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MOTORES
(COMBUSTÃO INTERNA)
1ª Edição
2013
SUMÁRIO
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Introdução ..................................................................................................... 05
Introdução a motores a diesel quatro tempos .............................................. 07
Funcionamento do motor diesel quatro tempos ........................................... 08
Órgãos fixos e móveis dos motores .............................................................. 12
Conceito sobre dimensões e desempenho ................................................... 32
Medidas do motor ......................................................................................... 37
Sistema de admissão de ar e escapamento ................................................. 40
Sistema de distribuição ................................................................................. 59
Sistema de alimentação de combustível ...................................................... 60
Sistema de arrefecimento ............................................................................. 61
Sistema de lubrificação ................................................................................. 72
Turbo alimentador ......................................................................................... 83
Sistema de alimentação da baixa pressão ................................................... 89
Bomba Injetora .............................................................................................. 91
Bicos Injetores .............................................................................................. 122
Bancada de Teste Diesel .............................................................................. 140
Calagem de bomba injetora .......................................................................... 141
Desmontagem, depanagem e montagem de motor diesel ........................... 142
Motores eletrônicos....................................................................................... 159
Comparação entre motores diesel DOIS TEMPOS e Quatro tempos .......... 160
PROCONVE e CONAMA .............................................................................. 192
Comparação entre Motor Ciclo Diesel e Gasolina ........................................ 204
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Introdução
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O objetivo principal para buscar a excelência de operação é o de obter o
máximo de disponibilidade e de confiabilidade dos equipamentos utilizados na
construção, em tempo oportuno e com a menor utilização de recursos, isto é,
perseguir sempre a EFETIVIDADE.
No atual cenário econômico em que se verificam sérias restrições
orçamentárias, não existem espaços para improvisos e arranjos; competência,
criatividade, flexibilidade e trabalho em equipe são as características básicas
que as Empresas devem perseguir, a fim de poderem alcançar seus objetivos.
O maquinário (Equipamentos e Viaturas) para a construção de estradas,
rodovias, aeroportos etc, é o instrumento básico de trabalho das Empresas de
Construção.
Esse material tem por finalidade fornecer ao pessoal, com atribuição na
operação e manutenção dos equipamentos de engenharia, conhecimentos sobre
as técnicas de operação e quanto ao sistema de manutenção.
Os dados aqui contidos DEVERÃO SER COMPLETADOS pelos existentes
nos manuais específicos de cada material ou equipamento de engenharia.
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Introdução a Motores a Diesel Quatro Tempos
A ignição num motor DIESEL é provocada pela compressão, que faz elevar
a temperatura do ar na câmara de combustão, de tal modo que esta atinja o ponto
de auto-inflamação do combustível.
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As vantagens dos motores DIESEL residem no seu maior rendimento (de
que resulta uma redução nos custos do combustível), na sua maior duração e na
diminuição dos custos de manutenção.
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Funcionamento do Motor Diesel – ICO (Quatro Tempos)
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Quando as primeiras gotículas de combustível chegam a se inflamar, já se
encontra, no interior do cilindro toda ou uma parte do combustível. Escovada pela
inflamação destas primeiras gotículas, a combustão de todo o combustível já
injetado se inicia, resultando em uma brusca elevação de pressão. O restante do
combustível injetado após a inflamação se queima com uma velocidade
sensivelmente igual a da injeção.
Do que foi dito, podemos concluir que a combustão pode ser dividida em
três períodos distintos:
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Quando o êmbolo se aproxima do PMS, a pressão aumenta rapidamente e
o máximo de calor correspondente a este ponto;
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Órgãos Fixos e Móveis dos Motores
ÓRGÃOS MÓVEIS
ÁRVORE DE MANIVELAS
(VIRABREQUIM)
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relação aos dos cilindros nº 1 e 4. Uma árvore para um motor de 8 cilindros em
“V” pode ter o mesmo desenho com duas bielas ligadas no mesmo moente. Para
um melhor equilíbrio e funcionamento mais suave, uma variação da árvore para
oito cilindros, tem dois moentes de cada, lado defasados de 90º em relação aos
outros dois moentes. A árvore para motores de oito cilindros em linha seguem
dois desenhos gerais. O primeiro tem dois conjuntos de quatro moentes
idênticos, ligados um após o outro com um conjunto de avançado de 90º em
relação ao outro. Também conhecido como 4-4. O outro é conhecido como 2-4-2,
um conjunto de quatro moentes colocados entre dois outros de dois moentes. Os
cilindros das extremidades são avançados 90º em relação ao conjunto do centro.
A árvore para motores de seis cilindros podem ter três, quatro ou sete munhões.
Os moentes são forjados em três planos separados de 120º, com dois moentes
em cada plano. Os moentes um e seis estão no 1º plano, dois e cinco no 2º plano
e três e quatro no 3º plano. A árvore de manivelas para um motor de doze
cilindros é basicamente a mesma usada para um motor de seis cilindros.
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VIBRAÇÃO TORCIONAL: Esta vibração se faz no sentido de torcer. É
normalmente notada nas árvores de manivelas dos motores em linhas de seis e
oito cilindros, que são compridas. Quando se dá a ignição no 1º cilindro, ela tende
a girar a árvore rapidamente, porém a inércia do volante do motor tende a evitar
um aumento rápido desta velocidade. O resultado esta na torção da árvore de
manivelas, pois quando a força gerada pelo cilindro da frente diminuir, a árvore de
manivelas irá distorcer. Essa variação de torcer e distorcer é chamada de
vibração torcional.
Uma árvore de manivelas de aço não iria se torcer como “borracha”, mas
pode ser bastante comprida para haver variações torcionais.
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ÊMBOLO E CILINDRO
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ou vice-versa, é chamado de TEMPO. A distância invariável entre estes dois
extremos é chamada de CURSO. Assim, o êmbolo percorre dois cursos e realiza
quatro tempos, (no caso do motor a quatro tempos) enquanto a manivela faz uma
volta completa (360º), sendo dois tempos ascendentes e dois descendentes.
Quando o êmbolo está na parte mais elevada de um curso, é dito que ele está no
Ponto Morto Superior (PMS). Quando está na parte mais inferior do curso, este é
chamado de Ponto Morto Inferior (PMI). Estas posições são chamadas de
Posições Oscilantes.
MUNHÕES E MANCAIS
ÊMBOLOS
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O êmbolo é mantido alinhado pelo corpo, que é normalmente cônico, polido
e elíptico. Este elíptico permite ao êmbolo ajustar-se ao cilindro, mesmo que
esteja frio ou à temperatura de funcionamento. O diâmetro menor é dos olhais do
pino, onde o metal é mais espesso. No seu maior diâmetro, o corpo é mais fino. O
êmbolo é ajustado com folga mínima no seu maior diâmetro, evitando assim a
batida do êmbolo durante o aquecimento do motor. Quando o êmbolo se dilata
com o calor gerado pelo funcionamento do motor, torna-se redondo , porque a
dilatação é proporcional à temperatura do metal. O corpo do êmbolo é tão cortado
quanto possível para reduzir o peso e evitar dilatações excessivas. Muitos
êmbolos são feitos com fendas; assim, quando o êmbolo se dilata, o corpo não
aumenta de diâmetro. Essas fendas são chamadas de ranhuras de dilatação. Os
dois tipos de corpo de êmbolo encontrados são cilíndrico e deslizante. O êmbolo
cilíndrico, que é o mais usado, têm a forma de um cilindro completo com
superfícies deslizantes paralelas as do cilindro, é mais resistente e proporciona
melhor controle da película de óleo. O êmbolo deslizante, tendo menor área de
contato com as paredes do cilindro, reduz o atrito.
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cilindro. O primeiro transmite a força da combustão à árvore de manivelas e o
segundo provoca desgaste na parede do cilindro. É chamado de reação lateral do
êmbolo. Nos pontos mortos, com a mudança da inclinação da biela, a reação
lateral troca de sentido; por este motivo, algumas vezes se ouve o batido do
êmbolo, quando o motor está frio. Os fabricantes consideram muito a reação
lateral, pois, sendo muito forte, pode causar o desgaste excessivo do cilindro, pelo
aumento da pressão, como pela expulsão da película de óleo lubrificante.
ANÉIS DE SEGMENTO
ANEL DE COMPRESSÃO
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parte inferior da ranhura no êmbolo. A ranhura tem alguns milésimos de polegada
a mais de largura do que o anel, resultando em jogo lateral, sendo este jogo
absolutamente indispensável para o funcionamento adequado do anel. A alta
pressão dos gases é que força o anel a obturar e não a própria tensão do anel, a
qual, por si só, é quase insignificante comparada com aquela pressão. Os gases
sob alta pressão penetram pelo espaço do jogo lateral entre o anel e a ranhura,
enchendo o espaço atrás do anel, exercendo uma pressão para fora e forçando o
anel contra a parede do cilindro sob pressões proporcionais às da câmara de
combustão. Esta pressão também é aplicada contra a parede superior do anel e o
força firmemente contra o fundo da ranhura. Com as dimensões apropriadas do
anel e da ranhura, o que permite que ocorra esta ação de pressão, o
escapamento por meio desta face ou por baixo do anel é limitada. Contudo,
ocorre a passagem dos gases pela fenda do anel e esta é em proporção direta ao
jogo ou falha da fenda. Esta passagem de gases é necessária porque sem ela
não haveria pressão de gases que acionasse e obturasse o segundo anel de
compressão contra a parede do cilindro. É muito importante que a folga da fenda
do anel de compressão esteja dentro dos limites estabelecidos pelo fabricante.
Uma folga muito grande deixaria passar uma quantidade excessiva de gases,
resultando em perda de potência e aumento no consumo de combustível. Além do
mais, aumenta a possibilidade de sulcos na parede do cilindro, porque a maior
parte dos gases que passam pelo cárter queimará ou arrastará consigo o óleo
lubrificante para a parede do cilindro. Já uma folga pequena, o anel ficará mais
aquecido que o cilindro. Isso faz com que a fenda se dilate mais que o cilindro. E
se a fenda for muito pequena, as extremidades do anel se encostarão. Isso
poderá provocar falhas no motor, ou pelo menos, resultará em desgaste
acentuado dos anéis e das paredes do cilindro.
ANEL RASPADOR
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O anel raspador raspa o excesso de óleo das paredes do cilindro e retorna
parte dele, por meio de orifícios no anel. Ele tem aberturas através das quais o
óleo flui de volta ao cárter. Em alguns motores, um raspador adicional é
empregado no corpo do êmbolo, abaixo do olhal do pino, dando, dessa forma,
melhor controle ao óleo.
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No tempo de escapamento, o êmbolo sobe e os anéis apenas deslizam
sobre a fina camada de óleo lubrificante que ficou nas paredes do cilindro, sem
raspá-la para cima.
PINO DO ÊMBOLO
O êmbolo fica ligado a biela por intermédio do pino, que passa através dos
seus olhais e do seu pé. Os pinos dos êmbolos são feitos de ligas de aço com
acabamento de precisão, são endurecidos e algumas vezes cobertos com cromo,
a fim de aumentar suas qualidades contra o atrito. Sua construção tubular dá um
máximo de resistência com um mínimo de peso. São lubrificados por salpicos de
óleo do cárter ou por pressão através de passagens “furadas” nas bielas. Há três
tipos de processos para se prender um pino de êmbolo ao êmbolo e a biela:
FIXO: O pino é preso ao êmbolo por um parafuso que fixa os seus olhais e a biela
oscila no pino.
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LIVRE: O pino fica livre para se movimentar tanto nos olhais do êmbolo quanto na
biela; porém, para impedir que, durante o funcionamento, o pino vá contra as
paredes do cilindro, são limitados por anéis retentores ou por prisioneiros.
BIELA
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A cabeça da biela é cortada para
permitir a montagem no moente da
árvore de manivelas. A capa do mancal
da biela é feita do mesmo material da
biela, sendo presa por porcas e
parafusos.
B – Barreira de níquel;
C – Camada de cobre-chumbo;
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VOLANTE DO MOTOR
CILINDRO
ÓRGÃOS FIXOS
JUNTAS
MANCAIS
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BLOCO DO MOTOR - MOTOR
ARREFECIDO A ÁGUA
Os cilindros e cárter superior são fundidos numa peça única, que é o bloco
do motor. As vantagens apresentadas pelo bloco são tantas que se tornou
universal o seu uso. A fundição dos cilindros em um bloco único fica mais
compacta e mais rígida, apresentando menor custo de fabricação do que os
cilindros simples ou em pares; A montagem é simplificada e os mecanismos das
válvulas ficam mais fáceis de instalar.
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Existem dois tipos de camisas de água, que são fabricadas em ligas e que
recebem tratamentos, especiais, tornando-as de melhor qualidade contra o
desgaste: As do tipo úmidas ficam em contato direto com líquido de arrefecimento
e são vedadas nas extremidades por intermédio de anéis de vedação de
borracha. E existem as do tipo seco, que não entram em contato direto com o
líquido de arrefecimento. As camisas, secas ou úmidas apresentam vantagens
como: Tem maior tempo de vida e depois de usadas, podem ser substituídas,
permitindo o aproveitamento do bloco.
CABEÇOTE
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O cabeçote dos motores com válvulas em “I”, contêm as válvulas, o eixo
dos balancins e os balancins. Todos os cabeçotes eram fundidos em ferro, mas,
atualmente, muitos motores estão tendo seus cabeçotes fundidos em ligas de
alumínio, porque este material é melhor condutor de calor e apresenta menor
tendência para a formação de pontos quentes. As ligas de alumínio são leves e
apresentam uma relação satisfatória entre o peso e o esforço que suportam em
altas temperaturas.
CILINDRO
MOTOR ARREFECIDO A AR
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Os cilindros dos motores arrefecidos a ar são dotados de aletas, que
cobrem todo o cilindro e a cabeça; essas aletas proporcionam um acréscimo de
superfície, facilitando a dissipação do calor. Esta é uma das diferenças para os
motores arrefecidos a água, que possuem câmaras e camisas de água
envolvendo o cabeçote e os cilindros.
As aletas são feitas do lado de fora do cilindro. A parte interna dos cilindros
é cortada cuidadosamente e nitrurada (processo de exposição dos vapores de
amônia sob altas temperaturas), para dar uma superfície dura, lisa e resistente ao
desgaste e para reduzir a possibilidade de distorções, quando operando em altas
temperaturas. O flange de montagem fica na parte inferior do cilindro, onde fica
preso ao cárter, por intermédio de parafusos estojos com porca, tendo por
segurança contra porca e arame de travamento.
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aparafusada ao cilindro. O cilindro não é desmontado a não ser nas fábricas. Em
complemento, alguns motores possuem uma luva de alumínio fundida em torno
do cilindro. A luva é aletada para auxiliar a dissipação do calor.
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CÁRTER
CÁRTER
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rosqueados no cárter de alumínio fundido e no qual os cilindros são presos, as
roscas do cárter são reforçadas, para então se aparafusar os estojos. Os
reforçadores são aparafusados no metal macio, até que fiquem um pouco abaixo
da superfície. Quando se instala um reforçador são colocadas arruelas nas
extremidades. Essas arruelas seguram o reforçador da rosca em posição,
evitando qualquer movimento quando o parafuso é colocado ou retirado.
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Conceitos Sobre Dimensões e Desempenho
60
32
CILINDRADA: Cilindrada é a capacidade volumétrica do espaço compreendido
entre o PMS e o PMI. Corresponde ao volume máximo de ar (motor DIESEL), ou
de mistura ar-combustível (motor ciclo OTTO), admitido no cilindro.
V = π x r2 x h x n
Sendo:
V = Cilindrada
r = Raio do cilindro, em cm
h = Curso do êmbolo
π = 3,14
T=V+v
v
Sendo:
v = Volume da câmara de
compressão
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POTÊNCIA: Potência é a medida do trabalho realizado em uma unidade de
tempo. Como o trabalho é o resultado de uma força que desloca seu ponto de
aplicação, temos que:
Tempo
CV = 75 kg x 1 m
1s
W 1N x 1m
1s
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100 KW x 1,35869 = 135, 869 CV
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Nos motores elásticos, o momento de força máximo se manifesta em um
regime de rotação relativamente baixo e se conserva durante uma gama de
rotações de grande amplitude. Evitam-se, assim, frequentes mudanças de
marcha.
ET EU
EG
EV ER
ET
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Medidas do Motor
A ATMOSFERA: O ar tem “peso”, como pode ser provado por meio de uma
balança e dois recipientes de um litro. Se for retirado todo o ar de um recipiente
(Vácuo total), então este pesará menos que o outro. É preciso colocar um peso de
1,293 g no recipiente vazio. Ao nível do mar, o peso do ar forçando o solo produz
uma pressão de 1,029 kg/cm³ Essa pressão indica que há uma grande massa de
ar envolvendo a terra. Esse ar é chamado de Atmosfera, e se estende por muitos
quilômetros de altura.
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DEPRESSÃO NO CILINDRO: Quando o êmbolo começa a deslocar de PMS para
PMI no interior do cilindro durante a admissão, produz uma depressão. Se ambas
as válvulas (de admissão e de escapamento) estiverem fechadas, então nenhuma
forma de substância poderá entrar para preencher este vazio. Contudo, ao
mesmo tempo em que o êmbolo começa a descer, a válvula de admissão é
aberta. Agora a pressão atmosférica empurra o ar através do orifício de admissão
para o interior do cilindro. Desta forma, o cilindro é preenchido com ar (ou mistura
ar-combustível).
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TAXA DE COMPRESSÃO: A taxa de compressão de um motor é o volume de um
cilindro, com o êmbolo no PMI, dividido pelo volume do cilindro estando o êmbolo
no PMS. Este número indica a quantidade de vezes que o volume da mistura é
comprimido na câmara de combustão.
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Introdução
Componentes do Sistema
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AS VÁLVULAS: Embora seja uma peça inteiriça, a válvula tem duas partes
distintas: a haste e a cabeça. Quando é acionada pelo comando, a longa haste
delgada se move no interior de um furo moldado no cabeçote: a guia da válvula.
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Quando não são operadas pelo comando, as válvulas se mantém fechadas
por meio de uma ou duas molas helicoidais: as molas da válvula. Essas peças,
em forma espiral, são fortes o bastante para garantir que a válvula se feche
rapidamente, após ser acionada. Ao mesmo tempo, têm flexibilidade suficiente
para não impedir a ação do eixo comando.
Balancim alternativo
42
As Válvulas na cabeça
Entre os anos 50 e 70, essa concepção de válvulas foi a base da maioria dos
motores. Ainda é usada em muitos carros, entre os quais o Corcel, o Escort e o
Opala. Mas, à medida que se procurou obter maior potência com motores
menores, as desvantagens do sistema ficavam evidentes. O problema está na
ligação que aciona a vareta. O conjunto envolve muita inércia e atrito. Quando a
rotação do motor aumenta, o desempenho das válvulas torna-se impreciso e as
perdas pelo atrito aumentam, causando redução da potência do motor.
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COMANDO NA CABEÇA: Posteriormente, os fabricantes se voltaram à
produção de um motor com comando único na cabeça (SOHC – Single Overhead
Cam), também chamado “OHC”. Nele, as válvulas são abertas e fechadas por um
eixo de comando instalado no cabeçote.
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ÂNGULO DAS VÁLVULAS: Num motor de duplo comando, em geral, as
válvulas são montadas com inclinação em “V”, no cabeçote, o que dá melhor
formato à câmara de combustão e aumenta a potência.
Quase todos os motores já vêm de fábrica com uma pequena folga entre a
extremidade do balancim (ou a parte posterior do ressalto do comando) e a haste
da válvula.
Folga da válvula
Essa folga, também conhecida como “folga do tucho”, é vital para o bom
desempenho do motor. Se for grande, faz a válvula se abrir apenas parcialmente,
a uma fração de segundo atrasada. Entretanto, se for muito pequena, à medida
que o eixo é aquecido com o funcionamento do motor (e se dilata), a folga pode
se fechar e manter a válvula ligeiramente fora de sua sede. Isso provoca perda de
compressão e, além disso, os gases quentes, que escapam pela sede, podem
queimar seriamente a válvula e até o cabeçote.
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Tuchos hidráulicos
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CÂMARA DE COMBUSTÃO: A câmara de combustão do motor DIESEL é
encarregada de garantir a liberação das calorias do combustível, em vista da sua
transformação em trabalho mecânico sobre o êmbolo. Esta transformação das
calorias em trabalho mecânico deve ser feita de tal maneira que o rendimento
seja bastante elevado e a potência liberada suficiente para que o motor possa ser
fabricado industrialmente, sem complicações mecânicas excessivas.
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turbulência, em que uma grande parte do ar carburante vem procurar o seu
combustível.
semi-esférica pré-combustão
côncava reserva de ar
cônica turbulência
coroa circular
toroidal
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CÂMARA DE COMBUSTÃO SEMI-ESFÉRICA: Neste tipo de câmara de
combustão, o bico injetor está situado no centro do cabeçote em relação ao
cilindro e o combustível é injetado através de pequenos furos (de 0,2 a 0,3 mm de
diâmetro), para se conseguir uma pulverização muito fina e facilitar a inflamação
do combustível. O número de furos depende do volume da câmara de combustão.
Nos motores rápidos, se empregam normalmente bicos injetores de 5 a 6 furos.
49
CÂMARA DE
Nos motores Saurer (a casa A. Saurer Suiza foi a idealizadora deste tipo
de motor) e similares, são empregadas duas válvulas de escapamento e duas de
admissão (estas com defletor) para cada cilindro. Esta disposição, embora mais
dispendiosa, tem a vantagem de permitir a instalação do bico injetor no centro do
cabeçote e as válvulas, sendo menores, se deformam menos, enquanto trabalhão
a temperaturas menores.
50
ou cinco orifícios. Este tipo de câmara apresenta também a vantagem de não
deixar o jato de combustível entrar em contato com as paredes mais frias do
cilindro, evitando, em consequência, que o combustível não queimado “escorra”
pelas paredes do cilindro, diluindo o óleo lubrificante.
51
OS MOTORES DE INJEÇÃO INDIRETA: se distinguem dos de injeção direta por
terem sua câmara de combustão dividida em duas partes: a câmara de
combustão propriamente dita (espaço compreendido entre o fundo do cabeçote e
a cabeça do êmbolo, quando no PMS) e uma câmara de combustão auxiliar,
separadas entre si e comunicando-se por meio de um ou vários difusores.
Caracterizam-se ainda, particularmente, pelo processo de levar o ar ao óleo em
vez do esforço para trazer o óleo ao ar, método empregado nas câmaras de
combustão de injeção direta.
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pela combustão de uma parte do combustível, para melhorar a combustão na
câmara propriamente dita, enquanto a expansão de parte do óleo inflamado
provoca uma posterior pulverização (fracionamento causado por reações
térmicas) do combustível ainda não queimado.
53
VANTAGENS: Neste tipo de câmara, o jato de combustível se choca contra uma
parede muito quente da câmara de turbulência. Esta superfície ajuda a elevar a
temperatura do ar na câmara, durante a compressão, facilitando a combustão que
se processa totalmente no seu interior, diminuindo de sobremaneira os efeitos do
retardo; A combustão é mais perfeita.
54
atenuar o ruído das ondas sonoras produzidas pelos gases que saem do motor
sob alta pressão. E, finalmente, quando bem regulado, o sistema de escapamento
pode estimular a rápida saída dos gases queimados no motor, liberando os
cilindros para que recebam nova carga de combustível. Isso permite uma maior
potência ao motor.
O coletor é, então, ligado à tubagem que corre por baixo da viatura, até
primeiro abafador. Daí, outros tubos levam os gases quentes residuais até a
parte traseira do veículo, fazendo, em alguns casos, com que atravessem caixas
silenciadoras extras. A seção final, por onde os gases de escape sobem,
denomina-se tubo traseiro.
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após o outro. Têm por função liberar ao máximo o fluxo dos gases para o tubo de
escape.
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A maioria dos automóveis modernos conta com um sistema misto de
silenciadores. Trata-se de uma combinação muito útil, pois cada um dos tipos se
desempenha melhor na absorção de frequências diferentes.
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O silenciador, ao impedir a passagem, desviar ou absorver algumas das
ondas sonoras mais penetrantes, reduz a um nível aceitável os ruídos gerados
pela descarga dos gases queimados, desde os dutos de escape da câmara de
combustão. O tubo traseiro permite, por sua vez, a livre saída desses gases, para
longe do carro.
Componentes do Sistema
- Ruídos característicos;
- Outros sistemas anexos em perfeito funcionamento.
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3 - Verificar se há saída de fumaça cinza-azulada pelo escapamento e se a
mesma desaparece, quando o motor chega em sua temperatura adequada de
funcionamento
Por fim, verifique a folga dos guias das válvulas; se estiver excessiva, substitua as
guias. Se estiver normal, o problema é uma pane mecânica (anéis, êmbolos, etc.).
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60
Componentes do Sistema
Tipos de Sistema
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tradicional Fusca, são refrigerados pelo ar, que passa por uma série de aletas nos
cilindros e no bloco do motor.
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Quando o veículo trafega a mais de 60 Km/h, o fluxo de ar que atravessa o
radiador mantém o motor arrefecido. Abaixo dessa velocidade, porém, é preciso
que um ventilador forneça o fluxo de ar para a grade de refrigeração. Nos veículos
mais antigos, esse ventilador é fixado à bomba de água ou à polia da árvore de
manivelas. A desvantagem do sistema é que o ventilador gira o tempo todo,
mesmo que o veículo esteja a uma velocidade que torne desnecessária a sua
ação.
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recorrem ao termostato. Trata-se de uma válvula sensível à temperatura, que
impede o radiador de receber o líquido de arrefecimento enquanto o motor não
atingir uma temperatura predeterminada. Sem o termostato, o motor demoraria
muito para aquecer, funcionando com pouca eficácia e acarretando um consumo
de combustível muito superior ao normal.
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Válvula termostática fechada Válvula termostática aberta
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Caso ocorra o travamento da válvula termostática, o líquido de
arrefecimento circulará apenas no interior do motor, causando o
superaquecimento e posterior engripamento do conjunto.
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Circuito do Sistema de Arrefecimento
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Válvula Termostática parcialmente aberta para o Temperatura Normal
radiador: motor em condições normais de operação
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Tampa do radiador: equipada com Válvula termostática totalmente aberta
válvulas, controla a pressão e para o radiador: motor em condições
depressão no sistema de arrefecimento severas de operação
Depanagem
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Diagrama A-1
Verifique se há água no
radiador
Sim Não ou
possua
Verifique a correia do Recomplete
ventilador
Corretamente Mal
ajustada ajustada
Verifique se o radiador Ajuste
está desobstruído
Não Sim
Ruim Boa
Bom Ruim
Lubrificação Repare
Diagrama L-1
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Diagrama A-2
Verifique as mangueiras do
radiador
Frouxas Boas
Não há Há
Ruim Boa
Sim Não
escapamentos e
vazamentos do cabeçote
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Introdução
Métodos de Filtragem
EXISTEM DOIS MÉTODOS: um por derivação, onde apenas uma parte do óleo é
filtrado e a filtragem completa, onde todo o óleo é filtrado, sendo necessário,
neste caso, uma válvula de alívio no interior do filtro.
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Ciclo do Óleo no Motor
73
Em outros motores, o óleo percorre uma passagem que liga o centro da
biela ao seu pé. Além de lubrificar os mancais, o óleo penetra novamente no
cilindro, lubrificando suas paredes nesse ponto.
O óleo, após ser aquecido durante sua passagem pelo interior do motor,
retorna ao cárter. Neste componente, sofre resfriamento e é então bombeado
mais uma vez para o sistema.
74
REFRIGERAÇÃO DO ÓLEO: Em Veículos de alto desempenho, apenas o fluxo
de ar no cárter não basta para o arrefecimento do óleo, que assim, poderá perder
parte de seu poder lubrificador. Para resolver esse problema, os motores são
equipados com um radiador de óleo. Esse componente assemelha-se àquele
usado no arrefecimento de água, embora seja mais resistente, para suportar a
pressão do óleo. Em geral, fica ligado ao resto do sistema por um termostato,
refrigerando o óleo apenas quando necessário.
75
rotação das engrenagens. Quando os dentes passam de seu ponto de
engrenamento, o lubrificante é obrigado a sair sobre pressão.
A bomba de rotor tem uma peça interna que se engrena com a outra
externa. Cada face do motor interno se acopla com outra face do motor externo,
num efeito de bombeamento análogo ao da bomba de engrenagem.
76
Alerta da pressão
77
Sequência de Depanagem
78
Diagrama L-1
Verifique o nível do
óleo
Anormal Normal
Recomplete Verifique a
viscosidade
Boa Ruim
79
Diagrama L-2
Consumo excessivo de
óleo
Verifique se há vazamentos no
sistema
Sim Não
Bom Não
Baixa Normal
80
Diagrama L-3
Correto Baixo
Sim Não
Sim Não
Bom Ruim
Sim Não
81
Diagrama L-4
Verifique se há vazamento
no sistema de lubrificação
Sim Não
Bom Não
Empenada
Boa
ou
desregulada
Regule, repare ou Verifique o manômetro.
Bom Ruim
82
Introdução
83
Admissão por aspiração
normal
Admissão por
turboalimentador
84
Componentes do Sistema
Componentes do Sistema
85
falhar, mesmo que seja por poucos segundos, acarretará, com certeza, problemas
sérios no equipamento.
A falta de lubrificante ocorre quando o motor é desligado com o giro
elevado, principalmente após uma brusca aceleração, permitindo, assim, que o
superalimentador, por inércia, continue girando sem lubrificação, pois o motor estará
parado, e por consequência, a bomba de óleo não estará enviando óleo lubrificante
para o mesmo.
Outro grande cuidado que deveremos ter quanto a lubrificação é verificar o
estado e períodos de substituição dos filtros de óleo. Um filtro obstruído ou que
tenha passado o período de substituição poderá causar restrições no sistema de
lubrificação e uma consequente pane no superalimentador. A fim de se aumentar a
vida útil do equipamento, é interessante a utilização de filtros de óleo recomendados
pelos fabricantes dos veículos.
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Turbocooler
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O turbocooler é instalado na frente do
radiador e tem a função de resfriar o ar
destinado aos cilindros.
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