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Quando von Neumann era criança, já mostrava que tinha uma memória prodigiosa.
Poundstone escreveu:
“Aos seis anos, ele era capaz de trocar piadas com o pai em grego clássico. A família
Neumann às vezes entretinha os convidados com demonstrações da capacidade de
Johnny de memorizar listas telefónicas. Um convidado selecionaria uma página e
uma coluna da lista telefónica aleatoriamente. O jovem Johnny lia a coluna algumas
vezes e depois devolvia-a ao convidado. E então respondia a qualquer pergunta que
lhe era feita (quem tem número de tal e tal?) ou recitar nomes, endereços e
números por ordem.”
Em 1921 entra na Universidade de Berlim, para estudar engenharia química.
Esteve dois anos em Berlim e assistiu às aulas de física estatística lecionadas
por Albert Einstein; fez o exame para entrar no segundo ano de engenharia química
no prestigiado Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (EHT) para o qual
entrou.
“O Johnny foi o único aluno de quem tive medo. Se no decorrer de uma aula eu
falasse de um problema por resolver, o mais provável era que ele viesse ter comigo
no final, com a solução completa em alguns rabiscos num pedaço de papel.”
Quando tinha 20 anos publicou uma definição de números ordinais, a sua definição
ainda é usada atualmente.
“Por volta dos vinte e poucos anos, a fama de von Neumann espalhou-se pelo
mundo na comunidade matemática. Em conferências académicas, ele seria
apontado como um jovem génio.”
Em 1930 von Neumann foi convidado para lecionar nos EUA, na Universidade de
Princeton e em 1933 foi convidado para a primeira faculdade de matemática
do Institute for Advanced Study onde lecionou até ao fim da sua vida.
Ensinar não era um dos pontos fortes de von Neumann; o seu irmão também
escreveu:
“A sua linha fluída de pensamento era difícil de seguir pelos menos dotados. Era
famoso por escrever equações numa pequena parte disponível do quadro para logo
depois apagá-las antes que os alunos pudessem copiá-las.”
Surgiu também a Álgebra de von Neumann motivada pelo seu estudo em "single
operators, group representations, ergodic theory and quantum mechanics".
“O teorema minimax provado por John Von Neumann é a peça principal da maior
parte do trabalho matemático em economia e em atividades onde os atos das
decisões são racionais. Segundo o teorema minimax há sempre uma solução
racional para um conflito entre dois indivíduos cujos interesses são completamente
opostos, ou seja, o que é ganho pelo um lado é perdido pelo outro. Esse é um
exemplo da chamada situação de soma zero, uma vez que os ganhos dos dois
jogadores somam zero. A combinação de estratégias, na qual o máximo dos
mínimos é igual ao mínimo dos máximos, chama-se ponto de equilíbrio do jogo, pois
ao escolherem essas estratégias, os jogadores garantem para si um ganho mínimo
independente do que o adversário venha a escolher.”
"Von Neumann passou uma parte considerável dos últimos anos da sua vida a
trabalhar em [teoria dos autómatos]. (…) Envolvendo uma mistura de matemática
pura e aplicada, bem como outras ciências, a teoria dos autómatos era um campo
ideal para o intelecto abrangente de von Neumann. Von Neumann trouxe novos
esclarecimentos e abriu pelo menos duas novas direções de investigação.”
Durante e após a Segunda Guerra Mundial, von Neumann serviu como consultor
das forças armadas e participou no desenvolvimento da bomba de hidrogénio. A
partir de 1940, foi membro do Comité Consultivo Científico dos Laboratórios de
Pesquisa Balística do Aberdeen Proving Ground, em Maryland. Foi membro do
Bureau of Ordnance da Marinha de 1941 a 1955 e consultor do Laboratório
Científico de Los Alamos de 1943 a 1955. De 1950 a 1955, foi membro do Projeto
de Armas Especiais das Forças Armadas em Washington, DC. Em 1955 o
presidente Eisenhower nomeou-o para a Comissão de Energia Atómica, e em 1956
recebeu o Prémio Enrico Fermi, sabendo que estava incuravelmente doente com
cancro ósseo ou pancreático. A exposição à radioatividade na altura que observava
os testes da bomba atómica no Oceano Pacífico ou o trabalho com armas nucleares
em Los Alamos podem ter sido as causas desta doença. O cancro acabou por evoluir
para o cérebro, impedindo qualquer atividade mental.
Von Neumann orgulhava-se do seu cérebro prodigioso e chegar ao fim da vida sem
poder contar com ele foi aterrorizante e muito doloroso para ele.
“Quando von Neumann percebeu que estava incuravelmente doente, a sua lógica
forçou-o a perceber que deixaria de existir e, portanto, deixaria de ter
pensamentos... Foi de partir o coração observar a frustração da sua mente, quando
toda a esperança se foi, a sua luta com o destino que lhe parecia inevitável, mas
inaceitável.”
Fonte: https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Von_Neumann/
http://ecoarte.info/ecoarte/2016/05/teoria-dos-jogos-as-origens-e-os-
fundamentos-da-teoria-dos-jogos-alecsandra-neri-de-almeida/
https://pt.wikipedia.org/wiki/John_von_Neumann