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STEVE PERRY
SOMBRAS DO IMPÉRIO
TRADUÇÃO
ALEXANDRE MANDARINO
Sumário
Agradecimentos
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Epílogo
Créditos
Para Dianne
e para Tom “Mississippi” Dupree,
que me fez entrar em campo e,
assim, deu-me a chance de rebater
Agradecimentos
Leia riu.
– Esse é o seu plano?
Luke pareceu indignado.
– O que há de errado com ele? – Sua respiração formou
uma névoa de vapor na câmara fria.
– Você e o Esquadrão Rogue vão atacar o Enclave
Imperial, manter os tais cento e tantos caças TIE e os dois
destróieres estelares ocupados enquanto Dash mostra o
caminho para que a Millennium Falcon siga até onde está
pousada a nave de Boba Fett? Vamos simplesmente pousar,
resgatar Han e voar para longe? Ora, não há nada de errado
com esse plano. Como eu poderia ver algo errado nele? É
perfeito. – Ela balançou a cabeça.
– Ok, é um plano simples... – começou Luke.
– Simplório – disse Leia.
A mandíbula de Luke se contraiu. Uh-oh. Ela havia
insultado sua masculinidade. Ela conhecia aquele olhar.
– Se você tiver uma ideia melhor... – disse Luke, com a
voz tensa.
Leia suspirou. Este era o problema. Ela não tinha uma
ideia melhor. O plano de Luke ia direto ao ponto e, ao
mesmo tempo que era temerário o suficiente para que
todos terminassem fritos pelos turbolasers imperiais,
também era louco o bastante para funcionar. Se ela fosse o
comandante local, jamais esperaria que alguém fizesse algo
tão estúpido.
– Bem... – começou ela.
– Era o que eu pensava – disse Luke. Houve uma
pequena nota de triunfo em sua voz ao dizê-lo.
– Não que eu queira jogar água em sua fogueira ou coisa
assim – disse Dash –, mas para nos esgueirar de mansinho
precisaremos de um voo muito ousado. Coisa de
profissional, para evitar os sensores locais. Podemos ter que
cair pelos cânions do Grande Fosso. – Olhou para Lando. –
Supondo que esse pedaço de lixo Corelliano em que você
está não caia em pedaços, você acha que consegue fazer
isso?
Lando disse:
– Você voou por lá? Eu consigo voar por lá.
– Sim, bem, eu estava na Outrider quando fiz isso.
– A Millennium Falcon passou por algumas modificações
desde a época em que era minha – disse Lando.
Chewie disse algo.
– Sério? – disse Dash. – Onde você conseguiu motores
subluz tão rápidos?
Chewie disse outra coisa, gesticulando com o braço
esquerdo.
Dash sorriu.
– Sim, acho que Solo seria burro o suficiente para fazer
algo assim. – Acenou para Luke e Wedge. – Ok. Se vocês
puderem manter os caças TIE e os destróieres ocupados,
posso levar Lando até onde está a nave de Boba Fett.
Chewie disse algo. Leia percebeu que sabia o que
significava. Ele estava se oferecendo para ir junto.
– Você não precisa fazer isso, amigo – disse Lando.
Chewie falou novamente.
– Obrigado, de verdade.
– Conte comigo também – disse Leia.
– Eu não sei se isso é uma boa ideia...
Leia o interrompeu.
– Você não acha que o comandante imperial vai enviar
todos os seus TIEs para lidar com uma dúzia de X-wings,
acha? Ele é obrigado a manter alguém no planeta. Se
começarem a atirar na Falcon, você vai precisar de alguém
para atirar de volta. Se Chewie ficar na torre dorsal, quem
vai lhe dar cobertura?
Lando e Luke se entreolharam. Luke deu de ombros.
– Ela está certa. E é uma boa artilheira.
– Obrigada – disse Leia.
– Ok, acho que é isso – disse Wedge. – Os rapazes terão
prazer em voar sob seu comando para esta missão, Luke.
– Obrigado, Wedge.
Dash disse:
– Quer ver uma coisa, garoto?
Luke olhou para ele.
– Por aquela porta ali.
Luke caminhou em direção à porta. Curiosa, Leia os
seguiu.
Dash abriu a porta, que dava para outra sala enorme,
como um hangar.
– Uau – Luke exclamou.
Leia olhou pela porta aberta.
Uma nave estava pousada sobre o piso de plástico
barato. Tinha linhas suaves, pesados canhões montados no
topo e na parte de baixo, e reluzia com um brilho escuro,
como o cromo. Era quase do tamanho da Millennium Falcon
e tinha um módulo de cabine fora das linhas-padrão, mas as
semelhanças acabavam aí. Essa nave era material de
primeira linha, de última geração; Leia já vira naves
suficientes para reconhecer que aquela era especial.
Havia também um droide parado ao lado da nave, um
modelo esquelético simples com uma maleta de
ferramentas sobre um dos ombros.
– A Outrider – disse Dash. – E o meu droide, um LE-
BO2D9. Ele responde por Leebo, quando se digna a
responder. Ele se acha engraçado.
– Como você conseguiu comprar uma nave como essa? –
perguntou Luke.
– Bem, não foi com uma vida de retidão. Gosta dela?
Luke assentiu. Leia podia ver que ele estava se coçando
para inspecionar o veículo, subir a bordo e ver como ela
reagiria com ele no comando.
Como meninos com um brinquedo caro, pensou. Torceu
para que o mercenário dono da nave fosse capaz de voar
com metade da maestria que alegava ter. Aquela não
parecia ser uma viagem fácil.
Leia olhou para a Outrider. Estava prestes a arriscar sua
vida de novo, o que não era algo que você se acostumava a
fazer, mesmo quando necessário. Arriscar-se para resgatar
Han tornava tudo, de alguma forma, ainda pior. Ela estar
tão... vulnerável, desejando tanto alguma coisa (não,
alguém), era ainda mais assustador. Ela conseguia justificar
colocar a própria vida em risco pela Aliança; isso era de
importância galáctica. Mas fazer isso pelo amor de um
homem...
Ela nunca pensara que isso aconteceria. Sua dedicação à
Aliança para derrotar o Império jamais lhe permitira ter uma
vida pessoal muito agitada. Ah, é claro, havia os amigos,
alguns deles bem próximos, mas ela sempre acreditara que
levaria a vida lutando contra o Imperador e seu mal. Nunca
havia se imaginado louca de paixão, em uma relação
estável, tendo um lar e filhos. Isso provavelmente não
aconteceria de qualquer forma, considerando-se tudo o que
poderia haver no caminho, mas era uma possibilidade
agora. Presumindo que conseguissem encontrar e libertar
Han. Presumindo que escapassem e não fossem mortos no
processo.
Presumindo que Han tivesse algum interesse real nela.
Ele não havia dito as palavras. Ela acreditava que ele
sentisse a mesma coisa, mas ele não o dissera.
Grandes e várias presunções.
Bem, teria que esperar. Uma coisa de cada vez.
Uma coisa de cada vez.
Darth Vader segurava seu sabre de luz com firmeza,
punhos fechados, e observou o droide assassino dar a volta
à sua esquerda. O droide era de um modelo novo, uma das
doze unidades idênticas construídas sob suas especificações
pessoais. Como Vader, ele também usava um sabre de luz.
Era alto, esguio e parecia-se um pouco com os Asps de uso
geral encontrados em todo o Império, mas com uma série
de modificações especiais. A unidade era mais rápida do
que um homem comum, mais forte, programada com o
conhecimento de uma centena de mestres espadachins e
uma dúzia de estilos de luta diferentes. Contra uma pessoa
normal, o droide seria imbatível e mortal.
O droide agiu rapidamente e lançou um golpe na direção
da cabeça de Vader. Vader o bloqueou e o droide atacou
novamente, girando no ar a lâmina, que desceu zumbindo
na direção do flanco de Vader. Embora veloz, foi novamente
bloqueado.
O terceiro ataque do droide veio do lado oposto, com a
lâmina reluzindo em um grande semicírculo.
Vader defendeu-se e revidou, procurando fazer um corte
na cabeça do droide.
O droide bloqueou o golpe e deslizou um metro para trás,
fora do alcance de Vader, com a lâmina pairando sobre sua
cabeça, apontada para baixo.
A leve dor no ombro de Vader, onde Luke o cortara
através da armadura durante a luta que haviam tido, estava
definitivamente melhor. Quase não sentiu dor alguma ao
longo de toda aquela série.
Ele avançou, tentando golpear o droide no pescoço,
depois torceu os punhos e girou o sabre de luz para um
segundo ataque do mesmo lado; então atacou pela terceira
vez, desferindo-lhe uma estocada no meio do corpo.
O droide recuou e, com um golpe cruzado, bloqueou o
ataque final.
Vader deu um passo para o lado, elevou a lâmina sobre o
ombro esquerdo e feriu o droide, abrindo um corte em um
ângulo de quarenta e cinco graus na base do pescoço de
metal.
O bloqueio do droide foi um quarto de segundo lento
demais. Por mais forte que fosse, não o era o bastante para
compensar o poder e a intensidade do ataque de Vader. As
lâminas se encontraram, sibilaram e reluziram, mas a
espada de Vader empurrou a lâmina do droide para o lado.
Ele tentou recuar...
Tarde demais. O sabre de luz de Vader atingiu a região
entre o pescoço e a junta do ombro do droide, cortando-o
pelo exoframe até o meio do peito. Circuitos brilharam, em
curto-circuito. Faíscas e uma fumaça acre irromperam do
corpo do droide. Ele deixou cair o sabre de luz quando seus
comandos manuais morreram. Caiu de joelhos.
Vader empunhou a arma sobre o ombro direito e o
atacou mais uma vez, traçando um arco horizontal perfeito.
O sabre de luz cortou o pescoço do droide, arrancando-
lhe a cabeça. A cabeça caiu, quicou, e o corpo decapitado
do droide tombou para trás.
Vader se deteve sobre o droide abatido. Logo precisaria
pedir que produzissem mais uma dúzia deles. Esse era o
oitavo dos originais; restavam apenas quatro, e a série
seguinte teria de ser aprimorada. Estava ficando fácil
demais.
Seu ombro definitivamente estava melhor.
Desligou o sabre de luz e afastou-se do droide.
Um assistente estava na porta, parecendo impressionado
e nervoso.
– Limpe a bagunça – disse Vader.
Afastou-se. Não olhou para trás.
Leia sorriu para Guri, que estava mais uma vez sentada
diante dela na mesa em sua suíte. Mas o sorriso servia para
encobrir sua perplexidade.
De acordo com a tela do computador embutido na mesa
e o escâner que o alimentava, Guri não era humana.
O que ela era, o programa de escâner não sabia dizer.
– Aceita uma bebida? – perguntou Leia.
– Chá seria ótimo.
– 3PO, poderia preparar duas xícaras do chá especial, por
favor?
Leia desviou sua atenção do droide e exibiu seu sorriso
para Guri novamente. Mirou de relance a tela do
computador com a visão periférica enquanto olhava para a
representante do Sol Negro. De acordo com o escâner, a
pele de Guri tinha cerca de dez anos-padrão de idade.
Isso não era interessante?
– Creio que seus negócios tenham corrido bem...
– Correram.
Não teria problemas para mantê-la falando por alguns
minutos, até que o “chá especial” que 3PO estava
preparando fizesse o seu trabalho. A poção do sono que ele
derramava na xícara de Guri a deixaria fora de ação de
forma inofensiva por algumas horas, durante as quais Leia e
os outros poderiam fazer um exame mais detalhado da
pessoa e dos pertences de Guri. Esse era o plano que
haviam combinado para o caso de o escâner fornecer
resultados inesperados. Depois de duas horas, Guri
despertaria (se a poção funcionasse como deveria) sem
lembrar-se de ter caído no sono. Talvez pudessem descobrir
quem e o que ela era durante esse tempo. Pelo menos os
instintos de Leia estavam certos: havia algo estranho em
Guri. Muito estranho.
3PO trouxe o chá. Leia esperava que o droide tivesse
colocado o treco na xícara certa. Seria embaraçoso se
Lando ou Chewie tivesem que entrar e cuidar das coisas
enquanto ela tirava uma soneca.
3PO estava atrás de Guri. Leia relanceou para ele. O
iluminador de seu olho esquerdo apagou-se e voltou a
brilhar.
Leia pegou seu chá e tornou a sorrir.
Quando um homem vai até você disparando uma pistola,
você não fica parado fazendo perguntas estúpidas. Luke
pegou o sabre de luz no cinto, ativou-o e, com um golpe
para a direita, bloqueou um dos disparos enquanto a lâmina
deslizava e se estendia.
Um raio desfez-se sobre a lâmina em uma chuva de
faíscas vermelhas e alaranjadas. O ar passou a feder a
ozônio de repente.
Os técnicos estavam desarmados e Luke viu dois deles
serem alvejados e caírem. Os outros correram em busca de
proteção.
Koth Melan sacou uma pequena arma e revidou,
acertando o agressor principal bem no meio dos olhos. Ele
caiu para trás.
Havia outros atrás dele, entrando pela porta quebrada.
Luke saltou para a frente, girou o sabre de luz no sentido
horizontal e jogou o invasor seguinte pelo vão da porta.
Melan disparou. O raio passou perto da orelha esquerda
de Luke e acertou o terceiro homem que tentava entrar.
Depois desse, Luke viu, havia pelo menos mais uma
dúzia de atiradores aglomerando-se em direção à porta.
Talvez mais. Não dava tempo de fazer uma contagem
precisa.
Mais feixes de energia cozinharam o ar, queimando ao
passar por Luke e acertando consoles de computador e
técnicos.
– Muitos deles! – gritou Melan. – Por aqui!
Luke criou uma cortina de luz sólida com sua lâmina,
defletindo os raios, que forçavam os invasores a recuar
temporariamente. Ele saltou para o lado e Melan disparou
várias vezes na abertura, limpando-a naquele momento.
– Vamos!
Luke virou e correu. A discrição ali sem dúvida era muito
grande. Quem seriam esses caras? Eles vestiam preto, mas
não usavam qualquer insígnia visível. Algum novo grupo de
ataque imperial? Mercenários?
Isso não importa agora. Preocupe-se com quem eles
sejam mais tarde. A festa acabou, Luke; é hora de ir
embora!
Luke correu atrás de Melan.
– Lorde Vader?
Vader olhava pela janela para o campo de asteroides
diante deles. Não se deu ao trabalho de olhar para o seu
capitão.
– O que é?
– Estamos nos aproximando do campo de asteroides.
Vader virou-se para olhar para o capitão.
– Você quer dizer este campo de asteroides bem à nossa
frente? – Apontou para a janela.
Aturdido, o capitão recuou.
– Sim, meu lorde. Nossos sensores não detectaram sinal
algum de uma nave naquela região.
– Ainda assim, há algo no campo – disse Vader. – Não
consigo localizar sua posição exata, mas há um foco da
Força nessas rochas e quero encontrá-lo.
– Certamente, Lorde Vader. Ah, posso sugerir que
mandemos nossos caças? Entrar no campo de asteroides
diretamente colocaria muita pressão sobre os escudos da
nave.
– Muito bem. Diga-lhes para procurar por qualquer coisa
incomum, qualquer coisa. Se encontrarem algo, não devem
agir, mas informar imediatamente.
– Sim, meu lorde. Eu os enviarei já.
Vader voltou-se para a janela. Seria Luke? Ainda não
podia ter certeza. O lado sombrio podia não ter limites, mas
ele tinha, e tudo o que podia saber àquela distância era que
algum poderoso foco da Força estava naquele monte de
rochas despedaçadas mais à frente. Não acreditava que
poderia ser qualquer outra coisa além de Luke, mas não
estava certo. Tinha que proceder com cautela. Com as
manipulações de Xizor envenenando o poço no Centro
Imperial, era mais importante do que nunca capturar Luke
vivo. Um pouco mais perto e a indefinição sem dúvida se
resolveria. Estava perto demais para perder seu filho de
novo. Mais cedo ou mais tarde, iria encontrá-lo e trazê-lo
para o lado sombrio. Tinha certeza disso. Ele era Darth
Vader, afinal; havia exterminado os Jedi restantes com as
próprias mãos. Todos, exceto o mais forte deles: seu próprio
filho.
Mais cedo ou mais tarde ele enfrentaria o último
candidato a Jedi. De uma forma ou de outra, lidaria com ele
também.
– 3PO?
– Sim, mestre Luke?
– Está tudo bem na nave?
Houve uma breve pausa. Luke girou o pequeno comlink
distraidamente entre os dedos.
A voz de 3PO soava um pouco metálica pelo
comunicador.
– Na nave, sim. Mas R2 tem ouvido algumas
comunicações táticas em um canal de operações protegido.
Parece que há equipes de busca na área. Eles parecem
estar à procura de um cargueiro Corelliano.
Luke ficou olhando para o comunicador.
– Hmm. Ok. Fique de olho bem aberto. Se alguém
começar a bisbilhotar por aí, ligue para mim.
– Certamente farei isso. De imediato – disse 3PO.
Luke mordeu o lábio. Estavam prestes a entrar nos
esgotos. Ele não precisava de mais problemas.
Vader estava na sacada de seu castelo, imune à brisa da
noite que caía sobre ele. Havia tentado sondar a Força e
encontrar Luke, mas falhara. Seria mesmo Luke? Quem mais
poderia ser? E, se fosse, onde ele estava exatamente não
era tão importante quanto o por que estava ali, no Centro
Imperial.
Teria vindo desafiar Vader? Ou enviado em algum
esquema rebelde para atacar o Imperador? A linha protetora
de naves de guerra imperiais impediria qualquer ataque das
forças rebeldes, mas era projetada para detectar naves de
grande porte e não pulgas. Um piloto determinado em uma
pequena nave poderia encontrar caminhos através da
SkyNet imperial.
O que foi, meu filho? Por que você veio aqui? Permita-se
me ouvir, revele o seu paradeiro e irei até você.
Se Luke ouvira seu chamado, não tinha respondido.
– Meu Lorde Vader – disse uma voz às suas costas.
Ele se virou. O homenzinho que lhe fornecera as
informações contundentes sobre Xizor estava ali, parado.
Vader havia deixado ordens para que ele fosse admitido,
não importava quando chegasse.
– Você tem alguma coisa para mim?
– Sim, meu lorde. Descobrimos uma cópia pirata de
certos arquivos planetários dos Falleen, que acreditávamos
terem sido destruídos.
– Por que eu deveria achar isso interessante?
– Ele contém algum material sobre a família do príncipe
Xizor. Seu pai era o rei de uma pequena nação lá.
Vader franziu a testa.
– Eu sabia que seu pai era da realeza, mas achava que o
príncipe Xizor havia ficado órfão bem cedo.
– Não exatamente, meu lorde. Você deve se lembrar de
um experimento biológico em Falleen que... deu errado, há
uma década ou mais.
– Sim, eu me lembro.
– Durante o, ah, procedimento de esterilização, alguns
cidadãos imperiais perderam a vida.
– Um incidente lamentável.
O homenzinho tocou em um controle em seu cinto. Um
holograma apareceu entre ele e Vader. Parecia ser um
retrato de família com oito Falleen. Vader olhou para o
grupo. Havia certa semelhança familiar entre eles... espere.
Um deles era Xizor. Tinha a mesma aparência; um pouco
mais jovem, talvez. Era difícil dizer, Falleen envelheciam
muito lentamente; eram uma espécie de vida longa.
– A família do príncipe Xizor – disse o homenzinho. –
Todos foram mortos durante a destruição da bactéria
mutante que escapou do laboratório.
Uma luz raiou na mente de Vader, brilhante, clara e
repentina. Ah! Isso explicava muita coisa. Xizor não
considerava Vader um rival simplesmente por conta da
afeição do Imperador ou porque ele era um obstáculo para
as suas ambições.
Era pessoal.
– Como os registros disso foram destruídos?
O homenzinho sacudiu a cabeça.
– Nós não sabemos. Por alguma razão, todas as
referências à família de Xizor simplesmente desapareceram,
logo após a destruição da cidade.
Darth Vader tinha sido encarregado desse projeto. Xizor
devia considerá-lo responsável pela morte de sua família. E
agora ele queria matar Luke, o filho de Vader. Não apenas
para fazê-lo perder moral frente aos olhos do Imperador,
mas por vingança!
Fazia sentido. Através do Sol Negro, Xizor tinha os meios
de obter e eliminar os registros. Ele era Falleen e muito
paciente. Não eram os Falleen que diziam que a vingança
era como um bom vinho? Que deveria envelhecer para que
fosse perfeita? Eles eram frios, os homens-lagarto;
poderiam esperar por um longo tempo para conseguir o que
queriam.
Bem, assim como ele.
– Mais uma vez você me serviu bem – disse Vader. –
Quando terminar esse projeto, não terá mais necessidade
de se preocupar com dinheiro, tal é a minha gratidão.
O homenzinho se curvou.
– Meu lorde.
Vader mandou-o embora. Tinha muito em que pensar.
Muito o que fazer.
Quando estava pronto para partir, o pequeno grupo
equipou-se com tudo o que achava necessário para uma
longa caminhada através dos esgotos, seguida de um
assalto a um edifício fortificado.
Luke certamente não se considerava um mestre Jedi,
mas optou por usar seu sabre de luz como arma. Chewie
conseguiu localizar uma balestra e Lando e Dash
mantiveram as próprias pistolas. Ninguém ofereceu uma
arma a Vidkun. Se houvesse tiroteio, não estavam muito
certos sobre para que lado ele miraria.
Dash havia expressado isso dizendo que pessoas como
Vidkun eram úteis, e que só se podia confiar nelas enquanto
estivessem em seu campo de visão. Você lhes pagaria sua
dívida e depois deveria ficar o mais longe que pudesse, e
rápido.
Escolheram partir durante o dia. Vidkun normalmente
estaria fora do horário de trabalho e, portanto, sua ausência
não seria notada. E quando se está tão fundo no solo, não
importa o que o sol esteja fazendo.
Luke mudou parte do equipamento em seu cinto de
posição e ajustou a pequena mochila para que ficasse mais
confortável em seus ombros.
Dash perguntou:
– Prontos?
Todo mundo estava.
– Vamos nessa.
Darth Vader recebeu uma chamada do Imperador,
através da HoloNet:
– Meu mestre.
– Lorde Vader. Como estão as coisas por aí?
Por que ele estava perguntando isso?
– Calmas. Não há problemas.
– Fique alerta, Lorde Vader. Eu senti uma perturbação na
Força.
– Sim, meu mestre.
Quando o Imperador desconectou, Vader levantou-se e
olhou para o infinito. Teria sido Luke o que o Imperador
sentira? Ou algo mais? O Sol Negro e seu líder amoral?
Bem. Já era tempo, ele decidiu, de ver se podia
encurralar esse adversário em particular em algum canto.
Para o seu computador, disse:
– Chame o príncipe Xizor.
Em seu santuário, Xizor ficou um pouco surpreso com a
chamada.
– Lorde Vader. Que agradável surpresa.
A imagem de Vader parecia, como sempre,
imperturbável. Mas, quando ele falou, o hiperaço em sua
voz mal era coberto por uma fina camada de civilidade:
– Talvez não tão agradável. Fiquei ciente de suas
tentativas de matar Luke Skywalker. Você abandonará
imediatamente todas as tentativas de prejudicar o rapaz.
Xizor manteve o rosto neutro, mesmo que sentisse um
surto violento de raiva.
– Sua informação está errada, Lorde Vader. E, mesmo
que fosse correta, entendo que o rapaz é um oficial rebelde,
todos considerados traidores e procurados vivos ou mortos.
Essa mudança repentina de atitude é um decreto imperial
oficial?
– Se Skywalker for prejudicado, considerarei você
diretamente responsável.
– Entendo. Garanto-lhe que, se encontrar Skywalker,
estenderei a ele a mesma cortesia que dirigiria a você,
Lorde Vader.
Vader cortou a conexão.
Dash disse:
– Pode assumir aqui, Luke?
– Claro. – Luke, já no assento do copiloto, tomou o
controle. – Aonde você está indo?
– A lugar algum. Eu só preciso assobiar para a minha
montaria.
– O quê?
Dash tirou do cinto uma caixinha preta retangular.
– Comlink de único canal criptografado de longo alcance.
Hora de fazer Leebo subir com minha nave e deixá-la em
órbita. Podemos nos encontrar mais tarde; eu posso pegar
emprestado um dos seus trajes... Esta banheira ainda tem
trajes de vácuo, não é? E voltar para uma nave de verdade
em vez desse caixote frágil.
Luke sorriu.
– Acho que podemos fazer isso.
– Depois disso, você segue seu caminho, eu sigo o meu.
Acho que o preço da limpeza daquele prédio lá embaixo já
ajuda a equilibrar minha prestação de contas com o
Império.
– Você realmente deveria considerar se juntar à Aliança –
disse Luke. – Você é um bom homem e poderíamos usá-lo.
– Obrigado, Luke, mas acho que não. Eu não sou muito
de fazer parte de um grupo.
Apertou o botão de comando em seu comunicador
especializado.
– Ei, Leebo, seu balde enferrujado, bote as engrenagens
para rodar e me encontre nas seguintes coordenadas.
– Meu mestre não está no momento. Quem está
chamando, por favor?
– Muito engraçado – disse Dash. Olhou para Luke. –
Nunca compre um droide programado por um comediante
fracassado.
Isabela Talarico
REVISÃO:
Entrelinhas Editorial
Isadora Prospero
CAPA, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Desenho Editorial
ILUSTRAÇÃO DE CAPA:
Mark Molnar
DIREÇÃO EXECUTIVA:
Betty Fromer
DIREÇÃO EDITORIAL:
Daniel Lameira
Katharina Cotrim
Mateus Duque Erthal
Bárbara Prince
Júlia Mendonça
Andréa Bergamaschi
COMUNICAÇÃO:
Luciana Fracchetta
Felipe Bellaparte
Pedro Henrique Barradas
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Vagner Rodolfo CRB-8/9410
P465s
Perry, Steve
Sombras do Império [recurso eletrônico] / Steve Perry ; traduzido por
Alexandre Mandarino. - São Paulo : Aleph, 2017.
350 p. : 23,2 MB ; ePUB
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Guerra do Velho
Scalzi, John
9788576573166
368 páginas