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Leitura esquemática de alguns conceitos de Michel Foucault

A partir do que os saberes se constituem?

EPISTÉMÊ (histórica e não metafísica) – daí o surgimento de novos saberes.

ARQUEOLOGIA DO SABER – quer descobrir e descrever as regras que dirigem os


discursos (para Foucault não interessa determinar o que compõe a origem de um
discurso – o autor, mas o que faz com que algo apareça como verdadeiro quando este
é manifestado).

DISCURSO – pura dispersão, por isso é necessário individualizá-lo para descrevê-lo


em sua singularidade. Tê-lo como objeto de estudo é estabelecer sua regularidade
(aquilo que é essencial para compreender a constituição de um saber, já que “não há
saber sem uma prática discursiva definida, e toda prática discursiva pode definir-se
pelo saber que ela forma”).

GENEALOGIA – passagem da verdade como efeito do discurso para verdade como


produto de regras internas ao discurso (no método genealógico aparece o
condicionamento externo que rege o discurso).

DISCURSO (não é somente lugar de expressão de um saber, através dele o poder se


exerce) – PRODUTO (de algo que é exterior a ele): PODER (ninguém é seu titular,
nem tem seu controle, pois “o exercício do poder cria perpetuamente saber e,
inversamente, o saber acarreta efeitos de poder”).

VONTADE DE VERDADE (necessidade de compreender quais desejos e poderes o


sujeito luta e quer se apoderar) – corresponde à VONTADE DE SABER (classificação
de algo como verdadeiro a partir da oposição entre o verdadeiro e o falso. É como um
“sistema de exclusão”, uma espécie de pressão ou poder de coerção, ou seja, uma
“polícia” discursiva que é reativada em cada um de nossos discursos).

SABER – funciona como agregador (convence). “O poder, longe de impedir o saber, o


produz”.

O DISCURSO é instrumento e efeito do poder, “veicula e produz o poder; reforça-o,


mas também o mina”. É preciso perceber qual o poder que rege a verdade, ou seja,
em todo discurso é necessário questionar qual a “vontade de verdade” está presente,
vontade que define o que pode ser dito e pensado, mas acima de tudo, como ser dito
e pensado.
Em linhas gerais, pode-se afirmar que o poder que estava ausente da
descrição mais formalista do discurso (arqueologia) é introduzido (genealogia)
ocupando posição central. Assim, a tarefa da genealogia “é a de expor o corpo
marcado pela história, bem como a história que arruína o corpo”.

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