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4.

ANÁLISE FISIOGRÁFICA

A simples carta topográfica com curvas de nível não é suficiente para a análise e
diagnose do relevo, pelo que há que efectuar, sobre ela, diversas análises.

4.1.HIPSOMETRIA E CURVAS SOMBREADAS

Com as cartas hipsométricas pretende-se uma melhor percepção do relevo através da


explicitação de zonas compreendidas entre curvas de nível (zonas hipsométricas), de
cotas significativas para a definição de aspectos morfológicos e de zoneamento; a
escolha destas curvas que limitam as zonas hipsométricas varia de caso para caso,
dependendo fundamentalmente da escala da carta, do relevo existente e da finalidade do
estudo. As várias zonas hipsométricas são geralmente representadas por uma sucessão
de cores e/ou tons da mesma cor: no caso de se utilizarem diferentes cores, as zonas de
cotas mais baixas (zonas costeiras, início de vales, depressões) são usualmente
representadas em azuis e verdes, seguindo-se-lhes os amarelos, laranjas, castanhos até
finalmente se chegar aos cinzentos escuros e pretos, nas zonas de cotas mais altas; em
representação a preto e branco utilizam-se os tons mais claros para as zonas baixas e
mais carregados para as zonas altas (Fig.4.1)

Fig.4.2 – Curvas Sombreadas


Fig.4.1 – Hipsometria

Outra técnica a que por vezes se recorre para uma primeira percepção do relevo consiste
em proceder, num transparente e sobre uma base idêntica, a uma leve translação de

Capitulo 4 - PU -
curvas de nível, sombreando-se em seguida o espaço em desfasamento; obtém-se assim
o falso efeito de estereoscopia. (Fig.4.2)

4.2. FESTOS E TALVEGUES. CENTROS DE ENCONTRO E DE DISTRIBUIÇÃO

Consiste, esta análise, em marcar as linhas de cumeada, de cotas mais altas ou de


separação de águas – festos e as de cotas mais baixas ou de drenagem natural –
talvegues.

(…) “ A marcação das linhas fundamentais do relevo duma dada região – FESTOS e
TALVEGUES – permite uma interpretação fisiográfica quase paralela, por assim dizer,
ao seu funcionamento orgânico. De facto, a configuração anatómica que ressalta põe em
relevo o próprio sistema circulatório e esclarece, até um certo ponto, um processo dos
circuitos. Entre estes, o mais evidente diz respeito à circulação hídrica (…). Mas outros
circuitos que não os das águas estabelecem-se entre as mesmas linhas de festo e de
talvegue: as massas atmosféricas têm movimentos diurnos que os percorrem num ou
noutro sentido. As espécies biológicas de propagação hídrica têm deslocações idênticas
às da água da precipitação, e as sementes e esporos de propagação anemófila não
escapam ao ritmo das massas atmosféricas. Também o homem escolhe, desde sempre,
percursos idênticos, quanto mais não seja por eles serem mais fáceis e mais racionais,
constatando-se assim que os itinerários religiosos, militares e comerciais não são
estranhos a estas linhas (…)”1. Poderá pensar-se que tal relação entre as linhas
fundamentais do relevo e os percursos humanos, derivavam quase que exclusivamente
de limitações tecnológicas (para além de outras com certa importância como sejam
necessidades de defesa), e que na época actual, tal não terá qualquer razão para se
manter, já que as conquistas da ciência fizeram desmoronar essas limitações; tal poderá
permanecer correcto dentro duma perspectiva simplista de consumo, estará totalmente
errado ao encararmos a questão sob um ponto de vista energético (de economia de
recursos, portanto) – as vias de festo e de talvegue são as que melhor asseguram,
respectivamente, uma troca-distribuição e recolha, por exigirem melhores gastos de
energia (em extremo e esquematicamente poderá dizer-se que essa distribuição e
recolha poderia ser feita pela força da gravidade – Fig.4.3).

(…) Partindo da estrutura fisiográfica, a primeira delimitação será a definição das


BACIAS HIDROGÀFICAS. É essa a unidade inicial ocupada pelo homem: No entanto
esta forma elementar de relevo não pode ser considerada isoladamente, dado que
mantém ralação com as BACIAS CONFINANTES. Aliás a necessidade de trocas e de
contactos conduziu igualmente, no processo de ocupação, a tribo do vale a subir ao festo
para comunicar com a tribo adjacente ou para se defender dela. Em consequência, ao
LIMITE NÍTIDO que define a bacia, opõem-se os LIMITES FLUIDOS das hemi-
bacias confinantes (Fig.4.4)

1
BARRETO, A. V., DENTINHO A.P., CASTELO BRANCO, A. – ORDENAMENTO PAISAGÍSTICO
DO ALGARVE. Comunicação ao XIIº congresso Internacional de arquitectos Paisagistas – Lisboa 1970.
(os termos em maiúsculas são nossos)

Capitulo 4 - PU -
Fig.4.3 – Percursos de Distribuição e de Fig.4.4 – Limites de Bacia Hidrográfica
Recolha

Para além disso é possível distinguir, numa grande bacia hidrográfica desaguando no
mar, uma hierarquização de bacias confluentes até às bacias de menor importância, a
montante. Cada uma delas, em geral, sistematizar-se-á por sua vez numa BACIA DE
RECEPÇÃO, num CANAL CONDUTOR E num CONE DE DEJECÇÃO,
diferenciação mais nitidamente marcada nos regimes pluviais torrenciais. Esta
diferenciação corresponde a funções distintas quanto a capacidades, aptidões e
potencialidades, e é escolhida geralmente por grupos étnicos e por culturas distintas
(…)1 (Fig.4.5 e 4.6).

Fig.4.5 – Hierarquização de Fig.4.6 – Sistematização


Bacias Confluentes Esquemática duma Bacia

A representação das linhas fundamentais do relevo – FESTOS E TALVEGUES


permitirá também fazer uma série de interpretações relacionadas com a hidrologia,
clima e microclima, percepção da paisagem, etc. de que se tratará mais tarde.
Normalmente representa-se a importância relativa dos festos e talvegues relacionando-
os com as bacias hidrográficas que drenam (talvegues) ou que delimitam (festos); assim,
enquanto que os talvegues verão a sua importância acrescida no sentido montante-
jusante, os festos, pelo contrário, adquirirão um maior peso no sentido contrário
(Fig.4.7).

1
Obra citada na página anterior

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Fig.4.7 – Festos e Talvergues

“As linhas de feito e de talvegue quando se interceptam determinam pontos nos quais se
concentram os fluxos, PONTOS NOTÁVEIS DA PAISAGEM ou seja, centros de
acumulação dos fluidos como aliás dos percursos dos seres humanos. Os pólos destes
circuitos são designados respectivamente sob o nome de CENTROS DE ENCONTRO
E CENTROS DE DISTRIBUÍÇÃO. Correspondem respectivamente ao desaguar dum
vale ou a confluências com outro vale, e a um COLO, desfiladeiro ou um ponto de
intercepção de festos. A estreita correlação entre os circuitos e os movimentos das
massas atmosféricas anteriormente mencionadas, sujeitas periodicamente a sentidos
opostos, confere aos centros de encontro um valor de TROCA. Este valor tem como
limite a potencialidade da própria bacia; empobrecê-la será diminuir o valor de troca.
Por seu lado, os centros de distribuição estão ligados a um valor de troca calculado
esquematicamente pelo saldo líquido diferencial entre as bacias confinantes e, nestas
condições, serve simultaneamente várias linhas fisiográficas. Consequentemente, é fácil
constatar, que nas suas ramificações laterais, e quando se situam fora da zona
estimulante dos grandes centros de encontro litorais, os centros de distribuição têm um
fraco valor absoluto e não atingem valores notáveis, a não ser nos grandes centros
continentais. Da mesma maneira que uma linha de água e os seus afluentes constituem
uma ramificação cujos braços aumentam o valor para jusante, as ramificações dos festos
ganham uma importância para o interior e é possível inseri-las no conjunto do relevo
dum continente. Constata-se que só na proximidade destes módulos primários é que se
encontram centros de distribuição com um desenvolvimento urbano considerável e com

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grande influência regional. As linhas de festo nas vizinhanças do litoral perdem a sua
importância em matéria de potencialidade urbana”.1 (Fig.4.8 e 4.9)

Fig.4.8 – Importância dos Centros de


encontro como reflexo da potencialidade
da Bacia – para uma mesma bacia,
teoricamente homogénea nas suas
potencialidades múltiplas, os centros de
encontro vão ganhando em importância
de montante para jusante.
Fig.4.9 – Importância dos centros de distribuição como
reflexo do valor de troca entre Bacias Hidrográficas

Pode-se citar como exemplo de centros de distribuição ao nível europeu (por


consequência uma paisagem já antiga e experimentada): Moscovo, os centros urbanos
suíços, e já a uma escala de península ibérica, Burgos e Madrid. Quanto a Portugal, e só
para assinalar os mais evidentes, mencionaremos as cidades da Guarda, Évora, Beja,
(…). No que respeita a centros de encontro, podemos mencionar todos os centros
urbanos do litoral norte da baixa Europa que desce dos Alpes e, no território peninsular,
Lisboa, Porto, Barcelos, Lagos, (…).
O valor destes principais vai até à dimensão infra-urbana e fazem sentir a sua acção na
estruturação e na zonagem dos tecidos constituintes (…)”. O mesmo se poderá dizer
nomeadamente em relação à paisagem rural.

1
Obra citada nas páginas anteriores

Capitulo 4 - PU -
Fig.4.10 – Linhas Fundamentais do Relevo na Península Ibérica. Centros de
Encontro e de Distribuição

Capitulo 4 - PU -
Fig.4.11 – Linhas Fundamentais do Relevo do Centro de Portugal. Bacias
Hidrográficas; Centros de Encontro e de Distribuição

Capitulo 4 - PU -
4.3.DECLIVES

Permite esta análise uma caracterização com mais pormenor e objectividade, por
introduzir o factor quantitativo à interpretação do relevo. Marcam-se os declives das
encostas segundo classes representativas de diferenciação segundo diversas abordagens
como sejam riscos de erosão do solo, drenagem natural (hídrica e atmosférica),
facilidade de implantação de estruturas e infra-estruturas, etc. As classes de declives
utilizadas para cada caso dependerão:

A – Da escala em que se efectua a pesquisa e da equidistância correspondente (quanto


maior for a escala, a que corresponde normalmente uma menor equidistância, maior
pormenor de pesquisa de procura o que leva à utilização dum maior número de classes
de declives).

B – Do acidentado do terreno – pondo a questão em termos extremos e esquemáticos,


poderá dizer-se que numa zona muito levemente ondulada será infrutífero procurar
declives superiores a 10% sendo importante distinguir um certo pormenor as classes de
menor declive; pelo contrário, numa zona muito acidentada em que existem grandes
limitações ao uso devido a este factor declive, é importante distinguir com pormenor
mesmo entre classes de inclinação bastante grandes (enquanto que no primeiro caso as
classes de declives a utilizar seriam 0-2, 2-5, 5-8, 8-10 e> 10% no segundo poderiam ser
0-5, 5-10, 10-20, 20-30, 30-40 e> 40%).

C – Dos objectivos do estudo – as classes utilizadas deverão corresponder à integração


de conceitos relacionados com a finalidade do trabalho que se está a efectuar, para além
de se ter em atenção o que se disse em A e B.

Indicam-se na página seguinte uma série de exemplos de declives importantes para a


definição de variadas utilizações do solo.

Capitulo 4 - PU -
Capitulo 4 - PU -
A marcação dos declives das encostas faz-se com a ajuda de uma BITOLA aonde se
assinalam, de acordo com a equidistância e a escala da carta, os segmentos de recta
correspondentes aos declives procurados; por exemplo, para a escala 1: 25 000 e para as
classes de declives 0-3%, 3-8%, 8-16%, 16-25% e superior a 25% teríamos; para a
equidistância de 10m e através de um simples proporção, os comprimentos que a essa
diferença de nível, correspondem aos declives procurados:

Passando para a escala 1/25 000 tais comprimentos a partir de um ponto de origem
comum ficaremos de passe da bitola pretendida, com os comprimentos correspondentes
aos limites das classes de declives pretendidos:

Na posse da bitola, vão-se em seguida percorrer as várias curvas de nível da carta do


seguinte modo: mantendo o ponto de origem sobre uma das curvas e a bitola o mais
possível perpendicular a ela e à que se lhe segue (à perpendicular entre as duas curvas
corresponde a linha de maior declive, pois é a menor distância entre pontos com
diferença de nível constante), observa-se em que ponto da bitola passa esta curva; cada
vez que devido a aproximações ou afastamentos entre curvas, a curva “livre” (livre em
relação à bitola pois a outra terá que estar sempre presa ao ponto de origem) passe por
um dos traços marcados na bitola far-se-á uma marcação de mudança de declive
inscrevendo-se também um sinal que identifique a classe respectiva (superior ou inferior
ao declive anterior; sem saltos descontínuos)

Fig.4.12 Marcação de Declives

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Entre a posição 1 e 2 da bitola o declive passou da classe C para a B pelo que no ponto
de transição se marcou o traço 1; entre a posição 2 e 3 da bitola o declive passou da
classe B para a A pelo que, no ponto de transição se marcou o traço 2 e assim
sucessivamente se vão fazendo as marcações.

Depois de marcados os declives de toda a carta unem-se as zonas com idêntico declive e
dá-se-lhes uma representação gráfica coerente, ou seja, as encostas mais declivosas em
tons escuros e à medida que se vão suavizando utilizam-se tons ou cores cada vez mais
claros. (Fig.4.13)

Fig.4.13 – Carta de Declives

4. 4. ORIENTAÇÕES DO TERRENO

Trata-se aqui de marcar as orientações do terreno em relação às quatro direcções


cardeais ou às cardeais e suas colaterais (8 direcções). Tal pesquisa irá fornecer-nos
elementos para a aproximação macro e/ou microclimática, como seja a exposição das
encostas à radiação solar e aos ventos.
A marcação das orientações poderá obedecer a critérios vários consoante a escala do
trabalho, os seus objectivos e os elementos de estudo disponíveis; assim, é usual
marcarem-se as orientações do terreno:

A – Em relação aos quatro pontos cardeais

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B – Em relação às direcções cardeais e seus colaterais

D – Idêntico ao anterior mas agrupando orientações de acordo com critérios variados;


por exemplo, para as condições climáticas portuguesas poderá dizer-se que as encostas
orientadas a norte e nordeste são muito frias, a este temperadas, a sudeste temperadas
quentes, a sul quentes, a sudoeste e oeste muito quentes e a noroeste frias:

E – Em relação a uma ou duas direcções muito especiais (por exemplo, encostas


correspondendo ao impacto directo de ventos dominantes muito indesejáveis ou, pelo
contrário, encostas bem expostas a brisas refrescantes extremamente desejáveis para o
restabelecimento de condições de conforto humano):

Nesta pesquisa serão desde logo excluídas as zonas consideradas planas e portanto que
não têm orientação específica (zonas com declive compreendido entre zero e dois ou
três por cento). É normal proceder-se previamente a uma simplificação do pormenor das
curvas de nível e será sobre estas mais ou menos rectificadas, que se determinarão em
seguida as orientações das encostas (tais simplificações serão tanto mais aceitáveis
quanto menor for a escala a que se está a trabalhar, pois vão-se anular certos
pormenores sem expressão – Fig.4.14)

Capitulo 4 - PU -
Fig.4.14 – Exemplo de simplificação do traço das curvas de nível, para
efeitos de marcação de orientação do terreno, à Escala 1/25000.

Na marcação das orientações do terreno utilizam-se vários métodos, sendo todavia o


mais usado aquele em que se desenha um octógono num pedaço de papel vegetal
(octógono no caso de se pretender marcar a exposição às quatro direcções cardeais e
suas colaterais), unem-se os seus vértices e no ponto contrário abre-se um pequeno
orifício; este pedaço de papel com o octógono é fixado a um esquadro de tal maneira
que um dos lados do polígono fique paralelo a um dos lados do esquadro (Fig.4.15).

Fig.4.15 – Esquadro preparado para fazer a marcação das


orientações do terreno às quatro direcções cardeais e suas
colaterais

Com a carta em que se pretende marcar as orientações paralela em relação aos lados da
mesa de trabalho, e com o auxílio de uma régua em T na qual corre o esquadro
anteriormente preparado, consegue-se colocar o pequeno orifício do centro do octógono
em qualquer ponto da carta que se deseje. A técnica utilizada será seguir as várias
curvas de nível com o orifício central do octógono (o que consegue movendo a régua
em T e o esquadro) e através dele fazer-se uma marcação sobre a curva cada vez que
esta passa de um triângulo para outro. (do octógono – Fig.4.16)

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Fig.4.16 – Marcação da orientação do terreno

A curva de nível que na posição A estava no triângulo 2 mudou para o 3 na posição B,


ou seja, neste caso duma orientação noroeste passou para norte; o ponto de paragem
assinala-se escrevendo no do lado esquerdo e no do direito.

Procedendo deste modo ao longo de todas as curvas da zona a estudar e tendo marcado
também as linhas de festo e talvegue (que constituem sempre uma mudança de direcção
e indicam o sentido da pendente), obter-se-à um desenho do tipo do da figura 4.17.

Bastará unir os vários pontos assim determinados para obter a carta das orientações das
encostas.

Fig.4.17A – Marcação da orientação do terreno –


Pontos de mudança de orientação

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Fig.4.17B – Marcação das Orientações do terreno – zonas
com igual orientação

Às zonas de diferentes orientações dar-se-á uma representação gráfica coerente com o


critério e objectivos que presidiram à sua marcação, ou então indicam-se simplesmente
as várias orientações através de letras (Fig.4.18)

Fig.4.18 – Carta de Orientações do terreno Esc1/25000

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4.5. SÍNTESE FISIOGRÁFICA

A partir dos pontos anteriormente tratados poderá elaborar-se uma ou mais que uma
carta síntese pretendendo definir as grandes linhas de caracterização fisiográfica. Esta
síntese poderá variar bastante consoante os objectivos do trabalho pelo que o que se
segue, longe de ser uma caracterização exaustiva, não passa do que mais
frequentemente se considera em estudos de caracterização biofísica.
Esquematicamente é possível marcar para a toda a zona em estudo as ZONAS
FISIOGRÁFICAS – formas de relevo que se podem sistematizar em:

Fig.4.19 – Corte Esquemático – zonas


Fisiográficas Elementares

A – VALES – zonas côncavas, planas, de acumulação, contendo linhas de drenagem


natural. Quanto à forma e dimensão podem ser vales estreitos (encaixados ou não),
largos ou muito largos. Quanto à importância da bacia que drenam podem ser divididos
em vales principais e secundários (Fig.4.20).

B – ENCOSTAS – em que se pode normalmente distinguir entre uma zona intermédia


mais declivosa e as duas adjacentes, menos inclinadas fazendo a concordância com as
zonas mais ou menos planas do vale e do festo. O terço médio da encosta terá
importância (como adiante se verá) para a definição microclimática.

C – FESTO – zonas convexas, de iluviação, mais ou menos planas com melhor ou pior
definição fisiográfica, com maior ou menor importância consoante as bacias que
delimitam (Fig.4.20)

Capitulo 4 - PU -
Fig.4.20

Em função do declive e das diferenças de nível é possível distinguir entre:

A – ZONAS PLANAS com declive médio inferior a 3-5%, podem incluir os


vales,planaltos ou plano indiferenciado.
B – ZONAS DE RELEVO ONDULADO com declives entre 3 e 7%, diferenças de
nível em 4 Km2 variando entre 40 e 150 m.
C – COLINAS com declive variável mas predominantemente entre 7 e 15% com
diferenças de nível na ordem dos 150-300m em 4 Km2.
D – ZONAS MONTANHOSAS – declives variáveis mês predomínio de 15-25% sendo
muito vulgares inclinações superiores a 25 ou mesmo 40^%. Diferenças de nível
superior a 300m em 4 Km2.

Terá também interesse assinalar os acidentes importantes que constituem obstáculos ao


uso ou simplesmente à passagem; são de destacar entre eles os grandes rios, zonas
escarpadas (com declives superiores a 35-40%), falésias litorais, serras muito
acidentadas; falhas; etc.
A MACRO-ORIENTAÇÃO das encostas, obtida esquematicamente a partir das linhas
fundamentais do relevo (festos e talvegues), é uma informação que tem interesse figurar
nesta síntese fisiográfica.

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Outro elemento que haverá interesse incluir (podendo, no entanto, ser desenvolvido
posteriormente quando se tratar da percepção da paisagem) serão os principais limites
visuais que definirão os cuidados de influência visual.

Fig.4.21 – Síntese Fisiográfica

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