Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.
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Por que parou...
Cadê o Meia Hora? Disputa coloca em
??? ? ? ? risco sobrevivência
? ? ? ? dos jornaleiros
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André Kuchar
Comunicado que chegou às
bancas na terceira semana de
março informava que o jornal
Meia Hora deixaria de circular
em São Paulo. A notícia pegou
de surpresa a categoria e o Sin-
dicato, que não recebeu qualquer
informação sobre o repentino de-
saparecimento do jornal com a
devida antecedência. Inúmeros
jornaleiros procuraram o Sindi-
cato para saber do ocorrido, mas
a entidade não tinha respostas.
Diante do lamentável acon-
tecimento, já que o Sindjorsp
mantinha e mantém um ótimo
relacionamento com a Ejesa,
o presidente do Sindicato, Ri-
cardo L. Carmo, encaminhou
mensagem eletrônica pedin-
do explicações oficiais e estra-
nhando a atitude.
EJESA EXPLICA
A redação do jornal também
solicitou informações e recebeu
da Assessoria de Imprensa da
Ejesa o seguinte comunicado
oficial sobre a descontinuação
do Meia Hora São Paulo:
“O fechamento do Meia Hora
em São Paulo foi uma decisão
difícil e muito dolorosa para nós
todos. Mas foi preciso priorizar
nossos esforços. Encontramos
em São Paulo diversos fatores
que dificultaram o sucesso ob-
tido no Rio de Janeiro como a
impossibilidade de vender no
trem, entre outros. Por isto, a
Ejesa decidiu concentrar toda
a sua energia nos seus outros
cinco títulos e na criação de
uma redação em Brasília, que
produzirá conteúdo para todas
estas publicações da empresa.
Agradecemos mais uma vez
todo o esforço nas vendas do
Meia Hora São Paulo desde o
seu lançamento. Reforçamos
aqui que temos todo o inte-
resse em manter uma parceria
saudável com o Sindjorsp e
nossos amigos jornaleiros.
Já em relação ao questiona-
mento sobre o Marca Brasil,
sim o Marca Brasil continuará
a existir com força total no Rio
de Janeiro e em São Paulo”.
Os jornaleiros também per-
ceberam outra mudança e que
se refere a logística. Os jornais
do grupo Ejesa (Marca e Brasil
Econômico) deixaram de ter
sua própria logística de distri-
buição e que agora o trabalho
está sendo executado pelo Diá-
rio de São Paulo. n
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MERCADO EDITORIAL
André Kuchar
A disputa mundial entre a
Apple, que detém os serviços
de tablets e iPhones, e as empre-
sas editoras de jornais e revistas
impressas pode prejudicar e até
colocar em risco a sobrevivência
dos jornaleiros num futuro ime-
diato. Isso porque, a Apple quer
impor novas condições como a
que estabelece comissão de 30%
para ela e a determinação de que
os preços oferecidos na sua loja
virtual devem ser iguais ou me-
nores do que os cobrados direta-
mente pelo jornal. A Apple tam-
bém quer concentrar o controle
dos dados dos assinantes. Esses
dados somente seriam repassa-
dos aos jornais por meio de au-
torização explícita do assinante.
Essas novas regras que a
Apple tenta estabelecer no
mercado editorial e nos ne-
gócios dos jornais impressos
mereceram manifestações con-
Mídia
trárias da Associação Na-
cional de Jornais (ANJ) e
da European Newspa-
per Publishers’ Asso-
ciation (ENPA).
Durante reunião re-
alizada no dia 23 de
março em Brasília, o
conselho da ANJ reco-
nheceu as dificulda-
des que as condições
de cobrança da Ap-
ple impõem aos jor-
nais. Os dois pontos que mais
desagradam ao editores são o
controle dos dados dos assinan-
tes e a comissão de 30%. A ANJ
representa 146 jornais brasilei-
ros que correspondem a 96% da
circulação nacional.
Enquanto a queda de braço
no modelo dos negócios edito-
riais promete desdobramentos
no andar de cima, o presidente
do Sindicato dos Jornaleiros de
São Paulo (Sindjorsp), Ricardo
L. Carmo, não esconde sua pre-
ocupação com as medidas que
podem afetar a categoria. “Toda
esta tecnologia tem nos preocu-
pado muito, pois tem afastado
o leitor da banca cada vez mais.
E não só os jornaleiros perdem,
mas também as editoras que es-
tão apostando na mídia impres-
sa”, comenta o presidente. “Com
isto, se a banca não procurar se
diversificar com novos produtos
e serviços irá ficar difícil se man-
ter no negocio”, acrescenta. n