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GOTAS DE REFLEXÃO – 10/03/2021

SAUDAÇÕES FRATERNAIS a todas e todos do Grupo!!

Estamos enviando para análise, estudo e rememoração o conteúdo da Questão 36 – Espaço Universal,

juntamente com Considerações e outros textos, que tivemos a oportunidade de examinar e debater em

03/03/2021. Aproveitem e se ocorrer dúvida traga para a próxima reunião!!

36. O vácuo absoluto existe em alguma parte no espaço universal?

“Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos
instrumentos.”

CONSIDERAÇÕES (I): A questão n. 36 complementa a anterior, que trata da amplidão do espaço universal, e
se liga com a n. 27, que estuda o fluido cósmico universal. Novamente estamos diante do conceito do infinito,
pois o todo está por toda parte.

O vazio ou o nada pode ser estudado por inúmeros pontos de vista, entre eles o filosófico, o físico, o cosmológico
e o matemático.

Dizem os Espíritos superiores que nada é vazio e o que parece estar vazio está ocupado por uma matéria que
escapa aos sentidos e aos instrumentos do homem. Essa matéria que transcende os sentidos, inacessível aos
instrumentos humanos, é nada mais nada menos do que fluido cósmico universal.

O fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, da qual derivam todos os demais tipos de fluidos, seja
em que estado for, constituindo, por isso, a origem de todos os corpos orgânicos e não orgânicos. É a matéria-
prima que serve de geração dos mundos e dos seres, imprimindo harmonia e estabilidade no Universo.

Existindo, como existem, dois elementos gerais do Universo (espírito e matéria) e, acima de tudo, Deus, o Criador,
Pai de todas as coisas, é intuitivo que o fluido cósmico universal ocupe o espaço que parece estar vazio. Por isso,
é encontrado em todo o Cosmos. Não existe barreira para essa força, pois tal fluido interpenetra todos os corpos,
sólidos ou não, preenchendo, inclusive, o espaço conhecido como vácuo, fora da atmosfera do nosso Planeta.

De um modo geral, os filósofos gregos enfrentaram o problema do nada do ponto de vista do ser, visto que a
ignorância deste a respeito das coisas é que determinam o alcance do seu conhecimento. Em outras palavras, o
nada existe para o ser, que pouco ou nada sabe, mas nem por isso as coisas deixam de existir.

Sobre o nada já se disse muita coisa, o que causa grande perplexidade, pois como pode algo que supostamente
não existe suscitar tantos estudos? Vejamos uma amostra disso:

“Ao pensar-se no ‘nada’, associamos à nossa mente a ausência de qualquer coisa que seja, o vazio absoluto. O
nada foi pensado como conceito pelos filósofos que questionavam inclusive se ‘o nada existe?’. Ao definir o nada
como a ausência de qualquer coisa, então do próprio existir, Kant apresentou a existência do nada como um
‘pseudoproblema’, uma falsa questão. Sartre vai tratar o nada em oposição ao ser, que é o existir de algo.
Heidegger, cujo pensamento foi influenciado pelos místicos, trata em sua aula inaugural, ‘Que é Metafísica?’, que
a pergunta fundamental da metafísica é ‘por que existe o ser e não o nada?’ (ou ‘por que existe afinal ente e não
antes nada?’), e esta pergunta, pelo cosmólogo brasileiro Mário Novello, também é a pergunta fundamental da
cosmologia, quando tenta tratar como surgiu o universo, que seria o maior objeto que a ciência pode tratar.” [1]

“Como Kant demonstrara que a representação de um objeto equivale à sua representação enquanto existente, a
representação de um objeto inexistente, diz Bergson, não consiste em retirar a ideia do atributo ‘existência’ da
ideia do objeto. A representação de um objeto inexistente adiciona algo à ideia do objeto: adiciona-lhe a ideia de
exclusão. Quando se pensa um objeto como inexistente, esse objeto é pensado e, com isso, pensa-se algo
incompatível com sua existência. O fato de pensarmos que pensamos antes na exclusão do objeto do que na causa
da exclusão não elimina, no entanto, essa causa, pois o próprio ato por meio do qual sustentamos que um objeto
é irreal ‘põe’ a existência do real em geral.

Em outras palavras, representar um objeto irreal não consiste em despojá-lo de todo tipo de existência, pois a
representação de um objeto é necessariamente sua representação como objeto existente. Por isso, há mais, e não
menos, na ideia de um objeto inexistente do que na de um objeto existente. Tampouco se pode ‘pôr’ (estabelecer
sua existência) a realidade como um todo e em seguida eliminá-la com um ‘não’, visto que a afirmação e negação
não são juízos do mesmo gênero. A negação não é um ‘não’ adicionado a um ‘sim’. Uma afirmação exprime um
juízo sobre um objeto, enquanto uma negação expressa um juízo sobre outro juízo (isto é, sobre uma afirmação
prévia). Logo, ao contrário do que ocorre com a afirmação, a negação não afeta diretamente o objeto: a negação
afirma algo de uma afirmação que, por si mesma, afirma algo de um objeto.” [2] (Destaques do original).

Como se vê, a própria dificuldade dos filósofos em conceituar o nada demonstra que ele é alguma coisa e que
Deus nada cria em vão ou sem propósito.

Para onde direcionarmos nossos pensamentos haveremos de encontrar o infinito, que é o signo do Criador a nos
dizer que há espaço para todos no Universo, que há uma imensidão de recursos espirituais e matéria-prima para
trabalharmos nossos potenciais latentes à espera do progresso.

[1] Wikipedia Enciclopédia eletrônica livre. Verbete “nada”.

[2] MORA, J. Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Ed. Loyola. Tomo III, p. 2.037, verbete “nada”.

CONSIDERAÇÕES (II): As teorias modernas da Ciência indicam que o vácuo é algo extremamente intricado
com propriedades específicas que não permitem o decaimento de partículas estáveis e ao mesmo tempo possibilita
o surgimento de massas (matéria e antimatéria) a partir da luz. Outra característica que ainda não se entende é que
o vácuo permite que a luz se propague nele.

Sabemos ainda que o espaço universal está ocupado pela densidade de energia resultante da expansão do Universo,
chamada radiação de fundo descoberta pelos dois cientistas, prêmio Nobel de Física em 1978, Arno Penzias e
Robert Wilson.

Como neste tempo aprimoramos nossos instrumentos, foi possível detectar e medir com precisão a radiação de
fundo, identificando-a com uma radiação eletromagnética na faixa das micro-ondas preenchendo o espaço todo.
Na verdade, não sabemos se o Fluído Universal também preenche todo o Espaço Universal, provavelmente sim.
Mas para ter certeza precisamos descobrir o que ele é aprimorando nossa capacidade de observação e
instrumentação atual.

Podemos aqui ainda acrescentar que existem quatro forças atuantes e que são as razões das interações entre as
coisas materiais, fazendo com que as propriedades da matéria sejam tão variáveis. São elas: as Forças Nucleares
Fortes, Nucleares Fracas, Eletromagnéticas e Gravitacionais.

As duas primeiras dão conta da estruturação das partículas materiais e agem especialmente nos núcleos atômicos.

A terceira, a Força Eletromagnética, dá conta das propriedades das estruturas atômicas e moleculares e as
propriedades macroscópicas dos corpos e substâncias.

Finalmente a quarta a Força Gravitacional, dá conta da estruturação do nosso universo, com estrelas, sistemas
planetários, aglomerados de estrelas, as galáxias e os aglomerados de galáxias e a grandes estruturas cósmicas
observadas pela Ciência.

A Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein dá conta de explicar o macrocosmo, porque na sua elaboração
ela inclui a força gravitacional descrevendo o espaço-tempo como um Universo quadrimensional, com curvatura
acentuada nas regiões de concentração de massa.

Curiosamente a Ciência não inclui a Força Inteligente como uma força atuante no Universo. A Doutrina Espírita,
como apresentada por Allan Kardec, extraída dos ensinos dos Espíritos, coloca a ação desta como um agente
controlador das forças da Natureza (Nota Q. 33).

Desta maneira o Espírito é a força inteligente da Natureza, como filho da Inteligência Suprema do Universo, e
neste sentido que fomos criados à imagem e semelhança de Deus e podemos entender que somos cocriadores
com Deus.

NASCIMENTO, Otaciro Rangel. Das Causa Primárias, 1ª edição, 2016, FEEGO, Parte 2, págs. 86 e 88.

CONSIDERAÇÕES (III):

0036/LE

O VÁCUO NÃO EXISTE

O nada, a própria palavra o indica, não existe. O que chamamos de vácuo é, pois onde falta o ar que tanto
conhecemos, bafejando a velha Terra que habitamos, servindo para manter a vida na carne.

Toda a criação é tomada pelo Éter (Elemento) Cósmico, que não obedece à química ou física humana, nem tão
pouco à máquina de sucção, com que queiram retirá-lo do seu campo. Subordinado somente à vontade de Deus,
não se submete a qualquer outra. E se pudéssemos retirá-lo do ambiente em que vibra, certamente alguém
perguntaria: o que ficaria depois disso? E segredo de Deus ainda não desvendável, que não iria em nada melhorar
os homens, se estes pudessem conhecê-lo. Conhecerás gradativamente, essa é a lei da evolução que nos cabe
respeitar e agradecer a Deus.
Essa impetuosidade do ser humano, de querer saber o que lhe escapa aos sentidos, é comum, na faixa evolutiva
em que se encontra a humanidade. As necessidades de conhecimento exato daquilo de que se precisa são
esquecidas, talvez por conveniência, levando a conhecer a si mesmo, estudar suas próprias reações diante dos
acontecimentos, livrar-se da persistência em coisas em que não se deverá insistir e do condicionamento de ideias
inferiores. Como conhecer as coisas mais profundas, se ainda há guerra em quase todo o mundo, por simples
pedaços de terra, por se sentirem feridos no orgulho, ou por outros povos aceitarem ideologias diferentes? Por que
procurar a liberdade, sentindo obrigação política de tolher a dos outros, usando a força e a opressão?

Sabemos somente de um lugar onde existe o vácuo: é onde não existe amor, é onde faltam a caridade, a justiça e
o perdão. A humanidade permanece em desgaste em todo o mundo, por faltar-lhe o desprendimento. O egoísmo
empana nos corações todos os sentimentos de fraternidade, e a alma fica sufocada sem poder respirar a esperança
e sentir a luz do futuro promissor. O que parece vazio para os homens de ciência, ao extraírem o ar, está ocupado
por fluidos altamente sensíveis, capazes de registrar até os pensamentos com nitidez absoluta, e ainda gravar todos
os sons e imagens emitidos, e o mais interessante é que o poder do Espírito é tão grande, que igualmente consegue
fazer na consciência, a operação que se processa nesse espaço. Na consciência profunda estão registrados todos
os atos da alma, de todas as suas vidas e, ainda mais, de todas as leis espirituais que garantem a criação divina,
existindo ali, em perfeita harmonia, a presença do Criador. Este é, sobretudo um segredo sobre o qual devemos
pensar, estudar e orar, para que possamos perceber alguma coisa nesse sentido maior e dar início a nossa própria
educação espiritual, aquela parte que Deus nos outorgou fazer.

Convidamos os homens a aumentarem a cota de amor nos corações, a da disciplina na mente e a da fraternidade
nos sentimentos, cotas essas que não se podem comprar nos supermercados, não são produzidas por máquinas,
mesmo as mais sofisticadas, nem são doadas por outros homens. Esse tesouro de luz é despertado em cada coração,
na luz do entendimento e do esforço próprio da claridade de cada dia.

Se continuarmos no vácuo da indiferença, no que tange a essas verdades espirituais, vamos ser considerados
mortos diante da vida, até que decidamos despertar para ela, pela própria vontade, na vontade de Deus.

A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo > A Gênese > Capítulo VI - Uranografia geral > Os
desertos do espaço

45. Inimaginável deserto, sem limites, se estende para lá da aglomeração de estrelas de que vimos de tratar, e a
envolve. A solidões sucedem solidões e incomensuráveis planícies do vácuo se distendem pela amplidão em fora.
Os amontoados de matéria cósmica se encontram isolados no espaço como ilhas flutuantes de enormíssimo
arquipélago. Se quisermos, de alguma forma, apreciar a distância enorme que separa o aglomerado de estrelas, de
que fazemos parte, dos outros aglomerados mais próximos, precisamos saber que essas ilhas estelares se
encontram disseminadas e raras no vastíssimo oceano dos céus, e que a extensão que as separa, umas das outras,
é incomparavelmente maior do que as que lhes medem as respectivas dimensões. Ora, a nebulosa estelar mede,
como já vimos, em números redondos, mil vezes a distância das estrelas mais aproximadas, tomada por unidade
essa distância, isto é, alguns cem mil trilhões de léguas. A distância que existe entre elas, sendo muito mais vasta,
não poderia ser expressa por números acessíveis à compreensão do nosso espírito. Só a imaginação, em suas
concepções mais altas, é capaz de transpor tão prodigiosa imensidade, essas solidões mudas e baldas de toda
aparência de vida, e de encarar, de certa maneira, a ideia dessa infinidade relativa.

46. Todavia, o deserto celeste, que envolve o nosso universo sideral e que parece estender-se como sendo os
afastados confins do nosso mundo astral, abrangem-no a visão e o poder infinito do Altíssimo que, além desses
céus dos nossos céus, desenvolveu a trama da sua criação ilimitada.

47. Além de tão vastas solidões, com efeito, rebrilham mundos em sua magnificência, tanto quanto nas regiões
acessíveis às investigações humanas; para lá desses desertos, vagam, no éter límpido esplêndidos oásis, que sem
cessar renovam as cenas admiráveis da existência e da vida. Sucedem-se lá os agregados longínquos de substância
cósmica, que o profundo olhar do telescópio percebe através das regiões transparentes do nosso céu e a que dais
o nome de nebulosas irresolúveis, as quais vos parecem ligeiras nuvens de poeira branca, perdidas num ponto
desconhecido do espaço etéreo. Lá se revelam e desdobram novos mundos, cujas condições variadas e diversas
das que são peculiares ao vosso globo lhes dão uma vida que as vossas concepções não podem imaginar, nem os
vossos estudos comprovar. É lá que em toda a sua plenitude resplandece o poder criador. Àquele que vem das
regiões que o vosso sistema ocupa, outras leis se deparam em ação e cujas forças regem as manifestações da vida.
E os novos caminhos que se nos apresentam em tão singulares regiões abrem-nos surpreendentes perspectivas. *

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* Dá-se, em Astronomia, o nome de nebulosas irresolúveis àquelas em cujo seio ainda se não puderam distinguir
as estrelas que as compõem. Foram, a princípio, consideradas acervos de matéria cós- mica em vias de
condensação para formar mundos; hoje, porém, geralmente se entende que essa aparência é devida ao afastamento
e que, com instrumentos bastante poderosos, todas seriam resolúveis.

Uma comparação familiar pode dar ideia, embora muito imperfeita, das nebulosas resolúveis: são os grupos de
centelhas projetadas pelas bombas dos fogos de artifício, no momento de explodirem. Cada uma dessas centelhas
figurará uma estrela e o conjunto delas a nebulosa, ou grupo de estrelas reunidas num ponto do espaço e
submetidas a uma lei comum de atração e de movi- mento. Vistas de certa distância, mal se distinguem essas
centelhas, tendo o grupo por elas formado a aparência de uma nuvenzinha de fumaça. Não seria exata esta
comparação, se se tratasse de massas de matéria cósmica condensada.

A nossa Via-Láctea é uma dessas nebulosas. Conta perto de 30 milhões de estrelas ou sóis que ocupam nada
menos de algumas centenas de trilhões de léguas de extensão e, entretanto, não é a maior. Suponhamos uma média
de 20 planetas habitados circulando em torno de cada sol: teremos 600 milhões de mundos só para o nosso grupo.

Se nos pudéssemos transportar da nossa nebulosa para outra, aí estaríamos como em meio da nossa Via-Láctea,
porém com um céu estrelado de aspecto inteiramente diverso e este, malgrado às suas dimensões colossais, nos
pareceria, de longe, um pequenino floco lenticular perdido no infinito. Mas, antes de atingirmos a nova nebulosa,
seríamos qual viajante que deixa uma cidade e percorre vasto país inabitado, antes que chegue a outra cidade.
Teríamos transposto incomensuráveis espaços desprovidos de estrelas e de mundos, o que Galileu denominou os
desertos do espaço. À medi- da que avançássemos, veríamos a nossa nebulosa afastar-se atrás de nós, diminuindo
de extensão às nossas vistas, ao mesmo tempo que, diante de nós, se apresentaria aquela para a qual nos
dirigíssemos, cada vez mais distinta, semelhante à massa de centelhas de bomba de fogos de artifício.
Transportando-nos pelo pensamento às regiões do espaço além do arquipélago da nossa nebulosa, veremos em
torno de nós milhões de arquipélagos semelhantes e de formas diversas contendo cada um milhões de sóis e
centenas de milhões de mundos habitados.

Tudo o que nos possa identificar com a imensidade da extensão e com a estrutura do Universo é de utilidade para
a ampliação das ideias, tão restringidas pelas crenças vulgares. Deus avulta aos nossos olhos, à medida que melhor
compreendemos a grandeza de suas obras e nossa infimidade. Estamos longe, como se vê, da crença que a Gênese
mosaica implantou e que fez da nossa pequenina, imperceptível Terra, a criação principal de Deus e dos seus
habitantes os únicos objetos da sua solicitude. Compreendemos a vaidade dos homens que creem que tudo no
Universo foi feito para eles e dos que ousam discutir a existência do Ente supremo. Dentro de alguns séculos,
causará espanto que uma religião feita para glorificar a Deus o tenha rebaixado a tão mesquinhas proporções e
que haja repelido, como concepção do espírito do mal, as descobertas que somente vieram aumentar a nossa
admiração pela sua onipotência, iniciando-nos nos grandiosos mistérios da criação. Ainda maior será o espanto,
quando souberem que elas foram repelidas porque emancipariam o espírito dos homens e tirariam a
preponderância dos que se diziam representantes de Deus na Terra.

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