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SAÚDE
NUTRIÇÃO CLÍNICA DE CÃES E GATOS
Copyright © Portal Educação
P842n Nutrição clínica de cães e gatos / Portal Educação. - Campo Grande: Portal
Educação, 2013.
116p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-8241-442-2
CDD 636.0852
SUMÁRIO
5.2 CETOANÁLOGOS.....................................................................................................................40
9 DIABETES MELLITUS..............................................................................................................78
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................85
3
1 ALTERAÇÕES DIGESTIVAS E DOENÇAS DO TRATO GASTROINTESTINAL
INTRODUÇÃO
5
1.1 ALTERAÇÕES DIGESTIVAS
1.2.1 Gastrite
A mucosa do estômago normalmente atua como uma barreira de defesa efetiva contra
a acidez, bactérias e mudanças na temperatura por meio de secreções, células e sangue. As
secreções gástricas funcionam como a primeira linha de defesa e incluem ácido, muco e
bicarbonato, além de substâncias antibacterianas. O epitélio gástrico serve como uma barreira e
é rapidamente restituído após a injúria e, a microvascularização é responsiva a secreções
hormonais e sinais inflamatórios. Este suprimento sanguíneo é fundamental na manutenção da
integridade da mucosa gástrica, bem como na eliminação de substâncias nocivas e na
renovação epitelial. Macrófagos, mastócitos, neutrófilos, plaquetas e células endoteliais
coordenam a resposta inflamatória gástrica quando ocorre a estimulação antigênica, levando a
liberação de mediadores inflamatórios e substâncias vasoativas. A esfoliação da superfície das
células epiteliais gástricas e a ruptura da barreira mucosa resultam na difusão do ácido
clorídrico, pepsina e lípase. Esta cascata estimula posteriormente a secreção de mais ácido
clorídrico e dano da mucosa, aumentando a permeabilidade da membrana e alterando o fluxo de
sangue microvascular. A contínua relação entre isquemia e inflamação resulta em erosão
gástrica, ulceração, hipóxia, hemorragia, edema e necrose (WEBB e TWEDT, 2003).
A B
C D
As doenças do intestino grosso, mais especialmente a colite (figura 2), têm sido
comumente vistas na prática da clínica de pequenos animais. Embora a colite tenha sido
frequentemente diagnosticada em cães, o número de gatos apresentando esta patologia vem
aumentando. Sua etiologia não está completamente elucidada, mas parece haver um consenso
de que se trata de uma resposta imunomediada e que parasitas, bactérias e fatores dietéticos
possam estar envolvidos. Em 10% dos cães que apresentam sintomas típicos de colite,
nenhuma lesão patológica é identificada. Estes animais normalmente possuem diarreia
associada com algum fator de estresse, sendo normalmente encontrada em cães de trabalho e
naqueles altamente nervosos e excitáveis (SIMPSON, 1999).
12
Case et al. (1998) explicam que, por sua vez, as fibras moderadamente fermentáveis
como a polpa de beterraba branca podem auxiliar no manejo nutricional porque selecionam
bactérias benéficas do cólon (Lactobacillus e Bifidobacterium), protegendo contra a colonização
das patogênicas (E. coli e C. perfringens). As bactérias benéficas ao fermentarem a fibra
produzem ácidos graxos de cadeia curta (acético, propiônico e butírico) e o ácido butírico é uma
importante fonte de energia para os colonócitos, o que pode levar ao aumento da massa
(hipertrofia), e do fluxo sanguíneo na mucosa do cólon, bem como no número de colonócitos
(hipertrofia), melhorando a absorção de água e sais minerais. Simpson (1999) afirma que, além
disso, o uso de fibras estimula a produção de muco, reduz a severidade da colite e melhora a
cicatrização após a injúria.
Além disso, pela atividade hepática e renal se produz carnitina, nutriente necessário
para a performance adequada dos músculos esqueléticos e do cardíaco, tecidos estes capazes
de gerar energia própria pela utilização metabólica de ácidos graxos (PAROLIN et al., 2002).
Para tanto, a primeira distinção a ser realizada é que tipo de doença hepática o animal
possui. A maioria das anormalidades do fígado não está associada à encefalopatia hepática (que
é o acúmulo de amônia no sangue) e esta ocorreria quando o órgão não é mais capaz de
sintetizar ureia. 15
O ciclo da ureia é composto por cinco enzimas (carbamoil fosfato sintetase-I, ornitina
transcarbamilase, argininosuccinato sintetase, argininosuccinato-liase e arginase), mas uma
série de outras proteínas como glutaminase hepática, N-acetilglutamato sintetase,
transportadoras mitocondriais de ornitina/citrulina e transportadoras mitocondriais de
aspartato/glutamato são necessárias para o adequado funcionamento do ciclo (MORRIS, 2002).
A amônia absorvida ao chegar ao fígado pela veia porta reage com o gás carbônico
(CO2) e forma o carbamoil fosfato, a partir da ação da enzima carbamoil fosfato sintetase. Os
geradores primários de íons amônio mitocondriais são a glutamato-desidrogenase e a
glutaminase. A carbamoil fosfato sintetase I requer N-acetilglutamato para sua atividade. O N-
acetilglutamato é sintetizado em quantidades maiores quando estão presentes quantidades mais
elevadas de aminoácidos, fornecendo assim um sinal para iniciar a síntese de ureia durante o
excesso de aminoácidos. O grupo carbamil é transferido do carbamoil fosfato para a ornitina,
formando a citrulina, numa reação catalisada pela ornitina-transcarbamilase nas mitocôndrias.
Após o transporte da citrulina ao citossol, a arginino-succinato sintetase catalisa a condensação
do aspartato com a citrulina para produzir o argininossuccinato. Esta síntese é regida pela
clivagem do ATP em ADP (adenosina difosfato) e pirofosfato inorgânico (PPi) e pela
subsequente hidrólise de PPi em dois Pi. A argininosuccinase rompe então o argininossuccinato
em fumarato e arginina. Esta última é rompida hidroliticamente pela arginase para formar ureia e
ornitina, completando o ciclo (SWENSON e REECE, 1996).
Contribui para esse transporte a diminuição dos níveis plasmáticos dos aminoácidos de
cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina), provocada tanto pela subnutrição proteica (como
pelo hiperinsulinismo, comum nos pacientes cirróticos, que promove maior captação dos
aminoácidos de cadeia ramificada - AACR) pelo músculo, reduzindo suas concentrações
plasmáticas.
Com isso, há menor competição dos AACR com o triptofano para entrada no cérebro,
aumentando a produção de serotonina cerebral. Ao contrário, níveis aumentados de
corticosteroides, por promoverem a proteólise, aumentam a concentração plasmática dos
aminoácidos aromáticos, cuja captação cerebral vai depender da gravidade da doença.
Na insuficiência hepática, a lipólise pode ocorrer em função dos níveis elevados dos
hormônios contrarreguladores (catecolaminas, cortisol e glucagon), dos quais a
hiperglucagonemia é consequência do estímulo direto da amônia nas células alfapancreáticas. A
dificuldade hepática na metabolização da amônia em ureia e a alteração dos seus níveis no
sangue e urina são indicadores mais precoces da insuficiência hepática. Esta hiperamoniemia é
considerada a causa principal de encefalopatia hepática em aproximadamente 90% dos casos.
As alterações dos aminoácidos sulfurados também são características da doença hepática
crônica. As causas são primárias as deficiências de enzimas como a cistationina sintetase, como
secundárias às deficiências das vitaminas hidrossolúveis B12, B6 e folato, havendo em ambas
acúmulo de homocisteína.
Assim, dentre as principais alterações metabólicas que ocorrem nas doenças hepáticas
podem ser citadas: a Desnutrição Proteico-Calórica (DPC) com depleção de glicogênio hepático
e muscular em razão da alteração em sua síntese, diminuindo a oxidação de glicose e 18
aumentando a mobilização de gordura caracterizada por depleção dos estoques de gordura e/ou
massa muscular, menor metabolização dos aminoácidos aromáticos e sulfurados, dificuldade
hepática na conversão da amônia em ureia e a alteração dos seus níveis no sangue e urina.
Desse modo, a oxidação de glicose está diminuída, o que aumenta a dependência à gordura
como substrato energético (MAIO et al., 2000).
Além disso, ela diminui a produção de ureia pelo aumento da excreção de nitrogênio
fecal e diminuição da síntese desta pelas bactérias da microbiota, já que a lactulose seleciona os
microrganismos benéficos (WEBER, 1997).
Outras fibras solúveis também podem ser utilizadas para a obtenção desse mesmo
efeito. Por sua vez, as fibras insolúveis regulam o trânsito intestinal, que estimula o reflexo de
defecação e eliminação de toxinas encefalogênicas produzidas no intestino grosso distal, além
de aumentar a excreção fecal de ácidos biliares, incluindo o ácido quenodeoxicólico e mudança
na relação de ácidos biliares como resultado da síntese aumentada de ácido tri-hidroxibiliares,
mas podem diminuir a absorção de ácido ursodeoxicólico, que é utilizado na terapia. Outros
efeitos adversos incluem a promoção da saciedade que interfere com a digestão e a absorção de
nutrientes. O efeito tardio está relacionado ao contato mucosa-nutriente, o espessamento da
camada mucosa, o que prejudica a absorção de carboidratos, redução na concentração de
amilases e proteases e quelação de micronutrientes importantes. A digestão e absorção de
açúcares, gorduras, aminoácidos e certas vitaminas (como a B12) podem ser reduzidas. Em
gatos, pode ocorrer a absorção prejudicada de taurina (CENTER, 1998).
Quanto aos minerais, cobre e zinco precisam ser monitorados. Entre os mecanismos
que levam à insuficiência de zinco estão a anorexia e o consumo de uma dieta restrita em
proteína, prejuízo da absorção intestinal associada à síntese de metalotioneína citocina induzida,
hipertensão portal, ligação e transporte de zinco alterado com perdas urinárias. Como o zinco
compete com o cobre pela absorção, a suplementação desse mineral na dieta pode ser utilizada
em casos de desordens de acúmulo de cobre hepático que ocorre em algumas raças, tal como o
Bedlington Terrier (CENTER, 1998).
Deve-se citar também a ocorrência da lipidose hepática idiopática felina, uma doença
causada pelo acúmulo excessivo de triglicerídeos nas células hepáticas, que pode culminar, em
último caso, com a incapacidade funcional do fígado. Tende a ocorrer em gatos obesos de idade
média, especialmente fêmeas, e se desenvolve após anorexia parcial ou total decorrente de
estresse. Vômitos e diarreias, acompanhadas de aumento nas concentrações de enzimas
hepáticas, bilirrubina, nitrogênio ureico do sangue e em alguns casos de amônio são sinais e
sintomas dessa patologia (CASE et al., 1998).
22
3) Fornecimento de nutrientes essenciais.
Restrição de sódio.
8) Tratamentos adjuvantes. 23
Tratamentos definitivos.
Drogas anti-inflamatórias.
Imunomoduladores.
Drogas antifibróticas.
Antimicrobianos.
Com relação aos minerais, estudos revelam redução de até 50% na absorção intestinal
de zinco em pacientes humanos. Além disso, houve uma elevação de duas a quatro vezes na
excreção urinária desse mineral (DUTTA et al., 1998).
Por sua vez, as vitaminas lipossolúveis têm sua absorção diminuída em razão da
severa e prolongada esteatorreia. A depleção de vitamina E, por exemplo, tem sido
quimicamente documentada pelos baixos níveis séricos desta, aumento da hemólise pelo
peróxido de hidrogênio, creatinúria e uma leve diminuição na sobrevivência das células
vermelhas. Nas hidrossolúveis, tem sido observada a redução da absorção de vitamina B12
(TAUBIN e SPIRO, 1973).
Assim, o principal objetivo no manejo nutricional das doenças pancreáticas é suprir as
necessidades nutricionais aumentadas pela maior demanda metabólica sem estimular a
secreção e exacerbar a autodigestão que caracteriza essa condição (ABOU-ASSI et al., 2001).
Até recentemente, acreditava-se que a nutrição enteral administrada oralmente ou por
tubos tinha um impacto negativo sobre o desenvolvimento da pancreatite em razão do estímulo
das secreções exócrinas e por esse motivo o manejo nutricional dessa doença foi esquecido
durante um longo período. Assim, a nutrição parenteral passou a ser adotada.
No entanto, a nutrição parenteral poderia resultar em uma rápida e severa atrofia de
tecido linfoide associado ao intestino, aumentando a translocação bacteriana. Além disso,
poderia causar um prejuízo na função de linfócitos B e T, alterando a quimiotaxia, prejudicando a
fagocitose e a imunidade contra fungos e bactérias.
Mas, embora a nutrição parenteral esteja associada a prejuízos na imunidade inata e
adquirida, predispondo os pacientes aos riscos de infecção, ela também induz a uma maior
resposta proinflamatória, levando a maiores concentrações de interleucina 6 e 8, fator de
necrose tumoral alfa e proteína C-reativa quando comparada a dieta enteral (MARIK e ZALOGA,
2004).
Assim, outros trabalhos têm sugerido que em virtude dos altos custos da nutrição
parenteral total, bem como a possibilidade desta causar septicemia, o uso de dietas enterais pela
utilização de tubos nasojejunais em humanos, seria mais seguro e ao mesmo tempo mais efetivo
na redução da resposta inflamatória sistêmica. No entanto, a patofisiologia dessas observações
merece ser totalmente explicada (ABOU-ASSI et al., 2001).
De forma geral, no manejo nutricional da pancreatite e da insuficiência pancreática 28
exócrina, deve-se utilizar alimentos de alta digestibilidade, proteínas de alto valor biológico, com
teores reduzidos de gordura e baixos teores de fibra.
O uso de substâncias probióticas no alimento enteral que em algumas pesquisas
demonstrou ser desfavorável, não apresentou prejuízos em um estudo realizado por Pezzili e
Fantini (2006).
4 CÁLCULOS DENTÁRIOS
Segundo Pinto (2007), a doença periodontal é uma das afecções mais encontradas na
prática clínica de pequenos animais, acometendo cerca de 80-85% dos cães e gatos.
Antigamente, muitas dessas doenças passavam despercebidas ou eram tratadas de forma
incorreta, e a extração surgia como medida de escolha para a resolução dos problemas
dentários. No entanto, com a evolução da medicina veterinária e especialmente da odontologia
em pequenos animais, não só o tratamento (a partir da remoção periódica da placa), como
também medidas preventivas surgiram e passaram a ser adotadas como rotina na prática clínica.
Anatomicamente, o dente é constituído de coroa e raiz. Cada dente possui uma coroa
relativamente curta e um bloco bem marcado. A região do dente entre a raiz e a coroa
denomina-se colo (PINTO, 2007).
As estruturas histológicas básicas do dente simples são: esmalte, dentina, polpa e
cemento, que estão dispostos num padrão definido.
Dentro de 4-10 dias, uma lesão inicial se desenvolve, com infiltração de linfócitos e
outras células mononucleares, alteração dos fibroblastos e perda contínua de tecido conjuntivo.
Em gatos, uma foi pesquisa realizada por Mallonne et al. (1988) para correlacionar
escores de gengivite com a prevalência de diversas espécies bacterianas, apontou que o mais
alto escore gengival esteve associado à presença de bactérias gram-negativas. Os
microrganismos mais comuns foram as do gênero Bacteroides e Peptostreptococcus anaerobius.
A Pasteurella multocida foi isolada da saliva de gatos, mas teve sua concentração diminuída com
o agravamento da doença periodontal.
Além da perda dos dentes, essas bactérias podem estar associadas a infecções,
podendo causar inclusive doenças cardíacas e pneumonias. Isto porque, a invasão das células
epiteliais e do tecido conectivo da boca pelos patógenos, com a inflamação e destruição de
tecidos faz com que as bactérias, bem como os produtos por ela sintetizados cheguem à
circulação. As bactérias, então, podem aderir-se às válvulas cardíacas ou aos pulmões
causando endocardites ou pneumonias (MEYER e FIVES-TAYLOR, 1998; DEBOWES, 1998). A
relação entre periodontite e doença cardíaca está demonstrada na figura 4.
31
Dentre as principais funções dos rins podemos citar a excreção dos produtos residuais
do metabolismo, a regulação do volume e da composição do líquido extracelular, a secreção de
hormônios (que participam na regulagem da função sistêmica e renal, da produção de células
vermelhas e do metabolismo de cálcio, fósforo e ossos) e a hidrólise de pequenos peptídeos
(que conserva aminoácidos, destoxifica peptídeos tóxicos e regula níveis plasmáticos efetivos de
hormônios peptídicos). Suas unidades estruturais são os néfrons e cada um deles constitui-se de
um glomérulo e de um sistema de ductos dentro dos quais se realiza a reabsorção e a excreção.
resíduos na urina. O fluxo sanguíneo renal é alto e aproximadamente a quarta parte do débito
cardíaco é filtrada a cada minuto. O sangue para os néfrons é fornecido pelos ramos das artérias
interlobulares. A arteríola aferente o conduz para o glomérulo e a eferente, para o exterior. O
sangue que deixa o glomérulo é redistribuído em outro leito capilar, conhecido como capilares
peritubulares que perfundem os túbulos do néfron Os vasos retos são os ramos capilares para a
medula a partir dos capilares peritubulares e são associados aos néfrons das alças longas. Após
a perfusão dos rins, o sangue retorna à veia cava caudal pelas veias renais, e os produtos
indesejados do catabolismo proteico, como a ureia, a creatinina, o ácido úrico e o amônio são
excretados via urina (SWENSON e REECE, 1996; CASE et al., 1998).
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Por fim, alterações metabólicas podem ocorrer já que a uremia está associada à
resistência periférica e à hiperglicemia branda do jejum. O aumento da concentração plasmática
de insulina pode provocar o aumento da síntese de lipoproteínas, diminuindo a eliminação de
triglicerídeos do sangue. O rim é o principal local de catabolismo do glucagon, e na uremia há o
aumento deste no plasma, o que contribui para o equilíbrio negativo do nitrogênio e o
catabolismo tecidual. As concentrações de T3 diminuem em razão do comprometimento da
conversão periférica de T4 em T3. A insuficiência na reabsorção de bicarbonato e a redução da
produção de amônia resultam em uma menor quantidade de ácido eliminada, causando acidose
metabólica (MACIEL, 2001).
Tendo em vista todas as alterações causadas pela insuficiência renal, o manejo dessa
patologia é fundamental para o sucesso da terapia. E os principais objetivos da dieta nessa
condição são maximizar a longevidade e a qualidade de vida por meio da ingestão de
quantidades adequadas de energia e nutrientes, limitando a manifestação de sintomas clínicos e
a progressão da doença (BROWN et al., 1998). Energia, proteína, lipídeos e minerais como o
fósforo e sódio devem ser corretamente manejados para atingir tais metas.
5.1 PROTEÍNA
al., 1998).
Assim, os felinos em manutenção, após adaptação, oxidam toda a proteína da dieta
tanto em níveis adequados (350g/Kg) quanto em níveis elevados (520g/Kg) de proteína bruta.
Sugere-se que a concentração do substrato, as mudanças da concentração de ornitina e a
enzima carbamoil fosfato sintase aliada ao aumento no tamanho do fígado (que aumentam a
concentração de enzimas do catabolismo de nitrogênio), são suficientes para promover uma
completa oxidação de quantidades relativamente altas de proteína dietética. Assim, há falta de
habilidade dos gatos em manter o balanço nitrogenado na mesma concentração dietética mínima
como os cães e estes possuem menor habilidade quando comparado aos ratos (NATIONAL
RESEARCH COUNCIL, 2006).
As exigências para cães e gatos vêm sendo alteradas ao longo dos anos. Para cães
filhotes, as necessidades de proteína bruta, como porcentagem da energia, sugeridas pelo NRC
em 1953, 1962, 1972 a 1974 e 1985 são, respectivamente, 200, 220, 220 e 95 a 115 g/kg na
dieta. Há um consenso geral na recomendação da exigência de proteína bruta ao longo das
décadas, exceto em 1985, em que houve a soma dos aminoácidos sugeridos, incluindo os
aminoácidos não essenciais (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2006). 37
A utilização dessa somatória fez com que a recomendação em 1985
(aproximadamente 11,4% da EM) fosse cerca da metade daquela sugerida pela edição anterior.
Como ela baseava-se em dietas purificadas, que dificultava a interpretação e aplicação desses
dados na formulação de rações comerciais, muitos fabricantes passaram a utilizar as
recomendações de 1974. Quando a Association of American Feed Control Officials (AAFCO)
surgiu, em 1992, ela recomendou cerca de 22% da energia metabolizável advinda da proteína
bruta em alimentos contendo cerca de 3500 kcal EM/Kg para cães (CASE et al., 1998).
Atualmente, os valores recomendados para cães saudáveis são 22 e 18% para
animais em crescimento e manutenção em dietas com 3500 kg de EM/kg, respectivamente. E
para gatos hígidos, as necessidades mínimas são 30 e 26% para crescimento e manutenção, em
dietas contendo 4000 Kcal/kg de energia metabolizável (AAFCO, 2007).
A relação entre a proteína dietética com a função renal é estudada há mais de 50 anos.
Em 1923, Addis e Drury foram os primeiros a observarem a associação entre níveis de proteína
dietética e taxas de excreção renal de ureia. Mais tarde, observou-se que em cães as altas
ingestões de proteína levariam a excreções elevadas de ureia e creatinina e que essas
elevações eram causadas pelo aumento da taxa de filtração glomerular.
Assim, nos animais que apresentam desordens renais, a restrição proteica não seria
indicada na perda de proteína, caracterizada pelo aumento da relação proteína/creatinina e na
hipoalbuminemia. Ela seria um passo importante quando há certo comprometimento da função 38
renal, porque limitaria os efeitos tóxicos da uremia e melhoraria o estado nutricional. Mas, essa
restrição não poderia ser tão severa a ponto de comprometer a palatabilidade da dieta ou induzir
um balanço negativo de nitrogênio, o que levaria a perda massiva de massa muscular e piora da
condição clínica do paciente (PUGLIESE et al., 2005).
A restrição deve ser feita com cuidado, já que as necessidades precisam ser cobertas
a fim de evitar perda de peso, hipoalbuminemia, agravamento da anemia, etc. A redução das
concentrações para valores próximos ao das necessidades mínimas, ou seja, a administração
moderada desse nutriente (15-18% para cães em casos moderados e cerca de 30% para gatos)
com a utilização de proteínas de alto valor biológico, com o controle concomitante da uremia é
indicado. Esta prática evita os riscos de uma restrição desnecessária, especialmente em felinos
que possuem particularidades no metabolismo proteico (BROWN et al., 1998; CASE et al.,
1998).
Dentre as fontes de proteína com alto valor biológico utilizadas em dietas comerciais
específicas e que podem ser utilizadas na preparação de dietas caseiras estão ovo, caseína e
carne (cuidado com o teor de fósforo).
5.2 CETOANÁLOGOS
5.3 ENERGIA
A dieta administrada para animais com enfermidade renal deve possuir calorias
advindas de fonte não proteica. O suprimento das necessidades energéticas é particularmente
importante, pois o atendimento desta é prioritário para o organismo animal e, se não houver
carboidratos ou lipídeos suficientes haverá catabolismo de proteínas musculares para a
utilização da porção de carbono dos aminoácidos como fonte energética. Isto seria
particularmente indesejável, já que pioraria o quadro de azotemia/uremia (CASE et al., 1998).
Evitar essa situação é um ponto chave no fornecimento de uma boa qualidade de vida
para o nefropata. O controle de alguns parâmetros para melhorar o consumo de alimentos por
parte do paciente (que normalmente está em anorexia) inclui a correção terapêutica e nutricional
das anormalidades metabólicas, tais como hipocalemia, acidose, severa anemia (hematócrito
menor que 20%) e hiperparatireoidismo (quando ocorrer). Além disso, aumentar a palatabilidade
da dieta torna-se fundamental. O fornecimento de alimentos com a utilização de lipídeos que
aumenta a densidade energética, permitindo um consumo menor em volume para o atendimento
das necessidades também pode ser adotada. Em casos em que a anorexia persistir a nutrição
enteral ou parenteral é indicada (BROWN et al., 1998; CASE et al., 1998).
40
5.4 LIPÍDEOS
Há alguns anos vem sendo relatado que a composição dietética dos ácidos graxos
poli-insaturados (AGPI) pode afetar o curso das doenças renais em cães. Quando comparados a
animais nefrectomizados recebendo uma dieta controle baixa (dieta pobre) em AGPI, cães
suplementados com ômega-6 mostraram uma progressiva deterioração da função renal com
proteinúria, hipercolesterolemia, evidências morfológicas de injúria glomerular e tubulointersticial
e aumento da prevalência de estágios finais da insuficiência renal. Isto porque, os eicosanoides
vasoativos regulam a hemodinâmica renal com hiperfiltração da função glomerular e
subsequente produção de tromboxano, que está associado a dano glomerular e proteinúria.
Além disso, alguns possuem funções no crescimento de células glomerulares mesangiais e
outros são pró-inflamatórios. Dessa forma, a alteração na proporção dos ácidos graxos poderia
interferir com o metabolismo de eicosanoides e afetar a taxa de injúria renal (BROWN et al.,
2000).
5.5 FÓSFORO
Em um estudo realizado por Finco et al. (1992), em cães com insuficiência renal
crônica estabelecida, a concentração de 0,4% de fósforo aumentou a sobrevida dos animais, em
comparação com dietas contendo alto teor de fósforo (1,4%).
A restrição deve ser proporcional ao grau de insuficiência renal, mas geralmente uma
dieta contendo quantidades inferiores a 0,5% de fósforo na matéria seca (0,6% para gatos) deve
ser utilizada inicialmente. No entanto, a restrição não deve ser muito severa, já que o animal
precisa manter a normofosfatemia em animais cuja creatinina sérica excede 4,0 mg/dL.
42
5.6 SÓDIO E POTÁSSIO
Os alimentos comerciais para cães e gatos normalmente contêm entre 0,5 e 1,5% de
sódio na matéria seca. As dietas especiais para animais nefropatas devem apresentar
concentrações menores. No entanto, a restrição do conteúdo desse mineral na dieta, se aplicado
de forma isolada, não é suficiente para controlar a hipertensão e administração de fármacos
(como os inibidores da enzima conversora de angiotensinogênio) é necessária.
Animais nefropatas podem chegar a pressão arterial sistólica maior que 200 mmHg e
diastólica superior a 110 mmHg, o que torna o seu controle fundamental. A restrição de sódio,
quando indicada, deve ser moderada, cerca de 7-18 mg/kg/dia. Como os mecanismos de
homeostase em nefropatas não são tão eficientes, as mudanças na ingestão devem ser
realizadas gradualmente em um período entre sete e 14 dias (BROWN et al., 1998).
Embora incomum em cães, uma restrição severa ou rápida pode produzir depleção no
volume extracelular, desidratação e hipotensão sistêmica.
5.7 VITAMINAS
O estresse oxidativo é responsável por uma série de danos aos rins que abrangem 46
A ação renoprotetora dos flavonoides tem sido associada também a maior produção de
óxido nítrico (um vasodilatador) pela maior ação da enzima óxido nítrico sintase. O estresse
oxidativo consome óxido nítrico por sua reação com o ânion superóxido para formar o
peroxinitrito, uma molécula com poder oxidante. A produção endotelial do óxido nítrico é
dependente da dimerização da enzima com o cofator tetrahidrobiopterina. Os radicais livres
causam a oxidação do cofator, diminuindo a produção do vasodilatador e favorecendo a síntese
de ânion superóxido, já que a enzima óxido nítrico sintase desacoplada do cofator gera
superóxido. Pela ação antioxidante, os flavonoides evitariam a produção de radicais livres e
favoreceriam a de óxido nítrico.
Os principais mecanismos de ação dos flavonoides como protetores da função renal
estão demonstrados nas figuras 3 e 4.
47
FIGURA 7: Hipótese para explicar o dano glomerular e tubulointersticial pelo estresse oxidativo e
os efeitos protetores dos polifenóis. * locais para efeito potencial dos polifenóis.
FIGURA 8: Interação entre as espécies reativas de oxigênio e o óxido nítrico e os locais para
potenciais efeitos dos polifenóis (*). EROs, espécies reativas de oxigênio; BH4,
tetrahidrobiopterina; NO, óxido nítrico; eNOS, óxido nítrico sintase endotelial.
49
Durante muitos anos, assumiu-se que a dieta malformulada seria a causa primária do
desenvolvimento dos sintomas. Atualmente, sabe-se que esses fatores podem estar envolvidos,
mas correspondem de um quarto a um terço dos casos. Mais da metade são idiopáticos, em que
fatores neuroendócrinos em gatos propensos ao estresse, estão envolvidos na etiopatogenia
(HAGIWARA, 2007).
Antes de 1986, menos de 2% das urolitíases eram causadas pelo oxalato de cálcio. No
entanto, em 1999, esse índice aumentou para 50%, sendo as raças mais acometidas o Sagrado
da Birmânia, Persa e Himalaio (ELLIOTT, 2003).
Carciofi et al. (2005) realizaram um estudo para verificar a influência do teor de água e
da digestibilidade do alimento sobre o balanço hídrico em felinos. Os resultados apontaram que
a urina de menor densidade (maior consumo e maior excreção de água total) foi obtida quando
os animais receberam alimentos enlatados.
Em relação à digestibilidade, observou-se que quanto menor a ingestão de matéria 52
seca e maior a digestibilidade do alimento, menor a excreção fecal de água, na relação excreção
de urina : excreção de água fecal, de 0,7:1 e 1,6:1 para rações de baixa e alta digestibilidade,
respectivamente. Assim, alimentos de maior digestibilidade promovem menor perda fecal de
água, mas somente a ração enlatada (alta relação água : matéria seca) proporciona maior
ingestão total de água e volume urinário.
A atuação desse sistema é conjunta e qualquer falha traz graves consequências para o
organismo animal. Em cães e gatos, as doenças cardíacas são relativamente comuns e podem
ocorrer por diversas causas: congênitas, parasitárias (como a dirofilariose), tóxicas, entre outras.
56
8 MANEJO NUTRICIONAL DAS DERMATOPATIAS
58
8.1 PROTEÍNAS
Embora tenha sido hipotetizado que as fontes de proteína poderiam alterar o perfil de
ácidos graxos da pele, Campbell et al. (1995) avaliaram o efeito de duas fontes de proteína, o
farelo de soja e a farinha de carne, sobre a concentração de ácidos graxos no soro e na pele,
mas não encontraram efeitos significativos.
Por outro lado, as proteínas são as principais responsáveis pelos casos de
hipersensibilidade alimentar. Abaixo, descreveremos os principais aspectos relacionados a essa
dermatopatia.
59
Titius Lucretius, filósofo romano (96 a.c), também descreve a relação entre alimentos e
doenças em sua frase muito conhecida “O que é alimento para um homem pode ser potente
veneno para outro”. Um dos primeiros casos de reação anafilática em seres humanos foi
relatado, em 1905, por Filkenstein, com a morte de uma criança após a ingestão de leite de
vaca. Em 1920, Baker publica o primeiro trabalho com cães e descreve a apresentação de
urticária, prurido e êmese, após a ingestão de ensopado de ostra com leite e de presunto nesses
animais. Em 1934, foram apresentados os resultados dos primeiros testes intradérmicos e, no
mesmo ano, instituíram-se os testes alimentares como alternativas para diagnosticar as
hipersensibilidades em cães.
O papel desses testes foi confirmado por Watson, em 1967, que publicou um relato de
100 manifestações alérgicas, em 82 cães e 18 gatos, concluindo que a melhor forma de
diagnóstico seria mesmo os testes alimentares e que poderia haver remissão dos sintomas até
12 horas após a troca de alimentação. Os alimentos mais implicados foram: leite de vaca (27%),
alimentos enlatados para cães (21%), carne bovina (15%), sendo 10% na forma crua e 5% na
forma cozida, alimentos à base de trigo (13%) e ovelha (7%). No mesmo ano, foi identificado o
papel da IgE nesses processos e, em 1984, foi realizada a primeira classificação conceitual das
reações adversas aos alimentos pela Academia Americana de Alergia e Imunologia. Em 1995, a
Academia Europeia de Alergia e Imunologia Clínica propõe uma nova classificação, baseada nos
mecanismos patogênicos. Em 2001, ela foi revisada pela academia e, em 2004, foi atualizada
(FERNANDES, 2005).
Por sua vez, a alergia seria a hipersensibilidade iniciada por mecanismos imunológicos
específicos e que pode ser mediada por anticorpos ou por células. A pseudoalergia é bem
parecida com a alergia, mas não apresenta reação antígeno-anticorpo. É o que acontece com os
aditivos alimentares, tais como, conservantes, palatabilizantes, corantes, que são capazes de
liberarem mediadores inflamatórios diretamente dos mastócitos.
Normalmente, a maior parte das reações aos alimentos é entendida pelos proprietários
como alergia alimentar antes mesmo que possam ser diagnosticadas.
Ao contrário das outras doenças alérgicas que demoram até anos para acontecerem, a
hipersensibilidade alimentar pode desenvolver-se em animais em menos de um ano. Seu caráter
não sazonal faz com que ela possa se desenvolver em qualquer época e não é típico que se
associe a uma mudança recente de dieta. Não é observada predileção significativa por nenhum
sexo ou idade, mas algumas raças puras como Pastor Alemão, Golden Retrievier, West Highland
White Terrier, Dálmata, Collie, Shar Pei, Lhasa Apso, Cocker Spaniel Inglês, Springer Spaniel,
Schnauzer miniatura e Retriever do Labrador são mais acometidas, embora não haja
confirmação científica para esse fato (CASE et al., 1998; VERLIDEN et al., 2006).
sintomas regrediram após a troca da dieta, mas não voltaram a aparecer quando foi oferecida a
esses animais a dieta inicial novamente. Os ingredientes responsáveis por essas alterações
foram os da formulação básica e cerca de 50% dos gatos apresentavam hipersensibilidade a
mais de um ingrediente.
Quanto aos antígenos de origem vegetal, estes podem ser classificados dentro de
famílias e superfamílias, de acordo com as suas propriedades estruturais e funcionais. A maioria
dos grupos de plantas que contêm alérgenos está classificada nas superfamílias cupina (figura
1) e prolamina (figura 2) e na família de proteínas pertencentes ao sistema de defesa das
plantas. A superfamília cupina inclui alérgenos estocados nas sementes, do tipo vicilina e
legumina, presentes em soja e amendoins. A superfamília prolamina inclui vários tipos de
alérgenos de legumes, cereais, frutas e vegetais, tais como as proteínas 2S albumina, estocadas
nas sementes, lipídeos de transferência não específicos, alfa-amilase cereal e inibidores de
protease (BREITENEDER e RADAUNER, 2004).
64
FIGURA 10 – Estrutura de Proteínas da superfamília Cupina.
CLASSIFICAÇÃO EXEMPLOS
65
Superfamília cupina
Superfamília prolamina
Inibidores de protease
Sistema de defesa
Prs
Proteases
Inibidores de protease
Proteínas estruturais
Proteínas de estocagem
Enzimas
A maioria das alergias acontece por reações de hipersensibilidade do tipo I, tipo causa-
efeito. Esse tipo envolve a participação do anticorpo IgE. A combinação de um antígeno com a
IgE ligada a mastócitos teciduais ou a basófilos circulantes leva à liberação de histamina,
serotonina, cinina, entre outros mediadores. A hipersensibilidade do tipo II ou reação alimentar
intermediária é, provavelmente, o resultado de uma fase tardia da desgranulação de IgE
mediadas. Os antígenos absorvidos no intestino se encontram com anticorpos específicos na
circulação, formando os imunocomplexos, que fixam o complemento. Os depósitos de
imunoglobina e antígenos alimentares, como imunocomplexos dentro da lâmina própria do trato
gastrointestinal, podem levar a uma resposta de hipersensibilidade local e sinais
gastrointestinais. Estes imunocomplexos podem se depositar em outros tecidos, especialmente
pele, e originar uma resposta anti-inflamatória no local. Esse tipo de hipersensibilidade é
responsável por respostas intestinais agudas, que ocorrem várias horas após o animal ter se
alimentado. As hipersensibilidades dos tipos III e IV têm sua fisiopatologia pouco conhecida. Tem
sido postulado que, na espécie humana, o complexo antígeno-anticorpo (tipo III) e a imunidade
celular (tipo IV) podem ter papel em várias doenças inflamatórias intestinais relacionadas aos
alimentos, por exemplo, doença celíaca, algumas formas de colite e enterite, com sangramentos
e distúrbios de má absorção (FERNANDES, 2005).
Nos cães, as áreas corporais que são afetadas com mais frequência são os membros
posteriores, as axilas e as virilhas. Nos gatos, ocorre especialmente ao redor da cabeça,
pescoço e orelha. Em ambas as espécies, os casos graves apresentam prurido generalizado em
todo o corpo.
Basso et. al (2003) realizaram um estudo para verificar se a alergia alimentar poderia
modular a atividade neural e comportamental em camundongos. Eles examinaram mais
especificamente a expressão de c-fos em áreas cerebrais que estão envolvidas com aspectos de
adaptação afetiva e respostas comportamentais e demonstraram que a aversão ao alimento está
associada ao aumento da ansiedade e da atividade de c-fos em áreas cerebrais relacionadas à
emoção, tais como o núcleo paraventricular do hipotálamo e a amídala do núcleo central. A 68
8.1.2 Tratamento
As proteínas hidrolisadas são uma nova tendência e são produzidas pela proteólise
enzimática de proteínas nativas, que resultam em um arranjo de peptídeos pequenos demais
para gerarem uma reação por parte do sistema imunológico. Tanto as proteínas animais quanto
as vegetais podem sofrer hidrólise e constituir boas fontes proteicas hipoalergênicas.
69
Em virtude da alta taxa de renovação celular, a pele e o pelo são os primeiros tecidos a
apresentarem os sintomas de deficiência. No entanto, essas mudanças são não específicas o
que dificulta o seu diagnóstico (DAVENPORT e REINHART, 2000).
Os ácidos graxos da série ômega-3 afetam a saúde da pele por meio de seu poder
anti-inflamatório. Isto porque, os ômega-3 (alfalinolênico, eicosapentaenoico, docosahexaenoico)
geram eicosanoides das séries 3 e 5, que possuem menor poder inflamatório, não exercendo
efeito dilatador e não facilitando a agregação de plaquetas, diferentemente dos ácidos da série
ômega-6 (linoleico, araquidônico) que levam a formação de prostaglandinas, leucotrienos e
tromboxanos das séries 2 e 4, potentes mediadores inflamatórios (CASE et al., 1998).
Os ácidos graxos encontrados em óleos de peixes tem tido sua importância ressaltada
na nutrição de cães e gatos, porque possuem benefícios potenciais em vários distúrbios
inflamatórios, incluindo atopia, psoríase e seborreia idiopática. Estas doenças, como o eczema e
a atopia, por exemplo, podem estar associadas à deficiência de absorção e no metabolismo de
ácidos graxos (LEITE et al., 2007).
Também tem sido proposto que para o tratamento de animais atópicos seria
interessante a manipulação do metabolismo dos ácidos graxos, juntamente com a
suplementação de ômega-3. O ácido gamalinolênico é produzido a partir do linoleico que se
converte em di-homogamalinolênico. Este pode gerar prostaglandinas monoenoicas (menos
inflamatórias) ou ser convertido em ácido araquidônico que também é utilizado na síntese de
prostaglandinas, só que essas são mais inflamatórias (dienoicas). O que limita esse passo é a 70
atividade da enzima delta-6 desaturase. Assim, o fornecimento de ácido gamalinolênico
eliminaria essa etapa e favoreceria a síntese das prostaglandinas monoenoicas (CASE et al.,
1998).
Taugbol et al. (1998) avaliaram a concentração de ácidos graxos poli-insaturados na
gordura subcutânea e no plasma de dois grupos de cães: um com boas condições de pele e
pelagem e outro com prurido e sinais típicos de atopia. Verificou-se que nos animais com prurido
a concentração de ácido adrenico foi mais baixa, enquanto a de di-homogamalinolenico foi maior
quando comparado a cães que não apresentavam problemas de pele. Isso aconteceria porque
em animais atópicos parece haver uma deficiência no metabolismo de eicosanoides, pela menor
atividade da enzima delta-5 desaturase.
Por sua vez, Rees et al. (2001) estudaram o efeito da suplementação de óleo de
linhaça ou de girassol na saúde da pele e do pelo e nas concentrações séricas de ácidos graxos
e verificaram que um mês de suplementação com semente de linhaça pode levar a uma melhora
temporária na saúde da pele e do pelo dos animais.
Em cães, a necessidade de ácidos graxos essenciais é expressa com base no
conteúdo de ácido linoleico, uma vez que a sua necessidade fisiológica pode ser satisfeita se
houver a concentração adequada de ácido linoleico na dieta. Segundo a AAFCO se recomenda
cerca de 1% deste na matéria seca de dieta contendo 3500 kcal/kg.
Para gatos, há escassa atividade da enzima delta 6 desaturase. Evidências
bioquímicas disso foram publicadas em 1975, quando em preparações de fígados de gatos foi
observada a falta de delta 6 desaturase, necessária para a síntese de ácido araquidônico
advindo de linoleico e do eicosapentaenoico a partir do alfalinolênico (NATIONAL RESEARCH
COUNCIL, 2006). A AAFCO (2007) recomenda aproximadamente 0,5% de ácido linoleico e de
0,02% de araquidônico em dietas que contenham 4000 kcal/kg de energia metabolizável.
Abaixo, estão demonstradas as rotas metabólicas dos ácidos graxos da série ômega-6
e ômega-3.
71
FIGURA 12 – Metabolismo dos Ácidos Graxos Polinsaturados das Séries Ômega-6 e Ômega-3.
FONTE: Adaptado de Taugbol et al (1998).
8.3 MINERAIS
O zinco é um metal de transição com peso atômico de 65,4 e uma valência +2,
encontrado no organismo principalmente como um constituinte intracelular, mas presente na
maioria dos tecidos em concentrações relativamente baixas. É um mineral que possui muitas
funções essenciais, agindo como um cofator ou catalisador de cerca de 200 enzimas envolvidas
na replicação celular, no metabolismo dos carboidratos e proteínas, na estabilização do DNA e
do RNA, exercendo papel importante na pele, inclusive no reparo de ferimentos (NATIONAL
RESEARCH COUNCIL, 2006).
Em sua deficiência, os primeiros sinais clínicos que costumam manifestar-se são as
alterações da pele e da capa pilosa. Os sinais clínicos são caracterizados por áreas focais de
eritema, alopecia, crostas, com desenvolvimento simétrico ao redor das extremidades, junções
mucocutâneas e pontos de pressão nos membros. Na boca, olhos, orelhas, ao redor da vulva,
escroto e prepúcio podem ser encontradas áreas de supuração nas crostas. A pelagem torna-se
sem brilho e áspera, e infecções secundárias, como Malassezia pachydermatis podem ocorrer
(CASE et al., 1998; WATSON, 1998).
no escore de saúde de pelo, além de menor perda de água transepidermal em animais que
receberam suplementação de cerca de 23,9 mg de zinco associado ou não ao ácido linoleico.
Algumas raças de cães parecem ser afetadas por um distúrbio na absorção do zinco e
a gravidade desse transtorno é variável entre elas. O caso mais grave se refere à acrodermatite
letal do Bull Terrier. Essa é uma enfermidade genética recessiva que induz a uma baixa
absorção de zinco independentemente da concentração desse mineral na dieta, levando ao
retardo do crescimento, lesões cutâneas graves e prejuízo da imunidade mediada por célula. Um
distúrbio menos grave ocorre no Malamute do Alaska, Husky Siberiano e, às vezes, no Pincher.
73
8.4 VITAMINAS
A administração de vitamina A e dos retinóis pode ter efeitos sobre essas condições. A
seborreia idiopática do Cocker Spaniel e as dermatopatias de outras raças, como o Labrador e o
Schnauzer respondem a suplementação de vitamina A e seus derivados (DAVENPORT e
REINHART, 2000). Deve ser ressaltada a particularidade dos gatos, que não converte
betacaroteno em vitamina A, devendo receber fontes de vitamina A pré-formada na dieta.
9 DIABETES MELLITUS
Quanto aos carboidratos, o índice glicêmico (IG) é uma medida importante. Este índice
foi inicialmente proposto por Jenkins (1981) e é definido como a área sob uma curva de resposta
à glicose, após o consumo de 50 gramas de carboidrato glicêmico (não incluídas as fibras) de
um alimento teste, expressa como percentual de resposta para a mesma quantidade de
carboidrato de um alimento padrão (glicose pura), ambos ingeridos pelo mesmo indivíduo.
Quanto maior a área abaixo da curva, maior o IG do alimento (SILVA e MELLO, 2006 citados por
SAAD e AQUINO, 2008).
É importante também que haja a restrição de gorduras (menos de 20% das calorias)
proporcionando uma menor densidade energética que facilite o controle de peso. Além disso,
intervalos de refeição devem ser estabelecidos e seguidos a fim de possibilitar a máxima
atividade da insulina exógena (CASE et al., 1998).
11 OBESIDADE
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