Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.
br
em ao movimento
argas de celulares
André Kuchar
Às vésperas do dia 1º de mar-
ço, data escolhida pela categoria
em assembléia para deflagrar o
boicote contra as quatro empre-
sas operadoras de telefonia por
causa dos baixos índices de re-
passe nas recargas de celulares,
uma comissão de diretores do
Sindicato dos Jornaleiros de São
Paulo (Sindjorsp) e integrada
também por jornaleiros come-
çou a visitar inúmeras bancas.
O primeiro roteiro cumprido
foi nos bairros do Sapopemba
e São Mateus. De posse de car-
ta aberta à população e cópia
de matéria do jornal Diário de
S. Paulo, a caravana percorreu
vários pontos, registrando a
adesão imediata dos jornaleiros
que ainda desconheciam a de-
flagração do movimento.
“Nossa greve é para as em-
presas iniciarem as negociações
e aumentar as comissões. Hoje
os índices variam de banca para
banca, mas giram em média de
4%. Essa porcentagem é vergo-
nhosa diante dos milhões que as
operadoras ganham com nosso
trabalho”, comentou o presiden-
te do Sindjosp, Ricardo L. Car-
mo. Ele fez questão de percorrer
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as principais bancas do Sapo-
pemba e São Mateus, explicando
a situação. “Pela proposta, a por-
centagem de repasse deve cres-
cer de maneira igualitária para
todos para pelo menos 12%”.
Durante as visitas, os jorna-
leiros não esconderam a insatis-
fação com a baixa porcentagem
repassada pelas empresas e os
riscos com o acumulo de di-
nheiro nas bancas, tornando-os
presas fáceis de assaltantes. “Só
estou vendendo os cartões do
estoque. Já aderi ao movimen-
to e parei com as recargas, pois
não vale a pena”, contou Vag-
ner Cecato. Ele tem banca perto Um dos jornaleiros da Avenida Paulista que também entrou no movimento
do Hospital do Sapopemba há
14 anos. “Tive prejuízo de mais “SEGURANÇA EM “A cota é muito baixa pelo ris-
de R$ 4 mil com assalto”. PRIMEIRO LUGAR” co que corremos”, comenta. “Se
Na banca do Jardim Grimaldi, Na banca do Jardim Valquí- conseguirmos uns 10% de repas-
o jornaleiro Paulo Bolim relata os ria, em São Mateus, depois de se, voltarei a pensar”, disse.
momentos de apuros que passou sofrer dois assaltos, Valdir Vas- Outros dois importantes jor-
há dois anos. “Estava fechando concelos, desistiu há dois anos naleiros de São Mateus também
a banca e dois ladrões chegaram de trabalhar com produtos e ser- entraram no movimento. São os
com tudo. Fui baleado na perna viços de celulares. “Minha segu- irmãos Aparecido João Paler-
e no braço. É muito perigoso”, rança está em primeiro lugar”, mo, do Jardim Satélite, e Santo
contou. Ele está estabelecido afirmou. “Até o posto de gasoli- Aparecido Palermo, dono da
há 20 anos nesse local. “Estou na daqui parou com os celulares, banca mais antiga do bairro, no
apoiando o movimento por 12%. após três assaltos”. Na banca do Largo de São Mateus. “Precisa-
Tenho saudades dos tempos dos Jardim Vera Cruz, Edson Tadeu mos realmente melhorar a mar-
cartões da BCP quando tínha- desistiu de comercializar produ- gem de repasse com as telefô-
mos 15% de cota das vendas e tos de telefônicas há três anos e nicas”, argumentou Santo. Ele
ainda 15 dias para pagar”. meio por causa das condições. está 40 anos no mesmo ponto. n