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Termos técnicos ligados ao trabalho de investigação

Ligado ao trabalho académico, há um conjunto de termos técnicos que devem ser


conhecidos. Alguns deles, associados às partes do livro, já foram apesentados em anterior
texto. São termos como: cinta, sobrecapa, capa, contracapa, lombada, abas (ou orelhas),
bordas, cortes (superior, inferior e dianteiro), folha de guarda, dobra; miolo, falsa folha de
rosto, folha de rosto (ou frontispício ou portada), prólogo e prefácio; página capitular, fólio,
cabeçalho, notas; posfácio, apêndices (geral, onomástico, toponímico, de conceitos),
glossário, bibliografia, índice(s) e cólofon.
De igual forma, os conceitos de Depósito-Legal, ISBN, ISSN e DOI já foram expostos
em anterior texto.
Eis agora alguns outros conceitos a reter:

- Bibliografia: num trabalho académico, é o conjunto de referências bibliográficas


consultadas (livros, coletâneas, revistas, jornais e outros documentos…) e que serviram de
base para a constituição desse trabalho. Encontra-se organizada, geralmente no final da
publicação, por apelido e ordem alfabética. OBS: Sobre as normas de citação, ver texto
autónomo; ver também o texto “Relatório de leitura”.
- biografia: vida de um autor.
- biobliografia: descrição simultânea da vida e das obras de um autor.
- bibliografia ativa (fontes primárias): são as obras (p. ex., literárias) que um determinado
autor escreveu (p. ex., Ilíada e Odisseia, de Homero); opõem-se à seguinte.
- bibliografia passiva (fontes secundárias): são todas as monografias, coletâneas (livro
coletivo) ou artigos de revistas ou jornais que os investigadores escreveram, p. ex., sobre a
Ilíada ou a Odisseia ao longo dos tempos.

- Idem, Ibidem (o mesmo [autor], no mesmo [livro]). Por exemplo, nesta nota de rodapé:
(9)
“Idem, Ibidem: p. 22”, indica que relativamente à nota anterior (8), trata-se do mesmo autor, o
mesmo livro, mas agora a citação é relativa à página 22.
OBS: recomenda-se evitar o Idem, Ibidem; está fora de moda.
- et al. (ou “et alii”): “e outros [autores]”. P. ex., SILVA, Carlos & PEREIRA, Carlos et
al. (e outros autores para além dos dois anteriores).
-
(junto de; na obra de): citação indireta. P. ex., “…afirma SILVA (1990: 45), apud
ANDRADE (2005): 54. Neste cado, a “afirmação” é de SILVA, mas, como não tive acesso ao
livro, fiz a citação a partir do livro de ANDRADE, que também cita o conteúdo.
- incipit / explicit (“começa em / “termina em”): são as palavras iniciais de um manuscrito
/ e as suas palavras finais, como forma de identificação de um texto ou de obra num catálogo
antigo.
- Imprimatur. Nihil obstat (Imprima-se. Nada obsta): é uma declaração de publicação de
um livro, geralmente religioso, dada por um superior. Está geralmente contida na folha de
rosto (ou frontispício / portada) verso.
- folium (folha): página de um manuscrito; há ‘folium frente’ e ‘folium verso’; cada
folium pode ser escrito em uma coluna ou em duas.
- letra capital ou capitular: muito usada no manuscrito medieval e no incunábulo, mas não
só. É uma letra de maior dimensão que o restante corpo do texto no início da obra ou de um
capítulo. Em manuscritos ou livros antigos, é profusamente decorada e colorida.
- papiro, pergaminho e palimpsesto: (ver texto autónomo).
- rolo ou volumen; codex / códice: (ver texto autónomo).
- incunábulo (in cuna: no berço, referindo-se assim ao berço da tipografia): livro
impresso nos primeiros tempos da imprensa com tipos móveis (1455-1500) e que imita o
manuscrito medieval. Pouco a pouco, o livro vai abandonando as características do livro
manuscrito. Em Portugal, há incunábulos entre 1487-1500, impressos em Faro, Chaves,
Lisboa, Leiria, Braga e Porto.
- manuscrito: livro escrito à mão, antes ou depois da invenção da imprensa.
- impresso: livro impresso na tipografia de tipos depois da invenção da tipografia por
Gutenberg.
- glosa (marginal, interlinear): breve comentário ou anotação a um manuscrito. Pode ser
feita à margem da página (marginal) ou entre as linhas (interlinear).

- EIB: Empréstimo Inter-Bibliotecas (dirigir-se à Biblioteca; é preciso pagar as despesas


de transporte, mas o investimento pode ser útil para bons livros que não existem no Porto)

Tipos de edições:
- edição crítica: como no manuscrito medieval (e até no livro antigo) o texto não era
uniforme em todos os manuscritos, mas existiam entre eles pequenas variantes
transmitidas pelo erros de cópia, era necessário, mediante o cotejo de todos os
manuscritos, restituir o texto de acordo com o original (autógrafo). A edição
crítica coteja todos os manuscritos, escolhe a melhor variante e coloca em rodapé
as variantes rejeitadas. Hoje em dia, tal problema quase deixou de se colocar.
- edição princeps: é a primeira edição de um livro, porém a expressão ficou
consagrada na definição das primeiras edições dos textos clássicos. Por exemplo,
considera-se edição prínceps a edição de Os Lusíadas de 1572.
- edição fac-similar ou edição fac-similada (do latim fac simile = faz igual): é uma
edição nova (frequentemente de um livro antigo) que apresenta uma reprodução
exata da edição original, incluindo fontes de letras, escalas, ilustrações,
diagramação e paginação.
- edição diplomática: em que é feita a transcrição ipsis litteris do original, conservando
os elementos presentes no texto, tais como abreviações, pontuações, separação
vocabular, paragrafação e translineação.
- edição “ne varietur” (locução latina que significa "para não variar"): (re)edição de
uma obra em vida do seu autor, na qual é estabelecido o texto definitivo. P. ex.,
“Boa Tarde às Coisas Aqui Em Baixo (2003) é o primeiro livro de António Lobo
Antunes em edição ne varietur”.
- autógrafo: manuscrito que é do punho e letra do próprio autor. Opõe-se a cópia ou
apógrafo.
- “no prelo”: expressão que significa, na gíria da edição, «em (vias de) publicação» ou
«em processo de edição/publicação/impressão».
- monografia: livro que aborda um só (mono-) assunto.
- colectânea: livro feito por vários autores, tendo cada um deles contribuído com um
artigo. A organização e publicação da colectânea fica a cargo de um Organizador ou
Coordenador.
- tese ou dissertação (de mestrado, de doutoramento): trabalho académico conferente do
grau de mestre ou de doutor.
- tese/relatório de estágio: trabalho académico conferente do grau de mestre nos
Mestrados em Ensino.
- recensão crítica: é uma apreciação crítica acerca de uma obra recentemente saída. É
feita em revistas e jornais científicos, na sua parte final, com o objectivo de a divulgar.
- ensaio: é uma obra de reflexão sobre determinado tema, contendo ideias, críticas e
reflexões de um ponto de vista pessoal ou mesmo subjectivo. Ao contrário do estudo ou do
tratado, o ensaio não é investigativo, podendo ser impressionista ou opinativo.
- ebook: livro eletrónica, que goza do mesmo estatuto que o livro em papel.
- “print on demand”: pedido de impressão de um livro electrónico sob solicitação. OBS:
talvez o futuro do livro se situe aqui. Pessoalmente, acho que o “print on demand” terá muito
sucesso no futuro próximo e distante.

- citação intratexto (com menos de três linhas): se a citação possuir menos de três linhas,
é “feita intratexto entre vírgulas altas, seguida da referência bibliográfica” (SILVA 2012: 45).
- citação destacada (com mais de três linhas): se a citação possuir três ou mais linhas, é
destacada do corpo do texto, como no exemplo a seguir:

se a citação possuir três ou mais linhas, é destacada do corpo do texto, a tabulação possui um centímetro
dentro (lado esquerdo), o tamanho da letra é Times 10 (e já não Times 12) e o espaçamento é de 1cm (e já
não 1,25cm ou 1,5cm) […] Não está entre vírgulas altas porque a citação, tal como se apresenta, já se
encontra destacada. Deverá estar seguida da referência bibliográfica, p. ex., (SILVA 2012: 45).

- nota de rodapé: nota no fundo da página de diferente teor: citação bibliográfica,


complemento de informação, aclaração… Ver texto acerca do Relatório de Leitura.

- ficheiro bibliográfico: necessário para todo o tipo de trabalho académico, contém todas
as referências bibliográficas o mais completamente possível. (ver texto autónomo)
- ficheiro de autores: para alguns trabalhos, pode justificar-se um ficheiro de autores.
- ficheiro de assuntos: para alguns trabalhos, pode justificar-se um ficheiro de assuntos.
- relatório de leitura (ver texto autónomo).

- pesquisa simples: forma mais simples de fazer uma pesquisa numa biblioteca; posso
registar uma palavra ou mais; no caso de serem duas ou mais, posso trabalhar com “Palavras
adjacentes – Sim”; ou então posso trabalhar com vírgulas altas (“”), como neste exemplo:
“Sophia de Mello Breyner” “artes poéticas”, para delimitar a pesquisa.
- pesquisa avançada: tipo de pesquisa em que se trabalha com “e” (adição); “ou”
(alternativa, p. ex. “mulher” ou “femme”); e “não” (exclusão; “mulher” ou “femme” não
“portuguesa”)
- pesquisa por índice: pode também ser uma boa pesquisa. Experimentar. Colocada uma
palavra (p. ex., “realismo”) e seleccionar “título”, o catálogo fornece títulos de muitos livros
em que aquela palavra se encontra.

- resumo (abstract): qualquer publicação académico é costume estar precedida de um


breve resumo (7-10 linhas), em português e em inglês.
- palavra-chave (até 5): palavras-chave que define bem a natureza do trabalho (OBS:
podem ser simples ou compostas).

- concept map (mapa de conceitos); (ver texto autónomo)


- request question (pergunta que é solicitada): ligado ao “concept map”, há uma ou mais
perguntas acerca da natureza do trabalho e às quais o trabalho vai responder no final da
investigação (ver texto autónomo).

- índice geral provisório: para que o estudante possa controlar o trabalho de investigação,
sobretudo quando é extenso, deve haver desde o início este tipo de índice, que irá sendo
aperfeiçoado. Tem a finalidade de controlo do trabalho e impedir que o estudante se perca
(ver texto autónomo).
- bibliografia geral / obras consultadas: o trabalho académico deve contar com rico acervo
bibliográfico; deve partir sempre do Ficheiro Bibliográfico (ver texto autónomo).

- sistema autor-data: (ver texto autónomo)


- sistema autor-título: (ver texto autónomo)

- Norma APA: famosa norma de citação (ver texto autónomo)


- Norma Portuguesa 405: norma portuguesa de citação; possui variações (ver texto
autónomo)

- […]: indica uma interrupção na citação; como havia uma parte de uma longa citação
que não importava, foi suprimida, mas no lugar da supressão foi registado […] (ver “citação
destacada (com mais de três linhas)”)
- s/d: sem data (há publicações que se apresentam sem data).
- s/l: sem local (há publicações que se apresentam sem local de edição).

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