em caráter

48
mada pelo voto direto, secreto, plurinominal excepcional, perante Juízos, Tribunais ou Ofícios

6.
e obrigatório de seus membros, após a apro- diferentes dos estabelecidos para cada categoria;
vação de seu nome pela maioria absoluta dos
.15
XVI - requisitar de qualquer autoridade pública e de
seus agentes, certidões, exames, perícias, vistorias,
20
membros do Senado Federal, para mandato de
2 (dois) anos, permitida uma recondução, pre- diligências, processos, documentos, informações,
-4

cedida de nova aprovação do Senado Federal. esclarecimentos e demais providências necessárias


ra

à atuação da Defensoria Pública;


ei

XVII - aplicar a pena da remoção compulsória,


A autoridade máxima da Defensoria Pública da
liv

aprovada pelo voto de dois terços do Conselho


União (DPU) é o Defensor Público-Geral Federal, o qual
O

Superior da Defensoria Pública da União, assegu-


será nomeado pelo Presidente da República, entre os
de

rada ampla defesa;


eleitos para compor a lista tríplice, após aprovação da XVIII - delegar atribuições a autoridade que lhe seja
os

maioria absoluta do Senado Federal. Como requisitos subordinada, na forma da lei.


am

para ocupar tal posto é necessário que o defensor seja XIX - requisitar força policial para assegurar a
estável e possua a idade mínima de 35 anos. incolumidade física dos membros da Defensoria
R

A DPU forma lista tríplice por votação secreta dos Pública da União, quando estes se encontrarem
e
m

seus membros, de modo que o Presidente da Repúbli- ameaçados em razão do desempenho de suas atri-
er

ca pode escolher qualquer um da listra tríplice, não buições institucionais;


lh

se vinculando ao mais votado pela instituição. Após XX - apresentar plano de atuação da Defensoria
ui

a indicação, haverá a sabatina pelo Senado Federal Pública da União ao Conselho Superior.
G

para aprovar a indicação, o que depende de quórum


da maioria absoluta do Senado. Infelizmente, legislações que tratam de organi-
Muita atenção com os detalhes, principalmente zação e competências possuem rol extenso para tais
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

a idade mínima de 35 anos e o quórum de maioria determinações. Alguns casos podem ser filtrados, mas
absoluta. Para a idade a banca provavelmente usará a outros são de estudo obrigatório, como as competên-
idade de 21 anos para confundir o candidato. Quanto cias do Defensor Público-Geral Federal, por ser a auto-
ao quórum, afirmará que necessita apenas da maio- ridade máxima do órgão.
ria simples ou relativa do Senado, o que em ambos os O Defensor Público-Geral Federal será membro
casos estará incorreto. nato do Conselho Superior da DPU, enquanto estiver
O mandato de Defensor Público-Geral Federal tem na função de autoridade máxima do órgão. Outra
duração de dois anos, com possibilidade de prorro- competência que merece destaque é submeter a cria-
gação por igual período. Contudo, essa prorrogação ção ou alteração do Regimento Interno da DPU ao
depende de nova aprovação pelo Senado Federal. Conselho Superior. Note que não é competência do
Defensor-Geral alterar ou criar, de modo que apenas
Art. 8º São atribuições do Defensor Público-Ge- submete ao Conselho Superior, cabendo a este reali-
ral, dentre outras: zar a alteração por meio de deliberação. 327
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Do Conselho Superior da Defensoria Pública da IV - aprovar a lista de antiguidade dos membros
União da Defensoria Pública da União e decidir sobre as
reclamações a ela concernentes;
Art. 9º A composição do Conselho Superior da V - recomendar ao Defensor Público-Geral a ins-
Defensoria Pública da União deve incluir obrigato- tauração de processo disciplinar contra membros e
riamente o Defensor Público-Geral Federal, o servidores da Defensoria Pública da União;
Subdefensor Público-Geral Federal e o Correge- VI - conhecer e julgar recurso contra decisão em
dor-Geral Federal, como membros natos, e, em processo administrativo disciplinar;
sua maioria, representantes estáveis da Carreira, 2 VII - decidir sobre pedido de revisão de proces-
(dois) por categoria, eleitos pelo voto direto, pluri- so administrativo disciplinar;
nominal, obrigatório e secreto de todos os integran- VIII - decidir acerca da remoção voluntária dos
tes da Carreira. integrantes da carreira da Defensoria Pública da
União;
IX - decidir sobre a avaliação do estágio probatório
O Conselho Superior é o principal órgão de delibe- dos membros da Defensoria Pública da União, sub-
ração, motivo pelo qual o seu estudo é tão importante metendo sua decisão à homologação do Defensor
quanto o do Defensor Público-Geral Federal. Público-Geral;
São três membros natos, ou seja, de participa- X - decidir acerca da destituição do Corregedor-Ge-
ção obrigatória, quais sejam: Defensor Público-Ge- ral, por voto de dois terços de seus membros, asse-
ral Federal, o Subdefensor Público-Geral Federal e o gurada ampla defesa;
Corregedor-Geral Federal. Esta é a informação mais XI - deliberar sobre a organização de concurso para
importante do artigo acima que o aluno precisa ingresso na carreira e designar os representantes
memorizar, os membros natos do Conselho Superior. da Defensoria Pública da União que integrarão a
Comissão de Concurso;
§ 1º O Conselho Superior é presidido pelo Defen- XII - organizar os concursos para provimento dos
sor Público-Geral, que, além do seu voto de cargos da Carreira de Defensor Público Federal e
membro, tem o de qualidade, exceto em maté- editar os respectivos regulamentos;
ria de remoção e promoção, sendo as delibera- XIII - recomendar correições extraordinárias;
XIV - indicar os 6 (seis) nomes dos membros da
ções tomadas por maioria de votos.
classe mais elevada da Carreira para que o
§ 2º As eleições serão realizadas em conformi-
Presidente da República nomeie, dentre esses,
dade com as instruções baixadas pelo Defensor
o Subdefensor Público-Geral Federal e o Corre-
Público-Geral.
gedor-Geral Federal da Defensoria Pública da
§ 3º Os membros do Conselho Superior são eleitos
União;

60
para mandato de dois anos, mediante voto nomi-
XV - editar as normas regulamentando a eleição

8-
nal, direto e secreto.
para Defensor Público-Geral Federal.

48
§ 4º São elegíveis os Defensores Públicos Federais
Parágrafo único. As decisões do Conselho Supe-

6.
que não estejam afastados da Carreira, para man-
rior serão motivadas e publicadas, salvo as
dato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) reeleição. 15
hipóteses legais de sigilo.
.
§ 5º São suplentes dos membros eleitos de que trata
20

o caput deste artigo os demais votados, em ordem


-4

O art. 10 lista as competências do Conselho Supe-


decrescente.
rior da DPU, também de estudo obrigatório pelo alu-
ra

§ 6º Qualquer membro, exceto os natos, pode


no, requerendo máxima atenção para diferenciar as
ei

desistir de sua participação no Conselho Superior,


liv

assumindo, imediatamente, o cargo, o respectivo competências do Defensor-Geral com as do Conselho


O

suplente. Superior.
É regra geral da Administração Pública motivar e
de

O Conselho Superior da DPU é presidido pelo publicar os seus atos, de modo que o sigilo é exceção
os

Defensor Público-Geral Federal, o que é lógico, já que e aplicado apenas nas hipóteses em que a lei permite.
am

é a autoridade máxima do órgão. Pode ocorrer de o


R

Defensor-Geral votar duas vezes na mesma delibera- Da Corregedoria-Geral da Defensoria Pública da


e

União
ção, pois dará seu voto como membro e, em caso de
m
er

empate, profere o voto de qualidade.


Art. 11 A Corregedoria-Geral da Defensoria Públi-
lh

Não haverá o voto de qualidade nas deliberações


ca da União é órgão de fiscalização da atividade
ui

sobre remoção e promoção. Via de regra, as delibe- funcional e da conduta dos membros e dos servido-
G

rações são tomadas por maioria simples dos votos. res da Defensoria Pública da União.
Atenção para o quórum de deliberação, que é de Art. 12 A Corregedoria-Geral da Defensoria Públi-
maioria simples. A banca pode tentar ludibriar o can- ca da União é exercida pelo Corregedor-Geral,
didato afirmando ser de maioria absoluta, o que será indicado dentre os integrantes da classe mais
incorreto. elevada da carreira pelo Conselho Superior e
nomeado pelo Presidente da República para
Art. 10 Ao Conselho Superior da Defensoria mandato de dois anos.
Pública da União compete: Parágrafo único. O Corregedor-Geral poderá ser
I - exercer o poder normativo no âmbito da destituído, antes do término do mandato, por pro-
Defensoria Pública da União; posta do Defensor Público-Geral, pelo voto de dois
II - opinar, por solicitação do Defensor Público-Ge- terços dos membros do Conselho Superior, assegu-
ral, sobre matéria pertinente à autonomia fun- rada ampla defesa.
cional e administrativa da Defensoria Pública
da União; A Corregedoria-Geral da DPU é órgão de fiscaliza-
III - elaborar lista tríplice destinada à promo- ção das atividades funcionais e da conduta dos mem-
328 ção por merecimento; bros e dos servidores da DPU.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O Corregedor-Geral é indicado pelo Conselho Supe- Dica
rior e nomeado pelo Presidente da República para
mandato de dois anos, não havendo previsão expres- A Justiça Militar, a Justiça do Trabalho e a
sa de recondução. Não haverá aprovação pelo Senado Justiça Eleitoral são denominadas de “justiça
Federal neste caso. Apenas para a escolha do Defensor especial”. Portanto, caso a banca tente dificul-
Público-Geral Federal é necessária a aprovação por tar, afirmando que a DPU atua tanto na justiça
maioria absoluta, muita atenção nessa diferenciação. comum quanto na especial, a afirmativa estará
correta.
Art. 13 À Corregedoria-Geral da Defensoria Públi- Contudo, se afirmar que atua apenas na justiça
ca da União compete: comum, estará incorreta a questão.
I - realizar correições e inspeções funcionais;
II - sugerir ao Defensor Público-Geral o afasta-
Art. 15 Os órgãos de atuação da Defensoria Públi-
mento de Defensor Público que esteja sendo
ca da União em cada Estado, no Distrito Federal
submetido a correição, sindicância ou processo
e nos Territórios serão dirigidos por Defensor
administrativo disciplinar, quando cabível;
Público-Chefe, designado pelo Defensor Publico-
III - propor, fundamentadamente, ao Conselho
-Geral, dentre os integrantes da carreira.
Superior a suspensão do estágio probatório de
Parágrafo único. Ao Defensor Publico-Chefe,
membros da Defensoria Pública da União;
IV - receber e processar as representações contra sem prejuízo de suas funções institucionais,
os membros da Defensoria Pública da União, enca- compete, especialmente:
minhando-as, com parecer, ao Conselho Superior; I - coordenar as atividades desenvolvidas pelos
V - apresentar ao Defensor Público-Geral, em janei- Defensores Públicos Federais que atuem em sua
ro de cada ano, relatório das atividades desenvolvi- área de competência;
das no ano anterior; II - sugerir ao Defensor Publico-Geral providências
VI - propor a instauração de processo disciplinar para o aperfeiçoamento das atividades institucio-
contra membros da Defensoria Pública da União e nais em sua área de competência;
seus servidores; III - deferir ao membro da Defensoria Pública da
VII - acompanhar o estágio probatório dos mem- União sob sua coordenação direitos e vantagens
bros da Defensoria Pública da União; legalmente autorizados, por expressa delegação de
VIII - propor a exoneração de membros da Defenso- competência do Defensor Publico-Geral;
ria Pública da União que não cumprirem as condi- IV - solicitar providências correlacionais ao Defen-
ções do estágio probatório. sor Publico-Geral, em sua área de competência;
V - remeter, semestralmente, ao Corregedor-Geral,
Mais um rol de competências para o aluno se aten- relatório das atividades na sua área de competência.

60
tar, com destaque para a realização de inspeções e

8-
correições. Destaca-se a necessidade de não confundir O chefe máximo da DPU é o Defensor Público-Ge-

48
as competências do Corregedor-Geral com as compe- ral Federal, porém, em cada Unidade da Federação

6.
tências do Conselho Superior e do Defensor Público- haverá o Defensor Público Chefe, o qual coordena-
-Geral Federal.
.15
rá a área de sua competência. Muito cuidado para,
20

na hora da prova, não confundir o Defensor Público


-4

Da Defensoria Pública da União nos Estados, no Chefe (máxima autoridade da DPU no Estado) com o
Distrito Federal e nos Territórios Defensor Público-Geral Federal (máxima autoridade
ra

nacional da DPU).
ei
liv

Art. 14 A Defensoria Pública da União atuará nos


Estados, no Distrito Federal e nos Territórios, junto Art. 15-A A organização da Defensoria Pública
O

às Justiças Federal, do Trabalho, Eleitoral, Militar, da União deve primar pela descentralização, e
de

Tribunais Superiores e instâncias administrativas sua atuação deve incluir atendimento interdiscipli-
os

da União. nar, bem como a tutela dos interesses individuais,


am

§ 1º A Defensoria Pública da União deverá firmar difusos, coletivos e individuais homogêneos.


convênios com as Defensorias Públicas dos Estados
R

e do Distrito Federal, para que estas, em seu nome, O direito à assistência jurídica gratuita é de todos,
e

atuem junto aos órgãos de primeiro e segundo


m

portanto é dever da União garantir que a DPU alcan-


graus de jurisdição referidos no caput, no desempe-
er

ce a todos os residentes no país. É bem verdade que


nho das funções que lhe são cometidas por esta Lei
lh

a instituição não consegue alcançar todo o território


ui

Complementar.
nacional, motivo pelo qual realiza convênios com as
G

§ 2º Não havendo na unidade federada Defensoria


Pública constituída nos moldes desta Lei Comple- DPEs, conforme visto anteriormente.
mentar, é autorizado o convênio com a entidade Essa busca pelo alcance máximo da instituição
é a justificativa para a norma acima, a qual deter-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pública que desempenhar essa função, até que seja


criado o órgão próprio. mina que a DPU deve primar pela descentralização,
§ 3º A prestação de assistência judiciária pelos irradiando-se pela maior parte possível do território
órgãos próprios da Defensoria Pública da União nacional.
dar-se-á, preferencialmente, perante o Supremo Tri-
bunal Federal e os Tribunais superiores. Dos Núcleos da Defensoria Pública da União nos
Estados, no Distrito Federal e nos Territórios
A DPU atua em todas as instâncias e especialidades
da justiça, inclusive na militar, eleitoral e trabalhis- Art. 16 A Defensoria Pública da União nos Estados,
ta. É inviável que haja um defensor público federal no Distrito Federal e nos Territórios poderá atuar
em cada ente federado (estados e municípios), moti- por meio de Núcleos.
vo pelo qual a DPU realizará convênios com as DPEs, Art. 17 Os Núcleos são dirigidos por Defensor
visando a estender, ao máximo, a sua atuação em todo Publico-Chefe, nos termos do art. 15 desta Lei
território nacional. Complementar. 329
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os artigos acima complementam o art. 15, determi- O fato de a categoria inicial da carreira ser deno-
nando como será a atuação da DPU nas Unidades da minada Defensor Público de 2ª Categoria pode induzir
Federação, de modo que atuará por meio de núcleos, o candidato a erro, motivo pelo qual se faz necessá-
os quais serão dirigidos pelo Defensor Público Chefe. ria a leitura do dispositivo que, embora simples, pode
complicar a vida do candidato que não o leu.
Dos Defensores Públicos Federais
Art. 24 O ingresso na Carreira da Defensoria Públi-
Art. 18 Aos Defensores Públicos Federais incum- ca da União far-se-á mediante aprovação prévia em
be o desempenho das funções de orientação, concurso público, de âmbito nacional, de pro-
postulação e defesa dos direitos e interesses vas e títulos, com a participação da Ordem dos
dos necessitados, cabendo-lhes, especialmente: Advogados do Brasil, no cargo inicial de Defensor
I - atender às partes e aos interessados; Público Federal de 2ª Categoria.
II - postular a concessão de gratuidade de justiça Art. 26 O candidato, no momento da inscrição,
para os necessitados; deve possuir registro na Ordem dos Advogados do
III - tentar a conciliação das partes, antes de pro- Brasil, ressalvada a situação dos proibidos de obtê-
mover a ação cabível; -la, e comprovar, no mínimo, dois anos de prática
IV - acompanhar e comparecer aos atos proces- forense, devendo indicar sua opção por uma das
suais e impulsionar os processos; unidades da federação onde houver vaga.
V - interpor recurso para qualquer grau de juris-
dição e promover revisão criminal, quando cabível; O concurso para defensor público federal será de
VI - sustentar, oralmente ou por memorial, os provas e títulos e contará com a participação da OAB.
recursos interpostos e as razões apresentadas por É comum a participação da OAB em concursos para
intermédio da Defensoria Pública da União; cargos eminentemente jurídicos, não sendo peculiari-
VII - defender os acusados em processo disciplinar. dade da DPU.
VIII - participar, com direito de voz e voto, do Con- A regra é o candidato possuir inscrição na OAB no
selho Penitenciário; momento da inscrição, entretanto, aqueles que estão
IX - certificar a autenticidade de cópias de documen- impedidos no momento da inscrição, poderão com-
tos necessários à instrução de processo administrati- provar no momento da posse.
vo ou judicial, à vista da apresentação dos originais; Mas é necessário ou não do defensor público ter
X - atuar nos estabelecimentos penais sob a
inscrição na OAB? Essa celeuma abarca mais informa-
administração da União, visando ao atendimen-
ções do que a presente lei, como decisões do STF, e não
to jurídico permanente dos presos e sentenciados,
convém adentrar nessas discussões jurídicas para a
competindo à administração do sistema penitenciá-

60
rio federal reservar instalações seguras e adequa- prova. Portanto, memorize da forma que está no art.

8-
das aos seus trabalhos, franquear acesso a todas 26.

48
as dependências do estabelecimento independen-

6.
temente de prévio agendamento, fornecer apoio Dica 15
administrativo, prestar todas as informações soli-
.
20

citadas, assegurar o acesso à documentação dos Muita atenção quanto à forma que os concursos
-4

presos e internos, aos quais não poderá, sob funda- serão realizados nos âmbitos das defensorias.
mento algum, negar o direito de entrevista com os A presente lei trata dos concursos para Mem-
ra

bros da DPU, ou seja, para Defensores Públicos,


ei

membros da Defensoria Pública da União.


liv

os quais serão, obrigatoriamente, de provas e


O

Os defensores públicos federais correspondem títulos.


de

aos órgãos de execução e são assim denominados por Já os concursos para servidores da DPESP,
serem os competentes para realizar a atividade fim da Agente e Oficial podem ser de provas ou provas
os

instituição, exercer a capacidade postulatória, ingres- e títulos.


am

sar com ações, propor defesa de direitos, entre outros. É importante que o aluno se atente a essa
R

São os executores das atribuições da DPU, aqueles diferenciação.


e

que atuam diretamente nas causas, exercendo atua-


m

ção semelhante à dos advogados. Semelhante porque,


er

Art. 28 O candidato aprovado ao concurso públi-


lh

conforme já dito alhures, não são profissões idênticas. co para ingresso na carreira da Defensoria Pública
ui

será nomeado pelo Presidente da República para


G

DA CARREIRA cargo inicial da carreira, respeitada a ordem de


classificação e o número de vagas existentes.
Art. 19 A Defensoria Pública da União é integrada
pela Carreira de Defensor Público Federal, compos- Os defensores públicos federais aprovados no
ta de 3 (três) categorias de cargos efetivos: concurso público serão nomeados pelo Presidente da
I - Defensor Público Federal de 2ª Categoria (inicial); República. Aqui se trata do ato de nomeação comum,
II - Defensor Público Federal de 1ª Categoria nos moldes em que ocorre nos demais concursos, sem
(intermediária); qualquer necessidade de aprovação do Senado.
III - Defensor Público Federal de Categoria Especial
(final). Art. 34 Os membros da Defensoria Pública da
União são inamovíveis, salvo se apenados com
A carreira de Defensor Público Federal é dividida remoção compulsória, na forma desta Lei
em três categorias, a inicial, intermediária e a final. Complementar.
Em que pese pareça uma informação irrelevante, Art. 35 A remoção será feita a pedido ou por per-
não é incomum ver questões abordando esse tipo de muta, sempre entre membros da mesma categoria
330 conteúdo. da carreira.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 36 A remoção compulsória somente será apli- X - requisitar de autoridade pública e de seus
cada com prévio parecer do Conselho Superior, agentes exames, certidões, perícias, vistorias,
assegurada ampla defesa em processo administra- diligências, processos, documentos, informações,
tivo disciplinar. esclarecimentos e providências necessárias ao
exercício de suas atribuições;
Inamovibilidade é uma prerrogativa dos defensores XI - representar a parte, em feito administrativo
públicos e significa que eles não podem ser removidos ou judicial, independentemente de mandato, res-
compulsoriamente de um local para outro, salvo se decor- salvados os casos para os quais a lei exija poderes
rente de aplicação da sanção de remoção compulsória. especiais;
Nesse sentido, a regra é a inamovibilidade, ou seja, XII - deixar de patrocinar ação, quando ela for
é vedada a remoção compulsória por simples vontade manifestamente incabível ou inconveniente aos
da autoridade competente. Para que seja removido de interesses da parte sob seu patrocínio, comunican-
forma compulsória, o defensor público deve ter come- do o fato ao Defensor Publico-Geral, com as razões
tido falta disciplinar que comporte a sanção discipli- de seu proceder;
nar de remoção compulsória. XIII - ter o mesmo tratamento reservado aos magis-
Portanto, inamovibilidade não é uma prerrogativa trados e demais titulares dos cargos das funções
absoluta, podendo ser relativizada nos termos acima. essenciais à justiça;
XIV - ser ouvido como testemunha, em qualquer
Há a possibilidade de remoção a pedido e por permu-
processo ou procedimento, em dia, hora e local pre-
ta. A pedido é o requerimento do defensor para exer-
viamente ajustados com a autoridade competente;
cer suas atribuições em outra localidade, enquanto a
permuta é a troca de lotação entre dois defensores.
Frisa-se a necessidade de o aluno se atentar para
não confundir garantias com prerrogativas. O rol
DOS DIREITOS, DAS GARANTIAS E DAS
PRERROGATIVAS DOS MEMBROS DA de garantias é pequeno, motivo pelo qual, se o alu-
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO no memorizar tal rol, já o ajudará a diferenciar as
garantias das prerrogativas em uma questão de
Art. 43 São garantias dos membros da Defensoria prova.
Pública da União:
I - a independência funcional no desempenho de DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES, DOS
suas atribuições; IMPEDIMENTOS E DA RESPONSABILIDADE
II - a inamovibilidade; FUNCIONAL
III - a irredutibilidade de vencimentos;

60
IV - a estabilidade; Art. 45 São deveres dos membros da Defensoria

8-
Pública da União:

48
O art. 43 trata das garantias dos membros da DPU I - residir na localidade onde exercem suas funções;

6.
e é um rol simples de ser memorizado, porém o aluno II - desempenhar, com zelo e presteza, os serviços
precisa se atentar para não o confundir com as prer- a seu cargo;
.15
20
rogativas dos membros da DPU, que serão listadas no III - representar ao Defensor Publico-Geral sobre as
irregularidades de que tiver ciência, em razão do
-4

próximo artigo.
cargo;
ra

Art. 44 São prerrogativas dos membros da Defen- IV - prestar informações aos órgãos de administra-
ei

soria Pública da União: ção superior da Defensoria Pública da União, quan-


liv

I - receber, inclusive quando necessário, mediante entre- do solicitadas;


O

ga dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer V - atender ao expediente forense e participar
de

processo e grau de jurisdição ou instância administrati- dos atos judiciais, quando for obrigatória a sua
os

va, contando-se lhes em dobro todos os prazos; presença;


II - não ser preso, senão por ordem judicial escrita, VI - declarar-se suspeito ou impedido, nos termos
am

salvo em flagrante, caso em que a autoridade fará da lei;


R

imediata comunicação ao Defensor Publico-Geral; VII - interpor os recursos cabíveis para qualquer
e

III - ser recolhido a prisão especial ou a sala espe- instância ou Tribunal e promover revisão criminal,
m

cial de Estado Maior, com direito a privacidade e,


er

sempre que encontrar fundamentos na lei, juris-


após sentença condenatória transitada em julgado,
lh

prudência ou prova dos autos, remetendo cópia à


ui

ser recolhido em dependência separada, no estabe- Corregedoria-Geral.


G

lecimento em que tiver de ser cumprida a pena;


IV - Usar vestes talares e as insígnias privativas da O art. 45 lista os deveres dos membros da DPU,
Defensoria Pública;
devendo o aluno ler atentamente para ter uma boa
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

VI - Ter vista pessoal dos processos fora dos cartó-


noção acerca dos deveres e, principalmente, não o
rios e secretarias, ressalvadas as vedações legais;
VII - comunicar-se, pessoal e reservadamente, com confundir com as proibições listadas no próximo
seus assistidos, ainda quando esses se acharem pre- artigo.
sos ou detidos, mesmo incomunicáveis, tendo livre
ingresso em estabelecimentos policiais, prisionais e Art. 46 Além das proibições decorrentes do exer-
de internação coletiva, independentemente de pré- cício de cargo público, aos membros da Defensoria
vio agendamento; Pública da União é vedado:
VIII - examinar, em qualquer repartição pública, I - exercer a advocacia fora das atribuições
autos de flagrantes, inquéritos e processos, asse- institucionais;
gurada a obtenção de cópias e podendo tomar II - requerer, advogar, ou praticar em Juízo ou fora
apontamentos; dele, atos que de qualquer forma colidam com as
IX - manifestar-se em autos administrativos ou funções inerentes ao seu cargo, ou com os preceitos
judiciais por meio de cota; éticos de sua profissão; 331
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - receber, a qualquer título e sob qualquer pretex- Art. 97-A À Defensoria Pública do Estado é asse-
to, honorários, percentagens ou custas processuais, gurada autonomia funcional, administrativa
em razão de suas atribuições; e iniciativa para elaboração de sua proposta
IV - exercer o comércio ou participar de sociedade orçamentária, dentro dos limites estabeleci-
comercial, exceto como cotista ou acionista; dos na lei de diretrizes orçamentárias, caben-
V - exercer atividade político-partidária, enquanto do-lhe, especialmente:
atuar junto à justiça eleitoral. I - abrir concurso público e prover os cargos de
suas Carreiras e dos serviços auxiliares;
Acima, temos o rol de proibições impostas aos II - organizar os serviços auxiliares;
membros da DPU. Artigos como os do presente capí- III - praticar atos próprios de gestão;
tulo e do capítulo anterior são de memorização, não IV - compor os seus órgãos de administração supe-
havendo maiores detalhes a serem expostos. rior e de atuação;
V - elaborar suas folhas de pagamento e expedir os
competentes demonstrativos;
Art. 47 Ao membro da Defensoria Pública da
VI - praticar atos e decidir sobre situação funcio-
União é defeso exercer suas funções em proces-
nal e administrativa do pessoal, ativo e inativo da
so ou procedimento:
Carreira, e dos serviços auxiliares, organizados em
I - em que seja parte ou, de qualquer forma,
quadros próprios;
interessado;
VII - exercer outras competências decorrentes de
II - em que haja atuado como representante da
sua autonomia.
parte, perito, Juiz, membro do Ministério Público,
Autoridade Policial, Escrivão de Polícia, Auxiliar de
Justiça ou prestado depoimento como testemunha; As Defensorias Públicas dos Estados possuem
III - em que for interessado cônjuge ou companhei- autonomia administrativa e funcional e apenas inicia-
ro, parente consanguíneo ou afim em linha reta ou tiva para elaborar a proposta orçamentária, cuidado
colateral, até o terceiro grau; para pegadinhas afirmando que possuem autonomia
IV - no qual haja postulado como advogado de qual- orçamentária.
quer das pessoas mencionadas no inciso anterior;
V - em que qualquer das pessoas mencionadas no Art. 99 A Defensoria Pública do Estado tem por
inciso III funcione ou haja funcionado como Magis- chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo
trado, membro do Ministério Público, Autoridade Governador do Estado, dentre membros estáveis
Policial, Escrivão de Polícia ou Auxiliar de Justiça; da Carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos,
VI - em que houver dado à parte contrária parecer escolhidos em lista tríplice formada pelo voto dire-
verbal ou escrito sobre o objeto da demanda; to, secreto, plurinominal e obrigatório de seus

60
VII - em outras hipóteses previstas em lei. membros, para mandato de 2 (dois) anos, permitida
Art. 48 Os membros da Defensoria Pública da

8-
uma recondução.

48
União não podem participar de comissão, banca
de concurso, ou qualquer decisão, quando o julga-

6.
A autoridade máxima da DPE é o Defensor Públi-
mento ou votação disser respeito a seu cônjuge ou 15
co Geral, nomeado pelo Governador do Estado para
companheiro, ou parente consanguíneo ou afim em
.
mandato de 2 anos, permitida uma prorrogação. No
20

linha reta ou colateral, até o terceiro grau. âmbito estadual não há aprovação pelo legislativo,
-4

podendo o Governador escolher, livremente, entre os


ra

Os deveres e proibições são impostos a qualquer que compõem a lista tríplice. A idade mínima também
ei

situação e dizem respeito à atuação em geral do mem- será de 35 anos.


liv

bro da DPU. Os impedimentos são situações objetivas


O

que impedem a atuação do defensor público em deter-


Dica
de

minado processo ou procedimento, ou seja, aplica-se


apenas ao processo em que ocorrer uma das hipóteses Atenção em relação às nomenclaturas:
os

acima. � Defensor Público-Geral Federal —> Chefe da


am

Sempre que legislações tratam de parentesco é Defensoria Pública da União;


R

necessário se atentar ao grau exposto. No caso dos � Defensor Público Chefe —> Chefe do núcleo
e

impedimentos alcançam até o terceiro grau. Impor-


m

da Defensoria Pública da União nos Estados da


tante frisar que primos são parentes de quarto grau,
er

Federação;
logo, não geram impedimento.
lh

� Defensor Público-Geral —> Chefe das Defen-


ui

É muito comum as bancas utilizarem primos como


sorias Públicas Estaduais.
G

exemplos na prova, devido ao fato de que, pelo sen-


so comum, primos seriam parentes próximos, porém,
Art. 101 A composição do Conselho Superior
juridicamente falando, são parentes de quarto grau.
da Defensoria Pública do Estado deve incluir
obrigatoriamente o Defensor Público-Geral, o
DAS NORMAS GERAIS PARA A ORGANIZAÇÃO DA Subdefensor Público-Geral, o Corregedor-Ge-
DEFENSORIA PÚBLICA DOS ESTADOS ral e o Ouvidor-Geral, como membros natos, e,
em sua maioria, representantes estáveis da Carrei-
Até o momento, a Lei Complementar nº 80, de 1994, ra, eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigató-
estipulou sobre a organização da DPU. No presente títu- rio e secreto de seus membros, em número e forma
lo, abordará sobre as normas gerais a serem aplicadas a serem fixados em lei estadual.
na organização das Defensorias Públicas Estaduais.
O aluno perceberá que houve um salto nos artigos, As disposições acerca dos órgãos das defensorias
tal fato se deve a não incluir o título III neste material, públicas estaduais são muito semelhantes com as da
pois trata especificamente do Distrito Federal e Ter- União, entretanto o aluno deve se atentar às pequenas
ritórios, repetindo o teor de artigos que o aluno viu diferenças, pois são elas que as bancas utilizarão para
332 sobre a DPU e verá sobre a organização das DPEs. confundir os candidatos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A diferença principal entre os Conselhos Superio- Art. 112 O ingresso nos cargos iniciais da carreira
res da DPU para as DPEs é o fato de o Ouvidor-Geral far-se-á mediante aprovação prévia em concurso
ser membro nato no Conselho Superior da Defensoria público de provas e títulos, com a participação
Pública do Estado, não havendo tal previsão para o da Ordem dos Advogados do Brasil.
Conselho Superior da DPU. Art. 113 O candidato aprovado no concurso público
para ingresso na carreira da Defensoria Pública do
Art. 103 A Corregedoria-Geral é órgão de fiscaliza- Estado será nomeado pelo Governador do Estado
ção da atividade funcional e da conduta dos mem- para cargo inicial da carreira, respeitada a ordem
bros e dos servidores da Instituição. de classificação e o número de vagas existentes.
Art. 104 A Corregedoria-Geral é exercida pelo Cor-
regedor-Geral indicado dentre os integrantes da
classe mais elevada da Carreira, em lista tríplice
As disposições sobre concursos e o ingresso na car-
formada pelo Conselho Superior, e nomeado pelo reira são semelhantes à da DPU. Os concursos para
Defensor Público-Geral para mandato de 2 (dois) defensores públicos estaduais serão de provas e títu-
anos, permitida 1 (uma) recondução. los, obrigatoriamente, nos exatos termos da DPU. A
autoridade competente para nomear é do Governador
As disposições sobre a Corregedoria-Geral são as do estado.
mesmas previstas para a DPU, motivo pelo qual não Repetem, também, as disposições sobre direitos,
necessita de maiores explicações. Isto é, citamos os garantias, atribuições, deveres, proibições e impedi-
dispositivos acima para que o aluno tenha em mente mentos, motivo pelo qual não serão abordadas, pois
que são idênticas as disposições. apenas estenderiam o material, tornando o estu-
do mais cansativo e demorado do que o necessário.
Art. 105-A A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar
da Defensoria Pública do Estado, de promoção da
Portanto, saiba que os temas citados neste parágrafo
qualidade dos serviços prestados pela Instituição. seguem os exatos termos da DPU.
Art. 105-C À Ouvidoria-Geral compete: Essa repetição é comum, pois a presente lei traça
I - receber e encaminhar ao Corregedor-Geral repre- as diretrizes gerais para as DPE nos mesmos moldes
sentação contra membros e servidores da Defensoria do que estipula para a DPU, competindo à lei estadual
Pública do Estado, assegurada a defesa preliminar; estipular as diretrizes e a organização específica da
II - propor aos órgãos de administração superior da
defensoria pública do seu respectivo território.
Defensoria Pública do Estado medidas e ações que
visem à consecução dos princípios institucionais e Dessa forma, encerra-se o estudo da Lei Comple-
ao aperfeiçoamento dos serviços prestados; mentar nº 80, de 1994, sendo uma das leis que mere-
III - elaborar e divulgar relatório semestral de suas cem maior atenção do aluno para a prova. Em escala

60
atividades, que conterá também as medidas pro- de importância, a presente lei perde apenas para a Lei

8-
postas aos órgãos competentes e a descrição dos Complementar Estadual nº 988, de 2006, a qual insti-

48
resultados obtidos; tui a organização da Defensoria Pública do Estado de

6.
IV - participar, com direito a voz, do Conselho Supe-
São Paulo. 15
rior da Defensoria Pública do Estado;
.
V - promover atividades de intercâmbio com a
20

sociedade civil;
-4

VI - estabelecer meios de comunicação direta entre


ra

a Defensoria Pública e a sociedade, para receber LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº


ei

sugestões e reclamações, adotando as providên-


1.050, DE 2008
liv

cias pertinentes e informando o resultado aos


O

interessados;
VII - contribuir para a disseminação das formas de
de

O material a seguir aborda a Lei Complementar nº


participação popular no acompanhamento e na fis- 1.050, de 2008, do Estado de São Paulo, a qual institui
os

calização da prestação dos serviços realizados pela


as Classes de Apoio no Quadro de Pessoal da Defenso-
am

Defensoria Pública;
VIII - manter contato permanente com os vários ria Pública do Estado de São Paulo.
R

órgãos da Defensoria Pública do Estado, estimu- Trata-se de uma lei pequena, sem maiores com-
e

lando-os a atuar em permanente sintonia com os plexidades, o que facilita o estudo por parte do aluno.
m

direitos dos usuários; A presente lei institui os cargos de apoio da DPESP,


er

IX - coordenar a realização de pesquisas periódicas


lh

inclusive os cargos do concurso em questão: Agente e


e produzir estatísticas referentes ao índice de satis-
ui

Oficial de Defensoria Pública.


G

fação dos usuários, divulgando os resultados.


Parágrafo único. As representações podem ser
apresentadas por qualquer pessoa, inclusive Art. 1º Ficam instituídas, no Subquadro de Cargos
de Apoio da Defensoria Pública do Estado (SQCA),
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pelos próprios membros e servidores da Defensoria


Pública do Estado, entidade ou órgão público. as seguintes classes de natureza multidisciplinar:
I - Oficial de Defensoria Pública;
A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da DPE que II - Agente de Defensoria Pública;
busca a promoção da qualidade dos serviços presta- III - Assistente de Defensoria Pública;
dos, além de ser uma ferramenta de controle popular IV - Assistente Técnico de Defensoria Pública I;
das atividades da instituição. V - Assistente Técnico de Defensoria Pública II;
As representações podem ser apresentadas por VI - Diretor Técnico de Departamento de Defensoria
qualquer pessoa, ou seja, é ampla a possibilidade. É Pública;
possível que a banca altere “qualquer pessoa” por VII - Assessor Técnico de Defensoria Pública.
“qualquer cidadão”, o que tornará a afirmativa incor- Parágrafo único. São de provimento efetivo os
reta, pois cidadão é um termo mais restrito do que cargos das classes a que se referem os incisos
pessoas. Todo cidadão é uma pessoa, mas nem toda I e II, e de provimento em comissão os dos inci-
pessoa é cidadã. sos III a VII. 333
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Apenas os cargos de Oficial e Agente de Defenso- O art. 4º traz algumas denominações utilizadas
ria Pública são de provimento efetivo, estatutários, nesta lei com os seus respectivos significados, o que
ingresso mediante concurso público. Todos os demais é de suma importância para entender alguns dispo-
cargos são comissionados, ou seja, de livre nomeação sitivos da lei, assim como para a prova, dada a alta
e exoneração. incidência de questões que cobram esses conteúdos
de legislação específica.
Art. 3º As classes instituídas pelo artigo 1º desta
lei complementar são escalonadas nos termos dos Art. 5º O ingresso nos cargos das classes previstas
Anexos I e II, na seguinte conformidade: nos incisos I e II do artigo 1º desta lei complemen-
I - as previstas nos incisos I e II, em referências e tar far-se-á no padrão inicial da respectiva classe,
graus, de acordo com as exigências de maior capa- mediante concurso público de provas ou de pro-
citação para o desempenho das respectivas atribui-
vas e títulos, observados os seguintes requisitos
ções, conforme segue:
mínimos:
a) Oficial de Defensoria Pública: 2 (duas) referên-
I - Oficial de Defensoria Pública: certificado de
cias e 6 (seis) graus, constantes da Escala de Venci-
mentos - Intermediária; conclusão do ensino médio, acrescido de conhe-
b) Agente de Defensoria Pública: 2 (duas) referên- cimentos em informática e, quando for o caso,
cias e 6 (seis) graus, constantes da Escala de Venci- de conhecimentos específicos, de acordo com a
mentos - Superior; área de atuação;
II - as previstas nos incisos III a VII, em referências, II - Agente de Defensoria Pública: diploma de
constantes da Escala de Vencimentos - Comissão. graduação em curso de nível superior, de acor-
Art. 4º Para fins de aplicação do disposto nesta lei do com a área de atuação.
complementar, considera-se:
I - classe: o conjunto de cargos de mesma O dispositivo acima faz parte do próprio edital,
denominação; constituindo pré-requisitos para ingresso em cada
II - referência: o símbolo indicativo do vencimento uma das classes do quadro de apoio da DPESP. Cita-se
do cargo; o dispositivo apenas para que o aluno veja como está
III - grau: valor do vencimento dentro da referência;
escrito na lei em si, mas uma questão sobre o tema
IV - padrão: conjunto de referência e grau;
V - progressão: passagem do servidor de um grau seria muito tranquila.
para outro imediatamente superior de uma mesma A diferença principal é que para ingresso na classe
referência da respectiva classe; de Oficial é necessário ensino médio, enquanto a clas-
VI - promoção: passagem do servidor para o pri- se de Agente exige nível superior.
meiro grau da referência subsequente de sua res-

60
pectiva classe, devido à aquisição de competências Art. 7º No período de estágio probatório, o servi-

8-
adicionais às exigidas para o ingresso no cargo de dor será submetido à avaliação especial de desem-

48
que é titular; penho, verificando-se a sua aptidão e capacidade
VII - estágio probatório: os 3 (três) primeiros

6.
para o exercício das atribuições inerentes ao cargo
anos de efetivo exercício nos cargos das clas- 15
que ocupa, por intermédio dos seguintes critérios:
ses a que se referem os incisos I e II do artigo 1º
.
I - assiduidade;
20

desta lei complementar. II - disciplina;


-4

III - capacidade de iniciativa;


Não há muita necessidade de que o aluno memo-
ra

IV - produtividade;
rize o número de referências e graus que os cargos
ei

V - responsabilidade.
liv

possuem, embora seja de simples aprendizado. Cita-se Art. 8º Decorridos 30 (trinta) meses do período
O

o art. 3º para que o aluno entenda a promoção e a pro- de estágio probatório, o responsável pela área de
gressão na carreira, o que também está citado no Ato
de

Recursos Humanos da Defensoria Pública do Esta-


Normativo DPG 55, de 2011. do encaminhará à Comissão Técnica, no prazo de
os

A progressão acontecerá nos graus da mesma refe- 30 (trinta) dias, relatório circunstanciado sobre a
am

rência de padrão salarial, é horizontal. Exemplifican- conduta e o desempenho profissional do servidor,


do, o servidor está na referência 1, grau 1 e progride com proposta fundamentada de confirmação no
R

para a referência 1, grau 2 e assim sucessivamente. cargo ou exoneração.


e
m

Na promoção o servidor muda de referência de § 1º A Comissão Técnica poderá solicitar informa-


er

padrão remuneratório, passa do padrão 1, grau 6 (por ções complementares para referendar a proposta
lh

exemplo), para a referência 2, grau 1, altera-se a referên- de que trata o “caput” deste artigo.
ui

cia, é vertical. Pode ocorrer de o vencimento na referên- § 2º No caso de ter sido proposta a exoneração,
G

cia 1, grau 6 ser maior do que o da referência 2, grau 1. a Comissão Técnica abrirá prazo de 10 (dez) dias
Nessas situações a promoção ocorrerá para a referência para o exercício do direito de defesa do interessa-
2 e para o grau que corresponda ao vencimento imedia- do, e decidirá pelo voto da maioria absoluta de seus
tamente superior ao recebido antes da promoção. membros.
Pode parecer um pouco confuso, mas se o alu- § 3º A Comissão Técnica encaminhará ao Defensor
no souber que a progressão é horizontal e dá-se na Público-Geral do Estado, para decisão final, propos-
mudança de grau dentro da referência, e que promo- ta de confirmação ou de exoneração do servidor.
ção é vertical e há alteração na referência, já acerta § 4º Os atos de confirmação ou de exoneração deve-
90% das questões sobre o tema. rão ser publicados pela autoridade competente até
Quanto ao estágio probatório, o aluno perceberá o penúltimo dia do estágio probatório.
que a presente lei diz 3 anos, mas outro diploma nor-
mativo do edital traz “36 meses”, o que pode causar Os critérios de avaliação para o estágio probatório
estranheza. 36 meses e três anos correspondem ao constam em mais de uma lei do edital, o que refor-
mesmo período, de modo que esse não será o erro de ça a necessidade de memorizar os 5: assiduidade;
uma questão ou pegadinha. Ambas as expressões, se disciplina; capacidade de iniciativa; produtividade e
334 aparecerem na prova, estarão corretas. responsabilidade.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Seis meses antes de encerrado o estágio probatório,
o responsável pelo RH da DPESP enviará à Comissão DELIBERAÇÃO CSDP Nº 111, DE 9 DE
Técnica o relatório de conduta do servidor, sugerin- JANEIRO DE 2009, E ALTERAÇÕES
do a confirmação ou exoneração. O RH envia apenas
uma proposta fundamentada, não é o setor que deter- A Deliberação CSDP nº 111, de 2009, dispõe sobre
minará a exoneração ou confirmação do servidor. o Regimento Interno dos servidores públicos da
Se confirmado no cargo (aprovado no estágio pro- Defensoria Pública do Estado de São Paulo.
batório), o servidor fará jus a uma progressão auto- Por não ser considerado um “Estatuto dos servido-
mática. Frisa-se que será progressão automática após res da DPSP”, esse Regimento não disciplina sobre os
o probatório; excelente questão para a banca afirmar mesmos assuntos do Estatuto dos Servidores Públicos
que haverá promoção após a confirmação, o que esta- de São Paulo quanto à sua forma, mas seu conteúdo
rá incorreto. (sua matéria) é similar. Isso porque as matérias a
seguir encontram-se dispostas em várias legislações
Art. 14 Os cargos de direção, bem como as funções distintas em diferentes âmbitos da Federação. Por
de gerência e supervisão previstos nesta lei comple- isso, faremos menção tanto à Constituição Federal, de
mentar comportam substituição, desde que o perío- 1988, como à Lei Federal nº 8.112, de 1990 (regime dos
do de afastamento seja igual ou superior a 15 servidores públicos civis da União), e também da Lei
(quinze) dias. Estadual nº 10.261, de 1968 (Estatuto dos Servidores
§ 1º Durante o tempo em que exercer a substitui- Públicos de São Paulo) quando for necessário.
ção, o servidor fará jus à diferença entre o valor Dada a multiplicidade de leis, em âmbitos dife-
do padrão ou referência do cargo de que é titular, rentes da Federação, é comum o candidato questio-
acrescido dos adicionais por tempo de serviço e nar qual lei deve utilizar para responder questões de
sexta-parte dos vencimentos, se for o caso, e o valor provas. Primeiramente, é importante ressaltar que lei
da referência do cargo em comissão, acrescido das federal não se sobrepõe a lei estadual e vice-versa. O
mesmas vantagens. Estatuto dos Servidores Públicos da União é aplicável,
§ 2º Quando se tratar das funções previstas no arti- sim, ao regime jurídico dos servidores estaduais, des-
go 13 desta lei complementar, o servidor fará jus de que não apresente conteúdo incompatível com o
ao valor da gratificação “pro labore” fixada para a seu regime jurídico.
função substituída, durante o tempo que a desempe-
nhar, observado o disposto no “caput” deste artigo.
Importante!

60
Os cargos efetivos são apenas os de Agente e Ofi-
Complementando o parágrafo anterior, durante a

8-
cial de Defensoria, conforme visto no início da lei. Os
prova, o candidato deve se ater ao que a pergunta

48
demais cargos comissionados são cargos de direção, é
diz. A grande maioria das questões delineiam a

6.
sobre eles que o artigo acima trata.
Informação de suma importância para a prova é
15
legislação que deve ser utilizada para responder
à questão. Procure por expressões como “nos
.
20

o prazo de afastamento que ensejará substituição dos


termos da Constituição Federal”, “segundo a Lei
-4

cargos. Apenas afastamentos iguais ou superiores a 15


nº 8.112, de 1990”, e “com base no Regimento
dias ensejam substituição do cargo de direção, mesmo
ra

Interno dos Servidores [...]”, entre outros.


ei

que por pouco prazo.


liv

Atenção para o “igual a 15 dias”, pois a probabi-


O

lidade de uma questão sobre esse artigo abordar o Disposições Preliminares


de

prazo é muito grande, principalmente suprimindo o


“igual”, afirmando que apenas afastamentos superio-
os

Inicialmente, o art. 1º traz-nos as finalidades pelas


res a 15 dias comportarão substituição, o que estará quais foi criado o referido Regimento Interno. Obser-
am

incorreto, pois superior a 15 dias é de 16 em diante. ve que cada um dos incisos desse artigo apresenta
R

uma das grandes matérias do regime jurídico dos ser-


e

vidores. Essas grandes matérias são:


m

Art. 15 A progressão será realizada anualmente,


er

mediante processo de avaliação de desempenho, até


lh

o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do total z os direitos, as atribuições, os deveres, as vedações
ui

de servidores de cada uma das classes previstas nos e os impedimentos aplicáveis aos servidores da
G

incisos I e II do artigo 1º desta lei complementar. Defensoria Pública;


z o acompanhamento do estágio probatório e apu-
O artigo acima foi alterado em 2019, atualização ração de faltas funcionais, isso é, o seu regime
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

extremamente recente. Até a alteração ocorrida em disciplinar;


2019, o limite para progressão era de 20% para cada z a preservação da imagem da Defensoria Pública e
uma das classes de Agente e Oficial. Muita atenção na proteger a reputação de seus servidores;
porcentagem acima, pois em outro diploma normati- z a apuração da responsabilidade da Defenso-
vo o aluno verá o limite de 20%, o que foi revogado ria Pública diante de terceiros gerada por con-
dutas inadequadas e que caracterizam como
pelo art. 15 supramencionado, mas é provável que a
transgressões.
banca explore esse conteúdo.
Chega-se ao fim do estudo da Lei Complementar
Art. 1º O  Regimento Interno dos Servidores da
nº 1.050, de 2008. Conforme dito, trata-se de uma lei Defensoria Pública do Estado de São Paulo é apli-
pequena, sem maiores complexidades, mas é necessá- cável a todos os servidores da Defensoria Pública,
rio que o aluno saiba o que está neste material, sendo efetivos e titulares de cargos em comissão, e tem
o suficiente para uma excelente prova. por objetivos: 335
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
I – estabelecer e consolidar os direitos, as atribui- z ou requisitar um servidor ocupante de um cargo
ções, os deveres, as vedações e os impedimentos dos da Administração Indireta (uma autarquia) para
servidores da Defensoria Pública; ocupar o referido cargo;
II – estabelecer e consolidar as normas relativas z ou ainda escolher um particular, fora dos quadros
aos procedimentos que deverão ser adotados para públicos, para ocupar o cargo, ressalvado apenas o
o acompanhamento do estágio probatório e apura- percentual mínimo reservado para os servidores
ção de faltas funcionais; de carreira.
III – preservar a imagem da Defensoria Pública e
a reputação dos servidores, cuja conduta esteja Mas cuidado: mesmo que a autoridade possa
de acordo com as normas éticas previstas neste nomear um particular para ocupar um cargo em
Regimento; comissão, a jurisprudência restringe bastante essa
IV – salvaguardar a Defensoria Pública do Estado liberdade de escolha. A Súmula Vinculante nº 13, do
da ineficiência administrativa, do desperdício de STF, veda o que é conhecido por nepotismo no funcio-
recursos e tempo, e de responsabilização peran-
nalismo público, ao dispor:
te terceiros, gerada por condutas eventualmente
inadequadas.
Súmula Vinculante n° 13 A nomeação de cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral
Observe também que o Regimento Interno não faz ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
uma distinção entre os servidores ocupantes de cargo autoridade nomeante ou de servidor da mesma pes-
de provimento efetivo dos servidores ocupantes de soa jurídica investido em cargo de direção, chefia
cargo em comissão. Isso também pode ser subenten- ou assessoramento, para o exercício de cargo em
dido pela leitura do art. 2º, o qual também considera comissão ou de confiança ou, ainda, de função gra-
como “servidor da Defensoria Pública” os emprega- tificada na administração pública direta e indireta
dos requisitados ou cedidos de outro órgão. em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
Art. 2° Para efeitos deste Regimento, são generi- o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
camente denominados Servidores da Defensoria
Pública do Estado os servidores públicos civis em
exercício, os ocupantes de cargos em comissão e os Essa nomeação viola princípios constitucionais da
servidores ou empregados requisitados ou cedidos impessoalidade e do tratamento isonômico dos parti-
de outros órgãos públicos. culares. Nesse mesmo sentido dispõe o texto do art.
20:

60
Mesmo que o Regimento Interno não faça uma

8-
distinção, entende-se ser importante tratar sobre Art. 20 O provimento dos cargos comissionados do

48
quadro de apoio da Defensoria atenderá a critérios
essas duas formas de nomeação para cargos públicos.

6.
objetivos relacionados à capacidade técnica dos
Sendo elas: em caráter efetivo, para os cargos estru- 15
interessados, sendo vedada a nomeação de cônjuge,
turados em carreira; ou em comissão, para os cargos
.
companheiro, ou parente, em linha reta, colateral
20

comissionados, de livre provimento e exoneração. ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, membros
-4

Vamos tratar primeiro dos cargos em comissão. da Instituição que exerçam cargo em comissão ou
ra

Eles estão inseridos no grupo das “funções de confian- função de confiança do Defensor Público-Geral.
ei

ça”. Seu aspecto mais característico é o fato de que o Parágrafo único. Para cumprimento do disposto
liv

seu ingresso para esse tipo de cargo não necessita de no  caput  a Coordenadoria Geral de Administra-
O

aprovação em concurso público. Por isso, costuma- ção deverá manter um banco de currículos, a cujo
de

mos dizer que os cargos comissionados são cargos “de acesso, para inclusão, deve ser conferida ampla
publicidade.
os

livre provimento e exoneração”.


Isso porque os cargos em comissão são providos
am

por livre nomeação da autoridade competente. Sig- A nomeação para cargo de provimento efetivo,
R

por sua vez, é aquela em que o administrador deve


nifica que a autoridade tem uma grande margem
e

analisar as qualidades técnicas dos candidatos, que


m

de liberdade na escolha do servidor ocupante desse


sempre dependem de uma prévia aprovação em
er

cargo. Assim, ainda que apresentando uma lista de


exame de concurso público. São critérios mais obje-
lh

candidatos que preenchem alguns requisitos míni-


ui

tivos daqueles utilizados para nomeação em cargo


mos, a autoridade nomeante pode utilizar de crité-
G

comissionado. Para o ingresso nesse tipo de cargo o


rios mais subjetivos, baseados no voto de confiança
candidato deve, além de preencher alguns requisitos
que a autoridade tem pelo candidato. Justamente pelo habilitatórios, buscar uma posição favorável na clas-
fato de o cargo em comissão ser geralmente criado sificação geral, pois o administrador apenas deverá
para as funções de direção, chefia, e assessoramento, preencher esse cargo com o indivíduo que possua as
não há a necessidade de abrir concurso público para melhores capacitações técnicas.
preenchê-los. O texto do art. 20, do Regimento Interno, apre-
Apesar de não termos essa noção pela leitura do senta uma pequena incongruência ao dispor que o
Regimento Interno, na prática há uma maior margem provimento de cargos comissionados deve atender
de liberdade na escolha do servidor ocupante do car- “critérios objetivos relacionados à capacidade técnica
go em comissão. Por exemplo: para preencher o cargo dos interessados”. Por mais que o dispositivo legal atri-
de chefia de uma repartição pública, pode a autorida- bua critérios técnicos, é inegável que o provimento de
de competente escolher: cargos comissionados segue critérios mais subjetivos
do que os critérios para provimento de cargo efetivo.
z ou um servidor integrante da sua própria reparti- Lembre-se que apenas nos cargos de provimento efe-
336 ção para ocupar o cargo; tivo se exige a prévia aprovação em concurso público.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
DA SELEÇÃO E FORMAÇÃO CONTINUADA DO A Administração pode até demorar um certo perío-
SERVIDOR do para realizar a sua nomeação, mas a conquista do
seu direito faz com que você não seja preterido por
Da Investidura no Cargo Público: Concurso Público, outra pessoa. Não pode, por exemplo, o Poder Público
Posse e Exercício realizar novo concurso público e aprovar “novos can-
didatos”, e também não pode ocupar essa 100ª vaga
Investidura no cargo público corresponde a com um trabalhador temporário.
sequência de etapas que o candidato deve passar para, Destarte, a jurisprudência vem tratando com fre-
finalmente, ocupar o cargo público. Aqui, o cargo já quência sobre a matéria. Em 2011, o STF, durante o
está criado (ou provido), resta que alguém o ocupe. julgamento do recurso extraordinário RE nº 598.099,
que teve como vencedor o voto do relator, o Ministro
De início, o Regimento Interno dispõe sobre a for-
Gilmar Mendes, decidiu que “a aprovação em concur-
ma de ingresso nos cargos de provimento efetivo da
so público dentro do número de vagas previstas no edi-
Defensoria Pública em seu art. 19. As classes previstas
tal gera direito público subjetivo à nomeação”.
nos incisos I e II, do art. 1º, da Lei Estadual nº 1.050,
Uma vez aprovado nas etapas do concurso, deve o
de 2008 (Quadro de Servidores da DPSP) mencionados candidato assinar termo de posse. A posse é o ato pelo
no caput desse dispositivo fazem alusão aos cargos de qual a pessoa é investida em cargo público, aceitan-
Oficial de Defensoria Pública e Agente de Defensoria do expressamente as atribuições, deveres e responsa-
Pública, respectivamente. bilidades, assumindo o compromisso de bem servir,
formalizado com a assinatura do termo pela autorida-
Art. 19 O ingresso nos cargos das classes previstas de competente e pelo empossado. É a posse o ato que
nos incisos I e II do artigo 1º da lei complementar completa e formaliza a investidura do cargo público.
estadual nº 1050/08 far-se-á no padrão inicial da A posse apresenta prazo para ser efetuada. Caso o ser-
respectiva classe, mediante concurso público de vidor seja aprovado em concurso público, mas não assine
provas ou de provas e títulos, observados os requi- termo de posse na data marcada, ele poderá ser exonera-
sitos mínimos previstos na mesma lei. do automaticamente, sendo o seu sucessor na classifica-
§ 1º O edital dos concursos públicos deverá, em ção geral convocado para assinar o termo de posse.
consonância com ato do Defensor Público-Geral, A posse deve ser feita, preferencialmente via assi-
prever requisitos específicos, bem como a destina- natura direta e pessoalmente pelo candidato, embora
ção dos cargos de acordo com as áreas de atuação a legislação federal prevê que a posse pode se dar por
estabelecidas nos artigos 7º e 12 da lei complemen-
procuração específica, quando se tratar de funcioná-
tar nº 1050/08.
rio ausente do País ou do Estado, ou em casos espe-
§ 2º As providências necessárias à contratação de

60
ciais, a juízo da autoridade competente.
empresa especializada para realização do certame

8-
Já empossado, o servidor público deve entrar em
caberão à Coordenadoria Geral de Administração.

48
efetivo exercício. Entrar em efetivo exercício signifi-

6.
ca, basicamente, que o servidor público deve “sentar
O concurso público será de provas ou de provas 15
na cadeira” e começar a exercer as atribuições de seu
e títulos, podendo ser realizado em duas etapas con-
.
20
cargo. Assim como na posse, o servidor também possui
forme dispuseram a lei e o regulamento do respectivo prazo para entrar em efetivo exercício. Caso ele não
-4

Plano de Carreira. O concurso público tem por esco- comece a exercer suas atribuições no prazo demarca-
ra

po, justamente, classificar os candidatos de modo que do, será automaticamente exonerado do cargo.
ei

a Administração possa escolher, dentre um grande


liv

número de interessados, aqueles que estão mais aptos Da Formação Continuada: Estágio Probatório e
O

a ocupar o referido cargo público. Avaliação Periódica de Desempenho


de

A Administração trabalha muito com a noção de


os

excelência na prestação de serviços públicos: ela não Os servidores públicos não adquirem a estabilida-
am

pode contratar qualquer pessoa para trabalhar para de assim que começam a exercer suas funções. Antes
ela, devendo escolher somente o “melhor dos melho- disso, ele passa por alguns períodos, os quais são
R

res”. Por isso, o concurso público possui etapas elimi- constantemente avaliados em aspectos como o com-
e
m

natórias (que retiram os candidatos que não passam portamento pessoal e a efetividade na prestação de
er

em um exame), e etapas classificatórias (que separa serviços. Essas avaliações são essenciais não apenas
lh

os candidatos aprovados baseado nas notas que cada para a aquisição de sua estabilidade no cargo, mas as
ui

um obteve nas provas). suas notas finais também servirão de critério para a
G

O concurso público possui validade, embora o sua progressão na carreira.


Regimento Interno não apresente esse conteúdo. Uti- No caso específico dos servidores da Defensoria
Pública, o Diretor da Escola da Defensoria deverá
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

lizaremos o prazo comum dos concursos públicos em


âmbito federal, o qual é de dois anos, sendo prorrogá- apresentar ao Conselho Superior, até o final do pri-
vel uma única vez, por mais dois anos. meiro trimestre de cada ano, o planejamento relativo
O fato de o concurso público possuir um prazo de à implementação de política de formação continuada
dos servidores (art. 21). Assim, incumbe ao Diretor
validade é muito importante, principalmente para os
da Escola de Defensoria apresentar os critérios pelos
candidatos que foram aprovados, mas que ainda não
quais os candidatos recém aprovados serão analisa-
foram nomeados. Enquanto houver candidato apro-
dos para a obtenção de estabilidade.
vado em concurso anterior com prazo de validade
não expirado, não pode ser aberto novo concurso. Art. 21  O  Diretor da Escola da Defensoria deverá
Na prática isso significa que, se você prestou um apresentar ao Conselho Superior da Defensoria
concurso público com um número de 100 vagas dis- Pública, até o final do primeiro trimestre de cada
poníveis e foi aprovado na classificação geral em 100º ano, o planejamento relativo à implementação de
lugar, você tem direito a ser nomeado para essa vaga. política de formação continuada dos servidores. 337
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O primeiro período que o servidor deve passar é O estágio probatório inicia-se com o efetivo exer-
denominado de estágio probatório. O estágio proba- cício do servidor no cargo. De forma que, assim que o
tório tem previsão no art. 23: servidor ocupar o cargo e começar a exercer as suas
atribuições, será computado o período de estágio pro-
Art. 23 Os servidores referidos nos incisos I e II batório. Durante esses trinta e seis meses, o servidor
do artigo 1º da Lei Complementar nº 1.050, de 24 passará a ser avaliado com base nos critérios defini-
de junho de 2008, estarão sujeitos à avaliação
dos nos incisos 23.
especial de desempenho decorrente do estágio
Em um período de seis meses, haverá uma ava-
probatório, nos primeiros trinta e seis meses de
atividade a partir do início do exercício, verifican- liação do servidor em provação, que deverá alcan-
do-se a aptidão e capacidade para o exercício çar desempenho regular, bom, ou ótimo para a sua
das atribuições inerentes ao cargo. manutenção no serviço público. É isso o que dispõe o
§ 1º A avaliação da aptidão e capacidade para o texto do art. 25.
exercício das atribuições inerentes ao cargo será
realizada com base nos seguintes critérios: Art. 25 A avaliação será promovida semestral-
I - assiduidade - refere-se a faltas, atrasos e saí- mente pela área de Recursos Humanos da Defen-
das antecipadas, devidamente registradas no soria Pública do Estado, com base nos critérios
livro-ponto; indicados no § 1º do artigo 23 deste Regimento,
II - disciplina - verifica a integração às regras, nor- desdobrados na planilha de avaliação do Anexo
mas e procedimentos, a pontualidade na prestação
I, orientada pelos relatórios mensais disciplina-
das tarefas atribuídas e confere a urbanidade no
dos pela Coordenadoria Geral de Administração e
trato com as pessoas;
elaborados obrigatoriamente pelos servidores da
III - capacidade de iniciativa – talento e aptidão
para proposição de soluções regulares aos proble- Instituição.
mas enfrentados na lida; § 1º A avaliação pautar-se-á nos conceitos insufi-
IV - produtividade - analisa o cumprimento dos ciente, deficiente, regular, bom e ótimo, atribuídos
deveres, o interesse e a disposição na prestação a cada um dos critérios definidos pelo § 1º do artigo
das atividades e a qualidade na apresentação do 23.
trabalho; § 2º Serão considerados aprovados na avaliação
V - responsabilidade – trata da utilização econô- especial de desempenho os funcionários que obti-
mica e conservação de materiais e equipamentos, verem conceito regular, bom ou ótimo em todas as
da capacidade de assimilar e aplicar os ensinamen- avaliações periódicas.
tos, a organização e a eficiência na prestação das § 3º A avaliação insuficiente ou deficiente deman-
atribuições. dará orientação, readaptação, submissão a treina-

60
mentos e capacitações obrigatórias e a alteração

8-
Dispõe o referido artigo que o servidor nomeado de atribuições, consoante decisão da Comissão

48
para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a está- Técnica.

6.
gio probatório, durante o período de 36 meses (ou 3 § 4º A Comissão Técnica poderá sugerir a reclas-
anos), sendo observado o atendimento dos requisitos
15
sificação do funcionário público em estágio proba-
.
20

necessários à confirmação do servidor nomeado em tório, cabendo a decisão ao Conselho Superior da


-4

virtude de concurso público. Defensoria Pública.


Esses requisitos que serão utilizados na avaliação § 5º A avaliação insuficiente ou deficiente em
ra

do servidor estão previstos nos incisos do parágrafo 1º algum dos critérios poderá ser considerada sana-
ei

do mesmo artigo. São, de modo geral, a assiduidade, da, aproveitando-se o estágio probatório, caso seja
liv

a pontualidade, a produtividade, a disciplina; entre suficiente a aplicação das medidas elencadas nos
O

outros. parágrafos 3º e 4º deste artigo.


de

A averiguação do estágio probatório será feita por


os

uma Comissão criada especialmente para esse fim, em Uma vez aprovado nas avaliações do estágio pro-
am

conjunto com o Departamento de Recursos Humanos. batório, o servidor que ingressa no seu cargo inicial,
Essa Comissão será constituída pelo ato do Defensor finalmente adquire estabilidade. Porém, ele deve con-
R

Público-Geral do Estado, e as suas principais atribui- tinuar exercendo suas atribuições com proeza e efi-
e
m

ções estão previstas nos incisos do art. 24: ciência, sob o risco de perder a manutenção de sua
er

estabilidade. Isso porque o estágio probatório não é o


lh

Art. 24 O período de estágio probatório será acom- único “empecilho” do servidor da Defensoria Pública:
ui

panhado por Comissão Técnica constituída por Ato


como condição para aquisição da estabilidade, é obri-
G

do Defensor Público-Geral do Estado, em conjun-


to com o Departamento de Recursos Humanos da gatória, também, a aprovação em avaliação especial
Coordenadoria Geral de Administração da Defenso- de desempenho pela equipe de Recursos Humanos.
ria Pública do Estado e as Coordenadorias Regio- O que difere a avaliação de desempenho do estágio
nais e demais órgãos aos quais os funcionários probatório é a sua frequência: o estágio probatório é
estiverem subordinados, que deverão: um período que ocorre apenas uma vez, enquanto a
I - propiciar condições para a adaptação do servi- avaliação periódica de desempenho ocorre inúmeras
dor ao ambiente de trabalho; vezes, de forma periódica como o próprio nome diz.
II - orientar o servidor no desempenho de suas Além disso, as avaliações de desempenho são insti-
atribuições;
tuídas, segundo o art. 30, para os servidores públicos
III - verificar o grau de adaptação ao cargo e a
necessidade de submeter o servidor à programa de ocupantes de cargos comissionados, e para os servido-
treinamento; res que já estão confirmados na carreira.
IV - sugerir a alteração das atribuições do servidor
e a reclassificação; Art. 30 Os servidores públicos comissionados e os
V - propor a exoneração do servidor com a devida já confirmados na carreira, estarão sujeitos à ava-
338 justificativa. liação periódica de desempenho anual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 31  No final de outubro de cada ano, a Coor- DA ASCENSÃO FUNCIONAL
denadoria Geral de Administração, por intermédio
do responsável pela área de Recursos Humanos, O Regimento Interno não trata do tema referente
encaminhará à Comissão Técnica prevista no arti-
as formas de provimento nos cargos públicos. Doutri-
go 24 desta Deliberação, no prazo de 30 (trinta)
dias, relatório circunstanciado sobre a conduta e
nariamente, existem diversas formas de provimento
o desempenho profissional do servidor, se o caso, as quais costumam ser divididas quanto ao tipo de
com proposta fundamentada de orientação, trei- vínculo que o servidor possui com a Administração
namento, capacitação, alteração de atribuições ou Pública. Assim, temos dois tipos de formas de provi-
reclassificação. mento: originário e derivado.
§ 1º A Comissão Técnica poderá solicitar informa- A única forma de provimento originário existente
ções complementares para referendar a proposta
no funcionalismo público é a nomeação. Essa é, tam-
de que trata o “caput” deste artigo.
bém, a forma mais comum de provimento de cargos
§ 2° A Comissão Técnica decidirá sobre a necessida-
de de reorientação, treinamento, capacitação, alte- na Administração Pública. Para ser nomeado para o
ração de atribuições ou reclassificação. cargo vago, o candidato interessado deverá passar
§ 3º No caso de ter sido proposta sanção admi- pelo procedimento de investidura, já mencionado
nistrativa, por se patentear infração disciplinar anteriormente. A nomeação é forma de provimento
evidenciada na avaliação periódica, a Comissão originário pelo fato de que, antes de seu ingresso, o
Técnica decidirá sobre a remessa à Corregedoria- candidato e o ente público não possuíam nenhum tipo
-Geral de representação contra o funcionário.
de vínculo jurídico estabelecido.
As formas de provimento derivado são as hipóte-
Outra distinção importante, especificamente para
os servidores da Defensoria Pública, é que as avalia- ses em que um servidor já ocupante de cargo públi-
ções periódicas de desempenho são mensuradas em co, por diversos motivos, passa a ocupar outro
nota numérica. Sendo assim, os servidores da DPSP cargo. São os casos, por exemplo:
têm as suas capacitações avaliadas em nota variável
entre 0 a 100 pontos, e a sua aprovação depende dos z da movimentação de servidor para ocupar um
servidores obterem nota igual ou superior a 50 pon- cargo mais compatível com alguma limitação que
tos. É isso o que dispõe o texto dos parágrafos do art. tenha sofrido em sua capacidade física ou mental
32: verificada em inspeção médica (readaptação);
z o retorno de servidor para a atividade pelo can-
Art. 32 Aplica-se à avaliação periódica de desem- celamento de sua aposentadoria por invalidez

60
penho o sistema de avaliação do estágio probatório
(reversão);

8-
previsto no Capítulo IV - Regulamentação do Está-
z o retorno de servidor ao serviço público em decor-

48
gio Probatório, naquilo que couber.
rência de decisão administrativa definitiva ou

6.
§ 1º A avaliação continuada referida neste capítulo
pautar-se-á em atribuição de notas em escala cres- .15
sentença judicial transitada em julgado, com res-
cente, do pior ao melhor desempenho, de 0 (zero) a sarcimento de prejuízos resultantes do afastamen-
20

100 (cem) pontos, atribuídos a cada um dos crité- to (reintegração).


-4

rios definidos pelo artigo 23.


ra

§ 2º Serão considerados aprovados na avaliação


Por outro lado, o Regimento Interno busca apre-
ei

de desempenho os funcionários que obtiverem


sentar as formas de ascensão do servidor da DPSP. A
liv

nota igual ou superior a 50 (cinqüenta) pontos na


ascensão funcional somente pode ocorrer com ser-
O

média de todas as provas componentes da avalia-


vidores ocupantes de cargo efetivo em carreira. Tal
de

ção periódica.
§ 3º A avaliação inferior a 50 (cinqüenta) pontos benefício não é aplicável aos servidores ocupantes de
os

na média das provas demandará reorientação, cargo comissionado pelo fato de que os cargos comis-
am

readaptação, submissão a treinamentos e capaci- sionados são todos isolados, ou seja, não estão postos
tações obrigatórias e a alteração de atribuições,
R

em níveis e classes distintas.


consoante decisão da Comissão Técnica.
e

As formas de ascensão funcional eram três: a


m

§ 4º A Comissão Técnica poderá sugerir a reclassifi-


promoção, o acesso e a transferência. Ocorre que a
er

cação do funcionário público, cabendo a decisão ao


lh

Conselho Superior da Defensoria Pública. legislação federal acabou alterando o regime jurídico
ui

§ 5º A avaliação nos moldes do § 3º em algum dos dos servidores públicos no âmbito federal, e o refe-
G

critérios poderá ser considerada sanada, caso seja rido Estatuto (Lei nº 8.112, de 1990) não prevê mais
suficiente a aplicação das medidas elencadas nos as hipóteses de acesso e transferência, por serem
parágrafos 3º e 4º deste artigo.
consideradas inconstitucionais. Entendemos que as
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

hipóteses de acesso e transferência não são aplicadas


É evidente que o servidor público não pode passar
ao regime dos servidores estaduais e, consequente-
por múltiplos períodos de provação: a sua aprovação
em um período o torna capaz para continuar exercendo mente, aos servidores da DPSP.
suas atribuições no cargo que ocupa. Mas, a existência A vedação ao acesso e à transferência está de acor-
das avaliações de desempenho serve para que o servi- do com o texto do enunciado da Súmula Vinculante nº
dor não se acomode no cargo e deixe de cumprir suas 43, do STF, ao dispor que:
tarefas com a diligência e eficiência mínima exigida.
O servidor que não for aprovado em estágio proba- É inconstitucional toda modalidade de provimen-
tório, ou de igual modo, na avaliação de desempenho, to que propicie ao servidor investir-se, sem prévia
será exonerado de seu cargo. Mas se ele já for estável aprovação em concurso público destinado ao seu
(não pode ser exonerado), será reconduzido ao cargo provimento, em cargo que não integra a carreira na
anteriormente ocupado. qual anteriormente investido. 339
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Com base nesse contexto, o Regimento Interno dis- Os dois últimos requisitos dizem respeito a apro-
põe que as únicas formas de ascensão funcional na vação (50%) em três processos anuais avaliação
carreira, dentro da Defensoria Pública, são duas: a periódica de desempenho, e também a aprovação
progressão, e a promoção. (50%) em uma prova teórica e prática elaborada
pelo Departamento de Recursos Humanos da Coor-
Da Progressão: Critérios de Antiguidade e denadoria Geral de Administração da Defensoria
Merecimento Pública ou de entidade conveniada. Esses dois últimos
critérios mensuram a capacitação laboral e eficiên-
cia do servidor, de modo que somente aqueles que
A progressão é a forma de ascensão funcional con-
são considerados mais competentes (que obtiverem
cedida anualmente, com a devida aprovação do servi-
maior nota) tem direito à progressão no cargo.
dor em avaliação de desempenho. A progressão é uma
forma de passagem de grau do servidor. Há aqui uma
Da Promoção: Critérios de Antiguidade e
alteração apenas sobre uma letra: a nomenclatura do Merecimento
cargo do servidor continua a mesma, dentro da sua
Classe. Por exemplo: é necessário progressão para a A promoção, por sua vez, é a passagem de referên-
passagem de Oficial de Defensoria Pública grau “A” cia dos servidores ocupantes de cargo de Oficial de
para Oficial de Defensoria Pública grau “B”. Defensoria Pública e Agente de Defensoria Pública.
Segundo o texto do art. 33, a progressão deverá A diferença entre a promoção e a progressão consis-
ocorrer anualmente: em um período de 12 meses, te no fato que a promoção é a passagem do servidor
os servidores que alcançarem os requisitos míni- para outra referência, passando a ocupar um cargo
mos podem concorrer a progressão na sua carreira, com denominação distinta, mas ainda dentro da mes-
passando a ocupar um cargo de grau mais elevado, ma classe. Exemplo: é necessária a promoção para a
porém dentro da sua mesma classe. É isso o que dis- passagem de servidor Analista para ocupar o cargo de
põe o texto do art. 33: servidor Adjunto.

Art. 33 A progressão será realizada anualmente, Art. 36 A promoção permitirá a passagem da refe-
mediante processo de avaliação de desempenho rência 1 para a referência 2 dos quadros remune-
previsto no capítulo anterior, até o limite de 20% ratórios dos servidores integrantes das classes
(vinte por cento) do total de servidores de cada previstas nos incisos I e II do artigo 1º da Lei Com-
plementar nº 1.050, de 24 de junho de 2008.
uma das classes previstas nos incisos I e II do
artigo 1º da Lei Complementar nº 1.050, de 24 de

60
junho de 2008.
O art. 37, por sua vez, trata do valor do vencimento

8-
nos casos de promoção. Vejamos:

48
Observe que o texto do dispositivo faz referência

6.
Art. 37 Quando o valor do vencimento do grau “A”
a uma quantidade limite de servidores candidatos à 15
da referência subseqüente for inferior àquele ante-
.
progressão. Isso porque, para evitar um grande cres-
20
riormente percebido, o enquadramento far-se-á no
cimento dos cargos de graus superiores, apenas um grau com valor imediatamente superior.
-4

total de 20% dos servidores que ocupam a Classe de


ra

Oficial de Defensoria Pública e de Agente de Defen- Assim como na progressão, a promoção também
ei

soria Pública podem progredir na carreira a cada necessita do cumprimento de alguns requisitos míni-
liv

ano. mos. Esses requisitos estão previstos nos incisos do


O

Os critérios classificatórios dos servidores candida- art. 38:


de

tos à progressão estão previstos nos incisos do artigo


os

34. Note que há a presença de critérios distintos, como Art. 38 São requisitos para fins de promoção:
am

o tempo em efetivo exercício (critério temporal), e a I - contar, no mínimo, 3 (três) anos de efetivo exer-
cício em um mesmo cargo pertencente às classes
R

aprovação em avaliações periódicas de desempenho


identificadas nos incisos I e II do artigo 1º da Lei
e

(mérito).
m

Complementar nº 1.050, de 24 de junho de 2008;


er

II - ter recebido nota igual ou superior à média dos


Art. 34 Poderão participar do processo de progres-
lh

ocupantes do mesmo padrão em sua classe nas 3


são os servidores que tenham:
ui

(três) últimas avaliações de desempenho;


G

I - cumprido o interstício mínimo de 3 (três) anos III - ser aprovado em avaliação teórica ou práti-
de efetivo exercício no padrão da classe em que seu ca para aferir a aquisição de competências neces-
cargo estiver enquadrado; sárias ao exercício de suas funções na referência
II - obtido avaliação mínima de 50% (cinquenta por superior;
cento) em pelo menos 3 (três) processos anuais de IV - possuir diploma de:
avaliação periódica de desempenho; a) graduação em curso de nível superior relativo à
III - obtido avaliação mínima de 50% (cinquen- sua área de atuação, para os integrantes da classe
ta por cento) em prova teórica ou prova teórica e de Oficial de Defensoria Pública;
prática elaborada pelo Departamento de Recursos b) pós-graduação “stricto” ou “lato sensu”, mestra-
Humanos da Coordenadoria Geral de Administra- do ou doutorado relativo à sua área de atuação,
ção da Defensoria Pública ou entidade conveniada. para os integrantes da classe de Agente de Defen-
soria Pública.
Parágrafo único. Os cursos a que se referem as alí-
O critério referente ao tempo mínimo em efetivo neas “a” e “b” do inciso IV deste artigo e os demais
exercício é denominado de interstício. Segundo o critérios relativos ao processo de promoção serão
inciso I do citado artigo, o interstício para a progres- estabelecidos por resolução da Coordenadoria
340 são é de 3 anos. Geral de Administração.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Observe que os critérios para a apuração da pro- 3) Mediante procedimento de avaliação perió-
moção são um pouco mais rigorosos do que para a dica de desempenho, na forma de lei complemen-
progressão. Isso porque, para fins de promoção, além tar, assegurada ampla defesa: quem não for
do interstício de 3 anos, ele deve demonstrar ter aprovado na avaliação periódica de desempenho
recebido nota igual ou superior à média dos ocu- será exonerado de seu cargo, independentemente
pantes de mesmo padrão em sua classe nas 3 (três) de ter completado o período de efetivo exercício.
últimas avaliações de desempenho; ser aprovado 4) Por excesso de gasto com pessoal: as hipó-
na prova teórica e prática oferecida para demons- teses 1 a 3 estão previstas nos incisos do artigo 41.
trar ter as qualidades necessárias para exercício da Todavia, essa última hipótese encontra-se dispos-
nova função; e apresentar um diploma de gradua- tas no artigo 169, § 3º, II da CF/1988. Sob o aspecto
ção em curso de nível superior, ou de pós graduação orçamentário e financeiro, não pode a Adminis-
lato ou stricto sensu, mestrado ou doutorado rela- tração Pública realizar gastos superiores a aque-
tivo à sua área de atuação. les previstos em seu orçamento anual. Com isso,
havendo a necessidade, é possível, sim, que um ser-
DOS DIREITOS, DEVERES, VEDAÇÕES E vidor estável seja exonerado de seu cargo, apenas
IMPEDIMENTOS por motivos de “balancear” as contas públicas.

Pelo regime estatutário, os servidores públicos Sobre os demais direitos e vantagens, o Regimento
possuem uma grande gama de direitos, prerrogati- Interno costuma dividi-los quanto a sua economicida-
vas, benefícios, vantagens e autorizações, que tornam de. Existem vantagens de natureza pecuniária (que
seu regime jurídico único. Por ora, passemos a ver afetam quanto o servidor ganha), e os de natureza não
os principais direitos e vantagens aplicáveis aos servi- pecuniária. Vamos tratar, primeiro, das vantagens de
dores da Defensoria Pública, iniciando a matéria com natureza pecuniária.
uma análise geral sobre as prerrogativas.
Prerrogativa é qualquer situação de vantagem
Das Vantagens Pecuniárias
obtida pela natureza de um cargo ou de uma função.
No caso dos agentes públicos, existem algumas prer-
rogativas que são comuns para todo e qualquer cargo Das vantagens pecuniárias, devemos estabelecer
público, como também existem algumas prerroga- algumas noções gerais primeiro. Por ora, o candidato
tivas que são mais restritas, exclusivas apenas para deve saber que existem diferentes formas de remu-
determinados cargos. Geralmente, essas prerroga- nerar os servidores públicos. A forma de remune-
tivas mais exclusivas são aplicáveis nos cargos mili- ração mais comum é feita mediante a percepção de
tares e nos cargos de natureza política. A principal vencimentos, mas existem outras, como a parcela

60
prerrogativa aplicada a todos os servidores públicos única denominada subsídios. Apesar de o Regimento

8-
diz respeito à estabilidade. Interno não mencionar de forma específica, entende-

48
A estabilidade é a condição que o servidor público -se que a remuneração dos servidores da Defensoria

6.
atinge após completar alguns requisitos. O seu princi- Pública é paga pelo sistema de vencimentos.
15
pal efeito é que, uma vez estável no cargo, o servidor Vencimento é a retribuição pecuniária mensal
.
20

público não pode ser demitido por razões de conve- devida ao servidor, correspondente ao padrão fixado
-4

niência ou oportunidade pela Administração. Nesse em lei. O vencimento está para o servidor assim como
viés, ela não pode demitir o servidor estável “porque
ra

o saldo de salário está para o empregado sob regime


não quer mais” trabalhar com ele.
ei

celetista.
Segundo o Regimento Interno, o servidor habili-
liv

A remuneração dos servidores estaduais subme-


tado em concurso público e empossado em cargo de
O

tidos a esse sistema se dá pela soma do vencimento


provimento efetivo adquire estabilidade no serviço
de

público ao completar 36 meses (3 anos) de efetivo do cargo, acrescido das vantagens permanentes ou
os

exercício. Uma vez encerrado o seu período de estágio temporárias estabelecidas em Lei. O vencimento do
cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter
am

probatório, ele já adquire estabilidade no cargo.


Isso não significa que, o servidor por manter-se permanente, é irredutível. Essa é uma garantia de
R

estável no seu cargo pode fazer o que quiser, sem ordem constitucional.
e
m

sofrer punição. A estabilidade não lhe dá “carta bran- Em relação as vantagens econômicas, o Regimen-
er

ca” para agir como bem entender. De modo que, o to Interno apenas faz uma menção a esses benefícios
lh

servidor estável ainda pode ser afastado do serviço nos incisos do art. 4º, sem dar maiores explicações. Por
ui

público, com consequente perda do cargo. ora, é importante o candidato conhecer os principais
G

De acordo com o art. 41 da CF, essas hipóteses são benefícios pela leitura do dispositivo na sua íntegra:
as seguintes:
Art. 4° O servidor da Defensoria Pública do Estado
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

1) Por sentença judicial transitada em julga- fará jus às seguintes vantagens pecuniárias:
do: é a forma mais demorada para se demitir um I - adicional por tempo de serviço, de que trata o
servidor, considerando todo o aspecto burocrático artigo 129 da Constituição do Estado, que será cal-
existente no processo judicial. O trânsito em julga- culado à razão de 5% (cinco por cento) por qüin-
do da sentença somente ocorre quando esgotados
qüênio de serviço sobre o valor do vencimento,
todos os recursos cabíveis.
observado o disposto no inciso XVI do artigo 115
2) Mediante processo administrativo em que
lhe seja assegurada ampla defesa. A aplicação da mesma Constituição;
da demissão deve advir de um processo em que se II - sexta-parte;
apura a conduta do servidor transgressor, dando III - salário família;
oportunidade para o mesmo se defender da acusa- IV - décimo terceiro salário;
ção. As regras mais específicas do Processo Admi- V - acréscimo de 1/3 (um terço) das férias;
nistrativo Disciplinar (ou PAD) serão vistas mais VI - ajuda de custo;
adiante. VII - diária; 341
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIII - gratificação “pro labore” a que se refere o arti- Art. 5º São asseguradas ao servidor da Defenso-
go 13 da lei complementar nº 1.050, de 24 de junho ria Pública do Estado as seguintes vantagens não
de 2008; - pecuniárias
IX - outras previstas em lei ou instituídas por nor- I - férias;
ma regulamentar editada pelo Conselho Superior II - licença para tratamento de saúde;
da Defensoria Pública. III - licença por doença em pessoa da família;
IV - licença por casamento;
De modo geral, podemos agrupar todos esses V - licença por luto;
benefícios e vantagens econômicas em quatro cate- VI - licença-maternidade, licença-adoção e licença
gorias distintas: indenizações, auxílios, gratificações paternidade;
e adicionais. VII - licença-prêmio por assiduidade;
VIII - licença para tratar de interesses particulares;
As indenizações são as vantagens pecuniárias
IX - licença para assistência ao filho portador de
concedidas ao servidor público, pelo fato que este
deficiência física, sensorial ou mental;
deve arcar com despesas inesperadas advindas de
X - outras previstas em lei ou em norma regulamen-
uma possível mudança de local de trabalho. Assim, as tar editada pelo Conselho Superior da Defensoria
indenizações são pagas como forma de recompensar Pública.
o servidor pelas despesas que ele teve com transpor- Parágrafo único. O disposto no inciso VIII, não se
te, hospedagem, alimentação, etc. O Regimento Inter- aplica aos servidores ocupantes, exclusivamente,
no faz menção a duas indenizações: ajuda de custo e de cargo em comissão.
diárias.
A ajuda de custo corresponde às despesas de insta- Novamente, percebe-se que o Regimento Interno
lação do servidor que, no interesse do serviço, passa a não se dedica a detalhar todos esses benefícios. Por
ter exercício em nova sede com mudança de domicílio isso, faremos uma análise mais geral das principais
em caráter permanente. A ajuda de custo destina-se a vantagens não econômicas, tendo por início: as férias.
compensar o servidor pelas despesas realizadas com De acordo com a escala organizada pelos dirigen-
seu transporte e sua família, compreendendo passa- tes do setor que cuida do regime de pessoal, todo ser-
gens, bagagens e bens pessoais. As diárias, por sua vidor público civil tem direito a um período de férias
vez, são as despesas pagas pelo deslocamento de ser- na proporção de trinta dias consecutivos ao ano.
vidor para exercício de suas funções em outra locali- O instituto das férias é praticamente o mesmo dos
dade, mas de forma temporária (há previsão de seu empregados celetistas. Para cada 12 meses de traba-
retorno). lho, o servidor tem direito a um período de descanso
Os auxílios são similares às indenizações. Para correspondente há trinta dias.

60
tanto, conduzem as vantagens econômicas concedi- O funcionário não pode desfrutar, por ano, mais

8-
das para, como o seu próprio nome aduz, auxiliar o de dois períodos de férias, salvo por absoluta neces-

48
servidor estadual a prover o seu sustento e o sustento sidade de serviço devidamente justificada. Não pode,

6.
de sua família. A grande diferença dos auxílios para as por exemplo, o servidor pular um período de descan-
15
indenizações é a presença da questão social: os auxí- so para, depois, gozar de 60 dias de férias no ano sub-
.
20

lios são concedidos como uma forma de garantir aos sequente. Mas, como vimos, é uma regra que admite
-4

servidores uma existência com dignidade. O Regi- exceção.


mento Interno dispõe apenas de um auxílio, o salário-
ra

Os incisos do citado artigo fazem menção, tam-


-família. Esse é o benefício concedido ao servidor da
ei

bém, as licenças. Assim, devemos detalhar as licenças


liv

Defensoria Pública cuja base de cálculo depende da que mais costumam cair em questões de prova.
O

quantidade de filhos que ele possui. O servidor que adoecer ou contrair qualquer tipo
de

As gratificações, por sua vez, são vantagens eco- de moléstia que o impossibilite de exercer suas fun-
nômicas concedidas aos servidores públicos pelo ções tem direito a solicitar licença para cuidar de
os

exercício normal das funções inerentes de seu cargo, sua própria saúde, tal como prevê o inciso II. Para
am

ou ainda pelo exercício de outras funções que não tanto, o servidor deverá comprovar que contraiu a
R

fazem parte do espectro de atribuições seu cargo. É mencionada doença ou moléstia. Essa comprova-
e

o caso, por exemplo, da gratificação por exercício de ção é feita mediante inspeção médica realizada pela
m

cargo de direção, chefia e assessoramento; ou ain- própria Junta Médica Oficial ligada à sua repartição
er

da a gratificação natalina. O Regimento Interno faz pública.


lh

menção apenas a gratificação “pro labore” devido aos


ui

Enquanto licenciado, o servidor deixa de traba-


G

gerentes e supervisores das unidades administrativas, lhar, mas continua recebendo sua remuneração de
tal como previsto no art. 13 da Lei Complementar nº forma integral. Não se pode “culpá-lo” por ter con-
1.050, de 2008. traído determinada doença. Por isso, ele tem direito a
Os adicionais devidos aos servidores públicos esta- continuar recebendo sua remuneração.
duais são bem parecidos com os adicionais devidos Ao mencionar a licença por doença em pessoa
aos empregados, nos termos da legislação trabalhista. da família, o Regimento Interno não estabelece o que
O único adicional previsto no mencionado dispositivo ele considera como “pessoa da família” para fins de
é o adicional por tempo de serviço calculado à razão concessão da licença. Para tanto, utilizaremos a legis-
de 5% (cinco por cento) para cada cinco anos de tem- lação federal, a qual considera como pessoa da famí-
po de serviço, sobre o valor do vencimento. lia: o cônjuge ou companheiro, padrasto ou madrasta,
ascendente, descendente, enteado e colateral consan-
Das Vantagens Não Pecuniárias guíneo ou afim até o segundo grau civil.
Da mesma forma que ocorre com a licença ante-
As vantagens dos servidores públicos não são ape- rior, para a concessão da licença por motivo de doen-
nas pecuniárias, pois existem as vantagens de nature- ça em pessoa da família deve também ser realizada
342 za não pecuniária. Vejamos o que dispõe o art. 5º: inspeção médica.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Essa inspeção é realizada pela Junta Médica Oficial. E para que serve um regime disciplinar? De
É também uma licença concedida sem prejuízo dos forma mais objetiva, é esse o regime encarregado de
vencimentos do servidor, o que significa que ele deixa aplicar a disciplina no serviço público. Significa que
de trabalhar, mas continua ganhando a sua remune- tanto a Administração Pública, como toda a socieda-
ração. A licença somente será deferida se a assistência de, espera dos servidores públicos uma conduta impe-
direta do servidor for indispensável e não puder ser cável: eles devem sempre agir segundo o interesse
prestada simultaneamente ao exercício do cargo. público, evitando a prática de atos que causem algu-
As licenças para casamento e luto são autoex- ma vantagem indevida, ou que ensejam no desvio de
plicativas: correspondem a um período concedido ao finalidade. Lembre-se: um dos princípios basilares da
servidor para que ele possa aproveitar a sua comu- Administração Pública, com previsão no caput do art.
nhão com seu cônjuge, ou então para lamentar o fale- 37 da Constituição Federal de 1988 é o princípio da
cimento de um parente próximo. moralidade.
A licença-maternidade é concedida para a ser- Assim, o regime disciplinar possui diversas finali-
vidora gestante. O prazo de duração dessa licença dades, tais como: a) determinar os padrões mínimos
deve ser grande o suficiente para a realização de de ética, moral, respeito e boa-fé a seus servidores, b)
ambas as finalidades. A legislação federal determina determinar o que o servidor deve e não deve fazer,
um prazo mínimo de 120 dias, sem prejuízo em sua enquanto no exercício de suas atribuições, e c) aplicar
remuneração. a sanção disciplinar cabível, quando o servidor não
Do mesmo modo, também será concedida licença age segundo os padrões mínimos de ética, ou quando
à adotante, para a servidora que adotar ou obtiver deixa de praticar um dever indispensável, ou ainda
guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade. O quando pratica uma conduta considerada proibida.
prazo de concessão, segundo a legislação federal, é Os servidores públicos, dada a sua grande impor-
de 90 dias, sem prejuízo de sua remuneração. Já nos tância para as funções de Governo, possuem uma
casos de adoção ou guarda judicial de criança com grande gama de deveres e de vedações, isso é, de con-
mais de 1 (um) ano de idade, o prazo é reduzido para dutas que ele deve fazer, e de condutas que ele está
30 dias, de acordo com o parágrafo único do art. 210 proibido de fazer. O Regimento Interno busca tratar
da Lei nº 8.112, de 1990. desses temas, dispondo primeiro do rol de deveres a
Também será concedida licença-paternidade serem seguidos por todos os servidores da Defensoria
para que o servidor possa passar um tempo com seu/ Pública.
sua filho/a. O seu prazo, contudo, não pode ser tão lon- Esse rol de deveres está previsto nos incisos do art.
go: segundo a legislação federal, a duração da licença- 14 e conduz uma grande lista de deveres. De maneira
-paternidade será de 5 dias consecutivos. que, sua memorização pode ser feita de forma mais

60
A licença-prêmio é prevista pelo inciso VII do eficiente pela leitura do artigo na íntegra:

8-
art. 5º do Regimento Interno. Trata-se de uma licença

48
concedida a cada cinco anos ininterruptos de efetivos Art. 14 Constituem deveres do servidor da

6.
serviços prestados na unidade administrativa onde o Defensoria Pública do Estado, além de outros
15
servidor trabalha. O servidor fará jus a 3 meses de decorrentes das normas e princípios constitucio-
.
20

licença a título de prêmio por assiduidade, com nais e da legislação de regência:


-4

remuneração integral do cargo e função que exercia. I – desempenhar, com zelo e eficiência, as atribuições
Nesse viés, representa uma licença diferenciada, pois do cargo ou função de que seja titular, bem como os
ra

comandos emanados dos superiores hierárquicos;


ei

o seu requisito não consiste na apresentação de um


II - guiar-se pelos valores da probidade, retidão,
liv

documento ou de inspeção média: exige apenas que


lealdade e justiça, escolhendo sempre, quando esti-
O

o servidor tenha exercido suas atribuições por 5 anos


ver diante de duas opções, a melhor e a mais vanta-
de

ininterruptos.
josa para o bem comum e para o interesse público;
Os períodos de licença prêmio já adquiridos e não
os

III - prestar contas aos superiores a respeito de


gozados pelo servidor que vier a falecer, são converti- suas atividades sempre que solicitado;
am

dos em pecúnia e revertidos em favor de seus benefi- IV - prestar aos usuários do serviço público aten-
R

ciários da pensão. dimento de qualidade, tratando-os com cortesia,


e

Por fim, a licença para tratar de interesses par- urbanidade, respeito, disponibilidade e atenção,
m

ticulares é concedida sem vencimentos. Segundo a atentando à capacidade e às limitações de cada


er

legislação federal, a referida licença terá duração de


lh

qual, sem qualquer espécie de preconceito ou dis-


ui

até 3 anos consecutivos, sendo vedada a sua interrup- tinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade,
G

ção, exceto se for feita por interesse da administração. religião, orientação sexual, posição social, dentre
O aspecto mais importante e que costuma ser cons- outras;
tantemente cobrado em questões de prova é que ela V - racionalizar, simplificar e desburocratizar os
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

não pode ser concedida para o servidor que ainda procedimentos, evitando solicitar aos usuários
cumpre período de estágio probatório. O servidor documentos ou diligências prescindíveis à presta-
tem que ser estável para requerer a licença. ção do serviço;
VI - representar aos órgãos competentes contra
o uso indevido de bens e serviços afetos à Admi-
Dos Deveres, Vedações e Impedimentos
nistração Pública e comunicar imediatamente a
seus superiores todo ato que contrarie o interesse
O regime jurídico dos servidores públicos não público;
apresenta somente vantagens (prerrogativas). Já men- VII - ser assíduo ao serviço;
cionamos que o servidor estável não tem “carta bran- VIII - atender às convocações dos órgãos da Admi-
ca” para fazer o que bem entender, e a principal razão nistração Superior;
disso é justamente o fato de que, o tempo todo, essas IX - apresentar-se ao trabalho com vestimentas
pessoas são amplamente fiscalizadas por um rigoroso compatíveis com seu cargo, fazendo uso de unifor-
regime disciplinar. me quando exigido pela Instituição; 343
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X - manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- VIII - desviar recursos humanos e materiais da
balho, seguindo os métodos de organização e distri- Defensoria Pública do Estado para fins particulares;
buição definidos pela Instituição; IX - fazer uso de informações privilegiadas obtidas
XI - cumprir, de acordo com as normas de serviço e no âmbito interno de seu serviço, em benefício pró-
as ordens e instruções superiores, as tarefas de seu prio, de parentes, de amigos ou de terceiros
cargo ou função; X - apresentar-se ao serviço embriagado ou sob
XII - facilitar a fiscalização dos atos ou serviços por influência de substâncias entorpecentes ilícitas;
quem de direito; XI - deixar qualquer pessoa, sem motivo justo, à
XIII - estudar a legislação pertinente à sua área de espera de solução na Unidade em que exerça suas
atuação, em especial no tocante à estrutura admi- funções, permitindo qualquer espécie de atraso na
nistrativa e organizacional da Defensoria Pública e prestação do serviço;
das atividades desempenhadas pelos membros da XII - ausentar-se injustificadamente de seu local de
Instituição; trabalho.
XIV - evitar desperdícios, adotar o padrão de econo- XIII - atribuir a outrem erro próprio;
mia e zelar pela guarda e boa aplicação dos bens e XIV - cometer assédio sexual ou moral;
recursos que lhe forem confiados; XV - submeter usuário, servidor público, membros
XV - resguardar o sigilo sobre o conteúdo de docu- ou estagiários a situação humilhante;
mentos ou informações obtidas em razão do cargo XVI - manter sob subordinação hierárquica cônju-
ou função; ge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
XVI - comunicar imediatamente à Coordenadoria ou afim, até o terceiro grau;
XVII - indicar ou favorecer contratação, para cargo
Geral de Administração o fato de manter participa-
em provimento comissionado ou função derivada
ção societária em entidade civil ou comercial que
de terceirização, cônjuge, companheiro ou parente,
pretenda estabelecer relações comerciais com a
em linha reta, colateral ou afim, até o terceiro grau;
Defensoria Pública;
XVIII - retirar da repartição pública, sem estar
XVII - exercer suas funções com exclusividade na
legalmente autorizado, qualquer documento, livro
Defensoria Pública do Estado, salvo nos casos de
ou bem pertencente ao patrimônio público;
acumulação de cargo previstos em lei.
XIX - deixar de zelar pelo patrimônio e documenta-
XVIII - exercer permanente fiscalização sobre os
ção sob sua responsabilidade;
servidores subordinados.
XX - desacatar ou afrontar, por atos ou palavras,
Parágrafo único. É permitido ao servidor o exer- pessoas com que se relacione em razão do cargo ou
cício não remunerado de encargo de mandatário, função;
desde que não implique a prática de atos de comér- XXI - recusar-se, imotivadamente, a desempenhar as
cio, advocacia ou outros incompatíveis com o exer- funções institucionais para as quais foi designado;

60
cício do cargo ou função, nos termos da lei. XXII - participar da gerência ou administração de

8-
entidade civil ou comercial, ressalvadas as hipóte-

48
As vedações (ou proibições), por sua vez, se tra- ses legais;

6.
duzem em condutas que o servidor não pode, em XXIII - exercer comércio entre os companheiros de
hipótese nenhuma, praticar durante o exercício de serviço;
. 15
20

suas atribuições, porque são condutas negativas, XXIV - receber:


-4

que prejudicam e maculam a imagem e a boa repu- a) salário ou qualquer outra remuneração de fonte
tação não apenas do servidor em si, mas também da privada que esteja em desacordo com a lei ou que
ra

Defensoria Pública como um todo. não tenha sido informada à Defensoria Pública do
ei

Estado;
liv

As vedações estão previstas no art. 15. Nesse âmbi-


b) transporte, hospedagem ou favores de particula-
O

to, a melhor maneira de memorizar essas vedações é


res, de forma a permitir situação que possa gerar
de

pela leitura do dispositivo na íntegra: dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade;


os

XXV - aceitar presentes.


Art. 15 É vedado ao servidor público da Defen-
am

soria Pública do Estado, além daquelas proibições


O que é importante dessas vedações é que, a depen-
R

expressas na legislação de regência:


der da natureza e da sua gravidade, pode ensejar a
e

I - usar o cargo ou função para obter favorecimento


aplicação de uma sanção disciplinar mais branda ou
m

para si ou para outrem;


er

mais severa. Veremos esse tema melhor mais adiante.


II - atentar contra a reputação de outros servidores
lh

O Regimento Interno também busca apresentar


ou de cidadãos;
ui

III - ser conivente com erro ou infração a este um rol de impedimentos para os servidores da Defen-
G

Regimento ou ao Código de Ética de sua categoria soria Pública. Impedimentos são condutas negativas,
profissional; assim como as vedações. A diferença é que a vedação
IV - usar de artifícios para procrastinar ou difi- tem por fundamento uma conduta antiética, contrária
cultar o exercício regular de direito por qualquer à moral e ao decoro que se espera de um funcionário
pessoa; público (critérios objetivos). Os impedimentos, por
V - perseguir, prejudicar ou favorecer usuários, sua vez, são restrições que dizem respeito a pró-
membros, estagiários ou servidores públicos da pria pessoa do servidor, que não pode exercer suas
Defensoria Pública do Estado por motivos de ordem funções normalmente devido a circunstâncias de
pessoal; parentesco e afinidade (critérios subjetivos).
VI - pleitear, provocar, sugerir ou receber ajuda Todos os impedimentos estão previstos nos incisos
financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação do art. 16:
ou vantagem, para si, familiares ou outra pessoa,
com vistas a cumprir sua missão ou influenciar Art. 16 Ao servidor da Defensoria Pública do Esta-
outro servidor para o mesmo fim; do é defeso exercer suas funções em processo ou
VII - alterar ou deturpar o teor de documentos procedimento:
344 públicos; I - em que seja parte ou, de qualquer forma, interessado;
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II - em que tenha atuado anteriormente em defesa A censura é outra sanção branda aplicável quan-
dos interesses da parte, ou tenha desempenhado do o servidor infrator for reincidente de alguma falta
qualquer função fora dos quadros da Defensoria; punível com a sanção de advertência, ou na prática de
III - em que for interessado cônjuge ou companhei- alguma infração mais severa que justifique a aplica-
ro, parente consangüíneo, civil ou afim em linha ção de imediato da censura. Também deve ser aplicá-
reta ou colateral até o terceiro grau; vel por escrito.
IV - em que haja postulado como advogado de quais-
quer das pessoas mencionadas no inciso anterior; Art. 43 A pena de censura será aplicada, por
V - em que qualquer das pessoas indicadas no inci- escrito, ao infrator que, já punido com advertência,
so III tenha funcionado ou haja funcionado naquele vier a praticar outra infração disciplinar que o tor-
expediente; ne passível da mesma pena ou se a gravidade da
infração justificar, desde logo, a aplicação da pena
VI - em que houver dado à parte interessada pare-
de censura.
cer escrito sobre o objeto dos autos;
VII - em outras hipóteses previstas em lei.
A pena de suspensão consiste no afastamento do
Parágrafo único. Os servidores, quando se declara-
servidor infrator de seu cargo, mas de forma tempo-
rem impedidos, deverão comunicar imediatamente
rária. Ela costuma ser aplicada quando o servidor é
o fato, com a motivação adequada, ao superior ime-
reincidente em uma das transgressões puníveis com a
diato, que determinará a substituição a fim de não
pena de censura, ou se a gravidade da infração justifi-
ocasionar prejuízos ao serviço público ou às partes
car a sua aplicação de imediato.
interessadas.
Por ser um afastamento temporário, a suspensão
possui prazo de duração. Embora o Regimento Inter-
Outro aspecto relevante e distinto do impedimento no não disponha desse prazo, entende-se que a pena
é o fato de que o próprio servidor pode declarar seu de suspensão não pode ser superior a 90 dias, pois
impedimento para realizar seus atos normalmente. A esse é o prazo máximo da pena de suspensão na legis-
comunicação de seu impedimento deve ser feita a seu lação federal.
superior hierárquico, o qual deve informar a substi- O que o Regimento Interno dispõe é que a pena de
tuição adequada do servidor, de modo a não causar suspensão não pode ter início durante o período de
prejuízos ao feito. férias ou de licença do servidor, pois esses são perío-
dos em que o funcionário continua recebendo, mesmo
Das Sanções Disciplinares que não esteja trabalhando.

Art. 44 A pena de suspensão será aplicada no


Não cumprindo um dos deveres, ou na ocorrência

60
caso de:
de uma das proibições previstas em Lei, ao servidor I - infrator que, já punido com censura, vier a prati-

8-
será aplicada as seguintes sanções (ou penas) disci- car outra infração disciplinar que o torne passível

48
plinares, na forma do art. 40: da mesma sanção ou se a gravidade da infração jus-

6.
tificar, desde logo, a aplicação da pena suspensiva;
15
Art. 40 Os servidores da Defensoria Pública II - violação de proibições e impedimentos na
.
20

do Estado são passíveis das seguintes sanções Lei 988, de 09 de janeiro de 2006 e no presente
-4

disciplinares: Regimento.
 Parágrafo único. Enquanto perdurar, a suspensão
ra

I - advertência;
acarretará a perda dos direitos e vantagens decor-
ei

II - censura;
rentes do exercício do cargo, não podendo ter início
liv

III - suspensão por até 90 (noventa) dias; durante férias ou licenças.


O

IV - cassação de disponibilidade e de aposentadoria;


de

V - demissão. A pena de demissão, por sua vez, é uma das san-


ções mais severas. Consiste no afastamento do servi-
os

Para aplicar as penas disciplinares, devem ser dor infrator de seu cargo, mas de forma permanente.
am

levados em conta: a natureza e a gravidade da infra- Por causa disso, a pena de demissão somente será
R

ção; os danos ao serviço; e os antecedentes do infra- aplicada quando ocorrer as seguintes transgressões,
e

tor. Vejamos: todas previstas nos incisos do art. 46:


m
er

Art. 46 A pena de demissão será aplicada ao servi-


lh

Art. 41 Na aplicação das penas disciplinares, deve-


dor da Defensoria Pública do Estado nos casos de:
ui

rão ser consideradas a natureza e a gravidade da


I - prática de conduta tipificada como infração
G

infração, os danos que dela provenham para o ser-


viço e os antecedentes do infrator. penal incompatível com o exercício do cargo;
II - prática das condutas previstas no artigo 165
Parágrafo único. Os servidores comissionados,
e 166 da Lei Complementar nº 988/06, quando a
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

a critério do Defensor Público-Geral, poderão ser


infração se der mediante o exercício irregular da
exonerados sem necessidade de motivação ou ins- advocacia;
tituição de procedimento disciplinar. III - abandono do cargo;
IV - procedimento irregular, de natureza grave.
A advertência é uma das sanções mais brandas, § 1º Considerar-se-á abandono de cargo o não com-
sendo aplicável nas transgressões mais leves. Consis- parecimento do servidor ao serviço por mais de 30
te em uma admoestação a ser aplicada por escrito e (trinta) dias.
§ 2º Para os fins previstos no inciso I deste artigo,
devendo constar nos registros pessoais do servidor
consideram-se incompatíveis com o exercício do
infrator. cargo, dentre outras, as infrações penais pratica-
das contra a administração e a fé pública e as que
Art. 42 A pena de advertência será aplicada, por importem lesão aos cofres públicos e dilapidação
escrito, no caso de descumprimento de dever fun- do patrimônio público ou de bens confiados à sua
cional de pequena gravidade. guarda. 345
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
É impossível demitir o servidor que já está aposen- c) por provocação de qualquer pessoa, vedadas a
tado, uma vez que ele não trabalha mais. Por isso, o denúncia anônima e a que não forneça elementos
servidor aposentado não é exonerado, mas sim tem indiciários de infração disciplinar;
a sua aposentadoria cassada, na forma do art. 45. II – de processo administrativo disciplinar, por
Segundo o mencionado dispositivo, a pena de cassa- determinação do Defensor Público-Geral do Estado
ou do Conselho Superior. 
ção de aposentadoria ou de sua disponibilidade
será aplicada quando o servidor praticar uma falta
A sindicância é o procedimento sumário através
sujeita à pena de demissão.
do qual o Poder Público reúne elementos informati-
vos para determinar a verdade em torno de possíveis
Art. 45 A penalidade de cassação de disponibilida-
de ou de aposentadoria será aplicada se o servidor
irregularidades que possam configurar, ou não, ilíci-
houver praticado, quando em atividade, falta passí- tos administrativos.
vel de pena de demissão. Comparando com o processo penal, pode-se afir-
mar que a sindicância é similar à “fase investigati-
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E va”, pois o fim dela não resulta em uma sentença ou
COMISSÃO PROCESSANTE decisão: ela serve primordialmente para apurar o que
ocorreu, e se é necessário instaurar o processo poste-
riormente. Apesar disso, é possível que a sindicância
O Processo Administrativo Disciplinar (ou PAD) é
resulte na aplicação de penas mais brandas como a
o meio perante o qual a autoridade competente apu-
advertência ou a suspensão (mas nunca de demissão).
ra as transgressões cometidas pelos agentes públicos,
Pode-se concluir que a sindicância nada mais é do
aplicando as respectivas sanções. A sua instauração
que uma averiguação sumária promovida no intuito
torna-se imprescindível, pois é a oportunidade que o
de obter informações ou esclarecimentos necessários
servidor acusado tem para defender-se. A aplicação
à determinação do verdadeiro significado dos fatos
da pena de demissão sempre pressupõe um processo denunciados.
disciplinar, que visa garantir o direito ao contraditó- Atenção: a sindicância é uma etapa que pode
rio e à ampla defesa. ocorrer antes do curso do processo ordinário, mas
Nesse mesmo sentido, a Súmula nº 20, do STF: “É não é, necessariamente, uma etapa obrigatória do
necessário processo administrativo com ampla defesa, processo ordinário. A sindicância não é essencial
para demissão de funcionário admitido por concurso”. para o curso do PAD, se a transgressão for considerada
A necessidade de um processo formal é assegura- gravíssima, ela estará sujeita a uma pena que é incom-
da, inclusive, para o servidor em estágio probatório, patível com a sindicância. No caso da transgressão, se

60
conforme dispõe a Súmula nº 21, também do STF: configura automaticamente, não havendo necessida-

8-
de de sua investigação (não pairam dúvidas quanto a

48
Funcionário em estágio probatório não pode ser sua existência).

6.
exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as Enquanto corre o processo disciplinar, seja por sin-
formalidades legais de apuração de sua capacidade. 15
dicância ou por processo ordinário, o servidor pode-
.
20

rá ser afastado preventivamente do serviço quando


-4

Veremos as principais características do Proces- a sua presença pode prejudicar a apuração dos
so Disciplinar dispostas nesse Regimento Interno. A fatos. O afastamento preventivo é disciplinado pelo
ra

autoridade dentro da DPESP que tiver ciência de irre- art. 55, que dispõe que o servidor poderá ser suspenso
ei
liv

gularidades no serviço público é obrigada a promo- de seu serviço pelo prazo máximo de 60 dias, sem pre-
ver a sua apuração imediata, mediante sindicância ou
O

juízo em sua remuneração.


processo disciplinar.
de

Guarde bem esse conceito: o Processo Adminis- Art. 55 Durante a sindicância ou processo admi-
os

trativo Disciplinar (PAD) é o instrumento destinado a nistrativo, o Defensor Público-Geral do Estado, por
am

apurar as responsabilidades do servidor por infração representação do Corregedor-Geral, poderá afastar


o sindicado ou o indiciado do exercício do cargo,
R

praticada no exercício de suas atribuições ou relacio-


sem prejuízo de seus vencimentos e vantagens,
e

nada com o cargo que ocupa. O processo pode ocorrer


m

em procedimento ordinário ou em sindicância. desde que demonstrada a necessidade da medida


er

para a garantia de regular apuração dos fatos. 


lh

Parágrafo único. O afastamento não excederá 60


ui

Da Sindicância
(sessenta) dias, podendo, excepcionalmente,
G

ser prorrogado por até igual período mediante


O processo administrativo é instaurado mediante decisão do Defensor Público-Geral do Estado, pro-
uma Comissão Processante, um órgão especialmente vocada por representação do Corregedor-Geral, se
criado para apurar as condutas irregulares dos ser- mantidas as circunstâncias originais. 
vidores da Defensoria Pública. O seu presidente tem
competência para instaurar tanto a sindicância quan- Da sindicância poderá resultar um de dois cami-
to o processo administrativo disciplinar, tal como pre- nhos: o arquivamento do processo; ou a instauração
vê o texto do art. 54: de processo disciplinar, quando a gravidade da infra-
ção ensejar na aplicação de penalidade mais rigorosa.
Art. 54 Compete ao Presidente da Comissão Proces-
sante Permanente, sempre por despacho motivado, Art. 58 Ao final da Sindicância, o Presidente da
a instauração: Comissão, em 10 (dez) dias, elaborará relatório, em
I - de sindicância: que, fundamentadamente, opinará pela instauração
a) de ofício; de processo administrativo ou pelo arquivamento
b) por determinação do Defensor Público-Geral do dos autos, encaminhando-os para apreciação do
346 Estado ou do Conselho Superior;  Corregedor-Geral.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1º. Se concluir pela instauração de processo Segundo o art. 60, a autoridade julgadora do PAD
administrativo, o Corregedor-Geral formulará é o Defensor Público-Geral do Estado. O DPG, assim,
requerimento fundamentado dirigido ao Defensor possui prazo máximo de 30 dias para emitir sua deci-
Público-Geral do Estado. são, tendo por base o relatório enviado pela Comissão,
§ 2º Se concluir pelo arquivamento e a sindicância
e as deliberações feitas pelo Conselho.
houver sido instaurada por determinação do Defen-
sor Público-Geral do Estado ou do Conselho Supe-
rior, o Corregedor-Geral encaminhará os autos ao Art. 60 Ao final de Processo Administrativo Ordi-
órgão respectivo para decisão final. nário, o Presidente da Comissão, em 20 (vinte) dias,
elaborará relatório conclusivo e remeterá os autos
Do Processo Administrativo Ordinário ao Conselho Superior, que deliberará em 30 (trinta)
dias, encaminhando o feito em seguida ao Defensor
O Regimento Interno não procura disciplinar sobre Público-Geral do Estado, para decisão no mesmo
as hipóteses de cabimento do processo administrativo prazo.
ordinário. Ele apenas menciona em seu art. 57 que
serão aplicados ao PAD dos servidores da Defensoria É importante frisar que o relatório da Comissão
Pública as mesmas regras de processo disciplinar con- não vincula a autoridade julgadora. Isso significa
tidas da Lei Complementar nº 988, de 9 de janeiro de que o DPG não é obrigado a decidir da mesma for-
2006 e, subsidiariamente, as regras do Estatuto dos ma que consta no relatório e pode proferir decisão
Funcionários Públicos Civis do Estado e do Código de diversa, quando o relatório contrariar as provas pro-
Processo Penal. Nessas legislações, costuma-se inter- duzidas nos autos. Por outro lado, quando a infração
pretar que sempre que o ilícito praticado pelo servi- estiver capitulada como crime, a cópia do Processo
dor ensejar a imposição de pena que não seja da Administrativo Disciplinar será remetida ao Minis-
competência da autoridade responsável pela sin- tério Público para a instalação da ação penal. Uma
dicância, será obrigatória a instauração de Processo vez que o PAD é considerado na sua essência um ato
Disciplinar Ordinário. administrativo (ou uma sequência desses atos), ele é
Assim, podemos definir o processo disciplinar passível de recurso.
ordinário como o instrumento destinado a apurar res-
ponsabilidade do servidor público pela infração pra-
DAS ATRIBUIÇÕES
ticada no exercício de suas atribuições ou que tenha
relação com as atribuições do cargo em que se encon-
tre investido. Todo o conteúdo apurado na sindicância O Regimento Interno dispõe sobre as atribuições
será posto em apenso ao processo, se a infração foi dos servidores da Defensoria Pública do Estado. Veja-
mos a seguir cada uma delas:

60
instaurada em momento anterior.

8-
O processo disciplinar é dividido em três fases:

48
I) a fase de instauração, com a publicação do ato Das Atribuições Gerais
que constituir a comissão; II) a fase de instrução,

6.
que compreende a produção de provas, a defesa do 15
Art. 6º  São atribuições comuns a todos os servido-
.
acusado, e o relatório de todas as provas que foram res da Defensoria Pública do Estado, sem prejuízo
20

colhidas; e III) a fase de julgamento, em que temos daquelas decorrentes do regime geral do servidor
-4

a condenação ou absolvição do servidor investigado. público civil:


ra

O PAD ordinário é coordenado também pela I- observar o conteúdo das deliberações do Con-
ei

Comissão Processante, que fica encarregada de colher selho Superior da Defensoria Pública do Estado,
liv

todas as provas produzidas, envolvendo a apresenta- os Atos Normativos do Defensor Público-Geral do


O

ção de documentos, depoimentos de testemunhas e Estado e o Plano Anual de Atuação da Defensoria


de

outros meios de prova admitidos em processo. Pública;


Uma vez instaurado o processo, mediante a publi- II- acessar diariamente a caixa postal do serviço de
os

cação da Portaria, e uma vez recebida pelo mesmo, mensageria institucional;


am

deverá ser promovida a citação do acusado, para que III- observar os prazos legais, os normativos e os
R

este possa apresentar sua defesa, bem como o reque- estabelecidos pelos superiores hierárquicos;
e

rimento de provas a serem produzidas. Esse é o início IV- realizar atividades e diligências externas,
m

da fase de instrução do PAD, pois essa é a etapa em quando necessário, a critério dos seus superiores
er

que temos a produção de provas, como a acareação de hierárquicos, e conduzir os veículos da frota da
lh

testemunhas, a apresentação de documentos, o depoi- Defensoria Pública, se habilitados para tanto;


ui

mento pessoal do acusado, entre outros meios de pro- V- elaborar relatórios, tabelas, gráficos e demons-
G

vas admitidos em direito. trativos dos serviços executados;


A fase de julgamento começa quando se encerram VI- executar outras atividades correlatas às suas
todos os trabalhos de coleta de provas pela Comissão.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

atribuições, que lhes forem determinadas pelos


A Comissão fica encarregada de elaborar um relatório superiores hierárquicos.
circunstanciado sobre tudo o que ocorreu na audiên- VII – Zelar pelo uso adequado de recursos de tec-
cia de instrução. nologia da informação sob sua guarda, observando
Atenção: o relatório não é a sentença final. Não as regras e procedimentos previamente definidos
é a Comissão quem julga o servidor indiciado: o rela- pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação
tório apenas deve constar que todas as etapas do pro- – CTI; (Redação inserida pela Deliberação CSDP nº
cesso, até o momento, foram devidamente cumpridas, 306, de 14 de novembro de 2014)
podendo até concluir sobre a inocência ou culpabili- VIII – Participar de treinamentos, capacitações e
dade do referido servidor. Esse relatório será anexa- formações referentes às atribuições gerais e especí-
do aos autos e, finalmente, será remetido à autoridade ficas de cada cargo promovidos pelo Departamento
que instaurou o PAD (Conselho Superior), para apro- de Recursos Humanos e Escola da Defensoria Públi-
vá-lo ou exigir correções mediante apresentação de ca do Estado.  (Redação inserida pela Deliberação
justificativas, quando constar algum erro. CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014) 347
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Parágrafo único. Para fins do disposto na parte final l)  Redigir textos oficiais, tais como certidões e
do inciso IV, a Coordenadoria Geral de Administra- atestados, de acordo com modelos previamente
ção deverá programar treinamento específico. definidos;
m) Elaborar relatórios periódicos dos atendimen-
Das Atribuições do Oficial de Defensoria Pública tos, de acordo com as diretrizes dos órgãos da
Administração Superior;
Art. 7º Os Oficiais de Defensoria Pública devem n) Manter arquivo organizado de documentos e
executar tarefas a partir de objetivos previamente processos administrativos ligados ao atendimento,
definidos, desempenhando suas funções na área de de acordo com o critério de padronização;
atendimento e na área administrativa. o) Manter cadastro atualizado com endereços, tele-
Art. 8º São atribuições do Oficial de Defensoria fones, horários de funcionamento das Unidades da
Pública: Defensoria Pública e de terceirizados, bem como de
I- Classificado na área de atendimento: órgãos que prestam serviços complementares;
a) Atender ao público e realizar entrevistas com p) Auxiliar na vigilância, orientação de utiliza-
usuários e demais pessoas designadas, preenchen- ção, controle do patrimônio, manutenção das
do formulários e documentos determinados, inclu- instalações, equipamentos e materiais ligados ao
sive em meio eletrônico;
atendimento;
b)Providenciar o registro, a movimentação e a tra-
q)  Receber e autuar os recursos administrativos
mitação de processos relativos ao atendimento da
ligados à denegação de assistência jurídica;
Unidade, inclusive os atendimentos do Centro de
Atendimentos Multidisciplinar, localizando os res- r) Estimular o usuário a avaliar os serviços
pectivos procedimentos administrativos e fichas, prestados;
fazendo as devidas anotações, lavrando termos, s) Zelar pela distribuição de senhas para o atendi-
certidões, extraindo fotocópias, elaborando cálcu- mento, observando as prioridades legais;
los de pequena complexidade e praticando demais t) Executar o plano de contingência nos casos
atos correlatos;  (Redação dada pela Deliberação de necessidade de interrupção ou suspensão do
CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014) atendimento;
c) Realizar as comunicações determinadas pelo u)Providenciar os materiais e documentos necessá-
Defensor Público ou superior hierárquico, incluin- rios ao atendimento ao público, inclusive cartilhas
do-se notificações no âmbito interno ou externo da e material de apoio ao atendimento, verificando as
Defensoria; condições físicas da área destinada ao acolhimento
d)  Pesquisar informações necessárias ao cum- dos usuários, e zelando pela sua organização antes
primento da atividade judicial e extrajudicial dos do início do expediente diário; (Redação dada pela
Defensores Públicos, preparando os expedientes de Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro de

60
sua competência; 2014)
e) Operar equipamentos diversos, como micro-

8-
v) Auxiliar nas tarefas administrativas, na ausên-

48
computador, terminal de vídeo, fax, máquina de cia ou impedimento de servidores classificados na
datilografia, máquina calculadora, máquina foto-

6.
área respectiva.
copiadora e outros; 15
x)Transportar documentos, processos e material
f) Operar os sistemas de indicação e pagamento de
.
de trabalho, bem como conduzir a viatura quan-
20

advogados e peritos, promover o atendimento de


do necessário para o exercício de suas atribui-
-4

tais profissionais, e proceder à abertura e instrução


ções;  (Redação inserida pela Deliberação CSDP nº
dos procedimentos fiscalizatórios e de apuração de
ra

infração, de acordo com as diretrizes dos órgãos da 306, de 14 de novembro de 2014)


ei

Administração Superior; (Redação dada pela Deli- y) Auxiliar o Diretor Regional, de acordo com as
liv

beração CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014) orientações do Coordenador Regional e Auxiliar e


O

g) Providenciar a retirada, transporte e devolução com as diretrizes estabelecidas pela Administração


de

de autos, documentos e ofícios judiciais e extrajudi- Superior, na elaboração de escalas de audiências,


triagens e demais atividades da unidade relacio-
os

ciais, mediante carga; (Redação dada pela Delibera-


ção CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014) nadas à sua área de atuação, mantendo o registro
am

h) Controlar, mediante registro, os atendimentos da destas. (Redação inserida pela Deliberação CSDP nº


R

Unidade, inclusive os que dizem respeito ao acesso 306, de 14 de novembro de 2014)


e

à informação e os realizados pelo Centro de Aten- II- Classificado na área administrativa:


m

dimento Multidisciplinar, bem como as denegações a) Preparar os expedientes de prestação de contas,


er

e respectivos recursos, indicações de advogados e controles de freqüências de membros, servidores e


lh

peritos e demais comunicações, correspondências, estagiários da Instituição, de requisição de mate-


ui

malotes postais e outros documentos de sua área riais, bem como os atestados de fornecimento dos
G

de trabalho, de acordo com as diretrizes da Admi- serviços e entrega e recebimento dos produtos
nistração Superior;  (Redação dada pela Delibera- contratados;
ção CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014) b) Auxiliar o Defensor Público Coordenador Regio-
i) Informar ao público sobre o andamento de pro- nal e Auxiliar, bem como o Diretor Regional, na
cessos judiciais, processos administrativos, docu-
fiscalização da execução dos serviços efetuados em
mentos e outros assuntos de interesse do usuário,
virtude da execução de contratos e convênios em
verificando o assunto e a possibilidade de aten-
vigor na circunscrição da unidade; (Redação dada
dimento ou encaminhamento a outra área de
atuação; pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro
j) Assegurar a exatidão e o fluxo normal de ofícios, de 2014)
certidões, laudos, documentos, atestados, informa- c) Elaborar escalas de férias, licenças, afastamen-
ções, circulares, processos judiciais e outros textos tos, mantendo o respectivo registro sob a super-
oficiais de interesse da Instituição; visão do Diretor Regional, nos termos das escalas
k) Prestar informações sobre processos judiciais aprovadas pelo Coordenador Regional ou Auxiliar
em que oficie órgão de execução da Defensoria e das diretrizes estabelecidas pela Administração
Pública do Estado e sobre expedientes relacionados Superior; (Redação dada pela Deliberação CSDP nº
348 com a rotina de trabalho; 306, de 14 de novembro de 2014)
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
d) Efetuar vigilância, orientação e utilização e o r) Transportar documentos e material de trabalho,
controle do patrimônio e materiais de consumo bem como conduzir a viatura quando necessário
disponibilizados para a execução dos serviços, para o exercício de suas atribuições. (Redação inse-
mantendo arquivos atualizados de inventário patri- rida pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novem-
monial e dispêndios de insumos, de acordo com as bro de 2014)
diretrizes da Administração Superior e em auxí- Parágrafo único – Para os fins do disposto da alínea
lio e sob a supervisão do Diretor Regional;  (Reda- “g” do inciso I, deverá o Coordenador Regional ou
ção dada pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de Auxiliar informar aos Cartórios judiciais e outros
novembro de 2014) órgãos pertinentes a identificação dos servidores
e)  Efetuar compras com utilização da verba de autorizados para retirada dos autos e documen-
adiantamento da Unidade, em conformidade com tos.  (Redação inserida pela Deliberação CSDP nº
as orientações do Defensor Coordenador; 306, de 14 de novembro de 2014)
f) Providenciar o registro, a movimentação e a Art. 9º Os Oficiais de Atendimento e Administrati-
tramitação de processos relativos ao expedien- vos da Defensoria Pública desempenham suas fun-
te administrativo da unidade, fazendo as devidas ções sob a supervisão e orientação dos Diretores
anotações, lavrando termos, certidões, extraindo Regionais e Coordenadores Regional e Auxiliares,
fotocópias, elaborando cálculos de pequena com- observando as diretrizes emanadas da Adminis-
plexidade e praticando demais atos correlatos; tração Superior.  (Redação dada pela Deliberação
g) Controlar mediante registro os expedientes CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014)
relativos à prestação de contas de verba de adian- § 1º Os Oficiais de Defensoria Pública devem auxi-
tamento, pedidos de diárias e de indenização de liar os Diretores Regionais no exercício de suas
transporte, contratos e convênios relativos à uni- atribuições, elaborando relatórios periódicos da
dade e ocorrências a eles relacionadas, inventário Secretária ou Cartório sob sua responsabilidade,
patrimonial, movimentação de processos adminis- devendo zelar pela boa gestão dos recursos dis-
trativos, solicitações de materiais e equipamentos e poníveis e informar àquele sobre eventuais irre-
manutenções a eles relacionados, pedidos de supor- gularidades ou necessidade de intervenção para
te de ativos de informática ou redes, agenda de resguardo ou melhoria da infraestrutura da uni-
eventos institucionais da unidade e de contatos de dade e do atendimento prestado. (Redação inserida
membros e servidores da unidade, da Administra-
pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro
ção Superior e autoridades comumente contatadas,
de 2014)
contatos realizados à unidade, avisos institucio-
§ 2º O Coordenador Regional formulará, median-
nais, entrada e saída de materiais do almoxarifado,
te proposta do Diretor Regional, plano de divisão
quilometragem das viaturas, gastos da unidade, e

60
detalhada das atividades dos Oficiais classificados
demais comunicações, correspondências, malotes

8-
nas unidades a ele vinculadas, que poderá prever
postais e documentos de interesse em sua área de

48
a especialização do Oficial de Defensoria em atri-
trabalho, de acordo com as diretrizes dos órgãos da

6.
buições específicas de sua área de trabalho, ou, em
Administração Superior; (Redação dada pela Deli- 15
caráter excepcional, contemplar atribuição de área
beração CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014)
.
20
diversa.  (Redação inserida pela Deliberação CSDP
h) Receber, efetuar e transferir ligações telefônicas
nº 306, de 14 de novembro de 2014)
-4

locais e interurbanas, anotando ou enviando reca-


§ 3º O plano referido no parágrafo antecedente
dos, obtendo ou fornecendo informações de sua
ra

deverá ser aprovado pela Coordenação Regional


competência, de acordo com as necessidades da
ei

e afixado nas dependências da Secretaria da Uni-


liv

Unidade;
dade. (Redação inserida pela Deliberação CSDP nº
O

i)Auxiliar na manutenção das instalações e mate-


riais permanentes da Unidade; (Redação dada pela 306, de 14 de novembro de 2014)
de

Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro de § 4º O Oficial de Defensoria poderá substituir o


os

2014) Diretor Regional em suas atribuições, em caso


am

j)  Pesquisar informações necessárias ao cumpri- de afastamento igual ou superior a quinze dias e
mento da rotina administrativa da Unidade, prepa- mediante prévia autorização da Coordenadoria
R

rando os expedientes de sua competência; Geral da Administração publicada no Diário oficial


e
m

k) Operar equipamentos diversos, como micro- do Estado, conforme regramento próprio. (Redação


er

computador, processadores de textos, terminais de inserida pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de


lh

vídeo, fax, máquina de datilografia, máquina calcu- novembro de 2014)


ui

ladora, máquina fotocopiadora entre outros; § 5º Durante o tempo em que exercer a substitui-
G

l) Auxiliar na organização de eventos e solenidades ção, o servidor fará jus à diferença entre o valor
da Unidade; do padrão ou referência do cargo de que é titular
m)Auxiliar nos serviços de copa;  (Redação dada e o valor da referência do cargo em comissão, nos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro termos do artigo 14 da Lei Complementar Estadual
de 2014) nº 1.050, de 24 de junho de 2008. (Redação inserida
n) Redigir e digitar textos oficiais, tais como certi- pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro
dões e atestados, de acordo com os modelos previa- de 2014)
mente definidos; § 6º Os Servidores auxiliarão os Defensores Públi-
o) Proceder à conferência numérica de documentos, cos nos plantões judiciários, na Conferência
processos, materiais e equipamentos recebidos e de Estadual, nas Pré-Conferências Regionais, nas
responsabilidade do respectivo órgão; audiências públicas, nos cursos e demais eventos
p) Registrar e manter atualizados atos e decisões institucionais que ocorram fora da jornada regular
oficiais para consulta e divulgação; de trabalho, dentro da circunscrição judiciária em
q) Auxiliar nas tarefas de atendimento, na ausência que está situada sua Unidade.  (Redação inserida
ou impedimento de servidores classificados na área pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro
respectiva; de 2014); 349
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Das Atribuições do Agente de Defensoria Pública Art. 13 Os Agentes de Defensoria Pública desem-
penham suas funções sob a supervisão e orienta-
Art. 10 Os Agentes de Defensoria Pública devem ção dos Coordenadores Regionais ou superiores
executar tarefas compatíveis com sua área de hierárquicos, observando diretrizes emanadas dos
conhecimento, e auxiliar na elaboração e execução atos normativos que estabelecem as rotinas de sua
de estudos, planos e projetos da Instituição, a partir atuação, resguardada a sua independência técnica,
de objetivos previamente definidos. que se limita à sua área específica de atuação.
Art. 11 São atribuições gerais do Agente de Defen-
soria Pública:
a) Atuar no gerenciamento e participar da execu-
ção do plano de metas e prioridades da Defensoria
Pública;  (Redação dada pela Deliberação CSDP nº
ATO NORMATIVO DPG Nº 55, DE 20 DE
306, de 14 de novembro de 2014) OUTUBRO DE 2011
b) Interpretar documentos, segundo sua área de
especialização, para atender as necessidades do O Ato Normativo nº 55, de 2011, elaborado pelo
serviço; Subdefensor Público-Geral do Estado é o instrumento
c)Efetuar vistorias, perícias técnicas, laudos peri- normativo que institui a Política de Uso de Recursos
ciais, formulação de quesitos, informações e pare- de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
ceres sobre matérias específicas, a serem feitos A importância em analisar os dispositivos desse
a partir da estratégia apresentada pelo Defensor Ato Normativo justifica-se pelo fato de que o Governo
Público, assegurada a eleição do procedimento téc- brasileiro vem se adaptando, de modo que passou a
nico mais adequado; (Redação dada pela Delibera- englobar as ferramentas de tecnologia da informação
ção CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014) para sua utilização no exercício de tarefas diárias.
d) Atender ao público e aos membros da instituição; Essa nova faceta do Estado brasileiro é denominada
e) Elaborar relatórios gerenciais e estatísticos das
de Governo Digital (ou e-Government), e se carac-
respectivas áreas. (Redação inserida pela Delibera-
teriza pela sistematização de documentos, dados
ção CSDP nº 306, de 14 de novembro de 2014);
e outras informações úteis, situadas em um portal
Art. 12 Os Agentes de Defensoria  desempenharão
suas atividades nas seguintes áreas de atuação:
digital com diversas ramificações; e a facilidade de
I- apoio à atividade-meio, para o desempenho de acesso desses documentos e dados pela popula-
atribuições relacionadas ao suporte de atividades ção, os quais devem ser publicados (sentido de tornar
administrativas; público), em páginas de internet e apps de telefones
II- apoio à atividade-fim, para o desempenho de celulares.

60
atribuições ligadas ao atendimento ao público, por Ao que tange o assunto dos meios de tecnolo-

8-
meio de pareceres, relatórios, estudos científicos de gia da informação voltados à Defensoria Pública do

48
casos e apresentação de projetos ligados à presta- Estado de São Paulo, considerando a sua importante

6.
ção de assistência jurídica. função dentro da sociedade, qual seja, de amparar
III – psicologia e serviço social, para o desempe-
.15
juridicamente as pessoas mais necessitadas e que
nho de atribuições relacionadas à prestação do não possuem recursos financeiros para contratar um
20

atendimento multidisciplinar e interdisciplinar e advogado atuante em causa própria, é evidente que a


-4

à atuação como assistente técnico; (Redação dada sua adaptação para utilizar meios de alta tecnologia
ra

pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de novembro deve trazer diferentes benefícios para essa população
ei

de 2014) em situação vulnerável.


liv

IV- engenharia, arquitetura e urbanismo, para


O

desempenho de atribuições relacionadas à gestão DA COORDENADORIA DE TECNOLOGIA DA


de

do patrimônio da instituição, bem como assesso-


INFORMAÇÃO
ria nos processos referentes à questão fundiária e
os

habitacional;
am

Para a gestão de recursos de tecnologia da informa-


V- comunicação social, jornalismo, desenho indus-
ção, a Defensoria Pública de São Paulo conta com um
R

trial, marketing, publicidade, relações públicas


órgão denominado Coordenadoria de Tecnologia
e

e lingüística, para o desempenho de atribuições


m

relacionadas às políticas de comunicação social da Informação (ou CTI). Esse é o órgão responsável
er

e assessoria de imprensa da Instituição;  (Reda- por todo o processo de implementação dos recursos
lh

ção dada pela Deliberação CSDP nº 306, de 14 de tecnológicos para facilitar a atuação da Defensoria de
ui

novembro de 2014) direitos e interesses das pessoas mais necessitadas.


G

VI- tecnologia de informação, para desempenho de Esse processo de implementação é bastante complexo,
atribuições relacionadas às políticas de desenvolvi- e envolve diversas atribuições.
mento, suporte, manutenção de sistemas e seguran- Nesse sentido, o texto do art. 2º, apresenta todas
ça da informação; as atribuições do CTI e, também, todas as atividades
VII- contabilidade, para desempenho de funções envolvidas nesse processo. Observe o texto legal:
relacionadas à elaboração de cálculos, análise de
balanços, demonstrativos de resultados e gestão Art. 2º Cabe à Coordenadoria de Tecnologia da
orçamentária da Instituição; Informação (CTI), órgão responsável pelos proces-
§ 1º Poderá o Defensor Público-Geral do Estado sos de informatização e gestão de recursos tecnoló-
estabelecer outras áreas de atuação, bem como gicos da Defensoria Pública do Estado, as seguintes
detalhar as atribuições, rotinas e procedimentos de medidas:
atuação dos Agentes de Defensoria Pública. I – Assegurar o uso adequado dos recursos de tec-
§ 2º Os editais dos concursos de ingresso para o nologia da informação e comunicação;
provimento de cargos de Agente de Defensoria II – Assegurar a privacidade e a confidencialidade
Pública estabelecerão os requisitos para o ingresso de informações e dados de uso institucional dos
350 na carreira, em cada área de atuação. órgãos da Defensoria Pública do Estado;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III – Garantir a integração e a interoperabilidade Dica
entre os sistemas e aplicações institucionais;
IV – Garantir a disponibilidade dos sistemas, apli- Um ponto que já caiu em questões de prova diz
cações institucionais e dos recursos de tecnologia respeito à aquisição de recursos de TIC. Segun-
da informação e comunicação – TIC; do o texto do art. 4°, a aquisição desses recursos
V – Prover serviços de acesso à internet, median- fica a cargo da Coordenadoria Geral de Adminis-
te a subcontratação de serviços de rede e de
tração, sendo precedida de parecer técnico da
telecomunicações;
VI – Conceder, configurar e administrar as con-
Coordenadoria de Tecnologia da Informação
tas de e-mail institucional, bem como fixar limites contendo os motivos que justificam a necessi-
de espaço disponível aos usuários habilitados, de dade da aquisição.
modo a garantir as condições de bom desempenho
do sistema; DO USO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS
VI – Elaborar plano estratégico de informatização,
VII – Sugerir a aquisição de programas (softwa- Do Uso Próprio e Impróprio
res) de uso institucional, bem como promover seu
desenvolvimento;
O Ato Normativo dedica seu Capítulo III para deter-
VIII – Prover a manutenção de banco de dados
minar como esses recursos tecnológicos serão utiliza-
sobre as atividades da instituição;
IX – Prover capacitação e suporte para Defensores dos, destacando a forma correta de sua utilização e as
Públicos, Servidores e Estagiários com relação ao hipóteses consideradas de uso impróprio, bem como
uso de recursos de TIC, à administração de dispositi- especificar como cada tipo de recurso de TIC será uti-
vos de segurança e à responsabilidade pelo bom fun- lizado pelos usuários da DPSP.
cionamento de equipamentos e aplicações de rede; Em relação ao uso adequado e próprio, o caput do
X – Divulgar amplamente a política de uso de recur- art. 5º é claro ao dispor que os recursos de TIC são de
sos de TIC, com auxílio da Coordenadoria de Comu- uso exclusivo para a execução de atividades de inte-
nicação Social. resse da Defensoria Pública do Estado.

Pela leitura do dispositivo citado, nota-se que o Art. 5º Os recursos de TIC destinados aos usuários
processo de implementação de recursos tecnológi- são de uso exclusivo para a execução de atividades
cos é complexo, envolvendo etapas de planejamento, de interesse da Defensoria Pública do Estado.
direção, execução e avaliação. Há todo um sistema § 1º A instalação de recursos de informática que
operante por trás da implementação desses recursos necessitam de conexão em rede deve ser previa-
tecnológicos, os quais devem ser financiados pelo CIT. mente autorizada pela Coordenadoria de Tecnolo-

60
Cabe à Coordenadoria dispor sobre a forma de uti- gia de Informação.

8-
lização desses recursos tecnológicos pelos usuários, § 2º Não será integrado à rede nenhum recurso de

48
para que as páginas de internet e os aplicativos de tecnologia da informação de uso particular, exceto

6.
telefone celular não fiquem inutilizáveis ou fora do ar em casos excepcionais, previamente autorizados
15
pelo tráfego excessivo de usuários. Por isso, a Coor- pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação
.
20

denadoria é responsável, também, pela manutenção e e visando à continuidade da prestação do serviço


-4

suporte técnico desse sistema. público


§ 3º Os usuários devem se conectar à rede da Defen-
ra

soria por meio de identificação (login) e senhas


ei

DOS USUÁRIOS E SEUS DIREITOS


próprios.
liv

§ 4º A senha e o certificado digital são de uso pes-


O

O Ato Normativo dedica alguns dispositivos para soal e intransferível, sendo de responsabilidade do
de

elencar direitos concedidos aos usuários dessas fer- usuário mantê-los em segurança.
ramentas tecnológicas da DPSP. A denominação
os

§ 5º Não são permitidos múltiplos logins simultâ-


“usuário” serve para referir-se, de modo geral, aos
am

neos na rede Windows AD (Active Directory).


Defensores Públicos, servidores e estagiários, ou qual- § 6º São restritos aos administradores da Coorde-
R

quer outra pessoa que possua vínculo com a Defenso- nadoria de Tecnologia da Informação os acessos
e

ria Pública do Estado e que manuseiam esses recursos físico e lógico a ativos de redes – tais como servido-
m

durante o exercício de suas atividades diárias.


er

res, roteadores, switches e firewalls.


O art. 3º dispõe apenas de três ações, as quais os
lh
ui

usuários poderão realizar durante o usufruto desses Assim, entende-se que a utilização dos recursos
G

recursos tecnológicos: tecnológicos considerada “própria” ou “adequada” é


aquela que tem por finalidade a realização das ativi-
Art. 3º Compete aos Defensores Públicos, Servido- dades características da Defensoria Pública. Todas as
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

res, Estagiários, prestadores de serviços, fornece- atividades que não envolvem a realização das tarefas
dores ou qualquer pessoa, física ou jurídica, com essenciais da Defensoria Pública são consideradas de
vínculo oficial com a Defensoria Pública do Estado:
uso impróprio dos recursos tecnológicos.
I – Garantir o uso adequado de recursos de TIC sob
Como forma de exemplificar o que se caracteri-
sua guarda, observando as regras e procedimentos
previamente definidos; za como uso impróprio, o art. 6º apresenta em seus
II – Zelar pela integridade dos recursos de TIC sob incisos algumas condutas que os usuários não podem
sua responsabilidade, resguardado o auxílio e aces- realizar:
so a orientações pela Coordenadoria de Tecnologia
de Informação – CTI; Art. 6º São considerados usos impróprios:
III – Informar à Coordenadoria de Tecnologia de I - Invasão de privacidade: acessar arquivos de
Informação sobre eventuais necessidades de inter- outros usuários sem a devida autorização;
venções técnicas, para reparos ou configurações, II - Utilização indevida de códigos de acesso e/ou
visando à boa gestão dos recursos. senhas de outros usuários; 351
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - Desrespeito às leis de direito autoral e proprie- Do Uso do Correio Eletrônico
dade intelectual, como instalação, uso e difusão de
softwares e produtos não licenciados; Correio eletrônico é o termo formal para desig-
IV - Desenvolvimento e distribuição de programas nar o sistema de encaminhamento de mensagens via
prejudiciais à operação de redes e de computadores e-mail.
individuais; Segundo o caput do art. 9º, a utilização de correio
V - Tentativa de burlar o sistema de segurança de eletrônico é permitida para todos os Defensores Públi-
computadores para os quais o usuário não possua cos servidores, os quais poderão solicitar a obtenção
autorização de acesso; de um endereço próprio de e-mail para a CTI. É evi-
VI - Alteração ou destruição não autorizada de dente que a utilização desse e-mail deve ser feita ape-
dados, arquivos ou programas;
nas para fins institucionais, sendo vedado utilizá-lo
VII - Acesso a sites com conteúdo pornográfico,
para finalidades particulares.
jogos, bate-papo, apostas e assemelhados;
VIII - Uso de ferramentas P2P – peer to peer (exem-
Art. 9º Todo Defensor Público e Servidor têm direi-
plos: kazaa, Morpheus, Emule, etc.);
to a acessar os serviços de e-mail, podendo solicitá-
IX - Uso de programas de mensageria instantânea
-los à CTI através do suporte ao usuário.
(IM – Instant Messengers. Exemplo: Microsoft Ins-
§ 1º Os recursos de TIC são monitorados pela CTI,
tant Messenger) não homologados/autorizados
mantendo-se inviolável o conteúdo das mensagens
pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação.
de correio eletrônico, exceto em casos de requisição
Parágrafo único. O uso impróprio dos serviços pelo
judicial.
usuário implicará no cancelamento do ato pratica- § 2º O endereço de email corporativo da Defenso-
do, independente de aviso ou notificação. ria Pública é de uso exclusivamente institucional,
sendo vedada a sua utilização em sistemas de cor-
Todas as condutas que ensejam a obtenção de rentes, em redes sociais e em fóruns eletrônicos de
informações sigilosas e confidenciais são considera- assuntos diversos daqueles do interesse da Defen-
das de uso impróprio, visando sua tipificação como soria Pública.
crime. A pessoa que utiliza dos recursos tecnológicos § 3º O limite máximo de tamanho de arquivo, para
da DPSP para praticar esse tipo de conduta ilícita está envio e recebimento por e-mail, é de 4 MB (quatro
sujeita à aplicação de sanção, com base na Lei Geral mega bytes), salvo necessidade comprovada da fun-
de Proteção de Dados (Lei nº 13.709, de 2018). ção desempenhada pelo Defensor Público ou Servi-
Destarte, a utilização de programas de mensagens dor, submetida à análise da CTI.
§ 4º Em consideração aos limites do sistema de
instantâneas, de programas via conexão P2P, e a sites
mensageria eletrônica, a CTI deverá definir o limi-

60
de conteúdo impróprio não é permitida aos usuários
te de armazenamento de dados das caixas postais,

8-
desses recursos tecnológicos. Aqui, o vício do ato está visando ao bom funcionamento do sistema.

48
no fato de que ele é praticado apenas para fins pes- § 5º Em caso de dúvida sobre a origem do reme-

6.
soais dos usuários (desvio de finalidade), o que é abso- tente ou confiabilidade do arquivo a CTI deverá ser
lutamente incompatível com o exercício da função consultada.
.15
20

pública. § 6º Não poderão ser encaminhados arquivos de


-4

mensagens eletrônicas com as seguintes extensões:


Do Uso da Internet (Web) asp, bat, bas, bin, btm, cbt, chm, cla/class, cmd,
ra

com, cpl, crt, csc, dll, dot, drv, eml, exe, fon, hlp, hta,
ei

inf, ini, js/jse, lib, lnk, mdb, mde, mht/mhtm/mht-


liv

O Ato Normativo dedica alguns dispositivos para


ml, mp3, mso, msc, msi, mst, obj, pif, reg, src sct,
O

tratar da utilização adequada de todos os recursos


shb/shs, sys, vb/vbe, vbs, vxd, wsc, wsf, wsh, entre
de

tecnológicos disponíveis para a Defensoria Pública do


outras extensões classificadas como potencialmen-
Estado de São Paulo. De início, o art. 7º dispõe sobre a
os

te perigosas ou maliciosas.
forma correta de utilização das páginas de internet ou
am

World Wide Web.


Do Uso de Softwares de Programas e Aplicações
R
e

Art. 7º Os recursos de TIC, especialmente os aces-


m

A utilização adequada de softwares de progra-


sos Web à Internet, serão monitorados por siste-
er

mas de computador e de aplicações (apps) para tele-


mas de segurança da CTI/Defensoria e da Intragov/
lh

Prodesp, preservadas a privacidade e a confiden- fones celulares está disciplinada no art. 10. O caput
ui

do dispositivo menciona que a disponibilização des-


G

cialidade das informações.


Parágrafo único. O acesso Web à Internet poderá ses programas e aplicativos de celular fica à cargo da
ser autenticado através de login/senha. Coordenadoria, conforme licenças disponíveis e de
acordo com as necessidades da Defensoria Pública. O
O uso de páginas de internet de domínio da DPSP CTI fica encarregado de realizar uma “lista de softwa-
pode requisitar acesso mediante a utilização de dados res” disposta em página oficial da internet, indicando
cadastrais. Cada usuário deverá ter sua própria conta, todos os programas e aplicações oferecidos pela DPSP.
com login e senha, para acessar essas páginas.
Art. 10 Compete à CTI a disponibilização dos pro-
Qualquer tipo de conteúdo impróprio ou que pre-
gramas de computador (software) aos usuários,
judique a segurança e a velocidade da rede poderão
conforme licenças disponíveis e de acordo com as
ser bloqueados pela Coordenadoria com o devido blo- necessidades da Defensoria Pública, mediante lista
queio do usuário que inseriu esse tipo de conteúdo. de software oficiais publicada na Intranet.
O usuário poderá solicitar o acesso ao conteúdo blo- § 1º A CTI deverá homologar previamente todos os
queado à CTI, mediante justificativa prévia. O desblo- softwares (programas, aplicativos, etc) que vierem
queio será realizado pela CTI, após análise do pedido, a ser utilizados nos recursos de tecnologia da infor-
352 exceto por impossibilidade técnica. mação disponibilizados pela Defensoria Pública
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º A instalação dos softwares nos equipamentos III - desigualdade de gênero e raça: assimetria
deve ser realizada ou autorizada pela CTI existente no âmbito da sociedade que acentua a
§ 3º Para qualquer software de propriedade, licen- distância social entre mulheres negras e os demais
ciado ou operado pela Defensoria Pública, os usuá- segmentos sociais;
rios devem respeitar as regras de direitos autorais, IV - população negra: o conjunto de pessoas que
salvo hipótese de programas de domínio público se autodeclaram pretas e pardas, conforme o que-
§ 4º Os programas disponibilizados pela Defensoria sito cor ou raça usado pela Fundação Instituto
Pública não poderão ser copiados, salvo permissão Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que
no acordo de licença. adotam autodefinição análoga;
§ 5º Os usuários podem solicitar, motivadamente, a V - políticas públicas: as ações, iniciativas e progra-
aquisição e instalação de programas complementa- mas adotados pelo Estado no cumprimento de suas
res, conforme a necessidade específica da atividade atribuições institucionais;
desenvolvida. VI - ações afirmativas: os programas e medidas
especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa pri-
É importante destacar que a ampla divulgação vada para a correção das desigualdades raciais e
desses programas de software e aplicações deverão para a promoção da igualdade de oportunidades.
respeitar as regras de proteção de direitos autorais. A
divulgação desses programas sem a devida identifica- Atente-se: o Governo possui o dever de combater
ção de seu criador pode ensejar em ressarcimento por o racismo e a marginalização que esse problema traz
danos a direitos de autor, nos termos da Lei nº 9.610, dentro do país. O principal fundamento para o comba-
de 1998. te ao racismo está previsto no art. 3° da Constituição
Federal e constitui-se como um dos objetivos funda-
mentais da República Federativa do Brasil, assim
como erradicar a pobreza, a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e regionais.
ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL (LEI O problema da marginalização da população
Nº 12.288, DE 2010): DISPOSIÇÕES negra é um dos grandes desafios a serem enfrentados
PRELIMINARES E DIREITOS pelo Estado. Para tanto, o art. 4º dispõe sobre formas
de promoção da vida econômica, social, política e cul-
FUNDAMENTAIS — TÍTULOS I E II tural para à população negra. Veja:

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 4o A participação da população negra, em

60
condição de igualdade de oportunidade, na vida

8-
A Lei nº 12.288, de 2010 institui o Estatuto da Igual- econômica, social, política e cultural do País será

48
dade Racial. De início, o art. 1º da lei estabelece os promovida, prioritariamente, por meio de:

6.
principais objetivos que justificam a sua elaboração, I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvi-
bem como introduz alguns conceitos gerais que facili-
.15
mento econômico e social;
II - adoção de medidas, programas e políticas de
20
tarão a compreensão da matéria.
A elaboração do referido Estatuto serve para aten- ação afirmativa;
-4

der, ao todo, três finalidades: a) garantir à população III - modificação das estruturas institucionais do
ra

negra a efetivação da igualdade de oportunidades, b) Estado para o adequado enfrentamento e a supera-


ei

ção das desigualdades étnicas decorrentes do pre-


a defesa dos direitos raciais individuais, coletivos e
liv

conceito e da discriminação étnica;


difusos, e c) e o combate à discriminação e às demais
O

IV - promoção de ajustes normativos para aperfei-


formas de intolerância étnico-racial.
de

çoar o combate à discriminação étnica e às desi-


Precisamos também apresentar os conceitos legais gualdades étnicas em todas as suas manifestações
os

dispostos no parágrafo único do citado art. 1º: individuais, institucionais e estruturais;


am

V - eliminação dos obstáculos históricos, sociocul-


Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade
R

turais e institucionais que impedem a represen-


Racial, destinado a garantir à população negra a
e

tação da diversidade étnica nas esferas pública e


m

efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa privada;


er

dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas
lh

e o combate à discriminação e às demais formas de oriundas da sociedade civil direcionadas à promo-


ui

intolerância étnica. ção da igualdade de oportunidades e ao combate


G

Parágrafo único.  Para efeito deste Estatuto, às desigualdades étnicas, inclusive mediante a
considera-se: implementação de incentivos e critérios de condi-
I - discriminação racial ou étnico-racial: toda
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cionamento e prioridade no acesso aos recursos


distinção, exclusão, restrição ou preferência basea- públicos;
da em raça, cor, descendência ou origem nacional VII - implementação de programas de ação afirma-
ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir tiva destinados ao enfrentamento das desigualda-
o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade des étnicas no tocante à educação, cultura, esporte
de condições, de direitos humanos e liberdades fun- e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios
damentais nos campos político, econômico, social, de comunicação de massa, financiamentos públi-
cultural ou em qualquer outro campo da vida públi- cos, acesso à terra, à Justiça, e outros.
ca ou privada; Parágrafo único.  Os programas de ação afirmativa
II - desigualdade racial: toda situação injustifi- constituir-se-ão em políticas públicas destinadas
cada de diferenciação de acesso e fruição de bens, a reparar as distorções e desigualdades sociais e
serviços e oportunidades, nas esferas pública e pri- demais práticas discriminatórias adotadas, nas
vada, em virtude de raça, cor, descendência ou ori- esferas pública e privada, durante o processo de
gem nacional ou étnica; formação social do País. 353
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
A principal “arma” que o Poder Executivo pos- Além do mais, o art. 7º apresenta as principais
sui para combater o problema da marginalização diretrizes que essa Política Nacional deve seguir. As
da população negra é, justamente, a implementação diretrizes são similares aos princípios, pois eles ser-
de políticas públicas (o parágrafo único utiliza o ter- vem de base para a atuação dos agentes responsáveis
mo “programas de ação afirmativa”) para garantir pela implementação dessas políticas.
que essas pessoas que vivem em situação vulnerável
tenham suas opiniões e vozes ouvidas. Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à
Dessa forma, assegurando uma maior participação população negra constitui a Política Nacional de
desse público no convívio em sociedade. A promoção Saúde Integral da População Negra, organizada de
de participação das comunidades negras enseja em acordo com as diretrizes abaixo especificadas:
maior publicidade, transparência e, consequente- I - ampliação e fortalecimento da participação de
mente, na promoção do regime democrático dentro lideranças dos movimentos sociais em defesa da
do País. saúde da população negra nas instâncias de parti-
cipação e controle social do SUS;
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS II - produção de conhecimento científico e tecnoló-
gico em saúde da população negra;
O Título II do Estatuto apresenta alguns direitos III - desenvolvimento de processos de informação,
fundamentais a serem defendidos por toda a popu- comunicação e educação para contribuir com a
lação negra. Antes de adentrar na matéria, porém, redução das vulnerabilidades da população negra.
devemos fazer uma pequena ressalva: o Estatuto não
pretende desconsiderar os direitos fundamentais Por outro lado, a Política Nacional de Saúde Inte-
previstos no texto da Constituição Federal. Não se gral deve possuir objetivos (ou condutas) a perseguir,
trata de uma hipótese de sobreposição de uma norma de modo a realizar uma implementação mais eficiente
sobre a outra, mas de uma norma jurídica comple- e que possa acobertar a população mais necessitada.
mentando a outra. Os objetivos estão expostos nos incisos do art. 8º:
Isso significa que, além das normas constitucionais
relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional
garantias fundamentais e aos direitos sociais, econô- de Saúde Integral da População Negra:
micos e culturais, ambientais e políticos, o Estatuto da I - a promoção da saúde integral da população
Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a negra, priorizando a redução das desigualdades
inclusão das vítimas de desigualdade racial, a valo- étnicas e o combate à discriminação nas institui-
rização da igualdade étnica e o fortalecimento da ções e serviços do SUS;
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de infor-

60
identidade nacional brasileira. É sob essa ótica que
devemos analisar os direitos e garantias fundamentais mação do SUS no que tange à coleta, ao processa-

8-
mento e à análise dos dados desagregados por cor,

48
expostos nesse Estatuto, que não são contrários ao Tex-
to Constitucional, mas suplementares, de forma a tor- etnia e gênero;

6.
nar a proteção da população negra mais eficiente. III - o fomento à realização de estudos e pesquisas
15
sobre racismo e saúde da população negra;
.
Ao todo, a Lei expõe sobre seis categorias distin-
20

IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população


tas de direitos e garantias fundamentais da população
-4

negra nos processos de formação e educação per-


negra. Faremos uma abordagem dos dispositivos que
manente dos trabalhadores da saúde;
ra

melhor explanam cada um desses direitos, tendo por


V - a inclusão da temática saúde da população
ei

início o direito fundamental à saúde.


negra nos processos de formação política das lide-
liv

ranças de movimentos sociais para o exercício da


O

Da Saúde participação e controle social no SUS.


de

Parágrafo único.  Os moradores das comunidades


O direito à saúde da população negra, nos termos
os

de remanescentes de quilombos serão beneficiários


do caput do art. 6º, é garantido pelo Poder Público
am

de incentivos específicos para a garantia do direito


mediante políticas e programas universais, sociais e à saúde, incluindo melhorias nas condições ambien-
R

econômicos destinados à redução do risco de doenças tais, no saneamento básico, na segurança alimen-
e

e de outros agravos. tar e nutricional e na atenção integral à saúde.


m
er
lh

Art. 6o O direito à saúde da população negra será Da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer
ui

garantido pelo poder público mediante políticas


G

universais, sociais e econômicas destinadas à redu- Em relação ao direito fundamental à educação, o


ção do risco de doenças e de outros agravos.
Estatuto apresenta duas vertentes. A primeira vertente
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema
Único de Saúde (SUS) para promoção, proteção e é aquela que impõe ao Poder Público o dever de incen-
recuperação da saúde da população negra será de tivar o acesso à educação para a comunidade negra,
responsabilidade dos órgãos e instituições públi- como também inserir o estudo da cultura negra nas
cas federais, estaduais, distritais e municipais, da grades escolares. Nesse sentido, o art. 11 prevê a obri-
administração direta e indireta. gatoriedade das escolas, sejam públicas ou privadas,
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da lecionarem sobre o estudo da história geral da África e
população negra vinculado aos seguros privados da história da população negra no Brasil.
de saúde seja tratado sem discriminação.
Art. 11 Nos estabelecimentos de ensino fundamen-
Talvez o conteúdo mais importante para a pro- tal e de ensino médio, públicos e privados, é obri-
moção desse direito fundamental seja o exposto no gatório o estudo da história geral da África e da
art. 7º. O texto legal dispõe sobre a criação da políti- história da população negra no Brasil, observado
ca pública denominada Política Nacional de Saúde o disposto na  Lei n°  9.394, de 20 de dezembro de
354 Integral da População Negra. 1996.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 1o Os conteúdos referentes à história da popula- Além disso, o art. 19 prevê um dever para o Poder
ção negra no Brasil serão ministrados no âmbito de Público de incentivar a celebração das personalida-
todo o currículo escolar, resgatando sua contribui- des e das datas comemorativas relacionadas à traje-
ção decisiva para o desenvolvimento social, econô- tória do samba e de outras manifestações culturais
mico, político e cultural do País. de matriz africana, bem como sua comemoração nas
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomen- instituições de ensino públicas e privadas.
tará a formação inicial e continuada de professores Sobre o direito fundamental ao esporte e lazer,
e a elaboração de material didático específico para o Estatuto apenas prevê, também de forma singela, o
o cumprimento do disposto no caput deste artigo. dever ao Poder Público de fomentar o pleno acesso da
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os população negra às práticas desportivas, consolidan-
órgãos responsáveis pela educação incentivarão do o esporte e o lazer como direitos sociais. Há um
a participação de intelectuais e representantes do
certo enfoque na promoção da capoeira, conforme se
movimento negro para debater com os estudantes
depreende da leitura do art. 22:
suas vivências relativas ao tema em comemoração.
Art. 22 A capoeira é reconhecida como desporto de
Essa é uma das vertentes do direito fundamental à criação nacional, nos termos do art. 217 da Consti-
educação. Mas o Estatuto vai além da questão do aces- tuição Federal.
so à educação para garantir o acesso da comunidade § 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em
negra às atividades de fomento de pesquisa, especia- todas as modalidades em que a capoeira se manifes-
lização e programas de estudos voltadas às relações e ta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo
questões essenciais à esse público. É isso o que dispõe livre o exercício em todo o território nacional.
o texto do art. 12: § 2º É facultado o ensino da capoeira nas insti-
tuições públicas e privadas pelos capoeiristas
Art. 12  Os órgãos federais, distritais e estaduais e mestres tradicionais, pública e formalmente
de fomento à pesquisa e à pós-graduação pode- reconhecidos.
rão criar incentivos a pesquisas e a programas de
estudo voltados para temas referentes às relações Da Liberdade de Consciência, de Crença e de Livre
étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à Exercício dos Cultos Religiosos
população negra.
O Estatuto disciplina sobre a liberdade de cons-
Deve-se destacar que o desenvolvimento de ati- ciência e crença relativas à população negra, garantin-
do a inviolabilidade dessas liberdades. Essa garantia

60
vidades de incentivo à educação para a comunidade
negra não é uma tarefa exclusiva do Governo Federal. fundamental se distingue das demais porque todas as

8-
garantias analisadas anteriormente sempre determi-

48
As instituições privadas podem, por exemplo, instalar
navam uma ação positiva do Poder Público (obrigação

6.
suas próprias unidades escolares, ou institutos de pes-
quisa e aperfeiçoamento de conhecimentos específi-
.15
de fazer). É por isso que o Estatuto utiliza expressões
como “incentivar” ou “fomentar”.
20
cos. Assim, o art. 14 do Estatuto prevê a possibilidade
do Poder Público realizar convênios e outros instru- Por outro lado, a liberdade de consciência e crença
-4

mentos de cooperação e parceria com a iniciativa religiosa exigem abstenções (obrigação de não fazer)
ra

privada para desenvolver atividades voltadas para a do Poder Público. Assim, o Estatuto não impõe uma
ei

inclusão social. obrigação, mas uma vedação ao Estado de interferir


liv

com essas liberdades. Por isso, o texto do art. 23: “É


O

Art. 14 O poder público estimulará e apoiará ações inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen-
de

socioeducacionais realizadas por entidades do do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
os

movimento negro que desenvolvam atividades vol- garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de cul-
am

tadas para a inclusão social, mediante cooperação to e a suas liturgias”.


técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre O direito à liberdade de consciência e crença reli-
R

outros mecanismos. giosa para a população negra compreende determina-


e
m

das diretrizes. O Estatuto apresenta algumas dessas


er

Em relação à cultura, o Estatuto impõe ao Poder diretrizes nos incisos do art. 24:
lh

Público o dever de garantir o reconhecimento das


ui

Art. 24 O direito à liberdade de consciência e de


G

sociedades negras, clubes e outras formas de mani-


festação coletiva da população negra, com trajetória crença e ao livre exercício dos cultos religiosos de
matriz africana compreende:
histórica comprovada como patrimônio histórico e
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões rela-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

cultural. Nesse sentido, o art. 18 faz menção direta


cionadas à religiosidade e a fundação e manuten-
à preservação de costumes dos remanescentes das ção, por iniciativa privada, de lugares reservados
comunidades dos quilombos. para tais fins;
II - a celebração de festividades e cerimônias de
Art. 18 É assegurado aos remanescentes das comu- acordo com preceitos das respectivas religiões;
nidades dos quilombos o direito à preservação de III - a fundação e a manutenção, por iniciativa pri-
seus usos, costumes, tradições e manifestos religio- vada, de instituições beneficentes ligadas às respec-
sos, sob a proteção do Estado. tivas convicções religiosas;
Parágrafo único. A preservação dos documentos e IV - a produção, a comercialização, a aquisição e
dos sítios detentores de reminiscências históricas o uso de artigos e materiais religiosos adequados
dos antigos quilombos, tombados nos termos do § aos costumes e às práticas fundadas na respectiva
5°  do art. 216 da Constituição Federal, receberá religiosidade, ressalvadas as condutas vedadas por
especial atenção do poder público. legislação específica; 355
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
V - a produção e a divulgação de publicações rela- Art. 38 A implementação de políticas voltadas para
cionadas ao exercício e à difusão das religiões de a inclusão da população negra no mercado de tra-
matriz africana; balho será de responsabilidade do poder público,
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas observando-se:
naturais e jurídicas de natureza privada para a I - o instituído neste Estatuto;
manutenção das atividades religiosas e sociais das II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao rati-
respectivas religiões; ficar a Convenção Internacional sobre a Elimina-
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunica- ção de Todas as Formas de Discriminação Racial,
ção para divulgação das respectivas religiões; de 1965;
VIII - a comunicação ao Ministério Público para III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao rati-
abertura de ação penal em face de atitudes e práti- ficar a Convenção no 111, de 1958, da Organização
cas de intolerância religiosa nos meios de comuni- Internacional do Trabalho (OIT), que trata da dis-
cação e em quaisquer outros locais. criminação no emprego e na profissão;
IV - os demais compromissos formalmente assumi-
Do Acesso à Terra e Moradia Adequada dos pelo Brasil perante a comunidade internacional.

Nesse ponto, o Estatuto busca garantir à popula- Mesmo que o mercado de trabalho seja predo-
ção negra o acesso às terras campestres (propriedade minantemente privado, não podendo sofrer grande
rural), bem como o acesso à morada adequada (pro- controle pelas entidades públicas, é imprescindível
priedade urbana). Assim, não importa se a comunida- garantir uma igualdade de oportunidades nesse mer-
de negra se encontra em região metropolitana ou em cado para a população negra discriminada. A igualda-
de de oportunidades será lograda mediante a adoção
zonas rurais, o Estatuto busca garantir o acesso à pro-
de políticas e programas de formação profissional, de
priedade privada para essas pessoas poderem morar
emprego e de geração de renda voltados para a popu-
e aproveitar seu solo.
lação negra. É isso o que dispõe o texto do parágrafo
Para incentivar o desenvolvimento das atividades
primeiro do art. 39:
produtivas da população negra no campo, o Poder
Público promoverá ações para viabilizar e ampliar o
Art. 39 O poder público promoverá ações que asse-
seu acesso ao financiamento agrícola. O art. 29 men-
gurem a igualdade de oportunidades no merca-
ciona a Assistência Técnico Rural: do de trabalho para a população negra, inclusive
mediante a implementação de medidas visando à
Art. 29 Serão assegurados à população negra a promoção da igualdade nas contratações do setor
assistência técnica rural, a simplificação do acesso público e o incentivo à adoção de medidas similares

60
ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraes- nas empresas e organizações privadas.

8-
trutura de logística para a comercialização da § 1º A igualdade de oportunidades será lograda

48
produção. mediante a adoção de políticas e programas

6.
de formação profissional, de emprego e de
15
Em relação ao acesso à morada, dispõe o art. 36 geração de renda voltados para a população
.
20

da criação do programa denominado Sistema Nacio- negra.


-4

nal de Habitação de Interesse Social (SNHIS), e que § 2º As ações visando a promover a igualdade de
oportunidades na esfera da administração pública
ra

os programas, projetos e outras ações governamen-


far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a
ei

tais  realizadas em seu âmbito deverão considerar


liv

as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da serem estabelecidas em legislação específica e em


seus regulamentos.
O

população negra.
§ 3º O poder público estimulará, por meio de
de

incentivos, a adoção de iguais medidas pelo setor


Art. 36 Os programas, projetos e outras ações
os

privado.
governamentais realizadas no âmbito do Sistema
am

§ 4º As ações de que trata o caput deste artigo asse-


Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS),
gurarão o princípio da proporcionalidade de gêne-
R

regulado pela Lei n° 11.124, de 16 de junho de 2005,


ro entre os beneficiários.
e

devem considerar as peculiaridades sociais, econô-


m

§ 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a


micas e culturais da população negra.
er

pequena produção, nos meios rural e urbano, com


Parágrafo único.  Os Estados, o Distrito Federal e
lh

ações afirmativas para mulheres negras.


os Municípios estimularão e facilitarão a participa-
ui

§ 6º O poder público promoverá campanhas de


G

ção de organizações e movimentos representativos sensibilização contra a marginalização da mulher


da população negra na composição dos conselhos negra no trabalho artístico e cultural.
constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacio- § 7º O poder público promoverá ações com o obje-
nal de Habitação de Interesse Social (FNHIS). tivo de elevar a escolaridade e a qualificação pro-
fissional nos setores da economia que contem com
Do Trabalho alto índice de ocupação por trabalhadores negros
de baixa escolarização.
O acesso ao trabalho e ao pleno emprego é uma
garantia conferida a todos os brasileiros. O Estatuto Dos Meios de Comunicação
busca apenas complementar essa garantia constitu-
cional ao dispor que a implementação de políticas Sobre o direito fundamental de acesso aos meios
voltadas para a inclusão da população negra no mer- de comunicação, devem ser garantidas oportunidades
cado de trabalho será de responsabilidade do Poder de emprego para atores figurantes e técnicos negros,
Público. Durante a implementação dessas políticas, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natu-
deverão ser observadas as seguintes diretrizes, todas reza política, ideológica, racial ou artística. É isso o
356 previstas nos incisos do art. 38: que dispõe o texto do art. 44:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 44 Na produção de filmes e programas desti- A importância do Decreto nº 6.949, de 2009 é imen-
nados à veiculação pelas emissoras de televisão e sa, uma vez que ele foi o primeiro tratado internacio-
em salas cinematográficas, deverá ser adotada a nal de direitos humanos a adotar a norma do artigo
prática de conferir oportunidades de emprego para 5º, § 3º, da Constituição Federal, ou seja, a seguir o
atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada mesmo rito de aprovação cabível para as emendas
toda e qualquer discriminação de natureza política, constitucionais (aprovação em cada Casa do Congres-
ideológica, étnica ou artística. so Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não dos respectivos membros).
se aplica aos filmes e programas que abordem espe- Como resultado, tal decreto passou a ter status de
cificidades de grupos étnicos determinados. norma constitucional (mesmo valor normativo das
normas colocadas na Constituição Federal mesmo sem
A produção veiculada pelos órgãos de comunica- fazer parte dela). Por esta razão, o Brasil necessitou
ção deverá sempre valorizar a herança cultural e a promover alterações legislativas para “assegurar e pro-
participação da população negra na história do Brasil. mover o pleno exercício de todos os direitos humanos e
liberdades fundamentais por todas as pessoas com defi-
ciência”, em conformidade com o item 1 da Convenção.
Assim, foi editada, em 6 de julho de 2015, a Lei
nº 13.146, com o objetivo de dar cumprimento à
ESTATUTO DA PESSOA COM
Convenção.
DEFICIÊNCIA (LEI Nº 13.146, DE 2015): Antes de iniciar nosso estudo, é preciso ter em
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E mente que, para melhor compreender a Lei nº 13.146,
de 2015, é primordial entender sua estrutura e iden-
DIREITOS FUNDAMENTAIS — TÍTULOS tificar as ideias mais importantes da legislação, uma
I E II vez que as bancas tendem a cobrar o que se denomina
“literalidade das ideias”, ou seja, os pontos principais
A proteção dos direitos das pessoas com deficiên- de cada artigo com base em sua estrutura, não haven-
cia, tanto no Brasil como no mundo, é algo bem recen- do, para tanto, a necessidade de decorá-los. Consi-
te. Na realidade, a preocupação da sociedade com essa derando os concursos anteriores, o estudo deve ter
parcela da população faz parte de um discurso atual, especial atenção à parte relativa aos crimes e infra-
resultado da forma como essas pessoas passaram a ções administrativas por ser esse o ponto mais cobra-
ser percebidas. do pelas bancas examinadoras.
É possível visualizar, ao longo da história, que as Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!

60
pessoas com deficiência foram encaradas de quatro

8-
modos diferentes, conforme cada período temporal. A NOÇÕES SOBRE O DIREITO DA PESSOA COM

48
primeira fase foi a de intolerância em relação às pes- DEFICIÊNCIA

6.
soas com deficiência, pois simbolizavam a impureza, 15
o pecado, ou, até mesmo, o castigo divino. A segun- A Lei nº 13.146, de 2015 é dividida em duas par-
.
20

da foi a fase marcada pela invisibilidade das pessoas tes: geral e especial. A parte geral tem, como base, os
-4

com deficiência. Dela, decorreu a terceira fase, mar- princípios da Convenção sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência, disciplinando, além desses, os
ra

cada pelo assistencialismo e pautada na perspectiva


direitos fundamentais das pessoas com deficiência.
ei

médica e biológica de que a deficiência era uma pato-


liv

Já a parte especial é composta dos meios de proteção,


logia e, como tal, deveria ser curada. Por fim, a quarta
O

quais sejam: o acesso à Justiça e reconhecimento igual


fase voltou-se para os direitos humanos, despontando
de

perante à lei e aos crimes e infrações administrativas.


os direitos à inclusão social, com ênfase na relação
os

da pessoa com deficiência e do meio em que ela está


am

inserida.
LEI Nº 13.146, DE
Até mesmo a forma de se referir a estas pessoas é
R

2015
fruto de uma construção histórica. A partir de 1993,
e
m

a nomenclatura mudou para portadores de necessi-


er

dades especiais, pessoas com necessidades especiais,


lh

pessoas especiais, portadores de direitos especiais ou


ui

Parte Geral
pessoas com deficiência. Parte Especial
G

Como consequência dessas mudanças no modo de Princípios e direitos


Meio de proteção
ver/encarar a pessoa com deficiência, surgiu o dever fundamentais
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

de eliminar os obstáculos que pudessem impedir o


pleno exercício de seus direitos, de modo a possibili- Iniciando pela parte geral, os artigos de 1º a 3º
tar o desenvolvimento de suas potencialidades, com da mencionada Lei introduzem o tema, estabelecen-
autonomia e participação. do suas disposições gerais. De acordo com o artigo
Neste contexto, iniciou-se um sistema de proteção 1º, o objetivo da legislação é assegurar e promover o
internacional, exigindo dos Estados um tratamento exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
especializado para proteção aos direitos das pessoas da pessoa com deficiência em iguais condições com
com deficiência. Entre os instrumentos de proteção os demais, de modo a garantir sua inclusão social e
realizados, encontra-se a Convenção sobre os Direi- cidadania. Seu parágrafo único deixa claro que a Lei
tos das Pessoas com Deficiência de 2006. O texto desta nº 13.146, de 2015 decorre da Convenção (juntamente
convenção foi assinado no ano de 2007 e incorporado com seus protocolos), sendo incorporada no ordena-
ao ordenamento jurídico brasileiro no ano de 2009 mento jurídico brasileiro com status de Emenda Cons-
pelo Decreto nº 6.949. titucional, conforme explanado. 357
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
O artigo 2º preocupou-se em dar o conceito de pes- Observe que a palavra-chave para entender o con-
soa com deficiência. Em termos gerais, considera-se ceito de acessibilidade é autonomia (direito de circu-
pessoa com deficiência aquela que possui impedi- lar com autonomia em espaços públicos e privados
mento de longo prazo, sendo este de natureza física, de uso coletivo, bem como o direito de ter autonomia
mental, intelectual ou sensorial, que pode, de algu- para utilizar a tecnologia).
ma forma, causar barreiras ou obstruir sua partici-
pação plena e efetiva na sociedade em igualdades Art. 3° [...]
de condições com as demais pessoas.
II - Desenho universal: concepção de produtos,
ambientes, programas e serviços a serem usados
z Pessoa com Deficiência por todas as pessoas, sem necessidade de adapta-
ção ou de projeto específico, incluindo os recursos
„ Impedimento de longo prazo; de tecnologia assistiva.
„ Natureza física, mental, intelectual ou sensorial;
„ Causar barreiras ou obstruir sua participação
Refere-se ao fato de que o produto ou serviço deve
plena e efetiva na sociedade em igualdades de
condições com as demais pessoas. ser utilizado por todas as pessoas, independentemen-
te de ter ou não alguma deficiência.
Além de conceituar pessoas com deficiência, o
art. 2º trouxe, em seus parágrafos, a maneira como Art. 3° [...]
deve ser procedida a avaliação para caracterizar III - Tecnologia assistiva ou ajuda técnica:
essas pessoas. O parágrafo primeiro estabelece que produtos, equipamentos, dispositivos, recursos,
a avaliação será realizada por uma equipe multipro- metodologias, estratégias, práticas e serviços que
fissional e interdisciplinar, de modo a considerar os objetivem promover a funcionalidade, relacio-
aspectos que permeiam o indivíduo (todo o contexto nada à atividade e à participação da pessoa com
social). Para determinar ou não a deficiência, a equi- deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à
pe analisará três enfoques: biológico, psicológico e sua autonomia, independência, qualidade de vida e
social, considerando, para tanto: inclusão social.

z Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; Trata-se, aqui, da possibilidade de adaptar deter-
z Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; minado produto ou serviço às necessidades da pessoa
z A limitação no desempenho de atividades e a com deficiência, para que possa exercê-lo de forma
restrição de participação. autônoma.

60
O parágrafo segundo, por sua vez, estabelece que Art. 3° [...]

8-
compete ao Poder Executivo a criação dos instrumen- IV - Barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati-

48
tos normativos para a verificação da deficiência. tude ou comportamento que limite ou impeça a

6.
participação social da pessoa, bem como o gozo,
15
a fruição e o exercício de seus direitos à acessibi-
.
Importante
20

lidade, à liberdade de movimento e de expressão, à


-4

comunicação, ao acesso à informação, à compreen-


A competência é do Poder Executivo e não do
são, à circulação com segurança, entre outros, clas-
ra

Poder Legislativo.
sificadas em:
ei

a) Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e


liv

nos espaços públicos e privados abertos ao público


O

O art. 3° apresenta outros conceitos para aplicação


e entendimento da legislação. São eles: ou de uso coletivo;
de

b) Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifí-


os

z Acessibilidade; cios públicos e privados;


am

z Desenho universal; c) Barreiras nos transportes: as existentes nos sis-


z Tecnologia assistiva ou ajuda técnica; temas e meios de transportes;
R

z Barreiras; d) Barreiras nas comunicações e na informação:


e
m

z Comunicação; qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comporta-


er

z Adaptações razoáveis; mento que dificulte ou impossibilite a expressão ou


lh

z Elemento de urbanização; o recebimento de mensagens e de informações por


ui

z Mobiliário urbano; intermédio de sistemas de comunicação e de tecno-


G

z Pessoa com mobilidade reduzida; logia da informação;


z Residências inclusivas; e) Barreiras atitudinais: atitudes ou comportamen-
z Moradia para a vida independente da pessoa com tos que impeçam ou prejudiquem a participação
deficiência; social da pessoa com deficiência em igualdade de
z Atendente pessoal; profissional de apoio escolar; condições e oportunidades com as demais pessoas;
z Acompanhante. f) Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou
impedem o acesso da pessoa com deficiência às
Art. 3° [...] tecnologias.
I - Acessibilidade: possibilidade e condição de
alcance para utilização, com segurança e auto- Por barreiras entende-se qualquer obstáculo que
nomia, de espaços, mobiliários, equipamentos impeça ou limite a participação social da pessoa com
urbanos, edificações, transportes, informação e deficiência. As barreiras podem estar nos espaços
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias,
bem como de outros serviços e instalações abertos públicos e privados de uso coletivo (urbanísticas),
ao público, de uso público ou privados de uso coleti- nas edificações (arquitetônicas), nos transportes, nas
vo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa comunicações, nas atitudes (atitudinais) e na dificul-
358 com deficiência ou com mobilidade reduzida. dade de acesso às tecnologias (tecnológicas).
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Art. 3° [...] Diferentemente da residência inclusiva, a mora-
V - Comunicação: forma de interação dos cidadãos dia proporciona serviços de apoio ao deficiente que
que abrange, entre outras opções, as línguas, inclu- ampliarão o seu grau de autonomia.
sive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visua-
lização de textos, o Braille, o sistema de sinalização Art. 3° [...]
ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, XII - Atendente pessoal: pessoa, membro ou não
os dispositivos multimídia, assim como a lingua- da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou
gem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com
e os meios de voz digitalizados e os modos, meios
deficiência no exercício de suas atividades diárias,
e formatos aumentativos e alternativos de comu-
excluídas as técnicas ou os procedimentos identifi-
nicação, incluindo as tecnologias da informação e
cados com profissões legalmente estabelecidas.
das comunicações.
XIII - Profissional de apoio escolar: pessoa que
VI - Adaptações razoáveis: adaptações, modifi-
exerce atividades de alimentação, higiene e locomo-
cações e ajustes necessários e adequados que não
ção do estudante com deficiência e atua em todas
acarretem ônus desproporcional e indevido, quan-
as atividades escolares nas quais se fizer necessá-
do requeridos em cada caso, a fim de assegurar que
a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, ria, em todos os níveis e modalidades de ensino, em
em igualdade de condições e oportunidades com instituições públicas e privadas, excluídas as técni-
as demais pessoas, todos os direitos e liberdades cas ou os procedimentos identificados com profis-
fundamentais. sões legalmente estabelecidas.
VII - Elemento de urbanização: quaisquer compo- XIV - Acompanhante: aquele que acompanha a
nentes de obras de urbanização, tais como os refe- pessoa com deficiência, podendo ou não desempe-
rentes a pavimentação, saneamento, encanamento nhar as funções de atendente pessoal.
para esgotos, distribuição de energia elétrica e de
gás, iluminação pública, serviços de comunicação, DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
abastecimento e distribuição de água, paisagismo e
os que materializam as indicações do planejamento Os arts. 4º a 9º tratam do tema igualdade e não
urbanístico. discriminação, consubstanciados no princípio da
VIII - Mobiliário urbano: conjunto de objetos promoção da igualdade presente na Convenção sobre
existentes nas vias e nos espaços públicos, super- Direitos das Pessoas com Deficiência. Para tanto, o §
postos ou adicionados aos elementos de urbaniza-
1º, do art. 4º preocupou-se em definir discriminação
ção ou de edificação, de forma que sua modificação

60
em razão da deficiência como:
ou seu traslado não provoque alterações substan-

8-
ciais nesses elementos, tais como semáforos, pos-

48
Art. 4° [...]
tes de sinalização e similares, terminais e pontos

6.
§ 1° Considera-se discriminação em razão da defi-
de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de
água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques
.15
ciência toda forma de distinção, restrição ou exclu-
20

e quaisquer outros de natureza análoga. são, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou
-4

IX - Pessoa com mobilidade reduzida: aque- o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhe-
la que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de cimento ou o exercício dos direitos e das liberdades
ra

movimentação, permanente ou temporária, geran- fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo


ei

a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimen-


liv

do redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade,


to de tecnologias assistivas.
O

da coordenação motora ou da percepção, incluindo


de

idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de


colo e obeso. Inclui-se, ainda, como forma de discriminação, a
os

X - Residências inclusivas: unidades de oferta do recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento


am

Serviço de Acolhimento do Sistema Único de Assis- de tecnologias assistivas, tanto pelo próprio Estado,
R

tência Social (SUAS) localizadas em áreas residen- como pelo particular.


e

ciais da comunidade, com estruturas adequadas, Para facilitar na fixação desse conceito, vamos
m

que possam contar com apoio psicossocial para o


er

esquematizá-lo para você:


atendimento das necessidades da pessoa acolhi-
lh

da, destinadas a jovens e adultos com deficiência,


ui

Distinção em razão da deficiência


G

em situação de dependência, que não dispõem de


condições de autossustentabilidade e com vínculos
familiares fragilizados ou rompidos.
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Distinção
As residências inclusivas têm caráter de assis- Restrição
tência para aquelas pessoas com deficiência que são Exclusão
dependentes, porém não possuem vínculos familiares
capazes de lhes dar suporte.
Ação Omissão
Art. 3° [...]
XI - Moradia para a vida independente da pes-
soa com deficiência: moradia com estruturas
adequadas capazes de proporcionar serviços de Impedir, prejudicar ou anular o reconhecimento
apoio coletivos e individualizados que respeitem e ou o exercício dos direitos e das liberdades
ampliem o grau de autonomia de jovens e adultos fundamentais de pessoa com deficiência.
com deficiência. 359
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Importante esclarecer que a igualdade trazida z Disponibilização de recursos, tanto humanos
pela Lei nº 13.146, de 2015 não é impositiva, ou seja, quanto tecnológicos, que garantam atendimento
as ações afirmativas constante da Lei não são obriga- em igualdade de condições com as demais pessoas;
tórias às pessoas com deficiência, pois, se elas não qui- z Disponibilização de pontos de parada, estações e
serem se beneficiar dos direitos elencados, não serão terminais acessíveis de transporte coletivo de pas-
obrigadas. Por exemplo: a pessoa com deficiência não sageiros e garantia de segurança no embarque e
é obrigada a se inscrever para as vagas reservadas, no desembarque;
podendo concorrer às vagas de ampla concorrência z Acesso a informações e disponibilização de recur-
se assim desejar. sos de comunicação acessíveis;
O artigo 5º, por vez, trata da proteção da pessoa z Recebimento de restituição de imposto de renda;
com deficiência, de modo a afastar toda forma de z Tramitação processual e procedimentos judiciais e
tortura ou outro mecanismo de redução da dignida- administrativos em que for parte ou interessada,
de da pessoa humana ao assegurar a proteção contra em todos os atos e diligências.
negligência, discriminação, exploração, violência, tor-
tura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou Com exceção da restituição de imposto de renda e
degradante. Seu parágrafo único traz um importante da tramitação processual prioritária, todos os demais
conceito: especialmente vulneráveis. Considerando itens relativos ao atendimento prioritário são exten-
que a pessoa com deficiência já é vulnerável e, por sivos ao acompanhante da pessoa com deficiência
esta razão, merece a proteção especial, maior deve ser ou ao seu atendente pessoal. Como consequência, o
a proteção das crianças, adolescentes, mulheres e acompanhante tem direito à preferência de atendi-
idosos quando estes possuem deficiência. mento, ao socorro, entre outros.
Importante é, também, o artigo 6º da Lei, que con-
cedeu às pessoas com deficiência plena capacidade DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
para o exercício de seus direitos, inclusive para:
Os arts. 10 ao 78 traçam os direitos das pessoas com
z Casar ou constituir união estável; deficiência. São eles que estudaremos neste momento.
z Exercer direitos sexuais e reprodutivos; Veja-os a seguir:
z Exercer o direito de decidir sobre o número de
filhos e de ter acesso a informações adequadas z Direitos Fundamentais
sobre reprodução e planejamento familiar;
z Conservar sua fertilidade, sendo proibida a esteri- „ Vida;
lização compulsória; „ Habitação e Reabilitação;

60
z Exercer o direito à família e à convivência familiar „ Saúde;

8-
e comunitária; „ Educação;

48
z Exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à „ Moradia;

6.
adoção, como adotante ou adotando, em igualdade „ Trabalho;
de oportunidades com as demais pessoas. „ Assistente Social;15
.
20
„ Previdência Social;
„ Cultura, esporte, turismo e lazer;
-4

Dica „ Transporte;
ra

Até a entrada em vigor da Lei nº 13.146, de 2015, „ Mobilidade;


ei

as pessoas com deficiência eram tidas, em „ Acessibilidade.


liv

regra, como absoluta ou relativamente incapa-


O

zes pelo Código Civil. Atualmente, a regra é que Do Direito à Vida


de

elas são plenamente capazes, só sendo consi-


os

O direito à vida encontra-se previsto nos arts. 10


deradas relativamente incapazes se, por causa
am

ao 13, da Lei nº 13.146, de 2015, e dele decorrem os


transitória ou permanente, não puderem expri-
demais direitos, pois, sem a vida, não existiria nenhum
R

mir sua vontade. outro. O direito à vida é inviolável, sendo, inclusive,


e
m

garantido constitucionalmente a todas as pessoas. Por


O artigo 7º trouxe o dever de vigilância geral apli-
er

conseguinte, a pessoa com deficiência tem o direito


lh

cável a todas as pessoas. Em decorrência dele, podem de lutar pela sua vida, competindo ao Estado o dever
ui

comunicar às autoridades qualquer tipo de ameaça de adotar toda e qualquer medida para assegurar seu
G

ou violação aos direitos da pessoa com deficiência. pleno exercício.


Ressalta-se que seu parágrafo único dispõe que, uma Importante assinalar que a pessoa com deficiência
vez verificado pelos juízes e tribunais ofensa à Lei, o não é obrigada a ser submetida a qualquer espécie
Ministério Público deve ser informado para que adote de tratamento ou intervenção forçada, haja vista que
as providências para o devido cumprimento da Lei, é indispensável seu livre consentimento para a rea-
inclusive na forma penal. lização de qualquer procedimento, exceto nos casos
O artigo 8º estabelece que é dever Estado, da de atendimento de emergência em saúde e risco de
sociedade e da família assegurar a efetivação dos morte e nos casos em que se encontra impossibilitada
direitos das pessoas com deficiência. de manifestar a sua vontade. Por possui curador, este
Encerrando a parte relativa à igualdade, o 9º dis- supre o seu consentimento (aplica-se apenas às pes-
põe sobre o atendimento prioritário, com as finali- soas submetidas ao instituto da Curatela).
dades de: Verifica-se, ainda, que compete ao Poder Público
a proteção das pessoas com deficiência em situações
z Proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; de vulnerabilidade, em especial, aquelas em situações
z Atendimento em todas as instituições e serviços de de risco, como nos casos de estado de emergência ou
360 atendimento ao público; calamidade pública.
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Do Direito à Habilitação e à Reabilitação Do Direito à Saúde

O direito à habilitação e reabilitação está discipli- O direito à saúde encontra-se estabelecido nos
nado nos arts. 14 ao 17, dizendo respeito à garantia de arts. 18 a 26. Trata-se de um direito universal, pois
se adotar medidas que promovam a recuperação física, estabelece garantias às pessoas de modo geral, estan-
cognitiva e psicológica, bem como a proteção, à reabili- do, também, arrolado na Constituição Federal como
tação e a reinserção social das pessoas com deficiência. um direito social.
Salienta-se que o direito à saúde da pessoa com
Art. 14 O processo de habilitação e de reabilitação deficiência contempla o acesso a um atendimento
é um direito da pessoa com deficiência.
integral, ou seja, em todos os níveis de complexidade,
Parágrafo único. O processo de habilitação e de
reabilitação tem por objetivo o desenvolvimento seja de caráter preventivo ou para fins de tratamen-
de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões to, sem qualquer discriminação ou custos adicionais,
físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudi- com direito ao acompanhante, em ambientes acessí-
nais, profissionais e artísticas que contribuam para veis, sem se submeter a qualquer tipo de discrimina-
a conquista da autonomia da pessoa com deficiên- ção ou violência, estabelecendo, portanto, o acesso
cia e de sua participação social em igualdade de igualitário.
condições e oportunidades com as demais pessoas.
Art. 15 O processo mencionado no art. 14 desta Lei
Art. 18 É assegurada atenção integral à saúde da
baseia-se em avaliação multidisciplinar das neces-
pessoa com deficiência em todos os níveis de com-
sidades, habilidades e potencialidades de cada pes-
soa, observadas as seguintes diretrizes: plexidade, por intermédio do SUS, garantido acesso
I - diagnóstico e intervenção precoces; universal e igualitário.
II - adoção de medidas para compensar perda ou § 1º É assegurada a participação da pessoa com
limitação funcional, buscando o desenvolvimento deficiência na elaboração das políticas de saúde a
de aptidões; ela destinadas.
III - atuação permanente, integrada e articulada de § 2º É assegurado atendimento segundo normas
políticas públicas que possibilitem a plena partici- éticas e técnicas, que regulamentarão a atuação
pação social da pessoa com deficiência; dos profissionais de saúde e contemplarão aspec-
IV - oferta de rede de serviços articulados, com tos relacionados aos direitos e às especificidades da
atuação intersetorial, nos diferentes níveis de com- pessoa com deficiência, incluindo temas como sua
plexidade, para atender às necessidades específicas dignidade e autonomia.
da pessoa com deficiência; § 3º Aos profissionais que prestam assistência à
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência, especialmente em serviços

60
pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, de habilitação e de reabilitação, deve ser garantida
respeitadas a organização das Redes de Atenção à

8-
capacitação inicial e continuada.
Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do

48
§ 4º As ações e os serviços de saúde pública desti-
Sistema Único de Saúde (SUS).

6.
nados à pessoa com deficiência devem assegurar:
Art. 16 Nos programas e serviços de habilitação e de rea- 15
bilitação para a pessoa com deficiência, são garantidos: I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados
.
por equipe multidisciplinar;
20

I - organização, serviços, métodos, técnicas e recur-


II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre
-4

sos para atender às características de cada pessoa


com deficiência; que necessários, para qualquer tipo de deficiência,
ra

II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços; inclusive para a manutenção da melhor condição


ei

III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, de saúde e qualidade de vida;


liv

materiais e equipamentos adequados e apoio técni- III - atendimento domiciliar multidisciplinar, trata-
O

co profissional, de acordo com as especificidades de mento ambulatorial e internação;


de

cada pessoa com deficiência; IV - campanhas de vacinação;


IV - capacitação continuada de todos os profissio- V - atendimento psicológico, inclusive para seus
os

nais que participem dos programas e serviços. familiares e atendentes pessoais;


am

Art. 17 Os serviços do SUS e do Suas deverão pro- VI - respeito à especificidade, à identidade de gêne-
mover ações articuladas para garantir à pessoa
R

ro e à orientação sexual da pessoa com deficiência;


com deficiência e sua família a aquisição de infor-
e

VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direi-


m

mações, orientações e formas de acesso às políticas


to à fertilização assistida;
er

públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar


VIII - informação adequada e acessível à pessoa
lh

sua plena participação social.


com deficiência e a seus familiares sobre sua con-
ui

Parágrafo único. Os serviços de que trata o caput


dição de saúde;
G

deste artigo podem fornecer informações e orienta-


ções nas áreas de saúde, de educação, de cultura, IX - serviços projetados para prevenir a ocorrên-
de esporte, de lazer, de transporte, de previdência cia e o desenvolvimento de deficiências e agravos
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

social, de assistência social, de habitação, de tra- adicionais;


balho, de empreendedorismo, de acesso ao crédito, X - promoção de estratégias de capacitação perma-
de promoção, proteção e defesa de direitos e nas nente das equipes que atuam no SUS, em todos os
demais áreas que possibilitem à pessoa com defi- níveis de atenção, no atendimento à pessoa com
ciência exercer sua cidadania. deficiência, bem como orientação a seus atendentes
pessoais;
Esse direito relaciona-se, diretamente, com a ques- XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares
tão da saúde, de modo a envolver a atuação do Siste- de locomoção, medicamentos, insumos e fórmu-
ma Único de Saúde (SUS) e do Serviço de Acolhimento las nutricionais, conforme as normas vigentes do
do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), ambos Ministério da Saúde.
responsáveis por prestar informações e orientações § 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também
adequadas com relação às políticas públicas dispo- às instituições privadas que participem de forma
níveis, de modo a favorecer a plena participação das complementar do SUS ou que recebam recursos
pessoas com deficiência. públicos para sua manutenção. 361
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Art. 19 Compete ao SUS desenvolver ações destina- Do Direito à Educação
das à prevenção de deficiências por causas evitá-
veis, inclusive por meio de: O direito à educação está previsto nos arts. 27 ao
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do 30, além de fazer parte do rol dos direitos sociais, pre-
puerpério, com garantia de parto humanizado e vistos no art. 6º da Constituição Federal, de 1988.
seguro; Na Lei nº 13.146, de 2015, o direito à educação
II - promoção de práticas alimentares adequadas e deve ser garantido por meio de um sistema educa-
saudáveis, vigilância alimentar e nutricional, pre- cional inclusivo, que deve atender, com qualidade
venção e cuidado integral dos agravos relacionados e de modo satisfatório, as pessoas com deficiência. O
à alimentação e nutrição da mulher e da criança; objetivo desse sistema inclusivo é evitar a segregação
III - aprimoramento e expansão dos programas de dessas pessoas, a fim de superar as dificuldades que
imunização e de triagem neonatal; advenham dessa condição e favorecer a sua integra-
IV - identificação e controle da gestante de alto ção na comunidade.
risco.
Art. 20 As operadoras de planos e seguros privados
Dica
de saúde são obrigadas a garantir à pessoa com
deficiência, no mínimo, todos os serviços e produ- É a escola que deve se adaptar ao aluno, bus-
tos ofertados aos demais clientes. cando compreender suas necessidades e carac-
Art. 21 Quando esgotados os meios de atenção à terísticas e não o contrário.
saúde da pessoa com deficiência no local de resi-
dência, será prestado atendimento fora de domi- Art. 27 A educação constitui direito da pessoa com
cílio, para fins de diagnóstico e de tratamento, deficiência, assegurados sistema educacional inclu-
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa sivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de
com deficiência e de seu acompanhante. toda a vida, de forma a alcançar o máximo desen-
Art. 22 À pessoa com deficiência internada ou em volvimento possível de seus talentos e habilidades
observação é assegurado o direito a acompanhante físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo
ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a insti- suas características, interesses e necessidades de
tuição de saúde proporcionar condições adequadas aprendizagem.
para sua permanência em tempo integral. Parágrafo único. É dever do Estado, da família,
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acom- da comunidade escolar e da sociedade assegurar
panhante ou do atendente pessoal junto à pessoa educação de qualidade à pessoa com deficiência,
com deficiência, cabe ao profissional de saúde res- colocando-a a salvo de toda forma de violência,

60
ponsável pelo tratamento justificá-la por escrito. negligência e discriminação.

8-
Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar,
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no

48
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar
§ 1º deste artigo, o órgão ou a instituição de saúde

6.
e avaliar:
deve adotar as providências cabíveis para suprir 15
I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis
a ausência do acompanhante ou do atendente
.
e modalidades, bem como o aprendizado ao longo
20

pessoal.
de toda a vida;
-4

Art. 23 São vedadas todas as formas de discrimi- II - aprimoramento dos sistemas educacionais,
ra

nação contra a pessoa com deficiência, inclusive visando a garantir condições de acesso, perma-
ei

por meio de cobrança de valores diferenciados por nência, participação e aprendizagem, por meio da
liv

planos e seguros privados de saúde, em razão de oferta de serviços e de recursos de acessibilidade


O

sua condição. que eliminem as barreiras e promovam a inclusão


de

Art. 24 É assegurado à pessoa com deficiência o plena;


acesso aos serviços de saúde, tanto públicos como III - projeto pedagógico que institucionalize o aten-
os

privados, e às informações prestadas e recebidas, dimento educacional especializado, assim como os


am

por meio de recursos de tecnologia assistiva e de demais serviços e adaptações razoáveis, para aten-
R

todas as formas de comunicação previstas no inci- der às características dos estudantes com deficiên-
e

so V do art. 3º desta Lei. cia e garantir o seu pleno acesso ao currículo em


m

Art. 25 Os espaços dos serviços de saúde, tanto condições de igualdade, promovendo a conquista e
er

públicos quanto privados, devem assegurar o aces- o exercício de sua autonomia;


lh

IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como


ui

so da pessoa com deficiência, em conformidade


primeira língua e na modalidade escrita da língua
G

com a legislação em vigor, mediante a remoção


de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, portuguesa como segunda língua, em escolas e
de ambientação de interior e de comunicação que classes bilíngues e em escolas inclusivas;
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas
atendam às especificidades das pessoas com defi-
em ambientes que maximizem o desenvolvimento
ciência física, sensorial, intelectual e mental.
acadêmico e social dos estudantes com deficiência,
Art. 26 Os casos de suspeita ou de confirmação de
favorecendo o acesso, a permanência, a participa-
violência praticada contra a pessoa com deficiên-
ção e a aprendizagem em instituições de ensino;
cia serão objeto de notificação compulsória pelos VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de
serviços de saúde públicos e privados à autoridade novos métodos e técnicas pedagógicas, de mate-
policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos riais didáticos, de equipamentos e de recursos de
dos Direitos da Pessoa com Deficiência. tecnologia assistiva;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, consi- VII - planejamento de estudo de caso, de elabora-
dera-se violência contra a pessoa com deficiência ção de plano de atendimento educacional especia-
qualquer ação ou omissão, praticada em local lizado, de organização de recursos e serviços de
público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou acessibilidade e de disponibilização e usabilidade
362 sofrimento físico ou psicológico. pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
VIII - participação dos estudantes com deficiência e III - disponibilização de provas em formatos acessí-
de suas famílias nas diversas instâncias de atuação veis para atendimento às necessidades específicas
da comunidade escolar; do candidato com deficiência;
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o IV - disponibilização de recursos de acessibilidade
desenvolvimento dos aspectos linguísticos, cultu- e de tecnologia assistiva adequados, previamen-
rais, vocacionais e profissionais, levando-se em te solicitados e escolhidos pelo candidato com
conta o talento, a criatividade, as habilidades e os deficiência;
interesses do estudante com deficiência; V - dilação de tempo, conforme demanda apresen-
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos tada pelo candidato com deficiência, tanto na reali-
programas de formação inicial e continuada de
zação de exame para seleção quanto nas atividades
professores e oferta de formação continuada para
acadêmicas, mediante prévia solicitação e compro-
o atendimento educacional especializado;
vação da necessidade;
XI - formação e disponibilização de professores
para o atendimento educacional especializado, de VI - adoção de critérios de avaliação das provas
tradutores e intérpretes da Libras, de guias intér- escritas, discursivas ou de redação que considerem
pretes e de profissionais de apoio; a singularidade linguística da pessoa com deficiên-
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e cia, no domínio da modalidade escrita da língua
de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma portuguesa;
a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, VII - tradução completa do edital e de suas retifica-
promovendo sua autonomia e participação; ções em Libras.
XIII - acesso à educação superior e à educação pro-
fissional e tecnológica em igualdade de oportunida- Do Direito à Moradia
des e condições com as demais pessoas;
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos O direito à moradia, cuja previsão encontra-
de nível superior e de educação profissional técnica
-se nos arts. 31 ao 33, tem, como objetivo, garantir o
e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com
deficiência nos respectivos campos de conhecimento;
máximo de autonomia e dignidade à pessoa com defi-
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualda- ciência. Trata-se de um direito contemplado na Decla-
de de condições, a jogos e a atividades recreativas, ração Universal de Direitos Humanos, competindo ao
esportivas e de lazer, no sistema escolar; Poder Público sua promoção e efetiva concretização.
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, tra-
balhadores da educação e demais integrantes da Art. 31 A pessoa com deficiência tem direito à
comunidade escolar às edificações, aos ambientes e moradia digna, no seio da família natural ou substi-
às atividades concernentes a todas as modalidades, tuta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacom-

60
etapas e níveis de ensino; panhada, ou em moradia para a vida independente

8-
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência

48
XVIII - articulação intersetorial na implementação inclusiva.

6.
de políticas públicas. § 1º O poder público adotará programas e ações
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e 15
estratégicas para apoiar a criação e a manutenção
.
modalidade de ensino, aplica-se obrigatoriamente
20

de moradia para a vida independente da pessoa


o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X, XI,
-4

com deficiência.
XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste
§ 2º A proteção integral na modalidade de residên-
ra

artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicio-


cia inclusiva será prestada no âmbito do Suas à
ei

nais de qualquer natureza em suas mensalidades,


pessoa com deficiência em situação de dependência
liv

anuidades e matrículas no cumprimento dessas


que não disponha de condições de autossustenta-
O

determinações.
bilidade, com vínculos familiares fragilizados ou
de

§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes


da Libras a que se refere o inciso XI do caput deste rompidos.
os

artigo, deve-se observar o seguinte: Art. 32 Nos programas habitacionais, públicos ou


am

I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na subsidiados com recursos públicos, a pessoa com
educação básica devem, no mínimo, possuir ensi- deficiência ou o seu responsável goza de priorida-
R

no médio completo e certificado de proficiência na de na aquisição de imóvel para moradia própria,


e
m

Libras; (Vigência) observado o seguinte:


er

II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento)
lh

direcionados à tarefa de interpretar nas salas de das unidades habitacionais para pessoa com
ui

aula dos cursos de graduação e pós-graduação, deficiência;


G

devem possuir nível superior, com habilitação, II - (VETADO);


prioritariamente, em Tradução e Interpretação em III - em caso de edificação multifamiliar, garantia
Libras. (Vigência) de acessibilidade nas áreas de uso comum e nas
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 29 (VETADO).
unidades habitacionais no piso térreo e de acessibi-
Art. 30 Nos processos seletivos para ingresso e per-
lidade ou de adaptação razoável nos demais pisos;
manência nos cursos oferecidos pelas instituições
IV - disponibilização de equipamentos urbanos
de ensino superior e de educação profissional e tec-
comunitários acessíveis;
nológica, públicas e privadas, devem ser adotadas
as seguintes medidas: V - elaboração de especificações técnicas no projeto
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiên- que permitam a instalação de elevadores.
cia nas dependências das Instituições de Ensino § 1º O direito à prioridade, previsto no caput deste
Superior (IES) e nos serviços; artigo, será reconhecido à pessoa com deficiência
II - disponibilização de formulário de inscrição de beneficiária apenas uma vez.
exames com campos específicos para que o candi- § 2º Nos programas habitacionais públicos, os cri-
dato com deficiência informe os recursos de acessi- térios de financiamento devem ser compatíveis com
bilidade e de tecnologia assistiva necessários para os rendimentos da pessoa com deficiência ou de sua
sua participação; família. 363
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 3º Caso não haja pessoa com deficiência interes- São seus objetivos: habilitar e reabilitar as pessoas
sada nas unidades habitacionais reservadas por com deficiência; reintegrá-las à vida comunitária;
força do disposto no inciso I do caput deste artigo, garantir um benefício mensal àqueles que não têm
as unidades não utilizadas serão disponibilizadas meios de prover a sua manutenção (hipossuficiente).
às demais pessoas. Veja os artigos em sua literalidade:
Art. 33 Ao poder público compete:
I - adotar as providências necessárias para o cum- Art. 39 Os serviços, os programas, os projetos e os
primento do disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e benefícios no âmbito da política pública de assis-
II - divulgar, para os agentes interessados e benefi- tência social à pessoa com deficiência e sua família
ciários, a política habitacional prevista nas legisla- têm como objetivo a garantia da segurança de ren-
ções federal, estaduais, distrital e municipais, com da, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do
ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade. desenvolvimento da autonomia e da convivência
familiar e comunitária, para a promoção do acesso
Do Direito ao Trabalho
a direitos e da plena participação social.
§ 1º A assistência social à pessoa com deficiên-
O direito ao trabalho, disciplinado nos arts. 34 cia, nos termos do caput deste artigo, deve
e 35, tem, como característica, o fato de ser incluso. envolver conjunto articulado de serviços do
Como consequência, permite-se que a pessoa com âmbito da Proteção Social Básica e da Prote-
deficiência tenha efetiva liberdade de escolha quanto ção Social Especial, ofertados pelo Suas, para
à profissão ou ao trabalho que deseja desempenhar. a garantia de seguranças fundamentais no enfren-
tamento de situações de vulnerabilidade e de risco,
Disposições Gerais por fragilização de vínculos e ameaça ou violação
de direitos.
Art. 34 A pessoa com deficiência tem direito ao tra- § 2º Os serviços socioassistenciais destina-
balho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente dos à pessoa com deficiência em situação de
acessível e inclusivo, em igualdade de oportunida- dependência deverão contar com cuidadores
des com as demais pessoas. sociais para prestar-lhe cuidados básicos e
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado instrumentais.
ou de qualquer natureza são obrigadas a garantir Art. 40 É assegurado à pessoa com deficiência que
ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. não possua meios para prover sua subsistência
§ 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igual- nem de tê-la provida por sua família o benefício
dade de oportunidades com as demais pessoas, a mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.

60
igual remuneração por trabalho de igual valor.

8-
§ 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com Do Direito à Previdência Social

48
deficiência e qualquer discriminação em razão

6.
de sua condição, inclusive nas etapas de recruta- O direito à previdência social, também integran-
mento, seleção, contratação, admissão, exames 15
te do subsistema da Seguridade Social, encontra-se
.
admissional e periódico, permanência no emprego,
20
previsto no art. 41. Trata de garantir à pessoa com
ascensão profissional e reabilitação profissional, deficiência segurada do Regime Geral de Previdência
-4

bem como exigência de aptidão plena. Social (RGPS) o direito à aposentadoria nos termos
ra

§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à partici-


da Lei Complementar nº 142 de 8 de maio de 2013 —
ei

pação e ao acesso a cursos, treinamentos, educação


redução de até 10 (dez) anos de contribuição, confor-
liv

continuada, planos de carreira, promoções, bonifi-


me o grau da deficiência aferido em avaliação médica
O

cações e incentivos profissionais oferecidos pelo


e social.
de

empregador, em igualdade de oportunidades com


os demais empregados.
os

Art. 41 A pessoa com deficiência segurada do Regi-


§ 5º É garantida aos trabalhadores com deficiên-
am

me Geral de Previdência Social (RGPS) tem direito à


cia acessibilidade em cursos de formação e de
aposentadoria nos termos da Lei Complementar nº
R

capacitação.
Art. 35 É finalidade primordial das políticas públi- 142, de 8 de maio de 2013.
e
m

cas de trabalho e emprego promover e garantir


Do Direito à Cultura, ao Esporte, ao Turismo e ao
er

condições de acesso e de permanência da pessoa


lh

com deficiência no campo de trabalho.


Lazer
ui

Parágrafo único. Os programas de estímulo ao


G

empreendedorismo e ao trabalho autônomo, incluídos O direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao


o cooperativismo e o associativismo, devem prever a lazer está estabelecido nos arts. 42 ao 45, tendo, como
participação da pessoa com deficiência e a disponibili- um de seus principais objetivos, a promoção isonômi-
zação de linhas de crédito, quando necessárias. ca à inclusão e participação da pessoa com deficiência
na vida em sociedade em todos os seus aspectos.
Do Direito à Assistência Social Ressalta-se que é proibida a cobrança de valor
maior pelo ingresso de pessoas com deficiência.
O direito à assistência social encontra-se con-
templado nos arts. 39 e 40, além de fazer parte do rol Art. 42 A pessoa com deficiência tem direito à cul-
dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição tura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade
Federal de 1988. de oportunidades com as demais pessoas, sendo-lhe
A assistência social faz parte do subsistema da garantido o acesso:
Seguridade Social, juntamente com a saúde e a previ- I - a bens culturais em formato acessível;
dência social. Por assistência social entende-se o con- II - a programas de televisão, cinema, teatro e
junto de medidas institucionalizadas de assistência outras atividades culturais e desportivas em for-
364 gratuita a ser prestada a quem dela necessitar. mato acessível; e
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
III - a monumentos e locais de importância cultural § 1º Os estabelecimentos já existentes deverão dis-
e a espaços que ofereçam serviços ou eventos cultu- ponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
rais e esportivos. seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
§ 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual 1 (uma) unidade acessível.
em formato acessível à pessoa com deficiência, sob § 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste arti-
qualquer argumento, inclusive sob a alegação de go deverão ser localizados em rotas acessíveis.
proteção dos direitos de propriedade intelectual.
§ 2º O poder público deve adotar soluções desti- Do Direito ao Transporte e à Mobilidade
nadas à eliminação, à redução ou à superação de
barreiras para a promoção do acesso a todo patri- O direito ao transporte e à mobilidade está disci-
mônio cultural, observadas as normas de acessi- plinado nos arts. 46 ao 52. Tal direito objetiva comba-
bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio ter, de modo concreto, a manifestação de barreiras na
histórico e artístico nacional. vida da pessoa com deficiência.
Art. 43 O poder público deve promover a participa-
ção da pessoa com deficiência em atividades artísti- Art. 46 O direito ao transporte e à mobilidade da
cas, intelectuais, culturais, esportivas e recreativas, pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
com vistas ao seu protagonismo, devendo: da será assegurado em igualdade de oportunidades
I - incentivar a provisão de instrução, de treinamen- com as demais pessoas, por meio de identificação
to e de recursos adequados, em igualdade de opor- e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras
tunidades com as demais pessoas; ao seu acesso.
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
e nos serviços prestados por pessoa ou entidade transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
envolvida na organização das atividades de que em todas as jurisdições, consideram-se como inte-
trata este artigo; e grantes desses serviços os veículos, os terminais, as
III - assegurar a participação da pessoa com defi- estações, os pontos de parada, o sistema viário e a
ciência em jogos e atividades recreativas, espor- prestação do serviço.
tivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições
sistema escolar, em igualdade de condições com as desta Lei, sempre que houver interação com a
demais pessoas. matéria nela regulada, a outorga, a concessão, a
Art. 44 Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, permissão, a autorização, a renovação ou a habili-
ginásios de esporte, locais de espetáculos e de con- tação de linhas e de serviços de transporte coletivo.
ferências e similares, serão reservados espaços § 3º Para colocação do símbolo internacional de
livres e assentos para a pessoa com deficiência, de acesso nos veículos, as empresas de transporte
acordo com a capacidade de lotação da edificação, coletivo de passageiros dependem da certificação

60
observado o disposto em regulamento. de acessibilidade emitida pelo gestor público res-

8-
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este arti- ponsável pela prestação do serviço.

48
go devem ser distribuídos pelo recinto em locais Art. 47 Em todas as áreas de estacionamento aber-

6.
diversos, de boa visibilidade, em todos os setores, to ao público, de uso público ou privado de uso
próximos aos corredores, devidamente sinalizados,
.15
coletivo e em vias públicas, devem ser reservadas
20

evitando-se áreas segregadas de público e obstru- vagas próximas aos acessos de circulação de pedes-
tres, devidamente sinalizadas, para veículos que
-4

ção das saídas, em conformidade com as normas


de acessibilidade. transportem pessoa com deficiência com compro-
ra

§ 2º No caso de não haver comprovada procura metimento de mobilidade, desde que devidamente
ei

pelos assentos reservados, esses podem, excepcio- identificados.


liv

nalmente, ser ocupados por pessoas sem deficiência § 1º As vagas a que se refere o caput deste arti-
O

ou que não tenham mobilidade reduzida, observa- go devem equivaler a 2% (dois por cento) do total,
de

do o disposto em regulamento. garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente


sinalizada e com as especificações de desenho e tra-
os

§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este arti-


çado de acordo com as normas técnicas vigentes de
go devem situar-se em locais que garantam a aco-
am

acessibilidade.
modação de, no mínimo, 1 (um) acompanhante da
R

§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas


pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzi-
devem exibir, em local de ampla visibilidade, a cre-
e

da, resguardado o direito de se acomodar proxima-


m

dencial de beneficiário, a ser confeccionada e for-


mente a grupo familiar e comunitário.
er

necida pelos órgãos de trânsito, que disciplinarão


§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
lh

suas características e condições de uso.


ui

deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí- § 3º A utilização indevida das vagas de que trata
G

das de emergência acessíveis, conforme padrões este artigo sujeita os infratores às sanções previs-
das normas de acessibilidade, a fim de permitir tas no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de 23
a saída segura da pessoa com deficiência ou com de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasilei-
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

mobilidade reduzida, em caso de emergência. ro) .


§ 5º Todos os espaços das edificações previstas no § 4º A credencial a que se refere o § 2º deste artigo é
caput deste artigo devem atender às normas de vinculada à pessoa com deficiência que possui com-
acessibilidade em vigor. prometimento de mobilidade e é válida em todo o
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas território nacional.
as sessões, recursos de acessibilidade para a pessoa Art. 48 Os veículos de transporte coletivo terrestre,
com deficiência. aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiên- portos e os terminais em operação no País devem
cia não poderá ser superior ao valor cobrado das ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso por
demais pessoas. todas as pessoas.
Art. 45 Os hotéis, pousadas e similares devem ser § 1º Os veículos e as estruturas de que trata o caput
construídos observando-se os princípios do dese- deste artigo devem dispor de sistema de comunica-
nho universal, além de adotar todos os meios de ção acessível que disponibilize informações sobre
acessibilidade, conforme legislação em vigor. todos os pontos do itinerário. 365
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prio- A Lei Maria da Penha foi inovadora em muitos
ridade e segurança nos procedimentos de embar- aspectos e influenciou uma série de outras leis.
que e de desembarque nos veículos de transporte
coletivo, de acordo com as normas técnicas. INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI MARIA DA PENHA
§ 3º Para colocação do símbolo internacional de
acesso nos veículos, as empresas de transporte
Trata-se de uma lei que tem grande influência
coletivo de passageiros dependem da certificação
de acessibilidade emitida pelo gestor público res- sobre outros dispositivos legais, por conta de seu cará-
ponsável pela prestação do serviço. ter inovador, conforme veremos.
Art. 49 As empresas de transporte de fretamento e
de turismo, na renovação de suas frotas, são obri- Principais Inovações da Lei Maria da Penha, Lei nº
gadas ao cumprimento do disposto nos arts. 46 e 48 11.340, de 2006
desta Lei. (Vigência)
Art. 50 O poder público incentivará a fabricação de veí- z Tipificou e definiu a violência doméstica e familiar
culos acessíveis e a sua utilização como táxis e vans, contra a mulher (art. 5º);
de forma a garantir o seu uso por todas as pessoas.
z Definiu as formas de violência doméstica e fami-
Art. 51 As frotas de empresas de táxi devem reser-
liar contra a mulher: física, psicológica, sexual,
var 10% (dez por cento) de seus veículos acessíveis
à pessoa com deficiência. (Vide Decreto nº 9.762, de patrimonial e moral (art. 7º);
2019) (Vigência) z Determinou que a violência doméstica contra a
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas mulher independe de classe, raça, etnia, orienta-
ou de valores adicionais pelo serviço de táxi presta- ção sexual, renda, cultura, nível educacional, ida-
do à pessoa com deficiência. de e religião (art. 2º e art. 5º);
§ 2º O poder público é autorizado a instituir incenti- z Determinou que a renúncia à representação só
vos fiscais com vistas a possibilitar a acessibilidade pode ser feita em audiência especialmente desig-
dos veículos a que se refere o caput deste artigo. nada para tal finalidade (art. 16);
Art. 52 As locadoras de veículos são obrigadas a
z Nos casos de violência doméstica e familiar contra
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pes-
a mulher, proibiu as penas de prestação de cesta
soa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
veículos de sua frota. (Vide Decreto nº 9.762, de básica ou outra prestação pecuniária, assim como
2019) (Vigência) a possibilidade da substituição da pena pelo paga-
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mento isolado de multa (art. 17);
mínimo, câmbio automático, direção hidráulica, z Garantiu às mulheres em situação de violência
vidros elétricos e comandos manuais de freio e de doméstica e familiar o acesso à Defensoria Pública

60
embreagem. ou à Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da

8-
48
lei, tanto em sede policial quanto judicial, devendo

6.
o tratamento ser específico e humanizado (art. 28);
15
z Possibilitou ao juiz o decreto de prisão preventiva
.
LEI MARIA DA PENHA (LEI Nº do agressor quando houver riscos à integridade
20

física ou psicológica da vítima (art. 20);


-4

11.340, DE 2006): DISPOSIÇÕES


z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de
ra

PRELIMINARES, DA VIOLÊNCIA urgência (art. 22), dentre elas a suspensão da posse


ei

DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA ou restrição do porte de armas do agressor, assim


liv

A MULHER E DA ASSISTÊNCIA À como seu afastamento do lar e a proibição da apro-


O

ximação e do contato;
de

MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA z Estabeleceu uma série de medidas protetivas de


os

DOMÉSTICA E FAMILIAR (TÍTULOS I E urgência à ofendida (art. 23), dentre as quais o


am

II; CAPÍTULOS I E II, DO TÍTULO III) encaminhamento para programa de proteção, a


R

recondução ao domicílio após o afastamento do


e

A Lei nº 11.340, de 2006, amplamente conhecida agressor etc.


m

por Lei Maria da Penha, nasceu por força de uma


er

recomendação feita ao Brasil pela Comissão de Direi- Vamos, então, analisar os pontos mais relevantes
lh
ui

tos Humanos da Organização dos Estados America- da Lei Maria da Penha.


G

nos (CIDH/OEA). Essa recomendação pedia que o país


incluísse em sua legislação mecanismos para coibir a DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
violência doméstica e familiar contra a mulher.
A Lei Maria da Penha tem essa denominação em Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e
homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes, uma prevenir a violência doméstica e familiar contra a
farmacêutica bioquímica cearense, que sobreviveu a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constitui-
duas tentativas de homicídio por parte de seu então ção Federal, da Convenção sobre a Eliminação de
marido: a primeira, com um tiro nas costas que a Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da
deixou paraplégica; e a segunda, por eletrocussão no Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
chuveiro. Após 20 anos sem que houvesse o julgamen- Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros
to do agressor, Maria da Penha recorreu à CIDH/OEA tratados internacionais ratificados pela República
que entendeu que houve grave omissão no caso e con- Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Jui-
denou o Brasil a indenizar a vítima, a promover com zados de Violência Doméstica e Familiar contra a
celeridade o julgamento do agressor e a implementar Mulher; e estabelece medidas de assistência e pro-
uma legislação protetiva contra a violência doméstica teção às mulheres em situação de violência domés-
366 e familiar contra a mulher. tica e familiar.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, Importante!
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos funda- Em 5 de abril de 2022, a 6ª Turma do Superior
mentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asse- Tribunal de Justiça firmou entendimento que a
guradas as oportunidades e facilidades para viver Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 2006) é
sem violência, preservar sua saúde física e mental e aplicável quando a vítima é mulher trans. No Jul-
seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. gamento do Resp. 1.977.124, o STJ interpretou
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condi- que a proteção prevista no art. 5º, da Lei Maria
ções para o exercício efetivo dos direitos à vida, à da Penha, se aplica ao gênero feminino (mulhe-
segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à
res, crianças, jovens, adultas idosas e, também,
cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao espor-
te, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, trans) e não se baseia apenas no sexo biológico.
à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e Com tal decisão, portanto, a mulher trans deve
comunitária. ser considerada sujeito passivo para os termos
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que da proteção integral prevista na Lei nº 11.340,
visem garantir os direitos humanos das mulheres de 2006.
no âmbito das relações domésticas e familiares no Vale lembrar que este assunto tem relevância
sentido de resguardá-las de toda forma de negligên- não só para o estudo da legislação penal espe-
cia, discriminação, exploração, violência, cruelda- cial, mas, também, para o estudo da criminolo-
de e opressão. gia, uma vez que se relaciona com a criminologia
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público
queer (teoria que inclui nos estudos criminoló-
criar as condições necessárias para o efetivo exer-
cício dos direitos enunciados no caput.
gicos os diversos tipos de violência cometidos
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão conside- contra as populações queer — lésbicas, gays,
rados os fins sociais a que ela se destina e, especial- bissexuais, transexuais, entre outras que não
mente, as condições peculiares das mulheres em sigam o padrão normativo vigente).
situação de violência doméstica e familiar.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A Veja que a incidência da Lei Maria da Penha inde-
MULHER pende da orientação sexual dos envolvidos, ou seja,
também numa relação homoafetiva feminina, haverá
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violên- a aplicação dos dispositivos da Lei nº 11.340, de 2006.
cia doméstica e familiar contra a mulher qual- Em relações homoafetivas masculinas não há previ-
quer ação ou omissão baseada no gênero que são de incidência da Lei Maria da Penha.

60
lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual Vale ressaltar que o homem pode ser vítima de vio-

8-
ou psicológico e dano moral ou patrimonial: lência doméstica e familiar, porém, não será aplicada

48
I - no âmbito da unidade doméstica, compreen- a lei Maria da Penha.

6.
dida como o espaço de convívio permanente de 15
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a
.
20

esporadicamente agregadas; mulher constitui uma das formas de violação dos


direitos humanos.
-4

II - no âmbito da família, compreendida como a


comunidade formada por indivíduos que são ou se
ra

consideram aparentados, unidos por laços natu- Conforme o art. 6º, a violência doméstica e fami-
ei

rais, por afinidade ou por vontade expressa; liar contra a mulher constitui uma das formas de vio-
liv

III - em qualquer relação íntima de afeto, na lação dos direitos humanos.


O

qual o agressor conviva ou tenha convivido com a


de

ofendida, independentemente de coabitação. DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E


os

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas FAMILIAR CONTRA A MULHER


neste artigo independem de orientação sexual.
am

O art. 7º da Lei Maria da Penha apresenta uma lis-


R

De acordo com o art. 5º, a lei não visa a tratar de ta com algumas das formas de violência doméstica e
e

qualquer violência contra mulher, mas, sim, a violên-


m

familiar contra a mulher. Note que o caput, do art. 7º,


er

cia contra a mulher ocorrida no âmbito da unidade inclui a expressão “entre outras”, o que deixa claro que
lh

doméstica, no âmbito da família, ou ainda em qual- se trata de uma lista exemplificativa, podendo existir
ui

quer relação íntima de afeto. outras hipóteses, mesmo que não previstas nos incisos.
G

É importante saber que, para que haja a aplica-


ção da Lei Maria da Penha, você deve observar se a Art. 7º São formas de violência doméstica e fami-
situação se configura em violência doméstica ocor- liar contra a mulher, entre outras:
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

rida nos termos do art. 5º da lei. Assim, no caso de, I - a violência física, entendida como qualquer con-
por exemplo, ex-namorado que agride a mulher por duta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
causa do fim do namoro, incide a Lei Maria da Penha. II - a violência psicológica, entendida como
Entretanto, se a violência ocorreu por motivo que qualquer conduta que lhe cause dano emocional e
não envolva o término do relacionamento não inci- diminuição da autoestima ou que lhe prejudique
dem os dispositivos da Lei Maria da Penha. Ou seja, e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise
degradar ou controlar suas ações, comportamen-
para que se dê a aplicação da Lei nº 11.340, de 2006,
tos, crenças e decisões, mediante ameaça, constran-
devem estar presentes os seguintes pressupostos de
gimento, humilhação, manipulação, isolamento,
forma cumulativa: vigilância constante, perseguição contumaz, insul-
to, chantagem, violação de sua intimidade, ridicu-
z vítima mulher; larização, exploração e limitação do direito de ir e
z violência praticada nos termos do art. 5º, da Lei nº vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
11.340, de 2006. saúde psicológica e à autodeterminação; 367
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III - a violência sexual, entendida como qualquer z Violência Moral
conduta que a constranja a presenciar, a manter
ou a participar de relação sexual não desejada, Qualquer conduta que configure calúnia, difama-
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da ção ou injúria. Exemplos: rebaixar a vítima por meio
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de de xingamentos que atinjam sua índole, tentar man-
qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de char a reputação, expor a vida íntima etc.
usar qualquer método contraceptivo ou que a force
ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prosti- DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
tuição, mediante coação, chantagem, suborno ou VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de
seus direitos sexuais e reprodutivos;
Das Medidas Integradas de Prevenção
IV - a violência patrimonial, entendida como
qualquer conduta que configure retenção, subtra-
Art. 8º A política pública que visa coibir a violên-
ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins-
cia doméstica e familiar contra a mulher far-se-á
trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
por meio de um conjunto articulado de ações da
valores e direitos ou recursos econômicos, incluin-
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
do os destinados a satisfazer suas necessidades;
Municípios e de ações não-governamentais,
V - a violência moral, entendida como qualquer
tendo por diretrizes:
conduta que configure calúnia, difamação ou I - a integração operacional do Poder Judiciário, do
injúria. Ministério Público e da Defensoria Pública com as
áreas de segurança pública, assistência social, saú-
Dica de, educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas
Em relação às formas de violência, previstas no e outras informações relevantes, com a perspectiva
art. 7º, vale uma leitura mais cuidadosa, uma de gênero e de raça ou etnia, concernentes às cau-
vez que a banca pode exigir a letra da lei. sas, às conseqüências e à freqüência da violência
doméstica e familiar contra a mulher, para a siste-
Veja abaixo as cinco formas de violência domés- matização de dados, a serem unificados nacional-
tica e familiar contra a mulher, acompanhados de mente, e a avaliação periódica dos resultados das
alguns exemplos. medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social,

60
z Violência Física: dos valores éticos e sociais da pessoa e da família,

8-
de forma a coibir os papéis estereotipados que legi-

48
Qualquer conduta que ofenda a integridade ou timem ou exacerbem a violência doméstica e fami-

6.
a saúde corporal da mulher. Exemplos: tapas, socos, liar, de acordo com o estabelecido no inciso III do
15
art. 1º , no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art.
espancamento, atirar objetos, apertar os braços,
.
20

221 da Constituição Federal ;


estrangular, lesionar com objetos como facas ou armas
-4

IV - a implementação de atendimento policial espe-


de fogo, queimar etc.
cializado para as mulheres, em particular nas Dele-
ra

gacias de Atendimento à Mulher;


ei

z Violência Psicológica
liv

V - a promoção e a realização de campanhas edu-


O

cativas de prevenção da violência doméstica e fami-


Qualquer conduta que cause dano emocional e
de

liar contra a mulher, voltadas ao público escolar e


diminuição da autoestima, entre outras formas de à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos
os

prejuízo à saúde psicológica. Exemplos: ameaças, instrumentos de proteção aos direitos humanos
am

perseguição, constrangimento, humilhação, manipu- das mulheres;


R

lação, isolamento (proibir de sair de casa ou de falar VI - a celebração de convênios, protocolos, ajus-
e

com outras pessoas, inclusive com parentes), vigilân- tes, termos ou outros instrumentos de promoção
m

cia constante etc. de parceria entre órgãos governamentais ou entre


er

estes e entidades não-governamentais, tendo por


lh
ui

z Violência Sexual objetivo a implementação de programas de erra-


G

dicação da violência doméstica e familiar contra a


Qualquer conduta que atinja os direitos sexuais mulher;
e reprodutivos. Exemplos: estupro (inclusive entre VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e
marido e mulher), impedir o uso de anticoncepcio- Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombei-
ros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às
nais, forçar a abortar, obrigar a se prostituir etc.
áreas enunciados no inciso I quanto às questões de
gênero e de raça ou etnia;
z Violência Patrimonial
VIII - a promoção de programas educacionais que
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à
Qualquer conduta que configure retenção, subtra- dignidade da pessoa humana com a perspectiva de
ção, destruição parcial ou total de seus objetos, ins- gênero e de raça ou etnia;
trumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, IX - o destaque, nos currículos escolares de todos
valores e direitos ou recursos econômicos. Exemplos: os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos
apropriar-se do salário, controlar o dinheiro, destruir direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça
documentos pessoais, causar danos a objetos dos ou etnia e ao problema da violência doméstica e
368 quais a vítima goste etc. familiar contra a mulher.
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No art. 8º, a Lei Maria da Penha determina ao § 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º
poder público que sistematize uma política de ações deste artigo não poderá importar ônus de qual-
integradas em áreas como da saúde, da educação, quer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus
da segurança e da justiça visando a dar assistência à dependentes, nem configurar atenuante ou ensejar
mulher em situação de violência doméstica. Exemplo possibilidade de substituição da pena aplicada.
§ 7º A mulher em situação de violência domésti-
dessa integração buscada pela Lei Maria da Penha são
ca e familiar tem prioridade para matricular
as Delegacias de Defesa da Mulher, onde a mulher
seus dependentes em instituição de educação bási-
vítima de violência doméstica, após o registro da ocor- ca mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los
rência, dependendo da necessidade, é encaminhada para essa instituição, mediante a apresentação dos
para a Defensoria Pública (caso precise de esclareci- documentos comprobatórios do registro da ocor-
mento quanto à medida protetiva ou ao divórcio, por rência policial ou do processo de violência domésti-
exemplo), para a rede de atendimento do Sistema Úni- ca e familiar em curso.
co de Saúde ou até mesmo para uma casa de abrigo. § 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de
Além disso, o art. 8º estabelece que o poder público seus dependentes matriculados ou transferi-
tem o dever de capacitar os profissionais envolvidos dos conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o
diretamente com o atendimento à violência domésti- acesso às informações será reservado ao juiz, ao
ca e familiar. Ministério Público e aos órgãos competentes do
poder público.
Art. 9º A assistência à mulher em situação de vio-
lência doméstica e familiar será prestada de forma O art. 9º disciplina as formas de prestação de assis-
articulada e conforme os princípios e as diretrizes tência à mulher em situação de violência doméstica
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, e familiar, dentre as quais merecem destaque, em
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de primeiro lugar, o encaminhamento, feito pelo juiz cri-
Segurança Pública, entre outras normas e políticas minal, da vítima para a assistência judiciária gratuita,
públicas de proteção, e emergencialmente quando caso seja necessário o ajuizamento de ações no âmbi-
for o caso. to civil (uma ação de divórcio, por exemplo), confor-
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclu- me estabelece o inciso III, do parágrafo 2º.
são da mulher em situação de violência doméstica e Merece destaque, ainda, o que consta nos parágra-
familiar no cadastro de programas assistenciais do fos 4º e 5º, ou seja, a previsão de o agressor ser obri-
governo federal, estadual e municipal. gado a ressarcir os custos dos serviços prestados pelo
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de SUS às vítimas de violência doméstica e familiar, além
violência doméstica e familiar, para preservar sua dos custos dos dispositivos de segurança eventual-
integridade física e psicológica: mente utilizados (tornozeleiras, braceletes ou chips

60
I - acesso prioritário à remoção quando servido- de monitoramento eletrônico, por exemplo).

8-
ra pública, integrante da administração direta ou Por fim, vale ressaltar que os parágrafos 7º e 8º,

48
indireta; incluídos na Lei Maria da Penha em 2019, garantem

6.
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando a prioridade na matrícula ou na transferência esco-
15
necessário o afastamento do local de trabalho, por lar dos dependentes da vítima que estejam na educa-
.
20

até seis meses. ção básica. Conforme a lei, as informações relativas a


-4

III - encaminhamento à assistência judiciária, esses procedimentos são sigilosas.


quando for o caso, inclusive para eventual ajui-
ra

zamento da ação de separação judicial, de divór-


ei

cio, de anulação de casamento ou de dissolução de


liv

união estável perante o juízo competente.


O

§ 3º A assistência à mulher em situação de violên- DECRETO ESTADUAL Nº 55.588, DE


de

cia doméstica e familiar compreenderá o acesso 2010


os

aos benefícios decorrentes do desenvolvimento


am

científico e tecnológico, incluindo os serviços de


Façamos o estudo de um decreto bem curtinho e
contracepção de emergência, a profilaxia das Doen-
rápido para a sua prova, o qual dispõe sobre o trata-
R

ças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndro-


mento nominal das pessoas travestis e transexuais, no
e

me da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros


m

âmbito da Administração pública Direta e Indireta do


er

procedimentos médicos necessários e cabíveis nos


estado de São Paulo.
lh

casos de violência sexual.


ui

§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar


G

lesão, violência física, sexual ou psicológi-


ca e dano moral ou patrimonial a mulher fica Importante!
obrigado a ressarcir todos os danos causados, Fique atento: uma vez que, ao contrário do
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde


Decreto Federal (8.727 de 28 de abril de 2016),
(SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos rela-
tivos aos serviços de saúde prestados para o total que traz aplicação somente para a Administra-
tratamento das vítimas em situação de violência ção Pública Direta, Autárquica e Fundacional, o
doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim decreto estadual terá aplicação a toda a Admi-
arrecadados ao Fundo de Saúde do ente federado nistração Pública, tanto a direta quanto a Indire-
responsável pelas unidades de saúde que prestarem ta, do estado de São Paulo.
os serviços.
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados
ao uso em caso de perigo iminente e disponibiliza- Vejamos um resumo com a ideia central do decreto,
dos para o monitoramento das vítimas de violên- uma vez que tais informações serão, provavelmente,
cia doméstica e familiar amparadas por medidas o ponto cobrado pela prova. Na sequência, trazemos o
protetivas terão seus custos ressarcidos pelo texto integral do decreto, uma vez que isso também é
agressor. de grande valia para o estudo desse assunto. 369
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
z Objetivo: dispor sobre o tratamento nominal das Art. 4° O descumprimento do disposto nos artigos
pessoas transexuais e travestis nos órgãos públicos 1º e 2º deste decreto ensejará processo administra-
do Estado de São Paulo. tivo para apurar violação à Lei nº 10.948, de 5 de
novembro de 2001, sem prejuízo de infração funcio-
z Fundamentos (considerados): nal a ser apurada nos termos da Lei nº 10.261, de
28 de outubro de 1968 - Estatuto dos Funcionários
„ Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; Públicos Civis do Estado.
Art. 5° Caberá à Secretaria da Justiça e da Defesa
„ Promoção do bem de todos sem preconceito
da Cidadania, por meio da Coordenação de Polí-
de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer
ticas para a Diversidade Sexual do Estado de São
outras formas de discriminação como objetivo
Paulo, promover ampla divulgação deste decreto
da República Federativa do Brasil;
para esclarecimento sobre os direitos e deveres nele
„ Igualdade, Liberdade e Autonomia individual assegurados.
são princípios constitucionais;
„ Direito da diversidade sexual constituem direi-
tos humanos

z Âmbito de aplicação do decreto: Administração


HORA DE PRATICAR!
Pública direta e indireta do estado de São Paulo. 1. (VUNESP — 2019) A concepção de produtos, ambien-
tes, programas e serviços a serem usados por todas
z Ações: as pessoas, sem necessidade de adaptação ou pro-
jeto específico, incluindo os recursos de tecnologia
„ Os servidores públicos deverão tratar a pessoa assistiva, conforme disciplinado na Lei nº 13.146/2015,
pelo prenome indicado, que constará dos atos considera-se
escritos.
„ O prenome anotado no registro civil deve ser a) tecnologia assistiva.
utilizado para os atos que ensejarão a emissão b) ajuda técnica.
de documentos oficiais, acompanhado do pre-
c) acessibilidade.
nome escolhido.
d) desenho universal.
„ Os documentos obrigatórios de identificação e
e) adaptação razoável.
de registro civil serão emitidos nos termos da
legislação própria.
2. (VUNESP — 2021) Caio, professor de educação física,

60
„ Os órgãos da Administração direta e as entida-
realizou uma live sobre Inclusão da Pessoa com Defi-

8-
des da Administração indireta deverão capaci-
ciência. Durante a apresentação, citou o art. 4o da Lei

48
tar seus servidores para o cumprimento deste
Federal no 13.146/2015, que dispõe: “Toda pessoa com

6.
decreto.
15
deficiência tem direito à igualdade de oportunidades
.
com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma espécie
20

z Direito da pessoa travesti ou transexual: o


de discriminação (...)”. Nesse momento, um participante
-4

direito à escolha de tratamento nominal nos atos


da live perguntou-lhe, via chat: “Quando um aluno pode
e procedimentos promovidos no âmbito da Admi-
ra

ser considerado com deficiência?” Para responder-lhe,


nistração direta e indireta do Estado de São Paulo.
ei

Caio recorreu à Resolução CNE/CEB no 04/2009, que


liv

institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Edu-


O

Vejamos, então, dada a importância da letra seca


cacional Especializado na Educação Básica, modalidade
de

da lei, o texto do Decreto:


Educação Especial, cujo art. 4o afirma que alunos com
os

deficiência são todos os que possuem impedimentos de


Art. 1° Fica assegurado às pessoas transexuais e
am

travestis, nos termos deste decreto, o direito à esco-


longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou
R

lha de tratamento nominal nos atos e procedimen-


a) social.
e

tos promovidos no âmbito da Administração direta


m

e indireta do Estado de São Paulo. b) espiritual.


er

Art. 2° A pessoa interessada indicará, no momento c) sensorial.


lh

do preenchimento do cadastro ou ao se apresentar d) relacional.


ui

para o atendimento, o prenome que corresponda à e) emocional.


G

forma pela qual se reconheça, é identificada, reco-


nhecida e denominada por sua comunidade e em 3. (VUNESP — 2021) Quando se trata de pessoas com defi-
sua inserção social. ciência, as barreiras sociais, oriundas da desigualdade
§ 1º Os servidores públicos deverão tratar a pes- social e de outros processos sociais podem ser conside-
soa pelo prenome indicado, que constará dos atos radas como expressões da questão social. Assim com-
escritos. preendida, a deficiência em muitos momentos da vida,
§ 2º O prenome anotado no registro civil deve ser
é vista como uma questão de desvantagem social. No
utilizado para os atos que ensejarão a emissão de
Brasil, a Lei nº 13.145 (2015) institui o Estatuto da Pes-
documentos oficiais, acompanhado do prenome
escolhido. soa com Deficiência e define, no artigo 10, a competên-
§ 3º Os documentos obrigatórios de identificação e cia do poder público em garantir a dignidade da pessoa
de registro civil serão emitidos nos termos da legis- com deficiência ao longo de toda a vida. O parágrafo
lação própria. único desse mesmo artigo determina que, em situações
Art. 3° Os órgãos da Administração direta e as enti- de risco, emergência ou estado de calamidade pública, o
dades da Administração indireta capacitarão seus poder público deverá adotar medidas para sua proteção
370 servidores para o cumprimento deste decreto. e segurança, por considerá-la pessoa
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
a) incapaz. 7. (VUNESP — 2022) A Lei no 13.146, de 6 de julho de
b) excluída. 2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Defi-
c) incompetente. ciência, destina-se a
d) vulnerável.
e) despreparada. a) assegurar e a promover, em condições de igualdade, o
exercício dos direitos e das liberdades fundamentais
4. (VUNESP — 2021) Em 2005 é instituída a Lei Brasileira de por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa social e cidadania.
com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, b) formalizar a organização da Assistência Social e
em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das estabelecer critérios para a requisição de benefícios
liberdades fundamentais por essas pessoas, visando à assistenciais para pessoas com deficiência, como o
sua inclusão social e cidadania. Em se tratando da aten- Benefício de Prestação Continuada.
ção integral à saúde, por intermédio do Sistema Único c) instituir a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas
de Saúde (SUS), o artigo 18, § 2º, do Estatuto, assegu- com sofrimento ou transtorno mental e com neces-
ra atendimento segundo normas éticas e técnicas, que sidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras
regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde.
contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às d) criar mecanismos para coibir a violência doméstica
especificidades da pessoa com deficiência, incluindo e familiar contra crianças, mulheres e idosos com
temas como sua dignidade e deficiência, dispondo sobre a criação de juizados de
violência contra pessoas com deficiência.
a) segurança. e) instituir a Rede de Cuidados às Pessoas com Defi-
b) conhecimento. ciência, redirecionando o modelo assistencial em rea-
bilitação no âmbito do Sistema Único de Saúde.
c) urgência.
d) autonomia.
e) necessidade. 8. (VUNESP — 2019) A Lei Brasileira de Inclusão (nº
13.146/2015) define que os serviços, os programas,
os projetos e os benefícios no âmbito da política
5. (VUNESP — 2020) De acordo com o artigo 28 da Lei
pública de assistência social à pessoa com deficiên-
nº 13.146/2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
cia e sua família têm como objetivo a garantia da
com Deficiência, incumbe ao poder público, entre
segurança de renda, da acolhida, da habilitação e da
outras ações, assegurar, criar, desenvolver, imple-
reabilitação, do desenvolvimento da autonomia e da
mentar, incentivar, acompanhar e avaliar:
convivência familiar e comunitária, para a promoção
do acesso a direitos e da plena participação social.

60
a) formação continuada de professores, em educação De acordo com o artigo 39 (§ 2º) da referida lei, os

8-
especial, através de cursos gratuitos de pós-gradua- serviços socioassistenciais destinados à pessoa com

48
ção sobre as diferentes deficiências. deficiência em situação de dependência deverão con-

6.
b) projeto pedagógico que institucionalize o atendimen- tar com 15
to educacional apartado para deficientes, promoven-
.
20

do a sua anomia. a) maiores atenções.


-4

c) oferta de educação bilíngue para surdos, em Siste- b) cuidadores sociais.


ma Braille, como primeira língua, e língua portuguesa
ra

c) recursos adequados.
como segunda língua.
ei

d) profissionais experientes.
liv

d) inclusão obrigatória de temas relacionados à pessoa e) suporte especial.


O

com deficiência em conteúdos curriculares de cursos


de nível fundamental e médio.
de

9. (VUNESP — 2021) O Estatuto da Pessoa com Defi-


e) acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de ciência assegura-lhe o direito ao exercício de sua
os

condições, a jogos e a atividades recreativas, esporti- capacidade legal, salientando- se que


am

vas e de lazer, no sistema escolar.


R

a) se faculta à pessoa portadora de deficiência fazer uso


e

6. (VUNESP — 2021) No tocante ao direito ao trabalho da curatela.


m

da pessoa com deficiência, nos moldes da Lei nº b) se deve submeter à adoção de processo de tomada
er

13.146/2015, é correto afirmar que de decisão apoiada.


lh

c) quando lhe for definida curatela, esta durará o maior


ui
G

a) a pessoa com deficiência tem direito à remuneração tempo possível.


maior do que à das demais pessoas por trabalho de d) os curadores são obrigados a prestar, semestralmen-
igual valor. te, contas de sua administração ao juiz, apresentando
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

b) a pessoa com deficiência terá prioridade sobre os o balanço do respectivo ano.


demais empregados em promoções, bonificações e e) a curatela afetará tão somente os atos relacionados
incentivos profissionais oferecidos pelo empregador. aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
c) o cooperativismo e o associativismo devem prever a
participação da pessoa com deficiência e a disponibi- 10. (VUNESP — 2019) De acordo com o parágrafo úni-
lização de linhas de crédito, quando necessárias. co do artigo 4º da Lei nº 12.288/2010 – Estatuto da
d) o empregador deve sempre oferecer maiores oportu- Igualdade Racial, os programas de ação afirmativa
nidades de trabalho às pessoas com deficiência do constituir-se-ão em políticas públicas
que às demais pessoas.
e) é vedada restrição ao trabalho da pessoa com defi- a) puramente anti- discriminatórias, atuando apenas
ciência em razão de sua condição, exceto nas etapas por meio de repressão aos discriminadores ou de
de recrutamento e seleção. conscientização dos indivíduos que podem vir a pra-
ticar atos discriminatórios. 371
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
b) destinadas a reparar as distorções e desigualdades 13. (VUNESP — 2019) O artigo 47 da Lei no 12.288/10
sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, (Estatuto da Igualdade Racial) traz a sigla SINAPIR,
nas esferas pública e privada, durante o processo de cujo significado é
formação social do País.
c) de discriminação positiva, tendo como finalidade a) Sistema Nacional da Proteção à Igualdade Racial.
selecionar pessoas que estejam em situação de des- b) Serviço Normatizador da Promoção da Igualdade Racial.
vantagem tratando-as desigualmente e favorecen- c) Sistema Normativo de Políticas para a Igualdade Racial.
do-as com alguma medida que as tornem menos d) Serviço Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
desiguais. e) Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
d) que visam unicamente a adoção de cotas raciais nas
universidades, garantindo a população negra 30% das 14. (VUNESP — 2022) Um grupo eminente de especia-
vagas em universidades públicas com o objetivo de listas em direitos humanos preparou um documento
tornar o ambiente acadêmico mais diverso. preliminar, desenvolveu, discutiu e refinou. Depois de
e) de abordagem universalista, baseada no princípio da uma reunião de especialistas, realizada na Universi-
meritocracia, que visa acabar com as desigualdades dade Gadjah Mada, entre 6 e 9 de novembro de 2006,
tratando todos de forma igual e atuando como se a 29 eminentes especialistas de 25 países, com expe-
igualdade não existisse. riências diversas e conhecimento relevante das ques-
tões da legislação de direitos humanos, adotaram por
11. (VUNESP — 2019) O Estatuto da Igualdade Racial, Lei unanimidade regras sobre a Aplicação da Legisla-
nº 12.288, de 20 de julho de 2010, ao tratar do direito ção Internacional de Direitos Humanos em relação à
à saúde, estabelece: Orientação Sexual e Identidade de Gênero. O relator
da reunião, professor Michael O’Flaherty, deu uma
a) o direito à saúde da população negra será garantido contribuição imensa. Tais regras possuem um amplo
pelo poder público dos estados membros, mediante espectro de normas de direitos humanos e de sua
políticas regionais destinadas à redução do risco de aplicação a questões de orientação sexual e identi-
doenças e de outros agravos. dade de gênero. É correto afirmar que o enunciado se
b) o acesso universal e igualitário ao Sistema Único de refere
Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação da
saúde da População Negra será de responsabilidade pri- a) aos Princípios de Yogyakarta.
vativa dos órgãos e instituições públicas federais. b) às Regras de Bangkok.
c) o poder público garantirá que o segmento da Popu- c) ao Estatuto de Roma.
lação Negra vinculado exclusivamente aos seguros d) às Regras de Tóquio.

60
públicos de saúde seja tratado sem discriminação. e) à Convenção Americana de Direitos Humanos.

8-
d) entre os objetivos da Política Nacional de Saúde Inte-

48
gral da População Negra está a melhoria da qualida- 15. (VUNESP — 2019) Ainda que recente, não se pode

6.
de dos sistemas de informação do SUS no que tange negar a importância da Lei Maria da Penha, um meca-
à coleta, ao processamento e à análise dos dados
15
nismo para garantir a proteção da mulher nos casos
.
20

desagregados por cor, etnia e gênero. de violência doméstica. As mulheres fazem parte de
-4

e) apesar da não inclusão da temática saúde da Popu- um dos grupos sociais que sofrem com a discrimina-
lação Negra nos processos de formação política das ção por ser considerado minoritário e frágil, sendo esta
ra

lideranças de movimentos sociais para o exercício uma forma de violência. Conforme prevê o art. 3º da Lei
ei
liv

da participação e controle social no SUS, trata-se de Maria da Penha, Lei nº 11.340/06, serão asseguradas
objetivo implícito na Política Nacional de Saúde Inte-
O

às mulheres as condições para o exercício efetivo dos


gral da População Negra. direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à
de

educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao


os

12. (VUNESP — 2021) O Estatuto da Igualdade Racial esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade,
am

destina-se a garantir à população negra a efetivação ao respeito, à convivência familiar e comunitária e à


da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos
R

étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate


e

a) dignidade.
m

à discriminação e às demais formas de intolerância b) autonomia.


er

étnica. Nesse sentido, o poder público elaborará e c) espontaneidade.


lh

implementará políticas públicas capazes de promo- d) emancipação.


ui

ver o acesso da população negra à terra, devendo e) escuta.


G

a) incentivar o desenvolvimento das atividades produti- 16. (VUNESP — 2022) Para efeito de configuração de vio-
vas e de lazer no campo. lência doméstica, de acordo com a Lei no 11.340/2006
b) assegurar a assistência técnica rural e estimular a (Lei “Maria da Penha”), assinale a alternativa que cor-
melhoria da infraestrutura de moradia. retamente conceitua uma unidade doméstica.
c) promover a educação e incentivar a orientação profis-
sional agrícola para os trabalhadores. a) Comunidade formada por indivíduos que são ou se
d) o Estado, vez que reconhecida a propriedade definiti- consideram aparentados, unidos por laços naturais.
va, emitir aos remanescentes das comunidades dos b) Qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
quilombos que estejam ocupando suas terras os títu- conviva ou tenha convivido com a ofendida, indepen-
los respectivos. dentemente de coabitação.
e) instituir políticas públicas e privadas voltadas para o c) O espaço de convívio permanente de pessoas, exigin-
desenvolvimento sustentável dos remanescentes das do- se para a caracterização a presença de familiar.
comunidades dos quilombos, respeitando as suas
tradições.
372
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d) Comunidade formada por indivíduos que são ou se 20. (VUNESP — 2019) A violência doméstica contra a
consideram aparentados, unidos por afinidade ou por mulher ainda faz parte de uma realidade que assom-
vontade expressa. bra o público feminino, violando os seus direitos, nos
e) O espaço de convívio permanente de pessoas, com diversos países, nas diferentes idades, etnias e estra-
ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente tos sociais. No Brasil, a Lei nº 11.340/2006, também
agregadas. conhecida como Lei Maria da Penha, emerge como
uma possibilidade jurídica para resguardar os direi-
17. (VUNESP — 2022) A Lei Maria da Penha, além de um tos desse segmento. Conforme expressa art. 28 da
instrumento jurídico para se punir os agressores, Lei Maria da Penha, é garantido a toda mulher em
estabelece em seu texto o conceito de todos os tipos situação de violência doméstica e familiar o acesso
de violência doméstica e familiar; insere a criação de aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência
políticas públicas de prevenção, assistência e pro- Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial
teção às vítimas; prevê a instituição de Juizados de e judicial, mediante atendimento específico e
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; insti-
tui as medidas protetivas de urgência; e, ainda, a pro- a) competente.
moção de programas educacionais com perspectiva b) solidário.
de gênero, raça e etnia, entre outras propostas. Todos c) justo.
esses dispositivos intensificam uma rede de enfren- d) equilibrado.
tamento à violência doméstica e familiar contra a e) humanizado.
mulher. Determina o artigo 8o dessa Lei a integração
operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público 9 GABARITO
e da Defensoria Pública com as áreas de segurança
pública, assistência social, saúde, educação, trabalho
e 1 D

a) renda. 2 C
b) comunicação. 3 D
c) cultura.
d) tecnologia. 4 D
e) habitação.
5 E
18. (VUNESP — 2019) Nos termos do que reza a Lei Maria 6 C

60
da Penha, nos casos de violência doméstica e familiar

8-
contra a mulher, é vedada, expressamente, a aplica- 7 A

48
ção, entre outras, de penas

6.
8 B
a) de cesta básica.
15
9 E
.
20

b) de privação de liberdade.
-4

c) de prestação e serviços à comunidade. 10 B


d) de detenção.
ra

e) de reclusão. 11 D
ei
liv

12 D
O

19. (VUNESP — 2020) Assinale a alternativa correta em


13 E
de

relação às disposições da Lei Federal nº 11.340/06:


os

14 A
a) é direito da mulher em situação de violência domés-
am

tica e familiar o atendimento policial e pericial espe- 15 A


R

cializado, ininterrupto e prestado por servidores


16 E
e

exclusivamente do sexo feminino e previamente


m

capacitados.
er

17 E
b) verificada a existência de risco atual ou iminente à vida
lh

ou à integridade física da mulher em situação de vio-


ui

18 A
G

lência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o


agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio 19 B
ou local de convivência com a ofendida pelo policial,
20 E
LEGISLAÇÃO ESPECIAL

quando o Município não for sede de comarca e não hou-


ver delegado disponível no momento da denúncia.
c) descumprir decisão judicial que defere medidas pro-
tetivas de urgência previstas na Lei no 11.340/06 só
será considerado crime se houver risco concreto à
integridade física da vítima protegida pela medida.
d) a mulher em situação de violência doméstica e fami-
liar, seus familiares e testemunhas só poderão ter
contato direto com investigados ou suspeitos e pes-
soas a eles relacionadas durante a inquirição nos
procedimentos policiais na presença de um policial
que garanta a integridade de todos.
373
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ANOTAÇÕES

60
8-
48
6.
.15
20
-4
ra
ei
liv
O
de
os
am
R
e
m
er
lh
ui
G

374
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publicidade e eficiência, com a consequente melhoria
dos serviços prestados à sociedade.
Nesta 3ª edição, você perceberá muitas mudanças
significativas tanto na formatação dos documentos
oficiais, quanto na formulação dos aspectos da lingua-
REDAÇÃO OFICIAL gem e das normas estruturais
E o que é Redação Oficial na concepção dos organi-
zadores desse trabalho? Veja a resposta que foi dada
por eles a essa pergunta:
REDAÇÃO OFICIAL Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a
maneira pela qual o Poder Público redige comunica-
DOCUMENTOS OFICIAIS, TIPOS, COMPOSIÇÃO ções oficiais e atos normativos. [...] interessa-nos tratá-
E ESTRUTURA. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO -la do ponto de vista da administração pública federal.1
OFICIAL. CORRESPONDÊNCIA OFICIAL:
DEFINIÇÃO, FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO; Agora, para nós que lidamos com o conteúdo para
IMPESSOALIDADE, LINGUAGEM DOS ATOS E concursos públicos, quais são as principais características
COMUNICAÇÕES OFICIAIS (OFÍCIO, E-MAIL, normativas cobradas nas provas destes?
MENSAGEM), CONCISÃO E CLAREZA, EDITORAÇÃO Perceba que os três motivos principais da preocu-
DE TEXTOS (
pação da elaboração do Manual e de suas revisões são
a modernização, a atualização e a eficiência. A passa-
Manual de Redação da Presidência da República – 3ª
gem do tempo por si só já pediria essas revisões, haja
Edição, Revista, Atualizada e Ampliada
vista a consequente evolução da linguagem e da socie-
dade por que passamos.
Sabe-se da importância de se trabalhar o conteú-
É justamente esse o ponto que originou a partici-
do de Redação Oficial, já que o tema está presente
pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal,
em muitos dos editais de concursos federais. A fonte
para quem vai trabalhar no setor público é realmente
de pesquisa básica é a 3ª edição de 29 de dezembro
importante saber comunicar-se com habilidade e usar
de 2018 revista, atualizada e ampliada do Manual de
os meios adequados para isso se o que se propõe é um
Redação Oficial da Presidência da República (MRPR).
serviço eficiente para a sociedade.
Por isso, ao estudar redação oficial, lembre-se de
Retrospectiva Histórica

60
que você deve saber as características da linguagem

8-
da redação oficial, a formatação e a estrutura das
Em 11 de janeiro de 1991, o Presidente da Repúbli-

48
ca autorizou a criação de uma comissão, presidida pelo redações, especialmente a do padrão ofício, quem

6.
Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira envia determinadas correspondências, quem as rece-
15
be e qual é a finalidade de cada uma delas.
Mendes, para rever, atualizar, uniformizar e simplificar
.
20

as normas de redação de atos e comunicações oficiais. Nosso objetivo é tornar esse assunto num ponto
-4

Depois de 9 meses, foi apresentada a primeira edição do bem simples e objetivo a ser estudado.
Manual de Redação Oficial da Presidência da República.
ra
ei

Esse Manual foi dividido em duas partes: a primei- z Notas do Prefácio de Gilmar Mendes2
liv

ra, elaborada pelo diplomata Nestor Forster Jr., tratava


O

das comunicações oficiais, sistematizava seus aspectos Prefácio


de

essenciais, padronizava a diagramação dos expedientes, É com grande entusiasmo que recebo a incumbência de
exibia modelos, simplificava os fechos que vinham sen- prefaciar a terceira edição do Manual de Redação da
os

do utilizados desde 1937, suprimia arcaísmos e apresen- Presidência da República, vinte e sete anos após presidir
am

tava uma súmula gramatical aplicada à redação oficial; a Comissão encarregada da primeira edição desta obra.
R

a segunda parte, a cargo do Ministro Gilmar Mendes, [...]


e

ocupava-se da elaboração e redação dos atos normati- A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada pelas
m

vos no âmbito do Executivo, da conceituação e exempli- alterações tecnológicas e legislativas da época.


er

ficação desses atos e do procedimento legislativo. [...]


lh

Depois de 10 anos do lançamento da 1ª edição, foi A partir de 2003, foram publicadas sessenta emen-
ui

necessário fazer uma adequação das formas de comu-


G

das constitucionais, sobre os mais diversos assuntos.


nicação usadas na administração aos avanços da infor- [...]
mática. Outras alterações decorreram da necessidade de Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas
adaptação do texto à evolução legislativa na matéria e às e legislativas, bem como de maior fiscalização esta-
alterações constitucionais ocorridas no período. tal, instaurou-se um novo método de se fazer admi-
REDAÇÃO OFICIAL

Segundo o apresentador dessa nova edição, Pedro nistração pública no Brasil. Pretende-se, pois, que a
Parente, Chefe da Casa Civil da Presidência da Repú- terceira edição do Manual de Redação da Presidên-
blica do Governo de Fernando Henrique Cardoso, cia República possa refletir as evoluções ocorridas
esperava-se que essa nova edição do Manual contri- nas últimas duas décadas, repetindo o legado de
buísse, tal qual a primeira, para a consolidação de êxito deixado pelas edições anteriores na constru-
uma cultura administrativa de profissionalização dos ção de uma cultura administrativa profissional e
servidores públicos e de respeito aos princípios consti- obediente às normas da Constituição da República.
tucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, Gilmar Ferreira Mendes

1 BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência da República. 3. ed., rev., atual. e ampl. Brasília: Presidência
da República, 2018, p. 16.
2 BRASIL, 2018, p. 12. 375
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Antes de adentrarmos ao estudo do Manual em si, Serviço, Seção); o que se comunica é sempre algum
apresentamos algumas definições as quais é impor- assunto relativo às atribuições do órgão que comuni-
tante ter em mente: ca; e o destinatário dessa comunicação é o público,
uma instituição privada ou outro órgão ou entidade
z Lei: sua função, em uma sociedade, é controlar os com- pública, do Poder Executivo ou dos outros Poderes.
portamentos e ações dos indivíduos de acordo com os Além disso, deve-se considerar a intenção do emis-
princípios daquela sociedade. No âmbito do Direito, a sor e a finalidade do documento, para que o texto
lei é uma regra tornada obrigatória pela força coerciti- esteja adequado à situação comunicativa.
va do poder legislativo ou de autoridade legítima, que A necessidade de empregar determinado nível de
constitui os direitos e deveres numa comunidade; linguagem nos atos e nos expedientes oficiais decorre,
z Decreto: uma ordem emanada de uma autoridade de um lado, do próprio caráter público desses atos e
superior ou órgão (civil, militar, leigo ou eclesiástico) comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos ofi-
que determina o cumprimento de uma resolução; ciais, aqui entendidos como atos de caráter normativo,
z Estatuto: um regulamento, que determina ou esta- ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos,
belece a norma. Lei orgânica ou regulamento espe- ou regulam o funcionamento dos órgãos e entidades
cial de um Estado, associação, confraria, companhia, públicos, o que só é alcançado se, em sua elaboração, for
irmandade ou qualquer corpo coletivo em geral; empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com
z Portaria: documento de ato administrativo de os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de
qualquer autoridade pública, que contém instru- informar com clareza e objetividade.
ções acerca da aplicação de leis ou regulamentos,
recomendações de caráter geral, normas de execu- O que é Redação Oficial
ção de serviço, nomeações, demissões, punições, ou
qualquer outra determinação da sua competência; Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é
z Resolução: norma jurídica destinada a disciplinar a maneira pela qual o Poder Público redige comunica-
assuntos do interesse interno do Congresso Nacio- ções oficiais e atos normativos. Neste Manual, interes-
nal, no caso do Brasil;3 sa-nos tratá-la do ponto de vista do Serviço Público.
z Sentença: a decisão, a resolução ou a solução dada A redação oficial não é necessariamente árida e
por uma autoridade a toda e qualquer questão contrária à evolução da língua. É que sua finalidade
submetida à sua jurisdição; básica — comunicar com objetividade e máxima cla-
z Termo: delimita o prazo, assinalando seu início reza — impõe certos parâmetros ao uso que se faz da
e/ou fim. O termo será certo quando o prazo for língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
determinado por um acontecimento certo; legal texto jornalístico, da correspondência particular etc.

60
quando fixado por lei; e convencional quando esti- Apresentadas essas características fundamentais

8-
pulado pelas partes;4 da redação oficial, passemos à análise pormenorizada

48
z Certidão: documento dotado de fé pública, que de cada um de seus atributos.

6.
informa a existência ou não de atos registrados,
averbados ou prenotados no Cartório. Para as cer-
15
Atributos da Redação Oficial
.
20

tidões para lavraturas de escrituras públicas, a lei


-4

impõe prazo de validade de 30 (trinta) dias, e pode A redação oficial deve caracterizar-se por:
ser expedida de forma impressa ou digital.5
ra

z clareza e precisão;
ei
liv

A partir deste ponto, apresentaremos trechos do z objetividade;


Manual de Redação da Presidência da República6 para
O

z concisão;
proporcionar um maior contato do leitor com o texto.
de

z coesão e coerência;
z impessoalidade;
os

CAPÍTULO I — ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO z formalidade e padronização;


am

OFICIAL z uso da norma padrão da língua portuguesa.


R

z [...]
e

Panorama da Comunicação Oficial


m

z Clareza e Precisão
er

A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala,


lh

quer pela escrita. Para que haja comunicação, são „ Clareza


ui

necessários:
G

A clareza deve ser a qualidade básica de todo tex-


z alguém que comunique; to oficial. Pode-se definir como claro aquele texto que
z algo a ser comunicado; possibilita imediata compreensão pelo leitor. Não se
z alguém que receba essa comunicação. concebe que um documento oficial ou um ato nor-
mativo de qualquer natureza seja redigido de forma
No caso da redação oficial, quem comunica é obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreen-
sempre o serviço público (este/esta ou aquele/aque- são. A transparência é requisito do próprio Estado
la Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, de Direito: é inaceitável que um texto oficial ou um

3 CONCEITOS. Legislação - UFSC, [s.d.]. Disponível em: https://legislacao.ufsc.br/conceitos/. Acesso em: 31 mar. 2022.
4 TERMO. Dicionário Jurídico. DireitoNet, 2009. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/785/Termo. Acesso em: 31 mar.
2022.
5 AFINAL de contas, o que é uma certidão? 1º Ofício de Registro de Imóveis, [s.d.]. Disponível em: http://www.1rgirecife.com.br/2021/08/12/afi-
nal-de-contas-o-que-e-uma-certidao/. Acesso em: 31 mar. 2022.
376 6 BRASIL, 2018, p. 15-48.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
ato normativo não seja entendido pelos cidadãos. O isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual
princípio constitucional da publicidade não se esgota é a ideia principal e quais são as secundárias.
na mera publicação do texto, estendendo-se, ainda, à Procure perceber certa hierarquia de ideias que
necessidade de que o texto seja claro. existe em todo texto de alguma complexidade: as
Para a obtenção de clareza, sugere-se: fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem
esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplifi-
„ Utilizar palavras e expressões simples, em seu cá-las; mas existem também ideias secundárias que
sentido comum, salvo quando o texto versar não acrescentam informação alguma ao texto, nem
sobre assunto técnico, hipótese em que se utili- têm maior relação com as fundamentais, podendo,
zará nomenclatura própria da área; por isso, ser dispensadas, o que também proporciona-
„ Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen- rá mais objetividade ao texto.
tar as orações na ordem direta e evitar inter- A objetividade conduz o leitor ao contato mais
calações excessivas. Em certas ocasiões, para direto com o assunto e com as informações, sem sub-
evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da terfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É erra-
ordem inversa da oração; do supor que a objetividade suprime a delicadeza de
„ Buscar a uniformidade do tempo verbal em expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
todo o texto;
„ Não utilizar regionalismos e neologismos; z Concisão
„ Pontuar adequadamente o texto;
„ Explicitar o significado da sigla na primeira A concisão é antes uma qualidade do que uma carac-
referência a ela; terística do texto oficial. Conciso é o texto que consegue
„ Utilizar palavras e expressões em outro idioma transmitir o máximo de informações com o mínimo de
apenas quando indispensáveis, em razão de palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como
serem designações ou expressões de uso já con- economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar
sagrado ou de não terem exata tradução. Nesse passagens substanciais do texto com o único objetivo
caso, grafe-as em itálico, conforme orientações de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de
do subitem 10.2 do Manual. excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que
nada acrescentem ao que já foi dito.
„ Precisão Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto
deve evitar caracterizações e comentários supérfluos,
O atributo da precisão complementa a clareza e adjetivos e advérbios inúteis, além de uma subordina-
caracteriza-se por: ção excessiva. A seguir, um exemplo de período mal

60
construído, prolixo:

8-
„ Articulação da linguagem comum ou técnica

48
para a perfeita compreensão da ideia veicula- Apurado, com impressionante agilidade e precisão,

6.
da no texto; naquela tarde de 2009, o resultado da consulta à
15
população acriana, verificou-se que a esmagado-
„ Manifestação do pensamento ou da ideia com
.
20
ra e ampla maioria da população daquele distan-
as mesmas palavras, evitando o emprego de
te estado manifestou-se pela efusiva e indubitável
-4

sinonímia com propósito meramente estilístico;


rejeição da alteração realizada pela Lei nº 11.662,
„ Escolha de expressão ou palavra que não confi-
ra

de 2008. Não satisfeita, inconformada e indig-


ei

ra duplo sentido ao texto.


nada, com a nova hora legal vinculada ao terceiro
liv

fuso, a maioria da população do Acre demonstrou


O

É indispensável, também, a releitura de todo o tex- que a ela seria melhor regressar ao quarto fuso,
de

to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos estando cinco horas a menos que em Greenwich.
obscuros provém principalmente da falta da releitura,
os

o que tornaria possível sua correção. Na revisão de um


Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessá-
am

expediente, deve-se avaliar se ele será de fácil compreen-


rios, abusou-se no emprego de adjetivos (impressio-
são por seu destinatário. O que nos parece óbvio pode ser
R

desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos nante, esmagadora, ampla, inconformada, indignada),
e

o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobre-


m

sobre certos assuntos, em decorrência de nossa experiên-


er

cia profissional, muitas vezes, faz com que os tomemos tudo em texto oficial, que deve primar pela impes-
lh

como de conhecimento geral, o que nem sempre é ver- soalidade. Eliminados os excessos, o período ganha
ui

dade. Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos concisão, harmonia e unidade:


G

técnicos, o significado das siglas e das abreviações e os


conceitos específicos que não possam ser dispensados. Apurado o resultado da consulta à população
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que são acreana, verificou-se que a maioria da população
elaboradas certas comunicações quase sempre compro- se manifestou pela rejeição da alteração realiza-
mete sua clareza. “Não há assuntos urgentes, há assun- da pela Lei nº 11.662, de 2008. Não satisfeita com
REDAÇÃO OFICIAL

tos atrasados”, diz a máxima. Evite, pois, o atraso, com a nova hora legal vinculada ao terceiro fuso, a
sua indesejável repercussão no texto redigido. maioria da população do Acre demonstrou que a
A clareza e a precisão não são atributos que se ela seria melhor regressar ao quarto fuso, estando
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das cinco horas menos que em Greenwich.
demais características da redação oficial, apresen-
tadas a seguir. z Coesão e Coerência

z Objetividade É indispensável que o texto tenha coesão e coerên-


cia. Tais atributos favorecem a conexão, a ligação, a har-
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja monia entre os elementos de um texto. Percebe-se que o
abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir texto tem coesão e coerência quando se lê um texto e se 377
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
verifica que as palavras, as frases e os parágrafos estão „ Da ausência de impressões individuais de quem
entrelaçados, dando continuidade uns aos outros. comunica: embora se trate, por exemplo, de um
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e a expediente assinado por Chefe de determinada
coerência de um texto são: referência, substituição, Seção, a comunicação é sempre feita em nome do
elipse e uso de conjunção. serviço público. Obtém-se, assim, uma desejável
padronização, que permite que as comunicações
„ Referência elaboradas em diferentes setores da administra-
ção pública guardem entre si certa uniformidade;
Diz respeito aos termos que se relacionam a outros „ Da impessoalidade de quem recebe a comu-
necessários à sua interpretação. Esse mecanismo pode nicação: ela pode ser dirigida a um cidadão,
dar-se por retomada de um termo, relação com o que é sempre concebido como público, ou a uma insti-
precedente no texto, ou por antecipação de um termo tuição privada, a outro órgão ou a outra entidade
cuja interpretação dependa do que se segue. Exemplos: pública. Em todos os casos, temos um destinatá-
O Deputado evitou a instalação da CPI da corrup- rio concebido de forma homogênea e impessoal;
ção. Ele aguardou a decisão do Plenário. „ Do caráter impessoal do próprio assunto tra-
O TCU apontou estas irregularidades: falta de assi- tado: se o universo temático das comunicações
natura e de identificação no documento. oficiais se restringe a questões que dizem res-
peito ao interesse público, é natural não caber
„ Substituição qualquer tom particular ou pessoal.

É a colocação de um item lexical no lugar de Não há lugar na redação oficial para impressões
outro(s) ou no lugar de uma oração. Exemplos: pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma
O Presidente assinou o acordo. O Chefe do Poder carta a um amigo, ou de um artigo assinado de jor-
Executivo federal propôs reduzir as alíquotas. nal, ou mesmo de um texto literário. A redação oficial
O ofício está pronto. O documento trata da exone- deve ser isenta da interferência da individualidade de
ração do servidor. quem a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade
Os governadores decidiram acatar a decisão. Em e a formalidade de que nos valemos para elaborar os
seguida, os prefeitos fizeram o mesmo. expedientes oficiais contribuem, ainda, para que seja
alcançada a necessária impessoalidade.
„ Elipse z Formalidade e Padronização

60
Consiste na omissão de um termo recuperável pelo As comunicações administrativas devem ser sem-

8-
contexto. Exemplo: pre formais, isto é, obedecer a certas regras de forma

48
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, (BRASIL, 2015). Isso é válido tanto para as comunicações

6.
os particulares. (Na segunda oração, houve a omissão feitas em meio eletrônico (por exemplo, o e-mail, o docu-
do verbo “regulamenta”). 15
mento gerado no SEI!7, o documento em html etc.), quan-
.
20
to para os eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade de trata-
-4

Dica
mento. Não se trata somente do correto emprego deste
ra

Outra estratégia para proporcionar coesão e coe- ou daquele pronome de tratamento para uma autori-
ei

rência ao texto é utilizar conjunção para estabele- dade de certo nível, mais do que isso: a formalidade
liv

cer ligação entre orações, períodos ou parágrafos. diz respeito à civilidade no próprio enfoque dado ao
O

Exemplo: assunto do qual cuida a comunicação.


de

O Embaixador compareceu à reunião, pois iden- A formalidade de tratamento vincula-se, também, à


os

tificou o interesse de seu Governo pelo assunto. necessária uniformidade das comunicações. Ora, se
am

a administração pública federal é una, é natural que as


comunicações que expeça sigam o mesmo padrão. O esta-
R

z Impessoalidade
belecimento desse padrão, uma das metas deste Manual,
e
m

exige que se atente para todas as características da redação


A impessoalidade decorre de princípio constitucio-
er

oficial e que se cuide, ainda, da apresentação dos textos.


nal (Constituição, art. 37), e seu significado remete a
lh

A digitação sem erros, o uso de papéis uniformes para


ui

dois aspectos: o primeiro é a obrigatoriedade de que


o texto definitivo, nas exceções em que se fizer necessá-
G

a administração pública proceda de modo a não privi- ria a impressão, e a correta diagramação do texto são
legiar ou prejudicar ninguém, de que o seu norte seja, indispensáveis para a padronização. Consulte o Capítulo
sempre, o interesse público; o segundo, a abstração da II do Manual, “As comunicações oficiais”, a respeito de
pessoalidade dos atos administrativos, pois, apesar de a normas específicas para cada tipo de expediente.
ação administrativa ser exercida por intermédio de seus Em razão de seu caráter público e de sua finalidade,
servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. os atos normativos e os expedientes oficiais requerem
A redação oficial é elaborada sempre em nome do o uso do padrão culto do idioma, que acata os precei-
serviço público e sempre em atendimento ao interes- tos da gramática formal e emprega um léxico compar-
se geral dos cidadãos. Sendo assim, os assuntos obje- tilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do
tos dos expedientes oficiais não devem ser tratados de padrão culto é, portanto, imprescindível na redação
outra forma que não a estritamente impessoal. oficial por estar definido como padrão para tal ativi-
Percebe-se, assim, que o tratamento impessoal dade, sendo importante evitar as diferenças lexicais,
que deve ser dado aos assuntos que constam das morfológicas ou sintáticas, regionais, os modismos
comunicações oficiais decorre: vocabulares e as particularidades linguísticas.
378 7 O Sistema Eletrônico de Informações é uma ferramenta de gestão de documentos.
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Recomendações:

z A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;


z O uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem
próprias do estilo literário;
z A consulta ao dicionário e à gramática é imperativa na redação de um bom texto.

Pode-se concluir que não existe propriamente um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da norma padrão nos
atos e nas comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida
certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de
uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua
compreensão limitada.

CAPÍTULO II — AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS

Introdução

A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, “Aspec-
tos gerais da redação oficial”. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão
tratadas em detalhe neste capítulo. Antes de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase
todas as modalidades de comunicação oficial.

Pronomes de Tratamento

Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de tratamento adota a segunda pessoa do plural, de maneira
indireta, para referenciar atributos da pessoa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário atenção para o uso
dos pronomes de tratamento em três momentos distintos: no endereçamento, no vocativo e no corpo do texto. No
vocativo, o autor dirige-se ao destinatário no início do documento. No corpo do texto, pode-se empregar os pro-
nomes de tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. O endereçamento é o texto utilizado no envelope
que contém a correspondência oficial.
A seguir, alguns exemplos de utilização de pronomes de tratamento no texto oficial:

60
TRATAMENTO NO
AUTORIDADE ENDEREÇAMENTO VOCATIVO ABREVIATURA

8-
CORPO DO TEXTO

48
Excelentíssimo

6.
Presidente da A Sua Excelência o
Senhor Presidente Vossa Excelência
15 Não se usa
República Senhor
da República
.
20

Excelentíssimo
-4

Presidente do Con- A Sua Excelência o Senhor Presidente


Vossa Excelência Não se usa
ra

gresso Nacional Senhor do Congresso


ei

Nacional
liv

Excelentíssimo
O

Presidente do Supre- A Sua Excelência o Senhor Presidente


de

Vossa Excelência Não se usa


mo Tribunal Federal Senhor do Supremo Tribu-
os

nal Federal
am

Vice-Presidente da A Sua Excelência o Senhor Vice-Presi-


Vossa Excelência V. Exa.
R

República Senhor dente da República


e
m

A Sua Excelência o
Ministro de Estado Senhor Ministro Vossa Excelência V. Exa.
er

Senhor
lh

Secretário-Executivo
ui

de Ministério e demais
G

A Sua Excelência o Senhor Secretário-


ocupantes Vossa Excelência V. Exa.
Senhor -Executivo
de cargos de natureza
especial
A Sua Excelência o Senhor
REDAÇÃO OFICIAL

Embaixador Vossa Excelência V. Exa.


Senhor Embaixador
Oficial-General das A Sua Excelência o
Senhor + Posto Vossa Excelência V. Exa.
Forças Armadas Senhor
Outros postos
Ao Senhor Senhor + Posto Vossa Senhoria V. Sa.
militares
A Sua Excelência o
Senador da República Senhor Senador Vossa Excelência V. Exa.
Senhor
A Sua Excelência o
Deputado Federal Senhor Deputado Vossa Excelência V. Exa.
Senhor
379
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TRATAMENTO NO
AUTORIDADE ENDEREÇAMENTO VOCATIVO ABREVIATURA
CORPO DO TEXTO
Senhor Ministro do
Ministro do Tribunal A Sua Excelência o
Tribunal de Contas Vossa Excelência V. Exa.
de Contas da União Senhor
da União
Ministro dos Tribunais A Sua Excelência o
Senhor Ministro Vossa Excelência V. Exa.
Superiores Senhor

Os exemplos da tabela são meramente exemplificativos. A profusão de normas estabelecendo hipóteses de trata-
mento por meio do pronome “Vossa Excelência” para categorias específicas tornou inviável arrolar todas as hipóteses.

z Concordância com os Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto às concordâncias verbal, nominal e


pronominal. Embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala), levam a concordância
para a terceira pessoa.
Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria são utilizados para se comunicar diretamente com o recep-
tor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
Da mesma forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira
pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso substituto.”).
Já quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo da pessoa a
que se refere, e não com o substantivo que compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for homem, o correto é: Vossa
Excelência está atarefado. Se o interlocutor for mulher: Vossa Excelência está atarefada.
O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.: A
Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da Casa Civil (por exemplo, no endereçamento do expediente).

z Signatário

„ Cargos interino e substituto

Na identificação do signatário, depois do nome do cargo, é possível utilizar os termos interino e substituto,

60
conforme situações a seguir: interino é aquele nomeado para ocupar transitoriamente cargo público durante a

8-
vacância; substituto é aquele designado para exercer as atribuições de cargo público vago ou no caso de afasta-

48
mento e impedimentos legais ou regulamentares do titular. Esses termos devem ser utilizados depois do nome do

6.
cargo, sem hífen, sem vírgula e em minúsculo. 15
Exemplos:
.
20
-4

Diretor-Geral interino;
ra

Secretário-Executivo substituto.
ei
liv

„ Signatárias do sexo feminino


O
de

Na identificação do signatário, o cargo ocupado por pessoa do sexo feminino deve ser flexionado no gênero
os

feminino.
am

Exemplos: Ministra de Estado;


R

Secretária-Executiva interina;
e
m

Técnica Administrativa;
er

Coordenadora Administrativa.
lh
ui

z Grafia de cargos compostos


G

Escrevem-se com hífen:

„ Cargos formados pelo adjetivo “geral”: diretor-geral, relator-geral, ouvidor-geral;


„ Postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;
„ Postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente;

Importante!
Nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general de exército, general de
brigada, tenente-brigadeiro do ar, capitão de mar e guerra.

„ Cargos que denotam hierarquia dentro de uma empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor-chefe,
380 sócio-gerente, diretor-executivo;
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„ Cargos formados por numerais: primeiro-mi- Até a segunda edição deste Manual, havia três tipos
nistro, primeira-dama; de expedientes que se diferenciavam antes pela finali-
„ Cargos formados com os prefixos “ex” ou dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memoran-
“vice”: ex-diretor, vice-coordenador. do. Com o objetivo de uniformizá-los, deve-se adotar
nomenclatura e diagramação únicas, que sigam o que
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o uso de chamamos de padrão ofício.
iniciais maiúsculas em palavras usadas reverencialmente, A distinção básica anterior entre os três era:
por exemplo para cargos e títulos (exemplo: o Presidente
francês ou o presidente francês). Porém, em palavras com z Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros
hífen, após se optar pelo uso da maiúscula ou da minúscu- de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
la, deve-se manter a escolha para a grafia de todos os ele- z Ofício: era expedido para e pelas demais autoridades;
mentos hifenizados: pode-se escrever “Vice-Presidente” ou z Memorando: era expedido entre unidades admi-
“vice-presidente”, mas não “Vice-presidente”. nistrativas de um mesmo órgão.
z Vocativo
Nesta nova edição ficou abolida aquela distinção e
passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas
A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido
ofício, de acordo com a ordem com que cada elemento
de vírgula.
aparece no documento oficial.
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, uti-
liza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Excelen-
tíssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula. Partes do Documento no Padrão Ofício
Exemplos:
z Cabeçalho: o cabeçalho é utilizado apenas na pri-
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, meira página do documento, centralizado na área
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congres- determinada pela formatação (ver subitem “5.2
so Nacional, Formatação e apresentação” do Manual).
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
Tribunal Federal, No cabeçalho deverão constar os seguintes elementos:

As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas „ Brasão de Armas da República8: no topo da


por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor ou página. Não há necessidade de ser aplicado em
Senhora seguido do cargo respectivo.

60
cores. O uso de marca da instituição deve ser
Exemplos: evitado na correspondência oficial para não se

8-
48
sobrepor ao Brasão de Armas da República;
Senhora Beneficiária, „ Nome do órgão principal;

6.
Senhor Contribuinte, 15
„ Nomes dos órgãos secundários, quando
.
necessários, da maior para a menor hierarquia;
20

Na hipótese de comunicação com particular, pode- „ Espaçamento: entrelinhas simples (1,0).


-4

-se utilizar o vocativo Senhor ou Senhora e a forma


ra

utilizada pela instituição para referir-se ao interlo- Exemplo:


ei

cutor: beneficiário, usuário, contribuinte, eleitor etc.


liv

Exemplos:
O
de

Senhora Senadora,
Senhor Juiz,
os

Senhora Ministra,
am
R

Ainda, quando o destinatário for um particular, no


e

vocativo, pode-se utilizar Senhor ou Senhora seguido


m

do nome do particular ou pode-se utilizar o vocativo


er

“Prezado Senhor” ou “Prezada Senhora”.


lh

Exemplos:
ui
G

Senhora [Nome],
Prezado Senhor, [Nome do órgão]
[Secretaria/Diretoria]
[Departamento/Setor/Entidade]
Lembre-se: em comunicações oficiais, está abolido o
REDAÇÃO OFICIAL

uso de Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.). Evite-se o


uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por Os dados do órgão, tais como endereço, telefone,
endereço de correspondência eletrônica, sítio eletrô-
meio de Senhor confere a formalidade desejada.
nico oficial da instituição, podem ser informados no
rodapé do documento, centralizados.
O Padrão Ofício
z Identificação do expediente

8 O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da República pode ser localizado no sítio eletrônico da Presidência da República, na seção
Símbolos Nacionais. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/brasao-da-republi-
ca. No caso de documento a ser impresso, exclusivamente quando o signatário for o Presidente da República, Ministro de Estado ou a autori-
dade máxima de autarquia, será utilizado timbre em relevo branco, nos termos do disposto no Decreto nº 80.739, de 14 de novembro de 1977. 381
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Os documentos oficiais devem ser identificados da Quando o tratamento destinado ao receptor for
seguinte maneira: Vossa Senhoria, o endereçamento a ser empregado é
“Ao Senhor” ou “À Senhora”. Ressalte-se que não se
„ Nome do documento: tipo de expediente por utiliza a expressão “A Sua Senhoria o Senhor” ou “A
extenso, com todas as letras maiúsculas; Sua Senhoria a Senhora”.
„ Indicação de numeração: abreviatura da Exemplos:
palavra “número”, padronizada como Nº;
„ Informações do documento: número, ano A Sua Excelência o Senhor
(com quatro dígitos) e siglas usuais do setor que [Nome]
expede o documento, da menor para a maior Ministro de Estado da Justiça
hierarquia, separados por barra (/); Esplanada dos Ministérios Bloco T
„ Alinhamento: à margem esquerda da página. 70064-900 Brasília/DF

Exemplo: OFÍCIO Nº 652/2018/SAA/SE/MT À Senhora


[Nome]
z Local e data do documento Diretora de Gestão de Pessoas
SAUS Q. 3 Lote 5/6 Ed Sede I
Na grafia de datas em um documento, o conteúdo 70070-030 Brasília. DF
deve constar da seguinte forma:
Ao Senhor
„ Composição: local e data do documento; [Nome]
„ Informação de local: nome da cidade onde foi Chefe da Seção de Compras
expedido o documento, seguido de vírgula. Não Diretoria de Material
se deve utilizar a sigla da unidade da federação Brasília — DF
depois do nome da cidade;
„ Dia do mês: em numeração ordinal se for o pri- z Assunto
meiro dia do mês e em numeração cardinal para
os demais dias do mês. Não se deve utilizar zero O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o
à esquerda do número que indica o dia do mês; documento, de forma sucinta. Ele deve ser grafado da
„ Nome do mês: deve ser escrito com inicial seguinte maneira:
minúscula;
„ Pontuação: coloca-se ponto-final depois da data; „ Título: a palavra Assunto deve anteceder a fra-

60
„ Alinhamento: o texto da data deve ser alinha- se que define o conteúdo do documento, segui-

8-
do à margem direita da página. da de dois-pontos;

48
„ Descrição do assunto: a frase que descreve o
conteúdo do documento deve ser escrita com

6.
Exemplo:
Brasília, 2 de fevereiro de 2018. 15
inicial maiúscula, não se deve utilizar verbos
e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
.
20

z Endereçamento „ Destaque: todo o texto referente ao assunto,


-4

inclusive o título, deve ser destacado em negrito;


ra

O endereçamento é a parte do documento que „ Pontuação: coloca-se ponto-final depois do


ei

informa quem receberá o expediente. Nele deverão assunto;


liv

constar os seguintes elementos: „ Alinhamento: à margem esquerda da página.


O
de

„ Vocativo: na forma de tratamento adequada Exemplos:


os

para quem receberá o expediente (ver subitem


“Pronomes de tratamento”); Assunto: Encaminhamento do Relatório de Ges-
am

„ Nome: nome do destinatário do expediente; tão julho/2018.


R

„ Cargo: cargo do destinatário do expediente; Assunto: Aquisição de computadores.


e

„ Endereço: endereço postal de quem receberá o


m

expediente, dividido em duas linhas: z Texto do documento


er
lh
ui

Primeira linha: informação de localidade/logra- O texto do documento oficial deve seguir a seguin-
G

douro do destinatário ou, no caso de ofício ao mesmo te padronização de estrutura:


órgão, informação do setor;
Segunda linha: CEP e cidade/unidade da fede- „ Nos casos em que não seja usado para enca-
ração, separados por espaço simples. Na separação minhamento de documentos, o expediente
entre cidade e unidade da federação pode ser substi- deve conter a seguinte estrutura:
tuída a barra pelo ponto ou pelo travessão. No caso
de ofício ao mesmo órgão, não é obrigatória a infor- Introdução: em que é apresentado o objetivo da
mação do CEP, podendo ficar apenas a informação da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de,
cidade/unidade da federação; Tenho o prazer de, Cumpre-me informar que. Prefira
empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico;
„ Alinhamento: à margem esquerda da página. Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado;
se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto,
O pronome de tratamento no endereçamento das elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que
comunicações dirigidas às autoridades tratadas por confere maior clareza à exposição;
Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Exce- Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o
382 lência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. assunto.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Guilherme Ramos de Oliveira - 420.156.488-60, vedada, por quaisquer meios e a qualquer
título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Quando forem usados para encaminhamento „ Para autoridades de hierarquia superior à do
de documentos, a estrutura é modificada: remetente, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente;
Introdução: deve iniciar com referência ao expe- „ Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar-
diente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa quia inferior ou demais casos: Atenciosamente,
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar
com a informação do motivo da comunicação, que é Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações
encaminhar, indicando a seguir os dados completos dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem
do documento encaminhado (tipo, data, origem ou a rito e tradição próprios.
signatário e assunto de que se trata) e a razão pela O fecho da comunicação deve ser formatado da
qual está sendo encaminhado; seguinte maneira:
Exemplos:
Em resposta ao Ofício n° 12, de 1º de fevereiro de „ Alinhamento: alinhado à margem esquerda da
2018, encaminho cópia do Ofício n° 34, de 3 de abril de página;
2018, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas, que „ Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da
trata da requisição do servidor Fulano de Tal. margem esquerda;
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do „ Espaçamento entre linhas: simples;
„ Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos
Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presidente da
após cada parágrafo;
Confederação Nacional da Indústria, a respeito de projeto
„ Não deve ser numerado.
de modernização de técnicas agrícolas na região Nordeste.
Desenvolvimento: se o autor da comunicação
z Identificação do signatário
desejar fazer algum comentário a respeito do docu-
mento que encaminha, poderá acrescentar pará-
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi-
grafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há dente da República, todas as demais comunicações ofi-
parágrafos de desenvolvimento em expediente usado ciais devem informar o signatário segundo o padrão:
para encaminhamento de documentos.
„ Nome: nome da autoridade que as expede, gra-
„ Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não se
o texto do documento deve ser formatado da usa linha acima do nome do signatário;
seguinte maneira: „ Cargo: cargo da autoridade que expede o docu-

60
mento, redigido apenas com as iniciais maiús-

8-
Alinhamento: justificado; culas. As preposições que liguem as palavras do

48
Espaçamento entre linhas: simples; cargo devem ser grafadas em minúsculas;

6.
Parágrafos: „ Alinhamento: a identificação do signatário
15
deve ser centralizada na página.
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após
.
20

cada parágrafo;
-4

Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da mar- Para evitar equívocos, recomenda-se não dei-
xar a assinatura em página isolada do expediente.
ra

gem esquerda;
Transfira para essa página ao menos a última frase
ei

Numeração dos parágrafos: apenas quando o


anterior ao fecho. Exemplo:
liv

documento tiver três ou mais parágrafos, desde o pri-


O

meiro parágrafo. Não se numeram o vocativo e o fecho; (espaço para assinatura)


de

Fonte: Calibri ou Carlito;


os

Corpo do texto: tamanho 12 pontos; NOME


am

Citações recuadas: tamanho 11 pontos;


Notas de rodapé: tamanho 10 pontos; Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da
R

Símbolos: para símbolos não existentes nas fon- República


e
m

tes indicadas, pode-se utilizar as fontes Symbol e


(espaço para assinatura)
er

Wingdings.
lh

NOME
ui

Dica
G

Coordenador-Geral de Gestão de Pessoas


Houve alteração das fontes e símbolos de Times
New Roman para Calibri ou Carlito. z Numeração das páginas
REDAÇÃO OFICIAL

z Fechos para comunicações A numeração das páginas é obrigatória apenas a par-


tir da segunda página da comunicação. Ela deve ser cen-
O fecho das comunicações oficiais objetiva, além tralizada na página e obedecer à seguinte formatação:
da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar o des-
tinatário. Os modelos para fecho anteriormente utili- „ Posição: no rodapé do documento, ou acima da
zados foram regulados pela Portaria nº 1, de 1937, do área de 2 cm da margem inferior;
Ministério da Justiça, que estabelecia quinze padrões. „ Fonte: Calibri ou Carlito.
Com o objetivo de simplificá-los e uniformizá-los, z Formatação e apresentação
este Manual estabelece o emprego de somente dois
fechos diferentes para todas as modalidades de comu- Os documentos do padrão ofício devem obedecer à
nicação oficial: seguinte formatação: 383
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
„ Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
„ Margem lateral esquerda: no mínimo, 3 cm de largura;
„ Margem lateral direita: 1,5 cm;
„ Margens superior e inferior: 2 cm;
„ Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a partir da margem superior do papel;
„ Área de rodapé: nos 2 cm da margem inferior do documento;
„ Impressão: na correspondência oficial, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso,
as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares (margem espelho);
„ Cores: os textos devem ser impressos na cor preta em papel branco, reservando-se, se necessário, a impressão
colorida para gráficos e ilustrações;
„ Destaques: para destaques deve-se utilizar, sem abuso, o negrito. Deve-se evitar destaques com uso de
itálico, sublinhado, letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou qualquer outra forma de for-
matação que afete a sobriedade e a padronização do documento;
„ Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico;
„ Arquivamento: dentro do possível, todos os documentos elaborados devem ter o arquivo de texto preser-
vado para consulta posterior ou aproveitamento de trechos para casos análogos. Deve ser utilizado, prefe-
rencialmente, formato de arquivo que possa ser lido e editado pela maioria dos editores de texto utilizados
no serviço público, tais como DOCX, ODT ou RTF;
„ Nome do arquivo: para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem ser formados da seguinte
maneira:

Tipo do documento + número do documento + ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-chaves do conteúdo
Exemplo: Ofício 123_2018_relatório produtividade anual
Seguem exemplos de Ofício:

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Tipos de Documentos

z Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:

„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um
órgão receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente
para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
„ [NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o
mesmo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.

Exemplos:

OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC


OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE

Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as siglas
ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.

z Exposição de Motivos

Exposição de motivos (EM) é o expediente dirigido ao Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:


propor alguma medida; submeter projeto de ato normativo à sua consideração; ou informá-lo de determinado
assunto.
A exposição de motivos é dirigida ao Presidente da República por um Ministro de Estado. Nos casos em que
o assunto tratado envolva mais de um ministério, a exposição de motivos será assinada por todos os ministros
envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de interministerial.
Independentemente de ser uma EM com apenas um autor ou uma EM interministerial, a sequência numérica
das exposições de motivos é única. A numeração começa e termina dentro de um mesmo ano civil.

60
8-
„ Forma e estrutura

48
6.
As exposições de motivos devem, obrigatoriamente: 15
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou infor-
.
20

mar ao Presidente da República algum assunto;


-4

Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se solucio-
nar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes sobre o assunto
ra

informado, quando for esse o caso;


ei

Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
liv

problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.


O

As Exposições de Motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº 9.191,
de

de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de mérito que permi-
os

tam a adequada avaliação da proposta.


am

O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
R
e
m

„ Permitir a adequada reflexão sobre o problema que se busca resolver;


er

„ Ensejar avaliação das diversas causas do problema e dos efeitos que podem ter a adoção da medida ou a
lh

edição do ato, em consonância com as questões que devem ser analisadas na elaboração de proposições
ui

normativas no âmbito do Poder Executivo;


G

„ Conferir transparência aos atos propostos;


„ Resumir os principais aspectos da proposta;
„ Evitar a devolução a proposta de ato normativo para complementação ou reformulação da proposta.

A exposição de motivos é a principal modalidade de comunicação dirigida ao Presidente da República pelos ministros.
Além disso, pode, em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao Poder Judiciário.
Exemplo de exposição de motivos:

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„ Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof)


am
R

O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para a
e

elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de moti-
m

vos com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
er

Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto Forma
lh

e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a exposição
ui
G

de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.

z Mensagem

A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as
mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da adminis-
tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para submeter ao
Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto; enfim, fazer
comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:

„ Encaminhamento de proposta de emenda constitucional, de projeto de lei ordinária, de projeto de lei


complementar e os que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos anuais e
390 créditos adicionais: os projetos de lei ordinária ou complementar são enviados em regime normal (Constituição,
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art. 61) ou de urgência (Constituição, §§ 1º a 4º, „ Encaminhamento das contas referentes ao
art. 64,). O projeto pode ser encaminhado sob o exercício anterior: o Presidente da República
regime normal e, mais tarde, ser objeto de nova tem o prazo de 60 dias após a abertura da sessão
mensagem, com solicitação de urgência. legislativa para enviar ao Congresso Nacional as
contas referentes ao exercício anterior (Constitui-
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos ção, inciso XXIV do caput do art. 84), para exame
membros do Congresso Nacional, mas é encaminhada e parecer da Comissão Mista permanente (Cons-
com ofício do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil tituição, § 1º, art. 166), sob pena de a Câmara dos
da Presidência da República ao Primeiro-Secretário Deputados realizar a tomada de contas (Constitui-
da Câmara dos Deputados, para que tenha início sua ção, inciso II, caput, do art. 51) em procedimento
tramitação (Constituição, caput do art. 64). disciplinado no art. 215 do seu Regimento Interno;
Quanto aos projetos de lei que compreendem pla- „ Mensagem de abertura da sessão legislativa:
no plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamentos deve conter o plano de governo, exposição sobre a
anuais e créditos adicionais, as mensagens de enca- situação do País e a solicitação de providências que
minhamento dirigem-se aos membros do Congresso julgar necessárias (Constituição, inciso XI, art. 84). O
Nacional, e os respectivos ofícios são endereçados ao portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil da
Primeiro-Secretário do Senado Federal. A razão é que Presidência da República. Esta mensagem difere
o art. 166 da Constituição impõe a deliberação congres- das demais, porque vai encadernada e é distribuída
sual em sessão conjunta, mais precisamente, “na forma a todos os congressistas em forma de livro;
do regimento comum”. E, à frente da Mesa do Congresso „ Comunicação de sanção (com restituição de
Nacional, está o Presidente do Senado Federal (Consti- autógrafos): esta mensagem é dirigida aos Mem-
tuição, § 5º, art. 57), que comanda as sessões conjuntas; bros do Congresso Nacional, encaminhada por
ofício ao Primeiro-Secretário da Casa onde se ori-
„ Encaminhamento de medida provisória: para ginaram os autógrafos. Nela se informa o número
dar cumprimento ao disposto no art. 62 da Consti- que tomou a lei e se restituem dois exemplares dos
tuição, o Presidente da República encaminha Men- três autógrafos recebidos, nos quais o Presidente
sagem ao Congresso, dirigida a seus Membros, da República terá aposto o despacho de sanção;
com ofício para o Primeiro-Secretário do Senado „ Comunicação de veto: dirigida ao Presidente
Federal, juntando cópia da medida provisória; do Senado Federal (Constituição, § 1º, art. 66), a
„ Indicação de autoridades: nas mensagens que mensagem informa sobre a decisão de vetar, se
submetem ao Senado Federal a indicação de o veto é parcial, quais as disposições vetadas, e
pessoas para ocuparem determinados cargos as razões do veto. Seu texto é publicado na ínte-

60
(magistrados dos tribunais superiores, ministros gra no Diário Oficial da União, ao contrário das

8-
do Tribunal de Contas da União, presidentes e demais mensagens, cuja publicação se restrin-

48
diretores do Banco Central, Procurador-Geral da ge à notícia do seu envio ao Poder Legislativo;

6.
República, chefes de missão diplomática, direto- „ Outras mensagens remetidas ao Legislativo:
15
res e conselheiros de agências etc.) têm em vista
.
20

que a Constituição, incisos III e IV, do caput, do Apreciação de intervenção federal (Constituição, §
-4

art. 52, atribui àquela Casa do Congresso Nacional 2º, art. 36);
Encaminhamento de atos internacionais que acar-
ra

competência privativa para aprovar a indicação.


retam encargos ou compromissos gravosos (Constitui-
ei
liv

O curriculum vitae do indicado, assinado, com a ção, inciso I, caput, do art. 49);
Pedido de estabelecimento de alíquotas aplicáveis
O

informação do número de Cadastro de Pessoa Físi-


às operações e prestações interestaduais e de exporta-
de

ca, acompanha a mensagem;


ção (Constituição, inciso IV, § 2º, do art. 155);
os

Proposta de fixação de limites globais para o mon-


„ Pedido de autorização para o Presidente ou
am

tante da dívida consolidada (Constituição, inciso VI,


o Vice-Presidente da República se ausenta-
caput, do art. 52);
R

rem do país por mais de 15 dias: trata-se de Pedido de autorização para operações financeiras
e

exigência constitucional (Constituição, inciso III,


m

externas (Constituição, inciso V, caput, do art. 52);


caput, do art. 49 e art. 83), e a autorização é da
er

Convocação extraordinária do Congresso Nacional


competência privativa do Congresso Nacional. O
lh

(Constituição, § 6º, art. 57);


ui

Presidente da República, tradicionalmente, por Pedido de autorização para exonerar o Procura-


G

cortesia, quando a ausência é por prazo inferior dor-Geral da República (Constituição, inciso XI, art.
a 15 dias, faz uma comunicação a cada Casa do 52, e § 2º, art. 128);
Congresso, enviando-lhes mensagens idênticas; Pedido de autorização para declarar guerra e
„ Encaminhamento de atos de concessão e de decretar mobilização nacional (Constituição, inciso
renovação de concessão de emissoras de rádio XIX, art. 84);
REDAÇÃO OFICIAL

e TV: a obrigação de submeter tais atos à aprecia- Pedido de autorização ou referendo para celebrar
ção do Congresso Nacional consta no inciso XII do a paz (Constituição, inciso XX, art. 84);
caput do art. 49 da Constituição. Somente produ- Justificativa para decretação do estado de defesa
zirão efeitos legais a outorga ou a renovação da ou de sua prorrogação (Constituição, § 4º, art. 136);
concessão após deliberação do Congresso Nacio- Pedido de autorização para decretar o estado de
nal (Constituição, § 3º, art. 223). Descabe pedir na sítio (Constituição, art. 137);
mensagem a urgência prevista na Constituição, Relato das medidas praticadas na vigência do estado
art. 64, uma vez que o § 1º, do art. 223, já define de sítio ou de defesa (Constituição, parágrafo único, art.
o prazo da tramitação. Além do ato de outorga 141);
ou renovação, acompanha a mensagem o corres-
pondente processo administrativo; 391
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Proposta de modificação de projetos de leis que compreendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias,
orçamentos anuais e créditos adicionais (Constituição, § 5º, art. 166);
Pedido de autorização para utilizar recursos que ficarem sem despesas correspondentes, em decorrência de
veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual (Constituição, § 8º, art. 166);
Pedido de autorização para alienar ou conceder terras públicas com área superior a 2.500 ha (Constituição, §
1º, art. 188).

„ Forma e estrutura

As mensagens contêm:
Brasão: timbre em relevo branco;
Identificação do expediente: MENSAGEM Nº, alinhada à margem esquerda, no início do texto;
Vocativo: alinhado à margem esquerda, de acordo com o pronome de tratamento e o cargo do destinatário,
com o recuo de parágrafo dado ao texto;
Texto: iniciado a 2 cm do vocativo;
Local e data: posicionados a 2 cm do final do texto, alinhados à margem direita.
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu sig-
natário. Exemplo de mensagem:

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6.
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z Correio eletrônico (e-mail) Exemplos:
Senhor Coordenador,
A utilização do e-mail para a comunicação tornou-se Prezada Senhora,
prática comum, não só em âmbito privado, mas tam-
bém na administração pública. O termo e-mail pode ser Fecho: Atenciosamente é o fecho padrão em
empregado com três sentidos. Dependendo do contex- comunicações oficiais. Com o uso do e-mail, populari-
to, pode significar gênero textual, endereço eletrônico zou-se o uso de abreviações como “Att.”, e de outros
ou sistema de transmissão de mensagem eletrônica. fechos, como “Abraços”, “Saudações”, que, apesar de
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- amplamente usados, não são fechos oficiais e, portan-
rado um documento oficial, assim como o ofício. Por- to, não devem ser utilizados em e-mails profissionais.
tanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível O correio eletrônico, em algumas situações, aceita
com uma comunicação oficial. uma saudação inicial e um fecho menos formal. No
Como endereço eletrônico utilizado pelos servido- entanto, a linguagem do texto dos correios eletrônicos
res públicos, o e-mail deve ser oficial, utilizando-se a deve ser formal, como a que se usaria em qualquer
extensão “.gov.br”, por exemplo. outro documento oficial.
Como sistema de transmissão de mensagens ele- Bloco de texto da assinatura: sugere-se que todas
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor- as instituições da administração pública adotem um
mou-se na principal forma de envio e recebimento de padrão de texto de assinatura. A assinatura do e-mail
documentos na administração pública. deve conter o nome completo, o cargo, a unidade, o
órgão e o telefone do remetente.
„ Valor documental Exemplo:

Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de Maria da Silva


agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor documen- Assessora
tal, isto é, para que possa ser aceito como documento ori- Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
ginal, é necessário existir certificação digital que ateste (61)XXXX-XXXX
a identidade do remetente, segundo os parâmetros de
integridade, autenticidade e validade jurídica da Infraes- „ Anexos
trutura de Chaves Públicas Brasileira — ICP-Brasil.
O destinatário poderá reconhecer como válido A possibilidade de anexar documentos, planilhas e
o e-mail sem certificação digital ou com certificação imagens de diversos formatos é uma das vantagens do
digital fora ICP-Brasil; contudo, caso haja questiona- e-mail. A mensagem que encaminha algum arquivo deve

60
mento, será obrigatório a repetição do ato por meio trazer informações mínimas sobre o conteúdo do anexo.

8-
documento físico assinado ou por meio eletrônico Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se ele

48
reconhecido pela ICP-Brasil. é realmente indispensável e se seria possível colocá-lo

6.
Salvo lei específica, não é dado ao ente público 15
no corpo do correio eletrônico.
impor a aceitação de documento eletrônico que não Deve-se evitar o tamanho excessivo e o reencami-
.
20

atenda os parâmetros da ICP-Brasil. nhamento de anexos nas mensagens de resposta.


-4

Os arquivos anexados devem estar em formatos


ra

„ Forma e estrutura usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.


ei

Quando se tratar de documento ainda em discussão,


liv

Um dos atrativos de comunicação por correio os arquivos devem, necessariamente, ser enviados,
O

eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- em formato que possa ser editado.
de

sa definir padronização da mensagem comunicada.


No entanto, devem-se observar algumas orientações „ Recomendações
os

quanto à sua estrutura.


am

Campo “Assunto”: o assunto deve ser o mais claro Sempre que necessário, deve-se utilizar recurso
R

e específico possível, relacionado ao conteúdo global de confirmação de leitura. Caso não esteja disponível,
e

da mensagem. Assim, quem irá receber a mensagem deve constar da mensagem pedido de confirmação de
m

identificará rapidamente do que se trata; quem a


er

recebimento;
lh

envia poderá, posteriormente, localizar a mensagem Apesar da imensa lista de fontes disponíveis nos
ui

na caixa do correio eletrônico. computadores, mantêm-se a recomendação de tipo de


G

Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen- fonte, tamanho e cor dos documentos oficiais: Calibri
te o conteúdo completo da mensagem para que não ou Carlito, tamanho 12, cor preta;
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não Fundo ou papéis de parede eletrônicos não devem
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um ser utilizados, pois não são apropriados para mensa-
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião gens profissionais, além de sobrecarregar o tamanho
REDAÇÃO OFICIAL

sobre a Reforma da Previdência”. da mensagem eletrônica;


Local e data: são desnecessários no corpo da A mensagem do correio eletrônico deve ser revisa-
mensagem, uma vez que o próprio sistema apresenta da com o mesmo cuidado com que se revisam outros
essa informação. documentos oficiais;
Saudação inicial/vocativo: o texto dos correios ele- O texto profissional dispensa manifestações emo-
trônicos deve ser iniciado por uma saudação. Quando cionais. Por isso, ícones e emoticons não devem ser
endereçado para outras instituições, para receptores utilizados;
desconhecidos ou para particulares, deve-se utilizar o Os textos das mensagens eletrônicas não podem
vocativo conforme os demais documentos oficiais, ou ser redigidos com abreviações como “vc”, “pq”, usuais
seja, “Senhor” ou “Senhora”, seguido do cargo respec- das conversas na internet, ou neologismos, como
tivo, ou “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”. “naum”, “eh”, “aki”; 393
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Não se deve utilizar texto em caixa alta para destaques de palavras ou trechos da mensagem pois denota agres-
sividade de parte do emissor da comunicação.
Evite-se o uso de imagens no corpo do e-mail, inclusive das Armas da República Federativa do Brasil e de logo-
tipos do ente público junto ao texto da assinatura.
Não devem ser remetidas mensagem com tamanho total que possa exceder a capacidade do servidor do
destinatário.

DOCUMENTOS OFICIAIS E COMERCIAIS

Ata

Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim.

z Normas, estrutura e valor documental

Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de aber-
tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber daquela
autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser acrescen-
tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o pensamento. Se o
engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê..., leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos, a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.
Exemplo de ata:

60
Comércio de Peças 24 horas Ltda.

8-
48
DATA/HORA E LOCAL - Aos vinte de abril de 2.002, às dez horas, na sede da sociedade, na rua Esmeralda nº 280,

6.
Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060; PRESENÇA – sócios representando mais de
15
¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e BELTRANO DE TAL, secretário; PUBLI-
.
20

CAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no (jornal de grande circulação), nas edições de
-4

10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente; ORDEM DO DIA - tomar as contas dos administradores e
deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; DELIBERAÇÕES – após a leitura dos documentos
ra

mencionados na ordem do dia, que foram colocados à disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme
ei

recibo, postos em discussão e votação, foram aprovados sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO
liv

DA ATA. Terminados os trabalhos, inexistindo qualquer outra manifestação, lavrou-se a presente ata que, lida, foi
O

aprovada e assinada por todos os sócios.


de
os

Beltrano de Tal, Sicrano de Tal, Fulano de Tal, Malandro de Tal, Enrolando de Tal,
am

Filmando de tal, Orlando de Tal, Capistrano de Val, Coriolano de Bial.


R
e
m
er

Atestado
lh
ui

É o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de determinado fato.
G

As repartições públicas, em razão de sua natureza, fornecem atestados e não declarações.


O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere a fatos
transitórios.

z Como fazer

„ O atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa
que está pedindo o atestado;
„ O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
„ O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado.

A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem:

„ Título, ou seja, a palavra ATESTADO em maiúsculas;


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„ Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e
identificação da pessoa que solicitou;
„ Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
„ Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta.

Secretaria de Segurança Pública

ATESTADO DE BONS ANTECEDENTES

Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, Bairro Sobradinho, é pessoa de bons antecedentes, nada constando em nossos
arquivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.

São Paulo, 9 de setembro de 2009.

Roberto Dagoberto
Roberto Dagoberto
Escrivão de Polícia da 17ª DP

60
Circular

8-
48
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou

6.
pessoas. Portanto, é uma correspondência multidirecional. Na circular, não consta destinatário, pois ela não é
unidirecional e o endereçamento vai no envelope.
.15
20
-4
ra

CIRCULAR GERAL Nº 58, Porto Alegre, 17 de dezembro de 1998.


ei
liv
O
de
os
am

ASSUNTO: Obras no Estacionamento


R
e
m
er

Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de re-
lh

forma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este período o local estará
ui

interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos veículos.
G

Atenciosamente,
REDAÇÃO OFICIAL

Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor-Geral de Negócios

395
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Declaração

É um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos públicos. É um
documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de

„ Título: DECLARAÇÃO;
„ Texto: nome do declarante — identificação pessoal ou profissional (ou ambas), residência, domicílio, fina-
lidade e exposição de assunto;
„ Local e data;
„ Assinatura (e identificação do signatário).

DECLARAÇÃO

Declaro, para os devidos fins, que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense, natural do mu-
nicípio de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batman e de Super Girl, trabalhou na Liga
da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção, responsabilidade e competência a função de
heroína para a qual está devidamente qualificada, conforme currículo anexo.

Manaus, 20 de abril de 2007

ClarkKent

60
8-
_____________________

48
Super Homem

6.
.15
20
-4
ra

Requerimento
ei
liv

É o instrumento utilizado para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou órgãos públicos.
O

Compõe-se de:
de
os

z Nome e qualificação do requerente;


am

z Exposição e solicitação;
z Pedido de deferimento;
R

z Local e data;
e
m

z Assinatura.
er
lh

Fechos possíveis de requerimento:


ui
G

z “Nesses termos, pede deferimento”;


z “Nesses termos, espera deferimento”;
z “Pede deferimento”.

A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.

396
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA,

9 - 40/1

A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comercial, vem, mui respeitosa-
mente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de utilidade pública federal, na conformidade da
Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto nº 50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente,
os documentos exigidos pela lei.

Termos em que pede deferimento.

Brasília, 25 de setembro de 2006.

João Paulo Silva


Gerente Comercial

60
Importante!

8-
Necessariamente não é obrigatória a assinatura do presidente nos requerimentos apresentados como mode-

48
lo, podendo fazê-lo os seus prepostos, desde que devidamente credenciados.

6.
.15
20

Relatório
-4

É a modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minucio-
ra
ei

sa, daquilo que se viu, ouviu ou observou.


liv

Compõe-se de
O
de

z Título: relatório, seguido do objeto do trabalho (letras maiúsculas);


z Vocativo: a pessoa à qual se dirige o relatório (letras minúsculas);
os

z Introdução: apresentação do observador e do fato observado;


am

z Texto: exposição cronológica do fato observado;


R

z Fecho;
e

z Local e data;
m

z Assinatura (e identificação do signatário).


er
lh
ui
G

REDAÇÃO OFICIAL

397
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RELATÓRIO DO CURSO DE INTELIGÊNCIA POLICIAL NO COMBATE AO NARCOTRÁFICO

Senhor Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal do Dis-


trito Federal – SR/DPF/DF,
No período de 6 a 10 de novembro de 2006 foi realizado o Curso de Inteligência Policial no Com-
bate ao Narcotráfico para policiais do MERCOSUL e países Associados, oferecido pela Academia Nacio-
nal de Polícia (ANP), sob supervisão do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do MERCOSUL
(CCCP).
O evento ocorreu na Academia Nacional de Polícia em Brasília/Brasil, e contou com a participa-
ção de 22 alunos do MERCOSUL, sendo: (6) da Argentina; (1) do Chile; (1) do Uruguai; (2) da Venezuela e
(12) do Brasil.
Na cerimônia de abertura estiveram presentes autoridades da Polícia Federal, como: o diretor de
Inteligência Policial, DPF RENATO HALFEN DA PORCIÚNCULA; o diretor da Academia Nacional de Polícia,
DPF VALDINHO JACINTO CAETANO; o coordenador de Polícia Criminal Internacional, DPF ALBERTO LAS-
SERRE KRATZ FILHO; além desta signatária.
Também estiveram presentes: o diretor do Centro de Coordenação de Capacitação Policial do
Mercosul, Coronel Hugo Greca, da Argentina; o Sr. Hector Daniel Pujol, da Polícia Federal Argentina; Carlos
Gabriel Heredia, da Polícia de Segurança Aeroportuária da Argentina; o representante da Venezuela, Nino
Gonzalez Suarez, do Ministério do Interior. E ainda, o Sr. Maikel Trento, da Assessoria Internacional do
Ministério da Justiça do Brasil.
Discursaram na cerimônia a oficial de ligação do Brasil junto ao CCCP DPF Mirânjela M. B. Leite,
que destacou as atividades a serem instituídas pelo centro; também o Diretor do Centro, Cel. Hugo Greca;
o diretor da ANP; e o diretor de Inteligência Policial. Todos destacaram a importância da integração entre
as forças de segurança pública do MERCOSUL e países associados, como fundamental para buscar a
eficácia no combate à criminalidade em todos os países.
Logo após a cerimônia de abertura do curso, o diretor da Diretoria de Combate ao Crime Organi-
zado, Delegado de Polícia Federal, Getúlio Bezerra dos Santos, proferiu palestra, de uma hora, abordando
o tema: Crime Organizado no Mercosul.
Na cerimônia de encerramento estiveram presentes, o diretor da Academia Nacional de Polícia,
DPF Valdinho Jacinto Caetano; o representante da Argentina Omar Aníbal Tabares; o oficial de ligação do

60
Chile Armando Muñoz Moreno; o representante da Venezuela, Nino Gonzalez Suarez; além desta signatá-

8-
ria.

48
Nos discursos de encerramento, foi destacada a importância de se fortalecer o Centro de Coor-

6.
denação e Capacitação Policial do MERCOSUL, para que se realizem os eventos de capacitação conti-
15
nuada das forças de segurança e/ou policiais, enviando participantes, o que criará uma rede integrada de
.
pessoas, o que certamente reforçará o efetivo para o combate ao crime organizado nos nossos países.
20

Ao final foram entregues certificados a todos os participantes.


-4
ra


ei
liv

Brasília, 3 de janeiro de 2007.


O
de

Mariângela Margarida da Nata Leite


os
am

Mariângela Margarida da Nata Leite


R
e

Delegada da 89ª Delegacia de Chapecó - AC


m
er
lh
ui
G

398
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Parecer

É a forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto. É composto por:

z vocativo;
z identificação do especialista;
z introdução: apresentação do assunto;
z texto: exposição de opinião e seu fundamento;
z local e data;
z assinatura (e identificação do signatário).

Ref. Ação 001/1.01.0000000-0

Senhor Juiz,

Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil,
como Autor, e Réunaldo Culpaldo, como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.

Introdução

A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em ques-
tão, situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, na cidade de Caxumba Paulista.

Vistoria

A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu
e dos procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião, foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.

60
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas constru-

8-
ções (identificadas nesse Laudo como Casa A e Casa B). Pode-se dizer que são duas construções, pois são indepen-

48
dentes, embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40

6.
m2 no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso — referentes à ação número
15
1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total construída é
.
de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos autos em apenso.
20

Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno da ma-
-4

trícula MA 8875H (Anexo I) existe uma área construída de 137,60m2 composta por duas casas, uma em madeira e
ra

outra em alvenaria (Fotografias 1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor de locativo mensal adequado para essas construções
ei

é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).


liv
O

Para apreciação de V. Exa.,


de

Respeitosamente,
os
am

Cidade, 7 de abril de 2008.


R

Eugênio da Silva Civil


e
m

Profissional
er
lh

Engenheiro Civil
ui
G

DECRETO Nº 9.758, DE 11 DE ABRIL DE 2019


REDAÇÃO OFICIAL

Para iniciarmos este assunto, é muito importante mencionar que o Decreto 9.758, de 11 de abril de 2019, não alte-
rou o Manual de Redação da Presidência da República. O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na
comunicação, oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a forma de
endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas. Isso significa que serão novas regras aplicadas às redações oficiais
realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o Manual estudado. Logo, o menciona-
do Decreto só implicará alteração em provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre
as mudanças pertinentes a esse decreto, indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou
especificando o Decreto nº 9.758, de 11 de abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que
estão no Manual.
399
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si. Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas
de emprego dos pronomes de tratamento.

Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da administração
pública federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da Cons-
tituição, DECRETA:

Objeto e âmbito de aplicação


Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com agentes
públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo Federal), e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimônias das quais o agente público federal participe.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:
I - aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo;
II - aos militares das Forças Armadas ou das forças auxiliares;
III - aos empregados públicos;
IV - ao pessoal temporário;
V - aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e aos presidentes de empresas públicas e sociedades de economia
mista;
VI - aos empregados terceirizados que exercem atividades diretamente para os entes da administração pública
federal;
VII - aos ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança;
VIII - às autoridades públicas de qualquer nível hierárquico, incluídos os Ministros de Estado; e
IX - ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
§ 3º Este Decreto não se aplica:
I - às comunicações entre agentes públicos federais e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais; e
II - às comunicações entre agentes públicos da administração pública federal e agentes públicos do Poder Judiciá-
rio, do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de outros entes
federativos, na hipótese de exigência de tratamento especial pela outra parte, com base em norma aplicável ao
órgão, à entidade ou aos ocupantes dos cargos.

60
Pronome de Tratamento Adequado
Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”,

8-
48
independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.

6.
15
Formas de Tratamento Vedadas
.
20

Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento, ainda que
-4

abreviadas:
ra

I - Vossa Excelência ou Excelentíssimo;


ei

II - Vossa Senhoria;
liv

III - Vossa Magnificência;


O

IV - doutor;
V - ilustre ou ilustríssimo;
de

VI - digno ou digníssimo; e
os

VII - respeitável.
am

§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput, mediante
invocação de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.
R

§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja
e
m

erro na forma de tratamento empregada.


er
lh

Endereçamento de Comunicações
ui

Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamen-
G

to ou o nome do agente público.


Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do destinatário nas
hipóteses de:
I - a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do des-
tinatário; ou
II - a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.

Vigência
Art. 5º Este Decreto entra em vigor em 1º de maio de 2019.
Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da Independência e 131º da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO

RESUMO

Para finalizarmos nossos estudos sobre redação oficial, apresentamos um resumo dos pontos vistos até aqui.
Acompanhe:
400
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Características da Linguagem

z Formalidade: linguagem polida;


z Clareza: fácil compreensão;
z Precisão: informações necessárias e específicas;
z Concisão: poucas palavras, sem rodeio;
z Objetividade: direto ao ponto;
z Impessoalidade: sem impressões pessoais;
z Uniformidade: forma única;
z Coesão: texto articulado;
z Coerência: texto lógico;
z Padrão culto da linguagem: comum a todos, com correção.

Emprego dos Pronomes de Tratamento

Vossa falar com a pessoa


(=Você) = (no corpo do texto) concordância em 3ª pessoa
Sua falar sobre a pessoa e com o gênero da pessoa
=
(=Ele/Ela) (no campo do destinatário)

z Referências e vocativos

„ Excelência: altas autoridades do governo (dica: aqueles em quem votamos — exceção: vereador), mem-
bros do júri. Vocativo: Senhor + cargo, / Excelentíssimo Senhor + cargo, (aos Chefes de Poder);
„ Senhoria: pessoas públicas e particulares. Vocativo: Senhor + nome da pessoa;
„ Magnificência: reitores de universidade. Vocativo: Magnífico Reitor,
„ Não se usa mais: Digníssimo (DD.), Ilustríssimo (Il.mo ou Ilmo.)

Fechos para Comunicações

z Respeitosamente: para autoridades superiores;

60
z Atenciosamente: para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior;

8-
z Termos em que pede deferimento: requerimento.

48
6.
Obs.: com exceção das comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras. .15
20

Modelos de Correspondências Oficiais


-4
ra

z Exposição de motivos: de ministros para o Presidente ou para o Vice;


ei

z Mensagem: entre Chefes de Poder.


liv
O
de

(cabeçalho)
os
am

ID (nome, nº, ano, sigla)


R
e

Local e data
m
er
lh

Destinatário
ui
G

Assunto

Vocativo
REDAÇÃO OFICIAL

Corpo do texto

Fecho

Identificação do signatário

(rodapé)

401
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
REFERÊNCIAS secundárias que não acrescentam informação algu-
ma ao texto, nem têm maior relação com as funda-
AFINAL de contas, o que é uma certidão? 1º Ofí- mentais, podendo, por isso, ser dispensadas. O leitor
cio de Registro de Imóveis, [s.d.]. Disponível em: deve ser conduzido ao contato mais direto com o
http://www.1rgirecife.com.br/2021/08/12/afinal-de- assunto e com as informações, sem subterfúgios,
-contas-o-que-e-uma-certidao/. Acesso em: 31 mar. sem excessos de palavras e de ideias.
2022.
BRASIL. Presidência da República. Decreto nº (Manual de Redação da Presidência da República. Adaptado)
8.539, de 8 de outubro de 2015. Dispõe sobre o uso
do meio eletrônico para a realização do processo As informações dizem respeito à seguinte caracterís-
administrativo no âmbito dos órgãos e das entida- tica da redação oficial:
des da administração pública federal direta, autár-
quica e fundacional. Disponível em: http://www. a) padronização.
planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/ b) impessoalidade.
Decreto/D8539.htm. Acesso em: 31 mar. 2022. c) formalidade.
______. Decreto nº 9.758, de 11 de abril de 2019. d) objetividade.
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endere- e) coesão.
çamento nas comunicações com agentes públicos
da administração pública federal. Disponível em: 3. (VUNESP — 2022) De acordo com a 3a edição do Manual
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019- de Redação da Presidência da República, os documen-
2022/2019/decreto/D9758.htm. Acesso em: 31 mar. tos para os quais se passou a adotar uma só nomencla-
2022. tura e diagramação, seguindo o padrão ofício, são:
______. Casa Civil. Manual de Redação da Presi-
dência da República. 3. ed., rev., atual. e ampl. a) ofício, carta e comunicado.
Brasília: Presidência da República, 2018. b) memorando, carta e aviso.
CONCEITOS. Legislação - UFSC, [s.d.]. Disponível c) ofício, memorando e aviso.
em: https://legislacao.ufsc.br/conceitos/. Acesso d) aviso, ofício e mensagem.
em: 31 mar. 2022. e) mensagem, carta e comunicado.
GOVERNO DO PARÁ. Manual do processo admi-
nistrativo eletrônico - PAE da Secretaria de 4. (VUNESP — 2021) Dentre as características da reda-
Estado de Administração – SEAD / PA. Belém: ção oficial encontram- se
Secretaria de Estado de Administração, 2019.

60
SANTOS, I. G. dos. Manual de Redação de Docu- a) a coerência, a subjetividade e a individualidade.

8-
mentos. Salvador: Universidade Federal da Bahia, b) a informalidade, o uso do padrão culto da língua e a

48
2005. objetividade.

6.
TERMO. Dicionário Jurídico. DireitoNet, 2009. Dis- c) a clareza, a impessoalidade e a concisão.
ponível em: https://www.direitonet.com.br/dicio-
15
d) a concisão, a pessoalidade e a formalidade.
.
20

nario/exibir/785/Termo. Acesso em: 31 mar. 2022. e) A impessoalidade, a diversidade e a eloquência.


-4

5. (VUNESP — 2020) São caraterísticas da redação dos


ra

documentos oficiais:
ei

HORA DE PRATICAR!
liv
O

a) clareza e tratamento formal.


1. (VUNESP — 2022) Uma característica da redação ofi-
de

b) padronização e criatividade.
cial é a impessoalidade, devidamente exemplificada c) linguagem informal e tratamento cerimonioso.
os

com o seguinte enunciado: d) subjetividade e clareza.


am

e) linguagem pomposa e tratamento padronizado.


R

a) Encaminho o relatório no qual se faz uma análise


e

admirável do perfil dos candidatos aprovados no últi- 6. (VUNESP — 2020) De acordo com o Manual de Reda-
m

mo concurso. ção da Presidência da República, a redação oficial


er

b) A inauguração do posto de saúde foi emocionante,


lh

sobretudo nesse triste momento de pandemia que


ui

a) aceita as transformações nos usos da língua sem estig-


estamos vivendo.
G

matizar usos que estejam em desacordo com a norma-


c) Com a sua contratação, este departamento espera -padrão, uma vez que o mais importante é comunicar.
que aqui você atue como em sua vida particular, ale- b) caracteriza-se por ser necessariamente árida e contrária
gre e vivaz. à ideia de evolução da língua, uma vez que as mudanças
d) A relação dos candidatos aprovados na primeira fase comprometem a boa expressão linguística e discursiva.
do concurso será divulgada uma semana após a rea- c) corresponde a uma comunicação pública e, por essa
lização da prova. razão, deve primar pela objetividade e clareza, valen-
e) Os funcionários públicos sabemos da relevância do do-se do uso da norma-padrão da língua portuguesa.
nosso trabalho para sociedade e do amor que esta d) marca-se por ser uma área de escasso conhecimento,
tem por nós. uma vez que as formas linguísticas que abona estão
normalmente muito distanciadas da língua cotidiana.
2. (VUNESP — 2022) Procure perceber certa hierarquia e) tem evoluído significativamente, de tal forma que hoje
de ideias que existe em todo texto de alguma com- sua linguagem está próxima da que caracteriza tex-
plexidade: as fundamentais e as secundárias. Essas tos da literatura, do jornalismo e da correspondência
últimas podem esclarecer o sentido daquelas, deta- particular.
402 lhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
7. (VUNESP — 2020) A redação oficial é elaborada sem- a) opcionais: o primeiro, na forma de tratamento “Vossa
pre em nome do serviço público e sempre em atendi- Senhoria”, independentemente de quem receberá o
mento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, expediente; o segundo, limitado à forma “Atenciosa-
os assuntos objetos dos expedientes oficiais não mente”, colocada sempre após a forma “Sem mais”.
devem ser tratados de outra forma que não a estrita- b) obrigatórios: o primeiro, na forma de tratamento ade-
mente impessoal. quada para quem receberá o expediente, observando
o correlato pronome de tratamento; o segundo, limi-
(Manual de Redação da Presidência da República) tado às formas “Respeitosamente” e “Atenciosamen-
te”, conforme a relação hierárquica.
O princípio exposto no Manual está devidamente res- c) dispensáveis, uma vez que a redação oficial visa alinhar-
guardado no seguinte enunciado: -se à comunicação contemporânea, que se configura
por ser mais ágil, reforçando os aspectos de concisão
a) Em atendimento à solicitação de uma nova ambulân- para a elaboração de textos mais claros e precisos.
cia para o Pronto-Socorro, informamos que o veículo d) obrigatórios: o primeiro, na forma de tratamento “o/a
já foi adquirido neste mês. Senhor/a”, conforme quem receberá o expediente; o
b) Encaminho-lhes o relatório de avaliação do último segundo, limitado à forma “Reiteramos nossos votos
trimestre; peço que fiquem atentos para as ótimas de estima e admiração”, que reforça a relação hierár-
informações sobre os avanços do Setor. quica entre as partes.
c) Querido cidadão, este ano os impostos prediais pode- e) opcionais: o primeiro, na forma de tratamento “o/a
rão ser parcelados em até dez vezes. Contamos com Senhor/a”, conforme quem receberá o expediente; o
o seu pagamento sempre pontual. segundo, limitado à forma “Respeitosamente”, colo-
d) A chefia deste Setor fica emocionada com a dedica- cada sempre após a forma “Subscrevemo-nos”.
ção dos funcionários, os quais têm feito nosso coti-
diano ser mais produtivo e feliz. 11. (VUNESP — 2021) Leia o texto para responder a questão.
e) Convocamos a todos para o churrasco de encerra-
mento de ano, que acontecerá na casa do diretor do Senhor Secretário,
departamento, no dia 07 de dezembro.
De acordo com o que se determinou na última reunião
8. (VUNESP — 2022) Considerando-se o tratamento e o de secretários, a seleção para contratação de novos
gênero da autoridade mencionada numa correspon- funcionários depende da análise dos recursos dispo-
dência oficial, o enunciado correto será: níveis, uma vez que não se pode comprometer a meta
fiscal do município. Dessa forma, entendemos que

60
ela estará suspensa, conforme memorando enviado
a) Vossa Excelência, a Ministra, está reunida com auto-
a todos os departamentos. Aguardamos, portanto, o

8-
ridades estrangeiras.

48
momento adequado para novamente solicitar a aber-
b) Sua Excelência, a Ministra, está reunida com autori-
tura do processo seletivo.

6.
dades estrangeiras.
c) Vossa Excelência, o Ministro, está reunido com auto-
.15
     , ABC Secretário de Educação
20

ridades estrangeiras.
-4

d) Sua Excelência, a Ministra, está reunido com autori-


Considerando-se a interlocução estabelecida, a lacu-
dades estrangeiras.
ra

na do texto deve ser preenchida com:


e) Sua Excelência, o Ministro, está reunida com autori-
ei

dades estrangeiras.
liv

a) Abraço
O

b) Atenciosamente
9. (VUNESP — 2021) Instituições como a Organização
de

c) Respeitosamente
das Nações Unidas e outras vêm enfatizando a neces-
d) Sem mais para o momento
os

sidade cuidados no sentido da não discriminação de


e) Com apreço e consideração
am

gênero em ambientes públicos e locais de trabalho,


por meio, entre outros, da adequação da linguagem
R

12. (VUNESP — 2021) Segundo o Manual de Redação da


utilizada em material escrito e no dia a dia. Preocu-
e

Presidência da República, nas comunicações oficiais,


m

pada em alinhar-se a essa diretriz, uma repartição


os cargos compostos formados pelo adjetivo “geral”
er

publica irá rever textos de sinalização, folhetos de


lh

são escritos
orientação, normas escritas internas, placas e outros.
ui
G

a) em itálico.
Dentre as alternativas, promove-se a não discriminação b) com hífen.
de gênero ao se substituir, nos textos, por exemplo: c) com a primeira letra em maiúsculo.
d) com letras minúsculas.
a) “o chefe do setor” por “a chefia do setor”. e) em negrito.
REDAÇÃO OFICIAL

b) “procurar atendimento médico” por “procurar o médico”.


c) “protocolo de atendimento” por “protocolx de atendimentx”. 13. (VUNESP — 2022) Leia o texto para responder à questão.
d) “protocolo de atendimento” por “protocole de atendimente”.
e) “procurar orientação médica” por “procurar atendimento Conforme sua composição e estrutura, o documento
médico”. corresponde a

10. (VUNESP — 2022) De acordo com o Manual de Reda- a) uma ata.


ção da Presidência da República, no padrão ofício, o b) um requerimento.
vocativo e o fecho do documento são: c) um memorando.
d) uma carta.
e) um ofício. 403
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título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
14. (VUNESP — 2022) Um documento no padrão ofício c) Analisando as avaliações dos funcionários, chegou a
deve apresentar ser cômico o fato de muitos deles não conseguirem
entender questões tão banais da própria área.
a) as siglas do setor no documento, organizadas da d) Fico pensando se, no lugar dessas avaliações por
maior para a menor hierarquia. questionários, a turma deste Setor pudesse abrir o
b) o tipo de expediente por extenso, com todas as letras jogo com a direção sobre os problemas que tem.
maiúsculas. e) Parece que caiu mal a avaliação em um momento em
c) a palavra “Número” por extenso, iniciada com letra que funcionários se mostram ansiosos e vulneráveis
maiúscula. a problemas externos que fogem ao controle.
d) as informações do expediente em letras minúsculas e
todas centralizadas. 20. (VUNESP — 2022) Considerando os aspectos gerais
e) o nome da cidade onde se expediu o documento, com da redação das comunicações oficiais, assinale a
a sigla da unidade da federação. alternativa que atende aos princípios de clareza, de
impessoalidade e de linguagem em conformidade
15. (VUNESP — 2022) Tratando da estrutura padroniza- com a norma-padrão.
da do texto do padrão ofício, o Manual de Redação
da Presidência da República prescreve que o ofício a) Informamos que, segundo o planejamento deste
de encaminhamento de documento deve ter como Departamento, serão ministrados treinamentos aos
introdução funcionários que ingressaram por concurso.
b) Alerto a todos por meio desse Aviso, que o atendi-
a) a posição do órgão sobre o documento encaminhado. mento às pessoas ficará suspenso por uma semana,
b) a apresentação do órgão que encaminha o documento. até segunda ordem impreterivelmente.
c) o nome e o endereço do destinatário do documento. c) Comunicamos que a gente não pode permitir a entra-
d) a referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. da do público na Sessão de Pessoal, porque conside-
e) o cargo que identifica a autoridade que envia o documento. ramos sensível o conteúdo dos documentos.
d) Tem o presente a finalidade de alertar para o uso obri-
16. (VUNESP — 2021) No texto das comunicações ofi- gatório de crachá durante o expediente, inobstante a
ciais, tanto na estrutura I quanto na estrutura II o condição do funcionário que os usam.
espaçamento entre parágrafos deve ser de e) Comunicado: nesse setor sob minha responsabilida-
de não se admite pessoas estranhas ao serviço, sob
a) 6 pontos após cada parágrafo. pena de responsabilização dos envolvidos.
b) 8 pontos após cada parágrafo.

60
c) 4 pontos após cada parágrafo. 9 GABARITO

8-
d) 2 pontos após cada parágrafo.

48
e) 0 pontos após cada parágrafo.

6.
1 D
15
17. (VUNESP — 2020) De acordo com o Manual de Reda-
.
2 D
20

ção da Presidência da República, tanto na estrutura I


-4

quanto na estrutura II, o texto dos documentos oficiais 3 C


deve ser formatado observando-se o alinhamento
ra

4 C
ei
liv

a) à direita.
5 A
O

b) centralizado.
de

c) opcional. 6 C
d) à esquerda.
os

e) justificado. 7 A
am

8 B
R

18. (VUNESP — 2022) De acordo com o Manual de Reda-


e

ção da Presidência da República, a mensagem é uma 9 A


m

comunicação que ocorre entre


er

10 B
lh
ui

a) a população e o Poder Judiciário. 11 B


G

b) os Chefes dos Poderes Públicos.


c) Prefeitos e Secretários Municipais. 12 B
d) o Poder Legislativo e a população.
e) Secretários Estaduais e o Poder Legislativo. 13 E

14 B
19. (VUNESP — 2022) Um exemplo de texto encaminhado
a uma autoridade pública, dentro dos padrões de for- 15 D
malidade, padronização e impessoalidade, é:
16 A
a) Realizamos a análise dos resultados das avaliações, 17 E
conforme solicitado por Vossa Senhoria, e disponibi-
lizamos o relatório detalhado a este Setor. 18 B
b) O grupo de funcionário considerou a avaliação deles
nada a ver, porque sentiram que faltou empatia na 19 A
organização dos questionários profissionais. 20 A
404
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