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O Jornaleiro

Órgão Oficial do Sindicato dos Vendedores de Jornais e Revistas de São Paulo

Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br

Jornaleiros mantêm
as recargas paradas
Transcorrido um mês desde a
deflagração do movimento
em 1º de março que suspen-
deu as recargas dos celulares,
jornaleiros decidiram em duas
assembléias manter o boicote
nos serviços de recargas dos
celulares. O movimento surgiu
pela insatisfação com as baix-
as comissões pagas aos jorna-
leiros pelas quatro empresas
operadoras, com média de
porcentagem de apenas 3,5%.
A categoria reivindica 12%.
Apesar de terem sido notifica-
das pelo Sindicato dos Jornal-
eiros de São Paulo (Sindjorsp),
apenas a OI ouviu a reivindi-
cação em fevereiro, mas não
apresentou contraproposta. A
suspensão das recargas atinge
bancas de toda cidade.
Págs. 7, 8, 9 e 10.

Banca Gazeta Prefeitura Dinap: CARAS: cotas


é destaque lança festival Sindjorsp cada vez mais
na Paulista de multas quer resposta reduzidas
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2 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br

Boca no trombone
Palavra do Companheiro, este espaço é seu.
Presidente Use-o para se defender, elogiar,
criticar e dar sugestões.
Ricardo L. Carmo Participe pra valer do seu SINDICATO,
ele é a sua arma!
Operadoras U Sobre as recargas...
Aqui no centro, onde
gas. Agora só restam as lotéricas
para fazer este tipo de serviço.

desrespeitam categoria a procura por recargas é


muito grande e rende uma co- Roseli A. Britto

com chantagens
missão diária entre R$ 20,00 e
R$ 30,00, dependendo do ponto, Revista CARAS
muitos realmente não pararam. Peço que o SINDJORSP en-
O que eles precisam entender é tre em contato com a editora
Desde 1º de março, conforme lares em São Paulo.
que esses R$ 30,00 não são nada Caras, pois a editora tem nos
decisão tomada pela categoria E, em outra jogada para en-
comparados ao montante movi- usado como vitrine para sua
em assembléia, os jornaleiros dei- fraquecer nosso movimento, co-
mentado! É matemática, muito coleção de Caras que vem cor-
xaram de realizar as vendas de meçaram a espalhar boatos e fal-
simples. Que os mesmos que tando os repartes de semana
recarga de celulares. Ano após sas informações como a de que a
hoje dão as costas para a luta emem semana a fim de que nossos
ano, as margens pagas aos jorna- bancas da diretoria do Sindicato
benefício coletivo sejam os pri- clientes entrem em contato com
leiros com recargas de celulares e continuam com as recargas. Isso
meiros a aplaudir quando nos- a própria para assinar a revista
outros produtos vão minguando. é inverdade plantada por quem
sos objetivos forem alcançados! por 2 anos para receber a cole-
As baixíssimas porcentagens não tem interesse em nos dividir.
ção. Nada descreve a vergonha
condizem com a realidade dessas Para fortalecer nosso movi-
Guilherme Athenesi que sentimos de ter de dizer a
operadoras que faturam milhões mento procuramos a diretoria do
um cliente de anos de ele não
e milhões diariamente. Sindicato das Lotéricas, já que a
Somos jornaleiros, aderimos vai poder fazer a coleção. Este
A paralisação se fez necessá- margem de repasse é parecida
ao boicote e mais, cancelamos a e outros motivos desmotivam
ria, porque as empresas se ne- com a nossa. O presidente das
máquina on line e pedimos para a nossa categoria, pois nos sen-
gam a negociar a porcentagem Lotéricas foi receptivo conosco.
retirar, a máquina já foi devol- timos usados e enganados.
de 12% para todas as bancas, Nossa paralisação está crescendo
vida e a maioria das bancas da
margem pleiteada pela catego- e chamando a atenção do Brasil.
Berini não trabalham com recar- Fernando Gomes Minhones
ria. Hoje, em média o repasse é Recebemos pedidos de informa-
de 4% para as pequenas bancas. ções de entidades dos jornaleiros
O nosso movimento está sur- de Santa Catarina, interessadas
Telefone: (11) 3311-6449
tindo efeito. Estão agora ofere- em conhecer nosso boicote. Email: secretaria@sindjorsp.org.br
cendo de 8% a 10% de comissão, Mais do que nunca precisa-
mas apenas para os jornaleiros mos nos unir, estar juntos, par- Expediente
que aderiram ao movimento. ticipar, explicar aos companhei- Presidente EDITADO PELA EDITORA PAULISTANA-SP
Isso é um desrespeito para com ros ainda indecisos as razões da Ricardo L. Carmo “O Jornaleiro” é distribuido gratuitamente
em todas as bancas do Estado de São Paulo,
os jornaleiros e com o Sindicato. nossa luta. No passado conse- VICE-Presidente fornecedores, Câmaras Municipais e Prefeituras.
Essa proposta individualizada guimos, com sacrifício, conquis- José Antonio M. da Silva
TIRAGEM
para cada banca é inaceitável. O tas históricas como o da consig- TESOUREIRO 10.000 exemplares
Sindicato defende uma proposta nação com as revistas e jornais. Francisco Ranieri Netto Impresso na gráfica DUAL Cor - ABC
digna para todos, sem distinção. Não dê ouvidos aos que falam COnselho Fiscal SEDE PRÓPRIA
Essa chantagem quer enfra- pelos cantos. A luta é de todos. José Oswaldo Marcolino da Silva Rua Santa Efigênia, 59 - 3º andar - Salas 31/32 -
Waldir Warga Centro - SP - CEP 01207-001
quecer nosso movimento. As Das grandes às pequenas ban- Antônio Rivaldo Ramos
operadoras estão tendo preju- cas. O jornaleiro merece respei- Projeto Gráfico
redação www.chasdesigner.com.br
ízo enorme com o boicote. So- to. Não vamos mais trabalhar André Kuchar - MTB 15513
mos responsáveis por 80% do de escravo para as operadoras imprensa@sinjorsp.org.br DiaGRAMAÇÂO
Telefone: (11) 3311-6449 Carlos Henrique de Assis Soares
movimento de recargas de celu- lucrarem com nosso suor.
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Jornaleiro de Sucesso
VARIEDADE E CONFORTO

Banca Gazeta é grande


destaque na Paulista
André Kuchar

Na Avenida Paulista, a mais


charmosa da cidade e local de
comemorações históricas, uma
banca se destaca pela organiza-
ção, grande variedade de pro-
dutos e conforto oferecidos aos
seus clientes. Trata-se da Banca
Gazeta, situada em frente ao
Edifício da Fundação Casper Lí-
bero, um dos prédios ícones de
São Paulo. Há onze anos, o seu
proprietário, Adriano Soares
Duarte, transformou sua banca
numa das mais procuradas da
Banca de Adriano Soares (em destaque) impressiona por oferecer área de circulação aos clientes
cidade e sucesso de vendas. Lá,
os clientes sabem que vão en- é de A a Z. Por isso, tivemos a revela Duarte. “Já estudantes de certa, mas saí seis vezes ao ano”,
contrar o que procuram. preocupação de criar essa área cursinhos compram mais os jor- conta. Além das publicações, a
Com 10 mil itens à disposi- livre para circulação, para atrair nais e revistas do Brasil para se banca dispõe de outras mercado-
ção, dos quais 3 mil entre jornais o interesse dos que passam pela manterem atualizados”. rias. “Temos charutos cubanos,
e revistas nacionais e importa- calçada. Além disso uma vez chocolates belga e o famoso is-
das, todo estoque sob controle por semana tiramos tudo para REVISTAS ERÓTICAS EM QUEDA queiro norte-americano Zippo”.
informatizado, os clientes não limpar”, conta Duarte, paulista Uma curiosidade está ocor- Dentre os clientes fiéis cita Mar-
saem de mãos vazias após cir- de... “Para conforto, temos dois rendo em sua banca e com cer- celo Nova, Kátia Fonseca e todos
cular pela banca. Sim circular, ares condicionados. Oferecer teza nas outras da região da os cronistas esportivos da Mesa
porque todas as publicações e conforto e atendimento perso- Paulista. “De cinco anos para Redonda da TV Gazeta.
demais produtos estão rigoro- nalizado é nossa obrigação”. cá não conseguimos vender re- Com tantos superlativos, Du-
samente organizados lateral- Livre de poluição visual gera- vistas eróticas”, revelar. “Penso arte faz duas observações criticas.
mente em gôndolas para atrair da pelas operadoras de recarga que a queda de venda deste seg- “A porcentagem é maior do que
os olhares dos clientes. de telefones celulares, os clien- mento seja por causa do acesso a poupança, mas é muita baixa e
São 700 clientes que entram tes podem conseguir tradicio- cada vez maior à internet”. precisamos ampliar a margem,
na banca diariamente, entre as nais jornais estrangeiros como A Banca Gazeta, porém, tem pois temos custos administra-
6h e 23h. Para Duarte o que im- o norte-americano New York espaço dedicado a produtos ex- tivos “, comenta sobre o boicote
porta é deixar tudo bem orga- Times, o francês Le Monde e o clusivos e raros. “Temos produtos às recarga dos celulares que ade-
nizado. “Dependendo da capa britânico Financial Times. “Es- sazonais como guarda-chuvas, riu. Outra queixa é com relação
da revista, ela vende mais”, sas publicações são procuradas mas buscamos sempre inovar. Te- a Revista Caras. “Com a Revista
afirma o jornaleiro sobre o seu por diretores dos escritórios de mos o jornal O Mundo da Editora Caras trabalhamos só na base da
bem sucedido negócio. “Nosso empresas de multinacionais e Pange e que trata de geografia e reserva, mas a parceria deveria
público-alvo aqui na Paulista por estudantes para trabalhos”, política. Sua periodicidade não é ser maior com o jornaleiro”. n
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fiscalização
FESTIVAL DE MULTAS

Prefeitura continua implacável


De uma tacada só, a Prefeitura ção da licença. “De fato, com tanta
de São Paulo, por intermédio da correria para lá e para cá, acabei
Secretaria Municipal de Coorde- passando batido”, conta. Ele tem
nação das Subprefeituras, notifi- banca nesse local há três anos.
cou com multas em 19 de março “Solicitei a assessoria do Sindicato
passado seis donos de bancas de e já está tudo regularizado”.
d jornais de diferentes regiões da Há mais de 40 anos no mesmo
cidade. Esse é o quadro rotineiro ponto, a banca de Felinto Ribeiro
da Prefeitura que, desde 2009, de Souza, na Avenida Adolfo Pi-
tem sido implacável com os jor- nheiro com Rua Marechal Deo-
naleiros. As autuações abrangem doro, em Santo Amaro, recebeu
as mais diversas alegações e fo- multa sob o argumento de que
ram publicadas no Diário Oficial está em local diferente do descri-
do Município (DOM). Os jorna- to no TPU. “Ocorre que tanto no
leiros podem recorrer e se de- TPU quanto no cartão de identi-
fender das autuações dentro do ficação o endereço que consta é
prazo de 15 dias, como determi- o mesmo onde estou”, comenta. Banca de Felinto Ribeiro: há 40 anos no mesmo local em Santo Amaro e foi autuada
na a legislação municipal, mas o “Houve apenas um pequeno re-
quadro é preocupante e serve de cuo em 1994, quando para co- PARTICIPAR É PRECISO
alerta para a categoria estar aten- locarem cobertura no ponto de
ta ao cumprimento da lei e, so-
bretudo, para fazer valer os seus
ônibus tiveram que mexer. Foi a
própria Prefeitura quem a tirou
Seja sócio do Sindicato
direitos, já que certas atitudes da do local original. E agora, só fi- Todos os sindicatos no Brasil 31 de janeiro para as revistarias.
Prefeitura são infundadas. quei sabendo da multa pelo Sin- por força de legislação, têm duas Muitos trabalhadores e jorna-
Um dos casos que mais cha- dicato. Vamos recorrer”. fontes de receita: a contribuição leiros se perguntam se a contri-
mou a atenção é o da banca de sindical e a mensalidade associa- buição sindical é obrigatória? Sim,
Geraldo Murilo da Costa, situa- OLHO VIVO NAS QUESTÕES tiva. Além de defender a catego- a contribuição sindical é prestação
da na Rua Joaquim Eugênio de O presidente do Sindjsorps, ria em todas as circunstâncias, o compulsória e é divida. Portanto,
Lima, Bela Vista. “Recebi a mul- Ricardo L. Carmo explica que Sindjorsp disponibiliza para o independentemente da pessoa ter
ta que vence no dia 16 de abril são vários os motivos das mul- jornaleiro sindicalizado vários ou não interesse de contribuir, a
e alegaram que não havia paga- tas que têm chegado ao conhe- benefícios, serviços e vantagens. obrigação de seu recolhimento
do certos impostos, mas tenho cimento da entidade, desde Para fazer valer os seus direitos, decorre de Lei. Além de estar pre-
comprovantes de quitação”, manter o horário de funciona- Sindicato coloca à disposição sente no Código Tributário Na-
conta o jornaleiro. Ele está nesse mento abaixo do previsto na dos sócios o seu Departamento cional, a contribuição consta dos
ponto há 30 anos e nunca havia lei até erros de pagamentos de Jurídico com serviços prestados Artigos 578 a 610 da CLT (Conso-
sofrido qualquer penalidade da taxas ou tamanho maior do que por advogados de extrema com- lidação das Leis do Trabalho) e da
Prefeitura. “Fui a Subprefeitura o previsto. “Nos últimos dois petência profissional. O valor da Constituição Federal. O não-pa-
da Sé e mostrei o comprovante. anos, mais de 400 bancas tive- mensalidade é R$ 15. gamento permite ingressar com a
Eles comeram bola. Agora, com ram seus Termos de Permissão Na outra ponta da origem competente ação de cobrança em
o Sindicato, vou recorrer”. de Uso (TPUs) cassados”, in- dos recursos para manter os que o jornaleiro poderá ter seu
A desatenção de Gilmar Ale- formou o presidente do Sindi- sindicatos representativos de nome até protestado.
xandre de Souza, que tem banca cato. “Não custa lembrar que sua categoria encontra-se a con- Por isso companheiro jornalei-
na Rua Marques de Itu, na Santa duas autuações podem causar tribuição sindical. Trata-se de ro é imprescindível a sua colabo-
Cecília, custou caro. No ano pas- cassação da licença. Por isso, é um imposto anual e com ven- ração para construir um Sindicato
sado, ele recebeu multa por falta melhor estar de olho vivo e pro- cimento sempre em 28 de feve- cada vez mais forte. Evite trans-
de pagamento da taxa de renova- curar o Sindicato”. n reiro para os donos de bancas e tornos. Informações 3311-6449. n
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FISCALIZAÇÃO > repercussão


FESTIVAL DE MULTAS PORNTO DE CONVENIÊNCIA

Placa em banca Sindjorsp na TV


é alvo de multa No dia 23 de fevereiro, o pre-
sidente do Sindjorsp, Ricardo
L. Carmo, foi entrevistado por
uma equipe da Rede TV News,
comandada pelo repórter Luis
Gationi. A pauta foi a trans-
formação das bancas em lojas
de conveniência oferecendo os
mais variados produtos. A ma-
téria foi motivada por pesquisa
elaborada pela empresa Tool
BoxTM. O levantamento dá
conta de que 68% das bancas
do Brasil vendem chocolates, Ricardo L. Carmo durante entrevista
Na banca de Juarez Massicano placa de curso chamou atenção da Subprefeitura
doces e gomas, por exemplo. O para ser uma varejista”, disse.
A Lei Cidade Limpa está em o subprefeito passou e ordenou a mesmo levantamento informa Para o presidente do Sindjorsp
vigor há mais de três anos, mas multa. Depois vieram com a mul- que 52% das bancas comercia- esse comentário é superficial,
continuam a persistir certas situ- ta e a entregaram para a diretoria lizam bebidas refrigeradas. pois não considera as condições
ações preocupantes para os jor- da escola, ainda retiraram a placa. Esses dados, porém, não re- impostas em São Paulo. “Hoje,
naleiros. Que o diga Juarez Mas- Sei que eles estão recorrendo”, re- fletem o quadro na cidade de com a internet e dos pontos de
sicano, dono da banca situada na lata Juarez. “Se foi pelo tamanho, São Paulo que possui legisla- vendas alternativos em padarias
Praça Baronesa de Bocaína, próxi- não entendo o porquê não apli- ção considerada extremamente e postos de combustível, as ven-
ma da Estação do Metrô Vila Ma- cam em certos comércios, que têm restritiva. A entrevista foi gra- das de revistas e de jornais repre-
dalena, no Sumarezinho. No dia placas até maiores”. vada na banca do Sr. Antônio, senta uma porcentagem pequena
19 de fevereiro, o Diário Oficial do Para o presidente do Sindi- na Avenida Ipiranga esquina nas bancas”, comenta Ricardo.
Município (DOM) publicou lavra- cato dos Jornaleiros (Sindjorsp), com a Rua Santa Ifigênia. “A legislação paulistana tem de-
tura de multa pela Subprefeitura Ricardo L. Carmo esse episódio De acordo com diretor de talhes absurdos. A venda de pro-
de Pinheiros no valor de R$ 10 mil do Sumarezinho serve de exem- Desenvolvimento da Tool- dutos como balas não pode ultra-
endereçada para sua banca por plo para todos os jornaleiros. -BoxTM, Luiz Sedeh, o garga- passar as 30 gramas. Um drops
causa de uma placa de propagan- “Apesar de termos dúvidas com lo para transformar as bancas como o Halls, que tem 37 gramas,
da de um curso de idiomas. relação a Lei Cidade Limpa, in- em pontos de conveniência está fora da venda de bancas. Se
“Essa placa estava aqui na late- felizmente, os jornaleiros tam- está na falta de mentalidade o fiscal flagrar a venda o jornalei-
ral há dez anos e recebia um valor bém devem seguir a legislação”, do empreendedor em inovar. ro pode ser autuado. Na segun-
simbólico pelo aluguel do espaço. comenta . “É preciso estar atento “O jornaleiro precisa deixar da vez tem o seu TPU [Termo de
Foi num sábado à tarde, quando para não entrar no prejuízo”. n de ser apenas um jornaleiro Permissão de Uso] cassado. n

Radiante Bancas apresenta o


PLANO 20:
(11) 2682-7015
20% de sinal + 20% na entrega e saldo em 18
(11) 6554-2754 parcelas sem juros, com financiamento próprio
0800-770-0180
Av. Amador Bueno da Veiga, 4.222 - CEP 03652-4000 - Jd. Popular - São Paulo-SP
Email: radiantebanca@terra.com.br - radiantebanca@hotmail.com
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A diretoria
ATUAçãO SINDICAL

“Jornaleiro não pode mais se


mexer quando o calo aperta”
André Kuchar

Seja pilotando um carrinho


da feira, no passeio matinal
com o animal de estimação ou
mesmo no carro a caminho do
trabalho, são raras as pesso-
as que moram nas imediações
da Rua Topázio com a Rua
Paula Nei, na Aclimação, que
não param na Banca Torres. O
“pit stop” é quase obrigatório,
mesmo que seja rápido, ape-
nas para cumprimentar o seu
dono, Paulo Torres Mendes.
Não é para menos. Com quase
40 anos de trabalho no local,
Paulinho como é tratado, es-
banja simpatia. Ele também é
O diretor Paulo Torres incentiva a participação dos jornaleiros nas ações sindicais para conseguir conquistas para todos
bastante conhecido no Sindica-
to dos Jornaleiros (Sindjorsp), consignadas nas publicações. vos de assaltos”. Ele conta que irmão que virou caminhoneiro,
onde ocupa cargo de diretor Na época, muitos não acredita- já sofreu quatro assaltos. Por Paulinho quer seguir a sua tri-
em seu segundo mandato e é ram que seríamos vitoriosos”, isso, passou a fechar a banca lha. “Tirei umas férias recente-
um dos grandes defensores das recorda. “Quando o prefeito mais cedo, por volta das 20h. mente e fiquei na estrada”.
lutas da entidade por melhores Kassab ameaçou retirar as ban- Apesar de lamentar a queda
condições para a categoria. cas da região central no ano FILHA JORNALISTA nas vendas de revistas e jornais
Diante do atual quadro ad- passado, a classe se uniu, foi às Cercado de carinho pelos e as dificuldades impostas pela
verso que os jornaleiros enfren- ruas e acalmou as suas preten- moradores locais, este cearense Prefeitura como a de proibir
tam, com concorrência desleal sões. Todos devem encarar a da cidade de Nova Russas reve- uma pequena placa de atendi-
dos pontos alternativos, aumen- luta para obter benefícios para la que chega a ganhar produtos mento “drive thru”, Paulinho
to do número de assinaturas de todos e não para si”. de amigos da vizinhança para enaltece a função de jornalei-
publicações e internet, Paulinho Sempre ao lado da categoria, brindar os clientes mais fiéis. ro e faz um balanço positivo
entende que existe uma alternati- e como não poderia ser diferen- “Temos sempre que agradar os do seu trabalho ao longo dos
va concreta de mudança. “O jor- te, Paulinho aderiu imediata- clientes”, comenta. A sua traje- anos. “Foi com essa banca que
naleiro não pode mais se mexer mente ao boicote às empresas tória na profissão começou no consegui sustentar minha famí-
quando o calo aperta. Todos têm operadoras de telefonia. “Essa fim da década de 60. “Ajudava lia, comprar meu apartamento
que estar unidos nas lutas em tor- greve é justa e os meus clien- meu irmão numa banca no Ipi- na Mooca e formar milha filha
no do Sindicato”, argumenta. tes estão entendo a nossa situa- ranga e comecei a pegar gosto como jornalista”, afirma com
E relembra as bandeiras his- ção”, explica. “Receber somente pela coisa até que consegui este ponta de orgulho. “Tenho espe-
tóricas da categoria. “Nos anos 3% de porcentagem das vendas ponto”, revela. “Naquele tem- rança de que, juntos com o Sin-
80, depois de muita mobiliza- é esmola. Ficamos com dinheiro po não havia tantos prédios na dicato, poderemos recuperar a
ção, conseguimos as vendas dos outros na banca e somos al- Aclimação”. Mas tal qual o seu dignidade dos jornaleiros”. n
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CATEGORIA em ação
BOICOTE NAS RECARGAS

Diretores do Sindicato protestam com faixa diante de uma agência de operadora Presidente do Sindicato argumenta e explica as razões do boicote ao jornaleiro

Jornaleiros mantêm paralisação


André Kuchar apresentada contraproposta”, co- toda essa confusão de margens ria de 3 a 6%, dependendo das
mentou. “As outras três empresas diferenciadas de repasse tem empresas terceirizadas e da loca-
Transcorrido um mês do iní- nem responderam. Não adianta como culpadas as empresas lização das bancas, é o que mais
cio da paralisação das vendas dos negociar com as distribuidoras. distribuidoras, que são tercei- tem irritado os jornaleiros. “Para
produtos das quatro operadoras Estas afirmam que não tem auto- rizadas. “O Cartão Zona Azul ganhar R$ 200, é preciso vender
de telefonia móvel, a categoria nomia para decidir”. paga 10%, os supermercados R$ 5 mil de recarga. Não é fácil
decidiu, em duas assembléias Na segunda assembléia reali- fecharam acordo direto com vender essa quantidade para re-
convocadas pelo Sindicato dos zada no dia 29 de março, o pre- as operadoras em 15%. Decidi ceber somente 5%. É uma explo-
Jornaleiros de São Paulo (Sind- sidente do Sindjorsp informou desligar a máquina de recarga. ração, um trabalho de escravo”,
jorsp) pela continuidade do boi- as táticas empregadas pelas em- Trabalhava o dia inteiro para comentou Vitório Rosseto So-
cote aos serviços prestados com presas terceirizadas de vendas. ganhar somente R$ 5. Sem os brinho. Ele possui banca na Rua
as recargas físicas e por máquina “Estão agora oferecendo mar- jornaleiros, as operadoras po- Cesário Mota Júnior, na Vila Bu-
nos aparelhos celulares. Durante gens de 8% a 10% de comissão, dem quebrar”, comentou. “Não arque. “Fiz um balanço de 2010
as duas reuniões, os jornaleiros mas apenas para os jornaleiros deveríamos ter aceitado essas e desisti de vender no começo
também definiram importantes que aderiram ao movimento”, diferenças. As propostas deve- deste ano. E não me arrependo”.
estratégias para fortalecer ainda acrescentou. “Essa proposta é riam ter sempre passado pelo Durante os encontros, o pre-
mais o movimento. Hoje, a mé- uma chantagem e quer enfra- Sindicato, mas agora temos que sidente do Sindicato também
dia repassada aos jornaleiros é quecer nosso movimento. Ela lutar para ser igual para todos”. fez um balanço. “Na Zona Nor-
de 4%, mas a categoria está plei- é inaceitável, pois defendemos O jornaleiro José Cordeiro Al- te a adesão é de mais de 80% e
teando 12%. uma proposta digna para todos, ves, que também aderiu por com- na Lapa é de 70%, assim como
O presidente do Sindicato, Ri- sem distinção. As operadoras pleto ao boicote, se mostrou oti- na Zona Leste. Na área central,
cardo L. Carmo, reiterou que as estão tendo prejuízo enorme mista. “Parei e não estou sentindo 50% dos jornaleiros pararam
quatro empresas receberam noti- com o boicote”. diferença. Após explicar a mar- com as recargas. Temos que for-
ficação para negociar, mas apenas gem que nos passam, os clientes talecer o boicote e aumentar as
a OI ouviu nossa reivindicação de “PAREI E NÃO ME ARREPENDO” entendem a situação” relata. “As visitas”, disse. “Precisamos es-
12%. “No entanto, os represen- Nas assembléias os partici- conquistas são feitas com sacrifí- tar juntos e muito atentos, pois
tantes ficaram de levar a questão pantes reafirmaram apoio ao cio. Vamos lembrar da nossa vitó- as operadoras estão espalhan-
à cúpula da empresa para retor- movimento. Para o jornaleiro ria com a consignação”. do falsas informações para nos
nar, mas até o momento não foi Vander dos Santos Florêncio A baixa porcentagem, que va- desmoralizar”, acrescentou. n
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CATEGORIA em ação
BOICOTE NAS RECARGAS

Jornaleiros adere
e suspendem reca
Durante as visitas aos bairros da Zona Leste, Norte, Sul e região central, além da área da Avenida Paulista, jornaleiros reclamam
à Diretoria do Sindjorsp dos baixos índices pagos nas recargas de celulares e os riscos de assaltos

Jornaleiros de São Mateus, zona leste, aderem por completo ao movimento Banca Bruno, na região nobre da Avenida Paulista, também adere ao boicote

Banca na Penha, zona leste, recebe a visita da caravana do Sindicato Cornelio do Tatuapé ouve as explicações sobre os baixos índices de comissão
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em ao movimento
argas de celulares
André Kuchar as principais bancas do Sapo-
pemba e São Mateus, explicando
Às vésperas do dia 1º de mar- a situação. “Pela proposta, a por-
ço, data escolhida pela categoria centagem de repasse deve cres-
em assembléia para deflagrar o cer de maneira igualitária para
boicote contra as quatro empre- todos para pelo menos 12%”.
sas operadoras de telefonia por Durante as visitas, os jorna-
causa dos baixos índices de re- leiros não esconderam a insatis-
passe nas recargas de celulares, fação com a baixa porcentagem
uma comissão de diretores do repassada pelas empresas e os
Sindicato dos Jornaleiros de São riscos com o acumulo de di-
Paulo (Sindjorsp) e integrada nheiro nas bancas, tornando-os
também por jornaleiros come- presas fáceis de assaltantes. “Só
çou a visitar inúmeras bancas. estou vendendo os cartões do
O primeiro roteiro cumprido estoque. Já aderi ao movimen-
foi nos bairros do Sapopemba to e parei com as recargas, pois
e São Mateus. De posse de car- não vale a pena”, contou Vag-
ta aberta à população e cópia ner Cecato. Ele tem banca perto Um dos jornaleiros da Avenida Paulista que também entrou no movimento
de matéria do jornal Diário de do Hospital do Sapopemba há
S. Paulo, a caravana percorreu 14 anos. “Tive prejuízo de mais “SEGURANÇA EM “A cota é muito baixa pelo ris-
vários pontos, registrando a de R$ 4 mil com assalto”. PRIMEIRO LUGAR” co que corremos”, comenta. “Se
adesão imediata dos jornaleiros Na banca do Jardim Grimaldi, Na banca do Jardim Valquí- conseguirmos uns 10% de repas-
que ainda desconheciam a de- o jornaleiro Paulo Bolim relata os ria, em São Mateus, depois de se, voltarei a pensar”, disse.
flagração do movimento. momentos de apuros que passou sofrer dois assaltos, Valdir Vas- Outros dois importantes jor-
“Nossa greve é para as em- há dois anos. “Estava fechando concelos, desistiu há dois anos naleiros de São Mateus também
presas iniciarem as negociações a banca e dois ladrões chegaram de trabalhar com produtos e ser- entraram no movimento. São os
e aumentar as comissões. Hoje com tudo. Fui baleado na perna viços de celulares. “Minha segu- irmãos Aparecido João Paler-
os índices variam de banca para e no braço. É muito perigoso”, rança está em primeiro lugar”, mo, do Jardim Satélite, e Santo
banca, mas giram em média de contou. Ele está estabelecido afirmou. “Até o posto de gasoli- Aparecido Palermo, dono da
4%. Essa porcentagem é vergo- há 20 anos nesse local. “Estou na daqui parou com os celulares, banca mais antiga do bairro, no
nhosa diante dos milhões que as apoiando o movimento por 12%. após três assaltos”. Na banca do Largo de São Mateus. “Precisa-
operadoras ganham com nosso Tenho saudades dos tempos dos Jardim Vera Cruz, Edson Tadeu mos realmente melhorar a mar-
trabalho”, comentou o presiden- cartões da BCP quando tínha- desistiu de comercializar produ- gem de repasse com as telefô-
te do Sindjosp, Ricardo L. Car- mos 15% de cota das vendas e tos de telefônicas há três anos e nicas”, argumentou Santo. Ele
mo. Ele fez questão de percorrer ainda 15 dias para pagar”. meio por causa das condições. está 40 anos no mesmo ponto. n
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CATEGORIA EM AÇÃO
BOICOTE NAS RECARGAS

Bancas da área
central aderem
ao movimento
Pelo roteiro outras regiões da Brigadeiro Tobias, o jornaleiro
cidade também foram visitadas. Rubens Lourenço também mos-
“Na região oeste, principalmen- trou que o movimento das recar-
te na Lapa, a adesão é de 70%. gas cessou. “Olha a maquininha.
Em toda Zona Norte o boicote Ela está desligada há tempos”.
chega a 90%. A adesão é apenas Seu vizinho, Victor Leandro,
parcial na região da Avenida da Revisitaria Rei das Cruzadas, Em caminhada pela região central, sindicalistas mostram faixas para a população
Paulista”, comentou Ricardo L. acrescentou. “O pior é que as
Carmo. “Na Paulista, as ope- distribuidoras vêm aqui e sem
radoras chegam a repassar 8% cerimônia colam adesivos por
para algumas bancas. É um tra- toda parte”, disse. “Nem pare-
tamento desigual e inaceitável, ce que somos donos das bancas.
já que as pequenas bancas tam- Eles querem dominar tudo”.
bém devem ser consideradas Na Avenida Casper Líbero, a
importantes pontos de venda”. banca de Antônio Cordeiro tam-
Na sexta-feira chuvosa de 4 de bém suspendeu as recargas. “Só
março, a área central da cidade estou desovando os cartões, por-
recebeu a última etapa das visitas que eles já foram pagos”. Enquan-
. A comissão, que teve à frente o to isso, na Avenida Prestes Maia,
próprio presidente do Sindjorsp, José Pereira de Carvalho, com 40
passou por mais de 30 bancas. anos naquele ponto é mais radi-
Com faixas de protesto e munidos cal. “Nunca vendi, pois não com-
de avisos do boicote dirigidos à pensa. Sei que estão diminuindo
população, a comissão percorreu as porcentagens cada vez mais e
diferentes pontos da região. Em para menos”, explicou.
todas as bancas a recepção foi de
boas vindas ao movimento e re- “JÁ FOI 5%, 4%, AGORA 3%...”
gistrou mais de 80% de adesão. Na região do Mercadão, a
Uma das 13 bancas da Praça da Sé que receberam a comitiva sindical
Na Praça Alfredo Issa, região adesão também foi flagrante. “Já
da Luz, a banca de Cecília Maria parei com a Vivo faz tempo e o cionário e não há como bancar a mente. A reivindicação é justa
Pessoa, também parou com as absurdo é que há pouco tempo mão de obra”, explica Tswrukiti e também vou apoiar o movi-
recargas. “Não vale a pena, pois tinha 5%, foi para 4% e agora é Katsuyama. Ele tem ponto há 25 mento”, declarou Edson Ferreira
o repasse é de 3,5% em média. 3%, daqui a pouco chegaremos anos na Praça Fernando Costa. dos Santos, após tirar duvidas.
Muitos clientes ficaram chatea- a 0,5%’, reclamou Marcelo Cipo- Depois de subir a Ladeira “Acho importante se pudermos
dos, mas após explicarmos todos lillo, da banca na Rua Cantareira. Porto Geral, passar pela Rua Boa manter esse serviço, pois é um
entendem”, declarou o seu ma- No Parque Dom Pedro, ou- Vista, a comissão chegou à Praça mix nos produtos. Não pode-
rido Antonio Pessoa. “É muito tro exemplo de atitude radical. da Sé, onde existem 13 bancas. mos perder essa queda de braço.
risco para pouco lucro”. “Nunca me interessei em recar- “Não havia aderido ao boicote, Espero que o movimento seja
Perto dali, na banca da Rua gas, pois para isso preciso de fun- pois fiquei sabendo informal- forte e não desanime”. n
Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br 11

Sindicato em ação
CONVÊNIO DA HORA

Jornaleiro tira dúvidas


sobre vendas com cartões
sistema que não e colocar adesivos dos cartões
quero, mas que aceitos”, comenta. “Nunca tive
dever ter cons- problemas de assaltos, mas au-
tado no pacote menta a sensação de seguran-
pela margem de ça, sem dúvida”. Situada na
desconto que foi calçada do Centro Educacional
efetuada”. Esportivo Raul Tabajara, his-
Pelo acor- tórico clube municipal, Papa
do com a Rede também comercializa alguns
Card as porcen- produtos diferentes como boli-
tagem são de nhas de pingue-pongue.
1,5% no débito De acordo com o coordena-
e de 2,5% no dor Comercial da Rede Card,
crédito. Após o acordo traz várias vantagens
verificar a fun- para os jornaleiros. “Além
cionalidade do da segurança, a maquininha
aparelho, Ma- é prática e possibilita agre-
galhães expli- gar valor nas vendas já que
cou os proce- os clientes podem ampliar as
dimentos. “As suas compras não só com jor-
Roberto Marcondes, da Barra Funda, faz perguntas e tira dúvidas sobre convênio com cartões
operações de nais e revistas”, afirmou.
Desde quando foi celebrado vidas de Roberto Marcondes recarga com cartões de crédi- Para o presidente do Sind-
convênio entre o Sindicato dos Papa, há 25 anos dono da banca to ainda estão numa fase de jorsp a aceitação do convênio
Jornaleiros de São Paulo (Sind- situada na Rua Anhanguera, nº transição”, disse. “E quanto pela categoria é bastante posi-
jorsp) e a Rede Card no ano pas- 484, Barra Funda, o presidente ao sistema de antecipação va- tiva. “Hoje já temos cerca de
sado, a adesão dos jornaleiros ao do Sindjorsp, Ricardo L. Carmo mos verificar na central, assim mil bancas operando com os
sistema de vendas por cartões e o coordenador Comercial da como as dúvidas do jornaleiro cartões e a cada dia aumen-
de débito e de crédito tem cres- Rede Card na região central e sobre a porcentagem e taxas”. tam as adesões”, argumenta
cido de forma vertiginosa. No oeste, Gilberto Magalhães, esti- Ricardo. “O convênio é váli-
entanto, com as adesões surgem veram no local. JORNALEIRO SATISFEITO do para a região metropoli-
algumas dúvidas de ordem ope- “Ainda não consegui enten- Apesar dessas dificuldades tana de São Paulo. Ele pode
racional e de contrato. Para isso, der o processo de recarga em iniciais, o jornaleiro aprova to- ser considerado o melhor em
a Diretoria do Sindicato tem cartão de crédito na maqui- talmente a utilização de vendas condições do mercado. Além
prestado permanentes esclare- ninha?”, perguntou Papa. Ele por cartões e está satisfeito com de aumentar o faturamento, o
cimentos à categoria e, sempre aderiu ao convênio da Rede o novo sistema. “Aos poucos, jornaleiro não perde clientes
que for necessário, se desloca Card em janeiro deste ano e o pessoal daqui do bairro está para os pontos alternativos
com representante da Rede Card chegou a solicitar manual para acostumando, mas na banca como postos de combustível
para visitar as bancas. operar a máquina. “Outra dúvi- de meu filho em Perdizes ele e supermercados. Afinal, são
Foi o que aconteceu no dia da é com relação à porcentagem já aumentou seu faturamen- raras as pessoas que andam
24 de março. A partir das dú- de desconto com a antecipação, to. Vou reformar minha banca com dinheiro o bolso”. n
12 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br

o entregador
dedicação total

Zezinho, o parceiro
dos jornaleiros do ABC
Peça fundamental na engre- trega. No começo era com carro
nagem que faz chegar sem falhas de passeio. Vendemos a banca e
os jornais e revistas aos clientes, compramos uma Belina para a
os entregadores das bancas têm entrega. Aos poucos fui inves-
algo em comum em sua história tindo até chegar hoje com cami-
profissional: o rigor na organiza- nhão e sede em Santo André”.
ção do estoque de produtos em
pacotes separados para não co- DURA ROTINA
meter erros durante o trabalho Uma equipe de 40 pessoas
noturno. Essa é a rotina de José está sob seu comando com cin-
Onezio de Souza, que há 20 anos co diferentes roteiros. Além das
é o responsável por abastecer a cidades do ABC, as entregas
maioria das bancas espalhadas também alcançam cidades como
pela região do ABC. Mauá e Diadema. Aos sábados
Pioneiro na região nessa fun- são 190 pontos a serem percor-
ção, Zezinho como é conhecido, ridos. Zezinho organiza todas
possui hoje uma pequena em- as entregas com molhos de cha-
presa de distribuição, a DCM, ves numeradas na sequência de
mas conta que começou do cada roteiro e com pacotes. An-
zero. “Trabalhava como encar- tes de chegar às bancas, ele cum-
regado de produção e depois de pre uma dura rotina. Por volta
sair no começo dos anos 90 para das 21h está na sede da Treelog
uma viagem ao Japão com a es- na Vila Leopoldina. De volta a
posa, não consegui recolocação Santo André, após atravessar a
quando retornei”, lembra. “Fui, cidade, confere os pacotes para
então, ajudar na banca de mi- os carros agregados aos roteiros.
José Onezio, conhecido por “Zezinho” em sua rotina noturna de entregador
nha esposa em São Bernardo. “As publicações começam a
Naquela época não havia en- ser depositadas nas bancas por drugadas. “No fim do ano, meu ção diária. “Nosso relacionamen-
trega nos pontos. Os jornaleiros volta da 1h da madrugada e o sobrinho teve a carga roubada to com os jornaleiros é ótimo, de
tinham que se virar”. trabalho termina somente às do caminhão”, conta. “Comigo, verdadeira parceria e amizade.
Ele relata que tudo começou 5h”, disse. “Volto para casa em em maio do ano passado tenta- Tenho clientes de 20 anos e ou-
por favores até se tornar uma São Bernardo e descanso até às ram levar a carga na Marginal tros que já sucederam seus pais”,
atividade profissional remune- 11h, quando acordo e logo após de Pinheiros, perto da USP, mas disse. “No nosso trabalho não
rada. “Ao buscar publicações o almoço volto para a distribui- não conseguiram. Ficamos sem- podemos falhar. Enfrentamos
para a nossa banca, outros dora em Santo André”. pre aliviados quando encontra- temporais, pode ser Natal ou Dia
vizinhos começaram a pedir Aos 53 anos de idade, casa- mos as operações das Polícias de Ano Novo, pois os leitores
também para trazer para eles”, do, pai de três filhos, Zezinho Militares nas madrugadas”. querem seu jornal na banca cer-
conta. “Cobrava apenas a con- relata um pouco os riscos de as- Apesar desses riscos, Zezinho tinho. Nossa satisfação é quando
dução. Percebi, então que po- saltos que os trabalhadores das resume com sorriso o trabalho terminamos as operações sem re-
deria montar o negócio da en- entregas passam durante as ma- que realiza com grande dedica- gistro de ocorrências ”. n
Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br 13

Sindicato em ação
ARBITRARIEDADES

Sindjorsp impede licitação não havia partido de


Guirado e sim do proprietário
do terreno da agência. E, em
começou a derrubar a casa e a ca-
pela. Moradores se mobilizaram
e conseguiram impedir a demo-

remoção irregular
mais um lance de arbitrariedade lição da torre”, conta Guirado.
da Prefeitura, o Diário Oficial da “Mas, dois dias depois, ele voltou
Cidade publicou em 24 de de- e derrubou o que sobrou”.
zembro, véspera de Natal, a re-
vogação do Termo de Permissão RESTAURAÇÃO NÃO-CUMPRIDA
de Uso (TPU) deste jornaleiro. Naquela época começou a
No começo de janeiro, um ca- queda de braço entre o dono da
minhão da Prefeitura chegou ao área que queria a construção da
local para remover a banca. O agência bancária e a comunida-
dono da banca acionou o Sindica- de que lutava pela preservação
to dos Jornaleiros (Sindjorsp). Os da capela. Ela foi construída em
advogados do Departamento Ju- 1872 numa trilha utilizada pelos
rídico do Sindicato que verifica- tropeiros para alcançar o Sertão
ram que a publicação de retirada das Minas Gerais.
não estava em nome do proprie- “Em meio a abraços simbó-
tário da banca. Policiais militares licos, celebrações de missas e
foram acionados e impediram a reuniões, o banco começou a ser
retirada junto com os advogados. construído em 2005. Teve até
Por volta das 19h, os advogados compromisso da direção do ban-
Banca Barro Branco, de Rubens Guirado, na zona norte, ao lado da agência bancária conseguiram medida liminar co de restaurar a capela”, afirma
barrando a cassação do TPU e a Guirado. “No entanto, essa pro-
mudança. Após ser notificada a messa não foi cumprida e a ban-
Subprefeitura recorreu, mas no ca está no fogo cruzado. Em 2008,
dia 28 de março o Tribunal de tentaram a remoção, mas foi in-
Justiça manteve a liminar. deferida. Até que fui pego de sur-
A história dessa área aos fun- presa, quando fiscais da Subpre-
dos da banca causou grande feitura Santana apareceram com
repercussão na região. Há cin- caminhão”, esclarece Guirado.
co anos, a agência bancária foi Enquanto o jornaleiro e a
construída no lugar do imóvel comunidade lamentam a situa-
abandonado que ao lado abri- ção, quem ingressa na agência
gava a centenária Capela de São logo percebe algo emblemático.
Sebastião. Ela foi derrubada sob Além da base de pedras da an-
fortes protestos dos moradores tiga capela, que resistiu ao tem-
da Zona Norte. Tudo começou po, uma porção do piso em azu-
Parte do piso histórico que sobrou da antiga capela centenária de São Sebastião
em 2002, quando o imóvel foi lejo português revela a história
André Kuchar reira e Água Fria, a Subprefeitu- vendido, apesar da resolução da singela igrejinha de devoção
ra Santana/Tucuruvi alegou em do ano anterior do Conselho dos tropeiros paulistas.
Uma série de arbitrariedades sua ação que a banca ocupava Municipal de Preservação do Para o presidente do Sind-
cometidas pela Prefeitura contra área tombada pelo patrimônio Patrimônio Histórico, Cultural jorsp, Ricardo L. Carmo, o Sindi-
jornaleiro da Zona Norte pro- histórico. Todavia, ela está em e Ambiental da Cidade de São cato é contra qualquer arbitrarie-
vocou indignação da categoria. frente de uma agência do Banco Paulo (CONPRESP) indicar que dade cometida pela Prefeitura.
Desta vez, a investida teve como Bradesco, recém-construída e de as edificações entraram em pro- “Não vamos tolerar que tratem
alvo a Banca Barro Branco, de traços arquitetônicos modernos. cesso de tombamento. os jornaleiros desta maneira,
Rubens Guirado. Instalada de Em novembro, a Subprefei- “O novo proprietário apare- ameaçando retirada da banca
forma legal há 17 anos na conflu- tura apresentou pedido para ceu num domingo pela manhã com caminhão, sem dar chance
ência das Avenidas Nova Canta- recolocação da banca, mas a so- de intensa neblina com trator e de defesa”, comentou. n
14 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br

negociações
reivindicações em pauta reivindicações em pauta

Sindjorsp cobra respostas Estadão recebe


reclamações
cobrar R$ 2 por pedido como faz E, também, estamos no aguardo Após receber uma chuva de
a Chinaglia e não R$ 1 por revista dessa resposta”. reclamações dos jornaleiros de
como é hoje”, revela Ricardo. que o Estadão estava cobran-
Outra questão e que tem pre- PONTOS ALTERNATIVOS do valores integrais dos enca-
judicado os jornaleiros no seu Outro assunto tratado na lhes de revistas que distribui e
dia a dia também mereceu aten- reunião foram os pontos alter- que não foram recolhidas pe-
ção. “Muitas vezes o boleto para nativos de venda de jornais e re- los entregadores, o Sindjorsp
pagamento chega com atraso na vistas, que preocupam os jorna- entrou em contato com a em-
banca, por volta da hora do al- leiros por causa da concorrência presa e conseguiu entrar num
moço e com vencimento no pró- desleal com as tradicionais ban- acordo sobre essa questão. O
prio dia”, comenta o presidente. cas. Cada vez mais esses pontos presidente do Sindicato dos
“O fato é que o jornaleiro às ve- tomam conta das entradas das Jornaleiros, Ricardo L. Carmo,
Desde setembro do ano pas- zes é pego de surpresa com va- padarias e das lojas de conveni- reiterou que todos os casos
sado, a Diretoria do Sindicato lores altos no boleto e acaba não ências dos postos de combustí- que chegou ao Sindjorsp fo-
dos Jornaleiros de São Paulo tendo o dinheiro em cima da veis e até dos supermercados. A ram encaminhados e resolvi-
(Sindjorsp) está em negociação hora. Em outras oportunidades, Diretoria do Sindicato tem nego- dos pelo Estadão. “O Sindica-
com a Dinap, empresa comer- a Dinap resolve cobrar muitas ciado com a Dinap formas que to se encontra à disposição da
cial de distribuição das publica- publicações no mesmo dia”. não prejudiquem a categoria. categoria para ajudar a sanar
ções da Editora Abril, algumas Em relação reivindicação “Temos oferecido a proposta as suas pendências”, explicou.
reivindicações para melhorar a para estender em mais um dia para que esses locais sejam ex- No acerto, ficou estabeleci-
relação comercial da categoria a cobrança do boleto bancário tensões das bancas mais próxi- do que nos dois primeiros fins
com essa empresa. Após rece- de pagamento diário dos jor- mas com lucros negociados en- de semana de abril (dias 2, 3,
ber reclamações e propostas dos naleiros, o gerente se mostrou tre as partes sobre as vendas de 9 e 10), o Estadão ampliou os
jornaleiros, a Diretoria apresen- temeroso durante a reunião produtos dos carros-chefes de horários de atendimento das
tou as reivindicações à Dinap e de dezembro, pois considerou cotas excedentes repassados pe- 7h às 18h, exclusivamente
está cobrando respostas. que pode aumentar o risco de los jornaleiros para esses novos para corrigir esses boletos.
O presidente do Sindjorsp, Ri- inadimplência. O presidente do pontos”, comentou na reunião o O presidente conta que ou-
cardo L. Carmo esteve reunido Sindjorsp, então propôs fazer gerente da Dinap. “O problema tro problema é que o Estadão
em dezembro do ano passado uma experiência de três me- é que alguns jornaleiros não es- retirou o acesso do número
com o gerente comercial em São ses com essa medida. “Se de- tão aceitando essa medida”. de telefone do prefixo 0800
Paulo da Dinap, Everton Mota, e pois disso ficar provado que a O presidente do Sindjorsp para atendimento. “Com
explica os pontos que foram trata- inadimplência aumentou, abri- entende que devem ser encontra- isto, pelos novos números
dos. “Estamos na expectativa da mos mão dessa reivindicação”, das maneiras de conciliar os inte- disponíveis, as linhas ficam
resposta ao pedido que apresen- comentou Ricardo. “Não pode- resses. “Apresentamos proposta congestionadas com espera
tamos para que a Dinap passe a mos aceitar suposições contra. para que sejam instalados dis- de ligações de até meia hora
plays nas padarias e postos com pelos jornaleiros”, disse.
o nome da banca identificada. A “Queremos o 0800 de volta”.
Editora Abril se comprometeu À reportagem o supervi-
a estudar essa alternativa para sor de Vendas do Estado de
assumir os custo do display”, São Paulo, Renato Levi, in-
comentou Ricardo. “A Editora formou que estará agendan-
Abril não pode deixar de ven- do reunião com a Diretoria
der suas revistas, mas deveria ter Comercial para tratar dessa
mais consideração pelo jornalei- questão. “Vamos receber o
ro Queremos discutir caso a caso. Sindicato na próxima sema-
Estamos cobrando as respostas na para os esclarecimentos
para todas essas questões”. n necessários”, afirmou. n
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Mídia
Por que parou... MERCADO EDITORIAL

Cadê o Meia Hora? Disputa coloca em


??? ? ? ? risco sobrevivência
? ? ? ? dos jornaleiros
?? ?? trárias da Associação Na-

?? ??
cional de Jornais (ANJ) e
da European Newspa-
per Publishers’ Asso-
ciation (ENPA).
André Kuchar todos. Mas foi preciso priorizar Durante reunião re-
nossos esforços. Encontramos alizada no dia 23 de
Comunicado que chegou às em São Paulo diversos fatores março em Brasília, o
bancas na terceira semana de que dificultaram o sucesso ob- conselho da ANJ reco-
março informava que o jornal tido no Rio de Janeiro como a nheceu as dificulda-
Meia Hora deixaria de circular impossibilidade de vender no des que as condições
em São Paulo. A notícia pegou trem, entre outros. Por isto, a de cobrança da Ap-
de surpresa a categoria e o Sin- Ejesa decidiu concentrar toda ple impõem aos jor-
dicato, que não recebeu qualquer a sua energia nos seus outros André Kuchar nais. Os dois pontos que mais
informação sobre o repentino de- cinco títulos e na criação de desagradam ao editores são o
saparecimento do jornal com a uma redação em Brasília, que A disputa mundial entre a controle dos dados dos assinan-
devida antecedência. Inúmeros produzirá conteúdo para todas Apple, que detém os serviços tes e a comissão de 30%. A ANJ
jornaleiros procuraram o Sindi- estas publicações da empresa. de tablets e iPhones, e as empre- representa 146 jornais brasilei-
cato para saber do ocorrido, mas Agradecemos mais uma vez sas editoras de jornais e revistas ros que correspondem a 96% da
a entidade não tinha respostas. todo o esforço nas vendas do impressas pode prejudicar e até circulação nacional.
Diante do lamentável acon- Meia Hora São Paulo desde o colocar em risco a sobrevivência Enquanto a queda de braço
tecimento, já que o Sindjorsp seu lançamento. Reforçamos dos jornaleiros num futuro ime- no modelo dos negócios edito-
mantinha e mantém um ótimo aqui que temos todo o inte- diato. Isso porque, a Apple quer riais promete desdobramentos
relacionamento com a Ejesa, resse em manter uma parceria impor novas condições como a no andar de cima, o presidente
o presidente do Sindicato, Ri- saudável com o Sindjorsp e que estabelece comissão de 30% do Sindicato dos Jornaleiros de
cardo L. Carmo, encaminhou nossos amigos jornaleiros. para ela e a determinação de que São Paulo (Sindjorsp), Ricardo
mensagem eletrônica pedin- Já em relação ao questiona- os preços oferecidos na sua loja L. Carmo, não esconde sua pre-
do explicações oficiais e estra- mento sobre o Marca Brasil, virtual devem ser iguais ou me- ocupação com as medidas que
nhando a atitude. sim o Marca Brasil continuará nores do que os cobrados direta- podem afetar a categoria. “Toda
a existir com força total no Rio mente pelo jornal. A Apple tam- esta tecnologia tem nos preocu-
EJESA EXPLICA de Janeiro e em São Paulo”. bém quer concentrar o controle pado muito, pois tem afastado
A redação do jornal também Os jornaleiros também per- dos dados dos assinantes. Esses o leitor da banca cada vez mais.
solicitou informações e recebeu ceberam outra mudança e que dados somente seriam repassa- E não só os jornaleiros perdem,
da Assessoria de Imprensa da se refere a logística. Os jornais dos aos jornais por meio de au- mas também as editoras que es-
Ejesa o seguinte comunicado do grupo Ejesa (Marca e Brasil torização explícita do assinante. tão apostando na mídia impres-
oficial sobre a descontinuação Econômico) deixaram de ter Essas novas regras que a sa”, comenta o presidente. “Com
do Meia Hora São Paulo: sua própria logística de distri- Apple tenta estabelecer no isto, se a banca não procurar se
“O fechamento do Meia Hora buição e que agora o trabalho mercado editorial e nos ne- diversificar com novos produtos
em São Paulo foi uma decisão está sendo executado pelo Diá- gócios dos jornais impressos e serviços irá ficar difícil se man-
difícil e muito dolorosa para nós rio de São Paulo. n mereceram manifestações con- ter no negocio”, acrescenta. n
16 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br

jornaleiros na bronca
Cada vez menos...

Revista Caras reduz cota do


jornaleiro a cada edição

a três revistas. Na coleção ante- montes”, disse. “Se ela precisa


rior era cinco, do jeito que está do jornaleiro para suas vendas,
chegarei a zero”, conta Danilo então precisa atender melhor”.
Ramiro de Mello. Sua pequena A reportagem encaminhou
banca está localizada na esqui- em fevereiro mensagem ele-
na da Rua João Ramalho com a trônica para a Editora Abril se
Rua Dr. Franco da Rocha. “Re- posicionar sobre os problemas,
clamei para tentar conseguir mas não recebeu retorno. Na
dez exemplares com compra segunda semana de março, em
antecipada, mas a resposta é reunião com o presidente do
que está em análise. Hoje quem Sindjorsp, o gerente de Marke-
Danilo Ramiro, das Perdizes: “minha cota se resumiu a apenas três exemplares” manda na banca não é mais o ting da Revista Caras, Fábio Ca-
Não é a primeira vez que a acabei recebendo apenas cinco dono, mas o distribuidor. É ele vichiolli, informou que um “aci-
Revista Caras pisa na bola com exemplares com os produtos. que define quais e quantos pro- dente com container no Porto
os jornaleiros e, principalmente Foi muito pouco e acabei per- dutos vamos receber”. de Santos danificou os brindes
com os seu grande número de dendo clientes, que ficaram até e, por conseqüência, prejudicou
leitores. Após lançar uma ampla zangados”, relata Lucia Maria ACIDENTE COM CONTAINER o atendimento com maior nú-
campanha publicitária na mí- Leão. Ela tem banca próxima ao Para o presidente do Sindica- mero de peças”. Ele também
dia, anunciando para o mês de Metrô Patriarca, na zona leste. to dos Jornaleiros de São Paulo manifestou preocupação com a
fevereiro a chegada da coleção “Reclamei enviando mensagem (Sindjorsp), Ricardo L. Carmo, próxima coleção a ser lançada.
Sonho Oriental, jornaleiros vol- por e-mail, mas de não adian- a entidade não vai tolerar mais Já o diretor comercial da
taram a se queixar das suas cotas tou. Tive que contornar um este tipo de descaso com os jor- DINAP, Osmar Lara, infor-
recebidas e bastante reduzidas. pouco a situação comprando a naleiros, muito menos com os mou que somente realiza a
O lançamento brindaria os leito- revista com os produtos na re- pequenos. “Recebemos diver- distribuição do que a Editora
res com peças da cozinha como gião da Avenida Paulista, pois sas reclamações de companhei- Caras disponibiliza, procuran-
facas e potes para sashimi, assi- por lá havia cotas de bancas ros que não receberam a revista do atender da melhor forma
nadas pelo consagrado estilista com 1.200 exemplares. Isso não em cotas suficientes, mas nos possível todos os jornaleiros.
Kenzo Takada. As principais re- é de hoje. As pequenas bancas pontos alternativos, como pada- Ele, porém, lamentou os pro-
clamações partem dos donos das não são tratadas com a mesma rias e supermercados, havia aos blemas das cotas. n
pequenas bancas. Eles se sentem importância que dão aos pon-
discriminados pela distribuido- tos de venda em alta escala”. REUNIÃO SOBRE A CARAS
ra em relação aos pontos com Até mesmo no bairro nobre A Diretoria do Sindicato está convidando os jornaleiros
maior movimento. paulistano de Perdizes a cota re- para reunião no dia 14 de abril, às 18h, para tratar das cotas
“Tinha fechado com meus duzida prejudicou as pequenas reduzidas da Revista Caras. Informações: 3311-6449
clientes fiéis 30 vendas, mas bancas. “Minha cota se resumiu

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