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DIREITO ADMINISTRATIVO

Professora Sandra Menezes

AULA 01- INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITO

SEPARAÇÃO DOS PODERES

NOÇÕES ARISTÓTELES,
INTRODUTÓRIAS Na obra "POLÍTICA"

Função de julgamento
Vislumbrou a existência Editar normas gerais a Aplicar essas normas nos dirimindo os conflitos
de três funções exercidas serem observadas por casos oriundos da execução das
pelo poder soberano todos concretos(administrando) normas gerais no caso
concreto

Essa teoria surge


em contraposição
ao absolutismo e se Para Montesquieu
tornou base as funções estatais
Cada função
estrutural para estariam
MONTESQUIEU, corresponderia a
muitos movimentos, intimamente
um órgão, não mais
Na obra"O Espírito como Revolução conectadas a três
se concentrando
das Leis" dos EUA e da órgãos distintos,
autônomos e nas mãos de um
França. soberano.
independentes
Considerada um entre si.
dogma
constitucional
PODER ESTATAL: UNO E INDIVISÍVEL

FUNÇÕES DO ESTADO:

EXECUTIVA- Função típica: Realização de modo direto e imediato de determinada utilidade pública.

**CAIU EM PROVA DE CONCURSO: “A função administrativa é o conjunto de poderes


jurídicos destinados a promover a satisfação de interesses essenciais, relacionados com a
promoção de direitos fundamentais, cujo desempenho exige uma organização estável e
permanente, que se faz sob o regime jurídico infralegal e submetido ao controle
jurisdicional”
Função atípica: Exerce funções de caráter legislativo, como edição de Medidas Provisórias ou decretos
autônomos, como exemplos

LEGISLATIVA- Função típica: Expedição de atos normativos gerais e abstratos/fiscalização contábil,


financeira, orçamentária e patrimonial do poder executivo

Função atípica, por exemplo, quando o Senado julga crimes de responsabilidade do Presidente da
República. Também pode ter função administrativa, quando elabora concurso para seus servidores.

PODER LEGISLATIVO

FUNÇÃO TÍPICA

LEGISLAR

FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL,
FINANCEIRA,
ORÇAMENTÁRIA E
PATRIMONIAL DO PODER
EXECUTIVO
PODER LEGISLATIVO

FUNÇÃO ATÍPICA

NATUREZA JURISDICIONAL

O SENADO JULGA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM CRIMES DE RESPONSABILIDADE

NATUREZA EXECUTIVA
QUANDO DISPÕE SOBRE SUA ORGANIZAÇÃO, PROVENDO CARGOS, CONCEDENDO FÉRIAS, LICENÇAS A
SERVIDORES.ETC.

JUDICIÁRIA- Função típica: Solução de controvérsias jurídicas.

Função atípica: quando os Tribunais elaboram seus regimentos internos (função legislativa); quando realiza
concurso público para contratação de servidores (função administrativa).

Poder Funções Típicas Funções Atípicas


Legislativo Legislar Julgar

Fiscalizar o Executivo Administrar


Judiciário Julgar Legislar

Administrar
Executivo Administrar Legislar

Julgar (não definitivo)

A Administração Pública e a administração pública


A Administração Pública – sentido subjetivo, formal ou orgânico (QUEM?) - É representada pelo
conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as atividades
administrativas, realizar o exercício da função administrativa.

A administração pública- sentido objetivo, material ou funcional (O QUÊ?) é a extensa gama de


tarefas e atividades que compõem o objetivo do Estado. É própria atividade administrativa exercida pelos
órgãos e agentes, caracterizando a função administrativa. (CARVALHO FILHO, 2017). São as atividades
finalísticas (o fomento, a polícia administrativa, os serviços públicos e a intervenção administrativa),
exercidas sob Regime Jurídico Administrativo.

Veja bem: Uma concessionária exerce administração pública, se contratar com a Administração
Pública, mas não faz parte da Administração Pública.

Em seu sentido objetivo, material ou funcional, a Administração Pública engloba as atividades de fomento,
polícia administrativa, serviço público e intervenção administrativa.

CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Primeiramente se faz necessário localizarmos o Direito Administrativo no mundo jurídico, no mundo do


Direito.

Direito para HANS KELSEN é

O Direito irá regular o comportamento humano na sociedade, seja no âmbito interno ou internacional
(externo)

Direito: Relações dos homens em


sociedade.

Direito público: Regulação dos


interesses da sociedade como um todo.

Direito Administrativo: Regulação dos


órgãos e entidades que integram a
administração pública.
O Direito Romano preconizava a divisão do Direito em dois grandes ramos:

O DIREITO PÚBLICO E O DIREITO PRIVADO

***Devemos sempre lembrar que o Direito é UNO, ou seja, é um só, sendo que há uma divisão em Direito
Público e Direito Privado, proveniente do Direito Romano, que assim o classificava. No entanto, hoje está
superada. O fundamento para tal afirmação é que todo ramo jurídico contém normas de ambos os campos.
Cada Direito predominam as normas de um ramo sobre as de outro. Dessa forma, então podemos dizer
que, no Direito Administrativo, predominam normas de Direito Público, da mesma forma que o Direito
Constitucional, o Direito Penal, o Direito Processual, o Direito Eleitoral, e outros. E no campo do Direito
Privado, o Direito Civil e o Direito Empresarial. (CARVALHO FILHO, 2017).

DIREITO PÚBLICO DIVIDE-SE EM:

INTERNO QUE PODE SER:

1) CONSTITUCIONAL
2) ADMINISTRATIVO
3) FINANCEIRO
4) TRIBUTÁRIO
5) PENAL
6) PROCESSUAL PENAL
7) PROCESSUAL CIVIL

EXTERNO QUE É O DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO PRIVADO QUE PODE SER

INTERNO

1) CIVIL

2) EMPRESARIAL

3) DO TRABALHO

EXTERNO

QUE É O DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

DIREITO ADMINISTRATIVO É UM RAMO DO DIREITO PÚBLICO. (NÃO ESQUECER QUE


ESSA CLASSIFICAÇÃO É CONSIDERADA SUPERADA PELOS ESTUDIOSOS)

CONCEITO- São vários os critérios que servem para conceituação do que seja Direito administrativo.

A doutrina classifica o Direito Administrativo de acordo com cada critério:

CRITÉRIO LEGALISTA: Conjunto de leis administrativas que regulam a Administração Pública.

CRITÉRIO DO PODER EXECUTIVO: Conjunto de regras que disciplinam os atos do poder Executivo.

CRITÉRIO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS: Conjunto de regras que disciplinam o relacionamento da


Administração Pública com os administrados.
CRITÉRIO DO SERVIÇO PÚBLICO: Disciplina jurídica que regula a instituição, a organização, o
funcionamento e a prestação dos serviços públicos.

CRITÉRIO TELEOLÓGICO OU FINALÍSTICO: Sistema de princípios que regulam a atividade do


Estado para o cumprimento de seus fins.

CRITÉRIO NEGATIVISTA: Ramo do Direito que regula toda a atividade estatal que não seja legislativa
e jurisdicional.

O conceito de Direito Administrativo é dado por vários autores de formas diferentes, e é muito interessante
analisar o que cada autor enfatiza, pois, os elementos que formam o conceito são variáveis, devido aos
critérios que utilizam.

Hely Lopes Meirelles: “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”
(pode ser observada a utilização do critério da Administração Pública)

Celso Antônio Bandeira de Mello: “o ramo do Direito Público que disciplina a função administrativa e
os órgãos que a exercem”

Marçal Justen Filho: “é o conjunto das normas jurídicas de direito público que disciplinam a atividade
administrativa pública necessária à realização dos direitos fundamentais e a organização e o funcionamento
das estruturas estatais e não estatais encarregados de seu desempenho”

Odete Medauar: “é o conjunto de normas e princípios que regem a atuação da Administração Pública.
Inclui-se entre os ramos do direito público, por tratar primordialmente da organização, meios de ação,
formas e relações jurídicas da Administração, um dos campos da atividade estatal”.

José dos Santos Carvalho Filho: “o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse
público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este e as coletividades a
que devem servir”.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e
pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não
contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública”.
(IMPORTANTE POSICIONAMENTO- OBSERVAR QUE A MARIA SYLVIA NÃO INCLUI O
CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO, OU SEJA, A FUNÇÃO DE DIRIMIR CONTROVÉRSIAS
JURÍDICAS NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NÃO SERIA OBJETO DE ESTUDO
DO DIREITO ADMINISTRATIVO).

CODIFICAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO


O Direito Administrativo brasileiro não é codificado, portanto o estudo da disciplina se dá através da
pesquisa de leis esparsas (espalhadas pelo ordenamento jurídico), variando em razão do tema escolhido.

Por exemplo: Licitações: Lei Federal:8.666/93; Pregão: Lei Federal: 10.520/2002; Serviços Públicos: Lei
Federal: 8.987/95 e 11.079/2004.

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

São fontes do Direito Administrativo:

LEI- o próprio exercício da função administrativa é a aplicação da lei. Fonte primária.


DOUTRINA- são as reflexões e construções que os estudiosos do Direito realizam. Tende à
universalização.

JURISPRUDÊNCIA- “é o conjunto de decisões de mesmo teor em relação à determinada matéria


exaradas pelo Poder Judiciário, ou seja, as decisões reiteradas do Poder Judiciário em determinado
assunto, influencia notavelmente o direito Administrativo no Brasil, em vista da inexistência de um
código de leis administrativas que permita uma melhor percepção sistemática desse ramo jurídico,
o que é suprido , em grande parte, pelo trabalho de nossos magistrados”. (BARCHET, 2011). Tende
ao nacionalismo.

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. 2.


Direito líquido e certo à nomeação do candidato aprovado entre as vagas
previstas no edital de concurso público. 3. Oposição ao poder discricionário da
Administração Pública. 4. Alegação de violação dos arts. 5º, inciso LXIX e 37,
caput e inciso IV, da Constituição Federal. 5. Repercussão Geral reconhecida.
(RE 598099 RG, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Relator(a) p/
Acórdão: Min. GILMAR MENDES, julgado em 23/04/2009, DJe-040
DIVULG 04-03-2010 PUBLIC 05-03-2010 REPUBLICAÇÃO: DJe-045
DIVULG 11-03-2010 PUBLIC 12-03-2010 EMENT VOL-02393-05 PP-
01004)

COSTUMES- conjunto de regras informais. Não tem influência considerável no Direito Administrativo.

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO- “são vetores normativos subjacentes (implícitos) ao sistema


jurídico-positivo, não, porém como um dado externo, mas como uma inerência da construção em que se
corporifica o ordenamento” (CABM). Não são todos os autores que os consideram fonte de Direito
Administrativo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS UTILIZADAS:

MANUAL DE DIREITO ADMNISTRATIVO-LICÍNIA ROSSI

MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO-JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO

MATERIAL DA PROFESSORA FERNANADA MARINELA

MATERIAL DO CURSO EXPONENCIAL.

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