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Razão e

desrazão:
subjetividade
e verdade
História da Loucura
Michel Foucault
E eis que desaparece a lepra... Mas,
permanece o espaço.
• Aquilo que, sem dúvida, vai permanecer por muito mais tempo
que a lepra, e que se manterá ainda numa época em que, há anos,
os leprosários estavam vazios, são os valores e as imagens que
tinham aderido à personagem do leproso; é o sentido dessa
exclusão, a importância no grupo social dessa figura insistente e
temida, que não se põe de lado sem se traçar à sua volta um
círculo sagrado (Foucault, 1978, p. 9).
A loucura antes da doença mental
Descartes, Kant e a razão

Razão e desrazão (e os
discursos advindos desta
exclusão/oposição)
• O período da Renascença foi mais hospitaleiro com a loucura, que
passou, então, a ocupar lugar intermediário, autorizando a manifestação
de verdade e o retorno amenizado da razão. Entretanto, para Foucault,
se a loucura causava fascíni, por um lado, pressentiam as ameaças e os
segredos do mundo, por outro foram resumidas ao silêncio através de um
estranho golpe de força desferido pelo cogito cartesiano, que interrogou
a razão na loucura. Com Descartes, e a dúvida cartesiana, a loucura foi
colocada fora do domínio no qual o sujeito detém seus direitos à
verdade. “Doravante, a loucura está exilada. Se o homem pode sempre
ser louco, o pensamento, como exercício de soberania de um sujeito que
se atribui o dever de perceber o verdadeiro, não pode ser insensato”
(Foucault, 1978, p. 54).
A invenção da loucura como desrazão
(quais os atributos da razão? Como
se articulam razão e moralidade?
Como isso se articula quando a razão
é a razão moderna?)
As palavras e as coisas

Discursos
Saberes
Poderes
Saberes constituídos
Práticas discursivas
Práticas de si Faz com que
Formação de sujeitos
Verdades as palavras
Constituição de instâncias
de realidade e de poder
correspondam
e de discursos... às coisas
O campo semântico do conceito da loucura é o
campo social: só existe loucura em uma sociedade

desvio
clausura

Falta de
humanidade
A grande internação ”pobres de todos os sexos, lugares e idades,
de qualquer qualidade de nascimento, e seja qual for sua
condição, válidos ou inválidos, pervertidos, prostitutas,
desempregados”
A loucura como doença mental
Condições de possibilidade para que algo
ocorra

• Houve, durante a época clássica, uma descoberta do corpo como


objeto e alvo do poder – ao corpo que se manipula, se modela, se
treina, que obedece, responde, se torna hábil ou cujas forças se
multiplicam.
• Surgem esquemas de docilidade-utilidade expressos numa
anatomia política: somados uns aos outros compõem os
ingredientes da feitura da subjetividade domesticada
O poder atrelado aos discursos e saberes e a
criação de sujeitos e estruturados em torno de
verdades

O normal e o patológico
A transgressão da normalidade e
o abuso de poder
Indicações para esta e próxima aula:

• Em nome da razão, documentário -


https://www.dailymotion.com/video/x247d5a
• Holocausto brasileiro – documentário
• Leitura para próxima aula – terceira parte da obra Vigiar e Punir
de Michel Foucault (Disciplina – em especial, o capítulo Os
recursos para o bom adestramento)

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