Defeitos em Aerogeradores

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS


MTR 0455 - Mecanismos de Fratura e Análise de Falhas (2021.1)

Estudo de caso
Análise das propriedades de pás de aerogeradores

David Luis Coelho da Silva


Erick Vale Oliveira da Silva

Natal, RN
6 de setembro de 2021
David Luis Coelho da Silva
Erick Vale Oliveira da Silva

Estudo de caso
Análise das propriedades de pás de aerogeradores

3ª Avaliação de MTR 0455 – Mecanismos de


Fratura e Análise de Falhas (2021.1), Depar-
tamento de Engenharia de Materiais - UFRN.

Orientador: Prof. Bismarck Luiz Silva

Natal, RN - Brasil
6 de setembro de 2021
Sumário

Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Lista de ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 REFERENCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.1 Histórico de Evoluções das Pás Eólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Funcionamento das Pás Eólicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 Composições das Pás Eolicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3.1 Fibra de Vidro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3.2 Fibra de carbono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.3 Resina Epóxi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3.4 Processamento das pás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4 ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGERADORES MARIHNHOS 14


4.1 ANÁLISE SOBRE A CONDIÇÃO DE VENTOS NO NODESTE
BRASILEIRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.2 POSSÍVEIS FALHAS QUE PODEM SER OBSERVADAS NAS PÁS
EXPOSTA EM AMBIENTE MARINHO . . . . . . . . . . . . . . . . 14
4.3 SELEÇÃO DE MATERIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

5 RECICLAGEM E NOVOS AEROGERADORES . . . . . . . . . . . . 20


5.1 FORMAS MAIS ECOLÓGICA DE RECICLARGEM DAS PÁS . . . 20
5.2 NOVOS MODELOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

6 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4

Lista de ilustrações

Figura 2.1.1–Esquema da evolução dos Aerogeradores . . . . . . . . . . . . . . . . . 6


Figura 2.2.1–Componetes das pás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Figura 2.2.2–Disposição das forças e velocidades aerodinamicas em um aerogerador . 7
Figura 2.2.3–Tipos de Longarinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Figura 2.3.1–Tabela 1: Propriedades das fibras de Vidro . . . . . . . . . . . . 8
Figura 2.3.2–Gráfico tensão deformação para diferentes fibras a) Tração. b)
Compressão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Figura 2.3.3–a)Estrutura básica da resina epóxi diglicidil do bisfenol A. b)
Agente de cura (endurecedor)amina aromática 4,4’- diamino
difenil sulfona (DDS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Figura 2.3.4–Uso de cera desmoldante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 2.3.5–Tecido de fibra de vidro no molde . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 2.3.6–Tecido de fibra de carbono no molde . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Figura 4.1.1–Velocidade média mensal do vento no Oceano Atlântico Central Equatorial 14
Figura 4.2.1–Análise numérica das pás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 4.2.2–a) Falha durante o ensaio de flexão na pá de fibra de carbono com 150%
da carga projetada. b) Ângulo de rotação no engaste da pá. . . . . . . 16
Figura 4.2.3–a) Falha durante o ensaio de flexão na pá de fibra de carbono com 100%
da carga projetada.b) Trinca formada durante ensaio de flexão com
100% da carga projetada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 4.3.1–As propriedades dos materiais delimitam o desempenho do componente 17
Figura 4.3.2–Diagrama módulo de Young e Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 4.3.3–Gráfico do módulo de Young E em relação ao custo relativo por unidade
de volume. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 5.1.1–Playground Wikado, Holanda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 5.1.2–Vantagens e Desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 5.2.1–Novos modelos de aero geradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5

1 Introdução

O crescente interesse na diversificação da matriz energética tem feito o Brasil olhar


com cada vez mais foco para fontes renováveis. A energia eólica tem se mostrado uma
fonte promissora, uma vez que o Brasil apresenta um grande potencial para esse tipo de
tecnologia. Com uma vasta região costeira, o Brasil tem investido pesado na implementação
de grandes parques eólicos, o que tem aumentado a participação dessa tecnologia na sua
matriz energética (GOMES, 2021).
A necessidade de grandes áreas para a construção dos parques eólicos vem se
tornando o principal limitador do avanço dessa matriz, uma vez que o maior potencial de
geração de energia eólica está na região costeira. As empresas de geração de energia eólica
têm voltado suas vistas para o mar, local esse capaz de alavancar a produção de energia
eólica a números jamais alcançados no Brasil (BESSA, 2015). Construir no mar requer um
alto investimento em tecnologia para suportar as condições severas apresentadas por esse
ambiente. Há estudos bastante avançados na utilização de novos materiais para uso em
condições marinhas. O uso de fibra de carbono na construção das pás dos aerogeradores
vem sendo muito estudado, tendo em vista que esse material apresenta propriedades
superiores a fibra de vidro largamente utilizado na produção das pás de aerogeradores
(CAMPOS, 2013).
Os fortes ventos além de gerar bastante energia também podem causar graves danos
as pás dos aerogeradores. Quando submetido a fortes ventos os aerogeradores tendem,
através da tecnologia embarcada, posicionar-se a fim de aproveitar o máximo possível dessa
energia. Entretanto, quando há alguma falha nesse posicionamento, a pá do aerogerador
tende a sofrer danos ao longo do seu corpo que pode levar a sua substituição (COMPOS,
2013).
Além do avanço das usinas eólicas para o mar, é importante voltar o olhar para
como vem ocorrendo o descarte das partes dos aerogeradores fora de funcionamento. Cada
vez mais países ao redor do mundo tem registrado locais denominados “cemitérios de
aerogeradores” uma vez que boa parte dos componentes dessa tecnologia não são facilmente
recicláveis (MACHUCA. 2015).
6

2 Referencial Teórico

A utilização da energia eólica pelo homem remota á antiguidade. O aproveita-


mento dessa fonte energética primaria em energia mecânica sendo através de moinhos de
vento a muito se foi usada sendo uma grande força de trabalho para diversas atividades
Humanas(RESENDE,2011).

2.1 Histórico de Evoluções das Pás Eólicas


Já no final do século XIX, com a demanda energética aumentando motivou a
aplicação dos princípios de geração pelo vento, temos que em 1887-1888, mostrado no
esquema da turbina de Charles F. Bush possuía um rotor de 17 m de diâmetro construído
por 144 pás de madeira montado numa torre de 16m de altura e sustentado por tubos
metálicos(RESENDE,2011).
Para Um dos grandes Desenvolvimento de turbinas de grandes dimensões, foi feita na
Rússia em 1931 sendo a Balaclava, já em 1941 entrou em funcionamento o Smith -Putnam,
com um rotor de duas pás de 53, 3m de diâmetro e 16 toneladas de peso. Na Dinamarca
com a rápida expansão dessa extração de energia o cientista dinamarquês, primeiro Poul
la Cour e, posteriormente, Johannes. Os modelos de F.L. Smidth foi desenvolvido baseado
no sucesso do modelo anterior, Johannes Jull desenvolveu em 1957 o modelo Gedser, com
3 pás de 24 m de diâmetro(RESENDE,2011).

Figura 2.1.1 – Esquema da evolução dos Aerogeradores

Fonte: RESENDE, 2011

O aerogerador Gedser abriu-se as portas para geradores mais modernos com


utilização de materiais composto e com a torre em forma tubular e esbelta, como na
Alemanha 1950 com diâmetro dos rotores de 34m. O verdadeiro salto foi dado após a crise
do petróleo em 1973, que tornou evidente a utilização de novas matrizes energéticas, sendo
elas a eólica, possibilitou o avanço dos modelos de 1980, modernos e eficientes tanto nos
Estados Unidos, quanto Europa(RESENDE,2011).
Capítulo 2. Referencial Teórico 7

2.2 Funcionamento das Pás Eólicas


As pás dos aerogeradores são responsáveis por converter a energia cinética dos
ventos em energia mecânica de rotação. Sendo os elementos que constitui o componentes
na figura abaixo.

Figura 2.2.1 – Componetes das pás

Fonte: Stiesdal,1999

O bordo de ataque e o bordo de fuga são as regiões onde o ar entra em contato


primeiros com a pás e a região posterior da pá onde o ar escapa, respectivamente. No
projeto de uma pá dos aerogeradores, é preciso definir um ângulo de ataque, que é o ângulo
formado entre a velocidade relativa do ar e a corda do perfil da pá, mostrada na figura
2.2.2. Baseado nesse ângulo, foi possível determinar os valores de força de sustentação e
arrasto de um perfil aerodinâmico.

Figura 2.2.2 – Disposição das forças e velocidades aerodinamicas em um aerogerador

Fonte: GURIT,2013B

A composição estrutural das pás que são suportados pelas longarinas são diversas ,
a depender do projeto de escolha , sendo que a longarina tem uma função estrutural da
pá. Os modelos sem um padrão como mostrado na figuraxx, que faz uma comparação com
a viga de aço perfil “I” o mesmo das pás. Sendo as principais longarinas sendo a “ spar
caps” e os “shear webs”.
Capítulo 2. Referencial Teórico 8

Figura 2.2.3 – Tipos de Longarinas

Fonte: GURIT,2013A

2.3 Composições das Pás Eolicas


As pás de aerogeradores já foram fabricadas em madeira, aço e depois alumínio.
No presente, os materiais mais utilizados na fabricação das pás dos aero geradores são
madeiras, fibras de vidro, fibras de carbono e matrizes poliméricas como poliéster, epóxis
e éster-vinílica. Para os reforços é utilizado mais a fibra de Vidro. Com a utilização dos
compósitos na fabricação das pás foi um salto no desenvolvimento de aerogeradores, pois
estes materiais conseguem satisfazer algumas exigências de projetos complexos, com menor
peso e elevado modulo de elasticidade, combinados com elevada resistência para cargas
estáticas e fadiga().

2.3.1 Fibra de Vidro


A fibra mais utilizada nas construções das pás de aerogeradores é a E-glass, Já
outras fibras utilizam é usada a S-glass por apresentar uma resistência mecânica significa-
tivamente maior que a E-glass, contudo o seu custo é duas vezes maior (Manwell,2009).
As propriedades do material podem ser vistas a baixo na figura 2.3.1.

Figura 2.3.1 – Tabela 1: Propriedades das fibras de Vidro

Fonte: KEVIN,1997

As fibras de vidro podem ser caracterizadas pela sua composição química, diâmetro,
numero de fios em um filamento, peso por unidade de comprimento e tratamento superficial.
Capítulo 2. Referencial Teórico 9

2.3.2 Fibra de carbono


Os compósitos de Fibras de Carbono têm como principal Características uma baixa
massa específica, uma boa resistência a substância químicas e excelentes Propriedades
mecânicas. Sendo as propriedades mecânicas dessas fibras dependem fundamentalmente
das orientações de suas cadeias carbônicas ( Del’arco, 1997).
Na figura 2.3.2, podemos observar o gráfico de tensão e deformação para fibra de
carbono de módulo intermediário e de alta resistência; fibra de vidro S-Glass e E-Glass e a
fibra de aramida.

Figura 2.3.2 – Gráfico tensão deformação para diferentes fibras a) Tração. b)


Compressão.

Fonte: WOOD,2012

2.3.3 Resina Epóxi


A utilização da resina consiste em um polímero termofixo que apresenta na sua
cadeia principal ligações do tipo éter (-C-O-C). Sua estrutura base mais utilizada que tem
como princípio o diglicidil éter do bisfenol A (ODIAN,1991). A baixo são representadas as
estruturas bases da resina epóxi e o agente de cura são apresentados na Figura 2.3.3.
Capítulo 2. Referencial Teórico 10

Figura 2.3.3 – a)Estrutura básica da resina epóxi diglicidil do bisfenol A. b)


Agente de cura (endurecedor)amina aromática 4,4’- diamino di-
fenil sulfona (DDS).

Fonte: LEAL, SILVA E ARAÚJO,2012.

O uso da resina epóxi se faz presente na indústria aeroespacial e em pás de turbinas


eólicas por atenderam às condições operacionais destes equipamentos (Jacob et al., 2009).
Além disso as resinas epóxi proporcionam ótimas propriedades mecânicas aos
compósitos. Esse tipo de resina apresentar baixa viscosidade, na qual facilita a infusão da
resina na peça, além de molhar mais fácil as fibras (Jacob et al., 2009).

2.3.4 Processamento das pás


A fim de análise baseado no trabalho do CAMPOS,2013, utilizou-se para as
fabricações o processo VARTM (Vacuum Assisted Resin Transfer Molding). O processo
consiste nas camadas de tecido seco que são posicionadas no molde e a resina é transferida
ao molde com o auxílio de vácuo (VACUUM, 2010), esse processo de fabricação foram
adotados os seguintes processos:
• Preparação do Molde.
A princípio foi realizada a limpeza da superfície do molde utilizando o álcool.
Posteriormente a limpeza do molde, foram aplicados três tipos de desmoldantes. Usado
a princípio o de carnaúba aplicada duas camadas, em seguida aplicada uma camada de
talco industrial, com intuito evitar o contato direto com a cera e posteriormente utilizado
o poli(álcool vinílico) (PVA), (Campos,2013).
Capítulo 2. Referencial Teórico 11

Figura 2.3.4 – Uso de cera desmoldante

Fonte: CAMPOS,2013

• Posicionamento do reforço no molde.


O processo VARTM dá pá de fibra de vidro, foram utilizadas duas camadas de tecido
de fibra de vidro triaxial Non-crimp fabric (NCF)(CAMPOS,2013). A composição das
camadas fora dividida em duas camadas dispostas em laminado da peça nas Figuras2.3.5
e Figura 2.3.6.

Figura 2.3.5 – Tecido de fibra de vidro no molde

Fonte: CAMPOS,2013
Capítulo 2. Referencial Teórico 12

Figura 2.3.6 – Tecido de fibra de carbono no molde

Fonte: CAMPOS,2013

Esses tecidos foram posicionados no molde e compactados com um rolo para


acompanhar o perfil aerodinâmico da pá. Assim toda a área foi coberta com o tecido
(CAMPOS, 2013).
13

3 Metodologia

O presente trabalho teve como metodologia de execução a busca por fontes acadêmi-
cas com foco nos aspectos de análise de falhas de pás de aerogeradores, avanço da produção
de energia eólica offshore e a reutilização e descarte de aerogeradores após término de sua
vida útil.
14

4 ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGE-


RADORES MARIHNHOS

4.1 ANÁLISE SOBRE A CONDIÇÃO DE VENTOS NO NODESTE


BRASILEIRO
A presente variação sazonal das condições climática no litoral do nordeste brasileiro
está fortemente a associada a ZCIT, baseado em diversos estudos realizados sobre a
precipitação no nordeste brasileiro (CAVALCANTI et al. , 2009). A ZCIT se caracteriza
por uma grande zona de nebulosidade longitudinal na região equatorial da terra. Nessa
região, existe uma grande convergência de massa de are predomínio de ventos fracos em
superfície, como podemos verificar na região equatorial do Oceano Atlântico (em azul),
nas Figuras 4.1.1a e 4.1.1 b.

Figura 4.1.1 – Velocidade média mensal do vento no Oceano Atlântico Central Equatorial

Fonte: RIENECKER et al., 2011

Como verificamos nos gráficos de análise de ventos a região nordeste é ideal para
investimento dos aero geradores e como vamos abordar a implementação desses dispositivos
avançando para o mar como aerogeradores em plataformas mostrada na Figura 4.1.1, A
escolha do material se faz necessário a fim de melhorar o desempenho das pás e evitar
falhas.

4.2 POSSÍVEIS FALHAS QUE PODEM SER OBSERVADAS NAS


PÁS EXPOSTA EM AMBIENTE MARINHO
Baseado nos resultados obtidos pelo (Campos,2013) verificou-se pela análise numé-
rica e o ensaio de flexão para as pás com os materiais tanto de fibra de carbono quanto de
vidro, sendo o modelo de fabricação o VARTM.
Capítulo 4. ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGERADORES MARIHNHOS 15

•Análise Numérica
A simulação contou com o software de análises Hidrodinâmicas com pequenas
modificações na geometria para obter uma malha adequada para a simulação como
mostrada na Figura 4.2.1.

Figura 4.2.1 – Análise numérica das pás

Fonte: CAMPOS, 2013

Para a Figura 4.2.1, visou-se o gradiente de pressão em torno da superfície da pá,


com uma região de maior pressão devido a força de sustentação e outras região com menor
pressão aerodinâmica (CAMPOS,2013).
A distribuição de pressão em cada seção, observa-se que a pressão aerodinâmica
vai aumentando longitudinalmente ao longo da pá. Isso se dá pelo fato de a velocidade
tangencial também aumentar com o raio (CAMPOS,2013).
Baseando-se na sua análise foi observado que a velocidade relativa do vento e
a área projetada da pá são diretamente proporcionais à força de sustentação. Logo, a
pressão aerodinâmica diminui na proximidade da ponta da pá, visto que nessa região a
área projetada da pá também diminui (Campos,2013).
• Ensaio de flexão Baseado no estudo do Campos temos que o ensaio de flexão
utilizou um carregamento crescente nas pás, correspondente ao carregamento com os
fatores de segurança (CAMPOS).
A fim de obter os resultados simulados verificamos que nos carregamentos com
150% para a pá de fibra de vidro ocorreu a falha no engaste da pá como mostra a Figura
4.2.2.
Capítulo 4. ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGERADORES MARIHNHOS 16

Figura 4.2.2 – a) Falha durante o ensaio de flexão na pá de fibra de carbono com 150% da
carga projetada. b) Ângulo de rotação no engaste da pá.

Fonte: CAMPOS, 2013

Verificamos que a fibra de vidro em cargas mais extremas pode ocorrer uma falha
na sua base de engaste podendo gerar uma perda do equipamento, ademais em ambiente
onde o fluxo de ventos é extremo.
A análise para o carregamento de 100% para pá de fibra de carbono a falha foi
vista na própria pá, que pode ter sido causada por uma falha de fabricação visto que isso
pode ocorrer se não for feito de forma adequada mostrada na figura 4.2.3.

Figura 4.2.3 – a) Falha durante o ensaio de flexão na pá de fibra de carbono com 100% da
carga projetada.b) Trinca formada durante ensaio de flexão com 100% da
carga projetada.

Fonte: CAMPOS, 2013


Capítulo 4. ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGERADORES MARIHNHOS 17

A resistência da vibra de carbono é superior em relação a de vidro, contudo como


verificamos no ensaio uma falha de fabricação pode ser fatal para o equipamento.

4.3 SELEÇÃO DE MATERIAIS


Cada propriedade de um material de engenharia tem uma faixa de valores carac-
terísticos. A análise da amplitude pode ser grande: muitas propriedades têm valores que
abrangem cinco ou mais potência de dez. Como mostrado no diagrama de barras na Figura
4.3.1, para o módulo de Young. Cada barra descreve um material; seu comprimento mostra
a faixa de módulo exibida pelo material em suas várias formas (ASHBY,2012).

Figura 4.3.1 – As propriedades dos materiais delimitam o desempenho do componente

Fonte: ASHBY,2012

A análise do diagrama vemos as disposições dos matérias em estudo vemos que o


fibra de carbono é o que possui maior módulo de elasticidade em contra partida o de fibra
de vidro é apresentado no diagrama.
Módulo e densidade são propriedades bem conhecidas como representada na Figura
4.3.2, a baixo um material muito denso muita das vezes pode ser inviável para ser
implementado, pensado nisso a escolha dos compósitos como mostrado no diagrama
(ASHBY,2013).
Capítulo 4. ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGERADORES MARIHNHOS 18

Figura 4.3.2 – Diagrama módulo de Young e Densidade

Fonte:ASHBY,2012

A seleção do material em um projeto é de fato essencial para oferecer o melhor


desempenho a longo prazo inclusive em ambiente com alta exposição aos ventos, sendo
leves e com uma resistência acima da média os compósitos se destacam e são uma excelente
escolha para projetos como esse.
Materiais fortes e baratos são selecionados por meio Figura 4.3.3. Ela mostra o
gráfico de resistência à falha, definida como antes, em relação ao custo relativo por unidade
de volume. As qualificações para a definição de resistência que demos antes aplicam-se
também aqui (ASHBY,2012).
Capítulo 4. ANÁLISE E SELEÇÃO PARA AEROGERADORES MARIHNHOS 19

Figura 4.3.3 – Gráfico do módulo de Young E em relação ao custo relativo por unidade de
volume.

Fonte: ASHBY,2012

O custo relativo da fibra de vidro em comparação com a fibra de carbono é muito


inferior, contudo, seu módulo de Young é inferior ao da fibra de carbono, para efeito do
projeto mesmo sendo um custo muito elevado a fibra de carbono é o mais indicado devido
a pouca manutenção e a vida útil do material pode ser explorada de forma ampla.
20

5 RECICLAGEM E NOVOS AEROGERADO-


RES

A disposição das pás em aterro sanitário pode ser extremamente cara, onde muitas
vezes são cobradas taxas para a sua disposição, e não traz benefício aos desenvolvedores
do projeto, onde estes poderiam lucrar com outra forma de disposição (MACHUCA,2015).

5.1 FORMAS MAIS ECOLÓGICA DE RECICLARGEM DAS PÁS


Para a reciclagem de ciclo fechado das pás, tanto para as de fibra de vidro quanto
carbono, Albers (2009) cita que a trituração é inevitável e três problemas são levantados:
• Não há ferramentas adequadas para as dimensões das pás.
• A abrasão das ferramentas é enorme.
• A formação de pó combinada com finas partículas ou a liberação de gases dos
solventes residuais pode afetar a saúde e segurança no trabalho.
Outra preocupação levantada por Rahnama (2011) é o stress causado nas pequenas
partículas do material ao triturá-lo, que pode influenciar na produção de fissuras e outros
defeitos nos produtos feitos com este material reciclado (MACHUCA).
O reuso das pás na construção civil deve ser monitorado tecnicamente, pois as pás
sofrem grande fadiga durante sua vida útil e pode causar diversas falhas mecânicas. Com
isso, não é aconselhável utilizá-las em construções permanentes (MACHUCA,2015).

Figura 5.1.1 – Playground Wikado, Holanda

Fonte: MACHUCA,2015

As vantagens e desvantagens dás pás do aerogeradores como mostrado na tabela


abaixo:
Capítulo 5. RECICLAGEM E NOVOS AEROGERADORES 21

Figura 5.1.2 – Vantagens e Desvantagens

Fonte: MACHUCA,2015

5.2 NOVOS MODELOS


A necessidade de modelos mais eficiente de geração, entre eles se destaca modelos
mais compactos para ambiente urbanos, sendo eles representados pela figura a baixo, sendo
menores emissores de ruídos e com uma geração muito mais eficientes.

Figura 5.2.1 – Novos modelos de aero geradores

Fonte: REVISTA LIDE


22

6 Conclusão

Na construção deste trabalho foi possível entender o funcionamento dos aerogerado-


res, o principal mecanismo de fratura e o destino final dos componentes dos aerogeradores
após o término da sua vida útil. O estudo comprovou a necessidade de uma análise mais
profunda sobre os modelos e verificou-se o melhor desempenho para as fibras de carbono
mesmo tendo um custo mais elevado.
23

Referências

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DE CONVERSÃO DE ENERGIA EÓLICA PARA LIGAÇÃO À
REDE.Universidade Lusófana do Porto, 2011. <https://docplayer.com.br/amp/2736097-
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GURIT, WE HANDBOOK-3.WE HANDBOOK-2. Wind Tur-


bine Blade Structural Engineering.2013a. Disponível em:
<http://www.gurit.com/files/documents/2aerodynamics.pdf>. Acesso em:21/08/2021.

ODIAN, G.Principles of Polymerization, 3° edição, p.01-768,1991.

LEAL, A. S. C, SILVA, S. M.L; ARAÚJO, C. J. Comportamento termomecânico de


compósitos ativos preparados com nanocompósitos epóxis/argila organofílica
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Grande. 2012.

JACOB, G. C. , HOEVEL, B. , PHAM, H.Q. DETTLOFF, M. L, VERGHESE,


N. E, TURANKHIA, R. H. HUNTER, G. , MANDELL, J.F., SAMBORSKY , D.
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VACUUM BAGGING TECHNIQUES , A guide to the principles and practical


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GOMES, Luis. Investimentos na matriz eólica superam R$ 187,1


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superam-r-1871-bi-na-ultima-decada.shtml. Acessado em: 05/05/2021.
Referências 24

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Amazonas 2015.

CAMPOS, Maxddavid O.Estudo comparativo de pás para aerogeradores de


grande prote fabricados em materiais compósitos reforçados com fibra de
carbono ou fibra de vidro. Tese (Mestre em ciência e engenharia de materiais)-
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Revista LIDE. https://revistalide.com.br/noticias/sustentabilidade/centros-


urbanos-tem-potencial-para-gerar-energia-eolica-com-turbinas-no-alto-dos-
edificios acessoacesso : 05/09/2021

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