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A consciência mítica como estrutura do ser no mundo

PROPOSTA DE ANÁLISE:

I) Desvendar o conteúdo filosófico de cada frase e enfatizar os componentes


ontológicos do mito:

a) “O mito não encontra, de maneira nenhuma, adequada objetividade no discurso”


(Nietzche).
b) “A coerência do mito provém muito mais de uma unidade de sentimento do que de
regras lógicas. Esta unidade é um dos impulsos mais fortes e mais profundos do
pensamento primitivo” (Cassirer).
c) “Um mito diz respeito, sempre, a acontecimentos passados: antes da criação do mundo,
ou durante os primeiros tempos, em que todo caso faz muito tempo. Mas o valor
intrínseco atribuído ao mito provém de que estes acontecimentos, que decorrem
supostamente em um momento do tempo, formam também uma estrutura permanente.
Esta se relaciona simultaneamente ao passado, ao presente e ao futuro” (Lévi-Strauss).
d) “Tudo vai, tudo torna; eternamente gira a roda do ser. Tudo morre, tudo refloresce;
eternamente corre o ano do ser. Tudo se quebra, tudo se reajusta. Eternamente se
constrói a mesma casa do ser. Tudo se separa; tudo se reencontra; o anel do ser
permanece eternamente fiel a si próprio. A cada instante começa a ser; à volta de cada
‘aqui’ gravita a esfera ‘ali’. O outro está em toda parte. A senda da eternidade é curva”
(Nietzsche).
e) “O mito expressa o saber que o homem não é senhor de si mesmo, de que não só é
dependente dentro do mundo conhecido, mas também, antes de tudo, depende das
potências que estão além do conhecido, de que ele justamente nessa dependência pode
libertar-se das potências conhecidas” (Bultmann).
f) “O mito está ligado ao primeiro conhecimento que o homem adquire de si mesmo e de
seu contorno: mais ainda, ele é a estrutura deste conhecimento. Para o primitivo, não há
duas imagens do mundo, uma ‘objetiva’, ‘real’ e a outra ‘mítica’, mas uma leitura única
da paisagem” (Gusdorf, p23).
g) “A ontologia vivida no mito é prévia a qualquer dissociação. O homem moderno
evoluído é o herdeiro de uma longa tradição que desintegrou para conhecer melhor (...)
a inteligência se separou dos instintos e dos sentimentos (...)” (Gusdorf, p.30).

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