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TEXTO 2

Colégio Estadual Thales de Azevedo ARTE

UNIDADE: I PROF: Maria Eugenia SÉRIE:1º TURMA: ______ DATA:___/___/___

REFLETINDO SOBRE A ARTE

Entre todas as linguagens, a arte é a linguagem de um idioma que desconhece fronteiras, etnias, credos,
épocas. Seja a linguagem das obras de arte daqui, seja de outros lugares, de hoje, ontem, ou daqueles
que estão por vir, traz em si a qualidade de ser a linguagem cuja leitura e produção existe em todo o
mundo e para todo mundo.

Pensar a arte é, então, pensar na leitura e produção na linguagem da arte, o que, por assim dizer, é um
modo único de despertar a consciência e novos modos de sensibilidade. Isso pode nos tornar mais
sábios, seja sobre nós mesmos, o mundo ou as coisas do mundo, seja sobre a própria linguagem da
arte.

Como toda e qualquer linguagem, a arte tem códigos, e cada linguagem da arte tem seu código, isto é,
um sistema estruturado de signos. Assim, o artista, no seu fazer artístico, opera com elementos da
gramática da linguagem da arte com liberdade de criação, utilizando-os de forma incomum.

Desde a época em que habitava as cavernas, o ser humano vem manipulando cores, formas, gestos,
espaços, sons, silêncios, superfícies, movimentos, luzes, etc., com a intenção de dar sentido a algo, de
comunicar-se com os outros.

A Arte é uma forma de criação de linguagens – a linguagem visual (pintura, desenho, escultura, gravura,
fotografia, cinema, etc), a linguagem musical (o canto e a música) e a linguagem cênica (teatro e dança),
entre outras.

Toda linguagem artística é um modo singular de o homem refletir o seu estar-no-mundo. Quando o
homem trabalha nessa linguagem, seu coração e sua mente atuam juntos em poética intimidade.

As obras de arte expressam um pensamento, uma visão do mundo e provocam uma forma de
inquietação no observador, uma sensação especial, uma vontade de contemplar, uma admiração ou
uma comunicação com a sensibilidade do artista. A esse conjunto de sensações chamamos de
experiência estética.

O gosto e sensibilidade para apreciar a arte variam de pessoa para pessoa, de idade para idade, de
região para região, de sociedade para sociedade, de época para época. Assim, as manifestações
artísticas trazem a marca do tempo, do lugar e dos artistas que a criaram, pois refletem essa variação
no conceito de beleza e na função do objeto artístico.

A Arte é necessária: de tudo que observamos, pensamos e refletimos podemos concluir que a arte tem
várias funções na sociedade e na cultura. Entre as funções da Arte, as principais são:

1. Refletir, pensar, questionar: 3. Usufruir do prazer estético: Como


Como nunca pensei nisso? Como o artista soube usar bem o seu
as coisas podem ser vistas assim? material! Que efeito interessante!
O que isso representa? O que me Que ideia bem realizada!
diz? 4. Fugir da realidade: E se as coisas
2. Distrair: que agradável observar fossem assim?
uma obra tão bem feita! 5. Diminuir a solidão: Ele sente a
mesma sensação que eu!
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6. Entender o ser humano: Como quadro! Será que estou gostando?
esse artista via o mundo de maneira Será que estou assustado com a
diferente! imaginação do artista? Porque esse
7. Conhecer o mundo: Quer dizer tema me incomoda?
que essa forma de comunicação 9. Vivenciar outras realidades: Esse
representa uma época? Um período quadro parece que saiu de um
estético? pesadelo! Como ele pensou nisso?
8. Organizar, compreender os 10. Conhecer outra forma de ver o
próprios sentimentos: que mundo: E eu que nunca tinha
emoção estranha sinto com esse pensado assim!

A experiência estética que a arte proporciona é uma forma de felicidade muito especial, porque é
transformadora. Ela nos modifica pela emoção que proporciona. Para interagir e apreciar a arte
usamos: experiências anteriores, percepção, habilidades comunicativas, visuais e espaciais;
informações; sensibilidade; imaginação. Assim, quanto mais desenvolvemos estas capacidades,
competências e habilidades mais nos aproximamos do mundo da arte.

Para entender a arte dependemos de algumas habilidades:

1. Observação: é uma habilidade que Todos esses fatores se combinam e são


depende de olhar com interesse dirigido, orientados pelo gosto pessoal no momento em
examinar minuciosamente, focalizar a atenção, que precisamos analisar algum objeto.
concentrar o pensamento e os sentidos com Usamos então esses elementos como
vontade de ver, de aprender, de perceber os argumento, ou seja, para fundamentar
detalhes significativos. É como usar uma lente apreciação do tal objeto em análise. Essa
de aumento sobre algum objeto. análise leva a uma conclusão que chamamos
síntese: é a essência da observação do objeto.

2. Memorização: a memória visual é a


capacidade de registrar com certa precisão 4. Orientação Espacial / Sentido de
aquilo que foi observado, de forma que, dimensão
passando algum tempo, seja possível
relembrar o que foi visto. Para utilizar a orientação espacial precisamos
observar os espaços, memorizar direções e
posições relativas a outras, bem como fixar
pontos de referência para facilitar a
3. Análise e Síntese: A observação e a
localização.
memória trabalham juntas nos procedimentos
de análise. Analisar é desenvolver e Outra habilidade associada a essa orientação
aprofundar a observação. De uma percepção espacial é a percepção das dimensões, dos
mais geral, o analista segue para a volumes, ou seja, do tamanho dos objetos.
decomposição das partes do objeto
observado. Para isso utiliza-se de um método O sentido da dimensão é a capacidade de
apropriado a cada objetivo. O método é uma avaliar a olho nu as dimensões dos espaços,
espécie de roteiro a ser seguido na análise dos das construções, dos objetos e de confrontá-
elementos que compõem o objeto. los considerando as suas proporções.

Alguns exemplos desses elementos: cor,


forma, textura, durabilidade, utilidade, etc. 5. Pensamento Lógico: Focalizamos as
habilidades que nos asseguram uma
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percepção mais exata da realidade: a justificativa, argumentos que conduzem o
observação, a análise, a síntese, a orientação pensamento numa determinada direção.
e o sentido de dimensão. Todas elas estão
relacionadas à percepção da realidade.
Dependem muito, portanto, do pensamento 6. Pensamento Criativo: caminha por trajetos
lógico: Vamos do geral para o particular, do diferentes dos percursos do nosso
particular para o geral, outra vez do geral para pensamento lógico. Mas isso não quer dizer
o particular e formulamos uma síntese do todo. que a imaginação seja autônoma, que não
Essa síntese tem explicação, fundamento, precise de informação.

Quanto mais conhecemos, mais nossa surpreendentes, engraçadas, assustadoras,


imaginação tem material para trabalhar. Os envolventes, sobre estas informações.
artistas são, em geral, pessoas bem
informadas, que conhecem profundamente a Geralmente associamos a imaginação ao
técnica que usam e o mundo que querem devaneio (sonho), à divagação (“viagem”) e à
representar ou expressar por meio de suas distração, mas o testemunho de artistas é de
criações. Quando os artistas trabalham com a que a imaginação é uma forma de trabalho. Às
imaginação estão também trabalhando com as vezes vai por caminhos diferentes do lógico, da
informações que têm da realidade e de alguma razão, do raciocínio, mas nem por isso deixa
forma estão fazendo alterações de ser um trabalho: um trabalho com a
liberdade de pensamento.

(baseado em texto de Jô Oliveira e Lucília Garcez)

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