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Ano XI l Edição 49 l São Paulo l Março de 2011 l www.sindjorsp.org.

br 13

Sindicato em ação
ARBITRARIEDADES

Sindjorsp impede licitação não havia partido de


Guirado e sim do proprietário
do terreno da agência. E, em
começou a derrubar a casa e a ca-
pela. Moradores se mobilizaram
e conseguiram impedir a demo-

remoção irregular
mais um lance de arbitrariedade lição da torre”, conta Guirado.
da Prefeitura, o Diário Oficial da “Mas, dois dias depois, ele voltou
Cidade publicou em 24 de de- e derrubou o que sobrou”.
zembro, véspera de Natal, a re-
vogação do Termo de Permissão RESTAURAÇÃO NÃO-CUMPRIDA
de Uso (TPU) deste jornaleiro. Naquela época começou a
No começo de janeiro, um ca- queda de braço entre o dono da
minhão da Prefeitura chegou ao área que queria a construção da
local para remover a banca. O agência bancária e a comunida-
dono da banca acionou o Sindica- de que lutava pela preservação
to dos Jornaleiros (Sindjorsp). Os da capela. Ela foi construída em
advogados do Departamento Ju- 1872 numa trilha utilizada pelos
rídico do Sindicato que verifica- tropeiros para alcançar o Sertão
ram que a publicação de retirada das Minas Gerais.
não estava em nome do proprie- “Em meio a abraços simbó-
tário da banca. Policiais militares licos, celebrações de missas e
foram acionados e impediram a reuniões, o banco começou a ser
retirada junto com os advogados. construído em 2005. Teve até
Por volta das 19h, os advogados compromisso da direção do ban-
Banca Barro Branco, de Rubens Guirado, na zona norte, ao lado da agência bancária conseguiram medida liminar co de restaurar a capela”, afirma
barrando a cassação do TPU e a Guirado. “No entanto, essa pro-
mudança. Após ser notificada a messa não foi cumprida e a ban-
Subprefeitura recorreu, mas no ca está no fogo cruzado. Em 2008,
dia 28 de março o Tribunal de tentaram a remoção, mas foi in-
Justiça manteve a liminar. deferida. Até que fui pego de sur-
A história dessa área aos fun- presa, quando fiscais da Subpre-
dos da banca causou grande feitura Santana apareceram com
repercussão na região. Há cin- caminhão”, esclarece Guirado.
co anos, a agência bancária foi Enquanto o jornaleiro e a
construída no lugar do imóvel comunidade lamentam a situa-
abandonado que ao lado abri- ção, quem ingressa na agência
gava a centenária Capela de São logo percebe algo emblemático.
Sebastião. Ela foi derrubada sob Além da base de pedras da an-
fortes protestos dos moradores tiga capela, que resistiu ao tem-
da Zona Norte. Tudo começou po, uma porção do piso em azu-
Parte do piso histórico que sobrou da antiga capela centenária de São Sebastião
em 2002, quando o imóvel foi lejo português revela a história
André Kuchar reira e Água Fria, a Subprefeitu- vendido, apesar da resolução da singela igrejinha de devoção
ra Santana/Tucuruvi alegou em do ano anterior do Conselho dos tropeiros paulistas.
Uma série de arbitrariedades sua ação que a banca ocupava Municipal de Preservação do Para o presidente do Sind-
cometidas pela Prefeitura contra área tombada pelo patrimônio Patrimônio Histórico, Cultural jorsp, Ricardo L. Carmo, o Sindi-
jornaleiro da Zona Norte pro- histórico. Todavia, ela está em e Ambiental da Cidade de São cato é contra qualquer arbitrarie-
vocou indignação da categoria. frente de uma agência do Banco Paulo (CONPRESP) indicar que dade cometida pela Prefeitura.
Desta vez, a investida teve como Bradesco, recém-construída e de as edificações entraram em pro- “Não vamos tolerar que tratem
alvo a Banca Barro Branco, de traços arquitetônicos modernos. cesso de tombamento. os jornaleiros desta maneira,
Rubens Guirado. Instalada de Em novembro, a Subprefei- “O novo proprietário apare- ameaçando retirada da banca
forma legal há 17 anos na conflu- tura apresentou pedido para ceu num domingo pela manhã com caminhão, sem dar chance
ência das Avenidas Nova Canta- recolocação da banca, mas a so- de intensa neblina com trator e de defesa”, comentou. n

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