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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................... 4
2 PLANEJAMENTO ................................................................................ 5
2
8.1 O desenvolvimento sustentável .................................................. 42
10 REFERÊNCIAs .............................................................................. 71
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 PLANEJAMENTO
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obra. Mesmo que as apreensões principais das empresas da construção civil sejam
a realização de prazos e orçamentos, se não houver um planejamento e controle da
produção hábil, torna-se muito difícil cumprir tais contratos, porque certamente as
condições previstas não ocorrerão (FILHO et al., 2004).
Todo resultado proveniente do sistema de planejamento e controle da
produção se transforma em conhecimento, quando é avaliado corretamente; de
outro modo, não proporciona o diagnóstico da verdadeira condição da produção
(FILHO et al., 2004).
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Isto porque as facilidades ou dificuldades encontradas pela obra no
cumprimento de determinados materiais, como, por exemplo, se os materiais são
de boa qualidade ou mais baratos que os similares, são informações e imputações
do setor de planejamento técnico. A perfeita coordenação do projeto arquitetônico
com outros projetos (cálculo estrutural, instalações, outros) também é pertinente do
planejamento. A responsabilidade na busca de novos materiais e serviços ligados
à economia nos custos são atribuições que o planejamento deve dividir com o setor
de arquitetura (GOLDMAN, 2004).
https://portogente.com.br
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obtido da execução da NBR 12721, antiga NB 140. Além disso, o planejamento
também fornece as previsões de gastos da construção em períodos de interesse e
as documentações técnicas necessárias ao pedido de financiamento (GOLDMAN,
2004).
• Orçamentos
• Cronogramas físico-financeiros
• NBR12721
• Controle cie materiais e serviços
• Controle de despesas de construção
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• Concorrências
• Previsões financeiras
• Projetos
• Gestão de contratos
• Relatórios gerenciais físico-financeiros (GOLDMAN, 2004).
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O planejamento é responsável pelo envio da documentação técnica, que
será vinculada ao dossiê entregue nas repartições competentes para que o
empreendimento seja concretizado. Entre outros, temos:
• Orçamento
• Cronograma físico-financeiro
• NBR 12721
• Especificações
• Cronograma detalhado (GOLDMAN, 2004).
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- O setor de planejamento deve montar um sistema interligado do tipo
Planejamento-Obra-Compra, de forma que os pedidos de materiais, feitos pelas
obras, sejam sempre conferidos pelo setor de planejamento, no sentido de serem
estritamente necessários para a execução, não admitindo assim perdas
desnecessárias que quase sempre afetam consideravelmente os custos das obras
(GOLDMAN, 2004).
https://unig.br/facet/engenharia-civil/
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complexo o mecanismo de planejamento e controle isolado, precisando de um
centralizador de todas as informações e dados das obras (GOLDMAN, 2004).
Segundo Goldman (2004) Vários são os dados das obras que devem ser
enviados ao planejamento, entre os quais:
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- Responsável pelo estudo de viabilidade técnico-econômica do
empreendimento
- Responsável pelo planejamento técnico-econômico das obras
- Responsável pelo controle técnico-econômico das obras em andamento
- Responsável pela obtenção e análise dos resultados técnico-econômicos
do empreendimento (GOLDMAN, 2004).
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- Que ao iniciar os estudos dos empreendimentos novos, primeiro
necessitamos fazer a sua viabilidade técnico-econômica. Se a resposta a essa
viabilidade for não, trataremos de procurar novos empreendimentos. Caso contrário,
seguiremos para a etapa seguinte (GOLDMAN, 2004).
- Uma vez caracterizada a viabilidade técnico-econômica do
empreendimento, parte-se para o planejamento propriamente dito. É nesta fase que
toda a programação físico-financeira do empreendimento deve ser produzida e não
deve considerar esta fase como perda de tempo. Ao contrário, em geral um
empreendimento bem esquematizado leva menos tempo de execução do que
quando não o é. Além disso, nesta fase se verificam de maneira mais detalhada as
informações financeiras elaboradas na fase de viabilidade. É bom recordar que
nunca é tarde para avaliar um mal que pode ser impedido, ou seja, caso as
informações inviabilizem uma análise feita anteriormente, ainda existe tempo de
impedir que um empreendimento seja malsucedido (GOLDMAN, 2004).
Em geral, o planejamento deve ser todo aprontado antes de a obra ser
estreada, o que ainda não ocorre na prática das construções de hoje.
- A fase de controle de empreendimento dá-se no momento da sua
execução. A qualidade deste controle está inteiramente ligada à qualidade do
planejamento antecipadamente preparado e à qualidade do acompanhamento
físico-financeiro do empreendimento. Quanto melhor a organização da empresa e
da obra, maior a probabilidade de as informações estarem certas, possibilitando um
bom controle. Nesta fase da obra não se faz apenas controle. O controle é feito para
propiciar, neste mesmo período, um planejamento de curto prazo para alcance de
resultados, para que, nos casos de correções, estas possam ser realizadas ainda
durante os serviços em andamento e não pura e simplesmente para constatar uma
deficiência já ocorrida (GOLDMAN, 2004).
- Os resultados são obtidos por meio de comparação e avaliação das
previsões e estudos do planejamento com as informações adquiridas do controle do
empreendimento. Estes resultados são obtidos tanto durante a execução da obra
como após o seu término. Destes resultados, voltaremos às outras fases de novos
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empreendimentos, para atualizar e aperfeiçoar os níveis do trabalho delas,
formando assim a retroalimentação do sistema (GOLDMAN, 2004).
Dados
- Projeto arquitetônico
- Especificações técnicas e de acabamento da obra
- Prazo da obra (GOLDMAN, 2004).
Obter
-Viabilidade do empreendimento (GOLDMAN, 2004).
Setores Envolvidos
- Vendas: Valor do terreno Valor de venda dos imóveis Despesas com
promoções
- Financeiro: Despesas financeiras (financiamento ou recurso próprio) –
- Arquitetura: Estudos preliminares (GOLDMAN, 2004).
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do mercado comprador e vendedor, entre outros aspectos, este setor proverá para
a viabilidade:
-Valor de terreno - Pode ser obtido diretamente com proprietários que
tenham interesse na venda, através de um custo médio por m 2 de terreno
(valores estimativos) e empresas imobiliárias especializadas.
-Valor de venda dos imóveis - Pode ser obtido através de vendas de
imóveis semelhantes, em regiões próximas ao local em estudo, através de
anúncios publicados nos meios de comunicação, por estimativas do
custo/m2 de área útil da unidade, entre outros.
- Despesas com promoções - Em função da política promocional da
empresa ou através de percentual do volume geral de vendas, cobrado
pelas empresas especializadas (GOLDMAN, 2004).
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o projeto arquitetônico delineado. Sucede que por questões de negociações nem
sempre é possível aguardar que o projeto esteja finalizado, e por isso mesmo a
viabilidade é feita de maneira "estimativa" (GOLDMAN, 2004).
Um componente que hoje é também essencial a uma adequada viabilidade
e que não se pode deixar de levar em conta é o prazo da obra. Considerando que
o prazo é um pouco limitado pelo prazo da execução técnica, não é prejudicial
lembrar que suas alterações implicam alterações diretas e indiretas nos custos de
construção e despesas financeiras. (GOLDMAN, 2004).
A sua importância aumenta eleva mais, com acréscimo real dos gastos da
mão-de-obra e seus respectivos encargos sociais.
https://br.pinterest.com
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Seja uma edificação multifamiliar, composta por dez apartamentos com
sala, três quartos, resultando uma área equivalente de construção de 1.600 m². O
padrão de acabamento do empreendimento é normal, tendo um custo/m2 de área
equivalente de construção da ordem de RS 900,00/m2 em setembro de 2003
(GOLDMAN, 2004).
A área do terreno tem 400,00 m 2 e o valor por metro quadrado do terreno
é de R$ 600,00/m² (GOLDMAN, 2004).
As despesas financeiras, considerando o prazo da construção, são de 8%.
O valor da vencia de cada apartamento corresponde a R$ 270.000,00 (GOLDMAN,
2004).
Os custos com promoção de vendas correspondem a 5% do valor geral de
vendas.
Pede-se:
1 - Calcular o lucro do empreendimento
2 - Calcular em porcentagem o lucro do empreendimento em relação às
despesas da mesma
3 - Calcular o índice que representa o lucro em relação ao valor do terreno
4 - Calcular em porcentagem o lucro do empreendimento em relação à
receita da mesma (GOLDMAN, 2004).
Solução:
A - Receitas:
- Quantidade: dez apartamentos
-Valor venal: R$ 270.000,00 por apartamento
- Receita total: 10 x R$ 270.000,00 = R$ 2.700.000,00 (GOLDMAN, 2004).
B - Despesas:
B.1 - Terreno:
- Área do terreno: 400 m2
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-Valor do terreno por metro quadrado de sua área: R$ 600,00/m²
Valor do terreno: R$ 600/m2 x 400 m2 = R$ 240.000,00 (GOLDMAN, 2004).
B.2 - Construção:
- Área total equivalente de construção: 1.600 m²
- Custo por metro quadrado de área equivalente de construção: R$ 900,00/m²
- Custo da construção: 1.600 m2 x R$ 900,00/m2 = R$ 1.440.000,00 (GOLDMAN,
2004).
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3 - índice do lucro em relação ao valor do terreno: (Lucro/terreno) x 100 =
(769.800,00/240.000,00) x 100 = 320,75%
4 - Percentagem do lucro em relação à receita total: (Lucro/Receita) x 100
= (769.800,00/2.700.000,00) x 100 = 28,51 % (GOLDMAN, 2004).
Nota:
http://www.compactoengenharia.com.br
Dados
- Projeto arquitetônico completo
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- Projeto de cálculo estrutural completo (inclusive fundações especiais)
- Projeto de instalações completas (inclusive os especiais)
- Especificações técnicas e de acabamentos da obra (GOLDMAN, 2004).
Obter
- Quadros de áreas para fins de registro de imóveis (NBR 12721) e rateio
das frações ideais
- Orçamento detalhado da obra
- Cronograma físico-financeiro da obra
- Cronograma detalhado da obra
- Relatórios para acompanhamento físico-financeiro (GOLDMAN, 2004).
Setores Envolvidos
- Arquitetura e Projetos
- Engenharia de Produção
- Jurídico
- Compras
- Contabilidade
- Financeiro (GOLDMAN, 2004).
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- Projeto de instalações
- Projetos especial (GOLDMAN, 2004).
c) Setor Jurídico
O departamento de planejamento, nesta fase, providencia os subsídios e
materiais técnicos necessários ao processamento jurídico do empreendimento, tais
como a NBR 12721 (antiga NB 140), quando da elaboração do memorial de
incorporação, o valor do custo da construção e o prazo da obra, entre outros
(GOLDMAN, 2004).
d) Setor de Compras
Nesta etapa de planejamento do empreendimento, o departamento de
compras aprovisiona o seu cadastro de preços atualizados, assim como o histórico
das propostas fechadas para subsídios ao planejamento na preparação do
orçamento detalhado da obra. Além disso, pode alertar contra alguma especificação
de material, sistema de serviço ou subempreitada aplicados anteriormente,
insatisfatório em termos de compra (GOLDMAN, 2004).
e) Setor Contábil
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Nesta fase, o setor de planejamento prepara o setor contábil para que na
fase posterior, que é a de controle, este tenha um bom desempenho quanto às
informações contábeis (GOLDMAN, 2004).
f) Setor Financeiro
É um departamento muito relevante do ponto de vista gerencial, que várias
vezes não recebe o devido valor por parte dos técnicos. A sua relevância é devida
à política cia empresa, já que o empresário, normalmente, procura preservar apenas
o capital necessário ao bom cumprimento de seus compromissos financeiros.
Reservar mais que o necessário é perder dinheiro, assim como poupar menos
compromete a concretização dos compromissos, podendo levar a graves
consequências. Com isso, podemos ter a noção da relevância e da
responsabilidade da preparação de um orçamento do custo da construção e,
consequentemente, de uma previsão financeira realista à política financeira da
empresa (GOLDMAN, 2004).
Conclusão:
Esta fase de planejamento procura canalizar o máximo de informações dos
mais variados setores da empresa, a fim de que o planejamento da obra leve em
conta todos as minúcias pertinentes. Podemos citar como relatórios mais
importantes nesta fase:
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- Relatórios de acompanhamento físico-financeiro.
- Documentação técnica para obtenção de financiamento (GOLDMAN,
2004).
https://constructapp.io
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considerado são as possíveis alterações motivadas, seja pela necessidade de
diminuição de gastos, seja pela melhoria do padrão da obra para facilitar a venda
do empreendimento (GOLDMAN, 2004).
O departamento financeiro precisará ser alimentado das informações de
previsão, periodicamente, a fim de não consentir distorções grandes em previsões
de médio e longo prazo. Às vezes ocorre o contrário, ou seja, por questões de ordem
financeira, a obra poderá diminuir o seu ritmo ou até mesmo aumentá-lo, caso seja
de interesse da política da empresa naquele determinado momento. As previsões
financeiras, em geral, são divididas em duas partes:
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de contas permitirá que tanto a contabilidade quanto o planejamento chequem
valores de um mesmo insumo ou serviço (GOLDMAN, 2004).
Ao departamento de compras, o setor de planejamento interage nesta fase
de maneira dinâmica. Praticamente todas as compras e contratos devem
anteriormente ter o apoio do departamento de planejamento, a fim de não permitir
deformações de ordem quantitativa e financeira (GOLDMAN, 2004).
Uma vez realizadas as compras e contratos, o planejamento necessitará
emitir seu parecer em nível de relatório gerencial, avaliando a performance
(vantagens e desvantagens) dos contratos fechados. Assim sendo, cabe ao setor
de planejamento cumprir o papel de assessor técnico e de controlador com a
finalidade de não permitir grandes deformações em relação às previsões
(GOLDMAN, 2004).
Características parecidos ao inter-relacionamento com o departamento de
compras sucedem com o setor de produção. Ao mesmo tempo em que o
departamento de planejamento assessora, ele controla. É por parte da obra que o
planejamento ganhará quase todas as informações de ordem quantitativa dos
insumos (materiais, mão de-obra e equipamentos). Isto se acontecerá através de
planilhas de apropriação preenchidas na obra, através de supervisão e orientação
de profissionais do planejamento. É importante alertar para o perfeito
preenchimento das informações, a fim de que as avaliações sejam precisas e
confiáveis. Mais uma vez entra em cena o plano de contas de construção para
permitir informações bem definidas, tornando possível a mesma linguagem à
empresa. Assim, o planejamento deve, sempre que possível, devolver as análises
em curto prazo para que, nos casos de deformações indesejáveis, estas possam
ser sanadas em tempo, propiciando o mínimo de prejuízo (GOLDMAN, 2004).
Exemplo 1:
Setor de Planejamento - Setor de produção
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Tabela 1: Análise de execução de Alvenaria de barro 1/2 vez
(GOLDMAN, 2004).
Obra Planejamento
Produtividade
Exemplo 2:
Setor de planejamento - Setor de compras
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Previsão: 20 apartamentos x RS 5.000,00/apartamento = RS 100.000,00
Melhor proposta: RS 90.000,00, correspondente a R$ 4.500,00 por apartamento
(GOLDMAN, 2004).
Relatórios gerenciais
4ª fase – Resultados
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Com todas estas informações, comparadas e analisadas com as
preestabelecidas na fase de planejamento, podemos emitir pareceres que sairão
sob a forma de "relatórios gerenciais". Estes relatórios são de grande valor para os
setores técnicos e, sobretudo, para a diretoria, já que em linhas gerais eles traçam
um retrato físicofinanceiro da obra (GOLDMAN, 2004).
Quando os relatórios forem preparados somente para serviços específicos,
eles podem ser feitos em curtíssimo prazo (ex.: semana). Quando avaliados todos
os serviços da obra, são elaborados mensalmente ou em períodos maiores de
tempo (GOLDMAN, 2004).
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sendo cada projeto com um número superior a 1 milhão de homem-hora (LAUFER;
TENAH,1985 apud MARTINS, 2012).
Nas atividades da construção pesada, de acordo com o Estudo Setorial da
Construção Civil, efetivado pelo SENAI (1995) apud Martins (2012), estão
abarcadas as construções de infraestrutura, urbanas e industriais; obras estruturais
e de saneamento básico; barragens e usinas geradoras de energia, dentre outras.
Segundo a Pesquisa Anual da Indústria da Construção de 2008, obras de
infraestrutura são qualificadas pela presença de médias e grandes empresas. As
construções pesadas são qualificadas por vários tipos de construção, os quais
abrangem as obras de infraestrutura – autoestradas, vias urbanas, pontes, túneis,
ferrovias, metrôs, pistas de aeroportos, portos e projetos de abastecimento de
água, sistemas de irrigação, sistemas de esgoto, instalações industriais, redes de
transporte por dutos (gasodutos, minerodutos, oleodutos) e linhas de eletricidade,
instalações esportivas –, além das construções de estruturas pré-fabricadas in loco
para fins múltiplos, de natureza permanente ou temporária, exceto edifícios (IBGE,
2008 apud MARTINS, 2012).
No domínio geral, cada obra de construção civil pode ser decidida como um
projeto, por tratar-se de um esforço temporário empreendido para criar um produto,
serviço ou resultado exclusivo (PMI, 2008), e seu gerenciamento pode ser
conseguido com base na aplicação e integração de cinco grupos de processos,
sendo eles: iniciação; planejamento; execução; monitoramento e controle; e
encerramento, no qual existem definições e escolhas significativas para o
gerenciamento da obra (MARTINS, 2012).
6 A CONSTRUÇÃO CIVIL
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segmentos fornecedores de matérias-primas e equipamentos para a construção e
dos setores de serviços e distribuição ligados à construção. Por meio deste conceito
é aceitável avaliar os efeitos multiplicadores setoriais da indústria de construção
sobre o processo de produção, sua grande capacidade de realização de
investimentos, o seu potencial de criação de empregos (diretos e indiretos), além
de seus efeitos benéficos sobre a balança comercial e sobre o nível de inflação
(CBIC, 1998 apud MARTINS, 2012).
Ainda que o macrossetor da construção civil componha-se por vários
segmentos, a construção em si possui maior relevância na cadeia produtiva, se
considerada sua representatividade de 65% na composição da cadeia produtiva e
o fato dela ser a principal consumidora dos demais materiais e serviços
componentes desta cadeia, conforme pode ser observado no Gráfico 1 do banco
de dados do (CBIC, 2010 apud MARTINS, 2012).
Serviços
6%
Máquinas e
equipamentos
para a Construção
2%
Outros
fornecedores
4%
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A relevância desse macrossetor pode ser retratada em números, e sua
participação no Produto Interno Bruto da economia pode ser analisada na Tabela
2.
Tabela 2 – Participação (%) do PIB da construção civil no PIB total do Brasil
– 2000-2010
Ano
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fonte: IBGE (2010).
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multiplicadores sobre os demais setores de atividade, em que o índice de
encadeamento da construção ocupa o 4º lugar no ranking da economia nacional e
o setor construtor move cerca de R$ 48 bilhões no seu encadeamento para frente
(CBIC, 1998 apud MARTINS, 2012).
Em 2009, os custos com produtos da construção somaram R$ 244 bilhões.
Isso significa que o total de investimentos alcançados no país em estradas,
aeroportos, redes de esgoto, por fim, em toda a infraestrutura, avaliadas como
obras de grande porte, e mais em escolas, hospitais, casas e edifícios residenciais
e comerciais, indústrias, obras de manutenção e reformas, atingiu 46,4% do total
do investimento realizado no país, ou 9,2% do PIB brasileiro no ano de 2009
(CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
O PIB, mede toda riqueza gerada por uma economia em um período. Assim,
o aumento do valor do PIB é interpretada como crescimento econômico. Porém, tal
crescimento não garante desenvolvimento. Desenvolvimento econômico é um
conceito maior, que além do crescimento do produto interno, está conexo ao nível
de desigualdade e de bem-estar da população, como o Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) (OLIVEIRA; MATA; CUNHA, 2011 apud MARTINS, 2012).
O conceito de Desenvolvimento Humano, que é a embasamento do conceito
do IDH, parte do pressuposto de que para aferir o progresso na qualidade de vida
de uma população é necessário ir além do viés puramente econômico e considerar
três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, saúde e educação
(PNUD, 2012 apud MARTINS, 2012).
A renda, saúde e educação são os três pilares que constituem o IDH, e, hoje
em dia, são mensurados da seguinte forma: o padrão de vida (renda) é medido pela
Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, uma vida longa e saudável (saúde) é
medida pela expectativa de vida e o acesso a educação é medido pela média de
anos de educação de adultos, que é o número médio de anos de educação
recebidos durante a vida por pessoas a partir de 25 anos; e pela expectativa de
anos de escolaridade para crianças na idade de começar a vida escolar, que é o
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número total de anos de escolaridade que um criança na idade de começar a vida
escolar pode esperar receber se os padrões prevalecentes de taxas de matrículas
específicas por idade permanecerem os mesmos durante a vida da criança (PNUD,
2012 apud MARTINS, 2012).
A meta da criação do IDH foi o de proprocionar um contraponto a outro
indicador muito usado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que avalia somente
a extensão econômica do desenvolvimento. Ele aspira ser uma medida geral,
sintética, do desenvolvimento humano. Apesar de expandir a perspectiva sobre o
desenvolvimento humano, o IDH não amplia todos os aspectos de desenvolvimento
e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem sugere "o melhor
lugar no mundo para se viver" (PNUD, 2012 apud MARTINS, 2012).
Na Ciência Econômica, o PIB é tido como um indicador de desempenho
econômico. É válido refletir a relevância dada ao PIB para a mensuração do
crescimento de um país ou localidade. Diante do crescimento do PIB, diz-se que a
economia está aquecida. As implicações diretas são o aumento dos postos de
trabalho com diminuição da taxa de desemprego e ascensão do poder de compra.
Por outro lado, nota-se também a tendência de aumento da taxa de inflação. No
final das contas, o crescimento do PIB é interpretado como algo positivo e
altamente desejável (OLIVEIRA; MATA; CUNHA, 2011 apud MARTINS, 2012).
Com todos os investimentos realizados no país, a despesa em produtos da
construção por habitante chegou a R$ 1.276,06. Por sua vez, as remunerações do
trabalho alcançaram R$ 93,9 bilhões, ou 42% da renda criada na cadeia da
construção civil. O excedente operacional bruto, que é um valor residual da renda
que contabiliza a remuneração do capital (juros, lucros e aluguéis), foi, em 2009,
de R$ 128,2 bilhões (CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
Vale destacar a potência do setor da construção na geração de empregos na
economia. No que se refere ao emprego, chegou-se a um número histórico, uma
vez que as atividades da cadeia da construção ocuparam 10 milhões de pessoas
em todo o país. (CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
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A grande parcela da renda da cadeia da construção – 61%, ou R$ 137, 378
bilhões, em 2009 – foi causada no setor da construção, formado pelos segmentos
de autogestão e autoconstrução e pelas construtoras que executam obras ou fases
das obras de engenharia. É esse segmento que gera o ritmo de atividade dos
demais elos da cadeia. Por ser muito intenso em mão de obra, o departamento da
construção respondeu pela maior parcela de ocupados na cadeia, 69%, ou 6,9
milhões, como mostra o Gráfico 2 (CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
Outros
fornecedores; 11%
Serviços; 5%
Comércio de
materiais; 8%
Indústria de
materiais; 7%
Construção; 69%
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que não deve ser compreendida como perda de poder aquisitivo, mas sim como
decorrência do reajuste de 12,6% do valor do salário mínimo, que obteve ganho
real de 7,9% entre esses dois anos (IBGE, 2009 apud MARTINS, 2012).
Conforme pode ser observado na Tabela 3, as empresas de construção
concretizaram incorporações, obras e serviços no valor de R$ 199,5 bilhões,
registrando ampliação na comparação com o ano anterior. Excluindo-se as
incorporações, o valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 193,7 bilhões,
sendo, deste montante, R$ 85,5 bilhões vindos das obras contratadas por entidades
públicas, que representaram 44,1% do total das construções, participação
ligeiramente maior do que a verificada em 2008 (43,2%), e a receita operacional
líquida progrediu entre 2008, com R$ 154,6 bilhões, e 2009, R$ 189,0 bilhões
(IBGE, 2009 apud MARTINS, 2012).
2008
57 1.806 25.718 38.725 132.830 163.109 158.693 68.607 154.597
2009
64 2.048 31.847 48.288 159.171 199.547 193.747 85.490 189.031
Fonte: IBGE (2009).
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20,503 bilhões, ou 9,1% do total gerado na cadeia (CADERNO, 2010 apud
MARTINS, 2012).
As atividades de prestação de serviços, que abrangem a incorporação, a
compra e a venda de imóveis, o aluguel de máquinas e equipamentos e os serviços
técnicos profissionais, como os de projetos de engenharia e arquitetura, produziram
R$ 17,4 bilhões, ou 7,7% do PIB da cadeia, e foram responsáveis por 5% dos
ocupados, ou 505 mil pessoas. Esses dados podem ser analisados na Tabela 4
(CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
Elos de produção
Indústria
Outros elos Construção Total da Cadeia
(A) de máquinas e de materiais Civil (D) (A+B+C+D)
equipamentos (B) (C)
Valos adicionado, PIB 41.667 4.859 40.393 137.378 224.297
Remunerações 24.371 2.290 15.253 51.967 93.881
Excedente operacional bruto e rendimento misto bruto 16.314 2.508 24.434 84.901 128.157
Outros impostos sobre a produção e subsídios 982 61 706 510 2.259
Consumo intermediário 59.463 7.670 53.812 106.987 227.932
Valor da produção 101.131 12.529 94.204 244.365 452.229
Fator trabalho (ocupações) 2.413.789 46.355 615.715 6.942.644 10.018.503
Fonte: IBGE (2010).
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perfeitamente compatíveis com a taxa média da inflação brasileira (CBIC, 1998
apud MARTINS, 2012).
A atividade empresarial da construção foi influenciada de forma positiva um
conjunto de fatores diretamente relacionados com a dinâmica do setor, tais como:
crescimento da renda familiar e do emprego; acréscimo no consumo das famílias;
aumento do crédito; maior oferta de crédito imobiliário; crescimento nos
desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES); expansão das obras realizadas pelo Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), que estimularam sobretudo as obras de infraestrutura; e a
redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de vários materiais de
construção (IBGE, 2009 apud MARTINS, 2012).
Os números de 2009 são decorrências de um ciclo de crescimento
principiado em 2005 e que conseguiu seu auge em 2008. A crise financeira
internacional teve, em 2009, reflexos significativos no desempenho de toda a
cadeia, mas não mudou a trajetória de longo prazo. Entre 2005 e 2009, os
investimentos em construção passaram de R$ 167,7 bilhões para R$ 244,4 bilhões,
um crescimento acumulado de 46% (10,3% ao ano), o que representou um
aumento de 5,2% acima do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-
DI). O PIB da cadeia produtiva, por sua vez, cresceu 48,5% nesse período, e as
atividades da construção cresceram ainda mais: 52,3%, ou 18,2% acima do índice
Nacional de Custo da Construção (INCC) (CADERNO, 2010 apud MARTINS,
2012).
O crescimento expressivo da cadeia traduziu-se em mais postos de trabalho:
entre 2005 e 2009, foi gerado 1,46 milhão de novos empregos. O setor da
construção, por ser um dos mais intensivos em mão de obra, respondeu por 73%
desse total. É importante analisar que o crescimento da ocupação se deu com um
forte movimento de formalização das atividades, o que se refletiu no avanço
expressivo do número de empregados com carteira de trabalho. De dezembro de
2005 a dezembro de 2009, o emprego com carteira no setor da construção registrou
crescimento de 45%, ou 10% ao ano (CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
38
A crise financeira internacional, que teve seu momento mais crítico em
setembro de 2008, não mudou o sentido do movimento estreado em 2005, gerando
apenas uma redução no ritmo de crescimento. Nesse momento, a cadeia participou
ativamente na política anticíclica criada para recuperar a rota do crescimento de
toda a economia. Assim, a criação do Programa Minha Casa Minha Vida, que veio
a se somar ao Programa de Aceleração do Crescimento, e a desoneração de uma
cesta de materiais de construção colaboraram efetivamente para a geração de
renda e emprego na economia (CADERNO, 2010 apud MARTINS, 2012).
Em 2009, as atividades da construção foram responsáveis pela criação de
154 mil postos de trabalho formais. Enquanto o PIB da economia permaneceu
estagnado, praticamente no mesmo patamar de 2008, o setor da construção
apresentou crescimento de 3,8 pontos percentuais acima do INCC. Mesmo assim
alguns elos da cadeia, como a indústria e o comércio, registraram forte retração no
ano. Enquanto no comércio varejista houve declínio de 3,43% nas vendas, na
indústria o faturamento real ofereceu queda de 12% (CADERNO, 2010 apud
MARTINS, 2012).
Assim sendo, concluímos que a indústria da construção nacional estimula a
grande maioria dos segmentos produtivos e funciona como força motriz para o
desenvolvimento sustentado do país (MARTINS, 2012)
Contudo, o construbusiness apresenta relevantes choques ambientais em
todas as fases do seu processo: extração de matérias-primas, produção de
materiais, construção, uso e demolição. Esses grandes impactos provêm de
distintos fatores, entre os quais o enorme peso do macrossetor da construção civil
na economia, conforme citado anteriormente. Ele é um dos maiores consumidores
de matérias-primas naturais e de enormes quantidades de materiais com
expressivo conteúdo energético, que precisam ser transportados a grandes
distâncias (CARNEIRO et al, 2001 apud MARTINS, 2012).
As atividades de produção de matérias-primas, de canteiro e até mesmo de
manutenção e demolição produzem impactos ambientais como resíduos, ruído,
39
poeira, além dos poluentes industriais. De acordo com a história, a atividade
construtora sempre se distinguiu como grande causadora de resíduos e também
como potencial consumidora dos resíduos produzidos por ela mesma ou por outras
atividades humanas de transformação. As características dos resíduos removidos
de obras ou recebidos de pequenos coletores mostram uma grande predominância
da fração mineral, viabilizadora da introdução de processos sustentáveis, como a
reciclagem (CARNEIRO et al, 2001 apud MARTINS, 2012).
O macrossetor da indústria da construção civil é o fundamental causador de
resíduos da economia. De forma geral, estima-se que ele seja responsável por
cerca de 40% dos resíduos provocados na economia. Segundo Carneiro et al
(2001) Martins (2012), a redução do impacto ambiental da construção civil é tarefa
complexa, tornando-se imprescindível agir em várias frentes de maneira combinada
e simultânea:
a) Minimizar o consumo de recursos (conservar);
b) Maximizar a reutilização de recursos (reutilizar materiais e componentes);
c) Usar recursos renováveis ou recicláveis (renovar / reciclar);
d) Proteger o meio ambiente (proteção da natureza);
e) Criar um ambiente saudável e não tóxico (utilizar não tóxicos);
f) Buscar a qualidade na criação do ambiente construído (aumentar a
qualidade).
40
Os RCC (Resíduos da Construção Civil) mostram um grave problema em
muitas cidades brasileiras. Por um lado, a disposição irregular destes resíduos
pode determinar problemas de ordem estética, ambiental e de saúde pública. Por
outro lado, eles representam um problema que sobrecarrega os sistemas de
limpeza pública municipais, visto que, no Brasil, os RCC podem representar de
50% a 70% da massa dos resíduos sólidos urbanos – RSUs (BRASIL, 2005b apud
FERNANDEZ, 2012).
De forma geral, os RCC são vistos como resíduos de baixa periculosidade,
sendo o impacto causado, especialmente, pelo grande volume gerado. Entretanto,
nestes resíduos também são descobertos materiais orgânicos, produtos perigosos
e embalagens diversas que podem acumular água e favorecer a proliferação de
insetos e de outros vetores de doenças (Karpinsk et al., 2009 apud FERNANDEZ,
2012).
Segundo Pucci (2006), historicamente o manejo dos RCC esteve a cargo
do poder público, que encarava o problema de limpeza e recolhimento dos RCC
depositados em locais inapropriados, como áreas públicas, canteiros, ruas, praças
e margens de rios (PUCCI, 2006 apud FERNANDEZ, 2012).
Em 2002, a Resolução no 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
Conama (Brasil, 2002), modificada pela Resolução no 348 de 2004 (Brasil, 2004),
decidiu que o gerador seria o responsável pelo gerenciamento desses resíduos.
Esta determinação representou um avanço legal e técnico, colocando
responsabilidades aos geradores, tais como a segregação dos resíduos em
distintas classes e o seu encaminhamento para reciclagem e disposição final
adequada (FERNANDEZ, 2012).
Ao mesmo tempo, a resolução estabeleceu que as áreas destinadas para
essas finalidades devem passar pelo processo de licenciamento ambiental e ser
fiscalizadas pelos órgãos ambientais competentes (FERNANDEZ, 2012).
41
8 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A CONTRUÇÃO CIVIL
42
▪ ajuda para os muito pobres, porque eles não têm alternativa a não ser
destruir o meio ambiente;
▪ a ideia do desenvolvimento auto-sustentado, dentro dos limites dos
recursos naturais;
▪ a ideia do desenvolvimento com custo real, usando critérios
econômicos não tradicionais;
▪ a noção de necessidades de ações centradas nas pessoas.
43
▪ Crescimento renovável;
Meio ambiente
44
Aspectos e impactos ambientais
45
Atividades Meio Físico
realizadas Aspectos Impactos
Meio Biótico
nos canteiros ambientais ambientais
de obras Meio Antrópico
46
Cadeia Produtiva da Construção Civil - 8,5%
Máquinas e
Indústria
equipamentos Indústria da Serviços e
de Outros
para Construção outros
Materiais fornecedores
construção
5,2% 1,17%
0,2% 1,57% 0,4%
Outros Máquinas e
fornecedores; equipamentos
Serviços4e,70% ; 2 ,30% Indústria da Construção
outros;
13 ,80%
Indústria de materiais
Serviços e outros
Indústria de
materiais; Indústria da
Construção; Outros fornecedores
18 ,50%
60 ,70%
Máquinas e
equipamentos
47
Outros Máquinas e
fornecedores; equipamentos; Indústria da Construção
10 ,50% 0 ,50%
Indústria da
Construção; Outros fornecedores
68 ,40%
Indústria de
materiais; Máquinas e
6,30% equipamentos
48
Tabela 5 - Tabela resumo comparativa entre os agentes da Cadeia Produtiva da
Construção
Civil. Fonte: ABRAMAT (2008).
Por fim, é mostrado o avanço do setor nos últimos anos. O Gráfico 5 exibe
a variação anual PIB da economia brasileira e da Cadeia Produtiva da Construção
Civil, sugerindo um crescimento da última em 21,7% entre 2004 e 2007, com
índices acima da economia brasileira nos anos de 2004, 2006 e 2007.
Ressaltando que os dados de 2007 são apenas projeções, e não os índices reais.
Já, o Gráfico 6 exibe a variação do número de empregos formais na Cadeia
Produtiva da Construção Civil, com crescimento de 37% ente 2004 e 2007.
49
10,00%
7,90%
8,00%
6,60%
6,00%
4,60%
4,00% Economia
2,00% Construção
1,20%
0,00%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
‐2,00%
‐2,10% ‐2,20%
‐4,00% ‐3,30%
9 CANTEIRO DE OBRA
50
mas ele deve ser encarado como o cartão de visitas de uma construção. Imagine a
impressão do seu cliente ou do seu chefe em ver o canteiro de obras, do qual você
é responsável, ajeitado e bem estruturado. Isso trará uma ótima primeira impressão
sobre a obra e melhorará seu relacionamento com eles. Além disso, um canteiro de
obras limpo e organizado facilita muito a execução da obra, deixando- -a mais
dinâmica e em harmonia com o meio ambiente local. Acima de tudo, sua
organização é primordial no aumento da eficiência e da produtividade da obra,
diminuindo, consequentemente, o número de acidentes de trabalho.
Neste capítulo, você vai aprender pontos essenciais para uma boa gestão
de canteiro de obra. Primeiramente, você vai saber o que é um canteiro de obras e
identificar os tipos de canteiros existentes e suas características. Em seguida, você
vai ver que existem muitos projetos dentro da mesma obra e que é essencial
conhecê-los e compatibilizá-los. Você conhecerá também uma maneira simples e
muito útil de observar os projetos que serão executados na sua obra, a estrutura
analítica do projeto (EAP). Por último, você vai entender as principais medidas de
administração e organização dos materiais e equipamentos em um canteiro de
obras. Vai aprender as localizações mais indicadas para cada tipo de material e
equipamento, a melhor maneira de estocá-lo, as medidas de segurança para evitar
acidentes e a importância do planejamento do layout de um canteiro obras.
51
indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência
(ASSOCIAÇÃO..., 1991). Você pode entender o canteiro de obra como o local que
gera uma determinada construção. Ele nada mais é do que uma fábrica,
trabalhando para construir seu produto final: a obra.
Segundo Illingworth (2000), os canteiros de obra podem ser classificados
em três diferentes tipos, descritos a seguir.
Restritos: é quando a construção ocupa todo o terreno, ou boa parte dele,
e a obra tem acessos restritos. Exemplos desse tipo de canteiros são obras em
áreas centrais de grandes cidades, ampliações e reformas.
Amplos: é quando a construção ocupa uma parcela relativamente pequena
do terreno da obra. Nos canteiros amplos, há disponibilidade de acesso de veículos
e há espaço para o armazenamento de materiais e o alojamento de pessoas. Alguns
exemplos desse tipo de canteiro são construções de conjuntos habitacionais
horizontais, de plantas industriais, de barragens, de usinas hidrelétricas e outras
construções de grande porte.
Longos e estreitos: são canteiros restringidos por uma de suas
dimensões, com o acesso limitado a poucos pontos do terreno. Exemplos de
canteiros longos e estreitos são rodovias, estradas de ferro, redes de gás e petróleo
e algumas construções de prédios em terrenos estreitos.
Veja a seguir duas dicas para o planejamento de canteiros restritos
fornecidas por Illingworth (2000).
▪ Começar pela fronteira mais difícil: executar os serviços das divisas
mais problemáticas antes do resto da obra evita que se tenha que acessar essa
divisa nas fases posteriores de execução da obra, em que outros fatores podem
dificultar o acesso.
▪ Criar espaços utilizáveis no térreo o quanto antes: em obras com nível
subterrâneo ocupando quase todo terreno da obra, o ideal é concluir o nível térreo
o mais cedo possível para poder montar seu canteiro de obras permanente.
52
A NBR 12284 ainda define duas áreas principais do canteiro de obras: as
áreas operacionais e as áreas de vivência (ASSOCIAÇÃO..., 1991). Os
componentes das duas áreas e a especificação de cada uma delas serão descritos
a seguir.
▪ Áreas operacionais: são aquelas em que se desenvolvem as atividades de
trabalho ligadas diretamente à produção.
▪ Áreas de vivência: são aquelas destinadas a suprir as necessidades básicas
humanas de alimentação, higiene pessoal, descanso, lazer, convivência e
procedimentos ambulatoriais, devendo ficar fisicamente separadas das áreas
operacionais.
a) Escritórios:
■ Gerente do contrato
■ Administração contractual
■ Custos e orçamentos (novos serviços)
■ Planejamento
■Produção
■ Qualidade
■ Segurança do trabalho
■ Meio ambiente
53
■ Central de armação Gestão preliminar do canteiro de obras 3
■ Área de carga e descarga
■ Central de concreto
■ Pátio de manutenção de equipamentos
■ Balança
■ Central de andaimes
■ Central de esquadrias
a) Áreas comuns:
■ Instalações sanitárias
■ Vestiários
■ Refeitório/cozinha
b) Geral
■ Guarita
■ Estacionamento
54
■ Vias de acesso
■ Coleta seletiva (classes A, B, C e D)
55
▪ ou aquecer refeições fora do local de refeições. É obrigatório, nesse
local, o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, por meio de bebedouros de
jato inclinado ou similar, sendo proibida a utilização de copos coletivos.
▪ Cozinha: é obrigatória quando houver preparo de refeições na obra.
É obrigatório ter pia para lavar alimentos e utensílios, ter ventilação, dispor de
recipiente para coleta de lixo com tampa, ter equipamento de refrigeração e ficar
adjacente ao local de refeições. É obrigatório o uso de aventais e gorros para as
pessoas que trabalham na cozinha.
▪ Lavanderia: deve ter tanques individuais ou coletivos em número
adequado. A empresa pode contratar serviço terceirizado para atender a este item.
▪ Área de lazer: devem ser previstos lugares para a recreação dos
trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este fim.
▪ Ambulatório: obrigatório quando houver mais de 50 trabalhadores.
A NR-18 destaca que a presença de alojamento, lavanderia e área de lazer
é obrigatória para obras em que houver trabalhadores alojados. As áreas de
vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza.
A necessidade de um canteiro de obras limpo e organizado vai além das
recomendações da NR-18. O canteiro deve apresentar um layout e uma logística
funcional, que estejam de acordo com as normas, com as necessidades de
armazenamento e estoque de materiais e com a necessidade de movimentação
vertical e horizontal de pessoas, materiais e equipamentos.
O layout e a logística do canteiro de obras definem a disposição de pessoas,
equipamentos e materiais no terreno, buscando um arranjo eficiente que reduza o
máximo possível as movimentações na obra. As atividades principais da logística
dizem respeito ao transporte, ao processamento de pedidos e ao gerenciamento de
estoque, enquanto as atividades secundárias envolvem manuseio de materiais,
armazenagem, compras e sistema de informação. O layout deve ser pensado em
todas as fases da obra de maneira estratégica e levando em conta as atividades da
logística. Com isso, o tempo de trabalho das pessoas é melhor aproveitado, o
56
manuseio desnecessário dos equipamentos diminui, evitando acidentes de
trabalho, e a produtividade da obra aumenta.
Um elemento facilitador muito utilizado em obras é o barracão de obra. O
barracão pode ser utilizado para diversas funções, como para banheiros, vestiários,
escritório e estoque de materiais e equipamentos, por exemplo. O barracão pode
ser construído na própria obra ou, de maneira prática, alugado na forma de
containers.
A compreensão das partes constituintes e das normas que regem a
montagem do canteiro de obras é essencial para desenvolver um bom planejamento
para a obra. O bom planejamento do canteiro de obras possibilita que o espaço
físico da obra seja melhor utilizado, de maneira eficiente e segura, minimizando
movimentações e facilitando tarefas. Ter um canteiro de obra otimizado, limpo e
organizado significa que o trabalho do gestor será facilitado e os problemas serão
reduzidos.
ocorrerão, facilitando muito seu sucesso. Por outro lado, projetos excessivamente
detalhados podem ser um desperdício de tempo e dinheiro. Então, quais são os
projetos mais importantes para uma obra?
Claro que o conjunto de projetos vai depender do tipo de obra. De modo
geral, para a construção de prédios e casas, destacam-se os seguintes projetos.
▪ Projeto de aprovação legal de construção: é o projeto que será
carimbado pela prefeitura da cidade, dando o alvará de construção ou a permissão
▪
57
▪ para a execução da obra. Esse documento é necessário tanto para
obras particulares como para obras públicas e é necessário, muitas vezes, para
buscar financiamento em bancos. Cada cidade tem seu próprio Plano Diretor, que
estabelece algumas regras para as construções com o objetivo de urbanizar a
cidade de forma organizada. Por exemplo, algumas áreas da cidade são destinadas
a casas, não podendo ter prédios, indústrias ou comércios. O Plano Diretor
estabelece também quanto da área do terreno poderá ser ocupada pela construção,
▪ a distância lateral entre as edificações, quanto do terreno deverá
permanecer permeável, índices de iluminação e de ventilação, entre outros fatores.
Algumas aprovações de projetos estipulam prazos de validade para o documento e
outras simplesmente aprovam o início da obra, aspecto que varia de cidade para
cidade.
▪ Projeto arquitetônico: é o projeto de criação estética da obra, em que
se poderá ver qual o produto final da obra. O projeto deve estar de acordo com o
Plano Diretor da cidade. Esse projeto apresentará os desenhos de fachada da
construção e divisões de espaços interiores, mas um bom projeto irá muito além
disso. Um bom projeto arquitetônico tem detalhes sobre os materiais utilizados no
interior da construção, como pisos, pedras, cerâmicas, rodapés, pontos de
iluminação, assim como suas especificações e marcas aconselhadas. Ele deve
andar junto com o projeto estrutural, para que a estrutura desejada possa ser
dimensionada pelo engenheiro estrutural e não cause um aumento excessivo de
gastos. O projeto também deve ser compatibilizado com o projeto elétrico, hidráulico
e outros possíveis projetos existentes na obra. Nesse projeto, pode-se ainda
58
concreto armado, estrutura metálica, alvenaria ou madeira. Ele levará em
consideração fatores como clima, ação do vento e cargas permanentes e acidentais.
Nele constarão as dimensões e a localização de vigas, pilares, paredes, lajes e
outros elementos estruturais da obra. Além disso, o projeto estrutural detalha as
especificações de resistência mínima dos elementos estruturais, como do concreto,
das armaduras ou da madeira.
▪ Projeto geotécnico e de fundações: projeto em que você encontrará
as especificações para a construção das fundações que sustentarão todas as
cargas da estrutura da obra, que serão transferidas para o solo. Um problema neste
▪ projeto pode colocar em risco toda a estrutura construída acima dele.
É importante que o projeto das fundações da obra seja baseado em sondagens
geotécnicas do solo onde a obra está sendo construída. Ele especificará o tipo de
fundação utilizada, se será superficial ou profunda, as suas dimensões, o nível de
assentamento, o tipo de material utilizado e o detalhamento. O projeto ainda pode
ter especificações de técnicas de melhoramento ou reforço de solos.
▪ Projeto hidráulico: também chamado de projeto hidrossanitário, este
projeto especifica a passagem das tubulações de água, a posições e os diâmetros
dos canos, os registros e a posição da caixa d’água. Deve levar em consideração a
pressão mínima para correto funcionamento de registros e chuveiros. O projeto
pode ter especificação sobre coleta, reservação e distribuição de água. Geralmente
o projeto hidráulico contempla sistemas de água fria e quente, esgoto, drenagem de
águas pluviais, assim como sua ligação com o sistema público.
▪ Projeto elétrico: projeto que determina como são os circuitos elétricos
e seus componentes em uma obra, como tomadas, interruptores, luminárias, ar-
condicionado, entre outros. O projeto também especifica o quadro de distribuição
de energia, seus disjuntores, os dispositivos de proteção, a ligação com a rede
pública de energia e o sistema de proteção contra descargas elétricas naturais
59
(como para-raios). Deve-se ressaltar que as ligações provisórias utilizadas durante
a execução da obra também devem ser dimensionadas adequadamente, levando
em conta a segurança dos trabalhadores que irão utilizá-las.
▪ Projeto de prevenção contra incêndio (PPCI): é uma exigência legal
para instalações comerciais, industriais, de diversões públicas e edifícios
residenciais multifamiliares. As residências familiares únicas não necessitam de
PPCI. O projeto visa a amenizar os danos causados por incêndios e proteger a
integridade física das pessoas e deve ser submetido e aprovado pelo Corpo de
Bombeiros.
De acordo com a complexidade e o tipo da obra, outros projetos podem ser
necessários. Alguns exemplos são projeto de terraplanagem, pavimentação,
acústica, instalações de gás, estacionamento, sinalização, alarme, fôrmas,
drenagem, ar-condicionado, entre muitos outros. Veja no Quadro 1 os projetos
básicos para a construção de estradas, pontes e barragens. Devem ser incluídas
análises de sismicidade quando a obra estiver suscetível a sismos. Além disso, a
necessidade de análise dos impactos ambientais e o projeto de medidas
mitigadoras também devem ser avaliados para cada obra.
60
Quadro 1. Estudos e projetos necessários para construção de estradas, pontes e barragens
61
alterações. Isso faz com que as plantas sejam revistas e os projetos tenham
diversas versões, buscando sempre manter a planta atualizada. Durante a fase de
projeto é muito importante que as versões finais dos projetos sejam aprovadas,
assinadas e carimbadas pelos seus responsáveis técnicos. A confusão das diversas
versões dos projetos, sem oficialização da versão final, pode acarretar grandes
prejuízos na execução da obra. Por isso, o executor da obra deve ter certeza de
que está com a versão final dos projetos em mãos. Cabe ressaltar que essa
validação da versão final do projeto é inclusive utilizada, muitas vezes, como fator
obrigatório para concorrer a licitações para execução de obras públicas. Isso
garante que o executor trabalhará com a versão final do projeto durante a obra.
A atualização e a organização das versões do projeto também são
essenciais durante a execução obra. A revisão final, que representa como a obra
foi realmente construída, é chamada de As Built, em português “Como Construído”.
O As Built não deve mais sofrer alterações e é a versão do projeto que deve ser
averbada no órgão de registro da cidade, devidamente acompanhada da
documentação técnica do responsável pelo projeto. Assim, na hora de fazer uma
nova obra do terreno, o responsável da obra poderá consultar o As Built e verificar
quais tipos de interferência poderá encontrar no projeto.
Entretanto, como organizar conjuntamente todos os projetos de uma obra?
Para facilitar a identificação das atividades que constituem a obra, Mattos (2010)
aconselha a elaboração da EAP. Trata-se da estrutura hierárquica das atividades
da obra, que são decompostas progressivamente em atividades menores e mais
fáceis de manejar. A EAP pode ser feita em três formas, conforme se vê na Figura
3.
62
Pode-se dizer que o sistema de árvore é o mais fácil de se entender, pois o
processo de decomposição em etapas se assemelha muito ao de uma árvore
genealógica familiar, com os mais velhos em blocos nos níveis superiores e seus
filhos nos níveis inferiores. A estrutura analítica é a mais utilizada pelos softwares
de planejamento. A estrutura de mapa mental é similar à estrutura de árvore, porém
sem blocos e distribuída radialmente com uma ideia central.
A EAP deve ser feita com especial atenção, pois se alguma atividade for
esquecida, todo o planejamento da obra deverá ser reformulado e isso poderá
atrasar a obra, levando à elaboração de projetos de última hora. Mattos (2010)
ressalta que o desmembramento das atividades da obra não é uma tarefa fácil e
63
deve ter a colaboração de todas as pessoas envolvidas no projeto. A elaboração da
EAP exige um entendimento aprofundado da metodologia utilizada no projeto para
possibilitar a transformação de tarefas maiores em pacotes de tarefas menores e
de fácil compreensão.
Até onde você deve decompor sua EAP? Detalhar demais as atividades
pode ser desperdício de tempo e de dinheiro, além de poder deixar sua EAP
confusa. Por exemplo, não é preciso detalhar o posicionamento de cada tijolo de
uma parede. Para ajudar, Mattos (2010) destaca o tempo mínimo de um dia e o
tempo máximo de 10 dias. Ou seja, se a atividade durar menos de um dia, ela é
pequena demais para constar em sua EAP, e se a atividade durar mais de 10
dias, ela deve ser decomposta em atividades menores.
64
semana. Os materiais podem mudar de categoria dependendo das necessidades
de cada obra. Deve-se elaborar o planejamento de entrada e saída dos
equipamentos da obra, evitando custos desnecessários e desocupando espaços no
canteiro de obras.
Para melhor administrar a movimentação e o armazenamento de materiais
e equipamentos na obra, Saurin e Formoso (2006) definem algumas diretrizes que
estão divididas em nove grupos. Essas diretrizes serão analisadas posteriormente.
São elas:
65
Quadro 2. Dimensões usuais de instalações em canteiros de obra
Instalação Dimensões usuais
Elevador de carga 1,80 m × 2,30 m
Baias de agregados Largura: igual ou maior à caçamba do caminhão
Altura e comprimento: suficientes para o
estoque Usualmente: 3,00 m × 3,00 m × 0,80 m
Estoques de cimento Estimadas com base no planejamento Saco de
cimento: 0,70 m × 0,45 m × 0,11 m Altura
máxima da pilha: 10 sacos
Estoque de blocos Estimadas com base no planejamento Saco de
cimento: 0,70 m × 0,45 m × 0,11 m Altura
máxima da pilha: 10 sacos
Caçamba tele-entulho 1,60 m × 2,65 m
Bancada de fôrmas Um pouco maiores do que a maior viga ou pilar
a ser executado
Portão de veículos Altura e largura que permitam a passagem do
maior veículo que entrará na obra Usualmente:
4,00 m × 4,50 m (largura x altura)
Fonte: Adaptado de Saurin e Formoso (2006).
66
O posto de produção de argamassa e concreto define a localização da
betoneira e dos materiais utilizados para fazer o concreto. Aconselha-se que o posto
se situe próximo do elevador de carga, cuidando para evitar o cruzamento de fluxos.
O posto deve estar em um local coberto, podendo ser sob a própria construção ou
sob um telhado construído para esse fim.
Uma dica para manter o canteiro de obras limpo e organizado é envolver toda a equipe por
meio de treinamento, recompensas e conscientização. Para a implantação de um programa
de qualidade existe o programa 5S, que incentiva a prática de cinco sensos nas pessoas.
67
material ou abaixo do tubo coletor e deve ser um lugar acessível ao caminhão de
coleta. É desejável separar os depósitos de entulho para materiais e lixo orgânico,
possibilitando também a separação de entulho reaproveitável. A Figura 4 apresenta
um uso comum de caçamba e tubo coletor para descarga de entulho.
68
Para o armazenamento de blocos e tijolos, destaca-se os seguintes
aspectos: local de estoque deve estar nivelado e limpo; separar blocos e tijolos por
tipos; altura máxima de 1,40 m, para evitar que os trabalhadores ergam os braços
demasiadamente; estoque localizado em zona coberta ou cobri-lo com lona
impermeável; aconselha-se marcar no solo a zona delimitada para o estoque; o
descarregamento desses materiais deve ser feito o mais próximo possível da zona
de uso ou do equipamento de transporte vertical de materiais; utilizar pallets para
sua movimentação ou carrinhos porta-blocos.
O armazenamento de aço e armaduras depende da agressividade do meio
em que a obra se encontra, conforme destaca Bonin et al. (1993). Em meios
fortemente agressivos, por exemplo, em regiões perto do mar ou industriais, deve-
se armazenar o aço e as armaduras pelo menor tempo possível, manter os estoques
cobertos e abrigados em galpões. Para meios medianamente e fracamente
agressivos, como em regiões com umidade do ar alta e média, recomenda-se cobrir
o estoque com lonas plásticas. Os seguintes cuidados são recomendados para
todos os meios: barras separadas e identificadas por diâmetro; deve-se ter mais
atenção com aços já cortados ou dobrados, em razão do rompimento da película
protetora das barras; em obras com pouco espaço, pode-se estocar as barras em
ganchos nas paredes; proteger as pontas horizontais e verticais de vergalhões para
evitar acidentes de trabalho.
Para o armazenamento de tubos de PVC, algumas dicas são: armazenar
preferencialmente no almoxarifado, ou então em lugares sem exposição direta ao
sol ou cobertos com lona; separar e identificar por bitolas; e, para obras com pouco
espaço, podem ser armazenados em ganchos na parede.
Lembre-se que a utilização de barracões de obra pode ser muito útil para a
estocagem de materiais. O barracão é um ambiente protegido de intempéries,
coberto e com piso. Além dessa dica, é sempre bom lembrar que q limpeza do
canteiro de obras é essencial para o aumento da eficiência da obra e para que o
ambiente de trabalho seja mais agradável.
69
Fique Atento!
A NR-18 destaca, nos itens 18.14 — Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas e 18.24
— Armazenagem e Estocagem de Materiais, alguns aspectos essenciais que devem ser
cumpridos para garantir a segurança das pessoas e o correto armazenamento e transporte de
materiais no canteiro de obras
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10 REFERÊNCIAS
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