Você está na página 1de 1

12 Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.

br

o entregador
dedicação total

Zezinho, o parceiro
dos jornaleiros do ABC
Peça fundamental na engre- trega. No começo era com carro
nagem que faz chegar sem falhas de passeio. Vendemos a banca e
os jornais e revistas aos clientes, compramos uma Belina para a
os entregadores das bancas têm entrega. Aos poucos fui inves-
algo em comum em sua história tindo até chegar hoje com cami-
profissional: o rigor na organiza- nhão e sede em Santo André”.
ção do estoque de produtos em
pacotes separados para não co- DURA ROTINA
meter erros durante o trabalho Uma equipe de 40 pessoas
noturno. Essa é a rotina de José está sob seu comando com cin-
Onezio de Souza, que há 20 anos co diferentes roteiros. Além das
é o responsável por abastecer a cidades do ABC, as entregas
maioria das bancas espalhadas também alcançam cidades como
pela região do ABC. Mauá e Diadema. Aos sábados
Pioneiro na região nessa fun- são 190 pontos a serem percor-
ção, Zezinho como é conhecido, ridos. Zezinho organiza todas
possui hoje uma pequena em- as entregas com molhos de cha-
presa de distribuição, a DCM, ves numeradas na sequência de
mas conta que começou do cada roteiro e com pacotes. An-
zero. “Trabalhava como encar- tes de chegar às bancas, ele cum-
regado de produção e depois de pre uma dura rotina. Por volta
sair no começo dos anos 90 para das 21h está na sede da Treelog
uma viagem ao Japão com a es- na Vila Leopoldina. De volta a
posa, não consegui recolocação Santo André, após atravessar a
quando retornei”, lembra. “Fui, cidade, confere os pacotes para
então, ajudar na banca de mi- os carros agregados aos roteiros.
José Onezio, conhecido por “Zezinho” em sua rotina noturna de entregador
nha esposa em São Bernardo. “As publicações começam a
Naquela época não havia en- ser depositadas nas bancas por drugadas. “No fim do ano, meu ção diária. “Nosso relacionamen-
trega nos pontos. Os jornaleiros volta da 1h da madrugada e o sobrinho teve a carga roubada to com os jornaleiros é ótimo, de
tinham que se virar”. trabalho termina somente às do caminhão”, conta. “Comigo, verdadeira parceria e amizade.
Ele relata que tudo começou 5h”, disse. “Volto para casa em em maio do ano passado tenta- Tenho clientes de 20 anos e ou-
por favores até se tornar uma São Bernardo e descanso até às ram levar a carga na Marginal tros que já sucederam seus pais”,
atividade profissional remune- 11h, quando acordo e logo após de Pinheiros, perto da USP, mas disse. “No nosso trabalho não
rada. “Ao buscar publicações o almoço volto para a distribui- não conseguiram. Ficamos sem- podemos falhar. Enfrentamos
para a nossa banca, outros dora em Santo André”. pre aliviados quando encontra- temporais, pode ser Natal ou Dia
vizinhos começaram a pedir Aos 53 anos de idade, casa- mos as operações das Polícias de Ano Novo, pois os leitores
também para trazer para eles”, do, pai de três filhos, Zezinho Militares nas madrugadas”. querem seu jornal na banca cer-
conta. “Cobrava apenas a con- relata um pouco os riscos de as- Apesar desses riscos, Zezinho tinho. Nossa satisfação é quando
dução. Percebi, então que po- saltos que os trabalhadores das resume com sorriso o trabalho terminamos as operações sem re-
deria montar o negócio da en- entregas passam durante as ma- que realiza com grande dedica- gistro de ocorrências ”. n

Você também pode gostar