Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OBS1: Foi publicada a Lei 13.271/16, que trata sobre a proibição de revista íntima de
funcionárias e de clientes. Apesar de a ementa falar que a Lei trata também sobre "revista
íntima em ambientes prisionais", isto não é verdade porque o único dispositivo que versava
sobre o tema (art. 3º) foi vetado pela Presidente da República. Assim, a Lei só dispõe
sobre revista íntima "funcionárias e de clientes".
OBS1: Revista íntima é aquela feita mediante a toque ou exposição dos órgãos genitais
da pessoa revistada. O texto legal menciona apenas "funcionárias e de clientes do sexo
feminino". No entanto, é óbvio que esta prática é proibida também em caso de
funcionários e clientes do sexo masculino. O fato de a pessoa ser homem não significa
que ela esteja sujeita à revista íntima vexatória.
OBS2: A Lei proíbe a revista íntima não apenas nas funcionárias, mas também nas
clientes. Por mais absurdo que possa parecer, existem relatos de revistas íntimas
realizadas em clientes. Já houve casos de pessoas suspeitas de furto em lojas de
departamento que foram levadas a salas reservadas, onde foram submetidas a revistas
pessoais a fim de se constatar se havia alguma mercadoria escondida. No passado, esta
prática era comum em algumas empresas que trabalhavam com artigos valiosos, como
fábricas de joias. Os funcionários e funcionárias, antes de sair da sede da empresa, eram
submetidas a revistas íntimas. Hoje em dia devido a fiscalização dos órgãos de proteção
ao empregado, tais situações são menos frequentes, mas ainda existem.
OBS3: A revista pessoal continua sendo possível, desde que não seja "íntima". Por
exemplo, é possível a revista com o uso de equipamentos eletrônicos, detectores de
metais, aparelhos de raio X, scanner corporal etc. É o caso de um banco que utilize
detectores de metal. Nestes casos, é possível a revista porque não há violação à
dignidade da pessoa revistada.
OBS1: Multa:
1) R$ 20 mil em caso de primeira vez;
2) R$ 40 mil em caso de reincidência.
OBS2: Apesar de a Lei não utilizar a expressão "até R$ 20.000,00", na opinião do site
Dizer o Direito é possível que haja uma gradação, de forma que este valor seja tido como
um "teto". Isso porque viola o princípio da proporcionalidade que uma empresa com 1
funcionária que é submetida à revista íntima receba a mesma multa que uma outra que
tenha 300 empregadas.
OBS3: A multa pode ser aplicada tanto em sede administrativa (ex: Delegacia Regional
do Trabalho) como também na esfera judicial (ex: ação civil pública proposta pelo MPT).
Art. 3o (VETADO).
2ª) Não. A revista íntima é vexatória e atenta contra a dignidade da pessoa humana.
OBS2: A Lei 13271/16 tratava timidamente sobre o tema no seu art. 3º, adotando o
raciocínio exposto na primeira corrente acima. Veja o que previa o dispositivo:
Ocorre que este art. 3º foi vetado pela Presidente da República com base na seguinte
justificativa: "A redação do dispositivo possibilitaria interpretação no sentido de ser
permitida a revista íntima nos estabelecimentos prisionais. Além disso, permitiria
interpretação de que quaisquer revistas seriam realizadas unicamente por servidores
femininos, tanto em pessoas do sexo masculino quanto do feminino."
Principal objetivo do veto: Foi o de evitar que a Lei passasse a adotar expressamente a 1ª
corrente. Isso porque se o art. 3º permanecesse estaria autorizada, por lei federal, a
revista íntima em presídios, desde que feita por servidora do sexo feminino. Com o veto,
a questão continua sem disciplina expressa na legislação federal.
OBS4: Alguns Estados editaram leis estaduais proibindo as revistas íntimas. Em outros
locais, a medida é proibida por força de decisões judiciais em ações civis públicas
propostas pela Defensoria Pública ou pelo próprio Ministério Público.
OBS5: A revista íntima não é sinônimo de revista pessoal. Não há dúvidas de que a
revista pessoal é permitida, se não for íntima. É o caso, por exemplo, da utilização de
scanners corporais ou detectores de metais, que são exemplos de revista pessoal, mas
não íntima.
DILMA ROUSSEFF
Eugênio José Guilherme de Aragão