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Jornaleiros mantêm
as recargas paradas
Transcorrido um mês desde a
deflagração do movimento
em 1º de março que suspen-
deu as recargas dos celulares,
jornaleiros decidiram em duas
assembléias manter o boicote
nos serviços de recargas dos
celulares. O movimento surgiu
pela insatisfação com as baix-
as comissões pagas aos jorna-
leiros pelas quatro empresas
operadoras, com média de
porcentagem de apenas 3,5%.
A categoria reivindica 12%.
Apesar de terem sido notifica-
das pelo Sindicato dos Jornal-
eiros de São Paulo (Sindjorsp),
apenas a OI ouviu a reivindi-
cação em fevereiro, mas não
apresentou contraproposta. A
suspensão das recargas atinge
bancas de toda cidade.
Págs. 7, 8, 9 e 10.
Boca no trombone
Palavra do Companheiro, este espaço é seu.
Presidente Use-o para se defender, elogiar,
criticar e dar sugestões.
Ricardo L. Carmo Participe pra valer do seu SINDICATO,
ele é a sua arma!
Operadoras U Sobre as recargas...
Aqui no centro, onde
gas. Agora só restam as lotéricas
para fazer este tipo de serviço.
com chantagens
missão diária entre R$ 20,00 e
R$ 30,00, dependendo do ponto, Revista CARAS
muitos realmente não pararam. Peço que o SINDJORSP en-
O que eles precisam entender é tre em contato com a editora
Desde 1º de março, conforme lares em São Paulo.
que esses R$ 30,00 não são nada Caras, pois a editora tem nos
decisão tomada pela categoria E, em outra jogada para en-
comparados ao montante movi- usado como vitrine para sua
em assembléia, os jornaleiros dei- fraquecer nosso movimento, co-
mentado! É matemática, muito coleção de Caras que vem cor-
xaram de realizar as vendas de meçaram a espalhar boatos e fal-
simples. Que os mesmos que tando os repartes de semana
recarga de celulares. Ano após sas informações como a de que a
hoje dão as costas para a luta emem semana a fim de que nossos
ano, as margens pagas aos jorna- bancas da diretoria do Sindicato
benefício coletivo sejam os pri- clientes entrem em contato com
leiros com recargas de celulares e continuam com as recargas. Isso
meiros a aplaudir quando nos- a própria para assinar a revista
outros produtos vão minguando. é inverdade plantada por quem
sos objetivos forem alcançados! por 2 anos para receber a cole-
As baixíssimas porcentagens não tem interesse em nos dividir.
ção. Nada descreve a vergonha
condizem com a realidade dessas Para fortalecer nosso movi-
Guilherme Athenesi que sentimos de ter de dizer a
operadoras que faturam milhões mento procuramos a diretoria do
um cliente de anos de ele não
e milhões diariamente. Sindicato das Lotéricas, já que a
Somos jornaleiros, aderimos vai poder fazer a coleção. Este
A paralisação se fez necessá- margem de repasse é parecida
ao boicote e mais, cancelamos a e outros motivos desmotivam
ria, porque as empresas se ne- com a nossa. O presidente das
máquina on line e pedimos para a nossa categoria, pois nos sen-
gam a negociar a porcentagem Lotéricas foi receptivo conosco.
retirar, a máquina já foi devol- timos usados e enganados.
de 12% para todas as bancas, Nossa paralisação está crescendo
vida e a maioria das bancas da
margem pleiteada pela catego- e chamando a atenção do Brasil.
Berini não trabalham com recar- Fernando Gomes Minhones
ria. Hoje, em média o repasse é Recebemos pedidos de informa-
de 4% para as pequenas bancas. ções de entidades dos jornaleiros
O nosso movimento está sur- de Santa Catarina, interessadas
Telefone: (11) 3311-6449
tindo efeito. Estão agora ofere- em conhecer nosso boicote. Email: secretaria@sindjorsp.org.br
cendo de 8% a 10% de comissão, Mais do que nunca precisa-
mas apenas para os jornaleiros mos nos unir, estar juntos, par- Expediente
que aderiram ao movimento. ticipar, explicar aos companhei- Presidente EDITADO PELA EDITORA PAULISTANA-SP
Isso é um desrespeito para com ros ainda indecisos as razões da Ricardo L. Carmo “O Jornaleiro” é distribuido gratuitamente
em todas as bancas do Estado de São Paulo,
os jornaleiros e com o Sindicato. nossa luta. No passado conse- VICE-Presidente fornecedores, Câmaras Municipais e Prefeituras.
Essa proposta individualizada guimos, com sacrifício, conquis- José Antonio M. da Silva
TIRAGEM
para cada banca é inaceitável. O tas históricas como o da consig- TESOUREIRO 10.000 exemplares
Sindicato defende uma proposta nação com as revistas e jornais. Francisco Ranieri Netto Impresso na gráfica DUAL Cor - ABC
digna para todos, sem distinção. Não dê ouvidos aos que falam COnselho Fiscal SEDE PRÓPRIA
Essa chantagem quer enfra- pelos cantos. A luta é de todos. José Oswaldo Marcolino da Silva Rua Santa Efigênia, 59 - 3º andar - Salas 31/32 -
Waldir Warga Centro - SP - CEP 01207-001
quecer nosso movimento. As Das grandes às pequenas ban- Antônio Rivaldo Ramos
operadoras estão tendo preju- cas. O jornaleiro merece respei- Projeto Gráfico
redação www.chasdesigner.com.br
ízo enorme com o boicote. So- to. Não vamos mais trabalhar André Kuchar - MTB 15513
mos responsáveis por 80% do de escravo para as operadoras imprensa@sinjorsp.org.br DiaGRAMAÇÂO
Telefone: (11) 3311-6449 Carlos Henrique de Assis Soares
movimento de recargas de celu- lucrarem com nosso suor.
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Jornaleiro de Sucesso
VARIEDADE E CONFORTO
fiscalização
FESTIVAL DE MULTAS
A diretoria
ATUAçãO SINDICAL
CATEGORIA em ação
BOICOTE NAS RECARGAS
Diretores do Sindicato protestam com faixa diante de uma agência de operadora Presidente do Sindicato argumenta e explica as razões do boicote ao jornaleiro
CATEGORIA em ação
BOICOTE NAS RECARGAS
Jornaleiros adere
e suspendem reca
Durante as visitas aos bairros da Zona Leste, Norte, Sul e região central, além da área da Avenida Paulista, jornaleiros reclamam
à Diretoria do Sindjorsp dos baixos índices pagos nas recargas de celulares e os riscos de assaltos
Jornaleiros de São Mateus, zona leste, aderem por completo ao movimento Banca Bruno, na região nobre da Avenida Paulista, também adere ao boicote
Banca na Penha, zona leste, recebe a visita da caravana do Sindicato Cornelio do Tatuapé ouve as explicações sobre os baixos índices de comissão
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em ao movimento
argas de celulares
André Kuchar as principais bancas do Sapo-
pemba e São Mateus, explicando
Às vésperas do dia 1º de mar- a situação. “Pela proposta, a por-
ço, data escolhida pela categoria centagem de repasse deve cres-
em assembléia para deflagrar o cer de maneira igualitária para
boicote contra as quatro empre- todos para pelo menos 12%”.
sas operadoras de telefonia por Durante as visitas, os jorna-
causa dos baixos índices de re- leiros não esconderam a insatis-
passe nas recargas de celulares, fação com a baixa porcentagem
uma comissão de diretores do repassada pelas empresas e os
Sindicato dos Jornaleiros de São riscos com o acumulo de di-
Paulo (Sindjorsp) e integrada nheiro nas bancas, tornando-os
também por jornaleiros come- presas fáceis de assaltantes. “Só
çou a visitar inúmeras bancas. estou vendendo os cartões do
O primeiro roteiro cumprido estoque. Já aderi ao movimen-
foi nos bairros do Sapopemba to e parei com as recargas, pois
e São Mateus. De posse de car- não vale a pena”, contou Vag-
ta aberta à população e cópia ner Cecato. Ele tem banca perto Um dos jornaleiros da Avenida Paulista que também entrou no movimento
de matéria do jornal Diário de do Hospital do Sapopemba há
S. Paulo, a caravana percorreu 14 anos. “Tive prejuízo de mais “SEGURANÇA EM “A cota é muito baixa pelo ris-
vários pontos, registrando a de R$ 4 mil com assalto”. PRIMEIRO LUGAR” co que corremos”, comenta. “Se
adesão imediata dos jornaleiros Na banca do Jardim Grimaldi, Na banca do Jardim Valquí- conseguirmos uns 10% de repas-
que ainda desconheciam a de- o jornaleiro Paulo Bolim relata os ria, em São Mateus, depois de se, voltarei a pensar”, disse.
flagração do movimento. momentos de apuros que passou sofrer dois assaltos, Valdir Vas- Outros dois importantes jor-
“Nossa greve é para as em- há dois anos. “Estava fechando concelos, desistiu há dois anos naleiros de São Mateus também
presas iniciarem as negociações a banca e dois ladrões chegaram de trabalhar com produtos e ser- entraram no movimento. São os
e aumentar as comissões. Hoje com tudo. Fui baleado na perna viços de celulares. “Minha segu- irmãos Aparecido João Paler-
os índices variam de banca para e no braço. É muito perigoso”, rança está em primeiro lugar”, mo, do Jardim Satélite, e Santo
banca, mas giram em média de contou. Ele está estabelecido afirmou. “Até o posto de gasoli- Aparecido Palermo, dono da
4%. Essa porcentagem é vergo- há 20 anos nesse local. “Estou na daqui parou com os celulares, banca mais antiga do bairro, no
nhosa diante dos milhões que as apoiando o movimento por 12%. após três assaltos”. Na banca do Largo de São Mateus. “Precisa-
operadoras ganham com nosso Tenho saudades dos tempos dos Jardim Vera Cruz, Edson Tadeu mos realmente melhorar a mar-
trabalho”, comentou o presiden- cartões da BCP quando tínha- desistiu de comercializar produ- gem de repasse com as telefô-
te do Sindjosp, Ricardo L. Car- mos 15% de cota das vendas e tos de telefônicas há três anos e nicas”, argumentou Santo. Ele
mo. Ele fez questão de percorrer ainda 15 dias para pagar”. meio por causa das condições. está 40 anos no mesmo ponto. n
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CATEGORIA EM AÇÃO
BOICOTE NAS RECARGAS
Bancas da área
central aderem
ao movimento
Pelo roteiro outras regiões da Brigadeiro Tobias, o jornaleiro
cidade também foram visitadas. Rubens Lourenço também mos-
“Na região oeste, principalmen- trou que o movimento das recar-
te na Lapa, a adesão é de 70%. gas cessou. “Olha a maquininha.
Em toda Zona Norte o boicote Ela está desligada há tempos”.
chega a 90%. A adesão é apenas Seu vizinho, Victor Leandro,
parcial na região da Avenida da Revisitaria Rei das Cruzadas, Em caminhada pela região central, sindicalistas mostram faixas para a população
Paulista”, comentou Ricardo L. acrescentou. “O pior é que as
Carmo. “Na Paulista, as ope- distribuidoras vêm aqui e sem
radoras chegam a repassar 8% cerimônia colam adesivos por
para algumas bancas. É um tra- toda parte”, disse. “Nem pare-
tamento desigual e inaceitável, ce que somos donos das bancas.
já que as pequenas bancas tam- Eles querem dominar tudo”.
bém devem ser consideradas Na Avenida Casper Líbero, a
importantes pontos de venda”. banca de Antônio Cordeiro tam-
Na sexta-feira chuvosa de 4 de bém suspendeu as recargas. “Só
março, a área central da cidade estou desovando os cartões, por-
recebeu a última etapa das visitas que eles já foram pagos”. Enquan-
. A comissão, que teve à frente o to isso, na Avenida Prestes Maia,
próprio presidente do Sindjorsp, José Pereira de Carvalho, com 40
passou por mais de 30 bancas. anos naquele ponto é mais radi-
Com faixas de protesto e munidos cal. “Nunca vendi, pois não com-
de avisos do boicote dirigidos à pensa. Sei que estão diminuindo
população, a comissão percorreu as porcentagens cada vez mais e
diferentes pontos da região. Em para menos”, explicou.
todas as bancas a recepção foi de
boas vindas ao movimento e re- “JÁ FOI 5%, 4%, AGORA 3%...”
gistrou mais de 80% de adesão. Na região do Mercadão, a
Uma das 13 bancas da Praça da Sé que receberam a comitiva sindical
Na Praça Alfredo Issa, região adesão também foi flagrante. “Já
da Luz, a banca de Cecília Maria parei com a Vivo faz tempo e o cionário e não há como bancar a mente. A reivindicação é justa
Pessoa, também parou com as absurdo é que há pouco tempo mão de obra”, explica Tswrukiti e também vou apoiar o movi-
recargas. “Não vale a pena, pois tinha 5%, foi para 4% e agora é Katsuyama. Ele tem ponto há 25 mento”, declarou Edson Ferreira
o repasse é de 3,5% em média. 3%, daqui a pouco chegaremos anos na Praça Fernando Costa. dos Santos, após tirar duvidas.
Muitos clientes ficaram chatea- a 0,5%’, reclamou Marcelo Cipo- Depois de subir a Ladeira “Acho importante se pudermos
dos, mas após explicarmos todos lillo, da banca na Rua Cantareira. Porto Geral, passar pela Rua Boa manter esse serviço, pois é um
entendem”, declarou o seu ma- No Parque Dom Pedro, ou- Vista, a comissão chegou à Praça mix nos produtos. Não pode-
rido Antonio Pessoa. “É muito tro exemplo de atitude radical. da Sé, onde existem 13 bancas. mos perder essa queda de braço.
risco para pouco lucro”. “Nunca me interessei em recar- “Não havia aderido ao boicote, Espero que o movimento seja
Perto dali, na banca da Rua gas, pois para isso preciso de fun- pois fiquei sabendo informal- forte e não desanime”. n
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Sindicato em ação
CONVÊNIO DA HORA
o entregador
dedicação total
Zezinho, o parceiro
dos jornaleiros do ABC
Peça fundamental na engre- trega. No começo era com carro
nagem que faz chegar sem falhas de passeio. Vendemos a banca e
os jornais e revistas aos clientes, compramos uma Belina para a
os entregadores das bancas têm entrega. Aos poucos fui inves-
algo em comum em sua história tindo até chegar hoje com cami-
profissional: o rigor na organiza- nhão e sede em Santo André”.
ção do estoque de produtos em
pacotes separados para não co- DURA ROTINA
meter erros durante o trabalho Uma equipe de 40 pessoas
noturno. Essa é a rotina de José está sob seu comando com cin-
Onezio de Souza, que há 20 anos co diferentes roteiros. Além das
é o responsável por abastecer a cidades do ABC, as entregas
maioria das bancas espalhadas também alcançam cidades como
pela região do ABC. Mauá e Diadema. Aos sábados
Pioneiro na região nessa fun- são 190 pontos a serem percor-
ção, Zezinho como é conhecido, ridos. Zezinho organiza todas
possui hoje uma pequena em- as entregas com molhos de cha-
presa de distribuição, a DCM, ves numeradas na sequência de
mas conta que começou do cada roteiro e com pacotes. An-
zero. “Trabalhava como encar- tes de chegar às bancas, ele cum-
regado de produção e depois de pre uma dura rotina. Por volta
sair no começo dos anos 90 para das 21h está na sede da Treelog
uma viagem ao Japão com a es- na Vila Leopoldina. De volta a
posa, não consegui recolocação Santo André, após atravessar a
quando retornei”, lembra. “Fui, cidade, confere os pacotes para
então, ajudar na banca de mi- os carros agregados aos roteiros.
José Onezio, conhecido por “Zezinho” em sua rotina noturna de entregador
nha esposa em São Bernardo. “As publicações começam a
Naquela época não havia en- ser depositadas nas bancas por drugadas. “No fim do ano, meu ção diária. “Nosso relacionamen-
trega nos pontos. Os jornaleiros volta da 1h da madrugada e o sobrinho teve a carga roubada to com os jornaleiros é ótimo, de
tinham que se virar”. trabalho termina somente às do caminhão”, conta. “Comigo, verdadeira parceria e amizade.
Ele relata que tudo começou 5h”, disse. “Volto para casa em em maio do ano passado tenta- Tenho clientes de 20 anos e ou-
por favores até se tornar uma São Bernardo e descanso até às ram levar a carga na Marginal tros que já sucederam seus pais”,
atividade profissional remune- 11h, quando acordo e logo após de Pinheiros, perto da USP, mas disse. “No nosso trabalho não
rada. “Ao buscar publicações o almoço volto para a distribui- não conseguiram. Ficamos sem- podemos falhar. Enfrentamos
para a nossa banca, outros dora em Santo André”. pre aliviados quando encontra- temporais, pode ser Natal ou Dia
vizinhos começaram a pedir Aos 53 anos de idade, casa- mos as operações das Polícias de Ano Novo, pois os leitores
também para trazer para eles”, do, pai de três filhos, Zezinho Militares nas madrugadas”. querem seu jornal na banca cer-
conta. “Cobrava apenas a con- relata um pouco os riscos de as- Apesar desses riscos, Zezinho tinho. Nossa satisfação é quando
dução. Percebi, então que po- saltos que os trabalhadores das resume com sorriso o trabalho terminamos as operações sem re-
deria montar o negócio da en- entregas passam durante as ma- que realiza com grande dedica- gistro de ocorrências ”. n
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Sindicato em ação
ARBITRARIEDADES
remoção irregular
mais um lance de arbitrariedade lição da torre”, conta Guirado.
da Prefeitura, o Diário Oficial da “Mas, dois dias depois, ele voltou
Cidade publicou em 24 de de- e derrubou o que sobrou”.
zembro, véspera de Natal, a re-
vogação do Termo de Permissão RESTAURAÇÃO NÃO-CUMPRIDA
de Uso (TPU) deste jornaleiro. Naquela época começou a
No começo de janeiro, um ca- queda de braço entre o dono da
minhão da Prefeitura chegou ao área que queria a construção da
local para remover a banca. O agência bancária e a comunida-
dono da banca acionou o Sindica- de que lutava pela preservação
to dos Jornaleiros (Sindjorsp). Os da capela. Ela foi construída em
advogados do Departamento Ju- 1872 numa trilha utilizada pelos
rídico do Sindicato que verifica- tropeiros para alcançar o Sertão
ram que a publicação de retirada das Minas Gerais.
não estava em nome do proprie- “Em meio a abraços simbó-
tário da banca. Policiais militares licos, celebrações de missas e
foram acionados e impediram a reuniões, o banco começou a ser
retirada junto com os advogados. construído em 2005. Teve até
Por volta das 19h, os advogados compromisso da direção do ban-
Banca Barro Branco, de Rubens Guirado, na zona norte, ao lado da agência bancária conseguiram medida liminar co de restaurar a capela”, afirma
barrando a cassação do TPU e a Guirado. “No entanto, essa pro-
mudança. Após ser notificada a messa não foi cumprida e a ban-
Subprefeitura recorreu, mas no ca está no fogo cruzado. Em 2008,
dia 28 de março o Tribunal de tentaram a remoção, mas foi in-
Justiça manteve a liminar. deferida. Até que fui pego de sur-
A história dessa área aos fun- presa, quando fiscais da Subpre-
dos da banca causou grande feitura Santana apareceram com
repercussão na região. Há cin- caminhão”, esclarece Guirado.
co anos, a agência bancária foi Enquanto o jornaleiro e a
construída no lugar do imóvel comunidade lamentam a situa-
abandonado que ao lado abri- ção, quem ingressa na agência
gava a centenária Capela de São logo percebe algo emblemático.
Sebastião. Ela foi derrubada sob Além da base de pedras da an-
fortes protestos dos moradores tiga capela, que resistiu ao tem-
da Zona Norte. Tudo começou po, uma porção do piso em azu-
Parte do piso histórico que sobrou da antiga capela centenária de São Sebastião
em 2002, quando o imóvel foi lejo português revela a história
André Kuchar reira e Água Fria, a Subprefeitu- vendido, apesar da resolução da singela igrejinha de devoção
ra Santana/Tucuruvi alegou em do ano anterior do Conselho dos tropeiros paulistas.
Uma série de arbitrariedades sua ação que a banca ocupava Municipal de Preservação do Para o presidente do Sind-
cometidas pela Prefeitura contra área tombada pelo patrimônio Patrimônio Histórico, Cultural jorsp, Ricardo L. Carmo, o Sindi-
jornaleiro da Zona Norte pro- histórico. Todavia, ela está em e Ambiental da Cidade de São cato é contra qualquer arbitrarie-
vocou indignação da categoria. frente de uma agência do Banco Paulo (CONPRESP) indicar que dade cometida pela Prefeitura.
Desta vez, a investida teve como Bradesco, recém-construída e de as edificações entraram em pro- “Não vamos tolerar que tratem
alvo a Banca Barro Branco, de traços arquitetônicos modernos. cesso de tombamento. os jornaleiros desta maneira,
Rubens Guirado. Instalada de Em novembro, a Subprefei- “O novo proprietário apare- ameaçando retirada da banca
forma legal há 17 anos na conflu- tura apresentou pedido para ceu num domingo pela manhã com caminhão, sem dar chance
ência das Avenidas Nova Canta- recolocação da banca, mas a so- de intensa neblina com trator e de defesa”, comentou. n
14 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br
negociações
reivindicações em pauta reivindicações em pauta
Mídia
Por que parou... MERCADO EDITORIAL
?? ??
cional de Jornais (ANJ) e
da European Newspa-
per Publishers’ Asso-
ciation (ENPA).
André Kuchar todos. Mas foi preciso priorizar Durante reunião re-
nossos esforços. Encontramos alizada no dia 23 de
Comunicado que chegou às em São Paulo diversos fatores março em Brasília, o
bancas na terceira semana de que dificultaram o sucesso ob- conselho da ANJ reco-
março informava que o jornal tido no Rio de Janeiro como a nheceu as dificulda-
Meia Hora deixaria de circular impossibilidade de vender no des que as condições
em São Paulo. A notícia pegou trem, entre outros. Por isto, a de cobrança da Ap-
de surpresa a categoria e o Sin- Ejesa decidiu concentrar toda ple impõem aos jor-
dicato, que não recebeu qualquer a sua energia nos seus outros André Kuchar nais. Os dois pontos que mais
informação sobre o repentino de- cinco títulos e na criação de desagradam ao editores são o
saparecimento do jornal com a uma redação em Brasília, que A disputa mundial entre a controle dos dados dos assinan-
devida antecedência. Inúmeros produzirá conteúdo para todas Apple, que detém os serviços tes e a comissão de 30%. A ANJ
jornaleiros procuraram o Sindi- estas publicações da empresa. de tablets e iPhones, e as empre- representa 146 jornais brasilei-
cato para saber do ocorrido, mas Agradecemos mais uma vez sas editoras de jornais e revistas ros que correspondem a 96% da
a entidade não tinha respostas. todo o esforço nas vendas do impressas pode prejudicar e até circulação nacional.
Diante do lamentável acon- Meia Hora São Paulo desde o colocar em risco a sobrevivência Enquanto a queda de braço
tecimento, já que o Sindjorsp seu lançamento. Reforçamos dos jornaleiros num futuro ime- no modelo dos negócios edito-
mantinha e mantém um ótimo aqui que temos todo o inte- diato. Isso porque, a Apple quer riais promete desdobramentos
relacionamento com a Ejesa, resse em manter uma parceria impor novas condições como a no andar de cima, o presidente
o presidente do Sindicato, Ri- saudável com o Sindjorsp e que estabelece comissão de 30% do Sindicato dos Jornaleiros de
cardo L. Carmo, encaminhou nossos amigos jornaleiros. para ela e a determinação de que São Paulo (Sindjorsp), Ricardo
mensagem eletrônica pedin- Já em relação ao questiona- os preços oferecidos na sua loja L. Carmo, não esconde sua pre-
do explicações oficiais e estra- mento sobre o Marca Brasil, virtual devem ser iguais ou me- ocupação com as medidas que
nhando a atitude. sim o Marca Brasil continuará nores do que os cobrados direta- podem afetar a categoria. “Toda
a existir com força total no Rio mente pelo jornal. A Apple tam- esta tecnologia tem nos preocu-
EJESA EXPLICA de Janeiro e em São Paulo”. bém quer concentrar o controle pado muito, pois tem afastado
A redação do jornal também Os jornaleiros também per- dos dados dos assinantes. Esses o leitor da banca cada vez mais.
solicitou informações e recebeu ceberam outra mudança e que dados somente seriam repassa- E não só os jornaleiros perdem,
da Assessoria de Imprensa da se refere a logística. Os jornais dos aos jornais por meio de au- mas também as editoras que es-
Ejesa o seguinte comunicado do grupo Ejesa (Marca e Brasil torização explícita do assinante. tão apostando na mídia impres-
oficial sobre a descontinuação Econômico) deixaram de ter Essas novas regras que a sa”, comenta o presidente. “Com
do Meia Hora São Paulo: sua própria logística de distri- Apple tenta estabelecer no isto, se a banca não procurar se
“O fechamento do Meia Hora buição e que agora o trabalho mercado editorial e nos ne- diversificar com novos produtos
em São Paulo foi uma decisão está sendo executado pelo Diá- gócios dos jornais impressos e serviços irá ficar difícil se man-
difícil e muito dolorosa para nós rio de São Paulo. n mereceram manifestações con- ter no negocio”, acrescenta. n
16 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.br
jornaleiros na bronca
Cada vez menos...