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instituições, símbolos, valores, etc.), ao lado ou mesmo articulada a outros, como
nacionalidade, religião, profissão, grupos de status, posição de inserção social, região
de origem, etnia, grupo de idade, etc. Essa premissa será considerada por Oliveira
(2004) dentro daquilo que ele chama de lugares simbólicos de sentido estruturante,
pois, enquanto estrato, a masculinidade articula-se, ladeia, esparrama-se
rizomaticamente junto aos demais. Dinamicamente, dispõe-se ou sobrepõe-se, mais
ou menos, em determinadas regiões e momentos históricos, modifica-se ao se
fortalecer ou mesmo se esvai no contato com a realidade histórica dos outros estratos.
A discussão desenvolvida por Oliveira (2004) nos dois primeiros capítulos propiciará
compreender, em linhas gerais, a modelação da masculinidade a partir de uma
sociogênese moderna – ideal moderno da masculinidade – bem como os processos
de mudanças decisivas empreendidas pela supermodernidade no caráter e valor
expressivo da masculinidade. Tais mudanças sócio-estruturais terão uma importância
capital na desestabilização de algumas certezas e afetarão o ideal moderno da
masculinidade, face mais tangível desse estrato ou lugar simbólico.
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e o úmido, mas também entre forma e conteúdo, limitado e ilimitado, pureza e
impureza.
A sociedade grega considera que, antes de entrar na atividade sexual, a
mulher faz parte do mundo selvagem, um animal indômito que prefere a selvageria e
voracidade. Iniciada a atividade sexual ela tende da licenciosidade para a
bestialização. Daí a afirmação: o homem tem uma maturidade sexual que melhora
com a idade, a mulher, por outro lado, iniciada a atividade sexual, apodrece
gradativamente devido a sua natural voracidade sexual, a qual deve ser regulada e
controlada (não se pode deixar de salientar que essas idéias fazem parte de uma
complexa formulação que visa validar e perpetuar a instituição civil do matrimônio
monogâmico e a vida familiar). Na literatura grega, o ato sexual que engendra ou
almeja engendrar prole é chamado de trabalho (ponos), enquanto todas as outras
variedades de atividade erótica são chamadas de diversão (paidía) – a diversão
erótica, nessa medida, polui as mulheres, enquanto o trabalho erótico não polui e, pelo
contrário, recupera-a da poluição.
Na sociedade ateniense constitui-se um discurso público masculino que
dominava e regulava o feminino num trânsito de mão dupla entre o campo
sociopolítico e o campo erótico. Por um lado, no matrimônio, o descontrole e a
irresponsabilidade do eros feminino são regulados pelo eros e pelo ponos masculino.
Portanto, é pelo matrimônio que a mulher, confinada ao oikos, é resgatada do mundo
selvagem e inserida na civilização. A suposta voracidade sexual da mulher é
reprimida, sua índole é domesticada e vigiada, sua pessoa jurídica é tutelada, passada
do pai para o marido. Sua atividade sexual é desqualificada por natureza, já que, uma
vez iniciada, leva a mulher não a maturidade, mas, progressivamente, à
desvalorização do seu erotismo. Reversamente, o homem aprimora-se em sua
atividade sexual, que se expande e pode ultrapassar os limites do matrimônio e do
oikos, estando ele, assim, liberado para a diversão sexual. Por outro lado, para a pólis,
a mulher não tem voz, não obstante o seu papel fundamental de legítima genitora.
Define-se, então, a condição política e o erotismo da mulher pela sua posição em
relação ao poder fálico. Opõe-se a virtude pública reguladora típica da natureza
masculina à virtude confinada e controlada da natureza feminina.
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anacrônico. Isso não impediu, entretanto, que alguns elementos constitutivos do
ímpeto de duelar fossem transportados para a propensão bélica entre os Estados
modernos e seu emergente nacionalismo), resultando nos processos de
disciplinarização e brutalização dos agentes nelas envolvidos, bem como o surgimento
de ideais burgueses e dos valores de classe média, calcados no pragmatismo dos
negócios, na personalidade moderada e no culto da ciência metódico-racional.
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totalitário, o nazismo exaltou o espírito comunitário que se instila de modo integral na
consciência dos agentes, socius invasor que abarca a quase totalidade da agência e
vida pessoal. Nesse sentido, apesar de ser um totalitarismo de massa, alimentou
sentimentos semelhantes àqueles estimulados por pequenos grupos e comunidades
fechadas.
d2) Movimento político semelhante, o fascismo italiano buscava inspiração na
grandeza romana para construir a idéia de uma Itália poderosa e seu fundamento
essencial: o novo homem fascista, imagem do guerreiro conquistador romano (adoção
de um decoro comportamental de viés moral fortíssimo). Muitas diferenças podem ser
apontadas entre a experiência histórica do nazi-fascismo, de um lado, e a do
socialismo, do outro. Entretanto, no que diz respeito ao cultivo do ideal moderno de
masculinidade, elas ficam menos claras. Assim, observa-se que os ideais de
masculinidade não irão diferir significativamente em nenhum desses movimentos –
prega-se a oposição à lassidão, a lascívia, a preguiça, a permissividade sexual e
defende-se a instituição familiar, o labor e a ordem. Ao devotado soldado guerreiro,
acrescentar-se-ia o modelo do trabalhador exemplar e responsável, produtor de
mercadorias e provedor (disciplinado e industrioso), como paradigma do homem
autêntico.
Como conciliar o aparente paradoxo entre, de um lado, o guerreiro heróico,
tosco, rude, quase bárbaro e selvagem, que se sacrifica pelos ideais nacionais e, de
outro, o responsável, comedido e autocontido homem burguês moderno? Na
perspectiva da constituição e manutenção da nação, era necessária a pacificação do
território e isso deveria se refletir na valorização do controle das emoções com o
conseqüente comedimento na expressão das paixões, de tal forma que assim
pudessem ser afiançadas relações sociais equilibradas e estáveis. Já no que tange às
relações entre os países, adequava-se uma educação heróica, a inculcação dos
valores guerreiros, caso fosse necessário entrar em combate com outros Estados.
Esses dois conjuntos de prescrições e modelos idealizados, aparentemente
antinômicos, deveriam se fazer presentes durante o processo de socialização e
subjetivação especialmente dos meninos.
e) Romantismo (culto aos heróis e ênfase na aura mítica em torno da virilidade
masculina) X Iluminismo (fé na razão e ênfase na ponderação e no equilíbrio). Ambos
compuseram o rol dos valores modernos que, nessa condição, aportaram ao ideal de
masculinidade.
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Amplamente apoiado pelo cristianismo, o ideal moderno de masculinidade se
transformaria num baluarte contra a decadência e a degeneração dos costumes
(relação entre valorização da masculinidade e recrudescimento da influência religiosa).
Assim, a religião se incumbia, principalmente, de promover a moralidade tipicamente
burguesa, enquanto o exército e os esportes cultivavam valores masculinos para a
educação da virilidade (casamento: barreira contra os vícios e a degeneração).
Defende-se a assimetria do poder na família – quanto mais feminina a mulher e
mais masculino o homem, mais saudáveis a sociedade e o Estado (autonomia
masculina se contrastava com a submissão feminina). Para os ideais de moralidade
burgueses, o sexo é o coração do casamento e o casamento, a base fundamental da
família. Para o ideal moderno masculino, a constituição de uma família tinha também
uma outra função primordial: afastava dúvidas em relação ao noivo quanto a uma
possível orientação sexual pervertida. No caso masculino, a prática sexual entre
homens era aquela que suscitava o anátema social mais depreciativo que alguém
poderia receber.
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enaltecimento da identidade masculina, européia, branca e heterossexual
(identificação entre masculinidade e raciocínio científico, pensamentos claros e
precisos, procedimentos matemáticos, lógicos). Fica estabelecido o paradoxo entre
Razão-cálculo (racionalismo cartesiano) e Razão analógica (multifacetada e
hipertextual – fenomenológica e hermenêutica).
Vale dizer que uma coisa é destacar a imbricação entre enunciados científicos
e o ideal moderno de masculinidade, outra é deslegitimar de antemão o
empreendimento científico em si como se ele contivesse em sua própria gênese a
essência totalizadora e tirânica de uma razão masculina.
A masculinidade e a lei
A lei se arrogou o direito de invadir a privacidade sempre que esta não se
conformava aos ditames da ordem social burguesa. Também teve efeitos marcantes
para modelar os discursos científicos moralizadores em torno da sexualidade
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masculina aceitável (se articulou como parte do nexo de prescrições culturais que
apontavam para o banimento e punição do desvio, da anormalidade e da doença).
Cinco características norteiam a constituição de leis referentes aos aspectos da
vida sexual dos agentes no final do século XIX: sexo é algo natural; o natural é sempre
o comportamento heterossexual; o sexo genital é primário e determinante; o
verdadeiro sexo é falocêntrico; por fim, o sexo é algo que deve ocorrer de preferência
no casamento.
O outro da masculinidade
Seria impossível pensar a masculinidade abstraindo-se de refletir sobre o seu
outro, pois para que esse lugar simbólico se destacasse como símbolo social
valorizado fez-se necessária a emergência de sombras e faces que desempenharam o
papel de antípodas, alvos de depreciação e anátema, signos do vil, abjeto,
desprezível, verdadeiros alter egos.
Muitas vezes, torna-se importante eleger um inimigo para que se possa criar
um grau de coesão grupal e a conseqüente identificação coletiva juntamente com as
normas comuns capazes de induzir à euforia gratificante que acompanha a
consciência de pertencer a um grupo de valor superior, com o desprezo complementar
por outros grupos (imagem do antiparadigma: agente homo-orientado – cumpria à
risca o receituário da feminilidade exacerbada e afetada).
Como contraponto ao ideal moderno de masculinidade, emergiu,
paralelamente, o ideal feminino. Enquanto o masculino simbolizava a ordem e o
progresso, o feminino deveria expressar a castidade, a pureza e o comedimento
público. Os ideais assim configurados buscavam naturalizar a idéia de que o domínio
público era assunto masculino, enquanto o doméstico ficaria a cargo das mulheres.
Essa situação consagrava a autonomia de um gênero e destacava a heteronomia do
outro.
Com a ascensão da burguesia a mulher passa a ser vista como um
complemento do homem, que deveria ser aperfeiçoado e enobrecido pela afeição e o
puro amor de uma mulher. Do ponto de vista das imagens, símbolos e representações
sociais, a mulher e o feminino apareciam como o outro pólo, a alteridade do
masculino. Assim, a autêntica feminilidade surgia como o inverso da masculinidade:
delicadeza, beleza sensual, fragilidade (modelo oposto do heróico masculino). Os
contratipos da masculinidade ideal apareciam como inimigos públicos, dignos de
desprezo, escárnio e ódio (evidenciava-se como a maior desonra que um varão
poderia sofrer – vistos como aberração, ameaça à família e ao casamento).
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Para o ideal moderno de masculinidade foi de grande valia a construção do tipo
homo-orientado, baseado num discurso médico, psicológico e jurídico, que permitia
submetê-lo a observação, policiamento e exame (“psicologização” e “medicalização”
do homo-orientado).
Em 1886 Freud causou profundo desconforto junto à comunidade médica
austríaca quando leu perante a Sociedade de Medicina de Viena um artigo sobre a
histeria masculina. O trabalho foi mal recebido, pois ia de encontro às idéias
comungadas pela comunidade médica da época que acreditava ser a histeria um
distúrbio tipicamente feminino. Os ataques que Freud sofreu fizeram-no recuar de
algumas posições assumidas.
Freud defendeu com ousadia a idéia de que a sexualidade humana é em si
perversão dos instintos, pois ela desvia o instinto, metaforiza seu alvo, desloca e
interioriza seu objeto e concentra enfim sua fonte numa zona eventualmente mínima, a
zona erógena. Assim, pode-se concluir que tanto a homo quanto a heterossexualidade
são modeladas a partir das sanções culturais que delas se apropriam, a partir de
singularidades socioculturais bastante específicas; e mais: se tivéssemos que ser
justos, então ambas deveriam ser encaradas como perversões do instinto sexual. Por
razões óbvias, não foi esta a leitura que o movimento psicanalítico preferiu fazer.
Nesse sentido, pode-se afirmar que a psicanálise como corpus teórico consagrado
naturaliza valores culturais arbitrários de forma que possam ser vistos como verdades
eternas.
O famoso “Complexo de Édipo” tornou-se modelo e centro nevrálgico que
permitia esclarecer a inversão e justificar a adequação da família burguesa ocidental.
No final do século XIX e início do XX o culto à domesticidade da mulher já estava
consagrado, e a psicanálise, com o seu triângulo edípico, reforçava todo um
pensamento de senso comum que justificava o arranjo familiar no qual a figura do pai
era algo superior e inatingível.
A dominação simbólica exercida pelos grupos estabelecidos consegue
transformar os valores dos dominantes em valores dominantes, a tal ponto que mesmo
os que são mal classificados na hierarquia social, isto é, os desclassificados,
reproduzem, cultuam e aplicam a si próprios os valores responsáveis por sua própria
classificação.
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pós-industrial, sociedade pós-colonial, sociedade da performance, sociedade do
simulacro, sociedade do risco ou da dúvida radical.
Tecnologias e mudanças
- “Descorporificação” do trabalho: aumento da participação feminina no mercado de
trabalho desde o pós-guerra (contínuo afluxo de mulheres a partir de inovações
tecnológicas);
- Surgimento de políticas de identidade como o feminismo, o movimento gay e lutas
étnicas;
- Enaltecimento da pluralidade, diversidade, multiculturalismo, heterogeneidade –
pulverização do tempo e do espaço no movimento siderado/atordoado de
desterritorialização contínua (libertação dos significados locais e de concepções
arcaicas);
- Caracterização fugidia e sempre volátil do fluxo de capitais – era do software,
bastante diferente da antiga era do hardware.
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interessante àquela paisagem de liberdade econômica irrestrita. Daí o divórcio entre
política e poder, entre o poder do Estado-nação e os interesses do capital
transnacional (desterritorialização do capital enquanto o Estado nacional continua
preso ao seu território. Esta discrepância transforma a política em algo local e
inadequada para lidar com os fluxos. O capital escapa assim ao alcance da política);
- Diluição do poder de soberania dos Estados (crescente internacionalização da
economia) – definhamento do Estado-nação;
- Explosão das particularidades dentro do próprio Estado-nação o transforma em
inimigo (nesses tempos pós-modernos o contra-poder ao Estado-nação é constituído
por inúmeras organizações criminosas: narcotraficantes, contrabandistas, etc.);
- Intensificação da preocupação com a segurança pública devido ao aumento da
violência e da criminalidade (essas demandas sociais emergentes refletem a demissão
do Estado de funções que, se exercidas com desenvoltura, poderiam minorar a
escalada do crime).
Crise da família
- Aumento do número de divórcios ou separação de casais;
- Postergação cada vez maior do vínculo conjugal e crescente formação de
relacionamentos sem vínculos legais (enfraquecimento da autoridade patriarcal, tanto
institucional quanto psicologicamente);
- Crescente aumento de lares em que apenas um dos pais é responsável pelos filhos;
- Aumento dos domicílios habitados por pessoas que vivem sós;
- Crescimento de nascimentos de filhos fora do casamento;
- Crescente incorporação das mulheres ao mercado de trabalho e conseqüente
participação de seus salários na composição do orçamento familiar (isto é, abalo da
ideologia do patriarcalismo que legitimava a dominação masculina com base na idéia
de que o provedor da família goza de privilégios);
- Adoção de novas técnicas (biotecnológicas) capazes de promover a inseminação
artificial, a clonagem e a engenharia genética;
- Crescente descrença no casamento, na família, na classe e no bairro (revelação da
acelerada desintegração dos antigos tecidos de apoio comunitário);
- Dissolução dos laços de sociabilidade e reciprocidade, assim como solapamento da
própria natureza da obrigação social pela “mercadificação” quase total da vida social
(o capital fareja o consumidor e oferece a ele o serviço ou o produto desejado,
desmantelando as instituições sociais tradicionais via “mercadificação”);
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- Produção de agentes cada vez mais individualizados, privatizados, avessos a
compromissos e fidelidades de longa duração – acelaração do processo de
privatização dos agentes;
- Estimulação de novos desejos que toma o lugar da regulamentação normativa (a
publicidade toma o lugar da coerção e a sua sedução torna redundante ou invisível as
pressões da necessidade);
- Divórcio entre sexo e família (disjunção entre sexo e dever e conjunção entre sexo e
prazer);
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simulações, o ciberespaço, o bate-papo, o sexo, o mundo virtual. Como conseqüência
disso, o consumo abundante passa a ser a marca do sucesso e a estrada que conduz
diretamente ao aplauso público e à fama. Por via de regra, aqueles que não podem
consumir na volúpia que a publicidade impõe são como um refugo desse jogo de
sedução e consumo pós-moderno.
O agente contemporâneo está, por definição, deslocado e em deslocamento.
Centrado em seu núcleo egóico, que ele busca continuamente reconstituir, não
encontra base externa permanente que lhe dê uma segurança ontológica consistente.
A miríade de significantes que o atropelam continuamente o faz recolher a si mesmo, e
a privatização de seus problemas parece-lhe algo natural e inevitável. Diante da
fluidez contemporânea e das pertenças múltiplas e contrastantes o modelo ideal de
identidade seria uma “antiidentidade” ou uma identidade bricolage (espécie de mistura,
de celebração do cruzamento, do híbrido, do fragmento e do episódico). Oliveira
(2004) ironiza a situação pós-moderna quando dispara: Quereis identidade?
Oferecemos várias possibilidades em cores, diferentes tamanhos e para todos os
bolsos. Identikits são oferecidos “sob medida”, atendendo a todas as diferentes
individualidades, isto é, “personalizados”. E ainda resta opção: se não gostar de
nenhum desses, pode se fazer uma bricolage self-service, onde o cliente escolhe duas
características de cada um e ele próprio compõe seu identikit (p.133).
Na dinâmica do descarte, identidades rígidas são desvantajosas, quando não,
anátemas, pois o mundo construído de objetos duráveis foi substituído pelo de
produtos disponíveis projetados para imediata obsolescência. Desse modo, as
identidades podem ser adotadas e descartadas como uma troca de roupa, ao mesmo
tempo em que elas devem parecer suficientemente estáveis para terem a mínima
possibilidade de serem reconhecidas.
BIBILIOGRAFIA
BARBO, Daniel. O triunfo do falo – homoerotismo, dominação, ética e política na
Atenas clássica. Rio de Janeiro: E-papers, 2008.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Trad. Maria Helena Kühner. 4ª.ed. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
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EGGERT, Edla. As mulheres e afilosofia. Editora Unisinos: São Leopoldo, RS Brasil,
2002.
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