Você está na página 1de 17

15/03/2021

2. Método das Forças


• 2.1 Grau de hiperasticidade
• 2.1.1 – Grau de hiperasticidade interno

• 2.1.2 – Grau de hiperasticidade externo

• 2.2 O método das forças

• 2.3 Exemplos e trabalho

2.1 - Grau de hiperasticidade


O Método das Forças (ou Método da flexibilidade) consiste de um
procedimento para a resolução de estruturas hiperestáticas baseado nos
conceitos de Compatibilidade de Deslocamentos e do Princípio de
Superposição dos Efeitos.

O primeiro passo do método é identificar os graus de hiperasticidade


internos e externos da estrutura.

2.1.1 – Grau de hiperasticidade externo (Ge): número de vínculos que


superam o mínimo necessário para que a estrutura seja isostática.
C D C D C D C D C D C D

A B A B A B A B A B A B

Estrutura plana: 3GL


Estrutura plana: 3GL Estrutura plana: 3GL Estrutura plana: 3GL Estrutura plana: 3GL Estrutura plana: 3GL
Rótula: 2GL (giro e
Rótula: 1GL Rótula: 1GL Rótula: 1GL Rótula: 1GL Rótulas: 2GL horizontal)

Apoio A – 2 vínculos Apoio A – 1 vínculo Apoio A – 1 vínculo Apoio A – 3 vínculos Apoio A – 3 vínculos Apoio A – 3 vínculos
Apoio B – 2 vínculos Apoio B – 3 vínculos Apoio B – 3 vínculos Apoio B – 2 vínculos Apoio B – 6 vínculos Apoio B – 3 vínculos

Todos GL’s impedidos, Todos GL’s impedidos, O trecho BD pode Todos GL’s impedidos, Todos GL’s impedidos, Todos GL’s impedidos,
Logo Ge=4-4=0 Logo Ge=4-4=0 girar, HIPOSTÁTICA Logo Ge=5-4=1 Logo Ge=6-5=1 Logo Ge=6-5=1

1
15/03/2021

2.1 - Grau de hiperasticidade


2.1.2 – Grau de hiperasticidade interno (Gi): número de esforços
solicitantes que precisam ser conhecidos para que a estrutura possa
ser resolvida pelas equações da estática.
P P P
S S
N Se a estrutura for aberta e conhecermos
~

~
C D C D C
V
M as reações de apoio, os 3 esforços
internos (normal, cortante e fletor)
A B A B A
podem ser conhecidos em todas as barras
aplicando as 3 equações da estática.

Se a estrutura for fechada e conhecermos


as reações de apoio, alguns cortes
P P P
passarão por mais de uma barra, então
S S
N para cada barra adicional cortada surgirão
~~

~ ~
C D C D C M 3 incógnitas que precisam ser conhecidas.
S V
S N

A M No exemplo ao lado temos 6 incógnitas e


A B B A V
apenas 3 equações da estática. Para
resolver o problema preciso conhecer de
alguma forma 3 esforços, ou seja, o grau
de hiperasticidade interna é 3.

2.1 - Grau de hiperasticidade


Grau de hiperasticidade total (Gt): Gt=Ge+Gi

C D C D
C D C D C D

A B A B
A B A B A B

Ge=4-3=1 Ge=4-3=1
Estrutura plana: 3GL
Estrutura plana: 3GL Estrutura plana: 3GL Rótula: 0GL (está na
É necessário Se a treliça está em
Apoio A – 2 vínculos Rótula: 1GL (está na parte fechada da estrutura) Estrutura plana: 3GL
abrir 4 quadros equilíbrio (não
Apoio B – 2 vínculos parte aberta da estrutura) Apoio A – 2 vínculos Apoio A – 2 vínculos
Apoio A – 2 vínculos fechados. Como translada e não gira)
Apoio B – 2 vínculos Apoio B – 2 vínculos e é estável (no caso
Todos GL’s impedidos, Apoio B – 2 vínculos Todos GL’s impedidos, todas as barras
Todos GL’s impedidos, de treliças simples, é
Logo Ge=4-3=1 Logo Ge=4-3=1 são de
Logo Ge=4-3=1 formada por
Todos GL’s impedidos, pórtico/viga
Logo Ge=4-4=0 Gi=3x4=12 triângulos,),
Para abrir a estrutura é Para abrir a estrutura é Para abrir a estrutura é podemos aplicar a
necessário cortar uma necessário cortar uma necessário cortar uma
Para abrir a estrutura é Gt=13 fórmula:
barra, desta forma barra, desta forma barra. Se cortamos o
preciso conhecer três necessário cortar uma preciso conhecer três tirante a estrutura fica Gt=(r+b)-2n
esforços internos, ou barra, desta forma esforços internos. aberta e como o tirante Gt=(4+11)-2*6=3
seja, Gi=3 preciso conhecer três Porém um esforço já só tem um esforço
esforços internos, ou conheço (momento em Gi=1 Logo
Logo seja, Gi=3 D é zero), preciso Gi=Gt-Ge=3-1=2
Gt=Ge+Gi=1+3=4 conhecer apenas mais Gt=Ge+Gi=1+1=2
Logo (para resolver a
dois, ou seja, Gi=2 treliça precisamos
Gt=Ge+Gi=0+3=3
conhecer o esforço
Gt=Ge+Gi=1+2=3 normal em 2 barras)

2
15/03/2021

2.2 – O Método das forças


deformada

P1

Seja resolver a estrutura hiperestática da figura A. C D


Ge=2
O primeiro passo consiste em identificar os graus P2 Gi=0
de hiperasticidade da estrutura. Gt=2
A B

Figura A

A idéia do método é “romper” a estrutura até ela se


tornar isostática, este sistema passa a ser chamado deformada

sistema principal. Para manter o comportamento da


P1
estrutura original, nos locais rompidos são C
D

introduzidas forças denominadas hiperestáticos 𝑋

(figura B). Estas forças passam a ser a incógnita do P2

problema, daí o nome método das forças. 𝑋


A B

Gt=2, logo surgem dois hiperestáticos (𝑋 e 𝑋 ) ao Sistema Principal


Figura B
romper a estrutura até se tornar isostática. Se
conhecer os hiperestático a estrutura está resolvida.

2.2 – O Método das forças

Os hiperestáticos são obtidos aplicando-se a superposição de efeitos na figura B,


como segue:

P1
D P1 [0] – Sistema Principal
D
C C + ação externa
𝑋

𝑋
P2
= [0] P2
+ [1] – Sistema Principal
+ hiperestático 1
A B A B

[2] – Sistema Principal


+ hiperestático 1
C
D
C
D
.
1 .
𝑋 [1] +𝑋 [2] .
[j] – Sistema Principal
1
A B A B
+ hiperestático j

3
15/03/2021

2.2 – O Método das forças

Em seguida, é analisado a compatibilidade dos deslocamentos especificamente


nos pontos onde a estrutura foi rompida:
Observe na estrutura
deformada
original (figura A)
P1
D
P1
D que:
C C
𝑋 δ
- θ = 0 (rotação em
𝑋
P2
= δ
[0] P2
+ A é nula)
A B A B
- θ = 0 (rotação
relativa em D é nula)

deformada
D D
C C
P1
δ 1 δ

𝑋 δ [1] +𝑋 δ [2] C D

1 P2
A B A B
A B

Figura A

2.2 – O Método das forças

Escrevendo as equações de compatibilidade tem-se:

θ = 0 -> δ + 𝑋 δ + 𝑋 δ = 0
θ = 0 -> δ + 𝑋 δ + 𝑋 δ = 0

Este sistema tem duas equações e duas incógnitas. Em forma matricial:

δ δ δ 𝑋 0
+ =
δ δ δ 𝑋 0

δ - deslocamento que surge na direção do hiperestático “i”


devido ação externa
δ - deslocamento que surge na direção do hiperestático “i”
devido ação unitária na direção do hiperestático “j”.

4
15/03/2021

2.2 – O Método das forças

δ δ
A matriz de flexibilidade tem as seguintes propriedades :
δ δ
δ < 0, as diagonais são positivas
δ = δ , a matriz é simétrica

δ e δ - são calculados pelo método da carga unitária, aplicando os


conhecimentos adquiridos no capítulo 1

δ =∑ ∫ 𝑀 𝑀 𝑑𝑥

δ +∑ 𝑅 ∆ =∑ ∫ 𝑀 𝑀 𝑑𝑥
∆𝑇 + ∆𝑇 ∆𝑇 − ∆𝑇
+ α 𝑁 𝑑𝑥 + α 𝑀 𝑑𝑥
2 ℎ

𝑀 , 𝑀 - diagrama de momentos fletores dos sistemas [i] e [j]


𝑀 , 𝑁 - diagrama de momentos fletores/esforços normais do sistema [0]
𝑅 - reação de apoio na direção do sistema [i] na direção do recalque ∆

2.2 – O Método das forças

As equações de compatibilidade permitem obter os hiperestáticos, e desta forma


o sistema pode ser resolvido de duas formas:
P1
D
C
1- Substituindo os hiperestáticos na 𝑋

estrutura isostática (Sistema P2

principal+Ação externa+Hiperestáticos) 𝑋
A B

2- Aplicar o PSE nos sistemas [0], [1],


[2] (esta opção é mais simples, pois P1
D
C
D

os sistemas [0], [1], [2] já C


1
foram determinados): [0] P2 [2]
D

E= 𝐸 + 𝐸 𝑋 + 𝐸 𝑋 A B
C
A B

[1]
E corresponde a um efeito elástico
1
qualquer (momentos fletores, reações de A B
apoio, etc...)

5
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Exemplo 1: Determinar o DMF (diagrama de momentos fletores) do pórtico
abaixo. Considerar EI=1kN.m2

C
B

1.3 – Exemplos
Passo 1: Determinar o grau de hiperasticidade. Romper a estrutura e acrescentar
os Hiperestáticos (obs: a melhor opção é eliminar engastes e acrescentar rótulas)

B C

Estrutura plana: 3GL


Apoio A – 3 vínculos
Apoio B – 2 vínculos
Gi=0 (ABERTA)
A Ge=5-3=2

B C

Romper engaste A X1

Sistema principal+Hiperestáticos
Criar rótula em B
X2 Obs: Os hiperestáticos devem ser calculados de forma
A
que θA e θABC sejam ser nulos, como na estrutura
original

6
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Passo 2: Obter os diagramas Mi (i=1, número de hiperestáticos) para calcular δ
e M0 e/ou N0 caso necessário para calcular δ .

B C B C

= X1
=

A
X
A 2

B δ B
C C C
δ B δ

+ X1 + X2
[0] [1] [2]
A δ A A δ
δ

1.3 – Exemplos
B B
C C C
B

qL2/8=80
A qL2/8=20 A A

MA, MC, MBA e MBC são nulos MA, e MBC são nulos porque MC, MBA e MBC são nulos
porque são rótulas. As linhas são rótulas. porque são rótulas.
tracejadas seriam o DMF, MBA e MBC valem -1
porém as ações distribuídas (conseguem ver!) MA=+1
geram duas parabolas de
altura qL2/8 (Efeito Vela!) Neste caso não temos efeito Sem efeito vela.
vela. A linha tracejada é o
Diagramas (kNm) diagrama;

[M0] [M1] [M2]

7
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Passo 3: Calcular os deslocamentos δ e δ .

Deformadas
δ δ δ

[2]
δ δ δ

1
δ = 𝑀 𝑀 𝑑𝑥
𝐸𝐼
Obs.: se a ação externa fosse recalque ou variação
de temperatura usaríamos outra forma.

1
δ = 𝑀 𝑀 𝑑𝑥
𝐸𝐼

δ - deslocamento que surge na direção do


hiperestático “i” devido ação externa
δ - deslocamento que surge na direção do
hiperestático “i” devido ação unitária na direção
do hiperestático “j”.

1.3 – Exemplos
Passo 4: Calcular os Hiperestáticos 𝑋
Escrevendo as equações de compatibilidade tem-se:

θ = 0 -> δ + 𝑋 δ + 𝑋 δ = 0
θ = 0 -> δ + 𝑋 δ + 𝑋 δ = 0

Em forma matricial:

δ δ δ 𝑋 0
+ = (obs.: diagonais positivas e simetria)
δ δ δ 𝑋 0
−240 12/3 2/3 𝑋 0 𝑋 61,82
+ = -> = kNm
26,67 2/3 4/3 𝑋 0 𝑋 −10,91

8
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Passo 5: Resultados complementares
Neste caso foi solicitado o DMF. Ele pode ser obtido de duas formas:
1- Substituindo os hiperestáticos na estrutura isostática (Sistema principal+Ação
externa+Hiperestáticos)

1.3 – Exemplos
Passo 5: Resultados complementares
2- Aplicar o PSE nos sistemas [0], [1], [2] :

M= 𝑀 + 𝑀 𝑋 + 𝑀 𝑋
M= 𝑀 + 61.82𝑀 − 10.91𝑀

[M0] [M1] [M2]

𝑀 = 0 + 0 − 10,91 ∗ 1 = −10,91 −61,82

𝑀 =0 B C
𝑀 = 0 + 61.82 −1 = −61.82
𝑀 qL2/8=20 qL2/8=80
Por equilíbrio do nó B
𝑀 = 61.82 𝑀 = 61.82
(observe sinal) (𝑜𝑏𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑙) −10,91 A

9
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 1. (Pórtico sob forças externas)

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 1.

10
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 1.

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 2. (Pórtico sob variação de temperatura)

11
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 2.

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 3. (Pórtico sob recalque)

12
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 3.

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 4. (Treliça)

13
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 4.

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 4.

14
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 5. (Quadro)

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 5.

15
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 5.

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 6. (Quadro)

16
15/03/2021

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 6.

1.3 – Exemplos
Solução analítica do exemplo 6.

17

Você também pode gostar