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São Luís
2017
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São Luís
2017
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Aprovada: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
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(Orientadora)
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Examinador
_________________________________________________
Examinadora
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao criador, pela vida e oportunidades dadas nesta existência. À minha família,
minha mãe, madrinha, padrinho, tias e tio, por todos esses anos de amor e incentivo, aos meus
irmãos Bruno, Beatriz e Nayara pelas companhias e ouvidos. Aos meus amigos, família
Coutinho, especialmente, Danielle, pelos anos de graduação, ainda que em universidades
diferentes e ajuda na revisão deste trabalho e vó Dica (in memoriam) pela companhia e
almoço antes das aulas. À Bárbara, Letícia e Lucas que me ajudaram com informações,
revisões e esclarecimentos pertinentes à elaboração deste trabalho. À Mário, por todo o
cuidado, paciência e auxílio neste momento. À minha orientadora, professora Rita, que
aceitou está comigo nessa empreitada. Aos professores do curso de filosofia pelos anos de
estudos e trabalhos magníficos e funcionários da coordenação por todos os esclarecimentos e
ajudas prestadas. E a todos que direita ou indiretamente tornaram essa realização possível.
7
RESUMO
ABSTRACT
This work intended to highlight the situation of the woman who seeks to emancipate herself,
in an attempt to obtain the same rights and respect as men. The concept of feminine
emancipation postulated in the book The Second Sex, considered a treatise of the feminist
movement, by the existentialist philosopher Simone de Beauvoir, takes into account the
concept of self-consciousness and the occupation of the previously masculine spaces in
society, in this process, asserting herself as subject. An analysis of the life of the woman was
made, observing the situations that put her in a relation to the man and his alterations. And
also an exposition of data that show the variations occurred in the life of the Brazilian woman
in the educational, labor, political and violence segments at the beginning of the century. All
of that, in the hope of clarifying the changes that have taken place, since the woman has
imposed herself as subject and the need for those changes to keep occurring, however much
has been achieved, for the facts show that discrimination by gender is still huge.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8
2. SIMONE DE BEAUVOIR E O CONCEITO DE EMANCIPAÇÃO FEMININA ..... 12
1. INTRODUÇÃO
1
Onde é dito que não se nasce mulher, mas torna-se ao longo da existência.
2
Segundo Nye, lutas por alguns direitos das mulheres foram feitas no século XIX pelo socialismo e capitalismo,
porém não conseguiram responder questões cruciais para a emancipação feminina.
11
O homem se toma o que ele escolhe ser, e o que ele escolhe não decorre
automaticamente da hereditariedade, do meio, de traços da personalidade
preestabelecidos nem da estrutura social. O que ele vem a ser depende de suas
decisões livremente tomadas no sentido de agir e pensar de certa maneira. Essas
decisões constituem sua substância, uma substância jamais absolutamente fixa mas
sempre transformável numa nova decisão.
Beauvoir (1980) anuncia, deste modo, que a mulher se constitui em sua relação
com as situações3, com o outro, mas principalmente com aquilo que ela projeta ser, projeta no
sentido que vai se fazendo.
Deste modo a posição da mulher é ambígua, pois ainda que ela seja objeto ela
também é sujeito, e sabe disso. Enquanto se coloca de forma passiva, fazendo parte da
humanidade também vai ser ativa. Deste modo é obvio que além das amarras situacionais, a
mulher deve se desprender das amarras que a cultura lhe impôs se utilizando principalmente
do artifício da má-fé que Sartre tanto denunciou4.
Beauvoir (1980), e a própria realidade da mulher no mundo, nos mostram que ao
longo da história a ela tem sido posta como inferior, a que deve ser guiada pelo ser superior,
ou seja, o homem, pois a mesma tem sido definida com características consideradas
secundárias, especialmente como passiva. Veremos que estas características secundárias que
a mulher ocupa são apenas resultados das situações e deste modo, tendo a mulher também
uma subjetividade e expressando por meios de ações, as situações têm se alterado e as
perspectivas acerca dela também.
Desde o século passado com a obra O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir, além
da segunda guerra mundial, esse contexto tem mudado. A mulher passou a discutir mais sua
situação e a ir de encontro com o discurso que a mantinha como inferior. A necessidade de
3
As situações aqui expressas são os aglomerados de condições tanto materiais como psicológicas, num
determinado período da história e grupo que definem uma “personalidade”, um “destino”, conceito apresentado
por Sartre na obra O Existencialismo é um humanismo, p. 31.
4
Má-fé, neste caso, é definida como mentir para si, como forma de aliviar ou mascarar algo que geralmente
desagrada ou camuflar um erro que o faz sentir bem, conceito apresentado por Sartre na obra O Ser e o Nada, p.
92 - 115
12
sua mão de obra nas fábricas, ou seja, uma inserção mais efetiva no mercado de trabalho
trouxe, também, esse novo olhar. A mulher começou a questionar, e descobrir-se como ser
que tem possibilidades foi essencial. Ela começou a questionar sobre o porquê de ser
submissa e viver na dependência dos homens, sejam pais, maridos, chefes de estado, sobre o
porquê de não ter direitos perante a lei, de não ter espaço no mercado de trabalho e mais, de
não ter posse de si mesma, de não ter a voz ouvida, não ter algo, algo que a possibilitasse ser o
sujeito na sua história.
No seu estudo sobre a condição da mulher Beauvoir (1980) apontou essa
construção existencialista do sexo feminino, que até então, ao longo dos séculos tinha se
mantido passivo e assim não possuindo nenhuma história, nenhuma construção que o tornava
essencial. A mulher era apresentada sempre como o Outro, a passiva, a contingente, vista
como cheia de defeitos, mas vale lembrar que “nenhum de seus traços manifesta uma essência
ou uma vontade original: refletem uma situação” (BEAUVOIR, 1980, p. 381). Tudo que até
então tinha sido dito sobre a mulher eram definições acertadas pelas situações as quais ela foi
acorrentada.
Este trabalho buscou apontar como se dá a construção da mulher como inferior,
sem possibilidades de escolhas e logo, sem liberdade, e o que de fato caracteriza sua
emancipação no seio da sociedade na qual cresceu a margem, sempre como o Outro, como
aquele que é objeto para o homem, logo definido por ele. Primeiramente buscou-se evidenciar
a partir da obra O Segundo Sexo as ideias de Simone de Beauvoir para o caminhar rumo a
emancipação das mulheres. Depois quais são e como são fases da construção da condição
feminina como inferiores aos homens e sem liberdade ao longo de sua vida. Por fim, apontar
o que tem ocorrido no Brasil atual quanto à situação das mulheres em alguns parâmetros de
abordagem social.
O trabalho encontra-se dividido em três partes:
No primeiro capítulo apresenta-se a definição da filósofa Simone de Beauvoir
acerca da emancipação feminina, mostrando em suas ideias que o caminho seria árduo e
longo, como já temos visto desde que o movimento feminista surgiu.
No segundo capítulo estudou-se as fases da vida da mulher, ou seja, da infância a
velhice e como foi abordado seu papel na sociedade por aqueles que estavam a sua volta,
apresentando como se deu a construção de sua condição dentro das situações as quais era
exposta, tendo como resultado a posição de um ser sem possibilidades de escolhas, sempre
sendo escolhido, guiado pela figura do homem.
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é o único caminho aberto aos que não têm possibilidade de construir o que quer que
seja; cumpre-lhes recusar o limite de sua situação e procurar abrir para si os
caminhos do futuro; a resignação não passa de uma demissão e de uma fuga; não há,
para a mulher, outra saída senão a de trabalhar pela sua libertação. (BEAUVOIR,
1980, p. 393)
São superiores porque até aqui somente eles agiram no mundo. Agora, a mulher
também agirá e agirá porque escolhe assim e não porque o outro impõe, colocando-se como
igual.
Depois de tomar essa consciência de si, a mulher passa a ação e assim, Beauvoir
(1980, p. 449) afirma que ela tenta pela via econômica se libertar: “foi pelo trabalho que a
mulher cobriu em grande parte a distância que a separava do homem; só o trabalho pode
assegurar-lhe uma liberdade concreta”. Porém, defende que apesar da mulher, enfim, alcançar
um lugar no mercado de trabalho, que foi primordial, isso não é o suficiente para torná-la
livre.
Beauvoir (1980, p. 494) previu que as mudanças na situação econômica, ou seja,
na entrada no mercado de trabalho jamais seriam suficientes para a libertação feminina.
Por certo não se deve crer que basta modificar-lhe a situação econômica para que a
mulher se transforme: esse fator foi e permanece primordial de sua evolução; mas
enquanto não tiver acarretado as consequências morais, sociais, culturais etc. que
anuncia e exige, a nova mulher não poderá surgir.
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É preciso entender que a situação do trabalho está ligada a outro fator, a saber, o
desejo, a experiência sexual, e esse, faz parte da natureza humana e nisso se apresenta uma
querela fundamental da libertação da mulher, pois como afirma Nye (1995, p. 110),
E mais,
Uma mulher que desprende suas energias, que tem responsabilidade, que conhece a
dureza da luta contra as resistências do mundo, tem necessidade – como o homem –
não somente de satisfazer seus desejos físicos como ainda de conhecer o
17
5
Explicando de forma geral e simplista, Simone de Beauvoir na defesa da emancipação feminina e sendo uma
mulher atípica em relação a passividade, viveu como companheira de Sartre por vida toda, eram companheiros,
nunca se casaram, nunca tiveram filhos e possuíam um relacionamento aberto onde ambos tinham outros
amantes.
18
que integre todas, pois, “essa libertação só pode ser coletiva” (BEAUVOIR, 1980, p. 393).
Além da liberdade de escolha daquelas que quisessem satisfação profissional e casamento e
filhos.
Posto isso, é diante de uma consciência de si, na afirmação de sua subjetividade,
primeiramente e depois se lançando para o mundo como ação nos espaços ditos antes
masculinos que a mulher poderá se emancipar. Pois “não é certo que seus “mundos de ideias”
sejam diferentes do mundo dos homens, posto que será assimilando-os que se libertará”
(BEAUVOIR, 1980, p. 483).
Não há na emancipação feminina um rompimento com os homens, isto é
impossível, mas uma afirmação de si como ser humano, logo, mesmo nas diferenças,
igualdade de direitos devem ser buscadas: “libertar a mulher é recusar encerrá-la nas relações
que mantém com o homem, mas não as negar; ainda que ela se ponha para si, não deixará de
existir também para ele” (BEAUVOIR, 1980, p. 500).
Beauvoir, como uma mulher, que teve todas as possibilidades diante de si para se
afirmar, defendeu até o fim, que toda mulher tem o direito a tais possibilidades também, ainda
que não quisesse, jamais deveria lhe ser negada o direito de escolha perante o mundo, pois só
escolhendo o ser humano se faz livre.
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3.1 A infância
Segundo Beauvoir (1980), as situações que foram se apresentando as mulheres
impeliram-nas desde a infância a assumirem uma posição de prejuízo em relação aos homens.
Nessa fase, as meninas são apresentadas a uma realidade diferente dos meninos. É depois da
desmama que de fato os tratamentos diferenciados se apresentam, afirma a filósofa. Ao
menino é colocada uma independência dos adultos que o fará “macho”, será afirmado para
a criança de que é por causa da superioridade dos meninos que exigem mais dela;
para encorajá-la no caminho difícil que é o seu, insuflam-lhe o orgulho da virilidade;
essa noção abstrata reveste para ele um aspecto concreto: encarna-se no pênis; não é
espontaneamente que sente orgulho de seu pequeno sexo indolente; sente-o através
da atitude dos que o cercam. (BEAUVOIR, 1980, p. 13)
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Beauvoir (1980) afirma que mulheres e homens darão ao órgão sexual masculino
um reconhecimento de valor, ainda na infância, que a princípio não se apresentará como
superioridade diante daquela que não o possui, será mais como uma reparação pelo
sofrimento imposto aos meninos depois da desmana. Porém, chegará um momento que esse
tratamento terá como consequência a declaração de que aqueles que possuem pênis são
soberanos em sua espécie. A princípio, a menina também não verá essa valorização e a
ausência do pênis em si como algo bom ou ruim, mas um conjunto de situações aos poucos
vai mostrar que o fato de ser diferente dos meninos faz-lhe ser, também, inferior a eles e esse
sentimento aos poucos, assim, como o sentimento de superioridade nos homens, será
inculcado nas mulheres.
Aos poucos, expõe Beauvoir (1980), ao menino é dado poder, primeiramente
colocado nele pela valorização do seu órgão genital. Depois, há um incentivo em suas
empreitadas, brincadeiras e jogos que o permitem sentir-se um dominador, um conquistador
dos espaços, da natureza e de suas relações. Enquanto que as meninas serão incorporadas ao
mundo feminino, ensinadas a serem mulheres, aprenderão a limpar, cozinhar, cuidar da casa,
a serem delicadas, passivas, contidas, arrumadas e perfumadas, preparando-as para um “futuro
feliz”.
Finco e Viana (2009), afirmam que desde muito cedo as crianças são estimuladas
a desenvolverem habilidades e capacidades distintas entre meninos e meninas, vejamos bem,
desenvolverem, elas não nascem com essas habilidades definidas. Todos esses fatores vão se
relacionando de forma a corroborar com os sentimentos de superioridade do menino e
inferioridade da menina. Beauvoir coloca que,
A menina vai sendo educada para ser passiva, ficando à ela a fragilidade, a
faceirice, a espera, o capricho, enquanto ao menino fica a coragem, a força, a rigidez, o
descuido, a escolha. A menina vai se tornando um objeto, que deve agradar, pois só
agradando encontrará um bom destino.
Viana e Finco (2009, online) afirmam que,
21
A esfera a que pertence é por todos os lados cercada, limitada, dominada pelo
universo masculino: por mais alto que se eleve, por mais longe que se aventure,
haverá sempre um teto acima de sua cabeça, muros que lhe barrarão o caminho.
(BEAUVOIR, 1980, p. 39)
6
As novas estruturas familiares, de certa forma, minimizam esse quadro de associação de poder.
22
3.2 A juventude
Beauvoir (1980, p. 98) coloca que, na juventude, a moça percebe que uma “é
condição penosa saber-se passiva e dependente na idade da esperança e da ambição, na idade
em que se exalta a vontade de viver e de conseguir um lugar na terra”. Certamente essa era a
condição que vigorava, enquanto que atualmente são dadas às jovens mais oportunidades.
É na juventude que ocorrem mudanças cruciais na vida de uma mulher com
referência ao seu corpo7 e, assim, muitas indagações, temores, conflitos farão parte de sua
rotina. A adolescência8, segundo Trindade, Martins e Almeida (2003, p. 555) é “um período
no qual o indivíduo vive uma situação marginal, na qual novos ajustamentos devem ser feitos
entre o comportamento de criança e o comportamento de adulto”.
Beauvoir (1980) afirma que, enquanto a jovem vai se preparando para a fase
adulta seu corpo se torna mais frágil, sensível, parecendo-lhe um fardo e nisso ela abre mão
de fazer-se presente em atividades que ainda na infância lhe serviam, mesmo diante de várias
privações, como forma de afirmar-se como transcendência no mundo, e assim mais uma
diferenciação entre o homem e a mulher vai sendo instaurada, pois,
Um pode pôr o mundo em discussão sem cessar, pode a cada instante insurgir-se
contra o que lhe foi dado e tem, portanto, a impressão, quando o aceita, de o
confirmar ativamente; a outra não faz senão suportá-lo: o mundo define-se sem ela e
tem um aspecto imutável. (BEAUVOIR, 1980, p. 69)
O jovem pode se afirmar através do seu corpo, enquanto a jovem isso é negado.
Beauvoir (1980) diz que nessa fase, a distância que se abre entre o homem e a mulher tornar-
se cada vez maior; enquanto para o homem há uma comunhão entre sua condição humana e
seus propósitos viris, para a mulher sua feminilidade e a condição humana se apresentam em
total desacordo. Tornando deste modo a adolescência um momento tão importante na
formação da consciência social sobre a mulher.
Beauvoir (1980) expunha, no século passado, que nesta fase da vida a mulher
perderia terreno no campo intelectual, pois não seria incentivada por sua família aos estudos,
acumularia as tarefas dos afazeres da casa, das atividades impostas na formação de sua
feminilidade e o seu desejo por uma profissão, que ficaria renegado ao segundo plano.
7
No caso das meninas as mudanças visuais são a chegada da menstruação, o desenvolvimento das mamas,
cintura afina, quadril aumenta, surgem os pelos, o crescimento acelera e a voz afina, basicamente, segundo
Paixão (2016).
8
“Cronologicamente, a adolescência é o tempo que se estende, aproximadamente, dos 12 ou 13 anos até os
20/21/22 anos, com grandes variações individuais e culturais” (MARTINS, TRINDADE E OLIVEIRA, 2003, p.
555 ).
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Enquanto o jovem poderia ser livre de coerção na busca de realização profissional que é
afirmação de sua virilidade. Hoje em dia o quadro se alterou, ainda que a responsabilidade dos
afazeres da casa fique principalmente com as mulheres, as famílias têm incentivado de forma
“idêntica” ambos a estudarem, reforçando o comportamento de busca por um futuro melhor,
que está ligado principalmente a um futuro profissional, ainda que o peso de conquistar um
casamento seja mantido sobre as mulheres.
Há nessa fase também, segundo Beauvoir (1980), a vocação para apropriar-se do
mundo, onde o brilho da vida, a vontade, a esperança, fazem parte de si, impelindo-lhe às
ações e ao mesmo tempo, para a mulher, há o confronto entre essa vocação, que é aceita para
o homem e o desejo de manter sua feminilidade e tudo que está implicada nela. A jovem quer
conquistar o mundo e também manter as características de uma feminilidade. Hoje em dia, ela
tem mais êxitos nesse propósito.
É ainda na juventude, segundo a filósofa, que nas moças, geralmente são
apresentadas tendências lésbicas, vividas nas relações de amizade, que se configuram como
uma adoração de si mesmas, de sua feminilidade (narcisismo), mas que são apenas etapas e
serão ultrapassadas, em sua maioria, se claro, não vier a configurar um quesito de orientação
sexual, tópico que não será abordado neste estudo. “É que há conflito entre o narcisismo da
jovem e as experiências a que a sexualidade a destina. A mulher só se aceita como inessencial
com a condição de se reencontrar como essencial em sua abdicação” (BEAUVOIR, 1980, p.
89). Percebe-se neste ponto uma defesa da descoberta de sua sexualidade, onde a jovem quer
satisfazer-se, mesmo sabendo-se presa.
Nessa fase, Beauvoir (1980, p. 92) coloca que a jovem pode apresentar também
tendências sadomasoquistas “que são, ao mesmo tempo, uma antecipação da experiência
sexual e uma revolta contra ela”, afinal, ela acredita que ao entregar-se ao homem, aceitará de
certa forma sua superioridade, e também há um sentimento de nojo que ela tenta superar. Há
ainda a possibilidade de apresentar tendências cleptomaníacas, acreditando, que a apropriação
indevida de objetos afirma de certa forma, sua autonomia, sua característica de sujeito, na
tentativa de negar o destino que lhe espera. Fases essas, que em sua maioria, passarão, na
aceitação inevitável da mulher de seu destino ou pelo simples fato de passar da adolescência.
Vale ressaltar, que o lesbianismo aqui dito, o sadomasoquismo e o cleptomanismo se
apresentam como formas de preencher algo na jovem, que são causados, geralmente, pelo
sentimento de inferioridade que lhe foi infligido. Le Breton (2010, p. 26) afirma o
sadomasoquismo na adolescente,
24
No século passado a fase sexual, de acordo com o que foi exposto por Beauvoir
(1980), iniciava-se principalmente para as mulheres na fase adulta, dentro do contexto
matrimonial e com o objetivo de formar uma família, ou seja, ter filhos. Porém nas últimas
décadas houve uma antecipação desse momento e assim, a iniciação sexual acontece na
juventude tanto para os homens como para as mulheres. Segundo Taquette e Vilhena (2008, p.
106),
Ainda assim, é preciso atentar para o fato de que a iniciação sexual tornou-se
precoce, mas os fatores que englobam essas relações, quase na totalidade, se mantêm os
mesmos. Para o homem a iniciação sexual se faz como uma prova de sua virilidade, um rito
de passagem, que o torna “macho”, pois ele toma uma mulher para si, não necessitando de
uma relação afetiva para ocorrer, apenas de um corpo feminino, enquanto que para a mulher a
iniciação sexual se faz através, majoritariamente, de uma relação afetiva, onde a maioria das
jovens subordina a relação sexual à “promessa” do casamento (TAQUETTE E VILHENA
2008).
25
9
Confirmaremos tais afirmações no próximo capítulo.
26
3.4 A velhice
Primeiramente, faz necessário afirmar que ocorre nos dias de hoje uma
transformação social em relação a esta fase, onde,
E agora sem forças para tomar seu destino nas mãos, ela não mais construirá, se
projetará, terminará seus dias na mais extrema passividade, justificada por aquilo que as
10
Vale ressaltar que deixa de ser objeto erótico, mas não deixa de possuir desejo sexual, vários estudos rompem
com o mito da falta de atividade/desejo sexual na velhice.
29
situações fizeram dela. A elas as possibilidades são negadas e dessa forma as mulheres foram
se construindo ao longo dos séculos, da história.
E assim se firma, pelas situações colocadas às mulheres, que “em nenhuma idade
de sua vida ela consegue ser ao mesmo tempo eficiente e independente” (BEAUVOIR, 1980,
p. 362), pois repete seus dramas na sombra dos homens. Durante toda a vida serão tiradas as
possibilidades de empreendimentos, de criar seus objetivos, ou se os criarem, ainda serão
pautados como secundários, pois a primazia é do sexo masculino.
A mudança comportamental nas criações, de formas de incentivos para um ou
outro sexo é o principal caminho, socialmente, para desde a infância a velhice estimular na
mulher a consciência de igualdade perante os homens.
30
Em 2014, a razão de sexo foi de 93,9 para o Brasil, sendo que a composição da
população por sexo foi de 51,6% de mulheres e 48,4% de homens. Percebe-se que
em todas as Regiões Metropolitanas, em 2014, a razão de sexo foi inferior a 100,0,
ou seja, apresentavam maior concentração de mulheres que homens. (SÍNTESE...,
2015, online)
passavam de 70% enquanto que eles não chegavam a 54%. Percebe-se assim, que ainda que
historicamente os livros e a erudição tenham sido negados às mulheres, no Brasil, aos poucos
elas têm mudado esse quadro, buscando qualificar-se, adentrando nos espaços educacionais
que antes eram predominantemente masculinos, passando a ocupá-los da mesma forma ou até
mais que eles.
Os dados nos mostram que a situação das mulheres no país tem mudado em
alguns segmentos, elas são as que mais se qualificam, logo, tem avançado no mercado de
trabalho e sabe-se que sua referência nos lares, como aquelas que mantêm financeiramente a
casa, também está em destaque.
Porém, em nosso país, apesar dessas mudanças, em muitas outras perspectivas as
situações se mantém como eram em décadas passadas, por exemplo, ainda que as mulheres
tenham obtido expressividade na inserção no mercado de trabalho, seus salários continuam
sendo inferiores aos dos homens, em 2014 foi constatado que as mulheres ocupadas recebem
em média 74% do rendimento médio dos homens. Em relação aos cargos de direção as
mulheres ainda são, mesmo que qualificadas, discriminadas, dados do Relatório Anual
Socioeconômico da Mulher (RASEM) de 2014, segundo Andrade (2016), apontam que
apenas 36% dos cargos de direção em diferentes ramos são ocupados por mulheres. E que em
um estudo feito pela empresa de auditoria e consultoria Grant Thornton em 2015, das 150
empresas pesquisadas “no país, nenhuma possuía mulheres na presidência ou vice-
presidência, e apenas 5% das executivas eram diretoras” (ANDRADE, 2016, p. 36), colando o
Brasil na terceira posição entre os países que menos incentivam as mulheres aos cargos de
chefia nas empresas.
Andrade (2016) apresenta dois motivos como principais barreiras para que as
mulheres não alcancem melhores padrões no mercado de trabalho, primeiro é a relação delas
como suporte da família, cuidado com os idosos da família, maridos, companheiros e filhos,
mas o principal seria o segundo motivo, que é a descriminação por gênero, ou seja, o fato de
não alcançarem, não serem incentivadas por êxitos trabalhistas simplesmente por serem
mulheres.
Tais dados nos levam a perceber que as portas do poder que a independência
econômica traz ao indivíduo são bem protegidas, no intuito de manter o homem como
dominador do campo econômico, afirmando assim a necessidade da mulher continuar na luta
por esse espaço, afinal, ela já tem conseguido se afirmar como capaz e competente em pé de
igualdade.
No campo político, a mulher também ainda tem sido mantida segregada, mesmo
que na última década tenha sido eleita a primeira presidenta da história no Brasil, em 2010. O
número de mulheres na câmara não chega a ter real expressividade, embora as mulheres sejam
a maioria dos eleitores, representando 51,4% da população votante, segundo dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso nos leva a perceber que a discriminação política em
relação ao sexo feminino é grande. Porém, há uma alteração, pequena, mas significativa em
alguns dados.
Dados do TSE de 2016 apontam que 31,60% dos candidatos às eleições de 2016
para cargos de vereador (a) e prefeito (a) eram de mulheres, ou seja, 3 em cada 10 candidatos,
enquanto que em 2008 não passavam de 22% para os cargos, ou seja, menos de 2 em cada 10.
Ainda, enquanto em 2006 duas mulheres se candidataram à presidência do país em 2014 três
mulheres concorreram ao cargo.
Nos partidos os números também se modificaram, enquanto que na eleição de
2008, entre 15.258 coligações inscritas, 12.266 tinham menos de 30% de mulheres e que
1.099 não tinham nenhuma candidata a vereadora, em 2016 das 25.741 coligações, 2.751
tinham menos de 30% de mulheres, e todas as coligações possuíam candidatas para o cargo de
vereadora. Observou assim, que houve um aumento no número de mulheres eleitas em 60%
das capitais brasileiras, se bem que nas 5.570 apenas 52 mulheres foram eleitas prefeitas, na
última eleição.
Porém, mesmo com essa melhor expressividade, observa-se que as mulheres
ocupam apenas 10% e 14% das cadeiras da câmara dos deputados e Senado, respectivamente.
Isso se deve, também, a falta de incentivo político recebido pelas mulheres para concorrer aos
cargos, pesquisa do Datafolha do ano de 2016 apontou que os candidatos homens recebem
30% a mais de verba do que as mulheres. Inclusive, afirma que,
Mostrando que o incentivo político, mais que qualquer motivo, leva as mulheres
a essa falta de participação política. Podemos especular que essa falta de incentivo se deva
principalmente pela discriminação de gênero, fator que já se mostrou muito importante nas
questões de desigualdade de gênero no campo trabalhista também.
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Outro dado marcante aponta que, por hora, cinco mulheres são estupradas no país,
no entanto só 10% dos casos são denunciados (MENA, 2016). A mulher, que é posta como
objeto sexual, sofre violência sexual de forma banal todos os dias, uma informação bastante
pertinente acerca desse dado é que a vítima ainda é vista como culpada da agressão por causa
suas atitudes, como a roupa que veste ou o fato de andar sozinha em determinados locais e
horários. Pesquisa do Datafolha de 2016 aponta que 41% dos homens e 32 % das mulheres
concordam com a frase “mulheres que se dão respeito não são estupradas”, 30% dos
brasileiros, ou seja, homens e mulheres, segundo a pesquisa, culpam de alguma forma a
mulher pela agressão sexual sofrida, sinalizando desta forma como o gênero feminino é posto
pela sociedade como objeto sexual, propriedade do homem, dentro de uma sociedade
predominantemente caracterizada pelo machismo e patriarcalismo.
Outros dados apontam igualmente que há uma naturalização do assédio sexual
pela sociedade, um discurso que justifica o assédio no ideário de objetivação da mulher que
foi inculcada culturalmente na sociedade, que é reafirmada pela culpabilização das vítimas,
com uma má preparação do setor público, as delegacias e hospitais principalmente, para lidar
com as denúncias e acolher as vítimas, bem como, com a ineficácia na aplicação das leis,
resultando numa pena que não protege efetivamente as mulheres ou impunidade dos
agressores.
Os casos de assassinatos de mulheres no Brasil pelas razões de seres mulheres,
logo, “objeto, propriedade” do homem se tornou tão desproporcional e absurdo, que esse tipo
de crime criou uma nova instância e desse modo, deu-se:
A entrada em vigor da Lei nº 13.104/2015, que alterou o art. 121 do Código Penal
(Decreto-Lei nº 2.848/1940), para prever o feminicídio como circunstância
qualificadora do crime de homicídio. Assim, o assassinato de uma mulher cometido
por razões da condição de sexo feminino, isto é, quando o crime envolve:
“violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de
mulher. (FEMINICÍDIO, [2016?])
Tentando assim punir os casos, tratando tal crime como hediondo11 e dando penas
que variam de 12 a 30 anos reclusão12 e que antes eram irrisórias, isso quando aconteciam,
segundo o artigo, e dar a real importância a este tipo de crime que se configurou por muito
11
Crimes de grau elevado, onde o acusado ou os acusados são considerados de alta periculosidade, que tenham
sido consumados ou tentados, segundo Lei nº 8.930, de 06 de setembro de 1994, publicada no site do Planalto.
12
Ressaltamos que em alguns casos de feminicídio há um teor agravante, podendo à pena do acusado aumentar
de um terço até a metade, são eles: se a mulher estiver grávida ou durante os três meses após o parto; praticado
contra menores de 14 ou maiores de 60 anos; e, na presença de descendentes ou ascendentes da vítima, segundo
a Lei nº 13.104/2015, publicada no site do Planalto.
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tempo de forma livre e aceitável pela sociedade, deixando impune assassinos. Essa mudança
visa denunciar e reverter esse quadro.
A Lei do Feminicídio vem de certa forma, lidar com casos que, geralmente, já
passaram por outra lei, porém não houve um tratamento efetivo das ocorrências, no caso,
proteção das vítimas e punição dos agressores, a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006,
conhecida como Lei Maria da Penha13, criada no intuito de coibir a violência doméstica e
familiar contra toda mulher, ou seja, livre de discriminação por classe, credo, orientação
sexual, renda, raça, cultura, escolaridade, idade e etnia, protegendo-a de qualquer tipo de
violência, à saber, morte ou danos psicológico, moral, físico, patrimonial ou sexual.
Apresentaremos apenas os pontos necessários sobre a lei no que concerne a
discussão desse estudo. Essa lei visa, segundo o que prever, na generalidade, proteger o
direito à vida e a liberdade de todas as mulheres, porém, há um desacordo no poder jurídico e
executivo que muitas vezes, obviamente, julgam de forma interpretativa cada caso, dando
margem para muitos erros e não fazem a manutenção correta deles, deixando as vítimas
desprotegidas e o agressor livre para repetir suas ações, o que em muitas ocorrências leva ao
feminicídio. Existe ainda, o problema do jurídico para abarcar o título “violência doméstica e
familiar contra toda mulher”, focando nas violências de caráter afetivo-sexual, ou seja,
namorados, maridos e amantes, esquecendo as relações de gênero entre pai e filha, irmãos,
primos e etc., que fazem jus ao conceito de “doméstica e familiar”.
Mesmo diante dessa contrariedade, não há como negar a importância dessas leis
para a visibilidade e assim combate real do problema, pois elas dão voz as vítimas, pelo poder
da denúncia e assistência aos casos e punição efetiva aos agressores. Libertando-as de um
medo que as paralisa, tanto pela ideia de que nada acontecerá aos seus algozes mesmo que
sejam delatados, como por acreditar numa reprovação social, ou porque sofre, há uma ideia de
que a vítima aceita e “gosta”, ou porque denuncia, onde ela seria ingrata diante daquele que a
amou, protegeu e “aparentemente” sustentou algo bastante dúbio, mas que ainda acontece em
nossa sociedade. As leis vêm para mudar este quadro.
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Maria da Penha é uma mulher, brasileira, que sofreu inúmeras agressões do marido, juntamente com suas
filhas, agressões essas que culminaram em duas tentativas de assassinato, a primeira, com um tiro de espingarda
que a deixou tetraplégica, e ao voltar para casa houve a segunda, uma tentativa de assassinato por eletrocutação
durante o banho. Nesse tempo ficou comprovada a primeira tentativa de assassinato a qual o agressor tinha dado
outra versão e Maria da Penha pode sair de casa com seus direitos assegurados (a casa e a guarda das filhas), a
partir daí, ela buscou justiça para o seu caso, porém a justiça brasileira não deu a real importância ao caso e
Maria da Penha partiu para buscar ajuda no exterior, em 2001 a Comissão Interamericana de Direitos Humanos
acusou formalmente o Brasil por negligenciar os casos de violência contra as mulheres, em 2002, o agressor de
Maria da Penha foi condenado, e a partir desse caso o país buscou rever sua omissão nos casos de violência de
gênero, culminando na Lei Maria da Penha, segundo o site Compromisso e Atitude do Ministério Público de
Santa Catarina (2012).
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E dando mais força ainda a essa busca efetiva de assistência às mulheres que
passam por diferentes quadros de violência, numa luta por sua emancipação, foi inaugurada
em 2015 a primeira Casa da Mulher Brasileira, que,
Enfim, todos os dados apontam que ainda existe olhar opressor e subjugador da
sociedade brasileira sobre as mulheres, porém, observa-se uma melhoria em relação ao
passado, pela criação de leis e delegacias que protegem a mulher contra qualquer tipo de
violência e haja, atualmente, uma busca incessante de conscientização social por parte
daqueles que defendem a igualdade de gênero, buscando deste a infância ensinar meninos e
meninas que são diferentes, porém detentores das mesmas igualdades e responsabilidades
sociais. Assim, os números de denúncias e campanhas para mudar esse quadro têm se tornado
cada vez mais frequentes, ainda assim os fatos chocam, tendo em vista os números que se
apresentam em pleno século XXI.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
espaços, no intuito de acolher ao máximo possível mulheres que sofram diferentes tipos de
violência.
De fato, muito se tem alcançado, mas a ideia do homem como superior a mulher,
na atualidade, impera, a emancipação feminina ainda é um processo, com muitas portas
abertas, logo, com um longo caminho a ser percorrido. Ainda existem muitos espaços para
serem conquistados, muitas construções para serem feitas, muitos debates a serem
promovidos, muitas consciências a serem modificadas, muitas ações a serem realizadas. As
mulheres ainda são tímidas, ainda contam com muitos obstáculos, entre eles a querela que
defende a ideia de um destino fixo traçado para todas as fêmeas da espécie humana e
principalmente nisso, se encerra a ideia de inferioridade da fêmea, fazendo do uso da má-fé
tanto por homens como por mulheres um meio para manter cada gênero em seu “lugar”.
Simone de Beauvoir já havia previsto que o caminho seria árduo, entrevistada em 1976, ao
perguntarem acerca da luta de emancipação feminina ela respondeu “talvez daqui a quatro
gerações.
Faz necessário continuar a indagar a situação da mulher em nossa sociedade e o
que é feito na luta contra qualquer subjugo da mesma, rever o que já se tem produzido e o que
ainda falta aprimorar é fundamental. Devemos nos questionar: “de que modo é possível tornar
mais eficaz o combate contra violência da mulher? ”; “como tornar a representativa feminina
real dentro do âmbito político?”; “quais ações devem ser tomadas para tornar igualitárias as
relações trabalhistas para homens e mulheres?; “é possível romper com uma educação
pautada nos preconceitos de gênero dentro de nossa sociedade?”. Responder tais questões é
um passo importante rumo a igualdade de direitos, logo, emancipação feminina.
Homens e mulheres precisam entender que mesmo que sejam detentores de
inúmeras diferenças
Deste modo, homens e mulheres precisam ser ver como dotados de semelhanças e
diferenças, entender que a existência dessas semelhanças e diferenças, os coloca como
pertencentes à humanidade, e logo devem ao longo da vida existir projetando uma essência e
buscar sim a igualdade de direitos e deveres de gêneros, para que assim, enfim, as mulheres
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
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– Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
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