ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Seção: Produtos Perigosos

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR Assunto: Emergência com Produtos Perigosos

Câmara Técnica: Câmara Técnica de Produtos Perigosos

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO
Revisão/Publicação: Dezembro de 2020 / BG nº 051/20

I. VIATURAS, FERRAMENTAS, EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

• Viatura de PP;
• Viatura de combate a incêndio;
• Viatura de salvamento;
• Viatura de atendimento pré-
hospitalar;
• Binóculos;
• Manual da ABIQUIM;
• Equipamento medidor Multigás;
• Rádio portátil;
• Material de sinalização e isolamento;
• Drone;
• Pá antifaiscante;
• Enxada antifaiscante;
• Lanterna intrinsecamente segura;
• Absorventes orgânicos;
• Absorventes inorgânicos;
• Absorventes sintéticos;
• Absorventes seletivos;
• Absorventes Químicos;
• Conjunto de batoques;
• Martelo de borracha com cabo de madeira;
• Bloqueadores;
• Conjunto de bolsa inflável;
• Plástico tipo insulfilm;
• Bomba costal para descontaminação;
• Piscina e produto para descontaminação;
• Máquina fotográfica;
• Relatório de ocorrência ou documento
similar.

II. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

• EPR autônomo;
• Roupas de aproximação Nível “A, B, C e D”;
• Luvas e botas com proteção química;
• Capacete;
• Botas de combate a incêndio;
• Roupa de combate a incêndio;
• Luvas de combate a incêndio.
• Óculos de segurança;

III. ETAPAS
• Identificação do Produto, volume de derramamento e isolamento inicial:
Buscar a identificação segura do produto e realizar o isolamento inicial da área conforme Tabela de Isolamento Inicial e de Ação
Protetora (50m, 100m ou 150m) do Manual da ABIQUIM;
• Vistoria e Segurança do local:
Realizar a vistoria na área sinistrada para avaliar as condições de segurança do local antes do início da intervenção;
• Técnicas de Intervenção:
Utilizar as técnicas mais adequadas para controle e extinção de vazamento, de combate a incêndio, de resgate e salvamento de
pessoas no local sinistrado;
• Extração da Vítima:
Acessar, Estabilizar, Imobilizar e Transportar até a zona fria, desde que haja condições de segurança mínimas, caso contrário
remover com brevidade a vítima até a zona fria;
• Local:
Deixar o local em Segurança e registrar todos dados relativos à ocorrência.

IV. PROCEDIMENTOS
1. A viatura deverá ser estacionada a uma distância inicial
de 50m, observando:
1.1. Evitando áreas baixas em relação ao acidente;
1.2. Direção do vento (vento pelas costas);
2. Proceder à identificação do produto com segurança;
2.1. Fazer uso de binóculo ou drone para visualizar o
RÓTULO DE RISCO e o PAINEL DE SEGURANÇA ou
pela nota fiscal, ficha de emergência e rótulos nos
invólucros;
2.2. No caso de produtos não identificados, utilizar a
“GUIA 111” do Manual da ABIQUIM;
3. Isolar a área em todas as direções conforme Tabela de
Isolamento Inicial e de Ação Protetora (50m, 100m ou
150m) do Manual da ABIQUIM;
3.1. Estabelecer o Posto de Comando, sempre a favor do
vento, procurando não o posicionar nas áreas baixas em
relação ao acidente;
3.2. Manter todas as pessoas estranhas ao serviço fora da
área isolada;
3.2.3. Sinalizar a área com a utilização de cones, cordas e/ou
fitas zebradas;
4. Obter informações sobre a existência de vítimas e realizar o
resgate das mesmas apenas se estiver com EPI com nível de
proteção adequado, evitar contato com o PP, de preferência
utilizar roupa nível “A”;
4.1. Atenção imediata deverá ser dada às vítimas do local,
considerando:
4.1.1. Vítima fora da zona quente: dar o suporte básico de
atendimento;
4.1.2. Vítima na zona quente: adentrar se necessário com uma
linha direta de proteção e retirar a vítima para atendimento básico
na zona fria;
4.2. As roupas das vítimas devem ser removidas para diminuir a
contaminação e evitando contaminar as equipes de atendimento.
O processo de descontaminação se dará ao lavar a mesma com
água em abundância, não devemos realizar reações químicas de
descontaminação sobre a pele da vítima;
4.3. As equipes de APH deverão utilizar roupas de nível “D”, bem
como, se possível, cobrir os equipamentos da Vtr com plástico,
minimizando assim a contaminação de equipes e materiais;
4.4. Evacuar as residências vizinhas dentro do raio de isolamento,
em caso de comprometimento da segurança destas;

5. Delimitar áreas:
* Área quente: local onde está localizada a origem do
acidente, tendo somente acesso às equipes de intervenção;
* Área morna: local de ligação entre as áreas quente e fria,
onde será montado o Corredor de Redução e Contaminação
(CRC), se necessário;
5.1. Deverá acionar a empresa responsável pelo transporte
e ou o fabricante do produto para comparecerem no local a
fim de tomarem as devidas providências para a
descontaminação e minimização dos danos ambientais;
5.2. Os órgãos ambientais municipais, estaduais e federais
deverão ser acionados de acordo com suas competências
para auxílio no evento;
5.3. Solicitar o apoio de agentes de trânsito e da polícia
ostensiva;
5.4. Os hospitais deverão ser informados sobre número de
vítimas e tipo de agente contaminante envolvido no evento;
V. ACIONAMENTOS SIMULTÂNEOS E IMEDIATOS AO RECEBIMENTO DO CHAMADO
As Salas de Operações dos Quarteis do CBMRS, além daqueles números de apoio operacional que se fizerem necessários para
o atendimento, deverão comunicar imediatamente aos números abaixo todas as ocorrências envolvendo Produtos Perigosos
que sejam reportadas ao Corpo de Bombeiros Militar:
• Comunicar a Defesa Civil Estadual:
199 - Centro de Operações da Defesa Civil (CODEC)
• Acionar o Órgão Policial competente:
198 - Grupo Rodoviário da Brigada Militar
191 - Posto da Polícia Rodoviária Federal
• Acionar o Órgão Ambiental Estadual:
(51) 99982-7840 – FEPAM
• Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN:
(21) 99769-7313 / (21) 99872-4624 (em caso de Emergência Radiológica)
• Acionar a Administradora do trecho (para trechos cobertos):
0800 000 0290 - CCR Via Sul
0800 724 1066 - Ecosul
0800 0090 192 - EGR (ambulância)
6. Em caso de combate a incêndio em veículos de transporte ou
edificações tidas como depósitos, usar EPI de combate a incêndio
completo com EPRA, observando:
6.1. Verificar a possibilidade da existência de materiais que
reagem com água;
6.2. Combater o fogo utilizando linhas de mangueiras a uma
distância segura, impedir a progressão livre do incêndio, evitando
que ele se alastre para áreas contiguas expostas aos seus efeitos.
Sempre tentar prever o comportamento do incêndio face às
características do local para melhor domínio;
6.3. A espuma é um agente extintor eficiente que poderá ser
utilizado para:
6.3.1. Combater incêndios em líquidos inflamáveis;
6.3.2. Proteger derrames de líquidos combustíveis quer estejam ou
não expostos a um incêndio, prevenindo sua ignição;
6.3.3. Proteger recipientes ou depósitos abertos que, contendo
líquidos combustíveis, estejam expostos a um incêndio,
prevenindo a sua ignição;
6.3.4. Combater incêndios, por inundação total, em espaços
confinados onde existam combustíveis líquidos e/ou sólidos;
6.3.5. Proteger de exposições, revestindo superfícies verticais que
possam opor-se à propagação de um incêndio;
6.4. Promover a ventilação forçada em edificação;
6.5. Espaço confinado evitar adentrar esses locais realize o
combate, se possível, pelo lado de fora, posicionando-se próximo
às suas entradas;
6.5.1. Se for necessário entrar em espaços confinados, usar o
detector multigás;
6.6. Afaste-se sempre que ouvir ruído ou sons de dispositivos de
segurança/alívio ou estufamento de tambores/tanques;
6.7. As águas de um incêndio envolvendo PP estão repletas de
contaminantes. Essas águas devem ser tratadas como rejeito
químico, e não devem ser escoadas para rede de esgoto, de águas
pluviais ou outras redes de água. Sempre que possível, crie
barreiras que impeçam a propagação dessas águas. Para tal, pode-
se utilizar areia, formando barreiras nas entradas do local
sinistrado ou em torno de bocas de bueiros;
7. Ao término da operação, efetuar a evacuação da zona quente,
permanecendo na área morna até a descontaminação;
7.1. Realizar inspeção final e preencher o relatório da ocorrência
ou documento similar;
7.2. E deverá ser feito acompanhamento médico das equipes, tendo
em vista problemas de saúde há longo prazo que possam vir a surgir
decorrentes do evento.