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Apresentação

Olá. Meu nome é Rodrigo Bartz. Sou professor de redação, mas isso não foi
sempre assim não. Bem, vou contar um pouco pra vocês. Sou formado em Letras
Português e Literatura, o que na época se chamava vernáculas, ou
seja, sem línguas estrangeiras. Depois de voltar de um intercâmbio
“No era fácil escribir no México, desci aqui, em solo tupiniquim, completamente
historias. Al volverse
apaixonado pela língua espanhola. Ah, talvez, queiram saber mais
palabras, los proyectos
se marchitaban en el em relação a minha viagem, mas isso é uma longa história, assunto
papel y las ideas e para outro momento.
imágenes desfallecían.
¿Cómo reanimarlos? Por Então, com um espanhol intermediário, mas me achando um
fortuna, allí estaban los nativo, resolvi voltar a universidade e cursar o tão sonhado Espanhol.
maestros para aprender
de ellos y seguir su Acabei formado também. Logo depois, consegui ingressar no
ejemplo. […] Y fue mestrado em Letras (atualmente, sou aluno do doutorado). AÍ,
escribir, a escondidas,
começou muitos dos meus pesadelos. Para terem uma noção dos
como quien se entrega a
un vicio inconfensable, a fatos, muitas vezes, não abria a caixa de meu correio eletrônico (ou
una pasión prohibida.
e-mail, como preferirem) por que tinha um medo absurdo de ter
[…] Aunque me cuesta
mucho trabajo y me hace cobranças. Quando digo cobranças, falo dos diversos artigos que tive
sudar la gota gorda, y, que produzir o que, na época, não tinha a menor noção,
como todo escritor,
siento a veces la principalmente pelas dificuldades na escrita, e me culpava muito por
amenaza de la parálisis, isso. Pensava: “como sou burro, não sei escrever”, uma vez que, até
de la sequía de la
aquele momento, acreditava que escrever era algo divino; ou se
imaginación, nada me ha
hecho gozar en la vida nascia com esse dom, ou morreria ignorante. Em função do
tanto como pasarme los
mestrado, fui a um congresso em Lima - capital (espanhola) do Peru.
meses y los años
construyendo una Lá, visitei um museu, agora não lembro o nome, mas isso
historia, desde su revolucionou, principalmente, o meu pensamento. Estavam ali
incierto despuntar […]
“Escribir es una manera expostas algumas das obras do grande escritor Mario Vargas Llosa.
de vivir”, dijo Flaubert. Nesses originais, imaginem os originais de um Nobel de literatura,
Sí, muy cierto, una
manera de vivir con
havia muitos riscos, rabiscos, correções. Parei – não coloquei a mão
ilusión y alegría y un no queixo não – e pensei: “Se até mesmo um Nobel de literatura
fuego chisporroteante en
precisa corrigir seus escritos, por que eu, um reles mortal, não?”. E,
la cabeza, peleando con
las palabras díscolas por mais babaca que pareça, isso mudou meu pensamento. A escrita
hasta amaestrarlas, não é nada divina, é trabalho árduo, duro. Trabalho, nada melhor
explorando el ancho
mundo” para definir o ato de escrever. Mario Vargas Llosa, meu guru da
escrita, mesmo sem nem saber que eu exista, disse no seu discurso
de entrega do premio Nobel de literatura, 2010, que escrever não é
apenas debruçar uma caneta sobre o papel, que imóvel, observa as grandes cicatrizes
surgirem em seu corpo. Escrever é suar sangue, entregar-se a um vício, a uma paixão
proibida escrever é uma maneira de viver, de arranhar-se por dentro para evitar os
desgastes externos.
O que aprendi, então, é que o ato da escrita molda-se com o tempo, sem
termos noção, sem percebermos. Agora, um artigo científico trata-se de um gênero e,
como tal, quer de ser redator nada além de um artigo, ou seja, não se resolve a fome
do mundo com ele, tampouco se acaba com as desumanas guerras, é, nada mais que,
um artigo. Todo esse enredo (diga-se de passagem, muito ruim) serve apenas para
mostrar a todos vocês que a redação do Enem tem uma técnica a ser seguida, para se
chegar a tão desejada nota 1000. Vai ser fácil? Óbvio que não! Sempre que estiverem
quase desistindo recordem-se do prêmio Nobel de literatura, escrever é se jogar com
tudo. Tá, contudo qual é o meu papel nisso, além de tentar contar uma história ridícula
e diminuta acerca da minha pobre vida? É mostrar que há dois caminhos até a nota
máxima na redação do Enem. Um muito difícil e outro muito mais fácil. Irei mostrar,
logicamente, o fácil, guiando-os nesse caminho que, com o perdão da redundância, é
árduo, mas extremamente possível.
Chega de conversa, vamos ao trabalho.
Redação nota mil
Primeiramente, gostaria de acalmar vocês. São avaliadas apenas 5
competências na redação do Enem. Brincadeirinha!!
São 5 competências somente, mas (parece que em tudo na vida tem um “mas”)
elas abordam um montão de quesitos.
Antes de entrar na análise, propriamente dita, vamos iniciar, demonstrando
como sua redação é avaliada.

Você sabe como se dá esse processo? Se sabe, meus parabéns. Aos


que ainda não sabem, vamos iniciar.
“O texto produzido por você será avaliado por, pelo menos, dois professores,
de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro”1. Isso quer
dizer que os corretos não terão contato um com o outro, eles não se conhecem, não
são amigos, não vão a baladas juntos, etc., etc..
Então, qualquer cidadão brasileiro, ou naturalizado poderá corrigir as
redações?
Não, calme!
Antes de iniciar o processo, na íntegra, mãos às redações, todos passam por
cursos de capacitação e por uma espécie de calibragem, ou seja, algumas correções
são, diríamos, apenas para “regular a mão”, acostumar-se com o processo, além de,
obrigatoriamente, terem formação na área de letras.
Entendido até aqui? Beleza. Tá, mas e se um corretor atribuir nota 1000 e
outro 500, eles somam e dividem por dois (o que não daria uma nota tão ruim
assim, considerando a media brasileira)?
Não, calme!
No processo de avaliação há um item que é chamado de discrepância, isto é,
desigual, diferente. Assim, “Considera-se discrepância quando as notas atribuídas
pelos avaliadores - diferirem, no total, por mais de 100 pontos; ou - obtiverem
diferença superior a 80 pontos em qualquer uma das competências”2. Dessa forma, a

1
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 8.
2
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 8.
nota de ambos avaliadores deve estar alinhada, semelhante. Tá, mas e se o
avaliador bater o pé e não dar o braço a torcer; sou desclassificado?
Não, calme!
Se ainda persistir esse problema, um terceiro avaliador irá avaliar sozinho a
sua redação. Então, acontecerá a soma das 2 notas mais semelhantes e a divisão por
2. Por exemplo, se o primeiro avaliador atribuiu a nota 800 e o segundo 480, a
redação vai a um terceiro avaliador. Esse avaliador (o terceiro) atribuiu 760. Ufa;
chegou-se a um consenso. A soma será: 800 + 760 ÷ 2 = 780. Essa será sua nota final
na redação 780. Entendeu? Ah, desconsidere os números, mas preste atenção na

mensagem.
Tá e se ainda continuar a diferença, mesmo passando por um terceiro
corretor? Somam e dividem minha nota por 3?
Não, calme!
Se ainda continuar a diferença, os avaliadores não têm o que fazer mesmo.
Brincadeirinha!!
Caso, por ventura, ainda continue a discrepância (adorei essa palavra) sua
redação será avaliada por uma banca presencial, especializada, apostólica romana,

que atribuirá sua nota final.


Pois bem, depois de muito, mas muito tempo, resolvemos a questão da nota.
Agora, vamos aos temidos zeros.

Você sabe o que zera sua redação? Se sabe, meus parabéns. Aos que ainda
não sabem, vamos iniciar.
Pois bem. Um dos aspectos que mais zera redações é a fuga total ao tema.
Seguinte, isso ocorre quando se tem o tema: “a participação dos jovens na política”.
Entendeu? Você deve dissertar acerca disso: POLÎTICA + PARTICIPACÃO +
JOVENS. Aqui, não interessa a balada do fim de semana, o seu cachorro, sua vizinha,
foque no tema. Isso deve ser abordado e somente isso.
Outro aspecto que zera muita redação é a não obediência à estrutura
dissertativo-argumentativo. Mas o que é isso, devo obedecer alguém?
Não, calme!
Essa estrutura é aquela velha máxima, mas velha que andar pra frente,
introdução + desenvolvimento + conclusão. No Enem, isso é um pouco diferente:
Tema + Tese + Desenvolvimento da argumentação + Intervenção social – mais
adiante falaremos disso mais profundamente.
Escrever redação de até sete linhas. Esse item nem vou comentar. Se você
vai realizar a prova e não consegue escrever mais de sete míseras linhas, volte, pois
em algum momento errou.
Não respeitar a forma escrita, colocar assinatura ou algo que identifique o
participante também zera prova. Além disso, escrever em língua estrangeira,
querendo mostrar sua fluência, e esquecer de passar o texto para a folha definitiva,
obviamente, zera, contudo nesses casos sou a favor de descontar mais do

participante, fazer com que ele fique devendo para uma próxima prova!

Os próximos 3 aspectos são muito importantes, não que os outros não sejam,
entretanto vamos ficar espertos.
Copiar integralmente trechos dos textos motivadores ou de questões zera
a prova, mas há um porém. Muitos alunos me perguntam, professor devo ler os textos
motivadores? A minha resposta é sempre SIM! Os textos motivadores têm exatamente
a finalidade de motivar, despertar um ponto de vista do participante. Muitas vezes,
informações contidas nos textos motivadores ajudam e muito os candidatos na hora de
argumentar. Mas, só um pouco. Mas copiá-los não zera a redação? Sim, isso
mesmo. Copiá-los, mas parafraseá-los não. Parafrasear, simplesmente explicando, é
escrever com suas palavras, ou melhor, usando sinônimos, retomando o tema
dessa maneira, ou pelo menos, um aspecto dele. Então, sim. Os textos motivadores
são parceiros e não inimigos. Leia-os com atenção.
Outro aspecto são as partes, ou a parte, totalmente desligadas do tema em
questão. Muitos alunos pecam, muitas vezes, exatamente aqui. Mesmo que não venha
a zerar, por vezes, partes desconectadas prejudicam e muito a sua nota. A redação
inicia bem, obedece todos os padrões propostos, tem uma tese, mas nesse momento
acontece a tragédia. Sem saber como conectar um argumento coeso e coerente o
participante lembra-se de uma citação: “o homem é o lobo do homem, já afirmava
Thomas Hobbes”. Quer dizer que não posso citar o Hobbes?
Não, calme!
O Thomas Hobbes e qualquer outra grande autoridade são sempre armas
poderosas em uma redação, mas acontece que, no caso hipotético, a redação não
tinha nada a ver com a citação acima. Logo, uma redação que estava chegando bem
próximo à nota máxima, peca pelo excesso. Provavelmente, por somente essa
citação sua redação não venha a zerar, contudo cairá muito sua nota! Uma vez que
isso é uma parte deliberadamente desconectada do tema proposto. Beleza!
Ano passado vocês devem ter acompanhado a
polêmica em relação a zerar a nota de alunos que
desrespeitassem os direitos humanos. Pois é; a
ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Cármen
Lúcia decidiu manter suspensa a regra que zera a
redação do participante que desrespeita os
direitos humanos. Nesse sentido, não se preocupe quanto a isso, no entanto se você

é humano de verdade, não desrespeite seu semelhante.

Você sabe o que será exigido de você, na prova de redação? Se sabe,


meus parabéns. Aos que ainda não sabem, vamos iniciar.

Será cobrado do participante um texto dissertativo-argumentativo – em


prosa, só o que faltava escrever em versos – de um tema social, científico, cultural
ou político. Aqui, você deverá levantar uma tese – uma opinião em relação ao tema
proposto – justificando essa opinião, por meio de argumentos relevantes, bem
estruturados e alinhados entre suas frases e seus parágrafos. Na escrita, você deve
usar a modalidade formal da língua portuguesa, ou seja, aquela mesmo cheia de
regras. Ademais, na sua conclusão deverá elaborar uma proposta de intervenção
social ao problema ou a situação problema abordada na proposta de redação3.
TEMA + TESE + ARGUMENTOS + PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Legal, muito fácil chegar à nota 1000 na redação do Enem.


Não, calme!
Assim parece fácil. Quando comento isso com meus alunos, todos suspiram
aliviados. Ahh!! Por que analisando friamente, trata-se de uma fórmula, quase
matemática, contudo isso faz toda a diferença – QUASE. Muitos, inclusive, proferem a
frase: na hora sai então professor! Não, não sai. Vou voltar ao Mario Vargas Llosa
agora. Lembram? Escrever é suar sangue, arranhar-se por dentro, treinamento e
trabalho. Jamais se esqueçam disso.
Explicado, portanto, as formas de avaliação importantes, chegamos, enfim, nas
competências. Sua redação será avaliada de acordo com os seguintes critérios:
Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua
portuguesa.

3
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 7.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias
áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do
texto dissertativo-argumentativo em prosa.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos,
opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários
para a construção da argumentação.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado,
respeitando os direitos humanos.

Cada uma dessas competências será avaliada por meio de níveis de


desempenho. Preste atenção, por favor, largue o celular só um minuto:

200 pontos - Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua


portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita
serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência.
160 pontos - Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e
de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita.
120 pontos - Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua
portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da
escrita.
80 pontos - Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua
portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da
escrita.
40 pontos - Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua
portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais, de
escolha de registro e de convenções da escrita.
0 ponto - Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

Fonte: redação no Enem 2017, cartilha do participante, p. 14

Todas as competências serão avaliadas assim? Fácil!


Não, calme!
De certa forma, tem razão, mas esses desempenhos são apenas da
competência 1. O importante é visualizar os níveis de satisfação atingidos. 200 =
excelente; 160 = bom; 120 = mediano; 80 = insuficiente; 40 = precário; 0 = não
apresenta. O que muda são os aspectos relacionados à competência em questão.
Entendeu? Ainda não? Vou por partes.
Em primeiro lugar, deve entender que até 120 em uma competência, ainda
poderá chegar próximo a 1000, pois, como vimos anteriormente, serão no mínimo 2
corretores. Agora, 80, 40 e zero são muito prejudiciais ao seu desempenho mesmo.
Em segundo, provavelmente, se chegou a 80 em uma competência outra será afetada.
Claro, isso é uma probabilidade, dado que, como veremos, a partir desse momento,
cada competência avalia um aspecto especifico de sua construção textual, não
obstante o ideal mesmo é focar de 120 para cima em cada competência ok?

Você sabe o que é avaliado especificamente em cada


competência? Se sabe, meus parabéns. Aos que ainda não sabem, vamos
começar.
Mas eu sei. Não foi o que acabou de explicar?

Não, calme! Por favor!


Bem, na competência 1 será avaliado as regras gramaticais relacionadas
à fluidez de seu texto. Fluidez está diretamente relacionada a questões de fluidez
mesmo (que ridículo, mas é isso mesmo), ou seja, se sua redação é leiturável (não sei
se essa palavra existe, mas resolvi colocá-la, hahaha), isto é, ela é clara? Outra
pessoa conseguiria entende-la? É isso!
Além disso, será observada a escolha vocabular. Que é simples. Colocar
nela – sua redação – palavras não usuais, diferentes das que ouvimos diariamente.
Por exemplo, ao invés de usar diminuir, use minimizar, amenizar. Entendeu? Claro,
isso foi somente um exemplo banal. Quanto aos desvios deve estar atento à
acentuação: é imprescindível saber acentuar as palavras, portanto pratique muito
isso; problemas de ortografia: palavras com “s”, “z”, “sc”; separação silábica: não
demonstre pra banca que está inseguro – tente seguir uma forma linear de escrever,
muitas vezes, os candidatos deixam espaços enormes na margem e “pulam” para a
linha de baixo, simplesmente, por que têm medo de separar sílabas, isso não pode
acontecer; fique muito atento também para uso de maiúsculas e minúsculas, além
do novo acordo ortográfico que serão avaliadas, principalmente, as novas (e antigas)
regras do uso do hífen. Outra coisa que atrai muito os olhos do corretor é:
concordâncias verbal e nominal, uma vez que elas prejudicam e muito na tal da
fluidez, que falamos antes, e a regência verbal e nominal (aqui, principalmente o uso
correto da crase). Por isso, pratique muito4.
A competência 2 é uma das mais importantes, na minha humilde opinião.
Mas, então, se me destacar nessa parte chego à nota 1000?

4
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 14.
Não, calme!
Não é tão mamão com açúcar assim. Essa competência é uma das mais
importantes, se não a mais, visto que além de ajudar a, de certa forma, “impressionar”
a banca funciona como uma espécie de cartão de visita. Vamos entender melhor. A
banca avaliará, aqui, como o participante faz para relacionar, ligar os vários
conceitos das muitas áreas do conhecimento dentro dos limites estruturais do
texto dissertativo-argumentativo. Isso não é nada mais do que mostrar para os
corretores que aproveitou seu tempo na escola e não foi somente para comer
merenda. Sua tarefa é relacionar em sua redação filosofia, sociologia, história, entre
outras áreas ao tema proposto, mas fique atento para não tangenciar ou fugir do tema.

Tangenciar? . Calme, já explicarei o que isso significa!


Fique muito atento, nessa competência, não se mantenha preso
somente aos textos motivadores, eles são exatamente para motivar (porém também
podem servir como argumentos) seus argumentos. Primeiramente, pense em qual
será o seu foco de “discussão”, por favor, não viaje, é somente um texto; utilize seu
conhecimento de mundo, leia notícias, atente-se para o mundo em sua volta, ele é
feito de perguntas e não de respostas, não seja um zumbi, mas faça com que esse
conhecimento todo esteja costurado com seus posicionamentos, caso contrário
pode ser a descoberta da cura
do câncer – o que seria genial
– mas que se não estiver
muito, mas muito, ligado a sua
defesa de tese não terá
relevância nenhuma para a
atribuição da nota. Por
exemplo, o tema da redação
do Enem 2014 era
“Publicidade infantil em
5
questão no Brasil” . Primeiro
aspecto a considerar: Qual é
o problema em questão?
Qual a importância da
publicidade infantil no país?

5
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2016, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 39.
Feito esses (e, talvez, mais alguns) questionamentos, leia os textos motivadores. Pois
bem, nessa proposta de redação o texto I mostra um embate entre a Conanda
(Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente), ONGs de defesa dos
direitos das crianças, empresas de publicidade e Conar (Conselho Nacional de
Autorregulamentação Publicitária) em relação a uma resolução que define como
abusiva toda propaganda que tente persuadir a criança. O texto II traz uma imagem
(muito importante aqui as aulas de geografia, na maioria das vezes temos
imagens, mapas, gráficos nos textos motivadores) demonstrando como é a
regulamentação da publicidade infantil em alguns países do mundo. O terceiro texto
motivador traz explicações de uma autoridade no assunto, afirmando que precisamos
conscientizar as crianças para termos consumidores adultos conscientes. Assim, você
deve partir disso mesmo, aspectos legais; comparação ou contraste entre Brasil,
países da América Latina e Europa, abordar como órgãos, entidades e empresas do
setor podem chegar a um acordo sem que a criança seja lesada e, ademais,
abordar como conscientizar esse público que ainda não tem idade nem maturidade
para discernir o que é certo, errado, necessário, supérfluo e assim por diante, para
no futuro ser um consumidor consciente, além disso, especificar o que isso irá
contribuir ao nosso mundo6. Use alusões históricas, enredos de obras literárias,
afirmações de autoridades no assunto, dados estatísticos, para construir sua
redação e convencer o leitor (nesse caso o corretor) a concordar com você, Ok? Ah,

já ia me esquecendo do Tangenciar. Foi mal, fiquei empolgado.


Em primeiro lugar, vou tentar esclarecer o que exatamente é fugir do tema.
Zera por fuga ao tema o participante que escrever algo nada a ver com tema. Como
se na redação do Enem 2014, como vimos no tema acima, algum “malandro” escrever
sobre política. Seu texto pode estar maravilhoso, mas o tema era claro, redação
zerada. Já Tangenciar significa abordar apenas um aspecto, que acontece muito por
falta de conhecimento ou por muito conhecimento.
Tá, mas como assim? Por falta de conhecimento ou por muito
conhecimento? Tenho que ser mediano então? Nem saber demais nem de
menos?
Não, calme!
Falta de conhecimento no sentido de não saber absolutamente nada em
relação ao tema, bulhufas, sem noção. Por outro lado, muito conhecimento quando
você sabe somente parte do tema proposto, todavia para tentar chegar a uma boa

6
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 16.
nota “anda em círculos”, aborda em sua redação apenas o que convém, nada mais,
nada menos, por exemplo: “No Enem 2016, foi configurado como tangenciamento ao
tema o encaminhamento que tratou, por exemplo, de: violência relacionada ao
terrorismo religioso no plano internacional, sem associá-la à questão da intolerância
no Brasil”7. Beleza? Então, fique muito ligado nessa competência.
A competência 3 avaliará a coerência do seu texto. As relações de seu
texto, entre frases, parágrafos e em uma visão geral. Analisará se não há
convergências ou contradições entre os argumentos que elegeu para se posicionar, ou
seja, se é possível encontrar uma ordem lógica. Muito importante a ser feito, para se
atingir uma excelente nota nessa competência, é o seu rascunho, pois ali irá
selecionar e ver quais argumentos são realmente relevantes para sua defesa de tese.
Além disso, antes de passar seu texto para a folha definitiva, leia seu início
(introdução) e seu final (conclusão) e tente perceber se acontece um diálogo entre
eles. Ah, e muito importante, posicione-se, apareça no texto.
Na competência 4 serão avaliados os mecanismos linguísticos. Nesse
ponto, a banca avaliará sua capacidade de utilizar as marcas linguísticas, para uma
“costura” textual na superfície do texto, entre frases e parágrafos. Jamais deixe uma
frase solta, sem “costura”.
Como assim “costura”, utilizar palavras relacionadas a costurar?
Não, calme!
Assim, aqui, devem ser utilizados muitos operadores argumentativos
(mas, porém, contudo, todavia, pois, uma vez que, ou seja, naquela época, tal
situação, além disso, nesse sentido, etc.). Em todas as frases e em todos os
parágrafos, elementos que retomem algo dito anteriormente. Substitua os nomes
por pronomes oblíquos, demonstrativos, possessivos; use muitos sinônimos,
procure repetir o menor número de palavras possíveis; e use elípse (na análise da
redação que faremos ao final desse livro, explicarei melhor o conceito), que,
resumidamente falando, é a retirada de termos redundantes, desnecessários do texto8.
Beleza!!
A última competência é uma das mais difíceis para os participantes – pelo
menos para meus alunos. A competência 5 avalia a elaboração de uma intervenção

social. Intervenção social? . Calme, já explicarei o que isso significa!

7
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 17.
8
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 23.
Trata-se de exercer uma influência para alterar seu resultado, uma
mediação. Na sua redação, você deve elaborar uma intervenção e, além disso,
evidenciar os atores sociais que participarão disso: “individual, familiar, comunitário,
social, político, governamental e mundial. Além disso, a proposta de intervenção deve
conter o meio de execução da ação e seu possível efeito, bem como o detalhamento
da ação ou do meio para realizá-la”9. Seu texto será avaliado de duas formas
diferentes nessa competência. Primeiro, será avaliado se tem ou não intervenção.
Caso tenha os avaliadores analisarão se você detalha os meios para sua realização
ou não. Nesse sentido, elabore uma intervenção concreta, isto é, possível de ser
realizada. Que seja exequível, detalhe minuciosamente a forma de realização e, da
mesma forma, quem realizará essa ação. Por exemplo, algum ministério, a escola, a
mídia, ONGs, conselhos nacionais. Logo, não tente abraçar o mundo, pois como dizia

uma professora que tive “quem abraça muito não aperta”. Beleza!
Sei que já estão cansados, não obstante estamos quase. Obrigado por ter
sido persistente e aguentado até esse ponto. Percorremos um lindo e prazeroso

caminho (brincadeirinha) . Então, sem rodeios, vamos analisar alguns pontos de


uma redação nota 1000 no Enem 2015. Primeiramente, vamos ao tema.

9
Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 24.
Fonte: redação no Enem 2016, cartilha do participante, p. 48.

O tema, como podemos evidenciar, traz muitas informações, por meio de


gráficos, imagens, em quatro textos motivadores, mas o principal é que exige a
elaboração de um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da
língua portuguesa sobre o tema “A persistência da violência contra a mulher na
sociedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção. Vamos, em seguida,
analisar a redação da participante ALÍCIA CRISTINE SALOME ROZZA de uma Escola
privada de Jaraguá do Sul – SC.

“Na revolução de 1930, paulistas insatisfeitos com a falta do poder


político que detinham na República do café com leite usaram a falta de uma
constituição para se rebelar contra o governo Vargas. O presidente, cedendo às
pressões, garantiu na nova Constituição um direito nunca antes conquistado
pela mulher: o direito ao voto. A inclusão da mulher na sociedade como
cidadã, porém, não foi o suficiente para deter o pensamento machista que
acompanhou o Brasil por tantos séculos – fato evidenciado nos índices atuais
altíssimos de violência contra a mulher.
De acordo com o Mapa da Violência de 2012, entre 1980 e 2010
houve um aumento de 230% na quantidade de mulheres vítimas de assassinato
no país; além disso, 7 de cada 10 mulheres que telefonaram para o Ligue 180
afirmaram ter sido violentadas pelos companheiros. Em países como o
Afeganistão, a mulher que trai o marido é enterrada até que somente a
cabeça fique à mostra e, então, é apedrejada; apesar de reagirmos com horror
perante tal atrocidade, um país que triplica a quantidade de mulheres mortas
em 30 anos deve ser tratado com igual despeito quando se trata do assunto.
Apesar de acharmos que a mentalidade do povo melhora com o passar do
tempo, a mentalidade brasileira mostra crescente atraso quanto à igualdade de
direitos entre os gêneros, e tal mentalidade leva a fatalidades que deveriam ser
raras em pleno século XXI.
Uma pesquisa feita pela Rede Globo mostrou que, entre homens e
mulheres entrevistados, mais da metade afirmou que mulheres que vestem
roupas curtas merecem ser abusadas sexualmente. A violência contra a
mulher começa exatamente com as regras implícitas que a sociedade impõe: se
a mulher não seguir tal regra, merece ser violentada. Portanto, apesar de
todos os direitos conquistados constitucionalmente pelo sexo feminino, normas
culturais que passam entre gerações fazem o pensamento conservador e
machista se perpetuar e ser a justificativa para as atrocidades físicas e
psicológicas cometidas contra a mulher.
Muitas vezes presa a um relacionamento de muito tempo, a mulher
aceita a condição à qual é submetida e se nega a procurar algum tipo de ajuda.
A mudança deve acontecer de três formas: primeiramente, a mulher não pode
deixar-se levar pelo pensamento machista da sociedade e deve entender que não
há justificativa para a agressão; pessoas que têm conhecimento de mulheres que
aceitam a violência, por sua vez, devem telefonar para o Ligue 180 com ou sem
o consentimento da vítima; e, por fim, a geração atual deve preocupar-se em
deixar de transmitir culturalmente a ideia de que o gênero feminino é inferior.
Para que as gerações seguintes vivam em um país igualitário, a mudança
começa agora 10
”.

A participante opta por não colocar título. Concordo, uma vez que se o
título é banal apenas atrapalha. Em relação à competência 1 não há comentários,
pois no texto não há desvios gramaticais e uma excelente escolha vocabular, como
“fato evidenciado”, “atrocidade”, “perpetuar”, “consentimento”, “país igualitário” . A
palavra que, talvez, fosse interessante buscar um sinônimo seria “despeito”, dado que
soa um tanto quanto coloquial.
Na competência 2, recebe nota máxima por que mostra um amplo
conhecimento de mundo, iniciando seu texto com uma contextualização histórica,
abordando o governo Getúlio, juntamente com a inserção do voto feminino. Além
disso, usa a exemplificação “conquistado pela mulher: o direito ao voto.”,
utilizando dois pontos. Em seguida, retoma o tema, parafraseando-o, ou seja, com
suas palavras, afirmando que essa inclusão – da mulher na sociedade como cidadã –

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Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2016, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 55.
não foi suficiente para acabar de uma vez por todas com o machismo histórico no
Brasil, fato que se comprova nos atuais índices, muito altos, de violência contra a
mulher. Portanto, deixa claro suas teses nas últimas frases do texto: “mesmo com a
inclusão o brasil continua machista (tese 1), fato comprovado pelos altos índices de
violência (tese 2).”
No segundo parágrafo, primeiro do desenvolvimento do texto, novamente
mostra amplo conhecimento de mundo (pontuando muito na competência 2) usando
um apelo à autoridade, atribuindo suas afirmações ao mapa da violência e a uma
pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça, Departamento penitenciário
Nacional e Secretaria de Políticas para as Mulheres. O interessante é que todos
esses dados estavam nos textos motivadores. Lembram o que conversamos em
relação a isso? Pois a participante apenas interpretou e parafraseou os dados, mas
só isso não seria suficiente. Dessa forma, ela compara a realidade da mulher no
Afeganistão com a brasileira, afirmando que não somos muito diferentes. Aqui,
nesse parágrafo, a participante argumenta e se posiciona em
relação à segunda tese levantada na introdução: altos índices
A elipse como figura de construção de violência contra mulher. Nesse parágrafo sua nota é máxima
textual é uma “incompletude”. Ela
nas competências 2 e 3.
“é uma figura de construção por
subentendido.” (FONTANIER, 1968, No terceiro parágrafo, a tese abordada, por meio de
p. 306). Essa definição é apoiada
mais em uma completude
argumentos muito bem organizados, é o pensamento machista
pragmática do que sintática. Ou que acompanhou e acompanha o Brasil. Neste ponto,
seja: “a elipse consiste na supressão
de palavras que seriam necessárias novamente usa o apelo à autoridade (indo muito bem na
à plenitude da construção, mas as competência 2), através de uma pesquisa, que mostra que a
que são expressas dão a entender o
suficiente para que não reste nem mentalidade da maioria da população ainda é machista. Em
obscuridade nem incerteza.”
seguida, novamente usa a exemplificação, utilizando dois
(IBIDEM, p. 305). A elipse assim
como a paráfrase pertence ao pontos “A violência contra a mulher começa exatamente
domínio retórico, é uma figura de
com as regras implícitas que a sociedade impõe: se a
construção, pertencendo mais a
macro estrutura a um mulher não seguir tal regra, merece ser violentada.”,
encadeamento de frases. A elipse
nada mais é do que a exclusão de deixando mais consistentes e coerentes seus argumentos,
termos “autossuficientes” em uma novamente atendendo os níveis de desempenho das
sentença. Ela será representada
por Ø. Veja o exemplo abaixo: competências 2 e 3.

Três prisioneiros se munem de Na competência 4, a participante se sai muito bem


armas. Ø Matam o carcereiro e Ø também. Em muitos trechos do texto podemos perceber o uso
se apoderam das chaves da prisão.
Ø Correm para fora de suas celas e de elípses como, por exemplo: “paulistas insatisfeitos com a
Ø matam quatro guardas no pátio. falta do poder político que (eles) detinham na República do café
com leite (eles) usaram”, e assim sucessivamente. Além do
mais, utiliza muitos elementos de retomada, coesivos como: “pensamento machista
que acompanhou o Brasil por tantos séculos – fato evidenciado” em que fato
evidenciado retoma pensamento machista que acompanhou e acompanha o Brasil por
tantos séculos; “apesar de reagirmos com horror perante tal atrocidade” quando tal
atrocidade retoma a punição das mulheres no Afeganistão. Ademais, usa muitos
operadores argumentativos como: “porém” “De acordo com”, “além disso”, “apesar”,
“portanto”, “por fim”. Mesmo assim, acredito que a participante poderia ter buscado
mais sinônimos e elementos de retomada, para não repetir tantas vezes a mesma
palavra, além de mais operadores argumentativos o que, talvez, seja seu único erro.
Sua conclusão, da mesma forma que o restante do texto, atende todos os
níveis de desempenho exigidos na competência 5. No início da conclusão, a
participante reafirma o tema. Em seguida, começa sua intervenção social, que deixa
bem clara que será de três formas, ou seja, três agentes/atores sociais irão
participar. Primeiro, a própria mulher deve mudar, não pode aceitar passivamente a
agressão, para isso não há justificativa. Em segundo lugar, toda a sociedade tem o
dever de participar dessa iniciativa, ligando sempre para o 180, mesmo sem o
consentimento da vítima e, em terceiro, os jovens principalmente devem acabar com
a ideia de que a mulher é frágil, inferior ao homem, pois para vivermos a prosperidade
futura a mudança inicia agora11.
Nesse contexto, percebemos que sua nota foi justa, uma vez que atendeu
as exigências do Exame. Dessa forma, antes de escrever revise cuidadosamente seu
rascunho e leia atentamente os textos motivadores, dado que, como verificamos
eles são excelentes aliados para uma boa argumentação, contudo nunca esqueça de
parafraseá-los, é proibido a copia parcial ou integral de textos motivadores e
partes das questões da prova. A tipologia exigida é a dissertativo-argumentativa,
então você deve aparecer no texto. Levante uma ou mais teses e argumente para
seu leitor, no caso do Enem o corretor. Esses argumentos devem ser coerentes, estar
alinhados de forma que seja possível ver uma costura e um esforço do participante.
Além do mais, procure repetir o mínimo possível a mesma palavra, uso muitos

sinônimos e elementos de retomada. E pratique muito. Beleza!!


Para melhorar ainda mais o desempenho na prova e chegar à nota 1000 no
Enem, mostro alguns passos que criei para ajudar os alunos nessa tarefa difícil, mas
satisfatória.

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Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2016, CARTILHA DO
PARTICIPANTE, p. 56.
Passo 1: Saber ler o tema. O que você deve destacar em relação ao tema. Quais
são as palavras-chave. O que o tema me diz?
Passo 2: A novela do título. Colocar ou não colocar? O que deve e o que não
deve constar no meu título?
Passo 3: Linguagem coloquial e linguagem do padrão escrito formal. Qual delas
usar em sua redação. A importância da escolha vocabular.
Passo 4: A acentuação gráfica. Algumas regras básicas que devem ser
observadas. Uso dos porquês, você sabe usá-los corretamente?
Passo 5: Regras básicas de sintaxe e de pontuação. Qual a função da vírgula? É
melhor usá-la ou não? Uso dois pontos ou travessão? Verifique que um sinal de
pontuação, usado erroneamente, é extremamente prejudicial à coerência.
Passo 6: Alguns casos de concordância verbal e nominal e de regência verbal e
nominal. O que deve ser observado? Quais erros não podem ser cometidos em
sua redação?
Passo 7: Regras de ortografia. Uso de ss, sc, ç, z, nh, palavras homônimas e
parônimas, sinônimos e antônimos.
Passo 8: Uso da crase. Casos em que devo usá-la e casos em que é proibida.
Algumas dicas importantes na hora da dúvida.
Passo 9: Período simples e composto. Análise sintática de períodos simples e
períodos compostos. Uso dos operadores argumentativos/conjunções.
Passo 10: Os pronomes como elementos de retomada e a colocação pronominal.
Passo 11: A estrutura do texto dissertativo argumentativo: Começo (introdução),
meio (desenvolvimento) e fim (conclusão). O que é dissertar, quais as
características do texto dissertativo.
Passo 12: Como redigir uma boa introdução. Como iniciar seu texto. O que deve
e o que não deve ter em uma introdução. O que é uma tese?
Passo 13: Os parágrafos de desenvolvimento. Como redigir um bom parágrafo
de desenvolvimento. Como construir argumentos consistentes. Quais
argumentos usar. Quais são os tipos de argumentos existentes.
Passo 14: O tópico frasal. Quais são os tipos de parágrafos existentes. Como
construir um parágrafo coerente. Por que é importante pensar e organizar as
ideias antes de iniciar seu texto. A importância de relacionar ideias e
argumentos.
Passo 15: Como concluir seu texto. O que deve constar em sua conclusão? O
que é uma proposta de intervenção e por que ela deve ser exequível?
Passo 16: O que é e quais são os elementos de coesão.
Passo 17: O que é a coerência e como construir uma sentença coerente.
Passo 18: Estudo e análise das competências da matriz de referência para
redação Enem.
Passo 19: Leia muitas redações nota 1000 de edições anteriores e tente
identificar o que elas têm em comum.
Passo 20: Escreva redações, deixe-as por alguns dias guardadas, depois volte a
lê-las e as reescreva. Isso é um dos melhores exercícios para o aperfeiçoamento
da escrita.

Espero que as explicações tenham ajudado vocês.


Muchas gracias pela companhia.

Até Breve
Atenciosamente: Professor Rodrigo Bartz
Referências

ADAM, Jean-Michel. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos.


São Paulo: Cortez, 2011.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramatica portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna,


2006.

Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2016, CARTILHA


DO PARTICIPANTE.

Diretoria de avaliação da Educação Básica - REDAÇÃO NO ENEM 2017, CARTILHA


DO PARTICIPANTE.

FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
redação. 17. ed. São Paulo: Ática, 2010.

GUEDES, Paulo Coimbra. Da redação escolar ao texto: um manual de redação. 3.


ed. Porto Alegre: UFRGS Ed., 2004.

. Da redação à produção textual: o ensino da escrita. São


Paulo: Parábola, c2009.

MORENO, Cláudio; GUEDES, Paulo Coimbra. Curso básico de redação: destinado


ao 2º grau e vestibular. São Paulo: Ática, 1979. 128 p.

SANTOS, Volnyr. A redação em processo: (texto - pretexto - contexto). Porto Alegre:


WS Editor, 2002.

SOARES, Magda; CAMPOS, Edson Nascimento. Técnica de redação. 1. ed. Rio de


Janeiro: INM, 2011.

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