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Escola de Engenharia
Departamento de Engenharia de Materiais e Construção
Curso de Especialização em Construção Civil
Monografia
Janeiro / 2007
LILIAN LUCCHESI DOS SANTOS
Belo Horizonte
2007
ii
Ao meu querido pai, que vive perto de Deus.
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, minha mãe, meus irmãos, ao amor incondicional que nos une
nesta vida;
conhecimento.
iv
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................... 13
2.1 Sustentabilidade............................................................................................... 13
3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO................................................................... 24
3.2 Metodologia...................................................................................................... 26
v
3.3.3.3 - Reciclagem ............................................................................................... 45
4. RESULTADOS....................................................................................................... 56
5.1 O Loteamento................................................................................................... 84
5.2 O Edifício.......................................................................................................... 86
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 95
7. ANEXOS ................................................................................................................ 97
7.3 Extrato do Projeto de Lei 3057/00 –Lei de Responsabilidade Territorial ......... 103
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.2: Exemplo projeto reuso de água para uma construtora em São Paulo ...... 52
Figura 3.4: Encontro de paredes feito com tijolos vazados de solo-cimento ............... 54
vii
LISTA DE TABELAS
8
LISTA DE NOTAÇÕES, ABREVIATURAS
9
RESUMO
primeira vez na década de 80 pelo Relatório Brundtland, aos temas relacionados aos
sistemas que envolvem a Construção Civil. É feita uma reflexão sobre a real
10
1. INTRODUÇÃO
explicitamente colocada no texto, mas em última análise, está nas entrelinhas, e pode
conteúdos não passarão de letras mortas, serão apenas cartas cheias de boas
dessas ações sustentáveis? Uma possível resposta para esta questão poderia estar
cidades (ou em qualquer lugar) vão se desdobrar e se conectar até atingirem todo o
planeta.
sistema da construção civil, sua relação com a cidade e o mundo. Uma abordagem
estes se relacionam com o todo, no caso a cidade, é o meio mais eficiente para se
11
Neste trabalho, é feita, a apartir da definição geral formulada pela primeira vez na pelo
Construção Civil.
Para exemplicar o que vem a ser uma Construção Civil Sustentável é apresentado um
12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
cada um dando enfoque pessoal ao tema na área que lhe é familiar, seja ele um
sobre o tema já ocorrem a quase quatro décadas. Neste tópico são apresentados os
2.1 Sustentabilidade
ONG Clube de Roma, na década de 60. O primeiro relatório elaborado pelo Clube de
• Agenda 21 (1992).
13
A Declaração de Estocolmo elaborou vinte e seis “princípios comuns que ofereçam
aos povos do mundo inspiração e guia para preservar e melhorar o meio ambiente
dos países em desenvolvimento, daí a recomendação para que estas não coloquem
14
Fica claro, nessa nova visão das relações homem-meio ambiente, que não existe
máximo para a utilização dos recursos naturais, de modo que sejam preservados e
perpetuados.
15
Complementando estas recomendações podemos imaginar outras medidas a serem
desenvolvimento sustentável:
16
uma rede global presente hoje em 166 países, pois está consciente de que nenhuma
O PNDU Brasil divulga e promove ações para alcançar os Objetivos do Milênio (ODM).
Estocolmo, em 1972.
O documento produzido define vinte e sete princípios, onde estão presentes o direito
17
A Agenda 21 é mais um resultado das discussões da ECO-92. Trata-se de um
Destaca-se ainda que a Agenda 21 não é uma simplesmente uma Agenda Ambiental e
participativo que analisa a situação atual de um país, Estado, município e/ou região, e
parcerias e compromissos para a sua solução a curto, médio e longo prazos. A análise
é o encaminhamento das propostas para o futuro devem ser feitas dentro de uma
derivados de compromissos pactuados entre todos os atores, fator esse, que garante
18
com base nos programas locais adotados. Podem-se utilizar também estratégias para
devendo ser parte fundamental das estratégias de ação dos países os esforços para
sobre o tema, elaboradas por profissionais do setor da construção civil, podem ser
resumidas a seguir.
19
O arquiteto Jaime Pusch traz uma visão ética para o mesmo conceito: “a
20
4- qualidade pela preservação da diversidade e não a quantidade.
Todos estes conceitos são importantes, e se complementam, uma vez que permitem
uma ação relacionada à construção civil como plenamente sustentável, deve-se ainda
lembrar que a dimensão social deve ser envolvida, contribuindo para diminuir a
Outro aspecto relevante que pode ser notado é que o conceito de sustentabilidade não
sempre adotar soluções que diminuam seu impacto no meio ambiente; analisado sob
Podemos exemplificar com a experiência alemã, que criou o conceito Casa Energia
Zero (figura 2.1). As soluções tecnológicas projetadas para aumentar sua autonomia
energética, como por exemplo a instalação de células fotovoltaicas para gerar energia,
21
Zero-energy house in Adenbüttel, Germany. Picture: MBW.NRW
Zero-Energy Building
http://www.solarserver.de/lexikon/nullenergiehaus-e.html
para encarar os problemas urbanos. Apesar dos avanços científicos que fornecem
22
obstáculo a ser vencido a maneira de pensar soluções para os mais graves problemas
levar pelo pensamento linear, que não é uma alternativa adequada aos problemas
humanos. Por exemplo pode-se inferir que a presença de uma favela no meio urbano
gera violência, no entanto eliminar a favela não é solução definitiva para eliminar a
violência.
23
3. DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Algumas estratégias de análise podem ser propostas para aproximar o conceito geral
unidade inserida num bairro, que é parte de uma cidade, que pode pertencer a uma
pequena parte de um todo maior e mais complexo, assim como uma célula é uma
recursos para atender suas próprias necessidades, vão precisar habitar o planeta de
A análise da menor parte que compõe o sistema mais complexo, habitação planetária
por seres humanos, que vem a ser a moradia que abriga a família, será feita tendo em
mente que esta parte, a residência, se relaciona com vários outros sistemas: redes de
bacias hidrográficas, microclima local, que estão intrinsecamente ligados numa rede
de conexões que irá culminar numa abrangência que atinge a todos os habitantes do
planeta.
24
destinados à moradia têm 250,0m², para os quais se prevê ocupação com residências
tipo propostas, foram feitos com base nos princípios de sustentabilidade pesquisados,
brasileira, imaginando que estas residências serão habitadas por populações de baixo
poder aquisitivo.
Em seguida será feita uma análise do loteamento proposto e do projeto básico para
3.2 Metodologia
25
Edgar Morin, sociólogo, antropólogo, historiador, geógrafo e filósofo, nascido em Paris
“Educar para a era planetária significa que devemos nos questionar para saber se
nosso sistema educacional está baseado na separação dos conhecimentos.
Conhecimentos estes que as disciplinas separam, e não somente elas as separam,
como tampouco comunicam. Nós aprendemos a analisar, a separar, mas não
aprendemos a relacionar, a fazer com que as coisas comuniquem”
“Tudo está ligado, não só na realidade humana, como também na realidade planetária.
Portanto, podemos imaginar que nosso sistema educacional é inadequado. Vejam a
palavra” complexidade”. Ela vem do latim complexus, “aquilo que é tecido”. Vemos,
então, que nosso sistema educacional nos torna incapazes de conceber a
complexidade, isto é, as inumeráveis ligações entre os diferentes aspectos dos
conhecimentos.”
do século passado.
O físico americano Fritjof Capra encara estes problemas como “diferentes facetas de
uma crise, que é em grande medida uma crise de percepção” (Capra, p.23) Em outras
26
palavras: quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais
somos levados a perceber que eles não podem ser resolvidos isoladamente. São
Utilizando um termo criado pela escola filosófica do filósofo norueguês Arne Naess, no
natureza.
Uma visão holística do mundo, concebido como um todo integrado, e não como uma
coleção de partes dissociadas pode ser também denominada uma visão ecológica,
vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular da teia da vida. Esta
planeta como um todo integrado, percebe-se que são formas de pensar semelhantes,
analisando problemas correlatos (educação, ecologia) a uma questão crucial que deve
O meio ambiente não deve ser pensado dissociado de todos os outros sistemas
planetários; o meio ambiente que abrange os meios natural, rural e urbano, em última
alcançada através desta nova postura holística, deve ser abordada em todas as suas
27
implicações, nas esferas das atividades humanas, sejam elas familiares, educacionais,
prestação de serviços, de pesquisa, e até mesmo nas atividades futuras, aquelas que
abordado no presente trabalho, deve-se lembrar que devem ser garantidos que todos
os sistemas interligados que compõem o sistema ‘construção civil’ devem ser também
resíduos. Qualquer ação proposta para diminuir impactos da construção civil sobre o
planeta.
esferas das ações correlatas ao sistema da construção civil. A abordagem que se fará
28
a seguir busca aproximar o conceito amplo da sustentabilidade na construção civil, o
publicação O Estado do Mundo 2002, elaborado pela ONG World Watch Institute,
estão se tornando cada vez mais importantes. Em 1999 a Habitat, a agência das
global que objetiva ajudar as pessoas a ter voz nos governos locais. Ela está
29
» segurança: esforçar-se em manter seguros os logradouros públicos por exemplo,
envolvendo os cidadãos na prevenção de crimes e conflitos e prontidão contra
desastres, ou desenvolver uma campanha de conscientização pública a fim de
encorajar a tolerância à diversidade.” (French, p. 226)
suas diretrizes de desenvolvimento; o plano diretor é uma lei que estabelece um pacto
Cândido Malta Campos Filho em sua obra ‘Cidades Brasileiras, seu Controle ou o
Caos’ cuja primeira edição data de 1984, destaca os principais problemas urbanos da
época (dos quais muitos ainda ocorrem), resumindo-os numa “dimensão social”:
30
Esta distorção, a valorização do centro da cidade, normalmente provido de infra-
de grande parte das cidades brasileiras. De 1984 até hoje em dia (2007), muitos
internacionais (que ditavam regras econômicas internas) a inflação não atinge índices
Campos Filho aborda o tema plano diretor como uma lei que deve conter a estrutura
transporte público (ônibus, trem, etc), e as das zonas básicas (centrais, industriais,
No entanto ainda não está vislumbrado nesta obra o enorme alcance social-político
que hoje representa o plano diretor no planejamento da cidade e na busca pela justiça
social-territorial urbana.
brasileira. Em especial nos interessa o Capítulo II, que trata da Política Urbana.
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
31
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 4º É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subtilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
desenvolvimento urbano através de diretrizes fixadas em lei. Esta lei é o Plano Diretor,
que deve obrigatoriamente ser elaborado em cidades com mais de 20.000 habitantes
32
de especial interesse turístico ou situadas em áreas de influência de empreendimentos
propriedade urbana deve cumprir sua função social. Este novo conceito incorporado
pode aplicar, desde que regulamentados em lei específica, na busca da justiça social-
A função social pode ser definida: “A propriedade urbana cumpre sua função social
pública.
A lei 10.257 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade – regulamenta os artigos 182 e 183
avanço social importante: durante a elaboração do plano diretor o Poder Público deve
33
garantir, através de audiências públicas, a participação popular nas proposições dos
instrumentos e diretrizes que a lei irá abranger. (Ver artigo 40 § 4º da Lei 10.257/01,
Anexo 1).
elaboração do plano, permite uma maior integração entre os munícipes e seu território,
problemas coletivos do município, que passam a ser vistos também como seus
condições favoráveis para que a população de baixa renda tenha acesso aos
O parcelamento do solo é uma diretriz geral da política urbana (Ver artigo 2 lei
formato, topografia, sua conexão com a malha viária, sua inserção nos sistemas de
34
urbano. A Lei federal em vigor que dispõe sobre o parcelamento do solo é a Lei 6766
deverão ter área mínima de 125,0 m² e frente mínima de 5,0 metros; a legislação
de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei
II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem
que sejam previamente saneados;
III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se
atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
35
Encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3057/2000, a
chamada Lei de Responsabilidade Territorial. Quando aprovada esta nova lei irá
revogar a atual lei de parcelamento do solo, 6766/79 (ver anexo 7.3). Além proibições
do parcelamento áreas em da defesa do ambiente natural (de uma forma ainda mais
O Título III da PL trata de um assunto inédito até então na legislação, que vem a ser a
isso o Poder Público municipal, no plano diretor ou em outra lei municipal apropriada
fundiária sustentável.
gestão sobre seu espaço territorial, o meio ambiente, suas riquezas e problemas deve
subordinando-nos de modo infantil à comunidade, nem nos afastando dela que nos
tornamos seres humanos responsáveis. O que nos distingue como seres sociais, de
séria, são nossas capacidades de exercer uma solidariedade, uns em relação aos
36
enriquecedora ... os elementos autênticos de uma sociedade livre e racional são
comum, que é o seu bairro de moradia e às vezes, apenas a sua rua.” Continua o
creche, escola de primeiro grau, posto de saúde, praça de lazer, rodeado por ruas
locais, com zona de comércio colocadas na periferia do bairro” (Filho, p. 106). Esta
cidade.
37
A análise da unidade de vizinhança seria feita abordando ao mesmo tempo todos os
seriam mais facilmente dominados pois estariam sendo estudados numa escala
cidade.
dos ventos dominantes, o aumento da cobertura vegetal como forma de reter maior
quantidade de água no lençol freático, agindo também como proteção natural contra
locais: coleta seletiva de lixo, conservação e manutenção das árvores implantadas nas
tais como áreas não edificáveis de leitos de ferrovias ou metro de superfície, terrenos
38
compostagem, e lodos pré-tratados dos esgotos podem ser utilizados na adubação
orgânicos do lixo que coletam e, após sua compostagem, vendem como adubo, ou
urbana realizado para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Jac
baldios até a piscicultura em águas residuais filtradas por plantas aquáticas. Tilápias e
foram implantadas desde 1982; hoje, cerca de 90% das verduras vêm da agricultura
urbana, que emprega 20% dos moradores, sendo a segunda maior fonte urbana de
químicos e pesticidas.
39
A Arborização Urbana contribui para o aumento da qualidade de vida nas cidades: a
comportamento destas variáveis nas diferentes ao longo do ano. Para cada situação
obstruir a passagem de ar por lagos ou rios (traçados viários que permitam o fluxo de
ar). Quanto à implantação permitir que ventos frontais entrem na casa, nos climas
40
quentes, em locais frios criar barreiras porosas, em climas secos prever espelhos
fachada.
fluxo do ar atravesse a edificação da zona mais fresca para a mais quente, contribuir
edificação; abrir janelas na direção dos ventos incidentes, proteger os vãos do sol da
tarde.
Onde a umidade relativa do ar estiver abaixo dos limites de conforto pode-se umidificar
o ar através de recipientes com água, fontes, espelhos d’água, tentando não reduzir a
temperatura. Para tal a taxa de ventilação da casa deve ser controlada, evitando que o
41
» Iluminação natural: estratégias para promover a iluminação natural das edificações
edificações.
diminui o albedo (reflexão da radiação em direção à casa), evita também que o piso
acumule calor durante o dia e o irradie de volta durante a noite. O uso de beirais é
Minimizing Construction and Demolition Waste at the Design Stage – apresenta uma
desperdícios de insumos advindos da obra, que muitas vezes ocorrem por deficiências
foi gasta na produção de insumos e materiais), contribuindo para uma construção civil
mais sustentável.
42
3.3.3.2 – Conservação e Reabilitação de Edifícios Antigos
sua segurança estrutural ou obsolência funcional pode ser evitada caso seja possível
advindos de uma demolição é exatamente evitar que ela ocorra, ao perpetuar o uso do
caso sejam detectadas avarias durante a inspeção. Esta atitude além de preservar a
espacial ao uso anterior pode ser reocupado, recebendo uma nova destinação
reformas, seus custos serão sempre menores que sua derrubada para a construção
de um novo edifício.
O manual produzido pela universidade de Hong Kong traz estudos de casos de vários
Ministério das Cidades, na perspectiva de cumprir a função social da terra urbana, que
43
imóveis vazios e subtilizados para ações do Programa de Reabilitação de Áreas
Centrais.
Estes imóveis poderão ser utilizados para fins de habitacionais e/ou outros usos
bem servidas que as periferias. Outro aspecto positivo é que áreas centrais
opção de compra prioritária pela população de baixa renda. Foi elaborado um projeto
Hipercentro.
Numa residência popular de dois quartos (objeto de estudo), fica difícil imaginar outro
uso para o espaço interno que não seja o residencial sem profundas alterações de
44
desenho interno, que poderiam gerar elevados custos financeiros. A não adequação
entre o espaço e o uso, neste caso, irá ocorrer apenas se acontecer um aumento do
número de indivíduos da família que ocupa o imóvel. Para resolver este impasse o
reocupando a residência dois quartos com uma nova família, menor que a primeira.
3.3.3.3 – Reciclagem
cerâmicos, concreto em geral, solo, rocha, madeira, forro, argamassa, gesso, telha,
implica segregar os resíduos junto à fonte geradora, ou seja, nos próprios canteiros de
45
construtor/gerador tenha consciência da importância do seu papel neste processo.
Primeiro, com relação à adoção de uma postura racional e criativa, que facilite a
segregação dos resíduos nos canteiros de obra, o que permite assegurar uma maior
para lidar com o co-processamento. Os tipos de resíduos que podem ser co-
46
partes. A bolsa permite a criação de grupos geradores próximos geograficamente,
vencido talvez seja a falta da cultura da reciclagem. Para se tornar-na viável a todos
os envolvidos deveriam cumprir seus papéis, os clientes, que devem avaliar a real
irregulares dos resíduos em áreas públicas e/ou privadas que não tenham licença
as de habitações populares.
Na produção de habitação popular para baixa renda pode ocorrer um problema, que é
em sítios diferentes. Os problemas advindos desta prática podem ser bastante graves,
47
Outra prática comum na construção civil brasileira pode gerar graves problemas a
que não exige que o projeto executivo esteja pronto antes do início das obras,
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
48
busca-se convergir os interesses dos diversos agentes participantes do ciclo de vida
processos de trabalho e ganho qualitativo no produto final, que vem a ser a edificação.
sustentáveis.
Um exemplo de aplicação de um projeto que visa o uso racional de energia pode ser
49
para uma residência unifamiliar eficiente, que serve como vitrine de tecnologias de
50
utilizando peças e linhas econômicas, coleta e reaproveitamento de água pluvial,
- Casa de 206 m² de área útil para família de quatro pessoas e uso laboratorial
O projeto Casa Eficiente é voltado para a visitação pública. Foram adotadas soluções
e sistemas implantados.
A figura 3.2 ilustra um esquema utilizado por uma construtora no tratamento da água
51
Figura 3.2: Exemplo de projeto de reuso de água para uma construtora em São Paulo
Em São Paulo, a empresa Setin está construindo dez torres residenciais com sistema
de aquecimento de água por energia solar, que promete reduzir em até 82% o
consumo de energia elétrica. O projeto também inclui o reúso da água dos chuveiros e
dos lavatórios (após tratamento feito no local) nas bacias sanitárias. "Com esse
52
Na fabricação dos tijolos são utilizados os seguintes materiais: solo, cimento e água. A
NBR 8491 - Tijolo de solo-cimento - especificação, não deve ser inferior a 2,0 MPa aos
sete dias, e a absorção média de água deve ser inferior a 20%. A norma recomenda o
uso do cimento Portland comum. Quanto ao solo, é preferível utilizar solos arenosos.
Os mais adequados são os que possuem 100% dos grãos passando na peneira 4,8
mm; de 10% a 50% passando na peneira 0,075 mm; limite de liquidez LL £ 45%; e
qualidade
baixo custo, possibilitando operação no próprio canteiro. Isso reduz os custos com
cimento agrada também do ponto de vista ecológico, pois não passa pelo processo de
O aprimoramento dos equipamentos para a fabricação dos tijolos tem contribuído para
com maior qualidade, permitindo o uso dos tijolos inclusive em obras de padrão mais
sofisticado. Podem ser produzidos tijolos maciços, tijolos modulares com encaixe,
53
Figura 3.4: Encontro de paredes feito com tijolos vazados de solo-cimento
estipulados nas normas brasileiras. Outro aspecto observado, em vista dos resultados
tijolos, portanto, pode ser uma importante contribuição para a sociedade, na medida
54
em que viabiliza uma opção técnica de baixo custo, plenamente inserida no contexto
do desenvolvimento sustentável.
O estudo realizou vários testes e ensaios e pode concluir que o RC utilizado mostrou-
brasileiras.
55
4. RESULTADOS
para financiamento na faixa salarial de até cinco salários mínimos (onde se concentra
o maior déficit habitacional do país). O loteamento engloba vinte e oito quadras, sendo
cinco reservadas para proteção ecológica, duas para equipamentos de uso comum,
nove para residências unifamiliares com tipologias três quartos, e doze quadras com
Nas quadras reservadas às tipologias geminadas ainda estão previstas áreas para
impedimento com cadeiras de rodas. Nas quadras reservadas para tipologias três
quartos reservou-se uma faixa reservada ao uso comercial, levando para a periferia
O sítio natural foi imaginado como sendo uma encosta com declividade de até 20%,
limitada por um topo de morro com inclinações maiores, de 25 a 40%. Este tipo de
56
Como se trata de um projeto teórico, não situado numa área específica, não é possível
gerados pela variação de temperatura entre o dia e a noite em regiões onde o relevo
habitação se situa numa região de clima quente e úmido, situação que ocorre com
seguir.
57
Tabela 4.1: Legenda de usos / zoneamento
Zoneamento Descrição
58
59
60
61
62
4.2 Projeto para uma residência sustentável
de baixo custo construtivo, direcionada à população de baixa renda, formada por sala,
dois quartos, banho social, copa/cozinha e área de serviço, com área aproximada de
60,0m². A implantação de residências unifamiliares com três quartos foi planejada num
comunidade local.
Interesse Social:
Art. 28. Na habitação de interesse social, deverão ser promovidas as seguintes ações para
assegurar as condições de acessibilidade dos empreendimentos:
III - execução das partes de uso comum, quando se tratar de edificação multifamiliar, conforme
as normas técnicas de acessibilidade da ABNT (NBR 9050/04); e
63
O artigo trata apenas de habitações multifamiliares, não definindo critérios para sua
quadra.
implantada. A tabela 4.3 resume as tipologias por número de pavimentos e área total
a ‘unidade de vizinhança’.
64
Tabela 4.2: Quadro resumo tipologias da Unidade de Vizinhança.
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
5. ANÁLISE DO PROJETO
A análise que será feita a seguir, tomando como base o loteamento e o edifício
5.1 O Loteamento
urbano não deve ser apenas uma solução “em planta”, deve ser trabalhado em três
de um relevo em morro deve considerar que o traçado de seu sistema viário funciona
vias perpendiculares entre si. Trata-se de uma simplificação para facilitar o estudo,
relevo natural. A maior dimensão da quadra, que é de 200,0 metros (em concordância
com a lei federal de parcelamento), foi implantada no sentido da curva de nível. Desta
forma espera-se minimizar os movimentos de terra na abertura das ruas, que serão
em sua maioria planas, cortadas por ruas ascendentes em direção ao topo do morro.
84
A diferenciação de tipologias previstas para a implantação nos terrenos resultantes foi
plana do lote) e um terceiro modelo para ruas em aclive. As plantas foram estudadas
saúde. Este centro também tem uma função importante para o microclima local; a
resfriamento evaporativo.
As vias de pedestre nas quadras mais densas (reservadas para tipologia geminadas
- permite que o perfil do terreno seja conformado mais suavemente evitando grandes
movimentos de terra, promovendo maior estabilização do solo;
85
- proporciona uma diminuição na densidade de ocupação da quadra, servindo como
área livre, área de lazer e ainda como uma via auxiliar para passagem de sistema de
drenagem pluvial e rede auxiliar de esgoto (das residências localizadas nos terrenos
em aclive, com fundos para a via de pedestre.
Um projeto ‘real’ envolve ainda outras questões não abordadas nesta proposta, tais
absorção da chuva pelo terreno natural, e pela diminuição dos efluentes finais
5.2 O Edifício
86
sítio reduzindo os movimentos de terra, o aproveitamento da insolação e ventilação
do sistema PAR, financiados pela Caixa Econômica Federal. Podem ser conseguidas
demolição.
Por se tratar de um projeto teórico não foi um fator determinante neste momento
determinar a melhor orientação de uma edificação, que se encontra isolada num lote,
com a possibilidade de aberturas de vãos para qualquer lado, este é sem dúvida um
Em consequencia das pequenas testadas dos lotes a distribuição dos ambientes foi
concentração das áreas molhadas numa região próxima, nos dois pavimentos. Além
disso foram propostas soluções priorizando alvenaria dos pisos superiores apoiadas
construtivo adotado.
87
5.2.1 Adequação ao Programa de Necessidades
aumenta ainda mais se somado o número de famílias das classes D ou E que não têm
casa própria, vivendo de aluguel ou coabitando uma mesma residência com outra
família.
Apesar de muitos núcleos familiares serem compostos por vários indivíduos, pais com
dois filhos ou mais, ou ainda, mãe e/ou avó mais de dois filhos, ou filhos e netos,
tipologia dois quartos (em comparação a tipologias três quartos ou mais), se justifica
em primeiro lugar pelo fator econômico: menor área, menor custo, mais fácil de ser
grande programa habitacional custeado pelo poder público, uma menor área-tipo
limitada muitas vezes pelo montante de recursos financeiros disponíveis para serem
crescer, seria necessário que o núcleo familiar fosse composto por apenas os pais e
dois filhos, estes substituiriam seus pais após a morte, e também teriam apenas dois
88
A solução urbanística mais sustentável, portanto, prioriza as tipologias dois quartos,
previstas para atender os casos de crescimento de famílias que não caibam mais
De acordo com estudos demonstrados por Juan Luis Mascaró sobre as participações
dos componentes de um edifício no seu custo total pode-se verificar que os planos
horizontais (pisos) representam 25% do montante total, planos verticais (paredes) 45%
A porcentagem de 45% para os planos verticais é uma média, podendo variar num
espectro bastante amplo. Três fatores são responsáveis por esta variação:
- o tamanho médio dos locais, que determina a quantidade média de paredes por m²
construído.
89
mesma área), observa-se que para formas mais alongadas, necessita-se de mais
Para medir com certa objetividade a relação entre as paredes que envolvem o edifício
Ic = Pc ÷ Pp × 100 (5.1)
onde:
90
Ap × π
Ic = 2 × × 100 (5.2)
Pp
edifício demonstram um valor mínimo para o custo neste índice. Para Ic > 88,6%
I cp
Ic = (5.3)
n
91
A tabela abaixo resume os índices calculados para as soluções em planta das
tipologias propostas.
relação entre alvenarias e plantas de ambas residências Neste caso, apesar dos
92
5.2.3 Técnicas Construtivas Sustentáveis aplicadas ao projeto
projetos nem sempre colocam restrições aos custos de implantação das soluções
projetos não devem ser analisados exclusivamente sob o ponto de vista econômico, é
resíduos são muito importantes e refletem suas influências positivas em todo o meio
urbano.
qualquer aplicado à edificação deve ser avaliado quanto a sua participação no custo
requisito para sua ‘sustentabilidade’. Por esta razão as técnicas aplicadas ao projeto
93
» elevação do telhado de fibrocimento e colocação de venezianas para criar colchão
composto por serpentinas colocadas numa caixa de vidro, aquecendo a água que
94
6 – CONCLUSÃO
quatro décadas; isto pode ser percebido pela grande quantidade de documentos de
congressos espalhados pelo mundo. No entanto não é possível ainda reconhecer com
meio urbano situações notadamente não sustentáveis, como uma enorme carência de
Existem obviamente esforços por meio de certos setores produtivos propondo ações
programas poderiam ser mais eficientes se o material a ser reciclado fosse de melhor
todo o processo foi comprometida por uma falha na base do sistema. A falha é
visualiza todo o processo de reciclagem, nem imagina que pode contaminar uma
não devem ser isolados, devem envolver vários setores da sociedade, promovendo
95
envolvidos tenham conhecimento da importância e abrangência de suas ações na
Propõe-se para isto a uma mudança na forma de olhar a cidade, recomendando uma
visão integrada e sistêmica aplicada à leitura de seus problemas. Uma vez que o
contexto significa explicá-las considerando seu meio ambiente, também pode-se dizer
A análise dos sistemas que compõem o meio urbano poderia ser feita fazendo uma
analogia da cidade com uma rede, ligando os vários sistemas urbanos. A rede
realimentação consistem na verificação dos impactos que cada fato urbano provoca
em toda a rede, ou seja, em toda a cidade. Desta maneira, uma forma buscar a
ecológico e sustentável.
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7 – ANEXOS
CAPÍTULO I
DIRETRIZES GERAIS
Art. 1º Na execução da política urbana, de que tratam os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será
aplicado o previsto nesta Lei.
Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da Cidade, estabelece normas de
ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.
Art. 2º A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade
e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao
saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao
lazer, para as presentes e futuras gerações;
II - gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos
vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e
projetos de desenvolvimento urbano;
III - cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de
urbanização, em atendimento ao interesse social;
IV - planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades
econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as
distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;
V - oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos
interesses e necessidades da população e às características locais;
VI - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;
b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura
urbana;
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de
tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;
f) a deterioração das áreas urbanizadas;
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g) a poluição e a degradação ambiental;
VII - integração e complementaridade entre as atividades urbanas e rurais, tendo em vista o
desenvolvimento socioeconômico do Município e do território sob sua área de influência;
VIII - adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis
com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área
de influência;
IX - justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;
X - adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e financeira e dos gastos públicos aos
objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar
geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;
XI - recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha resultado a valorização de imóveis
urbanos;
XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural,
histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
XIII - audiência do Poder Público municipal e da população interessada nos processos de implantação de
empreendimentos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente natural ou
construído, o conforto ou a segurança da população;
XIV - regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o
estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas
a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;
XV - simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas edilícias, com
vistas a permitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais;
XVI - isonomia de condições para os agentes públicos e privados na promoção de empreendimentos e
atividades relativos ao processo de urbanização, atendido o interesse social.
CAPÍTULO II
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA
SEçãO I
Dos instrumentos em geral
Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos:
I - planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e
social;
II - planejamento das regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
III - planejamento municipal, em especial:
a) plano diretor;
b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do solo;
c) zoneamento ambiental;
d) plano plurianual;
e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
f) gestão orçamentária participativa;
g) planos, programas e projetos setoriais;
h) planos de desenvolvimento econômico e social;
IV - institutos tributários e financeiros:
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a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana - IPTU;
b) contribuição de melhoria;
c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
V - institutos jurídicos e políticos:
a) desapropriação;
b) servidão administrativa;
c) limitações administrativas;
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
e) instituição de unidades de conservação;
f) instituição de zonas especiais de interesse social;
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia;
i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
j) usucapião especial de imóvel urbano;
l) direito de superfície;
m) direito de preempção;
n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;
o) transferência do direito de construir;
p) operações urbanas consorciadas;
q) regularização fundiária;
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais menos favorecidos;
s) referendo popular e plebiscito;
VI - estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV).
§ 1º Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se pela legislação que lhes é própria, observado o
disposto nesta Lei.
§ 2º Nos casos de programas e projetos habitacionais de interesse social, desenvolvidos por órgãos ou
entidades da Administração Pública com atuação específica nessa área, a concessão de direito real de
uso de imóveis públicos poderá ser contratada coletivamente.
§ 3º Os instrumentos previstos neste artigo que demandam dispêndio de recursos por parte do Poder
Público municipal devem ser objeto de controle social, garantida a participação de comunidades,
movimentos e entidades da sociedade civil.
Seção III
Do IPTU progressivo no tempo
Art. 7º Em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos na forma do caput do art. 5º
desta Lei, ou não sendo cumpridas as etapas previstas no § 5º do art. 5º desta Lei, o Município procederá
à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo,
mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos.
§ 1º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do
art. 5º desta Lei e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota
máxima de quinze por cento.
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§ 2º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não esteja atendida em cinco anos, o Município
manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, garantida a
prerrogativa prevista no art. 8º.
§ 3º É vedada a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva de que trata este
artigo.
CAPÍTULO III
DO PLANO DIRETOR
Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos
cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas,
respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º desta Lei.
Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento
e expansão urbana.
§ 1º O plano diretor é parte integrante do processo de planejamento municipal, devendo o plano
plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele
contidas.
§ 2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.
§ 3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez anos.
§ 4º No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação, os Poderes
Legislativo e Executivo municipais garantirão:
I - a promoção de audiências públicas e debates com a participação da população e de associações
representativas dos vários segmentos da comunidade;
II - a publicidade quanto aos documentos e informações produzidos;
III - o acesso de qualquer interessado aos documentos e informações produzidos.
§ 5º (VETADO)
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:
I - com mais de vinte mil habitantes;
II - integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;
III - onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no 4º do art. 182 da
Constituição Federal;
IV - integrantes de áreas de especial interesse turístico;
V - inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental
de âmbito regional ou nacional.
§ 1º No caso da realização de empreendimentos ou atividades enquadrados no inciso V do caput , os
recursos técnicos e financeiros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos entre as medidas de
compensação adotadas.
§ 2º No caso de cidades com mais de quinhentos mil habitantes, deverá ser elaborado um plano de
transporte urbano integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido.
Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo:
I - a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser aplicado o parcelamento, edificação ou utilização
compulsórios, considerando a existência de infra-estrutura e de demanda para utilização, na forma do art.
5º desta Lei;
100
II - disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35 desta Lei;
III - sistema de acompanhamento e controle.
101
III - rede para o abastecimento de água potável; e (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar.(Incluído pela
Lei nº 9.785, 29.1.99)
Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de
expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou
aprovadas por lei municipal. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo:
I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para
assegurar o escoamento das águas;
II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que
sejam previamente saneados;
III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas
exigências específicas das autoridades competentes;
IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;
V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições
sanitárias suportáveis, até a sua correção.
CAPÍTULO II
Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento
Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:
I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e
comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de
ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se
situem. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
II - os lotes terão área mínima de 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente
mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislação estadual ou municipal determinar
maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou
edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos
públicos competentes;
III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias,
ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa non aedificandi de 15 (quinze) metros
de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica;
IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou
projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.
§ 1º A legislação municipal definirá, para cada zona em que se dívida o território do Município,
os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que
incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos
de aproveitamento. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
§ 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde,
lazer e similares.
102
Art. 5º - O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento,
a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos.
Parágrafo único. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de
água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás
canalizado.
103
VIII – garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado como bem de uso comum
do povo.
IX – defesa do consumidor. (*) inclusão sugerida pelo MP e pelo SNDC.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se:
I – área urbana: a parcela do território, contínua ou não, incluída nos perímetros urbanos pelo
plano diretor ou lei municipal específica;
II – área urbana consolidada: a zona urbana, definida pelo plano diretor ou pela lei municipal
que estabelecer o zoneamento urbano, que possua, em um raio de 1000 (mil) metros a contar
de suas divisas, em pelo menos 2/3 de seu contorno, densidade demográfica superior a 50
(cinqüenta) habitantes por hectare e malha viária implantada, e que tenha, no mínimo, dois dos
seguintes equipamentos de infra-estrutura urbana: sistema de manejo de águas pluviais,
disposição adequada de esgoto sanitário, abastecimento de água potável, distribuição de
energia elétrica e coleta de resíduos sólidos;
(*) alteração sugerida pelo Setor Produtivo, pelo Ministério do Meio Ambiente, pelo FNRU e
pelo Ministério das Cidades.
III – regularização fundiária sustentável: o conjunto de medidas jurídicas, urbanísticas,
ambientais e sociais, promovidas pelo Poder Público por razões de interesse social ou
de interesse específico, que visem a adequar assentamentos informais preexistentes às
conformações legais, de modo a garantir o direito social à moradia, o pleno
desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado;
IV – regularização fundiária de interesse social: a regularização fundiária sustentável de
assentamentos informais ocupados, predominantemente, por população de baixa renda, nos
casos em que existem direitos reais legalmente constituídos. Ou quando se tratar de zona
especial de interesse social (ZEIS); (*) alteração e supressão sugeridas por consenso.
V – regularização fundiária de interesse específico: a regularização fundiária sustentável de
assentamentos informais na qual não se caracteriza o interesse social; (*) alteração e
supressão sugeridas pelo MP.
VI – gleba: o imóvel que ainda não foi objeto de parcelamento do solo para fins urbanos;
VII – lote: a unidade imobiliária resultante de loteamento ou desmembramento; (*) alteração e
supressão sugeridas pelo MP.
VIII – unidade autônoma: a unidade imobiliária resultante de condomínio urbanístico destinada
à edificação e ao uso privativo; (*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa
– em face do inciso XVIII deste artigo).
IX – loteamento: a divisão de imóvel em lotes destinados à edificação, com abertura de novas
vias públicas ou logradouros públicos, ou com prolongamento, modificação ou ampliação das
vias públicas ou logradouros públicos existentes; (*) alteração redacional sugerida por
consenso.
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X – desmembramento: a divisão de imóvel em lotes, que não implique na abertura de novas
vias ou logradouros públicos, ou no prolongamento, modificação ou ampliação dos já
existentes;
(*) supressão sugerida por consenso.
XI – condomínio urbanístico: a divisão de imóvel em unidades autônomas destinadas à
edificação, às quais correspondem frações ideais das áreas de uso comum dos condôminos,
sendo admitida a abertura de vias de domínio privado e vedada a de logradouros públicos
internamente ao perímetro do condomínio;
XII – loteamento integrado à edificação: a modalidade de loteamento em que a construção das
edificações nos lotes é feita pelo empreendedor, concomitantemente à implantação das obras
de urbanização; (*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa).
XIII – desmembramento integrado à edificação: a modalidade de desmembramento em que a
construção das edificações nos lotes é feita pelo empreendedor, concomitantemente à
implantação das obras de urbanização; (*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica
legislativa).
XIV – condomínio urbanístico integrado à edificação: a modalidade condomínio em que a
construção das edificações é feita pelo empreendedor, concomitantemente à implantação das
obras de urbanização; (*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa).
XV – parcelamento de pequeno porte: o parcelamento de imóvel com área total inferior a
10.000 m² (dez mil metros quadrados), ou o desmembramento que não resulte em mais de 5
(cinco) unidades;
XVI – áreas destinadas a uso público: aquelas referentes ao sistema viário, à implantação de
equipamentos comunitários, aos espaços livres de uso público, às áreas verdes e a outros
logradouros públicos; (Alteração sugerida pelo MMA, M.CIDADES e FNRU.)
XVII – áreas destinadas a uso comum dos condôminos: aquelas referentes ao sistema viário
interno e as demais áreas integrantes de condomínios urbanísticos que não sejam definidas
como unidades autônomas; (*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa).
XVIII – equipamentos comunitários: os equipamentos de educação, cultura, saúde, segurança,
esporte, lazer e convívio social;
XIX – infra-estrutura básica: os equipamentos de abastecimento de água potável, disposição
adequada de esgoto sanitário, distribuição de energia elétrica e sistema de manejo de águas
pluviais;
XX – infra-estrutura complementar: iluminação pública, pavimentação, rede de telefonia, rede
de fibra ótica e outras redes de comunicação, rede de gás canalizado e outros elementos não
contemplados na infra-estrutura básica;
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XXI – autoridade licenciadora: o Poder Executivo municipal responsável pela concessão da
licença urbanística e ambiental integrada do parcelamento do solo para fins urbanos ou do
plano de regularização fundiária, ou quem eventualmente o substitua no exercício desta
competência nos casos expressamente estabelecidos nesta lei;
(*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa) com o objetivo de adequar o
dispositivo à instituição das licenças integrada e final integrada, e aos casos em que, de acordo
com a lei, o Município será substituído pelo Estado como pessoa responsável pelo
licenciamento.
XXII – licença urbanística e ambiental integrada: ato administrativo vinculado pelo qual a
autoridade licenciadora estabelece as compensações, as condições e as restrições de
natureza urbanística e ambiental que devem ser obedecidas pelo empreendedor para
implantar, alterar, ampliar ou manter parcelamento do solo para fins urbanos e para proceder à
regularização fundiária;
(*) alteração redacional proposta pelo relator com o objetivo de adequar o dispositivo à
instituição das licenças prévia integrada e final integrada, e de ressaltar o caráter não
discricionário do licenciamento.
XXIII – licença final integrada: ato administrativo vinculado pelo qual a autoridade licenciadora
declara que o empreendimento foi fisicamente implantado e executado de forma regular, com
atendimento integral das exigências urbanísticas e ambientais estabelecidas pela legislação
em vigor e fixadas na licença urbanística e ambiental integrada.
(*) inciso incluído pelo relator, com o objetivo de adequar a instituição das licenças integrada e
final integrada.
XXIV – comissão de representantes: colegiado formado pelos compradores de lotes ou
unidades autônomas para fiscalizar a implantação do parcelamento do solo para fins urbanos;
XXV– gestão plena: condição do Município que reúna simultaneamente os seguintes
requisitos:
a) plano diretor, independentemente do número de habitantes, aprovado e atualizado nos
termos da Lei nº 10.257, de 2001;
b) órgãos colegiados de controle social nas áreas de política urbana e ambiental, ou, na
inexistência destes, integração com entes colegiados intermunicipais constituídos com esta
mesma finalidade, em ambos os casos garantida a composição paritária entre representantes
dos órgãos públicos e da sociedade civil e assegurado o caráter deliberativo das decisões por
eles tomadas em matéria ambiental e urbanística;
(*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa)
c) órgãos executivos específicos nas áreas de política urbana e ambiental, ou integração com
associações ou consórcios intermunicipais para o planejamento, a gestão e a fiscalização nas
referidas áreas, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005;
XXVI – demarcação urbanística: procedimento administrativo pelo qual o Poder Público, no
âmbito da regularização fundiária de interesse social, demarca o imóvel, definindo seus limites,
106
área, localização e confrontantes, com a finalidade de identificar seus ocupantes e qualificar a
natureza e o tempo das respectivas posses;
XXVII – legitimação de posse: ato do Poder Público destinado a conferir título de
reconhecimento de posse de imóvel objeto de demarcação urbanística, com a identificação do
ocupante e do tempo e da natureza da posse;
XXVIII – zona especial de interesse social (ZEIS): área urbana instituída pelo Plano Diretor ou
definida por outra lei municipal, destinada predominantemente à moradia de população de
baixa renda e sujeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo; (*)
alteração sugerida por consenso, com proposta de redação do relator.
XXIX – assentamentos informais: assentamentos urbanos, localizados em áreas públicas ou
privadas, compreendendo as ocupações e os parcelamentos irregulares ou clandestinos, bem
como outros processos informais de produção de lotes, ocupados predominantemente para
fins de moradia e implantados sem autorização do titular de domínio ou sem aprovação dos
órgãos competentes, em desacordo com a licença expedida ou sem o respectivo registro
imobiliário; (*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa).
XXX – empreendedor: o proprietário do imóvel a ser parcelado e responsável pela implantação
do parcelamento ou aquele que como tal for admitido pela presente lei. (*) alteração redacional
proposta pelo relator em face do parágrafo subseqüente (técnica legislativa).
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TÍTULO III
DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA SUSTENTÁVEL DE ÁREAS URBANAS.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 95. A política de regularização fundiária sustentável de assentamentos informais urbanos
integra a ordem urbanística, visando à efetivação do direito social à moradia e do direito a
cidades sustentáveis.
§ 1º Aos parcelamentos em processo de implantação em desacordo com o projeto aprovado
ou com outras irregularidades aplicam-se as regras de intervenção do Capitulo VII do Título II.
§ 2º As disposições deste Título aplicam-se aos assentamentos informais situados em áreas
particulares ou em áreas públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, bem como sobre os assentamentos situados em áreas pertencentes aos entes da
administração pública indireta.
(*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa)
Art. 96. Além das diretrizes gerais de política urbana estabelecidas na Lei nº 10.257, de 10 de
julho de 2001, e dos princípios previstos no art. 2º desta lei, a regularização fundiária
sustentável deverá pautar-se pelas seguintes diretrizes:
I – ampliação do acesso a terra urbanizada por parte da população de baixa renda;
II – prioridade para a permanência da população na área ocupada, assegurados o nível
adequado de habitabilidade e a melhoria das condições de sustentabilidade urbanística, social
e ambiental da área ocupada;
III – observância das determinações do plano diretor;
IV – articulação com as políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental e mobilidade
urbana, nos diferentes níveis de governo;
V – controle, fiscalização e repressão, visando a evitar novas ocupações ilegais na área objeto
de regularização;
VI – articulação com iniciativas públicas e privadas voltadas à integração social e à geração de
emprego e renda;
VII – participação da população interessada, em todas as etapas do processo de
regularização;
VIII – estímulo à resolução extrajudicial de conflitos;
IX – preferência de titulação para a mulher.
(*) alteração redacional proposta pelo relator (técnica legislativa)
Art. 97. O Poder Público municipal, no plano diretor ou em outra lei municipal apropriada,
definirá as condições e os procedimentos para a concepção, formulação e
implementação da política municipal de regularização fundiária sustentável, e
disciplinará:
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I – os critérios, as exigências e os procedimentos para a elaboração e a execução dos planos
de regularização fundiária, particularizados para os casos de interesse social e de interesse
específico;
II – os requisitos e os procedimentos simplificados para a aprovação do plano e do
licenciamento de regularização fundiária;
III – os parâmetros para garantia do livre acesso aos bens de uso comum do povo;
IV – os mecanismos de controle social a serem adotados;
V – as formas de compensação a serem eventualmente exigidas.
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2005. 115p.
CAPRA, FRITJOF. A Teia da Vida. Newton Roberval Eichemberg. 8. ed. São Paulo:
C.S. POON, LARA JAILLON. A Guide for Minimizing Construction and Demolition
Waste at the Design Stage. The Hong Kong Polytechnic University. Hong Kong,
February 2002
109
FILHO, CÂNDIDO MALTA CAMPOS. Cidades brasileiras: seu controle ou o caos:
2003. 210 p.
MASCARÓ, JUAN LUIS. O Custo das Decisões Arquitetônicas. 3. ed. Porto Alegre:
110
Endereços Eletrônicos na Internet
http://www.piniweb.com/revistas/techne/index.asp?MATE6_COD=18897&from=Correio
111
PNDU BRASIL – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Objetivos de
http://www.revistatechne.com.br/Edicoes/113/artigo31818-1.asp?o=s (acesso em
28/01/07)
112