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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
VITÓRIA
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
VITÓRIA
2021
VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE DE INSTALAÇÕES E SERVIÇOS DE
ELETRICIDADE EM UMA MARCENARIA SEGUNDO A NORMA
REGULAMENTADORA N° 10
COMISSÃO EXAMINADORA
NR Norma Regulamentadora
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1 TEMA DA PESQUISA ......................................................................................... 10
1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 10
1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 10
1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10
1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 10
1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 10
1.5 MÉTODO............................................................................................................. 11
2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................. 12
2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO ........................................................................... 12
2.2 NORMA REGULAMENTADORA Nº 10 ............................................................... 13
2.3 ACIDENTES E RISCOS ...................................................................................... 14
2.4 PERICULOSIDADE ............................................................................................. 16
2.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA E INDIVIDUAL ...................................... 17
2.6 SETOR MOVELEIRO .......................................................................................... 18
2.7 SESMT E CIPA ................................................................................................... 19
2.7.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho ................................................................................................................... 19
2.7.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes ............................................ 20
3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 23
3.1 ÁREAS ANALISADAS ......................................................................................... 23
3.1.1 Área Externa ................................................................................................... 23
3.1.2 Oficina Pesada ................................................................................................ 27
3.1.3 Área Administrativa........................................................................................ 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 35
4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 35
4.2 SUGESTÕES DE MELHORIA ............................................................................ 38
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 41
APÊNDICE A – CHECKLIST .................................................................................... 44
9
1 INTRODUÇÃO
Desde meados do século XVII, onde se inicia a Revolução Industrial até a era da
contemporaneidade, o assunto da saúde ocupacional e acidentes de trabalho vem
tomando uma proporção destacada, pois os trabalhadores ficam expostos a riscos
constantes relacionados às tarefas diárias, onde são criadas situações improváveis e
desconhecidas para o colaborador (GERALDI, 2017).
Perícia técnica em uma marcenaria com instalação de baixa tensão, de acordo com a
Norma Regulamentadora (NR) 10.
1.2 PROBLEMA
1.3 JUSTIFICATIVA
No município de Marilândia, onde o estudo de caso foi realizado, pode-se dizer que
as fábricas de móveis (ou marcenarias) são consideradas familiares, ou seja, de
pequeno porte, quando comparadas com indústrias de regiões metropolitanas. Nesse
contexto, corrobora para este estudo a possível não observância parcial ou completa
da norma regulamentadora, com altas chances de serem identificado riscos iminentes
para a vida dos trabalhadores.
Além disso, é possível justificar a escolha do assunto da pesquisa pelo fato de que a
verificação da não implementação da norma pode ocasionar incidência de multas, que
variam de acordo com o grau de infração e o número de trabalhadores envolvidos,
podendo atingir valores consideráveis.
1.4 OBJETIVOS
1.5 MÉTODO
O método utilizado para esta pesquisa contou com a realização de uma revisão
bibliográfica, com o propósito de fornecer subsídios para a identificação da NR 10 e
as medidas voltadas para prevenção de acidente de trabalho em ambientes com
instalações e serviços de eletricidade.
Em seguida, foi desenvolvido um estudo de caso por meio de uma perícia técnica
laboral, realizada em uma marcenaria localizada no município de Marilândia, no
Espírito Santo, com o objetivo de entender e avaliar todas as instalações de baixa
tensão e suas relações com a NR 10.
A partir do estudo de caso foram tecidas análises e discussões acerca dos resultados
verificados, sugerindo-se melhorias no ambiente estudado, com vistas ao
aprimoramento dos processos e aumento da segurança dos trabalhadores. Por fim,
foram explanados, na conclusão, os principais riscos da não aplicação da norma,
oferecendo suporte à empresa e aos trabalhadores para melhorias futuras.
12
2 REVISÃO DA LITERATURA
Para Porto (2000 apud SANTOS, 2013), no Brasil é comum as empresas tomarem
alguma atitude somente após a ocorrência de acidentes. Porém, isso não é mais
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Para Lourenço (2010), um dos motivos mais comuns para acidentes com eletricidade
é a energização acidental. Ela pode acontecer em decorrência de erros de manobra,
tensões induzidas, contato acidental com circuitos energizados e até por descargas
atmosféricas. Quando falamos sobre os riscos notados com maior frequência nos
trabalhos com eletricidade, podemos evidenciar:
Outro tipo de acidente provável é a ocorrência de choque elétrico, que é definido como
uma perturbação de natureza e afeta o organismo através de uma corrente elétrica
que ultrapassa o corpo humano. A definição das consequências depende do percurso
que essa corrente fará (Figura 1), da intensidade, do tempo de duração do choque e
da frequência (KINDERMANN, 1995 apud GERALDI, 2017).
Fonte: Comissão Tripartite Permanente de Negociação do Setor Elétrico no Estado de São Paulo
(CPNSP) (2005)
(KINDERMANN, 1995 apud GERALDI, 2017) ainda afirma que os principais efeitos
são:
Tetanização;
Parada respiratória;
Fibrilação ventricular;
Queimadura, de origem térmica e não térmicas.
Lourenço (2010) conseguiu elencar alguns dos principais e mais recorrentes efeitos
no organismo que dependem da intensidade em Hz de cada corrente, conforme
Quadro 1.
Na grande maioria dos casos de acidentes com energia elétrica, como cita a CPNSP
(2005), os trabalhadores apresentam queimaduras, que acontece quando a corrente
elétrica atinge o revestimento cutâneo. As queimaduras podem ser classificadas de
diferentes formas, conforme Quadro 2.
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2.4 PERICULOSIDADE
Ainda de acordo com o Anexo 4, não têm direito ao adicional os trabalhadores que
operam sistemas desenergizados e que operam sistemas de extrabaixa tensão.
Segundo o quadro 1 do Anexo 4 da NR 16, as principais atividades são comparadas
às suas principais áreas de risco, conforme Quadro 3:
Além disso, para os casos em que o uso de medidas de proteção coletiva não forem
viáveis ou não garantirem a proteção integral do colaborador, a NR 10 cita também os
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para uso adequado durante as atividades
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executadas. Com isso, podemos elencar alguns dos principais EPIs para trabalho com
energia elétrica:
Além dos EPIs, é importante enfatizar que os EPCs são muito fundamentais também
para ajudar na mitigação dos acidentes. Alguns exemplos de EPCs são: sinalizadores,
barreiras, redes de proteção, sistema de seccionamento automático de rede elétrica,
entre outros. Vale ressaltar que de acordo com a norma em questão, as medidas de
proteção compreendem prioritariamente a desenergização do sistema elétrico.
Em sua obra, Pereira (2009) afirma que a indústria moveleira brasileira, quando
comparada com os demais setores, é formada principalmente por inúmeras micro e
pequenas empresas e um número considerado de mão de obra. Se considerarmos o
ano de 2005 e considerarmos apenas as empresas formais, 16.298 firmas do ramo
podiamser encontradas no Brasil, empregando mais de 200 mil pessoas.
A CIPA, por sua vez, teve início em meados dos anos 70, quando o Ministério do
Trabalho decidiu que era necessário adotar medidas para minimizar os acidentes de
trabalho. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) de uma empresa, de
acordo com a NR 5 (BRASIL, 1999), tem como objetivo principal prevenir acidentes e
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doenças causadas pelo trabalho, de forma que a atividade possa ser realizada
preservando a saúde dos trabalhadores.
3 ESTUDO DE CASO
Para uma análise concisa e objetiva de cada área, foi desenvolvido o quadro em
formato de checklist (APÊNDICE A) para realizar as observações técnicas e pontuas
os itens em conformidade ou não. O checklist foi preenchido para cada uma das áreas
da marcenaria, a fim de exercer uma análise criteriosa e observar todos os detalhes.
Além disso, nenhum dos documentos obrigatórios notados pela NR 10 foi observado
na visita. Em conversa com o proprietário, averiguou-se que nenhuma manutenção no
sistema elétrico é feita há anos. Nenhum dos itens estão com a sinalização corretapara
segurança dos trabalhadores e identificação dos quadros, fios, áreas e acessos.A falta
de limpeza é também é bastante latente.
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Fonte: Fotografado pelo autor (2021) Fonte: Fotografado pelo autor (2021)
Fonte: Fotografado pelo autor (2021) Fonte: Fotografado pelo autor (2021)
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As Figuras 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 22 apresentam imagens do
ambiente onde se encontram a maioria dos equipamentos na marcenaria, assim como
as situações averiguadas no levantamento realizado.
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Fonte: Fotografado pelo autor (2021) Fonte: Fotografado pelo autor (2021)
Fonte: Fotografado pelo autor (2021) Fonte: Fotografado pelo autor (2021)
Fonte: Fotografado pelo autor (2021) Fonte: Fotografado pelo autor (2021)
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Fonte: Fotografado pelo autor (2021) Fonte: Fotografado pelo autor (2021)
Embora a área administrativa do posto de trabalho desse estudo de caso não tenha
equipamentos de alta tensão e/ou de risco elevado, suas instalações elétricas também
precisam estar em conformidade com a NR 10. Novamente, quando o assunto é
documentação, não foi observado nenhum projeto básico/executivo, ou sequer
relatórios e planos técnicos de manutenção dos equipamentos de escritório. Alguns
32
X
elétrico;
Emendas ou conexões malfeitas; X
Falta de limpeza nas instalações elétricas; X
Fiação exposta; X
Instalações improvisadas; X
Materiais que não atendem às normas técnicas; X
Peças ou componentes oxidados; X
Presença de umidade nas instalações elétricas; X
Utilização de benjamins, filtros de linha, barramentos e réguas Para ligar os computadores
X
elétricas; e impressora
Fonte: Elaborado pelo autor (2021)
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ainda de acordo com a NR 28, os valores finais das multas por descumprimento de
itens listados nas normas são calculados a partir da interseção entre números de
funcionários da empresa e o código de infração, ambos disponibilizados nos Anexos
I e II do documento. É permitido anexar documentos que evidenciam a infração,
incluindo arquivos audiovisuais feitos durante a inspeção do trabalho.
Através das análises dos resultados é possível verificar que existe uma grande
quantidade de itens não conformes com a NR 10 na marcenaria em questão, sendo
possível até prever uma multa que poderia chegar ao valor de R$ 867.073,55, caso a
empresa seja autuada.
5 CONCLUSÃO
Após a análise dos resultados obtidos, conclui-se que a empresa estudada opera em
não conformidade com a Norma Regulamentadora nº 10, apresentando apenas 5%
de compatibilidade com o checklist realizado. Essa situação demonstra que a empresa
está com alto risco de sofrer uma multa devido a essas incompatibilidades, que, de
acordo com a NR 28, poderia chegar ao valor de R$ 856.684,62, caso a empresa seja
autuada.
Por fim, foram apresentadas algumas medidas de carácter imediato para direcionar a
empresa a atender os direcionamentos da norma, como por exemplo a contratação
de uma empresa especializada em manutenções preventivas e corretivas da parte
elétrica, a compra de novos EPIs devidamente aprovados e a realização de
treinamentos com o intuito de mitigar os riscos à saúde do trabalhador e promover a
segurança operacional.
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REFERÊNCIAS
APÊNDICE A – CHECKLIST
CHECKLIST
TIPO DESCRIÇÃO SIM NÃO OBSERVAÇÃO
Manual do proprietário;
Diagrama unifilar atualizado;
Projeto básico ou executivo das instalações
DOCUMENTAÇÃO
elétricas;
Relatório de inspeção anual do Sistema de
Proteção contra Descargas Atmosféricas
(SPDA/MPS/PDA);
Relatórios dos acompanhamentos das
manutenções das instalações elétricas e dos
sistemas específicos de utilidades;
Plano de manutenção das instalações elétricas e
dos sistemas específicos de utilidades;
Identificação de circuitos e quadros elétricos;
Restrições e impedimentos de acesso;
Delimitações de áreas;
SINALIZAÇÃO