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PORTUGAL

RETALHO
Março 2018

Uma publicação
Cushman & Wakefield

www.cushmanwakefield.pt

Desde os anos 90 que o retalho assume um
papel fundamental no mercado imobiliário
comercial em Portugal. Nessa década, a
primeira opção de consumo das famílias
portuguesas passava pelos centros comerciais,
que foram a principal porta de entrada em
Portugal para os operadores de retalho
internacionais.
Nos últimos 15 anos
foram canalizados para
o sector de retalho mais
de €6,7 mil milhões de
Nos últimos anos a procura tornou-se mais
investimento, 50% do
exigente e informada, e em conjunto com uma total investido no
alteração na Lei do Arrendamento Urbano e o
aumento exponencial do turismo, deu origem imobiliário comercial
a uma dinâmica crescente do comércio de rua,
fazendo deste um formato alternativo de em Portugal.
retalho.

Mais recentemente, o comércio online tem Na atividade de investimento o sector de


vindo a complementar a forma de presença retalho assume um papel preponderante,
das insígnias junto dos consumidores, tendo tendo sido a origem das primeiras transações
uma importância cada vez maior na sua de investimento internacional em Portugal.
operação, independentemente do volume de Nos últimos 15 anos foram canalizados para
faturação criado. Este fenómeno resultou este setor mais de €6,7 mil milhões de
numa mudança no paradigma do retalho, investimento, representando 50% do total
nomeadamente na função que as lojas físicas e investido no imobiliário comercial em
online têm na forma como as marcas Portugal.
comunicam com o seu público alvo.
Ao longo deste documento, que pretende
analisar ao detalhe o mercado de retalho em
Portugal, caracteriza-se a oferta e a sua
dispersão pelo país, o dinamismo da procura,
a evolução dos principais indicadores de
operação e a atividade de investimento, que
ao longo de mais de 20 anos tem vindo a
alimentar o crescimento desta indústria.
ÍNDICE
ENQUADRAMENTO ECONÓMICO 5
COMÉRCIO ONLINE 9
OFERTA 13
PROCURA 27
INVESTIMENTO 31
TENDÊNCIAS 34
Uma publicação Cushman & Wakefield


Em 2018 o consumo
privado em Portugal
deverá atingir o
máximo do milénio e
igualar a média da
União Europeia.

4
RETALHO | MARÇO 2018

ENQUADRAMENTO
ECONÓMICO

O consumo privado é uma das variáveis CONSUMO EM BENS


económicas que mais diretamente reflete o DE RETALHO POR CATEGORIA
estado do mercado de retalho. Até 2008 este
foi um dos principais motores de crescimento 40%

da economia, tendo sido depois fortemente 30%


afetado pela crise que se seguiu.
20%

10%
CONSUMO PRIVADO
0

125
a

ão

ra

s
La

ta

ro
od

tu

en

ut
M

ul
ur

O
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C
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Al
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es

ze
R

120
La
€1.000 milhões

115 2007 2011 2017


Fonte: Oxford Economics
110

105

100
+41%
+41%
Moda
Moda
7

11

12

13

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20

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20

20

20

-10% Restauração
-10% Restauração
Fonte: Oxford Economics

A partir de 2014 a recuperação económica


fez-se sentir através da retoma desta variável,
que em 2018 se estima vir a ultrapassar o
+14% Alimentar
+14% Alimentar
máximo do milénio. Durante este ano o
crescimento do consumo privado em Portugal
deverá igualar a média da União Europeia,
cifrando-se nos 2,2%, refletindo crescimentos
-6% Lar
mais moderados durante o restante período
analisado. -6% Lar

5
Uma publicação Cushman & Wakefield

Os volumes agregados de consumo nas


categorias estudadas atingiram em 2015 os
valores de 2007, após quebras significativas no
período anterior.
A crise económica não afetou apenas o
consumo nos seus volumes agregados, resultou A distribuição das despesas em 2017 reflete
também em alterações nos hábitos de compra uma contração no consumo em restauração,
das famílias. artigos de lar e outros; em oposição aos
setores alimentar e de moda, que em 2017
A comparação da distribuição do consumo em
passaram a captar uma maior proporção do
bens de retalho por categoria demonstra uma
rendimento das famílias.
mudança nos padrões de compra entre 2007
(pico do mercado), 2011 (ano de início da crise) A substituição de despesas de restauração por
e 2017. um maior consumo de bens alimentares é um
efeito natural da crise. Observa-se que em 2017
este indicador estagnou, o que reflete uma

A crise económica não mudança estrutural de hábitos.

afetou apenas o
Este indicador parece contraditório com o
crescimento sentido na procura de espaços

consumo nos seus para restauração, mas é sobejamente


justificado pelo forte crescimento do fluxo de

volumes agregados, turismo.

O aumento nas despesas de moda entre 2007


tendo também resultado e 2017 surpreende, tendo em conta que

em alterações nos
também esta categoria sofre habitualmente em
períodos de crise. A força dos operadores de

hábitos de compra das retalho neste sector bem como a maior oferta
de cadeias de vestuário low cost pode explicar

famílias. esta tendência. Desde há muito que assistimos


a uma alteração na politica de vendas dos
retalhistas, que captam a atenção dos
consumidores desafiando-os com as mais
diversas promoções e descontos.

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RETALHO | MARÇO 2018

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Uma publicação Cushman & Wakefield


Em 2017 o volume de vendas
online em Portugal aumentou
em 12,5%, atingindo os €4,73
mil milhões .

Europa 81%
Portugal 71%
População online

Europa 58%
Portugal 43%
População online que
efectua compras online

Europa 4,9%
Portugal 2,0%
Peso das vendas
online no PIB

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RETALHO | MARÇO 2018

COMÉRCIO ONLINE
Com um consumidor cada vez mais informado VOLUME DE VENDAS ONLINE
e exigente, a estratégia de marketing dos
retalhistas evoluiu de uma oferta multicanal 5
para omnicanal, oferecendo ao consumidor
uma experiência personalizada. Para tal tem 4
vindo a contribuir amplamente o aumento do
uso da internet e dispositivos móveis, com o
€1.000 milhões

3
comércio eletrónico a ser cada vez mais
preponderante nas opções de compra.
2

De acordo com a Ecommerce Foundation, em


2017 o volume de vendas online em Portugal 1

terá aumentado 12,5% (2 pontos percentuais


acima de 2016), para os €4,73 mil milhões. 0

Ainda assim, este crescimento está abaixo da 2013 2014 2015 2016 2017 *

média europeia, que se estima em 13,6% em *Estimativa


Fonte: Ecommerce Foundation, Ecommerce Report Portugal 2017 e Global
2017, e particularmente aquém dos países no Ecommerce Report 2017

Sul da Europa1, que terão registado um


crescimento de 18%. O potencial de
PERFIL DO CONSUMIDOR
crescimento é muito elevado considerando o
peso que as vendas online têm no PIB nacional,
ONLINE NACIONAL
80%
atualmente menos de metade daquele
80%
registado na Europa2.
80%
Idade
Idade até
até 40
40 anos
anos
1
Croácia, Grécia, Itália, Malta, Portugal, Espanha e Turquia. Idadeaté
Idade até40
40anos
anos
2
Análise exclusiva para os países considerados influentes no setor: Alemanha,
Espanha, França, Itália, Reino Unido, Rússia e Turquia.
70%
70%
DESTINO DAS COMPRAS ONLINE 70%
Formação
Formação superior
superior
FormaçãoSuperior
Formação superior
66%
Nacional 13% 66%
66%
Remuneração
Remuneração mensal
mensal
Remuneração
Remuneração
acima mensal
mensal
acima dos
dos €1.600
€1.600
acima dos €1.600
acima dos €1.600
Nacional e
Internacional
64%
€53,4
€53,4
€53,4
€53,4
Gasto médio
Gastomédio
Gasto por
médiopor compra
porcompra
compra
Internacional 23% Gasto médio por compra
€502,2
Destino das Compras Online €502,2
€502,2
Gasto
Gastoanual
Gasto anualem
anual emcompras
em compras
compras
Gasto anual em compras
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Uma publicação Cushman & Wakefield

As vendas online alteraram o paradigma


do retalho, e continuarão a impactar a
dinâmica do mercado por forma a
encontrar um maior equilíbrio entre
todos os seus intervenientes.

Segundo o e-Commerce Report 2017 dos CTT, Do ponto de vista dos retalhistas, o comércio
o consumidor online nacional faz em média 9,3 online potencia as vendas globais, funcionando
compras anuais de produtos (embora metade como um canal complementar da sua
dos inquiridos faça pelo menos uma compra estratégia comercial e servindo de gerador de
mensal), gastando anualmente mais de €500 tráfego às lojas físicas.
(1,6% acima do ano anterior).
Apesar de ter uma progressiva aderência,
O preço e facilidade de compra são as metade dos retalhistas com operação online
principais motivações apontadas, com o inquiridos para o estudo dos CTT confirma que
vestuário e calçado, equipamentos eletrónicos as vendas por este canal contribuem para
e informáticos e livros e filmes a apresentarem- menos de 25% do total. No sentido oposto, os
-se como as categorias com maior volume de retalhistas com presença unicamente online
compras. reduziram o seu peso na amostra de 18% em
2016 para 11% em 2017. Este resultado traduz-se
na combinação de dois fenómenos: a tendência
de abertura de lojas físicas por parte de
PESO DO COMÉRCIO ONLINE operadores originalmente exclusivos em online
NAS VENDAS DOS RETALHISTAS e o aumento da presença online por parte dos
operadores convencionais.
10,9%

Por seu lado, a loja física funciona cada vez


8,9%
mais como um canal de construção da imagem
da marca e fidelização do cliente, pelo que se
aposta mais na experiência da visita.

50,5%
8,9% Um bom exemplo das diversas sinergias criadas
entre as lojas físicas e online é a compra
através do “click & collect”, ou seja, compra
online e levantamento do produto na loja física.
De acordo com um estudo da Verdict Retail
20,8% para o Reino Unido, 39% dos clientes que
compram desta forma acabam por também
fazer compras adicionais na loja, gastando em
média mais £13.
100% 75%-99% 50%-75% 25%-50% <25%

Fonte: CTT, e-Commerce Report 2017

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RETALHO | MARÇO 2018

Atualmente verifica-se um ajuste generalizado


da estratégia omnicanal das marcas. Por um
lado, diversas insígnias têm vindo a
demonstrar intenção de diminuir o número de
lojas físicas, ajustando o menor volume de
vendas em loja ao aumento da faturação
online. Por outro, gigantes online têm vindo a
apostar em lojas físicas e inclusivamente na
aquisição de insígnias já estabelecidas, como é
exemplo a recente aquisição pela Amazon da
cadeia de supermercados orgânicos Whole
Foods Market.

Por último, também os proprietários de


imobiliário enfrentam os desafios do online,
nomeadamente ao nível do seu impacto
negativo nas rendas variáveis3 das lojas, na
valorização dos seus ativos e na fidelização do
consumidor.

Face ao exposto, é inegável que as vendas


online alteraram o paradigma do retalho e
continuarão a impactar a dinâmica do
mercado por forma a encontrar um maior
equilíbrio entre todos os seus intervenientes.

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Indexadas à faturação bruta da loja.

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Uma publicação Cushman & Wakefield


A indústria de centros
comerciais em Portugal
registou na primeira década
do milénio o seu crescimento
mais acentuado, tendo sido
inaugurados 62 centros
comerciais, representando
1,64 milhões de m² de ABL.

Europa 240 m2
Portugal 281 m2
Densidade de Centros Comerciais
(m2/1.000 habitantes)

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RETALHO | MARÇO 2018

OFERTA
CENTROS COMERCIAIS
Portugal encontra-se entre os países da
Europa com maior densidade de centros
comerciais, um reflexo do sucesso da
indústria e da ainda reduzida relevância
do comércio de rua.

A nível nacional existem 119 centros


comerciais com 3,1 milhões de m² de área
ABL (m2) / 1.000 HABITANTES
bruta locável (ABL), resultando num
ABL/1.000 habitantes de 281 m², Até 150 150 a 250 250 a 350 Acima de 350
superior à média europeia de 240 m².

OFERTA TOTAL

300 3,5

250 2,9 62 aberturas


62 aberturas
Crescimento ABL (milhares de m²)

ABL Acumulada (milhões de m²)

200 2,3 1.635 mil m²


1,6 milhões mABL
2
ABL
150 1,8
2000-2009
2000-2009
100 1,2

50 0,6 11 Aberturas
11 aberturas 2
0 0
360 mil
360 mil m ABL
m² ABL
20 0
20 1
20 2
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2010-2019
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20

20

Crescimento ABL (milhares de m²) ABL Acumulada (milhões de m²) 2010-2019

A indústria de centros comerciais em Portugal Ainda assim, durante 2017 abriram ao público
registou na primeira década do milénio o seu dois centros comerciais: o Évora Plaza da Ares
crescimento mais acentuado, tendo sido Capital, com 16.200 m²; e o Mar Shopping
inaugurados 62 centros comerciais, Algarve (Loulé) promovido pela IKEA Centres
representando 1,64 milhões de m² de ABL. com 78.000 m² de ABL, dos quais 24.000 m²
Desde então este crescimento atenuou ocupados pela loja IKEA e 17.000 m² pelo
consideravelmente, resumindo-se Designer Outlet Algarve (em parceria com o
maioritariamente a expansões e/ou renovações Grupo Mutschler).
de centros existentes.

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Uma publicação Cushman & Wakefield

A dispersão geográfica dos centros comerciais DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA de Lisboa - 37%


Área Metropolitana
em Portugal reflete uma concentração no litoral Área
Área Metropolitana
37% Metropolitana de
de Lisboa
Lisboa -- 37%
37%
do país, onde se encontram o maior número de
Área Metropolitana de Lisboa
habitantes e os níveis de poder de compra mais
elevados. As áreas metropolitanas de Lisboa e Área Metropolitana do Porto - 23%
Área
Área Metropolitana
23% Metropolitana do
do Porto
Porto -- 23%
23%
Porto concentram a maioria da oferta, 60% e Área Metropolitana do Porto
1,8 milhões de m² de ABL, num total de 67
centros comerciais. A sul, o Algarve concentra Algarve - 8%
8%
8% da oferta, inferior às regiões Centro e Norte, Algarve
Algarve -- 8%
Algarve 8%
respetivamente com 16% e 13% do total.

O primeiro centro comercial moderno a


CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA
inaugurar em Portugal foi o Amoreiras 50%

Shopping Center, contando hoje com 32 anos


de operação. A maturidade da indústria é
visível na idade média dos centros, com 30% a
30%
somarem mais de 20 anos de existência. O
20%
investimento por parte dos proprietários é, no
entanto, uma constante na indústria, e muitos
dos centros com mais de uma década
passaram já por processos de reconversão e Até 10 anos 10-20 anos Mais de 20 anos

melhoria de forma a se adaptarem a um


mercado em mudança constante. 22%
56%

O tamanho médio de centros comerciais em


Portugal é de 26.000 m² de ABL, sendo que a
maioria dos projetos é de pequena dimensão, 19%

até 20.000 m². Apenas 2% dos centros 2%


existentes são muito grandes, superiores a
80.000 m². Esta aglomeração da oferta em
centros pequenos é explicada pela elevada Pequeno Médio Grande Muito Grande

concentração da população nas áreas


metropolitanas de Lisboa e do Porto, tendo as Os principais indicadores de operação dos
restantes cidades do país núcleos centros comerciais confirmam a boa
populacionais reduzidos que não permitem o performance da industria. Os dados publicados
desenvolvimento de centros de grande pela APCC retratam uma retoma das vendas e
dimensão. visitantes a partir do segundo semestre de
2013, antecipando a recuperação do volume de
vendas de retalho nos restantes formatos que
ÍNDICE DE TRÁFEGO E VENDAS DA apenas acusou subidas a partir de 2015.
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA
DE CENTROS COMERCIAIS Em 2017 os indicadores de operação dos
centros comerciais voltaram a registar taxas de
15%
variação positivas, particularmente o índice de
10% volume de vendas, que atingiu no terceiro
trimestre 9,8%; a afluência de visitantes cifrou-
anual

5%
variação

se nos 3,6%.
variação

0
O menor crescimento no volume de tráfego de
dede

-5%
centros comerciais é uma tendência que se irá
Taxa
Taxa

-10% manter de futuro, resultado de uma oferta de


-15%
comércio de rua nas principais cidades cada
vez mais apelativa para os consumidores, bem
1

7
-1

-1

-1

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-1

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T1

T3

T1

T3

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T3

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T3

T1

T3

como do impacto crescente do comércio


Índice de Tráfego Índice de Vendas eletrónico.

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RETALHO | MARÇO 2018

Em 2017 os indicadores
de operação dos centros
comerciais voltaram a
registar taxas de
variação positivas,
particularmente o índice
de volume de vendas,
que atingiu no terceiro
trimestre 9,8%; a
afluência de visitantes
cifrou-se nos 3,6%.

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Uma publicação Cushman & Wakefield

OUTLETS DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA

O segmento de factory outlet instalou-se em


Portugal com a abertura em 2000 do Campera
Outlet Centre com 25.000 m² de ABL. Até ao
final dessa década abriram mais 2 unidades: o
Freeport Outlet & Leisure Centre (Alcochete) e
o Vila do Conde The Style Outlets (Grande
Porto); aos quais se juntaram, também durante
esse período, 2 reconversões de centro
comercial para este segmento: Strada Outlet
(Odivelas) e Algarve Outlet (Olhão). Acresce a
estes 5 conjuntos o recentemente inaugurado
Designer Outlet Algarve integrado no Mar
Shopping Algarve. No total, este segmento
ocupa 211.300 m² de ABL em Portugal.

Os outlets beneficiaram
em grande medida do
período de crise que
conduziu a uma maior
valorização do fator
preço por parte dos Até 40.000 m2
40.000 - 80.000 m2

consumidores.
Acima de 80.000 m2

Até 40.000 m² 40.000 - 80.000 m² Acima de 80.000 m²


Nos primeiros anos do milénio os outlets A concentração dos outlets é notoriamente na
atravessaram uma fase de adaptação, tendo a periferia dos polos urbanos, funcionando como
partir de 2008 beneficiado em grande medida um conjunto comercial de destino. Mais
do período de crise que levou os consumidores recentemente este formato têm vindo a
a valorizarem em maior escala o fator preço em registar níveis interessantes de procura de
detrimento de outros. Atualmente registam turistas, cujo interesse reside principalmente
uma boa performance em Portugal, nas marcas de luxo.
comprovada pelos investimentos em expansão
e/ou renovação que têm ocorrido também
neste segmento, destacando-se a recente
intervenção em zonas comuns e a abertura de
mais 35 lojas no Freeport Outlet & Leisure
Centre.

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RETALHO | MARÇO 2018

RETAIL PARKS DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA

Em comparação com outros países europeus


os retail parks são um segmento com menor
expressão em Portugal. Este formato ocupa
somente 12% do ABL de conjuntos comerciais,
num total de 472.000 m² de ABL distribuídos
por 34 conjuntos, aos quais acrescem 4
unidades em conjuntos comerciais de uso
misto. É um formato que enfrenta a
concorrência das unidades em stand alone, que
beneficiam de uma construção à medida do
ocupante e maior flexibilidade de gestão.

O primeiro retail park a


inaugurar em Portugal
foi o Sintra Retail Park
em 2000, com 20.500 m²
de ABL.

CARACTERIZAÇÃO DA OFERTA
Até 20.000 m2
20.000 - 40.000 m2
56% 40.000 - 60.000 m2
Acima de 60.000 m2
44%

À semelhança dos centros comerciais e outlets,


0 m² Atésegmento
este 20.000 m² conta
20.000
com -uma
40.000 m²
maior 40.000 - 60.000 m²
concentração junto ao litoral, particularmente
Acima de de
junto às áreas metropolitanas 60.000 m² (22%)
Lisboa
Até 10 anos 10 a 20 anos e Porto (14%).

44% O primeiro retail park a inaugurar em Portugal


foi o Sintra Retail Park em 2000, contando
atualmente com 20.500 m² de ABL. À sua
41%
semelhança, outros 21 conjuntos têm mais de
10 anos.
15%
Há uma distribuição equivalente entre projetos
de pequena dimensão, até 10.000 m² de ABL, e
de média dimensão. Os restantes 15% dos retail
Pequeno Médio Grande parks são grandes, com mais de 20.000 m².

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Uma publicação Cushman & Wakefield

COMÉRCIO DE RUA
LISBOA

O comércio de rua em Lisboa continua a


verificar um elevado dinamismo, para o qual
O comércio de rua
tem não só contribuído o aumento do volume verifica desde 2013 um
de turistas na cidade, mas também uma
alteração nos hábitos de consumo dos elevado dinamismo,
habitantes que hoje valorizam o comércio de
conveniência e proximidade. Tal tem levado a fruto do aumento do
volume de turistas na
uma consolidação das localizações tradicionais
de comércio no centro histórico, bem como a
um rejuvenescimento desta oferta em outras
zonas com um fluxo pedonal relevante. cidade, mas também
de uma alteração nos
DISTRIBUIÇÃO DOS RETALHISTAS
POR ÁREA (m²) hábitos de consumo
Localizações
dos habitantes que
hoje valorizam o
Localizações Tradicionais
Tradicionais

comércio de
Outros
Outros Clusters
Clusters

conveniência e
0 40.000 80.000 120.000 160.000 200.000

proximidade.

Localizações Tradicionais
Outros Clusters

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RETALHO | MARÇO 2018

LOCALIZAÇÕES TRADICIONAIS

As localizações tradicionais de Lisboa


Avenida da Liberdade
concentram-se na zona histórica da capital,
Baixa
dividindo-se em 4 subzonas que se estendem Chiado
desde a Avenida da Liberdade até à Baixa- Restauradores e Rossio
Chiado e Praça do Comércio.

Atualmente a oferta total de comércio de rua


nestas localizações representa um total de
198.000 m² distribuída por mais de 1.000 lojas,
refletindo uma área média por loja de 195 m² e
representando um crescimento face a 2007 de
25% em área e 16% em unidades comerciais.
Este aumento esteve relacionado, por um lado,
com o alargamento do stock a artérias
adjacentes resultante da progressiva falta de
oferta e, por outro, com a proliferação da
reabilitação de edifícios, que na sua maioria
têm vindo a ser convertidos para o uso de
retalho ao nível do embasamento.

DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA (m²)


Com 91.000 m², a zona da Baixa continua a
13%
agregar o maior volume de oferta, seguida da
21% Avenida da Liberdade (42.000 m²) e Chiado
(40.000 m²). Todas refletem um crescimento
acima dos dois dígitos na última década, com a
20% zona dos Restauradores e Rossio a liderar.

Os setores da moda e da restauração contam


com o maior peso na oferta comercial destas
zonas de Lisboa, representando em conjunto
52% da área: 102.100 m² em 460 unidades. A
46%
Avenida da Liberdade e Chiado são as que
concentram maior oferta de moda, com os
Avenida da Liberdade Baixa Chiado Restauradores e Rossio restaurantes e cafés a assumirem maior peso
na Baixa e Restauradores e Rossio.

CRESCIMENTO
Variação Stock 2007-2017 DA OFERTA 2007-2017 A área desocupada situa-se nos 22.000 m²,
refletindo uma taxa de desocupação de 11%. O
maior volume continua a concentrar-se na
Baixa (11.000 m²), com a maior percentagem a
registar-se nos Restauradores e Rossio (13,3%).
Tal resulta em parte, de um grande número de
39% 20% 13% 50% projetos atualmente em reabilitação e que
virão a ser ocupados em breve.
Avenida da Liberdade Baixa Chiado Restauradores e Rossio

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Uma publicação Cushman & Wakefield

Sendo um destino de compras para artigos de OFERTA POR SETOR


luxo, a Avenida da Liberdade tem a maior DE ATIVIDADE (m²)
concentração de cadeias internacionais (66%).
100
Segue-se o Chiado com 49%, que conta com
uma oferta destinada a um público jovem e 80
trendy.
60

As zonas de comércio
40

20

mais antigas da 0

cidade são aquelas


Avenida da Baixa Chiado Restauradores e
Liberdade Rossio

que contam com um


Moda Restauração Lar Lazer & Cultura Alimentar Outros

Desocupadas

maior peso de
retalhistas OFERTA POR TIPO
DE LOJISTA (m²)
tradicionais. 100

80

OUTROS CLUSTERS 60

O dinamismo do comércio de rua nas 40

localizações tradicionais tem tido um efeito de 20


contágio a outras zonas da cidade, com a
proliferação de novos clusters, entre os quais 0
Avenida da Baixa Chiado Restauradores e
se destacam as Avenidas Novas, Cais do Sodré, Liberdade Rossio

Parque das Nações e Príncipe Real, que Retalhistas Tradicionais Cadeias Nacionais Cadeias Internacionais
beneficiam, a uma escala diferente, da procura
dos residentes, trabalhadores e turistas na sua
envolvente. No total, agregam 114.500 m² e
1.040 lojas, refletindo uma área média por DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA (m²)
unidade de 110 m². 6%
6%

30%
30%

Avenidas Novas
Cais do Sodré
Parque das Nações
Príncipe Real

54%
54% 10%
10%

Avenidas Novas Cais do Sodré Parque das Nações Príncipe Real


Avenidas Novas Cais do Sodré Parque das Nações Príncipe Real

20
RETALHO | MARÇO 2018

Após um período de sucessivas obras, desde a


extensão da linha vermelha do Metro à recente
O dinamismo do
intervenção no eixo central de Lisboa, o
comércio de rua das Avenidas Novas conta
comércio de rua nas
hoje com uma envolvente renovada. Esta zona localizações tradicionais
inclui ainda as ruas adjacentes ao El Corte
Inglés, que beneficiaram da abertura deste tem tido um efeito de
complexo comercial em 2001. Com um total de
34.800 m² e 300 lojas, a oferta comercial nas contágio a outras zonas
da cidade, com a
Avenidas Novas tem uma distribuição por
setores heterogénea, com destaque para a
restauração e o setor bancário.
proliferação de novos
O Cais do Sodré surgiu como uma extensão do
Chiado e assume um perfil mais boémio. Esta clusters, entre os quais
zona beneficiou após 2011 do projeto de
intervenção urbana que originou a Rua Cor-de- se destacam as Avenidas
Rosa, tendo consolidado em 2014 com a
reabertura do Mercado da Ribeira como Time Novas, Cais do Sodré,
Out Market. A restauração é o setor
predominante na zona, ocupando 45% dos
Parque das Nações e
seus 11.000 m² e 140 unidades.
Príncipe Real.
OFERTA POR SETOR OFERTA POR TIPO
DE ATIVIDADE (m²) DE LOJISTA (m²)

100
100

80
80

60 60

40 40

20 20

0 0
Avenidas Novas Cais do Sodré Parque das Nações Príncipe Real Avenidas Novas Cais do Sodré Parque das Nações Príncipe Real

Moda Restauração Lar Lazer & Cultura Alimentar Outros Retalhistas Tradicionais Cadeias Nacionais Cadeias Internacionais

Desocupadas

O maior volume de oferta do Parque das Embaixada que se juntam ao comércio


Nações, que conta com 62.000 m² e 510 lojas, tradicional presente. Tem também uma forte
está instalado na zona central, junto à Estação presença de restauração pela proximidade ao
do Oriente e ao Centro Vasco da Gama. A Bairro Alto, ocupando 40% de um total de
distribuição por setor de atividade é 6.700 m² e 90 lojas.
diversificada, predominando a restauração,
Dado o seu carácter ainda secundário face às
com 34%.
localizações tradicionais, bem como a
Embora seja uma zona residencial, o Príncipe preponderância da restauração, estes clusters
Real, tornou-se uma localização alternativa de têm uma maior concentração de retalhistas
retalho, onde conceitos inovadores como a tradicionais e um nível de desocupação
superior, atualmente na ordem dos 16%.

21
Uma publicação Cushman & Wakefield

COMÉRCIO DE RUA Localizações Tradicionais


Outros Clusters
PORTO

À semelhança de Lisboa, o comércio de rua do


Porto concentra-se no centro, tendo havido
uma revitalização da sua oferta em outros
clusters da cidade, efeito do impacto do
turismo, mas também das sucessivas
intervenções urbanísticas camarárias e
privadas.

DISTRIBUIÇÃO DA OFERTA (m²)


13%
13%

LOCALIZAÇÕES TRADICIONAIS
As localizações tradicionais do Porto
concentram-se em duas subzonas no centro
87% histórico: Baixa e Clérigos.
87% A oferta atual de comércio de rua na cidade
Baixa Clérigos ultrapassa os 148.000 m² distribuídos por 600
lojas, representando um crescimento face a
Baixa Clérigos
2007 de 13% em área e 27% em unidades
DISTRIBUIÇÃO DOS RETALHISTAS comerciais. Para tal contribuíram as já
mencionadas intervenções que dinamizaram a
POR ÁREA (m²)
zona e criaram uma maior apetência para o
Localizações retalho.
Localizações Tradicionais
Tradicionais

Outros
Outros Clusters
Clusters

0 40.000 80.000 120.000 160.000

Variação Stock 2007-2017


Baixa
CRESCIMENTO
Variação Stock 2007-2017DA OFERTA 2007-2017 Clérigos

9% 49%
9% 49%

Baixa Clérigos
Baixa Clérigos

22
RETALHO | MARÇO 2018

Na Baixa os retalhistas tradicionais


têm vindo a perder peso para as
cadeias nacionais – menos 28% na
última década.

OFERTA POR SETOR OFERTA POR TIPO DE LOJISTA (m²)


DE ATIVIDADE (m²)
100
100

80
80

60
60

40
40

20
20

0
0
Baixa Clérigos Baixa Clérigos

Moda Restauração Lar Lazer & Cultura Alimentar Outros Retalhistas Tradicionais Cadeias Nacionais Cadeias Internacionais

Desocupadas

A zona da Baixa é aquela que apresenta a A taxa de desocupação situa-se nos 11%,
maior dispersão geográfica, ocupando um total distribuída por 17.000 m², e com maior
de 129.200 m² e 490 unidades. Por seu lado, incidência na Baixa.
apesar de somente ocupar 18.900 m² e 110
Apesar de continuarem a ser preponderantes
lojas, os Clérigos registaram um crescimento
na Baixa, os retalhistas tradicionais têm vindo a
considerável na última década, beneficiando da
perder peso (28% de área face a 2007) para as
abertura em 2013 do projeto de retalho Passeio
cadeias nacionais, mantendo-se o peso das
dos Clérigos.
cadeias internacionais, evolução justificada
Em ambas as zonas o setor da moda tem a pelo crescente fluxo de transeuntes. Nos
maior representatividade, num total de 55.700 Clérigos a oferta assume uma distribuição
m2 e 170 unidades. Na Baixa a restante oferta é semelhante por tipo de retalhista, assentando
bastante diversificada; no caso dos Clérigos há maioritariamente em conceitos recentes, com
um maior peso da restauração dado que as uma forte aposta na imagem, qualidade e
Ruas da Galeria de Paris e Cândido dos Reis diferenciação.
são por excelência o destino da atividade
noturna da cidade.

23
Uma publicação Cushman & Wakefield

OUTROS CLUSTERS

A acrescer à Baixa e Clérigos, outras zonas do DISTRIBUIÇÃO


9% DA OFERTA (m²)
Porto têm vindo a beneficiar de um aumento 9%
da sua atratividade, muito por via do aumento
de turistas e intervenções urbanísticas.
Exemplo desta tendência são zonas como a
Cedofeita, Eixo Rua das Flores / Mouzinho da 33%
Silveira e Eixo da Ribeira, que no total contam 58%
33%
com 39.600 m² e 450 lojas, refletindo uma área
58%
média por unidade de 90 m².

Cedofeita
Flores / Mouzinho da Silveira Cedofeita Flores / Mouzinho da Silveira Zona Ribeirinha
Ribeira
Cedofeita Flores / Mouzinho da Silveira Zona Ribeirinha

Em conjunto com o Largo de São Domingos, as


Ruas das Flores e Mouzinho da Silveira, zonas
igualmente intervencionadas em 2012, formam
hoje um importante cluster de restauração,
tendo atraido nos últimos anos novos conceitos
dispersos pelos seus 13.000 m² e 170 lojas.

OFERTA POR TIPO


DE LOJISTA (m²)
100

80

OFERTA POR SETOR 60


DE ATIVIDADE (m²)
40
100
20
80
0
60 Cedofeita Flores / Mouzinho da Zona Ribeirinha
Silveira

40
Retalhistas Tradicionais Cadeias Nacionais Cadeias Internacionais

20

A Rua das Flores, a Rua


Cedofeita Flores / Mouzinho da Zona Ribeirinha
Silveira

Mouzinho da Silveira e o
Moda Restauração Lar Lazer & Cultura Alimentar Outros

Desocupadas

Largo de São Domingos


Ainda caracterizada por uma oferta de cariz
tradicional, a Rua da Cedofeita conta hoje com
são hoje um importante
23.000 m² e 230 unidades, assumindo uma
distribuição por setor diversificada, com
cluster de restauração
alguma preponderância da moda. na cidade do Porto.
24
RETALHO | MARÇO 2018

A zona da Ribeira é a mais notoriamente Todas estas zonas contam com um maior peso
vocacionada para os turistas que afluem em de retalhistas tradicionais, com a Cedofeita
grande número a esta parte da cidade, sendo ainda assim a ter um peso relevante de cadeias
por isso ocupada na sua grande maioria por nacionais e internacionais. Por seu lado, a taxa
restauração e algum lazer e cultura. No total, de desocupação está em linha com as
tem 3.600 m² e 45 unidades. localizações tradicionais, situando-se também
nos 11%.

EVOLUÇÃO RENDAS PRIME Após um período


€130
de estagnação
€108 durante a crise
€86 económica, os
€64
valores de
€42
arrendamento
iniciaram em 2013
uma tendência
€20
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018*

Comércio de Rua - Lisboa (Chiado) Comércio de Rua - Porto (Baixa)


ascendente e estão
hoje em máximos
Centros Comerciais - Lisboa Centros Comerciais - Porto

* 1º Trimestre

históricos.
RENDAS PRIME
CONJUNTOS COMERCIAIS
Formato Cidade Renda (€/m²/mês) Após um período de estagnação dos valores
Lisboa €100,00 de arrendamento prime durante os anos de
Centros Comerciais
Porto €75,00 crise económica, no qual se registaram quebras
Retail Parks €10,00
nas rendas médias e aumentos nos incentivos,
verificou-se uma subida dos valores a partir de
Outlets €30,00
2013, inicialmente no comércio de rua de
Lisboa. Nos anos seguintes a subida
COMÉRCIO DE RUA generalizou-se aos restantes segmentos prime
Cidade Zona Renda (€/m²/mês) de retalho, crescimento este que permitiu que
Avenida da Liberdade €95,00
atualmente, à exceção do comércio de rua do
Baixa €95,00
Porto, todos os valores estejam em máximos
Lisboa históricos.
Chiado €125,00

Restauradores e Rossio €80,00


Baixa €72,50
Porto
Clérigos €20,00

25
Uma publicação Cushman & Wakefield


Entre 2015 e 2017 foram
transacionados em
Portugal mais de 1.600
espaços de retalho. Mais
de metade das operações
ocorreram em centros
comerciais (53%),
seguidas do comércio
de rua (40%).

26
RETALHO | MARÇO 2018

PROCURA
A excelente performance do mercado de Relativamente à dinâmica da procura do sector
retalho em Portugal contribuiu para que ao de retalho, motivados por uma recuperação
longo das últimas décadas se tenham instalado económica acima das expectativas e por um
no país um número muito representativo de crescimento muito significativo do turismo, a
cadeias internacionais, que na sua grande partir de 2014 a grande maioria dos operadores
maioria encontram em Portugal operações retomaram os planos de expansão que se
lucrativas e sustentadas. Paralelamente, desde encontravam estagnados desde 2009 devido à
os anos 90 começaram a surgir no mercado crise.
cadeias de retalho nacionais, no geral bem-
sucedidas e que em muitos casos exportaram CADEIAS DE RETALHO EM PORTUGAL
os seus conceitos além-fronteiras.

Atualmente, e de acordo com uma amostra4 da


Cadeias Nacionais
Cushman & Wakefield que compreende cerca
de 1.900 cadeias de retalho nacionais e Cadeias Internacionais

internacionais em operação em Portugal, as 0 200 400 600 800 1.000

nacionais são dominantes, representando mais Moda Restauração Lar Lazer & Cultura Alimentar Outros

PROCURA POR REGIÃO (2015-17) PROCURA POR FORMATO (2015-17)

A.M. Lisboa
Centros Comerciais
A.M. Porto

Algarve Factory Outlet Centre


Norte*

Centro Retail Park

Alentejo
Comércio de Rua
Açores e Madeira

0 100 200 300 400 500 600 700 800 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Nº de Operações Nº de Operações
* Excluindo A.M. Porto

de 60% do total da amostra. A moda é o setor Com base em dados de procura estudados
preponderante entre o tecido de retalho pela Cushman & Wakefield5, entre 2015 e 2017
nacional, sendo a área de atividade de 48% das foram transacionados em Portugal mais de
cadeias internacionais e 30% das nacionais. 1.600 espaços de retalho, com uma
Destaque ainda para a restauração, na qual concentração maioritária nas áreas
operam 22% das cadeias nacionais (260 metropolitanas: 48% em Lisboa e 19% no Porto.
operadores) e 9% das internacionais (70 Mais de metade das operações ocorreram em
insígnias). centros comerciais (53%), seguidas do
4
Amostra não aleatória de cadeias de retalho em Portugal; exclui operadores comércio de rua (40%).
independentes.
5
Baseados em fontes públicas e trabalho de campo direcionado; agrega mais
de 1.600 operações em unidades de retalho entre 2015 e 2017.

27
Uma publicação Cushman & Wakefield

PROCURA POR FORMATO E REGIÃO PROCURA POR FORMATO E SETOR


(2015-17) (2015-17)

100% 100%

80% 80%

60% 60%

40% 40%

20% 20%

0 0
Centros Comerciais Factory Outlet Retail Park Comércio de Rua Centros Comerciais Factory Outlet Retail Park Comércio de Rua
Centre Centre

A.M. Lisboa A.M. Porto Algarve Norte* Centro Alentejo Moda Restauração Lar Lazer & Cultura Alimentar Outros

Açores e Madeira
* Excluindo A.M. Porto

Nos centros comerciais, metade das 850 Entre as 80 operações em outlets, a vasta
transações ocorreram nas áreas metropolitanas maioria foi igualmente em duas adições ao
de Lisboa e Porto. No top 5 da procura stock: o Designer Outlet Algarve no Mar
encontram-se os centros que inauguraram e Shopping Algarve e a nova zona do Freeport
influenciaram a procura na sua zona: Mar Outlet & Leisure Centre. Nos retail parks houve
Shopping Algarve, Nova Arcada (Norte) e uma concentração da procura no Centro, por
Évora Plaza (Alentejo); juntando-se dois dos influência da maior atividade no Parque
conjuntos consolidados em Lisboa: Centro Mondego Retail Park. Finalmente, as 640
Colombo e CascaiShopping. ocupações em comércio de rua concentraram-
se sobretudo nos centros urbanos de Lisboa e
Porto.

Entre os ocupantes A Casinha Boutique Café


A Loja do Gato Preto

mais ativos nos


Joshua's Shoarma Brio Supermercados
New Balance Portugália Balcão
Nkiosk by Nespresso Timberland
Continente Mayoral

Wok to Walk NYX Cosmetics Douglas


Havaianas
Kalorias Bairro Arte
Flormar Nut' Giovanni Galli

formatos tradicionais
Lanidor
Fashion Phone
Kacaoland O Boticário Vodafone McDonald's Ecco
iServices

Note! Continente Bom Dia


Go Natural
Mike Davis Nespresso

Burger King Multiópticas


Aldo Inglot
Talho Burger
Mango

estão A Padaria
Women'secret Stradivarius

Zippy Well's Celeiro Bagga Foreva


Vans Suits Inc. Oysho NY Sliders

CeX/WeBuy

A Padaria Portuguesa
Misako
Meo Salsa Samsonite
Tumi

Portuguesa, Flying
H3
Aki
Zu Tous

Flying Tiger Copenhagen


Fnac Steak'n'Shake Sunglass Hut Nova Peixaria My!Ced

Tiger Copenhagen,
OVS
Selfish Samsung Abreu My Auchan
NOS
Tiffosi Meu Super
El Ganso Parfois C&A
Pull & Bear
BodyConcept
Sport Zone Worten Pandora Pluricosmética
lefties
Guess
Opticália Seaside Adidas
Well’s e Meu Super.
D'Oro Jóias JD Sports
Honorato
Clarel Calzedonia
Kiko Make Up Milano
DepilConcept
Leonidas
Springfield Starbucks Beontime

Arcádia Fitness Hut


SushiSan Tutto Chicco Lion of Porches
Domino’s Pizza Vitaminas
Intimissimi 100 Montaditos
Béllissima Zara Home Quem Disse Berenice Myonlys

Lego Fun Factory Vegana Burgers


Coviran Perfumes & Companhia
Artisani Ornimundo
Jean Louis David Jeronymo Coffee Shop
The Phone House
Decenio Leitaria da Quinta do Paço
Calvin Klein Underwear

Nos centros comerciais e factory oulets, a Entre os ocupantes mais ativos nos formatos
moda e outros bens e serviços (essencialmente tradicionais estão A Padaria Portuguesa, Flying
cosmética e perfumaria) foram os setores mais Tiger Copenhagen, Well’s e Meu Super.
representativos. No comércio de rua a Alargando a análise às unidades em formato
restauração dominou a procura, tendo sido, stand alone, nas quais ocorreram 100 negócios
responsável por 61% das ocupações. no período em análise, juntam-se a estes
retalhistas o Continente Bom Dia e Burger
King.

28
RETALHO | MARÇO 2018

29

Uma publicação Cushman & Wakefield

Desde 2003 foram


concluídos mais de 240
negócios de investimento
em retalho, num valor
médio de €27 milhões.

30
RETALHO | MARÇO 2018

INVESTIMENTO
1.200

1.000 VALOR MÉDIO POR NEGÓCIO


800 (2003-18*)
Valor Médio por Negócio
€ mil€ milhões
milhões

600

400

200 €68 M €105 M €21 M €5 M €21 M

0
Centros Comerciais Factory Outlet Centre Retail Park
03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

*
18
20
20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20

20
20

Comércio de Rua Outros


Centros Comerciais Factory Outlet Centre Retail Park

Comércio de Rua Outros


* 1º Trimestre

Ao longo dos últimos 15 anos a indústria de A maioria do investimento em retalho foi


retalho captou €6,7 mil milhões, 50% do total realizado por fundos de investimento
de investimento imobiliário comercial em imobiliário, predominando, além do
Portugal, na sua maioria realizado por investimento nacional, investidores de origem
operadores internacionais (€4,9 mil milhões), americana, britânica, alemã e holandesa.
que representa 59% do total.
Face à especialização em termos de setor de
Mais de metade do volume de investimento foi investimento, o conjunto de 6 investidores que
alocado a centros comerciais num total de €4,3 desde 2003 mais capital alocaram ao mercado
mil milhões; seguido de outros formatos com retalho nacional foram responsáveis por um
€1,1 mil milhões (dos quais 84% correspondem terço deste volume, somando em conjunto
a unidades de retalho alimentar); e retail parks cerca de €2 mil milhões.
com €600 milhões.

ORIGEM PRINCIPAIS INVESTIDORES


EM RETALHO
DO INVESTIMENTO Blackstone | Estados Unidos
Rockspring | Reino Unido
8% Immochan | França
3% Sonae Sierra | Portugal
26%
5% AXA Real Estate | França
RREEF | Alemanha
6%

Desde 2003 foram concluídos mais de 240


8% negócios de investimento em retalho, num
valor médio de €27 milhões. Quando se
restringe a análise aos mais de 130 negócios
16%
realizados com capital internacional este valor
13%
médio aumenta para €38 milhões.
14%
O investimento em unidades de comércio de
rua atingiu cerca de €426 milhões, num total
Portugal Estados Unidos Reino Unido Alemanha Holanda de 95 operações com um valor médio mais
Espanha França África do Sul Outros reduzido (€4,5 milhões) e um peso menor em
termos de volume global.

31
Uma publicação Cushman & Wakefield

ORIGEM DO INVESTIMENTO Relativamente ao investimento em retalho por


POR FORMATO (2003-18*) formato, verificamos que as operações de
origem nacional são preponderantes em
100%
centros comerciais, comércio de rua e outros.
80% Em outlets, o investimento foi na totalidade
através da joint venture que compõe a VIA
60%
Outlets; e nos retail parks os investidores
40%
britânicos dominaram.

20%
Finalmente, a colocação dos ativos no mercado
através da constituição de portfolios, ou de
0 parcelas de ativos, é uma das características
Centros Factory Outlet Retail Park Comércio de Outros
Comerciais Centre Rua cada vez mais frequentes nesta indústria,
tendência que se manterá ao longo dos
Portugal Estados Unidos Reino Unido Alemanha Holanda
próximos anos.
Espanha França África do Sul Outros

TOP 10 DE NEGÓCIOS (2017-18*)


ANO TRIMESTRE CONJUNTO COMERCIAL ÁREA (M²) VENDEDOR COMPRADOR VALOR

2018 T1 Forum Montijo, Forum Sintra e Sintra Retail Park 115 000 Blackstone Immochan *€400 M

2018 T1 Dolce Vita Tejo 80 000 Baupost / Eurofund AXA IM – Real Assets €230 M

2017 T2 Forum Viseu e Forum Coimbra 55 100 CBRE GI Resilient / Greenbay €220 M

2017 T1 Vila do Conde the Style Outlet 43 700 Neinver VIA Outlets €120-140 M

2018 T1 Retail Warehousing Portfolio n/a Blackstone Olimpo Real Estate €86 M

2017 T4 Staples Portfolio 54 000 Staples Square Asset Managment €45-50 M

2017 T4 CC Portimão e AlbufeiraShopping 26 400 Sierra Portugal Fund Square Asset Managment €35-40 M

2017 T3 Continente Portfolio 14 000 Private Investor Olimpo Real estate €37 M

2017 T4 Continente Portfolio 22 000 Sonae Retail Properties Aberdeen €35 M

2017 T1 Albufeira Retail Park 11 200 North Star Iberia Coop €20 M

* Valor estimado

Em linha com a
YIELDS PRIME evolução do
mercado imobiliário
9%
em geral, após fortes
subidas de yields
8%
sentidas ao longo da
crise, a retoma do
7%
mercado trouxe a
respetiva
6%
compressão. À
semelhança das
5%
rendas de mercado,
a correção iniciou-se
4% com o comércio de
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018* rua em Lisboa em
2013. Atualmente,
Comércio de Rua - Lisboa (Yield Bruta) Comércio de Rua - Porto (Yield Bruta) todas as diferentes
Centros Comerciais - Lisboa (Yield Líquida) Centros Comerciais - Porto (Yield Líquida)
yields encontram-se
em mínimos
* 1º Trimestre históricos.

32
RETALHO | MARÇO 2018

A maioria do
investimento em retalho
foi realizado por fundos
de investimento
imobiliário,
predominando, além do
investimento nacional,
investidores de origem
americana, britânica,
alemã e holandesa.

33
Uma publicação Cushman & Wakefield

TENDÊNCIAS

NOVOS HÁBITOS
DE CONSUMO
A consciência ambiental continuará
a gerar novos hábitos de consumo,
com uma preferência por produtos
locais, orgânicos ou naturais e
sustentáveis. Por seu lado, o comércio
de conveniência manterá um peso
relevante nas opções de deslocação
dos consumidores.

EXPERIÊNCIA
INDIVIDUALIZADA
A oferta em omnicanal estará em
constante adaptação a um consumidor
informado, embora de perfil
heterogéneo (dos millennials aos silver
shoppers). A relação com os clientes
será através de uma comunicação e
interação individualizadas, do online
ao espaço físico da loja, com especial
enfoque na experiência.

34
RETALHO | MARÇO 2018

TRANSFORMAÇÃO
NA RESTAURAÇÃO
A diferenciação será um fator chave
na restauração. A elevada qualidade
da gastronomia nacional impulsionará
o surgimento de novos conceitos. As
praças de restauração tornar-se-ão
mais convidativas, e os mercados e
food trucks continuarão a servir de
inspiração.

INTEGRAÇÃO
DO LAZER
Os espaços de retalho procurarão
posicionar-se enquanto ponto de
encontro dos seus visitantes, onde
o lazer terá um papel crucial. A
implementação desta estratégia
beneficiará da gestão integrada que
existe nos conjuntos comerciais, e que
permite inclusive uma tematização nos
mesmos.

REABILITAÇÃO
DOS ESPAÇOS
A reabilitação dos espaços de
retalho será cada vez mais frequente,
englobando não só melhorias ao nível
do layout mas também integrando
inovações arquitetónicas e digitais
que funcionarão como elemento de
diferenciação.

35
Uma publicação Cushman & Wakefield

CONTACTOS
Head of Portugal Research e Consultoria
Eric van Leuven Marta Esteves Costa
eric.vanleuven@cushwake.com marta.costa@cushwake.com

Retalho Retail Investment


Sandra Campos David Lopes
sandra.campos@cushwake.com david.lopes@cushwake.com

Gestão de Centros Comerciais Gestão Imobiliária


André Navarro Bruno Silva
andre.navarro@cushwake.com bruno.silva@cushwake.com

Avaliação & Advisory Investimento


Ricardo Reis Paulo Sarmento
ricardo.reis@cushwake.com paulo.sarmento@cushwake.com

Escritórios Industrial e Terrenos


Carlos Oliveira Ana Gomes
carlos.oliveira@cushwake.com ana.gomes@cushwake.com

Gestão de Projetos Porto


Matthew Smith Filipe Lopes
matthew.j.smith@cushwake.com filipe.lopes@cushwake.com

Para mais informações ou para obter cópias


adicionais deste estudo, por favor contacte:

Filipa Mota Carmo


Marketing
filipa.carmo@cushwake.com
Tel.: +351 213 224 757

A Cushman & Wakefield é uma consultora líder global em


serviços imobiliários. Os 45.000 colaboradores em mais
de 70 países prestam serviços local e globalmente criando
valor significativo a ocupantes e investidores em todo o
mundo.
Este relatório contém informação publicamente disponível,
e foi utilizada pela Cushman & Wakefield no pressuposto
de ser correta e verdadeira. A Cushman & Wakefield
declina qualquer responsabilidade, caso se venha a verificar
o contrário. Nenhuma garantia ou representação, expressa
ou implícita, é feita à veracidade da informação contida
neste relatório, e a mesma é disponibilizada sujeita a erros.
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