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ESTADO DE SANTA CATARINA Data: ___/___/2024

E.E.M. PROFESORA MARIA AMÁLIA CARDOSO


Disciplina: Física
Professor: Guto
Nome: __________________________________________________ turma: 1º ____

Bases do conhecimento físico

Nós acostumamos não perceber que muitas das ideias que temos sobre o mundo em que
vivemos foram construídas ao longo dos tempos. Por exemplo, marcamos nossos compromissos e
nossos programas, como festas e encontros com alguma antecedência. Ouvimos nos jornais sobre o
eclipse lunar na próxima noite ou tragédias como terremotos e ciclones. Tais fatos nos parecem tão
naturais que nem nos damos conta de que isso nem sempre foi tão bem compreendido assim.
Como seria escolher a boa época de preparar as sementes para o plantio de trigo no Egito
antigo? Como explicar o sumiço da Lua no meio da noite de lua cheia na Atenas do século IV a.C.? As
respostas para esses fenômenos foram sendo construídas ao longo dos séculos por várias civilizações.
Nossa concepção de mundo é o resultado do acúmulo de todo esse conhecimento. Sabendo
que essas civilizações construíram suas respostas a essas e a outras perguntas, conhecemos mais sobre
nós mesmos.

Ordem e desordem a nossa volta

Há dias e que nos levantamos e temos a sensação de que tudo a nossa volta está um caos.
Essa sensação é reforçada quando escutamos nossa mãe dizer que a bagunça de nosso quarto já chegou
ao limite e é hora de arrumar tudo. Dependendo do tamanho da bagunça, o período da manhã ou mesmo
do dia inteiro, estará perdido com arrumação.
Embora trabalhosa e cansativa, a organização nos dá uma sensação agradável. Além das
mães ficarem contentes, fica fácil encontrar aquilo que queremos. Cada coisa parece ter um lugar
determinado, e a organização geral do quarto nos transmite aquela ideia de ordem.
Ordenar e organizar pode parecer coisa de adulto, no entanto, apenas o excesso de
organização é que pode ser ruim. Imaginemos como seria incômodo viver num lugar sem ordem. Os
carros trafegando por qualquer lugar, o lixo jogado nas ruas. Podemos piorar as coisas supondo um lugar
onde cada um começasse a trabalhar num horário diferente, onde nada fosse padronizado.
Se prestarmos atenção, veremos que nossa vida é cercada de ordem por todos os lados e essa
ordem não está apenas na sociedade. A natureza parece seguir uma organização imperturbável.
Sabemos, por exemplo, que qualquer objeto jogado para o alto cairá por causa da gravidade, que uma
porção de água colocada no fogo vai ferver a uma temperatura próxima de 100º C, que ímãs colocados
próximos a objetos ferromagnéticos vão atraí-los e que, se colocarmos o dedo na tomada, tomaremos um
choque. Sabemos que esses fenômenos são constantes e que, aparentemente, ocorrem sempre da
mesma maneira. Essa percepção levou o ser humano a questionar quais são as “regras” que os regem
e, em um segundo momento, organizá-las, para torná-las compreensíveis.
A busca da ordem do mundo foi um passo determinando para o desenvolvimento da espécie
humana. Passar a conceber o Universo como um cosmos, e não como um caos, fez parte do processo
histórico do ser humano. O conhecimento da humanidade é a materialização desse processo, e a Ciência,
um dos seus frutos importantes. É por meio dela que hoje podemos representar de forma tão precisa a
ordem que impera no Universo
A Ciência, e em particular a Física, é uma das maneiras que nossa espécie encontrou para
exprimir a ordem do Universo. Assim, quando dizemos “Cosmos” como sinônimo de Universo, não nos
damos conta da grande quantidade de conhecimento produzida pelo ser humano durante sua busca por
explicações da natureza.
Ao desvendar lentamente a ordem do Universo, o ser humano pode planejar sua vida e passou
a se sentir mais seguro. O conhecimento produzido sobre o universo permite explicar a relação entre o
habitat do ser humano e o resto da natureza. Dessa forma, o conhecimento integra o ser humano ao
Universo e o faz se sentir em casa um mundo imprevisível ou dotado de uma ordem desconhecida nunca
teria permitido que nossos antepassados buscassem um sentido para o Universo.
Podemos conceber diversos níveis de organização. Na Física, buscam-se as leis, que, como
o próprio nome diz, representam algo que sempre ocorre. No entanto, para que essas leis sejam
devidamente organizadas e compreendidas pelo pensamento humano, é necessário que elas façam parte
de um conjunto mais amplo de conhecimentos, chamados de teorias, que são conjuntos completos de
leis, princípios e conceitos que buscam ordenar os fenômenos relativos a determinado setor do mundo
físico.
O objetivo desse material é apresentar a você, aluno(a), algumas explicações que foram
surgindo durante a antiguidade sobre o funcionamento do Universo e sua organização, chegando até os
dias atuais, mostrando-lhe que todo esse conhecimento que temos é o acúmulo de conhecimentos
anteriores que, mesmo estando “errados”, foram fundamentais para chegar onde chegamos.

A concepção de Universo desde o homem primitivo até o atual

Será que o que o ser humano sempre acreditou na existência de uma ordem no Universo?
Vamos nos afastar um pouco do nosso cotidiano e refletir. Para isso retornemos 100 mil anos no passado,
momento no qual os seres humanos ainda viviam em cavernas. Como seria, naquela época, presenciar
um eclipse solar e observar o Sol desaparecer em pleno dia? Eles poderiam acreditar que o Sol não
voltaria mais a iluminar o mundo. A possibilidade de viver na escuridão aterrorizaria até os mais valentes,
pois, sobreviver de noite aos perigos das savanas era tarefa das mais difíceis.

Um eclipse solar total não dura mais que alguns minutos, mas representa a quebra de ordem. Em
Momentos como esse, nos quais alga sai do comum, como preservar a ideia de que o mundo é ordenado?

Aos poucos, porém, o homem primitivo constatou que o Sol aparecia incansavelmente um dia
após o outro, Ciclos de ordem como esses foram aos poucos sendo percebidos e sistematicamente
identificados. Depois do inverno, tinha-se a primavera; depois da seca retornava o período das chuvas, e
assim por diante. Isso permite pensar que desde muito cedo o homem primitivo demonstrou consciência
de que sua sobrevivência dependia do conhecimento da ordem do Universo.
As divindades foram as primeiras formas utilizadas para as explicações sobre a ordem do
Universo. Ele deveria ser habitado por espíritos e forças sobrenaturais, responsáveis pelos fenômenos
que aconteciam, como o dia, a noite, as chuvas, os raios e trovões, ventos, etc. Os deuses eram, então,
os responsáveis pela manutenção da organização do Universo. Para ser capaz de agradar os deuses, o
ser humano passou a fazer oferendas e sacrifícios. Esses sacrifícios e oferendas tinham como objetivo
sensibilizar tais divindades sobre as necessidades humanas. Os magos, curandeiros e sacerdotes
serviam de intermediários nesse processo e tinham o papel de forçar as divindades a se submeterem ou
colaborarem com seus desejos. Eles preparavam as poções, feitiços e invocações com base na ideia de
que haveria relações entre a ordem desse mundo e um plano espiritual.

As primeiras explicações atribuíam aos deuses a ordem do Universo por meio de


oferendas oferecidas pelos seres humanos
Podemos até pensar que essa forma de lida com o mundo é muito primitiva, mas há vários
aspectos positivos nessa prática. Pouco a pouco, os curandeiros acabram estabelecendo relações
verdadeiras a pertir de observaçõs da natureza. Ao propor a provocar chuva, já tinham estabelecido uma
ligação a água e o crescimento das plantas; ao produzir suas poções mágicas, acabavam obtendo
informações sobre quais realmente curavam Muitas drogas de palntas usdas no tratamento de doenças
foram obtidas desa forma. Muito provavelmente els careditavam que o acerto se dera por terem agradado
os espíritos ou por terem encontrado substâncias com poderes mágicos, mas o importante é que
resultados desse tipo transformaram-se em ações práticas e constituírm a base da Ciência moderna.
O mesmo ocorreu com os astrólogos, que, buscando observar os astros acreditando que eles
influenciavam o destino das pessoas, forneceram uma quantidade considerável de dados para os estudos
astronômicos.
Em certo sentido, os magos e curandeiros vieram a se tornar os primeiros de uma linhagem de
investigadores experimentais, os ancestrais remotos dos cientistas modernos. A Ciência forjou-se sobre
o legado de tais investigadores e ainda hoje continua se valendo de conhecimentos produzidos dessa
maneira. Os cientistas modernos se diferenciam dos investigadores primitivos principalmente pelo uso da
razão e da experimentação de foma sistemática, ou seja, organizada.

Cosmologia: o estudo a origem e da evolução do Cosmos

Atualmente podem parecer ingênuas as versões primitivas sobre o mundo, porém, muitas delas
atingiram alto grau de sofisticação, mesmo recorrendo ao uso de espíritos e deuses para explicar os
fenômenos naturais e a ordenação do Universo. Imaginemo-nos por um segundo nm mundo sem as
informações e os recurso tecnológicos disponíveis hoje. Você aceitaria facilmente que as doenças são
causadas por sres microscópios invisíveis aos nosso olhos como bactérias ou vírus? Quem já viu o vírus
da gripe, mesmo numa foto? Sem os recursos da Ciência moderna, o vírus da gripe bem poderia passa
por algm tipo de espírito maligno que perturba nossa saúde.
Assi, deixemos de lado nosso preconceito moderno e procuremos interpretar as cosmologias
antigas como formas disponíveis de dar sentido ao mundo.

Cosmologia egípcia: a razçao a serviço da religião

Por volta de dois mil anos antes de Cristo, os egípcios conheciam muito bem o céu, pois muito
antes eles havia aprendido a relacionar as cheias do rio Nilo com a configuração celeste. Sabiam, por
exemplo, que o transbordamento do rio coincidia com a aparição da estrela mais brilhante do céu, Sírius,
antes da alvorada.
Os egípcios notaram que o céu poderia ser utilizado como um grande calendário: há, por exemplo,
Uma relação entre o aparecimento da estrela Sírius e as cheias do rio Nilo. O conjunto de estrelas era
Associado às figuras mitológicas.

Mesmo de posse desse e de outros dados astronômicos, sua cosmologia era fortemente
influenciada por aspectos espirituais e acreditavam que divindades governavam o Universo. Numa das
versões cosmológicas mais importantes, o Universo era representado por uma porção de terra alongada
na forma de uma travessa, o deus Geb. O céu, uma abóboda salpicada por pontos cintilantes, era a deusa
Nut e se encaixava na travessa-terra. Já o deus Shu representava o ar, apoiando-se sobre Geb e
sustentando Nut. A travessa-terra se apresentava sobre a água. Abaixo dela, fechando o universo egípcio,
existia outra travessa. O Sol e a Lua eram dois deuses que percorriam o céu em dois barcos. À noite,
amos passavam por baixo da terra para reaparecer novamente no céu pelo outro lado.

Na ilustração eg[ipcia: deusa do céu (Nut) aparada pelo deus do ar (Shu) e com
O deus da terra (Geb) deitado a seus pés.

Essa representação do Universo pode nos parecer engraçada e sem sentido. Ela parece
arbitrária e não explica os eclipses, as estações do ano nem as fases da lua. Isso acontece exatamente
porque, para os egípcios, sua cosmologia estava intimamente relacionada com sua religiosidade. Ela
espelhava suas convicções e seus interesses que se vinculavam basicamente à vida após a morte. As
múmias e as pirâmides confirmam essa inclinação desse povo, mostrando que havia um interesse muito
maior pelo mundo espiritual do que pelo mundo físico. Não parece que os sábios egípcios se
preocupassem em entender o céu em termos de movimentos de astros assim como fazemos hoje.
Explicações desse tipo não tinham sentido num céu povoado por divindades.
Mesmo assim os egípcios sabiam prever com boa precisão as estações do ano, as fases da
Lua e até mesmo os eclipses, sendo capazes de desenvolver um dos mais precisos calendários da
Antiguidade a partir de informações sobre o céu.

O zodíaco de Dendera é uma representação do céu egípcio, com constelações,


Planetas divindades.

Não é por acaso que o Universo desse povo era alongado como as terras ocupadas ao longo
do Nilo, nem que a travessa-terra se assentava sobre água. O Nilo e suas cheias determinavam o
ambiente ocupado pelo povo. A cosmologia egípcia não podia ignorar esse fato. As cosmologias em geral
não se afstam do que conhece e se almeja em determinada época e em certo local. Os egípcio não
fugiram à regra.
As teorias sobre o mundo surgem de concepções metafísicas preexistentes. A teoria egípcia
sobre o Universo – convicção na existência e no valor da vida após a morte – influenciou decisivamente
a forma de representação do Universo. O mesmo ocorre com as demais teorias sobre o mundo produzidas
por qualquer civilização, sejam elas mais antigas, como a egípcia, sejam contemporâneas, como a nossa.

A cosmologia grega: a busca de explicações

Na nossa civilização, o entendimento do Universo é um dos objetivos da Ciência. Mas na


verdade, outras formas de conhecimento se propõem a isso também. A religião é uma delas. Para muitos
de nós, a cosmologia egípcia mais parece uma doutrina religiosa do que como uma ciência. Isso é
verdade. Essa cosmologia, apresentada acima, com certeza não se enquadra no que consideramos hoje
como Ciência. Mas o que faltava a ela para ser torna uma Ciência?
Essa é uma questão que vamos discutir agora. Para isso, separei dois trechos do livro “A
revolução copernicana: a astronomia planetária no desenvolvimento do pensamento ocidental”, de
Thomas Kuhn, célebre físico norte-americano e historiador da Ciência, que indica uma resposta:

“O homem não consegue existir muito tempo sem inventar uma cosmologia, porque esta pode
fornecer-lhe uma análise do mundo que lhe dá sentido para todas as suas ações, práticas e
espirituais.”

“A exigência de que uma cosmologia forneça tanto uma análise psicologicamente satisfatória do
mundo como uma explicação do fenômeno observado é que desenvolveu vastamente o poder do
pensamento cosmológico”.

As cosmologias produzidas pela nossa Ciência não se limitam a ser apenas um conforto
psicológico. Elas não só devem fornecer uma representação do Universo que dê sentido para as coisas
que vivenciamos, como também apresentar explicação para os fenômenos que encontramos no nosso
cotidiano. O que faltava à cosmologia egípcia era responder questões do tipo: a que distância ficam a Via
Láctea, o Sol e os planetas? Como as estrelas do céu se movem? Nosso espaço é preenchido por algo
ou ele é vazio?
Respostas para essas perguntas vão exigir um tipo particular de cosmologia que incorpore
dados obtidos de observações sobre os fenômenos e não se baseie na existência de divindades. Os
gregos, que consideravam questões desse tipo, foram os primeiros a produzir representações do
Universo e a fornecer algumas respostas. Veremos que essas respostas nem sempre são satisfatórias
para os dias atuais, mas elas merecem respeito, não pelas respostas, mas por considerarem importante
pensar sobre essas questões, ou seja, “fora da casinha”. Os gregos são os verdadeiros predecessores
da Ciência moderna.
Para o filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), o Universo era finito, isto é, existia
somente em uma região limitada do espaço. Esse “lugar” onde tudo ocorria deveria ter uma forma
esférica, como uma bola. No entanto, diferentemente de uma bola, que dentro tem somente ar, nosso
Universo, para Aristóteles era formado por uma série de esferas cristalinas concêntricas como uma
cebola, que é formada de várias camadas.
No centro do Universo estava nosso planeta Terra, que sempre permanecia parado.
Considerando que a Terra é o centro de tudo, a primeira camada que a envolve é a esfera lunar, onde,
como o nome indica, estava situada a Lua. Em seguida vinha a esfera do planeta Mercúrio. Na terceira
camada, Vênus, e na quarta, o Sol. Somente na quinta, sexta e sétima viriam, respectivamente, Marte,
Júpiter e Saturno. As últimas esferas seriam o local das estrelas fixas, que tinham esse nome por
parecerem estar sempre no mesmo lugar em relação à Terra. É importante lembrar que os planetas Urano
e Netuno não haviam sido descobertos nessa época.
O movimento de cada planeta e o do Sol era explicado pelo giro de cada uma das camadas
que compõem o céu. Nesse caso, os planetas estariam presos às esferas, consideradas rígidas e
constituídas de um material cristalino. Isto é importante, pois é muito diferente do que sabemos
atualmente. Hoje consideramos que um corpo pode movimentar-se livremente pelo espaço. No entanto,
para Aristóteles, isso não era possível. Cada objeto celeste estava preso em um ponto determinado da
camada esférica, fazendo que toda ela tivesse de girar para provocar seu movimento, como ocorre
quando uma pessoa brinca em um carrossel. Por isso cada planeta deveria ocupar uma camada diferente,
pois já se sabia que cada um deles desenvolve uma velocidade diferente e, assim não poderia estar
girando na mesma esfera. Essa é uma versão mais simples do cosmos geocêntrico, que considera a
Terra como o centro do Universo.

A cosmologia moderna: o Big bang

Nos próximos parágrafos, faremos uma viagem ao passado do Universo, ou seja, voltaremos
através do tempo e, utilizando métodos da Ciência, observaremos o surgimento do planeta Terra, do
sistema solar, da Via Láctea e de todo restante.
Antes de iniciarmos nossa viagem, é interessante nos perguntarmos: como é possível, hoje,
formular uma teoria que explique o surgimento do Universo? A resposta pode ser bastante complexa, se
considerarmos os eventos que ocorreram há cerca de 14 bilhões de anos.
Assim como fizeram várias civilizações ao longo do tempo, a civilização ocidental também
buscou um início para o Universo. Várias foram as ideias lançadas. O ano de 1912 marcou a descoberta
da evidência observacional que originou a teoria do Big Bang. O pesquisador Vesto Melvin Slipher
verificou que algumas galáxias mostravam, em seus espectros, um desvio de linhas de absorção para a
região de menores frequências, ou seja, para a região do vermelho. Esse tipo de análise da luz recebe o
nome de espectroscopia, e com ela é possível verificar a velocidade da fonte emissora. Isso levou Slipher
a mergulhar em estudos por mais de 20 anos, observando mais de 41 galáxias. Ele demonstrou que a
maioria delas apresentava um deslocamento de suas linhas espectrais para o vermelho, chamado redshift
(desvio para o vermelho, em inglês). Isso significa que essas galáxias estavam se afastando em relação
à Terra.
Em 1929, Edwin Hubble estudou 24 galáxias e comprovou que, quanto maior a distância da
galáxia em relação à Terra, maior é o desvio para o vermelho, ou seja, maior era a velocidade de
afastamento. Essa constatação recebeu o nome de lei de Hubble.
Se pensarmos na nossa pergunta inicial sobre a origem do Universo, essa evidência foi muito
importante, pois a partir dela foi possível provar que as galáxias estão de fato se afastando de nós, então
é possível deduzir que as dimensões do Universo estão se tornando maiores, portanto, o Universo está
se expandindo. Essa é um fato fabuloso e nos diferencia dos demais povos mencionados acima. Para a
Ciência atual, nós habitamos um Universo dinâmico que cresce.

Você já tentou imaginar um Universo em expansão? Uma analogia interessante é compara o


Universo a um balão de festas. Usando um pincel atômico ou uma canetinha, faça pontinhos na
superfície desse balão pouco cheia. Em seguida continue inflando-a lentamente. O que acontece
com a distância entre os pontinhos?

É interessante pensar sobre o que aconteceu antes do balão começar a encher. O que aconteceu
com o Universo no início dessa expansão?

Imagine a seguinte situação: pense no universo que você conhece atualmente, a Terra, os
planetas a Lua, o Sol, estrelas e a Via Láctea e os outros bilhões de galáxias com todas suas estrelas e
comprima tudo isso em um único ponto, menor que uma cabeça de alfinete. Nesse caso esse ponto seria
muitíssimo quente, muitíssimo denso e não existiria tempo nem espaço. Não se sabe ao certo quais
seriam as condições física desse ponto, mas não haveria matéria como a conhecemos (os astrofísicos
chamam esse estado de singularidade). De repente, ocorre uma perturbação, uma grande explosão e
são criados o espaço e o tempo, e o conteúdo desse ponto passa a se expandir rapidamente. Com a
queda da temperatura, começam a se formar as primeiras partículas e a matéria do universo que
conhecemos hoje. Essa expansão é chamada atualmente de Big Bang.

O nome Big Bang nasceu na verdade de uma tentativa de chacota feita por um dos mais
emblemáticos opositores dessa teoria, o astrofísico Fred Hoyle, em um programa de rádio em 1950. Ele
acreditava que o Universo era estacionário, que, apesar de se expandir, sua densidade ficaria constante
com a formação da matéria a partir do vácuo. Infelizmente pra, o termo “pegou” e passou a ser muito
usado para nomear a teoria à qual ele tanto se opunha.
A teoria do big Bang tem três pilares de sustentação:
1. A expansão do Universo;
2. A nucleossíntese primordial, temo que os astrofísicos usam para designar a formação da
matéria;
3. A radiação cósmica de fundo (CBR em inglês), uma espécie de “eco” da grande quantidade
de energia liberada no início do Universo. Radiação captada na frequência de micro-ondas.

A expansão do Universo, como visto, foi detectada por Hubble, em 1929. Os trabalhos sobre a
nucleossíntese primordial, formação dos primeiros elementos químicos, foram principalmente de autoria
de George Gamow. Esse trabalho foi teórico e conseguiu descrever fisicamente o início do Universo a
partir das equações da Relatividade Geral. Nele, Gamow conseguiu prever a existência de um fundo de
radiação desde o início do Universo que, nos dias atuais, deveria se encontrar a determinada temperatura.
A verificação da existência dessa radiação de fundo (e a comprovação do valor de sua
temperatura) aconteceu de forma acidental. Em 1964, enquanto testavam uma nova antena, com o
objetivo de diminuir a interferência do ambiente, Arno Penzias e Robert Wilson acabaram detectando um
estranho sinal. Esse sinal parecia vir de todas as direções do espaço e tinha um sinal muito baixo. Depois
de considerarem várias hipóteses, até mesmo as fezes de pombos deixados nas antenas, foi
compreendido que esse sinal era uma radiação que vinha do espaço. Era uma radiação residual do
passado remoto do Universo da época em que este era muito quente e denso e que, nos dias de hoje,
após a expansão, se diluiu e permeia todo o espaço.
Com a evolução das tecnologias na fabricação de antenas e satélites, essa radiação continua
sendo medida com a mesma frequência e temperatura, independente da direção para onde se aponte
esses aparelhos. Isso prova que ela vem de todas as direções, ou seja, do início de tudo.

Os principais pesquisadores que contribuíram para a teoria do Big Bang: (1) Robert Wilson (1936 -) e Arno Penzias
(1933 -) e sua antena. (2) Edwin Hubble (1889 – 1953) ao telescópio e (3) George Gamow (1904 – 1968).
ESTADO DE SANTA CATARINA Data: ___/___/2024
E.E.M. PROFESSORA MARIA AMÁLIA CARDOSO
Disciplina: Física
Professor: Guto
Nome: __________________________________________________ turma: 1º ____

Questionário

Orientações para responderem o questionário:


 Leia com atenção cada uma das questões.

 Caso as respostas de algumas questões não sejam encontradas no texto, busquem-nas na


internet.

 As respostas NÃO DEVEM ser escritas no espaço entre as questões.

 Podem imprimir esse questionário e anexar as respostas ou entrega-las em uma folha separada.

 Não esqueçam de colocar o NOME e a TURMA.

 Bom trabalho!!!
_____________________________

1) Diga, com suas palavras, o que você entende por caos e cosmos.

2) Explique como acontece um eclipse solar e faça uma ilustração do fenômeno. Utilize seus
conhecimentos anteriores ou realize uma pesquisa em livros ou internet.

3) Qual evento astronômico coincide com as cheias do rio Nilo?

4) Qual era a importância das cheias do rio Nilo para a civilização egípcia?

5) Por que a representação egípcia do Universo tem pouca relação com o aspecto físico do céu?

6) Aristóteles afirmava que o céu era imutável e perfeito. Qual pode ser a origem desse pensamento?

7) No texto acima conhecemos um pouco sobre o Universo de Aristóteles. Veja se você consegue
encontrar dois problemas nessa representação de mundo, quando analisamos do ponto de vista
moderno.

8) Por que, no sistema de mundo da Aristóteles, a Terra estava no centro de tudo? Apresente uma
explicação pautada na sua observação do céu.

9) Os nomes dos planetas do Sistema Solar têm origem na mitologia greco-romana. Faça uma pesquisa
sobre seus nomes e construa uma tabela que relacione o nome e cada planeta ao deus
correspondente.

10) Faça uma breve pesquisa sobre o nascimento e morte de uma estrela.

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