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1.

Começando com uma pergunta polêmica, poderíamos categorizar Bolsonaro como


um genocida? E porquê sim?

Essa é uma pergunta que, apesar de polêmica, é bem simples, mas elaborando ela,
eu trato sobre a questão de genocidio no tema do biopoder, em que numa
separação de grupos, para um deles ter uma vida melhor, outros teriam que ter uma
vida pior. Nessa situação, se uma pessoa com um maior poder diz que um certo
grupo está tudo bem em morrer, pelo simples conforto de outras, essa pessoa pode
ser considerada genocida.
Então sim o Bolsonaro pode ser considerado um genocida .É só lembrarmos das
diversas vezes que ele disse que tudo bem alguém morrer, que sacrifícios deveriam
ser feitos pelo “bem maior” e coisas desse tipo.

2. O senhor nas suas ideias fala que um dos motivos pelo qual vemos tanto ódio contra
homossexuais e que as pessoas consideram tais ações como sendo uma anomalia
ou doença, seria a questão da reprodução, em que a sociedade capitalista exige
cada vez mais pessoas e força de trabalho, mas os homossexuais atrapalham esses
objetivos por não terem filhos.
E agora, a pergunta que gostaria de fazer é se nos dias atuais, você considera que o
motivo continua o mesmo? que hoje em dia, vemos lugares em que verificamos uma
superpopulação,por exemplo a china até alguns anos atrás, em que ter filho não
apenas não era algo desejado, mas também evitado e hoje em dia há muitas formas
de um casal homossexual ter filhos (adoção e barriga de aluguel) e apesar disso
ainda vemos um forte preconceito contra os homossexuais. O que pensa sobre o
assunto?

Sobre essa questão a minha opinião, é que nós vivemos em uma sociedade que
constrói um padrão de normal e então por diversos meios, como mídia ou leis,
discrimina quem não está nesse padrão de normal. E dessa forma temos uma ideia
e essa ideia molda a sociedade, que por consequência a sociedade nos molda de
volta em um ciclo praticamente infinito.
Dessa forma, mesmo que os motivos, ou desculpas, deixem de ser válidos, o ódio e
os vestígios desse preconceito antigo remanescem até os dias atuais e são
repassados para as próximas gerações.

3. Ainda no tópico de biopoder que focamos durante a entrevista inteira, qual seria a
sua opinião sobre construções sociais a respeito de gênero?

Entenda, eu não gosto de categorizar as coisas, principalmente pessoas, eu


tenho essa ideia em que temos essas estruturas de poder que passam
despercebidas, como por exemplo o saber médico entre outros. Onde tu cria um
padrão e daí tu coloca algumas pessoas como fora desse padrão, tu categoriza elas,
isso também acontece no geral onde tu então é posto em um grupo e assim dentro
dele o biopoder pode ser aplicado em você, onde podem decidir qualquer que seja o
destino para esse grupo que você está inserido. Basicamente o que quero dizer é
que é ridículo tu categorizar alguém em um gênero, pois é só uma construção social,
isso não existe, é algo criado, que serve para favorecer algo ou alguém. E é ainda
mais ridículo tu construir uma sociedade inteira baseada ao redor dessas ideais,
onde tu separa as pessoas em grupos e depois diz que elas tem que supostamente
agir de uma certa maneira por estar inserida nesse grupo que ela não escolheu e
que foi criado para servir os interesses de outros.

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