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Passos para uma Boa Governança

Márcio Almeida do Amaral


Controladoria-Geral da União/MG
09 de Julho de 2021
AGENDA

01 Cenário atual 05 Integridade e


compliance

02 Governança 06 Síntese em 10 passos

03 Controles 07 Desafios e reflexões


finais

04 Gestão de riscos
1 - Cenário atual
Governança, Integridade, Compliance e
Controles Internos
Qual o cenário atual no Brasil e no mundo quando o assunto é
governança, compliance, integridade, controles internos e temas
correlatos?
ANÁLISE DE CENÁRIO
O que dizer do campo organizacional?
2 – Governança
Modelo “GRC”
Governança, controles, riscos e compliance

Controles

Estrutura de
Governança

Gestão de
Compliance
Riscos

9
O QUE É GOVERNANCA?
Governança: “sistema pelo qual as empresas e organizações são dirigidas,
monitoradas e incentivadas...” (IBGC: Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa).
Ajustar a ideia de Governança: para que serve a
Administração Pública?
PILARES DA GOVERNANÇA PÚBLICA

1 3 5
Gestão Integridade
Sociedade
pública Pública
2 4
Sistema Controles
político institucionais

Transparência Justiça Accountability

PRINCÍPIOS Elaborado por: Márcio Amaral


GOVERNANÇA CORPORATIVA NO SETOR
PÚBLICO
GOVERNANÇA

Prestação
de serviços
públicos

Exercício de
Regulação atividade
econômica

GOVERNANÇA
PÚBLICA
CICLO PDCA

Plan/Planejar
Orçamento público
Definição das políticas
Planejar Fazer públicas
Objetivos, metas
Do/fazer

Executar as políticas
Regulamentação
PDCA Check/avaliar
Checar, monitorar e
controlar a execução
Avaliação dos resultados

Agir Controlar Act/corrigir e ajustar o rumo


Adotar medidas corretivas
Revisão e melhoria
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Fluxo:

DEMANDAS DA GESTÃO POLÍTICAS


SOCIEDADE PÚBLICA PÚBLICAS

GOVERNANÇA

Prof. Tiago Fantini com


base em Vilhena, 2017.
Conceito polissêmico, o que significa que a gestão pública é um arranjo
multidisciplinar que envolve o Direito, a Economia, as Ciências Sociais e a
Administração
GESTÃO PÚBLICA
•Nos anos 90, após a redefinição do papel do Estado a gestão pública é percebida como
capacidade política aliada a capacidade técnica
Gestão Pública e suas vertentes
•A vertente Econômica –Fazer mais com menos –Foco no Contribuinte
•Ajustes Estruturais
GESTÃO PÚBLICA E SUAS •Equilibro Fiscal
VERTENTES •Contabilidade Gerencial e Auditoria Operacional

•A vertente Administrativa –Fazer melhor –Foco no Usuário/Cliente


•Foco no Usuário
•Qualidade de Serviços Públicos
•Gestão Estratégica
•Governo Eletrônico
•Transparência Administrativa

•A vertente Sociopolítica –Fazer a Diferença para o Beneficiário –Foco no Cidadão


•Desenvolvimento humano integrado
•Sustentabilidade
•Democracia Participativa
Prof. Tiago Fantini com
•Gestão (e controle) social base em Vilhena, 2017.
•Territorialidade das Políticas públicas
Eficiência
•Cumprimento das Normas e Redução
dos Custos

Eficácia
•Verificar discrepâncias entre os
resultados alcançados e os objetivos
PRESSUPOSTOS pretendidos
DA GESTÃO
PÚBLICA Efetividade
•Relação entre objetivos e metas e
impactos e efeitos

Tais pressupostos vão contra as noções


de improdutividade, morosidade e
desperdício

Prof. Tiago Fantini com


base em Vilhena, 2017.
•Fortalecimento do Núcleo Estratégico
•Revisão de estruturas e de competências
•Estímulo ao planejamento estratégico
•Criação de novos formatos organizacionais
•Profissionalização do servidor
EXPERIÊNCIA
GERENCIAL
A partir de:
•Reforma Constitucional: flexibilização da
estabilidade dos servidores
•Mudança cultural: da burocrática para a gerencial
•Mudança de gestão: baseada em resultados

Busca por um perfil tecnopolítico e orientado para a ação


A gestão pública tem uma lógica própria requerendo o desenvolvimento de técnicas de gestão adequadas
e uma formação específica para os gestores públicos. Isso desafia-nos a realizar uma combinação entre a
administração e a política, humanizando o management e tendo uma compreensão realista do seu
contexto.
Prof. Tiago Fantini com
base em Vilhena, 2017.
Existem diversas definições na literatura
para o termo ‘políticas públicas’, que
podem ser sumarizadas no entendimento
de que essas traduzem o conjunto de
programas e ações e atividades do
governo, empreendidas como intuito de
Políticas Públicas provocar algum efeito específico na
sociedade e nos cidadãos, geralmente
relacionado à resolução de algum
problema.

As políticas públicas refletem, portanto,


escolhas e renúncias, que se explicam pelo
modelo de governo adotado em cada local
e num dado momento.

Prof. Tiago Fantini com


base em Vilhena, 2017.
Tradicionalmente, são reconhecidos quatro tipos de políticas públicas, que
guardam estreita relação com as funções básicas do Estado:

•As políticas distributivas desconsideram a limitação dos recursos e


compreendem ações focadas em um determinado grupo social ou região, com
impacto reduzido, de natureza mais individual do que universal.
Exemplos: Crédito Agrícola, Mercado Comum do Consorcio Brasil Central.

•As políticas regulatórias visam, em teoria, sanar as chamadas falhas de


mercado. Constitui na definição de regulamentações, ordens e proibições,
envolvendo a burocracia estatal e grupos de interesse.
Exemplos: PPP’s, concessões.
Políticas Públicas
•As políticas redistributivas consideram a questão da limitação do recurso e
impõem perdas concretas e de curto prazo para determinados grupos, para
que outros possam ter ganhos futuros. Geralmente, são políticas de amplo
alcance e de difícil execução, e envolvem o sistema tributário, e as políticas de
caráter universal.
Exemplo: Bolsa Família.

•As políticas constitutivas ou estruturadoras lidam com procedimentos e


ditam as regras do jogo para a execução e aplicação dos demais tipos de
Prof. Tiago Fantini com
base em Vilhena, 2017.
políticas.
Exemplo: Saúde, Educação, Segurança.
CICLO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS
Planejamento Expresso em Programas

PROBLEMA OU FORMULAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO


DEMANDA DE POLÍTICAS DE POLÍTICAS

Revisão e Correção de Rumos Retroalimentação via monitoramento


O ciclo de políticas públicas como um processo considera efeitos retroalimentadores da
implementação, considerando o monitoramento como peça-chave para antecipação de problemas.
Prof. Tiago Fantini com
base em Vilhena, 2017.
3 - Controles
CONTROLE INTERNO
VS
AUDITORIA INTERNA
VS
CONTROLES INTERNOS
O Modelo das Linhas de Defesa das
Organizações Colegiados / Conselhos de
Administração / Comitês de Auditoria

Alta Gestão Auditoria


Externa Regulador /
/ Poder
Primeira Linha de Defesa Segunda Linha de Defesa Terceira Linha de Defesa Controle Legislativo
Controle Financeiro
Externo
Medidas Segurança
de Gestão de Riscos
Controles
Controle Auditoria
Gerenciais Segurança
s Interna
Internos Inspeção
Conformidade

Adaptado da ECIIA/FERMA
Adaptado da ECIIA/FERMA Guidance
Guidance on the
on the 8th Company
8th EU EU Company Law Directive,
Law Directive, article 41
article 41
E os controles – a que será que se destinam?

Oferecer segurança razoável de que o objetivo das organizações


(o interesse público) será atingido de forma harmônica com os
princípios da administração pública.
Avaliar controles internos...

mo O quê?
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Quando? Quais?
Como fazer a avaliação dos controles internos
Serra da Saudade - MG Belo Horizonte - MG

786 habitantes 2.501.576 habitantes


R$ 13 milhões de receitas R$ 10 bilhões de receitas

Por trás...

Regras
Licitação Concurso
financeiras e Metas LDO
pública público
orçamentárias
Como fazer a avaliação dos controles internos
Qual o melhor controle?
Como fazer a avaliação dos controles internos

Somente controlamos se conhecemos os riscos.

E somente há riscos onde há objetivos a alcançar.


4 – Gestão de Riscos
Riscos: incerteza quanto a um evento futuro. Possibilidade de
que algo ocorra e produza um impacto negativo.

Riscos: requer análise de probabilidade e impacto: P x I.


EXEMPLO

Riscos do Processo de Distribuição de Água


Fonte: https://www.tratamentodeagua.com.br/gestao-de-
riscos-em-empresas-de-saneamento/
Matriz de Riscos: ferramenta de gerenciamento de riscos; traz
visibilidade aos riscos, facilita a análise e discussão; possibilita a
priorização.
Fonte: https://www.tratamentodeagua.com.br/gestao-de-
riscos-em-empresas-de-saneamento/
Gestão de Riscos: processo amplo e dinâmico para identificar,
avaliar e gerenciar os riscos que podem afetar o atingimento
dos objetivos organizacionais.
Identificar o risco Avaliar o risco

Processo de Gestão
de Riscos

Revisar os controles Tratar o risco


Como fazer a avaliação dos controles internos

Controle A1
Risco Eficácia dos controles
Associado A
• O controle cumpriu
Controle A2 seu papel?
Um processo,
Risco
Ação ou Eficiência dos controles
Associado B
Programa
• Os benefícios dos
Risco controles superam as
Controle C1
Associado C perdas prováveis?
Como fazer a avaliação dos controles internos
Primeira linha de Segunda linha de
Um processo, ação Risco chave defesa defesa
Eficaz? Eficiente?
ou programa associado
Um ou mais controles associados

ü Canal para recebimento e tratamento de


manifestações dos usuários.
ü Transparência dos gastos;
ü Avaliação da efetividade do Conselho
Baixa qualidade do Municipal de Saúde;
Gestão da saúde serviço de saúde ü Mecanismos de acompanhamento da
prestado produção hospitalar;
ü Integração entre as áreas de saúde,
assistência social e saneamento.

Outros riscos: custos excessivos dos insumos, priorização do combate ao efeito em detrimento da causa.
Como fazer a avaliação dos controles internos
Primeira linha de Segunda linha de
Um processo, Risco chave defesa defesa
Eficaz? Eficiente?
ação ou programa associado
Um ou mais controles associados
ü Canal para recebimento e tratamento
de manifestações dos usuários.
ü Transparência dos gastos;
ü Avaliação da efetividade do Conselho
Municipal de Educação;
Gestão da Ineficiência dos ü Avaliação criteriosa do material
educação gastos em educação pedagógico;
ü Acompanhamento periódico do
rendimento escolar do alunado;
ü Avaliação contínua da qualidade do
transporte e da merenda escolar.

Outros riscos: falta de integração com as áreas de assistência social e saúde.


Como fazer a avaliação dos controles internos
Primeira linha de
Segunda linha de defesa
Um processo, Risco chave defesa
Eficaz? Eficiente?
ação ou programa associado
Um ou mais controles associados

ü Canal para recebimento e tratamento de


manifestações dos usuários.
ü Transparência da licitação e da execução
física e financeira;
Gestão de Irregularidades na ü Controle sobre a qualidade do projeto;
convênios execução do objeto ü Acompanhamento e registro de
informações adequados e tempestivos;
ü Uso de instrumento adequado para a
licitação.

Outros riscos: atraso na execução e prestação de contas, ausência de documentos comprobatórios,


irregularidades na licitação e pagamento.
Como fazer a avaliação dos controles internos
Primeira linha de
Segunda linha de defesa
Um processo, ação Risco chave defesa
Eficaz? Eficiente?
ou programa associado
Um ou mais controles associados

ü Canal para recebimento e tratamento de


manifestações dos usuários.
ü Publicação da remuneração dos
Pagamentos servidores;
Gestão de pessoas indevidos a ü Sistemática de aferição da jornada;
servidores ü Processo de homologação da folha;
ü Restrição a lançamento de registros.

Outros riscos: nepotismo, descumprimento da LRF, terceirização irregular, baixa qualificação de pessoal
Como fazer a avaliação dos controles internos
ü Ambiente de controle: conjunto de normas, processos e estruturas que
fornecem a base para a condução do controle interno da organização;
ü Avaliação de riscos: processo que visa identificar, analisar e avaliar os
riscos relevantes que possam comprometer a integridade da Unidade
Auditada e o alcance das metas e dos objetivos institucionais;
ü Atividades de controle: conjunto de ações estabelecidas por meio de os
de Objetiv
políticas e de procedimentos, que auxiliam a Unidade Auditada a mitigar os Tipos

riscos que possam comprometer o alcance dos objetivos e a salvaguarda de


seus ativos;
ü Informação e Comunicação: processo de obtenção e validação da
consistência de informações sobre as atividades de controle interno e de
compartilhamento que permite a compreensão da Unidade Auditada sobre
as responsabilidades e a importância dos controles internos;
ü Atividades de monitoramento: conjunto de ações destinadas a
Com ura
acompanhar e a avaliar a eficácia dos controles internos. pon
ent strut
es ae
d
eis
Nív
5 – Integridade e compliance
SISTEMA DE INTEGRIDADE

4. Monitoramento
1. Ética 2. Processos institucionais 3. Riscos
permanente

Abordagem formal Acompanhamento,


Sistemas, regras,
Base em valores e para identificação e avaliação e adoção
processos e
princípios éticos tratamento dos de medidas
procedimentos
riscos corretivas
6 – Síntese – passos para a boa governança
10 Passos para uma boa governança

Relação sistema
político com
administração
Gestão e
processo
decisório Princípios e
valores
Normas,
regras e
Gestão procedimentos
de riscos
Controles

Transparência

Accountability

Resultados Participação

Elaborado por: Márcio Amaral


7 – Desafios e reflexões finais
Ônus/peso x benefícios do compliance
Citação: “Se você pensa que o compliance é caro,
experimente o não-compliance” (frase atribuída ao ex
Procurador Geral Adjunto dos Estados Unidos, Paul McNulty).

52
As melhores práticas de governança (boa governança)
proporcionam racionalidade às decisões, diminuem a
ingerência política e reduzem as incertezas.
Reflexão final: Para onde vamos em matéria de
governança, controles internos, gestão de riscos,
compliance e integridade?
Obrigado!

Márcio Almeida do Amaral


marcio.amaral@cgu.gov.br
linkedin.com/in/marcioalmeidadoamaral

Base para os Slides: Márcio Amaral, Prof. Tiago Fantini e Marcos


Rezende

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