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PIRACICABA
2013
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ” – ESALQ
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA – DEAS
CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA – CEPEA
Coordenação:
Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros (Cepea/Esalq)
Responsável técnico:
Mauro Osaki (Cepea/Esalq)
Lucilio Rogerio Aparecido Alves (Cepea/Esalq)
Equipe Cepea:
Andreia Cristina de Oliveira Adami
Fabio Francisco de Lima
Renato Garcia Ribeiro
Victor Yoiti Ikeda
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Produção total de soja no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2013/14. ............................................................................................. 24
Figura 2. Área total plantada de soja no Rio Grande dos Sul e Brasil entre as
safras 2000/01 e 2013/14. .................................................................................... 25
Figura 3. Produtividade média de soja no Rio Grande do Sul e Brasil entre as
safras 2000/01 e 2013/14. .................................................................................... 26
Figura 4. Produção total de milho verão no Rio Grande do Sul e Brasil entre as
safras 2000/01 e 2011/12. .................................................................................... 27
Figura 5. Área total plantada de milho verão no Rio Grande do Sul e Brasil entre
as safras 2000/01 e 2012/13. ................................................................................ 28
Figura 6. Produtividade média de milho verão no Rio Grande do Sul e Brasil
entre as safras 2000/01 e 2013/14. ....................................................................... 29
Figura 7. Produção total de trigo no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2013/14. ............................................................................................. 30
Figura 8. Área plantada de trigo no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2013/14. ............................................................................................. 31
Figura 9. Produtividade média de trigo no Rio Grande do Sul e Brasil entre as
safras 2000/01 e 2013/14. .................................................................................... 32
Figura 10. Representatividade de área irrigada dos diferentes métodos de
irrigação empregados no Brasil.............................................................................. 35
Figura 11. Distribuição percentual dos diferentes métodos de irrigação
empregados em cada região do Brasil .................................................................... 35
Figura 12. Área dos estabelecimentos agropecuários com uso de irrigação pelo
método do pivô central no Rio Grande do sul – 2009............................................... 37
Figura 13. Receita Líquida Operacional (RLO) da soja em cultivo de sequeiro e
irrigado em pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS. ................. 42
Figura 14. Receita Líquida Operacional (RLO) de milho em cultivo de sequeiro e
irrigado em pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS. ................. 46
Figura 15. Receita Líquida Operacional (RLO) de trigo em cultivo de sequeiro e
irrigado em pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS. ................. 50
Figura 16. Receita Líquida Operacional (RLO) de soja 2ª safra em cultivo
irrigado em pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS. ................. 53
iv
Figura 17. Distribuição das simulações de Monte Carlo para os preços de soja na
região de Cruz Alta/RS – R$/saca .......................................................................... 67
Figura 18. Distribuição das simulações de Monte Carlo para os preços de milho
na região de Cruz Alta/RS – R$/saca ...................................................................... 67
Figura 19. Distribuição das simulações de Monte Carlo para os preços de trigo
na região de Cruz Alta/RS – R$/saca ...................................................................... 68
Figura 20. Valor Presente Líquido (VPL) da soja para a propriedade padrão de
Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ................................................................................... 69
Figura 21. Valor Presente Líquido (VPL) do milho verão para a propriedade
padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ................................................................... 70
Figura 22. Valor Presente Líquido (VPL) do trigo verão para a propriedade
padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ................................................................... 71
Figura 23. Valor Presente Líquido (VPL) do sistema soja + trigo para a
propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ................................................. 71
Figura 24. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro de soja, milho e
trigo para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. .................................. 73
Figura 25. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de
soja para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ................................... 74
Figura 26. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de
milho verão para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ........................ 75
Figura 27. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de
trigo para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. .................................. 75
Figura 28. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de
soja 2ª safra para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos. ...................... 76
Figura 29. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central do
sistema soja + trigo para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos............. 77
Figura 30. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central do
sistema milho + soja 2ª safra para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
.......................................................................................................................... 78
Figura 31. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de
soja, milho, trigo e soja 2ª safra para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10
anos. .................................................................................................................. 79
Figura 32. Distribuição do Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro e
irrigado com pivô central para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos...... 81
v
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SIGLAS
1
Mais informações sobre descrição de painel e outras características podem ser verificadas em
DEBLITZ, C. The International Farm Comparison Network (IFCN) - bridging the gap between farmers,
science and policy. IFCN-homepage: http://www.fal.de/english/institutes/bw/ifcn/html/ifcnhome.html; e,
DE ZEN & PERES (2002).
2
Essa metodologia é uma adaptação da proposta pelo IEA, em MATSUNAGA, et al. (1976).
11
3
Segundo Matsunaga et al. (1976), representam os gastos efetivamente realizados na condução
da atividade, excluindo-se os custos correspondentes aos serviços executados pela mão-de-obra familiar e
à depreciação do capital imobilizado em benfeitorias, equipamentos, animais de serviço e forrageiras não
anuais.
13
(1976) e o método de alocação de custo fixo discutida por Bornia (1995). Assim,
consideraram-se os seguintes critérios:
• Custo Operacional (CO): compõe todos os itens considerados variáveis ou
gastos diretos representados pelo dispêndio em dinheiro, tais como insumo
(fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operação mecânica (diesel e
manutenção preventiva), mão de obra, serviço terceirizado, comercialização
agrícola, transporte, despesa financeira, despesa com tributos de
comercialização e despesa gerais.
• Custo Operacional Total (COT): trata-se da soma do CO com a parcela dos
custos indiretos representados pela depreciação, provisão da mão-de-obra e
taxas associadas ao processo de produção e mão-de-obra familiar.
• Custo Total (CT): é a soma do COT com o custo oportunidade do capital e da
terra.
Para a alocação das despesas fixas da propriedade, adotou-se o método de
centro de custo, que está composta por duas fases: a primeira divide-se a empresa em
centros de custos e distribuem-se todos os itens de custos a serem alocados aos
produtos nestes centros. Na segunda fase, os custos são alocados dos centros
produtivos para os produtos, isto é, aquele que trabalha diretamente com a produção.
As principais bases de rateio empregadas são horas de mão-de-obra, horas-máquina e
custo de mão-de-obra.
a) Custeio
Compreende custo com insumos, operação mecânica, mão-de-obra, serviço
terceirizado e irrigação. O custo com insumos refere-se aos fatores de produção
14
utilizados com determinado preço no processo de produção do produto final para uma
determinada tecnologia. O custo de insumos é composto por corretivos (calcário e
gesso agrícola), fertilizantes, fertilizantes foliares, defensivos agrícolas (herbicidas,
inseticidas, fungicidas, inoculantes, óleo e adjuvantes), regulador de crescimento
(algodão), sementes e mudas. O custo foi expresso em R$/ha.
O custo com operação mecânica refere-se ao conjunto de ações com tratores e
implementos agrícolas no processo produtivo. Assim, as operações mecanizadas
terrestres com máquinas próprias podem ser: o preparo do solo (aragem, gradagem,
subsolagem, conservação de terraço e outros), distribuição de calcário, semeadura,
adubação, distribuição de adubo complementar (cobertura), pulverização (aérea e PPI
– Pré-plantio incorporado), capina mecânica, colheita, destruição de soqueira de
cultura e plantas daninhas, acero, transporte interno de água, insumos (semente e
fertilizantes). O custo da operação mecânica é o produto entre o coeficiente técnico
(em horas) e o custo por hora trabalhada em cada operação.
Para cada uma das operações mecânicas supracitadas, existe um tempo gasto
para a sua execução. Assim, o coeficiente técnico refere-se ao tempo necessário para
realização de cada operação para uma determinada unidade de área (hectare, alqueire
e outros), sendo expresso em hora-máquina/ha (h/maq/ha). O custo horário da
máquina é composto pelo gasto com diesel e manutenção preventiva da mesma. O
consumo de diesel muda de acordo com a combinação entre a máquina e o
implemento agrícola considerado. No caso desse estudo, adotou-se o consumo de 0,12
litro por hora por CV (Cavalo Vapor)4, que representa a média ponderada de consumo
nas diversas operações mecânicas para as diferentes marcas de motores.
Devido à grande dificuldade de determinar a vida útil e a taxa de manutenção
das máquinas em uso, considerou-se que todas as máquinas e os implementos
existentes na propriedade típica são novas, passando a ser utilizadas no ano-safra em
análise. Assim, o custo da manutenção das máquinas e dos implementos segue as
4
O valor 0,12 é o consumo médio de óleo diesel em litros por CV. Para obter este valor, é
preciso considerar um fator para motores diesel, de 0,163 LkW-1 h-1, e que 1 CV equivale a 735 kW. A
L Kw
fórmula torna-se: 0,12LHP = 0,163 * * .
Kw 1,34CV
Valores extraídos de: MOLIN, J.P.; MILAN, M. Trator implemento: dimensionamento,
capacidade operacional e custo. In.: GONÇALVES, J.L. de M.; STAPE, J.L. (Editores) Conservação e
cultivo de solos para plantações florestais. Piracicaba : IPEF, 2002. 498p.
15
Tabela 1. Valores considerados para taxa de manutenção e vida útil dos tratores, das
colhedoras e dos autopropelidos.
Máquinas Tx. Manutenção Vida útil
(%) (Horas)
Autopropelido 70 12.000
Colhedora de algodão 80 4.000*
Colhedora de grãos 70 4.000*
Trator de pneu 4x2 100 12.000
Trator de pneu 4x4 80 12.000
Ensiladora (autopropelido) 55 4.000*
5
Fonte: American Society of Agricultural Engineers (ASAE)
* adaptado pelos autores para a condição do Brasil (antes era 2000)
Tabela 2. Valores considerados para taxa de manutenção e vida útil dos implementos.
Máquinas Tx. Vida útil
Manutenção (%) (Horas)
Arado 100 2.000
Carreta 2 rodas (4 t) 80 3.000
Carreta 4 rodas (7 t) 80 3.000
Distribuidor de calcário (hidr) 80 1.200
Distribuidor de calcário 4 rodas (7 t) 80 1.200
Grade leve 60 2.000
Grade niveladora 60 2.000
Grade pesada 60 2.000
Pulverizador 600 litros 60 1.500
Pulverizador 2000 litros 70 1.500
Semeadora convencional 75 1.500
5
American Society of Agricultural Engineers (ASAE). Agricultural Machinery Management
Data. Asae. D497.4, janeiro/1998.
16
c) Despesas gerais
Nas despesas gerais da fazenda, estão envolvidos desembolsos como: energia
elétrica, telefone, contabilidade rural, escritório de advocacia, exame médico
admissional e demissional, análise do solo, custo de empregados gerais (cozinheiras,
por exemplo) e administrativos, custo do deslocamento do produtor rural, custo com
transporte de funcionário, custo da manutenção de instalações diversas, seguro de
utilitários (caminhonete), EPI (Equipamento de proteção individual), garrafa d’agua,
enxadas, foices e outros.
d) Arrendamento6
Refere-se ao custo com aluguel da terra para o cultivo de determinado produto
num determinado período de tempo, conforme o artigo 3 da Lei 4.504/64. A lei impõe
a limitação no valor do contrato em 15% sobre o valor cadastral do imóvel arrendado,
possibilitando a ampliação do valor percentual de até 30% se o arrendamento recair
sobre área selecionada para a exploração intensa de alta rentabilidade. Contudo, em
áreas para produção de grãos no Brasil a prática mais comum é o valor do aluguel
estar fixo em sacas de soja, sendo o valor financeiro, portanto, dependente das
cotações da soja.
e) Despesa financeira
São as despesas com as instituições financeiras relacionadas ao financiamento
do custeio agrícola, de bens duráveis (máquinas, implementos, estufas e galpão) e
juros sobre o capital de giro. A despesa financeira no custo de produção é composta
pelo juro sobre capital de giro, que se refere ao montante financeiro despendido para
saldar os juros do capital desembolsado durante o ciclo de produção. Os itens
considerados são insumos, diesel, manutenção preventiva das máquinas e
implementos, irrigação, mão-de-obra, despesas com utilitários, despesas gerais da
fazenda, comercialização e assistência técnica. A taxa considerada é a média
ponderada entre as diferentes taxas de juros cobradas pelas fontes de crédito
6
Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por
tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte(s) do mesmo, incluindo ou não outros
bens, benfeitorias e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola,
pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites
percentuais da Lei.
18
7
LIMA JUNIOR, J.R. de. Decidir sobre Investimentos no Setor da Construção Civil. Boletim
Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo, 74p,
1998.
8
CASAROTTO FILHO, N; KOPITKE, B.H. Análise de investimentos. 9 ed. São Paulo: Atlas,
2006.
19
9
SILVA, F.N.; FERREIRA, M.A.M.; PAZZINZ, F.L.S.; ABRANTES, L.A. Abordagem
determinística e de simulação de risco como instrumentos de análise de viabilidade financeira em
investimentos imobiliários. Revista de negócios. Blumenau, v.12, n.3, p. 03-17, 2007.
10
BUARQUE, C. A incerteza para seleção de projetos. In: BUARQUE, C. (Ed.) Avaliação
econômica de projetos. 8.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p.179-196.
11
ATKINSON, A.A. et al. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Editora Atlas. 2000.
12
HORNGREN, C.T.; FOSTER, G.; DATAR, S.M. Contabilidade de Custos. Rio de Janeiro:
Editora LTC. 2000.
13
BLANK, L.; TARQUIN, A. Engenharia econômica. 6 ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2008.
20
investimento quando realizado, ou seja, quando o VPL for positivo ele demonstra que o
valor da empresa aumentou.
Nessa linha de raciocínio, se o VPL for igual a zero, a interpretação segue que
os valores gastos com investimentos estão sendo remunerados na mesma proporção,
por outro lado se os valores forem negativos significa que o investimento não está
sendo retornado.
O método de VPL é visto com superioridade aos outros métodos de analise de
investimento de projetos. Dentre os atributos que trazem essa robustez ao método,
estão principalmente, o uso do fluxo de caixa, o fato de considerar todos os fluxos de
caixa envolvidos no projeto, evidenciar uma noção de risco envolvido e descontar os
fluxos de caixa ao longo do tempo (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 200214; ABREU;
BARROS NETO; HEINECK, 200815).
14
ROSS, S.A.; WESTERFIELD, R.W.; JAFFE, J.F. Administração Financeira. 2. Ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
15
ABREU, C.A.C.; BARROS NETO, J.P.; HEINECK, L.F.M. Avaliação Econômica de
Empreendimentos Imobiliários Residenciais: Uma Análise Comparativa. XXVIII encontro de Engenharia
de Produção. Rio de Janeiro, 2008.
16
GUIDUCCI, R.C.N.; ALVES, E.R.A.; LIMA FILHO, J.R. de; MOTA, M.M. Aspectos
metodológicos da análise de viabilidade econômica de sistemas de produção. In: EMBRAPA. Viabilidade
econômica de sistemas de produção agropecuários: metodologia e estudos de casos. Brasília, DF:
Embrapa, 2012. cap. 1, p. 17-116.
17
NORONHA, J.F. Projetos Agropecuários: Administração financeira, orçamentação e avaliação
econômica. Piracicaba, SP: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, 1981. 274 p.
21
não pode ser considerada uma medida de lucratividade e sim uma preocupação com a
liquidez da empresa.
Embora o método de Payback tenha suas limitações e a escolha de aceitar ou
rejeitar seja inteiramente arbitraria quando avaliado de forma individual, este não pode
ser integralmente ignorado visto que, segundo Ross, Westerfield e Jaffe (2002), sua
simplicidade é utilizada com filtro para numerosas decisões de investimentos e indica
propriedades do ponto de vista do controle e gestão da empresa e da habilidade e
qualidade de seus administradores.
A taxa interna de retorno nada mais é que a taxa de desconto que iguala o
valor presente dos fluxos líquidos ao investimento inicial (GUIDUCCI et al, 2012).
Segundo Abreu, Barros Neto e Heineck (2008), o método expressa a rentabilidade
efetiva quando o projeto for de investimentos ou o custo efetivo se referir-se a um
financiamento.
Nesse método de análise de investimento, a TIR é comparada a Taxa Mínima
de Atratividade (TMA) do mercado ou a taxa desejada de retorno, sendo aceito o
projeto em que a TIR superar essa taxa (NORONHA, 1981). Segundo Rezende Filho
(2006)18, os custos de financiamento e riscos envolvidos no projeto é que auxiliam as
empresas a calcularem suas taxas mínimas de retorno.
Segundo Laponni (2007)19 e Abreu, Barros Neto e Heineck (2008), o método de
TIR considera os fluxos de caixa completos ao longo do tempo, alem de informar se o
investimento acumula ou perde valor e ainda permiti que seja comparada a outras
taxas de mercado. Por outro lado o autor destaca a dificuldade para se determinar a
taxa mínima de atratividade especifica para cada projeto.
18
REZENDE FILHO, M. Um modelo de opções reais para avaliação de investimentos em navios
petroleiros. 2006. 115 p. Dissertação (Mestre em Engenharia Oceânica) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
19
LAPPONI, J.C. Projetos de investimento na empresa. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier,
2007. 512 p.
22
Para Oliveira, Barros e Reis (2007)20 o método de Monte Carlo é utilizado para
analisar fenômenos com comportamento probabilístico. Adicionando, Escudeiro
(1973)21 e Blank e Tarquin (2008) define o método como substituto do estudo de um
processo não estocástico por um modelo probabilístico que possa avaliar problemas
determinísticos por meio de uma série de amostragens aleatórias.
Como os modelos determinísticos não incorporam o risco, visto que em
situações reais diversos eventos previstos e imprevistos podem ocorrer ao longo de um
investimento, seriam necessários testar todas as possibilidades, que são inúmeras e
portanto inviável. Assim Trigeorgis (2002)22 afirma que as tentativas de simulação do
método de Monte Carlo servem para reproduzir a tomada de decisão no mundo real
através de um modelo matemático que captura os riscos de um projeto e também
como ele evolui com o tempo e os eventos aleatórios.
A simulação por Monte Carlo pode ser realizada de diversas maneiras, sendo
que as formas mais aplicadas são por meio computacionais, que segundo Vargas
(2008)23 exigem conhecimentos apurados de estatística e programação.
Para executar as simulações pelo método de Monte Carlo são necessárias que
alguns procedimentos básicos sejam atendidos, como a definição das variáveis
envolvidas com base em dados passados; identificação das distribuições de
probabilidade das variáveis aleatórias irrelevantes; construção das distribuições de
probabilidade acumuladas para cada uma das variáveis, definição dos intervalos dos
20
OLIVEIRA, P.H.D.; BARROS, N.R.; REIS, S.G. dos. Aplicabilidade do método de simulação
de Monte Carlo na previsão dos custos de produção de companhias industriais: o caso companhia do Vale
do Rio Doce. In: Congresso USP de Iniciação Científica em Contabilidade, 4.; 2007, São Paulo. Anais...
São Paulo, USP, 2007.
21
ESCUDEIRO, L.F. La simulación em la empresa. Barraincúa: Duesto, 1973.
22
TRIGEORGIS, L. Real options: managerial flelibility and strategy resource allocation. 6.Ed.
Cambrigde: The MIT Press, 2002. 427 p.
23
VARGAS, R. Podcast sobre simulação de Monte Carlo. Disponível em: www.ricardo-
vargas.com. Acesso em: outubro de 2013.
23
números aleatórios para cada variável; geração dos números aleatórios e simulação
dos experimentos (LUSTOSA; PONTES; DOMINAS, 200424; HERTZ, 196425).
Foi considerada apenas a variável preço como fator de risco e então considera
para simulação. A determinação da distribuição de probabilidade de preços foi dada a
partir da série de preços diários do Cepea entre o período de jan/2002 e set/2013.
Esses dados foram deflacionados para setembro de 2013 e ajustados para a melhor
distribuição normal.
Para essa série deflacionada, foram calculados os parâmetros média e desvio
padrão para então ser feita as simulações de Monte Carlo para os preços de soja,
milho e trigo.
As simulações foram realizadas pelo programa Excel com o auxilio do
suplemento “Análise de dados”. Por meio de Monte Carlo foram geradas dez mil
simulações para a variável preço em cada cultura.
Assim a estimação do fluxo de caixa líquido da propriedade padrão analisada foi
dada pela diferença entre a Receita Bruta (RB) e o Custo Operacional (CO) da
produção, estes que foram levantados em Painel para safra 2012/13. Por sua vez a RB
foi obtida a partir do produto da produção pela cotação da commodity.
A soja no Brasil atingiu a sua máxima produção na safra 2012/13 (Figura 1),
com 81,5 milhões de toneladas, sendo que a expectativa da safra 2013/14 promete
números acima de 87 milhões de toneladas, seguindo uma seria histórica crescente
desde 2000. Na última década, a produção brasileira só não seguiu crescente na safra
2011/12, pois houve uma grande quebra produtiva no sul do país, que reduziu a
produção final a um montante inferior ao da safra de 2009/10.
24
LUSTOSA, P.R.B.; PONTE, V.M.R; DOMINAS, W.R. Simulação. In: CORRAR, L.J.;
THEOPHILO, C.R. (Coord.). Pesquisa Operacional para decisão em contabilidade e administração:
Contabilometria. São Paulo: Atlas, 2004. p. 242-284.
25
HERTZ, O.B. Risk analysis in capital investment. Harvard Business Review, 1964, p. 95-106.
24
Figura 1. Produção total de soja no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 2000/01
e 2013/14.
Fonte: Conab (2013)26.
26
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1252&t=2&Pagina_objcmsconteudos=3#A_objc
msconteudos>. Acesso em: setembro de 2013.
25
a recuar em média 1,7% por safra entre 2005 e 2008. A retomada, o terceiro
momento, ocorreu após a crise, em 2009, seguindo crescimento de 3%. Com o
advento dos preços altos em 2012, o aumento de área tomou ainda mais força,
fechando a área da safra 2012/13 em 4,6 milhões de hectares, 10% acima da safra
2011/12. Para a safra 2013/14, estima-se um aumento 140 mil hectares no território
gaúcho, sendo semeado em 4,8 milhões de hectares.
Figura 2. Área total plantada de soja no Rio Grande dos Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2013/14.
Fonte: Conab (2013).
Figura 3. Produtividade média de soja no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2013/14.
Fonte: Conab (2013).
Figura 4. Produção total de milho verão no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2011/12.
Fonte: Conab (2013)27.
27
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1252&t=2&Pagina_objcmsconteudos=3#A_objc
msconteudos>. Acesso em: setembro de 2013.
28
Figura 5. Área total plantada de milho verão no Rio Grande do Sul e Brasil entre as
safras 2000/01 e 2012/13.
Fonte: Conab (2013).
seu potencial produtivo, que nos últimos 11 anos esteve inferior a média desses
estados e também a do Brasil.
Figura 6. Produtividade média de milho verão no Rio Grande do Sul e Brasil entre as
safras 2000/01 e 2013/14.
Fonte: Conab (2013).
de toneladas (Figura 7), diferença de 277%. Essas variações nos números efetivos da
cultura se aplicam devido à instabilidade da área de plantio e a quebras de
produtividades ocorridas ao longo dos anos.
Figura 7. Produção total de trigo no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 2000/01
e 2013/14.
Fonte: Conab (2013)28.
Nas ultimas treze safras, o Rio Grande do Sul manteve a área de produção de
trigo, consolidando como segundo maior produtor de trigo do Brasil, atrás somente do
Paraná, com exceção a safra 2012/13 que superou o Paraná. A estimativa para a safra
13/14 é uma ocupação de 1,03 milhão de hectares, que equivale a 47% da área
nacional.
28
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1252&t=2&Pagina_objcmsconteudos=3#A_objc
msconteudos>. Acesso em: setembro de 2013.
31
Figura 8. Área plantada de trigo no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras 2000/01
e 2013/14.
Fonte: Conab (2013).
espaço semeado com trigo. Nesse caso o comportamento do mercado foi a argumento
principal na modificação das áreas de plantio.
Na safra 2006/07, além da quebra produtiva, houve a disposição da menor área
plantada de trigo no estado nas ultimas doze safras, retratada pelos baixos preços
praticados no mercado e pela falta de incentivo do estado para o desenvolvimento do
produtor tritícola. O advento dos preços baixos retornou nas safras 2009/10 e 2010/11,
afetando a tomada de decisão do produtor rio-grandense, fomentando dessa forma a
redução de área por duas safras seguidas.
Figura 9. Produtividade média de trigo no Rio Grande do Sul e Brasil entre as safras
2000/01 e 2013/14.
Fonte: Conab (2013).
área cultivada representa mais que 44% da produção mundial agrícola, enquanto o
restante é de sequeiro (CHRISTOFIDIS, 2006)29.
O Brasil é apenas o décimo sexto em exploração de área irrigada do mundo
(Banco Mundial, 2013)30, no entanto apresenta 12% do montante dos recursos hídricos
mundiais disponíveis (ANA, 2009)31. No último censo agropecuário de 2006, o Brasil
registrou o total de 4,5 milhões de hectares explorados com irrigação na agricultura, o
que representa 8,3% das áreas de lavouras do país.
Por outro lado, os dados do MMA/SRH/DDH – 1999 (revisado por Christofidis,
2013)32 indicam um vasto potencial brasileiro no aumento de área irrigada, que pode
chegar a expansão de mais 25,1 milhões de hectares, ou seja, atualmente é explorado
apenas 15% desse potencial que é capaz de atingir a totalidade de 29,6 milhões.
No Brasil, as questões quanto ao desenvolvimento de área irrigada são
extremamente discutidos, pois esta representa 69% da água consumida no país,
segundo os números publicados na Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil 2011,
elaborado pela Agencia Nacional de Águas – ANA33.
Em relação as discussões de sustentabilidade do consumo de água, um estudo
realizado por Christofidis (2003)34, aponta que embora tenha ocorrido 33% aumento
de área irrigada no período de 1990-2000, o consumo de água em m³/ano reduziu em
30%. Esses, números nada mais expressam a opção dos produtores irrigantes por
29
CHRISTOFIDIS, D. Água: Gênese, gênero e sustentabilidade alimentar no Brasil.
2006. Disponível em: <
http://www.pt.genderandwater.org/content/download/2996/33129/file/Aguaesustentabilidadeali
mentarBrasil1.pdf>. Acesso em: setembro de 2013.
30
BANCO MUNDIAL. World Bank Data. Disponível em: <
http://data.worldbank.org/indicator/AG.LND.IRIG.AG.ZS>. Acesso em: setembro de 2013.
31
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil,
2009. Brasília, DF, 2009. Disponível em:
<http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/download.aspx>. Acesso em: setembro de 2013.
32
CHRISTOFIDIS, D. Água, irrigação e agropecuária sustentável. Brasília: Política
Agrícola, ano XXII, n.1, p. 115-127. 2013.
33
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil,
2011. Brasília, DF, 2011. Disponível em:
<http://conjuntura.ana.gov.br/conjuntura/download.aspx>. Acesso em: setembro de 2013.
34
CHRISTOFIDIS, D. Água, ética, segurança alimentar, sustentabilidade ambiental.
Bahia: Análise e Dados, Salvador, v.13, n. especial, p. 317-382. 2003.
34
35
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo
agropecuário – 1995-1996. Rio de Janeiro, 1998.
36
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo
agropecuário – 2006. Rio de Janeiro, 2009.
37
SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DA IRRIGAÇÃO E USOS MÚLTIPLOS DE ÁGUA –
SEIUMA. Potencial brasileiro para desenvolvimento sustentável da irrigação. Disponível em:
<http://www.siuma.rs.gov.br/index.php?action=noticia&cod=191>. Acesso em: setembro de 2013.
35
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sudeste Sul Nordeste Centro-Oeste Norte
38
PAULINO, J.; FOLEGATTI, M.V; ZOLIN, C.A.; ROMÁN-SANCHEZ, R.M.; JOSÉ, J.V.
Situação da agricultura irrigada no Brasil de acordo com o censo agropecuário 2006. Irriga, Botucatu, v.
16, n. 2, p. 163-176, abril-junho, 2011.
39
BISOGNIN, D.A. Irrigação no Rio Grande do Sul. Secretaria da Agricultura, Pecuária e
Agronegócio, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, 2012. Palestra.
40
BERLATO, M.A.; FONTANA, D.C. Variabilidade interanual da precipitação pluvial e
rendimento da soja no Estado do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrometeorologia, v.7, p.119-
125, 1999.
41
BERLATO, M.A.; FARENZENA, H.; FONTANA, D.C. Associação entre El Niño Oscilação
Sul e a produtividade do milho no Estado do Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40,
p.423-432, 2005.
37
Figura 12. Área dos estabelecimentos agropecuários com uso de irrigação pelo método
do pivô central no Rio Grande do sul – 2009.
Fonte: IBGE/SIDRA (2013).
42
SISTEMA IBGE DE RECUPERAÇÃO AUTOMATICA – SIDRA. Tabela 1819 - Número de
estabelecimentos agropecuários com uso de irrigação e Área dos estabelecimentos por método utilizado
para irrigação e grupos e classes de atividade. Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl3.asp?c=1819&n=0&u=0&z=t&o=11&i=P>. Acesso em:
setembro de 2013.
38
nesse sistema de cultivo houve um custo de R$ 200/ha com irrigação que contribuiu
significadamente para esse aumento.
A seguir, a
Tabela 3 detalha os custos de produção que apresentaram diferença na região
de Cruz Alta em condições de sequeiro e irrigado analisadas nessa pesquisa. Os
fertilizantes são os itens com maior representatividade na composição dos custos da
soja, sendo de 25% no sequeiro e 32% no irrigado. Em valores absolutos o gasto para
com fertilizantes e corretivos na cultura ficou em R$ 393,00/ha e R$ 731,76/ha
respectivamente. Na cultura de sequeiro foram adicionados ao solo 6 kg de N, 60 Kg
de P205 e 60 kg de K2O, enquanto que no irrigado foram 20 kg de N, 100 Kg de P205 e
mais 100 kg de K2O. Sob condições de irrigação a soja é planejada com potencial
produtivo acima do esperado para condições não irrigada, o que explica a diferença
entre quantidades de adubos utilizadas.
Os gastos com defensivos agrícolas na safra 2012/13 da soja de sequeiro e
irrigado foram próximos, R$ 244,50/ha e R$ 292,85/ha, respectivamente, sendo o
ultimo 20% mais oneroso ao produtor.
Em ambas condições de cultivo o gasto com fungicidas foi o defensivo mais
dispendioso ao produtor de soja de Cruz Alta. As chuvas constantes no final do ciclo da
cultura aumentou a pressão de doenças, principalmente a ferrugem asiática
(Phakopsora pachyrhizie), fazendo com que houvesse em média 4 e 5 aplicações
respectivamente para o sequeiro e irrigação. Dessa forma foi observado o gasto de R$
110,70/ha no não irrigado e R$ 143,20/ha na soja sobre o pivô.
O menor desembolso com sementes foi verificado nas propriedades típicas
sob condições irrigadas, R$ 109,33/ha enquanto que no sequeiro esse valor foi de R$
129,00/ha. A diferença é baseada na quantidade de sementes de soja espalhadas no
solo. Sob o pivô as condições de germinação são mais propicias portanto são
semeados 40 kg/ha, em contrapartida no sequeiro os riscos climáticos são maiores e
menos controlados o que explica a disposição de 50 kg de semente por hectare.
Em termos de operações mecânicas, no cultivo irrigado sob pivô central os
custos se destacam em relação as condições de sequeiro, R$191,60/ha e R$
142,26/ha, respectivamente.
A diferença nos custos com operações mecânicas são observados na
semeadura, pulverização e colheita, sendo que a discrepância é baseada nos
coeficientes técnicos, visto que foi considerado o mesmo parque de máquinas para
ambos os casos. Na semeadura e colheita os custos são superiores no cenário irrigado,
40
pivô central exige maior investimento capital por hectare de fertilizantes, defensivos e
também mão-de-obra, o que consequentemente gera maior custo com juros sobre o
capital de giro.
Figura 13. Receita Líquida Operacional (RLO) da soja em cultivo de sequeiro e irrigado
em pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS.
Fonte: Dados da pesquisa.
45
46
Sequeiro Irrigada
Fertilizantes e corretivos 581,05 578,92
Defensivos agrícolas 253,20 335,60
Sementes 208,00 208,00
Adjuvantes/oleos 12,00 16,00
Operação mecânica 152,81 157,95
Irrigação 0,00 200,00
Transporte 40,00 50,00
Mão-de-obra 117,65 90,18
Comercialização 25,76 32,20
Arrendamento 0,00 0,00
Impostos 29,62 37,03
Seguro 26,45 28,07
Assistência técnica 27,05 28,41
Juros sobre capital de giro 79,06 83,32
CO 1.540,67 1.829,68
COT 1.657,97 2.003,60
CT s/ terra 1.798,57 2.186,29
CT 1.878,11 2.298,74
Fonte: Dados da pesquisa.
50
Figura 15. Receita Líquida Operacional (RLO) de trigo em cultivo de sequeiro e irrigado
em pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS.
Fonte: Dados da pesquisa.
Irrigada
Fertilizantes e corretivos 310,14
Defensivos agrícolas 345,60
Sementes 80,00
Adjuvantes/oleos 24,80
Operação mecânica 134,44
Irrigação 200,00
Transporte 45,00
Mão-de-obra 83,10
Comercialização 69,19
Arrendamento 0,00
Impostos 63,65
Seguro 28,07
Assistência técnica 19,97
Juros sobre capital de giro 81,56
CO 1.460,71
COT 1.618,98
CT s/ terra 1.799,59
CT 1.912,04
Fonte: Dados da pesquisa.
53
Figura 16. Receita Líquida Operacional (RLO) de soja 2ª safra em cultivo irrigado em
pivô central para a safra 2012/13 na região de Cruz Alta/RS.
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 7. Preço ajustados de soja, milho e trigo para análise de cenários – R$/saca.
Fluxo Caixa -1.781.500,00 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 -38.424,75 418.375,25
Fluxo de Caixa Acumulado -1.781.500,00 -1.819.924,75 -1.858.349,50 -1.896.774,25 -1.935.198,99 -1.973.623,74 -2.012.048,49 -2.050.473,24 -2.088.897,99 -2.127.322,74 -1.708.947,49
Fluxo Caixa -1.781.500,00 187.326,29 187.326,29 187.326,29 187.326,29 187.326,29 187.326,29 187.326,29 187.326,29 187.326,29 644.126,29
Fluxo de Caixa Acumulado -1.781.500,00 -1.594.173,71 -1.406.847,43 -1.219.521,14 -1.032.194,86 -844.868,57 -657.542,29 -470.216,00 -282.889,72 -95.563,43 548.562,85
.
Tabela 12. Fluxo de caixa no cenário otimista do cultivo em sequeiro – em R$.
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta soja 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15 848.540,15
Receita Bruta milho verão 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89 152.819,89
Receita Bruta trigo 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77 87.249,77
Receita Bruta (produção) 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80 1.088.609,80
Custo soja -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45 -372.174,45
Custo milho verão -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00 -160.666,00
Custo trigo -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04 -142.692,04
Custo (produção) -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49 -675.532,49
Receita Líquida (produção) 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32
Investimento máquinas -1.446.500,00 289.300,00
Investimento benfeitorias -335.000,00 167.500,00
Investimento irrigação 0,00 0,00
Fluxo Caixa -1.781.500,00 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 413.077,32 869.877,32
Fluxo de Caixa Acumulado -1.781.500,00 -1.368.422,68 -955.345,36 -542.268,04 -129.190,72 283.886,60 696.963,92 1.110.041,23 1.523.118,55 1.936.195,87 2.806.073,19
Tabela 14. Fluxo de caixa no cenário pessimista a do cultivo irrigado com pivô central – em R$.
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta soja 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42 826.076,42
Receita Bruta milho verão 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76 115.055,76
Receita Bruta trigo 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43 53.472,43
Receita Bruta soja 2ª safra 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20 94.830,20
Receita Bruta (produção) 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81 1.089.434,81
Custo soja -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32
Custo milho verão -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41
Custo trigo -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03
Custo soja 2ª safra -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70
Custo (produção) -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47
Receita Líquida (produção) 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34
Investimento máquinas -1.446.500,00 289.300,00
Investimento benfeitorias -335.000,00 167.500,00
Investimento irrigação -700.000,00 210.000,00
Fluxo Caixa -2.481.500,00 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 20.018,34 686.818,34
Fluxo de Caixa Acumulado -2.481.500,00 -2.461.481,66 -2.441.463,32 -2.421.444,98 -2.401.426,64 -2.381.408,30 -2.361.389,96 -2.341.371,62 -2.321.353,29 -2.301.334,95 -1.614.516,61
Tabela 16. Fluxo de caixa no cenário médio do cultivo irrigado com pivô central – em R$.
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta soja 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88 1.073.013,88
Receita Bruta milho verão 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05 196.455,05
Receita Bruta trigo 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32 81.267,32
Receita Bruta soja 2ª safra 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61 123.177,61
Receita Bruta (produção) 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86 1.473.913,86
Custo soja -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32
Custo milho verão -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41
Custo trigo -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03
Custo soja 2ª safra -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70
Custo (produção) -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47
Receita Líquida (produção) 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40
Investimento máquinas -1.446.500,00 289.300,00
Investimento benfeitorias -335.000,00 167.500,00
Investimento irrigação -700.000,00 210.000,00
Fluxo Caixa -2.481.500,00 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 404.497,40 1.071.297,40
Fluxo de Caixa Acumulado -2.481.500,00 -2.077.002,60 -1.672.505,21 -1.268.007,81 -863.510,41 -459.013,02 -54.515,62 349.981,77 754.479,17 1.158.976,57 2.230.273,96
Tabela 18. Fluxo de caixa no cenário otimista do cultivo irrigado com pivô central – em R$.
Ano 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Receita Bruta soja 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34 1.319.951,34
Receita Bruta milho verão 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34 277.854,34
Receita Bruta trigo 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21 109.062,21
Receita Bruta soja 2ª safra 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03 151.525,03
Receita Bruta (produção) 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92 1.858.392,92
Custo soja -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32 -583.495,32
Custo milho verão -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41 -243.875,41
Custo trigo -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03 -169.390,03
Custo soja 2ª safra -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70 -72.655,70
Custo (produção) -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47 -1.069.416,47
Receita Líquida (produção) 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45
Investimento máquinas -1.446.500,00 289.300,00
Investimento benfeitorias -335.000,00 167.500,00
Investimento irrigação -700.000,00 210.000,00
Fluxo Caixa -2.481.500,00 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 788.976,45 1.455.776,45
Fluxo de Caixa Acumulado -2.481.500,00 -1.692.523,55 -903.547,09 -114.570,64 674.405,81 1.463.382,27 2.252.358,72 3.041.335,17 3.830.311,63 4.619.288,08 6.075.064,53
Tabela 20. Análise geral de viabilidade econômica dos cenários do cultivo de sequeiro e
irrigado.
Sequeiro Irrigado
Parâmetro Pessimista Médio Otimista Pessimista Médio Otimista
VPL -R$ 1.841.487,27 -R$ 454.344,89 R$ 932.797,48 -R$ 2.101.415,71 R$ 261.041,66 R$ 2.623.499,03
TIR - 4% 20% -11% 12% 30%
Payback inviável 9 anos 4 anos inviável 6 anos 3 anos
Fonte: Dados da pesquisa.
*TMA= 6,2% a.a.
0%
2%
4%
6%
8%
10%
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
3,49 24,77
4,08 27,13
4,66 29,49
5,25 31,85
5,83 34,21
R$/sc
12,84 62,54
13,43 64,90
14,01 67,27
14,60 69,63
15,18 71,99
15,77 74,35
16,35 76,71
16,93 79,07
17,52 81,43
18,10 83,79
18,69 86,15
19,27 88,51
19,86 90,87
20,44 93,24
21,02 95,60
Mais Mais
Figura 17. Distribuição das simulações de Monte Carlo para os preços de soja na região
67
Figura 18. Distribuição das simulações de Monte Carlo para os preços de milho na
68
10%
9%
8%
7%
6%
Simulações
5%
4%
3%
2%
1%
0%
3,63
4,44
5,24
6,05
6,85
7,65
8,46
9,26
10,06
10,87
11,67
12,48
13,28
14,08
14,89
15,69
16,49
17,30
18,10
18,91
19,71
20,51
21,32
22,12
22,92
23,73
24,53
25,34
26,14
26,94
27,75
Mais
R$/sc
Figura 19. Distribuição das simulações de Monte Carlo para os preços de trigo na
região de Cruz Alta/RS – R$/saca
Fonte: Dados da pesquisa.
10%
9%
8%
7%
6%
Simulações
5%
4%
3%
2%
1%
0%
Mais
1.167.804,13
1.219.211,12
1.270.618,11
1.322.025,10
1.373.432,09
1.424.839,07
1.476.246,06
1.527.653,05
1.579.060,04
1.630.467,03
1.681.874,01
1.733.281,00
1.784.687,99
1.836.094,98
1.887.501,97
1.938.908,96
1.990.315,94
2.041.722,93
2.093.129,92
2.144.536,91
2.195.943,90
2.247.350,88
2.298.757,87
2.350.164,86
2.401.571,85
2.452.978,84
2.504.385,82
2.555.792,81
2.607.199,80
2.658.606,79
2.710.013,78
VPL
Figura 20. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro da soja para a
propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
10%
9%
8%
7%
6%
Simulações
5%
4%
3%
2%
1%
0%
-909.114,01
-899.253,96
-889.393,90
-879.533,84
-869.673,78
-859.813,72
-849.953,66
-840.093,60
-830.233,54
-820.373,48
-810.513,42
-800.653,36
-790.793,30
-780.933,24
-771.073,18
-761.213,13
-751.353,07
-741.493,01
-731.632,95
-721.772,89
-711.912,83
-702.052,77
-692.192,71
-682.332,65
-672.472,59
-662.612,53
-652.752,47
-642.892,41
-633.032,35
-623.172,29
-613.312,24
Mais
VPL
Figura 21. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro de milho verão para a
propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
199.527,89 -1.086.430,49
251.827,60 -1.079.101,62
304.127,32 -1.071.772,75
356.427,03 -1.064.443,88
408.726,75 -1.057.115,01
VPL
VPL
1.036.323,33 -969.168,58
1.088.623,04 -961.839,71
1.297.821,91 -932.524,23
1.350.121,62 -925.195,36
1.402.421,34 -917.866,49
1.454.721,05 -910.537,62
Figura 23. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro do sistema soja + trigo
Figura 22. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro de trigo para a
72
10%
9%
8%
7%
Simulações
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
-600.204,14
-546.313,69
-492.423,24
-438.532,79
-384.642,34
-330.751,89
-276.861,44
-222.970,99
-169.080,54
-115.190,09
100.371,72
154.262,17
208.152,62
262.043,07
315.933,52
369.823,97
423.714,42
477.604,87
531.495,33
585.385,78
639.276,23
693.166,68
747.057,13
800.947,58
854.838,03
908.728,48
962.618,93
1.016.509,38
-7.409,18
-61.299,63
46.481,27
VPL
Figura 24. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro de soja, milho e trigo
para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
6.2.2 Simulações de Monte Carlo para o cultivo irrigado com pivô central
Assim como no cultivo em sequeiro, serão apresentadas nas seções a seguir as
distribuições das simulações do Valor Presente Líquido (VPL) esperado, considerando a
taxa real de desconto de 2,2% a.a. Com a utilização do método do fluxo de caixa
operacional líquido foram calculados os VPLs esperados desconsiderando a depreciação
de máquinas e benfeitorias, a remuneração do capital investido e o custo de
oportunidade da terra.
10%
9%
8%
7%
Simulações
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
2.061.305,00
2.141.271,42
2.221.237,85
2.301.204,27
2.381.170,70
2.461.137,13
2.541.103,55
2.621.069,98
2.701.036,40
2.781.002,83
2.860.969,26
2.940.935,68
3.020.902,11
3.100.868,53
3.180.834,96
3.260.801,39
3.340.767,81
3.420.734,24
3.500.700,66
3.580.667,09
3.660.633,52
3.740.599,94
3.820.566,37
3.900.532,79
3.980.499,22
4.060.465,65
4.140.432,07
4.220.398,50
4.300.364,92
4.380.331,35
4.460.297,78
Mais
VPL
Figura 25. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de soja
para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
10%
9%
8%
7%
Simulações
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
-991.865,48
-973.938,10
-956.010,72
-938.083,34
-920.155,95
-902.228,57
-884.301,19
-866.373,81
-848.446,43
-830.519,05
-812.591,67
-794.664,29
-776.736,91
-758.809,53
-740.882,15
-722.954,77
-705.027,39
-687.100,01
-669.172,63
-651.245,25
-1.189.066,66
-1.171.139,28
-1.153.211,90
-1.135.284,52
-1.117.357,14
-1.099.429,76
-1.081.502,38
-1.063.575,00
-1.045.647,62
-1.027.720,24
-1.009.792,86
Mais
VPL
Figura 26. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de milho
verão para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
10%
9%
8%
7%
6%
Simulações
5%
4%
3%
2%
1%
0%
-1.282.695,57
-1.273.534,48
-1.264.373,40
-1.255.212,31
-1.246.051,22
-1.236.890,13
-1.227.729,05
-1.218.567,96
-1.209.406,87
-1.200.245,78
-1.191.084,70
-1.181.923,61
-1.172.762,52
-1.163.601,44
-1.154.440,35
-1.145.279,26
-1.136.118,17
-1.126.957,09
-1.117.796,00
-1.108.634,91
-1.099.473,82
-1.090.312,74
-1.081.151,65
-1.071.990,56
-1.062.829,48
-1.053.668,39
-1.044.507,30
-1.035.346,21
-1.026.185,13
-1.017.024,04
-1.007.862,95
Mais
VPL
Figura 27. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de trigo
para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
76
10%
9%
8%
7%
Simulações
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
100.605,56
114.788,58
128.971,60
143.154,63
157.337,65
171.520,67
185.703,69
199.886,71
214.069,73
228.252,75
242.435,77
256.618,80
270.801,82
284.984,84
299.167,86
313.350,88
327.533,90
341.716,92
355.899,95
370.082,97
384.265,99
398.449,01
412.632,03
426.815,05
440.998,07
455.181,10
469.364,12
483.547,14
497.730,16
511.913,18
526.096,20
Mais
VPL
Figura 28. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de soja 2ª
safra para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
Com isso no sistema soja seguido por trigo pode ser observado 100% de
chances de obter VPLs superior a zero – Figura 29. Além de apresentar cenários
simulados economicamente favoráveis, o sistema registrou que 99,8% dos valores de
VPL apresentados ficaram acima de R$ 1.012.309,42, 65,1% superiores ao patamar
dos R$ 2.000.000,00 e 3% ultrapassou a casa dos R$ 3.000.000,00.
O resultado dos VPLs do sistema mostra que o investimento em soja compensa
os prejuízos provenientes do cultivo de trigo no inverno. E embora o cereal de inverno
tenha apresentado resultados econômicos insatisfatórios nas simulações, a escolha da
cultura ao sistema se faz pelos ganhos agronômicos envolvidos na rotação de culturas,
sem comprometer o investimento.
10%
9%
8%
7%
Simulações
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
931.391,24
1.012.309,42
1.093.227,59
1.174.145,76
1.255.063,94
1.335.982,11
1.416.900,28
1.497.818,46
1.578.736,63
1.659.654,80
1.740.572,98
1.821.491,15
1.902.409,32
1.983.327,50
2.064.245,67
2.145.163,84
2.226.082,01
2.307.000,19
2.387.918,36
2.468.836,53
2.549.754,71
2.630.672,88
2.711.591,05
2.792.509,23
2.873.427,40
2.954.345,57
3.035.263,75
3.116.181,92
3.197.100,09
3.278.018,27
3.358.936,44
Mais
VPL
Figura 29. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central do sistema
soja + trigo para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
No caso do sistema irrigado de milho verão seguido por soja segunda safra foi
constatada que a probabilidade de o VPL ser maior que zero foi nula. No caso desse
cenário 82,3% dos valores simulados foram superiores ao patamar dos -R$ 700.000,00
e apenas 15,1% foram maiores que -R$ 500.000,00.
Diferentemente dos resultados observados no outro sistema, os valores
positivos da soja não compensou os do milho, que como o trigo também apresentou
valores de VPL abaixo de zero. Sendo assim, quando tratado do ponto de vista
econômico, o sistema soja + trigo foi fundamentalmente mais atrativo.
78
10%
9%
8%
7%
Simulações
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
-946.393,12
-923.559,65
-900.726,19
-877.892,72
-855.059,25
-832.225,79
-809.392,32
-786.558,85
-763.725,39
-740.891,92
-718.058,46
-695.224,99
-672.391,52
-649.558,06
-626.724,59
-603.891,12
-581.057,66
-558.224,19
-535.390,73
-512.557,26
-489.723,79
-466.890,33
-444.056,86
-421.223,39
-398.389,93
-375.556,46
-352.722,99
-329.889,53
-307.056,06
-284.222,60
-261.389,13
Mais
VPL
Figura 30. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central do sistema
milho + soja 2ª safra para propriedade padrão de Cruz Alta/RS – R$/10
anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
10%
9%
8%
Simulações 7%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
241.007,49
327.810,64
414.613,78
501.416,93
588.220,07
675.023,21
761.826,36
848.629,50
935.432,65
1.022.235,79
1.109.038,93
1.195.842,08
1.282.645,22
1.369.448,36
1.456.251,51
1.543.054,65
1.629.857,80
1.716.660,94
1.803.464,08
1.890.267,23
1.977.070,37
2.063.873,52
2.150.676,66
2.237.479,80
2.324.282,95
2.411.086,09
2.497.889,23
2.584.692,38
2.671.495,52
2.758.298,67
2.845.101,81
Mais
VPL
Figura 31. Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo irrigado com pivô central de soja,
milho, trigo e soja 2ª safra para propriedade padrão de Cruz Alta/RS –
R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
100% 100%
90%
Sequeiro 90%
Irrigado
80% 80%
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40%
40%
30%
30%
20%
20%
10%
10%
0%
0%
241.007,49
327.810,64
414.613,78
501.416,93
588.220,07
675.023,21
761.826,36
848.629,50
935.432,65
1.022.235,79
1.109.038,93
1.195.842,08
1.282.645,22
1.369.448,36
1.456.251,51
1.543.054,65
1.629.857,80
1.716.660,94
1.803.464,08
1.890.267,23
1.977.070,37
2.063.873,52
2.150.676,66
2.237.479,80
2.324.282,95
2.411.086,09
2.497.889,23
2.584.692,38
2.671.495,52
2.758.298,67
2.845.101,81
Mais
-600.204,14
-546.313,69
-492.423,24
-438.532,79
-384.642,34
-330.751,89
-276.861,44
-222.970,99
-169.080,54
-115.190,09
100.371,72
154.262,17
208.152,62
262.043,07
315.933,52
369.823,97
423.714,42
477.604,87
531.495,33
585.385,78
639.276,23
693.166,68
747.057,13
800.947,58
854.838,03
908.728,48
962.618,93
1.016.509,38
-7.409,18
46.481,27
-61.299,63
Mais
VPL
VPL
Figura 32. Distribuição cumulativa do Valor Presente Líquido (VPL) do cultivo de sequeiro e irrigado com pivô central para propriedade padrão
de Cruz Alta/RS – R$/10 anos.
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 21. Valor Presente Líquido (VPL) mínimo, médio e máximo do cultivo de sequeiro e irrigado com pivô central para a propriedade de Cruz
Alta/RS – R$/10anos.
Sequeiro Irrigado
Soja Milho Trigo Soja + Trigo Soja+Milho+Trigo Soja Milho Trigo Soja2sf Soja + Trigo Milho + Soja2sf Soja+Milho+Trigo+Soja2sf
Área 280 70 93,33 373,33 443,33 280 70 93,33 50 373,33 120 493,33
CO 372.173,20 160.666,10 142.691,73 514.864,93 675.531,03 583.495,32 243.875,41 169.390,03 72.655,70 752.885,35 316.531,11 1.069.416,46
VPL Max 2.761.420,76 -603.452,18 -859.235,53 1.820.819,06 1.070.399,84 4.540.264,20 -633.317,87 -998.701,86 540.279,22 3.439.854,61 -238.555,66 2.931.904,95
VPL MED 2.005.852,55 -756.464,25 -968.896,54 1.036.956,02 280.491,77 3.364.935,87 -911.521,63 -1.135.778,13 301.997,12 2.229.157,75 -609.524,51 1.619.633,23
VPL Min 1.167.804,13 -909.114,01 -1.086.430,49 199.527,89 -600.204,14 2.061.305,00 -1.189.066,66 -1.282.695,57 100.605,56 931.391,24 -946.393,12 241.007,49
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O relatório conseguiu finalizar com os objetivos propostos, estimando e
discutindo o custo de produção da região de Cruz Alta/RS para soja, milho, trigo e soja
2ª safra nos cultivos de sequeiro e irrigado com pivô central, em que as Receita
Líquidas Operacionais (RLO) obtidas com a produção da safra 2012/13 foram
suficientes para cobrir os custos e gerar margens positivas para o cultivo de soja, milho
e soja 2ª safra, tanto para produção em sequeiro quanto irrigado. Por outro lado o
trigo apresentou desempenho econômico negativo sobre o desembolso.
Na análise determinística, o retorno econômico foi positivo para o cenário
otimista do caso sequeiro e para os cenários médio e otimista no caso irrigado. No
outro caso, em que foram projetadas simulações (análise estocástica), os dois projetos
apresentaram viabilidade econômica, no entanto, para o cultivo irrigado não foi
observado chances de o investimento ficar em déficit, enquanto que no caso de
sequeiro essa probabilidade de não ter sucesso girou em torno de 16,9%.
Sobre a safra 2012/13, o clima prejudicou o andamento das culturas levantadas
na região. Na soja e no milho verão, as chuvas no final de ciclo causaram grande
pressão de doenças e, consequentemente, um impacto negativo na produtividade. Já
no trigo, foi registrada uma geada no período de floração e enchimento de grão, o que
gerou danos quantitativos e também na qualidade do grão.
Em termos de resultado econômico, a safra 2012/13 da região apresentou de
forma geral, desempenho satisfatório. A soja, o milho e a soja 2ª safra retornaram
Receita Líquida Operacional (RLO) positivas, garantindo o lucro da propriedade mesmo
que o trigo tenha deixado RLO negativa.
Para analise de projeto, foram realizadas analises de forma determinística e
com simulação por Monte Carlo para um período de dez anos. A primeira gerou três
cenários (pessimista, médio e otimista) em que foi possível diferenciar em que situação
o cultivo de sequeiro e irrigação, a custo e receita constante ao longo dos anos é
viável.
O método probabilístico por simulação vai alem da outra forma de avaliação,
com a possibilidade de criar cenários em que há chances de o projeto ser viável
economicamente ou descartado, frente a fontes mais seguras de investimento, como a
poupança.
No modelo determinístico, a região de Cruz Alta/RS se demonstrou viável nos
cenários otimista de sequeiro e irrigado e também no médio para o sistema com
83