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Rembrandt van Rijn, “Lição de Anatomia do Dr. Nicolaes Tulp” (1632).
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2) O conflito e a luta, o medo e a necessidade dos vínculos sociais,
a importância da ordem social.
3) A vontade e o intelecto.
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os gêneros, a força, a gravidade, reduzidas as suas manifestações, etc.
A experiência se converteu na ciência do mundo, pois, por um lado, a
experiência é a percepção, mas é também a descoberta da lei, do
interior, da força, na medida em que reduz toda existência ao simples.”
II – A comunidade e a sociedade.
1) A comunidade.
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e claras, mas separadas por um modo relativo, de acordo com um
sistema homogêneo e equilibrado. Pois o homem não é um ponto
solitário, portador único da substancialidade, em meio de entidades
reflexivas. Suas relações com as demais figurações e as estruturas que
daí resultam são, por assim dizer, substância como ele próprio, ou mais
verdadeiramente plenas de substância, porque mais universais, “mais
filosóficas”, mais próximas e mais familiares à pátria arquetípica: o
amor, a família, a cidade.”
Georg Lukács, A teoria do romance.
“Eu sou vosso Senhor e meu Senhor é o Czar. O Czar tem o direito de
me dar ordens e devo obedecer-lhe, mas não de dá-las a vós. Em minha
propriedade, sou eu o Czar, sou vosso deus na terra, e terei que ser
responsável por vós perante Deus no Céu... Primeiramente, um cavalo
deve ser escovado dez vezes com a almofada de ferro, e somente então
podeis limpá-lo com a escova macia. Terei que escovar-vos com
violência, e quem sabe se chegarei jamais à escova macia. Deus limpa o
ar com trovões e relâmpagos, e, em minha aldeia, eu limparei com
trovões e fogo, sempre que assim julgue necessário.”
De um proprietário russo a seus servos.
Apud Hobsbawm, A era das revoluções.
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“A palavra “Ocidente” oculta um singular destino. Indica a terra do
ocaso, da terra do crepúsculo. Mas em que sentido a nossa civilização é
uma chama destinada a extinguir-se, como o sol que se põe no início da
noite? Em que sentido e porquê o nosso é um mundo senil, envelhecido,
exausto? Perante à angústia da dor e do terrível nascer e morrer das
coisas, o Ocidente inventou múltiplos remédios. Primeiramente, a fé em
um Deus eterno, que sustenta o mundo e recompensa o sofrimento. E,
posteriormente, um aparato científico, que usa para vantagem própria a
transformação das coisas através da manipulação. Fé e ciência são os
dois territórios nos quais o Ocidente desenvolveu a sua força.
Atualmente, pedimos à ciência e à técnica o que outrora se pedia a um
deus: saúde, força, felicidade, salvação. A técnica é o último deus, o
último demiurgo, a última tentativa de dominar o mundo e domesticar o
horror da morte. A história do Ocidente é a história que repete um
idêntico e antigo gesto, a vontade ou a loucura com a qual Adão desejou
ser igual a Deus.”
Valerio Verra, O ocidente está em declínio?
3) A sociedade.
“Se Deus existe, então tudo existe segundo a sua vontade, e fora da
vontade dele nada posso. Se Deus não existe, então toda a vontade é
minha e sou obrigado a proclamar o livre arbítrio.”
Fidor Dostoievski, Os demônios.
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ou melhor, este círculo no qual a completude constitui a essência
transcendental de suas vidas, rompeu-se para nós; dentro de um
mundo fechado, não podemos respirar. Descobrimos que o espírito é
criador; e é por isso que, para nós, os arquétipos perderam
definitivamente as suas evidências objetivas, e nosso pensamento segue
doravante o caminho infinito da aproximação jamais inteiramente
concluída. Descobrimos a criação das formas e, desde então, o último
acabamento sempre falta para aquilo que abandonam as nossas mãos
cansadas e sem ânimo. Descobrimos em nós a única substância
verdadeira e, desde então, tivemos que admitir que entre o saber e o
fazer, a alma e as estruturas, o eu e o mundo, crescem intransponíveis
abismos e que além destes abismos, toda substancialidade flutua
dentro da dispersão da reflexividade. Por consequência, a nossa
essência tornou-se para nós um postulado e entre nós mesmos se abiu
um abismo mais profundo e ameaçador. Nosso mundo se tornou
imensamente grande e, em cada um dos seus recantos, mais rico em
dons e em perigos que aquele dos gregos; mas foi esta mesma riqueza
que fez desaparecer o sentido positivo sobre o qual repousava a vida: a
totalidade.”
Georg Lukács, A teoria do romance.
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“A Gesellschaft, em suas duas formas, associação e união, reflete
reciprocamente a modernização da sociedade europeia: sempre é
importante ter em mente que a Gesellschaft designa o processo tanto
como a substância. Para Tönnies, ela sintetiza a história da Europa
moderna. Na Gesellschaft pura, simbolizada segundo ele pela empresa
econômica moderna e a trama de relações legais e morais na qual se
desenvolve, a associação não segue o modelo do parentesco, nem da
amizade (...) A essência a Gesellschaft é a racionalidade e o cálculo.”
Robert Nisbet, A formação do pensamento
sociológico.
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empregos, viver em todas as casas de hóspedes, dormir em todas as
camas. Uma cama não basta, um emprego não basta, uma vida não
basta. À noite, com a cabeça num remoinho de anseios, anda sozinho
sem ninguém. Sem emprego, sem mulher, sem casa, sem cidade.
John Dos Passos, Paralelo 42.
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Para Ferdinand Tönnies, em cada tipo de formação social há uma
específica combinação de vontade, valores e intelecto. A análise
sociológica comparativa dos tipos de vontade e intelecto (valores)
presentes nas formações social da comunidade e da sociedade visa
estabelecer a particularidade, a essencialidade de cada forma de
vida social:
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as tensões e as contradições sociais, o modo do ser humano se
relacionar com o mundo.
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1) o agir prazeroso e afetivo: a primeira forma de vontade humana que
deriva da “vontade orgânica”, de origem biológica, na qual a “vontade
vegetativa” e “animal” (pulsões, instintos, que se manifestam mediante
excitações recebidas) do corpo humano visa sobreviver e reproduzir,
mas também, obter prazer. No agir prazeroso e afetivo, a “vontade
orgânica” e “vontade vegetativa” foram ampliadas pelas experiências e
pelas memórias, trágicas e afetivas, formando uma “vontade mental”: a
linguagem e a comunicação que geram a base de existência do ser
humano e da família.
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vida, de identidade, de relacionamento, de ordenação social,
manifestando, assim, a vontade e o interesse em obter, conquistar,
possuir aquilo que não há na natureza, que não é ofertado
imediatamente, mas que deve ser gerado pelo próprio ser humano: a
cultura e a formação social. Nas formações sociais antigas reinou a
força da “vontade substancial” (essencial, Wesenwille) da religião que, no
curso da era moderna, da modernidade e dos processos de
modernização econômicos e políticos, foi superada pela força da ciência e
da técnica, da economia de mercado e da política. Na era moderna, na
modernidade e nos processos de modernização a força do Ocidente se
manifesta na potência da política, da economia que utilizam as
descobertas, inovações e criações da ciência e da técnica para realizar
necessidades e interesses dos grupos e das classes sociais.
Para Tönnies, a “substância psíquica”, a vontade humana, pode
ser manifestada em diversa formas físicas e psíquicas que, por sua vez,
originam a vida social e as relações que determinam as identidades e
os valores, as hierarquias e as posições, as tarefas e funções contidas
nas ordenações existentes na totalidade social: a vida social é o
produto de um ser dotado de energia física e psíquica. A sociologia
busca compreender, interpretar e explicar o senso e o significado da vida
associativa: as formas do agir social, as formas de relação social, as
formas de convivência e união social, as dinâmicas e os processos
sociais, em outras palavras, as criações humanas provenientes do corpo
e da mente, da vontade e do intelecto.
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vontade de união, de viver junto (com+viver), mediante determinadas
ações e relações desejadas e reconhecidas na economia, na política e na
moral (ética). Em toda forma de vida social há elementos voluntários (a
manifestação da vontade) e normativos (os limites do agir social, dos
direitos e deveres, das obrigações e das proibições). Para Ferdinand
Tönnies, a comunidade e a sociedade são duas formas de vida social:
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pensamento abstrato e lógico, da razão. A sociedade industrial cria a
grande cidade (metrópole), o senso da vida ordenado pela racionalização
do processo produtivo efetuado pela economia-política (posse privada,
contrato) e pelas forças sociais contidas nas associações e nas classes
sociais, na fábrica e no Estado), da opinião pública e das ideologias, da
mecanização, da “vontade refletida” (arbitrária, livremente escolhida,
Kürwille) do indivíduo e dos grupos e classes sociais.
Comunidade Sociedade
Natural, antiga, compacta e Artificial, recente, dispersa e
orgânica: o “lugar natural” que de mecânica: a liberdade e a
cada membro ocupa na família, autonomia do indivíduo na cidade
no clã, no burgo. moderna, na sociedade civil e no
Estado-nação.
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Deveres, obrigações de cada um Liberdade e autonomia do eu:
na totalidade fechada, igualdade jurídica, direitos civis e
hierárquica, estática. políticos.
Comunidade Sociedade
Valor unitário, comum, recíproco: a Valores diversos, diferentes: o
religião, arte e a tradição unem e conflito permanente entre os
enlaçam todos os membros no valores e interesses das
senso comum da vida. identidades particulares e dos
grupos sociais.
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reverência e a lealdade, o respeito do indivíduo; a legitimação da
e a devoção, as hierarquias ambição pessoal e do senso de
rígidas. vida materialista e aquisitivo.
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da singularidade de cada formação é construída mediante a busca de
sua especificidade voluntarista e da comparação entre as formações
sociais. Sua intenção era demonstrar o sentido das mudanças
valorativas e associativas ocorridas na era moderna e na modernidade
pelas revoluções econômicas e políticas burguesas:
Comunidade Sociedade
Rural, subsistência e Urbana, mercado: a posse
Economia de posse guerreira e privada e a liberdade
feudal da terra: as individual; a divisão social do
relações de obrigação e trabalho entre as classes
dever entre a mulher e sociais; a compra e a venda
o homem, os mais de mercadorias; o dinheiro e
jovens e os mais o capital.
velhos, os membros da
comunidade e o
homem santo, os
soldados e o líder.
Comunidade
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demais: a lealdade, o afeto, as emoções comuns contidas na tradição.
Tönnies descreve e interpreta os seguintes tipos de comunidade:
c) crescer numericamente.
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g) rotinizar o senso da identidade coletiva e da vontade geral.
Os valores da comunidade:
Sociedade
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social na qual os indivíduos não compartilham a mesma unicidade
valorativa que existia na comunidade: os indivíduos vivenciam relações
sociais de oposição e competição, bem como, a atomização social e a
igualação jurídica e política. Ocupam-se em maximizar as suas
vontades, procurando seus próprios interesses privados mesmo quando
trabalham em prol da coletividade ou do bem comum. No espaço de
ação mais significativo dessa formação social, o mercado, cada
indivíduo é um ser particular e anônimo, submetido às leis e regras da
economia de troca de mercadorias e do direito abstrato-racional. É
através do contrato que tecem seus acordos e esperam alcançar seus
desejos e interesses particulares. O contrato é a forma de
comportamento e relacionamento mais significativa da sociedade e é o
resultado da existência de “vontades individuais que são divergentes e
que se conectam através do sistema jurídico e político.
Os valores da sociedade:
5) a impessoalidade.
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7) a maximização do eu nas mais diversas esferas sociais.
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“O conceito de vontade humana, cuja determinação correta é essencial
ao inteiro conteúdo da presente reflexão, deve ser entendida em um
sentido duplo. Porque toda ação espiritual é definida como humana
mediante à representação do pensamento, deve-se distinguir a vontade
enquanto nela é contida o pensamento, e o pensamento enquanto nele é
contida a vontade. Uma e outra representam um todo coerente, no qual
encontra a sua unidade a multiplicidade dos sentimentos, instintos,
desejos: mas esta unidade deve ser entendida no primeiro conceito
como real ou natural, e no segundo conceito como ideal ou artificial. A
vontade do homem será dita no primeiro significado vontade substancial
(essencial), no segundo “vontade refletida” (arbitrária, livremente
escolhida, Kürwille).”
Vontade substancial (essencial)
“A vontade substancial (essencial) é o equivalente psicológico do corpo
humano, isto é, o princípio da unidade da vida, enquanto concebida sob
aquela forma da realidade na qual pertence o próprio pensamento.”
“A vontade substancial (essencial) é fundada no passado e deve ser
explicada com base nele, como o futuro que dele é derivado.”
“A vontade substancial (essencial) é imanente ao movimento. Para
compreender corretamente o seu conceito é preciso prescindir de toda
existência independentemente dos objetos externos, e entender a sua
percepção ou experiência somente na sua realidade subjetiva. Aqui há
uma realidade psíquica e uma causalidade psíquica, isto é, somente
uma coexistência e sucessão de sentimentos de existência, instinto e
atividade que podem ser concebidos no seu fundamento, na sua
totalidade e nas suas conexões, como resultados da originária
disposição embrionária deste ser individual.”
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3) “Resultados e perspectivas”.
“É agora clara a antítese entre um ordenamento da convivência que,
enquanto fundado sobre o consenso da vontade, repousa
essencialmente sobre a concórdia e é desenvolvido e dignificado pelo
costume e pela religião, e um ordenamento de convivência que,
enquanto fundado sobre a vontade refletida (arbitrária, livremente
escolhida) consensual e reunida, é regida pela convenção, derivando a
sua garantia da legislação política e a sua explicação e legitimação ideal
e consciente da opinião pública. Uma antítese ulterior é aquela entre as
duas formas de direito. A primeira forma é constituída por um direito
positivo comum e vinculante, como sistema de normas coercitivas em
referência às relações recíprocas entre as vontades, o qual, estando
radicado na vida familiar e atingindo o seu conteúdo mais significativo
dos fatos na posse fundiária, tem as próprias formas determinadas
essencialmente pelo costume. Este recebe a sua consagração e a sua
transfiguração da religião, quando a religião, como vontade divina, e
assim como vontade de homens sábios e dominantes que interpretam a
vontade divina, não ousa e não ensina a modificar e corrigir tais formas.
A segunda forma representa um direito positivo análogo, o qual destina-
se a manter distintas as vontades subjetivas (reflexivas) através de
todas as suas conexões e enredos, e tem os próprios pressupostos
naturais no ordenamento convencional do comércio e do toda troca
afim: esse torna-se válido e regularmente eficaz somente em virtude da
vontade refletida (arbitrária, livremente escolhida) soberana e da
potência do Estado.”
“Mas em determinadas condições – e em várias relações que são aqui
merecedoras de ser reveladas – o homem aparece em atividade e em
relações sociais como um indivíduo livre, e deve ser concebido como
pessoa. A substância do espírito comum é assim debilitada, e a ligação
que o une com os outros é atenuada até o ponto de ser insignificante.
De tal gênero é efetivamente, diferentemente de todo vínculos familiar e
corporativo, a relação entre não-consociados, onde não reina nenhuma
compreensão comum, e onde nenhum costume, nenhuma fé intervém
para ligar e pacificar. Aqui está em vigor o estado de guerra e de
ilimitada liberdade para todos de aniquilarem-se reciprocamente, de
apoderarem-se do arbítrio, de saquearem-se e subjugarem-se, ou – uma
vez que isso seja reconhecido como uma vantagem maior – de
estabelecerem contratos e associações.”
“As formas exteriores da convivência, aquelas que são criadas pela
vontade substancial (essencial), são a casa, a vila e a cidade. Estas são
os tipos constantes da mesma vida real e histórica em geral (...) A
cidade os perde quase completamente somente quando se desenvolve
na grande cidade: as singulares pessoas ou famílias estão uma perante
a outra, e o lugar que elas têm em comum é acidental e eletivo.”
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“Todavia, na grande cidade, e portanto na situação social em geral,
somente os estratos superiores, os ricos, os cultos são verdadeiramente
ativos e vitais: eles fornecem a medida pela qual os estratos inferiores
devem se conformar com a vontade seja de substituí-los, seja de
tornarem-se semelhantes a eles, para assim adquirirem uma potência
social. Tanto naqueles quanto nestas massas, a grande cidade – e
também a “nação” e o “mundo” – é constituída por pessoas livres, as
quais entram continuamente em contato entre elas no comércio,
trocando e colaborando entre si, sem que entre eles surja uma
comunidade e uma vontade comunitária a não ser esporadicamente ou
como resíduo de condições precedentes que estão ainda na sua base.
Este complexo de relações, de contratos e de relações contratuais
externas serve somente para encobrir estados de hostilidades e de
interesses competitivos internos e, em primeiro lugar, a antítese já
mencionada entre os ricos, isto é, a classe que detém o poder, e os
pobres, a classe que serve.”
“A grande cidade é a forma de convivência típica da sociedade em geral.
Ela é essencialmente uma cidade comercial e, enquanto o comércio
domina nela o trabalho produtivo, uma cidade industrial. A sua riqueza
é a riqueza do capital, o qual é dinheiro que se multiplica com o seu
uso, sob a forma de capital comercial, usuário ou industrial, e é o meio
para apropriação dos produtos do trabalho ou para exploração da força
do trabalho. Ela é a cidade da ciência e da cultura, que sempre
acompanham os caminhos do comércio e da indústria.”
VI – A questão social.
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industrial e nacional, na sociedade capitalista, que o conflito adquire
um elevado nível de existência, oriunda da economia de mercado, da
posse privada, da competição, das classes sociais, da industrialização,
da urbanização e da dissolução das certezas tradicionais, da atomização
social. Vejamos algumas reflexões de Tönnies acerca da dimensão do
conflito na sociedade industrial e nacional contidas no livro O
desenvolvimento da questão social:
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“(...) a nova época que se inicia (...) a evolução da questão social,
cuja força motora é precisamente a contradição e a luta de classes
da nova sociedade, do Estado e da consciência coletiva. Pela
natureza das coisas, a classe subalterna, na qual domina como
maior consciência o proletariado industrial – sobretudo nos
grandes centros urbanos – constitui a classe que expõe o
problema, tem a consciência do seu sofrimento e luta
apaixonadamente para melhorar sua existência.”
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- a desqualificação dos espaços, dos seres, dos valores, das
organizações e instituições sociais comuns.
- a desorientação social.
- a atomização social.
- a massificação.
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b) A alienação e a reificação.
4) A cidade moderna.
e) a fome e a miséria.
5) O Estado-nação.
d) o imperialismo.
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como sendo uma espécie de experiência de vida organizada existente no
passado. Contudo, em outros momentos, o termo ressurge para
descrever tanto a realidade existente, quanto aquela que poderá existir
no futuro. É um termo polissêmico, que contém uma multiplicidade de
significados e, por isso, de tempos em tempos, é descartado ou posto
em ação.
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Este elemento negativo podemos encontrar com muito vigor
quando se critica muito fortemente aquela forma de organização da
moderna sociedade denominada multiétnica e multiculturalista. São
diversos aqueles que criticam o multiculturalismo dizendo que ele não
funciona porque cria guetos comunitários, uma expressão
frequentemente utilizada atualmente. É claro que quando se fala de
gueto comunitário, a expressão comunidade é usada em sentido
negativo, porque é uma forma de fechamento no qual um grupo
manifesta o desejo de se separar de um contexto espacial e cultural
habitado por um outro grupo: é um termo usado para identificar a
postura do imigrante que prefere se isolar do que participar da
sociedade de acolhimento, impedindo a relação com o outro e a efetiva
integração.
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portanto, ao chamado outrora grande espaço de liberdade e democracia
glorificado por alguns intelectuais.
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encontramos perante alguma coisa essencialmente nova, diversa
daquela corrente quente de sentimentos que, segundo Tönnies, era a
base da comunidade de pertença, de vizinhança. Atualmente, o virtual
aproxima de modo diverso, mas deixa complemente distante por outros
modos, de modo que o teu amigo que se representa a ti através de
frases, imagens e de vídeos, não se manifesta concretamente. O
problema é ainda maior se recordamos que a rede social possibilita que
a representação de si seja fictícia ou muito diversa do que se é.
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No terceiro milênio, o espaço virtual ilimitado da tecnologia
informática é um labirinto no qual se movimentam os grupos
comunitários de caráter nômade, que são caracterizados por seu senso
de pertença: o próprio sujeito no âmbito da rede pode definir-se como
membro de um grupo que possui uma identidade religiosa, futebolista,
política, etc. Contudo, a possibilidade objetiva de ser membro de
qualquer grupo sempre possui a mesma lógica de particularidade
identitária e da distinção do outro.
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- os fluxos de pessoas: a questão imigratória que em poucas
décadas passou de centenas, para centenas de milhares e, nos
últimos anos para milhões e, potencialmente, para dezenas de
milhões se o ritmo for mantido.
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ocidental que afirma a sua superioridade perante as outras formas de
cultura.
https://www.youtube.com/watch?v=H--lMmgRUyQ&t=372s
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