Você está na página 1de 6

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

MÔNICA APARECIDA CALIMAN NIEIRO

Resenha do Artigo:
A evolução do pensamento contábil até os dias
atuais

Vitória
2021/1
PIRAN, Rafael da Silva, et all, A
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
CONTÁBIL ATÉ OS DIAS ATUAIS.
Niterói: Revista de trabalhos Acadêmicos.
2015. 13 páginas.

A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO CONTÁBIL ATÉ OS DIAS ATUAIS.

RAFAEL DA SILVA PIRAN, MATEUS DA SILVA CONCEIÇÃO, LEONARDO


SOARES FRANCISCO, ANDRÉ CANTARELI DA SILVA, PÂMELLA CÔRTES
LIMA

Universidade Salgado Oliveira (UNIVERSO) – Campus Niterói


R. Mal. Deodoro, 217 - Bloco A - 24030-060- Centro, Niterói – RJ – Brasil

rspiran@gmail.com, mateus.silva@bnymellon.com.br, Leonardosoares@id.uff.br,


acantareli@hotmail.com, pamela_cortess@yahoo.com.br.

O trabalho relata sobre a importância e a evolução do pensamento contábil e teve


como foco as escolas e os principais pensadores contábeis de cada época. Traça
uma linha do tempo dividindo a história da Contabilidade em quatro períodos:
Contabilidade Antiga ou Empírica (8000 a.C. até 1202), Contabilidade Medieval ou
Sistematização da Contabilidade (1202 até 1494), Contabilidade Moderna ou
Literatura da Contabilidade (1494 até 1840) e Contabilidade Científica ou
Contemporânea (1840 até os dias atuais).

No 1º período, na Mesopotâmia, foram descobertos os primeiros vestígios de


contabilização, através de fichas de barro e tábuas de argila para melhor o controle
do Patrimônio e essas fichas eram utilizadas com o intuito de controlar as
obrigações e os bens, surgia a Contabilidade Antiga.

A Contabilidade Medieval foi marcada pelo fim do Feudalismo e o surgimento do


Capitalismo. Nesse período a negociação de produtos e mercadores ficaram
escassos pois os comerciantes tinham medo de serem saqueados pelo bárbaros. Os
Incas, civilização mais bem desenvolvida da América do Sul, desenvolveram um
sistema para contabilizar as entradas e saídas de Quepós (nós). Com o fim dos
ataques bárbaros o comércio foi sendo retomado, ocorrendo uma remodelação com
as partidas dobradas na aplicação e origem dos recursos.
O 3º período não foi marcado por muitos acontecimentos, pode-se citar a edição do
livro de Luca Pacioli que enfatizou o método das partidas dobradas e a partir desse
momento a contabilidade deixou de ser considera a arte de ter e contar e para ser
considerada uma ciência, dando origem a Contabilidade Moderna.

A edição do livro de Francesco Villa dá início a renovação da Contabilidade onde


surge a Contabilidade Científica e muitas escolas de correntes contábeis como a
Escola Contista, Escola Personalista, Escola Veneziana ou Controlista, Escola Norte
Americana, Escola Neocontista e a Escola Patrimonialista. A Escola Contista foi a
primeira escola com pensamento contábil, percursora na apuração de saldo das
contas e criação da conta Capital e teve como principais pensadores Benedetto
Cotrugli e Luca Bartolomeu de Pacioli. Para Cotrugli se registrava a contabilidade da
empresa para lembrar os proprietários o que se tinha pago e vendido, surgindo
assim os primeiros livros divididos em 3: livro Grande (razão), Ricordanze (livro de
gastos) e Giornale (livro diário). Considerado o pai da Contabilidade Luca
Bartolomeu publicou em 1494 um livro que continha um capítulo dedicado a
contabilidade que tratava do método das partidas dobradas ou método veneziano.

A Escola Personalista, vista por alguns como Contista, com a diferença que
transformou a conta em pessoa, capaz de direitos e obrigações. Teve como
representantes Franchesco Marchi (idealizador) e Giuseppe Cerboni (prático) que
em um dos seus livros relatava sobre a contabilidade com ciência, sendo ainda o
relator da lei que normatizava a contabilidade italiana. A Escola Controlista tinha
como representante Fabio Besta que teve como inspiração a Escola Administrativa
de Francesco Villa, e para Fabio, como um Controlista, o objetivo era estudar a
matéria sob o ângulo do controle da riqueza e considerava o patrimônio como objeto
da contabilidade.

Baseada na macroeconomia, a Escola Norte Americana, surgida no século XX, e


considerada a mais influente do mundo, tratando a contabilidade como financeira e
de custos e as análises e balanços contábeis. Com muito esforço e pesquisas,
desenvolveu através de institutos e associações uma contabilidade de extrema
importância com os princípios contábeis, através de normas que passaram a vigorar
em 1930 e definiam que toda Cia deveria se registrar na Bolsa de Valores de Nova
Iorque para assim ter acesso as demonstrações financeiras seguidas de parecer de
auditoria. Tiveram destaque nessa escola: Charles Ezra Sprague, que contribuiu pra
criar o exame de suficiência para uma melhor qualificação do profissional contábil,
Henry Randy Halfield, autor de muitos livros e exímio contador, Willian Andy Paton
que foi coautor da Associação Americana de Contabilidade, além de presidente da
mesma.

A Escola Neocontista, defendia do valor das contas e sua sequência era dada nos
avanços dos balanços patrimoniais, atribuiu à contabilidade o papel de colocar em
evidência o ativo, o passivo e a situação líquida das unidades econômicas. Seu
representante foi Jean Dumarchey, autor de vários livros e um deles teve destaque e
abordava o balanço patrimonial, contábil e outros afins, além de concretizar a ideia
de que a contabilidade era uma ciência social.

Em 1926 surgiu a Escola Patrimonialista com a publicação do livro de Vincenzo


Masi, que defendia o estudo do Balanço Patrimônio dividido em 3 grupos: Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido. Os patrimonialistas reconheciam ainda o patrimônio
como o objetivo de estudos da contabilidade. Masi foi ainda publicou um comentário
que tinha como tema a análise das demonstrações financeiras.

A contabilidade chega ao Brasil junto com a colonização de Portugal em 1500 e em


1530 com a comercialização foram criadas as alfândegas para a circulação do pau-
brasil. Em 1549 foi instituído o 1º Contador Geral que tinha a função de
supervisionar contabilmente a colônia Brasil. Com a chegada da família real em
1808 o comercio se expandia para outros países e foi necessário criar um banco
para a circulação de moedas. E com o crescimento do Brasil e da contabilidade, D.
João VI estabeleceu que somente pessoas que frequentassem a escola poderiam
fazer a escrituração contábil.

Em 1850 o Imperador D. Pedro II criou o Código Comercial Brasileiro que


regulamentava os processos contábeis, onde as empresas eram obrigadas a fazer
as demonstrações de fatos patrimoniais e escrituração de livros. O código sofreu sua
1ª alteração em 1883 onde foi estabelecido o envio e a publicação dos livros ao
governo que verificava os balanços e as demonstrações, surgindo assim o Imposto
de Renda. A função de guarda livro, como era denominada a profissão de Contador,
surgiu em 1869, dando origem a primeira profissão liberal. Tinha como atribuições:
Elaborar relatórios de contratos registrados, emitir um controle de entrada e saída de
dinheiro de acordo com os pagamentos e recebimentos, criar e fazer toda a
escrituração mercantil por correspondência. O profissional deveria saber falar
Francês e Português além de ter uma boa caligrafia.

A 1ª Escola do Comércio surgiu em 1902 em São Paulo e em 1905 criou-se a Escola


da Bahia intitulada de Visconde de Cairu em homenagem ao primeiro professor
Antônio Lisboa. Em 1950 as empresa começam a se instalar no Brasil tendo
destaque as norte americanas e com isso a escola estadunidense ganha destaque
fazendo que as escolas europeias percam força, e três fatores marcam essa
transição de doutrinas, são eles o Decreto Lei 6404/76 – Lei que trata da
contabilidade no País, Circular 179/72 – Banco Central do Brasil que evidencia a
contabilidade e o primeiro livro publicado pela equipe de Professores da FEA USP
de contabilidade introdutória.

Na década de 90 foi criada pelo professor Antônio Lopes de Sá uma nova corrente
que se baseava na história geral da contabilidade chamada de Neopatrimonialismo,
e partir desta nova fase o Brasil mostra para o mundo sua contabilidade. Tiveram
destaque Francisco D’auria que era professor e fundador presidente de Sindicato e
Frederico Herrmann Júnior que fez várias publicações sobre Contabilidade e depois
se tornou Perito-Contábil.

Depois de 2007 ocorre mais uma transformação na contabilidade no Brasil com a


criação da Lei 11.638/07 – IFRS (Internacional Financial Reporting Standards) para
aperfeiçoar e adequar a aplicação da contabilidade brasileira buscando uma
convergência com as Normas Internacionais de Contabilidade, sendo revogada em
2009 pela Lei 11.941/2009, que trouxe alterações relevante como o Balanço de
abertura, a classificação do Ativo e do Passivo entre outros. Em 2014 a Lei
12.9736/2014 cria o regime diferenciado de tributação, a legislação tributária para
apuração de impostos federais e um sistema de compensação.

O Brasil e outros países tiveram que se adequar as normais internacionais e a IASB


(International Accounting Standards Board). O CFC (Conselho Federal de
Contabilidade) criado pela Lei 9.295/46 mais tarde alterada pelo Decreto Lei
12.249/10 é um suporte para a Contabilidade, regulando a profissão através do
exame de Suficiência. A Lei 6.385/76 cria a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
que tem como função fiscalizar e regulamentar as Cias de capital aberto.
Conclui-se que junto com a globalização surge a contabilidade e como em toda área
ocorrem suas ramificações, e a contabilidade no Brasil sofreu forte influência das
escolas norte americanas e europeias, sendo a Patrimonialista a mais influente.

Você também pode gostar